DIGESTO ECONÔMICO, número 38, janeiro 1948

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DIGESTO FÁBRICA DE COFRES E AROUIVOS

BECNACDINI J. END. TELEGRAFICO "BERNARDINI"

1

ECONOMICO soBosBuspíciosDfl ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E on FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO S I M 4 R I O

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o Plano Regional de Santos — Francisco Prestes Maia

O Estado-Empresário — Aliomar Baleeiro

]."!!!

21

Poi^ue o Estado Intervém no Comércio de Seguros — Davi Campista Filho

27

O

A América Latina em lace do Plano Marshall — Júlio M. da Silva Sousa .... mpr slimo nas finanças locais — Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto ....

39

Sociologia das Invenções — L. A. Costa Pinto Influência Inglesa no Brasil — Otávio Tarquinio de Sousa Karl Mannheim — José Honórlo Rodrigues

45 53 60

34

História Econômica — Finanças do Segundo Reinado — Afonso Arinos de Melo Franco

64

O Conselheiro Afonso Pena e a responsabilidade das elites dirigentes — Dario de Almeida Magalhães

&T&CÕES INSTALAV

COMPLETAS PARA fQmTTAi BANCOS — BIBLIOTECAS niTLC ARQUIVOS —, 1LOJAS — ESCRITÓRIOS. ETC. Em São Paulo:

75

A Fábrica de Ferro de Santo Amaro — Sérgio Buarque de Holanda

',8

Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa — Oscar Bormann O Problema da Alimentação e o Custo da Vida José Bonifácio de Sousa Amaral Geografia das Comunicações Paulistas — Centros Urbanos —

82

Loia: Viaduto Bôa Vista, 75 — Fone: 2-1414

Fébrlca « Escritório: Rua Oriente, 769 e 785 — Fone: 9-5241 Filial no Rio de Janeiro:

Rua do Carmo, 61 — Fone: 23-2208

67

Uma previsão sôbre o São Francisco — Deolindo Amorim

Nelson Wemeck Sodré A Política o o espirito do emprêsa — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação

ANO IV

111 115 119

Á H.o 38 — JANEIRO DE 1948

99


Tf

O DIGESTO ECONOMICO ESTA' A VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 3,00.

Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço

de Transportes Urgentes LI

de Cr$ 30,00 anuais.

Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas. 502, 19.o andar

• l^tâihweiwes •

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Rio de Janeiro

mé* «

Alagoaa: Manuel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.

Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.

Bahia:

Alfredo J. de Souza & Cia.,

R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.

Espírllo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônlmo Monteiro, 361, Vitória.

Por^mbuco:

Fernando

Chínaglla.

Rua do Imperador, 221, 3.o andar, Recife.

Piauí: Cláudio M. Xote, Teresina.

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ESCRITÓRIOS CENTRAIS:

Paraná: J. Ghignone, Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba.

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■in.Pl.iflMFIBft

parque d. PEDRO II, 1092 - Loja 1

Rua Marcíiio Dias, 12

sede própria - Ed. Guorany

Telefonei 83-0791 e 23-0337

(Esq. Av. Rangel Pestana)

Goiânia.

MaranhSo:

Livraria Universal, Rua

João Lisboa, 114, São Luiz.

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República. 20, Cuiabá.

Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.

PRETO

Lj^l RENEO ^

Rio Grande do Norte: Luís RomSo,

1111 y; FORA

Para locais fora de Porto Alegre:

PflCMS

Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.

Território do Acre: Diógencs de Oli veira, Rio Branco.

mm

IAMPOS 110 lORbSO

Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia., Rua Felipe Schmidt, 8, Florianóp.

Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba

R (I

HMPÜSj-lITÓHM

to Alegre: Octavio Sagobin. Rua 7 de Setembro, 709, Porto Alegre.

Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju.

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P ITR^POm

Rio Grande do Sul: Sòmonte para Por

duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo.

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Xflls.: 2-8266, 2-6661 e 3-3691

andar.

Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém. rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

Tililou M4M

HIo de Janeiro: Fernando ChinagUo. Av. Presidente Vargas, 502. 10 o

São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via

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Avenida Tavares Lira, 48. Natal. Goiás: João Manarino. Rua Setenta A,

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João Lisboa, 114, São Luiz.

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República. 20, Cuiabá.

Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso, Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.

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duto Santa Efigênia. 281, S. Paulo.

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andar.

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-•,.7-75^

PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR NO do ffials oUa qualidade, o CIA. MECHANICA E IMPORTADORA DE SÃO PAUIO, o*td fabri

cando om quolquer.bltolo noi teflulnfet tipoii

DIGESTO

•BRAC" — Paro eofuifvç4««. not .looclUcocôoi cft«loH do I.P.T. ee.3-37CA — EB-S-SOCA, o no «lo.cilicoeâa om.rieono ASTM.A-110-39 <Ha«d Grod.)

••6RAP" — Poro Iwròm.nto» cora «.ér d. ecibono «orlondo do O.SS46 o 1.S5^ poro labrlcocdo da «oO.loi. racd.nt.t d. Io;no«i raolrltasi t.rrot, foiouro», .«lompot, corro friot. loraino d. CQI,Forrn&at, tolFiod.Uoi monuoir. F.rtom.nrot poro corl. d.cooro^ p.rFurolrlcoi alicoldolr, Froiai. pcncbot, brocoi, F.rromanlot poro cortor papal. aiFaro*. novolkot, Intlruraanlei da cirurgia, cobbrai»

ECONOMICO

bvrli a itrao».

•6RAG" — Poro tarromenlo» oorlcoto». COm o taír da eoibbito

m

Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta-

O.tSBti o 1,70%. poro fobtlcocdo da aniedot, fodoi, eoi, olracofc dlice» da orodo. plcoraloi. cklboncot. ollongai. nocKodoia Focdar, Folcas, are ''&RAM" -— Poro llnc macAnieo», datda o tipo avtro doca «a dgro. variando o lodr da-ca'bono da 0.06% o 0,65% atpaclob

poro fobricocflo da rabirat. porofutoi, croroai, praQOf, porcov aliot do tronirnltiõo. angranopons, oivot poro aifrodot da Far ra, ctanilllor poro eonsirgcdo da radoglnoi.

ção, o DrcESTO Econômico, dando aos seus leitores um panorama mensal do mundo dos

"BRAS" — Poro Fobrlcocdo do moloi ora garol, cotn o taPr da

negócios, circula numa classe de alto poder

0.5%, (0,50%). Eipoclol poro rnolot allcoldoli o FaUot da*raoFai Qora valculot ara garol. aiirodat do larro. cnoblllai, camot, eoicKòoi. a ra6qulnot ara garoL .

carbono voriondo da 0,^5% o 1,05% com radr da tllldo oté

aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas razoes, os anúncios inseridos no Digesto Eco

Aldm do axparlAncto adquirido om fongoa anea do trotaoFho a da rigor qgo dlrpontomoa no fobrlcofBo doa nostoa prodo*

tot. Qroçoi 00 quo ramoa merecido o conlionco a o prafarert-

nômico íâo lidos, invariàvelmente, por um pro

cio doa noiioi Inumaroí dlonlai, o« o<et do nocid fobrlcocBo

•ao conirolodot por tacnicea oipaclolixadoa,o que *ant gqreib tir o tua AUA QUAIIDAOEI

vável comprador.

OS NOSSOS PRODUTOS SlQ TfCNIC&MEKTE PERFEITOS

Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso ciação Comercial de São Paulo e da Federação

w

do Comércio do Estado de São Paulo.

editôra

comercial

limitada

VIADUTO BOA VISTA. 67, 7.» ANDAR _ TEL. 3-7499 _ S. PAULO

Pedidoa diretomonie c

CIÁ. MECHANICA E IMPORTADORA DE SAD PAULO S&O PAULO — RUA FIORENCIO DE ABREU, 2)0— TELEFONE 2-7)85 RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEIGA, 28 - LOJA — TELEFONE 23-1655

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rV»W

Símbolo de eliciência da técnica

e?ér Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS

ESPECIALIDADES

CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçadot de lona para esportes e praia. ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos e capas de borracha

para saltos. Solas de borracha para calçados de homens sc.ihoras e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas de borra

cha. Corricitc para calçados de homens e crianças. Tira de ligação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM GERAL

Hos clínicos

de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fios.

A INDÚSTRIA RADIOFÔNICA, desde

ratórios e oficinas, cada posto esta

OS rádios de galena.atéos nossos dias,

a cargo de um técnico que responde pela eficiência do seu trabalho. A

evoluiu e continua evoluindo sem

cessar. Longas pesquisas deram lugara novos aperfeiçoamentose novas descoPertas. tudo produto de espe cialização técnica,árdua e trabalhosa.

rigorosa qualidade do material em pregado. o profundo conhecimento

Assumpção S.A. contribuiu sensivel mente pa(a a melhoria técnica da

finais, são testemunhados pela con-

indústria de rádio. Em seus labo

para cincas elisticas e para hospitais. Tapetes de borracha, desincupidores para pias, pés de cadeira, pneumíticos e cordões psara rodas de vcloçjped». Pucaros, guarniçÕes de borracha par* pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodai

para fins industriais e mais uma infiaídáde de produtos de bomoha-

dos montadores e o cuidadoso es

crúpulo dos testes preliminares e tra-marca ASA. caracterizando to dos os receptores de sua fabricação.

FABRICflHTES DOS flFAMADOS SALTOS DE BORRACHA ★★★★★★ iríKiric-k-kir-kir^kickiririr-kiririciciricieic ★★★★★

FÁBRICAS:

Rua Marajó, 136/158 Rua Cesario Alvim, 297

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ESCRITÓRIO: «eSPONDF PELO OUE VENDE

RUA RODOLFO MIRANDA, 76 * CAIXA POSTAL 2025 * SÂO PÁULO

TELEFONES:

Gerencia

9-3205

Contadoria — 9-3200 Escrifório

9-3200

Rua Marajó, 136/158

Endereço Telegrâfleo:

São Paulo

CAMPANA

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O (Pians GlejqJuí^mí de

o HUNDO DOS HfGOCiOS HUM rCNOSBMA KEHSI: Publicado <ob Of autpicioi da

ASSOCmCÕOCOMERCIALDESÃOPUULO e do

por Francisco Prestes Maia

FEDERllCãQ DO COMÉRCIO DO

III

ESTADO DE SÃO PAULO

Avista dos fatos anteriores era de prever novo e próximo congestiona

Diretor Superintendente

Auro Soares de Moura Andrade Diretor:

Anlonio Gonlijo de Carralho

ímÚa pela Editora Comercialmensalmente Ltda.

O Digesto Oconómico

o "Digesto Econômico", tratando do pla

publicará no próximo número:

mundial retardaram, como bem acen

tuou Werneck Sodré, aquele aconteci

blema preliminar o da ampliação do pôrto, cujas influências sôbre os aspectos

mento, de acôrdo com influência cla

urbanísticos serão ineoitáoeis.

ramente aparente na curva ou diagra ma do movimento do pôrto. Ê verdade que a duração da guerra havia repre

— Francisco Preste.s Maia,

A ATUALIDADE DE D. QUIXOTE —

sado as nece.s.sidades do comércio in

ternacional, agravando o congestiona mento quando este veio a produzir-se,

Francisco Campos responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

aliás com caráter quase geral no país

geografia das COMUNICAÇÕES PAULISTAS

Nelson

e no estrangeiro.

Hildebrando de Góes, à ampliação do pôrto, sempre preferiu insistir em mais perfeita utilização da sua extensão de

Werneck

Sodré.

Na transcrição de artigos pede-se

cais 6 na melhoria do serviço, reclaman

PREFÁCIO AO RELATÓRIO DE RUI

do pelo menos 1.000 ton./ml., o que esperava fosse atingido por volta de

I

BARBOSA — Oscar Bormann.

1937.

Actíta-se Intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es

HISTÓRIA ECONÔMICA - Afonso

Fato ó que as melhorias tardaram, o índice de utilização de cais foi pratica

Arinos de Melo Franco. ASSINATURAS:

Ano (simples)

Cr? 30,00

(registrado)

Cr? 36,00

Número do mês:

Atrasado:

Cri 3,00

Cr$ 5,00

fiedaçâo e Administração:

Viadulo Boa Vlsla. 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Poslal, 240-B São Paulo

Êste modo de ver acertado não

deixava todavia de* ser algo otimista.

trangeiras.

Digesío Econômico

ceiro artigo que está escreoendo para

mento do pôrto. Mas a crise econômica de 1929 e mais tarde a segunda guerra

O PLANO REGIONAL DE SANTOS O Wgeslo Econômico, órgão de informaçoes econômicas e flnancei-

O eminente engetilteiro e homem públi co dr. Froncisco Prestes Maia, no ter

4

mente atingido, a data prevista de satu ração foi ultrapassada de dois lustres, e o quarto congestionamento veio a verifi car-se, desta vez sem que mais dúvidas pudessem pairar sôbre a insuficiência do porto como causa principal. A doutrina brasileira do índice limite

de .400 toneladas por metro de cais.

no regional de Santos, encara como pro

♦ ♦ ♦♦ ♦

atingido o qual caberiam ampliações, era realmente pessimista, estava atrasada relativamente à técnica mundial e tra

zia conseqüências onerosas. Mas, por outro lado, era necessário considerar a inevitável demora burocrática das deci sões e a demora na execução das medi

das, ]á não falando das características

especiais do pôrto, tais como a sua fun

ção de praça mais distribuidora ou de passagem do que consumidora, caso êste (como no Rio) em que a operação por

tuária predominante se resume ao de sembarque, sem os embaraços de reembarque e transporte terrestre, permitindo portanto melhor aproveitamento da ex tensão do cais.

Ê de notar ainda o desequilíbrio en

tre a exportação e a importação, sendo esta de há muito a mais vultosa e diver sificada, assim como a impossibilidade de uma rápida transformação do apareIhamento e instalações existentes.

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o HUNDO DOS HfGOCiOS HUM rCNOSBMA KEHSI: Publicado <ob Of autpicioi da

ASSOCmCÕOCOMERCIALDESÃOPUULO e do

por Francisco Prestes Maia

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III

ESTADO DE SÃO PAULO

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Diretor Superintendente

Auro Soares de Moura Andrade Diretor:

Anlonio Gonlijo de Carralho

ímÚa pela Editora Comercialmensalmente Ltda.

O Digesto Oconómico

o "Digesto Econômico", tratando do pla

publicará no próximo número:

mundial retardaram, como bem acen

tuou Werneck Sodré, aquele aconteci

blema preliminar o da ampliação do pôrto, cujas influências sôbre os aspectos

mento, de acôrdo com influência cla

urbanísticos serão ineoitáoeis.

ramente aparente na curva ou diagra ma do movimento do pôrto. Ê verdade que a duração da guerra havia repre

— Francisco Preste.s Maia,

A ATUALIDADE DE D. QUIXOTE —

sado as nece.s.sidades do comércio in

ternacional, agravando o congestiona mento quando este veio a produzir-se,

Francisco Campos responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

aliás com caráter quase geral no país

geografia das COMUNICAÇÕES PAULISTAS

Nelson

e no estrangeiro.

Hildebrando de Góes, à ampliação do pôrto, sempre preferiu insistir em mais perfeita utilização da sua extensão de

Werneck

Sodré.

Na transcrição de artigos pede-se

cais 6 na melhoria do serviço, reclaman

PREFÁCIO AO RELATÓRIO DE RUI

do pelo menos 1.000 ton./ml., o que esperava fosse atingido por volta de

I

BARBOSA — Oscar Bormann.

1937.

Actíta-se Intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es

HISTÓRIA ECONÔMICA - Afonso

Fato ó que as melhorias tardaram, o índice de utilização de cais foi pratica

Arinos de Melo Franco. ASSINATURAS:

Ano (simples)

Cr? 30,00

(registrado)

Cr? 36,00

Número do mês:

Atrasado:

Cri 3,00

Cr$ 5,00

fiedaçâo e Administração:

Viadulo Boa Vlsla. 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Poslal, 240-B São Paulo

Êste modo de ver acertado não

deixava todavia de* ser algo otimista.

trangeiras.

Digesío Econômico

ceiro artigo que está escreoendo para

mento do pôrto. Mas a crise econômica de 1929 e mais tarde a segunda guerra

O PLANO REGIONAL DE SANTOS O Wgeslo Econômico, órgão de informaçoes econômicas e flnancei-

O eminente engetilteiro e homem públi co dr. Froncisco Prestes Maia, no ter

4

mente atingido, a data prevista de satu ração foi ultrapassada de dois lustres, e o quarto congestionamento veio a verifi car-se, desta vez sem que mais dúvidas pudessem pairar sôbre a insuficiência do porto como causa principal. A doutrina brasileira do índice limite

de .400 toneladas por metro de cais.

no regional de Santos, encara como pro

♦ ♦ ♦♦ ♦

atingido o qual caberiam ampliações, era realmente pessimista, estava atrasada relativamente à técnica mundial e tra

zia conseqüências onerosas. Mas, por outro lado, era necessário considerar a inevitável demora burocrática das deci sões e a demora na execução das medi

das, ]á não falando das características

especiais do pôrto, tais como a sua fun

ção de praça mais distribuidora ou de passagem do que consumidora, caso êste (como no Rio) em que a operação por

tuária predominante se resume ao de sembarque, sem os embaraços de reembarque e transporte terrestre, permitindo portanto melhor aproveitamento da ex tensão do cais.

Ê de notar ainda o desequilíbrio en

tre a exportação e a importação, sendo esta de há muito a mais vultosa e diver sificada, assim como a impossibilidade de uma rápida transformação do apareIhamento e instalações existentes.

As


10

Dicesto Econômico

1 4

garantidos. Mas não havendo possibi lidade de remuneração plena mediante

diferiam c, por isso, a "igualdade de tra

i

— mas isto é outra história.

5 — mais pátios e desvios para

í

manobras e scrteamento dos

j

as mesmas taxas de serviço vigentes em Santos, instituiu o Govèmo a taxa espe

variações quantitativas de algumas mer cadorias, como o trigo (de fácil desem

4 — frigorífico para frutas, no

barque pneumático, que desceu de 411 mil tons. em 1939 a 98 em 1946) e a farinha (que, correspondentemente, su

mesmo local;

vagões;

biu de 7.600 tons. a 67.000. exigindo

6 — substituição de alguns ve lhos e ineficientes guindas

maior trabalho manual), contribuíam

evidentemente para agravar a situação.

tes hidráulicos;

A própria companhia reconhecia as

7 — aprofundamento junto ao cais que, em quase tôda ex

deficiências e apresentara em 1928 (de creto 18.284, de 16-6-28) um progra

Portos e Navegação concordava plena mente com as sugestões da empresa: a) Que as instalações exigiam ime diata arnpliaçáo para que a sua

capacidade não fôsse excedida pelo tráfego crescente, evitando por essa forma o congestionamen to que já se previa próximo, com

conseqüências perniciosas para a

para atender às falhas e deficiên

cias, compreenderia: 1 — alargamento da faixa entre a muralha e os armazéns,

de 19 para 25 e 30 metros, na extensão de 1.660 m

(Paquetá-Outeirinhos);

2 — construção de armazéns de

2 pavimentes, o inferior pa ra a exportação, o superior para a importação;

3 — cais (500 m ) e ins'talações apropriadas para carvão, no Valongo;

"a Caixa visava facilitar meliioramenRio concorria, porque os outros portos viviam em "déficit". Por outro lado,

de exportação, com instala ções mecânicas para embar

rendera cerca de 30 mil contos e as de

8 — silos para cereais a granel, que e expurgo;

9 — outros melhoramentos menos importantes.

O orçamento importava em 80.000 contos.

Não obstante as dificuldades de le-

varitamento do capital e da falta de

maior concurso federal, pois o Governo

contrato nem pela lei a prover a ampliação, a concessionária nun

c) Quanto ao programa necessário

de complementar a principal, reduzindo-

Portos e em 1913 o decreto 10.267 a regulamentou.

tava a União o serviço dos dois em préstimos de 1903.

10% para as obras, foram estas iniciadas, mas parcial e vagarosamente. Terminada a guerra, já em situação

cias do tráfego.

cada, mas, mudando de caráter, passou

diferença de condições. Em 1907 o decreto 6.368 criou a Caixa Especial de

fundamento parcial a 11 m;

persistia na recusa da taxa adicional de

ca deixara de atender às exigên

briria as necessidades. No Rio de Ja neiro, não surtindo resultado diversas concessões, a União chamou a si as obras e a taxa de 2% foi também apli

Na República acentuou-se essa prote ção à exportação, ficando todavia em re gime à parte Santos e Manaus, pela

se as taxas de serviço. Com ela enfren

m em águas mínimas; apro

economia do "hinterland".

b) Que apesar de não obrigada pelo

I

cial ou complementar de ^ 2%, que co

tamento" requeria melhor interpretação

tos portuários, mas na realidade só o

tensão, conta apenas 7 e 8

ma para melhoramentos, e outro em

28-3-38. No seu relatório ao iMinistério, de 22-8-38, repetido no de 1940, o diretor do'Departamento Nacional de

11

Digesto EcoNÓ^uco

difícil e em atenção a uma circular do

Departamento de Portos, foi apresenta do novo programa, de 200 mil contos, aprovado em 14-8-45. Logo era reco nhecida a insuficiência do programa e outro, de 300 mil contos, foi elabora

do, cremos que ainda dependente de aprovação final.

Em 1924, por exemplo, a taxa ouro serviço" apenas 19 mil. Da consideração

conjunta ou separada das duas espécies de taxa é que resultou em grande parte e divergência acerca dos regimes tari fários de Santos e do Rio, e em especial a discussão entre Alfredo Lisboa e Oscar

Comercialmente resulta\-a que as mer cadorias importadas preferiam Santos, não obstante aqui o juro remunerativo

de 2% no Rio e mesmo em todo o país,

das rendas do pôrto do Rio, das quais

e por uma uniformização tarifária geral.

excluía a taxa ouro.

Mas... veio a re\'olução de 30 e depois a de 32. São Paulo perdeu a voz ativa

Além do que

não eram iguais, nem tinham sido pelo eng. Lisboa igualmente ponderadas, as diversas espécies de serviços prestados em Santos e no Rio.

Por isso Lisboa

proclamava a vantagem do regime do Rio e Weinschenck a contestava.

A cobrança da taxa de 2% fòra auto rizada a 16-10-1886, baseada em dis

positivo da lei imperial 3.314. Hildetuição, aquela lei imperial não se po deria manter e que a taxa era inconsti

portação. Depois da construção do pôrto paulista outros foram executados, entregues a concessionários com joros

Tesouro.

Cia. Docas em Santos com parte apenas

Aquele confrontava a

taxa adicional e das dificuldades na

de 2%^ ouro "ad-valorem" sôbre a im

tinta e a taxa convertida pràticamente

em impôsto, recolhido à caixa geral do

atingir 12% e ter chegado mesmo a 15%. Çoncluía Góes pela supressão da taxa

Weinschenck.

Cabe aqui consignar a questão da

esteve o pôrto de Santos isento da taxa

nunca funcionou, sendo finalmente ex

totalidade da renda arrecadada pela

brando de Góes (1930) e outros acha

obtenção de recurso para as grandes amp lações. Sabe-se que originàriamente

salvo em 1916, no caso do Pará, a Caixa

vam que, em face do art. 8 da Consti tucional e sofistica, pois, na ocasião da concessão de Santos, vigoravam outras

leis e a Constituição não proibia então

a desigualdade de tratamento dos portos nacionais. É verdade que as condições

na política nacional e o govêmo revolu cionário precisava de dinheiro.

E no

decreto 20.852, de 26-12-31 a taxa foi estendida a todos os portos do país, isto é a Santos. Procurou justificá-lo, entre outros, o inter\'entor Gen. Manoel Ra belo nüm curioso folheto.

O comér

cio paulista e a Cia. Docas representa ram contra:

"Seria lamentável que o Govêmo Federal exigisse de São Paulo,

pelas taxas da nossa Companhia, a re muneração e amortização do capital apli

cado no porto de Santos, recoUiendo co mo receita aduaneira o produto da taxa de 2%, enquanto que no Rio conserva ria baixas as taxas portuárias, produzin do renda insuficiente para o serviço do


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Dicesto Econômico

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garantidos. Mas não havendo possibi lidade de remuneração plena mediante

diferiam c, por isso, a "igualdade de tra

i

— mas isto é outra história.

5 — mais pátios e desvios para

í

manobras e scrteamento dos

j

as mesmas taxas de serviço vigentes em Santos, instituiu o Govèmo a taxa espe

variações quantitativas de algumas mer cadorias, como o trigo (de fácil desem

4 — frigorífico para frutas, no

barque pneumático, que desceu de 411 mil tons. em 1939 a 98 em 1946) e a farinha (que, correspondentemente, su

mesmo local;

vagões;

biu de 7.600 tons. a 67.000. exigindo

6 — substituição de alguns ve lhos e ineficientes guindas

maior trabalho manual), contribuíam

evidentemente para agravar a situação.

tes hidráulicos;

A própria companhia reconhecia as

7 — aprofundamento junto ao cais que, em quase tôda ex

deficiências e apresentara em 1928 (de creto 18.284, de 16-6-28) um progra

Portos e Navegação concordava plena mente com as sugestões da empresa: a) Que as instalações exigiam ime diata arnpliaçáo para que a sua

capacidade não fôsse excedida pelo tráfego crescente, evitando por essa forma o congestionamen to que já se previa próximo, com

conseqüências perniciosas para a

para atender às falhas e deficiên

cias, compreenderia: 1 — alargamento da faixa entre a muralha e os armazéns,

de 19 para 25 e 30 metros, na extensão de 1.660 m

(Paquetá-Outeirinhos);

2 — construção de armazéns de

2 pavimentes, o inferior pa ra a exportação, o superior para a importação;

3 — cais (500 m ) e ins'talações apropriadas para carvão, no Valongo;

"a Caixa visava facilitar meliioramenRio concorria, porque os outros portos viviam em "déficit". Por outro lado,

de exportação, com instala ções mecânicas para embar

rendera cerca de 30 mil contos e as de

8 — silos para cereais a granel, que e expurgo;

9 — outros melhoramentos menos importantes.

O orçamento importava em 80.000 contos.

Não obstante as dificuldades de le-

varitamento do capital e da falta de

maior concurso federal, pois o Governo

contrato nem pela lei a prover a ampliação, a concessionária nun

c) Quanto ao programa necessário

de complementar a principal, reduzindo-

Portos e em 1913 o decreto 10.267 a regulamentou.

tava a União o serviço dos dois em préstimos de 1903.

10% para as obras, foram estas iniciadas, mas parcial e vagarosamente. Terminada a guerra, já em situação

cias do tráfego.

cada, mas, mudando de caráter, passou

diferença de condições. Em 1907 o decreto 6.368 criou a Caixa Especial de

fundamento parcial a 11 m;

persistia na recusa da taxa adicional de

ca deixara de atender às exigên

briria as necessidades. No Rio de Ja neiro, não surtindo resultado diversas concessões, a União chamou a si as obras e a taxa de 2% foi também apli

Na República acentuou-se essa prote ção à exportação, ficando todavia em re gime à parte Santos e Manaus, pela

se as taxas de serviço. Com ela enfren

m em águas mínimas; apro

economia do "hinterland".

b) Que apesar de não obrigada pelo

I

cial ou complementar de ^ 2%, que co

tamento" requeria melhor interpretação

tos portuários, mas na realidade só o

tensão, conta apenas 7 e 8

ma para melhoramentos, e outro em

28-3-38. No seu relatório ao iMinistério, de 22-8-38, repetido no de 1940, o diretor do'Departamento Nacional de

11

Digesto EcoNÓ^uco

difícil e em atenção a uma circular do

Departamento de Portos, foi apresenta do novo programa, de 200 mil contos, aprovado em 14-8-45. Logo era reco nhecida a insuficiência do programa e outro, de 300 mil contos, foi elabora

do, cremos que ainda dependente de aprovação final.

Em 1924, por exemplo, a taxa ouro serviço" apenas 19 mil. Da consideração

conjunta ou separada das duas espécies de taxa é que resultou em grande parte e divergência acerca dos regimes tari fários de Santos e do Rio, e em especial a discussão entre Alfredo Lisboa e Oscar

Comercialmente resulta\-a que as mer cadorias importadas preferiam Santos, não obstante aqui o juro remunerativo

de 2% no Rio e mesmo em todo o país,

das rendas do pôrto do Rio, das quais

e por uma uniformização tarifária geral.

excluía a taxa ouro.

Mas... veio a re\'olução de 30 e depois a de 32. São Paulo perdeu a voz ativa

Além do que

não eram iguais, nem tinham sido pelo eng. Lisboa igualmente ponderadas, as diversas espécies de serviços prestados em Santos e no Rio.

Por isso Lisboa

proclamava a vantagem do regime do Rio e Weinschenck a contestava.

A cobrança da taxa de 2% fòra auto rizada a 16-10-1886, baseada em dis

positivo da lei imperial 3.314. Hildetuição, aquela lei imperial não se po deria manter e que a taxa era inconsti

portação. Depois da construção do pôrto paulista outros foram executados, entregues a concessionários com joros

Tesouro.

Cia. Docas em Santos com parte apenas

Aquele confrontava a

taxa adicional e das dificuldades na

de 2%^ ouro "ad-valorem" sôbre a im

tinta e a taxa convertida pràticamente

em impôsto, recolhido à caixa geral do

atingir 12% e ter chegado mesmo a 15%. Çoncluía Góes pela supressão da taxa

Weinschenck.

Cabe aqui consignar a questão da

esteve o pôrto de Santos isento da taxa

nunca funcionou, sendo finalmente ex

totalidade da renda arrecadada pela

brando de Góes (1930) e outros acha

obtenção de recurso para as grandes amp lações. Sabe-se que originàriamente

salvo em 1916, no caso do Pará, a Caixa

vam que, em face do art. 8 da Consti tucional e sofistica, pois, na ocasião da concessão de Santos, vigoravam outras

leis e a Constituição não proibia então

a desigualdade de tratamento dos portos nacionais. É verdade que as condições

na política nacional e o govêmo revolu cionário precisava de dinheiro.

E no

decreto 20.852, de 26-12-31 a taxa foi estendida a todos os portos do país, isto é a Santos. Procurou justificá-lo, entre outros, o inter\'entor Gen. Manoel Ra belo nüm curioso folheto.

O comér

cio paulista e a Cia. Docas representa ram contra:

"Seria lamentável que o Govêmo Federal exigisse de São Paulo,

pelas taxas da nossa Companhia, a re muneração e amortização do capital apli

cado no porto de Santos, recoUiendo co mo receita aduaneira o produto da taxa de 2%, enquanto que no Rio conserva ria baixas as taxas portuárias, produzin do renda insuficiente para o serviço do


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capital, para o qual lançaria mão da quela renda aduaneira. O "hinterland"

de Santos seria prejudicado e a Cia. Docas também sofreria, indiretamente,

os efeitos contratuais, só seria compu tado o capital próprio, por ela aplicado. Nestas condições o novo capital não

suas rêdcs interiores; enquanto a pró

vam-se por 15, 20 dias e mais. Os na

pria "S. Paulo Railway", calma como um inglês que vive de dividendos, ini

empresas de navegação elevaram os fre

teria de ser remunerado nem amorti

ciava também a sua eletrificação; en

pelo desvio de mercadorias para o Rio". zado, e o aumento da receita líquida O efeito seria desastroso sôbre Santos

rias".

portos construídos com capital papel na

e a Companhia resolveu iniciar algumas

e sem garantia de juros. A desigualdade

de tratamento poderia ainda agravar-se entre Santos e o Rio, pois neste pôrto o capital fôra aplicado pela União e considerado morto, sem remuneração. Afinal as Associaç-óes Comerciais de

São Paulo e Rio haviam chegado a um

certo acôrdo, pleiteando uma transforniaçáo da taxa de 2% e, mediante certas

quanto a maravilliosa cia mais uma vez a enquanto a "Light" instalações; enquanto

provocaria a redução das taxas portuá

e Manaus, isto é, justamente aquêles cional, sem onerar a mercadoria em ouro

13

Dicesto EcoN6^flco

Dicesto Econômico

Mas a solução federal retardou

Via Anchieta ven escarpa marítima; ampliava as suas tudo isto se pas

obras com os próprios recursos. Finalmente pelo decreto-lei 8.311, de 6-12-45, o Governo Federal criou a taxa

sava, o movimento do pôrto de Santos

de emergência de 50% a fim de propor cionar à Companhia meios para enfren tar o Ultimo programa, o qual, alem das obras e cifras -já enunciadas.atrás, com preenderá ainda o primeiro dos "piers" oblíquos projetados no Valongo. O or

riam, mas o aumento do cais foi apenas de 150 metros (3%)!

çamento aproximativo total é de meio

subia de 2 para 4 e 5 milhões de tone ladas (mais de 100%), 20 anos decor

Transpostos os anos calamitosos de 1942 e 1943, o movimento de Santos

novas tarifas e a substituição dos 2% ouro por uma taxa adicional de 10^

que ainda vigora, transformada em im-

pôsto ou receita geral. "Em todos os portos (diz o relatório do DNPN ao

Ministro, de 1940) a taxa adicional é

aplicada integralmente ou em grande parte em benefício dos portos em que e arrecadada, mas em Santos e Manaus

odo o produto é recolhido ao Tesouro ,acionai, sem qualquer benefício para ®sses portos, cujos usuários, além de pagar essa taxa, suportam o encargo,

Ic que os dos outros portos estão total parcialmente isentos, de remunerar e

«mortizar o capital dos concessioná^ Companhia, tendo em vista condições do mercado de -dinheiro

® procurando corrigir a desigualdade apontada, sugeriu a aplicação de uma

balliistas e aduaneiras, deficiências fer roviárias, são os principais responsáveis

Pelo ano de

tinha sido providenciado, e localizava-se

fora da zona da Alfândega, não convindo por isso senão para carga. Antes a exportação se limitava quase à mercadoria ensacada, para a qual há

excelente aparelliamento; mas nenhum

já atingia em 1944 o nível máximo an terior, de 1939, e, ultrapassando-o em 1945, desenhou-se o congestionamento,

agravado por circunstâncias novas: o espírito do operariado seguinte às con quistas do Estado Novo, as característi cas do comércio renascente, e a satura

Ministro) "não estar obrigada nem por

ção da área portuária, o que, pela con

contrato nem por lei a ampliações do

fusão, reduzia ainda mais a eficiência

pôrto"; enquanto o Estado de São Paulo

dos serviços. "O cais está atulhado.

48 navios

estendia a linha de Mairinque e sua 1^^^^ podutodedaobras taxa adicional de série ^ na do realização e aquisições de obras de arte; enquanto a Pau

atracados e 30 em fila, ao largo", cla

lista e a Sorocabana eletrificavam as

mavam os jornais. As esperas prolonga

causa, declarando porém que, para

Admite-se geralmente que instalações

portuárias inadequadas, dificuldades tra-

mo assim, só um pôrto de grande calado

enquanto o mesmo Departamento já

privilégio ao pôrto de Santos, mas um pouco contraditòriamente declarava (ex posição de 28 de março de 1938 ao

OH menor, há cêrca de 25 anos.

gueiros à noite e reatracá-los na madiã . seguinte, para os navios de passageiros poderem ocupar o mesmo lugar. Mes

melhoramento qualitativo das instala

á Companhia defendia a tese do seu

dicial tanto à importação como à ex

portação, tem existido em grau maior

1935 era necessário desatracar os car

ções também não estava sendo realizado;

produtivamente a taxa de 2%; enquanto

Resumamos o que dizia o "Foreign

pffice", em janeiro passado: "O presente congestionamento, preju

e de área do armazéns.

baseado em índices não muito significa

nanciamento e embolsava inerte e im

diplomáticas.

Instalações portuárias — Deoia haver

tivos e esquecido de que o compensatório

genciava a questão fundamental do fi

reclamações ou, pelo menos, observações

pelo menos o dobro de esjíaço de cais

rar essa cifra com, o capital atualmente invertido, que regula 320 mil contos. Enquanto o Departamento de Portos adotava a atitude otimista (1.''' atitude),

admitia as deficiências do pôrto (2.^ atitude), mas o Governo Federal negli

tes de 25%, com ameaças de aumento maior. As embaixadas encaminhavam

pela situação.

'■<

cláusulas, a aplicação ao Rio das taxas milhão de contos, dos quai.s ignoramos t santistas. Porem, a União não atendeu, se estão definitivamente aprovadas as p O assunto estagnou e em 1934 os últimas parcelas. É interessante compa

decretos 24.543 e 24.577 impuseram

vios começaram a evitar Santos e as

equipamento moderno foi instalado para

outras espécies. Os salários anteriores a 1940 eram baixos e possivelmente a Companhia Docas, à vista do alto custo^ do maquinário, teria julgado mais económxo o trabalho manual em grande escala, com o resultado de a Companhia ter de enfrentar hoje reivindicações exa

geradas de salários, ao lado de uma total

ausência de meios mecãiiicos para o desenvolvimento do serviço. Relativamente às mercadorias a granel,

como o carvão, o aparelhamento exis-


12

capital, para o qual lançaria mão da quela renda aduaneira. O "hinterland"

de Santos seria prejudicado e a Cia. Docas também sofreria, indiretamente,

os efeitos contratuais, só seria compu tado o capital próprio, por ela aplicado. Nestas condições o novo capital não

suas rêdcs interiores; enquanto a pró

vam-se por 15, 20 dias e mais. Os na

pria "S. Paulo Railway", calma como um inglês que vive de dividendos, ini

empresas de navegação elevaram os fre

teria de ser remunerado nem amorti

ciava também a sua eletrificação; en

pelo desvio de mercadorias para o Rio". zado, e o aumento da receita líquida O efeito seria desastroso sôbre Santos

rias".

portos construídos com capital papel na

e a Companhia resolveu iniciar algumas

e sem garantia de juros. A desigualdade

de tratamento poderia ainda agravar-se entre Santos e o Rio, pois neste pôrto o capital fôra aplicado pela União e considerado morto, sem remuneração. Afinal as Associaç-óes Comerciais de

São Paulo e Rio haviam chegado a um

certo acôrdo, pleiteando uma transforniaçáo da taxa de 2% e, mediante certas

quanto a maravilliosa cia mais uma vez a enquanto a "Light" instalações; enquanto

provocaria a redução das taxas portuá

e Manaus, isto é, justamente aquêles cional, sem onerar a mercadoria em ouro

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Dicesto EcoN6^flco

Dicesto Econômico

Mas a solução federal retardou

Via Anchieta ven escarpa marítima; ampliava as suas tudo isto se pas

obras com os próprios recursos. Finalmente pelo decreto-lei 8.311, de 6-12-45, o Governo Federal criou a taxa

sava, o movimento do pôrto de Santos

de emergência de 50% a fim de propor cionar à Companhia meios para enfren tar o Ultimo programa, o qual, alem das obras e cifras -já enunciadas.atrás, com preenderá ainda o primeiro dos "piers" oblíquos projetados no Valongo. O or

riam, mas o aumento do cais foi apenas de 150 metros (3%)!

çamento aproximativo total é de meio

subia de 2 para 4 e 5 milhões de tone ladas (mais de 100%), 20 anos decor

Transpostos os anos calamitosos de 1942 e 1943, o movimento de Santos

novas tarifas e a substituição dos 2% ouro por uma taxa adicional de 10^

que ainda vigora, transformada em im-

pôsto ou receita geral. "Em todos os portos (diz o relatório do DNPN ao

Ministro, de 1940) a taxa adicional é

aplicada integralmente ou em grande parte em benefício dos portos em que e arrecadada, mas em Santos e Manaus

odo o produto é recolhido ao Tesouro ,acionai, sem qualquer benefício para ®sses portos, cujos usuários, além de pagar essa taxa, suportam o encargo,

Ic que os dos outros portos estão total parcialmente isentos, de remunerar e

«mortizar o capital dos concessioná^ Companhia, tendo em vista condições do mercado de -dinheiro

® procurando corrigir a desigualdade apontada, sugeriu a aplicação de uma

balliistas e aduaneiras, deficiências fer roviárias, são os principais responsáveis

Pelo ano de

tinha sido providenciado, e localizava-se

fora da zona da Alfândega, não convindo por isso senão para carga. Antes a exportação se limitava quase à mercadoria ensacada, para a qual há

excelente aparelliamento; mas nenhum

já atingia em 1944 o nível máximo an terior, de 1939, e, ultrapassando-o em 1945, desenhou-se o congestionamento,

agravado por circunstâncias novas: o espírito do operariado seguinte às con quistas do Estado Novo, as característi cas do comércio renascente, e a satura

Ministro) "não estar obrigada nem por

ção da área portuária, o que, pela con

contrato nem por lei a ampliações do

fusão, reduzia ainda mais a eficiência

pôrto"; enquanto o Estado de São Paulo

dos serviços. "O cais está atulhado.

48 navios

estendia a linha de Mairinque e sua 1^^^^ podutodedaobras taxa adicional de série ^ na do realização e aquisições de obras de arte; enquanto a Pau

atracados e 30 em fila, ao largo", cla

lista e a Sorocabana eletrificavam as

mavam os jornais. As esperas prolonga

causa, declarando porém que, para

Admite-se geralmente que instalações

portuárias inadequadas, dificuldades tra-

mo assim, só um pôrto de grande calado

enquanto o mesmo Departamento já

privilégio ao pôrto de Santos, mas um pouco contraditòriamente declarava (ex posição de 28 de março de 1938 ao

OH menor, há cêrca de 25 anos.

gueiros à noite e reatracá-los na madiã . seguinte, para os navios de passageiros poderem ocupar o mesmo lugar. Mes

melhoramento qualitativo das instala

á Companhia defendia a tese do seu

dicial tanto à importação como à ex

portação, tem existido em grau maior

1935 era necessário desatracar os car

ções também não estava sendo realizado;

produtivamente a taxa de 2%; enquanto

Resumamos o que dizia o "Foreign

pffice", em janeiro passado: "O presente congestionamento, preju

e de área do armazéns.

baseado em índices não muito significa

nanciamento e embolsava inerte e im

diplomáticas.

Instalações portuárias — Deoia haver

tivos e esquecido de que o compensatório

genciava a questão fundamental do fi

reclamações ou, pelo menos, observações

pelo menos o dobro de esjíaço de cais

rar essa cifra com, o capital atualmente invertido, que regula 320 mil contos. Enquanto o Departamento de Portos adotava a atitude otimista (1.''' atitude),

admitia as deficiências do pôrto (2.^ atitude), mas o Governo Federal negli

tes de 25%, com ameaças de aumento maior. As embaixadas encaminhavam

pela situação.

'■<

cláusulas, a aplicação ao Rio das taxas milhão de contos, dos quai.s ignoramos t santistas. Porem, a União não atendeu, se estão definitivamente aprovadas as p O assunto estagnou e em 1934 os últimas parcelas. É interessante compa

decretos 24.543 e 24.577 impuseram

vios começaram a evitar Santos e as

equipamento moderno foi instalado para

outras espécies. Os salários anteriores a 1940 eram baixos e possivelmente a Companhia Docas, à vista do alto custo^ do maquinário, teria julgado mais económxo o trabalho manual em grande escala, com o resultado de a Companhia ter de enfrentar hoje reivindicações exa

geradas de salários, ao lado de uma total

ausência de meios mecãiiicos para o desenvolvimento do serviço. Relativamente às mercadorias a granel,

como o carvão, o aparelhamento exis-


14

DiCESTO

tente, não obstante a sua eficiênc a, en Em vez de

nelagem ou por volume, não chegar a um resultado satisfatório no cinpilhu-

concentrar-se na extremidade da Alemôa,

mento e arranjo cios armazéns, com «s

contra-se mal distribuído.

junto à terminal ferroviária, encontra-se

disperso pelo cais, de modo que os car gueiros obstruem .por vezes extensões de cais e armazéns, que podiam ser melhor servidos por vagões, e obrigam a um

longo transporte pelas linhas do próprio

15

Dicesto Econômico

sez de pessoal aduaneiro, em especial

leigos esta parece por vêzes boa solução,

confercntes, ou faltam incentivos (parti

para o congestionamento. caso sem encontrar solução econômica,

15 homens, estão trabalhando apenas

cipação nas multas), que por sua vez provocam exigências excessivas ou complicatórias". O relatório inglês não aprofunda êsle

com 10.

aspecto, mas é fácil conceber a série de

mesmos efetivos. De fato, há uma gran de deficiência de mão de obra, e mui tas turmas, que deviam compor-se de

Uma companhia interessada e cente nária na atividade portuária estudou o

no que coincidem os pareceres de dh'ersos agentes de empresas de navegação. A solução alvitrada não teria mesmo

pelo relaxamento de muitos do.s funcio

embaraços criados pelo absurdo de meia dúzia de ministérios e departamentos in

.sucesso algum a não ser que houvesse

nários da Alfândega.

terferindo .simuUàneainentc na vida e

Retirada de mercadorias — Os impor tadores costumam levar em conta: a) a

serviço.s do pôrto. com regulamentações

carga em terra e para armazenamento alfandegado, o que quer dizer que se

inconveniência comercial de inundarem o mercado: b) a possibilidade de esco

trárias. Uma relativa unificação de ser

lher o momento exato da retirada, de va (a bordo) como o de cais (doquei- modo a aproveitar do melhor modo de

toridade para a formular e impor. Na

pôrto, agravando o congestionamento. A Companhia Docas ainda não conse

guiu a substituição dos vellios guindastes, geralmente em péssimas condições, . e isso impede a melhoria do serviço,

i

EcONÓMICf»

Mão de obra - Até 1930 a Compa-

ff nhia reahzava os serviços tanto de esti

ros) e empregava uma única entidade. Depois de 1930 foi - permitido aos esti vadores organizarem o seu Sindicato

próprio, fora da jurisdição da Compa nhia. As reclamações do Sindicato pa ra remuneração na base da tonelagem

foram então, após alguns anos de dis cussão, atendidas. Êles são hoje muito

bem pagos, protegidos ainda por um salário mínimo nos períodos de pouco trabalho ou paralisações. Isso os incen tiva a trabalhar com rapidez. Por outro lado, sem uma fiscalização severa, há o risco de um serviço descuidado e darioso às mercadorias, devido à preocupa ção do ganho. Os doqueiros constituem tima classe diferente, e salvo em alguns serviços de mercadorias ensacadas, como

o café e similares, são todos pagos por hora, o que contrasta com o regime da estiva, do que resulta adotarem uma tá tica de corpo mole.

Um decreto já autoriza a remuneração dos doqueiros pelo sistema da tonela gem, mas a Companhia não conseguiu agora acôrdo em tômo de uma base

razoável. Tem-se atribuído à Compao receio de, com o regime por to

O serviço no cais é também atrasado

por vezes arcaicas, complicadas ou arbi viços seria desejável, mas falta uma au

espaço suficiente e especial para a des iria recair nas mesmas dificuldades

atuais.

Os navios, de fato, poderiam

safar-se mais rapidamente, mas deixa

da mais difícil de harmonizar que do.s

um lado as taxas de armazenamento, de

riam os problemas da descarga final, da responsabilidade fiscal pela mercadoria

ministérios.

outro os juros bancários; c) o comer ciante costuma pagar a mercadoria 30

de já haver um com ponto de vista fi

flutuante, já não falando do encareci-

dias depois do despacho alfandegário; na situação presente êle não tem inte-

rêsse na retirada enquanto não vê a perspectiva de negócios rápidos.

Embora muitos comerciantes procurem tirar logo suas mercadorias, sobrevêm

freqüentemente as mofinas complicações aduaneiras: a) os documentos não estão em ordem ou as mercadorias não corres

pondem às especificações e são postas à disposição dos carregadores; b) a

E isto mesmo na hipótese

xado e concretizado. Um amigo comum,

há pouco falecido e em quem a idade

gados por "lighters" particulares abertos,

aliava o humor à experiência, costuma

mas o mesmo é impraticável para navios

va dizer ao ministro Sousa Costa, quan

maiores, principalmente à vista dos re-

do este tinha grandes planos em mente

gu'amentos atuais. Para algum sucesso — Tudo isto é muito bonito, sr. ministro, seriam premissas indispensáveis: a) mas o vosso contínuo não o permitirá! grandes chatas assimiladas e armazéns Em Santos a falta de sincronização -flutuantes pelo controle alfandegário com descarga livre em qualquer ponto; b) dos horários das repartições é um in cômodo irritante.

A demora das mer

cadorias nos armazéns encontraria so

classificação alfandegária é recusada pelo

lução apreciável numa simples taxa pro

conferente requerendo análises ou enca minhamento demorado à Comissão de Tarifas; c) a mercadoria, classificada em pauta muito elevada, toma-se invendável, pelo que os recebedores abrem mão

Rio, em maio último, mas cremos não estendida até agora a Santos. De uma alfândega seca falámos em

dela; d) a mercadoria deve gozar isen ção de direitos, mas encontra os regu

artificial e pouco adiantaria, porque o

lamentos dos similares - caso freqüente com serviços de utilidade pública; e) a

burocracia, a falta de coordenação, e estas teriam apenas mais uma reparti

repartição pública fez a encomenda, mas não conseguiu em tempo o crédito cor

ção onde se implantar.

respondente, e a burocracia federal não fia às administrações locais; f) há escas-

mento do serviço. Pequenos cargueiros

de 200-300 tons. já têm sido descarre

visória e progressiva, já aplicada no

capítulos anteriores. Seria uma solução mal não é a instituição em si, mas a

Voltemos porém ao relatório que esta mos resumindo.

"Descarga auxiliar em chatas — Aos

reforma do regime da esti\'a, atribuin do o serviço nas chatas não à União dos estivadores mas à própria Companhia Docas, visto que a esta já cabe o ser viço semehante em terra a troco das

"capatazias", a saber: o recebimento nos

armazéns e a retirada dos mesmos;

c) essas embarcações auxiliares perten ceriam à Companhia Docas e não 1^veria novas taxas; por outra, tudo eqüi valerá a uma ampliação flutuante do cais; d) local e regime especial de an

coragem, de modo a evitar despesas complementares

muito

onerosas

de

guarda aduaneira; e) desistência da Companhia a quaisquer direitos ou taxas por um uso razoável do cais.


14

DiCESTO

tente, não obstante a sua eficiênc a, en Em vez de

nelagem ou por volume, não chegar a um resultado satisfatório no cinpilhu-

concentrar-se na extremidade da Alemôa,

mento e arranjo cios armazéns, com «s

contra-se mal distribuído.

junto à terminal ferroviária, encontra-se

disperso pelo cais, de modo que os car gueiros obstruem .por vezes extensões de cais e armazéns, que podiam ser melhor servidos por vagões, e obrigam a um

longo transporte pelas linhas do próprio

15

Dicesto Econômico

sez de pessoal aduaneiro, em especial

leigos esta parece por vêzes boa solução,

confercntes, ou faltam incentivos (parti

para o congestionamento. caso sem encontrar solução econômica,

15 homens, estão trabalhando apenas

cipação nas multas), que por sua vez provocam exigências excessivas ou complicatórias". O relatório inglês não aprofunda êsle

com 10.

aspecto, mas é fácil conceber a série de

mesmos efetivos. De fato, há uma gran de deficiência de mão de obra, e mui tas turmas, que deviam compor-se de

Uma companhia interessada e cente nária na atividade portuária estudou o

no que coincidem os pareceres de dh'ersos agentes de empresas de navegação. A solução alvitrada não teria mesmo

pelo relaxamento de muitos do.s funcio

embaraços criados pelo absurdo de meia dúzia de ministérios e departamentos in

.sucesso algum a não ser que houvesse

nários da Alfândega.

terferindo .simuUàneainentc na vida e

Retirada de mercadorias — Os impor tadores costumam levar em conta: a) a

serviço.s do pôrto. com regulamentações

carga em terra e para armazenamento alfandegado, o que quer dizer que se

inconveniência comercial de inundarem o mercado: b) a possibilidade de esco

trárias. Uma relativa unificação de ser

lher o momento exato da retirada, de va (a bordo) como o de cais (doquei- modo a aproveitar do melhor modo de

toridade para a formular e impor. Na

pôrto, agravando o congestionamento. A Companhia Docas ainda não conse

guiu a substituição dos vellios guindastes, geralmente em péssimas condições, . e isso impede a melhoria do serviço,

i

EcONÓMICf»

Mão de obra - Até 1930 a Compa-

ff nhia reahzava os serviços tanto de esti

ros) e empregava uma única entidade. Depois de 1930 foi - permitido aos esti vadores organizarem o seu Sindicato

próprio, fora da jurisdição da Compa nhia. As reclamações do Sindicato pa ra remuneração na base da tonelagem

foram então, após alguns anos de dis cussão, atendidas. Êles são hoje muito

bem pagos, protegidos ainda por um salário mínimo nos períodos de pouco trabalho ou paralisações. Isso os incen tiva a trabalhar com rapidez. Por outro lado, sem uma fiscalização severa, há o risco de um serviço descuidado e darioso às mercadorias, devido à preocupa ção do ganho. Os doqueiros constituem tima classe diferente, e salvo em alguns serviços de mercadorias ensacadas, como

o café e similares, são todos pagos por hora, o que contrasta com o regime da estiva, do que resulta adotarem uma tá tica de corpo mole.

Um decreto já autoriza a remuneração dos doqueiros pelo sistema da tonela gem, mas a Companhia não conseguiu agora acôrdo em tômo de uma base

razoável. Tem-se atribuído à Compao receio de, com o regime por to

O serviço no cais é também atrasado

por vezes arcaicas, complicadas ou arbi viços seria desejável, mas falta uma au

espaço suficiente e especial para a des iria recair nas mesmas dificuldades

atuais.

Os navios, de fato, poderiam

safar-se mais rapidamente, mas deixa

da mais difícil de harmonizar que do.s

um lado as taxas de armazenamento, de

riam os problemas da descarga final, da responsabilidade fiscal pela mercadoria

ministérios.

outro os juros bancários; c) o comer ciante costuma pagar a mercadoria 30

de já haver um com ponto de vista fi

flutuante, já não falando do encareci-

dias depois do despacho alfandegário; na situação presente êle não tem inte-

rêsse na retirada enquanto não vê a perspectiva de negócios rápidos.

Embora muitos comerciantes procurem tirar logo suas mercadorias, sobrevêm

freqüentemente as mofinas complicações aduaneiras: a) os documentos não estão em ordem ou as mercadorias não corres

pondem às especificações e são postas à disposição dos carregadores; b) a

E isto mesmo na hipótese

xado e concretizado. Um amigo comum,

há pouco falecido e em quem a idade

gados por "lighters" particulares abertos,

aliava o humor à experiência, costuma

mas o mesmo é impraticável para navios

va dizer ao ministro Sousa Costa, quan

maiores, principalmente à vista dos re-

do este tinha grandes planos em mente

gu'amentos atuais. Para algum sucesso — Tudo isto é muito bonito, sr. ministro, seriam premissas indispensáveis: a) mas o vosso contínuo não o permitirá! grandes chatas assimiladas e armazéns Em Santos a falta de sincronização -flutuantes pelo controle alfandegário com descarga livre em qualquer ponto; b) dos horários das repartições é um in cômodo irritante.

A demora das mer

cadorias nos armazéns encontraria so

classificação alfandegária é recusada pelo

lução apreciável numa simples taxa pro

conferente requerendo análises ou enca minhamento demorado à Comissão de Tarifas; c) a mercadoria, classificada em pauta muito elevada, toma-se invendável, pelo que os recebedores abrem mão

Rio, em maio último, mas cremos não estendida até agora a Santos. De uma alfândega seca falámos em

dela; d) a mercadoria deve gozar isen ção de direitos, mas encontra os regu

artificial e pouco adiantaria, porque o

lamentos dos similares - caso freqüente com serviços de utilidade pública; e) a

burocracia, a falta de coordenação, e estas teriam apenas mais uma reparti

repartição pública fez a encomenda, mas não conseguiu em tempo o crédito cor

ção onde se implantar.

respondente, e a burocracia federal não fia às administrações locais; f) há escas-

mento do serviço. Pequenos cargueiros

de 200-300 tons. já têm sido descarre

visória e progressiva, já aplicada no

capítulos anteriores. Seria uma solução mal não é a instituição em si, mas a

Voltemos porém ao relatório que esta mos resumindo.

"Descarga auxiliar em chatas — Aos

reforma do regime da esti\'a, atribuin do o serviço nas chatas não à União dos estivadores mas à própria Companhia Docas, visto que a esta já cabe o ser viço semehante em terra a troco das

"capatazias", a saber: o recebimento nos

armazéns e a retirada dos mesmos;

c) essas embarcações auxiliares perten ceriam à Companhia Docas e não 1^veria novas taxas; por outra, tudo eqüi valerá a uma ampliação flutuante do cais; d) local e regime especial de an

coragem, de modo a evitar despesas complementares

muito

onerosas

de

guarda aduaneira; e) desistência da Companhia a quaisquer direitos ou taxas por um uso razoável do cais.


'•yi V

1 ' .1

16

Dicesto

Algumas companhias têm pensado em acumular seus carregamentos para Santos num só cargueiro, então escolhido de modo a reduzir os prejuízos da reten ção neste porto. Salvo o caso de vul

toso e freqüente comércio, que justifi que as despesas extras das chatas ou cais flutuantes, essa solução parece sa tisfatória.

Ferrovias — As estradas de ferro e a

Companhia Docas acham-se insuficien temente providas de vagões. No mo

mento (época da guerra) a "São Paulo

Railway" tinha ainda de carregar a

. própria lenha, mobilizando para tal nu-

V meroso material rodante, 800 a 1.000 veículos talvez".

Temos transcrito as observações su pra porque, com as conclusões recentes

da Comissão Parlamentar, elas expla nam perfeitamente o problema. Quanto ao relatório da Associação Comercial de

1925, em parte é confirmado (insufi ciência do pôrto), em parte está ultra passado (novas ligações ferro e rodoviá-

vas franquias traballiista-s.

Econômico

vernamentais; legislação obsoleta.

6)

Desajustamento entre os regimes do pes

soal da estiva, da capatazia e da alfân dega. E acrescenta explicitamente: "A carência e falta de coordenação dos transportes terrestres, responsáveis pelo congestionamento de 1925 e comêço de

congestionamento em 1944, não respon dem pelo atual".

pécies de remédios: a) extensão do

pôrto, prolongamento do cais, ampliação ou criação de pátios ferroviários, e ou tras obras essenciais; b) melhoramento

construção de um "píer", tudo para ser mou o dr. Oscar Weinschcnck que a o porto para atender a 5.400.000 tons.

ticos e fiscais, reformas regulamentares, coordenação e racionalização, medidas secundárias e de emergência.

ma em vias de execução.

Na sua ex

posição de motivos de julho passado presidência do deputado Milton Prates escreve; "A direção da Companhia, c tendo por relator o deputado Jales continuou a ter os interesses de seus íTchado, classificou os males do pôrto acionistas regularmente atendidos, pois P mista na seguinte ordem de gravidade diz em seus relatórios que adota o pru

Portanto, mesmo que a Companhia exe cute dentro do prazo previsto (o que não fará) o programa proposto, o pôrto continuará ainda preparado apenas para o passado, pois o movimento previsto para 1949 é de 5.700.000 tons. Mesmo

para êsse programa diricilmente conse guirá a Docas levantar os 500 milhões ,A ■

<

,

í

constituída na Câmara Federal sob a

^ccrescente: 1) Insuficiência do cais. dente critério de so iniciar as obras de ) Insuficiência dos armazéns e pátios. absoluta urgência. Ora as obras para / Insuficiência e ineficiência do apare- deixar o pôrto aparelhado no dia de 'piento. 4) Perturbações de ordem

^^'^1 e trabalhista oriundas de excessi

amanhã não poderão evidentemente ser

classificadas de urgentes, pois são ante-

Infor

realização de tal programa aparelhará

serviços, tanto materiais como burocrá

tos, proclamou a insuficiência do progra

andamento das obras.

executado até meados de 1949.

ção de armazéns muito.s dos quais com

a atenção deve concentrar-se sôbre a série a , dos melhoramentos essenciais e das ampliações. Logo no início dê.ste govêmo estadual, o secretário da Viação, em visita a San

entusiasmou com o programa e com o

milhões de cruzeiros, desenvolvendo a

dois andares; c) aperfeiçoamento dos

o presente desvalioso estudo admite uma

cipaçüe,s para prever o futuro e não para corrigir o passado. A Companhia propõe um plano de

ampbações cujo custo estima em 500

qualitativo das instalações, aumento e substituição do aparelhamento, material rodante, maior mecanização, reconstru

A enumeração revela a larga margem

A Comissão Parlamentar de Inquérito,

^-5^-

Às deficiências correspondem três es

para o melhoramento da situação, mas, sob o ponto de vista que nos interessa,

do Santos.

17

5) Interfc-

projeto geral de ampliação do pôrto, de 1926), e das suas conclusões

pôrto de São Sebastião, ao menos com ° caráter que lhe era atribuído), refe rente a ponto essencial no plano regio-

Digesto Econômico

rência.s descoordenada.s do.s órgãos go

encampações da "São Paulo Rail-

(consórcio portuário) e recusa outra (o

K-*.

.y.

A nosso ver, embora algo se possa

esperar do "aperfeiçoamento" do pôrto

atual, convém não esquecer que êle já

atingiu

um

coeficiente

de 933

ton./ml., assaz alto, e que mxiitas me lhorias do aparelhamento devem com pensar as variações mensais do movimen to, os picos, a di\'ersidade das espécies

importadas (que não utilizam os meios

mecânicos das descargas a granel), os eventuais etc. e, por conseqüência, não

pódem justificar redução dos aumentos em extensão, e isto com a "margem- in

dispensável", como prescreve o art. 4.° do decreto 24.599 de 6-7-34, referen

te a concessões de portos. ,Por outro lado é necessário atentar não só ao

de cruzeiros... Mas o programa a ser "quanto"' como também "quais" obras lògicamente atacado desde já, e que le devem constituir o programa de amplia varia 3 a 4 anos para ser concluído, se ção, e nisto modificaríamos um pouco riam os 5 "piers" projetados e não úm, a orientação presente, pelos motivos que o que aumentaria de 3.200 metros, ou seguem. A Companhia Docas tem con seja 60%, a atual extensão de cais, e centrado seu esforço nos prolongamentos permitiria, sem largueza, o movimento

previsto para 1955 nos seus meses de pico, de 700.000 tons. mensais.

Êsse

programa exigirá inversão de quase um bilhão de cruzeiros.

O Governador confirmou êsse ponto de vista em entrevistas públicas. A Co missão Parlamentar igualmente não se

do cais atual (isto é, da ilha de São

Vicente), quer em direção à Ponta da Praia, quer em direção à Alemôá.

Além disso consagra boa parte do pro grama aos alargamentos da faixa, cons trução de nova muralha paralela nalguns trechos e reconstruções de armazéns.

Com isto, desprezando outros projetos

;


'•yi V

1 ' .1

16

Dicesto

Algumas companhias têm pensado em acumular seus carregamentos para Santos num só cargueiro, então escolhido de modo a reduzir os prejuízos da reten ção neste porto. Salvo o caso de vul

toso e freqüente comércio, que justifi que as despesas extras das chatas ou cais flutuantes, essa solução parece sa tisfatória.

Ferrovias — As estradas de ferro e a

Companhia Docas acham-se insuficien temente providas de vagões. No mo

mento (época da guerra) a "São Paulo

Railway" tinha ainda de carregar a

. própria lenha, mobilizando para tal nu-

V meroso material rodante, 800 a 1.000 veículos talvez".

Temos transcrito as observações su pra porque, com as conclusões recentes

da Comissão Parlamentar, elas expla nam perfeitamente o problema. Quanto ao relatório da Associação Comercial de

1925, em parte é confirmado (insufi ciência do pôrto), em parte está ultra passado (novas ligações ferro e rodoviá-

vas franquias traballiista-s.

Econômico

vernamentais; legislação obsoleta.

6)

Desajustamento entre os regimes do pes

soal da estiva, da capatazia e da alfân dega. E acrescenta explicitamente: "A carência e falta de coordenação dos transportes terrestres, responsáveis pelo congestionamento de 1925 e comêço de

congestionamento em 1944, não respon dem pelo atual".

pécies de remédios: a) extensão do

pôrto, prolongamento do cais, ampliação ou criação de pátios ferroviários, e ou tras obras essenciais; b) melhoramento

construção de um "píer", tudo para ser mou o dr. Oscar Weinschcnck que a o porto para atender a 5.400.000 tons.

ticos e fiscais, reformas regulamentares, coordenação e racionalização, medidas secundárias e de emergência.

ma em vias de execução.

Na sua ex

posição de motivos de julho passado presidência do deputado Milton Prates escreve; "A direção da Companhia, c tendo por relator o deputado Jales continuou a ter os interesses de seus íTchado, classificou os males do pôrto acionistas regularmente atendidos, pois P mista na seguinte ordem de gravidade diz em seus relatórios que adota o pru

Portanto, mesmo que a Companhia exe cute dentro do prazo previsto (o que não fará) o programa proposto, o pôrto continuará ainda preparado apenas para o passado, pois o movimento previsto para 1949 é de 5.700.000 tons. Mesmo

para êsse programa diricilmente conse guirá a Docas levantar os 500 milhões ,A ■

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,

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constituída na Câmara Federal sob a

^ccrescente: 1) Insuficiência do cais. dente critério de so iniciar as obras de ) Insuficiência dos armazéns e pátios. absoluta urgência. Ora as obras para / Insuficiência e ineficiência do apare- deixar o pôrto aparelhado no dia de 'piento. 4) Perturbações de ordem

^^'^1 e trabalhista oriundas de excessi

amanhã não poderão evidentemente ser

classificadas de urgentes, pois são ante-

Infor

realização de tal programa aparelhará

serviços, tanto materiais como burocrá

tos, proclamou a insuficiência do progra

andamento das obras.

executado até meados de 1949.

ção de armazéns muito.s dos quais com

a atenção deve concentrar-se sôbre a série a , dos melhoramentos essenciais e das ampliações. Logo no início dê.ste govêmo estadual, o secretário da Viação, em visita a San

entusiasmou com o programa e com o

milhões de cruzeiros, desenvolvendo a

dois andares; c) aperfeiçoamento dos

o presente desvalioso estudo admite uma

cipaçüe,s para prever o futuro e não para corrigir o passado. A Companhia propõe um plano de

ampbações cujo custo estima em 500

qualitativo das instalações, aumento e substituição do aparelhamento, material rodante, maior mecanização, reconstru

A enumeração revela a larga margem

A Comissão Parlamentar de Inquérito,

^-5^-

Às deficiências correspondem três es

para o melhoramento da situação, mas, sob o ponto de vista que nos interessa,

do Santos.

17

5) Interfc-

projeto geral de ampliação do pôrto, de 1926), e das suas conclusões

pôrto de São Sebastião, ao menos com ° caráter que lhe era atribuído), refe rente a ponto essencial no plano regio-

Digesto Econômico

rência.s descoordenada.s do.s órgãos go

encampações da "São Paulo Rail-

(consórcio portuário) e recusa outra (o

K-*.

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A nosso ver, embora algo se possa

esperar do "aperfeiçoamento" do pôrto

atual, convém não esquecer que êle já

atingiu

um

coeficiente

de 933

ton./ml., assaz alto, e que mxiitas me lhorias do aparelhamento devem com pensar as variações mensais do movimen to, os picos, a di\'ersidade das espécies

importadas (que não utilizam os meios

mecânicos das descargas a granel), os eventuais etc. e, por conseqüência, não

pódem justificar redução dos aumentos em extensão, e isto com a "margem- in

dispensável", como prescreve o art. 4.° do decreto 24.599 de 6-7-34, referen

te a concessões de portos. ,Por outro lado é necessário atentar não só ao

de cruzeiros... Mas o programa a ser "quanto"' como também "quais" obras lògicamente atacado desde já, e que le devem constituir o programa de amplia varia 3 a 4 anos para ser concluído, se ção, e nisto modificaríamos um pouco riam os 5 "piers" projetados e não úm, a orientação presente, pelos motivos que o que aumentaria de 3.200 metros, ou seguem. A Companhia Docas tem con seja 60%, a atual extensão de cais, e centrado seu esforço nos prolongamentos permitiria, sem largueza, o movimento

previsto para 1955 nos seus meses de pico, de 700.000 tons. mensais.

Êsse

programa exigirá inversão de quase um bilhão de cruzeiros.

O Governador confirmou êsse ponto de vista em entrevistas públicas. A Co missão Parlamentar igualmente não se

do cais atual (isto é, da ilha de São

Vicente), quer em direção à Ponta da Praia, quer em direção à Alemôá.

Além disso consagra boa parte do pro grama aos alargamentos da faixa, cons trução de nova muralha paralela nalguns trechos e reconstruções de armazéns.

Com isto, desprezando outros projetos

;


WW7

18

Djcesto

relativos a outra margem do ancoradou-

ro e do cana], cremos que a Companhia procura, e com muita lógica, esgotar primeiro tôdas as possibilidades da mar gem de cá, já servida de acessos ime

diatos, deixando para etapa ulterior as ^^rgens do Bamabé e da ilha de Santo

'Amaro, o que, necessitando préWas li gações ferro e rodoviárias, faria recair

sobre a empresa uma despesa extraor dinária ou acessória sensível e provoca ria um salto nas suas inversões de ca

aconselham uma modificação de progra

ficariam tão atenuadas, que deixam de

na margem esquerda está permitindo que nesta se projetem, iniciem e reali

zem desenvolvimentos urbanísticos, cons truções etc., assaz desencontradas, mas que, reunidas à valoriMçõo natural con

tinua, estão gerando para as futuras e inevitáveis ampliações do porto, os mais vultosos e grave.s embaraços. Destes bá um exemplo típico: a base aero-naval.

Além disso, se arruamentos, constru ções e instalações desordenadas estão se

eficientes, e muitas indústrias tem re cuado, porque a falta de acesso direto,

Econó.mico

a quota v as obras atribuí\eis ao pòrto

Por outro lado o abandono da solução

pital. Êsse critério é compreensível, mas elevando nessas áreas brevemente ne defronta argumentos fortes em sentido cessárias, não estão sendo possíveis en k contrário e, mais do que isso, circuns- tretanto desenvolvimentos perfeitos e

y Maneias novas de ordem mais geral, que

Dicesto

EcoxÓNnco

l" 'lÍ?

para a retificação A^xlongo-ATàndegu, prolongamento do Sul, algumas recons

subsistir a.s razões da Companhia. A ampMação poderá assim estender-se mui to brevemente para o oulro lado, agora

truções de annazéns, e para os restan

não mais como paliati\o, mas com a

gundo grupo, reduzindo outras, atacan

grande vantagem cie uma solução prà-

do entretanto, em ação conjunta com o

ticamcntc definiti\a.

govèrno estadual, a ligação Saboó-Bar-

Perspectivas qua

tes "p ers". Cremos que seria preferí vel adiar diversas destas obras do se

se indefinidas cie ampliação, pátios fer roviários amplos, fai.xa e terrenos bara

de cais junto a Itapema. A despesa su

tos para armazéns, possibilidades indus

plementar da ligação, aliás bai.xa em

nabé-Santo Amaro e um primeiro trecho

triais, liberdade de projeto ele. elimi

virtude do rateio a que atrás nos refe

nariam os receios e quaisquer hesitações

rimos. seria compensada pela despreo

futuras para novas e sucessivas exten sões, à medida que o movimento do pôrto as fosse exigindo. No rebitó-

cupação resultante em relação ao pro gresso futuro do pòrto, pela garantia

rio da Associação Comercial de 1925,

efetivos) do privilégio na margem es

concreta (devido a instalações e serviços

ma.

objetava-se que êsse plano não permiti

querda, pelos benefícios de ordem geral à região. O Estado, por seu lado, teria

que o prolongamento do cais em direç«ão

e o seu progresso, a poucas centenas de

ria senão 17 Vi quilômetros de cais. A Companhia já mostrou que essa exten

30 Sul, além do inconveniente urbanís

metros do centro de Santos, com pre

o abandono e a incerteza que pairam Com efeito, em primeiro lugar nota-se .sobre a zona, impedem o seu uso pleno

tico de aproximar demais o porto da 20na residencial em formação na Ponta

juízo geral.

Havia, é verdade, a dificuldade da

da Praia, vai alongar e agravar ainda d^3ís a travessia do tráfego ferroviário

ligação previa indispensável, relativamen

.30 longo de toda a extensão da faixa portuária, já congestionada. Êste con

liavido divergência e insegurança de

gestionamento tenderá a aumentar se,

como o futuro exigirá, as linhas da So^ocabana forem retiradas do atual traçado

te cara e sôbre a qual, além disso, tem

idéias. Essa ligação envolveria ainda, como dissemos, um encargo financeiro às Docas.

Ora, neste momento pode-se dizer que

através da cidade. Os "piers" do Va- desaparecem tôdas estas dificuldades, ongo, embora possam em conjunto per- desde que con.sideremos a situação em tazer um desenvolvimento apreciável, conjunto. O plano regional de Santos, terão um aproveitamento inferior por encarando as necessidades não só da uietro de cais (menor utilização dos arca urbana, como de toda a região em. topos e extremidades), é constituirão derredor, transpondo mesmo os limites ^cnipre um elemento limitado, um" ver

dadeiro paliativo diante das necessida

des totais. Quanto aos alargamentos " cais pela construção de novas mura is, embora úteis para maior eficiênlinear, não aumentarão o desenvolvi

mento linear e. no período de execução, acarretarão embaraços e redução do portuário.

são pode ser levada a nada menos de

33 quilômetros. O nosso plano regional admite que êste desenvolvimento possa ser menor nos programas imediatos, vis to que ainda restarão outras possibili dades de extensão, no Caneú, Bertioga

na ligação em apreço o primeiro passo, o mais importante e decisivo, que lhe

permitiria atacar outras questões regio nais relevantes: o acesso à ilha de Santo

etc., inúteis de considerar no momento.

Amaro, a ligação à Bertioga, ao litoral Norte e a São Sebastião, a implantação da indústria naval, em moldes grandes e perfeitos etc.

O nos.so plano nada tem de revolu cionário ou imprevisto. É apenas uma

custo seria, senão proibitivo, ao menos

adaptação, com algumas alterações e en caixado num plano mais vasto e consi derado sob um ponto de vista novo, do plano geral da Companhia, aprovado oficialmente pelo Ministério dí\ Viação

A ligação ferro e rodoviária, cujo pesado como solução de qualquer da queles prob'emas isoladamente, toma-se perfeitamente exeqüível e aconselhável diante do conjunto dèles.

puramente municipais ou administrati

1926). Tem a grande vantagem, assim, de já ter a aprovação, em tese, da

Seria dificuldade financeira a despe sa suplementar? Evidentemente não, porque além do crédito do Estado, en volvido aqui em obras reprodutivas e de alcance econômico, a própria Docas

(aviso 837 de 12 de novembro de

vos, põe em evidência a necessidade da

Inspetoria de Portos.

quelas obras de ligação, não somente para a ampliação do porto, como para

Além das alterações do plano físico, bá outra todavia, que agora é a que

poderia razoavelmente pleitear de novo

a solução de diversos outros problemas rç'evantes.. Decorre logicamente a pos sibilidade de um esforço conjunto, com

mais nos interessa: a ordem cronológi ca das obras.

preferível ao aumento da taxa de emer gência. Sob o ponto de vista da eco

intervenção estadual predominante, e de

cais em direção à Alemôa e vai iniciar

nomia geral as despesas serão ainda mais justificadas: além da valorização

o primeiro "píer".

do litoral Norte e da Ilha de Santo

uma distribuição de despesas, com o que

Presentemente a Companhia estende o E prepara projetos

uma fração da taxa adicional de 10%,


WW7

18

Djcesto

relativos a outra margem do ancoradou-

ro e do cana], cremos que a Companhia procura, e com muita lógica, esgotar primeiro tôdas as possibilidades da mar gem de cá, já servida de acessos ime

diatos, deixando para etapa ulterior as ^^rgens do Bamabé e da ilha de Santo

'Amaro, o que, necessitando préWas li gações ferro e rodoviárias, faria recair

sobre a empresa uma despesa extraor dinária ou acessória sensível e provoca ria um salto nas suas inversões de ca

aconselham uma modificação de progra

ficariam tão atenuadas, que deixam de

na margem esquerda está permitindo que nesta se projetem, iniciem e reali

zem desenvolvimentos urbanísticos, cons truções etc., assaz desencontradas, mas que, reunidas à valoriMçõo natural con

tinua, estão gerando para as futuras e inevitáveis ampliações do porto, os mais vultosos e grave.s embaraços. Destes bá um exemplo típico: a base aero-naval.

Além disso, se arruamentos, constru ções e instalações desordenadas estão se

eficientes, e muitas indústrias tem re cuado, porque a falta de acesso direto,

Econó.mico

a quota v as obras atribuí\eis ao pòrto

Por outro lado o abandono da solução

pital. Êsse critério é compreensível, mas elevando nessas áreas brevemente ne defronta argumentos fortes em sentido cessárias, não estão sendo possíveis en k contrário e, mais do que isso, circuns- tretanto desenvolvimentos perfeitos e

y Maneias novas de ordem mais geral, que

Dicesto

EcoxÓNnco

l" 'lÍ?

para a retificação A^xlongo-ATàndegu, prolongamento do Sul, algumas recons

subsistir a.s razões da Companhia. A ampMação poderá assim estender-se mui to brevemente para o oulro lado, agora

truções de annazéns, e para os restan

não mais como paliati\o, mas com a

gundo grupo, reduzindo outras, atacan

grande vantagem cie uma solução prà-

do entretanto, em ação conjunta com o

ticamcntc definiti\a.

govèrno estadual, a ligação Saboó-Bar-

Perspectivas qua

tes "p ers". Cremos que seria preferí vel adiar diversas destas obras do se

se indefinidas cie ampliação, pátios fer roviários amplos, fai.xa e terrenos bara

de cais junto a Itapema. A despesa su

tos para armazéns, possibilidades indus

plementar da ligação, aliás bai.xa em

nabé-Santo Amaro e um primeiro trecho

triais, liberdade de projeto ele. elimi

virtude do rateio a que atrás nos refe

nariam os receios e quaisquer hesitações

rimos. seria compensada pela despreo

futuras para novas e sucessivas exten sões, à medida que o movimento do pôrto as fosse exigindo. No rebitó-

cupação resultante em relação ao pro gresso futuro do pòrto, pela garantia

rio da Associação Comercial de 1925,

efetivos) do privilégio na margem es

concreta (devido a instalações e serviços

ma.

objetava-se que êsse plano não permiti

querda, pelos benefícios de ordem geral à região. O Estado, por seu lado, teria

que o prolongamento do cais em direç«ão

e o seu progresso, a poucas centenas de

ria senão 17 Vi quilômetros de cais. A Companhia já mostrou que essa exten

30 Sul, além do inconveniente urbanís

metros do centro de Santos, com pre

o abandono e a incerteza que pairam Com efeito, em primeiro lugar nota-se .sobre a zona, impedem o seu uso pleno

tico de aproximar demais o porto da 20na residencial em formação na Ponta

juízo geral.

Havia, é verdade, a dificuldade da

da Praia, vai alongar e agravar ainda d^3ís a travessia do tráfego ferroviário

ligação previa indispensável, relativamen

.30 longo de toda a extensão da faixa portuária, já congestionada. Êste con

liavido divergência e insegurança de

gestionamento tenderá a aumentar se,

como o futuro exigirá, as linhas da So^ocabana forem retiradas do atual traçado

te cara e sôbre a qual, além disso, tem

idéias. Essa ligação envolveria ainda, como dissemos, um encargo financeiro às Docas.

Ora, neste momento pode-se dizer que

através da cidade. Os "piers" do Va- desaparecem tôdas estas dificuldades, ongo, embora possam em conjunto per- desde que con.sideremos a situação em tazer um desenvolvimento apreciável, conjunto. O plano regional de Santos, terão um aproveitamento inferior por encarando as necessidades não só da uietro de cais (menor utilização dos arca urbana, como de toda a região em. topos e extremidades), é constituirão derredor, transpondo mesmo os limites ^cnipre um elemento limitado, um" ver

dadeiro paliativo diante das necessida

des totais. Quanto aos alargamentos " cais pela construção de novas mura is, embora úteis para maior eficiênlinear, não aumentarão o desenvolvi

mento linear e. no período de execução, acarretarão embaraços e redução do portuário.

são pode ser levada a nada menos de

33 quilômetros. O nosso plano regional admite que êste desenvolvimento possa ser menor nos programas imediatos, vis to que ainda restarão outras possibili dades de extensão, no Caneú, Bertioga

na ligação em apreço o primeiro passo, o mais importante e decisivo, que lhe

permitiria atacar outras questões regio nais relevantes: o acesso à ilha de Santo

etc., inúteis de considerar no momento.

Amaro, a ligação à Bertioga, ao litoral Norte e a São Sebastião, a implantação da indústria naval, em moldes grandes e perfeitos etc.

O nos.so plano nada tem de revolu cionário ou imprevisto. É apenas uma

custo seria, senão proibitivo, ao menos

adaptação, com algumas alterações e en caixado num plano mais vasto e consi derado sob um ponto de vista novo, do plano geral da Companhia, aprovado oficialmente pelo Ministério dí\ Viação

A ligação ferro e rodoviária, cujo pesado como solução de qualquer da queles prob'emas isoladamente, toma-se perfeitamente exeqüível e aconselhável diante do conjunto dèles.

puramente municipais ou administrati

1926). Tem a grande vantagem, assim, de já ter a aprovação, em tese, da

Seria dificuldade financeira a despe sa suplementar? Evidentemente não, porque além do crédito do Estado, en volvido aqui em obras reprodutivas e de alcance econômico, a própria Docas

(aviso 837 de 12 de novembro de

vos, põe em evidência a necessidade da

Inspetoria de Portos.

quelas obras de ligação, não somente para a ampliação do porto, como para

Além das alterações do plano físico, bá outra todavia, que agora é a que

poderia razoavelmente pleitear de novo

a solução de diversos outros problemas rç'evantes.. Decorre logicamente a pos sibilidade de um esforço conjunto, com

mais nos interessa: a ordem cronológi ca das obras.

preferível ao aumento da taxa de emer gência. Sob o ponto de vista da eco

intervenção estadual predominante, e de

cais em direção à Alemôa e vai iniciar

nomia geral as despesas serão ainda mais justificadas: além da valorização

o primeiro "píer".

do litoral Norte e da Ilha de Santo

uma distribuição de despesas, com o que

Presentemente a Companhia estende o E prepara projetos

uma fração da taxa adicional de 10%,


20

Digesto

Econó-níico

Amaro, das novas possibilidades comer

avaliou a Comissão Parlamentar em 400

ciais, industriais e turísticas, há a con

milhões de cruzeiros o prejuízo causado, pelo último congestionamento portuá rio, só em Santos, não incluindo as per

siderar o ponto principal: o afastamen to das novas crises portuárias, cujo pre juízo decorrente é vultosíssimo. Em en

das e inconvenientes indiretos. Essa im

trevista recente o representante de uma

portância daria para copstruir tôdas as

firma sueca avaliou em 30 contos diá

ampliações previstas. Mas a questão do

rios o prejuízo da retenção dos seus na

porto não se esgota com as considerações acima. Outros aspectos devem ser con siderados, assim como as suas relações com os desenvolvimentos ferroviários, ro

vios no ancoradouro de Santos. A linha

Norueguesa Sul-Americana declarou que a retenção dos seus cargueiros no Rio

e em _ Santos acarretou avultadas per

doviários e urbanísticos.

O plano de

C CXT/4DC - empresário por Aliomar Baleedio \'oh'em necessíuiamente monopólios su

jeitos a controle da autoridade no inte loÃo Ninguém desconfia do Estado co-

mo proprietário ou administrador de empresas. Estas, nas mãos do govêrno, só engendrarão "déficit" e maus ser viços à clientela, — diz êle e quanto

mais repete esse juízo pessimista e ge

resse coletivo.

A própria .Constituição de 1946 esta ria a impor a presença ou, pelo menos, a sombra oficial, por detrás dc tais ne

gócios, já que no art. 5, XII, reser\ a à

Santos envolve ainda uma definição de

neralizado tanto mais se alarga, em

cada caso uma perda de 140.000 co

atitude relativamente aos portos secundá

União os Ser\'iços de telégrafos, radiocomunicação, radio-difusão, telefônios

nossos dias, o campo das explorações

interestaduais e internacionais, navegação

roas, valendo cada coroa 4 cruzeiros.

rios do Estado, particularmente

estatais.

As empresas de navegação, especialmen te americanas e inglesas, tendo elevado

Sebastião, e ao projeto, periodicamente

das: se tivessem enviado seus navios

ao Brasil sem carga, teriam evitado,em

de 25% os fretes marítimos, com amea ça de o fazerem ainda mais alto (50%),

São

lembrado, do pôrto de São Vicent;?.

Tudo isto será objeto do próximo

Nesse modo de encarar a em-

transponham os limites de um Estado,

mum, um e outro impotentes ante a

e, no art. 151, prove ao regime se

tendência de expansão governamental no

artigo.

aérea e de vias férreas que liguem por

prêsa estatal, o julgamento de João Nin guém coincide com o de João Senso Co mundo das atividades industriais.

No Brasil, o Estado patrão, industrial, comerciante, homem de negócios, é um

tos marítimos a fronteiras nacionais ou

vero de tarifas dos concessionários.

Mas os fatos atestam que, sem mono

polizar determinada indústria ou ati

Proteu que ora se apresenta sob os

vidade, a União entra até no campo da concorrência, explorando minas, fábricas,

nomes diferentes de uma dúzia de es

e negócios, inclusive os de natureza ban

tradas de ferro, diversas companhias de

cária.

Outro tanto fazem, em menor

navegação marítima e fluvial, os Correios' escala, os Estados e até os pobres Mu e Telégrafos, estações radio-emissoras, nicípios. ,

a exploração de alguns portos, inclusive

h

o do Rio de Janeiro, estaleiros, arsenais de armas e munições etc. —, ora sob a

Revela um relatório divulgado pela "Azienda RÜievo Alienazioni Residuali" que o Tesouro italiano lucrou cêrca de 46 bilhões e 500 milhões de liras com o

comércio dos despojes de guerra britânicos e norte-americanos. Dessa soma, 35

bilhões correspondem a vendas e instituições e particulares e 11 bilhões e 500 mi

lhões a repartições do Estado.

Entre os produtos mais transacionados por enquanto, figuram 100.000 veículos motorizados, dos quais 23.000 tanques, 18.000 motocicletas e 8.500 reboquessobrando ainda 75.000 unidades, embora 30% representem "ferro velho",

'

forma de dono único ou sócio principal de usinas e fábricas, entre as quais as de siderurgia, motores, extração e refina ria de perióleo e gases, manufaturas de papel papelão e outros produtos, além de projetos de oleodutos, indústria de tratores etc.

A enorme quantidade de excedentes militares — cedidos ao govêmo da Pe-

Certamente nessas dezenas de emprêsas, classificam-se muitas de serviços pú

Rretanha em retransportâ-los aos pontos de origem — acrescentam-se apreciáveis equipamentos completos das tropas combatentes, há pouco entregues à Itália pelas otitoridades norte-americanas após um convênio a propósito; alguns materiais fo-

por particulares estaria condicionada à

nínsida por níveis irrisórios, por não haver interesse dos E. U. A. nem àa Grãvendidos por 18 milhões de dólares quando o custo primitivo dêles alcançava 184 milhões.

blicos bu de utilidade pública, cuja posse concessão pelo govêrno, à força de ra zões poderosas, como, por exemplo, do ponto de vista econômico, a de que en-

O pessimismo de João Ninguém diante dessa proliferação das emprêsas de que êle é, em última análise, o proprietário anônimo e inconsciente, quando não o financiador, ou, apenas, a vítima obs

cura e resignada, suscita uma série de

questões ainda não resolvidas em defiO deputado Aliomar Baleeiro é uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros. Representa a Bahia na Câmara dos Deputados e se tem destacado na Comissão de Finanças. Inicia com êste artigo a sua prestigiosa

colaboração no "Digesto Econômico".

Jl


20

Digesto

Econó-níico

Amaro, das novas possibilidades comer

avaliou a Comissão Parlamentar em 400

ciais, industriais e turísticas, há a con

milhões de cruzeiros o prejuízo causado, pelo último congestionamento portuá rio, só em Santos, não incluindo as per

siderar o ponto principal: o afastamen to das novas crises portuárias, cujo pre juízo decorrente é vultosíssimo. Em en

das e inconvenientes indiretos. Essa im

trevista recente o representante de uma

portância daria para copstruir tôdas as

firma sueca avaliou em 30 contos diá

ampliações previstas. Mas a questão do

rios o prejuízo da retenção dos seus na

porto não se esgota com as considerações acima. Outros aspectos devem ser con siderados, assim como as suas relações com os desenvolvimentos ferroviários, ro

vios no ancoradouro de Santos. A linha

Norueguesa Sul-Americana declarou que a retenção dos seus cargueiros no Rio

e em _ Santos acarretou avultadas per

doviários e urbanísticos.

O plano de

C CXT/4DC - empresário por Aliomar Baleedio \'oh'em necessíuiamente monopólios su

jeitos a controle da autoridade no inte loÃo Ninguém desconfia do Estado co-

mo proprietário ou administrador de empresas. Estas, nas mãos do govêrno, só engendrarão "déficit" e maus ser viços à clientela, — diz êle e quanto

mais repete esse juízo pessimista e ge

resse coletivo.

A própria .Constituição de 1946 esta ria a impor a presença ou, pelo menos, a sombra oficial, por detrás dc tais ne

gócios, já que no art. 5, XII, reser\ a à

Santos envolve ainda uma definição de

neralizado tanto mais se alarga, em

cada caso uma perda de 140.000 co

atitude relativamente aos portos secundá

União os Ser\'iços de telégrafos, radiocomunicação, radio-difusão, telefônios

nossos dias, o campo das explorações

interestaduais e internacionais, navegação

roas, valendo cada coroa 4 cruzeiros.

rios do Estado, particularmente

estatais.

As empresas de navegação, especialmen te americanas e inglesas, tendo elevado

Sebastião, e ao projeto, periodicamente

das: se tivessem enviado seus navios

ao Brasil sem carga, teriam evitado,em

de 25% os fretes marítimos, com amea ça de o fazerem ainda mais alto (50%),

São

lembrado, do pôrto de São Vicent;?.

Tudo isto será objeto do próximo

Nesse modo de encarar a em-

transponham os limites de um Estado,

mum, um e outro impotentes ante a

e, no art. 151, prove ao regime se

tendência de expansão governamental no

artigo.

aérea e de vias férreas que liguem por

prêsa estatal, o julgamento de João Nin guém coincide com o de João Senso Co mundo das atividades industriais.

No Brasil, o Estado patrão, industrial, comerciante, homem de negócios, é um

tos marítimos a fronteiras nacionais ou

vero de tarifas dos concessionários.

Mas os fatos atestam que, sem mono

polizar determinada indústria ou ati

Proteu que ora se apresenta sob os

vidade, a União entra até no campo da concorrência, explorando minas, fábricas,

nomes diferentes de uma dúzia de es

e negócios, inclusive os de natureza ban

tradas de ferro, diversas companhias de

cária.

Outro tanto fazem, em menor

navegação marítima e fluvial, os Correios' escala, os Estados e até os pobres Mu e Telégrafos, estações radio-emissoras, nicípios. ,

a exploração de alguns portos, inclusive

h

o do Rio de Janeiro, estaleiros, arsenais de armas e munições etc. —, ora sob a

Revela um relatório divulgado pela "Azienda RÜievo Alienazioni Residuali" que o Tesouro italiano lucrou cêrca de 46 bilhões e 500 milhões de liras com o

comércio dos despojes de guerra britânicos e norte-americanos. Dessa soma, 35

bilhões correspondem a vendas e instituições e particulares e 11 bilhões e 500 mi

lhões a repartições do Estado.

Entre os produtos mais transacionados por enquanto, figuram 100.000 veículos motorizados, dos quais 23.000 tanques, 18.000 motocicletas e 8.500 reboquessobrando ainda 75.000 unidades, embora 30% representem "ferro velho",

'

forma de dono único ou sócio principal de usinas e fábricas, entre as quais as de siderurgia, motores, extração e refina ria de perióleo e gases, manufaturas de papel papelão e outros produtos, além de projetos de oleodutos, indústria de tratores etc.

A enorme quantidade de excedentes militares — cedidos ao govêmo da Pe-

Certamente nessas dezenas de emprêsas, classificam-se muitas de serviços pú

Rretanha em retransportâ-los aos pontos de origem — acrescentam-se apreciáveis equipamentos completos das tropas combatentes, há pouco entregues à Itália pelas otitoridades norte-americanas após um convênio a propósito; alguns materiais fo-

por particulares estaria condicionada à

nínsida por níveis irrisórios, por não haver interesse dos E. U. A. nem àa Grãvendidos por 18 milhões de dólares quando o custo primitivo dêles alcançava 184 milhões.

blicos bu de utilidade pública, cuja posse concessão pelo govêrno, à força de ra zões poderosas, como, por exemplo, do ponto de vista econômico, a de que en-

O pessimismo de João Ninguém diante dessa proliferação das emprêsas de que êle é, em última análise, o proprietário anônimo e inconsciente, quando não o financiador, ou, apenas, a vítima obs

cura e resignada, suscita uma série de

questões ainda não resolvidas em defiO deputado Aliomar Baleeiro é uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros. Representa a Bahia na Câmara dos Deputados e se tem destacado na Comissão de Finanças. Inicia com êste artigo a sua prestigiosa

colaboração no "Digesto Econômico".

Jl


Dicesto Econüxuco

22

Dicesto Econômico

nitivo, nem fáceis de resolver à luz de

como seus netos e bisnetos \ieram a ser

raciocínio frio, pois transparecem nos prós e contras os matizes dos interêsses, vaidades, preconceitos ideológicos e

negociantes e amiadorcs, a princípio prósperos e depois falidos, na grande emprêsa regia do comércio e saque das

outros fatores de julgamentos errôneos.

índias.

Essas questões se levantam desde o aspecto moral e econômico e convergem

para um problema geral e de ordem prática: — o da conveniência da emprê-

sa estatal, o que, no fundo, condensa um problema político. II

O mesmo autor e também Roberto Si-

monsen relatam o emprego dos recursos e esforços dos príncipes portugueses nos pródromos do capitalismo incipiente do século XVI quando se empolgavam na indústria açucareira do Brasil, não raro de conta própria. E quando se reserva vam certos monopólios — o estanco do

pau Brasil, o da pesca da baleia e de blema não é novo, nem brasileiro. Não

certas manufaturas — alvejavam apenas rendas e não o propósito contemporâneo

é provável que se possa fixar o século

da regulamentação administrativa de ser

em que desponta, nem classificar, atual mente, os países segundo a orientação

viços de interesse coletivo. Não foram diferentes as razões ins-

adotada nessa matéria.

piradoras do açambarcamento oficial dos

Reconheça-se, de início, que o pro

•A chamada Revolução Comercial já

serviços postais há três ou quatro sé

encontrou o Estado-empresário. ílstado,

culos atrás na Europa.

— entenda-se — o Rei metido em explo rações econômicas apenas para tirar pro

landesa, na Bahia e em Pernambuco, é tipicamente obra de emprêsa semi-ofi-

veito delas.

cíal, mais de caráter econômico do que

Quando escritores tentam caracterizar

A invasão ho

políticc.

certos tipos de organização financeira, como "dominial" e "regalista", ou "re-

lutos encontrarem embaraços na tributa

galiana", claro que não endossam a

ção, que depois passou a ser a fonte

<=rcnça numa evolução com etapas su

financeira normal dos governos demo

Isso explica o paradoxo de reis abso

cessivas, mas a predominância fiscal, em _ cráticos. "El-rei, nosso Senhor, deve certas épocas, do governante que vivia viver das rendas de seu domínio" — tra do seu patrimônio ou de monopóliçs ins duzia, em síntese, uma concepção ex tituídos expressamente para determina posta desde Santo Tomás de Aquino e dos serviços rendosos, como moinhos, Bodin até os Cameralistas, que do sé

fomos, engenhos d'água etc. Idade Média, e os monarcas lusitanos,

culo XVI ao XVIII, fariam obra de precursores dos estudos financeiros. E não será errôneo, talvez, atribuir a so

flntes e depois da descoberta do Brasil,

brevivência das idéias camerais à cir

oferecem bons exemplos desses chefes

cunstância de oferecer a Alemanha, so

O fato fói universal, sobretudo na

Estados metidos em empresas de

produção. Lúcio de Azevedo nos pinta

o quadro do tipo de rei que era o mais orte e rico dos agricultores e críadode gado do velho Portugal, assim

bretudo a Prússia, constante tendência

dominialista no século XIX, quando ou tros países da Europa preferiam entregar as explorações telegráfica e ferroviária, então nascentes, às emprêsas privadas.

23

Certo é, porém, que por tôda a parte, sub.sistiram, sob

diferentes

pretextos,

vulgadas,

entre

nós,

por

Anhaia

Melo.

negócios e indústrias a cargo dos gover

nos*, que nunca se despojaram dos Cor

III

reios, anexando a estes, não raro, os te

légrafos e até telefònios.

A Inglaterra

e os Estados Unidos, entretanto, opta

Do ponto de vista do direito adminis trativo e da ciência ou técnica da admi

ram sempre pela concessão das linhas

nistração, ocorre logo o problema da

ferroviárias e telegráficas a particulares, enquanto a França, por motivos cul

escolha do regime jurídico dessas ex plorações estatais. Posta de lado a con cessão, que é a negação do Estado-em presário, este poderia optar, desde logo, por três formas em que se reduzem, nas linhas gerais, as diferentes modalidades

turais ou tradicionais, conservou as fá

bricas de porcelanas de Sòvres e de ta petes de Gobelins c, por orientação de técnica fiscal, os monopólios de fumo e fósforos, no que foi imitada por vá rios países. A Itália, por

encontradiças nas diversas organizações

públicas. a) a autarquia adminis

exemplo, comerciou com o

quinino por inspiraç-ões so-

^

trativa e financeira, liberto

o serviço da legislação e dos estilos que regem o

ciais, assim como, por mo tivos opostos, nada filan trópicos, também o fez com o nosso café, monopo

funcionamento das reparti

ções públicas como regra geral. A E. F. Central do

lizando a importação. Seria longo o ròl des

Brasil, o Loide Brasileiro

sas explorações nos diver-

e a Caixa Econômica se

sos países, ou mesmo pe

riam os exemplos mais ca

los governos locais, tendo

racterísticos;

b) a sociedade anôni

merecido muito favor, há

cêrca de meio século, o

ma de economia mista, ou

chamado "socialismo muni

seja a operação com a cola

de serviços públicos", teorizado, do pon

boração privada, tendo o Estado como principal acionista, e sob

cipal" ou "municipalização to de vista econômico, por Montemar-

o regime jurídico, que, em alguns pon

tini e ainda hoje defendido por nomes ilustres, entre os quais, na Argentina, o sábio prof. Rafael Bielsa em prefácio

parativamente com as demais socieda des por ações: — o "Banco do Brasil,

ao livro de Natálio Muratti.

S. A."; a "Cia. do Vale do Rio Doce",

Essa in

tos, a coloca em situação especial com

dústria oficial oferece exemplos até de padarias, clínicas, leiterias, emprêsas fu nerárias 8 de seguro, a cargo das Pre

por exemplo;

feituras, além dos casos, — comuns até

"Correios e Telégrafos".

na Inglaterra e Estados Unidos, de operação municipal de usinas elétri cas, matadouros, rêdes de gás, água e transportes urbanos, tão bem di

c) o regime geral das repartições, vale dizer o sistema burocrático: — os Dificilmente, à base dos dados cO'

nhecidos, seria possível um pronuncia mento sobre os méritos e inconvenien

tes dessas diversas formas, pois o Brasil

^1


Dicesto Econüxuco

22

Dicesto Econômico

nitivo, nem fáceis de resolver à luz de

como seus netos e bisnetos \ieram a ser

raciocínio frio, pois transparecem nos prós e contras os matizes dos interêsses, vaidades, preconceitos ideológicos e

negociantes e amiadorcs, a princípio prósperos e depois falidos, na grande emprêsa regia do comércio e saque das

outros fatores de julgamentos errôneos.

índias.

Essas questões se levantam desde o aspecto moral e econômico e convergem

para um problema geral e de ordem prática: — o da conveniência da emprê-

sa estatal, o que, no fundo, condensa um problema político. II

O mesmo autor e também Roberto Si-

monsen relatam o emprego dos recursos e esforços dos príncipes portugueses nos pródromos do capitalismo incipiente do século XVI quando se empolgavam na indústria açucareira do Brasil, não raro de conta própria. E quando se reserva vam certos monopólios — o estanco do

pau Brasil, o da pesca da baleia e de blema não é novo, nem brasileiro. Não

certas manufaturas — alvejavam apenas rendas e não o propósito contemporâneo

é provável que se possa fixar o século

da regulamentação administrativa de ser

em que desponta, nem classificar, atual mente, os países segundo a orientação

viços de interesse coletivo. Não foram diferentes as razões ins-

adotada nessa matéria.

piradoras do açambarcamento oficial dos

Reconheça-se, de início, que o pro

•A chamada Revolução Comercial já

serviços postais há três ou quatro sé

encontrou o Estado-empresário. ílstado,

culos atrás na Europa.

— entenda-se — o Rei metido em explo rações econômicas apenas para tirar pro

landesa, na Bahia e em Pernambuco, é tipicamente obra de emprêsa semi-ofi-

veito delas.

cíal, mais de caráter econômico do que

Quando escritores tentam caracterizar

A invasão ho

políticc.

certos tipos de organização financeira, como "dominial" e "regalista", ou "re-

lutos encontrarem embaraços na tributa

galiana", claro que não endossam a

ção, que depois passou a ser a fonte

<=rcnça numa evolução com etapas su

financeira normal dos governos demo

Isso explica o paradoxo de reis abso

cessivas, mas a predominância fiscal, em _ cráticos. "El-rei, nosso Senhor, deve certas épocas, do governante que vivia viver das rendas de seu domínio" — tra do seu patrimônio ou de monopóliçs ins duzia, em síntese, uma concepção ex tituídos expressamente para determina posta desde Santo Tomás de Aquino e dos serviços rendosos, como moinhos, Bodin até os Cameralistas, que do sé

fomos, engenhos d'água etc. Idade Média, e os monarcas lusitanos,

culo XVI ao XVIII, fariam obra de precursores dos estudos financeiros. E não será errôneo, talvez, atribuir a so

flntes e depois da descoberta do Brasil,

brevivência das idéias camerais à cir

oferecem bons exemplos desses chefes

cunstância de oferecer a Alemanha, so

O fato fói universal, sobretudo na

Estados metidos em empresas de

produção. Lúcio de Azevedo nos pinta

o quadro do tipo de rei que era o mais orte e rico dos agricultores e críadode gado do velho Portugal, assim

bretudo a Prússia, constante tendência

dominialista no século XIX, quando ou tros países da Europa preferiam entregar as explorações telegráfica e ferroviária, então nascentes, às emprêsas privadas.

23

Certo é, porém, que por tôda a parte, sub.sistiram, sob

diferentes

pretextos,

vulgadas,

entre

nós,

por

Anhaia

Melo.

negócios e indústrias a cargo dos gover

nos*, que nunca se despojaram dos Cor

III

reios, anexando a estes, não raro, os te

légrafos e até telefònios.

A Inglaterra

e os Estados Unidos, entretanto, opta

Do ponto de vista do direito adminis trativo e da ciência ou técnica da admi

ram sempre pela concessão das linhas

nistração, ocorre logo o problema da

ferroviárias e telegráficas a particulares, enquanto a França, por motivos cul

escolha do regime jurídico dessas ex plorações estatais. Posta de lado a con cessão, que é a negação do Estado-em presário, este poderia optar, desde logo, por três formas em que se reduzem, nas linhas gerais, as diferentes modalidades

turais ou tradicionais, conservou as fá

bricas de porcelanas de Sòvres e de ta petes de Gobelins c, por orientação de técnica fiscal, os monopólios de fumo e fósforos, no que foi imitada por vá rios países. A Itália, por

encontradiças nas diversas organizações

públicas. a) a autarquia adminis

exemplo, comerciou com o

quinino por inspiraç-ões so-

^

trativa e financeira, liberto

o serviço da legislação e dos estilos que regem o

ciais, assim como, por mo tivos opostos, nada filan trópicos, também o fez com o nosso café, monopo

funcionamento das reparti

ções públicas como regra geral. A E. F. Central do

lizando a importação. Seria longo o ròl des

Brasil, o Loide Brasileiro

sas explorações nos diver-

e a Caixa Econômica se

sos países, ou mesmo pe

riam os exemplos mais ca

los governos locais, tendo

racterísticos;

b) a sociedade anôni

merecido muito favor, há

cêrca de meio século, o

ma de economia mista, ou

chamado "socialismo muni

seja a operação com a cola

de serviços públicos", teorizado, do pon

boração privada, tendo o Estado como principal acionista, e sob

cipal" ou "municipalização to de vista econômico, por Montemar-

o regime jurídico, que, em alguns pon

tini e ainda hoje defendido por nomes ilustres, entre os quais, na Argentina, o sábio prof. Rafael Bielsa em prefácio

parativamente com as demais socieda des por ações: — o "Banco do Brasil,

ao livro de Natálio Muratti.

S. A."; a "Cia. do Vale do Rio Doce",

Essa in

tos, a coloca em situação especial com

dústria oficial oferece exemplos até de padarias, clínicas, leiterias, emprêsas fu nerárias 8 de seguro, a cargo das Pre

por exemplo;

feituras, além dos casos, — comuns até

"Correios e Telégrafos".

na Inglaterra e Estados Unidos, de operação municipal de usinas elétri cas, matadouros, rêdes de gás, água e transportes urbanos, tão bem di

c) o regime geral das repartições, vale dizer o sistema burocrático: — os Dificilmente, à base dos dados cO'

nhecidos, seria possível um pronuncia mento sobre os méritos e inconvenien

tes dessas diversas formas, pois o Brasil

^1


-TTTTT*^

24

Digesto Econômico

oferece resultados contraditórios no mes

mo setor. A "Cia. Navegação Costeira"

O Ministério da Viação intervém na E. F. Central do Brasil com a mesma

é tão patrimônio nacional e tão autar

liberdade de ação com que o ministro

quia quanto o Loide Brasileiro, mas ex plorando a mesma indústria, nas mes

telefônio ao Banco do Brasil.

da Fazenda já tem dado ordens até pelo

mas linhas, um e outra oferecem re

sultados díspares. E, por isso, mesmo repugna aos dirigent^es do último a fusão com a primeira, o que seria me dida curial de governo.

IV

Em verdade, o problema capital é do ordem financeira.

.Ks ferrovias federais são todas defici

Se, ao contrário do que acontece, as

tárias e não proporcionam alto padrão

emprêsas industriais ou comerciais do

de serviço, ainda quando autarquias ou instaladas em zonas de densidade de

Estado tivessem patrimônio próprio e cobrissem as suas despesas com as pró

mográfica e econômica. Mas ferrovias estaduais, em zonas menos favoráveis,

prias receitas, trazendo saldos positivos aos cofres públicos, a exemplo das em

Dioesto

Econômico

25

ções unitárias, como a França, onde lhe

da E. F. Central do Brasil para o mes

dedicou um volume Jean Blanchct, que estudou o paradoxo do Eslado-contribuinte: — "il scmble paradoxal à pre-

mo exercício (a bagatela do alguns billiôes) porque um funcionário se es quecera de estudá-lo em tempo útil

micre vue que 'TEtat Puissanco Publi

naquele Departamento.

que", detenteur du pouvoir régalien de Icver les impots, puisse em jnême temps êtrc, lui-mènic, son propre contribuablo". Mas explica o autor citado que, embora a isenção pareça a regra, "a priori", as próprias restrições dos podores públicos á atividade privada tendem

a diminuir a margem tributária disponí vel ("Les Serviços Publics en Bégie devant Tímpôt", pg. 22). E a verdade dessa ponderação está

como a E. F. de Nazaré (Bahia) já

presas privadas, a autonomia seria com

em que o governo soviético, a despeito

têm apresentado resultados apreciáveis

preendida, senão justificada.

durante vários exercícios.

Ai teríamos logo uma questão já de batida noutros países: — essas empresas

de ser o maior empresário do país, não pode prescindir de tais impostos no seu

Há boas razões para sustentarem al guns que a situação próspera do Banco do Brasil não resulta da sua condição

devem pagar impostos, como as parti culares, ou ficar isentas? À primeira

de sociedade de economia mista, que

vista, a resposta negativa parece a úni

apenas opulentou particulares através de

ca possível, em face do art. 31, n.° V

oportunidade para lembrar que o desejo segredo da preferência pelas formas au tárquicas de exploração estatal, a ponto

O problema está em apurar-se até

o tipo do impôsto e do regime jurídico

mera execução técnica de velhos ser

que ponto a rigidez e a rotina burocrá ticas podem comprometer a flexibilida

ciedade mista acarretará uma franquia

de necessária a certos tipos de explo ração. Os Correios e Telégrafos, a des peito do "déficit" inerente a tarifas

baixas e obsoletas, mostram que essa flexibilidade não é incompatível com o

da exploração oficial. A isenção da so imerecida aos particulares que subscre veram suas ações.

Não se conceberia

isenção do impôsto de consumo para o chocolate que o Instituto de Cacau,

regime administrativo comum, nem com

autarquia do Estado da Bahia, viesse a fabricar, nem se admite isenção do

a discriminação orçamentária. A verdade é que a autonomia admi- .

impôsto de vendas e consignações para as obras que a Imprensa Nacional, por

nistrativa só existe no nome e em rela

acaso, aceite de particulares.

ção ao Congresso, porque, em regra, as

Muito embora esse problema avulte

chamadas autarquias e até as socieda

e ate certo ponto só apareça nos países

das aos ministros de Estado.

já foi profundamente estudado nas na-

des de economia mista vivem subordina .

de organização federal, como o nosso,

as emprêsas que não interessam a nin guém e, então, terá de ássentá-las na quela .superfície tributária, fazendo pa

gar por todos os contribuintes o que só

complica na moldura dos grandes de

E por falar em orçamento, cabe a

pio da imunidade recíproca entre a União, Estados e Municípios. O e.xame dos casos concretos, entre tanto, aconselhará distinções conforme

de testemunho dessa observação.

colhe as empresas mais lucrativas e nesse caso diminui a superfície tribu tária ao seu dispor; ou recolhe apenas

capitalistas.

convenientes notórios da vinculação go

sem capital, nem apoio particular, serve

ceiro, o problema do Estado-empresario não escapa da alternativa: ou es

versos daqueles decretados pelos países

orçamento, sob outros aspectos bem di

"a" da Constituição, ou seja o princí

E a Caixa Econômica,

dêles não conheça o Congresso. Em resumo, do ponto de vista finan

aproveita a alguns usuários. Èsse dilema retira a questão do campo financeiro para o campo político e o

regalias oficiais, sem evitar certos in vernamental.

E se tais orçamentos se elaboram e

são rigorosos não há razão para que

de fugir à sua disciplina desvenda o

de terem sido aplicadas a repartições que

nada têm de industrial e representam

bates ideológicos do nosso tempo.

Por outro lado — objetarão — se o Es tado limita lucros e tributa violenta

mente atividades, desencoraja estas e

impossibilita aqueles, de modò que, dia a dia, c obrigado a assumir emprêsas úteis que já não guardam atrativos para .a iniciativa privada. Seria um círculo

viços públicos, como, por exemplo, a

vicioso a pedir uma decisão que, era

construção das estradas, atividade go

regra, todos os povos querem adiar na

vernamental desde os Romanos.

enciuzilhada em que se acham.

A fis

calização do Congresso, da Contadoria Central da República e do Tribunal de Contas é sempre incômoda e não se cornpadece com a criação de cargos e fixação de vencimentos ao arbítrio dos

dirigentes, nem com a livre aplicação do verbas. Dir-se-á que as autarquias

João Ninguém, instintivo por exce lência, não deve causar estranheza com o seu sobrecenho carregado contra o Estado-empresário. Ê um caminho ino cente, mas tão longo que pode levar

vivem sujeitas a orçamentos elaborados sob o controle do "Dasp". Mas o ar

um povo àquelas encruzilhadas da va-

gumento ficou desmoralizado com a di vulgação de notícias de que só em

troceder.

fins de 1947 foi aprovado o orçamento

mesmo em casos limitados e excepcio-

cilação quando -já muitOj tarde para re É conveniente a emprêsa do Estado,


-TTTTT*^

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Digesto Econômico

oferece resultados contraditórios no mes

mo setor. A "Cia. Navegação Costeira"

O Ministério da Viação intervém na E. F. Central do Brasil com a mesma

é tão patrimônio nacional e tão autar

liberdade de ação com que o ministro

quia quanto o Loide Brasileiro, mas ex plorando a mesma indústria, nas mes

telefônio ao Banco do Brasil.

da Fazenda já tem dado ordens até pelo

mas linhas, um e outra oferecem re

sultados díspares. E, por isso, mesmo repugna aos dirigent^es do último a fusão com a primeira, o que seria me dida curial de governo.

IV

Em verdade, o problema capital é do ordem financeira.

.Ks ferrovias federais são todas defici

Se, ao contrário do que acontece, as

tárias e não proporcionam alto padrão

emprêsas industriais ou comerciais do

de serviço, ainda quando autarquias ou instaladas em zonas de densidade de

Estado tivessem patrimônio próprio e cobrissem as suas despesas com as pró

mográfica e econômica. Mas ferrovias estaduais, em zonas menos favoráveis,

prias receitas, trazendo saldos positivos aos cofres públicos, a exemplo das em

Dioesto

Econômico

25

ções unitárias, como a França, onde lhe

da E. F. Central do Brasil para o mes

dedicou um volume Jean Blanchct, que estudou o paradoxo do Eslado-contribuinte: — "il scmble paradoxal à pre-

mo exercício (a bagatela do alguns billiôes) porque um funcionário se es quecera de estudá-lo em tempo útil

micre vue que 'TEtat Puissanco Publi

naquele Departamento.

que", detenteur du pouvoir régalien de Icver les impots, puisse em jnême temps êtrc, lui-mènic, son propre contribuablo". Mas explica o autor citado que, embora a isenção pareça a regra, "a priori", as próprias restrições dos podores públicos á atividade privada tendem

a diminuir a margem tributária disponí vel ("Les Serviços Publics en Bégie devant Tímpôt", pg. 22). E a verdade dessa ponderação está

como a E. F. de Nazaré (Bahia) já

presas privadas, a autonomia seria com

em que o governo soviético, a despeito

têm apresentado resultados apreciáveis

preendida, senão justificada.

durante vários exercícios.

Ai teríamos logo uma questão já de batida noutros países: — essas empresas

de ser o maior empresário do país, não pode prescindir de tais impostos no seu

Há boas razões para sustentarem al guns que a situação próspera do Banco do Brasil não resulta da sua condição

devem pagar impostos, como as parti culares, ou ficar isentas? À primeira

de sociedade de economia mista, que

vista, a resposta negativa parece a úni

apenas opulentou particulares através de

ca possível, em face do art. 31, n.° V

oportunidade para lembrar que o desejo segredo da preferência pelas formas au tárquicas de exploração estatal, a ponto

O problema está em apurar-se até

o tipo do impôsto e do regime jurídico

mera execução técnica de velhos ser

que ponto a rigidez e a rotina burocrá ticas podem comprometer a flexibilida

ciedade mista acarretará uma franquia

de necessária a certos tipos de explo ração. Os Correios e Telégrafos, a des peito do "déficit" inerente a tarifas

baixas e obsoletas, mostram que essa flexibilidade não é incompatível com o

da exploração oficial. A isenção da so imerecida aos particulares que subscre veram suas ações.

Não se conceberia

isenção do impôsto de consumo para o chocolate que o Instituto de Cacau,

regime administrativo comum, nem com

autarquia do Estado da Bahia, viesse a fabricar, nem se admite isenção do

a discriminação orçamentária. A verdade é que a autonomia admi- .

impôsto de vendas e consignações para as obras que a Imprensa Nacional, por

nistrativa só existe no nome e em rela

acaso, aceite de particulares.

ção ao Congresso, porque, em regra, as

Muito embora esse problema avulte

chamadas autarquias e até as socieda

e ate certo ponto só apareça nos países

das aos ministros de Estado.

já foi profundamente estudado nas na-

des de economia mista vivem subordina .

de organização federal, como o nosso,

as emprêsas que não interessam a nin guém e, então, terá de ássentá-las na quela .superfície tributária, fazendo pa

gar por todos os contribuintes o que só

complica na moldura dos grandes de

E por falar em orçamento, cabe a

pio da imunidade recíproca entre a União, Estados e Municípios. O e.xame dos casos concretos, entre tanto, aconselhará distinções conforme

de testemunho dessa observação.

colhe as empresas mais lucrativas e nesse caso diminui a superfície tribu tária ao seu dispor; ou recolhe apenas

capitalistas.

convenientes notórios da vinculação go

sem capital, nem apoio particular, serve

ceiro, o problema do Estado-empresario não escapa da alternativa: ou es

versos daqueles decretados pelos países

orçamento, sob outros aspectos bem di

"a" da Constituição, ou seja o princí

E a Caixa Econômica,

dêles não conheça o Congresso. Em resumo, do ponto de vista finan

aproveita a alguns usuários. Èsse dilema retira a questão do campo financeiro para o campo político e o

regalias oficiais, sem evitar certos in vernamental.

E se tais orçamentos se elaboram e

são rigorosos não há razão para que

de fugir à sua disciplina desvenda o

de terem sido aplicadas a repartições que

nada têm de industrial e representam

bates ideológicos do nosso tempo.

Por outro lado — objetarão — se o Es tado limita lucros e tributa violenta

mente atividades, desencoraja estas e

impossibilita aqueles, de modò que, dia a dia, c obrigado a assumir emprêsas úteis que já não guardam atrativos para .a iniciativa privada. Seria um círculo

viços públicos, como, por exemplo, a

vicioso a pedir uma decisão que, era

construção das estradas, atividade go

regra, todos os povos querem adiar na

vernamental desde os Romanos.

enciuzilhada em que se acham.

A fis

calização do Congresso, da Contadoria Central da República e do Tribunal de Contas é sempre incômoda e não se cornpadece com a criação de cargos e fixação de vencimentos ao arbítrio dos

dirigentes, nem com a livre aplicação do verbas. Dir-se-á que as autarquias

João Ninguém, instintivo por exce lência, não deve causar estranheza com o seu sobrecenho carregado contra o Estado-empresário. Ê um caminho ino cente, mas tão longo que pode levar

vivem sujeitas a orçamentos elaborados sob o controle do "Dasp". Mas o ar

um povo àquelas encruzilhadas da va-

gumento ficou desmoralizado com a di vulgação de notícias de que só em

troceder.

fins de 1947 foi aprovado o orçamento

mesmo em casos limitados e excepcio-

cilação quando -já muitOj tarde para re É conveniente a emprêsa do Estado,


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Digesto Econômico

nais? Ainda que postas na balança considerações políticas, morais, estraté gicas, sociais enfim, nenhuma regra ge ral poderia ser enunciada fora da apre

e imensa empresa de produção algo

ciação de cada caso concreto.

semelhante a uma cooperativa gigantes ca ou foco de um sistema planetário de milhões de emprêsas e atividades indivi duais, que gravitassem em tôrno de

A própria condição de organizador e planejador geral, tão enfatizada hoje,

sua força de coesão e calor, — enfim naquele aspecto econômico entrevisto ou

investe o Estado noutra função mais

profetizado por tantos pensadores ale mães do século passado.

nobre e precípua, o papel de complexa

Porque o Estado intervém no Comércio de Seguros por D.\vi Campista Filho

jpoi na Inglaterra, já cm meados do século passado, quando dominavam as idéias de Adam Smltli em alta esti

lucros incluem os ganhos dos lavradores e a renaa dos profissionais). Depois dos impostas descontados, o quadro é diferente. A percentagem de renda privada caiu 00 passo que a dos salários aumentou de 39,6 em 1938 para 45,4 em 1946. É di-

jicá dizer o que isto representa como redistribuição da renda, pois é preciso tornar em conta também o aumento do número de assalariados.

O "Livro Branco" sobre a redistribuição de renda apresenta um panorama nítido, mostrando os efeitos da taxação direta sôbre a renda privada. Em 1938 havia 105.000 rendas sujeitas a sôbretaxa, isto é, acima de £2.000 ou seja 10,3 por cento do total da renda privada antes da taxação e 7,2 por cento depois, ^m 1945 o número de pessoas com renda superior a £2.000 havia subido para 132.000, mas antes da taxação representavam apenas 6,2 por cento, e depois 3,3 por cento. O número de pessoas com renda de £4.000 a £6.000, descontados os impostos, caiu de 12.000 em 1938 para 840 em 1945-46, e o de pessoas com renda mais de £6.000 decresceu de 7.000 em 1938 para 45 em 1945-46.

A seguinte tabela mostra as rendas em 1938 e 1946, em cinco grupos-. Número de pessoas

Renda anual

1938

^150 ^250

_

250 500

- 1.000

*1-000 - 2.000

^2.000 ou mais

1946

fiscal da inconw tax que Pitt estabele

mação da iniciativa particular, que se

cera para isentar de imposto a parte de

veio apelar para a intervenção do E.sta-

rendimentos destinada ã previdência.

do no Comércio de Seguros. Fazia-se necessária, ante os desastres que se en

seguro em tôdas as suas modalidades.

A Inglaterra era o país de eleição do

fugirem as companhias de seguros de vida de suas responsabilidades pela in terrupção de negócios, transferência de carteiras ou pela falência, ressurgindo

Em muito devia ao Llotjd de Londres, a mais franca agremiação de negócios e intcrêsses, surgidas dos fatos de cada dia em que a ansiedade individual busca solidariedade protetora, que das reimiões

todavia de taes escombros em continua

de negociantes e navegantes em um

cadearam no decurso de 30 anos, ao

A distribuição da renda privada, antes e depois da taxação, é revelada numa interessante publicação do Govêmo britânico, abrangendo os anos de 1938 a 1946. N" ão se considerando taxa alguma a percentagem dos salários subiu de 36,5 em 1946, e a percentagem de juros e lucros de 32,2 para 35,9 nos mesmos anos. (Os

blico que o compreendera e encorajava n iniciativa privada, como à tolerância

Café de Tower Street no século XVII

ção de um ciclo sinistro.

Semelhante situação punha em pe

se transformou em verdadeira Bòlsa de

rigo o patrimônio do público colhido

Seguros onde as atividades marítimas e

nas malhas

Companics,

assecuratórias hauriram, sempre, força

quando justamente se movia o indivíduo

do expansão e a correção britânica. De preferência o seguro de rida se duzia os homens de negócios, todavia propensos à desenfreada especulação, a tudo quanto pode conduzir a cobiça em

das

Bubble

à prática de um ato altruistico de res guardo ao futuro da família.

Jazia, entretanto, numa impassibilidade inoperante desde 1844 a lei "Joint Stoclc Companies Act" que se limitava a cuidar dos registros das companhias em caráter definitivo ou provisório. Spencer condenou-a acevbamente, exem

plo contraproducente da intervenção do Estado, pois destinada a proteger o pú blico contra promessas ilusórias, essa lei vinha estimular modalidades de furto.

campo livre. Era ainda a influência de seu pecado

de origem que, havia tempo, tinlia feito de uma convenção altruísta de previ dência uma aventura de apostas sôbre as vidas de reis, príncipes, papas, ou

a duração em graça soberana das favo ritas do bem amado Luiz XV.

Considerava, quando a intervenção do legislador não é bem sucedida, que ela não se toma apenas imitil, porém fre-

O sr. Davi Campista FÜho examina a intervenção do Estado no Comércio de

4.500.000

7.950.000

qüentémente nociva.

1.820.000 450.000 155.000 75.000

5.225.000 652.000

O seguro de vida depois de encontrar

Seguros e conclui que não deve o Es'

em 1762 suas condições de viabilidade

tado ser apenas o Estado gendarme,

na técnica da Equitable, florescia em

porém o de tutela dos interesses da

esplêndido progresso graças ao favor pú-'

coletividade.

137.000 35.500


26

Digesto Econômico

nais? Ainda que postas na balança considerações políticas, morais, estraté gicas, sociais enfim, nenhuma regra ge ral poderia ser enunciada fora da apre

e imensa empresa de produção algo

ciação de cada caso concreto.

semelhante a uma cooperativa gigantes ca ou foco de um sistema planetário de milhões de emprêsas e atividades indivi duais, que gravitassem em tôrno de

A própria condição de organizador e planejador geral, tão enfatizada hoje,

sua força de coesão e calor, — enfim naquele aspecto econômico entrevisto ou

investe o Estado noutra função mais

profetizado por tantos pensadores ale mães do século passado.

nobre e precípua, o papel de complexa

Porque o Estado intervém no Comércio de Seguros por D.\vi Campista Filho

jpoi na Inglaterra, já cm meados do século passado, quando dominavam as idéias de Adam Smltli em alta esti

lucros incluem os ganhos dos lavradores e a renaa dos profissionais). Depois dos impostas descontados, o quadro é diferente. A percentagem de renda privada caiu 00 passo que a dos salários aumentou de 39,6 em 1938 para 45,4 em 1946. É di-

jicá dizer o que isto representa como redistribuição da renda, pois é preciso tornar em conta também o aumento do número de assalariados.

O "Livro Branco" sobre a redistribuição de renda apresenta um panorama nítido, mostrando os efeitos da taxação direta sôbre a renda privada. Em 1938 havia 105.000 rendas sujeitas a sôbretaxa, isto é, acima de £2.000 ou seja 10,3 por cento do total da renda privada antes da taxação e 7,2 por cento depois, ^m 1945 o número de pessoas com renda superior a £2.000 havia subido para 132.000, mas antes da taxação representavam apenas 6,2 por cento, e depois 3,3 por cento. O número de pessoas com renda de £4.000 a £6.000, descontados os impostos, caiu de 12.000 em 1938 para 840 em 1945-46, e o de pessoas com renda mais de £6.000 decresceu de 7.000 em 1938 para 45 em 1945-46.

A seguinte tabela mostra as rendas em 1938 e 1946, em cinco grupos-. Número de pessoas

Renda anual

1938

^150 ^250

_

250 500

- 1.000

*1-000 - 2.000

^2.000 ou mais

1946

fiscal da inconw tax que Pitt estabele

mação da iniciativa particular, que se

cera para isentar de imposto a parte de

veio apelar para a intervenção do E.sta-

rendimentos destinada ã previdência.

do no Comércio de Seguros. Fazia-se necessária, ante os desastres que se en

seguro em tôdas as suas modalidades.

A Inglaterra era o país de eleição do

fugirem as companhias de seguros de vida de suas responsabilidades pela in terrupção de negócios, transferência de carteiras ou pela falência, ressurgindo

Em muito devia ao Llotjd de Londres, a mais franca agremiação de negócios e intcrêsses, surgidas dos fatos de cada dia em que a ansiedade individual busca solidariedade protetora, que das reimiões

todavia de taes escombros em continua

de negociantes e navegantes em um

cadearam no decurso de 30 anos, ao

A distribuição da renda privada, antes e depois da taxação, é revelada numa interessante publicação do Govêmo britânico, abrangendo os anos de 1938 a 1946. N" ão se considerando taxa alguma a percentagem dos salários subiu de 36,5 em 1946, e a percentagem de juros e lucros de 32,2 para 35,9 nos mesmos anos. (Os

blico que o compreendera e encorajava n iniciativa privada, como à tolerância

Café de Tower Street no século XVII

ção de um ciclo sinistro.

Semelhante situação punha em pe

se transformou em verdadeira Bòlsa de

rigo o patrimônio do público colhido

Seguros onde as atividades marítimas e

nas malhas

Companics,

assecuratórias hauriram, sempre, força

quando justamente se movia o indivíduo

do expansão e a correção britânica. De preferência o seguro de rida se duzia os homens de negócios, todavia propensos à desenfreada especulação, a tudo quanto pode conduzir a cobiça em

das

Bubble

à prática de um ato altruistico de res guardo ao futuro da família.

Jazia, entretanto, numa impassibilidade inoperante desde 1844 a lei "Joint Stoclc Companies Act" que se limitava a cuidar dos registros das companhias em caráter definitivo ou provisório. Spencer condenou-a acevbamente, exem

plo contraproducente da intervenção do Estado, pois destinada a proteger o pú blico contra promessas ilusórias, essa lei vinha estimular modalidades de furto.

campo livre. Era ainda a influência de seu pecado

de origem que, havia tempo, tinlia feito de uma convenção altruísta de previ dência uma aventura de apostas sôbre as vidas de reis, príncipes, papas, ou

a duração em graça soberana das favo ritas do bem amado Luiz XV.

Considerava, quando a intervenção do legislador não é bem sucedida, que ela não se toma apenas imitil, porém fre-

O sr. Davi Campista FÜho examina a intervenção do Estado no Comércio de

4.500.000

7.950.000

qüentémente nociva.

1.820.000 450.000 155.000 75.000

5.225.000 652.000

O seguro de vida depois de encontrar

Seguros e conclui que não deve o Es'

em 1762 suas condições de viabilidade

tado ser apenas o Estado gendarme,

na técnica da Equitable, florescia em

porém o de tutela dos interesses da

esplêndido progresso graças ao favor pú-'

coletividade.

137.000 35.500


28

Digesto Econõnuco

Deparava-se, assim, uma situação de estranha disparidade, pois enquanto o Seguro de vida se estruturava em ciên

cia exata, através de companhias mun

organi.smo econômico subsista e evolua.

Assim havia acontecido ao patentear o seguro sua virtude .saneadora na eco

nomia, o que ensejou a expansão do co

para percorrer falso caminho, cujo fim

cios de seus interôsses. O controle das ope rações seria tão sòmentc pcrmissível aos "Cliartered-Accountants^', aos quais se

era a falência ou fusão à sociedade mais

facultaria o exame de livros e documen

® XVI, fazendo de muitas cidades gran

tos das companhias, quando necessário.

des centros do atividade comercial e es timulando o cntielaçamento dos ne

dialmente bem reputadas, outras surgiam forte. Essas "amaís.atnatÍons", como di ziam, tiveram alarmante significação,

^ quando "The European" absorveu em

Semelhante intervenção decorria do re-

mércio marítimo, o intercâmbio entre as nações européias durante os séculos XV

gimen de publicidade, de caráter pura mente privado, recaindo em perito ju

gócios.

ramentado de comprovada competên

Cairo abre o primeiro estudo no Brasil

gico de crescimento a ponto de afetar Seriamente um organismo em pleno flo

cia técnica e honorabílidade profissional. A política de seguros — que sc en tende o conjunto de medidas que o

sobre a matéria, tiazem-nos a concor dância de seu pensamento.

rescimento.

Estado adota com o fim de fomentar e

"É universalmente reconhecida entre as

Em todos os tempos, esforçaram-se os

imprimir ao seguro melhores garantias

nações

legisladores em preservar e proteger o seguro na sua estrita função econômica,

— não se firmou na Inglaterra sobre ex cessos de leis, pois a "Companies Act"

douto e antigo co-

pois a especulação sempre o acompa

em 1929 codificava as duas leis de 1870

nhou como uma sombra sinistra.

e 1909.

mercialista brasileiro — a utilidade do con

n poucos anos 33 companliias congêneres.

^

ampla publicidade aos resultados de suas operações, permitindo-se assim nos próprios segurados fiscalizarem os negó

Digesto EcoxÓAnco

Um escritor denominou tal fenômeno

de moléstia do seguro, estado patoló

Fo

ram, entretanto, medidas legais que aca

A intervenção do Estado é, assim,

As palavras com que o Visconde de

comerciantes,

e.screveu

o

trato do seguro.

mais

A

29

Mas tudo isso dizia respeito ao di reito do contrato, definindo a posição

das partes que se revestia de legitimida de na reciprocidade de suas relações. Faltava, portanto, muito mais, pois, ao

considerar-se a extensão das res^nsabilidades do segurador, sentir-se-ia mui tas vezes em perigo sua solvabilidade. Persuadiam-se os legisladores de que se a convenção se processasse sob disci plina dos preceitos legais e a operação segundo a técnica provada pela experiên cia, a solvabilidade do segurador teria de resultar plenamente garantida como na tural conseqüência. À medida que as civilizações avançam, tanto mais o seguro

estende^ sua rêde de cobertura sobre todas

as riquezas, irrigando

o organismo da nação

baram formando o direito do seguro,

uma expressão de respeito à iniciativa

experiência mostra que

pura expressão do direito privado, en

privada à qual se cometem encargos da

sem o seu socorro não

quanto a situação reclamava procedimen

se poderia vantajosa

to de direito público e administrativo, uma intervenção do Estado capaz de

própria vigilância, tão somente admissí vel a um povo do grau de cultura e edu

cação como o inglês, cujo espírito de

mércio

ferir o dogma .do self-help e da liberda-

compreensão e renúncia ante o bem e

menos dar-se-lbe a in

era o caminho esco

dade industrial e comercial.

interesse da coletividade, dá atualmen

definida extensão, e atividade de que é suscetível, e que tanto contribui para recípro ca abundância e civilização dos povos".

lhido pelos governos ciosos de popularida de, quando os filósofos

Mas quando em 1869 a falência rui

dosa da companhia The Albert veio en

te surpreendentes provas de admiração a tôda a humanidade.

grossar a série de desastres, o clamor

dos prejudicados chegou a ecoar no Par lamento, sendo então promulgada a lei

ÍH

5i:

mente sustentar o co

marítimo, e

Reconhecendo tão irradiante influên

— Life Assurance Companies Act em

, No domínio da economia política, na

cia nos destinos da economia das nações,

1870 e completada nos dois anos se

imensa rêde em que se sincronizam as fôrças de produção, circulação e consu

seus governantes não deixaram de se

mo das riquezas, o seguro estende sua ação terapêutica para prevenir e acautelar a economia dos povos contra as falhas e imperfeições dos seus motores

ção de garantia para a recuperação e

guintes.

Entretanto, a providência legal não foi de molde a policiar as atividades das companhias consoante a exigência e apê-

lo das economias em perigo. Era ins tituído o regiraen de liberdade com pu blicidade e controle dos interessados.

vitais.

A intervenção do Estado limitava-se ^ exigir que os seguradores dessem

das pelo seguro, resguardam-se das in tempéries, permitindo desta sorte que o

Bens e atividades criadoras, acoberta

preocupar em fazer do seguro a opera restauração de valores. Os usos e costu

mes nas praças de comércio estratífica-

vam-se aos poucos no direito do seguro e os primeiros corpos de leis surgiram

com seu fluxo anima dor.

Mas quando ao fim do século passado, o socialismo do Estado

crismaram de Estado

Moderno aquêle de mais amplas funções na ordem econômica, de interferência em tôdas as esferas da atividade do ho

mem, e cuja missão precipua é o bem-estar - social, chegaram a atribuir ao Estado a exploração de negócios próprios da iniciativa privada — como bancos, caixas econômicas, seguros, montepios, hospitais etc. Mais do que qualquer outro, dizia

com as ordenanças de Bilbáu, Burgos,

Leroy-Beaulieu, o Estado Moderno é de

Barcelona, o Guidon de Ia mer e as or denações da Marinha de França.

licado, precário, corruptível e inclinado

à opressão; a interferência do Estado


28

Digesto Econõnuco

Deparava-se, assim, uma situação de estranha disparidade, pois enquanto o Seguro de vida se estruturava em ciên

cia exata, através de companhias mun

organi.smo econômico subsista e evolua.

Assim havia acontecido ao patentear o seguro sua virtude .saneadora na eco

nomia, o que ensejou a expansão do co

para percorrer falso caminho, cujo fim

cios de seus interôsses. O controle das ope rações seria tão sòmentc pcrmissível aos "Cliartered-Accountants^', aos quais se

era a falência ou fusão à sociedade mais

facultaria o exame de livros e documen

® XVI, fazendo de muitas cidades gran

tos das companhias, quando necessário.

des centros do atividade comercial e es timulando o cntielaçamento dos ne

dialmente bem reputadas, outras surgiam forte. Essas "amaís.atnatÍons", como di ziam, tiveram alarmante significação,

^ quando "The European" absorveu em

Semelhante intervenção decorria do re-

mércio marítimo, o intercâmbio entre as nações européias durante os séculos XV

gimen de publicidade, de caráter pura mente privado, recaindo em perito ju

gócios.

ramentado de comprovada competên

Cairo abre o primeiro estudo no Brasil

gico de crescimento a ponto de afetar Seriamente um organismo em pleno flo

cia técnica e honorabílidade profissional. A política de seguros — que sc en tende o conjunto de medidas que o

sobre a matéria, tiazem-nos a concor dância de seu pensamento.

rescimento.

Estado adota com o fim de fomentar e

"É universalmente reconhecida entre as

Em todos os tempos, esforçaram-se os

imprimir ao seguro melhores garantias

nações

legisladores em preservar e proteger o seguro na sua estrita função econômica,

— não se firmou na Inglaterra sobre ex cessos de leis, pois a "Companies Act"

douto e antigo co-

pois a especulação sempre o acompa

em 1929 codificava as duas leis de 1870

nhou como uma sombra sinistra.

e 1909.

mercialista brasileiro — a utilidade do con

n poucos anos 33 companliias congêneres.

^

ampla publicidade aos resultados de suas operações, permitindo-se assim nos próprios segurados fiscalizarem os negó

Digesto EcoxÓAnco

Um escritor denominou tal fenômeno

de moléstia do seguro, estado patoló

Fo

ram, entretanto, medidas legais que aca

A intervenção do Estado é, assim,

As palavras com que o Visconde de

comerciantes,

e.screveu

o

trato do seguro.

mais

A

29

Mas tudo isso dizia respeito ao di reito do contrato, definindo a posição

das partes que se revestia de legitimida de na reciprocidade de suas relações. Faltava, portanto, muito mais, pois, ao

considerar-se a extensão das res^nsabilidades do segurador, sentir-se-ia mui tas vezes em perigo sua solvabilidade. Persuadiam-se os legisladores de que se a convenção se processasse sob disci plina dos preceitos legais e a operação segundo a técnica provada pela experiên cia, a solvabilidade do segurador teria de resultar plenamente garantida como na tural conseqüência. À medida que as civilizações avançam, tanto mais o seguro

estende^ sua rêde de cobertura sobre todas

as riquezas, irrigando

o organismo da nação

baram formando o direito do seguro,

uma expressão de respeito à iniciativa

experiência mostra que

pura expressão do direito privado, en

privada à qual se cometem encargos da

sem o seu socorro não

quanto a situação reclamava procedimen

se poderia vantajosa

to de direito público e administrativo, uma intervenção do Estado capaz de

própria vigilância, tão somente admissí vel a um povo do grau de cultura e edu

cação como o inglês, cujo espírito de

mércio

ferir o dogma .do self-help e da liberda-

compreensão e renúncia ante o bem e

menos dar-se-lbe a in

era o caminho esco

dade industrial e comercial.

interesse da coletividade, dá atualmen

definida extensão, e atividade de que é suscetível, e que tanto contribui para recípro ca abundância e civilização dos povos".

lhido pelos governos ciosos de popularida de, quando os filósofos

Mas quando em 1869 a falência rui

dosa da companhia The Albert veio en

te surpreendentes provas de admiração a tôda a humanidade.

grossar a série de desastres, o clamor

dos prejudicados chegou a ecoar no Par lamento, sendo então promulgada a lei

ÍH

5i:

mente sustentar o co

marítimo, e

Reconhecendo tão irradiante influên

— Life Assurance Companies Act em

, No domínio da economia política, na

cia nos destinos da economia das nações,

1870 e completada nos dois anos se

imensa rêde em que se sincronizam as fôrças de produção, circulação e consu

seus governantes não deixaram de se

mo das riquezas, o seguro estende sua ação terapêutica para prevenir e acautelar a economia dos povos contra as falhas e imperfeições dos seus motores

ção de garantia para a recuperação e

guintes.

Entretanto, a providência legal não foi de molde a policiar as atividades das companhias consoante a exigência e apê-

lo das economias em perigo. Era ins tituído o regiraen de liberdade com pu blicidade e controle dos interessados.

vitais.

A intervenção do Estado limitava-se ^ exigir que os seguradores dessem

das pelo seguro, resguardam-se das in tempéries, permitindo desta sorte que o

Bens e atividades criadoras, acoberta

preocupar em fazer do seguro a opera restauração de valores. Os usos e costu

mes nas praças de comércio estratífica-

vam-se aos poucos no direito do seguro e os primeiros corpos de leis surgiram

com seu fluxo anima dor.

Mas quando ao fim do século passado, o socialismo do Estado

crismaram de Estado

Moderno aquêle de mais amplas funções na ordem econômica, de interferência em tôdas as esferas da atividade do ho

mem, e cuja missão precipua é o bem-estar - social, chegaram a atribuir ao Estado a exploração de negócios próprios da iniciativa privada — como bancos, caixas econômicas, seguros, montepios, hospitais etc. Mais do que qualquer outro, dizia

com as ordenanças de Bilbáu, Burgos,

Leroy-Beaulieu, o Estado Moderno é de

Barcelona, o Guidon de Ia mer e as or denações da Marinha de França.

licado, precário, corruptível e inclinado

à opressão; a interferência do Estado


' II m

Digesto

30

restringindo a liberdade individual e a responsabilidade pessoal, enerva a von

"a garantia fabricada por seus cálculos"

tade.

presenta atividade econômica, o enfra quecimento ou ruptura dessa garantia viria causar à economia publica pertur-

O intervencionismo procede-se por duas formas: por meio de ação, o Es tado substitui-se à iniciativa particular, explorando a indústria que exerce por seus órgãos especiais, como no caso dos monopólios;

baç-ões de incalculáveis conseqüências Justificava-se ainda a vigilância do Poder Publico originada de três ordens

traça as normas de seu estabelecimento e funcionamento, assistindo-as com uma

das vitalícias, em seguida, da vítima do

fisc-alizaçáo preventiva e controle per

sinistro que precisa ser defendida contra

manente de suas atividades.

as companhias incscrupulosas ou mal geridas; e em terceiro iogar, que as companhias de seguros adquiram rapida mente considerável potencialidade finan ceira, tomando-se por isso imprescindí

As empresas de seguros pelo alcance de suas atividades de irradiante ação

econômica e social, ofereciam campo de melhor justificação ao intervencionismo,

notando-se que foi o seguro de vida a reclamá-lo primeiro, a bem de seu de

conforme o sistema francês, belga e o nosso — regime da liberte siirvcillce, cujo fim é de \elar pela segurança das ope rações e de vigiar a garantia de sol\'abilidade do segurador.

tanto econômicas como sociais.

junto às empresas privadas para as quais

»

sem intromissão na gestão das emprêsas,

à imensa clientela feita de tudo que re

de interesses. Primeiramente daquele que pagou durante muitos anos prêmios

— por meio de regulamentos, atuando

Dícesto Econômico

Econômico

somente autorizar, fazia-se necessário,

outTossim verificar-se a aplicação or denada, cometida então ao Ministério

da Fazenda, e pela lei de 1901 à Supe

A intervenção funda-se em dois ele

rintendência Geral dos Seguros. O re gime brasileiro de autorização e con trole assim se estabelecia, executado pela

mentos principais — autoriz;xção e con trole. O Poder Publico confere autori

quando se transforma em Departamento

zação a uma companhia para funcionar

mediante comprovação de sua idonei dade 8 capacidade técnica para operar

para constituição de um capital ou ren

31

em seguros.

O controle é, segundo Fourastié, es

Inspetoria de Seguros de 1903 a 1934

Nacional de Seguros Privados e Capita lização que desempenha hoje a interfe rência do Estado nas atividades das

companhias de seguros.

Em um período de cerca de 50 anos

sencialmente uma verificação adminis vinha-se acentuando o intervencionismo trativa; sua mais simples manifestação que assume maiores proporções no reconsiste na investigação, isto é, a facul gimen inaugurado em 1930. dade outorgada a um funcionário públi A República Nova que se instalava co de inspecionar uma sociedade privada, por um movimento revolucionário, ja

vel que seu uso ou aplicação não venha

a ser contrário aos interesses da Nação.

do estudar suas contas, contratos e ar quivos, acompanhando-Ihe as operações

rios, em franca evidência durante o Es

mais disfarçou seus propósitos totalitá

senvolvimento como em defesa de sua

Assim, surgia o intervencionismo da

e de "rechercher atfenfivement" erros e

tado Novo, e por isso, no concernente à

própria existência. A razão da intervenção do Estado

confluência do interesse do segurado, do

irregularidades.

interesse social da vítima e do interesse

apoiava-se:

político da coletividade.

regímen de autorização — o que prece deu em todos os países o interv'encioni.smo — vinha das Cartas Regias que em 1808 concediam permissão para operar na

política de seguros, tomava caminho di reto para sua e.xploração pelo Estado.

A diferença das normas adotadas por

— No resguardo à economia pública a que o seguro é chamado para realizar.

diversas nações, segundo a índole de

— No caráter aleatório do contrato de

cada povo, assinala-se entre dois siste mas extremos — ou é o seguro auto-di-

longa duração em cuja resolução o

segurado, na maioria das vezes, não está presente.

— Na constituição de uma associação de fundos denominada resen'a matemá

tica sôbre a qual nem o segurado nem o segurador tem propriedade definida. A razão que provocou a interferência do Estado dizia respeito ao seguro de vida, mas desde logo justificava-se como

nos países que pretendem tomá-lo a

dos, a exemplo do Uruguai.

saria a solvabilidade do segurador. Cons tituindo o seguro a indústria que vende

tal preceito restringe consideravelmente a amplitude de irradiação do seguro, por

Lisboa" e nas justificações e resoluções

te.xtos açambarcadores constituindo o

do Capitão General da Capitania da

primeiro passo para a estatificação do

Bahia.

segiu-o.

soluções do Conselho dè Estado que deveria surgir a autorização para qual quer companhia de seguros operar no

Transpõe-se em seguida outra grande etapa com a fundação em 1939 do Ins tituto de Resseguros do Brasil. A ati vidade das companhias privadas entro

país.

sa-se com o Instituto que lhes padroniza

Alguns anos mais tarde, era das re

objetivas da economia dirigida, como

perfeita execução, dessa forma endos

Consistiria, então, que o con

A índole fascista, diluída a princípio,

e em ordenação evidente a partir de 1937, começava preceítuando a naciona lização das emprêsas de seguros. Ora,

"Regulações da Casa de Seguros de~ sua natureza internacional, e traz pre-

seguros assume uma das formas mais

trole do Estado impondo regras à ativi dade das emprêsas e velando por sua

seguro.

Baliia às companhias Boa Fé e Conceito

Público. Fundavam-se nos preceitos das

rigido como na Inglaterra em que o re gime de publicidade obrigatória é bas tante para realizar a vigilância do Es tado, transferida aos próprios segurados, — ou então, quando a exploração dos

cargo de seus governos em que se veri fica a estatificação do seguro na expres são de Hermanssdoffer, segundo o qual o Estado empresário explora tais opera ções através de seus órgãos especializa

necessária às outras modalidades do

No Brasil, a primeira manifestação do

A intervenção do Estado toma-se fla

grante em 1895 ao ser promulgada a lei que dispunha sobre aplicação em títulos nacionais dos fundos das reservas mate

Entre um e outro sistema, interpõe-se o de controle e \'ítíilância do Estado

il^

o trabalho em continuada renovação de

modelos que fonnam o maquinismo com

plexo dos serviços, cuja inobservância acarreta sanções pelo órgão do Estado.

máticas das companhias estrangeiras de

Já então, em meio do caminho, de

seguros de vida. E como não bastasse

cide o governo tomar a cargo do Esta-


' II m

Digesto

30

restringindo a liberdade individual e a responsabilidade pessoal, enerva a von

"a garantia fabricada por seus cálculos"

tade.

presenta atividade econômica, o enfra quecimento ou ruptura dessa garantia viria causar à economia publica pertur-

O intervencionismo procede-se por duas formas: por meio de ação, o Es tado substitui-se à iniciativa particular, explorando a indústria que exerce por seus órgãos especiais, como no caso dos monopólios;

baç-ões de incalculáveis conseqüências Justificava-se ainda a vigilância do Poder Publico originada de três ordens

traça as normas de seu estabelecimento e funcionamento, assistindo-as com uma

das vitalícias, em seguida, da vítima do

fisc-alizaçáo preventiva e controle per

sinistro que precisa ser defendida contra

manente de suas atividades.

as companhias incscrupulosas ou mal geridas; e em terceiro iogar, que as companhias de seguros adquiram rapida mente considerável potencialidade finan ceira, tomando-se por isso imprescindí

As empresas de seguros pelo alcance de suas atividades de irradiante ação

econômica e social, ofereciam campo de melhor justificação ao intervencionismo,

notando-se que foi o seguro de vida a reclamá-lo primeiro, a bem de seu de

conforme o sistema francês, belga e o nosso — regime da liberte siirvcillce, cujo fim é de \elar pela segurança das ope rações e de vigiar a garantia de sol\'abilidade do segurador.

tanto econômicas como sociais.

junto às empresas privadas para as quais

»

sem intromissão na gestão das emprêsas,

à imensa clientela feita de tudo que re

de interesses. Primeiramente daquele que pagou durante muitos anos prêmios

— por meio de regulamentos, atuando

Dícesto Econômico

Econômico

somente autorizar, fazia-se necessário,

outTossim verificar-se a aplicação or denada, cometida então ao Ministério

da Fazenda, e pela lei de 1901 à Supe

A intervenção funda-se em dois ele

rintendência Geral dos Seguros. O re gime brasileiro de autorização e con trole assim se estabelecia, executado pela

mentos principais — autoriz;xção e con trole. O Poder Publico confere autori

quando se transforma em Departamento

zação a uma companhia para funcionar

mediante comprovação de sua idonei dade 8 capacidade técnica para operar

para constituição de um capital ou ren

31

em seguros.

O controle é, segundo Fourastié, es

Inspetoria de Seguros de 1903 a 1934

Nacional de Seguros Privados e Capita lização que desempenha hoje a interfe rência do Estado nas atividades das

companhias de seguros.

Em um período de cerca de 50 anos

sencialmente uma verificação adminis vinha-se acentuando o intervencionismo trativa; sua mais simples manifestação que assume maiores proporções no reconsiste na investigação, isto é, a facul gimen inaugurado em 1930. dade outorgada a um funcionário públi A República Nova que se instalava co de inspecionar uma sociedade privada, por um movimento revolucionário, ja

vel que seu uso ou aplicação não venha

a ser contrário aos interesses da Nação.

do estudar suas contas, contratos e ar quivos, acompanhando-Ihe as operações

rios, em franca evidência durante o Es

mais disfarçou seus propósitos totalitá

senvolvimento como em defesa de sua

Assim, surgia o intervencionismo da

e de "rechercher atfenfivement" erros e

tado Novo, e por isso, no concernente à

própria existência. A razão da intervenção do Estado

confluência do interesse do segurado, do

irregularidades.

interesse social da vítima e do interesse

apoiava-se:

político da coletividade.

regímen de autorização — o que prece deu em todos os países o interv'encioni.smo — vinha das Cartas Regias que em 1808 concediam permissão para operar na

política de seguros, tomava caminho di reto para sua e.xploração pelo Estado.

A diferença das normas adotadas por

— No resguardo à economia pública a que o seguro é chamado para realizar.

diversas nações, segundo a índole de

— No caráter aleatório do contrato de

cada povo, assinala-se entre dois siste mas extremos — ou é o seguro auto-di-

longa duração em cuja resolução o

segurado, na maioria das vezes, não está presente.

— Na constituição de uma associação de fundos denominada resen'a matemá

tica sôbre a qual nem o segurado nem o segurador tem propriedade definida. A razão que provocou a interferência do Estado dizia respeito ao seguro de vida, mas desde logo justificava-se como

nos países que pretendem tomá-lo a

dos, a exemplo do Uruguai.

saria a solvabilidade do segurador. Cons tituindo o seguro a indústria que vende

tal preceito restringe consideravelmente a amplitude de irradiação do seguro, por

Lisboa" e nas justificações e resoluções

te.xtos açambarcadores constituindo o

do Capitão General da Capitania da

primeiro passo para a estatificação do

Bahia.

segiu-o.

soluções do Conselho dè Estado que deveria surgir a autorização para qual quer companhia de seguros operar no

Transpõe-se em seguida outra grande etapa com a fundação em 1939 do Ins tituto de Resseguros do Brasil. A ati vidade das companhias privadas entro

país.

sa-se com o Instituto que lhes padroniza

Alguns anos mais tarde, era das re

objetivas da economia dirigida, como

perfeita execução, dessa forma endos

Consistiria, então, que o con

A índole fascista, diluída a princípio,

e em ordenação evidente a partir de 1937, começava preceítuando a naciona lização das emprêsas de seguros. Ora,

"Regulações da Casa de Seguros de~ sua natureza internacional, e traz pre-

seguros assume uma das formas mais

trole do Estado impondo regras à ativi dade das emprêsas e velando por sua

seguro.

Baliia às companhias Boa Fé e Conceito

Público. Fundavam-se nos preceitos das

rigido como na Inglaterra em que o re gime de publicidade obrigatória é bas tante para realizar a vigilância do Es tado, transferida aos próprios segurados, — ou então, quando a exploração dos

cargo de seus governos em que se veri fica a estatificação do seguro na expres são de Hermanssdoffer, segundo o qual o Estado empresário explora tais opera ções através de seus órgãos especializa

necessária às outras modalidades do

No Brasil, a primeira manifestação do

A intervenção do Estado toma-se fla

grante em 1895 ao ser promulgada a lei que dispunha sobre aplicação em títulos nacionais dos fundos das reservas mate

Entre um e outro sistema, interpõe-se o de controle e \'ítíilância do Estado

il^

o trabalho em continuada renovação de

modelos que fonnam o maquinismo com

plexo dos serviços, cuja inobservância acarreta sanções pelo órgão do Estado.

máticas das companhias estrangeiras de

Já então, em meio do caminho, de

seguros de vida. E como não bastasse

cide o governo tomar a cargo do Esta-


Dicesto Econômico

32

Dicesto Econômico

dc divulgação do seguro privado a que

O mler\'encionismo no

do o seguro de acidentes de trabalho, retírando-o integralmente da iniciativa

A política de seguros inclina-se na atualidade para reconhecer clefiniti\'a-

o Estado prestasse cooperação, colabo

seguros não deve ser o o '

privada. O Decreto-lei que concretizava a idéia transferindo-o para os Institutos

mente que o desenvolvimento cada vex maior do seguro é somente admissível no

tio que vem tatelar interêsses da cok-

de Aposentadoria e Pensões, visava haurir forças para o regimen político nas

gio do seu interesse.

guradores.

massas que se contentariam com as

regimen da livre concorrência, incom patível, portanto, naquele de socializa ção que significa paralisação das ativi

rando com as empresas pri\'adas a que assistiria com sua sabedoria e o prestí

promessas de previdência do Estado.

dades.

Atualmente a idéia se engrossa em pa-

É tanto mais de salientar que o atual governo trabalhista da Inglaterra julgou mais acertado deixar a exploração dos seguros entregue à iniciativa privada do que inclui-la na economia do Estado que vinha realizando pela socialização de outras grandes atividades.

receres ineptos que ocupam a atenção do Parlamento, nos quais fizeram total inversão da finalidade e teor do seguro de acidentes, não o entendendo de co

bertura do risco profissional, mas de assistência e amparo ao trabalhador des protegido.

tividadc cm jògo na preMsao dos

O ministro do Comércio Sir Stafford

• Nesse pendor de coloração socialístíca para conquista das massas cujo apoio é

Cripps, referíndo-se ao regimen de liber dade e condições de receptividade que

tanto mais forte quanto maior sua in-

de seu país fazia a nova lei de seguros

consciência, chegaria o Estado a absor

(novembro de 1945) acentuava:

ver facilmente tôdas as modalidades de

nhuma tentativa se fará para limitar os

seguros.

Não basta que a experiência univer sal desaconselhe o Esta

do empresário, pois entre nós, o dirigismo através dos Institutos e Departa mentos oferece a

mais

"Ne

capitais a determinadas regiões geográ As operações de seguros são mundiais por sua nature, za e a amplitude de qual quer negócio depende de

ficas.

seus recursos totais".

As reuniões internacio

eloqüente demonstração

nais de seguradores como

não só da ineficácia da

a do Chile em 1938 e a Conferência Hemisférica de Nova York em 1946

intervenção

geudarmc que poUcia, porém a ma-

do

Estado

como de sua nocividade.

Os produtos mais re presentativos da riqueza

brasileira foram profun damente afetados pela

estabeleceram como prin cípio dominante que as atividades do seguro se jam prerrogativas da ini

orientação desastrada das autarquias. A ineficácia do Estado industrial re

ciativa particular e que, para isso, os

sulta da ausência do gênio mercantil <iue tí o princípio estimulante da inicia

plas garantias, ao desenvolvimento do seguro privado, limitando-se a uma dis

tiva privada, e da carência de responsa-

creta vigilância que eliminasse de seu caminho todos os impecillios como a

büidade diluída na burocracia dos ser

países americanos deveriam oferecer am

tributação excessiva e a criação de ór gãos estatais seguradores; desenvolves

viços. rf» ^ ^

r

sem os países americanos uma política

o diretor das Rendas Interms, de acordo com o parecer da

f

do Impôsto de Renda, declarou eni circular, aos chefes das nadas, que os fabricantes e comerciantes de jóias e relogios po ei ^ .nnrímnde gueses, para demonstração e sem o pagamento do imposto, pelo mnp 48 horJs, os produtos que comerciam, desde que os façam acompanhar de nota devidamente preenchida. Esta deverá ser extraída do talao, numera^ i S nn e tipogràficamente, ê-, após o término do prazo de siia extroçao, sera co a a talão de onde foi retirada, para controle de fiscalização.


Dicesto Econômico

32

Dicesto Econômico

dc divulgação do seguro privado a que

O mler\'encionismo no

do o seguro de acidentes de trabalho, retírando-o integralmente da iniciativa

A política de seguros inclina-se na atualidade para reconhecer clefiniti\'a-

o Estado prestasse cooperação, colabo

seguros não deve ser o o '

privada. O Decreto-lei que concretizava a idéia transferindo-o para os Institutos

mente que o desenvolvimento cada vex maior do seguro é somente admissível no

tio que vem tatelar interêsses da cok-

de Aposentadoria e Pensões, visava haurir forças para o regimen político nas

gio do seu interesse.

guradores.

massas que se contentariam com as

regimen da livre concorrência, incom patível, portanto, naquele de socializa ção que significa paralisação das ativi

rando com as empresas pri\'adas a que assistiria com sua sabedoria e o prestí

promessas de previdência do Estado.

dades.

Atualmente a idéia se engrossa em pa-

É tanto mais de salientar que o atual governo trabalhista da Inglaterra julgou mais acertado deixar a exploração dos seguros entregue à iniciativa privada do que inclui-la na economia do Estado que vinha realizando pela socialização de outras grandes atividades.

receres ineptos que ocupam a atenção do Parlamento, nos quais fizeram total inversão da finalidade e teor do seguro de acidentes, não o entendendo de co

bertura do risco profissional, mas de assistência e amparo ao trabalhador des protegido.

tividadc cm jògo na preMsao dos

O ministro do Comércio Sir Stafford

• Nesse pendor de coloração socialístíca para conquista das massas cujo apoio é

Cripps, referíndo-se ao regimen de liber dade e condições de receptividade que

tanto mais forte quanto maior sua in-

de seu país fazia a nova lei de seguros

consciência, chegaria o Estado a absor

(novembro de 1945) acentuava:

ver facilmente tôdas as modalidades de

nhuma tentativa se fará para limitar os

seguros.

Não basta que a experiência univer sal desaconselhe o Esta

do empresário, pois entre nós, o dirigismo através dos Institutos e Departa mentos oferece a

mais

"Ne

capitais a determinadas regiões geográ As operações de seguros são mundiais por sua nature, za e a amplitude de qual quer negócio depende de

ficas.

seus recursos totais".

As reuniões internacio

eloqüente demonstração

nais de seguradores como

não só da ineficácia da

a do Chile em 1938 e a Conferência Hemisférica de Nova York em 1946

intervenção

geudarmc que poUcia, porém a ma-

do

Estado

como de sua nocividade.

Os produtos mais re presentativos da riqueza

brasileira foram profun damente afetados pela

estabeleceram como prin cípio dominante que as atividades do seguro se jam prerrogativas da ini

orientação desastrada das autarquias. A ineficácia do Estado industrial re

ciativa particular e que, para isso, os

sulta da ausência do gênio mercantil <iue tí o princípio estimulante da inicia

plas garantias, ao desenvolvimento do seguro privado, limitando-se a uma dis

tiva privada, e da carência de responsa-

creta vigilância que eliminasse de seu caminho todos os impecillios como a

büidade diluída na burocracia dos ser

países americanos deveriam oferecer am

tributação excessiva e a criação de ór gãos estatais seguradores; desenvolves

viços. rf» ^ ^

r

sem os países americanos uma política

o diretor das Rendas Interms, de acordo com o parecer da

f

do Impôsto de Renda, declarou eni circular, aos chefes das nadas, que os fabricantes e comerciantes de jóias e relogios po ei ^ .nnrímnde gueses, para demonstração e sem o pagamento do imposto, pelo mnp 48 horJs, os produtos que comerciam, desde que os façam acompanhar de nota devidamente preenchida. Esta deverá ser extraída do talao, numera^ i S nn e tipogràficamente, ê-, após o término do prazo de siia extroçao, sera co a a talão de onde foi retirada, para controle de fiscalização.


35

Dicesto Econômico

/7 fíméríea baiina em foce do Plano marshaU por JÚLIO M. DA Silva Sousa

O sr. Júlio Mário da Silva Sousa, novo colaborador, é chefe da secção de Estudos Econômicos da Divisão de Expansão Econômica, do Ministério do Trabalho.

Ê sob a responsabilidade técnica dôsse economista e asrônomo que se publica a página "Produção Rural"

do '^Diário de Noticias" do Rio de Janeiro.

Sua

atividade jornalística tem abrangido também

o

âmbito da matéria internacional.

canforado, mas necessariamente uma boa

com o ponto de NÍsta defendido pelo

organismo econômico depauperado. DarIhe-á, sem dúvida alguma, força capaz do resistir por mais alguns anos e até mesmo reabilitar-se, completamente, co mo c desejo dos americanos do norte. Èstcs, como umas crianças grandes

sr. Robert Lovett, secretário de Estado

cheias de dinheiro, vão alimentar um

fogo que poderá um dia voltar-se contra seus próprios campos produtores, num grande incêndio de competições desas trosas. Segundo indicaram recentemen te dois destacados economistas anglo-

norte-americanos, é ainda ignorada a es

pécie dc auxílio que dará a América Latina à Europa, na base do Plano Mar shall.

^EVE razão o sr. Roberto Símonsen quan

locais diferentes, coincidem, entretanto,

dose do sangue a transfundir-se num

Êsses economistas são os srs.

William L. Clayton, sub-secretário de

interino, de que a questão da participa

ção latino-americana no Plano Marshall será debatida na Conferência Paname-

ricana de Bogotá, marcada para janeiro vindouro.

Não se conhecem, entretanto, em

Wasliington, entre os mais destacados li deres políticos e econômico-financistas do governo, quais as fontes em que se há de coUiêr a água miraculosa repre sentada pelos 6 bilhões de dólares, que

a Europa pretende coletar na América Latina. Esta, já se vê, está precisando também de auxilio, mas há quem acre

dite que os países desta parte do (^ntinente podem proporcionar ajuda à Eu ropa, se o desejarem. Nesta simples expressão se o deseja rem vai um mundo de inconveniências,

estamos em condições econômicas ca

2.°) — Antes da guerra, as condições sociais da Europa consubstan ciavam séculos de experiências

pazes de auxiliar a Europa. Nós, lati

e seus povos se agitavam no

no-americanos, somos tão ou mais mi

meio de conflitos raciais, po

diu ainda a questão de qual será a

sacrifícios, injusüças e decepções, pois se transformará nesta outra mais expres

seráveis do que aquêles que se agasaIham nas ruínas da guerra, dois anos

líticos G econômicos, que ain

fonte do côrca de 6 bilhões de dólares

siva; Se o exigirem.

do defendeu o princípio de que não

depois de terminada. As nOSSas condi ções económico-fínanceiras não permi tem, em absoluto, o luxo de tirar de

da nem de longo nos atingi ram, dada a nossa formação verdadeiramente jovem. 3.°) — Antes da guerra, finalmente,

nós para dar a outros que, em tese, precisam menos do que nós. E isto por várias razões, entre as quais se

1.°) — Antes da guerra, isto é, an tes de 2 de setembro de 1939,

os povos europeus tinham um padrão de vida superior ao

nosso e, ainda hoje, depois da guerra, esse índice de subsis tência permanece em condi ções aparentemente estacionárias, mas é ordinàriamente me

lhor do que o nosso.

presidente do "Comitê" de Cooperação Econômica.

O primeiro declarou que não se deci

0.S países europeus prclcndcm ar rancar da América Latina.

E o segun

do esclareceu que não sabe em que con

técnico dos europeus só tinha

sistirá a mencionada ajuda. Disse mais, falando à imprensa em Londres, que as 16 nações, que participaram da prepa

competidor nos Estados Uni

ração do relatório de Paris, nem ten

o grau cultural, científico e

incluem:

Estado demissionário, c Oliver Franks,

dos, que, em certos pontos,

tarão, sequer, dizer aos Estados Unidos

levavam vantagem sôbre êles.

como e onde deverão obter dinheiro

Daí a existência, ainda hoje, na Eu ropa, de um standard de compreensão, muito mais elevado do que o nosso,

em face da gravidade do momento que atravessam tôdas as classes.

Essa com

preensão não se restringe em saber o que quer, mas na segurança do que quer.

O Plano Marshall para a Europa não será uma espécie de morfina ou óleo

ou mercadorias para a Europa. Franks esclareceu, entretanto, que ca

bia ao Congresso norte-americano deci dir se o governo dos E.U.A. terá ou não de dar dinheiro por empréstimo aos países latino-americanos ou pagar

suas exportações para a Europa.

Por sua vez, William Clayton expli

cou que esse problema estava sendo estudado, mas nada ficara decidido. Essas declarações, feitas em ocasião e

Sòmente o Brasil e a Argentina e pos

sivelmente a Colômbia - alegam os círculos autorizados norte-amencanos

poderão manter um ritmo seguro de exportações para a Europa. A Argen tina, por exemplo, está vendendo gran des quantidades de carne, cereais e torragens, em forma de tortas oleaginosas, para a Inglaterra, Rússia, Holanda. Por tugal, Espanha e outros países. E de tal maneira" se expande o comércio inter nacional da Argentina que os pentos norte-americanos acham que essa polí

tica platina é a mais acertada, indicando, em última análise, sua disposição de

ajuda às nações devastadas pela guerra. Lembram, em reforço desta opinião, què

a Argentina manteve os embarques de carne para a Grã-Bretanha, apesar da crise inglêsa em dólares.


35

Dicesto Econômico

/7 fíméríea baiina em foce do Plano marshaU por JÚLIO M. DA Silva Sousa

O sr. Júlio Mário da Silva Sousa, novo colaborador, é chefe da secção de Estudos Econômicos da Divisão de Expansão Econômica, do Ministério do Trabalho.

Ê sob a responsabilidade técnica dôsse economista e asrônomo que se publica a página "Produção Rural"

do '^Diário de Noticias" do Rio de Janeiro.

Sua

atividade jornalística tem abrangido também

o

âmbito da matéria internacional.

canforado, mas necessariamente uma boa

com o ponto de NÍsta defendido pelo

organismo econômico depauperado. DarIhe-á, sem dúvida alguma, força capaz do resistir por mais alguns anos e até mesmo reabilitar-se, completamente, co mo c desejo dos americanos do norte. Èstcs, como umas crianças grandes

sr. Robert Lovett, secretário de Estado

cheias de dinheiro, vão alimentar um

fogo que poderá um dia voltar-se contra seus próprios campos produtores, num grande incêndio de competições desas trosas. Segundo indicaram recentemen te dois destacados economistas anglo-

norte-americanos, é ainda ignorada a es

pécie dc auxílio que dará a América Latina à Europa, na base do Plano Mar shall.

^EVE razão o sr. Roberto Símonsen quan

locais diferentes, coincidem, entretanto,

dose do sangue a transfundir-se num

Êsses economistas são os srs.

William L. Clayton, sub-secretário de

interino, de que a questão da participa

ção latino-americana no Plano Marshall será debatida na Conferência Paname-

ricana de Bogotá, marcada para janeiro vindouro.

Não se conhecem, entretanto, em

Wasliington, entre os mais destacados li deres políticos e econômico-financistas do governo, quais as fontes em que se há de coUiêr a água miraculosa repre sentada pelos 6 bilhões de dólares, que

a Europa pretende coletar na América Latina. Esta, já se vê, está precisando também de auxilio, mas há quem acre

dite que os países desta parte do (^ntinente podem proporcionar ajuda à Eu ropa, se o desejarem. Nesta simples expressão se o deseja rem vai um mundo de inconveniências,

estamos em condições econômicas ca

2.°) — Antes da guerra, as condições sociais da Europa consubstan ciavam séculos de experiências

pazes de auxiliar a Europa. Nós, lati

e seus povos se agitavam no

no-americanos, somos tão ou mais mi

meio de conflitos raciais, po

diu ainda a questão de qual será a

sacrifícios, injusüças e decepções, pois se transformará nesta outra mais expres

seráveis do que aquêles que se agasaIham nas ruínas da guerra, dois anos

líticos G econômicos, que ain

fonte do côrca de 6 bilhões de dólares

siva; Se o exigirem.

do defendeu o princípio de que não

depois de terminada. As nOSSas condi ções económico-fínanceiras não permi tem, em absoluto, o luxo de tirar de

da nem de longo nos atingi ram, dada a nossa formação verdadeiramente jovem. 3.°) — Antes da guerra, finalmente,

nós para dar a outros que, em tese, precisam menos do que nós. E isto por várias razões, entre as quais se

1.°) — Antes da guerra, isto é, an tes de 2 de setembro de 1939,

os povos europeus tinham um padrão de vida superior ao

nosso e, ainda hoje, depois da guerra, esse índice de subsis tência permanece em condi ções aparentemente estacionárias, mas é ordinàriamente me

lhor do que o nosso.

presidente do "Comitê" de Cooperação Econômica.

O primeiro declarou que não se deci

0.S países europeus prclcndcm ar rancar da América Latina.

E o segun

do esclareceu que não sabe em que con

técnico dos europeus só tinha

sistirá a mencionada ajuda. Disse mais, falando à imprensa em Londres, que as 16 nações, que participaram da prepa

competidor nos Estados Uni

ração do relatório de Paris, nem ten

o grau cultural, científico e

incluem:

Estado demissionário, c Oliver Franks,

dos, que, em certos pontos,

tarão, sequer, dizer aos Estados Unidos

levavam vantagem sôbre êles.

como e onde deverão obter dinheiro

Daí a existência, ainda hoje, na Eu ropa, de um standard de compreensão, muito mais elevado do que o nosso,

em face da gravidade do momento que atravessam tôdas as classes.

Essa com

preensão não se restringe em saber o que quer, mas na segurança do que quer.

O Plano Marshall para a Europa não será uma espécie de morfina ou óleo

ou mercadorias para a Europa. Franks esclareceu, entretanto, que ca

bia ao Congresso norte-americano deci dir se o governo dos E.U.A. terá ou não de dar dinheiro por empréstimo aos países latino-americanos ou pagar

suas exportações para a Europa.

Por sua vez, William Clayton expli

cou que esse problema estava sendo estudado, mas nada ficara decidido. Essas declarações, feitas em ocasião e

Sòmente o Brasil e a Argentina e pos

sivelmente a Colômbia - alegam os círculos autorizados norte-amencanos

poderão manter um ritmo seguro de exportações para a Europa. A Argen tina, por exemplo, está vendendo gran des quantidades de carne, cereais e torragens, em forma de tortas oleaginosas, para a Inglaterra, Rússia, Holanda. Por tugal, Espanha e outros países. E de tal maneira" se expande o comércio inter nacional da Argentina que os pentos norte-americanos acham que essa polí

tica platina é a mais acertada, indicando, em última análise, sua disposição de

ajuda às nações devastadas pela guerra. Lembram, em reforço desta opinião, què

a Argentina manteve os embarques de carne para a Grã-Bretanha, apesar da crise inglêsa em dólares.


3a

Realmente — diz Moisés Poblete Tran coso, em sua obra "EI Subconsumo on

América dei Sur" — a estrutura econômi

ca, social e demográfica da República

Argentina difere das outras Repúblicas

Digesto EcONÓ^UCO

gado. Assim, em 1930, o m'imcro de

a desejar, pois são quasi desconhecidos,

cabeças de gado vacum era na /Vrgenti-

ali, os método.s racionais de cultivo —

na de 32.211.855 e em 1942 de 31.459.500. Certo aumento se nota

embora seja apreciável o volume da produção dc café, trigo, arroz, cevada, al

no número dos ovino.s que, cm 1930,

godão o cana de açúcar. Todavia, os pre

americanas. Senão vejamos: Em 1869,

era de 44.413.221 c cm 1942 subiu a

a sua população era de 1.830.214 habi

50.902.430.

tantes e cinqüenta anos depois, em 1918,

chegava a 8•374.072 habitantes ou seja

A área cultivável de cereais e oleagi nosas é de 50 milhões de hectares, con

trés vezes mais; dez anos mais tarde, em 1928, atingia a 10.915.015 habitantes;

cultivados.

em 1938, chegava a 12.956.602 habi

14 milhões de hectares com plantas in

tantes e em 1945 a 14.500.000. Ês.se

crescimento extraordinário de população não encontra similar em parte alguma do mundo e é devido unicamente às suas grandes possibilidades econômicas,

que facilitam a imigração em alto grau, possibilitando melhoria de vida, traba lho, alimentação.

A economia argentina progrediu sen sivelmente nos últimos dez anos, pas

sando da fase puramente pastoril para a produção industrial equilibrada, satis

tra 16.700.000 hectares pràHcamente É possível cultivar outros

dustriais, bem como preparar 88 milhões

de hectares para o pastoreio do gado. A Argentina, pois, está em condições de poder satisfazer as necc.ssidades nacio nais em matéria de produção alimentícia, senão de elevar o haixo consumo cie ou

tros países sul-americanos.

A respeito do rendimento por liectare

na Argentina, os esforços oficiais e pri vados tendem a fomentar as aplicações científicas da genética, unidas aos progreásos da técnica e da exploração ra

fazendo as suas próprias necessidades. cionai, produzindo consideráveis melho A população ativa na Argentina é mais rias nos rendimentos das colheitas dos alta do que em outra parte da Améri grãos 6 outros alimentos. ca do Sul. Essa população' está repre Quanto à Colômbia — o único país sentada por 42,9 da população total. sul-americano que tem costas nos dois A população rural é de pouco mais de oceanos — sua população era calculada, 3.000.000 de habitantes, situação que em 1938, em 8.701.816 habitantes, re presentando 18,2 por km2, numa super permanece estacionária desde 1914, o que representa 40X da população ativa fície de 1.139.155 km2. A população total naquela data e 22% na atualidade.

Não obstante a quantidade de produ tos alimentícios ser excepcional na Ar gentina, há, ali, segundo informa Moisés

ativa da Colômbia atingiu em 1943 a 4.487.585 habitantes, representando 49%

da população total, que naquele ano (1943) era calculada em 9.807.432 ha

Poblete Trancoso, zonas de infra-consumo, Examinando-se a produção de

bitantes. Desta população, 74% perten ciam à agricultura e à pecuária; 12% às

alimentos, verifica-se que faz 30 anos

indústrias e 3,43% ao comércio.

que se encontra estacionária na Argenti

toda aquela extensão temtorial, somen

na área semeada, a qual alcança- 25 milhões de hectares. Essa área só se

Em

te 22.000 km2 são cultivados e 373.000

km2 se destinam à criação de gado. A agricultura na Colômbia dá ocupação

eleva a 1,3% desde 1914 a 1942. Igual fenômeno se observa na exploração- de a 3.395,854 pessoas, mnS deixa muitO

37

Digesto Econômico

ços das utilidades na Colômbia se man-

'tem muito altos cm face da capacidade

aquisitiva do povo, que c baixa. O café, realmente, figura em primeiro lugar no

valor da produção, com 150.000.000 do pesos, seguido do açúcar com 113.000.000, do trigo com 23 milhões o do arroz com 20 milhões.

Na Colômbia, predomina atualmente a idéia da auto-suficiôncia regioncd, em

virtude da qual cada região pretende diversificar a sua própria produção, ainda que restdte anti-econon\ica e os industriais acreditam que devem e.stimular a produção de matérias-primas

para as manufaturas da nação. Sobe

cfeti\'a para pagar aquelas exportações,

pois a escassez de dólares existe também na América Latina. E até que a produ

ção industrial européia alcance um nível ótimo, como o que existia antes da guena,"não liaverá possibilidade de o Velho Mundo e.xpí^tar para a América Latina ,e, ipso-focio, receber em troca matópías-primas, tais como as já acima enumeradas.

O relatório preparado pelo sr. Krug, secretário do Interior norte-americano,

entregue ao presidente Truman — èsse relatório serviu de base para a convo

cação extraordinária do Congresso -- e

claro quanto às condições econômicofinanceiras dos Estados Unidos.

Adserte Krug, cujo trabalho resultou

da cooperação de 17 dependências ofi ciais e dirigentes industriais e agrárias, que, evidentemente, qualquer país, mes

mo com tão grandes riquezas naturais, como os Estados Unidos, procurando co belecimentos fabris, distribuídos em em brir os deficits materiais de outras na presas têxteis, de fumo, cerveja, moinhos, ções, não deixará com isso de sofrer as vinhos o licores, produtos químicos, cho sérias em sua economia ou colates, metais, couros curtidos, sabões, noutrasrepercussões fontes de recursos. cimento, azeites e outros produtos de "Contudo diz o presidente Tru origem vegetal, animal e mineral. man a nossa experiência durante a Quanto ao Brasil, recorda-se apenas

na Colômbia a 1.415 o número de esta

que o nosso país está cooperando nesse esforço de guerra para manter a paz,

enviando grandes carregamentos de ma deiras, metais, bauxlta, manganês e mica, de vital importância para a reconstru ção industrial da Europa, assim como cacau e café. A Colômbia, por sua vez,

dispõe de minério, bálsamo, cedro e matorias corantes, os quais já estão sendo remetidos, para a Europa.

Os peritos norte-americanos acreditam que o problema não consiste apenas em conseguir que os países latino-america nos aumentem cada vez mais as suas

exportações. O X do problema está jus tamente em saber-se como. obter moeda

guerra deu-nos extraordinária elastici

dade econômica e possibilitou maior fle xibilidade de recursos". O relatório Krug sintetiza assim o pro

grama de auxílio a ser discutido pelo Congresso dos Estados Unidos: X°) — Servir de interesse humanitá rio no combate à fome que

assola os países da Europa. 2©) — Pagar-se a si mesmo, ao permitir que os Estados Unidos i;

tenham assegurada a oportu- f nidade de adquirir materiais i' de importação, de que necessi tam. Essa importação assegu

rará a redução da pressão in-


3a

Realmente — diz Moisés Poblete Tran coso, em sua obra "EI Subconsumo on

América dei Sur" — a estrutura econômi

ca, social e demográfica da República

Argentina difere das outras Repúblicas

Digesto EcONÓ^UCO

gado. Assim, em 1930, o m'imcro de

a desejar, pois são quasi desconhecidos,

cabeças de gado vacum era na /Vrgenti-

ali, os método.s racionais de cultivo —

na de 32.211.855 e em 1942 de 31.459.500. Certo aumento se nota

embora seja apreciável o volume da produção dc café, trigo, arroz, cevada, al

no número dos ovino.s que, cm 1930,

godão o cana de açúcar. Todavia, os pre

americanas. Senão vejamos: Em 1869,

era de 44.413.221 c cm 1942 subiu a

a sua população era de 1.830.214 habi

50.902.430.

tantes e cinqüenta anos depois, em 1918,

chegava a 8•374.072 habitantes ou seja

A área cultivável de cereais e oleagi nosas é de 50 milhões de hectares, con

trés vezes mais; dez anos mais tarde, em 1928, atingia a 10.915.015 habitantes;

cultivados.

em 1938, chegava a 12.956.602 habi

14 milhões de hectares com plantas in

tantes e em 1945 a 14.500.000. Ês.se

crescimento extraordinário de população não encontra similar em parte alguma do mundo e é devido unicamente às suas grandes possibilidades econômicas,

que facilitam a imigração em alto grau, possibilitando melhoria de vida, traba lho, alimentação.

A economia argentina progrediu sen sivelmente nos últimos dez anos, pas

sando da fase puramente pastoril para a produção industrial equilibrada, satis

tra 16.700.000 hectares pràHcamente É possível cultivar outros

dustriais, bem como preparar 88 milhões

de hectares para o pastoreio do gado. A Argentina, pois, está em condições de poder satisfazer as necc.ssidades nacio nais em matéria de produção alimentícia, senão de elevar o haixo consumo cie ou

tros países sul-americanos.

A respeito do rendimento por liectare

na Argentina, os esforços oficiais e pri vados tendem a fomentar as aplicações científicas da genética, unidas aos progreásos da técnica e da exploração ra

fazendo as suas próprias necessidades. cionai, produzindo consideráveis melho A população ativa na Argentina é mais rias nos rendimentos das colheitas dos alta do que em outra parte da Améri grãos 6 outros alimentos. ca do Sul. Essa população' está repre Quanto à Colômbia — o único país sentada por 42,9 da população total. sul-americano que tem costas nos dois A população rural é de pouco mais de oceanos — sua população era calculada, 3.000.000 de habitantes, situação que em 1938, em 8.701.816 habitantes, re presentando 18,2 por km2, numa super permanece estacionária desde 1914, o que representa 40X da população ativa fície de 1.139.155 km2. A população total naquela data e 22% na atualidade.

Não obstante a quantidade de produ tos alimentícios ser excepcional na Ar gentina, há, ali, segundo informa Moisés

ativa da Colômbia atingiu em 1943 a 4.487.585 habitantes, representando 49%

da população total, que naquele ano (1943) era calculada em 9.807.432 ha

Poblete Trancoso, zonas de infra-consumo, Examinando-se a produção de

bitantes. Desta população, 74% perten ciam à agricultura e à pecuária; 12% às

alimentos, verifica-se que faz 30 anos

indústrias e 3,43% ao comércio.

que se encontra estacionária na Argenti

toda aquela extensão temtorial, somen

na área semeada, a qual alcança- 25 milhões de hectares. Essa área só se

Em

te 22.000 km2 são cultivados e 373.000

km2 se destinam à criação de gado. A agricultura na Colômbia dá ocupação

eleva a 1,3% desde 1914 a 1942. Igual fenômeno se observa na exploração- de a 3.395,854 pessoas, mnS deixa muitO

37

Digesto Econômico

ços das utilidades na Colômbia se man-

'tem muito altos cm face da capacidade

aquisitiva do povo, que c baixa. O café, realmente, figura em primeiro lugar no

valor da produção, com 150.000.000 do pesos, seguido do açúcar com 113.000.000, do trigo com 23 milhões o do arroz com 20 milhões.

Na Colômbia, predomina atualmente a idéia da auto-suficiôncia regioncd, em

virtude da qual cada região pretende diversificar a sua própria produção, ainda que restdte anti-econon\ica e os industriais acreditam que devem e.stimular a produção de matérias-primas

para as manufaturas da nação. Sobe

cfeti\'a para pagar aquelas exportações,

pois a escassez de dólares existe também na América Latina. E até que a produ

ção industrial européia alcance um nível ótimo, como o que existia antes da guena,"não liaverá possibilidade de o Velho Mundo e.xpí^tar para a América Latina ,e, ipso-focio, receber em troca matópías-primas, tais como as já acima enumeradas.

O relatório preparado pelo sr. Krug, secretário do Interior norte-americano,

entregue ao presidente Truman — èsse relatório serviu de base para a convo

cação extraordinária do Congresso -- e

claro quanto às condições econômicofinanceiras dos Estados Unidos.

Adserte Krug, cujo trabalho resultou

da cooperação de 17 dependências ofi ciais e dirigentes industriais e agrárias, que, evidentemente, qualquer país, mes

mo com tão grandes riquezas naturais, como os Estados Unidos, procurando co belecimentos fabris, distribuídos em em brir os deficits materiais de outras na presas têxteis, de fumo, cerveja, moinhos, ções, não deixará com isso de sofrer as vinhos o licores, produtos químicos, cho sérias em sua economia ou colates, metais, couros curtidos, sabões, noutrasrepercussões fontes de recursos. cimento, azeites e outros produtos de "Contudo diz o presidente Tru origem vegetal, animal e mineral. man a nossa experiência durante a Quanto ao Brasil, recorda-se apenas

na Colômbia a 1.415 o número de esta

que o nosso país está cooperando nesse esforço de guerra para manter a paz,

enviando grandes carregamentos de ma deiras, metais, bauxlta, manganês e mica, de vital importância para a reconstru ção industrial da Europa, assim como cacau e café. A Colômbia, por sua vez,

dispõe de minério, bálsamo, cedro e matorias corantes, os quais já estão sendo remetidos, para a Europa.

Os peritos norte-americanos acreditam que o problema não consiste apenas em conseguir que os países latino-america nos aumentem cada vez mais as suas

exportações. O X do problema está jus tamente em saber-se como. obter moeda

guerra deu-nos extraordinária elastici

dade econômica e possibilitou maior fle xibilidade de recursos". O relatório Krug sintetiza assim o pro

grama de auxílio a ser discutido pelo Congresso dos Estados Unidos: X°) — Servir de interesse humanitá rio no combate à fome que

assola os países da Europa. 2©) — Pagar-se a si mesmo, ao permitir que os Estados Unidos i;

tenham assegurada a oportu- f nidade de adquirir materiais i' de importação, de que necessi tam. Essa importação assegu

rará a redução da pressão in-


'

,-,.W

38

Digesto ECONÓ>UCo

cíonista na economia norte-

arnericana e possibilitará os

meios de fomentar e preservar ^ própria riqueza natural dos Estados Unidos e manter o

tiivel de vida a que já atingi ram as classes produtoras do pais.

) — Servir de base para que a economia de vários países do mundo deixe de situar-se num

^

^

ponto moHo ou total parali-

^ção de atividades, por falta ae recursos materiais e finan ceiros.

Quanto à América Latina, o relatório g manífesta-se otimista a respeito do nituro comércio com os Estados Unidos. SC arece, então, que os norte-ameri canos são os maiores consumidores atual

mente de cromo, manganês, níquel, baucopra, café, quebracbo, estanho, Dorracha e outros.

Ê oportuno também destacar aqui palavras de Nelson Rockefeller, em oíscurso pronunciado em Saint Louis.

Assegurando que o bem-estar dos Es^ados Unidos e o das nações latino-amencanas são inseparáveis, disse aquele t-ustre personagem da finança interna cional; "É de nosso vital interêsse que, ^^ui, neste país, procuremos dar-lhes a (aos países latino-americanos) em luta em busca da igualdade de oporbínidade para seus povos". Ha de chegar o tempo — aduziu — que os homens de negócios também ^crão de pensar e organizar seus planos têrmos de necessidades socinís o de ^mplo desenvolvimento da economia em quf) vivemos".

^ discurso do Nelson Rockefeller foi Pmnuiiciiidü na sessão em homenagem

p Américas, da Convenção Nacional do 'comércio Exterior, a que comparece-

ram homens de negócios de tôdas as partes dos Estados Unidos.

O orador apresentou um plano de três

O empréstimo nas finanças locais

"itens" para auxílio ao desenvolvimento

por Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

da América Latina, o qual se resume assim:

1.°) — Aumento substancial da par

Tributo üu empréstimo?

a receita, isto é, o de que não

só a quantidade da receita de

ticipação dos capitais privados

e de técnicos dirigentes nor te-americanos, no desenvolvi-

inento industrial e na produ ção agrícola, bem como nos serviços púbh'cos, em geral, na América Latina; 2-'') — Criação de um Banco Inter-

1 — O tributo c o emprés timo constituem as duas gran

ve ser igual à da despesa, co

des fontes de receita dos Es

mo também o dc que, como doutrina Graziani, "hs despe

tados e municípios. Não dis

sa;; ordinárias devem corres

pondo da faculdade de emis

ponder receitas igualmente or dinárias, enquanto as despesas

são de papel-moeda, privati va do govêrno central, e não tendo maior significação financeira as

frentadas, seja com receita ordinária, seja

posto em 1940, com a amplia ção de sua autoridade, de mo

suas posibilidades de alienação de pa

com receita extraordinária". (2)

trimônio ou exploração de serviços in

do a permitir que o mesmo funcione, em suas transações,

dustriais, é a essas duas fontes que

As primeira.s dificuldades da matéria surgem, entretanto, na própria concei-

Americano, conforme foi pro

com as moedas de todos os

aquelas entidades geralmente se vêem for çadas a recorrer para satisfação dos no

países-membros;

vos encargos e despesas, cujo acentuado

3.®) — Desenvolvimento de uni plano

e do respectivo mecanismo pa

crescimento caracteriza o contemporâ

neo estágio de sua evolução adminis

c.Ktraordinárias podem ser en

tuação do que seja despesa ordinária ou extraordinária.

Entendidas tais expres

sões como equivalentes, respectivamente,

a "despesa normal" e "despesa anormal", como as considerou a Conferência In ternacional de Bnexelas de 1920, com

ra a participação das outras

trativa.

Republicas americanas na pro dução dos artigos e mercado

zemos sobre a reforma tributária do

rias necessários à Europa, den

município da Capital (1), procuramos

tro do Plano Marshall.

assinalar algumas indicações científicas

do ser o enquadramento das despesas numa ou noutra categoria, em fa ce da diversidade de condições de

A certa altura do seu discurso, o sr.

2 — Em estudo que recentemente fi

preende-se desde logo quão variável po

que devem orientar a matéria, entre

tempo ou de lugar a que estejam

nós ainda lamentávelmente relegada a um terreno meramente empírico, em que

sujeitas.

quadramento, exemplifica Buehler:

falta de desenvolvimento e de produção,

imperem, por vezes, os inconfessáveis in teresses da demagog'a ou da política. O estudo da oportunidade e das van

e em virtude dn uumento rápido das

tagens ou desvantagens do tributo e do

TUívféHo 3SC0SSCZ fie (illrucfUos, cm coti-^

empréstimo, tem constituído, de fato, um dos mais versados capítulos da Ciôncift das Finanças.

Alhcrio dc Coroolho Pinto, é professor

Som descer á análise düsse prublemu,

dc Católica de Suo Pauío C cx-sccrclá^

Rockefeller disse:

'Embora as Américas não tenham so

frido os horrores da guerra, mesmo as sim, ainda hoje, devido" à inflação, à

populações, há cm várias partes do hcãiçõcs criticas, além cie uttui vasta po breza geral".

Estas curtas palavras são a mais po sitiva e clara defesa da tese que Rober to Simonsen levantou em Petrópolis. So mos, realmente, muito pobres para tirar de nós, sem pensar, antes, em nós mesmos.

incompatível com a natureza dêste ar tigo, é de se assinalar que, de uma for ma geral, predomina ainda como cânone fundamental da boa política financeira,

Assinalando a relatividade dêsse en

O autor do presente ensaio, dr. Carlos dll Ctélicfa das Pinançus da Uníocrsidfu rio das Finanças da Prrfclliira Muiiici])al

desta Capital. Ê autor de valiosas obras jurídicas, como "Discrimimção das Ren das", "Cláusula Ouro na Concessão do

o princípio da correspondência quanti

Serviço Ptiblico" e "Hermenêutica das

tativa e qualitativa entre ã despesa e

Leis Fiscais".


'

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Digesto ECONÓ>UCo

cíonista na economia norte-

arnericana e possibilitará os

meios de fomentar e preservar ^ própria riqueza natural dos Estados Unidos e manter o

tiivel de vida a que já atingi ram as classes produtoras do pais.

) — Servir de base para que a economia de vários países do mundo deixe de situar-se num

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ponto moHo ou total parali-

^ção de atividades, por falta ae recursos materiais e finan ceiros.

Quanto à América Latina, o relatório g manífesta-se otimista a respeito do nituro comércio com os Estados Unidos. SC arece, então, que os norte-ameri canos são os maiores consumidores atual

mente de cromo, manganês, níquel, baucopra, café, quebracbo, estanho, Dorracha e outros.

Ê oportuno também destacar aqui palavras de Nelson Rockefeller, em oíscurso pronunciado em Saint Louis.

Assegurando que o bem-estar dos Es^ados Unidos e o das nações latino-amencanas são inseparáveis, disse aquele t-ustre personagem da finança interna cional; "É de nosso vital interêsse que, ^^ui, neste país, procuremos dar-lhes a (aos países latino-americanos) em luta em busca da igualdade de oporbínidade para seus povos". Ha de chegar o tempo — aduziu — que os homens de negócios também ^crão de pensar e organizar seus planos têrmos de necessidades socinís o de ^mplo desenvolvimento da economia em quf) vivemos".

^ discurso do Nelson Rockefeller foi Pmnuiiciiidü na sessão em homenagem

p Américas, da Convenção Nacional do 'comércio Exterior, a que comparece-

ram homens de negócios de tôdas as partes dos Estados Unidos.

O orador apresentou um plano de três

O empréstimo nas finanças locais

"itens" para auxílio ao desenvolvimento

por Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

da América Latina, o qual se resume assim:

1.°) — Aumento substancial da par

Tributo üu empréstimo?

a receita, isto é, o de que não

só a quantidade da receita de

ticipação dos capitais privados

e de técnicos dirigentes nor te-americanos, no desenvolvi-

inento industrial e na produ ção agrícola, bem como nos serviços púbh'cos, em geral, na América Latina; 2-'') — Criação de um Banco Inter-

1 — O tributo c o emprés timo constituem as duas gran

ve ser igual à da despesa, co

des fontes de receita dos Es

mo também o dc que, como doutrina Graziani, "hs despe

tados e municípios. Não dis

sa;; ordinárias devem corres

pondo da faculdade de emis

ponder receitas igualmente or dinárias, enquanto as despesas

são de papel-moeda, privati va do govêrno central, e não tendo maior significação financeira as

frentadas, seja com receita ordinária, seja

posto em 1940, com a amplia ção de sua autoridade, de mo

suas posibilidades de alienação de pa

com receita extraordinária". (2)

trimônio ou exploração de serviços in

do a permitir que o mesmo funcione, em suas transações,

dustriais, é a essas duas fontes que

As primeira.s dificuldades da matéria surgem, entretanto, na própria concei-

Americano, conforme foi pro

com as moedas de todos os

aquelas entidades geralmente se vêem for çadas a recorrer para satisfação dos no

países-membros;

vos encargos e despesas, cujo acentuado

3.®) — Desenvolvimento de uni plano

e do respectivo mecanismo pa

crescimento caracteriza o contemporâ

neo estágio de sua evolução adminis

c.Ktraordinárias podem ser en

tuação do que seja despesa ordinária ou extraordinária.

Entendidas tais expres

sões como equivalentes, respectivamente,

a "despesa normal" e "despesa anormal", como as considerou a Conferência In ternacional de Bnexelas de 1920, com

ra a participação das outras

trativa.

Republicas americanas na pro dução dos artigos e mercado

zemos sobre a reforma tributária do

rias necessários à Europa, den

município da Capital (1), procuramos

tro do Plano Marshall.

assinalar algumas indicações científicas

do ser o enquadramento das despesas numa ou noutra categoria, em fa ce da diversidade de condições de

A certa altura do seu discurso, o sr.

2 — Em estudo que recentemente fi

preende-se desde logo quão variável po

que devem orientar a matéria, entre

tempo ou de lugar a que estejam

nós ainda lamentávelmente relegada a um terreno meramente empírico, em que

sujeitas.

quadramento, exemplifica Buehler:

falta de desenvolvimento e de produção,

imperem, por vezes, os inconfessáveis in teresses da demagog'a ou da política. O estudo da oportunidade e das van

e em virtude dn uumento rápido das

tagens ou desvantagens do tributo e do

TUívféHo 3SC0SSCZ fie (illrucfUos, cm coti-^

empréstimo, tem constituído, de fato, um dos mais versados capítulos da Ciôncift das Finanças.

Alhcrio dc Coroolho Pinto, é professor

Som descer á análise düsse prublemu,

dc Católica de Suo Pauío C cx-sccrclá^

Rockefeller disse:

'Embora as Américas não tenham so

frido os horrores da guerra, mesmo as sim, ainda hoje, devido" à inflação, à

populações, há cm várias partes do hcãiçõcs criticas, além cie uttui vasta po breza geral".

Estas curtas palavras são a mais po sitiva e clara defesa da tese que Rober to Simonsen levantou em Petrópolis. So mos, realmente, muito pobres para tirar de nós, sem pensar, antes, em nós mesmos.

incompatível com a natureza dêste ar tigo, é de se assinalar que, de uma for ma geral, predomina ainda como cânone fundamental da boa política financeira,

Assinalando a relatividade dêsse en

O autor do presente ensaio, dr. Carlos dll Ctélicfa das Pinançus da Uníocrsidfu rio das Finanças da Prrfclliira Muiiici])al

desta Capital. Ê autor de valiosas obras jurídicas, como "Discrimimção das Ren das", "Cláusula Ouro na Concessão do

o princípio da correspondência quanti

Serviço Ptiblico" e "Hermenêutica das

tativa e qualitativa entre ã despesa e

Leis Fiscais".


■T -yr

;*v

40

Digesto

Uma despesa pode ser ordinária pa

Econômico

lisar tôdas as circunstâncias que melhor

ra um govêmo e extraordinária para

possam definir o caráter normal ou anor

Outro.

mal de sua ocorrência.

Uma cidade de 25.000 ha

bitantes pode exigir um novo prédio escolar cada 25 anos, porque sua po pulação é quase estacionária e a as

tra cidade, de tamanho aproximado,

,

pode ser obrigada a erigir novos pré-

to, estritas excepçõcs.

X

-dios escolares cada 10 anos, devido

do vagarosamente, enquanto uma ou

a um rápido desenvolvimento da as-

Uma pequena deficiência da receita,

desde que temporária e imprevisível, po

um milhão ou mais, prédios escolares

derá, por exemplo, justificar um supri mento de emergência, medftinte opera

, podem ser construídos a intervalos

ção de crédito, ainda que os rcspccti\'os

sistência escolar.

Em uma cidade de

aproximação, entre a orientação chama da pelos americanos, dc "pay-as-youblico, mais ou menos intensiva.

-go-policc", c a política de crédito pú A primeira, de feliz aplicaçao nas ci dades de Nova York, Chicago, Kallarnazoo c Milwaukee, entende que todos os empreendimentos, mesmo os de cará ter permanente, devem ser atendidos pe las fontes tributárias normais, sem qual

regulares e podem ser tratados como despesas ordinárias". (3)

recursos se destinem a atender a despe

Não pode haver, realmente, uma apríorística e genérica classificação de

a referente a obras de caráter reprodu

orientação, entre

obras ordinárias e extraordinárias.

tivo, em relação ás quais admite a dou

tanto, recomenda

trina o recurso às operações de crédito.

o uso de emprés

E é intuitiva a justificação dessa hipó

timos

A

sua natureza depende do confronto com us condições históricas e administrativas

da entidade pública.

Os interesses eleitorais dos governos

levam-nos, quase sempre, à tendência de qualificarem as obras e iniciativas ofi ciais como extraordinárias, quer para

ocultar os seus erros de imprevidên-

oia, quer para dar relevo à sua atua ção administrativa, quer ainda para jus tificar o recurso ao crédito público, psi-

sas de caráter ordinário.

quer

A outra exceção geralmente aceita é

tese: é que obras desse gênero se pa gam por si próprias, permitindo, pela

Como se vê, dois são os requisitos básicos do recurso ao credito pu ico.

a) - tratar-se de melhoramento ne cessário, — o que exclui as iniciaüvas de interesse secundiurio ou de oportimidade discutível;

b ) - «êo constar o melhoramen o xlc cuidadoso planciamento pré-existcntc, ou, se previsto, vir o seu custo a

ao

A outra

om

exceder

ao

custo médio ha bitual, hipótese esta

última

em

que o emprés timo

maior

ficaria

se

justi apenas

ou menor escala,

quanto à parte

para uns em ca

excedente do cus to. Esta condi

tério mais amplo, ser enquadradas num cuidadoso planejamento, de acôrdo com a previsível evolução

coniza nos têrmos seguintes:

das necessidades coletivas.

estarão sujeitas as rendas desse modo

Oaí a prudência que deve dominar o

antecipadas.

tar, para outros,

Despesas extraordinárias

ção excluí as obras que, embo

cm caráter subsi

diário dos tribu tos.

Várias

são

ria.

A sua fórmula mais criteriosa e

as gradações desta orientação doutriná

"O melhor plano para uma cidade

que deseja evitar uma dívida funda

da e ao mesmo tempo fugir a uma

ra aparentemen

te excepcionais, possam, à luz de cri

A adoção dessas normas, como se per

cebe, exige a focalizaçao da despesa por um mais dilatado período, capaz de

tarifa flutuante de impôsto, é to mar empréstimos para financiar me

permitir um planejamento conducente à

aos recursos

lhoramentos públicos necessários, sò-

(tributários ou creclitícios) que devem

mente quando e na medida em que

atender às despesas extraordinárias.

os custos desses melhoramentos, para

bastantes os correspondentes recursos da

ceiros e administrativos com ocultos in-

preconceitos doutrinários e apto a ana-

(5).

prática, entretanto, é encontrada na "Tax-and-borrow police", que Buck pre

seus pesados e inevitáveis encargos.

eminentemente prático, despido de

ciar melhoramentos públicos chamar do "tax-and-borrow pohce .

uma vez, c claro, que se tomem as cau

telas adequadas, com base em segura previsão da conjuntura econômica a que

terêsses políticos. Â apuração do cafãter ordinário da despesa deve pois presidir um espírito, não só aMieio a 4"alquer cogitação subalterna, como ain-

credito.

.seguintes. A essa políHca de finan

ráter complemen

cològieamente mais aceitável pela comu-

tar o desvirtuamento dos objetívos finan

recurso

res do que a média dos custos dos

anos imediatamente precedentes ou

segurança da renda prevista, a sua an tecipação mediante correspondentes em préstimos. (4) Ainda que de cará ter ordinário, portanto, tais obras podem ser custeadas por operações de crédito, pois, dc tal forma, não se agravará a situação financeira da entidade pública,

^dade, que não sénte imediatamente os estudo da matéria, de forma a se evi

.

De uma forma geral, porcin, sc divi dem os autores, com maior ou menor

3 — A regra dc que as despesas or dinárias devem ser atendidas por re cursos ordinários, comporta, no entan

sistência escolar está se desenvolven

xível da aplicação generalizada, contri buindo mesmo para arraigar a convic ção do sentido prático que deve dominar a sohição da matéria.

Despesas ordinárias

41

Digesto Econômico

4 — As divergências doutrinárias se evidenciam relativamente

A diversidade das orientações preco nizadas não oferece uma formula infle-

um determinado ano, a despeito de cuidadoso planejamento^ forem maio-

sua normal distribuição por vários exer

cícios, em condições de se lhe tomarem receita ordinária.

A despesa que, a

despeito desse previdente planejamento,


■T -yr

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40

Digesto

Uma despesa pode ser ordinária pa

Econômico

lisar tôdas as circunstâncias que melhor

ra um govêmo e extraordinária para

possam definir o caráter normal ou anor

Outro.

mal de sua ocorrência.

Uma cidade de 25.000 ha

bitantes pode exigir um novo prédio escolar cada 25 anos, porque sua po pulação é quase estacionária e a as

tra cidade, de tamanho aproximado,

,

pode ser obrigada a erigir novos pré-

to, estritas excepçõcs.

X

-dios escolares cada 10 anos, devido

do vagarosamente, enquanto uma ou

a um rápido desenvolvimento da as-

Uma pequena deficiência da receita,

desde que temporária e imprevisível, po

um milhão ou mais, prédios escolares

derá, por exemplo, justificar um supri mento de emergência, medftinte opera

, podem ser construídos a intervalos

ção de crédito, ainda que os rcspccti\'os

sistência escolar.

Em uma cidade de

aproximação, entre a orientação chama da pelos americanos, dc "pay-as-youblico, mais ou menos intensiva.

-go-policc", c a política de crédito pú A primeira, de feliz aplicaçao nas ci dades de Nova York, Chicago, Kallarnazoo c Milwaukee, entende que todos os empreendimentos, mesmo os de cará ter permanente, devem ser atendidos pe las fontes tributárias normais, sem qual

regulares e podem ser tratados como despesas ordinárias". (3)

recursos se destinem a atender a despe

Não pode haver, realmente, uma apríorística e genérica classificação de

a referente a obras de caráter reprodu

orientação, entre

obras ordinárias e extraordinárias.

tivo, em relação ás quais admite a dou

tanto, recomenda

trina o recurso às operações de crédito.

o uso de emprés

E é intuitiva a justificação dessa hipó

timos

A

sua natureza depende do confronto com us condições históricas e administrativas

da entidade pública.

Os interesses eleitorais dos governos

levam-nos, quase sempre, à tendência de qualificarem as obras e iniciativas ofi ciais como extraordinárias, quer para

ocultar os seus erros de imprevidên-

oia, quer para dar relevo à sua atua ção administrativa, quer ainda para jus tificar o recurso ao crédito público, psi-

sas de caráter ordinário.

quer

A outra exceção geralmente aceita é

tese: é que obras desse gênero se pa gam por si próprias, permitindo, pela

Como se vê, dois são os requisitos básicos do recurso ao credito pu ico.

a) - tratar-se de melhoramento ne cessário, — o que exclui as iniciaüvas de interesse secundiurio ou de oportimidade discutível;

b ) - «êo constar o melhoramen o xlc cuidadoso planciamento pré-existcntc, ou, se previsto, vir o seu custo a

ao

A outra

om

exceder

ao

custo médio ha bitual, hipótese esta

última

em

que o emprés timo

maior

ficaria

se

justi apenas

ou menor escala,

quanto à parte

para uns em ca

excedente do cus to. Esta condi

tério mais amplo, ser enquadradas num cuidadoso planejamento, de acôrdo com a previsível evolução

coniza nos têrmos seguintes:

das necessidades coletivas.

estarão sujeitas as rendas desse modo

Oaí a prudência que deve dominar o

antecipadas.

tar, para outros,

Despesas extraordinárias

ção excluí as obras que, embo

cm caráter subsi

diário dos tribu tos.

Várias

são

ria.

A sua fórmula mais criteriosa e

as gradações desta orientação doutriná

"O melhor plano para uma cidade

que deseja evitar uma dívida funda

da e ao mesmo tempo fugir a uma

ra aparentemen

te excepcionais, possam, à luz de cri

A adoção dessas normas, como se per

cebe, exige a focalizaçao da despesa por um mais dilatado período, capaz de

tarifa flutuante de impôsto, é to mar empréstimos para financiar me

permitir um planejamento conducente à

aos recursos

lhoramentos públicos necessários, sò-

(tributários ou creclitícios) que devem

mente quando e na medida em que

atender às despesas extraordinárias.

os custos desses melhoramentos, para

bastantes os correspondentes recursos da

ceiros e administrativos com ocultos in-

preconceitos doutrinários e apto a ana-

(5).

prática, entretanto, é encontrada na "Tax-and-borrow police", que Buck pre

seus pesados e inevitáveis encargos.

eminentemente prático, despido de

ciar melhoramentos públicos chamar do "tax-and-borrow pohce .

uma vez, c claro, que se tomem as cau

telas adequadas, com base em segura previsão da conjuntura econômica a que

terêsses políticos. Â apuração do cafãter ordinário da despesa deve pois presidir um espírito, não só aMieio a 4"alquer cogitação subalterna, como ain-

credito.

.seguintes. A essa políHca de finan

ráter complemen

cològieamente mais aceitável pela comu-

tar o desvirtuamento dos objetívos finan

recurso

res do que a média dos custos dos

anos imediatamente precedentes ou

segurança da renda prevista, a sua an tecipação mediante correspondentes em préstimos. (4) Ainda que de cará ter ordinário, portanto, tais obras podem ser custeadas por operações de crédito, pois, dc tal forma, não se agravará a situação financeira da entidade pública,

^dade, que não sénte imediatamente os estudo da matéria, de forma a se evi

.

De uma forma geral, porcin, sc divi dem os autores, com maior ou menor

3 — A regra dc que as despesas or dinárias devem ser atendidas por re cursos ordinários, comporta, no entan

sistência escolar está se desenvolven

xível da aplicação generalizada, contri buindo mesmo para arraigar a convic ção do sentido prático que deve dominar a sohição da matéria.

Despesas ordinárias

41

Digesto Econômico

4 — As divergências doutrinárias se evidenciam relativamente

A diversidade das orientações preco nizadas não oferece uma formula infle-

um determinado ano, a despeito de cuidadoso planejamento^ forem maio-

sua normal distribuição por vários exer

cícios, em condições de se lhe tomarem receita ordinária.

A despesa que, a

despeito desse previdente planejamento,


'

42

Dicksto Econômico

43

Dicesto EcoNÓ^^co

possa surgir com o caráter extraordinário,

é que justifica o recurso ao crédito pú

indispensável para a liquidaçcão ou res gate do mesmo empréstimo.

bico. É a orientação mais sadia que Seguir portanto uma política franca domina a discussão da matéria, e que, de crédito público, sem uma cautelosa adotada com ponderação e visão políti ana!i.se dos ônus que já gravam a recei ca, assegura recursos adicionais ao pro ta ordinária ou um previdente fortalepi-

gresso das entidades públicas, sem su

jeita-las ao risco dos financiamentos imoderados.

5 — Sem descer a maior profundídade na explanação do assunto, não se pode deixar de reconhecer que a polí tica dos empréstimos, pela facilidade que apresenta, de não reclamar instantâneos

mento desta última, de forma a a.ssegurar os recursos adicionais capazes dc amortízar a parcela simplesmente ante

cipada pelo empréstimo, seria c.xpor a riscos ineWtáveis a segurança financeira das entidades públicas e reincidir nos erros que obsciirecem a história da dí vida pública em nossa Pátria.

ou pesados encargos tributários, consti

tui uma,perigosa sedução para os admi nistradores, principalmente quando co

locam os seus interesses políticos acima das conveniências gerais da coletividade. Adotar, entretanto, uma orientação de

intransigente repulsa a êsse processo fi nanceiro, pelo simples receio dos ris cos que lhe são inerentes ou dos abusos

que propicia, seria fazer tábula raza

das inestimáveis vantagens que sua racio nal aplicação proporciona. Não se justificaria, assim, uma polí

tica de sistemática opo.sição ao débito público, na solução dos problemas fi nanceiros da administração estadual ou

municipal de São Paulo. Pelo contrário, a magnitude desses problemas, o cons tatado atraso na sua solução e os prog

nósticos de evolução da economia es

tadual podem justificar; até certo ponto, o em relação a certos empreendimentos, o recurso ao crédito público.

É preciso porém não nos esquecermos

A geração onerada

6 - Repete-se, ainda, com freqüên cia, a propósito das nossas obra.s públi cas, que deveriam as mesmas ser leva

das a efeito com empréstimos, de pre ferência a recursos tributários de ma

neira a se distribuir o respectivo custo com as gerações futuras, que também as irao usufruir.

Sem negar que certos empreendimen tos. por variadas razões, não encontram, de fato. outra solução financeira, não podemos deixar de condenar a facilidade com que se avançam conclusões dessa

ordem, sem uma prévia verificação de vários outros aspectos indispensáveis à

justa solução do problema. Não se ve

rifica, por exemplo, em que extensão ]á estariam gravadas as ditas "gerações futuras", pelos encargos tributários ne cessários a amortizar empréstimos ante

riores; abstrai-se da natureza já pràticamente normal e ordinária de várias des

de que o empréstimo não proporciona sas obras, perfeitamente exeqüíveis, por ' receita adicional àquelas que o tanto, com os próprios • recursos ordiná poder público normalmente angaria: pe- rios; esquece-se de que, assim como al o contrário, o empréstimo simplesmen- gumas obras de duração futura são le- te antecipa essa receita, a qual, afinal • vadas a efeito com tributos agora cole ' de contas, é que irá constituir o recurso tados, por outro lado, inúmeras outras.

de que ora nos utilizamos, foram tam

tributária; ora, suposto que a quota da

bém realizadas com recursos do passa

de.spesa que deveria locar ao contribuin

do, sem que nos fôsscm transferidos os

te fòsse, como vimos, igual a 20, e su

ônus respcclivos. 7 — Ademais, a afirmativa dc que o empréstimo transfere o encargo para as

sem de 5%, os tributos ordinilrios a

gerações futuras, não pode ser aceita sem maiores restrições.

Antes dc mais nada se deverá levar

em conta que tanto com o empréstimo,

posto que os juros do empréstimo fos cargo dêsse contribuinte deveriam ser acrescidos de 5% de 20, ou seja, de uma importância igual a 1. Logo se o seu patrimônio inicial, igual a 100, ren

dia 5 (renda nonnal do capital), após

como com a tributação extraordinária, os

o empréstimo essa renda fica desfalca

bens que o Estado absorve da econo mia privada são sempre bens presentes, integrados no patrimônio da geraçao

sando pois a ser, na realidade, de 4

atual.

Os efeitos econômicos, portanto,

decorrentes dessa subtração de recursos

à atividade particular, se fazem sentir tanto numa como noutra hipótese. Respeitável, além disso, é a corrente

da de 1 (majoração tributária), pas

apenas; ora, um capital que passa a ren der 4, — admitíndo-se sempre 5% como

fruto normal do capital —, na realidade não vale mais 100, mas apenas 80. So

freu portanto o contribuinte uma redu

ção em seu patrimônio, inteiramente

dos financistas, que, evocando uma das igual à que sofreria se lhe fosse exigido o impôsto extraordinário. E de fato, interessantes abstrações de Ricardo, en tende ser idêntica a pressão resultante das duas fórmulas financeiras.

Decretando o impòsto, raciocinam eles, subtrai o Estado uma determinada im

como a renda normal da parcela 20, do

seu patrimônio, é absorvida pelo acrés cimo tributário destinado aos juros do

empréstímo, esta parte de seu capital,

portância do patrimônio dos contribuin tes; emitindo o empréstimo, terá o Es

tomando-se improdutiva, Uie é inteira mente inúül, como se não existisse. Em

tado de aumentar os tributos ordinários

última análise, poi.s, tanto com o emprés

para poder fazer face aos respectivos encargos, produzindo-se, portanto, tam bém nesta lüpótese, uma corresponden te pressão tributária.

E exemplificando: si^onliamos um patrimônio que se meça pela cifra 100, e do qual, mediante um impôsto èxtraordinário, devesse o Estado absorver uma

parcela igual a 20. Reduzir-se-ia o pa trimônio do contribuinte ao valor de

100-20, ou seja 80.

Suponhamos po

rém que fosse adotada a política do em préstimo. O patrimônio do contribuin te, em princípio, não seria afetado, pois a subscrição se faria pelos capitalistas.

Entretanto, os encargos da nova dívida exigiriam uma correspondente majoração

timo, como com o impôsto extraordiná rio reduz-se o patrimônio do contribuin te 'ao mesmo valor, constatando-se as

sim que os ônus de um ou de outro pro cesso sempre se efetivam sobre a gera ção atual, e, ainda, de que são inteira mente iguais as pressões tributárias pe

las quais se traduzem. (6) Preconceito ■prejudicuil 8 — A doutrina ricardeana, acima re

sumida, e que conta prestigiosos adep tos, comporta várias restrições, cuja ex planação não caberia neste artigo. ' Ela evidencia,

entretanto,

uma

tendência

econômica resultante do debito público.


'

42

Dicksto Econômico

43

Dicesto EcoNÓ^^co

possa surgir com o caráter extraordinário,

é que justifica o recurso ao crédito pú

indispensável para a liquidaçcão ou res gate do mesmo empréstimo.

bico. É a orientação mais sadia que Seguir portanto uma política franca domina a discussão da matéria, e que, de crédito público, sem uma cautelosa adotada com ponderação e visão políti ana!i.se dos ônus que já gravam a recei ca, assegura recursos adicionais ao pro ta ordinária ou um previdente fortalepi-

gresso das entidades públicas, sem su

jeita-las ao risco dos financiamentos imoderados.

5 — Sem descer a maior profundídade na explanação do assunto, não se pode deixar de reconhecer que a polí tica dos empréstimos, pela facilidade que apresenta, de não reclamar instantâneos

mento desta última, de forma a a.ssegurar os recursos adicionais capazes dc amortízar a parcela simplesmente ante

cipada pelo empréstimo, seria c.xpor a riscos ineWtáveis a segurança financeira das entidades públicas e reincidir nos erros que obsciirecem a história da dí vida pública em nossa Pátria.

ou pesados encargos tributários, consti

tui uma,perigosa sedução para os admi nistradores, principalmente quando co

locam os seus interesses políticos acima das conveniências gerais da coletividade. Adotar, entretanto, uma orientação de

intransigente repulsa a êsse processo fi nanceiro, pelo simples receio dos ris cos que lhe são inerentes ou dos abusos

que propicia, seria fazer tábula raza

das inestimáveis vantagens que sua racio nal aplicação proporciona. Não se justificaria, assim, uma polí

tica de sistemática opo.sição ao débito público, na solução dos problemas fi nanceiros da administração estadual ou

municipal de São Paulo. Pelo contrário, a magnitude desses problemas, o cons tatado atraso na sua solução e os prog

nósticos de evolução da economia es

tadual podem justificar; até certo ponto, o em relação a certos empreendimentos, o recurso ao crédito público.

É preciso porém não nos esquecermos

A geração onerada

6 - Repete-se, ainda, com freqüên cia, a propósito das nossas obra.s públi cas, que deveriam as mesmas ser leva

das a efeito com empréstimos, de pre ferência a recursos tributários de ma

neira a se distribuir o respectivo custo com as gerações futuras, que também as irao usufruir.

Sem negar que certos empreendimen tos. por variadas razões, não encontram, de fato. outra solução financeira, não podemos deixar de condenar a facilidade com que se avançam conclusões dessa

ordem, sem uma prévia verificação de vários outros aspectos indispensáveis à

justa solução do problema. Não se ve

rifica, por exemplo, em que extensão ]á estariam gravadas as ditas "gerações futuras", pelos encargos tributários ne cessários a amortizar empréstimos ante

riores; abstrai-se da natureza já pràticamente normal e ordinária de várias des

de que o empréstimo não proporciona sas obras, perfeitamente exeqüíveis, por ' receita adicional àquelas que o tanto, com os próprios • recursos ordiná poder público normalmente angaria: pe- rios; esquece-se de que, assim como al o contrário, o empréstimo simplesmen- gumas obras de duração futura são le- te antecipa essa receita, a qual, afinal • vadas a efeito com tributos agora cole ' de contas, é que irá constituir o recurso tados, por outro lado, inúmeras outras.

de que ora nos utilizamos, foram tam

tributária; ora, suposto que a quota da

bém realizadas com recursos do passa

de.spesa que deveria locar ao contribuin

do, sem que nos fôsscm transferidos os

te fòsse, como vimos, igual a 20, e su

ônus respcclivos. 7 — Ademais, a afirmativa dc que o empréstimo transfere o encargo para as

sem de 5%, os tributos ordinilrios a

gerações futuras, não pode ser aceita sem maiores restrições.

Antes dc mais nada se deverá levar

em conta que tanto com o empréstimo,

posto que os juros do empréstimo fos cargo dêsse contribuinte deveriam ser acrescidos de 5% de 20, ou seja, de uma importância igual a 1. Logo se o seu patrimônio inicial, igual a 100, ren

dia 5 (renda nonnal do capital), após

como com a tributação extraordinária, os

o empréstimo essa renda fica desfalca

bens que o Estado absorve da econo mia privada são sempre bens presentes, integrados no patrimônio da geraçao

sando pois a ser, na realidade, de 4

atual.

Os efeitos econômicos, portanto,

decorrentes dessa subtração de recursos

à atividade particular, se fazem sentir tanto numa como noutra hipótese. Respeitável, além disso, é a corrente

da de 1 (majoração tributária), pas

apenas; ora, um capital que passa a ren der 4, — admitíndo-se sempre 5% como

fruto normal do capital —, na realidade não vale mais 100, mas apenas 80. So

freu portanto o contribuinte uma redu

ção em seu patrimônio, inteiramente

dos financistas, que, evocando uma das igual à que sofreria se lhe fosse exigido o impôsto extraordinário. E de fato, interessantes abstrações de Ricardo, en tende ser idêntica a pressão resultante das duas fórmulas financeiras.

Decretando o impòsto, raciocinam eles, subtrai o Estado uma determinada im

como a renda normal da parcela 20, do

seu patrimônio, é absorvida pelo acrés cimo tributário destinado aos juros do

empréstímo, esta parte de seu capital,

portância do patrimônio dos contribuin tes; emitindo o empréstimo, terá o Es

tomando-se improdutiva, Uie é inteira mente inúül, como se não existisse. Em

tado de aumentar os tributos ordinários

última análise, poi.s, tanto com o emprés

para poder fazer face aos respectivos encargos, produzindo-se, portanto, tam bém nesta lüpótese, uma corresponden te pressão tributária.

E exemplificando: si^onliamos um patrimônio que se meça pela cifra 100, e do qual, mediante um impôsto èxtraordinário, devesse o Estado absorver uma

parcela igual a 20. Reduzir-se-ia o pa trimônio do contribuinte ao valor de

100-20, ou seja 80.

Suponhamos po

rém que fosse adotada a política do em préstimo. O patrimônio do contribuin te, em princípio, não seria afetado, pois a subscrição se faria pelos capitalistas.

Entretanto, os encargos da nova dívida exigiriam uma correspondente majoração

timo, como com o impôsto extraordiná rio reduz-se o patrimônio do contribuin te 'ao mesmo valor, constatando-se as

sim que os ônus de um ou de outro pro cesso sempre se efetivam sobre a gera ção atual, e, ainda, de que são inteira mente iguais as pressões tributárias pe

las quais se traduzem. (6) Preconceito ■prejudicuil 8 — A doutrina ricardeana, acima re

sumida, e que conta prestigiosos adep tos, comporta várias restrições, cuja ex planação não caberia neste artigo. ' Ela evidencia,

entretanto,

uma

tendência

econômica resultante do debito público.


n 44

a qual, com o caráter tie influência de

ordem geral, não pode ser descurada na apreciação dos efeitos dessa receita

extraordinária sôbre a geração contem

porânea do empréstimo. Ademais, de qualquer .forma, ela põe à mostra a complexidade do problema, assinalando a leviandade com que muitas vezes se critica a administração por não se uti-

lizar mais largamente de empréstimos

^ na realização de suas obras, como se constituíssem ê!es uma fórmula capaz de prescindir dos recursos tributários ou

de assegurar a imunidade ao patrimônio dos atuais contribuintes, com inteira abstração dos múltiplos reflexos da vida econômica da coletividade.

Devem os contribuintes compreender que os empréstimos também envolvem

encargos que eles próprios terão de su portar, pois, além dos efeitos acima in

dicados, os ônus da respectiva amorti zação e juros exigirão imediatas onera-

DiGESTO Ecoxómico

letívidacle, O empréstimo coiistílui um

processo técnico cuja aplícaçuo .se deve nortear exclusivamente pelas conveniên cias dc ordem administrativa ou finan

ceira, de conformidade com a boa orien

tação cientifica, jamais se justificando a sua conversão em expediente dc mistifi

cação política, tendente a iludir os aluais assumidos.

Atendendo às suas despesas com tri

butação ou com empréstimos, é sempre da coletividade que o poder público irá

obter os necessários recursos. Urge que

dos processos financeiros na solução dos seus problemas administrativos.

respeito possam subsistir, abado a ou

baseia.

A opção pelo empréstimo, portanto, na solução dos problemas da despesa pública, não pode ser fundada na ilu sória suposição de menor gravame à co-

cipais, e na qual o presente artigo se (2) ~ GRAZIANI. A., in Primo Tratta-

to Completo di Diritto Amminlstrativo Italiano. V. E. Orlando, ed. 1902, vol. XI, pág 553.

(3) _■ bUEHLER. Publlc Finance, ed.

1940, pág. 727. (4) — SHIRRAS, G. Findlay, Public Finance, ed. 1936, pág. 162. (5) — BUCK, A. E., Municipal Finance, ed.

1937, págs. 473/474.

(6) — MORSELLI, Emanuele, Corso di Scienza delia Finanza Publica, ed. 1939, págs. 495-497.

(7) — King, Clyde L., Publlc Finance, ed. 1935, pág. 554.

conseqüentemente, o quadro cultural em que se estabelecem as relações dos ho mens e dos grupos entre si. Na histó ria da civilização humana o apareci

dominantes de organização social e de

um fenômeno importante na transfor mação histórica; hoje, porém, na so

cultura levantam contra a necessidade

energia nuclear, quanto diminutas pare

uma mais adequada e racional escolha

ções entre os homens e o meio físico e,

vem gerando traumatismos de

tüda ordem no plano das relações so ciais, pela resistôncia que as fonnas pre

nistração pública, sem o risco de incon venientes reações psicológicas, adotar

vite da Associação dos Lançadores Muni

correspondente e simultânea criação ou aumento dé tributos. (7)

mem e as fôrças da natureza,

inclutável de sua adaptação às novas maneiras de viver e produzir. Tao grandes são as perspectivas, no campo

ola bem compreenda esta irrecusável

empréstimo, desfazendo.ilusões que a

de títulos de dívida pública, sem uma

do de maneira profunda o sis tema de relações entre o ho

realidade, a fim de que, dissipadas as falsas noções correntes, possa a admi

íl) — Conferência pronunciada em 21-11-47 na Biblioteca Municipal, a con

mesmo a ditar, em algumas leis norteamericanas, a proibição de lançamento

O INÍCIO da era atômica, alteran

contribuintes sòbre os reais efeitos fi

tribuintes esses inevitáveis efeitos do

tras razões de ordem financeira, chega

(da Universidade do Brasil)

nanceiros de encargos administrativos

ções fiscais.

O propósito de fazer sentir aos con

Sociologiapor L. das Invenções A. Costa Pinto

da técnica, rasgadas pela libertação da cem ser as possibilidades imediatas e pacíficas de transformar os padrões de convivência humana, de modo a pode

rem controlar seus efeitos sociais, dirigindo-os' no sentido do bem-estar da humanidade.

Em verdade, o processo não é mais do que a reprodução, em escala macros cópica, de um fenômeno comum na

dinâmica cultural; entretanto, a demo

mento e a propagação das invenções é ciedade que resultou da chamada re volução industrial", o surgimento de invenções, sua multiplicação e os efeitos não" raro revolucionários que e.\ercem so

bre a vida social é um traço marcante

da quadra de civilização que vivemos. A sociologia, que em certo sentido não é mais do que o tratamento cien

tífico dêstes problemas que fazem a tortura da vida diária do homem da

rua, encontra nesses problemas um largo tema onde aplicar algumas de suas hi

póteses fundamentais de estudo e pes quisa. ^ ^ ^

ra em sincronizar o ritmo do progresso

■ Desde que o homem interpôs entre

social com o ritmo do progresso material, à proporção que acumula os problemas a

é sempre uma parte da natureza que o

serem resolvidos, aumenta, paralelamen te, a gravidade das soluções.

De há muito que sociólogos têm vol tado .sua atenção para a análise dos efei

êle e o meio físico o instrumento - que homem volta contra a própria natnreza com o fim de dominá-la e controlá-la

- o poder de expansão da cultura hu mana multipHcou-se imensamente.

E

tos sociais das invenções, interêsse que

se tem multiplicado nas últimas .décadas.

O ritmo da mudança cultural e social do

mundo

moderno

vê-se

acelerado

grandemente pelo surgimento de inven ções e descobertas que ^alteram, às vêzes totalmente, os modos dos homens fazerem as coisas, o sistema de rela

O professor Costa Finto entende, e com

razão, que os problemas brasileiros da atualidade só poderão ser entidades à luz da sociologia das invenções, dado o início da era atômica. i


n 44

a qual, com o caráter tie influência de

ordem geral, não pode ser descurada na apreciação dos efeitos dessa receita

extraordinária sôbre a geração contem

porânea do empréstimo. Ademais, de qualquer .forma, ela põe à mostra a complexidade do problema, assinalando a leviandade com que muitas vezes se critica a administração por não se uti-

lizar mais largamente de empréstimos

^ na realização de suas obras, como se constituíssem ê!es uma fórmula capaz de prescindir dos recursos tributários ou

de assegurar a imunidade ao patrimônio dos atuais contribuintes, com inteira abstração dos múltiplos reflexos da vida econômica da coletividade.

Devem os contribuintes compreender que os empréstimos também envolvem

encargos que eles próprios terão de su portar, pois, além dos efeitos acima in

dicados, os ônus da respectiva amorti zação e juros exigirão imediatas onera-

DiGESTO Ecoxómico

letívidacle, O empréstimo coiistílui um

processo técnico cuja aplícaçuo .se deve nortear exclusivamente pelas conveniên cias dc ordem administrativa ou finan

ceira, de conformidade com a boa orien

tação cientifica, jamais se justificando a sua conversão em expediente dc mistifi

cação política, tendente a iludir os aluais assumidos.

Atendendo às suas despesas com tri

butação ou com empréstimos, é sempre da coletividade que o poder público irá

obter os necessários recursos. Urge que

dos processos financeiros na solução dos seus problemas administrativos.

respeito possam subsistir, abado a ou

baseia.

A opção pelo empréstimo, portanto, na solução dos problemas da despesa pública, não pode ser fundada na ilu sória suposição de menor gravame à co-

cipais, e na qual o presente artigo se (2) ~ GRAZIANI. A., in Primo Tratta-

to Completo di Diritto Amminlstrativo Italiano. V. E. Orlando, ed. 1902, vol. XI, pág 553.

(3) _■ bUEHLER. Publlc Finance, ed.

1940, pág. 727. (4) — SHIRRAS, G. Findlay, Public Finance, ed. 1936, pág. 162. (5) — BUCK, A. E., Municipal Finance, ed.

1937, págs. 473/474.

(6) — MORSELLI, Emanuele, Corso di Scienza delia Finanza Publica, ed. 1939, págs. 495-497.

(7) — King, Clyde L., Publlc Finance, ed. 1935, pág. 554.

conseqüentemente, o quadro cultural em que se estabelecem as relações dos ho mens e dos grupos entre si. Na histó ria da civilização humana o apareci

dominantes de organização social e de

um fenômeno importante na transfor mação histórica; hoje, porém, na so

cultura levantam contra a necessidade

energia nuclear, quanto diminutas pare

uma mais adequada e racional escolha

ções entre os homens e o meio físico e,

vem gerando traumatismos de

tüda ordem no plano das relações so ciais, pela resistôncia que as fonnas pre

nistração pública, sem o risco de incon venientes reações psicológicas, adotar

vite da Associação dos Lançadores Muni

correspondente e simultânea criação ou aumento dé tributos. (7)

mem e as fôrças da natureza,

inclutável de sua adaptação às novas maneiras de viver e produzir. Tao grandes são as perspectivas, no campo

ola bem compreenda esta irrecusável

empréstimo, desfazendo.ilusões que a

de títulos de dívida pública, sem uma

do de maneira profunda o sis tema de relações entre o ho

realidade, a fim de que, dissipadas as falsas noções correntes, possa a admi

íl) — Conferência pronunciada em 21-11-47 na Biblioteca Municipal, a con

mesmo a ditar, em algumas leis norteamericanas, a proibição de lançamento

O INÍCIO da era atômica, alteran

contribuintes sòbre os reais efeitos fi

tribuintes esses inevitáveis efeitos do

tras razões de ordem financeira, chega

(da Universidade do Brasil)

nanceiros de encargos administrativos

ções fiscais.

O propósito de fazer sentir aos con

Sociologiapor L. das Invenções A. Costa Pinto

da técnica, rasgadas pela libertação da cem ser as possibilidades imediatas e pacíficas de transformar os padrões de convivência humana, de modo a pode

rem controlar seus efeitos sociais, dirigindo-os' no sentido do bem-estar da humanidade.

Em verdade, o processo não é mais do que a reprodução, em escala macros cópica, de um fenômeno comum na

dinâmica cultural; entretanto, a demo

mento e a propagação das invenções é ciedade que resultou da chamada re volução industrial", o surgimento de invenções, sua multiplicação e os efeitos não" raro revolucionários que e.\ercem so

bre a vida social é um traço marcante

da quadra de civilização que vivemos. A sociologia, que em certo sentido não é mais do que o tratamento cien

tífico dêstes problemas que fazem a tortura da vida diária do homem da

rua, encontra nesses problemas um largo tema onde aplicar algumas de suas hi

póteses fundamentais de estudo e pes quisa. ^ ^ ^

ra em sincronizar o ritmo do progresso

■ Desde que o homem interpôs entre

social com o ritmo do progresso material, à proporção que acumula os problemas a

é sempre uma parte da natureza que o

serem resolvidos, aumenta, paralelamen te, a gravidade das soluções.

De há muito que sociólogos têm vol tado .sua atenção para a análise dos efei

êle e o meio físico o instrumento - que homem volta contra a própria natnreza com o fim de dominá-la e controlá-la

- o poder de expansão da cultura hu mana multipHcou-se imensamente.

E

tos sociais das invenções, interêsse que

se tem multiplicado nas últimas .décadas.

O ritmo da mudança cultural e social do

mundo

moderno

vê-se

acelerado

grandemente pelo surgimento de inven ções e descobertas que ^alteram, às vêzes totalmente, os modos dos homens fazerem as coisas, o sistema de rela

O professor Costa Finto entende, e com

razão, que os problemas brasileiros da atualidade só poderão ser entidades à luz da sociologia das invenções, dado o início da era atômica. i


46

o equipamento anatômico do homem —

animal portador de cultura — a mão, os olhos, os ouvidos, a fôrça muscular, a capacidade de deslocar-se, de produ zir, de fixar e transmitir emoções e idéias, de gerar e satisfazer necessidades — tudo aumentou extraordinariamente por via do desenvohdmento da técni

ca, que é o rneio artificial interposto

1^ pelo homem entre êle e a natureza. H Então, a capacidade humana de mo-

^ dificar o meio para nele adaptar-se foi diferenciando cada vez mais a vida so

cial humana, do que se passa nos ní veis vegetal e animal de associação, em

que o ser vivo se transforma para adap tar-se ao meio cultural, ao invés, como o homem, de criar o meio artificial de

Digesto EcoNÓívnco

camente, entretanto, o conceito de in

venção, ao contrário, não indica o pro

tido, a mudança cultural, de um modo muito menos ocasional do que superfi

do modo como ela foi alterada até então

cialmente se pensa.

têm o poder quase mágico de tirar al

e do que resta, c é possível, em cada momento, fazer para levar aquela ordem

guma coisa do nada.

Em verdade, encarando-se as inven

ções dentro do processo mais amplo da mudança social e cultural, verifica-

se que as invenções em regra resultam

da conjugação de dois fatôres:

a) a

possibüidade cultural de inventar e b) a ^< cessidade social do que se inventa. Se assim e. as invenções, sociològicamente entendidas, deixam de ser produ to arbitrário para aparecerem como al terações que se operam na sociedade e na cultura, que elas mesmas condicio nam e determinam no processo constan

te de acumulação e transformação de seus produtos históricos.

Quando se diz que a invenção resulta

trabalho, de sua mera condição vege-

sempre da possibilidade cultural de in

tativa.

ventar - indica-se com isto que as invenções só se concretizam e comple

sob êsse ângulo, evidencia-se mais do que nunca o seu caráter acumulativo:

cada geração não parte da estaca zero da civilização para criar cultura; a he rança cultural, socialmente transmitida, permite a acumulação de experiências,

de técnicas, de idéias que fazem de

quem, orientando, nesse ou naquele sen

causai qvic existe entre os fenômenos,

singular pela qual a natureza toma cons

Por outro lado, analisada a cultura

temático das causalidades, que lhe per

duto de estalos" que ocorrem ine.vplicàvelmente na cabeça dos inventores, ge ralmente encarados como pessoas cjue

que se serve para dominar o meio fí sico. Parte da natureza, o homem pas sou a ser, como já foi dito, aquela parte ciência de si mesma e liberta-se, pelo

47

Dicesto EcoNÓNnco

tam quando o patrimônio cultural exis tente fornece o material necessário ao progresso que a invenção representa; nao é, portanto, por mera coincidên

cia que cada invenção surge neste ou naquele momento: o memento possível das invenções surgirem é determinado,

cada avanço da sociedade e da cultura

em grande parte, pela cultura já existen

;

o resultado da acumulação de uma gran-

;

de experiência social humana de gera ções que se sucedem.

te, que dá os materiais, rasga as pers pectivas e indica o máximo ponto já atingido pela evolução, possibilitando,

Desse modo, compreende-se porque o significado sociológico da palavra in-

aquele elo na corrente cultural que as

desse modo, que se acrescente mais

I

menção se distingue do seu conceito

. ^

etimológico, com que usamos a expressão na linguagem corrente. Comumen-

' I

te emprega-se a palavra invenção para siste, principalmente, numa intensa per indicar o aparecimento súbito e ines cepção do mundo exterior ou, na expres perado de algo mecânico. Sociològi- são de Brinkmann, no conhecimento sis-

invenções representam e formam. Nes se sentido, como indicava Gabriel Tar de, o papel do indivíduo inventor con

mita uma noção perfeita da ordem pela intervenção consciente do homem

O modo como opera na realidade esta

fórmula geral das invenções: possibili

ou de aplicações a um ponto mais á

dade cultural -j- necessidade social = invenção, é obser\'ado com rela tiva facilidade quando a evolução

frente.

cultural, em certos momentos, atinge

de conhecimentos, de idéias, do técnicas

Outra não é a razão pela qual as

pontos básicos e surgem as chamadas

invenções são sempre obra de técnicos e especialistas no campo particular em que elas surgem: isto acontece porque,

invenções-chaves, que abrem uma

sendo as invenções, em grande parte,

foi encontrada a possibilidade do vôo

função da cultura existente, o avanço

do mais pesado que o ar, e inaugurou-se

rie de novas invenções decorrentes da

primeira. Assim, por exemplo, quando

precisa ser perfeita

a era da aviação, uma série de ou

mente

tras invenções con

cultural já atingido conhecido

e

seqüentes surgiram explorando o mesmo princípio fundamen tal e objetivando

manejado, pois daí é que se

vai partir

para as possibilida des de novas inven

aperfeiçoar, desen

ções.

volver,

Assim como o pa'tiimônio cultural já

e

aplicação da inven-

existente — também u necessidade, como geralmente se diz, ó a mãe das inven

ções. De fato, não só a possibili dade cultural condiciona a invenção,

adaptar

alargar o campo de ção-chave. A suces são de inventos no

campo da aeronáuti ca decorreu da invenção inicial da pró

pria aeronáutica e está tôda ela depen

mas também a necessidade social do

dente desta invenção-chave, sem a qual

que se inventa é fator decisivo no es

tôda a série não teria nem possibilidade

tímulo, na direção e no condicionamen to do processo inventivo.

de existir.

Em cada época, em cada estágio da evolução cultural, as situações sociais concretas revelam a carência em que

Hoje a cultura humana defronta si tuação semelhante: depois que se atin

giu a possibilidade de libertar a energia intra-atòmica é possível a qualquer um

se encontram de mudanças neste ou

prever e imaginar — e muito especial

naquele setor de cultura e essa necessi dade social do que se inventa é o outro fator que, conjugado com o pri

o campo que a cultura tem diante de

meiro, cria as condições ótimas para

que as invenções surjam e se multipli

mente isto é possível para os físicos si e que deve em seguida percorrer,

aplicando, aperfeiçoando, dirigindo e adaptando a energia atômica aos va-


46

o equipamento anatômico do homem —

animal portador de cultura — a mão, os olhos, os ouvidos, a fôrça muscular, a capacidade de deslocar-se, de produ zir, de fixar e transmitir emoções e idéias, de gerar e satisfazer necessidades — tudo aumentou extraordinariamente por via do desenvohdmento da técni

ca, que é o rneio artificial interposto

1^ pelo homem entre êle e a natureza. H Então, a capacidade humana de mo-

^ dificar o meio para nele adaptar-se foi diferenciando cada vez mais a vida so

cial humana, do que se passa nos ní veis vegetal e animal de associação, em

que o ser vivo se transforma para adap tar-se ao meio cultural, ao invés, como o homem, de criar o meio artificial de

Digesto EcoNÓívnco

camente, entretanto, o conceito de in

venção, ao contrário, não indica o pro

tido, a mudança cultural, de um modo muito menos ocasional do que superfi

do modo como ela foi alterada até então

cialmente se pensa.

têm o poder quase mágico de tirar al

e do que resta, c é possível, em cada momento, fazer para levar aquela ordem

guma coisa do nada.

Em verdade, encarando-se as inven

ções dentro do processo mais amplo da mudança social e cultural, verifica-

se que as invenções em regra resultam

da conjugação de dois fatôres:

a) a

possibüidade cultural de inventar e b) a ^< cessidade social do que se inventa. Se assim e. as invenções, sociològicamente entendidas, deixam de ser produ to arbitrário para aparecerem como al terações que se operam na sociedade e na cultura, que elas mesmas condicio nam e determinam no processo constan

te de acumulação e transformação de seus produtos históricos.

Quando se diz que a invenção resulta

trabalho, de sua mera condição vege-

sempre da possibilidade cultural de in

tativa.

ventar - indica-se com isto que as invenções só se concretizam e comple

sob êsse ângulo, evidencia-se mais do que nunca o seu caráter acumulativo:

cada geração não parte da estaca zero da civilização para criar cultura; a he rança cultural, socialmente transmitida, permite a acumulação de experiências,

de técnicas, de idéias que fazem de

quem, orientando, nesse ou naquele sen

causai qvic existe entre os fenômenos,

singular pela qual a natureza toma cons

Por outro lado, analisada a cultura

temático das causalidades, que lhe per

duto de estalos" que ocorrem ine.vplicàvelmente na cabeça dos inventores, ge ralmente encarados como pessoas cjue

que se serve para dominar o meio fí sico. Parte da natureza, o homem pas sou a ser, como já foi dito, aquela parte ciência de si mesma e liberta-se, pelo

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Dicesto EcoNÓNnco

tam quando o patrimônio cultural exis tente fornece o material necessário ao progresso que a invenção representa; nao é, portanto, por mera coincidên

cia que cada invenção surge neste ou naquele momento: o memento possível das invenções surgirem é determinado,

cada avanço da sociedade e da cultura

em grande parte, pela cultura já existen

;

o resultado da acumulação de uma gran-

;

de experiência social humana de gera ções que se sucedem.

te, que dá os materiais, rasga as pers pectivas e indica o máximo ponto já atingido pela evolução, possibilitando,

Desse modo, compreende-se porque o significado sociológico da palavra in-

aquele elo na corrente cultural que as

desse modo, que se acrescente mais

I

menção se distingue do seu conceito

. ^

etimológico, com que usamos a expressão na linguagem corrente. Comumen-

' I

te emprega-se a palavra invenção para siste, principalmente, numa intensa per indicar o aparecimento súbito e ines cepção do mundo exterior ou, na expres perado de algo mecânico. Sociològi- são de Brinkmann, no conhecimento sis-

invenções representam e formam. Nes se sentido, como indicava Gabriel Tar de, o papel do indivíduo inventor con

mita uma noção perfeita da ordem pela intervenção consciente do homem

O modo como opera na realidade esta

fórmula geral das invenções: possibili

ou de aplicações a um ponto mais á

dade cultural -j- necessidade social = invenção, é obser\'ado com rela tiva facilidade quando a evolução

frente.

cultural, em certos momentos, atinge

de conhecimentos, de idéias, do técnicas

Outra não é a razão pela qual as

pontos básicos e surgem as chamadas

invenções são sempre obra de técnicos e especialistas no campo particular em que elas surgem: isto acontece porque,

invenções-chaves, que abrem uma

sendo as invenções, em grande parte,

foi encontrada a possibilidade do vôo

função da cultura existente, o avanço

do mais pesado que o ar, e inaugurou-se

rie de novas invenções decorrentes da

primeira. Assim, por exemplo, quando

precisa ser perfeita

a era da aviação, uma série de ou

mente

tras invenções con

cultural já atingido conhecido

e

seqüentes surgiram explorando o mesmo princípio fundamen tal e objetivando

manejado, pois daí é que se

vai partir

para as possibilida des de novas inven

aperfeiçoar, desen

ções.

volver,

Assim como o pa'tiimônio cultural já

e

aplicação da inven-

existente — também u necessidade, como geralmente se diz, ó a mãe das inven

ções. De fato, não só a possibili dade cultural condiciona a invenção,

adaptar

alargar o campo de ção-chave. A suces são de inventos no

campo da aeronáuti ca decorreu da invenção inicial da pró

pria aeronáutica e está tôda ela depen

mas também a necessidade social do

dente desta invenção-chave, sem a qual

que se inventa é fator decisivo no es

tôda a série não teria nem possibilidade

tímulo, na direção e no condicionamen to do processo inventivo.

de existir.

Em cada época, em cada estágio da evolução cultural, as situações sociais concretas revelam a carência em que

Hoje a cultura humana defronta si tuação semelhante: depois que se atin

giu a possibilidade de libertar a energia intra-atòmica é possível a qualquer um

se encontram de mudanças neste ou

prever e imaginar — e muito especial

naquele setor de cultura e essa necessi dade social do que se inventa é o outro fator que, conjugado com o pri

o campo que a cultura tem diante de

meiro, cria as condições ótimas para

que as invenções surjam e se multipli

mente isto é possível para os físicos si e que deve em seguida percorrer,

aplicando, aperfeiçoando, dirigindo e adaptando a energia atômica aos va-


If-fF,.-

Ví-f!

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48

DiCESTo Econômico

riados usos e empregos na produção de utilidades, nos transportes, .na medici na etc. A necessidade social mais pre mente e imediata no momento em que se atingiu a invenção atômica era seu emprego na guerra e por isso — e não por mera coincidência — a bomba atô

I

'Ti. v-* «'

mesmas condições. E, como este.s, inú meros Outros exemplos poderiam ser

O professor Krocber c a professora

porém, a necessidade social mais deci

mas semelliantes, uma espccíe de sincro nização espontânea do espírito inven

sa de energia cósmica para usos pací tor, no campo das relações sociais, com os materiais que a história fornece, forDias de convivência internacional que impossibilitem seu emprego, aparente

mente tão desejado por alguns, para a destruição da cultura humana. O modo como na realidade e nos

fatos concretos que compõem a histó ria da cultura, ocorre a conjugação dos

tivo que indicaria, exatamente, a natu

reza culturalmente determinada que êle apresenta.

Aliás, 6 precisamente ba

seados nisto que os governos de certos países, em certos momentos, divulgam os problemas que desejam ver resolvidos no campo da técnica de produção, es

tabelecendo prêmios para aquôles que oferecerem inventos capazes de resolver esta ou aquela questão. Tornando-se

publica a necessidade social que se visa

satisfazer - estimula-se e dirige-se o rificado, também, pela simultaneidade de processo inventivo em sentido determi algumas invenções, em variados setores. nado, tal como, espontâneamerite, já fatôres sociais das invenções pode ser ve

Observa-se que, muitas invenções, fo ram consegiiidas simultâneamente por dois Ou mais indivíduos, em lugares di

ferentes, trabalhando com independêneia uns dos outros e desconhecendo, ca

da um, o esfôrço que o outro fazia para atingir o mesmo resultado. É sabido,

fazem aqueles fatôres "necessidade so cial e possibilidade cultural" já refe ridos. Nos Estados Unidos, na União

Soviética, na Inglaterra tais exemplos multiphcaram-se na última guerra. São êsses mesmos fatôres, aliás, que geram essas intermináveis discussões sôbre a

por exemplo, que Darwin e Wallace, paternidade das invenções - em que se h-abalhando independentemente, chega discute, em última análise, quem pri

ram ambos à formulação da teoria da

aviação, igualmente, teve mil pioneiros

cm todos os tempos, na realidade como na lenda, que sonharam com a possi bilidade dc imitar os pássaros; certos

D. Tliompson, cm estudos feitos sôbrc registros de patentes de invenções, ve rificaram simultaneidadcs notáveis nesse

_ sentido, bem como, cm certas épocas, a acumulação dos pedidos do rcgislro de patentes em tônio de assuntos c proble

ficos e construtivos mas também inven

de algo parecido com o submarino mo derno que navegasse sob as águas; a

apontados.

mica foi o primeiro emprego dado à nova energia que se libertou da natu reza para o controle humano. Hoje, siva é não só canalizar essa fonte imen

Dicesto Econômico

meiro foi veículo dos fatôres determi-

Origem das espécies; o mesmo declarou .nantes da invenção. É típico o exem ^agels, com relação a Morgan, com plo Santos Dumont verms Wriglit em referência a certas formulações básicas tomo da invenção do aeroplano.

do tnaterialismo bistórico; o planeta Ne- . A história das invenções fracassadas fono foi revelado, nas mesmas condições, pode fornecer, também, abundante ma por dois astrônomos que desconheciam terial de apoio a essas con.siderações que oiutuamente as pesquisas que faziam; estamos expondo. ® hipótese 'da nebulosa primitiva foi Sabe-se, por exemplo, que Leonardo Apresentada por Kant e Laplace nas da Vinci já sonhara com a possibilidade

autores de romances c novelas fantásli-

í^as especializaram-se nesse tipo de lite ratura, que c um constante desdobrar de

í

perspectivas futuras cm todos os seto

res da técnica e do engenho humano. O fato, porém, é que todas essas an tecipações inventivas, resultando da ima ginação excitada de alguns, das ambi ções ou dos desejos vagos cio outros, quando apenas resultam disso — conservam-se sempre no estado de iirojeto ntó que o avanço cultural como um -todo permita a -realização prática da possibilidade entrevista e que a função G a necessidade social exerçam estímulo o • pressão, condicionando o momento

azado do sonho tomar-se i'ealidade.

homem-inventor é dinâmico, já

i

mente o conhecimento do nexo '

>

dn cadeia de

"T'o,,o''"conhc-

■a acrescentar algo dc no •

cura cer

a ordem de causalidade que hga

os fenômenos c condição carac

os

do espirito inventivo. Nesse sen i , dir-se-ia melhor que os navegac ores n \ entaram o Novo Mundo e nao que o descobriram.. .

Embora não se possa estabelecer^ uma graduação cronológica muito np a, observa-se que a descoberta é mais ca racterística dos estados atrasados e e-m brionáiios de cultura e define um tipo elementar de relação entre o homem e o meio físico. A invenção, por outro lado, ó característico de um estado cultura mais avançado, em qiic os dados cu -

turais -ncumulados permitem manipula ções mais complexas e racionais e defi nem um tipo também mais comple.xo do relação entre o homem e o meio físico.

, Por outro lado — e isto é fundamental — como as relações entre os homens

Nesse sentido temos na história das

estão em estreita interação com as rela

invenções a história quase tôda do es

ções dos homens com a natureza e as

natureza. Em largos traços Mannheim traçou os capítulos dessa seqüência, ccnieçando por distinguir a descoberta da

tado de descoberta encontramos agre

tado de espírito do homem diante da

invenção. A descoberta seria a revelação de um

fenômeno ou situação qualquer ao es pírito humano; o estado de-espírito do bomem-descobridor é pas.sivo; a êle, inesperadamente, revela-se o funcionaniento ou a existência de um dado obje tivo ou de um nexo causai, até então

desconhecido. Nesse sentido, é mais justo

dizer-se que o homem descobriu o fogo e não que o inventou. Já a invenção pressupõe uma ativa atitude do espírito, quo investiga, pesquisa, procura. O

formas sociais e culturais que çstas assumem — é fácil concluir que no es

gações sociais elementares, relações de comunidade de extrema simplicidade;

enquanto que no estado de invenção, a complexidade das relações sociais é maior o embora a estnitura social ain

da se apresente ganglionada em estado do relativo isolamento grupai, entre elas

a divisão de trabalhos se multiplica. Não havendo, como foi dito, sucessão

cronológiQa uniforme e rígida desses es

tados t-iO;que acontece, e é tão visí

vel, é que no estado de invenção muitos

setores da cultura podem ainda encon

trar-se num estado de descoberta; pen-


If-fF,.-

Ví-f!

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DiCESTo Econômico

riados usos e empregos na produção de utilidades, nos transportes, .na medici na etc. A necessidade social mais pre mente e imediata no momento em que se atingiu a invenção atômica era seu emprego na guerra e por isso — e não por mera coincidência — a bomba atô

I

'Ti. v-* «'

mesmas condições. E, como este.s, inú meros Outros exemplos poderiam ser

O professor Krocber c a professora

porém, a necessidade social mais deci

mas semelliantes, uma espccíe de sincro nização espontânea do espírito inven

sa de energia cósmica para usos pací tor, no campo das relações sociais, com os materiais que a história fornece, forDias de convivência internacional que impossibilitem seu emprego, aparente

mente tão desejado por alguns, para a destruição da cultura humana. O modo como na realidade e nos

fatos concretos que compõem a histó ria da cultura, ocorre a conjugação dos

tivo que indicaria, exatamente, a natu

reza culturalmente determinada que êle apresenta.

Aliás, 6 precisamente ba

seados nisto que os governos de certos países, em certos momentos, divulgam os problemas que desejam ver resolvidos no campo da técnica de produção, es

tabelecendo prêmios para aquôles que oferecerem inventos capazes de resolver esta ou aquela questão. Tornando-se

publica a necessidade social que se visa

satisfazer - estimula-se e dirige-se o rificado, também, pela simultaneidade de processo inventivo em sentido determi algumas invenções, em variados setores. nado, tal como, espontâneamerite, já fatôres sociais das invenções pode ser ve

Observa-se que, muitas invenções, fo ram consegiiidas simultâneamente por dois Ou mais indivíduos, em lugares di

ferentes, trabalhando com independêneia uns dos outros e desconhecendo, ca

da um, o esfôrço que o outro fazia para atingir o mesmo resultado. É sabido,

fazem aqueles fatôres "necessidade so cial e possibilidade cultural" já refe ridos. Nos Estados Unidos, na União

Soviética, na Inglaterra tais exemplos multiphcaram-se na última guerra. São êsses mesmos fatôres, aliás, que geram essas intermináveis discussões sôbre a

por exemplo, que Darwin e Wallace, paternidade das invenções - em que se h-abalhando independentemente, chega discute, em última análise, quem pri

ram ambos à formulação da teoria da

aviação, igualmente, teve mil pioneiros

cm todos os tempos, na realidade como na lenda, que sonharam com a possi bilidade dc imitar os pássaros; certos

D. Tliompson, cm estudos feitos sôbrc registros de patentes de invenções, ve rificaram simultaneidadcs notáveis nesse

_ sentido, bem como, cm certas épocas, a acumulação dos pedidos do rcgislro de patentes em tônio de assuntos c proble

ficos e construtivos mas também inven

de algo parecido com o submarino mo derno que navegasse sob as águas; a

apontados.

mica foi o primeiro emprego dado à nova energia que se libertou da natu reza para o controle humano. Hoje, siva é não só canalizar essa fonte imen

Dicesto Econômico

meiro foi veículo dos fatôres determi-

Origem das espécies; o mesmo declarou .nantes da invenção. É típico o exem ^agels, com relação a Morgan, com plo Santos Dumont verms Wriglit em referência a certas formulações básicas tomo da invenção do aeroplano.

do tnaterialismo bistórico; o planeta Ne- . A história das invenções fracassadas fono foi revelado, nas mesmas condições, pode fornecer, também, abundante ma por dois astrônomos que desconheciam terial de apoio a essas con.siderações que oiutuamente as pesquisas que faziam; estamos expondo. ® hipótese 'da nebulosa primitiva foi Sabe-se, por exemplo, que Leonardo Apresentada por Kant e Laplace nas da Vinci já sonhara com a possibilidade

autores de romances c novelas fantásli-

í^as especializaram-se nesse tipo de lite ratura, que c um constante desdobrar de

í

perspectivas futuras cm todos os seto

res da técnica e do engenho humano. O fato, porém, é que todas essas an tecipações inventivas, resultando da ima ginação excitada de alguns, das ambi ções ou dos desejos vagos cio outros, quando apenas resultam disso — conservam-se sempre no estado de iirojeto ntó que o avanço cultural como um -todo permita a -realização prática da possibilidade entrevista e que a função G a necessidade social exerçam estímulo o • pressão, condicionando o momento

azado do sonho tomar-se i'ealidade.

homem-inventor é dinâmico, já

i

mente o conhecimento do nexo '

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dn cadeia de

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■a acrescentar algo dc no •

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a ordem de causalidade que hga

os fenômenos c condição carac

os

do espirito inventivo. Nesse sen i , dir-se-ia melhor que os navegac ores n \ entaram o Novo Mundo e nao que o descobriram.. .

Embora não se possa estabelecer^ uma graduação cronológica muito np a, observa-se que a descoberta é mais ca racterística dos estados atrasados e e-m brionáiios de cultura e define um tipo elementar de relação entre o homem e o meio físico. A invenção, por outro lado, ó característico de um estado cultura mais avançado, em qiic os dados cu -

turais -ncumulados permitem manipula ções mais complexas e racionais e defi nem um tipo também mais comple.xo do relação entre o homem e o meio físico.

, Por outro lado — e isto é fundamental — como as relações entre os homens

Nesse sentido temos na história das

estão em estreita interação com as rela

invenções a história quase tôda do es

ções dos homens com a natureza e as

natureza. Em largos traços Mannheim traçou os capítulos dessa seqüência, ccnieçando por distinguir a descoberta da

tado de descoberta encontramos agre

tado de espírito do homem diante da

invenção. A descoberta seria a revelação de um

fenômeno ou situação qualquer ao es pírito humano; o estado de-espírito do bomem-descobridor é pas.sivo; a êle, inesperadamente, revela-se o funcionaniento ou a existência de um dado obje tivo ou de um nexo causai, até então

desconhecido. Nesse sentido, é mais justo

dizer-se que o homem descobriu o fogo e não que o inventou. Já a invenção pressupõe uma ativa atitude do espírito, quo investiga, pesquisa, procura. O

formas sociais e culturais que çstas assumem — é fácil concluir que no es

gações sociais elementares, relações de comunidade de extrema simplicidade;

enquanto que no estado de invenção, a complexidade das relações sociais é maior o embora a estnitura social ain

da se apresente ganglionada em estado do relativo isolamento grupai, entre elas

a divisão de trabalhos se multiplica. Não havendo, como foi dito, sucessão

cronológiQa uniforme e rígida desses es

tados t-iO;que acontece, e é tão visí

vel, é que no estado de invenção muitos

setores da cultura podem ainda encon

trar-se num estado de descoberta; pen-


50

Dicesto Econó^qco

sando racionalmente quanto ao átomo, por exemplo, e irracionalmente quanto

cultura não-material permiHrá que o controle das forças naturais .signifique

ao seu uso social e seu empiêgo eco

e se acompanhe, igualmente, de um

nômico.

controle das fôrças sociais que as in

No estado de invenção, do qual ape nas começamos a sair na quadra da

civilização em que vivemos, as inven ções, principalmente mecânicas, dirigi

I des imediatas e tendo sua orientação das no sentido de satisfazer necessida

subordinada, principalmente, ao espíri to de conquista e de lucro, e sendò ma nipuladas concretamente não pela ou

venções estimulam e libertam; então as várias partes da cultura não mar

conduz e se beneficia das mudan-

ças culturais que as invenções ^ acarretam e engendram.

Nada

mais comum, em nossa etapa de

civilização, do que isso que cos tumam chamar "os maléficios do pro

Não raro, dentro de uma estrutura, as

mesmas situações fundamentais geram necessidades sociais que se dirigem em sentidos diametralmente antagônicos — o que só se "revela pela análise das es

de ser conscientemente sentida e per

social á propagação das invenções e de

cebida por todos os indivíduos envolvi dos na situação social considerada. Em

seus efeitos, que nos poucos se trans forma em resistência consciente e deli

verdade, é geralmente o contrário o

berada aos resultados futuros, e prová

tores do processo natural e biológico. * SÍS

Ademais, a necessidade social referida

não precisa, para que e.xista e funcio

processo social, é resultado direto e

no como estímulo ao processo inventivo,

característico ila resistência da ordem

que acontece.

Como é sabido, existe uma unidade

veis de mudanças imediatas e certas —

que se deseja aproveitar, umas, e com-

Por êsses caminhos vamos proíetarnos em cheio no campo dos problemas

essencial e estreita entre todos os as

sociais contemporâneos e, em particular naqueles que caracterizam a sociedade

pectos e setores da organização social e

Em nossa sociedade brasileira, margi

da cultura, de modo que as alterações

nalizada entre um passado patriarcal e

produzidas em um dêsses setores tarde

agnirio e um iúturo industrial nem sem pre límpido, inúmeros exemplos disso

brasileira.

Observa-se, com relativa faci lidade, que as invenções não cos tumam ser introduzidas numa cul tura de um jacto e sem encontrar resistências. Maior ou menor há

sempre, no estado social em que nos encontramos, uma certa resistência da

cultura existente à introdução de fatôres novos capazes de alterar a inér

ou cedo repercutem desta ou daquela forma, em outras esferas da vida so cial. Essa unidade, unidade essencial

sôbre a qual repousa a própria possi bilidade de um estudo cientírico da so

ciedade, ó fator básico na explicação das resistências que a cultura existente sem pre opõe à introdução de novos fatôres de mudança cultural e das reper

cussões que invenções introduzidas nu-

venção), a cultura humana como um

cia das situações estabelecidas. E quan do essa inércia se'multiplica, transfor

todo está penetrando numa fase de Flcnnen (planificaçâo), em que as de

mando-se em ossificação. é exatamente neste momento que se destacam, de

óo ponto em - que o impacto inicial se

modo vivido, sob a solidez aparente, os sinais da dissolução.

Aparentemente, essa verificação con trariaria aquela' anteriormente referida,

segundo a qual as invenções sempre correspondem, e satisfazem, necessida

seus p'anos, de modo que o homem

des sociais.

possa ser agente e não apenas paciente

contradição é apenas aparente. A ne

Em verdade, porém, a

do processo de mudança cultural e so

cessidade social, em verdade, não pre

cial.

cisa ser obrigatòriamente, uniforme e igual, de tôda a sociedade e de todos os grupos e classes que a compõem.

Então, a coordenação das invenções tanto na cultura material quanto na

valência e a indecisão das ideologias diante dessas situações de dupla, ou múltipla, alternativa, que surgem no

conscientemente do processo histórico ventura que já alcançou em muitos se

Daí falar o grande sociólogo, recente mente falecido, que após o estado de Finden (descoberta) e de Erfinden (in

harmônica da vida social em todos os

so manifesta visível e não raro a ambi

charão cada uma o seu caminho inde pendente, não raro antagônico e o ho mem terá a possibilidade de participar

gresso"...

formações e os traumatismos gerados na organização social e na cultura pelo caráter a-social, ou mesmo anti-social, de certas invenções terá de ser evi tado ou controlado pela planificaçâo

pretendem conservar inalterado e in tangível. De todos os modos, êsse problema

truturas e não das intenções.

para a sociedade e sim por e para al

guns de seus grupos — vemos como são geradas certas disformidades na organi zação social e na cultura, pois é sempre o interesse predominante de um grupo — ou o interesse de um grupo predomi nante — que estimula, orienta,

51

DiGESTo Econômico

batet, outras.

podem ser encontrados, gerando proble mas e clamando por soluções. De resto, a história social do capita

lismo indica exemplificação abundante sôbre o tema. O luddismo, na Ingla terra, movimento contra a introdução de invenções mecânicas que vinam destruir as bases da economia artezanal, é um

caso que se reproduziu e reproduz, com

ma esfera da sociedade provocam em

maior ou menor intensidade, em tôda

Outras esferas aparentemente distantes

parte onde a revolução industrial se pro paga. Assim a destruição do primeiro

revelou.

Escusado é dizer que os grupos en

barco a vap<ir que tentou atravessar o

Sena, feita pelos barqueiros que pre

volvidos numa situação social concreta

viam sua mina em conseqüência da

nem sempre têm essa noção exata da interdependência da vida social, o que resulta na criação de problemas de na tureza grave. Muitas vêzes encontramos

inovação.

certos grupos proclamarem a conveniên cia e a necessidade de introduzir certas

É tôda uma estrutura social, econômica,

cultural e psicológica, todo um estado de civilização, que resiste aos fatòres de mudança surgidos num ponto e que cedo se propagam por tôdas as esferas da

alterações numa esfera social e, ao mes

vida social, construindo sôbre as cinzas

mo tempo, lamentarem e combaterem as fatais repercussões que .isto determina

de uma época os alicerces de outra.

rá noutro setor da vida social que

ordem, e por certo mais freqüente nos

Fato semelhante, ainda que de outra


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Dicesto Econó^qco

sando racionalmente quanto ao átomo, por exemplo, e irracionalmente quanto

cultura não-material permiHrá que o controle das forças naturais .signifique

ao seu uso social e seu empiêgo eco

e se acompanhe, igualmente, de um

nômico.

controle das fôrças sociais que as in

No estado de invenção, do qual ape nas começamos a sair na quadra da

civilização em que vivemos, as inven ções, principalmente mecânicas, dirigi

I des imediatas e tendo sua orientação das no sentido de satisfazer necessida

subordinada, principalmente, ao espíri to de conquista e de lucro, e sendò ma nipuladas concretamente não pela ou

venções estimulam e libertam; então as várias partes da cultura não mar

conduz e se beneficia das mudan-

ças culturais que as invenções ^ acarretam e engendram.

Nada

mais comum, em nossa etapa de

civilização, do que isso que cos tumam chamar "os maléficios do pro

Não raro, dentro de uma estrutura, as

mesmas situações fundamentais geram necessidades sociais que se dirigem em sentidos diametralmente antagônicos — o que só se "revela pela análise das es

de ser conscientemente sentida e per

social á propagação das invenções e de

cebida por todos os indivíduos envolvi dos na situação social considerada. Em

seus efeitos, que nos poucos se trans forma em resistência consciente e deli

verdade, é geralmente o contrário o

berada aos resultados futuros, e prová

tores do processo natural e biológico. * SÍS

Ademais, a necessidade social referida

não precisa, para que e.xista e funcio

processo social, é resultado direto e

no como estímulo ao processo inventivo,

característico ila resistência da ordem

que acontece.

Como é sabido, existe uma unidade

veis de mudanças imediatas e certas —

que se deseja aproveitar, umas, e com-

Por êsses caminhos vamos proíetarnos em cheio no campo dos problemas

essencial e estreita entre todos os as

sociais contemporâneos e, em particular naqueles que caracterizam a sociedade

pectos e setores da organização social e

Em nossa sociedade brasileira, margi

da cultura, de modo que as alterações

nalizada entre um passado patriarcal e

produzidas em um dêsses setores tarde

agnirio e um iúturo industrial nem sem pre límpido, inúmeros exemplos disso

brasileira.

Observa-se, com relativa faci lidade, que as invenções não cos tumam ser introduzidas numa cul tura de um jacto e sem encontrar resistências. Maior ou menor há

sempre, no estado social em que nos encontramos, uma certa resistência da

cultura existente à introdução de fatôres novos capazes de alterar a inér

ou cedo repercutem desta ou daquela forma, em outras esferas da vida so cial. Essa unidade, unidade essencial

sôbre a qual repousa a própria possi bilidade de um estudo cientírico da so

ciedade, ó fator básico na explicação das resistências que a cultura existente sem pre opõe à introdução de novos fatôres de mudança cultural e das reper

cussões que invenções introduzidas nu-

venção), a cultura humana como um

cia das situações estabelecidas. E quan do essa inércia se'multiplica, transfor

todo está penetrando numa fase de Flcnnen (planificaçâo), em que as de

mando-se em ossificação. é exatamente neste momento que se destacam, de

óo ponto em - que o impacto inicial se

modo vivido, sob a solidez aparente, os sinais da dissolução.

Aparentemente, essa verificação con trariaria aquela' anteriormente referida,

segundo a qual as invenções sempre correspondem, e satisfazem, necessida

seus p'anos, de modo que o homem

des sociais.

possa ser agente e não apenas paciente

contradição é apenas aparente. A ne

Em verdade, porém, a

do processo de mudança cultural e so

cessidade social, em verdade, não pre

cial.

cisa ser obrigatòriamente, uniforme e igual, de tôda a sociedade e de todos os grupos e classes que a compõem.

Então, a coordenação das invenções tanto na cultura material quanto na

valência e a indecisão das ideologias diante dessas situações de dupla, ou múltipla, alternativa, que surgem no

conscientemente do processo histórico ventura que já alcançou em muitos se

Daí falar o grande sociólogo, recente mente falecido, que após o estado de Finden (descoberta) e de Erfinden (in

harmônica da vida social em todos os

so manifesta visível e não raro a ambi

charão cada uma o seu caminho inde pendente, não raro antagônico e o ho mem terá a possibilidade de participar

gresso"...

formações e os traumatismos gerados na organização social e na cultura pelo caráter a-social, ou mesmo anti-social, de certas invenções terá de ser evi tado ou controlado pela planificaçâo

pretendem conservar inalterado e in tangível. De todos os modos, êsse problema

truturas e não das intenções.

para a sociedade e sim por e para al

guns de seus grupos — vemos como são geradas certas disformidades na organi zação social e na cultura, pois é sempre o interesse predominante de um grupo — ou o interesse de um grupo predomi nante — que estimula, orienta,

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DiGESTo Econômico

batet, outras.

podem ser encontrados, gerando proble mas e clamando por soluções. De resto, a história social do capita

lismo indica exemplificação abundante sôbre o tema. O luddismo, na Ingla terra, movimento contra a introdução de invenções mecânicas que vinam destruir as bases da economia artezanal, é um

caso que se reproduziu e reproduz, com

ma esfera da sociedade provocam em

maior ou menor intensidade, em tôda

Outras esferas aparentemente distantes

parte onde a revolução industrial se pro paga. Assim a destruição do primeiro

revelou.

Escusado é dizer que os grupos en

barco a vap<ir que tentou atravessar o

Sena, feita pelos barqueiros que pre

volvidos numa situação social concreta

viam sua mina em conseqüência da

nem sempre têm essa noção exata da interdependência da vida social, o que resulta na criação de problemas de na tureza grave. Muitas vêzes encontramos

inovação.

certos grupos proclamarem a conveniên cia e a necessidade de introduzir certas

É tôda uma estrutura social, econômica,

cultural e psicológica, todo um estado de civilização, que resiste aos fatòres de mudança surgidos num ponto e que cedo se propagam por tôdas as esferas da

alterações numa esfera social e, ao mes

vida social, construindo sôbre as cinzas

mo tempo, lamentarem e combaterem as fatais repercussões que .isto determina

de uma época os alicerces de outra.

rá noutro setor da vida social que

ordem, e por certo mais freqüente nos

Fato semelhante, ainda que de outra


,"TíW. ■

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DlGESTO EcONÓNnco

nossos dias, tem sido a resislência às

...vençoes e à roudanía cultural p^r

^Lhtííida pelaTánuina"'''''' ''"d''

pos es^oe™social p? ■Srdo^atT™ certaclueçituaçap e econômica c que mststem às invenções

de entar que sua propagação altere a

posição vantajosa de que. desfrutam. O anseio, então, de isolar as relações so

ciais dos efeitos do que ocorre na es fera econômica canaliza-se de várias

fo^as subJimando-se, não raro, nos

deJinos da violência organizada. Trata-se, de qualquer modo, de -asse

gurar a vantagem imediata mesmo à

custa do benefício futuro.

Artificiali-

liticamente militante. Na vi^la social as interdependências são intrínsecas e os processos são incoercívcis; nao r;yo

Vnfiumcca ínçpíêda por Otávio TAnQuÍNio de Sousa

o mais nítido resultado dessas resistên

cias que a ordem social opõe a mudança ó a precipitação, em determinado mo mento, do que devera ter ocorrido num intervalo de tempo maior. Outra nao é

meira mão, o intcrcssunlc estudo do nosso prezado colaborador Otávio

a diferença entre evolução e revolução.

Tnrqutnio de Sousa.

Dôsse modo, é o próprio poder de

conter ou restringir a mudança social cialmente dominante de atrasar seu pro

OuE é o ensaio? Sob esse nonic o que ^ mais comumcnte existe bojo é o es tudo, a monografia que esgota detor-

cesso normal de transformação, maior

'■ninado assunto dentre de linhas mais

que vai definir o seu limite, o quanto maior a capacidade de uma situação so

Ou menos rígidas e de regras prees-

será, e mais profunda, a transformação

tabelecidas.

Ou então c o trabalho di

za-sc, ^então, o ritmo da mudança so

subseqüente.

cial a tim de evitar que mudanças brus

cas gerem desajustamentos e os reajusta-

belecidas aos efeitos sociais da.s inven

dático, que assenta em conhecimentos geralmente aceitos e em que cabe no

mentos conseqüentes.

ções representam grande fonte de pro blemas na sociedade contemporãneaj

sistematizá-los para melhor compreensão

Evidentemente, êsse poder de isolar os

efeitos da mudança social e sustar os

efeitos culturais das invenções, tem um

limite.

Estranho país, por exemplo,

seria êste que conseguisse industriali zar-se sem formar, no próprio processo

de industrialização, um proletariado po-

!BhúMÍ

Essas resistências das situações esta

autor apenas o csfôvço de ordená-los ou

dos com a obra,-prima que é Oasa

Grande e Senzala.

Ensaio na mellior

si<»nificação, e com originalidade, força,

simplicidade, naturalidade, dom dc des

cobrir a.spectos novos, de fixar a nota humana, de interessar nos leitores não só as idéias como os sentimentos.

Re-

piln-se para logo qualquer tentação de ligar a Iuto como este, de paciente pesquisa o de cautelosa interpretação so• ciológica, caráter de ro

problemas que se vão manifestar do modo mais mesperado nos mais variados

do leitor.

setores da vida social.

taigneano ou baconiano,

nação. De tal faculdade

ta de plano e o seu ritmo será o da própria vida

autor - que sem ela a

ensaio,

E estamos cer

No verdadeiro

dc

sabor

mance, de obra de imagi

mon-

haverá mna aparente fal

tos que nenhum passo poderá ser dado na compreensão dos problemas brasileiros

do nosso tempo enquanto não os anali' sarmos à luz da sociologia das invenções*

se socorre sem dú\'ida o

mais

séria

investigação

científica poderá tornar-

— homens, instituições, costumes, épocas encara-

se estéril e enfadonha;

mas é naquilo em que a imaginação representa o

pressentimento do espíri to ou a antecipação intui

se propôs Montaigne, o

lado de saber positivo

Revela-se que as autoridades governamentais brasileiras estudam com atenção

o problema da escassez de trigo e dedicam o máximo interêsse a fim de ser man tido o fonwcimento pela Argentina e pelos Estados Unidos.

quando anteriormente era de 45 pesos.

Afirma-se que o govêrno está apreciando uma fórmula que permita, na hipó

' '

creação" de que Bacon fez timbre. Só assim o ensaio surpreenderá também o

na massa de fatos, testemunhos e do

tratado

tese da compra por 60 pesos, a venda por 45 aos moinhos, dè maneira a evitar a majoração do pão. Nesse caso, o próprio govêrno contribuiria com a diferença, como cota de sacrifício do Tesouro Nacional.

não dissociado nunca do sentido de "re-

lado de aventura em que muitas vezes se dissimula o veio poético dos temas considerados friamente prosaicos, jamais desvendado na douta monografia ou no

Há possibilidade de se adquirir desde já 200 mil toneladas do produto argen tino; entretanto essa operação apresenta difictddades em decorrência do vreçO exigido, pois foi fixado em 60 pesos por quintal métrica ou sejam cem ctuilos

austero.

Neste novo livro de Gilberto Freyre — Inglêses no Brasil — surge mais um

ÍL

tiva, como queria Claude

Bernard — para captar mais sutibiente,

dos seus sumarentos ensaios, inaugura

cumentos, a por vezes esquiva verdade. A influência ou influências inglêsas no

Brasil serão porventura muito antigas.

Menos aparentes, mais distantes, de se

gunda mão, se assim se pode dizer, mas antigas. Influências através de por

tugueses que aqui chegavam já conta giados delas; influências de alguns con tatos diretos.

Porque o certo é que


,"TíW. ■

52

DlGESTO EcONÓNnco

nossos dias, tem sido a resislência às

...vençoes e à roudanía cultural p^r

^Lhtííida pelaTánuina"'''''' ''"d''

pos es^oe™social p? ■Srdo^atT™ certaclueçituaçap e econômica c que mststem às invenções

de entar que sua propagação altere a

posição vantajosa de que. desfrutam. O anseio, então, de isolar as relações so

ciais dos efeitos do que ocorre na es fera econômica canaliza-se de várias

fo^as subJimando-se, não raro, nos

deJinos da violência organizada. Trata-se, de qualquer modo, de -asse

gurar a vantagem imediata mesmo à

custa do benefício futuro.

Artificiali-

liticamente militante. Na vi^la social as interdependências são intrínsecas e os processos são incoercívcis; nao r;yo

Vnfiumcca ínçpíêda por Otávio TAnQuÍNio de Sousa

o mais nítido resultado dessas resistên

cias que a ordem social opõe a mudança ó a precipitação, em determinado mo mento, do que devera ter ocorrido num intervalo de tempo maior. Outra nao é

meira mão, o intcrcssunlc estudo do nosso prezado colaborador Otávio

a diferença entre evolução e revolução.

Tnrqutnio de Sousa.

Dôsse modo, é o próprio poder de

conter ou restringir a mudança social cialmente dominante de atrasar seu pro

OuE é o ensaio? Sob esse nonic o que ^ mais comumcnte existe bojo é o es tudo, a monografia que esgota detor-

cesso normal de transformação, maior

'■ninado assunto dentre de linhas mais

que vai definir o seu limite, o quanto maior a capacidade de uma situação so

Ou menos rígidas e de regras prees-

será, e mais profunda, a transformação

tabelecidas.

Ou então c o trabalho di

za-sc, ^então, o ritmo da mudança so

subseqüente.

cial a tim de evitar que mudanças brus

cas gerem desajustamentos e os reajusta-

belecidas aos efeitos sociais da.s inven

dático, que assenta em conhecimentos geralmente aceitos e em que cabe no

mentos conseqüentes.

ções representam grande fonte de pro blemas na sociedade contemporãneaj

sistematizá-los para melhor compreensão

Evidentemente, êsse poder de isolar os

efeitos da mudança social e sustar os

efeitos culturais das invenções, tem um

limite.

Estranho país, por exemplo,

seria êste que conseguisse industriali zar-se sem formar, no próprio processo

de industrialização, um proletariado po-

!BhúMÍ

Essas resistências das situações esta

autor apenas o csfôvço de ordená-los ou

dos com a obra,-prima que é Oasa

Grande e Senzala.

Ensaio na mellior

si<»nificação, e com originalidade, força,

simplicidade, naturalidade, dom dc des

cobrir a.spectos novos, de fixar a nota humana, de interessar nos leitores não só as idéias como os sentimentos.

Re-

piln-se para logo qualquer tentação de ligar a Iuto como este, de paciente pesquisa o de cautelosa interpretação so• ciológica, caráter de ro

problemas que se vão manifestar do modo mais mesperado nos mais variados

do leitor.

setores da vida social.

taigneano ou baconiano,

nação. De tal faculdade

ta de plano e o seu ritmo será o da própria vida

autor - que sem ela a

ensaio,

E estamos cer

No verdadeiro

dc

sabor

mance, de obra de imagi

mon-

haverá mna aparente fal

tos que nenhum passo poderá ser dado na compreensão dos problemas brasileiros

do nosso tempo enquanto não os anali' sarmos à luz da sociologia das invenções*

se socorre sem dú\'ida o

mais

séria

investigação

científica poderá tornar-

— homens, instituições, costumes, épocas encara-

se estéril e enfadonha;

mas é naquilo em que a imaginação representa o

pressentimento do espíri to ou a antecipação intui

se propôs Montaigne, o

lado de saber positivo

Revela-se que as autoridades governamentais brasileiras estudam com atenção

o problema da escassez de trigo e dedicam o máximo interêsse a fim de ser man tido o fonwcimento pela Argentina e pelos Estados Unidos.

quando anteriormente era de 45 pesos.

Afirma-se que o govêrno está apreciando uma fórmula que permita, na hipó

' '

creação" de que Bacon fez timbre. Só assim o ensaio surpreenderá também o

na massa de fatos, testemunhos e do

tratado

tese da compra por 60 pesos, a venda por 45 aos moinhos, dè maneira a evitar a majoração do pão. Nesse caso, o próprio govêrno contribuiria com a diferença, como cota de sacrifício do Tesouro Nacional.

não dissociado nunca do sentido de "re-

lado de aventura em que muitas vezes se dissimula o veio poético dos temas considerados friamente prosaicos, jamais desvendado na douta monografia ou no

Há possibilidade de se adquirir desde já 200 mil toneladas do produto argen tino; entretanto essa operação apresenta difictddades em decorrência do vreçO exigido, pois foi fixado em 60 pesos por quintal métrica ou sejam cem ctuilos

austero.

Neste novo livro de Gilberto Freyre — Inglêses no Brasil — surge mais um

ÍL

tiva, como queria Claude

Bernard — para captar mais sutibiente,

dos seus sumarentos ensaios, inaugura

cumentos, a por vezes esquiva verdade. A influência ou influências inglêsas no

Brasil serão porventura muito antigas.

Menos aparentes, mais distantes, de se

gunda mão, se assim se pode dizer, mas antigas. Influências através de por

tugueses que aqui chegavam já conta giados delas; influências de alguns con tatos diretos.

Porque o certo é que


54

Portugal de longa dato gravitava na órbita britânica. Ao tratado de Methuen, de 1703, instrumento de domi

nação econômica inglesa sôbre o reino

luso, precederam vários outros, anima

dos do mesmo espírito. Desde os tempos de el-rei D. Dinis (antes provàvelmen-

te) sucederam-se convenções e pactos em que à Inglaterra tocou sempre o melhor quinhão. Já em 1298 se conce diam salvo-condutos aos comerciantes e

navegadores portugueses e ingleses, com

a faculdade de nomearem árbitros para dirimir pendências entre uns e outros.

Pelo tratado de 29 de janeiro de 1642, cogítando-se embora de reciprocidade de inglêses e portugueses no tocante "à venda e contrato de suas mercadorias", estabelecia-se a preponderância dos in teresses dos primeiros, entrando logo em cena a autoridade do juiz conservador

dos inglêses. Sob o governo de Cromwell, o tratado de 10 de junho de 1654 ' tomava mais explícitas as vantagens bri

tânicas em Portugal e firmava as bases

do que conseguiria depois Methuen, nos primeiros anos do século XVIIL

Dicesto Econômico

biiciiSTo Econômico

vada de casas de habitação, lojas e ar mazéns, porte de armas ofensivas c defensivas.

Confirmavam-se assim os

privilégios do "foral antigo dos inglê ses", corporíficado nas cartas patentes de D. Fernando, 1367, de D. João, 1400, de D. Afonso, 1453, de D. Manoel, 1495, que asseguravam aos nascidos na ilha

além da Mancha uma situação tal que

levou muitos portugueses a rogarem n seus reis "carta de privilégios de in glêses".

Entre o tratado assinado ao tempo do Cromwell e o de Methuen houvera

o de 1661, polpudo de regalias aos bri tânico^ sendo de riotar—se o direito

de moradia de quatro famílias inglesas na Bahia, em Pernambuco e no Rio

de Janeiro. A sombra do poderio inglês crescia sempre e cada vez mais densa

sôbre Portugal e suas colônias. E de pouco valeriam os esforços de Pombal para evitá-la. Na segunda metade do século XVIII havia só em Lisboa mais

de cem casas comerciais inglêsas e ein mãos inglêsas estava quase todo o co

encontra

fendesse, o futuro Cairu

riam no Brasil exce

à frente; Henry Koster

que

lente oportunidade para a expansão da soa indústria e do

cias, inclusive a da cláusula relativa á jus

mesma política que vinham pondo em

prática com Portugal: obter o máximo de favores, o máximo de lucros. A ilha

dos santos, dos poetas c dos comerciantes parecia então habitada apenas pelos últimos. Não se poderá acusar de enfá tico quem disser que os primeiros anos rie D. João no Brasil foram de quase curatela iglôsa. Se ao tão falado apehte do príncipe regente não correspon

diam boas digestões, seus pesadelos hão ^6 ter sido muitas vezes com lord

dade de comércio sem salvo-conduto

nem licença em Portugal e em todos os

como expressão de domínio econômico,

sempre a imiscuir-se em negócios que

seus domínios, liberdade de religião e

de culto, privilégio de seus créditos quanto aos bens e mercadorias embar gados de portugueses • presos pela In quisição ou pela Justiça Real, jurisdi ção especial nos casos de heranças jacentes e espólios, livros e contas de sú ditos britânicos falecidos em Portugal, isenção de embargo de navios e bens para uso de guerra, tratamento de na

ção mais favorecida, jurisdição especial

do juiz conservador, sem cuja ordem nenhum inglês podia ser prêso ou em bargado, salvo em flagrante delito, di reito de circulação e de propriedade prí-

se transformasse o Brasil: a transferên

cia da família real portuguesa para u sua colônia americana, processada sob os conselhos e o amparo da Inglaterra, ia propiciar o ensejo. Inicialmente, o ato de abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das

nações amigas, eqüivalia a abri-los de

preferência aos britânicos. Começa en

pretendeu também de monstrar-lhes as excelên

seu comércio; c, aproveitando-se, como bons realistas, das eircunstâncias favoráveis, continuaram a

mércio de vinhos. Portugal era sem maior exagôro a "vinha do Inglês", e não tardaria que em vinha do inglês,

Com efeito, os ingleses obtinham liber

55

Strangford, o britânico de pouco tato não lhe diziam respeito, e apontado por maldizentes da época como amoroso de Carlota Joaquina. A verdade é que Strangford se viu obrigado a deixar o Pio de Janeiro em seguida à queixa de . D- João ao governo britânico, mas de pois de haver imposto (impôsto talvez

tiça especial, o chamado "Juiz Conser vador da Nação Inglêsa", criado ahás desde 4 de maio de 1808: mas Hipólito da Costa analisou-os admiràvelmen-

te no Correio Brasiliense, e a opinião

geral não se deixou iludir. Em pouco

os inglêses se tomaram impopulares, e mais do que ninguém os comerciantes portugueses, até então donos sem con corrência do comércio do Brasil, fomen taram essa hostilidade. Um deles disse

que eram "uma aranha por toda a parte" e que se devia temer mais um escritório comercial inglês do que todas as peças da artilliaria britânica. De fato, os portos brasileiros foram rapidamente abarrotados de tôda sorte de mercado

rias inglêsas, produtos de ferro, vidro, cobre, lã, louça, cutelaria, móveis, sa

patos, roupas, colchões e, segundo Sierra y Mariscai, até calxoezinhos já enfeita dos para enterrar crianças.

apenas por simbolizar a força protetora)

Cumpre todavia encarar a atividade dos inglêses entre nós na primeira me

os tratados de 1810 — o de comércio e

tade do século XIX sob outros prismas

que não o da ganância comercial e não perder a serenidade de julgamento dian

tão a história pròpriamente dita das re

navegação e o de amizade e aliança.

lações anglo-brasileiras, pouco estudada entre nós ate agora e para cujo conhe cimento o novo livro de Gilberto Freyre

última análise, de edições corretas e au

te dos excessos e das impertinências do

mentadas dos tratados anteriores, susci

seu então jovem imperialismo. É o que

traz contribuição definitiva. Sem hesi tações, os inglêses se convenceram

taram sem demora as mais acerbas crí

ticas. Houve sem dúvida quem os de

faz Gilberto Freyre. Não que lhe falte ânimo para exprobrar demasias ou que

Êsses tratados, que não passavam, em


54

Portugal de longa dato gravitava na órbita britânica. Ao tratado de Methuen, de 1703, instrumento de domi

nação econômica inglesa sôbre o reino

luso, precederam vários outros, anima

dos do mesmo espírito. Desde os tempos de el-rei D. Dinis (antes provàvelmen-

te) sucederam-se convenções e pactos em que à Inglaterra tocou sempre o melhor quinhão. Já em 1298 se conce diam salvo-condutos aos comerciantes e

navegadores portugueses e ingleses, com

a faculdade de nomearem árbitros para dirimir pendências entre uns e outros.

Pelo tratado de 29 de janeiro de 1642, cogítando-se embora de reciprocidade de inglêses e portugueses no tocante "à venda e contrato de suas mercadorias", estabelecia-se a preponderância dos in teresses dos primeiros, entrando logo em cena a autoridade do juiz conservador

dos inglêses. Sob o governo de Cromwell, o tratado de 10 de junho de 1654 ' tomava mais explícitas as vantagens bri

tânicas em Portugal e firmava as bases

do que conseguiria depois Methuen, nos primeiros anos do século XVIIL

Dicesto Econômico

biiciiSTo Econômico

vada de casas de habitação, lojas e ar mazéns, porte de armas ofensivas c defensivas.

Confirmavam-se assim os

privilégios do "foral antigo dos inglê ses", corporíficado nas cartas patentes de D. Fernando, 1367, de D. João, 1400, de D. Afonso, 1453, de D. Manoel, 1495, que asseguravam aos nascidos na ilha

além da Mancha uma situação tal que

levou muitos portugueses a rogarem n seus reis "carta de privilégios de in glêses".

Entre o tratado assinado ao tempo do Cromwell e o de Methuen houvera

o de 1661, polpudo de regalias aos bri tânico^ sendo de riotar—se o direito

de moradia de quatro famílias inglesas na Bahia, em Pernambuco e no Rio

de Janeiro. A sombra do poderio inglês crescia sempre e cada vez mais densa

sôbre Portugal e suas colônias. E de pouco valeriam os esforços de Pombal para evitá-la. Na segunda metade do século XVIII havia só em Lisboa mais

de cem casas comerciais inglêsas e ein mãos inglêsas estava quase todo o co

encontra

fendesse, o futuro Cairu

riam no Brasil exce

à frente; Henry Koster

que

lente oportunidade para a expansão da soa indústria e do

cias, inclusive a da cláusula relativa á jus

mesma política que vinham pondo em

prática com Portugal: obter o máximo de favores, o máximo de lucros. A ilha

dos santos, dos poetas c dos comerciantes parecia então habitada apenas pelos últimos. Não se poderá acusar de enfá tico quem disser que os primeiros anos rie D. João no Brasil foram de quase curatela iglôsa. Se ao tão falado apehte do príncipe regente não correspon

diam boas digestões, seus pesadelos hão ^6 ter sido muitas vezes com lord

dade de comércio sem salvo-conduto

nem licença em Portugal e em todos os

como expressão de domínio econômico,

sempre a imiscuir-se em negócios que

seus domínios, liberdade de religião e

de culto, privilégio de seus créditos quanto aos bens e mercadorias embar gados de portugueses • presos pela In quisição ou pela Justiça Real, jurisdi ção especial nos casos de heranças jacentes e espólios, livros e contas de sú ditos britânicos falecidos em Portugal, isenção de embargo de navios e bens para uso de guerra, tratamento de na

ção mais favorecida, jurisdição especial

do juiz conservador, sem cuja ordem nenhum inglês podia ser prêso ou em bargado, salvo em flagrante delito, di reito de circulação e de propriedade prí-

se transformasse o Brasil: a transferên

cia da família real portuguesa para u sua colônia americana, processada sob os conselhos e o amparo da Inglaterra, ia propiciar o ensejo. Inicialmente, o ato de abertura de nossos portos, em 1808, ao comércio das

nações amigas, eqüivalia a abri-los de

preferência aos britânicos. Começa en

pretendeu também de monstrar-lhes as excelên

seu comércio; c, aproveitando-se, como bons realistas, das eircunstâncias favoráveis, continuaram a

mércio de vinhos. Portugal era sem maior exagôro a "vinha do Inglês", e não tardaria que em vinha do inglês,

Com efeito, os ingleses obtinham liber

55

Strangford, o britânico de pouco tato não lhe diziam respeito, e apontado por maldizentes da época como amoroso de Carlota Joaquina. A verdade é que Strangford se viu obrigado a deixar o Pio de Janeiro em seguida à queixa de . D- João ao governo britânico, mas de pois de haver imposto (impôsto talvez

tiça especial, o chamado "Juiz Conser vador da Nação Inglêsa", criado ahás desde 4 de maio de 1808: mas Hipólito da Costa analisou-os admiràvelmen-

te no Correio Brasiliense, e a opinião

geral não se deixou iludir. Em pouco

os inglêses se tomaram impopulares, e mais do que ninguém os comerciantes portugueses, até então donos sem con corrência do comércio do Brasil, fomen taram essa hostilidade. Um deles disse

que eram "uma aranha por toda a parte" e que se devia temer mais um escritório comercial inglês do que todas as peças da artilliaria britânica. De fato, os portos brasileiros foram rapidamente abarrotados de tôda sorte de mercado

rias inglêsas, produtos de ferro, vidro, cobre, lã, louça, cutelaria, móveis, sa

patos, roupas, colchões e, segundo Sierra y Mariscai, até calxoezinhos já enfeita dos para enterrar crianças.

apenas por simbolizar a força protetora)

Cumpre todavia encarar a atividade dos inglêses entre nós na primeira me

os tratados de 1810 — o de comércio e

tade do século XIX sob outros prismas

que não o da ganância comercial e não perder a serenidade de julgamento dian

tão a história pròpriamente dita das re

navegação e o de amizade e aliança.

lações anglo-brasileiras, pouco estudada entre nós ate agora e para cujo conhe cimento o novo livro de Gilberto Freyre

última análise, de edições corretas e au

te dos excessos e das impertinências do

mentadas dos tratados anteriores, susci

seu então jovem imperialismo. É o que

traz contribuição definitiva. Sem hesi tações, os inglêses se convenceram

taram sem demora as mais acerbas crí

ticas. Houve sem dúvida quem os de

faz Gilberto Freyre. Não que lhe falte ânimo para exprobrar demasias ou que

Êsses tratados, que não passavam, em


5G

Dicesto

omitxa a arrogância de certos súditos de Sua Majestade Britânica. Mas num en saio como IngJêses no Brasil liá pouco espaço ou até não há nenhum pam

Smith, como de muitos comerciantes e

aventureiros. De um John Liiccock ou

do um John Mawc, por exemplo. Daí em diante, em ritmo acelerado, aporta

tânico nas suas relações com o Brasil, a

riam aqui ao lado dc homens, artefatos inglêses, objetos de ferro, dc aço, dc cobre, de vidro, atuando decisivamente sôbre a psicologia dos brasileiros e a

definições de ordem moml ou conside

rações de índole política. Não se visa

a fixar o sentido do imperialismo bri

»

Econômico

conquista de mercados através de tari

paisagem urbana.

fas aduaneiras conseguidas mais pelas imposições de nação poderosa do que

Gilberto Fre)Te dá-nos um imenso rol de tudo quanto se ficou a dever aos

por conveniências recíprocas; nem se

inglêses, desde o u.so do chá, da cerve ja e do pão dc trigo, até o bife com batatas, a residência em subvârbio, o

tem em mira a influência inglesa por detrás das notas do "Foreign Office" ou de seus diplomatas nem sempre ma cios. Não estarão em cena inglêses emi

nentes, grandes homens, mas negocian tes, cônsules, missionários, engenheiros. O que se vê neste livro é realmente o estudo lústórico-sociológico da influên- cia britânica sôbre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil, à luz de uma

sempre arguta interpretação psicológica/ 'E isto feito sem nenhuma espécie de

improvisação, com o arrímo de tão copiosa massa de documentos que a alguns leitores pareceria até prodigalidáde ou luxo. Reparo entretanto descabido, já que isso assume para o autor senão a

importância de um sistema, pelo menos a de uma técnica de trabalho voluntàriamente adotada.

Dessas centenas e

centenas de .anúncios de jornais e de ofícios de cônsules, transcritos ou cita

dos, Gilberto Freyre extrai tudo o que é indispensável para definir ^ os traços culturais acrescentados à vida brasileira

water-closct" c. last but not le<ist -

o júri e o "babeas-corpus".

Dívida

enorme, mas que rivaliza no vulto com

a que contraimos com os franceses.

E

seria interessante pesquisar até onde al

gumas influências ínglêsas, principalmen te de ordem política e intelectual,

57

seriam apenas os numerosos comercian

ruogcns. Influências inglêsns no ves

tes súditos dc S.M.B. . u expulsarem os portugueses das antes tão portuguesas

tuário, no chapéu, na jaqueta, nas ca sacas, nas meias, nos lenços, nas luvas, nas calças de montaria, tudo desses

ruas Direita, da Alfândega, dos Pescado res, do Rosário, da Quiluncja, os úni cos que liam cm inglê-s. Evaristo não constituía exceção. Neste ensaio se focalizam tôdas as

panos, lãs o tecidos que a indústria bri

tânica orgulhosamente fabricava, desban

cando fazendas orientais antes tão apre ciadas. Influências inglesas nos objetos

atividades cm que se empenharam os britânicos no Brasil, tudo quanto "o capital e a técnica, o espírito de aven

do uso doméstico, como as louças que

tura o o espírito dc organização, a ciên cia e o comércio dos inglêses" realiza

Janeiro, do .1792, mencionava na pe quena cidade colonial nada menos de

ram ou tentaram realizar. Sc comercian

doze lojas de louça da índia. Influên cias inglesas de ordem menos material verificada na forma • do culto religioso.

tes britânicos se espalharam por nossas cidades, de preferencia Rio, Recife e Salvador, não escassearam os empreen dimentos inglêses de mineração e, quan do a tração a vapor permitiu as estradas

dc ferro, mais do que em qualquer

poriam em cheque as asiáticas tão co

muns aqvii que o Almanaque do Rio de

Influências inglêsas na conduta de cada

dia pelo hábito da pontualidade aos encontros marcados, na ética dos negó

cios pela \enda escnipulosa de produ tos segundo a qualidade e o estado de

ram por intermédio da'França, onde

outra esfera os ingleses patentearam aí

nao faltaram nunca anglicistas e anglóhlos. Havia aqui mais gente sabendo ou lendo francês do que inglês e as

a sua superioridade técnica e científi

conservação indicados nos anúncios de

ca. Êsto c dos aspectos mais originais

jornal. Influências inglêsas que em mui

e ricos de sugestões do grande livro que se acrescenta hoje à coleção Documcnfos

tos casos assumiam ares de invasão e

brasileiros. Ao estudá-lo, Gilberto Frey-

gios que os tratados imperialisticamente impostos asseguravam, desde as tarifas

obríis de autores britânicos chegavam

de conquista, dada a soma de prRàlé-

em francês, como Tactique cies assemblees de Bentham, cuja venda João PeP/ da cio Veiga Comp. anunciavam Diário Rioecie Janeiro de 11 de pelo ou tubro de J823. Não quer isso dizer que não se conhecesse a língua iglôsa, nem

das melhores páginas de toda a sua obra de sociólogo e historiador social,

escandalosas até a justiça de exceção, o

porque nelas está o ensaísta que sabe

que os Uvros inglêses não fôssem lidos. Se é certo que desde 1699 se criara

mercial ou industrial, a porção de aven

glêsa, atentatório da soberania do jovem Império brasileiro. Êsses aspectos da expansão inglêsa entre nós mais do que quaisquer outros suscitaram a impopu

no Rio uma aula de francês para mili tares, ao tempo de D. João VI havia professores régios não só de francês co

graças ao contacto com homens, idéias, costumes, objetos, coisas dc procedên cia inglêsa. Marca britânica de que já haveria algum sinal antes, mas que se acentuou é cresceu com a chegada da família real portuguesa em 1808, ano

mo de inglês. Evaristo da Veiga foi discípulo, em 1818, de João Joyce. que Hie passou atestado pela "rapidez, per feição e facilidade" com que traduzia o idioma inglês. Então, decorridos já dez

dessa chegada e da dos inglêses; não

tânica nos negócios do Brasil, não falta ria quem possuísse livros ingleses. Não

só de lord Strangford e Sir Sidney

Dicesto Econômico

anos de acentuada preponderância bri

ro proporciona a seus leitores algumas

penetr.ar a parle humana — no melhor

sentido da expressão — da empresa co

odioso Juiz Conservador da Nação In

tura e até dé poesia escondida no cons trutor de ferrovias ou no e.xplorador de

laridade dos "beefs", "baetas", "grin

minas.

cünhas populares. É bem conhecido o ato do go\'êmo de

Nova luz traz Inglêses no Brasil no

gos", "novas-seitas", "bodes" das nl-

cios ou profissões antes tidos como des

D. JoSó contra as rótulas e gelosias de urüpenra. Sua substituição por grades

prezíveis ou menos nobres — de mecâ

■•dé"'f'éÁ-o'e vidraças revestiu-se de ufn

tocante à valorização entre nós de ofí

nico, por exemplo, ou de negociante. Quanto a este, nota que a figura ndo

cârátêf"^uaSe revolucionário, que 'Gil-

bèrtò Ffeyre assinala, sugerindo é.xplicomerciante em grosso se emparelhou '■■c.aÇãtí fiôva-e plausível — pressão dé in com a dos fidalgos e desembargaddt^s, gleses'interessados ria venda de fério e pelas moradias, pelas roupas, pelas cáf- ' Vidro. " Dé um dia para outro começou


5G

Dicesto

omitxa a arrogância de certos súditos de Sua Majestade Britânica. Mas num en saio como IngJêses no Brasil liá pouco espaço ou até não há nenhum pam

Smith, como de muitos comerciantes e

aventureiros. De um John Liiccock ou

do um John Mawc, por exemplo. Daí em diante, em ritmo acelerado, aporta

tânico nas suas relações com o Brasil, a

riam aqui ao lado dc homens, artefatos inglêses, objetos de ferro, dc aço, dc cobre, de vidro, atuando decisivamente sôbre a psicologia dos brasileiros e a

definições de ordem moml ou conside

rações de índole política. Não se visa

a fixar o sentido do imperialismo bri

»

Econômico

conquista de mercados através de tari

paisagem urbana.

fas aduaneiras conseguidas mais pelas imposições de nação poderosa do que

Gilberto Fre)Te dá-nos um imenso rol de tudo quanto se ficou a dever aos

por conveniências recíprocas; nem se

inglêses, desde o u.so do chá, da cerve ja e do pão dc trigo, até o bife com batatas, a residência em subvârbio, o

tem em mira a influência inglesa por detrás das notas do "Foreign Office" ou de seus diplomatas nem sempre ma cios. Não estarão em cena inglêses emi

nentes, grandes homens, mas negocian tes, cônsules, missionários, engenheiros. O que se vê neste livro é realmente o estudo lústórico-sociológico da influên- cia britânica sôbre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil, à luz de uma

sempre arguta interpretação psicológica/ 'E isto feito sem nenhuma espécie de

improvisação, com o arrímo de tão copiosa massa de documentos que a alguns leitores pareceria até prodigalidáde ou luxo. Reparo entretanto descabido, já que isso assume para o autor senão a

importância de um sistema, pelo menos a de uma técnica de trabalho voluntàriamente adotada.

Dessas centenas e

centenas de .anúncios de jornais e de ofícios de cônsules, transcritos ou cita

dos, Gilberto Freyre extrai tudo o que é indispensável para definir ^ os traços culturais acrescentados à vida brasileira

water-closct" c. last but not le<ist -

o júri e o "babeas-corpus".

Dívida

enorme, mas que rivaliza no vulto com

a que contraimos com os franceses.

E

seria interessante pesquisar até onde al

gumas influências ínglêsas, principalmen te de ordem política e intelectual,

57

seriam apenas os numerosos comercian

ruogcns. Influências inglêsns no ves

tes súditos dc S.M.B. . u expulsarem os portugueses das antes tão portuguesas

tuário, no chapéu, na jaqueta, nas ca sacas, nas meias, nos lenços, nas luvas, nas calças de montaria, tudo desses

ruas Direita, da Alfândega, dos Pescado res, do Rosário, da Quiluncja, os úni cos que liam cm inglê-s. Evaristo não constituía exceção. Neste ensaio se focalizam tôdas as

panos, lãs o tecidos que a indústria bri

tânica orgulhosamente fabricava, desban

cando fazendas orientais antes tão apre ciadas. Influências inglesas nos objetos

atividades cm que se empenharam os britânicos no Brasil, tudo quanto "o capital e a técnica, o espírito de aven

do uso doméstico, como as louças que

tura o o espírito dc organização, a ciên cia e o comércio dos inglêses" realiza

Janeiro, do .1792, mencionava na pe quena cidade colonial nada menos de

ram ou tentaram realizar. Sc comercian

doze lojas de louça da índia. Influên cias inglesas de ordem menos material verificada na forma • do culto religioso.

tes britânicos se espalharam por nossas cidades, de preferencia Rio, Recife e Salvador, não escassearam os empreen dimentos inglêses de mineração e, quan do a tração a vapor permitiu as estradas

dc ferro, mais do que em qualquer

poriam em cheque as asiáticas tão co

muns aqvii que o Almanaque do Rio de

Influências inglêsas na conduta de cada

dia pelo hábito da pontualidade aos encontros marcados, na ética dos negó

cios pela \enda escnipulosa de produ tos segundo a qualidade e o estado de

ram por intermédio da'França, onde

outra esfera os ingleses patentearam aí

nao faltaram nunca anglicistas e anglóhlos. Havia aqui mais gente sabendo ou lendo francês do que inglês e as

a sua superioridade técnica e científi

conservação indicados nos anúncios de

ca. Êsto c dos aspectos mais originais

jornal. Influências inglêsas que em mui

e ricos de sugestões do grande livro que se acrescenta hoje à coleção Documcnfos

tos casos assumiam ares de invasão e

brasileiros. Ao estudá-lo, Gilberto Frey-

gios que os tratados imperialisticamente impostos asseguravam, desde as tarifas

obríis de autores britânicos chegavam

de conquista, dada a soma de prRàlé-

em francês, como Tactique cies assemblees de Bentham, cuja venda João PeP/ da cio Veiga Comp. anunciavam Diário Rioecie Janeiro de 11 de pelo ou tubro de J823. Não quer isso dizer que não se conhecesse a língua iglôsa, nem

das melhores páginas de toda a sua obra de sociólogo e historiador social,

escandalosas até a justiça de exceção, o

porque nelas está o ensaísta que sabe

que os Uvros inglêses não fôssem lidos. Se é certo que desde 1699 se criara

mercial ou industrial, a porção de aven

glêsa, atentatório da soberania do jovem Império brasileiro. Êsses aspectos da expansão inglêsa entre nós mais do que quaisquer outros suscitaram a impopu

no Rio uma aula de francês para mili tares, ao tempo de D. João VI havia professores régios não só de francês co

graças ao contacto com homens, idéias, costumes, objetos, coisas dc procedên cia inglêsa. Marca britânica de que já haveria algum sinal antes, mas que se acentuou é cresceu com a chegada da família real portuguesa em 1808, ano

mo de inglês. Evaristo da Veiga foi discípulo, em 1818, de João Joyce. que Hie passou atestado pela "rapidez, per feição e facilidade" com que traduzia o idioma inglês. Então, decorridos já dez

dessa chegada e da dos inglêses; não

tânica nos negócios do Brasil, não falta ria quem possuísse livros ingleses. Não

só de lord Strangford e Sir Sidney

Dicesto Econômico

anos de acentuada preponderância bri

ro proporciona a seus leitores algumas

penetr.ar a parle humana — no melhor

sentido da expressão — da empresa co

odioso Juiz Conservador da Nação In

tura e até dé poesia escondida no cons trutor de ferrovias ou no e.xplorador de

laridade dos "beefs", "baetas", "grin

minas.

cünhas populares. É bem conhecido o ato do go\'êmo de

Nova luz traz Inglêses no Brasil no

gos", "novas-seitas", "bodes" das nl-

cios ou profissões antes tidos como des

D. JoSó contra as rótulas e gelosias de urüpenra. Sua substituição por grades

prezíveis ou menos nobres — de mecâ

■•dé"'f'éÁ-o'e vidraças revestiu-se de ufn

tocante à valorização entre nós de ofí

nico, por exemplo, ou de negociante. Quanto a este, nota que a figura ndo

cârátêf"^uaSe revolucionário, que 'Gil-

bèrtò Ffeyre assinala, sugerindo é.xplicomerciante em grosso se emparelhou '■■c.aÇãtí fiôva-e plausível — pressão dé in com a dos fidalgos e desembargaddt^s, gleses'interessados ria venda de fério e pelas moradias, pelas roupas, pelas cáf- ' Vidro. " Dé um dia para outro começou


58

Digesto Econômico

documentação repousa em anúncios de jornais; nestes e em e.squccidos ofícios do. cônsules. Mas com esse apoio do

deixou á distância a Inglaterra.

mesmo êle influenciado o Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Via

cumental, na aparência insignificante ou

fluência ing'êsa não tenha sido, sob múl

humilde, Gilberto Freyre chega a re.sultados verdadeiramente surpreendentes

tiplos aspectos, de maior importância; quo não tenha significado, como acentua

pela novidade, pela variodado, polo rigor, pela segurança. Aliás, os velhos jornais

britânico com a América portuguesa:

na, no edital de 11 de junho de 1809 contra as gelosias? É muito prová\el que tenha havido nessa medida suges

revolução, uma "alteração tão dramática

tão ou pressão de interessados na venda

vidro, ferro, fazenda, louça, bacalhau".

de ferro e vidro. O certo é que a de terminação, baixada a pretexto de mo

não só nos seus anúncios guardam os sinais da influência inglesa no Brasil e consignam os choques com outras in

tivos estéticos e de saúde pública, se

fluências, sobretudo a francesa. Sem a

curnpriu rapidamente, e o louvaminheiro

pujança da Inglaterra, cujo desenvolvi

padre Luís Gonçalves dos Santos regis

mento econômico não podia acompa

a chegar da Inglaterra vidro em gran des quantidades, de tôdas as espécies, para tôdas as serventias. E também ferro. Vidro e ferro passaram a carac terizar as casas brasileiras. "De 1808 a

1830 poucos os brigues vindos da Ingla terra para o Brasil sem essas quatro ou cinco mercadorias básicas do comércio

59

Digesto Econômico

Os jornais ficaram pejados de anúncios

dc v^dro. Ter vidro ou vidraça passou a ser vantagem incalculável. Casas, car

ruagens até os homens com os diversos

aparelhos de ótica, todos beneficiando do

pouco o avesso do seu horror aos "abo

mináveis princípios franceses", sua re pugnância a Grande Revolução. Terá

ta que nunca se executara "ordem su* ae executara orflí^m su-

v,dro, A m.shca do «dro avança Gil- perior com tanto gôsto e igual s "tisfa•j

*

'u

1

-j

.

berto Freyre. Por ocasião ocasiao da abertura dos portos do Bra

que participaram em termos

rora Flumineiise, em 1828, refletiu lan

sil ao comércio das nações

ue pecúiua os comerciantes ÍH'

ces desse conflito. Para Evaristo os co

amigas, na "nação amiga" por excelência — a Inglaterra —

glêses de ferro e vidro; ferro

merciantes franceses se contariam ape

as indústrias do ferro e do

modificações profundas na pai"

vidro haviam logrado posição das mais consideráveis.

Con

quistar, pois, para os seus pro dutos de ferro e de vidro, um

mercado por assim dizer vir gem como o nosso, atiçaria por

certo a cobiça dos negociantes inglêses; e é por isso que o autor dêste livro levanta, em face das conseqüências do ato proibitivo das gelosias, a lüpótese de manobras astuciosas de britânicos

junto a governantes poderosos ou a seus parentes. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, angiófilo notório, poderia estar nes sa trama, ou, como diríamos hoje, nesse episódio de advocacia administrativa. O

reinado americano de D. João VI mere

ceu a pecha de corrupto, e Oliveira

Lima, conhecedor máximo dêsse pe ríodo histórico, não faz mistérios a res

cão" ção .

nhar, a França foi sempre sua rival no Brasil, a disputar-lhe a clientela comer cial e o domínio dos espíritos. A Att-

Gôsto e satisfação dft

e vidro de que decorreram sagem brasileira e em qu® houve indisfarçáveis influên cias inglôsas.

Seria encarar estreitamente

os fatos supor que só por interôsse comercial os britânicos

alterações à nossa vida.

Gilberto Freyre mostra como êles, reve lando sempre o seu feitio de "admirá

nas entre cabeleireiros, alfaiates, perfu-

mistas,^ dentistas e "damas do Palais-

Royal", e suas lojas seriam apenas de modas e nouveautés", ao passo que os inglêses estariam representados por "ca pitais muito fortes", isto é, por um co-» xnércio em grosso de artigo.s substanciais. Estava Evaristo respondendo a artigos de um francês ou afrancesado, aparecidos num jornal do tempo, acerca de costu mes brasileiros. A França não influiu porém em nossa gente tão sòmente

volução; e debaixo dêsse ponto de rista

Mas isso não quer dizer que a in

GPbcrto Freyre, uma invasão, uma quase

no ambiente das cidades", que lembra a mudança de cenário nos teatros — pe

la rápida substituição de hábitos e es tilos de vida, de alimentação, de higie

ne, de vestuário, de transporte e de di\'ertimento. Influência inglesa que le vou os políticos do Império — particular mente do Segundo Reinado — a terem G.S olhos bovarlsticamente voltados para

a Câmara dos Comuns, para o sistema

de governo de gabinete, que não fôra

consagrado pela Constituição de 1824, diploma impregnado de fundos ressaibos franceses. Influência inglêsa que se atritava com o afêrro da classe domi

nante ao trabalho escravo e ao trafico

do negro, o que não impedia o recurso reiterado aos banqueiros de Londres pa

ra os empréstimos de que nos dá noticia a nossa lamentável história financeira.

Julien Banda aponta como uma das características do ensaio a ausência do

peremptório. Êste livro é, repita-se, um ensaio da melhor qualidade: nenhuma

veis revolucionários contemporarizadores , souberam conservar o que havia de bom e do mesmo passo introduzir a novidade útil ou agradável. Foi por

pcT suas modfts femininas, stias co-

suficiência escolástica; nenhum pedan-

cottcs, seus perfumes: influiu por suas

tismo; as interpretações sugeridas à vis

exemplo o que fizeram com as casas de

poetas, seus livros; influiu pelo extraor

olhos do leitor. Por isso, é um grande

residência suburbana, com os jardins,

dinário, universal prestígio de sua Re

livro — o livro de um mestre.

idéias, suas doutrinas políticas, seus

ta do material nuamente exposto aos

com o mobiliário.

Servindo-se magistralmente de uma

técnica de pesquisa de que foi pioneiro em O escravo nos anúncios de jornal do

tempo do Império, o autor dêste livro peito. Talvez o Conde de Linhares seja extraiu com paciência de velhas gazetas lembrado, de preferencia a outros, por um material de incomparável valor. sua dedicação aos inglêses, que era um Quase se pode afirmar que tôda a sua

Açúcar de tolos do milho constitui a última ivyvidade descoberta pela Estação

Experimental de Agricultura em New Haven nos Estados Unidos. Um cientista da quela Estação anuncia que conseguiu produzir açúcar de tolos do milho pelo mesmo custo do açúcar de cana.


58

Digesto Econômico

documentação repousa em anúncios de jornais; nestes e em e.squccidos ofícios do. cônsules. Mas com esse apoio do

deixou á distância a Inglaterra.

mesmo êle influenciado o Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Via

cumental, na aparência insignificante ou

fluência ing'êsa não tenha sido, sob múl

humilde, Gilberto Freyre chega a re.sultados verdadeiramente surpreendentes

tiplos aspectos, de maior importância; quo não tenha significado, como acentua

pela novidade, pela variodado, polo rigor, pela segurança. Aliás, os velhos jornais

britânico com a América portuguesa:

na, no edital de 11 de junho de 1809 contra as gelosias? É muito prová\el que tenha havido nessa medida suges

revolução, uma "alteração tão dramática

tão ou pressão de interessados na venda

vidro, ferro, fazenda, louça, bacalhau".

de ferro e vidro. O certo é que a de terminação, baixada a pretexto de mo

não só nos seus anúncios guardam os sinais da influência inglesa no Brasil e consignam os choques com outras in

tivos estéticos e de saúde pública, se

fluências, sobretudo a francesa. Sem a

curnpriu rapidamente, e o louvaminheiro

pujança da Inglaterra, cujo desenvolvi

padre Luís Gonçalves dos Santos regis

mento econômico não podia acompa

a chegar da Inglaterra vidro em gran des quantidades, de tôdas as espécies, para tôdas as serventias. E também ferro. Vidro e ferro passaram a carac terizar as casas brasileiras. "De 1808 a

1830 poucos os brigues vindos da Ingla terra para o Brasil sem essas quatro ou cinco mercadorias básicas do comércio

59

Digesto Econômico

Os jornais ficaram pejados de anúncios

dc v^dro. Ter vidro ou vidraça passou a ser vantagem incalculável. Casas, car

ruagens até os homens com os diversos

aparelhos de ótica, todos beneficiando do

pouco o avesso do seu horror aos "abo

mináveis princípios franceses", sua re pugnância a Grande Revolução. Terá

ta que nunca se executara "ordem su* ae executara orflí^m su-

v,dro, A m.shca do «dro avança Gil- perior com tanto gôsto e igual s "tisfa•j

*

'u

1

-j

.

berto Freyre. Por ocasião ocasiao da abertura dos portos do Bra

que participaram em termos

rora Flumineiise, em 1828, refletiu lan

sil ao comércio das nações

ue pecúiua os comerciantes ÍH'

ces desse conflito. Para Evaristo os co

amigas, na "nação amiga" por excelência — a Inglaterra —

glêses de ferro e vidro; ferro

merciantes franceses se contariam ape

as indústrias do ferro e do

modificações profundas na pai"

vidro haviam logrado posição das mais consideráveis.

Con

quistar, pois, para os seus pro dutos de ferro e de vidro, um

mercado por assim dizer vir gem como o nosso, atiçaria por

certo a cobiça dos negociantes inglêses; e é por isso que o autor dêste livro levanta, em face das conseqüências do ato proibitivo das gelosias, a lüpótese de manobras astuciosas de britânicos

junto a governantes poderosos ou a seus parentes. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, angiófilo notório, poderia estar nes sa trama, ou, como diríamos hoje, nesse episódio de advocacia administrativa. O

reinado americano de D. João VI mere

ceu a pecha de corrupto, e Oliveira

Lima, conhecedor máximo dêsse pe ríodo histórico, não faz mistérios a res

cão" ção .

nhar, a França foi sempre sua rival no Brasil, a disputar-lhe a clientela comer cial e o domínio dos espíritos. A Att-

Gôsto e satisfação dft

e vidro de que decorreram sagem brasileira e em qu® houve indisfarçáveis influên cias inglôsas.

Seria encarar estreitamente

os fatos supor que só por interôsse comercial os britânicos

alterações à nossa vida.

Gilberto Freyre mostra como êles, reve lando sempre o seu feitio de "admirá

nas entre cabeleireiros, alfaiates, perfu-

mistas,^ dentistas e "damas do Palais-

Royal", e suas lojas seriam apenas de modas e nouveautés", ao passo que os inglêses estariam representados por "ca pitais muito fortes", isto é, por um co-» xnércio em grosso de artigo.s substanciais. Estava Evaristo respondendo a artigos de um francês ou afrancesado, aparecidos num jornal do tempo, acerca de costu mes brasileiros. A França não influiu porém em nossa gente tão sòmente

volução; e debaixo dêsse ponto de rista

Mas isso não quer dizer que a in

GPbcrto Freyre, uma invasão, uma quase

no ambiente das cidades", que lembra a mudança de cenário nos teatros — pe

la rápida substituição de hábitos e es tilos de vida, de alimentação, de higie

ne, de vestuário, de transporte e de di\'ertimento. Influência inglesa que le vou os políticos do Império — particular mente do Segundo Reinado — a terem G.S olhos bovarlsticamente voltados para

a Câmara dos Comuns, para o sistema

de governo de gabinete, que não fôra

consagrado pela Constituição de 1824, diploma impregnado de fundos ressaibos franceses. Influência inglêsa que se atritava com o afêrro da classe domi

nante ao trabalho escravo e ao trafico

do negro, o que não impedia o recurso reiterado aos banqueiros de Londres pa

ra os empréstimos de que nos dá noticia a nossa lamentável história financeira.

Julien Banda aponta como uma das características do ensaio a ausência do

peremptório. Êste livro é, repita-se, um ensaio da melhor qualidade: nenhuma

veis revolucionários contemporarizadores , souberam conservar o que havia de bom e do mesmo passo introduzir a novidade útil ou agradável. Foi por

pcT suas modfts femininas, stias co-

suficiência escolástica; nenhum pedan-

cottcs, seus perfumes: influiu por suas

tismo; as interpretações sugeridas à vis

exemplo o que fizeram com as casas de

poetas, seus livros; influiu pelo extraor

olhos do leitor. Por isso, é um grande

residência suburbana, com os jardins,

dinário, universal prestígio de sua Re

livro — o livro de um mestre.

idéias, suas doutrinas políticas, seus

ta do material nuamente exposto aos

com o mobiliário.

Servindo-se magistralmente de uma

técnica de pesquisa de que foi pioneiro em O escravo nos anúncios de jornal do

tempo do Império, o autor dêste livro peito. Talvez o Conde de Linhares seja extraiu com paciência de velhas gazetas lembrado, de preferencia a outros, por um material de incomparável valor. sua dedicação aos inglêses, que era um Quase se pode afirmar que tôda a sua

Açúcar de tolos do milho constitui a última ivyvidade descoberta pela Estação

Experimental de Agricultura em New Haven nos Estados Unidos. Um cientista da quela Estação anuncia que conseguiu produzir açúcar de tolos do milho pelo mesmo custo do açúcar de cana.


r.4."TK-I -,"í'

61

Digesto Econômico

KarI Mannhein (1893-1947)

Ciido como um dos principais fitos do sociólogo.

por José Honóiuo Rodiugues

O professor José Honório Rodrigues faz neste artigo um comentário dos doutrinas de Karl Mamheim, o notável economista húngaro recentemente falecido, rcfC'

rentes à sociologia do conhecimento, ao caráter científico da Política e aos prO' blemas sociais do inundo atual.

^ ANO DE 1947

sinar.

foi de luto pa ra

as

ciências.

Preferiu

pleto da aplicabilidade da sociologia do conhecimento à pesquisa histórica.

A Ideologia de uma época ou de um

grupo histórico social é o conjunto de características ou a composição da es

dernos se apresenta sob quatro formas:

formação alemã.

a mentalidade "clüalística" dos

Eco

interesse prático: Man and Socicttf

the age of reconstruction e Diagnosis of our time.

qüências atuais. Êlc é um quadro com

siasmo c sinceridade do acadêmico dc

de

crever seus dois livros dc tanto

nheim. Os que conheciam sua obra sentem que sua morte não é uma perda pessoal, mas representa, especialmente no campo da sociologia, a lastimável

todas as fonnulaçõcs teóricas, é um livro dc análise, de interesse c conse

Escola

seus

mais autênticos pensadores, Karl Man-

Por isso, Ideologia c Utopia, apesar clc

Londre.s, cm cu|u

nomia pode es

maiores,

Conforme assinalou Albert Salomon durante os últimos doze anos cie dedi cou sua vida à edificação de uma In glaterra socialista que mantivesse sua herança liberal. A Inglaterra tão or gulhosa dc .suas tradições acadêmicas e

do conhecimento aos problemas atuais.

tão cscrupulosa cm aceitar no\'as dis ciplinas foi vencida pelo fervor, entu

Faleceu um dos

mais originais e

nosso tempo, consideram o estudo da liberdade no mundo econômico planifi-

Em 1945 substituía Fred

Clirrke na cadeira de sociologia da edu cação na Universidade de Londres.

A sociologia do conhecimento que tan

trutura mental total desta época ou

deste gnipo. A utopia nos tempos mo

üstas; a idéia liberal humanitária; a ideia

to deve a Kurl Mannheim não teve

conservadora, a idéia socialista-comunis-

apenas conseqüências no campo aca dêmico da própria sociologia. Ela re percutiu cm todo o largo e imenso

o valor da concepção da ideologia para

terreno das disciplinas so

ta. O que Mannheim quis mostrar foi a anáÜse da situação contemporânea. A sociologia do conheci

ciais. A economia, a políti

mento tem sempre em \'ista

ca o a história procuraram

a perspectiva histórica, a ori

rutura de üm trabalho sistemàticamen-

A capital britânica foi uma escollui

te realizado para o benefício não só

decisiva para o trabalho de Marinheím» porque suas tentativas de conciliação do socialismo com a liberdade bem se coa

imediatamente incorporar os

dunam com o espírita trabalhista que domina á Inglaterra de bojo. Como

gica.

—-

Mas o que é a sociologia do conhecimento, que tem em Max Scheler seu mais notável pioneiro e em Karl Mannheim, quem mais completa

de formação social, mas histó rico. Èste relativismo lüstórico, este Instoricismo é resultado da influencia de Rickert sôbre Weber e deste sobre

mente a, soube pôr em prática? A sociologia do conhecimento é um

Mannheim.

dos mais novos ramos da sociologia.

pode notar a relação entre a sociolo gia de Mannheim e a história. Quando

dos estudiosos mas também da huma nidade. Karl Mannheim não era um contem

plativo. Acreditava firmemente que a sociologia podia ser um meio de sal vação de natureza positiva num myndo èm crise.

• Nasceu na Hungria e lá sofreu a in fluência do sociólogo socialista George

Lukacs. Em 1920 seguia para Heidelberg, onde Ma-x Weber enxertaria em seu espírito o historicísmo radical. Apro veitando as idéias, sugestões e princí pios metodológicos de Weber^ Man

editor da Coleção Internacional de So

ciologia c Reconstrução Social, Man nheim não se limitou a sugerir ele pró prio os remédios para a cri.sc atual. Procurou fazer uma obra de èdueação democrática e de reconstrução social c

econômica, mostrando as novas e.xperiêncías sociais o as novas rcsponsabi'idades teóidcas e práticas. Eram tentativas para convencer a so

nheim iria escrever Ideologia c Utopia,

ciedade inglêsa de que a planíficação

aquele livro notável que lhe abriria as

universal em todas as esferas da vida

fronteiras do mundo e que lhe daria de

era uma prescrição indispensável para

momento a cátedra de sociologia em Francforte, em substituição a Franz Oppenheimer.

a manutenção da liberdade num mundo

Quando Hitler subiu ao poder Man

nheim recebeu vários convites para en

ameaçado de totalitarismo. Por esta razão os últimos livros de Karl Mannheim, especialmente O homem e a sociedade

em época de crise e Diagnóstico do

gem e formação histórica do conhecimento. Assim, conse

frutos de.sta nova orientação

metodológica e epistemoló-

Como teoria ela procura analisar as re lações enti"e o conhecimento e a exis

tência; como pesquisa histórico-sociológica procura traçar as formas que essas relações tomam no desenvolvimento in

telectual da humanidade.

Seu tema ó,

portanto, observar como e vsob que forma a vida intelectual em um dado momen to histórico está relacionada com as

forças sociais e políticas. Karl Mannheim, porém, preferiu apli

car os métodos e princípios da sociologia

qüentemente,o conhecimento, o conjunto teórico não é so

Não c só sob êste aspecto que se

atribuímos a uma época histórica um mundo intelectual e a nós propnos um outro conteúdo mental, ou quando certas camadas sociais lüstòricamente

determinadas pensam de modo diferente, é à história qne atribuimos um pa

pel quase decisivo. Karl Mannheim, como todos os modernos pensado res alemães, considera o fato histó rico como irreversível, indi\'idual e único.


r.4."TK-I -,"í'

61

Digesto Econômico

KarI Mannhein (1893-1947)

Ciido como um dos principais fitos do sociólogo.

por José Honóiuo Rodiugues

O professor José Honório Rodrigues faz neste artigo um comentário dos doutrinas de Karl Mamheim, o notável economista húngaro recentemente falecido, rcfC'

rentes à sociologia do conhecimento, ao caráter científico da Política e aos prO' blemas sociais do inundo atual.

^ ANO DE 1947

sinar.

foi de luto pa ra

as

ciências.

Preferiu

pleto da aplicabilidade da sociologia do conhecimento à pesquisa histórica.

A Ideologia de uma época ou de um

grupo histórico social é o conjunto de características ou a composição da es

dernos se apresenta sob quatro formas:

formação alemã.

a mentalidade "clüalística" dos

Eco

interesse prático: Man and Socicttf

the age of reconstruction e Diagnosis of our time.

qüências atuais. Êlc é um quadro com

siasmo c sinceridade do acadêmico dc

de

crever seus dois livros dc tanto

nheim. Os que conheciam sua obra sentem que sua morte não é uma perda pessoal, mas representa, especialmente no campo da sociologia, a lastimável

todas as fonnulaçõcs teóricas, é um livro dc análise, de interesse c conse

Escola

seus

mais autênticos pensadores, Karl Man-

Por isso, Ideologia c Utopia, apesar clc

Londre.s, cm cu|u

nomia pode es

maiores,

Conforme assinalou Albert Salomon durante os últimos doze anos cie dedi cou sua vida à edificação de uma In glaterra socialista que mantivesse sua herança liberal. A Inglaterra tão or gulhosa dc .suas tradições acadêmicas e

do conhecimento aos problemas atuais.

tão cscrupulosa cm aceitar no\'as dis ciplinas foi vencida pelo fervor, entu

Faleceu um dos

mais originais e

nosso tempo, consideram o estudo da liberdade no mundo econômico planifi-

Em 1945 substituía Fred

Clirrke na cadeira de sociologia da edu cação na Universidade de Londres.

A sociologia do conhecimento que tan

trutura mental total desta época ou

deste gnipo. A utopia nos tempos mo

üstas; a idéia liberal humanitária; a ideia

to deve a Kurl Mannheim não teve

conservadora, a idéia socialista-comunis-

apenas conseqüências no campo aca dêmico da própria sociologia. Ela re percutiu cm todo o largo e imenso

o valor da concepção da ideologia para

terreno das disciplinas so

ta. O que Mannheim quis mostrar foi a anáÜse da situação contemporânea. A sociologia do conheci

ciais. A economia, a políti

mento tem sempre em \'ista

ca o a história procuraram

a perspectiva histórica, a ori

rutura de üm trabalho sistemàticamen-

A capital britânica foi uma escollui

te realizado para o benefício não só

decisiva para o trabalho de Marinheím» porque suas tentativas de conciliação do socialismo com a liberdade bem se coa

imediatamente incorporar os

dunam com o espírita trabalhista que domina á Inglaterra de bojo. Como

gica.

—-

Mas o que é a sociologia do conhecimento, que tem em Max Scheler seu mais notável pioneiro e em Karl Mannheim, quem mais completa

de formação social, mas histó rico. Èste relativismo lüstórico, este Instoricismo é resultado da influencia de Rickert sôbre Weber e deste sobre

mente a, soube pôr em prática? A sociologia do conhecimento é um

Mannheim.

dos mais novos ramos da sociologia.

pode notar a relação entre a sociolo gia de Mannheim e a história. Quando

dos estudiosos mas também da huma nidade. Karl Mannheim não era um contem

plativo. Acreditava firmemente que a sociologia podia ser um meio de sal vação de natureza positiva num myndo èm crise.

• Nasceu na Hungria e lá sofreu a in fluência do sociólogo socialista George

Lukacs. Em 1920 seguia para Heidelberg, onde Ma-x Weber enxertaria em seu espírito o historicísmo radical. Apro veitando as idéias, sugestões e princí pios metodológicos de Weber^ Man

editor da Coleção Internacional de So

ciologia c Reconstrução Social, Man nheim não se limitou a sugerir ele pró prio os remédios para a cri.sc atual. Procurou fazer uma obra de èdueação democrática e de reconstrução social c

econômica, mostrando as novas e.xperiêncías sociais o as novas rcsponsabi'idades teóidcas e práticas. Eram tentativas para convencer a so

nheim iria escrever Ideologia c Utopia,

ciedade inglêsa de que a planíficação

aquele livro notável que lhe abriria as

universal em todas as esferas da vida

fronteiras do mundo e que lhe daria de

era uma prescrição indispensável para

momento a cátedra de sociologia em Francforte, em substituição a Franz Oppenheimer.

a manutenção da liberdade num mundo

Quando Hitler subiu ao poder Man

nheim recebeu vários convites para en

ameaçado de totalitarismo. Por esta razão os últimos livros de Karl Mannheim, especialmente O homem e a sociedade

em época de crise e Diagnóstico do

gem e formação histórica do conhecimento. Assim, conse

frutos de.sta nova orientação

metodológica e epistemoló-

Como teoria ela procura analisar as re lações enti"e o conhecimento e a exis

tência; como pesquisa histórico-sociológica procura traçar as formas que essas relações tomam no desenvolvimento in

telectual da humanidade.

Seu tema ó,

portanto, observar como e vsob que forma a vida intelectual em um dado momen to histórico está relacionada com as

forças sociais e políticas. Karl Mannheim, porém, preferiu apli

car os métodos e princípios da sociologia

qüentemente,o conhecimento, o conjunto teórico não é so

Não c só sob êste aspecto que se

atribuímos a uma época histórica um mundo intelectual e a nós propnos um outro conteúdo mental, ou quando certas camadas sociais lüstòricamente

determinadas pensam de modo diferente, é à história qne atribuimos um pa

pel quase decisivo. Karl Mannheim, como todos os modernos pensado res alemães, considera o fato histó rico como irreversível, indi\'idual e único.


Digesto

62

Econômico

Digesto EcoNó^^co

63

fase da crônica modesta, da legenda, da

dos segundo as perguntas do presente. Além disso, não só os grandes liistoriadores clássicos sempre descreveram os acontecimentos de sua atualidade, co

representação retórica. Êstes processos

mo a história só ó reescrita em face das

da .sociedade atual.

de interpretação histórica correspondem

inquietações do presente.

às orientações dominantes que as épocas

Mas é especialmente no campo da metodologia histórica que a sociologia do

sumariou sou inquérito: estamos viven

Para Mannheim, a história já não de ve ser estudada do ponto de vista do moralista e do arquivista. Ela passou a

respectivas têm de seu passado. Afir-

1^ ma que várias transformações se têm

^ operado e que agora outra nova se manifesta.

Quando essa nova orientação que pro cura descobrir as relações da estrutura

social passar para o campo da erudi ção a nova forma de historiografia sur girá. Isso não significa que o estudo das fontes, a investigação nos arquivos

cessará.

Hoje há ainda necessidades

que só se satisfazem com a pura histó ria polítíca. A nova orientação que se inspira na sociologia do conhecimento e .a

conduz o historiador a ver os

acontecimentos do passado como uma sucessão de mudanças na es ciai.

a so,

A obra de Karl Mannheim e muito

põe uma planificação para a liberdade. Estuda também o problema da juventu-

do sua época, ou talvez de seus instru

do na sociedade modernh e o da edu

cabe, nesta hora que o lembramos ao

cação, assim como os valores cristãos

público brasileiro, julgar seus erros. Co

Numa frase, êle

do numa idade de transição do laissezfaire para uma sociedade planificada.

conhecimento influiu consideràvelmente. Todo o problema da crítica in

A dedicação de Karl Mannheim aos

mentos teóricos de análise.

Não nos

mo disse Goethe, os fracassos e as li-

mitaçõe.s são a. parcela comum dos ho mens; as virtudes e a humanidade o mérito do indivíduo.

Falecendo aos 54 anos, em plena ma

terna, da fídedignidade e autoridade de

problemas sociais básicos de nossa épo

turidade, Karl Mannheim deixa um va

ca não pode ser desconhecida.

um documento renovou-se à luz das pesquisas da sociologia do conhecimento. Em Ideologia e Utopia Karl Mannheim estudou a validade de uma afirmativa na sua relação estrutural com uma dada

erros ou suas limitações são um produto

zio no coração dos que partilharam dos

Seus

seus estudos.

situação social. Verificada a genuinidade e integridade de um documento, sempre resta saber suas afirmações es pecialmente quando dizem respeito a fa tos sociais, políticos e econômicos, a fim de apurar se são válidas ou não. As

contribuições de Mannheim para esta espécie de crítica, chamada na história de crítica interna, são realmente de grande importância.

No campo político e econômico, Karl rica de sugestões para os historiadores. Mannheim trouxe também contribuições No seu O homem e a soctedade em época de crise êle propoe um novo

modo de descrever o processo histónco. Tentar-se-ia descrever as tendências exis tentes enquanto existentes. nova a i tude estaria em oposição ao velho mé todo do historiador especializado. Ao

decisivas. Seus estudos sobre a dife rença entre PolíHca e Administração, so bre o caráter científico da Política' sô-

O subsecretário de Estado, sr. Rohert Lovett, em entrevista concedia à im

bre as várias correntes políticas atuais

e a maneira como encaram os proble mas políticos e administrativos, repre sentam, pela riqueza de sugestões, pela fôrça da interpretação, alguma coisa de

invés de esperar a morte do aconteci mento para descrevê-lo e analisá-lo, li incomum. vre dos preconceitos contemporâneos, a realmente Em seus livros Karl Mannheim es nova hisLa não superaria o processo tuda^ a significação da idade de recons^ do análise post-mertem mas, ao contra truçâo, os elementos racionais e irracio

rio, seria um método a servir a êste, quando êle se sentisse habilitado a ana^ nais na sociedade contemporânea e as hsar os acontecimentos passados. A causas sociais da crise em que vivemos. análise do statu nascendi não faria de Analisa as correlações entre a desorga clinar a atítude post mortem, pois esta nização da sociedade e a desorganização nresma nos leva a estudar os fatos passa- da personalidade e, principalmente, pro-

V

prensa, decíaroti haver o govêrno britânico informado aos Estados Unidos que a escassez de dólares não lhe permitiria fazer face à sua parte nas despesas de ocupa ção da Alemanha, mas se esforçaria em remediar essa escassez, não utilizando pro dutos provenientes do bloco esterlino. • O ST. Lovett declarou, a seguir, que o govêimo dos Estados Unidos considera a Groenlândia como diretamente ligada à defesa do hemisfério ocidental, em razão de sua posição estratégica e confirmou que o secretário de Estado, g^eral George Marshall, teve uma entrevista, tratando do assunto, com o ministro do Exterior da Dinamarca, sr. Rasmunsen.

O subsecretário revelou de outra parte que o problema chinês era atualmente estudado pelo Departamento de Estado e pela Casa Branca e que o presidente Truman e o general Marshall fixarão as grandes Unhas da política norte-americana com relação a êsse pais.

Quanto ao Japão, o sr. Lovett declarou que prosseguiam os preparativos para o próximo estudo do tratado de paz dêsse país com as potências interessadas, se bem que em vários pontos nenhum acôrdo se realizasse ainda entre estas últimas.


Digesto

62

Econômico

Digesto EcoNó^^co

63

fase da crônica modesta, da legenda, da

dos segundo as perguntas do presente. Além disso, não só os grandes liistoriadores clássicos sempre descreveram os acontecimentos de sua atualidade, co

representação retórica. Êstes processos

mo a história só ó reescrita em face das

da .sociedade atual.

de interpretação histórica correspondem

inquietações do presente.

às orientações dominantes que as épocas

Mas é especialmente no campo da metodologia histórica que a sociologia do

sumariou sou inquérito: estamos viven

Para Mannheim, a história já não de ve ser estudada do ponto de vista do moralista e do arquivista. Ela passou a

respectivas têm de seu passado. Afir-

1^ ma que várias transformações se têm

^ operado e que agora outra nova se manifesta.

Quando essa nova orientação que pro cura descobrir as relações da estrutura

social passar para o campo da erudi ção a nova forma de historiografia sur girá. Isso não significa que o estudo das fontes, a investigação nos arquivos

cessará.

Hoje há ainda necessidades

que só se satisfazem com a pura histó ria polítíca. A nova orientação que se inspira na sociologia do conhecimento e .a

conduz o historiador a ver os

acontecimentos do passado como uma sucessão de mudanças na es ciai.

a so,

A obra de Karl Mannheim e muito

põe uma planificação para a liberdade. Estuda também o problema da juventu-

do sua época, ou talvez de seus instru

do na sociedade modernh e o da edu

cabe, nesta hora que o lembramos ao

cação, assim como os valores cristãos

público brasileiro, julgar seus erros. Co

Numa frase, êle

do numa idade de transição do laissezfaire para uma sociedade planificada.

conhecimento influiu consideràvelmente. Todo o problema da crítica in

A dedicação de Karl Mannheim aos

mentos teóricos de análise.

Não nos

mo disse Goethe, os fracassos e as li-

mitaçõe.s são a. parcela comum dos ho mens; as virtudes e a humanidade o mérito do indivíduo.

Falecendo aos 54 anos, em plena ma

terna, da fídedignidade e autoridade de

problemas sociais básicos de nossa épo

turidade, Karl Mannheim deixa um va

ca não pode ser desconhecida.

um documento renovou-se à luz das pesquisas da sociologia do conhecimento. Em Ideologia e Utopia Karl Mannheim estudou a validade de uma afirmativa na sua relação estrutural com uma dada

erros ou suas limitações são um produto

zio no coração dos que partilharam dos

Seus

seus estudos.

situação social. Verificada a genuinidade e integridade de um documento, sempre resta saber suas afirmações es pecialmente quando dizem respeito a fa tos sociais, políticos e econômicos, a fim de apurar se são válidas ou não. As

contribuições de Mannheim para esta espécie de crítica, chamada na história de crítica interna, são realmente de grande importância.

No campo político e econômico, Karl rica de sugestões para os historiadores. Mannheim trouxe também contribuições No seu O homem e a soctedade em época de crise êle propoe um novo

modo de descrever o processo histónco. Tentar-se-ia descrever as tendências exis tentes enquanto existentes. nova a i tude estaria em oposição ao velho mé todo do historiador especializado. Ao

decisivas. Seus estudos sobre a dife rença entre PolíHca e Administração, so bre o caráter científico da Política' sô-

O subsecretário de Estado, sr. Rohert Lovett, em entrevista concedia à im

bre as várias correntes políticas atuais

e a maneira como encaram os proble mas políticos e administrativos, repre sentam, pela riqueza de sugestões, pela fôrça da interpretação, alguma coisa de

invés de esperar a morte do aconteci mento para descrevê-lo e analisá-lo, li incomum. vre dos preconceitos contemporâneos, a realmente Em seus livros Karl Mannheim es nova hisLa não superaria o processo tuda^ a significação da idade de recons^ do análise post-mertem mas, ao contra truçâo, os elementos racionais e irracio

rio, seria um método a servir a êste, quando êle se sentisse habilitado a ana^ nais na sociedade contemporânea e as hsar os acontecimentos passados. A causas sociais da crise em que vivemos. análise do statu nascendi não faria de Analisa as correlações entre a desorga clinar a atítude post mortem, pois esta nização da sociedade e a desorganização nresma nos leva a estudar os fatos passa- da personalidade e, principalmente, pro-

V

prensa, decíaroti haver o govêrno britânico informado aos Estados Unidos que a escassez de dólares não lhe permitiria fazer face à sua parte nas despesas de ocupa ção da Alemanha, mas se esforçaria em remediar essa escassez, não utilizando pro dutos provenientes do bloco esterlino. • O ST. Lovett declarou, a seguir, que o govêimo dos Estados Unidos considera a Groenlândia como diretamente ligada à defesa do hemisfério ocidental, em razão de sua posição estratégica e confirmou que o secretário de Estado, g^eral George Marshall, teve uma entrevista, tratando do assunto, com o ministro do Exterior da Dinamarca, sr. Rasmunsen.

O subsecretário revelou de outra parte que o problema chinês era atualmente estudado pelo Departamento de Estado e pela Casa Branca e que o presidente Truman e o general Marshall fixarão as grandes Unhas da política norte-americana com relação a êsse pais.

Quanto ao Japão, o sr. Lovett declarou que prosseguiam os preparativos para o próximo estudo do tratado de paz dêsse país com as potências interessadas, se bem que em vários pontos nenhum acôrdo se realizasse ainda entre estas últimas.


65

Dicesto Econômico

mo o colapso comercial norte-americano causado pela Guerra de Secessão, as

msièffa €coHcmfü€k Plnanças do So]|{ando Itcinndo

minha "História do Banco

do Brasil", pela Associa ção

Comercial

de

São

Paulo, inaugurando a co leção "Cultura Econômi ca", levou-mc, pula necessidade de re ver as provas do livro, a voltar a um

pando, no meio delas, com muitas coisas que merecem ser lembradas. Procurarei, nesta e em sub.scqiicnles crônicas, transmitir aos leitores algum material histórico referente às finanças

do Segundo Reinado.

Grande parte

deste material é rigorosamente inédita, colhida que foi nos arquivos do próprio

assunto que há alguns anos tinha pôsto

Banco.

dc lado,

quecidos, pois foram publicados em re

Outros elementos se acham es

A vida do Banco é feita de ciclos

latórios oficiais, fôlhas de imprensa c

sucessivos e cada um dêles poderia

outros lugares de fácil dispersão e difícil

servir de matéria para um estudo histó

guarda.

rico especial. O volume que está para sair (único que até agora ficou pronto) compreende um largo e importante pe ríodo: desde a fundação do Banco, em 1808, ate a primeira liqüidação, em 1835. É a História Financeira do Brasil-Reino, do Primeiro Reinado e de

metade da Regência.

ralidade dc emissões dentro do Brasil

(lei dos bancos emissores com a infla ção c c.specu'ação conseqüentes, as se

a pedir ao Covèmo autorização para au mentar o limite das emissões, levando-o

ao triplo do fundo metálico, londe-

Uni dos aspectos mais delicados da

rou a diretoria ao Govêmo que, se tal faculdade lhe fôsse negada, gravíssima se ria a situação da praça em virtude de re

situação era o do crédito, ou melhor, dos bancos e casas bancárias. Além do

dução forçada dos descontos, elevaçao dos juros o exigência dos pagamentos.

Banco do Brasil havia outros bancos emissores c, afora êslcs, vários estabele

Nesta troca de apelos do Banco ao Govérno c de respostas mais ou menos evasivas do ministro da Fazenda vai

cas do Nordeste etc.

por Afonso Arinos de Melo Kaancc

próxima publicação da

especulações da finança inglêsa, a plu

a suspensão dos descontos, inclusive das letras do Tesouro. - Começou-se, então,

cimentos de crédito operando na praça coni certo descontrole a

correndo o tempo, ate

até com pouca correção.

que se apresenta o remé dio de sempre; pedir ouro ao Inglês, que empresta

Um dôstes era a casa

Alves Souto, a qual ti nha fama de ser prote

va mas sabia cobrar.

gida pela Coroa, coisa que, aliás, certos fatos posteriores parecem con

do Alves Souto. Não es

firmar.

tando em condições de

Neste meio tempo au

mentam as dificuldades

Em julho de 1862 o

pagar o débito de 12.000

sôbre a famosa crise bancária e monetá

Banco do Brasil elevou o

ria ocorrida no Rio de Janeiro em 1863,

redesconto de Alves Souto

contos, vê-se o Banco do Brasil forçado, náp sò-

Vejamos, por exemplo, alguns dados que passou à História com o nome de "quebra do Souto". Vamos começar expondo as origens desconhecidas da crise.

Ao se aproximar a década de sessenta,

Quando interrompi o trabalho, estava em plena pesquisa para o segundo tômo.

apesar da força ascensional da lavouríi

E agora, despertado novamente meu in teresse pelo assunto, andei percorrendo as fichas .que então tinha preparado, to

rio não era boa.

do café, a situação financeira do Impé

do

niente a prorrogar o pra zo de três meses por ou

novamente

tros tantos, como a au

ampliado para 8.000 contos. Enquanto isto

mentar mais 2.000 can tos no empréstimo.

a 5.000 contos, sendo tal limite, mesmo

em

outubro

ano,

Era visível que a casa

abriam-se vultosos crédi

tos especiais a outras firmas barícárias,

As razões disto eram

da maneira seguinte: Mauá-Mc. Gregor,

explicadas por várias formas, apelandose para fatôres externos e internos, co-

9.000 contos; Gomes & FíUios, 8.000; Montenegro & Lima, 4.000; Teixeira Leite & Carvalho, 2.500 contos. A Alves Souto, ainda no mesmo mês,

Fredes inaugurar-se-á á coleção "Cultura Econômica", uirui cias mais úteis realiza'

se abriu um novo crédito especial no qalor de 12.000 coni;os, pelo prazo

ções ãa achninistração de Brosilio Machado Neto. Afonso Arinos de Melo Franco

de três meses.

iniciará a série com a sua "História do Banco do Brasil", re^deta de dculos inéditos, colhidos nos arquivos do próprio Banco. A obra, redigida em estilo magnífico c cuidadosamente preparada, descreve o desenvolvimento das finanças brasileiras em empolgante período da nossa história. O artigo que ora publicamos é a narrativa da famosa crise bancária conhecida pela "quebra do Souto", ocorrida já nos

Esta prodigalidade dava seus frutos logo em princípios do ano seguinte. Com efeito, já em fevereiro, a diretoria do

meados do segundo Império.

Alves Souto rolava num plano inclinado

para o desasbe. Mas o Banco do Brasil, levado pela absurda esperança de po der salvá-la, e agindo sob a influência de personalidades prestigiosas, continua

va a jogar lenha, ou antes papel-moeda na fogueira. O ilustre Barão de Mauá, a quem tanto deve o nosso país, teve no as sunto uma infeliz intervenção. Com efeito, em sessão reservada da diretoria do Banco do Brasil, realiza

com a

da no dia 18 de maio, suscitou-se a

situação da caixa e considerava a sério

necessidade de um aiuxílio urgente a

Banco do Brasil se alarmava


65

Dicesto Econômico

mo o colapso comercial norte-americano causado pela Guerra de Secessão, as

msièffa €coHcmfü€k Plnanças do So]|{ando Itcinndo

minha "História do Banco

do Brasil", pela Associa ção

Comercial

de

São

Paulo, inaugurando a co leção "Cultura Econômi ca", levou-mc, pula necessidade de re ver as provas do livro, a voltar a um

pando, no meio delas, com muitas coisas que merecem ser lembradas. Procurarei, nesta e em sub.scqiicnles crônicas, transmitir aos leitores algum material histórico referente às finanças

do Segundo Reinado.

Grande parte

deste material é rigorosamente inédita, colhida que foi nos arquivos do próprio

assunto que há alguns anos tinha pôsto

Banco.

dc lado,

quecidos, pois foram publicados em re

Outros elementos se acham es

A vida do Banco é feita de ciclos

latórios oficiais, fôlhas de imprensa c

sucessivos e cada um dêles poderia

outros lugares de fácil dispersão e difícil

servir de matéria para um estudo histó

guarda.

rico especial. O volume que está para sair (único que até agora ficou pronto) compreende um largo e importante pe ríodo: desde a fundação do Banco, em 1808, ate a primeira liqüidação, em 1835. É a História Financeira do Brasil-Reino, do Primeiro Reinado e de

metade da Regência.

ralidade dc emissões dentro do Brasil

(lei dos bancos emissores com a infla ção c c.specu'ação conseqüentes, as se

a pedir ao Covèmo autorização para au mentar o limite das emissões, levando-o

ao triplo do fundo metálico, londe-

Uni dos aspectos mais delicados da

rou a diretoria ao Govêmo que, se tal faculdade lhe fôsse negada, gravíssima se ria a situação da praça em virtude de re

situação era o do crédito, ou melhor, dos bancos e casas bancárias. Além do

dução forçada dos descontos, elevaçao dos juros o exigência dos pagamentos.

Banco do Brasil havia outros bancos emissores c, afora êslcs, vários estabele

Nesta troca de apelos do Banco ao Govérno c de respostas mais ou menos evasivas do ministro da Fazenda vai

cas do Nordeste etc.

por Afonso Arinos de Melo Kaancc

próxima publicação da

especulações da finança inglêsa, a plu

a suspensão dos descontos, inclusive das letras do Tesouro. - Começou-se, então,

cimentos de crédito operando na praça coni certo descontrole a

correndo o tempo, ate

até com pouca correção.

que se apresenta o remé dio de sempre; pedir ouro ao Inglês, que empresta

Um dôstes era a casa

Alves Souto, a qual ti nha fama de ser prote

va mas sabia cobrar.

gida pela Coroa, coisa que, aliás, certos fatos posteriores parecem con

do Alves Souto. Não es

firmar.

tando em condições de

Neste meio tempo au

mentam as dificuldades

Em julho de 1862 o

pagar o débito de 12.000

sôbre a famosa crise bancária e monetá

Banco do Brasil elevou o

ria ocorrida no Rio de Janeiro em 1863,

redesconto de Alves Souto

contos, vê-se o Banco do Brasil forçado, náp sò-

Vejamos, por exemplo, alguns dados que passou à História com o nome de "quebra do Souto". Vamos começar expondo as origens desconhecidas da crise.

Ao se aproximar a década de sessenta,

Quando interrompi o trabalho, estava em plena pesquisa para o segundo tômo.

apesar da força ascensional da lavouríi

E agora, despertado novamente meu in teresse pelo assunto, andei percorrendo as fichas .que então tinha preparado, to

rio não era boa.

do café, a situação financeira do Impé

do

niente a prorrogar o pra zo de três meses por ou

novamente

tros tantos, como a au

ampliado para 8.000 contos. Enquanto isto

mentar mais 2.000 can tos no empréstimo.

a 5.000 contos, sendo tal limite, mesmo

em

outubro

ano,

Era visível que a casa

abriam-se vultosos crédi

tos especiais a outras firmas barícárias,

As razões disto eram

da maneira seguinte: Mauá-Mc. Gregor,

explicadas por várias formas, apelandose para fatôres externos e internos, co-

9.000 contos; Gomes & FíUios, 8.000; Montenegro & Lima, 4.000; Teixeira Leite & Carvalho, 2.500 contos. A Alves Souto, ainda no mesmo mês,

Fredes inaugurar-se-á á coleção "Cultura Econômica", uirui cias mais úteis realiza'

se abriu um novo crédito especial no qalor de 12.000 coni;os, pelo prazo

ções ãa achninistração de Brosilio Machado Neto. Afonso Arinos de Melo Franco

de três meses.

iniciará a série com a sua "História do Banco do Brasil", re^deta de dculos inéditos, colhidos nos arquivos do próprio Banco. A obra, redigida em estilo magnífico c cuidadosamente preparada, descreve o desenvolvimento das finanças brasileiras em empolgante período da nossa história. O artigo que ora publicamos é a narrativa da famosa crise bancária conhecida pela "quebra do Souto", ocorrida já nos

Esta prodigalidade dava seus frutos logo em princípios do ano seguinte. Com efeito, já em fevereiro, a diretoria do

meados do segundo Império.

Alves Souto rolava num plano inclinado

para o desasbe. Mas o Banco do Brasil, levado pela absurda esperança de po der salvá-la, e agindo sob a influência de personalidades prestigiosas, continua

va a jogar lenha, ou antes papel-moeda na fogueira. O ilustre Barão de Mauá, a quem tanto deve o nosso país, teve no as sunto uma infeliz intervenção. Com efeito, em sessão reservada da diretoria do Banco do Brasil, realiza

com a

da no dia 18 de maio, suscitou-se a

situação da caixa e considerava a sério

necessidade de um aiuxílio urgente a

Banco do Brasil se alarmava


'■ *

66

' ' . i !'; >

Digesto EcoNÓ>ncO

Alves Souto, que não estava mais em condições nem de atender aos compro missos do dia.

A diretoria manifestou

escrúpulos em conceder a nova sangria, sendo que entre os resistentes se acha

va o bravo Teófilo Otoní que já várias vêzes tinha manifestado a sua enérgica desaprovação à política de amparo a Alves Souto. O Barão de Mauá suge riu uma fórmula, que seria o Banco do Brasil descontar uma letra de 500

No dia seguinte, 19, o diretor

de Carvalho procura Alves Souto, csí^'

mina os seus balanços o conclui quG, para tomar qualquer .decisão, o BancC do Brasil devia conhecer melhor a si

tuação dos negócios da firma.

por Daiuo de Almeida Magalhães

Ped®

dos seus devedores em conta corrente c dos títulos em carteira.

Souto, no entanto, confiante no.s

drinhos e não querendo desvendar ^ abismo em que se achava, "recusa tef-

situação, opôs-se à fórmula, declarando

que "a ser a tal obrigado entregarií^

to, que traria a garantia subsidiária de

sabiüdade das elites dirigentes

a Souto que lhe apresente Ijsta rigorosi^

mil libras esterlinas, sacada por Souto sobre a firma Dorey Benjamin, de Lon dres. Otoni, sem negar a gravidade da preferir até mesmo um simples descon

o Conselheiro Afonso Pena e a respon'

minantemente" fornecer a lista dos seuS

devedores em conta corrente e ameaçí^ completamente a sua casa".

Diante de tal desplante que faz o

foJ^VOCO-LHE, nesta hora, a pre sença austera e serena reavi vando rcminiscências que da vida

acadêmica

nos

marcam

indolèvolmente a memória. É uma .sula simples e modesta

que SC reflete na minha lem

Se ergue ao fundo, posta sobre a cadei ra que o diretor deve ocupar, nos dias

te vivida na cátedra, na política e na advocacia, com dignidade, patnotismo

Domina-a, eloqüente

sacador.

auxílio do dinheiro do govênio, do di

solenes. Esta figura é a do fundador

nheiro do povo; aumenta o crédito de Souto para 20.000 contos! Muitos diretores votaram desta ve^

da casa - o Conselheiro Afonso Augus to Moreira Pena, que preside, em es

Novamente Mauá vem em

defesa de devedor relapso, alegando que descontos não eram possíveis, visto que Souto não tinha, no momento, em car teira, títulos a descontar. Acrescenta

estar persuadido de que o estado da casa Souto "era o melhor possível", qu^e as dificuldades com que lutava

"eram momentâneas e desapareceriam completamente desde que se tornasse público ter ela (a casa Souto) o apoio

contra a criminosa medida. Otoni, corno

pírito, as reuniões que naquela sala rea liza a congregação dos mestres da

sempre, chama atenção para os riscoS

Faculdade de Direito de Minas Gerais.

dela, inclusive o de nova e inevitável

emissão de papel-moeda, necessária pf^ra fazer face à mobilização de dinheiro. Mas o ministro da Fazenda intervém com um ofício, concordando com ^ transação. Ai é que parece haver o dedo de personagem mais alta. Conio

um compromisso, e é uma hçao Niva c constante que se ministra aos alunos, e também aos professores daquela escoU-

A lição c a melhor de quantas aquele lente egrégio transmitiu aos seus discí

brança.

Nada disso. Prolonga-lhe a agonia corO

Leva o devedor à falência^

de. se reveste de sentido mais protundo o substancial. Significa mais do que admiração c reconhecimento: traduz

e grave, a figura, de corpo inteiro, que

outra firma, ao passo que a decisão tomada só se apoiava nos recursos do

Banco?

ça, irradiante de respeito e tranqüilida

pulos: a lição de sua vida, intensamen e zelo- o compromisso é o que esta liç<

sempre recordada do fundador da casa impõe aos que nela se sucederam atra vés dos tempos, ensinando ou apmndendo: - o compromisso de

animada do mesmo espmto e da Ao fixar aquele retrato à óleo, sus rem mesma nobreza moral com que o penso sobre a cadeira do professor que çriador lhe deu ex-istência, transmitindo preside os destinos da escola, e rodea lhe com o próprio exemplo, a alma que do pela galeria ilustre dos lentes mortos, fdeTeria LLr. sem desfaUcmentos sente-se que a presença do criador da

• r.

niltura da liberdade e

instituição naquele recinto nao exprime apenas uma homenagem pela benemc-

ao serviço da cuuuia, do bem comum.

podia um ministro, em tal emergência,

rência de sua iniciativa frutuosa, nem

Banco do Brasil procurava, por todos

assumir sózinho tal responsabilidade? Oto ni, contudo, mantém seu voto contrário

perpetua sòmente um preito de sauda de, que a recordação do guia, do com

os meios, fazer com que a firma dimi

em exposição escrita ponderada, pruden

panheiro e do amigo houvesse inspirado

nuísse as suas responsabilidades e nada tinha conseguido. O próprio crédito su

te, enérgica.

prêsa da fundação, e para compor o seu primeiro corpo docente, algumas das figuras que, na republica, haviam de representar as culmmancms inte.ectuais e morais de Minas, o Conselheiro

do Banco".

Grave imprudência do ilustre brasi

leiro.

Era patente que Souto estava

virtualmente falido.

Desde março o

Sempre o bravo Otoni-

aos que com êle cooperaram na reali

zação do ideal comum. Aquela presen

plementar de 2.000 contos, acima re

A crise se avolumava. O desastre estava próximo. Vamos descrevê-lo mais

ferido, já se achava esgotado.

detidamente no próximo artigo.

Convocando para ajuda-lo na en>

Convidado pelo Conselho Federal da rena de AlnuiUla Maaalhaes profem, wn f,ab„lho de educação e a responsabihclade das ehtes dirigentes. . Diwdgmido essas cívica, que merece ser Mo pela. o''Diàsto Econó^ pásinas, especialmente cedidas pelo nosso ilustre ^ mico" pratica obra de nacionalismo sadio.

•3$

\

.'i íijpt'

•ri'


'■ *

66

' ' . i !'; >

Digesto EcoNÓ>ncO

Alves Souto, que não estava mais em condições nem de atender aos compro missos do dia.

A diretoria manifestou

escrúpulos em conceder a nova sangria, sendo que entre os resistentes se acha

va o bravo Teófilo Otoní que já várias vêzes tinha manifestado a sua enérgica desaprovação à política de amparo a Alves Souto. O Barão de Mauá suge riu uma fórmula, que seria o Banco do Brasil descontar uma letra de 500

No dia seguinte, 19, o diretor

de Carvalho procura Alves Souto, csí^'

mina os seus balanços o conclui quG, para tomar qualquer .decisão, o BancC do Brasil devia conhecer melhor a si

tuação dos negócios da firma.

por Daiuo de Almeida Magalhães

Ped®

dos seus devedores em conta corrente c dos títulos em carteira.

Souto, no entanto, confiante no.s

drinhos e não querendo desvendar ^ abismo em que se achava, "recusa tef-

situação, opôs-se à fórmula, declarando

que "a ser a tal obrigado entregarií^

to, que traria a garantia subsidiária de

sabiüdade das elites dirigentes

a Souto que lhe apresente Ijsta rigorosi^

mil libras esterlinas, sacada por Souto sobre a firma Dorey Benjamin, de Lon dres. Otoni, sem negar a gravidade da preferir até mesmo um simples descon

o Conselheiro Afonso Pena e a respon'

minantemente" fornecer a lista dos seuS

devedores em conta corrente e ameaçí^ completamente a sua casa".

Diante de tal desplante que faz o

foJ^VOCO-LHE, nesta hora, a pre sença austera e serena reavi vando rcminiscências que da vida

acadêmica

nos

marcam

indolèvolmente a memória. É uma .sula simples e modesta

que SC reflete na minha lem

Se ergue ao fundo, posta sobre a cadei ra que o diretor deve ocupar, nos dias

te vivida na cátedra, na política e na advocacia, com dignidade, patnotismo

Domina-a, eloqüente

sacador.

auxílio do dinheiro do govênio, do di

solenes. Esta figura é a do fundador

nheiro do povo; aumenta o crédito de Souto para 20.000 contos! Muitos diretores votaram desta ve^

da casa - o Conselheiro Afonso Augus to Moreira Pena, que preside, em es

Novamente Mauá vem em

defesa de devedor relapso, alegando que descontos não eram possíveis, visto que Souto não tinha, no momento, em car teira, títulos a descontar. Acrescenta

estar persuadido de que o estado da casa Souto "era o melhor possível", qu^e as dificuldades com que lutava

"eram momentâneas e desapareceriam completamente desde que se tornasse público ter ela (a casa Souto) o apoio

contra a criminosa medida. Otoni, corno

pírito, as reuniões que naquela sala rea liza a congregação dos mestres da

sempre, chama atenção para os riscoS

Faculdade de Direito de Minas Gerais.

dela, inclusive o de nova e inevitável

emissão de papel-moeda, necessária pf^ra fazer face à mobilização de dinheiro. Mas o ministro da Fazenda intervém com um ofício, concordando com ^ transação. Ai é que parece haver o dedo de personagem mais alta. Conio

um compromisso, e é uma hçao Niva c constante que se ministra aos alunos, e também aos professores daquela escoU-

A lição c a melhor de quantas aquele lente egrégio transmitiu aos seus discí

brança.

Nada disso. Prolonga-lhe a agonia corO

Leva o devedor à falência^

de. se reveste de sentido mais protundo o substancial. Significa mais do que admiração c reconhecimento: traduz

e grave, a figura, de corpo inteiro, que

outra firma, ao passo que a decisão tomada só se apoiava nos recursos do

Banco?

ça, irradiante de respeito e tranqüilida

pulos: a lição de sua vida, intensamen e zelo- o compromisso é o que esta liç<

sempre recordada do fundador da casa impõe aos que nela se sucederam atra vés dos tempos, ensinando ou apmndendo: - o compromisso de

animada do mesmo espmto e da Ao fixar aquele retrato à óleo, sus rem mesma nobreza moral com que o penso sobre a cadeira do professor que çriador lhe deu ex-istência, transmitindo preside os destinos da escola, e rodea lhe com o próprio exemplo, a alma que do pela galeria ilustre dos lentes mortos, fdeTeria LLr. sem desfaUcmentos sente-se que a presença do criador da

• r.

niltura da liberdade e

instituição naquele recinto nao exprime apenas uma homenagem pela benemc-

ao serviço da cuuuia, do bem comum.

podia um ministro, em tal emergência,

rência de sua iniciativa frutuosa, nem

Banco do Brasil procurava, por todos

assumir sózinho tal responsabilidade? Oto ni, contudo, mantém seu voto contrário

perpetua sòmente um preito de sauda de, que a recordação do guia, do com

os meios, fazer com que a firma dimi

em exposição escrita ponderada, pruden

panheiro e do amigo houvesse inspirado

nuísse as suas responsabilidades e nada tinha conseguido. O próprio crédito su

te, enérgica.

prêsa da fundação, e para compor o seu primeiro corpo docente, algumas das figuras que, na republica, haviam de representar as culmmancms inte.ectuais e morais de Minas, o Conselheiro

do Banco".

Grave imprudência do ilustre brasi

leiro.

Era patente que Souto estava

virtualmente falido.

Desde março o

Sempre o bravo Otoni-

aos que com êle cooperaram na reali

zação do ideal comum. Aquela presen

plementar de 2.000 contos, acima re

A crise se avolumava. O desastre estava próximo. Vamos descrevê-lo mais

ferido, já se achava esgotado.

detidamente no próximo artigo.

Convocando para ajuda-lo na en>

Convidado pelo Conselho Federal da rena de AlnuiUla Maaalhaes profem, wn f,ab„lho de educação e a responsabihclade das ehtes dirigentes. . Diwdgmido essas cívica, que merece ser Mo pela. o''Diàsto Econó^ pásinas, especialmente cedidas pelo nosso ilustre ^ mico" pratica obra de nacionalismo sadio.

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•ri'


68

DiciiSTO Econômico

Afonso Pena pôde instalar em Our Preto, aos 10 de dezembro de ISOí?

"Faculdade Livre de Direito do E"sta^ do de Minas Gerais". E da direção do estabelecimento só a morte o afa^^taria O alto padrão do novo centro de esl-udos WJ jurídicos, que se formara como rebento legítimo da Faculdade de Direito de São Paulo, se exprime pela qualidade

dos lentes selecionados para nôle pro

fessarem: é o que de melhor se poderia reunir na velha capital mineira, vívend^o então as emoções, os arrebatamentos e os conflitos trazidos pela república re cém-nascida.

A iniciativa do Conselheiro Afonso Pena, naquela hora, deixou constância do seu espírito construtivo e do seu âni

mo isento. Político que, na monarquia, ainda jovem, ia percorrendo ràpidamente a escala ascendente de uma carreira vi

toriosa, não guardou amargura, pessi mismo ou despeito ao ver findar-se fa-

tigado e vazio de substância vital, o re gime que tão propício lhe fora. Não se recolheu a retraimento hostil, nem

se entregou a negativismo estéril, que

furtasse à sua tcrra e à sua gente '^3 benefícios de sua experiência c

Essa mesma generosidade d alma é que inspiraria pouco mai.s tarde ao Con selheiro, tão marcado na sua per.sonali-

dade moral pelos traços monárquicos (e em tomo do qual, sem embargo disso,

culdade, mas cuja nartàção deve

da nossa Faculdade de Direito, que me

como uma homenagem ao desinte resse e à abnegação do extinto e co mo testemunho dc inapagável grati

de Minas, sòmente depois da morte do bcnfeitor abnegado, con^o maneira de valorizar a homenagem à sua, própria delicadeza moral, recompõe por si só,

ó grato relembrar nesta oportunidade. O fato a que aludo nunca foi objeto de alarde ou propaganda mesmo no seio da nossa escola. A tradição de medida e díscreção que nela sempre se mante ve, talvez ainda como uma herança da

própria personalidade do seu criador, seria desrespeitada, se as atitudes ain da as mais nobres e singulares dos seus

patriarcas fossem motivo de estxepitosa divulgação.

As virtudes dominantes

na congregação da Faculdade compu nham um clima de tal modo impregna do de nobreza e distinção que os pro cedimentos mais digno.s dc encômíos eram npenüs rcferido.s, de pas.sagem, com medida c recato, quando não eram

sepultados em silencio, como se fugisse ao bom tom derramar elogios para pôr

maculada por um varão de sua irre

forço, ou sacrifício.

Mas o espírito

Do nobre gesto do Conselheiro Afon

cívico, o ânimo de realizar, o amor à

so Pena em favor da Faculdade de Di

província natal, o desejo de servir e de

reito que criara, parece, que só se dei

ciar a nova ordem política.

O episódio rememorado, belo teste munho de escrúpulo e de amor â cultu

ra jurídica, e de que se deixou referên

dísciplina moral tão apurada, que observá-Ia se tornara hábito repetido sem es

novas gerações, às quais tocava a res ponsabilidade de construir e de creden

"O dr. Edmundo Lins quer trazer ao conhecimento da congregação um

cia, na crônica da Faculdade de Direito

tico não seria, naquele transe delicado,

generosa, que iria ser de imensa signincação e présHmo, sobretudo para as

que foi aplicada na construção".

fato que certamente não aumenta a

ples obrigação, ou fruto comum de auto-

lidade esquivar-se de empreender obra

cem contos à Faculdade, quantia

bencmerêncía do fundador desta Fa

em destaque o que era reputado sim

lhe ajudar o progresso não permitiriam a um homem público da sua responsabi

tro Edmundo Lins, uma das luzes do

corpo docente da escola:

republicana de Minas, nos dias incer tos do começo da república), gesto de raro desprendimento em favor da sua,

madas.

preensível austeridade.

69

EcoNÓ^^co

se reunia a fina flor da nova geração

de sua cooperação, instantemente recla

A compostura do procedimento polí

Dicesto

xou testemunho nos anais da escola be

neficiaria, através das palavras que a seguir reproduzo, e que constam da ata da sessão em que se renderam home nagens excepcionais à memória do di retor morto.

O registro mencionado é o seguinte, tal como o pronunciou o saudoso minis-

constar da ata da presente sessão,

dão de seus companheiros de Facul dade.

Votada a verba de 100 contos de

réis pelo Congresso Mineiro para a constmção do edifício da Faculdade

nesta capital, o governo do dr. Silviano Brandão não pôde cumprir a

autorização legislativa, angustiada co mo era a situação financeira do Es tado de Minas. Como um dos meios de fazer face a esta crise, feri contraí

do, por intermédio do Conselheiro Afonso Pena, um empréstimo para o

Estado na praga do llio de Janeiro. O ilustre mineiro, que não ocupava

então posição oficial que lhe ve dasse receber a comissão que lhe

competia, e que se elevava a mais do cento c vinte contos, recusou-se

formalmente a qualquer remuneração, pelo grande serviço prestado ao Es tado

em

hora

tão

apertada, e do dr. Silviano

Brandão

conseguiu que fôsse

pago o auxílio de

com fidelidade, o perfil do Conselheiro Afonso Pena, nas linhas mestras com

que o marcou na história o seu invariá vel procedimento como homem público e homem privado.

A prática religiosa das mais difíceis virtudes e a devoção sincera à idéia do direito, como disciplina e como ideal, são os traços que perpetuam a memó

ria da egrégia personalidade a que.todo

o país, nestes dias, presta merecida re verência.

E particularmente para os

mineiros que se orgulham da paterni dade espiritual da Faculdade de Direito

que o Conselheiro Afonso Pena fundou,

amparou e engrandeceu, a recordação dos serviço.s que lhe deve a nossa cul

tura, servida há mais de meio sóculo

por aquele centro de -trabalho, e digni

ficada por gestos como o que acabamos de relembrar, nos reaviva no espírito a

sua presença, naquela sala da congrega ção de mestres das letras jurídicas. E bem compreendemos porque essa pre sença ali representa mna lição, um estímulo, um exemplo, um compro misso.


68

DiciiSTO Econômico

Afonso Pena pôde instalar em Our Preto, aos 10 de dezembro de ISOí?

"Faculdade Livre de Direito do E"sta^ do de Minas Gerais". E da direção do estabelecimento só a morte o afa^^taria O alto padrão do novo centro de esl-udos WJ jurídicos, que se formara como rebento legítimo da Faculdade de Direito de São Paulo, se exprime pela qualidade

dos lentes selecionados para nôle pro

fessarem: é o que de melhor se poderia reunir na velha capital mineira, vívend^o então as emoções, os arrebatamentos e os conflitos trazidos pela república re cém-nascida.

A iniciativa do Conselheiro Afonso Pena, naquela hora, deixou constância do seu espírito construtivo e do seu âni

mo isento. Político que, na monarquia, ainda jovem, ia percorrendo ràpidamente a escala ascendente de uma carreira vi

toriosa, não guardou amargura, pessi mismo ou despeito ao ver findar-se fa-

tigado e vazio de substância vital, o re gime que tão propício lhe fora. Não se recolheu a retraimento hostil, nem

se entregou a negativismo estéril, que

furtasse à sua tcrra e à sua gente '^3 benefícios de sua experiência c

Essa mesma generosidade d alma é que inspiraria pouco mai.s tarde ao Con selheiro, tão marcado na sua per.sonali-

dade moral pelos traços monárquicos (e em tomo do qual, sem embargo disso,

culdade, mas cuja nartàção deve

da nossa Faculdade de Direito, que me

como uma homenagem ao desinte resse e à abnegação do extinto e co mo testemunho dc inapagável grati

de Minas, sòmente depois da morte do bcnfeitor abnegado, con^o maneira de valorizar a homenagem à sua, própria delicadeza moral, recompõe por si só,

ó grato relembrar nesta oportunidade. O fato a que aludo nunca foi objeto de alarde ou propaganda mesmo no seio da nossa escola. A tradição de medida e díscreção que nela sempre se mante ve, talvez ainda como uma herança da

própria personalidade do seu criador, seria desrespeitada, se as atitudes ain da as mais nobres e singulares dos seus

patriarcas fossem motivo de estxepitosa divulgação.

As virtudes dominantes

na congregação da Faculdade compu nham um clima de tal modo impregna do de nobreza e distinção que os pro cedimentos mais digno.s dc encômíos eram npenüs rcferido.s, de pas.sagem, com medida c recato, quando não eram

sepultados em silencio, como se fugisse ao bom tom derramar elogios para pôr

maculada por um varão de sua irre

forço, ou sacrifício.

Mas o espírito

Do nobre gesto do Conselheiro Afon

cívico, o ânimo de realizar, o amor à

so Pena em favor da Faculdade de Di

província natal, o desejo de servir e de

reito que criara, parece, que só se dei

ciar a nova ordem política.

O episódio rememorado, belo teste munho de escrúpulo e de amor â cultu

ra jurídica, e de que se deixou referên

dísciplina moral tão apurada, que observá-Ia se tornara hábito repetido sem es

novas gerações, às quais tocava a res ponsabilidade de construir e de creden

"O dr. Edmundo Lins quer trazer ao conhecimento da congregação um

cia, na crônica da Faculdade de Direito

tico não seria, naquele transe delicado,

generosa, que iria ser de imensa signincação e présHmo, sobretudo para as

que foi aplicada na construção".

fato que certamente não aumenta a

ples obrigação, ou fruto comum de auto-

lidade esquivar-se de empreender obra

cem contos à Faculdade, quantia

bencmerêncía do fundador desta Fa

em destaque o que era reputado sim

lhe ajudar o progresso não permitiriam a um homem público da sua responsabi

tro Edmundo Lins, uma das luzes do

corpo docente da escola:

republicana de Minas, nos dias incer tos do começo da república), gesto de raro desprendimento em favor da sua,

madas.

preensível austeridade.

69

EcoNÓ^^co

se reunia a fina flor da nova geração

de sua cooperação, instantemente recla

A compostura do procedimento polí

Dicesto

xou testemunho nos anais da escola be

neficiaria, através das palavras que a seguir reproduzo, e que constam da ata da sessão em que se renderam home nagens excepcionais à memória do di retor morto.

O registro mencionado é o seguinte, tal como o pronunciou o saudoso minis-

constar da ata da presente sessão,

dão de seus companheiros de Facul dade.

Votada a verba de 100 contos de

réis pelo Congresso Mineiro para a constmção do edifício da Faculdade

nesta capital, o governo do dr. Silviano Brandão não pôde cumprir a

autorização legislativa, angustiada co mo era a situação financeira do Es tado de Minas. Como um dos meios de fazer face a esta crise, feri contraí

do, por intermédio do Conselheiro Afonso Pena, um empréstimo para o

Estado na praga do llio de Janeiro. O ilustre mineiro, que não ocupava

então posição oficial que lhe ve dasse receber a comissão que lhe

competia, e que se elevava a mais do cento c vinte contos, recusou-se

formalmente a qualquer remuneração, pelo grande serviço prestado ao Es tado

em

hora

tão

apertada, e do dr. Silviano

Brandão

conseguiu que fôsse

pago o auxílio de

com fidelidade, o perfil do Conselheiro Afonso Pena, nas linhas mestras com

que o marcou na história o seu invariá vel procedimento como homem público e homem privado.

A prática religiosa das mais difíceis virtudes e a devoção sincera à idéia do direito, como disciplina e como ideal, são os traços que perpetuam a memó

ria da egrégia personalidade a que.todo

o país, nestes dias, presta merecida re verência.

E particularmente para os

mineiros que se orgulham da paterni dade espiritual da Faculdade de Direito

que o Conselheiro Afonso Pena fundou,

amparou e engrandeceu, a recordação dos serviço.s que lhe deve a nossa cul

tura, servida há mais de meio sóculo

por aquele centro de -trabalho, e digni

ficada por gestos como o que acabamos de relembrar, nos reaviva no espírito a

sua presença, naquela sala da congrega ção de mestres das letras jurídicas. E bem compreendemos porque essa pre sença ali representa mna lição, um estímulo, um exemplo, um compro misso.


Dicesto

Dicesto Econômico

70

Criando, ajudando e engrandecendo

tido Liberal, ministro de trc.s gabinetes,

Horizonte, depois de presidente do Es

rista, ambas dinâmicas e fecundas. O chefe se revela homem de Estado, lú

cido, objetivo e notavelmente empreen dedor, lançando-se, com denodo, ao la bor construtivo para dotar o país desa

a Faculdade de Direito de sua terra na-,

na monarquia; expoente da Constituin

tado — o Conselheiro Afonso Pena per

tal, que iria alcançar, graças aos desve-

te republicana mineira; pre.sidenle do

correndo êsse cursiis hoiwrum se nuinti-

los do fundador, vida ilustre e fecunda,

Estado; presidente do Banco da Repú

o Conselheiro Afonso Pena estava rea

blica; membro do Senado Estadual de

lizando e perpetuando a sua marcada

Minas, e do Conselho Deliberativo de

vocação de jurista.

Belo Horizonte, vice-presidente e final mente presidente da República — o Conselheiro Afonso Pena ascendeu às

O professor já se

anunciava nêle desde os bancos acadê

micos, em que conseguira destacar-se pela aplicação aos estudos jurídicos entre colegas de primeira grandeza. A fundação daquela escola, para a

qual se transplantava o próprio espíri to da matriz paulista, que formara quase

todos os seus primeiros professores, é na carreira de homem público do emé rito cidadão, que hoje recordamos, um marco fundamental, senão uma síntese,

uma interpretação da vida com que so nhou, e teve a ventura de plenamente viver.

nha no mesmo ní\'cl: qualquer que fosse o posto designado, excrcia-o com a nobre vocação cívica que lhe dignifica a ati vidade política, e com o mesmo senti mento de responsabilidade de quem pesa os deveres contraídos perante a co

culminâncias da política e da adminis

letividade e a consciência vigilante.

tração, mas em tôda essa trajetória triun fal não se deformou a sua verdadeira

O sentimento jurídico que distinguiu a personalidade do eminente varão, em

individualidade, a de jurlsconsulto ho mem que acreditava antes de tudo no

cuja homenagem nos reunimos, era o

legítimo, tinha a verdadeira natureza do que deve forrar a alma do estadista; não

direito, na fôrça de seus princíiMos c de suas inspirações, o que da disciplina ju rídica fana o instrumento insubstituível da ação do estadista, para assegurar a

so dissociava da idéia da ordem, mas

igualmente não se desvinculava do sen timento de progresso e de liberdade. Se

estabilidade, a coesão e a convivência no trabalho e no esfôrço coletivo

condena sinceramente, com a renuncia

ao mandato que exercia, o golpe de

O Conselheiro Afonso Pena se man

Deodoro, de 3 de novembro, sustenta, decisivamente, o governo de Floriano, quando a adesão de Saldanha da Gama

teve quase ininterruptamente nos poitos "Aqui está sepultado Thomas Jeffer- políticos e administrativos, sem se des

regresso que seria o caos; mas a terra mineira, sob a sua presidência, se trans formaria no asilo dos perseguidos do

Cuido que se o Conselheiro Afonso Pena houvesse de compor, à maneira de

viar jamais do seu destino de jurista Presidente do Estado, do palácio ao vernamental se dirigia pontualmente pa ra lecionar na escola que acabara de fundar. Retomando sempre ao exer cício da advocacia, quando as funções

Jefferson, o epitáfio a ser inscrito na sua sepultura, como o grande americano,

públicas não lhe criavam incómpatiÍDilidades, reintegrava-se no "habitat" na

va tentativa insensata; o país devia ca

son, autor da Declaração da Inde

pendência Americana, do estatuto de Virgínia sobre a liberdade religiosa, c pai da Universidade de Virgínia".

gostaria de mencionar, entre tantas obras que poderia, com legítimo orguUio, re ferir, como uma das mais caras áo seu

coração — a Faculdade de Direito de Minas Gerais, legada por êle aos seus conterrâneos, em auréola de prestígio e dignidade.

O sentimento jurídico, o espírito da lei, a crença na influência benfazeja da cultura do direito, com efeito foram

nêle dominadores, sobrepujavam na iou personalidade todas as outras inclinações

ou tendências que lhe pudessem mar car, ou conduzir. Deputado pelo Par

dá à revolta o sentido temerário de um

poder, desmandado nas represálias. O retôrno ao regime extinto se lhe afigura

minhar por diante, no rumo adotado; à

tural de seu espírito, certamente feliz

república cumpria, porém, assegurar a ordem, acrcdítando-se perante a opinião

de revigorar,' nas lides do fôro, a seiva de sua consciência jurídica, para resistir incólume à erosão a que a vida política a expunha, nos seus entrechoques, em bates e solicitações contraditórias. A sua

pelo respeito às liberdades e aos direi tos cívicos.

sa, como o governo do presidente Afon so Pena iria assinalar, na União, a pri meira administração republicana que não

a ser prestado, porém, em clima impreg nado de sentimento jurídico — ao lado

suspendeu as garantias constitucionais. O seu espíi-ito acentuadamente exe cutivo se comprova na direção do gó-

da lei, através da lei, em favor da lei. Subindo, ou descendo na escala das fun ções exercidas — constituinte estadual,

depois de três vêzes ministio no império, membro do Conselho Municipal de Belo

Minas ficou imune ao es

tado de sítio, naquela quadra tormento

vocação era a do serviço à coletividade,

Á

71

Econó\uco

vêrno do Estado e do país. Não há traço de "bacharelismo" nas duas admi nistrações a que presidiu o eminente ju

parelhado dos instrumentos essenciais de

traballio o de progresso. "As preocupa ções dominantes de Afonso Pena eram de ordem econômica" — assinala Caló-

geras, resuinindo-Uie a obra governamen tal. E para se ter idéia da sua menta lidade aberta o compreensiva, no meio

em que ascendia ào poder, basta ler es tas palavras do seu programa de candi dato à presidência da República: "Nos tempos modernos a questão por excelência que preocupa a atenção dos governos, estadistas, assembléias, imprensa é a econômica... A teona do Estado "gendarme" simples man tenedor da ordem e distribuidor da iustiça, teve O seu tempo, encontran do poucos publicistas que a susten tem na sua pureza, e é positivamente desmentida pela prática dos povos civilizados, sem exceção da Ingla terra.

,

.

Outro é o conceito dominante: a aha missão do Estado abrange tam

bém cuidar do povo, exercendo sua ação benéfica em ramos de ativida de social, desde que a miciativa indi vidual, sob suas diversas formas,^ se mostra impotente ou insuficiente . E em outro trecho do mesmo do cumento, formula a seguinte crítica de inteira atualidade:

"Ainda há poucos dias, o Diário Oficial deu a lume informações re lativas a indústria açucareira do Es

tado de Alagoas, e delas se verifi ca que o preço de um saco de açú car, pesando 75 quilos, no mercado


Dicesto

Dicesto Econômico

70

Criando, ajudando e engrandecendo

tido Liberal, ministro de trc.s gabinetes,

Horizonte, depois de presidente do Es

rista, ambas dinâmicas e fecundas. O chefe se revela homem de Estado, lú

cido, objetivo e notavelmente empreen dedor, lançando-se, com denodo, ao la bor construtivo para dotar o país desa

a Faculdade de Direito de sua terra na-,

na monarquia; expoente da Constituin

tado — o Conselheiro Afonso Pena per

tal, que iria alcançar, graças aos desve-

te republicana mineira; pre.sidenle do

correndo êsse cursiis hoiwrum se nuinti-

los do fundador, vida ilustre e fecunda,

Estado; presidente do Banco da Repú

o Conselheiro Afonso Pena estava rea

blica; membro do Senado Estadual de

lizando e perpetuando a sua marcada

Minas, e do Conselho Deliberativo de

vocação de jurista.

Belo Horizonte, vice-presidente e final mente presidente da República — o Conselheiro Afonso Pena ascendeu às

O professor já se

anunciava nêle desde os bancos acadê

micos, em que conseguira destacar-se pela aplicação aos estudos jurídicos entre colegas de primeira grandeza. A fundação daquela escola, para a

qual se transplantava o próprio espíri to da matriz paulista, que formara quase

todos os seus primeiros professores, é na carreira de homem público do emé rito cidadão, que hoje recordamos, um marco fundamental, senão uma síntese,

uma interpretação da vida com que so nhou, e teve a ventura de plenamente viver.

nha no mesmo ní\'cl: qualquer que fosse o posto designado, excrcia-o com a nobre vocação cívica que lhe dignifica a ati vidade política, e com o mesmo senti mento de responsabilidade de quem pesa os deveres contraídos perante a co

culminâncias da política e da adminis

letividade e a consciência vigilante.

tração, mas em tôda essa trajetória triun fal não se deformou a sua verdadeira

O sentimento jurídico que distinguiu a personalidade do eminente varão, em

individualidade, a de jurlsconsulto ho mem que acreditava antes de tudo no

cuja homenagem nos reunimos, era o

legítimo, tinha a verdadeira natureza do que deve forrar a alma do estadista; não

direito, na fôrça de seus princíiMos c de suas inspirações, o que da disciplina ju rídica fana o instrumento insubstituível da ação do estadista, para assegurar a

so dissociava da idéia da ordem, mas

igualmente não se desvinculava do sen timento de progresso e de liberdade. Se

estabilidade, a coesão e a convivência no trabalho e no esfôrço coletivo

condena sinceramente, com a renuncia

ao mandato que exercia, o golpe de

O Conselheiro Afonso Pena se man

Deodoro, de 3 de novembro, sustenta, decisivamente, o governo de Floriano, quando a adesão de Saldanha da Gama

teve quase ininterruptamente nos poitos "Aqui está sepultado Thomas Jeffer- políticos e administrativos, sem se des

regresso que seria o caos; mas a terra mineira, sob a sua presidência, se trans formaria no asilo dos perseguidos do

Cuido que se o Conselheiro Afonso Pena houvesse de compor, à maneira de

viar jamais do seu destino de jurista Presidente do Estado, do palácio ao vernamental se dirigia pontualmente pa ra lecionar na escola que acabara de fundar. Retomando sempre ao exer cício da advocacia, quando as funções

Jefferson, o epitáfio a ser inscrito na sua sepultura, como o grande americano,

públicas não lhe criavam incómpatiÍDilidades, reintegrava-se no "habitat" na

va tentativa insensata; o país devia ca

son, autor da Declaração da Inde

pendência Americana, do estatuto de Virgínia sobre a liberdade religiosa, c pai da Universidade de Virgínia".

gostaria de mencionar, entre tantas obras que poderia, com legítimo orguUio, re ferir, como uma das mais caras áo seu

coração — a Faculdade de Direito de Minas Gerais, legada por êle aos seus conterrâneos, em auréola de prestígio e dignidade.

O sentimento jurídico, o espírito da lei, a crença na influência benfazeja da cultura do direito, com efeito foram

nêle dominadores, sobrepujavam na iou personalidade todas as outras inclinações

ou tendências que lhe pudessem mar car, ou conduzir. Deputado pelo Par

dá à revolta o sentido temerário de um

poder, desmandado nas represálias. O retôrno ao regime extinto se lhe afigura

minhar por diante, no rumo adotado; à

tural de seu espírito, certamente feliz

república cumpria, porém, assegurar a ordem, acrcdítando-se perante a opinião

de revigorar,' nas lides do fôro, a seiva de sua consciência jurídica, para resistir incólume à erosão a que a vida política a expunha, nos seus entrechoques, em bates e solicitações contraditórias. A sua

pelo respeito às liberdades e aos direi tos cívicos.

sa, como o governo do presidente Afon so Pena iria assinalar, na União, a pri meira administração republicana que não

a ser prestado, porém, em clima impreg nado de sentimento jurídico — ao lado

suspendeu as garantias constitucionais. O seu espíi-ito acentuadamente exe cutivo se comprova na direção do gó-

da lei, através da lei, em favor da lei. Subindo, ou descendo na escala das fun ções exercidas — constituinte estadual,

depois de três vêzes ministio no império, membro do Conselho Municipal de Belo

Minas ficou imune ao es

tado de sítio, naquela quadra tormento

vocação era a do serviço à coletividade,

Á

71

Econó\uco

vêrno do Estado e do país. Não há traço de "bacharelismo" nas duas admi nistrações a que presidiu o eminente ju

parelhado dos instrumentos essenciais de

traballio o de progresso. "As preocupa ções dominantes de Afonso Pena eram de ordem econômica" — assinala Caló-

geras, resuinindo-Uie a obra governamen tal. E para se ter idéia da sua menta lidade aberta o compreensiva, no meio

em que ascendia ào poder, basta ler es tas palavras do seu programa de candi dato à presidência da República: "Nos tempos modernos a questão por excelência que preocupa a atenção dos governos, estadistas, assembléias, imprensa é a econômica... A teona do Estado "gendarme" simples man tenedor da ordem e distribuidor da iustiça, teve O seu tempo, encontran do poucos publicistas que a susten tem na sua pureza, e é positivamente desmentida pela prática dos povos civilizados, sem exceção da Ingla terra.

,

.

Outro é o conceito dominante: a aha missão do Estado abrange tam

bém cuidar do povo, exercendo sua ação benéfica em ramos de ativida de social, desde que a miciativa indi vidual, sob suas diversas formas,^ se mostra impotente ou insuficiente . E em outro trecho do mesmo do cumento, formula a seguinte crítica de inteira atualidade:

"Ainda há poucos dias, o Diário Oficial deu a lume informações re lativas a indústria açucareira do Es

tado de Alagoas, e delas se verifi ca que o preço de um saco de açú car, pesando 75 quilos, no mercado


'72

Dicesto Econômico

de Maceió, não excede de seis mil

de governo, declarou que os dois úl •

réis.

times presidentes tanto haviam empreen dido que se fazia necessário um período de moderação e de pausa...

Entretanto, em grande número de cidades do centro e sul da república

não se pode obter igual quantidade dessa mercadoria por menos de vinte a vinte e cinco mil réis.

Como explicar semelhante fenô meno senão pela imperfeição dos meios de-.transporte, pela má orga nização comercial, pela existência de intermediários inúteis, de elevadas

despesas de baldeação e outras, que poderão ser diminuídas ou suprimi das?"

Esclarecido pelo conhecimento dire to, que buscou, sobre as necessidades

do país, e consciente do dever que ao governo corria, antes de qualquer ou tro, de lhe possibilitar o desenvolvimen

to, o presidente Afonso Pena realizou uma obra administrativa realmente rele

vante, sobretudo pela objetividade e pelo caráter básico em que se inspirou. O

melhor elogio que se lhe pode fazer é afirmar que suporta confronto com a de Rodrigues Alves. E é signifícativc» verificar que dois homens vindos da monarquia marcariam assim na repúbli ca os dois governos mais fecundos e dinâmicos, como se caprichassem em

desfazer a pecha que o ânimo progres sista dos propagandistas do novo lan çara sôbre o velho regime, de ineficien

te, de responsável pelo atraso material da nação. O ímpeto realizador das administrações dos dois consellieiros proclamou-o, em termos de insuspeita sinceridade, em 1909, um "histórico ', o senador Quintino Bocaiúva, quando, no Senado, respondendo à arguíçâo do seu colega João Luiz Alves, o qual se opu

Formado na severa escola política que o imperador regia com o seu "lápis fa tídico", na atmosfera carregada de sen timento jurídico do segundo reinado, o Conselheiro Afonso Pena completou a sua carreira vitoriosa na república sem se desligar do passado e sem deformai a sua personalidade. Nisto se lhe afir

ma a integridade moral, e a unidade de

73

Dicesto Econômico

Nesta fase de transição entre os dois

O poder não suportaria a c.Nperiên-

regimes, a figura do Conselheiro Afonso

cia de ser bniscamcnte dc.snudado dessa

Pena ó bem expressiva como elo de con tinuidade histórica e lastro de seguran

ça da nova ordem. A sua consciência

jurídica o o scvi sentimento político se nutriam de sadia substância moral. Co mo haviam sustentado longamente o re

í

suavemente; e também da austeridade e

quer que êle fôsse, havia de se apoiar

gime que morrera, por lhe ser impossí vel a sobrevivência, as virtudes priva

tente e palpável,"Um pouco de homens, outro pouco de instituição", é esta a impressão que anota Machado de i^sis,

das e públicas das elites dirigentes se riam o alicerce do regime nascente. O sentava o legado da monarquia extinta deveria ser transfundido na republica que surgia. E êste le gado inestimável do

lítúrgica do regime que se desfizera,

nagens compunham as rigas de manuten ção da ordem política; e o regime, qual

.sobretudo nos homens, à falta de qual

que de mais resistente e valioso repre

caráter. É possível que lhe ficasse na

alma uma certa nostalgia do equilíbrio, da simetria, do ritual solene, da pompa

roupagem vistosa o desguarnecido de guarda de honra de tal categoria. O jôgo de cena, o ceremonial o os perso

quer outra infra-estrutura mais consis

ao ver desfilar no "Velho Senado as

figuras magnas dcí segundo reinado. E a verdade é que aque

les homens eram as

próprias instituições,

da tempera dos seus homens inflexíveis, tão bem encarnados na figura do cliefe do último gabinete. O tumulto, a de

sistema vencido era a

sordem, a inexperiência que afligiam o início turbulento da nova ordem polí tica lhe deveriam inquietar o espírito,

bons hábitos, as no

exímios

bres qualidades pes

dos de seu papel.

soais e cívicas dos seus

e mesmo ferir a sensibilidade, habitua

Da mesma sorte que

homens públicos, mo delados pelo figurino do imperador.

a monarquia — mais

de

que o

acontecido

era to

triota

tuições proclamadas diante do povo indife

consistia em ajudar a construção

do futuro.

morto, as

rente, não tinham por

si mesmas vitalidade, expressão, força fecundante. O majestoso artjficialismo

que as vívifica e pelos benefícios que são capazes de proporcionar — esta é

de ordem e compostura, ao imperador,

da monarquia (que permitira em clima na conhecida frase atribuída a Ferreira Viana, fingir, durante cinqüenta anos,

a filosofia que decorre das suas atitudes e dos seus pronunciamentos.

que governava um povo livre) se sus tentara pelo alto teor moral das clas

Em política, como Joaquim Nabuco, não era um "nominalista", não tinbn o

nha à candidatura Hermes por não

tria comum.

ses dirigentes, cujo padrão era o monar

compenetra

do que esta já bene ficiada pela tradição e pelo hábito, - a re

pública reclamava im

insti

O seu espírito jurídico não era estático, inerte, insensível, estagnado. As fór mulas valem pela seiva cívica e moral

SC apresentar esta com um programa

gravidade de artistas

A lei escrita, o tex

uma fatalidade, e o dever do pa

preconceito dos sistemas, e teria a cora gem de, sem repulsa ao passado, animar e ajudar as novas gerações nos trabalhos de edificar sôbre o mesmo solo da pá

cionar com tôda a

disciplina moral, os

da em outros ares. O critério objetivo do político lhe impunha, porém, a certeza

que eles faziam fun

educação política, a

periosamente um patriciado moral e inte-

lechml que a sustentasse sôbre o terre no movediço, até que deitasse ra^es,

para resistir aos contratempos. Nurn e Mutro regime, tratava-se de um traba

lho de consolidação promovido do alto. E não hi regime que dispense êsse inecanismo de apoio, sobretudo nos perío dos iniciais. A república norte-amencana, formada sob inspiração anstocrá-

tica, e mesmo plutocrática, só ca, que, sincronizando os giros do poder, fimiou pelo contrapêso das extraordi supria a opinião pública bruxoleante, aquietava altemadamente as ambições, nárias qualidades morais e cívicas da e patemalmente propiciava proveitosa aprendizagem de govêmo.

J

se

"dinastia da Virgínia", até que hou vesse

de

enfrentar, já

estruturada.


'72

Dicesto Econômico

de Maceió, não excede de seis mil

de governo, declarou que os dois úl •

réis.

times presidentes tanto haviam empreen dido que se fazia necessário um período de moderação e de pausa...

Entretanto, em grande número de cidades do centro e sul da república

não se pode obter igual quantidade dessa mercadoria por menos de vinte a vinte e cinco mil réis.

Como explicar semelhante fenô meno senão pela imperfeição dos meios de-.transporte, pela má orga nização comercial, pela existência de intermediários inúteis, de elevadas

despesas de baldeação e outras, que poderão ser diminuídas ou suprimi das?"

Esclarecido pelo conhecimento dire to, que buscou, sobre as necessidades

do país, e consciente do dever que ao governo corria, antes de qualquer ou tro, de lhe possibilitar o desenvolvimen

to, o presidente Afonso Pena realizou uma obra administrativa realmente rele

vante, sobretudo pela objetividade e pelo caráter básico em que se inspirou. O

melhor elogio que se lhe pode fazer é afirmar que suporta confronto com a de Rodrigues Alves. E é signifícativc» verificar que dois homens vindos da monarquia marcariam assim na repúbli ca os dois governos mais fecundos e dinâmicos, como se caprichassem em

desfazer a pecha que o ânimo progres sista dos propagandistas do novo lan çara sôbre o velho regime, de ineficien

te, de responsável pelo atraso material da nação. O ímpeto realizador das administrações dos dois consellieiros proclamou-o, em termos de insuspeita sinceridade, em 1909, um "histórico ', o senador Quintino Bocaiúva, quando, no Senado, respondendo à arguíçâo do seu colega João Luiz Alves, o qual se opu

Formado na severa escola política que o imperador regia com o seu "lápis fa tídico", na atmosfera carregada de sen timento jurídico do segundo reinado, o Conselheiro Afonso Pena completou a sua carreira vitoriosa na república sem se desligar do passado e sem deformai a sua personalidade. Nisto se lhe afir

ma a integridade moral, e a unidade de

73

Dicesto Econômico

Nesta fase de transição entre os dois

O poder não suportaria a c.Nperiên-

regimes, a figura do Conselheiro Afonso

cia de ser bniscamcnte dc.snudado dessa

Pena ó bem expressiva como elo de con tinuidade histórica e lastro de seguran

ça da nova ordem. A sua consciência

jurídica o o scvi sentimento político se nutriam de sadia substância moral. Co mo haviam sustentado longamente o re

í

suavemente; e também da austeridade e

quer que êle fôsse, havia de se apoiar

gime que morrera, por lhe ser impossí vel a sobrevivência, as virtudes priva

tente e palpável,"Um pouco de homens, outro pouco de instituição", é esta a impressão que anota Machado de i^sis,

das e públicas das elites dirigentes se riam o alicerce do regime nascente. O sentava o legado da monarquia extinta deveria ser transfundido na republica que surgia. E êste le gado inestimável do

lítúrgica do regime que se desfizera,

nagens compunham as rigas de manuten ção da ordem política; e o regime, qual

.sobretudo nos homens, à falta de qual

que de mais resistente e valioso repre

caráter. É possível que lhe ficasse na

alma uma certa nostalgia do equilíbrio, da simetria, do ritual solene, da pompa

roupagem vistosa o desguarnecido de guarda de honra de tal categoria. O jôgo de cena, o ceremonial o os perso

quer outra infra-estrutura mais consis

ao ver desfilar no "Velho Senado as

figuras magnas dcí segundo reinado. E a verdade é que aque

les homens eram as

próprias instituições,

da tempera dos seus homens inflexíveis, tão bem encarnados na figura do cliefe do último gabinete. O tumulto, a de

sistema vencido era a

sordem, a inexperiência que afligiam o início turbulento da nova ordem polí tica lhe deveriam inquietar o espírito,

bons hábitos, as no

exímios

bres qualidades pes

dos de seu papel.

soais e cívicas dos seus

e mesmo ferir a sensibilidade, habitua

Da mesma sorte que

homens públicos, mo delados pelo figurino do imperador.

a monarquia — mais

de

que o

acontecido

era to

triota

tuições proclamadas diante do povo indife

consistia em ajudar a construção

do futuro.

morto, as

rente, não tinham por

si mesmas vitalidade, expressão, força fecundante. O majestoso artjficialismo

que as vívifica e pelos benefícios que são capazes de proporcionar — esta é

de ordem e compostura, ao imperador,

da monarquia (que permitira em clima na conhecida frase atribuída a Ferreira Viana, fingir, durante cinqüenta anos,

a filosofia que decorre das suas atitudes e dos seus pronunciamentos.

que governava um povo livre) se sus tentara pelo alto teor moral das clas

Em política, como Joaquim Nabuco, não era um "nominalista", não tinbn o

nha à candidatura Hermes por não

tria comum.

ses dirigentes, cujo padrão era o monar

compenetra

do que esta já bene ficiada pela tradição e pelo hábito, - a re

pública reclamava im

insti

O seu espírito jurídico não era estático, inerte, insensível, estagnado. As fór mulas valem pela seiva cívica e moral

SC apresentar esta com um programa

gravidade de artistas

A lei escrita, o tex

uma fatalidade, e o dever do pa

preconceito dos sistemas, e teria a cora gem de, sem repulsa ao passado, animar e ajudar as novas gerações nos trabalhos de edificar sôbre o mesmo solo da pá

cionar com tôda a

disciplina moral, os

da em outros ares. O critério objetivo do político lhe impunha, porém, a certeza

que eles faziam fun

educação política, a

periosamente um patriciado moral e inte-

lechml que a sustentasse sôbre o terre no movediço, até que deitasse ra^es,

para resistir aos contratempos. Nurn e Mutro regime, tratava-se de um traba

lho de consolidação promovido do alto. E não hi regime que dispense êsse inecanismo de apoio, sobretudo nos perío dos iniciais. A república norte-amencana, formada sob inspiração anstocrá-

tica, e mesmo plutocrática, só ca, que, sincronizando os giros do poder, fimiou pelo contrapêso das extraordi supria a opinião pública bruxoleante, aquietava altemadamente as ambições, nárias qualidades morais e cívicas da e patemalmente propiciava proveitosa aprendizagem de govêmo.

J

se

"dinastia da Virgínia", até que hou vesse

de

enfrentar, já

estruturada.


-

74

o impacto da onda popular levantada por Jadíson.

"O povo aprende a governar como

DicESTO Econômico

ciência, excitando-lhe os instintos ou os

impulsos irracionais, mas para lhe dar

uma criança a andar: ensaiando quando

o "substractum" de um espírito polí

êle ainda não sabe, mesmo que haja risco de queda", diz Ferrero. Antes

tico livremente formado e constante

de tudo, porém, é necessário que haja

governantes.

confiança nos condutores, confiança e

respeito, para que a autoridade dêles se aceite benignamente. É mister, assim, criar na alma do povo crenças, convic-

IL Ções, germens benfazejos, dos quais pos-

^sa frutificar, sem ofensa à dignidade, o acatamento consciente dos governados aos governantes. É esse um trabalho di

fícil, de natureza pedagógica, que põe à prova a qualidade da classe dirigente; e esse trabalho não se faz apenas demons trando virtudes privadas excelentes, porém reclama as mais complexas, ativas e preciosas virtudes de homem público.

Os regimes novos se querem medrar

em ares livres impõem, em alto grau,

O Conselheiro Afonso Pena vindo da

monarquia para a república compreen

deu com clarividência a obra que aos dirigentes caberia empreender, para ser vir ao progresso da nossa incipiente

gime: educar pela palavra, c sobretudo pelo exemplo, no amor à legalidade, no respeito à ordem jurídica, na digni dade cívica, na disciplina moral severa, no trabalho profícuo, no desinterêsse, na dedicação às causas públicas.

ó muito farta.

r ,

ternas. A guerra surpreendeu-nos, sem

dúvida alguma, sem organizaçao de transportes, sem boas estradas entre o Rio e o ponto inicial do S. Francwco, em Minas. As viagens da Capital do oaís a Pirapora logo se tomaram peno

sas, caríssimas, sujeitas a imprevistos de tôda ordem.

Bela vida de servidor da nação viveu, com austeridade e nobreza, o Conselhei

boas condiçóes e tomando outras provi

tualidade no litoral, é pelo S. Fran

entre o Rio e a zona do S. Francisco,

se faz o intercâmbio do Sul com o Norte, mantendo-se inalterável a ligação de duas

ro Afonso Augusto Moreira Pena: 'Tn

importantes regiões - o Norte e Nor

serviendo patris consumor", — poderia dizer, ao termo da jornada, aquele que Rui Barbosa, em hora solene, apontou como mártir do serviço público".

deste - com a Capital da República,

a sede do governo, portanto, a cabeça

política do país. Mas a despeito de sua especialíssima posição, de sua tão proclamada situação excepcional, sòmerite agora, ao que parece, é que es

rios de sua obra, todos os seus patrícios,

tamos descobrindo o S. Francisco, depois

ouvirmos a sua lição, propagarmos os seus trabalhos e lidarmos pelo ideal a que serviu, com dignidade e abnegação

dos sacrifícios que a guerra nos trouxe,

depois dos incalculáveis prejuízos de correntes da falta de comunicações in-

li

víaLs Ltar preparando estrada em

SC considere o seguinte: no caso de bloqueio ou de qualquer outra even

cisco já considerado, também, um no de grande importância estratégica, que

devoção às instituições livres.

inexcedíveis.

rio São Francisco.

Quando começou a guerra muito an tes de haver o Brasil tomado ahtude grave, que daquele rio pode depender, contra os paises do Eixo aMtude rmposaté, a unidade poUtica do país, em de ta pela própria fôrça dos fatos ja determinadas circunstâncias, bastando que

no seu bem-estar, na sua cultura e na

Honrando-Ihe a memória, em testemu

A guerra, porém, veio

O sr Deolindo Amorim recorda, neste artigo, o papel que o historiador Braz do 'kmaral teve como pioneiro da gran de cruzada que é o aproveitamento do

demonstrar, à vista de uma lição bem

constante, e o povo colheria os benefí

nho de gratidão, cumpre aos beneficiá

zam em nome dele despertando-lhe na íilma sentimentos e crenças fecundas e

possa interessar a soluções práticas, nao

prosperaria através de aperfeiçoamento

possa afinal dominar e usar de raanei-

blema do São Francisco, apesar dos es tudos sérios, aliás poucos, sôbre o as sunto. Durante muito tempo o S. Fran cisco foi assunto de literatura regional,

Há estudos avulsos, inegàvelmente muito interessantes, mas o que é certo é que a bibliografia do S. Francisco, no que

tores era o mesmo num e noutro re

se esforce por ascender até êle, e o

ultimamente, tanta importância ao pro

va, a não ser o trabalho de Geraldo Rocha, conhecedor direto da região, da índole de seu povo e de seu problemas.

alma republicana. O dever dos condu

cios da sua prática sincera, elevando-se

ainda, não se dava, como se tem dado

sem preocupação pròpriamente objeti

As virtudes monárquicas, a alma mo

Se a ebte governante não se desviasse

^ ra adequada. Cria-se êsse estado de ^ espirito propício à adesão do povo à ^ obra que as classes dirigentes reali-

1

nárquica, em nada diferiam, substan cialmente, das virtudes republicanas, da

desse rumo o regime se consolidaria,

rante a opinião, a fim de que o povo

teremos de sentir por muito tempo

educação cívica.

com o sincero amor ao direito, êsse

própria consciência do seu papel. Todo regime livre que se inaugura representa uma aspiração, um movimento de pro gresso, um programa a realizar, uma etapa a atingir; é preciso acreditá-lo pe

Antes da última guerra, cujos efeitos

mente revitalizado pelo exemplo dos

lastro moral de que deve ser deposi tária a elite dirigente. E quanto mais tênue ou menos esclarecida a opinião pública, maior é o encargo e mais pe sada a responsabilidade dessa elite dí-

' rigente, porque não terá então outro ' estímulo, nem outra vigilância que a

Uma previsãopor sôbre o São Francisco Deolindo Amorim

sinceras, não para lhe deformar a cons

dências inadiáveis para a ligaçao foc.i Minas Passamos muito tempo sem

transporte pelo mar, em conseqüência do torpedeamento- de navios de nossa

Marinha Mercante, quando poderíamos ter aliviado a situação, desde que rivéssemos cuidado, com antecedência, da circulação de nossa vida econômica pelo S. Francisco, isto é, de Pirapora a Joazeiro da Bahia.

Há quase trinta anos, logo em se guida à terminação da outra guerra mundial, um baiano ilustre, historiador consciencioso e antigo parlamentar, pre viu por.assim dizer tudo quanto se deu


-

74

o impacto da onda popular levantada por Jadíson.

"O povo aprende a governar como

DicESTO Econômico

ciência, excitando-lhe os instintos ou os

impulsos irracionais, mas para lhe dar

uma criança a andar: ensaiando quando

o "substractum" de um espírito polí

êle ainda não sabe, mesmo que haja risco de queda", diz Ferrero. Antes

tico livremente formado e constante

de tudo, porém, é necessário que haja

governantes.

confiança nos condutores, confiança e

respeito, para que a autoridade dêles se aceite benignamente. É mister, assim, criar na alma do povo crenças, convic-

IL Ções, germens benfazejos, dos quais pos-

^sa frutificar, sem ofensa à dignidade, o acatamento consciente dos governados aos governantes. É esse um trabalho di

fícil, de natureza pedagógica, que põe à prova a qualidade da classe dirigente; e esse trabalho não se faz apenas demons trando virtudes privadas excelentes, porém reclama as mais complexas, ativas e preciosas virtudes de homem público.

Os regimes novos se querem medrar

em ares livres impõem, em alto grau,

O Conselheiro Afonso Pena vindo da

monarquia para a república compreen

deu com clarividência a obra que aos dirigentes caberia empreender, para ser vir ao progresso da nossa incipiente

gime: educar pela palavra, c sobretudo pelo exemplo, no amor à legalidade, no respeito à ordem jurídica, na digni dade cívica, na disciplina moral severa, no trabalho profícuo, no desinterêsse, na dedicação às causas públicas.

ó muito farta.

r ,

ternas. A guerra surpreendeu-nos, sem

dúvida alguma, sem organizaçao de transportes, sem boas estradas entre o Rio e o ponto inicial do S. Francwco, em Minas. As viagens da Capital do oaís a Pirapora logo se tomaram peno

sas, caríssimas, sujeitas a imprevistos de tôda ordem.

Bela vida de servidor da nação viveu, com austeridade e nobreza, o Conselhei

boas condiçóes e tomando outras provi

tualidade no litoral, é pelo S. Fran

entre o Rio e a zona do S. Francisco,

se faz o intercâmbio do Sul com o Norte, mantendo-se inalterável a ligação de duas

ro Afonso Augusto Moreira Pena: 'Tn

importantes regiões - o Norte e Nor

serviendo patris consumor", — poderia dizer, ao termo da jornada, aquele que Rui Barbosa, em hora solene, apontou como mártir do serviço público".

deste - com a Capital da República,

a sede do governo, portanto, a cabeça

política do país. Mas a despeito de sua especialíssima posição, de sua tão proclamada situação excepcional, sòmerite agora, ao que parece, é que es

rios de sua obra, todos os seus patrícios,

tamos descobrindo o S. Francisco, depois

ouvirmos a sua lição, propagarmos os seus trabalhos e lidarmos pelo ideal a que serviu, com dignidade e abnegação

dos sacrifícios que a guerra nos trouxe,

depois dos incalculáveis prejuízos de correntes da falta de comunicações in-

li

víaLs Ltar preparando estrada em

SC considere o seguinte: no caso de bloqueio ou de qualquer outra even

cisco já considerado, também, um no de grande importância estratégica, que

devoção às instituições livres.

inexcedíveis.

rio São Francisco.

Quando começou a guerra muito an tes de haver o Brasil tomado ahtude grave, que daquele rio pode depender, contra os paises do Eixo aMtude rmposaté, a unidade poUtica do país, em de ta pela própria fôrça dos fatos ja determinadas circunstâncias, bastando que

no seu bem-estar, na sua cultura e na

Honrando-Ihe a memória, em testemu

A guerra, porém, veio

O sr Deolindo Amorim recorda, neste artigo, o papel que o historiador Braz do 'kmaral teve como pioneiro da gran de cruzada que é o aproveitamento do

demonstrar, à vista de uma lição bem

constante, e o povo colheria os benefí

nho de gratidão, cumpre aos beneficiá

zam em nome dele despertando-lhe na íilma sentimentos e crenças fecundas e

possa interessar a soluções práticas, nao

prosperaria através de aperfeiçoamento

possa afinal dominar e usar de raanei-

blema do São Francisco, apesar dos es tudos sérios, aliás poucos, sôbre o as sunto. Durante muito tempo o S. Fran cisco foi assunto de literatura regional,

Há estudos avulsos, inegàvelmente muito interessantes, mas o que é certo é que a bibliografia do S. Francisco, no que

tores era o mesmo num e noutro re

se esforce por ascender até êle, e o

ultimamente, tanta importância ao pro

va, a não ser o trabalho de Geraldo Rocha, conhecedor direto da região, da índole de seu povo e de seu problemas.

alma republicana. O dever dos condu

cios da sua prática sincera, elevando-se

ainda, não se dava, como se tem dado

sem preocupação pròpriamente objeti

As virtudes monárquicas, a alma mo

Se a ebte governante não se desviasse

^ ra adequada. Cria-se êsse estado de ^ espirito propício à adesão do povo à ^ obra que as classes dirigentes reali-

1

nárquica, em nada diferiam, substan cialmente, das virtudes republicanas, da

desse rumo o regime se consolidaria,

rante a opinião, a fim de que o povo

teremos de sentir por muito tempo

educação cívica.

com o sincero amor ao direito, êsse

própria consciência do seu papel. Todo regime livre que se inaugura representa uma aspiração, um movimento de pro gresso, um programa a realizar, uma etapa a atingir; é preciso acreditá-lo pe

Antes da última guerra, cujos efeitos

mente revitalizado pelo exemplo dos

lastro moral de que deve ser deposi tária a elite dirigente. E quanto mais tênue ou menos esclarecida a opinião pública, maior é o encargo e mais pe sada a responsabilidade dessa elite dí-

' rigente, porque não terá então outro ' estímulo, nem outra vigilância que a

Uma previsãopor sôbre o São Francisco Deolindo Amorim

sinceras, não para lhe deformar a cons

dências inadiáveis para a ligaçao foc.i Minas Passamos muito tempo sem

transporte pelo mar, em conseqüência do torpedeamento- de navios de nossa

Marinha Mercante, quando poderíamos ter aliviado a situação, desde que rivéssemos cuidado, com antecedência, da circulação de nossa vida econômica pelo S. Francisco, isto é, de Pirapora a Joazeiro da Bahia.

Há quase trinta anos, logo em se guida à terminação da outra guerra mundial, um baiano ilustre, historiador consciencioso e antigo parlamentar, pre viu por.assim dizer tudo quanto se deu


V

73

Digesto

Econômico

77

Dioesto Econômico

nos tormentosos dias da segunda confla

pressentido nas entrelinhas de sua obser

gração.

vação. Mas o pensamento do professor

preocupação com o futuro daquela re gião. Dizia então o profesor Braz do

do S. Francisco no funcionamento da

Amaral:

Êsse eminente historiador, ho-

niem de verdadeiro espírito público, não tem sido, entretanto, citado entre os

brasileiros que já tiveram a glória, se podemos dizer assim, de ligar os seus nomes aos estudos gerais do S. Fran

cisco.

Trata-se do professor Braz do

Amaral, autêntico remanescente da ve-

Uia estirpe intelectual da Bahia. Autor do diversos e instrutivos trabalhos sôbro história, conhecendo as coisas da

^ Bahia com a segurança de quem é real-

Braz do Amaral está adstrito ao papel

Federação; tanto assim, que as suas

sincera amizade e reconhecimento recí

criticas chegam a entrar no problema da

proco de necessidades e socorro. A essa

unidade nacional.

observação acrescentava:

O problema do S. Francisco traz na

turalmente outros problemas, que lhe são co^elatos. O opúsculo do professor Braz do Amaral, embora não desça a pormenores técnicos ou administrativos.

mente senhor dos assuntos de sua terra,

W o abalisado historiador baiano tratou do

problema do S. Francisco em opúsculo pouco divulgado, ao qual deu o título de "Cartas e Descripções" (ortografia da época), publicado era 1919. Talvez por

"A idéia de federação exprime

a fraternidade, igualdade de direitos,

\ '?■

"Conheceino-

nos, nós brasileiros, tão pouco, andamos tão alheados uns dos outros, que, a não

dignamente os interêsses da Bahia fora do Congresso, em comissões de rele vante responsabilidade, na solução de velha questão de limites com o Espírito Santo. Quando presidente de Sergipe o mârechal Siqueira de Menezes, ali esteve, em comissão especial, o prof. Braz do Amaral para representar a Ba hia, também, em virtude de questão

e Descripções", as simples crônicas de viagem, talvez por isso mesmo, convém

repetir, as suas previsões aoêrca do S. Francisco não tiveram a necessária

repercussão. Entretanto, os fatos vieram

do pelo governo da Bahia, ao tempo do grande chefe democrata J. J. Seabra, para estudar informações antigas e e.vaminar documentos na Torre do Tombo,

justamente por ocasião das questões dé

brasileira.

do Amaral ocasião de representar con-

livros completos, principalmente quando

Federação. Foi a Portugal, comissiona

mmbuco e do Paraná. Até a imprctisa dos Estados é desconhecida de um para

grandenses e baianos, habitantes de Per-

terior a 1930, teve o professor Braz

se referem, como no caso de "Cartas

do intercâmbio entre as unidades da

limites, sobre as quais escreveu traba lho muito bem documentado. Como

Deputado federal em legislatura an

raramente alcançam a popularidade dos

Tais incumbências muito

lhe dilataram a perspectiva a respeito

ser com a Capital do país, somos uns estrangeiros paraenses e mineiros, rio-

outro".

essa circunstância, porque os opúsculos

de limites.

se vê, o professor Braz do Amaral é um historiador que conhece bem a vida Não lhe falta, portanto, au

toridade para indicar soluções acerca do S. Francisco, cujas condições de vida

sempre lhe mereceram atenção especial.

Neste momento, finalmente, em que tanto se tem escrito sobre o S. Francisco, assunto de absoluta atualidade, é justo

recordar que o professor Braz do Amaral, uma das mais respeitáveis relíquias hu manas da Bahia, escreveu matéria inte ressante a respeito da importância da

quele grande rio no futuro do Brasil. Cabe-lhe, pois, um lugar entre os pio neiros da grandiosa cruzada.

demonstrar, com a segunda guerra, que o professor Braz do Amaral tínlia razão

de sobra ao fazer a seguinte advertên cia:"A ligação férrea da Bahia com a réde mineira não se faz, e se a guerra tivesse -persistido e se o inimigo tivesse

vê o assunto em sentido global, isto é,

posto dois ou três submarinos na costa,

com visão de conjunto, abrangendo o

o país ficaria logo cortado em dois pe

problema de transporte fluvial e terres tre, a situação geográfica e, sobretudo, a significação política do S. Francisco. Percebe-se que o venerando historiador já naquela época procurava focar um

daços por ser feita por mar tôda a co municação". Tais palavras, escritas em 1919, parecem uma profecia dos aconte cimentos da segunda guerra. É certo

1 que o professor Braz do Amaral não faz ' referência, aí, diretamente ao S. Fran-

^ cLsco, mas à ligação férrea Bahia-Minas. A previsão, entretanto, confirraou-se.

^ Ocorreu precisamente o que ele havia

tema de real gravidade na experiência

de nosso pmcesso federativo: a despro

porcional distribuição de recursos e be nefícios entre as unidades da Federa ção.

Essas reflexões lhe nasceram da

A Divisão de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura informa

que ao clntrário das noticias divulgadas a respeito segundo as q^rs termm morrido muitos milhares de porcos em Santa Catarina, foram apenas mtinwdos cêrca de 70 Ts funcionários daquela Divisão, em atividade n<K matas do Clwpecó,ja vacinaram^de trinta mÚ stãnos. Estão pràticamente defcululos os rebanhos de Santa CaTarinTeZ Rio Grande do Sul, or!de existem as ma,ores reservas do Braril. No Triângulo Mineiro também se desenvolve proveitoso trabalho da Divisão


V

73

Digesto

Econômico

77

Dioesto Econômico

nos tormentosos dias da segunda confla

pressentido nas entrelinhas de sua obser

gração.

vação. Mas o pensamento do professor

preocupação com o futuro daquela re gião. Dizia então o profesor Braz do

do S. Francisco no funcionamento da

Amaral:

Êsse eminente historiador, ho-

niem de verdadeiro espírito público, não tem sido, entretanto, citado entre os

brasileiros que já tiveram a glória, se podemos dizer assim, de ligar os seus nomes aos estudos gerais do S. Fran

cisco.

Trata-se do professor Braz do

Amaral, autêntico remanescente da ve-

Uia estirpe intelectual da Bahia. Autor do diversos e instrutivos trabalhos sôbro história, conhecendo as coisas da

^ Bahia com a segurança de quem é real-

Braz do Amaral está adstrito ao papel

Federação; tanto assim, que as suas

sincera amizade e reconhecimento recí

criticas chegam a entrar no problema da

proco de necessidades e socorro. A essa

unidade nacional.

observação acrescentava:

O problema do S. Francisco traz na

turalmente outros problemas, que lhe são co^elatos. O opúsculo do professor Braz do Amaral, embora não desça a pormenores técnicos ou administrativos.

mente senhor dos assuntos de sua terra,

W o abalisado historiador baiano tratou do

problema do S. Francisco em opúsculo pouco divulgado, ao qual deu o título de "Cartas e Descripções" (ortografia da época), publicado era 1919. Talvez por

"A idéia de federação exprime

a fraternidade, igualdade de direitos,

\ '?■

"Conheceino-

nos, nós brasileiros, tão pouco, andamos tão alheados uns dos outros, que, a não

dignamente os interêsses da Bahia fora do Congresso, em comissões de rele vante responsabilidade, na solução de velha questão de limites com o Espírito Santo. Quando presidente de Sergipe o mârechal Siqueira de Menezes, ali esteve, em comissão especial, o prof. Braz do Amaral para representar a Ba hia, também, em virtude de questão

e Descripções", as simples crônicas de viagem, talvez por isso mesmo, convém

repetir, as suas previsões aoêrca do S. Francisco não tiveram a necessária

repercussão. Entretanto, os fatos vieram

do pelo governo da Bahia, ao tempo do grande chefe democrata J. J. Seabra, para estudar informações antigas e e.vaminar documentos na Torre do Tombo,

justamente por ocasião das questões dé

brasileira.

do Amaral ocasião de representar con-

livros completos, principalmente quando

Federação. Foi a Portugal, comissiona

mmbuco e do Paraná. Até a imprctisa dos Estados é desconhecida de um para

grandenses e baianos, habitantes de Per-

terior a 1930, teve o professor Braz

se referem, como no caso de "Cartas

do intercâmbio entre as unidades da

limites, sobre as quais escreveu traba lho muito bem documentado. Como

Deputado federal em legislatura an

raramente alcançam a popularidade dos

Tais incumbências muito

lhe dilataram a perspectiva a respeito

ser com a Capital do país, somos uns estrangeiros paraenses e mineiros, rio-

outro".

essa circunstância, porque os opúsculos

de limites.

se vê, o professor Braz do Amaral é um historiador que conhece bem a vida Não lhe falta, portanto, au

toridade para indicar soluções acerca do S. Francisco, cujas condições de vida

sempre lhe mereceram atenção especial.

Neste momento, finalmente, em que tanto se tem escrito sobre o S. Francisco, assunto de absoluta atualidade, é justo

recordar que o professor Braz do Amaral, uma das mais respeitáveis relíquias hu manas da Bahia, escreveu matéria inte ressante a respeito da importância da

quele grande rio no futuro do Brasil. Cabe-lhe, pois, um lugar entre os pio neiros da grandiosa cruzada.

demonstrar, com a segunda guerra, que o professor Braz do Amaral tínlia razão

de sobra ao fazer a seguinte advertên cia:"A ligação férrea da Bahia com a réde mineira não se faz, e se a guerra tivesse -persistido e se o inimigo tivesse

vê o assunto em sentido global, isto é,

posto dois ou três submarinos na costa,

com visão de conjunto, abrangendo o

o país ficaria logo cortado em dois pe

problema de transporte fluvial e terres tre, a situação geográfica e, sobretudo, a significação política do S. Francisco. Percebe-se que o venerando historiador já naquela época procurava focar um

daços por ser feita por mar tôda a co municação". Tais palavras, escritas em 1919, parecem uma profecia dos aconte cimentos da segunda guerra. É certo

1 que o professor Braz do Amaral não faz ' referência, aí, diretamente ao S. Fran-

^ cLsco, mas à ligação férrea Bahia-Minas. A previsão, entretanto, confirraou-se.

^ Ocorreu precisamente o que ele havia

tema de real gravidade na experiência

de nosso pmcesso federativo: a despro

porcional distribuição de recursos e be nefícios entre as unidades da Federa ção.

Essas reflexões lhe nasceram da

A Divisão de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura informa

que ao clntrário das noticias divulgadas a respeito segundo as q^rs termm morrido muitos milhares de porcos em Santa Catarina, foram apenas mtinwdos cêrca de 70 Ts funcionários daquela Divisão, em atividade n<K matas do Clwpecó,ja vacinaram^de trinta mÚ stãnos. Estão pràticamente defcululos os rebanhos de Santa CaTarinTeZ Rio Grande do Sul, or!de existem as ma,ores reservas do Braril. No Triângulo Mineiro também se desenvolve proveitoso trabalho da Divisão


DtcESTO Econômico

h A Fabrica de Ferro de Santo Amaro por SÉncio Bu/Vrque de Holanda

Q primeiro engenho de fundir ferro

Estariam perfeitamente certas essas considerações no caso do ter existido a forja mencionada c no local apontado. Mas cabo aqui uma restrição aparente

cisco LiOpes Pinto, c como os dois fatos são mencionados no mesmo lugar na

obra de Azevedo Marques, uma das

fontes prováveis dc José Jacinto Ribeiro,

das minas do Brasil, fundando-se, aliás,

mente decisiva: a fábrica da ilha de

torna-se fàcilmcnle explicável a con

que se erigiu em terras americanas

num engano do cronologista José Ja

Santo Amaro nunca existiu.

fusão.

— os de Jamestown, na Virgínia, são

cinto Ribeiro, que certo contrato cele

do a informação fornecida por J. J.

Finalmente o Geribatiba a que se

posteriores a 1607 —, foi provàvelmente o de Araçoiaba, perto da atual So

brado em 1609 entre o governador D.

Rilieiro, que se baseia, som dúvida, num equívoco, Calógeras apenas publicou

refere a escritura celebrada na nota do tabelião Simão Borges não é cer

ainda mais, o endossou, com sua grande luz dos fatos históricos.

tamente o rio Jurubatuba que nasce na serra dc Paranapiacaba e correndo para sudoeste desagua no lagamar de Santos,

. O trecho da Cronologia Paulista que serviu de fundamento para semelhan

pauhsta, que é o atual rio Pinheiros.

rocaba, e data de fins do século XVI.

O segundo principiou a funcionar exa tamente em; 1607, e localizava-se a

apenas duas ou três léguas da vila de

Sáo Paulo, no sítio de Ibirapuera, do lado esquerdo do rio Pinheiros. Tudo inclina a crer que das duas

a fábrica sorocabana lenha sido sempre a mais considerável. Isso, e também a

maior riqueza das jazidas que Afonso Sardinha, o velho, desvendou em Ara

çoiaba, exphca as diversas tentativas efetuadas para se reviver a exploração primitiva e que culminaram, já no sé culo passado, com a fundação da fábrica

Francisco de Souza, o Provedor da Fa

zenda Diogo de Quadros e o cunhado este, Francisco Lopc.s Pinto, visava o

Perfilhan

autoridade, uma versão inaceitável à

estabelecimento de um segundo enge nho de fundir ferro - o primeiro fôra r local acima referido, mas na "ilha denoSanto Amaro, proximo ao rio Geribatuba, fronteiro à

te versão, diz textualmente o seguinte:

Èste atravessa em parte o atual municí

"26 de Fevereiro de 1609. O Marquez

pio de Santo Amaro, circunstância que

ilha de São Vicente e à esquerda do

das Minas, D. Francisco de Souza, o

parece explicar, por sua vez, a con

morro das Neves".

Provedor

da

Fazenda,

Diogo de Quadros, e seu

não exclui, é certo, a pos

sibilidade de ter havido uma forja nas

cunhado Francisco Lopes

pro.ximidades do atual rio Pinheiros, pois

Pinto, por escritura desta

que suas ruínas foram visitadas por

data, formão uma socie

real do Ipanema. Não é pois de admi

Eschwege em princípio do século passado e dela existem ainda hoje sinais visíveis, mas acredita que se tratasse

dade tendo por fim a fundação de uma fabri

rar se dispomos de informações relati

de estabelecimento mais recente. Sobre

Santo Amaro, nas mar

ca de ferro na ilha de

vamente numerosas, embora nem sempre

a outra, entretanto, a da ilha de Santo

gens do rio Geribatuba,

coerentes e precisas, a respeito do esta

Amaro, fornece precisões importantes:

fronteiro à ilha de São

belecimento das imediações de Sorocaba. Sobre o de Ibirapuera, entretanto, o

estava a fábrica bem situada, "h beira

Vicente c à esquerda do morro das

rio, o combustível era facilmente trans

Neves".

que existe publicado ainda é extrema mente vago e confuso. Tão confuso,

portado, a mina estava á porta, e os produtos acabados, descendo o Geriba

Há aqui mais de um engano que cumpre desfazer. Em primeiro lugar,

tuba, encontravam logo o mercado de

a sociedade referida, em que efetiva

em verdade, que nem o próprio Pandiá

mas seu antigo homônimo do planalto

Calógeras, ordinàriamente lúcido e bem , Santos ou, subindo a estrada antiga, me informado nestes assuntos, pôde ofere lhorada, ao que se diz, por Anchíeta,

mente participavam Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e o filho primo

cer esclarecimentos satisfatórios a res peito. Pretende o notável historiador

os das vilas acima da seira do Cuba-

gênito do D. Francisco de Souza, não

tão".

visava propriamente a fundação de uma fábrica, pois esta já existia em funcio namento dois anos antes, conforme o

É fato quase ignorado que a pequena düiância de São Paulo fundou-se, há mais

atestam documentos da época. E acres cente-se, de passagem, que o contrato

de três séculos, unui das primeiras usinas siderúrgicas do Continente Americano. E o engenho de ferro" de Santo Amaro de Ibirapuera. A matéria é estudada nela

nosso vrezado colaborador Sérgio Buarque de Holanda à luz de copiosa docunwntaçao histórica. Esclarece o trabalho que ora publicamos um acontecimento capital

J

nome.

Acresce que, segundo

pôde apiu-ar o próprio Calógeras, baseando-se, desta vez, principalmente em Pedro Taques, a forja em questão ficava situa da na vizinhança das "terras de Afonso Sardi nha, morador em Ubatá,

iunlo ao qual o engenho se achava, no sítio Borapoeira, da outra banda do no Terabatiba". Ora,, é bem notório que Afonso Sardinha, embora proprietário de casas em Santos, tinha sua mora

da principal no planalto e seu sítio da roça justamente ao longo do no Pi nheiros abrangendo o atual Butantã, que é o Ubatá de Pedro Taques e o Ibatata, Batata ou Ibitatan de documentos mu

nicipais seiscentistas e setecentistas. Quanto ao Borapoeira, é sem dúvida

fevereiro, mas a 11 de "agosto de 1609.

o Ibirapuera, lugar onde se erigira a capelinha dedicada a Santo Amaro. Que esta existia já quando se instalou

26 de fevereiro — de 1629, não de 1609 — é a data da morte do referido Fran-

resta a menor dúvida. Demonstra-o ca-

em apreço não foi assinado a 26 de

da história da indústria do ferro no Brasil.

fusão com a ima de igual

nas imediações a fábrica de ferro, não


DtcESTO Econômico

h A Fabrica de Ferro de Santo Amaro por SÉncio Bu/Vrque de Holanda

Q primeiro engenho de fundir ferro

Estariam perfeitamente certas essas considerações no caso do ter existido a forja mencionada c no local apontado. Mas cabo aqui uma restrição aparente

cisco LiOpes Pinto, c como os dois fatos são mencionados no mesmo lugar na

obra de Azevedo Marques, uma das

fontes prováveis dc José Jacinto Ribeiro,

das minas do Brasil, fundando-se, aliás,

mente decisiva: a fábrica da ilha de

torna-se fàcilmcnle explicável a con

que se erigiu em terras americanas

num engano do cronologista José Ja

Santo Amaro nunca existiu.

fusão.

— os de Jamestown, na Virgínia, são

cinto Ribeiro, que certo contrato cele

do a informação fornecida por J. J.

Finalmente o Geribatiba a que se

posteriores a 1607 —, foi provàvelmente o de Araçoiaba, perto da atual So

brado em 1609 entre o governador D.

Rilieiro, que se baseia, som dúvida, num equívoco, Calógeras apenas publicou

refere a escritura celebrada na nota do tabelião Simão Borges não é cer

ainda mais, o endossou, com sua grande luz dos fatos históricos.

tamente o rio Jurubatuba que nasce na serra dc Paranapiacaba e correndo para sudoeste desagua no lagamar de Santos,

. O trecho da Cronologia Paulista que serviu de fundamento para semelhan

pauhsta, que é o atual rio Pinheiros.

rocaba, e data de fins do século XVI.

O segundo principiou a funcionar exa tamente em; 1607, e localizava-se a

apenas duas ou três léguas da vila de

Sáo Paulo, no sítio de Ibirapuera, do lado esquerdo do rio Pinheiros. Tudo inclina a crer que das duas

a fábrica sorocabana lenha sido sempre a mais considerável. Isso, e também a

maior riqueza das jazidas que Afonso Sardinha, o velho, desvendou em Ara

çoiaba, exphca as diversas tentativas efetuadas para se reviver a exploração primitiva e que culminaram, já no sé culo passado, com a fundação da fábrica

Francisco de Souza, o Provedor da Fa

zenda Diogo de Quadros e o cunhado este, Francisco Lopc.s Pinto, visava o

Perfilhan

autoridade, uma versão inaceitável à

estabelecimento de um segundo enge nho de fundir ferro - o primeiro fôra r local acima referido, mas na "ilha denoSanto Amaro, proximo ao rio Geribatuba, fronteiro à

te versão, diz textualmente o seguinte:

Èste atravessa em parte o atual municí

"26 de Fevereiro de 1609. O Marquez

pio de Santo Amaro, circunstância que

ilha de São Vicente e à esquerda do

das Minas, D. Francisco de Souza, o

parece explicar, por sua vez, a con

morro das Neves".

Provedor

da

Fazenda,

Diogo de Quadros, e seu

não exclui, é certo, a pos

sibilidade de ter havido uma forja nas

cunhado Francisco Lopes

pro.ximidades do atual rio Pinheiros, pois

Pinto, por escritura desta

que suas ruínas foram visitadas por

data, formão uma socie

real do Ipanema. Não é pois de admi

Eschwege em princípio do século passado e dela existem ainda hoje sinais visíveis, mas acredita que se tratasse

dade tendo por fim a fundação de uma fabri

rar se dispomos de informações relati

de estabelecimento mais recente. Sobre

Santo Amaro, nas mar

ca de ferro na ilha de

vamente numerosas, embora nem sempre

a outra, entretanto, a da ilha de Santo

gens do rio Geribatuba,

coerentes e precisas, a respeito do esta

Amaro, fornece precisões importantes:

fronteiro à ilha de São

belecimento das imediações de Sorocaba. Sobre o de Ibirapuera, entretanto, o

estava a fábrica bem situada, "h beira

Vicente c à esquerda do morro das

rio, o combustível era facilmente trans

Neves".

que existe publicado ainda é extrema mente vago e confuso. Tão confuso,

portado, a mina estava á porta, e os produtos acabados, descendo o Geriba

Há aqui mais de um engano que cumpre desfazer. Em primeiro lugar,

tuba, encontravam logo o mercado de

a sociedade referida, em que efetiva

em verdade, que nem o próprio Pandiá

mas seu antigo homônimo do planalto

Calógeras, ordinàriamente lúcido e bem , Santos ou, subindo a estrada antiga, me informado nestes assuntos, pôde ofere lhorada, ao que se diz, por Anchíeta,

mente participavam Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e o filho primo

cer esclarecimentos satisfatórios a res peito. Pretende o notável historiador

os das vilas acima da seira do Cuba-

gênito do D. Francisco de Souza, não

tão".

visava propriamente a fundação de uma fábrica, pois esta já existia em funcio namento dois anos antes, conforme o

É fato quase ignorado que a pequena düiância de São Paulo fundou-se, há mais

atestam documentos da época. E acres cente-se, de passagem, que o contrato

de três séculos, unui das primeiras usinas siderúrgicas do Continente Americano. E o engenho de ferro" de Santo Amaro de Ibirapuera. A matéria é estudada nela

nosso vrezado colaborador Sérgio Buarque de Holanda à luz de copiosa docunwntaçao histórica. Esclarece o trabalho que ora publicamos um acontecimento capital

J

nome.

Acresce que, segundo

pôde apiu-ar o próprio Calógeras, baseando-se, desta vez, principalmente em Pedro Taques, a forja em questão ficava situa da na vizinhança das "terras de Afonso Sardi nha, morador em Ubatá,

iunlo ao qual o engenho se achava, no sítio Borapoeira, da outra banda do no Terabatiba". Ora,, é bem notório que Afonso Sardinha, embora proprietário de casas em Santos, tinha sua mora

da principal no planalto e seu sítio da roça justamente ao longo do no Pi nheiros abrangendo o atual Butantã, que é o Ubatá de Pedro Taques e o Ibatata, Batata ou Ibitatan de documentos mu

nicipais seiscentistas e setecentistas. Quanto ao Borapoeira, é sem dúvida

fevereiro, mas a 11 de "agosto de 1609.

o Ibirapuera, lugar onde se erigira a capelinha dedicada a Santo Amaro. Que esta existia já quando se instalou

26 de fevereiro — de 1629, não de 1609 — é a data da morte do referido Fran-

resta a menor dúvida. Demonstra-o ca-

em apreço não foi assinado a 26 de

da história da indústria do ferro no Brasil.

fusão com a ima de igual

nas imediações a fábrica de ferro, não


80

Digesto Económíco

balmente o fato de Martim Rodrigues / mais precisamente a 13 de janeiro de

ter dado em 1605 a Baltazar Gonçalves, mordomo de Sonío Aniaro de Birapuera,

dez arratéis de cera para a confraria. Em 1628 já se faziam romarias à capela desse orago, e Luiz Fernandes Folgado, re.sidente no lugar e cujo nome se acha re'acionado à história uUerior da fábrica, recomenda ao testamenteiro Lourenço

Nunes, que cumpra em seu nome a pro messa que fizera de uma novena ao Santo (1),

Todas essas razões parecem mais do que suficientes para se desfazer a cren ça na existência de um engenho de ferro situado na ilha de Santo Amaro. O único que existiu durante o século XVII em território paulista, exceção feita, na turalmente, das forjas de Araçoiaba, foi o das margens do rio Pinheiros, perto da atual cidade de Santo Amaro.

O documento que permite fixar-se o ano de 1607 para início do funciona

mento da referida fábrica é a seguinte passagem do Livro de Assentos de Mar

tim Rodrigues Tenório, morador em

Ibirapuera: "El enjeno -de hierro co meço a moler quinta fera a 16 de

agnosto de mil y seiscientos y siete anos

ai qual enjeno pusieron por nombre nuestra senora de aguosto quês la assuhción bendita y su dia a 15 dei dicho mes" (2). A instalaçcão fôra dificultosa e demo

rada, devido aparentemente à falta de maquinário e de pessoal para as obras. Para cúmulo da ínfebcidade, os recur sos com que poderia contar o provedor

da Fazenda perderam-se na viagem ma rítima, de modo que tudo progredia a passo muito lento.

No ano anterior,

1606, em carta endereçada ao senhor da

terra, ou seja ao donatário da capitania, assim se exprimem os caniaristas da vila

de S«ão Paulo: "Diogo de Quadro.s 6 ain da provedor das minas; até agora tem procedido bem; anda fazendo um enge nho de ferro a tres léguas desta vila e como se perdeu no cabo frio, tem pouca

(1) lavenlárlos e TeBlamenios, II (São Idera. VII (São Paulo,

(2) Idem, 11, p. 74.

81

madamcntc; duas chapa.s pequenas, pe sando cada qual cerca de trinta qiúlos; duas chapas grandes, de sessenta quilo.s cada uma. Tudo somado correspon dia a doze quintais, perfazendo, i\ ra zão do tres mil réis por quintal, a soma de trinta c seis mil réis (4). Pode-se supor que êssc material te

lho da ri^a, cm fevereiro dc 1609. Gom-

pareccndo perante os caniaristas, defcndeu-sc como pôde o provedor. Disse, entre outras coi.sas, que durante os

quatro anos cm que residia na vila pudera fazer o engenho a custa de muito trabalho.

No iiltimo ano obtive-

posse e vai de vagar, mas acaba-lo-á e

nha .sido pelo menos o ponto de partida

ra apenas oito índios inaramomís, que lho fornecera Antônio Roiz, capitão de

para a construção da fábrica.

sua aldeia, e que esses mesmos índios só lhe tinham feito três arrobas de

haver muito metal de ferro..." (3).

gado a contar com índios da terra, gente do pouco trabalho, e dispondo êle pró prio de posses escassas, é explicável que

tivera gente, nem fôrça, para levar

sera de muita importância por ser perto daqui coi.sa de tres léguas da vila e Para a obtenção das ferramentas in

dispensáveis requererá Díogo de Qua dros ao Governador Geral do Estado,

iogo Botelho, lhe mandasse entregar dos Almoxarifados da Bahia, do Rio de

Janeiro e de São Vicente tudo quanto pudesse ser útil à fábrica projetada. Atendida a solicitação por provisão dada a 10 de janeiro de 1605, pelo governa dor. na cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos, a 2 de novembro do mesmo ano já se achavam as ferramen

tas pedidas no Almoxarifado de Santos.

A^ lista dessas ferramentas e sua avalia ção respectiva, feita por Jerônimo Maia e Diogo Dias, representa, talvez, subsí

Obri

adiante os serviços, com notável dano

mento rápido que Seria para desejar. Não lhe faltou, no primeiro momento,

para Sua Majestade, que perdia com pria fazenda, que se achava quase

Sabe-se que a maioria dêles o auxiliou

exausta.

o quanto pôde, fornecendo índios de serviço para o transporte da cal dos

As alegações foram ponto por ponto conte.stadãs, depondo Antônio Roiz con tra o Provedor que, dizia, não pagava

casqueiros de Santos para a construção

do forno catalão no Ibirapuera. Se entre a chegada das ferramentas e o

os índios de serviço conforrne era de

início dos trabalhos de fundição do

sem os camaristas com Diogo de Qua

ferro decorreram quase dois anos, tudo faz crer que a gente com que contava não pudesse atender a tôdas as neces sidades.

Para obter essa gente, não hesitou o

da mineração de ferro em terras vicen-

sar pouco mais ou menos cento e seten

tradas ao sertão e fazer guerra ao gentio, contra ordens expressas de Sua Ma jestade. Chegou a .merecer, por isso, severa reprimenda do governador geral,

ta e cinco quilos entre ambos; duas ar-

em dezembro de 1606.

Abrangia dois malhos, que podiam pe golas grandes que pesariam também seus cento e setenta e cinco quilos;

duas safras, com o mesmo pêso aproxiCâmara Muntcipal de São Paulo. VII (São Paulo, 1919).

versão

completados com a Azevedo Marques em Aponla-

(Rio apresenta de Janeiro. •1879, p. 225, que," todavia, in correções de cópia.

isso seus reais quintos, e para a pró

a ajuda graciosa dos moradores da vila.

provedor da fazenda em organizar en

tínas.

carvão. Nos quatro últimos meses não

não pudesse dar ao engenho o anda

dio apreciável para o estudo dos inícios •

p. ii.á. Os fragmentos omissos desta pu• 1920), p. 457.P-

Dicesto EcoNÓNnco

Mesmo depois de encetada a produ ção, no ano seguinte, os trabalhos não corriam a contento. Obrigado por con trato a dar o ferro produzido à razão

sua obrigação. Como, ao fim, instas

dros para assinar o termo das suas de clarações, lavrado por Simão Borges, o escrivão, recusou-se êle a atendê-los e "foi pela porta fora". É bem possível que só então, para obter maiores recursos e fazer silenciar os adversários mais recalcitrantes, ocor

resse a Diogo de Quadros o expediente de interessar no negócio não só o primo e cunliado, Francisco Lopes Pinto, como

o próprio Marquês das Minas, ou o filho mais velho dêste, D. Antônio de Souza. Teria sido esta, em verdade, a

origem do contrato celebrado a 11 de agôsto de 1609, que alguns consideram

Quadros dava-o pelo dòbro dêsse preço, o que motivou queixas sérias no Conce-

erradamente como o passo inicial para a construção do engenho de ferro de Santo Amaro. O desenvolvimento ulterior dês

(4) Marcelino Pereira Cleto, "Disserta ção a respeito da Capitania de São Pau lo (1782)", Anais da Biblioteca Nacional, XXI (Rio, 1900), pp. 225-6.

se engenho, os métodos de produção e o malogro final da iniciativa darão ma*téria para outro estudo.

"de dois mil réis o quintal, Diogo de


80

Digesto Económíco

balmente o fato de Martim Rodrigues / mais precisamente a 13 de janeiro de

ter dado em 1605 a Baltazar Gonçalves, mordomo de Sonío Aniaro de Birapuera,

dez arratéis de cera para a confraria. Em 1628 já se faziam romarias à capela desse orago, e Luiz Fernandes Folgado, re.sidente no lugar e cujo nome se acha re'acionado à história uUerior da fábrica, recomenda ao testamenteiro Lourenço

Nunes, que cumpra em seu nome a pro messa que fizera de uma novena ao Santo (1),

Todas essas razões parecem mais do que suficientes para se desfazer a cren ça na existência de um engenho de ferro situado na ilha de Santo Amaro. O único que existiu durante o século XVII em território paulista, exceção feita, na turalmente, das forjas de Araçoiaba, foi o das margens do rio Pinheiros, perto da atual cidade de Santo Amaro.

O documento que permite fixar-se o ano de 1607 para início do funciona

mento da referida fábrica é a seguinte passagem do Livro de Assentos de Mar

tim Rodrigues Tenório, morador em

Ibirapuera: "El enjeno -de hierro co meço a moler quinta fera a 16 de

agnosto de mil y seiscientos y siete anos

ai qual enjeno pusieron por nombre nuestra senora de aguosto quês la assuhción bendita y su dia a 15 dei dicho mes" (2). A instalaçcão fôra dificultosa e demo

rada, devido aparentemente à falta de maquinário e de pessoal para as obras. Para cúmulo da ínfebcidade, os recur sos com que poderia contar o provedor

da Fazenda perderam-se na viagem ma rítima, de modo que tudo progredia a passo muito lento.

No ano anterior,

1606, em carta endereçada ao senhor da

terra, ou seja ao donatário da capitania, assim se exprimem os caniaristas da vila

de S«ão Paulo: "Diogo de Quadro.s 6 ain da provedor das minas; até agora tem procedido bem; anda fazendo um enge nho de ferro a tres léguas desta vila e como se perdeu no cabo frio, tem pouca

(1) lavenlárlos e TeBlamenios, II (São Idera. VII (São Paulo,

(2) Idem, 11, p. 74.

81

madamcntc; duas chapa.s pequenas, pe sando cada qual cerca de trinta qiúlos; duas chapas grandes, de sessenta quilo.s cada uma. Tudo somado correspon dia a doze quintais, perfazendo, i\ ra zão do tres mil réis por quintal, a soma de trinta c seis mil réis (4). Pode-se supor que êssc material te

lho da ri^a, cm fevereiro dc 1609. Gom-

pareccndo perante os caniaristas, defcndeu-sc como pôde o provedor. Disse, entre outras coi.sas, que durante os

quatro anos cm que residia na vila pudera fazer o engenho a custa de muito trabalho.

No iiltimo ano obtive-

posse e vai de vagar, mas acaba-lo-á e

nha .sido pelo menos o ponto de partida

ra apenas oito índios inaramomís, que lho fornecera Antônio Roiz, capitão de

para a construção da fábrica.

sua aldeia, e que esses mesmos índios só lhe tinham feito três arrobas de

haver muito metal de ferro..." (3).

gado a contar com índios da terra, gente do pouco trabalho, e dispondo êle pró prio de posses escassas, é explicável que

tivera gente, nem fôrça, para levar

sera de muita importância por ser perto daqui coi.sa de tres léguas da vila e Para a obtenção das ferramentas in

dispensáveis requererá Díogo de Qua dros ao Governador Geral do Estado,

iogo Botelho, lhe mandasse entregar dos Almoxarifados da Bahia, do Rio de

Janeiro e de São Vicente tudo quanto pudesse ser útil à fábrica projetada. Atendida a solicitação por provisão dada a 10 de janeiro de 1605, pelo governa dor. na cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos, a 2 de novembro do mesmo ano já se achavam as ferramen

tas pedidas no Almoxarifado de Santos.

A^ lista dessas ferramentas e sua avalia ção respectiva, feita por Jerônimo Maia e Diogo Dias, representa, talvez, subsí

Obri

adiante os serviços, com notável dano

mento rápido que Seria para desejar. Não lhe faltou, no primeiro momento,

para Sua Majestade, que perdia com pria fazenda, que se achava quase

Sabe-se que a maioria dêles o auxiliou

exausta.

o quanto pôde, fornecendo índios de serviço para o transporte da cal dos

As alegações foram ponto por ponto conte.stadãs, depondo Antônio Roiz con tra o Provedor que, dizia, não pagava

casqueiros de Santos para a construção

do forno catalão no Ibirapuera. Se entre a chegada das ferramentas e o

os índios de serviço conforrne era de

início dos trabalhos de fundição do

sem os camaristas com Diogo de Qua

ferro decorreram quase dois anos, tudo faz crer que a gente com que contava não pudesse atender a tôdas as neces sidades.

Para obter essa gente, não hesitou o

da mineração de ferro em terras vicen-

sar pouco mais ou menos cento e seten

tradas ao sertão e fazer guerra ao gentio, contra ordens expressas de Sua Ma jestade. Chegou a .merecer, por isso, severa reprimenda do governador geral,

ta e cinco quilos entre ambos; duas ar-

em dezembro de 1606.

Abrangia dois malhos, que podiam pe golas grandes que pesariam também seus cento e setenta e cinco quilos;

duas safras, com o mesmo pêso aproxiCâmara Muntcipal de São Paulo. VII (São Paulo, 1919).

versão

completados com a Azevedo Marques em Aponla-

(Rio apresenta de Janeiro. •1879, p. 225, que," todavia, in correções de cópia.

isso seus reais quintos, e para a pró

a ajuda graciosa dos moradores da vila.

provedor da fazenda em organizar en

tínas.

carvão. Nos quatro últimos meses não

não pudesse dar ao engenho o anda

dio apreciável para o estudo dos inícios •

p. ii.á. Os fragmentos omissos desta pu• 1920), p. 457.P-

Dicesto EcoNÓNnco

Mesmo depois de encetada a produ ção, no ano seguinte, os trabalhos não corriam a contento. Obrigado por con trato a dar o ferro produzido à razão

sua obrigação. Como, ao fim, instas

dros para assinar o termo das suas de clarações, lavrado por Simão Borges, o escrivão, recusou-se êle a atendê-los e "foi pela porta fora". É bem possível que só então, para obter maiores recursos e fazer silenciar os adversários mais recalcitrantes, ocor

resse a Diogo de Quadros o expediente de interessar no negócio não só o primo e cunliado, Francisco Lopes Pinto, como

o próprio Marquês das Minas, ou o filho mais velho dêste, D. Antônio de Souza. Teria sido esta, em verdade, a

origem do contrato celebrado a 11 de agôsto de 1609, que alguns consideram

Quadros dava-o pelo dòbro dêsse preço, o que motivou queixas sérias no Conce-

erradamente como o passo inicial para a construção do engenho de ferro de Santo Amaro. O desenvolvimento ulterior dês

(4) Marcelino Pereira Cleto, "Disserta ção a respeito da Capitania de São Pau lo (1782)", Anais da Biblioteca Nacional, XXI (Rio, 1900), pp. 225-6.

se engenho, os métodos de produção e o malogro final da iniciativa darão ma*téria para outro estudo.

"de dois mil réis o quintal, Diogo de


.•r,-.r-.V|:"í-

83

Dicesto Econômico

boa acolhida que, cm tôdas as idades, CriámosIhe ambiento propício, e de tal sorte ela aqui se arraigou, que batedores de

Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa

dispensámos à malodicència.

por Oscar Bormann

[S^^NiciA-sE neste volume a reimpressão de todos os atos de Rui

Barbosa, praticados como titular da pasta da Fazenda, do gover no que se instalou provisoria mente no Brasil, a 15 de novem

bro de 1889. Apesar de haver perma necido no cargo apenas um ano e dois

Estado, e o projeto da no.ssa Carta Magna, que implantaria no Brasil o sis

amor dessa idéia, rejeitara inna pasta no ministério bberal do 7 de junho, sc-

prestar ao país uma série considerável

em 1892).

de serviços.

Sôbre esse ministro, a quem Quin tino Bocaiúva havia cliamacjo o. "para-

'

'

blica abalaram em seus fundamentos a

raio do governo provisório" desenca-

estrutura nacional: — política e admi

dearam-sc as iras de monarquistas des peitados, republicanos ideólogos e infa-

seqüentemente impôs-se, multiplicada, ao novo governo, a necessidade de criar, substituir, renovar e transformar.

madores contumazes. Era "a crítica maldizente dos adversários e o zelo im paciente dos amigos", e era também o

demoraria no poder, e cuidou de pôr

furor dos exploradores da malignidade. Nao viam os primeiros, na governança

em obra um vasto plano de adminis tração e finanças, adequado à situação ainda incerta que o advento da re

da republica, senão "defeitos incurá veis", 6 os segundos, "embalados em um

Rui percebeu de logo que não se

pública estabelecera. Ao mesmo passo, diligenciou dar forma às grandes medi das pe'as quais se vinha batendo ha

larga e profundamente analfabeto, me drou com viço a planta daninha, que

"Da idéia fcderalista fizera Rui, ,ia

imprensa, o programa nacional", e,' por parando-sé em seguida de Ouro Preto e do seu partido. (Manifesto à Nação

nistrativa, econômica e financeira. Con

sempre vida regalada. Em nosso meio,

tema federativo.

meses, descobriu tempo bastante para

A abolição e, pouco depois, a repú

alcives, semeadores da difamação c apro veitadores do escândalo, aqui viveram

ideal abaixo de cujo nível nada presta va, derramavam incessantemente na vi da republicana o azedume de uma se

veridade imerecida e cruel".

(Rui —

via muito: "nossa carta de liberdade

discurso no Senado

religiosa", que separava a Igreja do

Quanto aos últimos, é só refletirdes na

31-1-1892).

> lí

só frutifica no terreno que lhe c na tural.

Num dos seus discursos proferidos no

Senado e depois reunidos cm livro (Fi nanças e Política) verberou Rui o vêzo maldito, em termos veementes:

"Essa herança de opróbrio atávico degenerou a política, entre nós, em. uma tradição de nialedicência e de

lepra, educou a opinião na política do vilipendio geral contra os homens de Estado, fez do descrédito a som

bra do poder", (pág. 295).

As íncrepações dos antagonistas fo ram realmente implacáveis. Detrairam-

no; gritaram-lhe baldões.

Amainadas,

porém, as agitações políticas e enfraque cida

a

murmuração, presenciávamos,

anos depois, converterem-se em louvo res muitas das acusações iníquas. O livro de João Mangabeira — "Rui — O Estadista da República" — que é um

compêndio

de

verdades

necessárias,

transcreve, às páginas 52 a' 54, uma

lista das opiniões sobre o autor dêste relatório, exaradas por competentes em

A "Casa Rui" está reeditando as obras completas de Rui Barbosa. Graças a uma gentileza do seu diretor, o nosso prezado colaborador Américo Jacohina hacoínhe, o Digesto Econótmco" inicia com o presente número, a publicação do prefácio

matéria financeira.

A elas, acrescenta

^ibem classifica Rui o maior ministro da Fazenda que o Brasil teve e

remos três, subscritas também por au toridades que prestigiam as citações: a) não se fatigou o Visconde de Ouro Preto, acirrado adversário político do ministro da Fazenda que o subs tituirá em 1889, de zurzir o regime re

rancisco Sa Filho considera o relatório, objeto dêste exame, uma das mais notáveis obras que em nosso País se escreveram sôbre finanças.

se unilateral, com atacar de preferêii-

medito que o sr. Oscar Bormann, que foi alto funcionário do Tesouro e chefe -

no eaômefe de vários ministros, escreveu para o Relatório do Ministério da FaS? próprio punhoestudos, de Ruinem Barbosa. finanças do Govêrno ProV sorto tem provocado inúmeros sempreAsdesapaixonados. -João Man-

publicano, mas resvalou em crítica qua

cia só um dos membros do go\'êmo pro\-isório.

Dêsse pecadilho, assim se redimiu: "Se pois as transcrições em que nos apoiarmos provirem quase ex clusivamente do ex-ministro das Fi nanças, nisso se não veja senão o natural desejo de nos socorrermos

do órgão mais autorizado dos ditado res, quer pelo objeto sobre que ver sarem esses excertos, quer pela alta

competência da primeira cabeça dos novos estadistas. ("A Década Re

publicana" - 1.° vol. pàgs. 160 a 161);

b) e às páginas 199, o mesmo polí

í

tico, que havia sido deposto do govêr no,'por um golpe revolucionário, teve esta expansão de justiça:

"Apurar responsabilidades não é nosso fito; até por estarmos conven

cidos de que grandes erros eram Inevitáveis naquela situação e muito mais funestos seriam, talvez, se a

pasta da Fazenda caísse em outras mãos".

Era o velho monarquista a impugnar,

com energia, as instituições republica

nas- mas era também um ilustre brasi

leiro que, movido pela retidão do seu caráter, enaltecia os talentos de Riu; c) Leopoldo de Bulhões, que por duas vezes dirigiu os negócios da Fa zenda, com inimlgar competência, es creveu sôbre Rui os segumtes trechos: "Tem-se injustamente responsabi lizado o Govêrno Provisório por atos

que não foram seus e por abusos pos teriormente praticados. "O relatório da Fazenda de 1891

é um repositório de ensinamentos de alto valor, de estudos completos só-


.•r,-.r-.V|:"í-

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Dicesto Econômico

boa acolhida que, cm tôdas as idades, CriámosIhe ambiento propício, e de tal sorte ela aqui se arraigou, que batedores de

Prefácio ao Relatório de Rui Barbosa

dispensámos à malodicència.

por Oscar Bormann

[S^^NiciA-sE neste volume a reimpressão de todos os atos de Rui

Barbosa, praticados como titular da pasta da Fazenda, do gover no que se instalou provisoria mente no Brasil, a 15 de novem

bro de 1889. Apesar de haver perma necido no cargo apenas um ano e dois

Estado, e o projeto da no.ssa Carta Magna, que implantaria no Brasil o sis

amor dessa idéia, rejeitara inna pasta no ministério bberal do 7 de junho, sc-

prestar ao país uma série considerável

em 1892).

de serviços.

Sôbre esse ministro, a quem Quin tino Bocaiúva havia cliamacjo o. "para-

'

'

blica abalaram em seus fundamentos a

raio do governo provisório" desenca-

estrutura nacional: — política e admi

dearam-sc as iras de monarquistas des peitados, republicanos ideólogos e infa-

seqüentemente impôs-se, multiplicada, ao novo governo, a necessidade de criar, substituir, renovar e transformar.

madores contumazes. Era "a crítica maldizente dos adversários e o zelo im paciente dos amigos", e era também o

demoraria no poder, e cuidou de pôr

furor dos exploradores da malignidade. Nao viam os primeiros, na governança

em obra um vasto plano de adminis tração e finanças, adequado à situação ainda incerta que o advento da re

da republica, senão "defeitos incurá veis", 6 os segundos, "embalados em um

Rui percebeu de logo que não se

pública estabelecera. Ao mesmo passo, diligenciou dar forma às grandes medi das pe'as quais se vinha batendo ha

larga e profundamente analfabeto, me drou com viço a planta daninha, que

"Da idéia fcderalista fizera Rui, ,ia

imprensa, o programa nacional", e,' por parando-sé em seguida de Ouro Preto e do seu partido. (Manifesto à Nação

nistrativa, econômica e financeira. Con

sempre vida regalada. Em nosso meio,

tema federativo.

meses, descobriu tempo bastante para

A abolição e, pouco depois, a repú

alcives, semeadores da difamação c apro veitadores do escândalo, aqui viveram

ideal abaixo de cujo nível nada presta va, derramavam incessantemente na vi da republicana o azedume de uma se

veridade imerecida e cruel".

(Rui —

via muito: "nossa carta de liberdade

discurso no Senado

religiosa", que separava a Igreja do

Quanto aos últimos, é só refletirdes na

31-1-1892).

> lí

só frutifica no terreno que lhe c na tural.

Num dos seus discursos proferidos no

Senado e depois reunidos cm livro (Fi nanças e Política) verberou Rui o vêzo maldito, em termos veementes:

"Essa herança de opróbrio atávico degenerou a política, entre nós, em. uma tradição de nialedicência e de

lepra, educou a opinião na política do vilipendio geral contra os homens de Estado, fez do descrédito a som

bra do poder", (pág. 295).

As íncrepações dos antagonistas fo ram realmente implacáveis. Detrairam-

no; gritaram-lhe baldões.

Amainadas,

porém, as agitações políticas e enfraque cida

a

murmuração, presenciávamos,

anos depois, converterem-se em louvo res muitas das acusações iníquas. O livro de João Mangabeira — "Rui — O Estadista da República" — que é um

compêndio

de

verdades

necessárias,

transcreve, às páginas 52 a' 54, uma

lista das opiniões sobre o autor dêste relatório, exaradas por competentes em

A "Casa Rui" está reeditando as obras completas de Rui Barbosa. Graças a uma gentileza do seu diretor, o nosso prezado colaborador Américo Jacohina hacoínhe, o Digesto Econótmco" inicia com o presente número, a publicação do prefácio

matéria financeira.

A elas, acrescenta

^ibem classifica Rui o maior ministro da Fazenda que o Brasil teve e

remos três, subscritas também por au toridades que prestigiam as citações: a) não se fatigou o Visconde de Ouro Preto, acirrado adversário político do ministro da Fazenda que o subs tituirá em 1889, de zurzir o regime re

rancisco Sa Filho considera o relatório, objeto dêste exame, uma das mais notáveis obras que em nosso País se escreveram sôbre finanças.

se unilateral, com atacar de preferêii-

medito que o sr. Oscar Bormann, que foi alto funcionário do Tesouro e chefe -

no eaômefe de vários ministros, escreveu para o Relatório do Ministério da FaS? próprio punhoestudos, de Ruinem Barbosa. finanças do Govêrno ProV sorto tem provocado inúmeros sempreAsdesapaixonados. -João Man-

publicano, mas resvalou em crítica qua

cia só um dos membros do go\'êmo pro\-isório.

Dêsse pecadilho, assim se redimiu: "Se pois as transcrições em que nos apoiarmos provirem quase ex clusivamente do ex-ministro das Fi nanças, nisso se não veja senão o natural desejo de nos socorrermos

do órgão mais autorizado dos ditado res, quer pelo objeto sobre que ver sarem esses excertos, quer pela alta

competência da primeira cabeça dos novos estadistas. ("A Década Re

publicana" - 1.° vol. pàgs. 160 a 161);

b) e às páginas 199, o mesmo polí

í

tico, que havia sido deposto do govêr no,'por um golpe revolucionário, teve esta expansão de justiça:

"Apurar responsabilidades não é nosso fito; até por estarmos conven

cidos de que grandes erros eram Inevitáveis naquela situação e muito mais funestos seriam, talvez, se a

pasta da Fazenda caísse em outras mãos".

Era o velho monarquista a impugnar,

com energia, as instituições republica

nas- mas era também um ilustre brasi

leiro que, movido pela retidão do seu caráter, enaltecia os talentos de Riu; c) Leopoldo de Bulhões, que por duas vezes dirigiu os negócios da Fa zenda, com inimlgar competência, es creveu sôbre Rui os segumtes trechos: "Tem-se injustamente responsabi lizado o Govêrno Provisório por atos

que não foram seus e por abusos pos teriormente praticados. "O relatório da Fazenda de 1891

é um repositório de ensinamentos de alto valor, de estudos completos só-


Dicesto Econômico

84

bre vários impostos, amortização e conversão da dívida, câmbio e ta

rifas, revelando o superior talento, o saber e rara operosidade do primei ro gestor das Finanças do novo re gime". ("Os Financistas do Bra

O plano consignava a pluralidade bancá

do Brasil a faculdade de emitir.

apólices, o recebimento dêsses billieles em tôdas as repartições pxiblicas e a

Permaneceu esse estado de coisas até 1887, data em que as condições econô

tem sido a relacionada com a institxii-

ção de bancos emissores, suas alterações

Estado avizinhavam-se do valor nomi

* * iÜ

Uma das argüições, freqüentemente irrogadas ao plano financeiro de Rui,

ou reformas, as quais "agitaram a opi nião púbb'ca, revolveram interôsses tu multuosos e levantaram on

vantados dois empréstimo;

na praça de Londres- o nw'

ças nacionais, houve que en

nominal £ 4.599.600 - h

meiro, em 1883 - canifol

segundo, em 1886 - oapiw

nominal £ 6.431.000 kIT 95% e juro anual de 5%

procedentes não só da mu dança radical do sistema po

cob Cavalcante "Histórico

pe militar; senão também da em 1887 e se vinha avolumando a passo cheio. Antes do mais, impunha-se con-

- págs

25':

Iniciou-se então, entre parlamentares

quistar a aceitação, peto povo, do novo prestigiosos, um movimento em prol i fundação, ainda uma vez, do ban à vista da necessidade atSSo, ou "bestiaH^do",. s^undo emissor, terível, que apregoavam, de impedir afirmara Aiistides Lobo, republicano pelo menos desengravecer as "pressõ fervoroso c testemunha ocular dos acon monetárias". Atribuíam o mal à tecimentos (Diário POP"'",''® lastícidade da moeda, senão também de 18 de novembro de ISo^lirregularidade do crédito, que uréia A repúbHca nascera num meio que amobilizar, para reparH-lo, pelas zodas

ta. Era imprescindível nutri-la da simpatia popular.

Após os insucessos dos bancos emissonos períodos de 1809 a 1829 e

1S53 a 1866, adensou-se, nos centros

políticos, a repulsa a êsses estabeleci

mentos de crédito; e por ela induzidas.

econômicas de um país escasso de trans portes e territorialmente extensíssimo.

^

Tomaram a peito corporificar a idéia, num projeto de lei, estadistas de nomea da: o Visconde de Ouro Preto, o Com selheiro Lafayette e o visconde do Cru zeiro, que foi quem o levoxx ao Senado.

Para remediar a crise, lembrou-se

Chaso de um sistema monetário que consistia na emissão de bilhetes bancá

rios garantidos por títulos da díxdda pública. Apresentado o projeto em

era senão o papel-moeda do Tesouro.

1861, foi feito lei em 25 de fevereiro 9o 1863, ato retocado e alterado em 3

O Visconde do Cruzeiro ao apresentar o projeto, referiu-se à "deplorável pres

de junho do ano seguinte. (A. Barton Hepbura — "A History of Curtency in

são" que no momento oprimia o co

the United States — revised edition —

mércio e provinha, entre outras causas,

1924, págs. 194 e 306 a 308).

da "escassez do meio circulante".

o

mal,

mostrou-se

Para

entusiástico

haviam instituído aparelhos emissores, denominados "bancos nacionais" (na-

O Presidente Lincoln, em sua mensa

gem de 1862, apoiara a idéia de Chase, lembrando que a suspensão, pelos ban cos locais, dos pagamentos, em moeda metálica, acarretava largas emissões de

papel-moeda. Atenta a riocividade das

tional banks) em substituição gradativa

flutuações constantes do valor da moeda,

aos bancos locais (States banks).

deveria ser o principal escopo dereduzi-las uma legislação sábia.^ Não acredita- ^ va que uma circulação de notas do Es

separatista, as condições financeiras dos Estados Unidos eram deveras penosas. americano atribulava sobremaneira a go vernança federal. As responsabilidades nacionais cresciam vultosamente, e os

pagamentos, inclusive os que deveriam

c„r>f1arão êle assistira regime, a cuja tunaaçau

se conservava essencialmente monarquis-

moeda cor

A míngi^a dos recursos do erário

total £ 11.030.600 (Dr Ta

lítico, por efeito de um gol

deles em

rente, que, naquela data, outra não

De 1860 a 1865, durante a guerra

80% e juro anual de 4 )í%

sa e prenhe de dificuldades,

conversibilidade

adepto da política bancária dos Estados Unidos, que, com as leis do 1863 e 1864,

Entretanto, tendes necessidade d atentar que haviam sido le

frentar uma situação confu

ria, a emissão de bilhetes lastrados por

sanar

das de' oposição. Quando Rui assumiu a superintendência das finan

inflação que se desenhara

85

votaram as câmaras a lei de 12 de se tembro de 1866, que cassava ao Banco

micas e financeiras começaram a rne Ihorar sobremodo: o "defieit" orçamen tário reduzírarse apreciàvelmente; na' balança comercial, a exportação exce dera de 54 mil contos a importação- õ crédito no exterior avigorara-se- o cã bio subira, e as cotações dos títulos

sil" — Conferência, pág. 35).

Dicesto EcoNÓNnco

ser feitos ao exército, retardavam-se de masiado. Por seu lado, os bancos es

taduais haviam suspendido o troco de suas notas, por metal. Foi mister, en tão, expedir ato legislativo decretando o curso forçado.

Os billietes emitidos

pelos bancos locais'começaram a desva-

lorizar-se em relação às espécies metá

licas.

Por êsse motivo, não pôde o

secretário

do

Tesouro Portland

Chase

conseguir ouro, com a venda dos títu

los do Estado. Só lhe ofereciam papelmoeda depreciado que lhe não convinha receber.

Em janeiro de 1863, foi autorizado o lançamento em circulação de notas do

tado, embora em quantidade suficiente às necessidades públicas, pudesse ser

permanentemente útil e segura. Suge ria, portanto, a instituição de bancos, aos quais o governo forneceria bilhetes circulantes, que seriam garantidos por títulos da divida pública, depositados no Tesouro Nacional {Messages of Presidents, vol. VI). « . 1 Foi assim que surgiram os national banks", na América do Norte.

O pendor do Visconde do Cruzeiro e de seus dois colegas, por êsses institu

tos estrangeiros, traduzia a sedução ame ricana, que eles confessaram e' que vos dá o motivo de haver o projeto curado únicamente de emissão de notas sobre lastro de apólices.

As comissões, porém, da câmara alta

propuseram emendas que detenninavam, não só a incineração do papel-moeda

entregue ao Tesouro, pelos bancos emis

Estado (green backs) na importância de

sores, em paga das apólices adquiridas,

cem milhões de dólares.

para servirem de lastro, mas também a


Dicesto Econômico

84

bre vários impostos, amortização e conversão da dívida, câmbio e ta

rifas, revelando o superior talento, o saber e rara operosidade do primei ro gestor das Finanças do novo re gime". ("Os Financistas do Bra

O plano consignava a pluralidade bancá

do Brasil a faculdade de emitir.

apólices, o recebimento dêsses billieles em tôdas as repartições pxiblicas e a

Permaneceu esse estado de coisas até 1887, data em que as condições econô

tem sido a relacionada com a institxii-

ção de bancos emissores, suas alterações

Estado avizinhavam-se do valor nomi

* * iÜ

Uma das argüições, freqüentemente irrogadas ao plano financeiro de Rui,

ou reformas, as quais "agitaram a opi nião púbb'ca, revolveram interôsses tu multuosos e levantaram on

vantados dois empréstimo;

na praça de Londres- o nw'

ças nacionais, houve que en

nominal £ 4.599.600 - h

meiro, em 1883 - canifol

segundo, em 1886 - oapiw

nominal £ 6.431.000 kIT 95% e juro anual de 5%

procedentes não só da mu dança radical do sistema po

cob Cavalcante "Histórico

pe militar; senão também da em 1887 e se vinha avolumando a passo cheio. Antes do mais, impunha-se con-

- págs

25':

Iniciou-se então, entre parlamentares

quistar a aceitação, peto povo, do novo prestigiosos, um movimento em prol i fundação, ainda uma vez, do ban à vista da necessidade atSSo, ou "bestiaH^do",. s^undo emissor, terível, que apregoavam, de impedir afirmara Aiistides Lobo, republicano pelo menos desengravecer as "pressõ fervoroso c testemunha ocular dos acon monetárias". Atribuíam o mal à tecimentos (Diário POP"'",''® lastícidade da moeda, senão também de 18 de novembro de ISo^lirregularidade do crédito, que uréia A repúbHca nascera num meio que amobilizar, para reparH-lo, pelas zodas

ta. Era imprescindível nutri-la da simpatia popular.

Após os insucessos dos bancos emissonos períodos de 1809 a 1829 e

1S53 a 1866, adensou-se, nos centros

políticos, a repulsa a êsses estabeleci

mentos de crédito; e por ela induzidas.

econômicas de um país escasso de trans portes e territorialmente extensíssimo.

^

Tomaram a peito corporificar a idéia, num projeto de lei, estadistas de nomea da: o Visconde de Ouro Preto, o Com selheiro Lafayette e o visconde do Cru zeiro, que foi quem o levoxx ao Senado.

Para remediar a crise, lembrou-se

Chaso de um sistema monetário que consistia na emissão de bilhetes bancá

rios garantidos por títulos da díxdda pública. Apresentado o projeto em

era senão o papel-moeda do Tesouro.

1861, foi feito lei em 25 de fevereiro 9o 1863, ato retocado e alterado em 3

O Visconde do Cruzeiro ao apresentar o projeto, referiu-se à "deplorável pres

de junho do ano seguinte. (A. Barton Hepbura — "A History of Curtency in

são" que no momento oprimia o co

the United States — revised edition —

mércio e provinha, entre outras causas,

1924, págs. 194 e 306 a 308).

da "escassez do meio circulante".

o

mal,

mostrou-se

Para

entusiástico

haviam instituído aparelhos emissores, denominados "bancos nacionais" (na-

O Presidente Lincoln, em sua mensa

gem de 1862, apoiara a idéia de Chase, lembrando que a suspensão, pelos ban cos locais, dos pagamentos, em moeda metálica, acarretava largas emissões de

papel-moeda. Atenta a riocividade das

tional banks) em substituição gradativa

flutuações constantes do valor da moeda,

aos bancos locais (States banks).

deveria ser o principal escopo dereduzi-las uma legislação sábia.^ Não acredita- ^ va que uma circulação de notas do Es

separatista, as condições financeiras dos Estados Unidos eram deveras penosas. americano atribulava sobremaneira a go vernança federal. As responsabilidades nacionais cresciam vultosamente, e os

pagamentos, inclusive os que deveriam

c„r>f1arão êle assistira regime, a cuja tunaaçau

se conservava essencialmente monarquis-

moeda cor

A míngi^a dos recursos do erário

total £ 11.030.600 (Dr Ta

lítico, por efeito de um gol

deles em

rente, que, naquela data, outra não

De 1860 a 1865, durante a guerra

80% e juro anual de 4 )í%

sa e prenhe de dificuldades,

conversibilidade

adepto da política bancária dos Estados Unidos, que, com as leis do 1863 e 1864,

Entretanto, tendes necessidade d atentar que haviam sido le

frentar uma situação confu

ria, a emissão de bilhetes lastrados por

sanar

das de' oposição. Quando Rui assumiu a superintendência das finan

inflação que se desenhara

85

votaram as câmaras a lei de 12 de se tembro de 1866, que cassava ao Banco

micas e financeiras começaram a rne Ihorar sobremodo: o "defieit" orçamen tário reduzírarse apreciàvelmente; na' balança comercial, a exportação exce dera de 54 mil contos a importação- õ crédito no exterior avigorara-se- o cã bio subira, e as cotações dos títulos

sil" — Conferência, pág. 35).

Dicesto EcoNÓNnco

ser feitos ao exército, retardavam-se de masiado. Por seu lado, os bancos es

taduais haviam suspendido o troco de suas notas, por metal. Foi mister, en tão, expedir ato legislativo decretando o curso forçado.

Os billietes emitidos

pelos bancos locais'começaram a desva-

lorizar-se em relação às espécies metá

licas.

Por êsse motivo, não pôde o

secretário

do

Tesouro Portland

Chase

conseguir ouro, com a venda dos títu

los do Estado. Só lhe ofereciam papelmoeda depreciado que lhe não convinha receber.

Em janeiro de 1863, foi autorizado o lançamento em circulação de notas do

tado, embora em quantidade suficiente às necessidades públicas, pudesse ser

permanentemente útil e segura. Suge ria, portanto, a instituição de bancos, aos quais o governo forneceria bilhetes circulantes, que seriam garantidos por títulos da divida pública, depositados no Tesouro Nacional {Messages of Presidents, vol. VI). « . 1 Foi assim que surgiram os national banks", na América do Norte.

O pendor do Visconde do Cruzeiro e de seus dois colegas, por êsses institu

tos estrangeiros, traduzia a sedução ame ricana, que eles confessaram e' que vos dá o motivo de haver o projeto curado únicamente de emissão de notas sobre lastro de apólices.

As comissões, porém, da câmara alta

propuseram emendas que detenninavam, não só a incineração do papel-moeda

entregue ao Tesouro, pelos bancos emis

Estado (green backs) na importância de

sores, em paga das apólices adquiridas,

cem milhões de dólares.

para servirem de lastro, mas também a


Digesto

88

Econômico

Dicesto Econômico

conversão metálica. Os autores do pro jeto aceitaram, com alguma restrição, as

modificações sugeridas. No plano apre sentado ao estudo e aprovação do Sena

do, prescrevia-se que o produto da ven da das apólices, recebido pelo erário^ fosse integralmente aplicado no res gate de outros títulos dessa natureza

que vencessem o juro anual de 5%.

Eis o que disse o Visconde do Cru zeiro.

"Os autores do projeto compreen dem e louvam os intuitos das ilustra

das comissões e, tal qual elas, têm o mais veemente desejo de ver ex

tinto o papel-moeda e estabelecida a circulação metálica. Mas atenta a

necessidade de obviar a insuficiên cia atual do meio'Circulante e a di

ficuldade de estabelecer o regime dos

êste representava apenas um terço dos bilhetes emitidos, os outros dois terços

do

ficariam em circulação, obrigando o go

zado".

tálica, enquanto perdurar o papel-

poderia adotar a organização dos bancos americanos conhecidos.sob a

denominação de "bancos nacionais",

que tã;o profícuos resultados têm apresentado nos Estados Unidos (Anais do Senado — 1888). Revelou o Visconde do Cruzeiro, estribado aliás em razões sensatas, o seu

receio pelos bancos de emissão sobre lastro-ouro, podendo realiza-las ate ao triplo do metal depositado e com a obrigação de por êlé trocar as notas que lhes fôssem apresentadas. A de preciação do papel-moeda" em relação ao ouro, por efeito de uma queda cam

os agravaria ainda mais, e finalmen te;

"3.0 _ aunientá-Io de modo que

Para confirmá-lo,

citou o exemplo do Banco do Brasil, a quem sucedera esse desastre, constran gendo o governo a decretar a inconver-

de 3 de julho, também falara sobro o

não dificultasse recorrer, em época

projeto, relatando as suas vantagens, ao

mais remota, ao verdadeiro remédio,

faculdade emissora.

tíbilidade dos bilhetes emitidos, que ain da oberavam a circulação do papel-

Senado. Apontou-llic o que, na época,

circulação metálica, ou o que é pre

obstava á circulação metálica, e assim

ferível^ circulação fiduciária de pron

dissertou:

to conversível em moeda metálica; mas também predispusesse as coisas,

moeda com a soma de 15.276 contos.

. E, como seguimento do relato, no

"Mas a isso (á circulação metáli

qual eram dedilhadas as mesmas cor

ca) opõem-se dois obstáculos de pre sente insuperáveis:

das sonoras, ou sejam a insuficiência do

preparasse gradualmente o terreno

para apressar o advento dessa época

da coexistência, na circulação, de cé

culante que possuimos, porque é sa

dulas de papel-moeda e bilhetes lastra dos por ouro, resolveram os autores do

bido, como notei no meu anterior

êste tríplice resultado chegará o projeto, se tiver execução acerta da". (Antônio Carlos — "Bancos

discurso, que a moeda fraca expele

de Emissão", pag. 187).

meio circulante e os entraves nascidos

"1.° — A natureza do meio cir

projecto aduzir-lhe emendas, que acata

do mercado a moeda forte, fenômeno

vam em parte o que as "ilustradas co

a que Gresham deu foros de lei econômica, mas que já era conhecido na,antigüidade, pois Aristófanes des

missões" haviam sugerido.

Vede:

"Primeira - A metade do papelmoeda em que fôr pago o preço

creveu-o em uma das suas comédias;

das apólices será incinerada, e outra

que, como também temos feito sen

metade será exclusivamente empre gada no resgate dos juros de 5%. "Segunda - Quando em virtude de disposição deste artigo tiver sido incinerada mçtade do papel-moeda atualmente em circulação, os bancos serão obrigados a efetuar o trôco de seus bilhetes, metade em moeda me tálica e outra metade em moeda corrente.

"Terceira — A emissão poderá ser elevada ao triplo das somas corres

pondentes ao valor nominal das apó lices que os bancos substituirem por depósito de moeda metálica, nas suas

fiduciário e o metal precioso. E como

mediante a prova, e na proporção

correriam imediatamente ao troco, a fim

reali

não só não impossibilitasse e mesmo

de perceber a diferença entre o papel

culação as emissões bancárias que con

assim

O Visconde de Ouro Preto, na sessão

caixas. Neste caso deverão os ban cos efetuar também em moeda me tálica o trôco total de seus bilhe tes. As apólices serão restituídas

bial abaixo de 27 d,, expeliria da cir

metálico

verno a encampá-los o a cancelar a

bancos com emissão sobro base me

moeda, entenderam que, como tran sição de um regime para outro, se

fundo

"2° — o saldo do balanço comercial

tir, é permanentemente contra nós. . "Se acaso, á custa de imensos sa

crifícios, conseguíssemos realizar um empréstimo que nos habilitasse, como a Itália, a resgatar o nosso papelmoeda, e o substituíssemos pela me tálica, esta, tomando-se mercadoria

de imensa procura, não se demoraria entre nós, sairia logo barra fora. "Em tais condições, e na impossi bilidade de aplicar de pronto êsse remédio seguro e eficaz, era mister achar uma combinação que pela ação de seus elementos desse em resulta do:

"1.° — A satisfação imediata da

necessidade mais urgente — aumento do meio circulante; "2.° — aumento do meio circulan

te, sem os inconvenientes do "que se tratava de aumentar, porque isso

Aprovado o projeto no Senado com as modificações que citámos, e também na Gamara dos Deputados, onde nao rece

beu emendas, tomou a lei, sancionada, o n.° 3.403 e a data de 24 de no\em-

^'oÍrt^2^° aa lei n.° 3.403 autoriza\^

01 goCêr^o a emitir oportunamente ap^ on nar do valor nominal,de um o2de?éis'eiuroanualde4««. Os Lncos emissores, para se instalarem, te tulos para efetuar, com êles. o depó-

riam de comprar ao govêmo esses tí cUn rie aue trata o art. 1.".

O decreto n.^ 10.144, de janeuo de 1889 que regulamentou a lei referida, inseriu a exigência em seu art 9.^ mas como apreciaremos adiante, houve

nova regulamentação expedida no de

creto n.° 10.262, de julho do mesmo ano a qual só tratou das emissões sôbre

lastro'metálico, modificando, tão só nesta parte, o primeiro diploma legal. Por essa forma, coexistiram dois regulamen tos: o primeiro, vigente somente para as emissões sôbre apólices; o segundo, para pAliro

dcrtániec


Digesto

88

Econômico

Dicesto Econômico

conversão metálica. Os autores do pro jeto aceitaram, com alguma restrição, as

modificações sugeridas. No plano apre sentado ao estudo e aprovação do Sena

do, prescrevia-se que o produto da ven da das apólices, recebido pelo erário^ fosse integralmente aplicado no res gate de outros títulos dessa natureza

que vencessem o juro anual de 5%.

Eis o que disse o Visconde do Cru zeiro.

"Os autores do projeto compreen dem e louvam os intuitos das ilustra

das comissões e, tal qual elas, têm o mais veemente desejo de ver ex

tinto o papel-moeda e estabelecida a circulação metálica. Mas atenta a

necessidade de obviar a insuficiên cia atual do meio'Circulante e a di

ficuldade de estabelecer o regime dos

êste representava apenas um terço dos bilhetes emitidos, os outros dois terços

do

ficariam em circulação, obrigando o go

zado".

tálica, enquanto perdurar o papel-

poderia adotar a organização dos bancos americanos conhecidos.sob a

denominação de "bancos nacionais",

que tã;o profícuos resultados têm apresentado nos Estados Unidos (Anais do Senado — 1888). Revelou o Visconde do Cruzeiro, estribado aliás em razões sensatas, o seu

receio pelos bancos de emissão sobre lastro-ouro, podendo realiza-las ate ao triplo do metal depositado e com a obrigação de por êlé trocar as notas que lhes fôssem apresentadas. A de preciação do papel-moeda" em relação ao ouro, por efeito de uma queda cam

os agravaria ainda mais, e finalmen te;

"3.0 _ aunientá-Io de modo que

Para confirmá-lo,

citou o exemplo do Banco do Brasil, a quem sucedera esse desastre, constran gendo o governo a decretar a inconver-

de 3 de julho, também falara sobro o

não dificultasse recorrer, em época

projeto, relatando as suas vantagens, ao

mais remota, ao verdadeiro remédio,

faculdade emissora.

tíbilidade dos bilhetes emitidos, que ain da oberavam a circulação do papel-

Senado. Apontou-llic o que, na época,

circulação metálica, ou o que é pre

obstava á circulação metálica, e assim

ferível^ circulação fiduciária de pron

dissertou:

to conversível em moeda metálica; mas também predispusesse as coisas,

moeda com a soma de 15.276 contos.

. E, como seguimento do relato, no

"Mas a isso (á circulação metáli

qual eram dedilhadas as mesmas cor

ca) opõem-se dois obstáculos de pre sente insuperáveis:

das sonoras, ou sejam a insuficiência do

preparasse gradualmente o terreno

para apressar o advento dessa época

da coexistência, na circulação, de cé

culante que possuimos, porque é sa

dulas de papel-moeda e bilhetes lastra dos por ouro, resolveram os autores do

bido, como notei no meu anterior

êste tríplice resultado chegará o projeto, se tiver execução acerta da". (Antônio Carlos — "Bancos

discurso, que a moeda fraca expele

de Emissão", pag. 187).

meio circulante e os entraves nascidos

"1.° — A natureza do meio cir

projecto aduzir-lhe emendas, que acata

do mercado a moeda forte, fenômeno

vam em parte o que as "ilustradas co

a que Gresham deu foros de lei econômica, mas que já era conhecido na,antigüidade, pois Aristófanes des

missões" haviam sugerido.

Vede:

"Primeira - A metade do papelmoeda em que fôr pago o preço

creveu-o em uma das suas comédias;

das apólices será incinerada, e outra

que, como também temos feito sen

metade será exclusivamente empre gada no resgate dos juros de 5%. "Segunda - Quando em virtude de disposição deste artigo tiver sido incinerada mçtade do papel-moeda atualmente em circulação, os bancos serão obrigados a efetuar o trôco de seus bilhetes, metade em moeda me tálica e outra metade em moeda corrente.

"Terceira — A emissão poderá ser elevada ao triplo das somas corres

pondentes ao valor nominal das apó lices que os bancos substituirem por depósito de moeda metálica, nas suas

fiduciário e o metal precioso. E como

mediante a prova, e na proporção

correriam imediatamente ao troco, a fim

reali

não só não impossibilitasse e mesmo

de perceber a diferença entre o papel

culação as emissões bancárias que con

assim

O Visconde de Ouro Preto, na sessão

caixas. Neste caso deverão os ban cos efetuar também em moeda me tálica o trôco total de seus bilhe tes. As apólices serão restituídas

bial abaixo de 27 d,, expeliria da cir

metálico

verno a encampá-los o a cancelar a

bancos com emissão sobro base me

moeda, entenderam que, como tran sição de um regime para outro, se

fundo

"2° — o saldo do balanço comercial

tir, é permanentemente contra nós. . "Se acaso, á custa de imensos sa

crifícios, conseguíssemos realizar um empréstimo que nos habilitasse, como a Itália, a resgatar o nosso papelmoeda, e o substituíssemos pela me tálica, esta, tomando-se mercadoria

de imensa procura, não se demoraria entre nós, sairia logo barra fora. "Em tais condições, e na impossi bilidade de aplicar de pronto êsse remédio seguro e eficaz, era mister achar uma combinação que pela ação de seus elementos desse em resulta do:

"1.° — A satisfação imediata da

necessidade mais urgente — aumento do meio circulante; "2.° — aumento do meio circulan

te, sem os inconvenientes do "que se tratava de aumentar, porque isso

Aprovado o projeto no Senado com as modificações que citámos, e também na Gamara dos Deputados, onde nao rece

beu emendas, tomou a lei, sancionada, o n.° 3.403 e a data de 24 de no\em-

^'oÍrt^2^° aa lei n.° 3.403 autoriza\^

01 goCêr^o a emitir oportunamente ap^ on nar do valor nominal,de um o2de?éis'eiuroanualde4««. Os Lncos emissores, para se instalarem, te tulos para efetuar, com êles. o depó-

riam de comprar ao govêmo esses tí cUn rie aue trata o art. 1.".

O decreto n.^ 10.144, de janeuo de 1889 que regulamentou a lei referida, inseriu a exigência em seu art 9.^ mas como apreciaremos adiante, houve

nova regulamentação expedida no de

creto n.° 10.262, de julho do mesmo ano a qual só tratou das emissões sôbre

lastro'metálico, modificando, tão só nesta parte, o primeiro diploma legal. Por essa forma, coexistiram dois regulamen tos: o primeiro, vigente somente para as emissões sôbre apólices; o segundo, para pAliro

dcrtániec


mr^wrr

Dicesto Econóaíico Digesto

88

Aconteceu, porém, que nenhum esta

EcoNÓ^^co

de semelhantes providências.

Na Amé

belecimento se animou, enquanto vigo-

rica do Norte as aludidas exceções eram

rante a lei, a requerer se lhe facultasse

explicáveis.

a emissão na equivalência do valor no

moeda-ouro os direitos de importação e de maneira igual se pagavam os juros

minal dos títulos depositados, preferindo, como era natural, efetuá-la no triplo do valor, ao câmbio par, do metal servindo de lastro.

Não houve, por isso, oportunidade,

para o govêmo, de realizar a operação de crédito mencionada.

so arrecadavam em

da dívida pública.

Por isso, Dhavomas, informando que as notas emitidas eram recebidas, pelo Tesouro dos Estados Unidos, registrou a única exceção:

— os seus membros — Paulino de Sousa,

Colcgípc e Sousa Dantas — esposaram

a opinião do Visconde do Cruzeiro, o que determinou a prevalência desta no decreto n.° 10.144, de 5 de janeiro de 1889. A 6 de julho seguinte, Ouro Preto,

nesse tempo presidente do Conselho e ministro da Faz-cnda, referendou outro

decreto, sob n.° 10.262, no qual se aboliam as pelas impostas às emissões sôbre lastro metálico.

"Seul les droits des douanes dc-

O banco, porém, instituído consoante

lado no decreto de 17 de janeiro de

vaient toujours être acquitiés en or

1890, que teve a referenda de Rui, não subsistiu tal exigência. Os bancos que

pour permettre au Gouvernement de

as idéias de Ouro Preto c Lafayette não era aparelho emissor recomendável, para

paijer en or les interêts de Ia Dettc

o nosso meio, nem o instrumento de

No regime seguinte, isto é, o formu

se instituiram compravam em bôlsa os títulos de que necessitavam para seu funcionamento.

Da leitura não só do projeto, elabo

rado pelo Visconde de Ouro Preto, Con selheiro Lafayette e Visconde do Cru zeiro, como também dos debates par lamentares que ele despertou, averi-

guareís que os três estadistas e financei ros objetivavam fazer cessar a escassez de moeda", que tanto anunciaram e

profligaram. Para conseguido, inspira

ram-se declaradamente no sistema ame

ricano de "bancos nacionais", de vez

que estabeleceram, no plano de sua

sas cédulas, dos juros da divida interna fundada

papel moeda, e nesta espécie eram tam bém satisfeitos os juros da dívida in

teve susp

terna fundada.

dida não era aconselhável.

Mais tarde, e por alvitre das comis

sões do Senado, cogitou-se da tão de cantada aurificação do meio circulante. E foi daí que se originou ter sido in-

cluida, na lei emanada de tal projeto a providência do lastro metálico, ao ladu

Na preparação do regulamento que

Determinavam tais preceitos • vel a ilimitação, que outorgaria maior

a efeituaçáo em moeda corrente daque les recebimento e pagamento.

Nunca

podemos realmente atinar com a razão

crina deste prefácio as condições favo-

Num país de variabilidade cambial cons

Entre nós, porém, naquela época, os

o govêmo imperial incumbira aos três autores do projeto, discordaram Ouro Preto e Lafayette do Visconde do Cruzeiro. Defendia este a necessidade de limitar o fundo metálico das emissões igualando-as, por esse feitio, às basea das em títulos da dívida pública. A Ouro Preto e a Lafayette afigurava-se diferente, pois sentiam ser indispensá

to (números 3403 3 10 144) a proi bição de arrecadar os direitos de impor tação em bilhetes bancários sôbre lastro do apólices e tomaram ainda defeso às reparUções públicas o pagamento, nes

banço do emissão. Já relatámos à pa-

tante, tendo em circulação grandes so mas de papel-moeda do Estado, a me

crédito, cuja perfeição c utilidade as soalhavam.

títulos da dívida pública.

tatrcduziram em nossa ei e regulamen

mesmo engano laborara, em 1853, o Visconde de Itaboraí. ao projetar um

direitos aduaneiros eram cobrados em

Nationale". (Les Rapports du Trésor et des Banques aux États Unis jusqu'à Vexperience Roosevelt. 1938, pág. S3).

do constituído por apólices.

E para não deixar inaproveitadas

narquia foi, inegàvelmente, um esta dista de pulso, com esplêndida folha de ser\aços à pátria; mas deixou-se embelecar pela situação de 'prosperidade, que julgou estável, quando em ver dade não passava de fenômeno fugidiço, decorrente de uma inflaçao mo-

fáveis obsemdas em 1887 e podemos açora confrontá-las com as de 1^853, pa"fverificação de que estas sobrepujam anuelas: tranqüilidade em todo o imXo- rendas públicas sucessiviimenta ?Xentadas; redução de alguns imposX restabelecimento da amorüzaçao da

lavra, tão só a emissão com lastro de

quaisqL minúcias do método yaníee,

O presidente do Conselho e ministro da Fazenda do último ministério da mo

desenvolvimento e elasticidade aos bi

lhetes com lastro-ouro.

Ouvido o Con

selho de Estado — Secção de Fazenda

Ao revés, estava fadado ao

insucesso a que incvitàvelmente o arras taria a obrigação de trocar por curo as notas emitidas sob essa condição.

A queda do câmbio, em seguida ao triunfa da revolução de 15 de novem

bro de 1889, impossibilitou o "Banco Nacional" de continuar no exercício de

sua função emissora. Aliás, o fato já havia sido vaticinado por "A Nação",

órgão do partido conservador, em artigo datado de outubro daquele ano Nesse artigo, responsabilizavam-se as medidas financeiras do gabinete de 7 de junho

pelo desaparecimento dos bancos metá licos.

(Finanças e Política, pág. 25).

dívida externa, que por longos anos escâmbio acima do par, > ^

preços eleva-

viríando entre

Tc da nossa divida, dos dos títulospxterna; redução na quer taxa interna, q „j.^nde atividade comer-

^®,^Teócios satisfatórios. Pois bem,

" obstante a excelência dêstes fatôres,

nSva da conversão metálica mais ""a nova^tastituição bancária, embora 1 cemore suas emissões, funcioX®Ím° Sres tropeços até 1857. ano em que irrompeu a crise americana,

cL repercussão nas praças européias.

É claro que, se não fora proclamada a república, o banco instalado no gover

O câmbio começou a declinar, sofrendo alternativas entre 26 e 23 chegando

no de Ouro Preto teria por igual desmo

laram-se premências e dificuldades, cons trangendo o instituto emissor a inter

ronado. Para tanto, bastaria que o câm bio caísse da paridade, o que havia forçosamente de ocorrer, apenas ces sassem os efeitos dos empréstimos con traídos no estrangeiro. (Finanças e Po lítica, pág. 26).

até a 22?» eni março de iood. Acumu

romper a conversão de suas notas.

Tempos depois, compelido pelo governo

restabeleceu-a, para suspendê-la de no vo em janeiro de 1859.


mr^wrr

Dicesto Econóaíico Digesto

88

Aconteceu, porém, que nenhum esta

EcoNÓ^^co

de semelhantes providências.

Na Amé

belecimento se animou, enquanto vigo-

rica do Norte as aludidas exceções eram

rante a lei, a requerer se lhe facultasse

explicáveis.

a emissão na equivalência do valor no

moeda-ouro os direitos de importação e de maneira igual se pagavam os juros

minal dos títulos depositados, preferindo, como era natural, efetuá-la no triplo do valor, ao câmbio par, do metal servindo de lastro.

Não houve, por isso, oportunidade,

para o govêmo, de realizar a operação de crédito mencionada.

so arrecadavam em

da dívida pública.

Por isso, Dhavomas, informando que as notas emitidas eram recebidas, pelo Tesouro dos Estados Unidos, registrou a única exceção:

— os seus membros — Paulino de Sousa,

Colcgípc e Sousa Dantas — esposaram

a opinião do Visconde do Cruzeiro, o que determinou a prevalência desta no decreto n.° 10.144, de 5 de janeiro de 1889. A 6 de julho seguinte, Ouro Preto,

nesse tempo presidente do Conselho e ministro da Faz-cnda, referendou outro

decreto, sob n.° 10.262, no qual se aboliam as pelas impostas às emissões sôbre lastro metálico.

"Seul les droits des douanes dc-

O banco, porém, instituído consoante

lado no decreto de 17 de janeiro de

vaient toujours être acquitiés en or

1890, que teve a referenda de Rui, não subsistiu tal exigência. Os bancos que

pour permettre au Gouvernement de

as idéias de Ouro Preto c Lafayette não era aparelho emissor recomendável, para

paijer en or les interêts de Ia Dettc

o nosso meio, nem o instrumento de

No regime seguinte, isto é, o formu

se instituiram compravam em bôlsa os títulos de que necessitavam para seu funcionamento.

Da leitura não só do projeto, elabo

rado pelo Visconde de Ouro Preto, Con selheiro Lafayette e Visconde do Cru zeiro, como também dos debates par lamentares que ele despertou, averi-

guareís que os três estadistas e financei ros objetivavam fazer cessar a escassez de moeda", que tanto anunciaram e

profligaram. Para conseguido, inspira

ram-se declaradamente no sistema ame

ricano de "bancos nacionais", de vez

que estabeleceram, no plano de sua

sas cédulas, dos juros da divida interna fundada

papel moeda, e nesta espécie eram tam bém satisfeitos os juros da dívida in

teve susp

terna fundada.

dida não era aconselhável.

Mais tarde, e por alvitre das comis

sões do Senado, cogitou-se da tão de cantada aurificação do meio circulante. E foi daí que se originou ter sido in-

cluida, na lei emanada de tal projeto a providência do lastro metálico, ao ladu

Na preparação do regulamento que

Determinavam tais preceitos • vel a ilimitação, que outorgaria maior

a efeituaçáo em moeda corrente daque les recebimento e pagamento.

Nunca

podemos realmente atinar com a razão

crina deste prefácio as condições favo-

Num país de variabilidade cambial cons

Entre nós, porém, naquela época, os

o govêmo imperial incumbira aos três autores do projeto, discordaram Ouro Preto e Lafayette do Visconde do Cruzeiro. Defendia este a necessidade de limitar o fundo metálico das emissões igualando-as, por esse feitio, às basea das em títulos da dívida pública. A Ouro Preto e a Lafayette afigurava-se diferente, pois sentiam ser indispensá

to (números 3403 3 10 144) a proi bição de arrecadar os direitos de impor tação em bilhetes bancários sôbre lastro do apólices e tomaram ainda defeso às reparUções públicas o pagamento, nes

banço do emissão. Já relatámos à pa-

tante, tendo em circulação grandes so mas de papel-moeda do Estado, a me

crédito, cuja perfeição c utilidade as soalhavam.

títulos da dívida pública.

tatrcduziram em nossa ei e regulamen

mesmo engano laborara, em 1853, o Visconde de Itaboraí. ao projetar um

direitos aduaneiros eram cobrados em

Nationale". (Les Rapports du Trésor et des Banques aux États Unis jusqu'à Vexperience Roosevelt. 1938, pág. S3).

do constituído por apólices.

E para não deixar inaproveitadas

narquia foi, inegàvelmente, um esta dista de pulso, com esplêndida folha de ser\aços à pátria; mas deixou-se embelecar pela situação de 'prosperidade, que julgou estável, quando em ver dade não passava de fenômeno fugidiço, decorrente de uma inflaçao mo-

fáveis obsemdas em 1887 e podemos açora confrontá-las com as de 1^853, pa"fverificação de que estas sobrepujam anuelas: tranqüilidade em todo o imXo- rendas públicas sucessiviimenta ?Xentadas; redução de alguns imposX restabelecimento da amorüzaçao da

lavra, tão só a emissão com lastro de

quaisqL minúcias do método yaníee,

O presidente do Conselho e ministro da Fazenda do último ministério da mo

desenvolvimento e elasticidade aos bi

lhetes com lastro-ouro.

Ouvido o Con

selho de Estado — Secção de Fazenda

Ao revés, estava fadado ao

insucesso a que incvitàvelmente o arras taria a obrigação de trocar por curo as notas emitidas sob essa condição.

A queda do câmbio, em seguida ao triunfa da revolução de 15 de novem

bro de 1889, impossibilitou o "Banco Nacional" de continuar no exercício de

sua função emissora. Aliás, o fato já havia sido vaticinado por "A Nação",

órgão do partido conservador, em artigo datado de outubro daquele ano Nesse artigo, responsabilizavam-se as medidas financeiras do gabinete de 7 de junho

pelo desaparecimento dos bancos metá licos.

(Finanças e Política, pág. 25).

dívida externa, que por longos anos escâmbio acima do par, > ^

preços eleva-

viríando entre

Tc da nossa divida, dos dos títulospxterna; redução na quer taxa interna, q „j.^nde atividade comer-

^®,^Teócios satisfatórios. Pois bem,

" obstante a excelência dêstes fatôres,

nSva da conversão metálica mais ""a nova^tastituição bancária, embora 1 cemore suas emissões, funcioX®Ím° Sres tropeços até 1857. ano em que irrompeu a crise americana,

cL repercussão nas praças européias.

É claro que, se não fora proclamada a república, o banco instalado no gover

O câmbio começou a declinar, sofrendo alternativas entre 26 e 23 chegando

no de Ouro Preto teria por igual desmo

laram-se premências e dificuldades, cons trangendo o instituto emissor a inter

ronado. Para tanto, bastaria que o câm bio caísse da paridade, o que havia forçosamente de ocorrer, apenas ces sassem os efeitos dos empréstimos con traídos no estrangeiro. (Finanças e Po lítica, pág. 26).

até a 22?» eni março de iood. Acumu

romper a conversão de suas notas.

Tempos depois, compelido pelo governo

restabeleceu-a, para suspendê-la de no vo em janeiro de 1859.


t

IPPJIPPIIPIIJHPIII Jl

'"ri-»- '

Dicesto

90

A instituição, guarda de tantas es peranças, ingressou assim, e definitiva mente, no regime do curso forçado (An tônio Carlos — Bancos de Emissão,

págs. 39, 59 e 69).

De 1883 a 1888, foram levantados na

valores nominais, somados, alcançavam mais de dezcs.setc milhões de esterlinos

O Retrospecto Comercial de 1888 pu-

j

'

blícou o seguinte:

Rui aclarou o tema, às

páginas 28 e 29 do seu livro "Finanças

"No mercado pròpriamenle do di

nheiro, a abundância o consccjücnte

e Políticas":

facilidade provinham da existência na

"Esperar a regeneração do meio circulante pela circulação metálica,

tempo nos climas tropicais, é cair

nossa praça dc grandes somas ordina riamente enviadas para as províncias, não só para mover as respectivas sa fras, mas também para o jôgo de

num círculo vicioso. Essa mutabili-

câmbio".

num país de câmbio mudável como o

dade do cambio, essa sua depressão habitual denunciam a insuficiência

dos recursos ordinários do país na ■

liquidação de suas contas com os

E o Jornal do Comércio de 18 de de zembro de 1889, em um estudo sob o título "Questões econômicas", comen

tando a expansão dos negócios e o de

91

Dicesto Econômico

praça de Ix)ndres 3 empréstimos, cujos (£ 17.327.900 ~ exatamente).

A ilusão em que viveram estadistas do império nascia de confundir efeito com causa.

EcoNÓNnco

do esperanças insensatas, e cstcndcn-

volucionàriamcnte, para mudar de mo

do-.sc das ações dos bancos aos títu

do integral a forma dc governo. Em o novo regime — como descreveu Rui — aluída a lei, destruído o antigo direito,

los de companliias de toda espécie". (Finanças c Política, págs. 23 e 24). O Retrospecto Comercial dc 1890,

apreciando a situação que, cm 1889, precxistiu à fundação da república, as sim se manifestou:

s

pério, o furor para organizar bancos foi agudo, estimulado máxime pelos favores oferecidos aos intermediários nos chamados "auxílios ã lavoura".

Quercl.s ainda

mcliior testemunho?

Dar-vos-emos o do Visconde de Ouro Preto:

"Êste escrito, porém, é um tra balho de boa fé e nele não se disfar

senfreado jôgo da bolsa, atribuiu-os à

ça, nem se atenua a verdade.

lei de 24 de novembro do ano prece

contrário, a estabilidade do câmbio

dente, e assim se pronunciou:

contestaremos que a especulação — ou antes a agiotagem (pois a espe

nômica da nação, que nos há de

permitir a circulação conversível. Os metahstas invertem os termos do

problema, e por isso as suas criações

não passam de castelos de cartas. Os saldos a favor do país, nas liqui dações internacionais, geram o câm bio favorável; o câmbio duradoura mente favorável determina

culação metálica.

a

cir

Nós, ao revés,

queremos pela circulação metálica, artificialmente preparada, fazer o câmbio, apoiando-a em saldos tran sitórios, promovidos por emprésti mos externos. E' uma pretensão puerilíssima".

as transações da Bôlsa no trimestre de agòsto a outubro (1889). Títulos houve que, sem fundamento ou ex

plicações plausível, subiram a 30% em um dia e 150% em um mês. A cada passo se anunciavam fortunas feitas em poucas semanas, às vezes

em poucos dias. Pessoas, que jamais se tinham envolvido na compra e venda de títulos, apressaram-se em

apurar suas economias, para aprovei tar a ocasião, cedendo ao contacio.so entusiasmo, despertado pelos con

tos fantásticos que à surdina se pro palavam na rua da Alfândega".

íU

*

A partir de 1887, começaram a re velar-se fenômenos de inflação.

Não

culação, restrita a certos limires, é

"Não há quem ignore o desco munal desenvolvimento que tiveram

E, como fôcho, o seguinte período:

"A febre do jôgo propagou-se por tôdas as classes da população, crian-

ficou apenas de pé "a discreção pes soal dos liomens a quem o movimento

revolucioniírio entregara a admlnistia-

ção do país". E prosseguiu: "Tudo se comete ao arbítrio de

"Durante os últimos meses do im

mercados do exterior. Não é, portan to, a circulação metálica que nos ha de firmar o câmbio alto; é, pelo ao par, efeito da prosperidade eco

'

lícita e profícua) começou a desen

les- e essa faculdade, formidável sem

pre mas ainda mais formidável no meio de um povo Imbituado i su-

. pcrstição da onipotência do gover no acorda ambições e expectativas, n que nem sempre é, ou se considera, nossível resistir sem risco para o npremo interêsse de tais situações:

a preservação da conquista revolu

cionária através das cidades que a rodeiam, enquanto a naçao, defim-

tivamente

possa de si_ mesma . (pags.

e^'

deste relatório).

De que meios poderia Rui servir-se -larar os efeitos da mflaçao?

volver-se na praça do Rio de Janeiro,' ainda sob o Império". (A Década Republicana, vol. 1.°, pág. 87).

Ca Xpóssivel recorrer à tributação

Do exposto apurareis que a inflação conhecida, na república, pela alcunha

Sc porventura, tais medidas ,a ti vessem sido preconizadas pelos economistL da época, ainda assim, ao min.s-

burlesca de "encilhamento", não

ma-

nou, como ainda hoje há quem repita, das reformas financeiras de Rui Bar

bosa.

tadbeta sôbre o vício e o Iu.xo, ou a liíe ã sôbre lucros extraordmfaos? tm da Fazenda do governo provisorio

Veio de mais longe.

Acusaram-no, e acusam-no, de não

haver obstado a que o jôgo e a espe culação progredissem e prosseguissem.

Ora, é manifesto que males de infla ção não se atenuam ou se estancam com

facilidade, e que a deflação, como re médio, é de efeito moroso, podendo, às

vezes, agravar a moléstia. Os corretivos

que o gestor das Finanças e.staria habi litado a empregar não se adaptariam a uma situação política que surgira re-

listema" federativo, já formulado no

prÒteto constitucional. Antes disso, nao

L Jonlieciam quais as verbas de receita

que pertenceriam ao governo central e

quais as que se distribumam pe'os govèrnos locais.

Convém, outrossim, observeis, que,

mesmo na ausência do aludido impedi mento, não seria possível apurar "lucros extraordinários", que só encontram cb-


t

IPPJIPPIIPIIJHPIII Jl

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Dicesto

90

A instituição, guarda de tantas es peranças, ingressou assim, e definitiva mente, no regime do curso forçado (An tônio Carlos — Bancos de Emissão,

págs. 39, 59 e 69).

De 1883 a 1888, foram levantados na

valores nominais, somados, alcançavam mais de dezcs.setc milhões de esterlinos

O Retrospecto Comercial de 1888 pu-

j

'

blícou o seguinte:

Rui aclarou o tema, às

páginas 28 e 29 do seu livro "Finanças

"No mercado pròpriamenle do di

nheiro, a abundância o consccjücnte

e Políticas":

facilidade provinham da existência na

"Esperar a regeneração do meio circulante pela circulação metálica,

tempo nos climas tropicais, é cair

nossa praça dc grandes somas ordina riamente enviadas para as províncias, não só para mover as respectivas sa fras, mas também para o jôgo de

num círculo vicioso. Essa mutabili-

câmbio".

num país de câmbio mudável como o

dade do cambio, essa sua depressão habitual denunciam a insuficiência

dos recursos ordinários do país na ■

liquidação de suas contas com os

E o Jornal do Comércio de 18 de de zembro de 1889, em um estudo sob o título "Questões econômicas", comen

tando a expansão dos negócios e o de

91

Dicesto Econômico

praça de Ix)ndres 3 empréstimos, cujos (£ 17.327.900 ~ exatamente).

A ilusão em que viveram estadistas do império nascia de confundir efeito com causa.

EcoNÓNnco

do esperanças insensatas, e cstcndcn-

volucionàriamcnte, para mudar de mo

do-.sc das ações dos bancos aos títu

do integral a forma dc governo. Em o novo regime — como descreveu Rui — aluída a lei, destruído o antigo direito,

los de companliias de toda espécie". (Finanças c Política, págs. 23 e 24). O Retrospecto Comercial dc 1890,

apreciando a situação que, cm 1889, precxistiu à fundação da república, as sim se manifestou:

s

pério, o furor para organizar bancos foi agudo, estimulado máxime pelos favores oferecidos aos intermediários nos chamados "auxílios ã lavoura".

Quercl.s ainda

mcliior testemunho?

Dar-vos-emos o do Visconde de Ouro Preto:

"Êste escrito, porém, é um tra balho de boa fé e nele não se disfar

senfreado jôgo da bolsa, atribuiu-os à

ça, nem se atenua a verdade.

lei de 24 de novembro do ano prece

contrário, a estabilidade do câmbio

dente, e assim se pronunciou:

contestaremos que a especulação — ou antes a agiotagem (pois a espe

nômica da nação, que nos há de

permitir a circulação conversível. Os metahstas invertem os termos do

problema, e por isso as suas criações

não passam de castelos de cartas. Os saldos a favor do país, nas liqui dações internacionais, geram o câm bio favorável; o câmbio duradoura mente favorável determina

culação metálica.

a

cir

Nós, ao revés,

queremos pela circulação metálica, artificialmente preparada, fazer o câmbio, apoiando-a em saldos tran sitórios, promovidos por emprésti mos externos. E' uma pretensão puerilíssima".

as transações da Bôlsa no trimestre de agòsto a outubro (1889). Títulos houve que, sem fundamento ou ex

plicações plausível, subiram a 30% em um dia e 150% em um mês. A cada passo se anunciavam fortunas feitas em poucas semanas, às vezes

em poucos dias. Pessoas, que jamais se tinham envolvido na compra e venda de títulos, apressaram-se em

apurar suas economias, para aprovei tar a ocasião, cedendo ao contacio.so entusiasmo, despertado pelos con

tos fantásticos que à surdina se pro palavam na rua da Alfândega".

íU

*

A partir de 1887, começaram a re velar-se fenômenos de inflação.

Não

culação, restrita a certos limires, é

"Não há quem ignore o desco munal desenvolvimento que tiveram

E, como fôcho, o seguinte período:

"A febre do jôgo propagou-se por tôdas as classes da população, crian-

ficou apenas de pé "a discreção pes soal dos liomens a quem o movimento

revolucioniírio entregara a admlnistia-

ção do país". E prosseguiu: "Tudo se comete ao arbítrio de

"Durante os últimos meses do im

mercados do exterior. Não é, portan to, a circulação metálica que nos ha de firmar o câmbio alto; é, pelo ao par, efeito da prosperidade eco

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lícita e profícua) começou a desen

les- e essa faculdade, formidável sem

pre mas ainda mais formidável no meio de um povo Imbituado i su-

. pcrstição da onipotência do gover no acorda ambições e expectativas, n que nem sempre é, ou se considera, nossível resistir sem risco para o npremo interêsse de tais situações:

a preservação da conquista revolu

cionária através das cidades que a rodeiam, enquanto a naçao, defim-

tivamente

possa de si_ mesma . (pags.

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deste relatório).

De que meios poderia Rui servir-se -larar os efeitos da mflaçao?

volver-se na praça do Rio de Janeiro,' ainda sob o Império". (A Década Republicana, vol. 1.°, pág. 87).

Ca Xpóssivel recorrer à tributação

Do exposto apurareis que a inflação conhecida, na república, pela alcunha

Sc porventura, tais medidas ,a ti vessem sido preconizadas pelos economistL da época, ainda assim, ao min.s-

burlesca de "encilhamento", não

ma-

nou, como ainda hoje há quem repita, das reformas financeiras de Rui Bar

bosa.

tadbeta sôbre o vício e o Iu.xo, ou a liíe ã sôbre lucros extraordmfaos? tm da Fazenda do governo provisorio

Veio de mais longe.

Acusaram-no, e acusam-no, de não

haver obstado a que o jôgo e a espe culação progredissem e prosseguissem.

Ora, é manifesto que males de infla ção não se atenuam ou se estancam com

facilidade, e que a deflação, como re médio, é de efeito moroso, podendo, às

vezes, agravar a moléstia. Os corretivos

que o gestor das Finanças e.staria habi litado a empregar não se adaptariam a uma situação política que surgira re-

listema" federativo, já formulado no

prÒteto constitucional. Antes disso, nao

L Jonlieciam quais as verbas de receita

que pertenceriam ao governo central e

quais as que se distribumam pe'os govèrnos locais.

Convém, outrossim, observeis, que,

mesmo na ausência do aludido impedi mento, não seria possível apurar "lucros extraordinários", que só encontram cb-


Dicesto Econômico

ma benéfico em tempo de guerra. E* escusado dizer-vos que nos referimos a ganhos legítimos, e não aos proceden tes de especulação e jôgo de bolsa.

O apêlo à economia popular, provi

ção" (Taxation as a Curb to Inflation")

dência de que, modernamente, muitas nações lançaram mão em grande escala, c por diversos processos, só sc admito também no tempo de guerra, principal mente com o caráter compulsório que, no segundo conflito mundial, lhe con

assim

feriu a Inglaterra, por sugestão do pro

O professor Kemmerer, em um capí

tulo: "O impôsto como freio à infla doutrina;

"Em tempo de guerra, ou de amea ça de guerra, pode-se fazer recair um pesado impôsto sôbre o aumento de

lucros auferidos, não só pelos pro prietários de indústrias estimuladas

pela guerra, como também pelos que trabalham nas mesmas indústrias".

(The A B C of Inflation, páff. 98).

fessor Jobn Keynes ("llow to the War", págs. 57 a 74. — "The A B C of Inflation", hy Professor Edwin Kemmerer, pág. 101). Ademais, em ocasiões de guerra, aceitam-se patriòticamerite leis drásticas e decisões arbitrária.s.

Não acontece o

mesmo em situações oriundas de revo

lução vitoriosa, que haja mudado por inteiro a forma de govômo; porque ai,

Dicesto ECONÓ^UCO

93

cução do decreto, eli

Bretanha abundância de

minou-os com a e.xpedi-

poder de compra, por que SC procurou lubrificar

o

sistema

ção do de n.'' 99/, que eximiu, da severidade

eco

prescrita cm outubro,

nômico com o aumento

citfn." kiM.r.rT fr t.ivtn w

as emprêsas consagra das sob garantia pu blica de juros a rea

desse poder. Foi isto o que SC visou c .se obte ve, depois de adotadas providências convenien

lização de melhoramen

tes e oportunas. Infor

tos materiais.

ma ainda Dalton que a

Ihidos os bons fn.tos da

Começavam a ser co-

produção c a economia

quando em fe-

inglêsas, c por igual os

■rnã 1891 o minTsrio da Fazenda Tris-

contrôlos

financeiro

e

de preços, que haviam sido estabelecidos, man tiveram razoàvelmonte

bem a resistência à "inflação". E lem

sucess rou-a profundamente. tes trechos, transcntos

Se Rui, valendo-se de outro recurso,

a sabedoria política e o bom senso

bra que nesta quadra, o perigo ime

buscasse aumentar a produção, que por aquela época era essencialmente agríco la, esbarraria na falta de transportes. O

comum recomendam, antes de tudo, que

diato não reside na "deflação", pois êle

os novos governantes co^gam adeptos. A boa vontade destes contrabalança, de

está antes em uma "inflação" que, ul trapassando os limites, rompa aquele sis

autoria do &x-ministro '

café, item capital da nossa pauta de exportação, aparecia, em 1889, com

ordinário, a malquerença dos apologis tas do regime decaído. E tais dirigen

tema de contrôlos (Hansard — "Parla-

da de "sua obra:

159.743 sacas entradas na praça do Rio de Janeiro; no ano seguinte, esse número descia para 110.264, e em 1891, reduzia-se a 36.825. A gazetiIha do Jornal do Comércio de 23

tes, amparados assim por seus corre ligionários, podem então ajustar a coisa

pág. 54).

de maio de 1891, demonstrou com al

garismos que a causa principal da per manência do câmbio tão baixo era a

falta de letras, pela carência do café. E Rui acrescentou:

"Uma grande safra desse produ

mentary Debates", vol. 436, n.° 83,

escorcha dos contribuintes. Mais empre

Manda a verdade que vos digamos haver Rui forcejado por embargar a jogatina da bôlsa, empregando para tanto o único meio adequado de que dispunha. Foi assim que formulou o

gada, em tais circunstâncias, tem sido

decreto de 13 de outubro de 1890, al

entro nós, a anistia fiscal,

terando a legislação vigente, quanto à

pública às novas instituições.

Mas ó

intuitivo que não grangearão amigos e partidários, se a açãa se iniciar pela

Existem outros meios para entravar a inflação?

Sim, existem; mas, ou eram desco

nhecidos no comêço do período re^-

realizaç<ão do capital das sociedades anô

nimas. Dispuiíha esse decreto que "dali em diante não se haveriam por defini tivamente

constituídas

as

sociedades

to embalara-nos em esperanças me

blicano, ou inaplicáveis no momento em

lhores. Mas, ou por insuficiência da

foco.

nossa viação atual, ou por defeitos no seu regime, a safra de café jaz, em grande parte, entalada nas es

glaterra.

da maioria dos subscritores, 30% em

dinheiro, se maior proporção não esti pulassem os prospectos do valor de

sôbre a colheita". (Finanças e Po

Em sua e^^osição financeira (finan cial statement) lida à "Casa dos Co muns", no mês de abril de 1847, o chanceler do erário , Plugh Dalton diz

lítica, pág. 110).

que, presentemente, se verifica na Grã

tradas; e essa crise no movimento

dos transportes paralisa as transações

Eis o exemplo do que se fez na In

anônimas senão depois de subscrito por inteiro o capital social e efetivamente

depositados em um banco, à escôlha

cada ação"-

Em novembro seguinte, havendo Rui verificado alguns inconvenientes na exe-

e 90 do livro "finanças

seguinp^ainas 89 ' poiítica", de

vinha assistindo, indignado,

derroca-

-

M de Araripe),

com os restos cia a

_„^,.^jonava orcionava aa

■Sua inten^ça^d^de legislaü-

va que ainda ine p jj^ten-enção ditadura expiran e, , anônimas no- regime das a

foi uma catístrofe. E a ^ que s. ex. se

decreto,

de leve

^ências . calamito-

atenuou as j medida instansas que a sua primeira tàneamente semeara,

to de 13 de outubro, acollndo com o mais vivo apoio em tôdas as esfe ras da opinião, aplicara aos-riesvários da bôlsa o corretivo^ gradual e discreto, que as circunstâncias per

mitiam. Em situação delicada co mo essa, a cura não podia tentar-se,

senão poupando cuidadosamente o organismo do enfermo. As loucuras

i


Dicesto Econômico

ma benéfico em tempo de guerra. E* escusado dizer-vos que nos referimos a ganhos legítimos, e não aos proceden tes de especulação e jôgo de bolsa.

O apêlo à economia popular, provi

ção" (Taxation as a Curb to Inflation")

dência de que, modernamente, muitas nações lançaram mão em grande escala, c por diversos processos, só sc admito também no tempo de guerra, principal mente com o caráter compulsório que, no segundo conflito mundial, lhe con

assim

feriu a Inglaterra, por sugestão do pro

O professor Kemmerer, em um capí

tulo: "O impôsto como freio à infla doutrina;

"Em tempo de guerra, ou de amea ça de guerra, pode-se fazer recair um pesado impôsto sôbre o aumento de

lucros auferidos, não só pelos pro prietários de indústrias estimuladas

pela guerra, como também pelos que trabalham nas mesmas indústrias".

(The A B C of Inflation, páff. 98).

fessor Jobn Keynes ("llow to the War", págs. 57 a 74. — "The A B C of Inflation", hy Professor Edwin Kemmerer, pág. 101). Ademais, em ocasiões de guerra, aceitam-se patriòticamerite leis drásticas e decisões arbitrária.s.

Não acontece o

mesmo em situações oriundas de revo

lução vitoriosa, que haja mudado por inteiro a forma de govômo; porque ai,

Dicesto ECONÓ^UCO

93

cução do decreto, eli

Bretanha abundância de

minou-os com a e.xpedi-

poder de compra, por que SC procurou lubrificar

o

sistema

ção do de n.'' 99/, que eximiu, da severidade

eco

prescrita cm outubro,

nômico com o aumento

citfn." kiM.r.rT fr t.ivtn w

as emprêsas consagra das sob garantia pu blica de juros a rea

desse poder. Foi isto o que SC visou c .se obte ve, depois de adotadas providências convenien

lização de melhoramen

tes e oportunas. Infor

tos materiais.

ma ainda Dalton que a

Ihidos os bons fn.tos da

Começavam a ser co-

produção c a economia

quando em fe-

inglêsas, c por igual os

■rnã 1891 o minTsrio da Fazenda Tris-

contrôlos

financeiro

e

de preços, que haviam sido estabelecidos, man tiveram razoàvelmonte

bem a resistência à "inflação". E lem

sucess rou-a profundamente. tes trechos, transcntos

Se Rui, valendo-se de outro recurso,

a sabedoria política e o bom senso

bra que nesta quadra, o perigo ime

buscasse aumentar a produção, que por aquela época era essencialmente agríco la, esbarraria na falta de transportes. O

comum recomendam, antes de tudo, que

diato não reside na "deflação", pois êle

os novos governantes co^gam adeptos. A boa vontade destes contrabalança, de

está antes em uma "inflação" que, ul trapassando os limites, rompa aquele sis

autoria do &x-ministro '

café, item capital da nossa pauta de exportação, aparecia, em 1889, com

ordinário, a malquerença dos apologis tas do regime decaído. E tais dirigen

tema de contrôlos (Hansard — "Parla-

da de "sua obra:

159.743 sacas entradas na praça do Rio de Janeiro; no ano seguinte, esse número descia para 110.264, e em 1891, reduzia-se a 36.825. A gazetiIha do Jornal do Comércio de 23

tes, amparados assim por seus corre ligionários, podem então ajustar a coisa

pág. 54).

de maio de 1891, demonstrou com al

garismos que a causa principal da per manência do câmbio tão baixo era a

falta de letras, pela carência do café. E Rui acrescentou:

"Uma grande safra desse produ

mentary Debates", vol. 436, n.° 83,

escorcha dos contribuintes. Mais empre

Manda a verdade que vos digamos haver Rui forcejado por embargar a jogatina da bôlsa, empregando para tanto o único meio adequado de que dispunha. Foi assim que formulou o

gada, em tais circunstâncias, tem sido

decreto de 13 de outubro de 1890, al

entro nós, a anistia fiscal,

terando a legislação vigente, quanto à

pública às novas instituições.

Mas ó

intuitivo que não grangearão amigos e partidários, se a açãa se iniciar pela

Existem outros meios para entravar a inflação?

Sim, existem; mas, ou eram desco

nhecidos no comêço do período re^-

realizaç<ão do capital das sociedades anô

nimas. Dispuiíha esse decreto que "dali em diante não se haveriam por defini tivamente

constituídas

as

sociedades

to embalara-nos em esperanças me

blicano, ou inaplicáveis no momento em

lhores. Mas, ou por insuficiência da

foco.

nossa viação atual, ou por defeitos no seu regime, a safra de café jaz, em grande parte, entalada nas es

glaterra.

da maioria dos subscritores, 30% em

dinheiro, se maior proporção não esti pulassem os prospectos do valor de

sôbre a colheita". (Finanças e Po

Em sua e^^osição financeira (finan cial statement) lida à "Casa dos Co muns", no mês de abril de 1847, o chanceler do erário , Plugh Dalton diz

lítica, pág. 110).

que, presentemente, se verifica na Grã

tradas; e essa crise no movimento

dos transportes paralisa as transações

Eis o exemplo do que se fez na In

anônimas senão depois de subscrito por inteiro o capital social e efetivamente

depositados em um banco, à escôlha

cada ação"-

Em novembro seguinte, havendo Rui verificado alguns inconvenientes na exe-

e 90 do livro "finanças

seguinp^ainas 89 ' poiítica", de

vinha assistindo, indignado,

derroca-

-

M de Araripe),

com os restos cia a

_„^,.^jonava orcionava aa

■Sua inten^ça^d^de legislaü-

va que ainda ine p jj^ten-enção ditadura expiran e, , anônimas no- regime das a

foi uma catístrofe. E a ^ que s. ex. se

decreto,

de leve

^ências . calamito-

atenuou as j medida instansas que a sua primeira tàneamente semeara,

to de 13 de outubro, acollndo com o mais vivo apoio em tôdas as esfe ras da opinião, aplicara aos-riesvários da bôlsa o corretivo^ gradual e discreto, que as circunstâncias per

mitiam. Em situação delicada co mo essa, a cura não podia tentar-se,

senão poupando cuidadosamente o organismo do enfermo. As loucuras

i


JjPliPii llipflPlJlj. .111 , i/ig.qp Dicesto ECONÓ^UCO

94

se cortam ciríirgícamente, cora a vio lência e o terror; sanam-se, digamos

assim, pelos meios fisiológicos, a po der de higiene, com tolerância e fir

coragem, da tenacidade o da perse verança". (Rclatómo da Fazenda —

1899 — Introdução, págs. XXXIII c XXXIV)..

meza, reprimindo as demasias, sem intervir nas fontes espontâneas do movimento e da \ida".

Não poderíeis, sem dúvida, admitir

que Rui, na posição singular cm que se encontrava, nos primeiros dias da

Diante desta explanação, podeis con

cluir seguramente que aos sucessores de Rui competia, depois de reconstitucionalizado o país e consolidado o regime re

repúbhca, iniciasse sua atuação fi

nanceira por queimas do papel-moeda cm circulação. ■ii

enciosa, escorada em orçamentos sem

ços e estorvos que irrompem, como re gra geral, cm lances .semelhantes, no tavam-se divergências que ocorriam com

Traslado para aqui palavras suas;

administração financeira, em circuns tâncias e.spt^ciais, pois as antigas insti

tuições haviam sido destriudas, e as novas ainda nao se acliavam construídas.

No que ro.spcilava â organização do sis

tema nionotárío do pais. Rui, ou con servaria o Banco Nacional que vinha

do império e que êlc combatera na im

alguns ministros. E era natural. . . A instituição do governo provisório tinha

por apólices, ou por espécies metálicas? Ou escolheria ambos os lastros? IncHnar-se-ia pela unidade, ou pela

pluralidade bancária? Ou voltaria ao regime do papel-moe da do Tesouro?

De seguro, estudaria o que mais con-

que ser o que foi: uma reunião de ele mentos pouco homogeneo.s, que dificul

dade do momento.

res, para concentrar os valores nos negócios superiores, modificando a

do ex-império do Brasil, houve que for

jSrimos^^àqui um parêntese, a fim de

"É necessário, porém, que a ação seja lenta e graduada, de modo que,

sofrer dúvida — homens de saber e re

licença a 3 bancos emissores, para se

econômica.

no movimento gerai para constituir uma

nova

ordem" de

nova estrutura

coisas,

econômica,

os

uma

ele

mentos mais morosos possam alcan çar os mais rápidos. "É necessário mesmo, algumas ve

zes, suspender temporàriamente a ação do resgate, para que os ele mentos mais retardatários, como os

preços 8 os salários, não fiquem tão deslocados que possam perturbar pro fundamente as relações econômicas.

"É uma operação em cuja realiza ção a paciência, o tato, o critério e

a prudência devem andar ao lado da

Escolheram — não pode

tidão, mas que dissentiam por vêzes na solução dos problemas nacionais.

À página 18 deste relatório, diz Rui que

"um

ministro

cuja

responsabilida

de se via empenhada em medidas de influência direta e profunda sobre

a vida nacional, como as que assi

nalam a pasta da Fazenda sob o governo pro\ásório, não podia abrir questões por motivo de divergência em pontos da administração na ge rência de outras pastas". O ministro da Fazenda, a 15 de no

vembro de 1889, tinha que delinear sua

que os constringiam, resolveram invo

car o auxílio em papel-moeda que a loi de 18 de julho de 1885 lhes facul tava - Subministrou-lhes Rui, enquanto nôdè o recurso legal solicitado. Sua condescendência levou-o a transpor o

limite de vinte e cinco mil contos que

mar, em poucas horas, uma junta re

volucionária.

O Banco Na

cional experimentara um início de cor rida, atalhada de pronto pelo governo. Era imperiosa, portanto, a urgência de luna solução que, pelo menos, ate nuasse a crise. Foi quando aqueles bancos, para afrou.xarem as apertuias,

modificações ou reformas, no decurso do

estrutura

e pouco a nossa

suas notas por ouro, vãáto ter este

Seria, conseguinte-

mente, providência transitória, sujeita a

tempo necessário à consolidação do novo regime político.

pouco

Nem seria li

sição assaz embaraçosa.

"É necessário resgatar, valorizar o

Para dirigir os destinos

Foram atendidos.

encargo cie legislar sôbre os aparelhos

desaceitaria; c, neste caso, ficava-lhe o

papel-moeda, exdtando lentamente as liquidações de negócios inferio

entendimento.

ticas.

cite negar-lhes o que a lei então vigente lhes concedia (regulamento de 6 de ju lho de 1889). É intuitivo que nenhum dêles poderia encetar a emissão. A queda do câmbio inibía-os de trocar

ágio sobre o papel-moeda. Opressos por esta circunstância, ficaram em po

viesse à república nascente, tomando a deliberação que quadrasse à anormali

taram, mais de uma feita, acordo ou

cença para emitir em condições idên

prensa, ou, como era mais plausível, o

Criaria bancos de emi.ssão, garantida

H:

No período inicial da república, além da intranqüilidade oriunda dos embara executar uma deflação lenta e consci- .

"déficit".

95

emissores.

publicano, aplicar as medidas capazes de extinguir, ou, pelo menos, moderar a inflação. Só o conseguiu, passados a'guns anos, Joaquim Murtinho, com

^95-

Dicesto Econômico

O antecessor de Rui havia concedido

instalarem:

o Nacional do Brasil, de

que já vos temos falado, o do Comércio do Rio de Janeiro e o de São-'Paulo.

A manutenção, porém, doiphmp-Ouro Preto: emissão no triplo sôbte: ouro,

tornava-se impraticável.

Como' já vos

mostrámos o Banco Nacional do Brasil sentiu-se incapaz de continuar exerci tando sua função emissora, tendo por causa o declínio cambial. E, consoan te o relatório da Gaixai^de. Amortização,

apresentado em 1890, dos outros dois bancoSi- só

o

de .-São

Paulo

emitira

2.485:370$GOO (páginas 11). Mas, logo

após á proclamação da república, di versos estabelecimentos requereram li

vos inteirar de que os bancos por essa forma auxiliados receberam convite, iara no prazo de 2 meses, resgatar seu Sbiio (decreto 390, de 10-5-1890).

F certifica o Retrospecto Comercial de 1RQO aue a indenização foi imediata

mente efetuada (páp 6).

O Banco Nacional que, como vos as-

dnalámos, fôra o único a fazer emissões, ' iK^n-as precipitadamente, reduzidas í,''V7.4lb:000$000. em 30 de novembro.

055:0545660, em 31 de dezembro

e PolíHca, pàg, 28)^

Semelhante situaçao nao poderia per

durar. Não quis Rui, todaria, cassar]]ies abruptamente a faculdade emissoi-í preferindo marcar-lhes o prazo de 3 meses para que fizessem dela o

que a lei ordenara. O decreto n.° 99-A


JjPliPii llipflPlJlj. .111 , i/ig.qp Dicesto ECONÓ^UCO

94

se cortam ciríirgícamente, cora a vio lência e o terror; sanam-se, digamos

assim, pelos meios fisiológicos, a po der de higiene, com tolerância e fir

coragem, da tenacidade o da perse verança". (Rclatómo da Fazenda —

1899 — Introdução, págs. XXXIII c XXXIV)..

meza, reprimindo as demasias, sem intervir nas fontes espontâneas do movimento e da \ida".

Não poderíeis, sem dúvida, admitir

que Rui, na posição singular cm que se encontrava, nos primeiros dias da

Diante desta explanação, podeis con

cluir seguramente que aos sucessores de Rui competia, depois de reconstitucionalizado o país e consolidado o regime re

repúbhca, iniciasse sua atuação fi

nanceira por queimas do papel-moeda cm circulação. ■ii

enciosa, escorada em orçamentos sem

ços e estorvos que irrompem, como re gra geral, cm lances .semelhantes, no tavam-se divergências que ocorriam com

Traslado para aqui palavras suas;

administração financeira, em circuns tâncias e.spt^ciais, pois as antigas insti

tuições haviam sido destriudas, e as novas ainda nao se acliavam construídas.

No que ro.spcilava â organização do sis

tema nionotárío do pais. Rui, ou con servaria o Banco Nacional que vinha

do império e que êlc combatera na im

alguns ministros. E era natural. . . A instituição do governo provisório tinha

por apólices, ou por espécies metálicas? Ou escolheria ambos os lastros? IncHnar-se-ia pela unidade, ou pela

pluralidade bancária? Ou voltaria ao regime do papel-moe da do Tesouro?

De seguro, estudaria o que mais con-

que ser o que foi: uma reunião de ele mentos pouco homogeneo.s, que dificul

dade do momento.

res, para concentrar os valores nos negócios superiores, modificando a

do ex-império do Brasil, houve que for

jSrimos^^àqui um parêntese, a fim de

"É necessário, porém, que a ação seja lenta e graduada, de modo que,

sofrer dúvida — homens de saber e re

licença a 3 bancos emissores, para se

econômica.

no movimento gerai para constituir uma

nova

ordem" de

nova estrutura

coisas,

econômica,

os

uma

ele

mentos mais morosos possam alcan çar os mais rápidos. "É necessário mesmo, algumas ve

zes, suspender temporàriamente a ação do resgate, para que os ele mentos mais retardatários, como os

preços 8 os salários, não fiquem tão deslocados que possam perturbar pro fundamente as relações econômicas.

"É uma operação em cuja realiza ção a paciência, o tato, o critério e

a prudência devem andar ao lado da

Escolheram — não pode

tidão, mas que dissentiam por vêzes na solução dos problemas nacionais.

À página 18 deste relatório, diz Rui que

"um

ministro

cuja

responsabilida

de se via empenhada em medidas de influência direta e profunda sobre

a vida nacional, como as que assi

nalam a pasta da Fazenda sob o governo pro\ásório, não podia abrir questões por motivo de divergência em pontos da administração na ge rência de outras pastas". O ministro da Fazenda, a 15 de no

vembro de 1889, tinha que delinear sua

que os constringiam, resolveram invo

car o auxílio em papel-moeda que a loi de 18 de julho de 1885 lhes facul tava - Subministrou-lhes Rui, enquanto nôdè o recurso legal solicitado. Sua condescendência levou-o a transpor o

limite de vinte e cinco mil contos que

mar, em poucas horas, uma junta re

volucionária.

O Banco Na

cional experimentara um início de cor rida, atalhada de pronto pelo governo. Era imperiosa, portanto, a urgência de luna solução que, pelo menos, ate nuasse a crise. Foi quando aqueles bancos, para afrou.xarem as apertuias,

modificações ou reformas, no decurso do

estrutura

e pouco a nossa

suas notas por ouro, vãáto ter este

Seria, conseguinte-

mente, providência transitória, sujeita a

tempo necessário à consolidação do novo regime político.

pouco

Nem seria li

sição assaz embaraçosa.

"É necessário resgatar, valorizar o

Para dirigir os destinos

Foram atendidos.

encargo cie legislar sôbre os aparelhos

desaceitaria; c, neste caso, ficava-lhe o

papel-moeda, exdtando lentamente as liquidações de negócios inferio

entendimento.

ticas.

cite negar-lhes o que a lei então vigente lhes concedia (regulamento de 6 de ju lho de 1889). É intuitivo que nenhum dêles poderia encetar a emissão. A queda do câmbio inibía-os de trocar

ágio sobre o papel-moeda. Opressos por esta circunstância, ficaram em po

viesse à república nascente, tomando a deliberação que quadrasse à anormali

taram, mais de uma feita, acordo ou

cença para emitir em condições idên

prensa, ou, como era mais plausível, o

Criaria bancos de emi.ssão, garantida

H:

No período inicial da república, além da intranqüilidade oriunda dos embara executar uma deflação lenta e consci- .

"déficit".

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emissores.

publicano, aplicar as medidas capazes de extinguir, ou, pelo menos, moderar a inflação. Só o conseguiu, passados a'guns anos, Joaquim Murtinho, com

^95-

Dicesto Econômico

O antecessor de Rui havia concedido

instalarem:

o Nacional do Brasil, de

que já vos temos falado, o do Comércio do Rio de Janeiro e o de São-'Paulo.

A manutenção, porém, doiphmp-Ouro Preto: emissão no triplo sôbte: ouro,

tornava-se impraticável.

Como' já vos

mostrámos o Banco Nacional do Brasil sentiu-se incapaz de continuar exerci tando sua função emissora, tendo por causa o declínio cambial. E, consoan te o relatório da Gaixai^de. Amortização,

apresentado em 1890, dos outros dois bancoSi- só

o

de .-São

Paulo

emitira

2.485:370$GOO (páginas 11). Mas, logo

após á proclamação da república, di versos estabelecimentos requereram li

vos inteirar de que os bancos por essa forma auxiliados receberam convite, iara no prazo de 2 meses, resgatar seu Sbiio (decreto 390, de 10-5-1890).

F certifica o Retrospecto Comercial de 1RQO aue a indenização foi imediata

mente efetuada (páp 6).

O Banco Nacional que, como vos as-

dnalámos, fôra o único a fazer emissões, ' iK^n-as precipitadamente, reduzidas í,''V7.4lb:000$000. em 30 de novembro.

055:0545660, em 31 de dezembro

e PolíHca, pàg, 28)^

Semelhante situaçao nao poderia per

durar. Não quis Rui, todaria, cassar]]ies abruptamente a faculdade emissoi-í preferindo marcar-lhes o prazo de 3 meses para que fizessem dela o

que a lei ordenara. O decreto n.° 99-A


Digesto EcoKÓAaco

96

de 27 de dezembro, que assim deter minou, teve em consideração a necessi

regiões corresponderia uni banco, cora o direito de abrir sucursais ou agen

dade para a fazenda pública e para as

cias nos pontos que, de acordo com o governo, fossem julgados convenientes

transações comerciais, de se firmar o

máximo de emissão de notas, ou de papel-moeda, a cargo dos bancos organi

zados no regime do decreto de 6 de julho. Era ainda necessário obstar à imobilizaçâo dos lastros metálicos, ser vindo de garantia a emissões projetadas,

Emissões

Faculdade de emitir sôbre apólices, moeda corrente ou ouro (art. 1.").

Com respeito aos bancos emissores

mas não realizadas.

A nosso ver, outro não poderia ter

sido o proceder do então ministro da Fazenda.

(arí. 1.°, § 3.0).

Como deixar sem função,

aguardando taxa cambial conveniente, estabelecimentos de crédito que, a seu pedido, haviam depositado no Tesouro es^ pécies metálicas, com a obrigação de K emitir sôbre elas? Por que permitir

" que êles a descumprissem, impossibili

sôbre base ouro, era-lhes permitido con verter em espécies mclá!ica.s, à von tade do portador e à vista, tão somente as notas que emitissem um ano depois do câmbio ter atingido ou ultrapassado a paridade de 27 d. e ali se mantido (art. 5.°). A emissão sôbre base metálica não

impedia os bancos de continuarem a

tando, por este jeito, qualquer projeto

fazer a sua circulação sôbre base de

de reforma bancária?

emissão facultada a êsses bancos, que

apólices (parágrafo único do art. 5.°). Os bancos de circulação metálica que já operavam, na época do decreto, con tinuariam no gôzo de seu privilégio,

circularia ou não.

observadas, porém, as disposições le

Além do mais,

seria um óbice à fixação do máximo do

meio circulante, pois havia a parte da

Rui, avaliando as perturbações, que

gais (art. 6.°).

fataliqente adviriam desse estado de coisas, e pesando ao mesmo tempo suas

responsabilidades na manutenção do re gime republicano, promoveu a expe

dição do decreto n.° 185, de 17 de ja neiro de 1890, que provía à organização de bancos emissores, nos seguintes moldes:

Duração

Obrigações

Para que os bancos pudessem adquj. rir a faculdade de emitir notas, assegu radas por um depósito de títulos da dí vida pública, teriam que se obrigar a favor do Estado:

1.° — a reduzir, a contar do comêço de suas operações, 2% no juro das apó lices, que constituissem o seu fundo sa

I

97

DlCESTO EcoNÓAaco

cie duração dos bancos (art. 4."). metálico, a

pág. 156).

para todos os efeitos, no fim do prazo Quanto à emissão garantida por lastro conversão

se

estenderia,

dido era 3 regiões: norte, centro e sul (art 1° § 1.°). dessas

,

"Mas, se o governo provisorio,

sem direito algum a indenização, ao papcl-moeda do Tesouro que estivesse cir

loco nos seus primeiros passos, se

culando. Iniciada, por esse processo, a conversão, ficavam os bancos obrigados a ter iim encaixe metálico igual á res

omissão o princípio da unidade, fa zendo-a radiar de um grande estabe lecimento central, o puritanismo federalista, ordiníuiameute o pior dos embaraços do gover

tivesse abalançado a associar á nova

pectiva circulação de notas dessa na tureza (art. 5.°). Além disso, com

prometiam-se a fazer empréstimos a lavou

no federal, de que possui apenas as no ções mais confusas,

ra G indústrias auxilia-

não toleraria o aten

res, a juro nunca su

tado

perior a 6% ao ano, comissão de ií% e pra

ordem de coisas; e a

zo de 30 anos (art. 4.°, § 4.°). O decreto de 31 de

dos incautos, movidos

pela propaganda im placável dás preten

janeiro de 1890 (n.° 194) fixou em du

sões desatendidas, te ria arrebatado na on-

zentos mil contos do

o monopólio do banco emisdí'' próprio princípio da emissão, sori o P os interesses nacionais sei" o sosse^'^^'^° em incalculável

quatro bancos emissores.

Rui, por conseguinte, adotara a plu

teriai"

ralidade bancária e criara um sistema

naufrágio

de emissão mista: sôbre títulos e sôbre base metálica. Da coexistência dessas mente a Suíça.

a

nova

inconsciente

(pág. 136 deste relató-

oáginas 36 do seu livro "Finanpdítica". Rui acentuou:

circulações dissemelhantes, encontravam-

se exemplos em outros países, notada-

contra

vozeria

réis a emissão total sobre apólices, pelos

circunstâncias extraordinárias e de peso:

Pluralidade bancária. O país divi

deralistas, em cujo nome a revolu

ção acabara de fazer-se. Mas nun ca elevei semelhante solução à altura de doutrina". (Finanças e Política,

§ 12),

mais /2% anual, até completa extinção do

compromisso com as tendências fe-

um fundo, para representar o capital em apólices, que ficariam anuladas

Prazo de 50 anos, prorrogável mediante autorização do govêmo (art. 1. , ciai, e a aumentar esta porcentagem, referido juro; 2.° — a averbar como inalienáveis as

tabeleci a pluralidade senão como

ca inferior a 10% dos juros brutos,

Rui, porém,, não era apologista da pluralidade, mas esposou-a, forçado por

Sistema

Nos meus primeiros decretos não es

3,0 — a instituir com uma quota nun

^

"A monoemissão bancária, ao amahecer da revolução federativa, se"a uma provocação a forças contra

as quais não havia poder que lu

tasse""Na minha luta contra o ministé

apólices que formassem seu fundo so

rio Oiu-Q Preto, eu não defendera a

cial, dos quais não poderiam dispor,

pluralidade senão como o regime

salvo acôrdo com o govêmo;

prescrito pelo nosso direito positivo.

Temos como interessante recordar tam-

bém no regime imperial, prevaleceu quaseque, sempre a pluralidade bancária.


Digesto EcoKÓAaco

96

de 27 de dezembro, que assim deter minou, teve em consideração a necessi

regiões corresponderia uni banco, cora o direito de abrir sucursais ou agen

dade para a fazenda pública e para as

cias nos pontos que, de acordo com o governo, fossem julgados convenientes

transações comerciais, de se firmar o

máximo de emissão de notas, ou de papel-moeda, a cargo dos bancos organi

zados no regime do decreto de 6 de julho. Era ainda necessário obstar à imobilizaçâo dos lastros metálicos, ser vindo de garantia a emissões projetadas,

Emissões

Faculdade de emitir sôbre apólices, moeda corrente ou ouro (art. 1.").

Com respeito aos bancos emissores

mas não realizadas.

A nosso ver, outro não poderia ter

sido o proceder do então ministro da Fazenda.

(arí. 1.°, § 3.0).

Como deixar sem função,

aguardando taxa cambial conveniente, estabelecimentos de crédito que, a seu pedido, haviam depositado no Tesouro es^ pécies metálicas, com a obrigação de K emitir sôbre elas? Por que permitir

" que êles a descumprissem, impossibili

sôbre base ouro, era-lhes permitido con verter em espécies mclá!ica.s, à von tade do portador e à vista, tão somente as notas que emitissem um ano depois do câmbio ter atingido ou ultrapassado a paridade de 27 d. e ali se mantido (art. 5.°). A emissão sôbre base metálica não

impedia os bancos de continuarem a

tando, por este jeito, qualquer projeto

fazer a sua circulação sôbre base de

de reforma bancária?

emissão facultada a êsses bancos, que

apólices (parágrafo único do art. 5.°). Os bancos de circulação metálica que já operavam, na época do decreto, con tinuariam no gôzo de seu privilégio,

circularia ou não.

observadas, porém, as disposições le

Além do mais,

seria um óbice à fixação do máximo do

meio circulante, pois havia a parte da

Rui, avaliando as perturbações, que

gais (art. 6.°).

fataliqente adviriam desse estado de coisas, e pesando ao mesmo tempo suas

responsabilidades na manutenção do re gime republicano, promoveu a expe

dição do decreto n.° 185, de 17 de ja neiro de 1890, que provía à organização de bancos emissores, nos seguintes moldes:

Duração

Obrigações

Para que os bancos pudessem adquj. rir a faculdade de emitir notas, assegu radas por um depósito de títulos da dí vida pública, teriam que se obrigar a favor do Estado:

1.° — a reduzir, a contar do comêço de suas operações, 2% no juro das apó lices, que constituissem o seu fundo sa

I

97

DlCESTO EcoNÓAaco

cie duração dos bancos (art. 4."). metálico, a

pág. 156).

para todos os efeitos, no fim do prazo Quanto à emissão garantida por lastro conversão

se

estenderia,

dido era 3 regiões: norte, centro e sul (art 1° § 1.°). dessas

,

"Mas, se o governo provisorio,

sem direito algum a indenização, ao papcl-moeda do Tesouro que estivesse cir

loco nos seus primeiros passos, se

culando. Iniciada, por esse processo, a conversão, ficavam os bancos obrigados a ter iim encaixe metálico igual á res

omissão o princípio da unidade, fa zendo-a radiar de um grande estabe lecimento central, o puritanismo federalista, ordiníuiameute o pior dos embaraços do gover

tivesse abalançado a associar á nova

pectiva circulação de notas dessa na tureza (art. 5.°). Além disso, com

prometiam-se a fazer empréstimos a lavou

no federal, de que possui apenas as no ções mais confusas,

ra G indústrias auxilia-

não toleraria o aten

res, a juro nunca su

tado

perior a 6% ao ano, comissão de ií% e pra

ordem de coisas; e a

zo de 30 anos (art. 4.°, § 4.°). O decreto de 31 de

dos incautos, movidos

pela propaganda im placável dás preten

janeiro de 1890 (n.° 194) fixou em du

sões desatendidas, te ria arrebatado na on-

zentos mil contos do

o monopólio do banco emisdí'' próprio princípio da emissão, sori o P os interesses nacionais sei" o sosse^'^^'^° em incalculável

quatro bancos emissores.

Rui, por conseguinte, adotara a plu

teriai"

ralidade bancária e criara um sistema

naufrágio

de emissão mista: sôbre títulos e sôbre base metálica. Da coexistência dessas mente a Suíça.

a

nova

inconsciente

(pág. 136 deste relató-

oáginas 36 do seu livro "Finanpdítica". Rui acentuou:

circulações dissemelhantes, encontravam-

se exemplos em outros países, notada-

contra

vozeria

réis a emissão total sobre apólices, pelos

circunstâncias extraordinárias e de peso:

Pluralidade bancária. O país divi

deralistas, em cujo nome a revolu

ção acabara de fazer-se. Mas nun ca elevei semelhante solução à altura de doutrina". (Finanças e Política,

§ 12),

mais /2% anual, até completa extinção do

compromisso com as tendências fe-

um fundo, para representar o capital em apólices, que ficariam anuladas

Prazo de 50 anos, prorrogável mediante autorização do govêmo (art. 1. , ciai, e a aumentar esta porcentagem, referido juro; 2.° — a averbar como inalienáveis as

tabeleci a pluralidade senão como

ca inferior a 10% dos juros brutos,

Rui, porém,, não era apologista da pluralidade, mas esposou-a, forçado por

Sistema

Nos meus primeiros decretos não es

3,0 — a instituir com uma quota nun

^

"A monoemissão bancária, ao amahecer da revolução federativa, se"a uma provocação a forças contra

as quais não havia poder que lu

tasse""Na minha luta contra o ministé

apólices que formassem seu fundo so

rio Oiu-Q Preto, eu não defendera a

cial, dos quais não poderiam dispor,

pluralidade senão como o regime

salvo acôrdo com o govêmo;

prescrito pelo nosso direito positivo.

Temos como interessante recordar tam-

bém no regime imperial, prevaleceu quaseque, sempre a pluralidade bancária.


98

Digesto Econômico

de que foram destacados adeptos — Sousa Franco, Mauá, João Alfredo, Lafayette, Afonso Celso e Visconde do Cruzeiro, sem embargo dos que, no primeiro rei nado e na regência, abraçaram o prin cípio da unidade - Martim Francisco,

I

Sapucaí e Castro Silva.

Nêste relatório e nos três discursos

que pronunciou no Senado e que —

gão, desde os primeiros dias imediatos à revolução, em brilhante movimento de

O. {?/Mema cCa Aiimmtaçãxsi

propaganda, a classe militar" (relató rio da Fazenda de Rui Barbosa. 2.° vol., pág. 9). Vêde bem: a classe militar que

e (Si (2uét(Si cCa QPida.

tranqüilidade e segurança, era a maior

Caí a lanço citar a primazia que

volume — "Finanças e Política", Rui exibiu as razões do seu afêrro às emis

ao lastro de apólices deram os esta distas do segundo reinado, considerando naturalmente a fraca resistência econômi

vidade do momento em que houve de atuar, no qual, além de perturbações outras, se condensavam os malefícios de uma inflação em marcha: y

Um^ farto afluxo de empresas e riansações, que a revolução surpreen dera, corriam risco iminente de esboroar-se em vasta catástrofe, assimi

lando com o mais funesto Krach a iniciação da república. Foi entre es

sas perplexidades e sob o aguilhão dêsses_ perigos, que recorri à única salvação possível, em semelhante con juntura; assentar, como os Estados Unidos tinham feito, em circunstân

cias análogas e sob a força de iguais necessidades, a garantia do meio cir culante sob os títulos da dívida na

cional". (pág. 32'dêste relatório). Foi certamente ante razões tão ponderosas que "dessa reforma se fizera ór

ca do país.

número de desnutridos no Brasil, se

sr. José Bonifácio de Sousa Amaral, que o "Digesto Econômico" tem a honra de

gundo referência de Dante Costa (1) agasalhar, ó de grande interêsse, sobre excede de 27 milhões.

Como a nossa

tudo pelos dados estatísticos que contém.

população estava oficialmente calcula da em 43 milhões, sòmente restavam

No Senado (sessão de 20 de junho de 1888) Afonso Celso, depois Visconde de Ouro Preto, advogou, em aceso de bato, essa forma de emissão.

A matéria versada neste trabalho do

IV

responsável.

como já mencionámos — constam do

sões sôbre apólices. Descreveu a gra

por José Bonifácio de Sousa Amaiial

fundara a república e que, por sua

E assim

argumentou:

"Sincera e francamente os autores

do projeto estão convencidos de que, nas condições do nosso país, com uma circulação fiduciáría inconver-

síveí, sob o regime do "déficit" per manente, sem exportação que che gue para pagar o que importa e os compromissos que tem no estran-

cêrca de 16 milhões regularmente nu tridos.

Um cálculo dessa natureza oferece,

porém, no Brasil, insuperáveis dificulda

des, uma vez que, mesmo nos centros mais bem abastecido.s, os inquéritos sô

bre padrão de vida revelaram deficiên cia alimentar.

Mas, assim como nos

centros urbanos pode haver muito mais ou muito menos "déficit" alimentar,

igual observação é possível fazer nos meios rurais, que, às vêzes, a despeito do sua aparência, encontra suprimentos fáceis e mais ricos.

Como vimos em artigo anterior, o

deram ao inquérito do prof. Almeida

Júnior, e ao da Superintendência do En sino Profissional, dirigido pelo dr. Poimpeu do Amaral.

Quanto aos alimentos fundamentais — carne, leite, ovos — o inquérito Almeida

Júnior apurou 200 gramas diárias de carne por pessoa; o inquérito Mário Cardim, 20 anos antes, havia apurado

134 gramas. Porém, os lixeiros da Pre feitura, segimdo o inquérito Lowrie, con sumiam 95 gramas e 2 décimos, ração cámea muito razoavel para um cardá

pio variado.

Os lixeiros consumiam

também 45 gramas de ovos por dia e

.geiro, abalado ainda pela grande crise

prof. A. de Almeida Júnior encontrou

por que passou, nestas condições, os

autores do projeto entendem que

na classe média da capital paulista, em famílias de alunas da Escola Normal,

Instituto de Higiene, o consumo "per

contar com bancos de fundo metá

residentes no bairro de Vila Buarque,

lico é ser por demais otimista é

menor consumo de açúcar do que Sa

rintendência do Ensino Profissional foi

uma verdadeira utopia".

muel Lowrie, professor da Escola Livre de Sociologia, havia encontrado entre

leite, mas consumiam quase 100 gramas

os lixeiros da Prefeitura. Êstes lixei ros ainda consumiam mais arroz (grs. 122,4) do que uma das 1.631 pessoas

demais inquéritos, que foram de 60 gra mas, 55 grs., 86 grs. e 54,5 gramas.

Continua-se observando no Peru uma notável queda na cotação do dólar.- O

aó/or norte-americano, que se contava a 20 soles, não se vende agora por -mais de

10 ou 11 soles no mercado livre (semi-legal). Sabe-se que no câmbio negro existe verdadeiro pânico e só há vendedores. Atribui-se o fenômeno à promulgação de

pertencentes às 305 famílias inquiridas

sob orientação do prof. Geraldo de Paula Sousa, no bairro de Cerqueira César, e

nin decreto pelo qual se suprimem as importações com cambiais próprios. O re lativo fortalecimento da moeda peruana foi recebido com particular agrado

cujo consumo diário "per capita" de ar

amplas esferas de Lima.

da abaixo dos lixeiros, os que respon-

em

.J.

L

roz era de 107 gramas. Ficavam ain

por pessoa, enquanto, no inquérito do capita" era de grs. 10,8 e no da Supe de grs. 17,1- Os lixeiros não consumiam de feijão, acima das taxas apuradas nos Seu consumo de pão era o maior dos

cinco inquéritos comparados, no quadro n.'^ 3 do artigo II desta série, o que não seria de admirar já que o pão, alimento

barato, predomina nas dietas proletárias. Eram 378,7 gramas, contra duas taxas


98

Digesto Econômico

de que foram destacados adeptos — Sousa Franco, Mauá, João Alfredo, Lafayette, Afonso Celso e Visconde do Cruzeiro, sem embargo dos que, no primeiro rei nado e na regência, abraçaram o prin cípio da unidade - Martim Francisco,

I

Sapucaí e Castro Silva.

Nêste relatório e nos três discursos

que pronunciou no Senado e que —

gão, desde os primeiros dias imediatos à revolução, em brilhante movimento de

O. {?/Mema cCa Aiimmtaçãxsi

propaganda, a classe militar" (relató rio da Fazenda de Rui Barbosa. 2.° vol., pág. 9). Vêde bem: a classe militar que

e (Si (2uét(Si cCa QPida.

tranqüilidade e segurança, era a maior

Caí a lanço citar a primazia que

volume — "Finanças e Política", Rui exibiu as razões do seu afêrro às emis

ao lastro de apólices deram os esta distas do segundo reinado, considerando naturalmente a fraca resistência econômi

vidade do momento em que houve de atuar, no qual, além de perturbações outras, se condensavam os malefícios de uma inflação em marcha: y

Um^ farto afluxo de empresas e riansações, que a revolução surpreen dera, corriam risco iminente de esboroar-se em vasta catástrofe, assimi

lando com o mais funesto Krach a iniciação da república. Foi entre es

sas perplexidades e sob o aguilhão dêsses_ perigos, que recorri à única salvação possível, em semelhante con juntura; assentar, como os Estados Unidos tinham feito, em circunstân

cias análogas e sob a força de iguais necessidades, a garantia do meio cir culante sob os títulos da dívida na

cional". (pág. 32'dêste relatório). Foi certamente ante razões tão ponderosas que "dessa reforma se fizera ór

ca do país.

número de desnutridos no Brasil, se

sr. José Bonifácio de Sousa Amaral, que o "Digesto Econômico" tem a honra de

gundo referência de Dante Costa (1) agasalhar, ó de grande interêsse, sobre excede de 27 milhões.

Como a nossa

tudo pelos dados estatísticos que contém.

população estava oficialmente calcula da em 43 milhões, sòmente restavam

No Senado (sessão de 20 de junho de 1888) Afonso Celso, depois Visconde de Ouro Preto, advogou, em aceso de bato, essa forma de emissão.

A matéria versada neste trabalho do

IV

responsável.

como já mencionámos — constam do

sões sôbre apólices. Descreveu a gra

por José Bonifácio de Sousa Amaiial

fundara a república e que, por sua

E assim

argumentou:

"Sincera e francamente os autores

do projeto estão convencidos de que, nas condições do nosso país, com uma circulação fiduciáría inconver-

síveí, sob o regime do "déficit" per manente, sem exportação que che gue para pagar o que importa e os compromissos que tem no estran-

cêrca de 16 milhões regularmente nu tridos.

Um cálculo dessa natureza oferece,

porém, no Brasil, insuperáveis dificulda

des, uma vez que, mesmo nos centros mais bem abastecido.s, os inquéritos sô

bre padrão de vida revelaram deficiên cia alimentar.

Mas, assim como nos

centros urbanos pode haver muito mais ou muito menos "déficit" alimentar,

igual observação é possível fazer nos meios rurais, que, às vêzes, a despeito do sua aparência, encontra suprimentos fáceis e mais ricos.

Como vimos em artigo anterior, o

deram ao inquérito do prof. Almeida

Júnior, e ao da Superintendência do En sino Profissional, dirigido pelo dr. Poimpeu do Amaral.

Quanto aos alimentos fundamentais — carne, leite, ovos — o inquérito Almeida

Júnior apurou 200 gramas diárias de carne por pessoa; o inquérito Mário Cardim, 20 anos antes, havia apurado

134 gramas. Porém, os lixeiros da Pre feitura, segimdo o inquérito Lowrie, con sumiam 95 gramas e 2 décimos, ração cámea muito razoavel para um cardá

pio variado.

Os lixeiros consumiam

também 45 gramas de ovos por dia e

.geiro, abalado ainda pela grande crise

prof. A. de Almeida Júnior encontrou

por que passou, nestas condições, os

autores do projeto entendem que

na classe média da capital paulista, em famílias de alunas da Escola Normal,

Instituto de Higiene, o consumo "per

contar com bancos de fundo metá

residentes no bairro de Vila Buarque,

lico é ser por demais otimista é

menor consumo de açúcar do que Sa

rintendência do Ensino Profissional foi

uma verdadeira utopia".

muel Lowrie, professor da Escola Livre de Sociologia, havia encontrado entre

leite, mas consumiam quase 100 gramas

os lixeiros da Prefeitura. Êstes lixei ros ainda consumiam mais arroz (grs. 122,4) do que uma das 1.631 pessoas

demais inquéritos, que foram de 60 gra mas, 55 grs., 86 grs. e 54,5 gramas.

Continua-se observando no Peru uma notável queda na cotação do dólar.- O

aó/or norte-americano, que se contava a 20 soles, não se vende agora por -mais de

10 ou 11 soles no mercado livre (semi-legal). Sabe-se que no câmbio negro existe verdadeiro pânico e só há vendedores. Atribui-se o fenômeno à promulgação de

pertencentes às 305 famílias inquiridas

sob orientação do prof. Geraldo de Paula Sousa, no bairro de Cerqueira César, e

nin decreto pelo qual se suprimem as importações com cambiais próprios. O re lativo fortalecimento da moeda peruana foi recebido com particular agrado

cujo consumo diário "per capita" de ar

amplas esferas de Lima.

da abaixo dos lixeiros, os que respon-

em

.J.

L

roz era de 107 gramas. Ficavam ain

por pessoa, enquanto, no inquérito do capita" era de grs. 10,8 e no da Supe de grs. 17,1- Os lixeiros não consumiam de feijão, acima das taxas apuradas nos Seu consumo de pão era o maior dos

cinco inquéritos comparados, no quadro n.'^ 3 do artigo II desta série, o que não seria de admirar já que o pão, alimento

barato, predomina nas dietas proletárias. Eram 378,7 gramas, contra duas taxas


100

Digesto EcoNÓAnco Dic:líSTo

de 214 gramas e duas de mais de 250 gramas.

Nos inquéritos divulgados antes da guerra pela Sociedade das Nações (2) o menor consumo diário "per cápita" dê carne era o da Itália com 44 gramas. Excluindo a Itália, que aliás era o maior consumidor de pão (436 gramas), to dos os demais países consumiam de 112 gramas diárias de carne por pessoa (Ho

landa e Bélgica) até 373,9 grs. (Ar gentina). Podia-se dividir esse consu mo em classes de taxas. Menos de lOQ gramas, só a Itália com 44 gramas Dp

com suas 45 gramas, bciii acima da mé

dia apurada pelo Instituto de Higiene (10,8 grs.) e pela Sup. do Ensino Pro fissional (17,1).

É muito curioso que os inquéritos paulistas do interior do Estado não con seguissem apurar consumo do carne e

dc leite senão cm proporções insigni ficantes.

O inquérito Ta\'arcs dc Al

toda ela proveniente do óleo, banha

centésimos de grama dc leite. Contudo,

operários, apenas 2,9 quilos por adulto ccjuivalcnte para 12,6 dos operários.

c toucinho, usados no preparo da co

alcançando respectivamente 20,0 e 7,2 litros por adulto equiva

Miller de Paiva apurou um consumo

lente. Além disso, o con sumo dc arroz o açúcar é

cimo (Itaiia) até 770 gramas (Canadá) Nenhum outro país figurava com taxa mfenor a 216,4 (Bélgica). Em níveis imediatamente superiores vinham a GrãBretanha com 260, a Austrália com 273,9, a França com 287,6, a Alemanha com 288, a Nova Zelândia &oin 350,6 grs., a Argentina com 370, a Holanda cpm 372 grs., os Estados Unidos cora 436, a Dinamarca com 449, a Norue

ga com 526, a- Suíça com 720 gramas. A variação no consumo de ovos ia

de 15,3 gramas, taxa de assombrar, por ser da Dinamarca insigne produtor e exportador de ovos, até 48,7 (Cana

dá). De onde se vê que, em. matéria

:

;

dade dc farinha de trigo (consumida em

de Amparo, o talentoso agrônomo Rui

O-consumo "per capita" diário de leite variava, segundo a mesma fonte informativa, entre 82 gramas e um dé

de consumo de ovos, os lixeiros da Pre

mem 5,8 quilos para 3,0 dos operá rios de São Paulo. Quanto à goidura, o consumo deve ser menor, sendo quase

fi rma dc macarrão c pão) do que os

alimentação em 21 propriedades agrí colas do distrito de Ibiti, no município

com a taxa atrás referida.

ser maior, uma \'ez que o feijão é con sumido cm maior quantidade. Conso

meida e Murilo Pacheco, na zona rural

namarca a Suécia, a Noruega, os Esta-

De mais de 300 gramas, a Argentiêa,

quantidade suficiente. O consumo de proteína vegetal dos agricultores poderá

dc Rio Preto, apurou pouco mais dc um décimo dc grama de ovos, e nove verificou-se um consumo de carne de

W 250,6, e a Nova Zelândia com 294 2

;

que os leva a vender o pouco que têm em vez de consumí-la. Alguns tem a carne do porco, mas nem sempre em

consomem mensalmente menor quanti

a França, a Suíça, a Alemanha, a Di- 49 gramas por pessoa. Na pesquisa de

licar a sua alimentação comparando-a

com a dos empregados da Limpeza Públ'ca dc São Paulo, segundo os resuUados obtidos por Lowrie, e comentados po; 0.'^cai' Egídio de Araújo na' "Re vista do Arquivo Municipal" (Ano VI, voh LXIX, Agosto do 1940). Vemos assim que os agricultores do Distrito

100 a 200 gramas a Holandf, a Bélgica

^ dos Unidos, a Gra-Bretanha, o Canadám de mais de 200 gramas, a Austrália com

101

Econômico

diário de 159 gramas de arroz por pes soa, 190 gramas dc feijão, 102 dc fari

nha de trigo, 433 de úibá, 127 do fa rinha de milho, 144 de açúcar, 44 gra

Mas, cm compensação, o seu consumo dc fubá c farinha de milho c enorme,

ligeiramente maior, sendo respectivamente dc 4,4 o 4,1 quilos, para os agri

mas de sal, 14 de óleo e banha e 11

cultores de Ibiti e de 3,7

café em pó. Não há consumo de carne, leite e ovos. Merecem reprodução estas observações do autor dessa pesquisa;

e 3,6 quilos para os ope

"Tentamos obter dados sôbre a ali mentação da população rural do Distrito porém, não fomos inteiramente felizes. Conseguimo.s apenas os de 21 famílias

mo

o dos operários da limpeza pública, o

assim mesmo incompletos.

que deve ser considerado como um gran

Todos estes

rários da limpeza pública. Dc modo que ò consu total

de

carbo-hi-

dratos dos agricultores parece ser bem maior que

dados foram por nós obtidos em entre

de defeito de sua alimentação, poi.s, con

vista com as donas de casa. Foram apro veitados sòmente os que não se apresen tavam duvidosos, motivo por que não

formo foi bem acentuado, por todos os

foram incluídos os dados sobre o consu mo de muitos outros alimentos, como verduras, frutas, frangos, ovos etc. A falta desses dados impossibilita o cál

culo da quantidade ingerida de proteí nas, hidrato dc carbono, gorduras, sais

feitura de São Paulo, inquiridos por

minerais e vitaminas, assim também co

Lowne, não estavam muito abaixo dos canadenses. Por outro lado, ôles estão,

mo do valor calórico dq alimento con sumido. Entretanto, podemos ainda qri-

que estudaram a qviestão, os operários de S. Paulo já consomem mais do que precisam desse alimento, em detrimen to dos outros.

Não podemos comparar o consumo

de proteínas animais, mas deve ser, pro vavelmente, menor do que o dos ope rários da cidade. Não é possível aos agricultores comprar carne de vaca, e a do frango é considerada de luxo, pois pode ser vendida em todo o Distrito, a qualquer momento, por preços altos, o

mida, pois não é liábito o consumo de leite, manteiga e queijo.

A situação

parece um pouco melhor no que diz res peito ás vitaminas e substâncias mine rais, pois as frutas são encontradas facilmente na

região c quase todas as casas mantêm a sua hor

ta, que apesar de peque na sempre fornece algu ma verdura, para a in

dispensável

mistura de

suas refeições.

Eín re

sumo, podemos dizer, pe

los poucos dados apresen tados e observações pes soais feitas no local, que o alimento ingerido não traz os elemen tos necessários á mantença do trabalha

dor e exigências do seu trabalho. E, a^ém dis.so, o volume ingerido é muito

grande devido à quantidade de farinhas que entram nas refeições, o que toma a digestão lenta e faz que os homens se sintam sonolentos após as refeições, não

permitindo que apresentem boa capaci dade de trabalho". (3).

Esta magnífica exposição demonstra

que tanto nas cidades como na roça o que falta na alimentação não são hidrocarbonados, mas elementos proteicos. É

verdade que Tavares de Almeida e Mu rilo Pacheco também apuraram escas-


100

Digesto EcoNÓAnco Dic:líSTo

de 214 gramas e duas de mais de 250 gramas.

Nos inquéritos divulgados antes da guerra pela Sociedade das Nações (2) o menor consumo diário "per cápita" dê carne era o da Itália com 44 gramas. Excluindo a Itália, que aliás era o maior consumidor de pão (436 gramas), to dos os demais países consumiam de 112 gramas diárias de carne por pessoa (Ho

landa e Bélgica) até 373,9 grs. (Ar gentina). Podia-se dividir esse consu mo em classes de taxas. Menos de lOQ gramas, só a Itália com 44 gramas Dp

com suas 45 gramas, bciii acima da mé

dia apurada pelo Instituto de Higiene (10,8 grs.) e pela Sup. do Ensino Pro fissional (17,1).

É muito curioso que os inquéritos paulistas do interior do Estado não con seguissem apurar consumo do carne e

dc leite senão cm proporções insigni ficantes.

O inquérito Ta\'arcs dc Al

toda ela proveniente do óleo, banha

centésimos de grama dc leite. Contudo,

operários, apenas 2,9 quilos por adulto ccjuivalcnte para 12,6 dos operários.

c toucinho, usados no preparo da co

alcançando respectivamente 20,0 e 7,2 litros por adulto equiva

Miller de Paiva apurou um consumo

lente. Além disso, o con sumo dc arroz o açúcar é

cimo (Itaiia) até 770 gramas (Canadá) Nenhum outro país figurava com taxa mfenor a 216,4 (Bélgica). Em níveis imediatamente superiores vinham a GrãBretanha com 260, a Austrália com 273,9, a França com 287,6, a Alemanha com 288, a Nova Zelândia &oin 350,6 grs., a Argentina com 370, a Holanda cpm 372 grs., os Estados Unidos cora 436, a Dinamarca com 449, a Norue

ga com 526, a- Suíça com 720 gramas. A variação no consumo de ovos ia

de 15,3 gramas, taxa de assombrar, por ser da Dinamarca insigne produtor e exportador de ovos, até 48,7 (Cana

dá). De onde se vê que, em. matéria

:

;

dade dc farinha de trigo (consumida em

de Amparo, o talentoso agrônomo Rui

O-consumo "per capita" diário de leite variava, segundo a mesma fonte informativa, entre 82 gramas e um dé

de consumo de ovos, os lixeiros da Pre

mem 5,8 quilos para 3,0 dos operá rios de São Paulo. Quanto à goidura, o consumo deve ser menor, sendo quase

fi rma dc macarrão c pão) do que os

alimentação em 21 propriedades agrí colas do distrito de Ibiti, no município

com a taxa atrás referida.

ser maior, uma \'ez que o feijão é con sumido cm maior quantidade. Conso

meida e Murilo Pacheco, na zona rural

namarca a Suécia, a Noruega, os Esta-

De mais de 300 gramas, a Argentiêa,

quantidade suficiente. O consumo de proteína vegetal dos agricultores poderá

dc Rio Preto, apurou pouco mais dc um décimo dc grama de ovos, e nove verificou-se um consumo de carne de

W 250,6, e a Nova Zelândia com 294 2

;

que os leva a vender o pouco que têm em vez de consumí-la. Alguns tem a carne do porco, mas nem sempre em

consomem mensalmente menor quanti

a França, a Suíça, a Alemanha, a Di- 49 gramas por pessoa. Na pesquisa de

licar a sua alimentação comparando-a

com a dos empregados da Limpeza Públ'ca dc São Paulo, segundo os resuUados obtidos por Lowrie, e comentados po; 0.'^cai' Egídio de Araújo na' "Re vista do Arquivo Municipal" (Ano VI, voh LXIX, Agosto do 1940). Vemos assim que os agricultores do Distrito

100 a 200 gramas a Holandf, a Bélgica

^ dos Unidos, a Gra-Bretanha, o Canadám de mais de 200 gramas, a Austrália com

101

Econômico

diário de 159 gramas de arroz por pes soa, 190 gramas dc feijão, 102 dc fari

nha de trigo, 433 de úibá, 127 do fa rinha de milho, 144 de açúcar, 44 gra

Mas, cm compensação, o seu consumo dc fubá c farinha de milho c enorme,

ligeiramente maior, sendo respectivamente dc 4,4 o 4,1 quilos, para os agri

mas de sal, 14 de óleo e banha e 11

cultores de Ibiti e de 3,7

café em pó. Não há consumo de carne, leite e ovos. Merecem reprodução estas observações do autor dessa pesquisa;

e 3,6 quilos para os ope

"Tentamos obter dados sôbre a ali mentação da população rural do Distrito porém, não fomos inteiramente felizes. Conseguimo.s apenas os de 21 famílias

mo

o dos operários da limpeza pública, o

assim mesmo incompletos.

que deve ser considerado como um gran

Todos estes

rários da limpeza pública. Dc modo que ò consu total

de

carbo-hi-

dratos dos agricultores parece ser bem maior que

dados foram por nós obtidos em entre

de defeito de sua alimentação, poi.s, con

vista com as donas de casa. Foram apro veitados sòmente os que não se apresen tavam duvidosos, motivo por que não

formo foi bem acentuado, por todos os

foram incluídos os dados sobre o consu mo de muitos outros alimentos, como verduras, frutas, frangos, ovos etc. A falta desses dados impossibilita o cál

culo da quantidade ingerida de proteí nas, hidrato dc carbono, gorduras, sais

feitura de São Paulo, inquiridos por

minerais e vitaminas, assim também co

Lowne, não estavam muito abaixo dos canadenses. Por outro lado, ôles estão,

mo do valor calórico dq alimento con sumido. Entretanto, podemos ainda qri-

que estudaram a qviestão, os operários de S. Paulo já consomem mais do que precisam desse alimento, em detrimen to dos outros.

Não podemos comparar o consumo

de proteínas animais, mas deve ser, pro vavelmente, menor do que o dos ope rários da cidade. Não é possível aos agricultores comprar carne de vaca, e a do frango é considerada de luxo, pois pode ser vendida em todo o Distrito, a qualquer momento, por preços altos, o

mida, pois não é liábito o consumo de leite, manteiga e queijo.

A situação

parece um pouco melhor no que diz res peito ás vitaminas e substâncias mine rais, pois as frutas são encontradas facilmente na

região c quase todas as casas mantêm a sua hor

ta, que apesar de peque na sempre fornece algu ma verdura, para a in

dispensável

mistura de

suas refeições.

Eín re

sumo, podemos dizer, pe

los poucos dados apresen tados e observações pes soais feitas no local, que o alimento ingerido não traz os elemen tos necessários á mantença do trabalha

dor e exigências do seu trabalho. E, a^ém dis.so, o volume ingerido é muito

grande devido à quantidade de farinhas que entram nas refeições, o que toma a digestão lenta e faz que os homens se sintam sonolentos após as refeições, não

permitindo que apresentem boa capaci dade de trabalho". (3).

Esta magnífica exposição demonstra

que tanto nas cidades como na roça o que falta na alimentação não são hidrocarbonados, mas elementos proteicos. É

verdade que Tavares de Almeida e Mu rilo Pacheco também apuraram escas-


DlCESTO

102

Dicesto EcoNó^aco

ECONÓKaCO

103

sez de vitaminas e alimentos minerais.

ção nas camadas proletárias. Esta causa

de vida social em favor do equilíbrio

afirmou Costa Rego que "O Brasil passa

Mas o seu inquérito se resumiu a uma área muito limitada, que dificilmente se pode aceitar como média. Quanto aos alimentos hidro-carbona-

é, realmente, tão importante ou mais

dietético.

fome, o que todos sentem e não é mera

dos, que são os mais consumidos, assim como as verduras e frutas, o seu preço

que a econômica. Já em 1936, o professor Alexandre

di.scutido a questão, por especialistas da

Moscoso apresentou à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro

verifica a todo o momento c uma coloca

Ora, a despeito do muito que se tem mai;: alta expressão cultural, o que se

um notável estudo em que propunha se pleiteassem duas espécies de medidas para melhoramento da alimentação na

ção errônea do problema.

remos e, apesar do grande alarde que se faz de sua escassez, induzindo o go

cional: umas de- ordem educativa c ou

verno a tomar medidas de restrição de comércio precipitadas e por vêzes desanimadoras da produção, ainda temos so

alimentar, que, no Brasil, não tem a gravidade que lhe é emprestada, e no

teôrico-pratica, nas escolas de todos os

não excedeu o quádruplo do que fora em 1939, como ulteriormente demonstra

bras exportáveis para fazer a riqueza dos beneficiários de licença de exporta

tras de ordem econômica. As primeiras constituir-se-iam do cursos de instrução

oual a educação dictológrca oficial se ria um recurso de orientação supletiva da c.xperiencia e do instinto, mas ura

graus o nas instituições de assistência a

desamparados, nos reformatórios etc., so

problema econômico de criação de ca pacidade aqumtioa nas classes sociais mergulhadas no pauperismo. Êste ponto é que deve ser estudado em todos os seus ponnenores, entre os quais o do saber se algum outro ramo da produ ção não está prejudicando, pelo excesso

bre os elementos fundamentais da ali

ção, sempre que esta se ache sus

mentação c da química fisiológica, a es

pensa.

colha dos alimentos, a técnica e a hi

O Serviço de Alimentação da Previ

Em geral, o que deve ser resolvido primeiro, não é o debatido problema

giene da sua preparação etc. As segun

dência Social realizou em princípios de

das, de ordem econômica, visariam o

figura, por estar desarticulada ou desa justada a produção alimentar do país. Esta concentra-se de preferência no Sul o no leste e escasseia nas demais re-

g'ões. Deixa assim de haver o jôgo ne cessário da compensação. Falta o trans porte!

Sim, falta o transporte.

É a

causa geral de nossos males, e nem eu Iria aqui invocá-la como noridade, pois todos a conhecem. Mas não é só êste o

fato. O fato é também que o transporte

encareceu de modo a prejudicar igual mente a distribuição dos produtos onde o transporte existe e como existe. A

verdade patenteia-se em razão de outra circunstância: os produtos alimentares tuio baixaram em seus volumes físicos;

deixaram apoias de corresponder ao crescimento da população, às vêzes por

1946 um inquérito sobre a nutrição da

incentivo da produção e facilidades à

criança brasileira. Foi campo de sua pesquisa um grupo de famílias do mais

transportes, criação de entrepostos, coo

baixo nível econômico, bastando dizer que os rendimentos reunidos de todos

produção alimentícia.

perativas etc. As medidas educativas são muito in

Brasil, mas avolumá-la econòmicamente,

os membros da família era inferior a 370

teressantes e, tanto as escolas, asilos c

cruzeiros. Como era de esperar em meio de tão inequí\'oco pauperismo, 80,4% das crianças examinadas apresen

reformatórios como seus alunos e seus internados só teriam a lucrar com o en

Em junho do ano passado, o . depu tado federal Agostinho Monteiro abor dou, com grande brilho, o problema da alimentação. Entre suas afirma ções, de que discordamos, encontra

ao consumo".

mos a de que "uma das causas do esta

nalista, de que está "desarticulada ou

do carencial permanente é o fato de noasa produção de gêneros alimentícios não ter acompanhado o aumento da população, mantendo-se em nível muito

desajustada a produção alimentar do país", pressupõe que ela já estivesse me

taram "deficits" alimentares, aliás co muns em crianças de nível social mais

distribuição, com o barateamento dos

sino da dietética. Mas as segundas medida.s já são complexas na simplicidade do sua aparência. Sua execução 6 fre

elevado, por ignorância dos pais.

qüentemente aconselhada, mas pouca

crianças examinadas se mantinham, se

gente conhece as dificuldades, ou mes mo a sua inexeqüibilidade.

O que causa espanto é que os 19,6% de

gundo os técnicos, dentro do mínimo alimentar exigido.

Em conjunto, reve

de seus preços de venda, o ramo da

<ihaixo das necessidades".

Quando se fàla em problema alimen

laram deficiência de vitamina BI, de

é a existência de uma produção,, de ab-

vitamina A, de cálcio, de ferro, de fós

mentos; a segunda, são os meios de sua

foro, de proteína, do complexo vitamí-

distribuição; a terceira é a existência de

nico B2, e das vitaminas C e D.

mercados ou, mais precisamente, de con

Essa pesquisa, cujos resultados foram

sumidores; a quarta é o nível de preços,

publicados no Boletim do Ministério do

Trabalho de Abril de 1946, revelou que

era virtude do qual. os consumidores adquirem maior oü menor quantidade

a ausência de uma educação alimentar

de alimentos ou, em outros casos, sa

constituí uma das causas da desnutri

crificam alguns setores de seu padrão

A primeira afirmação do brilliante jor

lhor ajustada em outros tempos, o que não é exato, porquanto sempre houve no Brasil reclamação sôbre o custo da

vida c o preço dos gêneros alimentícios, apesar de serem ô'es muito mais baratos,

ção, há de haver causas. E estas devem

relativamente, do^ que os demais gêne

ser investigadas.

não foram pequenas. Contudo, as con

ros de primeira necessidade, como sejam os produtos farmacêuticos, os tecidos e os calçados. No Estado de São Paulo,

clusões têm sido precipitadas e, em ge

porém, sempre houve abundância de ali

ral, errôneas.

mentos, salvo nos períodos inflacionários, em que os especuladores retêm o pro duto para aguardar valorização, ou ex-

Concordo .em que,

neste sentido, as cogitações e pèsquisas

Num dos seus brilhantes artigos, que , todos. lemos diàriamente com prazer.

i

na forma das exigências locais, tendo em conta os fatores de cada região quanto

acompanhou o crescimento da popula

Ora, se a produção alimentícia não

tar, a primeira coisa de que se cogita

nuil compensados, às vêzes por mal

plantados. Avolumar a produção é todo o programa, se queremos alimentar o


DlCESTO

102

Dicesto EcoNó^aco

ECONÓKaCO

103

sez de vitaminas e alimentos minerais.

ção nas camadas proletárias. Esta causa

de vida social em favor do equilíbrio

afirmou Costa Rego que "O Brasil passa

Mas o seu inquérito se resumiu a uma área muito limitada, que dificilmente se pode aceitar como média. Quanto aos alimentos hidro-carbona-

é, realmente, tão importante ou mais

dietético.

fome, o que todos sentem e não é mera

dos, que são os mais consumidos, assim como as verduras e frutas, o seu preço

que a econômica. Já em 1936, o professor Alexandre

di.scutido a questão, por especialistas da

Moscoso apresentou à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro

verifica a todo o momento c uma coloca

Ora, a despeito do muito que se tem mai;: alta expressão cultural, o que se

um notável estudo em que propunha se pleiteassem duas espécies de medidas para melhoramento da alimentação na

ção errônea do problema.

remos e, apesar do grande alarde que se faz de sua escassez, induzindo o go

cional: umas de- ordem educativa c ou

verno a tomar medidas de restrição de comércio precipitadas e por vêzes desanimadoras da produção, ainda temos so

alimentar, que, no Brasil, não tem a gravidade que lhe é emprestada, e no

teôrico-pratica, nas escolas de todos os

não excedeu o quádruplo do que fora em 1939, como ulteriormente demonstra

bras exportáveis para fazer a riqueza dos beneficiários de licença de exporta

tras de ordem econômica. As primeiras constituir-se-iam do cursos de instrução

oual a educação dictológrca oficial se ria um recurso de orientação supletiva da c.xperiencia e do instinto, mas ura

graus o nas instituições de assistência a

desamparados, nos reformatórios etc., so

problema econômico de criação de ca pacidade aqumtioa nas classes sociais mergulhadas no pauperismo. Êste ponto é que deve ser estudado em todos os seus ponnenores, entre os quais o do saber se algum outro ramo da produ ção não está prejudicando, pelo excesso

bre os elementos fundamentais da ali

ção, sempre que esta se ache sus

mentação c da química fisiológica, a es

pensa.

colha dos alimentos, a técnica e a hi

O Serviço de Alimentação da Previ

Em geral, o que deve ser resolvido primeiro, não é o debatido problema

giene da sua preparação etc. As segun

dência Social realizou em princípios de

das, de ordem econômica, visariam o

figura, por estar desarticulada ou desa justada a produção alimentar do país. Esta concentra-se de preferência no Sul o no leste e escasseia nas demais re-

g'ões. Deixa assim de haver o jôgo ne cessário da compensação. Falta o trans porte!

Sim, falta o transporte.

É a

causa geral de nossos males, e nem eu Iria aqui invocá-la como noridade, pois todos a conhecem. Mas não é só êste o

fato. O fato é também que o transporte

encareceu de modo a prejudicar igual mente a distribuição dos produtos onde o transporte existe e como existe. A

verdade patenteia-se em razão de outra circunstância: os produtos alimentares tuio baixaram em seus volumes físicos;

deixaram apoias de corresponder ao crescimento da população, às vêzes por

1946 um inquérito sobre a nutrição da

incentivo da produção e facilidades à

criança brasileira. Foi campo de sua pesquisa um grupo de famílias do mais

transportes, criação de entrepostos, coo

baixo nível econômico, bastando dizer que os rendimentos reunidos de todos

produção alimentícia.

perativas etc. As medidas educativas são muito in

Brasil, mas avolumá-la econòmicamente,

os membros da família era inferior a 370

teressantes e, tanto as escolas, asilos c

cruzeiros. Como era de esperar em meio de tão inequí\'oco pauperismo, 80,4% das crianças examinadas apresen

reformatórios como seus alunos e seus internados só teriam a lucrar com o en

Em junho do ano passado, o . depu tado federal Agostinho Monteiro abor dou, com grande brilho, o problema da alimentação. Entre suas afirma ções, de que discordamos, encontra

ao consumo".

mos a de que "uma das causas do esta

nalista, de que está "desarticulada ou

do carencial permanente é o fato de noasa produção de gêneros alimentícios não ter acompanhado o aumento da população, mantendo-se em nível muito

desajustada a produção alimentar do país", pressupõe que ela já estivesse me

taram "deficits" alimentares, aliás co muns em crianças de nível social mais

distribuição, com o barateamento dos

sino da dietética. Mas as segundas medida.s já são complexas na simplicidade do sua aparência. Sua execução 6 fre

elevado, por ignorância dos pais.

qüentemente aconselhada, mas pouca

crianças examinadas se mantinham, se

gente conhece as dificuldades, ou mes mo a sua inexeqüibilidade.

O que causa espanto é que os 19,6% de

gundo os técnicos, dentro do mínimo alimentar exigido.

Em conjunto, reve

de seus preços de venda, o ramo da

<ihaixo das necessidades".

Quando se fàla em problema alimen

laram deficiência de vitamina BI, de

é a existência de uma produção,, de ab-

vitamina A, de cálcio, de ferro, de fós

mentos; a segunda, são os meios de sua

foro, de proteína, do complexo vitamí-

distribuição; a terceira é a existência de

nico B2, e das vitaminas C e D.

mercados ou, mais precisamente, de con

Essa pesquisa, cujos resultados foram

sumidores; a quarta é o nível de preços,

publicados no Boletim do Ministério do

Trabalho de Abril de 1946, revelou que

era virtude do qual. os consumidores adquirem maior oü menor quantidade

a ausência de uma educação alimentar

de alimentos ou, em outros casos, sa

constituí uma das causas da desnutri

crificam alguns setores de seu padrão

A primeira afirmação do brilliante jor

lhor ajustada em outros tempos, o que não é exato, porquanto sempre houve no Brasil reclamação sôbre o custo da

vida c o preço dos gêneros alimentícios, apesar de serem ô'es muito mais baratos,

ção, há de haver causas. E estas devem

relativamente, do^ que os demais gêne

ser investigadas.

não foram pequenas. Contudo, as con

ros de primeira necessidade, como sejam os produtos farmacêuticos, os tecidos e os calçados. No Estado de São Paulo,

clusões têm sido precipitadas e, em ge

porém, sempre houve abundância de ali

ral, errôneas.

mentos, salvo nos períodos inflacionários, em que os especuladores retêm o pro duto para aguardar valorização, ou ex-

Concordo .em que,

neste sentido, as cogitações e pèsquisas

Num dos seus brilhantes artigos, que , todos. lemos diàriamente com prazer.

i

na forma das exigências locais, tendo em conta os fatores de cada região quanto

acompanhou o crescimento da popula

Ora, se a produção alimentícia não

tar, a primeira coisa de que se cogita

nuil compensados, às vêzes por mal

plantados. Avolumar a produção é todo o programa, se queremos alimentar o


W!|!^Pr*T^ 105

Dicesto Econômico Dicesto Econômico

104

portam grande parte, visando maiores

mas cantam muito fortemente, durando

lucros no mercado externo e a criação

a última cerca de um minuto. Quan do cantam bem são imiilo aprecia dos e enviados, como curiosidade, a to

de uma escassez interna necessária à

elevação dos preços.

Êste fenômeno,

por bastante conhecido, não necessita de maiores explanações. Já em 1809, quando o Brasil ainda

era uma colônia portuguesa, o viajante

dos os pontos do Brasil. O gado cm geral é bom, considerando-se o pouco cuidado di.spensado à sua alimentação. Nas pastagens boa.s engordam razoàvel-

inglês John Mawe fazia de São Paulo

mente; quando pobres emagrecem. Po

a seguinte referência:

"Os habitantes

de-se adquirir uma manada a 24 ou 30

são, na maioria, fazendeiros e modestos

lavradores, que cultivam pequenas por

shülings por cabeça; a carne, a cârca clc um penmj ou três half-pence a libra

ções de terras, onde criam, para vender,

(4).

grande número de porcos e aves domés

Mais adiante refere o mesmo autor:

O mercado está geralmente bem » ticas. abastecido deles e, na estação das frutas,

"A fertilidade da região que circunda

encontram-se também pinhas, uvas, pês segos, goiabas, bananas, poucas maçãs

tidade de produtos com os quais, como afirmei, abarrotam o mercado. Há qua

São Paulo pode ser avaliada pela quan

e enorme quantidade de marmelos.

se um século este terreno era rico cm

Plantas alimentícias crescem em grande profusão e variedade. Aqui se encontra

ouro e foi somente quando o exauri

ram pela lavagem que os habitantes pen

uma raiz tipo bulbo, muito procurada, chamada cará, comparável à melhor ba

saram em dedicar-se á lavoura". (5).

tata ou a qualquer outra amilácea; de senvolve-se até cinco polegadas de diâ

feeira, os empreiteiros das plantações contratavam com os proprietários o di

Durante a expansão da cultura ca-

metro e constitui, cosida ou assada,

reito do fazerem culturas intercalares de

ótimo alimento.

cereais, leguminosas e outros produtos

Encontram-se também

excelentes repolhos, legumes para sa lada, nabos, couve-flor, alcacbofras e batatas; as últimas, muito embora boas,

são pouco apreciadas: a batata doce é

alimentícios, daí resultando uma abun

dância desmedida desses produtos por

preços muito abaixo de seu real custo dc produção. Ao contrário do que acon

Frangos são baratos; compramos alguns variando de três a seis pence; leitões de

tecia no Norte, onde, segundo o enge nheiro agrônomo Cunha Baima, do Ser viço de Informação Agrícola do Mi nistério da Agricultura, "o senhor de engenho compra farinha de mandioca

um a dois shillings, e mantas de touci

e chega a proibir os seus moradores de

nho, curado à moda do país, a cerca

fazerem outra agricultura que não .seja

mais procurada pelos nativos. Milho, feijão, ervilha e tôda espécie de legumes desenvolvem-se de maneira maravilhosa.

Perus, gansos,

a dos canaviais", no Estado de São

e patos abundam a preços razoáveis, os

Paulo, como bem advertiu Rolim Teles

liltimos da variedade Moscovy, muito grandes, pesando cêrcã de dez a catorze

em discurso referente ao problema do café (5a), foi a cultura deste produto que assegurou a São Paulo uma poli-

de dois pence a libra.

libras. Existe aqui uma variedade de gíilos, que se assemelha bastante, na plumagem e na forma, ao galo inglês.

cultura alimentar de baixo custo, sem

impedir que a policultura se desenvol-

vc.sse no vasto território dos outros

guas com excessivos traballios o des

Estados cm que o café não era plan

pesa".

tado.

Outra afirmação dc Costa Rogo, dc

que "a produção alimentar do país sc concentra de preferência no sul e no leste c cscassoia nas demais regiões" e

Isso dizia o Padre Vieira em 1680, bá

2C7 anos, e ainda acrc.scentava: "E a razão c não serem as terras da Amé

rica tão criadoras, como também mos

trou a experiência do Brasil, para onde

de que essa ocorrência é por "falta de

se carrega de Portugal tanto peixe-seco;

transporte", não é lambem exata quanto à indicação da causa. O norte do Brasil

zar os mare.s e rios os modos de pescar,

sempre foi mau produtor dc gêneros alimentícios cultivados. O Visconde dc

ajudando muito no Maranhão a esterili que se usam sem nenhuma pre\idôncla; com que é mais o que destróem, que o

Porto Seguro, na sua "História Geral do

que se aproveita, e se perde totalmente

Brasil", cita uma referência do padre Antônio Vieira sobre o Estado do Mara

a criação; e como a gente cresce e o sustento diniinue, é força que se pa

nhão, que era, pràticamcnte, todo o

deça muito".

norte o nordeste do Brasil: "Exceto a

cidade dc São Luiz do Maranhão, onde de poucos tempos para cá se corta car ne algumas vezes, cm todo o Estado não

Sobro a mesma região, mais do lado nordestino, diz o moderno e vigoroso

historiador José Antônio Gonçalves de Melo Neto: "Sabe-se que Pernambuco

nem tenda onde sc vendam as coisas

ora das capitanias brasileiras onde os gêneros de primeira necessidade eram

usuais para o comer ordinário, nem ain da um arrutel de açúcar com que se fa

Aqui tudo estava dominado pela cultura

zer na terra. E, sendo que no Para todos os caminhos são por água, não bá cm tôda a cidade nm barco ou canòa

a essa situação; Jan de Laet, escrevendo o seu "Nieuwe Wereldt" em 1630 diz,

bá açougue, nem ribeira, nem horta,

de aluguel para nenhuma passagem, de que tudo se segue e vem a ser o estilo . de viver ordinário que para um homem ter o pão da terra há dc ter roça; para

mais caros e todos deviam vir de fora. da cana.

Vários viajantes referem-se

citando Lopez Vaz, que em Pernambuco há grande falta de vívcres, de modo que os habitantes têm de importa-los de Portugal ou de outros lugares da costa .

comer carne há dc ter caçador; para

(6).

ccmer peixe, pescador; para vestir rou pa lavada, lavadeira; e para ir à missa

b^ema criado pela falta de farinha, principal sustento dos moradores brasi leiros e holandeses, é a que consta da

ou qualquer parte, canôa e remeiros. Na Ilha do Maranhão responde muito

mal a terra com o pão natural daque

exposição feita ao Alto Conselho pela

las partes, que é a mandioca, e no Pará, Câmara de Olinda, em 1637, na qual por serem as terras todas alagadas, são SC dizia que os moradores plantariam tão poucos os lugares capazes da plan ta da dita mandioca, que é necessário aos moradores mudarem muitas vezes

suas casas e fazendas, deixando perdidas

o despovoadas as que tinham, e ir fa bricar outras de novo dali a muitas lé

I

"Uma das antigas referencias ao pro- ^

nesse ano pouca mandioca, uma vez que

todos os seus negros estavam emprega

dos ou alugados para plantação de cana viais, pelo que era de esperar sobreviesse fome por todo o país. E sugeriam" a expedição de um edital no qual sc obri-


W!|!^Pr*T^ 105

Dicesto Econômico Dicesto Econômico

104

portam grande parte, visando maiores

mas cantam muito fortemente, durando

lucros no mercado externo e a criação

a última cerca de um minuto. Quan do cantam bem são imiilo aprecia dos e enviados, como curiosidade, a to

de uma escassez interna necessária à

elevação dos preços.

Êste fenômeno,

por bastante conhecido, não necessita de maiores explanações. Já em 1809, quando o Brasil ainda

era uma colônia portuguesa, o viajante

dos os pontos do Brasil. O gado cm geral é bom, considerando-se o pouco cuidado di.spensado à sua alimentação. Nas pastagens boa.s engordam razoàvel-

inglês John Mawe fazia de São Paulo

mente; quando pobres emagrecem. Po

a seguinte referência:

"Os habitantes

de-se adquirir uma manada a 24 ou 30

são, na maioria, fazendeiros e modestos

lavradores, que cultivam pequenas por

shülings por cabeça; a carne, a cârca clc um penmj ou três half-pence a libra

ções de terras, onde criam, para vender,

(4).

grande número de porcos e aves domés

Mais adiante refere o mesmo autor:

O mercado está geralmente bem » ticas. abastecido deles e, na estação das frutas,

"A fertilidade da região que circunda

encontram-se também pinhas, uvas, pês segos, goiabas, bananas, poucas maçãs

tidade de produtos com os quais, como afirmei, abarrotam o mercado. Há qua

São Paulo pode ser avaliada pela quan

e enorme quantidade de marmelos.

se um século este terreno era rico cm

Plantas alimentícias crescem em grande profusão e variedade. Aqui se encontra

ouro e foi somente quando o exauri

ram pela lavagem que os habitantes pen

uma raiz tipo bulbo, muito procurada, chamada cará, comparável à melhor ba

saram em dedicar-se á lavoura". (5).

tata ou a qualquer outra amilácea; de senvolve-se até cinco polegadas de diâ

feeira, os empreiteiros das plantações contratavam com os proprietários o di

Durante a expansão da cultura ca-

metro e constitui, cosida ou assada,

reito do fazerem culturas intercalares de

ótimo alimento.

cereais, leguminosas e outros produtos

Encontram-se também

excelentes repolhos, legumes para sa lada, nabos, couve-flor, alcacbofras e batatas; as últimas, muito embora boas,

são pouco apreciadas: a batata doce é

alimentícios, daí resultando uma abun

dância desmedida desses produtos por

preços muito abaixo de seu real custo dc produção. Ao contrário do que acon

Frangos são baratos; compramos alguns variando de três a seis pence; leitões de

tecia no Norte, onde, segundo o enge nheiro agrônomo Cunha Baima, do Ser viço de Informação Agrícola do Mi nistério da Agricultura, "o senhor de engenho compra farinha de mandioca

um a dois shillings, e mantas de touci

e chega a proibir os seus moradores de

nho, curado à moda do país, a cerca

fazerem outra agricultura que não .seja

mais procurada pelos nativos. Milho, feijão, ervilha e tôda espécie de legumes desenvolvem-se de maneira maravilhosa.

Perus, gansos,

a dos canaviais", no Estado de São

e patos abundam a preços razoáveis, os

Paulo, como bem advertiu Rolim Teles

liltimos da variedade Moscovy, muito grandes, pesando cêrcã de dez a catorze

em discurso referente ao problema do café (5a), foi a cultura deste produto que assegurou a São Paulo uma poli-

de dois pence a libra.

libras. Existe aqui uma variedade de gíilos, que se assemelha bastante, na plumagem e na forma, ao galo inglês.

cultura alimentar de baixo custo, sem

impedir que a policultura se desenvol-

vc.sse no vasto território dos outros

guas com excessivos traballios o des

Estados cm que o café não era plan

pesa".

tado.

Outra afirmação dc Costa Rogo, dc

que "a produção alimentar do país sc concentra de preferência no sul e no leste c cscassoia nas demais regiões" e

Isso dizia o Padre Vieira em 1680, bá

2C7 anos, e ainda acrc.scentava: "E a razão c não serem as terras da Amé

rica tão criadoras, como também mos

trou a experiência do Brasil, para onde

de que essa ocorrência é por "falta de

se carrega de Portugal tanto peixe-seco;

transporte", não é lambem exata quanto à indicação da causa. O norte do Brasil

zar os mare.s e rios os modos de pescar,

sempre foi mau produtor dc gêneros alimentícios cultivados. O Visconde dc

ajudando muito no Maranhão a esterili que se usam sem nenhuma pre\idôncla; com que é mais o que destróem, que o

Porto Seguro, na sua "História Geral do

que se aproveita, e se perde totalmente

Brasil", cita uma referência do padre Antônio Vieira sobre o Estado do Mara

a criação; e como a gente cresce e o sustento diniinue, é força que se pa

nhão, que era, pràticamcnte, todo o

deça muito".

norte o nordeste do Brasil: "Exceto a

cidade dc São Luiz do Maranhão, onde de poucos tempos para cá se corta car ne algumas vezes, cm todo o Estado não

Sobro a mesma região, mais do lado nordestino, diz o moderno e vigoroso

historiador José Antônio Gonçalves de Melo Neto: "Sabe-se que Pernambuco

nem tenda onde sc vendam as coisas

ora das capitanias brasileiras onde os gêneros de primeira necessidade eram

usuais para o comer ordinário, nem ain da um arrutel de açúcar com que se fa

Aqui tudo estava dominado pela cultura

zer na terra. E, sendo que no Para todos os caminhos são por água, não bá cm tôda a cidade nm barco ou canòa

a essa situação; Jan de Laet, escrevendo o seu "Nieuwe Wereldt" em 1630 diz,

bá açougue, nem ribeira, nem horta,

de aluguel para nenhuma passagem, de que tudo se segue e vem a ser o estilo . de viver ordinário que para um homem ter o pão da terra há dc ter roça; para

mais caros e todos deviam vir de fora. da cana.

Vários viajantes referem-se

citando Lopez Vaz, que em Pernambuco há grande falta de vívcres, de modo que os habitantes têm de importa-los de Portugal ou de outros lugares da costa .

comer carne há dc ter caçador; para

(6).

ccmer peixe, pescador; para vestir rou pa lavada, lavadeira; e para ir à missa

b^ema criado pela falta de farinha, principal sustento dos moradores brasi leiros e holandeses, é a que consta da

ou qualquer parte, canôa e remeiros. Na Ilha do Maranhão responde muito

mal a terra com o pão natural daque

exposição feita ao Alto Conselho pela

las partes, que é a mandioca, e no Pará, Câmara de Olinda, em 1637, na qual por serem as terras todas alagadas, são SC dizia que os moradores plantariam tão poucos os lugares capazes da plan ta da dita mandioca, que é necessário aos moradores mudarem muitas vezes

suas casas e fazendas, deixando perdidas

o despovoadas as que tinham, e ir fa bricar outras de novo dali a muitas lé

I

"Uma das antigas referencias ao pro- ^

nesse ano pouca mandioca, uma vez que

todos os seus negros estavam emprega

dos ou alugados para plantação de cana viais, pelo que era de esperar sobreviesse fome por todo o país. E sugeriam" a expedição de um edital no qual sc obri-


100

gasso a todos os senhores de escravos

empregados no cultivo da terra, a plan

tar, por cada um deles, 200 covas de mandioca, metade em janeiro e a ou

tra metade em agosto. Quem desobe decesse o edital seria considerado ini. migo do Estado" (7).

Parece que tudo isso deverá ter de saparecido com o tempo. Entretanto, o aumento da população nordestina têm

agravado o problema. Agravado para a classe proletária, que não tem poder aquisitivo extra-regíonal. Pois, a classe

média e aristocrata, segundo depoimen tos que conhecemos, passa bem. Àssím c que, no Pará em princípios dêste ano, o povo realizou uma passeata da fome para comover e provocar providên cias das autoridades administrativas. Co mentando o fato no "Correio da Ma nhã", um filho daquele Estado, sr. Biâ-

I

nor Penalber disse: "Considero real mente grave a situação alimentar de

Dicesto Económtco

carne de boi o de porco, mtiito pci.xe g siiruru, o prcclilctf> molusco cia lerra

frutas e legumes em abundância, poê preços relativamente razoáxcís. e q^f, surpreendem nesta época cni que a re gra c o assalto à hòlsa do consumidor As mangas dc tamanho menor estavam sendo vendidas a 13 cruzeiros o cênic as dchciosas pinhas, das mais escolhidas a 50 centavos, as mesmas que os es

bela do mercado negro a carne que de sejarem e a qualquer dia, modalidade execrável de comércio, que ó exercido abertamente, êí barbas das autorida des" (8).

Como SC vê, excluindo o Pará, todo o Norte do Brasil está com a sua si

tuação alimentar regularizada, e pagan do preços inferiores aos que pagamos

em São Paulo, onde o desperdício, fruto

50 cruzeiros.

Viriato Corrêa, que transmitiu dc pú

Qualquer pessoa pode verificar

ra, já se vendem a 1 e 2 cruzeiros cada uma. as mangas da variedade "Bour bon", cuja época normal de maturação ó fevereiro. Estão pequenas e ama durecidas à fôrça, provàvelmente em câmara de gás etileno, pois algumas partidas têm a casca de um amarelo pálido, quan

como abacaxi branco por 6 e

com pessoas do Recife, Fortaleza e Sal

do essa variedade amadurece

Um abacaxi verde é vendido

7 cruzeiros os pequenos, 10

devastação mundial. Não exagero qua

que comer. No Pará, cpmo verifiquei em Belém, e ainda mais sérias devem

cruzeiros os maiores.

lificando de penosos os dias que a gen te da capital do meu Estado vai supor tando com estoicismo e uma paciência

ser as condições alímentares do Interior,

A batata doce que está a

o regime das fihis, abolido em S. Luiz)

10 centavos o quilo em Ma

Recife, Natal e outras capitais do Norte, ainda impèra, porém, em situação mui

ceió, em São Paulo se vende a 2 cruzeiros, a mandioca

tas vezes pior do que no Rio, em si tuação mesmo que considero calamitosa

(nosso aipim ou macacheira) está a 2Já cruzeiros. Quando há jaboticaba, os vendedores pedem preços exorbitantes, até

des, existem certas dificuldades decor

o contristadora. Basta dizer, para cor roborar essa afirmativa, que a distribui ção de came para cada família se faz

rentes do custo da vida elevado, mas

duas vêzes por semana. Isso no papel,

contrei os talhos ainda prtjvidos de

porque há ocasiões, dias e até semanas, sem que as classes médias e mais pobres alcancem um só quilo. Os afortunados não sofrem porque encontram pela ía-

há o que comer. Em Maceió, por exemplo, visitando o mercado público às 11 horas, justamente para observar, en

não' puderam compnur e os produtores que enfraqueceram suas terras sem pro

dres.

isso. Não há fiscalização. Mesmo ago

nessas metrópoles, está cara, talvez me nos que no Rio de Janeiro, mas bá o

vador a S. Luiz, e só em Belém, na ver

dos, prejudicando os consumidores que

.são vendidas, em maioria, verdes ou po

Em Natal, visitando o mercado público nn cidade alta, verifiquei a regularida de no abastecimento, pois até o filé de carne de boi existia em condições dc ser adquirido por quem o desejasse e a 10 cruzeiros o quilo. Em S. Luiz ê fartura é evidente, o que aliás foi obser vado recentemente pelo ilustre escritor

com a casca verde, que se vai tomando, aos poucos, preta.

dade, a fome impera em proporções inquietadoras. Nalgumas daquelas cida

lões mais apodrecem do que são vendi

cheira no norte, a 90 centavos o quifo.

vador, que me informaram que a vida,

tar algumas capitais brasileiras, de Sal

apreciam. O resultado é que tanto la ranjas, como abacaxis, melancias e me

mercado uma melancia de 5 quilos por seis a 10 cruzeiros. Hoje, custa até

oferece nas feiras públicas espetáculos deprimentes. As frutas, por exemplo,

tormentosos e difíceis, como certamente não o enfrentam mais os habitantes de

que nem Job revelaria. Venho de visi

moralizam a fruta, que deve ser chupa

da no dia da apanha, e quando cliega o tempo de produção intensa, e consumi da sòmente pelos que a conhecem e

pertalhões do Rio impingem a 3 cruzoU ros; a batata doce a 10 centavos o quilo; c o aipim, que chamamos maca-

blico, na imprensa desta capital, as suas impressões. Conversei, por outro lado,

perto conheceram o período sombrio da

de data anterior. O resultado é que des

da desorganização do pequeno comercio,

Belém, cuja população, decorridos qua se dois anos do término do flagelo da guerra, ainda suporta os mesmos diaê muitos lugares na Europa, que mais de

107

Dicf-sto EcoNóhnco

8 cruzeiros', o quilo, o que redunda em sobra vultosa pa

ra êles, a qual para não per derem, misturam com as jaboticabas frescas do dia se

guinte, cobrindo com estas as

veito. Antes da guerra comprava-se no

Em compensação estamos comendo ovos a 6 e 8 cruzeiros a dúzia, se bem

que os frangos continuem a 15, 18 e 25

cruzeiros, conforme o tamanlio. Em matéria de carne São Paulo achase nas mesmas condições do Pará. Só tem esse alimento três vêzes

por semana, a despeito de ser o Estado onde a produção de

came ó mais x^ultosa, parte oriunda de criação própria,

parte de gado importado e recriado, de Minas e MatoGrosso.

Se a produção total brasi leira de — carnes, excluindo pei

xes e pescados e caças de que ^

-

-

j

não bá estatística, fosse divi

dida pela população de 45 mi lhões de habitantes, teríamos

apenas 19 quilos "per capita" por ano. Temos,o consolo da Itália, que, segundo dados da Sociedade das Nações, consuniia 16,1 quilos, mas em comparação a outios ^*^10 países ^ X

nnaiYH da ria França ficamos abaixo de antes da gueria, q^g

consumia 39,9 quilos, da 4n 8 niiilnc


100

gasso a todos os senhores de escravos

empregados no cultivo da terra, a plan

tar, por cada um deles, 200 covas de mandioca, metade em janeiro e a ou

tra metade em agosto. Quem desobe decesse o edital seria considerado ini. migo do Estado" (7).

Parece que tudo isso deverá ter de saparecido com o tempo. Entretanto, o aumento da população nordestina têm

agravado o problema. Agravado para a classe proletária, que não tem poder aquisitivo extra-regíonal. Pois, a classe

média e aristocrata, segundo depoimen tos que conhecemos, passa bem. Àssím c que, no Pará em princípios dêste ano, o povo realizou uma passeata da fome para comover e provocar providên cias das autoridades administrativas. Co mentando o fato no "Correio da Ma nhã", um filho daquele Estado, sr. Biâ-

I

nor Penalber disse: "Considero real mente grave a situação alimentar de

Dicesto Económtco

carne de boi o de porco, mtiito pci.xe g siiruru, o prcclilctf> molusco cia lerra

frutas e legumes em abundância, poê preços relativamente razoáxcís. e q^f, surpreendem nesta época cni que a re gra c o assalto à hòlsa do consumidor As mangas dc tamanho menor estavam sendo vendidas a 13 cruzeiros o cênic as dchciosas pinhas, das mais escolhidas a 50 centavos, as mesmas que os es

bela do mercado negro a carne que de sejarem e a qualquer dia, modalidade execrável de comércio, que ó exercido abertamente, êí barbas das autorida des" (8).

Como SC vê, excluindo o Pará, todo o Norte do Brasil está com a sua si

tuação alimentar regularizada, e pagan do preços inferiores aos que pagamos

em São Paulo, onde o desperdício, fruto

50 cruzeiros.

Viriato Corrêa, que transmitiu dc pú

Qualquer pessoa pode verificar

ra, já se vendem a 1 e 2 cruzeiros cada uma. as mangas da variedade "Bour bon", cuja época normal de maturação ó fevereiro. Estão pequenas e ama durecidas à fôrça, provàvelmente em câmara de gás etileno, pois algumas partidas têm a casca de um amarelo pálido, quan

como abacaxi branco por 6 e

com pessoas do Recife, Fortaleza e Sal

do essa variedade amadurece

Um abacaxi verde é vendido

7 cruzeiros os pequenos, 10

devastação mundial. Não exagero qua

que comer. No Pará, cpmo verifiquei em Belém, e ainda mais sérias devem

cruzeiros os maiores.

lificando de penosos os dias que a gen te da capital do meu Estado vai supor tando com estoicismo e uma paciência

ser as condições alímentares do Interior,

A batata doce que está a

o regime das fihis, abolido em S. Luiz)

10 centavos o quilo em Ma

Recife, Natal e outras capitais do Norte, ainda impèra, porém, em situação mui

ceió, em São Paulo se vende a 2 cruzeiros, a mandioca

tas vezes pior do que no Rio, em si tuação mesmo que considero calamitosa

(nosso aipim ou macacheira) está a 2Já cruzeiros. Quando há jaboticaba, os vendedores pedem preços exorbitantes, até

des, existem certas dificuldades decor

o contristadora. Basta dizer, para cor roborar essa afirmativa, que a distribui ção de came para cada família se faz

rentes do custo da vida elevado, mas

duas vêzes por semana. Isso no papel,

contrei os talhos ainda prtjvidos de

porque há ocasiões, dias e até semanas, sem que as classes médias e mais pobres alcancem um só quilo. Os afortunados não sofrem porque encontram pela ía-

há o que comer. Em Maceió, por exemplo, visitando o mercado público às 11 horas, justamente para observar, en

não' puderam compnur e os produtores que enfraqueceram suas terras sem pro

dres.

isso. Não há fiscalização. Mesmo ago

nessas metrópoles, está cara, talvez me nos que no Rio de Janeiro, mas bá o

vador a S. Luiz, e só em Belém, na ver

dos, prejudicando os consumidores que

.são vendidas, em maioria, verdes ou po

Em Natal, visitando o mercado público nn cidade alta, verifiquei a regularida de no abastecimento, pois até o filé de carne de boi existia em condições dc ser adquirido por quem o desejasse e a 10 cruzeiros o quilo. Em S. Luiz ê fartura é evidente, o que aliás foi obser vado recentemente pelo ilustre escritor

com a casca verde, que se vai tomando, aos poucos, preta.

dade, a fome impera em proporções inquietadoras. Nalgumas daquelas cida

lões mais apodrecem do que são vendi

cheira no norte, a 90 centavos o quifo.

vador, que me informaram que a vida,

tar algumas capitais brasileiras, de Sal

apreciam. O resultado é que tanto la ranjas, como abacaxis, melancias e me

mercado uma melancia de 5 quilos por seis a 10 cruzeiros. Hoje, custa até

oferece nas feiras públicas espetáculos deprimentes. As frutas, por exemplo,

tormentosos e difíceis, como certamente não o enfrentam mais os habitantes de

que nem Job revelaria. Venho de visi

moralizam a fruta, que deve ser chupa

da no dia da apanha, e quando cliega o tempo de produção intensa, e consumi da sòmente pelos que a conhecem e

pertalhões do Rio impingem a 3 cruzoU ros; a batata doce a 10 centavos o quilo; c o aipim, que chamamos maca-

blico, na imprensa desta capital, as suas impressões. Conversei, por outro lado,

perto conheceram o período sombrio da

de data anterior. O resultado é que des

da desorganização do pequeno comercio,

Belém, cuja população, decorridos qua se dois anos do término do flagelo da guerra, ainda suporta os mesmos diaê muitos lugares na Europa, que mais de

107

Dicf-sto EcoNóhnco

8 cruzeiros', o quilo, o que redunda em sobra vultosa pa

ra êles, a qual para não per derem, misturam com as jaboticabas frescas do dia se

guinte, cobrindo com estas as

veito. Antes da guerra comprava-se no

Em compensação estamos comendo ovos a 6 e 8 cruzeiros a dúzia, se bem

que os frangos continuem a 15, 18 e 25

cruzeiros, conforme o tamanlio. Em matéria de carne São Paulo achase nas mesmas condições do Pará. Só tem esse alimento três vêzes

por semana, a despeito de ser o Estado onde a produção de

came ó mais x^ultosa, parte oriunda de criação própria,

parte de gado importado e recriado, de Minas e MatoGrosso.

Se a produção total brasi leira de — carnes, excluindo pei

xes e pescados e caças de que ^

-

-

j

não bá estatística, fosse divi

dida pela população de 45 mi lhões de habitantes, teríamos

apenas 19 quilos "per capita" por ano. Temos,o consolo da Itália, que, segundo dados da Sociedade das Nações, consuniia 16,1 quilos, mas em comparação a outios ^*^10 países ^ X

nnaiYH da ria França ficamos abaixo de antes da gueria, q^g

consumia 39,9 quilos, da 4n 8 niiilnc


Dicesto

108

Junda, Suíça, Alemanha, Dinamarca, No ruega, Estados Unidos, Inglaterra e Ca nadá, que consumiam só de carne bovina

entre 41 a 65,7 quilos, não se falando

Econômico

tros, a largura media do rio.

Dicesto

Econômico

109

Soube

mos pelo fiscal da pesca, que vive

multando pequenos pcscadore.s, que pes

reclamam soluções mais ou menos ime

ras brasileiras, de que bá estatística, não

diatas, são inúmeros c têm sido, infeliz

passa de pouco mais da metade da área agrícola argentina. São precisamente, se gundo o mesmo Anuário Estatístico cita

mente, encarados isoladamente, através

da Austrália com 91,5, da Nova Zelân

cam na piracema (época da desova) que aquéle morticínio dc peixes fôra

dia com 107,4 e da Argentina com 136,5 Quilos, e que são países particularmente

feito por uma usina dc açúcar, que de.s-

de prismas especializados, mais de acor do com preferências individuais que com

pejou no rio o rcstilo do álcool.

as reais

Há também a considerar que, em

carnívoros.

Como parte da produção brasileira de carnes é exportada, temos que concluir Que o povo brasileiro, em sentido geral, tem uma taxa de consumo bem menor.

Esta conclusão, que justifica os arautos da fome brasileira, tem, entretanto, suas reservas. No interior, principalmente, os proletários nirais e mesmo urbanos, em

clias de folga se entregam ã caça de I preas, coelhos e outros pequenos animais, e à pesca. Em muitos lugares, o pescado é bem mais barato que a car ne bovina. Mas é curioso que, em São Paulo, cujos mercados revelam notável abundância de peixes, e onde a pesca ó livre, e reforçada com suprimentos de Santos, Rio de Janeiro, Piracicaba e ou tros pesqueiros conhecidos, o preço de venda do peixe seja tão elevado. Basta

dizer que um peixe ordinário, de gosto .selvagem, não se compra por menos de 10 cruzeiros o quilo. Os peixes de

muitas fazendas, so abalem animais de

corto para consumo interno, os quais não figuram nas estatísticas mas satis

da terá, a seguir, outro dc resumo, não

podemos deixar dc reiterar que o pro blema da alimentação não se resolve

mo a área das propriedades agrícolas

outros numa rede de estradas e orga

brasileiras recenseadus, não excede de 23% da área nacional.

A população pecuária do Brasil, que

turais são bandeiras dc grupos estu

a nosso ver é bem menor do que se

diosos- o petróleo e o ferro arregimen tam inteligências privilegiadas; correntes imigratórias, povoamento e métodos de

riu Estatístico do Brasil" de 1946, co mo de 34 milhões de cabeças de bo

melhoria de nossa errada e deficiente

alimentação, facilidades de crédito e

do salário mínimo, eles'ando o poder aquisitivo e o padrão de vida das mas

tanto, indicava solução que combate mos: uma geral industrialização do País,

apoiada num forte protecionismo alfan degário. (9). Antes do .sr. Simonsen, o conde Alexandre Siciliano Júnior de fendera a mesma idéia, de forma pare cida, mas nem um nem outro desceram

deral, em São Paulo e no Rio Grande do

pesqueiros paulistas são as fábricas que,

conclusões absolutas. Por outro lado, as

apesar das proibições, soltam nágua os

soluções não devem ser procuradas num

resíduos de matérias tóxicas, que matam

setor exclusivo.

Ainda há pouco

Fazemos nossas as palavras magis

assistimos em Piracicaba, não faz dois

trais de Sálvio de Azevedo numa confe

anos, a uma rodada de peixes mortos

rência pronunciada no Instituto de Es

Que cobriam a extensão de mais de um

tudos Brasileiros em 2 de fevereiro de

1940: |'Os problemas brasileiros, que

muares, cerca de 17 milhões de suínos, 9 milhões e pouco de ovinos e 6 mi lhões de caprinos. A produção média

anual brasileira de carne bovina, de 1939 a 1945, foi de 725.979 toneladas,

Outros mil aspectos da nossa vida for

um saldo, pois, para consumo interno

mam legiões de adeptos à procura de soluções às incógnitas que vêm retar

de 636.398 tpneladas^ ou 87,7% da produção. A ga

(12).

O simples exame da área de nossas

culturas agrícolas mostra êste fato curio so: enquanto os Estados Unidos têm 42%

do seu território adaptado à agricultura e à pecuária, e a Argentina 63% (13), o Brasil tem apenas 16,3%.

Só a agricultura argentina, segundo Maríc Jefferson, em seu "Peopling the Argentina", ocupa 26 milhões de hecta

J

vinos, cerca de 5 milhões de eqüinos,

pouco mais de 2 milhões de asininos e

das quais se exportaram, em média anual do mesmo período, 89.581 to neladas, ou 12,3% da produção. Houve

É o Brasil, disse Monteiro Lobato, "um cacho de babassü de problemas".

Sul, são incompletos e não permitem

proclama, está consignada no "Anuá-

sas, desenvolvimento de mercados in ternos verdadeiramente consumidores e

dando a marcha brasileira". (11)Sensatas pala\Tas de um autorizado engenheiro civil e agrônomo.

a pormenores necessários para uma con

Mes

em ina.ssa ou a formação de elites cul

ampla organização bancária, instituição

mércio desorganizado, devastam-se os pesqueiros. Mas o maior inimigo dos

Quilômetro e uma largura de 100 me

124.844.481 hectares ou 14,7%.

melhoria do seu padrão de vida. Esta observação já foi feita há muitos anos pelo sr. Roberto Simonsen, que, entre

informações e literatura monográfica reforçadoras de seus pontos de vista.(10). Os inquéritos sobre padrão de vida realizados no Nordeste, na Capital Fe

milhões de peixes.

Muitos os que vêem no .saneamento do

de poder aquisitivo das massas para

nômico da produção, mas pelo aumento

do, 13.286.945 hectares, ou 1,5% da área nacional. A pecuária já ocupa

nosso "hintcriand" a .solução csperadaj

tudos; a multiplicação dc escolas de agri cultura e a mecanização da lavoura, a

zeiros o quilo, e os bons peixes de paEntretanto, é maior o desperdício do

vida.

colonização, entusiasmam centros de es

pelo barateamento forçado e antieco

clusão correta e não se basearam em

que as vendas. Para satisfazer um co

nossa

nizações de transporte; a a'fubetização

fazem ncces.sidades fisiológicas. Antes de concluir este artigo, que ain

carne melhor custam de 15 a 20 cru

ladar superior alcançam 25 cruzeiros.

necessidades de

res, que representam 33% do território da nação. A área das principais, cultu

do corresponde a 2.419.930 cabeças bovinas, qne representam, em peso de

carne produzida. 70,3% do total de carnas em que se computera a suma, a

ovina, a caprina. De outras, aves e peixes, não há estatística. Pretendíamos fazer algumas conside-

rações sôbre a expansão da população

brLileira e da sua produção. Infelizmente, la não hã

neste artigo,

pelo que deixamos para as conclusões. Cumpre, entretanto, referir que, par, tindo de 1925-29, em que a população

brasileira fôra avaliada em 34.400.000 habitantes, e dado a êste número o índice 100, a população brasileira de

1946, calculada pelo professor Giorgio


Dicesto

108

Junda, Suíça, Alemanha, Dinamarca, No ruega, Estados Unidos, Inglaterra e Ca nadá, que consumiam só de carne bovina

entre 41 a 65,7 quilos, não se falando

Econômico

tros, a largura media do rio.

Dicesto

Econômico

109

Soube

mos pelo fiscal da pesca, que vive

multando pequenos pcscadore.s, que pes

reclamam soluções mais ou menos ime

ras brasileiras, de que bá estatística, não

diatas, são inúmeros c têm sido, infeliz

passa de pouco mais da metade da área agrícola argentina. São precisamente, se gundo o mesmo Anuário Estatístico cita

mente, encarados isoladamente, através

da Austrália com 91,5, da Nova Zelân

cam na piracema (época da desova) que aquéle morticínio dc peixes fôra

dia com 107,4 e da Argentina com 136,5 Quilos, e que são países particularmente

feito por uma usina dc açúcar, que de.s-

de prismas especializados, mais de acor do com preferências individuais que com

pejou no rio o rcstilo do álcool.

as reais

Há também a considerar que, em

carnívoros.

Como parte da produção brasileira de carnes é exportada, temos que concluir Que o povo brasileiro, em sentido geral, tem uma taxa de consumo bem menor.

Esta conclusão, que justifica os arautos da fome brasileira, tem, entretanto, suas reservas. No interior, principalmente, os proletários nirais e mesmo urbanos, em

clias de folga se entregam ã caça de I preas, coelhos e outros pequenos animais, e à pesca. Em muitos lugares, o pescado é bem mais barato que a car ne bovina. Mas é curioso que, em São Paulo, cujos mercados revelam notável abundância de peixes, e onde a pesca ó livre, e reforçada com suprimentos de Santos, Rio de Janeiro, Piracicaba e ou tros pesqueiros conhecidos, o preço de venda do peixe seja tão elevado. Basta

dizer que um peixe ordinário, de gosto .selvagem, não se compra por menos de 10 cruzeiros o quilo. Os peixes de

muitas fazendas, so abalem animais de

corto para consumo interno, os quais não figuram nas estatísticas mas satis

da terá, a seguir, outro dc resumo, não

podemos deixar dc reiterar que o pro blema da alimentação não se resolve

mo a área das propriedades agrícolas

outros numa rede de estradas e orga

brasileiras recenseadus, não excede de 23% da área nacional.

A população pecuária do Brasil, que

turais são bandeiras dc grupos estu

a nosso ver é bem menor do que se

diosos- o petróleo e o ferro arregimen tam inteligências privilegiadas; correntes imigratórias, povoamento e métodos de

riu Estatístico do Brasil" de 1946, co mo de 34 milhões de cabeças de bo

melhoria de nossa errada e deficiente

alimentação, facilidades de crédito e

do salário mínimo, eles'ando o poder aquisitivo e o padrão de vida das mas

tanto, indicava solução que combate mos: uma geral industrialização do País,

apoiada num forte protecionismo alfan degário. (9). Antes do .sr. Simonsen, o conde Alexandre Siciliano Júnior de fendera a mesma idéia, de forma pare cida, mas nem um nem outro desceram

deral, em São Paulo e no Rio Grande do

pesqueiros paulistas são as fábricas que,

conclusões absolutas. Por outro lado, as

apesar das proibições, soltam nágua os

soluções não devem ser procuradas num

resíduos de matérias tóxicas, que matam

setor exclusivo.

Ainda há pouco

Fazemos nossas as palavras magis

assistimos em Piracicaba, não faz dois

trais de Sálvio de Azevedo numa confe

anos, a uma rodada de peixes mortos

rência pronunciada no Instituto de Es

Que cobriam a extensão de mais de um

tudos Brasileiros em 2 de fevereiro de

1940: |'Os problemas brasileiros, que

muares, cerca de 17 milhões de suínos, 9 milhões e pouco de ovinos e 6 mi lhões de caprinos. A produção média

anual brasileira de carne bovina, de 1939 a 1945, foi de 725.979 toneladas,

Outros mil aspectos da nossa vida for

um saldo, pois, para consumo interno

mam legiões de adeptos à procura de soluções às incógnitas que vêm retar

de 636.398 tpneladas^ ou 87,7% da produção. A ga

(12).

O simples exame da área de nossas

culturas agrícolas mostra êste fato curio so: enquanto os Estados Unidos têm 42%

do seu território adaptado à agricultura e à pecuária, e a Argentina 63% (13), o Brasil tem apenas 16,3%.

Só a agricultura argentina, segundo Maríc Jefferson, em seu "Peopling the Argentina", ocupa 26 milhões de hecta

J

vinos, cerca de 5 milhões de eqüinos,

pouco mais de 2 milhões de asininos e

das quais se exportaram, em média anual do mesmo período, 89.581 to neladas, ou 12,3% da produção. Houve

É o Brasil, disse Monteiro Lobato, "um cacho de babassü de problemas".

Sul, são incompletos e não permitem

proclama, está consignada no "Anuá-

sas, desenvolvimento de mercados in ternos verdadeiramente consumidores e

dando a marcha brasileira". (11)Sensatas pala\Tas de um autorizado engenheiro civil e agrônomo.

a pormenores necessários para uma con

Mes

em ina.ssa ou a formação de elites cul

ampla organização bancária, instituição

mércio desorganizado, devastam-se os pesqueiros. Mas o maior inimigo dos

Quilômetro e uma largura de 100 me

124.844.481 hectares ou 14,7%.

melhoria do seu padrão de vida. Esta observação já foi feita há muitos anos pelo sr. Roberto Simonsen, que, entre

informações e literatura monográfica reforçadoras de seus pontos de vista.(10). Os inquéritos sobre padrão de vida realizados no Nordeste, na Capital Fe

milhões de peixes.

Muitos os que vêem no .saneamento do

de poder aquisitivo das massas para

nômico da produção, mas pelo aumento

do, 13.286.945 hectares, ou 1,5% da área nacional. A pecuária já ocupa

nosso "hintcriand" a .solução csperadaj

tudos; a multiplicação dc escolas de agri cultura e a mecanização da lavoura, a

zeiros o quilo, e os bons peixes de paEntretanto, é maior o desperdício do

vida.

colonização, entusiasmam centros de es

pelo barateamento forçado e antieco

clusão correta e não se basearam em

que as vendas. Para satisfazer um co

nossa

nizações de transporte; a a'fubetização

fazem ncces.sidades fisiológicas. Antes de concluir este artigo, que ain

carne melhor custam de 15 a 20 cru

ladar superior alcançam 25 cruzeiros.

necessidades de

res, que representam 33% do território da nação. A área das principais, cultu

do corresponde a 2.419.930 cabeças bovinas, qne representam, em peso de

carne produzida. 70,3% do total de carnas em que se computera a suma, a

ovina, a caprina. De outras, aves e peixes, não há estatística. Pretendíamos fazer algumas conside-

rações sôbre a expansão da população

brLileira e da sua produção. Infelizmente, la não hã

neste artigo,

pelo que deixamos para as conclusões. Cumpre, entretanto, referir que, par, tindo de 1925-29, em que a população

brasileira fôra avaliada em 34.400.000 habitantes, e dado a êste número o índice 100, a população brasileira de

1946, calculada pelo professor Giorgio


DicESTo EcoNÓxnt^

110

Mortara (14), com base no reccnseamento de 1941, em 46.200.000 habi

tantes, corresponderia ao índice 134. Só cresceu 34%. Entretanto, todos os proutos alimentícios, com raras exceções,

c^tura do Estado de S. Paulo, e da vista do Arquivo Municipal. 1945

(4) e (5) — John Mawc — "Vlarens Interior do Brasil", trad. de "Traveis

nca um aumento de produção de 210%.

A banana foi do índice 100 para o ín

Manhã". Rio do Janeiro, de 30-3.047 pa ta

vênia.

(9) — Roberto Símonsen. "A Indúsir^®

em face da Economia Nacional"

dice 212, não havendo estatísticas ofi

Paulo. 1937.

ciais publicadas de 1945 e 46, mas sa

..

bemos que no Estado de São Paulo a

aumentou. Mas, como disseI produção mos, já não há espaço para essa de monstração, que será feita posterior mente.

Alexandre

Siciliano

Sâ®

Júnio**'

Affricultura. Comércio ■© Indústria Brasil" publicação do "Centro das If*'

dustrias do Estado de S. Paulo", 1931.

(11) — Sálvio de Almeida Azevedoeng. civil e agrônomo, "Aspectos de guns problemas brasileiros à luz das es

tatísticas", conferência pronunciada Instituto de Estudos Brasileiros", Rio de Janeiro, em 2-12-1940.

(12) — Monteiro Lobato, em prefácio

tt)

Dante Costa, prefácio ao livro

u romance das vitaminas" de Estevam razekas. trad. bras. e ed. Cia. Edit. Na cional. 1942.

— Sociedade das Nações" — "Le

1936 1'Alimentation". vol. IV. Í3) — Rui Miller de Paiva — "Estudo

Econômico da Agricultura no Distrito de ibití, ex-Monte Alegre, município de Am-

paro , publicação da Secretaria da Agri-

VIII - Ccniros orbanos

the Interior of BrazU", London. 18l3r ®

por Nelson WEnNECK Sodré

Hio de Janeiro. 1944. ed. Zélio Valvefd®* {5a) — Mário Rolim Teles, "a Defcsn

tiveram sua produção aumentada em ^u^Café", 3.0 volume, de 1930 a 1940. proporções muito maiores, o que anu (6) — José Antônio Gonçalves de M®' la as observações citadas de Agostinho Io Neto, "Tempo dos Flamengos", ed J®' sé Olímpio. Rio de Janeiro. 1947 Monteiro e Costa Rego. jj) — Idem, Ibidem. (8) Bianor Penalber, "A Situação O arroz, por exemplo, subiu de 100 mentar no Pará", artigo do "Correio para 3X6 no citado período, o que signi-

Geoflraíía das Comunicações Paulistas

do livro

"Diretrizes para

uma

Política

Rural e Econômica", de Paulo Pinto d® Carvalho.

(13) — Carletbn Beals, "América ante

ÍIm triângulo que tem a base assinala da por Sorocaba-São Paulo-Mogí das Cruzes e cujo vértice oposto está em Campinas, abrange a quase totalidade da estrutura industrial do planalto e, com ela, noventa por cento das fontes do energia elétrica, com o sistema do Tietc, em Pamaíba, Rasgão, Itu e Salto, com a reprêsa do rio Sorocaba e com as

O artÍ(^o que ora inserimos em nossas

formidávei.s obras do Cubatão.

P^ulo-Ponta Grossa-Porto União-Santa

Êsse

triângulo 6 o coração industrial do Bra sil o do Estado, o seu ponto sensível, a sua extraordinária base. Quase tôda a indústria de transformação, os grandes nós de comunicações, os parques ferro

viários, os armazéns, o aparelhamento de transmissões, o adensamento populacio nal máximo, — estão compreendidos no

ed. de Emp. Edit. Zig-Zag. Chile, 194®;

referido triângulo. Uma rápida vista de olhos sôbre

cações do censo demográfico para a re

uma carta rodoviária indica ao obser

construção e emenda das estatísticas dO movimento da população" em "Boletin» do Departamento Estadual de Estatísti

vador menos atento a importância da

América", trad. esp. de "América Soutri"» (14) — Prof. Giorgio Mortara. "AP"'

ca", n. 2, 2.0 trimestre de 1945. S. Paulo.

capital paulista como nó de comunica

ções. Do ponto-de-vista ferroviário, em bora menos evidente, essa importância também ressalta.

São Paulo é o centro

de um sistema de irradiação rodoviária

Anuncia-se que os saldos europeus em moeda norte-americana são calculadas 3.080.000.000 de dólares. O sr. Gilbert Ward, vice-presidente do "Nationàl Ciiy Bank", autor da estimativa, declarou que no mencionado total se incluem em 9

seis bilhões de dólares em ouro.

.

nações européias possuem também títulos norte-americanos no valor de

cujas malhas só na sua periferia mais próxima começou a ser tecida. Como nó ferroviário, a cidade em ques^o oferece a particularidade de articular os dois sistemas de importância, o da bi tola de 1,60 m e o da bitola

métrica, por um ligando-se ao Rio de Janeiro e atingin do já os limites de Minas Ge

j •yfO.OOO.OOO de dólares, tendo'ainda em seu poder cêrca de um hilião à três

biliões de dólares em papel-moeda e de dois bilhões a quatro bilhões de dólares em

rais, no Triângulo, por ou tro ligando-se ao Uruguai,

ouro.

pela

grande

roçada

São

pámnas faz parte da série, de palpitanfc int%rêsse, que o sr. Nelson Werncck

Sodré está escrevendo sôbre a Geografia

das Comunicações Paulistas, focalizando

o litoral paulista, o planalto, o altiplano do sul e a baixada sulina.

Maria-Montevideu; ao Paraguai,^ pela extensa radial São Pauto-Baum-Tres Las-Indubrasil-Maracaju-Ponta Pora;La-a Br^lívia pela mesma radial, prolongada, ^

de Indúbrasil a Pôrto Esperança-Corum- A

bá- além de hgar-se,^ainda, ao Rio de Ja- ^ iro e ao Estado de Minas Gerais, ao Wiffo dePplasquase tôda a fronteira co^ duas bitolas, está articulanuim. reicia « da a Santos.

_

A importância da região central do

planalto paulista, pois, é das maiores.

Mpla estão alguns dos mais desenvolvi\ centros urbanos do Estado e do

PaL Mogi Cruzes, Sorocaba, Camvias Tundiaí e a própria capital do Pf. Jq Sua articulação com Santos,

ti^al núcleo urbano do Utoral, e o

^níco pôrto aparelhado da região, au!.nta consideràvelmente essa imporlân^ Se a diferença existente entre o cia planalto e o litoral, do pon to-de-vista do desenvolvi mento material é bem gran de, a diferença entre a re-

gião central do planalto e as do norte e do sul é bastante acentuada.


DicESTo EcoNÓxnt^

110

Mortara (14), com base no reccnseamento de 1941, em 46.200.000 habi

tantes, corresponderia ao índice 134. Só cresceu 34%. Entretanto, todos os proutos alimentícios, com raras exceções,

c^tura do Estado de S. Paulo, e da vista do Arquivo Municipal. 1945

(4) e (5) — John Mawc — "Vlarens Interior do Brasil", trad. de "Traveis

nca um aumento de produção de 210%.

A banana foi do índice 100 para o ín

Manhã". Rio do Janeiro, de 30-3.047 pa ta

vênia.

(9) — Roberto Símonsen. "A Indúsir^®

em face da Economia Nacional"

dice 212, não havendo estatísticas ofi

Paulo. 1937.

ciais publicadas de 1945 e 46, mas sa

..

bemos que no Estado de São Paulo a

aumentou. Mas, como disseI produção mos, já não há espaço para essa de monstração, que será feita posterior mente.

Alexandre

Siciliano

Sâ®

Júnio**'

Affricultura. Comércio ■© Indústria Brasil" publicação do "Centro das If*'

dustrias do Estado de S. Paulo", 1931.

(11) — Sálvio de Almeida Azevedoeng. civil e agrônomo, "Aspectos de guns problemas brasileiros à luz das es

tatísticas", conferência pronunciada Instituto de Estudos Brasileiros", Rio de Janeiro, em 2-12-1940.

(12) — Monteiro Lobato, em prefácio

tt)

Dante Costa, prefácio ao livro

u romance das vitaminas" de Estevam razekas. trad. bras. e ed. Cia. Edit. Na cional. 1942.

— Sociedade das Nações" — "Le

1936 1'Alimentation". vol. IV. Í3) — Rui Miller de Paiva — "Estudo

Econômico da Agricultura no Distrito de ibití, ex-Monte Alegre, município de Am-

paro , publicação da Secretaria da Agri-

VIII - Ccniros orbanos

the Interior of BrazU", London. 18l3r ®

por Nelson WEnNECK Sodré

Hio de Janeiro. 1944. ed. Zélio Valvefd®* {5a) — Mário Rolim Teles, "a Defcsn

tiveram sua produção aumentada em ^u^Café", 3.0 volume, de 1930 a 1940. proporções muito maiores, o que anu (6) — José Antônio Gonçalves de M®' la as observações citadas de Agostinho Io Neto, "Tempo dos Flamengos", ed J®' sé Olímpio. Rio de Janeiro. 1947 Monteiro e Costa Rego. jj) — Idem, Ibidem. (8) Bianor Penalber, "A Situação O arroz, por exemplo, subiu de 100 mentar no Pará", artigo do "Correio para 3X6 no citado período, o que signi-

Geoflraíía das Comunicações Paulistas

do livro

"Diretrizes para

uma

Política

Rural e Econômica", de Paulo Pinto d® Carvalho.

(13) — Carletbn Beals, "América ante

ÍIm triângulo que tem a base assinala da por Sorocaba-São Paulo-Mogí das Cruzes e cujo vértice oposto está em Campinas, abrange a quase totalidade da estrutura industrial do planalto e, com ela, noventa por cento das fontes do energia elétrica, com o sistema do Tietc, em Pamaíba, Rasgão, Itu e Salto, com a reprêsa do rio Sorocaba e com as

O artÍ(^o que ora inserimos em nossas

formidávei.s obras do Cubatão.

P^ulo-Ponta Grossa-Porto União-Santa

Êsse

triângulo 6 o coração industrial do Bra sil o do Estado, o seu ponto sensível, a sua extraordinária base. Quase tôda a indústria de transformação, os grandes nós de comunicações, os parques ferro

viários, os armazéns, o aparelhamento de transmissões, o adensamento populacio nal máximo, — estão compreendidos no

ed. de Emp. Edit. Zig-Zag. Chile, 194®;

referido triângulo. Uma rápida vista de olhos sôbre

cações do censo demográfico para a re

uma carta rodoviária indica ao obser

construção e emenda das estatísticas dO movimento da população" em "Boletin» do Departamento Estadual de Estatísti

vador menos atento a importância da

América", trad. esp. de "América Soutri"» (14) — Prof. Giorgio Mortara. "AP"'

ca", n. 2, 2.0 trimestre de 1945. S. Paulo.

capital paulista como nó de comunica

ções. Do ponto-de-vista ferroviário, em bora menos evidente, essa importância também ressalta.

São Paulo é o centro

de um sistema de irradiação rodoviária

Anuncia-se que os saldos europeus em moeda norte-americana são calculadas 3.080.000.000 de dólares. O sr. Gilbert Ward, vice-presidente do "Nationàl Ciiy Bank", autor da estimativa, declarou que no mencionado total se incluem em 9

seis bilhões de dólares em ouro.

.

nações européias possuem também títulos norte-americanos no valor de

cujas malhas só na sua periferia mais próxima começou a ser tecida. Como nó ferroviário, a cidade em ques^o oferece a particularidade de articular os dois sistemas de importância, o da bi tola de 1,60 m e o da bitola

métrica, por um ligando-se ao Rio de Janeiro e atingin do já os limites de Minas Ge

j •yfO.OOO.OOO de dólares, tendo'ainda em seu poder cêrca de um hilião à três

biliões de dólares em papel-moeda e de dois bilhões a quatro bilhões de dólares em

rais, no Triângulo, por ou tro ligando-se ao Uruguai,

ouro.

pela

grande

roçada

São

pámnas faz parte da série, de palpitanfc int%rêsse, que o sr. Nelson Werncck

Sodré está escrevendo sôbre a Geografia

das Comunicações Paulistas, focalizando

o litoral paulista, o planalto, o altiplano do sul e a baixada sulina.

Maria-Montevideu; ao Paraguai,^ pela extensa radial São Pauto-Baum-Tres Las-Indubrasil-Maracaju-Ponta Pora;La-a Br^lívia pela mesma radial, prolongada, ^

de Indúbrasil a Pôrto Esperança-Corum- A

bá- além de hgar-se,^ainda, ao Rio de Ja- ^ iro e ao Estado de Minas Gerais, ao Wiffo dePplasquase tôda a fronteira co^ duas bitolas, está articulanuim. reicia « da a Santos.

_

A importância da região central do

planalto paulista, pois, é das maiores.

Mpla estão alguns dos mais desenvolvi\ centros urbanos do Estado e do

PaL Mogi Cruzes, Sorocaba, Camvias Tundiaí e a própria capital do Pf. Jq Sua articulação com Santos,

ti^al núcleo urbano do Utoral, e o

^níco pôrto aparelhado da região, au!.nta consideràvelmente essa imporlân^ Se a diferença existente entre o cia planalto e o litoral, do pon to-de-vista do desenvolvi mento material é bem gran de, a diferença entre a re-

gião central do planalto e as do norte e do sul é bastante acentuada.


Ii2

Dicesto EcoNÓhaco

crc.scendo cm importância c a condicio nal geográfica do grande vale transver sal, atraindo as comunicações entre os nÜtV*»"*»

dois maiores cenlro.s do país, conferiullic um lugar de destaque. O litoral, porém, correspondente a essa região,

não encontrou suporte para um levantanicnto efetivo.

Seu enorme declínio

só fez acentuar-se, c mal se disfarça

numa incipiente atividade de pescaria c na lavoura do banana, em particular na

K

)

A região norte, no altiplano, caracte rizada pelo vale do rio Paraíba, real

mente, descreveu uma curva singular

â zona mais rica e mais importante,

municípios a que serviam, prosseguiu no marasmo e foi se estiolando a pouco e

ne'a surgiram, então, núcleos urbanos

de importância considerável para a épo

a maioria dos niicleos urbanos e dos

pouco.

volvimento dessa ordem teria de contri

buir para o fomento de comunicações, e, realmente, os velhos caminhos, para a Côrte, para Minas Gerais, através da garganta do Embaú, para o litoral, em Lbatuba, foram os melhores da época, 6m que não havia circulação de veí

culos. Pouco depois, quando a região ja declinava, iniciou-se a construção da ferrovia de Taubaté a Ubatuba, o que

tlemonstra a importância a que a citada região havia atingido.

Uma atixádade agrícola em constan

te ascensão, decorrente da existência de boas comunicações, e servindo, além de

outros fins, ao abastecimento da capital paulista, atividades industriais ainda eny brionárias, particularmente as que se Ii-

c im ao aproveitamento da madeira, pa® Iclamente ao fabrico do caivao vege-

íi constitaem o quadro de trabalho na •êgião, em que os núcleos urbanos suo delcienles, mal aparelhados e relahvaporto dessa fruta, ligados á empresa da "ento distanciados nus dos outros. ArBlug Stav Linc, A decadência da nave Hculam-nos com a capital, as duy ra gação costeira, nesse trecho, por outro iais citadas e com o interior, rodovias lado, fez com que os núcleos de ativi-

de do litoral norte passassem a depender

,i„ segunda e terceira classe.

servados, tendo sido construída a pene

das cidades do vale do Paraíba, a que

de tropa, atualmente melhorados e con

de produção, pelo abandono da lavoura

trante S. José dos Campos-Paraibuna-

cafeeira, retomaram o ritmo de desen

volvimento antigo.

Favorecidos pela calha do grande rio,

^araguatatuba-S. Sebastião, em vésperas V

que condiciona' o enfeíxamento das co os dois maiores núcleos urbanos do País

São Paulo e Rio de Janeiro. Foi assim

que Taubaté, Guaratinguetá, Jacareí e, mais pròximamente, Caçapava e São Joso dos Campos, conseguiram emanci par-se da decadência, evoluindo para outras atividades agrícolas, particular do Paraíba, e atividade industrial em

constante desenvolvimento, particular mente a da tecelagem do algodão. A região do norte, pois, no altiplano, foi

mentos nipônicos, que

aí detêm as melhores

A situação do pla

terras, fazem-nas pro duzir em níveis ascensionais e se tomaram,

nalto na. região sul,

por isso, o fulcro do

rocaba aos limites pa ranaenses, é evidente-

rnente inferior à dos dois outros trechos

do altiplano. Seus núcleos urbanos, de írnportância secundária, só encontraram melhores dias com a roçada ferroviária

da Sorocabana, de São Paulo a Itararé,

e com a construção, primeiro, da roçada rodoviária São Paulo-Cotia-São Roque-

M

W

te coloração de ele

que se estende de So

mente o arroz das baixadas inundáveis

W--

tensiva, com uma for

norte ao planalto.

e os dois maiores parques industriais,

n;; desenvolvime„to_e^r^dmar^^graças à colonização in

o segmento de roçada

ba, articulando em definitivo o litoral

caram como pontos intermediários entre

' 1-acterisnca "erística do u Ribeira-Juquia. ^ esta realinenparte. cnriou: de uma década a esta parte,

de ser completada com

Caraguatatuba-Ubatu-

municações longitudinais na região, fi

O cansaço de suas terras, entretanto,

rado declínio. Nesse declínio, que foi

a mais transitada pelos que demandam o Paraná.

alterando fundamentalmente o sistema

Q a inevitável continuação da marcha

fciritorial dos cafezais, trouxe o acele

por Piedade-Pilar do Sul-S. Miguel Arcanjo-Capão Bonito-Apiai-Ribeira, hoje

estes um ponto de parada e, depois,

Paraíba, encontrou nova sorte. Tiveram

vidade agrícola destacada. Um desen

I

Sorocaba-Itapctinlnga-Itapcva-Capão Bo-

nito-Itararó, logo encurtada, desde Cotia,

A e® ta situação, no planalto, corres ponde. entretanto, na baixada. n_m inestavam ligados por velhos caminhos f° so ritmo de progresso. A região ca-

tanto, colocados ao longo do vale do

mineração, como Taubaté, tomaram de

Cachoeira, Caçapava Velha, Jacareí, Taubaté, Buquira, foram núcleos de ati

«

Um certo número deles, entre

ca, e outros, oriundos dos tempos da

senvolvimento expressivo., S. José dos Barreiros, Areias, Bananal, Cunha, São Luiz do Paraitinga, Paraibuna, Lorena,

tânica conseguiu resultados compensado res, tornando-se S. Sebastião pôrto de escala dos navios peculiares ao trans

gendo todos os núcleos urbanos situados

I fase da marcha dos cafezais, tornou-se em sua evolução. Quando da primeira

estreita baixada que cerca a baía de Caraguatatuba, onde podero.sa firma bri

uniforme nos primeiros decênios, abran na região, ocorreu, já na fase republi cana, um ponto crítico. Daí por diante,

113

Dicesto Econômico

progresso registrado. A lavoura da banana,

por outro lado, já antiga, mas agorá

tratada por métodos melhores, desagu^ em Santos, através da ferrovia que, co meçando naquele pôrto, vai até o ancoradouro fluvial de Juquiá, toda a sua

produção. O arroz, o chá,- legumes, são os produtos mais notáveis da região do


Ii2

Dicesto EcoNÓhaco

crc.scendo cm importância c a condicio nal geográfica do grande vale transver sal, atraindo as comunicações entre os nÜtV*»"*»

dois maiores cenlro.s do país, conferiullic um lugar de destaque. O litoral, porém, correspondente a essa região,

não encontrou suporte para um levantanicnto efetivo.

Seu enorme declínio

só fez acentuar-se, c mal se disfarça

numa incipiente atividade de pescaria c na lavoura do banana, em particular na

K

)

A região norte, no altiplano, caracte rizada pelo vale do rio Paraíba, real

mente, descreveu uma curva singular

â zona mais rica e mais importante,

municípios a que serviam, prosseguiu no marasmo e foi se estiolando a pouco e

ne'a surgiram, então, núcleos urbanos

de importância considerável para a épo

a maioria dos niicleos urbanos e dos

pouco.

volvimento dessa ordem teria de contri

buir para o fomento de comunicações, e, realmente, os velhos caminhos, para a Côrte, para Minas Gerais, através da garganta do Embaú, para o litoral, em Lbatuba, foram os melhores da época, 6m que não havia circulação de veí

culos. Pouco depois, quando a região ja declinava, iniciou-se a construção da ferrovia de Taubaté a Ubatuba, o que

tlemonstra a importância a que a citada região havia atingido.

Uma atixádade agrícola em constan

te ascensão, decorrente da existência de boas comunicações, e servindo, além de

outros fins, ao abastecimento da capital paulista, atividades industriais ainda eny brionárias, particularmente as que se Ii-

c im ao aproveitamento da madeira, pa® Iclamente ao fabrico do caivao vege-

íi constitaem o quadro de trabalho na •êgião, em que os núcleos urbanos suo delcienles, mal aparelhados e relahvaporto dessa fruta, ligados á empresa da "ento distanciados nus dos outros. ArBlug Stav Linc, A decadência da nave Hculam-nos com a capital, as duy ra gação costeira, nesse trecho, por outro iais citadas e com o interior, rodovias lado, fez com que os núcleos de ativi-

de do litoral norte passassem a depender

,i„ segunda e terceira classe.

servados, tendo sido construída a pene

das cidades do vale do Paraíba, a que

de tropa, atualmente melhorados e con

de produção, pelo abandono da lavoura

trante S. José dos Campos-Paraibuna-

cafeeira, retomaram o ritmo de desen

volvimento antigo.

Favorecidos pela calha do grande rio,

^araguatatuba-S. Sebastião, em vésperas V

que condiciona' o enfeíxamento das co os dois maiores núcleos urbanos do País

São Paulo e Rio de Janeiro. Foi assim

que Taubaté, Guaratinguetá, Jacareí e, mais pròximamente, Caçapava e São Joso dos Campos, conseguiram emanci par-se da decadência, evoluindo para outras atividades agrícolas, particular do Paraíba, e atividade industrial em

constante desenvolvimento, particular mente a da tecelagem do algodão. A região do norte, pois, no altiplano, foi

mentos nipônicos, que

aí detêm as melhores

A situação do pla

terras, fazem-nas pro duzir em níveis ascensionais e se tomaram,

nalto na. região sul,

por isso, o fulcro do

rocaba aos limites pa ranaenses, é evidente-

rnente inferior à dos dois outros trechos

do altiplano. Seus núcleos urbanos, de írnportância secundária, só encontraram melhores dias com a roçada ferroviária

da Sorocabana, de São Paulo a Itararé,

e com a construção, primeiro, da roçada rodoviária São Paulo-Cotia-São Roque-

M

W

te coloração de ele

que se estende de So

mente o arroz das baixadas inundáveis

W--

tensiva, com uma for

norte ao planalto.

e os dois maiores parques industriais,

n;; desenvolvime„to_e^r^dmar^^graças à colonização in

o segmento de roçada

ba, articulando em definitivo o litoral

caram como pontos intermediários entre

' 1-acterisnca "erística do u Ribeira-Juquia. ^ esta realinenparte. cnriou: de uma década a esta parte,

de ser completada com

Caraguatatuba-Ubatu-

municações longitudinais na região, fi

O cansaço de suas terras, entretanto,

rado declínio. Nesse declínio, que foi

a mais transitada pelos que demandam o Paraná.

alterando fundamentalmente o sistema

Q a inevitável continuação da marcha

fciritorial dos cafezais, trouxe o acele

por Piedade-Pilar do Sul-S. Miguel Arcanjo-Capão Bonito-Apiai-Ribeira, hoje

estes um ponto de parada e, depois,

Paraíba, encontrou nova sorte. Tiveram

vidade agrícola destacada. Um desen

I

Sorocaba-Itapctinlnga-Itapcva-Capão Bo-

nito-Itararó, logo encurtada, desde Cotia,

A e® ta situação, no planalto, corres ponde. entretanto, na baixada. n_m inestavam ligados por velhos caminhos f° so ritmo de progresso. A região ca-

tanto, colocados ao longo do vale do

mineração, como Taubaté, tomaram de

Cachoeira, Caçapava Velha, Jacareí, Taubaté, Buquira, foram núcleos de ati

«

Um certo número deles, entre

ca, e outros, oriundos dos tempos da

senvolvimento expressivo., S. José dos Barreiros, Areias, Bananal, Cunha, São Luiz do Paraitinga, Paraibuna, Lorena,

tânica conseguiu resultados compensado res, tornando-se S. Sebastião pôrto de escala dos navios peculiares ao trans

gendo todos os núcleos urbanos situados

I fase da marcha dos cafezais, tornou-se em sua evolução. Quando da primeira

estreita baixada que cerca a baía de Caraguatatuba, onde podero.sa firma bri

uniforme nos primeiros decênios, abran na região, ocorreu, já na fase republi cana, um ponto crítico. Daí por diante,

113

Dicesto Econômico

progresso registrado. A lavoura da banana,

por outro lado, já antiga, mas agorá

tratada por métodos melhores, desagu^ em Santos, através da ferrovia que, co meçando naquele pôrto, vai até o ancoradouro fluvial de Juquiá, toda a sua

produção. O arroz, o chá,- legumes, são os produtos mais notáveis da região do


i %r

.• r

Digesto Econômico

11'1

vale, 6 seu escoamento exige, a cada

do importância, sede do aparelliamcnto do crédito, e centro das operações co

passo, melhores comunicações. A des coberta e o início da exploração, por outro lado, de riquezas minerais esplên

lerado. Êsse quadro do desenvolvimen

didas, oferecem as mais positivas perspec

to de uma região inteira, a da baixada,

tivas ao surto progressista da região. O escoamento da produção mineral, que já atraiu ponderáveis capitais, e cujos Índices vão em crescendo, fundamenta dos em sua variedade e em seu valor,

está impondo uma revisão nos sistemas

do transportes e nos locais de transbor do. oferecendo-se já uma companhia mineradora para encarregar-se do apareIhamento rudimentar de Porto Cubatão,

em benefício do transbordo e transpor

da produção para Santos. I to Talmarítimo panorama de atividades em ritmo

crescente estabeleceu para a região do vale do Ribeira, conjugada ao altiplano do sul e ao litoral da "zona illiada",

merciais, desenvolve-se em ritmo ace

A política e o espirito de empresa por CÂNDIDO Mota Filho

pon muito tempo, a po

vindicadora.

do litoral, desaparelhado para servir ao escoamento de uma produção que vai assumindo níveis acentuados. Enquanto

lítica foi privilégio dos políticos. 'E, por isso

fim do século XIX mar

o progresso assinala o surto da baixa

mo um grande mal, o

contrasta, singularmente, com a atonia

da, Cananéia ó uma ruína de causar pie dade e Iguape entrou em ponto morto, numa situação de instável equilíbrio, ain

gica desse privilégio. Na crise mundial contempo rânea, porém, começamos

uma rudimentar atividade industrial li

a ver, no político profis

legislação, um no\'o di reito, que é o direito traballüsta ou o direito so cial. A afirmação do so

ciólogo Gurvicht é desig-

gada à pesca e dependente da navega

sional, a expressão de uma fauna decadente. E

O litoral paulista, pois, só na região santista oferece quadro de positivo pro

isso se dá por essa dilui

luta, quando conclui que

ção, cada vez maior, do

a sociedade avança e o Estado recua. E é tam

Mogiana, como na Araraquarense. Juquiá, para a lavoura da banana, Xiririca, Iporanga, Apiaí, para a extração de mi

um caráter reivindicador, foi o operário.

Sua consciência política põe-se a ama

servida pelo vale do Paraíba,

nerais, Sete Barras, Patrimônio, Registro, para as lavouras de arroz e do chá, guardam o traço novo de atividade que lhes vai alterando a fisionomia. Regis tro, em particular, nó de comunicações

plano do sul está ainda à espera de

o industrialismo começava dar forma â

Sorocabana e da alta Paulista, e que agora se repete na Noroeste e na alta

gresso, com aparelhamento atualizado e importante, estando as outras zonas em

estado de paralisação quase total de atividades. No planalto, distinguimos, por

O alti

melhores dias. A baixada sulina, entre tanto, oferece as melhores perspectivas. A densidade demográfica acompanha de perto essa gradação de progresso.

durecer no recinto das fábricas, quando sociedade moderna,

O problema, .de

uma certa forma, afasta-se das con venções eleitorais. A vontade política não ó mais sòmente a vontade do elei

tor, isto é, do cidadão no exercício de

seus direitos civis e políticos. Está tam bém com © trabalhador, que se classifi ca como categoria econômica. Ê nêle

A Embaixada do México no Brasil divulgou o seguinte comunicado:

que Marx encontra o material para a

nativa dessa condição de

bém designativa tôda a

numerosa literatura que surge em tômo da democracia econômica, que vai por

fira reflçtir-se nas constituições moder nas que fomentam a economização crescente do Estado. WiUiam Aylott Orton fala, em seu admirável ensaio "The Liberal tradilion", no capítulo re ferente à crise do liberalismo, em "the state lie 1" in .business". — 1 TH j A transformação do Estado, pela di

minuição do político e pelo aumento do

econômico, cria o Estado mtervenclonista imiscuindo-se, como pacificador de classes, nas bases fundamentais dos ne-

cócios. E foi dentro dêsse espírito que se preparou o espírito totalitário. Para

manter a justiça social e para a realiza rão do bem público, é preciso que tudo se subordine ao interêsse do Estado e que haja sempre a supremacia do direi

"Em virtude de terem alguns jornais brasileiros publicado um telegrama noí L • ^ ^(^belecUnento de informa relaçõesque econômicas entrede a Espanha o México, Embaixada dêsse país no Rio não se trata um ajustee entre os goa

revolução, porque para êle, a burguesia, constituída pelo homem comum, deve

vernos do México e da Espanha e, sim, de um acôrdo interbancário celebrado en tre o Banco Exterior da Espanha e o Banco Nacional do México. Sendo essa

homem criador dos valores autênticos da

imituição de caráter particular, o govêmo mexicano não teve nenhuma interfe

po., o poder dêsse novo elemento, que

soem"»"*"

não se afasta mais de sua posição rei-

lidade, quan o

rência nas transações realizada^'.

Corporifica-

se, com ela, em fonna de

ção de cabotagem.

ordem de importância, as três zonas, a

entre nós, nas zonas cafeeiras da alta

proletária.

político profissional, que

do centro, com a singular importância que a destaca. Vem, depois, a do norte,

quadro das cidades pioneiras, já -visto,

inquietação, a ofensiva

era uma decorrência ló

privilégio político, que a burguesia soube susten tar, dentro das regras maquiavélicas, com tanta argúcia e maestria. O novo elemento que surgiu, topando

com a faixa da "zona baixa santista", o

ca, como conseqüência de muitos anos de fogo de

mesmo, se apontou, co

da mantida pela lavoura do arroz, que já lhe deu esplendor no passado, e por

Por isso, o

ser substituída pelo trabalhador, que é vida social. E, assim, cresce com o tem

to público. Mussolini afirmava que q

socialismo só poderia, tomar-se j

p^ra o pelo

rea-

PO-


i %r

.• r

Digesto Econômico

11'1

vale, 6 seu escoamento exige, a cada

do importância, sede do aparelliamcnto do crédito, e centro das operações co

passo, melhores comunicações. A des coberta e o início da exploração, por outro lado, de riquezas minerais esplên

lerado. Êsse quadro do desenvolvimen

didas, oferecem as mais positivas perspec

to de uma região inteira, a da baixada,

tivas ao surto progressista da região. O escoamento da produção mineral, que já atraiu ponderáveis capitais, e cujos Índices vão em crescendo, fundamenta dos em sua variedade e em seu valor,

está impondo uma revisão nos sistemas

do transportes e nos locais de transbor do. oferecendo-se já uma companhia mineradora para encarregar-se do apareIhamento rudimentar de Porto Cubatão,

em benefício do transbordo e transpor

da produção para Santos. I to Talmarítimo panorama de atividades em ritmo

crescente estabeleceu para a região do vale do Ribeira, conjugada ao altiplano do sul e ao litoral da "zona illiada",

merciais, desenvolve-se em ritmo ace

A política e o espirito de empresa por CÂNDIDO Mota Filho

pon muito tempo, a po

vindicadora.

do litoral, desaparelhado para servir ao escoamento de uma produção que vai assumindo níveis acentuados. Enquanto

lítica foi privilégio dos políticos. 'E, por isso

fim do século XIX mar

o progresso assinala o surto da baixa

mo um grande mal, o

contrasta, singularmente, com a atonia

da, Cananéia ó uma ruína de causar pie dade e Iguape entrou em ponto morto, numa situação de instável equilíbrio, ain

gica desse privilégio. Na crise mundial contempo rânea, porém, começamos

uma rudimentar atividade industrial li

a ver, no político profis

legislação, um no\'o di reito, que é o direito traballüsta ou o direito so cial. A afirmação do so

ciólogo Gurvicht é desig-

gada à pesca e dependente da navega

sional, a expressão de uma fauna decadente. E

O litoral paulista, pois, só na região santista oferece quadro de positivo pro

isso se dá por essa dilui

luta, quando conclui que

ção, cada vez maior, do

a sociedade avança e o Estado recua. E é tam

Mogiana, como na Araraquarense. Juquiá, para a lavoura da banana, Xiririca, Iporanga, Apiaí, para a extração de mi

um caráter reivindicador, foi o operário.

Sua consciência política põe-se a ama

servida pelo vale do Paraíba,

nerais, Sete Barras, Patrimônio, Registro, para as lavouras de arroz e do chá, guardam o traço novo de atividade que lhes vai alterando a fisionomia. Regis tro, em particular, nó de comunicações

plano do sul está ainda à espera de

o industrialismo começava dar forma â

Sorocabana e da alta Paulista, e que agora se repete na Noroeste e na alta

gresso, com aparelhamento atualizado e importante, estando as outras zonas em

estado de paralisação quase total de atividades. No planalto, distinguimos, por

O alti

melhores dias. A baixada sulina, entre tanto, oferece as melhores perspectivas. A densidade demográfica acompanha de perto essa gradação de progresso.

durecer no recinto das fábricas, quando sociedade moderna,

O problema, .de

uma certa forma, afasta-se das con venções eleitorais. A vontade política não ó mais sòmente a vontade do elei

tor, isto é, do cidadão no exercício de

seus direitos civis e políticos. Está tam bém com © trabalhador, que se classifi ca como categoria econômica. Ê nêle

A Embaixada do México no Brasil divulgou o seguinte comunicado:

que Marx encontra o material para a

nativa dessa condição de

bém designativa tôda a

numerosa literatura que surge em tômo da democracia econômica, que vai por

fira reflçtir-se nas constituições moder nas que fomentam a economização crescente do Estado. WiUiam Aylott Orton fala, em seu admirável ensaio "The Liberal tradilion", no capítulo re ferente à crise do liberalismo, em "the state lie 1" in .business". — 1 TH j A transformação do Estado, pela di

minuição do político e pelo aumento do

econômico, cria o Estado mtervenclonista imiscuindo-se, como pacificador de classes, nas bases fundamentais dos ne-

cócios. E foi dentro dêsse espírito que se preparou o espírito totalitário. Para

manter a justiça social e para a realiza rão do bem público, é preciso que tudo se subordine ao interêsse do Estado e que haja sempre a supremacia do direi

"Em virtude de terem alguns jornais brasileiros publicado um telegrama noí L • ^ ^(^belecUnento de informa relaçõesque econômicas entrede a Espanha o México, Embaixada dêsse país no Rio não se trata um ajustee entre os goa

revolução, porque para êle, a burguesia, constituída pelo homem comum, deve

vernos do México e da Espanha e, sim, de um acôrdo interbancário celebrado en tre o Banco Exterior da Espanha e o Banco Nacional do México. Sendo essa

homem criador dos valores autênticos da

imituição de caráter particular, o govêmo mexicano não teve nenhuma interfe

po., o poder dêsse novo elemento, que

soem"»"*"

não se afasta mais de sua posição rei-

lidade, quan o

rência nas transações realizada^'.

Corporifica-

se, com ela, em fonna de

ção de cabotagem.

ordem de importância, as três zonas, a

entre nós, nas zonas cafeeiras da alta

proletária.

político profissional, que

do centro, com a singular importância que a destaca. Vem, depois, a do norte,

quadro das cidades pioneiras, já -visto,

inquietação, a ofensiva

era uma decorrência ló

privilégio político, que a burguesia soube susten tar, dentro das regras maquiavélicas, com tanta argúcia e maestria. O novo elemento que surgiu, topando

com a faixa da "zona baixa santista", o

ca, como conseqüência de muitos anos de fogo de

mesmo, se apontou, co

da mantida pela lavoura do arroz, que já lhe deu esplendor no passado, e por

Por isso, o

ser substituída pelo trabalhador, que é vida social. E, assim, cresce com o tem

to público. Mussolini afirmava que q

socialismo só poderia, tomar-se j

p^ra o pelo

rea-

PO-


Digesto Econónuco

116

liquidar o conflito surgido cnlrc o espí

der supremo do Estado, oiinho também foi Henri de Man,^ com

rito de liberdade e o espírito de orga

o seu famoso plano de recomposição do

nização.

sistema econômico da Bélgica. Escre

No campo teórico, ninguém colocou

vendo, em 1935, um artigo sobre as ten

êpe conflito, com tanta largucza c pre

dências atuais da economia, ele procura

saios de sociologia econômica. Segudi-oi

va aguçar o gosto pelo dirigismo, dizen

do, entre outras coisas, que uma eco-

uomi-d bem dirigida devia liberar o Es tado da totalidade dos bancos, efetivar ^ nacionalização do crédito, para que bancos sirvam ao Estado e não o Estado ao banco.

Afirmava, por fim,

^ que a intervenção do Estado seria um

|) dominador comum, destinada a subme ter a atividade econômica, em conjunto,

notadamente do ponto de vista do cré dito e da moeda, às dire

tivas do interesse público. E dava como exemplo,

cisão, como Max Wcbcr, cm seus en

dentro dèssc proposilo, Werner Sombart.

Devido à Economia aparecer, principal mente, como uma teoria da ação eco nômica, ninguém mais do que o Estado p^oderia cumpri-la. Ela não era mais o Estado neutro, indiferente aos destinos

particulares. Êje não lidava nrais cO." funcionario,s c eleitores; agora êle tinb». eomo nas cmprÊsas de negócios, o pro blema dos dir,gentes, dos empresários, « cios técnicos. Njo tra tava mais de eonfiar-so em notáveis estadistas, uin avimr, um Lincoln oU

um Estado de configura

um Pomcaré, mas de re solver o assunto em ou-

ção liberal, como os Es tados Unidos, onde Roo-

ros c|uadros, com homens

sovelt iniciava a política do "new deal". Mas, com isso tudo, continua-

do outra tormagãó, um Ford, um Krupp, um

ram as marchas dos rei-

Smmens, grandes comer-

vindicadores, daqueles que estavam desempregados e tinham

fome e daqueles que, empregados, não Se sentiam garantidos e satisfeitos em seus empregos.

O debate entre os teóricos se multi plicou desmedidamente. Como demons trou Nitti, no ano de 1933, por uma

estatística publicada em Berlim, tinham surgido mais de vinte e cinco mil so

luções para a crise mundial.

Em a

quase totalidade das soluções propostas, subia à tona o intervencionismo estatal,

que até agora, não foi diminuído, ape sar do trágico e brutal fracasso dos paí ses totalitários.

A civilização ficou as-

sim, em nossos dias, com a preocupação

do dirigismo ou do planejamento, pára

, e financeiros grandes triais, magnatas

indus

Mas, o apareeimento dêste' novo ele mento no palco da vida pollHea não era so por necessidade de ordem técnica co mo também porque, pelo conflito 'eco

nômico surgido, os homens de negó-^

ciio foram obrigados a vir para a linha da frente da luta política. Max Ascoli,

Digesto

Econômico

rantias. "Para um empresário alemão da

empreendimentos, os empresários, por

metade do século XIX, cscre\"e Prados

sua vez, são obrigados a ceder à contin

Arrarte, — a prioridade alcanÇ'^^^*^ Inglaterra com .sua indústria pesada, no mercado internacional, não podia ser

gência política, a situar os movimentos do opinião, a interpretar, com oportuni dade, a intenção dos dirigentes do Es

anulada fàcilmenlc, sob o império do

tado.

livre cambio; por que, pois, não ser utilizado, para isso, o aparelliamento do

partidos poliHcos, nos escritórios dos lí

poder e déla se utilizar para libertar o mercado inlÇmo da competência es

dações dos jornais, está, em nossos dias,

trangeira?

Desde aí, diz o ilustre en

saísta, — a relação entre o poder polí

Aquilo que, antigamente, estava nos deres, nas salas das câmimis, nas re

na.s associações de classe, enfim nas,

associações patronais. Nelas os deba

tico e o resultado das relações eco

tes se generalizam. O interesse da clas

nômicas se fez necessário".

se torna-se interesse geral. O interesse da classe está no interesse da massa. O interesse da classe é o interêsse da educação da saúde, da higiene, da for

Por aí .se vê que um conjunto de mo tivos e pretextos leva ao empresário a

cuidar também de política ou principal mente do política. Haja ou não repre

sentação profissional nas a.ssembléias, êle deve estar presente nas assembléias, nas secretarias de Estado ou nos conselhos do Governo.

Èle sente, de um lado, o intervencio

nismo surpreendente do Estado, dimi

nuindo, atrapalhando ou anulando o li vro empreendimento, inti"ometendo-se nas

diretrizes dos negócios, pelo poder de an-ecadação, pelo poder de fiscalização e pelo poder de supervisão; por outro lado, êle sente a intervenção, também

siirpreendento, do empregado ou do onr>v.<,-;>v não só pela i_ justiça do frnbaoperário, traba-

Ihõ. -• ^ >, como também

^ pela proteção ainda que o trabalho exige para ser eficiente.

A empresa vai, por sua vez, assumindo

ao apreciar essa insegurança, motivada

caráter político, uma vez que o seu

pela deslocaçao dos valores sociais ãi7. que passamos verdadeiramente por uma guerra civil mundial. A aproximação do homem de negócio, do empresário e'~^o capitalista das atividades de govêrno se

significado de organização privada vai-

proces.sa. assim, antes de mais nada, num movimento de legítima defesa. Desapareceu o sentido das velhas ga-

117

mação moral e intelectual do homem do povo. como se a classe fôsse, nesse

plano, o próprio Estado.

Georges Ripert, no estudo que fez dos

aspectos jurídicos do capitalismo, afir-

ma diante do economismo crescente: - ^ "Não há economia, que nao seja poli- ^ tica" Poderíamos acrescentar que, pela mudança social dos nossos dias, não há

empresário que não seja polihco. On

tem o capitalismo industrial e fmanceivo criou uma legislação para afirrnax o seu poder. Hoje, ele vai mais além e se transforma em l_egi.slador para de

fender a sua condição. Antes a iniciativa do pioneiro era no

campo aberto. Era um criador de ce nário

Pela sua energia, pelo seu tra

balho, pelos seus cálculos, pela eficiên cia de suas iniciativas, surgia o seu

so transformando. O empresário sente a poder Era assim um "captain of Xn~ dustry". A riqueza e^, para êle, •sua empresa periclitante pela intromis atirinaçau de sua liberdade. O são de mãos ocultas, que procedem afirmação rico, como os burgueses do século XlV do várias origens. Se, por muitas cir consagrando, como lembra Sombart, cunstâncias e motivos, a nova política se aproveita do espírito do "empresário, santo espírito da ordem", influi na ela boração da própria ordem do iCstadV de sua técnica, de seus cálculos, de seus


Digesto Econónuco

116

liquidar o conflito surgido cnlrc o espí

der supremo do Estado, oiinho também foi Henri de Man,^ com

rito de liberdade e o espírito de orga

o seu famoso plano de recomposição do

nização.

sistema econômico da Bélgica. Escre

No campo teórico, ninguém colocou

vendo, em 1935, um artigo sobre as ten

êpe conflito, com tanta largucza c pre

dências atuais da economia, ele procura

saios de sociologia econômica. Segudi-oi

va aguçar o gosto pelo dirigismo, dizen

do, entre outras coisas, que uma eco-

uomi-d bem dirigida devia liberar o Es tado da totalidade dos bancos, efetivar ^ nacionalização do crédito, para que bancos sirvam ao Estado e não o Estado ao banco.

Afirmava, por fim,

^ que a intervenção do Estado seria um

|) dominador comum, destinada a subme ter a atividade econômica, em conjunto,

notadamente do ponto de vista do cré dito e da moeda, às dire

tivas do interesse público. E dava como exemplo,

cisão, como Max Wcbcr, cm seus en

dentro dèssc proposilo, Werner Sombart.

Devido à Economia aparecer, principal mente, como uma teoria da ação eco nômica, ninguém mais do que o Estado p^oderia cumpri-la. Ela não era mais o Estado neutro, indiferente aos destinos

particulares. Êje não lidava nrais cO." funcionario,s c eleitores; agora êle tinb». eomo nas cmprÊsas de negócios, o pro blema dos dir,gentes, dos empresários, « cios técnicos. Njo tra tava mais de eonfiar-so em notáveis estadistas, uin avimr, um Lincoln oU

um Estado de configura

um Pomcaré, mas de re solver o assunto em ou-

ção liberal, como os Es tados Unidos, onde Roo-

ros c|uadros, com homens

sovelt iniciava a política do "new deal". Mas, com isso tudo, continua-

do outra tormagãó, um Ford, um Krupp, um

ram as marchas dos rei-

Smmens, grandes comer-

vindicadores, daqueles que estavam desempregados e tinham

fome e daqueles que, empregados, não Se sentiam garantidos e satisfeitos em seus empregos.

O debate entre os teóricos se multi plicou desmedidamente. Como demons trou Nitti, no ano de 1933, por uma

estatística publicada em Berlim, tinham surgido mais de vinte e cinco mil so

luções para a crise mundial.

Em a

quase totalidade das soluções propostas, subia à tona o intervencionismo estatal,

que até agora, não foi diminuído, ape sar do trágico e brutal fracasso dos paí ses totalitários.

A civilização ficou as-

sim, em nossos dias, com a preocupação

do dirigismo ou do planejamento, pára

, e financeiros grandes triais, magnatas

indus

Mas, o apareeimento dêste' novo ele mento no palco da vida pollHea não era so por necessidade de ordem técnica co mo também porque, pelo conflito 'eco

nômico surgido, os homens de negó-^

ciio foram obrigados a vir para a linha da frente da luta política. Max Ascoli,

Digesto

Econômico

rantias. "Para um empresário alemão da

empreendimentos, os empresários, por

metade do século XIX, cscre\"e Prados

sua vez, são obrigados a ceder à contin

Arrarte, — a prioridade alcanÇ'^^^*^ Inglaterra com .sua indústria pesada, no mercado internacional, não podia ser

gência política, a situar os movimentos do opinião, a interpretar, com oportuni dade, a intenção dos dirigentes do Es

anulada fàcilmenlc, sob o império do

tado.

livre cambio; por que, pois, não ser utilizado, para isso, o aparelliamento do

partidos poliHcos, nos escritórios dos lí

poder e déla se utilizar para libertar o mercado inlÇmo da competência es

dações dos jornais, está, em nossos dias,

trangeira?

Desde aí, diz o ilustre en

saísta, — a relação entre o poder polí

Aquilo que, antigamente, estava nos deres, nas salas das câmimis, nas re

na.s associações de classe, enfim nas,

associações patronais. Nelas os deba

tico e o resultado das relações eco

tes se generalizam. O interesse da clas

nômicas se fez necessário".

se torna-se interesse geral. O interesse da classe está no interesse da massa. O interesse da classe é o interêsse da educação da saúde, da higiene, da for

Por aí .se vê que um conjunto de mo tivos e pretextos leva ao empresário a

cuidar também de política ou principal mente do política. Haja ou não repre

sentação profissional nas a.ssembléias, êle deve estar presente nas assembléias, nas secretarias de Estado ou nos conselhos do Governo.

Èle sente, de um lado, o intervencio

nismo surpreendente do Estado, dimi

nuindo, atrapalhando ou anulando o li vro empreendimento, inti"ometendo-se nas

diretrizes dos negócios, pelo poder de an-ecadação, pelo poder de fiscalização e pelo poder de supervisão; por outro lado, êle sente a intervenção, também

siirpreendento, do empregado ou do onr>v.<,-;>v não só pela i_ justiça do frnbaoperário, traba-

Ihõ. -• ^ >, como também

^ pela proteção ainda que o trabalho exige para ser eficiente.

A empresa vai, por sua vez, assumindo

ao apreciar essa insegurança, motivada

caráter político, uma vez que o seu

pela deslocaçao dos valores sociais ãi7. que passamos verdadeiramente por uma guerra civil mundial. A aproximação do homem de negócio, do empresário e'~^o capitalista das atividades de govêrno se

significado de organização privada vai-

proces.sa. assim, antes de mais nada, num movimento de legítima defesa. Desapareceu o sentido das velhas ga-

117

mação moral e intelectual do homem do povo. como se a classe fôsse, nesse

plano, o próprio Estado.

Georges Ripert, no estudo que fez dos

aspectos jurídicos do capitalismo, afir-

ma diante do economismo crescente: - ^ "Não há economia, que nao seja poli- ^ tica" Poderíamos acrescentar que, pela mudança social dos nossos dias, não há

empresário que não seja polihco. On

tem o capitalismo industrial e fmanceivo criou uma legislação para afirrnax o seu poder. Hoje, ele vai mais além e se transforma em l_egi.slador para de

fender a sua condição. Antes a iniciativa do pioneiro era no

campo aberto. Era um criador de ce nário

Pela sua energia, pelo seu tra

balho, pelos seus cálculos, pela eficiên cia de suas iniciativas, surgia o seu

so transformando. O empresário sente a poder Era assim um "captain of Xn~ dustry". A riqueza e^, para êle, •sua empresa periclitante pela intromis atirinaçau de sua liberdade. O são de mãos ocultas, que procedem afirmação rico, como os burgueses do século XlV do várias origens. Se, por muitas cir consagrando, como lembra Sombart, cunstâncias e motivos, a nova política se aproveita do espírito do "empresário, santo espírito da ordem", influi na ela boração da própria ordem do iCstadV de sua técnica, de seus cálculos, de seus


rfWTTT

..-'«r

DtGEsTO

118

Porém, agora, a coisa é diferente. Êle não pode mais consagrar, numa socie

dade desintegrada pelo espírito subver sivo, "o santo espírito da ordem". E, por isso, êle se íntegra na própria de fesa dos postulados estatais, que se vol

Econômico

tar as dificuldades sociais que o Es tado apresenta. Desenvolvendo sua atividade, com o

desdobramento de suas preocupações, ve mo-lo sair dos seus escritórios, de suas fábricas, dos seus estabelecimentos co

merciais e agrícolas e comparecer aos

tam contra ele, colocando-se o espí rito público diante do espírito de ne

comícios populares, votar e ser votado

gócio. Luta assim em duas frentes.

e incorporar aos encargos e lucros de suas cmprêsas, jornais e revistas e es

Como

os negócios continuam, em plena desor dem, é necessário, como condição de vida, sustentar a atividade econômica,

defendendo as últimas reservas da ini

ciativa individual e, ao mesmo tempo,

sustentar um espírito público, comun gar dos males da coletividade, enfren

ICO

PAN

t

O Dcparlamcnlo de Agricultura divulgou que as precárias condições do tempo, registradas durante o mês de setembro, ocasionaram uma redução na provisão da safra dc algodão. ,. . ,

tações de rádio-difusão.

As estimativas da safra total do 1947 previam que a produção seria de

Assim, com a insegurança em qu®

11.508.000 fardos.

vive a livre iniciativa, o empresário fazso polítíco, integra-se na composição es

,

tatal e, dêsse modo, concorre visivel mente para a fisionomia contemporâ

safra aígodoeira foi de 3% ou 241.000 fardos abaixo da primeira estimativa dc Acusando um aumento de US$... -

77.000.000,00 sobre o mês de abril,

a exportação do Canadá em maio de

1947 atingiu a um recorde de após guerra de US$267.800.000,00, segundo informações do "Bureau Canadense de Estatística". Em maio de 1946, a cifra

fôra de US$ 197.000.000,00, e em agôsto dc 1945, o liltimo mês de guerra, de US$ 295.000.000,00. Os embarques canadenses para os Es

/

tados Unidos no mês de maio de 1947

t fl

continuaram na linha de ascensão que

embaixador da Grã-Bretanha, reafirmou que a Europa neceskta uríronl^^ auxílio norte-americano. ^^R^nternente d-O Por outro lado, referiu-se às intenções correntemente atribuídas à n' rj —

vêm seguindo desde alguns meses. As ram de US$ 79.769.000,00, em com paração com US$72.200.000,00 no

i, todavia, nomear êsse país - de domimr a Europa Ocidental sáliet ão-. _

ceíta total para o mês de setembro foi jç 7 931.000 dólares, em confronto com 7.178.000 em setembro do ano pas sado". As despesas de operação foram

de 5.736.000 dólares, em relação a 4 851.000 dólares.no ano passado. O

lucro total orçado é de 2.195.000 dólflrP<5 ao passo que, em setembro do

ano passado, foi de 2.327.000 dólares. A renda real foi idêntica à orçada. Onanto à renda de 1.° de janeiro do ano

5 curso, foi ae 18.958.000 dólares, em confronto com 17.958.000 dólares no mesmo período do ano anterior.

sim, em maio do corrente ano, consta

sem

meditamos que êste grande continente não pode prosperar se a * Eu ^

j

setembro.

nea da vida pública.

Falando perante a Câmara de Comércio de Kansas Citi/, lorde In

,

Entretanto, o furacão que varreu a costa do golfo, bem co^ 4"'t' 1" vais causaram a redução da qualidade "Unt" e íii/Zuírmíi m ' gstímaíiva dc

/

mês de maio de 1946. No período de janeiro a maio, a e.vportação do Canadá para os' E.U.A. atingiu o valor de

'tal 'forem 'orem reduzidas reduzidas aà fome fome ee ao ao caos. caos. Haveria Haveria então então um umteMvel

vácuo e seria ràpidamente aproveitado por um povo que não t&m J md simpatia pelas preciosas liberdades e instituições norte-americanas". riennuv Afirmando que o seu país continua partidário do ressurgimento dn a in internacional, o embaixador britânico declarou que a nacion^izacão nJír, -Jf n

US$400.007.000,00, em com US$

392.950.000,00 no mesmo

p'd-Bretanha e que o gwêrno de Londres instituiu como ''í'íorês%

período de 1946.

pioradas de pioradas de maneira maneira rendosa renrlnan quando mmníln os n.i interêsses intfírâssp.f! particulares estiverem possibilidade de reunir ós capitais necessários para a sua modernização. Salten^i

*

publicai' publicas' independentes do govêrno unicamente as indústrias que podem

comparação

* * *

O Conselho Federal Suíço publicou comunicado oficial: "A li-

o seguinte

rt. u-

;ão e berdade de comercio de importação e

exportação ....«T+arão com todos toaos os us países estran

geiros geiros, foi completamente restabelecida na Suíça :}{ * *

também o encorajamento para as indústrias particulares, quando revresentom

Hs

A "Brazihan Traction Light an Power Company" divulgou que a sua re-

solução para o problema nacional britânico.

1

n ministro da Fazenda


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DtGEsTO

118

Porém, agora, a coisa é diferente. Êle não pode mais consagrar, numa socie

dade desintegrada pelo espírito subver sivo, "o santo espírito da ordem". E, por isso, êle se íntegra na própria de fesa dos postulados estatais, que se vol

Econômico

tar as dificuldades sociais que o Es tado apresenta. Desenvolvendo sua atividade, com o

desdobramento de suas preocupações, ve mo-lo sair dos seus escritórios, de suas fábricas, dos seus estabelecimentos co

merciais e agrícolas e comparecer aos

tam contra ele, colocando-se o espí rito público diante do espírito de ne

comícios populares, votar e ser votado

gócio. Luta assim em duas frentes.

e incorporar aos encargos e lucros de suas cmprêsas, jornais e revistas e es

Como

os negócios continuam, em plena desor dem, é necessário, como condição de vida, sustentar a atividade econômica,

defendendo as últimas reservas da ini

ciativa individual e, ao mesmo tempo,

sustentar um espírito público, comun gar dos males da coletividade, enfren

ICO

PAN

t

O Dcparlamcnlo de Agricultura divulgou que as precárias condições do tempo, registradas durante o mês de setembro, ocasionaram uma redução na provisão da safra dc algodão. ,. . ,

tações de rádio-difusão.

As estimativas da safra total do 1947 previam que a produção seria de

Assim, com a insegurança em qu®

11.508.000 fardos.

vive a livre iniciativa, o empresário fazso polítíco, integra-se na composição es

,

tatal e, dêsse modo, concorre visivel mente para a fisionomia contemporâ

safra aígodoeira foi de 3% ou 241.000 fardos abaixo da primeira estimativa dc Acusando um aumento de US$... -

77.000.000,00 sobre o mês de abril,

a exportação do Canadá em maio de

1947 atingiu a um recorde de após guerra de US$267.800.000,00, segundo informações do "Bureau Canadense de Estatística". Em maio de 1946, a cifra

fôra de US$ 197.000.000,00, e em agôsto dc 1945, o liltimo mês de guerra, de US$ 295.000.000,00. Os embarques canadenses para os Es

/

tados Unidos no mês de maio de 1947

t fl

continuaram na linha de ascensão que

embaixador da Grã-Bretanha, reafirmou que a Europa neceskta uríronl^^ auxílio norte-americano. ^^R^nternente d-O Por outro lado, referiu-se às intenções correntemente atribuídas à n' rj —

vêm seguindo desde alguns meses. As ram de US$ 79.769.000,00, em com paração com US$72.200.000,00 no

i, todavia, nomear êsse país - de domimr a Europa Ocidental sáliet ão-. _

ceíta total para o mês de setembro foi jç 7 931.000 dólares, em confronto com 7.178.000 em setembro do ano pas sado". As despesas de operação foram

de 5.736.000 dólares, em relação a 4 851.000 dólares.no ano passado. O

lucro total orçado é de 2.195.000 dólflrP<5 ao passo que, em setembro do

ano passado, foi de 2.327.000 dólares. A renda real foi idêntica à orçada. Onanto à renda de 1.° de janeiro do ano

5 curso, foi ae 18.958.000 dólares, em confronto com 17.958.000 dólares no mesmo período do ano anterior.

sim, em maio do corrente ano, consta

sem

meditamos que êste grande continente não pode prosperar se a * Eu ^

j

setembro.

nea da vida pública.

Falando perante a Câmara de Comércio de Kansas Citi/, lorde In

,

Entretanto, o furacão que varreu a costa do golfo, bem co^ 4"'t' 1" vais causaram a redução da qualidade "Unt" e íii/Zuírmíi m ' gstímaíiva dc

/

mês de maio de 1946. No período de janeiro a maio, a e.vportação do Canadá para os' E.U.A. atingiu o valor de

'tal 'forem 'orem reduzidas reduzidas aà fome fome ee ao ao caos. caos. Haveria Haveria então então um umteMvel

vácuo e seria ràpidamente aproveitado por um povo que não t&m J md simpatia pelas preciosas liberdades e instituições norte-americanas". riennuv Afirmando que o seu país continua partidário do ressurgimento dn a in internacional, o embaixador britânico declarou que a nacion^izacão nJír, -Jf n

US$400.007.000,00, em com US$

392.950.000,00 no mesmo

p'd-Bretanha e que o gwêrno de Londres instituiu como ''í'íorês%

período de 1946.

pioradas de pioradas de maneira maneira rendosa renrlnan quando mmníln os n.i interêsses intfírâssp.f! particulares estiverem possibilidade de reunir ós capitais necessários para a sua modernização. Salten^i

*

publicai' publicas' independentes do govêrno unicamente as indústrias que podem

comparação

* * *

O Conselho Federal Suíço publicou comunicado oficial: "A li-

o seguinte

rt. u-

;ão e berdade de comercio de importação e

exportação ....«T+arão com todos toaos os us países estran

geiros geiros, foi completamente restabelecida na Suíça :}{ * *

também o encorajamento para as indústrias particulares, quando revresentom

Hs

A "Brazihan Traction Light an Power Company" divulgou que a sua re-

solução para o problema nacional britânico.

1

n ministro da Fazenda


DrcESTO

120

leriores que já está sendo estudada, na capital do país, por uma comissão de representantes daquele Ministério e do Banco do Brasil, uma fórmula para

Econ()Mic;o

Prevalece, todavia, a crença, dc que o acôrdo será ainda alcançado embora

As duas exposições industriais que a Inglaterra c a França atualmente orga nizaram na Argentina são sintomáticas da decisão daipièlcs países de procurar arrancar aos Estados Unidos grande par te dos mercados importadores argentinos.

1'. título provisório c dc natureza limi

tada, enquanto se aguarda a chegada da

um acordo de pagamento, entre o alu

missão comercial c financeira britânica

dido estabelecimento c o Banco Oficial

a Buenos Aires.

da Holanda.

A exposição britânica está instalada

í(.

A "Imperial Oil Ltd", anunciou uma

alta nos preços por atacado da gasoli na o outros derivados de petroleo, a fim dc atender às inevitáveis altas do custo" dos mercados canadenses. íjí

íi: ^

O governo militar norte-americano da Alemanha entregou hoje à França nove

navios de guerra alemães atribuídos aos Estados Unidos em virtude do acôrdo de Potsdam.

A atual produção de automóveis na Grá-Bietanha é de 300.000 unidades

por ano. No entanto, até dezembro de 1948, apesar das reduções impostas à industria, deverá ter atingido o total de 475.000 unidades. ;[s sH *

O "Financial Times", órgão especia

lizado em assuntos financeiros, publica

longo artigo, discutindo as propostas da Inglateira à Argentina, rehativa à altera

a bordo do navio "St. Merriel" e de

"O Corn News Trade" estimou o total

da safra mundial de trigo em

dica-se mais a instrumentos do preci

.562.075.000 "quartcr.s", de 480 libras

são, que até aqui têm sido comprados

cada. Entretanto, afirma que uma prcViSao e.vata e difícil port^ue "por ora, apenas podemos fazer .suposições acer

principalmente dos Estados Unidos. A exposição francesa está instalada, ao con trario, num salão citadino, onde são

cadação progressiva de taxas sobre ca pital, variando de dois a vinte por cento

sôbre qualquer propriedade estimada em mais de um milhão de coroas, desde

que o proprietário tenha uma renda anual de anual de 50.000 ÕO.UUU coroas coroas ou uu mai». mais. ^ A iTT^n Essa .ta-xa, chamada pela imprensa tcheca "a tcheca a taxa taxa aos dos nimuiutiiua milionários",, se oc dcsvai.-í__ tina ao levantamento de de fundos fundos nara para

pacamento dc subsídios aos lavradores como compensação pelas pesadas per das deste ano, determinadas pelas mas

^°0*^govêrno tcheco aumentará também dc vinte por cento o atual impôsto de renda para os que percebem mais de

ca da safra do Hemi.sfério meridional"A produção de 1946 foi de 492.525.000 "quartcr.s".

exibidos diversos produtos manufatura

A cnusa princip;,! da diminuição da colheita fm a catástrofe tjrm sobreveio

como principal fornecedor daquele pais,

nhecida como "ta.xa dos exploradores",

não está seriamente ameaçada no mo

isto é, cem por cento sobre as pro

gunda vez em tres anos.

nem a França estão em condições de su

Aquela publicação calcula como re gra a produção por continente Europí^

planta-los.- Mas, a julgar pela ativida

dos e modelos dc maquinário industrial. Contudo, a posição dos Estados Unidos, mento, porquanto nem a Grã-Bretanha

a cultura de trigo da Europa, pela se-

de dos representantes daquelas duas na ções européias cm Buenos Aires, have rá quando. menos algiuna mudança em suas balanças comerciais desfavorávéis relativamente à Argentina. Por exem

124.540.000; Hemisfério 13 OcidcnH 225.925.000; África noO; Asia - 69.900.000 c

28.200.000.

Austiaha

plo, os carros ingleses tomam-se cada vez mais popularc.s, em virtude de 6s

Segundo ainda as estimativas do alu dido orgao a produção do Hemisfério Ocidental seria assim distribuída: Es-

britânicos terem estudado o mercado cuidadosamente e adaptado seus mo

tL°; Canadi - 44 000 OOo°°a

delos às condições loCais.

-México 22.500.000: Chr-ri^olToôo - 1.700.000 e oi,t„, •

"Quanto aos franceses, estão em condi ções de fazer grandes incursões no mer

cado importador de tecidos, atualmen

2.000.000.

te dominado pelos Estados Unidos. De mais, diversas mercadorias francesas de luxo, que tôm um bom mercado em Buenos Aires, encontrai-ão facilidade de trocas ali, com algodão couro e certos

ção do acôrdo sobre pagamentos, em

vista da inconversibilidade do esterlino,

referindo-se à possibilidade da conclusão de um ajuste em bases restritas. O ca ráter dijs propostas, para a alteração do convênio de pagamentos, assinado pelo

121

Dicesto Econômico

Atendendo a solicitação do Instituto

d^o Açúcar e do Álcool, o ministro da Fazenda acaba de liberar a exportação

sr. Miguel Miranda e pelo sr. Eady, per

do diversos tipos do açúcar para o Ex

manece em segredo.

terior.

produtos alimentícios. il! * 'A:

i.

O governo da Tchecoslovaquia apro vou um plano do Tesouro para a arre-

240 000 corôas por ano.

Além dessas taxas, havera oulia, co

priedades compradas desde » reforma

monetária de novembro de 194S. pro priedades essas adquiridas em sua maroria segundo a opinião da imprensa, com

íúcros^feitbs no niercado negro.

i

rfs * ✓

Entre as sugestões que o.govêmo dos

Esmdos Unidos fará ao Conpsso, perlindo dindo a aprovação a aprovação dos üos creuuu^ créditos para A-oo para Uluu r , ,,,, a votíifní-í

-Plano Marsbãll", estará a votação de

crédito .de três bilhões de dólares para estabilizar a moeda dos 16 países que

participaram da Conferência de Paris e

que serão os beneficiários do auxílio americano.

.- ^ ^

Espera-se grande oposição do Congres Coi

so diante deste T-íPfbdo. pedido, Dartirnin-r particularmente da parte do senador Tatt, que recentemente mostrou ser hostil à adoção de uma soma superior a cinco ou seis mi lhões de dólares para o primeiro ano j. nlano além de 642 milhões é


DrcESTO

120

leriores que já está sendo estudada, na capital do país, por uma comissão de representantes daquele Ministério e do Banco do Brasil, uma fórmula para

Econ()Mic;o

Prevalece, todavia, a crença, dc que o acôrdo será ainda alcançado embora

As duas exposições industriais que a Inglaterra c a França atualmente orga nizaram na Argentina são sintomáticas da decisão daipièlcs países de procurar arrancar aos Estados Unidos grande par te dos mercados importadores argentinos.

1'. título provisório c dc natureza limi

tada, enquanto se aguarda a chegada da

um acordo de pagamento, entre o alu

missão comercial c financeira britânica

dido estabelecimento c o Banco Oficial

a Buenos Aires.

da Holanda.

A exposição britânica está instalada

í(.

A "Imperial Oil Ltd", anunciou uma

alta nos preços por atacado da gasoli na o outros derivados de petroleo, a fim dc atender às inevitáveis altas do custo" dos mercados canadenses. íjí

íi: ^

O governo militar norte-americano da Alemanha entregou hoje à França nove

navios de guerra alemães atribuídos aos Estados Unidos em virtude do acôrdo de Potsdam.

A atual produção de automóveis na Grá-Bietanha é de 300.000 unidades

por ano. No entanto, até dezembro de 1948, apesar das reduções impostas à industria, deverá ter atingido o total de 475.000 unidades. ;[s sH *

O "Financial Times", órgão especia

lizado em assuntos financeiros, publica

longo artigo, discutindo as propostas da Inglateira à Argentina, rehativa à altera

a bordo do navio "St. Merriel" e de

"O Corn News Trade" estimou o total

da safra mundial de trigo em

dica-se mais a instrumentos do preci

.562.075.000 "quartcr.s", de 480 libras

são, que até aqui têm sido comprados

cada. Entretanto, afirma que uma prcViSao e.vata e difícil port^ue "por ora, apenas podemos fazer .suposições acer

principalmente dos Estados Unidos. A exposição francesa está instalada, ao con trario, num salão citadino, onde são

cadação progressiva de taxas sobre ca pital, variando de dois a vinte por cento

sôbre qualquer propriedade estimada em mais de um milhão de coroas, desde

que o proprietário tenha uma renda anual de anual de 50.000 ÕO.UUU coroas coroas ou uu mai». mais. ^ A iTT^n Essa .ta-xa, chamada pela imprensa tcheca "a tcheca a taxa taxa aos dos nimuiutiiua milionários",, se oc dcsvai.-í__ tina ao levantamento de de fundos fundos nara para

pacamento dc subsídios aos lavradores como compensação pelas pesadas per das deste ano, determinadas pelas mas

^°0*^govêrno tcheco aumentará também dc vinte por cento o atual impôsto de renda para os que percebem mais de

ca da safra do Hemi.sfério meridional"A produção de 1946 foi de 492.525.000 "quartcr.s".

exibidos diversos produtos manufatura

A cnusa princip;,! da diminuição da colheita fm a catástrofe tjrm sobreveio

como principal fornecedor daquele pais,

nhecida como "ta.xa dos exploradores",

não está seriamente ameaçada no mo

isto é, cem por cento sobre as pro

gunda vez em tres anos.

nem a França estão em condições de su

Aquela publicação calcula como re gra a produção por continente Europí^

planta-los.- Mas, a julgar pela ativida

dos e modelos dc maquinário industrial. Contudo, a posição dos Estados Unidos, mento, porquanto nem a Grã-Bretanha

a cultura de trigo da Europa, pela se-

de dos representantes daquelas duas na ções européias cm Buenos Aires, have rá quando. menos algiuna mudança em suas balanças comerciais desfavorávéis relativamente à Argentina. Por exem

124.540.000; Hemisfério 13 OcidcnH 225.925.000; África noO; Asia - 69.900.000 c

28.200.000.

Austiaha

plo, os carros ingleses tomam-se cada vez mais popularc.s, em virtude de 6s

Segundo ainda as estimativas do alu dido orgao a produção do Hemisfério Ocidental seria assim distribuída: Es-

britânicos terem estudado o mercado cuidadosamente e adaptado seus mo

tL°; Canadi - 44 000 OOo°°a

delos às condições loCais.

-México 22.500.000: Chr-ri^olToôo - 1.700.000 e oi,t„, •

"Quanto aos franceses, estão em condi ções de fazer grandes incursões no mer

cado importador de tecidos, atualmen

2.000.000.

te dominado pelos Estados Unidos. De mais, diversas mercadorias francesas de luxo, que tôm um bom mercado em Buenos Aires, encontrai-ão facilidade de trocas ali, com algodão couro e certos

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referindo-se à possibilidade da conclusão de um ajuste em bases restritas. O ca ráter dijs propostas, para a alteração do convênio de pagamentos, assinado pelo

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participaram da Conferência de Paris e

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Espera-se grande oposição do Congres Coi

so diante deste T-íPfbdo. pedido, Dartirnin-r particularmente da parte do senador Tatt, que recentemente mostrou ser hostil à adoção de uma soma superior a cinco ou seis mi lhões de dólares para o primeiro ano j. nlano além de 642 milhões é


DiGESTO Econômico

cia à França e à Italía. Todavia, o De

A empresa francesa de Denain Anzin

estes fxmdos poderiam, num longo pra-

acaba de fazer à "Wcstinghouse Eleclric Corporation", dos Estados Unidos, um

permitir a economia de dólares, au-

pedido de aparelhos elétrico.s no valor

partamento de Estado irá esclarecer que

mentando^se a confiança nas moedas

total de cerca de scí.s milhões de dóla

européias, encorajando o Canadá e a América Latina a aceitar numa certa

res, que se destinam a fábricas de aço, segundo informação do presidente da

medida as moedas européias em paga

referida empresa norte-americana, sr.

mento dos fornecimentos deixando de

William E. Knox.

insistir tanto pelo pagamento em dóla

que, no seu parecer, esta é a maior en

res.

comenda do gênero, sendo, além disso,

A principal questão que ora se apre senta, e que está longe de ser resolvi

da, é precisamente o problema do finan ciamento dos fornecimentos num perío do de quatro anos, elevando-se a seis

bilhões de dólares de produtos proce dentes do Canadá e da América Latina.

Êste aspecto do plano é importante por que o Canadá pode fornecer trigo, ce reais e madeiras; a Argentina, trigo e cereais; o Chile, cobre e nitratos, e o

Brasil, café e diamante industrial. Por outro lado, o governo dos Esta

dos Unidos mostrou-se favorável ao ape lo da Conferência de Paris, dirigido ao Canadá e aos países da América Latina para perguntar em que medida e em que condições podem eles cooperar com declarações feita à "France Presse" por uma fonte digna de crédito.

Afirma o sr. Knox

a primeira prova tangível de que os

industriais francôses estão dando passos definitivos e de grande importância nO Mas os planos traçados em França vão ainda mais longe, pois se pretende con seguir uma produção de aço ainda maior que a de antes da guerra.

A aparelhagem elétrica encomendada

destina-se a fabricas que vão ser eri gidas na região setentrional da FratiÇí'' e entre essa aparelhagem figurará uin»

laminadora a quente, com 1 metro « 676 milímetros de diâmetro, adona^" por um mecanismo de 39 600 H P

motores da laminação íornecerão 15.00» me,o de certos dispositivos que cónvortem a corrente alternada em continu»-

qu.Iovates de corrente contínua P°'

A mesma fonte acrescentou que, em

Quando o sr. começar _a encontrar

Ms * ;i;

entro a Europa, Canadá e América Latina, um apelo deste gênero seria provávelmente mais produtivo do que um

As importações francesas atingirant em setembro ultimo 29.402 miihõfs do

Parece que os Estados Unidos, a América Latina e o Canadá poderiam

então elaborar um planó mais amplo para cobrir as compras em outras re giões do hemisfério ocidental, além dos

Estados Unidos. * * *

m

sentido da reconstrução da industria-

razão dos laços tradicionais de amizade

apôlo direto dos Estados Unidos.

VELUS QUE SIMBOLIZAM

trancos e as exportações 15.410 míihões. Dmante os nove primeiros mêses do ano corrente as compras no estrangeiro

T, dis

:iu™ 154.803 milhõe.s.

nas partidas o notar maior consumo de tível, mande verificar as velas de Se estas estiverem gastas ou cansadas troque^ as logo por velas A. C. - e "J»" -o™ começará para seu carro i Exija as legítimas

a» ven-

Em igual período do ano pas.sado as importações se elevaram a 168 373 mi-

lí francos e as'exportações a 59.577 milhões.

VELAS PRODUTO DA GENERAL MOTORS

AC


DiGESTO Econômico

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William E. Knox.

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res.

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A principal questão que ora se apre senta, e que está longe de ser resolvi

da, é precisamente o problema do finan ciamento dos fornecimentos num perío do de quatro anos, elevando-se a seis

bilhões de dólares de produtos proce dentes do Canadá e da América Latina.

Êste aspecto do plano é importante por que o Canadá pode fornecer trigo, ce reais e madeiras; a Argentina, trigo e cereais; o Chile, cobre e nitratos, e o

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dos Unidos mostrou-se favorável ao ape lo da Conferência de Paris, dirigido ao Canadá e aos países da América Latina para perguntar em que medida e em que condições podem eles cooperar com declarações feita à "France Presse" por uma fonte digna de crédito.

Afirma o sr. Knox

a primeira prova tangível de que os

industriais francôses estão dando passos definitivos e de grande importância nO Mas os planos traçados em França vão ainda mais longe, pois se pretende con seguir uma produção de aço ainda maior que a de antes da guerra.

A aparelhagem elétrica encomendada

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Aiitomobilistas

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Engrenagens — Rolamentos — Acessórios em Geral e lôda peça que V. S. procura é sempre encontrada na seção de Varejo da

Tijolos e peças de alia refralaríedade ii iMi, iii i

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Saico-Alsmiitoaos — iSflicotoi — ZkcOiuo — Itottnrn

— Címcou Reír.ic^no —

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SILIMAX

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PRODUTOS CERÂMICOS REFRATÁRIOS PJ àrit 4: lL«a Alcídct Qactros, 337 — S T O. A N D K. E

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^7, u >/tof4, mIu < et - TdL y-tijt So PmIo

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Av. São João. 1327 - Fone: 4-4445 - São Paulo

Revendedores/ peçam as nossas ofertas mensais.

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Ínsíaladora Moderna Ltda, ELETRICIDADE EM GERAL t

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Válvulas — Rádios — Microfones, Pitík-Ups — Allo-Falantes

Dial — Toca-Discos simples e auíomáticos — Móveis para Rádios de Mesa e Vitrolas — Kits completos para 5, 6 e 7 válvulas

Bobinas Meissner e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores Capacimeíros — Ohm-Meter — Material Elétrico.

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ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.

Rua Libero Badaró, 472 - Telefone, 2-2374 - C. Postal, 1003 SÃO PAULO

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Esfa Nova Camada de Revestimento Monsanto

COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA

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DE FINANCIAMENTO

TAXAS DAS CONTAS DE DEPOSITO:

Populares (limite de Cr$ 50.000,00) Limitados (limite de Cr$ 100.000,00) SEM LIMITE Depósitos a Prazo Fixo:

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2% a.a. Depósitos de Aviso Prévio:

90 dias

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6 meses 4% a.a. 30 dias a.a. Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mensal de Juros: 12 meses 4V2% a.a. 6 meses 3^% a.a.

i "Rabisque toda esta linda e branda

Verifique a sua presença em tecidos

: risque-a toda com lapia ordinário ou

para cortinados, panos de mesa, co

a carvão ... borre-a com cold cream

bertas de cama, forros para moveis,

ou qualquer doce pegajoso... deixe que os meninos limpem nela os dedos

e panos de estofar. Esta substância é tão flexível e transparente, que sé

besuntados de doce . . . derrame

um especialista pode distinguir um

café, suco de frutas, álcool, comida, tecido devidamente "acabado" com qualquer coisa .,. e zás!, passe um ela, dum que não o foi. Mas logo que trapo molhado, e fica tudo limpo e V.S. verifique a sua incrível resis luzidio como novo!"

íí «sHím que um dos maiores in dustriais têxteis dos Estados Unidos

anda anunciando um variegado sortimento.de tecidos paia decoração in terior, que foram previamente

Automóveis e Caminhões

fábricas de tecidos do mundo inteiro.

i superfície com tinta de escrever ...

revestidos com um novo plástico

tência às nódoas, concluirá que tem

ali algo de novo para levar nova beleza ao seu lar!

AOS SNRS. INDUSTRIAIS .;. O artigo

aqui descrito é somente um dentre fH cerca de 600 produtos químicos e plásticos da Monsanto que, em

quantidades'cada vez maiores, vêm Monsanto, artigo notável, conhecido ajudando a acelerar o trabalho e a

dos químicos pelo nome de "poly-

melhorar os produtos das indústrias

vinyl butyral".

crescentes no seu país. Assim, seja

Depois de haver mostrado do que é capaz mais de 41 milhões do

qual for o seu ramo de produção, o agente local da Monsanto poderá

metros de tecidos militares, este

Concessionários

plástico está hoje à disposição das

talvez fornecer-lhe mais informações

de particular interesse para V.S.

Cia. de Automóveis AGENTES: Brasil: Kllngrer,S.A.,AnÍIinaseProdir-

Aievandre Hornstein

tes Químicos,São Paulo; Rio de Janeiro;Curitiba.

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SscrilÓTio, vendas e secção de peças

RUA CAP. FAUSTINO LIMA, 105 Telefones:

Escritório e vendas ... 2-8738

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MONSANTO CHEMICALS LIMITED

1700 So. Second Street

Víctoría Station House

Telefone: 2-8740

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CAIXA POSTAL, 2840

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London, S. W, 1, Inglaterra

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— A SERVIÇO DA INDUSTRIA... QUE SERVE A HUMANIDADE

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"Dígcsto Ecojidmíco" reabiliUi o íoüado lugar-co mum do "precncJieu uma lacuna" em nossas letras. Mas encheu, sobretudo, enorme lacuna de uma

publicação que hcnfazejamente desjjería o espirito brasileiro para o vasto campo da economia. Divulgação da inelhor qualidade num setor que, para

o grande público, foi sempre um país de mistério e de confttsão, quando não de prejuízos culturais. MATERIAIS ELÉTRICOS EM GERAL — INSTALAÇÕES

DE LUZ E FORCA — RADIOTELEFONIA — LUSTRES E ARANDELAS DE ESTILO — ARTIGOS ELÉTRICOS

Auomar Baleeiro

Deputado Federal pelo Estado da Bahia.

PARA USO DOMÉSTICO — MATERIAL TELEFÔNICO

Casa B. SanfAnna deElectricidade Ltda. IMPORTADORES

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