DIGESTO FÁBRICA DE COFRES E AROUIVOS
BECNACDINI J. END. TELEGRAFICO "BERNARDINI"
1
ECONOMICO soBosBuspíciosDfl ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E on FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO S I M 4 R I O
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o Plano Regional de Santos — Francisco Prestes Maia
O Estado-Empresário — Aliomar Baleeiro
]."!!!
21
Poi^ue o Estado Intervém no Comércio de Seguros — Davi Campista Filho
27
O
A América Latina em lace do Plano Marshall — Júlio M. da Silva Sousa .... mpr slimo nas finanças locais — Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto ....
39
Sociologia das Invenções — L. A. Costa Pinto Influência Inglesa no Brasil — Otávio Tarquinio de Sousa Karl Mannheim — José Honórlo Rodrigues
45 53 60
34
História Econômica — Finanças do Segundo Reinado — Afonso Arinos de Melo Franco
64
O Conselheiro Afonso Pena e a responsabilidade das elites dirigentes — Dario de Almeida Magalhães
&T&CÕES INSTALAV
COMPLETAS PARA fQmTTAi BANCOS — BIBLIOTECAS niTLC ARQUIVOS —, 1LOJAS — ESCRITÓRIOS. ETC. Em São Paulo:
75
A Fábrica de Ferro de Santo Amaro — Sérgio Buarque de Holanda
',8
Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa — Oscar Bormann O Problema da Alimentação e o Custo da Vida José Bonifácio de Sousa Amaral Geografia das Comunicações Paulistas — Centros Urbanos —
82
Loia: Viaduto Bôa Vista, 75 — Fone: 2-1414
Fébrlca « Escritório: Rua Oriente, 769 e 785 — Fone: 9-5241 Filial no Rio de Janeiro:
Rua do Carmo, 61 — Fone: 23-2208
67
Uma previsão sôbre o São Francisco — Deolindo Amorim
Nelson Wemeck Sodré A Política o o espirito do emprêsa — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação
ANO IV
111 115 119
Á H.o 38 — JANEIRO DE 1948
99
Tf
O DIGESTO ECONOMICO ESTA' A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 3,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço
de Transportes Urgentes LI
de Cr$ 30,00 anuais.
Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas. 502, 19.o andar
• l^tâihweiwes •
leghKen
Rio de Janeiro
mé* «
Alagoaa: Manuel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.
Bahia:
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírllo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro, 361, Vitória.
Por^mbuco:
Fernando
Chínaglla.
Rua do Imperador, 221, 3.o andar, Recife.
Piauí: Cláudio M. Xote, Teresina.
wki «MtMM M mtm m
ESCRITÓRIOS CENTRAIS:
Paraná: J. Ghignone, Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba.
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p a li A o
■in.Pl.iflMFIBft
parque d. PEDRO II, 1092 - Loja 1
Rua Marcíiio Dias, 12
sede própria - Ed. Guorany
Telefonei 83-0791 e 23-0337
(Esq. Av. Rangel Pestana)
Goiânia.
MaranhSo:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114, São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República. 20, Cuiabá.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.
PRETO
Lj^l RENEO ^
Rio Grande do Norte: Luís RomSo,
1111 y; FORA
Para locais fora de Porto Alegre:
PflCMS
Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.
Território do Acre: Diógencs de Oli veira, Rio Branco.
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IAMPOS 110 lORbSO
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia., Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba
R (I
HMPÜSj-lITÓHM
to Alegre: Octavio Sagobin. Rua 7 de Setembro, 709, Porto Alegre.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju.
I
P ITR^POm
Rio Grande do Sul: Sòmonte para Por
duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo.
i \ .1 N
Xflls.: 2-8266, 2-6661 e 3-3691
andar.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém. rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
Tililou M4M
HIo de Janeiro: Fernando ChinagUo. Av. Presidente Vargas, 502. 10 o
São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
IloniZOME
RU
bpirltsSnli.l4t
i: \ M
Avenida Tavares Lira, 48. Natal. Goiás: João Manarino. Rua Setenta A,
D Ml O
gERVlCOSl [ÊCONONnCDSl iSlGDli de domicílio a domicílio
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Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
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Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.
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R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírllo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro, 361, Vitória.
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Chínaglla.
Rua do Imperador, 221, 3.o andar, Recife.
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Rua Marcíiio Dias, 12
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Telefonei 83-0791 e 23-0337
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João Lisboa, 114, São Luiz.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República. 20, Cuiabá.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.
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Rio Grande do Norte: Luís RomSo,
1111 y; FORA
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Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.
Território do Acre: Diógencs de Oli veira, Rio Branco.
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Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia., Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba
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to Alegre: Octavio Sagobin. Rua 7 de Setembro, 709, Porto Alegre.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju.
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duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo.
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Xflls.: 2-8266, 2-6661 e 3-3691
andar.
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HIo de Janeiro: Fernando ChinagUo. Av. Presidente Vargas, 502. 10 o
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PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR NO do ffials oUa qualidade, o CIA. MECHANICA E IMPORTADORA DE SÃO PAUIO, o*td fabri
cando om quolquer.bltolo noi teflulnfet tipoii
DIGESTO
•BRAC" — Paro eofuifvç4««. not .looclUcocôoi cft«loH do I.P.T. ee.3-37CA — EB-S-SOCA, o no «lo.cilicoeâa om.rieono ASTM.A-110-39 <Ha«d Grod.)
••6RAP" — Poro Iwròm.nto» cora «.ér d. ecibono «orlondo do O.SS46 o 1.S5^ poro labrlcocdo da «oO.loi. racd.nt.t d. Io;no«i raolrltasi t.rrot, foiouro», .«lompot, corro friot. loraino d. CQI,Forrn&at, tolFiod.Uoi monuoir. F.rtom.nrot poro corl. d.cooro^ p.rFurolrlcoi alicoldolr, Froiai. pcncbot, brocoi, F.rromanlot poro cortor papal. aiFaro*. novolkot, Intlruraanlei da cirurgia, cobbrai»
ECONOMICO
bvrli a itrao».
•6RAG" — Poro tarromenlo» oorlcoto». COm o taír da eoibbito
m
Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta-
O.tSBti o 1,70%. poro fobtlcocdo da aniedot, fodoi, eoi, olracofc dlice» da orodo. plcoraloi. cklboncot. ollongai. nocKodoia Focdar, Folcas, are ''&RAM" -— Poro llnc macAnieo», datda o tipo avtro doca «a dgro. variando o lodr da-ca'bono da 0.06% o 0,65% atpaclob
poro fobricocflo da rabirat. porofutoi, croroai, praQOf, porcov aliot do tronirnltiõo. angranopons, oivot poro aifrodot da Far ra, ctanilllor poro eonsirgcdo da radoglnoi.
ção, o DrcESTO Econômico, dando aos seus leitores um panorama mensal do mundo dos
"BRAS" — Poro Fobrlcocdo do moloi ora garol, cotn o taPr da
negócios, circula numa classe de alto poder
0.5%, (0,50%). Eipoclol poro rnolot allcoldoli o FaUot da*raoFai Qora valculot ara garol. aiirodat do larro. cnoblllai, camot, eoicKòoi. a ra6qulnot ara garoL .
carbono voriondo da 0,^5% o 1,05% com radr da tllldo oté
aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas razoes, os anúncios inseridos no Digesto Eco
Aldm do axparlAncto adquirido om fongoa anea do trotaoFho a da rigor qgo dlrpontomoa no fobrlcofBo doa nostoa prodo*
tot. Qroçoi 00 quo ramoa merecido o conlionco a o prafarert-
nômico íâo lidos, invariàvelmente, por um pro
cio doa noiioi Inumaroí dlonlai, o« o<et do nocid fobrlcocBo
•ao conirolodot por tacnicea oipaclolixadoa,o que *ant gqreib tir o tua AUA QUAIIDAOEI
vável comprador.
OS NOSSOS PRODUTOS SlQ TfCNIC&MEKTE PERFEITOS
Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso ciação Comercial de São Paulo e da Federação
w
do Comércio do Estado de São Paulo.
editôra
comercial
limitada
VIADUTO BOA VISTA. 67, 7.» ANDAR _ TEL. 3-7499 _ S. PAULO
Pedidoa diretomonie c
CIÁ. MECHANICA E IMPORTADORA DE SAD PAULO S&O PAULO — RUA FIORENCIO DE ABREU, 2)0— TELEFONE 2-7)85 RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEIGA, 28 - LOJA — TELEFONE 23-1655
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"BRAS" — Poro Fobrlcocdo do moloi ora garol, cotn o taPr da
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0.5%, (0,50%). Eipoclol poro rnolot allcoldoli o FaUot da*raoFai Qora valculot ara garol. aiirodat do larro. cnoblllai, camot, eoicKòoi. a ra6qulnot ara garoL .
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V.
IL
rV»W
Símbolo de eliciência da técnica
e?ér Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS
ESPECIALIDADES
CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçadot de lona para esportes e praia. ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos e capas de borracha
para saltos. Solas de borracha para calçados de homens sc.ihoras e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas de borra
cha. Corricitc para calçados de homens e crianças. Tira de ligação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM GERAL
Hos clínicos
de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fios.
A INDÚSTRIA RADIOFÔNICA, desde
ratórios e oficinas, cada posto esta
OS rádios de galena.atéos nossos dias,
a cargo de um técnico que responde pela eficiência do seu trabalho. A
evoluiu e continua evoluindo sem
cessar. Longas pesquisas deram lugara novos aperfeiçoamentose novas descoPertas. tudo produto de espe cialização técnica,árdua e trabalhosa.
rigorosa qualidade do material em pregado. o profundo conhecimento
Assumpção S.A. contribuiu sensivel mente pa(a a melhoria técnica da
finais, são testemunhados pela con-
indústria de rádio. Em seus labo
para cincas elisticas e para hospitais. Tapetes de borracha, desincupidores para pias, pés de cadeira, pneumíticos e cordões psara rodas de vcloçjped». Pucaros, guarniçÕes de borracha par* pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodai
para fins industriais e mais uma infiaídáde de produtos de bomoha-
dos montadores e o cuidadoso es
crúpulo dos testes preliminares e tra-marca ASA. caracterizando to dos os receptores de sua fabricação.
FABRICflHTES DOS flFAMADOS SALTOS DE BORRACHA ★★★★★★ iríKiric-k-kir-kir^kickiririr-kiririciciricieic ★★★★★
FÁBRICAS:
Rua Marajó, 136/158 Rua Cesario Alvim, 297
ASSUMPCAO S.A.
ESCRITÓRIO: «eSPONDF PELO OUE VENDE
RUA RODOLFO MIRANDA, 76 * CAIXA POSTAL 2025 * SÂO PÁULO
TELEFONES:
Gerencia
—
9-3205
Contadoria — 9-3200 Escrifório
—
9-3200
Rua Marajó, 136/158
Endereço Telegrâfleo:
São Paulo
CAMPANA
PÊTTlNATi-C-n-ó
*ytcirtu-
MARCA REGIS RADA
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a cargo de um técnico que responde pela eficiência do seu trabalho. A
evoluiu e continua evoluindo sem
cessar. Longas pesquisas deram lugara novos aperfeiçoamentose novas descoPertas. tudo produto de espe cialização técnica,árdua e trabalhosa.
rigorosa qualidade do material em pregado. o profundo conhecimento
Assumpção S.A. contribuiu sensivel mente pa(a a melhoria técnica da
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indústria de rádio. Em seus labo
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dos montadores e o cuidadoso es
crúpulo dos testes preliminares e tra-marca ASA. caracterizando to dos os receptores de sua fabricação.
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CAMPANA
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MARCA REGIS RADA
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niii
O (Pians GlejqJuí^mí de
o HUNDO DOS HfGOCiOS HUM rCNOSBMA KEHSI: Publicado <ob Of autpicioi da
★
ASSOCmCÕOCOMERCIALDESÃOPUULO e do
por Francisco Prestes Maia
FEDERllCãQ DO COMÉRCIO DO
III
ESTADO DE SÃO PAULO
Avista dos fatos anteriores era de prever novo e próximo congestiona
Diretor Superintendente
Auro Soares de Moura Andrade Diretor:
Anlonio Gonlijo de Carralho
ímÚa pela Editora Comercialmensalmente Ltda.
O Digesto Oconómico
o "Digesto Econômico", tratando do pla
publicará no próximo número:
mundial retardaram, como bem acen
tuou Werneck Sodré, aquele aconteci
blema preliminar o da ampliação do pôrto, cujas influências sôbre os aspectos
mento, de acôrdo com influência cla
urbanísticos serão ineoitáoeis.
ramente aparente na curva ou diagra ma do movimento do pôrto. Ê verdade que a duração da guerra havia repre
— Francisco Preste.s Maia,
A ATUALIDADE DE D. QUIXOTE —
sado as nece.s.sidades do comércio in
ternacional, agravando o congestiona mento quando este veio a produzir-se,
Francisco Campos responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
aliás com caráter quase geral no país
geografia das COMUNICAÇÕES PAULISTAS
—
Nelson
e no estrangeiro.
Hildebrando de Góes, à ampliação do pôrto, sempre preferiu insistir em mais perfeita utilização da sua extensão de
Werneck
Sodré.
Na transcrição de artigos pede-se
cais 6 na melhoria do serviço, reclaman
PREFÁCIO AO RELATÓRIO DE RUI
do pelo menos 1.000 ton./ml., o que esperava fosse atingido por volta de
I
BARBOSA — Oscar Bormann.
1937.
Actíta-se Intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
HISTÓRIA ECONÔMICA - Afonso
Fato ó que as melhorias tardaram, o índice de utilização de cais foi pratica
Arinos de Melo Franco. ASSINATURAS:
Ano (simples)
Cr? 30,00
(registrado)
Cr? 36,00
Número do mês:
Atrasado:
Cri 3,00
Cr$ 5,00
♦
fiedaçâo e Administração:
Viadulo Boa Vlsla. 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Poslal, 240-B São Paulo
Êste modo de ver acertado não
deixava todavia de* ser algo otimista.
trangeiras.
Digesío Econômico
ceiro artigo que está escreoendo para
mento do pôrto. Mas a crise econômica de 1929 e mais tarde a segunda guerra
O PLANO REGIONAL DE SANTOS O Wgeslo Econômico, órgão de informaçoes econômicas e flnancei-
O eminente engetilteiro e homem públi co dr. Froncisco Prestes Maia, no ter
4
mente atingido, a data prevista de satu ração foi ultrapassada de dois lustres, e o quarto congestionamento veio a verifi car-se, desta vez sem que mais dúvidas pudessem pairar sôbre a insuficiência do porto como causa principal. A doutrina brasileira do índice limite
de .400 toneladas por metro de cais.
no regional de Santos, encara como pro
♦ ♦ ♦♦ ♦
atingido o qual caberiam ampliações, era realmente pessimista, estava atrasada relativamente à técnica mundial e tra
zia conseqüências onerosas. Mas, por outro lado, era necessário considerar a inevitável demora burocrática das deci sões e a demora na execução das medi
das, ]á não falando das características
especiais do pôrto, tais como a sua fun
ção de praça mais distribuidora ou de passagem do que consumidora, caso êste (como no Rio) em que a operação por
tuária predominante se resume ao de sembarque, sem os embaraços de reembarque e transporte terrestre, permitindo portanto melhor aproveitamento da ex tensão do cais.
Ê de notar ainda o desequilíbrio en
tre a exportação e a importação, sendo esta de há muito a mais vultosa e diver sificada, assim como a impossibilidade de uma rápida transformação do apareIhamento e instalações existentes.
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O (Pians GlejqJuí^mí de
o HUNDO DOS HfGOCiOS HUM rCNOSBMA KEHSI: Publicado <ob Of autpicioi da
★
ASSOCmCÕOCOMERCIALDESÃOPUULO e do
por Francisco Prestes Maia
FEDERllCãQ DO COMÉRCIO DO
III
ESTADO DE SÃO PAULO
Avista dos fatos anteriores era de prever novo e próximo congestiona
Diretor Superintendente
Auro Soares de Moura Andrade Diretor:
Anlonio Gonlijo de Carralho
ímÚa pela Editora Comercialmensalmente Ltda.
O Digesto Oconómico
o "Digesto Econômico", tratando do pla
publicará no próximo número:
mundial retardaram, como bem acen
tuou Werneck Sodré, aquele aconteci
blema preliminar o da ampliação do pôrto, cujas influências sôbre os aspectos
mento, de acôrdo com influência cla
urbanísticos serão ineoitáoeis.
ramente aparente na curva ou diagra ma do movimento do pôrto. Ê verdade que a duração da guerra havia repre
— Francisco Preste.s Maia,
A ATUALIDADE DE D. QUIXOTE —
sado as nece.s.sidades do comércio in
ternacional, agravando o congestiona mento quando este veio a produzir-se,
Francisco Campos responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
aliás com caráter quase geral no país
geografia das COMUNICAÇÕES PAULISTAS
—
Nelson
e no estrangeiro.
Hildebrando de Góes, à ampliação do pôrto, sempre preferiu insistir em mais perfeita utilização da sua extensão de
Werneck
Sodré.
Na transcrição de artigos pede-se
cais 6 na melhoria do serviço, reclaman
PREFÁCIO AO RELATÓRIO DE RUI
do pelo menos 1.000 ton./ml., o que esperava fosse atingido por volta de
I
BARBOSA — Oscar Bormann.
1937.
Actíta-se Intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
HISTÓRIA ECONÔMICA - Afonso
Fato ó que as melhorias tardaram, o índice de utilização de cais foi pratica
Arinos de Melo Franco. ASSINATURAS:
Ano (simples)
Cr? 30,00
(registrado)
Cr? 36,00
Número do mês:
Atrasado:
Cri 3,00
Cr$ 5,00
♦
fiedaçâo e Administração:
Viadulo Boa Vlsla. 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Poslal, 240-B São Paulo
Êste modo de ver acertado não
deixava todavia de* ser algo otimista.
trangeiras.
Digesío Econômico
ceiro artigo que está escreoendo para
mento do pôrto. Mas a crise econômica de 1929 e mais tarde a segunda guerra
O PLANO REGIONAL DE SANTOS O Wgeslo Econômico, órgão de informaçoes econômicas e flnancei-
O eminente engetilteiro e homem públi co dr. Froncisco Prestes Maia, no ter
4
mente atingido, a data prevista de satu ração foi ultrapassada de dois lustres, e o quarto congestionamento veio a verifi car-se, desta vez sem que mais dúvidas pudessem pairar sôbre a insuficiência do porto como causa principal. A doutrina brasileira do índice limite
de .400 toneladas por metro de cais.
no regional de Santos, encara como pro
♦ ♦ ♦♦ ♦
atingido o qual caberiam ampliações, era realmente pessimista, estava atrasada relativamente à técnica mundial e tra
zia conseqüências onerosas. Mas, por outro lado, era necessário considerar a inevitável demora burocrática das deci sões e a demora na execução das medi
das, ]á não falando das características
especiais do pôrto, tais como a sua fun
ção de praça mais distribuidora ou de passagem do que consumidora, caso êste (como no Rio) em que a operação por
tuária predominante se resume ao de sembarque, sem os embaraços de reembarque e transporte terrestre, permitindo portanto melhor aproveitamento da ex tensão do cais.
Ê de notar ainda o desequilíbrio en
tre a exportação e a importação, sendo esta de há muito a mais vultosa e diver sificada, assim como a impossibilidade de uma rápida transformação do apareIhamento e instalações existentes.
As
10
Dicesto Econômico
1 4
garantidos. Mas não havendo possibi lidade de remuneração plena mediante
diferiam c, por isso, a "igualdade de tra
i
— mas isto é outra história.
5 — mais pátios e desvios para
í
manobras e scrteamento dos
j
as mesmas taxas de serviço vigentes em Santos, instituiu o Govèmo a taxa espe
variações quantitativas de algumas mer cadorias, como o trigo (de fácil desem
4 — frigorífico para frutas, no
barque pneumático, que desceu de 411 mil tons. em 1939 a 98 em 1946) e a farinha (que, correspondentemente, su
mesmo local;
vagões;
biu de 7.600 tons. a 67.000. exigindo
6 — substituição de alguns ve lhos e ineficientes guindas
maior trabalho manual), contribuíam
evidentemente para agravar a situação.
tes hidráulicos;
A própria companhia reconhecia as
7 — aprofundamento junto ao cais que, em quase tôda ex
deficiências e apresentara em 1928 (de creto 18.284, de 16-6-28) um progra
Portos e Navegação concordava plena mente com as sugestões da empresa: a) Que as instalações exigiam ime diata arnpliaçáo para que a sua
capacidade não fôsse excedida pelo tráfego crescente, evitando por essa forma o congestionamen to que já se previa próximo, com
conseqüências perniciosas para a
para atender às falhas e deficiên
cias, compreenderia: 1 — alargamento da faixa entre a muralha e os armazéns,
de 19 para 25 e 30 metros, na extensão de 1.660 m
(Paquetá-Outeirinhos);
2 — construção de armazéns de
2 pavimentes, o inferior pa ra a exportação, o superior para a importação;
3 — cais (500 m ) e ins'talações apropriadas para carvão, no Valongo;
"a Caixa visava facilitar meliioramenRio concorria, porque os outros portos viviam em "déficit". Por outro lado,
de exportação, com instala ções mecânicas para embar
rendera cerca de 30 mil contos e as de
8 — silos para cereais a granel, que e expurgo;
9 — outros melhoramentos menos importantes.
O orçamento importava em 80.000 contos.
Não obstante as dificuldades de le-
varitamento do capital e da falta de
maior concurso federal, pois o Governo
contrato nem pela lei a prover a ampliação, a concessionária nun
c) Quanto ao programa necessário
de complementar a principal, reduzindo-
Portos e em 1913 o decreto 10.267 a regulamentou.
tava a União o serviço dos dois em préstimos de 1903.
10% para as obras, foram estas iniciadas, mas parcial e vagarosamente. Terminada a guerra, já em situação
cias do tráfego.
cada, mas, mudando de caráter, passou
diferença de condições. Em 1907 o decreto 6.368 criou a Caixa Especial de
fundamento parcial a 11 m;
persistia na recusa da taxa adicional de
ca deixara de atender às exigên
briria as necessidades. No Rio de Ja neiro, não surtindo resultado diversas concessões, a União chamou a si as obras e a taxa de 2% foi também apli
Na República acentuou-se essa prote ção à exportação, ficando todavia em re gime à parte Santos e Manaus, pela
se as taxas de serviço. Com ela enfren
m em águas mínimas; apro
economia do "hinterland".
b) Que apesar de não obrigada pelo
I
cial ou complementar de ^ 2%, que co
tamento" requeria melhor interpretação
tos portuários, mas na realidade só o
tensão, conta apenas 7 e 8
ma para melhoramentos, e outro em
28-3-38. No seu relatório ao iMinistério, de 22-8-38, repetido no de 1940, o diretor do'Departamento Nacional de
11
Digesto EcoNÓ^uco
difícil e em atenção a uma circular do
Departamento de Portos, foi apresenta do novo programa, de 200 mil contos, aprovado em 14-8-45. Logo era reco nhecida a insuficiência do programa e outro, de 300 mil contos, foi elabora
do, cremos que ainda dependente de aprovação final.
Em 1924, por exemplo, a taxa ouro serviço" apenas 19 mil. Da consideração
conjunta ou separada das duas espécies de taxa é que resultou em grande parte e divergência acerca dos regimes tari fários de Santos e do Rio, e em especial a discussão entre Alfredo Lisboa e Oscar
Comercialmente resulta\-a que as mer cadorias importadas preferiam Santos, não obstante aqui o juro remunerativo
de 2% no Rio e mesmo em todo o país,
das rendas do pôrto do Rio, das quais
e por uma uniformização tarifária geral.
excluía a taxa ouro.
Mas... veio a re\'olução de 30 e depois a de 32. São Paulo perdeu a voz ativa
Além do que
não eram iguais, nem tinham sido pelo eng. Lisboa igualmente ponderadas, as diversas espécies de serviços prestados em Santos e no Rio.
Por isso Lisboa
proclamava a vantagem do regime do Rio e Weinschenck a contestava.
A cobrança da taxa de 2% fòra auto rizada a 16-10-1886, baseada em dis
positivo da lei imperial 3.314. Hildetuição, aquela lei imperial não se po deria manter e que a taxa era inconsti
portação. Depois da construção do pôrto paulista outros foram executados, entregues a concessionários com joros
Tesouro.
Cia. Docas em Santos com parte apenas
Aquele confrontava a
taxa adicional e das dificuldades na
de 2%^ ouro "ad-valorem" sôbre a im
tinta e a taxa convertida pràticamente
em impôsto, recolhido à caixa geral do
atingir 12% e ter chegado mesmo a 15%. Çoncluía Góes pela supressão da taxa
Weinschenck.
Cabe aqui consignar a questão da
esteve o pôrto de Santos isento da taxa
nunca funcionou, sendo finalmente ex
totalidade da renda arrecadada pela
brando de Góes (1930) e outros acha
obtenção de recurso para as grandes amp lações. Sabe-se que originàriamente
salvo em 1916, no caso do Pará, a Caixa
vam que, em face do art. 8 da Consti tucional e sofistica, pois, na ocasião da concessão de Santos, vigoravam outras
leis e a Constituição não proibia então
a desigualdade de tratamento dos portos nacionais. É verdade que as condições
na política nacional e o govêmo revolu cionário precisava de dinheiro.
E no
decreto 20.852, de 26-12-31 a taxa foi estendida a todos os portos do país, isto é a Santos. Procurou justificá-lo, entre outros, o inter\'entor Gen. Manoel Ra belo nüm curioso folheto.
O comér
cio paulista e a Cia. Docas representa ram contra:
"Seria lamentável que o Govêmo Federal exigisse de São Paulo,
pelas taxas da nossa Companhia, a re muneração e amortização do capital apli
cado no porto de Santos, recoUiendo co mo receita aduaneira o produto da taxa de 2%, enquanto que no Rio conserva ria baixas as taxas portuárias, produzin do renda insuficiente para o serviço do
10
Dicesto Econômico
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garantidos. Mas não havendo possibi lidade de remuneração plena mediante
diferiam c, por isso, a "igualdade de tra
i
— mas isto é outra história.
5 — mais pátios e desvios para
í
manobras e scrteamento dos
j
as mesmas taxas de serviço vigentes em Santos, instituiu o Govèmo a taxa espe
variações quantitativas de algumas mer cadorias, como o trigo (de fácil desem
4 — frigorífico para frutas, no
barque pneumático, que desceu de 411 mil tons. em 1939 a 98 em 1946) e a farinha (que, correspondentemente, su
mesmo local;
vagões;
biu de 7.600 tons. a 67.000. exigindo
6 — substituição de alguns ve lhos e ineficientes guindas
maior trabalho manual), contribuíam
evidentemente para agravar a situação.
tes hidráulicos;
A própria companhia reconhecia as
7 — aprofundamento junto ao cais que, em quase tôda ex
deficiências e apresentara em 1928 (de creto 18.284, de 16-6-28) um progra
Portos e Navegação concordava plena mente com as sugestões da empresa: a) Que as instalações exigiam ime diata arnpliaçáo para que a sua
capacidade não fôsse excedida pelo tráfego crescente, evitando por essa forma o congestionamen to que já se previa próximo, com
conseqüências perniciosas para a
para atender às falhas e deficiên
cias, compreenderia: 1 — alargamento da faixa entre a muralha e os armazéns,
de 19 para 25 e 30 metros, na extensão de 1.660 m
(Paquetá-Outeirinhos);
2 — construção de armazéns de
2 pavimentes, o inferior pa ra a exportação, o superior para a importação;
3 — cais (500 m ) e ins'talações apropriadas para carvão, no Valongo;
"a Caixa visava facilitar meliioramenRio concorria, porque os outros portos viviam em "déficit". Por outro lado,
de exportação, com instala ções mecânicas para embar
rendera cerca de 30 mil contos e as de
8 — silos para cereais a granel, que e expurgo;
9 — outros melhoramentos menos importantes.
O orçamento importava em 80.000 contos.
Não obstante as dificuldades de le-
varitamento do capital e da falta de
maior concurso federal, pois o Governo
contrato nem pela lei a prover a ampliação, a concessionária nun
c) Quanto ao programa necessário
de complementar a principal, reduzindo-
Portos e em 1913 o decreto 10.267 a regulamentou.
tava a União o serviço dos dois em préstimos de 1903.
10% para as obras, foram estas iniciadas, mas parcial e vagarosamente. Terminada a guerra, já em situação
cias do tráfego.
cada, mas, mudando de caráter, passou
diferença de condições. Em 1907 o decreto 6.368 criou a Caixa Especial de
fundamento parcial a 11 m;
persistia na recusa da taxa adicional de
ca deixara de atender às exigên
briria as necessidades. No Rio de Ja neiro, não surtindo resultado diversas concessões, a União chamou a si as obras e a taxa de 2% foi também apli
Na República acentuou-se essa prote ção à exportação, ficando todavia em re gime à parte Santos e Manaus, pela
se as taxas de serviço. Com ela enfren
m em águas mínimas; apro
economia do "hinterland".
b) Que apesar de não obrigada pelo
I
cial ou complementar de ^ 2%, que co
tamento" requeria melhor interpretação
tos portuários, mas na realidade só o
tensão, conta apenas 7 e 8
ma para melhoramentos, e outro em
28-3-38. No seu relatório ao iMinistério, de 22-8-38, repetido no de 1940, o diretor do'Departamento Nacional de
11
Digesto EcoNÓ^uco
difícil e em atenção a uma circular do
Departamento de Portos, foi apresenta do novo programa, de 200 mil contos, aprovado em 14-8-45. Logo era reco nhecida a insuficiência do programa e outro, de 300 mil contos, foi elabora
do, cremos que ainda dependente de aprovação final.
Em 1924, por exemplo, a taxa ouro serviço" apenas 19 mil. Da consideração
conjunta ou separada das duas espécies de taxa é que resultou em grande parte e divergência acerca dos regimes tari fários de Santos e do Rio, e em especial a discussão entre Alfredo Lisboa e Oscar
Comercialmente resulta\-a que as mer cadorias importadas preferiam Santos, não obstante aqui o juro remunerativo
de 2% no Rio e mesmo em todo o país,
das rendas do pôrto do Rio, das quais
e por uma uniformização tarifária geral.
excluía a taxa ouro.
Mas... veio a re\'olução de 30 e depois a de 32. São Paulo perdeu a voz ativa
Além do que
não eram iguais, nem tinham sido pelo eng. Lisboa igualmente ponderadas, as diversas espécies de serviços prestados em Santos e no Rio.
Por isso Lisboa
proclamava a vantagem do regime do Rio e Weinschenck a contestava.
A cobrança da taxa de 2% fòra auto rizada a 16-10-1886, baseada em dis
positivo da lei imperial 3.314. Hildetuição, aquela lei imperial não se po deria manter e que a taxa era inconsti
portação. Depois da construção do pôrto paulista outros foram executados, entregues a concessionários com joros
Tesouro.
Cia. Docas em Santos com parte apenas
Aquele confrontava a
taxa adicional e das dificuldades na
de 2%^ ouro "ad-valorem" sôbre a im
tinta e a taxa convertida pràticamente
em impôsto, recolhido à caixa geral do
atingir 12% e ter chegado mesmo a 15%. Çoncluía Góes pela supressão da taxa
Weinschenck.
Cabe aqui consignar a questão da
esteve o pôrto de Santos isento da taxa
nunca funcionou, sendo finalmente ex
totalidade da renda arrecadada pela
brando de Góes (1930) e outros acha
obtenção de recurso para as grandes amp lações. Sabe-se que originàriamente
salvo em 1916, no caso do Pará, a Caixa
vam que, em face do art. 8 da Consti tucional e sofistica, pois, na ocasião da concessão de Santos, vigoravam outras
leis e a Constituição não proibia então
a desigualdade de tratamento dos portos nacionais. É verdade que as condições
na política nacional e o govêmo revolu cionário precisava de dinheiro.
E no
decreto 20.852, de 26-12-31 a taxa foi estendida a todos os portos do país, isto é a Santos. Procurou justificá-lo, entre outros, o inter\'entor Gen. Manoel Ra belo nüm curioso folheto.
O comér
cio paulista e a Cia. Docas representa ram contra:
"Seria lamentável que o Govêmo Federal exigisse de São Paulo,
pelas taxas da nossa Companhia, a re muneração e amortização do capital apli
cado no porto de Santos, recoUiendo co mo receita aduaneira o produto da taxa de 2%, enquanto que no Rio conserva ria baixas as taxas portuárias, produzin do renda insuficiente para o serviço do
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capital, para o qual lançaria mão da quela renda aduaneira. O "hinterland"
de Santos seria prejudicado e a Cia. Docas também sofreria, indiretamente,
os efeitos contratuais, só seria compu tado o capital próprio, por ela aplicado. Nestas condições o novo capital não
suas rêdcs interiores; enquanto a pró
vam-se por 15, 20 dias e mais. Os na
pria "S. Paulo Railway", calma como um inglês que vive de dividendos, ini
empresas de navegação elevaram os fre
teria de ser remunerado nem amorti
ciava também a sua eletrificação; en
pelo desvio de mercadorias para o Rio". zado, e o aumento da receita líquida O efeito seria desastroso sôbre Santos
rias".
portos construídos com capital papel na
e a Companhia resolveu iniciar algumas
e sem garantia de juros. A desigualdade
de tratamento poderia ainda agravar-se entre Santos e o Rio, pois neste pôrto o capital fôra aplicado pela União e considerado morto, sem remuneração. Afinal as Associaç-óes Comerciais de
São Paulo e Rio haviam chegado a um
certo acôrdo, pleiteando uma transforniaçáo da taxa de 2% e, mediante certas
quanto a maravilliosa cia mais uma vez a enquanto a "Light" instalações; enquanto
provocaria a redução das taxas portuá
e Manaus, isto é, justamente aquêles cional, sem onerar a mercadoria em ouro
13
Dicesto EcoN6^flco
Dicesto Econômico
Mas a solução federal retardou
Via Anchieta ven escarpa marítima; ampliava as suas tudo isto se pas
obras com os próprios recursos. Finalmente pelo decreto-lei 8.311, de 6-12-45, o Governo Federal criou a taxa
sava, o movimento do pôrto de Santos
de emergência de 50% a fim de propor cionar à Companhia meios para enfren tar o Ultimo programa, o qual, alem das obras e cifras -já enunciadas.atrás, com preenderá ainda o primeiro dos "piers" oblíquos projetados no Valongo. O or
riam, mas o aumento do cais foi apenas de 150 metros (3%)!
çamento aproximativo total é de meio
subia de 2 para 4 e 5 milhões de tone ladas (mais de 100%), 20 anos decor
Transpostos os anos calamitosos de 1942 e 1943, o movimento de Santos
novas tarifas e a substituição dos 2% ouro por uma taxa adicional de 10^
que ainda vigora, transformada em im-
pôsto ou receita geral. "Em todos os portos (diz o relatório do DNPN ao
Ministro, de 1940) a taxa adicional é
aplicada integralmente ou em grande parte em benefício dos portos em que e arrecadada, mas em Santos e Manaus
odo o produto é recolhido ao Tesouro ,acionai, sem qualquer benefício para ®sses portos, cujos usuários, além de pagar essa taxa, suportam o encargo,
Ic que os dos outros portos estão total parcialmente isentos, de remunerar e
«mortizar o capital dos concessioná^ Companhia, tendo em vista condições do mercado de -dinheiro
® procurando corrigir a desigualdade apontada, sugeriu a aplicação de uma
balliistas e aduaneiras, deficiências fer roviárias, são os principais responsáveis
Pelo ano de
tinha sido providenciado, e localizava-se
fora da zona da Alfândega, não convindo por isso senão para carga. Antes a exportação se limitava quase à mercadoria ensacada, para a qual há
excelente aparelliamento; mas nenhum
já atingia em 1944 o nível máximo an terior, de 1939, e, ultrapassando-o em 1945, desenhou-se o congestionamento,
agravado por circunstâncias novas: o espírito do operariado seguinte às con quistas do Estado Novo, as característi cas do comércio renascente, e a satura
Ministro) "não estar obrigada nem por
ção da área portuária, o que, pela con
contrato nem por lei a ampliações do
fusão, reduzia ainda mais a eficiência
pôrto"; enquanto o Estado de São Paulo
dos serviços. "O cais está atulhado.
48 navios
estendia a linha de Mairinque e sua 1^^^^ podutodedaobras taxa adicional de série ^ na do realização e aquisições de obras de arte; enquanto a Pau
atracados e 30 em fila, ao largo", cla
lista e a Sorocabana eletrificavam as
mavam os jornais. As esperas prolonga
causa, declarando porém que, para
Admite-se geralmente que instalações
portuárias inadequadas, dificuldades tra-
mo assim, só um pôrto de grande calado
enquanto o mesmo Departamento já
privilégio ao pôrto de Santos, mas um pouco contraditòriamente declarava (ex posição de 28 de março de 1938 ao
OH menor, há cêrca de 25 anos.
gueiros à noite e reatracá-los na madiã . seguinte, para os navios de passageiros poderem ocupar o mesmo lugar. Mes
melhoramento qualitativo das instala
á Companhia defendia a tese do seu
dicial tanto à importação como à ex
portação, tem existido em grau maior
1935 era necessário desatracar os car
ções também não estava sendo realizado;
produtivamente a taxa de 2%; enquanto
Resumamos o que dizia o "Foreign
pffice", em janeiro passado: "O presente congestionamento, preju
e de área do armazéns.
baseado em índices não muito significa
nanciamento e embolsava inerte e im
diplomáticas.
Instalações portuárias — Deoia haver
tivos e esquecido de que o compensatório
genciava a questão fundamental do fi
reclamações ou, pelo menos, observações
pelo menos o dobro de esjíaço de cais
rar essa cifra com, o capital atualmente invertido, que regula 320 mil contos. Enquanto o Departamento de Portos adotava a atitude otimista (1.''' atitude),
admitia as deficiências do pôrto (2.^ atitude), mas o Governo Federal negli
tes de 25%, com ameaças de aumento maior. As embaixadas encaminhavam
pela situação.
'■<
cláusulas, a aplicação ao Rio das taxas milhão de contos, dos quai.s ignoramos t santistas. Porem, a União não atendeu, se estão definitivamente aprovadas as p O assunto estagnou e em 1934 os últimas parcelas. É interessante compa
decretos 24.543 e 24.577 impuseram
vios começaram a evitar Santos e as
equipamento moderno foi instalado para
outras espécies. Os salários anteriores a 1940 eram baixos e possivelmente a Companhia Docas, à vista do alto custo^ do maquinário, teria julgado mais económxo o trabalho manual em grande escala, com o resultado de a Companhia ter de enfrentar hoje reivindicações exa
geradas de salários, ao lado de uma total
ausência de meios mecãiiicos para o desenvolvimento do serviço. Relativamente às mercadorias a granel,
como o carvão, o aparelhamento exis-
12
capital, para o qual lançaria mão da quela renda aduaneira. O "hinterland"
de Santos seria prejudicado e a Cia. Docas também sofreria, indiretamente,
os efeitos contratuais, só seria compu tado o capital próprio, por ela aplicado. Nestas condições o novo capital não
suas rêdcs interiores; enquanto a pró
vam-se por 15, 20 dias e mais. Os na
pria "S. Paulo Railway", calma como um inglês que vive de dividendos, ini
empresas de navegação elevaram os fre
teria de ser remunerado nem amorti
ciava também a sua eletrificação; en
pelo desvio de mercadorias para o Rio". zado, e o aumento da receita líquida O efeito seria desastroso sôbre Santos
rias".
portos construídos com capital papel na
e a Companhia resolveu iniciar algumas
e sem garantia de juros. A desigualdade
de tratamento poderia ainda agravar-se entre Santos e o Rio, pois neste pôrto o capital fôra aplicado pela União e considerado morto, sem remuneração. Afinal as Associaç-óes Comerciais de
São Paulo e Rio haviam chegado a um
certo acôrdo, pleiteando uma transforniaçáo da taxa de 2% e, mediante certas
quanto a maravilliosa cia mais uma vez a enquanto a "Light" instalações; enquanto
provocaria a redução das taxas portuá
e Manaus, isto é, justamente aquêles cional, sem onerar a mercadoria em ouro
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Dicesto EcoN6^flco
Dicesto Econômico
Mas a solução federal retardou
Via Anchieta ven escarpa marítima; ampliava as suas tudo isto se pas
obras com os próprios recursos. Finalmente pelo decreto-lei 8.311, de 6-12-45, o Governo Federal criou a taxa
sava, o movimento do pôrto de Santos
de emergência de 50% a fim de propor cionar à Companhia meios para enfren tar o Ultimo programa, o qual, alem das obras e cifras -já enunciadas.atrás, com preenderá ainda o primeiro dos "piers" oblíquos projetados no Valongo. O or
riam, mas o aumento do cais foi apenas de 150 metros (3%)!
çamento aproximativo total é de meio
subia de 2 para 4 e 5 milhões de tone ladas (mais de 100%), 20 anos decor
Transpostos os anos calamitosos de 1942 e 1943, o movimento de Santos
novas tarifas e a substituição dos 2% ouro por uma taxa adicional de 10^
que ainda vigora, transformada em im-
pôsto ou receita geral. "Em todos os portos (diz o relatório do DNPN ao
Ministro, de 1940) a taxa adicional é
aplicada integralmente ou em grande parte em benefício dos portos em que e arrecadada, mas em Santos e Manaus
odo o produto é recolhido ao Tesouro ,acionai, sem qualquer benefício para ®sses portos, cujos usuários, além de pagar essa taxa, suportam o encargo,
Ic que os dos outros portos estão total parcialmente isentos, de remunerar e
«mortizar o capital dos concessioná^ Companhia, tendo em vista condições do mercado de -dinheiro
® procurando corrigir a desigualdade apontada, sugeriu a aplicação de uma
balliistas e aduaneiras, deficiências fer roviárias, são os principais responsáveis
Pelo ano de
tinha sido providenciado, e localizava-se
fora da zona da Alfândega, não convindo por isso senão para carga. Antes a exportação se limitava quase à mercadoria ensacada, para a qual há
excelente aparelliamento; mas nenhum
já atingia em 1944 o nível máximo an terior, de 1939, e, ultrapassando-o em 1945, desenhou-se o congestionamento,
agravado por circunstâncias novas: o espírito do operariado seguinte às con quistas do Estado Novo, as característi cas do comércio renascente, e a satura
Ministro) "não estar obrigada nem por
ção da área portuária, o que, pela con
contrato nem por lei a ampliações do
fusão, reduzia ainda mais a eficiência
pôrto"; enquanto o Estado de São Paulo
dos serviços. "O cais está atulhado.
48 navios
estendia a linha de Mairinque e sua 1^^^^ podutodedaobras taxa adicional de série ^ na do realização e aquisições de obras de arte; enquanto a Pau
atracados e 30 em fila, ao largo", cla
lista e a Sorocabana eletrificavam as
mavam os jornais. As esperas prolonga
causa, declarando porém que, para
Admite-se geralmente que instalações
portuárias inadequadas, dificuldades tra-
mo assim, só um pôrto de grande calado
enquanto o mesmo Departamento já
privilégio ao pôrto de Santos, mas um pouco contraditòriamente declarava (ex posição de 28 de março de 1938 ao
OH menor, há cêrca de 25 anos.
gueiros à noite e reatracá-los na madiã . seguinte, para os navios de passageiros poderem ocupar o mesmo lugar. Mes
melhoramento qualitativo das instala
á Companhia defendia a tese do seu
dicial tanto à importação como à ex
portação, tem existido em grau maior
1935 era necessário desatracar os car
ções também não estava sendo realizado;
produtivamente a taxa de 2%; enquanto
Resumamos o que dizia o "Foreign
pffice", em janeiro passado: "O presente congestionamento, preju
e de área do armazéns.
baseado em índices não muito significa
nanciamento e embolsava inerte e im
diplomáticas.
Instalações portuárias — Deoia haver
tivos e esquecido de que o compensatório
genciava a questão fundamental do fi
reclamações ou, pelo menos, observações
pelo menos o dobro de esjíaço de cais
rar essa cifra com, o capital atualmente invertido, que regula 320 mil contos. Enquanto o Departamento de Portos adotava a atitude otimista (1.''' atitude),
admitia as deficiências do pôrto (2.^ atitude), mas o Governo Federal negli
tes de 25%, com ameaças de aumento maior. As embaixadas encaminhavam
pela situação.
'■<
cláusulas, a aplicação ao Rio das taxas milhão de contos, dos quai.s ignoramos t santistas. Porem, a União não atendeu, se estão definitivamente aprovadas as p O assunto estagnou e em 1934 os últimas parcelas. É interessante compa
decretos 24.543 e 24.577 impuseram
vios começaram a evitar Santos e as
equipamento moderno foi instalado para
outras espécies. Os salários anteriores a 1940 eram baixos e possivelmente a Companhia Docas, à vista do alto custo^ do maquinário, teria julgado mais económxo o trabalho manual em grande escala, com o resultado de a Companhia ter de enfrentar hoje reivindicações exa
geradas de salários, ao lado de uma total
ausência de meios mecãiiicos para o desenvolvimento do serviço. Relativamente às mercadorias a granel,
como o carvão, o aparelhamento exis-
14
DiCESTO
tente, não obstante a sua eficiênc a, en Em vez de
nelagem ou por volume, não chegar a um resultado satisfatório no cinpilhu-
concentrar-se na extremidade da Alemôa,
mento e arranjo cios armazéns, com «s
contra-se mal distribuído.
junto à terminal ferroviária, encontra-se
disperso pelo cais, de modo que os car gueiros obstruem .por vezes extensões de cais e armazéns, que podiam ser melhor servidos por vagões, e obrigam a um
longo transporte pelas linhas do próprio
15
Dicesto Econômico
sez de pessoal aduaneiro, em especial
leigos esta parece por vêzes boa solução,
confercntes, ou faltam incentivos (parti
para o congestionamento. caso sem encontrar solução econômica,
15 homens, estão trabalhando apenas
cipação nas multas), que por sua vez provocam exigências excessivas ou complicatórias". O relatório inglês não aprofunda êsle
com 10.
aspecto, mas é fácil conceber a série de
mesmos efetivos. De fato, há uma gran de deficiência de mão de obra, e mui tas turmas, que deviam compor-se de
Uma companhia interessada e cente nária na atividade portuária estudou o
no que coincidem os pareceres de dh'ersos agentes de empresas de navegação. A solução alvitrada não teria mesmo
pelo relaxamento de muitos do.s funcio
embaraços criados pelo absurdo de meia dúzia de ministérios e departamentos in
.sucesso algum a não ser que houvesse
nários da Alfândega.
terferindo .simuUàneainentc na vida e
Retirada de mercadorias — Os impor tadores costumam levar em conta: a) a
serviço.s do pôrto. com regulamentações
carga em terra e para armazenamento alfandegado, o que quer dizer que se
inconveniência comercial de inundarem o mercado: b) a possibilidade de esco
trárias. Uma relativa unificação de ser
lher o momento exato da retirada, de va (a bordo) como o de cais (doquei- modo a aproveitar do melhor modo de
toridade para a formular e impor. Na
pôrto, agravando o congestionamento. A Companhia Docas ainda não conse
guiu a substituição dos vellios guindastes, geralmente em péssimas condições, . e isso impede a melhoria do serviço,
i
EcONÓMICf»
Mão de obra - Até 1930 a Compa-
ff nhia reahzava os serviços tanto de esti
ros) e empregava uma única entidade. Depois de 1930 foi - permitido aos esti vadores organizarem o seu Sindicato
próprio, fora da jurisdição da Compa nhia. As reclamações do Sindicato pa ra remuneração na base da tonelagem
foram então, após alguns anos de dis cussão, atendidas. Êles são hoje muito
bem pagos, protegidos ainda por um salário mínimo nos períodos de pouco trabalho ou paralisações. Isso os incen tiva a trabalhar com rapidez. Por outro lado, sem uma fiscalização severa, há o risco de um serviço descuidado e darioso às mercadorias, devido à preocupa ção do ganho. Os doqueiros constituem tima classe diferente, e salvo em alguns serviços de mercadorias ensacadas, como
o café e similares, são todos pagos por hora, o que contrasta com o regime da estiva, do que resulta adotarem uma tá tica de corpo mole.
Um decreto já autoriza a remuneração dos doqueiros pelo sistema da tonela gem, mas a Companhia não conseguiu agora acôrdo em tômo de uma base
razoável. Tem-se atribuído à Compao receio de, com o regime por to
O serviço no cais é também atrasado
por vezes arcaicas, complicadas ou arbi viços seria desejável, mas falta uma au
espaço suficiente e especial para a des iria recair nas mesmas dificuldades
atuais.
Os navios, de fato, poderiam
safar-se mais rapidamente, mas deixa
da mais difícil de harmonizar que do.s
um lado as taxas de armazenamento, de
riam os problemas da descarga final, da responsabilidade fiscal pela mercadoria
ministérios.
outro os juros bancários; c) o comer ciante costuma pagar a mercadoria 30
de já haver um com ponto de vista fi
flutuante, já não falando do encareci-
dias depois do despacho alfandegário; na situação presente êle não tem inte-
rêsse na retirada enquanto não vê a perspectiva de negócios rápidos.
Embora muitos comerciantes procurem tirar logo suas mercadorias, sobrevêm
freqüentemente as mofinas complicações aduaneiras: a) os documentos não estão em ordem ou as mercadorias não corres
pondem às especificações e são postas à disposição dos carregadores; b) a
E isto mesmo na hipótese
xado e concretizado. Um amigo comum,
há pouco falecido e em quem a idade
gados por "lighters" particulares abertos,
aliava o humor à experiência, costuma
mas o mesmo é impraticável para navios
va dizer ao ministro Sousa Costa, quan
maiores, principalmente à vista dos re-
do este tinha grandes planos em mente
gu'amentos atuais. Para algum sucesso — Tudo isto é muito bonito, sr. ministro, seriam premissas indispensáveis: a) mas o vosso contínuo não o permitirá! grandes chatas assimiladas e armazéns Em Santos a falta de sincronização -flutuantes pelo controle alfandegário com descarga livre em qualquer ponto; b) dos horários das repartições é um in cômodo irritante.
A demora das mer
cadorias nos armazéns encontraria so
classificação alfandegária é recusada pelo
lução apreciável numa simples taxa pro
conferente requerendo análises ou enca minhamento demorado à Comissão de Tarifas; c) a mercadoria, classificada em pauta muito elevada, toma-se invendável, pelo que os recebedores abrem mão
Rio, em maio último, mas cremos não estendida até agora a Santos. De uma alfândega seca falámos em
dela; d) a mercadoria deve gozar isen ção de direitos, mas encontra os regu
artificial e pouco adiantaria, porque o
lamentos dos similares - caso freqüente com serviços de utilidade pública; e) a
burocracia, a falta de coordenação, e estas teriam apenas mais uma reparti
repartição pública fez a encomenda, mas não conseguiu em tempo o crédito cor
ção onde se implantar.
respondente, e a burocracia federal não fia às administrações locais; f) há escas-
mento do serviço. Pequenos cargueiros
de 200-300 tons. já têm sido descarre
visória e progressiva, já aplicada no
capítulos anteriores. Seria uma solução mal não é a instituição em si, mas a
Voltemos porém ao relatório que esta mos resumindo.
"Descarga auxiliar em chatas — Aos
reforma do regime da esti\'a, atribuin do o serviço nas chatas não à União dos estivadores mas à própria Companhia Docas, visto que a esta já cabe o ser viço semehante em terra a troco das
"capatazias", a saber: o recebimento nos
armazéns e a retirada dos mesmos;
c) essas embarcações auxiliares perten ceriam à Companhia Docas e não 1^veria novas taxas; por outra, tudo eqüi valerá a uma ampliação flutuante do cais; d) local e regime especial de an
coragem, de modo a evitar despesas complementares
muito
onerosas
de
guarda aduaneira; e) desistência da Companhia a quaisquer direitos ou taxas por um uso razoável do cais.
14
DiCESTO
tente, não obstante a sua eficiênc a, en Em vez de
nelagem ou por volume, não chegar a um resultado satisfatório no cinpilhu-
concentrar-se na extremidade da Alemôa,
mento e arranjo cios armazéns, com «s
contra-se mal distribuído.
junto à terminal ferroviária, encontra-se
disperso pelo cais, de modo que os car gueiros obstruem .por vezes extensões de cais e armazéns, que podiam ser melhor servidos por vagões, e obrigam a um
longo transporte pelas linhas do próprio
15
Dicesto Econômico
sez de pessoal aduaneiro, em especial
leigos esta parece por vêzes boa solução,
confercntes, ou faltam incentivos (parti
para o congestionamento. caso sem encontrar solução econômica,
15 homens, estão trabalhando apenas
cipação nas multas), que por sua vez provocam exigências excessivas ou complicatórias". O relatório inglês não aprofunda êsle
com 10.
aspecto, mas é fácil conceber a série de
mesmos efetivos. De fato, há uma gran de deficiência de mão de obra, e mui tas turmas, que deviam compor-se de
Uma companhia interessada e cente nária na atividade portuária estudou o
no que coincidem os pareceres de dh'ersos agentes de empresas de navegação. A solução alvitrada não teria mesmo
pelo relaxamento de muitos do.s funcio
embaraços criados pelo absurdo de meia dúzia de ministérios e departamentos in
.sucesso algum a não ser que houvesse
nários da Alfândega.
terferindo .simuUàneainentc na vida e
Retirada de mercadorias — Os impor tadores costumam levar em conta: a) a
serviço.s do pôrto. com regulamentações
carga em terra e para armazenamento alfandegado, o que quer dizer que se
inconveniência comercial de inundarem o mercado: b) a possibilidade de esco
trárias. Uma relativa unificação de ser
lher o momento exato da retirada, de va (a bordo) como o de cais (doquei- modo a aproveitar do melhor modo de
toridade para a formular e impor. Na
pôrto, agravando o congestionamento. A Companhia Docas ainda não conse
guiu a substituição dos vellios guindastes, geralmente em péssimas condições, . e isso impede a melhoria do serviço,
i
EcONÓMICf»
Mão de obra - Até 1930 a Compa-
ff nhia reahzava os serviços tanto de esti
ros) e empregava uma única entidade. Depois de 1930 foi - permitido aos esti vadores organizarem o seu Sindicato
próprio, fora da jurisdição da Compa nhia. As reclamações do Sindicato pa ra remuneração na base da tonelagem
foram então, após alguns anos de dis cussão, atendidas. Êles são hoje muito
bem pagos, protegidos ainda por um salário mínimo nos períodos de pouco trabalho ou paralisações. Isso os incen tiva a trabalhar com rapidez. Por outro lado, sem uma fiscalização severa, há o risco de um serviço descuidado e darioso às mercadorias, devido à preocupa ção do ganho. Os doqueiros constituem tima classe diferente, e salvo em alguns serviços de mercadorias ensacadas, como
o café e similares, são todos pagos por hora, o que contrasta com o regime da estiva, do que resulta adotarem uma tá tica de corpo mole.
Um decreto já autoriza a remuneração dos doqueiros pelo sistema da tonela gem, mas a Companhia não conseguiu agora acôrdo em tômo de uma base
razoável. Tem-se atribuído à Compao receio de, com o regime por to
O serviço no cais é também atrasado
por vezes arcaicas, complicadas ou arbi viços seria desejável, mas falta uma au
espaço suficiente e especial para a des iria recair nas mesmas dificuldades
atuais.
Os navios, de fato, poderiam
safar-se mais rapidamente, mas deixa
da mais difícil de harmonizar que do.s
um lado as taxas de armazenamento, de
riam os problemas da descarga final, da responsabilidade fiscal pela mercadoria
ministérios.
outro os juros bancários; c) o comer ciante costuma pagar a mercadoria 30
de já haver um com ponto de vista fi
flutuante, já não falando do encareci-
dias depois do despacho alfandegário; na situação presente êle não tem inte-
rêsse na retirada enquanto não vê a perspectiva de negócios rápidos.
Embora muitos comerciantes procurem tirar logo suas mercadorias, sobrevêm
freqüentemente as mofinas complicações aduaneiras: a) os documentos não estão em ordem ou as mercadorias não corres
pondem às especificações e são postas à disposição dos carregadores; b) a
E isto mesmo na hipótese
xado e concretizado. Um amigo comum,
há pouco falecido e em quem a idade
gados por "lighters" particulares abertos,
aliava o humor à experiência, costuma
mas o mesmo é impraticável para navios
va dizer ao ministro Sousa Costa, quan
maiores, principalmente à vista dos re-
do este tinha grandes planos em mente
gu'amentos atuais. Para algum sucesso — Tudo isto é muito bonito, sr. ministro, seriam premissas indispensáveis: a) mas o vosso contínuo não o permitirá! grandes chatas assimiladas e armazéns Em Santos a falta de sincronização -flutuantes pelo controle alfandegário com descarga livre em qualquer ponto; b) dos horários das repartições é um in cômodo irritante.
A demora das mer
cadorias nos armazéns encontraria so
classificação alfandegária é recusada pelo
lução apreciável numa simples taxa pro
conferente requerendo análises ou enca minhamento demorado à Comissão de Tarifas; c) a mercadoria, classificada em pauta muito elevada, toma-se invendável, pelo que os recebedores abrem mão
Rio, em maio último, mas cremos não estendida até agora a Santos. De uma alfândega seca falámos em
dela; d) a mercadoria deve gozar isen ção de direitos, mas encontra os regu
artificial e pouco adiantaria, porque o
lamentos dos similares - caso freqüente com serviços de utilidade pública; e) a
burocracia, a falta de coordenação, e estas teriam apenas mais uma reparti
repartição pública fez a encomenda, mas não conseguiu em tempo o crédito cor
ção onde se implantar.
respondente, e a burocracia federal não fia às administrações locais; f) há escas-
mento do serviço. Pequenos cargueiros
de 200-300 tons. já têm sido descarre
visória e progressiva, já aplicada no
capítulos anteriores. Seria uma solução mal não é a instituição em si, mas a
Voltemos porém ao relatório que esta mos resumindo.
"Descarga auxiliar em chatas — Aos
reforma do regime da esti\'a, atribuin do o serviço nas chatas não à União dos estivadores mas à própria Companhia Docas, visto que a esta já cabe o ser viço semehante em terra a troco das
"capatazias", a saber: o recebimento nos
armazéns e a retirada dos mesmos;
c) essas embarcações auxiliares perten ceriam à Companhia Docas e não 1^veria novas taxas; por outra, tudo eqüi valerá a uma ampliação flutuante do cais; d) local e regime especial de an
coragem, de modo a evitar despesas complementares
muito
onerosas
de
guarda aduaneira; e) desistência da Companhia a quaisquer direitos ou taxas por um uso razoável do cais.
'•yi V
1 ' .1
16
Dicesto
Algumas companhias têm pensado em acumular seus carregamentos para Santos num só cargueiro, então escolhido de modo a reduzir os prejuízos da reten ção neste porto. Salvo o caso de vul
toso e freqüente comércio, que justifi que as despesas extras das chatas ou cais flutuantes, essa solução parece sa tisfatória.
Ferrovias — As estradas de ferro e a
Companhia Docas acham-se insuficien temente providas de vagões. No mo
mento (época da guerra) a "São Paulo
Railway" tinha ainda de carregar a
. própria lenha, mobilizando para tal nu-
V meroso material rodante, 800 a 1.000 veículos talvez".
Temos transcrito as observações su pra porque, com as conclusões recentes
da Comissão Parlamentar, elas expla nam perfeitamente o problema. Quanto ao relatório da Associação Comercial de
1925, em parte é confirmado (insufi ciência do pôrto), em parte está ultra passado (novas ligações ferro e rodoviá-
vas franquias traballiista-s.
Econômico
vernamentais; legislação obsoleta.
6)
Desajustamento entre os regimes do pes
soal da estiva, da capatazia e da alfân dega. E acrescenta explicitamente: "A carência e falta de coordenação dos transportes terrestres, responsáveis pelo congestionamento de 1925 e comêço de
congestionamento em 1944, não respon dem pelo atual".
pécies de remédios: a) extensão do
pôrto, prolongamento do cais, ampliação ou criação de pátios ferroviários, e ou tras obras essenciais; b) melhoramento
construção de um "píer", tudo para ser mou o dr. Oscar Weinschcnck que a o porto para atender a 5.400.000 tons.
ticos e fiscais, reformas regulamentares, coordenação e racionalização, medidas secundárias e de emergência.
ma em vias de execução.
Na sua ex
posição de motivos de julho passado presidência do deputado Milton Prates escreve; "A direção da Companhia, c tendo por relator o deputado Jales continuou a ter os interesses de seus íTchado, classificou os males do pôrto acionistas regularmente atendidos, pois P mista na seguinte ordem de gravidade diz em seus relatórios que adota o pru
Portanto, mesmo que a Companhia exe cute dentro do prazo previsto (o que não fará) o programa proposto, o pôrto continuará ainda preparado apenas para o passado, pois o movimento previsto para 1949 é de 5.700.000 tons. Mesmo
para êsse programa diricilmente conse guirá a Docas levantar os 500 milhões ,A ■
<
,
í
,í
constituída na Câmara Federal sob a
^ccrescente: 1) Insuficiência do cais. dente critério de so iniciar as obras de ) Insuficiência dos armazéns e pátios. absoluta urgência. Ora as obras para / Insuficiência e ineficiência do apare- deixar o pôrto aparelhado no dia de 'piento. 4) Perturbações de ordem
^^'^1 e trabalhista oriundas de excessi
amanhã não poderão evidentemente ser
classificadas de urgentes, pois são ante-
Infor
realização de tal programa aparelhará
serviços, tanto materiais como burocrá
tos, proclamou a insuficiência do progra
andamento das obras.
executado até meados de 1949.
ção de armazéns muito.s dos quais com
a atenção deve concentrar-se sôbre a série a , dos melhoramentos essenciais e das ampliações. Logo no início dê.ste govêmo estadual, o secretário da Viação, em visita a San
entusiasmou com o programa e com o
milhões de cruzeiros, desenvolvendo a
dois andares; c) aperfeiçoamento dos
o presente desvalioso estudo admite uma
cipaçüe,s para prever o futuro e não para corrigir o passado. A Companhia propõe um plano de
ampbações cujo custo estima em 500
qualitativo das instalações, aumento e substituição do aparelhamento, material rodante, maior mecanização, reconstru
A enumeração revela a larga margem
A Comissão Parlamentar de Inquérito,
^-5^-
Às deficiências correspondem três es
para o melhoramento da situação, mas, sob o ponto de vista que nos interessa,
do Santos.
17
5) Interfc-
projeto geral de ampliação do pôrto, de 1926), e das suas conclusões
pôrto de São Sebastião, ao menos com ° caráter que lhe era atribuído), refe rente a ponto essencial no plano regio-
Digesto Econômico
rência.s descoordenada.s do.s órgãos go
encampações da "São Paulo Rail-
(consórcio portuário) e recusa outra (o
K-*.
.y.
A nosso ver, embora algo se possa
esperar do "aperfeiçoamento" do pôrto
atual, convém não esquecer que êle já
atingiu
um
coeficiente
de 933
ton./ml., assaz alto, e que mxiitas me lhorias do aparelhamento devem com pensar as variações mensais do movimen to, os picos, a di\'ersidade das espécies
importadas (que não utilizam os meios
mecânicos das descargas a granel), os eventuais etc. e, por conseqüência, não
pódem justificar redução dos aumentos em extensão, e isto com a "margem- in
dispensável", como prescreve o art. 4.° do decreto 24.599 de 6-7-34, referen
te a concessões de portos. ,Por outro lado é necessário atentar não só ao
de cruzeiros... Mas o programa a ser "quanto"' como também "quais" obras lògicamente atacado desde já, e que le devem constituir o programa de amplia varia 3 a 4 anos para ser concluído, se ção, e nisto modificaríamos um pouco riam os 5 "piers" projetados e não úm, a orientação presente, pelos motivos que o que aumentaria de 3.200 metros, ou seguem. A Companhia Docas tem con seja 60%, a atual extensão de cais, e centrado seu esforço nos prolongamentos permitiria, sem largueza, o movimento
previsto para 1955 nos seus meses de pico, de 700.000 tons. mensais.
Êsse
programa exigirá inversão de quase um bilhão de cruzeiros.
O Governador confirmou êsse ponto de vista em entrevistas públicas. A Co missão Parlamentar igualmente não se
do cais atual (isto é, da ilha de São
Vicente), quer em direção à Ponta da Praia, quer em direção à Alemôá.
Além disso consagra boa parte do pro grama aos alargamentos da faixa, cons trução de nova muralha paralela nalguns trechos e reconstruções de armazéns.
Com isto, desprezando outros projetos
;
'•yi V
1 ' .1
16
Dicesto
Algumas companhias têm pensado em acumular seus carregamentos para Santos num só cargueiro, então escolhido de modo a reduzir os prejuízos da reten ção neste porto. Salvo o caso de vul
toso e freqüente comércio, que justifi que as despesas extras das chatas ou cais flutuantes, essa solução parece sa tisfatória.
Ferrovias — As estradas de ferro e a
Companhia Docas acham-se insuficien temente providas de vagões. No mo
mento (época da guerra) a "São Paulo
Railway" tinha ainda de carregar a
. própria lenha, mobilizando para tal nu-
V meroso material rodante, 800 a 1.000 veículos talvez".
Temos transcrito as observações su pra porque, com as conclusões recentes
da Comissão Parlamentar, elas expla nam perfeitamente o problema. Quanto ao relatório da Associação Comercial de
1925, em parte é confirmado (insufi ciência do pôrto), em parte está ultra passado (novas ligações ferro e rodoviá-
vas franquias traballiista-s.
Econômico
vernamentais; legislação obsoleta.
6)
Desajustamento entre os regimes do pes
soal da estiva, da capatazia e da alfân dega. E acrescenta explicitamente: "A carência e falta de coordenação dos transportes terrestres, responsáveis pelo congestionamento de 1925 e comêço de
congestionamento em 1944, não respon dem pelo atual".
pécies de remédios: a) extensão do
pôrto, prolongamento do cais, ampliação ou criação de pátios ferroviários, e ou tras obras essenciais; b) melhoramento
construção de um "píer", tudo para ser mou o dr. Oscar Weinschcnck que a o porto para atender a 5.400.000 tons.
ticos e fiscais, reformas regulamentares, coordenação e racionalização, medidas secundárias e de emergência.
ma em vias de execução.
Na sua ex
posição de motivos de julho passado presidência do deputado Milton Prates escreve; "A direção da Companhia, c tendo por relator o deputado Jales continuou a ter os interesses de seus íTchado, classificou os males do pôrto acionistas regularmente atendidos, pois P mista na seguinte ordem de gravidade diz em seus relatórios que adota o pru
Portanto, mesmo que a Companhia exe cute dentro do prazo previsto (o que não fará) o programa proposto, o pôrto continuará ainda preparado apenas para o passado, pois o movimento previsto para 1949 é de 5.700.000 tons. Mesmo
para êsse programa diricilmente conse guirá a Docas levantar os 500 milhões ,A ■
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constituída na Câmara Federal sob a
^ccrescente: 1) Insuficiência do cais. dente critério de so iniciar as obras de ) Insuficiência dos armazéns e pátios. absoluta urgência. Ora as obras para / Insuficiência e ineficiência do apare- deixar o pôrto aparelhado no dia de 'piento. 4) Perturbações de ordem
^^'^1 e trabalhista oriundas de excessi
amanhã não poderão evidentemente ser
classificadas de urgentes, pois são ante-
Infor
realização de tal programa aparelhará
serviços, tanto materiais como burocrá
tos, proclamou a insuficiência do progra
andamento das obras.
executado até meados de 1949.
ção de armazéns muito.s dos quais com
a atenção deve concentrar-se sôbre a série a , dos melhoramentos essenciais e das ampliações. Logo no início dê.ste govêmo estadual, o secretário da Viação, em visita a San
entusiasmou com o programa e com o
milhões de cruzeiros, desenvolvendo a
dois andares; c) aperfeiçoamento dos
o presente desvalioso estudo admite uma
cipaçüe,s para prever o futuro e não para corrigir o passado. A Companhia propõe um plano de
ampbações cujo custo estima em 500
qualitativo das instalações, aumento e substituição do aparelhamento, material rodante, maior mecanização, reconstru
A enumeração revela a larga margem
A Comissão Parlamentar de Inquérito,
^-5^-
Às deficiências correspondem três es
para o melhoramento da situação, mas, sob o ponto de vista que nos interessa,
do Santos.
17
5) Interfc-
projeto geral de ampliação do pôrto, de 1926), e das suas conclusões
pôrto de São Sebastião, ao menos com ° caráter que lhe era atribuído), refe rente a ponto essencial no plano regio-
Digesto Econômico
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encampações da "São Paulo Rail-
(consórcio portuário) e recusa outra (o
K-*.
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A nosso ver, embora algo se possa
esperar do "aperfeiçoamento" do pôrto
atual, convém não esquecer que êle já
atingiu
um
coeficiente
de 933
ton./ml., assaz alto, e que mxiitas me lhorias do aparelhamento devem com pensar as variações mensais do movimen to, os picos, a di\'ersidade das espécies
importadas (que não utilizam os meios
mecânicos das descargas a granel), os eventuais etc. e, por conseqüência, não
pódem justificar redução dos aumentos em extensão, e isto com a "margem- in
dispensável", como prescreve o art. 4.° do decreto 24.599 de 6-7-34, referen
te a concessões de portos. ,Por outro lado é necessário atentar não só ao
de cruzeiros... Mas o programa a ser "quanto"' como também "quais" obras lògicamente atacado desde já, e que le devem constituir o programa de amplia varia 3 a 4 anos para ser concluído, se ção, e nisto modificaríamos um pouco riam os 5 "piers" projetados e não úm, a orientação presente, pelos motivos que o que aumentaria de 3.200 metros, ou seguem. A Companhia Docas tem con seja 60%, a atual extensão de cais, e centrado seu esforço nos prolongamentos permitiria, sem largueza, o movimento
previsto para 1955 nos seus meses de pico, de 700.000 tons. mensais.
Êsse
programa exigirá inversão de quase um bilhão de cruzeiros.
O Governador confirmou êsse ponto de vista em entrevistas públicas. A Co missão Parlamentar igualmente não se
do cais atual (isto é, da ilha de São
Vicente), quer em direção à Ponta da Praia, quer em direção à Alemôá.
Além disso consagra boa parte do pro grama aos alargamentos da faixa, cons trução de nova muralha paralela nalguns trechos e reconstruções de armazéns.
Com isto, desprezando outros projetos
;
WW7
18
Djcesto
relativos a outra margem do ancoradou-
ro e do cana], cremos que a Companhia procura, e com muita lógica, esgotar primeiro tôdas as possibilidades da mar gem de cá, já servida de acessos ime
diatos, deixando para etapa ulterior as ^^rgens do Bamabé e da ilha de Santo
'Amaro, o que, necessitando préWas li gações ferro e rodoviárias, faria recair
sobre a empresa uma despesa extraor dinária ou acessória sensível e provoca ria um salto nas suas inversões de ca
aconselham uma modificação de progra
ficariam tão atenuadas, que deixam de
na margem esquerda está permitindo que nesta se projetem, iniciem e reali
zem desenvolvimentos urbanísticos, cons truções etc., assaz desencontradas, mas que, reunidas à valoriMçõo natural con
tinua, estão gerando para as futuras e inevitáveis ampliações do porto, os mais vultosos e grave.s embaraços. Destes bá um exemplo típico: a base aero-naval.
Além disso, se arruamentos, constru ções e instalações desordenadas estão se
eficientes, e muitas indústrias tem re cuado, porque a falta de acesso direto,
Econó.mico
a quota v as obras atribuí\eis ao pòrto
Por outro lado o abandono da solução
pital. Êsse critério é compreensível, mas elevando nessas áreas brevemente ne defronta argumentos fortes em sentido cessárias, não estão sendo possíveis en k contrário e, mais do que isso, circuns- tretanto desenvolvimentos perfeitos e
y Maneias novas de ordem mais geral, que
Dicesto
EcoxÓNnco
l" 'lÍ?
para a retificação A^xlongo-ATàndegu, prolongamento do Sul, algumas recons
subsistir a.s razões da Companhia. A ampMação poderá assim estender-se mui to brevemente para o oulro lado, agora
truções de annazéns, e para os restan
não mais como paliati\o, mas com a
gundo grupo, reduzindo outras, atacan
grande vantagem cie uma solução prà-
do entretanto, em ação conjunta com o
ticamcntc definiti\a.
govèrno estadual, a ligação Saboó-Bar-
Perspectivas qua
tes "p ers". Cremos que seria preferí vel adiar diversas destas obras do se
se indefinidas cie ampliação, pátios fer roviários amplos, fai.xa e terrenos bara
de cais junto a Itapema. A despesa su
tos para armazéns, possibilidades indus
plementar da ligação, aliás bai.xa em
nabé-Santo Amaro e um primeiro trecho
triais, liberdade de projeto ele. elimi
virtude do rateio a que atrás nos refe
nariam os receios e quaisquer hesitações
rimos. seria compensada pela despreo
futuras para novas e sucessivas exten sões, à medida que o movimento do pôrto as fosse exigindo. No rebitó-
cupação resultante em relação ao pro gresso futuro do pòrto, pela garantia
rio da Associação Comercial de 1925,
efetivos) do privilégio na margem es
concreta (devido a instalações e serviços
ma.
objetava-se que êsse plano não permiti
querda, pelos benefícios de ordem geral à região. O Estado, por seu lado, teria
que o prolongamento do cais em direç«ão
e o seu progresso, a poucas centenas de
ria senão 17 Vi quilômetros de cais. A Companhia já mostrou que essa exten
30 Sul, além do inconveniente urbanís
metros do centro de Santos, com pre
o abandono e a incerteza que pairam Com efeito, em primeiro lugar nota-se .sobre a zona, impedem o seu uso pleno
tico de aproximar demais o porto da 20na residencial em formação na Ponta
juízo geral.
Havia, é verdade, a dificuldade da
da Praia, vai alongar e agravar ainda d^3ís a travessia do tráfego ferroviário
ligação previa indispensável, relativamen
.30 longo de toda a extensão da faixa portuária, já congestionada. Êste con
liavido divergência e insegurança de
gestionamento tenderá a aumentar se,
como o futuro exigirá, as linhas da So^ocabana forem retiradas do atual traçado
te cara e sôbre a qual, além disso, tem
idéias. Essa ligação envolveria ainda, como dissemos, um encargo financeiro às Docas.
Ora, neste momento pode-se dizer que
através da cidade. Os "piers" do Va- desaparecem tôdas estas dificuldades, ongo, embora possam em conjunto per- desde que con.sideremos a situação em tazer um desenvolvimento apreciável, conjunto. O plano regional de Santos, terão um aproveitamento inferior por encarando as necessidades não só da uietro de cais (menor utilização dos arca urbana, como de toda a região em. topos e extremidades), é constituirão derredor, transpondo mesmo os limites ^cnipre um elemento limitado, um" ver
dadeiro paliativo diante das necessida
des totais. Quanto aos alargamentos " cais pela construção de novas mura is, embora úteis para maior eficiênlinear, não aumentarão o desenvolvi
mento linear e. no período de execução, acarretarão embaraços e redução do portuário.
são pode ser levada a nada menos de
33 quilômetros. O nosso plano regional admite que êste desenvolvimento possa ser menor nos programas imediatos, vis to que ainda restarão outras possibili dades de extensão, no Caneú, Bertioga
na ligação em apreço o primeiro passo, o mais importante e decisivo, que lhe
permitiria atacar outras questões regio nais relevantes: o acesso à ilha de Santo
etc., inúteis de considerar no momento.
Amaro, a ligação à Bertioga, ao litoral Norte e a São Sebastião, a implantação da indústria naval, em moldes grandes e perfeitos etc.
O nos.so plano nada tem de revolu cionário ou imprevisto. É apenas uma
custo seria, senão proibitivo, ao menos
adaptação, com algumas alterações e en caixado num plano mais vasto e consi derado sob um ponto de vista novo, do plano geral da Companhia, aprovado oficialmente pelo Ministério dí\ Viação
A ligação ferro e rodoviária, cujo pesado como solução de qualquer da queles prob'emas isoladamente, toma-se perfeitamente exeqüível e aconselhável diante do conjunto dèles.
puramente municipais ou administrati
1926). Tem a grande vantagem, assim, de já ter a aprovação, em tese, da
Seria dificuldade financeira a despe sa suplementar? Evidentemente não, porque além do crédito do Estado, en volvido aqui em obras reprodutivas e de alcance econômico, a própria Docas
(aviso 837 de 12 de novembro de
vos, põe em evidência a necessidade da
Inspetoria de Portos.
quelas obras de ligação, não somente para a ampliação do porto, como para
Além das alterações do plano físico, bá outra todavia, que agora é a que
poderia razoavelmente pleitear de novo
a solução de diversos outros problemas rç'evantes.. Decorre logicamente a pos sibilidade de um esforço conjunto, com
mais nos interessa: a ordem cronológi ca das obras.
preferível ao aumento da taxa de emer gência. Sob o ponto de vista da eco
intervenção estadual predominante, e de
cais em direção à Alemôa e vai iniciar
nomia geral as despesas serão ainda mais justificadas: além da valorização
o primeiro "píer".
do litoral Norte e da Ilha de Santo
uma distribuição de despesas, com o que
Presentemente a Companhia estende o E prepara projetos
uma fração da taxa adicional de 10%,
WW7
18
Djcesto
relativos a outra margem do ancoradou-
ro e do cana], cremos que a Companhia procura, e com muita lógica, esgotar primeiro tôdas as possibilidades da mar gem de cá, já servida de acessos ime
diatos, deixando para etapa ulterior as ^^rgens do Bamabé e da ilha de Santo
'Amaro, o que, necessitando préWas li gações ferro e rodoviárias, faria recair
sobre a empresa uma despesa extraor dinária ou acessória sensível e provoca ria um salto nas suas inversões de ca
aconselham uma modificação de progra
ficariam tão atenuadas, que deixam de
na margem esquerda está permitindo que nesta se projetem, iniciem e reali
zem desenvolvimentos urbanísticos, cons truções etc., assaz desencontradas, mas que, reunidas à valoriMçõo natural con
tinua, estão gerando para as futuras e inevitáveis ampliações do porto, os mais vultosos e grave.s embaraços. Destes bá um exemplo típico: a base aero-naval.
Além disso, se arruamentos, constru ções e instalações desordenadas estão se
eficientes, e muitas indústrias tem re cuado, porque a falta de acesso direto,
Econó.mico
a quota v as obras atribuí\eis ao pòrto
Por outro lado o abandono da solução
pital. Êsse critério é compreensível, mas elevando nessas áreas brevemente ne defronta argumentos fortes em sentido cessárias, não estão sendo possíveis en k contrário e, mais do que isso, circuns- tretanto desenvolvimentos perfeitos e
y Maneias novas de ordem mais geral, que
Dicesto
EcoxÓNnco
l" 'lÍ?
para a retificação A^xlongo-ATàndegu, prolongamento do Sul, algumas recons
subsistir a.s razões da Companhia. A ampMação poderá assim estender-se mui to brevemente para o oulro lado, agora
truções de annazéns, e para os restan
não mais como paliati\o, mas com a
gundo grupo, reduzindo outras, atacan
grande vantagem cie uma solução prà-
do entretanto, em ação conjunta com o
ticamcntc definiti\a.
govèrno estadual, a ligação Saboó-Bar-
Perspectivas qua
tes "p ers". Cremos que seria preferí vel adiar diversas destas obras do se
se indefinidas cie ampliação, pátios fer roviários amplos, fai.xa e terrenos bara
de cais junto a Itapema. A despesa su
tos para armazéns, possibilidades indus
plementar da ligação, aliás bai.xa em
nabé-Santo Amaro e um primeiro trecho
triais, liberdade de projeto ele. elimi
virtude do rateio a que atrás nos refe
nariam os receios e quaisquer hesitações
rimos. seria compensada pela despreo
futuras para novas e sucessivas exten sões, à medida que o movimento do pôrto as fosse exigindo. No rebitó-
cupação resultante em relação ao pro gresso futuro do pòrto, pela garantia
rio da Associação Comercial de 1925,
efetivos) do privilégio na margem es
concreta (devido a instalações e serviços
ma.
objetava-se que êsse plano não permiti
querda, pelos benefícios de ordem geral à região. O Estado, por seu lado, teria
que o prolongamento do cais em direç«ão
e o seu progresso, a poucas centenas de
ria senão 17 Vi quilômetros de cais. A Companhia já mostrou que essa exten
30 Sul, além do inconveniente urbanís
metros do centro de Santos, com pre
o abandono e a incerteza que pairam Com efeito, em primeiro lugar nota-se .sobre a zona, impedem o seu uso pleno
tico de aproximar demais o porto da 20na residencial em formação na Ponta
juízo geral.
Havia, é verdade, a dificuldade da
da Praia, vai alongar e agravar ainda d^3ís a travessia do tráfego ferroviário
ligação previa indispensável, relativamen
.30 longo de toda a extensão da faixa portuária, já congestionada. Êste con
liavido divergência e insegurança de
gestionamento tenderá a aumentar se,
como o futuro exigirá, as linhas da So^ocabana forem retiradas do atual traçado
te cara e sôbre a qual, além disso, tem
idéias. Essa ligação envolveria ainda, como dissemos, um encargo financeiro às Docas.
Ora, neste momento pode-se dizer que
através da cidade. Os "piers" do Va- desaparecem tôdas estas dificuldades, ongo, embora possam em conjunto per- desde que con.sideremos a situação em tazer um desenvolvimento apreciável, conjunto. O plano regional de Santos, terão um aproveitamento inferior por encarando as necessidades não só da uietro de cais (menor utilização dos arca urbana, como de toda a região em. topos e extremidades), é constituirão derredor, transpondo mesmo os limites ^cnipre um elemento limitado, um" ver
dadeiro paliativo diante das necessida
des totais. Quanto aos alargamentos " cais pela construção de novas mura is, embora úteis para maior eficiênlinear, não aumentarão o desenvolvi
mento linear e. no período de execução, acarretarão embaraços e redução do portuário.
são pode ser levada a nada menos de
33 quilômetros. O nosso plano regional admite que êste desenvolvimento possa ser menor nos programas imediatos, vis to que ainda restarão outras possibili dades de extensão, no Caneú, Bertioga
na ligação em apreço o primeiro passo, o mais importante e decisivo, que lhe
permitiria atacar outras questões regio nais relevantes: o acesso à ilha de Santo
etc., inúteis de considerar no momento.
Amaro, a ligação à Bertioga, ao litoral Norte e a São Sebastião, a implantação da indústria naval, em moldes grandes e perfeitos etc.
O nos.so plano nada tem de revolu cionário ou imprevisto. É apenas uma
custo seria, senão proibitivo, ao menos
adaptação, com algumas alterações e en caixado num plano mais vasto e consi derado sob um ponto de vista novo, do plano geral da Companhia, aprovado oficialmente pelo Ministério dí\ Viação
A ligação ferro e rodoviária, cujo pesado como solução de qualquer da queles prob'emas isoladamente, toma-se perfeitamente exeqüível e aconselhável diante do conjunto dèles.
puramente municipais ou administrati
1926). Tem a grande vantagem, assim, de já ter a aprovação, em tese, da
Seria dificuldade financeira a despe sa suplementar? Evidentemente não, porque além do crédito do Estado, en volvido aqui em obras reprodutivas e de alcance econômico, a própria Docas
(aviso 837 de 12 de novembro de
vos, põe em evidência a necessidade da
Inspetoria de Portos.
quelas obras de ligação, não somente para a ampliação do porto, como para
Além das alterações do plano físico, bá outra todavia, que agora é a que
poderia razoavelmente pleitear de novo
a solução de diversos outros problemas rç'evantes.. Decorre logicamente a pos sibilidade de um esforço conjunto, com
mais nos interessa: a ordem cronológi ca das obras.
preferível ao aumento da taxa de emer gência. Sob o ponto de vista da eco
intervenção estadual predominante, e de
cais em direção à Alemôa e vai iniciar
nomia geral as despesas serão ainda mais justificadas: além da valorização
o primeiro "píer".
do litoral Norte e da Ilha de Santo
uma distribuição de despesas, com o que
Presentemente a Companhia estende o E prepara projetos
uma fração da taxa adicional de 10%,
20
Digesto
Econó-níico
Amaro, das novas possibilidades comer
avaliou a Comissão Parlamentar em 400
ciais, industriais e turísticas, há a con
milhões de cruzeiros o prejuízo causado, pelo último congestionamento portuá rio, só em Santos, não incluindo as per
siderar o ponto principal: o afastamen to das novas crises portuárias, cujo pre juízo decorrente é vultosíssimo. Em en
das e inconvenientes indiretos. Essa im
trevista recente o representante de uma
portância daria para copstruir tôdas as
firma sueca avaliou em 30 contos diá
ampliações previstas. Mas a questão do
rios o prejuízo da retenção dos seus na
porto não se esgota com as considerações acima. Outros aspectos devem ser con siderados, assim como as suas relações com os desenvolvimentos ferroviários, ro
vios no ancoradouro de Santos. A linha
Norueguesa Sul-Americana declarou que a retenção dos seus cargueiros no Rio
e em _ Santos acarretou avultadas per
doviários e urbanísticos.
O plano de
C CXT/4DC - empresário por Aliomar Baleedio \'oh'em necessíuiamente monopólios su
jeitos a controle da autoridade no inte loÃo Ninguém desconfia do Estado co-
mo proprietário ou administrador de empresas. Estas, nas mãos do govêrno, só engendrarão "déficit" e maus ser viços à clientela, — diz êle e quanto
mais repete esse juízo pessimista e ge
resse coletivo.
A própria .Constituição de 1946 esta ria a impor a presença ou, pelo menos, a sombra oficial, por detrás dc tais ne
gócios, já que no art. 5, XII, reser\ a à
Santos envolve ainda uma definição de
neralizado tanto mais se alarga, em
cada caso uma perda de 140.000 co
atitude relativamente aos portos secundá
União os Ser\'iços de telégrafos, radiocomunicação, radio-difusão, telefônios
nossos dias, o campo das explorações
interestaduais e internacionais, navegação
roas, valendo cada coroa 4 cruzeiros.
rios do Estado, particularmente
estatais.
As empresas de navegação, especialmen te americanas e inglesas, tendo elevado
Sebastião, e ao projeto, periodicamente
das: se tivessem enviado seus navios
ao Brasil sem carga, teriam evitado,em
de 25% os fretes marítimos, com amea ça de o fazerem ainda mais alto (50%),
São
lembrado, do pôrto de São Vicent;?.
Tudo isto será objeto do próximo
Nesse modo de encarar a em-
transponham os limites de um Estado,
mum, um e outro impotentes ante a
e, no art. 151, prove ao regime se
tendência de expansão governamental no
artigo.
aérea e de vias férreas que liguem por
prêsa estatal, o julgamento de João Nin guém coincide com o de João Senso Co mundo das atividades industriais.
No Brasil, o Estado patrão, industrial, comerciante, homem de negócios, é um
tos marítimos a fronteiras nacionais ou
vero de tarifas dos concessionários.
Mas os fatos atestam que, sem mono
polizar determinada indústria ou ati
Proteu que ora se apresenta sob os
vidade, a União entra até no campo da concorrência, explorando minas, fábricas,
nomes diferentes de uma dúzia de es
e negócios, inclusive os de natureza ban
tradas de ferro, diversas companhias de
cária.
Outro tanto fazem, em menor
navegação marítima e fluvial, os Correios' escala, os Estados e até os pobres Mu e Telégrafos, estações radio-emissoras, nicípios. ,
a exploração de alguns portos, inclusive
h
o do Rio de Janeiro, estaleiros, arsenais de armas e munições etc. —, ora sob a
Revela um relatório divulgado pela "Azienda RÜievo Alienazioni Residuali" que o Tesouro italiano lucrou cêrca de 46 bilhões e 500 milhões de liras com o
comércio dos despojes de guerra britânicos e norte-americanos. Dessa soma, 35
bilhões correspondem a vendas e instituições e particulares e 11 bilhões e 500 mi
lhões a repartições do Estado.
Entre os produtos mais transacionados por enquanto, figuram 100.000 veículos motorizados, dos quais 23.000 tanques, 18.000 motocicletas e 8.500 reboquessobrando ainda 75.000 unidades, embora 30% representem "ferro velho",
'
forma de dono único ou sócio principal de usinas e fábricas, entre as quais as de siderurgia, motores, extração e refina ria de perióleo e gases, manufaturas de papel papelão e outros produtos, além de projetos de oleodutos, indústria de tratores etc.
A enorme quantidade de excedentes militares — cedidos ao govêmo da Pe-
Certamente nessas dezenas de emprêsas, classificam-se muitas de serviços pú
Rretanha em retransportâ-los aos pontos de origem — acrescentam-se apreciáveis equipamentos completos das tropas combatentes, há pouco entregues à Itália pelas otitoridades norte-americanas após um convênio a propósito; alguns materiais fo-
por particulares estaria condicionada à
nínsida por níveis irrisórios, por não haver interesse dos E. U. A. nem àa Grãvendidos por 18 milhões de dólares quando o custo primitivo dêles alcançava 184 milhões.
blicos bu de utilidade pública, cuja posse concessão pelo govêrno, à força de ra zões poderosas, como, por exemplo, do ponto de vista econômico, a de que en-
O pessimismo de João Ninguém diante dessa proliferação das emprêsas de que êle é, em última análise, o proprietário anônimo e inconsciente, quando não o financiador, ou, apenas, a vítima obs
cura e resignada, suscita uma série de
questões ainda não resolvidas em defiO deputado Aliomar Baleeiro é uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros. Representa a Bahia na Câmara dos Deputados e se tem destacado na Comissão de Finanças. Inicia com êste artigo a sua prestigiosa
colaboração no "Digesto Econômico".
Jl
20
Digesto
Econó-níico
Amaro, das novas possibilidades comer
avaliou a Comissão Parlamentar em 400
ciais, industriais e turísticas, há a con
milhões de cruzeiros o prejuízo causado, pelo último congestionamento portuá rio, só em Santos, não incluindo as per
siderar o ponto principal: o afastamen to das novas crises portuárias, cujo pre juízo decorrente é vultosíssimo. Em en
das e inconvenientes indiretos. Essa im
trevista recente o representante de uma
portância daria para copstruir tôdas as
firma sueca avaliou em 30 contos diá
ampliações previstas. Mas a questão do
rios o prejuízo da retenção dos seus na
porto não se esgota com as considerações acima. Outros aspectos devem ser con siderados, assim como as suas relações com os desenvolvimentos ferroviários, ro
vios no ancoradouro de Santos. A linha
Norueguesa Sul-Americana declarou que a retenção dos seus cargueiros no Rio
e em _ Santos acarretou avultadas per
doviários e urbanísticos.
O plano de
C CXT/4DC - empresário por Aliomar Baleedio \'oh'em necessíuiamente monopólios su
jeitos a controle da autoridade no inte loÃo Ninguém desconfia do Estado co-
mo proprietário ou administrador de empresas. Estas, nas mãos do govêrno, só engendrarão "déficit" e maus ser viços à clientela, — diz êle e quanto
mais repete esse juízo pessimista e ge
resse coletivo.
A própria .Constituição de 1946 esta ria a impor a presença ou, pelo menos, a sombra oficial, por detrás dc tais ne
gócios, já que no art. 5, XII, reser\ a à
Santos envolve ainda uma definição de
neralizado tanto mais se alarga, em
cada caso uma perda de 140.000 co
atitude relativamente aos portos secundá
União os Ser\'iços de telégrafos, radiocomunicação, radio-difusão, telefônios
nossos dias, o campo das explorações
interestaduais e internacionais, navegação
roas, valendo cada coroa 4 cruzeiros.
rios do Estado, particularmente
estatais.
As empresas de navegação, especialmen te americanas e inglesas, tendo elevado
Sebastião, e ao projeto, periodicamente
das: se tivessem enviado seus navios
ao Brasil sem carga, teriam evitado,em
de 25% os fretes marítimos, com amea ça de o fazerem ainda mais alto (50%),
São
lembrado, do pôrto de São Vicent;?.
Tudo isto será objeto do próximo
Nesse modo de encarar a em-
transponham os limites de um Estado,
mum, um e outro impotentes ante a
e, no art. 151, prove ao regime se
tendência de expansão governamental no
artigo.
aérea e de vias férreas que liguem por
prêsa estatal, o julgamento de João Nin guém coincide com o de João Senso Co mundo das atividades industriais.
No Brasil, o Estado patrão, industrial, comerciante, homem de negócios, é um
tos marítimos a fronteiras nacionais ou
vero de tarifas dos concessionários.
Mas os fatos atestam que, sem mono
polizar determinada indústria ou ati
Proteu que ora se apresenta sob os
vidade, a União entra até no campo da concorrência, explorando minas, fábricas,
nomes diferentes de uma dúzia de es
e negócios, inclusive os de natureza ban
tradas de ferro, diversas companhias de
cária.
Outro tanto fazem, em menor
navegação marítima e fluvial, os Correios' escala, os Estados e até os pobres Mu e Telégrafos, estações radio-emissoras, nicípios. ,
a exploração de alguns portos, inclusive
h
o do Rio de Janeiro, estaleiros, arsenais de armas e munições etc. —, ora sob a
Revela um relatório divulgado pela "Azienda RÜievo Alienazioni Residuali" que o Tesouro italiano lucrou cêrca de 46 bilhões e 500 milhões de liras com o
comércio dos despojes de guerra britânicos e norte-americanos. Dessa soma, 35
bilhões correspondem a vendas e instituições e particulares e 11 bilhões e 500 mi
lhões a repartições do Estado.
Entre os produtos mais transacionados por enquanto, figuram 100.000 veículos motorizados, dos quais 23.000 tanques, 18.000 motocicletas e 8.500 reboquessobrando ainda 75.000 unidades, embora 30% representem "ferro velho",
'
forma de dono único ou sócio principal de usinas e fábricas, entre as quais as de siderurgia, motores, extração e refina ria de perióleo e gases, manufaturas de papel papelão e outros produtos, além de projetos de oleodutos, indústria de tratores etc.
A enorme quantidade de excedentes militares — cedidos ao govêmo da Pe-
Certamente nessas dezenas de emprêsas, classificam-se muitas de serviços pú
Rretanha em retransportâ-los aos pontos de origem — acrescentam-se apreciáveis equipamentos completos das tropas combatentes, há pouco entregues à Itália pelas otitoridades norte-americanas após um convênio a propósito; alguns materiais fo-
por particulares estaria condicionada à
nínsida por níveis irrisórios, por não haver interesse dos E. U. A. nem àa Grãvendidos por 18 milhões de dólares quando o custo primitivo dêles alcançava 184 milhões.
blicos bu de utilidade pública, cuja posse concessão pelo govêrno, à força de ra zões poderosas, como, por exemplo, do ponto de vista econômico, a de que en-
O pessimismo de João Ninguém diante dessa proliferação das emprêsas de que êle é, em última análise, o proprietário anônimo e inconsciente, quando não o financiador, ou, apenas, a vítima obs
cura e resignada, suscita uma série de
questões ainda não resolvidas em defiO deputado Aliomar Baleeiro é uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros. Representa a Bahia na Câmara dos Deputados e se tem destacado na Comissão de Finanças. Inicia com êste artigo a sua prestigiosa
colaboração no "Digesto Econômico".
Jl
Dicesto Econüxuco
22
Dicesto Econômico
nitivo, nem fáceis de resolver à luz de
como seus netos e bisnetos \ieram a ser
raciocínio frio, pois transparecem nos prós e contras os matizes dos interêsses, vaidades, preconceitos ideológicos e
negociantes e amiadorcs, a princípio prósperos e depois falidos, na grande emprêsa regia do comércio e saque das
outros fatores de julgamentos errôneos.
índias.
Essas questões se levantam desde o aspecto moral e econômico e convergem
para um problema geral e de ordem prática: — o da conveniência da emprê-
sa estatal, o que, no fundo, condensa um problema político. II
O mesmo autor e também Roberto Si-
monsen relatam o emprego dos recursos e esforços dos príncipes portugueses nos pródromos do capitalismo incipiente do século XVI quando se empolgavam na indústria açucareira do Brasil, não raro de conta própria. E quando se reserva vam certos monopólios — o estanco do
pau Brasil, o da pesca da baleia e de blema não é novo, nem brasileiro. Não
certas manufaturas — alvejavam apenas rendas e não o propósito contemporâneo
é provável que se possa fixar o século
da regulamentação administrativa de ser
em que desponta, nem classificar, atual mente, os países segundo a orientação
viços de interesse coletivo. Não foram diferentes as razões ins-
adotada nessa matéria.
piradoras do açambarcamento oficial dos
Reconheça-se, de início, que o pro
•A chamada Revolução Comercial já
serviços postais há três ou quatro sé
encontrou o Estado-empresário. ílstado,
culos atrás na Europa.
— entenda-se — o Rei metido em explo rações econômicas apenas para tirar pro
landesa, na Bahia e em Pernambuco, é tipicamente obra de emprêsa semi-ofi-
veito delas.
cíal, mais de caráter econômico do que
Quando escritores tentam caracterizar
A invasão ho
políticc.
certos tipos de organização financeira, como "dominial" e "regalista", ou "re-
lutos encontrarem embaraços na tributa
galiana", claro que não endossam a
ção, que depois passou a ser a fonte
<=rcnça numa evolução com etapas su
financeira normal dos governos demo
Isso explica o paradoxo de reis abso
cessivas, mas a predominância fiscal, em _ cráticos. "El-rei, nosso Senhor, deve certas épocas, do governante que vivia viver das rendas de seu domínio" — tra do seu patrimônio ou de monopóliçs ins duzia, em síntese, uma concepção ex tituídos expressamente para determina posta desde Santo Tomás de Aquino e dos serviços rendosos, como moinhos, Bodin até os Cameralistas, que do sé
fomos, engenhos d'água etc. Idade Média, e os monarcas lusitanos,
culo XVI ao XVIII, fariam obra de precursores dos estudos financeiros. E não será errôneo, talvez, atribuir a so
flntes e depois da descoberta do Brasil,
brevivência das idéias camerais à cir
oferecem bons exemplos desses chefes
cunstância de oferecer a Alemanha, so
O fato fói universal, sobretudo na
Estados metidos em empresas de
produção. Lúcio de Azevedo nos pinta
o quadro do tipo de rei que era o mais orte e rico dos agricultores e críadode gado do velho Portugal, assim
bretudo a Prússia, constante tendência
dominialista no século XIX, quando ou tros países da Europa preferiam entregar as explorações telegráfica e ferroviária, então nascentes, às emprêsas privadas.
23
Certo é, porém, que por tôda a parte, sub.sistiram, sob
diferentes
pretextos,
vulgadas,
entre
nós,
por
Anhaia
Melo.
negócios e indústrias a cargo dos gover
nos*, que nunca se despojaram dos Cor
III
reios, anexando a estes, não raro, os te
légrafos e até telefònios.
A Inglaterra
e os Estados Unidos, entretanto, opta
Do ponto de vista do direito adminis trativo e da ciência ou técnica da admi
ram sempre pela concessão das linhas
nistração, ocorre logo o problema da
ferroviárias e telegráficas a particulares, enquanto a França, por motivos cul
escolha do regime jurídico dessas ex plorações estatais. Posta de lado a con cessão, que é a negação do Estado-em presário, este poderia optar, desde logo, por três formas em que se reduzem, nas linhas gerais, as diferentes modalidades
turais ou tradicionais, conservou as fá
bricas de porcelanas de Sòvres e de ta petes de Gobelins c, por orientação de técnica fiscal, os monopólios de fumo e fósforos, no que foi imitada por vá rios países. A Itália, por
encontradiças nas diversas organizações
públicas. a) a autarquia adminis
exemplo, comerciou com o
quinino por inspiraç-ões so-
^
trativa e financeira, liberto
o serviço da legislação e dos estilos que regem o
ciais, assim como, por mo tivos opostos, nada filan trópicos, também o fez com o nosso café, monopo
funcionamento das reparti
ções públicas como regra geral. A E. F. Central do
lizando a importação. Seria longo o ròl des
Brasil, o Loide Brasileiro
sas explorações nos diver-
e a Caixa Econômica se
sos países, ou mesmo pe
riam os exemplos mais ca
los governos locais, tendo
racterísticos;
b) a sociedade anôni
merecido muito favor, há
cêrca de meio século, o
ma de economia mista, ou
chamado "socialismo muni
seja a operação com a cola
de serviços públicos", teorizado, do pon
boração privada, tendo o Estado como principal acionista, e sob
cipal" ou "municipalização to de vista econômico, por Montemar-
o regime jurídico, que, em alguns pon
tini e ainda hoje defendido por nomes ilustres, entre os quais, na Argentina, o sábio prof. Rafael Bielsa em prefácio
parativamente com as demais socieda des por ações: — o "Banco do Brasil,
ao livro de Natálio Muratti.
S. A."; a "Cia. do Vale do Rio Doce",
Essa in
tos, a coloca em situação especial com
dústria oficial oferece exemplos até de padarias, clínicas, leiterias, emprêsas fu nerárias 8 de seguro, a cargo das Pre
por exemplo;
feituras, além dos casos, — comuns até
"Correios e Telégrafos".
na Inglaterra e Estados Unidos, de operação municipal de usinas elétri cas, matadouros, rêdes de gás, água e transportes urbanos, tão bem di
c) o regime geral das repartições, vale dizer o sistema burocrático: — os Dificilmente, à base dos dados cO'
nhecidos, seria possível um pronuncia mento sobre os méritos e inconvenien
tes dessas diversas formas, pois o Brasil
^1
Dicesto Econüxuco
22
Dicesto Econômico
nitivo, nem fáceis de resolver à luz de
como seus netos e bisnetos \ieram a ser
raciocínio frio, pois transparecem nos prós e contras os matizes dos interêsses, vaidades, preconceitos ideológicos e
negociantes e amiadorcs, a princípio prósperos e depois falidos, na grande emprêsa regia do comércio e saque das
outros fatores de julgamentos errôneos.
índias.
Essas questões se levantam desde o aspecto moral e econômico e convergem
para um problema geral e de ordem prática: — o da conveniência da emprê-
sa estatal, o que, no fundo, condensa um problema político. II
O mesmo autor e também Roberto Si-
monsen relatam o emprego dos recursos e esforços dos príncipes portugueses nos pródromos do capitalismo incipiente do século XVI quando se empolgavam na indústria açucareira do Brasil, não raro de conta própria. E quando se reserva vam certos monopólios — o estanco do
pau Brasil, o da pesca da baleia e de blema não é novo, nem brasileiro. Não
certas manufaturas — alvejavam apenas rendas e não o propósito contemporâneo
é provável que se possa fixar o século
da regulamentação administrativa de ser
em que desponta, nem classificar, atual mente, os países segundo a orientação
viços de interesse coletivo. Não foram diferentes as razões ins-
adotada nessa matéria.
piradoras do açambarcamento oficial dos
Reconheça-se, de início, que o pro
•A chamada Revolução Comercial já
serviços postais há três ou quatro sé
encontrou o Estado-empresário. ílstado,
culos atrás na Europa.
— entenda-se — o Rei metido em explo rações econômicas apenas para tirar pro
landesa, na Bahia e em Pernambuco, é tipicamente obra de emprêsa semi-ofi-
veito delas.
cíal, mais de caráter econômico do que
Quando escritores tentam caracterizar
A invasão ho
políticc.
certos tipos de organização financeira, como "dominial" e "regalista", ou "re-
lutos encontrarem embaraços na tributa
galiana", claro que não endossam a
ção, que depois passou a ser a fonte
<=rcnça numa evolução com etapas su
financeira normal dos governos demo
Isso explica o paradoxo de reis abso
cessivas, mas a predominância fiscal, em _ cráticos. "El-rei, nosso Senhor, deve certas épocas, do governante que vivia viver das rendas de seu domínio" — tra do seu patrimônio ou de monopóliçs ins duzia, em síntese, uma concepção ex tituídos expressamente para determina posta desde Santo Tomás de Aquino e dos serviços rendosos, como moinhos, Bodin até os Cameralistas, que do sé
fomos, engenhos d'água etc. Idade Média, e os monarcas lusitanos,
culo XVI ao XVIII, fariam obra de precursores dos estudos financeiros. E não será errôneo, talvez, atribuir a so
flntes e depois da descoberta do Brasil,
brevivência das idéias camerais à cir
oferecem bons exemplos desses chefes
cunstância de oferecer a Alemanha, so
O fato fói universal, sobretudo na
Estados metidos em empresas de
produção. Lúcio de Azevedo nos pinta
o quadro do tipo de rei que era o mais orte e rico dos agricultores e críadode gado do velho Portugal, assim
bretudo a Prússia, constante tendência
dominialista no século XIX, quando ou tros países da Europa preferiam entregar as explorações telegráfica e ferroviária, então nascentes, às emprêsas privadas.
23
Certo é, porém, que por tôda a parte, sub.sistiram, sob
diferentes
pretextos,
vulgadas,
entre
nós,
por
Anhaia
Melo.
negócios e indústrias a cargo dos gover
nos*, que nunca se despojaram dos Cor
III
reios, anexando a estes, não raro, os te
légrafos e até telefònios.
A Inglaterra
e os Estados Unidos, entretanto, opta
Do ponto de vista do direito adminis trativo e da ciência ou técnica da admi
ram sempre pela concessão das linhas
nistração, ocorre logo o problema da
ferroviárias e telegráficas a particulares, enquanto a França, por motivos cul
escolha do regime jurídico dessas ex plorações estatais. Posta de lado a con cessão, que é a negação do Estado-em presário, este poderia optar, desde logo, por três formas em que se reduzem, nas linhas gerais, as diferentes modalidades
turais ou tradicionais, conservou as fá
bricas de porcelanas de Sòvres e de ta petes de Gobelins c, por orientação de técnica fiscal, os monopólios de fumo e fósforos, no que foi imitada por vá rios países. A Itália, por
encontradiças nas diversas organizações
públicas. a) a autarquia adminis
exemplo, comerciou com o
quinino por inspiraç-ões so-
^
trativa e financeira, liberto
o serviço da legislação e dos estilos que regem o
ciais, assim como, por mo tivos opostos, nada filan trópicos, também o fez com o nosso café, monopo
funcionamento das reparti
ções públicas como regra geral. A E. F. Central do
lizando a importação. Seria longo o ròl des
Brasil, o Loide Brasileiro
sas explorações nos diver-
e a Caixa Econômica se
sos países, ou mesmo pe
riam os exemplos mais ca
los governos locais, tendo
racterísticos;
b) a sociedade anôni
merecido muito favor, há
cêrca de meio século, o
ma de economia mista, ou
chamado "socialismo muni
seja a operação com a cola
de serviços públicos", teorizado, do pon
boração privada, tendo o Estado como principal acionista, e sob
cipal" ou "municipalização to de vista econômico, por Montemar-
o regime jurídico, que, em alguns pon
tini e ainda hoje defendido por nomes ilustres, entre os quais, na Argentina, o sábio prof. Rafael Bielsa em prefácio
parativamente com as demais socieda des por ações: — o "Banco do Brasil,
ao livro de Natálio Muratti.
S. A."; a "Cia. do Vale do Rio Doce",
Essa in
tos, a coloca em situação especial com
dústria oficial oferece exemplos até de padarias, clínicas, leiterias, emprêsas fu nerárias 8 de seguro, a cargo das Pre
por exemplo;
feituras, além dos casos, — comuns até
"Correios e Telégrafos".
na Inglaterra e Estados Unidos, de operação municipal de usinas elétri cas, matadouros, rêdes de gás, água e transportes urbanos, tão bem di
c) o regime geral das repartições, vale dizer o sistema burocrático: — os Dificilmente, à base dos dados cO'
nhecidos, seria possível um pronuncia mento sobre os méritos e inconvenien
tes dessas diversas formas, pois o Brasil
^1
-TTTTT*^
24
Digesto Econômico
oferece resultados contraditórios no mes
mo setor. A "Cia. Navegação Costeira"
O Ministério da Viação intervém na E. F. Central do Brasil com a mesma
é tão patrimônio nacional e tão autar
liberdade de ação com que o ministro
quia quanto o Loide Brasileiro, mas ex plorando a mesma indústria, nas mes
telefônio ao Banco do Brasil.
da Fazenda já tem dado ordens até pelo
mas linhas, um e outra oferecem re
sultados díspares. E, por isso, mesmo repugna aos dirigent^es do último a fusão com a primeira, o que seria me dida curial de governo.
IV
Em verdade, o problema capital é do ordem financeira.
.Ks ferrovias federais são todas defici
Se, ao contrário do que acontece, as
tárias e não proporcionam alto padrão
emprêsas industriais ou comerciais do
de serviço, ainda quando autarquias ou instaladas em zonas de densidade de
Estado tivessem patrimônio próprio e cobrissem as suas despesas com as pró
mográfica e econômica. Mas ferrovias estaduais, em zonas menos favoráveis,
prias receitas, trazendo saldos positivos aos cofres públicos, a exemplo das em
Dioesto
Econômico
25
ções unitárias, como a França, onde lhe
da E. F. Central do Brasil para o mes
dedicou um volume Jean Blanchct, que estudou o paradoxo do Eslado-contribuinte: — "il scmble paradoxal à pre-
mo exercício (a bagatela do alguns billiôes) porque um funcionário se es quecera de estudá-lo em tempo útil
micre vue que 'TEtat Puissanco Publi
naquele Departamento.
que", detenteur du pouvoir régalien de Icver les impots, puisse em jnême temps êtrc, lui-mènic, son propre contribuablo". Mas explica o autor citado que, embora a isenção pareça a regra, "a priori", as próprias restrições dos podores públicos á atividade privada tendem
a diminuir a margem tributária disponí vel ("Les Serviços Publics en Bégie devant Tímpôt", pg. 22). E a verdade dessa ponderação está
como a E. F. de Nazaré (Bahia) já
presas privadas, a autonomia seria com
em que o governo soviético, a despeito
têm apresentado resultados apreciáveis
preendida, senão justificada.
durante vários exercícios.
Ai teríamos logo uma questão já de batida noutros países: — essas empresas
de ser o maior empresário do país, não pode prescindir de tais impostos no seu
Há boas razões para sustentarem al guns que a situação próspera do Banco do Brasil não resulta da sua condição
devem pagar impostos, como as parti culares, ou ficar isentas? À primeira
de sociedade de economia mista, que
vista, a resposta negativa parece a úni
apenas opulentou particulares através de
ca possível, em face do art. 31, n.° V
oportunidade para lembrar que o desejo segredo da preferência pelas formas au tárquicas de exploração estatal, a ponto
O problema está em apurar-se até
o tipo do impôsto e do regime jurídico
mera execução técnica de velhos ser
que ponto a rigidez e a rotina burocrá ticas podem comprometer a flexibilida
ciedade mista acarretará uma franquia
de necessária a certos tipos de explo ração. Os Correios e Telégrafos, a des peito do "déficit" inerente a tarifas
baixas e obsoletas, mostram que essa flexibilidade não é incompatível com o
da exploração oficial. A isenção da so imerecida aos particulares que subscre veram suas ações.
Não se conceberia
isenção do impôsto de consumo para o chocolate que o Instituto de Cacau,
regime administrativo comum, nem com
autarquia do Estado da Bahia, viesse a fabricar, nem se admite isenção do
a discriminação orçamentária. A verdade é que a autonomia admi- .
impôsto de vendas e consignações para as obras que a Imprensa Nacional, por
nistrativa só existe no nome e em rela
acaso, aceite de particulares.
ção ao Congresso, porque, em regra, as
Muito embora esse problema avulte
chamadas autarquias e até as socieda
e ate certo ponto só apareça nos países
das aos ministros de Estado.
já foi profundamente estudado nas na-
des de economia mista vivem subordina .
de organização federal, como o nosso,
as emprêsas que não interessam a nin guém e, então, terá de ássentá-las na quela .superfície tributária, fazendo pa
gar por todos os contribuintes o que só
complica na moldura dos grandes de
E por falar em orçamento, cabe a
pio da imunidade recíproca entre a União, Estados e Municípios. O e.xame dos casos concretos, entre tanto, aconselhará distinções conforme
de testemunho dessa observação.
colhe as empresas mais lucrativas e nesse caso diminui a superfície tribu tária ao seu dispor; ou recolhe apenas
capitalistas.
convenientes notórios da vinculação go
sem capital, nem apoio particular, serve
ceiro, o problema do Estado-empresario não escapa da alternativa: ou es
versos daqueles decretados pelos países
orçamento, sob outros aspectos bem di
"a" da Constituição, ou seja o princí
E a Caixa Econômica,
dêles não conheça o Congresso. Em resumo, do ponto de vista finan
aproveita a alguns usuários. Èsse dilema retira a questão do campo financeiro para o campo político e o
regalias oficiais, sem evitar certos in vernamental.
E se tais orçamentos se elaboram e
são rigorosos não há razão para que
de fugir à sua disciplina desvenda o
de terem sido aplicadas a repartições que
nada têm de industrial e representam
bates ideológicos do nosso tempo.
Por outro lado — objetarão — se o Es tado limita lucros e tributa violenta
mente atividades, desencoraja estas e
impossibilita aqueles, de modò que, dia a dia, c obrigado a assumir emprêsas úteis que já não guardam atrativos para .a iniciativa privada. Seria um círculo
viços públicos, como, por exemplo, a
vicioso a pedir uma decisão que, era
construção das estradas, atividade go
regra, todos os povos querem adiar na
vernamental desde os Romanos.
enciuzilhada em que se acham.
A fis
calização do Congresso, da Contadoria Central da República e do Tribunal de Contas é sempre incômoda e não se cornpadece com a criação de cargos e fixação de vencimentos ao arbítrio dos
dirigentes, nem com a livre aplicação do verbas. Dir-se-á que as autarquias
João Ninguém, instintivo por exce lência, não deve causar estranheza com o seu sobrecenho carregado contra o Estado-empresário. Ê um caminho ino cente, mas tão longo que pode levar
vivem sujeitas a orçamentos elaborados sob o controle do "Dasp". Mas o ar
um povo àquelas encruzilhadas da va-
gumento ficou desmoralizado com a di vulgação de notícias de que só em
troceder.
fins de 1947 foi aprovado o orçamento
mesmo em casos limitados e excepcio-
cilação quando -já muitOj tarde para re É conveniente a emprêsa do Estado,
-TTTTT*^
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Digesto Econômico
oferece resultados contraditórios no mes
mo setor. A "Cia. Navegação Costeira"
O Ministério da Viação intervém na E. F. Central do Brasil com a mesma
é tão patrimônio nacional e tão autar
liberdade de ação com que o ministro
quia quanto o Loide Brasileiro, mas ex plorando a mesma indústria, nas mes
telefônio ao Banco do Brasil.
da Fazenda já tem dado ordens até pelo
mas linhas, um e outra oferecem re
sultados díspares. E, por isso, mesmo repugna aos dirigent^es do último a fusão com a primeira, o que seria me dida curial de governo.
IV
Em verdade, o problema capital é do ordem financeira.
.Ks ferrovias federais são todas defici
Se, ao contrário do que acontece, as
tárias e não proporcionam alto padrão
emprêsas industriais ou comerciais do
de serviço, ainda quando autarquias ou instaladas em zonas de densidade de
Estado tivessem patrimônio próprio e cobrissem as suas despesas com as pró
mográfica e econômica. Mas ferrovias estaduais, em zonas menos favoráveis,
prias receitas, trazendo saldos positivos aos cofres públicos, a exemplo das em
Dioesto
Econômico
25
ções unitárias, como a França, onde lhe
da E. F. Central do Brasil para o mes
dedicou um volume Jean Blanchct, que estudou o paradoxo do Eslado-contribuinte: — "il scmble paradoxal à pre-
mo exercício (a bagatela do alguns billiôes) porque um funcionário se es quecera de estudá-lo em tempo útil
micre vue que 'TEtat Puissanco Publi
naquele Departamento.
que", detenteur du pouvoir régalien de Icver les impots, puisse em jnême temps êtrc, lui-mènic, son propre contribuablo". Mas explica o autor citado que, embora a isenção pareça a regra, "a priori", as próprias restrições dos podores públicos á atividade privada tendem
a diminuir a margem tributária disponí vel ("Les Serviços Publics en Bégie devant Tímpôt", pg. 22). E a verdade dessa ponderação está
como a E. F. de Nazaré (Bahia) já
presas privadas, a autonomia seria com
em que o governo soviético, a despeito
têm apresentado resultados apreciáveis
preendida, senão justificada.
durante vários exercícios.
Ai teríamos logo uma questão já de batida noutros países: — essas empresas
de ser o maior empresário do país, não pode prescindir de tais impostos no seu
Há boas razões para sustentarem al guns que a situação próspera do Banco do Brasil não resulta da sua condição
devem pagar impostos, como as parti culares, ou ficar isentas? À primeira
de sociedade de economia mista, que
vista, a resposta negativa parece a úni
apenas opulentou particulares através de
ca possível, em face do art. 31, n.° V
oportunidade para lembrar que o desejo segredo da preferência pelas formas au tárquicas de exploração estatal, a ponto
O problema está em apurar-se até
o tipo do impôsto e do regime jurídico
mera execução técnica de velhos ser
que ponto a rigidez e a rotina burocrá ticas podem comprometer a flexibilida
ciedade mista acarretará uma franquia
de necessária a certos tipos de explo ração. Os Correios e Telégrafos, a des peito do "déficit" inerente a tarifas
baixas e obsoletas, mostram que essa flexibilidade não é incompatível com o
da exploração oficial. A isenção da so imerecida aos particulares que subscre veram suas ações.
Não se conceberia
isenção do impôsto de consumo para o chocolate que o Instituto de Cacau,
regime administrativo comum, nem com
autarquia do Estado da Bahia, viesse a fabricar, nem se admite isenção do
a discriminação orçamentária. A verdade é que a autonomia admi- .
impôsto de vendas e consignações para as obras que a Imprensa Nacional, por
nistrativa só existe no nome e em rela
acaso, aceite de particulares.
ção ao Congresso, porque, em regra, as
Muito embora esse problema avulte
chamadas autarquias e até as socieda
e ate certo ponto só apareça nos países
das aos ministros de Estado.
já foi profundamente estudado nas na-
des de economia mista vivem subordina .
de organização federal, como o nosso,
as emprêsas que não interessam a nin guém e, então, terá de ássentá-las na quela .superfície tributária, fazendo pa
gar por todos os contribuintes o que só
complica na moldura dos grandes de
E por falar em orçamento, cabe a
pio da imunidade recíproca entre a União, Estados e Municípios. O e.xame dos casos concretos, entre tanto, aconselhará distinções conforme
de testemunho dessa observação.
colhe as empresas mais lucrativas e nesse caso diminui a superfície tribu tária ao seu dispor; ou recolhe apenas
capitalistas.
convenientes notórios da vinculação go
sem capital, nem apoio particular, serve
ceiro, o problema do Estado-empresario não escapa da alternativa: ou es
versos daqueles decretados pelos países
orçamento, sob outros aspectos bem di
"a" da Constituição, ou seja o princí
E a Caixa Econômica,
dêles não conheça o Congresso. Em resumo, do ponto de vista finan
aproveita a alguns usuários. Èsse dilema retira a questão do campo financeiro para o campo político e o
regalias oficiais, sem evitar certos in vernamental.
E se tais orçamentos se elaboram e
são rigorosos não há razão para que
de fugir à sua disciplina desvenda o
de terem sido aplicadas a repartições que
nada têm de industrial e representam
bates ideológicos do nosso tempo.
Por outro lado — objetarão — se o Es tado limita lucros e tributa violenta
mente atividades, desencoraja estas e
impossibilita aqueles, de modò que, dia a dia, c obrigado a assumir emprêsas úteis que já não guardam atrativos para .a iniciativa privada. Seria um círculo
viços públicos, como, por exemplo, a
vicioso a pedir uma decisão que, era
construção das estradas, atividade go
regra, todos os povos querem adiar na
vernamental desde os Romanos.
enciuzilhada em que se acham.
A fis
calização do Congresso, da Contadoria Central da República e do Tribunal de Contas é sempre incômoda e não se cornpadece com a criação de cargos e fixação de vencimentos ao arbítrio dos
dirigentes, nem com a livre aplicação do verbas. Dir-se-á que as autarquias
João Ninguém, instintivo por exce lência, não deve causar estranheza com o seu sobrecenho carregado contra o Estado-empresário. Ê um caminho ino cente, mas tão longo que pode levar
vivem sujeitas a orçamentos elaborados sob o controle do "Dasp". Mas o ar
um povo àquelas encruzilhadas da va-
gumento ficou desmoralizado com a di vulgação de notícias de que só em
troceder.
fins de 1947 foi aprovado o orçamento
mesmo em casos limitados e excepcio-
cilação quando -já muitOj tarde para re É conveniente a emprêsa do Estado,
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Digesto Econômico
nais? Ainda que postas na balança considerações políticas, morais, estraté gicas, sociais enfim, nenhuma regra ge ral poderia ser enunciada fora da apre
e imensa empresa de produção algo
ciação de cada caso concreto.
semelhante a uma cooperativa gigantes ca ou foco de um sistema planetário de milhões de emprêsas e atividades indivi duais, que gravitassem em tôrno de
A própria condição de organizador e planejador geral, tão enfatizada hoje,
sua força de coesão e calor, — enfim naquele aspecto econômico entrevisto ou
investe o Estado noutra função mais
profetizado por tantos pensadores ale mães do século passado.
nobre e precípua, o papel de complexa
Porque o Estado intervém no Comércio de Seguros por D.\vi Campista Filho
jpoi na Inglaterra, já cm meados do século passado, quando dominavam as idéias de Adam Smltli em alta esti
lucros incluem os ganhos dos lavradores e a renaa dos profissionais). Depois dos impostas descontados, o quadro é diferente. A percentagem de renda privada caiu 00 passo que a dos salários aumentou de 39,6 em 1938 para 45,4 em 1946. É di-
jicá dizer o que isto representa como redistribuição da renda, pois é preciso tornar em conta também o aumento do número de assalariados.
O "Livro Branco" sobre a redistribuição de renda apresenta um panorama nítido, mostrando os efeitos da taxação direta sôbre a renda privada. Em 1938 havia 105.000 rendas sujeitas a sôbretaxa, isto é, acima de £2.000 ou seja 10,3 por cento do total da renda privada antes da taxação e 7,2 por cento depois, ^m 1945 o número de pessoas com renda superior a £2.000 havia subido para 132.000, mas antes da taxação representavam apenas 6,2 por cento, e depois 3,3 por cento. O número de pessoas com renda de £4.000 a £6.000, descontados os impostos, caiu de 12.000 em 1938 para 840 em 1945-46, e o de pessoas com renda mais de £6.000 decresceu de 7.000 em 1938 para 45 em 1945-46.
A seguinte tabela mostra as rendas em 1938 e 1946, em cinco grupos-. Número de pessoas
Renda anual
1938
^150 ^250
_
250 500
- 1.000
*1-000 - 2.000
^2.000 ou mais
1946
fiscal da inconw tax que Pitt estabele
mação da iniciativa particular, que se
cera para isentar de imposto a parte de
veio apelar para a intervenção do E.sta-
rendimentos destinada ã previdência.
do no Comércio de Seguros. Fazia-se necessária, ante os desastres que se en
seguro em tôdas as suas modalidades.
A Inglaterra era o país de eleição do
fugirem as companhias de seguros de vida de suas responsabilidades pela in terrupção de negócios, transferência de carteiras ou pela falência, ressurgindo
Em muito devia ao Llotjd de Londres, a mais franca agremiação de negócios e intcrêsses, surgidas dos fatos de cada dia em que a ansiedade individual busca solidariedade protetora, que das reimiões
todavia de taes escombros em continua
de negociantes e navegantes em um
cadearam no decurso de 30 anos, ao
A distribuição da renda privada, antes e depois da taxação, é revelada numa interessante publicação do Govêmo britânico, abrangendo os anos de 1938 a 1946. N" ão se considerando taxa alguma a percentagem dos salários subiu de 36,5 em 1946, e a percentagem de juros e lucros de 32,2 para 35,9 nos mesmos anos. (Os
blico que o compreendera e encorajava n iniciativa privada, como à tolerância
Café de Tower Street no século XVII
ção de um ciclo sinistro.
Semelhante situação punha em pe
se transformou em verdadeira Bòlsa de
rigo o patrimônio do público colhido
Seguros onde as atividades marítimas e
nas malhas
Companics,
assecuratórias hauriram, sempre, força
quando justamente se movia o indivíduo
do expansão e a correção britânica. De preferência o seguro de rida se duzia os homens de negócios, todavia propensos à desenfreada especulação, a tudo quanto pode conduzir a cobiça em
das
Bubble
à prática de um ato altruistico de res guardo ao futuro da família.
Jazia, entretanto, numa impassibilidade inoperante desde 1844 a lei "Joint Stoclc Companies Act" que se limitava a cuidar dos registros das companhias em caráter definitivo ou provisório. Spencer condenou-a acevbamente, exem
plo contraproducente da intervenção do Estado, pois destinada a proteger o pú blico contra promessas ilusórias, essa lei vinha estimular modalidades de furto.
campo livre. Era ainda a influência de seu pecado
de origem que, havia tempo, tinlia feito de uma convenção altruísta de previ dência uma aventura de apostas sôbre as vidas de reis, príncipes, papas, ou
a duração em graça soberana das favo ritas do bem amado Luiz XV.
Considerava, quando a intervenção do legislador não é bem sucedida, que ela não se toma apenas imitil, porém fre-
O sr. Davi Campista FÜho examina a intervenção do Estado no Comércio de
4.500.000
7.950.000
qüentémente nociva.
1.820.000 450.000 155.000 75.000
5.225.000 652.000
O seguro de vida depois de encontrar
Seguros e conclui que não deve o Es'
em 1762 suas condições de viabilidade
tado ser apenas o Estado gendarme,
na técnica da Equitable, florescia em
porém o de tutela dos interesses da
esplêndido progresso graças ao favor pú-'
coletividade.
137.000 35.500
26
Digesto Econômico
nais? Ainda que postas na balança considerações políticas, morais, estraté gicas, sociais enfim, nenhuma regra ge ral poderia ser enunciada fora da apre
e imensa empresa de produção algo
ciação de cada caso concreto.
semelhante a uma cooperativa gigantes ca ou foco de um sistema planetário de milhões de emprêsas e atividades indivi duais, que gravitassem em tôrno de
A própria condição de organizador e planejador geral, tão enfatizada hoje,
sua força de coesão e calor, — enfim naquele aspecto econômico entrevisto ou
investe o Estado noutra função mais
profetizado por tantos pensadores ale mães do século passado.
nobre e precípua, o papel de complexa
Porque o Estado intervém no Comércio de Seguros por D.\vi Campista Filho
jpoi na Inglaterra, já cm meados do século passado, quando dominavam as idéias de Adam Smltli em alta esti
lucros incluem os ganhos dos lavradores e a renaa dos profissionais). Depois dos impostas descontados, o quadro é diferente. A percentagem de renda privada caiu 00 passo que a dos salários aumentou de 39,6 em 1938 para 45,4 em 1946. É di-
jicá dizer o que isto representa como redistribuição da renda, pois é preciso tornar em conta também o aumento do número de assalariados.
O "Livro Branco" sobre a redistribuição de renda apresenta um panorama nítido, mostrando os efeitos da taxação direta sôbre a renda privada. Em 1938 havia 105.000 rendas sujeitas a sôbretaxa, isto é, acima de £2.000 ou seja 10,3 por cento do total da renda privada antes da taxação e 7,2 por cento depois, ^m 1945 o número de pessoas com renda superior a £2.000 havia subido para 132.000, mas antes da taxação representavam apenas 6,2 por cento, e depois 3,3 por cento. O número de pessoas com renda de £4.000 a £6.000, descontados os impostos, caiu de 12.000 em 1938 para 840 em 1945-46, e o de pessoas com renda mais de £6.000 decresceu de 7.000 em 1938 para 45 em 1945-46.
A seguinte tabela mostra as rendas em 1938 e 1946, em cinco grupos-. Número de pessoas
Renda anual
1938
^150 ^250
_
250 500
- 1.000
*1-000 - 2.000
^2.000 ou mais
1946
fiscal da inconw tax que Pitt estabele
mação da iniciativa particular, que se
cera para isentar de imposto a parte de
veio apelar para a intervenção do E.sta-
rendimentos destinada ã previdência.
do no Comércio de Seguros. Fazia-se necessária, ante os desastres que se en
seguro em tôdas as suas modalidades.
A Inglaterra era o país de eleição do
fugirem as companhias de seguros de vida de suas responsabilidades pela in terrupção de negócios, transferência de carteiras ou pela falência, ressurgindo
Em muito devia ao Llotjd de Londres, a mais franca agremiação de negócios e intcrêsses, surgidas dos fatos de cada dia em que a ansiedade individual busca solidariedade protetora, que das reimiões
todavia de taes escombros em continua
de negociantes e navegantes em um
cadearam no decurso de 30 anos, ao
A distribuição da renda privada, antes e depois da taxação, é revelada numa interessante publicação do Govêmo britânico, abrangendo os anos de 1938 a 1946. N" ão se considerando taxa alguma a percentagem dos salários subiu de 36,5 em 1946, e a percentagem de juros e lucros de 32,2 para 35,9 nos mesmos anos. (Os
blico que o compreendera e encorajava n iniciativa privada, como à tolerância
Café de Tower Street no século XVII
ção de um ciclo sinistro.
Semelhante situação punha em pe
se transformou em verdadeira Bòlsa de
rigo o patrimônio do público colhido
Seguros onde as atividades marítimas e
nas malhas
Companics,
assecuratórias hauriram, sempre, força
quando justamente se movia o indivíduo
do expansão e a correção britânica. De preferência o seguro de rida se duzia os homens de negócios, todavia propensos à desenfreada especulação, a tudo quanto pode conduzir a cobiça em
das
Bubble
à prática de um ato altruistico de res guardo ao futuro da família.
Jazia, entretanto, numa impassibilidade inoperante desde 1844 a lei "Joint Stoclc Companies Act" que se limitava a cuidar dos registros das companhias em caráter definitivo ou provisório. Spencer condenou-a acevbamente, exem
plo contraproducente da intervenção do Estado, pois destinada a proteger o pú blico contra promessas ilusórias, essa lei vinha estimular modalidades de furto.
campo livre. Era ainda a influência de seu pecado
de origem que, havia tempo, tinlia feito de uma convenção altruísta de previ dência uma aventura de apostas sôbre as vidas de reis, príncipes, papas, ou
a duração em graça soberana das favo ritas do bem amado Luiz XV.
Considerava, quando a intervenção do legislador não é bem sucedida, que ela não se toma apenas imitil, porém fre-
O sr. Davi Campista FÜho examina a intervenção do Estado no Comércio de
4.500.000
7.950.000
qüentémente nociva.
1.820.000 450.000 155.000 75.000
5.225.000 652.000
O seguro de vida depois de encontrar
Seguros e conclui que não deve o Es'
em 1762 suas condições de viabilidade
tado ser apenas o Estado gendarme,
na técnica da Equitable, florescia em
porém o de tutela dos interesses da
esplêndido progresso graças ao favor pú-'
coletividade.
137.000 35.500
28
Digesto Econõnuco
Deparava-se, assim, uma situação de estranha disparidade, pois enquanto o Seguro de vida se estruturava em ciên
cia exata, através de companhias mun
organi.smo econômico subsista e evolua.
Assim havia acontecido ao patentear o seguro sua virtude .saneadora na eco
nomia, o que ensejou a expansão do co
para percorrer falso caminho, cujo fim
cios de seus interôsses. O controle das ope rações seria tão sòmentc pcrmissível aos "Cliartered-Accountants^', aos quais se
era a falência ou fusão à sociedade mais
facultaria o exame de livros e documen
® XVI, fazendo de muitas cidades gran
tos das companhias, quando necessário.
des centros do atividade comercial e es timulando o cntielaçamento dos ne
dialmente bem reputadas, outras surgiam forte. Essas "amaís.atnatÍons", como di ziam, tiveram alarmante significação,
^ quando "The European" absorveu em
Semelhante intervenção decorria do re-
mércio marítimo, o intercâmbio entre as nações européias durante os séculos XV
gimen de publicidade, de caráter pura mente privado, recaindo em perito ju
gócios.
ramentado de comprovada competên
Cairo abre o primeiro estudo no Brasil
gico de crescimento a ponto de afetar Seriamente um organismo em pleno flo
cia técnica e honorabílidade profissional. A política de seguros — que sc en tende o conjunto de medidas que o
sobre a matéria, tiazem-nos a concor dância de seu pensamento.
rescimento.
Estado adota com o fim de fomentar e
"É universalmente reconhecida entre as
Em todos os tempos, esforçaram-se os
imprimir ao seguro melhores garantias
nações
legisladores em preservar e proteger o seguro na sua estrita função econômica,
— não se firmou na Inglaterra sobre ex cessos de leis, pois a "Companies Act"
—
douto e antigo co-
pois a especulação sempre o acompa
em 1929 codificava as duas leis de 1870
nhou como uma sombra sinistra.
e 1909.
mercialista brasileiro — a utilidade do con
n poucos anos 33 companliias congêneres.
^
ampla publicidade aos resultados de suas operações, permitindo-se assim nos próprios segurados fiscalizarem os negó
Digesto EcoxÓAnco
Um escritor denominou tal fenômeno
de moléstia do seguro, estado patoló
Fo
ram, entretanto, medidas legais que aca
A intervenção do Estado é, assim,
As palavras com que o Visconde de
comerciantes,
e.screveu
o
trato do seguro.
mais
A
29
Mas tudo isso dizia respeito ao di reito do contrato, definindo a posição
das partes que se revestia de legitimida de na reciprocidade de suas relações. Faltava, portanto, muito mais, pois, ao
considerar-se a extensão das res^nsabilidades do segurador, sentir-se-ia mui tas vezes em perigo sua solvabilidade. Persuadiam-se os legisladores de que se a convenção se processasse sob disci plina dos preceitos legais e a operação segundo a técnica provada pela experiên cia, a solvabilidade do segurador teria de resultar plenamente garantida como na tural conseqüência. À medida que as civilizações avançam, tanto mais o seguro
estende^ sua rêde de cobertura sobre todas
as riquezas, irrigando
o organismo da nação
baram formando o direito do seguro,
uma expressão de respeito à iniciativa
experiência mostra que
pura expressão do direito privado, en
privada à qual se cometem encargos da
sem o seu socorro não
quanto a situação reclamava procedimen
se poderia vantajosa
to de direito público e administrativo, uma intervenção do Estado capaz de
própria vigilância, tão somente admissí vel a um povo do grau de cultura e edu
cação como o inglês, cujo espírito de
mércio
ferir o dogma .do self-help e da liberda-
compreensão e renúncia ante o bem e
menos dar-se-lbe a in
era o caminho esco
dade industrial e comercial.
interesse da coletividade, dá atualmen
definida extensão, e atividade de que é suscetível, e que tanto contribui para recípro ca abundância e civilização dos povos".
lhido pelos governos ciosos de popularida de, quando os filósofos
Mas quando em 1869 a falência rui
dosa da companhia The Albert veio en
te surpreendentes provas de admiração a tôda a humanidade.
grossar a série de desastres, o clamor
dos prejudicados chegou a ecoar no Par lamento, sendo então promulgada a lei
ÍH
5i:
mente sustentar o co
marítimo, e
Reconhecendo tão irradiante influên
— Life Assurance Companies Act em
, No domínio da economia política, na
cia nos destinos da economia das nações,
1870 e completada nos dois anos se
imensa rêde em que se sincronizam as fôrças de produção, circulação e consu
seus governantes não deixaram de se
mo das riquezas, o seguro estende sua ação terapêutica para prevenir e acautelar a economia dos povos contra as falhas e imperfeições dos seus motores
ção de garantia para a recuperação e
guintes.
Entretanto, a providência legal não foi de molde a policiar as atividades das companhias consoante a exigência e apê-
lo das economias em perigo. Era ins tituído o regiraen de liberdade com pu blicidade e controle dos interessados.
vitais.
A intervenção do Estado limitava-se ^ exigir que os seguradores dessem
das pelo seguro, resguardam-se das in tempéries, permitindo desta sorte que o
Bens e atividades criadoras, acoberta
preocupar em fazer do seguro a opera restauração de valores. Os usos e costu
mes nas praças de comércio estratífica-
vam-se aos poucos no direito do seguro e os primeiros corpos de leis surgiram
com seu fluxo anima dor.
Mas quando ao fim do século passado, o socialismo do Estado
crismaram de Estado
Moderno aquêle de mais amplas funções na ordem econômica, de interferência em tôdas as esferas da atividade do ho
mem, e cuja missão precipua é o bem-estar - social, chegaram a atribuir ao Estado a exploração de negócios próprios da iniciativa privada — como bancos, caixas econômicas, seguros, montepios, hospitais etc. Mais do que qualquer outro, dizia
com as ordenanças de Bilbáu, Burgos,
Leroy-Beaulieu, o Estado Moderno é de
Barcelona, o Guidon de Ia mer e as or denações da Marinha de França.
licado, precário, corruptível e inclinado
à opressão; a interferência do Estado
28
Digesto Econõnuco
Deparava-se, assim, uma situação de estranha disparidade, pois enquanto o Seguro de vida se estruturava em ciên
cia exata, através de companhias mun
organi.smo econômico subsista e evolua.
Assim havia acontecido ao patentear o seguro sua virtude .saneadora na eco
nomia, o que ensejou a expansão do co
para percorrer falso caminho, cujo fim
cios de seus interôsses. O controle das ope rações seria tão sòmentc pcrmissível aos "Cliartered-Accountants^', aos quais se
era a falência ou fusão à sociedade mais
facultaria o exame de livros e documen
® XVI, fazendo de muitas cidades gran
tos das companhias, quando necessário.
des centros do atividade comercial e es timulando o cntielaçamento dos ne
dialmente bem reputadas, outras surgiam forte. Essas "amaís.atnatÍons", como di ziam, tiveram alarmante significação,
^ quando "The European" absorveu em
Semelhante intervenção decorria do re-
mércio marítimo, o intercâmbio entre as nações européias durante os séculos XV
gimen de publicidade, de caráter pura mente privado, recaindo em perito ju
gócios.
ramentado de comprovada competên
Cairo abre o primeiro estudo no Brasil
gico de crescimento a ponto de afetar Seriamente um organismo em pleno flo
cia técnica e honorabílidade profissional. A política de seguros — que sc en tende o conjunto de medidas que o
sobre a matéria, tiazem-nos a concor dância de seu pensamento.
rescimento.
Estado adota com o fim de fomentar e
"É universalmente reconhecida entre as
Em todos os tempos, esforçaram-se os
imprimir ao seguro melhores garantias
nações
legisladores em preservar e proteger o seguro na sua estrita função econômica,
— não se firmou na Inglaterra sobre ex cessos de leis, pois a "Companies Act"
—
douto e antigo co-
pois a especulação sempre o acompa
em 1929 codificava as duas leis de 1870
nhou como uma sombra sinistra.
e 1909.
mercialista brasileiro — a utilidade do con
n poucos anos 33 companliias congêneres.
^
ampla publicidade aos resultados de suas operações, permitindo-se assim nos próprios segurados fiscalizarem os negó
Digesto EcoxÓAnco
Um escritor denominou tal fenômeno
de moléstia do seguro, estado patoló
Fo
ram, entretanto, medidas legais que aca
A intervenção do Estado é, assim,
As palavras com que o Visconde de
comerciantes,
e.screveu
o
trato do seguro.
mais
A
29
Mas tudo isso dizia respeito ao di reito do contrato, definindo a posição
das partes que se revestia de legitimida de na reciprocidade de suas relações. Faltava, portanto, muito mais, pois, ao
considerar-se a extensão das res^nsabilidades do segurador, sentir-se-ia mui tas vezes em perigo sua solvabilidade. Persuadiam-se os legisladores de que se a convenção se processasse sob disci plina dos preceitos legais e a operação segundo a técnica provada pela experiên cia, a solvabilidade do segurador teria de resultar plenamente garantida como na tural conseqüência. À medida que as civilizações avançam, tanto mais o seguro
estende^ sua rêde de cobertura sobre todas
as riquezas, irrigando
o organismo da nação
baram formando o direito do seguro,
uma expressão de respeito à iniciativa
experiência mostra que
pura expressão do direito privado, en
privada à qual se cometem encargos da
sem o seu socorro não
quanto a situação reclamava procedimen
se poderia vantajosa
to de direito público e administrativo, uma intervenção do Estado capaz de
própria vigilância, tão somente admissí vel a um povo do grau de cultura e edu
cação como o inglês, cujo espírito de
mércio
ferir o dogma .do self-help e da liberda-
compreensão e renúncia ante o bem e
menos dar-se-lbe a in
era o caminho esco
dade industrial e comercial.
interesse da coletividade, dá atualmen
definida extensão, e atividade de que é suscetível, e que tanto contribui para recípro ca abundância e civilização dos povos".
lhido pelos governos ciosos de popularida de, quando os filósofos
Mas quando em 1869 a falência rui
dosa da companhia The Albert veio en
te surpreendentes provas de admiração a tôda a humanidade.
grossar a série de desastres, o clamor
dos prejudicados chegou a ecoar no Par lamento, sendo então promulgada a lei
ÍH
5i:
mente sustentar o co
marítimo, e
Reconhecendo tão irradiante influên
— Life Assurance Companies Act em
, No domínio da economia política, na
cia nos destinos da economia das nações,
1870 e completada nos dois anos se
imensa rêde em que se sincronizam as fôrças de produção, circulação e consu
seus governantes não deixaram de se
mo das riquezas, o seguro estende sua ação terapêutica para prevenir e acautelar a economia dos povos contra as falhas e imperfeições dos seus motores
ção de garantia para a recuperação e
guintes.
Entretanto, a providência legal não foi de molde a policiar as atividades das companhias consoante a exigência e apê-
lo das economias em perigo. Era ins tituído o regiraen de liberdade com pu blicidade e controle dos interessados.
vitais.
A intervenção do Estado limitava-se ^ exigir que os seguradores dessem
das pelo seguro, resguardam-se das in tempéries, permitindo desta sorte que o
Bens e atividades criadoras, acoberta
preocupar em fazer do seguro a opera restauração de valores. Os usos e costu
mes nas praças de comércio estratífica-
vam-se aos poucos no direito do seguro e os primeiros corpos de leis surgiram
com seu fluxo anima dor.
Mas quando ao fim do século passado, o socialismo do Estado
crismaram de Estado
Moderno aquêle de mais amplas funções na ordem econômica, de interferência em tôdas as esferas da atividade do ho
mem, e cuja missão precipua é o bem-estar - social, chegaram a atribuir ao Estado a exploração de negócios próprios da iniciativa privada — como bancos, caixas econômicas, seguros, montepios, hospitais etc. Mais do que qualquer outro, dizia
com as ordenanças de Bilbáu, Burgos,
Leroy-Beaulieu, o Estado Moderno é de
Barcelona, o Guidon de Ia mer e as or denações da Marinha de França.
licado, precário, corruptível e inclinado
à opressão; a interferência do Estado
' II m
Digesto
30
restringindo a liberdade individual e a responsabilidade pessoal, enerva a von
"a garantia fabricada por seus cálculos"
tade.
presenta atividade econômica, o enfra quecimento ou ruptura dessa garantia viria causar à economia publica pertur-
O intervencionismo procede-se por duas formas: por meio de ação, o Es tado substitui-se à iniciativa particular, explorando a indústria que exerce por seus órgãos especiais, como no caso dos monopólios;
baç-ões de incalculáveis conseqüências Justificava-se ainda a vigilância do Poder Publico originada de três ordens
traça as normas de seu estabelecimento e funcionamento, assistindo-as com uma
das vitalícias, em seguida, da vítima do
fisc-alizaçáo preventiva e controle per
sinistro que precisa ser defendida contra
manente de suas atividades.
as companhias incscrupulosas ou mal geridas; e em terceiro iogar, que as companhias de seguros adquiram rapida mente considerável potencialidade finan ceira, tomando-se por isso imprescindí
As empresas de seguros pelo alcance de suas atividades de irradiante ação
econômica e social, ofereciam campo de melhor justificação ao intervencionismo,
notando-se que foi o seguro de vida a reclamá-lo primeiro, a bem de seu de
conforme o sistema francês, belga e o nosso — regime da liberte siirvcillce, cujo fim é de \elar pela segurança das ope rações e de vigiar a garantia de sol\'abilidade do segurador.
tanto econômicas como sociais.
junto às empresas privadas para as quais
»
sem intromissão na gestão das emprêsas,
à imensa clientela feita de tudo que re
de interesses. Primeiramente daquele que pagou durante muitos anos prêmios
— por meio de regulamentos, atuando
Dícesto Econômico
Econômico
somente autorizar, fazia-se necessário,
outTossim verificar-se a aplicação or denada, cometida então ao Ministério
da Fazenda, e pela lei de 1901 à Supe
A intervenção funda-se em dois ele
rintendência Geral dos Seguros. O re gime brasileiro de autorização e con trole assim se estabelecia, executado pela
mentos principais — autoriz;xção e con trole. O Poder Publico confere autori
quando se transforma em Departamento
zação a uma companhia para funcionar
mediante comprovação de sua idonei dade 8 capacidade técnica para operar
para constituição de um capital ou ren
31
em seguros.
O controle é, segundo Fourastié, es
Inspetoria de Seguros de 1903 a 1934
Nacional de Seguros Privados e Capita lização que desempenha hoje a interfe rência do Estado nas atividades das
companhias de seguros.
Em um período de cerca de 50 anos
sencialmente uma verificação adminis vinha-se acentuando o intervencionismo trativa; sua mais simples manifestação que assume maiores proporções no reconsiste na investigação, isto é, a facul gimen inaugurado em 1930. dade outorgada a um funcionário públi A República Nova que se instalava co de inspecionar uma sociedade privada, por um movimento revolucionário, ja
vel que seu uso ou aplicação não venha
a ser contrário aos interesses da Nação.
do estudar suas contas, contratos e ar quivos, acompanhando-Ihe as operações
rios, em franca evidência durante o Es
mais disfarçou seus propósitos totalitá
senvolvimento como em defesa de sua
Assim, surgia o intervencionismo da
e de "rechercher atfenfivement" erros e
tado Novo, e por isso, no concernente à
própria existência. A razão da intervenção do Estado
confluência do interesse do segurado, do
irregularidades.
interesse social da vítima e do interesse
apoiava-se:
político da coletividade.
regímen de autorização — o que prece deu em todos os países o interv'encioni.smo — vinha das Cartas Regias que em 1808 concediam permissão para operar na
política de seguros, tomava caminho di reto para sua e.xploração pelo Estado.
A diferença das normas adotadas por
— No resguardo à economia pública a que o seguro é chamado para realizar.
diversas nações, segundo a índole de
— No caráter aleatório do contrato de
cada povo, assinala-se entre dois siste mas extremos — ou é o seguro auto-di-
longa duração em cuja resolução o
segurado, na maioria das vezes, não está presente.
— Na constituição de uma associação de fundos denominada resen'a matemá
tica sôbre a qual nem o segurado nem o segurador tem propriedade definida. A razão que provocou a interferência do Estado dizia respeito ao seguro de vida, mas desde logo justificava-se como
nos países que pretendem tomá-lo a
dos, a exemplo do Uruguai.
saria a solvabilidade do segurador. Cons tituindo o seguro a indústria que vende
tal preceito restringe consideravelmente a amplitude de irradiação do seguro, por
Lisboa" e nas justificações e resoluções
te.xtos açambarcadores constituindo o
do Capitão General da Capitania da
primeiro passo para a estatificação do
Bahia.
segiu-o.
soluções do Conselho dè Estado que deveria surgir a autorização para qual quer companhia de seguros operar no
Transpõe-se em seguida outra grande etapa com a fundação em 1939 do Ins tituto de Resseguros do Brasil. A ati vidade das companhias privadas entro
país.
sa-se com o Instituto que lhes padroniza
Alguns anos mais tarde, era das re
objetivas da economia dirigida, como
perfeita execução, dessa forma endos
Consistiria, então, que o con
A índole fascista, diluída a princípio,
e em ordenação evidente a partir de 1937, começava preceítuando a naciona lização das emprêsas de seguros. Ora,
"Regulações da Casa de Seguros de~ sua natureza internacional, e traz pre-
seguros assume uma das formas mais
trole do Estado impondo regras à ativi dade das emprêsas e velando por sua
seguro.
Baliia às companhias Boa Fé e Conceito
Público. Fundavam-se nos preceitos das
rigido como na Inglaterra em que o re gime de publicidade obrigatória é bas tante para realizar a vigilância do Es tado, transferida aos próprios segurados, — ou então, quando a exploração dos
cargo de seus governos em que se veri fica a estatificação do seguro na expres são de Hermanssdoffer, segundo o qual o Estado empresário explora tais opera ções através de seus órgãos especializa
necessária às outras modalidades do
No Brasil, a primeira manifestação do
A intervenção do Estado toma-se fla
grante em 1895 ao ser promulgada a lei que dispunha sobre aplicação em títulos nacionais dos fundos das reservas mate
Entre um e outro sistema, interpõe-se o de controle e \'ítíilância do Estado
il^
o trabalho em continuada renovação de
modelos que fonnam o maquinismo com
plexo dos serviços, cuja inobservância acarreta sanções pelo órgão do Estado.
máticas das companhias estrangeiras de
Já então, em meio do caminho, de
seguros de vida. E como não bastasse
cide o governo tomar a cargo do Esta-
' II m
Digesto
30
restringindo a liberdade individual e a responsabilidade pessoal, enerva a von
"a garantia fabricada por seus cálculos"
tade.
presenta atividade econômica, o enfra quecimento ou ruptura dessa garantia viria causar à economia publica pertur-
O intervencionismo procede-se por duas formas: por meio de ação, o Es tado substitui-se à iniciativa particular, explorando a indústria que exerce por seus órgãos especiais, como no caso dos monopólios;
baç-ões de incalculáveis conseqüências Justificava-se ainda a vigilância do Poder Publico originada de três ordens
traça as normas de seu estabelecimento e funcionamento, assistindo-as com uma
das vitalícias, em seguida, da vítima do
fisc-alizaçáo preventiva e controle per
sinistro que precisa ser defendida contra
manente de suas atividades.
as companhias incscrupulosas ou mal geridas; e em terceiro iogar, que as companhias de seguros adquiram rapida mente considerável potencialidade finan ceira, tomando-se por isso imprescindí
As empresas de seguros pelo alcance de suas atividades de irradiante ação
econômica e social, ofereciam campo de melhor justificação ao intervencionismo,
notando-se que foi o seguro de vida a reclamá-lo primeiro, a bem de seu de
conforme o sistema francês, belga e o nosso — regime da liberte siirvcillce, cujo fim é de \elar pela segurança das ope rações e de vigiar a garantia de sol\'abilidade do segurador.
tanto econômicas como sociais.
junto às empresas privadas para as quais
»
sem intromissão na gestão das emprêsas,
à imensa clientela feita de tudo que re
de interesses. Primeiramente daquele que pagou durante muitos anos prêmios
— por meio de regulamentos, atuando
Dícesto Econômico
Econômico
somente autorizar, fazia-se necessário,
outTossim verificar-se a aplicação or denada, cometida então ao Ministério
da Fazenda, e pela lei de 1901 à Supe
A intervenção funda-se em dois ele
rintendência Geral dos Seguros. O re gime brasileiro de autorização e con trole assim se estabelecia, executado pela
mentos principais — autoriz;xção e con trole. O Poder Publico confere autori
quando se transforma em Departamento
zação a uma companhia para funcionar
mediante comprovação de sua idonei dade 8 capacidade técnica para operar
para constituição de um capital ou ren
31
em seguros.
O controle é, segundo Fourastié, es
Inspetoria de Seguros de 1903 a 1934
Nacional de Seguros Privados e Capita lização que desempenha hoje a interfe rência do Estado nas atividades das
companhias de seguros.
Em um período de cerca de 50 anos
sencialmente uma verificação adminis vinha-se acentuando o intervencionismo trativa; sua mais simples manifestação que assume maiores proporções no reconsiste na investigação, isto é, a facul gimen inaugurado em 1930. dade outorgada a um funcionário públi A República Nova que se instalava co de inspecionar uma sociedade privada, por um movimento revolucionário, ja
vel que seu uso ou aplicação não venha
a ser contrário aos interesses da Nação.
do estudar suas contas, contratos e ar quivos, acompanhando-Ihe as operações
rios, em franca evidência durante o Es
mais disfarçou seus propósitos totalitá
senvolvimento como em defesa de sua
Assim, surgia o intervencionismo da
e de "rechercher atfenfivement" erros e
tado Novo, e por isso, no concernente à
própria existência. A razão da intervenção do Estado
confluência do interesse do segurado, do
irregularidades.
interesse social da vítima e do interesse
apoiava-se:
político da coletividade.
regímen de autorização — o que prece deu em todos os países o interv'encioni.smo — vinha das Cartas Regias que em 1808 concediam permissão para operar na
política de seguros, tomava caminho di reto para sua e.xploração pelo Estado.
A diferença das normas adotadas por
— No resguardo à economia pública a que o seguro é chamado para realizar.
diversas nações, segundo a índole de
— No caráter aleatório do contrato de
cada povo, assinala-se entre dois siste mas extremos — ou é o seguro auto-di-
longa duração em cuja resolução o
segurado, na maioria das vezes, não está presente.
— Na constituição de uma associação de fundos denominada resen'a matemá
tica sôbre a qual nem o segurado nem o segurador tem propriedade definida. A razão que provocou a interferência do Estado dizia respeito ao seguro de vida, mas desde logo justificava-se como
nos países que pretendem tomá-lo a
dos, a exemplo do Uruguai.
saria a solvabilidade do segurador. Cons tituindo o seguro a indústria que vende
tal preceito restringe consideravelmente a amplitude de irradiação do seguro, por
Lisboa" e nas justificações e resoluções
te.xtos açambarcadores constituindo o
do Capitão General da Capitania da
primeiro passo para a estatificação do
Bahia.
segiu-o.
soluções do Conselho dè Estado que deveria surgir a autorização para qual quer companhia de seguros operar no
Transpõe-se em seguida outra grande etapa com a fundação em 1939 do Ins tituto de Resseguros do Brasil. A ati vidade das companhias privadas entro
país.
sa-se com o Instituto que lhes padroniza
Alguns anos mais tarde, era das re
objetivas da economia dirigida, como
perfeita execução, dessa forma endos
Consistiria, então, que o con
A índole fascista, diluída a princípio,
e em ordenação evidente a partir de 1937, começava preceítuando a naciona lização das emprêsas de seguros. Ora,
"Regulações da Casa de Seguros de~ sua natureza internacional, e traz pre-
seguros assume uma das formas mais
trole do Estado impondo regras à ativi dade das emprêsas e velando por sua
seguro.
Baliia às companhias Boa Fé e Conceito
Público. Fundavam-se nos preceitos das
rigido como na Inglaterra em que o re gime de publicidade obrigatória é bas tante para realizar a vigilância do Es tado, transferida aos próprios segurados, — ou então, quando a exploração dos
cargo de seus governos em que se veri fica a estatificação do seguro na expres são de Hermanssdoffer, segundo o qual o Estado empresário explora tais opera ções através de seus órgãos especializa
necessária às outras modalidades do
No Brasil, a primeira manifestação do
A intervenção do Estado toma-se fla
grante em 1895 ao ser promulgada a lei que dispunha sobre aplicação em títulos nacionais dos fundos das reservas mate
Entre um e outro sistema, interpõe-se o de controle e \'ítíilância do Estado
il^
o trabalho em continuada renovação de
modelos que fonnam o maquinismo com
plexo dos serviços, cuja inobservância acarreta sanções pelo órgão do Estado.
máticas das companhias estrangeiras de
Já então, em meio do caminho, de
seguros de vida. E como não bastasse
cide o governo tomar a cargo do Esta-
Dicesto Econômico
32
Dicesto Econômico
dc divulgação do seguro privado a que
O mler\'encionismo no
do o seguro de acidentes de trabalho, retírando-o integralmente da iniciativa
A política de seguros inclina-se na atualidade para reconhecer clefiniti\'a-
o Estado prestasse cooperação, colabo
seguros não deve ser o o '
privada. O Decreto-lei que concretizava a idéia transferindo-o para os Institutos
mente que o desenvolvimento cada vex maior do seguro é somente admissível no
tio que vem tatelar interêsses da cok-
de Aposentadoria e Pensões, visava haurir forças para o regimen político nas
gio do seu interesse.
guradores.
massas que se contentariam com as
regimen da livre concorrência, incom patível, portanto, naquele de socializa ção que significa paralisação das ativi
rando com as empresas pri\'adas a que assistiria com sua sabedoria e o prestí
promessas de previdência do Estado.
dades.
Atualmente a idéia se engrossa em pa-
É tanto mais de salientar que o atual governo trabalhista da Inglaterra julgou mais acertado deixar a exploração dos seguros entregue à iniciativa privada do que inclui-la na economia do Estado que vinha realizando pela socialização de outras grandes atividades.
receres ineptos que ocupam a atenção do Parlamento, nos quais fizeram total inversão da finalidade e teor do seguro de acidentes, não o entendendo de co
bertura do risco profissional, mas de assistência e amparo ao trabalhador des protegido.
tividadc cm jògo na preMsao dos
O ministro do Comércio Sir Stafford
• Nesse pendor de coloração socialístíca para conquista das massas cujo apoio é
Cripps, referíndo-se ao regimen de liber dade e condições de receptividade que
tanto mais forte quanto maior sua in-
de seu país fazia a nova lei de seguros
consciência, chegaria o Estado a absor
(novembro de 1945) acentuava:
ver facilmente tôdas as modalidades de
nhuma tentativa se fará para limitar os
seguros.
Não basta que a experiência univer sal desaconselhe o Esta
do empresário, pois entre nós, o dirigismo através dos Institutos e Departa mentos oferece a
mais
"Ne
capitais a determinadas regiões geográ As operações de seguros são mundiais por sua nature, za e a amplitude de qual quer negócio depende de
ficas.
seus recursos totais".
As reuniões internacio
eloqüente demonstração
nais de seguradores como
não só da ineficácia da
a do Chile em 1938 e a Conferência Hemisférica de Nova York em 1946
intervenção
geudarmc que poUcia, porém a ma-
do
Estado
como de sua nocividade.
Os produtos mais re presentativos da riqueza
brasileira foram profun damente afetados pela
estabeleceram como prin cípio dominante que as atividades do seguro se jam prerrogativas da ini
orientação desastrada das autarquias. A ineficácia do Estado industrial re
ciativa particular e que, para isso, os
sulta da ausência do gênio mercantil <iue tí o princípio estimulante da inicia
plas garantias, ao desenvolvimento do seguro privado, limitando-se a uma dis
tiva privada, e da carência de responsa-
creta vigilância que eliminasse de seu caminho todos os impecillios como a
büidade diluída na burocracia dos ser
países americanos deveriam oferecer am
tributação excessiva e a criação de ór gãos estatais seguradores; desenvolves
viços. rf» ^ ^
r
sem os países americanos uma política
o diretor das Rendas Interms, de acordo com o parecer da
f
do Impôsto de Renda, declarou eni circular, aos chefes das nadas, que os fabricantes e comerciantes de jóias e relogios po ei ^ .nnrímnde gueses, para demonstração e sem o pagamento do imposto, pelo mnp 48 horJs, os produtos que comerciam, desde que os façam acompanhar de nota devidamente preenchida. Esta deverá ser extraída do talao, numera^ i S nn e tipogràficamente, ê-, após o término do prazo de siia extroçao, sera co a a talão de onde foi retirada, para controle de fiscalização.
Dicesto Econômico
32
Dicesto Econômico
dc divulgação do seguro privado a que
O mler\'encionismo no
do o seguro de acidentes de trabalho, retírando-o integralmente da iniciativa
A política de seguros inclina-se na atualidade para reconhecer clefiniti\'a-
o Estado prestasse cooperação, colabo
seguros não deve ser o o '
privada. O Decreto-lei que concretizava a idéia transferindo-o para os Institutos
mente que o desenvolvimento cada vex maior do seguro é somente admissível no
tio que vem tatelar interêsses da cok-
de Aposentadoria e Pensões, visava haurir forças para o regimen político nas
gio do seu interesse.
guradores.
massas que se contentariam com as
regimen da livre concorrência, incom patível, portanto, naquele de socializa ção que significa paralisação das ativi
rando com as empresas pri\'adas a que assistiria com sua sabedoria e o prestí
promessas de previdência do Estado.
dades.
Atualmente a idéia se engrossa em pa-
É tanto mais de salientar que o atual governo trabalhista da Inglaterra julgou mais acertado deixar a exploração dos seguros entregue à iniciativa privada do que inclui-la na economia do Estado que vinha realizando pela socialização de outras grandes atividades.
receres ineptos que ocupam a atenção do Parlamento, nos quais fizeram total inversão da finalidade e teor do seguro de acidentes, não o entendendo de co
bertura do risco profissional, mas de assistência e amparo ao trabalhador des protegido.
tividadc cm jògo na preMsao dos
O ministro do Comércio Sir Stafford
• Nesse pendor de coloração socialístíca para conquista das massas cujo apoio é
Cripps, referíndo-se ao regimen de liber dade e condições de receptividade que
tanto mais forte quanto maior sua in-
de seu país fazia a nova lei de seguros
consciência, chegaria o Estado a absor
(novembro de 1945) acentuava:
ver facilmente tôdas as modalidades de
nhuma tentativa se fará para limitar os
seguros.
Não basta que a experiência univer sal desaconselhe o Esta
do empresário, pois entre nós, o dirigismo através dos Institutos e Departa mentos oferece a
mais
"Ne
capitais a determinadas regiões geográ As operações de seguros são mundiais por sua nature, za e a amplitude de qual quer negócio depende de
ficas.
seus recursos totais".
As reuniões internacio
eloqüente demonstração
nais de seguradores como
não só da ineficácia da
a do Chile em 1938 e a Conferência Hemisférica de Nova York em 1946
intervenção
geudarmc que poUcia, porém a ma-
do
Estado
como de sua nocividade.
Os produtos mais re presentativos da riqueza
brasileira foram profun damente afetados pela
estabeleceram como prin cípio dominante que as atividades do seguro se jam prerrogativas da ini
orientação desastrada das autarquias. A ineficácia do Estado industrial re
ciativa particular e que, para isso, os
sulta da ausência do gênio mercantil <iue tí o princípio estimulante da inicia
plas garantias, ao desenvolvimento do seguro privado, limitando-se a uma dis
tiva privada, e da carência de responsa-
creta vigilância que eliminasse de seu caminho todos os impecillios como a
büidade diluída na burocracia dos ser
países americanos deveriam oferecer am
tributação excessiva e a criação de ór gãos estatais seguradores; desenvolves
viços. rf» ^ ^
r
sem os países americanos uma política
o diretor das Rendas Interms, de acordo com o parecer da
f
do Impôsto de Renda, declarou eni circular, aos chefes das nadas, que os fabricantes e comerciantes de jóias e relogios po ei ^ .nnrímnde gueses, para demonstração e sem o pagamento do imposto, pelo mnp 48 horJs, os produtos que comerciam, desde que os façam acompanhar de nota devidamente preenchida. Esta deverá ser extraída do talao, numera^ i S nn e tipogràficamente, ê-, após o término do prazo de siia extroçao, sera co a a talão de onde foi retirada, para controle de fiscalização.
35
Dicesto Econômico
/7 fíméríea baiina em foce do Plano marshaU por JÚLIO M. DA Silva Sousa
O sr. Júlio Mário da Silva Sousa, novo colaborador, é chefe da secção de Estudos Econômicos da Divisão de Expansão Econômica, do Ministério do Trabalho.
Ê sob a responsabilidade técnica dôsse economista e asrônomo que se publica a página "Produção Rural"
do '^Diário de Noticias" do Rio de Janeiro.
Sua
atividade jornalística tem abrangido também
o
âmbito da matéria internacional.
canforado, mas necessariamente uma boa
com o ponto de NÍsta defendido pelo
organismo econômico depauperado. DarIhe-á, sem dúvida alguma, força capaz do resistir por mais alguns anos e até mesmo reabilitar-se, completamente, co mo c desejo dos americanos do norte. Èstcs, como umas crianças grandes
sr. Robert Lovett, secretário de Estado
cheias de dinheiro, vão alimentar um
fogo que poderá um dia voltar-se contra seus próprios campos produtores, num grande incêndio de competições desas trosas. Segundo indicaram recentemen te dois destacados economistas anglo-
norte-americanos, é ainda ignorada a es
pécie dc auxílio que dará a América Latina à Europa, na base do Plano Mar shall.
^EVE razão o sr. Roberto Símonsen quan
locais diferentes, coincidem, entretanto,
dose do sangue a transfundir-se num
Êsses economistas são os srs.
William L. Clayton, sub-secretário de
interino, de que a questão da participa
ção latino-americana no Plano Marshall será debatida na Conferência Paname-
ricana de Bogotá, marcada para janeiro vindouro.
Não se conhecem, entretanto, em
Wasliington, entre os mais destacados li deres políticos e econômico-financistas do governo, quais as fontes em que se há de coUiêr a água miraculosa repre sentada pelos 6 bilhões de dólares, que
a Europa pretende coletar na América Latina. Esta, já se vê, está precisando também de auxilio, mas há quem acre
dite que os países desta parte do (^ntinente podem proporcionar ajuda à Eu ropa, se o desejarem. Nesta simples expressão se o deseja rem vai um mundo de inconveniências,
estamos em condições econômicas ca
2.°) — Antes da guerra, as condições sociais da Europa consubstan ciavam séculos de experiências
pazes de auxiliar a Europa. Nós, lati
e seus povos se agitavam no
no-americanos, somos tão ou mais mi
meio de conflitos raciais, po
diu ainda a questão de qual será a
sacrifícios, injusüças e decepções, pois se transformará nesta outra mais expres
seráveis do que aquêles que se agasaIham nas ruínas da guerra, dois anos
líticos G econômicos, que ain
fonte do côrca de 6 bilhões de dólares
siva; Se o exigirem.
do defendeu o princípio de que não
depois de terminada. As nOSSas condi ções económico-fínanceiras não permi tem, em absoluto, o luxo de tirar de
da nem de longo nos atingi ram, dada a nossa formação verdadeiramente jovem. 3.°) — Antes da guerra, finalmente,
nós para dar a outros que, em tese, precisam menos do que nós. E isto por várias razões, entre as quais se
1.°) — Antes da guerra, isto é, an tes de 2 de setembro de 1939,
os povos europeus tinham um padrão de vida superior ao
nosso e, ainda hoje, depois da guerra, esse índice de subsis tência permanece em condi ções aparentemente estacionárias, mas é ordinàriamente me
lhor do que o nosso.
presidente do "Comitê" de Cooperação Econômica.
O primeiro declarou que não se deci
0.S países europeus prclcndcm ar rancar da América Latina.
E o segun
do esclareceu que não sabe em que con
técnico dos europeus só tinha
sistirá a mencionada ajuda. Disse mais, falando à imprensa em Londres, que as 16 nações, que participaram da prepa
competidor nos Estados Uni
ração do relatório de Paris, nem ten
o grau cultural, científico e
incluem:
Estado demissionário, c Oliver Franks,
dos, que, em certos pontos,
tarão, sequer, dizer aos Estados Unidos
levavam vantagem sôbre êles.
como e onde deverão obter dinheiro
Daí a existência, ainda hoje, na Eu ropa, de um standard de compreensão, muito mais elevado do que o nosso,
em face da gravidade do momento que atravessam tôdas as classes.
Essa com
preensão não se restringe em saber o que quer, mas na segurança do que quer.
O Plano Marshall para a Europa não será uma espécie de morfina ou óleo
ou mercadorias para a Europa. Franks esclareceu, entretanto, que ca
bia ao Congresso norte-americano deci dir se o governo dos E.U.A. terá ou não de dar dinheiro por empréstimo aos países latino-americanos ou pagar
suas exportações para a Europa.
Por sua vez, William Clayton expli
cou que esse problema estava sendo estudado, mas nada ficara decidido. Essas declarações, feitas em ocasião e
Sòmente o Brasil e a Argentina e pos
sivelmente a Colômbia - alegam os círculos autorizados norte-amencanos
poderão manter um ritmo seguro de exportações para a Europa. A Argen tina, por exemplo, está vendendo gran des quantidades de carne, cereais e torragens, em forma de tortas oleaginosas, para a Inglaterra, Rússia, Holanda. Por tugal, Espanha e outros países. E de tal maneira" se expande o comércio inter nacional da Argentina que os pentos norte-americanos acham que essa polí
tica platina é a mais acertada, indicando, em última análise, sua disposição de
ajuda às nações devastadas pela guerra. Lembram, em reforço desta opinião, què
a Argentina manteve os embarques de carne para a Grã-Bretanha, apesar da crise inglêsa em dólares.
35
Dicesto Econômico
/7 fíméríea baiina em foce do Plano marshaU por JÚLIO M. DA Silva Sousa
O sr. Júlio Mário da Silva Sousa, novo colaborador, é chefe da secção de Estudos Econômicos da Divisão de Expansão Econômica, do Ministério do Trabalho.
Ê sob a responsabilidade técnica dôsse economista e asrônomo que se publica a página "Produção Rural"
do '^Diário de Noticias" do Rio de Janeiro.
Sua
atividade jornalística tem abrangido também
o
âmbito da matéria internacional.
canforado, mas necessariamente uma boa
com o ponto de NÍsta defendido pelo
organismo econômico depauperado. DarIhe-á, sem dúvida alguma, força capaz do resistir por mais alguns anos e até mesmo reabilitar-se, completamente, co mo c desejo dos americanos do norte. Èstcs, como umas crianças grandes
sr. Robert Lovett, secretário de Estado
cheias de dinheiro, vão alimentar um
fogo que poderá um dia voltar-se contra seus próprios campos produtores, num grande incêndio de competições desas trosas. Segundo indicaram recentemen te dois destacados economistas anglo-
norte-americanos, é ainda ignorada a es
pécie dc auxílio que dará a América Latina à Europa, na base do Plano Mar shall.
^EVE razão o sr. Roberto Símonsen quan
locais diferentes, coincidem, entretanto,
dose do sangue a transfundir-se num
Êsses economistas são os srs.
William L. Clayton, sub-secretário de
interino, de que a questão da participa
ção latino-americana no Plano Marshall será debatida na Conferência Paname-
ricana de Bogotá, marcada para janeiro vindouro.
Não se conhecem, entretanto, em
Wasliington, entre os mais destacados li deres políticos e econômico-financistas do governo, quais as fontes em que se há de coUiêr a água miraculosa repre sentada pelos 6 bilhões de dólares, que
a Europa pretende coletar na América Latina. Esta, já se vê, está precisando também de auxilio, mas há quem acre
dite que os países desta parte do (^ntinente podem proporcionar ajuda à Eu ropa, se o desejarem. Nesta simples expressão se o deseja rem vai um mundo de inconveniências,
estamos em condições econômicas ca
2.°) — Antes da guerra, as condições sociais da Europa consubstan ciavam séculos de experiências
pazes de auxiliar a Europa. Nós, lati
e seus povos se agitavam no
no-americanos, somos tão ou mais mi
meio de conflitos raciais, po
diu ainda a questão de qual será a
sacrifícios, injusüças e decepções, pois se transformará nesta outra mais expres
seráveis do que aquêles que se agasaIham nas ruínas da guerra, dois anos
líticos G econômicos, que ain
fonte do côrca de 6 bilhões de dólares
siva; Se o exigirem.
do defendeu o princípio de que não
depois de terminada. As nOSSas condi ções económico-fínanceiras não permi tem, em absoluto, o luxo de tirar de
da nem de longo nos atingi ram, dada a nossa formação verdadeiramente jovem. 3.°) — Antes da guerra, finalmente,
nós para dar a outros que, em tese, precisam menos do que nós. E isto por várias razões, entre as quais se
1.°) — Antes da guerra, isto é, an tes de 2 de setembro de 1939,
os povos europeus tinham um padrão de vida superior ao
nosso e, ainda hoje, depois da guerra, esse índice de subsis tência permanece em condi ções aparentemente estacionárias, mas é ordinàriamente me
lhor do que o nosso.
presidente do "Comitê" de Cooperação Econômica.
O primeiro declarou que não se deci
0.S países europeus prclcndcm ar rancar da América Latina.
E o segun
do esclareceu que não sabe em que con
técnico dos europeus só tinha
sistirá a mencionada ajuda. Disse mais, falando à imprensa em Londres, que as 16 nações, que participaram da prepa
competidor nos Estados Uni
ração do relatório de Paris, nem ten
o grau cultural, científico e
incluem:
Estado demissionário, c Oliver Franks,
dos, que, em certos pontos,
tarão, sequer, dizer aos Estados Unidos
levavam vantagem sôbre êles.
como e onde deverão obter dinheiro
Daí a existência, ainda hoje, na Eu ropa, de um standard de compreensão, muito mais elevado do que o nosso,
em face da gravidade do momento que atravessam tôdas as classes.
Essa com
preensão não se restringe em saber o que quer, mas na segurança do que quer.
O Plano Marshall para a Europa não será uma espécie de morfina ou óleo
ou mercadorias para a Europa. Franks esclareceu, entretanto, que ca
bia ao Congresso norte-americano deci dir se o governo dos E.U.A. terá ou não de dar dinheiro por empréstimo aos países latino-americanos ou pagar
suas exportações para a Europa.
Por sua vez, William Clayton expli
cou que esse problema estava sendo estudado, mas nada ficara decidido. Essas declarações, feitas em ocasião e
Sòmente o Brasil e a Argentina e pos
sivelmente a Colômbia - alegam os círculos autorizados norte-amencanos
poderão manter um ritmo seguro de exportações para a Europa. A Argen tina, por exemplo, está vendendo gran des quantidades de carne, cereais e torragens, em forma de tortas oleaginosas, para a Inglaterra, Rússia, Holanda. Por tugal, Espanha e outros países. E de tal maneira" se expande o comércio inter nacional da Argentina que os pentos norte-americanos acham que essa polí
tica platina é a mais acertada, indicando, em última análise, sua disposição de
ajuda às nações devastadas pela guerra. Lembram, em reforço desta opinião, què
a Argentina manteve os embarques de carne para a Grã-Bretanha, apesar da crise inglêsa em dólares.
3a
Realmente — diz Moisés Poblete Tran coso, em sua obra "EI Subconsumo on
América dei Sur" — a estrutura econômi
ca, social e demográfica da República
Argentina difere das outras Repúblicas
Digesto EcONÓ^UCO
gado. Assim, em 1930, o m'imcro de
a desejar, pois são quasi desconhecidos,
cabeças de gado vacum era na /Vrgenti-
ali, os método.s racionais de cultivo —
na de 32.211.855 e em 1942 de 31.459.500. Certo aumento se nota
embora seja apreciável o volume da produção dc café, trigo, arroz, cevada, al
no número dos ovino.s que, cm 1930,
godão o cana de açúcar. Todavia, os pre
americanas. Senão vejamos: Em 1869,
era de 44.413.221 c cm 1942 subiu a
a sua população era de 1.830.214 habi
50.902.430.
tantes e cinqüenta anos depois, em 1918,
chegava a 8•374.072 habitantes ou seja
A área cultivável de cereais e oleagi nosas é de 50 milhões de hectares, con
trés vezes mais; dez anos mais tarde, em 1928, atingia a 10.915.015 habitantes;
cultivados.
em 1938, chegava a 12.956.602 habi
14 milhões de hectares com plantas in
tantes e em 1945 a 14.500.000. Ês.se
crescimento extraordinário de população não encontra similar em parte alguma do mundo e é devido unicamente às suas grandes possibilidades econômicas,
que facilitam a imigração em alto grau, possibilitando melhoria de vida, traba lho, alimentação.
A economia argentina progrediu sen sivelmente nos últimos dez anos, pas
sando da fase puramente pastoril para a produção industrial equilibrada, satis
tra 16.700.000 hectares pràHcamente É possível cultivar outros
dustriais, bem como preparar 88 milhões
de hectares para o pastoreio do gado. A Argentina, pois, está em condições de poder satisfazer as necc.ssidades nacio nais em matéria de produção alimentícia, senão de elevar o haixo consumo cie ou
tros países sul-americanos.
A respeito do rendimento por liectare
na Argentina, os esforços oficiais e pri vados tendem a fomentar as aplicações científicas da genética, unidas aos progreásos da técnica e da exploração ra
fazendo as suas próprias necessidades. cionai, produzindo consideráveis melho A população ativa na Argentina é mais rias nos rendimentos das colheitas dos alta do que em outra parte da Améri grãos 6 outros alimentos. ca do Sul. Essa população' está repre Quanto à Colômbia — o único país sentada por 42,9 da população total. sul-americano que tem costas nos dois A população rural é de pouco mais de oceanos — sua população era calculada, 3.000.000 de habitantes, situação que em 1938, em 8.701.816 habitantes, re presentando 18,2 por km2, numa super permanece estacionária desde 1914, o que representa 40X da população ativa fície de 1.139.155 km2. A população total naquela data e 22% na atualidade.
Não obstante a quantidade de produ tos alimentícios ser excepcional na Ar gentina, há, ali, segundo informa Moisés
ativa da Colômbia atingiu em 1943 a 4.487.585 habitantes, representando 49%
da população total, que naquele ano (1943) era calculada em 9.807.432 ha
Poblete Trancoso, zonas de infra-consumo, Examinando-se a produção de
bitantes. Desta população, 74% perten ciam à agricultura e à pecuária; 12% às
alimentos, verifica-se que faz 30 anos
indústrias e 3,43% ao comércio.
que se encontra estacionária na Argenti
toda aquela extensão temtorial, somen
na área semeada, a qual alcança- 25 milhões de hectares. Essa área só se
Em
te 22.000 km2 são cultivados e 373.000
km2 se destinam à criação de gado. A agricultura na Colômbia dá ocupação
eleva a 1,3% desde 1914 a 1942. Igual fenômeno se observa na exploração- de a 3.395,854 pessoas, mnS deixa muitO
37
Digesto Econômico
ços das utilidades na Colômbia se man-
'tem muito altos cm face da capacidade
aquisitiva do povo, que c baixa. O café, realmente, figura em primeiro lugar no
valor da produção, com 150.000.000 do pesos, seguido do açúcar com 113.000.000, do trigo com 23 milhões o do arroz com 20 milhões.
Na Colômbia, predomina atualmente a idéia da auto-suficiôncia regioncd, em
virtude da qual cada região pretende diversificar a sua própria produção, ainda que restdte anti-econon\ica e os industriais acreditam que devem e.stimular a produção de matérias-primas
para as manufaturas da nação. Sobe
cfeti\'a para pagar aquelas exportações,
pois a escassez de dólares existe também na América Latina. E até que a produ
ção industrial européia alcance um nível ótimo, como o que existia antes da guena,"não liaverá possibilidade de o Velho Mundo e.xpí^tar para a América Latina ,e, ipso-focio, receber em troca matópías-primas, tais como as já acima enumeradas.
O relatório preparado pelo sr. Krug, secretário do Interior norte-americano,
entregue ao presidente Truman — èsse relatório serviu de base para a convo
cação extraordinária do Congresso -- e
claro quanto às condições econômicofinanceiras dos Estados Unidos.
Adserte Krug, cujo trabalho resultou
da cooperação de 17 dependências ofi ciais e dirigentes industriais e agrárias, que, evidentemente, qualquer país, mes
mo com tão grandes riquezas naturais, como os Estados Unidos, procurando co belecimentos fabris, distribuídos em em brir os deficits materiais de outras na presas têxteis, de fumo, cerveja, moinhos, ções, não deixará com isso de sofrer as vinhos o licores, produtos químicos, cho sérias em sua economia ou colates, metais, couros curtidos, sabões, noutrasrepercussões fontes de recursos. cimento, azeites e outros produtos de "Contudo diz o presidente Tru origem vegetal, animal e mineral. man a nossa experiência durante a Quanto ao Brasil, recorda-se apenas
na Colômbia a 1.415 o número de esta
que o nosso país está cooperando nesse esforço de guerra para manter a paz,
enviando grandes carregamentos de ma deiras, metais, bauxlta, manganês e mica, de vital importância para a reconstru ção industrial da Europa, assim como cacau e café. A Colômbia, por sua vez,
dispõe de minério, bálsamo, cedro e matorias corantes, os quais já estão sendo remetidos, para a Europa.
Os peritos norte-americanos acreditam que o problema não consiste apenas em conseguir que os países latino-america nos aumentem cada vez mais as suas
exportações. O X do problema está jus tamente em saber-se como. obter moeda
guerra deu-nos extraordinária elastici
dade econômica e possibilitou maior fle xibilidade de recursos". O relatório Krug sintetiza assim o pro
grama de auxílio a ser discutido pelo Congresso dos Estados Unidos: X°) — Servir de interesse humanitá rio no combate à fome que
assola os países da Europa. 2©) — Pagar-se a si mesmo, ao permitir que os Estados Unidos i;
tenham assegurada a oportu- f nidade de adquirir materiais i' de importação, de que necessi tam. Essa importação assegu
rará a redução da pressão in-
3a
Realmente — diz Moisés Poblete Tran coso, em sua obra "EI Subconsumo on
América dei Sur" — a estrutura econômi
ca, social e demográfica da República
Argentina difere das outras Repúblicas
Digesto EcONÓ^UCO
gado. Assim, em 1930, o m'imcro de
a desejar, pois são quasi desconhecidos,
cabeças de gado vacum era na /Vrgenti-
ali, os método.s racionais de cultivo —
na de 32.211.855 e em 1942 de 31.459.500. Certo aumento se nota
embora seja apreciável o volume da produção dc café, trigo, arroz, cevada, al
no número dos ovino.s que, cm 1930,
godão o cana de açúcar. Todavia, os pre
americanas. Senão vejamos: Em 1869,
era de 44.413.221 c cm 1942 subiu a
a sua população era de 1.830.214 habi
50.902.430.
tantes e cinqüenta anos depois, em 1918,
chegava a 8•374.072 habitantes ou seja
A área cultivável de cereais e oleagi nosas é de 50 milhões de hectares, con
trés vezes mais; dez anos mais tarde, em 1928, atingia a 10.915.015 habitantes;
cultivados.
em 1938, chegava a 12.956.602 habi
14 milhões de hectares com plantas in
tantes e em 1945 a 14.500.000. Ês.se
crescimento extraordinário de população não encontra similar em parte alguma do mundo e é devido unicamente às suas grandes possibilidades econômicas,
que facilitam a imigração em alto grau, possibilitando melhoria de vida, traba lho, alimentação.
A economia argentina progrediu sen sivelmente nos últimos dez anos, pas
sando da fase puramente pastoril para a produção industrial equilibrada, satis
tra 16.700.000 hectares pràHcamente É possível cultivar outros
dustriais, bem como preparar 88 milhões
de hectares para o pastoreio do gado. A Argentina, pois, está em condições de poder satisfazer as necc.ssidades nacio nais em matéria de produção alimentícia, senão de elevar o haixo consumo cie ou
tros países sul-americanos.
A respeito do rendimento por liectare
na Argentina, os esforços oficiais e pri vados tendem a fomentar as aplicações científicas da genética, unidas aos progreásos da técnica e da exploração ra
fazendo as suas próprias necessidades. cionai, produzindo consideráveis melho A população ativa na Argentina é mais rias nos rendimentos das colheitas dos alta do que em outra parte da Améri grãos 6 outros alimentos. ca do Sul. Essa população' está repre Quanto à Colômbia — o único país sentada por 42,9 da população total. sul-americano que tem costas nos dois A população rural é de pouco mais de oceanos — sua população era calculada, 3.000.000 de habitantes, situação que em 1938, em 8.701.816 habitantes, re presentando 18,2 por km2, numa super permanece estacionária desde 1914, o que representa 40X da população ativa fície de 1.139.155 km2. A população total naquela data e 22% na atualidade.
Não obstante a quantidade de produ tos alimentícios ser excepcional na Ar gentina, há, ali, segundo informa Moisés
ativa da Colômbia atingiu em 1943 a 4.487.585 habitantes, representando 49%
da população total, que naquele ano (1943) era calculada em 9.807.432 ha
Poblete Trancoso, zonas de infra-consumo, Examinando-se a produção de
bitantes. Desta população, 74% perten ciam à agricultura e à pecuária; 12% às
alimentos, verifica-se que faz 30 anos
indústrias e 3,43% ao comércio.
que se encontra estacionária na Argenti
toda aquela extensão temtorial, somen
na área semeada, a qual alcança- 25 milhões de hectares. Essa área só se
Em
te 22.000 km2 são cultivados e 373.000
km2 se destinam à criação de gado. A agricultura na Colômbia dá ocupação
eleva a 1,3% desde 1914 a 1942. Igual fenômeno se observa na exploração- de a 3.395,854 pessoas, mnS deixa muitO
37
Digesto Econômico
ços das utilidades na Colômbia se man-
'tem muito altos cm face da capacidade
aquisitiva do povo, que c baixa. O café, realmente, figura em primeiro lugar no
valor da produção, com 150.000.000 do pesos, seguido do açúcar com 113.000.000, do trigo com 23 milhões o do arroz com 20 milhões.
Na Colômbia, predomina atualmente a idéia da auto-suficiôncia regioncd, em
virtude da qual cada região pretende diversificar a sua própria produção, ainda que restdte anti-econon\ica e os industriais acreditam que devem e.stimular a produção de matérias-primas
para as manufaturas da nação. Sobe
cfeti\'a para pagar aquelas exportações,
pois a escassez de dólares existe também na América Latina. E até que a produ
ção industrial européia alcance um nível ótimo, como o que existia antes da guena,"não liaverá possibilidade de o Velho Mundo e.xpí^tar para a América Latina ,e, ipso-focio, receber em troca matópías-primas, tais como as já acima enumeradas.
O relatório preparado pelo sr. Krug, secretário do Interior norte-americano,
entregue ao presidente Truman — èsse relatório serviu de base para a convo
cação extraordinária do Congresso -- e
claro quanto às condições econômicofinanceiras dos Estados Unidos.
Adserte Krug, cujo trabalho resultou
da cooperação de 17 dependências ofi ciais e dirigentes industriais e agrárias, que, evidentemente, qualquer país, mes
mo com tão grandes riquezas naturais, como os Estados Unidos, procurando co belecimentos fabris, distribuídos em em brir os deficits materiais de outras na presas têxteis, de fumo, cerveja, moinhos, ções, não deixará com isso de sofrer as vinhos o licores, produtos químicos, cho sérias em sua economia ou colates, metais, couros curtidos, sabões, noutrasrepercussões fontes de recursos. cimento, azeites e outros produtos de "Contudo diz o presidente Tru origem vegetal, animal e mineral. man a nossa experiência durante a Quanto ao Brasil, recorda-se apenas
na Colômbia a 1.415 o número de esta
que o nosso país está cooperando nesse esforço de guerra para manter a paz,
enviando grandes carregamentos de ma deiras, metais, bauxlta, manganês e mica, de vital importância para a reconstru ção industrial da Europa, assim como cacau e café. A Colômbia, por sua vez,
dispõe de minério, bálsamo, cedro e matorias corantes, os quais já estão sendo remetidos, para a Europa.
Os peritos norte-americanos acreditam que o problema não consiste apenas em conseguir que os países latino-america nos aumentem cada vez mais as suas
exportações. O X do problema está jus tamente em saber-se como. obter moeda
guerra deu-nos extraordinária elastici
dade econômica e possibilitou maior fle xibilidade de recursos". O relatório Krug sintetiza assim o pro
grama de auxílio a ser discutido pelo Congresso dos Estados Unidos: X°) — Servir de interesse humanitá rio no combate à fome que
assola os países da Europa. 2©) — Pagar-se a si mesmo, ao permitir que os Estados Unidos i;
tenham assegurada a oportu- f nidade de adquirir materiais i' de importação, de que necessi tam. Essa importação assegu
rará a redução da pressão in-
'
W»
,-,.W
38
Digesto ECONÓ>UCo
cíonista na economia norte-
arnericana e possibilitará os
meios de fomentar e preservar ^ própria riqueza natural dos Estados Unidos e manter o
tiivel de vida a que já atingi ram as classes produtoras do pais.
) — Servir de base para que a economia de vários países do mundo deixe de situar-se num
^
^
ponto moHo ou total parali-
^ção de atividades, por falta ae recursos materiais e finan ceiros.
Quanto à América Latina, o relatório g manífesta-se otimista a respeito do nituro comércio com os Estados Unidos. SC arece, então, que os norte-ameri canos são os maiores consumidores atual
mente de cromo, manganês, níquel, baucopra, café, quebracbo, estanho, Dorracha e outros.
Ê oportuno também destacar aqui palavras de Nelson Rockefeller, em oíscurso pronunciado em Saint Louis.
Assegurando que o bem-estar dos Es^ados Unidos e o das nações latino-amencanas são inseparáveis, disse aquele t-ustre personagem da finança interna cional; "É de nosso vital interêsse que, ^^ui, neste país, procuremos dar-lhes a (aos países latino-americanos) em luta em busca da igualdade de oporbínidade para seus povos". Ha de chegar o tempo — aduziu — que os homens de negócios também ^crão de pensar e organizar seus planos têrmos de necessidades socinís o de ^mplo desenvolvimento da economia em quf) vivemos".
^ discurso do Nelson Rockefeller foi Pmnuiiciiidü na sessão em homenagem
p Américas, da Convenção Nacional do 'comércio Exterior, a que comparece-
ram homens de negócios de tôdas as partes dos Estados Unidos.
O orador apresentou um plano de três
O empréstimo nas finanças locais
"itens" para auxílio ao desenvolvimento
por Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto
da América Latina, o qual se resume assim:
1.°) — Aumento substancial da par
Tributo üu empréstimo?
a receita, isto é, o de que não
só a quantidade da receita de
ticipação dos capitais privados
e de técnicos dirigentes nor te-americanos, no desenvolvi-
inento industrial e na produ ção agrícola, bem como nos serviços púbh'cos, em geral, na América Latina; 2-'') — Criação de um Banco Inter-
1 — O tributo c o emprés timo constituem as duas gran
ve ser igual à da despesa, co
des fontes de receita dos Es
mo também o dc que, como doutrina Graziani, "hs despe
tados e municípios. Não dis
sa;; ordinárias devem corres
pondo da faculdade de emis
ponder receitas igualmente or dinárias, enquanto as despesas
são de papel-moeda, privati va do govêrno central, e não tendo maior significação financeira as
frentadas, seja com receita ordinária, seja
posto em 1940, com a amplia ção de sua autoridade, de mo
suas posibilidades de alienação de pa
com receita extraordinária". (2)
trimônio ou exploração de serviços in
do a permitir que o mesmo funcione, em suas transações,
dustriais, é a essas duas fontes que
As primeira.s dificuldades da matéria surgem, entretanto, na própria concei-
Americano, conforme foi pro
com as moedas de todos os
aquelas entidades geralmente se vêem for çadas a recorrer para satisfação dos no
países-membros;
vos encargos e despesas, cujo acentuado
3.®) — Desenvolvimento de uni plano
e do respectivo mecanismo pa
crescimento caracteriza o contemporâ
neo estágio de sua evolução adminis
c.Ktraordinárias podem ser en
tuação do que seja despesa ordinária ou extraordinária.
Entendidas tais expres
sões como equivalentes, respectivamente,
a "despesa normal" e "despesa anormal", como as considerou a Conferência In ternacional de Bnexelas de 1920, com
ra a participação das outras
trativa.
Republicas americanas na pro dução dos artigos e mercado
zemos sobre a reforma tributária do
rias necessários à Europa, den
município da Capital (1), procuramos
tro do Plano Marshall.
assinalar algumas indicações científicas
do ser o enquadramento das despesas numa ou noutra categoria, em fa ce da diversidade de condições de
A certa altura do seu discurso, o sr.
2 — Em estudo que recentemente fi
preende-se desde logo quão variável po
que devem orientar a matéria, entre
tempo ou de lugar a que estejam
nós ainda lamentávelmente relegada a um terreno meramente empírico, em que
sujeitas.
quadramento, exemplifica Buehler:
falta de desenvolvimento e de produção,
imperem, por vezes, os inconfessáveis in teresses da demagog'a ou da política. O estudo da oportunidade e das van
e em virtude dn uumento rápido das
tagens ou desvantagens do tributo e do
TUívféHo 3SC0SSCZ fie (illrucfUos, cm coti-^
empréstimo, tem constituído, de fato, um dos mais versados capítulos da Ciôncift das Finanças.
Alhcrio dc Coroolho Pinto, é professor
Som descer á análise düsse prublemu,
dc Católica de Suo Pauío C cx-sccrclá^
Rockefeller disse:
'Embora as Américas não tenham so
frido os horrores da guerra, mesmo as sim, ainda hoje, devido" à inflação, à
populações, há cm várias partes do hcãiçõcs criticas, além cie uttui vasta po breza geral".
Estas curtas palavras são a mais po sitiva e clara defesa da tese que Rober to Simonsen levantou em Petrópolis. So mos, realmente, muito pobres para tirar de nós, sem pensar, antes, em nós mesmos.
incompatível com a natureza dêste ar tigo, é de se assinalar que, de uma for ma geral, predomina ainda como cânone fundamental da boa política financeira,
Assinalando a relatividade dêsse en
O autor do presente ensaio, dr. Carlos dll Ctélicfa das Pinançus da Uníocrsidfu rio das Finanças da Prrfclliira Muiiici])al
desta Capital. Ê autor de valiosas obras jurídicas, como "Discrimimção das Ren das", "Cláusula Ouro na Concessão do
o princípio da correspondência quanti
Serviço Ptiblico" e "Hermenêutica das
tativa e qualitativa entre ã despesa e
Leis Fiscais".
'
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Digesto ECONÓ>UCo
cíonista na economia norte-
arnericana e possibilitará os
meios de fomentar e preservar ^ própria riqueza natural dos Estados Unidos e manter o
tiivel de vida a que já atingi ram as classes produtoras do pais.
) — Servir de base para que a economia de vários países do mundo deixe de situar-se num
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ponto moHo ou total parali-
^ção de atividades, por falta ae recursos materiais e finan ceiros.
Quanto à América Latina, o relatório g manífesta-se otimista a respeito do nituro comércio com os Estados Unidos. SC arece, então, que os norte-ameri canos são os maiores consumidores atual
mente de cromo, manganês, níquel, baucopra, café, quebracbo, estanho, Dorracha e outros.
Ê oportuno também destacar aqui palavras de Nelson Rockefeller, em oíscurso pronunciado em Saint Louis.
Assegurando que o bem-estar dos Es^ados Unidos e o das nações latino-amencanas são inseparáveis, disse aquele t-ustre personagem da finança interna cional; "É de nosso vital interêsse que, ^^ui, neste país, procuremos dar-lhes a (aos países latino-americanos) em luta em busca da igualdade de oporbínidade para seus povos". Ha de chegar o tempo — aduziu — que os homens de negócios também ^crão de pensar e organizar seus planos têrmos de necessidades socinís o de ^mplo desenvolvimento da economia em quf) vivemos".
^ discurso do Nelson Rockefeller foi Pmnuiiciiidü na sessão em homenagem
p Américas, da Convenção Nacional do 'comércio Exterior, a que comparece-
ram homens de negócios de tôdas as partes dos Estados Unidos.
O orador apresentou um plano de três
O empréstimo nas finanças locais
"itens" para auxílio ao desenvolvimento
por Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto
da América Latina, o qual se resume assim:
1.°) — Aumento substancial da par
Tributo üu empréstimo?
a receita, isto é, o de que não
só a quantidade da receita de
ticipação dos capitais privados
e de técnicos dirigentes nor te-americanos, no desenvolvi-
inento industrial e na produ ção agrícola, bem como nos serviços púbh'cos, em geral, na América Latina; 2-'') — Criação de um Banco Inter-
1 — O tributo c o emprés timo constituem as duas gran
ve ser igual à da despesa, co
des fontes de receita dos Es
mo também o dc que, como doutrina Graziani, "hs despe
tados e municípios. Não dis
sa;; ordinárias devem corres
pondo da faculdade de emis
ponder receitas igualmente or dinárias, enquanto as despesas
são de papel-moeda, privati va do govêrno central, e não tendo maior significação financeira as
frentadas, seja com receita ordinária, seja
posto em 1940, com a amplia ção de sua autoridade, de mo
suas posibilidades de alienação de pa
com receita extraordinária". (2)
trimônio ou exploração de serviços in
do a permitir que o mesmo funcione, em suas transações,
dustriais, é a essas duas fontes que
As primeira.s dificuldades da matéria surgem, entretanto, na própria concei-
Americano, conforme foi pro
com as moedas de todos os
aquelas entidades geralmente se vêem for çadas a recorrer para satisfação dos no
países-membros;
vos encargos e despesas, cujo acentuado
3.®) — Desenvolvimento de uni plano
e do respectivo mecanismo pa
crescimento caracteriza o contemporâ
neo estágio de sua evolução adminis
c.Ktraordinárias podem ser en
tuação do que seja despesa ordinária ou extraordinária.
Entendidas tais expres
sões como equivalentes, respectivamente,
a "despesa normal" e "despesa anormal", como as considerou a Conferência In ternacional de Bnexelas de 1920, com
ra a participação das outras
trativa.
Republicas americanas na pro dução dos artigos e mercado
zemos sobre a reforma tributária do
rias necessários à Europa, den
município da Capital (1), procuramos
tro do Plano Marshall.
assinalar algumas indicações científicas
do ser o enquadramento das despesas numa ou noutra categoria, em fa ce da diversidade de condições de
A certa altura do seu discurso, o sr.
2 — Em estudo que recentemente fi
preende-se desde logo quão variável po
que devem orientar a matéria, entre
tempo ou de lugar a que estejam
nós ainda lamentávelmente relegada a um terreno meramente empírico, em que
sujeitas.
quadramento, exemplifica Buehler:
falta de desenvolvimento e de produção,
imperem, por vezes, os inconfessáveis in teresses da demagog'a ou da política. O estudo da oportunidade e das van
e em virtude dn uumento rápido das
tagens ou desvantagens do tributo e do
TUívféHo 3SC0SSCZ fie (illrucfUos, cm coti-^
empréstimo, tem constituído, de fato, um dos mais versados capítulos da Ciôncift das Finanças.
Alhcrio dc Coroolho Pinto, é professor
Som descer á análise düsse prublemu,
dc Católica de Suo Pauío C cx-sccrclá^
Rockefeller disse:
'Embora as Américas não tenham so
frido os horrores da guerra, mesmo as sim, ainda hoje, devido" à inflação, à
populações, há cm várias partes do hcãiçõcs criticas, além cie uttui vasta po breza geral".
Estas curtas palavras são a mais po sitiva e clara defesa da tese que Rober to Simonsen levantou em Petrópolis. So mos, realmente, muito pobres para tirar de nós, sem pensar, antes, em nós mesmos.
incompatível com a natureza dêste ar tigo, é de se assinalar que, de uma for ma geral, predomina ainda como cânone fundamental da boa política financeira,
Assinalando a relatividade dêsse en
O autor do presente ensaio, dr. Carlos dll Ctélicfa das Pinançus da Uníocrsidfu rio das Finanças da Prrfclliira Muiiici])al
desta Capital. Ê autor de valiosas obras jurídicas, como "Discrimimção das Ren das", "Cláusula Ouro na Concessão do
o princípio da correspondência quanti
Serviço Ptiblico" e "Hermenêutica das
tativa e qualitativa entre ã despesa e
Leis Fiscais".
■T -yr
;*v
40
Digesto
Uma despesa pode ser ordinária pa
Econômico
lisar tôdas as circunstâncias que melhor
ra um govêmo e extraordinária para
possam definir o caráter normal ou anor
Outro.
mal de sua ocorrência.
Uma cidade de 25.000 ha
bitantes pode exigir um novo prédio escolar cada 25 anos, porque sua po pulação é quase estacionária e a as
tra cidade, de tamanho aproximado,
,
pode ser obrigada a erigir novos pré-
to, estritas excepçõcs.
X
-dios escolares cada 10 anos, devido
do vagarosamente, enquanto uma ou
a um rápido desenvolvimento da as-
Uma pequena deficiência da receita,
desde que temporária e imprevisível, po
um milhão ou mais, prédios escolares
derá, por exemplo, justificar um supri mento de emergência, medftinte opera
, podem ser construídos a intervalos
ção de crédito, ainda que os rcspccti\'os
sistência escolar.
Em uma cidade de
aproximação, entre a orientação chama da pelos americanos, dc "pay-as-youblico, mais ou menos intensiva.
-go-policc", c a política de crédito pú A primeira, de feliz aplicaçao nas ci dades de Nova York, Chicago, Kallarnazoo c Milwaukee, entende que todos os empreendimentos, mesmo os de cará ter permanente, devem ser atendidos pe las fontes tributárias normais, sem qual
regulares e podem ser tratados como despesas ordinárias". (3)
recursos se destinem a atender a despe
Não pode haver, realmente, uma apríorística e genérica classificação de
a referente a obras de caráter reprodu
orientação, entre
obras ordinárias e extraordinárias.
tivo, em relação ás quais admite a dou
tanto, recomenda
trina o recurso às operações de crédito.
o uso de emprés
E é intuitiva a justificação dessa hipó
timos
A
sua natureza depende do confronto com us condições históricas e administrativas
da entidade pública.
Os interesses eleitorais dos governos
levam-nos, quase sempre, à tendência de qualificarem as obras e iniciativas ofi ciais como extraordinárias, quer para
ocultar os seus erros de imprevidên-
oia, quer para dar relevo à sua atua ção administrativa, quer ainda para jus tificar o recurso ao crédito público, psi-
sas de caráter ordinário.
quer
A outra exceção geralmente aceita é
tese: é que obras desse gênero se pa gam por si próprias, permitindo, pela
Como se vê, dois são os requisitos básicos do recurso ao credito pu ico.
a) - tratar-se de melhoramento ne cessário, — o que exclui as iniciaüvas de interesse secundiurio ou de oportimidade discutível;
b ) - «êo constar o melhoramen o xlc cuidadoso planciamento pré-existcntc, ou, se previsto, vir o seu custo a
ao
A outra
om
exceder
ao
custo médio ha bitual, hipótese esta
última
em
que o emprés timo
maior
ficaria
se
justi apenas
ou menor escala,
quanto à parte
para uns em ca
excedente do cus to. Esta condi
tério mais amplo, ser enquadradas num cuidadoso planejamento, de acôrdo com a previsível evolução
coniza nos têrmos seguintes:
das necessidades coletivas.
estarão sujeitas as rendas desse modo
Oaí a prudência que deve dominar o
antecipadas.
tar, para outros,
Despesas extraordinárias
ção excluí as obras que, embo
cm caráter subsi
diário dos tribu tos.
Várias
são
ria.
A sua fórmula mais criteriosa e
as gradações desta orientação doutriná
"O melhor plano para uma cidade
que deseja evitar uma dívida funda
da e ao mesmo tempo fugir a uma
ra aparentemen
te excepcionais, possam, à luz de cri
A adoção dessas normas, como se per
cebe, exige a focalizaçao da despesa por um mais dilatado período, capaz de
tarifa flutuante de impôsto, é to mar empréstimos para financiar me
permitir um planejamento conducente à
aos recursos
lhoramentos públicos necessários, sò-
(tributários ou creclitícios) que devem
mente quando e na medida em que
atender às despesas extraordinárias.
os custos desses melhoramentos, para
bastantes os correspondentes recursos da
ceiros e administrativos com ocultos in-
preconceitos doutrinários e apto a ana-
(5).
prática, entretanto, é encontrada na "Tax-and-borrow police", que Buck pre
seus pesados e inevitáveis encargos.
eminentemente prático, despido de
ciar melhoramentos públicos chamar do "tax-and-borrow pohce .
uma vez, c claro, que se tomem as cau
telas adequadas, com base em segura previsão da conjuntura econômica a que
terêsses políticos. Â apuração do cafãter ordinário da despesa deve pois presidir um espírito, não só aMieio a 4"alquer cogitação subalterna, como ain-
credito.
.seguintes. A essa políHca de finan
ráter complemen
cològieamente mais aceitável pela comu-
tar o desvirtuamento dos objetívos finan
recurso
res do que a média dos custos dos
anos imediatamente precedentes ou
segurança da renda prevista, a sua an tecipação mediante correspondentes em préstimos. (4) Ainda que de cará ter ordinário, portanto, tais obras podem ser custeadas por operações de crédito, pois, dc tal forma, não se agravará a situação financeira da entidade pública,
^dade, que não sénte imediatamente os estudo da matéria, de forma a se evi
.
De uma forma geral, porcin, sc divi dem os autores, com maior ou menor
3 — A regra dc que as despesas or dinárias devem ser atendidas por re cursos ordinários, comporta, no entan
sistência escolar está se desenvolven
xível da aplicação generalizada, contri buindo mesmo para arraigar a convic ção do sentido prático que deve dominar a sohição da matéria.
Despesas ordinárias
41
Digesto Econômico
4 — As divergências doutrinárias se evidenciam relativamente
A diversidade das orientações preco nizadas não oferece uma formula infle-
um determinado ano, a despeito de cuidadoso planejamento^ forem maio-
sua normal distribuição por vários exer
cícios, em condições de se lhe tomarem receita ordinária.
A despesa que, a
despeito desse previdente planejamento,
■T -yr
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40
Digesto
Uma despesa pode ser ordinária pa
Econômico
lisar tôdas as circunstâncias que melhor
ra um govêmo e extraordinária para
possam definir o caráter normal ou anor
Outro.
mal de sua ocorrência.
Uma cidade de 25.000 ha
bitantes pode exigir um novo prédio escolar cada 25 anos, porque sua po pulação é quase estacionária e a as
tra cidade, de tamanho aproximado,
,
pode ser obrigada a erigir novos pré-
to, estritas excepçõcs.
X
-dios escolares cada 10 anos, devido
do vagarosamente, enquanto uma ou
a um rápido desenvolvimento da as-
Uma pequena deficiência da receita,
desde que temporária e imprevisível, po
um milhão ou mais, prédios escolares
derá, por exemplo, justificar um supri mento de emergência, medftinte opera
, podem ser construídos a intervalos
ção de crédito, ainda que os rcspccti\'os
sistência escolar.
Em uma cidade de
aproximação, entre a orientação chama da pelos americanos, dc "pay-as-youblico, mais ou menos intensiva.
-go-policc", c a política de crédito pú A primeira, de feliz aplicaçao nas ci dades de Nova York, Chicago, Kallarnazoo c Milwaukee, entende que todos os empreendimentos, mesmo os de cará ter permanente, devem ser atendidos pe las fontes tributárias normais, sem qual
regulares e podem ser tratados como despesas ordinárias". (3)
recursos se destinem a atender a despe
Não pode haver, realmente, uma apríorística e genérica classificação de
a referente a obras de caráter reprodu
orientação, entre
obras ordinárias e extraordinárias.
tivo, em relação ás quais admite a dou
tanto, recomenda
trina o recurso às operações de crédito.
o uso de emprés
E é intuitiva a justificação dessa hipó
timos
A
sua natureza depende do confronto com us condições históricas e administrativas
da entidade pública.
Os interesses eleitorais dos governos
levam-nos, quase sempre, à tendência de qualificarem as obras e iniciativas ofi ciais como extraordinárias, quer para
ocultar os seus erros de imprevidên-
oia, quer para dar relevo à sua atua ção administrativa, quer ainda para jus tificar o recurso ao crédito público, psi-
sas de caráter ordinário.
quer
A outra exceção geralmente aceita é
tese: é que obras desse gênero se pa gam por si próprias, permitindo, pela
Como se vê, dois são os requisitos básicos do recurso ao credito pu ico.
a) - tratar-se de melhoramento ne cessário, — o que exclui as iniciaüvas de interesse secundiurio ou de oportimidade discutível;
b ) - «êo constar o melhoramen o xlc cuidadoso planciamento pré-existcntc, ou, se previsto, vir o seu custo a
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A outra
om
exceder
ao
custo médio ha bitual, hipótese esta
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que o emprés timo
maior
ficaria
se
justi apenas
ou menor escala,
quanto à parte
para uns em ca
excedente do cus to. Esta condi
tério mais amplo, ser enquadradas num cuidadoso planejamento, de acôrdo com a previsível evolução
coniza nos têrmos seguintes:
das necessidades coletivas.
estarão sujeitas as rendas desse modo
Oaí a prudência que deve dominar o
antecipadas.
tar, para outros,
Despesas extraordinárias
ção excluí as obras que, embo
cm caráter subsi
diário dos tribu tos.
Várias
são
ria.
A sua fórmula mais criteriosa e
as gradações desta orientação doutriná
"O melhor plano para uma cidade
que deseja evitar uma dívida funda
da e ao mesmo tempo fugir a uma
ra aparentemen
te excepcionais, possam, à luz de cri
A adoção dessas normas, como se per
cebe, exige a focalizaçao da despesa por um mais dilatado período, capaz de
tarifa flutuante de impôsto, é to mar empréstimos para financiar me
permitir um planejamento conducente à
aos recursos
lhoramentos públicos necessários, sò-
(tributários ou creclitícios) que devem
mente quando e na medida em que
atender às despesas extraordinárias.
os custos desses melhoramentos, para
bastantes os correspondentes recursos da
ceiros e administrativos com ocultos in-
preconceitos doutrinários e apto a ana-
(5).
prática, entretanto, é encontrada na "Tax-and-borrow police", que Buck pre
seus pesados e inevitáveis encargos.
eminentemente prático, despido de
ciar melhoramentos públicos chamar do "tax-and-borrow pohce .
uma vez, c claro, que se tomem as cau
telas adequadas, com base em segura previsão da conjuntura econômica a que
terêsses políticos. Â apuração do cafãter ordinário da despesa deve pois presidir um espírito, não só aMieio a 4"alquer cogitação subalterna, como ain-
credito.
.seguintes. A essa políHca de finan
ráter complemen
cològieamente mais aceitável pela comu-
tar o desvirtuamento dos objetívos finan
recurso
res do que a média dos custos dos
anos imediatamente precedentes ou
segurança da renda prevista, a sua an tecipação mediante correspondentes em préstimos. (4) Ainda que de cará ter ordinário, portanto, tais obras podem ser custeadas por operações de crédito, pois, dc tal forma, não se agravará a situação financeira da entidade pública,
^dade, que não sénte imediatamente os estudo da matéria, de forma a se evi
.
De uma forma geral, porcin, sc divi dem os autores, com maior ou menor
3 — A regra dc que as despesas or dinárias devem ser atendidas por re cursos ordinários, comporta, no entan
sistência escolar está se desenvolven
xível da aplicação generalizada, contri buindo mesmo para arraigar a convic ção do sentido prático que deve dominar a sohição da matéria.
Despesas ordinárias
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Digesto Econômico
4 — As divergências doutrinárias se evidenciam relativamente
A diversidade das orientações preco nizadas não oferece uma formula infle-
um determinado ano, a despeito de cuidadoso planejamento^ forem maio-
sua normal distribuição por vários exer
cícios, em condições de se lhe tomarem receita ordinária.
A despesa que, a
despeito desse previdente planejamento,
'
42
Dicksto Econômico
43
Dicesto EcoNÓ^^co
possa surgir com o caráter extraordinário,
é que justifica o recurso ao crédito pú
indispensável para a liquidaçcão ou res gate do mesmo empréstimo.
bico. É a orientação mais sadia que Seguir portanto uma política franca domina a discussão da matéria, e que, de crédito público, sem uma cautelosa adotada com ponderação e visão políti ana!i.se dos ônus que já gravam a recei ca, assegura recursos adicionais ao pro ta ordinária ou um previdente fortalepi-
gresso das entidades públicas, sem su
jeita-las ao risco dos financiamentos imoderados.
5 — Sem descer a maior profundídade na explanação do assunto, não se pode deixar de reconhecer que a polí tica dos empréstimos, pela facilidade que apresenta, de não reclamar instantâneos
mento desta última, de forma a a.ssegurar os recursos adicionais capazes dc amortízar a parcela simplesmente ante
cipada pelo empréstimo, seria c.xpor a riscos ineWtáveis a segurança financeira das entidades públicas e reincidir nos erros que obsciirecem a história da dí vida pública em nossa Pátria.
ou pesados encargos tributários, consti
tui uma,perigosa sedução para os admi nistradores, principalmente quando co
locam os seus interesses políticos acima das conveniências gerais da coletividade. Adotar, entretanto, uma orientação de
intransigente repulsa a êsse processo fi nanceiro, pelo simples receio dos ris cos que lhe são inerentes ou dos abusos
que propicia, seria fazer tábula raza
das inestimáveis vantagens que sua racio nal aplicação proporciona. Não se justificaria, assim, uma polí
tica de sistemática opo.sição ao débito público, na solução dos problemas fi nanceiros da administração estadual ou
municipal de São Paulo. Pelo contrário, a magnitude desses problemas, o cons tatado atraso na sua solução e os prog
nósticos de evolução da economia es
tadual podem justificar; até certo ponto, o em relação a certos empreendimentos, o recurso ao crédito público.
É preciso porém não nos esquecermos
A geração onerada
6 - Repete-se, ainda, com freqüên cia, a propósito das nossas obra.s públi cas, que deveriam as mesmas ser leva
das a efeito com empréstimos, de pre ferência a recursos tributários de ma
neira a se distribuir o respectivo custo com as gerações futuras, que também as irao usufruir.
Sem negar que certos empreendimen tos. por variadas razões, não encontram, de fato. outra solução financeira, não podemos deixar de condenar a facilidade com que se avançam conclusões dessa
ordem, sem uma prévia verificação de vários outros aspectos indispensáveis à
justa solução do problema. Não se ve
rifica, por exemplo, em que extensão ]á estariam gravadas as ditas "gerações futuras", pelos encargos tributários ne cessários a amortizar empréstimos ante
riores; abstrai-se da natureza já pràticamente normal e ordinária de várias des
de que o empréstimo não proporciona sas obras, perfeitamente exeqüíveis, por ' receita adicional àquelas que o tanto, com os próprios • recursos ordiná poder público normalmente angaria: pe- rios; esquece-se de que, assim como al o contrário, o empréstimo simplesmen- gumas obras de duração futura são le- te antecipa essa receita, a qual, afinal • vadas a efeito com tributos agora cole ' de contas, é que irá constituir o recurso tados, por outro lado, inúmeras outras.
de que ora nos utilizamos, foram tam
tributária; ora, suposto que a quota da
bém realizadas com recursos do passa
de.spesa que deveria locar ao contribuin
do, sem que nos fôsscm transferidos os
te fòsse, como vimos, igual a 20, e su
ônus respcclivos. 7 — Ademais, a afirmativa dc que o empréstimo transfere o encargo para as
sem de 5%, os tributos ordinilrios a
gerações futuras, não pode ser aceita sem maiores restrições.
Antes dc mais nada se deverá levar
em conta que tanto com o empréstimo,
posto que os juros do empréstimo fos cargo dêsse contribuinte deveriam ser acrescidos de 5% de 20, ou seja, de uma importância igual a 1. Logo se o seu patrimônio inicial, igual a 100, ren
dia 5 (renda nonnal do capital), após
como com a tributação extraordinária, os
o empréstimo essa renda fica desfalca
bens que o Estado absorve da econo mia privada são sempre bens presentes, integrados no patrimônio da geraçao
sando pois a ser, na realidade, de 4
atual.
Os efeitos econômicos, portanto,
decorrentes dessa subtração de recursos
à atividade particular, se fazem sentir tanto numa como noutra hipótese. Respeitável, além disso, é a corrente
da de 1 (majoração tributária), pas
apenas; ora, um capital que passa a ren der 4, — admitíndo-se sempre 5% como
fruto normal do capital —, na realidade não vale mais 100, mas apenas 80. So
freu portanto o contribuinte uma redu
ção em seu patrimônio, inteiramente
dos financistas, que, evocando uma das igual à que sofreria se lhe fosse exigido o impôsto extraordinário. E de fato, interessantes abstrações de Ricardo, en tende ser idêntica a pressão resultante das duas fórmulas financeiras.
Decretando o impòsto, raciocinam eles, subtrai o Estado uma determinada im
como a renda normal da parcela 20, do
seu patrimônio, é absorvida pelo acrés cimo tributário destinado aos juros do
empréstímo, esta parte de seu capital,
portância do patrimônio dos contribuin tes; emitindo o empréstimo, terá o Es
tomando-se improdutiva, Uie é inteira mente inúül, como se não existisse. Em
tado de aumentar os tributos ordinários
última análise, poi.s, tanto com o emprés
para poder fazer face aos respectivos encargos, produzindo-se, portanto, tam bém nesta lüpótese, uma corresponden te pressão tributária.
E exemplificando: si^onliamos um patrimônio que se meça pela cifra 100, e do qual, mediante um impôsto èxtraordinário, devesse o Estado absorver uma
parcela igual a 20. Reduzir-se-ia o pa trimônio do contribuinte ao valor de
100-20, ou seja 80.
Suponhamos po
rém que fosse adotada a política do em préstimo. O patrimônio do contribuin te, em princípio, não seria afetado, pois a subscrição se faria pelos capitalistas.
Entretanto, os encargos da nova dívida exigiriam uma correspondente majoração
timo, como com o impôsto extraordiná rio reduz-se o patrimônio do contribuin te 'ao mesmo valor, constatando-se as
sim que os ônus de um ou de outro pro cesso sempre se efetivam sobre a gera ção atual, e, ainda, de que são inteira mente iguais as pressões tributárias pe
las quais se traduzem. (6) Preconceito ■prejudicuil 8 — A doutrina ricardeana, acima re
sumida, e que conta prestigiosos adep tos, comporta várias restrições, cuja ex planação não caberia neste artigo. ' Ela evidencia,
entretanto,
uma
tendência
econômica resultante do debito público.
'
42
Dicksto Econômico
43
Dicesto EcoNÓ^^co
possa surgir com o caráter extraordinário,
é que justifica o recurso ao crédito pú
indispensável para a liquidaçcão ou res gate do mesmo empréstimo.
bico. É a orientação mais sadia que Seguir portanto uma política franca domina a discussão da matéria, e que, de crédito público, sem uma cautelosa adotada com ponderação e visão políti ana!i.se dos ônus que já gravam a recei ca, assegura recursos adicionais ao pro ta ordinária ou um previdente fortalepi-
gresso das entidades públicas, sem su
jeita-las ao risco dos financiamentos imoderados.
5 — Sem descer a maior profundídade na explanação do assunto, não se pode deixar de reconhecer que a polí tica dos empréstimos, pela facilidade que apresenta, de não reclamar instantâneos
mento desta última, de forma a a.ssegurar os recursos adicionais capazes dc amortízar a parcela simplesmente ante
cipada pelo empréstimo, seria c.xpor a riscos ineWtáveis a segurança financeira das entidades públicas e reincidir nos erros que obsciirecem a história da dí vida pública em nossa Pátria.
ou pesados encargos tributários, consti
tui uma,perigosa sedução para os admi nistradores, principalmente quando co
locam os seus interesses políticos acima das conveniências gerais da coletividade. Adotar, entretanto, uma orientação de
intransigente repulsa a êsse processo fi nanceiro, pelo simples receio dos ris cos que lhe são inerentes ou dos abusos
que propicia, seria fazer tábula raza
das inestimáveis vantagens que sua racio nal aplicação proporciona. Não se justificaria, assim, uma polí
tica de sistemática opo.sição ao débito público, na solução dos problemas fi nanceiros da administração estadual ou
municipal de São Paulo. Pelo contrário, a magnitude desses problemas, o cons tatado atraso na sua solução e os prog
nósticos de evolução da economia es
tadual podem justificar; até certo ponto, o em relação a certos empreendimentos, o recurso ao crédito público.
É preciso porém não nos esquecermos
A geração onerada
6 - Repete-se, ainda, com freqüên cia, a propósito das nossas obra.s públi cas, que deveriam as mesmas ser leva
das a efeito com empréstimos, de pre ferência a recursos tributários de ma
neira a se distribuir o respectivo custo com as gerações futuras, que também as irao usufruir.
Sem negar que certos empreendimen tos. por variadas razões, não encontram, de fato. outra solução financeira, não podemos deixar de condenar a facilidade com que se avançam conclusões dessa
ordem, sem uma prévia verificação de vários outros aspectos indispensáveis à
justa solução do problema. Não se ve
rifica, por exemplo, em que extensão ]á estariam gravadas as ditas "gerações futuras", pelos encargos tributários ne cessários a amortizar empréstimos ante
riores; abstrai-se da natureza já pràticamente normal e ordinária de várias des
de que o empréstimo não proporciona sas obras, perfeitamente exeqüíveis, por ' receita adicional àquelas que o tanto, com os próprios • recursos ordiná poder público normalmente angaria: pe- rios; esquece-se de que, assim como al o contrário, o empréstimo simplesmen- gumas obras de duração futura são le- te antecipa essa receita, a qual, afinal • vadas a efeito com tributos agora cole ' de contas, é que irá constituir o recurso tados, por outro lado, inúmeras outras.
de que ora nos utilizamos, foram tam
tributária; ora, suposto que a quota da
bém realizadas com recursos do passa
de.spesa que deveria locar ao contribuin
do, sem que nos fôsscm transferidos os
te fòsse, como vimos, igual a 20, e su
ônus respcclivos. 7 — Ademais, a afirmativa dc que o empréstimo transfere o encargo para as
sem de 5%, os tributos ordinilrios a
gerações futuras, não pode ser aceita sem maiores restrições.
Antes dc mais nada se deverá levar
em conta que tanto com o empréstimo,
posto que os juros do empréstimo fos cargo dêsse contribuinte deveriam ser acrescidos de 5% de 20, ou seja, de uma importância igual a 1. Logo se o seu patrimônio inicial, igual a 100, ren
dia 5 (renda nonnal do capital), após
como com a tributação extraordinária, os
o empréstimo essa renda fica desfalca
bens que o Estado absorve da econo mia privada são sempre bens presentes, integrados no patrimônio da geraçao
sando pois a ser, na realidade, de 4
atual.
Os efeitos econômicos, portanto,
decorrentes dessa subtração de recursos
à atividade particular, se fazem sentir tanto numa como noutra hipótese. Respeitável, além disso, é a corrente
da de 1 (majoração tributária), pas
apenas; ora, um capital que passa a ren der 4, — admitíndo-se sempre 5% como
fruto normal do capital —, na realidade não vale mais 100, mas apenas 80. So
freu portanto o contribuinte uma redu
ção em seu patrimônio, inteiramente
dos financistas, que, evocando uma das igual à que sofreria se lhe fosse exigido o impôsto extraordinário. E de fato, interessantes abstrações de Ricardo, en tende ser idêntica a pressão resultante das duas fórmulas financeiras.
Decretando o impòsto, raciocinam eles, subtrai o Estado uma determinada im
como a renda normal da parcela 20, do
seu patrimônio, é absorvida pelo acrés cimo tributário destinado aos juros do
empréstímo, esta parte de seu capital,
portância do patrimônio dos contribuin tes; emitindo o empréstimo, terá o Es
tomando-se improdutiva, Uie é inteira mente inúül, como se não existisse. Em
tado de aumentar os tributos ordinários
última análise, poi.s, tanto com o emprés
para poder fazer face aos respectivos encargos, produzindo-se, portanto, tam bém nesta lüpótese, uma corresponden te pressão tributária.
E exemplificando: si^onliamos um patrimônio que se meça pela cifra 100, e do qual, mediante um impôsto èxtraordinário, devesse o Estado absorver uma
parcela igual a 20. Reduzir-se-ia o pa trimônio do contribuinte ao valor de
100-20, ou seja 80.
Suponhamos po
rém que fosse adotada a política do em préstimo. O patrimônio do contribuin te, em princípio, não seria afetado, pois a subscrição se faria pelos capitalistas.
Entretanto, os encargos da nova dívida exigiriam uma correspondente majoração
timo, como com o impôsto extraordiná rio reduz-se o patrimônio do contribuin te 'ao mesmo valor, constatando-se as
sim que os ônus de um ou de outro pro cesso sempre se efetivam sobre a gera ção atual, e, ainda, de que são inteira mente iguais as pressões tributárias pe
las quais se traduzem. (6) Preconceito ■prejudicuil 8 — A doutrina ricardeana, acima re
sumida, e que conta prestigiosos adep tos, comporta várias restrições, cuja ex planação não caberia neste artigo. ' Ela evidencia,
entretanto,
uma
tendência
econômica resultante do debito público.
n 44
a qual, com o caráter tie influência de
ordem geral, não pode ser descurada na apreciação dos efeitos dessa receita
extraordinária sôbre a geração contem
porânea do empréstimo. Ademais, de qualquer .forma, ela põe à mostra a complexidade do problema, assinalando a leviandade com que muitas vezes se critica a administração por não se uti-
lizar mais largamente de empréstimos
^ na realização de suas obras, como se constituíssem ê!es uma fórmula capaz de prescindir dos recursos tributários ou
de assegurar a imunidade ao patrimônio dos atuais contribuintes, com inteira abstração dos múltiplos reflexos da vida econômica da coletividade.
Devem os contribuintes compreender que os empréstimos também envolvem
encargos que eles próprios terão de su portar, pois, além dos efeitos acima in
dicados, os ônus da respectiva amorti zação e juros exigirão imediatas onera-
DiGESTO Ecoxómico
letívidacle, O empréstimo coiistílui um
processo técnico cuja aplícaçuo .se deve nortear exclusivamente pelas conveniên cias dc ordem administrativa ou finan
ceira, de conformidade com a boa orien
tação cientifica, jamais se justificando a sua conversão em expediente dc mistifi
cação política, tendente a iludir os aluais assumidos.
Atendendo às suas despesas com tri
butação ou com empréstimos, é sempre da coletividade que o poder público irá
obter os necessários recursos. Urge que
dos processos financeiros na solução dos seus problemas administrativos.
respeito possam subsistir, abado a ou
baseia.
A opção pelo empréstimo, portanto, na solução dos problemas da despesa pública, não pode ser fundada na ilu sória suposição de menor gravame à co-
cipais, e na qual o presente artigo se (2) ~ GRAZIANI. A., in Primo Tratta-
to Completo di Diritto Amminlstrativo Italiano. V. E. Orlando, ed. 1902, vol. XI, pág 553.
(3) _■ bUEHLER. Publlc Finance, ed.
1940, pág. 727. (4) — SHIRRAS, G. Findlay, Public Finance, ed. 1936, pág. 162. (5) — BUCK, A. E., Municipal Finance, ed.
1937, págs. 473/474.
(6) — MORSELLI, Emanuele, Corso di Scienza delia Finanza Publica, ed. 1939, págs. 495-497.
(7) — King, Clyde L., Publlc Finance, ed. 1935, pág. 554.
conseqüentemente, o quadro cultural em que se estabelecem as relações dos ho mens e dos grupos entre si. Na histó ria da civilização humana o apareci
dominantes de organização social e de
um fenômeno importante na transfor mação histórica; hoje, porém, na so
cultura levantam contra a necessidade
energia nuclear, quanto diminutas pare
uma mais adequada e racional escolha
ções entre os homens e o meio físico e,
vem gerando traumatismos de
tüda ordem no plano das relações so ciais, pela resistôncia que as fonnas pre
nistração pública, sem o risco de incon venientes reações psicológicas, adotar
vite da Associação dos Lançadores Muni
correspondente e simultânea criação ou aumento dé tributos. (7)
mem e as fôrças da natureza,
inclutável de sua adaptação às novas maneiras de viver e produzir. Tao grandes são as perspectivas, no campo
ola bem compreenda esta irrecusável
empréstimo, desfazendo.ilusões que a
de títulos de dívida pública, sem uma
do de maneira profunda o sis tema de relações entre o ho
realidade, a fim de que, dissipadas as falsas noções correntes, possa a admi
íl) — Conferência pronunciada em 21-11-47 na Biblioteca Municipal, a con
mesmo a ditar, em algumas leis norteamericanas, a proibição de lançamento
O INÍCIO da era atômica, alteran
contribuintes sòbre os reais efeitos fi
tribuintes esses inevitáveis efeitos do
tras razões de ordem financeira, chega
(da Universidade do Brasil)
nanceiros de encargos administrativos
ções fiscais.
O propósito de fazer sentir aos con
Sociologiapor L. das Invenções A. Costa Pinto
da técnica, rasgadas pela libertação da cem ser as possibilidades imediatas e pacíficas de transformar os padrões de convivência humana, de modo a pode
rem controlar seus efeitos sociais, dirigindo-os' no sentido do bem-estar da humanidade.
Em verdade, o processo não é mais do que a reprodução, em escala macros cópica, de um fenômeno comum na
dinâmica cultural; entretanto, a demo
mento e a propagação das invenções é ciedade que resultou da chamada re volução industrial", o surgimento de invenções, sua multiplicação e os efeitos não" raro revolucionários que e.\ercem so
bre a vida social é um traço marcante
da quadra de civilização que vivemos. A sociologia, que em certo sentido não é mais do que o tratamento cien
tífico dêstes problemas que fazem a tortura da vida diária do homem da
rua, encontra nesses problemas um largo tema onde aplicar algumas de suas hi
póteses fundamentais de estudo e pes quisa. ^ ^ ^
ra em sincronizar o ritmo do progresso
■ Desde que o homem interpôs entre
social com o ritmo do progresso material, à proporção que acumula os problemas a
é sempre uma parte da natureza que o
serem resolvidos, aumenta, paralelamen te, a gravidade das soluções.
De há muito que sociólogos têm vol tado .sua atenção para a análise dos efei
êle e o meio físico o instrumento - que homem volta contra a própria natnreza com o fim de dominá-la e controlá-la
- o poder de expansão da cultura hu mana multipHcou-se imensamente.
E
tos sociais das invenções, interêsse que
se tem multiplicado nas últimas .décadas.
O ritmo da mudança cultural e social do
mundo
moderno
vê-se
acelerado
grandemente pelo surgimento de inven ções e descobertas que ^alteram, às vêzes totalmente, os modos dos homens fazerem as coisas, o sistema de rela
O professor Costa Finto entende, e com
razão, que os problemas brasileiros da atualidade só poderão ser entidades à luz da sociologia das invenções, dado o início da era atômica. i
n 44
a qual, com o caráter tie influência de
ordem geral, não pode ser descurada na apreciação dos efeitos dessa receita
extraordinária sôbre a geração contem
porânea do empréstimo. Ademais, de qualquer .forma, ela põe à mostra a complexidade do problema, assinalando a leviandade com que muitas vezes se critica a administração por não se uti-
lizar mais largamente de empréstimos
^ na realização de suas obras, como se constituíssem ê!es uma fórmula capaz de prescindir dos recursos tributários ou
de assegurar a imunidade ao patrimônio dos atuais contribuintes, com inteira abstração dos múltiplos reflexos da vida econômica da coletividade.
Devem os contribuintes compreender que os empréstimos também envolvem
encargos que eles próprios terão de su portar, pois, além dos efeitos acima in
dicados, os ônus da respectiva amorti zação e juros exigirão imediatas onera-
DiGESTO Ecoxómico
letívidacle, O empréstimo coiistílui um
processo técnico cuja aplícaçuo .se deve nortear exclusivamente pelas conveniên cias dc ordem administrativa ou finan
ceira, de conformidade com a boa orien
tação cientifica, jamais se justificando a sua conversão em expediente dc mistifi
cação política, tendente a iludir os aluais assumidos.
Atendendo às suas despesas com tri
butação ou com empréstimos, é sempre da coletividade que o poder público irá
obter os necessários recursos. Urge que
dos processos financeiros na solução dos seus problemas administrativos.
respeito possam subsistir, abado a ou
baseia.
A opção pelo empréstimo, portanto, na solução dos problemas da despesa pública, não pode ser fundada na ilu sória suposição de menor gravame à co-
cipais, e na qual o presente artigo se (2) ~ GRAZIANI. A., in Primo Tratta-
to Completo di Diritto Amminlstrativo Italiano. V. E. Orlando, ed. 1902, vol. XI, pág 553.
(3) _■ bUEHLER. Publlc Finance, ed.
1940, pág. 727. (4) — SHIRRAS, G. Findlay, Public Finance, ed. 1936, pág. 162. (5) — BUCK, A. E., Municipal Finance, ed.
1937, págs. 473/474.
(6) — MORSELLI, Emanuele, Corso di Scienza delia Finanza Publica, ed. 1939, págs. 495-497.
(7) — King, Clyde L., Publlc Finance, ed. 1935, pág. 554.
conseqüentemente, o quadro cultural em que se estabelecem as relações dos ho mens e dos grupos entre si. Na histó ria da civilização humana o apareci
dominantes de organização social e de
um fenômeno importante na transfor mação histórica; hoje, porém, na so
cultura levantam contra a necessidade
energia nuclear, quanto diminutas pare
uma mais adequada e racional escolha
ções entre os homens e o meio físico e,
vem gerando traumatismos de
tüda ordem no plano das relações so ciais, pela resistôncia que as fonnas pre
nistração pública, sem o risco de incon venientes reações psicológicas, adotar
vite da Associação dos Lançadores Muni
correspondente e simultânea criação ou aumento dé tributos. (7)
mem e as fôrças da natureza,
inclutável de sua adaptação às novas maneiras de viver e produzir. Tao grandes são as perspectivas, no campo
ola bem compreenda esta irrecusável
empréstimo, desfazendo.ilusões que a
de títulos de dívida pública, sem uma
do de maneira profunda o sis tema de relações entre o ho
realidade, a fim de que, dissipadas as falsas noções correntes, possa a admi
íl) — Conferência pronunciada em 21-11-47 na Biblioteca Municipal, a con
mesmo a ditar, em algumas leis norteamericanas, a proibição de lançamento
O INÍCIO da era atômica, alteran
contribuintes sòbre os reais efeitos fi
tribuintes esses inevitáveis efeitos do
tras razões de ordem financeira, chega
(da Universidade do Brasil)
nanceiros de encargos administrativos
ções fiscais.
O propósito de fazer sentir aos con
Sociologiapor L. das Invenções A. Costa Pinto
da técnica, rasgadas pela libertação da cem ser as possibilidades imediatas e pacíficas de transformar os padrões de convivência humana, de modo a pode
rem controlar seus efeitos sociais, dirigindo-os' no sentido do bem-estar da humanidade.
Em verdade, o processo não é mais do que a reprodução, em escala macros cópica, de um fenômeno comum na
dinâmica cultural; entretanto, a demo
mento e a propagação das invenções é ciedade que resultou da chamada re volução industrial", o surgimento de invenções, sua multiplicação e os efeitos não" raro revolucionários que e.\ercem so
bre a vida social é um traço marcante
da quadra de civilização que vivemos. A sociologia, que em certo sentido não é mais do que o tratamento cien
tífico dêstes problemas que fazem a tortura da vida diária do homem da
rua, encontra nesses problemas um largo tema onde aplicar algumas de suas hi
póteses fundamentais de estudo e pes quisa. ^ ^ ^
ra em sincronizar o ritmo do progresso
■ Desde que o homem interpôs entre
social com o ritmo do progresso material, à proporção que acumula os problemas a
é sempre uma parte da natureza que o
serem resolvidos, aumenta, paralelamen te, a gravidade das soluções.
De há muito que sociólogos têm vol tado .sua atenção para a análise dos efei
êle e o meio físico o instrumento - que homem volta contra a própria natnreza com o fim de dominá-la e controlá-la
- o poder de expansão da cultura hu mana multipHcou-se imensamente.
E
tos sociais das invenções, interêsse que
se tem multiplicado nas últimas .décadas.
O ritmo da mudança cultural e social do
mundo
moderno
vê-se
acelerado
grandemente pelo surgimento de inven ções e descobertas que ^alteram, às vêzes totalmente, os modos dos homens fazerem as coisas, o sistema de rela
O professor Costa Finto entende, e com
razão, que os problemas brasileiros da atualidade só poderão ser entidades à luz da sociologia das invenções, dado o início da era atômica. i
46
o equipamento anatômico do homem —
animal portador de cultura — a mão, os olhos, os ouvidos, a fôrça muscular, a capacidade de deslocar-se, de produ zir, de fixar e transmitir emoções e idéias, de gerar e satisfazer necessidades — tudo aumentou extraordinariamente por via do desenvohdmento da técni
ca, que é o rneio artificial interposto
1^ pelo homem entre êle e a natureza. H Então, a capacidade humana de mo-
^ dificar o meio para nele adaptar-se foi diferenciando cada vez mais a vida so
cial humana, do que se passa nos ní veis vegetal e animal de associação, em
que o ser vivo se transforma para adap tar-se ao meio cultural, ao invés, como o homem, de criar o meio artificial de
Digesto EcoNÓívnco
camente, entretanto, o conceito de in
venção, ao contrário, não indica o pro
tido, a mudança cultural, de um modo muito menos ocasional do que superfi
do modo como ela foi alterada até então
cialmente se pensa.
têm o poder quase mágico de tirar al
e do que resta, c é possível, em cada momento, fazer para levar aquela ordem
guma coisa do nada.
Em verdade, encarando-se as inven
ções dentro do processo mais amplo da mudança social e cultural, verifica-
se que as invenções em regra resultam
da conjugação de dois fatôres:
a) a
possibüidade cultural de inventar e b) a ^< cessidade social do que se inventa. Se assim e. as invenções, sociològicamente entendidas, deixam de ser produ to arbitrário para aparecerem como al terações que se operam na sociedade e na cultura, que elas mesmas condicio nam e determinam no processo constan
te de acumulação e transformação de seus produtos históricos.
Quando se diz que a invenção resulta
trabalho, de sua mera condição vege-
sempre da possibilidade cultural de in
tativa.
ventar - indica-se com isto que as invenções só se concretizam e comple
sob êsse ângulo, evidencia-se mais do que nunca o seu caráter acumulativo:
cada geração não parte da estaca zero da civilização para criar cultura; a he rança cultural, socialmente transmitida, permite a acumulação de experiências,
de técnicas, de idéias que fazem de
quem, orientando, nesse ou naquele sen
causai qvic existe entre os fenômenos,
singular pela qual a natureza toma cons
Por outro lado, analisada a cultura
temático das causalidades, que lhe per
duto de estalos" que ocorrem ine.vplicàvelmente na cabeça dos inventores, ge ralmente encarados como pessoas cjue
que se serve para dominar o meio fí sico. Parte da natureza, o homem pas sou a ser, como já foi dito, aquela parte ciência de si mesma e liberta-se, pelo
47
Dicesto EcoNÓNnco
tam quando o patrimônio cultural exis tente fornece o material necessário ao progresso que a invenção representa; nao é, portanto, por mera coincidên
cia que cada invenção surge neste ou naquele momento: o memento possível das invenções surgirem é determinado,
cada avanço da sociedade e da cultura
em grande parte, pela cultura já existen
;
o resultado da acumulação de uma gran-
;
de experiência social humana de gera ções que se sucedem.
te, que dá os materiais, rasga as pers pectivas e indica o máximo ponto já atingido pela evolução, possibilitando,
Desse modo, compreende-se porque o significado sociológico da palavra in-
aquele elo na corrente cultural que as
desse modo, que se acrescente mais
I
menção se distingue do seu conceito
. ^
etimológico, com que usamos a expressão na linguagem corrente. Comumen-
' I
te emprega-se a palavra invenção para siste, principalmente, numa intensa per indicar o aparecimento súbito e ines cepção do mundo exterior ou, na expres perado de algo mecânico. Sociològi- são de Brinkmann, no conhecimento sis-
invenções representam e formam. Nes se sentido, como indicava Gabriel Tar de, o papel do indivíduo inventor con
mita uma noção perfeita da ordem pela intervenção consciente do homem
O modo como opera na realidade esta
fórmula geral das invenções: possibili
ou de aplicações a um ponto mais á
dade cultural -j- necessidade social = invenção, é obser\'ado com rela tiva facilidade quando a evolução
frente.
cultural, em certos momentos, atinge
de conhecimentos, de idéias, do técnicas
Outra não é a razão pela qual as
pontos básicos e surgem as chamadas
invenções são sempre obra de técnicos e especialistas no campo particular em que elas surgem: isto acontece porque,
invenções-chaves, que abrem uma
sendo as invenções, em grande parte,
foi encontrada a possibilidade do vôo
função da cultura existente, o avanço
do mais pesado que o ar, e inaugurou-se
rie de novas invenções decorrentes da
primeira. Assim, por exemplo, quando
precisa ser perfeita
a era da aviação, uma série de ou
mente
tras invenções con
cultural já atingido conhecido
e
seqüentes surgiram explorando o mesmo princípio fundamen tal e objetivando
manejado, pois daí é que se
vai partir
para as possibilida des de novas inven
aperfeiçoar, desen
ções.
volver,
Assim como o pa'tiimônio cultural já
e
aplicação da inven-
existente — também u necessidade, como geralmente se diz, ó a mãe das inven
ções. De fato, não só a possibili dade cultural condiciona a invenção,
adaptar
alargar o campo de ção-chave. A suces são de inventos no
campo da aeronáuti ca decorreu da invenção inicial da pró
pria aeronáutica e está tôda ela depen
mas também a necessidade social do
dente desta invenção-chave, sem a qual
que se inventa é fator decisivo no es
tôda a série não teria nem possibilidade
tímulo, na direção e no condicionamen to do processo inventivo.
de existir.
Em cada época, em cada estágio da evolução cultural, as situações sociais concretas revelam a carência em que
Hoje a cultura humana defronta si tuação semelhante: depois que se atin
giu a possibilidade de libertar a energia intra-atòmica é possível a qualquer um
se encontram de mudanças neste ou
prever e imaginar — e muito especial
naquele setor de cultura e essa necessi dade social do que se inventa é o outro fator que, conjugado com o pri
o campo que a cultura tem diante de
meiro, cria as condições ótimas para
que as invenções surjam e se multipli
mente isto é possível para os físicos si e que deve em seguida percorrer,
aplicando, aperfeiçoando, dirigindo e adaptando a energia atômica aos va-
46
o equipamento anatômico do homem —
animal portador de cultura — a mão, os olhos, os ouvidos, a fôrça muscular, a capacidade de deslocar-se, de produ zir, de fixar e transmitir emoções e idéias, de gerar e satisfazer necessidades — tudo aumentou extraordinariamente por via do desenvohdmento da técni
ca, que é o rneio artificial interposto
1^ pelo homem entre êle e a natureza. H Então, a capacidade humana de mo-
^ dificar o meio para nele adaptar-se foi diferenciando cada vez mais a vida so
cial humana, do que se passa nos ní veis vegetal e animal de associação, em
que o ser vivo se transforma para adap tar-se ao meio cultural, ao invés, como o homem, de criar o meio artificial de
Digesto EcoNÓívnco
camente, entretanto, o conceito de in
venção, ao contrário, não indica o pro
tido, a mudança cultural, de um modo muito menos ocasional do que superfi
do modo como ela foi alterada até então
cialmente se pensa.
têm o poder quase mágico de tirar al
e do que resta, c é possível, em cada momento, fazer para levar aquela ordem
guma coisa do nada.
Em verdade, encarando-se as inven
ções dentro do processo mais amplo da mudança social e cultural, verifica-
se que as invenções em regra resultam
da conjugação de dois fatôres:
a) a
possibüidade cultural de inventar e b) a ^< cessidade social do que se inventa. Se assim e. as invenções, sociològicamente entendidas, deixam de ser produ to arbitrário para aparecerem como al terações que se operam na sociedade e na cultura, que elas mesmas condicio nam e determinam no processo constan
te de acumulação e transformação de seus produtos históricos.
Quando se diz que a invenção resulta
trabalho, de sua mera condição vege-
sempre da possibilidade cultural de in
tativa.
ventar - indica-se com isto que as invenções só se concretizam e comple
sob êsse ângulo, evidencia-se mais do que nunca o seu caráter acumulativo:
cada geração não parte da estaca zero da civilização para criar cultura; a he rança cultural, socialmente transmitida, permite a acumulação de experiências,
de técnicas, de idéias que fazem de
quem, orientando, nesse ou naquele sen
causai qvic existe entre os fenômenos,
singular pela qual a natureza toma cons
Por outro lado, analisada a cultura
temático das causalidades, que lhe per
duto de estalos" que ocorrem ine.vplicàvelmente na cabeça dos inventores, ge ralmente encarados como pessoas cjue
que se serve para dominar o meio fí sico. Parte da natureza, o homem pas sou a ser, como já foi dito, aquela parte ciência de si mesma e liberta-se, pelo
47
Dicesto EcoNÓNnco
tam quando o patrimônio cultural exis tente fornece o material necessário ao progresso que a invenção representa; nao é, portanto, por mera coincidên
cia que cada invenção surge neste ou naquele momento: o memento possível das invenções surgirem é determinado,
cada avanço da sociedade e da cultura
em grande parte, pela cultura já existen
;
o resultado da acumulação de uma gran-
;
de experiência social humana de gera ções que se sucedem.
te, que dá os materiais, rasga as pers pectivas e indica o máximo ponto já atingido pela evolução, possibilitando,
Desse modo, compreende-se porque o significado sociológico da palavra in-
aquele elo na corrente cultural que as
desse modo, que se acrescente mais
I
menção se distingue do seu conceito
. ^
etimológico, com que usamos a expressão na linguagem corrente. Comumen-
' I
te emprega-se a palavra invenção para siste, principalmente, numa intensa per indicar o aparecimento súbito e ines cepção do mundo exterior ou, na expres perado de algo mecânico. Sociològi- são de Brinkmann, no conhecimento sis-
invenções representam e formam. Nes se sentido, como indicava Gabriel Tar de, o papel do indivíduo inventor con
mita uma noção perfeita da ordem pela intervenção consciente do homem
O modo como opera na realidade esta
fórmula geral das invenções: possibili
ou de aplicações a um ponto mais á
dade cultural -j- necessidade social = invenção, é obser\'ado com rela tiva facilidade quando a evolução
frente.
cultural, em certos momentos, atinge
de conhecimentos, de idéias, do técnicas
Outra não é a razão pela qual as
pontos básicos e surgem as chamadas
invenções são sempre obra de técnicos e especialistas no campo particular em que elas surgem: isto acontece porque,
invenções-chaves, que abrem uma
sendo as invenções, em grande parte,
foi encontrada a possibilidade do vôo
função da cultura existente, o avanço
do mais pesado que o ar, e inaugurou-se
rie de novas invenções decorrentes da
primeira. Assim, por exemplo, quando
precisa ser perfeita
a era da aviação, uma série de ou
mente
tras invenções con
cultural já atingido conhecido
e
seqüentes surgiram explorando o mesmo princípio fundamen tal e objetivando
manejado, pois daí é que se
vai partir
para as possibilida des de novas inven
aperfeiçoar, desen
ções.
volver,
Assim como o pa'tiimônio cultural já
e
aplicação da inven-
existente — também u necessidade, como geralmente se diz, ó a mãe das inven
ções. De fato, não só a possibili dade cultural condiciona a invenção,
adaptar
alargar o campo de ção-chave. A suces são de inventos no
campo da aeronáuti ca decorreu da invenção inicial da pró
pria aeronáutica e está tôda ela depen
mas também a necessidade social do
dente desta invenção-chave, sem a qual
que se inventa é fator decisivo no es
tôda a série não teria nem possibilidade
tímulo, na direção e no condicionamen to do processo inventivo.
de existir.
Em cada época, em cada estágio da evolução cultural, as situações sociais concretas revelam a carência em que
Hoje a cultura humana defronta si tuação semelhante: depois que se atin
giu a possibilidade de libertar a energia intra-atòmica é possível a qualquer um
se encontram de mudanças neste ou
prever e imaginar — e muito especial
naquele setor de cultura e essa necessi dade social do que se inventa é o outro fator que, conjugado com o pri
o campo que a cultura tem diante de
meiro, cria as condições ótimas para
que as invenções surjam e se multipli
mente isto é possível para os físicos si e que deve em seguida percorrer,
aplicando, aperfeiçoando, dirigindo e adaptando a energia atômica aos va-
If-fF,.-
Ví-f!
49
48
DiCESTo Econômico
riados usos e empregos na produção de utilidades, nos transportes, .na medici na etc. A necessidade social mais pre mente e imediata no momento em que se atingiu a invenção atômica era seu emprego na guerra e por isso — e não por mera coincidência — a bomba atô
I
'Ti. v-* «'
mesmas condições. E, como este.s, inú meros Outros exemplos poderiam ser
O professor Krocber c a professora
porém, a necessidade social mais deci
mas semelliantes, uma espccíe de sincro nização espontânea do espírito inven
sa de energia cósmica para usos pací tor, no campo das relações sociais, com os materiais que a história fornece, forDias de convivência internacional que impossibilitem seu emprego, aparente
mente tão desejado por alguns, para a destruição da cultura humana. O modo como na realidade e nos
fatos concretos que compõem a histó ria da cultura, ocorre a conjugação dos
tivo que indicaria, exatamente, a natu
reza culturalmente determinada que êle apresenta.
Aliás, 6 precisamente ba
seados nisto que os governos de certos países, em certos momentos, divulgam os problemas que desejam ver resolvidos no campo da técnica de produção, es
tabelecendo prêmios para aquôles que oferecerem inventos capazes de resolver esta ou aquela questão. Tornando-se
publica a necessidade social que se visa
satisfazer - estimula-se e dirige-se o rificado, também, pela simultaneidade de processo inventivo em sentido determi algumas invenções, em variados setores. nado, tal como, espontâneamerite, já fatôres sociais das invenções pode ser ve
Observa-se que, muitas invenções, fo ram consegiiidas simultâneamente por dois Ou mais indivíduos, em lugares di
ferentes, trabalhando com independêneia uns dos outros e desconhecendo, ca
da um, o esfôrço que o outro fazia para atingir o mesmo resultado. É sabido,
fazem aqueles fatôres "necessidade so cial e possibilidade cultural" já refe ridos. Nos Estados Unidos, na União
Soviética, na Inglaterra tais exemplos multiphcaram-se na última guerra. São êsses mesmos fatôres, aliás, que geram essas intermináveis discussões sôbre a
por exemplo, que Darwin e Wallace, paternidade das invenções - em que se h-abalhando independentemente, chega discute, em última análise, quem pri
ram ambos à formulação da teoria da
aviação, igualmente, teve mil pioneiros
cm todos os tempos, na realidade como na lenda, que sonharam com a possi bilidade dc imitar os pássaros; certos
D. Tliompson, cm estudos feitos sôbrc registros de patentes de invenções, ve rificaram simultaneidadcs notáveis nesse
_ sentido, bem como, cm certas épocas, a acumulação dos pedidos do rcgislro de patentes em tônio de assuntos c proble
ficos e construtivos mas também inven
de algo parecido com o submarino mo derno que navegasse sob as águas; a
apontados.
mica foi o primeiro emprego dado à nova energia que se libertou da natu reza para o controle humano. Hoje, siva é não só canalizar essa fonte imen
Dicesto Econômico
meiro foi veículo dos fatôres determi-
Origem das espécies; o mesmo declarou .nantes da invenção. É típico o exem ^agels, com relação a Morgan, com plo Santos Dumont verms Wriglit em referência a certas formulações básicas tomo da invenção do aeroplano.
do tnaterialismo bistórico; o planeta Ne- . A história das invenções fracassadas fono foi revelado, nas mesmas condições, pode fornecer, também, abundante ma por dois astrônomos que desconheciam terial de apoio a essas con.siderações que oiutuamente as pesquisas que faziam; estamos expondo. ® hipótese 'da nebulosa primitiva foi Sabe-se, por exemplo, que Leonardo Apresentada por Kant e Laplace nas da Vinci já sonhara com a possibilidade
autores de romances c novelas fantásli-
í^as especializaram-se nesse tipo de lite ratura, que c um constante desdobrar de
í
perspectivas futuras cm todos os seto
res da técnica e do engenho humano. O fato, porém, é que todas essas an tecipações inventivas, resultando da ima ginação excitada de alguns, das ambi ções ou dos desejos vagos cio outros, quando apenas resultam disso — conservam-se sempre no estado de iirojeto ntó que o avanço cultural como um -todo permita a -realização prática da possibilidade entrevista e que a função G a necessidade social exerçam estímulo o • pressão, condicionando o momento
azado do sonho tomar-se i'ealidade.
homem-inventor é dinâmico, já
i
mente o conhecimento do nexo '
>
dn cadeia de
"T'o,,o''"conhc-
■a acrescentar algo dc no •
cura cer
a ordem de causalidade que hga
os fenômenos c condição carac
os
do espirito inventivo. Nesse sen i , dir-se-ia melhor que os navegac ores n \ entaram o Novo Mundo e nao que o descobriram.. .
Embora não se possa estabelecer^ uma graduação cronológica muito np a, observa-se que a descoberta é mais ca racterística dos estados atrasados e e-m brionáiios de cultura e define um tipo elementar de relação entre o homem e o meio físico. A invenção, por outro lado, ó característico de um estado cultura mais avançado, em qiic os dados cu -
turais -ncumulados permitem manipula ções mais complexas e racionais e defi nem um tipo também mais comple.xo do relação entre o homem e o meio físico.
, Por outro lado — e isto é fundamental — como as relações entre os homens
Nesse sentido temos na história das
estão em estreita interação com as rela
invenções a história quase tôda do es
ções dos homens com a natureza e as
natureza. Em largos traços Mannheim traçou os capítulos dessa seqüência, ccnieçando por distinguir a descoberta da
tado de descoberta encontramos agre
tado de espírito do homem diante da
invenção. A descoberta seria a revelação de um
fenômeno ou situação qualquer ao es pírito humano; o estado de-espírito do bomem-descobridor é pas.sivo; a êle, inesperadamente, revela-se o funcionaniento ou a existência de um dado obje tivo ou de um nexo causai, até então
desconhecido. Nesse sentido, é mais justo
dizer-se que o homem descobriu o fogo e não que o inventou. Já a invenção pressupõe uma ativa atitude do espírito, quo investiga, pesquisa, procura. O
formas sociais e culturais que çstas assumem — é fácil concluir que no es
gações sociais elementares, relações de comunidade de extrema simplicidade;
enquanto que no estado de invenção, a complexidade das relações sociais é maior o embora a estnitura social ain
da se apresente ganglionada em estado do relativo isolamento grupai, entre elas
a divisão de trabalhos se multiplica. Não havendo, como foi dito, sucessão
cronológiQa uniforme e rígida desses es
tados t-iO;que acontece, e é tão visí
vel, é que no estado de invenção muitos
setores da cultura podem ainda encon
trar-se num estado de descoberta; pen-
If-fF,.-
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riados usos e empregos na produção de utilidades, nos transportes, .na medici na etc. A necessidade social mais pre mente e imediata no momento em que se atingiu a invenção atômica era seu emprego na guerra e por isso — e não por mera coincidência — a bomba atô
I
'Ti. v-* «'
mesmas condições. E, como este.s, inú meros Outros exemplos poderiam ser
O professor Krocber c a professora
porém, a necessidade social mais deci
mas semelliantes, uma espccíe de sincro nização espontânea do espírito inven
sa de energia cósmica para usos pací tor, no campo das relações sociais, com os materiais que a história fornece, forDias de convivência internacional que impossibilitem seu emprego, aparente
mente tão desejado por alguns, para a destruição da cultura humana. O modo como na realidade e nos
fatos concretos que compõem a histó ria da cultura, ocorre a conjugação dos
tivo que indicaria, exatamente, a natu
reza culturalmente determinada que êle apresenta.
Aliás, 6 precisamente ba
seados nisto que os governos de certos países, em certos momentos, divulgam os problemas que desejam ver resolvidos no campo da técnica de produção, es
tabelecendo prêmios para aquôles que oferecerem inventos capazes de resolver esta ou aquela questão. Tornando-se
publica a necessidade social que se visa
satisfazer - estimula-se e dirige-se o rificado, também, pela simultaneidade de processo inventivo em sentido determi algumas invenções, em variados setores. nado, tal como, espontâneamerite, já fatôres sociais das invenções pode ser ve
Observa-se que, muitas invenções, fo ram consegiiidas simultâneamente por dois Ou mais indivíduos, em lugares di
ferentes, trabalhando com independêneia uns dos outros e desconhecendo, ca
da um, o esfôrço que o outro fazia para atingir o mesmo resultado. É sabido,
fazem aqueles fatôres "necessidade so cial e possibilidade cultural" já refe ridos. Nos Estados Unidos, na União
Soviética, na Inglaterra tais exemplos multiphcaram-se na última guerra. São êsses mesmos fatôres, aliás, que geram essas intermináveis discussões sôbre a
por exemplo, que Darwin e Wallace, paternidade das invenções - em que se h-abalhando independentemente, chega discute, em última análise, quem pri
ram ambos à formulação da teoria da
aviação, igualmente, teve mil pioneiros
cm todos os tempos, na realidade como na lenda, que sonharam com a possi bilidade dc imitar os pássaros; certos
D. Tliompson, cm estudos feitos sôbrc registros de patentes de invenções, ve rificaram simultaneidadcs notáveis nesse
_ sentido, bem como, cm certas épocas, a acumulação dos pedidos do rcgislro de patentes em tônio de assuntos c proble
ficos e construtivos mas também inven
de algo parecido com o submarino mo derno que navegasse sob as águas; a
apontados.
mica foi o primeiro emprego dado à nova energia que se libertou da natu reza para o controle humano. Hoje, siva é não só canalizar essa fonte imen
Dicesto Econômico
meiro foi veículo dos fatôres determi-
Origem das espécies; o mesmo declarou .nantes da invenção. É típico o exem ^agels, com relação a Morgan, com plo Santos Dumont verms Wriglit em referência a certas formulações básicas tomo da invenção do aeroplano.
do tnaterialismo bistórico; o planeta Ne- . A história das invenções fracassadas fono foi revelado, nas mesmas condições, pode fornecer, também, abundante ma por dois astrônomos que desconheciam terial de apoio a essas con.siderações que oiutuamente as pesquisas que faziam; estamos expondo. ® hipótese 'da nebulosa primitiva foi Sabe-se, por exemplo, que Leonardo Apresentada por Kant e Laplace nas da Vinci já sonhara com a possibilidade
autores de romances c novelas fantásli-
í^as especializaram-se nesse tipo de lite ratura, que c um constante desdobrar de
í
perspectivas futuras cm todos os seto
res da técnica e do engenho humano. O fato, porém, é que todas essas an tecipações inventivas, resultando da ima ginação excitada de alguns, das ambi ções ou dos desejos vagos cio outros, quando apenas resultam disso — conservam-se sempre no estado de iirojeto ntó que o avanço cultural como um -todo permita a -realização prática da possibilidade entrevista e que a função G a necessidade social exerçam estímulo o • pressão, condicionando o momento
azado do sonho tomar-se i'ealidade.
homem-inventor é dinâmico, já
i
mente o conhecimento do nexo '
>
dn cadeia de
"T'o,,o''"conhc-
■a acrescentar algo dc no •
cura cer
a ordem de causalidade que hga
os fenômenos c condição carac
os
do espirito inventivo. Nesse sen i , dir-se-ia melhor que os navegac ores n \ entaram o Novo Mundo e nao que o descobriram.. .
Embora não se possa estabelecer^ uma graduação cronológica muito np a, observa-se que a descoberta é mais ca racterística dos estados atrasados e e-m brionáiios de cultura e define um tipo elementar de relação entre o homem e o meio físico. A invenção, por outro lado, ó característico de um estado cultura mais avançado, em qiic os dados cu -
turais -ncumulados permitem manipula ções mais complexas e racionais e defi nem um tipo também mais comple.xo do relação entre o homem e o meio físico.
, Por outro lado — e isto é fundamental — como as relações entre os homens
Nesse sentido temos na história das
estão em estreita interação com as rela
invenções a história quase tôda do es
ções dos homens com a natureza e as
natureza. Em largos traços Mannheim traçou os capítulos dessa seqüência, ccnieçando por distinguir a descoberta da
tado de descoberta encontramos agre
tado de espírito do homem diante da
invenção. A descoberta seria a revelação de um
fenômeno ou situação qualquer ao es pírito humano; o estado de-espírito do bomem-descobridor é pas.sivo; a êle, inesperadamente, revela-se o funcionaniento ou a existência de um dado obje tivo ou de um nexo causai, até então
desconhecido. Nesse sentido, é mais justo
dizer-se que o homem descobriu o fogo e não que o inventou. Já a invenção pressupõe uma ativa atitude do espírito, quo investiga, pesquisa, procura. O
formas sociais e culturais que çstas assumem — é fácil concluir que no es
gações sociais elementares, relações de comunidade de extrema simplicidade;
enquanto que no estado de invenção, a complexidade das relações sociais é maior o embora a estnitura social ain
da se apresente ganglionada em estado do relativo isolamento grupai, entre elas
a divisão de trabalhos se multiplica. Não havendo, como foi dito, sucessão
cronológiQa uniforme e rígida desses es
tados t-iO;que acontece, e é tão visí
vel, é que no estado de invenção muitos
setores da cultura podem ainda encon
trar-se num estado de descoberta; pen-
50
Dicesto Econó^qco
sando racionalmente quanto ao átomo, por exemplo, e irracionalmente quanto
cultura não-material permiHrá que o controle das forças naturais .signifique
ao seu uso social e seu empiêgo eco
e se acompanhe, igualmente, de um
nômico.
controle das fôrças sociais que as in
No estado de invenção, do qual ape nas começamos a sair na quadra da
civilização em que vivemos, as inven ções, principalmente mecânicas, dirigi
I des imediatas e tendo sua orientação das no sentido de satisfazer necessida
subordinada, principalmente, ao espíri to de conquista e de lucro, e sendò ma nipuladas concretamente não pela ou
venções estimulam e libertam; então as várias partes da cultura não mar
conduz e se beneficia das mudan-
ças culturais que as invenções ^ acarretam e engendram.
Nada
mais comum, em nossa etapa de
civilização, do que isso que cos tumam chamar "os maléficios do pro
Não raro, dentro de uma estrutura, as
mesmas situações fundamentais geram necessidades sociais que se dirigem em sentidos diametralmente antagônicos — o que só se "revela pela análise das es
de ser conscientemente sentida e per
social á propagação das invenções e de
cebida por todos os indivíduos envolvi dos na situação social considerada. Em
seus efeitos, que nos poucos se trans forma em resistência consciente e deli
verdade, é geralmente o contrário o
berada aos resultados futuros, e prová
tores do processo natural e biológico. * SÍS
Ademais, a necessidade social referida
não precisa, para que e.xista e funcio
processo social, é resultado direto e
no como estímulo ao processo inventivo,
característico ila resistência da ordem
que acontece.
Como é sabido, existe uma unidade
veis de mudanças imediatas e certas —
que se deseja aproveitar, umas, e com-
Por êsses caminhos vamos proíetarnos em cheio no campo dos problemas
essencial e estreita entre todos os as
sociais contemporâneos e, em particular naqueles que caracterizam a sociedade
pectos e setores da organização social e
Em nossa sociedade brasileira, margi
da cultura, de modo que as alterações
nalizada entre um passado patriarcal e
produzidas em um dêsses setores tarde
agnirio e um iúturo industrial nem sem pre límpido, inúmeros exemplos disso
brasileira.
Observa-se, com relativa faci lidade, que as invenções não cos tumam ser introduzidas numa cul tura de um jacto e sem encontrar resistências. Maior ou menor há
sempre, no estado social em que nos encontramos, uma certa resistência da
cultura existente à introdução de fatôres novos capazes de alterar a inér
ou cedo repercutem desta ou daquela forma, em outras esferas da vida so cial. Essa unidade, unidade essencial
sôbre a qual repousa a própria possi bilidade de um estudo cientírico da so
ciedade, ó fator básico na explicação das resistências que a cultura existente sem pre opõe à introdução de novos fatôres de mudança cultural e das reper
cussões que invenções introduzidas nu-
venção), a cultura humana como um
cia das situações estabelecidas. E quan do essa inércia se'multiplica, transfor
todo está penetrando numa fase de Flcnnen (planificaçâo), em que as de
mando-se em ossificação. é exatamente neste momento que se destacam, de
óo ponto em - que o impacto inicial se
modo vivido, sob a solidez aparente, os sinais da dissolução.
Aparentemente, essa verificação con trariaria aquela' anteriormente referida,
segundo a qual as invenções sempre correspondem, e satisfazem, necessida
seus p'anos, de modo que o homem
des sociais.
possa ser agente e não apenas paciente
contradição é apenas aparente. A ne
Em verdade, porém, a
do processo de mudança cultural e so
cessidade social, em verdade, não pre
cial.
cisa ser obrigatòriamente, uniforme e igual, de tôda a sociedade e de todos os grupos e classes que a compõem.
Então, a coordenação das invenções tanto na cultura material quanto na
valência e a indecisão das ideologias diante dessas situações de dupla, ou múltipla, alternativa, que surgem no
conscientemente do processo histórico ventura que já alcançou em muitos se
Daí falar o grande sociólogo, recente mente falecido, que após o estado de Finden (descoberta) e de Erfinden (in
harmônica da vida social em todos os
so manifesta visível e não raro a ambi
charão cada uma o seu caminho inde pendente, não raro antagônico e o ho mem terá a possibilidade de participar
gresso"...
formações e os traumatismos gerados na organização social e na cultura pelo caráter a-social, ou mesmo anti-social, de certas invenções terá de ser evi tado ou controlado pela planificaçâo
pretendem conservar inalterado e in tangível. De todos os modos, êsse problema
truturas e não das intenções.
para a sociedade e sim por e para al
guns de seus grupos — vemos como são geradas certas disformidades na organi zação social e na cultura, pois é sempre o interesse predominante de um grupo — ou o interesse de um grupo predomi nante — que estimula, orienta,
51
DiGESTo Econômico
batet, outras.
podem ser encontrados, gerando proble mas e clamando por soluções. De resto, a história social do capita
lismo indica exemplificação abundante sôbre o tema. O luddismo, na Ingla terra, movimento contra a introdução de invenções mecânicas que vinam destruir as bases da economia artezanal, é um
caso que se reproduziu e reproduz, com
ma esfera da sociedade provocam em
maior ou menor intensidade, em tôda
Outras esferas aparentemente distantes
parte onde a revolução industrial se pro paga. Assim a destruição do primeiro
revelou.
Escusado é dizer que os grupos en
barco a vap<ir que tentou atravessar o
Sena, feita pelos barqueiros que pre
volvidos numa situação social concreta
viam sua mina em conseqüência da
nem sempre têm essa noção exata da interdependência da vida social, o que resulta na criação de problemas de na tureza grave. Muitas vêzes encontramos
inovação.
certos grupos proclamarem a conveniên cia e a necessidade de introduzir certas
É tôda uma estrutura social, econômica,
cultural e psicológica, todo um estado de civilização, que resiste aos fatòres de mudança surgidos num ponto e que cedo se propagam por tôdas as esferas da
alterações numa esfera social e, ao mes
vida social, construindo sôbre as cinzas
mo tempo, lamentarem e combaterem as fatais repercussões que .isto determina
de uma época os alicerces de outra.
rá noutro setor da vida social que
ordem, e por certo mais freqüente nos
Fato semelhante, ainda que de outra
50
Dicesto Econó^qco
sando racionalmente quanto ao átomo, por exemplo, e irracionalmente quanto
cultura não-material permiHrá que o controle das forças naturais .signifique
ao seu uso social e seu empiêgo eco
e se acompanhe, igualmente, de um
nômico.
controle das fôrças sociais que as in
No estado de invenção, do qual ape nas começamos a sair na quadra da
civilização em que vivemos, as inven ções, principalmente mecânicas, dirigi
I des imediatas e tendo sua orientação das no sentido de satisfazer necessida
subordinada, principalmente, ao espíri to de conquista e de lucro, e sendò ma nipuladas concretamente não pela ou
venções estimulam e libertam; então as várias partes da cultura não mar
conduz e se beneficia das mudan-
ças culturais que as invenções ^ acarretam e engendram.
Nada
mais comum, em nossa etapa de
civilização, do que isso que cos tumam chamar "os maléficios do pro
Não raro, dentro de uma estrutura, as
mesmas situações fundamentais geram necessidades sociais que se dirigem em sentidos diametralmente antagônicos — o que só se "revela pela análise das es
de ser conscientemente sentida e per
social á propagação das invenções e de
cebida por todos os indivíduos envolvi dos na situação social considerada. Em
seus efeitos, que nos poucos se trans forma em resistência consciente e deli
verdade, é geralmente o contrário o
berada aos resultados futuros, e prová
tores do processo natural e biológico. * SÍS
Ademais, a necessidade social referida
não precisa, para que e.xista e funcio
processo social, é resultado direto e
no como estímulo ao processo inventivo,
característico ila resistência da ordem
que acontece.
Como é sabido, existe uma unidade
veis de mudanças imediatas e certas —
que se deseja aproveitar, umas, e com-
Por êsses caminhos vamos proíetarnos em cheio no campo dos problemas
essencial e estreita entre todos os as
sociais contemporâneos e, em particular naqueles que caracterizam a sociedade
pectos e setores da organização social e
Em nossa sociedade brasileira, margi
da cultura, de modo que as alterações
nalizada entre um passado patriarcal e
produzidas em um dêsses setores tarde
agnirio e um iúturo industrial nem sem pre límpido, inúmeros exemplos disso
brasileira.
Observa-se, com relativa faci lidade, que as invenções não cos tumam ser introduzidas numa cul tura de um jacto e sem encontrar resistências. Maior ou menor há
sempre, no estado social em que nos encontramos, uma certa resistência da
cultura existente à introdução de fatôres novos capazes de alterar a inér
ou cedo repercutem desta ou daquela forma, em outras esferas da vida so cial. Essa unidade, unidade essencial
sôbre a qual repousa a própria possi bilidade de um estudo cientírico da so
ciedade, ó fator básico na explicação das resistências que a cultura existente sem pre opõe à introdução de novos fatôres de mudança cultural e das reper
cussões que invenções introduzidas nu-
venção), a cultura humana como um
cia das situações estabelecidas. E quan do essa inércia se'multiplica, transfor
todo está penetrando numa fase de Flcnnen (planificaçâo), em que as de
mando-se em ossificação. é exatamente neste momento que se destacam, de
óo ponto em - que o impacto inicial se
modo vivido, sob a solidez aparente, os sinais da dissolução.
Aparentemente, essa verificação con trariaria aquela' anteriormente referida,
segundo a qual as invenções sempre correspondem, e satisfazem, necessida
seus p'anos, de modo que o homem
des sociais.
possa ser agente e não apenas paciente
contradição é apenas aparente. A ne
Em verdade, porém, a
do processo de mudança cultural e so
cessidade social, em verdade, não pre
cial.
cisa ser obrigatòriamente, uniforme e igual, de tôda a sociedade e de todos os grupos e classes que a compõem.
Então, a coordenação das invenções tanto na cultura material quanto na
valência e a indecisão das ideologias diante dessas situações de dupla, ou múltipla, alternativa, que surgem no
conscientemente do processo histórico ventura que já alcançou em muitos se
Daí falar o grande sociólogo, recente mente falecido, que após o estado de Finden (descoberta) e de Erfinden (in
harmônica da vida social em todos os
so manifesta visível e não raro a ambi
charão cada uma o seu caminho inde pendente, não raro antagônico e o ho mem terá a possibilidade de participar
gresso"...
formações e os traumatismos gerados na organização social e na cultura pelo caráter a-social, ou mesmo anti-social, de certas invenções terá de ser evi tado ou controlado pela planificaçâo
pretendem conservar inalterado e in tangível. De todos os modos, êsse problema
truturas e não das intenções.
para a sociedade e sim por e para al
guns de seus grupos — vemos como são geradas certas disformidades na organi zação social e na cultura, pois é sempre o interesse predominante de um grupo — ou o interesse de um grupo predomi nante — que estimula, orienta,
51
DiGESTo Econômico
batet, outras.
podem ser encontrados, gerando proble mas e clamando por soluções. De resto, a história social do capita
lismo indica exemplificação abundante sôbre o tema. O luddismo, na Ingla terra, movimento contra a introdução de invenções mecânicas que vinam destruir as bases da economia artezanal, é um
caso que se reproduziu e reproduz, com
ma esfera da sociedade provocam em
maior ou menor intensidade, em tôda
Outras esferas aparentemente distantes
parte onde a revolução industrial se pro paga. Assim a destruição do primeiro
revelou.
Escusado é dizer que os grupos en
barco a vap<ir que tentou atravessar o
Sena, feita pelos barqueiros que pre
volvidos numa situação social concreta
viam sua mina em conseqüência da
nem sempre têm essa noção exata da interdependência da vida social, o que resulta na criação de problemas de na tureza grave. Muitas vêzes encontramos
inovação.
certos grupos proclamarem a conveniên cia e a necessidade de introduzir certas
É tôda uma estrutura social, econômica,
cultural e psicológica, todo um estado de civilização, que resiste aos fatòres de mudança surgidos num ponto e que cedo se propagam por tôdas as esferas da
alterações numa esfera social e, ao mes
vida social, construindo sôbre as cinzas
mo tempo, lamentarem e combaterem as fatais repercussões que .isto determina
de uma época os alicerces de outra.
rá noutro setor da vida social que
ordem, e por certo mais freqüente nos
Fato semelhante, ainda que de outra
,"TíW. ■
52
DlGESTO EcONÓNnco
nossos dias, tem sido a resislência às
...vençoes e à roudanía cultural p^r
^Lhtííida pelaTánuina"'''''' ''"d''
pos es^oe™social p? ■Srdo^atT™ certaclueçituaçap e econômica c que mststem às invenções
de entar que sua propagação altere a
posição vantajosa de que. desfrutam. O anseio, então, de isolar as relações so
ciais dos efeitos do que ocorre na es fera econômica canaliza-se de várias
fo^as subJimando-se, não raro, nos
deJinos da violência organizada. Trata-se, de qualquer modo, de -asse
gurar a vantagem imediata mesmo à
custa do benefício futuro.
Artificiali-
liticamente militante. Na vi^la social as interdependências são intrínsecas e os processos são incoercívcis; nao r;yo
Vnfiumcca ínçpíêda por Otávio TAnQuÍNio de Sousa
o mais nítido resultado dessas resistên
cias que a ordem social opõe a mudança ó a precipitação, em determinado mo mento, do que devera ter ocorrido num intervalo de tempo maior. Outra nao é
meira mão, o intcrcssunlc estudo do nosso prezado colaborador Otávio
a diferença entre evolução e revolução.
Tnrqutnio de Sousa.
Dôsse modo, é o próprio poder de
conter ou restringir a mudança social cialmente dominante de atrasar seu pro
OuE é o ensaio? Sob esse nonic o que ^ mais comumcnte existe bojo é o es tudo, a monografia que esgota detor-
cesso normal de transformação, maior
'■ninado assunto dentre de linhas mais
que vai definir o seu limite, o quanto maior a capacidade de uma situação so
Ou menos rígidas e de regras prees-
será, e mais profunda, a transformação
tabelecidas.
Ou então c o trabalho di
za-sc, ^então, o ritmo da mudança so
subseqüente.
cial a tim de evitar que mudanças brus
cas gerem desajustamentos e os reajusta-
belecidas aos efeitos sociais da.s inven
dático, que assenta em conhecimentos geralmente aceitos e em que cabe no
mentos conseqüentes.
ções representam grande fonte de pro blemas na sociedade contemporãneaj
sistematizá-los para melhor compreensão
Evidentemente, êsse poder de isolar os
efeitos da mudança social e sustar os
efeitos culturais das invenções, tem um
limite.
Estranho país, por exemplo,
seria êste que conseguisse industriali zar-se sem formar, no próprio processo
de industrialização, um proletariado po-
!BhúMÍ
Essas resistências das situações esta
autor apenas o csfôvço de ordená-los ou
dos com a obra,-prima que é Oasa
Grande e Senzala.
Ensaio na mellior
si<»nificação, e com originalidade, força,
simplicidade, naturalidade, dom dc des
cobrir a.spectos novos, de fixar a nota humana, de interessar nos leitores não só as idéias como os sentimentos.
Re-
piln-se para logo qualquer tentação de ligar a Iuto como este, de paciente pesquisa o de cautelosa interpretação so• ciológica, caráter de ro
problemas que se vão manifestar do modo mais mesperado nos mais variados
do leitor.
setores da vida social.
taigneano ou baconiano,
nação. De tal faculdade
ta de plano e o seu ritmo será o da própria vida
autor - que sem ela a
ensaio,
E estamos cer
No verdadeiro
dc
sabor
mance, de obra de imagi
mon-
haverá mna aparente fal
tos que nenhum passo poderá ser dado na compreensão dos problemas brasileiros
do nosso tempo enquanto não os anali' sarmos à luz da sociologia das invenções*
se socorre sem dú\'ida o
mais
séria
investigação
científica poderá tornar-
— homens, instituições, costumes, épocas encara-
se estéril e enfadonha;
mas é naquilo em que a imaginação representa o
pressentimento do espíri to ou a antecipação intui
se propôs Montaigne, o
lado de saber positivo
Revela-se que as autoridades governamentais brasileiras estudam com atenção
o problema da escassez de trigo e dedicam o máximo interêsse a fim de ser man tido o fonwcimento pela Argentina e pelos Estados Unidos.
quando anteriormente era de 45 pesos.
Afirma-se que o govêrno está apreciando uma fórmula que permita, na hipó
' '
creação" de que Bacon fez timbre. Só assim o ensaio surpreenderá também o
na massa de fatos, testemunhos e do
tratado
tese da compra por 60 pesos, a venda por 45 aos moinhos, dè maneira a evitar a majoração do pão. Nesse caso, o próprio govêrno contribuiria com a diferença, como cota de sacrifício do Tesouro Nacional.
não dissociado nunca do sentido de "re-
lado de aventura em que muitas vezes se dissimula o veio poético dos temas considerados friamente prosaicos, jamais desvendado na douta monografia ou no
Há possibilidade de se adquirir desde já 200 mil toneladas do produto argen tino; entretanto essa operação apresenta difictddades em decorrência do vreçO exigido, pois foi fixado em 60 pesos por quintal métrica ou sejam cem ctuilos
austero.
Neste novo livro de Gilberto Freyre — Inglêses no Brasil — surge mais um
ÍL
tiva, como queria Claude
Bernard — para captar mais sutibiente,
dos seus sumarentos ensaios, inaugura
cumentos, a por vezes esquiva verdade. A influência ou influências inglêsas no
Brasil serão porventura muito antigas.
Menos aparentes, mais distantes, de se
gunda mão, se assim se pode dizer, mas antigas. Influências através de por
tugueses que aqui chegavam já conta giados delas; influências de alguns con tatos diretos.
Porque o certo é que
,"TíW. ■
52
DlGESTO EcONÓNnco
nossos dias, tem sido a resislência às
...vençoes e à roudanía cultural p^r
^Lhtííida pelaTánuina"'''''' ''"d''
pos es^oe™social p? ■Srdo^atT™ certaclueçituaçap e econômica c que mststem às invenções
de entar que sua propagação altere a
posição vantajosa de que. desfrutam. O anseio, então, de isolar as relações so
ciais dos efeitos do que ocorre na es fera econômica canaliza-se de várias
fo^as subJimando-se, não raro, nos
deJinos da violência organizada. Trata-se, de qualquer modo, de -asse
gurar a vantagem imediata mesmo à
custa do benefício futuro.
Artificiali-
liticamente militante. Na vi^la social as interdependências são intrínsecas e os processos são incoercívcis; nao r;yo
Vnfiumcca ínçpíêda por Otávio TAnQuÍNio de Sousa
o mais nítido resultado dessas resistên
cias que a ordem social opõe a mudança ó a precipitação, em determinado mo mento, do que devera ter ocorrido num intervalo de tempo maior. Outra nao é
meira mão, o intcrcssunlc estudo do nosso prezado colaborador Otávio
a diferença entre evolução e revolução.
Tnrqutnio de Sousa.
Dôsse modo, é o próprio poder de
conter ou restringir a mudança social cialmente dominante de atrasar seu pro
OuE é o ensaio? Sob esse nonic o que ^ mais comumcnte existe bojo é o es tudo, a monografia que esgota detor-
cesso normal de transformação, maior
'■ninado assunto dentre de linhas mais
que vai definir o seu limite, o quanto maior a capacidade de uma situação so
Ou menos rígidas e de regras prees-
será, e mais profunda, a transformação
tabelecidas.
Ou então c o trabalho di
za-sc, ^então, o ritmo da mudança so
subseqüente.
cial a tim de evitar que mudanças brus
cas gerem desajustamentos e os reajusta-
belecidas aos efeitos sociais da.s inven
dático, que assenta em conhecimentos geralmente aceitos e em que cabe no
mentos conseqüentes.
ções representam grande fonte de pro blemas na sociedade contemporãneaj
sistematizá-los para melhor compreensão
Evidentemente, êsse poder de isolar os
efeitos da mudança social e sustar os
efeitos culturais das invenções, tem um
limite.
Estranho país, por exemplo,
seria êste que conseguisse industriali zar-se sem formar, no próprio processo
de industrialização, um proletariado po-
!BhúMÍ
Essas resistências das situações esta
autor apenas o csfôvço de ordená-los ou
dos com a obra,-prima que é Oasa
Grande e Senzala.
Ensaio na mellior
si<»nificação, e com originalidade, força,
simplicidade, naturalidade, dom dc des
cobrir a.spectos novos, de fixar a nota humana, de interessar nos leitores não só as idéias como os sentimentos.
Re-
piln-se para logo qualquer tentação de ligar a Iuto como este, de paciente pesquisa o de cautelosa interpretação so• ciológica, caráter de ro
problemas que se vão manifestar do modo mais mesperado nos mais variados
do leitor.
setores da vida social.
taigneano ou baconiano,
nação. De tal faculdade
ta de plano e o seu ritmo será o da própria vida
autor - que sem ela a
ensaio,
E estamos cer
No verdadeiro
dc
sabor
mance, de obra de imagi
mon-
haverá mna aparente fal
tos que nenhum passo poderá ser dado na compreensão dos problemas brasileiros
do nosso tempo enquanto não os anali' sarmos à luz da sociologia das invenções*
se socorre sem dú\'ida o
mais
séria
investigação
científica poderá tornar-
— homens, instituições, costumes, épocas encara-
se estéril e enfadonha;
mas é naquilo em que a imaginação representa o
pressentimento do espíri to ou a antecipação intui
se propôs Montaigne, o
lado de saber positivo
Revela-se que as autoridades governamentais brasileiras estudam com atenção
o problema da escassez de trigo e dedicam o máximo interêsse a fim de ser man tido o fonwcimento pela Argentina e pelos Estados Unidos.
quando anteriormente era de 45 pesos.
Afirma-se que o govêrno está apreciando uma fórmula que permita, na hipó
' '
creação" de que Bacon fez timbre. Só assim o ensaio surpreenderá também o
na massa de fatos, testemunhos e do
tratado
tese da compra por 60 pesos, a venda por 45 aos moinhos, dè maneira a evitar a majoração do pão. Nesse caso, o próprio govêrno contribuiria com a diferença, como cota de sacrifício do Tesouro Nacional.
não dissociado nunca do sentido de "re-
lado de aventura em que muitas vezes se dissimula o veio poético dos temas considerados friamente prosaicos, jamais desvendado na douta monografia ou no
Há possibilidade de se adquirir desde já 200 mil toneladas do produto argen tino; entretanto essa operação apresenta difictddades em decorrência do vreçO exigido, pois foi fixado em 60 pesos por quintal métrica ou sejam cem ctuilos
austero.
Neste novo livro de Gilberto Freyre — Inglêses no Brasil — surge mais um
ÍL
tiva, como queria Claude
Bernard — para captar mais sutibiente,
dos seus sumarentos ensaios, inaugura
cumentos, a por vezes esquiva verdade. A influência ou influências inglêsas no
Brasil serão porventura muito antigas.
Menos aparentes, mais distantes, de se
gunda mão, se assim se pode dizer, mas antigas. Influências através de por
tugueses que aqui chegavam já conta giados delas; influências de alguns con tatos diretos.
Porque o certo é que
54
Portugal de longa dato gravitava na órbita britânica. Ao tratado de Methuen, de 1703, instrumento de domi
nação econômica inglesa sôbre o reino
luso, precederam vários outros, anima
dos do mesmo espírito. Desde os tempos de el-rei D. Dinis (antes provàvelmen-
te) sucederam-se convenções e pactos em que à Inglaterra tocou sempre o melhor quinhão. Já em 1298 se conce diam salvo-condutos aos comerciantes e
navegadores portugueses e ingleses, com
a faculdade de nomearem árbitros para dirimir pendências entre uns e outros.
Pelo tratado de 29 de janeiro de 1642, cogítando-se embora de reciprocidade de inglêses e portugueses no tocante "à venda e contrato de suas mercadorias", estabelecia-se a preponderância dos in teresses dos primeiros, entrando logo em cena a autoridade do juiz conservador
dos inglêses. Sob o governo de Cromwell, o tratado de 10 de junho de 1654 ' tomava mais explícitas as vantagens bri
tânicas em Portugal e firmava as bases
do que conseguiria depois Methuen, nos primeiros anos do século XVIIL
Dicesto Econômico
biiciiSTo Econômico
vada de casas de habitação, lojas e ar mazéns, porte de armas ofensivas c defensivas.
Confirmavam-se assim os
privilégios do "foral antigo dos inglê ses", corporíficado nas cartas patentes de D. Fernando, 1367, de D. João, 1400, de D. Afonso, 1453, de D. Manoel, 1495, que asseguravam aos nascidos na ilha
além da Mancha uma situação tal que
levou muitos portugueses a rogarem n seus reis "carta de privilégios de in glêses".
Entre o tratado assinado ao tempo do Cromwell e o de Methuen houvera
o de 1661, polpudo de regalias aos bri tânico^ sendo de riotar—se o direito
de moradia de quatro famílias inglesas na Bahia, em Pernambuco e no Rio
de Janeiro. A sombra do poderio inglês crescia sempre e cada vez mais densa
sôbre Portugal e suas colônias. E de pouco valeriam os esforços de Pombal para evitá-la. Na segunda metade do século XVIII havia só em Lisboa mais
de cem casas comerciais inglêsas e ein mãos inglêsas estava quase todo o co
encontra
fendesse, o futuro Cairu
riam no Brasil exce
à frente; Henry Koster
que
lente oportunidade para a expansão da soa indústria e do
cias, inclusive a da cláusula relativa á jus
mesma política que vinham pondo em
prática com Portugal: obter o máximo de favores, o máximo de lucros. A ilha
dos santos, dos poetas c dos comerciantes parecia então habitada apenas pelos últimos. Não se poderá acusar de enfá tico quem disser que os primeiros anos rie D. João no Brasil foram de quase curatela iglôsa. Se ao tão falado apehte do príncipe regente não correspon
diam boas digestões, seus pesadelos hão ^6 ter sido muitas vezes com lord
dade de comércio sem salvo-conduto
nem licença em Portugal e em todos os
como expressão de domínio econômico,
sempre a imiscuir-se em negócios que
seus domínios, liberdade de religião e
de culto, privilégio de seus créditos quanto aos bens e mercadorias embar gados de portugueses • presos pela In quisição ou pela Justiça Real, jurisdi ção especial nos casos de heranças jacentes e espólios, livros e contas de sú ditos britânicos falecidos em Portugal, isenção de embargo de navios e bens para uso de guerra, tratamento de na
ção mais favorecida, jurisdição especial
do juiz conservador, sem cuja ordem nenhum inglês podia ser prêso ou em bargado, salvo em flagrante delito, di reito de circulação e de propriedade prí-
se transformasse o Brasil: a transferên
cia da família real portuguesa para u sua colônia americana, processada sob os conselhos e o amparo da Inglaterra, ia propiciar o ensejo. Inicialmente, o ato de abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das
nações amigas, eqüivalia a abri-los de
preferência aos britânicos. Começa en
pretendeu também de monstrar-lhes as excelên
seu comércio; c, aproveitando-se, como bons realistas, das eircunstâncias favoráveis, continuaram a
mércio de vinhos. Portugal era sem maior exagôro a "vinha do Inglês", e não tardaria que em vinha do inglês,
Com efeito, os ingleses obtinham liber
55
Strangford, o britânico de pouco tato não lhe diziam respeito, e apontado por maldizentes da época como amoroso de Carlota Joaquina. A verdade é que Strangford se viu obrigado a deixar o Pio de Janeiro em seguida à queixa de . D- João ao governo britânico, mas de pois de haver imposto (impôsto talvez
tiça especial, o chamado "Juiz Conser vador da Nação Inglêsa", criado ahás desde 4 de maio de 1808: mas Hipólito da Costa analisou-os admiràvelmen-
te no Correio Brasiliense, e a opinião
geral não se deixou iludir. Em pouco
os inglêses se tomaram impopulares, e mais do que ninguém os comerciantes portugueses, até então donos sem con corrência do comércio do Brasil, fomen taram essa hostilidade. Um deles disse
que eram "uma aranha por toda a parte" e que se devia temer mais um escritório comercial inglês do que todas as peças da artilliaria britânica. De fato, os portos brasileiros foram rapidamente abarrotados de tôda sorte de mercado
rias inglêsas, produtos de ferro, vidro, cobre, lã, louça, cutelaria, móveis, sa
patos, roupas, colchões e, segundo Sierra y Mariscai, até calxoezinhos já enfeita dos para enterrar crianças.
apenas por simbolizar a força protetora)
Cumpre todavia encarar a atividade dos inglêses entre nós na primeira me
os tratados de 1810 — o de comércio e
tade do século XIX sob outros prismas
que não o da ganância comercial e não perder a serenidade de julgamento dian
tão a história pròpriamente dita das re
navegação e o de amizade e aliança.
lações anglo-brasileiras, pouco estudada entre nós ate agora e para cujo conhe cimento o novo livro de Gilberto Freyre
última análise, de edições corretas e au
te dos excessos e das impertinências do
mentadas dos tratados anteriores, susci
seu então jovem imperialismo. É o que
traz contribuição definitiva. Sem hesi tações, os inglêses se convenceram
taram sem demora as mais acerbas crí
ticas. Houve sem dúvida quem os de
faz Gilberto Freyre. Não que lhe falte ânimo para exprobrar demasias ou que
Êsses tratados, que não passavam, em
54
Portugal de longa dato gravitava na órbita britânica. Ao tratado de Methuen, de 1703, instrumento de domi
nação econômica inglesa sôbre o reino
luso, precederam vários outros, anima
dos do mesmo espírito. Desde os tempos de el-rei D. Dinis (antes provàvelmen-
te) sucederam-se convenções e pactos em que à Inglaterra tocou sempre o melhor quinhão. Já em 1298 se conce diam salvo-condutos aos comerciantes e
navegadores portugueses e ingleses, com
a faculdade de nomearem árbitros para dirimir pendências entre uns e outros.
Pelo tratado de 29 de janeiro de 1642, cogítando-se embora de reciprocidade de inglêses e portugueses no tocante "à venda e contrato de suas mercadorias", estabelecia-se a preponderância dos in teresses dos primeiros, entrando logo em cena a autoridade do juiz conservador
dos inglêses. Sob o governo de Cromwell, o tratado de 10 de junho de 1654 ' tomava mais explícitas as vantagens bri
tânicas em Portugal e firmava as bases
do que conseguiria depois Methuen, nos primeiros anos do século XVIIL
Dicesto Econômico
biiciiSTo Econômico
vada de casas de habitação, lojas e ar mazéns, porte de armas ofensivas c defensivas.
Confirmavam-se assim os
privilégios do "foral antigo dos inglê ses", corporíficado nas cartas patentes de D. Fernando, 1367, de D. João, 1400, de D. Afonso, 1453, de D. Manoel, 1495, que asseguravam aos nascidos na ilha
além da Mancha uma situação tal que
levou muitos portugueses a rogarem n seus reis "carta de privilégios de in glêses".
Entre o tratado assinado ao tempo do Cromwell e o de Methuen houvera
o de 1661, polpudo de regalias aos bri tânico^ sendo de riotar—se o direito
de moradia de quatro famílias inglesas na Bahia, em Pernambuco e no Rio
de Janeiro. A sombra do poderio inglês crescia sempre e cada vez mais densa
sôbre Portugal e suas colônias. E de pouco valeriam os esforços de Pombal para evitá-la. Na segunda metade do século XVIII havia só em Lisboa mais
de cem casas comerciais inglêsas e ein mãos inglêsas estava quase todo o co
encontra
fendesse, o futuro Cairu
riam no Brasil exce
à frente; Henry Koster
que
lente oportunidade para a expansão da soa indústria e do
cias, inclusive a da cláusula relativa á jus
mesma política que vinham pondo em
prática com Portugal: obter o máximo de favores, o máximo de lucros. A ilha
dos santos, dos poetas c dos comerciantes parecia então habitada apenas pelos últimos. Não se poderá acusar de enfá tico quem disser que os primeiros anos rie D. João no Brasil foram de quase curatela iglôsa. Se ao tão falado apehte do príncipe regente não correspon
diam boas digestões, seus pesadelos hão ^6 ter sido muitas vezes com lord
dade de comércio sem salvo-conduto
nem licença em Portugal e em todos os
como expressão de domínio econômico,
sempre a imiscuir-se em negócios que
seus domínios, liberdade de religião e
de culto, privilégio de seus créditos quanto aos bens e mercadorias embar gados de portugueses • presos pela In quisição ou pela Justiça Real, jurisdi ção especial nos casos de heranças jacentes e espólios, livros e contas de sú ditos britânicos falecidos em Portugal, isenção de embargo de navios e bens para uso de guerra, tratamento de na
ção mais favorecida, jurisdição especial
do juiz conservador, sem cuja ordem nenhum inglês podia ser prêso ou em bargado, salvo em flagrante delito, di reito de circulação e de propriedade prí-
se transformasse o Brasil: a transferên
cia da família real portuguesa para u sua colônia americana, processada sob os conselhos e o amparo da Inglaterra, ia propiciar o ensejo. Inicialmente, o ato de abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das
nações amigas, eqüivalia a abri-los de
preferência aos britânicos. Começa en
pretendeu também de monstrar-lhes as excelên
seu comércio; c, aproveitando-se, como bons realistas, das eircunstâncias favoráveis, continuaram a
mércio de vinhos. Portugal era sem maior exagôro a "vinha do Inglês", e não tardaria que em vinha do inglês,
Com efeito, os ingleses obtinham liber
55
Strangford, o britânico de pouco tato não lhe diziam respeito, e apontado por maldizentes da época como amoroso de Carlota Joaquina. A verdade é que Strangford se viu obrigado a deixar o Pio de Janeiro em seguida à queixa de . D- João ao governo britânico, mas de pois de haver imposto (impôsto talvez
tiça especial, o chamado "Juiz Conser vador da Nação Inglêsa", criado ahás desde 4 de maio de 1808: mas Hipólito da Costa analisou-os admiràvelmen-
te no Correio Brasiliense, e a opinião
geral não se deixou iludir. Em pouco
os inglêses se tomaram impopulares, e mais do que ninguém os comerciantes portugueses, até então donos sem con corrência do comércio do Brasil, fomen taram essa hostilidade. Um deles disse
que eram "uma aranha por toda a parte" e que se devia temer mais um escritório comercial inglês do que todas as peças da artilliaria britânica. De fato, os portos brasileiros foram rapidamente abarrotados de tôda sorte de mercado
rias inglêsas, produtos de ferro, vidro, cobre, lã, louça, cutelaria, móveis, sa
patos, roupas, colchões e, segundo Sierra y Mariscai, até calxoezinhos já enfeita dos para enterrar crianças.
apenas por simbolizar a força protetora)
Cumpre todavia encarar a atividade dos inglêses entre nós na primeira me
os tratados de 1810 — o de comércio e
tade do século XIX sob outros prismas
que não o da ganância comercial e não perder a serenidade de julgamento dian
tão a história pròpriamente dita das re
navegação e o de amizade e aliança.
lações anglo-brasileiras, pouco estudada entre nós ate agora e para cujo conhe cimento o novo livro de Gilberto Freyre
última análise, de edições corretas e au
te dos excessos e das impertinências do
mentadas dos tratados anteriores, susci
seu então jovem imperialismo. É o que
traz contribuição definitiva. Sem hesi tações, os inglêses se convenceram
taram sem demora as mais acerbas crí
ticas. Houve sem dúvida quem os de
faz Gilberto Freyre. Não que lhe falte ânimo para exprobrar demasias ou que
Êsses tratados, que não passavam, em
5G
Dicesto
omitxa a arrogância de certos súditos de Sua Majestade Britânica. Mas num en saio como IngJêses no Brasil liá pouco espaço ou até não há nenhum pam
Smith, como de muitos comerciantes e
aventureiros. De um John Liiccock ou
do um John Mawc, por exemplo. Daí em diante, em ritmo acelerado, aporta
tânico nas suas relações com o Brasil, a
riam aqui ao lado dc homens, artefatos inglêses, objetos de ferro, dc aço, dc cobre, de vidro, atuando decisivamente sôbre a psicologia dos brasileiros e a
definições de ordem moml ou conside
rações de índole política. Não se visa
a fixar o sentido do imperialismo bri
»
Econômico
conquista de mercados através de tari
paisagem urbana.
fas aduaneiras conseguidas mais pelas imposições de nação poderosa do que
Gilberto Fre)Te dá-nos um imenso rol de tudo quanto se ficou a dever aos
por conveniências recíprocas; nem se
inglêses, desde o u.so do chá, da cerve ja e do pão dc trigo, até o bife com batatas, a residência em subvârbio, o
tem em mira a influência inglesa por detrás das notas do "Foreign Office" ou de seus diplomatas nem sempre ma cios. Não estarão em cena inglêses emi
nentes, grandes homens, mas negocian tes, cônsules, missionários, engenheiros. O que se vê neste livro é realmente o estudo lústórico-sociológico da influên- cia britânica sôbre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil, à luz de uma
sempre arguta interpretação psicológica/ 'E isto feito sem nenhuma espécie de
improvisação, com o arrímo de tão copiosa massa de documentos que a alguns leitores pareceria até prodigalidáde ou luxo. Reparo entretanto descabido, já que isso assume para o autor senão a
importância de um sistema, pelo menos a de uma técnica de trabalho voluntàriamente adotada.
Dessas centenas e
centenas de .anúncios de jornais e de ofícios de cônsules, transcritos ou cita
dos, Gilberto Freyre extrai tudo o que é indispensável para definir ^ os traços culturais acrescentados à vida brasileira
water-closct" c. last but not le<ist -
o júri e o "babeas-corpus".
Dívida
enorme, mas que rivaliza no vulto com
a que contraimos com os franceses.
E
seria interessante pesquisar até onde al
gumas influências ínglêsas, principalmen te de ordem política e intelectual,
57
seriam apenas os numerosos comercian
ruogcns. Influências inglêsns no ves
tes súditos dc S.M.B. . u expulsarem os portugueses das antes tão portuguesas
tuário, no chapéu, na jaqueta, nas ca sacas, nas meias, nos lenços, nas luvas, nas calças de montaria, tudo desses
ruas Direita, da Alfândega, dos Pescado res, do Rosário, da Quiluncja, os úni cos que liam cm inglê-s. Evaristo não constituía exceção. Neste ensaio se focalizam tôdas as
panos, lãs o tecidos que a indústria bri
tânica orgulhosamente fabricava, desban
cando fazendas orientais antes tão apre ciadas. Influências inglesas nos objetos
atividades cm que se empenharam os britânicos no Brasil, tudo quanto "o capital e a técnica, o espírito de aven
do uso doméstico, como as louças que
tura o o espírito dc organização, a ciên cia e o comércio dos inglêses" realiza
Janeiro, do .1792, mencionava na pe quena cidade colonial nada menos de
ram ou tentaram realizar. Sc comercian
doze lojas de louça da índia. Influên cias inglesas de ordem menos material verificada na forma • do culto religioso.
tes britânicos se espalharam por nossas cidades, de preferencia Rio, Recife e Salvador, não escassearam os empreen dimentos inglêses de mineração e, quan do a tração a vapor permitiu as estradas
dc ferro, mais do que em qualquer
poriam em cheque as asiáticas tão co
muns aqvii que o Almanaque do Rio de
Influências inglêsas na conduta de cada
dia pelo hábito da pontualidade aos encontros marcados, na ética dos negó
cios pela \enda escnipulosa de produ tos segundo a qualidade e o estado de
ram por intermédio da'França, onde
outra esfera os ingleses patentearam aí
nao faltaram nunca anglicistas e anglóhlos. Havia aqui mais gente sabendo ou lendo francês do que inglês e as
a sua superioridade técnica e científi
conservação indicados nos anúncios de
ca. Êsto c dos aspectos mais originais
jornal. Influências inglêsas que em mui
e ricos de sugestões do grande livro que se acrescenta hoje à coleção Documcnfos
tos casos assumiam ares de invasão e
brasileiros. Ao estudá-lo, Gilberto Frey-
gios que os tratados imperialisticamente impostos asseguravam, desde as tarifas
obríis de autores britânicos chegavam
de conquista, dada a soma de prRàlé-
em francês, como Tactique cies assemblees de Bentham, cuja venda João PeP/ da cio Veiga Comp. anunciavam Diário Rioecie Janeiro de 11 de pelo ou tubro de J823. Não quer isso dizer que não se conhecesse a língua iglôsa, nem
das melhores páginas de toda a sua obra de sociólogo e historiador social,
escandalosas até a justiça de exceção, o
porque nelas está o ensaísta que sabe
que os Uvros inglêses não fôssem lidos. Se é certo que desde 1699 se criara
mercial ou industrial, a porção de aven
glêsa, atentatório da soberania do jovem Império brasileiro. Êsses aspectos da expansão inglêsa entre nós mais do que quaisquer outros suscitaram a impopu
no Rio uma aula de francês para mili tares, ao tempo de D. João VI havia professores régios não só de francês co
graças ao contacto com homens, idéias, costumes, objetos, coisas dc procedên cia inglêsa. Marca britânica de que já haveria algum sinal antes, mas que se acentuou é cresceu com a chegada da família real portuguesa em 1808, ano
mo de inglês. Evaristo da Veiga foi discípulo, em 1818, de João Joyce. que Hie passou atestado pela "rapidez, per feição e facilidade" com que traduzia o idioma inglês. Então, decorridos já dez
dessa chegada e da dos inglêses; não
tânica nos negócios do Brasil, não falta ria quem possuísse livros ingleses. Não
só de lord Strangford e Sir Sidney
Dicesto Econômico
anos de acentuada preponderância bri
ro proporciona a seus leitores algumas
penetr.ar a parle humana — no melhor
sentido da expressão — da empresa co
odioso Juiz Conservador da Nação In
tura e até dé poesia escondida no cons trutor de ferrovias ou no e.xplorador de
laridade dos "beefs", "baetas", "grin
minas.
cünhas populares. É bem conhecido o ato do go\'êmo de
Nova luz traz Inglêses no Brasil no
gos", "novas-seitas", "bodes" das nl-
cios ou profissões antes tidos como des
D. JoSó contra as rótulas e gelosias de urüpenra. Sua substituição por grades
prezíveis ou menos nobres — de mecâ
■•dé"'f'éÁ-o'e vidraças revestiu-se de ufn
tocante à valorização entre nós de ofí
nico, por exemplo, ou de negociante. Quanto a este, nota que a figura ndo
cârátêf"^uaSe revolucionário, que 'Gil-
bèrtò Ffeyre assinala, sugerindo é.xplicomerciante em grosso se emparelhou '■■c.aÇãtí fiôva-e plausível — pressão dé in com a dos fidalgos e desembargaddt^s, gleses'interessados ria venda de fério e pelas moradias, pelas roupas, pelas cáf- ' Vidro. " Dé um dia para outro começou
5G
Dicesto
omitxa a arrogância de certos súditos de Sua Majestade Britânica. Mas num en saio como IngJêses no Brasil liá pouco espaço ou até não há nenhum pam
Smith, como de muitos comerciantes e
aventureiros. De um John Liiccock ou
do um John Mawc, por exemplo. Daí em diante, em ritmo acelerado, aporta
tânico nas suas relações com o Brasil, a
riam aqui ao lado dc homens, artefatos inglêses, objetos de ferro, dc aço, dc cobre, de vidro, atuando decisivamente sôbre a psicologia dos brasileiros e a
definições de ordem moml ou conside
rações de índole política. Não se visa
a fixar o sentido do imperialismo bri
»
Econômico
conquista de mercados através de tari
paisagem urbana.
fas aduaneiras conseguidas mais pelas imposições de nação poderosa do que
Gilberto Fre)Te dá-nos um imenso rol de tudo quanto se ficou a dever aos
por conveniências recíprocas; nem se
inglêses, desde o u.so do chá, da cerve ja e do pão dc trigo, até o bife com batatas, a residência em subvârbio, o
tem em mira a influência inglesa por detrás das notas do "Foreign Office" ou de seus diplomatas nem sempre ma cios. Não estarão em cena inglêses emi
nentes, grandes homens, mas negocian tes, cônsules, missionários, engenheiros. O que se vê neste livro é realmente o estudo lústórico-sociológico da influên- cia britânica sôbre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil, à luz de uma
sempre arguta interpretação psicológica/ 'E isto feito sem nenhuma espécie de
improvisação, com o arrímo de tão copiosa massa de documentos que a alguns leitores pareceria até prodigalidáde ou luxo. Reparo entretanto descabido, já que isso assume para o autor senão a
importância de um sistema, pelo menos a de uma técnica de trabalho voluntàriamente adotada.
Dessas centenas e
centenas de .anúncios de jornais e de ofícios de cônsules, transcritos ou cita
dos, Gilberto Freyre extrai tudo o que é indispensável para definir ^ os traços culturais acrescentados à vida brasileira
water-closct" c. last but not le<ist -
o júri e o "babeas-corpus".
Dívida
enorme, mas que rivaliza no vulto com
a que contraimos com os franceses.
E
seria interessante pesquisar até onde al
gumas influências ínglêsas, principalmen te de ordem política e intelectual,
57
seriam apenas os numerosos comercian
ruogcns. Influências inglêsns no ves
tes súditos dc S.M.B. . u expulsarem os portugueses das antes tão portuguesas
tuário, no chapéu, na jaqueta, nas ca sacas, nas meias, nos lenços, nas luvas, nas calças de montaria, tudo desses
ruas Direita, da Alfândega, dos Pescado res, do Rosário, da Quiluncja, os úni cos que liam cm inglê-s. Evaristo não constituía exceção. Neste ensaio se focalizam tôdas as
panos, lãs o tecidos que a indústria bri
tânica orgulhosamente fabricava, desban
cando fazendas orientais antes tão apre ciadas. Influências inglesas nos objetos
atividades cm que se empenharam os britânicos no Brasil, tudo quanto "o capital e a técnica, o espírito de aven
do uso doméstico, como as louças que
tura o o espírito dc organização, a ciên cia e o comércio dos inglêses" realiza
Janeiro, do .1792, mencionava na pe quena cidade colonial nada menos de
ram ou tentaram realizar. Sc comercian
doze lojas de louça da índia. Influên cias inglesas de ordem menos material verificada na forma • do culto religioso.
tes britânicos se espalharam por nossas cidades, de preferencia Rio, Recife e Salvador, não escassearam os empreen dimentos inglêses de mineração e, quan do a tração a vapor permitiu as estradas
dc ferro, mais do que em qualquer
poriam em cheque as asiáticas tão co
muns aqvii que o Almanaque do Rio de
Influências inglêsas na conduta de cada
dia pelo hábito da pontualidade aos encontros marcados, na ética dos negó
cios pela \enda escnipulosa de produ tos segundo a qualidade e o estado de
ram por intermédio da'França, onde
outra esfera os ingleses patentearam aí
nao faltaram nunca anglicistas e anglóhlos. Havia aqui mais gente sabendo ou lendo francês do que inglês e as
a sua superioridade técnica e científi
conservação indicados nos anúncios de
ca. Êsto c dos aspectos mais originais
jornal. Influências inglêsas que em mui
e ricos de sugestões do grande livro que se acrescenta hoje à coleção Documcnfos
tos casos assumiam ares de invasão e
brasileiros. Ao estudá-lo, Gilberto Frey-
gios que os tratados imperialisticamente impostos asseguravam, desde as tarifas
obríis de autores britânicos chegavam
de conquista, dada a soma de prRàlé-
em francês, como Tactique cies assemblees de Bentham, cuja venda João PeP/ da cio Veiga Comp. anunciavam Diário Rioecie Janeiro de 11 de pelo ou tubro de J823. Não quer isso dizer que não se conhecesse a língua iglôsa, nem
das melhores páginas de toda a sua obra de sociólogo e historiador social,
escandalosas até a justiça de exceção, o
porque nelas está o ensaísta que sabe
que os Uvros inglêses não fôssem lidos. Se é certo que desde 1699 se criara
mercial ou industrial, a porção de aven
glêsa, atentatório da soberania do jovem Império brasileiro. Êsses aspectos da expansão inglêsa entre nós mais do que quaisquer outros suscitaram a impopu
no Rio uma aula de francês para mili tares, ao tempo de D. João VI havia professores régios não só de francês co
graças ao contacto com homens, idéias, costumes, objetos, coisas dc procedên cia inglêsa. Marca britânica de que já haveria algum sinal antes, mas que se acentuou é cresceu com a chegada da família real portuguesa em 1808, ano
mo de inglês. Evaristo da Veiga foi discípulo, em 1818, de João Joyce. que Hie passou atestado pela "rapidez, per feição e facilidade" com que traduzia o idioma inglês. Então, decorridos já dez
dessa chegada e da dos inglêses; não
tânica nos negócios do Brasil, não falta ria quem possuísse livros ingleses. Não
só de lord Strangford e Sir Sidney
Dicesto Econômico
anos de acentuada preponderância bri
ro proporciona a seus leitores algumas
penetr.ar a parle humana — no melhor
sentido da expressão — da empresa co
odioso Juiz Conservador da Nação In
tura e até dé poesia escondida no cons trutor de ferrovias ou no e.xplorador de
laridade dos "beefs", "baetas", "grin
minas.
cünhas populares. É bem conhecido o ato do go\'êmo de
Nova luz traz Inglêses no Brasil no
gos", "novas-seitas", "bodes" das nl-
cios ou profissões antes tidos como des
D. JoSó contra as rótulas e gelosias de urüpenra. Sua substituição por grades
prezíveis ou menos nobres — de mecâ
■•dé"'f'éÁ-o'e vidraças revestiu-se de ufn
tocante à valorização entre nós de ofí
nico, por exemplo, ou de negociante. Quanto a este, nota que a figura ndo
cârátêf"^uaSe revolucionário, que 'Gil-
bèrtò Ffeyre assinala, sugerindo é.xplicomerciante em grosso se emparelhou '■■c.aÇãtí fiôva-e plausível — pressão dé in com a dos fidalgos e desembargaddt^s, gleses'interessados ria venda de fério e pelas moradias, pelas roupas, pelas cáf- ' Vidro. " Dé um dia para outro começou
58
Digesto Econômico
documentação repousa em anúncios de jornais; nestes e em e.squccidos ofícios do. cônsules. Mas com esse apoio do
deixou á distância a Inglaterra.
mesmo êle influenciado o Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Via
cumental, na aparência insignificante ou
fluência ing'êsa não tenha sido, sob múl
humilde, Gilberto Freyre chega a re.sultados verdadeiramente surpreendentes
tiplos aspectos, de maior importância; quo não tenha significado, como acentua
pela novidade, pela variodado, polo rigor, pela segurança. Aliás, os velhos jornais
britânico com a América portuguesa:
na, no edital de 11 de junho de 1809 contra as gelosias? É muito prová\el que tenha havido nessa medida suges
revolução, uma "alteração tão dramática
tão ou pressão de interessados na venda
vidro, ferro, fazenda, louça, bacalhau".
de ferro e vidro. O certo é que a de terminação, baixada a pretexto de mo
não só nos seus anúncios guardam os sinais da influência inglesa no Brasil e consignam os choques com outras in
tivos estéticos e de saúde pública, se
fluências, sobretudo a francesa. Sem a
curnpriu rapidamente, e o louvaminheiro
pujança da Inglaterra, cujo desenvolvi
padre Luís Gonçalves dos Santos regis
mento econômico não podia acompa
a chegar da Inglaterra vidro em gran des quantidades, de tôdas as espécies, para tôdas as serventias. E também ferro. Vidro e ferro passaram a carac terizar as casas brasileiras. "De 1808 a
1830 poucos os brigues vindos da Ingla terra para o Brasil sem essas quatro ou cinco mercadorias básicas do comércio
I»
59
Digesto Econômico
Os jornais ficaram pejados de anúncios
dc v^dro. Ter vidro ou vidraça passou a ser vantagem incalculável. Casas, car
ruagens até os homens com os diversos
aparelhos de ótica, todos beneficiando do
pouco o avesso do seu horror aos "abo
mináveis princípios franceses", sua re pugnância a Grande Revolução. Terá
ta que nunca se executara "ordem su* ae executara orflí^m su-
v,dro, A m.shca do «dro avança Gil- perior com tanto gôsto e igual s "tisfa•j
*
'u
1
-j
.
berto Freyre. Por ocasião ocasiao da abertura dos portos do Bra
que participaram em termos
rora Flumineiise, em 1828, refletiu lan
sil ao comércio das nações
ue pecúiua os comerciantes ÍH'
ces desse conflito. Para Evaristo os co
amigas, na "nação amiga" por excelência — a Inglaterra —
glêses de ferro e vidro; ferro
merciantes franceses se contariam ape
as indústrias do ferro e do
modificações profundas na pai"
vidro haviam logrado posição das mais consideráveis.
Con
quistar, pois, para os seus pro dutos de ferro e de vidro, um
mercado por assim dizer vir gem como o nosso, atiçaria por
certo a cobiça dos negociantes inglêses; e é por isso que o autor dêste livro levanta, em face das conseqüências do ato proibitivo das gelosias, a lüpótese de manobras astuciosas de britânicos
junto a governantes poderosos ou a seus parentes. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, angiófilo notório, poderia estar nes sa trama, ou, como diríamos hoje, nesse episódio de advocacia administrativa. O
reinado americano de D. João VI mere
ceu a pecha de corrupto, e Oliveira
Lima, conhecedor máximo dêsse pe ríodo histórico, não faz mistérios a res
cão" ção .
nhar, a França foi sempre sua rival no Brasil, a disputar-lhe a clientela comer cial e o domínio dos espíritos. A Att-
Gôsto e satisfação dft
e vidro de que decorreram sagem brasileira e em qu® houve indisfarçáveis influên cias inglôsas.
Seria encarar estreitamente
os fatos supor que só por interôsse comercial os britânicos
alterações à nossa vida.
Gilberto Freyre mostra como êles, reve lando sempre o seu feitio de "admirá
nas entre cabeleireiros, alfaiates, perfu-
mistas,^ dentistas e "damas do Palais-
Royal", e suas lojas seriam apenas de modas e nouveautés", ao passo que os inglêses estariam representados por "ca pitais muito fortes", isto é, por um co-» xnércio em grosso de artigo.s substanciais. Estava Evaristo respondendo a artigos de um francês ou afrancesado, aparecidos num jornal do tempo, acerca de costu mes brasileiros. A França não influiu porém em nossa gente tão sòmente
volução; e debaixo dêsse ponto de rista
Mas isso não quer dizer que a in
GPbcrto Freyre, uma invasão, uma quase
no ambiente das cidades", que lembra a mudança de cenário nos teatros — pe
la rápida substituição de hábitos e es tilos de vida, de alimentação, de higie
ne, de vestuário, de transporte e de di\'ertimento. Influência inglesa que le vou os políticos do Império — particular mente do Segundo Reinado — a terem G.S olhos bovarlsticamente voltados para
a Câmara dos Comuns, para o sistema
de governo de gabinete, que não fôra
consagrado pela Constituição de 1824, diploma impregnado de fundos ressaibos franceses. Influência inglêsa que se atritava com o afêrro da classe domi
nante ao trabalho escravo e ao trafico
do negro, o que não impedia o recurso reiterado aos banqueiros de Londres pa
ra os empréstimos de que nos dá noticia a nossa lamentável história financeira.
Julien Banda aponta como uma das características do ensaio a ausência do
peremptório. Êste livro é, repita-se, um ensaio da melhor qualidade: nenhuma
veis revolucionários contemporarizadores , souberam conservar o que havia de bom e do mesmo passo introduzir a novidade útil ou agradável. Foi por
pcT suas modfts femininas, stias co-
suficiência escolástica; nenhum pedan-
cottcs, seus perfumes: influiu por suas
tismo; as interpretações sugeridas à vis
exemplo o que fizeram com as casas de
poetas, seus livros; influiu pelo extraor
olhos do leitor. Por isso, é um grande
residência suburbana, com os jardins,
dinário, universal prestígio de sua Re
livro — o livro de um mestre.
idéias, suas doutrinas políticas, seus
ta do material nuamente exposto aos
com o mobiliário.
Servindo-se magistralmente de uma
técnica de pesquisa de que foi pioneiro em O escravo nos anúncios de jornal do
tempo do Império, o autor dêste livro peito. Talvez o Conde de Linhares seja extraiu com paciência de velhas gazetas lembrado, de preferencia a outros, por um material de incomparável valor. sua dedicação aos inglêses, que era um Quase se pode afirmar que tôda a sua
Açúcar de tolos do milho constitui a última ivyvidade descoberta pela Estação
Experimental de Agricultura em New Haven nos Estados Unidos. Um cientista da quela Estação anuncia que conseguiu produzir açúcar de tolos do milho pelo mesmo custo do açúcar de cana.
58
Digesto Econômico
documentação repousa em anúncios de jornais; nestes e em e.squccidos ofícios do. cônsules. Mas com esse apoio do
deixou á distância a Inglaterra.
mesmo êle influenciado o Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Via
cumental, na aparência insignificante ou
fluência ing'êsa não tenha sido, sob múl
humilde, Gilberto Freyre chega a re.sultados verdadeiramente surpreendentes
tiplos aspectos, de maior importância; quo não tenha significado, como acentua
pela novidade, pela variodado, polo rigor, pela segurança. Aliás, os velhos jornais
britânico com a América portuguesa:
na, no edital de 11 de junho de 1809 contra as gelosias? É muito prová\el que tenha havido nessa medida suges
revolução, uma "alteração tão dramática
tão ou pressão de interessados na venda
vidro, ferro, fazenda, louça, bacalhau".
de ferro e vidro. O certo é que a de terminação, baixada a pretexto de mo
não só nos seus anúncios guardam os sinais da influência inglesa no Brasil e consignam os choques com outras in
tivos estéticos e de saúde pública, se
fluências, sobretudo a francesa. Sem a
curnpriu rapidamente, e o louvaminheiro
pujança da Inglaterra, cujo desenvolvi
padre Luís Gonçalves dos Santos regis
mento econômico não podia acompa
a chegar da Inglaterra vidro em gran des quantidades, de tôdas as espécies, para tôdas as serventias. E também ferro. Vidro e ferro passaram a carac terizar as casas brasileiras. "De 1808 a
1830 poucos os brigues vindos da Ingla terra para o Brasil sem essas quatro ou cinco mercadorias básicas do comércio
I»
59
Digesto Econômico
Os jornais ficaram pejados de anúncios
dc v^dro. Ter vidro ou vidraça passou a ser vantagem incalculável. Casas, car
ruagens até os homens com os diversos
aparelhos de ótica, todos beneficiando do
pouco o avesso do seu horror aos "abo
mináveis princípios franceses", sua re pugnância a Grande Revolução. Terá
ta que nunca se executara "ordem su* ae executara orflí^m su-
v,dro, A m.shca do «dro avança Gil- perior com tanto gôsto e igual s "tisfa•j
*
'u
1
-j
.
berto Freyre. Por ocasião ocasiao da abertura dos portos do Bra
que participaram em termos
rora Flumineiise, em 1828, refletiu lan
sil ao comércio das nações
ue pecúiua os comerciantes ÍH'
ces desse conflito. Para Evaristo os co
amigas, na "nação amiga" por excelência — a Inglaterra —
glêses de ferro e vidro; ferro
merciantes franceses se contariam ape
as indústrias do ferro e do
modificações profundas na pai"
vidro haviam logrado posição das mais consideráveis.
Con
quistar, pois, para os seus pro dutos de ferro e de vidro, um
mercado por assim dizer vir gem como o nosso, atiçaria por
certo a cobiça dos negociantes inglêses; e é por isso que o autor dêste livro levanta, em face das conseqüências do ato proibitivo das gelosias, a lüpótese de manobras astuciosas de britânicos
junto a governantes poderosos ou a seus parentes. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, angiófilo notório, poderia estar nes sa trama, ou, como diríamos hoje, nesse episódio de advocacia administrativa. O
reinado americano de D. João VI mere
ceu a pecha de corrupto, e Oliveira
Lima, conhecedor máximo dêsse pe ríodo histórico, não faz mistérios a res
cão" ção .
nhar, a França foi sempre sua rival no Brasil, a disputar-lhe a clientela comer cial e o domínio dos espíritos. A Att-
Gôsto e satisfação dft
e vidro de que decorreram sagem brasileira e em qu® houve indisfarçáveis influên cias inglôsas.
Seria encarar estreitamente
os fatos supor que só por interôsse comercial os britânicos
alterações à nossa vida.
Gilberto Freyre mostra como êles, reve lando sempre o seu feitio de "admirá
nas entre cabeleireiros, alfaiates, perfu-
mistas,^ dentistas e "damas do Palais-
Royal", e suas lojas seriam apenas de modas e nouveautés", ao passo que os inglêses estariam representados por "ca pitais muito fortes", isto é, por um co-» xnércio em grosso de artigo.s substanciais. Estava Evaristo respondendo a artigos de um francês ou afrancesado, aparecidos num jornal do tempo, acerca de costu mes brasileiros. A França não influiu porém em nossa gente tão sòmente
volução; e debaixo dêsse ponto de rista
Mas isso não quer dizer que a in
GPbcrto Freyre, uma invasão, uma quase
no ambiente das cidades", que lembra a mudança de cenário nos teatros — pe
la rápida substituição de hábitos e es tilos de vida, de alimentação, de higie
ne, de vestuário, de transporte e de di\'ertimento. Influência inglesa que le vou os políticos do Império — particular mente do Segundo Reinado — a terem G.S olhos bovarlsticamente voltados para
a Câmara dos Comuns, para o sistema
de governo de gabinete, que não fôra
consagrado pela Constituição de 1824, diploma impregnado de fundos ressaibos franceses. Influência inglêsa que se atritava com o afêrro da classe domi
nante ao trabalho escravo e ao trafico
do negro, o que não impedia o recurso reiterado aos banqueiros de Londres pa
ra os empréstimos de que nos dá noticia a nossa lamentável história financeira.
Julien Banda aponta como uma das características do ensaio a ausência do
peremptório. Êste livro é, repita-se, um ensaio da melhor qualidade: nenhuma
veis revolucionários contemporarizadores , souberam conservar o que havia de bom e do mesmo passo introduzir a novidade útil ou agradável. Foi por
pcT suas modfts femininas, stias co-
suficiência escolástica; nenhum pedan-
cottcs, seus perfumes: influiu por suas
tismo; as interpretações sugeridas à vis
exemplo o que fizeram com as casas de
poetas, seus livros; influiu pelo extraor
olhos do leitor. Por isso, é um grande
residência suburbana, com os jardins,
dinário, universal prestígio de sua Re
livro — o livro de um mestre.
idéias, suas doutrinas políticas, seus
ta do material nuamente exposto aos
com o mobiliário.
Servindo-se magistralmente de uma
técnica de pesquisa de que foi pioneiro em O escravo nos anúncios de jornal do
tempo do Império, o autor dêste livro peito. Talvez o Conde de Linhares seja extraiu com paciência de velhas gazetas lembrado, de preferencia a outros, por um material de incomparável valor. sua dedicação aos inglêses, que era um Quase se pode afirmar que tôda a sua
Açúcar de tolos do milho constitui a última ivyvidade descoberta pela Estação
Experimental de Agricultura em New Haven nos Estados Unidos. Um cientista da quela Estação anuncia que conseguiu produzir açúcar de tolos do milho pelo mesmo custo do açúcar de cana.
r.4."TK-I -,"í'
61
Digesto Econômico
KarI Mannhein (1893-1947)
Ciido como um dos principais fitos do sociólogo.
por José Honóiuo Rodiugues
O professor José Honório Rodrigues faz neste artigo um comentário dos doutrinas de Karl Mamheim, o notável economista húngaro recentemente falecido, rcfC'
rentes à sociologia do conhecimento, ao caráter científico da Política e aos prO' blemas sociais do inundo atual.
^ ANO DE 1947
sinar.
foi de luto pa ra
as
ciências.
Preferiu
pleto da aplicabilidade da sociologia do conhecimento à pesquisa histórica.
A Ideologia de uma época ou de um
grupo histórico social é o conjunto de características ou a composição da es
dernos se apresenta sob quatro formas:
formação alemã.
a mentalidade "clüalística" dos
Eco
interesse prático: Man and Socicttf
the age of reconstruction e Diagnosis of our time.
qüências atuais. Êlc é um quadro com
siasmo c sinceridade do acadêmico dc
de
crever seus dois livros dc tanto
nheim. Os que conheciam sua obra sentem que sua morte não é uma perda pessoal, mas representa, especialmente no campo da sociologia, a lastimável
todas as fonnulaçõcs teóricas, é um livro dc análise, de interesse c conse
Escola
seus
mais autênticos pensadores, Karl Man-
Por isso, Ideologia c Utopia, apesar clc
Londre.s, cm cu|u
nomia pode es
maiores,
Conforme assinalou Albert Salomon durante os últimos doze anos cie dedi cou sua vida à edificação de uma In glaterra socialista que mantivesse sua herança liberal. A Inglaterra tão or gulhosa dc .suas tradições acadêmicas e
do conhecimento aos problemas atuais.
tão cscrupulosa cm aceitar no\'as dis ciplinas foi vencida pelo fervor, entu
Faleceu um dos
mais originais e
nosso tempo, consideram o estudo da liberdade no mundo econômico planifi-
Em 1945 substituía Fred
Clirrke na cadeira de sociologia da edu cação na Universidade de Londres.
A sociologia do conhecimento que tan
trutura mental total desta época ou
deste gnipo. A utopia nos tempos mo
üstas; a idéia liberal humanitária; a ideia
to deve a Kurl Mannheim não teve
conservadora, a idéia socialista-comunis-
apenas conseqüências no campo aca dêmico da própria sociologia. Ela re percutiu cm todo o largo e imenso
o valor da concepção da ideologia para
terreno das disciplinas so
ta. O que Mannheim quis mostrar foi a anáÜse da situação contemporânea. A sociologia do conheci
ciais. A economia, a políti
mento tem sempre em \'ista
ca o a história procuraram
a perspectiva histórica, a ori
rutura de üm trabalho sistemàticamen-
A capital britânica foi uma escollui
te realizado para o benefício não só
decisiva para o trabalho de Marinheím» porque suas tentativas de conciliação do socialismo com a liberdade bem se coa
imediatamente incorporar os
dunam com o espírita trabalhista que domina á Inglaterra de bojo. Como
gica.
—-
Mas o que é a sociologia do conhecimento, que tem em Max Scheler seu mais notável pioneiro e em Karl Mannheim, quem mais completa
de formação social, mas histó rico. Èste relativismo lüstórico, este Instoricismo é resultado da influencia de Rickert sôbre Weber e deste sobre
mente a, soube pôr em prática? A sociologia do conhecimento é um
Mannheim.
dos mais novos ramos da sociologia.
pode notar a relação entre a sociolo gia de Mannheim e a história. Quando
dos estudiosos mas também da huma nidade. Karl Mannheim não era um contem
plativo. Acreditava firmemente que a sociologia podia ser um meio de sal vação de natureza positiva num myndo èm crise.
• Nasceu na Hungria e lá sofreu a in fluência do sociólogo socialista George
Lukacs. Em 1920 seguia para Heidelberg, onde Ma-x Weber enxertaria em seu espírito o historicísmo radical. Apro veitando as idéias, sugestões e princí pios metodológicos de Weber^ Man
editor da Coleção Internacional de So
ciologia c Reconstrução Social, Man nheim não se limitou a sugerir ele pró prio os remédios para a cri.sc atual. Procurou fazer uma obra de èdueação democrática e de reconstrução social c
econômica, mostrando as novas e.xperiêncías sociais o as novas rcsponsabi'idades teóidcas e práticas. Eram tentativas para convencer a so
nheim iria escrever Ideologia c Utopia,
ciedade inglêsa de que a planíficação
aquele livro notável que lhe abriria as
universal em todas as esferas da vida
fronteiras do mundo e que lhe daria de
era uma prescrição indispensável para
momento a cátedra de sociologia em Francforte, em substituição a Franz Oppenheimer.
a manutenção da liberdade num mundo
Quando Hitler subiu ao poder Man
nheim recebeu vários convites para en
ameaçado de totalitarismo. Por esta razão os últimos livros de Karl Mannheim, especialmente O homem e a sociedade
em época de crise e Diagnóstico do
gem e formação histórica do conhecimento. Assim, conse
frutos de.sta nova orientação
metodológica e epistemoló-
Como teoria ela procura analisar as re lações enti"e o conhecimento e a exis
tência; como pesquisa histórico-sociológica procura traçar as formas que essas relações tomam no desenvolvimento in
telectual da humanidade.
Seu tema ó,
portanto, observar como e vsob que forma a vida intelectual em um dado momen to histórico está relacionada com as
forças sociais e políticas. Karl Mannheim, porém, preferiu apli
car os métodos e princípios da sociologia
qüentemente,o conhecimento, o conjunto teórico não é so
Não c só sob êste aspecto que se
atribuímos a uma época histórica um mundo intelectual e a nós propnos um outro conteúdo mental, ou quando certas camadas sociais lüstòricamente
determinadas pensam de modo diferente, é à história qne atribuimos um pa
pel quase decisivo. Karl Mannheim, como todos os modernos pensado res alemães, considera o fato histó rico como irreversível, indi\'idual e único.
r.4."TK-I -,"í'
61
Digesto Econômico
KarI Mannhein (1893-1947)
Ciido como um dos principais fitos do sociólogo.
por José Honóiuo Rodiugues
O professor José Honório Rodrigues faz neste artigo um comentário dos doutrinas de Karl Mamheim, o notável economista húngaro recentemente falecido, rcfC'
rentes à sociologia do conhecimento, ao caráter científico da Política e aos prO' blemas sociais do inundo atual.
^ ANO DE 1947
sinar.
foi de luto pa ra
as
ciências.
Preferiu
pleto da aplicabilidade da sociologia do conhecimento à pesquisa histórica.
A Ideologia de uma época ou de um
grupo histórico social é o conjunto de características ou a composição da es
dernos se apresenta sob quatro formas:
formação alemã.
a mentalidade "clüalística" dos
Eco
interesse prático: Man and Socicttf
the age of reconstruction e Diagnosis of our time.
qüências atuais. Êlc é um quadro com
siasmo c sinceridade do acadêmico dc
de
crever seus dois livros dc tanto
nheim. Os que conheciam sua obra sentem que sua morte não é uma perda pessoal, mas representa, especialmente no campo da sociologia, a lastimável
todas as fonnulaçõcs teóricas, é um livro dc análise, de interesse c conse
Escola
seus
mais autênticos pensadores, Karl Man-
Por isso, Ideologia c Utopia, apesar clc
Londre.s, cm cu|u
nomia pode es
maiores,
Conforme assinalou Albert Salomon durante os últimos doze anos cie dedi cou sua vida à edificação de uma In glaterra socialista que mantivesse sua herança liberal. A Inglaterra tão or gulhosa dc .suas tradições acadêmicas e
do conhecimento aos problemas atuais.
tão cscrupulosa cm aceitar no\'as dis ciplinas foi vencida pelo fervor, entu
Faleceu um dos
mais originais e
nosso tempo, consideram o estudo da liberdade no mundo econômico planifi-
Em 1945 substituía Fred
Clirrke na cadeira de sociologia da edu cação na Universidade de Londres.
A sociologia do conhecimento que tan
trutura mental total desta época ou
deste gnipo. A utopia nos tempos mo
üstas; a idéia liberal humanitária; a ideia
to deve a Kurl Mannheim não teve
conservadora, a idéia socialista-comunis-
apenas conseqüências no campo aca dêmico da própria sociologia. Ela re percutiu cm todo o largo e imenso
o valor da concepção da ideologia para
terreno das disciplinas so
ta. O que Mannheim quis mostrar foi a anáÜse da situação contemporânea. A sociologia do conheci
ciais. A economia, a políti
mento tem sempre em \'ista
ca o a história procuraram
a perspectiva histórica, a ori
rutura de üm trabalho sistemàticamen-
A capital britânica foi uma escollui
te realizado para o benefício não só
decisiva para o trabalho de Marinheím» porque suas tentativas de conciliação do socialismo com a liberdade bem se coa
imediatamente incorporar os
dunam com o espírita trabalhista que domina á Inglaterra de bojo. Como
gica.
—-
Mas o que é a sociologia do conhecimento, que tem em Max Scheler seu mais notável pioneiro e em Karl Mannheim, quem mais completa
de formação social, mas histó rico. Èste relativismo lüstórico, este Instoricismo é resultado da influencia de Rickert sôbre Weber e deste sobre
mente a, soube pôr em prática? A sociologia do conhecimento é um
Mannheim.
dos mais novos ramos da sociologia.
pode notar a relação entre a sociolo gia de Mannheim e a história. Quando
dos estudiosos mas também da huma nidade. Karl Mannheim não era um contem
plativo. Acreditava firmemente que a sociologia podia ser um meio de sal vação de natureza positiva num myndo èm crise.
• Nasceu na Hungria e lá sofreu a in fluência do sociólogo socialista George
Lukacs. Em 1920 seguia para Heidelberg, onde Ma-x Weber enxertaria em seu espírito o historicísmo radical. Apro veitando as idéias, sugestões e princí pios metodológicos de Weber^ Man
editor da Coleção Internacional de So
ciologia c Reconstrução Social, Man nheim não se limitou a sugerir ele pró prio os remédios para a cri.sc atual. Procurou fazer uma obra de èdueação democrática e de reconstrução social c
econômica, mostrando as novas e.xperiêncías sociais o as novas rcsponsabi'idades teóidcas e práticas. Eram tentativas para convencer a so
nheim iria escrever Ideologia c Utopia,
ciedade inglêsa de que a planíficação
aquele livro notável que lhe abriria as
universal em todas as esferas da vida
fronteiras do mundo e que lhe daria de
era uma prescrição indispensável para
momento a cátedra de sociologia em Francforte, em substituição a Franz Oppenheimer.
a manutenção da liberdade num mundo
Quando Hitler subiu ao poder Man
nheim recebeu vários convites para en
ameaçado de totalitarismo. Por esta razão os últimos livros de Karl Mannheim, especialmente O homem e a sociedade
em época de crise e Diagnóstico do
gem e formação histórica do conhecimento. Assim, conse
frutos de.sta nova orientação
metodológica e epistemoló-
Como teoria ela procura analisar as re lações enti"e o conhecimento e a exis
tência; como pesquisa histórico-sociológica procura traçar as formas que essas relações tomam no desenvolvimento in
telectual da humanidade.
Seu tema ó,
portanto, observar como e vsob que forma a vida intelectual em um dado momen to histórico está relacionada com as
forças sociais e políticas. Karl Mannheim, porém, preferiu apli
car os métodos e princípios da sociologia
qüentemente,o conhecimento, o conjunto teórico não é so
Não c só sob êste aspecto que se
atribuímos a uma época histórica um mundo intelectual e a nós propnos um outro conteúdo mental, ou quando certas camadas sociais lüstòricamente
determinadas pensam de modo diferente, é à história qne atribuimos um pa
pel quase decisivo. Karl Mannheim, como todos os modernos pensado res alemães, considera o fato histó rico como irreversível, indi\'idual e único.
Digesto
62
Econômico
Digesto EcoNó^^co
63
fase da crônica modesta, da legenda, da
dos segundo as perguntas do presente. Além disso, não só os grandes liistoriadores clássicos sempre descreveram os acontecimentos de sua atualidade, co
representação retórica. Êstes processos
mo a história só ó reescrita em face das
da .sociedade atual.
de interpretação histórica correspondem
inquietações do presente.
às orientações dominantes que as épocas
Mas é especialmente no campo da metodologia histórica que a sociologia do
sumariou sou inquérito: estamos viven
Para Mannheim, a história já não de ve ser estudada do ponto de vista do moralista e do arquivista. Ela passou a
respectivas têm de seu passado. Afir-
1^ ma que várias transformações se têm
^ operado e que agora outra nova se manifesta.
Quando essa nova orientação que pro cura descobrir as relações da estrutura
social passar para o campo da erudi ção a nova forma de historiografia sur girá. Isso não significa que o estudo das fontes, a investigação nos arquivos
cessará.
Hoje há ainda necessidades
que só se satisfazem com a pura histó ria polítíca. A nova orientação que se inspira na sociologia do conhecimento e .a
conduz o historiador a ver os
acontecimentos do passado como uma sucessão de mudanças na es ciai.
a so,
A obra de Karl Mannheim e muito
põe uma planificação para a liberdade. Estuda também o problema da juventu-
do sua época, ou talvez de seus instru
do na sociedade modernh e o da edu
cabe, nesta hora que o lembramos ao
cação, assim como os valores cristãos
público brasileiro, julgar seus erros. Co
Numa frase, êle
do numa idade de transição do laissezfaire para uma sociedade planificada.
conhecimento influiu consideràvelmente. Todo o problema da crítica in
A dedicação de Karl Mannheim aos
mentos teóricos de análise.
Não nos
mo disse Goethe, os fracassos e as li-
mitaçõe.s são a. parcela comum dos ho mens; as virtudes e a humanidade o mérito do indivíduo.
Falecendo aos 54 anos, em plena ma
terna, da fídedignidade e autoridade de
problemas sociais básicos de nossa épo
turidade, Karl Mannheim deixa um va
ca não pode ser desconhecida.
um documento renovou-se à luz das pesquisas da sociologia do conhecimento. Em Ideologia e Utopia Karl Mannheim estudou a validade de uma afirmativa na sua relação estrutural com uma dada
erros ou suas limitações são um produto
zio no coração dos que partilharam dos
Seus
seus estudos.
situação social. Verificada a genuinidade e integridade de um documento, sempre resta saber suas afirmações es pecialmente quando dizem respeito a fa tos sociais, políticos e econômicos, a fim de apurar se são válidas ou não. As
contribuições de Mannheim para esta espécie de crítica, chamada na história de crítica interna, são realmente de grande importância.
No campo político e econômico, Karl rica de sugestões para os historiadores. Mannheim trouxe também contribuições No seu O homem e a soctedade em época de crise êle propoe um novo
modo de descrever o processo histónco. Tentar-se-ia descrever as tendências exis tentes enquanto existentes. nova a i tude estaria em oposição ao velho mé todo do historiador especializado. Ao
decisivas. Seus estudos sobre a dife rença entre PolíHca e Administração, so bre o caráter científico da Política' sô-
O subsecretário de Estado, sr. Rohert Lovett, em entrevista concedia à im
bre as várias correntes políticas atuais
e a maneira como encaram os proble mas políticos e administrativos, repre sentam, pela riqueza de sugestões, pela fôrça da interpretação, alguma coisa de
invés de esperar a morte do aconteci mento para descrevê-lo e analisá-lo, li incomum. vre dos preconceitos contemporâneos, a realmente Em seus livros Karl Mannheim es nova hisLa não superaria o processo tuda^ a significação da idade de recons^ do análise post-mertem mas, ao contra truçâo, os elementos racionais e irracio
rio, seria um método a servir a êste, quando êle se sentisse habilitado a ana^ nais na sociedade contemporânea e as hsar os acontecimentos passados. A causas sociais da crise em que vivemos. análise do statu nascendi não faria de Analisa as correlações entre a desorga clinar a atítude post mortem, pois esta nização da sociedade e a desorganização nresma nos leva a estudar os fatos passa- da personalidade e, principalmente, pro-
V
prensa, decíaroti haver o govêrno britânico informado aos Estados Unidos que a escassez de dólares não lhe permitiria fazer face à sua parte nas despesas de ocupa ção da Alemanha, mas se esforçaria em remediar essa escassez, não utilizando pro dutos provenientes do bloco esterlino. • O ST. Lovett declarou, a seguir, que o govêimo dos Estados Unidos considera a Groenlândia como diretamente ligada à defesa do hemisfério ocidental, em razão de sua posição estratégica e confirmou que o secretário de Estado, g^eral George Marshall, teve uma entrevista, tratando do assunto, com o ministro do Exterior da Dinamarca, sr. Rasmunsen.
O subsecretário revelou de outra parte que o problema chinês era atualmente estudado pelo Departamento de Estado e pela Casa Branca e que o presidente Truman e o general Marshall fixarão as grandes Unhas da política norte-americana com relação a êsse pais.
Quanto ao Japão, o sr. Lovett declarou que prosseguiam os preparativos para o próximo estudo do tratado de paz dêsse país com as potências interessadas, se bem que em vários pontos nenhum acôrdo se realizasse ainda entre estas últimas.
Digesto
62
Econômico
Digesto EcoNó^^co
63
fase da crônica modesta, da legenda, da
dos segundo as perguntas do presente. Além disso, não só os grandes liistoriadores clássicos sempre descreveram os acontecimentos de sua atualidade, co
representação retórica. Êstes processos
mo a história só ó reescrita em face das
da .sociedade atual.
de interpretação histórica correspondem
inquietações do presente.
às orientações dominantes que as épocas
Mas é especialmente no campo da metodologia histórica que a sociologia do
sumariou sou inquérito: estamos viven
Para Mannheim, a história já não de ve ser estudada do ponto de vista do moralista e do arquivista. Ela passou a
respectivas têm de seu passado. Afir-
1^ ma que várias transformações se têm
^ operado e que agora outra nova se manifesta.
Quando essa nova orientação que pro cura descobrir as relações da estrutura
social passar para o campo da erudi ção a nova forma de historiografia sur girá. Isso não significa que o estudo das fontes, a investigação nos arquivos
cessará.
Hoje há ainda necessidades
que só se satisfazem com a pura histó ria polítíca. A nova orientação que se inspira na sociologia do conhecimento e .a
conduz o historiador a ver os
acontecimentos do passado como uma sucessão de mudanças na es ciai.
a so,
A obra de Karl Mannheim e muito
põe uma planificação para a liberdade. Estuda também o problema da juventu-
do sua época, ou talvez de seus instru
do na sociedade modernh e o da edu
cabe, nesta hora que o lembramos ao
cação, assim como os valores cristãos
público brasileiro, julgar seus erros. Co
Numa frase, êle
do numa idade de transição do laissezfaire para uma sociedade planificada.
conhecimento influiu consideràvelmente. Todo o problema da crítica in
A dedicação de Karl Mannheim aos
mentos teóricos de análise.
Não nos
mo disse Goethe, os fracassos e as li-
mitaçõe.s são a. parcela comum dos ho mens; as virtudes e a humanidade o mérito do indivíduo.
Falecendo aos 54 anos, em plena ma
terna, da fídedignidade e autoridade de
problemas sociais básicos de nossa épo
turidade, Karl Mannheim deixa um va
ca não pode ser desconhecida.
um documento renovou-se à luz das pesquisas da sociologia do conhecimento. Em Ideologia e Utopia Karl Mannheim estudou a validade de uma afirmativa na sua relação estrutural com uma dada
erros ou suas limitações são um produto
zio no coração dos que partilharam dos
Seus
seus estudos.
situação social. Verificada a genuinidade e integridade de um documento, sempre resta saber suas afirmações es pecialmente quando dizem respeito a fa tos sociais, políticos e econômicos, a fim de apurar se são válidas ou não. As
contribuições de Mannheim para esta espécie de crítica, chamada na história de crítica interna, são realmente de grande importância.
No campo político e econômico, Karl rica de sugestões para os historiadores. Mannheim trouxe também contribuições No seu O homem e a soctedade em época de crise êle propoe um novo
modo de descrever o processo histónco. Tentar-se-ia descrever as tendências exis tentes enquanto existentes. nova a i tude estaria em oposição ao velho mé todo do historiador especializado. Ao
decisivas. Seus estudos sobre a dife rença entre PolíHca e Administração, so bre o caráter científico da Política' sô-
O subsecretário de Estado, sr. Rohert Lovett, em entrevista concedia à im
bre as várias correntes políticas atuais
e a maneira como encaram os proble mas políticos e administrativos, repre sentam, pela riqueza de sugestões, pela fôrça da interpretação, alguma coisa de
invés de esperar a morte do aconteci mento para descrevê-lo e analisá-lo, li incomum. vre dos preconceitos contemporâneos, a realmente Em seus livros Karl Mannheim es nova hisLa não superaria o processo tuda^ a significação da idade de recons^ do análise post-mertem mas, ao contra truçâo, os elementos racionais e irracio
rio, seria um método a servir a êste, quando êle se sentisse habilitado a ana^ nais na sociedade contemporânea e as hsar os acontecimentos passados. A causas sociais da crise em que vivemos. análise do statu nascendi não faria de Analisa as correlações entre a desorga clinar a atítude post mortem, pois esta nização da sociedade e a desorganização nresma nos leva a estudar os fatos passa- da personalidade e, principalmente, pro-
V
prensa, decíaroti haver o govêrno britânico informado aos Estados Unidos que a escassez de dólares não lhe permitiria fazer face à sua parte nas despesas de ocupa ção da Alemanha, mas se esforçaria em remediar essa escassez, não utilizando pro dutos provenientes do bloco esterlino. • O ST. Lovett declarou, a seguir, que o govêimo dos Estados Unidos considera a Groenlândia como diretamente ligada à defesa do hemisfério ocidental, em razão de sua posição estratégica e confirmou que o secretário de Estado, g^eral George Marshall, teve uma entrevista, tratando do assunto, com o ministro do Exterior da Dinamarca, sr. Rasmunsen.
O subsecretário revelou de outra parte que o problema chinês era atualmente estudado pelo Departamento de Estado e pela Casa Branca e que o presidente Truman e o general Marshall fixarão as grandes Unhas da política norte-americana com relação a êsse pais.
Quanto ao Japão, o sr. Lovett declarou que prosseguiam os preparativos para o próximo estudo do tratado de paz dêsse país com as potências interessadas, se bem que em vários pontos nenhum acôrdo se realizasse ainda entre estas últimas.
65
Dicesto Econômico
mo o colapso comercial norte-americano causado pela Guerra de Secessão, as
msièffa €coHcmfü€k Plnanças do So]|{ando Itcinndo
minha "História do Banco
do Brasil", pela Associa ção
Comercial
de
São
Paulo, inaugurando a co leção "Cultura Econômi ca", levou-mc, pula necessidade de re ver as provas do livro, a voltar a um
pando, no meio delas, com muitas coisas que merecem ser lembradas. Procurarei, nesta e em sub.scqiicnles crônicas, transmitir aos leitores algum material histórico referente às finanças
do Segundo Reinado.
Grande parte
deste material é rigorosamente inédita, colhida que foi nos arquivos do próprio
assunto que há alguns anos tinha pôsto
Banco.
dc lado,
quecidos, pois foram publicados em re
Outros elementos se acham es
A vida do Banco é feita de ciclos
latórios oficiais, fôlhas de imprensa c
sucessivos e cada um dêles poderia
outros lugares de fácil dispersão e difícil
servir de matéria para um estudo histó
guarda.
rico especial. O volume que está para sair (único que até agora ficou pronto) compreende um largo e importante pe ríodo: desde a fundação do Banco, em 1808, ate a primeira liqüidação, em 1835. É a História Financeira do Brasil-Reino, do Primeiro Reinado e de
metade da Regência.
ralidade dc emissões dentro do Brasil
(lei dos bancos emissores com a infla ção c c.specu'ação conseqüentes, as se
a pedir ao Covèmo autorização para au mentar o limite das emissões, levando-o
ao triplo do fundo metálico, londe-
Uni dos aspectos mais delicados da
rou a diretoria ao Govêmo que, se tal faculdade lhe fôsse negada, gravíssima se ria a situação da praça em virtude de re
situação era o do crédito, ou melhor, dos bancos e casas bancárias. Além do
dução forçada dos descontos, elevaçao dos juros o exigência dos pagamentos.
Banco do Brasil havia outros bancos emissores c, afora êslcs, vários estabele
Nesta troca de apelos do Banco ao Govérno c de respostas mais ou menos evasivas do ministro da Fazenda vai
cas do Nordeste etc.
por Afonso Arinos de Melo Kaancc
próxima publicação da
especulações da finança inglêsa, a plu
a suspensão dos descontos, inclusive das letras do Tesouro. - Começou-se, então,
cimentos de crédito operando na praça coni certo descontrole a
correndo o tempo, ate
até com pouca correção.
que se apresenta o remé dio de sempre; pedir ouro ao Inglês, que empresta
Um dôstes era a casa
Alves Souto, a qual ti nha fama de ser prote
va mas sabia cobrar.
gida pela Coroa, coisa que, aliás, certos fatos posteriores parecem con
do Alves Souto. Não es
firmar.
tando em condições de
Neste meio tempo au
mentam as dificuldades
Em julho de 1862 o
pagar o débito de 12.000
sôbre a famosa crise bancária e monetá
Banco do Brasil elevou o
ria ocorrida no Rio de Janeiro em 1863,
redesconto de Alves Souto
contos, vê-se o Banco do Brasil forçado, náp sò-
Vejamos, por exemplo, alguns dados que passou à História com o nome de "quebra do Souto". Vamos começar expondo as origens desconhecidas da crise.
Ao se aproximar a década de sessenta,
Quando interrompi o trabalho, estava em plena pesquisa para o segundo tômo.
apesar da força ascensional da lavouríi
E agora, despertado novamente meu in teresse pelo assunto, andei percorrendo as fichas .que então tinha preparado, to
rio não era boa.
do café, a situação financeira do Impé
do
niente a prorrogar o pra zo de três meses por ou
novamente
tros tantos, como a au
ampliado para 8.000 contos. Enquanto isto
mentar mais 2.000 can tos no empréstimo.
a 5.000 contos, sendo tal limite, mesmo
em
outubro
ano,
Era visível que a casa
abriam-se vultosos crédi
tos especiais a outras firmas barícárias,
As razões disto eram
da maneira seguinte: Mauá-Mc. Gregor,
explicadas por várias formas, apelandose para fatôres externos e internos, co-
9.000 contos; Gomes & FíUios, 8.000; Montenegro & Lima, 4.000; Teixeira Leite & Carvalho, 2.500 contos. A Alves Souto, ainda no mesmo mês,
Fredes inaugurar-se-á á coleção "Cultura Econômica", uirui cias mais úteis realiza'
se abriu um novo crédito especial no qalor de 12.000 coni;os, pelo prazo
ções ãa achninistração de Brosilio Machado Neto. Afonso Arinos de Melo Franco
de três meses.
iniciará a série com a sua "História do Banco do Brasil", re^deta de dculos inéditos, colhidos nos arquivos do próprio Banco. A obra, redigida em estilo magnífico c cuidadosamente preparada, descreve o desenvolvimento das finanças brasileiras em empolgante período da nossa história. O artigo que ora publicamos é a narrativa da famosa crise bancária conhecida pela "quebra do Souto", ocorrida já nos
Esta prodigalidade dava seus frutos logo em princípios do ano seguinte. Com efeito, já em fevereiro, a diretoria do
meados do segundo Império.
Alves Souto rolava num plano inclinado
para o desasbe. Mas o Banco do Brasil, levado pela absurda esperança de po der salvá-la, e agindo sob a influência de personalidades prestigiosas, continua
va a jogar lenha, ou antes papel-moeda na fogueira. O ilustre Barão de Mauá, a quem tanto deve o nosso país, teve no as sunto uma infeliz intervenção. Com efeito, em sessão reservada da diretoria do Banco do Brasil, realiza
com a
da no dia 18 de maio, suscitou-se a
situação da caixa e considerava a sério
necessidade de um aiuxílio urgente a
Banco do Brasil se alarmava
65
Dicesto Econômico
mo o colapso comercial norte-americano causado pela Guerra de Secessão, as
msièffa €coHcmfü€k Plnanças do So]|{ando Itcinndo
minha "História do Banco
do Brasil", pela Associa ção
Comercial
de
São
Paulo, inaugurando a co leção "Cultura Econômi ca", levou-mc, pula necessidade de re ver as provas do livro, a voltar a um
pando, no meio delas, com muitas coisas que merecem ser lembradas. Procurarei, nesta e em sub.scqiicnles crônicas, transmitir aos leitores algum material histórico referente às finanças
do Segundo Reinado.
Grande parte
deste material é rigorosamente inédita, colhida que foi nos arquivos do próprio
assunto que há alguns anos tinha pôsto
Banco.
dc lado,
quecidos, pois foram publicados em re
Outros elementos se acham es
A vida do Banco é feita de ciclos
latórios oficiais, fôlhas de imprensa c
sucessivos e cada um dêles poderia
outros lugares de fácil dispersão e difícil
servir de matéria para um estudo histó
guarda.
rico especial. O volume que está para sair (único que até agora ficou pronto) compreende um largo e importante pe ríodo: desde a fundação do Banco, em 1808, ate a primeira liqüidação, em 1835. É a História Financeira do Brasil-Reino, do Primeiro Reinado e de
metade da Regência.
ralidade dc emissões dentro do Brasil
(lei dos bancos emissores com a infla ção c c.specu'ação conseqüentes, as se
a pedir ao Covèmo autorização para au mentar o limite das emissões, levando-o
ao triplo do fundo metálico, londe-
Uni dos aspectos mais delicados da
rou a diretoria ao Govêmo que, se tal faculdade lhe fôsse negada, gravíssima se ria a situação da praça em virtude de re
situação era o do crédito, ou melhor, dos bancos e casas bancárias. Além do
dução forçada dos descontos, elevaçao dos juros o exigência dos pagamentos.
Banco do Brasil havia outros bancos emissores c, afora êslcs, vários estabele
Nesta troca de apelos do Banco ao Govérno c de respostas mais ou menos evasivas do ministro da Fazenda vai
cas do Nordeste etc.
por Afonso Arinos de Melo Kaancc
próxima publicação da
especulações da finança inglêsa, a plu
a suspensão dos descontos, inclusive das letras do Tesouro. - Começou-se, então,
cimentos de crédito operando na praça coni certo descontrole a
correndo o tempo, ate
até com pouca correção.
que se apresenta o remé dio de sempre; pedir ouro ao Inglês, que empresta
Um dôstes era a casa
Alves Souto, a qual ti nha fama de ser prote
va mas sabia cobrar.
gida pela Coroa, coisa que, aliás, certos fatos posteriores parecem con
do Alves Souto. Não es
firmar.
tando em condições de
Neste meio tempo au
mentam as dificuldades
Em julho de 1862 o
pagar o débito de 12.000
sôbre a famosa crise bancária e monetá
Banco do Brasil elevou o
ria ocorrida no Rio de Janeiro em 1863,
redesconto de Alves Souto
contos, vê-se o Banco do Brasil forçado, náp sò-
Vejamos, por exemplo, alguns dados que passou à História com o nome de "quebra do Souto". Vamos começar expondo as origens desconhecidas da crise.
Ao se aproximar a década de sessenta,
Quando interrompi o trabalho, estava em plena pesquisa para o segundo tômo.
apesar da força ascensional da lavouríi
E agora, despertado novamente meu in teresse pelo assunto, andei percorrendo as fichas .que então tinha preparado, to
rio não era boa.
do café, a situação financeira do Impé
do
niente a prorrogar o pra zo de três meses por ou
novamente
tros tantos, como a au
ampliado para 8.000 contos. Enquanto isto
mentar mais 2.000 can tos no empréstimo.
a 5.000 contos, sendo tal limite, mesmo
em
outubro
ano,
Era visível que a casa
abriam-se vultosos crédi
tos especiais a outras firmas barícárias,
As razões disto eram
da maneira seguinte: Mauá-Mc. Gregor,
explicadas por várias formas, apelandose para fatôres externos e internos, co-
9.000 contos; Gomes & FíUios, 8.000; Montenegro & Lima, 4.000; Teixeira Leite & Carvalho, 2.500 contos. A Alves Souto, ainda no mesmo mês,
Fredes inaugurar-se-á á coleção "Cultura Econômica", uirui cias mais úteis realiza'
se abriu um novo crédito especial no qalor de 12.000 coni;os, pelo prazo
ções ãa achninistração de Brosilio Machado Neto. Afonso Arinos de Melo Franco
de três meses.
iniciará a série com a sua "História do Banco do Brasil", re^deta de dculos inéditos, colhidos nos arquivos do próprio Banco. A obra, redigida em estilo magnífico c cuidadosamente preparada, descreve o desenvolvimento das finanças brasileiras em empolgante período da nossa história. O artigo que ora publicamos é a narrativa da famosa crise bancária conhecida pela "quebra do Souto", ocorrida já nos
Esta prodigalidade dava seus frutos logo em princípios do ano seguinte. Com efeito, já em fevereiro, a diretoria do
meados do segundo Império.
Alves Souto rolava num plano inclinado
para o desasbe. Mas o Banco do Brasil, levado pela absurda esperança de po der salvá-la, e agindo sob a influência de personalidades prestigiosas, continua
va a jogar lenha, ou antes papel-moeda na fogueira. O ilustre Barão de Mauá, a quem tanto deve o nosso país, teve no as sunto uma infeliz intervenção. Com efeito, em sessão reservada da diretoria do Banco do Brasil, realiza
com a
da no dia 18 de maio, suscitou-se a
situação da caixa e considerava a sério
necessidade de um aiuxílio urgente a
Banco do Brasil se alarmava
'■ *
66
' ' . i !'; >
Digesto EcoNÓ>ncO
Alves Souto, que não estava mais em condições nem de atender aos compro missos do dia.
A diretoria manifestou
escrúpulos em conceder a nova sangria, sendo que entre os resistentes se acha
va o bravo Teófilo Otoní que já várias vêzes tinha manifestado a sua enérgica desaprovação à política de amparo a Alves Souto. O Barão de Mauá suge riu uma fórmula, que seria o Banco do Brasil descontar uma letra de 500
No dia seguinte, 19, o diretor
de Carvalho procura Alves Souto, csí^'
mina os seus balanços o conclui quG, para tomar qualquer .decisão, o BancC do Brasil devia conhecer melhor a si
tuação dos negócios da firma.
por Daiuo de Almeida Magalhães
Ped®
dos seus devedores em conta corrente c dos títulos em carteira.
Souto, no entanto, confiante no.s
drinhos e não querendo desvendar ^ abismo em que se achava, "recusa tef-
situação, opôs-se à fórmula, declarando
que "a ser a tal obrigado entregarií^
to, que traria a garantia subsidiária de
sabiüdade das elites dirigentes
a Souto que lhe apresente Ijsta rigorosi^
mil libras esterlinas, sacada por Souto sobre a firma Dorey Benjamin, de Lon dres. Otoni, sem negar a gravidade da preferir até mesmo um simples descon
o Conselheiro Afonso Pena e a respon'
minantemente" fornecer a lista dos seuS
devedores em conta corrente e ameaçí^ completamente a sua casa".
Diante de tal desplante que faz o
foJ^VOCO-LHE, nesta hora, a pre sença austera e serena reavi vando rcminiscências que da vida
acadêmica
nos
marcam
indolèvolmente a memória. É uma .sula simples e modesta
que SC reflete na minha lem
Se ergue ao fundo, posta sobre a cadei ra que o diretor deve ocupar, nos dias
te vivida na cátedra, na política e na advocacia, com dignidade, patnotismo
Domina-a, eloqüente
sacador.
auxílio do dinheiro do govênio, do di
solenes. Esta figura é a do fundador
nheiro do povo; aumenta o crédito de Souto para 20.000 contos! Muitos diretores votaram desta ve^
da casa - o Conselheiro Afonso Augus to Moreira Pena, que preside, em es
Novamente Mauá vem em
defesa de devedor relapso, alegando que descontos não eram possíveis, visto que Souto não tinha, no momento, em car teira, títulos a descontar. Acrescenta
estar persuadido de que o estado da casa Souto "era o melhor possível", qu^e as dificuldades com que lutava
"eram momentâneas e desapareceriam completamente desde que se tornasse público ter ela (a casa Souto) o apoio
contra a criminosa medida. Otoni, corno
pírito, as reuniões que naquela sala rea liza a congregação dos mestres da
sempre, chama atenção para os riscoS
Faculdade de Direito de Minas Gerais.
dela, inclusive o de nova e inevitável
emissão de papel-moeda, necessária pf^ra fazer face à mobilização de dinheiro. Mas o ministro da Fazenda intervém com um ofício, concordando com ^ transação. Ai é que parece haver o dedo de personagem mais alta. Conio
um compromisso, e é uma hçao Niva c constante que se ministra aos alunos, e também aos professores daquela escoU-
A lição c a melhor de quantas aquele lente egrégio transmitiu aos seus discí
brança.
Nada disso. Prolonga-lhe a agonia corO
Leva o devedor à falência^
de. se reveste de sentido mais protundo o substancial. Significa mais do que admiração c reconhecimento: traduz
e grave, a figura, de corpo inteiro, que
outra firma, ao passo que a decisão tomada só se apoiava nos recursos do
Banco?
ça, irradiante de respeito e tranqüilida
pulos: a lição de sua vida, intensamen e zelo- o compromisso é o que esta liç<
sempre recordada do fundador da casa impõe aos que nela se sucederam atra vés dos tempos, ensinando ou apmndendo: - o compromisso de
animada do mesmo espmto e da Ao fixar aquele retrato à óleo, sus rem mesma nobreza moral com que o penso sobre a cadeira do professor que çriador lhe deu ex-istência, transmitindo preside os destinos da escola, e rodea lhe com o próprio exemplo, a alma que do pela galeria ilustre dos lentes mortos, fdeTeria LLr. sem desfaUcmentos sente-se que a presença do criador da
• r.
niltura da liberdade e
instituição naquele recinto nao exprime apenas uma homenagem pela benemc-
ao serviço da cuuuia, do bem comum.
podia um ministro, em tal emergência,
rência de sua iniciativa frutuosa, nem
Banco do Brasil procurava, por todos
assumir sózinho tal responsabilidade? Oto ni, contudo, mantém seu voto contrário
perpetua sòmente um preito de sauda de, que a recordação do guia, do com
os meios, fazer com que a firma dimi
em exposição escrita ponderada, pruden
panheiro e do amigo houvesse inspirado
nuísse as suas responsabilidades e nada tinha conseguido. O próprio crédito su
te, enérgica.
prêsa da fundação, e para compor o seu primeiro corpo docente, algumas das figuras que, na republica, haviam de representar as culmmancms inte.ectuais e morais de Minas, o Conselheiro
do Banco".
Grave imprudência do ilustre brasi
leiro.
Era patente que Souto estava
virtualmente falido.
Desde março o
Sempre o bravo Otoni-
aos que com êle cooperaram na reali
zação do ideal comum. Aquela presen
plementar de 2.000 contos, acima re
A crise se avolumava. O desastre estava próximo. Vamos descrevê-lo mais
ferido, já se achava esgotado.
detidamente no próximo artigo.
Convocando para ajuda-lo na en>
Convidado pelo Conselho Federal da rena de AlnuiUla Maaalhaes profem, wn f,ab„lho de educação e a responsabihclade das ehtes dirigentes. . Diwdgmido essas cívica, que merece ser Mo pela. o''Diàsto Econó^ pásinas, especialmente cedidas pelo nosso ilustre ^ mico" pratica obra de nacionalismo sadio.
•3$
\
.'i íijpt'
•ri'
'■ *
66
' ' . i !'; >
Digesto EcoNÓ>ncO
Alves Souto, que não estava mais em condições nem de atender aos compro missos do dia.
A diretoria manifestou
escrúpulos em conceder a nova sangria, sendo que entre os resistentes se acha
va o bravo Teófilo Otoní que já várias vêzes tinha manifestado a sua enérgica desaprovação à política de amparo a Alves Souto. O Barão de Mauá suge riu uma fórmula, que seria o Banco do Brasil descontar uma letra de 500
No dia seguinte, 19, o diretor
de Carvalho procura Alves Souto, csí^'
mina os seus balanços o conclui quG, para tomar qualquer .decisão, o BancC do Brasil devia conhecer melhor a si
tuação dos negócios da firma.
por Daiuo de Almeida Magalhães
Ped®
dos seus devedores em conta corrente c dos títulos em carteira.
Souto, no entanto, confiante no.s
drinhos e não querendo desvendar ^ abismo em que se achava, "recusa tef-
situação, opôs-se à fórmula, declarando
que "a ser a tal obrigado entregarií^
to, que traria a garantia subsidiária de
sabiüdade das elites dirigentes
a Souto que lhe apresente Ijsta rigorosi^
mil libras esterlinas, sacada por Souto sobre a firma Dorey Benjamin, de Lon dres. Otoni, sem negar a gravidade da preferir até mesmo um simples descon
o Conselheiro Afonso Pena e a respon'
minantemente" fornecer a lista dos seuS
devedores em conta corrente e ameaçí^ completamente a sua casa".
Diante de tal desplante que faz o
foJ^VOCO-LHE, nesta hora, a pre sença austera e serena reavi vando rcminiscências que da vida
acadêmica
nos
marcam
indolèvolmente a memória. É uma .sula simples e modesta
que SC reflete na minha lem
Se ergue ao fundo, posta sobre a cadei ra que o diretor deve ocupar, nos dias
te vivida na cátedra, na política e na advocacia, com dignidade, patnotismo
Domina-a, eloqüente
sacador.
auxílio do dinheiro do govênio, do di
solenes. Esta figura é a do fundador
nheiro do povo; aumenta o crédito de Souto para 20.000 contos! Muitos diretores votaram desta ve^
da casa - o Conselheiro Afonso Augus to Moreira Pena, que preside, em es
Novamente Mauá vem em
defesa de devedor relapso, alegando que descontos não eram possíveis, visto que Souto não tinha, no momento, em car teira, títulos a descontar. Acrescenta
estar persuadido de que o estado da casa Souto "era o melhor possível", qu^e as dificuldades com que lutava
"eram momentâneas e desapareceriam completamente desde que se tornasse público ter ela (a casa Souto) o apoio
contra a criminosa medida. Otoni, corno
pírito, as reuniões que naquela sala rea liza a congregação dos mestres da
sempre, chama atenção para os riscoS
Faculdade de Direito de Minas Gerais.
dela, inclusive o de nova e inevitável
emissão de papel-moeda, necessária pf^ra fazer face à mobilização de dinheiro. Mas o ministro da Fazenda intervém com um ofício, concordando com ^ transação. Ai é que parece haver o dedo de personagem mais alta. Conio
um compromisso, e é uma hçao Niva c constante que se ministra aos alunos, e também aos professores daquela escoU-
A lição c a melhor de quantas aquele lente egrégio transmitiu aos seus discí
brança.
Nada disso. Prolonga-lhe a agonia corO
Leva o devedor à falência^
de. se reveste de sentido mais protundo o substancial. Significa mais do que admiração c reconhecimento: traduz
e grave, a figura, de corpo inteiro, que
outra firma, ao passo que a decisão tomada só se apoiava nos recursos do
Banco?
ça, irradiante de respeito e tranqüilida
pulos: a lição de sua vida, intensamen e zelo- o compromisso é o que esta liç<
sempre recordada do fundador da casa impõe aos que nela se sucederam atra vés dos tempos, ensinando ou apmndendo: - o compromisso de
animada do mesmo espmto e da Ao fixar aquele retrato à óleo, sus rem mesma nobreza moral com que o penso sobre a cadeira do professor que çriador lhe deu ex-istência, transmitindo preside os destinos da escola, e rodea lhe com o próprio exemplo, a alma que do pela galeria ilustre dos lentes mortos, fdeTeria LLr. sem desfaUcmentos sente-se que a presença do criador da
• r.
niltura da liberdade e
instituição naquele recinto nao exprime apenas uma homenagem pela benemc-
ao serviço da cuuuia, do bem comum.
podia um ministro, em tal emergência,
rência de sua iniciativa frutuosa, nem
Banco do Brasil procurava, por todos
assumir sózinho tal responsabilidade? Oto ni, contudo, mantém seu voto contrário
perpetua sòmente um preito de sauda de, que a recordação do guia, do com
os meios, fazer com que a firma dimi
em exposição escrita ponderada, pruden
panheiro e do amigo houvesse inspirado
nuísse as suas responsabilidades e nada tinha conseguido. O próprio crédito su
te, enérgica.
prêsa da fundação, e para compor o seu primeiro corpo docente, algumas das figuras que, na republica, haviam de representar as culmmancms inte.ectuais e morais de Minas, o Conselheiro
do Banco".
Grave imprudência do ilustre brasi
leiro.
Era patente que Souto estava
virtualmente falido.
Desde março o
Sempre o bravo Otoni-
aos que com êle cooperaram na reali
zação do ideal comum. Aquela presen
plementar de 2.000 contos, acima re
A crise se avolumava. O desastre estava próximo. Vamos descrevê-lo mais
ferido, já se achava esgotado.
detidamente no próximo artigo.
Convocando para ajuda-lo na en>
Convidado pelo Conselho Federal da rena de AlnuiUla Maaalhaes profem, wn f,ab„lho de educação e a responsabihclade das ehtes dirigentes. . Diwdgmido essas cívica, que merece ser Mo pela. o''Diàsto Econó^ pásinas, especialmente cedidas pelo nosso ilustre ^ mico" pratica obra de nacionalismo sadio.
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DiciiSTO Econômico
Afonso Pena pôde instalar em Our Preto, aos 10 de dezembro de ISOí?
"Faculdade Livre de Direito do E"sta^ do de Minas Gerais". E da direção do estabelecimento só a morte o afa^^taria O alto padrão do novo centro de esl-udos WJ jurídicos, que se formara como rebento legítimo da Faculdade de Direito de São Paulo, se exprime pela qualidade
dos lentes selecionados para nôle pro
fessarem: é o que de melhor se poderia reunir na velha capital mineira, vívend^o então as emoções, os arrebatamentos e os conflitos trazidos pela república re cém-nascida.
A iniciativa do Conselheiro Afonso Pena, naquela hora, deixou constância do seu espírito construtivo e do seu âni
mo isento. Político que, na monarquia, ainda jovem, ia percorrendo ràpidamente a escala ascendente de uma carreira vi
toriosa, não guardou amargura, pessi mismo ou despeito ao ver findar-se fa-
tigado e vazio de substância vital, o re gime que tão propício lhe fora. Não se recolheu a retraimento hostil, nem
se entregou a negativismo estéril, que
furtasse à sua tcrra e à sua gente '^3 benefícios de sua experiência c
Essa mesma generosidade d alma é que inspiraria pouco mai.s tarde ao Con selheiro, tão marcado na sua per.sonali-
dade moral pelos traços monárquicos (e em tomo do qual, sem embargo disso,
culdade, mas cuja nartàção deve
da nossa Faculdade de Direito, que me
como uma homenagem ao desinte resse e à abnegação do extinto e co mo testemunho dc inapagável grati
de Minas, sòmente depois da morte do bcnfeitor abnegado, con^o maneira de valorizar a homenagem à sua, própria delicadeza moral, recompõe por si só,
ó grato relembrar nesta oportunidade. O fato a que aludo nunca foi objeto de alarde ou propaganda mesmo no seio da nossa escola. A tradição de medida e díscreção que nela sempre se mante ve, talvez ainda como uma herança da
própria personalidade do seu criador, seria desrespeitada, se as atitudes ain da as mais nobres e singulares dos seus
patriarcas fossem motivo de estxepitosa divulgação.
As virtudes dominantes
na congregação da Faculdade compu nham um clima de tal modo impregna do de nobreza e distinção que os pro cedimentos mais digno.s dc encômíos eram npenüs rcferido.s, de pas.sagem, com medida c recato, quando não eram
sepultados em silencio, como se fugisse ao bom tom derramar elogios para pôr
maculada por um varão de sua irre
forço, ou sacrifício.
Mas o espírito
Do nobre gesto do Conselheiro Afon
cívico, o ânimo de realizar, o amor à
so Pena em favor da Faculdade de Di
província natal, o desejo de servir e de
reito que criara, parece, que só se dei
ciar a nova ordem política.
O episódio rememorado, belo teste munho de escrúpulo e de amor â cultu
ra jurídica, e de que se deixou referên
dísciplina moral tão apurada, que observá-Ia se tornara hábito repetido sem es
novas gerações, às quais tocava a res ponsabilidade de construir e de creden
"O dr. Edmundo Lins quer trazer ao conhecimento da congregação um
cia, na crônica da Faculdade de Direito
tico não seria, naquele transe delicado,
generosa, que iria ser de imensa signincação e présHmo, sobretudo para as
que foi aplicada na construção".
fato que certamente não aumenta a
ples obrigação, ou fruto comum de auto-
lidade esquivar-se de empreender obra
cem contos à Faculdade, quantia
bencmerêncía do fundador desta Fa
em destaque o que era reputado sim
lhe ajudar o progresso não permitiriam a um homem público da sua responsabi
tro Edmundo Lins, uma das luzes do
corpo docente da escola:
republicana de Minas, nos dias incer tos do começo da república), gesto de raro desprendimento em favor da sua,
madas.
preensível austeridade.
69
EcoNÓ^^co
se reunia a fina flor da nova geração
de sua cooperação, instantemente recla
A compostura do procedimento polí
Dicesto
xou testemunho nos anais da escola be
neficiaria, através das palavras que a seguir reproduzo, e que constam da ata da sessão em que se renderam home nagens excepcionais à memória do di retor morto.
O registro mencionado é o seguinte, tal como o pronunciou o saudoso minis-
constar da ata da presente sessão,
dão de seus companheiros de Facul dade.
Votada a verba de 100 contos de
réis pelo Congresso Mineiro para a constmção do edifício da Faculdade
nesta capital, o governo do dr. Silviano Brandão não pôde cumprir a
autorização legislativa, angustiada co mo era a situação financeira do Es tado de Minas. Como um dos meios de fazer face a esta crise, feri contraí
do, por intermédio do Conselheiro Afonso Pena, um empréstimo para o
Estado na praga do llio de Janeiro. O ilustre mineiro, que não ocupava
então posição oficial que lhe ve dasse receber a comissão que lhe
competia, e que se elevava a mais do cento c vinte contos, recusou-se
formalmente a qualquer remuneração, pelo grande serviço prestado ao Es tado
em
hora
tão
apertada, e do dr. Silviano
Brandão
conseguiu que fôsse
pago o auxílio de
com fidelidade, o perfil do Conselheiro Afonso Pena, nas linhas mestras com
que o marcou na história o seu invariá vel procedimento como homem público e homem privado.
A prática religiosa das mais difíceis virtudes e a devoção sincera à idéia do direito, como disciplina e como ideal, são os traços que perpetuam a memó
ria da egrégia personalidade a que.todo
o país, nestes dias, presta merecida re verência.
E particularmente para os
mineiros que se orgulham da paterni dade espiritual da Faculdade de Direito
que o Conselheiro Afonso Pena fundou,
amparou e engrandeceu, a recordação dos serviço.s que lhe deve a nossa cul
tura, servida há mais de meio sóculo
por aquele centro de -trabalho, e digni
ficada por gestos como o que acabamos de relembrar, nos reaviva no espírito a
sua presença, naquela sala da congrega ção de mestres das letras jurídicas. E bem compreendemos porque essa pre sença ali representa mna lição, um estímulo, um exemplo, um compro misso.
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DiciiSTO Econômico
Afonso Pena pôde instalar em Our Preto, aos 10 de dezembro de ISOí?
"Faculdade Livre de Direito do E"sta^ do de Minas Gerais". E da direção do estabelecimento só a morte o afa^^taria O alto padrão do novo centro de esl-udos WJ jurídicos, que se formara como rebento legítimo da Faculdade de Direito de São Paulo, se exprime pela qualidade
dos lentes selecionados para nôle pro
fessarem: é o que de melhor se poderia reunir na velha capital mineira, vívend^o então as emoções, os arrebatamentos e os conflitos trazidos pela república re cém-nascida.
A iniciativa do Conselheiro Afonso Pena, naquela hora, deixou constância do seu espírito construtivo e do seu âni
mo isento. Político que, na monarquia, ainda jovem, ia percorrendo ràpidamente a escala ascendente de uma carreira vi
toriosa, não guardou amargura, pessi mismo ou despeito ao ver findar-se fa-
tigado e vazio de substância vital, o re gime que tão propício lhe fora. Não se recolheu a retraimento hostil, nem
se entregou a negativismo estéril, que
furtasse à sua tcrra e à sua gente '^3 benefícios de sua experiência c
Essa mesma generosidade d alma é que inspiraria pouco mai.s tarde ao Con selheiro, tão marcado na sua per.sonali-
dade moral pelos traços monárquicos (e em tomo do qual, sem embargo disso,
culdade, mas cuja nartàção deve
da nossa Faculdade de Direito, que me
como uma homenagem ao desinte resse e à abnegação do extinto e co mo testemunho dc inapagável grati
de Minas, sòmente depois da morte do bcnfeitor abnegado, con^o maneira de valorizar a homenagem à sua, própria delicadeza moral, recompõe por si só,
ó grato relembrar nesta oportunidade. O fato a que aludo nunca foi objeto de alarde ou propaganda mesmo no seio da nossa escola. A tradição de medida e díscreção que nela sempre se mante ve, talvez ainda como uma herança da
própria personalidade do seu criador, seria desrespeitada, se as atitudes ain da as mais nobres e singulares dos seus
patriarcas fossem motivo de estxepitosa divulgação.
As virtudes dominantes
na congregação da Faculdade compu nham um clima de tal modo impregna do de nobreza e distinção que os pro cedimentos mais digno.s dc encômíos eram npenüs rcferido.s, de pas.sagem, com medida c recato, quando não eram
sepultados em silencio, como se fugisse ao bom tom derramar elogios para pôr
maculada por um varão de sua irre
forço, ou sacrifício.
Mas o espírito
Do nobre gesto do Conselheiro Afon
cívico, o ânimo de realizar, o amor à
so Pena em favor da Faculdade de Di
província natal, o desejo de servir e de
reito que criara, parece, que só se dei
ciar a nova ordem política.
O episódio rememorado, belo teste munho de escrúpulo e de amor â cultu
ra jurídica, e de que se deixou referên
dísciplina moral tão apurada, que observá-Ia se tornara hábito repetido sem es
novas gerações, às quais tocava a res ponsabilidade de construir e de creden
"O dr. Edmundo Lins quer trazer ao conhecimento da congregação um
cia, na crônica da Faculdade de Direito
tico não seria, naquele transe delicado,
generosa, que iria ser de imensa signincação e présHmo, sobretudo para as
que foi aplicada na construção".
fato que certamente não aumenta a
ples obrigação, ou fruto comum de auto-
lidade esquivar-se de empreender obra
cem contos à Faculdade, quantia
bencmerêncía do fundador desta Fa
em destaque o que era reputado sim
lhe ajudar o progresso não permitiriam a um homem público da sua responsabi
tro Edmundo Lins, uma das luzes do
corpo docente da escola:
republicana de Minas, nos dias incer tos do começo da república), gesto de raro desprendimento em favor da sua,
madas.
preensível austeridade.
69
EcoNÓ^^co
se reunia a fina flor da nova geração
de sua cooperação, instantemente recla
A compostura do procedimento polí
Dicesto
xou testemunho nos anais da escola be
neficiaria, através das palavras que a seguir reproduzo, e que constam da ata da sessão em que se renderam home nagens excepcionais à memória do di retor morto.
O registro mencionado é o seguinte, tal como o pronunciou o saudoso minis-
constar da ata da presente sessão,
dão de seus companheiros de Facul dade.
Votada a verba de 100 contos de
réis pelo Congresso Mineiro para a constmção do edifício da Faculdade
nesta capital, o governo do dr. Silviano Brandão não pôde cumprir a
autorização legislativa, angustiada co mo era a situação financeira do Es tado de Minas. Como um dos meios de fazer face a esta crise, feri contraí
do, por intermédio do Conselheiro Afonso Pena, um empréstimo para o
Estado na praga do llio de Janeiro. O ilustre mineiro, que não ocupava
então posição oficial que lhe ve dasse receber a comissão que lhe
competia, e que se elevava a mais do cento c vinte contos, recusou-se
formalmente a qualquer remuneração, pelo grande serviço prestado ao Es tado
em
hora
tão
apertada, e do dr. Silviano
Brandão
conseguiu que fôsse
pago o auxílio de
com fidelidade, o perfil do Conselheiro Afonso Pena, nas linhas mestras com
que o marcou na história o seu invariá vel procedimento como homem público e homem privado.
A prática religiosa das mais difíceis virtudes e a devoção sincera à idéia do direito, como disciplina e como ideal, são os traços que perpetuam a memó
ria da egrégia personalidade a que.todo
o país, nestes dias, presta merecida re verência.
E particularmente para os
mineiros que se orgulham da paterni dade espiritual da Faculdade de Direito
que o Conselheiro Afonso Pena fundou,
amparou e engrandeceu, a recordação dos serviço.s que lhe deve a nossa cul
tura, servida há mais de meio sóculo
por aquele centro de -trabalho, e digni
ficada por gestos como o que acabamos de relembrar, nos reaviva no espírito a
sua presença, naquela sala da congrega ção de mestres das letras jurídicas. E bem compreendemos porque essa pre sença ali representa mna lição, um estímulo, um exemplo, um compro misso.
Dicesto
Dicesto Econômico
70
Criando, ajudando e engrandecendo
tido Liberal, ministro de trc.s gabinetes,
Horizonte, depois de presidente do Es
rista, ambas dinâmicas e fecundas. O chefe se revela homem de Estado, lú
cido, objetivo e notavelmente empreen dedor, lançando-se, com denodo, ao la bor construtivo para dotar o país desa
a Faculdade de Direito de sua terra na-,
na monarquia; expoente da Constituin
tado — o Conselheiro Afonso Pena per
tal, que iria alcançar, graças aos desve-
te republicana mineira; pre.sidenle do
correndo êsse cursiis hoiwrum se nuinti-
los do fundador, vida ilustre e fecunda,
Estado; presidente do Banco da Repú
o Conselheiro Afonso Pena estava rea
blica; membro do Senado Estadual de
lizando e perpetuando a sua marcada
Minas, e do Conselho Deliberativo de
vocação de jurista.
Belo Horizonte, vice-presidente e final mente presidente da República — o Conselheiro Afonso Pena ascendeu às
O professor já se
anunciava nêle desde os bancos acadê
micos, em que conseguira destacar-se pela aplicação aos estudos jurídicos entre colegas de primeira grandeza. A fundação daquela escola, para a
qual se transplantava o próprio espíri to da matriz paulista, que formara quase
todos os seus primeiros professores, é na carreira de homem público do emé rito cidadão, que hoje recordamos, um marco fundamental, senão uma síntese,
uma interpretação da vida com que so nhou, e teve a ventura de plenamente viver.
nha no mesmo ní\'cl: qualquer que fosse o posto designado, excrcia-o com a nobre vocação cívica que lhe dignifica a ati vidade política, e com o mesmo senti mento de responsabilidade de quem pesa os deveres contraídos perante a co
culminâncias da política e da adminis
letividade e a consciência vigilante.
tração, mas em tôda essa trajetória triun fal não se deformou a sua verdadeira
O sentimento jurídico que distinguiu a personalidade do eminente varão, em
individualidade, a de jurlsconsulto ho mem que acreditava antes de tudo no
cuja homenagem nos reunimos, era o
legítimo, tinha a verdadeira natureza do que deve forrar a alma do estadista; não
direito, na fôrça de seus princíiMos c de suas inspirações, o que da disciplina ju rídica fana o instrumento insubstituível da ação do estadista, para assegurar a
so dissociava da idéia da ordem, mas
igualmente não se desvinculava do sen timento de progresso e de liberdade. Se
estabilidade, a coesão e a convivência no trabalho e no esfôrço coletivo
condena sinceramente, com a renuncia
ao mandato que exercia, o golpe de
O Conselheiro Afonso Pena se man
Deodoro, de 3 de novembro, sustenta, decisivamente, o governo de Floriano, quando a adesão de Saldanha da Gama
teve quase ininterruptamente nos poitos "Aqui está sepultado Thomas Jeffer- políticos e administrativos, sem se des
regresso que seria o caos; mas a terra mineira, sob a sua presidência, se trans formaria no asilo dos perseguidos do
Cuido que se o Conselheiro Afonso Pena houvesse de compor, à maneira de
viar jamais do seu destino de jurista Presidente do Estado, do palácio ao vernamental se dirigia pontualmente pa ra lecionar na escola que acabara de fundar. Retomando sempre ao exer cício da advocacia, quando as funções
Jefferson, o epitáfio a ser inscrito na sua sepultura, como o grande americano,
públicas não lhe criavam incómpatiÍDilidades, reintegrava-se no "habitat" na
va tentativa insensata; o país devia ca
son, autor da Declaração da Inde
pendência Americana, do estatuto de Virgínia sobre a liberdade religiosa, c pai da Universidade de Virgínia".
gostaria de mencionar, entre tantas obras que poderia, com legítimo orguUio, re ferir, como uma das mais caras áo seu
coração — a Faculdade de Direito de Minas Gerais, legada por êle aos seus conterrâneos, em auréola de prestígio e dignidade.
O sentimento jurídico, o espírito da lei, a crença na influência benfazeja da cultura do direito, com efeito foram
nêle dominadores, sobrepujavam na iou personalidade todas as outras inclinações
ou tendências que lhe pudessem mar car, ou conduzir. Deputado pelo Par
dá à revolta o sentido temerário de um
poder, desmandado nas represálias. O retôrno ao regime extinto se lhe afigura
minhar por diante, no rumo adotado; à
tural de seu espírito, certamente feliz
república cumpria, porém, assegurar a ordem, acrcdítando-se perante a opinião
de revigorar,' nas lides do fôro, a seiva de sua consciência jurídica, para resistir incólume à erosão a que a vida política a expunha, nos seus entrechoques, em bates e solicitações contraditórias. A sua
pelo respeito às liberdades e aos direi tos cívicos.
sa, como o governo do presidente Afon so Pena iria assinalar, na União, a pri meira administração republicana que não
a ser prestado, porém, em clima impreg nado de sentimento jurídico — ao lado
suspendeu as garantias constitucionais. O seu espíi-ito acentuadamente exe cutivo se comprova na direção do gó-
da lei, através da lei, em favor da lei. Subindo, ou descendo na escala das fun ções exercidas — constituinte estadual,
depois de três vêzes ministio no império, membro do Conselho Municipal de Belo
Minas ficou imune ao es
tado de sítio, naquela quadra tormento
vocação era a do serviço à coletividade,
Á
71
Econó\uco
vêrno do Estado e do país. Não há traço de "bacharelismo" nas duas admi nistrações a que presidiu o eminente ju
parelhado dos instrumentos essenciais de
traballio o de progresso. "As preocupa ções dominantes de Afonso Pena eram de ordem econômica" — assinala Caló-
geras, resuinindo-Uie a obra governamen tal. E para se ter idéia da sua menta lidade aberta o compreensiva, no meio
em que ascendia ào poder, basta ler es tas palavras do seu programa de candi dato à presidência da República: "Nos tempos modernos a questão por excelência que preocupa a atenção dos governos, estadistas, assembléias, imprensa é a econômica... A teona do Estado "gendarme" simples man tenedor da ordem e distribuidor da iustiça, teve O seu tempo, encontran do poucos publicistas que a susten tem na sua pureza, e é positivamente desmentida pela prática dos povos civilizados, sem exceção da Ingla terra.
,
.
„
Outro é o conceito dominante: a aha missão do Estado abrange tam
bém cuidar do povo, exercendo sua ação benéfica em ramos de ativida de social, desde que a miciativa indi vidual, sob suas diversas formas,^ se mostra impotente ou insuficiente . E em outro trecho do mesmo do cumento, formula a seguinte crítica de inteira atualidade:
"Ainda há poucos dias, o Diário Oficial deu a lume informações re lativas a indústria açucareira do Es
tado de Alagoas, e delas se verifi ca que o preço de um saco de açú car, pesando 75 quilos, no mercado
Dicesto
Dicesto Econômico
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Criando, ajudando e engrandecendo
tido Liberal, ministro de trc.s gabinetes,
Horizonte, depois de presidente do Es
rista, ambas dinâmicas e fecundas. O chefe se revela homem de Estado, lú
cido, objetivo e notavelmente empreen dedor, lançando-se, com denodo, ao la bor construtivo para dotar o país desa
a Faculdade de Direito de sua terra na-,
na monarquia; expoente da Constituin
tado — o Conselheiro Afonso Pena per
tal, que iria alcançar, graças aos desve-
te republicana mineira; pre.sidenle do
correndo êsse cursiis hoiwrum se nuinti-
los do fundador, vida ilustre e fecunda,
Estado; presidente do Banco da Repú
o Conselheiro Afonso Pena estava rea
blica; membro do Senado Estadual de
lizando e perpetuando a sua marcada
Minas, e do Conselho Deliberativo de
vocação de jurista.
Belo Horizonte, vice-presidente e final mente presidente da República — o Conselheiro Afonso Pena ascendeu às
O professor já se
anunciava nêle desde os bancos acadê
micos, em que conseguira destacar-se pela aplicação aos estudos jurídicos entre colegas de primeira grandeza. A fundação daquela escola, para a
qual se transplantava o próprio espíri to da matriz paulista, que formara quase
todos os seus primeiros professores, é na carreira de homem público do emé rito cidadão, que hoje recordamos, um marco fundamental, senão uma síntese,
uma interpretação da vida com que so nhou, e teve a ventura de plenamente viver.
nha no mesmo ní\'cl: qualquer que fosse o posto designado, excrcia-o com a nobre vocação cívica que lhe dignifica a ati vidade política, e com o mesmo senti mento de responsabilidade de quem pesa os deveres contraídos perante a co
culminâncias da política e da adminis
letividade e a consciência vigilante.
tração, mas em tôda essa trajetória triun fal não se deformou a sua verdadeira
O sentimento jurídico que distinguiu a personalidade do eminente varão, em
individualidade, a de jurlsconsulto ho mem que acreditava antes de tudo no
cuja homenagem nos reunimos, era o
legítimo, tinha a verdadeira natureza do que deve forrar a alma do estadista; não
direito, na fôrça de seus princíiMos c de suas inspirações, o que da disciplina ju rídica fana o instrumento insubstituível da ação do estadista, para assegurar a
so dissociava da idéia da ordem, mas
igualmente não se desvinculava do sen timento de progresso e de liberdade. Se
estabilidade, a coesão e a convivência no trabalho e no esfôrço coletivo
condena sinceramente, com a renuncia
ao mandato que exercia, o golpe de
O Conselheiro Afonso Pena se man
Deodoro, de 3 de novembro, sustenta, decisivamente, o governo de Floriano, quando a adesão de Saldanha da Gama
teve quase ininterruptamente nos poitos "Aqui está sepultado Thomas Jeffer- políticos e administrativos, sem se des
regresso que seria o caos; mas a terra mineira, sob a sua presidência, se trans formaria no asilo dos perseguidos do
Cuido que se o Conselheiro Afonso Pena houvesse de compor, à maneira de
viar jamais do seu destino de jurista Presidente do Estado, do palácio ao vernamental se dirigia pontualmente pa ra lecionar na escola que acabara de fundar. Retomando sempre ao exer cício da advocacia, quando as funções
Jefferson, o epitáfio a ser inscrito na sua sepultura, como o grande americano,
públicas não lhe criavam incómpatiÍDilidades, reintegrava-se no "habitat" na
va tentativa insensata; o país devia ca
son, autor da Declaração da Inde
pendência Americana, do estatuto de Virgínia sobre a liberdade religiosa, c pai da Universidade de Virgínia".
gostaria de mencionar, entre tantas obras que poderia, com legítimo orguUio, re ferir, como uma das mais caras áo seu
coração — a Faculdade de Direito de Minas Gerais, legada por êle aos seus conterrâneos, em auréola de prestígio e dignidade.
O sentimento jurídico, o espírito da lei, a crença na influência benfazeja da cultura do direito, com efeito foram
nêle dominadores, sobrepujavam na iou personalidade todas as outras inclinações
ou tendências que lhe pudessem mar car, ou conduzir. Deputado pelo Par
dá à revolta o sentido temerário de um
poder, desmandado nas represálias. O retôrno ao regime extinto se lhe afigura
minhar por diante, no rumo adotado; à
tural de seu espírito, certamente feliz
república cumpria, porém, assegurar a ordem, acrcdítando-se perante a opinião
de revigorar,' nas lides do fôro, a seiva de sua consciência jurídica, para resistir incólume à erosão a que a vida política a expunha, nos seus entrechoques, em bates e solicitações contraditórias. A sua
pelo respeito às liberdades e aos direi tos cívicos.
sa, como o governo do presidente Afon so Pena iria assinalar, na União, a pri meira administração republicana que não
a ser prestado, porém, em clima impreg nado de sentimento jurídico — ao lado
suspendeu as garantias constitucionais. O seu espíi-ito acentuadamente exe cutivo se comprova na direção do gó-
da lei, através da lei, em favor da lei. Subindo, ou descendo na escala das fun ções exercidas — constituinte estadual,
depois de três vêzes ministio no império, membro do Conselho Municipal de Belo
Minas ficou imune ao es
tado de sítio, naquela quadra tormento
vocação era a do serviço à coletividade,
Á
71
Econó\uco
vêrno do Estado e do país. Não há traço de "bacharelismo" nas duas admi nistrações a que presidiu o eminente ju
parelhado dos instrumentos essenciais de
traballio o de progresso. "As preocupa ções dominantes de Afonso Pena eram de ordem econômica" — assinala Caló-
geras, resuinindo-Uie a obra governamen tal. E para se ter idéia da sua menta lidade aberta o compreensiva, no meio
em que ascendia ào poder, basta ler es tas palavras do seu programa de candi dato à presidência da República: "Nos tempos modernos a questão por excelência que preocupa a atenção dos governos, estadistas, assembléias, imprensa é a econômica... A teona do Estado "gendarme" simples man tenedor da ordem e distribuidor da iustiça, teve O seu tempo, encontran do poucos publicistas que a susten tem na sua pureza, e é positivamente desmentida pela prática dos povos civilizados, sem exceção da Ingla terra.
,
.
„
Outro é o conceito dominante: a aha missão do Estado abrange tam
bém cuidar do povo, exercendo sua ação benéfica em ramos de ativida de social, desde que a miciativa indi vidual, sob suas diversas formas,^ se mostra impotente ou insuficiente . E em outro trecho do mesmo do cumento, formula a seguinte crítica de inteira atualidade:
"Ainda há poucos dias, o Diário Oficial deu a lume informações re lativas a indústria açucareira do Es
tado de Alagoas, e delas se verifi ca que o preço de um saco de açú car, pesando 75 quilos, no mercado
'72
Dicesto Econômico
de Maceió, não excede de seis mil
de governo, declarou que os dois úl •
réis.
times presidentes tanto haviam empreen dido que se fazia necessário um período de moderação e de pausa...
Entretanto, em grande número de cidades do centro e sul da república
não se pode obter igual quantidade dessa mercadoria por menos de vinte a vinte e cinco mil réis.
Como explicar semelhante fenô meno senão pela imperfeição dos meios de-.transporte, pela má orga nização comercial, pela existência de intermediários inúteis, de elevadas
despesas de baldeação e outras, que poderão ser diminuídas ou suprimi das?"
Esclarecido pelo conhecimento dire to, que buscou, sobre as necessidades
do país, e consciente do dever que ao governo corria, antes de qualquer ou tro, de lhe possibilitar o desenvolvimen
to, o presidente Afonso Pena realizou uma obra administrativa realmente rele
vante, sobretudo pela objetividade e pelo caráter básico em que se inspirou. O
melhor elogio que se lhe pode fazer é afirmar que suporta confronto com a de Rodrigues Alves. E é signifícativc» verificar que dois homens vindos da monarquia marcariam assim na repúbli ca os dois governos mais fecundos e dinâmicos, como se caprichassem em
desfazer a pecha que o ânimo progres sista dos propagandistas do novo lan çara sôbre o velho regime, de ineficien
te, de responsável pelo atraso material da nação. O ímpeto realizador das administrações dos dois consellieiros proclamou-o, em termos de insuspeita sinceridade, em 1909, um "histórico ', o senador Quintino Bocaiúva, quando, no Senado, respondendo à arguíçâo do seu colega João Luiz Alves, o qual se opu
Formado na severa escola política que o imperador regia com o seu "lápis fa tídico", na atmosfera carregada de sen timento jurídico do segundo reinado, o Conselheiro Afonso Pena completou a sua carreira vitoriosa na república sem se desligar do passado e sem deformai a sua personalidade. Nisto se lhe afir
ma a integridade moral, e a unidade de
73
Dicesto Econômico
Nesta fase de transição entre os dois
O poder não suportaria a c.Nperiên-
regimes, a figura do Conselheiro Afonso
cia de ser bniscamcnte dc.snudado dessa
Pena ó bem expressiva como elo de con tinuidade histórica e lastro de seguran
ça da nova ordem. A sua consciência
jurídica o o scvi sentimento político se nutriam de sadia substância moral. Co mo haviam sustentado longamente o re
í
suavemente; e também da austeridade e
quer que êle fôsse, havia de se apoiar
gime que morrera, por lhe ser impossí vel a sobrevivência, as virtudes priva
tente e palpável,"Um pouco de homens, outro pouco de instituição", é esta a impressão que anota Machado de i^sis,
das e públicas das elites dirigentes se riam o alicerce do regime nascente. O sentava o legado da monarquia extinta deveria ser transfundido na republica que surgia. E êste le gado inestimável do
lítúrgica do regime que se desfizera,
nagens compunham as rigas de manuten ção da ordem política; e o regime, qual
.sobretudo nos homens, à falta de qual
que de mais resistente e valioso repre
caráter. É possível que lhe ficasse na
alma uma certa nostalgia do equilíbrio, da simetria, do ritual solene, da pompa
roupagem vistosa o desguarnecido de guarda de honra de tal categoria. O jôgo de cena, o ceremonial o os perso
quer outra infra-estrutura mais consis
ao ver desfilar no "Velho Senado as
figuras magnas dcí segundo reinado. E a verdade é que aque
les homens eram as
próprias instituições,
da tempera dos seus homens inflexíveis, tão bem encarnados na figura do cliefe do último gabinete. O tumulto, a de
sistema vencido era a
sordem, a inexperiência que afligiam o início turbulento da nova ordem polí tica lhe deveriam inquietar o espírito,
bons hábitos, as no
exímios
bres qualidades pes
dos de seu papel.
soais e cívicas dos seus
e mesmo ferir a sensibilidade, habitua
Da mesma sorte que
homens públicos, mo delados pelo figurino do imperador.
a monarquia — mais
de
que o
acontecido
era to
triota
tuições proclamadas diante do povo indife
consistia em ajudar a construção
do futuro.
morto, as
rente, não tinham por
si mesmas vitalidade, expressão, força fecundante. O majestoso artjficialismo
que as vívifica e pelos benefícios que são capazes de proporcionar — esta é
de ordem e compostura, ao imperador,
da monarquia (que permitira em clima na conhecida frase atribuída a Ferreira Viana, fingir, durante cinqüenta anos,
a filosofia que decorre das suas atitudes e dos seus pronunciamentos.
que governava um povo livre) se sus tentara pelo alto teor moral das clas
Em política, como Joaquim Nabuco, não era um "nominalista", não tinbn o
nha à candidatura Hermes por não
tria comum.
ses dirigentes, cujo padrão era o monar
compenetra
do que esta já bene ficiada pela tradição e pelo hábito, - a re
pública reclamava im
insti
O seu espírito jurídico não era estático, inerte, insensível, estagnado. As fór mulas valem pela seiva cívica e moral
SC apresentar esta com um programa
gravidade de artistas
A lei escrita, o tex
uma fatalidade, e o dever do pa
preconceito dos sistemas, e teria a cora gem de, sem repulsa ao passado, animar e ajudar as novas gerações nos trabalhos de edificar sôbre o mesmo solo da pá
cionar com tôda a
disciplina moral, os
da em outros ares. O critério objetivo do político lhe impunha, porém, a certeza
que eles faziam fun
educação política, a
periosamente um patriciado moral e inte-
lechml que a sustentasse sôbre o terre no movediço, até que deitasse ra^es,
para resistir aos contratempos. Nurn e Mutro regime, tratava-se de um traba
lho de consolidação promovido do alto. E não hi regime que dispense êsse inecanismo de apoio, sobretudo nos perío dos iniciais. A república norte-amencana, formada sob inspiração anstocrá-
tica, e mesmo plutocrática, só ca, que, sincronizando os giros do poder, fimiou pelo contrapêso das extraordi supria a opinião pública bruxoleante, aquietava altemadamente as ambições, nárias qualidades morais e cívicas da e patemalmente propiciava proveitosa aprendizagem de govêmo.
J
se
"dinastia da Virgínia", até que hou vesse
de
enfrentar, já
estruturada.
'72
Dicesto Econômico
de Maceió, não excede de seis mil
de governo, declarou que os dois úl •
réis.
times presidentes tanto haviam empreen dido que se fazia necessário um período de moderação e de pausa...
Entretanto, em grande número de cidades do centro e sul da república
não se pode obter igual quantidade dessa mercadoria por menos de vinte a vinte e cinco mil réis.
Como explicar semelhante fenô meno senão pela imperfeição dos meios de-.transporte, pela má orga nização comercial, pela existência de intermediários inúteis, de elevadas
despesas de baldeação e outras, que poderão ser diminuídas ou suprimi das?"
Esclarecido pelo conhecimento dire to, que buscou, sobre as necessidades
do país, e consciente do dever que ao governo corria, antes de qualquer ou tro, de lhe possibilitar o desenvolvimen
to, o presidente Afonso Pena realizou uma obra administrativa realmente rele
vante, sobretudo pela objetividade e pelo caráter básico em que se inspirou. O
melhor elogio que se lhe pode fazer é afirmar que suporta confronto com a de Rodrigues Alves. E é signifícativc» verificar que dois homens vindos da monarquia marcariam assim na repúbli ca os dois governos mais fecundos e dinâmicos, como se caprichassem em
desfazer a pecha que o ânimo progres sista dos propagandistas do novo lan çara sôbre o velho regime, de ineficien
te, de responsável pelo atraso material da nação. O ímpeto realizador das administrações dos dois consellieiros proclamou-o, em termos de insuspeita sinceridade, em 1909, um "histórico ', o senador Quintino Bocaiúva, quando, no Senado, respondendo à arguíçâo do seu colega João Luiz Alves, o qual se opu
Formado na severa escola política que o imperador regia com o seu "lápis fa tídico", na atmosfera carregada de sen timento jurídico do segundo reinado, o Conselheiro Afonso Pena completou a sua carreira vitoriosa na república sem se desligar do passado e sem deformai a sua personalidade. Nisto se lhe afir
ma a integridade moral, e a unidade de
73
Dicesto Econômico
Nesta fase de transição entre os dois
O poder não suportaria a c.Nperiên-
regimes, a figura do Conselheiro Afonso
cia de ser bniscamcnte dc.snudado dessa
Pena ó bem expressiva como elo de con tinuidade histórica e lastro de seguran
ça da nova ordem. A sua consciência
jurídica o o scvi sentimento político se nutriam de sadia substância moral. Co mo haviam sustentado longamente o re
í
suavemente; e também da austeridade e
quer que êle fôsse, havia de se apoiar
gime que morrera, por lhe ser impossí vel a sobrevivência, as virtudes priva
tente e palpável,"Um pouco de homens, outro pouco de instituição", é esta a impressão que anota Machado de i^sis,
das e públicas das elites dirigentes se riam o alicerce do regime nascente. O sentava o legado da monarquia extinta deveria ser transfundido na republica que surgia. E êste le gado inestimável do
lítúrgica do regime que se desfizera,
nagens compunham as rigas de manuten ção da ordem política; e o regime, qual
.sobretudo nos homens, à falta de qual
que de mais resistente e valioso repre
caráter. É possível que lhe ficasse na
alma uma certa nostalgia do equilíbrio, da simetria, do ritual solene, da pompa
roupagem vistosa o desguarnecido de guarda de honra de tal categoria. O jôgo de cena, o ceremonial o os perso
quer outra infra-estrutura mais consis
ao ver desfilar no "Velho Senado as
figuras magnas dcí segundo reinado. E a verdade é que aque
les homens eram as
próprias instituições,
da tempera dos seus homens inflexíveis, tão bem encarnados na figura do cliefe do último gabinete. O tumulto, a de
sistema vencido era a
sordem, a inexperiência que afligiam o início turbulento da nova ordem polí tica lhe deveriam inquietar o espírito,
bons hábitos, as no
exímios
bres qualidades pes
dos de seu papel.
soais e cívicas dos seus
e mesmo ferir a sensibilidade, habitua
Da mesma sorte que
homens públicos, mo delados pelo figurino do imperador.
a monarquia — mais
de
que o
acontecido
era to
triota
tuições proclamadas diante do povo indife
consistia em ajudar a construção
do futuro.
morto, as
rente, não tinham por
si mesmas vitalidade, expressão, força fecundante. O majestoso artjficialismo
que as vívifica e pelos benefícios que são capazes de proporcionar — esta é
de ordem e compostura, ao imperador,
da monarquia (que permitira em clima na conhecida frase atribuída a Ferreira Viana, fingir, durante cinqüenta anos,
a filosofia que decorre das suas atitudes e dos seus pronunciamentos.
que governava um povo livre) se sus tentara pelo alto teor moral das clas
Em política, como Joaquim Nabuco, não era um "nominalista", não tinbn o
nha à candidatura Hermes por não
tria comum.
ses dirigentes, cujo padrão era o monar
compenetra
do que esta já bene ficiada pela tradição e pelo hábito, - a re
pública reclamava im
insti
O seu espírito jurídico não era estático, inerte, insensível, estagnado. As fór mulas valem pela seiva cívica e moral
SC apresentar esta com um programa
gravidade de artistas
A lei escrita, o tex
uma fatalidade, e o dever do pa
preconceito dos sistemas, e teria a cora gem de, sem repulsa ao passado, animar e ajudar as novas gerações nos trabalhos de edificar sôbre o mesmo solo da pá
cionar com tôda a
disciplina moral, os
da em outros ares. O critério objetivo do político lhe impunha, porém, a certeza
que eles faziam fun
educação política, a
periosamente um patriciado moral e inte-
lechml que a sustentasse sôbre o terre no movediço, até que deitasse ra^es,
para resistir aos contratempos. Nurn e Mutro regime, tratava-se de um traba
lho de consolidação promovido do alto. E não hi regime que dispense êsse inecanismo de apoio, sobretudo nos perío dos iniciais. A república norte-amencana, formada sob inspiração anstocrá-
tica, e mesmo plutocrática, só ca, que, sincronizando os giros do poder, fimiou pelo contrapêso das extraordi supria a opinião pública bruxoleante, aquietava altemadamente as ambições, nárias qualidades morais e cívicas da e patemalmente propiciava proveitosa aprendizagem de govêmo.
J
se
"dinastia da Virgínia", até que hou vesse
de
enfrentar, já
estruturada.
-
74
o impacto da onda popular levantada por Jadíson.
"O povo aprende a governar como
DicESTO Econômico
ciência, excitando-lhe os instintos ou os
impulsos irracionais, mas para lhe dar
uma criança a andar: ensaiando quando
o "substractum" de um espírito polí
êle ainda não sabe, mesmo que haja risco de queda", diz Ferrero. Antes
tico livremente formado e constante
de tudo, porém, é necessário que haja
governantes.
confiança nos condutores, confiança e
respeito, para que a autoridade dêles se aceite benignamente. É mister, assim, criar na alma do povo crenças, convic-
IL Ções, germens benfazejos, dos quais pos-
^sa frutificar, sem ofensa à dignidade, o acatamento consciente dos governados aos governantes. É esse um trabalho di
fícil, de natureza pedagógica, que põe à prova a qualidade da classe dirigente; e esse trabalho não se faz apenas demons trando virtudes privadas excelentes, porém reclama as mais complexas, ativas e preciosas virtudes de homem público.
Os regimes novos se querem medrar
em ares livres impõem, em alto grau,
O Conselheiro Afonso Pena vindo da
monarquia para a república compreen
deu com clarividência a obra que aos dirigentes caberia empreender, para ser vir ao progresso da nossa incipiente
gime: educar pela palavra, c sobretudo pelo exemplo, no amor à legalidade, no respeito à ordem jurídica, na digni dade cívica, na disciplina moral severa, no trabalho profícuo, no desinterêsse, na dedicação às causas públicas.
ó muito farta.
r ,
ternas. A guerra surpreendeu-nos, sem
dúvida alguma, sem organizaçao de transportes, sem boas estradas entre o Rio e o ponto inicial do S. Francwco, em Minas. As viagens da Capital do oaís a Pirapora logo se tomaram peno
sas, caríssimas, sujeitas a imprevistos de tôda ordem.
Bela vida de servidor da nação viveu, com austeridade e nobreza, o Conselhei
boas condiçóes e tomando outras provi
tualidade no litoral, é pelo S. Fran
entre o Rio e a zona do S. Francisco,
se faz o intercâmbio do Sul com o Norte, mantendo-se inalterável a ligação de duas
ro Afonso Augusto Moreira Pena: 'Tn
importantes regiões - o Norte e Nor
serviendo patris consumor", — poderia dizer, ao termo da jornada, aquele que Rui Barbosa, em hora solene, apontou como mártir do serviço público".
deste - com a Capital da República,
a sede do governo, portanto, a cabeça
política do país. Mas a despeito de sua especialíssima posição, de sua tão proclamada situação excepcional, sòmerite agora, ao que parece, é que es
rios de sua obra, todos os seus patrícios,
tamos descobrindo o S. Francisco, depois
ouvirmos a sua lição, propagarmos os seus trabalhos e lidarmos pelo ideal a que serviu, com dignidade e abnegação
dos sacrifícios que a guerra nos trouxe,
depois dos incalculáveis prejuízos de correntes da falta de comunicações in-
li
víaLs Ltar preparando estrada em
SC considere o seguinte: no caso de bloqueio ou de qualquer outra even
cisco já considerado, também, um no de grande importância estratégica, que
devoção às instituições livres.
inexcedíveis.
rio São Francisco.
Quando começou a guerra muito an tes de haver o Brasil tomado ahtude grave, que daquele rio pode depender, contra os paises do Eixo aMtude rmposaté, a unidade poUtica do país, em de ta pela própria fôrça dos fatos ja determinadas circunstâncias, bastando que
no seu bem-estar, na sua cultura e na
Honrando-Ihe a memória, em testemu
A guerra, porém, veio
O sr Deolindo Amorim recorda, neste artigo, o papel que o historiador Braz do 'kmaral teve como pioneiro da gran de cruzada que é o aproveitamento do
demonstrar, à vista de uma lição bem
constante, e o povo colheria os benefí
nho de gratidão, cumpre aos beneficiá
zam em nome dele despertando-lhe na íilma sentimentos e crenças fecundas e
possa interessar a soluções práticas, nao
prosperaria através de aperfeiçoamento
possa afinal dominar e usar de raanei-
blema do São Francisco, apesar dos es tudos sérios, aliás poucos, sôbre o as sunto. Durante muito tempo o S. Fran cisco foi assunto de literatura regional,
Há estudos avulsos, inegàvelmente muito interessantes, mas o que é certo é que a bibliografia do S. Francisco, no que
tores era o mesmo num e noutro re
se esforce por ascender até êle, e o
ultimamente, tanta importância ao pro
va, a não ser o trabalho de Geraldo Rocha, conhecedor direto da região, da índole de seu povo e de seu problemas.
alma republicana. O dever dos condu
cios da sua prática sincera, elevando-se
ainda, não se dava, como se tem dado
sem preocupação pròpriamente objeti
As virtudes monárquicas, a alma mo
Se a ebte governante não se desviasse
^ ra adequada. Cria-se êsse estado de ^ espirito propício à adesão do povo à ^ obra que as classes dirigentes reali-
1
nárquica, em nada diferiam, substan cialmente, das virtudes republicanas, da
desse rumo o regime se consolidaria,
rante a opinião, a fim de que o povo
teremos de sentir por muito tempo
educação cívica.
com o sincero amor ao direito, êsse
própria consciência do seu papel. Todo regime livre que se inaugura representa uma aspiração, um movimento de pro gresso, um programa a realizar, uma etapa a atingir; é preciso acreditá-lo pe
Antes da última guerra, cujos efeitos
mente revitalizado pelo exemplo dos
lastro moral de que deve ser deposi tária a elite dirigente. E quanto mais tênue ou menos esclarecida a opinião pública, maior é o encargo e mais pe sada a responsabilidade dessa elite dí-
' rigente, porque não terá então outro ' estímulo, nem outra vigilância que a
Uma previsãopor sôbre o São Francisco Deolindo Amorim
sinceras, não para lhe deformar a cons
dências inadiáveis para a ligaçao foc.i Minas Passamos muito tempo sem
transporte pelo mar, em conseqüência do torpedeamento- de navios de nossa
Marinha Mercante, quando poderíamos ter aliviado a situação, desde que rivéssemos cuidado, com antecedência, da circulação de nossa vida econômica pelo S. Francisco, isto é, de Pirapora a Joazeiro da Bahia.
Há quase trinta anos, logo em se guida à terminação da outra guerra mundial, um baiano ilustre, historiador consciencioso e antigo parlamentar, pre viu por.assim dizer tudo quanto se deu
-
74
o impacto da onda popular levantada por Jadíson.
"O povo aprende a governar como
DicESTO Econômico
ciência, excitando-lhe os instintos ou os
impulsos irracionais, mas para lhe dar
uma criança a andar: ensaiando quando
o "substractum" de um espírito polí
êle ainda não sabe, mesmo que haja risco de queda", diz Ferrero. Antes
tico livremente formado e constante
de tudo, porém, é necessário que haja
governantes.
confiança nos condutores, confiança e
respeito, para que a autoridade dêles se aceite benignamente. É mister, assim, criar na alma do povo crenças, convic-
IL Ções, germens benfazejos, dos quais pos-
^sa frutificar, sem ofensa à dignidade, o acatamento consciente dos governados aos governantes. É esse um trabalho di
fícil, de natureza pedagógica, que põe à prova a qualidade da classe dirigente; e esse trabalho não se faz apenas demons trando virtudes privadas excelentes, porém reclama as mais complexas, ativas e preciosas virtudes de homem público.
Os regimes novos se querem medrar
em ares livres impõem, em alto grau,
O Conselheiro Afonso Pena vindo da
monarquia para a república compreen
deu com clarividência a obra que aos dirigentes caberia empreender, para ser vir ao progresso da nossa incipiente
gime: educar pela palavra, c sobretudo pelo exemplo, no amor à legalidade, no respeito à ordem jurídica, na digni dade cívica, na disciplina moral severa, no trabalho profícuo, no desinterêsse, na dedicação às causas públicas.
ó muito farta.
r ,
ternas. A guerra surpreendeu-nos, sem
dúvida alguma, sem organizaçao de transportes, sem boas estradas entre o Rio e o ponto inicial do S. Francwco, em Minas. As viagens da Capital do oaís a Pirapora logo se tomaram peno
sas, caríssimas, sujeitas a imprevistos de tôda ordem.
Bela vida de servidor da nação viveu, com austeridade e nobreza, o Conselhei
boas condiçóes e tomando outras provi
tualidade no litoral, é pelo S. Fran
entre o Rio e a zona do S. Francisco,
se faz o intercâmbio do Sul com o Norte, mantendo-se inalterável a ligação de duas
ro Afonso Augusto Moreira Pena: 'Tn
importantes regiões - o Norte e Nor
serviendo patris consumor", — poderia dizer, ao termo da jornada, aquele que Rui Barbosa, em hora solene, apontou como mártir do serviço público".
deste - com a Capital da República,
a sede do governo, portanto, a cabeça
política do país. Mas a despeito de sua especialíssima posição, de sua tão proclamada situação excepcional, sòmerite agora, ao que parece, é que es
rios de sua obra, todos os seus patrícios,
tamos descobrindo o S. Francisco, depois
ouvirmos a sua lição, propagarmos os seus trabalhos e lidarmos pelo ideal a que serviu, com dignidade e abnegação
dos sacrifícios que a guerra nos trouxe,
depois dos incalculáveis prejuízos de correntes da falta de comunicações in-
li
víaLs Ltar preparando estrada em
SC considere o seguinte: no caso de bloqueio ou de qualquer outra even
cisco já considerado, também, um no de grande importância estratégica, que
devoção às instituições livres.
inexcedíveis.
rio São Francisco.
Quando começou a guerra muito an tes de haver o Brasil tomado ahtude grave, que daquele rio pode depender, contra os paises do Eixo aMtude rmposaté, a unidade poUtica do país, em de ta pela própria fôrça dos fatos ja determinadas circunstâncias, bastando que
no seu bem-estar, na sua cultura e na
Honrando-Ihe a memória, em testemu
A guerra, porém, veio
O sr Deolindo Amorim recorda, neste artigo, o papel que o historiador Braz do 'kmaral teve como pioneiro da gran de cruzada que é o aproveitamento do
demonstrar, à vista de uma lição bem
constante, e o povo colheria os benefí
nho de gratidão, cumpre aos beneficiá
zam em nome dele despertando-lhe na íilma sentimentos e crenças fecundas e
possa interessar a soluções práticas, nao
prosperaria através de aperfeiçoamento
possa afinal dominar e usar de raanei-
blema do São Francisco, apesar dos es tudos sérios, aliás poucos, sôbre o as sunto. Durante muito tempo o S. Fran cisco foi assunto de literatura regional,
Há estudos avulsos, inegàvelmente muito interessantes, mas o que é certo é que a bibliografia do S. Francisco, no que
tores era o mesmo num e noutro re
se esforce por ascender até êle, e o
ultimamente, tanta importância ao pro
va, a não ser o trabalho de Geraldo Rocha, conhecedor direto da região, da índole de seu povo e de seu problemas.
alma republicana. O dever dos condu
cios da sua prática sincera, elevando-se
ainda, não se dava, como se tem dado
sem preocupação pròpriamente objeti
As virtudes monárquicas, a alma mo
Se a ebte governante não se desviasse
^ ra adequada. Cria-se êsse estado de ^ espirito propício à adesão do povo à ^ obra que as classes dirigentes reali-
1
nárquica, em nada diferiam, substan cialmente, das virtudes republicanas, da
desse rumo o regime se consolidaria,
rante a opinião, a fim de que o povo
teremos de sentir por muito tempo
educação cívica.
com o sincero amor ao direito, êsse
própria consciência do seu papel. Todo regime livre que se inaugura representa uma aspiração, um movimento de pro gresso, um programa a realizar, uma etapa a atingir; é preciso acreditá-lo pe
Antes da última guerra, cujos efeitos
mente revitalizado pelo exemplo dos
lastro moral de que deve ser deposi tária a elite dirigente. E quanto mais tênue ou menos esclarecida a opinião pública, maior é o encargo e mais pe sada a responsabilidade dessa elite dí-
' rigente, porque não terá então outro ' estímulo, nem outra vigilância que a
Uma previsãopor sôbre o São Francisco Deolindo Amorim
sinceras, não para lhe deformar a cons
dências inadiáveis para a ligaçao foc.i Minas Passamos muito tempo sem
transporte pelo mar, em conseqüência do torpedeamento- de navios de nossa
Marinha Mercante, quando poderíamos ter aliviado a situação, desde que rivéssemos cuidado, com antecedência, da circulação de nossa vida econômica pelo S. Francisco, isto é, de Pirapora a Joazeiro da Bahia.
Há quase trinta anos, logo em se guida à terminação da outra guerra mundial, um baiano ilustre, historiador consciencioso e antigo parlamentar, pre viu por.assim dizer tudo quanto se deu
V
73
Digesto
Econômico
77
Dioesto Econômico
nos tormentosos dias da segunda confla
pressentido nas entrelinhas de sua obser
gração.
vação. Mas o pensamento do professor
preocupação com o futuro daquela re gião. Dizia então o profesor Braz do
do S. Francisco no funcionamento da
Amaral:
Êsse eminente historiador, ho-
niem de verdadeiro espírito público, não tem sido, entretanto, citado entre os
brasileiros que já tiveram a glória, se podemos dizer assim, de ligar os seus nomes aos estudos gerais do S. Fran
cisco.
Trata-se do professor Braz do
Amaral, autêntico remanescente da ve-
Uia estirpe intelectual da Bahia. Autor do diversos e instrutivos trabalhos sôbro história, conhecendo as coisas da
^ Bahia com a segurança de quem é real-
Braz do Amaral está adstrito ao papel
Federação; tanto assim, que as suas
sincera amizade e reconhecimento recí
criticas chegam a entrar no problema da
proco de necessidades e socorro. A essa
unidade nacional.
observação acrescentava:
O problema do S. Francisco traz na
turalmente outros problemas, que lhe são co^elatos. O opúsculo do professor Braz do Amaral, embora não desça a pormenores técnicos ou administrativos.
mente senhor dos assuntos de sua terra,
W o abalisado historiador baiano tratou do
problema do S. Francisco em opúsculo pouco divulgado, ao qual deu o título de "Cartas e Descripções" (ortografia da época), publicado era 1919. Talvez por
"A idéia de federação exprime
a fraternidade, igualdade de direitos,
\ '?■
"Conheceino-
nos, nós brasileiros, tão pouco, andamos tão alheados uns dos outros, que, a não
dignamente os interêsses da Bahia fora do Congresso, em comissões de rele vante responsabilidade, na solução de velha questão de limites com o Espírito Santo. Quando presidente de Sergipe o mârechal Siqueira de Menezes, ali esteve, em comissão especial, o prof. Braz do Amaral para representar a Ba hia, também, em virtude de questão
e Descripções", as simples crônicas de viagem, talvez por isso mesmo, convém
repetir, as suas previsões aoêrca do S. Francisco não tiveram a necessária
repercussão. Entretanto, os fatos vieram
do pelo governo da Bahia, ao tempo do grande chefe democrata J. J. Seabra, para estudar informações antigas e e.vaminar documentos na Torre do Tombo,
justamente por ocasião das questões dé
brasileira.
do Amaral ocasião de representar con-
livros completos, principalmente quando
Federação. Foi a Portugal, comissiona
mmbuco e do Paraná. Até a imprctisa dos Estados é desconhecida de um para
grandenses e baianos, habitantes de Per-
terior a 1930, teve o professor Braz
se referem, como no caso de "Cartas
do intercâmbio entre as unidades da
limites, sobre as quais escreveu traba lho muito bem documentado. Como
Deputado federal em legislatura an
raramente alcançam a popularidade dos
Tais incumbências muito
lhe dilataram a perspectiva a respeito
ser com a Capital do país, somos uns estrangeiros paraenses e mineiros, rio-
outro".
essa circunstância, porque os opúsculos
de limites.
se vê, o professor Braz do Amaral é um historiador que conhece bem a vida Não lhe falta, portanto, au
toridade para indicar soluções acerca do S. Francisco, cujas condições de vida
sempre lhe mereceram atenção especial.
Neste momento, finalmente, em que tanto se tem escrito sobre o S. Francisco, assunto de absoluta atualidade, é justo
recordar que o professor Braz do Amaral, uma das mais respeitáveis relíquias hu manas da Bahia, escreveu matéria inte ressante a respeito da importância da
quele grande rio no futuro do Brasil. Cabe-lhe, pois, um lugar entre os pio neiros da grandiosa cruzada.
demonstrar, com a segunda guerra, que o professor Braz do Amaral tínlia razão
de sobra ao fazer a seguinte advertên cia:"A ligação férrea da Bahia com a réde mineira não se faz, e se a guerra tivesse -persistido e se o inimigo tivesse
vê o assunto em sentido global, isto é,
posto dois ou três submarinos na costa,
com visão de conjunto, abrangendo o
o país ficaria logo cortado em dois pe
problema de transporte fluvial e terres tre, a situação geográfica e, sobretudo, a significação política do S. Francisco. Percebe-se que o venerando historiador já naquela época procurava focar um
daços por ser feita por mar tôda a co municação". Tais palavras, escritas em 1919, parecem uma profecia dos aconte cimentos da segunda guerra. É certo
1 que o professor Braz do Amaral não faz ' referência, aí, diretamente ao S. Fran-
^ cLsco, mas à ligação férrea Bahia-Minas. A previsão, entretanto, confirraou-se.
^ Ocorreu precisamente o que ele havia
tema de real gravidade na experiência
de nosso pmcesso federativo: a despro
porcional distribuição de recursos e be nefícios entre as unidades da Federa ção.
Essas reflexões lhe nasceram da
A Divisão de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura informa
que ao clntrário das noticias divulgadas a respeito segundo as q^rs termm morrido muitos milhares de porcos em Santa Catarina, foram apenas mtinwdos cêrca de 70 Ts funcionários daquela Divisão, em atividade n<K matas do Clwpecó,ja vacinaram^de trinta mÚ stãnos. Estão pràticamente defcululos os rebanhos de Santa CaTarinTeZ Rio Grande do Sul, or!de existem as ma,ores reservas do Braril. No Triângulo Mineiro também se desenvolve proveitoso trabalho da Divisão
V
73
Digesto
Econômico
77
Dioesto Econômico
nos tormentosos dias da segunda confla
pressentido nas entrelinhas de sua obser
gração.
vação. Mas o pensamento do professor
preocupação com o futuro daquela re gião. Dizia então o profesor Braz do
do S. Francisco no funcionamento da
Amaral:
Êsse eminente historiador, ho-
niem de verdadeiro espírito público, não tem sido, entretanto, citado entre os
brasileiros que já tiveram a glória, se podemos dizer assim, de ligar os seus nomes aos estudos gerais do S. Fran
cisco.
Trata-se do professor Braz do
Amaral, autêntico remanescente da ve-
Uia estirpe intelectual da Bahia. Autor do diversos e instrutivos trabalhos sôbro história, conhecendo as coisas da
^ Bahia com a segurança de quem é real-
Braz do Amaral está adstrito ao papel
Federação; tanto assim, que as suas
sincera amizade e reconhecimento recí
criticas chegam a entrar no problema da
proco de necessidades e socorro. A essa
unidade nacional.
observação acrescentava:
O problema do S. Francisco traz na
turalmente outros problemas, que lhe são co^elatos. O opúsculo do professor Braz do Amaral, embora não desça a pormenores técnicos ou administrativos.
mente senhor dos assuntos de sua terra,
W o abalisado historiador baiano tratou do
problema do S. Francisco em opúsculo pouco divulgado, ao qual deu o título de "Cartas e Descripções" (ortografia da época), publicado era 1919. Talvez por
"A idéia de federação exprime
a fraternidade, igualdade de direitos,
\ '?■
"Conheceino-
nos, nós brasileiros, tão pouco, andamos tão alheados uns dos outros, que, a não
dignamente os interêsses da Bahia fora do Congresso, em comissões de rele vante responsabilidade, na solução de velha questão de limites com o Espírito Santo. Quando presidente de Sergipe o mârechal Siqueira de Menezes, ali esteve, em comissão especial, o prof. Braz do Amaral para representar a Ba hia, também, em virtude de questão
e Descripções", as simples crônicas de viagem, talvez por isso mesmo, convém
repetir, as suas previsões aoêrca do S. Francisco não tiveram a necessária
repercussão. Entretanto, os fatos vieram
do pelo governo da Bahia, ao tempo do grande chefe democrata J. J. Seabra, para estudar informações antigas e e.vaminar documentos na Torre do Tombo,
justamente por ocasião das questões dé
brasileira.
do Amaral ocasião de representar con-
livros completos, principalmente quando
Federação. Foi a Portugal, comissiona
mmbuco e do Paraná. Até a imprctisa dos Estados é desconhecida de um para
grandenses e baianos, habitantes de Per-
terior a 1930, teve o professor Braz
se referem, como no caso de "Cartas
do intercâmbio entre as unidades da
limites, sobre as quais escreveu traba lho muito bem documentado. Como
Deputado federal em legislatura an
raramente alcançam a popularidade dos
Tais incumbências muito
lhe dilataram a perspectiva a respeito
ser com a Capital do país, somos uns estrangeiros paraenses e mineiros, rio-
outro".
essa circunstância, porque os opúsculos
de limites.
se vê, o professor Braz do Amaral é um historiador que conhece bem a vida Não lhe falta, portanto, au
toridade para indicar soluções acerca do S. Francisco, cujas condições de vida
sempre lhe mereceram atenção especial.
Neste momento, finalmente, em que tanto se tem escrito sobre o S. Francisco, assunto de absoluta atualidade, é justo
recordar que o professor Braz do Amaral, uma das mais respeitáveis relíquias hu manas da Bahia, escreveu matéria inte ressante a respeito da importância da
quele grande rio no futuro do Brasil. Cabe-lhe, pois, um lugar entre os pio neiros da grandiosa cruzada.
demonstrar, com a segunda guerra, que o professor Braz do Amaral tínlia razão
de sobra ao fazer a seguinte advertên cia:"A ligação férrea da Bahia com a réde mineira não se faz, e se a guerra tivesse -persistido e se o inimigo tivesse
vê o assunto em sentido global, isto é,
posto dois ou três submarinos na costa,
com visão de conjunto, abrangendo o
o país ficaria logo cortado em dois pe
problema de transporte fluvial e terres tre, a situação geográfica e, sobretudo, a significação política do S. Francisco. Percebe-se que o venerando historiador já naquela época procurava focar um
daços por ser feita por mar tôda a co municação". Tais palavras, escritas em 1919, parecem uma profecia dos aconte cimentos da segunda guerra. É certo
1 que o professor Braz do Amaral não faz ' referência, aí, diretamente ao S. Fran-
^ cLsco, mas à ligação férrea Bahia-Minas. A previsão, entretanto, confirraou-se.
^ Ocorreu precisamente o que ele havia
tema de real gravidade na experiência
de nosso pmcesso federativo: a despro
porcional distribuição de recursos e be nefícios entre as unidades da Federa ção.
Essas reflexões lhe nasceram da
A Divisão de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura informa
que ao clntrário das noticias divulgadas a respeito segundo as q^rs termm morrido muitos milhares de porcos em Santa Catarina, foram apenas mtinwdos cêrca de 70 Ts funcionários daquela Divisão, em atividade n<K matas do Clwpecó,ja vacinaram^de trinta mÚ stãnos. Estão pràticamente defcululos os rebanhos de Santa CaTarinTeZ Rio Grande do Sul, or!de existem as ma,ores reservas do Braril. No Triângulo Mineiro também se desenvolve proveitoso trabalho da Divisão
DtcESTO Econômico
h A Fabrica de Ferro de Santo Amaro por SÉncio Bu/Vrque de Holanda
Q primeiro engenho de fundir ferro
Estariam perfeitamente certas essas considerações no caso do ter existido a forja mencionada c no local apontado. Mas cabo aqui uma restrição aparente
cisco LiOpes Pinto, c como os dois fatos são mencionados no mesmo lugar na
obra de Azevedo Marques, uma das
fontes prováveis dc José Jacinto Ribeiro,
das minas do Brasil, fundando-se, aliás,
mente decisiva: a fábrica da ilha de
torna-se fàcilmcnle explicável a con
que se erigiu em terras americanas
num engano do cronologista José Ja
Santo Amaro nunca existiu.
fusão.
— os de Jamestown, na Virgínia, são
cinto Ribeiro, que certo contrato cele
do a informação fornecida por J. J.
Finalmente o Geribatiba a que se
posteriores a 1607 —, foi provàvelmente o de Araçoiaba, perto da atual So
brado em 1609 entre o governador D.
Rilieiro, que se baseia, som dúvida, num equívoco, Calógeras apenas publicou
refere a escritura celebrada na nota do tabelião Simão Borges não é cer
ainda mais, o endossou, com sua grande luz dos fatos históricos.
tamente o rio Jurubatuba que nasce na serra dc Paranapiacaba e correndo para sudoeste desagua no lagamar de Santos,
. O trecho da Cronologia Paulista que serviu de fundamento para semelhan
pauhsta, que é o atual rio Pinheiros.
rocaba, e data de fins do século XVI.
O segundo principiou a funcionar exa tamente em; 1607, e localizava-se a
apenas duas ou três léguas da vila de
Sáo Paulo, no sítio de Ibirapuera, do lado esquerdo do rio Pinheiros. Tudo inclina a crer que das duas
a fábrica sorocabana lenha sido sempre a mais considerável. Isso, e também a
maior riqueza das jazidas que Afonso Sardinha, o velho, desvendou em Ara
çoiaba, exphca as diversas tentativas efetuadas para se reviver a exploração primitiva e que culminaram, já no sé culo passado, com a fundação da fábrica
Francisco de Souza, o Provedor da Fa
zenda Diogo de Quadros e o cunhado este, Francisco Lopc.s Pinto, visava o
Perfilhan
autoridade, uma versão inaceitável à
estabelecimento de um segundo enge nho de fundir ferro - o primeiro fôra r local acima referido, mas na "ilha denoSanto Amaro, proximo ao rio Geribatuba, fronteiro à
te versão, diz textualmente o seguinte:
Èste atravessa em parte o atual municí
"26 de Fevereiro de 1609. O Marquez
pio de Santo Amaro, circunstância que
ilha de São Vicente e à esquerda do
das Minas, D. Francisco de Souza, o
parece explicar, por sua vez, a con
morro das Neves".
Provedor
da
Fazenda,
Diogo de Quadros, e seu
não exclui, é certo, a pos
sibilidade de ter havido uma forja nas
cunhado Francisco Lopes
pro.ximidades do atual rio Pinheiros, pois
Pinto, por escritura desta
que suas ruínas foram visitadas por
data, formão uma socie
real do Ipanema. Não é pois de admi
Eschwege em princípio do século passado e dela existem ainda hoje sinais visíveis, mas acredita que se tratasse
dade tendo por fim a fundação de uma fabri
rar se dispomos de informações relati
de estabelecimento mais recente. Sobre
Santo Amaro, nas mar
ca de ferro na ilha de
vamente numerosas, embora nem sempre
a outra, entretanto, a da ilha de Santo
gens do rio Geribatuba,
coerentes e precisas, a respeito do esta
Amaro, fornece precisões importantes:
fronteiro à ilha de São
belecimento das imediações de Sorocaba. Sobre o de Ibirapuera, entretanto, o
estava a fábrica bem situada, "h beira
Vicente c à esquerda do morro das
rio, o combustível era facilmente trans
Neves".
que existe publicado ainda é extrema mente vago e confuso. Tão confuso,
portado, a mina estava á porta, e os produtos acabados, descendo o Geriba
Há aqui mais de um engano que cumpre desfazer. Em primeiro lugar,
tuba, encontravam logo o mercado de
a sociedade referida, em que efetiva
em verdade, que nem o próprio Pandiá
mas seu antigo homônimo do planalto
Calógeras, ordinàriamente lúcido e bem , Santos ou, subindo a estrada antiga, me informado nestes assuntos, pôde ofere lhorada, ao que se diz, por Anchíeta,
mente participavam Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e o filho primo
cer esclarecimentos satisfatórios a res peito. Pretende o notável historiador
os das vilas acima da seira do Cuba-
gênito do D. Francisco de Souza, não
tão".
visava propriamente a fundação de uma fábrica, pois esta já existia em funcio namento dois anos antes, conforme o
É fato quase ignorado que a pequena düiância de São Paulo fundou-se, há mais
atestam documentos da época. E acres cente-se, de passagem, que o contrato
de três séculos, unui das primeiras usinas siderúrgicas do Continente Americano. E o engenho de ferro" de Santo Amaro de Ibirapuera. A matéria é estudada nela
nosso vrezado colaborador Sérgio Buarque de Holanda à luz de copiosa docunwntaçao histórica. Esclarece o trabalho que ora publicamos um acontecimento capital
J
nome.
Acresce que, segundo
pôde apiu-ar o próprio Calógeras, baseando-se, desta vez, principalmente em Pedro Taques, a forja em questão ficava situa da na vizinhança das "terras de Afonso Sardi nha, morador em Ubatá,
iunlo ao qual o engenho se achava, no sítio Borapoeira, da outra banda do no Terabatiba". Ora,, é bem notório que Afonso Sardinha, embora proprietário de casas em Santos, tinha sua mora
da principal no planalto e seu sítio da roça justamente ao longo do no Pi nheiros abrangendo o atual Butantã, que é o Ubatá de Pedro Taques e o Ibatata, Batata ou Ibitatan de documentos mu
nicipais seiscentistas e setecentistas. Quanto ao Borapoeira, é sem dúvida
fevereiro, mas a 11 de "agosto de 1609.
o Ibirapuera, lugar onde se erigira a capelinha dedicada a Santo Amaro. Que esta existia já quando se instalou
26 de fevereiro — de 1629, não de 1609 — é a data da morte do referido Fran-
resta a menor dúvida. Demonstra-o ca-
em apreço não foi assinado a 26 de
da história da indústria do ferro no Brasil.
fusão com a ima de igual
nas imediações a fábrica de ferro, não
DtcESTO Econômico
h A Fabrica de Ferro de Santo Amaro por SÉncio Bu/Vrque de Holanda
Q primeiro engenho de fundir ferro
Estariam perfeitamente certas essas considerações no caso do ter existido a forja mencionada c no local apontado. Mas cabo aqui uma restrição aparente
cisco LiOpes Pinto, c como os dois fatos são mencionados no mesmo lugar na
obra de Azevedo Marques, uma das
fontes prováveis dc José Jacinto Ribeiro,
das minas do Brasil, fundando-se, aliás,
mente decisiva: a fábrica da ilha de
torna-se fàcilmcnle explicável a con
que se erigiu em terras americanas
num engano do cronologista José Ja
Santo Amaro nunca existiu.
fusão.
— os de Jamestown, na Virgínia, são
cinto Ribeiro, que certo contrato cele
do a informação fornecida por J. J.
Finalmente o Geribatiba a que se
posteriores a 1607 —, foi provàvelmente o de Araçoiaba, perto da atual So
brado em 1609 entre o governador D.
Rilieiro, que se baseia, som dúvida, num equívoco, Calógeras apenas publicou
refere a escritura celebrada na nota do tabelião Simão Borges não é cer
ainda mais, o endossou, com sua grande luz dos fatos históricos.
tamente o rio Jurubatuba que nasce na serra dc Paranapiacaba e correndo para sudoeste desagua no lagamar de Santos,
. O trecho da Cronologia Paulista que serviu de fundamento para semelhan
pauhsta, que é o atual rio Pinheiros.
rocaba, e data de fins do século XVI.
O segundo principiou a funcionar exa tamente em; 1607, e localizava-se a
apenas duas ou três léguas da vila de
Sáo Paulo, no sítio de Ibirapuera, do lado esquerdo do rio Pinheiros. Tudo inclina a crer que das duas
a fábrica sorocabana lenha sido sempre a mais considerável. Isso, e também a
maior riqueza das jazidas que Afonso Sardinha, o velho, desvendou em Ara
çoiaba, exphca as diversas tentativas efetuadas para se reviver a exploração primitiva e que culminaram, já no sé culo passado, com a fundação da fábrica
Francisco de Souza, o Provedor da Fa
zenda Diogo de Quadros e o cunhado este, Francisco Lopc.s Pinto, visava o
Perfilhan
autoridade, uma versão inaceitável à
estabelecimento de um segundo enge nho de fundir ferro - o primeiro fôra r local acima referido, mas na "ilha denoSanto Amaro, proximo ao rio Geribatuba, fronteiro à
te versão, diz textualmente o seguinte:
Èste atravessa em parte o atual municí
"26 de Fevereiro de 1609. O Marquez
pio de Santo Amaro, circunstância que
ilha de São Vicente e à esquerda do
das Minas, D. Francisco de Souza, o
parece explicar, por sua vez, a con
morro das Neves".
Provedor
da
Fazenda,
Diogo de Quadros, e seu
não exclui, é certo, a pos
sibilidade de ter havido uma forja nas
cunhado Francisco Lopes
pro.ximidades do atual rio Pinheiros, pois
Pinto, por escritura desta
que suas ruínas foram visitadas por
data, formão uma socie
real do Ipanema. Não é pois de admi
Eschwege em princípio do século passado e dela existem ainda hoje sinais visíveis, mas acredita que se tratasse
dade tendo por fim a fundação de uma fabri
rar se dispomos de informações relati
de estabelecimento mais recente. Sobre
Santo Amaro, nas mar
ca de ferro na ilha de
vamente numerosas, embora nem sempre
a outra, entretanto, a da ilha de Santo
gens do rio Geribatuba,
coerentes e precisas, a respeito do esta
Amaro, fornece precisões importantes:
fronteiro à ilha de São
belecimento das imediações de Sorocaba. Sobre o de Ibirapuera, entretanto, o
estava a fábrica bem situada, "h beira
Vicente c à esquerda do morro das
rio, o combustível era facilmente trans
Neves".
que existe publicado ainda é extrema mente vago e confuso. Tão confuso,
portado, a mina estava á porta, e os produtos acabados, descendo o Geriba
Há aqui mais de um engano que cumpre desfazer. Em primeiro lugar,
tuba, encontravam logo o mercado de
a sociedade referida, em que efetiva
em verdade, que nem o próprio Pandiá
mas seu antigo homônimo do planalto
Calógeras, ordinàriamente lúcido e bem , Santos ou, subindo a estrada antiga, me informado nestes assuntos, pôde ofere lhorada, ao que se diz, por Anchíeta,
mente participavam Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e o filho primo
cer esclarecimentos satisfatórios a res peito. Pretende o notável historiador
os das vilas acima da seira do Cuba-
gênito do D. Francisco de Souza, não
tão".
visava propriamente a fundação de uma fábrica, pois esta já existia em funcio namento dois anos antes, conforme o
É fato quase ignorado que a pequena düiância de São Paulo fundou-se, há mais
atestam documentos da época. E acres cente-se, de passagem, que o contrato
de três séculos, unui das primeiras usinas siderúrgicas do Continente Americano. E o engenho de ferro" de Santo Amaro de Ibirapuera. A matéria é estudada nela
nosso vrezado colaborador Sérgio Buarque de Holanda à luz de copiosa docunwntaçao histórica. Esclarece o trabalho que ora publicamos um acontecimento capital
J
nome.
Acresce que, segundo
pôde apiu-ar o próprio Calógeras, baseando-se, desta vez, principalmente em Pedro Taques, a forja em questão ficava situa da na vizinhança das "terras de Afonso Sardi nha, morador em Ubatá,
iunlo ao qual o engenho se achava, no sítio Borapoeira, da outra banda do no Terabatiba". Ora,, é bem notório que Afonso Sardinha, embora proprietário de casas em Santos, tinha sua mora
da principal no planalto e seu sítio da roça justamente ao longo do no Pi nheiros abrangendo o atual Butantã, que é o Ubatá de Pedro Taques e o Ibatata, Batata ou Ibitatan de documentos mu
nicipais seiscentistas e setecentistas. Quanto ao Borapoeira, é sem dúvida
fevereiro, mas a 11 de "agosto de 1609.
o Ibirapuera, lugar onde se erigira a capelinha dedicada a Santo Amaro. Que esta existia já quando se instalou
26 de fevereiro — de 1629, não de 1609 — é a data da morte do referido Fran-
resta a menor dúvida. Demonstra-o ca-
em apreço não foi assinado a 26 de
da história da indústria do ferro no Brasil.
fusão com a ima de igual
nas imediações a fábrica de ferro, não
80
Digesto Económíco
balmente o fato de Martim Rodrigues / mais precisamente a 13 de janeiro de
ter dado em 1605 a Baltazar Gonçalves, mordomo de Sonío Aniaro de Birapuera,
dez arratéis de cera para a confraria. Em 1628 já se faziam romarias à capela desse orago, e Luiz Fernandes Folgado, re.sidente no lugar e cujo nome se acha re'acionado à história uUerior da fábrica, recomenda ao testamenteiro Lourenço
Nunes, que cumpra em seu nome a pro messa que fizera de uma novena ao Santo (1),
Todas essas razões parecem mais do que suficientes para se desfazer a cren ça na existência de um engenho de ferro situado na ilha de Santo Amaro. O único que existiu durante o século XVII em território paulista, exceção feita, na turalmente, das forjas de Araçoiaba, foi o das margens do rio Pinheiros, perto da atual cidade de Santo Amaro.
O documento que permite fixar-se o ano de 1607 para início do funciona
mento da referida fábrica é a seguinte passagem do Livro de Assentos de Mar
tim Rodrigues Tenório, morador em
Ibirapuera: "El enjeno -de hierro co meço a moler quinta fera a 16 de
agnosto de mil y seiscientos y siete anos
ai qual enjeno pusieron por nombre nuestra senora de aguosto quês la assuhción bendita y su dia a 15 dei dicho mes" (2). A instalaçcão fôra dificultosa e demo
rada, devido aparentemente à falta de maquinário e de pessoal para as obras. Para cúmulo da ínfebcidade, os recur sos com que poderia contar o provedor
da Fazenda perderam-se na viagem ma rítima, de modo que tudo progredia a passo muito lento.
No ano anterior,
1606, em carta endereçada ao senhor da
terra, ou seja ao donatário da capitania, assim se exprimem os caniaristas da vila
de S«ão Paulo: "Diogo de Quadro.s 6 ain da provedor das minas; até agora tem procedido bem; anda fazendo um enge nho de ferro a tres léguas desta vila e como se perdeu no cabo frio, tem pouca
(1) lavenlárlos e TeBlamenios, II (São Idera. VII (São Paulo,
(2) Idem, 11, p. 74.
81
madamcntc; duas chapa.s pequenas, pe sando cada qual cerca de trinta qiúlos; duas chapas grandes, de sessenta quilo.s cada uma. Tudo somado correspon dia a doze quintais, perfazendo, i\ ra zão do tres mil réis por quintal, a soma de trinta c seis mil réis (4). Pode-se supor que êssc material te
lho da ri^a, cm fevereiro dc 1609. Gom-
pareccndo perante os caniaristas, defcndeu-sc como pôde o provedor. Disse, entre outras coi.sas, que durante os
quatro anos cm que residia na vila pudera fazer o engenho a custa de muito trabalho.
No iiltimo ano obtive-
posse e vai de vagar, mas acaba-lo-á e
nha .sido pelo menos o ponto de partida
ra apenas oito índios inaramomís, que lho fornecera Antônio Roiz, capitão de
para a construção da fábrica.
sua aldeia, e que esses mesmos índios só lhe tinham feito três arrobas de
haver muito metal de ferro..." (3).
gado a contar com índios da terra, gente do pouco trabalho, e dispondo êle pró prio de posses escassas, é explicável que
tivera gente, nem fôrça, para levar
sera de muita importância por ser perto daqui coi.sa de tres léguas da vila e Para a obtenção das ferramentas in
dispensáveis requererá Díogo de Qua dros ao Governador Geral do Estado,
iogo Botelho, lhe mandasse entregar dos Almoxarifados da Bahia, do Rio de
Janeiro e de São Vicente tudo quanto pudesse ser útil à fábrica projetada. Atendida a solicitação por provisão dada a 10 de janeiro de 1605, pelo governa dor. na cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos, a 2 de novembro do mesmo ano já se achavam as ferramen
tas pedidas no Almoxarifado de Santos.
A^ lista dessas ferramentas e sua avalia ção respectiva, feita por Jerônimo Maia e Diogo Dias, representa, talvez, subsí
Obri
adiante os serviços, com notável dano
mento rápido que Seria para desejar. Não lhe faltou, no primeiro momento,
para Sua Majestade, que perdia com pria fazenda, que se achava quase
Sabe-se que a maioria dêles o auxiliou
exausta.
o quanto pôde, fornecendo índios de serviço para o transporte da cal dos
As alegações foram ponto por ponto conte.stadãs, depondo Antônio Roiz con tra o Provedor que, dizia, não pagava
casqueiros de Santos para a construção
do forno catalão no Ibirapuera. Se entre a chegada das ferramentas e o
os índios de serviço conforrne era de
início dos trabalhos de fundição do
sem os camaristas com Diogo de Qua
ferro decorreram quase dois anos, tudo faz crer que a gente com que contava não pudesse atender a tôdas as neces sidades.
Para obter essa gente, não hesitou o
da mineração de ferro em terras vicen-
sar pouco mais ou menos cento e seten
tradas ao sertão e fazer guerra ao gentio, contra ordens expressas de Sua Ma jestade. Chegou a .merecer, por isso, severa reprimenda do governador geral,
ta e cinco quilos entre ambos; duas ar-
em dezembro de 1606.
Abrangia dois malhos, que podiam pe golas grandes que pesariam também seus cento e setenta e cinco quilos;
duas safras, com o mesmo pêso aproxiCâmara Muntcipal de São Paulo. VII (São Paulo, 1919).
versão
completados com a Azevedo Marques em Aponla-
(Rio apresenta de Janeiro. •1879, p. 225, que," todavia, in correções de cópia.
isso seus reais quintos, e para a pró
a ajuda graciosa dos moradores da vila.
provedor da fazenda em organizar en
tínas.
carvão. Nos quatro últimos meses não
não pudesse dar ao engenho o anda
dio apreciável para o estudo dos inícios •
p. ii.á. Os fragmentos omissos desta pu• 1920), p. 457.P-
Dicesto EcoNÓNnco
Mesmo depois de encetada a produ ção, no ano seguinte, os trabalhos não corriam a contento. Obrigado por con trato a dar o ferro produzido à razão
sua obrigação. Como, ao fim, instas
dros para assinar o termo das suas de clarações, lavrado por Simão Borges, o escrivão, recusou-se êle a atendê-los e "foi pela porta fora". É bem possível que só então, para obter maiores recursos e fazer silenciar os adversários mais recalcitrantes, ocor
resse a Diogo de Quadros o expediente de interessar no negócio não só o primo e cunliado, Francisco Lopes Pinto, como
o próprio Marquês das Minas, ou o filho mais velho dêste, D. Antônio de Souza. Teria sido esta, em verdade, a
origem do contrato celebrado a 11 de agôsto de 1609, que alguns consideram
Quadros dava-o pelo dòbro dêsse preço, o que motivou queixas sérias no Conce-
erradamente como o passo inicial para a construção do engenho de ferro de Santo Amaro. O desenvolvimento ulterior dês
(4) Marcelino Pereira Cleto, "Disserta ção a respeito da Capitania de São Pau lo (1782)", Anais da Biblioteca Nacional, XXI (Rio, 1900), pp. 225-6.
se engenho, os métodos de produção e o malogro final da iniciativa darão ma*téria para outro estudo.
"de dois mil réis o quintal, Diogo de
80
Digesto Económíco
balmente o fato de Martim Rodrigues / mais precisamente a 13 de janeiro de
ter dado em 1605 a Baltazar Gonçalves, mordomo de Sonío Aniaro de Birapuera,
dez arratéis de cera para a confraria. Em 1628 já se faziam romarias à capela desse orago, e Luiz Fernandes Folgado, re.sidente no lugar e cujo nome se acha re'acionado à história uUerior da fábrica, recomenda ao testamenteiro Lourenço
Nunes, que cumpra em seu nome a pro messa que fizera de uma novena ao Santo (1),
Todas essas razões parecem mais do que suficientes para se desfazer a cren ça na existência de um engenho de ferro situado na ilha de Santo Amaro. O único que existiu durante o século XVII em território paulista, exceção feita, na turalmente, das forjas de Araçoiaba, foi o das margens do rio Pinheiros, perto da atual cidade de Santo Amaro.
O documento que permite fixar-se o ano de 1607 para início do funciona
mento da referida fábrica é a seguinte passagem do Livro de Assentos de Mar
tim Rodrigues Tenório, morador em
Ibirapuera: "El enjeno -de hierro co meço a moler quinta fera a 16 de
agnosto de mil y seiscientos y siete anos
ai qual enjeno pusieron por nombre nuestra senora de aguosto quês la assuhción bendita y su dia a 15 dei dicho mes" (2). A instalaçcão fôra dificultosa e demo
rada, devido aparentemente à falta de maquinário e de pessoal para as obras. Para cúmulo da ínfebcidade, os recur sos com que poderia contar o provedor
da Fazenda perderam-se na viagem ma rítima, de modo que tudo progredia a passo muito lento.
No ano anterior,
1606, em carta endereçada ao senhor da
terra, ou seja ao donatário da capitania, assim se exprimem os caniaristas da vila
de S«ão Paulo: "Diogo de Quadro.s 6 ain da provedor das minas; até agora tem procedido bem; anda fazendo um enge nho de ferro a tres léguas desta vila e como se perdeu no cabo frio, tem pouca
(1) lavenlárlos e TeBlamenios, II (São Idera. VII (São Paulo,
(2) Idem, 11, p. 74.
81
madamcntc; duas chapa.s pequenas, pe sando cada qual cerca de trinta qiúlos; duas chapas grandes, de sessenta quilo.s cada uma. Tudo somado correspon dia a doze quintais, perfazendo, i\ ra zão do tres mil réis por quintal, a soma de trinta c seis mil réis (4). Pode-se supor que êssc material te
lho da ri^a, cm fevereiro dc 1609. Gom-
pareccndo perante os caniaristas, defcndeu-sc como pôde o provedor. Disse, entre outras coi.sas, que durante os
quatro anos cm que residia na vila pudera fazer o engenho a custa de muito trabalho.
No iiltimo ano obtive-
posse e vai de vagar, mas acaba-lo-á e
nha .sido pelo menos o ponto de partida
ra apenas oito índios inaramomís, que lho fornecera Antônio Roiz, capitão de
para a construção da fábrica.
sua aldeia, e que esses mesmos índios só lhe tinham feito três arrobas de
haver muito metal de ferro..." (3).
gado a contar com índios da terra, gente do pouco trabalho, e dispondo êle pró prio de posses escassas, é explicável que
tivera gente, nem fôrça, para levar
sera de muita importância por ser perto daqui coi.sa de tres léguas da vila e Para a obtenção das ferramentas in
dispensáveis requererá Díogo de Qua dros ao Governador Geral do Estado,
iogo Botelho, lhe mandasse entregar dos Almoxarifados da Bahia, do Rio de
Janeiro e de São Vicente tudo quanto pudesse ser útil à fábrica projetada. Atendida a solicitação por provisão dada a 10 de janeiro de 1605, pelo governa dor. na cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos, a 2 de novembro do mesmo ano já se achavam as ferramen
tas pedidas no Almoxarifado de Santos.
A^ lista dessas ferramentas e sua avalia ção respectiva, feita por Jerônimo Maia e Diogo Dias, representa, talvez, subsí
Obri
adiante os serviços, com notável dano
mento rápido que Seria para desejar. Não lhe faltou, no primeiro momento,
para Sua Majestade, que perdia com pria fazenda, que se achava quase
Sabe-se que a maioria dêles o auxiliou
exausta.
o quanto pôde, fornecendo índios de serviço para o transporte da cal dos
As alegações foram ponto por ponto conte.stadãs, depondo Antônio Roiz con tra o Provedor que, dizia, não pagava
casqueiros de Santos para a construção
do forno catalão no Ibirapuera. Se entre a chegada das ferramentas e o
os índios de serviço conforrne era de
início dos trabalhos de fundição do
sem os camaristas com Diogo de Qua
ferro decorreram quase dois anos, tudo faz crer que a gente com que contava não pudesse atender a tôdas as neces sidades.
Para obter essa gente, não hesitou o
da mineração de ferro em terras vicen-
sar pouco mais ou menos cento e seten
tradas ao sertão e fazer guerra ao gentio, contra ordens expressas de Sua Ma jestade. Chegou a .merecer, por isso, severa reprimenda do governador geral,
ta e cinco quilos entre ambos; duas ar-
em dezembro de 1606.
Abrangia dois malhos, que podiam pe golas grandes que pesariam também seus cento e setenta e cinco quilos;
duas safras, com o mesmo pêso aproxiCâmara Muntcipal de São Paulo. VII (São Paulo, 1919).
versão
completados com a Azevedo Marques em Aponla-
(Rio apresenta de Janeiro. •1879, p. 225, que," todavia, in correções de cópia.
isso seus reais quintos, e para a pró
a ajuda graciosa dos moradores da vila.
provedor da fazenda em organizar en
tínas.
carvão. Nos quatro últimos meses não
não pudesse dar ao engenho o anda
dio apreciável para o estudo dos inícios •
p. ii.á. Os fragmentos omissos desta pu• 1920), p. 457.P-
Dicesto EcoNÓNnco
Mesmo depois de encetada a produ ção, no ano seguinte, os trabalhos não corriam a contento. Obrigado por con trato a dar o ferro produzido à razão
sua obrigação. Como, ao fim, instas
dros para assinar o termo das suas de clarações, lavrado por Simão Borges, o escrivão, recusou-se êle a atendê-los e "foi pela porta fora". É bem possível que só então, para obter maiores recursos e fazer silenciar os adversários mais recalcitrantes, ocor
resse a Diogo de Quadros o expediente de interessar no negócio não só o primo e cunliado, Francisco Lopes Pinto, como
o próprio Marquês das Minas, ou o filho mais velho dêste, D. Antônio de Souza. Teria sido esta, em verdade, a
origem do contrato celebrado a 11 de agôsto de 1609, que alguns consideram
Quadros dava-o pelo dòbro dêsse preço, o que motivou queixas sérias no Conce-
erradamente como o passo inicial para a construção do engenho de ferro de Santo Amaro. O desenvolvimento ulterior dês
(4) Marcelino Pereira Cleto, "Disserta ção a respeito da Capitania de São Pau lo (1782)", Anais da Biblioteca Nacional, XXI (Rio, 1900), pp. 225-6.
se engenho, os métodos de produção e o malogro final da iniciativa darão ma*téria para outro estudo.
"de dois mil réis o quintal, Diogo de
.•r,-.r-.V|:"í-
83
Dicesto Econômico
boa acolhida que, cm tôdas as idades, CriámosIhe ambiento propício, e de tal sorte ela aqui se arraigou, que batedores de
Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa
dispensámos à malodicència.
por Oscar Bormann
[S^^NiciA-sE neste volume a reimpressão de todos os atos de Rui
Barbosa, praticados como titular da pasta da Fazenda, do gover no que se instalou provisoria mente no Brasil, a 15 de novem
bro de 1889. Apesar de haver perma necido no cargo apenas um ano e dois
Estado, e o projeto da no.ssa Carta Magna, que implantaria no Brasil o sis
amor dessa idéia, rejeitara inna pasta no ministério bberal do 7 de junho, sc-
prestar ao país uma série considerável
em 1892).
de serviços.
Sôbre esse ministro, a quem Quin tino Bocaiúva havia cliamacjo o. "para-
'
'
blica abalaram em seus fundamentos a
raio do governo provisório" desenca-
estrutura nacional: — política e admi
dearam-sc as iras de monarquistas des peitados, republicanos ideólogos e infa-
seqüentemente impôs-se, multiplicada, ao novo governo, a necessidade de criar, substituir, renovar e transformar.
madores contumazes. Era "a crítica maldizente dos adversários e o zelo im paciente dos amigos", e era também o
demoraria no poder, e cuidou de pôr
furor dos exploradores da malignidade. Nao viam os primeiros, na governança
em obra um vasto plano de adminis tração e finanças, adequado à situação ainda incerta que o advento da re
da republica, senão "defeitos incurá veis", 6 os segundos, "embalados em um
Rui percebeu de logo que não se
pública estabelecera. Ao mesmo passo, diligenciou dar forma às grandes medi das pe'as quais se vinha batendo ha
larga e profundamente analfabeto, me drou com viço a planta daninha, que
"Da idéia fcderalista fizera Rui, ,ia
imprensa, o programa nacional", e,' por parando-sé em seguida de Ouro Preto e do seu partido. (Manifesto à Nação
nistrativa, econômica e financeira. Con
sempre vida regalada. Em nosso meio,
tema federativo.
meses, descobriu tempo bastante para
A abolição e, pouco depois, a repú
alcives, semeadores da difamação c apro veitadores do escândalo, aqui viveram
ideal abaixo de cujo nível nada presta va, derramavam incessantemente na vi da republicana o azedume de uma se
veridade imerecida e cruel".
(Rui —
via muito: "nossa carta de liberdade
discurso no Senado
religiosa", que separava a Igreja do
Quanto aos últimos, é só refletirdes na
—
31-1-1892).
> lí
só frutifica no terreno que lhe c na tural.
Num dos seus discursos proferidos no
Senado e depois reunidos cm livro (Fi nanças e Política) verberou Rui o vêzo maldito, em termos veementes:
"Essa herança de opróbrio atávico degenerou a política, entre nós, em. uma tradição de nialedicência e de
lepra, educou a opinião na política do vilipendio geral contra os homens de Estado, fez do descrédito a som
bra do poder", (pág. 295).
As íncrepações dos antagonistas fo ram realmente implacáveis. Detrairam-
no; gritaram-lhe baldões.
Amainadas,
porém, as agitações políticas e enfraque cida
a
murmuração, presenciávamos,
anos depois, converterem-se em louvo res muitas das acusações iníquas. O livro de João Mangabeira — "Rui — O Estadista da República" — que é um
compêndio
de
verdades
necessárias,
transcreve, às páginas 52 a' 54, uma
lista das opiniões sobre o autor dêste relatório, exaradas por competentes em
A "Casa Rui" está reeditando as obras completas de Rui Barbosa. Graças a uma gentileza do seu diretor, o nosso prezado colaborador Américo Jacohina hacoínhe, o Digesto Econótmco" inicia com o presente número, a publicação do prefácio
matéria financeira.
A elas, acrescenta
^ibem classifica Rui o maior ministro da Fazenda que o Brasil teve e
remos três, subscritas também por au toridades que prestigiam as citações: a) não se fatigou o Visconde de Ouro Preto, acirrado adversário político do ministro da Fazenda que o subs tituirá em 1889, de zurzir o regime re
rancisco Sa Filho considera o relatório, objeto dêste exame, uma das mais notáveis obras que em nosso País se escreveram sôbre finanças.
se unilateral, com atacar de preferêii-
medito que o sr. Oscar Bormann, que foi alto funcionário do Tesouro e chefe -
no eaômefe de vários ministros, escreveu para o Relatório do Ministério da FaS? próprio punhoestudos, de Ruinem Barbosa. finanças do Govêrno ProV sorto tem provocado inúmeros sempreAsdesapaixonados. -João Man-
publicano, mas resvalou em crítica qua
cia só um dos membros do go\'êmo pro\-isório.
Dêsse pecadilho, assim se redimiu: "Se pois as transcrições em que nos apoiarmos provirem quase ex clusivamente do ex-ministro das Fi nanças, nisso se não veja senão o natural desejo de nos socorrermos
do órgão mais autorizado dos ditado res, quer pelo objeto sobre que ver sarem esses excertos, quer pela alta
competência da primeira cabeça dos novos estadistas. ("A Década Re
publicana" - 1.° vol. pàgs. 160 a 161);
b) e às páginas 199, o mesmo polí
í
tico, que havia sido deposto do govêr no,'por um golpe revolucionário, teve esta expansão de justiça:
"Apurar responsabilidades não é nosso fito; até por estarmos conven
cidos de que grandes erros eram Inevitáveis naquela situação e muito mais funestos seriam, talvez, se a
pasta da Fazenda caísse em outras mãos".
Era o velho monarquista a impugnar,
com energia, as instituições republica
nas- mas era também um ilustre brasi
leiro que, movido pela retidão do seu caráter, enaltecia os talentos de Riu; c) Leopoldo de Bulhões, que por duas vezes dirigiu os negócios da Fa zenda, com inimlgar competência, es creveu sôbre Rui os segumtes trechos: "Tem-se injustamente responsabi lizado o Govêrno Provisório por atos
que não foram seus e por abusos pos teriormente praticados. "O relatório da Fazenda de 1891
é um repositório de ensinamentos de alto valor, de estudos completos só-
.•r,-.r-.V|:"í-
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Dicesto Econômico
boa acolhida que, cm tôdas as idades, CriámosIhe ambiento propício, e de tal sorte ela aqui se arraigou, que batedores de
Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa
dispensámos à malodicència.
por Oscar Bormann
[S^^NiciA-sE neste volume a reimpressão de todos os atos de Rui
Barbosa, praticados como titular da pasta da Fazenda, do gover no que se instalou provisoria mente no Brasil, a 15 de novem
bro de 1889. Apesar de haver perma necido no cargo apenas um ano e dois
Estado, e o projeto da no.ssa Carta Magna, que implantaria no Brasil o sis
amor dessa idéia, rejeitara inna pasta no ministério bberal do 7 de junho, sc-
prestar ao país uma série considerável
em 1892).
de serviços.
Sôbre esse ministro, a quem Quin tino Bocaiúva havia cliamacjo o. "para-
'
'
blica abalaram em seus fundamentos a
raio do governo provisório" desenca-
estrutura nacional: — política e admi
dearam-sc as iras de monarquistas des peitados, republicanos ideólogos e infa-
seqüentemente impôs-se, multiplicada, ao novo governo, a necessidade de criar, substituir, renovar e transformar.
madores contumazes. Era "a crítica maldizente dos adversários e o zelo im paciente dos amigos", e era também o
demoraria no poder, e cuidou de pôr
furor dos exploradores da malignidade. Nao viam os primeiros, na governança
em obra um vasto plano de adminis tração e finanças, adequado à situação ainda incerta que o advento da re
da republica, senão "defeitos incurá veis", 6 os segundos, "embalados em um
Rui percebeu de logo que não se
pública estabelecera. Ao mesmo passo, diligenciou dar forma às grandes medi das pe'as quais se vinha batendo ha
larga e profundamente analfabeto, me drou com viço a planta daninha, que
"Da idéia fcderalista fizera Rui, ,ia
imprensa, o programa nacional", e,' por parando-sé em seguida de Ouro Preto e do seu partido. (Manifesto à Nação
nistrativa, econômica e financeira. Con
sempre vida regalada. Em nosso meio,
tema federativo.
meses, descobriu tempo bastante para
A abolição e, pouco depois, a repú
alcives, semeadores da difamação c apro veitadores do escândalo, aqui viveram
ideal abaixo de cujo nível nada presta va, derramavam incessantemente na vi da republicana o azedume de uma se
veridade imerecida e cruel".
(Rui —
via muito: "nossa carta de liberdade
discurso no Senado
religiosa", que separava a Igreja do
Quanto aos últimos, é só refletirdes na
—
31-1-1892).
> lí
só frutifica no terreno que lhe c na tural.
Num dos seus discursos proferidos no
Senado e depois reunidos cm livro (Fi nanças e Política) verberou Rui o vêzo maldito, em termos veementes:
"Essa herança de opróbrio atávico degenerou a política, entre nós, em. uma tradição de nialedicência e de
lepra, educou a opinião na política do vilipendio geral contra os homens de Estado, fez do descrédito a som
bra do poder", (pág. 295).
As íncrepações dos antagonistas fo ram realmente implacáveis. Detrairam-
no; gritaram-lhe baldões.
Amainadas,
porém, as agitações políticas e enfraque cida
a
murmuração, presenciávamos,
anos depois, converterem-se em louvo res muitas das acusações iníquas. O livro de João Mangabeira — "Rui — O Estadista da República" — que é um
compêndio
de
verdades
necessárias,
transcreve, às páginas 52 a' 54, uma
lista das opiniões sobre o autor dêste relatório, exaradas por competentes em
A "Casa Rui" está reeditando as obras completas de Rui Barbosa. Graças a uma gentileza do seu diretor, o nosso prezado colaborador Américo Jacohina hacoínhe, o Digesto Econótmco" inicia com o presente número, a publicação do prefácio
matéria financeira.
A elas, acrescenta
^ibem classifica Rui o maior ministro da Fazenda que o Brasil teve e
remos três, subscritas também por au toridades que prestigiam as citações: a) não se fatigou o Visconde de Ouro Preto, acirrado adversário político do ministro da Fazenda que o subs tituirá em 1889, de zurzir o regime re
rancisco Sa Filho considera o relatório, objeto dêste exame, uma das mais notáveis obras que em nosso País se escreveram sôbre finanças.
se unilateral, com atacar de preferêii-
medito que o sr. Oscar Bormann, que foi alto funcionário do Tesouro e chefe -
no eaômefe de vários ministros, escreveu para o Relatório do Ministério da FaS? próprio punhoestudos, de Ruinem Barbosa. finanças do Govêrno ProV sorto tem provocado inúmeros sempreAsdesapaixonados. -João Man-
publicano, mas resvalou em crítica qua
cia só um dos membros do go\'êmo pro\-isório.
Dêsse pecadilho, assim se redimiu: "Se pois as transcrições em que nos apoiarmos provirem quase ex clusivamente do ex-ministro das Fi nanças, nisso se não veja senão o natural desejo de nos socorrermos
do órgão mais autorizado dos ditado res, quer pelo objeto sobre que ver sarem esses excertos, quer pela alta
competência da primeira cabeça dos novos estadistas. ("A Década Re
publicana" - 1.° vol. pàgs. 160 a 161);
b) e às páginas 199, o mesmo polí
í
tico, que havia sido deposto do govêr no,'por um golpe revolucionário, teve esta expansão de justiça:
"Apurar responsabilidades não é nosso fito; até por estarmos conven
cidos de que grandes erros eram Inevitáveis naquela situação e muito mais funestos seriam, talvez, se a
pasta da Fazenda caísse em outras mãos".
Era o velho monarquista a impugnar,
com energia, as instituições republica
nas- mas era também um ilustre brasi
leiro que, movido pela retidão do seu caráter, enaltecia os talentos de Riu; c) Leopoldo de Bulhões, que por duas vezes dirigiu os negócios da Fa zenda, com inimlgar competência, es creveu sôbre Rui os segumtes trechos: "Tem-se injustamente responsabi lizado o Govêrno Provisório por atos
que não foram seus e por abusos pos teriormente praticados. "O relatório da Fazenda de 1891
é um repositório de ensinamentos de alto valor, de estudos completos só-
Dicesto Econômico
84
bre vários impostos, amortização e conversão da dívida, câmbio e ta
rifas, revelando o superior talento, o saber e rara operosidade do primei ro gestor das Finanças do novo re gime". ("Os Financistas do Bra
O plano consignava a pluralidade bancá
do Brasil a faculdade de emitir.
apólices, o recebimento dêsses billieles em tôdas as repartições pxiblicas e a
Permaneceu esse estado de coisas até 1887, data em que as condições econô
tem sido a relacionada com a institxii-
ção de bancos emissores, suas alterações
Estado avizinhavam-se do valor nomi
* * iÜ
Uma das argüições, freqüentemente irrogadas ao plano financeiro de Rui,
ou reformas, as quais "agitaram a opi nião púbb'ca, revolveram interôsses tu multuosos e levantaram on
vantados dois empréstimo;
na praça de Londres- o nw'
ças nacionais, houve que en
nominal £ 4.599.600 - h
meiro, em 1883 - canifol
segundo, em 1886 - oapiw
nominal £ 6.431.000 kIT 95% e juro anual de 5%
procedentes não só da mu dança radical do sistema po
cob Cavalcante "Histórico
pe militar; senão também da em 1887 e se vinha avolumando a passo cheio. Antes do mais, impunha-se con-
- págs
25':
Iniciou-se então, entre parlamentares
quistar a aceitação, peto povo, do novo prestigiosos, um movimento em prol i fundação, ainda uma vez, do ban à vista da necessidade atSSo, ou "bestiaH^do",. s^undo emissor, terível, que apregoavam, de impedir afirmara Aiistides Lobo, republicano pelo menos desengravecer as "pressõ fervoroso c testemunha ocular dos acon monetárias". Atribuíam o mal à tecimentos (Diário POP"'",''® lastícidade da moeda, senão também de 18 de novembro de ISo^lirregularidade do crédito, que uréia A repúbHca nascera num meio que amobilizar, para reparH-lo, pelas zodas
ta. Era imprescindível nutri-la da simpatia popular.
Após os insucessos dos bancos emissonos períodos de 1809 a 1829 e
1S53 a 1866, adensou-se, nos centros
políticos, a repulsa a êsses estabeleci
mentos de crédito; e por ela induzidas.
econômicas de um país escasso de trans portes e territorialmente extensíssimo.
^
Tomaram a peito corporificar a idéia, num projeto de lei, estadistas de nomea da: o Visconde de Ouro Preto, o Com selheiro Lafayette e o visconde do Cru zeiro, que foi quem o levoxx ao Senado.
Para remediar a crise, lembrou-se
Chaso de um sistema monetário que consistia na emissão de bilhetes bancá
rios garantidos por títulos da díxdda pública. Apresentado o projeto em
era senão o papel-moeda do Tesouro.
1861, foi feito lei em 25 de fevereiro 9o 1863, ato retocado e alterado em 3
O Visconde do Cruzeiro ao apresentar o projeto, referiu-se à "deplorável pres
de junho do ano seguinte. (A. Barton Hepbura — "A History of Curtency in
são" que no momento oprimia o co
the United States — revised edition —
mércio e provinha, entre outras causas,
1924, págs. 194 e 306 a 308).
da "escassez do meio circulante".
o
mal,
mostrou-se
Para
entusiástico
haviam instituído aparelhos emissores, denominados "bancos nacionais" (na-
O Presidente Lincoln, em sua mensa
gem de 1862, apoiara a idéia de Chase, lembrando que a suspensão, pelos ban cos locais, dos pagamentos, em moeda metálica, acarretava largas emissões de
papel-moeda. Atenta a riocividade das
tional banks) em substituição gradativa
flutuações constantes do valor da moeda,
aos bancos locais (States banks).
deveria ser o principal escopo dereduzi-las uma legislação sábia.^ Não acredita- ^ va que uma circulação de notas do Es
separatista, as condições financeiras dos Estados Unidos eram deveras penosas. americano atribulava sobremaneira a go vernança federal. As responsabilidades nacionais cresciam vultosamente, e os
pagamentos, inclusive os que deveriam
c„r>f1arão êle assistira regime, a cuja tunaaçau
se conservava essencialmente monarquis-
moeda cor
A míngi^a dos recursos do erário
total £ 11.030.600 (Dr Ta
lítico, por efeito de um gol
deles em
rente, que, naquela data, outra não
De 1860 a 1865, durante a guerra
80% e juro anual de 4 )í%
sa e prenhe de dificuldades,
conversibilidade
adepto da política bancária dos Estados Unidos, que, com as leis do 1863 e 1864,
Entretanto, tendes necessidade d atentar que haviam sido le
frentar uma situação confu
ria, a emissão de bilhetes lastrados por
sanar
das de' oposição. Quando Rui assumiu a superintendência das finan
inflação que se desenhara
85
votaram as câmaras a lei de 12 de se tembro de 1866, que cassava ao Banco
micas e financeiras começaram a rne Ihorar sobremodo: o "defieit" orçamen tário reduzírarse apreciàvelmente; na' balança comercial, a exportação exce dera de 54 mil contos a importação- õ crédito no exterior avigorara-se- o cã bio subira, e as cotações dos títulos
sil" — Conferência, pág. 35).
Dicesto EcoNÓNnco
ser feitos ao exército, retardavam-se de masiado. Por seu lado, os bancos es
taduais haviam suspendido o troco de suas notas, por metal. Foi mister, en tão, expedir ato legislativo decretando o curso forçado.
Os billietes emitidos
pelos bancos locais'começaram a desva-
lorizar-se em relação às espécies metá
licas.
Por êsse motivo, não pôde o
secretário
do
Tesouro Portland
Chase
conseguir ouro, com a venda dos títu
los do Estado. Só lhe ofereciam papelmoeda depreciado que lhe não convinha receber.
Em janeiro de 1863, foi autorizado o lançamento em circulação de notas do
tado, embora em quantidade suficiente às necessidades públicas, pudesse ser
permanentemente útil e segura. Suge ria, portanto, a instituição de bancos, aos quais o governo forneceria bilhetes circulantes, que seriam garantidos por títulos da divida pública, depositados no Tesouro Nacional {Messages of Presidents, vol. VI). « . 1 Foi assim que surgiram os national banks", na América do Norte.
O pendor do Visconde do Cruzeiro e de seus dois colegas, por êsses institu
tos estrangeiros, traduzia a sedução ame ricana, que eles confessaram e' que vos dá o motivo de haver o projeto curado únicamente de emissão de notas sobre lastro de apólices.
As comissões, porém, da câmara alta
propuseram emendas que detenninavam, não só a incineração do papel-moeda
entregue ao Tesouro, pelos bancos emis
Estado (green backs) na importância de
sores, em paga das apólices adquiridas,
cem milhões de dólares.
para servirem de lastro, mas também a
Dicesto Econômico
84
bre vários impostos, amortização e conversão da dívida, câmbio e ta
rifas, revelando o superior talento, o saber e rara operosidade do primei ro gestor das Finanças do novo re gime". ("Os Financistas do Bra
O plano consignava a pluralidade bancá
do Brasil a faculdade de emitir.
apólices, o recebimento dêsses billieles em tôdas as repartições pxiblicas e a
Permaneceu esse estado de coisas até 1887, data em que as condições econô
tem sido a relacionada com a institxii-
ção de bancos emissores, suas alterações
Estado avizinhavam-se do valor nomi
* * iÜ
Uma das argüições, freqüentemente irrogadas ao plano financeiro de Rui,
ou reformas, as quais "agitaram a opi nião púbb'ca, revolveram interôsses tu multuosos e levantaram on
vantados dois empréstimo;
na praça de Londres- o nw'
ças nacionais, houve que en
nominal £ 4.599.600 - h
meiro, em 1883 - canifol
segundo, em 1886 - oapiw
nominal £ 6.431.000 kIT 95% e juro anual de 5%
procedentes não só da mu dança radical do sistema po
cob Cavalcante "Histórico
pe militar; senão também da em 1887 e se vinha avolumando a passo cheio. Antes do mais, impunha-se con-
- págs
25':
Iniciou-se então, entre parlamentares
quistar a aceitação, peto povo, do novo prestigiosos, um movimento em prol i fundação, ainda uma vez, do ban à vista da necessidade atSSo, ou "bestiaH^do",. s^undo emissor, terível, que apregoavam, de impedir afirmara Aiistides Lobo, republicano pelo menos desengravecer as "pressõ fervoroso c testemunha ocular dos acon monetárias". Atribuíam o mal à tecimentos (Diário POP"'",''® lastícidade da moeda, senão também de 18 de novembro de ISo^lirregularidade do crédito, que uréia A repúbHca nascera num meio que amobilizar, para reparH-lo, pelas zodas
ta. Era imprescindível nutri-la da simpatia popular.
Após os insucessos dos bancos emissonos períodos de 1809 a 1829 e
1S53 a 1866, adensou-se, nos centros
políticos, a repulsa a êsses estabeleci
mentos de crédito; e por ela induzidas.
econômicas de um país escasso de trans portes e territorialmente extensíssimo.
^
Tomaram a peito corporificar a idéia, num projeto de lei, estadistas de nomea da: o Visconde de Ouro Preto, o Com selheiro Lafayette e o visconde do Cru zeiro, que foi quem o levoxx ao Senado.
Para remediar a crise, lembrou-se
Chaso de um sistema monetário que consistia na emissão de bilhetes bancá
rios garantidos por títulos da díxdda pública. Apresentado o projeto em
era senão o papel-moeda do Tesouro.
1861, foi feito lei em 25 de fevereiro 9o 1863, ato retocado e alterado em 3
O Visconde do Cruzeiro ao apresentar o projeto, referiu-se à "deplorável pres
de junho do ano seguinte. (A. Barton Hepbura — "A History of Curtency in
são" que no momento oprimia o co
the United States — revised edition —
mércio e provinha, entre outras causas,
1924, págs. 194 e 306 a 308).
da "escassez do meio circulante".
o
mal,
mostrou-se
Para
entusiástico
haviam instituído aparelhos emissores, denominados "bancos nacionais" (na-
O Presidente Lincoln, em sua mensa
gem de 1862, apoiara a idéia de Chase, lembrando que a suspensão, pelos ban cos locais, dos pagamentos, em moeda metálica, acarretava largas emissões de
papel-moeda. Atenta a riocividade das
tional banks) em substituição gradativa
flutuações constantes do valor da moeda,
aos bancos locais (States banks).
deveria ser o principal escopo dereduzi-las uma legislação sábia.^ Não acredita- ^ va que uma circulação de notas do Es
separatista, as condições financeiras dos Estados Unidos eram deveras penosas. americano atribulava sobremaneira a go vernança federal. As responsabilidades nacionais cresciam vultosamente, e os
pagamentos, inclusive os que deveriam
c„r>f1arão êle assistira regime, a cuja tunaaçau
se conservava essencialmente monarquis-
moeda cor
A míngi^a dos recursos do erário
total £ 11.030.600 (Dr Ta
lítico, por efeito de um gol
deles em
rente, que, naquela data, outra não
De 1860 a 1865, durante a guerra
80% e juro anual de 4 )í%
sa e prenhe de dificuldades,
conversibilidade
adepto da política bancária dos Estados Unidos, que, com as leis do 1863 e 1864,
Entretanto, tendes necessidade d atentar que haviam sido le
frentar uma situação confu
ria, a emissão de bilhetes lastrados por
sanar
das de' oposição. Quando Rui assumiu a superintendência das finan
inflação que se desenhara
85
votaram as câmaras a lei de 12 de se tembro de 1866, que cassava ao Banco
micas e financeiras começaram a rne Ihorar sobremodo: o "defieit" orçamen tário reduzírarse apreciàvelmente; na' balança comercial, a exportação exce dera de 54 mil contos a importação- õ crédito no exterior avigorara-se- o cã bio subira, e as cotações dos títulos
sil" — Conferência, pág. 35).
Dicesto EcoNÓNnco
ser feitos ao exército, retardavam-se de masiado. Por seu lado, os bancos es
taduais haviam suspendido o troco de suas notas, por metal. Foi mister, en tão, expedir ato legislativo decretando o curso forçado.
Os billietes emitidos
pelos bancos locais'começaram a desva-
lorizar-se em relação às espécies metá
licas.
Por êsse motivo, não pôde o
secretário
do
Tesouro Portland
Chase
conseguir ouro, com a venda dos títu
los do Estado. Só lhe ofereciam papelmoeda depreciado que lhe não convinha receber.
Em janeiro de 1863, foi autorizado o lançamento em circulação de notas do
tado, embora em quantidade suficiente às necessidades públicas, pudesse ser
permanentemente útil e segura. Suge ria, portanto, a instituição de bancos, aos quais o governo forneceria bilhetes circulantes, que seriam garantidos por títulos da divida pública, depositados no Tesouro Nacional {Messages of Presidents, vol. VI). « . 1 Foi assim que surgiram os national banks", na América do Norte.
O pendor do Visconde do Cruzeiro e de seus dois colegas, por êsses institu
tos estrangeiros, traduzia a sedução ame ricana, que eles confessaram e' que vos dá o motivo de haver o projeto curado únicamente de emissão de notas sobre lastro de apólices.
As comissões, porém, da câmara alta
propuseram emendas que detenninavam, não só a incineração do papel-moeda
entregue ao Tesouro, pelos bancos emis
Estado (green backs) na importância de
sores, em paga das apólices adquiridas,
cem milhões de dólares.
para servirem de lastro, mas também a
Digesto
88
Econômico
Dicesto Econômico
conversão metálica. Os autores do pro jeto aceitaram, com alguma restrição, as
modificações sugeridas. No plano apre sentado ao estudo e aprovação do Sena
do, prescrevia-se que o produto da ven da das apólices, recebido pelo erário^ fosse integralmente aplicado no res gate de outros títulos dessa natureza
que vencessem o juro anual de 5%.
Eis o que disse o Visconde do Cru zeiro.
"Os autores do projeto compreen dem e louvam os intuitos das ilustra
das comissões e, tal qual elas, têm o mais veemente desejo de ver ex
tinto o papel-moeda e estabelecida a circulação metálica. Mas atenta a
necessidade de obviar a insuficiên cia atual do meio'Circulante e a di
ficuldade de estabelecer o regime dos
êste representava apenas um terço dos bilhetes emitidos, os outros dois terços
do
ficariam em circulação, obrigando o go
zado".
tálica, enquanto perdurar o papel-
poderia adotar a organização dos bancos americanos conhecidos.sob a
denominação de "bancos nacionais",
que tã;o profícuos resultados têm apresentado nos Estados Unidos (Anais do Senado — 1888). Revelou o Visconde do Cruzeiro, estribado aliás em razões sensatas, o seu
receio pelos bancos de emissão sobre lastro-ouro, podendo realiza-las ate ao triplo do metal depositado e com a obrigação de por êlé trocar as notas que lhes fôssem apresentadas. A de preciação do papel-moeda" em relação ao ouro, por efeito de uma queda cam
os agravaria ainda mais, e finalmen te;
"3.0 _ aunientá-Io de modo que
Para confirmá-lo,
citou o exemplo do Banco do Brasil, a quem sucedera esse desastre, constran gendo o governo a decretar a inconver-
de 3 de julho, também falara sobro o
não dificultasse recorrer, em época
projeto, relatando as suas vantagens, ao
mais remota, ao verdadeiro remédio,
faculdade emissora.
tíbilidade dos bilhetes emitidos, que ain da oberavam a circulação do papel-
Senado. Apontou-llic o que, na época,
circulação metálica, ou o que é pre
obstava á circulação metálica, e assim
ferível^ circulação fiduciária de pron
dissertou:
to conversível em moeda metálica; mas também predispusesse as coisas,
moeda com a soma de 15.276 contos.
. E, como seguimento do relato, no
"Mas a isso (á circulação metáli
qual eram dedilhadas as mesmas cor
ca) opõem-se dois obstáculos de pre sente insuperáveis:
das sonoras, ou sejam a insuficiência do
preparasse gradualmente o terreno
para apressar o advento dessa época
da coexistência, na circulação, de cé
culante que possuimos, porque é sa
dulas de papel-moeda e bilhetes lastra dos por ouro, resolveram os autores do
bido, como notei no meu anterior
êste tríplice resultado chegará o projeto, se tiver execução acerta da". (Antônio Carlos — "Bancos
discurso, que a moeda fraca expele
de Emissão", pag. 187).
meio circulante e os entraves nascidos
"1.° — A natureza do meio cir
projecto aduzir-lhe emendas, que acata
do mercado a moeda forte, fenômeno
vam em parte o que as "ilustradas co
a que Gresham deu foros de lei econômica, mas que já era conhecido na,antigüidade, pois Aristófanes des
missões" haviam sugerido.
Vede:
"Primeira - A metade do papelmoeda em que fôr pago o preço
creveu-o em uma das suas comédias;
das apólices será incinerada, e outra
que, como também temos feito sen
metade será exclusivamente empre gada no resgate dos juros de 5%. "Segunda - Quando em virtude de disposição deste artigo tiver sido incinerada mçtade do papel-moeda atualmente em circulação, os bancos serão obrigados a efetuar o trôco de seus bilhetes, metade em moeda me tálica e outra metade em moeda corrente.
"Terceira — A emissão poderá ser elevada ao triplo das somas corres
pondentes ao valor nominal das apó lices que os bancos substituirem por depósito de moeda metálica, nas suas
fiduciário e o metal precioso. E como
mediante a prova, e na proporção
correriam imediatamente ao troco, a fim
reali
não só não impossibilitasse e mesmo
de perceber a diferença entre o papel
culação as emissões bancárias que con
assim
O Visconde de Ouro Preto, na sessão
caixas. Neste caso deverão os ban cos efetuar também em moeda me tálica o trôco total de seus bilhe tes. As apólices serão restituídas
bial abaixo de 27 d,, expeliria da cir
metálico
verno a encampá-los o a cancelar a
bancos com emissão sobro base me
moeda, entenderam que, como tran sição de um regime para outro, se
fundo
"2° — o saldo do balanço comercial
tir, é permanentemente contra nós. . "Se acaso, á custa de imensos sa
crifícios, conseguíssemos realizar um empréstimo que nos habilitasse, como a Itália, a resgatar o nosso papelmoeda, e o substituíssemos pela me tálica, esta, tomando-se mercadoria
de imensa procura, não se demoraria entre nós, sairia logo barra fora. "Em tais condições, e na impossi bilidade de aplicar de pronto êsse remédio seguro e eficaz, era mister achar uma combinação que pela ação de seus elementos desse em resulta do:
"1.° — A satisfação imediata da
necessidade mais urgente — aumento do meio circulante; "2.° — aumento do meio circulan
te, sem os inconvenientes do "que se tratava de aumentar, porque isso
Aprovado o projeto no Senado com as modificações que citámos, e também na Gamara dos Deputados, onde nao rece
beu emendas, tomou a lei, sancionada, o n.° 3.403 e a data de 24 de no\em-
^'oÍrt^2^° aa lei n.° 3.403 autoriza\^
01 goCêr^o a emitir oportunamente ap^ on nar do valor nominal,de um o2de?éis'eiuroanualde4««. Os Lncos emissores, para se instalarem, te tulos para efetuar, com êles. o depó-
riam de comprar ao govêmo esses tí cUn rie aue trata o art. 1.".
O decreto n.^ 10.144, de janeuo de 1889 que regulamentou a lei referida, inseriu a exigência em seu art 9.^ mas como apreciaremos adiante, houve
nova regulamentação expedida no de
creto n.° 10.262, de julho do mesmo ano a qual só tratou das emissões sôbre
lastro'metálico, modificando, tão só nesta parte, o primeiro diploma legal. Por essa forma, coexistiram dois regulamen tos: o primeiro, vigente somente para as emissões sôbre apólices; o segundo, para pAliro
dcrtániec
Digesto
88
Econômico
Dicesto Econômico
conversão metálica. Os autores do pro jeto aceitaram, com alguma restrição, as
modificações sugeridas. No plano apre sentado ao estudo e aprovação do Sena
do, prescrevia-se que o produto da ven da das apólices, recebido pelo erário^ fosse integralmente aplicado no res gate de outros títulos dessa natureza
que vencessem o juro anual de 5%.
Eis o que disse o Visconde do Cru zeiro.
"Os autores do projeto compreen dem e louvam os intuitos das ilustra
das comissões e, tal qual elas, têm o mais veemente desejo de ver ex
tinto o papel-moeda e estabelecida a circulação metálica. Mas atenta a
necessidade de obviar a insuficiên cia atual do meio'Circulante e a di
ficuldade de estabelecer o regime dos
êste representava apenas um terço dos bilhetes emitidos, os outros dois terços
do
ficariam em circulação, obrigando o go
zado".
tálica, enquanto perdurar o papel-
poderia adotar a organização dos bancos americanos conhecidos.sob a
denominação de "bancos nacionais",
que tã;o profícuos resultados têm apresentado nos Estados Unidos (Anais do Senado — 1888). Revelou o Visconde do Cruzeiro, estribado aliás em razões sensatas, o seu
receio pelos bancos de emissão sobre lastro-ouro, podendo realiza-las ate ao triplo do metal depositado e com a obrigação de por êlé trocar as notas que lhes fôssem apresentadas. A de preciação do papel-moeda" em relação ao ouro, por efeito de uma queda cam
os agravaria ainda mais, e finalmen te;
"3.0 _ aunientá-Io de modo que
Para confirmá-lo,
citou o exemplo do Banco do Brasil, a quem sucedera esse desastre, constran gendo o governo a decretar a inconver-
de 3 de julho, também falara sobro o
não dificultasse recorrer, em época
projeto, relatando as suas vantagens, ao
mais remota, ao verdadeiro remédio,
faculdade emissora.
tíbilidade dos bilhetes emitidos, que ain da oberavam a circulação do papel-
Senado. Apontou-llic o que, na época,
circulação metálica, ou o que é pre
obstava á circulação metálica, e assim
ferível^ circulação fiduciária de pron
dissertou:
to conversível em moeda metálica; mas também predispusesse as coisas,
moeda com a soma de 15.276 contos.
. E, como seguimento do relato, no
"Mas a isso (á circulação metáli
qual eram dedilhadas as mesmas cor
ca) opõem-se dois obstáculos de pre sente insuperáveis:
das sonoras, ou sejam a insuficiência do
preparasse gradualmente o terreno
para apressar o advento dessa época
da coexistência, na circulação, de cé
culante que possuimos, porque é sa
dulas de papel-moeda e bilhetes lastra dos por ouro, resolveram os autores do
bido, como notei no meu anterior
êste tríplice resultado chegará o projeto, se tiver execução acerta da". (Antônio Carlos — "Bancos
discurso, que a moeda fraca expele
de Emissão", pag. 187).
meio circulante e os entraves nascidos
"1.° — A natureza do meio cir
projecto aduzir-lhe emendas, que acata
do mercado a moeda forte, fenômeno
vam em parte o que as "ilustradas co
a que Gresham deu foros de lei econômica, mas que já era conhecido na,antigüidade, pois Aristófanes des
missões" haviam sugerido.
Vede:
"Primeira - A metade do papelmoeda em que fôr pago o preço
creveu-o em uma das suas comédias;
das apólices será incinerada, e outra
que, como também temos feito sen
metade será exclusivamente empre gada no resgate dos juros de 5%. "Segunda - Quando em virtude de disposição deste artigo tiver sido incinerada mçtade do papel-moeda atualmente em circulação, os bancos serão obrigados a efetuar o trôco de seus bilhetes, metade em moeda me tálica e outra metade em moeda corrente.
"Terceira — A emissão poderá ser elevada ao triplo das somas corres
pondentes ao valor nominal das apó lices que os bancos substituirem por depósito de moeda metálica, nas suas
fiduciário e o metal precioso. E como
mediante a prova, e na proporção
correriam imediatamente ao troco, a fim
reali
não só não impossibilitasse e mesmo
de perceber a diferença entre o papel
culação as emissões bancárias que con
assim
O Visconde de Ouro Preto, na sessão
caixas. Neste caso deverão os ban cos efetuar também em moeda me tálica o trôco total de seus bilhe tes. As apólices serão restituídas
bial abaixo de 27 d,, expeliria da cir
metálico
verno a encampá-los o a cancelar a
bancos com emissão sobro base me
moeda, entenderam que, como tran sição de um regime para outro, se
fundo
"2° — o saldo do balanço comercial
tir, é permanentemente contra nós. . "Se acaso, á custa de imensos sa
crifícios, conseguíssemos realizar um empréstimo que nos habilitasse, como a Itália, a resgatar o nosso papelmoeda, e o substituíssemos pela me tálica, esta, tomando-se mercadoria
de imensa procura, não se demoraria entre nós, sairia logo barra fora. "Em tais condições, e na impossi bilidade de aplicar de pronto êsse remédio seguro e eficaz, era mister achar uma combinação que pela ação de seus elementos desse em resulta do:
"1.° — A satisfação imediata da
necessidade mais urgente — aumento do meio circulante; "2.° — aumento do meio circulan
te, sem os inconvenientes do "que se tratava de aumentar, porque isso
Aprovado o projeto no Senado com as modificações que citámos, e também na Gamara dos Deputados, onde nao rece
beu emendas, tomou a lei, sancionada, o n.° 3.403 e a data de 24 de no\em-
^'oÍrt^2^° aa lei n.° 3.403 autoriza\^
01 goCêr^o a emitir oportunamente ap^ on nar do valor nominal,de um o2de?éis'eiuroanualde4««. Os Lncos emissores, para se instalarem, te tulos para efetuar, com êles. o depó-
riam de comprar ao govêmo esses tí cUn rie aue trata o art. 1.".
O decreto n.^ 10.144, de janeuo de 1889 que regulamentou a lei referida, inseriu a exigência em seu art 9.^ mas como apreciaremos adiante, houve
nova regulamentação expedida no de
creto n.° 10.262, de julho do mesmo ano a qual só tratou das emissões sôbre
lastro'metálico, modificando, tão só nesta parte, o primeiro diploma legal. Por essa forma, coexistiram dois regulamen tos: o primeiro, vigente somente para as emissões sôbre apólices; o segundo, para pAliro
dcrtániec
mr^wrr
Dicesto Econóaíico Digesto
88
Aconteceu, porém, que nenhum esta
EcoNÓ^^co
de semelhantes providências.
Na Amé
belecimento se animou, enquanto vigo-
rica do Norte as aludidas exceções eram
rante a lei, a requerer se lhe facultasse
explicáveis.
a emissão na equivalência do valor no
moeda-ouro os direitos de importação e de maneira igual se pagavam os juros
minal dos títulos depositados, preferindo, como era natural, efetuá-la no triplo do valor, ao câmbio par, do metal servindo de lastro.
Não houve, por isso, oportunidade,
para o govêmo, de realizar a operação de crédito mencionada.
Lá
so arrecadavam em
da dívida pública.
Por isso, Dhavomas, informando que as notas emitidas eram recebidas, pelo Tesouro dos Estados Unidos, registrou a única exceção:
— os seus membros — Paulino de Sousa,
Colcgípc e Sousa Dantas — esposaram
a opinião do Visconde do Cruzeiro, o que determinou a prevalência desta no decreto n.° 10.144, de 5 de janeiro de 1889. A 6 de julho seguinte, Ouro Preto,
nesse tempo presidente do Conselho e ministro da Faz-cnda, referendou outro
decreto, sob n.° 10.262, no qual se aboliam as pelas impostas às emissões sôbre lastro metálico.
"Seul les droits des douanes dc-
O banco, porém, instituído consoante
lado no decreto de 17 de janeiro de
vaient toujours être acquitiés en or
1890, que teve a referenda de Rui, não subsistiu tal exigência. Os bancos que
pour permettre au Gouvernement de
as idéias de Ouro Preto c Lafayette não era aparelho emissor recomendável, para
paijer en or les interêts de Ia Dettc
o nosso meio, nem o instrumento de
No regime seguinte, isto é, o formu
se instituiram compravam em bôlsa os títulos de que necessitavam para seu funcionamento.
Da leitura não só do projeto, elabo
rado pelo Visconde de Ouro Preto, Con selheiro Lafayette e Visconde do Cru zeiro, como também dos debates par lamentares que ele despertou, averi-
guareís que os três estadistas e financei ros objetivavam fazer cessar a escassez de moeda", que tanto anunciaram e
profligaram. Para conseguido, inspira
ram-se declaradamente no sistema ame
ricano de "bancos nacionais", de vez
que estabeleceram, no plano de sua
sas cédulas, dos juros da divida interna fundada
papel moeda, e nesta espécie eram tam bém satisfeitos os juros da dívida in
teve susp
terna fundada.
dida não era aconselhável.
Mais tarde, e por alvitre das comis
sões do Senado, cogitou-se da tão de cantada aurificação do meio circulante. E foi daí que se originou ter sido in-
cluida, na lei emanada de tal projeto a providência do lastro metálico, ao ladu
Na preparação do regulamento que
Determinavam tais preceitos • vel a ilimitação, que outorgaria maior
a efeituaçáo em moeda corrente daque les recebimento e pagamento.
Nunca
podemos realmente atinar com a razão
crina deste prefácio as condições favo-
Num país de variabilidade cambial cons
Entre nós, porém, naquela época, os
o govêmo imperial incumbira aos três autores do projeto, discordaram Ouro Preto e Lafayette do Visconde do Cruzeiro. Defendia este a necessidade de limitar o fundo metálico das emissões igualando-as, por esse feitio, às basea das em títulos da dívida pública. A Ouro Preto e a Lafayette afigurava-se diferente, pois sentiam ser indispensá
to (números 3403 3 10 144) a proi bição de arrecadar os direitos de impor tação em bilhetes bancários sôbre lastro do apólices e tomaram ainda defeso às reparUções públicas o pagamento, nes
banço do emissão. Já relatámos à pa-
tante, tendo em circulação grandes so mas de papel-moeda do Estado, a me
crédito, cuja perfeição c utilidade as soalhavam.
títulos da dívida pública.
tatrcduziram em nossa ei e regulamen
mesmo engano laborara, em 1853, o Visconde de Itaboraí. ao projetar um
direitos aduaneiros eram cobrados em
Nationale". (Les Rapports du Trésor et des Banques aux États Unis jusqu'à Vexperience Roosevelt. 1938, pág. S3).
do constituído por apólices.
E para não deixar inaproveitadas
narquia foi, inegàvelmente, um esta dista de pulso, com esplêndida folha de ser\aços à pátria; mas deixou-se embelecar pela situação de 'prosperidade, que julgou estável, quando em ver dade não passava de fenômeno fugidiço, decorrente de uma inflaçao mo-
fáveis obsemdas em 1887 e podemos açora confrontá-las com as de 1^853, pa"fverificação de que estas sobrepujam anuelas: tranqüilidade em todo o imXo- rendas públicas sucessiviimenta ?Xentadas; redução de alguns imposX restabelecimento da amorüzaçao da
lavra, tão só a emissão com lastro de
quaisqL minúcias do método yaníee,
O presidente do Conselho e ministro da Fazenda do último ministério da mo
desenvolvimento e elasticidade aos bi
lhetes com lastro-ouro.
Ouvido o Con
selho de Estado — Secção de Fazenda
Ao revés, estava fadado ao
insucesso a que incvitàvelmente o arras taria a obrigação de trocar por curo as notas emitidas sob essa condição.
A queda do câmbio, em seguida ao triunfa da revolução de 15 de novem
bro de 1889, impossibilitou o "Banco Nacional" de continuar no exercício de
sua função emissora. Aliás, o fato já havia sido vaticinado por "A Nação",
órgão do partido conservador, em artigo datado de outubro daquele ano Nesse artigo, responsabilizavam-se as medidas financeiras do gabinete de 7 de junho
pelo desaparecimento dos bancos metá licos.
(Finanças e Política, pág. 25).
dívida externa, que por longos anos escâmbio acima do par, > ^
preços eleva-
viríando entre
Tc da nossa divida, dos dos títulospxterna; redução na quer taxa interna, q „j.^nde atividade comer-
^®,^Teócios satisfatórios. Pois bem,
" obstante a excelência dêstes fatôres,
nSva da conversão metálica mais ""a nova^tastituição bancária, embora 1 cemore suas emissões, funcioX®Ím° Sres tropeços até 1857. ano em que irrompeu a crise americana,
cL repercussão nas praças européias.
É claro que, se não fora proclamada a república, o banco instalado no gover
O câmbio começou a declinar, sofrendo alternativas entre 26 e 23 chegando
no de Ouro Preto teria por igual desmo
laram-se premências e dificuldades, cons trangendo o instituto emissor a inter
ronado. Para tanto, bastaria que o câm bio caísse da paridade, o que havia forçosamente de ocorrer, apenas ces sassem os efeitos dos empréstimos con traídos no estrangeiro. (Finanças e Po lítica, pág. 26).
até a 22?» eni março de iood. Acumu
romper a conversão de suas notas.
Tempos depois, compelido pelo governo
restabeleceu-a, para suspendê-la de no vo em janeiro de 1859.
mr^wrr
Dicesto Econóaíico Digesto
88
Aconteceu, porém, que nenhum esta
EcoNÓ^^co
de semelhantes providências.
Na Amé
belecimento se animou, enquanto vigo-
rica do Norte as aludidas exceções eram
rante a lei, a requerer se lhe facultasse
explicáveis.
a emissão na equivalência do valor no
moeda-ouro os direitos de importação e de maneira igual se pagavam os juros
minal dos títulos depositados, preferindo, como era natural, efetuá-la no triplo do valor, ao câmbio par, do metal servindo de lastro.
Não houve, por isso, oportunidade,
para o govêmo, de realizar a operação de crédito mencionada.
Lá
so arrecadavam em
da dívida pública.
Por isso, Dhavomas, informando que as notas emitidas eram recebidas, pelo Tesouro dos Estados Unidos, registrou a única exceção:
— os seus membros — Paulino de Sousa,
Colcgípc e Sousa Dantas — esposaram
a opinião do Visconde do Cruzeiro, o que determinou a prevalência desta no decreto n.° 10.144, de 5 de janeiro de 1889. A 6 de julho seguinte, Ouro Preto,
nesse tempo presidente do Conselho e ministro da Faz-cnda, referendou outro
decreto, sob n.° 10.262, no qual se aboliam as pelas impostas às emissões sôbre lastro metálico.
"Seul les droits des douanes dc-
O banco, porém, instituído consoante
lado no decreto de 17 de janeiro de
vaient toujours être acquitiés en or
1890, que teve a referenda de Rui, não subsistiu tal exigência. Os bancos que
pour permettre au Gouvernement de
as idéias de Ouro Preto c Lafayette não era aparelho emissor recomendável, para
paijer en or les interêts de Ia Dettc
o nosso meio, nem o instrumento de
No regime seguinte, isto é, o formu
se instituiram compravam em bôlsa os títulos de que necessitavam para seu funcionamento.
Da leitura não só do projeto, elabo
rado pelo Visconde de Ouro Preto, Con selheiro Lafayette e Visconde do Cru zeiro, como também dos debates par lamentares que ele despertou, averi-
guareís que os três estadistas e financei ros objetivavam fazer cessar a escassez de moeda", que tanto anunciaram e
profligaram. Para conseguido, inspira
ram-se declaradamente no sistema ame
ricano de "bancos nacionais", de vez
que estabeleceram, no plano de sua
sas cédulas, dos juros da divida interna fundada
papel moeda, e nesta espécie eram tam bém satisfeitos os juros da dívida in
teve susp
terna fundada.
dida não era aconselhável.
Mais tarde, e por alvitre das comis
sões do Senado, cogitou-se da tão de cantada aurificação do meio circulante. E foi daí que se originou ter sido in-
cluida, na lei emanada de tal projeto a providência do lastro metálico, ao ladu
Na preparação do regulamento que
Determinavam tais preceitos • vel a ilimitação, que outorgaria maior
a efeituaçáo em moeda corrente daque les recebimento e pagamento.
Nunca
podemos realmente atinar com a razão
crina deste prefácio as condições favo-
Num país de variabilidade cambial cons
Entre nós, porém, naquela época, os
o govêmo imperial incumbira aos três autores do projeto, discordaram Ouro Preto e Lafayette do Visconde do Cruzeiro. Defendia este a necessidade de limitar o fundo metálico das emissões igualando-as, por esse feitio, às basea das em títulos da dívida pública. A Ouro Preto e a Lafayette afigurava-se diferente, pois sentiam ser indispensá
to (números 3403 3 10 144) a proi bição de arrecadar os direitos de impor tação em bilhetes bancários sôbre lastro do apólices e tomaram ainda defeso às reparUções públicas o pagamento, nes
banço do emissão. Já relatámos à pa-
tante, tendo em circulação grandes so mas de papel-moeda do Estado, a me
crédito, cuja perfeição c utilidade as soalhavam.
títulos da dívida pública.
tatrcduziram em nossa ei e regulamen
mesmo engano laborara, em 1853, o Visconde de Itaboraí. ao projetar um
direitos aduaneiros eram cobrados em
Nationale". (Les Rapports du Trésor et des Banques aux États Unis jusqu'à Vexperience Roosevelt. 1938, pág. S3).
do constituído por apólices.
E para não deixar inaproveitadas
narquia foi, inegàvelmente, um esta dista de pulso, com esplêndida folha de ser\aços à pátria; mas deixou-se embelecar pela situação de 'prosperidade, que julgou estável, quando em ver dade não passava de fenômeno fugidiço, decorrente de uma inflaçao mo-
fáveis obsemdas em 1887 e podemos açora confrontá-las com as de 1^853, pa"fverificação de que estas sobrepujam anuelas: tranqüilidade em todo o imXo- rendas públicas sucessiviimenta ?Xentadas; redução de alguns imposX restabelecimento da amorüzaçao da
lavra, tão só a emissão com lastro de
quaisqL minúcias do método yaníee,
O presidente do Conselho e ministro da Fazenda do último ministério da mo
desenvolvimento e elasticidade aos bi
lhetes com lastro-ouro.
Ouvido o Con
selho de Estado — Secção de Fazenda
Ao revés, estava fadado ao
insucesso a que incvitàvelmente o arras taria a obrigação de trocar por curo as notas emitidas sob essa condição.
A queda do câmbio, em seguida ao triunfa da revolução de 15 de novem
bro de 1889, impossibilitou o "Banco Nacional" de continuar no exercício de
sua função emissora. Aliás, o fato já havia sido vaticinado por "A Nação",
órgão do partido conservador, em artigo datado de outubro daquele ano Nesse artigo, responsabilizavam-se as medidas financeiras do gabinete de 7 de junho
pelo desaparecimento dos bancos metá licos.
(Finanças e Política, pág. 25).
dívida externa, que por longos anos escâmbio acima do par, > ^
preços eleva-
viríando entre
Tc da nossa divida, dos dos títulospxterna; redução na quer taxa interna, q „j.^nde atividade comer-
^®,^Teócios satisfatórios. Pois bem,
" obstante a excelência dêstes fatôres,
nSva da conversão metálica mais ""a nova^tastituição bancária, embora 1 cemore suas emissões, funcioX®Ím° Sres tropeços até 1857. ano em que irrompeu a crise americana,
cL repercussão nas praças européias.
É claro que, se não fora proclamada a república, o banco instalado no gover
O câmbio começou a declinar, sofrendo alternativas entre 26 e 23 chegando
no de Ouro Preto teria por igual desmo
laram-se premências e dificuldades, cons trangendo o instituto emissor a inter
ronado. Para tanto, bastaria que o câm bio caísse da paridade, o que havia forçosamente de ocorrer, apenas ces sassem os efeitos dos empréstimos con traídos no estrangeiro. (Finanças e Po lítica, pág. 26).
até a 22?» eni março de iood. Acumu
romper a conversão de suas notas.
Tempos depois, compelido pelo governo
restabeleceu-a, para suspendê-la de no vo em janeiro de 1859.
t
IPPJIPPIIPIIJHPIII Jl
'"ri-»- '
Dicesto
90
A instituição, guarda de tantas es peranças, ingressou assim, e definitiva mente, no regime do curso forçado (An tônio Carlos — Bancos de Emissão,
págs. 39, 59 e 69).
De 1883 a 1888, foram levantados na
valores nominais, somados, alcançavam mais de dezcs.setc milhões de esterlinos
O Retrospecto Comercial de 1888 pu-
j
'
blícou o seguinte:
Rui aclarou o tema, às
páginas 28 e 29 do seu livro "Finanças
"No mercado pròpriamenle do di
nheiro, a abundância o consccjücnte
e Políticas":
facilidade provinham da existência na
"Esperar a regeneração do meio circulante pela circulação metálica,
tempo nos climas tropicais, é cair
nossa praça dc grandes somas ordina riamente enviadas para as províncias, não só para mover as respectivas sa fras, mas também para o jôgo de
num círculo vicioso. Essa mutabili-
câmbio".
num país de câmbio mudável como o
dade do cambio, essa sua depressão habitual denunciam a insuficiência
dos recursos ordinários do país na ■
liquidação de suas contas com os
E o Jornal do Comércio de 18 de de zembro de 1889, em um estudo sob o título "Questões econômicas", comen
tando a expansão dos negócios e o de
91
Dicesto Econômico
praça de Ix)ndres 3 empréstimos, cujos (£ 17.327.900 ~ exatamente).
A ilusão em que viveram estadistas do império nascia de confundir efeito com causa.
EcoNÓNnco
do esperanças insensatas, e cstcndcn-
volucionàriamcnte, para mudar de mo
do-.sc das ações dos bancos aos títu
do integral a forma dc governo. Em o novo regime — como descreveu Rui — aluída a lei, destruído o antigo direito,
los de companliias de toda espécie". (Finanças c Política, págs. 23 e 24). O Retrospecto Comercial dc 1890,
apreciando a situação que, cm 1889, precxistiu à fundação da república, as sim se manifestou:
s
pério, o furor para organizar bancos foi agudo, estimulado máxime pelos favores oferecidos aos intermediários nos chamados "auxílios ã lavoura".
Quercl.s ainda
mcliior testemunho?
Dar-vos-emos o do Visconde de Ouro Preto:
"Êste escrito, porém, é um tra balho de boa fé e nele não se disfar
senfreado jôgo da bolsa, atribuiu-os à
ça, nem se atenua a verdade.
lei de 24 de novembro do ano prece
contrário, a estabilidade do câmbio
dente, e assim se pronunciou:
contestaremos que a especulação — ou antes a agiotagem (pois a espe
nômica da nação, que nos há de
permitir a circulação conversível. Os metahstas invertem os termos do
problema, e por isso as suas criações
não passam de castelos de cartas. Os saldos a favor do país, nas liqui dações internacionais, geram o câm bio favorável; o câmbio duradoura mente favorável determina
culação metálica.
a
cir
Nós, ao revés,
queremos pela circulação metálica, artificialmente preparada, fazer o câmbio, apoiando-a em saldos tran sitórios, promovidos por emprésti mos externos. E' uma pretensão puerilíssima".
as transações da Bôlsa no trimestre de agòsto a outubro (1889). Títulos houve que, sem fundamento ou ex
plicações plausível, subiram a 30% em um dia e 150% em um mês. A cada passo se anunciavam fortunas feitas em poucas semanas, às vezes
em poucos dias. Pessoas, que jamais se tinham envolvido na compra e venda de títulos, apressaram-se em
apurar suas economias, para aprovei tar a ocasião, cedendo ao contacio.so entusiasmo, despertado pelos con
tos fantásticos que à surdina se pro palavam na rua da Alfândega".
íU
*
A partir de 1887, começaram a re velar-se fenômenos de inflação.
Não
culação, restrita a certos limires, é
"Não há quem ignore o desco munal desenvolvimento que tiveram
E, como fôcho, o seguinte período:
"A febre do jôgo propagou-se por tôdas as classes da população, crian-
ficou apenas de pé "a discreção pes soal dos liomens a quem o movimento
revolucioniírio entregara a admlnistia-
ção do país". E prosseguiu: "Tudo se comete ao arbítrio de
"Durante os últimos meses do im
mercados do exterior. Não é, portan to, a circulação metálica que nos ha de firmar o câmbio alto; é, pelo ao par, efeito da prosperidade eco
'
lícita e profícua) começou a desen
les- e essa faculdade, formidável sem
pre mas ainda mais formidável no meio de um povo Imbituado i su-
. pcrstição da onipotência do gover no acorda ambições e expectativas, n que nem sempre é, ou se considera, nossível resistir sem risco para o npremo interêsse de tais situações:
a preservação da conquista revolu
cionária através das cidades que a rodeiam, enquanto a naçao, defim-
tivamente
possa de si_ mesma . (pags.
e^'
deste relatório).
De que meios poderia Rui servir-se -larar os efeitos da mflaçao?
volver-se na praça do Rio de Janeiro,' ainda sob o Império". (A Década Republicana, vol. 1.°, pág. 87).
Ca Xpóssivel recorrer à tributação
Do exposto apurareis que a inflação conhecida, na república, pela alcunha
Sc porventura, tais medidas ,a ti vessem sido preconizadas pelos economistL da época, ainda assim, ao min.s-
burlesca de "encilhamento", não
ma-
nou, como ainda hoje há quem repita, das reformas financeiras de Rui Bar
bosa.
tadbeta sôbre o vício e o Iu.xo, ou a liíe ã sôbre lucros extraordmfaos? tm da Fazenda do governo provisorio
Veio de mais longe.
Acusaram-no, e acusam-no, de não
haver obstado a que o jôgo e a espe culação progredissem e prosseguissem.
Ora, é manifesto que males de infla ção não se atenuam ou se estancam com
facilidade, e que a deflação, como re médio, é de efeito moroso, podendo, às
vezes, agravar a moléstia. Os corretivos
que o gestor das Finanças e.staria habi litado a empregar não se adaptariam a uma situação política que surgira re-
listema" federativo, já formulado no
prÒteto constitucional. Antes disso, nao
L Jonlieciam quais as verbas de receita
que pertenceriam ao governo central e
quais as que se distribumam pe'os govèrnos locais.
Convém, outrossim, observeis, que,
mesmo na ausência do aludido impedi mento, não seria possível apurar "lucros extraordinários", que só encontram cb-
t
IPPJIPPIIPIIJHPIII Jl
'"ri-»- '
Dicesto
90
A instituição, guarda de tantas es peranças, ingressou assim, e definitiva mente, no regime do curso forçado (An tônio Carlos — Bancos de Emissão,
págs. 39, 59 e 69).
De 1883 a 1888, foram levantados na
valores nominais, somados, alcançavam mais de dezcs.setc milhões de esterlinos
O Retrospecto Comercial de 1888 pu-
j
'
blícou o seguinte:
Rui aclarou o tema, às
páginas 28 e 29 do seu livro "Finanças
"No mercado pròpriamenle do di
nheiro, a abundância o consccjücnte
e Políticas":
facilidade provinham da existência na
"Esperar a regeneração do meio circulante pela circulação metálica,
tempo nos climas tropicais, é cair
nossa praça dc grandes somas ordina riamente enviadas para as províncias, não só para mover as respectivas sa fras, mas também para o jôgo de
num círculo vicioso. Essa mutabili-
câmbio".
num país de câmbio mudável como o
dade do cambio, essa sua depressão habitual denunciam a insuficiência
dos recursos ordinários do país na ■
liquidação de suas contas com os
E o Jornal do Comércio de 18 de de zembro de 1889, em um estudo sob o título "Questões econômicas", comen
tando a expansão dos negócios e o de
91
Dicesto Econômico
praça de Ix)ndres 3 empréstimos, cujos (£ 17.327.900 ~ exatamente).
A ilusão em que viveram estadistas do império nascia de confundir efeito com causa.
EcoNÓNnco
do esperanças insensatas, e cstcndcn-
volucionàriamcnte, para mudar de mo
do-.sc das ações dos bancos aos títu
do integral a forma dc governo. Em o novo regime — como descreveu Rui — aluída a lei, destruído o antigo direito,
los de companliias de toda espécie". (Finanças c Política, págs. 23 e 24). O Retrospecto Comercial dc 1890,
apreciando a situação que, cm 1889, precxistiu à fundação da república, as sim se manifestou:
s
pério, o furor para organizar bancos foi agudo, estimulado máxime pelos favores oferecidos aos intermediários nos chamados "auxílios ã lavoura".
Quercl.s ainda
mcliior testemunho?
Dar-vos-emos o do Visconde de Ouro Preto:
"Êste escrito, porém, é um tra balho de boa fé e nele não se disfar
senfreado jôgo da bolsa, atribuiu-os à
ça, nem se atenua a verdade.
lei de 24 de novembro do ano prece
contrário, a estabilidade do câmbio
dente, e assim se pronunciou:
contestaremos que a especulação — ou antes a agiotagem (pois a espe
nômica da nação, que nos há de
permitir a circulação conversível. Os metahstas invertem os termos do
problema, e por isso as suas criações
não passam de castelos de cartas. Os saldos a favor do país, nas liqui dações internacionais, geram o câm bio favorável; o câmbio duradoura mente favorável determina
culação metálica.
a
cir
Nós, ao revés,
queremos pela circulação metálica, artificialmente preparada, fazer o câmbio, apoiando-a em saldos tran sitórios, promovidos por emprésti mos externos. E' uma pretensão puerilíssima".
as transações da Bôlsa no trimestre de agòsto a outubro (1889). Títulos houve que, sem fundamento ou ex
plicações plausível, subiram a 30% em um dia e 150% em um mês. A cada passo se anunciavam fortunas feitas em poucas semanas, às vezes
em poucos dias. Pessoas, que jamais se tinham envolvido na compra e venda de títulos, apressaram-se em
apurar suas economias, para aprovei tar a ocasião, cedendo ao contacio.so entusiasmo, despertado pelos con
tos fantásticos que à surdina se pro palavam na rua da Alfândega".
íU
*
A partir de 1887, começaram a re velar-se fenômenos de inflação.
Não
culação, restrita a certos limires, é
"Não há quem ignore o desco munal desenvolvimento que tiveram
E, como fôcho, o seguinte período:
"A febre do jôgo propagou-se por tôdas as classes da população, crian-
ficou apenas de pé "a discreção pes soal dos liomens a quem o movimento
revolucioniírio entregara a admlnistia-
ção do país". E prosseguiu: "Tudo se comete ao arbítrio de
"Durante os últimos meses do im
mercados do exterior. Não é, portan to, a circulação metálica que nos ha de firmar o câmbio alto; é, pelo ao par, efeito da prosperidade eco
'
lícita e profícua) começou a desen
les- e essa faculdade, formidável sem
pre mas ainda mais formidável no meio de um povo Imbituado i su-
. pcrstição da onipotência do gover no acorda ambições e expectativas, n que nem sempre é, ou se considera, nossível resistir sem risco para o npremo interêsse de tais situações:
a preservação da conquista revolu
cionária através das cidades que a rodeiam, enquanto a naçao, defim-
tivamente
possa de si_ mesma . (pags.
e^'
deste relatório).
De que meios poderia Rui servir-se -larar os efeitos da mflaçao?
volver-se na praça do Rio de Janeiro,' ainda sob o Império". (A Década Republicana, vol. 1.°, pág. 87).
Ca Xpóssivel recorrer à tributação
Do exposto apurareis que a inflação conhecida, na república, pela alcunha
Sc porventura, tais medidas ,a ti vessem sido preconizadas pelos economistL da época, ainda assim, ao min.s-
burlesca de "encilhamento", não
ma-
nou, como ainda hoje há quem repita, das reformas financeiras de Rui Bar
bosa.
tadbeta sôbre o vício e o Iu.xo, ou a liíe ã sôbre lucros extraordmfaos? tm da Fazenda do governo provisorio
Veio de mais longe.
Acusaram-no, e acusam-no, de não
haver obstado a que o jôgo e a espe culação progredissem e prosseguissem.
Ora, é manifesto que males de infla ção não se atenuam ou se estancam com
facilidade, e que a deflação, como re médio, é de efeito moroso, podendo, às
vezes, agravar a moléstia. Os corretivos
que o gestor das Finanças e.staria habi litado a empregar não se adaptariam a uma situação política que surgira re-
listema" federativo, já formulado no
prÒteto constitucional. Antes disso, nao
L Jonlieciam quais as verbas de receita
que pertenceriam ao governo central e
quais as que se distribumam pe'os govèrnos locais.
Convém, outrossim, observeis, que,
mesmo na ausência do aludido impedi mento, não seria possível apurar "lucros extraordinários", que só encontram cb-
Dicesto Econômico
ma benéfico em tempo de guerra. E* escusado dizer-vos que nos referimos a ganhos legítimos, e não aos proceden tes de especulação e jôgo de bolsa.
O apêlo à economia popular, provi
ção" (Taxation as a Curb to Inflation")
dência de que, modernamente, muitas nações lançaram mão em grande escala, c por diversos processos, só sc admito também no tempo de guerra, principal mente com o caráter compulsório que, no segundo conflito mundial, lhe con
assim
feriu a Inglaterra, por sugestão do pro
O professor Kemmerer, em um capí
tulo: "O impôsto como freio à infla doutrina;
"Em tempo de guerra, ou de amea ça de guerra, pode-se fazer recair um pesado impôsto sôbre o aumento de
lucros auferidos, não só pelos pro prietários de indústrias estimuladas
pela guerra, como também pelos que trabalham nas mesmas indústrias".
(The A B C of Inflation, páff. 98).
fessor Jobn Keynes ("llow to the War", págs. 57 a 74. — "The A B C of Inflation", hy Professor Edwin Kemmerer, pág. 101). Ademais, em ocasiões de guerra, aceitam-se patriòticamerite leis drásticas e decisões arbitrária.s.
Não acontece o
mesmo em situações oriundas de revo
lução vitoriosa, que haja mudado por inteiro a forma de govômo; porque ai,
Dicesto ECONÓ^UCO
93
cução do decreto, eli
Bretanha abundância de
minou-os com a e.xpedi-
poder de compra, por que SC procurou lubrificar
o
sistema
ção do de n.'' 99/, que eximiu, da severidade
eco
prescrita cm outubro,
nômico com o aumento
citfn." kiM.r.rT fr t.ivtn w
as emprêsas consagra das sob garantia pu blica de juros a rea
desse poder. Foi isto o que SC visou c .se obte ve, depois de adotadas providências convenien
lização de melhoramen
tes e oportunas. Infor
tos materiais.
ma ainda Dalton que a
Ihidos os bons fn.tos da
Começavam a ser co-
produção c a economia
quando em fe-
inglêsas, c por igual os
■rnã 1891 o minTsrio da Fazenda Tris-
contrôlos
financeiro
e
de preços, que haviam sido estabelecidos, man tiveram razoàvelmonte
bem a resistência à "inflação". E lem
sucess rou-a profundamente. tes trechos, transcntos
Se Rui, valendo-se de outro recurso,
a sabedoria política e o bom senso
bra que nesta quadra, o perigo ime
buscasse aumentar a produção, que por aquela época era essencialmente agríco la, esbarraria na falta de transportes. O
comum recomendam, antes de tudo, que
diato não reside na "deflação", pois êle
os novos governantes co^gam adeptos. A boa vontade destes contrabalança, de
está antes em uma "inflação" que, ul trapassando os limites, rompa aquele sis
autoria do &x-ministro '
café, item capital da nossa pauta de exportação, aparecia, em 1889, com
ordinário, a malquerença dos apologis tas do regime decaído. E tais dirigen
tema de contrôlos (Hansard — "Parla-
da de "sua obra:
159.743 sacas entradas na praça do Rio de Janeiro; no ano seguinte, esse número descia para 110.264, e em 1891, reduzia-se a 36.825. A gazetiIha do Jornal do Comércio de 23
tes, amparados assim por seus corre ligionários, podem então ajustar a coisa
pág. 54).
de maio de 1891, demonstrou com al
garismos que a causa principal da per manência do câmbio tão baixo era a
falta de letras, pela carência do café. E Rui acrescentou:
"Uma grande safra desse produ
mentary Debates", vol. 436, n.° 83,
escorcha dos contribuintes. Mais empre
Manda a verdade que vos digamos haver Rui forcejado por embargar a jogatina da bôlsa, empregando para tanto o único meio adequado de que dispunha. Foi assim que formulou o
gada, em tais circunstâncias, tem sido
decreto de 13 de outubro de 1890, al
entro nós, a anistia fiscal,
terando a legislação vigente, quanto à
pública às novas instituições.
Mas ó
intuitivo que não grangearão amigos e partidários, se a açãa se iniciar pela
Existem outros meios para entravar a inflação?
Sim, existem; mas, ou eram desco
nhecidos no comêço do período re^-
realizaç<ão do capital das sociedades anô
nimas. Dispuiíha esse decreto que "dali em diante não se haveriam por defini tivamente
constituídas
as
sociedades
to embalara-nos em esperanças me
blicano, ou inaplicáveis no momento em
lhores. Mas, ou por insuficiência da
foco.
nossa viação atual, ou por defeitos no seu regime, a safra de café jaz, em grande parte, entalada nas es
glaterra.
da maioria dos subscritores, 30% em
dinheiro, se maior proporção não esti pulassem os prospectos do valor de
sôbre a colheita". (Finanças e Po
Em sua e^^osição financeira (finan cial statement) lida à "Casa dos Co muns", no mês de abril de 1847, o chanceler do erário , Plugh Dalton diz
lítica, pág. 110).
que, presentemente, se verifica na Grã
tradas; e essa crise no movimento
dos transportes paralisa as transações
Eis o exemplo do que se fez na In
anônimas senão depois de subscrito por inteiro o capital social e efetivamente
depositados em um banco, à escôlha
cada ação"-
Em novembro seguinte, havendo Rui verificado alguns inconvenientes na exe-
e 90 do livro "finanças
seguinp^ainas 89 ' poiítica", de
vinha assistindo, indignado,
derroca-
-
M de Araripe),
com os restos cia a
_„^,.^jonava orcionava aa
■Sua inten^ça^d^de legislaü-
va que ainda ine p jj^ten-enção ditadura expiran e, , anônimas no- regime das a
foi uma catístrofe. E a ^ que s. ex. se
decreto,
de leve
^ências . calamito-
atenuou as j medida instansas que a sua primeira tàneamente semeara,
to de 13 de outubro, acollndo com o mais vivo apoio em tôdas as esfe ras da opinião, aplicara aos-riesvários da bôlsa o corretivo^ gradual e discreto, que as circunstâncias per
mitiam. Em situação delicada co mo essa, a cura não podia tentar-se,
senão poupando cuidadosamente o organismo do enfermo. As loucuras
i
Dicesto Econômico
ma benéfico em tempo de guerra. E* escusado dizer-vos que nos referimos a ganhos legítimos, e não aos proceden tes de especulação e jôgo de bolsa.
O apêlo à economia popular, provi
ção" (Taxation as a Curb to Inflation")
dência de que, modernamente, muitas nações lançaram mão em grande escala, c por diversos processos, só sc admito também no tempo de guerra, principal mente com o caráter compulsório que, no segundo conflito mundial, lhe con
assim
feriu a Inglaterra, por sugestão do pro
O professor Kemmerer, em um capí
tulo: "O impôsto como freio à infla doutrina;
"Em tempo de guerra, ou de amea ça de guerra, pode-se fazer recair um pesado impôsto sôbre o aumento de
lucros auferidos, não só pelos pro prietários de indústrias estimuladas
pela guerra, como também pelos que trabalham nas mesmas indústrias".
(The A B C of Inflation, páff. 98).
fessor Jobn Keynes ("llow to the War", págs. 57 a 74. — "The A B C of Inflation", hy Professor Edwin Kemmerer, pág. 101). Ademais, em ocasiões de guerra, aceitam-se patriòticamerite leis drásticas e decisões arbitrária.s.
Não acontece o
mesmo em situações oriundas de revo
lução vitoriosa, que haja mudado por inteiro a forma de govômo; porque ai,
Dicesto ECONÓ^UCO
93
cução do decreto, eli
Bretanha abundância de
minou-os com a e.xpedi-
poder de compra, por que SC procurou lubrificar
o
sistema
ção do de n.'' 99/, que eximiu, da severidade
eco
prescrita cm outubro,
nômico com o aumento
citfn." kiM.r.rT fr t.ivtn w
as emprêsas consagra das sob garantia pu blica de juros a rea
desse poder. Foi isto o que SC visou c .se obte ve, depois de adotadas providências convenien
lização de melhoramen
tes e oportunas. Infor
tos materiais.
ma ainda Dalton que a
Ihidos os bons fn.tos da
Começavam a ser co-
produção c a economia
quando em fe-
inglêsas, c por igual os
■rnã 1891 o minTsrio da Fazenda Tris-
contrôlos
financeiro
e
de preços, que haviam sido estabelecidos, man tiveram razoàvelmonte
bem a resistência à "inflação". E lem
sucess rou-a profundamente. tes trechos, transcntos
Se Rui, valendo-se de outro recurso,
a sabedoria política e o bom senso
bra que nesta quadra, o perigo ime
buscasse aumentar a produção, que por aquela época era essencialmente agríco la, esbarraria na falta de transportes. O
comum recomendam, antes de tudo, que
diato não reside na "deflação", pois êle
os novos governantes co^gam adeptos. A boa vontade destes contrabalança, de
está antes em uma "inflação" que, ul trapassando os limites, rompa aquele sis
autoria do &x-ministro '
café, item capital da nossa pauta de exportação, aparecia, em 1889, com
ordinário, a malquerença dos apologis tas do regime decaído. E tais dirigen
tema de contrôlos (Hansard — "Parla-
da de "sua obra:
159.743 sacas entradas na praça do Rio de Janeiro; no ano seguinte, esse número descia para 110.264, e em 1891, reduzia-se a 36.825. A gazetiIha do Jornal do Comércio de 23
tes, amparados assim por seus corre ligionários, podem então ajustar a coisa
pág. 54).
de maio de 1891, demonstrou com al
garismos que a causa principal da per manência do câmbio tão baixo era a
falta de letras, pela carência do café. E Rui acrescentou:
"Uma grande safra desse produ
mentary Debates", vol. 436, n.° 83,
escorcha dos contribuintes. Mais empre
Manda a verdade que vos digamos haver Rui forcejado por embargar a jogatina da bôlsa, empregando para tanto o único meio adequado de que dispunha. Foi assim que formulou o
gada, em tais circunstâncias, tem sido
decreto de 13 de outubro de 1890, al
entro nós, a anistia fiscal,
terando a legislação vigente, quanto à
pública às novas instituições.
Mas ó
intuitivo que não grangearão amigos e partidários, se a açãa se iniciar pela
Existem outros meios para entravar a inflação?
Sim, existem; mas, ou eram desco
nhecidos no comêço do período re^-
realizaç<ão do capital das sociedades anô
nimas. Dispuiíha esse decreto que "dali em diante não se haveriam por defini tivamente
constituídas
as
sociedades
to embalara-nos em esperanças me
blicano, ou inaplicáveis no momento em
lhores. Mas, ou por insuficiência da
foco.
nossa viação atual, ou por defeitos no seu regime, a safra de café jaz, em grande parte, entalada nas es
glaterra.
da maioria dos subscritores, 30% em
dinheiro, se maior proporção não esti pulassem os prospectos do valor de
sôbre a colheita". (Finanças e Po
Em sua e^^osição financeira (finan cial statement) lida à "Casa dos Co muns", no mês de abril de 1847, o chanceler do erário , Plugh Dalton diz
lítica, pág. 110).
que, presentemente, se verifica na Grã
tradas; e essa crise no movimento
dos transportes paralisa as transações
Eis o exemplo do que se fez na In
anônimas senão depois de subscrito por inteiro o capital social e efetivamente
depositados em um banco, à escôlha
cada ação"-
Em novembro seguinte, havendo Rui verificado alguns inconvenientes na exe-
e 90 do livro "finanças
seguinp^ainas 89 ' poiítica", de
vinha assistindo, indignado,
derroca-
-
M de Araripe),
com os restos cia a
_„^,.^jonava orcionava aa
■Sua inten^ça^d^de legislaü-
va que ainda ine p jj^ten-enção ditadura expiran e, , anônimas no- regime das a
foi uma catístrofe. E a ^ que s. ex. se
decreto,
de leve
^ências . calamito-
atenuou as j medida instansas que a sua primeira tàneamente semeara,
to de 13 de outubro, acollndo com o mais vivo apoio em tôdas as esfe ras da opinião, aplicara aos-riesvários da bôlsa o corretivo^ gradual e discreto, que as circunstâncias per
mitiam. Em situação delicada co mo essa, a cura não podia tentar-se,
senão poupando cuidadosamente o organismo do enfermo. As loucuras
i
JjPliPii llipflPlJlj. .111 , i/ig.qp Dicesto ECONÓ^UCO
94
se cortam ciríirgícamente, cora a vio lência e o terror; sanam-se, digamos
assim, pelos meios fisiológicos, a po der de higiene, com tolerância e fir
coragem, da tenacidade o da perse verança". (Rclatómo da Fazenda —
1899 — Introdução, págs. XXXIII c XXXIV)..
meza, reprimindo as demasias, sem intervir nas fontes espontâneas do movimento e da \ida".
Não poderíeis, sem dúvida, admitir
que Rui, na posição singular cm que se encontrava, nos primeiros dias da
Diante desta explanação, podeis con
cluir seguramente que aos sucessores de Rui competia, depois de reconstitucionalizado o país e consolidado o regime re
repúbhca, iniciasse sua atuação fi
nanceira por queimas do papel-moeda cm circulação. ■ii
enciosa, escorada em orçamentos sem
ços e estorvos que irrompem, como re gra geral, cm lances .semelhantes, no tavam-se divergências que ocorriam com
Traslado para aqui palavras suas;
administração financeira, em circuns tâncias e.spt^ciais, pois as antigas insti
tuições haviam sido destriudas, e as novas ainda nao se acliavam construídas.
No que ro.spcilava â organização do sis
tema nionotárío do pais. Rui, ou con servaria o Banco Nacional que vinha
do império e que êlc combatera na im
alguns ministros. E era natural. . . A instituição do governo provisório tinha
por apólices, ou por espécies metálicas? Ou escolheria ambos os lastros? IncHnar-se-ia pela unidade, ou pela
pluralidade bancária? Ou voltaria ao regime do papel-moe da do Tesouro?
De seguro, estudaria o que mais con-
que ser o que foi: uma reunião de ele mentos pouco homogeneo.s, que dificul
dade do momento.
res, para concentrar os valores nos negócios superiores, modificando a
do ex-império do Brasil, houve que for
jSrimos^^àqui um parêntese, a fim de
"É necessário, porém, que a ação seja lenta e graduada, de modo que,
sofrer dúvida — homens de saber e re
licença a 3 bancos emissores, para se
econômica.
no movimento gerai para constituir uma
nova
ordem" de
nova estrutura
coisas,
econômica,
os
uma
ele
mentos mais morosos possam alcan çar os mais rápidos. "É necessário mesmo, algumas ve
zes, suspender temporàriamente a ação do resgate, para que os ele mentos mais retardatários, como os
preços 8 os salários, não fiquem tão deslocados que possam perturbar pro fundamente as relações econômicas.
"É uma operação em cuja realiza ção a paciência, o tato, o critério e
a prudência devem andar ao lado da
Escolheram — não pode
tidão, mas que dissentiam por vêzes na solução dos problemas nacionais.
À página 18 deste relatório, diz Rui que
"um
ministro
cuja
responsabilida
de se via empenhada em medidas de influência direta e profunda sobre
a vida nacional, como as que assi
nalam a pasta da Fazenda sob o governo pro\ásório, não podia abrir questões por motivo de divergência em pontos da administração na ge rência de outras pastas". O ministro da Fazenda, a 15 de no
vembro de 1889, tinha que delinear sua
que os constringiam, resolveram invo
car o auxílio em papel-moeda que a loi de 18 de julho de 1885 lhes facul tava - Subministrou-lhes Rui, enquanto nôdè o recurso legal solicitado. Sua condescendência levou-o a transpor o
limite de vinte e cinco mil contos que
mar, em poucas horas, uma junta re
volucionária.
O Banco Na
cional experimentara um início de cor rida, atalhada de pronto pelo governo. Era imperiosa, portanto, a urgência de luna solução que, pelo menos, ate nuasse a crise. Foi quando aqueles bancos, para afrou.xarem as apertuias,
modificações ou reformas, no decurso do
estrutura
e pouco a nossa
suas notas por ouro, vãáto ter este
Seria, conseguinte-
mente, providência transitória, sujeita a
tempo necessário à consolidação do novo regime político.
pouco
Nem seria li
sição assaz embaraçosa.
"É necessário resgatar, valorizar o
Para dirigir os destinos
Foram atendidos.
encargo cie legislar sôbre os aparelhos
desaceitaria; c, neste caso, ficava-lhe o
papel-moeda, exdtando lentamente as liquidações de negócios inferio
entendimento.
ticas.
cite negar-lhes o que a lei então vigente lhes concedia (regulamento de 6 de ju lho de 1889). É intuitivo que nenhum dêles poderia encetar a emissão. A queda do câmbio inibía-os de trocar
ágio sobre o papel-moeda. Opressos por esta circunstância, ficaram em po
viesse à república nascente, tomando a deliberação que quadrasse à anormali
taram, mais de uma feita, acordo ou
cença para emitir em condições idên
prensa, ou, como era mais plausível, o
Criaria bancos de emi.ssão, garantida
H:
No período inicial da república, além da intranqüilidade oriunda dos embara executar uma deflação lenta e consci- .
"déficit".
95
emissores.
publicano, aplicar as medidas capazes de extinguir, ou, pelo menos, moderar a inflação. Só o conseguiu, passados a'guns anos, Joaquim Murtinho, com
^95-
Dicesto Econômico
O antecessor de Rui havia concedido
instalarem:
o Nacional do Brasil, de
que já vos temos falado, o do Comércio do Rio de Janeiro e o de São-'Paulo.
A manutenção, porém, doiphmp-Ouro Preto: emissão no triplo sôbte: ouro,
tornava-se impraticável.
Como' já vos
mostrámos o Banco Nacional do Brasil sentiu-se incapaz de continuar exerci tando sua função emissora, tendo por causa o declínio cambial. E, consoan te o relatório da Gaixai^de. Amortização,
apresentado em 1890, dos outros dois bancoSi- só
o
de .-São
Paulo
emitira
2.485:370$GOO (páginas 11). Mas, logo
após á proclamação da república, di versos estabelecimentos requereram li
vos inteirar de que os bancos por essa forma auxiliados receberam convite, iara no prazo de 2 meses, resgatar seu Sbiio (decreto 390, de 10-5-1890).
F certifica o Retrospecto Comercial de 1RQO aue a indenização foi imediata
mente efetuada (páp 6).
O Banco Nacional que, como vos as-
dnalámos, fôra o único a fazer emissões, ' iK^n-as precipitadamente, reduzidas í,''V7.4lb:000$000. em 30 de novembro.
055:0545660, em 31 de dezembro
e PolíHca, pàg, 28)^
Semelhante situaçao nao poderia per
durar. Não quis Rui, todaria, cassar]]ies abruptamente a faculdade emissoi-í preferindo marcar-lhes o prazo de 3 meses para que fizessem dela o
que a lei ordenara. O decreto n.° 99-A
JjPliPii llipflPlJlj. .111 , i/ig.qp Dicesto ECONÓ^UCO
94
se cortam ciríirgícamente, cora a vio lência e o terror; sanam-se, digamos
assim, pelos meios fisiológicos, a po der de higiene, com tolerância e fir
coragem, da tenacidade o da perse verança". (Rclatómo da Fazenda —
1899 — Introdução, págs. XXXIII c XXXIV)..
meza, reprimindo as demasias, sem intervir nas fontes espontâneas do movimento e da \ida".
Não poderíeis, sem dúvida, admitir
que Rui, na posição singular cm que se encontrava, nos primeiros dias da
Diante desta explanação, podeis con
cluir seguramente que aos sucessores de Rui competia, depois de reconstitucionalizado o país e consolidado o regime re
repúbhca, iniciasse sua atuação fi
nanceira por queimas do papel-moeda cm circulação. ■ii
enciosa, escorada em orçamentos sem
ços e estorvos que irrompem, como re gra geral, cm lances .semelhantes, no tavam-se divergências que ocorriam com
Traslado para aqui palavras suas;
administração financeira, em circuns tâncias e.spt^ciais, pois as antigas insti
tuições haviam sido destriudas, e as novas ainda nao se acliavam construídas.
No que ro.spcilava â organização do sis
tema nionotárío do pais. Rui, ou con servaria o Banco Nacional que vinha
do império e que êlc combatera na im
alguns ministros. E era natural. . . A instituição do governo provisório tinha
por apólices, ou por espécies metálicas? Ou escolheria ambos os lastros? IncHnar-se-ia pela unidade, ou pela
pluralidade bancária? Ou voltaria ao regime do papel-moe da do Tesouro?
De seguro, estudaria o que mais con-
que ser o que foi: uma reunião de ele mentos pouco homogeneo.s, que dificul
dade do momento.
res, para concentrar os valores nos negócios superiores, modificando a
do ex-império do Brasil, houve que for
jSrimos^^àqui um parêntese, a fim de
"É necessário, porém, que a ação seja lenta e graduada, de modo que,
sofrer dúvida — homens de saber e re
licença a 3 bancos emissores, para se
econômica.
no movimento gerai para constituir uma
nova
ordem" de
nova estrutura
coisas,
econômica,
os
uma
ele
mentos mais morosos possam alcan çar os mais rápidos. "É necessário mesmo, algumas ve
zes, suspender temporàriamente a ação do resgate, para que os ele mentos mais retardatários, como os
preços 8 os salários, não fiquem tão deslocados que possam perturbar pro fundamente as relações econômicas.
"É uma operação em cuja realiza ção a paciência, o tato, o critério e
a prudência devem andar ao lado da
Escolheram — não pode
tidão, mas que dissentiam por vêzes na solução dos problemas nacionais.
À página 18 deste relatório, diz Rui que
"um
ministro
cuja
responsabilida
de se via empenhada em medidas de influência direta e profunda sobre
a vida nacional, como as que assi
nalam a pasta da Fazenda sob o governo pro\ásório, não podia abrir questões por motivo de divergência em pontos da administração na ge rência de outras pastas". O ministro da Fazenda, a 15 de no
vembro de 1889, tinha que delinear sua
que os constringiam, resolveram invo
car o auxílio em papel-moeda que a loi de 18 de julho de 1885 lhes facul tava - Subministrou-lhes Rui, enquanto nôdè o recurso legal solicitado. Sua condescendência levou-o a transpor o
limite de vinte e cinco mil contos que
mar, em poucas horas, uma junta re
volucionária.
O Banco Na
cional experimentara um início de cor rida, atalhada de pronto pelo governo. Era imperiosa, portanto, a urgência de luna solução que, pelo menos, ate nuasse a crise. Foi quando aqueles bancos, para afrou.xarem as apertuias,
modificações ou reformas, no decurso do
estrutura
e pouco a nossa
suas notas por ouro, vãáto ter este
Seria, conseguinte-
mente, providência transitória, sujeita a
tempo necessário à consolidação do novo regime político.
pouco
Nem seria li
sição assaz embaraçosa.
"É necessário resgatar, valorizar o
Para dirigir os destinos
Foram atendidos.
encargo cie legislar sôbre os aparelhos
desaceitaria; c, neste caso, ficava-lhe o
papel-moeda, exdtando lentamente as liquidações de negócios inferio
entendimento.
ticas.
cite negar-lhes o que a lei então vigente lhes concedia (regulamento de 6 de ju lho de 1889). É intuitivo que nenhum dêles poderia encetar a emissão. A queda do câmbio inibía-os de trocar
ágio sobre o papel-moeda. Opressos por esta circunstância, ficaram em po
viesse à república nascente, tomando a deliberação que quadrasse à anormali
taram, mais de uma feita, acordo ou
cença para emitir em condições idên
prensa, ou, como era mais plausível, o
Criaria bancos de emi.ssão, garantida
H:
No período inicial da república, além da intranqüilidade oriunda dos embara executar uma deflação lenta e consci- .
"déficit".
95
emissores.
publicano, aplicar as medidas capazes de extinguir, ou, pelo menos, moderar a inflação. Só o conseguiu, passados a'guns anos, Joaquim Murtinho, com
^95-
Dicesto Econômico
O antecessor de Rui havia concedido
instalarem:
o Nacional do Brasil, de
que já vos temos falado, o do Comércio do Rio de Janeiro e o de São-'Paulo.
A manutenção, porém, doiphmp-Ouro Preto: emissão no triplo sôbte: ouro,
tornava-se impraticável.
Como' já vos
mostrámos o Banco Nacional do Brasil sentiu-se incapaz de continuar exerci tando sua função emissora, tendo por causa o declínio cambial. E, consoan te o relatório da Gaixai^de. Amortização,
apresentado em 1890, dos outros dois bancoSi- só
o
de .-São
Paulo
emitira
2.485:370$GOO (páginas 11). Mas, logo
após á proclamação da república, di versos estabelecimentos requereram li
vos inteirar de que os bancos por essa forma auxiliados receberam convite, iara no prazo de 2 meses, resgatar seu Sbiio (decreto 390, de 10-5-1890).
F certifica o Retrospecto Comercial de 1RQO aue a indenização foi imediata
mente efetuada (páp 6).
O Banco Nacional que, como vos as-
dnalámos, fôra o único a fazer emissões, ' iK^n-as precipitadamente, reduzidas í,''V7.4lb:000$000. em 30 de novembro.
055:0545660, em 31 de dezembro
e PolíHca, pàg, 28)^
Semelhante situaçao nao poderia per
durar. Não quis Rui, todaria, cassar]]ies abruptamente a faculdade emissoi-í preferindo marcar-lhes o prazo de 3 meses para que fizessem dela o
que a lei ordenara. O decreto n.° 99-A
Digesto EcoKÓAaco
96
de 27 de dezembro, que assim deter minou, teve em consideração a necessi
regiões corresponderia uni banco, cora o direito de abrir sucursais ou agen
dade para a fazenda pública e para as
cias nos pontos que, de acordo com o governo, fossem julgados convenientes
transações comerciais, de se firmar o
máximo de emissão de notas, ou de papel-moeda, a cargo dos bancos organi
zados no regime do decreto de 6 de julho. Era ainda necessário obstar à imobilizaçâo dos lastros metálicos, ser vindo de garantia a emissões projetadas,
Emissões
Faculdade de emitir sôbre apólices, moeda corrente ou ouro (art. 1.").
Com respeito aos bancos emissores
mas não realizadas.
A nosso ver, outro não poderia ter
sido o proceder do então ministro da Fazenda.
(arí. 1.°, § 3.0).
Como deixar sem função,
aguardando taxa cambial conveniente, estabelecimentos de crédito que, a seu pedido, haviam depositado no Tesouro es^ pécies metálicas, com a obrigação de K emitir sôbre elas? Por que permitir
" que êles a descumprissem, impossibili
sôbre base ouro, era-lhes permitido con verter em espécies mclá!ica.s, à von tade do portador e à vista, tão somente as notas que emitissem um ano depois do câmbio ter atingido ou ultrapassado a paridade de 27 d. e ali se mantido (art. 5.°). A emissão sôbre base metálica não
impedia os bancos de continuarem a
tando, por este jeito, qualquer projeto
fazer a sua circulação sôbre base de
de reforma bancária?
emissão facultada a êsses bancos, que
apólices (parágrafo único do art. 5.°). Os bancos de circulação metálica que já operavam, na época do decreto, con tinuariam no gôzo de seu privilégio,
circularia ou não.
observadas, porém, as disposições le
Além do mais,
seria um óbice à fixação do máximo do
meio circulante, pois havia a parte da
Rui, avaliando as perturbações, que
gais (art. 6.°).
fataliqente adviriam desse estado de coisas, e pesando ao mesmo tempo suas
responsabilidades na manutenção do re gime republicano, promoveu a expe
dição do decreto n.° 185, de 17 de ja neiro de 1890, que provía à organização de bancos emissores, nos seguintes moldes:
Duração
Obrigações
Para que os bancos pudessem adquj. rir a faculdade de emitir notas, assegu radas por um depósito de títulos da dí vida pública, teriam que se obrigar a favor do Estado:
1.° — a reduzir, a contar do comêço de suas operações, 2% no juro das apó lices, que constituissem o seu fundo sa
I
97
DlCESTO EcoNÓAaco
cie duração dos bancos (art. 4."). metálico, a
pág. 156).
para todos os efeitos, no fim do prazo Quanto à emissão garantida por lastro conversão
se
estenderia,
dido era 3 regiões: norte, centro e sul (art 1° § 1.°). dessas
,
"Mas, se o governo provisorio,
sem direito algum a indenização, ao papcl-moeda do Tesouro que estivesse cir
loco nos seus primeiros passos, se
culando. Iniciada, por esse processo, a conversão, ficavam os bancos obrigados a ter iim encaixe metálico igual á res
omissão o princípio da unidade, fa zendo-a radiar de um grande estabe lecimento central, o puritanismo federalista, ordiníuiameute o pior dos embaraços do gover
tivesse abalançado a associar á nova
pectiva circulação de notas dessa na tureza (art. 5.°). Além disso, com
prometiam-se a fazer empréstimos a lavou
no federal, de que possui apenas as no ções mais confusas,
ra G indústrias auxilia-
não toleraria o aten
res, a juro nunca su
tado
perior a 6% ao ano, comissão de ií% e pra
ordem de coisas; e a
zo de 30 anos (art. 4.°, § 4.°). O decreto de 31 de
dos incautos, movidos
pela propaganda im placável dás preten
janeiro de 1890 (n.° 194) fixou em du
sões desatendidas, te ria arrebatado na on-
zentos mil contos do
o monopólio do banco emisdí'' próprio princípio da emissão, sori o P os interesses nacionais sei" o sosse^'^^'^° em incalculável
quatro bancos emissores.
Rui, por conseguinte, adotara a plu
teriai"
ralidade bancária e criara um sistema
naufrágio
de emissão mista: sôbre títulos e sôbre base metálica. Da coexistência dessas mente a Suíça.
a
nova
inconsciente
(pág. 136 deste relató-
oáginas 36 do seu livro "Finanpdítica". Rui acentuou:
circulações dissemelhantes, encontravam-
se exemplos em outros países, notada-
contra
vozeria
réis a emissão total sobre apólices, pelos
circunstâncias extraordinárias e de peso:
Pluralidade bancária. O país divi
deralistas, em cujo nome a revolu
ção acabara de fazer-se. Mas nun ca elevei semelhante solução à altura de doutrina". (Finanças e Política,
§ 12),
mais /2% anual, até completa extinção do
compromisso com as tendências fe-
um fundo, para representar o capital em apólices, que ficariam anuladas
Prazo de 50 anos, prorrogável mediante autorização do govêmo (art. 1. , ciai, e a aumentar esta porcentagem, referido juro; 2.° — a averbar como inalienáveis as
tabeleci a pluralidade senão como
ca inferior a 10% dos juros brutos,
Rui, porém,, não era apologista da pluralidade, mas esposou-a, forçado por
Sistema
Nos meus primeiros decretos não es
3,0 — a instituir com uma quota nun
^
"A monoemissão bancária, ao amahecer da revolução federativa, se"a uma provocação a forças contra
as quais não havia poder que lu
tasse""Na minha luta contra o ministé
apólices que formassem seu fundo so
rio Oiu-Q Preto, eu não defendera a
cial, dos quais não poderiam dispor,
pluralidade senão como o regime
salvo acôrdo com o govêmo;
prescrito pelo nosso direito positivo.
Temos como interessante recordar tam-
bém no regime imperial, prevaleceu quaseque, sempre a pluralidade bancária.
Digesto EcoKÓAaco
96
de 27 de dezembro, que assim deter minou, teve em consideração a necessi
regiões corresponderia uni banco, cora o direito de abrir sucursais ou agen
dade para a fazenda pública e para as
cias nos pontos que, de acordo com o governo, fossem julgados convenientes
transações comerciais, de se firmar o
máximo de emissão de notas, ou de papel-moeda, a cargo dos bancos organi
zados no regime do decreto de 6 de julho. Era ainda necessário obstar à imobilizaçâo dos lastros metálicos, ser vindo de garantia a emissões projetadas,
Emissões
Faculdade de emitir sôbre apólices, moeda corrente ou ouro (art. 1.").
Com respeito aos bancos emissores
mas não realizadas.
A nosso ver, outro não poderia ter
sido o proceder do então ministro da Fazenda.
(arí. 1.°, § 3.0).
Como deixar sem função,
aguardando taxa cambial conveniente, estabelecimentos de crédito que, a seu pedido, haviam depositado no Tesouro es^ pécies metálicas, com a obrigação de K emitir sôbre elas? Por que permitir
" que êles a descumprissem, impossibili
sôbre base ouro, era-lhes permitido con verter em espécies mclá!ica.s, à von tade do portador e à vista, tão somente as notas que emitissem um ano depois do câmbio ter atingido ou ultrapassado a paridade de 27 d. e ali se mantido (art. 5.°). A emissão sôbre base metálica não
impedia os bancos de continuarem a
tando, por este jeito, qualquer projeto
fazer a sua circulação sôbre base de
de reforma bancária?
emissão facultada a êsses bancos, que
apólices (parágrafo único do art. 5.°). Os bancos de circulação metálica que já operavam, na época do decreto, con tinuariam no gôzo de seu privilégio,
circularia ou não.
observadas, porém, as disposições le
Além do mais,
seria um óbice à fixação do máximo do
meio circulante, pois havia a parte da
Rui, avaliando as perturbações, que
gais (art. 6.°).
fataliqente adviriam desse estado de coisas, e pesando ao mesmo tempo suas
responsabilidades na manutenção do re gime republicano, promoveu a expe
dição do decreto n.° 185, de 17 de ja neiro de 1890, que provía à organização de bancos emissores, nos seguintes moldes:
Duração
Obrigações
Para que os bancos pudessem adquj. rir a faculdade de emitir notas, assegu radas por um depósito de títulos da dí vida pública, teriam que se obrigar a favor do Estado:
1.° — a reduzir, a contar do comêço de suas operações, 2% no juro das apó lices, que constituissem o seu fundo sa
I
97
DlCESTO EcoNÓAaco
cie duração dos bancos (art. 4."). metálico, a
pág. 156).
para todos os efeitos, no fim do prazo Quanto à emissão garantida por lastro conversão
se
estenderia,
dido era 3 regiões: norte, centro e sul (art 1° § 1.°). dessas
,
"Mas, se o governo provisorio,
sem direito algum a indenização, ao papcl-moeda do Tesouro que estivesse cir
loco nos seus primeiros passos, se
culando. Iniciada, por esse processo, a conversão, ficavam os bancos obrigados a ter iim encaixe metálico igual á res
omissão o princípio da unidade, fa zendo-a radiar de um grande estabe lecimento central, o puritanismo federalista, ordiníuiameute o pior dos embaraços do gover
tivesse abalançado a associar á nova
pectiva circulação de notas dessa na tureza (art. 5.°). Além disso, com
prometiam-se a fazer empréstimos a lavou
no federal, de que possui apenas as no ções mais confusas,
ra G indústrias auxilia-
não toleraria o aten
res, a juro nunca su
tado
perior a 6% ao ano, comissão de ií% e pra
ordem de coisas; e a
zo de 30 anos (art. 4.°, § 4.°). O decreto de 31 de
dos incautos, movidos
pela propaganda im placável dás preten
janeiro de 1890 (n.° 194) fixou em du
sões desatendidas, te ria arrebatado na on-
zentos mil contos do
o monopólio do banco emisdí'' próprio princípio da emissão, sori o P os interesses nacionais sei" o sosse^'^^'^° em incalculável
quatro bancos emissores.
Rui, por conseguinte, adotara a plu
teriai"
ralidade bancária e criara um sistema
naufrágio
de emissão mista: sôbre títulos e sôbre base metálica. Da coexistência dessas mente a Suíça.
a
nova
inconsciente
(pág. 136 deste relató-
oáginas 36 do seu livro "Finanpdítica". Rui acentuou:
circulações dissemelhantes, encontravam-
se exemplos em outros países, notada-
contra
vozeria
réis a emissão total sobre apólices, pelos
circunstâncias extraordinárias e de peso:
Pluralidade bancária. O país divi
deralistas, em cujo nome a revolu
ção acabara de fazer-se. Mas nun ca elevei semelhante solução à altura de doutrina". (Finanças e Política,
§ 12),
mais /2% anual, até completa extinção do
compromisso com as tendências fe-
um fundo, para representar o capital em apólices, que ficariam anuladas
Prazo de 50 anos, prorrogável mediante autorização do govêmo (art. 1. , ciai, e a aumentar esta porcentagem, referido juro; 2.° — a averbar como inalienáveis as
tabeleci a pluralidade senão como
ca inferior a 10% dos juros brutos,
Rui, porém,, não era apologista da pluralidade, mas esposou-a, forçado por
Sistema
Nos meus primeiros decretos não es
3,0 — a instituir com uma quota nun
^
"A monoemissão bancária, ao amahecer da revolução federativa, se"a uma provocação a forças contra
as quais não havia poder que lu
tasse""Na minha luta contra o ministé
apólices que formassem seu fundo so
rio Oiu-Q Preto, eu não defendera a
cial, dos quais não poderiam dispor,
pluralidade senão como o regime
salvo acôrdo com o govêmo;
prescrito pelo nosso direito positivo.
Temos como interessante recordar tam-
bém no regime imperial, prevaleceu quaseque, sempre a pluralidade bancária.
98
Digesto Econômico
de que foram destacados adeptos — Sousa Franco, Mauá, João Alfredo, Lafayette, Afonso Celso e Visconde do Cruzeiro, sem embargo dos que, no primeiro rei nado e na regência, abraçaram o prin cípio da unidade - Martim Francisco,
I
Sapucaí e Castro Silva.
Nêste relatório e nos três discursos
que pronunciou no Senado e que —
gão, desde os primeiros dias imediatos à revolução, em brilhante movimento de
O. {?/Mema cCa Aiimmtaçãxsi
propaganda, a classe militar" (relató rio da Fazenda de Rui Barbosa. 2.° vol., pág. 9). Vêde bem: a classe militar que
e (Si (2uét(Si cCa QPida.
tranqüilidade e segurança, era a maior
Caí a lanço citar a primazia que
volume — "Finanças e Política", Rui exibiu as razões do seu afêrro às emis
ao lastro de apólices deram os esta distas do segundo reinado, considerando naturalmente a fraca resistência econômi
vidade do momento em que houve de atuar, no qual, além de perturbações outras, se condensavam os malefícios de uma inflação em marcha: y
Um^ farto afluxo de empresas e riansações, que a revolução surpreen dera, corriam risco iminente de esboroar-se em vasta catástrofe, assimi
lando com o mais funesto Krach a iniciação da república. Foi entre es
sas perplexidades e sob o aguilhão dêsses_ perigos, que recorri à única salvação possível, em semelhante con juntura; assentar, como os Estados Unidos tinham feito, em circunstân
cias análogas e sob a força de iguais necessidades, a garantia do meio cir culante sob os títulos da dívida na
cional". (pág. 32'dêste relatório). Foi certamente ante razões tão ponderosas que "dessa reforma se fizera ór
ca do país.
número de desnutridos no Brasil, se
sr. José Bonifácio de Sousa Amaral, que o "Digesto Econômico" tem a honra de
gundo referência de Dante Costa (1) agasalhar, ó de grande interêsse, sobre excede de 27 milhões.
Como a nossa
tudo pelos dados estatísticos que contém.
população estava oficialmente calcula da em 43 milhões, sòmente restavam
No Senado (sessão de 20 de junho de 1888) Afonso Celso, depois Visconde de Ouro Preto, advogou, em aceso de bato, essa forma de emissão.
A matéria versada neste trabalho do
IV
responsável.
como já mencionámos — constam do
sões sôbre apólices. Descreveu a gra
por José Bonifácio de Sousa Amaiial
fundara a república e que, por sua
E assim
argumentou:
"Sincera e francamente os autores
do projeto estão convencidos de que, nas condições do nosso país, com uma circulação fiduciáría inconver-
síveí, sob o regime do "déficit" per manente, sem exportação que che gue para pagar o que importa e os compromissos que tem no estran-
cêrca de 16 milhões regularmente nu tridos.
Um cálculo dessa natureza oferece,
porém, no Brasil, insuperáveis dificulda
des, uma vez que, mesmo nos centros mais bem abastecido.s, os inquéritos sô
bre padrão de vida revelaram deficiên cia alimentar.
Mas, assim como nos
centros urbanos pode haver muito mais ou muito menos "déficit" alimentar,
igual observação é possível fazer nos meios rurais, que, às vêzes, a despeito do sua aparência, encontra suprimentos fáceis e mais ricos.
Como vimos em artigo anterior, o
deram ao inquérito do prof. Almeida
Júnior, e ao da Superintendência do En sino Profissional, dirigido pelo dr. Poimpeu do Amaral.
Quanto aos alimentos fundamentais — carne, leite, ovos — o inquérito Almeida
Júnior apurou 200 gramas diárias de carne por pessoa; o inquérito Mário Cardim, 20 anos antes, havia apurado
134 gramas. Porém, os lixeiros da Pre feitura, segimdo o inquérito Lowrie, con sumiam 95 gramas e 2 décimos, ração cámea muito razoavel para um cardá
pio variado.
Os lixeiros consumiam
também 45 gramas de ovos por dia e
.geiro, abalado ainda pela grande crise
prof. A. de Almeida Júnior encontrou
por que passou, nestas condições, os
autores do projeto entendem que
na classe média da capital paulista, em famílias de alunas da Escola Normal,
Instituto de Higiene, o consumo "per
contar com bancos de fundo metá
residentes no bairro de Vila Buarque,
lico é ser por demais otimista é
menor consumo de açúcar do que Sa
rintendência do Ensino Profissional foi
uma verdadeira utopia".
muel Lowrie, professor da Escola Livre de Sociologia, havia encontrado entre
leite, mas consumiam quase 100 gramas
os lixeiros da Prefeitura. Êstes lixei ros ainda consumiam mais arroz (grs. 122,4) do que uma das 1.631 pessoas
demais inquéritos, que foram de 60 gra mas, 55 grs., 86 grs. e 54,5 gramas.
Continua-se observando no Peru uma notável queda na cotação do dólar.- O
aó/or norte-americano, que se contava a 20 soles, não se vende agora por -mais de
10 ou 11 soles no mercado livre (semi-legal). Sabe-se que no câmbio negro existe verdadeiro pânico e só há vendedores. Atribui-se o fenômeno à promulgação de
pertencentes às 305 famílias inquiridas
sob orientação do prof. Geraldo de Paula Sousa, no bairro de Cerqueira César, e
nin decreto pelo qual se suprimem as importações com cambiais próprios. O re lativo fortalecimento da moeda peruana foi recebido com particular agrado
cujo consumo diário "per capita" de ar
amplas esferas de Lima.
da abaixo dos lixeiros, os que respon-
em
.J.
L
roz era de 107 gramas. Ficavam ain
por pessoa, enquanto, no inquérito do capita" era de grs. 10,8 e no da Supe de grs. 17,1- Os lixeiros não consumiam de feijão, acima das taxas apuradas nos Seu consumo de pão era o maior dos
cinco inquéritos comparados, no quadro n.'^ 3 do artigo II desta série, o que não seria de admirar já que o pão, alimento
barato, predomina nas dietas proletárias. Eram 378,7 gramas, contra duas taxas
98
Digesto Econômico
de que foram destacados adeptos — Sousa Franco, Mauá, João Alfredo, Lafayette, Afonso Celso e Visconde do Cruzeiro, sem embargo dos que, no primeiro rei nado e na regência, abraçaram o prin cípio da unidade - Martim Francisco,
I
Sapucaí e Castro Silva.
Nêste relatório e nos três discursos
que pronunciou no Senado e que —
gão, desde os primeiros dias imediatos à revolução, em brilhante movimento de
O. {?/Mema cCa Aiimmtaçãxsi
propaganda, a classe militar" (relató rio da Fazenda de Rui Barbosa. 2.° vol., pág. 9). Vêde bem: a classe militar que
e (Si (2uét(Si cCa QPida.
tranqüilidade e segurança, era a maior
Caí a lanço citar a primazia que
volume — "Finanças e Política", Rui exibiu as razões do seu afêrro às emis
ao lastro de apólices deram os esta distas do segundo reinado, considerando naturalmente a fraca resistência econômi
vidade do momento em que houve de atuar, no qual, além de perturbações outras, se condensavam os malefícios de uma inflação em marcha: y
Um^ farto afluxo de empresas e riansações, que a revolução surpreen dera, corriam risco iminente de esboroar-se em vasta catástrofe, assimi
lando com o mais funesto Krach a iniciação da república. Foi entre es
sas perplexidades e sob o aguilhão dêsses_ perigos, que recorri à única salvação possível, em semelhante con juntura; assentar, como os Estados Unidos tinham feito, em circunstân
cias análogas e sob a força de iguais necessidades, a garantia do meio cir culante sob os títulos da dívida na
cional". (pág. 32'dêste relatório). Foi certamente ante razões tão ponderosas que "dessa reforma se fizera ór
ca do país.
número de desnutridos no Brasil, se
sr. José Bonifácio de Sousa Amaral, que o "Digesto Econômico" tem a honra de
gundo referência de Dante Costa (1) agasalhar, ó de grande interêsse, sobre excede de 27 milhões.
Como a nossa
tudo pelos dados estatísticos que contém.
população estava oficialmente calcula da em 43 milhões, sòmente restavam
No Senado (sessão de 20 de junho de 1888) Afonso Celso, depois Visconde de Ouro Preto, advogou, em aceso de bato, essa forma de emissão.
A matéria versada neste trabalho do
IV
responsável.
como já mencionámos — constam do
sões sôbre apólices. Descreveu a gra
por José Bonifácio de Sousa Amaiial
fundara a república e que, por sua
E assim
argumentou:
"Sincera e francamente os autores
do projeto estão convencidos de que, nas condições do nosso país, com uma circulação fiduciáría inconver-
síveí, sob o regime do "déficit" per manente, sem exportação que che gue para pagar o que importa e os compromissos que tem no estran-
cêrca de 16 milhões regularmente nu tridos.
Um cálculo dessa natureza oferece,
porém, no Brasil, insuperáveis dificulda
des, uma vez que, mesmo nos centros mais bem abastecido.s, os inquéritos sô
bre padrão de vida revelaram deficiên cia alimentar.
Mas, assim como nos
centros urbanos pode haver muito mais ou muito menos "déficit" alimentar,
igual observação é possível fazer nos meios rurais, que, às vêzes, a despeito do sua aparência, encontra suprimentos fáceis e mais ricos.
Como vimos em artigo anterior, o
deram ao inquérito do prof. Almeida
Júnior, e ao da Superintendência do En sino Profissional, dirigido pelo dr. Poimpeu do Amaral.
Quanto aos alimentos fundamentais — carne, leite, ovos — o inquérito Almeida
Júnior apurou 200 gramas diárias de carne por pessoa; o inquérito Mário Cardim, 20 anos antes, havia apurado
134 gramas. Porém, os lixeiros da Pre feitura, segimdo o inquérito Lowrie, con sumiam 95 gramas e 2 décimos, ração cámea muito razoavel para um cardá
pio variado.
Os lixeiros consumiam
também 45 gramas de ovos por dia e
.geiro, abalado ainda pela grande crise
prof. A. de Almeida Júnior encontrou
por que passou, nestas condições, os
autores do projeto entendem que
na classe média da capital paulista, em famílias de alunas da Escola Normal,
Instituto de Higiene, o consumo "per
contar com bancos de fundo metá
residentes no bairro de Vila Buarque,
lico é ser por demais otimista é
menor consumo de açúcar do que Sa
rintendência do Ensino Profissional foi
uma verdadeira utopia".
muel Lowrie, professor da Escola Livre de Sociologia, havia encontrado entre
leite, mas consumiam quase 100 gramas
os lixeiros da Prefeitura. Êstes lixei ros ainda consumiam mais arroz (grs. 122,4) do que uma das 1.631 pessoas
demais inquéritos, que foram de 60 gra mas, 55 grs., 86 grs. e 54,5 gramas.
Continua-se observando no Peru uma notável queda na cotação do dólar.- O
aó/or norte-americano, que se contava a 20 soles, não se vende agora por -mais de
10 ou 11 soles no mercado livre (semi-legal). Sabe-se que no câmbio negro existe verdadeiro pânico e só há vendedores. Atribui-se o fenômeno à promulgação de
pertencentes às 305 famílias inquiridas
sob orientação do prof. Geraldo de Paula Sousa, no bairro de Cerqueira César, e
nin decreto pelo qual se suprimem as importações com cambiais próprios. O re lativo fortalecimento da moeda peruana foi recebido com particular agrado
cujo consumo diário "per capita" de ar
amplas esferas de Lima.
da abaixo dos lixeiros, os que respon-
em
.J.
L
roz era de 107 gramas. Ficavam ain
por pessoa, enquanto, no inquérito do capita" era de grs. 10,8 e no da Supe de grs. 17,1- Os lixeiros não consumiam de feijão, acima das taxas apuradas nos Seu consumo de pão era o maior dos
cinco inquéritos comparados, no quadro n.'^ 3 do artigo II desta série, o que não seria de admirar já que o pão, alimento
barato, predomina nas dietas proletárias. Eram 378,7 gramas, contra duas taxas
100
Digesto EcoNÓAnco Dic:líSTo
de 214 gramas e duas de mais de 250 gramas.
Nos inquéritos divulgados antes da guerra pela Sociedade das Nações (2) o menor consumo diário "per cápita" dê carne era o da Itália com 44 gramas. Excluindo a Itália, que aliás era o maior consumidor de pão (436 gramas), to dos os demais países consumiam de 112 gramas diárias de carne por pessoa (Ho
landa e Bélgica) até 373,9 grs. (Ar gentina). Podia-se dividir esse consu mo em classes de taxas. Menos de lOQ gramas, só a Itália com 44 gramas Dp
com suas 45 gramas, bciii acima da mé
dia apurada pelo Instituto de Higiene (10,8 grs.) e pela Sup. do Ensino Pro fissional (17,1).
É muito curioso que os inquéritos paulistas do interior do Estado não con seguissem apurar consumo do carne e
dc leite senão cm proporções insigni ficantes.
O inquérito Ta\'arcs dc Al
toda ela proveniente do óleo, banha
centésimos de grama dc leite. Contudo,
operários, apenas 2,9 quilos por adulto ccjuivalcnte para 12,6 dos operários.
c toucinho, usados no preparo da co
alcançando respectivamente 20,0 e 7,2 litros por adulto equiva
Miller de Paiva apurou um consumo
lente. Além disso, o con sumo dc arroz o açúcar é
cimo (Itaiia) até 770 gramas (Canadá) Nenhum outro país figurava com taxa mfenor a 216,4 (Bélgica). Em níveis imediatamente superiores vinham a GrãBretanha com 260, a Austrália com 273,9, a França com 287,6, a Alemanha com 288, a Nova Zelândia &oin 350,6 grs., a Argentina com 370, a Holanda cpm 372 grs., os Estados Unidos cora 436, a Dinamarca com 449, a Norue
ga com 526, a- Suíça com 720 gramas. A variação no consumo de ovos ia
de 15,3 gramas, taxa de assombrar, por ser da Dinamarca insigne produtor e exportador de ovos, até 48,7 (Cana
dá). De onde se vê que, em. matéria
:
;
dade dc farinha de trigo (consumida em
de Amparo, o talentoso agrônomo Rui
O-consumo "per capita" diário de leite variava, segundo a mesma fonte informativa, entre 82 gramas e um dé
de consumo de ovos, os lixeiros da Pre
mem 5,8 quilos para 3,0 dos operá rios de São Paulo. Quanto à goidura, o consumo deve ser menor, sendo quase
fi rma dc macarrão c pão) do que os
alimentação em 21 propriedades agrí colas do distrito de Ibiti, no município
com a taxa atrás referida.
ser maior, uma \'ez que o feijão é con sumido cm maior quantidade. Conso
meida e Murilo Pacheco, na zona rural
namarca a Suécia, a Noruega, os Esta-
De mais de 300 gramas, a Argentiêa,
quantidade suficiente. O consumo de proteína vegetal dos agricultores poderá
dc Rio Preto, apurou pouco mais dc um décimo dc grama de ovos, e nove verificou-se um consumo de carne de
W 250,6, e a Nova Zelândia com 294 2
;
que os leva a vender o pouco que têm em vez de consumí-la. Alguns tem a carne do porco, mas nem sempre em
consomem mensalmente menor quanti
a França, a Suíça, a Alemanha, a Di- 49 gramas por pessoa. Na pesquisa de
•
licar a sua alimentação comparando-a
com a dos empregados da Limpeza Públ'ca dc São Paulo, segundo os resuUados obtidos por Lowrie, e comentados po; 0.'^cai' Egídio de Araújo na' "Re vista do Arquivo Municipal" (Ano VI, voh LXIX, Agosto do 1940). Vemos assim que os agricultores do Distrito
100 a 200 gramas a Holandf, a Bélgica
^ dos Unidos, a Gra-Bretanha, o Canadám de mais de 200 gramas, a Austrália com
101
Econômico
diário de 159 gramas de arroz por pes soa, 190 gramas dc feijão, 102 dc fari
nha de trigo, 433 de úibá, 127 do fa rinha de milho, 144 de açúcar, 44 gra
Mas, cm compensação, o seu consumo dc fubá c farinha de milho c enorme,
ligeiramente maior, sendo respectivamente dc 4,4 o 4,1 quilos, para os agri
mas de sal, 14 de óleo e banha e 11
cultores de Ibiti e de 3,7
café em pó. Não há consumo de carne, leite e ovos. Merecem reprodução estas observações do autor dessa pesquisa;
e 3,6 quilos para os ope
"Tentamos obter dados sôbre a ali mentação da população rural do Distrito porém, não fomos inteiramente felizes. Conseguimo.s apenas os de 21 famílias
mo
o dos operários da limpeza pública, o
assim mesmo incompletos.
que deve ser considerado como um gran
Todos estes
rários da limpeza pública. Dc modo que ò consu total
de
carbo-hi-
dratos dos agricultores parece ser bem maior que
dados foram por nós obtidos em entre
de defeito de sua alimentação, poi.s, con
vista com as donas de casa. Foram apro veitados sòmente os que não se apresen tavam duvidosos, motivo por que não
formo foi bem acentuado, por todos os
foram incluídos os dados sobre o consu mo de muitos outros alimentos, como verduras, frutas, frangos, ovos etc. A falta desses dados impossibilita o cál
culo da quantidade ingerida de proteí nas, hidrato dc carbono, gorduras, sais
feitura de São Paulo, inquiridos por
minerais e vitaminas, assim também co
Lowne, não estavam muito abaixo dos canadenses. Por outro lado, ôles estão,
mo do valor calórico dq alimento con sumido. Entretanto, podemos ainda qri-
que estudaram a qviestão, os operários de S. Paulo já consomem mais do que precisam desse alimento, em detrimen to dos outros.
Não podemos comparar o consumo
de proteínas animais, mas deve ser, pro vavelmente, menor do que o dos ope rários da cidade. Não é possível aos agricultores comprar carne de vaca, e a do frango é considerada de luxo, pois pode ser vendida em todo o Distrito, a qualquer momento, por preços altos, o
mida, pois não é liábito o consumo de leite, manteiga e queijo.
A situação
parece um pouco melhor no que diz res peito ás vitaminas e substâncias mine rais, pois as frutas são encontradas facilmente na
região c quase todas as casas mantêm a sua hor
ta, que apesar de peque na sempre fornece algu ma verdura, para a in
dispensável
mistura de
suas refeições.
Eín re
sumo, podemos dizer, pe
los poucos dados apresen tados e observações pes soais feitas no local, que o alimento ingerido não traz os elemen tos necessários á mantença do trabalha
dor e exigências do seu trabalho. E, a^ém dis.so, o volume ingerido é muito
grande devido à quantidade de farinhas que entram nas refeições, o que toma a digestão lenta e faz que os homens se sintam sonolentos após as refeições, não
permitindo que apresentem boa capaci dade de trabalho". (3).
Esta magnífica exposição demonstra
que tanto nas cidades como na roça o que falta na alimentação não são hidrocarbonados, mas elementos proteicos. É
verdade que Tavares de Almeida e Mu rilo Pacheco também apuraram escas-
100
Digesto EcoNÓAnco Dic:líSTo
de 214 gramas e duas de mais de 250 gramas.
Nos inquéritos divulgados antes da guerra pela Sociedade das Nações (2) o menor consumo diário "per cápita" dê carne era o da Itália com 44 gramas. Excluindo a Itália, que aliás era o maior consumidor de pão (436 gramas), to dos os demais países consumiam de 112 gramas diárias de carne por pessoa (Ho
landa e Bélgica) até 373,9 grs. (Ar gentina). Podia-se dividir esse consu mo em classes de taxas. Menos de lOQ gramas, só a Itália com 44 gramas Dp
com suas 45 gramas, bciii acima da mé
dia apurada pelo Instituto de Higiene (10,8 grs.) e pela Sup. do Ensino Pro fissional (17,1).
É muito curioso que os inquéritos paulistas do interior do Estado não con seguissem apurar consumo do carne e
dc leite senão cm proporções insigni ficantes.
O inquérito Ta\'arcs dc Al
toda ela proveniente do óleo, banha
centésimos de grama dc leite. Contudo,
operários, apenas 2,9 quilos por adulto ccjuivalcnte para 12,6 dos operários.
c toucinho, usados no preparo da co
alcançando respectivamente 20,0 e 7,2 litros por adulto equiva
Miller de Paiva apurou um consumo
lente. Além disso, o con sumo dc arroz o açúcar é
cimo (Itaiia) até 770 gramas (Canadá) Nenhum outro país figurava com taxa mfenor a 216,4 (Bélgica). Em níveis imediatamente superiores vinham a GrãBretanha com 260, a Austrália com 273,9, a França com 287,6, a Alemanha com 288, a Nova Zelândia &oin 350,6 grs., a Argentina com 370, a Holanda cpm 372 grs., os Estados Unidos cora 436, a Dinamarca com 449, a Norue
ga com 526, a- Suíça com 720 gramas. A variação no consumo de ovos ia
de 15,3 gramas, taxa de assombrar, por ser da Dinamarca insigne produtor e exportador de ovos, até 48,7 (Cana
dá). De onde se vê que, em. matéria
:
;
dade dc farinha de trigo (consumida em
de Amparo, o talentoso agrônomo Rui
O-consumo "per capita" diário de leite variava, segundo a mesma fonte informativa, entre 82 gramas e um dé
de consumo de ovos, os lixeiros da Pre
mem 5,8 quilos para 3,0 dos operá rios de São Paulo. Quanto à goidura, o consumo deve ser menor, sendo quase
fi rma dc macarrão c pão) do que os
alimentação em 21 propriedades agrí colas do distrito de Ibiti, no município
com a taxa atrás referida.
ser maior, uma \'ez que o feijão é con sumido cm maior quantidade. Conso
meida e Murilo Pacheco, na zona rural
namarca a Suécia, a Noruega, os Esta-
De mais de 300 gramas, a Argentiêa,
quantidade suficiente. O consumo de proteína vegetal dos agricultores poderá
dc Rio Preto, apurou pouco mais dc um décimo dc grama de ovos, e nove verificou-se um consumo de carne de
W 250,6, e a Nova Zelândia com 294 2
;
que os leva a vender o pouco que têm em vez de consumí-la. Alguns tem a carne do porco, mas nem sempre em
consomem mensalmente menor quanti
a França, a Suíça, a Alemanha, a Di- 49 gramas por pessoa. Na pesquisa de
•
licar a sua alimentação comparando-a
com a dos empregados da Limpeza Públ'ca dc São Paulo, segundo os resuUados obtidos por Lowrie, e comentados po; 0.'^cai' Egídio de Araújo na' "Re vista do Arquivo Municipal" (Ano VI, voh LXIX, Agosto do 1940). Vemos assim que os agricultores do Distrito
100 a 200 gramas a Holandf, a Bélgica
^ dos Unidos, a Gra-Bretanha, o Canadám de mais de 200 gramas, a Austrália com
101
Econômico
diário de 159 gramas de arroz por pes soa, 190 gramas dc feijão, 102 dc fari
nha de trigo, 433 de úibá, 127 do fa rinha de milho, 144 de açúcar, 44 gra
Mas, cm compensação, o seu consumo dc fubá c farinha de milho c enorme,
ligeiramente maior, sendo respectivamente dc 4,4 o 4,1 quilos, para os agri
mas de sal, 14 de óleo e banha e 11
cultores de Ibiti e de 3,7
café em pó. Não há consumo de carne, leite e ovos. Merecem reprodução estas observações do autor dessa pesquisa;
e 3,6 quilos para os ope
"Tentamos obter dados sôbre a ali mentação da população rural do Distrito porém, não fomos inteiramente felizes. Conseguimo.s apenas os de 21 famílias
mo
o dos operários da limpeza pública, o
assim mesmo incompletos.
que deve ser considerado como um gran
Todos estes
rários da limpeza pública. Dc modo que ò consu total
de
carbo-hi-
dratos dos agricultores parece ser bem maior que
dados foram por nós obtidos em entre
de defeito de sua alimentação, poi.s, con
vista com as donas de casa. Foram apro veitados sòmente os que não se apresen tavam duvidosos, motivo por que não
formo foi bem acentuado, por todos os
foram incluídos os dados sobre o consu mo de muitos outros alimentos, como verduras, frutas, frangos, ovos etc. A falta desses dados impossibilita o cál
culo da quantidade ingerida de proteí nas, hidrato dc carbono, gorduras, sais
feitura de São Paulo, inquiridos por
minerais e vitaminas, assim também co
Lowne, não estavam muito abaixo dos canadenses. Por outro lado, ôles estão,
mo do valor calórico dq alimento con sumido. Entretanto, podemos ainda qri-
que estudaram a qviestão, os operários de S. Paulo já consomem mais do que precisam desse alimento, em detrimen to dos outros.
Não podemos comparar o consumo
de proteínas animais, mas deve ser, pro vavelmente, menor do que o dos ope rários da cidade. Não é possível aos agricultores comprar carne de vaca, e a do frango é considerada de luxo, pois pode ser vendida em todo o Distrito, a qualquer momento, por preços altos, o
mida, pois não é liábito o consumo de leite, manteiga e queijo.
A situação
parece um pouco melhor no que diz res peito ás vitaminas e substâncias mine rais, pois as frutas são encontradas facilmente na
região c quase todas as casas mantêm a sua hor
ta, que apesar de peque na sempre fornece algu ma verdura, para a in
dispensável
mistura de
suas refeições.
Eín re
sumo, podemos dizer, pe
los poucos dados apresen tados e observações pes soais feitas no local, que o alimento ingerido não traz os elemen tos necessários á mantença do trabalha
dor e exigências do seu trabalho. E, a^ém dis.so, o volume ingerido é muito
grande devido à quantidade de farinhas que entram nas refeições, o que toma a digestão lenta e faz que os homens se sintam sonolentos após as refeições, não
permitindo que apresentem boa capaci dade de trabalho". (3).
Esta magnífica exposição demonstra
que tanto nas cidades como na roça o que falta na alimentação não são hidrocarbonados, mas elementos proteicos. É
verdade que Tavares de Almeida e Mu rilo Pacheco também apuraram escas-
DlCESTO
102
Dicesto EcoNó^aco
ECONÓKaCO
103
sez de vitaminas e alimentos minerais.
ção nas camadas proletárias. Esta causa
de vida social em favor do equilíbrio
afirmou Costa Rego que "O Brasil passa
Mas o seu inquérito se resumiu a uma área muito limitada, que dificilmente se pode aceitar como média. Quanto aos alimentos hidro-carbona-
é, realmente, tão importante ou mais
dietético.
fome, o que todos sentem e não é mera
dos, que são os mais consumidos, assim como as verduras e frutas, o seu preço
que a econômica. Já em 1936, o professor Alexandre
di.scutido a questão, por especialistas da
Moscoso apresentou à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro
verifica a todo o momento c uma coloca
Ora, a despeito do muito que se tem mai;: alta expressão cultural, o que se
um notável estudo em que propunha se pleiteassem duas espécies de medidas para melhoramento da alimentação na
ção errônea do problema.
remos e, apesar do grande alarde que se faz de sua escassez, induzindo o go
cional: umas de- ordem educativa c ou
verno a tomar medidas de restrição de comércio precipitadas e por vêzes desanimadoras da produção, ainda temos so
alimentar, que, no Brasil, não tem a gravidade que lhe é emprestada, e no
teôrico-pratica, nas escolas de todos os
não excedeu o quádruplo do que fora em 1939, como ulteriormente demonstra
bras exportáveis para fazer a riqueza dos beneficiários de licença de exporta
tras de ordem econômica. As primeiras constituir-se-iam do cursos de instrução
oual a educação dictológrca oficial se ria um recurso de orientação supletiva da c.xperiencia e do instinto, mas ura
graus o nas instituições de assistência a
desamparados, nos reformatórios etc., so
problema econômico de criação de ca pacidade aqumtioa nas classes sociais mergulhadas no pauperismo. Êste ponto é que deve ser estudado em todos os seus ponnenores, entre os quais o do saber se algum outro ramo da produ ção não está prejudicando, pelo excesso
bre os elementos fundamentais da ali
ção, sempre que esta se ache sus
mentação c da química fisiológica, a es
pensa.
colha dos alimentos, a técnica e a hi
O Serviço de Alimentação da Previ
Em geral, o que deve ser resolvido primeiro, não é o debatido problema
giene da sua preparação etc. As segun
dência Social realizou em princípios de
das, de ordem econômica, visariam o
figura, por estar desarticulada ou desa justada a produção alimentar do país. Esta concentra-se de preferência no Sul o no leste e escasseia nas demais re-
g'ões. Deixa assim de haver o jôgo ne cessário da compensação. Falta o trans porte!
Sim, falta o transporte.
É a
causa geral de nossos males, e nem eu Iria aqui invocá-la como noridade, pois todos a conhecem. Mas não é só êste o
fato. O fato é também que o transporte
encareceu de modo a prejudicar igual mente a distribuição dos produtos onde o transporte existe e como existe. A
verdade patenteia-se em razão de outra circunstância: os produtos alimentares tuio baixaram em seus volumes físicos;
deixaram apoias de corresponder ao crescimento da população, às vêzes por
1946 um inquérito sobre a nutrição da
incentivo da produção e facilidades à
criança brasileira. Foi campo de sua pesquisa um grupo de famílias do mais
transportes, criação de entrepostos, coo
baixo nível econômico, bastando dizer que os rendimentos reunidos de todos
produção alimentícia.
perativas etc. As medidas educativas são muito in
Brasil, mas avolumá-la econòmicamente,
os membros da família era inferior a 370
teressantes e, tanto as escolas, asilos c
cruzeiros. Como era de esperar em meio de tão inequí\'oco pauperismo, 80,4% das crianças examinadas apresen
reformatórios como seus alunos e seus internados só teriam a lucrar com o en
Em junho do ano passado, o . depu tado federal Agostinho Monteiro abor dou, com grande brilho, o problema da alimentação. Entre suas afirma ções, de que discordamos, encontra
ao consumo".
mos a de que "uma das causas do esta
nalista, de que está "desarticulada ou
do carencial permanente é o fato de noasa produção de gêneros alimentícios não ter acompanhado o aumento da população, mantendo-se em nível muito
desajustada a produção alimentar do país", pressupõe que ela já estivesse me
taram "deficits" alimentares, aliás co muns em crianças de nível social mais
distribuição, com o barateamento dos
sino da dietética. Mas as segundas medida.s já são complexas na simplicidade do sua aparência. Sua execução 6 fre
elevado, por ignorância dos pais.
qüentemente aconselhada, mas pouca
crianças examinadas se mantinham, se
gente conhece as dificuldades, ou mes mo a sua inexeqüibilidade.
O que causa espanto é que os 19,6% de
gundo os técnicos, dentro do mínimo alimentar exigido.
Em conjunto, reve
de seus preços de venda, o ramo da
<ihaixo das necessidades".
Quando se fàla em problema alimen
laram deficiência de vitamina BI, de
é a existência de uma produção,, de ab-
vitamina A, de cálcio, de ferro, de fós
mentos; a segunda, são os meios de sua
foro, de proteína, do complexo vitamí-
distribuição; a terceira é a existência de
nico B2, e das vitaminas C e D.
mercados ou, mais precisamente, de con
Essa pesquisa, cujos resultados foram
sumidores; a quarta é o nível de preços,
publicados no Boletim do Ministério do
Trabalho de Abril de 1946, revelou que
era virtude do qual. os consumidores adquirem maior oü menor quantidade
a ausência de uma educação alimentar
de alimentos ou, em outros casos, sa
constituí uma das causas da desnutri
crificam alguns setores de seu padrão
A primeira afirmação do brilliante jor
lhor ajustada em outros tempos, o que não é exato, porquanto sempre houve no Brasil reclamação sôbre o custo da
vida c o preço dos gêneros alimentícios, apesar de serem ô'es muito mais baratos,
ção, há de haver causas. E estas devem
relativamente, do^ que os demais gêne
ser investigadas.
não foram pequenas. Contudo, as con
ros de primeira necessidade, como sejam os produtos farmacêuticos, os tecidos e os calçados. No Estado de São Paulo,
clusões têm sido precipitadas e, em ge
porém, sempre houve abundância de ali
ral, errôneas.
mentos, salvo nos períodos inflacionários, em que os especuladores retêm o pro duto para aguardar valorização, ou ex-
Concordo .em que,
neste sentido, as cogitações e pèsquisas
Num dos seus brilhantes artigos, que , todos. lemos diàriamente com prazer.
i
na forma das exigências locais, tendo em conta os fatores de cada região quanto
acompanhou o crescimento da popula
Ora, se a produção alimentícia não
tar, a primeira coisa de que se cogita
nuil compensados, às vêzes por mal
plantados. Avolumar a produção é todo o programa, se queremos alimentar o
DlCESTO
102
Dicesto EcoNó^aco
ECONÓKaCO
103
sez de vitaminas e alimentos minerais.
ção nas camadas proletárias. Esta causa
de vida social em favor do equilíbrio
afirmou Costa Rego que "O Brasil passa
Mas o seu inquérito se resumiu a uma área muito limitada, que dificilmente se pode aceitar como média. Quanto aos alimentos hidro-carbona-
é, realmente, tão importante ou mais
dietético.
fome, o que todos sentem e não é mera
dos, que são os mais consumidos, assim como as verduras e frutas, o seu preço
que a econômica. Já em 1936, o professor Alexandre
di.scutido a questão, por especialistas da
Moscoso apresentou à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro
verifica a todo o momento c uma coloca
Ora, a despeito do muito que se tem mai;: alta expressão cultural, o que se
um notável estudo em que propunha se pleiteassem duas espécies de medidas para melhoramento da alimentação na
ção errônea do problema.
remos e, apesar do grande alarde que se faz de sua escassez, induzindo o go
cional: umas de- ordem educativa c ou
verno a tomar medidas de restrição de comércio precipitadas e por vêzes desanimadoras da produção, ainda temos so
alimentar, que, no Brasil, não tem a gravidade que lhe é emprestada, e no
teôrico-pratica, nas escolas de todos os
não excedeu o quádruplo do que fora em 1939, como ulteriormente demonstra
bras exportáveis para fazer a riqueza dos beneficiários de licença de exporta
tras de ordem econômica. As primeiras constituir-se-iam do cursos de instrução
oual a educação dictológrca oficial se ria um recurso de orientação supletiva da c.xperiencia e do instinto, mas ura
graus o nas instituições de assistência a
desamparados, nos reformatórios etc., so
problema econômico de criação de ca pacidade aqumtioa nas classes sociais mergulhadas no pauperismo. Êste ponto é que deve ser estudado em todos os seus ponnenores, entre os quais o do saber se algum outro ramo da produ ção não está prejudicando, pelo excesso
bre os elementos fundamentais da ali
ção, sempre que esta se ache sus
mentação c da química fisiológica, a es
pensa.
colha dos alimentos, a técnica e a hi
O Serviço de Alimentação da Previ
Em geral, o que deve ser resolvido primeiro, não é o debatido problema
giene da sua preparação etc. As segun
dência Social realizou em princípios de
das, de ordem econômica, visariam o
figura, por estar desarticulada ou desa justada a produção alimentar do país. Esta concentra-se de preferência no Sul o no leste e escasseia nas demais re-
g'ões. Deixa assim de haver o jôgo ne cessário da compensação. Falta o trans porte!
Sim, falta o transporte.
É a
causa geral de nossos males, e nem eu Iria aqui invocá-la como noridade, pois todos a conhecem. Mas não é só êste o
fato. O fato é também que o transporte
encareceu de modo a prejudicar igual mente a distribuição dos produtos onde o transporte existe e como existe. A
verdade patenteia-se em razão de outra circunstância: os produtos alimentares tuio baixaram em seus volumes físicos;
deixaram apoias de corresponder ao crescimento da população, às vêzes por
1946 um inquérito sobre a nutrição da
incentivo da produção e facilidades à
criança brasileira. Foi campo de sua pesquisa um grupo de famílias do mais
transportes, criação de entrepostos, coo
baixo nível econômico, bastando dizer que os rendimentos reunidos de todos
produção alimentícia.
perativas etc. As medidas educativas são muito in
Brasil, mas avolumá-la econòmicamente,
os membros da família era inferior a 370
teressantes e, tanto as escolas, asilos c
cruzeiros. Como era de esperar em meio de tão inequí\'oco pauperismo, 80,4% das crianças examinadas apresen
reformatórios como seus alunos e seus internados só teriam a lucrar com o en
Em junho do ano passado, o . depu tado federal Agostinho Monteiro abor dou, com grande brilho, o problema da alimentação. Entre suas afirma ções, de que discordamos, encontra
ao consumo".
mos a de que "uma das causas do esta
nalista, de que está "desarticulada ou
do carencial permanente é o fato de noasa produção de gêneros alimentícios não ter acompanhado o aumento da população, mantendo-se em nível muito
desajustada a produção alimentar do país", pressupõe que ela já estivesse me
taram "deficits" alimentares, aliás co muns em crianças de nível social mais
distribuição, com o barateamento dos
sino da dietética. Mas as segundas medida.s já são complexas na simplicidade do sua aparência. Sua execução 6 fre
elevado, por ignorância dos pais.
qüentemente aconselhada, mas pouca
crianças examinadas se mantinham, se
gente conhece as dificuldades, ou mes mo a sua inexeqüibilidade.
O que causa espanto é que os 19,6% de
gundo os técnicos, dentro do mínimo alimentar exigido.
Em conjunto, reve
de seus preços de venda, o ramo da
<ihaixo das necessidades".
Quando se fàla em problema alimen
laram deficiência de vitamina BI, de
é a existência de uma produção,, de ab-
vitamina A, de cálcio, de ferro, de fós
mentos; a segunda, são os meios de sua
foro, de proteína, do complexo vitamí-
distribuição; a terceira é a existência de
nico B2, e das vitaminas C e D.
mercados ou, mais precisamente, de con
Essa pesquisa, cujos resultados foram
sumidores; a quarta é o nível de preços,
publicados no Boletim do Ministério do
Trabalho de Abril de 1946, revelou que
era virtude do qual. os consumidores adquirem maior oü menor quantidade
a ausência de uma educação alimentar
de alimentos ou, em outros casos, sa
constituí uma das causas da desnutri
crificam alguns setores de seu padrão
A primeira afirmação do brilliante jor
lhor ajustada em outros tempos, o que não é exato, porquanto sempre houve no Brasil reclamação sôbre o custo da
vida c o preço dos gêneros alimentícios, apesar de serem ô'es muito mais baratos,
ção, há de haver causas. E estas devem
relativamente, do^ que os demais gêne
ser investigadas.
não foram pequenas. Contudo, as con
ros de primeira necessidade, como sejam os produtos farmacêuticos, os tecidos e os calçados. No Estado de São Paulo,
clusões têm sido precipitadas e, em ge
porém, sempre houve abundância de ali
ral, errôneas.
mentos, salvo nos períodos inflacionários, em que os especuladores retêm o pro duto para aguardar valorização, ou ex-
Concordo .em que,
neste sentido, as cogitações e pèsquisas
Num dos seus brilhantes artigos, que , todos. lemos diàriamente com prazer.
i
na forma das exigências locais, tendo em conta os fatores de cada região quanto
acompanhou o crescimento da popula
Ora, se a produção alimentícia não
tar, a primeira coisa de que se cogita
nuil compensados, às vêzes por mal
plantados. Avolumar a produção é todo o programa, se queremos alimentar o
W!|!^Pr*T^ 105
Dicesto Econômico Dicesto Econômico
104
portam grande parte, visando maiores
mas cantam muito fortemente, durando
lucros no mercado externo e a criação
a última cerca de um minuto. Quan do cantam bem são imiilo aprecia dos e enviados, como curiosidade, a to
de uma escassez interna necessária à
elevação dos preços.
Êste fenômeno,
por bastante conhecido, não necessita de maiores explanações. Já em 1809, quando o Brasil ainda
era uma colônia portuguesa, o viajante
dos os pontos do Brasil. O gado cm geral é bom, considerando-se o pouco cuidado di.spensado à sua alimentação. Nas pastagens boa.s engordam razoàvel-
inglês John Mawe fazia de São Paulo
mente; quando pobres emagrecem. Po
a seguinte referência:
"Os habitantes
de-se adquirir uma manada a 24 ou 30
são, na maioria, fazendeiros e modestos
lavradores, que cultivam pequenas por
shülings por cabeça; a carne, a cârca clc um penmj ou três half-pence a libra
ções de terras, onde criam, para vender,
(4).
grande número de porcos e aves domés
Mais adiante refere o mesmo autor:
O mercado está geralmente bem » ticas. abastecido deles e, na estação das frutas,
"A fertilidade da região que circunda
encontram-se também pinhas, uvas, pês segos, goiabas, bananas, poucas maçãs
tidade de produtos com os quais, como afirmei, abarrotam o mercado. Há qua
São Paulo pode ser avaliada pela quan
e enorme quantidade de marmelos.
se um século este terreno era rico cm
Plantas alimentícias crescem em grande profusão e variedade. Aqui se encontra
ouro e foi somente quando o exauri
ram pela lavagem que os habitantes pen
uma raiz tipo bulbo, muito procurada, chamada cará, comparável à melhor ba
saram em dedicar-se á lavoura". (5).
tata ou a qualquer outra amilácea; de senvolve-se até cinco polegadas de diâ
feeira, os empreiteiros das plantações contratavam com os proprietários o di
Durante a expansão da cultura ca-
metro e constitui, cosida ou assada,
reito do fazerem culturas intercalares de
ótimo alimento.
cereais, leguminosas e outros produtos
Encontram-se também
excelentes repolhos, legumes para sa lada, nabos, couve-flor, alcacbofras e batatas; as últimas, muito embora boas,
são pouco apreciadas: a batata doce é
alimentícios, daí resultando uma abun
dância desmedida desses produtos por
preços muito abaixo de seu real custo dc produção. Ao contrário do que acon
Frangos são baratos; compramos alguns variando de três a seis pence; leitões de
tecia no Norte, onde, segundo o enge nheiro agrônomo Cunha Baima, do Ser viço de Informação Agrícola do Mi nistério da Agricultura, "o senhor de engenho compra farinha de mandioca
um a dois shillings, e mantas de touci
e chega a proibir os seus moradores de
nho, curado à moda do país, a cerca
fazerem outra agricultura que não .seja
mais procurada pelos nativos. Milho, feijão, ervilha e tôda espécie de legumes desenvolvem-se de maneira maravilhosa.
Perus, gansos,
a dos canaviais", no Estado de São
e patos abundam a preços razoáveis, os
Paulo, como bem advertiu Rolim Teles
liltimos da variedade Moscovy, muito grandes, pesando cêrcã de dez a catorze
em discurso referente ao problema do café (5a), foi a cultura deste produto que assegurou a São Paulo uma poli-
de dois pence a libra.
libras. Existe aqui uma variedade de gíilos, que se assemelha bastante, na plumagem e na forma, ao galo inglês.
cultura alimentar de baixo custo, sem
impedir que a policultura se desenvol-
vc.sse no vasto território dos outros
guas com excessivos traballios o des
Estados cm que o café não era plan
pesa".
tado.
Outra afirmação dc Costa Rogo, dc
que "a produção alimentar do país sc concentra de preferência no sul e no leste c cscassoia nas demais regiões" e
Isso dizia o Padre Vieira em 1680, bá
2C7 anos, e ainda acrc.scentava: "E a razão c não serem as terras da Amé
rica tão criadoras, como também mos
trou a experiência do Brasil, para onde
de que essa ocorrência é por "falta de
se carrega de Portugal tanto peixe-seco;
transporte", não é lambem exata quanto à indicação da causa. O norte do Brasil
zar os mare.s e rios os modos de pescar,
sempre foi mau produtor dc gêneros alimentícios cultivados. O Visconde dc
ajudando muito no Maranhão a esterili que se usam sem nenhuma pre\idôncla; com que é mais o que destróem, que o
Porto Seguro, na sua "História Geral do
que se aproveita, e se perde totalmente
Brasil", cita uma referência do padre Antônio Vieira sobre o Estado do Mara
a criação; e como a gente cresce e o sustento diniinue, é força que se pa
nhão, que era, pràticamcnte, todo o
deça muito".
norte o nordeste do Brasil: "Exceto a
cidade dc São Luiz do Maranhão, onde de poucos tempos para cá se corta car ne algumas vezes, cm todo o Estado não
Sobro a mesma região, mais do lado nordestino, diz o moderno e vigoroso
historiador José Antônio Gonçalves de Melo Neto: "Sabe-se que Pernambuco
nem tenda onde sc vendam as coisas
ora das capitanias brasileiras onde os gêneros de primeira necessidade eram
usuais para o comer ordinário, nem ain da um arrutel de açúcar com que se fa
Aqui tudo estava dominado pela cultura
zer na terra. E, sendo que no Para todos os caminhos são por água, não bá cm tôda a cidade nm barco ou canòa
a essa situação; Jan de Laet, escrevendo o seu "Nieuwe Wereldt" em 1630 diz,
bá açougue, nem ribeira, nem horta,
de aluguel para nenhuma passagem, de que tudo se segue e vem a ser o estilo . de viver ordinário que para um homem ter o pão da terra há dc ter roça; para
mais caros e todos deviam vir de fora. da cana.
Vários viajantes referem-se
citando Lopez Vaz, que em Pernambuco há grande falta de vívcres, de modo que os habitantes têm de importa-los de Portugal ou de outros lugares da costa .
comer carne há dc ter caçador; para
(6).
ccmer peixe, pescador; para vestir rou pa lavada, lavadeira; e para ir à missa
b^ema criado pela falta de farinha, principal sustento dos moradores brasi leiros e holandeses, é a que consta da
ou qualquer parte, canôa e remeiros. Na Ilha do Maranhão responde muito
mal a terra com o pão natural daque
exposição feita ao Alto Conselho pela
las partes, que é a mandioca, e no Pará, Câmara de Olinda, em 1637, na qual por serem as terras todas alagadas, são SC dizia que os moradores plantariam tão poucos os lugares capazes da plan ta da dita mandioca, que é necessário aos moradores mudarem muitas vezes
suas casas e fazendas, deixando perdidas
o despovoadas as que tinham, e ir fa bricar outras de novo dali a muitas lé
I
"Uma das antigas referencias ao pro- ^
nesse ano pouca mandioca, uma vez que
todos os seus negros estavam emprega
dos ou alugados para plantação de cana viais, pelo que era de esperar sobreviesse fome por todo o país. E sugeriam" a expedição de um edital no qual sc obri-
W!|!^Pr*T^ 105
Dicesto Econômico Dicesto Econômico
104
portam grande parte, visando maiores
mas cantam muito fortemente, durando
lucros no mercado externo e a criação
a última cerca de um minuto. Quan do cantam bem são imiilo aprecia dos e enviados, como curiosidade, a to
de uma escassez interna necessária à
elevação dos preços.
Êste fenômeno,
por bastante conhecido, não necessita de maiores explanações. Já em 1809, quando o Brasil ainda
era uma colônia portuguesa, o viajante
dos os pontos do Brasil. O gado cm geral é bom, considerando-se o pouco cuidado di.spensado à sua alimentação. Nas pastagens boa.s engordam razoàvel-
inglês John Mawe fazia de São Paulo
mente; quando pobres emagrecem. Po
a seguinte referência:
"Os habitantes
de-se adquirir uma manada a 24 ou 30
são, na maioria, fazendeiros e modestos
lavradores, que cultivam pequenas por
shülings por cabeça; a carne, a cârca clc um penmj ou três half-pence a libra
ções de terras, onde criam, para vender,
(4).
grande número de porcos e aves domés
Mais adiante refere o mesmo autor:
O mercado está geralmente bem » ticas. abastecido deles e, na estação das frutas,
"A fertilidade da região que circunda
encontram-se também pinhas, uvas, pês segos, goiabas, bananas, poucas maçãs
tidade de produtos com os quais, como afirmei, abarrotam o mercado. Há qua
São Paulo pode ser avaliada pela quan
e enorme quantidade de marmelos.
se um século este terreno era rico cm
Plantas alimentícias crescem em grande profusão e variedade. Aqui se encontra
ouro e foi somente quando o exauri
ram pela lavagem que os habitantes pen
uma raiz tipo bulbo, muito procurada, chamada cará, comparável à melhor ba
saram em dedicar-se á lavoura". (5).
tata ou a qualquer outra amilácea; de senvolve-se até cinco polegadas de diâ
feeira, os empreiteiros das plantações contratavam com os proprietários o di
Durante a expansão da cultura ca-
metro e constitui, cosida ou assada,
reito do fazerem culturas intercalares de
ótimo alimento.
cereais, leguminosas e outros produtos
Encontram-se também
excelentes repolhos, legumes para sa lada, nabos, couve-flor, alcacbofras e batatas; as últimas, muito embora boas,
são pouco apreciadas: a batata doce é
alimentícios, daí resultando uma abun
dância desmedida desses produtos por
preços muito abaixo de seu real custo dc produção. Ao contrário do que acon
Frangos são baratos; compramos alguns variando de três a seis pence; leitões de
tecia no Norte, onde, segundo o enge nheiro agrônomo Cunha Baima, do Ser viço de Informação Agrícola do Mi nistério da Agricultura, "o senhor de engenho compra farinha de mandioca
um a dois shillings, e mantas de touci
e chega a proibir os seus moradores de
nho, curado à moda do país, a cerca
fazerem outra agricultura que não .seja
mais procurada pelos nativos. Milho, feijão, ervilha e tôda espécie de legumes desenvolvem-se de maneira maravilhosa.
Perus, gansos,
a dos canaviais", no Estado de São
e patos abundam a preços razoáveis, os
Paulo, como bem advertiu Rolim Teles
liltimos da variedade Moscovy, muito grandes, pesando cêrcã de dez a catorze
em discurso referente ao problema do café (5a), foi a cultura deste produto que assegurou a São Paulo uma poli-
de dois pence a libra.
libras. Existe aqui uma variedade de gíilos, que se assemelha bastante, na plumagem e na forma, ao galo inglês.
cultura alimentar de baixo custo, sem
impedir que a policultura se desenvol-
vc.sse no vasto território dos outros
guas com excessivos traballios o des
Estados cm que o café não era plan
pesa".
tado.
Outra afirmação dc Costa Rogo, dc
que "a produção alimentar do país sc concentra de preferência no sul e no leste c cscassoia nas demais regiões" e
Isso dizia o Padre Vieira em 1680, bá
2C7 anos, e ainda acrc.scentava: "E a razão c não serem as terras da Amé
rica tão criadoras, como também mos
trou a experiência do Brasil, para onde
de que essa ocorrência é por "falta de
se carrega de Portugal tanto peixe-seco;
transporte", não é lambem exata quanto à indicação da causa. O norte do Brasil
zar os mare.s e rios os modos de pescar,
sempre foi mau produtor dc gêneros alimentícios cultivados. O Visconde dc
ajudando muito no Maranhão a esterili que se usam sem nenhuma pre\idôncla; com que é mais o que destróem, que o
Porto Seguro, na sua "História Geral do
que se aproveita, e se perde totalmente
Brasil", cita uma referência do padre Antônio Vieira sobre o Estado do Mara
a criação; e como a gente cresce e o sustento diniinue, é força que se pa
nhão, que era, pràticamcnte, todo o
deça muito".
norte o nordeste do Brasil: "Exceto a
cidade dc São Luiz do Maranhão, onde de poucos tempos para cá se corta car ne algumas vezes, cm todo o Estado não
Sobro a mesma região, mais do lado nordestino, diz o moderno e vigoroso
historiador José Antônio Gonçalves de Melo Neto: "Sabe-se que Pernambuco
nem tenda onde sc vendam as coisas
ora das capitanias brasileiras onde os gêneros de primeira necessidade eram
usuais para o comer ordinário, nem ain da um arrutel de açúcar com que se fa
Aqui tudo estava dominado pela cultura
zer na terra. E, sendo que no Para todos os caminhos são por água, não bá cm tôda a cidade nm barco ou canòa
a essa situação; Jan de Laet, escrevendo o seu "Nieuwe Wereldt" em 1630 diz,
bá açougue, nem ribeira, nem horta,
de aluguel para nenhuma passagem, de que tudo se segue e vem a ser o estilo . de viver ordinário que para um homem ter o pão da terra há dc ter roça; para
mais caros e todos deviam vir de fora. da cana.
Vários viajantes referem-se
citando Lopez Vaz, que em Pernambuco há grande falta de vívcres, de modo que os habitantes têm de importa-los de Portugal ou de outros lugares da costa .
comer carne há dc ter caçador; para
(6).
ccmer peixe, pescador; para vestir rou pa lavada, lavadeira; e para ir à missa
b^ema criado pela falta de farinha, principal sustento dos moradores brasi leiros e holandeses, é a que consta da
ou qualquer parte, canôa e remeiros. Na Ilha do Maranhão responde muito
mal a terra com o pão natural daque
exposição feita ao Alto Conselho pela
las partes, que é a mandioca, e no Pará, Câmara de Olinda, em 1637, na qual por serem as terras todas alagadas, são SC dizia que os moradores plantariam tão poucos os lugares capazes da plan ta da dita mandioca, que é necessário aos moradores mudarem muitas vezes
suas casas e fazendas, deixando perdidas
o despovoadas as que tinham, e ir fa bricar outras de novo dali a muitas lé
I
"Uma das antigas referencias ao pro- ^
nesse ano pouca mandioca, uma vez que
todos os seus negros estavam emprega
dos ou alugados para plantação de cana viais, pelo que era de esperar sobreviesse fome por todo o país. E sugeriam" a expedição de um edital no qual sc obri-
100
gasso a todos os senhores de escravos
empregados no cultivo da terra, a plan
tar, por cada um deles, 200 covas de mandioca, metade em janeiro e a ou
tra metade em agosto. Quem desobe decesse o edital seria considerado ini. migo do Estado" (7).
Parece que tudo isso deverá ter de saparecido com o tempo. Entretanto, o aumento da população nordestina têm
agravado o problema. Agravado para a classe proletária, que não tem poder aquisitivo extra-regíonal. Pois, a classe
média e aristocrata, segundo depoimen tos que conhecemos, passa bem. Àssím c que, no Pará em princípios dêste ano, o povo realizou uma passeata da fome para comover e provocar providên cias das autoridades administrativas. Co mentando o fato no "Correio da Ma nhã", um filho daquele Estado, sr. Biâ-
I
nor Penalber disse: "Considero real mente grave a situação alimentar de
Dicesto Económtco
carne de boi o de porco, mtiito pci.xe g siiruru, o prcclilctf> molusco cia lerra
frutas e legumes em abundância, poê preços relativamente razoáxcís. e q^f, surpreendem nesta época cni que a re gra c o assalto à hòlsa do consumidor As mangas dc tamanho menor estavam sendo vendidas a 13 cruzeiros o cênic as dchciosas pinhas, das mais escolhidas a 50 centavos, as mesmas que os es
bela do mercado negro a carne que de sejarem e a qualquer dia, modalidade execrável de comércio, que ó exercido abertamente, êí barbas das autorida des" (8).
Como SC vê, excluindo o Pará, todo o Norte do Brasil está com a sua si
tuação alimentar regularizada, e pagan do preços inferiores aos que pagamos
em São Paulo, onde o desperdício, fruto
50 cruzeiros.
Viriato Corrêa, que transmitiu dc pú
Qualquer pessoa pode verificar
ra, já se vendem a 1 e 2 cruzeiros cada uma. as mangas da variedade "Bour bon", cuja época normal de maturação ó fevereiro. Estão pequenas e ama durecidas à fôrça, provàvelmente em câmara de gás etileno, pois algumas partidas têm a casca de um amarelo pálido, quan
como abacaxi branco por 6 e
com pessoas do Recife, Fortaleza e Sal
do essa variedade amadurece
Um abacaxi verde é vendido
7 cruzeiros os pequenos, 10
devastação mundial. Não exagero qua
que comer. No Pará, cpmo verifiquei em Belém, e ainda mais sérias devem
cruzeiros os maiores.
lificando de penosos os dias que a gen te da capital do meu Estado vai supor tando com estoicismo e uma paciência
ser as condições alímentares do Interior,
A batata doce que está a
o regime das fihis, abolido em S. Luiz)
10 centavos o quilo em Ma
Recife, Natal e outras capitais do Norte, ainda impèra, porém, em situação mui
ceió, em São Paulo se vende a 2 cruzeiros, a mandioca
tas vezes pior do que no Rio, em si tuação mesmo que considero calamitosa
(nosso aipim ou macacheira) está a 2Já cruzeiros. Quando há jaboticaba, os vendedores pedem preços exorbitantes, até
des, existem certas dificuldades decor
o contristadora. Basta dizer, para cor roborar essa afirmativa, que a distribui ção de came para cada família se faz
rentes do custo da vida elevado, mas
duas vêzes por semana. Isso no papel,
contrei os talhos ainda prtjvidos de
porque há ocasiões, dias e até semanas, sem que as classes médias e mais pobres alcancem um só quilo. Os afortunados não sofrem porque encontram pela ía-
há o que comer. Em Maceió, por exemplo, visitando o mercado público às 11 horas, justamente para observar, en
não' puderam compnur e os produtores que enfraqueceram suas terras sem pro
dres.
isso. Não há fiscalização. Mesmo ago
nessas metrópoles, está cara, talvez me nos que no Rio de Janeiro, mas bá o
vador a S. Luiz, e só em Belém, na ver
dos, prejudicando os consumidores que
.são vendidas, em maioria, verdes ou po
Em Natal, visitando o mercado público nn cidade alta, verifiquei a regularida de no abastecimento, pois até o filé de carne de boi existia em condições dc ser adquirido por quem o desejasse e a 10 cruzeiros o quilo. Em S. Luiz ê fartura é evidente, o que aliás foi obser vado recentemente pelo ilustre escritor
com a casca verde, que se vai tomando, aos poucos, preta.
dade, a fome impera em proporções inquietadoras. Nalgumas daquelas cida
lões mais apodrecem do que são vendi
cheira no norte, a 90 centavos o quifo.
vador, que me informaram que a vida,
tar algumas capitais brasileiras, de Sal
apreciam. O resultado é que tanto la ranjas, como abacaxis, melancias e me
mercado uma melancia de 5 quilos por seis a 10 cruzeiros. Hoje, custa até
oferece nas feiras públicas espetáculos deprimentes. As frutas, por exemplo,
tormentosos e difíceis, como certamente não o enfrentam mais os habitantes de
que nem Job revelaria. Venho de visi
moralizam a fruta, que deve ser chupa
da no dia da apanha, e quando cliega o tempo de produção intensa, e consumi da sòmente pelos que a conhecem e
pertalhões do Rio impingem a 3 cruzoU ros; a batata doce a 10 centavos o quilo; c o aipim, que chamamos maca-
blico, na imprensa desta capital, as suas impressões. Conversei, por outro lado,
perto conheceram o período sombrio da
de data anterior. O resultado é que des
da desorganização do pequeno comercio,
Belém, cuja população, decorridos qua se dois anos do término do flagelo da guerra, ainda suporta os mesmos diaê muitos lugares na Europa, que mais de
107
Dicf-sto EcoNóhnco
8 cruzeiros', o quilo, o que redunda em sobra vultosa pa
ra êles, a qual para não per derem, misturam com as jaboticabas frescas do dia se
guinte, cobrindo com estas as
veito. Antes da guerra comprava-se no
Em compensação estamos comendo ovos a 6 e 8 cruzeiros a dúzia, se bem
que os frangos continuem a 15, 18 e 25
cruzeiros, conforme o tamanlio. Em matéria de carne São Paulo achase nas mesmas condições do Pará. Só tem esse alimento três vêzes
por semana, a despeito de ser o Estado onde a produção de
came ó mais x^ultosa, parte oriunda de criação própria,
parte de gado importado e recriado, de Minas e MatoGrosso.
Se a produção total brasi leira de — carnes, excluindo pei
xes e pescados e caças de que ^
-
-
j
não bá estatística, fosse divi
dida pela população de 45 mi lhões de habitantes, teríamos
apenas 19 quilos "per capita" por ano. Temos,o consolo da Itália, que, segundo dados da Sociedade das Nações, consuniia 16,1 quilos, mas em comparação a outios ^*^10 países ^ X
nnaiYH da ria França ficamos abaixo de antes da gueria, q^g
consumia 39,9 quilos, da 4n 8 niiilnc
T»
100
gasso a todos os senhores de escravos
empregados no cultivo da terra, a plan
tar, por cada um deles, 200 covas de mandioca, metade em janeiro e a ou
tra metade em agosto. Quem desobe decesse o edital seria considerado ini. migo do Estado" (7).
Parece que tudo isso deverá ter de saparecido com o tempo. Entretanto, o aumento da população nordestina têm
agravado o problema. Agravado para a classe proletária, que não tem poder aquisitivo extra-regíonal. Pois, a classe
média e aristocrata, segundo depoimen tos que conhecemos, passa bem. Àssím c que, no Pará em princípios dêste ano, o povo realizou uma passeata da fome para comover e provocar providên cias das autoridades administrativas. Co mentando o fato no "Correio da Ma nhã", um filho daquele Estado, sr. Biâ-
I
nor Penalber disse: "Considero real mente grave a situação alimentar de
Dicesto Económtco
carne de boi o de porco, mtiito pci.xe g siiruru, o prcclilctf> molusco cia lerra
frutas e legumes em abundância, poê preços relativamente razoáxcís. e q^f, surpreendem nesta época cni que a re gra c o assalto à hòlsa do consumidor As mangas dc tamanho menor estavam sendo vendidas a 13 cruzeiros o cênic as dchciosas pinhas, das mais escolhidas a 50 centavos, as mesmas que os es
bela do mercado negro a carne que de sejarem e a qualquer dia, modalidade execrável de comércio, que ó exercido abertamente, êí barbas das autorida des" (8).
Como SC vê, excluindo o Pará, todo o Norte do Brasil está com a sua si
tuação alimentar regularizada, e pagan do preços inferiores aos que pagamos
em São Paulo, onde o desperdício, fruto
50 cruzeiros.
Viriato Corrêa, que transmitiu dc pú
Qualquer pessoa pode verificar
ra, já se vendem a 1 e 2 cruzeiros cada uma. as mangas da variedade "Bour bon", cuja época normal de maturação ó fevereiro. Estão pequenas e ama durecidas à fôrça, provàvelmente em câmara de gás etileno, pois algumas partidas têm a casca de um amarelo pálido, quan
como abacaxi branco por 6 e
com pessoas do Recife, Fortaleza e Sal
do essa variedade amadurece
Um abacaxi verde é vendido
7 cruzeiros os pequenos, 10
devastação mundial. Não exagero qua
que comer. No Pará, cpmo verifiquei em Belém, e ainda mais sérias devem
cruzeiros os maiores.
lificando de penosos os dias que a gen te da capital do meu Estado vai supor tando com estoicismo e uma paciência
ser as condições alímentares do Interior,
A batata doce que está a
o regime das fihis, abolido em S. Luiz)
10 centavos o quilo em Ma
Recife, Natal e outras capitais do Norte, ainda impèra, porém, em situação mui
ceió, em São Paulo se vende a 2 cruzeiros, a mandioca
tas vezes pior do que no Rio, em si tuação mesmo que considero calamitosa
(nosso aipim ou macacheira) está a 2Já cruzeiros. Quando há jaboticaba, os vendedores pedem preços exorbitantes, até
des, existem certas dificuldades decor
o contristadora. Basta dizer, para cor roborar essa afirmativa, que a distribui ção de came para cada família se faz
rentes do custo da vida elevado, mas
duas vêzes por semana. Isso no papel,
contrei os talhos ainda prtjvidos de
porque há ocasiões, dias e até semanas, sem que as classes médias e mais pobres alcancem um só quilo. Os afortunados não sofrem porque encontram pela ía-
há o que comer. Em Maceió, por exemplo, visitando o mercado público às 11 horas, justamente para observar, en
não' puderam compnur e os produtores que enfraqueceram suas terras sem pro
dres.
isso. Não há fiscalização. Mesmo ago
nessas metrópoles, está cara, talvez me nos que no Rio de Janeiro, mas bá o
vador a S. Luiz, e só em Belém, na ver
dos, prejudicando os consumidores que
.são vendidas, em maioria, verdes ou po
Em Natal, visitando o mercado público nn cidade alta, verifiquei a regularida de no abastecimento, pois até o filé de carne de boi existia em condições dc ser adquirido por quem o desejasse e a 10 cruzeiros o quilo. Em S. Luiz ê fartura é evidente, o que aliás foi obser vado recentemente pelo ilustre escritor
com a casca verde, que se vai tomando, aos poucos, preta.
dade, a fome impera em proporções inquietadoras. Nalgumas daquelas cida
lões mais apodrecem do que são vendi
cheira no norte, a 90 centavos o quifo.
vador, que me informaram que a vida,
tar algumas capitais brasileiras, de Sal
apreciam. O resultado é que tanto la ranjas, como abacaxis, melancias e me
mercado uma melancia de 5 quilos por seis a 10 cruzeiros. Hoje, custa até
oferece nas feiras públicas espetáculos deprimentes. As frutas, por exemplo,
tormentosos e difíceis, como certamente não o enfrentam mais os habitantes de
que nem Job revelaria. Venho de visi
moralizam a fruta, que deve ser chupa
da no dia da apanha, e quando cliega o tempo de produção intensa, e consumi da sòmente pelos que a conhecem e
pertalhões do Rio impingem a 3 cruzoU ros; a batata doce a 10 centavos o quilo; c o aipim, que chamamos maca-
blico, na imprensa desta capital, as suas impressões. Conversei, por outro lado,
perto conheceram o período sombrio da
de data anterior. O resultado é que des
da desorganização do pequeno comercio,
Belém, cuja população, decorridos qua se dois anos do término do flagelo da guerra, ainda suporta os mesmos diaê muitos lugares na Europa, que mais de
107
Dicf-sto EcoNóhnco
8 cruzeiros', o quilo, o que redunda em sobra vultosa pa
ra êles, a qual para não per derem, misturam com as jaboticabas frescas do dia se
guinte, cobrindo com estas as
veito. Antes da guerra comprava-se no
Em compensação estamos comendo ovos a 6 e 8 cruzeiros a dúzia, se bem
que os frangos continuem a 15, 18 e 25
cruzeiros, conforme o tamanlio. Em matéria de carne São Paulo achase nas mesmas condições do Pará. Só tem esse alimento três vêzes
por semana, a despeito de ser o Estado onde a produção de
came ó mais x^ultosa, parte oriunda de criação própria,
parte de gado importado e recriado, de Minas e MatoGrosso.
Se a produção total brasi leira de — carnes, excluindo pei
xes e pescados e caças de que ^
-
-
j
não bá estatística, fosse divi
dida pela população de 45 mi lhões de habitantes, teríamos
apenas 19 quilos "per capita" por ano. Temos,o consolo da Itália, que, segundo dados da Sociedade das Nações, consuniia 16,1 quilos, mas em comparação a outios ^*^10 países ^ X
nnaiYH da ria França ficamos abaixo de antes da gueria, q^g
consumia 39,9 quilos, da 4n 8 niiilnc
T»
Dicesto
108
Junda, Suíça, Alemanha, Dinamarca, No ruega, Estados Unidos, Inglaterra e Ca nadá, que consumiam só de carne bovina
entre 41 a 65,7 quilos, não se falando
Econômico
tros, a largura media do rio.
Dicesto
Econômico
109
Soube
mos pelo fiscal da pesca, que vive
multando pequenos pcscadore.s, que pes
reclamam soluções mais ou menos ime
ras brasileiras, de que bá estatística, não
diatas, são inúmeros c têm sido, infeliz
passa de pouco mais da metade da área agrícola argentina. São precisamente, se gundo o mesmo Anuário Estatístico cita
mente, encarados isoladamente, através
da Austrália com 91,5, da Nova Zelân
cam na piracema (época da desova) que aquéle morticínio dc peixes fôra
dia com 107,4 e da Argentina com 136,5 Quilos, e que são países particularmente
feito por uma usina dc açúcar, que de.s-
de prismas especializados, mais de acor do com preferências individuais que com
pejou no rio o rcstilo do álcool.
as reais
Há também a considerar que, em
carnívoros.
Como parte da produção brasileira de carnes é exportada, temos que concluir Que o povo brasileiro, em sentido geral, tem uma taxa de consumo bem menor.
Esta conclusão, que justifica os arautos da fome brasileira, tem, entretanto, suas reservas. No interior, principalmente, os proletários nirais e mesmo urbanos, em
clias de folga se entregam ã caça de I preas, coelhos e outros pequenos animais, e à pesca. Em muitos lugares, o pescado é bem mais barato que a car ne bovina. Mas é curioso que, em São Paulo, cujos mercados revelam notável abundância de peixes, e onde a pesca ó livre, e reforçada com suprimentos de Santos, Rio de Janeiro, Piracicaba e ou tros pesqueiros conhecidos, o preço de venda do peixe seja tão elevado. Basta
dizer que um peixe ordinário, de gosto .selvagem, não se compra por menos de 10 cruzeiros o quilo. Os peixes de
muitas fazendas, so abalem animais de
corto para consumo interno, os quais não figuram nas estatísticas mas satis
da terá, a seguir, outro dc resumo, não
podemos deixar dc reiterar que o pro blema da alimentação não se resolve
mo a área das propriedades agrícolas
outros numa rede de estradas e orga
brasileiras recenseadus, não excede de 23% da área nacional.
A população pecuária do Brasil, que
turais são bandeiras dc grupos estu
a nosso ver é bem menor do que se
diosos- o petróleo e o ferro arregimen tam inteligências privilegiadas; correntes imigratórias, povoamento e métodos de
riu Estatístico do Brasil" de 1946, co mo de 34 milhões de cabeças de bo
melhoria de nossa errada e deficiente
alimentação, facilidades de crédito e
do salário mínimo, eles'ando o poder aquisitivo e o padrão de vida das mas
tanto, indicava solução que combate mos: uma geral industrialização do País,
apoiada num forte protecionismo alfan degário. (9). Antes do .sr. Simonsen, o conde Alexandre Siciliano Júnior de fendera a mesma idéia, de forma pare cida, mas nem um nem outro desceram
deral, em São Paulo e no Rio Grande do
pesqueiros paulistas são as fábricas que,
conclusões absolutas. Por outro lado, as
apesar das proibições, soltam nágua os
soluções não devem ser procuradas num
resíduos de matérias tóxicas, que matam
setor exclusivo.
Ainda há pouco
Fazemos nossas as palavras magis
assistimos em Piracicaba, não faz dois
trais de Sálvio de Azevedo numa confe
anos, a uma rodada de peixes mortos
rência pronunciada no Instituto de Es
Que cobriam a extensão de mais de um
tudos Brasileiros em 2 de fevereiro de
1940: |'Os problemas brasileiros, que
muares, cerca de 17 milhões de suínos, 9 milhões e pouco de ovinos e 6 mi lhões de caprinos. A produção média
anual brasileira de carne bovina, de 1939 a 1945, foi de 725.979 toneladas,
Outros mil aspectos da nossa vida for
um saldo, pois, para consumo interno
mam legiões de adeptos à procura de soluções às incógnitas que vêm retar
de 636.398 tpneladas^ ou 87,7% da produção. A ga
(12).
O simples exame da área de nossas
culturas agrícolas mostra êste fato curio so: enquanto os Estados Unidos têm 42%
do seu território adaptado à agricultura e à pecuária, e a Argentina 63% (13), o Brasil tem apenas 16,3%.
Só a agricultura argentina, segundo Maríc Jefferson, em seu "Peopling the Argentina", ocupa 26 milhões de hecta
J
vinos, cerca de 5 milhões de eqüinos,
pouco mais de 2 milhões de asininos e
das quais se exportaram, em média anual do mesmo período, 89.581 to neladas, ou 12,3% da produção. Houve
É o Brasil, disse Monteiro Lobato, "um cacho de babassü de problemas".
Sul, são incompletos e não permitem
proclama, está consignada no "Anuá-
sas, desenvolvimento de mercados in ternos verdadeiramente consumidores e
dando a marcha brasileira". (11)Sensatas pala\Tas de um autorizado engenheiro civil e agrônomo.
a pormenores necessários para uma con
Mes
em ina.ssa ou a formação de elites cul
ampla organização bancária, instituição
mércio desorganizado, devastam-se os pesqueiros. Mas o maior inimigo dos
Quilômetro e uma largura de 100 me
124.844.481 hectares ou 14,7%.
melhoria do seu padrão de vida. Esta observação já foi feita há muitos anos pelo sr. Roberto Simonsen, que, entre
informações e literatura monográfica reforçadoras de seus pontos de vista.(10). Os inquéritos sobre padrão de vida realizados no Nordeste, na Capital Fe
milhões de peixes.
Muitos os que vêem no .saneamento do
de poder aquisitivo das massas para
nômico da produção, mas pelo aumento
do, 13.286.945 hectares, ou 1,5% da área nacional. A pecuária já ocupa
nosso "hintcriand" a .solução csperadaj
tudos; a multiplicação dc escolas de agri cultura e a mecanização da lavoura, a
zeiros o quilo, e os bons peixes de paEntretanto, é maior o desperdício do
vida.
colonização, entusiasmam centros de es
pelo barateamento forçado e antieco
clusão correta e não se basearam em
que as vendas. Para satisfazer um co
nossa
nizações de transporte; a a'fubetização
fazem ncces.sidades fisiológicas. Antes de concluir este artigo, que ain
carne melhor custam de 15 a 20 cru
ladar superior alcançam 25 cruzeiros.
necessidades de
res, que representam 33% do território da nação. A área das principais, cultu
do corresponde a 2.419.930 cabeças bovinas, qne representam, em peso de
carne produzida. 70,3% do total de carnas em que se computera a suma, a
ovina, a caprina. De outras, aves e peixes, não há estatística. Pretendíamos fazer algumas conside-
rações sôbre a expansão da população
brLileira e da sua produção. Infelizmente, la não hã
neste artigo,
pelo que deixamos para as conclusões. Cumpre, entretanto, referir que, par, tindo de 1925-29, em que a população
brasileira fôra avaliada em 34.400.000 habitantes, e dado a êste número o índice 100, a população brasileira de
1946, calculada pelo professor Giorgio
Dicesto
108
Junda, Suíça, Alemanha, Dinamarca, No ruega, Estados Unidos, Inglaterra e Ca nadá, que consumiam só de carne bovina
entre 41 a 65,7 quilos, não se falando
Econômico
tros, a largura media do rio.
Dicesto
Econômico
109
Soube
mos pelo fiscal da pesca, que vive
multando pequenos pcscadore.s, que pes
reclamam soluções mais ou menos ime
ras brasileiras, de que bá estatística, não
diatas, são inúmeros c têm sido, infeliz
passa de pouco mais da metade da área agrícola argentina. São precisamente, se gundo o mesmo Anuário Estatístico cita
mente, encarados isoladamente, através
da Austrália com 91,5, da Nova Zelân
cam na piracema (época da desova) que aquéle morticínio dc peixes fôra
dia com 107,4 e da Argentina com 136,5 Quilos, e que são países particularmente
feito por uma usina dc açúcar, que de.s-
de prismas especializados, mais de acor do com preferências individuais que com
pejou no rio o rcstilo do álcool.
as reais
Há também a considerar que, em
carnívoros.
Como parte da produção brasileira de carnes é exportada, temos que concluir Que o povo brasileiro, em sentido geral, tem uma taxa de consumo bem menor.
Esta conclusão, que justifica os arautos da fome brasileira, tem, entretanto, suas reservas. No interior, principalmente, os proletários nirais e mesmo urbanos, em
clias de folga se entregam ã caça de I preas, coelhos e outros pequenos animais, e à pesca. Em muitos lugares, o pescado é bem mais barato que a car ne bovina. Mas é curioso que, em São Paulo, cujos mercados revelam notável abundância de peixes, e onde a pesca ó livre, e reforçada com suprimentos de Santos, Rio de Janeiro, Piracicaba e ou tros pesqueiros conhecidos, o preço de venda do peixe seja tão elevado. Basta
dizer que um peixe ordinário, de gosto .selvagem, não se compra por menos de 10 cruzeiros o quilo. Os peixes de
muitas fazendas, so abalem animais de
corto para consumo interno, os quais não figuram nas estatísticas mas satis
da terá, a seguir, outro dc resumo, não
podemos deixar dc reiterar que o pro blema da alimentação não se resolve
mo a área das propriedades agrícolas
outros numa rede de estradas e orga
brasileiras recenseadus, não excede de 23% da área nacional.
A população pecuária do Brasil, que
turais são bandeiras dc grupos estu
a nosso ver é bem menor do que se
diosos- o petróleo e o ferro arregimen tam inteligências privilegiadas; correntes imigratórias, povoamento e métodos de
riu Estatístico do Brasil" de 1946, co mo de 34 milhões de cabeças de bo
melhoria de nossa errada e deficiente
alimentação, facilidades de crédito e
do salário mínimo, eles'ando o poder aquisitivo e o padrão de vida das mas
tanto, indicava solução que combate mos: uma geral industrialização do País,
apoiada num forte protecionismo alfan degário. (9). Antes do .sr. Simonsen, o conde Alexandre Siciliano Júnior de fendera a mesma idéia, de forma pare cida, mas nem um nem outro desceram
deral, em São Paulo e no Rio Grande do
pesqueiros paulistas são as fábricas que,
conclusões absolutas. Por outro lado, as
apesar das proibições, soltam nágua os
soluções não devem ser procuradas num
resíduos de matérias tóxicas, que matam
setor exclusivo.
Ainda há pouco
Fazemos nossas as palavras magis
assistimos em Piracicaba, não faz dois
trais de Sálvio de Azevedo numa confe
anos, a uma rodada de peixes mortos
rência pronunciada no Instituto de Es
Que cobriam a extensão de mais de um
tudos Brasileiros em 2 de fevereiro de
1940: |'Os problemas brasileiros, que
muares, cerca de 17 milhões de suínos, 9 milhões e pouco de ovinos e 6 mi lhões de caprinos. A produção média
anual brasileira de carne bovina, de 1939 a 1945, foi de 725.979 toneladas,
Outros mil aspectos da nossa vida for
um saldo, pois, para consumo interno
mam legiões de adeptos à procura de soluções às incógnitas que vêm retar
de 636.398 tpneladas^ ou 87,7% da produção. A ga
(12).
O simples exame da área de nossas
culturas agrícolas mostra êste fato curio so: enquanto os Estados Unidos têm 42%
do seu território adaptado à agricultura e à pecuária, e a Argentina 63% (13), o Brasil tem apenas 16,3%.
Só a agricultura argentina, segundo Maríc Jefferson, em seu "Peopling the Argentina", ocupa 26 milhões de hecta
J
vinos, cerca de 5 milhões de eqüinos,
pouco mais de 2 milhões de asininos e
das quais se exportaram, em média anual do mesmo período, 89.581 to neladas, ou 12,3% da produção. Houve
É o Brasil, disse Monteiro Lobato, "um cacho de babassü de problemas".
Sul, são incompletos e não permitem
proclama, está consignada no "Anuá-
sas, desenvolvimento de mercados in ternos verdadeiramente consumidores e
dando a marcha brasileira". (11)Sensatas pala\Tas de um autorizado engenheiro civil e agrônomo.
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ampla organização bancária, instituição
mércio desorganizado, devastam-se os pesqueiros. Mas o maior inimigo dos
Quilômetro e uma largura de 100 me
124.844.481 hectares ou 14,7%.
melhoria do seu padrão de vida. Esta observação já foi feita há muitos anos pelo sr. Roberto Simonsen, que, entre
informações e literatura monográfica reforçadoras de seus pontos de vista.(10). Os inquéritos sobre padrão de vida realizados no Nordeste, na Capital Fe
milhões de peixes.
Muitos os que vêem no .saneamento do
de poder aquisitivo das massas para
nômico da produção, mas pelo aumento
do, 13.286.945 hectares, ou 1,5% da área nacional. A pecuária já ocupa
nosso "hintcriand" a .solução csperadaj
tudos; a multiplicação dc escolas de agri cultura e a mecanização da lavoura, a
zeiros o quilo, e os bons peixes de paEntretanto, é maior o desperdício do
vida.
colonização, entusiasmam centros de es
pelo barateamento forçado e antieco
clusão correta e não se basearam em
que as vendas. Para satisfazer um co
nossa
nizações de transporte; a a'fubetização
fazem ncces.sidades fisiológicas. Antes de concluir este artigo, que ain
carne melhor custam de 15 a 20 cru
ladar superior alcançam 25 cruzeiros.
necessidades de
res, que representam 33% do território da nação. A área das principais, cultu
do corresponde a 2.419.930 cabeças bovinas, qne representam, em peso de
carne produzida. 70,3% do total de carnas em que se computera a suma, a
ovina, a caprina. De outras, aves e peixes, não há estatística. Pretendíamos fazer algumas conside-
rações sôbre a expansão da população
brLileira e da sua produção. Infelizmente, la não hã
neste artigo,
pelo que deixamos para as conclusões. Cumpre, entretanto, referir que, par, tindo de 1925-29, em que a população
brasileira fôra avaliada em 34.400.000 habitantes, e dado a êste número o índice 100, a população brasileira de
1946, calculada pelo professor Giorgio
DicESTo EcoNÓxnt^
110
Mortara (14), com base no reccnseamento de 1941, em 46.200.000 habi
tantes, corresponderia ao índice 134. Só cresceu 34%. Entretanto, todos os proutos alimentícios, com raras exceções,
c^tura do Estado de S. Paulo, e da vista do Arquivo Municipal. 1945
(4) e (5) — John Mawc — "Vlarens Interior do Brasil", trad. de "Traveis
nca um aumento de produção de 210%.
A banana foi do índice 100 para o ín
Manhã". Rio do Janeiro, de 30-3.047 pa ta
vênia.
(9) — Roberto Símonsen. "A Indúsir^®
em face da Economia Nacional"
dice 212, não havendo estatísticas ofi
Paulo. 1937.
ciais publicadas de 1945 e 46, mas sa
..
bemos que no Estado de São Paulo a
aumentou. Mas, como disseI produção mos, já não há espaço para essa de monstração, que será feita posterior mente.
—
Alexandre
Siciliano
Sâ®
Júnio**'
Affricultura. Comércio ■© Indústria Brasil" publicação do "Centro das If*'
dustrias do Estado de S. Paulo", 1931.
(11) — Sálvio de Almeida Azevedoeng. civil e agrônomo, "Aspectos de guns problemas brasileiros à luz das es
tatísticas", conferência pronunciada Instituto de Estudos Brasileiros", Rio de Janeiro, em 2-12-1940.
(12) — Monteiro Lobato, em prefácio
tt)
Dante Costa, prefácio ao livro
u romance das vitaminas" de Estevam razekas. trad. bras. e ed. Cia. Edit. Na cional. 1942.
— Sociedade das Nações" — "Le
1936 1'Alimentation". vol. IV. Í3) — Rui Miller de Paiva — "Estudo
Econômico da Agricultura no Distrito de ibití, ex-Monte Alegre, município de Am-
paro , publicação da Secretaria da Agri-
VIII - Ccniros orbanos
the Interior of BrazU", London. 18l3r ®
por Nelson WEnNECK Sodré
Hio de Janeiro. 1944. ed. Zélio Valvefd®* {5a) — Mário Rolim Teles, "a Defcsn
tiveram sua produção aumentada em ^u^Café", 3.0 volume, de 1930 a 1940. proporções muito maiores, o que anu (6) — José Antônio Gonçalves de M®' la as observações citadas de Agostinho Io Neto, "Tempo dos Flamengos", ed J®' sé Olímpio. Rio de Janeiro. 1947 Monteiro e Costa Rego. jj) — Idem, Ibidem. (8) Bianor Penalber, "A Situação O arroz, por exemplo, subiu de 100 mentar no Pará", artigo do "Correio para 3X6 no citado período, o que signi-
Geoflraíía das Comunicações Paulistas
do livro
"Diretrizes para
uma
Política
Rural e Econômica", de Paulo Pinto d® Carvalho.
(13) — Carletbn Beals, "América ante
ÍIm triângulo que tem a base assinala da por Sorocaba-São Paulo-Mogí das Cruzes e cujo vértice oposto está em Campinas, abrange a quase totalidade da estrutura industrial do planalto e, com ela, noventa por cento das fontes do energia elétrica, com o sistema do Tietc, em Pamaíba, Rasgão, Itu e Salto, com a reprêsa do rio Sorocaba e com as
O artÍ(^o que ora inserimos em nossas
formidávei.s obras do Cubatão.
P^ulo-Ponta Grossa-Porto União-Santa
Êsse
triângulo 6 o coração industrial do Bra sil o do Estado, o seu ponto sensível, a sua extraordinária base. Quase tôda a indústria de transformação, os grandes nós de comunicações, os parques ferro
viários, os armazéns, o aparelhamento de transmissões, o adensamento populacio nal máximo, — estão compreendidos no
ed. de Emp. Edit. Zig-Zag. Chile, 194®;
referido triângulo. Uma rápida vista de olhos sôbre
cações do censo demográfico para a re
uma carta rodoviária indica ao obser
construção e emenda das estatísticas dO movimento da população" em "Boletin» do Departamento Estadual de Estatísti
vador menos atento a importância da
América", trad. esp. de "América Soutri"» (14) — Prof. Giorgio Mortara. "AP"'
ca", n. 2, 2.0 trimestre de 1945. S. Paulo.
capital paulista como nó de comunica
ções. Do ponto-de-vista ferroviário, em bora menos evidente, essa importância também ressalta.
São Paulo é o centro
de um sistema de irradiação rodoviária
Anuncia-se que os saldos europeus em moeda norte-americana são calculadas 3.080.000.000 de dólares. O sr. Gilbert Ward, vice-presidente do "Nationàl Ciiy Bank", autor da estimativa, declarou que no mencionado total se incluem em 9
seis bilhões de dólares em ouro.
.
nações européias possuem também títulos norte-americanos no valor de
cujas malhas só na sua periferia mais próxima começou a ser tecida. Como nó ferroviário, a cidade em ques^o oferece a particularidade de articular os dois sistemas de importância, o da bi tola de 1,60 m e o da bitola
métrica, por um ligando-se ao Rio de Janeiro e atingin do já os limites de Minas Ge
j •yfO.OOO.OOO de dólares, tendo'ainda em seu poder cêrca de um hilião à três
biliões de dólares em papel-moeda e de dois bilhões a quatro bilhões de dólares em
rais, no Triângulo, por ou tro ligando-se ao Uruguai,
ouro.
pela
grande
roçada
São
pámnas faz parte da série, de palpitanfc int%rêsse, que o sr. Nelson Werncck
Sodré está escrevendo sôbre a Geografia
das Comunicações Paulistas, focalizando
o litoral paulista, o planalto, o altiplano do sul e a baixada sulina.
Maria-Montevideu; ao Paraguai,^ pela extensa radial São Pauto-Baum-Tres Las-Indubrasil-Maracaju-Ponta Pora;La-a Br^lívia pela mesma radial, prolongada, ^
de Indúbrasil a Pôrto Esperança-Corum- A
bá- além de hgar-se,^ainda, ao Rio de Ja- ^ iro e ao Estado de Minas Gerais, ao Wiffo dePplasquase tôda a fronteira co^ duas bitolas, está articulanuim. reicia « da a Santos.
_
A importância da região central do
planalto paulista, pois, é das maiores.
Mpla estão alguns dos mais desenvolvi\ centros urbanos do Estado e do
PaL Mogi Cruzes, Sorocaba, Camvias Tundiaí e a própria capital do Pf. Jq Sua articulação com Santos,
ti^al núcleo urbano do Utoral, e o
^níco pôrto aparelhado da região, au!.nta consideràvelmente essa imporlân^ Se a diferença existente entre o cia planalto e o litoral, do pon to-de-vista do desenvolvi mento material é bem gran de, a diferença entre a re-
gião central do planalto e as do norte e do sul é bastante acentuada.
DicESTo EcoNÓxnt^
110
Mortara (14), com base no reccnseamento de 1941, em 46.200.000 habi
tantes, corresponderia ao índice 134. Só cresceu 34%. Entretanto, todos os proutos alimentícios, com raras exceções,
c^tura do Estado de S. Paulo, e da vista do Arquivo Municipal. 1945
(4) e (5) — John Mawc — "Vlarens Interior do Brasil", trad. de "Traveis
nca um aumento de produção de 210%.
A banana foi do índice 100 para o ín
Manhã". Rio do Janeiro, de 30-3.047 pa ta
vênia.
(9) — Roberto Símonsen. "A Indúsir^®
em face da Economia Nacional"
dice 212, não havendo estatísticas ofi
Paulo. 1937.
ciais publicadas de 1945 e 46, mas sa
..
bemos que no Estado de São Paulo a
aumentou. Mas, como disseI produção mos, já não há espaço para essa de monstração, que será feita posterior mente.
—
Alexandre
Siciliano
Sâ®
Júnio**'
Affricultura. Comércio ■© Indústria Brasil" publicação do "Centro das If*'
dustrias do Estado de S. Paulo", 1931.
(11) — Sálvio de Almeida Azevedoeng. civil e agrônomo, "Aspectos de guns problemas brasileiros à luz das es
tatísticas", conferência pronunciada Instituto de Estudos Brasileiros", Rio de Janeiro, em 2-12-1940.
(12) — Monteiro Lobato, em prefácio
tt)
Dante Costa, prefácio ao livro
u romance das vitaminas" de Estevam razekas. trad. bras. e ed. Cia. Edit. Na cional. 1942.
— Sociedade das Nações" — "Le
1936 1'Alimentation". vol. IV. Í3) — Rui Miller de Paiva — "Estudo
Econômico da Agricultura no Distrito de ibití, ex-Monte Alegre, município de Am-
paro , publicação da Secretaria da Agri-
VIII - Ccniros orbanos
the Interior of BrazU", London. 18l3r ®
por Nelson WEnNECK Sodré
Hio de Janeiro. 1944. ed. Zélio Valvefd®* {5a) — Mário Rolim Teles, "a Defcsn
tiveram sua produção aumentada em ^u^Café", 3.0 volume, de 1930 a 1940. proporções muito maiores, o que anu (6) — José Antônio Gonçalves de M®' la as observações citadas de Agostinho Io Neto, "Tempo dos Flamengos", ed J®' sé Olímpio. Rio de Janeiro. 1947 Monteiro e Costa Rego. jj) — Idem, Ibidem. (8) Bianor Penalber, "A Situação O arroz, por exemplo, subiu de 100 mentar no Pará", artigo do "Correio para 3X6 no citado período, o que signi-
Geoflraíía das Comunicações Paulistas
do livro
"Diretrizes para
uma
Política
Rural e Econômica", de Paulo Pinto d® Carvalho.
(13) — Carletbn Beals, "América ante
ÍIm triângulo que tem a base assinala da por Sorocaba-São Paulo-Mogí das Cruzes e cujo vértice oposto está em Campinas, abrange a quase totalidade da estrutura industrial do planalto e, com ela, noventa por cento das fontes do energia elétrica, com o sistema do Tietc, em Pamaíba, Rasgão, Itu e Salto, com a reprêsa do rio Sorocaba e com as
O artÍ(^o que ora inserimos em nossas
formidávei.s obras do Cubatão.
P^ulo-Ponta Grossa-Porto União-Santa
Êsse
triângulo 6 o coração industrial do Bra sil o do Estado, o seu ponto sensível, a sua extraordinária base. Quase tôda a indústria de transformação, os grandes nós de comunicações, os parques ferro
viários, os armazéns, o aparelhamento de transmissões, o adensamento populacio nal máximo, — estão compreendidos no
ed. de Emp. Edit. Zig-Zag. Chile, 194®;
referido triângulo. Uma rápida vista de olhos sôbre
cações do censo demográfico para a re
uma carta rodoviária indica ao obser
construção e emenda das estatísticas dO movimento da população" em "Boletin» do Departamento Estadual de Estatísti
vador menos atento a importância da
América", trad. esp. de "América Soutri"» (14) — Prof. Giorgio Mortara. "AP"'
ca", n. 2, 2.0 trimestre de 1945. S. Paulo.
capital paulista como nó de comunica
ções. Do ponto-de-vista ferroviário, em bora menos evidente, essa importância também ressalta.
São Paulo é o centro
de um sistema de irradiação rodoviária
Anuncia-se que os saldos europeus em moeda norte-americana são calculadas 3.080.000.000 de dólares. O sr. Gilbert Ward, vice-presidente do "Nationàl Ciiy Bank", autor da estimativa, declarou que no mencionado total se incluem em 9
seis bilhões de dólares em ouro.
.
nações européias possuem também títulos norte-americanos no valor de
cujas malhas só na sua periferia mais próxima começou a ser tecida. Como nó ferroviário, a cidade em ques^o oferece a particularidade de articular os dois sistemas de importância, o da bi tola de 1,60 m e o da bitola
métrica, por um ligando-se ao Rio de Janeiro e atingin do já os limites de Minas Ge
j •yfO.OOO.OOO de dólares, tendo'ainda em seu poder cêrca de um hilião à três
biliões de dólares em papel-moeda e de dois bilhões a quatro bilhões de dólares em
rais, no Triângulo, por ou tro ligando-se ao Uruguai,
ouro.
pela
grande
roçada
São
pámnas faz parte da série, de palpitanfc int%rêsse, que o sr. Nelson Werncck
Sodré está escrevendo sôbre a Geografia
das Comunicações Paulistas, focalizando
o litoral paulista, o planalto, o altiplano do sul e a baixada sulina.
Maria-Montevideu; ao Paraguai,^ pela extensa radial São Pauto-Baum-Tres Las-Indubrasil-Maracaju-Ponta Pora;La-a Br^lívia pela mesma radial, prolongada, ^
de Indúbrasil a Pôrto Esperança-Corum- A
bá- além de hgar-se,^ainda, ao Rio de Ja- ^ iro e ao Estado de Minas Gerais, ao Wiffo dePplasquase tôda a fronteira co^ duas bitolas, está articulanuim. reicia « da a Santos.
_
A importância da região central do
planalto paulista, pois, é das maiores.
Mpla estão alguns dos mais desenvolvi\ centros urbanos do Estado e do
PaL Mogi Cruzes, Sorocaba, Camvias Tundiaí e a própria capital do Pf. Jq Sua articulação com Santos,
ti^al núcleo urbano do Utoral, e o
^níco pôrto aparelhado da região, au!.nta consideràvelmente essa imporlân^ Se a diferença existente entre o cia planalto e o litoral, do pon to-de-vista do desenvolvi mento material é bem gran de, a diferença entre a re-
gião central do planalto e as do norte e do sul é bastante acentuada.
Ii2
Dicesto EcoNÓhaco
crc.scendo cm importância c a condicio nal geográfica do grande vale transver sal, atraindo as comunicações entre os nÜtV*»"*»
dois maiores cenlro.s do país, conferiullic um lugar de destaque. O litoral, porém, correspondente a essa região,
não encontrou suporte para um levantanicnto efetivo.
Seu enorme declínio
só fez acentuar-se, c mal se disfarça
numa incipiente atividade de pescaria c na lavoura do banana, em particular na
K
)
A região norte, no altiplano, caracte rizada pelo vale do rio Paraíba, real
mente, descreveu uma curva singular
â zona mais rica e mais importante,
municípios a que serviam, prosseguiu no marasmo e foi se estiolando a pouco e
ne'a surgiram, então, núcleos urbanos
de importância considerável para a épo
a maioria dos niicleos urbanos e dos
pouco.
volvimento dessa ordem teria de contri
buir para o fomento de comunicações, e, realmente, os velhos caminhos, para a Côrte, para Minas Gerais, através da garganta do Embaú, para o litoral, em Lbatuba, foram os melhores da época, 6m que não havia circulação de veí
culos. Pouco depois, quando a região ja declinava, iniciou-se a construção da ferrovia de Taubaté a Ubatuba, o que
tlemonstra a importância a que a citada região havia atingido.
Uma atixádade agrícola em constan
te ascensão, decorrente da existência de boas comunicações, e servindo, além de
outros fins, ao abastecimento da capital paulista, atividades industriais ainda eny brionárias, particularmente as que se Ii-
c im ao aproveitamento da madeira, pa® Iclamente ao fabrico do caivao vege-
íi constitaem o quadro de trabalho na •êgião, em que os núcleos urbanos suo delcienles, mal aparelhados e relahvaporto dessa fruta, ligados á empresa da "ento distanciados nus dos outros. ArBlug Stav Linc, A decadência da nave Hculam-nos com a capital, as duy ra gação costeira, nesse trecho, por outro iais citadas e com o interior, rodovias lado, fez com que os núcleos de ativi-
de do litoral norte passassem a depender
,i„ segunda e terceira classe.
servados, tendo sido construída a pene
das cidades do vale do Paraíba, a que
de tropa, atualmente melhorados e con
de produção, pelo abandono da lavoura
trante S. José dos Campos-Paraibuna-
cafeeira, retomaram o ritmo de desen
volvimento antigo.
Favorecidos pela calha do grande rio,
^araguatatuba-S. Sebastião, em vésperas V
que condiciona' o enfeíxamento das co os dois maiores núcleos urbanos do País
São Paulo e Rio de Janeiro. Foi assim
que Taubaté, Guaratinguetá, Jacareí e, mais pròximamente, Caçapava e São Joso dos Campos, conseguiram emanci par-se da decadência, evoluindo para outras atividades agrícolas, particular do Paraíba, e atividade industrial em
constante desenvolvimento, particular mente a da tecelagem do algodão. A região do norte, pois, no altiplano, foi
mentos nipônicos, que
aí detêm as melhores
A situação do pla
terras, fazem-nas pro duzir em níveis ascensionais e se tomaram,
nalto na. região sul,
por isso, o fulcro do
rocaba aos limites pa ranaenses, é evidente-
rnente inferior à dos dois outros trechos
do altiplano. Seus núcleos urbanos, de írnportância secundária, só encontraram melhores dias com a roçada ferroviária
da Sorocabana, de São Paulo a Itararé,
e com a construção, primeiro, da roçada rodoviária São Paulo-Cotia-São Roque-
M
W
te coloração de ele
que se estende de So
mente o arroz das baixadas inundáveis
W--
tensiva, com uma for
norte ao planalto.
e os dois maiores parques industriais,
n;; desenvolvime„to_e^r^dmar^^graças à colonização in
o segmento de roçada
ba, articulando em definitivo o litoral
caram como pontos intermediários entre
' 1-acterisnca "erística do u Ribeira-Juquia. ^ esta realinenparte. cnriou: de uma década a esta parte,
de ser completada com
Caraguatatuba-Ubatu-
municações longitudinais na região, fi
O cansaço de suas terras, entretanto,
rado declínio. Nesse declínio, que foi
a mais transitada pelos que demandam o Paraná.
alterando fundamentalmente o sistema
Q a inevitável continuação da marcha
fciritorial dos cafezais, trouxe o acele
por Piedade-Pilar do Sul-S. Miguel Arcanjo-Capão Bonito-Apiai-Ribeira, hoje
estes um ponto de parada e, depois,
Paraíba, encontrou nova sorte. Tiveram
vidade agrícola destacada. Um desen
I
Sorocaba-Itapctinlnga-Itapcva-Capão Bo-
nito-Itararó, logo encurtada, desde Cotia,
A e® ta situação, no planalto, corres ponde. entretanto, na baixada. n_m inestavam ligados por velhos caminhos f° so ritmo de progresso. A região ca-
tanto, colocados ao longo do vale do
mineração, como Taubaté, tomaram de
Cachoeira, Caçapava Velha, Jacareí, Taubaté, Buquira, foram núcleos de ati
«
Um certo número deles, entre
ca, e outros, oriundos dos tempos da
senvolvimento expressivo., S. José dos Barreiros, Areias, Bananal, Cunha, São Luiz do Paraitinga, Paraibuna, Lorena,
tânica conseguiu resultados compensado res, tornando-se S. Sebastião pôrto de escala dos navios peculiares ao trans
gendo todos os núcleos urbanos situados
I fase da marcha dos cafezais, tornou-se em sua evolução. Quando da primeira
estreita baixada que cerca a baía de Caraguatatuba, onde podero.sa firma bri
uniforme nos primeiros decênios, abran na região, ocorreu, já na fase republi cana, um ponto crítico. Daí por diante,
113
Dicesto Econômico
progresso registrado. A lavoura da banana,
por outro lado, já antiga, mas agorá
tratada por métodos melhores, desagu^ em Santos, através da ferrovia que, co meçando naquele pôrto, vai até o ancoradouro fluvial de Juquiá, toda a sua
produção. O arroz, o chá,- legumes, são os produtos mais notáveis da região do
Ii2
Dicesto EcoNÓhaco
crc.scendo cm importância c a condicio nal geográfica do grande vale transver sal, atraindo as comunicações entre os nÜtV*»"*»
dois maiores cenlro.s do país, conferiullic um lugar de destaque. O litoral, porém, correspondente a essa região,
não encontrou suporte para um levantanicnto efetivo.
Seu enorme declínio
só fez acentuar-se, c mal se disfarça
numa incipiente atividade de pescaria c na lavoura do banana, em particular na
K
)
A região norte, no altiplano, caracte rizada pelo vale do rio Paraíba, real
mente, descreveu uma curva singular
â zona mais rica e mais importante,
municípios a que serviam, prosseguiu no marasmo e foi se estiolando a pouco e
ne'a surgiram, então, núcleos urbanos
de importância considerável para a épo
a maioria dos niicleos urbanos e dos
pouco.
volvimento dessa ordem teria de contri
buir para o fomento de comunicações, e, realmente, os velhos caminhos, para a Côrte, para Minas Gerais, através da garganta do Embaú, para o litoral, em Lbatuba, foram os melhores da época, 6m que não havia circulação de veí
culos. Pouco depois, quando a região ja declinava, iniciou-se a construção da ferrovia de Taubaté a Ubatuba, o que
tlemonstra a importância a que a citada região havia atingido.
Uma atixádade agrícola em constan
te ascensão, decorrente da existência de boas comunicações, e servindo, além de
outros fins, ao abastecimento da capital paulista, atividades industriais ainda eny brionárias, particularmente as que se Ii-
c im ao aproveitamento da madeira, pa® Iclamente ao fabrico do caivao vege-
íi constitaem o quadro de trabalho na •êgião, em que os núcleos urbanos suo delcienles, mal aparelhados e relahvaporto dessa fruta, ligados á empresa da "ento distanciados nus dos outros. ArBlug Stav Linc, A decadência da nave Hculam-nos com a capital, as duy ra gação costeira, nesse trecho, por outro iais citadas e com o interior, rodovias lado, fez com que os núcleos de ativi-
de do litoral norte passassem a depender
,i„ segunda e terceira classe.
servados, tendo sido construída a pene
das cidades do vale do Paraíba, a que
de tropa, atualmente melhorados e con
de produção, pelo abandono da lavoura
trante S. José dos Campos-Paraibuna-
cafeeira, retomaram o ritmo de desen
volvimento antigo.
Favorecidos pela calha do grande rio,
^araguatatuba-S. Sebastião, em vésperas V
que condiciona' o enfeíxamento das co os dois maiores núcleos urbanos do País
São Paulo e Rio de Janeiro. Foi assim
que Taubaté, Guaratinguetá, Jacareí e, mais pròximamente, Caçapava e São Joso dos Campos, conseguiram emanci par-se da decadência, evoluindo para outras atividades agrícolas, particular do Paraíba, e atividade industrial em
constante desenvolvimento, particular mente a da tecelagem do algodão. A região do norte, pois, no altiplano, foi
mentos nipônicos, que
aí detêm as melhores
A situação do pla
terras, fazem-nas pro duzir em níveis ascensionais e se tomaram,
nalto na. região sul,
por isso, o fulcro do
rocaba aos limites pa ranaenses, é evidente-
rnente inferior à dos dois outros trechos
do altiplano. Seus núcleos urbanos, de írnportância secundária, só encontraram melhores dias com a roçada ferroviária
da Sorocabana, de São Paulo a Itararé,
e com a construção, primeiro, da roçada rodoviária São Paulo-Cotia-São Roque-
M
W
te coloração de ele
que se estende de So
mente o arroz das baixadas inundáveis
W--
tensiva, com uma for
norte ao planalto.
e os dois maiores parques industriais,
n;; desenvolvime„to_e^r^dmar^^graças à colonização in
o segmento de roçada
ba, articulando em definitivo o litoral
caram como pontos intermediários entre
' 1-acterisnca "erística do u Ribeira-Juquia. ^ esta realinenparte. cnriou: de uma década a esta parte,
de ser completada com
Caraguatatuba-Ubatu-
municações longitudinais na região, fi
O cansaço de suas terras, entretanto,
rado declínio. Nesse declínio, que foi
a mais transitada pelos que demandam o Paraná.
alterando fundamentalmente o sistema
Q a inevitável continuação da marcha
fciritorial dos cafezais, trouxe o acele
por Piedade-Pilar do Sul-S. Miguel Arcanjo-Capão Bonito-Apiai-Ribeira, hoje
estes um ponto de parada e, depois,
Paraíba, encontrou nova sorte. Tiveram
vidade agrícola destacada. Um desen
I
Sorocaba-Itapctinlnga-Itapcva-Capão Bo-
nito-Itararó, logo encurtada, desde Cotia,
A e® ta situação, no planalto, corres ponde. entretanto, na baixada. n_m inestavam ligados por velhos caminhos f° so ritmo de progresso. A região ca-
tanto, colocados ao longo do vale do
mineração, como Taubaté, tomaram de
Cachoeira, Caçapava Velha, Jacareí, Taubaté, Buquira, foram núcleos de ati
«
Um certo número deles, entre
ca, e outros, oriundos dos tempos da
senvolvimento expressivo., S. José dos Barreiros, Areias, Bananal, Cunha, São Luiz do Paraitinga, Paraibuna, Lorena,
tânica conseguiu resultados compensado res, tornando-se S. Sebastião pôrto de escala dos navios peculiares ao trans
gendo todos os núcleos urbanos situados
I fase da marcha dos cafezais, tornou-se em sua evolução. Quando da primeira
estreita baixada que cerca a baía de Caraguatatuba, onde podero.sa firma bri
uniforme nos primeiros decênios, abran na região, ocorreu, já na fase republi cana, um ponto crítico. Daí por diante,
113
Dicesto Econômico
progresso registrado. A lavoura da banana,
por outro lado, já antiga, mas agorá
tratada por métodos melhores, desagu^ em Santos, através da ferrovia que, co meçando naquele pôrto, vai até o ancoradouro fluvial de Juquiá, toda a sua
produção. O arroz, o chá,- legumes, são os produtos mais notáveis da região do
i %r
.• r
Digesto Econômico
11'1
vale, 6 seu escoamento exige, a cada
do importância, sede do aparelliamcnto do crédito, e centro das operações co
passo, melhores comunicações. A des coberta e o início da exploração, por outro lado, de riquezas minerais esplên
lerado. Êsse quadro do desenvolvimen
didas, oferecem as mais positivas perspec
to de uma região inteira, a da baixada,
tivas ao surto progressista da região. O escoamento da produção mineral, que já atraiu ponderáveis capitais, e cujos Índices vão em crescendo, fundamenta dos em sua variedade e em seu valor,
está impondo uma revisão nos sistemas
do transportes e nos locais de transbor do. oferecendo-se já uma companhia mineradora para encarregar-se do apareIhamento rudimentar de Porto Cubatão,
em benefício do transbordo e transpor
da produção para Santos. I to Talmarítimo panorama de atividades em ritmo
crescente estabeleceu para a região do vale do Ribeira, conjugada ao altiplano do sul e ao litoral da "zona illiada",
merciais, desenvolve-se em ritmo ace
A política e o espirito de empresa por CÂNDIDO Mota Filho
pon muito tempo, a po
vindicadora.
do litoral, desaparelhado para servir ao escoamento de uma produção que vai assumindo níveis acentuados. Enquanto
lítica foi privilégio dos políticos. 'E, por isso
fim do século XIX mar
o progresso assinala o surto da baixa
mo um grande mal, o
contrasta, singularmente, com a atonia
da, Cananéia ó uma ruína de causar pie dade e Iguape entrou em ponto morto, numa situação de instável equilíbrio, ain
gica desse privilégio. Na crise mundial contempo rânea, porém, começamos
uma rudimentar atividade industrial li
a ver, no político profis
legislação, um no\'o di reito, que é o direito traballüsta ou o direito so cial. A afirmação do so
ciólogo Gurvicht é desig-
gada à pesca e dependente da navega
sional, a expressão de uma fauna decadente. E
O litoral paulista, pois, só na região santista oferece quadro de positivo pro
isso se dá por essa dilui
luta, quando conclui que
ção, cada vez maior, do
a sociedade avança e o Estado recua. E é tam
Mogiana, como na Araraquarense. Juquiá, para a lavoura da banana, Xiririca, Iporanga, Apiaí, para a extração de mi
um caráter reivindicador, foi o operário.
Sua consciência política põe-se a ama
servida pelo vale do Paraíba,
nerais, Sete Barras, Patrimônio, Registro, para as lavouras de arroz e do chá, guardam o traço novo de atividade que lhes vai alterando a fisionomia. Regis tro, em particular, nó de comunicações
plano do sul está ainda à espera de
o industrialismo começava dar forma â
Sorocabana e da alta Paulista, e que agora se repete na Noroeste e na alta
gresso, com aparelhamento atualizado e importante, estando as outras zonas em
estado de paralisação quase total de atividades. No planalto, distinguimos, por
O alti
melhores dias. A baixada sulina, entre tanto, oferece as melhores perspectivas. A densidade demográfica acompanha de perto essa gradação de progresso.
durecer no recinto das fábricas, quando sociedade moderna,
O problema, .de
uma certa forma, afasta-se das con venções eleitorais. A vontade política não ó mais sòmente a vontade do elei
tor, isto é, do cidadão no exercício de
seus direitos civis e políticos. Está tam bém com © trabalhador, que se classifi ca como categoria econômica. Ê nêle
A Embaixada do México no Brasil divulgou o seguinte comunicado:
que Marx encontra o material para a
nativa dessa condição de
bém designativa tôda a
numerosa literatura que surge em tômo da democracia econômica, que vai por
fira reflçtir-se nas constituições moder nas que fomentam a economização crescente do Estado. WiUiam Aylott Orton fala, em seu admirável ensaio "The Liberal tradilion", no capítulo re ferente à crise do liberalismo, em "the state lie 1" in .business". — 1 TH j A transformação do Estado, pela di
minuição do político e pelo aumento do
econômico, cria o Estado mtervenclonista imiscuindo-se, como pacificador de classes, nas bases fundamentais dos ne-
cócios. E foi dentro dêsse espírito que se preparou o espírito totalitário. Para
manter a justiça social e para a realiza rão do bem público, é preciso que tudo se subordine ao interêsse do Estado e que haja sempre a supremacia do direi
"Em virtude de terem alguns jornais brasileiros publicado um telegrama noí L • ^ ^(^belecUnento de informa relaçõesque econômicas entrede a Espanha o México, Embaixada dêsse país no Rio não se trata um ajustee entre os goa
revolução, porque para êle, a burguesia, constituída pelo homem comum, deve
vernos do México e da Espanha e, sim, de um acôrdo interbancário celebrado en tre o Banco Exterior da Espanha e o Banco Nacional do México. Sendo essa
homem criador dos valores autênticos da
imituição de caráter particular, o govêmo mexicano não teve nenhuma interfe
po., o poder dêsse novo elemento, que
soem"»"*"
não se afasta mais de sua posição rei-
lidade, quan o
rência nas transações realizada^'.
Corporifica-
se, com ela, em fonna de
ção de cabotagem.
ordem de importância, as três zonas, a
entre nós, nas zonas cafeeiras da alta
proletária.
político profissional, que
do centro, com a singular importância que a destaca. Vem, depois, a do norte,
quadro das cidades pioneiras, já -visto,
inquietação, a ofensiva
era uma decorrência ló
privilégio político, que a burguesia soube susten tar, dentro das regras maquiavélicas, com tanta argúcia e maestria. O novo elemento que surgiu, topando
com a faixa da "zona baixa santista", o
ca, como conseqüência de muitos anos de fogo de
mesmo, se apontou, co
da mantida pela lavoura do arroz, que já lhe deu esplendor no passado, e por
Por isso, o
ser substituída pelo trabalhador, que é vida social. E, assim, cresce com o tem
to público. Mussolini afirmava que q
socialismo só poderia, tomar-se j
p^ra o pelo
rea-
PO-
i %r
.• r
Digesto Econômico
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vale, 6 seu escoamento exige, a cada
do importância, sede do aparelliamcnto do crédito, e centro das operações co
passo, melhores comunicações. A des coberta e o início da exploração, por outro lado, de riquezas minerais esplên
lerado. Êsse quadro do desenvolvimen
didas, oferecem as mais positivas perspec
to de uma região inteira, a da baixada,
tivas ao surto progressista da região. O escoamento da produção mineral, que já atraiu ponderáveis capitais, e cujos Índices vão em crescendo, fundamenta dos em sua variedade e em seu valor,
está impondo uma revisão nos sistemas
do transportes e nos locais de transbor do. oferecendo-se já uma companhia mineradora para encarregar-se do apareIhamento rudimentar de Porto Cubatão,
em benefício do transbordo e transpor
da produção para Santos. I to Talmarítimo panorama de atividades em ritmo
crescente estabeleceu para a região do vale do Ribeira, conjugada ao altiplano do sul e ao litoral da "zona illiada",
merciais, desenvolve-se em ritmo ace
A política e o espirito de empresa por CÂNDIDO Mota Filho
pon muito tempo, a po
vindicadora.
do litoral, desaparelhado para servir ao escoamento de uma produção que vai assumindo níveis acentuados. Enquanto
lítica foi privilégio dos políticos. 'E, por isso
fim do século XIX mar
o progresso assinala o surto da baixa
mo um grande mal, o
contrasta, singularmente, com a atonia
da, Cananéia ó uma ruína de causar pie dade e Iguape entrou em ponto morto, numa situação de instável equilíbrio, ain
gica desse privilégio. Na crise mundial contempo rânea, porém, começamos
uma rudimentar atividade industrial li
a ver, no político profis
legislação, um no\'o di reito, que é o direito traballüsta ou o direito so cial. A afirmação do so
ciólogo Gurvicht é desig-
gada à pesca e dependente da navega
sional, a expressão de uma fauna decadente. E
O litoral paulista, pois, só na região santista oferece quadro de positivo pro
isso se dá por essa dilui
luta, quando conclui que
ção, cada vez maior, do
a sociedade avança e o Estado recua. E é tam
Mogiana, como na Araraquarense. Juquiá, para a lavoura da banana, Xiririca, Iporanga, Apiaí, para a extração de mi
um caráter reivindicador, foi o operário.
Sua consciência política põe-se a ama
servida pelo vale do Paraíba,
nerais, Sete Barras, Patrimônio, Registro, para as lavouras de arroz e do chá, guardam o traço novo de atividade que lhes vai alterando a fisionomia. Regis tro, em particular, nó de comunicações
plano do sul está ainda à espera de
o industrialismo começava dar forma â
Sorocabana e da alta Paulista, e que agora se repete na Noroeste e na alta
gresso, com aparelhamento atualizado e importante, estando as outras zonas em
estado de paralisação quase total de atividades. No planalto, distinguimos, por
O alti
melhores dias. A baixada sulina, entre tanto, oferece as melhores perspectivas. A densidade demográfica acompanha de perto essa gradação de progresso.
durecer no recinto das fábricas, quando sociedade moderna,
O problema, .de
uma certa forma, afasta-se das con venções eleitorais. A vontade política não ó mais sòmente a vontade do elei
tor, isto é, do cidadão no exercício de
seus direitos civis e políticos. Está tam bém com © trabalhador, que se classifi ca como categoria econômica. Ê nêle
A Embaixada do México no Brasil divulgou o seguinte comunicado:
que Marx encontra o material para a
nativa dessa condição de
bém designativa tôda a
numerosa literatura que surge em tômo da democracia econômica, que vai por
fira reflçtir-se nas constituições moder nas que fomentam a economização crescente do Estado. WiUiam Aylott Orton fala, em seu admirável ensaio "The Liberal tradilion", no capítulo re ferente à crise do liberalismo, em "the state lie 1" in .business". — 1 TH j A transformação do Estado, pela di
minuição do político e pelo aumento do
econômico, cria o Estado mtervenclonista imiscuindo-se, como pacificador de classes, nas bases fundamentais dos ne-
cócios. E foi dentro dêsse espírito que se preparou o espírito totalitário. Para
manter a justiça social e para a realiza rão do bem público, é preciso que tudo se subordine ao interêsse do Estado e que haja sempre a supremacia do direi
"Em virtude de terem alguns jornais brasileiros publicado um telegrama noí L • ^ ^(^belecUnento de informa relaçõesque econômicas entrede a Espanha o México, Embaixada dêsse país no Rio não se trata um ajustee entre os goa
revolução, porque para êle, a burguesia, constituída pelo homem comum, deve
vernos do México e da Espanha e, sim, de um acôrdo interbancário celebrado en tre o Banco Exterior da Espanha e o Banco Nacional do México. Sendo essa
homem criador dos valores autênticos da
imituição de caráter particular, o govêmo mexicano não teve nenhuma interfe
po., o poder dêsse novo elemento, que
soem"»"*"
não se afasta mais de sua posição rei-
lidade, quan o
rência nas transações realizada^'.
Corporifica-
se, com ela, em fonna de
ção de cabotagem.
ordem de importância, as três zonas, a
entre nós, nas zonas cafeeiras da alta
proletária.
político profissional, que
do centro, com a singular importância que a destaca. Vem, depois, a do norte,
quadro das cidades pioneiras, já -visto,
inquietação, a ofensiva
era uma decorrência ló
privilégio político, que a burguesia soube susten tar, dentro das regras maquiavélicas, com tanta argúcia e maestria. O novo elemento que surgiu, topando
com a faixa da "zona baixa santista", o
ca, como conseqüência de muitos anos de fogo de
mesmo, se apontou, co
da mantida pela lavoura do arroz, que já lhe deu esplendor no passado, e por
Por isso, o
ser substituída pelo trabalhador, que é vida social. E, assim, cresce com o tem
to público. Mussolini afirmava que q
socialismo só poderia, tomar-se j
p^ra o pelo
rea-
PO-
Digesto Econónuco
116
liquidar o conflito surgido cnlrc o espí
der supremo do Estado, oiinho também foi Henri de Man,^ com
rito de liberdade e o espírito de orga
o seu famoso plano de recomposição do
nização.
sistema econômico da Bélgica. Escre
No campo teórico, ninguém colocou
vendo, em 1935, um artigo sobre as ten
êpe conflito, com tanta largucza c pre
dências atuais da economia, ele procura
saios de sociologia econômica. Segudi-oi
va aguçar o gosto pelo dirigismo, dizen
do, entre outras coisas, que uma eco-
uomi-d bem dirigida devia liberar o Es tado da totalidade dos bancos, efetivar ^ nacionalização do crédito, para que bancos sirvam ao Estado e não o Estado ao banco.
Afirmava, por fim,
^ que a intervenção do Estado seria um
|) dominador comum, destinada a subme ter a atividade econômica, em conjunto,
notadamente do ponto de vista do cré dito e da moeda, às dire
tivas do interesse público. E dava como exemplo,
cisão, como Max Wcbcr, cm seus en
dentro dèssc proposilo, Werner Sombart.
Devido à Economia aparecer, principal mente, como uma teoria da ação eco nômica, ninguém mais do que o Estado p^oderia cumpri-la. Ela não era mais o Estado neutro, indiferente aos destinos
particulares. Êje não lidava nrais cO." funcionario,s c eleitores; agora êle tinb». eomo nas cmprÊsas de negócios, o pro blema dos dir,gentes, dos empresários, « cios técnicos. Njo tra tava mais de eonfiar-so em notáveis estadistas, uin avimr, um Lincoln oU
um Estado de configura
um Pomcaré, mas de re solver o assunto em ou-
ção liberal, como os Es tados Unidos, onde Roo-
ros c|uadros, com homens
sovelt iniciava a política do "new deal". Mas, com isso tudo, continua-
do outra tormagãó, um Ford, um Krupp, um
ram as marchas dos rei-
Smmens, grandes comer-
vindicadores, daqueles que estavam desempregados e tinham
fome e daqueles que, empregados, não Se sentiam garantidos e satisfeitos em seus empregos.
O debate entre os teóricos se multi plicou desmedidamente. Como demons trou Nitti, no ano de 1933, por uma
estatística publicada em Berlim, tinham surgido mais de vinte e cinco mil so
luções para a crise mundial.
Em a
quase totalidade das soluções propostas, subia à tona o intervencionismo estatal,
que até agora, não foi diminuído, ape sar do trágico e brutal fracasso dos paí ses totalitários.
A civilização ficou as-
sim, em nossos dias, com a preocupação
do dirigismo ou do planejamento, pára
, e financeiros grandes triais, magnatas
indus
Mas, o apareeimento dêste' novo ele mento no palco da vida pollHea não era so por necessidade de ordem técnica co mo também porque, pelo conflito 'eco
nômico surgido, os homens de negó-^
ciio foram obrigados a vir para a linha da frente da luta política. Max Ascoli,
Digesto
Econômico
rantias. "Para um empresário alemão da
empreendimentos, os empresários, por
metade do século XIX, cscre\"e Prados
sua vez, são obrigados a ceder à contin
Arrarte, — a prioridade alcanÇ'^^^*^ Inglaterra com .sua indústria pesada, no mercado internacional, não podia ser
gência política, a situar os movimentos do opinião, a interpretar, com oportuni dade, a intenção dos dirigentes do Es
anulada fàcilmenlc, sob o império do
tado.
livre cambio; por que, pois, não ser utilizado, para isso, o aparelliamento do
partidos poliHcos, nos escritórios dos lí
poder e déla se utilizar para libertar o mercado inlÇmo da competência es
dações dos jornais, está, em nossos dias,
trangeira?
Desde aí, diz o ilustre en
saísta, — a relação entre o poder polí
Aquilo que, antigamente, estava nos deres, nas salas das câmimis, nas re
na.s associações de classe, enfim nas,
associações patronais. Nelas os deba
tico e o resultado das relações eco
tes se generalizam. O interesse da clas
nômicas se fez necessário".
se torna-se interesse geral. O interesse da classe está no interesse da massa. O interesse da classe é o interêsse da educação da saúde, da higiene, da for
Por aí .se vê que um conjunto de mo tivos e pretextos leva ao empresário a
cuidar também de política ou principal mente do política. Haja ou não repre
sentação profissional nas a.ssembléias, êle deve estar presente nas assembléias, nas secretarias de Estado ou nos conselhos do Governo.
Èle sente, de um lado, o intervencio
nismo surpreendente do Estado, dimi
nuindo, atrapalhando ou anulando o li vro empreendimento, inti"ometendo-se nas
diretrizes dos negócios, pelo poder de an-ecadação, pelo poder de fiscalização e pelo poder de supervisão; por outro lado, êle sente a intervenção, também
siirpreendento, do empregado ou do onr>v.<,-;>v não só pela i_ justiça do frnbaoperário, traba-
Ihõ. -• ^ >, como também
^ pela proteção ainda que o trabalho exige para ser eficiente.
A empresa vai, por sua vez, assumindo
ao apreciar essa insegurança, motivada
caráter político, uma vez que o seu
pela deslocaçao dos valores sociais ãi7. que passamos verdadeiramente por uma guerra civil mundial. A aproximação do homem de negócio, do empresário e'~^o capitalista das atividades de govêrno se
significado de organização privada vai-
proces.sa. assim, antes de mais nada, num movimento de legítima defesa. Desapareceu o sentido das velhas ga-
117
mação moral e intelectual do homem do povo. como se a classe fôsse, nesse
plano, o próprio Estado.
Georges Ripert, no estudo que fez dos
aspectos jurídicos do capitalismo, afir-
ma diante do economismo crescente: - ^ "Não há economia, que nao seja poli- ^ tica" Poderíamos acrescentar que, pela mudança social dos nossos dias, não há
empresário que não seja polihco. On
tem o capitalismo industrial e fmanceivo criou uma legislação para afirrnax o seu poder. Hoje, ele vai mais além e se transforma em l_egi.slador para de
fender a sua condição. Antes a iniciativa do pioneiro era no
campo aberto. Era um criador de ce nário
Pela sua energia, pelo seu tra
balho, pelos seus cálculos, pela eficiên cia de suas iniciativas, surgia o seu
so transformando. O empresário sente a poder Era assim um "captain of Xn~ dustry". A riqueza e^, para êle, •sua empresa periclitante pela intromis atirinaçau de sua liberdade. O são de mãos ocultas, que procedem afirmação rico, como os burgueses do século XlV do várias origens. Se, por muitas cir consagrando, como lembra Sombart, cunstâncias e motivos, a nova política se aproveita do espírito do "empresário, santo espírito da ordem", influi na ela boração da própria ordem do iCstadV de sua técnica, de seus cálculos, de seus
Digesto Econónuco
116
liquidar o conflito surgido cnlrc o espí
der supremo do Estado, oiinho também foi Henri de Man,^ com
rito de liberdade e o espírito de orga
o seu famoso plano de recomposição do
nização.
sistema econômico da Bélgica. Escre
No campo teórico, ninguém colocou
vendo, em 1935, um artigo sobre as ten
êpe conflito, com tanta largucza c pre
dências atuais da economia, ele procura
saios de sociologia econômica. Segudi-oi
va aguçar o gosto pelo dirigismo, dizen
do, entre outras coisas, que uma eco-
uomi-d bem dirigida devia liberar o Es tado da totalidade dos bancos, efetivar ^ nacionalização do crédito, para que bancos sirvam ao Estado e não o Estado ao banco.
Afirmava, por fim,
^ que a intervenção do Estado seria um
|) dominador comum, destinada a subme ter a atividade econômica, em conjunto,
notadamente do ponto de vista do cré dito e da moeda, às dire
tivas do interesse público. E dava como exemplo,
cisão, como Max Wcbcr, cm seus en
dentro dèssc proposilo, Werner Sombart.
Devido à Economia aparecer, principal mente, como uma teoria da ação eco nômica, ninguém mais do que o Estado p^oderia cumpri-la. Ela não era mais o Estado neutro, indiferente aos destinos
particulares. Êje não lidava nrais cO." funcionario,s c eleitores; agora êle tinb». eomo nas cmprÊsas de negócios, o pro blema dos dir,gentes, dos empresários, « cios técnicos. Njo tra tava mais de eonfiar-so em notáveis estadistas, uin avimr, um Lincoln oU
um Estado de configura
um Pomcaré, mas de re solver o assunto em ou-
ção liberal, como os Es tados Unidos, onde Roo-
ros c|uadros, com homens
sovelt iniciava a política do "new deal". Mas, com isso tudo, continua-
do outra tormagãó, um Ford, um Krupp, um
ram as marchas dos rei-
Smmens, grandes comer-
vindicadores, daqueles que estavam desempregados e tinham
fome e daqueles que, empregados, não Se sentiam garantidos e satisfeitos em seus empregos.
O debate entre os teóricos se multi plicou desmedidamente. Como demons trou Nitti, no ano de 1933, por uma
estatística publicada em Berlim, tinham surgido mais de vinte e cinco mil so
luções para a crise mundial.
Em a
quase totalidade das soluções propostas, subia à tona o intervencionismo estatal,
que até agora, não foi diminuído, ape sar do trágico e brutal fracasso dos paí ses totalitários.
A civilização ficou as-
sim, em nossos dias, com a preocupação
do dirigismo ou do planejamento, pára
, e financeiros grandes triais, magnatas
indus
Mas, o apareeimento dêste' novo ele mento no palco da vida pollHea não era so por necessidade de ordem técnica co mo também porque, pelo conflito 'eco
nômico surgido, os homens de negó-^
ciio foram obrigados a vir para a linha da frente da luta política. Max Ascoli,
Digesto
Econômico
rantias. "Para um empresário alemão da
empreendimentos, os empresários, por
metade do século XIX, cscre\"e Prados
sua vez, são obrigados a ceder à contin
Arrarte, — a prioridade alcanÇ'^^^*^ Inglaterra com .sua indústria pesada, no mercado internacional, não podia ser
gência política, a situar os movimentos do opinião, a interpretar, com oportuni dade, a intenção dos dirigentes do Es
anulada fàcilmenlc, sob o império do
tado.
livre cambio; por que, pois, não ser utilizado, para isso, o aparelliamento do
partidos poliHcos, nos escritórios dos lí
poder e déla se utilizar para libertar o mercado inlÇmo da competência es
dações dos jornais, está, em nossos dias,
trangeira?
Desde aí, diz o ilustre en
saísta, — a relação entre o poder polí
Aquilo que, antigamente, estava nos deres, nas salas das câmimis, nas re
na.s associações de classe, enfim nas,
associações patronais. Nelas os deba
tico e o resultado das relações eco
tes se generalizam. O interesse da clas
nômicas se fez necessário".
se torna-se interesse geral. O interesse da classe está no interesse da massa. O interesse da classe é o interêsse da educação da saúde, da higiene, da for
Por aí .se vê que um conjunto de mo tivos e pretextos leva ao empresário a
cuidar também de política ou principal mente do política. Haja ou não repre
sentação profissional nas a.ssembléias, êle deve estar presente nas assembléias, nas secretarias de Estado ou nos conselhos do Governo.
Èle sente, de um lado, o intervencio
nismo surpreendente do Estado, dimi
nuindo, atrapalhando ou anulando o li vro empreendimento, inti"ometendo-se nas
diretrizes dos negócios, pelo poder de an-ecadação, pelo poder de fiscalização e pelo poder de supervisão; por outro lado, êle sente a intervenção, também
siirpreendento, do empregado ou do onr>v.<,-;>v não só pela i_ justiça do frnbaoperário, traba-
Ihõ. -• ^ >, como também
^ pela proteção ainda que o trabalho exige para ser eficiente.
A empresa vai, por sua vez, assumindo
ao apreciar essa insegurança, motivada
caráter político, uma vez que o seu
pela deslocaçao dos valores sociais ãi7. que passamos verdadeiramente por uma guerra civil mundial. A aproximação do homem de negócio, do empresário e'~^o capitalista das atividades de govêrno se
significado de organização privada vai-
proces.sa. assim, antes de mais nada, num movimento de legítima defesa. Desapareceu o sentido das velhas ga-
117
mação moral e intelectual do homem do povo. como se a classe fôsse, nesse
plano, o próprio Estado.
Georges Ripert, no estudo que fez dos
aspectos jurídicos do capitalismo, afir-
ma diante do economismo crescente: - ^ "Não há economia, que nao seja poli- ^ tica" Poderíamos acrescentar que, pela mudança social dos nossos dias, não há
empresário que não seja polihco. On
tem o capitalismo industrial e fmanceivo criou uma legislação para afirrnax o seu poder. Hoje, ele vai mais além e se transforma em l_egi.slador para de
fender a sua condição. Antes a iniciativa do pioneiro era no
campo aberto. Era um criador de ce nário
Pela sua energia, pelo seu tra
balho, pelos seus cálculos, pela eficiên cia de suas iniciativas, surgia o seu
so transformando. O empresário sente a poder Era assim um "captain of Xn~ dustry". A riqueza e^, para êle, •sua empresa periclitante pela intromis atirinaçau de sua liberdade. O são de mãos ocultas, que procedem afirmação rico, como os burgueses do século XlV do várias origens. Se, por muitas cir consagrando, como lembra Sombart, cunstâncias e motivos, a nova política se aproveita do espírito do "empresário, santo espírito da ordem", influi na ela boração da própria ordem do iCstadV de sua técnica, de seus cálculos, de seus
rfWTTT
..-'«r
DtGEsTO
118
Porém, agora, a coisa é diferente. Êle não pode mais consagrar, numa socie
dade desintegrada pelo espírito subver sivo, "o santo espírito da ordem". E, por isso, êle se íntegra na própria de fesa dos postulados estatais, que se vol
Econômico
tar as dificuldades sociais que o Es tado apresenta. Desenvolvendo sua atividade, com o
desdobramento de suas preocupações, ve mo-lo sair dos seus escritórios, de suas fábricas, dos seus estabelecimentos co
merciais e agrícolas e comparecer aos
tam contra ele, colocando-se o espí rito público diante do espírito de ne
comícios populares, votar e ser votado
gócio. Luta assim em duas frentes.
e incorporar aos encargos e lucros de suas cmprêsas, jornais e revistas e es
Como
os negócios continuam, em plena desor dem, é necessário, como condição de vida, sustentar a atividade econômica,
defendendo as últimas reservas da ini
ciativa individual e, ao mesmo tempo,
sustentar um espírito público, comun gar dos males da coletividade, enfren
ICO
PAN
t
O Dcparlamcnlo de Agricultura divulgou que as precárias condições do tempo, registradas durante o mês de setembro, ocasionaram uma redução na provisão da safra dc algodão. ,. . ,
tações de rádio-difusão.
As estimativas da safra total do 1947 previam que a produção seria de
Assim, com a insegurança em qu®
11.508.000 fardos.
vive a livre iniciativa, o empresário fazso polítíco, integra-se na composição es
,
tatal e, dêsse modo, concorre visivel mente para a fisionomia contemporâ
safra aígodoeira foi de 3% ou 241.000 fardos abaixo da primeira estimativa dc Acusando um aumento de US$... -
77.000.000,00 sobre o mês de abril,
a exportação do Canadá em maio de
1947 atingiu a um recorde de após guerra de US$267.800.000,00, segundo informações do "Bureau Canadense de Estatística". Em maio de 1946, a cifra
fôra de US$ 197.000.000,00, e em agôsto dc 1945, o liltimo mês de guerra, de US$ 295.000.000,00. Os embarques canadenses para os Es
/
tados Unidos no mês de maio de 1947
t fl
continuaram na linha de ascensão que
embaixador da Grã-Bretanha, reafirmou que a Europa neceskta uríronl^^ auxílio norte-americano. ^^R^nternente d-O Por outro lado, referiu-se às intenções correntemente atribuídas à n' rj —
vêm seguindo desde alguns meses. As ram de US$ 79.769.000,00, em com paração com US$72.200.000,00 no
i, todavia, nomear êsse país - de domimr a Europa Ocidental sáliet ão-. _
ceíta total para o mês de setembro foi jç 7 931.000 dólares, em confronto com 7.178.000 em setembro do ano pas sado". As despesas de operação foram
de 5.736.000 dólares, em relação a 4 851.000 dólares.no ano passado. O
lucro total orçado é de 2.195.000 dólflrP<5 ao passo que, em setembro do
ano passado, foi de 2.327.000 dólares. A renda real foi idêntica à orçada. Onanto à renda de 1.° de janeiro do ano
5 curso, foi ae 18.958.000 dólares, em confronto com 17.958.000 dólares no mesmo período do ano anterior.
sim, em maio do corrente ano, consta
sem
meditamos que êste grande continente não pode prosperar se a * Eu ^
j
setembro.
nea da vida pública.
Falando perante a Câmara de Comércio de Kansas Citi/, lorde In
,
Entretanto, o furacão que varreu a costa do golfo, bem co^ 4"'t' 1" vais causaram a redução da qualidade "Unt" e íii/Zuírmíi m ' gstímaíiva dc
/
mês de maio de 1946. No período de janeiro a maio, a e.vportação do Canadá para os' E.U.A. atingiu o valor de
'tal 'forem 'orem reduzidas reduzidas aà fome fome ee ao ao caos. caos. Haveria Haveria então então um umteMvel
vácuo e seria ràpidamente aproveitado por um povo que não t&m J md simpatia pelas preciosas liberdades e instituições norte-americanas". riennuv Afirmando que o seu país continua partidário do ressurgimento dn a in internacional, o embaixador britânico declarou que a nacion^izacão nJír, -Jf n
US$400.007.000,00, em com US$
392.950.000,00 no mesmo
p'd-Bretanha e que o gwêrno de Londres instituiu como ''í'íorês%
período de 1946.
pioradas de pioradas de maneira maneira rendosa renrlnan quando mmníln os n.i interêsses intfírâssp.f! particulares estiverem possibilidade de reunir ós capitais necessários para a sua modernização. Salten^i
*
publicai' publicas' independentes do govêrno unicamente as indústrias que podem
comparação
* * *
O Conselho Federal Suíço publicou comunicado oficial: "A li-
o seguinte
rt. u-
;ão e berdade de comercio de importação e
exportação ....«T+arão com todos toaos os us países estran
geiros geiros, foi completamente restabelecida na Suíça :}{ * *
também o encorajamento para as indústrias particulares, quando revresentom
Hs
A "Brazihan Traction Light an Power Company" divulgou que a sua re-
solução para o problema nacional britânico.
1
n ministro da Fazenda
rfWTTT
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DtGEsTO
118
Porém, agora, a coisa é diferente. Êle não pode mais consagrar, numa socie
dade desintegrada pelo espírito subver sivo, "o santo espírito da ordem". E, por isso, êle se íntegra na própria de fesa dos postulados estatais, que se vol
Econômico
tar as dificuldades sociais que o Es tado apresenta. Desenvolvendo sua atividade, com o
desdobramento de suas preocupações, ve mo-lo sair dos seus escritórios, de suas fábricas, dos seus estabelecimentos co
merciais e agrícolas e comparecer aos
tam contra ele, colocando-se o espí rito público diante do espírito de ne
comícios populares, votar e ser votado
gócio. Luta assim em duas frentes.
e incorporar aos encargos e lucros de suas cmprêsas, jornais e revistas e es
Como
os negócios continuam, em plena desor dem, é necessário, como condição de vida, sustentar a atividade econômica,
defendendo as últimas reservas da ini
ciativa individual e, ao mesmo tempo,
sustentar um espírito público, comun gar dos males da coletividade, enfren
ICO
PAN
t
O Dcparlamcnlo de Agricultura divulgou que as precárias condições do tempo, registradas durante o mês de setembro, ocasionaram uma redução na provisão da safra dc algodão. ,. . ,
tações de rádio-difusão.
As estimativas da safra total do 1947 previam que a produção seria de
Assim, com a insegurança em qu®
11.508.000 fardos.
vive a livre iniciativa, o empresário fazso polítíco, integra-se na composição es
,
tatal e, dêsse modo, concorre visivel mente para a fisionomia contemporâ
safra aígodoeira foi de 3% ou 241.000 fardos abaixo da primeira estimativa dc Acusando um aumento de US$... -
77.000.000,00 sobre o mês de abril,
a exportação do Canadá em maio de
1947 atingiu a um recorde de após guerra de US$267.800.000,00, segundo informações do "Bureau Canadense de Estatística". Em maio de 1946, a cifra
fôra de US$ 197.000.000,00, e em agôsto dc 1945, o liltimo mês de guerra, de US$ 295.000.000,00. Os embarques canadenses para os Es
/
tados Unidos no mês de maio de 1947
t fl
continuaram na linha de ascensão que
embaixador da Grã-Bretanha, reafirmou que a Europa neceskta uríronl^^ auxílio norte-americano. ^^R^nternente d-O Por outro lado, referiu-se às intenções correntemente atribuídas à n' rj —
vêm seguindo desde alguns meses. As ram de US$ 79.769.000,00, em com paração com US$72.200.000,00 no
i, todavia, nomear êsse país - de domimr a Europa Ocidental sáliet ão-. _
ceíta total para o mês de setembro foi jç 7 931.000 dólares, em confronto com 7.178.000 em setembro do ano pas sado". As despesas de operação foram
de 5.736.000 dólares, em relação a 4 851.000 dólares.no ano passado. O
lucro total orçado é de 2.195.000 dólflrP<5 ao passo que, em setembro do
ano passado, foi de 2.327.000 dólares. A renda real foi idêntica à orçada. Onanto à renda de 1.° de janeiro do ano
5 curso, foi ae 18.958.000 dólares, em confronto com 17.958.000 dólares no mesmo período do ano anterior.
sim, em maio do corrente ano, consta
sem
meditamos que êste grande continente não pode prosperar se a * Eu ^
j
setembro.
nea da vida pública.
Falando perante a Câmara de Comércio de Kansas Citi/, lorde In
,
Entretanto, o furacão que varreu a costa do golfo, bem co^ 4"'t' 1" vais causaram a redução da qualidade "Unt" e íii/Zuírmíi m ' gstímaíiva dc
/
mês de maio de 1946. No período de janeiro a maio, a e.vportação do Canadá para os' E.U.A. atingiu o valor de
'tal 'forem 'orem reduzidas reduzidas aà fome fome ee ao ao caos. caos. Haveria Haveria então então um umteMvel
vácuo e seria ràpidamente aproveitado por um povo que não t&m J md simpatia pelas preciosas liberdades e instituições norte-americanas". riennuv Afirmando que o seu país continua partidário do ressurgimento dn a in internacional, o embaixador britânico declarou que a nacion^izacão nJír, -Jf n
US$400.007.000,00, em com US$
392.950.000,00 no mesmo
p'd-Bretanha e que o gwêrno de Londres instituiu como ''í'íorês%
período de 1946.
pioradas de pioradas de maneira maneira rendosa renrlnan quando mmníln os n.i interêsses intfírâssp.f! particulares estiverem possibilidade de reunir ós capitais necessários para a sua modernização. Salten^i
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publicai' publicas' independentes do govêrno unicamente as indústrias que podem
comparação
* * *
O Conselho Federal Suíço publicou comunicado oficial: "A li-
o seguinte
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;ão e berdade de comercio de importação e
exportação ....«T+arão com todos toaos os us países estran
geiros geiros, foi completamente restabelecida na Suíça :}{ * *
também o encorajamento para as indústrias particulares, quando revresentom
Hs
A "Brazihan Traction Light an Power Company" divulgou que a sua re-
solução para o problema nacional britânico.
1
n ministro da Fazenda
DrcESTO
120
leriores que já está sendo estudada, na capital do país, por uma comissão de representantes daquele Ministério e do Banco do Brasil, uma fórmula para
Econ()Mic;o
Prevalece, todavia, a crença, dc que o acôrdo será ainda alcançado embora
As duas exposições industriais que a Inglaterra c a França atualmente orga nizaram na Argentina são sintomáticas da decisão daipièlcs países de procurar arrancar aos Estados Unidos grande par te dos mercados importadores argentinos.
1'. título provisório c dc natureza limi
tada, enquanto se aguarda a chegada da
um acordo de pagamento, entre o alu
missão comercial c financeira britânica
dido estabelecimento c o Banco Oficial
a Buenos Aires.
da Holanda.
A exposição britânica está instalada
í(.
A "Imperial Oil Ltd", anunciou uma
alta nos preços por atacado da gasoli na o outros derivados de petroleo, a fim dc atender às inevitáveis altas do custo" dos mercados canadenses. íjí
íi: ^
O governo militar norte-americano da Alemanha entregou hoje à França nove
navios de guerra alemães atribuídos aos Estados Unidos em virtude do acôrdo de Potsdam.
A atual produção de automóveis na Grá-Bietanha é de 300.000 unidades
por ano. No entanto, até dezembro de 1948, apesar das reduções impostas à industria, deverá ter atingido o total de 475.000 unidades. ;[s sH *
O "Financial Times", órgão especia
lizado em assuntos financeiros, publica
longo artigo, discutindo as propostas da Inglateira à Argentina, rehativa à altera
a bordo do navio "St. Merriel" e de
"O Corn News Trade" estimou o total
da safra mundial de trigo em
dica-se mais a instrumentos do preci
.562.075.000 "quartcr.s", de 480 libras
são, que até aqui têm sido comprados
cada. Entretanto, afirma que uma prcViSao e.vata e difícil port^ue "por ora, apenas podemos fazer .suposições acer
principalmente dos Estados Unidos. A exposição francesa está instalada, ao con trario, num salão citadino, onde são
cadação progressiva de taxas sobre ca pital, variando de dois a vinte por cento
sôbre qualquer propriedade estimada em mais de um milhão de coroas, desde
que o proprietário tenha uma renda anual de anual de 50.000 ÕO.UUU coroas coroas ou uu mai». mais. ^ A iTT^n Essa .ta-xa, chamada pela imprensa tcheca "a tcheca a taxa taxa aos dos nimuiutiiua milionários",, se oc dcsvai.-í__ tina ao levantamento de de fundos fundos nara para
pacamento dc subsídios aos lavradores como compensação pelas pesadas per das deste ano, determinadas pelas mas
^°0*^govêrno tcheco aumentará também dc vinte por cento o atual impôsto de renda para os que percebem mais de
ca da safra do Hemi.sfério meridional"A produção de 1946 foi de 492.525.000 "quartcr.s".
exibidos diversos produtos manufatura
A cnusa princip;,! da diminuição da colheita fm a catástrofe tjrm sobreveio
como principal fornecedor daquele pais,
nhecida como "ta.xa dos exploradores",
não está seriamente ameaçada no mo
isto é, cem por cento sobre as pro
gunda vez em tres anos.
nem a França estão em condições de su
Aquela publicação calcula como re gra a produção por continente Europí^
planta-los.- Mas, a julgar pela ativida
dos e modelos dc maquinário industrial. Contudo, a posição dos Estados Unidos, mento, porquanto nem a Grã-Bretanha
a cultura de trigo da Europa, pela se-
de dos representantes daquelas duas na ções européias cm Buenos Aires, have rá quando. menos algiuna mudança em suas balanças comerciais desfavorávéis relativamente à Argentina. Por exem
124.540.000; Hemisfério 13 OcidcnH 225.925.000; África noO; Asia - 69.900.000 c
28.200.000.
Austiaha
plo, os carros ingleses tomam-se cada vez mais popularc.s, em virtude de 6s
Segundo ainda as estimativas do alu dido orgao a produção do Hemisfério Ocidental seria assim distribuída: Es-
britânicos terem estudado o mercado cuidadosamente e adaptado seus mo
tL°; Canadi - 44 000 OOo°°a
delos às condições loCais.
-México 22.500.000: Chr-ri^olToôo - 1.700.000 e oi,t„, •
"Quanto aos franceses, estão em condi ções de fazer grandes incursões no mer
cado importador de tecidos, atualmen
2.000.000.
te dominado pelos Estados Unidos. De mais, diversas mercadorias francesas de luxo, que tôm um bom mercado em Buenos Aires, encontrai-ão facilidade de trocas ali, com algodão couro e certos
ção do acôrdo sobre pagamentos, em
vista da inconversibilidade do esterlino,
referindo-se à possibilidade da conclusão de um ajuste em bases restritas. O ca ráter dijs propostas, para a alteração do convênio de pagamentos, assinado pelo
121
Dicesto Econômico
Atendendo a solicitação do Instituto
d^o Açúcar e do Álcool, o ministro da Fazenda acaba de liberar a exportação
sr. Miguel Miranda e pelo sr. Eady, per
do diversos tipos do açúcar para o Ex
manece em segredo.
terior.
produtos alimentícios. il! * 'A:
i.
O governo da Tchecoslovaquia apro vou um plano do Tesouro para a arre-
240 000 corôas por ano.
Além dessas taxas, havera oulia, co
priedades compradas desde » reforma
monetária de novembro de 194S. pro priedades essas adquiridas em sua maroria segundo a opinião da imprensa, com
íúcros^feitbs no niercado negro.
i
rfs * ✓
Entre as sugestões que o.govêmo dos
Esmdos Unidos fará ao Conpsso, perlindo dindo a aprovação a aprovação dos üos creuuu^ créditos para A-oo para Uluu r , ,,,, a votíifní-í
-Plano Marsbãll", estará a votação de
crédito .de três bilhões de dólares para estabilizar a moeda dos 16 países que
participaram da Conferência de Paris e
que serão os beneficiários do auxílio americano.
.- ^ ^
Espera-se grande oposição do Congres Coi
so diante deste T-íPfbdo. pedido, Dartirnin-r particularmente da parte do senador Tatt, que recentemente mostrou ser hostil à adoção de uma soma superior a cinco ou seis mi lhões de dólares para o primeiro ano j. nlano além de 642 milhões é
DrcESTO
120
leriores que já está sendo estudada, na capital do país, por uma comissão de representantes daquele Ministério e do Banco do Brasil, uma fórmula para
Econ()Mic;o
Prevalece, todavia, a crença, dc que o acôrdo será ainda alcançado embora
As duas exposições industriais que a Inglaterra c a França atualmente orga nizaram na Argentina são sintomáticas da decisão daipièlcs países de procurar arrancar aos Estados Unidos grande par te dos mercados importadores argentinos.
1'. título provisório c dc natureza limi
tada, enquanto se aguarda a chegada da
um acordo de pagamento, entre o alu
missão comercial c financeira britânica
dido estabelecimento c o Banco Oficial
a Buenos Aires.
da Holanda.
A exposição britânica está instalada
í(.
A "Imperial Oil Ltd", anunciou uma
alta nos preços por atacado da gasoli na o outros derivados de petroleo, a fim dc atender às inevitáveis altas do custo" dos mercados canadenses. íjí
íi: ^
O governo militar norte-americano da Alemanha entregou hoje à França nove
navios de guerra alemães atribuídos aos Estados Unidos em virtude do acôrdo de Potsdam.
A atual produção de automóveis na Grá-Bietanha é de 300.000 unidades
por ano. No entanto, até dezembro de 1948, apesar das reduções impostas à industria, deverá ter atingido o total de 475.000 unidades. ;[s sH *
O "Financial Times", órgão especia
lizado em assuntos financeiros, publica
longo artigo, discutindo as propostas da Inglateira à Argentina, rehativa à altera
a bordo do navio "St. Merriel" e de
"O Corn News Trade" estimou o total
da safra mundial de trigo em
dica-se mais a instrumentos do preci
.562.075.000 "quartcr.s", de 480 libras
são, que até aqui têm sido comprados
cada. Entretanto, afirma que uma prcViSao e.vata e difícil port^ue "por ora, apenas podemos fazer .suposições acer
principalmente dos Estados Unidos. A exposição francesa está instalada, ao con trario, num salão citadino, onde são
cadação progressiva de taxas sobre ca pital, variando de dois a vinte por cento
sôbre qualquer propriedade estimada em mais de um milhão de coroas, desde
que o proprietário tenha uma renda anual de anual de 50.000 ÕO.UUU coroas coroas ou uu mai». mais. ^ A iTT^n Essa .ta-xa, chamada pela imprensa tcheca "a tcheca a taxa taxa aos dos nimuiutiiua milionários",, se oc dcsvai.-í__ tina ao levantamento de de fundos fundos nara para
pacamento dc subsídios aos lavradores como compensação pelas pesadas per das deste ano, determinadas pelas mas
^°0*^govêrno tcheco aumentará também dc vinte por cento o atual impôsto de renda para os que percebem mais de
ca da safra do Hemi.sfério meridional"A produção de 1946 foi de 492.525.000 "quartcr.s".
exibidos diversos produtos manufatura
A cnusa princip;,! da diminuição da colheita fm a catástrofe tjrm sobreveio
como principal fornecedor daquele pais,
nhecida como "ta.xa dos exploradores",
não está seriamente ameaçada no mo
isto é, cem por cento sobre as pro
gunda vez em tres anos.
nem a França estão em condições de su
Aquela publicação calcula como re gra a produção por continente Europí^
planta-los.- Mas, a julgar pela ativida
dos e modelos dc maquinário industrial. Contudo, a posição dos Estados Unidos, mento, porquanto nem a Grã-Bretanha
a cultura de trigo da Europa, pela se-
de dos representantes daquelas duas na ções européias cm Buenos Aires, have rá quando. menos algiuna mudança em suas balanças comerciais desfavorávéis relativamente à Argentina. Por exem
124.540.000; Hemisfério 13 OcidcnH 225.925.000; África noO; Asia - 69.900.000 c
28.200.000.
Austiaha
plo, os carros ingleses tomam-se cada vez mais popularc.s, em virtude de 6s
Segundo ainda as estimativas do alu dido orgao a produção do Hemisfério Ocidental seria assim distribuída: Es-
britânicos terem estudado o mercado cuidadosamente e adaptado seus mo
tL°; Canadi - 44 000 OOo°°a
delos às condições loCais.
-México 22.500.000: Chr-ri^olToôo - 1.700.000 e oi,t„, •
"Quanto aos franceses, estão em condi ções de fazer grandes incursões no mer
cado importador de tecidos, atualmen
2.000.000.
te dominado pelos Estados Unidos. De mais, diversas mercadorias francesas de luxo, que tôm um bom mercado em Buenos Aires, encontrai-ão facilidade de trocas ali, com algodão couro e certos
ção do acôrdo sobre pagamentos, em
vista da inconversibilidade do esterlino,
referindo-se à possibilidade da conclusão de um ajuste em bases restritas. O ca ráter dijs propostas, para a alteração do convênio de pagamentos, assinado pelo
121
Dicesto Econômico
Atendendo a solicitação do Instituto
d^o Açúcar e do Álcool, o ministro da Fazenda acaba de liberar a exportação
sr. Miguel Miranda e pelo sr. Eady, per
do diversos tipos do açúcar para o Ex
manece em segredo.
terior.
produtos alimentícios. il! * 'A:
i.
O governo da Tchecoslovaquia apro vou um plano do Tesouro para a arre-
240 000 corôas por ano.
Além dessas taxas, havera oulia, co
priedades compradas desde » reforma
monetária de novembro de 194S. pro priedades essas adquiridas em sua maroria segundo a opinião da imprensa, com
íúcros^feitbs no niercado negro.
i
rfs * ✓
Entre as sugestões que o.govêmo dos
Esmdos Unidos fará ao Conpsso, perlindo dindo a aprovação a aprovação dos üos creuuu^ créditos para A-oo para Uluu r , ,,,, a votíifní-í
-Plano Marsbãll", estará a votação de
crédito .de três bilhões de dólares para estabilizar a moeda dos 16 países que
participaram da Conferência de Paris e
que serão os beneficiários do auxílio americano.
.- ^ ^
Espera-se grande oposição do Congres Coi
so diante deste T-íPfbdo. pedido, Dartirnin-r particularmente da parte do senador Tatt, que recentemente mostrou ser hostil à adoção de uma soma superior a cinco ou seis mi lhões de dólares para o primeiro ano j. nlano além de 642 milhões é
DiGESTO Econômico
cia à França e à Italía. Todavia, o De
A empresa francesa de Denain Anzin
estes fxmdos poderiam, num longo pra-
acaba de fazer à "Wcstinghouse Eleclric Corporation", dos Estados Unidos, um
permitir a economia de dólares, au-
pedido de aparelhos elétrico.s no valor
partamento de Estado irá esclarecer que
mentando^se a confiança nas moedas
total de cerca de scí.s milhões de dóla
européias, encorajando o Canadá e a América Latina a aceitar numa certa
res, que se destinam a fábricas de aço, segundo informação do presidente da
medida as moedas européias em paga
referida empresa norte-americana, sr.
mento dos fornecimentos deixando de
William E. Knox.
insistir tanto pelo pagamento em dóla
que, no seu parecer, esta é a maior en
res.
comenda do gênero, sendo, além disso,
A principal questão que ora se apre senta, e que está longe de ser resolvi
da, é precisamente o problema do finan ciamento dos fornecimentos num perío do de quatro anos, elevando-se a seis
bilhões de dólares de produtos proce dentes do Canadá e da América Latina.
Êste aspecto do plano é importante por que o Canadá pode fornecer trigo, ce reais e madeiras; a Argentina, trigo e cereais; o Chile, cobre e nitratos, e o
Brasil, café e diamante industrial. Por outro lado, o governo dos Esta
dos Unidos mostrou-se favorável ao ape lo da Conferência de Paris, dirigido ao Canadá e aos países da América Latina para perguntar em que medida e em que condições podem eles cooperar com declarações feita à "France Presse" por uma fonte digna de crédito.
Afirma o sr. Knox
a primeira prova tangível de que os
industriais francôses estão dando passos definitivos e de grande importância nO Mas os planos traçados em França vão ainda mais longe, pois se pretende con seguir uma produção de aço ainda maior que a de antes da guerra.
A aparelhagem elétrica encomendada
destina-se a fabricas que vão ser eri gidas na região setentrional da FratiÇí'' e entre essa aparelhagem figurará uin»
laminadora a quente, com 1 metro « 676 milímetros de diâmetro, adona^" por um mecanismo de 39 600 H P
motores da laminação íornecerão 15.00» me,o de certos dispositivos que cónvortem a corrente alternada em continu»-
qu.Iovates de corrente contínua P°'
A mesma fonte acrescentou que, em
Quando o sr. começar _a encontrar
Ms * ;i;
entro a Europa, Canadá e América Latina, um apelo deste gênero seria provávelmente mais produtivo do que um
As importações francesas atingirant em setembro ultimo 29.402 miihõfs do
Parece que os Estados Unidos, a América Latina e o Canadá poderiam
então elaborar um planó mais amplo para cobrir as compras em outras re giões do hemisfério ocidental, além dos
Estados Unidos. * * *
m
sentido da reconstrução da industria-
razão dos laços tradicionais de amizade
apôlo direto dos Estados Unidos.
VELUS QUE SIMBOLIZAM
trancos e as exportações 15.410 míihões. Dmante os nove primeiros mêses do ano corrente as compras no estrangeiro
T, dis
:iu™ 154.803 milhõe.s.
nas partidas o notar maior consumo de tível, mande verificar as velas de Se estas estiverem gastas ou cansadas troque^ as logo por velas A. C. - e "J»" -o™ começará para seu carro i Exija as legítimas
a» ven-
Em igual período do ano pas.sado as importações se elevaram a 168 373 mi-
lí francos e as'exportações a 59.577 milhões.
VELAS PRODUTO DA GENERAL MOTORS
AC
DiGESTO Econômico
cia à França e à Italía. Todavia, o De
A empresa francesa de Denain Anzin
estes fxmdos poderiam, num longo pra-
acaba de fazer à "Wcstinghouse Eleclric Corporation", dos Estados Unidos, um
permitir a economia de dólares, au-
pedido de aparelhos elétrico.s no valor
partamento de Estado irá esclarecer que
mentando^se a confiança nas moedas
total de cerca de scí.s milhões de dóla
européias, encorajando o Canadá e a América Latina a aceitar numa certa
res, que se destinam a fábricas de aço, segundo informação do presidente da
medida as moedas européias em paga
referida empresa norte-americana, sr.
mento dos fornecimentos deixando de
William E. Knox.
insistir tanto pelo pagamento em dóla
que, no seu parecer, esta é a maior en
res.
comenda do gênero, sendo, além disso,
A principal questão que ora se apre senta, e que está longe de ser resolvi
da, é precisamente o problema do finan ciamento dos fornecimentos num perío do de quatro anos, elevando-se a seis
bilhões de dólares de produtos proce dentes do Canadá e da América Latina.
Êste aspecto do plano é importante por que o Canadá pode fornecer trigo, ce reais e madeiras; a Argentina, trigo e cereais; o Chile, cobre e nitratos, e o
Brasil, café e diamante industrial. Por outro lado, o governo dos Esta
dos Unidos mostrou-se favorável ao ape lo da Conferência de Paris, dirigido ao Canadá e aos países da América Latina para perguntar em que medida e em que condições podem eles cooperar com declarações feita à "France Presse" por uma fonte digna de crédito.
Afirma o sr. Knox
a primeira prova tangível de que os
industriais francôses estão dando passos definitivos e de grande importância nO Mas os planos traçados em França vão ainda mais longe, pois se pretende con seguir uma produção de aço ainda maior que a de antes da guerra.
A aparelhagem elétrica encomendada
destina-se a fabricas que vão ser eri gidas na região setentrional da FratiÇí'' e entre essa aparelhagem figurará uin»
laminadora a quente, com 1 metro « 676 milímetros de diâmetro, adona^" por um mecanismo de 39 600 H P
motores da laminação íornecerão 15.00» me,o de certos dispositivos que cónvortem a corrente alternada em continu»-
qu.Iovates de corrente contínua P°'
A mesma fonte acrescentou que, em
Quando o sr. começar _a encontrar
Ms * ;i;
entro a Europa, Canadá e América Latina, um apelo deste gênero seria provávelmente mais produtivo do que um
As importações francesas atingirant em setembro ultimo 29.402 miihõfs do
Parece que os Estados Unidos, a América Latina e o Canadá poderiam
então elaborar um planó mais amplo para cobrir as compras em outras re giões do hemisfério ocidental, além dos
Estados Unidos. * * *
m
sentido da reconstrução da industria-
razão dos laços tradicionais de amizade
apôlo direto dos Estados Unidos.
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trancos e as exportações 15.410 míihões. Dmante os nove primeiros mêses do ano corrente as compras no estrangeiro
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:iu™ 154.803 milhõe.s.
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Em igual período do ano pas.sado as importações se elevaram a 168 373 mi-
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4% a.a. 3% a.a.
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i "Rabisque toda esta linda e branda
Verifique a sua presença em tecidos
: risque-a toda com lapia ordinário ou
para cortinados, panos de mesa, co
a carvão ... borre-a com cold cream
bertas de cama, forros para moveis,
ou qualquer doce pegajoso... deixe que os meninos limpem nela os dedos
e panos de estofar. Esta substância é tão flexível e transparente, que sé
besuntados de doce . . . derrame
um especialista pode distinguir um
café, suco de frutas, álcool, comida, tecido devidamente "acabado" com qualquer coisa .,. e zás!, passe um ela, dum que não o foi. Mas logo que trapo molhado, e fica tudo limpo e V.S. verifique a sua incrível resis luzidio como novo!"
íí «sHím que um dos maiores in dustriais têxteis dos Estados Unidos
anda anunciando um variegado sortimento.de tecidos paia decoração in terior, que foram previamente
Automóveis e Caminhões
fábricas de tecidos do mundo inteiro.
i superfície com tinta de escrever ...
revestidos com um novo plástico
tência às nódoas, concluirá que tem
ali algo de novo para levar nova beleza ao seu lar!
AOS SNRS. INDUSTRIAIS .;. O artigo
aqui descrito é somente um dentre fH cerca de 600 produtos químicos e plásticos da Monsanto que, em
quantidades'cada vez maiores, vêm Monsanto, artigo notável, conhecido ajudando a acelerar o trabalho e a
dos químicos pelo nome de "poly-
melhorar os produtos das indústrias
vinyl butyral".
crescentes no seu país. Assim, seja
Depois de haver mostrado do que é capaz mais de 41 milhões do
qual for o seu ramo de produção, o agente local da Monsanto poderá
metros de tecidos militares, este
Concessionários
plástico está hoje à disposição das
talvez fornecer-lhe mais informações
de particular interesse para V.S.
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ali algo de novo para levar nova beleza ao seu lar!
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Depois de haver mostrado do que é capaz mais de 41 milhões do
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publicação que hcnfazejamente desjjería o espirito brasileiro para o vasto campo da economia. Divulgação da inelhor qualidade num setor que, para
o grande público, foi sempre um país de mistério e de confttsão, quando não de prejuízos culturais. MATERIAIS ELÉTRICOS EM GERAL — INSTALAÇÕES
DE LUZ E FORCA — RADIOTELEFONIA — LUSTRES E ARANDELAS DE ESTILO — ARTIGOS ELÉTRICOS
Auomar Baleeiro
Deputado Federal pelo Estado da Bahia.
PARA USO DOMÉSTICO — MATERIAL TELEFÔNICO
Casa B. SanfAnna deElectricidade Ltda. IMPORTADORES
Rua Direita, 43
Caixa Postal, 1020
End. Tel.: ELECTRO
SÃO PAULO
Tel.: 2-2963 — 2-2779 Gráfica Sfio José — Rua GalvSo Buetto, 230 — Telefone 6-4612 — São Paulo
BANHA ••aliança.** PRESUNTOS COZIDOS "PAN HAM", em latas e. embrulhados. Salames, presuntos tipo italiano, copa, bacon, carne de porco salgada, miúdos de porco e toucinhos salgados. Conservas "ODERICH", "ALIANÇA" e "SOL" Todos estes afamados produtos dos
Frigorííicos Nacionais Sul Brasileiros, S/ZV dè Porto Alegre, Rio Grande do Sul. encontram-se á venda na
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