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ATenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar
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Rio de Janeiro
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ESCRITÓRIOS CENTRAIS:
Alagoat: Manuel Eaplndola. Praça Pe dro U, 49. Maceió.
Amarona#; AgêncU Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
vembro. 423. Curitiba. Pernambuco: Fernando Chlnaglla. Rua do Imperador. 221. 3.o andar. Recife.
Bahia: Alfredo J. de Souza de Cia.. R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
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Paraná: J. Ghignone. Itua 15 de No
Piauí: Cláudio M. Tote, Toresina.
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Sede própria - Ed. Guarany. Telefonei 93-0791 e 23-0337
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Tnls.: 2-8266, 2-666) e 3-3591
Ceará: J Alaor de Albuquerque & Cia.
Praça do Ferreira. 621. Fortaleza. Espirito Banio: Viuva Copolilo Sc Fi lhos Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.
Goiás: João Manarino, Rua Setenta A. Goiânia.
Maranhão: Livraria Unlveraal. Rua João Lisboa. 114, São Luiz.
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Rio Grande do Norte: Luís Romao,
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Avenida Tavares Lira. 48. Natal.
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Rio Grande do Sul: Sômente para Por
to Alegre: Octavio Sagcbln, Rua
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7 de Setembro. 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre:
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Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
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Mato CroMo: Carvalho. Pinheiro 8i
Santa Catarina: Pedro Xavier Sc Cia., é Rua Felipe Schmidt. 8. Florlanóp.
Minai G.raU:
São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via.
Ci?!^a'da República. 20. Cuiabá.
Avenida do» Andradas. 330. Belo
Horizonte.
Pará: Albino H. «f^Ina & Cia. ^avessa Campos Sales. 85/89, Belém.
Paraíba: Loja das Revi«ta«._R^ Ba
rão do Triunfo. »10-A. João Pessoa.
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duto Santa Eíigênla. 281. S. Paulo.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
João Pessoa, 137, Aracaju.
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DE DOMICÍLIO A DOMICÍLIO
Território do Acre: mógencs de Oli veira, Rio Branco.
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FUROS ROSCADOS EM CAIXILHOS DE AÇO Um
fobricante vinha tendo sérioí
transtornos na abertura de roscas em
furos de caixllhos de oço devido à
freqüente quebra de seus machos. A produção de cada macho variava
f
entre 1500 e 2000 furos roscados. Esse fabricante experimentou, então, o macho retificado ©CSÍF" alconçando com o mesmo uma produção média de 18.000 furos, isto é, uma duração
Z.l(^z
nove vezes maior. Além disso, ao
contrário do macho antigo, o macho fflDSÍF cortava roscas absolutamente
/kLÍMENTO IDEAL
perfeitas. Acreditamos que também V.S. poderá auferir um lucro bastante opreciável com o emprego dos machos retifica
BASE DE
dos SCSIF' na sua indústria. Vale o
pena fazer uma experiência.
COMPANHIA SKF" DO BRASIL ROLAMENTOS RIO DE JANEIRO
SÀO PAULO
-PORTO ALEGRE
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AO
éa rrtoli el'a quotidode, o CIA. MECHANJCA f
IMPORTADORA DC SÃO PAUIO, está fobrj* tonóo «m qualquer bitoíe no$ «equinleft Hpeii — Po^o (9<ntnK6oi. oe» «»p»<il»cacdo>
do I.P.T.
€6<3«37CA Cd*3-50CA. • no oipocjlKoçdo 0A0ft<0A0 ASIíA-M^O-Tf (Hofd Crodo) — Poro forreaOATO» COOt toòt do eofbono verlpndo d#
O.S5% o 1S5%. poro iobr^ío^to do •o/folo»* mordontot do lof« w.rooMio», tauo%.(oiovroi. ostompo», corro í'ío«. lom^no do
cot.loradoi^tolhodotrot boavou.íorroAOAfo» poro corro do cow'oi» PodyroiW^oi olkoidois.
puocòoi. b'OCOi, íorrooionroc poro
certor popol, odoro»« novoOiet. losirucoAto» do c<rwro*o. colilvi^ bvrii o Üook "^SAO"^ Poro ItrronoAtoi ogrkolo». coio o Podr do corbo^rv
0,1S% 0 1.10
poro fobrlco<6o dd oorodo». fodoi, po», Qlvd^p^
d*Koi do orodo. pltaiêipí. c^*boncoi. oIíoaooi. oiochodob íocdtr. Í9kti, ore
'^AAM"
Poro Ho» loocArUcoa, doido o itpo oii/o dpco ee
duro, voWondo O loA' do cofhofo do 0.0ó% o 0.65% oioeeiolt
poro íobrkocdo do rob'ro». porofirioi. oroao». progo»^ porcot* étrú» do froAvaUido. ongronogoni. oitoi poro oiirodot do íot' 10, vrofltilfos poro contrrvçôo do «dovirvo».
*6PAS" — Poro fobricocâo do molot om gorof, co«n o toAr de corbcAO «ortQAdo do 0.dS% o 1.05% com foôr do illlcio otA
0.5% (0.50%). Espoclol poro nolol olJcoldol» o íolaoa do-r^to» poro vokutof «o gtrol. oairodo» do /orro. mobilioa^ como»* eol' chPti. o oóQuüaoa pm gorol. Al^m do •«^«rflAclo odquMdo om (eng«f onoi <!• vrsbelho
•do rfgor qu» dUptniomot r>o febrfccfdo do» noi»o« produ« to»« grofot ao quo ftmei inorotldo o <enf4eA(0 o o prolorén* <la do» nosiei Jnumoro» clUoto», o» o<o» do no»»a ldbrUa<flP pocloJIiado»« o qvc »99 <ontrolodDi por fácnl ALTA OUAUOAOlI
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CIA. MECHANICA E IMPORTADORA DE SAD PAULO SSO PAULO — RUA FlORENCiO DE ABREU, 210 — TELEFONE 2-718S . _ '
RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEICA. 2S — LOJA — TEIEFQNE 23-1655^^^'^^^^!^
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pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-
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O (Pícims^ OlecfíonüJÍ cU Smvta.ti
o hUNOO OOS NIEOnCIS KUU PCKORIUI mZil Publicado sob os autpicioi da
ASSQCiaCãOCOMERCiaLOESÍO PAULO
l^tANCisco Prestes M/Ua
EEDERAÇAO 00 COMÉRCIO 00
VI
ESTADO DE SÍO PAULO
iniciativas oficiais de oncampavão
só se justificam, no atual estado de
o Digesto Econômico
coisas entre nós, diante de certas cir
piib'icará no próximo número:
cunstâncias, independentemente das dou
O PLANO REGIONAL DE SA.NTOS -
O Digesto Econômico, ôrgâo de iníormaçócs econômicas e financei ras. é publicado mensalmente pela
preferível: 2) ca.so de sugarem lucros
.a emissão da Sorocabana continua en
A direção não se responsabiliza
TALISTA — José Honório RocIrigue:í
çãü legal, ou por qualquer modo efeti%-a; 3) incapacidade funcional ou técnica
pelos dados cujas fontes estejam
definitiwa; 4) situação irreinediàvelmen-
devidamente citadas, nem pelos
te deficitária e não convir a concessão
conceitos emitidos em artigos assi
CRÉDITO
AGRÍCOLA
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Marcilio
de iUixílio.s: 5) excepcional importância
KARL MARX - UM ACONTECIMEN.
formas radicais, sem possibilidade da criação de obra.s e serviços paralelos no\os e modernos, que não obriguem à
rO DE 1848 — Cândido Mota Fillu)
aquisição de ferros velhos; 7) necessida
nados.
política ou militar; 6) necessidade de re
Penteado
Na transcrição de artigos pede-se
do D i g e t i o
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi
cações congêneres nacionms e es trangeiras.
A VIDA DOS TRABALHADORES E OS resultados DA PRODUÇÃO - Augusto Alexandre Machado
ASSINATURAS:
Digesio Econômico
::::::: gílS Número do mês:
nístico propriamente dito.
excessivos, sem pos.sibiHdade do I mila-
tais nacionais disponíveis, sem emprego PLANIFICAÇÂO — Aliomar Haleeiro
PORTUGAL E A EXPANSÃO CAPI
. ..
Santos e a implantação de estaleiros na
ilha de Santo Amaro. No próximo orfigo, tratará da hase aérea e do plano urba '^pobretões guloso.s", querendo absor ver mais do que podem. A obtenção de dinheiro a juro baixo é assunto de que, em São Paulo hoje, nem convém falar:
fora do País, havendo suficientes capi
Editora Comercial Ltda.
nome
tes Maia aprecia a ampliação do pórto de
e.xemplo: 1 ) hipótese de empresas es
trangeiras <[ue drenem recursos para Francisco Prestes Maia
o
O ilustre engenheiro clr. Francisco Pres
trinas, de alcance teórico ou reniofo. For
Diretor:
Antonio Gontijo de Carvalho
citar
»
5.00 ftft Cri 3 Cri 5.00
PHí
Atrasado:
4-
e Administração:
O suces.so estatal em empreendimen tos anteriores tem sido também pouco convincente, e, nesse campo, a boa es cola política ainda não está formada entre nós. O caráter técnico e complexo
de muitas emprêsas agrava esta circunstànc ii. Às \'c7,es toma-se por incapacida de das empresas o que, em grande parte,
de de coordenação com outros empre endimentos, em planos gerais, ou para unificações econômicas; 8) sucesso da
ó apenas a ineficiência, inerente ou mo-
operação e exploração estatal em casos
como a complicação administrativa fe
anteriores, que sirvam de exemplo ou
argumento; 9) inadaptabilidade às mo
deral, a multiplicidade das intervenções, a demora das soluç-Ões, a improprieda-
dernas categorias socifús, políticas ou
do de velhos regulamentos, o otimismo
trabalhistas; 10) facilidade do Estado na obtenção dos recursos etc.
do para a pouco satisfatória situação pre
Ora, o Brasil, país novo, imenso e des
povoado, dispõe de escassos capitais,, e o desvio de reeurso.s das iniciativas bá
« a V Vista, 67poslal, - 7.0 andar Piaduto Boa 240-B
cruada, e o Estado está a pagar, em bônus, despesas ordinárias.
mentâtíea, do controle federal. Mesmo
no caso de Santos, pode-se observar
da fiscalização portuária, têm contribuí sente.
No no.sso caso, o item 7 será dos mais forte.s, se o Estado levar à realização o
sicas, máxime para simples substituição de capital em emprêsas já existente.s, é em regra desaconselhável. Certos Es
que a'nda não tem passado de vaga in
tados, por vezes em extremas dificulda
tadual não se imporá necessariamente,
des financeiras, estão assim agindo como
senão no caso da ampliação do pôrto
tenção; o plano urbanístico e regional. Mesmo nesse caso, a encampação es
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O (Pícims^ OlecfíonüJÍ cU Smvta.ti
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preferível: 2) ca.so de sugarem lucros
.a emissão da Sorocabana continua en
A direção não se responsabiliza
TALISTA — José Honório RocIrigue:í
çãü legal, ou por qualquer modo efeti%-a; 3) incapacidade funcional ou técnica
pelos dados cujas fontes estejam
definitiwa; 4) situação irreinediàvelmen-
devidamente citadas, nem pelos
te deficitária e não convir a concessão
conceitos emitidos em artigos assi
CRÉDITO
AGRÍCOLA
-
Marcilio
de iUixílio.s: 5) excepcional importância
KARL MARX - UM ACONTECIMEN.
formas radicais, sem possibilidade da criação de obra.s e serviços paralelos no\os e modernos, que não obriguem à
rO DE 1848 — Cândido Mota Fillu)
aquisição de ferros velhos; 7) necessida
nados.
política ou militar; 6) necessidade de re
Penteado
Na transcrição de artigos pede-se
do D i g e t i o
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi
cações congêneres nacionms e es trangeiras.
A VIDA DOS TRABALHADORES E OS resultados DA PRODUÇÃO - Augusto Alexandre Machado
ASSINATURAS:
Digesio Econômico
::::::: gílS Número do mês:
nístico propriamente dito.
excessivos, sem pos.sibiHdade do I mila-
tais nacionais disponíveis, sem emprego PLANIFICAÇÂO — Aliomar Haleeiro
PORTUGAL E A EXPANSÃO CAPI
. ..
Santos e a implantação de estaleiros na
ilha de Santo Amaro. No próximo orfigo, tratará da hase aérea e do plano urba '^pobretões guloso.s", querendo absor ver mais do que podem. A obtenção de dinheiro a juro baixo é assunto de que, em São Paulo hoje, nem convém falar:
fora do País, havendo suficientes capi
Editora Comercial Ltda.
nome
tes Maia aprecia a ampliação do pórto de
e.xemplo: 1 ) hipótese de empresas es
trangeiras <[ue drenem recursos para Francisco Prestes Maia
o
O ilustre engenheiro clr. Francisco Pres
trinas, de alcance teórico ou reniofo. For
Diretor:
Antonio Gontijo de Carvalho
citar
»
5.00 ftft Cri 3 Cri 5.00
PHí
Atrasado:
4-
e Administração:
O suces.so estatal em empreendimen tos anteriores tem sido também pouco convincente, e, nesse campo, a boa es cola política ainda não está formada entre nós. O caráter técnico e complexo
de muitas emprêsas agrava esta circunstànc ii. Às \'c7,es toma-se por incapacida de das empresas o que, em grande parte,
de de coordenação com outros empre endimentos, em planos gerais, ou para unificações econômicas; 8) sucesso da
ó apenas a ineficiência, inerente ou mo-
operação e exploração estatal em casos
como a complicação administrativa fe
anteriores, que sirvam de exemplo ou
argumento; 9) inadaptabilidade às mo
deral, a multiplicidade das intervenções, a demora das soluç-Ões, a improprieda-
dernas categorias socifús, políticas ou
do de velhos regulamentos, o otimismo
trabalhistas; 10) facilidade do Estado na obtenção dos recursos etc.
do para a pouco satisfatória situação pre
Ora, o Brasil, país novo, imenso e des
povoado, dispõe de escassos capitais,, e o desvio de reeurso.s das iniciativas bá
« a V Vista, 67poslal, - 7.0 andar Piaduto Boa 240-B
cruada, e o Estado está a pagar, em bônus, despesas ordinárias.
mentâtíea, do controle federal. Mesmo
no caso de Santos, pode-se observar
da fiscalização portuária, têm contribuí sente.
No no.sso caso, o item 7 será dos mais forte.s, se o Estado levar à realização o
sicas, máxime para simples substituição de capital em emprêsas já existente.s, é em regra desaconselhável. Certos Es
que a'nda não tem passado de vaga in
tados, por vezes em extremas dificulda
tadual não se imporá necessariamente,
des financeiras, estão assim agindo como
senão no caso da ampliação do pôrto
tenção; o plano urbanístico e regional. Mesmo nesse caso, a encampação es
10 Dir.KSTo
este, na ilha de Santo Amaro, não ® poder resolver de outra maneira. Com esta ampliação (ou novo pôrto)
perece primeiro ser tentado, quer pela
F pria Companhia Docas, que já o inc-m seu plano geral de 1926, quer
Econóníico
Paulo-Jundiaí, CenMogiana, e ainda aórgãos
p comércio e da indústria. Um consór
cio apim lógico e poderoso evidentemen6 não poderá ser detido pelo simples ante-projeto, sem seguimento, das Docas, uem pelo alegado privilégio (no máxi
Econômico
mimtém os portos, rcstringindo-se aliás
11
ao.s elementos fixos o fundamentais: ca
ção cabe a um Conselho de 9 a 21 membros e a um diretor, escolhido nas
que disporá de ampla área para os de
nais, cais, diques, anlc-portos, bacias,
entidades públicas ou serai-públícas e
senvolvimentos imediatos e futuros, o
eclüsa.s, diquc.s secos etc. Êle só indire tamente inter\'éni no aparclhamento, na
estradas de ferro interessadas. "O Con selho não decide definitivamente sôbre
exploração portuária e no serviço fer
os projetos essenciais de obras a execu
construção e no aparclhamento do um pôrto novo, moderno, bem concebido e
Estado claramente encontra muito mais
eficiente e elegante solução.
.^^P^^^sdamente por uma organiza mundo, os portos enquadram-se liodo mista, de que —participariam o Esta- je No nos mais variados regimens de pro 0 e as principais companhias ferroviá- priedade, c.vploração e administração. nas interessadas, isto é, a Sorocabana, Sob o primeiro ponto de vista, os por
tral^*^ » quiçá ^a
Djghsto
tos podem ser públicos, "tnists" públi cos, semi-públicos ou particulares. A "propriedade pública" inclui todos os
roviário. Acentua o autor citado o ilo-
tar com o concurso financeiro do Esta
gí.smo dessa distinção, pois um porto
do. Por conseqüência, os inconvenientes
é sempre um sistema coordenado e de
assinalados, no que respeita à elabo ração dos programas de traballios e seu
administração o quanto possível unitá ria. As de.sposas repartem-se pelos iiitere.ssados mais diretos, como os departa mentos, cidades e Câmaras de Comér
financiamento, subsistem. Procura-se re-
duzl-los ou eliminá-los pela simplifica ção das formalidades de autorização e,
sobretudo, pela adoção de uma forma diferente de organização administrativa:
portos tidos e administrados pelo govêr-
cio. O aparclhamento público (manuten
no central. Estados ou mesmo munici
ção, "liangacs", depósitos) é estabele
palidades. O exemplo mais completo é a União Sul-Africana, onde porto.s e
cido freqüentemente pe las Câmaras dc Comér
A
ilha do Bamabé), nem por qualquer prin
ferrovias recaem sob a administração es
cio, outras vezes conce
processos são meros pa
cipio unitário ou monopolístico geral, pois na realidade o pôrto de Santo Amafo sòsinho pode constituir uma entidade autônoma, tanto por sua distinção física,
dido a terceiros. "Os
liativos: se facilitam a
ensivo e coordenado, regime tarifário ela
principais inconvenien
rapidez nalguns casos,
tes são: insuficiência dos créditos destinados
de principal, que é a
mo limitável à ilha de São Vicente e à
como por situar-se em diferente muni
cípio, como porque disporá de acessos
tatal. As vantagens são; sistema compre
borado de acôrdo com o interôsse geral, reduto do juro, facilidade dos em préstimos e levantamento de capitais,
igualdade de tratamento para todos!
ferro e rodoviários independentes e pró
maior estabilidade de operação na.s cri ses ou depressões, facilidade e liberda
prios, como ainda por desfrutar perspecti
de de uso nos casos de guerra. Na Fran
vas de imediato movimento e de uma re
ça, o sistema é estreitamente centraliza-
muneração capazes de lhe justificarem a autonomia e uma organização própria.
do pelo Estado. "Mas os inconvenientes da política financeira desta cen
O único elemento comum será o es
tuário, cuja dragagem e manutenção constituem serviço de facílimo rateio. Tal
criação da nova unidade portuária evi taria a operação com as Docas, deixando
à União apenas a tarefa de leve coorde nação ou harmonização das tarifas e de
alguns serviços gerais, com a grande vantagem de reduzir o desembolso do Estado, tanto pela participação das com panhias ferroviárias e outras entidades, como pe!a desnecessidade de adqmrir
as instalações velhas daquela empresa, ne cessitada do vultosas substituições e re
modelações. Aplicando os recursos na
tralização tem sido assinalados há mui*j no III vol. do seue Cours de PoiisBenezit e Travaux Maritimes), o po der público ôle mesmo ingres.sou no ca minho das reformas, baüzado pela lei de 5 de janeiro de 1912, referente à autonomia dos portos, pela de I'' de
junho de 1920, que a substituiu, e por
diversos decretos de concessão, como o
de 21 do abri! de 1921, relativo ao pôr
to de Caronte". O regime centralizado
nao deixou, por isso, de ser a regra O Estado, representado pelo Ministério dos Trabalhos Públicos e pela Administra ção de Pontes e Calçadas, constrói e
o regime da concessão.
simplificação
dos
não tocam na dificulda
à ampliação c melhora
obtenção dos créditos.
mento dos portos, lenti
O Estado inscreve a des
dão dos processos de
pesa no seu orçamento.
informação dos proje
Mas nas crises financei
tos e de execução, dis- ^
ras, as compressões do
persão dos esforços fi nanceiros, falta de lar-
orçamento reagem inevitàvelmente sôbre tais
guezii e previsão dos programa.s, subestinia-
créditos, e as despesas, embora reprodutivas e
çâo do.s projetos, ausência de coorde nação etc. Enfim, o mal mais aparente:
necessárias, são postergadas.
a distribuição das ,dbspesas por um
te se propôs recorrer aos processos de
prazo excessivo, e a irregularidade e
finànciamento já usados no estrangeiro,
E' por èsse motivo que recentemen
incerteza dos créditos anuais". A reação
notadamente na Itália, e que consistem
cx)ntra as tendências centralizadoras tem-
em solicitar de organismos autonomos (Câmaras de Comércio, portos autôno
se acentuado e provocou as leis de 1912 e 1920, autonomistas, que permitem fa zer de um pôrto um organismo coeren te, com unidade de direção. A adminis
tração pode ser confiada a um órgão local, instituído em cada caso por decre
mos, sociedades concessionárias) o adian tamento dos fundos atribuíveis ao Es
tado. Êste entrará depois com sua par te em anuidades inscritas obrigatòriamente nos orçamentos, que servirão de
to. A circunscrição do pôrto pode en
garantia aos empréstimos do órgão au
globar portos secundários. A administra
tônomo, à medida das necessidades. Ês-
10 Dir.KSTo
este, na ilha de Santo Amaro, não ® poder resolver de outra maneira. Com esta ampliação (ou novo pôrto)
perece primeiro ser tentado, quer pela
F pria Companhia Docas, que já o inc-m seu plano geral de 1926, quer
Econóníico
Paulo-Jundiaí, CenMogiana, e ainda aórgãos
p comércio e da indústria. Um consór
cio apim lógico e poderoso evidentemen6 não poderá ser detido pelo simples ante-projeto, sem seguimento, das Docas, uem pelo alegado privilégio (no máxi
Econômico
mimtém os portos, rcstringindo-se aliás
11
ao.s elementos fixos o fundamentais: ca
ção cabe a um Conselho de 9 a 21 membros e a um diretor, escolhido nas
que disporá de ampla área para os de
nais, cais, diques, anlc-portos, bacias,
entidades públicas ou serai-públícas e
senvolvimentos imediatos e futuros, o
eclüsa.s, diquc.s secos etc. Êle só indire tamente inter\'éni no aparclhamento, na
estradas de ferro interessadas. "O Con selho não decide definitivamente sôbre
exploração portuária e no serviço fer
os projetos essenciais de obras a execu
construção e no aparclhamento do um pôrto novo, moderno, bem concebido e
Estado claramente encontra muito mais
eficiente e elegante solução.
.^^P^^^sdamente por uma organiza mundo, os portos enquadram-se liodo mista, de que —participariam o Esta- je No nos mais variados regimens de pro 0 e as principais companhias ferroviá- priedade, c.vploração e administração. nas interessadas, isto é, a Sorocabana, Sob o primeiro ponto de vista, os por
tral^*^ » quiçá ^a
Djghsto
tos podem ser públicos, "tnists" públi cos, semi-públicos ou particulares. A "propriedade pública" inclui todos os
roviário. Acentua o autor citado o ilo-
tar com o concurso financeiro do Esta
gí.smo dessa distinção, pois um porto
do. Por conseqüência, os inconvenientes
é sempre um sistema coordenado e de
assinalados, no que respeita à elabo ração dos programas de traballios e seu
administração o quanto possível unitá ria. As de.sposas repartem-se pelos iiitere.ssados mais diretos, como os departa mentos, cidades e Câmaras de Comér
financiamento, subsistem. Procura-se re-
duzl-los ou eliminá-los pela simplifica ção das formalidades de autorização e,
sobretudo, pela adoção de uma forma diferente de organização administrativa:
portos tidos e administrados pelo govêr-
cio. O aparclhamento público (manuten
no central. Estados ou mesmo munici
ção, "liangacs", depósitos) é estabele
palidades. O exemplo mais completo é a União Sul-Africana, onde porto.s e
cido freqüentemente pe las Câmaras dc Comér
A
ilha do Bamabé), nem por qualquer prin
ferrovias recaem sob a administração es
cio, outras vezes conce
processos são meros pa
cipio unitário ou monopolístico geral, pois na realidade o pôrto de Santo Amafo sòsinho pode constituir uma entidade autônoma, tanto por sua distinção física,
dido a terceiros. "Os
liativos: se facilitam a
ensivo e coordenado, regime tarifário ela
principais inconvenien
rapidez nalguns casos,
tes são: insuficiência dos créditos destinados
de principal, que é a
mo limitável à ilha de São Vicente e à
como por situar-se em diferente muni
cípio, como porque disporá de acessos
tatal. As vantagens são; sistema compre
borado de acôrdo com o interôsse geral, reduto do juro, facilidade dos em préstimos e levantamento de capitais,
igualdade de tratamento para todos!
ferro e rodoviários independentes e pró
maior estabilidade de operação na.s cri ses ou depressões, facilidade e liberda
prios, como ainda por desfrutar perspecti
de de uso nos casos de guerra. Na Fran
vas de imediato movimento e de uma re
ça, o sistema é estreitamente centraliza-
muneração capazes de lhe justificarem a autonomia e uma organização própria.
do pelo Estado. "Mas os inconvenientes da política financeira desta cen
O único elemento comum será o es
tuário, cuja dragagem e manutenção constituem serviço de facílimo rateio. Tal
criação da nova unidade portuária evi taria a operação com as Docas, deixando
à União apenas a tarefa de leve coorde nação ou harmonização das tarifas e de
alguns serviços gerais, com a grande vantagem de reduzir o desembolso do Estado, tanto pela participação das com panhias ferroviárias e outras entidades, como pe!a desnecessidade de adqmrir
as instalações velhas daquela empresa, ne cessitada do vultosas substituições e re
modelações. Aplicando os recursos na
tralização tem sido assinalados há mui*j no III vol. do seue Cours de PoiisBenezit e Travaux Maritimes), o po der público ôle mesmo ingres.sou no ca minho das reformas, baüzado pela lei de 5 de janeiro de 1912, referente à autonomia dos portos, pela de I'' de
junho de 1920, que a substituiu, e por
diversos decretos de concessão, como o
de 21 do abri! de 1921, relativo ao pôr
to de Caronte". O regime centralizado
nao deixou, por isso, de ser a regra O Estado, representado pelo Ministério dos Trabalhos Públicos e pela Administra ção de Pontes e Calçadas, constrói e
o regime da concessão.
simplificação
dos
não tocam na dificulda
à ampliação c melhora
obtenção dos créditos.
mento dos portos, lenti
O Estado inscreve a des
dão dos processos de
pesa no seu orçamento.
informação dos proje
Mas nas crises financei
tos e de execução, dis- ^
ras, as compressões do
persão dos esforços fi nanceiros, falta de lar-
orçamento reagem inevitàvelmente sôbre tais
guezii e previsão dos programa.s, subestinia-
créditos, e as despesas, embora reprodutivas e
çâo do.s projetos, ausência de coorde nação etc. Enfim, o mal mais aparente:
necessárias, são postergadas.
a distribuição das ,dbspesas por um
te se propôs recorrer aos processos de
prazo excessivo, e a irregularidade e
finànciamento já usados no estrangeiro,
E' por èsse motivo que recentemen
incerteza dos créditos anuais". A reação
notadamente na Itália, e que consistem
cx)ntra as tendências centralizadoras tem-
em solicitar de organismos autonomos (Câmaras de Comércio, portos autôno
se acentuado e provocou as leis de 1912 e 1920, autonomistas, que permitem fa zer de um pôrto um organismo coeren te, com unidade de direção. A adminis
tração pode ser confiada a um órgão local, instituído em cada caso por decre
mos, sociedades concessionárias) o adian tamento dos fundos atribuíveis ao Es
tado. Êste entrará depois com sua par te em anuidades inscritas obrigatòriamente nos orçamentos, que servirão de
to. A circunscrição do pôrto pode en
garantia aos empréstimos do órgão au
globar portos secundários. A administra
tônomo, à medida das necessidades. Ês-
12
Dicksto
EIcokómico
Dicesto
13
Econômico
caracter ziido por uma única comissão,
cularcs, assim como a adoção, por força das circunstâncias, dos pequenos "piers"
o Estado não execute èle próprio os tra-
entidades públicas adminísti^tivas ou boards. As companhias ferroviárias e de navegação possuíam, por exemplo os
balhos, mas os incumba aos órgãos fi-
portos de Hull, Midd'esborough, Folkes-
rido, usual entre nós), mas é muito sus
York ilustram tal forma de administra
íonc, Barrow, Grimby etc. "Mus a ten dência do Parlamento, já informava Qui nette, era de não mais autorizar que essas companhias açambarcassem os no vos portos ou serviços, onde não estives sem já estabelecidas". Os portos de Lon dres, Hull, Southainpton, Cardiff, Newporr, pertenciam predonjínantemente a
cetível de crítica sob o ponto de vista da
ção, ao passo que Londres e Liverpool
eficiência, (pic só a mecanização e a
exemplificam o "committee type".
^6 sistema foi objeto do projeto da lei
de 31 de julho de 1920. Èle requer que
^nciadores do sistema. Ap'ica-se so bretudo ao caso das concessões". O Es
tado permanece dono da obra e senhor de introduzir as modific-açôes necessá"as, salvo indenização aos concessio
nários em caso de prejuízo a estes. Na realidade, a concessão de portos é con forme ao direito francês desde a lei de 27 de julho de 1870, mas a faculdade não foi utilizada até agora, no referen te aos grandes trabalhos. Entretanto, as concessões do aparelhamento e ferrovias
perpendiculares (o inverso do cais cor
competição tem melhorado. A forma semi-pública é a mais popu
ta dos transportadores terrestres ou das
de Boston, Filadélfia e Baltimore.
zonas, com infuência variável, muitas
O regime "particular" é o de Galvescontrolados por empresas de estradas de ferro ou de canais.
nientes dos dois sistemas (entraves da
ministrações públicas possuiuin Liver-
O regime piu-amcnte municipal não é
ton, Norfolk e Port Arthur, em regra
Newcastle e o Tyne, Aberdeen, Leith
crifício
cessão há o do pôrto de Caronte, a um
etc.
geral e da coordena
A América Latina acompanhou mais
do
interesse
ção, por mais sujeito
de 1921. Nas colón'as há os casos de
pròx mamente, o regime europeu conti
às vicissitudes políti
Tunis, Bizerta, Rabat, Point-à-Pitre etc.
nental.
cas e, freqüentemen
Quinette de RocTiemont e Desprez no às leis corretivas citadas: Èste sistema
no qual o Estado, as companhias de estradas de ferro, as Câmaras de Co
mércio 6 por vêzes concessionários, in tervém simultaneamente no estabeeci-
Os Estíidos Unidos caracterizam-se por maior liberdade.
A.s obras decorrem
te, pouco capaz. As necessidades
comer
ccnlraMzação, corrigidos pela autonomia; exageros do interêsse local, pela centraliza ção; cli.spcrsâo de es
forços, pela unificjiição administrativa; de
sigualdades de trata mento, pela extensão dos poderes a comis sões), em todo caso
predominantemente da iniciativa local.
ciais, industriais e de
Estados, corporações ou particulares. O
transbordo têm susci tado a atividade cha
das formas recomendá
mada "port develop-
veis e combinando suas características. O
Governo e.stabelecc os alinhamentos dos
piers , cuida das vias navegávei.s, fa cilidades, ahr.gos, sinalizííção, seguran
ça, regras de serviço etc. Todos os por.
tos estão sujeitos a uma certa jurisdição
mento e na exploração do aparelhamen to, costuma ser desfavorável aos interes
federal, estadual ou municipal, sem que
ses do comércio inaritimo e contribuiu
tos públicos, o que todavia sucede com
isto baste para classificá-los como por
muito para retardar em França a insta São Franci.sco e Nova Orleans. Os ''pulação racional dos portos. A participação . bl c trust ports" são administrados por crescente das Câmaras de Comércio me órgão.s oficiais compostos de represen lhorou a situação nos úlfmos anos. Na Béldca e na Holanda o regime aproxi mava-se do francês, mas os portos per-
tantes municipais, do comércio e dos na
terdam etc.
(que siiperintfcnde também as novas
vegadores. Seattle é assim qualificável, como também Londres e Glasgow. Nova lencian, ài cidades, como Aoloerp.a, Rot- York, com o seu notável Port Autborithy Na Indatena os portos pertencem
vantajoso aos portos.
sociedades; as cidades possuíam os de Portsmouth, Bristol, Weymouth. As ad
eram usuais. Entre os exemplos de con
seu tratado clássico de portos, anterior
vezes
Em todos os países vemos, em resu mo, um esforço para evitar os inconve
recomendável, por sa
Do regime tradicional francês, diziam
A participação dás estradas de ferro introduz concretamente o ponto de vis
lar e apresenta grande variedade. Caso
poül e Birkenhead, Glasgow e o Ciyde,
consórcio, pelo decreto de 21 de abril
ou um só chefe, responsável perante por exemplo o "mayor". Filadélfia e Nova
grande pontes e túneis), tende para ti
po do "pub'ic trust". Notemos, de pas quase todos a particulares, sociedades sagem, que Nova Yòrk exemplifica um comerciais, estradas de ferro, comi^-
nhias de navegação, cidades e sobretudo porto fragmentado em explorações parti-
mentj", que compre ende atividades inci-
restringindo o campo
pôrto de Santo Ama
dentais ou complementares, visando in
ro, se escapar ao des
crementar o comércio
ainda
marítimo
"extensão das Docas",
de
portos
determinados ( M a c
Elwee, Port Development). Da variedade dos sistemas de pro
priedade já se pode inferir a varieda de dos órgãos de administração. Em
regra filiam-se a dois tipos: o de co
tino,
por
enquanto
platônico, de
proporcionará oportu nidade a uma interessante tentativa de
organização inteiramente moderna. Em qualquer caso, os parecercs das entida des interessadas, especialmente da Fe deração das Indústrias e da Associação Comercial de São Paulo, foram mani
missões e o individualístico. No primei ro, maior eficiência é obfda pela subdi visão do corpo administrador (gerência,
festações claras contra o apossamento
finanças, docas, armazéns, manutenção, obras, trabalho, oficinas etc). Em contra
no do Estado. Aplica-se a fórmula de Lord Avebury, que sempre gostamos de lembrar: quaisquer que sejam as vanta-
posição há o sistema individualístico,
s mplista do pôrto de Santos pelo Govêr-
12
Dicksto
EIcokómico
Dicesto
13
Econômico
caracter ziido por uma única comissão,
cularcs, assim como a adoção, por força das circunstâncias, dos pequenos "piers"
o Estado não execute èle próprio os tra-
entidades públicas adminísti^tivas ou boards. As companhias ferroviárias e de navegação possuíam, por exemplo os
balhos, mas os incumba aos órgãos fi-
portos de Hull, Midd'esborough, Folkes-
rido, usual entre nós), mas é muito sus
York ilustram tal forma de administra
íonc, Barrow, Grimby etc. "Mus a ten dência do Parlamento, já informava Qui nette, era de não mais autorizar que essas companhias açambarcassem os no vos portos ou serviços, onde não estives sem já estabelecidas". Os portos de Lon dres, Hull, Southainpton, Cardiff, Newporr, pertenciam predonjínantemente a
cetível de crítica sob o ponto de vista da
ção, ao passo que Londres e Liverpool
eficiência, (pic só a mecanização e a
exemplificam o "committee type".
^6 sistema foi objeto do projeto da lei
de 31 de julho de 1920. Èle requer que
^nciadores do sistema. Ap'ica-se so bretudo ao caso das concessões". O Es
tado permanece dono da obra e senhor de introduzir as modific-açôes necessá"as, salvo indenização aos concessio
nários em caso de prejuízo a estes. Na realidade, a concessão de portos é con forme ao direito francês desde a lei de 27 de julho de 1870, mas a faculdade não foi utilizada até agora, no referen te aos grandes trabalhos. Entretanto, as concessões do aparelhamento e ferrovias
perpendiculares (o inverso do cais cor
competição tem melhorado. A forma semi-pública é a mais popu
ta dos transportadores terrestres ou das
de Boston, Filadélfia e Baltimore.
zonas, com infuência variável, muitas
O regime "particular" é o de Galvescontrolados por empresas de estradas de ferro ou de canais.
nientes dos dois sistemas (entraves da
ministrações públicas possuiuin Liver-
O regime piu-amcnte municipal não é
ton, Norfolk e Port Arthur, em regra
Newcastle e o Tyne, Aberdeen, Leith
crifício
cessão há o do pôrto de Caronte, a um
etc.
geral e da coordena
A América Latina acompanhou mais
do
interesse
ção, por mais sujeito
de 1921. Nas colón'as há os casos de
pròx mamente, o regime europeu conti
às vicissitudes políti
Tunis, Bizerta, Rabat, Point-à-Pitre etc.
nental.
cas e, freqüentemen
Quinette de RocTiemont e Desprez no às leis corretivas citadas: Èste sistema
no qual o Estado, as companhias de estradas de ferro, as Câmaras de Co
mércio 6 por vêzes concessionários, in tervém simultaneamente no estabeeci-
Os Estíidos Unidos caracterizam-se por maior liberdade.
A.s obras decorrem
te, pouco capaz. As necessidades
comer
ccnlraMzação, corrigidos pela autonomia; exageros do interêsse local, pela centraliza ção; cli.spcrsâo de es
forços, pela unificjiição administrativa; de
sigualdades de trata mento, pela extensão dos poderes a comis sões), em todo caso
predominantemente da iniciativa local.
ciais, industriais e de
Estados, corporações ou particulares. O
transbordo têm susci tado a atividade cha
das formas recomendá
mada "port develop-
veis e combinando suas características. O
Governo e.stabelecc os alinhamentos dos
piers , cuida das vias navegávei.s, fa cilidades, ahr.gos, sinalizííção, seguran
ça, regras de serviço etc. Todos os por.
tos estão sujeitos a uma certa jurisdição
mento e na exploração do aparelhamen to, costuma ser desfavorável aos interes
federal, estadual ou municipal, sem que
ses do comércio inaritimo e contribuiu
tos públicos, o que todavia sucede com
isto baste para classificá-los como por
muito para retardar em França a insta São Franci.sco e Nova Orleans. Os ''pulação racional dos portos. A participação . bl c trust ports" são administrados por crescente das Câmaras de Comércio me órgão.s oficiais compostos de represen lhorou a situação nos úlfmos anos. Na Béldca e na Holanda o regime aproxi mava-se do francês, mas os portos per-
tantes municipais, do comércio e dos na
terdam etc.
(que siiperintfcnde também as novas
vegadores. Seattle é assim qualificável, como também Londres e Glasgow. Nova lencian, ài cidades, como Aoloerp.a, Rot- York, com o seu notável Port Autborithy Na Indatena os portos pertencem
vantajoso aos portos.
sociedades; as cidades possuíam os de Portsmouth, Bristol, Weymouth. As ad
eram usuais. Entre os exemplos de con
seu tratado clássico de portos, anterior
vezes
Em todos os países vemos, em resu mo, um esforço para evitar os inconve
recomendável, por sa
Do regime tradicional francês, diziam
A participação dás estradas de ferro introduz concretamente o ponto de vis
lar e apresenta grande variedade. Caso
poül e Birkenhead, Glasgow e o Ciyde,
consórcio, pelo decreto de 21 de abril
ou um só chefe, responsável perante por exemplo o "mayor". Filadélfia e Nova
grande pontes e túneis), tende para ti
po do "pub'ic trust". Notemos, de pas quase todos a particulares, sociedades sagem, que Nova Yòrk exemplifica um comerciais, estradas de ferro, comi^-
nhias de navegação, cidades e sobretudo porto fragmentado em explorações parti-
mentj", que compre ende atividades inci-
restringindo o campo
pôrto de Santo Ama
dentais ou complementares, visando in
ro, se escapar ao des
crementar o comércio
ainda
marítimo
"extensão das Docas",
de
portos
determinados ( M a c
Elwee, Port Development). Da variedade dos sistemas de pro
priedade já se pode inferir a varieda de dos órgãos de administração. Em
regra filiam-se a dois tipos: o de co
tino,
por
enquanto
platônico, de
proporcionará oportu nidade a uma interessante tentativa de
organização inteiramente moderna. Em qualquer caso, os parecercs das entida des interessadas, especialmente da Fe deração das Indústrias e da Associação Comercial de São Paulo, foram mani
missões e o individualístico. No primei ro, maior eficiência é obfda pela subdi visão do corpo administrador (gerência,
festações claras contra o apossamento
finanças, docas, armazéns, manutenção, obras, trabalho, oficinas etc). Em contra
no do Estado. Aplica-se a fórmula de Lord Avebury, que sempre gostamos de lembrar: quaisquer que sejam as vanta-
posição há o sistema individualístico,
s mplista do pôrto de Santos pelo Govêr-
I
k
14
Dicesto
Econômico
gfcDS teóricas e as doutrinas, o fato é
Êle atacava,o monopólio da cabota
que "cada meio e época têm a sua es pecialidade municipalizadora ou ofícía-
gem, incapaz dc criar a marinha na
lizadora".
Deixamos de tratar aqui da questão do "pôrto franco". Em muitos países, depois de uma oposição prolongada, quer por a considerarem questão puramente acadêmica, quer pelos receios aduanei ros .das administrações conser\'adoras ou por escrúpulos de política comercial, o prob'ema tomou-se mais acessível e viá
'Digesto Econômico
rável trato da terra, com a finalidade única de obter o alimento de cada dia,
cional, mas paralisador das iniciativas e encarecedor do transporte. De um modo
trabalho semelhante ao.s dos nossos ro
geral, argumentava (Cartas do Solitá
pode dar com propriedade o nome de agricultura, não há dúvida que havia no
rio): "Há causas naturais irresistíveis pa
ceiros do sertão, se a tais serviços se
mcrcio e das feitorias costeiras. O Bra
sil, de populaçã(5 escassa e primitiva, a exigir povoamento, organização e traba
lho, poucx) os interessava. Era mais en cargo, que fonte de proveitos, para uma nação pequena e pobre. Os atrativos, clèste lado do Atlântico, ainda eram os
primeiro lugar, a navegação não encon tra capitais abundantes, que possam ali-
Portugal do século XVI. Rcfiro-mc entretanto à agricultura num .sentido .superior, como vocação conscien
mentá-b. E dizer isto, é dizer tudo...
te para o cultivo da terra, fixando o ho
O Brasil tem o maior interesse em des
mem com a sedução das colheitas, abun dantes, rendosas; à agricultura como ex
Freire, é que fizeram dêsse povb de poucas tendências rurais, pervertido pe'o mercantilismo, do povo que a índia transformara no mais parasitário — o
ra a nossa inferioridade marítima. Em
viar os seus capitais de tôda emprôsíi
vel pela transformação em simples e
que possa, com iguais vantagens, ser
pressão cio trabalho livre e dignificante,
modestas "zonas francas".
feita pelo estrangeiro, a fira de aplicá-
dominando as demais atividades, tal co
los a outras que os remunerem bem, co
Embora o
15
metais e as pedra.s preciosas, os e.xem-
plos do México e, sobretudo, do Pem. As circunstâncias americanas, diz Gilberto
mo cm Roma na antigüidade, tal como na
mo sejam a produção agrícola ou animal,
Inglaterra, ao tempo da colonizaçãp
mais rural, o mais criador. Quando fun dava engenhos de açúcar, não exprimia
o desenvolvimento do valor de fundo etc.
americana. E o que são a França dos nossos dias, a Itália, a Bélgica, a Holan
nenhuma real orientação agrícola, visa
da, grande parle da Alemanha, todos os povos dos Bálcãs, senão civilizações
seada no labor índio ou africano. E
pôrto natural de diversos países limítro fes do centro da América do Sul, parti
duos, assim existem gênios ou tendên cias especiais em cada povo, segundo os climas, os pontos do globo, os graus de civilização, causas seculares, e as tradi ções. O Brasil tem a mesma missão, que
cularmente do Paragui, Bolívia e Peru.
pertence em geral à América: é o celei
to aventureiro que empolgava a Euro
nosso caso não seja ideal, por distante
das condições que as atividades e ser viços "francos" de circulação e manipu lação pressupõem, cremos não obstante ^ que uma tentativa nesse sentido merece apoio, prosseguindo o "armajsém do Pa raguai". Com efeito, t Santos deve ser o
Ademais, como há vocações nos indiví
O desenvolvimento ferroviário e da nos
ro da Europa. A agricultura era e é a
sa aviação, conjugada com a navegação e com a aviação transoeeánica, pode sus
missão especial do Brasil. O Brasil não
é manufatureiro, não é fabricante. O
citar em Santos uma convergência in
brasileiro ama apaixonadamente a vida
teressante, não só politicamente, como
do campo, o rio natal, os seus lagos ain
para início e reclame de um comércio
da selvagens, a existência descuidosa do sertanejo mdolente e pobre, mas satisfei
futuro mais intenso.
Uma questão importante, entrosada
com o plano regional, é a implantação
to. O brasileiro, enfim, não tem o gênio marítimo".
Santos. Durante muito tempo essa indús tria não podia impor-se, tanto por moti
Nesta altura abriríamos um parênte se para observar que essa "vocação agrí cola" merece uma interpretação. E' o
vos da incapacidade técnica e industrial do país, como porque eram fracas as
que fez João Pinheiro Filho nos seus' "Problemas Brasileiros": "Os elementos
da indústria de construções navais em
possibilidades e a vocação nacional para
históricos são acordes em afirmar que o
a navegação e as disputas do comércio internacional. Hoje, a situação está mu dando, como ràpidamente veremos. Ninguém exprimia melhor o pensa
nosso primitivo elemento colonizador, o português dos .séculos XVI e XVII, não
mento antigo que o sensato, mas um pou co cerebrino Tavares Bastos.
era agricultor por índole e tradição. Da
agricultura viviam diversos povos da pe nínsula, os mais atrasados e isolado». Mas do trabalho rotineiro, do mise-
va apenas uma exportação de luxo ba quando se esgotou, depois das aluviões,
de fundo nitidamente agrário, no bom
a esperança dos filões de ouro, encon
sentido a que nos referimos?"
trando-se num território de terras im
O português contaminado pelo espíri
pa, e talvez pela mescla semita, prefe ria negociar as especiarias e o pau tin ta. Fenícios do "Mar Oceano" haviam encontrado nas civilizações fragmentárias
próprias, acidentadas, pedregosas e erodíveis, aque'a "vocação negativa" .patentcou-se numa decadência rápida, de
que só agora, lenta e tardiamente, está emergindo do Brasil Central. Voltemos ao "Solitário": "O célebre
forma lucrativa relativamente fácil de
tenente Maury, da marinha dos Estados Unidos, na memória sôbre o "Amazonas
enriquecimento, por meio do simples co-
e as Costas da América MeridicnaL
da África, e sobretudo da Ásia, uma
I
k
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Dicesto
Econômico
gfcDS teóricas e as doutrinas, o fato é
Êle atacava,o monopólio da cabota
que "cada meio e época têm a sua es pecialidade municipalizadora ou ofícía-
gem, incapaz dc criar a marinha na
lizadora".
Deixamos de tratar aqui da questão do "pôrto franco". Em muitos países, depois de uma oposição prolongada, quer por a considerarem questão puramente acadêmica, quer pelos receios aduanei ros .das administrações conser\'adoras ou por escrúpulos de política comercial, o prob'ema tomou-se mais acessível e viá
'Digesto Econômico
rável trato da terra, com a finalidade única de obter o alimento de cada dia,
cional, mas paralisador das iniciativas e encarecedor do transporte. De um modo
trabalho semelhante ao.s dos nossos ro
geral, argumentava (Cartas do Solitá
pode dar com propriedade o nome de agricultura, não há dúvida que havia no
rio): "Há causas naturais irresistíveis pa
ceiros do sertão, se a tais serviços se
mcrcio e das feitorias costeiras. O Bra
sil, de populaçã(5 escassa e primitiva, a exigir povoamento, organização e traba
lho, poucx) os interessava. Era mais en cargo, que fonte de proveitos, para uma nação pequena e pobre. Os atrativos, clèste lado do Atlântico, ainda eram os
primeiro lugar, a navegação não encon tra capitais abundantes, que possam ali-
Portugal do século XVI. Rcfiro-mc entretanto à agricultura num .sentido .superior, como vocação conscien
mentá-b. E dizer isto, é dizer tudo...
te para o cultivo da terra, fixando o ho
O Brasil tem o maior interesse em des
mem com a sedução das colheitas, abun dantes, rendosas; à agricultura como ex
Freire, é que fizeram dêsse povb de poucas tendências rurais, pervertido pe'o mercantilismo, do povo que a índia transformara no mais parasitário — o
ra a nossa inferioridade marítima. Em
viar os seus capitais de tôda emprôsíi
vel pela transformação em simples e
que possa, com iguais vantagens, ser
pressão cio trabalho livre e dignificante,
modestas "zonas francas".
feita pelo estrangeiro, a fira de aplicá-
dominando as demais atividades, tal co
los a outras que os remunerem bem, co
Embora o
15
metais e as pedra.s preciosas, os e.xem-
plos do México e, sobretudo, do Pem. As circunstâncias americanas, diz Gilberto
mo cm Roma na antigüidade, tal como na
mo sejam a produção agrícola ou animal,
Inglaterra, ao tempo da colonizaçãp
mais rural, o mais criador. Quando fun dava engenhos de açúcar, não exprimia
o desenvolvimento do valor de fundo etc.
americana. E o que são a França dos nossos dias, a Itália, a Bélgica, a Holan
nenhuma real orientação agrícola, visa
da, grande parle da Alemanha, todos os povos dos Bálcãs, senão civilizações
seada no labor índio ou africano. E
pôrto natural de diversos países limítro fes do centro da América do Sul, parti
duos, assim existem gênios ou tendên cias especiais em cada povo, segundo os climas, os pontos do globo, os graus de civilização, causas seculares, e as tradi ções. O Brasil tem a mesma missão, que
cularmente do Paragui, Bolívia e Peru.
pertence em geral à América: é o celei
to aventureiro que empolgava a Euro
nosso caso não seja ideal, por distante
das condições que as atividades e ser viços "francos" de circulação e manipu lação pressupõem, cremos não obstante ^ que uma tentativa nesse sentido merece apoio, prosseguindo o "armajsém do Pa raguai". Com efeito, t Santos deve ser o
Ademais, como há vocações nos indiví
O desenvolvimento ferroviário e da nos
ro da Europa. A agricultura era e é a
sa aviação, conjugada com a navegação e com a aviação transoeeánica, pode sus
missão especial do Brasil. O Brasil não
é manufatureiro, não é fabricante. O
citar em Santos uma convergência in
brasileiro ama apaixonadamente a vida
teressante, não só politicamente, como
do campo, o rio natal, os seus lagos ain
para início e reclame de um comércio
da selvagens, a existência descuidosa do sertanejo mdolente e pobre, mas satisfei
futuro mais intenso.
Uma questão importante, entrosada
com o plano regional, é a implantação
to. O brasileiro, enfim, não tem o gênio marítimo".
Santos. Durante muito tempo essa indús tria não podia impor-se, tanto por moti
Nesta altura abriríamos um parênte se para observar que essa "vocação agrí cola" merece uma interpretação. E' o
vos da incapacidade técnica e industrial do país, como porque eram fracas as
que fez João Pinheiro Filho nos seus' "Problemas Brasileiros": "Os elementos
da indústria de construções navais em
possibilidades e a vocação nacional para
históricos são acordes em afirmar que o
a navegação e as disputas do comércio internacional. Hoje, a situação está mu dando, como ràpidamente veremos. Ninguém exprimia melhor o pensa
nosso primitivo elemento colonizador, o português dos .séculos XVI e XVII, não
mento antigo que o sensato, mas um pou co cerebrino Tavares Bastos.
era agricultor por índole e tradição. Da
agricultura viviam diversos povos da pe nínsula, os mais atrasados e isolado». Mas do trabalho rotineiro, do mise-
va apenas uma exportação de luxo ba quando se esgotou, depois das aluviões,
de fundo nitidamente agrário, no bom
a esperança dos filões de ouro, encon
sentido a que nos referimos?"
trando-se num território de terras im
O português contaminado pelo espíri
pa, e talvez pela mescla semita, prefe ria negociar as especiarias e o pau tin ta. Fenícios do "Mar Oceano" haviam encontrado nas civilizações fragmentárias
próprias, acidentadas, pedregosas e erodíveis, aque'a "vocação negativa" .patentcou-se numa decadência rápida, de
que só agora, lenta e tardiamente, está emergindo do Brasil Central. Voltemos ao "Solitário": "O célebre
forma lucrativa relativamente fácil de
tenente Maury, da marinha dos Estados Unidos, na memória sôbre o "Amazonas
enriquecimento, por meio do simples co-
e as Costas da América MeridicnaL
da África, e sobretudo da Ásia, uma
16
deixou cair a ésse respeito reflexões sôtrc que devem meditar os estadistas,
DiorsTo
EcoNÓNfiro
1
Djcksto
Econômico
abusou do exemplo cgeo e mediterrâneo,
ü segundo motivo que nos recomenda
que entre nós andam a contrariar a natu
assume hoje formas muito mcnt)s simplis tas. C'e.<it lá une conceptiou rclative,
reza. Há causas físicas, diz Maury, que ainda por séculos hão de impedir que os
adaptée par exemple à VOdyssée ou Ultjs-
liojc a organização ou, se o quiserem, reorganização da navegação nacional, c de ordem industrial. Eorque à ausên
séide, comme l'a .« bríllament detrum-
cia de condições técnicas está sucedendo
seus habitantes venham a ser um povo
Iré Viciar Bérard dans le.s Phcuiciens et
no País um desenvolvimento industrial
marítimo. O pão cresce nas árvores do
Brasil; o mel acha-se nos bosques. Náo
rOdyssée", diz Brunhes na sua Geogra fia Humana. O litoral português não de
apreciável.
é natural que o homem abandone uma
frontava o "mare nostrum", nem era re
terra assim para entregar-se à vida do
cortado como o grego; entretanto, num dado momento, irradiou expedições por todos os oceanos e continentes longín quos. Para tal se conjugaram numerosas cond'çõe-s não só geográficas, como his tóricas, técnicas, políticas, econômicas e acidentais. Mas por isto mesmo, a dou trina da nossa vocação puramente ter
nm pouco as coisas, que apenas vamos Noitar a uma das primeiras atividades
mar... Veja-se donde vem a marinliagcm que ora cruza os mares. Vem dos
climas severos, das regiões extra-fropicais do norte e não dos brandos e belos climas
do sul. Vem da velha e da nova Ingla terra, dos Estados setentrionais da Euro
pa e da América. Quem jamais ouviu dizer que os nossos concidadãos do
oeste, que habitam o vale do Mississipi, enviassem os seus filhos a fim de .se fa
zerem marujos?,.. Outra condição pa ra o estabelecimento de povoaçóes ma rítimas é o modo por que o mar se lhes
restre não pode perdurar indefinidamen
te. E, se não podemos alcançar rapida mente o estádio das nações mais adian
tadas, poderemos entretanto começar a
evoluir ne.sse sentido. Impelem-nos doi.s motivos.
Um, de ordem comercial: a
apresenta. Contrastai a alcantilada e ás pera costa da América meridional com as sinuosas praias, magníficos golfos, belos portos e baías do norte do globo... Ve
necessidade de dependermos menos, pa ra a distribuição exterior dos nossos pro
de o Báltico, o Mediterrâneo e o mar
trair-nos o lucro próprio do transporte marítimo, acarreta-nos a imposição dos
Negro... Olhai, no hemisfério setentrio nal, para o mar Verme'ho, o golfo Pérs CO, a baía de Bengala, o estreito de
Mâlaca, os golfos de Sião e Tonquim, os mare.s Amarelo do Japão, e Okt(í.'k, banhando tortuosa.s praias, intenando-se pelas terras, e com seu litoral endenta-
duto;, dos meios estrangeiros de trans portes. Esta dependência, além de sub
preços ao.s no.s.so.s produtos, po'os agen
tes^ do comprador. A marinha mercante própria, embora venha a deparar com duas grandes dificuldades (a fôrça e or
Brasil. Forçoso lhe é contentar-se com
ganização dos mercados estrangeiros, a concorrência e a atual organização — quase cartelízação — da navegação oceâ nica), sera um início de emancipação. A .sua formação gradual permitirá maior
permitir, às niitra.s na^-ões, qiie .sejam
.segurança; por isso reputamos prefe
os seus carreteiros, porque nunca terá
rível uma iniciativà cauta, con.struindo aqui mesmo muitos dos navios, a uma
do, convidando os habitantes para o mar... A natureza, pois, é contrária ao
marinhagem para tripular navios, que levem os seus próprios gêneros ao mer<'ado estrangeiro".
A teoria do meio físico que, na histó ria da civilização e da navegação, tanto
marcha precipitada, adquirindo de gol pe 50 ou 100 unidades, para cuja ex ploração ainda não temos a experiência e as condições necessárias.
17
da de outros estabelecimentos siderúr- ' gicos (por exemplo as fundições e laminaçücs São Paulo. Re-/ende e Moei
das Cnizes), da laminação e fabricação
de artefatos de alumínio (Mogi das Cru/es), da fábrica de motores {Bai
xada Fluminense), da fábrica de aparè-
dos tempos coloniais. Com efeito, quan
Ihamento elétrico (Byingion. em São Pau lo). Tudo isto perderá o sentido se simultàneamcnte não surgirem indústrias consumidoras desses produtos, e não fo
do Martim Afonso chegou, já po.ssuía
rem estas .suscitadas ou iiiieialmente ani
São Vicente um estaleiro rudimentar, em
madas pelos go\-crnos. Terceira circunstancia no mesmo sen
Na realidade podemos dizer, forçando
que se construíam bi;rgantins e enibarcaçócs pequenas, sobretudo para a apro.ximação da terra e penetração dos rios.
tido é a possibilidade de uma nova guer ra mundial, que os horizontes prenun
Em 1555 um alvará real determinava
ciam e nos apanharia ainda mais desa
a<j governador geral que se executassem navios guarda-costas e outios, destinados ao próprio .serviço. Certo progresso, aliás
parelhados do que nos conflitos ante riores. com a agravante de deparar ho je o po\o mais insatisfeito e irritadiço.
vagaro.so, verificou-se nu Bahia e, de pois, no Rio dc Janeiro, cujo arsenal
da nossa navegação será ainda a cabo
Evidentemente, o objetivo principal
construiu em 1865 o primeiro cncouni-
tagem, As nossas 7 mil milhas de costa
çado .sul-americano. Mas a indústria na\-al, relativamente promis.sora na época
e os nossos 30 mil quilômetros de rios na vegáveis, a impraticabilidade de um de
cios navios de madeira e a \-ela, decaiu com o advento dos materiais metálicos e
senvolvimento rápido e econômico'das
dos motores térmicos, Só nos paíse.s in
vias terrestres, a nossa condição tão repe tidamente advertida de verdadeiro "arqui
de novo em favor da construção naval.
pélago", demonstram-no perfeitamente. Ao romper da última guerra, a nossa marinha mercante contava 60 empresas
O País começa a industrializar-se. Bem
com 259 navios, somando 276 mil tone
ou mal (mais bem que mal, se conside rarmos a necessidade de um impulso inicial), fundou-se, com a -Volta Redon
ladas líquidas, 469 mil toneladas brutas ou 590 mil de carga. Cêrca de 90% desta força constituíam o grupo do Atlântico,
da, a nossa indústria pesada, acompanha-
assim composto:
dustriais poderia sobreviver, Agora as condições econômicas e técnicas pendem
TONELAGEM (mil toneladas) COMPANHIA
Navios
Liquida j Bruta Decar^ ~153~
Loide Brasileiro
67
Cia. Nacional de Navegação Costeira
14
26
Cia. de Comércio e Navegação .
17
Cia. Carbonífera Rio Grandense
11 14
17 21 20
Loide Nacional S. A.
Cia. Paulista de Navegação Matarazzo
5 128.
9 246
257 47
36 35
34 14 423
312 38 57 55 58 23 542
16
deixou cair a ésse respeito reflexões sôtrc que devem meditar os estadistas,
DiorsTo
EcoNÓNfiro
1
Djcksto
Econômico
abusou do exemplo cgeo e mediterrâneo,
ü segundo motivo que nos recomenda
que entre nós andam a contrariar a natu
assume hoje formas muito mcnt)s simplis tas. C'e.<it lá une conceptiou rclative,
reza. Há causas físicas, diz Maury, que ainda por séculos hão de impedir que os
adaptée par exemple à VOdyssée ou Ultjs-
liojc a organização ou, se o quiserem, reorganização da navegação nacional, c de ordem industrial. Eorque à ausên
séide, comme l'a .« bríllament detrum-
cia de condições técnicas está sucedendo
seus habitantes venham a ser um povo
Iré Viciar Bérard dans le.s Phcuiciens et
no País um desenvolvimento industrial
marítimo. O pão cresce nas árvores do
Brasil; o mel acha-se nos bosques. Náo
rOdyssée", diz Brunhes na sua Geogra fia Humana. O litoral português não de
apreciável.
é natural que o homem abandone uma
frontava o "mare nostrum", nem era re
terra assim para entregar-se à vida do
cortado como o grego; entretanto, num dado momento, irradiou expedições por todos os oceanos e continentes longín quos. Para tal se conjugaram numerosas cond'çõe-s não só geográficas, como his tóricas, técnicas, políticas, econômicas e acidentais. Mas por isto mesmo, a dou trina da nossa vocação puramente ter
nm pouco as coisas, que apenas vamos Noitar a uma das primeiras atividades
mar... Veja-se donde vem a marinliagcm que ora cruza os mares. Vem dos
climas severos, das regiões extra-fropicais do norte e não dos brandos e belos climas
do sul. Vem da velha e da nova Ingla terra, dos Estados setentrionais da Euro
pa e da América. Quem jamais ouviu dizer que os nossos concidadãos do
oeste, que habitam o vale do Mississipi, enviassem os seus filhos a fim de .se fa
zerem marujos?,.. Outra condição pa ra o estabelecimento de povoaçóes ma rítimas é o modo por que o mar se lhes
restre não pode perdurar indefinidamen
te. E, se não podemos alcançar rapida mente o estádio das nações mais adian
tadas, poderemos entretanto começar a
evoluir ne.sse sentido. Impelem-nos doi.s motivos.
Um, de ordem comercial: a
apresenta. Contrastai a alcantilada e ás pera costa da América meridional com as sinuosas praias, magníficos golfos, belos portos e baías do norte do globo... Ve
necessidade de dependermos menos, pa ra a distribuição exterior dos nossos pro
de o Báltico, o Mediterrâneo e o mar
trair-nos o lucro próprio do transporte marítimo, acarreta-nos a imposição dos
Negro... Olhai, no hemisfério setentrio nal, para o mar Verme'ho, o golfo Pérs CO, a baía de Bengala, o estreito de
Mâlaca, os golfos de Sião e Tonquim, os mare.s Amarelo do Japão, e Okt(í.'k, banhando tortuosa.s praias, intenando-se pelas terras, e com seu litoral endenta-
duto;, dos meios estrangeiros de trans portes. Esta dependência, além de sub
preços ao.s no.s.so.s produtos, po'os agen
tes^ do comprador. A marinha mercante própria, embora venha a deparar com duas grandes dificuldades (a fôrça e or
Brasil. Forçoso lhe é contentar-se com
ganização dos mercados estrangeiros, a concorrência e a atual organização — quase cartelízação — da navegação oceâ nica), sera um início de emancipação. A .sua formação gradual permitirá maior
permitir, às niitra.s na^-ões, qiie .sejam
.segurança; por isso reputamos prefe
os seus carreteiros, porque nunca terá
rível uma iniciativà cauta, con.struindo aqui mesmo muitos dos navios, a uma
do, convidando os habitantes para o mar... A natureza, pois, é contrária ao
marinhagem para tripular navios, que levem os seus próprios gêneros ao mer<'ado estrangeiro".
A teoria do meio físico que, na histó ria da civilização e da navegação, tanto
marcha precipitada, adquirindo de gol pe 50 ou 100 unidades, para cuja ex ploração ainda não temos a experiência e as condições necessárias.
17
da de outros estabelecimentos siderúr- ' gicos (por exemplo as fundições e laminaçücs São Paulo. Re-/ende e Moei
das Cnizes), da laminação e fabricação
de artefatos de alumínio (Mogi das Cru/es), da fábrica de motores {Bai
xada Fluminense), da fábrica de aparè-
dos tempos coloniais. Com efeito, quan
Ihamento elétrico (Byingion. em São Pau lo). Tudo isto perderá o sentido se simultàneamcnte não surgirem indústrias consumidoras desses produtos, e não fo
do Martim Afonso chegou, já po.ssuía
rem estas .suscitadas ou iiiieialmente ani
São Vicente um estaleiro rudimentar, em
madas pelos go\-crnos. Terceira circunstancia no mesmo sen
Na realidade podemos dizer, forçando
que se construíam bi;rgantins e enibarcaçócs pequenas, sobretudo para a apro.ximação da terra e penetração dos rios.
tido é a possibilidade de uma nova guer ra mundial, que os horizontes prenun
Em 1555 um alvará real determinava
ciam e nos apanharia ainda mais desa
a<j governador geral que se executassem navios guarda-costas e outios, destinados ao próprio .serviço. Certo progresso, aliás
parelhados do que nos conflitos ante riores. com a agravante de deparar ho je o po\o mais insatisfeito e irritadiço.
vagaro.so, verificou-se nu Bahia e, de pois, no Rio dc Janeiro, cujo arsenal
da nossa navegação será ainda a cabo
Evidentemente, o objetivo principal
construiu em 1865 o primeiro cncouni-
tagem, As nossas 7 mil milhas de costa
çado .sul-americano. Mas a indústria na\-al, relativamente promis.sora na época
e os nossos 30 mil quilômetros de rios na vegáveis, a impraticabilidade de um de
cios navios de madeira e a \-ela, decaiu com o advento dos materiais metálicos e
senvolvimento rápido e econômico'das
dos motores térmicos, Só nos paíse.s in
vias terrestres, a nossa condição tão repe tidamente advertida de verdadeiro "arqui
de novo em favor da construção naval.
pélago", demonstram-no perfeitamente. Ao romper da última guerra, a nossa marinha mercante contava 60 empresas
O País começa a industrializar-se. Bem
com 259 navios, somando 276 mil tone
ou mal (mais bem que mal, se conside rarmos a necessidade de um impulso inicial), fundou-se, com a -Volta Redon
ladas líquidas, 469 mil toneladas brutas ou 590 mil de carga. Cêrca de 90% desta força constituíam o grupo do Atlântico,
da, a nossa indústria pesada, acompanha-
assim composto:
dustriais poderia sobreviver, Agora as condições econômicas e técnicas pendem
TONELAGEM (mil toneladas) COMPANHIA
Navios
Liquida j Bruta Decar^ ~153~
Loide Brasileiro
67
Cia. Nacional de Navegação Costeira
14
26
Cia. de Comércio e Navegação .
17
Cia. Carbonífera Rio Grandense
11 14
17 21 20
Loide Nacional S. A.
Cia. Paulista de Navegação Matarazzo
5 128.
9 246
257 47
36 35
34 14 423
312 38 57 55 58 23 542
■H'
DicESTo
18
Computadas as perdas e as aquisi
Econômico
do primeiro. Destinavam-se ao Loide
ções ou apreensões de guerra, em 1942
Brasileiro.
Como os preços do Canadá
as cifras de tonelagem já estavam acres
eram mais acessíveis c o prazo dc en
cidas de um terço. O sr. Arnaldo Tre-
trega mais curto, deixou-.se de lado a
biscok pleiteava então elevar essa to nelagem bruta pelo menos a um milhão.
encomenda e foi assinado contrato com
o estrangeiro. Não critico a orientação.
Entre as três soluções (sociedade anô nima, recurso ao capital estrangeiro e
A nossa marinha carecia de navios e
financiamento oficial) preferia a tercei ra, embora entregando os navios à ex ploração privada. Parece-nos que as outras soluções po dem intervir parcialmente, não obstan
propósito que se tivesse encomendado pelo menos um, para aproveitar a
te a escassez de capitais nacionais (so
com urgência — mas não seria fora de quílha e o élân, no estaleiro nacional. Outras encomendas mais foram feitas a estíileiros americanos e há IS meses ain
da se encontra na ilha do Viana aciuòlc
bretudo capitais pouco ambiciosos) e a
marco doloroso." (Jornal dos Debates,
dificuldade de manter dentro de severos
28-7-46).
limites a interferência dos capitais es trangeiros.
No ano passado chegou a Santos o
» dusEstabelecido o programa, resta o "mofaciendi". A solução usual é a com
série de 18, encomendado pelo Loide
pra de navios nos países tradicionalmente construtores e fornecedores. Em preço
pés, calado max. 25 pés, ton. bruta 6.000, ton. líquida 3.600, "deadweigth"
e prazo, quase sempre é o que mais con
vém. Reconhece-o por exemplo o sr. Pedro Brando, que foi presidente do
Loide Nacional, da Costeira e superin tendente da Organização Lage: "Na ex periência que colhi, só encontrei dois ar
gumentos fortes contrários e que tal vez ainda prevaleçam; custo e prazo. Quanto à eficiência dos serviços nos esta
leiros nacionais, nada se pode articu lar. A dúvida quanto ao preço é fácil de compreender. Não é possível que mal aparelhados, com maquinaria imperfei ta e desarticulada, e sem poder olhar a parte econômica de rendimento, se
obtenha preço baixo.
Não é possível,
numa indústria difícil, chegar-se de iní
cio a concorrer com os que já se en contram a mais da metade do cami
nho.. . Foram projetados na ilha do Viana três navios, de uma série que se
denominaria Brasil. Foi batida a quílha
"Lloyd América", o primeiro navio da Brasileiro nos Estados Unidos
(443x59
7.500 ton., deslocamento 11.812 ton.).
Quando a Costeira pretendeu formar a sua nova frota, para construir nos pró prios estaleiros, não encontrou financia mento no Banco do Brasil. Na realiza
ção do programa Cantuáría Guimarães
(rio Paraguai) no Loide Brasileiro, três navios foram entretanto subvencionados
pela municipalidade de Hamburgo, num momento de crise. . . Em 1922, Henri que Lage obteve, com grande e.sfôrço, a
reforma de dois "scouts" de guerra na
cionais; em 1929 ainda não tinha sido pa go e só de juros perdeu 30 mil contos. . . Infelizmente aquelas duas objeções, que o
sr.
Brando
modestamente
faz
preceder do advérbio "só", pesam mui to.
Como neutralizá-las dentro de uma
medida razoável? Além de um remé
dio, a evitar sempre que pos.sível — a subvenção — qualquer programa deve visar tres formas recomendáveis: aper
Dicesto
W
Econômico
19
feiçoamento técnico da fabricação. concc.s.são de fácil.dade.s pelo Govêmo, encomendas suficientes e regulares.
cionar, c mister incluir as facilidades
A proteção aduaneira e a subvenção
A questão do terreno importa muito,
jú- tinham vigorado na ora imperial. O projeto do deputado Sousa Martins, cm
porque poucas localizações respondem aos requisitos da indústria naval; por outro lado, sem poderes expropriatórios, uma emprêsa particular não pode ven der os embaraços c ambiç-ões dos pro prietários dc terreno. Proporcionar aces
1846, sobre a navegação, filiuva-se à
orientação
prolecionislu da tarifa de 1844, que tüdu\'ia não criou, como não
podia criar, a indústria nacional, não tanto pelo èrro da doutrina em si, co mo pela inoportunldadc, pois o País não estava maduro para tanto.
A lei
orçamentária de 1845 estabelecia um
prêmio (lOS por tonelada) aos navios de 200 toneladas para cima, con.stiuidos no País. Sousa Martins propunha ele
vá-lo a 50$ e mais, além dc estabelecer direitas diferenciais.
Mas só o impôsto
de importação de matéria.s-primas absor• via um quinto do valor do navio, que, por sua vez, saía pelo dôbro do construí do na Inglaterra. A lei n." 3454 de 6
de janeiro de 1918, que instituía prê
mios píira a construção naval, também não deu resultados apreciáveis. A.S medidas de proteção não artifi
ciais, isto é, as três últimas enunciadas,
merecem evidentemente maior atenção.
O melhor apavelhamento técnico, tan» to em instalação como em engenharia
capaz, e mão de obra adestrada, eis o que já implicitamente • sugeria o ex-pre-
' sídente do Loide e da Costeira, ao quei xar-se da sua maquinaria deficiente. Uma combinação com firmas estrangei ras especializadas o facilitaria. No caso de Santos há (ou havia, porque a inde
imigrálórins, as financeiras, a obtenção do terreno, assistência técnica
etc.
sos suficientes, sanear a terra em derre-
dor, proporcionar habitações próximas mediante ontrosamcnto com qualquer instituto de casas populares, etc., são outras medidas necessárias no litoral.
A
assistência técnica, por laboratórios ou
gabinetes especializados, é também in dispensável hoje, quando o cuidado téc nico e a expropriação conslituem condi ção de todas as indústrias em permanen te competição.
Ao nossó Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, onde por sinal já há um modesto núcleo (a cargo do engenheiro Andrecne) poderia caber essa função, de proveito pelo menos tão imediato e concreto txímo as elocubra-
ções eletrônicas e aviatórias.
O tim-
que hidro-dinãmico será um dos instru mentos fundamentais desse laboratório.
Diversos estudes de hélices, madeiras,
barcos pequenos, já foram produzidos no IPT. Os engenheiros civis e arquite tos de hoje poderão fazer melhor idéia das vantagens de um laboratório náutico, se quiserem comparar o papel atual do IPT, no campo do concreto armado cor rente, com a função quase meramente ilustrativa e didática que tinha liá um
cisão goyemamental parece ter deixado
terço de século.
êxito, com a possibilidade da vinda de maquinário, engenheiros navais, arquivo
ro seria unia encomenda de navios, de
passar a oportunidade) tal elemento de técnico precioso e uma mestrança ex
perimentada. No capítulo das facilidades a propor
Terceiro e decisivo auxilio ao estalei
modo a garantir-lhe, durante largo pe ríodo, funcionamento regular e o apro veitamento eficiente da instalação. Isto, . melhor que uma encomenda única e con-
■H'
DicESTo
18
Computadas as perdas e as aquisi
Econômico
do primeiro. Destinavam-se ao Loide
ções ou apreensões de guerra, em 1942
Brasileiro.
Como os preços do Canadá
as cifras de tonelagem já estavam acres
eram mais acessíveis c o prazo dc en
cidas de um terço. O sr. Arnaldo Tre-
trega mais curto, deixou-.se de lado a
biscok pleiteava então elevar essa to nelagem bruta pelo menos a um milhão.
encomenda e foi assinado contrato com
o estrangeiro. Não critico a orientação.
Entre as três soluções (sociedade anô nima, recurso ao capital estrangeiro e
A nossa marinha carecia de navios e
financiamento oficial) preferia a tercei ra, embora entregando os navios à ex ploração privada. Parece-nos que as outras soluções po dem intervir parcialmente, não obstan
propósito que se tivesse encomendado pelo menos um, para aproveitar a
te a escassez de capitais nacionais (so
com urgência — mas não seria fora de quílha e o élân, no estaleiro nacional. Outras encomendas mais foram feitas a estíileiros americanos e há IS meses ain
da se encontra na ilha do Viana aciuòlc
bretudo capitais pouco ambiciosos) e a
marco doloroso." (Jornal dos Debates,
dificuldade de manter dentro de severos
28-7-46).
limites a interferência dos capitais es trangeiros.
No ano passado chegou a Santos o
» dusEstabelecido o programa, resta o "mofaciendi". A solução usual é a com
série de 18, encomendado pelo Loide
pra de navios nos países tradicionalmente construtores e fornecedores. Em preço
pés, calado max. 25 pés, ton. bruta 6.000, ton. líquida 3.600, "deadweigth"
e prazo, quase sempre é o que mais con
vém. Reconhece-o por exemplo o sr. Pedro Brando, que foi presidente do
Loide Nacional, da Costeira e superin tendente da Organização Lage: "Na ex periência que colhi, só encontrei dois ar
gumentos fortes contrários e que tal vez ainda prevaleçam; custo e prazo. Quanto à eficiência dos serviços nos esta
leiros nacionais, nada se pode articu lar. A dúvida quanto ao preço é fácil de compreender. Não é possível que mal aparelhados, com maquinaria imperfei ta e desarticulada, e sem poder olhar a parte econômica de rendimento, se
obtenha preço baixo.
Não é possível,
numa indústria difícil, chegar-se de iní
cio a concorrer com os que já se en contram a mais da metade do cami
nho.. . Foram projetados na ilha do Viana três navios, de uma série que se
denominaria Brasil. Foi batida a quílha
"Lloyd América", o primeiro navio da Brasileiro nos Estados Unidos
(443x59
7.500 ton., deslocamento 11.812 ton.).
Quando a Costeira pretendeu formar a sua nova frota, para construir nos pró prios estaleiros, não encontrou financia mento no Banco do Brasil. Na realiza
ção do programa Cantuáría Guimarães
(rio Paraguai) no Loide Brasileiro, três navios foram entretanto subvencionados
pela municipalidade de Hamburgo, num momento de crise. . . Em 1922, Henri que Lage obteve, com grande e.sfôrço, a
reforma de dois "scouts" de guerra na
cionais; em 1929 ainda não tinha sido pa go e só de juros perdeu 30 mil contos. . . Infelizmente aquelas duas objeções, que o
sr.
Brando
modestamente
faz
preceder do advérbio "só", pesam mui to.
Como neutralizá-las dentro de uma
medida razoável? Além de um remé
dio, a evitar sempre que pos.sível — a subvenção — qualquer programa deve visar tres formas recomendáveis: aper
Dicesto
W
Econômico
19
feiçoamento técnico da fabricação. concc.s.são de fácil.dade.s pelo Govêmo, encomendas suficientes e regulares.
cionar, c mister incluir as facilidades
A proteção aduaneira e a subvenção
A questão do terreno importa muito,
jú- tinham vigorado na ora imperial. O projeto do deputado Sousa Martins, cm
porque poucas localizações respondem aos requisitos da indústria naval; por outro lado, sem poderes expropriatórios, uma emprêsa particular não pode ven der os embaraços c ambiç-ões dos pro prietários dc terreno. Proporcionar aces
1846, sobre a navegação, filiuva-se à
orientação
prolecionislu da tarifa de 1844, que tüdu\'ia não criou, como não
podia criar, a indústria nacional, não tanto pelo èrro da doutrina em si, co mo pela inoportunldadc, pois o País não estava maduro para tanto.
A lei
orçamentária de 1845 estabelecia um
prêmio (lOS por tonelada) aos navios de 200 toneladas para cima, con.stiuidos no País. Sousa Martins propunha ele
vá-lo a 50$ e mais, além dc estabelecer direitas diferenciais.
Mas só o impôsto
de importação de matéria.s-primas absor• via um quinto do valor do navio, que, por sua vez, saía pelo dôbro do construí do na Inglaterra. A lei n." 3454 de 6
de janeiro de 1918, que instituía prê
mios píira a construção naval, também não deu resultados apreciáveis. A.S medidas de proteção não artifi
ciais, isto é, as três últimas enunciadas,
merecem evidentemente maior atenção.
O melhor apavelhamento técnico, tan» to em instalação como em engenharia
capaz, e mão de obra adestrada, eis o que já implicitamente • sugeria o ex-pre-
' sídente do Loide e da Costeira, ao quei xar-se da sua maquinaria deficiente. Uma combinação com firmas estrangei ras especializadas o facilitaria. No caso de Santos há (ou havia, porque a inde
imigrálórins, as financeiras, a obtenção do terreno, assistência técnica
etc.
sos suficientes, sanear a terra em derre-
dor, proporcionar habitações próximas mediante ontrosamcnto com qualquer instituto de casas populares, etc., são outras medidas necessárias no litoral.
A
assistência técnica, por laboratórios ou
gabinetes especializados, é também in dispensável hoje, quando o cuidado téc nico e a expropriação conslituem condi ção de todas as indústrias em permanen te competição.
Ao nossó Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, onde por sinal já há um modesto núcleo (a cargo do engenheiro Andrecne) poderia caber essa função, de proveito pelo menos tão imediato e concreto txímo as elocubra-
ções eletrônicas e aviatórias.
O tim-
que hidro-dinãmico será um dos instru mentos fundamentais desse laboratório.
Diversos estudes de hélices, madeiras,
barcos pequenos, já foram produzidos no IPT. Os engenheiros civis e arquite tos de hoje poderão fazer melhor idéia das vantagens de um laboratório náutico, se quiserem comparar o papel atual do IPT, no campo do concreto armado cor rente, com a função quase meramente ilustrativa e didática que tinha liá um
cisão goyemamental parece ter deixado
terço de século.
êxito, com a possibilidade da vinda de maquinário, engenheiros navais, arquivo
ro seria unia encomenda de navios, de
passar a oportunidade) tal elemento de técnico precioso e uma mestrança ex
perimentada. No capítulo das facilidades a propor
Terceiro e decisivo auxilio ao estalei
modo a garantir-lhe, durante largo pe ríodo, funcionamento regular e o apro veitamento eficiente da instalação. Isto, . melhor que uma encomenda única e con-
20
INCESTO
siderável a qiia'quer país estrangeiro,
Econômico*
A situação do Bra.sil na matéria é re
v ria também ao encontro das necessida
sumidamente esta (rclsitóri(j do Depar
des da navegação e do nosso comércio
tamento Nacional cie Portos c Navega-
marítimo.
ç-ão):
Dioi-aTO
Econó.mico
21
RIO GRANDE DO SUL
23 carreiras de 60 a 1200 tons., calados de 1.20 a 3.90 metros. SANTA CATARINA
8 carreiras de 30 a 1200 tons., calados de 1.00 a 2.50 metros. ESPIRITO SANTO
SAO PAULO
j
Ttmeládas |Cafatlo \Oficinn
6 carreiras de 200 a 1000 toneladas. RIO GRANDE DO NORTE
6 carreiras de 80 a 120, algumas das quais ainda em construção Carr. das Docas
Stipanich & Diogo Dom. Stipanich
Joaquim L. Marinho Firmino Cerebando Cia. Brasileira de Frutas
Cia. Santense de Navegãção Cia. Navegação Fluvial Sul Paulista Wilson Sons & Cia. Ltda.
DISTRITO FEDERAL
•300 80
Sim
2.40 2.20 1.20
4 carreiras.
40 400
2.70
20
1.50
60
1.20
20
1.20 1.20
BAHIA
200
2.40
MARANHÃO
Dim.
Ton.
PARANÁ
2 carreiras de 200 a 400 tons., até 3.00 m de calado. PERNAMBUCO 3 carreiras até 600 tons. e 1.70 m.
1 carreira de 1000 toneladas.
5 carreiras de 50 a 100 toneladas. Sim
Rio de Janeiro
Cia. N.N. Costeira (ilha do Viana)
PARAÍBA
3 pequenas carreiras
10.000;
AMAZONAS
2.000 I
1.000 í
13 carreiras de 30 a 500 tons., de 0,60 a 3.00 m de calada.
550 I 4.00 I 72.80x26.25 {
2.501
55.00.xl6.50 i
1.20 1
FiscaUzação (Caju)
mato grosso
2 carreiras de 300 tons., de 3.60 a 4.50 metros de calado. Verifica-.se uma grande concentração
5i
Constnitora Ltda. (r. Carlos ScidI) RIO DE JANEIRO
na baía de Guanabara. O programa do Ton. [
Dim.
Sim
Niterói
Companhia CiviChidro
PARÁ
1 carreira de 800 tons. e 3.00 m de calado.
139.00x12.80" 11.0ÕÕ7
Ind. Reunidas Caneco (Caju) Mayrink Veiga S. A. (Caju) Wilson Sons (ilha Conceição) Brazilian Coal (ilha Ferreiros) Cia, N. N. Costeira (ilha do Viana)
CEARÁ
1
1.300
Cia. Civ'1-hidro
98.00x10.00 45.00x11.00 eO.OOx 9.00 SS.OOx 9.00 70.00x10.00
Manoel (Quadros
40.00X 8.00
1.000 800 700 500 500
Vallace & Cia. Ltda.
32.üü.\ 8.00 40.00x13.00
ga (DW). Quanto às carreiras peque nas, custariam 3 a 4 mil contos, segundo
D.N.P.N. encarava inicialmente qua tro estaleiros, sendo dois para navios cie alto mar, no Rio de Janeiro e na
o mesmo critério.
Bahia, e dois para navios fluviais e de
nabara.
cabotagem, em Belém e no Rio. Se riam construídos pela União e explora
A lista, que expusemos, mostra a con centração dos estaleiros na baia de Gua Uma descentralização é neces
dos diretamente ou mediante arrenda
sária por motivos tanto econômicos e práticos, como estratégicos. Seria absur do sujeitar a um fácil engarrafamento
Sim
mento a particulares. Nessa época (maio
toda a nossa indústria naval. Evidente
200 150
Sim
de 1941) estava otimistamente orçada em 8 a 10 mil contos cada carreara de
Mangaritiba Emp. Nav. Sul-Fluminenso
120
99
Angra dos Reis Rio de janeiro Lighterage
100
Prado Pci.xoto
João Silva Montes
J. (Quaresma
Ministério da Marinha
30
ft
-
■
>9
lançamento para navios de alto mar,
Sim
mente, a dispersão deve ser limitada a
poucos e aos mais favorecidos pontos, entre os quais avulta Santos, descon
cujo casco, por ocasião do lançamento,
siderado no programa federal.
não excedesse 5 mil toneladas, inclusive
impõe-se por ser o principal porto na cional e estar intimamente ligado ao
instalações comp'ementares, exclusive po rém o custo do terreno, dragagem, obras de acostagem e acesso. Es.sas carreiras
permitiriam construção ou montagens de navios até 6 e 8 mil toneladas de car
Santos
maior centro industrial do País, com
todos os recursos de produtos básicos, atividades conexas e subsidiárias, mão de obra, assistência técnica e interesses
20
INCESTO
siderável a qiia'quer país estrangeiro,
Econômico*
A situação do Bra.sil na matéria é re
v ria também ao encontro das necessida
sumidamente esta (rclsitóri(j do Depar
des da navegação e do nosso comércio
tamento Nacional cie Portos c Navega-
marítimo.
ç-ão):
Dioi-aTO
Econó.mico
21
RIO GRANDE DO SUL
23 carreiras de 60 a 1200 tons., calados de 1.20 a 3.90 metros. SANTA CATARINA
8 carreiras de 30 a 1200 tons., calados de 1.00 a 2.50 metros. ESPIRITO SANTO
SAO PAULO
j
Ttmeládas |Cafatlo \Oficinn
6 carreiras de 200 a 1000 toneladas. RIO GRANDE DO NORTE
6 carreiras de 80 a 120, algumas das quais ainda em construção Carr. das Docas
Stipanich & Diogo Dom. Stipanich
Joaquim L. Marinho Firmino Cerebando Cia. Brasileira de Frutas
Cia. Santense de Navegãção Cia. Navegação Fluvial Sul Paulista Wilson Sons & Cia. Ltda.
DISTRITO FEDERAL
•300 80
Sim
2.40 2.20 1.20
4 carreiras.
40 400
2.70
20
1.50
60
1.20
20
1.20 1.20
BAHIA
200
2.40
MARANHÃO
Dim.
Ton.
PARANÁ
2 carreiras de 200 a 400 tons., até 3.00 m de calado. PERNAMBUCO 3 carreiras até 600 tons. e 1.70 m.
1 carreira de 1000 toneladas.
5 carreiras de 50 a 100 toneladas. Sim
Rio de Janeiro
Cia. N.N. Costeira (ilha do Viana)
PARAÍBA
3 pequenas carreiras
10.000;
AMAZONAS
2.000 I
1.000 í
13 carreiras de 30 a 500 tons., de 0,60 a 3.00 m de calada.
550 I 4.00 I 72.80x26.25 {
2.501
55.00.xl6.50 i
1.20 1
FiscaUzação (Caju)
mato grosso
2 carreiras de 300 tons., de 3.60 a 4.50 metros de calado. Verifica-.se uma grande concentração
5i
Constnitora Ltda. (r. Carlos ScidI) RIO DE JANEIRO
na baía de Guanabara. O programa do Ton. [
Dim.
Sim
Niterói
Companhia CiviChidro
PARÁ
1 carreira de 800 tons. e 3.00 m de calado.
139.00x12.80" 11.0ÕÕ7
Ind. Reunidas Caneco (Caju) Mayrink Veiga S. A. (Caju) Wilson Sons (ilha Conceição) Brazilian Coal (ilha Ferreiros) Cia, N. N. Costeira (ilha do Viana)
CEARÁ
1
1.300
Cia. Civ'1-hidro
98.00x10.00 45.00x11.00 eO.OOx 9.00 SS.OOx 9.00 70.00x10.00
Manoel (Quadros
40.00X 8.00
1.000 800 700 500 500
Vallace & Cia. Ltda.
32.üü.\ 8.00 40.00x13.00
ga (DW). Quanto às carreiras peque nas, custariam 3 a 4 mil contos, segundo
D.N.P.N. encarava inicialmente qua tro estaleiros, sendo dois para navios cie alto mar, no Rio de Janeiro e na
o mesmo critério.
Bahia, e dois para navios fluviais e de
nabara.
cabotagem, em Belém e no Rio. Se riam construídos pela União e explora
A lista, que expusemos, mostra a con centração dos estaleiros na baia de Gua Uma descentralização é neces
dos diretamente ou mediante arrenda
sária por motivos tanto econômicos e práticos, como estratégicos. Seria absur do sujeitar a um fácil engarrafamento
Sim
mento a particulares. Nessa época (maio
toda a nossa indústria naval. Evidente
200 150
Sim
de 1941) estava otimistamente orçada em 8 a 10 mil contos cada carreara de
Mangaritiba Emp. Nav. Sul-Fluminenso
120
99
Angra dos Reis Rio de janeiro Lighterage
100
Prado Pci.xoto
João Silva Montes
J. (Quaresma
Ministério da Marinha
30
ft
-
■
>9
lançamento para navios de alto mar,
Sim
mente, a dispersão deve ser limitada a
poucos e aos mais favorecidos pontos, entre os quais avulta Santos, descon
cujo casco, por ocasião do lançamento,
siderado no programa federal.
não excedesse 5 mil toneladas, inclusive
impõe-se por ser o principal porto na cional e estar intimamente ligado ao
instalações comp'ementares, exclusive po rém o custo do terreno, dragagem, obras de acostagem e acesso. Es.sas carreiras
permitiriam construção ou montagens de navios até 6 e 8 mil toneladas de car
Santos
maior centro industrial do País, com
todos os recursos de produtos básicos, atividades conexas e subsidiárias, mão de obra, assistência técnica e interesses
22
Dir.ESTo
comerciais incentivadores.
Não só o
EcoNÓ.Ntic;o
contro não só aos problemas urbanísti
Digesto
Re'atou
Econômico
o sr.
23
Mariann
Ferraz, re
ve, e cujos planos são sempre revolucio
pôrto, como ponto movimentadíssimo de
cos de Santos e Guanijá, mas também a
presentante da Federação das Indús
nários (aparte: revoluções puramente
passagem, auxiliará a indústria nava',
diversos outros, como os do pôrto, das
trias: "A Federação concorda, depois de
'constitucionalistas", i.sto é, construtivas). O da remodelação de Santos é do mesmo
como esta, tanto de construção como
indústrias c do litoral Norte.
sobretudo de reparações, completará
da ligação ferro e rodoviária, o estalei
àquele. Aliás, reconheceram-no o Go verno Federal e a Companhia Docas, incluindo um esta'eÍro no seu plano
ro santista superará os melhores do Rio,
geral da amp'iaçáo do pôrto. Infeliz mente, esta parte do plano tem ficado à
Provido
locarzados em ilhas da Guanabara.
A
proximidade do cana! portuário redu
examinar dc\'idamontc o assunto e aus-
cultar a opinião dos diretores, em que um estaleiro em Santo.s, da capacidade
caráter e sua apresentação impressionou
máxima cie 5.000 toneladas, seja incen tivado por parte do Governo. A colabo ração do Governo de\'ia constar exclusi
solucionando problemas que não só in
vamente do seguinte: 1) Ligação ferro-rodoviárla Saboó-Barnabc-Bertioga-
pliação do pôrto, de acordo com o plano, valeria pelas obras tôdas e consagra
a todos. Diversas obras estão incluídas, teressam os moradores da cidade, co
Qual a localização aconselhável?
zirá a manutenção do ace.sso marítimo. A contiguidade da bacia, que é o ancoradouro interno de Santos, permitirá os lançamentos normais, evitando os late
-Santo Amaro. 2) Obtenção dos terre
ria
O plano das Docas demarcou um
rais, menos convenientes, e com mínimo
nos, os quais devem ser arrendados à
obra grandiosa e vale a inversão de
terreno do continente, entre o rio Diana
margem, na execução do programa.
mo à economia paulista...
mais nma
vez etc.
Só a am
Trata-se de
incômodo à navegação. A condição "b"
Companhia, que se propuser fazer os
milhões de cnizeiros.
e o canal -da Bertioga. No plano regional apon
não é desprezível por que, .SC cm Santos há
estaleiros. 3) Construção de um dique
executada integralmente, pois solucio
tamos, de preferência,
seco ou flutuante para 15.000 tonela
extensa faixa
das, a fim de que a navegação possa
naria problemas de alta importância e que dizem respeito à nossa economia, como a ampliação do pôrto, as ligações com Guarujá, Bertioga e São Sebastião.
uma área entre Itapema
I
3 a Bocaina, deixando a outra para outras ín-
dástrias ou serviços se cundários.
São Vicen
costeira,
poucas, como esta, já
contar com uma base dc reparação e
se acham
limpeza de cascos.
aterradas
e
ser de propriedade do Governo e ar
imediata;
rendado. 4) Os auxílios que o Gover no xãer a dar, ao novo estabelecimento,
a
pequena
distância há morros com
te, o estuário, a Alemôa,
terra e pedra á dispo
Barnabé, etc. foram lonsiderados, mas a área mencionada, embora se
sição.
.superponha em parte às in.stalaçóes da aeronáu
tica federal, parece a melhor.
Ela satisfaz a
sete condições impor tantes: a) área grande e ampliávelj b) terreno
já aterrado e nivelado; c) preço acessí
vel; d) proximidade do canal profundo
Desconhecemos
porções. Caso o Governo queira desen
tência próxima dôsses morros e pedreiras, as
volver a construção naval tipo médio, isto é, navios de 10 a 15 mil toneladas,
sim como de lages no estuário, revela probabi lidades de sub-solo fir me, ao menos em par
te da área, o que facili taria a construção de
certas e.strutura.s, como o dique sêco. Em linhas gerais este plano foi pelo Governo submetido ao Conselho de Ex
gua fronteiro, para os lançamentos; f)
pansão Econômica e, neste, entregue à apreciação de uma comissão especial. Por motivos da situação geral do Estado, aquele Conselho paralisou seus trabalhos durante muitos meses e parece não tê-los até agora retomado plenamente. Não
dade de alojar perto o operariado. Des tas condições "e" é ainda "potencial", dependente da efetivação do plano re gional num dos seus pontos mais im
portantes, que é a ligação Saboó-Barna-
hé-Santo Amaro. Por isto mesmo é que, dizíamos, o plano regional virá de en
devem ser também concedidos aos já existentes, conservadas as devidas pro
o sub-.solo, mas a exis
do pôrto; e) bacia ou amplo lençol dá acesso ferro e rodoviário; g) possibili
Êsse dique deve
em estado de utilização
obstante, a comissão especial, que tive a honra de integrar, recolheu os pareceres parciais, todos favoráveis ao plano.
E'a deveria ser
Por outro lado, tão logo estivessem con cluídos os estaleiros, poderíamos cons
truir os nossos próprios navios, eliminan do dificuldades como as que enfrenta mos durante a última conflagraç-ão. Con sidero tão grandioso êsse projeto, que o
o faça em outro local, talvez em São Sebastião, que para isso terá que fazer
acho digno da admiração e colaboração de todos os paulistanos. O poder pú blico poderia esttidar a forma de exe cutá-lo o mais breve pos.sível, cabendo à Assembléia Legislativa facilitar a sua
a ligação ferro-rodoviária com o pla
execução".
o que desaconselhamos no momento, que
nalto e com Santos, onde estão localiza Na sessão do Conselho de 3-7-47 o das as indústrias fornecedoras- dos ma . mesmo Conselheiro, apresentando o pon teriais necessários para suprir o esta- to de vista da Associação Comercial, leiro"disse; "lamentável que um pôrto como
Santos não disponha de instalações dessa
Na Associação Comercial de São Pau'o o assunto foi estudado pelos ?rs.
natureza, nem para reparações.
João Alfredo Sousa Ramos, represen
deficiência tem impedido o estabeleci
Essa
tante, e. pelos consultores técnicos profs.
mento de linhas de navegação com base
Mendes da Rocha e C. Alberto Vanzo-
naquele pôrto, colocando o intercâmbio paulista à mercê das companhias que,
lini.
Manifestou-se o sr. Sousa Ramos
na "Folha da Noite" de 4-9-47, em' com terminais noutros portos, reservam
resumo: "Tivemos o prazer de assistir em reunião do Conselho à exposição do
ex-prefeito a quem São Paulo tanto de
para São Paulo apenas as sobras escassas
das suas disponibilidades de transporte. Por outro lado, não obstante as pesadas
22
Dir.ESTo
comerciais incentivadores.
Não só o
EcoNÓ.Ntic;o
contro não só aos problemas urbanísti
Digesto
Re'atou
Econômico
o sr.
23
Mariann
Ferraz, re
ve, e cujos planos são sempre revolucio
pôrto, como ponto movimentadíssimo de
cos de Santos e Guanijá, mas também a
presentante da Federação das Indús
nários (aparte: revoluções puramente
passagem, auxiliará a indústria nava',
diversos outros, como os do pôrto, das
trias: "A Federação concorda, depois de
'constitucionalistas", i.sto é, construtivas). O da remodelação de Santos é do mesmo
como esta, tanto de construção como
indústrias c do litoral Norte.
sobretudo de reparações, completará
da ligação ferro e rodoviária, o estalei
àquele. Aliás, reconheceram-no o Go verno Federal e a Companhia Docas, incluindo um esta'eÍro no seu plano
ro santista superará os melhores do Rio,
geral da amp'iaçáo do pôrto. Infeliz mente, esta parte do plano tem ficado à
Provido
locarzados em ilhas da Guanabara.
A
proximidade do cana! portuário redu
examinar dc\'idamontc o assunto e aus-
cultar a opinião dos diretores, em que um estaleiro em Santo.s, da capacidade
caráter e sua apresentação impressionou
máxima cie 5.000 toneladas, seja incen tivado por parte do Governo. A colabo ração do Governo de\'ia constar exclusi
solucionando problemas que não só in
vamente do seguinte: 1) Ligação ferro-rodoviárla Saboó-Barnabc-Bertioga-
pliação do pôrto, de acordo com o plano, valeria pelas obras tôdas e consagra
a todos. Diversas obras estão incluídas, teressam os moradores da cidade, co
Qual a localização aconselhável?
zirá a manutenção do ace.sso marítimo. A contiguidade da bacia, que é o ancoradouro interno de Santos, permitirá os lançamentos normais, evitando os late
-Santo Amaro. 2) Obtenção dos terre
ria
O plano das Docas demarcou um
rais, menos convenientes, e com mínimo
nos, os quais devem ser arrendados à
obra grandiosa e vale a inversão de
terreno do continente, entre o rio Diana
margem, na execução do programa.
mo à economia paulista...
mais nma
vez etc.
Só a am
Trata-se de
incômodo à navegação. A condição "b"
Companhia, que se propuser fazer os
milhões de cnizeiros.
e o canal -da Bertioga. No plano regional apon
não é desprezível por que, .SC cm Santos há
estaleiros. 3) Construção de um dique
executada integralmente, pois solucio
tamos, de preferência,
seco ou flutuante para 15.000 tonela
extensa faixa
das, a fim de que a navegação possa
naria problemas de alta importância e que dizem respeito à nossa economia, como a ampliação do pôrto, as ligações com Guarujá, Bertioga e São Sebastião.
uma área entre Itapema
I
3 a Bocaina, deixando a outra para outras ín-
dástrias ou serviços se cundários.
São Vicen
costeira,
poucas, como esta, já
contar com uma base dc reparação e
se acham
limpeza de cascos.
aterradas
e
ser de propriedade do Governo e ar
imediata;
rendado. 4) Os auxílios que o Gover no xãer a dar, ao novo estabelecimento,
a
pequena
distância há morros com
te, o estuário, a Alemôa,
terra e pedra á dispo
Barnabé, etc. foram lonsiderados, mas a área mencionada, embora se
sição.
.superponha em parte às in.stalaçóes da aeronáu
tica federal, parece a melhor.
Ela satisfaz a
sete condições impor tantes: a) área grande e ampliávelj b) terreno
já aterrado e nivelado; c) preço acessí
vel; d) proximidade do canal profundo
Desconhecemos
porções. Caso o Governo queira desen
tência próxima dôsses morros e pedreiras, as
volver a construção naval tipo médio, isto é, navios de 10 a 15 mil toneladas,
sim como de lages no estuário, revela probabi lidades de sub-solo fir me, ao menos em par
te da área, o que facili taria a construção de
certas e.strutura.s, como o dique sêco. Em linhas gerais este plano foi pelo Governo submetido ao Conselho de Ex
gua fronteiro, para os lançamentos; f)
pansão Econômica e, neste, entregue à apreciação de uma comissão especial. Por motivos da situação geral do Estado, aquele Conselho paralisou seus trabalhos durante muitos meses e parece não tê-los até agora retomado plenamente. Não
dade de alojar perto o operariado. Des tas condições "e" é ainda "potencial", dependente da efetivação do plano re gional num dos seus pontos mais im
portantes, que é a ligação Saboó-Barna-
hé-Santo Amaro. Por isto mesmo é que, dizíamos, o plano regional virá de en
devem ser também concedidos aos já existentes, conservadas as devidas pro
o sub-.solo, mas a exis
do pôrto; e) bacia ou amplo lençol dá acesso ferro e rodoviário; g) possibili
Êsse dique deve
em estado de utilização
obstante, a comissão especial, que tive a honra de integrar, recolheu os pareceres parciais, todos favoráveis ao plano.
E'a deveria ser
Por outro lado, tão logo estivessem con cluídos os estaleiros, poderíamos cons
truir os nossos próprios navios, eliminan do dificuldades como as que enfrenta mos durante a última conflagraç-ão. Con sidero tão grandioso êsse projeto, que o
o faça em outro local, talvez em São Sebastião, que para isso terá que fazer
acho digno da admiração e colaboração de todos os paulistanos. O poder pú blico poderia esttidar a forma de exe cutá-lo o mais breve pos.sível, cabendo à Assembléia Legislativa facilitar a sua
a ligação ferro-rodoviária com o pla
execução".
o que desaconselhamos no momento, que
nalto e com Santos, onde estão localiza Na sessão do Conselho de 3-7-47 o das as indústrias fornecedoras- dos ma . mesmo Conselheiro, apresentando o pon teriais necessários para suprir o esta- to de vista da Associação Comercial, leiro"disse; "lamentável que um pôrto como
Santos não disponha de instalações dessa
Na Associação Comercial de São Pau'o o assunto foi estudado pelos ?rs.
natureza, nem para reparações.
João Alfredo Sousa Ramos, represen
deficiência tem impedido o estabeleci
Essa
tante, e. pelos consultores técnicos profs.
mento de linhas de navegação com base
Mendes da Rocha e C. Alberto Vanzo-
naquele pôrto, colocando o intercâmbio paulista à mercê das companhias que,
lini.
Manifestou-se o sr. Sousa Ramos
na "Folha da Noite" de 4-9-47, em' com terminais noutros portos, reservam
resumo: "Tivemos o prazer de assistir em reunião do Conselho à exposição do
ex-prefeito a quem São Paulo tanto de
para São Paulo apenas as sobras escassas
das suas disponibilidades de transporte. Por outro lado, não obstante as pesadas
24
subvenções, as iniciativas partíciiJares de navegação têm fracassado, principalmen te pelas dificuldades de as companhias
proverem a renovação de seu material flutuante e obterem as embarcações ade-
Dlf;F.sT(j Eco NÓ MIíuy
perspectivas para 10.000 a I5.í)00 tonclacla.s tm futuro remoto. A
área
a
reservar
500x500 metros,
e a
é
df
côrca
instahtção
de
com
preenderia, de um modf> geral, um gran de edifício de 3 andares para depó.si-
Dicesto
EfroNÓMiro
25
A construção dos diques pelo poder seco do tipo ordinário, em alvenaria —
produzir navios de madeira e ferro até
púbMco é ponto pacífico: // convicnt cie Sfgíw/er tine pailiciihiritc!' lelatice ciitx engim de uuloub-. diffcrciUes raisons.
limpezas, e, mesmo, executar certas es truturas civis, com que inicialmente me
nntammciU Ici crainíc de Ia ccmcurrcn-
viços. A fixação da tonelagem tem im portância. Sabe-se que, no mundo, 50%
10.000
tonelada.s,
efetuar consertos
e
lhor manter a intensidade de seus ser
f|uadas. A oportunidade do estaleiro e suas possibilidades são incontestáveis, bem como a segurança de sua autono mia, de vez que, com a Volta Redonda,
val (10.000 m2) e escritórios (2.000 m2}; um grande barracão (siied) de 15.000
ce éfrangèrc, s'op}yoscnt à ce que les taxe.-i d'u.sage dépas.scut un ccriahi taux, (ilor^i cjuc Ia comtruction exige uu inves-
^ nossa indústria já se encontra em con-
iLssetuciit tcl qu'on nc irouccrait eucun induiilnel cpii conscnt à en demander
mais de 8.000 são relativamente muito
, díç-óes de supri-lo. O êxito de um em-
m2 para oficinas; 4 carreiras, das quais 2 cobertas (20.000 m2); carreini pe
preend mentü desta natureza não depen
quena; bacia ou darsena c rc.spcctivo
Ia concession aux conditiofus imposces par
2.000 toneladas, embora, nu verdade, a
de entretanto apenas desses fatores, mas
ca's; ante-carrcira inc"inada de .5-7%, dc
le:j cluitnbrc.s de commerce. si VEiat.
também de uma organização técnica
200x200 metros; ante-carreira menor de
eficiente, compreendendo de um lado planos gerais, instalações, técnicos ex perimentados e operários; de outro lado, uma garantia de merc-ado para a producão, que nos primeiros anos poderia ser
50x70 metros; estação de transformado
■P' oferecida pelo Estado, seja pela a<|u'siçâo anual de uma tonclagem mínima,
seja mediante uma garantia de juros ra
tos (4.000 rcfi), salão de desenho na
p!us grande pariie dcs frais de premiei-
cer da Federação das Indústrias acen
Saiif à Marsei Ic, ou il
tuava que navios de 10-15.000 tonela das não têm acesso na maioria dos nos
to avalia-se em 74 milhões de cruzeiros.
a étc pnssihlc de houver un conccssionairc qui à asaumó les chargcs, les for
As despesas rcslanle.s, de maquiniirio,
ma
ria dos navios nacionais existentes não
res; construções secundárias, fecho.s, pre
paro do terreno; maquínário. O conjun transporte o seguro, aju.sle do pessoal e viagens, escritório em São Paulo,
veí
da maior conveniência o apo o decisivo
e imprevistos, importariam cm cêrca de 43 inilliões de cruzeiros. Total 110
do Govêmo e a adaptação do plano aos
milhões, exclusive terreno, acessos ou
interêsses nacionais e do Estado. Reconjenda o relatório as seguintes medidas: a) contrato inicial para a fonnação de
desvios, e o dique seco. (1)
seria conced do ou arrendado pelo Go vêmo, apos a remoção da base aérea,
uma frota e, oportunamente, de compa nhias de navegação tanto marítüna, co
adaptação.
certo, garantia de juros; c) adaptar para a instalação o local indicado no progra ma Prestes Maia, sem esquecer o plano
geral de obras e comunicações".
O terreno
construHes par
VEM, uinú que Ia phipart de dorks floltanls, oblenus en fail on litrc de
prcsfalions en nature. Çnciques pelites docks flottants et slips de hcdage nnt
sos portos e que a tonelagem da maio ultrapassa 5.000.
A empresa deve ter bafejo, mas não interferência oficial. O capital será mis to, nacional o estrangeiro, com parti
été construits par eles chambres de com
cipação do govêmo, indústrias e ativi
voie de concession.
gumas pequenas empresas existentes, que
merce, qui en assurcnt rexphilation par É o que expõem
Joly — Laroche — Watier — Rouvllle em Travaux Maritimes (Vol. III).
Êste estaleiro teria po,ssibilidades de
dades
mais interessadas,
inclusive al
a nova organização ou a ampliação do
porto obrigassem a se mudar ou extin guir.
O clique, como em muitos
serviços da marinha nacional.
No caso de não se confirmarem as
poss bilidades econômicas de um dique
o Govêmo animou um piano amb.ccso ■ (10 a 15.000 toneladas), porem de um
que flutuante, de custo inicial menor.
ideal presente não- deve u trapassar fi .OOO, embora sem fechar totalmente as
de radouh soni
países eiiropeu.s, seria feito e cedido pelo poder público, com preferência para os
seco do tipo ordinário, em alvenaria con.striicáo assaz cara, principalmente em
e,studo mais ponderado cone m-se c|ue o
étahlis.sement.
sem prejuízo de trabalhos imediatos de
o primitivo projeto dos técnicos es trangeiros era de um estale,ro modesto
para 2.000 toneladas ou pouco ma,s,
poucos. Só num têrço do total e.xcede
êste têrço caiba quase todo o tráfego do longa distância e alto mar. O pare
zoáveis para o capital. Tem grande im portância a transferência prevista de téc
mo interna; b) conceder, por prazo
menos de 100 toneladas, e que os de
nintervenait en prenant ã sa cluirge Ia
culos, estoque dos depósilo.s, fundo de caixa para saiár os iniciais improdutivos, despesas de organização de sociedade,
nicos e operários especializados, sendo
de todos os navios motorizados são de
mau terreno — há a solução do di t) O projeto federal na
Ilha
da
Con
ceição (Rio) previa, em 1940. para 3 car reiras e obras complementares de cais
oficina, etc.. 40 milhões de cruzeiros.
Cêrca de 422 milhões de dólares em suprimentos, principalmente alimentos c
combustíveis, foram fã enviados às regiões devastadas pela guerra, de acôrdo com
três programas de auxílio ao estrangeiro aprovados pelo Congresso no ano passado.
Essas remessas foram feitas segundo o Programa de Socorro Post-UNRRA, em
vigor desde o verão passado, o Programa de Auxílio de Emergência á França,
Itália e Áustria, em vigor desde dezembro e a fase não militar do programa de auxílio à Grécia e à Turquia.
O Programe Posf-UNRRA, que estabeleceu uma soma de trezentos milhões de dólares para n envio de suprimentos à Áustria, Grécia, Itália, China e Trie,pre, já está 85 por cento completado. Embarques feitos depois de 27 de fevereiro elevaram
o totál já difpendido para 256 milhões de dôUires.
24
subvenções, as iniciativas partíciiJares de navegação têm fracassado, principalmen te pelas dificuldades de as companhias
proverem a renovação de seu material flutuante e obterem as embarcações ade-
Dlf;F.sT(j Eco NÓ MIíuy
perspectivas para 10.000 a I5.í)00 tonclacla.s tm futuro remoto. A
área
a
reservar
500x500 metros,
e a
é
df
côrca
instahtção
de
com
preenderia, de um modf> geral, um gran de edifício de 3 andares para depó.si-
Dicesto
EfroNÓMiro
25
A construção dos diques pelo poder seco do tipo ordinário, em alvenaria —
produzir navios de madeira e ferro até
púbMco é ponto pacífico: // convicnt cie Sfgíw/er tine pailiciihiritc!' lelatice ciitx engim de uuloub-. diffcrciUes raisons.
limpezas, e, mesmo, executar certas es truturas civis, com que inicialmente me
nntammciU Ici crainíc de Ia ccmcurrcn-
viços. A fixação da tonelagem tem im portância. Sabe-se que, no mundo, 50%
10.000
tonelada.s,
efetuar consertos
e
lhor manter a intensidade de seus ser
f|uadas. A oportunidade do estaleiro e suas possibilidades são incontestáveis, bem como a segurança de sua autono mia, de vez que, com a Volta Redonda,
val (10.000 m2) e escritórios (2.000 m2}; um grande barracão (siied) de 15.000
ce éfrangèrc, s'op}yoscnt à ce que les taxe.-i d'u.sage dépas.scut un ccriahi taux, (ilor^i cjuc Ia comtruction exige uu inves-
^ nossa indústria já se encontra em con-
iLssetuciit tcl qu'on nc irouccrait eucun induiilnel cpii conscnt à en demander
mais de 8.000 são relativamente muito
, díç-óes de supri-lo. O êxito de um em-
m2 para oficinas; 4 carreiras, das quais 2 cobertas (20.000 m2); carreini pe
preend mentü desta natureza não depen
quena; bacia ou darsena c rc.spcctivo
Ia concession aux conditiofus imposces par
2.000 toneladas, embora, nu verdade, a
de entretanto apenas desses fatores, mas
ca's; ante-carrcira inc"inada de .5-7%, dc
le:j cluitnbrc.s de commerce. si VEiat.
também de uma organização técnica
200x200 metros; ante-carreira menor de
eficiente, compreendendo de um lado planos gerais, instalações, técnicos ex perimentados e operários; de outro lado, uma garantia de merc-ado para a producão, que nos primeiros anos poderia ser
50x70 metros; estação de transformado
■P' oferecida pelo Estado, seja pela a<|u'siçâo anual de uma tonclagem mínima,
seja mediante uma garantia de juros ra
tos (4.000 rcfi), salão de desenho na
p!us grande pariie dcs frais de premiei-
cer da Federação das Indústrias acen
Saiif à Marsei Ic, ou il
tuava que navios de 10-15.000 tonela das não têm acesso na maioria dos nos
to avalia-se em 74 milhões de cruzeiros.
a étc pnssihlc de houver un conccssionairc qui à asaumó les chargcs, les for
As despesas rcslanle.s, de maquiniirio,
ma
ria dos navios nacionais existentes não
res; construções secundárias, fecho.s, pre
paro do terreno; maquínário. O conjun transporte o seguro, aju.sle do pessoal e viagens, escritório em São Paulo,
veí
da maior conveniência o apo o decisivo
e imprevistos, importariam cm cêrca de 43 inilliões de cruzeiros. Total 110
do Govêmo e a adaptação do plano aos
milhões, exclusive terreno, acessos ou
interêsses nacionais e do Estado. Reconjenda o relatório as seguintes medidas: a) contrato inicial para a fonnação de
desvios, e o dique seco. (1)
seria conced do ou arrendado pelo Go vêmo, apos a remoção da base aérea,
uma frota e, oportunamente, de compa nhias de navegação tanto marítüna, co
adaptação.
certo, garantia de juros; c) adaptar para a instalação o local indicado no progra ma Prestes Maia, sem esquecer o plano
geral de obras e comunicações".
O terreno
construHes par
VEM, uinú que Ia phipart de dorks floltanls, oblenus en fail on litrc de
prcsfalions en nature. Çnciques pelites docks flottants et slips de hcdage nnt
sos portos e que a tonelagem da maio ultrapassa 5.000.
A empresa deve ter bafejo, mas não interferência oficial. O capital será mis to, nacional o estrangeiro, com parti
été construits par eles chambres de com
cipação do govêmo, indústrias e ativi
voie de concession.
gumas pequenas empresas existentes, que
merce, qui en assurcnt rexphilation par É o que expõem
Joly — Laroche — Watier — Rouvllle em Travaux Maritimes (Vol. III).
Êste estaleiro teria po,ssibilidades de
dades
mais interessadas,
inclusive al
a nova organização ou a ampliação do
porto obrigassem a se mudar ou extin guir.
O clique, como em muitos
serviços da marinha nacional.
No caso de não se confirmarem as
poss bilidades econômicas de um dique
o Govêmo animou um piano amb.ccso ■ (10 a 15.000 toneladas), porem de um
que flutuante, de custo inicial menor.
ideal presente não- deve u trapassar fi .OOO, embora sem fechar totalmente as
de radouh soni
países eiiropeu.s, seria feito e cedido pelo poder público, com preferência para os
seco do tipo ordinário, em alvenaria con.striicáo assaz cara, principalmente em
e,studo mais ponderado cone m-se c|ue o
étahlis.sement.
sem prejuízo de trabalhos imediatos de
o primitivo projeto dos técnicos es trangeiros era de um estale,ro modesto
para 2.000 toneladas ou pouco ma,s,
poucos. Só num têrço do total e.xcede
êste têrço caiba quase todo o tráfego do longa distância e alto mar. O pare
zoáveis para o capital. Tem grande im portância a transferência prevista de téc
mo interna; b) conceder, por prazo
menos de 100 toneladas, e que os de
nintervenait en prenant ã sa cluirge Ia
culos, estoque dos depósilo.s, fundo de caixa para saiár os iniciais improdutivos, despesas de organização de sociedade,
nicos e operários especializados, sendo
de todos os navios motorizados são de
mau terreno — há a solução do di t) O projeto federal na
Ilha
da
Con
ceição (Rio) previa, em 1940. para 3 car reiras e obras complementares de cais
oficina, etc.. 40 milhões de cruzeiros.
Cêrca de 422 milhões de dólares em suprimentos, principalmente alimentos c
combustíveis, foram fã enviados às regiões devastadas pela guerra, de acôrdo com
três programas de auxílio ao estrangeiro aprovados pelo Congresso no ano passado.
Essas remessas foram feitas segundo o Programa de Socorro Post-UNRRA, em
vigor desde o verão passado, o Programa de Auxílio de Emergência á França,
Itália e Áustria, em vigor desde dezembro e a fase não militar do programa de auxílio à Grécia e à Turquia.
O Programe Posf-UNRRA, que estabeleceu uma soma de trezentos milhões de dólares para n envio de suprimentos à Áustria, Grécia, Itália, China e Trie,pre, já está 85 por cento completado. Embarques feitos depois de 27 de fevereiro elevaram
o totál já difpendido para 256 milhões de dôUires.
•V •
t^íGESTo Econômico gcns, por enxertia ou pelos métodos co"^un.s de seleção, vão a passo.s largos e
\ LlTil SECRETÜ PELO ALGODÍO ^PESAn da situação internacional algote nos últimos anos, com a diminuição safras mundiais e o progressivo au mento do consumo, não se alterou o quada competição dessa matéria-prima.
Se é verdade que no momento se fala mais em provável escassez do que em pletora de algodão, a ponto de muito.s
O sr. Garibaldi Dantas, no presente artigo, descreve o que tem sido a luta
não esmaeceu, mas continua crepítando, I' em preparações científicas e técnicas de
larga envergadura. Na Rússia, nos Esta
dos Unidos, no Egito, nas colônias bri tânicas da África, em São Paulo, os la boratórios experimentais, as estações de seleção de variedades não descançam. Os egípcios, famosos pelas fibras longas, num incessante esfôrço pela suprema
cia dessa classe de algodões, anunciam novas linhagens superiores às que an
a dos melhores campos norte-america
nos e anunciam igualmente o lançamen
cessas de dias mais fecundos no mundo
De algodão vive a grande maioria da
^Igodociro nacional.
população ru,Tal do Sul dos Estados
mundo algodoeiro. Conc-7i/i o nriiculista
alvos de algodão, para a conquista do
comprimento de fibras é passo gigantes
pão.
co na competição. E se o rendimento, por unidade de terra plantada, função de
trialização ali registada recentemente, es
cartas na mesa.
.^
Em países de menor importância algodoeíra, como Argentina, México, Pe ru, a Junta Nacional dei Algodon, a Ga mara A'godonera de Lima e a Secreta
ria da Agricultura mexicana apre.sentairj planos ambiciosos. Na Argentina, o al godão é a lavoura colonizadora do Chaco, região que de outra forma .seria deser ta e que por isso mesmo constituí um
ponto fraco nas fronteiras sulinas.
Na
terra dos Incas, apanharam o professor doeira do mundo, no ramo das fibras
num p ano de produção capaz de decuplicar as safras em cinco anos.
I vS
vários fatôres criados cm laboratórios
doeiro.
produção e comércio dessa fibra. A deca
E a luta se desdobra praticamente em dois setores: a luta entre competidores da fibra natural e o prélio contra os
dência do algodão seria a mina de imensa região, a que essa fibra dera, em outras épocas, primado indiscutível no mundo.
inúmeros sucedâneos artificiais.
Cada
Dezoito milhões de fardos de algodão dali
nova fábrica de "rayon" surgida é como
já sairam. Quase setenta por cento do comércio
milhares de hectares o campo da pro
-prima pertenciam aos Estados Unidos. Veio, porém, a elevação do padrão de
dução de fibras têxteis. Se a relativa escassez de fibras natu
rais nos dois a tres ultimes anos se faz
nantes aumentos não tirou do problema
deixou de ser burro de carga. Passou a
o aspecto anterior de luta pela conquis
querer mais.
ta dos mercados consumidores. Ê para essa etapa que caminhamos.
O custo da produção do algodão subia
Vencerá queiri estiver bem preparado
todos. É a porfia do mais capaz, pelo esfôrço científico ou pelas condições Também o Brasil — para regozijo dos No Nordeste, os trabalhos de seleção, pela propagação de esplêndidas linha-
vida da população sulina; surg ram pra gas terríveis, como o "boll-weevdl", caiu
a produtividade das terras, pelo trabalho
bire. Nos Estados Unidos, trabalha-se
que acreditam na sobrevivência e ex pansão dessa lavoura - não fica atrás.
matéria-
ininteiTupto de várias gerações. O negro
Por isso, precisamos saber o que vai
O objetivo de ambas é apenas um: re duzir o custo de produção, ofertando aos mercados mundiais produto mais bara to e de melhor qualidade.
dessa
petição, a possibi idade de impressio
que se utilizam armas leais, comuns a
econômicas naturais mais favoráveis.
internacional
sentir, transmudando o cenário da com
natural, mais ou menos conhecido em
mecanização das atividades algodoeiras.
Milhões de pessoas vivem da
se tivessem aumentado de dezenas de
comentada pelos fiandeiros de Lancas-
leção das qualidades já existentes e a
pecialmente durante a guerra, o Sul continua a .ser predominantemente algo-
de genética, aumenta, outro grande pas
e adestrado para os dias duros de
Tudo isso, no campo da competição
Apesar da impressionante indus
so para frente so conseguiu.
to de variedades de fibras de cores já fixas, cuja importância foi intensamente com afinco, em duas frentes: a da se
Unidos, a famosa "cotton-belt", onde negros e brancos mourejam nos campos
que a luta está sendo feita hoje com as
Haarland, a mais-célebre cabeça algolo. Na Rússia, os cientistas falam em longas, e já se prevê coisas maravilho.sas, algodões cuja produção por unidade de com a seleção dos tipos de fibra espe superfície é quatro vêzes maior do que cial ah^ cultivadas. Fala-se no México tes constituíam a glória do vale do Ni
nia do a'godão nos Estados Unidos tem um duplo aspecto: social e econômico.
Os cientistas medem o terreno, palmo »
A luta pela sobrevivência e hegemo
Agronômico da cidade do mesnome, não lhe fica atrás. Há pro
^ pa'mo, como os estrategistas das gran izes batalhas, tlm milímetro a mais de
travada nos bastidores interriacionais do
países já terem racionado a própria ex portação, a luta surda pelos mercados
A luta pela sohrcvioência e hcgenumia do algodão dos Estados Unidos
São Paucc), a nova variedaclc "Cam
pinas", rebento notável da técnica do
Gaiubaldi Dantas
doeíra ter-se modificado radicalmen
2T
amanhã.
Emigrou para o Norte.
a olhos vistos. O govêmo veio em au xílio dos lavradores e assegurou-lhes uma
legislaç<ão que lhes outorgava preços mí nimos animadores.
Cortaram-se milhões
de geiras de terras cultivadas, para se
pelos bastidores internacionais do mun
conseguir a elevação dos preços. À po
do algcdoeiro.
lítica da abundância sucedeu a da es-
•V •
t^íGESTo Econômico gcns, por enxertia ou pelos métodos co"^un.s de seleção, vão a passo.s largos e
\ LlTil SECRETÜ PELO ALGODÍO ^PESAn da situação internacional algote nos últimos anos, com a diminuição safras mundiais e o progressivo au mento do consumo, não se alterou o quada competição dessa matéria-prima.
Se é verdade que no momento se fala mais em provável escassez do que em pletora de algodão, a ponto de muito.s
O sr. Garibaldi Dantas, no presente artigo, descreve o que tem sido a luta
não esmaeceu, mas continua crepítando, I' em preparações científicas e técnicas de
larga envergadura. Na Rússia, nos Esta
dos Unidos, no Egito, nas colônias bri tânicas da África, em São Paulo, os la boratórios experimentais, as estações de seleção de variedades não descançam. Os egípcios, famosos pelas fibras longas, num incessante esfôrço pela suprema
cia dessa classe de algodões, anunciam novas linhagens superiores às que an
a dos melhores campos norte-america
nos e anunciam igualmente o lançamen
cessas de dias mais fecundos no mundo
De algodão vive a grande maioria da
^Igodociro nacional.
população ru,Tal do Sul dos Estados
mundo algodoeiro. Conc-7i/i o nriiculista
alvos de algodão, para a conquista do
comprimento de fibras é passo gigantes
pão.
co na competição. E se o rendimento, por unidade de terra plantada, função de
trialização ali registada recentemente, es
cartas na mesa.
.^
Em países de menor importância algodoeíra, como Argentina, México, Pe ru, a Junta Nacional dei Algodon, a Ga mara A'godonera de Lima e a Secreta
ria da Agricultura mexicana apre.sentairj planos ambiciosos. Na Argentina, o al godão é a lavoura colonizadora do Chaco, região que de outra forma .seria deser ta e que por isso mesmo constituí um
ponto fraco nas fronteiras sulinas.
Na
terra dos Incas, apanharam o professor doeira do mundo, no ramo das fibras
num p ano de produção capaz de decuplicar as safras em cinco anos.
I vS
vários fatôres criados cm laboratórios
doeiro.
produção e comércio dessa fibra. A deca
E a luta se desdobra praticamente em dois setores: a luta entre competidores da fibra natural e o prélio contra os
dência do algodão seria a mina de imensa região, a que essa fibra dera, em outras épocas, primado indiscutível no mundo.
inúmeros sucedâneos artificiais.
Cada
Dezoito milhões de fardos de algodão dali
nova fábrica de "rayon" surgida é como
já sairam. Quase setenta por cento do comércio
milhares de hectares o campo da pro
-prima pertenciam aos Estados Unidos. Veio, porém, a elevação do padrão de
dução de fibras têxteis. Se a relativa escassez de fibras natu
rais nos dois a tres ultimes anos se faz
nantes aumentos não tirou do problema
deixou de ser burro de carga. Passou a
o aspecto anterior de luta pela conquis
querer mais.
ta dos mercados consumidores. Ê para essa etapa que caminhamos.
O custo da produção do algodão subia
Vencerá queiri estiver bem preparado
todos. É a porfia do mais capaz, pelo esfôrço científico ou pelas condições Também o Brasil — para regozijo dos No Nordeste, os trabalhos de seleção, pela propagação de esplêndidas linha-
vida da população sulina; surg ram pra gas terríveis, como o "boll-weevdl", caiu
a produtividade das terras, pelo trabalho
bire. Nos Estados Unidos, trabalha-se
que acreditam na sobrevivência e ex pansão dessa lavoura - não fica atrás.
matéria-
ininteiTupto de várias gerações. O negro
Por isso, precisamos saber o que vai
O objetivo de ambas é apenas um: re duzir o custo de produção, ofertando aos mercados mundiais produto mais bara to e de melhor qualidade.
dessa
petição, a possibi idade de impressio
que se utilizam armas leais, comuns a
econômicas naturais mais favoráveis.
internacional
sentir, transmudando o cenário da com
natural, mais ou menos conhecido em
mecanização das atividades algodoeiras.
Milhões de pessoas vivem da
se tivessem aumentado de dezenas de
comentada pelos fiandeiros de Lancas-
leção das qualidades já existentes e a
pecialmente durante a guerra, o Sul continua a .ser predominantemente algo-
de genética, aumenta, outro grande pas
e adestrado para os dias duros de
Tudo isso, no campo da competição
Apesar da impressionante indus
so para frente so conseguiu.
to de variedades de fibras de cores já fixas, cuja importância foi intensamente com afinco, em duas frentes: a da se
Unidos, a famosa "cotton-belt", onde negros e brancos mourejam nos campos
que a luta está sendo feita hoje com as
Haarland, a mais-célebre cabeça algolo. Na Rússia, os cientistas falam em longas, e já se prevê coisas maravilho.sas, algodões cuja produção por unidade de com a seleção dos tipos de fibra espe superfície é quatro vêzes maior do que cial ah^ cultivadas. Fala-se no México tes constituíam a glória do vale do Ni
nia do a'godão nos Estados Unidos tem um duplo aspecto: social e econômico.
Os cientistas medem o terreno, palmo »
A luta pela sobrevivência e hegemo
Agronômico da cidade do mesnome, não lhe fica atrás. Há pro
^ pa'mo, como os estrategistas das gran izes batalhas, tlm milímetro a mais de
travada nos bastidores interriacionais do
países já terem racionado a própria ex portação, a luta surda pelos mercados
A luta pela sohrcvioência e hcgenumia do algodão dos Estados Unidos
São Paucc), a nova variedaclc "Cam
pinas", rebento notável da técnica do
Gaiubaldi Dantas
doeíra ter-se modificado radicalmen
2T
amanhã.
Emigrou para o Norte.
a olhos vistos. O govêmo veio em au xílio dos lavradores e assegurou-lhes uma
legislaç<ão que lhes outorgava preços mí nimos animadores.
Cortaram-se milhões
de geiras de terras cultivadas, para se
pelos bastidores internacionais do mun
conseguir a elevação dos preços. À po
do algcdoeiro.
lítica da abundância sucedeu a da es-
28
Dicestíí
Econômico
Digesto Econômico
29
cassez, para através dela se alcançarem
dariam, por serem mais fortes, financei
27 de julho de 1939, iniciou-se, sob a
cotações gordas. E o algodão começou a surgir por toda a parte.
ramente falando. O tesouro de Tio Sam
denominação eufemística de "export pay-
adquirir algodão. O que se perdia na Europa e Ásia, compensava-se, porém,
estava às suas ordens. E contra êle nin
ment", o toque de avançar, com subsí
na expansão das indústrias internas. Tra-
guém lutou até hoje com vantagem. Mas, a persuasão não foi suficientemen
dio aos mercados consumidores de algo
halha\a-se dia e noite, febrilmente nas
dão.
esse motivo, São Paulo começou a plan
te forte e São Paulo e o Brasil conti
estavam ainda incluídos ainda na lista
A era doirada das fábricas se anuncia
tar a malvácea.
nuaram a progredir. E nem era possí
dos beneficiários, porque se temia a
vel aceitar uma cooperação, em que se pretendia relegar a produção e exporta ção do Brasil a quotas do tempo em que
reexportação do próprio algodão norte-
va. Mas, ainda assim sobrava algodão. Por paradoxal que parecesse, as safras
americano, de vez que se não encontrara
de São Paulo atingiram seu auge, quan
fònnula legal de impedi-la, o (pie só se
do menores eram as possibilidades de
nada representava no intercâmbio inter
fez maís tarde, através da imposição de
mercados externos, o que levou o go
nacional. Uma cooperação dessa ordem
cjuotas.
verno a transformar-se, pelo financia mento, no quase único comprador ou
Mais pela crise dó café do que por E fê-lo com técnica,
aproveitando o que havia de mais mo derno na ciência algodoeira da época. E o êxito foi tamanho que São Paulo se transformou em espécie de espantalho do mundo algodoeiro. Nos grandes con gressos internacionais, ninguém falava,
seria a morte inevitável, não essa morte
Nem o Canadá, nem o México
Êsse primeiro toque de avançar du
mundo dos pequenos produtores que,
gloriosa da competição dos fortes, mas a morte fria dos fracos e intimidados,
rou até 30 de novembro de 1940. Co briu 5.788.000 fardos e custou aos
reunidos, somavam muito maís do que
a morte voluntária, consentida, aceita.
São Paulo. Era aqui onde se centrali
Uma espécie de eutanásla algodoeira. E isso, felizmente, nem o govômo, nem os meios algodoeiros do Brasil poderiam
cofres públicos norte-americanos '
nem temia o México, a Argentina, o
zava a ameaça. Dezenas de técnico.? norte-americanos passaram por São Paido, de 1930 a 1940, à cata da.s causas e dos fatores desse crescimento.
Chamaram-nos a "região de maior di
namismo algodoeiro do mundo". E isso era exato. Ninguém conseguira, na his-
aceitar.
Por isso, a luta tomou outro aspecto. E o pomo da discórdia, ou o sinal do ataque geral foi o Canadá. Mercado às portas dos campos algodoeiros norte-ame
íói^ia recente do algodão, realizar o ricanos, geogràficamente ligado aos Es tados Unidos, parecia inconcebível que para 1.000.000 e 2.000.000 de fardos, até lá chegassem as botas de sete léguas como ocorreu em São Paulo, entre 1930 dos algodoeiros bandeirantes. Mas, por prodígio de passar de safras de 10.000
e 1944.
Êsse desenvolvimento não espantou
felicidade ou azar, chegaram. E pre tenderam assentar tendas e ali criar mer
apenas. Inquietou profundamente. O cados. Anos houve em que o algodão que se passou nos bastidores internacio paulista desbancou o norte-americano. nais é uma história surda para freiar movimento insopitável. Tentou-se pri meiramente coibir a expansão por per
Ficamos em primeiro lugar como forne cedores do Canadá. É verdade que o
fazíamos a preços mais baratos, mas a
suasão. Estívemos em Washington, em êsse nível de cotações vivia-se e prospe
nos campos de Piratininga. En 1939, numa Conferê-ncia Intemaconal de rava-se que lá, nos norte-americanos, Algodão. Era secretáno da Agncultura aquanto competição natural, de armas o srsr. riem^ Henry Wallace. rpcumía OOpensamento seu dis- iguais, seria anormal, ruína, o desastre irreme curso naugural resuiu' r exato do Ministério sob «n comando: diável. Não havendo meios de impedir a en "Cooperação ou Caos". Ou cooperava- trada algodão pauMsta, e nem sendo mos, ou tudo iria ágofs abarxo. E nessa possíveldeencontrar-se a fórmula de acôrenxurrada, oértamente, o algnd^ nu os interêsses norte-amencanos sobrena- do amistoso, a guerra começou. Em
37.869.000 dólares.
fiaç-ões e tecelagens norte-americanas.
rocebedor.
Entretanto, mesmo assim sobrava um
mercado novo, atraente, que se expan dia a olhos vistos. Era o Canadá. Pa
Era uma pequena fortuna, mas jul
ra ali se canalizou a torrente algodoeira
ricano subsidiado exultaram. Era o ma
de São Paulo. Foi a gota dágua, na taça das contemporizações norte-amcricunas. E a resposta veio, inflexível, dura, tremenda: o subsídio à exporta ção. Medida tanto mais perigosa, quan
garam-na bem aplicada. Os que recebiam algodão norte-ame ná que vinha dos ceus. Mas a indústria
norte-americana protestou. Porque não
concebia pudessem seus competidores
estrangeiros trabalhar com sua própria matéria-prima a preços mais baratos. Pa ra aquietá-la concedeu-se também subsí dio aos artigos manufaturados. Custou aos cofres de Tio Sam 10.770.000 dó lares e terminou em 19 de dezembro de 1941.
to era de caráter flexível: se baixásse
mos os preços, para poder viver ou res pirar, aumentar-se-ia o subsídio. De início, em 29 de setembro de 1941,
concederam-se apenas 2,50 centavos por
libra de algodão pluma embarcado para aquêle país. Depois subiu-se a concessão para 3 centavos. Reduziram-na posterior
A guerra e o subsidio do algodão A extensão impressionante e trágica,
mente a 2,50 e finalmente a 2 centavos,
quando expirou a providência, a 13 de março dc 1942. Custou aos cofres fe
da Segunda Guerra Mundial cortou prà-
derais norte-americanos 3.045.000 dó
ticamente dos países exportadores de al
lares.
godão quase todos os seus grandes mer cados consumidores.
Enquanto os ja
poneses não cometeram a negra ofensi va de Pearl Harbor, ainda se abriam à
nossa e à exportação dos demais países os mercados da Ásia. Depois, tudo ficou fechado. Só a Inglaterra e alguns poucos mercados europeus conseguiam
E foi descontinuado', porque se cons
tatou a impossibilidade de competição do algodão de São Paulo naquele mer cado, por absoluta falta de transporte marítimo daqui até lá. Tomava-se assim patente, iníludível, que o subsídio era uma guerra direta ao
28
Dicestíí
Econômico
Digesto Econômico
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cassez, para através dela se alcançarem
dariam, por serem mais fortes, financei
27 de julho de 1939, iniciou-se, sob a
cotações gordas. E o algodão começou a surgir por toda a parte.
ramente falando. O tesouro de Tio Sam
denominação eufemística de "export pay-
adquirir algodão. O que se perdia na Europa e Ásia, compensava-se, porém,
estava às suas ordens. E contra êle nin
ment", o toque de avançar, com subsí
na expansão das indústrias internas. Tra-
guém lutou até hoje com vantagem. Mas, a persuasão não foi suficientemen
dio aos mercados consumidores de algo
halha\a-se dia e noite, febrilmente nas
dão.
esse motivo, São Paulo começou a plan
te forte e São Paulo e o Brasil conti
estavam ainda incluídos ainda na lista
A era doirada das fábricas se anuncia
tar a malvácea.
nuaram a progredir. E nem era possí
dos beneficiários, porque se temia a
vel aceitar uma cooperação, em que se pretendia relegar a produção e exporta ção do Brasil a quotas do tempo em que
reexportação do próprio algodão norte-
va. Mas, ainda assim sobrava algodão. Por paradoxal que parecesse, as safras
americano, de vez que se não encontrara
de São Paulo atingiram seu auge, quan
fònnula legal de impedi-la, o (pie só se
do menores eram as possibilidades de
nada representava no intercâmbio inter
fez maís tarde, através da imposição de
mercados externos, o que levou o go
nacional. Uma cooperação dessa ordem
cjuotas.
verno a transformar-se, pelo financia mento, no quase único comprador ou
Mais pela crise dó café do que por E fê-lo com técnica,
aproveitando o que havia de mais mo derno na ciência algodoeira da época. E o êxito foi tamanho que São Paulo se transformou em espécie de espantalho do mundo algodoeiro. Nos grandes con gressos internacionais, ninguém falava,
seria a morte inevitável, não essa morte
Nem o Canadá, nem o México
Êsse primeiro toque de avançar du
mundo dos pequenos produtores que,
gloriosa da competição dos fortes, mas a morte fria dos fracos e intimidados,
rou até 30 de novembro de 1940. Co briu 5.788.000 fardos e custou aos
reunidos, somavam muito maís do que
a morte voluntária, consentida, aceita.
São Paulo. Era aqui onde se centrali
Uma espécie de eutanásla algodoeira. E isso, felizmente, nem o govômo, nem os meios algodoeiros do Brasil poderiam
cofres públicos norte-americanos '
nem temia o México, a Argentina, o
zava a ameaça. Dezenas de técnico.? norte-americanos passaram por São Paido, de 1930 a 1940, à cata da.s causas e dos fatores desse crescimento.
Chamaram-nos a "região de maior di
namismo algodoeiro do mundo". E isso era exato. Ninguém conseguira, na his-
aceitar.
Por isso, a luta tomou outro aspecto. E o pomo da discórdia, ou o sinal do ataque geral foi o Canadá. Mercado às portas dos campos algodoeiros norte-ame
íói^ia recente do algodão, realizar o ricanos, geogràficamente ligado aos Es tados Unidos, parecia inconcebível que para 1.000.000 e 2.000.000 de fardos, até lá chegassem as botas de sete léguas como ocorreu em São Paulo, entre 1930 dos algodoeiros bandeirantes. Mas, por prodígio de passar de safras de 10.000
e 1944.
Êsse desenvolvimento não espantou
felicidade ou azar, chegaram. E pre tenderam assentar tendas e ali criar mer
apenas. Inquietou profundamente. O cados. Anos houve em que o algodão que se passou nos bastidores internacio paulista desbancou o norte-americano. nais é uma história surda para freiar movimento insopitável. Tentou-se pri meiramente coibir a expansão por per
Ficamos em primeiro lugar como forne cedores do Canadá. É verdade que o
fazíamos a preços mais baratos, mas a
suasão. Estívemos em Washington, em êsse nível de cotações vivia-se e prospe
nos campos de Piratininga. En 1939, numa Conferê-ncia Intemaconal de rava-se que lá, nos norte-americanos, Algodão. Era secretáno da Agncultura aquanto competição natural, de armas o srsr. riem^ Henry Wallace. rpcumía OOpensamento seu dis- iguais, seria anormal, ruína, o desastre irreme curso naugural resuiu' r exato do Ministério sob «n comando: diável. Não havendo meios de impedir a en "Cooperação ou Caos". Ou cooperava- trada algodão pauMsta, e nem sendo mos, ou tudo iria ágofs abarxo. E nessa possíveldeencontrar-se a fórmula de acôrenxurrada, oértamente, o algnd^ nu os interêsses norte-amencanos sobrena- do amistoso, a guerra começou. Em
37.869.000 dólares.
fiaç-ões e tecelagens norte-americanas.
rocebedor.
Entretanto, mesmo assim sobrava um
mercado novo, atraente, que se expan dia a olhos vistos. Era o Canadá. Pa
Era uma pequena fortuna, mas jul
ra ali se canalizou a torrente algodoeira
ricano subsidiado exultaram. Era o ma
de São Paulo. Foi a gota dágua, na taça das contemporizações norte-amcricunas. E a resposta veio, inflexível, dura, tremenda: o subsídio à exporta ção. Medida tanto mais perigosa, quan
garam-na bem aplicada. Os que recebiam algodão norte-ame ná que vinha dos ceus. Mas a indústria
norte-americana protestou. Porque não
concebia pudessem seus competidores
estrangeiros trabalhar com sua própria matéria-prima a preços mais baratos. Pa ra aquietá-la concedeu-se também subsí dio aos artigos manufaturados. Custou aos cofres de Tio Sam 10.770.000 dó lares e terminou em 19 de dezembro de 1941.
to era de caráter flexível: se baixásse
mos os preços, para poder viver ou res pirar, aumentar-se-ia o subsídio. De início, em 29 de setembro de 1941,
concederam-se apenas 2,50 centavos por
libra de algodão pluma embarcado para aquêle país. Depois subiu-se a concessão para 3 centavos. Reduziram-na posterior
A guerra e o subsidio do algodão A extensão impressionante e trágica,
mente a 2,50 e finalmente a 2 centavos,
quando expirou a providência, a 13 de março dc 1942. Custou aos cofres fe
da Segunda Guerra Mundial cortou prà-
derais norte-americanos 3.045.000 dó
ticamente dos países exportadores de al
lares.
godão quase todos os seus grandes mer cados consumidores.
Enquanto os ja
poneses não cometeram a negra ofensi va de Pearl Harbor, ainda se abriam à
nossa e à exportação dos demais países os mercados da Ásia. Depois, tudo ficou fechado. Só a Inglaterra e alguns poucos mercados europeus conseguiam
E foi descontinuado', porque se cons
tatou a impossibilidade de competição do algodão de São Paulo naquele mer cado, por absoluta falta de transporte marítimo daqui até lá. Tomava-se assim patente, iníludível, que o subsídio era uma guerra direta ao
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—
Din ESTO
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sígoclão brasileiro, especialmente ao de São Paulo.
A capacidade de penetração de algo
DiOESTO Econômico
Econó n tico
do muito mais fortes a.s de.spe.sas de
balida e«u discursos e deciarações pú-
o mundu gastasse, em algodão, sêda,
F.O.B. Santos-Montreal do cjiic as de F.O.B. Nova York ao mcsinn porto, o nosso algodão chegava ao mercado ca
b'icas:
lã, linho, a metade do que consome um
"É evidente, estou seguro, que u
deixou traços profundos. E mesmo sem
nadense muito mais caro do que o
política hoje seguida com relação às c.xportaçõc.s dc algodão deve às de
possibilidades imediatas de competição,
norte-americano.
mais nações parecer inconsistente com
dão de São Paulo fôra tão forte que
julgou-se necessário criar-se o subsídio
permanente, por ato expresso do Con
Com essa ou sem essa dcnoininação. com protestos ou sem protestos, a me
não de 8.200.000.
"déficit" de 6.900.000 toneladas.
do outros paí.ses subsidiavam suas
Quando há fome de vestiário e tecidos no mundo, parece ilóg co e sem sentido a guerra secreta pelos mercados, numa
dida persistiu. Custou aos cofres norteamericanos dezenas dc milhões de dó
exportações para os mercados mun
Sob a justificativa de que essa medida visava preservar os direitos do algodão
lares.
norte-amer cano nos mercados consumido
nas no mercado canadense.
diais, interpretamos tais providências ôí)mo prejudiciais aos nossos produ tores e e.xportaclores, c de fato, atra vés de medidas especiais, o Congres so dêstc país impediu a entrada no seu território de mercadorias ou pro dutos assim subsidiados. Não é de
Depois de permanecer por muito tem po nesse nível, desceu a 2,50, caiu ain
da mais, e finalmente, há dias, anun ciaram-lhe a manuten
Estados Unidos, em 15 de novembro de 1944,
5ob o nome de "Surplus Property Act", o subsí
E conseguiu afastar, cm parte,
simbólica,
surpreender, pois, que outros países
em fração de centavo.
produtores de algodão encarem como injusto e prejudicial para êles o atual
ção apenas CUTMí
T ti I
Mas permaneceu de
dio permanente ao al godão, entregando-Ihe a
pé, como
espada
de
execução à "Commodi-
os
ty Credit Corporation". O algodão de São
menos enquanto não se
amoldarem
Paulo foi tomado como
baseados em quotas de
ponto de referência pa ra o início dessas opera
exportação ajustadas às
conveniências dos países
ções.
mais velhos.
Calculando
os
preços do tipo 5 paulis
ta com o "middÜng" dos Estados Unidos, F.O.B. portos de cada um dos respec tivos países, verificou-se Iiaver entre
concorrentes, a
Mesmo assim, a luta continuou.
Gastaram-se fortunas nos Estados Uni
acordos
dos.' Tudo inutilmente. Porque não liavia lugar para o exagerado temor de super-produção causado por São Paulo.
Permaneceu de pé,
contrariando a velha e tradicional polí tica de liberdade de comércio, por que
os Estados Unidos sempre se bateram, e que foi a pedra de toque da adminis
libra de pluma.
tração do .sr. Cordell Hull.
Não era isso "dumpíng" — diziam os
mos
pelo
êles dtferença de quatro centavos por O subsídio foi fixado nessa base.
subsídio de exportação que adota
Dámocles atemorizando
te-americana sofreu ali grande revés. Mas, venceu há dias em Havana.
O subsídio ao algodão e outros pro
dutos agrícolas surgiu dali, vestido de nova roupagem, com aquela feição por que tanto ansiava o mundo algodoeiro norte-americano, que era a sua legali zação ou aceitação internacionais.
Daqui por diante, não sabemos como
ainda que essas sugestões se apoiem em
protesto, e não sem advertência de ho
godoeiras, a boa lógica aconselhava mais*^
tava-se apenas colocando o algodão dos Estados Unidos no nível das cotações
sr. Dean Acheson, que cm depoimen-'
esfôrço no sentido de aumentar o con sumo do que tanta guerra, onde se en-
internacionais.
to prestado em 4 de
tredevoravam nações amigas.
cado norte-americano, porquanto sen-
Tudo isso parece certo, mas o que
c ouvido e praticado é diverso. O subsídio ilegal, porque contrario às praticas nonnais de comércio livre, foi derrotado em Genebra, no ano passado, por absoluta maioria. A delegação nor
metade do povo vive semi-nu, e onde
apenas alguns centímetros de pano a mais na camisa do lundu ou do chinês significariam o fim das competições al-
mens sen.satos e ponderados como o sub
Mas era "dumpíng" no caso do mer
toca às raias do inconcebível.
será.
secretário do Departamento de Estado,
a mercados europeus.
fúria de destruição que algumas vezes
Sabemos apenas que se uma nação
grande ameaça. Sempre defendemos o não concordar com sugestões de acordos princípio de que em um mundo onde internacionais que se lhe apresentarem,
Permaneceu de pé, não sem nosso
dezembro
Haveria assim um
Várias safras frustradas, por causas alheias à vontade dos nossos produtores, como o tempo adverso, eliminaram a
técnicos norte-americanos —, porque es
E era verdade, em parte, no tocante
bras têxteis. E infelizmente, não dispo
ria, hoje. na melhor das hipóteses, se
mas econômicos estrangeiros. Quan
gresso dos Estados Unidos como prote
a concorrência do a'godão pauli.sta, ape
norte-americano médio, necessitaria de 15.100.000 toneladas mch-icas dessas fi
a no.ssa orientação geral dos proble
ção futura.
res, e que não era nem "dumpíng", e nem feria mais a uns do que a outros países estrangeiros, decretou o Congresso dos
31
de
A população do mundo cresce, acele
1944, perante a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, assim se expressava sôbre es«« medida, tantas vêzes por ele com-
Â
médias de produção ou exportação con trárias à sua evolução ou expansão re centes, subsídio lhe será imposto, com
tôdas as sanções internacionais. Porque
agora não há mais arma secreta, nem desleal, mas medida aberta, consentida e
aceita por maioria em conclave interna
radamente. Somos hoje mais de 2.251.000.000 de almas. Éramos ape
cional.
nas 2.116.000.000 antes da guerra. Se
ra a outra fase de luta aberta, franca,
A luta secreta pelo algodão passa ago
-
—
Din ESTO
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sígoclão brasileiro, especialmente ao de São Paulo.
A capacidade de penetração de algo
DiOESTO Econômico
Econó n tico
do muito mais fortes a.s de.spe.sas de
balida e«u discursos e deciarações pú-
o mundu gastasse, em algodão, sêda,
F.O.B. Santos-Montreal do cjiic as de F.O.B. Nova York ao mcsinn porto, o nosso algodão chegava ao mercado ca
b'icas:
lã, linho, a metade do que consome um
"É evidente, estou seguro, que u
deixou traços profundos. E mesmo sem
nadense muito mais caro do que o
política hoje seguida com relação às c.xportaçõc.s dc algodão deve às de
possibilidades imediatas de competição,
norte-americano.
mais nações parecer inconsistente com
dão de São Paulo fôra tão forte que
julgou-se necessário criar-se o subsídio
permanente, por ato expresso do Con
Com essa ou sem essa dcnoininação. com protestos ou sem protestos, a me
não de 8.200.000.
"déficit" de 6.900.000 toneladas.
do outros paí.ses subsidiavam suas
Quando há fome de vestiário e tecidos no mundo, parece ilóg co e sem sentido a guerra secreta pelos mercados, numa
dida persistiu. Custou aos cofres norteamericanos dezenas dc milhões de dó
exportações para os mercados mun
Sob a justificativa de que essa medida visava preservar os direitos do algodão
lares.
norte-amer cano nos mercados consumido
nas no mercado canadense.
diais, interpretamos tais providências ôí)mo prejudiciais aos nossos produ tores e e.xportaclores, c de fato, atra vés de medidas especiais, o Congres so dêstc país impediu a entrada no seu território de mercadorias ou pro dutos assim subsidiados. Não é de
Depois de permanecer por muito tem po nesse nível, desceu a 2,50, caiu ain
da mais, e finalmente, há dias, anun ciaram-lhe a manuten
Estados Unidos, em 15 de novembro de 1944,
5ob o nome de "Surplus Property Act", o subsí
E conseguiu afastar, cm parte,
simbólica,
surpreender, pois, que outros países
em fração de centavo.
produtores de algodão encarem como injusto e prejudicial para êles o atual
ção apenas CUTMí
T ti I
Mas permaneceu de
dio permanente ao al godão, entregando-Ihe a
pé, como
espada
de
execução à "Commodi-
os
ty Credit Corporation". O algodão de São
menos enquanto não se
amoldarem
Paulo foi tomado como
baseados em quotas de
ponto de referência pa ra o início dessas opera
exportação ajustadas às
conveniências dos países
ções.
mais velhos.
Calculando
os
preços do tipo 5 paulis
ta com o "middÜng" dos Estados Unidos, F.O.B. portos de cada um dos respec tivos países, verificou-se Iiaver entre
concorrentes, a
Mesmo assim, a luta continuou.
Gastaram-se fortunas nos Estados Uni
acordos
dos.' Tudo inutilmente. Porque não liavia lugar para o exagerado temor de super-produção causado por São Paulo.
Permaneceu de pé,
contrariando a velha e tradicional polí tica de liberdade de comércio, por que
os Estados Unidos sempre se bateram, e que foi a pedra de toque da adminis
libra de pluma.
tração do .sr. Cordell Hull.
Não era isso "dumpíng" — diziam os
mos
pelo
êles dtferença de quatro centavos por O subsídio foi fixado nessa base.
subsídio de exportação que adota
Dámocles atemorizando
te-americana sofreu ali grande revés. Mas, venceu há dias em Havana.
O subsídio ao algodão e outros pro
dutos agrícolas surgiu dali, vestido de nova roupagem, com aquela feição por que tanto ansiava o mundo algodoeiro norte-americano, que era a sua legali zação ou aceitação internacionais.
Daqui por diante, não sabemos como
ainda que essas sugestões se apoiem em
protesto, e não sem advertência de ho
godoeiras, a boa lógica aconselhava mais*^
tava-se apenas colocando o algodão dos Estados Unidos no nível das cotações
sr. Dean Acheson, que cm depoimen-'
esfôrço no sentido de aumentar o con sumo do que tanta guerra, onde se en-
internacionais.
to prestado em 4 de
tredevoravam nações amigas.
cado norte-americano, porquanto sen-
Tudo isso parece certo, mas o que
c ouvido e praticado é diverso. O subsídio ilegal, porque contrario às praticas nonnais de comércio livre, foi derrotado em Genebra, no ano passado, por absoluta maioria. A delegação nor
metade do povo vive semi-nu, e onde
apenas alguns centímetros de pano a mais na camisa do lundu ou do chinês significariam o fim das competições al-
mens sen.satos e ponderados como o sub
Mas era "dumpíng" no caso do mer
toca às raias do inconcebível.
será.
secretário do Departamento de Estado,
a mercados europeus.
fúria de destruição que algumas vezes
Sabemos apenas que se uma nação
grande ameaça. Sempre defendemos o não concordar com sugestões de acordos princípio de que em um mundo onde internacionais que se lhe apresentarem,
Permaneceu de pé, não sem nosso
dezembro
Haveria assim um
Várias safras frustradas, por causas alheias à vontade dos nossos produtores, como o tempo adverso, eliminaram a
técnicos norte-americanos —, porque es
E era verdade, em parte, no tocante
bras têxteis. E infelizmente, não dispo
ria, hoje. na melhor das hipóteses, se
mas econômicos estrangeiros. Quan
gresso dos Estados Unidos como prote
a concorrência do a'godão pauli.sta, ape
norte-americano médio, necessitaria de 15.100.000 toneladas mch-icas dessas fi
a no.ssa orientação geral dos proble
ção futura.
res, e que não era nem "dumpíng", e nem feria mais a uns do que a outros países estrangeiros, decretou o Congresso dos
31
de
A população do mundo cresce, acele
1944, perante a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, assim se expressava sôbre es«« medida, tantas vêzes por ele com-
Â
médias de produção ou exportação con trárias à sua evolução ou expansão re centes, subsídio lhe será imposto, com
tôdas as sanções internacionais. Porque
agora não há mais arma secreta, nem desleal, mas medida aberta, consentida e
aceita por maioria em conclave interna
radamente. Somos hoje mais de 2.251.000.000 de almas. Éramos ape
cional.
nas 2.116.000.000 antes da guerra. Se
ra a outra fase de luta aberta, franca,
A luta secreta pelo algodão passa ago
'»x vw a
DifiiíSTo
32
Econômico
legal, se quiserem, pela conquista de essa exigência fundamental da espécie mercados que bem poderiam comportar que é o vestiário. Convém repelir: equitativamente a produção de todos, se em lugar de entredevorarem-se mutua A lula agora não é mais secreta. É mente, procurassem levantar o padrão de aberta. É franca. Está legalizada. Foi vida do mundo, criando novos desejos, sancionada internacionalmente. Está un gida de todo.s os sacramentos do coisa per necessidades, ampliando, enfim, o cam po de consumo das grandes fibras natu mitida. É jôgo franco. Cartas na mesa. rais da humanidade, tão necessárias a
Talvez seja melhor assim.
\ o BAIVCO CEx^TR At, AS ILUSÕES METALISTAS E A PRODUÇÃO (Da Universidade do Brasil) (Ç* t
^OMENTANDO um trabalho que publi cámos recentemente (1), o prof. Rl-
O professor D/acir Menezes entende que
chard Lcwínsolm, cm artigo inserto na
a carteira da Superintendência da Moeda a do Crédito deveria ser o esboço inicial
"Revista Brasfeira de Economia", des-.-
tacou afirmações que, pela sua generali
do futuro Banco Central, desde que
dade, são enunciados a exigirem mais ar
fosse ampliada a sua órbita de ação, não
gumentação e demonstração. Aquele no
permitindo que se conceda ao Banco do
tável economista, autor de obras já in ternacionalmente consagradas, coloca-se '
r..'
' "V
em ponto de vista expositívo; não ex-pendeii sua opinião pessoal sobre o tema. Se o retomamos agora é porque a atuardade do problema prende a atenção 1'estudiosos, meramente preocupados ma questão teórica, como nós, e a dos interessados, praticamente
nos 100.000.000 de libras. No momento estão sendo realizadas negociaçõe.^ para
que o Tesotiro aumente a cota para a área do esterlino.
põe.
Daí evidentemente o perigo de muitas
soluções.
Quando um especialista faz
^ rgeiTi para o mesmo ponto: a criação
vitória de tais sugestões depende dos objetivos dos grupos ocasionalmente à frente dos negócios públicos. Se tais
-gs de simples estudioso - é sem quais-
objetivos coincidem com os interesses na
meiras palavras de seu Essays in Persuasion, que o livro é uma compilação de
fuso, o especialista em assuntos monetá
'^uer pretensões de sugerir medidas que ^ppi-essionem e influam nos aconteciIJientos. Lord Keynes diz, logo nas pri
alta de aproximadamente 30 por cento no preço do produto manufaturado. A Comissão Francesa de Importação fixou a importância máxima de 59.000.000 ^ "bro5 as importações da área osesterlina, jmmeirofranceses, trimestre de dêste A indústriapara francesa precisa, segundo círculos no industriais ao mês. me
não podem ter tempo para o estudo cien
tífico das questões que a vida lhes im
uma e.xposição e propõe medidas — a
Vamos alinhar aqui apenas as refle-
negócios, estão prevendo uma alta de preços nos tecidos produzidos na França, cm resultado da recente desvalorização do franco, porque a França terá de pagar 80 por cento mais pela importação de lã da área do esterlino, o que determinará nina
Brasil a faculdade de emitir.
^ penhados nas realizações. Todos con-
jo Banco Central no Brasil.
o "The City Observer" informa de Paris que os Estados Unidos estão consi derando outro empréstimo à França, à parte do Plano Marshall O empréstimo seria garantido pelas resenxis francesas em ouro e dólar nos Estados Unidos. Os produtores franceses de tecidos, informa o mesmo jornal especializado em
a
Dj.\cm Menezes
doze anos de grasnados de uma Cassan__ tü/io could never infhience the
course of events in time. Com toda essa aplicação profética, gritou em vão. E era John Maynard Keynes! E tivera como mestres Edgeworth e Marshall, em Cambridge! Mais do que isso: escre vera obras que poderosamente começa
vam a influir no pensamento acadêmi co preocupado com as teses da Eco nomia política. Os políticos é que, ex cessivamente voltados às suas práticas,
cionais, muito bem. Mas nem sempre tal acontece. E, no terreno econômico, que é demasiadamente intrincado e con rios ou bancários, ou em economia in
dustrial, ou em ciclos econômicos, tende
a formar para si próprio uma perspectiva unilateral, sujeitando a evolução da vida econômica a uma interpretação restri tiva.
Aqui chegamos ao ponto da citação aludida no comèço dêste artigo. Para os teóricos do Banco Central — escre vemos - a sua constituição é de suma
importância; porque êles o conceituam
como o regulador das condições e do ritmo econômico das nações modernas
'»x vw a
DifiiíSTo
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Econômico
legal, se quiserem, pela conquista de essa exigência fundamental da espécie mercados que bem poderiam comportar que é o vestiário. Convém repelir: equitativamente a produção de todos, se em lugar de entredevorarem-se mutua A lula agora não é mais secreta. É mente, procurassem levantar o padrão de aberta. É franca. Está legalizada. Foi vida do mundo, criando novos desejos, sancionada internacionalmente. Está un gida de todo.s os sacramentos do coisa per necessidades, ampliando, enfim, o cam po de consumo das grandes fibras natu mitida. É jôgo franco. Cartas na mesa. rais da humanidade, tão necessárias a
Talvez seja melhor assim.
\ o BAIVCO CEx^TR At, AS ILUSÕES METALISTAS E A PRODUÇÃO (Da Universidade do Brasil) (Ç* t
^OMENTANDO um trabalho que publi cámos recentemente (1), o prof. Rl-
O professor D/acir Menezes entende que
chard Lcwínsolm, cm artigo inserto na
a carteira da Superintendência da Moeda a do Crédito deveria ser o esboço inicial
"Revista Brasfeira de Economia", des-.-
tacou afirmações que, pela sua generali
do futuro Banco Central, desde que
dade, são enunciados a exigirem mais ar
fosse ampliada a sua órbita de ação, não
gumentação e demonstração. Aquele no
permitindo que se conceda ao Banco do
tável economista, autor de obras já in ternacionalmente consagradas, coloca-se '
r..'
' "V
em ponto de vista expositívo; não ex-pendeii sua opinião pessoal sobre o tema. Se o retomamos agora é porque a atuardade do problema prende a atenção 1'estudiosos, meramente preocupados ma questão teórica, como nós, e a dos interessados, praticamente
nos 100.000.000 de libras. No momento estão sendo realizadas negociaçõe.^ para
que o Tesotiro aumente a cota para a área do esterlino.
põe.
Daí evidentemente o perigo de muitas
soluções.
Quando um especialista faz
^ rgeiTi para o mesmo ponto: a criação
vitória de tais sugestões depende dos objetivos dos grupos ocasionalmente à frente dos negócios públicos. Se tais
-gs de simples estudioso - é sem quais-
objetivos coincidem com os interesses na
meiras palavras de seu Essays in Persuasion, que o livro é uma compilação de
fuso, o especialista em assuntos monetá
'^uer pretensões de sugerir medidas que ^ppi-essionem e influam nos aconteciIJientos. Lord Keynes diz, logo nas pri
alta de aproximadamente 30 por cento no preço do produto manufaturado. A Comissão Francesa de Importação fixou a importância máxima de 59.000.000 ^ "bro5 as importações da área osesterlina, jmmeirofranceses, trimestre de dêste A indústriapara francesa precisa, segundo círculos no industriais ao mês. me
não podem ter tempo para o estudo cien
tífico das questões que a vida lhes im
uma e.xposição e propõe medidas — a
Vamos alinhar aqui apenas as refle-
negócios, estão prevendo uma alta de preços nos tecidos produzidos na França, cm resultado da recente desvalorização do franco, porque a França terá de pagar 80 por cento mais pela importação de lã da área do esterlino, o que determinará nina
Brasil a faculdade de emitir.
^ penhados nas realizações. Todos con-
jo Banco Central no Brasil.
o "The City Observer" informa de Paris que os Estados Unidos estão consi derando outro empréstimo à França, à parte do Plano Marshall O empréstimo seria garantido pelas resenxis francesas em ouro e dólar nos Estados Unidos. Os produtores franceses de tecidos, informa o mesmo jornal especializado em
a
Dj.\cm Menezes
doze anos de grasnados de uma Cassan__ tü/io could never infhience the
course of events in time. Com toda essa aplicação profética, gritou em vão. E era John Maynard Keynes! E tivera como mestres Edgeworth e Marshall, em Cambridge! Mais do que isso: escre vera obras que poderosamente começa
vam a influir no pensamento acadêmi co preocupado com as teses da Eco nomia política. Os políticos é que, ex cessivamente voltados às suas práticas,
cionais, muito bem. Mas nem sempre tal acontece. E, no terreno econômico, que é demasiadamente intrincado e con rios ou bancários, ou em economia in
dustrial, ou em ciclos econômicos, tende
a formar para si próprio uma perspectiva unilateral, sujeitando a evolução da vida econômica a uma interpretação restri tiva.
Aqui chegamos ao ponto da citação aludida no comèço dêste artigo. Para os teóricos do Banco Central — escre vemos - a sua constituição é de suma
importância; porque êles o conceituam
como o regulador das condições e do ritmo econômico das nações modernas
Digesto
34
EcoxÓAnco Digesto
Assim, tôda a estrutura bancária tende
tões monetárias e bancárias. Desapare cem de nosso pensamento os problemas
Econókuco
35
Êsses fatos tão eV^mcntares desapare
estudo, sugerindo algumas medidas de
cem às vezes sob a argumentação eru
bom senso e oportunidade (2). A primeira seria a desnecessidade de
tros economistas de alto renome elabo
profundos, que snbjazem a tôdas aquelas relações: os problemas da produção, de rivados das forças produtivas; as condi ções dc trabalho, dc salário, de custo de produção, do lucro etc. No entanto,
raram teorias explicativas dessa ascen
é nas forças produtivas que estão os
va 'neficiente e atrasada, sem trans
trução de imóveis. Durante a guerra, o
problemas fundamentais, que determi
portes, com uma \ida rural retardada,
sv. Sousa Costa já lamentava que, pri
nam, como conseqüências, todos os de
entorpecida pelo latifúndio e por uma população ignorante, ainda mergulhada
tais se investissem em imóveis, determi
a assumir o papel preponderante na di
reção da atividade criadora da riqueza dentro de um país. Compara-se, fre qüentemente, esse órgão central ao re
gente de uma orquestra. Ilawtrey e ou dência; e, partindo da política monetária adotada por tais organismos, fabricaram interpretações gerais, que nretendcm dar conta de todos os abalos verificados no
sistema capitalista. As próprias crises periódicas, que comprometem o
mais.
Apenas, dada a inlerdopendên-
cía desses fatos sociais, os efeitos re fluem sôbrc as causas, operando como efeitos-causas, e. criando ôsse te
nações, resultariam de causas ex
cido complexo de reciprocidade. É justamente isso que permite a
clusivamente monetáristas. Neste
elaboração de teorias monetaristas
caso, o remédio seria fácil — e
— queremos dizer, que permite a idealização de explicações que
desenvolvimento
econômico das
ao alcance dos organismos de cré dito, centralizado numa larga e onipre sente rêde de relações.
reputam a superestrutura monetária o fator primordial na produção dos fenô menos.
As causas não são monetárias
O melhor capital: o homem
Tais teorias tendem a firmar a supre macia dos bancos dentro da vida eco
nômica.
Ê o seu reconhecimento no
Em uma conferência pronunciada pelo
governador Macedo Soares em fins do ano
domínio especulativo e ideológico — c
passado, no Teatro Municipal, em Nite
corresponde a uma etapa da evolução econômica. Não se pode negar o ex traordinário" valor que adquiriram os
rói, tivemos, na fase democrática de de bates que se seguiu, a oportunidade de enunciar êsse pensamento. Também pa- -
fenômenos no quadro da vida moderna.
ra o organizador de Volta Redonda, os
Suas repercussões sobre tôda a ativida de produtiva é indiscutível. . Mas daí
não se deve concluir que estão no -plano monetário e bancário as causas cias per
turbações e crises de que padece o nosso sistema econômico.
Deslocando-se dessa maneira as causas que produzem os inales, fica-se a procurar naquela esfera os remédios. Fa-
a se muito na quantidade da moeda, na
sua estabilidade, nos índices de preços, nos programas deflacionistas ou inflacio-
nis s, em tudo que se prende às ques
problemas que emergem, em primeira li
nha, dos quadros nacionais, são os pro
blemas de organização da produção.
Quando se abrem estradas procura-se ligar mercados, centros de desenvolvi mento econômico. Por sua vez, a fer rovia incrementa o desenvolvimento, con
dita dos monetaristas.
Tem-se a im
pressão de que uma boa moeda, uma boa organização bancária poderia exis tir dentro de uma organização produti
der às exigências da própria atividade
Previdência investiram-se em obras lu
econômica. Para que esta progrida, cumpre cuidar de suas bases. Ora, a criação dc nossa vida material depende
sofrem irremediàvelmente em face do
das populações dos campos e das popu lações das cidades, nos centros indus triais. As indústrias reclamam maquina
ria, independência das pressões externas e a constituição da grande metalurgia. dades dos centros de consumo, apoio às
são criados pelos meios, de transporte.
problema da habitação. Mas as solu ções para tais perplexidades, embora no âmbito tracejado ao Banco Hipotecário
pelo ante-projeto ("facilitar aquisição de casa própria aos que dispõem de parcos recursos" com "empréstimos de juros vendo todos êsses propósitos estaria a
gentes rurígenas. Na sana de Baturi-
ação dos especuladores que não foram
té, no Ceará, cava-se até com as unhas. As enxadas já desapareceram, comidas pela faina secular. E não chegaram ou
lados a novas ascensões.
dominados e a alta dos preços estimu Em vez da criação separada de dois
tras às mãos do trabalhador. O exem
Bancos (o do Crédito Rural e o do
plo se repete por todo o nordeste. Po
Crédito Industrial), seria preferúel a de
breza, miséria, doença. O melhor ma terial de um país, o seu verdadeiro ca
to Industrial e Agrícola. Sabe-se que o
pital ó o material humano, o elemento
crédito comercial sempre foi acessível
vivo das forças produtivas, que repre
entre nós.
senta o trabalho criador.
um único — o Banco Nacional de Crédi
Entretanto, os créditos à
produção têm sido embaraçados por tô da sorte de dificuldades, envolvidos nos
Banco de Crédito Industriai e
Assim que foi divulgado o projeto de lei bancária, em janeiro de 1947, o prof.
porém, é necessário que pre-existam ês-
xuosas, enquanto as populações urbanas
A agricultura reclama também máquinas, módicos", prazo de 30 anos etc.), fica aproveitamento das terras nas proximi riam praticamente inalcançadas. Dissol
gregando elementos de vida econômi
ses elementos vitais; porque eles não
vados de outros investimentos, os capi nando a situação angustiosa cm que nos encontramos. As grandes disponibili dades acumuladas pelos Institutos de
ca das populações: é o efeito a refluir Para que tal aconteça,
em São Paulo, em larga escala, à cons
agricultura herdados dos índios. Uma organização bancária é feita para aten
em crendices e em métodos arcaicos de
Agrícola
sôbre a causa.
criar o Banco Nacional Hipotecário. Os capitais açodem, no Distrito Federal e
Josafá Linhares, da Academia de Ciên
meandros da especulação: No que não podemos concordar com o prof. Josafá Linhares é na proposição a respeito da
privatização dos bancos de crédito agrí cola e industrial. Se a "função dos ban COS é hoje considerada eminentemente
cias Econômicas do Ceará, fez uma aná
pública" - como se diz na exposição
lise de certos pontos da organização em
de motivos do ante-projeto, não deve-
Digesto
34
EcoxÓAnco Digesto
Assim, tôda a estrutura bancária tende
tões monetárias e bancárias. Desapare cem de nosso pensamento os problemas
Econókuco
35
Êsses fatos tão eV^mcntares desapare
estudo, sugerindo algumas medidas de
cem às vezes sob a argumentação eru
bom senso e oportunidade (2). A primeira seria a desnecessidade de
tros economistas de alto renome elabo
profundos, que snbjazem a tôdas aquelas relações: os problemas da produção, de rivados das forças produtivas; as condi ções dc trabalho, dc salário, de custo de produção, do lucro etc. No entanto,
raram teorias explicativas dessa ascen
é nas forças produtivas que estão os
va 'neficiente e atrasada, sem trans
trução de imóveis. Durante a guerra, o
problemas fundamentais, que determi
portes, com uma \ida rural retardada,
sv. Sousa Costa já lamentava que, pri
nam, como conseqüências, todos os de
entorpecida pelo latifúndio e por uma população ignorante, ainda mergulhada
tais se investissem em imóveis, determi
a assumir o papel preponderante na di
reção da atividade criadora da riqueza dentro de um país. Compara-se, fre qüentemente, esse órgão central ao re
gente de uma orquestra. Ilawtrey e ou dência; e, partindo da política monetária adotada por tais organismos, fabricaram interpretações gerais, que nretendcm dar conta de todos os abalos verificados no
sistema capitalista. As próprias crises periódicas, que comprometem o
mais.
Apenas, dada a inlerdopendên-
cía desses fatos sociais, os efeitos re fluem sôbrc as causas, operando como efeitos-causas, e. criando ôsse te
nações, resultariam de causas ex
cido complexo de reciprocidade. É justamente isso que permite a
clusivamente monetáristas. Neste
elaboração de teorias monetaristas
caso, o remédio seria fácil — e
— queremos dizer, que permite a idealização de explicações que
desenvolvimento
econômico das
ao alcance dos organismos de cré dito, centralizado numa larga e onipre sente rêde de relações.
reputam a superestrutura monetária o fator primordial na produção dos fenô menos.
As causas não são monetárias
O melhor capital: o homem
Tais teorias tendem a firmar a supre macia dos bancos dentro da vida eco
nômica.
Ê o seu reconhecimento no
Em uma conferência pronunciada pelo
governador Macedo Soares em fins do ano
domínio especulativo e ideológico — c
passado, no Teatro Municipal, em Nite
corresponde a uma etapa da evolução econômica. Não se pode negar o ex traordinário" valor que adquiriram os
rói, tivemos, na fase democrática de de bates que se seguiu, a oportunidade de enunciar êsse pensamento. Também pa- -
fenômenos no quadro da vida moderna.
ra o organizador de Volta Redonda, os
Suas repercussões sobre tôda a ativida de produtiva é indiscutível. . Mas daí
não se deve concluir que estão no -plano monetário e bancário as causas cias per
turbações e crises de que padece o nosso sistema econômico.
Deslocando-se dessa maneira as causas que produzem os inales, fica-se a procurar naquela esfera os remédios. Fa-
a se muito na quantidade da moeda, na
sua estabilidade, nos índices de preços, nos programas deflacionistas ou inflacio-
nis s, em tudo que se prende às ques
problemas que emergem, em primeira li
nha, dos quadros nacionais, são os pro
blemas de organização da produção.
Quando se abrem estradas procura-se ligar mercados, centros de desenvolvi mento econômico. Por sua vez, a fer rovia incrementa o desenvolvimento, con
dita dos monetaristas.
Tem-se a im
pressão de que uma boa moeda, uma boa organização bancária poderia exis tir dentro de uma organização produti
der às exigências da própria atividade
Previdência investiram-se em obras lu
econômica. Para que esta progrida, cumpre cuidar de suas bases. Ora, a criação dc nossa vida material depende
sofrem irremediàvelmente em face do
das populações dos campos e das popu lações das cidades, nos centros indus triais. As indústrias reclamam maquina
ria, independência das pressões externas e a constituição da grande metalurgia. dades dos centros de consumo, apoio às
são criados pelos meios, de transporte.
problema da habitação. Mas as solu ções para tais perplexidades, embora no âmbito tracejado ao Banco Hipotecário
pelo ante-projeto ("facilitar aquisição de casa própria aos que dispõem de parcos recursos" com "empréstimos de juros vendo todos êsses propósitos estaria a
gentes rurígenas. Na sana de Baturi-
ação dos especuladores que não foram
té, no Ceará, cava-se até com as unhas. As enxadas já desapareceram, comidas pela faina secular. E não chegaram ou
lados a novas ascensões.
dominados e a alta dos preços estimu Em vez da criação separada de dois
tras às mãos do trabalhador. O exem
Bancos (o do Crédito Rural e o do
plo se repete por todo o nordeste. Po
Crédito Industrial), seria preferúel a de
breza, miséria, doença. O melhor ma terial de um país, o seu verdadeiro ca
to Industrial e Agrícola. Sabe-se que o
pital ó o material humano, o elemento
crédito comercial sempre foi acessível
vivo das forças produtivas, que repre
entre nós.
senta o trabalho criador.
um único — o Banco Nacional de Crédi
Entretanto, os créditos à
produção têm sido embaraçados por tô da sorte de dificuldades, envolvidos nos
Banco de Crédito Industriai e
Assim que foi divulgado o projeto de lei bancária, em janeiro de 1947, o prof.
porém, é necessário que pre-existam ês-
xuosas, enquanto as populações urbanas
A agricultura reclama também máquinas, módicos", prazo de 30 anos etc.), fica aproveitamento das terras nas proximi riam praticamente inalcançadas. Dissol
gregando elementos de vida econômi
ses elementos vitais; porque eles não
vados de outros investimentos, os capi nando a situação angustiosa cm que nos encontramos. As grandes disponibili dades acumuladas pelos Institutos de
ca das populações: é o efeito a refluir Para que tal aconteça,
em São Paulo, em larga escala, à cons
agricultura herdados dos índios. Uma organização bancária é feita para aten
em crendices e em métodos arcaicos de
Agrícola
sôbre a causa.
criar o Banco Nacional Hipotecário. Os capitais açodem, no Distrito Federal e
Josafá Linhares, da Academia de Ciên
meandros da especulação: No que não podemos concordar com o prof. Josafá Linhares é na proposição a respeito da
privatização dos bancos de crédito agrí cola e industrial. Se a "função dos ban COS é hoje considerada eminentemente
cias Econômicas do Ceará, fez uma aná
pública" - como se diz na exposição
lise de certos pontos da organização em
de motivos do ante-projeto, não deve-
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Dicesto Econômico
86
"T/M 'A -vs
W
Dicesto Econômico
87
mos abrir oportunidades dessa natureza.
no sentido de incentivar essa cultura.
nos a 25^ do total da moeda em cir
relíquia bárbara. Mas não deixa de in
Ainda naquele documento se fala que
O mesmo se pode dizer do carvão. Al guns patriotas tentaram inúli'nicnte cha
culação". E no § 4: "As reservas em ouro ou
fluir poderosamente nas políticas mone-
mar a atenção dos podcre.s públicos para a necessidade de se aproveitar o carvão
em divisas constituem garantia especial
cas internacionais, ainda vigora como
do papcl-moeda em circulação; mas, a Juízo do Conselho Monetário, poderão ser utilizadas para compensar desequilíbrios temporários da balança de pagamentos,
elemento indispensável. É aliás sua úni ca e essencial função: compensar os de sequilíbrios temporários do balanço de
fornecendo os recursos indispensáveis à
aparece no ante-projeto como uma con
"todo progresso econômico será retar dado enquanto o Brasil não deixar de
ser o paraíso dos agiotas, o país das taxas usurárias" (3).
Diante de linguagem tão enérgica, lembraríamos um programa de naciona lização dos bancos. Tal medida obsta-
na muitos lucros oriundos de especula-
^es financeiras que prejudicam a econZ ^ ^ nossa calamitosos, história finceira oferece~ exemplos q e sena redundância estar a estrebi-
dos"^
demais conheci-
O estrangeiramento de nossa
economia
O estrangeiramento exagerado de nossa economia" _ no dizer de Eurico
Jirreto, — S0 produziu com as inver
sões^ de capitais alienígenas sem uma egis.ação adequada, que os encaminhas se para onde o exigiam as necessidades o nosso .desenvolvimento econômico,
sses capitais buscaram atividades segu ras onde o risco fôsse mínimo e a remu
neração máxima, ~ o que era absolutaniente natural. Freqüentemente mesmo, entravaram até a solução de problemas eminentemente nacionais pela influênem que exerceram sobre os órgãos téc nicos.-
Sôbre esse assunto escreveu o
grande jornalista Júlio de Matos Ibiapma no livro "O Brasil de ontem e o de hoje":
Era tão grande a dependência em
que vivíamos do capitalismo internaciopassou a assumir foros de vera eiro truísmo o asseverar-se que o
T a Revolução cultivar Ainda após de 30, trigol a pressão esttangeira tentou anular as iniciativas do
nacional.
Quando o movimento amea
çava despertar de seu torpor algum mi nistro do Governo, era de ver a celeu ma que se levanta\'a..." (4). A expo.sição de motivos do antc-projeto do Banco Central contém uma ci tação de um ineditorial de "A Informa ção Econômica e Financeira", de 25 de janeiro de 1947, em que se comenta
"Que adianta ao Brasil uma "mina
científicas dos eminentes organizadores do documento acima, sôbre cuja com
o primordial está no enunciado inicial: garantia do papel-moeda em circulação.
petência técnica não pomos sombra de reservas de ouro e divisas, desvela ni
tidamente concepções metalistas sôbre
não tem meios de conseguir os elemen
o valor de nossa moeda, amarrando-nos
E
isto se dá freqüentemente. Eis o que acontece: quem geralmente vem explorála é o capital estrangeiro, que passa a
levar para fora do pais o bocado do leão".
Não se trata de ser contra o capital
estrangeiro — o que não teria sentido. Trata-se de ser a favor do patrimônio
nacional, assegurando-lhe as condições de segurança e progresso. A vigilân cia dos interesses nacionais cabe ao le
gislador nacional e não a capitalistas es tranhos. Quando as elites se deixam le var, por ignorância ou má fé, pelas su gestões dos que não têm qualquer razão para defender nossos interesses e a in tegridade de nossa economia, — então enveredamos melancòlícamente por um
caminho de grandes descalabros. As ilusões do padrão-ouro Reza o art. 11 do ante-projeto: "O Banco Central deverá acumular reservas em ouito anioedado ou em
Governo atual (o do sr. Getúlio Vargas) barra, cujo valor corresponda pelo me-
Entretanto, essa função
dicional complementar, pendente de juí zo do Conselho Monetário; — porque
de chumbo", se o cidadão que a possui
tos para trabalhá-la e e.xplorá-la?
pagamentos.
realização de operações no exterior". Quaisquer que sejam as convicções
dúvida, — esse capítulo IV, atinente a
a carência de capitais:
taristas — porque, no processo das tro
Reforçando isso, o Fundo de Resgate do Papel-moeda, que a lei criaria, em pregaria seus recursos comprando ouro para o mesmo fim. E isso se diz e fixa
em projeto de medida legislativa depois de tantos estudos sôbre o
à velha política do padrão-ouro. Debalde grita tôda
assunto e depois de tantos fracassos
nossa história de povo sem
nacionais
nessa
desesperada política mone
Duro — que não podemos adotar essa linha de conduta
tária de dar uma base áu
monetária. Já' desde Mauá que se ergueu o brado contra aquela política fi
rea a xun sistema monetá
nanceira,
baseada
rio que vem desde tempos remotos sem essa base me
tálica!
numa
idéia errônea da essência
do dinheiro.
Uma balança deficitária
de pagamentos inutiliza qualquer tenta
O monopólio do
ouro está centralizado em
mãos de banqueiros atentos ao mercado internacional e interessa a grupos finan
tiva de estabilizar a moeda sobre esse
ceiros que desejariam ver tôdas as ■ na
metal.
ções do mundo gravitando naquela ór
Escrevíamos em 1941, em O
à repartição internacional do ouro. Êste
bita metalista. Mas se há nação que não pode defender realmente seus interêsses internos dentro daquela política
não resiste a cinco minutos de análise
é o Brasil.
Ouro e a Nova Concepção da Moeda-.
"Houve um projeto para se proceder séria. A saúde dos padrões monetários
depende, antes de tudo, do equilíbrio geral da produção, da probidade orça mentária e seu equilíbrio, da tributa
ção suportável e do equilíbrio da balan ça internacional de pagamentos . (5) Um dos maiores teóricos da economia neo-clássica, Lord Keynes, declara sem
rebuços qué o ouro não passa de uma
"A decadência do estalao ouro é um fato indubitável, que se acelera com as etapas: a) introdução de divisas nos ter
ritórios coloniais; b) cessação da cir culação oiu-o nos Estados industriais-
c) a interdição dos movimentos livre' do ouro entre as nações". (6)
Não há que retificar nessa observa ção feita há quase dez anos, A guerra;
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Dicesto Econômico
86
"T/M 'A -vs
W
Dicesto Econômico
87
mos abrir oportunidades dessa natureza.
no sentido de incentivar essa cultura.
nos a 25^ do total da moeda em cir
relíquia bárbara. Mas não deixa de in
Ainda naquele documento se fala que
O mesmo se pode dizer do carvão. Al guns patriotas tentaram inúli'nicnte cha
culação". E no § 4: "As reservas em ouro ou
fluir poderosamente nas políticas mone-
mar a atenção dos podcre.s públicos para a necessidade de se aproveitar o carvão
em divisas constituem garantia especial
cas internacionais, ainda vigora como
do papcl-moeda em circulação; mas, a Juízo do Conselho Monetário, poderão ser utilizadas para compensar desequilíbrios temporários da balança de pagamentos,
elemento indispensável. É aliás sua úni ca e essencial função: compensar os de sequilíbrios temporários do balanço de
fornecendo os recursos indispensáveis à
aparece no ante-projeto como uma con
"todo progresso econômico será retar dado enquanto o Brasil não deixar de
ser o paraíso dos agiotas, o país das taxas usurárias" (3).
Diante de linguagem tão enérgica, lembraríamos um programa de naciona lização dos bancos. Tal medida obsta-
na muitos lucros oriundos de especula-
^es financeiras que prejudicam a econZ ^ ^ nossa calamitosos, história finceira oferece~ exemplos q e sena redundância estar a estrebi-
dos"^
demais conheci-
O estrangeiramento de nossa
economia
O estrangeiramento exagerado de nossa economia" _ no dizer de Eurico
Jirreto, — S0 produziu com as inver
sões^ de capitais alienígenas sem uma egis.ação adequada, que os encaminhas se para onde o exigiam as necessidades o nosso .desenvolvimento econômico,
sses capitais buscaram atividades segu ras onde o risco fôsse mínimo e a remu
neração máxima, ~ o que era absolutaniente natural. Freqüentemente mesmo, entravaram até a solução de problemas eminentemente nacionais pela influênem que exerceram sobre os órgãos téc nicos.-
Sôbre esse assunto escreveu o
grande jornalista Júlio de Matos Ibiapma no livro "O Brasil de ontem e o de hoje":
Era tão grande a dependência em
que vivíamos do capitalismo internaciopassou a assumir foros de vera eiro truísmo o asseverar-se que o
T a Revolução cultivar Ainda após de 30, trigol a pressão esttangeira tentou anular as iniciativas do
nacional.
Quando o movimento amea
çava despertar de seu torpor algum mi nistro do Governo, era de ver a celeu ma que se levanta\'a..." (4). A expo.sição de motivos do antc-projeto do Banco Central contém uma ci tação de um ineditorial de "A Informa ção Econômica e Financeira", de 25 de janeiro de 1947, em que se comenta
"Que adianta ao Brasil uma "mina
científicas dos eminentes organizadores do documento acima, sôbre cuja com
o primordial está no enunciado inicial: garantia do papel-moeda em circulação.
petência técnica não pomos sombra de reservas de ouro e divisas, desvela ni
tidamente concepções metalistas sôbre
não tem meios de conseguir os elemen
o valor de nossa moeda, amarrando-nos
E
isto se dá freqüentemente. Eis o que acontece: quem geralmente vem explorála é o capital estrangeiro, que passa a
levar para fora do pais o bocado do leão".
Não se trata de ser contra o capital
estrangeiro — o que não teria sentido. Trata-se de ser a favor do patrimônio
nacional, assegurando-lhe as condições de segurança e progresso. A vigilân cia dos interesses nacionais cabe ao le
gislador nacional e não a capitalistas es tranhos. Quando as elites se deixam le var, por ignorância ou má fé, pelas su gestões dos que não têm qualquer razão para defender nossos interesses e a in tegridade de nossa economia, — então enveredamos melancòlícamente por um
caminho de grandes descalabros. As ilusões do padrão-ouro Reza o art. 11 do ante-projeto: "O Banco Central deverá acumular reservas em ouito anioedado ou em
Governo atual (o do sr. Getúlio Vargas) barra, cujo valor corresponda pelo me-
Entretanto, essa função
dicional complementar, pendente de juí zo do Conselho Monetário; — porque
de chumbo", se o cidadão que a possui
tos para trabalhá-la e e.xplorá-la?
pagamentos.
realização de operações no exterior". Quaisquer que sejam as convicções
dúvida, — esse capítulo IV, atinente a
a carência de capitais:
taristas — porque, no processo das tro
Reforçando isso, o Fundo de Resgate do Papel-moeda, que a lei criaria, em pregaria seus recursos comprando ouro para o mesmo fim. E isso se diz e fixa
em projeto de medida legislativa depois de tantos estudos sôbre o
à velha política do padrão-ouro. Debalde grita tôda
assunto e depois de tantos fracassos
nossa história de povo sem
nacionais
nessa
desesperada política mone
Duro — que não podemos adotar essa linha de conduta
tária de dar uma base áu
monetária. Já' desde Mauá que se ergueu o brado contra aquela política fi
rea a xun sistema monetá
nanceira,
baseada
rio que vem desde tempos remotos sem essa base me
tálica!
numa
idéia errônea da essência
do dinheiro.
Uma balança deficitária
de pagamentos inutiliza qualquer tenta
O monopólio do
ouro está centralizado em
mãos de banqueiros atentos ao mercado internacional e interessa a grupos finan
tiva de estabilizar a moeda sobre esse
ceiros que desejariam ver tôdas as ■ na
metal.
ções do mundo gravitando naquela ór
Escrevíamos em 1941, em O
à repartição internacional do ouro. Êste
bita metalista. Mas se há nação que não pode defender realmente seus interêsses internos dentro daquela política
não resiste a cinco minutos de análise
é o Brasil.
Ouro e a Nova Concepção da Moeda-.
"Houve um projeto para se proceder séria. A saúde dos padrões monetários
depende, antes de tudo, do equilíbrio geral da produção, da probidade orça mentária e seu equilíbrio, da tributa
ção suportável e do equilíbrio da balan ça internacional de pagamentos . (5) Um dos maiores teóricos da economia neo-clássica, Lord Keynes, declara sem
rebuços qué o ouro não passa de uma
"A decadência do estalao ouro é um fato indubitável, que se acelera com as etapas: a) introdução de divisas nos ter
ritórios coloniais; b) cessação da cir culação oiu-o nos Estados industriais-
c) a interdição dos movimentos livre' do ouro entre as nações". (6)
Não há que retificar nessa observa ção feita há quase dez anos, A guerra;
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
com as perturbações imensas que acar
res interferentes, e a interdependência
retou, agravou o desequilíbrio na distri
entre produção e aumento de reservas
buição do ouro mundiul — e as nações
(cambiais e ouro) é muito complexa, in
desprovidas do metal compreendem a necessidade de adotar medidas que de fendam sua produção. Elas evitarão que, por intermédio dos banqueiros in
correndo sob a ação de causas especula tivas de ordem financeira que deixamos de examinar aqui.
ternacionais, venha o trabalho interno a
IV do ante-projeto, estão raízes de con
ser exaurido pelos organismos financeiros estranhos à comunidade nacional.
O poder aquisitivo do nosso mil réis,
durante toda a história republicana, não
O certo é que, no núcleo do capítulo cepções que são do mais vivo ranço
i/ietalista, jnau grado as explicações pos teriores orientadas em sentido contrário.
De qualquer forma, o "quantum" da
/ eu, internamente, dos estoques áureos. As experiências feitas redundaram,
circulação fiduciária ficaria condiciona
ta^° vas.
tura em ouro e cambiais, passando a
sabe,queemnos estéreis tenE osmundo técnicos visitaram
P ^ examinar nossos problemas finan ceiros não poderiam sentir nossas ne
cessidades como qualquer brasileiro esuioso de nossas tradições e liga-
o aos nossos objetivos de povo que usca sua independência e segurança econômica.
Ê exato que, nas considerações da ex
posição de motivos, declara-se que não se cogitou da conversibilidade das no-
do ao aumento ou diminuição de cober
mão de grupos financeiros a influir sobre tais coberturas e em conseqüência diri
gir a circulação fiduciária, fazer a alta ou baixa dos preços. Ora, o que con vém ao país é ligar essas interdependên cias o mais possível às necessidades da produção para melhor regular o custo
tou ampliando oprodução crescimenprocessoemcirculatório, que levariam o órgão respectivo a reguar a quantidade de notas emitidas, mas
^ condições de acumulação daquele ® ^1 e das cambiais. Estas estão li ao processo das trocas, de que
gadas
esmtariam argumentar. . " - poder-se-á argumentar,
p
cão também da produdesenvolviraento da produção acarretaria, pela circulação, o aumento daquelas reservas. Há, entretanto, fatô-
I
^ente para pagamento de juros atrasados — e quase nunca para as indústrias
dados mais exatos. Êsses dados foram habilmente utilizados e estudados pela
ue carvão, de siderurgia, de e,\-ploração uo petróleo etc. Na história republic^na até 30 — os empréstimos são des-
rexdsta "Conjuntura Econômica", da "Fundação Getúlio VargíTs". Em seu nú-
bnados a cobertura de "deficits" orçadentários, e.xploração de portos e vias
centramos informações referentes à saída de capitais do Brasil para o estrangeiro.
mero de fevereiro do ano corrente, en-
comunicação, "isto é, a tudo que
Isso acontece enquanto reclamamos mais
'-'ontribuis.se para aumentar a nossa de-
inversões de capitais estrangeiros! Jus-
pendência e a conservar-nos na situação •semi-colonial de produtor de matérias-
tamente essa anomalia se verificava no período que compreende o 1.® semestre
primas, cujo mercado era por eles conriolado" (7). O que se havia feito no Brasil sobre Balanço de capitais e serviços, como informação estatística para servir de base a estudos mais sérios, era extrema-
de 1937, quando reinava a liberdade cambial permitindo a movimentação dos capitais. O regime permaneceu até 3
de junho de 1947, quando foram feitas limitações pela Superintendência da Moeda e do Crédito (instrução n.° 25).
niente imperfeito. Somente nesses últinios anos órgãos técnicos especializados, ^lesenvolvidos graças ao Banco do Brasil, onde já trabalha uma equipe de inteligencías aprimoradas, pode fornecer
.A, evasão de capitais agravou evidenlemente a situação deficitária da balança de pagamentos, diminuindo as reservas em dólares. Eis o quadro sôbre a saída dos capitais nacionais:
I) — para aplicação no estrangeiro:
da vida. .
A liberdade cambial e o
paraíso
dos agiotas"
pelo futuro Banco Central"
6 nem de lastro ouro para emissão". ntretanto, a fixação em lei daquela garantia para o papel-moeda importa na eterimnação de que a reserva ouro ou cambiais eqüivale a 25% do total das notas em circulação, Não são, portanto,
»
39
Dólares
9 060 410 - Cr$ 169 782 981
Escudos
13 520 627 - "
10 337 417
Libras esterlinas
32 674 — "
2 464 825
Pesos uruguaios
129 044 — "
1 164 808
Quando mostra os efeitos maléficos da liberdade cambial, a exposição de mo tivos do ante-projeto ordena em linha de combate argumentos decisivos e claros. A utilização dos saldos da balança co mercial de cada pais, no após-guerra, é uma imposição inspirada pelos inte resses coletivos e não poderia ficar aos acasos dos propósitos individuais. A his tória cambial mostra que a liberdade sempre favoreceu aquêles organismos e indivíduos que recebiam lucros enormes
Cr$ 185 123 424
II) _ para movimento de bôlsas: Dólares
1 090 000 - Cr$ 20 406 250
III) — para pagamento de díviJas contraídas no estrangeiro: Dólares Libras esterlinas
.•
Outras moedas
21 032 - Cr$ 356 629 — " —
"
383 817 26 897 641 66 567
27 348 025
Essa evasão de capitais, como acen-
Êsses fatos mostram a necessidade d
de empresas aqui instaladas em lugar de empregar aqui aquelas importâncias.
tuou a "Conjuntura Econômica", se ve- uma organização centralizada e esn ^
São bombas de sucção dentro de uma economia que reclama capitais estrangei
rificou simultaneamente com a desvalori- cializada de crédito. Tais medidas zação do cruzeiro, revelando possWelmen- rém devem ser acompanhadas de
ros.
Os auxílios conseguidos com a
finança estrangeira têm sido ordinária-
te manipulações especulativas.
mais importantes, que visariam impedir
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
com as perturbações imensas que acar
res interferentes, e a interdependência
retou, agravou o desequilíbrio na distri
entre produção e aumento de reservas
buição do ouro mundiul — e as nações
(cambiais e ouro) é muito complexa, in
desprovidas do metal compreendem a necessidade de adotar medidas que de fendam sua produção. Elas evitarão que, por intermédio dos banqueiros in
correndo sob a ação de causas especula tivas de ordem financeira que deixamos de examinar aqui.
ternacionais, venha o trabalho interno a
IV do ante-projeto, estão raízes de con
ser exaurido pelos organismos financeiros estranhos à comunidade nacional.
O poder aquisitivo do nosso mil réis,
durante toda a história republicana, não
O certo é que, no núcleo do capítulo cepções que são do mais vivo ranço
i/ietalista, jnau grado as explicações pos teriores orientadas em sentido contrário.
De qualquer forma, o "quantum" da
/ eu, internamente, dos estoques áureos. As experiências feitas redundaram,
circulação fiduciária ficaria condiciona
ta^° vas.
tura em ouro e cambiais, passando a
sabe,queemnos estéreis tenE osmundo técnicos visitaram
P ^ examinar nossos problemas finan ceiros não poderiam sentir nossas ne
cessidades como qualquer brasileiro esuioso de nossas tradições e liga-
o aos nossos objetivos de povo que usca sua independência e segurança econômica.
Ê exato que, nas considerações da ex
posição de motivos, declara-se que não se cogitou da conversibilidade das no-
do ao aumento ou diminuição de cober
mão de grupos financeiros a influir sobre tais coberturas e em conseqüência diri
gir a circulação fiduciária, fazer a alta ou baixa dos preços. Ora, o que con vém ao país é ligar essas interdependên cias o mais possível às necessidades da produção para melhor regular o custo
tou ampliando oprodução crescimenprocessoemcirculatório, que levariam o órgão respectivo a reguar a quantidade de notas emitidas, mas
^ condições de acumulação daquele ® ^1 e das cambiais. Estas estão li ao processo das trocas, de que
gadas
esmtariam argumentar. . " - poder-se-á argumentar,
p
cão também da produdesenvolviraento da produção acarretaria, pela circulação, o aumento daquelas reservas. Há, entretanto, fatô-
I
^ente para pagamento de juros atrasados — e quase nunca para as indústrias
dados mais exatos. Êsses dados foram habilmente utilizados e estudados pela
ue carvão, de siderurgia, de e,\-ploração uo petróleo etc. Na história republic^na até 30 — os empréstimos são des-
rexdsta "Conjuntura Econômica", da "Fundação Getúlio VargíTs". Em seu nú-
bnados a cobertura de "deficits" orçadentários, e.xploração de portos e vias
centramos informações referentes à saída de capitais do Brasil para o estrangeiro.
mero de fevereiro do ano corrente, en-
comunicação, "isto é, a tudo que
Isso acontece enquanto reclamamos mais
'-'ontribuis.se para aumentar a nossa de-
inversões de capitais estrangeiros! Jus-
pendência e a conservar-nos na situação •semi-colonial de produtor de matérias-
tamente essa anomalia se verificava no período que compreende o 1.® semestre
primas, cujo mercado era por eles conriolado" (7). O que se havia feito no Brasil sobre Balanço de capitais e serviços, como informação estatística para servir de base a estudos mais sérios, era extrema-
de 1937, quando reinava a liberdade cambial permitindo a movimentação dos capitais. O regime permaneceu até 3
de junho de 1947, quando foram feitas limitações pela Superintendência da Moeda e do Crédito (instrução n.° 25).
niente imperfeito. Somente nesses últinios anos órgãos técnicos especializados, ^lesenvolvidos graças ao Banco do Brasil, onde já trabalha uma equipe de inteligencías aprimoradas, pode fornecer
.A, evasão de capitais agravou evidenlemente a situação deficitária da balança de pagamentos, diminuindo as reservas em dólares. Eis o quadro sôbre a saída dos capitais nacionais:
I) — para aplicação no estrangeiro:
da vida. .
A liberdade cambial e o
paraíso
dos agiotas"
pelo futuro Banco Central"
6 nem de lastro ouro para emissão". ntretanto, a fixação em lei daquela garantia para o papel-moeda importa na eterimnação de que a reserva ouro ou cambiais eqüivale a 25% do total das notas em circulação, Não são, portanto,
»
39
Dólares
9 060 410 - Cr$ 169 782 981
Escudos
13 520 627 - "
10 337 417
Libras esterlinas
32 674 — "
2 464 825
Pesos uruguaios
129 044 — "
1 164 808
Quando mostra os efeitos maléficos da liberdade cambial, a exposição de mo tivos do ante-projeto ordena em linha de combate argumentos decisivos e claros. A utilização dos saldos da balança co mercial de cada pais, no após-guerra, é uma imposição inspirada pelos inte resses coletivos e não poderia ficar aos acasos dos propósitos individuais. A his tória cambial mostra que a liberdade sempre favoreceu aquêles organismos e indivíduos que recebiam lucros enormes
Cr$ 185 123 424
II) _ para movimento de bôlsas: Dólares
1 090 000 - Cr$ 20 406 250
III) — para pagamento de díviJas contraídas no estrangeiro: Dólares Libras esterlinas
.•
Outras moedas
21 032 - Cr$ 356 629 — " —
"
383 817 26 897 641 66 567
27 348 025
Essa evasão de capitais, como acen-
Êsses fatos mostram a necessidade d
de empresas aqui instaladas em lugar de empregar aqui aquelas importâncias.
tuou a "Conjuntura Econômica", se ve- uma organização centralizada e esn ^
São bombas de sucção dentro de uma economia que reclama capitais estrangei
rificou simultaneamente com a desvalori- cializada de crédito. Tais medidas zação do cruzeiro, revelando possWelmen- rém devem ser acompanhadas de
ros.
Os auxílios conseguidos com a
finança estrangeira têm sido ordinária-
te manipulações especulativas.
mais importantes, que visariam impedir
iW," PI Digesto
40 -
seja o Brasil o "paraíso dos agiotas", como reza o documento legislativo. Com a devida vênía, ousamos supor que a carteira da Superintendência da Moeda
e do Credito seria o esboço inicial de
organização do futuro Banco Central, com a amplificação bem estudada de
sua órbita, sua independência e seus objetivos, estabelecidos por uma comís«o que conipetentemente examinasse as
^ssibilidades de execução, evitando con-
/
/
Econômico
/
a pensar que não marcha, com essa mi séria que vai pelos campos, com o tra balho rural desorganizado, o despovoamento das regiões produtivas, e o aban
dono do liomem que vegeta e sucumbe silenciosamente longe das cidades. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia Política, Livraria Freitas Bastos, Rio. 1047.
(2) Josafá Linhares, Organização Bancá ria do Brasil, Imprensa do Instituto do Ceará, 1947.
"nte-projeto,
êrro".
sensatez, como um "grave
verta'de."^araÍf'' ® nnç^ ,7 , corresponderia ao ínfoV
®^®°^®ívbnento econômico, que, marcha na celeridade
P S 3 a. Às vezes mesmo, chega-se
(3) Anteprojeto de reorganização do sis tema bancário
nacional. Diário do Con
Portugal e a Expansão Gapitalista ■] José Honório Ròdrigxjzs
J^A discussão prolongada e rica sobre as origens do capitalismo moderno e a formação do espírito capitalista, iniciada por Karl Marx, com seus es tudos limitados à análise do capitalis
mo industrial, e continuada sob bases
diferentes por Max Weber e outros,
ficou-se sempre sem compreender mui to bem o papel representado por Por
gresso Nacional, 25, junho de 1947.
tugal.
(4) J. de Ontem e o (5) Djacir Concepção
talista era um fruto da Reforma calvi-
Matos Ibiapina. O Brasil de de Hoje, D.I.P., Rio, 1942. Menezes, O Ouro e a Nova da Moeda, Alba, Rio, 1941.
(6) idem, ibidem.
(7) J. de Matos Ibiapina, ob. clt.
(8) Conjuntura
Econômica,
fevereiro
1948, ano II, n.o 2.
O professai* José Honório Rodrigues que, com tanto êxito, realizou, no Ins
tituto de Economia da Associação Co mercial de São Paulo, uma conferência sôbre o "Capitalismo e o Protestantismo", estuda neste artigo as causas ini ciais do imperialismo econômico de Portugal.
Weber afirmara que o espírito capi
nista. Alguns autore.s, como Tawney, q.veroerami uma crítica tão severa a
essa afirmação, que na verdade não se pôde sustentar mais a inteireza da te se, Alguns inverteram os têrmos da questão, como Weber alterara a tese marxista, embora se considerando um filho
ta e a conseqüente revolução dos preços, também considerada por especialistas da história econômica um dos fundamentos
do aparecimento do capitalismo? Portugal e Espanha servem, talvez, para provar a meia verdade que se con tém na tese de Weber. A iniciação ca
revoltado daquele pensamento. foi provocada pela revolução Outros provaram, com pesquisas minu pitalista econômica do século português-espanhol. ciosas e exatas, que o capitalismo mo-, demo era anterior à Reforma calvinis- Até aí a meia verdade que não perten
ta. Começara mesmo eni países católi cos, como a Itália, estimulados pela
própria Igreja, e em países fidelissimos e cristianíssimos como Portugal e Espa nha. E' a tese do católico Jacob Strie-
der, discípulo de Sombart, decidido de princípio, por estímulo do incslTC, a
provar a hipótese da decisiva influência judaica. Mas então caberá a pergunta: como
vendas de ouro, durante o mês de março, ascen
deram
1<ineÍTo°^ORn interno ' ^
^
qitantida^sd^^
olcaimaT^^^
últirrW
esferZmo.s, enquanto em fevereiro atingiram 27 milhões e cm março a Grã-Bretanha adquiriu, do Fundo Monetário
de dólares, o que evitou fôssem postas à venda maiores estoques auriferos do Reino Unido, nesta data, devem
^ milhões de libras, em confronto com o existente em janeiro _U1ÍL_,
se explica que Portugal, dos primeiros, e o que mais influiu com as descobertas e o grande comércio indico para a forma ção do capitalismo, se tenha tomado um dos últimos nos meados do século XVI?
E a Espanha, que com ouro americano provocou a tremenda inflação seiscentis-
ce a Weber. Mas faltou a Portugal, como
à Espanha, completar a revolução, com
a transformação da mentalidade espiri-
•^
tual e moral, ou, em têrmos mais claros romper com a ideologia canônica dos
séculos medievais. Até aí a meia verdade de Weber.
Ambos os países adstriiigiram-se ao
pensamento econômico medieval, que repousava em princípios diametralmen
te opostos às novas condições da realida
de econômica. O princípio do pecunià pecuniam noti parít e os preceitos do lu-
crum cessans, do damnum emergens
do periculum sortis regiam a vida econó^
mica. O primeiro, de que o dinheiro não" gerava dinheiro, de que o capital é
']
iW," PI Digesto
40 -
seja o Brasil o "paraíso dos agiotas", como reza o documento legislativo. Com a devida vênía, ousamos supor que a carteira da Superintendência da Moeda
e do Credito seria o esboço inicial de
organização do futuro Banco Central, com a amplificação bem estudada de
sua órbita, sua independência e seus objetivos, estabelecidos por uma comís«o que conipetentemente examinasse as
^ssibilidades de execução, evitando con-
/
/
Econômico
/
a pensar que não marcha, com essa mi séria que vai pelos campos, com o tra balho rural desorganizado, o despovoamento das regiões produtivas, e o aban
dono do liomem que vegeta e sucumbe silenciosamente longe das cidades. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia Política, Livraria Freitas Bastos, Rio. 1047.
(2) Josafá Linhares, Organização Bancá ria do Brasil, Imprensa do Instituto do Ceará, 1947.
"nte-projeto,
êrro".
sensatez, como um "grave
verta'de."^araÍf'' ® nnç^ ,7 , corresponderia ao ínfoV
®^®°^®ívbnento econômico, que, marcha na celeridade
P S 3 a. Às vezes mesmo, chega-se
(3) Anteprojeto de reorganização do sis tema bancário
nacional. Diário do Con
Portugal e a Expansão Gapitalista ■] José Honório Ròdrigxjzs
J^A discussão prolongada e rica sobre as origens do capitalismo moderno e a formação do espírito capitalista, iniciada por Karl Marx, com seus es tudos limitados à análise do capitalis
mo industrial, e continuada sob bases
diferentes por Max Weber e outros,
ficou-se sempre sem compreender mui to bem o papel representado por Por
gresso Nacional, 25, junho de 1947.
tugal.
(4) J. de Ontem e o (5) Djacir Concepção
talista era um fruto da Reforma calvi-
Matos Ibiapina. O Brasil de de Hoje, D.I.P., Rio, 1942. Menezes, O Ouro e a Nova da Moeda, Alba, Rio, 1941.
(6) idem, ibidem.
(7) J. de Matos Ibiapina, ob. clt.
(8) Conjuntura
Econômica,
fevereiro
1948, ano II, n.o 2.
O professai* José Honório Rodrigues que, com tanto êxito, realizou, no Ins
tituto de Economia da Associação Co mercial de São Paulo, uma conferência sôbre o "Capitalismo e o Protestantismo", estuda neste artigo as causas ini ciais do imperialismo econômico de Portugal.
Weber afirmara que o espírito capi
nista. Alguns autore.s, como Tawney, q.veroerami uma crítica tão severa a
essa afirmação, que na verdade não se pôde sustentar mais a inteireza da te se, Alguns inverteram os têrmos da questão, como Weber alterara a tese marxista, embora se considerando um filho
ta e a conseqüente revolução dos preços, também considerada por especialistas da história econômica um dos fundamentos
do aparecimento do capitalismo? Portugal e Espanha servem, talvez, para provar a meia verdade que se con tém na tese de Weber. A iniciação ca
revoltado daquele pensamento. foi provocada pela revolução Outros provaram, com pesquisas minu pitalista econômica do século português-espanhol. ciosas e exatas, que o capitalismo mo-, demo era anterior à Reforma calvinis- Até aí a meia verdade que não perten
ta. Começara mesmo eni países católi cos, como a Itália, estimulados pela
própria Igreja, e em países fidelissimos e cristianíssimos como Portugal e Espa nha. E' a tese do católico Jacob Strie-
der, discípulo de Sombart, decidido de princípio, por estímulo do incslTC, a
provar a hipótese da decisiva influência judaica. Mas então caberá a pergunta: como
vendas de ouro, durante o mês de março, ascen
deram
1<ineÍTo°^ORn interno ' ^
^
qitantida^sd^^
olcaimaT^^^
últirrW
esferZmo.s, enquanto em fevereiro atingiram 27 milhões e cm março a Grã-Bretanha adquiriu, do Fundo Monetário
de dólares, o que evitou fôssem postas à venda maiores estoques auriferos do Reino Unido, nesta data, devem
^ milhões de libras, em confronto com o existente em janeiro _U1ÍL_,
se explica que Portugal, dos primeiros, e o que mais influiu com as descobertas e o grande comércio indico para a forma ção do capitalismo, se tenha tomado um dos últimos nos meados do século XVI?
E a Espanha, que com ouro americano provocou a tremenda inflação seiscentis-
ce a Weber. Mas faltou a Portugal, como
à Espanha, completar a revolução, com
a transformação da mentalidade espiri-
•^
tual e moral, ou, em têrmos mais claros romper com a ideologia canônica dos
séculos medievais. Até aí a meia verdade de Weber.
Ambos os países adstriiigiram-se ao
pensamento econômico medieval, que repousava em princípios diametralmen
te opostos às novas condições da realida
de econômica. O princípio do pecunià pecuniam noti parít e os preceitos do lu-
crum cessans, do damnum emergens
do periculum sortis regiam a vida econó^
mica. O primeiro, de que o dinheiro não" gerava dinheiro, de que o capital é
']
improdutivo e só o trabalho cria rique
tabelecimento do absolutismo, pela rui-
za, não se podia conciliar com a época
na das liberdades locais, e o desenvolvi
de intensa procura de capitais. Os se
mento das colônias longínquas.
gundos, regulando a questão da usura,
seando-se em estudos anteriores, decla
impediam a formação do crédito, agora e por séculos afora o elemento indispen- sável da econòmia,
Ê ao estudo dessa meia verdade e de
suas conseqüências, inclusive no Brasil, que nos propomos dedicar. Será apenas
uma notícia bastante falha e pouco pre cisa.^ Mas dela se poderão extrair con clusões de algum resultado no Brasil,
^sim por exemplo, o grande problema
e saber se a colonização portuguesa no
Brasil foi feudal ou capitalista. Até ho je nenhum estudo de história econômi
ca brasileira procurou decidir se o em preendimento português na terra brasí-
íca foi feudal ou capitalista em sua or
ganização. Os que entre nós têm feito ustoriu econômica
questão.
não discutiram
a
Somente Alexander Marchant
debateu a tese, opinando pela rejeição do feudalismo e aceitando que os do natários tinham um claro sentido capi talista ao investir capitais com o objeti vo de lucro. Conclui, porém, que so mente depois que, os donatários inicia ram a economia agrícola no Brasil é que os
DrcESTO Econômico
'Diceisto Econômico
42
mercadores
volução religiosa se tomaram as mais pacíficas, as mais inteligentes, as mais
to marítimo na bacia do Mediterrâneo.
de Quental ver com mais segurança os termos da questão. Mais inteligente foi a conclusão a que chegou Rebelo da Silva, atribuindo à proibição da usura, pelas Ordenações, grande importância na
gemonia, começam a transfonnar radi calmente a situação econômica. E* o
de
decadência da agricultura portuguesa. Naturalmente,
dificuldades
enormes
Os progressos da navegação,
dos seguros marítimos. Deve-.se a d. Fernando n regulamentação minuciosa c sólida do seguro marítimo, que tanta influência exerceu na formação do direi
comércio exterior que prepara
o
ca
minho para a nova economia capita lista. O novo comércio com a índia e o
descobrimento da América apresentam
comércio
exterior
luso
eviden-
c"am a forma do capitalismo inicial por tuguês.
O sistema de monopólio e a
especulação, especialmente o monopólio
e a especulação da pimenta, caracteri zam o capitalismo de estado, forma in cipiente do capitalismo comercial do sé
A ne cessidade de capital para os gastos da
das pesquisas de história econômica em
expedição e a procura clc capital para
Portugal
o
O sustento e construção de feitorias c
ocupando-se quase que exclusivamente
exata reconstituição da época. Foíam especialmente os estudos alemães sô bre o capital e as finanças da Renascença
fortificaçõcs transformam xí caráter do
do missões comerciais.
sistema econômico.
O comércio colonial português, pelo menos até 1577, desenvolveu-se sob a
tornam
quase
impossível
novos problemas econômicos.
Nem só o caráter lucrativo e o gran
A fulla de documentação o a pobreza
fazem tropeçar os passos nesse sentido.
O capital era antes
e os estudos variados sôbre a formação
um adjunto ou aliado do trabalho do artífice; agora de ser\'o ele se transfor
do capitalismo que nos sugeriram o
mava em mestre, ditando a.s regras da
tema.
Wda econômica.
Releva, neste ponto, acentuar a im
portância das pesquisas de Braancamp Freire sôbre as finanças portuguesas nos
pra, venda e transporte de açúcar e, assim, deram ini
tema merece grandes esfor
cio a um tipo reconhecido de capitalismo.
ços, de vez que, com êle, explicaremos vários aspectos
É necessário lembrar o es
^aqvíno
tolicismo pelo Concilio de Trento, o es-
Entre 1400 e 1500, uma nova fa.se se
desde o século XIV a navegação por
tuguesa tinha elaborado os rudimentos
Estados monárquicos, lutando pela he
até hoje realizadas e infe
causas, a saber: a transformação do ca
Desde algum tempo a economia mediewal vinha .sofrendo grandes abalos.
Não pode Anlero
mente as católicas".
lizmente de pouca divulga ção. De qualquer modo, o
povos peninsulares nos últimos três sé
fase.
Aos portugueses devem-se A'árias ini ciativas. Afirmam alguns autores que
íis descobertas, a formação dos grandes
nizados em companhias em
culos, em que diz serem três as mesmas
■■T
cursores da noA^a era.
inaugura.
"As mais decadentes são exata
séculos XV c XVI, as únicas
causas da decadência dos
economia natural, assim também capita lismo e restos feudais convivem naquela
considerado como um dos grandes pre
moralizadas e industriosas. E chegou a
pregaram capitais na com
^ro de Quental sôbre as
dominadora no mundo ocidental — e a
dizer:
orga
tudo pioneiro do grande An-
tem a economia monetária — então quase
Ba
rou que as nações que seguiram a re
43
da
história
econômica
da
Europa f da história eco nômica inicial do Brasil.
Nupa fase de ruptura com a Idade Média, como a que se
inaugura com a navegação oceânica e as descobertas, nenhum destes sistemas se impusera ao outro. Assim como coexis-
A satisfação das necessidades huma nas se fazia com caráter lucrativo e por
meio de empresas. Antes não havia se não o justo preço da doutrina tomista; agora, a lei selvagem da oferta e da procura se impunha.
O comércio exte
rior exigia cada vez maiores inversões de capitais e as novas sociedades comer
ciais promoviairi a radical ruptura com a economia da Idade Média.
A solução primeiro encontrada para resolver as e.vigências do comércio ex terior e satisfazer os pedidos de capital foi a de criar o comércio do Estado.
Portugal é, então, o grande pioneiro da época. A navegação e o grande comér cio exterior
dão-lhe o direito de ser
culo XVI.
O Rei de Portugal é, então,
tim capitahsta típico para a sua época,
base de um monopólio exclusivo do Es tado, por conta e risco do Rei, com na vios de propriedade da Coroa e, portan to, sem libertar a iniciativa privada, que será o grande propulsor do capitalismo comercial de alguns anos depois. Por que, então, essa iniciativa de ca ráter acentuadamente capitalista não se pôde desenvolver? Por que, então, não
pôde Portugal manter a hegemonia ini cial? Por que o seu predomínio é então rápido e fugaz? Portugal inaugurara
com a Espanha um verdadeiro imperia lismo econômico, que tanto impressio nou seus contemporâneos, mais do que
a própria Reforma. E' ainda quase impossível saber porque o sucesso'
transformou num tremendo fracasso, p dem-se, contudo, aventurar algumas h" póteses. Naturalmente, nunca nos
improdutivo e só o trabalho cria rique
tabelecimento do absolutismo, pela rui-
za, não se podia conciliar com a época
na das liberdades locais, e o desenvolvi
de intensa procura de capitais. Os se
mento das colônias longínquas.
gundos, regulando a questão da usura,
seando-se em estudos anteriores, decla
impediam a formação do crédito, agora e por séculos afora o elemento indispen- sável da econòmia,
Ê ao estudo dessa meia verdade e de
suas conseqüências, inclusive no Brasil, que nos propomos dedicar. Será apenas
uma notícia bastante falha e pouco pre cisa.^ Mas dela se poderão extrair con clusões de algum resultado no Brasil,
^sim por exemplo, o grande problema
e saber se a colonização portuguesa no
Brasil foi feudal ou capitalista. Até ho je nenhum estudo de história econômi
ca brasileira procurou decidir se o em preendimento português na terra brasí-
íca foi feudal ou capitalista em sua or
ganização. Os que entre nós têm feito ustoriu econômica
questão.
não discutiram
a
Somente Alexander Marchant
debateu a tese, opinando pela rejeição do feudalismo e aceitando que os do natários tinham um claro sentido capi talista ao investir capitais com o objeti vo de lucro. Conclui, porém, que so mente depois que, os donatários inicia ram a economia agrícola no Brasil é que os
DrcESTO Econômico
'Diceisto Econômico
42
mercadores
volução religiosa se tomaram as mais pacíficas, as mais inteligentes, as mais
to marítimo na bacia do Mediterrâneo.
de Quental ver com mais segurança os termos da questão. Mais inteligente foi a conclusão a que chegou Rebelo da Silva, atribuindo à proibição da usura, pelas Ordenações, grande importância na
gemonia, começam a transfonnar radi calmente a situação econômica. E* o
de
decadência da agricultura portuguesa. Naturalmente,
dificuldades
enormes
Os progressos da navegação,
dos seguros marítimos. Deve-.se a d. Fernando n regulamentação minuciosa c sólida do seguro marítimo, que tanta influência exerceu na formação do direi
comércio exterior que prepara
o
ca
minho para a nova economia capita lista. O novo comércio com a índia e o
descobrimento da América apresentam
comércio
exterior
luso
eviden-
c"am a forma do capitalismo inicial por tuguês.
O sistema de monopólio e a
especulação, especialmente o monopólio
e a especulação da pimenta, caracteri zam o capitalismo de estado, forma in cipiente do capitalismo comercial do sé
A ne cessidade de capital para os gastos da
das pesquisas de história econômica em
expedição e a procura clc capital para
Portugal
o
O sustento e construção de feitorias c
ocupando-se quase que exclusivamente
exata reconstituição da época. Foíam especialmente os estudos alemães sô bre o capital e as finanças da Renascença
fortificaçõcs transformam xí caráter do
do missões comerciais.
sistema econômico.
O comércio colonial português, pelo menos até 1577, desenvolveu-se sob a
tornam
quase
impossível
novos problemas econômicos.
Nem só o caráter lucrativo e o gran
A fulla de documentação o a pobreza
fazem tropeçar os passos nesse sentido.
O capital era antes
e os estudos variados sôbre a formação
um adjunto ou aliado do trabalho do artífice; agora de ser\'o ele se transfor
do capitalismo que nos sugeriram o
mava em mestre, ditando a.s regras da
tema.
Wda econômica.
Releva, neste ponto, acentuar a im
portância das pesquisas de Braancamp Freire sôbre as finanças portuguesas nos
pra, venda e transporte de açúcar e, assim, deram ini
tema merece grandes esfor
cio a um tipo reconhecido de capitalismo.
ços, de vez que, com êle, explicaremos vários aspectos
É necessário lembrar o es
^aqvíno
tolicismo pelo Concilio de Trento, o es-
Entre 1400 e 1500, uma nova fa.se se
desde o século XIV a navegação por
tuguesa tinha elaborado os rudimentos
Estados monárquicos, lutando pela he
até hoje realizadas e infe
causas, a saber: a transformação do ca
Desde algum tempo a economia mediewal vinha .sofrendo grandes abalos.
Não pode Anlero
mente as católicas".
lizmente de pouca divulga ção. De qualquer modo, o
povos peninsulares nos últimos três sé
fase.
Aos portugueses devem-se A'árias ini ciativas. Afirmam alguns autores que
íis descobertas, a formação dos grandes
nizados em companhias em
culos, em que diz serem três as mesmas
■■T
cursores da noA^a era.
inaugura.
"As mais decadentes são exata
séculos XV c XVI, as únicas
causas da decadência dos
economia natural, assim também capita lismo e restos feudais convivem naquela
considerado como um dos grandes pre
moralizadas e industriosas. E chegou a
pregaram capitais na com
^ro de Quental sôbre as
dominadora no mundo ocidental — e a
dizer:
orga
tudo pioneiro do grande An-
tem a economia monetária — então quase
Ba
rou que as nações que seguiram a re
43
da
história
econômica
da
Europa f da história eco nômica inicial do Brasil.
Nupa fase de ruptura com a Idade Média, como a que se
inaugura com a navegação oceânica e as descobertas, nenhum destes sistemas se impusera ao outro. Assim como coexis-
A satisfação das necessidades huma nas se fazia com caráter lucrativo e por
meio de empresas. Antes não havia se não o justo preço da doutrina tomista; agora, a lei selvagem da oferta e da procura se impunha.
O comércio exte
rior exigia cada vez maiores inversões de capitais e as novas sociedades comer
ciais promoviairi a radical ruptura com a economia da Idade Média.
A solução primeiro encontrada para resolver as e.vigências do comércio ex terior e satisfazer os pedidos de capital foi a de criar o comércio do Estado.
Portugal é, então, o grande pioneiro da época. A navegação e o grande comér cio exterior
dão-lhe o direito de ser
culo XVI.
O Rei de Portugal é, então,
tim capitahsta típico para a sua época,
base de um monopólio exclusivo do Es tado, por conta e risco do Rei, com na vios de propriedade da Coroa e, portan to, sem libertar a iniciativa privada, que será o grande propulsor do capitalismo comercial de alguns anos depois. Por que, então, essa iniciativa de ca ráter acentuadamente capitalista não se pôde desenvolver? Por que, então, não
pôde Portugal manter a hegemonia ini cial? Por que o seu predomínio é então rápido e fugaz? Portugal inaugurara
com a Espanha um verdadeiro imperia lismo econômico, que tanto impressio nou seus contemporâneos, mais do que
a própria Reforma. E' ainda quase impossível saber porque o sucesso'
transformou num tremendo fracasso, p dem-se, contudo, aventurar algumas h" póteses. Naturalmente, nunca nos
íii
Dicesto Econômico
44
tisfaremos com as afirmações sobre a
dos judeus, principal elemento finan
exigüidade de sua população como mo tivo da fraquéza das suas iniciativas. E
ceiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da usura, dificultando n acumulação capitalista e, conseqüêntcmente, a formação do crédito. Daí a
o caso da Inglaterra e da Holanda? Houve, de certo, resistências inter nas a dificultar a tarefa da comerciali
zação da vida portuguesa. Entre estas
resistências devem-se alinhar as seguin tes: 1) a dificuldade da ruptura com as idéias econômicas, politicas e reh-
giosas da Idade Médiaj 2) a expulsão
procura de crédito no estrangeiro e a
K'\ Reflexões sôbre controle cambial
e desvalorização JOSEPH A. Keushaw
(Professor Visitante de Economia da Escola Livre de Sociologia e Política)
dependência financeira do país aos usurários flamengos e alemães. Não e po.s-
sível tratar estas três causas separada mente. Elas estão Intimamente ligadas, como mostraremos no próximo artigo.
^"•^icioNALMENTE, O controle do câm bio, pelos governos, tem sido associa
O prof. foseph A. Kershaw, que é au tor da dissertação "A Histonj of Ration
do a certas circunstâncias políticas e eco
Ranking' e ex-assistente de Economia
nômicas, mais especificamente â guerra
e Direito Internacional do Hofstra Col-
o à crise. E' interessante notar que no
lege e da Universidade de Princeton,
Brasil, como cm outros países onde
analisa, neste artigo, os fatôres que levam
correntemente é realizado o controle do
câmbio, o oposto a essas circunstâncias prevaleça. Ao menos, a necessidade da medida parece real, a despeito do fato
uma nação à prática do controle cam bial, detendo-se, sobretudo, no problema da desvalorização do cruzeiro OOOOOOOOÔOO
de.não estar a girerra à vista, no mo
mento, e de, ao lado das áreas devas
tadas da Europa e Ásia, a prosperidade estar firmemente estabelecida.
Êsse paradoxo é digno de ser explo rado minuciosamente. Via de regra, as
medidas de controle cambial são obri
gatórias numa nação, quando um, dois ou os três fatôres estão presentes. O
primeiro, seria uma crise financeira ou econômica na nação adotante das me
didas, cujos sintomas são a diminuição
nyder, secretário do Tesouro norte-americano e seus conselheiros, declararia
sempre de acôrdo com as afirmativas do correspondente do "Daily Mail" — qt*f
^0 poderia cogitar para certos paises da obtenção dos dólares exigidos da Gra. ^^gundo o jornal britânico "os países cuja moeda não está estabilizada, prin
cipalmente a Irídia, estariam excluídos do acôrdo, até que assinem ajustes espe_
"O
TT
«
V-l»
cia» com o Reino Unido".
zando o luxo de encarar o problema de
como evitar que sua prosperidade seja demasiado intensa.
Um terceiro fator que ordinàriamente
da renda nacional e o aumento do de
exportação de um pais. TQda\'ia, no
ma incerteza, com o declínio dos pre
sagem do govêrno britânico, que estaria sendo atualmente estudada pelo sr. ]ohn
cedor e consumidor e, ao invés de um
colapso financeiro, êsse pais está go
semprego. Nenhum desses fatôres ocor
os primeiros meses de 1947 viram algu ttmo norte-americanò concernente à conversibilidade da libra em dólares. A mcn-
Mas, no caso do Brasil, os Estados Uni dos tomaram-se o maior mercado fonie-
acompanha ou ocasiona o controle cam
re atualmente no Brasil. E' verdade que
Septindo o correspondente do "Vaily Mail" em Nova York, a Inglaterra tería fetto saber aos Estados Unidos que não poderia cumprir as cláusulas do empréS'
deiro para as nações como o Brasil, às
quais o comércio e.xterior é tão vital.
ços- do café e do algodão e certa redu ção na indústria têxtil do algodão, mas ambos foram moderados e temporários. O resto do ano foi firme e 1948 iniciou-
se com real vigor.
Um segundo fator que obriga uma na ção ao controle cambial é o colapso financeiro do país que seja o seu maior mercado. Isto é particularmente verda-
bial é o sensível declínio no valor de
caso brasileiro, o valor das exportações
aumentou de ano para ano, desde 1940, atingindo cerca de quatro vêzes mais em 1946 que em 1940 e revelando, em 1947, um pequeno aumento sôbre 1946 A análise tradicional nos induziria a
crer que a última coisa a ser esperada em tais circunstâncias seria o controle cambial.
Não obstante, o Brasil começou
adotar o controle do câmbio em 1947^
íii
Dicesto Econômico
44
tisfaremos com as afirmações sobre a
dos judeus, principal elemento finan
exigüidade de sua população como mo tivo da fraquéza das suas iniciativas. E
ceiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da usura, dificultando n acumulação capitalista e, conseqüêntcmente, a formação do crédito. Daí a
o caso da Inglaterra e da Holanda? Houve, de certo, resistências inter nas a dificultar a tarefa da comerciali
zação da vida portuguesa. Entre estas
resistências devem-se alinhar as seguin tes: 1) a dificuldade da ruptura com as idéias econômicas, politicas e reh-
giosas da Idade Médiaj 2) a expulsão
procura de crédito no estrangeiro e a
K'\ Reflexões sôbre controle cambial
e desvalorização JOSEPH A. Keushaw
(Professor Visitante de Economia da Escola Livre de Sociologia e Política)
dependência financeira do país aos usurários flamengos e alemães. Não e po.s-
sível tratar estas três causas separada mente. Elas estão Intimamente ligadas, como mostraremos no próximo artigo.
^"•^icioNALMENTE, O controle do câm bio, pelos governos, tem sido associa
O prof. foseph A. Kershaw, que é au tor da dissertação "A Histonj of Ration
do a certas circunstâncias políticas e eco
Ranking' e ex-assistente de Economia
nômicas, mais especificamente â guerra
e Direito Internacional do Hofstra Col-
o à crise. E' interessante notar que no
lege e da Universidade de Princeton,
Brasil, como cm outros países onde
analisa, neste artigo, os fatôres que levam
correntemente é realizado o controle do
câmbio, o oposto a essas circunstâncias prevaleça. Ao menos, a necessidade da medida parece real, a despeito do fato
uma nação à prática do controle cam bial, detendo-se, sobretudo, no problema da desvalorização do cruzeiro OOOOOOOOÔOO
de.não estar a girerra à vista, no mo
mento, e de, ao lado das áreas devas
tadas da Europa e Ásia, a prosperidade estar firmemente estabelecida.
Êsse paradoxo é digno de ser explo rado minuciosamente. Via de regra, as
medidas de controle cambial são obri
gatórias numa nação, quando um, dois ou os três fatôres estão presentes. O
primeiro, seria uma crise financeira ou econômica na nação adotante das me
didas, cujos sintomas são a diminuição
nyder, secretário do Tesouro norte-americano e seus conselheiros, declararia
sempre de acôrdo com as afirmativas do correspondente do "Daily Mail" — qt*f
^0 poderia cogitar para certos paises da obtenção dos dólares exigidos da Gra. ^^gundo o jornal britânico "os países cuja moeda não está estabilizada, prin
cipalmente a Irídia, estariam excluídos do acôrdo, até que assinem ajustes espe_
"O
TT
«
V-l»
cia» com o Reino Unido".
zando o luxo de encarar o problema de
como evitar que sua prosperidade seja demasiado intensa.
Um terceiro fator que ordinàriamente
da renda nacional e o aumento do de
exportação de um pais. TQda\'ia, no
ma incerteza, com o declínio dos pre
sagem do govêrno britânico, que estaria sendo atualmente estudada pelo sr. ]ohn
cedor e consumidor e, ao invés de um
colapso financeiro, êsse pais está go
semprego. Nenhum desses fatôres ocor
os primeiros meses de 1947 viram algu ttmo norte-americanò concernente à conversibilidade da libra em dólares. A mcn-
Mas, no caso do Brasil, os Estados Uni dos tomaram-se o maior mercado fonie-
acompanha ou ocasiona o controle cam
re atualmente no Brasil. E' verdade que
Septindo o correspondente do "Vaily Mail" em Nova York, a Inglaterra tería fetto saber aos Estados Unidos que não poderia cumprir as cláusulas do empréS'
deiro para as nações como o Brasil, às
quais o comércio e.xterior é tão vital.
ços- do café e do algodão e certa redu ção na indústria têxtil do algodão, mas ambos foram moderados e temporários. O resto do ano foi firme e 1948 iniciou-
se com real vigor.
Um segundo fator que obriga uma na ção ao controle cambial é o colapso financeiro do país que seja o seu maior mercado. Isto é particularmente verda-
bial é o sensível declínio no valor de
caso brasileiro, o valor das exportações
aumentou de ano para ano, desde 1940, atingindo cerca de quatro vêzes mais em 1946 que em 1940 e revelando, em 1947, um pequeno aumento sôbre 1946 A análise tradicional nos induziria a
crer que a última coisa a ser esperada em tais circunstâncias seria o controle cambial.
Não obstante, o Brasil começou
adotar o controle do câmbio em 1947^
DrcEvTTo
46
Econômico Digesto
avaliando o câmlDio à taxa oficial sft-
mente para a importação de mercadorias e serviços considerados essenciais pelo governo. Os fatos que tornaram essa medida necessária são bem conhecidos.
Enquanto o valor das exportações, como dissemos acima, se elevou sensi\elmente, o das importações subiu ainda mais e uma pequena oscilação desfavorável na
balança de comércio surgiu, primeiro,
em fevereiro de 1947, e tornou-se um pouco maior em abril e meses subse
quentes, excedendo a bilhões de cruzei ros em maio.
encomendas dc guerra do exterior e o saldo de exportação resultante. E' im portante obscr\'ar que a extensão da
Durante os anos de guerra,
excesso da exportação foi tre
mendo, pois muitas nações com■7 j"' 7de guerra, mente mas para vende neces sidades
cre itos em cruzeiros assim obtidos com
petiram com outros no limitado supri
mento de utilidades, forçando a alta dos
preços. Outro indício de que tal acon
tecia foi o grande aumento do meio cír-
cu ante, pois os exportadores apresenaram rnuito mais divisas estrangeiras ao
anco do Brasil do que os importado res necessitavam. E' de se notar que
^ dmbeiro emo circulação aumento quadruplicado do foi o efeito e ^°mo muitos podem pen
sar, da inflação. A causa real foram as
sias, indagar-se o porquê de não have
se a taxa dc câmbio fôr radicalmente
a atuar há muito tempo, a fim de, por
diferente da indicada pela paridade do
no Brasil, situa-se muito acima dè.s.se nu
poder de compra. Com estas noções em
mero, cèrca dc 330 em São Paulo, um
mente seria
pouco menos no Rio, embora estes al
Iraballio recentemente publicado pelo
garismos
"'Board of Governors" do "Federal Re
não
sejam,
pro\'àvelmente,
muito exatos, sendo ate baixos. Mas. to-
mando-os como certos, o nível do pre 65% acima do de antes da guerra, ao
passo que no Brasil ele é de 230% mais alto.
Dadas as grandes relações
comerciais entre os dois países, é certo que existe um desequi líbrio.
mada doutrina da paridade do
cadas na aquisição de utilidades e os
se muito bem, em vista das circunstân-
dos mantém-se agora cm cerca dc
ue exortação no Brasil atingiu a media de 533 milhões de cru
in ação no Brasil. As rendas criadas peas exportações não puderam ser aplí-
de considerar-se êste problema, pode-,
rem os fatores de equilíbrio sidos postos
A esta altura uma digressão se impõe. De acôrdo com a cha
zeiros. Essa média para os anos de gueriQ/i foi cinco e em 946 ultrapassou os 5 vezes bilhõesmaior de cruzciros. Nisto reside a explicação da grande
mais do que para comparar os níveis absolutos de preço. E a maioria dos eco
nomistas julga que, visto dessa forma relativa, o equilíbrio .não pode existir
ram relativamente pouco. Para
os anos de 1931-40, o excesso
47
inflação foi muito maior no Bra.sil do que nos Estados Unidos ou Grã-Breta nha. O custo da vida nos Eslado.s Uni
ço de varejo nos Estados Unidos está desenvolvimento re-
Econômico
poder de compra, a taxa de câmbio de um país estará em
equilíbrio se o nível do preço interno fôr aproximadamente igual aos de outros países, quando os preços, nestes, fo rem convertidos à taxa oficial de câm
bio e corresponderem ao valor da moe da daquele. Se isto não .se der, ou a taxa de câmbio mudará, quando pos sível, ou os níveis relativos do preço mudarão, se a taxa de câmbio fôr man tida e nesse caso compra-se mais no mercado relativamente baixo e vende-
se mais no alto. Poucos economistas jul
gam, boje em dia, que a doutrina da paridade do poder de compra tenha exa tidão absoluta e muitos apontaram sua inconsistência.
Não obstante, a maioria
sente que ela é útil para uma aproxi
mação inicial, particularmente se ela fôr usada para medir oscilações de uma posição prévia de =»-aparente equilíbrio
interessante
examinar um
serve System", em Washington, de au toria de Lloyd A. Metzler. Êstc estu do considera a paridade do poder de
compra para um certo número de paí ses, inclusive o Brasil, usando como ba
se o período de outubro de 1936 ^ até junho de 1937. A taxa de paridade é "a taxa que faria o atual poder de compra igual ao da moeda corrente do país, re
lativo ao poder de compra do dólar tal qual era no começo do período". De acôrdo com êste estudo, a ta.xa de pa
êste ou aquele meio, reduzir gradativa-
mente o valor do cruzeiro a uma posição justa, ou trazer os níveis gerais de pre ços, no Brasil, a uma posição mais pró-xima do equilíbrio. A resposta é que o mercado não tem operado nas condições habituais nestes últimos anos. Durante
a guerra, a necessidade e não o preço, foi o critério adotado pelo govêmo tan
to quanto pelos compradores particula res. O material de guerra, em seu mais
amplo sentido, era adquirido quase sem
que se atentasse para o preço. Termi nada a guerra, os artigos procurados mu daram, mas êste critério persistiu. O crédito acumulado durante a guerra é
destinado agora à compra de máquinas e
ridade para o Brasil em novembro de
outros artigos, cujo suprimento ainda
1946 era 3.87 cents, ou Cr$ 26,00 pa
pradores, pelo menos de mercadorias
ra o dólar. Mas, ao ser computado um índice de custo da vida no Brasil de
não é suficiente. Até hoje, muitos com
essenciais e de consumo durável, per
237,3, foi empregado, presumivelmente,
guntam "quando poderei receber?" em
custo da vida, a ta.xa de paridade seria
necessidades eram incapa
o índice no Rio em novembro de 1946. Se o número de 330 fôr usado para o de 2.5 cents ou Cr$ 40,00 para o dólar. Desde novembro de 1946 os preços nos Estados Unidos subiram um pouco mais
do que no Brasil, o que faria subir a taxa de paridade. Considerando tudo
isto, e acentuando novamente a exatidão não absoluta deste juízo, a taxa de pa
ridade agora estaria nas pro.xlmidades -de Cr$ 35,00 em relação ao dólar, de sorte
que o cruzeiro, à taxa oficial, tem tal vez o dòbro do seu valor real, de acor do com êste raciocínio.
Conclusões apressadas sobre a sabe
vez de "qual o seu preço?" Tão longe quanto os grandes supridores para as zes de produzir suficien temente, a compressão sô-
bre o cruzeiro não proveio
dêste desequilíbrio. En? outras palavras, o valor do cruzeiro es» tava protegido pela insuficiência da pro, dução estrangeira. Mas logo em 1947 a máquina produtora americana começoo a pôr em ordem seus problemas, fato
que é claramente evidenciado pelo co mércio entre as duas nações. Nos nrí
nieiros -6 meses de 1947, as exportai
doria da desvalorização não devem ser
ções do Brasil para os Estados Unidos
tiradas da análise acima. Antes, porém,
foram, em média, iguais às do ano antê-
DrcEvTTo
46
Econômico Digesto
avaliando o câmlDio à taxa oficial sft-
mente para a importação de mercadorias e serviços considerados essenciais pelo governo. Os fatos que tornaram essa medida necessária são bem conhecidos.
Enquanto o valor das exportações, como dissemos acima, se elevou sensi\elmente, o das importações subiu ainda mais e uma pequena oscilação desfavorável na
balança de comércio surgiu, primeiro,
em fevereiro de 1947, e tornou-se um pouco maior em abril e meses subse
quentes, excedendo a bilhões de cruzei ros em maio.
encomendas dc guerra do exterior e o saldo de exportação resultante. E' im portante obscr\'ar que a extensão da
Durante os anos de guerra,
excesso da exportação foi tre
mendo, pois muitas nações com■7 j"' 7de guerra, mente mas para vende neces sidades
cre itos em cruzeiros assim obtidos com
petiram com outros no limitado supri
mento de utilidades, forçando a alta dos
preços. Outro indício de que tal acon
tecia foi o grande aumento do meio cír-
cu ante, pois os exportadores apresenaram rnuito mais divisas estrangeiras ao
anco do Brasil do que os importado res necessitavam. E' de se notar que
^ dmbeiro emo circulação aumento quadruplicado do foi o efeito e ^°mo muitos podem pen
sar, da inflação. A causa real foram as
sias, indagar-se o porquê de não have
se a taxa dc câmbio fôr radicalmente
a atuar há muito tempo, a fim de, por
diferente da indicada pela paridade do
no Brasil, situa-se muito acima dè.s.se nu
poder de compra. Com estas noções em
mero, cèrca dc 330 em São Paulo, um
mente seria
pouco menos no Rio, embora estes al
Iraballio recentemente publicado pelo
garismos
"'Board of Governors" do "Federal Re
não
sejam,
pro\'àvelmente,
muito exatos, sendo ate baixos. Mas. to-
mando-os como certos, o nível do pre 65% acima do de antes da guerra, ao
passo que no Brasil ele é de 230% mais alto.
Dadas as grandes relações
comerciais entre os dois países, é certo que existe um desequi líbrio.
mada doutrina da paridade do
cadas na aquisição de utilidades e os
se muito bem, em vista das circunstân-
dos mantém-se agora cm cerca dc
ue exortação no Brasil atingiu a media de 533 milhões de cru
in ação no Brasil. As rendas criadas peas exportações não puderam ser aplí-
de considerar-se êste problema, pode-,
rem os fatores de equilíbrio sidos postos
A esta altura uma digressão se impõe. De acôrdo com a cha
zeiros. Essa média para os anos de gueriQ/i foi cinco e em 946 ultrapassou os 5 vezes bilhõesmaior de cruzciros. Nisto reside a explicação da grande
mais do que para comparar os níveis absolutos de preço. E a maioria dos eco
nomistas julga que, visto dessa forma relativa, o equilíbrio .não pode existir
ram relativamente pouco. Para
os anos de 1931-40, o excesso
47
inflação foi muito maior no Bra.sil do que nos Estados Unidos ou Grã-Breta nha. O custo da vida nos Eslado.s Uni
ço de varejo nos Estados Unidos está desenvolvimento re-
Econômico
poder de compra, a taxa de câmbio de um país estará em
equilíbrio se o nível do preço interno fôr aproximadamente igual aos de outros países, quando os preços, nestes, fo rem convertidos à taxa oficial de câm
bio e corresponderem ao valor da moe da daquele. Se isto não .se der, ou a taxa de câmbio mudará, quando pos sível, ou os níveis relativos do preço mudarão, se a taxa de câmbio fôr man tida e nesse caso compra-se mais no mercado relativamente baixo e vende-
se mais no alto. Poucos economistas jul
gam, boje em dia, que a doutrina da paridade do poder de compra tenha exa tidão absoluta e muitos apontaram sua inconsistência.
Não obstante, a maioria
sente que ela é útil para uma aproxi
mação inicial, particularmente se ela fôr usada para medir oscilações de uma posição prévia de =»-aparente equilíbrio
interessante
examinar um
serve System", em Washington, de au toria de Lloyd A. Metzler. Êstc estu do considera a paridade do poder de
compra para um certo número de paí ses, inclusive o Brasil, usando como ba
se o período de outubro de 1936 ^ até junho de 1937. A taxa de paridade é "a taxa que faria o atual poder de compra igual ao da moeda corrente do país, re
lativo ao poder de compra do dólar tal qual era no começo do período". De acôrdo com êste estudo, a ta.xa de pa
êste ou aquele meio, reduzir gradativa-
mente o valor do cruzeiro a uma posição justa, ou trazer os níveis gerais de pre ços, no Brasil, a uma posição mais pró-xima do equilíbrio. A resposta é que o mercado não tem operado nas condições habituais nestes últimos anos. Durante
a guerra, a necessidade e não o preço, foi o critério adotado pelo govêmo tan
to quanto pelos compradores particula res. O material de guerra, em seu mais
amplo sentido, era adquirido quase sem
que se atentasse para o preço. Termi nada a guerra, os artigos procurados mu daram, mas êste critério persistiu. O crédito acumulado durante a guerra é
destinado agora à compra de máquinas e
ridade para o Brasil em novembro de
outros artigos, cujo suprimento ainda
1946 era 3.87 cents, ou Cr$ 26,00 pa
pradores, pelo menos de mercadorias
ra o dólar. Mas, ao ser computado um índice de custo da vida no Brasil de
não é suficiente. Até hoje, muitos com
essenciais e de consumo durável, per
237,3, foi empregado, presumivelmente,
guntam "quando poderei receber?" em
custo da vida, a ta.xa de paridade seria
necessidades eram incapa
o índice no Rio em novembro de 1946. Se o número de 330 fôr usado para o de 2.5 cents ou Cr$ 40,00 para o dólar. Desde novembro de 1946 os preços nos Estados Unidos subiram um pouco mais
do que no Brasil, o que faria subir a taxa de paridade. Considerando tudo
isto, e acentuando novamente a exatidão não absoluta deste juízo, a taxa de pa
ridade agora estaria nas pro.xlmidades -de Cr$ 35,00 em relação ao dólar, de sorte
que o cruzeiro, à taxa oficial, tem tal vez o dòbro do seu valor real, de acor do com êste raciocínio.
Conclusões apressadas sobre a sabe
vez de "qual o seu preço?" Tão longe quanto os grandes supridores para as zes de produzir suficien temente, a compressão sô-
bre o cruzeiro não proveio
dêste desequilíbrio. En? outras palavras, o valor do cruzeiro es» tava protegido pela insuficiência da pro, dução estrangeira. Mas logo em 1947 a máquina produtora americana começoo a pôr em ordem seus problemas, fato
que é claramente evidenciado pelo co mércio entre as duas nações. Nos nrí
nieiros -6 meses de 1947, as exportai
doria da desvalorização não devem ser
ções do Brasil para os Estados Unidos
tiradas da análise acima. Antes, porém,
foram, em média, iguais às do ano antê-
4$
Digesto
EcoNÓxnco
Digesto EcoNÓNnco
49
rior (em valor), mas as importações, nes
portados, entre os quais se incluem mui
ses mesmos seis meses, foram quase tão
tos essenciais, sem que isso oferecesse
significar inflação. E' discutível quanto isto seja necessário, mesmo em seto
grandes quanto as de todo o ano ante
qualquer segurança, por exemplo, de que a compra de automóveis estrangei
indústrias têxteis de algodão, que con
nessas circunstâncias, a balança de im
ros de lu.vo seria reduzida mais do que
quistaram novos mercados durante a
portação aumentará mais do que decres-
as' de trigo ou máquinas têxteis. Esta pareceria também uma política pouco
guerra e terão grande dificuldade em conservá-los com preços altos, quando os países competidores voltarem a pro
cerá, com a desvalorização. Esta é uma s tuação curiosa e que não persistirá por muito tempo, mas que pode ser caracte rística ao Brasil, no presente. Na apa rência, a corrente de pedidos de impor tação é tão forte que um aumento no preço, ainda que acentuado, não redu ziria grandemente as importações. E o
rior. Pela primeira vez, desde 1940, a balança entre os dois países foi des
favorável ao Brasil, naqueles seis meses; e, ainda mais, a balança desfavorável nesses seis meses era três vêzes maior
que a favorável em todo o ano prece dente. A mudança foi, assim, tão drás tica quanto repentina.
„^
ííf'
alternaüvas pa-
Teoricamente, as reservas
Unírfr^r' nos Estados esPotaL guerra poderiam ser g das,tirante e istoa naturalmente aconteeu nos primeiros meses de 1947. Mas processo fôsse corretivo, grande 9 ti ade da moeda corrente deveria ° retirada da circulação. Em vire da enorme procura de mercadorias,
^ o_não resultaria a princípio numa deaçao necessária, mas cedo ou tarde
uma contração drástica e rápida do meio cirçu ante .poderia ocasionar uma
cnse financeira. Nenhum país pode su portar uma redução à metade, no seu
nível de preços, dentro de poucos mej^A^' necessária oalguma provi-a oticia seria para restaurar equilíbrio, esta^ altura. Quaisquer medidas desta ®specie seriam controles governamentais e sabedoria extremamente duvidosa. m segundo lugar, poder-se-ia não ixar o cruzeiro, para que fôsse encontra-
o o seu nível de equilíbrio.
Inteira
iscussão desta possibilidade será ofe-
abaixo, quando esva^orização. Aqui considerarmos mencionaremosa
perias o fato de que a força do capital nquiclo e o seu provável poder de fluaçao tomariam impossível ao cru-
b^° encontrar sua posição de equilí-
,„_j' disso, a desvalorização ele^ tis preços de todos os artigos im
inteligente.
A terceira providen cia, naturalmente ado tada, foi a instituição do controle do cambio
e o estabelecimento da
prioridade cambial, de acòrdo com o critério da essenciaiidade de
terminado pelo govêmo. Deste modo, a
res restritos da economia, como o das
duzir intensamente.
Mas há, ainda, outras ponderações. O fim da de.svalorização é reduzir ou eliminar o volume de importação. Diz-
se que os americanos, por e.xen)plo, comprarão mais café depois da desvalo rização, porque o dólar comprará mais cruzeiros e, por conseguinte, mais qui
pressão sobre o nível dos preços inter
los de café. E os brasileiros comprarão menos automóveis, porque o cruzeiro
nos foi evitada e houve alguma certeza
comprará menos dólares e os automó
de que as reservas em divisas fôssem
veis, em conseqüência, serão mais ca ros. Êste processo aumenta a exporta ção e diminui a importação, e a posi ção do cambio será melhorada.
usadas no legítimo interesse do povo. Estas medidas foram coroadas de êxi
to, pois tomaram a balança comercial
favorável em agosto e setembro de 1947, pela redução das importações. Com efei to, essa política fez baixar a aquisição de mercadorias estrangeiras enquanto as exportações subiram a níveis altos. Isto nos conduz ao problema da des valorização do cruzeiro no futuro. As
considerações que desaconselharam a
desvalorização do cruzeiro, por impru dente, ao tempo em que o controle cambial foi instituído, em junho último, persistem ainda, e êstes fatôres mere cem discussão; De um modo geral, o objetivo da desvalorização da moeda coiTente é estimular a economia inter
na e favorecer a posição do comércio, estimulando as exportações e desenco rajando as importações. Mas, presente mente, a economia interna do Brasil não necessita de ser estimulada, pois nas
condições de pleno emprego dos fa tôres da produção, o estímulo só poderia
Há razões para duvidar-se de que isto aconteceria nas atuais circunstân cias. Foi assinalado por inúmeros eco
nomistas que a balança de importação pode reagir "adversamente" às mu danças no valor da moeda, se, ern ter mos técnicos, a soma das elasticida-
des da procura de importação e de ex portação fôr menor que a unidade. Su ponha-se, por exemplo, que uma re dução substancial no valor do cruzeiro aumente o volume das e.xportações, li
geiramente; suponha-se também que decresça ligeiramente o volume das impor tações. O resultado é que o pequeno au mento do volume das exportações será
obtido com muito menos dólares (por que um dólar comprará consideràvelmente mais cruzeiros) do que antes; o
valor total das exportações em dólares será mais baixo 'do que antes da des valorização. Se as condições acima re
feridas persistirem, a redução, nesse ca so, será maior do que a do valor das importaçãões (expresso em dólares), e,
preço não parece ser o fator mais im
portante, atualmente, no \'olume das vendas do Brasil aos mercados estran
geiros; por exemplo, não seria muito maior a quantidade de café ou algodão vendida, mesmo a preços inferiores,
O segundo e mais sünples argumen to contra a desvalorização, na atuahda-
de, é que um aumento imediato no pre ço de muitos produtos (como o trigo), matérias-primas essenciais e maquinaria, traria como resultado, naturalmente, um
aumento proporcional à desvalorização. Em adição ao mal estar social e ao
desajustamento econômico que isso tra ria, pode-se assinalar a agitação nos têrmos do comércio exterior do Brasil. O
preço das mercadorias vendidas pelo Brasil subiu mais do que o das compra
das por êle, significando isto que o Bra sil ganhou mais com relativamente me nor esfôrço do que antes da guerra. (Trigo e farinha de trigo são excepções a esta generalização, mas. aparente mente, nestes casos, circunstâncias es
peciais influíram no preço dos dois pro dutos). A desvalorização modificaria' assim, êstes termos do comércio co' desvantagem para o Brasil. Embora a desvalorização não
necessária, no momento (o que si fica, naturalmente, que o controle
4$
Digesto
EcoNÓxnco
Digesto EcoNÓNnco
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rior (em valor), mas as importações, nes
portados, entre os quais se incluem mui
ses mesmos seis meses, foram quase tão
tos essenciais, sem que isso oferecesse
significar inflação. E' discutível quanto isto seja necessário, mesmo em seto
grandes quanto as de todo o ano ante
qualquer segurança, por exemplo, de que a compra de automóveis estrangei
indústrias têxteis de algodão, que con
nessas circunstâncias, a balança de im
ros de lu.vo seria reduzida mais do que
quistaram novos mercados durante a
portação aumentará mais do que decres-
as' de trigo ou máquinas têxteis. Esta pareceria também uma política pouco
guerra e terão grande dificuldade em conservá-los com preços altos, quando os países competidores voltarem a pro
cerá, com a desvalorização. Esta é uma s tuação curiosa e que não persistirá por muito tempo, mas que pode ser caracte rística ao Brasil, no presente. Na apa rência, a corrente de pedidos de impor tação é tão forte que um aumento no preço, ainda que acentuado, não redu ziria grandemente as importações. E o
rior. Pela primeira vez, desde 1940, a balança entre os dois países foi des
favorável ao Brasil, naqueles seis meses; e, ainda mais, a balança desfavorável nesses seis meses era três vêzes maior
que a favorável em todo o ano prece dente. A mudança foi, assim, tão drás tica quanto repentina.
„^
ííf'
alternaüvas pa-
Teoricamente, as reservas
Unírfr^r' nos Estados esPotaL guerra poderiam ser g das,tirante e istoa naturalmente aconteeu nos primeiros meses de 1947. Mas processo fôsse corretivo, grande 9 ti ade da moeda corrente deveria ° retirada da circulação. Em vire da enorme procura de mercadorias,
^ o_não resultaria a princípio numa deaçao necessária, mas cedo ou tarde
uma contração drástica e rápida do meio cirçu ante .poderia ocasionar uma
cnse financeira. Nenhum país pode su portar uma redução à metade, no seu
nível de preços, dentro de poucos mej^A^' necessária oalguma provi-a oticia seria para restaurar equilíbrio, esta^ altura. Quaisquer medidas desta ®specie seriam controles governamentais e sabedoria extremamente duvidosa. m segundo lugar, poder-se-ia não ixar o cruzeiro, para que fôsse encontra-
o o seu nível de equilíbrio.
Inteira
iscussão desta possibilidade será ofe-
abaixo, quando esva^orização. Aqui considerarmos mencionaremosa
perias o fato de que a força do capital nquiclo e o seu provável poder de fluaçao tomariam impossível ao cru-
b^° encontrar sua posição de equilí-
,„_j' disso, a desvalorização ele^ tis preços de todos os artigos im
inteligente.
A terceira providen cia, naturalmente ado tada, foi a instituição do controle do cambio
e o estabelecimento da
prioridade cambial, de acòrdo com o critério da essenciaiidade de
terminado pelo govêmo. Deste modo, a
res restritos da economia, como o das
duzir intensamente.
Mas há, ainda, outras ponderações. O fim da de.svalorização é reduzir ou eliminar o volume de importação. Diz-
se que os americanos, por e.xen)plo, comprarão mais café depois da desvalo rização, porque o dólar comprará mais cruzeiros e, por conseguinte, mais qui
pressão sobre o nível dos preços inter
los de café. E os brasileiros comprarão menos automóveis, porque o cruzeiro
nos foi evitada e houve alguma certeza
comprará menos dólares e os automó
de que as reservas em divisas fôssem
veis, em conseqüência, serão mais ca ros. Êste processo aumenta a exporta ção e diminui a importação, e a posi ção do cambio será melhorada.
usadas no legítimo interesse do povo. Estas medidas foram coroadas de êxi
to, pois tomaram a balança comercial
favorável em agosto e setembro de 1947, pela redução das importações. Com efei to, essa política fez baixar a aquisição de mercadorias estrangeiras enquanto as exportações subiram a níveis altos. Isto nos conduz ao problema da des valorização do cruzeiro no futuro. As
considerações que desaconselharam a
desvalorização do cruzeiro, por impru dente, ao tempo em que o controle cambial foi instituído, em junho último, persistem ainda, e êstes fatôres mere cem discussão; De um modo geral, o objetivo da desvalorização da moeda coiTente é estimular a economia inter
na e favorecer a posição do comércio, estimulando as exportações e desenco rajando as importações. Mas, presente mente, a economia interna do Brasil não necessita de ser estimulada, pois nas
condições de pleno emprego dos fa tôres da produção, o estímulo só poderia
Há razões para duvidar-se de que isto aconteceria nas atuais circunstân cias. Foi assinalado por inúmeros eco
nomistas que a balança de importação pode reagir "adversamente" às mu danças no valor da moeda, se, ern ter mos técnicos, a soma das elasticida-
des da procura de importação e de ex portação fôr menor que a unidade. Su ponha-se, por exemplo, que uma re dução substancial no valor do cruzeiro aumente o volume das e.xportações, li
geiramente; suponha-se também que decresça ligeiramente o volume das impor tações. O resultado é que o pequeno au mento do volume das exportações será
obtido com muito menos dólares (por que um dólar comprará consideràvelmente mais cruzeiros) do que antes; o
valor total das exportações em dólares será mais baixo 'do que antes da des valorização. Se as condições acima re
feridas persistirem, a redução, nesse ca so, será maior do que a do valor das importaçãões (expresso em dólares), e,
preço não parece ser o fator mais im
portante, atualmente, no \'olume das vendas do Brasil aos mercados estran
geiros; por exemplo, não seria muito maior a quantidade de café ou algodão vendida, mesmo a preços inferiores,
O segundo e mais sünples argumen to contra a desvalorização, na atuahda-
de, é que um aumento imediato no pre ço de muitos produtos (como o trigo), matérias-primas essenciais e maquinaria, traria como resultado, naturalmente, um
aumento proporcional à desvalorização. Em adição ao mal estar social e ao
desajustamento econômico que isso tra ria, pode-se assinalar a agitação nos têrmos do comércio exterior do Brasil. O
preço das mercadorias vendidas pelo Brasil subiu mais do que o das compra
das por êle, significando isto que o Bra sil ganhou mais com relativamente me nor esfôrço do que antes da guerra. (Trigo e farinha de trigo são excepções a esta generalização, mas. aparente mente, nestes casos, circunstâncias es
peciais influíram no preço dos dois pro dutos). A desvalorização modificaria' assim, êstes termos do comércio co' desvantagem para o Brasil. Embora a desvalorização não
necessária, no momento (o que si fica, naturalmente, que o controle
T^-
Dicesto Econômico
50
bial deve ser mantido), a verdade é que o cruzeiro está mal valorizado. Êste pa radoxo aparente pode ser explicado ape nas em relação ao tempo. Impedida uma
no início deste artigo venham a exis tir. Isto quer dizer, quando o desem
inflação acentuada nos Estados Unidos, uma duplicação dos preços, por exem
quando a produção começar a decres-
plo, o que parece improvável, ou uma
redução dos preços no Brasil, que a naçao nao poderia suportar ou permitir, o eqmlibno precisará eventualmente ser restabelecido por uma desvalorização do
cruzeuo. Mas a desvalorização, qSe pa-
k u^or ''°®Í»-P«mente" através de W libraÃTnr'" desequitesultar
çS oTand târes de DreíTadn
ter mí;^
Estados Unidos, pode
P«-
se prende a fa"ão totalmente em-
^
nomi-i ' nomia e ^poucosaudáveis atíva.
pode
quando a eco
rnm indicada, por conseguinte, ' iim ®^^ncia aoexpectativa. cruzeiro, seria a de uma cuidadosa A época
•
clesvalorização terá chegado quando
F\ DESV/qLORIZflÇflO DO FRANCO-
uma ou tôdas as condições enumeradas
RlCHARD LewINSOHN
prego no Brasil começar a aparecer, ■n
^ desvalorização do franco fran do mês "de janeiro próximo passado,
a depressão nos Estados Unidos (a qual, incidentalmente, apressaria o apareci
chama a atenção do mundo inte:ro, não somente porque a França conli-
econômicos e financeiros, dirige o hoIctiin mensal "Corpuntura Econômica", ■
mento das outras condições), então a
temente editado, com sucesso, na ci
Em um certo sentido, o Brasil se acha,,
luia um dos grandes podcres finan ceiros c comerciais, mas também por causa das suas inovações técnic"as au
numa posição invejável: está desfrutando uma prosperidade crescente e ainda re
avaliar esta desvalorização como um
tém as melhores armas para prote
acontecimento isolado, mas precisa-»e
ger sua posição quando ou se uma que
cês, efetuada
daciosas,
na última .scmani
vê-la no conjunto da evolução mon.^
da "Fundação Qetúlio Vargas", recen dade do Rio de Janeiro y
ções. Em dezembro de 1945, o gover
1
no francês ajustou a sua taxa cam
da vier.
tária da França nos últimos anos «
bial, elevando o dólar de 50 a 119,11
Quanto ao valor-par a ser fixada ao chegar aquele momento, as condições que prevalecerem então indicá-lo-ão. E os peritos do Fundo Monetário Interna
mesmo nas últimas décadas.
francos — desvalorização muito for
A nova desvalorização do franco c a terceira realizada desde a h ^r a
cional serão, sem dúvida, úteis para aju
pois da criação da "segunda ren e ,
te, reduzindo o valor externo do fran co de quase 60%. Mas ainda essu operação não teve senão um efeito passageiro. A emissão contínua de papel-moeda elevou o custo da vida, c, cm conseqüência, o custo da produ ção a um nível que dificultava a ex- . portação. O preço do dólar no mer cado negro" — Que, aliás, não mere
ção da França.
Imediatamente cli-
dar a nação a atingir o valor adequado.
em 1944, foi instituída uma taxa can -
Incidentalmente, esta será uma tarefa
bial de 50 francos por um dólar, va lor-par que correspondia
de extrema dificuldade, como os pará grafos precedentes indicaram.
damentc à taxa em vigor em^
to uma supra-estimativa da ^oeda
de um país afetado sèriamente pe a guerra. Não obstante, a taxa reiat vãmente alta pelo franco nao era um
mero ato de homenagem a
ranç ,
mas tinha um sentido econômico bem claro: permitia ao país importar a rato as mercadoriias de que necessi
tava no fim da guerra, quando hs suas possibilidades de exportação es tavam ainda muito limitadas.
nomeou os ministros Clovis Pestana e Morvan Dias vZ República i W ãp de Figueiredo, bemdaconw o een gen. César Obino para, em comissão, sob a presidência do primeiro rm'
icinsohn, escritor consagrado ern nsstintos . ■<
Entretanto, não se po^ e
York em 1940, antes da mvasao ale mã. Tal paridade representava de la
■
O autor do presente ensaio, de alualidadc palpitante, professor orofcssor RichoTd LC' , .
cer, quando as exportações (em valor) declinarem sèriamente, ou quando surgir
hora da desvalorização terá chegado.
»//<. vjui/mòuu,
lefinaria dJ ca Nacional At
^ respeito do ante-projeto da lei reguladora das concessões de a pela Secretaria Geral do Conselho de Seguran-
de Ulhoa CiiSra
secretário da referida comissão o ten.-cel. José Pinheiro
i
Ora, era evidente que, com essa
taxa cambial que tornava a produ
ção francesa, em comparação a dos outros paiscs, caríssima, a França não podia desenvolver suas exporta-
ce esse nome, pois funciona na Fran
ça em plena luz do dia, com cotações regulares na imprensa — subiu quase ao triplo da taxa oficial.
Após longas hesitações, o Govêrno ■
efetuou ma^s uma vez um " ajusta mento", elevando a taxa cambial pa
ra o dólar: 214,39 francos, o que sig nifica uma desvalorização de 44,44% sobre os 40% restantes da desvalori
zação anterior, de modo que a redu ção total do valor do franco no apó*
guerra atinge mais que três quarto^s Inflação crônica
a
Sem dúvida, as dificuldades monás
T^-
Dicesto Econômico
50
bial deve ser mantido), a verdade é que o cruzeiro está mal valorizado. Êste pa radoxo aparente pode ser explicado ape nas em relação ao tempo. Impedida uma
no início deste artigo venham a exis tir. Isto quer dizer, quando o desem
inflação acentuada nos Estados Unidos, uma duplicação dos preços, por exem
quando a produção começar a decres-
plo, o que parece improvável, ou uma
redução dos preços no Brasil, que a naçao nao poderia suportar ou permitir, o eqmlibno precisará eventualmente ser restabelecido por uma desvalorização do
cruzeuo. Mas a desvalorização, qSe pa-
k u^or ''°®Í»-P«mente" através de W libraÃTnr'" desequitesultar
çS oTand târes de DreíTadn
ter mí;^
Estados Unidos, pode
P«-
se prende a fa"ão totalmente em-
^
nomi-i ' nomia e ^poucosaudáveis atíva.
pode
quando a eco
rnm indicada, por conseguinte, ' iim ®^^ncia aoexpectativa. cruzeiro, seria a de uma cuidadosa A época
•
clesvalorização terá chegado quando
F\ DESV/qLORIZflÇflO DO FRANCO-
uma ou tôdas as condições enumeradas
RlCHARD LewINSOHN
prego no Brasil começar a aparecer, ■n
^ desvalorização do franco fran do mês "de janeiro próximo passado,
a depressão nos Estados Unidos (a qual, incidentalmente, apressaria o apareci
chama a atenção do mundo inte:ro, não somente porque a França conli-
econômicos e financeiros, dirige o hoIctiin mensal "Corpuntura Econômica", ■
mento das outras condições), então a
temente editado, com sucesso, na ci
Em um certo sentido, o Brasil se acha,,
luia um dos grandes podcres finan ceiros c comerciais, mas também por causa das suas inovações técnic"as au
numa posição invejável: está desfrutando uma prosperidade crescente e ainda re
avaliar esta desvalorização como um
tém as melhores armas para prote
acontecimento isolado, mas precisa-»e
ger sua posição quando ou se uma que
cês, efetuada
daciosas,
na última .scmani
vê-la no conjunto da evolução mon.^
da "Fundação Qetúlio Vargas", recen dade do Rio de Janeiro y
ções. Em dezembro de 1945, o gover
1
no francês ajustou a sua taxa cam
da vier.
tária da França nos últimos anos «
bial, elevando o dólar de 50 a 119,11
Quanto ao valor-par a ser fixada ao chegar aquele momento, as condições que prevalecerem então indicá-lo-ão. E os peritos do Fundo Monetário Interna
mesmo nas últimas décadas.
francos — desvalorização muito for
A nova desvalorização do franco c a terceira realizada desde a h ^r a
cional serão, sem dúvida, úteis para aju
pois da criação da "segunda ren e ,
te, reduzindo o valor externo do fran co de quase 60%. Mas ainda essu operação não teve senão um efeito passageiro. A emissão contínua de papel-moeda elevou o custo da vida, c, cm conseqüência, o custo da produ ção a um nível que dificultava a ex- . portação. O preço do dólar no mer cado negro" — Que, aliás, não mere
ção da França.
Imediatamente cli-
dar a nação a atingir o valor adequado.
em 1944, foi instituída uma taxa can -
Incidentalmente, esta será uma tarefa
bial de 50 francos por um dólar, va lor-par que correspondia
de extrema dificuldade, como os pará grafos precedentes indicaram.
damentc à taxa em vigor em^
to uma supra-estimativa da ^oeda
de um país afetado sèriamente pe a guerra. Não obstante, a taxa reiat vãmente alta pelo franco nao era um
mero ato de homenagem a
ranç ,
mas tinha um sentido econômico bem claro: permitia ao país importar a rato as mercadoriias de que necessi
tava no fim da guerra, quando hs suas possibilidades de exportação es tavam ainda muito limitadas.
nomeou os ministros Clovis Pestana e Morvan Dias vZ República i W ãp de Figueiredo, bemdaconw o een gen. César Obino para, em comissão, sob a presidência do primeiro rm'
icinsohn, escritor consagrado ern nsstintos . ■<
Entretanto, não se po^ e
York em 1940, antes da mvasao ale mã. Tal paridade representava de la
■
O autor do presente ensaio, de alualidadc palpitante, professor orofcssor RichoTd LC' , .
cer, quando as exportações (em valor) declinarem sèriamente, ou quando surgir
hora da desvalorização terá chegado.
»//<. vjui/mòuu,
lefinaria dJ ca Nacional At
^ respeito do ante-projeto da lei reguladora das concessões de a pela Secretaria Geral do Conselho de Seguran-
de Ulhoa CiiSra
secretário da referida comissão o ten.-cel. José Pinheiro
i
Ora, era evidente que, com essa
taxa cambial que tornava a produ
ção francesa, em comparação a dos outros paiscs, caríssima, a França não podia desenvolver suas exporta-
ce esse nome, pois funciona na Fran
ça em plena luz do dia, com cotações regulares na imprensa — subiu quase ao triplo da taxa oficial.
Após longas hesitações, o Govêrno ■
efetuou ma^s uma vez um " ajusta mento", elevando a taxa cambial pa
ra o dólar: 214,39 francos, o que sig nifica uma desvalorização de 44,44% sobre os 40% restantes da desvalori
zação anterior, de modo que a redu ção total do valor do franco no apó*
guerra atinge mais que três quarto^s Inflação crônica
a
Sem dúvida, as dificuldades monás
DtCFSTO
52
tárias da França são ainda, até cer
rápido, mas a <icsv.i!oriz«içno já esta
to ponto, repercussões da grucrra. To
va bastante acentuada; cnire
davia, outros países da Europa oci dental — tais a Holanda e a Bélgi ca — que também sofreram durante
a guerra devastação e exploração sis temática* sob a ocupação alemã, con seguiram restabelecer, com uma des
valorização única c muito mais mó
1939, o franco perdeu, cm rt-l.iç.ão ao
çamentário foi. sem dúvida, a princi
dólar, quase dois terços do seu valo". K* vcrdatlc que a Fr.mçn viveu, an tes do períoílo inflacionista iniciado
pal causa da inílaç.ãi>. O governo pro-
França parcialmente, mas não intei
rico, essa fase aparece mais Como um
A particularidade da situação mo netária francesa está em que a in flação neste país tem um Caráter crô nico. O franco entrou já na guerra como um grande doente. Os últimos
três anos de ante-gucrra foram, do ponto de vista monetário, muito >1milares aos três primeiros anos de
vidcnciav.i
cm 193Ú, rpiasc cito anos <Jc perfeita estabilidade monetária, prcci.satnciitc numa época quando as moe«las dos
as greves, explicam o processo na ramente.
razão de utilizar no seu famoso "In-
ram valorizadas, o que facultou legal mente ao Banco dc fazer novas emis
qüência disto, as reservas dc ouro fo
ventaire financicr" (1), como ano-basc, não um período às vcspcfas da guer ra c sim o ano de 1913. Os scguijitcs dados, oriundos do Relatório do sr.
sões.
Êstc processo já se deu numa épo ca cm que o Banco dc França ainda era um instituto formalmente inde
Schuman, mostram diversos fenôme sob
pendente do governo, controlado pe los seus acionistas, que eram exclusi vamente particulares. O exemplo francês pode servir dc advertência
n
para aqueles que acreditam que um Banco Central, estritamente separado do Tesouro, já ofereceria uma garan Despeso pública
Renda
nacional
1913
1920
38
337
110
1930
76
618
151
763
243 300
722
6056
2000
Os dados evidenciam que desde a
primeira guerra mundial o orçamento França acusava um forte "défi cit", com excepção do exercício de 1930, quando o franco também se achava êm perfeita estabilidade.
pensar o "déficit" da balança mercan
do franco fot reduzido c. em conse
100
1946
dc papci-mocda. .Xs reservas de ouro, ainda que antig.amcntc muito imi>ortantes, c até boje bastante elevadas,
atmgido êssc limite, o "pêso*'-ouro
9
1
eram o principal recurso para com
para assegurar ao papel-moeda cnor-
Rcci lia
tia contra a inflação. A bistóriá de
pública
monstra
1 7
1939
te. as receitas oriundas do turismo
Tesouro c fazia, nessa base, emissões
não foram, naturalmente, sufieientcs
(em bilhões de francos)
prccü.s
dc
pressão econômica. O primeiro minis tro Roí)crt Schuman tem, pois. tòda
nos econômicos c financeiros
no varejo
Banco
intervalo do que um período normal,
influência da inflação:
Anü
ao
pois foi caracterizada i)or uma séria de
culante efetuava-Se num ritmo menos
índice dos
dinheiro
33
Séries
1
mais
quc
não
foi sòmcntc
na
França que as maiores emissões se
5
5
28
22
efetuaram através de bancos centrais.
59
64
150
Balança comercial
63
586
372
longas
dc
I
til. Já nos últimos anos antes da guerra a França era obrigada a e.xportar grandes quantidades de ouro para financiar o cxc"edcnte das suas compras sobre as vendas . No período dc após-guerra a situa ção comercial tornou-se ainda mais precária. Malgradv:) os notáveis es forços da França dc aumentar as
siias exportações c dc conquistar no vos mercados, as suas importações
foram, nos últimos -meses de 1947, quase duas vezes mais elevadas do que as exportações, e os seus pró prios recursos para cobrir o "déficit estão muito reduzidos. O grande "de-> ficit" da balança comercial exerceu uma influência psiiíológica desfavo rável sôbrc o franco, eni partídular no "mercado negro". Todavia, tal efeito não se deveria sobrestimar. A
França obteve nestes últimos anos empréstimos importantíssimos cm di visas, do "Export-Import Bank of Washington", do Banco 'Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, do Canadá, da Argentina e também
do Brasil (25 milhões de dólares). O
Embora o "déficit" orçamentário sempre fosse, até hoje, na França a
algar-smos
vcws mesmo numa proporção ainda mais elevada, .\ntigamcnte as gran des inversões dc capital no estrangei ro forneciam ao país rondas impor tantes em divisas. Xfais recentemen
França, que redescontava Ictra.s do
memcntc acrescido o lastro prescrito dc 35%. Entretanto, já antes de -jcr
após-guerra. O aumento do meio cir
Melo clrcnlonic
5S
ças públicas estavam, quase sempre, em (iesequiiíbrií). r i> "<lcíicit" or
l'>.Vi c
outros grandes países, eni particular a libra c o dólar, sofreram altas per turbações. Mas, sol) o aspecto liistó-
dica, seu equilíbrio monetário. As tensões internas, políticas c sociais,
DtCESTO Ecohókooo
EcoNóxnco
total destes empréstimos ultrapassa um bilhão de dólares, e as suas con
principal causa da inflação e da des
dições são particularmente favoráveis;
valorização,
trata-se de créditos a prazo longo e
certa
pressão
provém
também do comércio exterior. A ba
médio, de modo que o problema do re-
lança comercial da França quase sem
embôlso não repercute na balança
(1) Documente Economiques du .Bulletin
pre acusou, já antes da guerra, um
dos pagamentos.
Mensuel
":deficit". As importaçõeà
confirmam
tal
fenômeno: as
d'Information, n.o
24,
finan-
edita
dos pelo "Centre National d'InCormation
Economique".
Paris, março de 1947,
.lÉí
ultrapas
savam as exportações de 20-30%, às
Quase todos esses empréstimos são destinados e utilizados para o íinan-
DtCFSTO
52
tárias da França são ainda, até cer
rápido, mas a <icsv.i!oriz«içno já esta
to ponto, repercussões da grucrra. To
va bastante acentuada; cnire
davia, outros países da Europa oci dental — tais a Holanda e a Bélgi ca — que também sofreram durante
a guerra devastação e exploração sis temática* sob a ocupação alemã, con seguiram restabelecer, com uma des
valorização única c muito mais mó
1939, o franco perdeu, cm rt-l.iç.ão ao
çamentário foi. sem dúvida, a princi
dólar, quase dois terços do seu valo". K* vcrdatlc que a Fr.mçn viveu, an tes do períoílo inflacionista iniciado
pal causa da inílaç.ãi>. O governo pro-
França parcialmente, mas não intei
rico, essa fase aparece mais Como um
A particularidade da situação mo netária francesa está em que a in flação neste país tem um Caráter crô nico. O franco entrou já na guerra como um grande doente. Os últimos
três anos de ante-gucrra foram, do ponto de vista monetário, muito >1milares aos três primeiros anos de
vidcnciav.i
cm 193Ú, rpiasc cito anos <Jc perfeita estabilidade monetária, prcci.satnciitc numa época quando as moe«las dos
as greves, explicam o processo na ramente.
razão de utilizar no seu famoso "In-
ram valorizadas, o que facultou legal mente ao Banco dc fazer novas emis
qüência disto, as reservas dc ouro fo
ventaire financicr" (1), como ano-basc, não um período às vcspcfas da guer ra c sim o ano de 1913. Os scguijitcs dados, oriundos do Relatório do sr.
sões.
Êstc processo já se deu numa épo ca cm que o Banco dc França ainda era um instituto formalmente inde
Schuman, mostram diversos fenôme sob
pendente do governo, controlado pe los seus acionistas, que eram exclusi vamente particulares. O exemplo francês pode servir dc advertência
n
para aqueles que acreditam que um Banco Central, estritamente separado do Tesouro, já ofereceria uma garan Despeso pública
Renda
nacional
1913
1920
38
337
110
1930
76
618
151
763
243 300
722
6056
2000
Os dados evidenciam que desde a
primeira guerra mundial o orçamento França acusava um forte "défi cit", com excepção do exercício de 1930, quando o franco também se achava êm perfeita estabilidade.
pensar o "déficit" da balança mercan
do franco fot reduzido c. em conse
100
1946
dc papci-mocda. .Xs reservas de ouro, ainda que antig.amcntc muito imi>ortantes, c até boje bastante elevadas,
atmgido êssc limite, o "pêso*'-ouro
9
1
eram o principal recurso para com
para assegurar ao papel-moeda cnor-
Rcci lia
tia contra a inflação. A bistóriá de
pública
monstra
1 7
1939
te. as receitas oriundas do turismo
Tesouro c fazia, nessa base, emissões
não foram, naturalmente, sufieientcs
(em bilhões de francos)
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pressão econômica. O primeiro minis tro Roí)crt Schuman tem, pois. tòda
nos econômicos c financeiros
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influência da inflação:
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pois foi caracterizada i)or uma séria de
culante efetuava-Se num ritmo menos
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33
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1
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na
França que as maiores emissões se
5
5
28
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59
64
150
Balança comercial
63
586
372
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dc
I
til. Já nos últimos anos antes da guerra a França era obrigada a e.xportar grandes quantidades de ouro para financiar o cxc"edcnte das suas compras sobre as vendas . No período dc após-guerra a situa ção comercial tornou-se ainda mais precária. Malgradv:) os notáveis es forços da França dc aumentar as
siias exportações c dc conquistar no vos mercados, as suas importações
foram, nos últimos -meses de 1947, quase duas vezes mais elevadas do que as exportações, e os seus pró prios recursos para cobrir o "déficit estão muito reduzidos. O grande "de-> ficit" da balança comercial exerceu uma influência psiiíológica desfavo rável sôbrc o franco, eni partídular no "mercado negro". Todavia, tal efeito não se deveria sobrestimar. A
França obteve nestes últimos anos empréstimos importantíssimos cm di visas, do "Export-Import Bank of Washington", do Banco 'Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, do Canadá, da Argentina e também
do Brasil (25 milhões de dólares). O
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algar-smos
vcws mesmo numa proporção ainda mais elevada, .\ntigamcnte as gran des inversões dc capital no estrangei ro forneciam ao país rondas impor tantes em divisas. Xfais recentemen
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memcntc acrescido o lastro prescrito dc 35%. Entretanto, já antes de -jcr
após-guerra. O aumento do meio cir
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dica, seu equilíbrio monetário. As tensões internas, políticas c sociais,
DtCESTO Ecohókooo
EcoNóxnco
total destes empréstimos ultrapassa um bilhão de dólares, e as suas con
principal causa da inflação e da des
dições são particularmente favoráveis;
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pressão
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também do comércio exterior. A ba
médio, de modo que o problema do re-
lança comercial da França quase sem
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(1) Documente Economiques du .Bulletin
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":deficit". As importaçõeà
confirmam
tal
fenômeno: as
d'Information, n.o
24,
finan-
edita
dos pelo "Centre National d'InCormation
Economique".
Paris, março de 1947,
.lÉí
ultrapas
savam as exportações de 20-30%, às
Quase todos esses empréstimos são destinados e utilizados para o íinan-
Dicksto
54
EcoNÓs»nco
Dzcesto Econónuco
55
ciamento das importações. Se um pa's
uma circulação monetária muito rápi
na lei lios meios para o exercício de
da que também não inteiramente inô-
reÇebe créditos tão substanciais para
da, pois o nível dos preços dependo não somente da quantidade de morda, mas
1948.
dita. é a
também da velocidade Com a qual a
para a França! — é nina contribui ção "excVpcit)nar'. muito parecida
fazer compras de mercadorias estran geiras, sua balança comercial fica al tamente passiva. O "déficit" neste caso é inevitável, mas, no momento, não é perigoso, pois as compras es tão já financiadas de antemão.
Entesouramento de papel-moeda Além do "déficit" orçamentário e
moeda passa rlc mão cm mão. Foi ob.scrvado freqüentemente que na fase da hiper-inflação o volume monetá rio c relativamente pequeno, pois nin guém quer mais guardar o papel-moe da no bôlso, receando a depreciação. O costume dos franceses <\c guar
mamente elevado, em comparação ho
dar as cédulas do Banco fie França no "bas de lainc", parece, pois, em circunstâncias de inflação mais iitna virtude que um pecado. O governo, porém, combate-o, porque o papel-
dos outros países e em relação à sua
moeda entcsourado constitui não sò-
do "déficit" da
balança
comercial,
um terceiro fator ainda age no pro cesso inflacionista. A França sempre manteve um volume monetário extre
renda nacional. Até a nova desvalo
mentc um potencial <iuc exerce certo
rização, o meio circulante da França
efeito psicológico sôbrc os preços, mas é, ao mesmo tempo, pouco cô modo para a aplicação de medidas
era o mais elevado do mundo, com
excepção dos Estados Unidos, cuja
renda nacional é, entretanto, vinte vezes e, "per capita", cinco vezes maior que a fran cesa.
Nem mesmo a inflação mu dou muito o hábito dos france
anti-inflacionistns. A moeda es
criturai, ou seja a parte dos depósitos
bancários
utilizáveis
para pagamento por cheque,
fácil de controlar. Pode ser blo queada ou reduzida por meio de
ses, em particular da população ru ral, de conservar parcela importante
impostos. Quanto ao papel-mocda, o
da fortuna individual em papel-moe-
que na França as transações no "mer cado negro" de divisas, como tam bém a especulação cm mercadorias de primeira necessidade efetuam-jC
da. Já vários anos antes da guerra, o ministro das Finanças sr. Vincent
Auriol — hoje presidente da Repú blica — estimava que cerca de 40% do meio circulante praticamente não circulavam, mas ficavam permanente mente entesourados.
Pode-se discutir se tal costume, em tempo de inflação, é tão prejudicial
controle é muito mais difícil. Parece
A principal inovaç.áo — inovação
com
a<iucla
aplicada
pela
primeiiM
entesouramento dificulta em tempos normais a plena exploração das rique zas, impedindo a marcha dos negócios. Mas, uma vez que a moeda se acha no caminho da inflação, o maior perigo é
entesouramento do papel-moeda, que o govêrno francês tenta combater por ocasião da nova desvalorização. Me didas rigorosas para reduzir o "défi cit" orçamentário foram já inscritas
francesa
"1e
franc
nanças sr. Rcnó Mayer ó o dem'urço co. Abrange tôda uma escala dc tax.as diferenciadas, segundo as necessida
tes tem a opção de pagar o tributo sol) forma de imposto ou dc emprés timo Compulsório com prazo dc dez anos e trazendo 3% de juros ao ano.
A contril)uição dcvo-sc c.steiulcr tai i-
bcm aos agricultores. Está previsto
que o novo tributo sobre rendimento agrícola fornecerá ao fisco 30 billiocs dc francos — on soja, cerca dc 2,6 niIhücs dc cruzeiros uma categoria dc
— pagáveis por pessoas que ate
agora pagavam apenas 6 bilhões dc francos.
A reforma tem uma importância particular, pois trata-se dc mu dus grandes problemas fiscais, talvez o mais difícil. O sistema tributário fran cês é baseado, como o dc todos os
países modernos, cm primeiro lugar sôbrc a tributação direta, mas sendo metade da população sempre ocupada na
agricultura,
a
aplicação
dêssc
princípio é dificílima. A grande mas sa dos agricultores franceses não pa
sem interêsse para o fisco.
— o "déficit" orçamentário, o dese quilíbrio da balança Comercial e o
imprensa
Mavcr" (21, pois o min"stro das Fi
lucros cxtraorduiários. Os contribuin
inocda.
quanto o supõem alguns financistas. O
na
da reforma — n.ão tem um valor úni
ga impostos dc renda ou os paga em quantidades tão pequenas que ficam
São esses três fatores da inflação
das taxas
vez no Brasil, cm 1944, na lei sôbrc
principalmente por meio de papelReforma fiscal
nuiUifornucladc
cambiais. O novo franco — chamaao
A nova
legislação, de caráter retroativo — pois está baseada sôbre o rendimen to de 1946 — constitui uma tentativa de corrigir êsse inconveniente. Fica a ver se atingirá seu objetivo. Muitos observadores são, a bastante pessimistas.
êsse
respeito,
O franco Maxjer Uma inovação mais original, ain
des do comércio exterior. A taxa básica é de 214,39 francos
poV u.n dóbr, mas essa taxa entra em õco somente por uma parte das trau'ações cambiais: a importação de certos artigos de primeira necessida de em pmticular cereais, matérias
gordurosas (óleos vegetais ctc^ , earvSo e petróleo. Para os demais pro dutos não existe " .jivisas portador
qpe é. pa-
•'0^0"oa"dóbr"""^ 40-50% mais aelevada tta bt-ca, e suieita varia ções de um dia para outro. Ouanto à exportação, o exportador
. ' l ia tende vender metade das dié obrigado
vistas que obtcm ao
„(,s" — Departamento do Cainb.o ~
0 ,e continua controlando oficialmen1 as transações cambiais, mas pode vender a outra metade no mercado li vre Suponhamos que um_ industrial írancês venda ao estrangeiro produ-. tos no valor de 100.000 dólares e que o preço do dólar no mercado livre seia de 306; êle recebe, pois. por
SOÍOOO dólares (a 214 francos por do-
lir1 10.700.000 francos e, pelos restan tes 50 000 dólares, 15.300.000 francos, no total de 26 milhões de francos, ou (2)
"L'Economie,
Hebdomadaire
des
Queslions économiques, sociales ei iinancières du Mondo enlier". Paris. 22 de ja neiro de 1948.
Dicksto
54
EcoNÓs»nco
Dzcesto Econónuco
55
ciamento das importações. Se um pa's
uma circulação monetária muito rápi
na lei lios meios para o exercício de
da que também não inteiramente inô-
reÇebe créditos tão substanciais para
da, pois o nível dos preços dependo não somente da quantidade de morda, mas
1948.
dita. é a
também da velocidade Com a qual a
para a França! — é nina contribui ção "excVpcit)nar'. muito parecida
fazer compras de mercadorias estran geiras, sua balança comercial fica al tamente passiva. O "déficit" neste caso é inevitável, mas, no momento, não é perigoso, pois as compras es tão já financiadas de antemão.
Entesouramento de papel-moeda Além do "déficit" orçamentário e
moeda passa rlc mão cm mão. Foi ob.scrvado freqüentemente que na fase da hiper-inflação o volume monetá rio c relativamente pequeno, pois nin guém quer mais guardar o papel-moe da no bôlso, receando a depreciação. O costume dos franceses <\c guar
mamente elevado, em comparação ho
dar as cédulas do Banco fie França no "bas de lainc", parece, pois, em circunstâncias de inflação mais iitna virtude que um pecado. O governo, porém, combate-o, porque o papel-
dos outros países e em relação à sua
moeda entcsourado constitui não sò-
do "déficit" da
balança
comercial,
um terceiro fator ainda age no pro cesso inflacionista. A França sempre manteve um volume monetário extre
renda nacional. Até a nova desvalo
mentc um potencial <iuc exerce certo
rização, o meio circulante da França
efeito psicológico sôbrc os preços, mas é, ao mesmo tempo, pouco cô modo para a aplicação de medidas
era o mais elevado do mundo, com
excepção dos Estados Unidos, cuja
renda nacional é, entretanto, vinte vezes e, "per capita", cinco vezes maior que a fran cesa.
Nem mesmo a inflação mu dou muito o hábito dos france
anti-inflacionistns. A moeda es
criturai, ou seja a parte dos depósitos
bancários
utilizáveis
para pagamento por cheque,
fácil de controlar. Pode ser blo queada ou reduzida por meio de
ses, em particular da população ru ral, de conservar parcela importante
impostos. Quanto ao papel-mocda, o
da fortuna individual em papel-moe-
que na França as transações no "mer cado negro" de divisas, como tam bém a especulação cm mercadorias de primeira necessidade efetuam-jC
da. Já vários anos antes da guerra, o ministro das Finanças sr. Vincent
Auriol — hoje presidente da Repú blica — estimava que cerca de 40% do meio circulante praticamente não circulavam, mas ficavam permanente mente entesourados.
Pode-se discutir se tal costume, em tempo de inflação, é tão prejudicial
controle é muito mais difícil. Parece
A principal inovaç.áo — inovação
com
a<iucla
aplicada
pela
primeiiM
entesouramento dificulta em tempos normais a plena exploração das rique zas, impedindo a marcha dos negócios. Mas, uma vez que a moeda se acha no caminho da inflação, o maior perigo é
entesouramento do papel-moeda, que o govêrno francês tenta combater por ocasião da nova desvalorização. Me didas rigorosas para reduzir o "défi cit" orçamentário foram já inscritas
francesa
"1e
franc
nanças sr. Rcnó Mayer ó o dem'urço co. Abrange tôda uma escala dc tax.as diferenciadas, segundo as necessida
tes tem a opção de pagar o tributo sol) forma de imposto ou dc emprés timo Compulsório com prazo dc dez anos e trazendo 3% de juros ao ano.
A contril)uição dcvo-sc c.steiulcr tai i-
bcm aos agricultores. Está previsto
que o novo tributo sobre rendimento agrícola fornecerá ao fisco 30 billiocs dc francos — on soja, cerca dc 2,6 niIhücs dc cruzeiros uma categoria dc
— pagáveis por pessoas que ate
agora pagavam apenas 6 bilhões dc francos.
A reforma tem uma importância particular, pois trata-se dc mu dus grandes problemas fiscais, talvez o mais difícil. O sistema tributário fran cês é baseado, como o dc todos os
países modernos, cm primeiro lugar sôbrc a tributação direta, mas sendo metade da população sempre ocupada na
agricultura,
a
aplicação
dêssc
princípio é dificílima. A grande mas sa dos agricultores franceses não pa
sem interêsse para o fisco.
— o "déficit" orçamentário, o dese quilíbrio da balança Comercial e o
imprensa
Mavcr" (21, pois o min"stro das Fi
lucros cxtraorduiários. Os contribuin
inocda.
quanto o supõem alguns financistas. O
na
da reforma — n.ão tem um valor úni
ga impostos dc renda ou os paga em quantidades tão pequenas que ficam
São esses três fatores da inflação
das taxas
vez no Brasil, cm 1944, na lei sôbrc
principalmente por meio de papelReforma fiscal
nuiUifornucladc
cambiais. O novo franco — chamaao
A nova
legislação, de caráter retroativo — pois está baseada sôbre o rendimen to de 1946 — constitui uma tentativa de corrigir êsse inconveniente. Fica a ver se atingirá seu objetivo. Muitos observadores são, a bastante pessimistas.
êsse
respeito,
O franco Maxjer Uma inovação mais original, ain
des do comércio exterior. A taxa básica é de 214,39 francos
poV u.n dóbr, mas essa taxa entra em õco somente por uma parte das trau'ações cambiais: a importação de certos artigos de primeira necessida de em pmticular cereais, matérias
gordurosas (óleos vegetais ctc^ , earvSo e petróleo. Para os demais pro dutos não existe " .jivisas portador
qpe é. pa-
•'0^0"oa"dóbr"""^ 40-50% mais aelevada tta bt-ca, e suieita varia ções de um dia para outro. Ouanto à exportação, o exportador
. ' l ia tende vender metade das dié obrigado
vistas que obtcm ao
„(,s" — Departamento do Cainb.o ~
0 ,e continua controlando oficialmen1 as transações cambiais, mas pode vender a outra metade no mercado li vre Suponhamos que um_ industrial írancês venda ao estrangeiro produ-. tos no valor de 100.000 dólares e que o preço do dólar no mercado livre seia de 306; êle recebe, pois. por
SOÍOOO dólares (a 214 francos por do-
lir1 10.700.000 francos e, pelos restan tes 50 000 dólares, 15.300.000 francos, no total de 26 milhões de francos, ou (2)
"L'Economie,
Hebdomadaire
des
Queslions économiques, sociales ei iinancières du Mondo enlier". Paris. 22 de ja neiro de 1948.
Ilíll ■
50
Digbsto Econômico
seja uma média de 260 francos por
impulsão do dr. Schacht, a Alemanha
dólar.
avançou não obstante (apesar das ob-
Os turistas poderão trocar, por in termédio de bancos autorizados, as suas divisas ao preço do mercado li vre, quer dizer a uma taxa muito mais
favorável para eles. Também para o
facultou, a um tempo só, financiar a sua reconstrução e o seu rearmamen-
Econômico
57
Deflação arbitrária
Na
própria
França
a
moeda, cujo valor aquisitivo caia per
principal
manentemente e que, além disso, se achava desde há muito tempo amea
preocupação foi naturalmente: como
çada por uma desvalorização. Possi
hão de reagir os preços internos à reforma monetária? O governo to Para evitar um acréscimo vertical dos
velmente, alguns traficantes do "mer cado negro" mantinham muitas notas como fundo- de movimento, mas a grande massa se encontrava. certa mente em poder de pessoas que ti
ouro existem diferentes taxas. O ouro
to. E mais de um país recorre hoje a
mou a respeito uma medida verdadei
legalmente em poder dos particula
uma solução análoga". O semanário parisiense refere-se em particular .á Argentina. O sábio "Economist" de
ramente excepcional e rigorosíssima. preços em conseqüência da desvalo
nham
Londres indica o Equador e a Itália
rização, resolveu contrabalançar o efeito inflacionista por uma deflação
hal, em
res pode ser vendido no mercado 'ivre a um preço que, em geral, é ain-
déla"? M
r
jeções dos teóricos) muito longe no sistema da moeda múltipla que lhe
Digesto
instou ° rése v"; T
crevSs i
antiírn 1 recente d
° equivalente em
de França não ° de ="=>3
=°""'™^ndo a insbalancetes com o ^^'sor antes da
fato i ^^svalonzação. Êsse último cio interpreta• que a nova reforma movnlo*^-'^ seriá uma verdadeira des valorização. ^^l^crpretação inteiramente e mais freqüente é a suposição ae que agora o comércio de câmbio na perfeitamente livre. Na
realidade, somente os bancos estão autorizados a comprar e vender câmpreço do mercado chamado
Brasil, cujo sisitema cambial, em vi
O meio circulante elevava-se em ja neiro de 1948 a 915 bilhões de fran
ção das cédulas de 5.000 francos — que, aliás, correspondem apenas às
uma taxa livre e combinações das
cos, e mais que um terço dêsse to
duas taxas, antecipou já a idéia dire
tal, cêrca de 330 bilhões, consistia em
nossas cédulas de 500 cruzeiros — constitui, pois, na realidade um tri
gor até 1946, com uma taxa oficial e
triz do novo sistema francês.
Todavia, a França é o primeito país que aplica, de acordo com um conceito claro e um plano bem ela
borado, o princípio da moeda múlti pla. Encontra fortes objeções em Lon dres e sobretudo cm Washington, nos meios do Fundo Monetário Interna
cional.
O estatuto do Fundo obriga
seus membros — e a França é mem
bro efetivo — a declarar c manter uma taxa cambial única. Outra obje ção mais grave é que o sistema fran cês representa uma volta à prática
primeira vista, o novo sistema
estava na moda na última década de ante-guerra. Por derto, a diferencia ção das taxas cambiais é uma for
uem a paternidade do regime da
moeda múltipla" ao dr. Schacht, de memória pouco agradável. Assím uma
revista especializada de Paris, aliás . sistema, escrevia, ainda antesa daêsse reforma (3): "Sob a
nacio-
tradicionalmente gostam de guardar as suas economias em Casa. A anula
nesse
do "dumping" monetário, tal como
por esta razão êle suscita numerosas ri ícas. Os próprios franceses atri-
moeda
em proporções fora do comum.
como precursores da França
funcionando um "mercado negro" rances parece muito complexo, e já
na
particular agfricultores que
terreno. Podcr-se-ia citar também o
i3vre , quej. ^ sequencia desta limitação é que, ao ao o mercado livre", continua
as ante^ amplo, onde se paga por um dólar cerca de 340 francos.
confiança
ma de protecionismo: exigir pela im portação de um grupo de produtos uma taxa cambial superior à de um
outro grupo, significa pràtxamente: tributar o'primeiro por unia taxa aduaneira.
notas de 5.000 francos.
Segundo o
buto dos mais arbitrários sobre as
projeto do governo, todas estas notas
fortunas agrícolas.
foram declaradas sem valor, não ha
Em outros países, uma deflação, reduzindo o meio circulante subita mente de um têrço, teria provocado
vendo indenização alguma
para os
proprietários. Sob insistência da Câ mara foi admitido ao menos que os
portadores de pequenas quantidades dessas notas pudessem receber ime diatamente em troca o valor respecti
vo em outras notas. Mas tal medida
não foi aplicada senão em escala li mitada, e a grande maioria das no tas de 5.000 foi efetivamente retirada da circulação, sem que se desse ou mesmo se prometesse no futuro uma indenização aos proprietários. Para justificar essa repudiação de uma parte da moeda pelo próprio Es tado, diz-se que as notas de 5.000 fran cos Se teriam achado em poder dos especuladores do "mercado negro . Mas os verdadeiros especuladores não entesouravam provàvelmente
uma perigosa paralisação dos negó cios e uma forte baixa dos preços,
por falta de meios de pagamento. Mas, na França a pletora de papelmoeda teve tal efeito que, apesar da
(;"ontração do meio circulante, os pre
ços continuaram subindo e o comér cio não sofreu crise aguda. O sucesso ou insucesso da refor ma não podem ser avaliados senão depois de alguns meses. Parece pou co provável que o "franco Mayer" se torne um franco definitivo. Mas, ainda como regime provisório, o siste
ma da moeda múltipla e as medidas suplementares representam uma expe
riência interessante e instrutiva para os estudiosos dos problemas monetários
(3) "La Semalne Economlque el Plnan-
A Argentina abriu um crédito de 25 milhões de dólares à Rumânia, dentro do acôrdo comercial assinado entre os dois países, destinado à aquisição de lã e padn ^ ipréstimo renderá juros de 3,5% e deverá ser resgatado em 31 argentinos. O em}
cière" (Paris), de 2 de Janeiro de 1948.
de julho de 1950.
Ilíll ■
50
Digbsto Econômico
seja uma média de 260 francos por
impulsão do dr. Schacht, a Alemanha
dólar.
avançou não obstante (apesar das ob-
Os turistas poderão trocar, por in termédio de bancos autorizados, as suas divisas ao preço do mercado li vre, quer dizer a uma taxa muito mais
favorável para eles. Também para o
facultou, a um tempo só, financiar a sua reconstrução e o seu rearmamen-
Econômico
57
Deflação arbitrária
Na
própria
França
a
moeda, cujo valor aquisitivo caia per
principal
manentemente e que, além disso, se achava desde há muito tempo amea
preocupação foi naturalmente: como
çada por uma desvalorização. Possi
hão de reagir os preços internos à reforma monetária? O governo to Para evitar um acréscimo vertical dos
velmente, alguns traficantes do "mer cado negro" mantinham muitas notas como fundo- de movimento, mas a grande massa se encontrava. certa mente em poder de pessoas que ti
ouro existem diferentes taxas. O ouro
to. E mais de um país recorre hoje a
mou a respeito uma medida verdadei
legalmente em poder dos particula
uma solução análoga". O semanário parisiense refere-se em particular .á Argentina. O sábio "Economist" de
ramente excepcional e rigorosíssima. preços em conseqüência da desvalo
nham
Londres indica o Equador e a Itália
rização, resolveu contrabalançar o efeito inflacionista por uma deflação
hal, em
res pode ser vendido no mercado 'ivre a um preço que, em geral, é ain-
déla"? M
r
jeções dos teóricos) muito longe no sistema da moeda múltipla que lhe
Digesto
instou ° rése v"; T
crevSs i
antiírn 1 recente d
° equivalente em
de França não ° de ="=>3
=°""'™^ndo a insbalancetes com o ^^'sor antes da
fato i ^^svalonzação. Êsse último cio interpreta• que a nova reforma movnlo*^-'^ seriá uma verdadeira des valorização. ^^l^crpretação inteiramente e mais freqüente é a suposição ae que agora o comércio de câmbio na perfeitamente livre. Na
realidade, somente os bancos estão autorizados a comprar e vender câmpreço do mercado chamado
Brasil, cujo sisitema cambial, em vi
O meio circulante elevava-se em ja neiro de 1948 a 915 bilhões de fran
ção das cédulas de 5.000 francos — que, aliás, correspondem apenas às
uma taxa livre e combinações das
cos, e mais que um terço dêsse to
duas taxas, antecipou já a idéia dire
tal, cêrca de 330 bilhões, consistia em
nossas cédulas de 500 cruzeiros — constitui, pois, na realidade um tri
gor até 1946, com uma taxa oficial e
triz do novo sistema francês.
Todavia, a França é o primeito país que aplica, de acordo com um conceito claro e um plano bem ela
borado, o princípio da moeda múlti pla. Encontra fortes objeções em Lon dres e sobretudo cm Washington, nos meios do Fundo Monetário Interna
cional.
O estatuto do Fundo obriga
seus membros — e a França é mem
bro efetivo — a declarar c manter uma taxa cambial única. Outra obje ção mais grave é que o sistema fran cês representa uma volta à prática
primeira vista, o novo sistema
estava na moda na última década de ante-guerra. Por derto, a diferencia ção das taxas cambiais é uma for
uem a paternidade do regime da
moeda múltipla" ao dr. Schacht, de memória pouco agradável. Assím uma
revista especializada de Paris, aliás . sistema, escrevia, ainda antesa daêsse reforma (3): "Sob a
nacio-
tradicionalmente gostam de guardar as suas economias em Casa. A anula
nesse
do "dumping" monetário, tal como
por esta razão êle suscita numerosas ri ícas. Os próprios franceses atri-
moeda
em proporções fora do comum.
como precursores da França
funcionando um "mercado negro" rances parece muito complexo, e já
na
particular agfricultores que
terreno. Podcr-se-ia citar também o
i3vre , quej. ^ sequencia desta limitação é que, ao ao o mercado livre", continua
as ante^ amplo, onde se paga por um dólar cerca de 340 francos.
confiança
ma de protecionismo: exigir pela im portação de um grupo de produtos uma taxa cambial superior à de um
outro grupo, significa pràtxamente: tributar o'primeiro por unia taxa aduaneira.
notas de 5.000 francos.
Segundo o
buto dos mais arbitrários sobre as
projeto do governo, todas estas notas
fortunas agrícolas.
foram declaradas sem valor, não ha
Em outros países, uma deflação, reduzindo o meio circulante subita mente de um têrço, teria provocado
vendo indenização alguma
para os
proprietários. Sob insistência da Câ mara foi admitido ao menos que os
portadores de pequenas quantidades dessas notas pudessem receber ime diatamente em troca o valor respecti
vo em outras notas. Mas tal medida
não foi aplicada senão em escala li mitada, e a grande maioria das no tas de 5.000 foi efetivamente retirada da circulação, sem que se desse ou mesmo se prometesse no futuro uma indenização aos proprietários. Para justificar essa repudiação de uma parte da moeda pelo próprio Es tado, diz-se que as notas de 5.000 fran cos Se teriam achado em poder dos especuladores do "mercado negro . Mas os verdadeiros especuladores não entesouravam provàvelmente
uma perigosa paralisação dos negó cios e uma forte baixa dos preços,
por falta de meios de pagamento. Mas, na França a pletora de papelmoeda teve tal efeito que, apesar da
(;"ontração do meio circulante, os pre
ços continuaram subindo e o comér cio não sofreu crise aguda. O sucesso ou insucesso da refor ma não podem ser avaliados senão depois de alguns meses. Parece pou co provável que o "franco Mayer" se torne um franco definitivo. Mas, ainda como regime provisório, o siste
ma da moeda múltipla e as medidas suplementares representam uma expe
riência interessante e instrutiva para os estudiosos dos problemas monetários
(3) "La Semalne Economlque el Plnan-
A Argentina abriu um crédito de 25 milhões de dólares à Rumânia, dentro do acôrdo comercial assinado entre os dois países, destinado à aquisição de lã e padn ^ ipréstimo renderá juros de 3,5% e deverá ser resgatado em 31 argentinos. O em}
cière" (Paris), de 2 de Janeiro de 1948.
de julho de 1950.
ilüIVPUI.WIi DicESTO
Scííntimia dod OfimefiolA SéVLOtèc^ixijf^ú. A. J. Alves de Soüsa
A exploração dos nossos recursos minerais deverá atender a irás oh}Ctívos: descn~
59
Econômico
devem ser considerados estratégicos nos
nresmo tendo cm conta os recursos colo
diversos países.
niais de alguns dèles.
Exemplificando, direi
Quanto aos Estados Unidos, há indi
que o petróleo e o carvão são minerais estratégicos para o Brasil c não o são para
cações de que o minério de ferro já é
os Estados Unidos c que o quartzo e a
ali um mineral crítico.
Antes de passar ao exame detalhado da situação do Brasil em face dos mi
volvimento econômico interno, defesa militar do País e produção de divisas. Visando alcançar êsse objetivo, o engenheiro de minas A. J. Alves de Sousa elaborou para o Conselho Federal do Comércio Exterior um notável parecer, sugerindo as medidas para conhecer o valor real das nossas reservas minerais, estimular o de
mica são minerais estratégicos para os Es-' tados Unidos c não o são para o Brasil.
cipalmente os minerais estratégicos pa
siderações sobre o Comércio Internacio
E êsse trabalho que o 'Digesto Econômico", graças a uma gentileza do seu autor, vai tniciar a publicação em primeira mão. O dr. A. J. Âlves de Sousa, antigo diretor da Divisão de Águas cio Dci)arlamcnto
ra os Estados Unidos e a Inglaterra e
nal de Minerais.
senvolvimento da indústria de mineração, acompanhar o comércio mundial dos miT^rats, assim como assemrar transporte a essas mercadorias.
Nacional da Produção Mineral, atual diretor geral do mesmo Departamento, mcml>To do Comelho Federal do Comércio Exterior, presidente e organizador da Com panhia Hidrelétrica de São Francisco, é autor de valiosos trabalhos de caráter
técnico, publicados nos boletins e avulsos do Serviço Geológico -
►
do Ministério da Agricultura.
Definição do mineral estratégico
duzidos no país ou obtidos em quan
tidades mais adequadas, ou ainda
"A
"materiais esfxatégicos" estão incluídos os "minerais
na qual estratégicos" exige definição clara.
Roush, em sua obra "Strategic Mi neral Supplies" assim define, do ponto de vista norte-americano, os materiais essenciais à defesa nacional:
Materiais estratégicos são aque les essenciais à defesa nacional, cujo suprimento, em tempo de guerra, de
pende no todo, ou em sua maior par
te, de fontes situadas fora dos limi tes continentais dos Estados Unidos e para cuja estrita conservação e distribuição, serão necessárias medi das de controle.
por terem menor grau de essenciali-
dade, e para cuja conservação e dis tribuição seja necessário um menor grau de controle. Materiais Essenciais não Estratégi cos e não Críticos — Nesta classifica
ção estão incluídos aqueles materiais,
essenciais à defesa nacional, para cuja obtenção em tempo de guerra não há necessidade de medidas an
tecipadas, mas cujo estado seja tal que exija constante vigilância, porque futuros desenvolvimentos poderão im por sua reclassificação como estra tégicos ou críticos". Assim fica definido o que se deve
Materiais críticos são aqueles, es
entender por mineral estratégico, por
senciais à defesa nacional, cuja ob
mineral crítico e por mineral essencial,
tenção; em caso de guerra, constitua
visto como as definições supra são ge
problemas que, conquanto difíceis,
rais 6 abrangem materiais de toda a
sejam menos sérios do que os refe rentes aos materiais estratégicos, ou
natureza.
por poderem ser tais materiais pro
As definições mostram também que não são os mesmos os minerais que
Depreendo, assim, que a indicação do
nerais estratégicos para os Estados Uni
dos o o Canadá, oferecerei algumas con
Conseliieiro Torres Filho objetiva prin
do que nosso País soja produtor.
Examinarei, pois, a indicação sob êsse
S. i ■- r Comércio Internacional de Mi nerais
ponto do vista, fazendo depois conside rações sobre os minerais estratégicos para o Brasil. Minerais estratégicos do ponto de vista
Dentre as indústrias básicas da hu manidade, isto é, dentre as indústrias es
dos Estados Unidos da América e da Inglaterra
gresso e ao seu conforto, a única que
Segundo a obra citada de Roush, edi ção de 1939, eram então os seguintes os minerais estratégicos para os Estados Unidos:
manganês,
níquel,
cromo
e
tungstêriio (minérios ferrosos); • estanho,
senciais à sua manutenção, ao seu pro
supera a indústria mineral é a indústria agrícola, que se diferencia essencialmen te da" indústria mineral pelo fato de se estender pràticamente por tôdas as re giões do Globo, tendo a indústria mine ral de se localizar nos pontos onde os minerais
alumínio, anlimônio, mercúrio, e
platina (minerais não ferrosos),
ocorrem.
Dêsse
mes
mo fato decorrem sérias compe
tições internacionais para obten
mica, iodo e nitrogênio (minerais
ção de certos minerais e para o domínio de suas fontes de pro
não metálicos). De acordo com
a obra "World Mineral and World Peace", de C. K. Leitli,
dução. Essa desigualdade de distribuição de minerais, nas di versas regiões do mundo, tem ti
[. "W. Furness e Cleona Lewis, edição de 1943, deverão ser
do também o efeito de desen
adicionados a essa lista o dia mante industrial e o quartzo e também os asbestos. Para o Império Britânico, os minerais estratégicos são o anti-
volver estudos técnicos e cien
tíficos visando o melhor apro veitamento dêsses recursos e a
substitiiição seja de determina dos minerais por outros mine
mônio, o mercúrio, o nitrato na
tural, o petróleo, o quartzo e o
rais, para os mesmos fins, seja
enxofre.
de
A
Alemanha,
a
França,
a
Bélgica, a Plolanda e a Itália são países extremamente defi cientes
em
recursos
minerais,
i
determinados
minerais
ou
produtos dêles derivados por produtos sintéticos ou de origem não mineral. Mas até agora, a substituição deste último tipo
ilüIVPUI.WIi DicESTO
Scííntimia dod OfimefiolA SéVLOtèc^ixijf^ú. A. J. Alves de Soüsa
A exploração dos nossos recursos minerais deverá atender a irás oh}Ctívos: descn~
59
Econômico
devem ser considerados estratégicos nos
nresmo tendo cm conta os recursos colo
diversos países.
niais de alguns dèles.
Exemplificando, direi
Quanto aos Estados Unidos, há indi
que o petróleo e o carvão são minerais estratégicos para o Brasil c não o são para
cações de que o minério de ferro já é
os Estados Unidos c que o quartzo e a
ali um mineral crítico.
Antes de passar ao exame detalhado da situação do Brasil em face dos mi
volvimento econômico interno, defesa militar do País e produção de divisas. Visando alcançar êsse objetivo, o engenheiro de minas A. J. Alves de Sousa elaborou para o Conselho Federal do Comércio Exterior um notável parecer, sugerindo as medidas para conhecer o valor real das nossas reservas minerais, estimular o de
mica são minerais estratégicos para os Es-' tados Unidos c não o são para o Brasil.
cipalmente os minerais estratégicos pa
siderações sobre o Comércio Internacio
E êsse trabalho que o 'Digesto Econômico", graças a uma gentileza do seu autor, vai tniciar a publicação em primeira mão. O dr. A. J. Âlves de Sousa, antigo diretor da Divisão de Águas cio Dci)arlamcnto
ra os Estados Unidos e a Inglaterra e
nal de Minerais.
senvolvimento da indústria de mineração, acompanhar o comércio mundial dos miT^rats, assim como assemrar transporte a essas mercadorias.
Nacional da Produção Mineral, atual diretor geral do mesmo Departamento, mcml>To do Comelho Federal do Comércio Exterior, presidente e organizador da Com panhia Hidrelétrica de São Francisco, é autor de valiosos trabalhos de caráter
técnico, publicados nos boletins e avulsos do Serviço Geológico -
►
do Ministério da Agricultura.
Definição do mineral estratégico
duzidos no país ou obtidos em quan
tidades mais adequadas, ou ainda
"A
"materiais esfxatégicos" estão incluídos os "minerais
na qual estratégicos" exige definição clara.
Roush, em sua obra "Strategic Mi neral Supplies" assim define, do ponto de vista norte-americano, os materiais essenciais à defesa nacional:
Materiais estratégicos são aque les essenciais à defesa nacional, cujo suprimento, em tempo de guerra, de
pende no todo, ou em sua maior par
te, de fontes situadas fora dos limi tes continentais dos Estados Unidos e para cuja estrita conservação e distribuição, serão necessárias medi das de controle.
por terem menor grau de essenciali-
dade, e para cuja conservação e dis tribuição seja necessário um menor grau de controle. Materiais Essenciais não Estratégi cos e não Críticos — Nesta classifica
ção estão incluídos aqueles materiais,
essenciais à defesa nacional, para cuja obtenção em tempo de guerra não há necessidade de medidas an
tecipadas, mas cujo estado seja tal que exija constante vigilância, porque futuros desenvolvimentos poderão im por sua reclassificação como estra tégicos ou críticos". Assim fica definido o que se deve
Materiais críticos são aqueles, es
entender por mineral estratégico, por
senciais à defesa nacional, cuja ob
mineral crítico e por mineral essencial,
tenção; em caso de guerra, constitua
visto como as definições supra são ge
problemas que, conquanto difíceis,
rais 6 abrangem materiais de toda a
sejam menos sérios do que os refe rentes aos materiais estratégicos, ou
natureza.
por poderem ser tais materiais pro
As definições mostram também que não são os mesmos os minerais que
Depreendo, assim, que a indicação do
nerais estratégicos para os Estados Uni
dos o o Canadá, oferecerei algumas con
Conseliieiro Torres Filho objetiva prin
do que nosso País soja produtor.
Examinarei, pois, a indicação sob êsse
S. i ■- r Comércio Internacional de Mi nerais
ponto do vista, fazendo depois conside rações sobre os minerais estratégicos para o Brasil. Minerais estratégicos do ponto de vista
Dentre as indústrias básicas da hu manidade, isto é, dentre as indústrias es
dos Estados Unidos da América e da Inglaterra
gresso e ao seu conforto, a única que
Segundo a obra citada de Roush, edi ção de 1939, eram então os seguintes os minerais estratégicos para os Estados Unidos:
manganês,
níquel,
cromo
e
tungstêriio (minérios ferrosos); • estanho,
senciais à sua manutenção, ao seu pro
supera a indústria mineral é a indústria agrícola, que se diferencia essencialmen te da" indústria mineral pelo fato de se estender pràticamente por tôdas as re giões do Globo, tendo a indústria mine ral de se localizar nos pontos onde os minerais
alumínio, anlimônio, mercúrio, e
platina (minerais não ferrosos),
ocorrem.
Dêsse
mes
mo fato decorrem sérias compe
tições internacionais para obten
mica, iodo e nitrogênio (minerais
ção de certos minerais e para o domínio de suas fontes de pro
não metálicos). De acordo com
a obra "World Mineral and World Peace", de C. K. Leitli,
dução. Essa desigualdade de distribuição de minerais, nas di versas regiões do mundo, tem ti
[. "W. Furness e Cleona Lewis, edição de 1943, deverão ser
do também o efeito de desen
adicionados a essa lista o dia mante industrial e o quartzo e também os asbestos. Para o Império Britânico, os minerais estratégicos são o anti-
volver estudos técnicos e cien
tíficos visando o melhor apro veitamento dêsses recursos e a
substitiiição seja de determina dos minerais por outros mine
mônio, o mercúrio, o nitrato na
tural, o petróleo, o quartzo e o
rais, para os mesmos fins, seja
enxofre.
de
A
Alemanha,
a
França,
a
Bélgica, a Plolanda e a Itália são países extremamente defi cientes
em
recursos
minerais,
i
determinados
minerais
ou
produtos dêles derivados por produtos sintéticos ou de origem não mineral. Mas até agora, a substituição deste último tipo
Dicesto Econômico
que realmente "pesou no comércio mun dial foi a do salitre natural pelo obtido
de 260 anos, e o monopólio de seu co mércio, assim adquirido pelos Fenícios,
através da fixação do azoto atmos
auxiliaram-nos substancialmente
férico.
vantar sua supremacia e, cm parte,
Desde a mais alta antigüidade vem o homem procurando tirar partido dos recursos minerais e tão importantes fo ram, para a civilização, as mudanças de correntes do progresso da humanidade em sua capacidade de utiÜzação desses
í homeL ín social dos I doda ferrn^ nl t idade P°i^da, idade do bronze, idade
J.
cidade -1
dessa capa
taTnnc na ' idade .jl®,Poderíamos esda energiadizer que que é ainparte, uma forma de
utilização de recursos minerais. em disso, a Historia pormenoriza a ^portancia da utilização de minerais na vida dos
povos, desde tempos re motos. Assim, "o Egito tornou-se grande potên cia mundial ao mesmo
Dicesto Econômico
Ias invasões brutais que já tinham
tado de muito suas possibilidades em
levado
tais recursos.
a
possibilitaram os Cartagineses a contro
merciantes e artezâos conheciam o la®
bronze, mas desconheciam o
CLÜlNnO 0 OURO
0 OURO
647 730
112 68
901 1 207
2 970 1 279
cia depois de conseguir o controle po
Total para 0' Ei.xo ....
551
1 377
180
2 108
2 249
lítico e industrial dos recursos minerais
Nações Unidas e asso
da Espanha". As guerras tiveram sempre motivos e objetivos econômicos. As guerras anti
1 353
3 694
250
5 413
6 653
Turquia, Portugal e Es-,
gas visavam o saque, a sujeição ao tri
Total mundial
ciadas comerciais ....
panha
buto e a obtenção da energia através do
mosos, recebimentos de tributos mais
39
20 .
1 943
5 091
Êles mostram a imensa superioridade de recursos das Nações Unidas e expli
vultosos e maior número de escravos.
cam alguns dos motivos das invasões
Dal a importância decisiva do progresso
promovidas pelas potências do Eixo. Também têm expiressão análoga os
na utilização dos minerais e dos metais
dêles derivados, que per mitiam a posse de armas
números referentes â industrialização de
mais poderosas. E'
triste
POTI-NCIAS
ABTÍGOS
constatar-se
DO
EIXO
que a humanidade, quan to a êsse particular, não
motivos: saque, domínio econômico e, ainda, do
mínio
poHtico-espiritual,
formas atrozes de escravização.
E hoje, mais do que nunca, os mine rais e os metais são de extrema impor tância na decisão das guerras. O gru
po que dispuser de maiores recursos minerais e maior capacidade industrial para sua utilização ganhará a guerra
quiriam através do Mediterrâneo e que
World Peace", mostram bem a posição
Os números adiante, que extráio da
obra já citada "World Mineral and vantajosa, em relação aos recursos mi
nerais, das Nações Unidas sôbre as potên cias do Eixo, em 1942, quando estas, pe-
5
64
64
435
7 585
8 966
Os.números acima representam milhões de dólares.
escravo. O país ou a horda que tivesse melhores armas teria saques mais volu
em que estiver empenhado.
êstes desconheciam"; "o Conhecimento
TOTAIS IN-
142 409
ferro ; "a superioridade dos Filisteus nas guen-as contra os Judeus se eye ao uso de metais que aquêles ad
das fontes de estanho, que se diz ter si do guardado cuidadosamente por mais
TOTAIS
EXCLUSIVE
Áreas ocupadas pelo Eixo
Petróleo crü
Ferro gusa
pacíficas e prósperas da costa, cujos co
TÍVEIS
NáO METÁLICOS
Potências do Eixo
se ainda e pelos mesmos
e sujeitarem a tributo cidades grandes,
COMBUS
lar o e.stanho no comércio mundial"; "o
os depósitos de cobre de
de caírem como lobos sôbre rebanhos
aumen-
Império Romano alcançou sua suprema
Derivados
posse de lanças armadas de pontas de ferro que tomou os Assírios capazes
haviam
METAIS EXCLUSIVE ü ouno
progrediu: guerreia-
Maghara na península
efeito,
a le
tempo em que adquiriu do Sinai, 4.000 anos an tes de Cristo"; "foi a
61
do
Aço Cobre refinado .... Chumbo refinado . Zinco fundido .... Estanho fundido ...
Magnésio Níquel
EIXO
e milhares de toneladas métricas por ano para os demais artigos: TOTAL PARA 0 ELXÜ
NAÇÕES UNIDAS E
ASSOCIADAS
179
684
863
6 991
53 23 850 33 560 356
182 24 065 29 410 232 554 856
235 47 915 64 970 588 790 1141
3156 67 244 109 501 2710 2 160 1 191
148,6
153,5
54,1
251
601 61
578 42
TUllOUIA PORTUGAL ESPANHA
12
TOTAL PARA 0 MUNDO
7 866
pe
tróleo
Alumínio
ARCAS OCUPADAS
PELO
alguns produtos minerais, em 1942. Êsses números, que figuram no quadro abaixo, representam milhares de tam bores por dia para o caso do petrólep
236
285
' 4.9 350 48
•
13
9,1
Vê-se que as potências do Eixo ti nham vantagem quanto à capacidade de produção de estanho, alumínio e magnésio.
Os Estados Unidos desenvolveram,
depois, enormemente sua capacidade de produção de magnésio e de alumínio. A superioridade das potências do Eixo
6
3 397
500 510
115 659 174 981
3 298
—
269
3 219
28
2360
207,6
—
1 1
1 180
_
90,7
103
99,8
quanto ao estanho resultou da tomada
de Burma, da Malaia e' das índias
Orientais Holandesas. j Os números acima representam va- '
lores e quantidades conhecidos em I939
E' certo que a produção de minerais e derivados foi grandemente intensificad«»è-i durante a guerra. Mas os números
Dicesto Econômico
que realmente "pesou no comércio mun dial foi a do salitre natural pelo obtido
de 260 anos, e o monopólio de seu co mércio, assim adquirido pelos Fenícios,
através da fixação do azoto atmos
auxiliaram-nos substancialmente
férico.
vantar sua supremacia e, cm parte,
Desde a mais alta antigüidade vem o homem procurando tirar partido dos recursos minerais e tão importantes fo ram, para a civilização, as mudanças de correntes do progresso da humanidade em sua capacidade de utiÜzação desses
í homeL ín social dos I doda ferrn^ nl t idade P°i^da, idade do bronze, idade
J.
cidade -1
dessa capa
taTnnc na ' idade .jl®,Poderíamos esda energiadizer que que é ainparte, uma forma de
utilização de recursos minerais. em disso, a Historia pormenoriza a ^portancia da utilização de minerais na vida dos
povos, desde tempos re motos. Assim, "o Egito tornou-se grande potên cia mundial ao mesmo
Dicesto Econômico
Ias invasões brutais que já tinham
tado de muito suas possibilidades em
levado
tais recursos.
a
possibilitaram os Cartagineses a contro
merciantes e artezâos conheciam o la®
bronze, mas desconheciam o
CLÜlNnO 0 OURO
0 OURO
647 730
112 68
901 1 207
2 970 1 279
cia depois de conseguir o controle po
Total para 0' Ei.xo ....
551
1 377
180
2 108
2 249
lítico e industrial dos recursos minerais
Nações Unidas e asso
da Espanha". As guerras tiveram sempre motivos e objetivos econômicos. As guerras anti
1 353
3 694
250
5 413
6 653
Turquia, Portugal e Es-,
gas visavam o saque, a sujeição ao tri
Total mundial
ciadas comerciais ....
panha
buto e a obtenção da energia através do
mosos, recebimentos de tributos mais
39
20 .
1 943
5 091
Êles mostram a imensa superioridade de recursos das Nações Unidas e expli
vultosos e maior número de escravos.
cam alguns dos motivos das invasões
Dal a importância decisiva do progresso
promovidas pelas potências do Eixo. Também têm expiressão análoga os
na utilização dos minerais e dos metais
dêles derivados, que per mitiam a posse de armas
números referentes â industrialização de
mais poderosas. E'
triste
POTI-NCIAS
ABTÍGOS
constatar-se
DO
EIXO
que a humanidade, quan to a êsse particular, não
motivos: saque, domínio econômico e, ainda, do
mínio
poHtico-espiritual,
formas atrozes de escravização.
E hoje, mais do que nunca, os mine rais e os metais são de extrema impor tância na decisão das guerras. O gru
po que dispuser de maiores recursos minerais e maior capacidade industrial para sua utilização ganhará a guerra
quiriam através do Mediterrâneo e que
World Peace", mostram bem a posição
Os números adiante, que extráio da
obra já citada "World Mineral and vantajosa, em relação aos recursos mi
nerais, das Nações Unidas sôbre as potên cias do Eixo, em 1942, quando estas, pe-
5
64
64
435
7 585
8 966
Os.números acima representam milhões de dólares.
escravo. O país ou a horda que tivesse melhores armas teria saques mais volu
em que estiver empenhado.
êstes desconheciam"; "o Conhecimento
TOTAIS IN-
142 409
ferro ; "a superioridade dos Filisteus nas guen-as contra os Judeus se eye ao uso de metais que aquêles ad
das fontes de estanho, que se diz ter si do guardado cuidadosamente por mais
TOTAIS
EXCLUSIVE
Áreas ocupadas pelo Eixo
Petróleo crü
Ferro gusa
pacíficas e prósperas da costa, cujos co
TÍVEIS
NáO METÁLICOS
Potências do Eixo
se ainda e pelos mesmos
e sujeitarem a tributo cidades grandes,
COMBUS
lar o e.stanho no comércio mundial"; "o
os depósitos de cobre de
de caírem como lobos sôbre rebanhos
aumen-
Império Romano alcançou sua suprema
Derivados
posse de lanças armadas de pontas de ferro que tomou os Assírios capazes
haviam
METAIS EXCLUSIVE ü ouno
progrediu: guerreia-
Maghara na península
efeito,
a le
tempo em que adquiriu do Sinai, 4.000 anos an tes de Cristo"; "foi a
61
do
Aço Cobre refinado .... Chumbo refinado . Zinco fundido .... Estanho fundido ...
Magnésio Níquel
EIXO
e milhares de toneladas métricas por ano para os demais artigos: TOTAL PARA 0 ELXÜ
NAÇÕES UNIDAS E
ASSOCIADAS
179
684
863
6 991
53 23 850 33 560 356
182 24 065 29 410 232 554 856
235 47 915 64 970 588 790 1141
3156 67 244 109 501 2710 2 160 1 191
148,6
153,5
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251
601 61
578 42
TUllOUIA PORTUGAL ESPANHA
12
TOTAL PARA 0 MUNDO
7 866
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tróleo
Alumínio
ARCAS OCUPADAS
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alguns produtos minerais, em 1942. Êsses números, que figuram no quadro abaixo, representam milhares de tam bores por dia para o caso do petrólep
236
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•
13
9,1
Vê-se que as potências do Eixo ti nham vantagem quanto à capacidade de produção de estanho, alumínio e magnésio.
Os Estados Unidos desenvolveram,
depois, enormemente sua capacidade de produção de magnésio e de alumínio. A superioridade das potências do Eixo
6
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115 659 174 981
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28
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1 1
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quanto ao estanho resultou da tomada
de Burma, da Malaia e' das índias
Orientais Holandesas. j Os números acima representam va- '
lores e quantidades conhecidos em I939
E' certo que a produção de minerais e derivados foi grandemente intensificad«»è-i durante a guerra. Mas os números
Dicesto Econômico
63
Dicesto Econômico
ra constituem segredos que certamente
índias Neerlandesas .. Grécia
245 400 ton. 179 900 "
nunca serão revelados.
Outros países (9) ....
117 900 "
tos correspondentes a ôsses anos de guer
Austrália Canadá Alemanha Burma
Os quadros transcritos dão uma idéia Çromita
do valor e da quantidade da produção Turquia
mineral no mundo.
O número de países produtores de
213 600 "
(em têrmos de metal) U- R-
S
101 600 ton.-
Japão Iugoslávia
:
81 300 " 49 500 "
Iugoslávia
77 700 "
México
U.R.S.S Peru .' Italia
69000 " 58 000 " 39 500 "
Reru
37 500 "
Alemanha e Áustria ...
30 000 "
Espanha
32 000 "
Chipre Noruega Outros países (24) ...
29 800 " 21 600 " 173 500 "
41900 "
!
200000 "
ção mais ponderável está circunscrita a
Rodésia do Sul União Sul-Africana ....
186 000 " 1"^® "
Reino Unido
30 200 "
um grupo menor, assim como a indus
Iugoslávia
58 500 "
Terra Nova
28 900 "
Nova Caledônia índia Grécia
52 200 " 44 900 " 52 500 "
Argentina Japão e Chosen
23 700 " 22 000 "
Marrocos Francês
19 000 "
39 000 "
Tunísia
18 900 "
Estados Unidos da Amé
89 400 "
Bélgica
minerais é muito grande, mas a produ trialização desses minerais.
Em 1938, ano anterior à Segunda
Guerra Mundial, era a seguinte a prouçdo os metais e minerais mais impor
tantes nos diversos países: y
Minérios de ferro P
U.R.S.S
278 800 ton. 190 000 " 96 000 " 81 400 "
Japão Filipinas
38 900 "
Cuba
37 300 "
Outros países
12 100 "
«emo Unido Alemanha
3 615 000 " 3 100 000 "
Outros países (39)
20 544 000 "
Minérios de manganês R- S. S
Canadá Nova Caledônia U. R. S. S.
Noruega
i..
Outros países (33)
595 000 "
Bauxita
682 400 " 540 700 "
Iugoslávia Guiana Inglesa Surinam (Guiana Holan-
^ Estados Unidos U.R.S.S
396 400 " 382 400 "
(em têrmos de metal)
1 245 "
' 3 300 "
Minérios de iungstênio (60% de W03) Cliina
13 400 ton.
Burma
6 300 "
Portugal
2 800 "
Estados Unidos Bolívia Chosen
2800 " 2 500 " 1 200 "
Argentina
1 200 "
Austrália Malaia Indo-China Francesa ..
1 200 " 749 " 545 "
Outros países (21) ....
2 200 "
377 2Ò0 "
Est. Unidos da América
325 400 "
250 000 "
México
282 400 " .i.
27 700 " 25 900 "
223 300 " 203 000 "
Canadá
173 000 "
México Itália U.R.S.S Polônia Terra Nova Burma
172 200 " 76 000 " 71 000-" 70100 " 66 900 " 55 800 "
Iugoslávia Espanha
14 900 " , 11800 "
41700 " 35 000 "
...■
Nigéria Congo Belga
9 1(^® ^ 900
Japão
Burma
^ 500 "
Outros países (21) ....
Suécia
34 600 "
22 000 "
2 300 "
Reino Unido
2000 "
Mica
(em blocos e fôlhas)
Argentina
1 900 "
Indo-China Francesa ..
1 600 "
índia
Outros países (17) ....
4 300 "
Madagascar Brasil
700 " 500 "
Estados Unidos
400 »»
Canadá
jqq „
5700 ton.
(em têrmos de metal)
Altu,
156100 "
' 3 400 "
Japão
Minérios de cobre
(em termos de metal)
315 900 "
44 100 ton.
Austrália
Minérios de chumbo
360 800 "
Malaia Britânica
índias Neerlandesas . • • Bolívia
Tailand (Siao) China
1 207 "
Outros países (12) ....
468 700 ton.
■
Alemanha
95 500 ton. H 700 " 2 500 "
Grécia
983 000 "
532 000 " 329 000 " 222 000 " 153 000 "
18)
(em tôrmos de metal)
2 223 000 "
União Sul-Africana Costa do Ouro Brasil Bgito
rica
Outros países (mais de
Minérios de níquel
América 14 630 000 ton. 14 600 000 " 10 100 000 " 8 411000 "
(em têrmos de metal)
Minérios de estanho
(em termos de metal)
n R cS
■
Minérios de zinco
Estados Unidos Chile Canadá Rodésia do Norte
506 000 ton. 351400 " 259100 " 254 900 "
Estados Unidos
Congo Belga
123 900 "
Ma
ii
Mica \
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f
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Dicesto Econômico
63
Dicesto Econômico
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117 900 "
tos correspondentes a ôsses anos de guer
Austrália Canadá Alemanha Burma
Os quadros transcritos dão uma idéia Çromita
do valor e da quantidade da produção Turquia
mineral no mundo.
O número de países produtores de
213 600 "
(em têrmos de metal) U- R-
S
101 600 ton.-
Japão Iugoslávia
:
81 300 " 49 500 "
Iugoslávia
77 700 "
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37 500 "
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30 000 "
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Rodésia do Sul União Sul-Africana ....
186 000 " 1"^® "
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58 500 "
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19 000 "
39 000 "
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18 900 "
Estados Unidos da Amé
89 400 "
Bélgica
minerais é muito grande, mas a produ trialização desses minerais.
Em 1938, ano anterior à Segunda
Guerra Mundial, era a seguinte a prouçdo os metais e minerais mais impor
tantes nos diversos países: y
Minérios de ferro P
U.R.S.S
278 800 ton. 190 000 " 96 000 " 81 400 "
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38 900 "
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37 300 "
Outros países
12 100 "
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3 615 000 " 3 100 000 "
Outros países (39)
20 544 000 "
Minérios de manganês R- S. S
Canadá Nova Caledônia U. R. S. S.
Noruega
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Outros países (33)
595 000 "
Bauxita
682 400 " 540 700 "
Iugoslávia Guiana Inglesa Surinam (Guiana Holan-
^ Estados Unidos U.R.S.S
396 400 " 382 400 "
(em têrmos de metal)
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13 400 ton.
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Nigéria Congo Belga
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Outros países (17) ....
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(em têrmos de metal)
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(em termos de metal)
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Minérios de níquel
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(em têrmos de metal)
Minérios de estanho
(em termos de metal)
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Minérios de zinco
Estados Unidos Chile Canadá Rodésia do Norte
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Canadá
índias Neerlandesas Rumânia
U.R.S.S
215 700 " 114600 "
Japão
102000 "
México
Bélgica
... .
U.R.S.S
.......
398 000 "
Iraque
Congo Belga
352 000 "
Colômbia
Alemanha
70 000
Outros países (27) .
Iugoslávia
42 000 "
Outros países (62) ... -3 917000 "
165 600 ton. 130100 "
Noruega Suíça
Petróleo cru
859 000 "
,
Estados Unidos Alemanha U.R.S.S
Outros países
Polônia .
..
Austrália
1499 000 "
n
Aço
França
Brasil 1
132 888 000 "
.
Venezuela
'
105 "
mesmo ano de 1938:
1565 000 "
:
35 " 22 " 30 "
358 013 000 "
21610 680 000 " 000 "
;
Canadá Alemanha Argentina
Estados Unidos
Estados Unidos
? Itália
66 000
45 300
Vejamos, agora, qual a produção de alguns metais mais importantes, naquele
3 000 000 "
Frànçn
Canadá
França
385 058 000 ton.
3 375 000 "
,
47 " 42 "
Alemanha
U.R.S.S.
Ahirrúnio
Alemanha Estados Unidos
40 " 36 "
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^
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México França
Japão
7 273 000 ton.
..
168 "
37 100 ton.
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Outros países (11)
1 058 ton. 174 "
Carvão
4349000 "
emanha
.
288 000 "
Sal
.
Itália
582 000 "
266 000 " 108 000 " " 54 000
■
941 000 "
301000 " 1 053 000 "
Potassa
(em milhões de tambores)
(nativo e pirítico)
Espanha
Alemanha
Mé.xico Peru
400 "
Marrocos Francês
es
1 100 ton.
Fosfatos
Estados Unidos U-R-S.S 'Tunísia
Dicesto Econômico
•
^3 700 "
•
Estados Unidos Bélgica • •
4049(X)ton. 210 300 "
Alemanha Canadá
194 400 " 156 000 "
Polônia
U.R.S.S.
108 100 "
..........
71 000 "
Austrália França
70 900 " 61 000 "
Reino Unido
55 90o,V;, 50 800
i',11 -
t-. I .'..t.,-
iVtiaAI -fii -t-
w Dicesto EcoNÓKnco
64
(de qualidade inferior) União Sul-Africana ..
Outros países
,I
Petróleo refinado
Enxôfre
(conteúdo de P04Ca3) 2 833 000 ton. 1494 000 " 1 189 000 "
1 144 000 "
946 000 "
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654 000 " 440 000 "
oeigica-Luxemburgo ..
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Estados Unidos
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Japão
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Chipre
257 000 "
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Alemanha Grécia Suécia
200 000 " 119 000 " 84 000 "
Outros países (18) ....
451 000 "
Reino Unido
260 659 000 " 47 555 000 "
43 500 000 "
Polônia
38 114 000 "
Checoslováquia Bélgica
30 517 000 " 29 585 000 "
União Sul-Africana
16 284 000 "
França
15 601 000 "
Japão
Outros países (38) ... 141 226 000 "
28 805 000 ton. 23 243 000 " 18 448 000 "
Reino Unido
.. 10 561 000 "
6 175 000 " ;
5860 000 "
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Itália Reino Unido
Japão Outros países -.•
17000 " ^ 000 "
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índias Neerlandesas ...
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Bélgica
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Austrália
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.......
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Iraque
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Iugoslávia
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165 600 ton. 130100 "
Noruega Suíça
Petróleo cru
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168 "
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fim
W 66
DinKSTo
Econóvcioo
Noruega
45 700 ton.
mineral c a importância do todos êsses
México Itália Holanda
35 900 "
artigos na economia dos po\o.s fazen)
33 600 "
o problema do comercio internacional
25 300 " 40 900 "
dos minerais e seus produtos um pro
Outros países (5)
rais, a descoberta de novos jazimentos, a descoberta de novos minerais, a inven
Chumbo
Estados Unidos México
......
Austrália
Canadá Alemanha
Bélgica
331 000 ton.
ção de novos procr-ssos para sua explora
273 500 " 226 000 " 181 000 " 181 000 "
ção e sua utilização c as mudanças da
94 200 " 80 200 "
Burma U.R.S.S
66 000 " 41 800 "
França
Espanha ....'
.
Tunísia Polônia
36 000 " 34 300 " 28 500 " 23 900 " 20 000 "
Outros países (15) ....
85700 "
Itália Peru
... /
blema de importância transcendental. E a necessidade crescente de mine
As listas acima mostram que os recur-
minados no mundo e que, embora cer
tas regiões sejam particularmente bem datadas de tais recursos, nenhum país é auto-suficiente em todos e muito poucos o são em alguns.
Vê-se também que poucos são os paí
ses grandes produtores de metais bási cos e que os principais destes são os grandes prõdutores de carvão.
A desigualdade da distribuição de r^e-
geografia política que provà\elmcnte serão uma conseqüência,da última gran
de guerra, poderão modificar de algum modo a política internacional que tem
regido o comércio dos minerais entre as nações, mas certamente não diminuirão
sua importância nem, provâvelmente, simplificarão o problema.
67
Dicüsto EcoNÚNnco
mos
a
tod(íS
nossos
recursos
natu
rais, quando dominava no mundo a política de naciunali.snu) exultado c a mentalidade aiitánpilea. Ainda hoje, apesar dos documentos internacionais que deram ao inundo uma grande esperan ça de sincera cooperação entre as na
ções, a atil\ide tle todos os povos é de perplexidade ante os impasses com que se encenam as reuniões em qiic se di'batem os grandes problemas da huma nidade.
Não só os fenômenos sociais posterio res à Primeira Grande Guerra, mas tam bém necessidades dc caráter militar, de
sejo de domínio comercial e político, e
simples jógo de interêsses comerciais pri vados. anteriores àquela data, influíram,
no pussadt) e. certamente, influirão no futun), sobre o aiméreio dos minerais.
Ditados pelos últimos moti\os cihidos, nasc<Tam os monopólios e cartéis. E das necessidades da defesa militar, da valo
rização dos recursos luituniis de cada irús da elevação de seu grau de dosenvolvimcnto industrial e cia defesa dos
recirsos próprios, surgiram a política larifilria. os sistemas de quotas, o estimulo e o eoutrole da exportação, os conso les cambiais, os aemrdos de
■1 noliticn de "portas fechadas e a poU-
,'crdo nacionalirução dos recursos mi-
nerais.
Todos sabemos que, depois da Primei
ra Grande Guprra e, principalmente, depois do grande craque internacional
do 1930-1932, uma grande onda de nacionalismo dominou o mundo, dei.xando como marcas profundas de sua ação, em quase tôdas as nações, um desejo de auto-suficiência e uma deter
I
minação de resguardar seus recursos na turais da cobiça alheia. Nossa Consti
tuição de 1934, e, mais ainda, a Carla Constitucional de 1937, revelam esse estado de espírito. E, ainda mais do que elas, a interpretação geralmente dada aos seus dispositivos. Não condeno nem essas Constituições nem as citadas intcrprctaç-ões. Quais quer
que
sido
os
tenham
prejuízos
que se queiram fa
cursos minerais en
zer derivar daquelas
tre os diversos paí
leis fundamentais e
ses do mundo, a de
das leis e decretos
sigualdade de capa cidade de produção
delas
decorrentes,
sou da opinião que
de metais e outros
teria
produtos de origem
imprudência abriri;.' 1
sido
extrema
Anuncia-se, em Londres que o Brasil está cooperando gravemente para a
reabilitação econômica da Europa, mediante a remessa de grandes carregamentos de madeiras e metais, como a bauxita, glucínio, manganês, mtca, que sao de vital importância para a reconstrução do V^ho Mundo. O Brasil está também enviando grandes quantidades de café e cacau.
fim
W 66
DinKSTo
Econóvcioo
Noruega
45 700 ton.
mineral c a importância do todos êsses
México Itália Holanda
35 900 "
artigos na economia dos po\o.s fazen)
33 600 "
o problema do comercio internacional
25 300 " 40 900 "
dos minerais e seus produtos um pro
Outros países (5)
rais, a descoberta de novos jazimentos, a descoberta de novos minerais, a inven
Chumbo
Estados Unidos México
......
Austrália
Canadá Alemanha
Bélgica
331 000 ton.
ção de novos procr-ssos para sua explora
273 500 " 226 000 " 181 000 " 181 000 "
ção e sua utilização c as mudanças da
94 200 " 80 200 "
Burma U.R.S.S
66 000 " 41 800 "
França
Espanha ....'
.
Tunísia Polônia
36 000 " 34 300 " 28 500 " 23 900 " 20 000 "
Outros países (15) ....
85700 "
Itália Peru
... /
blema de importância transcendental. E a necessidade crescente de mine
As listas acima mostram que os recur-
minados no mundo e que, embora cer
tas regiões sejam particularmente bem datadas de tais recursos, nenhum país é auto-suficiente em todos e muito poucos o são em alguns.
Vê-se também que poucos são os paí
ses grandes produtores de metais bási cos e que os principais destes são os grandes prõdutores de carvão.
A desigualdade da distribuição de r^e-
geografia política que provà\elmcnte serão uma conseqüência,da última gran
de guerra, poderão modificar de algum modo a política internacional que tem
regido o comércio dos minerais entre as nações, mas certamente não diminuirão
sua importância nem, provâvelmente, simplificarão o problema.
67
Dicüsto EcoNÚNnco
mos
a
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nossos
recursos
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rais, quando dominava no mundo a política de naciunali.snu) exultado c a mentalidade aiitánpilea. Ainda hoje, apesar dos documentos internacionais que deram ao inundo uma grande esperan ça de sincera cooperação entre as na
ções, a atil\ide tle todos os povos é de perplexidade ante os impasses com que se encenam as reuniões em qiic se di'batem os grandes problemas da huma nidade.
Não só os fenômenos sociais posterio res à Primeira Grande Guerra, mas tam bém necessidades dc caráter militar, de
sejo de domínio comercial e político, e
simples jógo de interêsses comerciais pri vados. anteriores àquela data, influíram,
no pussadt) e. certamente, influirão no futun), sobre o aiméreio dos minerais.
Ditados pelos últimos moti\os cihidos, nasc<Tam os monopólios e cartéis. E das necessidades da defesa militar, da valo
rização dos recursos luituniis de cada irús da elevação de seu grau de dosenvolvimcnto industrial e cia defesa dos
recirsos próprios, surgiram a política larifilria. os sistemas de quotas, o estimulo e o eoutrole da exportação, os conso les cambiais, os aemrdos de
■1 noliticn de "portas fechadas e a poU-
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nerais.
Todos sabemos que, depois da Primei
ra Grande Guprra e, principalmente, depois do grande craque internacional
do 1930-1932, uma grande onda de nacionalismo dominou o mundo, dei.xando como marcas profundas de sua ação, em quase tôdas as nações, um desejo de auto-suficiência e uma deter
I
minação de resguardar seus recursos na turais da cobiça alheia. Nossa Consti
tuição de 1934, e, mais ainda, a Carla Constitucional de 1937, revelam esse estado de espírito. E, ainda mais do que elas, a interpretação geralmente dada aos seus dispositivos. Não condeno nem essas Constituições nem as citadas intcrprctaç-ões. Quais quer
que
sido
os
tenham
prejuízos
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tre os diversos paí
leis fundamentais e
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das leis e decretos
sigualdade de capa cidade de produção
delas
decorrentes,
sou da opinião que
de metais e outros
teria
produtos de origem
imprudência abriri;.' 1
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extrema
Anuncia-se, em Londres que o Brasil está cooperando gravemente para a
reabilitação econômica da Europa, mediante a remessa de grandes carregamentos de madeiras e metais, como a bauxita, glucínio, manganês, mtca, que sao de vital importância para a reconstrução do V^ho Mundo. O Brasil está também enviando grandes quantidades de café e cacau.
DicESTo Econômico
Caca ueiro
e seu
Potencial Econômico
PiMENTEL Gomes
(Engenheiro agrônomo)
Q ressurgimento econômico da Ama zônia Constitui um dos problemas mais sérios da nacionalidade. A bor
racha silvestre que proporcionou ri queza extraordinária à região na úl
tima década do século passado e no primeiro deste, permitindo o acentua
do progresso de Belém e Manaus, caiu irremediàvelmente ante a bor racha de plantação. Tomou alento
durante a Segunda Guerra Mundial,
depois que os japoneses se apodera
toneladas e em Condições de bater a concorrência do sudeste asiático. Os
trabalhos de genética cm prol de clo
incapaz de resistir à concorrência da goma proveniente da lindochtna e
a execução do plano.
vés do Banco de Crédito da Borra
cha. Há todo um vasto plano do ins
tituto Agronômico do Norte, em;que .se substituem os atuais imensos," pre cários e anti-económicos seringais sil vestres (um seringal médio tem !^0
mil a 120 mil hectares), por pequenos seringais de plantação com três a cin co hectares e pertencentes a co lonos. O plano é muito bem es
truturado e baseia-se no que existe de melhor na Península de Malaca.
Infelizmente, ao que me consta, ainda não começaram a instalação de tais • seringais, que permitiriam produzir muito mais borracha do que atualmen• te, e em muito melhores condições hi gienicas e sociais e por preços ridi-
Cúlamente babcos. Teríamos, então, borracha as centenas de milhares de
lhões de cruzeiros por ano, ao mes
Uma cultura em ascensão
O consumo de cacau no mundo, re duzido durante séculos, está atingin
do números vultosos, à proporção que
mo tempo que dará vida, progresso a
se divulgam as magníficas condições alimentícias do cacau, que bem me
áreas vastíssimas do País, que pou-
rece o nome de manjar dos deuses.
CO ou nada produzem. E há a reper
Daí o constante aumento de produ
cussão na nossa adiantada indústria
ção.
de bombons, cujos mercados no ex terior se tornam cada vez mais im
Em 1895, o mundo produzia 73 352 toneladas de cacau. Eram países maio res produtores: Equador, 18 955 tone
ladas; Trinídad, 13 550; Brasil, 10 840;
nes resistentes à moléstia da fôlha e
está dando o governo federal, atra
poucos anos, sc soubermos fomentar-
portantes.
ram dos seringais do Extremo Orien te. Agora, enContra-se ela novamente
da Insulindia. Já começou a degrin golar, era que pese o auxílio que lhe
sitou, importante artigo de exporta ção, e cm outras regiões brasileiras. O cacauciro pode fornecer-nos em
lhe a cultura, muito mais de dois bi Êste artigo é o resultado de uma viagem que o diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura fez ao Estado do Espírito Santo, onde a cultura do cacau tende a tomar grande impulso, principalmente se melhor orientada.
69
altamente produtivos vêm retardando
Colonos japoneses aclimataram a juta nas ilhas do grande rio Amazo
nas. A produção tem crescido com certa rapidez, pois a cultura se apre senta muito vantajosa. Amparados pe lo Ministério da Agricultura, o Ban co de Crédito da Borracha e os go vernos do Amazonas e do Pará, os
plantios tendem a aumentar ràpida-
mente, embora não se saiba se exis tem braços suficientes à produção das dezenas de milhares de toneladas
necessitadas pela indústria brasileira. Poderia eu , tocar ràpidamente nas lavouras minúsculas de café, milho,
arroz, nas oleaginosas silvestres, na
floresta equatorial repleta de madei ras preciosas, numas tantas possibi
lidades da pecuária e da piscicultura. Para que, porém? Nem espaço have ria para tal. Hoje desejo- salientar as extraordinárias possibilidades do Cacaueiro na Amazônia, onde constituía em 1744, quando La Condamine á vi-
Vma cultura tropical O cac"aueiro — Theobroma cacao — e muito exigente em calor e umida
Venezuela, 7 712; São Tomé, 7 023; República Dominicana, 1 660; nando Pó, 500.
Fer
de. As suas culturas maiores na Áfri
Em 1905, a produção atingia as 143 571 toneladas. Eram maiores pro
ca e no mundo se encontram entre o
dutores: São Tomé, 24259 toneladas;
paralelo 10 N e o equador, em zôna de selvas idênticas às da nossa Ama zônia.'Na América, produzem muito
Brasil, 21090; Venezuela, 12 701; Re pública Dominicana, 12604; Costa do
cacau a República do Equador, exa
Ouro, -5620; Fernando Pó, 1863; Ca-
tamente sob a linha equinocíal, e a
merun, 1414; Nigéria, 478. Note-se que a Ilha de São Tomé, com menos
Venezuela, a
Colômbia e Trinídad,
por onde passa o equador térmico, que quase sempre não
^incide com o geográfico. No Brasil, graças a um conjun to de fatôres favoráveis, se en
contram os dacauais mais afas
Trinídad, 22 018;
neo no vale do Amazonas, é ao sul da
baía de Todos os Santos, e principal
21128;
de mil quilômetros quadrados
(São Tomé e Príncipe, 964 qui. lómetros quadrados) era, então, o maior produtor' de cacau do
mundo, o que muito honra o esfôrço lusitano.
tados do equador.
Embora 6 cacaueiro seja espontâ
Equador,
Em 1915, a produção cacaueira saltava a 313 897 toneladas. Eram maiores produtores: Costa do Ouro
78 514;
Brasil,
44980;
Equador'
mente do Rio das Contas, que se en
37015; São Tomé, 27 936; Trimdad*
contram os maiores cacauais do Bra
24 518; Dominicana, 20 327; Venezue
sil. Atualmente, alargam-se ràpida
la, 18 281; Nigéria, 9 260; Fernando
I^oce, atingindo o paralelo 19° 30. En
Pó, 3866; Camerun, 3 400. A ascensão súbita da Costa do Ouro deve-se ^
contram-se os últimos cacauais nos
abundância de capitais britânicos
mente, nos vales do São Mateus e do
municípios de Maria Madalena, pa
enxergou no cacau o seu extraordiná*^
ralelo 22, e de Cubatão, paralelo 24.
no valor econômico, e acorreu às
DicESTo Econômico
Caca ueiro
e seu
Potencial Econômico
PiMENTEL Gomes
(Engenheiro agrônomo)
Q ressurgimento econômico da Ama zônia Constitui um dos problemas mais sérios da nacionalidade. A bor
racha silvestre que proporcionou ri queza extraordinária à região na úl
tima década do século passado e no primeiro deste, permitindo o acentua
do progresso de Belém e Manaus, caiu irremediàvelmente ante a bor racha de plantação. Tomou alento
durante a Segunda Guerra Mundial,
depois que os japoneses se apodera
toneladas e em Condições de bater a concorrência do sudeste asiático. Os
trabalhos de genética cm prol de clo
incapaz de resistir à concorrência da goma proveniente da lindochtna e
a execução do plano.
vés do Banco de Crédito da Borra
cha. Há todo um vasto plano do ins
tituto Agronômico do Norte, em;que .se substituem os atuais imensos," pre cários e anti-económicos seringais sil vestres (um seringal médio tem !^0
mil a 120 mil hectares), por pequenos seringais de plantação com três a cin co hectares e pertencentes a co lonos. O plano é muito bem es
truturado e baseia-se no que existe de melhor na Península de Malaca.
Infelizmente, ao que me consta, ainda não começaram a instalação de tais • seringais, que permitiriam produzir muito mais borracha do que atualmen• te, e em muito melhores condições hi gienicas e sociais e por preços ridi-
Cúlamente babcos. Teríamos, então, borracha as centenas de milhares de
lhões de cruzeiros por ano, ao mes
Uma cultura em ascensão
O consumo de cacau no mundo, re duzido durante séculos, está atingin
do números vultosos, à proporção que
mo tempo que dará vida, progresso a
se divulgam as magníficas condições alimentícias do cacau, que bem me
áreas vastíssimas do País, que pou-
rece o nome de manjar dos deuses.
CO ou nada produzem. E há a reper
Daí o constante aumento de produ
cussão na nossa adiantada indústria
ção.
de bombons, cujos mercados no ex terior se tornam cada vez mais im
Em 1895, o mundo produzia 73 352 toneladas de cacau. Eram países maio res produtores: Equador, 18 955 tone
ladas; Trinídad, 13 550; Brasil, 10 840;
nes resistentes à moléstia da fôlha e
está dando o governo federal, atra
poucos anos, sc soubermos fomentar-
portantes.
ram dos seringais do Extremo Orien te. Agora, enContra-se ela novamente
da Insulindia. Já começou a degrin golar, era que pese o auxílio que lhe
sitou, importante artigo de exporta ção, e cm outras regiões brasileiras. O cacauciro pode fornecer-nos em
lhe a cultura, muito mais de dois bi Êste artigo é o resultado de uma viagem que o diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura fez ao Estado do Espírito Santo, onde a cultura do cacau tende a tomar grande impulso, principalmente se melhor orientada.
69
altamente produtivos vêm retardando
Colonos japoneses aclimataram a juta nas ilhas do grande rio Amazo
nas. A produção tem crescido com certa rapidez, pois a cultura se apre senta muito vantajosa. Amparados pe lo Ministério da Agricultura, o Ban co de Crédito da Borracha e os go vernos do Amazonas e do Pará, os
plantios tendem a aumentar ràpida-
mente, embora não se saiba se exis tem braços suficientes à produção das dezenas de milhares de toneladas
necessitadas pela indústria brasileira. Poderia eu , tocar ràpidamente nas lavouras minúsculas de café, milho,
arroz, nas oleaginosas silvestres, na
floresta equatorial repleta de madei ras preciosas, numas tantas possibi
lidades da pecuária e da piscicultura. Para que, porém? Nem espaço have ria para tal. Hoje desejo- salientar as extraordinárias possibilidades do Cacaueiro na Amazônia, onde constituía em 1744, quando La Condamine á vi-
Vma cultura tropical O cac"aueiro — Theobroma cacao — e muito exigente em calor e umida
Venezuela, 7 712; São Tomé, 7 023; República Dominicana, 1 660; nando Pó, 500.
Fer
de. As suas culturas maiores na Áfri
Em 1905, a produção atingia as 143 571 toneladas. Eram maiores pro
ca e no mundo se encontram entre o
dutores: São Tomé, 24259 toneladas;
paralelo 10 N e o equador, em zôna de selvas idênticas às da nossa Ama zônia.'Na América, produzem muito
Brasil, 21090; Venezuela, 12 701; Re pública Dominicana, 12604; Costa do
cacau a República do Equador, exa
Ouro, -5620; Fernando Pó, 1863; Ca-
tamente sob a linha equinocíal, e a
merun, 1414; Nigéria, 478. Note-se que a Ilha de São Tomé, com menos
Venezuela, a
Colômbia e Trinídad,
por onde passa o equador térmico, que quase sempre não
^incide com o geográfico. No Brasil, graças a um conjun to de fatôres favoráveis, se en
contram os dacauais mais afas
Trinídad, 22 018;
neo no vale do Amazonas, é ao sul da
baía de Todos os Santos, e principal
21128;
de mil quilômetros quadrados
(São Tomé e Príncipe, 964 qui. lómetros quadrados) era, então, o maior produtor' de cacau do
mundo, o que muito honra o esfôrço lusitano.
tados do equador.
Embora 6 cacaueiro seja espontâ
Equador,
Em 1915, a produção cacaueira saltava a 313 897 toneladas. Eram maiores produtores: Costa do Ouro
78 514;
Brasil,
44980;
Equador'
mente do Rio das Contas, que se en
37015; São Tomé, 27 936; Trimdad*
contram os maiores cacauais do Bra
24 518; Dominicana, 20 327; Venezue
sil. Atualmente, alargam-se ràpida
la, 18 281; Nigéria, 9 260; Fernando
I^oce, atingindo o paralelo 19° 30. En
Pó, 3866; Camerun, 3 400. A ascensão súbita da Costa do Ouro deve-se ^
contram-se os últimos cacauais nos
abundância de capitais britânicos
mente, nos vales do São Mateus e do
municípios de Maria Madalena, pa
enxergou no cacau o seu extraordiná*^
ralelo 22, e de Cubatão, paralelo 24.
no valor econômico, e acorreu às
Digesto
Digesto EcoNÓAnco
70
culturas em busca de lucros pingues. O aumento rápido da produção bra-
mo, 34000 toneladas, decrcscia constantemente.
sileíra, sem a irrigação de capitais inesgotáveis, é para nós honrosissi-
Em 1935, continuando cm rápida ascensão, a produção cacaueira atin-
mo, pois demonstra um esforço grande, uma pertinácia extraordinária, ao lado das vantagens ecológicas aprc-
679 700 toneladas. Costa do On ro contribuía com 260 000 toneladas; ° Brasil, 100 000; a Nigéria, 90 000, a
t-rrífArir-, Admiremos ' • j o esforfAr terntono. ainda
caiia,\nnr,n 2o 000; i-Tnnidad, 2ÜUU; Camsi lonnn.
, Sao Tome, rj. , cuja . produção, , , ço de dada a sua área, é altíssima.
run, 1913 000; 19 000; Vene000;Equador, Fernando Pó, 11 000; São
sentadas em amplos trechos de nosso
Em 1925, dez anos depois, a produ-
Co.sta do Mar^m, 42 000; a Dornun-
Tomé, 10 000 c outros com safras nicEm 1939, a produção atingia 669 mil toneladas, das quais 222,5 na Cosia
provinha da Costa do Ouro - 216 684
dÇ O"''" i "6,1 no Bras.l; 96,1 na Ni-
mente
regada
pelo
cap.tal
50,1 na Costa do Marfim: 26,9 ^'■"""l'dor e"n a ingles; 18,6^ no Equador, c 113 em ^ produção de
britamco
- barato, abundantíssimo, buscando
emprego no mundo mteiro — safrejava 45 420 toneladas. Seguiam-se;
^
Príncipe,
aproxima-se presentemente das 8 mil toneladas, menos de um quarto dc
Equador, 32 895; Dominicana, 23 482; Venezuela, 22 942; Trinidad, 22 442:
São Tomé, 20 861; Costa do Marfim,
^
6 278; Fernando Pó, 5 965; Cainenin,
Vejamos, perfunctòriamente, como
4162. A produção cacaueira de São
se vem distribuindo a produção de ca-
Tomé, que em 1911 atingia o máxi-
cau no Brasil.
PÜODUÇAO 1
BRASILEIRA
■
DE
CACAU
(sacos de 60 quilos)
Estados e Territórios
•1929 ACre
Amazonas
1942
1943
—
—
—
4 400
39 017
19 860
Pará Pernambuco ^ l^ahia 1... . . . . Minas Gerais Espírito Santo ..' R:o de Janeiro
1 205 823
J3KASIL
1'229 323 .Ír:-154'
16 500
2 600 — .. ..
71
Estados e Territórios Acre
Amazona.«i
I
35 000 2 650 1 718 280 420 19 021 2 100
35 092
2 893 468 367 20 553 1 710
T^ÍTIbS "^971 667 '
1944 • 397.
ig 130
28 037 300. 1 869 419 309 25 602
1 942 194
1945
1946
1947
390
403 19 145
21 172
. . . .
19 466
Pará Pernambuco . . .
29 033
Bahia
300
26 760 200
919 155
2 079 301
Mina.s Gerais .
210
300
25 709
25 675
994 263
2 151 784
Espírito Santo
Rio de Janeiro BRASIL
Da ob.scrvação dos dados que aí fi-
nores.
ção mundial de cacau atingia 483 665 toneladas. Quase metade da saíra
toneladas. O Brasil,- num esforço sobreumano, colhiar-66.862j toneladas. .-V xTirrA-:., .-X N.ger.a, como a Costa do Ouro farta-
EcoNÓ^aco
cam, resultam quatro fatos importantes: a) Bahia domina avassaladora-
420
19 712 218 1 916 933 300 26 172 1 984 927
cos anos, para cinco milhões de sa c'os — 300 mil toneladas — assumiudo o Brasil o primeiro pôsto na pre
mente a produção brasileira de cacau.
dução cacaueira, o que nos daria mais
Uma safra má baiana significa uma safra má brasileira; b) é enorme a área brasileira capaz de produzir cacau; c) há uma tendência para o alarga-
de dois bilhões de cruzeiros por ano, e permitiria um desafogo econômico de amplas regiões brasileiras, começando pela Amazônia, se tomassem
mento das culturas
as seguintes próvidências;
fora da Bahia,
principalmente no Espírito Santo; d)
a — articulação dos fomentos na-
em que pese às safras reduzidas dos
cional e estaduais numa ampla cam-
últimoR anos, a produção cacaueira inclina-se para um rápido aumento,
panha de divulgação dos métodos de plantação e 6as extraordinárias van-
esperando-sc que as grandes safr.as recomecem talvez já êste ano.
tagens da lavoura cacaueira, não esquecendo de informar que a produ
Como aumentar a produção brasileira
ses de vida das plantinhas, por meio
ção começa entre os 30 e os 36 me-
de folhetos, imprensa, rádio e reuA produção cacaueira do Brasil niÕes de fazendeiros c sitiantes; cresceu ao desamparo mais ou menos b — plantar diretamente ou com completo dos poderes públicos. apj* mudas e enxertos, ao longo do Amazonas, no oeste e centro até à organização do Instituto maranhenses e em trechos ÍL do Cacau na Bahia, que muito torâneos de Pernambuco Patem contribuído para o aumen J raíba, Alagoas, Bahia, Espíri-
to da produçãfj e .0 melhora mento da qualidade do Cacau
ba«ano. Infelizmente tal acon tece
exülusi^ amente
nesse
Estado,
não havendo, quase sempre,, nenhum estímulo técnico nem financeiro nos outros ponl >s do Brasil cacaueiro. Acredito na possibilidade de ele varmos a produção do cacau, em pou-
^ to Santo e Rio de Janeiro,
uns 20 000 hectares, anualmentec — distribuir lotes de 50 ^ 200 hectares — conformè a região aos que se comprometessem a plantar
em determinado número de anos um
têrço da área distribuída cüm* ca
caueiro ;
Digesto
Digesto EcoNÓAnco
70
culturas em busca de lucros pingues. O aumento rápido da produção bra-
mo, 34000 toneladas, decrcscia constantemente.
sileíra, sem a irrigação de capitais inesgotáveis, é para nós honrosissi-
Em 1935, continuando cm rápida ascensão, a produção cacaueira atin-
mo, pois demonstra um esforço grande, uma pertinácia extraordinária, ao lado das vantagens ecológicas aprc-
679 700 toneladas. Costa do On ro contribuía com 260 000 toneladas; ° Brasil, 100 000; a Nigéria, 90 000, a
t-rrífArir-, Admiremos ' • j o esforfAr terntono. ainda
caiia,\nnr,n 2o 000; i-Tnnidad, 2ÜUU; Camsi lonnn.
, Sao Tome, rj. , cuja . produção, , , ço de dada a sua área, é altíssima.
run, 1913 000; 19 000; Vene000;Equador, Fernando Pó, 11 000; São
sentadas em amplos trechos de nosso
Em 1925, dez anos depois, a produ-
Co.sta do Mar^m, 42 000; a Dornun-
Tomé, 10 000 c outros com safras nicEm 1939, a produção atingia 669 mil toneladas, das quais 222,5 na Cosia
provinha da Costa do Ouro - 216 684
dÇ O"''" i "6,1 no Bras.l; 96,1 na Ni-
mente
regada
pelo
cap.tal
50,1 na Costa do Marfim: 26,9 ^'■"""l'dor e"n a ingles; 18,6^ no Equador, c 113 em ^ produção de
britamco
- barato, abundantíssimo, buscando
emprego no mundo mteiro — safrejava 45 420 toneladas. Seguiam-se;
^
Príncipe,
aproxima-se presentemente das 8 mil toneladas, menos de um quarto dc
Equador, 32 895; Dominicana, 23 482; Venezuela, 22 942; Trinidad, 22 442:
São Tomé, 20 861; Costa do Marfim,
^
6 278; Fernando Pó, 5 965; Cainenin,
Vejamos, perfunctòriamente, como
4162. A produção cacaueira de São
se vem distribuindo a produção de ca-
Tomé, que em 1911 atingia o máxi-
cau no Brasil.
PÜODUÇAO 1
BRASILEIRA
■
DE
CACAU
(sacos de 60 quilos)
Estados e Territórios
•1929 ACre
Amazonas
1942
1943
—
—
—
4 400
39 017
19 860
Pará Pernambuco ^ l^ahia 1... . . . . Minas Gerais Espírito Santo ..' R:o de Janeiro
1 205 823
J3KASIL
1'229 323 .Ír:-154'
16 500
2 600 — .. ..
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Estados e Territórios Acre
Amazona.«i
I
35 000 2 650 1 718 280 420 19 021 2 100
35 092
2 893 468 367 20 553 1 710
T^ÍTIbS "^971 667 '
1944 • 397.
ig 130
28 037 300. 1 869 419 309 25 602
1 942 194
1945
1946
1947
390
403 19 145
21 172
. . . .
19 466
Pará Pernambuco . . .
29 033
Bahia
300
26 760 200
919 155
2 079 301
Mina.s Gerais .
210
300
25 709
25 675
994 263
2 151 784
Espírito Santo
Rio de Janeiro BRASIL
Da ob.scrvação dos dados que aí fi-
nores.
ção mundial de cacau atingia 483 665 toneladas. Quase metade da saíra
toneladas. O Brasil,- num esforço sobreumano, colhiar-66.862j toneladas. .-V xTirrA-:., .-X N.ger.a, como a Costa do Ouro farta-
EcoNÓ^aco
cam, resultam quatro fatos importantes: a) Bahia domina avassaladora-
420
19 712 218 1 916 933 300 26 172 1 984 927
cos anos, para cinco milhões de sa c'os — 300 mil toneladas — assumiudo o Brasil o primeiro pôsto na pre
mente a produção brasileira de cacau.
dução cacaueira, o que nos daria mais
Uma safra má baiana significa uma safra má brasileira; b) é enorme a área brasileira capaz de produzir cacau; c) há uma tendência para o alarga-
de dois bilhões de cruzeiros por ano, e permitiria um desafogo econômico de amplas regiões brasileiras, começando pela Amazônia, se tomassem
mento das culturas
as seguintes próvidências;
fora da Bahia,
principalmente no Espírito Santo; d)
a — articulação dos fomentos na-
em que pese às safras reduzidas dos
cional e estaduais numa ampla cam-
últimoR anos, a produção cacaueira inclina-se para um rápido aumento,
panha de divulgação dos métodos de plantação e 6as extraordinárias van-
esperando-sc que as grandes safr.as recomecem talvez já êste ano.
tagens da lavoura cacaueira, não esquecendo de informar que a produ
Como aumentar a produção brasileira
ses de vida das plantinhas, por meio
ção começa entre os 30 e os 36 me-
de folhetos, imprensa, rádio e reuA produção cacaueira do Brasil niÕes de fazendeiros c sitiantes; cresceu ao desamparo mais ou menos b — plantar diretamente ou com completo dos poderes públicos. apj* mudas e enxertos, ao longo do Amazonas, no oeste e centro até à organização do Instituto maranhenses e em trechos ÍL do Cacau na Bahia, que muito torâneos de Pernambuco Patem contribuído para o aumen J raíba, Alagoas, Bahia, Espíri-
to da produçãfj e .0 melhora mento da qualidade do Cacau
ba«ano. Infelizmente tal acon tece
exülusi^ amente
nesse
Estado,
não havendo, quase sempre,, nenhum estímulo técnico nem financeiro nos outros ponl >s do Brasil cacaueiro. Acredito na possibilidade de ele varmos a produção do cacau, em pou-
^ to Santo e Rio de Janeiro,
uns 20 000 hectares, anualmentec — distribuir lotes de 50 ^ 200 hectares — conformè a região aos que se comprometessem a plantar
em determinado número de anos um
têrço da área distribuída cüm* ca
caueiro ;
Dicesto Econômico
72
d — organizar cooperativas de pro dutores de cacau, com as finalidades
de
financiamento,
beneficiamento,
no Brasil, e facilitar-lhe a conquista
tes, e iniciar a "adubação orgânica dos
racha e da Caixa de Crédito Coope
Experimental Agua Preta mostraram
empréstimos a preços módicos e pra zos variáveis de três a seis anos, a serem pagos parceladamente, a par
tir do terceiro ano;
^
financiar a indústria de cacau
Interno Brasileiro
g — restaurar os cacauais decaden
transporte e vendas em comuiji; e — financiar através do Banco do Brasil, do Banco de Crédito da Bor
rativo os plantadores de cadau com
A Importância do Mercado
dos mercados externos;
Waudir Niemeyer
que se encontram em produção, pois as experiências realizadas iia Estação
que, por éste meio, é possível, de utn ano para outro, dobrar o volume cia safra.
O plano aí fica lançado em gran
^ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vem realizando um tra
O ST. Waldir Niemeyer, antigo membro da Comissão dos Negócios Estaduais e
balho de mérito, coligindo e divulgando
chefe do gabinete de vários ministros do
interessantes dados e informações sôbre
Trabalho, que com o presente artigo inicia a sua colaboração para o "Digesto
a vida nacional.
Coube-lhe, por isso,
des traços. A prática indicaria as mo
a louvável iniciativa da sistematização
Econômico", é um estudioso de assuntos
dificações a fazer.
das primeiras estatísticas sôbre o co
econóniicos e sociais.
mércio por vias internas, que é uma das
sante e vasta bibliografia destacam-se;
Da sua interes
faces que apresenta o movimento de
'O Japonês no Brasil", "Nossos concor-
permutas comerciais entre as unidades
rentes", "Movimento Sindicalista no Bra
que formam a nação brasileira. Nada se sabia, até bem pouco, sôbre
sil", "Curso de Legislação do Trabalho".
o intercâmbio comercial através das es
tradas de ferro em tráfego, pelas rodo vias e pela aviação. Só estimativas pre
cárias imprecisas e divergentes eram fei tas, de modo que não podiam orientar um estado de âmbito nacional.
Sôbre o intercâmbio comercial que se processa dentro de nossas fronteiras só
se conhecia a parte referente ao comér cio de cabotagem, cujos dados, desde 1920, são regularmente apurados pela Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda. / . -■
A omissão era grande e chegava a ser desprimorosa para a nossa cultura e para o desenvolvimento a que já atinge o País. Nosso giro comercial interno crescia como cresce sensivelmente de ano para
ano nas permutas mercantis, exprimindo vitalidade, mas não se podia precisar o.
-^ goüérno da Guatemala concedeu a uma emprêsa local o direito de explO' extensão de 1,2 milhões de acres de terreno suposta-
ronfn ^ ^onfl de Peten, nas proximidades do lago l%ahal. A emprêsa r^nrn? capifaj midai de 250.000 dólares, sendo apoiada por uma poderosa ^ norte-americana. últimas da informações, técnicas pam g esP^roZifera possibilidades para as jazidas As petrolíferas zona do lago Izabal.anteci
montante do intercâmbio comercial entre as unidades brasileiras.
Tál situação foi modificada pela orien
tação objetiva que conduz as atividades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 1942, há seis anos, foram obtidos
os primeiros resultados e de 1943 em diante já é possível fazer um estudo abrangendo todos os Estados. O último número do "Anuário Esta tístico do Brasil" (Ano VIX, 1946), di
vulgado no ano passado, insere dados estatísticos sôbre o comércio por vias internas nos anos de 1943 e 1944.
Foi um trabalho árduo. Podem-se avaliar as imensas dificuldades que teve de enfrentar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para reunir tão
preciosa fonte de estudos. O trabalho ainda registra falhas, é verdade, mas os resultados que apresenta são anima
dores e já permite conclusões exatas. As maiores falhas são justamente encon tradas nos elementos informativos sô
bre a exportação dos Estadas de Minas Gerais e Mato Grosso.
E' lamentável que assim aconteç porque Minas Gerais, pela sua posicgeográfica e pela atividade de sua pi
Dicesto Econômico
72
d — organizar cooperativas de pro dutores de cacau, com as finalidades
de
financiamento,
beneficiamento,
no Brasil, e facilitar-lhe a conquista
tes, e iniciar a "adubação orgânica dos
racha e da Caixa de Crédito Coope
Experimental Agua Preta mostraram
empréstimos a preços módicos e pra zos variáveis de três a seis anos, a serem pagos parceladamente, a par
tir do terceiro ano;
^
financiar a indústria de cacau
Interno Brasileiro
g — restaurar os cacauais decaden
transporte e vendas em comuiji; e — financiar através do Banco do Brasil, do Banco de Crédito da Bor
rativo os plantadores de cadau com
A Importância do Mercado
dos mercados externos;
Waudir Niemeyer
que se encontram em produção, pois as experiências realizadas iia Estação
que, por éste meio, é possível, de utn ano para outro, dobrar o volume cia safra.
O plano aí fica lançado em gran
^ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vem realizando um tra
O ST. Waldir Niemeyer, antigo membro da Comissão dos Negócios Estaduais e
balho de mérito, coligindo e divulgando
chefe do gabinete de vários ministros do
interessantes dados e informações sôbre
Trabalho, que com o presente artigo inicia a sua colaboração para o "Digesto
a vida nacional.
Coube-lhe, por isso,
des traços. A prática indicaria as mo
a louvável iniciativa da sistematização
Econômico", é um estudioso de assuntos
dificações a fazer.
das primeiras estatísticas sôbre o co
econóniicos e sociais.
mércio por vias internas, que é uma das
sante e vasta bibliografia destacam-se;
Da sua interes
faces que apresenta o movimento de
'O Japonês no Brasil", "Nossos concor-
permutas comerciais entre as unidades
rentes", "Movimento Sindicalista no Bra
que formam a nação brasileira. Nada se sabia, até bem pouco, sôbre
sil", "Curso de Legislação do Trabalho".
o intercâmbio comercial através das es
tradas de ferro em tráfego, pelas rodo vias e pela aviação. Só estimativas pre
cárias imprecisas e divergentes eram fei tas, de modo que não podiam orientar um estado de âmbito nacional.
Sôbre o intercâmbio comercial que se processa dentro de nossas fronteiras só
se conhecia a parte referente ao comér cio de cabotagem, cujos dados, desde 1920, são regularmente apurados pela Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda. / . -■
A omissão era grande e chegava a ser desprimorosa para a nossa cultura e para o desenvolvimento a que já atinge o País. Nosso giro comercial interno crescia como cresce sensivelmente de ano para
ano nas permutas mercantis, exprimindo vitalidade, mas não se podia precisar o.
-^ goüérno da Guatemala concedeu a uma emprêsa local o direito de explO' extensão de 1,2 milhões de acres de terreno suposta-
ronfn ^ ^onfl de Peten, nas proximidades do lago l%ahal. A emprêsa r^nrn? capifaj midai de 250.000 dólares, sendo apoiada por uma poderosa ^ norte-americana. últimas da informações, técnicas pam g esP^roZifera possibilidades para as jazidas As petrolíferas zona do lago Izabal.anteci
montante do intercâmbio comercial entre as unidades brasileiras.
Tál situação foi modificada pela orien
tação objetiva que conduz as atividades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 1942, há seis anos, foram obtidos
os primeiros resultados e de 1943 em diante já é possível fazer um estudo abrangendo todos os Estados. O último número do "Anuário Esta tístico do Brasil" (Ano VIX, 1946), di
vulgado no ano passado, insere dados estatísticos sôbre o comércio por vias internas nos anos de 1943 e 1944.
Foi um trabalho árduo. Podem-se avaliar as imensas dificuldades que teve de enfrentar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para reunir tão
preciosa fonte de estudos. O trabalho ainda registra falhas, é verdade, mas os resultados que apresenta são anima
dores e já permite conclusões exatas. As maiores falhas são justamente encon tradas nos elementos informativos sô
bre a exportação dos Estadas de Minas Gerais e Mato Grosso.
E' lamentável que assim aconteç porque Minas Gerais, pela sua posicgeográfica e pela atividade de sua pi
Digesto EcoNÓNnco
74
pulação,
figura
comercial
no supera, hoje,
des que mantêm
a cifra de 200 bilhões de cruzei
intenso
mais
no
co
ros e cuja renda
mércio por vias internas.
Basta
dizer que o refe rido Estado no ano de 1943 ex portou 1.884.442
Ihoes de cnizeiros. E diga-se ainda: no citado ano a exportação mineira repre sentou mais de metade, não só na quanaí de cabotagem, que foi de 2.857.000 oneladas no valor de 7.340 milhões de cruzeiros.
Para um país como o nosso, cujo giro
[I.ÜOIJ]
1943 1944
6.731 6.918
1946 —.w
6.586 SUIA.CÍ
i£ue
o
ceder, presente
Rio de Janeiro
1.434.665
1.360.343
2.005.454
mente, de 120 bi
Mina.s Gerais . Distrito Federal São Paulo ... Paraná Santa Catarina .. Rio Grande do Sul Goiás
634.754 714.467 730.553
5.447.711 6.309.517 953.684
223.813
546.119
'61.226 134.611
530.874 332.554
nas
em
de
cabotagem
confronto
Tuiiüloiln!!
(l.filKl)
2.642 2.975 3.323 3.994 aa
Como se vê, o comércio interno brasi eixo no ano de 1946, abrangendo vias
m ^nas e cabotagem, movimentou 10 1 toneladas no valor de 41.859
° q"" -P—
quanto se™ bé n'™''''' De que a nossa
com
nos
o
iiltimos
comércio
quatro
anos:
Valor mÉdio
meaio
suas fronteiras assume
exportação
2.857 3.323 3.331 3.523
Vnlur '
(CrS 1.1100,1111] 7.340 11.056 12.472
15.354
Valor Mf-ilio
2.406
3.237 3.674 4.304
para o e.xterior foi, no mesmo ano, de 3.623 mil toneladas no valor de 18 bi lhões de cruzeiros.
Muito interessante e esclarecedor será o
exame da posição de cada uma das unida des da Federação no movimento comer
cial interno. O campo de estudos ó muito
vasto. Vejam-se, por exemplo, os dos Es tados de maior atuação no comércio por
vias internas no período de 1945/46.
1946 344.878 1.001.521 2.292.669
(1) 727.292
733.727 658.899 260.350 58.437 109.819
7.046.757 7.492.508 1,144.113 661.171 721.984
384.807
(1) — Não di algado. 1 M P O R T A Ç A O Va7or Cr$ 1.000
Toneladas
Paraíba Espírito Santo
297.081 147.272
Rio de Janeiro
745.301
Minas Gerais .. Distrito Federal São Paulo ....
605.407
Paraná Santa Catarina
Rio Grande do Sul Goiás Mato Grosso ..
.435.839
,597.110 197.980
103.984 55.616 71.148
66.681
3.105.415 2.951.805 6.487.352 4.492.512
5.521.493
426.935 405.108 308.417
146.304 736.079 516.090 2.389.142
1.657.982 174.013 113.160 61.027 59.206 60.501
Os números encerram grande expres
ra
e
1946 536.036 491.187 369.597 3.581.189 3.397.300
102.332 289.540
85.904
Pernambuco ..
1945
1946
1945
dos sobre o comércio por vias inter
du Toii. Cr$
e a mercadorias nacionais.
ta, se' sem duvida. ta H
254.586 799.311
COMÉRCIO DE CABOTAGEM
tone ada na cabotagem se refere sòmen-
m
88.502 119.315
76.825
Passemos, assim, a examinar os da
Valor
vaior
1945
1946
•atividades.
[Cr$ I.ÜOÜ.ÍJÜ) 17.783 20.582 22.154 26.305
6.667
de
Valor Cr$ 1.000
Toneladas 1945
105.794
grande importância, porque por êle é possível conhecer a capacidade de pro dução e consumo de cada Estado e co mo se completam para movimentar suas
COMÉRCIO POR VIAS INTERNAS Toneladas
dentro
EXPORTAÇÃO
Paraíba Pernambuco ..
de trocas mercan
tis
75
nacional deve ex
lhões dc cruzei ros, o movimento
toneladas no valor de 3.842 milhões de cmzeiros e a sua importação expressoue em 605.074 toneladas ou 2.157 mi-
Econômico
inter
entre as unida movimento
Digesto
977.294 455.529
1.117.105 607.833
452.945
613.257
393.533
377.180 297.992
351.668
iperfeiçoamento de
a
7.783.232
nossos meios
são.
Não resta dúvida que a grande for ça de defesa de nossa economia, está precisamente
nos
mercados
internos,
cujo desenvolvimento deve ser cuida
dosamente acompanhado e estimulado com medidas práticas e com a melho
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em suma, com a divulgação dos dados sobre comércio por vias in
ternas, prestou relavante sei-viço para os
que estudam o desenvolvimento econô mico do País
Digesto EcoNÓNnco
74
pulação,
figura
comercial
no supera, hoje,
des que mantêm
a cifra de 200 bilhões de cruzei
intenso
mais
no
co
ros e cuja renda
mércio por vias internas.
Basta
dizer que o refe rido Estado no ano de 1943 ex portou 1.884.442
Ihoes de cnizeiros. E diga-se ainda: no citado ano a exportação mineira repre sentou mais de metade, não só na quanaí de cabotagem, que foi de 2.857.000 oneladas no valor de 7.340 milhões de cruzeiros.
Para um país como o nosso, cujo giro
[I.ÜOIJ]
1943 1944
6.731 6.918
1946 —.w
6.586 SUIA.CÍ
i£ue
o
ceder, presente
Rio de Janeiro
1.434.665
1.360.343
2.005.454
mente, de 120 bi
Mina.s Gerais . Distrito Federal São Paulo ... Paraná Santa Catarina .. Rio Grande do Sul Goiás
634.754 714.467 730.553
5.447.711 6.309.517 953.684
223.813
546.119
'61.226 134.611
530.874 332.554
nas
em
de
cabotagem
confronto
Tuiiüloiln!!
(l.filKl)
2.642 2.975 3.323 3.994 aa
Como se vê, o comércio interno brasi eixo no ano de 1946, abrangendo vias
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Valor mÉdio
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2.857 3.323 3.331 3.523
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(CrS 1.1100,1111] 7.340 11.056 12.472
15.354
Valor Mf-ilio
2.406
3.237 3.674 4.304
para o e.xterior foi, no mesmo ano, de 3.623 mil toneladas no valor de 18 bi lhões de cruzeiros.
Muito interessante e esclarecedor será o
exame da posição de cada uma das unida des da Federação no movimento comer
cial interno. O campo de estudos ó muito
vasto. Vejam-se, por exemplo, os dos Es tados de maior atuação no comércio por
vias internas no período de 1945/46.
1946 344.878 1.001.521 2.292.669
(1) 727.292
733.727 658.899 260.350 58.437 109.819
7.046.757 7.492.508 1,144.113 661.171 721.984
384.807
(1) — Não di algado. 1 M P O R T A Ç A O Va7or Cr$ 1.000
Toneladas
Paraíba Espírito Santo
297.081 147.272
Rio de Janeiro
745.301
Minas Gerais .. Distrito Federal São Paulo ....
605.407
Paraná Santa Catarina
Rio Grande do Sul Goiás Mato Grosso ..
.435.839
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103.984 55.616 71.148
66.681
3.105.415 2.951.805 6.487.352 4.492.512
5.521.493
426.935 405.108 308.417
146.304 736.079 516.090 2.389.142
1.657.982 174.013 113.160 61.027 59.206 60.501
Os números encerram grande expres
ra
e
1946 536.036 491.187 369.597 3.581.189 3.397.300
102.332 289.540
85.904
Pernambuco ..
1945
1946
1945
dos sobre o comércio por vias inter
du Toii. Cr$
e a mercadorias nacionais.
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254.586 799.311
COMÉRCIO DE CABOTAGEM
tone ada na cabotagem se refere sòmen-
m
88.502 119.315
76.825
Passemos, assim, a examinar os da
Valor
vaior
1945
1946
•atividades.
[Cr$ I.ÜOÜ.ÍJÜ) 17.783 20.582 22.154 26.305
6.667
de
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Toneladas 1945
105.794
grande importância, porque por êle é possível conhecer a capacidade de pro dução e consumo de cada Estado e co mo se completam para movimentar suas
COMÉRCIO POR VIAS INTERNAS Toneladas
dentro
EXPORTAÇÃO
Paraíba Pernambuco ..
de trocas mercan
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75
nacional deve ex
lhões dc cruzei ros, o movimento
toneladas no valor de 3.842 milhões de cmzeiros e a sua importação expressoue em 605.074 toneladas ou 2.157 mi-
Econômico
inter
entre as unida movimento
Digesto
977.294 455.529
1.117.105 607.833
452.945
613.257
393.533
377.180 297.992
351.668
iperfeiçoamento de
a
7.783.232
nossos meios
são.
Não resta dúvida que a grande for ça de defesa de nossa economia, está precisamente
nos
mercados
internos,
cujo desenvolvimento deve ser cuida
dosamente acompanhado e estimulado com medidas práticas e com a melho
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em suma, com a divulgação dos dados sobre comércio por vias in
ternas, prestou relavante sei-viço para os
que estudam o desenvolvimento econô mico do País
'
A'
Digesto • Econômico
X
e d» QjuLAttx cia ^ixixa
nos demonstrar que os serviços nacio nais de previsão e avaliação de safras estão, infelizmente, muito longe, salvo no Estado de São Paulo, de um estagio
José Bonifácio de Sousa Amaral
veis, pelo menos aceitáveis as suas cifras.
turalmente reduzido a cerca de 20 nu-
E.ssa incapacidade de avaliação é quase absoluta nos produtos alimentí cios, alguns dos quais, toda%4a, como a carne, pela organização de sua indústria,
Ihões de cabeças e não os 34 milhões recenseados. Não houve redução na cria
permite obtenção de dados muito pró
tando a proporcionalidade da matança.
O
da AMivmítaçàO-
]^A parte final de nosso artigo precedente, publicado no "Digesto Econô mico de janeiro, dissemos que. "par-
Undo de 1925-29 enn qee e^cpuirgeo
brasi.eira fôra avaliada em 34.400.000
O sr. José Bonifácio de Sousa tnostra neste artigo quão falha ó nização da nossa estatística de ção, que impossibilita qualquer
de organização que tome, senão irrefutá
Amaral a orga
produ conclu são definitiva sobre as nossas disponibi
inice 100. a população brasileira cal
lidades alimentares.
cada para 1946 pelo professor cior^o Too"'®
--eaanaeamento de
Wic;™4
ao
lorió? ? alimentícios, Entretanto, todos os produtos com ra-
aTmeíT^'' produção umeutada em proporções muito maiode^ a observações Agostinho Monteiro e Costa citadas Rego" inn para 316 no citado subiu do oÍndico 100 período, que Unifica um aumento de produção de
-5i6%, a banana foi do índice 100 para 212 ©, a despeito de não haver estimativas de que a de iy44, sabemos que recentes no Estado de São i^auio o seu aumento foi considerável".
Esta demonstração se ^
^ j.
de 1930 e muito maior que o da popu
Atingiu em 1940 a pro bovina
das, das quais foram ex
766.003
portadas
tonela
140.639
ou
18,3%. Para o consumo interno sobraram 625.364
a exatidão do número de cabeças aba
toneladas ou 81,7%.
lação. Basta examinar o estudo elaborado
tidas e do volume de carnes recortadas
necessário não só racionar o consumo
pe'o sr. Rafael Xavier e publicado sob
para consumo interno e para exportação.
interno como reduzir a ex-portação, ou
n." 2 pela "Fundação Getúlio Vargas",'e no qual os dados se alinham ano por ano. Só a exportação de arroz do Rio Grande do Sul, segundo o boletim de ju
Já, porém, os cálculos de produção de rezes para o abate não merecem nenhu ma consideração, porque se baseiam
Mesmo assim, foi
mesmo proibi-la. Isto se justifica, ao con siderarmos que a produção brasileira de
numa porcentagem média de reprodu
carne bovina "per capita" foi de 18 qui los em 1940 e o consxuno alcançou apenas
lho de 1941, do In.stltuto Rio Grandense
ção aplicada sôbre um rebanho bovino
do Arroz, subiu de menos de 2 milhões de sacos (equivalente em casca) a
Hipotético no volume que lhe foi dado
pessoa significam a imponderável ração
pelo Serviço Nacional de Recenseamen-
6.199.312
to.
sacos.
Mas, se a partir de 1930 a produção brasileira de gêneros alimentícios au mentou, o seu crescimento, de IQ anos
O rebanho pecuário brasileiro era
calculado em mais de 40 milhões de cabeças até 1939. Em 1940, o recen-
seamento pecuário apurou apenas 34
alinhar algarismos ofida produção brasi-
estatístico dos mais precários, que é o Serviço de Estatística da Produção do
nacional por depender de um serviço Ministério da Agricultura, no qual se
Agostinho Monteiro, co-
baseia, para confecção de seus "anuá-
^^"'onstrando
Brasileiro de Geografia e Estatística. Antes de entrar na matéria, cujas conclusões somos ainda obrigados a pro-
I
de cálculo e recenseamento inc.xatos, afe
lizados por autoridades públicas, emitem boletins, de matança e não oferecem difi culdades para a respectiva coleta. Assim, é perfeitamente admissível
redução nas atividades criadoras. O que
1945 ou on lQAr° 1946 tena crescido, de não 1930faríaaté
ção. Houve, anteriormente, um exagero
.sua escrita bem organizada, são fisca
milhões, dando idéia de uma grande
se basearam num ""guns anos an-
calculando o rebanho, o nosso ficaria na
dução brasileira de carne
até agora, encontra uma lamentável di
PeríXl r"' tes dlX" ° que a
.■:eu crescimento é incontestável a partir
do exterior, a matança brasileira não de ve deixar de ser, também, da média de 23% do rebanho existente. Aplicando esta porcentagem sôbre a matança e, por ela,
goríficos como os matadouros, têm a
ficuldade de demonstração no conjunto
leira Temos, entretanto, a esclarecer que
mo^íic ri
mos uma contestação coerente. De fato,
ximos da realidade, pois, tanto os fri
ria relativamente fácil se nos contentássemos em
t"-
,
77
rios estatísticos do Brasil", o Instituto
crastinar devido à sua extensão, cumpre11.' fvAii'
ó exato, porém, é que ninguém cria gado para consumir pastos. Todos criam para vender. E a matança brasileira re
gistrada, que admitimos exata pelos moti
vos acima declarados, nunca excedeu de 13 a 14% do rebanho recenseado. Ora, em
tôda parte do mundo, um rebanho em boas condições de crescimento ou prolificaçâo permite matança média anual de 23 a 25% do rebanho. Sendo os criadores
brasileiros homens de negócios como os
14 quilos. Ora, 14 quilos por ano e por
diária de 38 gramas, menos da metade do consumo dos lixeiros da Prefeitura de São Paulo, apurado no inquérito sôbre
padrão de vida realizado pelo professor
norte-americano Samuel Lowne. Sendo, pois, o brasileiro deficitário em alimentação cámea, nada mais natural
que, num período inflacionário, em que maior quantidade de meios de pagamen
to lhe caísse nas mãos, tratasse de am
pliar as suas compras de carne, isto é
aumentasse a procura dêsse alimento determinando a sua escassez relativa W » tx 0
a. conseqüente elevação do seu preço
No inquento sôbre padrão de vida reali
zado pela Superintendência do Ensino
Profissional, sob a orientação do dr. .. Francisco Pompêo do Amaral, conheci-
'
A'
Digesto • Econômico
X
e d» QjuLAttx cia ^ixixa
nos demonstrar que os serviços nacio nais de previsão e avaliação de safras estão, infelizmente, muito longe, salvo no Estado de São Paulo, de um estagio
José Bonifácio de Sousa Amaral
veis, pelo menos aceitáveis as suas cifras.
turalmente reduzido a cerca de 20 nu-
E.ssa incapacidade de avaliação é quase absoluta nos produtos alimentí cios, alguns dos quais, toda%4a, como a carne, pela organização de sua indústria,
Ihões de cabeças e não os 34 milhões recenseados. Não houve redução na cria
permite obtenção de dados muito pró
tando a proporcionalidade da matança.
O
da AMivmítaçàO-
]^A parte final de nosso artigo precedente, publicado no "Digesto Econô mico de janeiro, dissemos que. "par-
Undo de 1925-29 enn qee e^cpuirgeo
brasi.eira fôra avaliada em 34.400.000
O sr. José Bonifácio de Sousa tnostra neste artigo quão falha ó nização da nossa estatística de ção, que impossibilita qualquer
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Amaral a orga
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cada para 1946 pelo professor cior^o Too"'®
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lorió? ? alimentícios, Entretanto, todos os produtos com ra-
aTmeíT^'' produção umeutada em proporções muito maiode^ a observações Agostinho Monteiro e Costa citadas Rego" inn para 316 no citado subiu do oÍndico 100 período, que Unifica um aumento de produção de
-5i6%, a banana foi do índice 100 para 212 ©, a despeito de não haver estimativas de que a de iy44, sabemos que recentes no Estado de São i^auio o seu aumento foi considerável".
Esta demonstração se ^
^ j.
de 1930 e muito maior que o da popu
Atingiu em 1940 a pro bovina
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766.003
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tonela
140.639
ou
18,3%. Para o consumo interno sobraram 625.364
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lação. Basta examinar o estudo elaborado
tidas e do volume de carnes recortadas
necessário não só racionar o consumo
pe'o sr. Rafael Xavier e publicado sob
para consumo interno e para exportação.
interno como reduzir a ex-portação, ou
n." 2 pela "Fundação Getúlio Vargas",'e no qual os dados se alinham ano por ano. Só a exportação de arroz do Rio Grande do Sul, segundo o boletim de ju
Já, porém, os cálculos de produção de rezes para o abate não merecem nenhu ma consideração, porque se baseiam
Mesmo assim, foi
mesmo proibi-la. Isto se justifica, ao con siderarmos que a produção brasileira de
numa porcentagem média de reprodu
carne bovina "per capita" foi de 18 qui los em 1940 e o consxuno alcançou apenas
lho de 1941, do In.stltuto Rio Grandense
ção aplicada sôbre um rebanho bovino
do Arroz, subiu de menos de 2 milhões de sacos (equivalente em casca) a
Hipotético no volume que lhe foi dado
pessoa significam a imponderável ração
pelo Serviço Nacional de Recenseamen-
6.199.312
to.
sacos.
Mas, se a partir de 1930 a produção brasileira de gêneros alimentícios au mentou, o seu crescimento, de IQ anos
O rebanho pecuário brasileiro era
calculado em mais de 40 milhões de cabeças até 1939. Em 1940, o recen-
seamento pecuário apurou apenas 34
alinhar algarismos ofida produção brasi-
estatístico dos mais precários, que é o Serviço de Estatística da Produção do
nacional por depender de um serviço Ministério da Agricultura, no qual se
Agostinho Monteiro, co-
baseia, para confecção de seus "anuá-
^^"'onstrando
Brasileiro de Geografia e Estatística. Antes de entrar na matéria, cujas conclusões somos ainda obrigados a pro-
I
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1945 ou on lQAr° 1946 tena crescido, de não 1930faríaaté
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se basearam num ""guns anos an-
calculando o rebanho, o nosso ficaria na
dução brasileira de carne
até agora, encontra uma lamentável di
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.■:eu crescimento é incontestável a partir
do exterior, a matança brasileira não de ve deixar de ser, também, da média de 23% do rebanho existente. Aplicando esta porcentagem sôbre a matança e, por ela,
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ficuldade de demonstração no conjunto
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mo^íic ri
mos uma contestação coerente. De fato,
ximos da realidade, pois, tanto os fri
ria relativamente fácil se nos contentássemos em
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77
rios estatísticos do Brasil", o Instituto
crastinar devido à sua extensão, cumpre11.' fvAii'
ó exato, porém, é que ninguém cria gado para consumir pastos. Todos criam para vender. E a matança brasileira re
gistrada, que admitimos exata pelos moti
vos acima declarados, nunca excedeu de 13 a 14% do rebanho recenseado. Ora, em
tôda parte do mundo, um rebanho em boas condições de crescimento ou prolificaçâo permite matança média anual de 23 a 25% do rebanho. Sendo os criadores
brasileiros homens de negócios como os
14 quilos. Ora, 14 quilos por ano e por
diária de 38 gramas, menos da metade do consumo dos lixeiros da Prefeitura de São Paulo, apurado no inquérito sôbre
padrão de vida realizado pelo professor
norte-americano Samuel Lowne. Sendo, pois, o brasileiro deficitário em alimentação cámea, nada mais natural
que, num período inflacionário, em que maior quantidade de meios de pagamen
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No inquento sôbre padrão de vida reali
zado pela Superintendência do Ensino
Profissional, sob a orientação do dr. .. Francisco Pompêo do Amaral, conheci-
Digesto Econômico
78
Digesto Econômico
do médico e dietólogo paulista, verifi
dutos em que havia dados mais recen
cou-se que o consumo diário médio de
tes, os relativos a 1945 e 1946. Assim,
carne, por pessoa, das 5.053 que com punham as famílias pesquisadas, era de 81,3 gramas, correspondente a 29,8 qui
foi possível assinalar o aumento do ar
los por ano. Sendo a carne a fonte mais barata de proteínas animais, era de
1945, e 352 em 1946, tudo a partir da média anual de produção dn qüinqüê
esperar que para ela convergisse procura mais intensa, desde que o leite no Brasil
e, sobretudo no Estado de São Paulo e
Capital Federal, está entregue a verda
deiros monopólios de pasteurização, que deturpam a sua qualidade alimentícia e
organ^eptica e desanimam a pecuária lei-
nThí- .T"em outubro do anoII passado, desta série, publicado as convenientes de assimilação diária »decifras protem^. animais oscikm entre 438
roz, em números-índiccs de 100 para 316; das batatas, de 100 para 486 em
muito menor de famílias, não autorizan resultados globais foram deficitários. Contudo, a produção brasileira de car ne aumentou, a partir de 1925-29 (mé dia anual do qüinqüênio), do número ° número índice 162
declinando para 156 em 1939 e 113 em 1944, não havendo ci
fras mais recentes. E' o que de monstra, com dados oficiais o sr
Rafael Xavier, no trabalho citado cujos dados infelizmente não vão alem de 1944. Do últímo "Anuário Estatístico do Brasil" do Ins
tituto^ Brasileiro de Geografia e. jqjjfatlShca, tomamos, para os pro
1925-29, como
atualmente, care-
menos racional, oferecem maiores difi
de São
não fòssem
tribuição, esses cálculos são enorniemen-
100 para 177 em 1939 c declinou para
muito
160 em 1944, 150 em 1945, c acusou
A produção de trígo no Brasil, que
ligeiro aumento para 154, em 1946. A de bananas aumentou de 100 para 193
^00 para 192, e convém repetir, para
em 1939 e para 212 cm 1944, faltando
evitar equívocos, que o índice de partida
plo, com o café e o algodão. Entretanto, nestes mesmos produtos, os dados de produção dí\ailgados pelo I.B.G.E., com base nas inspeções
dado.s ulteriorcs. Como a sua exporta
Paulo até 1941
melhores.
culdades na previsão de safras ou no cálculo-filial de seu volume.
Ao con
te facilitados. É o que se dá, por e.xem-
parece mais bem inspecionada, foi de
— 100 — se refere .sempre ã média anual
anuais do Serxnço de Estatística de
ção no Estado de São Paulo está se
de produção do qüinqüênio 1925-1929.
Produção do Ministério da Agricultura,
aproximando do que fora antes da guer
O aumento da produção de feijão foi de 100 para 153 em 1944 e para 149
são de uma precariedade lamentável. Comecemos pelo café. E' o produto mais fácil de calcular devido à organi zação de sua produção e do seu comér
peo do Amaral só oferece, conforme seus
do generalização. E, mesmo assim, os
em
nio de 1925 a 1929, como acima disscmo.s'. A produção dc abacaxi.s foi de
I.B.G.E. consignar-lhe o segundo lu
resultado de pesquisas sôbre um campo
menor importância econômica, ou me
lhor, cujo comércio tenha organização
trário, nos produtos em que convergem maiores interesses de produção e dis
ra, e São Paulo c o maior produtor na cional de bananas, a despeito de o
Lowne, 95 gramas; por Antônio de Al meida Júnior, 200 gramas. Mas foram o
em 1946. Como no rebanho bovino, os
culculadores de nossa produção de milho ccram de maiores cuidados na pesqui sa de dados, e ainda aqui nos.sa refe rencia abrange os serviços nacionais de estatística da produção, se bem que os
gramas e 49.8. Mas a ração cárnea de
propnos cálculos. 27,8 gramas de proteí nas. E verdade que taxas mais altas de consumo de carne foram apuradas por Paula Sousa - 88 grama.s; por Samuel
79
em 1946.
O da produção de banha
gar, é admissível também o aumento da
101 de 100 para 163 em 1937, caiu para 135 em 1939, para 111 cm 1944 e para
produção de bananas em todo o Brasil,
102 em 1945.
isto é, nas suas regiões normalmente
Fazemos essas citações apenas para dar
produtoras.
as bases oficiais de confronto.
Segundo dados oficiais da mesma fon te referida, a produção de laranjas teria aumentado na proporção de 100 para 500 em 1937, 527 em 1939 e de clinado para 504 em 1944. Não há
exhme do assunto nos autoriza a afirmar que nenhuma cifra oficial federal de
O açúcar apresenta-se com um au mento de 100 (1925-29) para 140 em
1944, dados que não concordam com os O cacau foi
de 100 para 198 em 1939 e desceu para 171 em 1944. Mas a produção brasileira de cacau, depois da alta de seus preços, nos dois xiltimos anos deve ter aumentado consideravel mente.
O milho foi o cereal que tal vez aumentou mais a sua produ
ção nos últimos 20 anos. Mas, oficialmente, êlè aumentou de 100 para 117, em 1944, e para 119
Paulo e Departamento Nacional do Café — DNC — em todo o Brasil cafeeiro.
Pois, quem abra os dois últimos anuários estatísticos do Brasil, publicados
produção, mesmo na falta de outra me
pelo I.B.G.-E., encontra oscilações de
lhor, merece fé, o que impossibilita
área cultural incompatíveis com uma
qualquer conclusão definitiva sôbre as • nossas condições alimentares.
dados de 1945 e 1946.
do In.stituto do Açiicar.
Mas o
cio, ainda há pouco rigorosamente ins
pecionado pelo Instituto do Café em São
cultura perene. São oscilações de uma amplitude impressionante.
Vejamos estes exemplos: ÁREA DA CULTURA CAFEEIRA NOS ESTADOS DE S. PAULO E PARANÁ (Cifras errôneas do I.B.G.E.) Todos sabemos que as culturas de
Anos
Estado de São Paulo EquIvaleRte en Hectares
1939 1940 1941 1942 1943 1944
1.483.800 1.228.116 1.114.049 1.137.129
982.485 1.132.464
Estado do Paraná
Hectares
miltieres de pis
EqaWiIgnts im
mllhgras de pis 132.960 106.175
1.187.040 982.493 891.239 909.703 785.988
166.200
38.565
80.242 58.620 30.852
905.971
82.650
66.120
132.719 100.303 73.275
í
Observações: As colunas de equivalêncía^em número de pés são nossas e foram cal culadas na base média de 800 cafeeiros por hectare, ou cerca de 9
Eorabituadas alqueire.aosIssocálculos para facilitar a compreensão das variações às pesso^^ de extensão cultural em milhares tfe
Digesto Econômico
78
Digesto Econômico
do médico e dietólogo paulista, verifi
dutos em que havia dados mais recen
cou-se que o consumo diário médio de
tes, os relativos a 1945 e 1946. Assim,
carne, por pessoa, das 5.053 que com punham as famílias pesquisadas, era de 81,3 gramas, correspondente a 29,8 qui
foi possível assinalar o aumento do ar
los por ano. Sendo a carne a fonte mais barata de proteínas animais, era de
1945, e 352 em 1946, tudo a partir da média anual de produção dn qüinqüê
esperar que para ela convergisse procura mais intensa, desde que o leite no Brasil
e, sobretudo no Estado de São Paulo e
Capital Federal, está entregue a verda
deiros monopólios de pasteurização, que deturpam a sua qualidade alimentícia e
organ^eptica e desanimam a pecuária lei-
nThí- .T"em outubro do anoII passado, desta série, publicado as convenientes de assimilação diária »decifras protem^. animais oscikm entre 438
roz, em números-índiccs de 100 para 316; das batatas, de 100 para 486 em
muito menor de famílias, não autorizan resultados globais foram deficitários. Contudo, a produção brasileira de car ne aumentou, a partir de 1925-29 (mé dia anual do qüinqüênio), do número ° número índice 162
declinando para 156 em 1939 e 113 em 1944, não havendo ci
fras mais recentes. E' o que de monstra, com dados oficiais o sr
Rafael Xavier, no trabalho citado cujos dados infelizmente não vão alem de 1944. Do últímo "Anuário Estatístico do Brasil" do Ins
tituto^ Brasileiro de Geografia e. jqjjfatlShca, tomamos, para os pro
1925-29, como
atualmente, care-
menos racional, oferecem maiores difi
de São
não fòssem
tribuição, esses cálculos são enorniemen-
100 para 177 em 1939 c declinou para
muito
160 em 1944, 150 em 1945, c acusou
A produção de trígo no Brasil, que
ligeiro aumento para 154, em 1946. A de bananas aumentou de 100 para 193
^00 para 192, e convém repetir, para
em 1939 e para 212 cm 1944, faltando
evitar equívocos, que o índice de partida
plo, com o café e o algodão. Entretanto, nestes mesmos produtos, os dados de produção dí\ailgados pelo I.B.G.E., com base nas inspeções
dado.s ulteriorcs. Como a sua exporta
Paulo até 1941
melhores.
culdades na previsão de safras ou no cálculo-filial de seu volume.
Ao con
te facilitados. É o que se dá, por e.xem-
parece mais bem inspecionada, foi de
— 100 — se refere .sempre ã média anual
anuais do Serxnço de Estatística de
ção no Estado de São Paulo está se
de produção do qüinqüênio 1925-1929.
Produção do Ministério da Agricultura,
aproximando do que fora antes da guer
O aumento da produção de feijão foi de 100 para 153 em 1944 e para 149
são de uma precariedade lamentável. Comecemos pelo café. E' o produto mais fácil de calcular devido à organi zação de sua produção e do seu comér
peo do Amaral só oferece, conforme seus
do generalização. E, mesmo assim, os
em
nio de 1925 a 1929, como acima disscmo.s'. A produção dc abacaxi.s foi de
I.B.G.E. consignar-lhe o segundo lu
resultado de pesquisas sôbre um campo
menor importância econômica, ou me
lhor, cujo comércio tenha organização
trário, nos produtos em que convergem maiores interesses de produção e dis
ra, e São Paulo c o maior produtor na cional de bananas, a despeito de o
Lowne, 95 gramas; por Antônio de Al meida Júnior, 200 gramas. Mas foram o
em 1946. Como no rebanho bovino, os
culculadores de nossa produção de milho ccram de maiores cuidados na pesqui sa de dados, e ainda aqui nos.sa refe rencia abrange os serviços nacionais de estatística da produção, se bem que os
gramas e 49.8. Mas a ração cárnea de
propnos cálculos. 27,8 gramas de proteí nas. E verdade que taxas mais altas de consumo de carne foram apuradas por Paula Sousa - 88 grama.s; por Samuel
79
em 1946.
O da produção de banha
gar, é admissível também o aumento da
101 de 100 para 163 em 1937, caiu para 135 em 1939, para 111 cm 1944 e para
produção de bananas em todo o Brasil,
102 em 1945.
isto é, nas suas regiões normalmente
Fazemos essas citações apenas para dar
produtoras.
as bases oficiais de confronto.
Segundo dados oficiais da mesma fon te referida, a produção de laranjas teria aumentado na proporção de 100 para 500 em 1937, 527 em 1939 e de clinado para 504 em 1944. Não há
exhme do assunto nos autoriza a afirmar que nenhuma cifra oficial federal de
O açúcar apresenta-se com um au mento de 100 (1925-29) para 140 em
1944, dados que não concordam com os O cacau foi
de 100 para 198 em 1939 e desceu para 171 em 1944. Mas a produção brasileira de cacau, depois da alta de seus preços, nos dois xiltimos anos deve ter aumentado consideravel mente.
O milho foi o cereal que tal vez aumentou mais a sua produ
ção nos últimos 20 anos. Mas, oficialmente, êlè aumentou de 100 para 117, em 1944, e para 119
Paulo e Departamento Nacional do Café — DNC — em todo o Brasil cafeeiro.
Pois, quem abra os dois últimos anuários estatísticos do Brasil, publicados
produção, mesmo na falta de outra me
pelo I.B.G.-E., encontra oscilações de
lhor, merece fé, o que impossibilita
área cultural incompatíveis com uma
qualquer conclusão definitiva sôbre as • nossas condições alimentares.
dados de 1945 e 1946.
do In.stituto do Açiicar.
Mas o
cio, ainda há pouco rigorosamente ins
pecionado pelo Instituto do Café em São
cultura perene. São oscilações de uma amplitude impressionante.
Vejamos estes exemplos: ÁREA DA CULTURA CAFEEIRA NOS ESTADOS DE S. PAULO E PARANÁ (Cifras errôneas do I.B.G.E.) Todos sabemos que as culturas de
Anos
Estado de São Paulo EquIvaleRte en Hectares
1939 1940 1941 1942 1943 1944
1.483.800 1.228.116 1.114.049 1.137.129
982.485 1.132.464
Estado do Paraná
Hectares
miltieres de pis
EqaWiIgnts im
mllhgras de pis 132.960 106.175
1.187.040 982.493 891.239 909.703 785.988
166.200
38.565
80.242 58.620 30.852
905.971
82.650
66.120
132.719 100.303 73.275
í
Observações: As colunas de equivalêncía^em número de pés são nossas e foram cal culadas na base média de 800 cafeeiros por hectare, ou cerca de 9
Eorabituadas alqueire.aosIssocálculos para facilitar a compreensão das variações às pesso^^ de extensão cultural em milhares tfe
Digesto Econômico
80
Dicesto Econômico
oi
O exame dêsse quadro revela que, a partir de 1939, tomado como ponto de
é, no caso, o Serviço de Estatística da
que destoa dos anos anteriores, dando
publicado na revista "DNC" de setem-
Produção do Ministério da Agricultura.
referência, o Estado de São Paulo teria
quilos por hectare ou sejam 23
bro de 1944. Nesse recenseamento, fi-
Uma das coisas mais variáveis na cul
perdido, segundo as cifras do 17% de seus cafeeiros em 1940; 25% em
1941; 23% em 1942; 34% em 1943, e
24% em 1944.
O Estado do Paraná,
cuja expansão cafeeira todos sabem que
tem sido ininterrupta, também teria per
tura cafeeira é a produção. Existe uma
"p
alternativa de safras grandes c pequenas, ou grandes, médias e pequeiuis. Nisso in
do P^le, f possuidor ° |p<5pfirlamento Nacional Brasil, e estatísticos o de São Paulo encabeçava os de todos os meios quadros com 1.159.564.841 obter informações seguras, reali- pés de café, assim distribuídos por
fluem muito o clima, as variações me
dois últimos anuários estatísticos do em 1944.
uma safra considerável é necessàriamen-
Brasil. 20% em 1940; 40% em 1941; S6% em 1942; 77% em 1943; e 52%
iem culturas anuais, de acordo com as perspectivas de consumo e de preços. Nunca, porém, com as cul
turas perenes como o café, o chá, a laranja e a banana.
No ano de 1939 a situação do café nao era tao desanimadora que levasse os fazendeiros e sitiantes a eliminar cul turas em grandes proporções. Também nao era nada rósea para incentivo de grandes plantações novas. Sabedor de como os preços do café normalmente
oscilam, e uma situação de ruína pode ser, dentro de dias ou meses, substituída
seado nessa altemação de produtivida
de que se imaginou a defesa dos preços do café pela retenção dos excessos das grandes safras, defesa mais tarde rea lizada, com os efeitos conhecidos, pelo Instituto de Café do Estado de São
há ano com o mesmo rendimento de
^ Nos mesmos anuários estatísHcos a
E' de geral conhecimento no Estado produção cafeeira que o anterior ou os anteriores, tanto por hectare como por mil pés.
Entretanto, quem compulsa os dois últimos anuários estatísticos do I.B.
G.E., o de 1941-45 e o de 1946, vai encontrar numa série de anos os mes
mos rendimentos. Assim 1939, 1940 e
cafeeira por hectare não apre figuram com 500 quilos por hec senta variaçao sensível, o que é um 1941 tare, que correspondem a 40 arrôbas por mil pés; 1942'figura com 450 Kg/hect.; f dosfonte errosque do 1943 I.B.G.E. ou, melhor, de sua com 500 novamente e só 1944 é'
N' úmero de pês 14.959.364
Mais de 4 até 8 Mais de 8 a 20
que se refletem no conjunto. Foi ba
muito velhos. As plantações novas re querem empate de capitais que duran
vem para reduzir ligeiramente o custo
Idade Menos de 4 anos (em formação)
dos de seis ou oito anos, dão sa
mesmo para eliminação de cafeeiros
da empreitada.
POR idade, SECUNDO RECENSEAMENTO DE 1942 DO D.N.C.
fras extraordinàriamente grandes. São fenômenos realmente particula res, de causas muito complexas, porém,
de São Paulo e no do Paraná, que não
quan o permitidas, pertencem ao em-
idade:
distribuição da cultura cafeeira do estado de são PAULO
quenas e médias, e que, em perío
por outra de prosperidade, os fazendei ros sempre tiveram grande relutância,
prei eiro e sua formação e apenas ser
7-on m nucioso recenseamento cafeeiro,
te seguida de outra muito pequena ou duas regulares. Casos também há de fazendas que alternam safras, pe
Paulo.
te cinco anos não dão juros. As plan tações intercalares dos cafeeiros novos,
guravam todos os Estados cafeeiros do
teorológicas do ano, assim como a qua lidade das terras, a idade dos cafeeiros c o regime de adubação. Há fazendas em que uma grande safra se alterna com outra pequena, e há também as em que
dido, segundo o I.B.G.E. nos seus
^
'22.029.596 534.451.373
Mais de 20 a 40
387.669.843
Mais de 40 anos
200.454.665
TOTAL Abandonados
1.159.564.841 17.419.031
Total geral
1,176.983.872
No mesmo ano, portanto, em que o elementos para fazè-lo, acusou apenas Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- 1,4% (menos de um e meio por cento) tística atribuiu a São Paulo apenas de cafeeiros abandonados, em 1942, o 909.703.200, que a tanto corresponde I.B.G.E. apresenta de 1941 para 1942 área consignada, o D.N.C. apurou um aumento de area equivalente a em recenseamento feito município por 118.464.000 cafeeiros e, de 1942 para município, como se pode verificar na 1943, uma redução equivalente a revista citada, 1.159.564.841 pés de 123.715.000 pés de café, num e noucafe em formação e em exploração, só tro caso mais de 10% da cultura total, havendo 17.419.031 pés abandonados. Para o DNC., os cafeeiros e_m formação O abandono nem sempre signifie os abandonados não represenca exclusão econômica. Pode ser
tam de per si mais do que um
passageira, por dificuldades momentâneas do lavrador. Quando
e meio por cento da cultura total. Para o I. B. C. E., a
o abandono é definitivo, o fazendeiro manda arrancar os pés de café e cuida de outra cultura.
Comparando o quadro supra com ou-
**
oscilação cultural é superior a \0%' Isso comparando um ano com o seu
anterior ou posterior imediatos. Já vi-
tro anterior, do I.B.C.E., é que se vê
mos, porém, que comparando com o
a enormidade e a insegurança dos dados do primeiro. Enquanto o recenseamen-
ano inicial de 1939, a redução de cul tura chega a 34% para o Estado de São
to,
Paulo e a 77% para o do Paraná
reconhecidamente
cuidadoso
do
D.N.C., que dispunha dos melhores
Que flagelo teria ocorrido no Paraná
.'.,*1-- l'' T* «ili'!.. i
Digesto Econômico
80
Dicesto Econômico
oi
O exame dêsse quadro revela que, a partir de 1939, tomado como ponto de
é, no caso, o Serviço de Estatística da
que destoa dos anos anteriores, dando
publicado na revista "DNC" de setem-
Produção do Ministério da Agricultura.
referência, o Estado de São Paulo teria
quilos por hectare ou sejam 23
bro de 1944. Nesse recenseamento, fi-
Uma das coisas mais variáveis na cul
perdido, segundo as cifras do 17% de seus cafeeiros em 1940; 25% em
1941; 23% em 1942; 34% em 1943, e
24% em 1944.
O Estado do Paraná,
cuja expansão cafeeira todos sabem que
tem sido ininterrupta, também teria per
tura cafeeira é a produção. Existe uma
"p
alternativa de safras grandes c pequenas, ou grandes, médias e pequeiuis. Nisso in
do P^le, f possuidor ° |p<5pfirlamento Nacional Brasil, e estatísticos o de São Paulo encabeçava os de todos os meios quadros com 1.159.564.841 obter informações seguras, reali- pés de café, assim distribuídos por
fluem muito o clima, as variações me
dois últimos anuários estatísticos do em 1944.
uma safra considerável é necessàriamen-
Brasil. 20% em 1940; 40% em 1941; S6% em 1942; 77% em 1943; e 52%
iem culturas anuais, de acordo com as perspectivas de consumo e de preços. Nunca, porém, com as cul
turas perenes como o café, o chá, a laranja e a banana.
No ano de 1939 a situação do café nao era tao desanimadora que levasse os fazendeiros e sitiantes a eliminar cul turas em grandes proporções. Também nao era nada rósea para incentivo de grandes plantações novas. Sabedor de como os preços do café normalmente
oscilam, e uma situação de ruína pode ser, dentro de dias ou meses, substituída
seado nessa altemação de produtivida
de que se imaginou a defesa dos preços do café pela retenção dos excessos das grandes safras, defesa mais tarde rea lizada, com os efeitos conhecidos, pelo Instituto de Café do Estado de São
há ano com o mesmo rendimento de
^ Nos mesmos anuários estatísHcos a
E' de geral conhecimento no Estado produção cafeeira que o anterior ou os anteriores, tanto por hectare como por mil pés.
Entretanto, quem compulsa os dois últimos anuários estatísticos do I.B.
G.E., o de 1941-45 e o de 1946, vai encontrar numa série de anos os mes
mos rendimentos. Assim 1939, 1940 e
cafeeira por hectare não apre figuram com 500 quilos por hec senta variaçao sensível, o que é um 1941 tare, que correspondem a 40 arrôbas por mil pés; 1942'figura com 450 Kg/hect.; f dosfonte errosque do 1943 I.B.G.E. ou, melhor, de sua com 500 novamente e só 1944 é'
N' úmero de pês 14.959.364
Mais de 4 até 8 Mais de 8 a 20
que se refletem no conjunto. Foi ba
muito velhos. As plantações novas re querem empate de capitais que duran
vem para reduzir ligeiramente o custo
Idade Menos de 4 anos (em formação)
dos de seis ou oito anos, dão sa
mesmo para eliminação de cafeeiros
da empreitada.
POR idade, SECUNDO RECENSEAMENTO DE 1942 DO D.N.C.
fras extraordinàriamente grandes. São fenômenos realmente particula res, de causas muito complexas, porém,
de São Paulo e no do Paraná, que não
quan o permitidas, pertencem ao em-
idade:
distribuição da cultura cafeeira do estado de são PAULO
quenas e médias, e que, em perío
por outra de prosperidade, os fazendei ros sempre tiveram grande relutância,
prei eiro e sua formação e apenas ser
7-on m nucioso recenseamento cafeeiro,
te seguida de outra muito pequena ou duas regulares. Casos também há de fazendas que alternam safras, pe
Paulo.
te cinco anos não dão juros. As plan tações intercalares dos cafeeiros novos,
guravam todos os Estados cafeeiros do
teorológicas do ano, assim como a qua lidade das terras, a idade dos cafeeiros c o regime de adubação. Há fazendas em que uma grande safra se alterna com outra pequena, e há também as em que
dido, segundo o I.B.G.E. nos seus
^
'22.029.596 534.451.373
Mais de 20 a 40
387.669.843
Mais de 40 anos
200.454.665
TOTAL Abandonados
1.159.564.841 17.419.031
Total geral
1,176.983.872
No mesmo ano, portanto, em que o elementos para fazè-lo, acusou apenas Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- 1,4% (menos de um e meio por cento) tística atribuiu a São Paulo apenas de cafeeiros abandonados, em 1942, o 909.703.200, que a tanto corresponde I.B.G.E. apresenta de 1941 para 1942 área consignada, o D.N.C. apurou um aumento de area equivalente a em recenseamento feito município por 118.464.000 cafeeiros e, de 1942 para município, como se pode verificar na 1943, uma redução equivalente a revista citada, 1.159.564.841 pés de 123.715.000 pés de café, num e noucafe em formação e em exploração, só tro caso mais de 10% da cultura total, havendo 17.419.031 pés abandonados. Para o DNC., os cafeeiros e_m formação O abandono nem sempre signifie os abandonados não represenca exclusão econômica. Pode ser
tam de per si mais do que um
passageira, por dificuldades momentâneas do lavrador. Quando
e meio por cento da cultura total. Para o I. B. C. E., a
o abandono é definitivo, o fazendeiro manda arrancar os pés de café e cuida de outra cultura.
Comparando o quadro supra com ou-
**
oscilação cultural é superior a \0%' Isso comparando um ano com o seu
anterior ou posterior imediatos. Já vi-
tro anterior, do I.B.C.E., é que se vê
mos, porém, que comparando com o
a enormidade e a insegurança dos dados do primeiro. Enquanto o recenseamen-
ano inicial de 1939, a redução de cul tura chega a 34% para o Estado de São
to,
Paulo e a 77% para o do Paraná
reconhecidamente
cuidadoso
do
D.N.C., que dispunha dos melhores
Que flagelo teria ocorrido no Paraná
.'.,*1-- l'' T* «ili'!.. i
DiCESTO Econóaqco
82
devastando em cinco anos mais de 100
do mesmo período foi inferior a ...
milhões de pés de café, ou mais do que
2.500.000 sacos, donde se infere que a
a cultura cafeeira ali realmente exis
sobra do 43.702.017 sacos foi consu
tente, sem que ninguém houvesse dado por isso, nem a imprensa, nem os par
mida no País.
ticulares, nem os próprios fazendeiros?
gelo: nenhuma grande geada como a de 1918, nenhuma praga da capacidade
pessoa, ou 36 quilos por ano, adotada pe^o regulamento da lei do Salário Mí nimo, base que é exagerada se conside rarmos que grandes populações do Brasil,
destruidora da Hemileia Vastalrix.
como as do Nordeste, praticamente não
Não houve, felizmente, nenhum fla O
que houve foi um tremendo e repetido êrro de estatística. Todos sabem que, depois que o saudoso paulista Cel. An tônio Barbosa Ferraz Júnior fundou no Paraná "o mais extraordinário estabele
cimento agrícola do mundo, feito por um particular", na opinião do ex-rei da
Inglaterra, Eduardo VIII, então prínci pe de Gales, a cultura cafeeira daque le Estado passou a desenvolver-se inin terruptamente. Suas terras são conside
radas as melhores do Brasil.
Mas os
cafezais paranaenses nunca chegaram à extensão que lhes atribuiu o I.B.G.E.
baseado, sem desconfiar disso, nos "olhômetros" do Serviço de Estatística da
Produção do Ministério da Agricultura. Não é só no café que este Serviço tem cometido os mais sérios dislates.
No
^eoHCftffeex
Na base de 100 gramas diárias por
\ Iníeio da criMo republicana do café
Afonso ArxiNos de Melo Franco -y ^ j
uiTA gente costuma datar do
O dcjnitado Afonso Arínos de Meh
famoso convênio de Taubaté,
Franco examina, em traços rápidos, as
consomem arroz, e admitindo uma im
no qual os três maiores Es
tentativas, feitas no Parlamento, de in
provável população dc 46 milhões de
tados produtores da rubiá-
vasão do Estado no domínio da eco
habitantes, o consumo total dc arroz no
cea assentaram medidas ten
País seria de 28 mllliões dc sacos, em
dentes a assegurar-lhe o va
números arredondados por cima, sobran do, portanto, uma quota de 18 milhões sem mercado. Mas a procura internacio nal de arroz é grande e, para tamanho excesso, não faltariam consumidores.
Poder-se-á objetar que esse volume de produção é de arroz em casca, embora
lor e estimular-lhe o consu-
a formação da crise republicana da grande lavoura brasileira. Crise que, atravessando embora variadas vicissitu-
cles, se caracterizaria por uma certa li
nha de coerência traduzida no processo
da assim, como é necessário um e meio
de valorização forçada, retenção, estí mulo à concorrência internacional, e suP®^^odução, com suas fatais conse
saco de arroz para dar um saco de arroz beneficiado (114:1), a redução daquela
O certo, porém, é que o problema ca-
os anuários não o declarem.
Mas, ain
quantidade, em casca, daria 30.799.088 sacos de arroz beneficiado, com uma so
bra exportável de cerca de 3 milhões. Não haveria, pois, escassez de arroz e
qüências.
República, antecedeu ao con
vênio de Taubaté, que procurou ser apenas uma solução para ele. Também nao será errado dizer que, se o remé
Anuário Estatístico do Brasil de 1946,
o seu preço não teria a tendência altis-
dio encontrado foi danoso, por outro
encontram-se idênticos erros com rela
ção à cultura de laranja nos Estados de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Rio
ta dos últimos dois anos.
lado não devemos ser demasiado severos
Conclusão; se dentro dos assuntos que conhecemos, as cifras do Instituto Brasi
com os que o adotaram, pois difícil,
Grande do Sul.
leiro de Geografia e Estatística se nos apresentam errôneas, quando se baseiam
A comparação dos valores das diver
sas produções vegetais é igualmente im pressionante, quer pelas incongruências, quer pelas inexatidões. Uma demonstra
ção minuciosa, que um dia temos espe ranças de poder fazer, reclamaria ddze-
nas de páginas datilografadas. arroz figura com uma produção mé
dia anual de 46.198.633 sacas, feita a
^ dados originais essas unidades. A exportação médiapara de arroz
Ap ITci fitístíca da da Produção, Produção, oue no Serviço de Estatística que confiança nos poderão merecer os outros dados? Aceítá-Ios é uma imprudência.
nomia cafeeira.
muito difícil mesmo, seria a solução ca
bal, em face das circunstâncias que apre
sentava, na época, a conjuntura eco nômica.
A abolição trouxera as primeiras amea ças ao café, não só pela desorganização
Mas, como nem todos têm tempo para sua análise, inúmeros estudiosos de eco-
do trabalho como, e talvez principal
nómia são iludidos em sua boa fé, o
mente, em
virtude da necessidade de
Assim, por um lado, os lavradores se viram desfalcados no seu patrimônio pe la abolição sem indenização e, por ou tro, forçados ao dispendio de uma so ma, enorme para o tempo, destinada ao
pagamento dos salários dos trabalhado res que eram, muitas vezes, os próprios escravos que permaneciam nas terras
dos antigos senhores. A situação financeira do País, conse
qüente à implantação da República, foi outro fator que deve ter influído sèriamente, embora de forma indireta, no colapso cafeeiro. Com efeito, a febre emissionista que
teve o ponto culminante no chamado "encilhamento", tendo sido forçada em bora, no inicio, pelas exigências das no vas condições de trabalho na lavoura (e a prova disto é que a emissão estava
no programa dos últimos gabinetes im periais), veio, afinal, a constituir mais uma causa de ruína para o café. Na ver dade, à inflação e às despesas com as re
voluções seguiu-se o desequilíbrio orça mentário e a êste o tremendo desencon
que expMca tantos projetos de lei dispa
mobilização de cerca de um quarto de tôda a circulação monetária nacional, pa
ratados, tantas leis perniciosas e inexe-
ra o pagamento dos salários dos traba
quíveis e tantas afirmações e atos ofi ciais discrepantes da realidade.
tro da balança de jpagamentos, sensível sobretudo no serviço da dívida externa
lhadores rurais libertados pela lei Áurea.
Daí a série de sacrifícios, mais ou men^
.Àeà
DiCESTO Econóaqco
82
devastando em cinco anos mais de 100
do mesmo período foi inferior a ...
milhões de pés de café, ou mais do que
2.500.000 sacos, donde se infere que a
a cultura cafeeira ali realmente exis
sobra do 43.702.017 sacos foi consu
tente, sem que ninguém houvesse dado por isso, nem a imprensa, nem os par
mida no País.
ticulares, nem os próprios fazendeiros?
gelo: nenhuma grande geada como a de 1918, nenhuma praga da capacidade
pessoa, ou 36 quilos por ano, adotada pe^o regulamento da lei do Salário Mí nimo, base que é exagerada se conside rarmos que grandes populações do Brasil,
destruidora da Hemileia Vastalrix.
como as do Nordeste, praticamente não
Não houve, felizmente, nenhum fla O
que houve foi um tremendo e repetido êrro de estatística. Todos sabem que, depois que o saudoso paulista Cel. An tônio Barbosa Ferraz Júnior fundou no Paraná "o mais extraordinário estabele
cimento agrícola do mundo, feito por um particular", na opinião do ex-rei da
Inglaterra, Eduardo VIII, então prínci pe de Gales, a cultura cafeeira daque le Estado passou a desenvolver-se inin terruptamente. Suas terras são conside
radas as melhores do Brasil.
Mas os
cafezais paranaenses nunca chegaram à extensão que lhes atribuiu o I.B.G.E.
baseado, sem desconfiar disso, nos "olhômetros" do Serviço de Estatística da
Produção do Ministério da Agricultura. Não é só no café que este Serviço tem cometido os mais sérios dislates.
No
^eoHCftffeex
Na base de 100 gramas diárias por
\ Iníeio da criMo republicana do café
Afonso ArxiNos de Melo Franco -y ^ j
uiTA gente costuma datar do
O dcjnitado Afonso Arínos de Meh
famoso convênio de Taubaté,
Franco examina, em traços rápidos, as
consomem arroz, e admitindo uma im
no qual os três maiores Es
tentativas, feitas no Parlamento, de in
provável população dc 46 milhões de
tados produtores da rubiá-
vasão do Estado no domínio da eco
habitantes, o consumo total dc arroz no
cea assentaram medidas ten
País seria de 28 mllliões dc sacos, em
dentes a assegurar-lhe o va
números arredondados por cima, sobran do, portanto, uma quota de 18 milhões sem mercado. Mas a procura internacio nal de arroz é grande e, para tamanho excesso, não faltariam consumidores.
Poder-se-á objetar que esse volume de produção é de arroz em casca, embora
lor e estimular-lhe o consu-
a formação da crise republicana da grande lavoura brasileira. Crise que, atravessando embora variadas vicissitu-
cles, se caracterizaria por uma certa li
nha de coerência traduzida no processo
da assim, como é necessário um e meio
de valorização forçada, retenção, estí mulo à concorrência internacional, e suP®^^odução, com suas fatais conse
saco de arroz para dar um saco de arroz beneficiado (114:1), a redução daquela
O certo, porém, é que o problema ca-
os anuários não o declarem.
Mas, ain
quantidade, em casca, daria 30.799.088 sacos de arroz beneficiado, com uma so
bra exportável de cerca de 3 milhões. Não haveria, pois, escassez de arroz e
qüências.
República, antecedeu ao con
vênio de Taubaté, que procurou ser apenas uma solução para ele. Também nao será errado dizer que, se o remé
Anuário Estatístico do Brasil de 1946,
o seu preço não teria a tendência altis-
dio encontrado foi danoso, por outro
encontram-se idênticos erros com rela
ção à cultura de laranja nos Estados de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Rio
ta dos últimos dois anos.
lado não devemos ser demasiado severos
Conclusão; se dentro dos assuntos que conhecemos, as cifras do Instituto Brasi
com os que o adotaram, pois difícil,
Grande do Sul.
leiro de Geografia e Estatística se nos apresentam errôneas, quando se baseiam
A comparação dos valores das diver
sas produções vegetais é igualmente im pressionante, quer pelas incongruências, quer pelas inexatidões. Uma demonstra
ção minuciosa, que um dia temos espe ranças de poder fazer, reclamaria ddze-
nas de páginas datilografadas. arroz figura com uma produção mé
dia anual de 46.198.633 sacas, feita a
^ dados originais essas unidades. A exportação médiapara de arroz
Ap ITci fitístíca da da Produção, Produção, oue no Serviço de Estatística que confiança nos poderão merecer os outros dados? Aceítá-Ios é uma imprudência.
nomia cafeeira.
muito difícil mesmo, seria a solução ca
bal, em face das circunstâncias que apre
sentava, na época, a conjuntura eco nômica.
A abolição trouxera as primeiras amea ças ao café, não só pela desorganização
Mas, como nem todos têm tempo para sua análise, inúmeros estudiosos de eco-
do trabalho como, e talvez principal
nómia são iludidos em sua boa fé, o
mente, em
virtude da necessidade de
Assim, por um lado, os lavradores se viram desfalcados no seu patrimônio pe la abolição sem indenização e, por ou tro, forçados ao dispendio de uma so ma, enorme para o tempo, destinada ao
pagamento dos salários dos trabalhado res que eram, muitas vezes, os próprios escravos que permaneciam nas terras
dos antigos senhores. A situação financeira do País, conse
qüente à implantação da República, foi outro fator que deve ter influído sèriamente, embora de forma indireta, no colapso cafeeiro. Com efeito, a febre emissionista que
teve o ponto culminante no chamado "encilhamento", tendo sido forçada em bora, no inicio, pelas exigências das no vas condições de trabalho na lavoura (e a prova disto é que a emissão estava
no programa dos últimos gabinetes im periais), veio, afinal, a constituir mais uma causa de ruína para o café. Na ver dade, à inflação e às despesas com as re
voluções seguiu-se o desequilíbrio orça mentário e a êste o tremendo desencon
que expMca tantos projetos de lei dispa
mobilização de cerca de um quarto de tôda a circulação monetária nacional, pa
ratados, tantas leis perniciosas e inexe-
ra o pagamento dos salários dos traba
quíveis e tantas afirmações e atos ofi ciais discrepantes da realidade.
tro da balança de jpagamentos, sensível sobretudo no serviço da dívida externa
lhadores rurais libertados pela lei Áurea.
Daí a série de sacrifícios, mais ou men^
.Àeà
Digesto
humilhantes, com que o nosso País de vedor veio a terminar no "funding", ne
gociado no governo de Prudente. Naqueles bons tempos dever e não
poder pagar não era coisa para inglês (como hoje), mas sim para vagos povos sul-americanos, como nós. Daí a descon
fiança que se apossou dos mercados de dinheiro, a grande retração de crédito
nos bancos estrangeiros (que eram pràticamente os únicos) e a falta de recur
sos do fazendeiro, o qual ficou entregue à discrição das casas comissárias. Mas
I
estas, dentro em pouco, se transforma vam em agentes dos bancos, os quais por sua vez se tomaram ativos represen tantes do comércio internacional do café.
Perdemos o controle dos preços; os compradores, certos da nossa impotên cia, entraram a forçar a baixa, levando ate o ultimo ponto a elasticidade do pre ço de produção, para aumentar enormemente os lucros que auferiam, visto que os preços de venda eram mantidos in
tactos, nos mercados de consumo.
A questão se agravava rapidamente, eni
todos os sentidos. As importações brasi leiras eram cobertas com o câmbio man
tido pelo café. Com a queda dos preços-ouro do produto degringolava a im portação, vinha poi^ água abaixo o câm
bio, e o aparelharaento nacional, naque la época em que não tínhamos quase iudústria, ficava muito mais caro e es casso. Era a derrocada. Para se formar
uma idéia mais clara da situação, basta
Econômico
contentavam-se em mugir a vaca, dan do-lhe, entretanto, o suficiente para não morrer à fome. Hoje não exigem só o leite: querem o bife também, pouco lhes importando que a vaca pereça. Em suma» sr. presidente, o lavrador engorda a rez durante um ano, mata-a e pcndura-a pa ra a divisão. Chega o colono e leva a metade ou mais, vem a estrada de ferro
o arrecada para si um dos quartos e chega afinal o fisco e leva o resto. O comissário tira o couro. De braços cru zados o lavrador as.siste à razia, sem.
poder tugir nem mugir, e verifica que lhe deixaram afinal os chifres, provâvelmente para palitar os dentes, e a cauda para dívertir-se enxotando os usurários que, como moscas famintas, esvoaçam
sobre os restos mesquinhos da carniça"Todos esperavam que o governo fi zesse o milagre. Então, como sempre, o brasileiro falava mal do governo, mas,
quando a coisa empretecia, apelava desesperadamente para ele. E as soluções preconizadas eram as mais radicais, sobretudo naqueles tem
pos de liberalismo econômico. Vejamos algumas, que se sucederam entre 1895 6 1901, anos antes do- convênio de Taubaté.
Em 1895 o deputado fluminense Éti co Coelho pediu a nomeação de uma co missão especial que estudasse um pro jeto de monopólio de exportação de ca fé pela União. Visava-se assim, com um
recordar que o café, que fornecia ao
golpe verdadeiramente revolucionário em
ais quarenta milhões de esterlinos anuais,
face da ConsHtuição vigente, expelir o
comissário, servidor da finança estran
^ render mais do que doze geira. milhões e meio. ^ deputado Alfredo EUis, de Alfredo Ellis, menos radical, não ia ao au.o, assim define, em discurso na' tão longe. Êle via com acerto que parte mamara, a angustíosa quadra: da crise do café era devida à rotina e
Antigamente os exportadores de café,
representantes dos trustes e sindicatos.
às deficiências da sua cultura. Urgia me
lhorar o padrão da nossa lavoura, e não
Digesto EcoNó.Nnco
apenas comprar máquinas de bemeficia-
do um eorpo de tócuicos, poV Uniao, que fosse ao exterior estudar os
processos mais adiantados do cuitu"cb res bm í"" ^"d.carem aos lavradolançar mao para debelar a crise que des valoriza aquôle j^roduto".
Dois anos depois, Alfredo Ellis aure senta novo projeto. Êste tendente a estimular o consumo. Por êle ficavam con-
cedidas subvenções federais às emprê^as que abrissem lojas de torrefação e cidn f da A Europa brasileiro, nas aprincipais cidades e América, juízo do governo. A verdade é que o consumo não deixara de crescer, como prova em dis
curso o deputado Fausto Cardoso, a parde 1895. Passara de doze milhões de sacas a quase quinze milhões. Mas
isto continuava a não interessar aos pre ços no Brasil, estrangulados pelas mãos
85
acêrto discutível, pois o resultado pro vável seria o exportador retirar esta
no\-a despesa dos recursos já minguados que deixawi ao espoliado lavrador.
Em 1901, o deputado gaúcho Ri\-adávia Correia apresentou projeto abrindo um crédito de 50 mil contos para au.xílio à lavoura, sob a forma de adianta
mentos em dinheiro, sob garantia do pe nhor do café exportável. Era uma nova forma, seguramente mais eficaz, de as sistência do Estado.
Finalmente, ainda em 1901, o deputado
piauiense Joaquim Pires alvitra a mai."; radical e ousada de tôdas as medidas:
o controle exc!usí\'o do comércio externo
do café pelo govêmo, que fixaria os pre ços no mercado, marcaria o escoamento das safras, financiaria a produção des contando "warrants" que teriam, por outro lado, curso forçado durante certo
prazo. Tratava-se agora de um corajoso ensaio de socialização, do comércio exter
Sucediam-se as tentativas, cada vesí
no, digno de enfurecer, ainda hoje, libe rais intransigentes do tipo do meu preza do colega deputado Tristão da Cunha.
Em 1900 o representante cearense
Como se vê, o malsinado convênio de Taubaté não Ibi mais do que o coroamento de uma série de tentativas anterio
possantes do comércio internacional.
mais amplas, no sentido da intervenção do Estado na atividade econômica.
Francisco Sá propôs que o embarque de
res, tôdas no sentido da invasão do Es
café, em todos os portos nacionais, fôsse feito por conta do governo federal,
tado no domínio da economia privada.
por intermédio das alfândegas e mesas de renda. O objetivo era, desta vez, de se
che de melancolia: nenhum dos pro
cobrar um impôsto ao e.xportador-com'ssário, a fim. de dar um pouco ao Estado dos lucros que êle e os seus comitentes auferiam. Providência, de
Mas uma coisa, para rematar, nos en
jetos acima indicados teve sequer anda mento. Isto pode ser\ir, até certo pon to, de consolo. NSo é verdade que a Câ mara de hoje esteja traballiando menos que as de antigamente...
Digesto
humilhantes, com que o nosso País de vedor veio a terminar no "funding", ne
gociado no governo de Prudente. Naqueles bons tempos dever e não
poder pagar não era coisa para inglês (como hoje), mas sim para vagos povos sul-americanos, como nós. Daí a descon
fiança que se apossou dos mercados de dinheiro, a grande retração de crédito
nos bancos estrangeiros (que eram pràticamente os únicos) e a falta de recur
sos do fazendeiro, o qual ficou entregue à discrição das casas comissárias. Mas
I
estas, dentro em pouco, se transforma vam em agentes dos bancos, os quais por sua vez se tomaram ativos represen tantes do comércio internacional do café.
Perdemos o controle dos preços; os compradores, certos da nossa impotên cia, entraram a forçar a baixa, levando ate o ultimo ponto a elasticidade do pre ço de produção, para aumentar enormemente os lucros que auferiam, visto que os preços de venda eram mantidos in
tactos, nos mercados de consumo.
A questão se agravava rapidamente, eni
todos os sentidos. As importações brasi leiras eram cobertas com o câmbio man
tido pelo café. Com a queda dos preços-ouro do produto degringolava a im portação, vinha poi^ água abaixo o câm
bio, e o aparelharaento nacional, naque la época em que não tínhamos quase iudústria, ficava muito mais caro e es casso. Era a derrocada. Para se formar
uma idéia mais clara da situação, basta
Econômico
contentavam-se em mugir a vaca, dan do-lhe, entretanto, o suficiente para não morrer à fome. Hoje não exigem só o leite: querem o bife também, pouco lhes importando que a vaca pereça. Em suma» sr. presidente, o lavrador engorda a rez durante um ano, mata-a e pcndura-a pa ra a divisão. Chega o colono e leva a metade ou mais, vem a estrada de ferro
o arrecada para si um dos quartos e chega afinal o fisco e leva o resto. O comissário tira o couro. De braços cru zados o lavrador as.siste à razia, sem.
poder tugir nem mugir, e verifica que lhe deixaram afinal os chifres, provâvelmente para palitar os dentes, e a cauda para dívertir-se enxotando os usurários que, como moscas famintas, esvoaçam
sobre os restos mesquinhos da carniça"Todos esperavam que o governo fi zesse o milagre. Então, como sempre, o brasileiro falava mal do governo, mas,
quando a coisa empretecia, apelava desesperadamente para ele. E as soluções preconizadas eram as mais radicais, sobretudo naqueles tem
pos de liberalismo econômico. Vejamos algumas, que se sucederam entre 1895 6 1901, anos antes do- convênio de Taubaté.
Em 1895 o deputado fluminense Éti co Coelho pediu a nomeação de uma co missão especial que estudasse um pro jeto de monopólio de exportação de ca fé pela União. Visava-se assim, com um
recordar que o café, que fornecia ao
golpe verdadeiramente revolucionário em
ais quarenta milhões de esterlinos anuais,
face da ConsHtuição vigente, expelir o
comissário, servidor da finança estran
^ render mais do que doze geira. milhões e meio. ^ deputado Alfredo EUis, de Alfredo Ellis, menos radical, não ia ao au.o, assim define, em discurso na' tão longe. Êle via com acerto que parte mamara, a angustíosa quadra: da crise do café era devida à rotina e
Antigamente os exportadores de café,
representantes dos trustes e sindicatos.
às deficiências da sua cultura. Urgia me
lhorar o padrão da nossa lavoura, e não
Digesto EcoNó.Nnco
apenas comprar máquinas de bemeficia-
do um eorpo de tócuicos, poV Uniao, que fosse ao exterior estudar os
processos mais adiantados do cuitu"cb res bm í"" ^"d.carem aos lavradolançar mao para debelar a crise que des valoriza aquôle j^roduto".
Dois anos depois, Alfredo Ellis aure senta novo projeto. Êste tendente a estimular o consumo. Por êle ficavam con-
cedidas subvenções federais às emprê^as que abrissem lojas de torrefação e cidn f da A Europa brasileiro, nas aprincipais cidades e América, juízo do governo. A verdade é que o consumo não deixara de crescer, como prova em dis
curso o deputado Fausto Cardoso, a parde 1895. Passara de doze milhões de sacas a quase quinze milhões. Mas
isto continuava a não interessar aos pre ços no Brasil, estrangulados pelas mãos
85
acêrto discutível, pois o resultado pro vável seria o exportador retirar esta
no\-a despesa dos recursos já minguados que deixawi ao espoliado lavrador.
Em 1901, o deputado gaúcho Ri\-adávia Correia apresentou projeto abrindo um crédito de 50 mil contos para au.xílio à lavoura, sob a forma de adianta
mentos em dinheiro, sob garantia do pe nhor do café exportável. Era uma nova forma, seguramente mais eficaz, de as sistência do Estado.
Finalmente, ainda em 1901, o deputado
piauiense Joaquim Pires alvitra a mai."; radical e ousada de tôdas as medidas:
o controle exc!usí\'o do comércio externo
do café pelo govêmo, que fixaria os pre ços no mercado, marcaria o escoamento das safras, financiaria a produção des contando "warrants" que teriam, por outro lado, curso forçado durante certo
prazo. Tratava-se agora de um corajoso ensaio de socialização, do comércio exter
Sucediam-se as tentativas, cada vesí
no, digno de enfurecer, ainda hoje, libe rais intransigentes do tipo do meu preza do colega deputado Tristão da Cunha.
Em 1900 o representante cearense
Como se vê, o malsinado convênio de Taubaté não Ibi mais do que o coroamento de uma série de tentativas anterio
possantes do comércio internacional.
mais amplas, no sentido da intervenção do Estado na atividade econômica.
Francisco Sá propôs que o embarque de
res, tôdas no sentido da invasão do Es
café, em todos os portos nacionais, fôsse feito por conta do governo federal,
tado no domínio da economia privada.
por intermédio das alfândegas e mesas de renda. O objetivo era, desta vez, de se
che de melancolia: nenhum dos pro
cobrar um impôsto ao e.xportador-com'ssário, a fim. de dar um pouco ao Estado dos lucros que êle e os seus comitentes auferiam. Providência, de
Mas uma coisa, para rematar, nos en
jetos acima indicados teve sequer anda mento. Isto pode ser\ir, até certo pon to, de consolo. NSo é verdade que a Câ mara de hoje esteja traballiando menos que as de antigamente...
wmm Dic.ksto Econômico
a ferrovia em questão levou a têrmo tima obra de grande importância, para
Geoflraíia das Comimicações Paulistas
a epoca,
XI - Traballios^fcrrovlários
lança comercial brasileira.
Tôda a se
gunda metade do século XIX assinala
a ascensão positivamente notável da pro-
tera uma balança de comércio exterior quase permanentemente deficitária, pro
porcionando disponibilidades que fo
mentam os primeiros empreendimentos, em nosso País, não ligados à atividade agrícola. Aparece o embrionário indus-
trialísmo de que surgiu o parque indus
trial que hoje possuimos. Desenvolvese a \nda urbana. Aplicam-se capitais ' em obras de caráter público. Entre estas obras, as ferrovias. O café, por : íissim dizer, cria o seu próprio apare-
Ihamento de transportes, porque as es tradas de ferro que os seus capitais es timularam, na região que estudamos, ou foram destinadas a servir zonas em que e^e já se implantara, ou foram destina
das a abrir caminhos para novas lavou ras, no rush formidável que
se assinalou por etapas por
veze.s inferiores a um de
cênio: vale do Paraíba, re
a prestar o.s mais relevantes ser\'içQs.
Sua capacidade de transporte, entre tanto, não tardou a esgotar-se, porque os Velhos planos não permitiam, trin ta anos depois, a vasão indispensável.
balhos ferroviários. No próximo arligo tratará da conquista do interior.
Constriiiram-se, então, os Novos planos, diminuindo-se a rampa para 8%, conser
meira necessidade da lavoura cafeeira
fô.sse a da ligação entre o centro coletor, financiador
c
administrativo
de
vado o sistema de cabo sem fim, mas
São
o problema da construção foi muito
Paulo, e o porto por onde, nessa altura, —
distantes
os
melhore.s
cafczais
mais sério do que o anterior, de tal
do
sorte que os cinco planos, separados
porto do Rio de Janeiro, — já se escoa va a quase totalidade da produção. Mauá, com a sua agudeza cm assuntos econômicos, numa época de grande in-
por quatro patamares, exigiram a aber
tura de treze túneis e o lançamento de
dezesseis viadutos, além das obras de consolidação e de arrimo.
terêsste pelos empreendimentos ferro viários, em países em que havia dispo nibilidade de capitais, e que já levara a termo a sua primeira empresa dèsse gê
nero, entre nós, junto a capital do im pério, sentiu bem vivamente a nece.ssidade dessa ligação, e a possibilidade de tomar-se ela uma fonte de rendi mentos de considerável importância. Os
trabalhos iniciais pura a solução do pro blema, as.sim, couberam ao grande financista, mas, por motivos que não interessam a este trabalho, a empresa
acabou por ser constituída
na praça de Londres, sur gindo daí a São Patdo
zonas a que as ferrovias de ram os seus nomes, alta-Soro-
Railway.
cabana, alta-Paulista. Mogia-
Tendo
na, Araraquarense, Noroeste.
1
de
transpor
um
considerável obstáculo oro-
gráfico como a serra do Mar,
Em
1867 era inaugurada a obra, que passou
eiumio de interôsse para os cstxuUosos da economia patdisfa, examina os tra
gião de Campinas, região de Ribeirão Preto e, depois, as
Era natural que a pri-
técnica ferro
inclinados, com cabo sem fim.
O escritor Nelson Werneck Soclré, neste
■jH^dução agrícola, fundamentada no ca-
P^^feeiro. Desde IS64, es.sa ascensão al
da
^''^duto apenas, o da Grota Funda, em rampa de lOíí, pelo sistema dos planos
poi o desenvolvimento da lavoura camaranhense, que proporcionou, ainda no império, os primeiros saldos na ba
no terreno
viária, vencendo êsse formidável impe dimento sem um só tiincl, e com um
Nelson Werneck Sodhé
feeira, após o declínio do algodão
87
Tais melho
ramentos foram entregues no tráfego em 1900.
O monopólio de transportes para o porto único exercido pela ferrovia in I
esplêndidas tarefas de engenharia, ras gando trinta e três túneis. Suas concUções técnicas, com raio de curva mini-
mo de 245 metros e rampa má-xima de são acrescidas pela via permanente que está pronta para receber linha du
pla, em qualquer bitola.
A projeção,
hoje internacional, do sistema ferroviá rio de bitola métrica, que serviu, entre nos, como pioneiro das penetrações, con
fere importância singular ao empreen dimento da Estrada de Ferro Sorocaba
na, além de outras considerações, de caráter
econômico.
Trata-se, pois, de duas penetrantes ferroxiárias,
a São Paulo-Santos e a
Mairinque-Santos, uma na bitola
de
i,èo m e a outra na bitola de 1,00 m, articulando o planalto ao litoral, cuja capacidade de transporte discutiremos quando do exame técnico das comuni cações. Resta acrescentar que as obras em curso, pela Estrada de Ferro Soro cabana, no sentido de articular direta mente Santos a São Paulo, com uma variante derivada da linha tronco em
Presidente Altino, juntando-se à linha
de Mairinque em Evangelista de Sousa,
glesa, o esgotamento de sua capacida
encurtarão bastante a distancia entre o
de, e a cláusula conti-atual de reserva
porto e a Capital, que a obra anterior fazia da ordem de duzentos e trinta qui
de faixa, que deteve a verdadeira cor rida para o mar que se apossou, nos instantes de alta cafeeira, das empre sas ferroviárias do centro-sul. brasileiro, levaram a Estrada de Ferro Sorocabana a empreender, em 1926, as formidáveis
obras da ligação Mairinque-Santos. Tal empreendimento, bastante controvertido
na época, foi efetivado graças à energia de Gaspar Ricardo, e entregue ao trá fego em 1937. Trata-se de ramal que, derivado da linha tronco .daquela via férrea, em Mairínque, atinge a cota má xima em Caucaia, e transpõe a serra
do Mar em cortes, e viadutos que são
lômetros,
contrapostos aos setenta
da
Santos-Jundiaí. Esta linha, cuja conclu são pode ser esperada para breve, de simples aderência, como a de Mairin que, ampliará consideravelmente a ca pacidade de transporte entre o planalto
na região central, e o oceano, no seu único pôrto aparelliado, e servirá, tam
bém, à segurança desse sistema de' trans portes.
A encampação, pelo govêmo federal
da antiga São Paulo Raihvay, em têrmos .
bastante discutidos, põe em eviòènciuj
agora com visos de realização, a ne.
wmm Dic.ksto Econômico
a ferrovia em questão levou a têrmo tima obra de grande importância, para
Geoflraíia das Comimicações Paulistas
a epoca,
XI - Traballios^fcrrovlários
lança comercial brasileira.
Tôda a se
gunda metade do século XIX assinala
a ascensão positivamente notável da pro-
tera uma balança de comércio exterior quase permanentemente deficitária, pro
porcionando disponibilidades que fo
mentam os primeiros empreendimentos, em nosso País, não ligados à atividade agrícola. Aparece o embrionário indus-
trialísmo de que surgiu o parque indus
trial que hoje possuimos. Desenvolvese a \nda urbana. Aplicam-se capitais ' em obras de caráter público. Entre estas obras, as ferrovias. O café, por : íissim dizer, cria o seu próprio apare-
Ihamento de transportes, porque as es tradas de ferro que os seus capitais es timularam, na região que estudamos, ou foram destinadas a servir zonas em que e^e já se implantara, ou foram destina
das a abrir caminhos para novas lavou ras, no rush formidável que
se assinalou por etapas por
veze.s inferiores a um de
cênio: vale do Paraíba, re
a prestar o.s mais relevantes ser\'içQs.
Sua capacidade de transporte, entre tanto, não tardou a esgotar-se, porque os Velhos planos não permitiam, trin ta anos depois, a vasão indispensável.
balhos ferroviários. No próximo arligo tratará da conquista do interior.
Constriiiram-se, então, os Novos planos, diminuindo-se a rampa para 8%, conser
meira necessidade da lavoura cafeeira
fô.sse a da ligação entre o centro coletor, financiador
c
administrativo
de
vado o sistema de cabo sem fim, mas
São
o problema da construção foi muito
Paulo, e o porto por onde, nessa altura, —
distantes
os
melhore.s
cafczais
mais sério do que o anterior, de tal
do
sorte que os cinco planos, separados
porto do Rio de Janeiro, — já se escoa va a quase totalidade da produção. Mauá, com a sua agudeza cm assuntos econômicos, numa época de grande in-
por quatro patamares, exigiram a aber
tura de treze túneis e o lançamento de
dezesseis viadutos, além das obras de consolidação e de arrimo.
terêsste pelos empreendimentos ferro viários, em países em que havia dispo nibilidade de capitais, e que já levara a termo a sua primeira empresa dèsse gê
nero, entre nós, junto a capital do im pério, sentiu bem vivamente a nece.ssidade dessa ligação, e a possibilidade de tomar-se ela uma fonte de rendi mentos de considerável importância. Os
trabalhos iniciais pura a solução do pro blema, as.sim, couberam ao grande financista, mas, por motivos que não interessam a este trabalho, a empresa
acabou por ser constituída
na praça de Londres, sur gindo daí a São Patdo
zonas a que as ferrovias de ram os seus nomes, alta-Soro-
Railway.
cabana, alta-Paulista. Mogia-
Tendo
na, Araraquarense, Noroeste.
1
de
transpor
um
considerável obstáculo oro-
gráfico como a serra do Mar,
Em
1867 era inaugurada a obra, que passou
eiumio de interôsse para os cstxuUosos da economia patdisfa, examina os tra
gião de Campinas, região de Ribeirão Preto e, depois, as
Era natural que a pri-
técnica ferro
inclinados, com cabo sem fim.
O escritor Nelson Werneck Soclré, neste
■jH^dução agrícola, fundamentada no ca-
P^^feeiro. Desde IS64, es.sa ascensão al
da
^''^duto apenas, o da Grota Funda, em rampa de lOíí, pelo sistema dos planos
poi o desenvolvimento da lavoura camaranhense, que proporcionou, ainda no império, os primeiros saldos na ba
no terreno
viária, vencendo êsse formidável impe dimento sem um só tiincl, e com um
Nelson Werneck Sodhé
feeira, após o declínio do algodão
87
Tais melho
ramentos foram entregues no tráfego em 1900.
O monopólio de transportes para o porto único exercido pela ferrovia in I
esplêndidas tarefas de engenharia, ras gando trinta e três túneis. Suas concUções técnicas, com raio de curva mini-
mo de 245 metros e rampa má-xima de são acrescidas pela via permanente que está pronta para receber linha du
pla, em qualquer bitola.
A projeção,
hoje internacional, do sistema ferroviá rio de bitola métrica, que serviu, entre nos, como pioneiro das penetrações, con
fere importância singular ao empreen dimento da Estrada de Ferro Sorocaba
na, além de outras considerações, de caráter
econômico.
Trata-se, pois, de duas penetrantes ferroxiárias,
a São Paulo-Santos e a
Mairinque-Santos, uma na bitola
de
i,èo m e a outra na bitola de 1,00 m, articulando o planalto ao litoral, cuja capacidade de transporte discutiremos quando do exame técnico das comuni cações. Resta acrescentar que as obras em curso, pela Estrada de Ferro Soro cabana, no sentido de articular direta mente Santos a São Paulo, com uma variante derivada da linha tronco em
Presidente Altino, juntando-se à linha
de Mairinque em Evangelista de Sousa,
glesa, o esgotamento de sua capacida
encurtarão bastante a distancia entre o
de, e a cláusula conti-atual de reserva
porto e a Capital, que a obra anterior fazia da ordem de duzentos e trinta qui
de faixa, que deteve a verdadeira cor rida para o mar que se apossou, nos instantes de alta cafeeira, das empre sas ferroviárias do centro-sul. brasileiro, levaram a Estrada de Ferro Sorocabana a empreender, em 1926, as formidáveis
obras da ligação Mairinque-Santos. Tal empreendimento, bastante controvertido
na época, foi efetivado graças à energia de Gaspar Ricardo, e entregue ao trá fego em 1937. Trata-se de ramal que, derivado da linha tronco .daquela via férrea, em Mairínque, atinge a cota má xima em Caucaia, e transpõe a serra
do Mar em cortes, e viadutos que são
lômetros,
contrapostos aos setenta
da
Santos-Jundiaí. Esta linha, cuja conclu são pode ser esperada para breve, de simples aderência, como a de Mairin que, ampliará consideravelmente a ca pacidade de transporte entre o planalto
na região central, e o oceano, no seu único pôrto aparelliado, e servirá, tam
bém, à segurança desse sistema de' trans portes.
A encampação, pelo govêmo federal
da antiga São Paulo Raihvay, em têrmos .
bastante discutidos, põe em eviòènciuj
agora com visos de realização, a ne.
0ICESTO ECONÓXUCO
88
cessidade da construção de linha de
Valparaíba, inaugurando-se em 20 de
simples aderência, na serra do Mar, e
junlio de 1875.
para Itararé, de 1877. Suas condições técnicas não têm cessado de melhorar, porque a ferrovia em questão \ai num
Mas, em 1871, orga-
da eletrificação de tôda a extensão do
nízava-se, em São Paulo, a Companhia
porto a Jundiaí, além dos melhoramen
São Paulo e Rio de Janeiro, que em preendeu a construção, em bitola mé trica, do trecho entre a capital paulista
ritmo intenso de melhoramentos, de que a eletrificação, já além de Laranjal, é
e a referida cidade dc Cachoeira, inau
ré, entretanto, muito posterior, ser\indo a zona em que o café não atingiu
tos no trecho entre São Paulo e Jun diaí. A política de eletrificação, aliás já seguida pela E. F. Sorocabana, em sua Unha tronco, será estendida aos ra mais Mairinque-Santos e Presidente Al-
tino-Evangelista de Sousa, e sua capa cidade de transporte plenamente reali zada com a construção de nova ponte
no canal do Barreiro, completada pela
."=í
Digesto Econômico
do no Branco.
'
^
PA grande roçada ferroviária de im
porttoeia capital do ponto de v.-sU eccnómrco, que liga a aede do govárno do Pais ao Estado do Rio Grande
do Sul, tem, em território paulista, det
gurado em 8 de julho de 1877.
apenas uma parte.
As
condições técnicas desse trecho eram
porte. Êsse gravame poderá ser devida
nível de produção interessante, vai .sen do conservado em situação mais ou me nos estacionária, para o que concorre, sem dúvida, a própria situação da Rêde do Víação Paraná-Santa Catarina, muito inferior à deste próprio ramal paulista. A roçada que acompanha o litoral, pois, — dele separada pela serra do Mar, — ressente-se da duplicidade de bitolas, da variedade de condições técnicas, da heterogeneidade dos sistemas de tração. Sua grande vantagem consiste em correr
mente avaliado com a observação de
no planalto, em condições de fornecer
que a melhoria do ramal de São Paulo, pela E. F. Central do Brasil, correspon de, numa distância de 392• quilômetros, entre as estações Roosevelt e de Barra do Piraí, à construção de variantes que atingem 380 quilômetros, reduzindo as condições técnicas configuradas em
derivantes para o litoral, articulando-se, ao mesmo tempo, às penetrantes que
evidentemente inferiores ás do outro, em conseqüência do interesse econômi
co da companhia particular que o fize ra construir.
Mais tarde, quando foi
tal trecho incorporado à Estrada de Ferro Central do Brasil e unificada a
bitola para 1,60 m^ o aproveitamento do leito transferiu tais condições técni cas para a nova estrada, de tal sorte que o seu rendimento, em conjunto, ficou inferior ás necessidades do trans
xando de parte por não dizer respeito
ao nosso trabalho, a envolvente métrica
■ que pelos Estados do Rio de Janeiro 0 de Minas Gerais, chega ao planalto giuhsta, ~ dois segmentos bem diversos. O primeiro é a parte do ramal da Es trada de Ferro Central do Brasil que, denyado da linha tronco, em Barra do Pirai atinge São Paulo. O segundo, aquele que, na Estrada de Ferro Soro cabana, segue pela linha tronco até
Santo ,i^tónio,^ e daí deriva, como ra
ma, até Itoraré, nos limites paranáenses. Construída com algum rigor técnico,
O ramal de Itara
demandam o interior, ao mesmo tempo que articula as zonas mais importantes
do País, do ponto de vista econômico e político.
As notáveis obras de remo
delação do traçado do ramal paulista da E. F. Central do Brasil, que lhe assegurarão um rendimento de tráfego
raio de curva de 160 metros e rampa de 2,2% para outras que se mar
cam por raios de curva mínimos de 687 metros e rampas máximas de 0,5%.
considerável, a marcha da eletrificação,
— agora desde as duas pontas da linha, — as obras já empreendidas, e em curso,
Essa melhoria corresponde a aumentar
a capacidade de tração de uma locomo tiva tipo Mihado, em uso nessa estrada,
entre São Paulo e Mogi das Cruzes,
São Paulo, para 1.732 toneladas, per
coijiferem importância indiscutível ao segmento de bitola larga da grande ro çada brasileira Rio de Janeiro-São Paulo-
mitindo-se velocidades de 120 quilô
Ponta
de 380 toneladas, no trecho Jacareí a
Grossa-Marcelino
Ramos-Santa
Maria. Estudos para o prolongamento
Não .são tão boas as perspectivas do segmento de bitola métrica, em terriono paulista, dessa mesma roçada. En
quanto a parte que consiste na linha
onco da E. F. Sorocabana, dupla c
p ctnficada, vê crescer a sua capacidap e transporte, e aumentar a sua im
portância com as arüculações, de Pre sidente Altíno para o litoral, de Mainnque para o litoral, de Mairinque pa ra Jundiai e Campinas, o ramal de Ita raré nao está em N^ésperas de receber
os melhoramentos de que carece. Dois tatores contribuem para isso. Era pri meiro lugar, a tendência natural da E.
F. Sorocabana em levar o seu esfôrço
de melhoramento da linha ao longo do tronco, de que são evidentes sinais o
prolongamento da eletrificação a Bernardíno de Campos, com os trabalhos em curso de execução, e as obras
do renovação do traçado na serra de Botucatu. Os ramais ficam rele gados a segundo plano e isso, até certo ponto, é natural, porque a ferrovia busca melhorar os trechos aptos a fornecer maiores rendas e não é êsse o caso, quer do ramal de
Bauru, também de grande importância para a projeção internacional da rêde
métrica do Estado, quer o de Itararé. Em segundo lugar, a precariedade da
Rêde de Viação Paraná-Santa Catarina, prolongamento daquele ramal na dire
ção do sul, cujas condições técnicas
particularmente eqtre Itararé e Jaguariaíva, são péssimas e cuja densidade de tráfego vem numa queda singular de que é sinal evidente a concorrêii-
metros por hora, em vez dos 60 atuais. O outro segmento da roçada em aprêpara a época, e na bitola de 1,60 m, ço, pertencente à Estrada de Ferro So a linha da Estrada de Ferro Central do na bitola de 1,00 m, data, na Brasil prolongou-se, em território pau- rocabana, parte da linha tronco, até pouco antes
raná, e da construção de um ramal en
por ela servida. A E, F. Sorocabana pT
tre Mogi das Cruzes e São Sebastião, poderiam ser ampliados, em futuro
Ihores perspectivas nmn remodela'^".»
lista,
melhor.
^ cidade de Cachoeira, hoje
da Central do Brasil ao Estado do Pa
de Santo Antônio, donde saí a derivação
i
cia do transporte rodoviário na
deria encarar, certamente com as
no traçado do ramal de Itararé, <f«ae '\
'
f«i \
0ICESTO ECONÓXUCO
88
cessidade da construção de linha de
Valparaíba, inaugurando-se em 20 de
simples aderência, na serra do Mar, e
junlio de 1875.
para Itararé, de 1877. Suas condições técnicas não têm cessado de melhorar, porque a ferrovia em questão \ai num
Mas, em 1871, orga-
da eletrificação de tôda a extensão do
nízava-se, em São Paulo, a Companhia
porto a Jundiaí, além dos melhoramen
São Paulo e Rio de Janeiro, que em preendeu a construção, em bitola mé trica, do trecho entre a capital paulista
ritmo intenso de melhoramentos, de que a eletrificação, já além de Laranjal, é
e a referida cidade dc Cachoeira, inau
ré, entretanto, muito posterior, ser\indo a zona em que o café não atingiu
tos no trecho entre São Paulo e Jun diaí. A política de eletrificação, aliás já seguida pela E. F. Sorocabana, em sua Unha tronco, será estendida aos ra mais Mairinque-Santos e Presidente Al-
tino-Evangelista de Sousa, e sua capa cidade de transporte plenamente reali zada com a construção de nova ponte
no canal do Barreiro, completada pela
."=í
Digesto Econômico
do no Branco.
'
^
PA grande roçada ferroviária de im
porttoeia capital do ponto de v.-sU eccnómrco, que liga a aede do govárno do Pais ao Estado do Rio Grande
do Sul, tem, em território paulista, det
gurado em 8 de julho de 1877.
apenas uma parte.
As
condições técnicas desse trecho eram
porte. Êsse gravame poderá ser devida
nível de produção interessante, vai .sen do conservado em situação mais ou me nos estacionária, para o que concorre, sem dúvida, a própria situação da Rêde do Víação Paraná-Santa Catarina, muito inferior à deste próprio ramal paulista. A roçada que acompanha o litoral, pois, — dele separada pela serra do Mar, — ressente-se da duplicidade de bitolas, da variedade de condições técnicas, da heterogeneidade dos sistemas de tração. Sua grande vantagem consiste em correr
mente avaliado com a observação de
no planalto, em condições de fornecer
que a melhoria do ramal de São Paulo, pela E. F. Central do Brasil, correspon de, numa distância de 392• quilômetros, entre as estações Roosevelt e de Barra do Piraí, à construção de variantes que atingem 380 quilômetros, reduzindo as condições técnicas configuradas em
derivantes para o litoral, articulando-se, ao mesmo tempo, às penetrantes que
evidentemente inferiores ás do outro, em conseqüência do interesse econômi
co da companhia particular que o fize ra construir.
Mais tarde, quando foi
tal trecho incorporado à Estrada de Ferro Central do Brasil e unificada a
bitola para 1,60 m^ o aproveitamento do leito transferiu tais condições técni cas para a nova estrada, de tal sorte que o seu rendimento, em conjunto, ficou inferior ás necessidades do trans
xando de parte por não dizer respeito
ao nosso trabalho, a envolvente métrica
■ que pelos Estados do Rio de Janeiro 0 de Minas Gerais, chega ao planalto giuhsta, ~ dois segmentos bem diversos. O primeiro é a parte do ramal da Es trada de Ferro Central do Brasil que, denyado da linha tronco, em Barra do Pirai atinge São Paulo. O segundo, aquele que, na Estrada de Ferro Soro cabana, segue pela linha tronco até
Santo ,i^tónio,^ e daí deriva, como ra
ma, até Itoraré, nos limites paranáenses. Construída com algum rigor técnico,
O ramal de Itara
demandam o interior, ao mesmo tempo que articula as zonas mais importantes
do País, do ponto de vista econômico e político.
As notáveis obras de remo
delação do traçado do ramal paulista da E. F. Central do Brasil, que lhe assegurarão um rendimento de tráfego
raio de curva de 160 metros e rampa de 2,2% para outras que se mar
cam por raios de curva mínimos de 687 metros e rampas máximas de 0,5%.
considerável, a marcha da eletrificação,
— agora desde as duas pontas da linha, — as obras já empreendidas, e em curso,
Essa melhoria corresponde a aumentar
a capacidade de tração de uma locomo tiva tipo Mihado, em uso nessa estrada,
entre São Paulo e Mogi das Cruzes,
São Paulo, para 1.732 toneladas, per
coijiferem importância indiscutível ao segmento de bitola larga da grande ro çada brasileira Rio de Janeiro-São Paulo-
mitindo-se velocidades de 120 quilô
Ponta
de 380 toneladas, no trecho Jacareí a
Grossa-Marcelino
Ramos-Santa
Maria. Estudos para o prolongamento
Não .são tão boas as perspectivas do segmento de bitola métrica, em terriono paulista, dessa mesma roçada. En
quanto a parte que consiste na linha
onco da E. F. Sorocabana, dupla c
p ctnficada, vê crescer a sua capacidap e transporte, e aumentar a sua im
portância com as arüculações, de Pre sidente Altíno para o litoral, de Mainnque para o litoral, de Mairinque pa ra Jundiai e Campinas, o ramal de Ita raré nao está em N^ésperas de receber
os melhoramentos de que carece. Dois tatores contribuem para isso. Era pri meiro lugar, a tendência natural da E.
F. Sorocabana em levar o seu esfôrço
de melhoramento da linha ao longo do tronco, de que são evidentes sinais o
prolongamento da eletrificação a Bernardíno de Campos, com os trabalhos em curso de execução, e as obras
do renovação do traçado na serra de Botucatu. Os ramais ficam rele gados a segundo plano e isso, até certo ponto, é natural, porque a ferrovia busca melhorar os trechos aptos a fornecer maiores rendas e não é êsse o caso, quer do ramal de
Bauru, também de grande importância para a projeção internacional da rêde
métrica do Estado, quer o de Itararé. Em segundo lugar, a precariedade da
Rêde de Viação Paraná-Santa Catarina, prolongamento daquele ramal na dire
ção do sul, cujas condições técnicas
particularmente eqtre Itararé e Jaguariaíva, são péssimas e cuja densidade de tráfego vem numa queda singular de que é sinal evidente a concorrêii-
metros por hora, em vez dos 60 atuais. O outro segmento da roçada em aprêpara a época, e na bitola de 1,60 m, ço, pertencente à Estrada de Ferro So a linha da Estrada de Ferro Central do na bitola de 1,00 m, data, na Brasil prolongou-se, em território pau- rocabana, parte da linha tronco, até pouco antes
raná, e da construção de um ramal en
por ela servida. A E, F. Sorocabana pT
tre Mogi das Cruzes e São Sebastião, poderiam ser ampliados, em futuro
Ihores perspectivas nmn remodela'^".»
lista,
melhor.
^ cidade de Cachoeira, hoje
da Central do Brasil ao Estado do Pa
de Santo Antônio, donde saí a derivação
i
cia do transporte rodoviário na
deria encarar, certamente com as
no traçado do ramal de Itararé, <f«ae '\
'
f«i \
f".
Digesto
90
que a rêde Paraná-Santa Catarina es tivesse em condições de acompanhar a densidade de tráfego que êle teria. Isso, entretanto, não parece coisa para
os nossos dias, embora a projeção in
Econômico
MOBILIDADE DAS POPULAÇÕES
ternacional e a própria importância econômica da grande roçada métri ca São Paulo-Monlevideu estejam im
pondo melhores atenções para o pro
(H)
blema.
L. A. Costa Pinto
yv
(da Universidade do Brasil)
Qutra forma, ao lado da mobilidade ciuc
chamamos
intra-urbana
encarada cm artigo anterior — qnc assume o deslocamento das popula
tipo de tnobilidade demográfica que,
entre as zonas rurais e as zonas ur
como assevera o professor Costa Pinto,
banas, fenômeno socio-demográfico de grande relevância. E' um tipo de mobilidade demográfica que no Bra sil monopoliza, praticamente, a aten ção dos estudiosos, e isto ocorre por
no Brasil motiopoliza a atenção dos
motivos decorrentes da nossa estrutu
fica ê climática apontados como cau
ra eÇonómica, como adiante veremos.
sa do fenômeno, devemos sempre ter
qüente, entre as repercussões sociais
ve o homem para estabelecer rela
ral e a zona urbana; tão típico e tão
te decisiva, de sua estrutura social.
freqüente que, para muitos, quando
Qualquer "geografismo sociológi co" que se queira, dêsse modo, infil-
H-
trar no estudo científico das trocas demográficas rurais-urbanas — resul ta sempre de uma metodologia incom
pleta e primária e, mais que Uso consciente ou inconscientemente com prometida com um certo tipo de es
ção que fazemos ao encarar essas tro
trutura social em cujo bojo se encon tram as causas profundas do desen-
cas de população entre zonas rurais
raizaniento das populações
e zonas urbanas é a de que elas estão sempre na dependência da estrutura
o volume dessas trocas demográfi cas tem assumido, em alguns naíse,"
e da conjuntura social e econômica
proporçoes avantajadas. No? T7
que as determinam, ocorrendo sem pre como produto do impacto das re lações sociais sôbre os fenômenos de
Unidos, por exemplo, na
ral-urbano da população ford^fi
mográficos. Dêsse modo, quando ve
lliões de habitantes a fa
mos, em certas análises, a hipertro-
dades, e na década
A primeira, e fundamental verifica
rr clevavam a 446.015 toneladas, distribuídas-. Estados yníaos, ^Y-302; Alemanha, 62.100; Bélgica, 18.017;assim Holanda, 4.088; Polônia, 12.263; Cnecoslovàquia, 30; Marrocos, 8.215.
à pi eocupação de lembrar que êsse equipamento cultural de que se ser
ções com o meio físico é parte, e par
H-
minas é de 173.853 toneladas,
fia dos fatores de natureza geográ
da economia industrial do que essas
sumir.
A?
sociólogos.
trocas de população entre a zona ru
falam em mobilidade demográfica é êsse fenômeno que têm em mente, olvidando as outras formas e direções que a circulação demográfica pode as
francesa de carvão elevou-se a 926.411 toneladas, o que repreaumento. A produção média por dia de trabalho também au158.570 toncladãs. O rendimento por poço passou de 915 quiO númcio de trabalhadores efetivos é quase o mesmo-. 217.882 32.723 prisioneiros de guerra.
de das populações, examina a circulação entre as zonas rurais e as zonas urbanas,
ções no espaço físico, é a circulação
Nada mais típico, nem mais fre
npnfn mentfuíT^ loarntnn ^ iTünpirn^ A^
O autor, neste segundo artigo da série que está escrevendo sô)hre a mobilida
1920-30, o saldo dêssé
^
j
'
f".
Digesto
90
que a rêde Paraná-Santa Catarina es tivesse em condições de acompanhar a densidade de tráfego que êle teria. Isso, entretanto, não parece coisa para
os nossos dias, embora a projeção in
Econômico
MOBILIDADE DAS POPULAÇÕES
ternacional e a própria importância econômica da grande roçada métri ca São Paulo-Monlevideu estejam im
pondo melhores atenções para o pro
(H)
blema.
L. A. Costa Pinto
yv
(da Universidade do Brasil)
Qutra forma, ao lado da mobilidade ciuc
chamamos
intra-urbana
encarada cm artigo anterior — qnc assume o deslocamento das popula
tipo de tnobilidade demográfica que,
entre as zonas rurais e as zonas ur
como assevera o professor Costa Pinto,
banas, fenômeno socio-demográfico de grande relevância. E' um tipo de mobilidade demográfica que no Bra sil monopoliza, praticamente, a aten ção dos estudiosos, e isto ocorre por
no Brasil motiopoliza a atenção dos
motivos decorrentes da nossa estrutu
fica ê climática apontados como cau
ra eÇonómica, como adiante veremos.
sa do fenômeno, devemos sempre ter
qüente, entre as repercussões sociais
ve o homem para estabelecer rela
ral e a zona urbana; tão típico e tão
te decisiva, de sua estrutura social.
freqüente que, para muitos, quando
Qualquer "geografismo sociológi co" que se queira, dêsse modo, infil-
H-
trar no estudo científico das trocas demográficas rurais-urbanas — resul ta sempre de uma metodologia incom
pleta e primária e, mais que Uso consciente ou inconscientemente com prometida com um certo tipo de es
ção que fazemos ao encarar essas tro
trutura social em cujo bojo se encon tram as causas profundas do desen-
cas de população entre zonas rurais
raizaniento das populações
e zonas urbanas é a de que elas estão sempre na dependência da estrutura
o volume dessas trocas demográfi cas tem assumido, em alguns naíse,"
e da conjuntura social e econômica
proporçoes avantajadas. No? T7
que as determinam, ocorrendo sem pre como produto do impacto das re lações sociais sôbre os fenômenos de
Unidos, por exemplo, na
ral-urbano da população ford^fi
mográficos. Dêsse modo, quando ve
lliões de habitantes a fa
mos, em certas análises, a hipertro-
dades, e na década
A primeira, e fundamental verifica
rr clevavam a 446.015 toneladas, distribuídas-. Estados yníaos, ^Y-302; Alemanha, 62.100; Bélgica, 18.017;assim Holanda, 4.088; Polônia, 12.263; Cnecoslovàquia, 30; Marrocos, 8.215.
à pi eocupação de lembrar que êsse equipamento cultural de que se ser
ções com o meio físico é parte, e par
H-
minas é de 173.853 toneladas,
fia dos fatores de natureza geográ
da economia industrial do que essas
sumir.
A?
sociólogos.
trocas de população entre a zona ru
falam em mobilidade demográfica é êsse fenômeno que têm em mente, olvidando as outras formas e direções que a circulação demográfica pode as
francesa de carvão elevou-se a 926.411 toneladas, o que repreaumento. A produção média por dia de trabalho também au158.570 toncladãs. O rendimento por poço passou de 915 quiO númcio de trabalhadores efetivos é quase o mesmo-. 217.882 32.723 prisioneiros de guerra.
de das populações, examina a circulação entre as zonas rurais e as zonas urbanas,
ções no espaço físico, é a circulação
Nada mais típico, nem mais fre
npnfn mentfuíT^ loarntnn ^ iTünpirn^ A^
O autor, neste segundo artigo da série que está escrevendo sô)hre a mobilida
1920-30, o saldo dêssé
^
j
'
-msr
Digssto Econômico Digesto Econômico
92
. a 1940, o saldo urbano foi de 2 mi lhões. A análise minuciosa desses nú
impressionante, apresentando, de mo
que as
assumidas pelos
do típico, os característicos sociais que
deslocamentos são muito maiores do
o fenômeno costuma apresentar nas estruturas econômicas capitalistas. Não menores em volume, embora
que. pode parecer à primeira vista. Assim, êste saldo urbano de dois mi lhões, da última década, é resto de um deslocamento de 13 milhões de
habitantes emigrados dos campos pa
proporções elevadas, calculando--.íe em mais de 28 milhões o incremento da população urbana entre os cen sos de 1926 c 1939. A população total das cidades do 50.000 habitantes ou mais cm 1939, crescera de 16.163 000 em 1926 para 34.137.000, em 1939 No
renças essenciais de conjuntura, o in cremento das migrações internas foi
meros indica, sem sombra de dúvidas,
proporções
93
com
característicos
sociais
diversos,
I período de 1927-1938 calcUla-sc que o
foram as migrações rurais-urbanas na União Soviética, no período da planí-
cidades emigrados para as zonas ru
rais. Houve, portanto, em conjunto, o deslocamento de um total de 23 mi lhões de habitantes sobre as diversas áreas do país para que dêle restasse
Ppulação das áreas urbanas.
aquêle aumento de 2 milhões na po-
^ O recenseamento de 1950, nos Esta.
dos Unidos, revelará o volume e a direção assumida pela mobilidade ru-
ral-urbana da população no período dorrente
e, provávelmente, deixará
clara a influência da última guerra sôbre o fenômeno. O incremento das
■i
bilidade das populações, es
ficação econômica. A relação primá
4'
pecialmente
ria entre a geografia e a distribuição
da população está cm processo de rá pido desaparecimento; ^ vai sendo progressivamente substituída pelo in cremento de uma nova técnica de
c'orre um dos aspectos mais
feito em março de 1945, por
característicos da distribuição
las engajadas nas forças armadas, vi viam, naquela data, num lugar diver so daquele em que viviam no dia do
ataque a Pearl Harbor. Isto signifi ca, caso os dados se confirmem pela análise censitária, como é provável que ^ aconteça, que nos três anos e três meses estudados, os deslocamentos de populações nos Estados
"[jnidos foram maiores do que entre j9^5-1940. MesbiO levadas em. conta as dife
A relação entre as alterações da estrutura econômica e a ni<>-
ção da população soviética é seu as pecto ordenado, que resulta da plani-
a última guerra. Um estudo
meio de amostras, indicou que
dentemente, escapar ao fenômeno. E se alguma coisa de característico e
dades urbanas.
cipal característico da atual distribui
brutal naquele país durainte
aproximadamente 15 milhões d)e pessoas, excluídas aque
em larga parte, não somente do au ção e povoamento de novas comuni
fundadamente o problema, o prin
controle das relações entre o homem e o meio e das relações dos homens entre si. Daí, recorda êlc, de-
migrações internas parece ter sido
o Brasil, que tenta sua industriali
zação naquelas bases, não podia, evi
existentes, mas também da constru
Segundo as observações do profes sor Frank Lorimer, que estudou apro-
espacial da população sovié
tica, qual seja o surgimento
de grandes centros industriais e grandes concentrações demográfi cas ern regiões remotas, o que traduz
um povoamento dirigido e a redução ao mínimo dos fatores espontâneos
que. provocam as migrações rurais-ur banas : crises econômicas, calamida
des, oscilações poHtiCo-militarcs súbi tas no plano nacional, variações brus cas e catastróficas na estrutura so
pela história.
ções^rurais-urbanas tenha sido de 23
mento da população das cidades .iã
ma guerra.
realizado sua industrialização em ba ses capitalistas — bases julgadas, até pouco tempo, as únicas '^permitidas"
saldo favorável às cidades das niigramilhões de habitantes, o que resultou,
ra as cidades e do deslocamento de . ficação socialista da economia e no . 10 milhões e meio de habitantes das esforço econômico exigido pela úhi-
seqüências, guardadas, é claro, as pe culiaridades de cada caso específico, não escapou nenhum país que tenha
a
cesso- de acumulação capita lista.
Noutro lugar, de há mui-
fundamentais
:sto, já havíamos chamado a atenção para o fato de quo,
de enquadramento social e econômico de cada caso. ,vV verdade, entretanto, é que nenhuma situação
■entre os fatòres que influem .
na mobilidade da população rural brasileira, operam com
nos
Parece mais visível e direta
■essa dependência da mobilidade de
mográfica em relação à estrutura econômica do que no caso do Bra sil, ou seja, generalizando, dos países 9Ue se encontram nas primeiras eta
pas de formação de uma economia industrial em bases capitalista,s. Nes tes
casos,
os
delocamentos
parecer afirmação surpreendente — fraqueza relativa de intensi
entre nós se desenrola o pro
confirma-se,
Soviética, em que pesem as
em
é exatamente a intensida
mentalmente, pelas bases dé-, beis e o ritmo lento em que
também, no caso da União Peculiaridades
nós
de relativamente fraca com que êle se manifesta — o que a muitos pode
dade que se explica, funda
mobilidade
entre as cidades e o campo, evidente no caso dos Esta
dos ^ Unidos,
de discrepante da regra acaso existe entre
demo-
muito maior intensidade os
fatores de repulsão do campo do que os de atração das cidades r os primei ros cxplicam-se pela sobrevivência de
relações de produção obsoletas; os segundos, ligados ao desenvolvimento da industrialização nas zonas
urba
nas, têm a mesma significação rela
Eráficos entre a zona rural e a zo
tiva que esta industrialização atingiu no quadro de conjunto da estrutura
na urbana são um produto lógico do próprio processo de industrializa
razão, cwmrveremos em ..próximo ar-
cial etc.
ção.
Dentro desse quadro" estrutural, as migrações rurais-urbanas assumiram
/'TL hO p., .
^^^Desse
êxodo rural", e de suas con
econômica do País. E outra não é á
-tigoy pela qual a mobilidade da popu lação' rural brasileira se revela mais intensa entre áreas rurais diversas do
-msr
Digssto Econômico Digesto Econômico
92
. a 1940, o saldo urbano foi de 2 mi lhões. A análise minuciosa desses nú
impressionante, apresentando, de mo
que as
assumidas pelos
do típico, os característicos sociais que
deslocamentos são muito maiores do
o fenômeno costuma apresentar nas estruturas econômicas capitalistas. Não menores em volume, embora
que. pode parecer à primeira vista. Assim, êste saldo urbano de dois mi lhões, da última década, é resto de um deslocamento de 13 milhões de
habitantes emigrados dos campos pa
proporções elevadas, calculando--.íe em mais de 28 milhões o incremento da população urbana entre os cen sos de 1926 c 1939. A população total das cidades do 50.000 habitantes ou mais cm 1939, crescera de 16.163 000 em 1926 para 34.137.000, em 1939 No
renças essenciais de conjuntura, o in cremento das migrações internas foi
meros indica, sem sombra de dúvidas,
proporções
93
com
característicos
sociais
diversos,
I período de 1927-1938 calcUla-sc que o
foram as migrações rurais-urbanas na União Soviética, no período da planí-
cidades emigrados para as zonas ru
rais. Houve, portanto, em conjunto, o deslocamento de um total de 23 mi lhões de habitantes sobre as diversas áreas do país para que dêle restasse
Ppulação das áreas urbanas.
aquêle aumento de 2 milhões na po-
^ O recenseamento de 1950, nos Esta.
dos Unidos, revelará o volume e a direção assumida pela mobilidade ru-
ral-urbana da população no período dorrente
e, provávelmente, deixará
clara a influência da última guerra sôbre o fenômeno. O incremento das
■i
bilidade das populações, es
ficação econômica. A relação primá
4'
pecialmente
ria entre a geografia e a distribuição
da população está cm processo de rá pido desaparecimento; ^ vai sendo progressivamente substituída pelo in cremento de uma nova técnica de
c'orre um dos aspectos mais
feito em março de 1945, por
característicos da distribuição
las engajadas nas forças armadas, vi viam, naquela data, num lugar diver so daquele em que viviam no dia do
ataque a Pearl Harbor. Isto signifi ca, caso os dados se confirmem pela análise censitária, como é provável que ^ aconteça, que nos três anos e três meses estudados, os deslocamentos de populações nos Estados
"[jnidos foram maiores do que entre j9^5-1940. MesbiO levadas em. conta as dife
A relação entre as alterações da estrutura econômica e a ni<>-
ção da população soviética é seu as pecto ordenado, que resulta da plani-
a última guerra. Um estudo
meio de amostras, indicou que
dentemente, escapar ao fenômeno. E se alguma coisa de característico e
dades urbanas.
cipal característico da atual distribui
brutal naquele país durainte
aproximadamente 15 milhões d)e pessoas, excluídas aque
em larga parte, não somente do au ção e povoamento de novas comuni
fundadamente o problema, o prin
controle das relações entre o homem e o meio e das relações dos homens entre si. Daí, recorda êlc, de-
migrações internas parece ter sido
o Brasil, que tenta sua industriali
zação naquelas bases, não podia, evi
existentes, mas também da constru
Segundo as observações do profes sor Frank Lorimer, que estudou apro-
espacial da população sovié
tica, qual seja o surgimento
de grandes centros industriais e grandes concentrações demográfi cas ern regiões remotas, o que traduz
um povoamento dirigido e a redução ao mínimo dos fatores espontâneos
que. provocam as migrações rurais-ur banas : crises econômicas, calamida
des, oscilações poHtiCo-militarcs súbi tas no plano nacional, variações brus cas e catastróficas na estrutura so
pela história.
ções^rurais-urbanas tenha sido de 23
mento da população das cidades .iã
ma guerra.
realizado sua industrialização em ba ses capitalistas — bases julgadas, até pouco tempo, as únicas '^permitidas"
saldo favorável às cidades das niigramilhões de habitantes, o que resultou,
ra as cidades e do deslocamento de . ficação socialista da economia e no . 10 milhões e meio de habitantes das esforço econômico exigido pela úhi-
seqüências, guardadas, é claro, as pe culiaridades de cada caso específico, não escapou nenhum país que tenha
a
cesso- de acumulação capita lista.
Noutro lugar, de há mui-
fundamentais
:sto, já havíamos chamado a atenção para o fato de quo,
de enquadramento social e econômico de cada caso. ,vV verdade, entretanto, é que nenhuma situação
■entre os fatòres que influem .
na mobilidade da população rural brasileira, operam com
nos
Parece mais visível e direta
■essa dependência da mobilidade de
mográfica em relação à estrutura econômica do que no caso do Bra sil, ou seja, generalizando, dos países 9Ue se encontram nas primeiras eta
pas de formação de uma economia industrial em bases capitalista,s. Nes tes
casos,
os
delocamentos
parecer afirmação surpreendente — fraqueza relativa de intensi
entre nós se desenrola o pro
confirma-se,
Soviética, em que pesem as
em
é exatamente a intensida
mentalmente, pelas bases dé-, beis e o ritmo lento em que
também, no caso da União Peculiaridades
nós
de relativamente fraca com que êle se manifesta — o que a muitos pode
dade que se explica, funda
mobilidade
entre as cidades e o campo, evidente no caso dos Esta
dos ^ Unidos,
de discrepante da regra acaso existe entre
demo-
muito maior intensidade os
fatores de repulsão do campo do que os de atração das cidades r os primei ros cxplicam-se pela sobrevivência de
relações de produção obsoletas; os segundos, ligados ao desenvolvimento da industrialização nas zonas
urba
nas, têm a mesma significação rela
Eráficos entre a zona rural e a zo
tiva que esta industrialização atingiu no quadro de conjunto da estrutura
na urbana são um produto lógico do próprio processo de industrializa
razão, cwmrveremos em ..próximo ar-
cial etc.
ção.
Dentro desse quadro" estrutural, as migrações rurais-urbanas assumiram
/'TL hO p., .
^^^Desse
êxodo rural", e de suas con
econômica do País. E outra não é á
-tigoy pela qual a mobilidade da popu lação' rural brasileira se revela mais intensa entre áreas rurais diversas do
Digesto EcoNÓNnco Dicesto Econômico
Ô4
95
arrastam para as zonas urbanas por que entre as áreas rurais e as áreas
urbanas^
-f p/
O mesmo ponto de vista, aliás, c
esposado em
parte
pelo
professor
sair — em que aparecem razões ex
traordinárias — quase diríamos arti ficiais — que conferem ao fenôme no um caráter a-típÍco, desusual, do
Lynn Smith, que em seu volumoso
(jual sempre re.stam, é claro, avan
estudo sóbre a população brasileira só reservou cinco páginas, das 800
ços que se tornam permanentes, mas que, no conjunto, tendem a regressar
que o livro possui, às migrações ru-
c permanecer no padrão anterior,
rais-urbanas... E aí pode-se ler o
por causas que não nos cabe no mo
seguinte: "E' evidente que a migra ção 'rural-urbana é de importância
As cidades são em número reduzido em relação à população"... E infor
liar, enquanto 44% trabalham em em
gra para a cidade, essa mesma relaÇao, no Brasil, gira em tôrno de uma para quinze.
O desenvolvimento do processo de industrialização, que é urbano por excelência, a criação dò mercado in terno, a solicitação crescente de mão
e^ obra, a destruição da empresa do mestica e o fim da autarquia natural
-da economia rural — são aspectos do mesmo processo de que resultam as migrações rurais-urbanas. Na me
dida em que êle se desenrola, ní me
dida de .seu ritmo c de sua intensida de, incrementa-se, paralelamente, a rnigração rural-urbana, pois é o cres cimento das trocas entre as zonas ru
rais e as zonas urbanas que determi
penoso c intermitente têm operado no Brasil esses fatores determinantes das migrações rurais-urbanas.
balham em empresas de caráter fami
presas de tipo capitalista, havendo, portanto, forte predominância do pri
rios referentes a "moradores presenfes", "moradores ausentes", "não .moradores-pre^sentcs" etc., bem como o estudo comparativo do lugar dc
nascimento _e do lugar de residência da população das diversas regiões
sentido
rural-urbano,
tomamos
aqui como ponto de referência a Ca
meiro tipo na estrutura econômica
gos traços, em seu devido enquadra
pital da República, que, ao lado (.e
do País, embora o mesnío não se pos sa afirmar com referencia ao valor da
mento sociológico,
é possível agora
verificar alguns dos aspectos mais im
ser o maior centro urbano do País com grande poder de atração sôbre
portantes que assumem no Brasil as
populações interiores', é também uma
produção de cada um dos tipos de empresa. Verifica-se mais que a pro
porção de ocupação em qualquer outro ramo de atividade que não agro-pe-
cuária não atinge um décimo na po pulação do Brasil em Conjunto, e»'
quanto que as atividades rurais (agri cultura, pecuária etc.) abrangem mais de cinco décimos dos homens de I"
anos e mais. Em tôdas as regiões do País a proporção de ocupados neste último ramo de atividades é a ma'S elevada: e cm tôdas cias é superior a 50%, menos na região norte, cer tamente pela preeminência que a"
têm as atividades extrativas, que tam- /
areas
rurais
e
as
urbanas.
acordo c'om a nomenclatura oficial, e toda sede de município. Assim, por exemplo, os 375 habitantes que era 1940 constituíam a população de
C^ampo Formoso, em Minas Gerais,
não
te, os resultados das análises referentes ao Distrito Federal podem ser sistemàticamente
generalizados para as outras cidades do País.
Na população total do Distrito Fe- '
deral cm 1940 — 1.533.698 habitantes
são considerados uma população ur bana, porque viviam na sede do mu
— 872.972 (56,92%) eram naturais do
nicípio do mesmo nome. Alguns têm adotado o artifício de comparar as populações das sedes
633.658 (41,32%) são naturais de ou tros Estados, e o restante é de es
Numa estrutura caracterizada assir.'
pela predominância das atividades
a capital do Estado é também sua
da economia ganham preeminência e
Por outro lado, evidentemen
dados. Cidade, no Brasil, de
pode observar como Característico mais notável do fenômeno no Brasil e que o desenvolvimento desses fato
rurais tíe sua população -r- as migra■ções> rurais-urbanas ocorrem, e ga* res _ industrializantes e, portanto, ur. nliam em importância, na medida en\ an.zantes, atinge pontos elevados que êsse quadro se altera, na medida nos períodos de guerra internacional em que os característicos capitalistas
cia de dados e informações.
O primeiro problema com que SC defronta quem preten da estudá-las é a carência de
nem urbanizantes.
bém não são, de resto, nem urbains
amostra demográfica sôbre a qual existe relativa abundân
trocas de população entre as
ções. Ora^ a ésse respeito, o que se
como èste do qual acabamos de
a elaboração dos resultados censitá-
um Posto o problema, embora cm lar
dos municípios das capitais com o res to da população dc cada Estado, par tindo da prelim-nar de que, em regra,
na, entre elas, as trocas de popula
em regiões de característicos melhor
estudados vão aos poucos suprindo a necessidade dc tais artifícios. Assim,
combinado por sexo, idade, naturali dade etc. Para destacarmos os aspec tos mais importantes daquelas cor rentes de migração interior que têm
O censo de 1940 revelou que, da iiopulaçâo de ICano.s c mais, 56% fa-
crianças nascida na zona rural emi
pulação.^ E a julgar por êsse reflexo demográfico do fenômeno econômico, a conclusão a que sc chega, confir mando análises feitas dc outros pon tos de vista, é que só dc modo lento,
mento analisar cm profundidade.
relativamente menor no Brasil do que na maioria dos países (do mundo). ma logo a seguir, que enquanto nos Estados Unidos uma de cada duas
centagens sempre crescentes da po
maior concentração de população ur
bana. E' um artifício, sem dúvida, às vezes expressivo mas nem sempre fe--
Hz.^ A utilização de outros dados censitarios e a concentração do estudo
Distrito Federal, enquanto que
trangeiros ou de nacionalidade não especificada. Logo se vê por esses da dos que o Distrito Federal ^
sivelmente São Paulo (cidade) — ggp
os focos mais notáveis de atrac'
das migrações interiores que se di °
gem para zonas urbanas, devendo
capar bastante do padrão niédío
situação nacional, por serem essas duT,
cidades aquelas para as quai« c ^ , HUdis se dicfert
Digesto EcoNÓNnco Dicesto Econômico
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arrastam para as zonas urbanas por que entre as áreas rurais e as áreas
urbanas^
-f p/
O mesmo ponto de vista, aliás, c
esposado em
parte
pelo
professor
sair — em que aparecem razões ex
traordinárias — quase diríamos arti ficiais — que conferem ao fenôme no um caráter a-típÍco, desusual, do
Lynn Smith, que em seu volumoso
(jual sempre re.stam, é claro, avan
estudo sóbre a população brasileira só reservou cinco páginas, das 800
ços que se tornam permanentes, mas que, no conjunto, tendem a regressar
que o livro possui, às migrações ru-
c permanecer no padrão anterior,
rais-urbanas... E aí pode-se ler o
por causas que não nos cabe no mo
seguinte: "E' evidente que a migra ção 'rural-urbana é de importância
As cidades são em número reduzido em relação à população"... E infor
liar, enquanto 44% trabalham em em
gra para a cidade, essa mesma relaÇao, no Brasil, gira em tôrno de uma para quinze.
O desenvolvimento do processo de industrialização, que é urbano por excelência, a criação dò mercado in terno, a solicitação crescente de mão
e^ obra, a destruição da empresa do mestica e o fim da autarquia natural
-da economia rural — são aspectos do mesmo processo de que resultam as migrações rurais-urbanas. Na me
dida em que êle se desenrola, ní me
dida de .seu ritmo c de sua intensida de, incrementa-se, paralelamente, a rnigração rural-urbana, pois é o cres cimento das trocas entre as zonas ru
rais e as zonas urbanas que determi
penoso c intermitente têm operado no Brasil esses fatores determinantes das migrações rurais-urbanas.
balham em empresas de caráter fami
presas de tipo capitalista, havendo, portanto, forte predominância do pri
rios referentes a "moradores presenfes", "moradores ausentes", "não .moradores-pre^sentcs" etc., bem como o estudo comparativo do lugar dc
nascimento _e do lugar de residência da população das diversas regiões
sentido
rural-urbano,
tomamos
aqui como ponto de referência a Ca
meiro tipo na estrutura econômica
gos traços, em seu devido enquadra
pital da República, que, ao lado (.e
do País, embora o mesnío não se pos sa afirmar com referencia ao valor da
mento sociológico,
é possível agora
verificar alguns dos aspectos mais im
ser o maior centro urbano do País com grande poder de atração sôbre
portantes que assumem no Brasil as
populações interiores', é também uma
produção de cada um dos tipos de empresa. Verifica-se mais que a pro
porção de ocupação em qualquer outro ramo de atividade que não agro-pe-
cuária não atinge um décimo na po pulação do Brasil em Conjunto, e»'
quanto que as atividades rurais (agri cultura, pecuária etc.) abrangem mais de cinco décimos dos homens de I"
anos e mais. Em tôdas as regiões do País a proporção de ocupados neste último ramo de atividades é a ma'S elevada: e cm tôdas cias é superior a 50%, menos na região norte, cer tamente pela preeminência que a"
têm as atividades extrativas, que tam- /
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rurais
e
as
urbanas.
acordo c'om a nomenclatura oficial, e toda sede de município. Assim, por exemplo, os 375 habitantes que era 1940 constituíam a população de
C^ampo Formoso, em Minas Gerais,
não
te, os resultados das análises referentes ao Distrito Federal podem ser sistemàticamente
generalizados para as outras cidades do País.
Na população total do Distrito Fe- '
deral cm 1940 — 1.533.698 habitantes
são considerados uma população ur bana, porque viviam na sede do mu
— 872.972 (56,92%) eram naturais do
nicípio do mesmo nome. Alguns têm adotado o artifício de comparar as populações das sedes
633.658 (41,32%) são naturais de ou tros Estados, e o restante é de es
Numa estrutura caracterizada assir.'
pela predominância das atividades
a capital do Estado é também sua
da economia ganham preeminência e
Por outro lado, evidentemen
dados. Cidade, no Brasil, de
pode observar como Característico mais notável do fenômeno no Brasil e que o desenvolvimento desses fato
rurais tíe sua população -r- as migra■ções> rurais-urbanas ocorrem, e ga* res _ industrializantes e, portanto, ur. nliam em importância, na medida en\ an.zantes, atinge pontos elevados que êsse quadro se altera, na medida nos períodos de guerra internacional em que os característicos capitalistas
cia de dados e informações.
O primeiro problema com que SC defronta quem preten da estudá-las é a carência de
nem urbanizantes.
bém não são, de resto, nem urbains
amostra demográfica sôbre a qual existe relativa abundân
trocas de população entre as
ções. Ora^ a ésse respeito, o que se
como èste do qual acabamos de
a elaboração dos resultados censitá-
um Posto o problema, embora cm lar
dos municípios das capitais com o res to da população dc cada Estado, par tindo da prelim-nar de que, em regra,
na, entre elas, as trocas de popula
em regiões de característicos melhor
estudados vão aos poucos suprindo a necessidade dc tais artifícios. Assim,
combinado por sexo, idade, naturali dade etc. Para destacarmos os aspec tos mais importantes daquelas cor rentes de migração interior que têm
O censo de 1940 revelou que, da iiopulaçâo de ICano.s c mais, 56% fa-
crianças nascida na zona rural emi
pulação.^ E a julgar por êsse reflexo demográfico do fenômeno econômico, a conclusão a que sc chega, confir mando análises feitas dc outros pon tos de vista, é que só dc modo lento,
mento analisar cm profundidade.
relativamente menor no Brasil do que na maioria dos países (do mundo). ma logo a seguir, que enquanto nos Estados Unidos uma de cada duas
centagens sempre crescentes da po
maior concentração de população ur
bana. E' um artifício, sem dúvida, às vezes expressivo mas nem sempre fe--
Hz.^ A utilização de outros dados censitarios e a concentração do estudo
Distrito Federal, enquanto que
trangeiros ou de nacionalidade não especificada. Logo se vê por esses da dos que o Distrito Federal ^
sivelmente São Paulo (cidade) — ggp
os focos mais notáveis de atrac'
das migrações interiores que se di °
gem para zonas urbanas, devendo
capar bastante do padrão niédío
situação nacional, por serem essas duT,
cidades aquelas para as quai« c ^ , HUdis se dicfert
vT
T-
T
Digesto Econômico'
OíCESTo
Econômico
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98
mas correntes de mligraçâo interior que se dirigem para a zona urbana, veis. Dos naturais de outros Estados, que "c a importância dessas migrações ternas na composição demográfica do vivem no Distrito Federal, a parte Distrito Federal — conferem-lhe a tí maior cabe aos naturais do Estado do pica composição por sexo das popu Rio (286.609) e, cm seguida, vêm os
gem correntes migratórias ponderá
naturais de Minas Gerais •(114.214),
lações urbanas, caracterizada pela
Êsses dados indicam que a maior
superioridade do número de niulhs-
parte áas correntes migratórias inte riores que se dirigem para o centro urbano da Capital provém das re
giões próximas, vizinhas ou adjacen tes, com as quais o centro metropoli
tano mantém intensas e múltiplas re lações econômicas.
As migrações internas sempre Con firmam a regra, segundo a qual quan to maior a distância percorrida maior o número de homens nas correntes mi
gratórias, quanto mais próximos os
no interior da zona rural. E' o qn®
em sua maioria, do sexo masculino. A predominância feminina nas mi
grações rurais-urbanas, provindas de pontos próximos, pode ser explicada pelo fato de o centro industrial ofere
cer maiores oportunidades para o em prego da mão de obra feminina, tan to nos serviços domésticos, atividades comerciais e de escritório, Como tam bém nos setores industriais da pro dução, máxime no caso do Distrito
Federal em que larga parte das ati vidades industriais se desenrola no
ramo têxtil em que a mão de obra fe minina apresenta uma taxa elevad.a prevalência do sexo feminino
se das trocas demográficas intra-ru-
rais, que constituem a forma mais tí
tureza íntima das relações entre a
pica de mobilitlade da população bra
mobilidade das populações c as va
sileira — e cujo estudo será feito no artigo seguinte.
riações estruturais e conjunturais da
lise da migração para o Distrito Fe deral, comparada às migrações inte riores que se dirigem para outros pontos do território nacional. Numa breve comparação das ten dências do fenômeno através do tcin-
po observa-se que as migrações in teriores encaminhadas para o Distri' ^ to Federal têm aumentado de 1890 = 1940- a proporção dos natos no pi""' nrio Distrito Federal, em 1920.
maior do que. em 1890 e mais bai^ do que a de 1940. No período consi derado é quase uniforme a predomi
nância, entre os imigrantes de outroS Estados, dos mineiros e fluminenses, contribuindo as populações rurais desses Estados, de maneira notável, para o crescimento da população ur bana da Capital da República.
Anuncia-se que o Fundo Monetário Internacional distribuiu até agora .,., iOU.UUVr.UUU dólares, UOiUTUS, exclusive líAt/tUÒTUfc! (tiÜÜtO180.500.000 as1. novas... retiradas brit^cas. As subscrições aufo. _j 1 , ' , „ t. fT n01 etnn fWin Wnc n4in!r.
rizadas dos membros do Fundo elevam-se a 7.921.500.000, aos quais 6.579.200.000
foram pagos até 31 de agôsto.
Foram confirmados os adiantamentos feitos à França eà Holanda e o primei,
fo adiantarnento feito à Inglaterra, num total de 80 mühoes de dólares que foí
de ocupação.
A
nar-se cada vez mais evidente a na
migrações internas no Brasil não se encontra nas de tipo rural-urbano» mas sim naquelas que se estabelecem
parece indicar de modo típico a ana
afastados do Norte e Nordeste, são,
te da documentação que se pode mo bilizar sòbre o assunto, parece tor
organização sodial em que se enqua dram. Apesar disso, abrigamos a con vicção de que esta relação se tornará ainda mais clara através da análi
confirmar que o maior volume das
mero de mulheres. De fato, na mi gração para o Distrito Federal pre dominam as mulheres naquelas cor
do Rio, enquanto que os residentes na Capital, nascidos em Estados mais
característicos mais salientes do pro blema, c que só revela pequena par
res em relação ao número de homen.>. E' importante assinalar que, no conjunto, predominam os homens en tre os brasileiros nascidos numa Uni dade da Federação c residentes em outra; entretanto, nas migrações pa ra as zonas urbanas, predominam as mulheres — o que indiretamente vem
pontos de deslocamento maior o nú
rentes provindas de Minas c Estado
tado, quc apenas indica alguns dos
Do estudo sumário acima apresen
:
concedido depois de 31 de agôsto.
' _
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vT
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mas correntes de mligraçâo interior que se dirigem para a zona urbana, veis. Dos naturais de outros Estados, que "c a importância dessas migrações ternas na composição demográfica do vivem no Distrito Federal, a parte Distrito Federal — conferem-lhe a tí maior cabe aos naturais do Estado do pica composição por sexo das popu Rio (286.609) e, cm seguida, vêm os
gem correntes migratórias ponderá
naturais de Minas Gerais •(114.214),
lações urbanas, caracterizada pela
Êsses dados indicam que a maior
superioridade do número de niulhs-
parte áas correntes migratórias inte riores que se dirigem para o centro urbano da Capital provém das re
giões próximas, vizinhas ou adjacen tes, com as quais o centro metropoli
tano mantém intensas e múltiplas re lações econômicas.
As migrações internas sempre Con firmam a regra, segundo a qual quan to maior a distância percorrida maior o número de homens nas correntes mi
gratórias, quanto mais próximos os
no interior da zona rural. E' o qn®
em sua maioria, do sexo masculino. A predominância feminina nas mi
grações rurais-urbanas, provindas de pontos próximos, pode ser explicada pelo fato de o centro industrial ofere
cer maiores oportunidades para o em prego da mão de obra feminina, tan to nos serviços domésticos, atividades comerciais e de escritório, Como tam bém nos setores industriais da pro dução, máxime no caso do Distrito
Federal em que larga parte das ati vidades industriais se desenrola no
ramo têxtil em que a mão de obra fe minina apresenta uma taxa elevad.a prevalência do sexo feminino
se das trocas demográficas intra-ru-
rais, que constituem a forma mais tí
tureza íntima das relações entre a
pica de mobilitlade da população bra
mobilidade das populações c as va
sileira — e cujo estudo será feito no artigo seguinte.
riações estruturais e conjunturais da
lise da migração para o Distrito Fe deral, comparada às migrações inte riores que se dirigem para outros pontos do território nacional. Numa breve comparação das ten dências do fenômeno através do tcin-
po observa-se que as migrações in teriores encaminhadas para o Distri' ^ to Federal têm aumentado de 1890 = 1940- a proporção dos natos no pi""' nrio Distrito Federal, em 1920.
maior do que. em 1890 e mais bai^ do que a de 1940. No período consi derado é quase uniforme a predomi
nância, entre os imigrantes de outroS Estados, dos mineiros e fluminenses, contribuindo as populações rurais desses Estados, de maneira notável, para o crescimento da população ur bana da Capital da República.
Anuncia-se que o Fundo Monetário Internacional distribuiu até agora .,., iOU.UUVr.UUU dólares, UOiUTUS, exclusive líAt/tUÒTUfc! (tiÜÜtO180.500.000 as1. novas... retiradas brit^cas. As subscrições aufo. _j 1 , ' , „ t. fT n01 etnn fWin Wnc n4in!r.
rizadas dos membros do Fundo elevam-se a 7.921.500.000, aos quais 6.579.200.000
foram pagos até 31 de agôsto.
Foram confirmados os adiantamentos feitos à França eà Holanda e o primei,
fo adiantarnento feito à Inglaterra, num total de 80 mühoes de dólares que foí
de ocupação.
A
nar-se cada vez mais evidente a na
migrações internas no Brasil não se encontra nas de tipo rural-urbano» mas sim naquelas que se estabelecem
parece indicar de modo típico a ana
afastados do Norte e Nordeste, são,
te da documentação que se pode mo bilizar sòbre o assunto, parece tor
organização sodial em que se enqua dram. Apesar disso, abrigamos a con vicção de que esta relação se tornará ainda mais clara através da análi
confirmar que o maior volume das
mero de mulheres. De fato, na mi gração para o Distrito Federal pre dominam as mulheres naquelas cor
do Rio, enquanto que os residentes na Capital, nascidos em Estados mais
característicos mais salientes do pro blema, c que só revela pequena par
res em relação ao número de homen.>. E' importante assinalar que, no conjunto, predominam os homens en tre os brasileiros nascidos numa Uni dade da Federação c residentes em outra; entretanto, nas migrações pa ra as zonas urbanas, predominam as mulheres — o que indiretamente vem
pontos de deslocamento maior o nú
rentes provindas de Minas c Estado
tado, quc apenas indica alguns dos
Do estudo sumário acima apresen
:
concedido depois de 31 de agôsto.
' _
'
t>icESTo EcoNÓKnco
99
o primi'inj ümpríistiiiio (3X!enio brasiJeirii
^rde visconde de Ilabalana. Martim mente í\p monarca que fechara manu-
Otávio Tarquíniq de Sousa
oferecera o empréstimo que recusou. a ser marquês de Maricá e autor de pen
Q EOTADO da Fazenda Pública, por oca sião da Independência, era dos mais erárín«. Q precários. . descalabro financeiro, ^inum^cnv lem
O autor, que é um historiador ilustre ^ com êsie artigo, traz uma interessante
pasta da Fazenda, Martim Francisco procurou vencer as dificuldades, reve-
estudado com simpatia pelo grande Calógeras em Hora que figura na Coleção
à biografia da FelisheriO virtude das despesas extraordinárias que contribuição Caldeira Jirant, marquâs de BarbacenOi a nova situação política acarretava. Na
^do-se administrador lúcido e probo. Reduzido o Tesouro Público à renda
^ província do Rio de Janeiro, visto
Brasiliana. • ^-r-r^
^
^
não quis jamais saber e repe-
aspereza sugestões e propostas ta' sentido.
fe-tos no estrangeiro nenhuma novidade e
não
fÃ-ír» ^
quem em reunião do Minis-
da F
ao primeiro titular
temhm de 12 de setembro de I804 Martim Pr escnta ja ja ao do exiuo, exílio, aíum 1-ranci.«Àrr. . im P •• "com «.r
conta como conseguiu
gnmenlos sem réplica estorvar
ortugal um vinhedo britânico, esta-
txuções a Brant e Gameíro, subscritas
''am desde os tratados de 1810 como <luase senhores do Brasil. Ing'êses coynerciando no Rio, no Recife, na Bahia, gloses pouco líricos que cuidavam so-
por Mariano da Fonseca, prescreviam o tipo mínimo de 80, a taxa de juros de 6% e a criação de um fundo de amortização, correspondente a 4% da pres-
bretudo de pecúnia.
Um Fernando
tação anual, mais ou menos nos termos
da Alfândega n.° 49, segundo o Alfyianaque dos Comerciantes para o ano de 1827. Parente de Eduardo Oxen-
da quanto à amortização, de iniciativa de Nogueira da Gama. Brant, homem inteligente, militar
dada pouco depois por Manoel Jacin-
fo Nogueira da Gama, quan do assumiu a pasta da Fa zenda, na segunda quinzena
argumentos mais ou menos ponderosos,
tinha aspectos de um exclusivismo de
bastava cobrar impostos. As necessida- timbre bem andradino. es do Estado recém-fundado se tor queda dos Andradas e a marcho navam cada d a mais prementes e pe- dasA negociações para o reconhecimento da Independência facilitaram o ensejo •inipos. ®tnprestado foi expediente que se Martim Francisco apelou para nm empréstimo interno, coberto com da reahzação do primeiro da longa sé rie de ruinosos empréstimos externos P eno êxitoj de empréstimo externo, en- brasileiros. Na mesma carta de 12 de
Ij ^
mais a Mr. dc La Palice do que a
Marquês de La Rochefoucauld. As ins-
da proposta de üxenford, salvo a emen-
repelida por Martim Francisco e estu- . relações em Londres, para onde o man
nvJ n^rosa arrecadação, o ffaca-pé que ibe numa valeu oe? por cem e os juros de • 5^ por cem. jniora ódios e malquerenças. Com pe so metálico por peso metálico". O preende-se; os maiores sonegadores de exemplo dado quotidianamente por "Es ^postos eram alguns dos mais po- tados novos e velhos" não o convencia, erosos da terra, habituados a não pa 6 a sua oposição, apoiada cm vários
V*
samentos e máximas de um bom senso
ford, autor da proposta de empréstimo com dons de diplomata, possuía boas
oferecessem empréstimo em condições que julgava muito boas — "prêmio de
garem ou só pagarem os seus débitos tardia e fraudulentamente. Mas não
as fora certamente o inglês Eduardo
^.xenford, representado por Jolin Brick-
'-J.vonford era estabelecido na Corte, na
medida tão perniciosa", embora lhe
dentro "T '
militori a Assembléia, a fazer caneira,
p^od. Os ingleses, que tinham feito de
já prometeu uma obra sôhre Pedro l,
gado por D. João víragravava-sc em
rancisco omitiu o nome de quem lhe
vembro de 1823, funcionan do ainda a Constituinte, re solvera o ministro de Estran
de julho de 1823? Com a dissolução da Cons-
futuro marquês de Carave
Ijituinte a 12 de novembtfo
las, enviá-lo de novo à ca
geiros Carneiro de Campos,
seguinte desaparecia um dos grandes obstáculos aos bons
nogócios que representariam
'K v
os empréstimos no estrangei
ro. Dizer estrangeiro no mo mento eqüivalia a dizer Londres. Por escrúpulos ou esperança de obter me lhores condições, decidiu o governo, depois de ouvido o Conselho d^e Esta
setembro de 1824, Martim Francisco
dara José Bonifácio em 1822. Em no-
pital inglesa. Na Assembléia, fora grande a discussão a res peito, uma vez que se fazia mister licença especial por ser Brant deputado pela Bahia e haver lei recente vedando aos membros da Constituinte o exercíc'o de empre gos ou comissões. Entre cs que se opu
seram à dispensa na lei, a fim de que o depois marquês de Barbacena pu desse partir, não fa'tou quem, na igno
dizia que já no tempo em que estava no governo, Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, então encarregado de negócios na GrãBretanha, "sem ter ordem, escrevia ao
Assembléia Constituinte, mandar con
rância do falecimento do grande jor
trair na Europa rim empréstimo de £ 3.000.000. Nogueira da Gama ge
nalista do Correio Brasiliense, a 11 de setembro de 1823, sugerisse o nome de
Ministério fazendo ver a necessidade de
rira o Ministério da 'Fazenda durante
Hipólito da Costa, cujo prestígio abri
apenas
ra caminho a Brant na sua primeira
do improvisado por decreto do dia se guinte ao do golpe de força contra a
um empréstimo, entendia-se com os ca pitalistas de Londres..." Chegava afi nal a ocasião asada. Para negociar a
operação foram nomeados o mesmo
quatro
meses incompletos e
fora substituído por Mariano José Pe reira da Fonseca, encarcerado pelo con V
Caldeira Brant e Gameíro Pessoa, mais
1
de de Rezende por crime de idéias fran cesas, e agora disposto a servir dòcil-
missão.
Fôsse pela faUa da ajuda de Hipóli to ou porque na verdade não era fácil a incumbência, o certo é que Brant e
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o primi'inj ümpríistiiiio (3X!enio brasiJeirii
^rde visconde de Ilabalana. Martim mente í\p monarca que fechara manu-
Otávio Tarquíniq de Sousa
oferecera o empréstimo que recusou. a ser marquês de Maricá e autor de pen
Q EOTADO da Fazenda Pública, por oca sião da Independência, era dos mais erárín«. Q precários. . descalabro financeiro, ^inum^cnv lem
O autor, que é um historiador ilustre ^ com êsie artigo, traz uma interessante
pasta da Fazenda, Martim Francisco procurou vencer as dificuldades, reve-
estudado com simpatia pelo grande Calógeras em Hora que figura na Coleção
à biografia da FelisheriO virtude das despesas extraordinárias que contribuição Caldeira Jirant, marquâs de BarbacenOi a nova situação política acarretava. Na
^do-se administrador lúcido e probo. Reduzido o Tesouro Público à renda
^ província do Rio de Janeiro, visto
Brasiliana. • ^-r-r^
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não quis jamais saber e repe-
aspereza sugestões e propostas ta' sentido.
fe-tos no estrangeiro nenhuma novidade e
não
fÃ-ír» ^
quem em reunião do Minis-
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ao primeiro titular
temhm de 12 de setembro de I804 Martim Pr escnta ja ja ao do exiuo, exílio, aíum 1-ranci.«Àrr. . im P •• "com «.r
conta como conseguiu
gnmenlos sem réplica estorvar
ortugal um vinhedo britânico, esta-
txuções a Brant e Gameíro, subscritas
''am desde os tratados de 1810 como <luase senhores do Brasil. Ing'êses coynerciando no Rio, no Recife, na Bahia, gloses pouco líricos que cuidavam so-
por Mariano da Fonseca, prescreviam o tipo mínimo de 80, a taxa de juros de 6% e a criação de um fundo de amortização, correspondente a 4% da pres-
bretudo de pecúnia.
Um Fernando
tação anual, mais ou menos nos termos
da Alfândega n.° 49, segundo o Alfyianaque dos Comerciantes para o ano de 1827. Parente de Eduardo Oxen-
da quanto à amortização, de iniciativa de Nogueira da Gama. Brant, homem inteligente, militar
dada pouco depois por Manoel Jacin-
fo Nogueira da Gama, quan do assumiu a pasta da Fa zenda, na segunda quinzena
argumentos mais ou menos ponderosos,
tinha aspectos de um exclusivismo de
bastava cobrar impostos. As necessida- timbre bem andradino. es do Estado recém-fundado se tor queda dos Andradas e a marcho navam cada d a mais prementes e pe- dasA negociações para o reconhecimento da Independência facilitaram o ensejo •inipos. ®tnprestado foi expediente que se Martim Francisco apelou para nm empréstimo interno, coberto com da reahzação do primeiro da longa sé rie de ruinosos empréstimos externos P eno êxitoj de empréstimo externo, en- brasileiros. Na mesma carta de 12 de
Ij ^
mais a Mr. dc La Palice do que a
Marquês de La Rochefoucauld. As ins-
da proposta de üxenford, salvo a emen-
repelida por Martim Francisco e estu- . relações em Londres, para onde o man
nvJ n^rosa arrecadação, o ffaca-pé que ibe numa valeu oe? por cem e os juros de • 5^ por cem. jniora ódios e malquerenças. Com pe so metálico por peso metálico". O preende-se; os maiores sonegadores de exemplo dado quotidianamente por "Es ^postos eram alguns dos mais po- tados novos e velhos" não o convencia, erosos da terra, habituados a não pa 6 a sua oposição, apoiada cm vários
V*
samentos e máximas de um bom senso
ford, autor da proposta de empréstimo com dons de diplomata, possuía boas
oferecessem empréstimo em condições que julgava muito boas — "prêmio de
garem ou só pagarem os seus débitos tardia e fraudulentamente. Mas não
as fora certamente o inglês Eduardo
^.xenford, representado por Jolin Brick-
'-J.vonford era estabelecido na Corte, na
medida tão perniciosa", embora lhe
dentro "T '
militori a Assembléia, a fazer caneira,
p^od. Os ingleses, que tinham feito de
já prometeu uma obra sôhre Pedro l,
gado por D. João víragravava-sc em
rancisco omitiu o nome de quem lhe
vembro de 1823, funcionan do ainda a Constituinte, re solvera o ministro de Estran
de julho de 1823? Com a dissolução da Cons-
futuro marquês de Carave
Ijituinte a 12 de novembtfo
las, enviá-lo de novo à ca
geiros Carneiro de Campos,
seguinte desaparecia um dos grandes obstáculos aos bons
nogócios que representariam
'K v
os empréstimos no estrangei
ro. Dizer estrangeiro no mo mento eqüivalia a dizer Londres. Por escrúpulos ou esperança de obter me lhores condições, decidiu o governo, depois de ouvido o Conselho d^e Esta
setembro de 1824, Martim Francisco
dara José Bonifácio em 1822. Em no-
pital inglesa. Na Assembléia, fora grande a discussão a res peito, uma vez que se fazia mister licença especial por ser Brant deputado pela Bahia e haver lei recente vedando aos membros da Constituinte o exercíc'o de empre gos ou comissões. Entre cs que se opu
seram à dispensa na lei, a fim de que o depois marquês de Barbacena pu desse partir, não fa'tou quem, na igno
dizia que já no tempo em que estava no governo, Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, então encarregado de negócios na GrãBretanha, "sem ter ordem, escrevia ao
Assembléia Constituinte, mandar con
rância do falecimento do grande jor
trair na Europa rim empréstimo de £ 3.000.000. Nogueira da Gama ge
nalista do Correio Brasiliense, a 11 de setembro de 1823, sugerisse o nome de
Ministério fazendo ver a necessidade de
rira o Ministério da 'Fazenda durante
Hipólito da Costa, cujo prestígio abri
apenas
ra caminho a Brant na sua primeira
do improvisado por decreto do dia se guinte ao do golpe de força contra a
um empréstimo, entendia-se com os ca pitalistas de Londres..." Chegava afi nal a ocasião asada. Para negociar a
operação foram nomeados o mesmo
quatro
meses incompletos e
fora substituído por Mariano José Pe reira da Fonseca, encarcerado pelo con V
Caldeira Brant e Gameíro Pessoa, mais
1
de de Rezende por crime de idéias fran cesas, e agora disposto a servir dòcil-
missão.
Fôsse pela faUa da ajuda de Hipóli to ou porque na verdade não era fácil a incumbência, o certo é que Brant e
100
Dicesto
lhão de esterlinos, firmado a 20 de agôsto de 1824, com Bazeth Farqhuar,
Gameiro defrontaram enormes obstácu
los na capital britânica. Adotando pro cesso novo, pretenderam os negociado res brasileiros realizar a operação me
Grawford & Co. Fletcher Alc.vandcr &
Co. e Thomas Wilson & Co., tipo 75,
diante concorrência e subscrição por conta do Tesouro imperial. Portugal, que ainda não reconhecem a nossa emancipação, protestou logo contra o empréstimo. Eduardo Oxcnford, que re gressara a seu país depois de ter trabaHiado aqui para ser o intermediário na
Econômico
juros de 5%, amortização de l°j°, prazo de trinta anos, tendo como garantia a
ções dadas a Brant e Gameiro,
dívidas e cobrir "deficíts" orçamentá-
tários do que para estimular a pro dução e criar riqueza. Já nesse remo
fY"'' s/
em outras casas ou com ou-
-
tes boatos em Londres acerca
'
de uma forte esquadra francesa que chegara ao Rio para
'-' V
ajudar D. Pedro a restabelecer a união
do Brasil com Portugal.
No dia da abertura das propostas ven icou-se que não haviam concor ri o as mais acreditadas casas bancá-
nas de Londres e as que tinham
acu 1 o formulavam condições inaceiveis. Anu'ada a concorrência, como era urgente levantar sem maiores dedinheiro, obtiveram os de í£ 800.000 no Banco adiantamento de Inglaterra. Afi^ 3.000.00 foi tia aois — desdobracirem
T
um de um mi
dc tal maneira que êste tachou o pare
é a situação. Barbacena mesmo admi
cer a respeito de "libelo famoso".
tiu que "talvez haja um outro exem plo de alguih negociador que prescin disse da comissão nos empréstimos",. Exemplo que não seguiu, embora fos
Entre
várias restrições e censuras,
\
missão de 2%, ou seja a importância
de £ 59.998.10. Entendiam os depu tados que nada havia a objetar sobre a comissão de igual quantia paga aos banqueiros ou negociantes ingleses, "mas que os agentes brasileiros, gran des funcionários da nação, por ela pa gos, remunerados e honrados, exigissem uma comissão pelo serviço em que os empregou a nação, que os pagava e
mente com Gameiro, a- receber a co missão.
O pior é que êsse primeiro emprés
timo, contraído pelo Brasil, foi apli cado, à mingua de um critério econô
mico, sem visar a fins reprodutivos, mais da metade para cobrir "deficits"
orçamentários, pagar comissões e ju
triótico".
souro brasileWo relações ínl-
bacena defendeu-se alegando que na
ros, solver despesas ordinárias, com
timas com o ramo inglês da família Rothschild, relações
da havia de notável em conceder co
sistem, agora mais frias, ape nas para liquidar sem pressa antigos negócios.
Não faltaram contemporâneamente
críticas
O então visconde de Bar-
missões aos negociadores de qualquer empréstimo, salvo quando se tratasse do ministro da Fazenda em pessoa e no próprio País; que todos os gover nos da América e muitos da Europa tinham contraído empréstimos em Lon
dres e nenhum pagara menos de 4%;
bastante
que o México dera até 5% e mais
ásperas às • operações efetuadas por
1% pelo pagamento de juro e outro pe la amortização; que as instruções do visconde, depois marquês de Maricá,
Brant e Gameiro. Provàvelmente, da das as circunstâncias da hora, não lo
os
negociadores
melhores condições. a
se diga em seu abono que as instru ções do govêmo o autorizavam, junta
honrava, parecia extraordinário e impa-
J
grariam
se homem de fortuna, ou talvez por isso. Manda a verdade, entretanto, que
to ano de 1824 travava o Te
mantidas por mais de um século e que ainda sub
tros agentes". Por ultimo, houve quem espalhasse insisten-
ta, um funcionário do Estado, outra
houve uma que feriu particularmente os
janeiro de 1825, com Nalahan Meyer Rothschild, ao tipo mais favorável de 85 e demais condíç-ões idênticas ao pri
achando melhores condições
to. Mas se o negociador é um diploma
apreciação dos atos de Gameiro e Brant,
negociadores: o recebimento da co
visto como nelas se declara
va formalmente que deveriam aceitar sua proposta - "não
a Comissão de Fazenda foi severa na
tro de dois milhões, celebrado a 12 de
i
de razao pelo menos em face das instru
101
renda das alfândegas do Império, e ou
transaçao, lavrou também solene protes meiro. to, de que fez ínümar Brant e Gameiro, Assim inaugurou o Brasil, mal des alegando que Die fôra outorgada prefe perto para a vida independente, a sua rencia pelo governo do Brasil e que detestável política financeira de tomar jà organizara uma sociedade com Baily dinheiro emprestado antes para pagar e Goldsmith com o fim de levar a termo
o a ^'ado empréstimo. Oxenford carecia
Digesto Econômico
abertura
brasileiros
autorizavam comissões segundo os usos
Eni 1826, com
e estilos em vigor; que no Brasil os
das Câmaras e
maior li
berdade de imprensa, os ataques cres
ceram de diapasão e não só Brant, co mo Gameiro, se julgaram obrigados a uma explicação pública. Gameiro, que continuava na Europa, publicou sua-de fesa em Londres; Braiit, já no Brasil,
magistrados venciam
comissões pelas
prar armamentos, chegando o esperdicio, segundo um cronista bem informa
do, à aquisição de fardas para os nos
sos soldados pela medida dos ingle ses, o que obrigou a desmanchar e re fazer quase todas, e à compra de um
gabinete de mineralogia, cujas pedras serviram depois para ladrilhar a Alfân
dega do Rio de Janeiro. O emprésti mo feito por Barbacena e Itabaiana, em 1824-25, montou, no seu total, ao câmbio médio da época, a pouco mais de 12.000:000$000. Pois bem: em 1863 passados quase quarenta anos, o Bra sil tinha resgatado apenas £ 1.327.000 ou aproximadamente 5.000:0003000 e
fixada na taxa correnle nas transações
já tinha despendido com o serviço do 60.348:1793393, ou cinco vêzes"a importância recebida! Mais ruinoso
do gênero, é a remuneração de um
fá o segundo lenvpréstinioL cnnh..'j
cobranças e arrecadações.
Sem dúvida, entre banqueiros e ho
mens de negócio, a comissão, desde que serviço prestado, é úm pagamento jus
seu primeiro empréstimo _
em 1829. Mas isso é outra história
fez uma narrativa em regra "aos com
patriotas", expondo "todos os passos da transação. Na Câmara dos Deputados,
il- t f-r
-'i ■ ■
100
Dicesto
lhão de esterlinos, firmado a 20 de agôsto de 1824, com Bazeth Farqhuar,
Gameiro defrontaram enormes obstácu
los na capital britânica. Adotando pro cesso novo, pretenderam os negociado res brasileiros realizar a operação me
Grawford & Co. Fletcher Alc.vandcr &
Co. e Thomas Wilson & Co., tipo 75,
diante concorrência e subscrição por conta do Tesouro imperial. Portugal, que ainda não reconhecem a nossa emancipação, protestou logo contra o empréstimo. Eduardo Oxcnford, que re gressara a seu país depois de ter trabaHiado aqui para ser o intermediário na
Econômico
juros de 5%, amortização de l°j°, prazo de trinta anos, tendo como garantia a
ções dadas a Brant e Gameiro,
dívidas e cobrir "deficíts" orçamentá-
tários do que para estimular a pro dução e criar riqueza. Já nesse remo
fY"'' s/
em outras casas ou com ou-
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tes boatos em Londres acerca
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de uma forte esquadra francesa que chegara ao Rio para
'-' V
ajudar D. Pedro a restabelecer a união
do Brasil com Portugal.
No dia da abertura das propostas ven icou-se que não haviam concor ri o as mais acreditadas casas bancá-
nas de Londres e as que tinham
acu 1 o formulavam condições inaceiveis. Anu'ada a concorrência, como era urgente levantar sem maiores dedinheiro, obtiveram os de í£ 800.000 no Banco adiantamento de Inglaterra. Afi^ 3.000.00 foi tia aois — desdobracirem
T
um de um mi
dc tal maneira que êste tachou o pare
é a situação. Barbacena mesmo admi
cer a respeito de "libelo famoso".
tiu que "talvez haja um outro exem plo de alguih negociador que prescin disse da comissão nos empréstimos",. Exemplo que não seguiu, embora fos
Entre
várias restrições e censuras,
\
missão de 2%, ou seja a importância
de £ 59.998.10. Entendiam os depu tados que nada havia a objetar sobre a comissão de igual quantia paga aos banqueiros ou negociantes ingleses, "mas que os agentes brasileiros, gran des funcionários da nação, por ela pa gos, remunerados e honrados, exigissem uma comissão pelo serviço em que os empregou a nação, que os pagava e
mente com Gameiro, a- receber a co missão.
O pior é que êsse primeiro emprés
timo, contraído pelo Brasil, foi apli cado, à mingua de um critério econô
mico, sem visar a fins reprodutivos, mais da metade para cobrir "deficits"
orçamentários, pagar comissões e ju
triótico".
souro brasileWo relações ínl-
bacena defendeu-se alegando que na
ros, solver despesas ordinárias, com
timas com o ramo inglês da família Rothschild, relações
da havia de notável em conceder co
sistem, agora mais frias, ape nas para liquidar sem pressa antigos negócios.
Não faltaram contemporâneamente
críticas
O então visconde de Bar-
missões aos negociadores de qualquer empréstimo, salvo quando se tratasse do ministro da Fazenda em pessoa e no próprio País; que todos os gover nos da América e muitos da Europa tinham contraído empréstimos em Lon
dres e nenhum pagara menos de 4%;
bastante
que o México dera até 5% e mais
ásperas às • operações efetuadas por
1% pelo pagamento de juro e outro pe la amortização; que as instruções do visconde, depois marquês de Maricá,
Brant e Gameiro. Provàvelmente, da das as circunstâncias da hora, não lo
os
negociadores
melhores condições. a
se diga em seu abono que as instru ções do govêmo o autorizavam, junta
honrava, parecia extraordinário e impa-
J
grariam
se homem de fortuna, ou talvez por isso. Manda a verdade, entretanto, que
to ano de 1824 travava o Te
mantidas por mais de um século e que ainda sub
tros agentes". Por ultimo, houve quem espalhasse insisten-
ta, um funcionário do Estado, outra
houve uma que feriu particularmente os
janeiro de 1825, com Nalahan Meyer Rothschild, ao tipo mais favorável de 85 e demais condíç-ões idênticas ao pri
achando melhores condições
to. Mas se o negociador é um diploma
apreciação dos atos de Gameiro e Brant,
negociadores: o recebimento da co
visto como nelas se declara
va formalmente que deveriam aceitar sua proposta - "não
a Comissão de Fazenda foi severa na
tro de dois milhões, celebrado a 12 de
i
de razao pelo menos em face das instru
101
renda das alfândegas do Império, e ou
transaçao, lavrou também solene protes meiro. to, de que fez ínümar Brant e Gameiro, Assim inaugurou o Brasil, mal des alegando que Die fôra outorgada prefe perto para a vida independente, a sua rencia pelo governo do Brasil e que detestável política financeira de tomar jà organizara uma sociedade com Baily dinheiro emprestado antes para pagar e Goldsmith com o fim de levar a termo
o a ^'ado empréstimo. Oxenford carecia
Digesto Econômico
abertura
brasileiros
autorizavam comissões segundo os usos
Eni 1826, com
e estilos em vigor; que no Brasil os
das Câmaras e
maior li
berdade de imprensa, os ataques cres
ceram de diapasão e não só Brant, co mo Gameiro, se julgaram obrigados a uma explicação pública. Gameiro, que continuava na Europa, publicou sua-de fesa em Londres; Braiit, já no Brasil,
magistrados venciam
comissões pelas
prar armamentos, chegando o esperdicio, segundo um cronista bem informa
do, à aquisição de fardas para os nos
sos soldados pela medida dos ingle ses, o que obrigou a desmanchar e re fazer quase todas, e à compra de um
gabinete de mineralogia, cujas pedras serviram depois para ladrilhar a Alfân
dega do Rio de Janeiro. O emprésti mo feito por Barbacena e Itabaiana, em 1824-25, montou, no seu total, ao câmbio médio da época, a pouco mais de 12.000:000$000. Pois bem: em 1863 passados quase quarenta anos, o Bra sil tinha resgatado apenas £ 1.327.000 ou aproximadamente 5.000:0003000 e
fixada na taxa correnle nas transações
já tinha despendido com o serviço do 60.348:1793393, ou cinco vêzes"a importância recebida! Mais ruinoso
do gênero, é a remuneração de um
fá o segundo lenvpréstinioL cnnh..'j
cobranças e arrecadações.
Sem dúvida, entre banqueiros e ho
mens de negócio, a comissão, desde que serviço prestado, é úm pagamento jus
seu primeiro empréstimo _
em 1829. Mas isso é outra história
fez uma narrativa em regra "aos com
patriotas", expondo "todos os passos da transação. Na Câmara dos Deputados,
il- t f-r
-'i ■ ■
Digesto Econômico
'/7 grande erise económiao-finanaeira do Brasil em fins do século Xüiii
103
valores diversos desde menos de 600 réis.
Assim a inepta lei causou verdadeiro Nos três principais núcleos - Bahia,
que no preâmbulo da lei a coroa alegava ser em favor dos súditos. Para os bra sileiros a aplicação da lei redundava
vernadores assustados com o feitio das coisas acharam oportuno não dar execu
suíssem em moeda. Chegou a Câmara a declarar que tal prejuízo subiria a
pânico em todo o Brasil. Alonis d'E. Ttunay
Pernambuco e Rio de Janeiro — os go
(Da ieademla Bratilelra de Letra
A inflação, os colonos do Brasil a ad
mitiam sem oposição alguma, propondo
RESUMO DO ARTIGO
r? v ^
®
• até que a pataca de 640 réis corresse a 800, em vez de 768 por comodidade co
alçamento da moeda sancionada
Ç-w f- ' ? esforços ^ do Governador Geral Câmara Motins Continha em São Paulo. Extraordinários para
mercial.
coi^egutr do Trono a abolição da nefasta lei. Medidas tomadas pela
A Câmara do Rio de Janeiro apresen
Camara de bao Paulo contra os dispositivos régios. Apogeu da crise econ^ico-financeira brasileira. Recuo da coroa. Triunfo de Câmara Coutinho. Criação da moeda provincial. A descoberta inesperada dos
ta embargos ao Conselho Ultramarino. Na Bahia o Governador Geral convo
cou a Conselho tôdas as altas personali
imensos jazigos auríferos de Minas Gerais.
dades da capital, e esta junta resolveu que se propusesse para as patacas de
achava-se o governo do Reino E' em1690 sérias aperturas financeiras e as
era recolherem os portadores as espé
sim, mais uma vez, recorreu ao alçamento
cies menos cerceadas, sucedendo assim
das moedas que tiveram o valor acres cido de vinte por cento pela lei de 4 de agôsto de 1688.
As moedas de ouro passaram por
tanto de quatro mil réis a 4|800. As patacas espanholas, que desde os
em vez de gêneros brasileiros.
por cento mandados em lei
1626 haviam praticado uma modalida vinténs passaram a tostão, seis vinténs
que
valiam
mento da nefasta lei de 1688.
Ordenou-se que o levantamento se
fizesse tal qual se procedia no Reino e não sôbre o que na Colônia "por abuso
réis tinham oscilante conteúdo entre
Lúcio d'Azevedo, aplicada a risco afe
quatro e seis e cinco oitavas, conforme
tava no Brasil a circulação justamente
o número de operações e a intensidade
em sentido contrário ao que tinha em
do cerceio a que haviam sido subme
vista a lei".
tidas.
em julho de 1691: "ouço que na baixa da ,moeda perde esta praça mais de qui nhentos mil cruzados".
No Rio de Janeiro com a mesma bai
xa se acharam um dia os que possuíam nove, reduzidos a apenas cinco.
A maior e a mais considerá\ el per da, "posto que se não considerava, era
Agira Câmara Coutinho com tôda a
prudência e suma inteligência, receoso do êxodo do numerário em massa. Es
Mas a Côrte desaprovou os alvitres
640
régio. Da Bahia escreria Antô
perara que a frota partisse para cum prir as ordens régias. Sô a 3 de junho
brasileiros. Veio ordem para o cumpri
corria em geral muito estragado.
mando
nio Vieira ao Conde do Castello Melhor
(Cons.
se tomou.
O pior é que todo êste numerário
Catastrófica a impressão causada pe la infle.\-ibÜidade do "quero, posso e
Ult. Rio de Janeiro 1739, 1756, 1706 e 1769). Em Pernambuco, idêntica resolução
moedas a elevação da pataca. Assim três ■ a duzentos réis.
"Esta última disposição, escreve João
quanto possível o aumenta dos vinte
de de inflação,. Estendera-se às demais
-cit., 343).
a dos corações".
As pequenas moedas se aplicaria
As Câmaras desde a da Bahia em
Assim as patacas
e 7 arbitradas em 700 e
800 réis.
tacas de menor valor intrínseco.
monarquia com curso legal, embora qua tando-se a oitava a 100 réis.
sendo as de
consistir o grosso da circulação nas ^-
tempos da dinastia de Aviz, corriam na
se sempre cerceadas e perturbando a cir culação, passaram a valer por peso, co-
6 oitavas o antigo valor de 640 réis,
Natural
ern diminuição considerável no que pos
oitenta por centol (Cf. Azevedo, ob.
ção à lei da baixa. ■«-/^yá-»
Alegava a edilidade que para os vas
salos do Brasil redundava em prejuízo o
sem legalidade se lhe tinha arbitrado", como
escrevia
D.
Pedro
II
em
carta
régia ao CJovemador do Brasil Antônio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho, a 19 de março de 1690 e como documen
de 1691 mandara publicar o alvará de
cumprimento de lei em todo o Estado. Devido à enormidade das distâncias bra
sileiras, a noticia se divulgou com a maior lentidão. Assim em Iguape o al vará sô se registrou na Câmara a 4
de agosto de 1692! (Cf. Ernesto G. Young, História de Iguape, p. 366). Já em 1690 houvera violenta reação dos paulistas contra a lei de 1688. Ocor
rera o motim de 3 de agôsto, em que o povo invadira a Câmara, exigindo que a pataca de quatro oitavas e meia va lesse oitocentos réis, como corria em Santos. E tudo ficara como dantes
Abundavam em Portugal as patacas,
Raras havia de sete oitavas. E estas
dinheiro aliás fraco, moeda quase que
dariam vantagem que assim mesmo não
exclusiva de circulação no Brasil. Le vavam-nas os mercadores para a colônia 0 era freqüente o seu retôrno ao Reino
tam cartas do Governador do Rio e re
eqüivalia aos vinte por cento determi nados pelo aumento régio. O resto, a
presentações
saber a quase totalidade, oscilava por
(Cons. Ultr. Doe. do Rio de Janeiro
(Cf. nossa História Seiscentista da ViU
1766 a 1769).
de São Paulo III, 174).
\
1
da
Câmara
fluminense
.
Digesto Econômico
'/7 grande erise económiao-finanaeira do Brasil em fins do século Xüiii
103
valores diversos desde menos de 600 réis.
Assim a inepta lei causou verdadeiro Nos três principais núcleos - Bahia,
que no preâmbulo da lei a coroa alegava ser em favor dos súditos. Para os bra sileiros a aplicação da lei redundava
vernadores assustados com o feitio das coisas acharam oportuno não dar execu
suíssem em moeda. Chegou a Câmara a declarar que tal prejuízo subiria a
pânico em todo o Brasil. Alonis d'E. Ttunay
Pernambuco e Rio de Janeiro — os go
(Da ieademla Bratilelra de Letra
A inflação, os colonos do Brasil a ad
mitiam sem oposição alguma, propondo
RESUMO DO ARTIGO
r? v ^
®
• até que a pataca de 640 réis corresse a 800, em vez de 768 por comodidade co
alçamento da moeda sancionada
Ç-w f- ' ? esforços ^ do Governador Geral Câmara Motins Continha em São Paulo. Extraordinários para
mercial.
coi^egutr do Trono a abolição da nefasta lei. Medidas tomadas pela
A Câmara do Rio de Janeiro apresen
Camara de bao Paulo contra os dispositivos régios. Apogeu da crise econ^ico-financeira brasileira. Recuo da coroa. Triunfo de Câmara Coutinho. Criação da moeda provincial. A descoberta inesperada dos
ta embargos ao Conselho Ultramarino. Na Bahia o Governador Geral convo
cou a Conselho tôdas as altas personali
imensos jazigos auríferos de Minas Gerais.
dades da capital, e esta junta resolveu que se propusesse para as patacas de
achava-se o governo do Reino E' em1690 sérias aperturas financeiras e as
era recolherem os portadores as espé
sim, mais uma vez, recorreu ao alçamento
cies menos cerceadas, sucedendo assim
das moedas que tiveram o valor acres cido de vinte por cento pela lei de 4 de agôsto de 1688.
As moedas de ouro passaram por
tanto de quatro mil réis a 4|800. As patacas espanholas, que desde os
em vez de gêneros brasileiros.
por cento mandados em lei
1626 haviam praticado uma modalida vinténs passaram a tostão, seis vinténs
que
valiam
mento da nefasta lei de 1688.
Ordenou-se que o levantamento se
fizesse tal qual se procedia no Reino e não sôbre o que na Colônia "por abuso
réis tinham oscilante conteúdo entre
Lúcio d'Azevedo, aplicada a risco afe
quatro e seis e cinco oitavas, conforme
tava no Brasil a circulação justamente
o número de operações e a intensidade
em sentido contrário ao que tinha em
do cerceio a que haviam sido subme
vista a lei".
tidas.
em julho de 1691: "ouço que na baixa da ,moeda perde esta praça mais de qui nhentos mil cruzados".
No Rio de Janeiro com a mesma bai
xa se acharam um dia os que possuíam nove, reduzidos a apenas cinco.
A maior e a mais considerá\ el per da, "posto que se não considerava, era
Agira Câmara Coutinho com tôda a
prudência e suma inteligência, receoso do êxodo do numerário em massa. Es
Mas a Côrte desaprovou os alvitres
640
régio. Da Bahia escreria Antô
perara que a frota partisse para cum prir as ordens régias. Sô a 3 de junho
brasileiros. Veio ordem para o cumpri
corria em geral muito estragado.
mando
nio Vieira ao Conde do Castello Melhor
(Cons.
se tomou.
O pior é que todo êste numerário
Catastrófica a impressão causada pe la infle.\-ibÜidade do "quero, posso e
Ult. Rio de Janeiro 1739, 1756, 1706 e 1769). Em Pernambuco, idêntica resolução
moedas a elevação da pataca. Assim três ■ a duzentos réis.
"Esta última disposição, escreve João
quanto possível o aumenta dos vinte
de de inflação,. Estendera-se às demais
-cit., 343).
a dos corações".
As pequenas moedas se aplicaria
As Câmaras desde a da Bahia em
Assim as patacas
e 7 arbitradas em 700 e
800 réis.
tacas de menor valor intrínseco.
monarquia com curso legal, embora qua tando-se a oitava a 100 réis.
sendo as de
consistir o grosso da circulação nas ^-
tempos da dinastia de Aviz, corriam na
se sempre cerceadas e perturbando a cir culação, passaram a valer por peso, co-
6 oitavas o antigo valor de 640 réis,
Natural
ern diminuição considerável no que pos
oitenta por centol (Cf. Azevedo, ob.
ção à lei da baixa. ■«-/^yá-»
Alegava a edilidade que para os vas
salos do Brasil redundava em prejuízo o
sem legalidade se lhe tinha arbitrado", como
escrevia
D.
Pedro
II
em
carta
régia ao CJovemador do Brasil Antônio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho, a 19 de março de 1690 e como documen
de 1691 mandara publicar o alvará de
cumprimento de lei em todo o Estado. Devido à enormidade das distâncias bra
sileiras, a noticia se divulgou com a maior lentidão. Assim em Iguape o al vará sô se registrou na Câmara a 4
de agosto de 1692! (Cf. Ernesto G. Young, História de Iguape, p. 366). Já em 1690 houvera violenta reação dos paulistas contra a lei de 1688. Ocor
rera o motim de 3 de agôsto, em que o povo invadira a Câmara, exigindo que a pataca de quatro oitavas e meia va lesse oitocentos réis, como corria em Santos. E tudo ficara como dantes
Abundavam em Portugal as patacas,
Raras havia de sete oitavas. E estas
dinheiro aliás fraco, moeda quase que
dariam vantagem que assim mesmo não
exclusiva de circulação no Brasil. Le vavam-nas os mercadores para a colônia 0 era freqüente o seu retôrno ao Reino
tam cartas do Governador do Rio e re
eqüivalia aos vinte por cento determi nados pelo aumento régio. O resto, a
presentações
saber a quase totalidade, oscilava por
(Cons. Ultr. Doe. do Rio de Janeiro
(Cf. nossa História Seiscentista da ViU
1766 a 1769).
de São Paulo III, 174).
\
1
da
Câmara
fluminense
.
Dicesto
104
Econó.víico
Digksto
105
Econômico
■
A publicação do alvará veio trazer
Já todo o Brasil aceitara a régia re
novo "alvoroso notabilisimo", como re
solução e os povos viviam escandalizados
digiu o bom escrivão municipal o mo
com a relutância das municipalidades paulistas (sobretudo a de Santos), "on de se notava diferença de que resulta-
tim de 3 de agosto de 1692. Isto faria com que Câmara Coutinho escrevesse
ao Rei a conhecida e amarga reflexão: "A Vila de São Paudo já há muitos anos que é a república de per si sem ob servância de lei nenhuma assi divina co mo humana".
Contemporâneamente escrevia Antônio Vieira ao antigo Governador Geral do
Brasil Roque da Costa Barreto, a 1 de
jtdho de 1692, e da Bahia, retraçando tétrico quadro da situação económicofmanceira do Brasil:
As frotas que vierão não acharão açú car e tabaco para tomar carregadas por terem levado entre elas o que não paga frete nem direito que ó toda a prata e dinheiro que os moradores achavam mais em
conta que as outras drogas" (Cf. Capistrano de Abreu em Pau-
lística, Revista do Brasil, 1917). Quatro dias mais tarde era ao Mar
quês das Minas que o genial jesuíta
va tanto prejuízo".
Acreditava Câmara Coutinho que a Câmara de São Paulo, "a mais princi pal e rc.speitada de tôda a Capitania", não houvesse imitado a do Santos. Mas
se tal acontecesse competia-lhc registar e publicar o alvará régio (Cf. Severino Sombra, ob. cít. 102). Enlrcmcntcs, rcsolvcra-sc a Câmara de
São Paulo a 23 de janeiro de 1693, pre mida pela opinião pública, unânime, a tomar decisão de perfeita atribuição maje.stática!! Ordenou o levantamento da moeda depois de um simulacro de obediência a um motim! Teve o dinheiro miúdo a ma
joração de preços. Assim a moe
da de meia pataca que valia 160 réis, em 1688 passou a va ler 280 réis, a de tostão 160, a .
de cinqüenta oitenta réis.
te perderia dinheiro, se fôsse negociar
povos". Invadindo o paço municipal,
fora de lá.
bradavam os amotinados que se os ca-
"Mas tudo isto é menos do que se
maristas "quizessem morrer baixassem
atrever êste povo a levantar ou baixar
o dinheiro". (Cf. Hist. Seiscentista da
moeda o que toca ao Rei", recordava
Vila de São Paulo III, 180).
Câmara Coutinho. Mais valia perder mi
Os chefes deste levantamento eram
lhões do que desobedecer ao seu sobe
Pedro e José Ortiz de Camargo e Dio-
rano.
diante de razões tão eficazes, baixasse
go Barbosa Rego. O primeiro dèstes cabcciUias tomar-se-ia, dentro em breve,
logo a moeda, anulando o seu insólito e ilegal ato e conformando-se com as
tenda que ousou manter com o Gover
Assim esperava que a Câmara,
nador do Rio de Janeiro, Artur de Sá
ordens de Sua Majestade. In cauda venentim, aos maus vassalos
Diante do furor popular escreveu a Câmara ao Capitão Mor Mota que não
com uma perspectiva que bem sabia quanto lhes era desagradável:
30 de janeiro de 1694 também escreveu
"Manda-me Sua Majestade dizer a
a Câmara ao novo Governador Geral
Vossas Mercês o gosto que terá de que
Dom João de Lencastre, sobre a im possibilidade de levar a efeito as ordens
rebeldes e amotinados acenou o repre
emanadas do Trono.
Procurou o Capitão Mor Manuel Peixo to da Mota dar cumprimento às ordens
gir. Em face das exigências populares a
do Governador Geral e assim, exercendo
Câmara ordenara novo levantamento da
queda do valor das moedas miúdas.
da, de 1694, fez com que ela publicasse
exprimia veementemente a justa queixa
que estava a razão, mas querendo saK'a-
do motim na vila piratíningana.
gos e piratas que vem saquear o Brasil, porque antigamente traziam dinheiro e
levavam as drogas e mais o dinheiro". Em fins de 1692, a 16 de dezembro, avisou o Governador Geral às Câmaras e São Vicente, Itanhaem e São Paulo o novo Capitão Mor da Capitania,
anuel Peixoto da Mota, tinha ordens
^pressas para executar a lei de 1688. yue^ Sua Majestade que o valor da a fosse igual para todos os seus •/assalos.
São Paulo se prezavam mais de não obe decer às ordens do Governo Geral do
que de fieis vassalos de Sua Majestade. Fazendo o que tínliam feito, parecia que sabiam mais daquilo que aos povos convinha do que El Rei Seu Senhor! E além de tudo lavravam em profun do erro. Em todo o Brasil valia a oitava
de prata um tostão, menos em São Pau
lo. Quem aceitasse tal preço exorbitan-
Os paulistas continuavam pois a rea
pressão sobre a Câmara, recéni-empossa-
dos vassalos do Brasil:
comerciar. Hoje são armadas de inimi
fizesse executar a baixa da moeda. E a
dem liberdade aos indxos" (S. Sombra, 102).
o alvará sôbre a baixa da moeda.
guardar o prestígio soberano, estranhou o Governador Geral, à Câmara, o que se passara em termos muito mais quei xosos do que irados. Alegou não estranhar que ela não lhe escrevesse, pois sabia que os vassalos de
e Menezes.
sentante máximo da Coroa no Brasil
Naturalmente, adiando, em consciên cia, que com os povos de São Paulo é
"Os navios de que hoje temos no por to da Bahia trinta e um, antigamente eram frota de mercadores que vinham
perigoso demagogo por ocasião da con
. Provocou isto a 23 de janeiro tremen
Assim, entre 1689 e 1690, fora êste
o acréscimo dos valores das maiores pe ças do numerário.
à casa do Concelho "acodiu hu grande
1689 Rs. 640 " 500 " 400
1690 Rs. 800 " 600 " 500
concurço tomando armas ofensivas e de fensivas", a bradar "morresem os ofi-
" 320 " 250
" 400 " 300
siaes da Gamara por baixar o dinlieiro em prejuízo de tão grande povo. Sua
Dêstes valores para baixo houvera al
terações. O quadro em 1693 passara á
Magestade não premetia perder os seus
ser o seguinte:
Na algaravía terrível do escrivão mu
nicipal, que narrou o ocorrido, se lê que
1689
Rs. 240
(20%)
Rs. 280
" 120
" 160 " 200 " 120 " 100 " 80 " 60
(33%)
(25%) (20%)
" 200 240 160
(25%)
160
(33%) (50%)
100 80
160
" 100 " " "
80 60 40
20% 25% 25%
20%
1693
1690
Rs. 200 "
25%
40% (em relação a 1689) 66% 50% 60% 100% 66% 100%
Dicesto
104
Econó.víico
Digksto
105
Econômico
■
A publicação do alvará veio trazer
Já todo o Brasil aceitara a régia re
novo "alvoroso notabilisimo", como re
solução e os povos viviam escandalizados
digiu o bom escrivão municipal o mo
com a relutância das municipalidades paulistas (sobretudo a de Santos), "on de se notava diferença de que resulta-
tim de 3 de agosto de 1692. Isto faria com que Câmara Coutinho escrevesse
ao Rei a conhecida e amarga reflexão: "A Vila de São Paudo já há muitos anos que é a república de per si sem ob servância de lei nenhuma assi divina co mo humana".
Contemporâneamente escrevia Antônio Vieira ao antigo Governador Geral do
Brasil Roque da Costa Barreto, a 1 de
jtdho de 1692, e da Bahia, retraçando tétrico quadro da situação económicofmanceira do Brasil:
As frotas que vierão não acharão açú car e tabaco para tomar carregadas por terem levado entre elas o que não paga frete nem direito que ó toda a prata e dinheiro que os moradores achavam mais em
conta que as outras drogas" (Cf. Capistrano de Abreu em Pau-
lística, Revista do Brasil, 1917). Quatro dias mais tarde era ao Mar
quês das Minas que o genial jesuíta
va tanto prejuízo".
Acreditava Câmara Coutinho que a Câmara de São Paulo, "a mais princi pal e rc.speitada de tôda a Capitania", não houvesse imitado a do Santos. Mas
se tal acontecesse competia-lhc registar e publicar o alvará régio (Cf. Severino Sombra, ob. cít. 102). Enlrcmcntcs, rcsolvcra-sc a Câmara de
São Paulo a 23 de janeiro de 1693, pre mida pela opinião pública, unânime, a tomar decisão de perfeita atribuição maje.stática!! Ordenou o levantamento da moeda depois de um simulacro de obediência a um motim! Teve o dinheiro miúdo a ma
joração de preços. Assim a moe
da de meia pataca que valia 160 réis, em 1688 passou a va ler 280 réis, a de tostão 160, a .
de cinqüenta oitenta réis.
te perderia dinheiro, se fôsse negociar
povos". Invadindo o paço municipal,
fora de lá.
bradavam os amotinados que se os ca-
"Mas tudo isto é menos do que se
maristas "quizessem morrer baixassem
atrever êste povo a levantar ou baixar
o dinheiro". (Cf. Hist. Seiscentista da
moeda o que toca ao Rei", recordava
Vila de São Paulo III, 180).
Câmara Coutinho. Mais valia perder mi
Os chefes deste levantamento eram
lhões do que desobedecer ao seu sobe
Pedro e José Ortiz de Camargo e Dio-
rano.
diante de razões tão eficazes, baixasse
go Barbosa Rego. O primeiro dèstes cabcciUias tomar-se-ia, dentro em breve,
logo a moeda, anulando o seu insólito e ilegal ato e conformando-se com as
tenda que ousou manter com o Gover
Assim esperava que a Câmara,
nador do Rio de Janeiro, Artur de Sá
ordens de Sua Majestade. In cauda venentim, aos maus vassalos
Diante do furor popular escreveu a Câmara ao Capitão Mor Mota que não
com uma perspectiva que bem sabia quanto lhes era desagradável:
30 de janeiro de 1694 também escreveu
"Manda-me Sua Majestade dizer a
a Câmara ao novo Governador Geral
Vossas Mercês o gosto que terá de que
Dom João de Lencastre, sobre a im possibilidade de levar a efeito as ordens
rebeldes e amotinados acenou o repre
emanadas do Trono.
Procurou o Capitão Mor Manuel Peixo to da Mota dar cumprimento às ordens
gir. Em face das exigências populares a
do Governador Geral e assim, exercendo
Câmara ordenara novo levantamento da
queda do valor das moedas miúdas.
da, de 1694, fez com que ela publicasse
exprimia veementemente a justa queixa
que estava a razão, mas querendo saK'a-
do motim na vila piratíningana.
gos e piratas que vem saquear o Brasil, porque antigamente traziam dinheiro e
levavam as drogas e mais o dinheiro". Em fins de 1692, a 16 de dezembro, avisou o Governador Geral às Câmaras e São Vicente, Itanhaem e São Paulo o novo Capitão Mor da Capitania,
anuel Peixoto da Mota, tinha ordens
^pressas para executar a lei de 1688. yue^ Sua Majestade que o valor da a fosse igual para todos os seus •/assalos.
São Paulo se prezavam mais de não obe decer às ordens do Governo Geral do
que de fieis vassalos de Sua Majestade. Fazendo o que tínliam feito, parecia que sabiam mais daquilo que aos povos convinha do que El Rei Seu Senhor! E além de tudo lavravam em profun do erro. Em todo o Brasil valia a oitava
de prata um tostão, menos em São Pau
lo. Quem aceitasse tal preço exorbitan-
Os paulistas continuavam pois a rea
pressão sobre a Câmara, recéni-empossa-
dos vassalos do Brasil:
comerciar. Hoje são armadas de inimi
fizesse executar a baixa da moeda. E a
dem liberdade aos indxos" (S. Sombra, 102).
o alvará sôbre a baixa da moeda.
guardar o prestígio soberano, estranhou o Governador Geral, à Câmara, o que se passara em termos muito mais quei xosos do que irados. Alegou não estranhar que ela não lhe escrevesse, pois sabia que os vassalos de
e Menezes.
sentante máximo da Coroa no Brasil
Naturalmente, adiando, em consciên cia, que com os povos de São Paulo é
"Os navios de que hoje temos no por to da Bahia trinta e um, antigamente eram frota de mercadores que vinham
perigoso demagogo por ocasião da con
. Provocou isto a 23 de janeiro tremen
Assim, entre 1689 e 1690, fora êste
o acréscimo dos valores das maiores pe ças do numerário.
à casa do Concelho "acodiu hu grande
1689 Rs. 640 " 500 " 400
1690 Rs. 800 " 600 " 500
concurço tomando armas ofensivas e de fensivas", a bradar "morresem os ofi-
" 320 " 250
" 400 " 300
siaes da Gamara por baixar o dinlieiro em prejuízo de tão grande povo. Sua
Dêstes valores para baixo houvera al
terações. O quadro em 1693 passara á
Magestade não premetia perder os seus
ser o seguinte:
Na algaravía terrível do escrivão mu
nicipal, que narrou o ocorrido, se lê que
1689
Rs. 240
(20%)
Rs. 280
" 120
" 160 " 200 " 120 " 100 " 80 " 60
(33%)
(25%) (20%)
" 200 240 160
(25%)
160
(33%) (50%)
100 80
160
" 100 " " "
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20% 25% 25%
20%
1693
1690
Rs. 200 "
25%
40% (em relação a 1689) 66% 50% 60% 100% 66% 100%
Dicesto Econômico
106
Assim, como vemos, reinava a maior arbitrariedade no valor atribuído às di
versas espécies. A falta da moeda divisionáría era
aliás um dos maiores flagelos do Bra sil Colonial, como continuou a sê-lo até
os anos presentes. Atormentou as po pulações do Estado, do Reino, do Impé rio e da República do Brasil.
A 2 de novembro de 1694 cedeu a
Gamara de São Paulo à pressão das au toridades superiores da Capitania, elas
pr^rias premidas pelo Govêmo Geral. E assim tentou publicar o edital, o que provocou nova revolta. Mais de
cem homens "com armas de fogo e es padas nuas" invadiram o Paço do Con celho, ameaçando matar o Juiz ordiná rio José de Camargo Pimentel e o ou vidor da Cbpitania Inocêncio
curadores, a 7 do abril seguinte, decla rou manter a sua atitude de protestante até nova ordem régia de "haver dinhei
portância, na qual figuravam:
Viv','
Bento do Amaral da Silva, Isi-
^
dro Tínoco de Sá, Domingos Dias da
Lavrar-se-ia na Casa da Moeda da
Bahia moeda provincial, fabricada com maior valor e diferente cunho. Proibia-
são (S. Sombra, 103).
A oitava de prata correria a 110 réis e a de ouro a 1.650 réis. E D. João de
trocari'.
Lencastre, a 15 de setembro de 1694,
Ainda assim *a questão da melhoria do meio circulante não se resolveu fà-
culante desfalcadíssimo.
so fato ao Capitão Mor vicentino. Ces
cí^mente. Ha\aa sensível falta de espé
Corriam fragmentos de moeda de pro cedência portuguesa e espanhola cuida
savam todos os inconvenientes que da Capitania de São Vicente eram alegados,
dosamente guardados, apesar do cercea mento, da carimbagem que desfigura
com a fundação da Casa da Moeda Pro
tado, sobretudo depois das clarividentes advertências ^ demonstrações do
vincial.
lúcido Câmara Coutinho, se dispôs a
Mas como as noticias se espalliavám
dar "todo o calor" às pesquisas de me
com extrema morosidade pela vastidão
quanto havia de falsificação neste acer
brasileira, ainda a 2 de novembro desse
E o mais feliz dos acasos faria com
mesmo ano, 1694, houve novo motim em
que, dentro de menos de um lustro a
São Paulo, por terem desejado o juiz ordinário José de Camargo Pimentel e
audácia das bandeiras de São Paulo tor
existem espécimes desta moe
da irreconhecível que, no en
o ouvidor da Capitania, Inocêncio Pre
como contendo em seu solo o mais
tanto, continuavam a correr ati
to Moreira, publicar o alvará da baixa.
coleções
numismáticas
vamente.
Foi então que Câmara Coutínho alvitrou um remédio salutar: — o
Acima de cem
homens com armas
de fogo e espadas nuas invadiram o paço municipal a gritar "morra o mau go
e privativa do Estado. Afinal, os vesgos governantes que ro
dem expressa de Sua Magestade em
deavam o Trono convenceram-se do ab
A nova edilidade de 1695 aquietava
dn^T^o a S. Ex. o Governa^ ao meio Estado, sôbre as questões relativas circulante. O povo de São Paulo, por seus pro
cie. E o govêmo régio mais bem orien
pecto das peças primitivas. E sabe Deus
nicipalidade a desistir do intento de dar cumprimento ao alvará de alteração da
nova edilidade prudentemente, a 16 e evereiro de 1695, avisou que breve-
liaver "dinheiro novo para se poder
apressou-se em comunicar tão auspicio
vêmo" e ameaçando matar o juiz. Foi
E por precaução avisou aos camaris-
mas os paulistanos, suspicazes, ainda a
exportação muito diminuída e meio cir
a Câmara intimada
tas que seriam empossados; imediata mente, participou ao govêmo da repúbli ca paulistana em 1695, que a situação persistiria com a mesma gravidade.
primeiras moedas cunhadas na Bahia,
nómico-financeíra brasileira, em face da
estabelecimento da moeda provincial,
provincial".
Esperava-se a entrada em cena das
da Bahia o despejaria pelo Brasil (His.
como existia aliás desde muito na Índia
Sua Magestade em haver nova moeda
assunto.
Seiscentista III, 181). Continuava angusüosn a situação eco-
Silva, Bartolomeu Fernandes de Faria e João de Camargo Ortiz, intimou a mu
moeda, "até nova ordem expressa de
Covemador Geral sôbre o raomentoso
7 de abril, declaravam manter a sua atitude até "aver nova ordem real" ou
ante a notícia de que éste numerário, de
Nas
Uma comissão de republicanos de grande prestigio e im-
107
recente fabricação, a Casa da Moeda
vo de tão lastimável feitiol
Preto Moreira, aos brados de
Digesto Econômico
se, sob graves penas, a sua extração pa ra o Reino em qualquer das conquistas, único meio capaz de se coibir a sua eva
ro novo para se poder trocar o velho",
va as vezes de modo extraordinário o as
"Morra o mau govêmo"!
i
surdo de sua Injustificável teimosia. Promulgou-se a lei de 8 de março de 1694, em que o Rei dizia querer reme
a esperar " a or
aver nova moeda provensial". os povos relatando que ia escrever ao
tais nobres.
nasse o Brasil universalmente reputado,
extraordinário jazigo aurífero de que ja mais no Universo se ouvira falar.
"Não foi porém o aumento concedido às moedas provinciais do Brasil, mas sim o descobrirem-se as minas (de ou ro) logo em seguida, a causa verdadei ra de se não esgotar de seu meio de cir
culação a colônia, como até aí comenta J. Lúcio de Azevedo, ao encerrar o belo e exato capítulo do seu magistral estudo.
diar o grande dano que o Brasil padecia com a falta de meio circulante.
5?. IJ- -M
Assim em 1694 se ordenou a cria
ção de novas^ moedas para a Bahia, va
lendo as espécies cunhadas, e as que já corriam, dez por cento acima dos vinte aumentados na metrópole. Era o
único meio de que se podia lançar mão para estancar a exportação do numerá rio do Brasil.
O jornal romano "11 Messagero" anuncia que os preços dos gêneros cios no mercado livre baixaram de 20 a 30% em todo o território italiano, da Itália, verificou-se grande baixa nos preços das gorduras. Acredita-se que as boas colheitas das vropriedades agricolas em ni
áreas do pais e a política de restrição de créditos executada pelo gOüéf«
os principais motivos dessa baixa. H I
.»
*
^ sejam inVii-
-
.jâ
Dicesto Econômico
106
Assim, como vemos, reinava a maior arbitrariedade no valor atribuído às di
versas espécies. A falta da moeda divisionáría era
aliás um dos maiores flagelos do Bra sil Colonial, como continuou a sê-lo até
os anos presentes. Atormentou as po pulações do Estado, do Reino, do Impé rio e da República do Brasil.
A 2 de novembro de 1694 cedeu a
Gamara de São Paulo à pressão das au toridades superiores da Capitania, elas
pr^rias premidas pelo Govêmo Geral. E assim tentou publicar o edital, o que provocou nova revolta. Mais de
cem homens "com armas de fogo e es padas nuas" invadiram o Paço do Con celho, ameaçando matar o Juiz ordiná rio José de Camargo Pimentel e o ou vidor da Cbpitania Inocêncio
curadores, a 7 do abril seguinte, decla rou manter a sua atitude de protestante até nova ordem régia de "haver dinhei
portância, na qual figuravam:
Viv','
Bento do Amaral da Silva, Isi-
^
dro Tínoco de Sá, Domingos Dias da
Lavrar-se-ia na Casa da Moeda da
Bahia moeda provincial, fabricada com maior valor e diferente cunho. Proibia-
são (S. Sombra, 103).
A oitava de prata correria a 110 réis e a de ouro a 1.650 réis. E D. João de
trocari'.
Lencastre, a 15 de setembro de 1694,
Ainda assim *a questão da melhoria do meio circulante não se resolveu fà-
culante desfalcadíssimo.
so fato ao Capitão Mor vicentino. Ces
cí^mente. Ha\aa sensível falta de espé
Corriam fragmentos de moeda de pro cedência portuguesa e espanhola cuida
savam todos os inconvenientes que da Capitania de São Vicente eram alegados,
dosamente guardados, apesar do cercea mento, da carimbagem que desfigura
com a fundação da Casa da Moeda Pro
tado, sobretudo depois das clarividentes advertências ^ demonstrações do
vincial.
lúcido Câmara Coutinho, se dispôs a
Mas como as noticias se espalliavám
dar "todo o calor" às pesquisas de me
com extrema morosidade pela vastidão
quanto havia de falsificação neste acer
brasileira, ainda a 2 de novembro desse
E o mais feliz dos acasos faria com
mesmo ano, 1694, houve novo motim em
que, dentro de menos de um lustro a
São Paulo, por terem desejado o juiz ordinário José de Camargo Pimentel e
audácia das bandeiras de São Paulo tor
existem espécimes desta moe
da irreconhecível que, no en
o ouvidor da Capitania, Inocêncio Pre
como contendo em seu solo o mais
tanto, continuavam a correr ati
to Moreira, publicar o alvará da baixa.
coleções
numismáticas
vamente.
Foi então que Câmara Coutínho alvitrou um remédio salutar: — o
Acima de cem
homens com armas
de fogo e espadas nuas invadiram o paço municipal a gritar "morra o mau go
e privativa do Estado. Afinal, os vesgos governantes que ro
dem expressa de Sua Magestade em
deavam o Trono convenceram-se do ab
A nova edilidade de 1695 aquietava
dn^T^o a S. Ex. o Governa^ ao meio Estado, sôbre as questões relativas circulante. O povo de São Paulo, por seus pro
cie. E o govêmo régio mais bem orien
pecto das peças primitivas. E sabe Deus
nicipalidade a desistir do intento de dar cumprimento ao alvará de alteração da
nova edilidade prudentemente, a 16 e evereiro de 1695, avisou que breve-
liaver "dinheiro novo para se poder
apressou-se em comunicar tão auspicio
vêmo" e ameaçando matar o juiz. Foi
E por precaução avisou aos camaris-
mas os paulistanos, suspicazes, ainda a
exportação muito diminuída e meio cir
a Câmara intimada
tas que seriam empossados; imediata mente, participou ao govêmo da repúbli ca paulistana em 1695, que a situação persistiria com a mesma gravidade.
primeiras moedas cunhadas na Bahia,
nómico-financeíra brasileira, em face da
estabelecimento da moeda provincial,
provincial".
Esperava-se a entrada em cena das
da Bahia o despejaria pelo Brasil (His.
como existia aliás desde muito na Índia
Sua Magestade em haver nova moeda
assunto.
Seiscentista III, 181). Continuava angusüosn a situação eco-
Silva, Bartolomeu Fernandes de Faria e João de Camargo Ortiz, intimou a mu
moeda, "até nova ordem expressa de
Covemador Geral sôbre o raomentoso
7 de abril, declaravam manter a sua atitude até "aver nova ordem real" ou
ante a notícia de que éste numerário, de
Nas
Uma comissão de republicanos de grande prestigio e im-
107
recente fabricação, a Casa da Moeda
vo de tão lastimável feitiol
Preto Moreira, aos brados de
Digesto Econômico
se, sob graves penas, a sua extração pa ra o Reino em qualquer das conquistas, único meio capaz de se coibir a sua eva
ro novo para se poder trocar o velho",
va as vezes de modo extraordinário o as
"Morra o mau govêmo"!
i
surdo de sua Injustificável teimosia. Promulgou-se a lei de 8 de março de 1694, em que o Rei dizia querer reme
a esperar " a or
aver nova moeda provensial". os povos relatando que ia escrever ao
tais nobres.
nasse o Brasil universalmente reputado,
extraordinário jazigo aurífero de que ja mais no Universo se ouvira falar.
"Não foi porém o aumento concedido às moedas provinciais do Brasil, mas sim o descobrirem-se as minas (de ou ro) logo em seguida, a causa verdadei ra de se não esgotar de seu meio de cir
culação a colônia, como até aí comenta J. Lúcio de Azevedo, ao encerrar o belo e exato capítulo do seu magistral estudo.
diar o grande dano que o Brasil padecia com a falta de meio circulante.
5?. IJ- -M
Assim em 1694 se ordenou a cria
ção de novas^ moedas para a Bahia, va
lendo as espécies cunhadas, e as que já corriam, dez por cento acima dos vinte aumentados na metrópole. Era o
único meio de que se podia lançar mão para estancar a exportação do numerá rio do Brasil.
O jornal romano "11 Messagero" anuncia que os preços dos gêneros cios no mercado livre baixaram de 20 a 30% em todo o território italiano, da Itália, verificou-se grande baixa nos preços das gorduras. Acredita-se que as boas colheitas das vropriedades agricolas em ni
áreas do pais e a política de restrição de créditos executada pelo gOüéf«
os principais motivos dessa baixa. H I
.»
*
^ sejam inVii-
-
.jâ
Digesto Econónuco
A mais antiga fábrica de
sua justificativa, de que na maior Parte das capitanias do Brasil se iam
tecidos de São Paulo
estabelecendo
para vestuário e luxo, além de outras
comodidades indispensáveis ou apenas m reduzidas pelo costume, especifica P rmenorizadamente, em seu artigo 19, os produtos cuja fabricação ficava ex pressamente defesa a partir daquea data. Eram êles os seguintes; gaoes ou tecidos de ouro e prata, de
diferentes
fábritas
dc
tecidos de várias qualidades. Ao me-
SÉRGIO Buabque de Holanda
alvará de 5 de janeiro de o famoso 1785, que visou a extinção, no Brasil, de todas as indústrias c artes
109
O sr. Sérgio Buarque de Holanda, no dustrial provocado pelo governo portu guês após a transferência da Corte para o Rio de Janeiro e apresenta fatos pou
deve ter ocorrido, em bem me nor escala, nas diferentes ca
roça,
cês Jacó Bunier, a do capitão
fabricação urbana para fins co merciais e esc-apava, por sua vez, à ação vigilante das auto ri dades. O próprio caráter da indústria caseira destinada jus tamente ao vestuário de negros, índios e famílias pobres, in-
de Morais, a
de
José Maria Xavier c a de Se
no próprio edifício do antigo Colégio
bastião Marques, tòdas sitas à
que servia de residência aos presidentes
rua
da Província.
pitanias. Aqui o trabalho do méstico, sobretudo nos sítios da
so feriu oficinas de tecidos de ouro c prata, como a do fran
guel Xavier
ca de tecidos de São Paulo, instalada
O que se deu no Rio de Janeiro
hgência executada pelo desem bargador provedor da real fa-
José Antônio Lisboa, a de Mi-
co divulgados acôrca da primeira fábri
'■ grosserias", seus donos foram deixa dos cm paz.
no Rio de Janeiro, a di-
:^enda, José Gomes de Carvalho,
presente artigo, refere-se ao surto in
ção de fazendas finas e sim das tais
dos
Ourives.
Dos donos de teares de " lã,
era
muitas
vezes
sério
entrave ao desenvolvimento da
veludos, brilhantes, setins, tafetás ou
linho e algodão" — a sêda não
cluia-a entre as exceções regis
quaisquer qualidades de seda; da as manufaturas e teares de panos
® sequer mencionada — o mais considerável é João Monteiro Celi, com casa à rua da Vala.
no acabamento de seus produ
grosseiros de algodão, que servem or-
Tinha quatro teares ao todo,
dinàriamente para
onde
beibutes, chitas, bombazinas, fustões quaisquer fazendas de al
godão ou linho branco e de cores; baetas, droguetes, saetas, durantes ou quaisquer outras qualidades de te cidos de lã.
As fábricas já existentes de algum dos referidos produtos, como também
as fábricas e manufaturas de chapéus deveriam ser abolidas e extintas, co mo abolidos e extintos deveriam es
tar as oficinas e o próprio ofício de
ourives, conforme ficara já anterior mente estabelecido e promulgado. No artigo 20 estabeleciam-se as ine vitáveis ressalvas a êsse mandamen
to^:
Atendendo Sua Majestade, po
rem, ao grande número de escravatu-
ras, índios e famílias indigentes dis■Rra^c^f todas as capitanias do
causaria^ íazonHo
incômodo que lhes houvessem de seordinárias, vestir de ^mda das mai's
da Europa, manda exce tuar da geral proibição acima índica-
uso e vestuário
dos referidos negros, índios e pobres
tecia
e fabricava mantas
famílias e para enfardar e empacotar
e ri scados de algodão para ves tuários de negros, que são ex
fazendas ou outros ^usos semelhan tes ; tendo V. Excia. grande cuidado em que debaixo do pretexto dos so-
cetuados no alvará, e por isso não os mandou desmanchar o ouvidor. Na casa de certo Jo
breditos panos grosseiros se não ma
sé Luiz, estabelecido à mesma
nufaturem por modo algum os que ficam geralmente proibidos".
rua
sarmados.
fábricas que as desmanchassem no mais breve prazo possível, para não rem destruídas. O alvará só seria publicado, em todo caso, se falhasse semelhante expediente, o qual, entre
Vala,
foram
achados
três teares armados e dots de
Para iisso se ordenaria aos donos dc mais usarem delas, sob pena de se
da
Teciam-se
ali
algu
mas toalhas de mesa e guarda-
)
napos, "além das grosserias de algodão". Na casa de João Fran
cisco, morador defronte da sa-
cristia da Sé, acharam-se três teares armados e um desarma
do, nos quais se fazia o mes mo que nos de José Luiiz. Tea res semelhantes, destinados, em geral, à manufatura de panos
tanto, "por ser de menos ruído" era o melhor em circunstâncias tais. O resultado das medidas postas em
prática para a execução de ordem tão terminante, não parece ter confirma do, porém, a alegação contida no
rústicos,
localizarara-se
em
mais sete casas, porém como não se destinassem à produ-
texto do alvará e apresentada como
M.
tadas no alvará de 1785. Multo superiores no equipamento ou tos não seriam, aliás, as ofici
nas onde se trabalhava para
o mercado.
O certo é que só a partir de
1808, desta vez insuflados pela própria administração central que se convertera às doutrinas
do liberalismo econômico e abandonara, por força das cir
cunstâncias políticas, o apêgo exdessivo ao velho "sistema colomal pnncpiaratn a nascer os estabelecimentos fabris não
só no Rio de Janeiro, como nas capitanias.
^
Não deixa de ser
algumas das tentativas
táveis nesse sentido se
'no
dado precisamente em Sã Io terra onde a
godao ainda se encontr.
sua fase rudimentar r ■
do-se quase ünieameôte
vo, talvez, na região da fJc/
Digesto Econónuco
A mais antiga fábrica de
sua justificativa, de que na maior Parte das capitanias do Brasil se iam
tecidos de São Paulo
estabelecendo
para vestuário e luxo, além de outras
comodidades indispensáveis ou apenas m reduzidas pelo costume, especifica P rmenorizadamente, em seu artigo 19, os produtos cuja fabricação ficava ex pressamente defesa a partir daquea data. Eram êles os seguintes; gaoes ou tecidos de ouro e prata, de
diferentes
fábritas
dc
tecidos de várias qualidades. Ao me-
SÉRGIO Buabque de Holanda
alvará de 5 de janeiro de o famoso 1785, que visou a extinção, no Brasil, de todas as indústrias c artes
109
O sr. Sérgio Buarque de Holanda, no dustrial provocado pelo governo portu guês após a transferência da Corte para o Rio de Janeiro e apresenta fatos pou
deve ter ocorrido, em bem me nor escala, nas diferentes ca
roça,
cês Jacó Bunier, a do capitão
fabricação urbana para fins co merciais e esc-apava, por sua vez, à ação vigilante das auto ri dades. O próprio caráter da indústria caseira destinada jus tamente ao vestuário de negros, índios e famílias pobres, in-
de Morais, a
de
José Maria Xavier c a de Se
no próprio edifício do antigo Colégio
bastião Marques, tòdas sitas à
que servia de residência aos presidentes
rua
da Província.
pitanias. Aqui o trabalho do méstico, sobretudo nos sítios da
so feriu oficinas de tecidos de ouro c prata, como a do fran
guel Xavier
ca de tecidos de São Paulo, instalada
O que se deu no Rio de Janeiro
hgência executada pelo desem bargador provedor da real fa-
José Antônio Lisboa, a de Mi-
co divulgados acôrca da primeira fábri
'■ grosserias", seus donos foram deixa dos cm paz.
no Rio de Janeiro, a di-
:^enda, José Gomes de Carvalho,
presente artigo, refere-se ao surto in
ção de fazendas finas e sim das tais
dos
Ourives.
Dos donos de teares de " lã,
era
muitas
vezes
sério
entrave ao desenvolvimento da
veludos, brilhantes, setins, tafetás ou
linho e algodão" — a sêda não
cluia-a entre as exceções regis
quaisquer qualidades de seda; da as manufaturas e teares de panos
® sequer mencionada — o mais considerável é João Monteiro Celi, com casa à rua da Vala.
no acabamento de seus produ
grosseiros de algodão, que servem or-
Tinha quatro teares ao todo,
dinàriamente para
onde
beibutes, chitas, bombazinas, fustões quaisquer fazendas de al
godão ou linho branco e de cores; baetas, droguetes, saetas, durantes ou quaisquer outras qualidades de te cidos de lã.
As fábricas já existentes de algum dos referidos produtos, como também
as fábricas e manufaturas de chapéus deveriam ser abolidas e extintas, co mo abolidos e extintos deveriam es
tar as oficinas e o próprio ofício de
ourives, conforme ficara já anterior mente estabelecido e promulgado. No artigo 20 estabeleciam-se as ine vitáveis ressalvas a êsse mandamen
to^:
Atendendo Sua Majestade, po
rem, ao grande número de escravatu-
ras, índios e famílias indigentes dis■Rra^c^f todas as capitanias do
causaria^ íazonHo
incômodo que lhes houvessem de seordinárias, vestir de ^mda das mai's
da Europa, manda exce tuar da geral proibição acima índica-
uso e vestuário
dos referidos negros, índios e pobres
tecia
e fabricava mantas
famílias e para enfardar e empacotar
e ri scados de algodão para ves tuários de negros, que são ex
fazendas ou outros ^usos semelhan tes ; tendo V. Excia. grande cuidado em que debaixo do pretexto dos so-
cetuados no alvará, e por isso não os mandou desmanchar o ouvidor. Na casa de certo Jo
breditos panos grosseiros se não ma
sé Luiz, estabelecido à mesma
nufaturem por modo algum os que ficam geralmente proibidos".
rua
sarmados.
fábricas que as desmanchassem no mais breve prazo possível, para não rem destruídas. O alvará só seria publicado, em todo caso, se falhasse semelhante expediente, o qual, entre
Vala,
foram
achados
três teares armados e dots de
Para iisso se ordenaria aos donos dc mais usarem delas, sob pena de se
da
Teciam-se
ali
algu
mas toalhas de mesa e guarda-
)
napos, "além das grosserias de algodão". Na casa de João Fran
cisco, morador defronte da sa-
cristia da Sé, acharam-se três teares armados e um desarma
do, nos quais se fazia o mes mo que nos de José Luiiz. Tea res semelhantes, destinados, em geral, à manufatura de panos
tanto, "por ser de menos ruído" era o melhor em circunstâncias tais. O resultado das medidas postas em
prática para a execução de ordem tão terminante, não parece ter confirma do, porém, a alegação contida no
rústicos,
localizarara-se
em
mais sete casas, porém como não se destinassem à produ-
texto do alvará e apresentada como
M.
tadas no alvará de 1785. Multo superiores no equipamento ou tos não seriam, aliás, as ofici
nas onde se trabalhava para
o mercado.
O certo é que só a partir de
1808, desta vez insuflados pela própria administração central que se convertera às doutrinas
do liberalismo econômico e abandonara, por força das cir
cunstâncias políticas, o apêgo exdessivo ao velho "sistema colomal pnncpiaratn a nascer os estabelecimentos fabris não
só no Rio de Janeiro, como nas capitanias.
^
Não deixa de ser
algumas das tentativas
táveis nesse sentido se
'no
dado precisamente em Sã Io terra onde a
godao ainda se encontr.
sua fase rudimentar r ■
do-se quase ünieameôte
vo, talvez, na região da fJc/
Digesto
110
Econónhco
111
Digesto Económico
— a produção para os teares domés
onde for empregado o Mestre que
ticos. O fato é que, já a 16 de mar
vigie o mesmo trabalho com assidui
recomendou ao capitão-general Oey-
O supíicante Tomé Manuel de Jesus
ço dc 1812, determinava o Regente
dade, e ensine" para se não tornar inútil a despcza que com ele Mando fazer pelo mencionado Cofre, dandoMc anualmente conta o dito Ouvidor
nhausen, tomasse as necessárias pro vidências para que o estabelecimento
Varela, pelo preço de três contos de
não se fechasse.
daqui resulta ao Brasil, fazendo-se o
Assim ficamos sabendo que a Real Junta do Comérdio não só mantinha mestre tccelão em
transporte dos teares e mais utensí lios à custa dos compradores" (3). A partir de então, o nome de Vare
São Paulo, como ainda erigira ou
la anda sempre associado ao estabe
que à capitania dc São Paulo se man dasse um
mestre-fabricante de teci
dos, à custa dos cofres da Real Jun ta do Comércio, com os vencimentos
de seíscentos réis por dia, a fim de
ensinar a fabricação de tecidos e to da a manipulação pertencente a essa manufatura.
Só em maio do ano seguinte, po rém, comunicava Sua Alteza Real ao
Marquês de Alegrete a escolha do
aludido mestre-fabricante: "Hei por
i
bem remeter-vos igualmente com es
ta o dito Mestre que é Thomas Ro
drigues às vossas ordens para o empregardes a vosso arbítrio naquelas Fábricas de que os Proprietários volo requererem ou ainda quaesquer
pessoas .que queirão empreender similhante estabelecimento tão util.
Determinando-vos que façais pelos Ouvidores de todas as Comarcas des sa Capitania afixar editais em que Se anuncie esta Minha Real Resolu
ção e o beneficio que por Ela Tenho Liberalizado em aumento da geral in dustria e que com informação dos mesmos Ouvidores sobre as possibi lidades dos que tiverem Fabric'as ou
o seu procedimento c do aumento que tiver a Fabrica e propondo-Me os meios de seu melhoramento pelo Meu antedito Trilmnal da Real Junta do
à sua custa um
mandara erigir ali uma fábrica de te
Comercio, e logo que não for preciso
cidos. Temos notícia, por outros pa
o Mestre naquela Fabrica passará a vosso arbítrio, e pelo mesmo modo
péis, de que essa fábrica tinha entre os seus responsáveis, ainda em 1820,
para ensinar a outro qualquer qu* tenha estabelecido teares, ou que os
certo João Marcos Vieira (2).
queira estabelecer em qualquer co marca dessa Capitania, recomendan do ao Ouvidor dela que, na forma sobredita, vigie que o dito Mestre cum pra com os seüs deveres, dando-Me
conta anualmente na mesma forma, e prestareis da vossa parte todo o au xilio tendente a se estabelecerem Fa
Seria a mesma que já no ano se guinte conta entre seus sócios Tomé Manuel de Jesus Varela? Êste nome aparece firmando um requerimento dirigido à Real Junta e provocado pelo edital dc 7 de maio de 1821, da mesma repartição, que propõe vender as máquinas de fiar e cardar algodão então existentes no sítio da Lagoa
ouro e prata, juntamente com José "Wenceslau de Andrade (4).
Essa circunstância dá lugar, aliás, à única referência ao seu nome que deparamos era documentos munici pais paulistanos anteriores a 1821. Nesse ano, contudo, figura entre os
signatários da representação dirigida
houverem matérias primeiras, e a sc aperfeiçoarem os estabelecidos nessa Capitania, como espero de vosso efi
rela se propunha fazer os pagamentos
de Lisboa e a ficar no Brasil (5).
regulados por quartéis, sendo o pri meiro ano livre; no segundo e mais
A fábrica sobreviveu pelo menos durante algum tempo à Independên
caz e conhecido zelo" (1).
Pouco SC sabe acerca das ativi dades desenvolvidas pelo mesmo Tomaz Rodrigues em São Paulo nos
anos imediatamente subseqüentes ao
cimento que tinha em São Paulo, Va
pela Câmara ao Príncipe Regente, concitando-o a desobedecer às Cortes
que decorressem, pagaria as quartas
cia e achava-se instalada no próprio
partes dos tecidos que lhe compras
edifício do Colégio, que servia de re
se a Real Fazenda. Depois de ouvido
a respeito o deputado inspetor das
sidência aos presidentes da Província. Ocupava ali um salão, dois corredores
fábricas e feitas
e uma despensa, que davam para .-í
fará maiores progressos no dito esta belecimento, arbitrando vós quanto
tivos pelos quais não prosperara ate
deduz-se que a fábrica de tecelagem
então a fábrica de tecidos de seda e
favorecida era a única então existen
algodão que a Real Junta de Comér cio mandara erigir na Capitania. D. João VI, diante das razões alegadas,
te em São Paulo. Diz-se, com efeito, nesse documento que o material se
que seja conducente à sua sustenta ção e que grave aos Empreendedo res que o receberem, recomendando de Ordem Minha ao Ouvidor da Comarca
São Paulo avaliador de artefatos de
Rodrigo de Freitas. Solicitando pre
os pertendentes de quem 'juJgardcs
rá ele perceber de seu trabalho, o
interessara êle por outras atividades manufatureiras, pois a 1 de outubro de 1808 fôra eleito pela Câmara de
ferência, nesse caso, para o estabele
de sua clicgada. Seu nome vai apare cer, entretanto, por volta de 1820, su
fre da Real Junta do Comércio deve
lecimento. E' lícito acredítar-se que, antes de se dedicar à tecelagem, se
bricas de todos os tecidos de que
quizerem o dito Mestre para as esta belecer o concedais a aquele dentre
alem do predito vencimento do Co
reis, vista a utilidade Nacional q«e
outras
diligências,
foi despachada favoravelmente a pe
várzea do Carmo, conforme consta do
bscrevendo uma representação 'diri
tição e aprovada pelo Príncipe. De
têrmo de avaliação do prédio manda
gida a Sua Majestade sobre os mo
um trecho da resolução aprobatória
(1) Documenlos
Inieressanles
para
p. 263.
(4) Alas da Câmara de São Prui.^ . ,
XX. (S. Paulo, 1921). p. 436
t
a
História e Costumes de São Paulo,
vol. LX.. pp. 101-102.
ria transferido "à sociedade de fiação dessa cidade de que também é sócio
is) Documentos Intezeasanles, vni t
(5)
(2) DacumentoB Inleressantei, vol. XXXVI (São Paulo, 1902), p. 120.
negUlxo Geral da Câms»» .a
Paul», vol. XVI (S.
19%
J
Digesto
110
Econónhco
111
Digesto Económico
— a produção para os teares domés
onde for empregado o Mestre que
ticos. O fato é que, já a 16 de mar
vigie o mesmo trabalho com assidui
recomendou ao capitão-general Oey-
O supíicante Tomé Manuel de Jesus
ço dc 1812, determinava o Regente
dade, e ensine" para se não tornar inútil a despcza que com ele Mando fazer pelo mencionado Cofre, dandoMc anualmente conta o dito Ouvidor
nhausen, tomasse as necessárias pro vidências para que o estabelecimento
Varela, pelo preço de três contos de
não se fechasse.
daqui resulta ao Brasil, fazendo-se o
Assim ficamos sabendo que a Real Junta do Comérdio não só mantinha mestre tccelão em
transporte dos teares e mais utensí lios à custa dos compradores" (3). A partir de então, o nome de Vare
São Paulo, como ainda erigira ou
la anda sempre associado ao estabe
que à capitania dc São Paulo se man dasse um
mestre-fabricante de teci
dos, à custa dos cofres da Real Jun ta do Comércio, com os vencimentos
de seíscentos réis por dia, a fim de
ensinar a fabricação de tecidos e to da a manipulação pertencente a essa manufatura.
Só em maio do ano seguinte, po rém, comunicava Sua Alteza Real ao
Marquês de Alegrete a escolha do
aludido mestre-fabricante: "Hei por
i
bem remeter-vos igualmente com es
ta o dito Mestre que é Thomas Ro
drigues às vossas ordens para o empregardes a vosso arbítrio naquelas Fábricas de que os Proprietários volo requererem ou ainda quaesquer
pessoas .que queirão empreender similhante estabelecimento tão util.
Determinando-vos que façais pelos Ouvidores de todas as Comarcas des sa Capitania afixar editais em que Se anuncie esta Minha Real Resolu
ção e o beneficio que por Ela Tenho Liberalizado em aumento da geral in dustria e que com informação dos mesmos Ouvidores sobre as possibi lidades dos que tiverem Fabric'as ou
o seu procedimento c do aumento que tiver a Fabrica e propondo-Me os meios de seu melhoramento pelo Meu antedito Trilmnal da Real Junta do
à sua custa um
mandara erigir ali uma fábrica de te
Comercio, e logo que não for preciso
cidos. Temos notícia, por outros pa
o Mestre naquela Fabrica passará a vosso arbítrio, e pelo mesmo modo
péis, de que essa fábrica tinha entre os seus responsáveis, ainda em 1820,
para ensinar a outro qualquer qu* tenha estabelecido teares, ou que os
certo João Marcos Vieira (2).
queira estabelecer em qualquer co marca dessa Capitania, recomendan do ao Ouvidor dela que, na forma sobredita, vigie que o dito Mestre cum pra com os seüs deveres, dando-Me
conta anualmente na mesma forma, e prestareis da vossa parte todo o au xilio tendente a se estabelecerem Fa
Seria a mesma que já no ano se guinte conta entre seus sócios Tomé Manuel de Jesus Varela? Êste nome aparece firmando um requerimento dirigido à Real Junta e provocado pelo edital dc 7 de maio de 1821, da mesma repartição, que propõe vender as máquinas de fiar e cardar algodão então existentes no sítio da Lagoa
ouro e prata, juntamente com José "Wenceslau de Andrade (4).
Essa circunstância dá lugar, aliás, à única referência ao seu nome que deparamos era documentos munici pais paulistanos anteriores a 1821. Nesse ano, contudo, figura entre os
signatários da representação dirigida
houverem matérias primeiras, e a sc aperfeiçoarem os estabelecidos nessa Capitania, como espero de vosso efi
rela se propunha fazer os pagamentos
de Lisboa e a ficar no Brasil (5).
regulados por quartéis, sendo o pri meiro ano livre; no segundo e mais
A fábrica sobreviveu pelo menos durante algum tempo à Independên
caz e conhecido zelo" (1).
Pouco SC sabe acerca das ativi dades desenvolvidas pelo mesmo Tomaz Rodrigues em São Paulo nos
anos imediatamente subseqüentes ao
cimento que tinha em São Paulo, Va
pela Câmara ao Príncipe Regente, concitando-o a desobedecer às Cortes
que decorressem, pagaria as quartas
cia e achava-se instalada no próprio
partes dos tecidos que lhe compras
edifício do Colégio, que servia de re
se a Real Fazenda. Depois de ouvido
a respeito o deputado inspetor das
sidência aos presidentes da Província. Ocupava ali um salão, dois corredores
fábricas e feitas
e uma despensa, que davam para .-í
fará maiores progressos no dito esta belecimento, arbitrando vós quanto
tivos pelos quais não prosperara ate
deduz-se que a fábrica de tecelagem
então a fábrica de tecidos de seda e
favorecida era a única então existen
algodão que a Real Junta de Comér cio mandara erigir na Capitania. D. João VI, diante das razões alegadas,
te em São Paulo. Diz-se, com efeito, nesse documento que o material se
que seja conducente à sua sustenta ção e que grave aos Empreendedo res que o receberem, recomendando de Ordem Minha ao Ouvidor da Comarca
São Paulo avaliador de artefatos de
Rodrigo de Freitas. Solicitando pre
os pertendentes de quem 'juJgardcs
rá ele perceber de seu trabalho, o
interessara êle por outras atividades manufatureiras, pois a 1 de outubro de 1808 fôra eleito pela Câmara de
ferência, nesse caso, para o estabele
de sua clicgada. Seu nome vai apare cer, entretanto, por volta de 1820, su
fre da Real Junta do Comércio deve
lecimento. E' lícito acredítar-se que, antes de se dedicar à tecelagem, se
bricas de todos os tecidos de que
quizerem o dito Mestre para as esta belecer o concedais a aquele dentre
alem do predito vencimento do Co
reis, vista a utilidade Nacional q«e
outras
diligências,
foi despachada favoravelmente a pe
várzea do Carmo, conforme consta do
bscrevendo uma representação 'diri
tição e aprovada pelo Príncipe. De
têrmo de avaliação do prédio manda
gida a Sua Majestade sobre os mo
um trecho da resolução aprobatória
(1) Documenlos
Inieressanles
para
p. 263.
(4) Alas da Câmara de São Prui.^ . ,
XX. (S. Paulo, 1921). p. 436
t
a
História e Costumes de São Paulo,
vol. LX.. pp. 101-102.
ria transferido "à sociedade de fiação dessa cidade de que também é sócio
is) Documentos Intezeasanles, vni t
(5)
(2) DacumentoB Inleressantei, vol. XXXVI (São Paulo, 1902), p. 120.
negUlxo Geral da Câms»» .a
Paul», vol. XVI (S.
19%
J
fm. 112
Dicesto Eco^íô^^co
do fazer por ordem do govêrno im
perial, quando se cogitou da instala
nesta cidade na fabrica de Varella c Companhi:*, achão-se a venda nas lo
ção
jas dos Snrs. Capitam José Rodríguez
dos
Cursos Jurídicos
em
São
Paulo. Ainda existia em 1827, e no n.° 5 do Farol Paulistano, de 7 de mar
ço daquele ano, lê-se o seguinte anún cio: As fazendas manufaturadas
\
o
r GUARANÁ
Vclloso c Ajudante Antonio Justinla-
II
no de Souza, moradores à rua do Ro-
o PRODUTO
zario, c de Marciano Pires de Olivei ra, na rua da Quitanda".
GastÃo Cruls
^ONHECiDA a planta do guaraná, de que O escritor Castão Cruls, que se tem tratamos em artigo anterior, ocupemo-nos agora do seu afamado produto,
ou melhor das várias manipulações por que passam as suas sementes até que se consiga o chamado pão de guaraná. Colhidos e descascados os frutos, des-
pojam-se as sementes da polpa branca que as envolve, de sabor doce e que
pode ser comida. Esta operação, a que denominam tirar a remela do guaraná, faz-se geralmente com o auxílio dágua, dentro de cochos de madeira, e é tarefa quase sempre confiada às mulheres.
Ainda que um pouco suja, parece-nos feliz aquela expressão, porque a semen te, quando revestida do seu induto bran co com uma pinta negra ao centro, não
deixa de lembrar um olho, e esta seme
lhança serviu mesmo de principal mo tivo a uma bela lenda, colhida entre os
índios Maués por Silva Coutinho, a respeito da origem do guaraná. Mas voltemos ao fabrico da pasta. Limpas as sementes, são levadas a um forno de barro, onde sofrem a tor-
refaçâo a fogo lento, durante umas seis
horas, até que estejam a ponto de se rem facilmente desprovidas," por qual
importação
sariitârias norte-americanas levantaram a proibição para a
ciou aficialmo ^ mexicano procedente do Estado de Chihuahua, sef^undo se anuncompTovado "^ cidade do México. A medida foi adotada depois de se ter semanas, Bfldo de Chihuahua não está contaminado de aposa. Nas últimas de luatez 5.000 cabeças de centros gado vacum cruzaram fronteira na cidade 'se^ "^9 enviadas a grandes de consumo dos aEstados Unidos.
especializado em assuntos da Amazônia
neste segundo artigo sôbre o guaraná', examina as manipulações por qúe passam as suas sementes até que se obtenha o "pão de guaraná".
de madeira. Depois, pela adição de uma
certa quantidade de água, uma quarta parte, que por vezes já vai sendo reuni da durante a própria pilação, obtém-se uma pasta elástica e consistente, com a qual serão feitos os pães. Êstes, cujo tamanho é bastante variá
vel 0 podem pesar de cem a tresentas
gramas, depois de modelados pelo pa deiro, passam a uma estufa (os índios
usam palhoças feitas com tala de palmeirá paxiuba) com compartimentos suces sivos, onde sofrem lento processo de se
cagem e defumação pelo espaço de vin te a trinta dias. ' A operação pode-se realizar também ao sol, independente dos fumeiros. Conhece-se que o pão está bem cozido quando se mostra corado quando adquire uma coloração escura'
achocolatada. Esta deve ser apenas ex terna e o pão é tanto melhor quanto
quer processo (um dos mais rudimen tares é o batimento dentro de sacos ou
mais claro no seu interior.
esteiras), da película fina que as reveste
madeira a ser queimada durante o t ^
Há certa importância na escolha d
e que não entrará na composição da massa. Só então é que as sementes se acham prontas para serem socadas e re
po em que os pães permanecerem fumeiros e, para isso, segundo P
duzidas a pó mais ou menos fino, o
essências resinosas e aromátinat!
que se consegue usando grandes pilões
Carneiro, os mdios gostam muito
pau do muruxi.
'^omo o
fm. 112
Dicesto Eco^íô^^co
do fazer por ordem do govêrno im
perial, quando se cogitou da instala
nesta cidade na fabrica de Varella c Companhi:*, achão-se a venda nas lo
ção
jas dos Snrs. Capitam José Rodríguez
dos
Cursos Jurídicos
em
São
Paulo. Ainda existia em 1827, e no n.° 5 do Farol Paulistano, de 7 de mar
ço daquele ano, lê-se o seguinte anún cio: As fazendas manufaturadas
\
o
r GUARANÁ
Vclloso c Ajudante Antonio Justinla-
II
no de Souza, moradores à rua do Ro-
o PRODUTO
zario, c de Marciano Pires de Olivei ra, na rua da Quitanda".
GastÃo Cruls
^ONHECiDA a planta do guaraná, de que O escritor Castão Cruls, que se tem tratamos em artigo anterior, ocupemo-nos agora do seu afamado produto,
ou melhor das várias manipulações por que passam as suas sementes até que se consiga o chamado pão de guaraná. Colhidos e descascados os frutos, des-
pojam-se as sementes da polpa branca que as envolve, de sabor doce e que
pode ser comida. Esta operação, a que denominam tirar a remela do guaraná, faz-se geralmente com o auxílio dágua, dentro de cochos de madeira, e é tarefa quase sempre confiada às mulheres.
Ainda que um pouco suja, parece-nos feliz aquela expressão, porque a semen te, quando revestida do seu induto bran co com uma pinta negra ao centro, não
deixa de lembrar um olho, e esta seme
lhança serviu mesmo de principal mo tivo a uma bela lenda, colhida entre os
índios Maués por Silva Coutinho, a respeito da origem do guaraná. Mas voltemos ao fabrico da pasta. Limpas as sementes, são levadas a um forno de barro, onde sofrem a tor-
refaçâo a fogo lento, durante umas seis
horas, até que estejam a ponto de se rem facilmente desprovidas," por qual
importação
sariitârias norte-americanas levantaram a proibição para a
ciou aficialmo ^ mexicano procedente do Estado de Chihuahua, sef^undo se anuncompTovado "^ cidade do México. A medida foi adotada depois de se ter semanas, Bfldo de Chihuahua não está contaminado de aposa. Nas últimas de luatez 5.000 cabeças de centros gado vacum cruzaram fronteira na cidade 'se^ "^9 enviadas a grandes de consumo dos aEstados Unidos.
especializado em assuntos da Amazônia
neste segundo artigo sôbre o guaraná', examina as manipulações por qúe passam as suas sementes até que se obtenha o "pão de guaraná".
de madeira. Depois, pela adição de uma
certa quantidade de água, uma quarta parte, que por vezes já vai sendo reuni da durante a própria pilação, obtém-se uma pasta elástica e consistente, com a qual serão feitos os pães. Êstes, cujo tamanho é bastante variá
vel 0 podem pesar de cem a tresentas
gramas, depois de modelados pelo pa deiro, passam a uma estufa (os índios
usam palhoças feitas com tala de palmeirá paxiuba) com compartimentos suces sivos, onde sofrem lento processo de se
cagem e defumação pelo espaço de vin te a trinta dias. ' A operação pode-se realizar também ao sol, independente dos fumeiros. Conhece-se que o pão está bem cozido quando se mostra corado quando adquire uma coloração escura'
achocolatada. Esta deve ser apenas ex terna e o pão é tanto melhor quanto
quer processo (um dos mais rudimen tares é o batimento dentro de sacos ou
mais claro no seu interior.
esteiras), da película fina que as reveste
madeira a ser queimada durante o t ^
Há certa importância na escolha d
e que não entrará na composição da massa. Só então é que as sementes se acham prontas para serem socadas e re
po em que os pães permanecerem fumeiros e, para isso, segundo P
duzidas a pó mais ou menos fino, o
essências resinosas e aromátinat!
que se consegue usando grandes pilões
Carneiro, os mdios gostam muito
pau do muruxi.
'^omo o
Vi"
DiCESTO EcONÓitlCO
114
o guaraiiá puro, confonne o prepa ram os sflvlcolas, deve ser exclusiva
mente feito com as sementes da planta.
acontecendo com o seu pó, que é de fácil fermentação.
Já dissemos que desde que se tomou
Não raro, porém, lhes acrescentam ou tros ingredientes, como farinlia de man dioca (jiara lhe quebrar um pouco O amargor natural), sementes de cacau e
cura, não só na sua zona de produção, como ainda nas províncias mais ou me-
i-asca do quina, esta última visando re
no.s próximas, quais Mato Grosso, Goiás,
forçar <j poder antifebril, que lhe em
Maranhão, Piauí e Minas. Diz-se mes
prestam.
mo ter sido esta droga que incentivou o primeiro comércio entre Mato Grosso ©
Mas isso são artifícios de que lança )não i> civilizado. Daí a alta cotação
que ainda hoje desfruta o guaraná prejjarado pelos índios Maués, que, embora
de aspecto mais grosseiro, mal pilado e pref.:rentemente conformado em gran des cilindros com meio quilo de pêso,
se apresenta quase sempre em estado de
perfeita pureza. Aliás, de longa data, de.'.de que se iniciou o comércio do pro duto, estabeleceu-se logo a diferença enf trc o guaraná de Luséia (antigo nome díi atual cidade de Maués) e o guaraná da "terra dos Maués", isto é, o preparado pelos índios, e que
conliccido entre os civilizados, não tar
dou que o guaraná começasse a ter pro
Pará, através do Tapajós. Dali, desde 1750, desciam canoas carregadas de cou
ro e outros gêneros, que eram vendidos em Serpa e Vila Bela da Imperatriz (hoje, respectivamente, Itacoatiara e
Parentins) e que, depois, de regresso, passavam por Maués, onde se atestavam do muitas arrôbas de guaraná.
O uso
do produto difundiu-se também por lar ga faixa do território boliviano, desde as margens do alto Paraguai e do Ma deira, até as vertentes orientais doa An des, dando curso a outras monções que
era o mais valorizado.
Por outro lado, a confecção dos cilin dros ou bastões re
quer certa habilida de, do contrário a massa se apresenta fistulada ou vacuola-
da no interior. Êsse guaraná, também de qualidade inferior, é cha
mado poco, e o
caboclo
a
território nacional, nos vilarejos ribeiri nhos do Guaporé e seus afluentes. Ê de Liebig, citado por Paulo Carnei ro, a judiciosa observação de que o ho mem, desde os tempos mais remotos, sempre experimentou um natural pendor por certo gênero de alimentos, de natu
reza vegetal e comprovada ação esti
mulante, nos quais se verificou mais tar de a existência da cafeína. Assim acon teceu com o café na África e o chá no
valente, ela tem ação menos excitante
do que o café, o chá e o mate, porque ao conttóo destes, que, quando inge ridos, já levam a cafeína em dissolução, o guaraná, apenas em suspensão na água. só começa a ser dissoKido no or
ganismo e, destarte, a sua absorção se faz muito lenta e gradativumcnte. Sabido que os índios da Amazônia nao se limitam ao uso das sementes
da panta, mas também lhe aproveitam as flores com que, depois de queiniadas, fazem o guaraná-putird ou guaraná-flor',
Oriente, para só citar os que lograram fama mundial. Ora, o nosso guaraná,
e ainda bebem o infuso das fôlhas e raí zes, Paulo Carneiro foi levado ao estudo
ao lado do cacau e do mate, também americanos, está justamente nesse grupo, e por isso não é. de espantar que, uma
conclusões interessantíssimas. Assim ve
vez conhecido, visse cada vez mais am pliada a área do seu consumo. Além
todos os órgãos adultos da Paullinia con
disso, o produto da nossa PauÜinia não se recomendava apenas pela sua ação
das várias partes da planta e chegou a rificou o ilustre químico patrício que têm cafeína em maior ou menor quantí-. dade, e, fato importante e só então
apurado, que as suas flores, fôlhas e
tônico-nervina. A crendice popular em prestou-lhe foros de verdadeira panacéia, com virtudes eupépticas, febrífugas, antídiarréicas, antinevrálgicas e até afro-
em teobromina, no que superam o cacau
disíacas.
substância.
casca do caule são também riquíssimas e a noz de cola, as duas plantas em que até então tinha sido apontada essa
Hoje, entretanto, que o produto está
Explica-se assim, pelo seu alto valor
bem estudado, sobretudo depois das
alimentar e farmacêutico, a procura que
exaustivas análises de Paulo Carneiro,
\'eni tendo o guaraná, já com bons mer
conhece-se a sua ação fisiológica e sa be-se que principalmente à cafeína e
cados no estrangeiro, tanto na Europa como na América, e cujo cultivo, sempre
ao tanino se lhe podem imputar deter
crescente, é hoje uma das boas fontes
minados efeitos medicamentosos.
de riqueza da Amazônia. Diga-se que cs seus dois principais focos de produ
dêle foi isolada, em 1826, por Tlieodor
ção ficam nos municípios de Maués e
Barreirinha, no Estado do Amazonas, e que o produto não se e.xporta apenas co
mo pães, mas ainda em rama, isto é as sementes em bruto, antes de sofreren^ A pasta do guaraná, quando pura, é qualquer manipulação. Mas convém J
Martius; mas anos mais tarde verificou-síT que esta era em tudo igual à cafeína.
o
se
partamentos do Bêni, Santa Cruz de Ia
Sierra e Cochabamba, e também, em
bstância branca, cristalizada, amarga, que
cilmente pelo que
115
De início, pensou-se que o princípio ati vo do guaraná fosse a guaraína, uma su
reconhece fàsom
Digesto EcoNó^^co
dentre os produtos conhecidos aquêle
obtém ao bater um pão ,de encontro a
afrontavam as cachoeiras deste
outro. Uma vez consolidado, o guaraná tem duração indefinida, o mesmo não
rio e vinham negociar com os índios, para depois espalhar o guaraná pelos de-
último
que se apresenta mais rico em cafeína,
chegando a conter 5% do princípio ati vo. Apesar disso, porém, em dose equi-
tar que, utilizando-se apenas as seme^
tes, até agora ainda não foi aprovei a outra riqueza da planta- n ^ ' • em teobromina.
'"
Inflai'
? Valo;,
Vi"
DiCESTO EcONÓitlCO
114
o guaraiiá puro, confonne o prepa ram os sflvlcolas, deve ser exclusiva
mente feito com as sementes da planta.
acontecendo com o seu pó, que é de fácil fermentação.
Já dissemos que desde que se tomou
Não raro, porém, lhes acrescentam ou tros ingredientes, como farinlia de man dioca (jiara lhe quebrar um pouco O amargor natural), sementes de cacau e
cura, não só na sua zona de produção, como ainda nas províncias mais ou me-
i-asca do quina, esta última visando re
no.s próximas, quais Mato Grosso, Goiás,
forçar <j poder antifebril, que lhe em
Maranhão, Piauí e Minas. Diz-se mes
prestam.
mo ter sido esta droga que incentivou o primeiro comércio entre Mato Grosso ©
Mas isso são artifícios de que lança )não i> civilizado. Daí a alta cotação
que ainda hoje desfruta o guaraná prejjarado pelos índios Maués, que, embora
de aspecto mais grosseiro, mal pilado e pref.:rentemente conformado em gran des cilindros com meio quilo de pêso,
se apresenta quase sempre em estado de
perfeita pureza. Aliás, de longa data, de.'.de que se iniciou o comércio do pro duto, estabeleceu-se logo a diferença enf trc o guaraná de Luséia (antigo nome díi atual cidade de Maués) e o guaraná da "terra dos Maués", isto é, o preparado pelos índios, e que
conliccido entre os civilizados, não tar
dou que o guaraná começasse a ter pro
Pará, através do Tapajós. Dali, desde 1750, desciam canoas carregadas de cou
ro e outros gêneros, que eram vendidos em Serpa e Vila Bela da Imperatriz (hoje, respectivamente, Itacoatiara e
Parentins) e que, depois, de regresso, passavam por Maués, onde se atestavam do muitas arrôbas de guaraná.
O uso
do produto difundiu-se também por lar ga faixa do território boliviano, desde as margens do alto Paraguai e do Ma deira, até as vertentes orientais doa An des, dando curso a outras monções que
era o mais valorizado.
Por outro lado, a confecção dos cilin dros ou bastões re
quer certa habilida de, do contrário a massa se apresenta fistulada ou vacuola-
da no interior. Êsse guaraná, também de qualidade inferior, é cha
mado poco, e o
caboclo
a
território nacional, nos vilarejos ribeiri nhos do Guaporé e seus afluentes. Ê de Liebig, citado por Paulo Carnei ro, a judiciosa observação de que o ho mem, desde os tempos mais remotos, sempre experimentou um natural pendor por certo gênero de alimentos, de natu
reza vegetal e comprovada ação esti
mulante, nos quais se verificou mais tar de a existência da cafeína. Assim acon teceu com o café na África e o chá no
valente, ela tem ação menos excitante
do que o café, o chá e o mate, porque ao conttóo destes, que, quando inge ridos, já levam a cafeína em dissolução, o guaraná, apenas em suspensão na água. só começa a ser dissoKido no or
ganismo e, destarte, a sua absorção se faz muito lenta e gradativumcnte. Sabido que os índios da Amazônia nao se limitam ao uso das sementes
da panta, mas também lhe aproveitam as flores com que, depois de queiniadas, fazem o guaraná-putird ou guaraná-flor',
Oriente, para só citar os que lograram fama mundial. Ora, o nosso guaraná,
e ainda bebem o infuso das fôlhas e raí zes, Paulo Carneiro foi levado ao estudo
ao lado do cacau e do mate, também americanos, está justamente nesse grupo, e por isso não é. de espantar que, uma
conclusões interessantíssimas. Assim ve
vez conhecido, visse cada vez mais am pliada a área do seu consumo. Além
todos os órgãos adultos da Paullinia con
disso, o produto da nossa PauÜinia não se recomendava apenas pela sua ação
das várias partes da planta e chegou a rificou o ilustre químico patrício que têm cafeína em maior ou menor quantí-. dade, e, fato importante e só então
apurado, que as suas flores, fôlhas e
tônico-nervina. A crendice popular em prestou-lhe foros de verdadeira panacéia, com virtudes eupépticas, febrífugas, antídiarréicas, antinevrálgicas e até afro-
em teobromina, no que superam o cacau
disíacas.
substância.
casca do caule são também riquíssimas e a noz de cola, as duas plantas em que até então tinha sido apontada essa
Hoje, entretanto, que o produto está
Explica-se assim, pelo seu alto valor
bem estudado, sobretudo depois das
alimentar e farmacêutico, a procura que
exaustivas análises de Paulo Carneiro,
\'eni tendo o guaraná, já com bons mer
conhece-se a sua ação fisiológica e sa be-se que principalmente à cafeína e
cados no estrangeiro, tanto na Europa como na América, e cujo cultivo, sempre
ao tanino se lhe podem imputar deter
crescente, é hoje uma das boas fontes
minados efeitos medicamentosos.
de riqueza da Amazônia. Diga-se que cs seus dois principais focos de produ
dêle foi isolada, em 1826, por Tlieodor
ção ficam nos municípios de Maués e
Barreirinha, no Estado do Amazonas, e que o produto não se e.xporta apenas co
mo pães, mas ainda em rama, isto é as sementes em bruto, antes de sofreren^ A pasta do guaraná, quando pura, é qualquer manipulação. Mas convém J
Martius; mas anos mais tarde verificou-síT que esta era em tudo igual à cafeína.
o
se
partamentos do Bêni, Santa Cruz de Ia
Sierra e Cochabamba, e também, em
bstância branca, cristalizada, amarga, que
cilmente pelo que
115
De início, pensou-se que o princípio ati vo do guaraná fosse a guaraína, uma su
reconhece fàsom
Digesto EcoNó^^co
dentre os produtos conhecidos aquêle
obtém ao bater um pão ,de encontro a
afrontavam as cachoeiras deste
outro. Uma vez consolidado, o guaraná tem duração indefinida, o mesmo não
rio e vinham negociar com os índios, para depois espalhar o guaraná pelos de-
último
que se apresenta mais rico em cafeína,
chegando a conter 5% do princípio ati vo. Apesar disso, porém, em dose equi-
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Inflai'
? Valo;,
X)lGESTO ECONÓNnCO 117
A propriedode e o dinheii^ó
reitos, pois já na Constituição de 1791
SC dizia, em seu art. 17, que sendo a
amadurecimento do espírito industrial, grado, ninguém dele poderia ser priva . pidez, maiores lucros. A propriedade,
CÂNDIDO Mota Filho
distâncias percorridas pela ordem social, depois da queda do feudalismo, mostram-nos que ela se vem fazen do, còm o correr dos anos, numa acen tuada contradição, entre dois esteios de
sua grandeza, — a propriedade e o di nheiro.
Ambos surgiram para afirmar o novo
mmo da vida, garantindo-o pe'a propric-
dadc, que é o elemento estável e pelo dinheiro, que é o elemento dinâmico. ntretanto, esses dois irmãos, como iguras bíblicas, vêm mantendo uma vida e antagonismo, que se acentua cada vez mais, porque se a propriedade con serva, o dinheiro renova.
^ A sociedade liberal teve assim, no segredo desse antagonismo, a razão maior de sua existência ativa e progres sista. Se não houvesse o ponto de apoio da propriedade aderido à atividade do proprietário, o progresso não existiria.
Se não houvesse dinheiro, para movi mentar os valores, animar os negócios,
possibilitar as fortunas, o progresso tam bém não existiria.
A maior conquista da revolução fran cesa foi a de estabelecer, pela anulação
da propriedade feudal, a propriedade individual. Paul Janet chegou, por isso mesmo, a escrever que a concepção que ela fez^ da propriedade, ficou como algo de estável e persistente. E êle mostra que a revolução tratou da propriedade em três circuns
ce p^a o homem livre, que provém do
fcudais; da propriedade na família pelas leis da herança e, enfim, da propriedade coíetiva pela alienação dos bens ecle siásticos.
A propriedade surgia como o grande apoio econômico e moral da liurguesia. Sem propriedade não seria possível li berdade. Enquanto a propriedade era
propriedade um direito in\'iQlá\el e sa
qiie me possibilita, com muito mais ra-
do, senão por necessidade pública, le galmente justificada, mediante justa e
como um bem imóvel, resiste o mais possível aos negócios. O direito sôbre a coisa imó\'el nao é demasiado obedien
prévia indenização.
Em torno da propriedade estável reu niu-se e firmou-se a família burguesa. Ela passava de pai para filho, através do direito de sucessão e com ela se for
tificava a fisionomia moral da' existên
cia. A unidade econômica preservava a compreensão da hierarquia, fortificava o
feudal a sociedade era, na verdade, ape
senso da autoridade familiar, o poder de
nas de seres subordinados ou dependen tes. Todas as conquistas da liberdade
obediência dos filhos.
só poderiam ser apoiadas no direito da propriedade. Na Constituinte revolucio nária, Maury terminava um dos seus discursos, dizendo; — "Vós quereis ser
líviíes, mas sem propriedade não há liberdade. A própria liberdade não é
mais do que a primeira das proprieda des".
comando dos pais, a capacidade de
Pela propriedade o homem livre po dia manter o seu espírito de iniciativa, o seu bom senso, o amor ás coisas do
passado, o respeito ás possibilidades do
futuro. Assim, o burguês liberal procura melhorar seus negócios para tornar-se grande proprietário. Com o caminhar dos tempos, a propriedade não é mais um apoio paru , a liberdade, mas um
te, pois a propriedade, mal aproveitada, toma-se um encargo. A posse da mes ma, nesse caso, dei.va de ser, na maioria"
dos casos, uma realidade e ela, como \'alor econômico, não tem o interesse que provoca daí por diante o valor mo-
bil ário.
Quando é elaborado o Códi
go de Napoleão,^ as fortunas estáveis, na França, estavam repousadas na pro priedade. E, para essa época o jurista I Georges Ripert recordava o célebre adá- J gio; — "Res mobilis, res vilis".
vão tomando outro aspecto. A proprie dade imóvel é> daí por diante, princi palmente, muito mais do que um di reito de usar e gozar uma coisa, um
direito de cedê-la ou negociá-la, um di reito de dispô-Ia como bem entende o
Foi prolongada e agitada nessa épo ca a luta pela definição e consagração do direito de propriedade. Os revolucio nários, inspirados na definição de Con-
sa não é assim, como nos primeiros
dorcet, estabeleceram, por fim, na Cons tituição de 93, que óle estava na ca
urri espírito de organizíição. Os projetos
negócios rápidos e vultosos, a proprie
que se fazem, partem da propriedade e visam a propriedade, que já não se contém na propriedade lubana, mas al cança a propriedade rural, que não per
cios. Ela é assim dada em garantia para
tegoria dos direitos naturais do homem e podia ser considerado como o direito de gozar e dispor à vontade dos bens,dos rendimentos, produtos do trabaUio e indústria.
Toda a estrutura econômica do libera lismo na sua universalidade, cresceu com êsse apoio. A propriedade foi o ponto de partida
tâncias memorá
de uma nova po-
veis: — da pro-
lítica e de uma economia. nova
priedade indivi dual pela aboli-
Tudo brotava da
ção dos direitos
decharaçâo de di-
i
apoio para o poder político e para o poder econômico. O espírito de empre tempos, um espírito de aventura, mas
M
Mas, com o industrialismo, os valores ^
proprietário. A propriedade tomou-se, acima de tudo, objeto de negócio. Num mundo que se desenvolria industrial mente, onde cada vez mais se faziam
dade serve para assegurar êsses negó
tence mais, tão só, ao homem do cam
grande número de transações. "O cré dito, escreve Ripert, é o direito de obtei de uma pessoa que vos dê alguma coisa
po e não só se desenvolve à custa da
bens e serviços. Não vale senão na me
dida em que o devedor possui ê'e mes Êsse novo aspecto do direito de pro- . mo bens ou seja capaz de prestar ser prieda.de er a desconfianças e provoca viçQS. Mas, nessa medida, tem a van desequiabrios. O .grande proprietário tagem de dar ao credor, sem esforços retoma à situação feudal. O latifundiá nem riscos, os proveitos da atividade do mentalidade agrária.
rio é um senlior poderoso e arbitrário.
E quando a propriedade chega a este aspecto,, uma nova possibilidade apare-
dededor. regime capitalista nu» e o regime hp.co dos negócios, W, ^ aos poucos, transformando os pi^prie-
X)lGESTO ECONÓNnCO 117
A propriedode e o dinheii^ó
reitos, pois já na Constituição de 1791
SC dizia, em seu art. 17, que sendo a
amadurecimento do espírito industrial, grado, ninguém dele poderia ser priva . pidez, maiores lucros. A propriedade,
CÂNDIDO Mota Filho
distâncias percorridas pela ordem social, depois da queda do feudalismo, mostram-nos que ela se vem fazen do, còm o correr dos anos, numa acen tuada contradição, entre dois esteios de
sua grandeza, — a propriedade e o di nheiro.
Ambos surgiram para afirmar o novo
mmo da vida, garantindo-o pe'a propric-
dadc, que é o elemento estável e pelo dinheiro, que é o elemento dinâmico. ntretanto, esses dois irmãos, como iguras bíblicas, vêm mantendo uma vida e antagonismo, que se acentua cada vez mais, porque se a propriedade con serva, o dinheiro renova.
^ A sociedade liberal teve assim, no segredo desse antagonismo, a razão maior de sua existência ativa e progres sista. Se não houvesse o ponto de apoio da propriedade aderido à atividade do proprietário, o progresso não existiria.
Se não houvesse dinheiro, para movi mentar os valores, animar os negócios,
possibilitar as fortunas, o progresso tam bém não existiria.
A maior conquista da revolução fran cesa foi a de estabelecer, pela anulação
da propriedade feudal, a propriedade individual. Paul Janet chegou, por isso mesmo, a escrever que a concepção que ela fez^ da propriedade, ficou como algo de estável e persistente. E êle mostra que a revolução tratou da propriedade em três circuns
ce p^a o homem livre, que provém do
fcudais; da propriedade na família pelas leis da herança e, enfim, da propriedade coíetiva pela alienação dos bens ecle siásticos.
A propriedade surgia como o grande apoio econômico e moral da liurguesia. Sem propriedade não seria possível li berdade. Enquanto a propriedade era
propriedade um direito in\'iQlá\el e sa
qiie me possibilita, com muito mais ra-
do, senão por necessidade pública, le galmente justificada, mediante justa e
como um bem imóvel, resiste o mais possível aos negócios. O direito sôbre a coisa imó\'el nao é demasiado obedien
prévia indenização.
Em torno da propriedade estável reu niu-se e firmou-se a família burguesa. Ela passava de pai para filho, através do direito de sucessão e com ela se for
tificava a fisionomia moral da' existên
cia. A unidade econômica preservava a compreensão da hierarquia, fortificava o
feudal a sociedade era, na verdade, ape
senso da autoridade familiar, o poder de
nas de seres subordinados ou dependen tes. Todas as conquistas da liberdade
obediência dos filhos.
só poderiam ser apoiadas no direito da propriedade. Na Constituinte revolucio nária, Maury terminava um dos seus discursos, dizendo; — "Vós quereis ser
líviíes, mas sem propriedade não há liberdade. A própria liberdade não é
mais do que a primeira das proprieda des".
comando dos pais, a capacidade de
Pela propriedade o homem livre po dia manter o seu espírito de iniciativa, o seu bom senso, o amor ás coisas do
passado, o respeito ás possibilidades do
futuro. Assim, o burguês liberal procura melhorar seus negócios para tornar-se grande proprietário. Com o caminhar dos tempos, a propriedade não é mais um apoio paru , a liberdade, mas um
te, pois a propriedade, mal aproveitada, toma-se um encargo. A posse da mes ma, nesse caso, dei.va de ser, na maioria"
dos casos, uma realidade e ela, como \'alor econômico, não tem o interesse que provoca daí por diante o valor mo-
bil ário.
Quando é elaborado o Códi
go de Napoleão,^ as fortunas estáveis, na França, estavam repousadas na pro priedade. E, para essa época o jurista I Georges Ripert recordava o célebre adá- J gio; — "Res mobilis, res vilis".
vão tomando outro aspecto. A proprie dade imóvel é> daí por diante, princi palmente, muito mais do que um di reito de usar e gozar uma coisa, um
direito de cedê-la ou negociá-la, um di reito de dispô-Ia como bem entende o
Foi prolongada e agitada nessa épo ca a luta pela definição e consagração do direito de propriedade. Os revolucio nários, inspirados na definição de Con-
sa não é assim, como nos primeiros
dorcet, estabeleceram, por fim, na Cons tituição de 93, que óle estava na ca
urri espírito de organizíição. Os projetos
negócios rápidos e vultosos, a proprie
que se fazem, partem da propriedade e visam a propriedade, que já não se contém na propriedade lubana, mas al cança a propriedade rural, que não per
cios. Ela é assim dada em garantia para
tegoria dos direitos naturais do homem e podia ser considerado como o direito de gozar e dispor à vontade dos bens,dos rendimentos, produtos do trabaUio e indústria.
Toda a estrutura econômica do libera lismo na sua universalidade, cresceu com êsse apoio. A propriedade foi o ponto de partida
tâncias memorá
de uma nova po-
veis: — da pro-
lítica e de uma economia. nova
priedade indivi dual pela aboli-
Tudo brotava da
ção dos direitos
decharaçâo de di-
i
apoio para o poder político e para o poder econômico. O espírito de empre tempos, um espírito de aventura, mas
M
Mas, com o industrialismo, os valores ^
proprietário. A propriedade tomou-se, acima de tudo, objeto de negócio. Num mundo que se desenvolria industrial mente, onde cada vez mais se faziam
dade serve para assegurar êsses negó
tence mais, tão só, ao homem do cam
grande número de transações. "O cré dito, escreve Ripert, é o direito de obtei de uma pessoa que vos dê alguma coisa
po e não só se desenvolve à custa da
bens e serviços. Não vale senão na me
dida em que o devedor possui ê'e mes Êsse novo aspecto do direito de pro- . mo bens ou seja capaz de prestar ser prieda.de er a desconfianças e provoca viçQS. Mas, nessa medida, tem a van desequiabrios. O .grande proprietário tagem de dar ao credor, sem esforços retoma à situação feudal. O latifundiá nem riscos, os proveitos da atividade do mentalidade agrária.
rio é um senlior poderoso e arbitrário.
E quando a propriedade chega a este aspecto,, uma nova possibilidade apare-
dededor. regime capitalista nu» e o regime hp.co dos negócios, W, ^ aos poucos, transformando os pi^prie-
Dicesto
118
' tários cm credores. Por êste ou aquele motivo foi retirando aos homens a posse do fazendas, casas, fábricas, minas, veí
culos, águas e deu-lhes a possibilidade de ganhar com maior facilidade".
"Outrora, escreve Ripert, a proprie
dade era desejada e respeitada; impli cava nas vantagens da exploração e con
feria poder. O crédito era desprezado e suspeito. O regime capitalista mudou
tudo isso. Convidou os proprietários a txazer seus bens à sociedade que lhes dá^ ações. Legitimou e exaltou o em préstimo a juros, empregando na produ ção o capital emprestado pelos porta dores de obrigações. O Estado deu ãÉãk' convidando os bons cidadãos
Hv ^de
^onfjar sua economia e a viverem
rendunentos",
A idéia de colocar a propriedade no mundo dos negócios foi considerada as
sim uma magnífica idéia, porque era a conquista fácil e arbitrária dos bens ■'
^
mobihários.
Perdeu, com isso, a propriedade o seu antigo caráter, a sua resistência, a sua
estabilidade. Começou a passar de mão em mão.
Ficou subordinada ao critério
das balsas e dos mercados. A compra
e venda e a hipoteca sacudiram suas raízes seculares. E tudo isso, por inter medie de seu rival, o dinheiro, que, já
no meado do século XIX, se considera
inteiramente vitorioso, porque a pro
priedade se toma, daí por diante, pri sioneira do dinheiro.
E mesmo aquele que a conservou com
carinho e orgulho, resistindo a tôdas as
vinha fazendo suas diabruras. Aquêle quadro que Shakcspearc desenhou em Schylock era, na sua essência, o drama
do poder do dinheiro. Não há resis tência possível ao seu poder. Êlo funde tudo no teor lucrativo dos
negócios. Se Cícero já dizia que não liá praça forte que não seja acessível a um asno carregado de ouro, se êle, como diz Sombart, conclui pactos de amizade, tratados de fidelidade e de
ao
taDrovTado
Tnrlv-
elementos sem lastro e certos duo e místicos pelo Estado, em Mar, como do Renascimento, no
ü..,].,' j . - proha!ava Rousseau no demônio da
demônio do dinheiro.
dade, diz que enquanto o homem põe o dinheiro di.spõe. O dinheiro é a razão da democracia
quantitativa, 6 a razão do número, da
m
quele que tem mais. É êle que dó as linhas do Estado moderno, o ritmo do
trabalho o do empreendimento, o senti
do passageiro de tudo e de todos. "Sem o emprego generalizado da moeda metá lica, principalmente, senão exclusivamen
1», V
te da moeda de ouro e prata, — escre
ve Sombart, — o elemento constitutivo do espírito capitalista, que designamos com
■'\mT
o nome de adição ou cálculo, não pode ria ter o desenvolvimento que teve".
O dinheiro, trazendo assim a fascina
ção pelo lucro, animando a tendência humana pelo jôgo, multiplicando a pos sibilidade de todos, do culto e do in
culto, do recatado e do aventureiro, do
escrupuloso e do inescrupuloso, foi var-
vel podia oferecer, tôda ordem que ela poderia significar. E foi, paradoxal
Desde o Renascimento que o dinheiro
priedade. hfuito mais razões teria êle,
^^^^"=°be-e-desca" ao ver, „a sociedade contemporânea, a de propriedade desmoralizada pdo indivi-
vitória do diabciro por sôbre a socie
quan o vivo. Apesar dos resguardes que mar a propriedade em dinheiro.
der pessoal, um dos fatôres da sociali-
119
cliLsive o procuram, êle, por isso mesmo, revela-se de uma espantosa capacida de de dissolução. Spengler, mostrando a
rendo, sem nenlium cuidado, toda a re
la procurar no Código Civil, os herdeiros atavam, desde logo, de transfor
DlCESTO ECONÓlvncO
união conjugai, porque os nobres e os fortes, os sábios, o.s belos e os santos in-
J^iticuldades para transmití-la a seus filos, SC podia fazer essa resistência en-
.
Econômico T
sistência moral que a propriedade im^
mente, o dinheiro, no que êle tem de mais individualista, no que êle oferece
de plasticidade p^ua os manejos do po
/
Os altos círculos governamentais franceses receberam com grande satisfacnn a notícia de que a Alemanha perderá 682 fábricas nas zonas britânica e norte americana, as quais serão entregues ás nações aliadas, a título de reparações.
A França sempre defendeu o ponto de vista de que a Alemanha deveria • denizar os danos que causou à economia e à indústria das nações vencedn
tendo dado o exemplo, desmontando a fabrica "Boersig", situada em sua
M
Dicesto
118
' tários cm credores. Por êste ou aquele motivo foi retirando aos homens a posse do fazendas, casas, fábricas, minas, veí
culos, águas e deu-lhes a possibilidade de ganhar com maior facilidade".
"Outrora, escreve Ripert, a proprie
dade era desejada e respeitada; impli cava nas vantagens da exploração e con
feria poder. O crédito era desprezado e suspeito. O regime capitalista mudou
tudo isso. Convidou os proprietários a txazer seus bens à sociedade que lhes dá^ ações. Legitimou e exaltou o em préstimo a juros, empregando na produ ção o capital emprestado pelos porta dores de obrigações. O Estado deu ãÉãk' convidando os bons cidadãos
Hv ^de
^onfjar sua economia e a viverem
rendunentos",
A idéia de colocar a propriedade no mundo dos negócios foi considerada as
sim uma magnífica idéia, porque era a conquista fácil e arbitrária dos bens ■'
^
mobihários.
Perdeu, com isso, a propriedade o seu antigo caráter, a sua resistência, a sua
estabilidade. Começou a passar de mão em mão.
Ficou subordinada ao critério
das balsas e dos mercados. A compra
e venda e a hipoteca sacudiram suas raízes seculares. E tudo isso, por inter medie de seu rival, o dinheiro, que, já
no meado do século XIX, se considera
inteiramente vitorioso, porque a pro
priedade se toma, daí por diante, pri sioneira do dinheiro.
E mesmo aquele que a conservou com
carinho e orgulho, resistindo a tôdas as
vinha fazendo suas diabruras. Aquêle quadro que Shakcspearc desenhou em Schylock era, na sua essência, o drama
do poder do dinheiro. Não há resis tência possível ao seu poder. Êlo funde tudo no teor lucrativo dos
negócios. Se Cícero já dizia que não liá praça forte que não seja acessível a um asno carregado de ouro, se êle, como diz Sombart, conclui pactos de amizade, tratados de fidelidade e de
ao
taDrovTado
Tnrlv-
elementos sem lastro e certos duo e místicos pelo Estado, em Mar, como do Renascimento, no
ü..,].,' j . - proha!ava Rousseau no demônio da
demônio do dinheiro.
dade, diz que enquanto o homem põe o dinheiro di.spõe. O dinheiro é a razão da democracia
quantitativa, 6 a razão do número, da
m
quele que tem mais. É êle que dó as linhas do Estado moderno, o ritmo do
trabalho o do empreendimento, o senti
do passageiro de tudo e de todos. "Sem o emprego generalizado da moeda metá lica, principalmente, senão exclusivamen
1», V
te da moeda de ouro e prata, — escre
ve Sombart, — o elemento constitutivo do espírito capitalista, que designamos com
■'\mT
o nome de adição ou cálculo, não pode ria ter o desenvolvimento que teve".
O dinheiro, trazendo assim a fascina
ção pelo lucro, animando a tendência humana pelo jôgo, multiplicando a pos sibilidade de todos, do culto e do in
culto, do recatado e do aventureiro, do
escrupuloso e do inescrupuloso, foi var-
vel podia oferecer, tôda ordem que ela poderia significar. E foi, paradoxal
Desde o Renascimento que o dinheiro
priedade. hfuito mais razões teria êle,
^^^^"=°be-e-desca" ao ver, „a sociedade contemporânea, a de propriedade desmoralizada pdo indivi-
vitória do diabciro por sôbre a socie
quan o vivo. Apesar dos resguardes que mar a propriedade em dinheiro.
der pessoal, um dos fatôres da sociali-
119
cliLsive o procuram, êle, por isso mesmo, revela-se de uma espantosa capacida de de dissolução. Spengler, mostrando a
rendo, sem nenlium cuidado, toda a re
la procurar no Código Civil, os herdeiros atavam, desde logo, de transfor
DlCESTO ECONÓlvncO
união conjugai, porque os nobres e os fortes, os sábios, o.s belos e os santos in-
J^iticuldades para transmití-la a seus filos, SC podia fazer essa resistência en-
.
Econômico T
sistência moral que a propriedade im^
mente, o dinheiro, no que êle tem de mais individualista, no que êle oferece
de plasticidade p^ua os manejos do po
/
Os altos círculos governamentais franceses receberam com grande satisfacnn a notícia de que a Alemanha perderá 682 fábricas nas zonas britânica e norte americana, as quais serão entregues ás nações aliadas, a título de reparações.
A França sempre defendeu o ponto de vista de que a Alemanha deveria • denizar os danos que causou à economia e à indústria das nações vencedn
tendo dado o exemplo, desmontando a fabrica "Boersig", situada em sua
M
Digesto EcoNÓxnco
*
PA
N%ÍPI A M A
ECO
12] Hí
No decurso da reunião que recente
ICO
mente, em Atlantic Cily, celebrou a As sociação de Ferroviários dos Estudos Uni
Suécia chegou a uma situação tal que exige medidas radicais, afetando tôda a
lelamente com os esforços que se devem realizar para limitar a procura, é es
dos, foi exibida, pela primeira vez no mundo, uma Incomoti\a quo marcha á razão dc 161 qui'ünielTos por Jiora o
vida econômica do país ~ declarou a
Junta Governamental do "Riksbank" em
sencial aumontar-sc a produção sueca — e os diretores chamam a atenção para
boas das caldeiras consumidoras de car
relatório ao governo, no qual chama a
A escassez de cambiais estrangeiras na VA
verá aumentar as suas economias. Para
na qual se combinam todas as coisas
as possibilidades existentes de se conse
vão dc pedra, e a transmissão elétrica.
atenção para as conseqüências sérias da
guir mão de obra estrangeira. Finalmen
Efetivamente, esta locomotiva c dotada
saída das cambiais.
te, o "Riksbank" salienta a enorme im
Na opinião dos diretores do Banco
Central, a oscilação dos preços internos
não está criando atualmente nenhum pro blema de grande urgência, apesar de ser
❖ * :}s
A Assembléia Nacional da República
sitivo e o suprimento de mercadorias en volve riscos consideráveis. De outro la do, a crise aguda no mercado de cam
fixar o imposto de exportação de café em
tomadas para o aumento do controle
da importação devem ser reforçadas por outras correspondentes, no que diz res peito à política econômica interna.
O "Rilcsbanlc" salienta a importância
de se restringir, por parte dos vários gru pos sociais, a exigência de melhoria de
salários, que as condições econômicas não comportam e que, além disso, só concorrem para aumentar as dificulda
des do país.
A política orçamentária do governo sueco ^ eve sofrer compressões adicionais. in ustria terá de fazer economias ri-
gorosas nos projetos de novas fábricas e
autorizou o Executivo a
laboração.
5 "colonos" e 19 ccnla\'OS por 48 quilos,
O sr. H. E. Drallc, alto funcionário da
caso a cotação dc Nova York, no corren
segunda das citadas empresas fabris, dis
te mês, seja superior a 19 dólares e 99 centavos, ao preço em vigor em El
se sôbre o assunto.
"Êste gênero de locomotí\'a tem des
Salvador.
pertado grande interesse entre as emprêsas ferroviárias de todo o mundo, pois
Hí iV- -i-'
Segundo apurou o Serviço de Estatís tica da Produção do Ministério da Agri cultura, do Rio, a produção brasileira de aço alcançou em 1946 o total de .... los. no valor de 443.650.210 quilos, 687.408.638 cruzeiros. A produção de fer
ro gusa, naquele período, atingiu .... 369.254.311 quilos, no valor de 30.090.655 cruzeiros.
A produção de ferro laminado repre sentou 231.557.539 quilos no valor de
promete maior eficácia que qualquer ou tro. Representa, na realidade, o reapa recimento, numa forma inteiramente no
va, da locomotiva a vapor que já se ,
í
544.637.395 cruzeiros. íJí
íH *
Noticia-se do Rio que a Fábrica Na cional de Motores mudará em breve nhar ao ministro da Fazenda, com a no
SãS particulares desnecessárias deverão ser
ministro da Agricultura para transformar
encontrava em eclipse parcial, por ter
ta "urgente", a exposição de motivos do a F. N. M. em fábrica de tratores.
Ji
gares e significa graus mais elevados de temperatura e pressão nas caldeiras". Foi concluído um acordo comercial
entre a Holanda e a Argentina, baseado no princípio de trocas.
A Holanda se compromete a construir e entregar em cinco anos trinta narios,
entre os quais três barcos para o trans
porte dc passageiros, e três na\ios pe troleiros, antes de um ano. Por sua vez, a Argentina deverá fornecer anualmente 12.000 toneladas de couro, 50.000 to neladas cie cereais, 35.000 toneladas de
linho e tortas oleaginosas e 50.000 to neladas de lã. *
sJ:
íü
Anuncia-se que o Ceilão e a Malaia receberão 75.400 toneladas de arroz, em virtude do último ajuste entre a GrãBretanha e o Brasil.
As negociações para aquisição dos ex cedentes de 1947 ainda prosseguem e,
se chegarem a bom termo, a Malaia talvez receba cota adicional de 28.000 toneladas do cereal. üs
^
^
Com a presença do embaixador da Grã-Bretanha, "Sir" Neville Buttler, do
sido superada por outros tipos de lo-
agronômo Barcelos Fagundes, diretor do
comotiva.s que lhe disputaram a prima
SerWço de Pesquisas Econômicas e ou tras autoridades, realizou-se no Instituto Nacional de Ecologia e E.xperimentação Agrícola no Rio uma experiência coni tratores e máquinas agrícolas, para o cultivo do solo, de fabricação inglêsa e
zia.
A feliz combinação da turbina a va por com a eletricidade veio eliminar os
emboles, as barras de transmissão e ou
tras peças de vaí-vem, permitindo assirn o fluxo igual da força motriz com tudo
cujos planos de tonstrução serão cedidos
o que veio abrir novos horizontes à ima
às autoridades brasileiras, a fim de que
ginação dos desenhistas. Permite o uso
de atividade, acrescentando-se que o pre sidente da República acaba de encami
n aquisição de maquinísmos. As despeí evitadas e o cidadão em particular de
valos-\'apor. E' a primeira das três encomenclaclas pela "Chesapcuke and Ohio Kailway Company", que a "Baldwin Locomotive Works" e a "Westinghouse Electric Corporation" construiram de co
sueca por todos os meios.
do Salvador
biais estrangeiras está provocando extre ma ansiedade. Mesmo que a situação dessas cambiais seja originàriamente con siderada como uma crise passageira, as dificuldades surgidas exigem imediatas e rigorosas contra-medidas. As medidas já
res elétricos que desenvolvem 6.000 ca-
portância de aumentar-se a e.xportação
evidente que a luta entre o poder aqui
i
de uma turbina a vapor e de oito moto
de rodas motrizes menores que as vul
possam ser produzidos no país.
Digesto EcoNÓxnco
*
PA
N%ÍPI A M A
ECO
12] Hí
No decurso da reunião que recente
ICO
mente, em Atlantic Cily, celebrou a As sociação de Ferroviários dos Estudos Uni
Suécia chegou a uma situação tal que exige medidas radicais, afetando tôda a
lelamente com os esforços que se devem realizar para limitar a procura, é es
dos, foi exibida, pela primeira vez no mundo, uma Incomoti\a quo marcha á razão dc 161 qui'ünielTos por Jiora o
vida econômica do país ~ declarou a
Junta Governamental do "Riksbank" em
sencial aumontar-sc a produção sueca — e os diretores chamam a atenção para
boas das caldeiras consumidoras de car
relatório ao governo, no qual chama a
A escassez de cambiais estrangeiras na VA
verá aumentar as suas economias. Para
na qual se combinam todas as coisas
as possibilidades existentes de se conse
vão dc pedra, e a transmissão elétrica.
atenção para as conseqüências sérias da
guir mão de obra estrangeira. Finalmen
Efetivamente, esta locomotiva c dotada
saída das cambiais.
te, o "Riksbank" salienta a enorme im
Na opinião dos diretores do Banco
Central, a oscilação dos preços internos
não está criando atualmente nenhum pro blema de grande urgência, apesar de ser
❖ * :}s
A Assembléia Nacional da República
sitivo e o suprimento de mercadorias en volve riscos consideráveis. De outro la do, a crise aguda no mercado de cam
fixar o imposto de exportação de café em
tomadas para o aumento do controle
da importação devem ser reforçadas por outras correspondentes, no que diz res peito à política econômica interna.
O "Rilcsbanlc" salienta a importância
de se restringir, por parte dos vários gru pos sociais, a exigência de melhoria de
salários, que as condições econômicas não comportam e que, além disso, só concorrem para aumentar as dificulda
des do país.
A política orçamentária do governo sueco ^ eve sofrer compressões adicionais. in ustria terá de fazer economias ri-
gorosas nos projetos de novas fábricas e
autorizou o Executivo a
laboração.
5 "colonos" e 19 ccnla\'OS por 48 quilos,
O sr. H. E. Drallc, alto funcionário da
caso a cotação dc Nova York, no corren
segunda das citadas empresas fabris, dis
te mês, seja superior a 19 dólares e 99 centavos, ao preço em vigor em El
se sôbre o assunto.
"Êste gênero de locomotí\'a tem des
Salvador.
pertado grande interesse entre as emprêsas ferroviárias de todo o mundo, pois
Hí iV- -i-'
Segundo apurou o Serviço de Estatís tica da Produção do Ministério da Agri cultura, do Rio, a produção brasileira de aço alcançou em 1946 o total de .... los. no valor de 443.650.210 quilos, 687.408.638 cruzeiros. A produção de fer
ro gusa, naquele período, atingiu .... 369.254.311 quilos, no valor de 30.090.655 cruzeiros.
A produção de ferro laminado repre sentou 231.557.539 quilos no valor de
promete maior eficácia que qualquer ou tro. Representa, na realidade, o reapa recimento, numa forma inteiramente no
va, da locomotiva a vapor que já se ,
í
544.637.395 cruzeiros. íJí
íH *
Noticia-se do Rio que a Fábrica Na cional de Motores mudará em breve nhar ao ministro da Fazenda, com a no
SãS particulares desnecessárias deverão ser
ministro da Agricultura para transformar
encontrava em eclipse parcial, por ter
ta "urgente", a exposição de motivos do a F. N. M. em fábrica de tratores.
Ji
gares e significa graus mais elevados de temperatura e pressão nas caldeiras". Foi concluído um acordo comercial
entre a Holanda e a Argentina, baseado no princípio de trocas.
A Holanda se compromete a construir e entregar em cinco anos trinta narios,
entre os quais três barcos para o trans
porte dc passageiros, e três na\ios pe troleiros, antes de um ano. Por sua vez, a Argentina deverá fornecer anualmente 12.000 toneladas de couro, 50.000 to neladas cie cereais, 35.000 toneladas de
linho e tortas oleaginosas e 50.000 to neladas de lã. *
sJ:
íü
Anuncia-se que o Ceilão e a Malaia receberão 75.400 toneladas de arroz, em virtude do último ajuste entre a GrãBretanha e o Brasil.
As negociações para aquisição dos ex cedentes de 1947 ainda prosseguem e,
se chegarem a bom termo, a Malaia talvez receba cota adicional de 28.000 toneladas do cereal. üs
^
^
Com a presença do embaixador da Grã-Bretanha, "Sir" Neville Buttler, do
sido superada por outros tipos de lo-
agronômo Barcelos Fagundes, diretor do
comotiva.s que lhe disputaram a prima
SerWço de Pesquisas Econômicas e ou tras autoridades, realizou-se no Instituto Nacional de Ecologia e E.xperimentação Agrícola no Rio uma experiência coni tratores e máquinas agrícolas, para o cultivo do solo, de fabricação inglêsa e
zia.
A feliz combinação da turbina a va por com a eletricidade veio eliminar os
emboles, as barras de transmissão e ou
tras peças de vaí-vem, permitindo assirn o fluxo igual da força motriz com tudo
cujos planos de tonstrução serão cedidos
o que veio abrir novos horizontes à ima
às autoridades brasileiras, a fim de que
ginação dos desenhistas. Permite o uso
de atividade, acrescentando-se que o pre sidente da República acaba de encami
n aquisição de maquinísmos. As despeí evitadas e o cidadão em particular de
valos-\'apor. E' a primeira das três encomenclaclas pela "Chesapcuke and Ohio Kailway Company", que a "Baldwin Locomotive Works" e a "Westinghouse Electric Corporation" construiram de co
sueca por todos os meios.
do Salvador
biais estrangeiras está provocando extre ma ansiedade. Mesmo que a situação dessas cambiais seja originàriamente con siderada como uma crise passageira, as dificuldades surgidas exigem imediatas e rigorosas contra-medidas. As medidas já
res elétricos que desenvolvem 6.000 ca-
portância de aumentar-se a e.xportação
evidente que a luta entre o poder aqui
i
de uma turbina a vapor e de oito moto
de rodas motrizes menores que as vul
possam ser produzidos no país.
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