DIGESTO ECONÔMICO, número 41, abril 1948

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e.xemplo: 1 ) hipótese de empresas es

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o

O ilustre engenheiro clr. Francisco Pres

trinas, de alcance teórico ou reniofo. For

Diretor:

Antonio Gontijo de Carvalho

citar

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5.00 ftft Cri 3 Cri 5.00

PHí

Atrasado:

4-

e Administração:

O suces.so estatal em empreendimen tos anteriores tem sido também pouco convincente, e, nesse campo, a boa es cola política ainda não está formada entre nós. O caráter técnico e complexo

de muitas emprêsas agrava esta circunstànc ii. Às \'c7,es toma-se por incapacida de das empresas o que, em grande parte,

de de coordenação com outros empre endimentos, em planos gerais, ou para unificações econômicas; 8) sucesso da

ó apenas a ineficiência, inerente ou mo-

operação e exploração estatal em casos

como a complicação administrativa fe

anteriores, que sirvam de exemplo ou

argumento; 9) inadaptabilidade às mo

deral, a multiplicidade das intervenções, a demora das soluç-Ões, a improprieda-

dernas categorias socifús, políticas ou

do de velhos regulamentos, o otimismo

trabalhistas; 10) facilidade do Estado na obtenção dos recursos etc.

do para a pouco satisfatória situação pre

Ora, o Brasil, país novo, imenso e des

povoado, dispõe de escassos capitais,, e o desvio de reeurso.s das iniciativas bá

« a V Vista, 67poslal, - 7.0 andar Piaduto Boa 240-B

cruada, e o Estado está a pagar, em bônus, despesas ordinárias.

mentâtíea, do controle federal. Mesmo

no caso de Santos, pode-se observar

da fiscalização portuária, têm contribuí sente.

No no.sso caso, o item 7 será dos mais forte.s, se o Estado levar à realização o

sicas, máxime para simples substituição de capital em emprêsas já existente.s, é em regra desaconselhável. Certos Es

que a'nda não tem passado de vaga in

tados, por vezes em extremas dificulda

tadual não se imporá necessariamente,

des financeiras, estão assim agindo como

senão no caso da ampliação do pôrto

tenção; o plano urbanístico e regional. Mesmo nesse caso, a encampação es


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O PLANO REGIONAL DE SA.NTOS -

O Digesto Econômico, ôrgâo de iníormaçócs econômicas e financei ras. é publicado mensalmente pela

preferível: 2) ca.so de sugarem lucros

.a emissão da Sorocabana continua en

A direção não se responsabiliza

TALISTA — José Honório RocIrigue:í

çãü legal, ou por qualquer modo efeti%-a; 3) incapacidade funcional ou técnica

pelos dados cujas fontes estejam

definitiwa; 4) situação irreinediàvelmen-

devidamente citadas, nem pelos

te deficitária e não convir a concessão

conceitos emitidos em artigos assi

CRÉDITO

AGRÍCOLA

-

Marcilio

de iUixílio.s: 5) excepcional importância

KARL MARX - UM ACONTECIMEN.

formas radicais, sem possibilidade da criação de obra.s e serviços paralelos no\os e modernos, que não obriguem à

rO DE 1848 — Cândido Mota Fillu)

aquisição de ferros velhos; 7) necessida

nados.

política ou militar; 6) necessidade de re

Penteado

Na transcrição de artigos pede-se

do D i g e t i o

Econômico.

Aceita-se intercâmbio com publi

cações congêneres nacionms e es trangeiras.

A VIDA DOS TRABALHADORES E OS resultados DA PRODUÇÃO - Augusto Alexandre Machado

ASSINATURAS:

Digesio Econômico

::::::: gílS Número do mês:

nístico propriamente dito.

excessivos, sem pos.sibiHdade do I mila-

tais nacionais disponíveis, sem emprego PLANIFICAÇÂO — Aliomar Haleeiro

PORTUGAL E A EXPANSÃO CAPI

. ..

Santos e a implantação de estaleiros na

ilha de Santo Amaro. No próximo orfigo, tratará da hase aérea e do plano urba '^pobretões guloso.s", querendo absor ver mais do que podem. A obtenção de dinheiro a juro baixo é assunto de que, em São Paulo hoje, nem convém falar:

fora do País, havendo suficientes capi

Editora Comercial Ltda.

nome

tes Maia aprecia a ampliação do pórto de

e.xemplo: 1 ) hipótese de empresas es

trangeiras <[ue drenem recursos para Francisco Prestes Maia

o

O ilustre engenheiro clr. Francisco Pres

trinas, de alcance teórico ou reniofo. For

Diretor:

Antonio Gontijo de Carvalho

citar

»

5.00 ftft Cri 3 Cri 5.00

PHí

Atrasado:

4-

e Administração:

O suces.so estatal em empreendimen tos anteriores tem sido também pouco convincente, e, nesse campo, a boa es cola política ainda não está formada entre nós. O caráter técnico e complexo

de muitas emprêsas agrava esta circunstànc ii. Às \'c7,es toma-se por incapacida de das empresas o que, em grande parte,

de de coordenação com outros empre endimentos, em planos gerais, ou para unificações econômicas; 8) sucesso da

ó apenas a ineficiência, inerente ou mo-

operação e exploração estatal em casos

como a complicação administrativa fe

anteriores, que sirvam de exemplo ou

argumento; 9) inadaptabilidade às mo

deral, a multiplicidade das intervenções, a demora das soluç-Ões, a improprieda-

dernas categorias socifús, políticas ou

do de velhos regulamentos, o otimismo

trabalhistas; 10) facilidade do Estado na obtenção dos recursos etc.

do para a pouco satisfatória situação pre

Ora, o Brasil, país novo, imenso e des

povoado, dispõe de escassos capitais,, e o desvio de reeurso.s das iniciativas bá

« a V Vista, 67poslal, - 7.0 andar Piaduto Boa 240-B

cruada, e o Estado está a pagar, em bônus, despesas ordinárias.

mentâtíea, do controle federal. Mesmo

no caso de Santos, pode-se observar

da fiscalização portuária, têm contribuí sente.

No no.sso caso, o item 7 será dos mais forte.s, se o Estado levar à realização o

sicas, máxime para simples substituição de capital em emprêsas já existente.s, é em regra desaconselhável. Certos Es

que a'nda não tem passado de vaga in

tados, por vezes em extremas dificulda

tadual não se imporá necessariamente,

des financeiras, estão assim agindo como

senão no caso da ampliação do pôrto

tenção; o plano urbanístico e regional. Mesmo nesse caso, a encampação es


10 Dir.KSTo

este, na ilha de Santo Amaro, não ® poder resolver de outra maneira. Com esta ampliação (ou novo pôrto)

perece primeiro ser tentado, quer pela

F pria Companhia Docas, que já o inc-m seu plano geral de 1926, quer

Econóníico

Paulo-Jundiaí, CenMogiana, e ainda aórgãos

p comércio e da indústria. Um consór

cio apim lógico e poderoso evidentemen6 não poderá ser detido pelo simples ante-projeto, sem seguimento, das Docas, uem pelo alegado privilégio (no máxi

Econômico

mimtém os portos, rcstringindo-se aliás

11

ao.s elementos fixos o fundamentais: ca

ção cabe a um Conselho de 9 a 21 membros e a um diretor, escolhido nas

que disporá de ampla área para os de

nais, cais, diques, anlc-portos, bacias,

entidades públicas ou serai-públícas e

senvolvimentos imediatos e futuros, o

eclüsa.s, diquc.s secos etc. Êle só indire tamente inter\'éni no aparclhamento, na

estradas de ferro interessadas. "O Con selho não decide definitivamente sôbre

exploração portuária e no serviço fer

os projetos essenciais de obras a execu

construção e no aparclhamento do um pôrto novo, moderno, bem concebido e

Estado claramente encontra muito mais

eficiente e elegante solução.

.^^P^^^sdamente por uma organiza mundo, os portos enquadram-se liodo mista, de que —participariam o Esta- je No nos mais variados regimens de pro 0 e as principais companhias ferroviá- priedade, c.vploração e administração. nas interessadas, isto é, a Sorocabana, Sob o primeiro ponto de vista, os por

tral^*^ » quiçá ^a

Djghsto

tos podem ser públicos, "tnists" públi cos, semi-públicos ou particulares. A "propriedade pública" inclui todos os

roviário. Acentua o autor citado o ilo-

tar com o concurso financeiro do Esta

gí.smo dessa distinção, pois um porto

do. Por conseqüência, os inconvenientes

é sempre um sistema coordenado e de

assinalados, no que respeita à elabo ração dos programas de traballios e seu

administração o quanto possível unitá ria. As de.sposas repartem-se pelos iiitere.ssados mais diretos, como os departa mentos, cidades e Câmaras de Comér

financiamento, subsistem. Procura-se re-

duzl-los ou eliminá-los pela simplifica ção das formalidades de autorização e,

sobretudo, pela adoção de uma forma diferente de organização administrativa:

portos tidos e administrados pelo govêr-

cio. O aparclhamento público (manuten

no central. Estados ou mesmo munici

ção, "liangacs", depósitos) é estabele

palidades. O exemplo mais completo é a União Sul-Africana, onde porto.s e

cido freqüentemente pe las Câmaras dc Comér

A

ilha do Bamabé), nem por qualquer prin

ferrovias recaem sob a administração es

cio, outras vezes conce

processos são meros pa

cipio unitário ou monopolístico geral, pois na realidade o pôrto de Santo Amafo sòsinho pode constituir uma entidade autônoma, tanto por sua distinção física,

dido a terceiros. "Os

liativos: se facilitam a

ensivo e coordenado, regime tarifário ela

principais inconvenien

rapidez nalguns casos,

tes são: insuficiência dos créditos destinados

de principal, que é a

mo limitável à ilha de São Vicente e à

como por situar-se em diferente muni

cípio, como porque disporá de acessos

tatal. As vantagens são; sistema compre

borado de acôrdo com o interôsse geral, reduto do juro, facilidade dos em préstimos e levantamento de capitais,

igualdade de tratamento para todos!

ferro e rodoviários independentes e pró

maior estabilidade de operação na.s cri ses ou depressões, facilidade e liberda

prios, como ainda por desfrutar perspecti

de de uso nos casos de guerra. Na Fran

vas de imediato movimento e de uma re

ça, o sistema é estreitamente centraliza-

muneração capazes de lhe justificarem a autonomia e uma organização própria.

do pelo Estado. "Mas os inconvenientes da política financeira desta cen

O único elemento comum será o es

tuário, cuja dragagem e manutenção constituem serviço de facílimo rateio. Tal

criação da nova unidade portuária evi taria a operação com as Docas, deixando

à União apenas a tarefa de leve coorde nação ou harmonização das tarifas e de

alguns serviços gerais, com a grande vantagem de reduzir o desembolso do Estado, tanto pela participação das com panhias ferroviárias e outras entidades, como pe!a desnecessidade de adqmrir

as instalações velhas daquela empresa, ne cessitada do vultosas substituições e re

modelações. Aplicando os recursos na

tralização tem sido assinalados há mui*j no III vol. do seue Cours de PoiisBenezit e Travaux Maritimes), o po der público ôle mesmo ingres.sou no ca minho das reformas, baüzado pela lei de 5 de janeiro de 1912, referente à autonomia dos portos, pela de I'' de

junho de 1920, que a substituiu, e por

diversos decretos de concessão, como o

de 21 do abri! de 1921, relativo ao pôr

to de Caronte". O regime centralizado

nao deixou, por isso, de ser a regra O Estado, representado pelo Ministério dos Trabalhos Públicos e pela Administra ção de Pontes e Calçadas, constrói e

o regime da concessão.

simplificação

dos

não tocam na dificulda

à ampliação c melhora

obtenção dos créditos.

mento dos portos, lenti

O Estado inscreve a des

dão dos processos de

pesa no seu orçamento.

informação dos proje

Mas nas crises financei

tos e de execução, dis- ^

ras, as compressões do

persão dos esforços fi nanceiros, falta de lar-

orçamento reagem inevitàvelmente sôbre tais

guezii e previsão dos programa.s, subestinia-

créditos, e as despesas, embora reprodutivas e

çâo do.s projetos, ausência de coorde nação etc. Enfim, o mal mais aparente:

necessárias, são postergadas.

a distribuição das ,dbspesas por um

te se propôs recorrer aos processos de

prazo excessivo, e a irregularidade e

finànciamento já usados no estrangeiro,

E' por èsse motivo que recentemen

incerteza dos créditos anuais". A reação

notadamente na Itália, e que consistem

cx)ntra as tendências centralizadoras tem-

em solicitar de organismos autonomos (Câmaras de Comércio, portos autôno

se acentuado e provocou as leis de 1912 e 1920, autonomistas, que permitem fa zer de um pôrto um organismo coeren te, com unidade de direção. A adminis

tração pode ser confiada a um órgão local, instituído em cada caso por decre

mos, sociedades concessionárias) o adian tamento dos fundos atribuíveis ao Es

tado. Êste entrará depois com sua par te em anuidades inscritas obrigatòriamente nos orçamentos, que servirão de

to. A circunscrição do pôrto pode en

garantia aos empréstimos do órgão au

globar portos secundários. A administra

tônomo, à medida das necessidades. Ês-


10 Dir.KSTo

este, na ilha de Santo Amaro, não ® poder resolver de outra maneira. Com esta ampliação (ou novo pôrto)

perece primeiro ser tentado, quer pela

F pria Companhia Docas, que já o inc-m seu plano geral de 1926, quer

Econóníico

Paulo-Jundiaí, CenMogiana, e ainda aórgãos

p comércio e da indústria. Um consór

cio apim lógico e poderoso evidentemen6 não poderá ser detido pelo simples ante-projeto, sem seguimento, das Docas, uem pelo alegado privilégio (no máxi

Econômico

mimtém os portos, rcstringindo-se aliás

11

ao.s elementos fixos o fundamentais: ca

ção cabe a um Conselho de 9 a 21 membros e a um diretor, escolhido nas

que disporá de ampla área para os de

nais, cais, diques, anlc-portos, bacias,

entidades públicas ou serai-públícas e

senvolvimentos imediatos e futuros, o

eclüsa.s, diquc.s secos etc. Êle só indire tamente inter\'éni no aparclhamento, na

estradas de ferro interessadas. "O Con selho não decide definitivamente sôbre

exploração portuária e no serviço fer

os projetos essenciais de obras a execu

construção e no aparclhamento do um pôrto novo, moderno, bem concebido e

Estado claramente encontra muito mais

eficiente e elegante solução.

.^^P^^^sdamente por uma organiza mundo, os portos enquadram-se liodo mista, de que —participariam o Esta- je No nos mais variados regimens de pro 0 e as principais companhias ferroviá- priedade, c.vploração e administração. nas interessadas, isto é, a Sorocabana, Sob o primeiro ponto de vista, os por

tral^*^ » quiçá ^a

Djghsto

tos podem ser públicos, "tnists" públi cos, semi-públicos ou particulares. A "propriedade pública" inclui todos os

roviário. Acentua o autor citado o ilo-

tar com o concurso financeiro do Esta

gí.smo dessa distinção, pois um porto

do. Por conseqüência, os inconvenientes

é sempre um sistema coordenado e de

assinalados, no que respeita à elabo ração dos programas de traballios e seu

administração o quanto possível unitá ria. As de.sposas repartem-se pelos iiitere.ssados mais diretos, como os departa mentos, cidades e Câmaras de Comér

financiamento, subsistem. Procura-se re-

duzl-los ou eliminá-los pela simplifica ção das formalidades de autorização e,

sobretudo, pela adoção de uma forma diferente de organização administrativa:

portos tidos e administrados pelo govêr-

cio. O aparclhamento público (manuten

no central. Estados ou mesmo munici

ção, "liangacs", depósitos) é estabele

palidades. O exemplo mais completo é a União Sul-Africana, onde porto.s e

cido freqüentemente pe las Câmaras dc Comér

A

ilha do Bamabé), nem por qualquer prin

ferrovias recaem sob a administração es

cio, outras vezes conce

processos são meros pa

cipio unitário ou monopolístico geral, pois na realidade o pôrto de Santo Amafo sòsinho pode constituir uma entidade autônoma, tanto por sua distinção física,

dido a terceiros. "Os

liativos: se facilitam a

ensivo e coordenado, regime tarifário ela

principais inconvenien

rapidez nalguns casos,

tes são: insuficiência dos créditos destinados

de principal, que é a

mo limitável à ilha de São Vicente e à

como por situar-se em diferente muni

cípio, como porque disporá de acessos

tatal. As vantagens são; sistema compre

borado de acôrdo com o interôsse geral, reduto do juro, facilidade dos em préstimos e levantamento de capitais,

igualdade de tratamento para todos!

ferro e rodoviários independentes e pró

maior estabilidade de operação na.s cri ses ou depressões, facilidade e liberda

prios, como ainda por desfrutar perspecti

de de uso nos casos de guerra. Na Fran

vas de imediato movimento e de uma re

ça, o sistema é estreitamente centraliza-

muneração capazes de lhe justificarem a autonomia e uma organização própria.

do pelo Estado. "Mas os inconvenientes da política financeira desta cen

O único elemento comum será o es

tuário, cuja dragagem e manutenção constituem serviço de facílimo rateio. Tal

criação da nova unidade portuária evi taria a operação com as Docas, deixando

à União apenas a tarefa de leve coorde nação ou harmonização das tarifas e de

alguns serviços gerais, com a grande vantagem de reduzir o desembolso do Estado, tanto pela participação das com panhias ferroviárias e outras entidades, como pe!a desnecessidade de adqmrir

as instalações velhas daquela empresa, ne cessitada do vultosas substituições e re

modelações. Aplicando os recursos na

tralização tem sido assinalados há mui*j no III vol. do seue Cours de PoiisBenezit e Travaux Maritimes), o po der público ôle mesmo ingres.sou no ca minho das reformas, baüzado pela lei de 5 de janeiro de 1912, referente à autonomia dos portos, pela de I'' de

junho de 1920, que a substituiu, e por

diversos decretos de concessão, como o

de 21 do abri! de 1921, relativo ao pôr

to de Caronte". O regime centralizado

nao deixou, por isso, de ser a regra O Estado, representado pelo Ministério dos Trabalhos Públicos e pela Administra ção de Pontes e Calçadas, constrói e

o regime da concessão.

simplificação

dos

não tocam na dificulda

à ampliação c melhora

obtenção dos créditos.

mento dos portos, lenti

O Estado inscreve a des

dão dos processos de

pesa no seu orçamento.

informação dos proje

Mas nas crises financei

tos e de execução, dis- ^

ras, as compressões do

persão dos esforços fi nanceiros, falta de lar-

orçamento reagem inevitàvelmente sôbre tais

guezii e previsão dos programa.s, subestinia-

créditos, e as despesas, embora reprodutivas e

çâo do.s projetos, ausência de coorde nação etc. Enfim, o mal mais aparente:

necessárias, são postergadas.

a distribuição das ,dbspesas por um

te se propôs recorrer aos processos de

prazo excessivo, e a irregularidade e

finànciamento já usados no estrangeiro,

E' por èsse motivo que recentemen

incerteza dos créditos anuais". A reação

notadamente na Itália, e que consistem

cx)ntra as tendências centralizadoras tem-

em solicitar de organismos autonomos (Câmaras de Comércio, portos autôno

se acentuado e provocou as leis de 1912 e 1920, autonomistas, que permitem fa zer de um pôrto um organismo coeren te, com unidade de direção. A adminis

tração pode ser confiada a um órgão local, instituído em cada caso por decre

mos, sociedades concessionárias) o adian tamento dos fundos atribuíveis ao Es

tado. Êste entrará depois com sua par te em anuidades inscritas obrigatòriamente nos orçamentos, que servirão de

to. A circunscrição do pôrto pode en

garantia aos empréstimos do órgão au

globar portos secundários. A administra

tônomo, à medida das necessidades. Ês-


12

Dicksto

EIcokómico

Dicesto

13

Econômico

caracter ziido por uma única comissão,

cularcs, assim como a adoção, por força das circunstâncias, dos pequenos "piers"

o Estado não execute èle próprio os tra-

entidades públicas adminísti^tivas ou boards. As companhias ferroviárias e de navegação possuíam, por exemplo os

balhos, mas os incumba aos órgãos fi-

portos de Hull, Midd'esborough, Folkes-

rido, usual entre nós), mas é muito sus

York ilustram tal forma de administra

íonc, Barrow, Grimby etc. "Mus a ten dência do Parlamento, já informava Qui nette, era de não mais autorizar que essas companhias açambarcassem os no vos portos ou serviços, onde não estives sem já estabelecidas". Os portos de Lon dres, Hull, Southainpton, Cardiff, Newporr, pertenciam predonjínantemente a

cetível de crítica sob o ponto de vista da

ção, ao passo que Londres e Liverpool

eficiência, (pic só a mecanização e a

exemplificam o "committee type".

^6 sistema foi objeto do projeto da lei

de 31 de julho de 1920. Èle requer que

^nciadores do sistema. Ap'ica-se so bretudo ao caso das concessões". O Es

tado permanece dono da obra e senhor de introduzir as modific-açôes necessá"as, salvo indenização aos concessio

nários em caso de prejuízo a estes. Na realidade, a concessão de portos é con forme ao direito francês desde a lei de 27 de julho de 1870, mas a faculdade não foi utilizada até agora, no referen te aos grandes trabalhos. Entretanto, as concessões do aparelhamento e ferrovias

perpendiculares (o inverso do cais cor

competição tem melhorado. A forma semi-pública é a mais popu

ta dos transportadores terrestres ou das

de Boston, Filadélfia e Baltimore.

zonas, com infuência variável, muitas

O regime "particular" é o de Galvescontrolados por empresas de estradas de ferro ou de canais.

nientes dos dois sistemas (entraves da

ministrações públicas possuiuin Liver-

O regime piu-amcnte municipal não é

ton, Norfolk e Port Arthur, em regra

Newcastle e o Tyne, Aberdeen, Leith

crifício

cessão há o do pôrto de Caronte, a um

etc.

geral e da coordena

A América Latina acompanhou mais

do

interesse

ção, por mais sujeito

de 1921. Nas colón'as há os casos de

pròx mamente, o regime europeu conti

às vicissitudes políti

Tunis, Bizerta, Rabat, Point-à-Pitre etc.

nental.

cas e, freqüentemen

Quinette de RocTiemont e Desprez no às leis corretivas citadas: Èste sistema

no qual o Estado, as companhias de estradas de ferro, as Câmaras de Co

mércio 6 por vêzes concessionários, in tervém simultaneamente no estabeeci-

Os Estíidos Unidos caracterizam-se por maior liberdade.

A.s obras decorrem

te, pouco capaz. As necessidades

comer

ccnlraMzação, corrigidos pela autonomia; exageros do interêsse local, pela centraliza ção; cli.spcrsâo de es

forços, pela unificjiição administrativa; de

sigualdades de trata mento, pela extensão dos poderes a comis sões), em todo caso

predominantemente da iniciativa local.

ciais, industriais e de

Estados, corporações ou particulares. O

transbordo têm susci tado a atividade cha

das formas recomendá

mada "port develop-

veis e combinando suas características. O

Governo e.stabelecc os alinhamentos dos

piers , cuida das vias navegávei.s, fa cilidades, ahr.gos, sinalizííção, seguran

ça, regras de serviço etc. Todos os por.

tos estão sujeitos a uma certa jurisdição

mento e na exploração do aparelhamen to, costuma ser desfavorável aos interes

federal, estadual ou municipal, sem que

ses do comércio inaritimo e contribuiu

tos públicos, o que todavia sucede com

isto baste para classificá-los como por

muito para retardar em França a insta São Franci.sco e Nova Orleans. Os ''pulação racional dos portos. A participação . bl c trust ports" são administrados por crescente das Câmaras de Comércio me órgão.s oficiais compostos de represen lhorou a situação nos úlfmos anos. Na Béldca e na Holanda o regime aproxi mava-se do francês, mas os portos per-

tantes municipais, do comércio e dos na

terdam etc.

(que siiperintfcnde também as novas

vegadores. Seattle é assim qualificável, como também Londres e Glasgow. Nova lencian, ài cidades, como Aoloerp.a, Rot- York, com o seu notável Port Autborithy Na Indatena os portos pertencem

vantajoso aos portos.

sociedades; as cidades possuíam os de Portsmouth, Bristol, Weymouth. As ad

eram usuais. Entre os exemplos de con

seu tratado clássico de portos, anterior

vezes

Em todos os países vemos, em resu mo, um esforço para evitar os inconve

recomendável, por sa

Do regime tradicional francês, diziam

A participação dás estradas de ferro introduz concretamente o ponto de vis

lar e apresenta grande variedade. Caso

poül e Birkenhead, Glasgow e o Ciyde,

consórcio, pelo decreto de 21 de abril

ou um só chefe, responsável perante por exemplo o "mayor". Filadélfia e Nova

grande pontes e túneis), tende para ti

po do "pub'ic trust". Notemos, de pas quase todos a particulares, sociedades sagem, que Nova Yòrk exemplifica um comerciais, estradas de ferro, comi^-

nhias de navegação, cidades e sobretudo porto fragmentado em explorações parti-

mentj", que compre ende atividades inci-

restringindo o campo

pôrto de Santo Ama

dentais ou complementares, visando in

ro, se escapar ao des

crementar o comércio

ainda

marítimo

"extensão das Docas",

de

portos

determinados ( M a c

Elwee, Port Development). Da variedade dos sistemas de pro

priedade já se pode inferir a varieda de dos órgãos de administração. Em

regra filiam-se a dois tipos: o de co

tino,

por

enquanto

platônico, de

proporcionará oportu nidade a uma interessante tentativa de

organização inteiramente moderna. Em qualquer caso, os parecercs das entida des interessadas, especialmente da Fe deração das Indústrias e da Associação Comercial de São Paulo, foram mani

missões e o individualístico. No primei ro, maior eficiência é obfda pela subdi visão do corpo administrador (gerência,

festações claras contra o apossamento

finanças, docas, armazéns, manutenção, obras, trabalho, oficinas etc). Em contra

no do Estado. Aplica-se a fórmula de Lord Avebury, que sempre gostamos de lembrar: quaisquer que sejam as vanta-

posição há o sistema individualístico,

s mplista do pôrto de Santos pelo Govêr-


12

Dicksto

EIcokómico

Dicesto

13

Econômico

caracter ziido por uma única comissão,

cularcs, assim como a adoção, por força das circunstâncias, dos pequenos "piers"

o Estado não execute èle próprio os tra-

entidades públicas adminísti^tivas ou boards. As companhias ferroviárias e de navegação possuíam, por exemplo os

balhos, mas os incumba aos órgãos fi-

portos de Hull, Midd'esborough, Folkes-

rido, usual entre nós), mas é muito sus

York ilustram tal forma de administra

íonc, Barrow, Grimby etc. "Mus a ten dência do Parlamento, já informava Qui nette, era de não mais autorizar que essas companhias açambarcassem os no vos portos ou serviços, onde não estives sem já estabelecidas". Os portos de Lon dres, Hull, Southainpton, Cardiff, Newporr, pertenciam predonjínantemente a

cetível de crítica sob o ponto de vista da

ção, ao passo que Londres e Liverpool

eficiência, (pic só a mecanização e a

exemplificam o "committee type".

^6 sistema foi objeto do projeto da lei

de 31 de julho de 1920. Èle requer que

^nciadores do sistema. Ap'ica-se so bretudo ao caso das concessões". O Es

tado permanece dono da obra e senhor de introduzir as modific-açôes necessá"as, salvo indenização aos concessio

nários em caso de prejuízo a estes. Na realidade, a concessão de portos é con forme ao direito francês desde a lei de 27 de julho de 1870, mas a faculdade não foi utilizada até agora, no referen te aos grandes trabalhos. Entretanto, as concessões do aparelhamento e ferrovias

perpendiculares (o inverso do cais cor

competição tem melhorado. A forma semi-pública é a mais popu

ta dos transportadores terrestres ou das

de Boston, Filadélfia e Baltimore.

zonas, com infuência variável, muitas

O regime "particular" é o de Galvescontrolados por empresas de estradas de ferro ou de canais.

nientes dos dois sistemas (entraves da

ministrações públicas possuiuin Liver-

O regime piu-amcnte municipal não é

ton, Norfolk e Port Arthur, em regra

Newcastle e o Tyne, Aberdeen, Leith

crifício

cessão há o do pôrto de Caronte, a um

etc.

geral e da coordena

A América Latina acompanhou mais

do

interesse

ção, por mais sujeito

de 1921. Nas colón'as há os casos de

pròx mamente, o regime europeu conti

às vicissitudes políti

Tunis, Bizerta, Rabat, Point-à-Pitre etc.

nental.

cas e, freqüentemen

Quinette de RocTiemont e Desprez no às leis corretivas citadas: Èste sistema

no qual o Estado, as companhias de estradas de ferro, as Câmaras de Co

mércio 6 por vêzes concessionários, in tervém simultaneamente no estabeeci-

Os Estíidos Unidos caracterizam-se por maior liberdade.

A.s obras decorrem

te, pouco capaz. As necessidades

comer

ccnlraMzação, corrigidos pela autonomia; exageros do interêsse local, pela centraliza ção; cli.spcrsâo de es

forços, pela unificjiição administrativa; de

sigualdades de trata mento, pela extensão dos poderes a comis sões), em todo caso

predominantemente da iniciativa local.

ciais, industriais e de

Estados, corporações ou particulares. O

transbordo têm susci tado a atividade cha

das formas recomendá

mada "port develop-

veis e combinando suas características. O

Governo e.stabelecc os alinhamentos dos

piers , cuida das vias navegávei.s, fa cilidades, ahr.gos, sinalizííção, seguran

ça, regras de serviço etc. Todos os por.

tos estão sujeitos a uma certa jurisdição

mento e na exploração do aparelhamen to, costuma ser desfavorável aos interes

federal, estadual ou municipal, sem que

ses do comércio inaritimo e contribuiu

tos públicos, o que todavia sucede com

isto baste para classificá-los como por

muito para retardar em França a insta São Franci.sco e Nova Orleans. Os ''pulação racional dos portos. A participação . bl c trust ports" são administrados por crescente das Câmaras de Comércio me órgão.s oficiais compostos de represen lhorou a situação nos úlfmos anos. Na Béldca e na Holanda o regime aproxi mava-se do francês, mas os portos per-

tantes municipais, do comércio e dos na

terdam etc.

(que siiperintfcnde também as novas

vegadores. Seattle é assim qualificável, como também Londres e Glasgow. Nova lencian, ài cidades, como Aoloerp.a, Rot- York, com o seu notável Port Autborithy Na Indatena os portos pertencem

vantajoso aos portos.

sociedades; as cidades possuíam os de Portsmouth, Bristol, Weymouth. As ad

eram usuais. Entre os exemplos de con

seu tratado clássico de portos, anterior

vezes

Em todos os países vemos, em resu mo, um esforço para evitar os inconve

recomendável, por sa

Do regime tradicional francês, diziam

A participação dás estradas de ferro introduz concretamente o ponto de vis

lar e apresenta grande variedade. Caso

poül e Birkenhead, Glasgow e o Ciyde,

consórcio, pelo decreto de 21 de abril

ou um só chefe, responsável perante por exemplo o "mayor". Filadélfia e Nova

grande pontes e túneis), tende para ti

po do "pub'ic trust". Notemos, de pas quase todos a particulares, sociedades sagem, que Nova Yòrk exemplifica um comerciais, estradas de ferro, comi^-

nhias de navegação, cidades e sobretudo porto fragmentado em explorações parti-

mentj", que compre ende atividades inci-

restringindo o campo

pôrto de Santo Ama

dentais ou complementares, visando in

ro, se escapar ao des

crementar o comércio

ainda

marítimo

"extensão das Docas",

de

portos

determinados ( M a c

Elwee, Port Development). Da variedade dos sistemas de pro

priedade já se pode inferir a varieda de dos órgãos de administração. Em

regra filiam-se a dois tipos: o de co

tino,

por

enquanto

platônico, de

proporcionará oportu nidade a uma interessante tentativa de

organização inteiramente moderna. Em qualquer caso, os parecercs das entida des interessadas, especialmente da Fe deração das Indústrias e da Associação Comercial de São Paulo, foram mani

missões e o individualístico. No primei ro, maior eficiência é obfda pela subdi visão do corpo administrador (gerência,

festações claras contra o apossamento

finanças, docas, armazéns, manutenção, obras, trabalho, oficinas etc). Em contra

no do Estado. Aplica-se a fórmula de Lord Avebury, que sempre gostamos de lembrar: quaisquer que sejam as vanta-

posição há o sistema individualístico,

s mplista do pôrto de Santos pelo Govêr-


I

k

14

Dicesto

Econômico

gfcDS teóricas e as doutrinas, o fato é

Êle atacava,o monopólio da cabota

que "cada meio e época têm a sua es pecialidade municipalizadora ou ofícía-

gem, incapaz dc criar a marinha na

lizadora".

Deixamos de tratar aqui da questão do "pôrto franco". Em muitos países, depois de uma oposição prolongada, quer por a considerarem questão puramente acadêmica, quer pelos receios aduanei ros .das administrações conser\'adoras ou por escrúpulos de política comercial, o prob'ema tomou-se mais acessível e viá

'Digesto Econômico

rável trato da terra, com a finalidade única de obter o alimento de cada dia,

cional, mas paralisador das iniciativas e encarecedor do transporte. De um modo

trabalho semelhante ao.s dos nossos ro

geral, argumentava (Cartas do Solitá

pode dar com propriedade o nome de agricultura, não há dúvida que havia no

rio): "Há causas naturais irresistíveis pa

ceiros do sertão, se a tais serviços se

mcrcio e das feitorias costeiras. O Bra

sil, de populaçã(5 escassa e primitiva, a exigir povoamento, organização e traba

lho, poucx) os interessava. Era mais en cargo, que fonte de proveitos, para uma nação pequena e pobre. Os atrativos, clèste lado do Atlântico, ainda eram os

primeiro lugar, a navegação não encon tra capitais abundantes, que possam ali-

Portugal do século XVI. Rcfiro-mc entretanto à agricultura num .sentido .superior, como vocação conscien

mentá-b. E dizer isto, é dizer tudo...

te para o cultivo da terra, fixando o ho

O Brasil tem o maior interesse em des

mem com a sedução das colheitas, abun dantes, rendosas; à agricultura como ex

Freire, é que fizeram dêsse povb de poucas tendências rurais, pervertido pe'o mercantilismo, do povo que a índia transformara no mais parasitário — o

ra a nossa inferioridade marítima. Em

viar os seus capitais de tôda emprôsíi

vel pela transformação em simples e

que possa, com iguais vantagens, ser

pressão cio trabalho livre e dignificante,

modestas "zonas francas".

feita pelo estrangeiro, a fira de aplicá-

dominando as demais atividades, tal co

los a outras que os remunerem bem, co

Embora o

15

metais e as pedra.s preciosas, os e.xem-

plos do México e, sobretudo, do Pem. As circunstâncias americanas, diz Gilberto

mo cm Roma na antigüidade, tal como na

mo sejam a produção agrícola ou animal,

Inglaterra, ao tempo da colonizaçãp

mais rural, o mais criador. Quando fun dava engenhos de açúcar, não exprimia

o desenvolvimento do valor de fundo etc.

americana. E o que são a França dos nossos dias, a Itália, a Bélgica, a Holan

nenhuma real orientação agrícola, visa

da, grande parle da Alemanha, todos os povos dos Bálcãs, senão civilizações

seada no labor índio ou africano. E

pôrto natural de diversos países limítro fes do centro da América do Sul, parti

duos, assim existem gênios ou tendên cias especiais em cada povo, segundo os climas, os pontos do globo, os graus de civilização, causas seculares, e as tradi ções. O Brasil tem a mesma missão, que

cularmente do Paragui, Bolívia e Peru.

pertence em geral à América: é o celei

to aventureiro que empolgava a Euro

nosso caso não seja ideal, por distante

das condições que as atividades e ser viços "francos" de circulação e manipu lação pressupõem, cremos não obstante ^ que uma tentativa nesse sentido merece apoio, prosseguindo o "armajsém do Pa raguai". Com efeito, t Santos deve ser o

Ademais, como há vocações nos indiví

O desenvolvimento ferroviário e da nos

ro da Europa. A agricultura era e é a

sa aviação, conjugada com a navegação e com a aviação transoeeánica, pode sus

missão especial do Brasil. O Brasil não

é manufatureiro, não é fabricante. O

citar em Santos uma convergência in

brasileiro ama apaixonadamente a vida

teressante, não só politicamente, como

do campo, o rio natal, os seus lagos ain

para início e reclame de um comércio

da selvagens, a existência descuidosa do sertanejo mdolente e pobre, mas satisfei

futuro mais intenso.

Uma questão importante, entrosada

com o plano regional, é a implantação

to. O brasileiro, enfim, não tem o gênio marítimo".

Santos. Durante muito tempo essa indús tria não podia impor-se, tanto por moti

Nesta altura abriríamos um parênte se para observar que essa "vocação agrí cola" merece uma interpretação. E' o

vos da incapacidade técnica e industrial do país, como porque eram fracas as

que fez João Pinheiro Filho nos seus' "Problemas Brasileiros": "Os elementos

da indústria de construções navais em

possibilidades e a vocação nacional para

históricos são acordes em afirmar que o

a navegação e as disputas do comércio internacional. Hoje, a situação está mu dando, como ràpidamente veremos. Ninguém exprimia melhor o pensa

nosso primitivo elemento colonizador, o português dos .séculos XVI e XVII, não

mento antigo que o sensato, mas um pou co cerebrino Tavares Bastos.

era agricultor por índole e tradição. Da

agricultura viviam diversos povos da pe nínsula, os mais atrasados e isolado». Mas do trabalho rotineiro, do mise-

va apenas uma exportação de luxo ba quando se esgotou, depois das aluviões,

de fundo nitidamente agrário, no bom

a esperança dos filões de ouro, encon

sentido a que nos referimos?"

trando-se num território de terras im

O português contaminado pelo espíri

pa, e talvez pela mescla semita, prefe ria negociar as especiarias e o pau tin ta. Fenícios do "Mar Oceano" haviam encontrado nas civilizações fragmentárias

próprias, acidentadas, pedregosas e erodíveis, aque'a "vocação negativa" .patentcou-se numa decadência rápida, de

que só agora, lenta e tardiamente, está emergindo do Brasil Central. Voltemos ao "Solitário": "O célebre

forma lucrativa relativamente fácil de

tenente Maury, da marinha dos Estados Unidos, na memória sôbre o "Amazonas

enriquecimento, por meio do simples co-

e as Costas da América MeridicnaL

da África, e sobretudo da Ásia, uma


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Dicesto

Econômico

gfcDS teóricas e as doutrinas, o fato é

Êle atacava,o monopólio da cabota

que "cada meio e época têm a sua es pecialidade municipalizadora ou ofícía-

gem, incapaz dc criar a marinha na

lizadora".

Deixamos de tratar aqui da questão do "pôrto franco". Em muitos países, depois de uma oposição prolongada, quer por a considerarem questão puramente acadêmica, quer pelos receios aduanei ros .das administrações conser\'adoras ou por escrúpulos de política comercial, o prob'ema tomou-se mais acessível e viá

'Digesto Econômico

rável trato da terra, com a finalidade única de obter o alimento de cada dia,

cional, mas paralisador das iniciativas e encarecedor do transporte. De um modo

trabalho semelhante ao.s dos nossos ro

geral, argumentava (Cartas do Solitá

pode dar com propriedade o nome de agricultura, não há dúvida que havia no

rio): "Há causas naturais irresistíveis pa

ceiros do sertão, se a tais serviços se

mcrcio e das feitorias costeiras. O Bra

sil, de populaçã(5 escassa e primitiva, a exigir povoamento, organização e traba

lho, poucx) os interessava. Era mais en cargo, que fonte de proveitos, para uma nação pequena e pobre. Os atrativos, clèste lado do Atlântico, ainda eram os

primeiro lugar, a navegação não encon tra capitais abundantes, que possam ali-

Portugal do século XVI. Rcfiro-mc entretanto à agricultura num .sentido .superior, como vocação conscien

mentá-b. E dizer isto, é dizer tudo...

te para o cultivo da terra, fixando o ho

O Brasil tem o maior interesse em des

mem com a sedução das colheitas, abun dantes, rendosas; à agricultura como ex

Freire, é que fizeram dêsse povb de poucas tendências rurais, pervertido pe'o mercantilismo, do povo que a índia transformara no mais parasitário — o

ra a nossa inferioridade marítima. Em

viar os seus capitais de tôda emprôsíi

vel pela transformação em simples e

que possa, com iguais vantagens, ser

pressão cio trabalho livre e dignificante,

modestas "zonas francas".

feita pelo estrangeiro, a fira de aplicá-

dominando as demais atividades, tal co

los a outras que os remunerem bem, co

Embora o

15

metais e as pedra.s preciosas, os e.xem-

plos do México e, sobretudo, do Pem. As circunstâncias americanas, diz Gilberto

mo cm Roma na antigüidade, tal como na

mo sejam a produção agrícola ou animal,

Inglaterra, ao tempo da colonizaçãp

mais rural, o mais criador. Quando fun dava engenhos de açúcar, não exprimia

o desenvolvimento do valor de fundo etc.

americana. E o que são a França dos nossos dias, a Itália, a Bélgica, a Holan

nenhuma real orientação agrícola, visa

da, grande parle da Alemanha, todos os povos dos Bálcãs, senão civilizações

seada no labor índio ou africano. E

pôrto natural de diversos países limítro fes do centro da América do Sul, parti

duos, assim existem gênios ou tendên cias especiais em cada povo, segundo os climas, os pontos do globo, os graus de civilização, causas seculares, e as tradi ções. O Brasil tem a mesma missão, que

cularmente do Paragui, Bolívia e Peru.

pertence em geral à América: é o celei

to aventureiro que empolgava a Euro

nosso caso não seja ideal, por distante

das condições que as atividades e ser viços "francos" de circulação e manipu lação pressupõem, cremos não obstante ^ que uma tentativa nesse sentido merece apoio, prosseguindo o "armajsém do Pa raguai". Com efeito, t Santos deve ser o

Ademais, como há vocações nos indiví

O desenvolvimento ferroviário e da nos

ro da Europa. A agricultura era e é a

sa aviação, conjugada com a navegação e com a aviação transoeeánica, pode sus

missão especial do Brasil. O Brasil não

é manufatureiro, não é fabricante. O

citar em Santos uma convergência in

brasileiro ama apaixonadamente a vida

teressante, não só politicamente, como

do campo, o rio natal, os seus lagos ain

para início e reclame de um comércio

da selvagens, a existência descuidosa do sertanejo mdolente e pobre, mas satisfei

futuro mais intenso.

Uma questão importante, entrosada

com o plano regional, é a implantação

to. O brasileiro, enfim, não tem o gênio marítimo".

Santos. Durante muito tempo essa indús tria não podia impor-se, tanto por moti

Nesta altura abriríamos um parênte se para observar que essa "vocação agrí cola" merece uma interpretação. E' o

vos da incapacidade técnica e industrial do país, como porque eram fracas as

que fez João Pinheiro Filho nos seus' "Problemas Brasileiros": "Os elementos

da indústria de construções navais em

possibilidades e a vocação nacional para

históricos são acordes em afirmar que o

a navegação e as disputas do comércio internacional. Hoje, a situação está mu dando, como ràpidamente veremos. Ninguém exprimia melhor o pensa

nosso primitivo elemento colonizador, o português dos .séculos XVI e XVII, não

mento antigo que o sensato, mas um pou co cerebrino Tavares Bastos.

era agricultor por índole e tradição. Da

agricultura viviam diversos povos da pe nínsula, os mais atrasados e isolado». Mas do trabalho rotineiro, do mise-

va apenas uma exportação de luxo ba quando se esgotou, depois das aluviões,

de fundo nitidamente agrário, no bom

a esperança dos filões de ouro, encon

sentido a que nos referimos?"

trando-se num território de terras im

O português contaminado pelo espíri

pa, e talvez pela mescla semita, prefe ria negociar as especiarias e o pau tin ta. Fenícios do "Mar Oceano" haviam encontrado nas civilizações fragmentárias

próprias, acidentadas, pedregosas e erodíveis, aque'a "vocação negativa" .patentcou-se numa decadência rápida, de

que só agora, lenta e tardiamente, está emergindo do Brasil Central. Voltemos ao "Solitário": "O célebre

forma lucrativa relativamente fácil de

tenente Maury, da marinha dos Estados Unidos, na memória sôbre o "Amazonas

enriquecimento, por meio do simples co-

e as Costas da América MeridicnaL

da África, e sobretudo da Ásia, uma


16

deixou cair a ésse respeito reflexões sôtrc que devem meditar os estadistas,

DiorsTo

EcoNÓNfiro

1

Djcksto

Econômico

abusou do exemplo cgeo e mediterrâneo,

ü segundo motivo que nos recomenda

que entre nós andam a contrariar a natu

assume hoje formas muito mcnt)s simplis tas. C'e.<it lá une conceptiou rclative,

reza. Há causas físicas, diz Maury, que ainda por séculos hão de impedir que os

adaptée par exemple à VOdyssée ou Ultjs-

liojc a organização ou, se o quiserem, reorganização da navegação nacional, c de ordem industrial. Eorque à ausên

séide, comme l'a .« bríllament detrum-

cia de condições técnicas está sucedendo

seus habitantes venham a ser um povo

Iré Viciar Bérard dans le.s Phcuiciens et

no País um desenvolvimento industrial

marítimo. O pão cresce nas árvores do

Brasil; o mel acha-se nos bosques. Náo

rOdyssée", diz Brunhes na sua Geogra fia Humana. O litoral português não de

apreciável.

é natural que o homem abandone uma

frontava o "mare nostrum", nem era re

terra assim para entregar-se à vida do

cortado como o grego; entretanto, num dado momento, irradiou expedições por todos os oceanos e continentes longín quos. Para tal se conjugaram numerosas cond'çõe-s não só geográficas, como his tóricas, técnicas, políticas, econômicas e acidentais. Mas por isto mesmo, a dou trina da nossa vocação puramente ter

nm pouco as coisas, que apenas vamos Noitar a uma das primeiras atividades

mar... Veja-se donde vem a marinliagcm que ora cruza os mares. Vem dos

climas severos, das regiões extra-fropicais do norte e não dos brandos e belos climas

do sul. Vem da velha e da nova Ingla terra, dos Estados setentrionais da Euro

pa e da América. Quem jamais ouviu dizer que os nossos concidadãos do

oeste, que habitam o vale do Mississipi, enviassem os seus filhos a fim de .se fa

zerem marujos?,.. Outra condição pa ra o estabelecimento de povoaçóes ma rítimas é o modo por que o mar se lhes

restre não pode perdurar indefinidamen

te. E, se não podemos alcançar rapida mente o estádio das nações mais adian

tadas, poderemos entretanto começar a

evoluir ne.sse sentido. Impelem-nos doi.s motivos.

Um, de ordem comercial: a

apresenta. Contrastai a alcantilada e ás pera costa da América meridional com as sinuosas praias, magníficos golfos, belos portos e baías do norte do globo... Ve

necessidade de dependermos menos, pa ra a distribuição exterior dos nossos pro

de o Báltico, o Mediterrâneo e o mar

trair-nos o lucro próprio do transporte marítimo, acarreta-nos a imposição dos

Negro... Olhai, no hemisfério setentrio nal, para o mar Verme'ho, o golfo Pérs CO, a baía de Bengala, o estreito de

Mâlaca, os golfos de Sião e Tonquim, os mare.s Amarelo do Japão, e Okt(í.'k, banhando tortuosa.s praias, intenando-se pelas terras, e com seu litoral endenta-

duto;, dos meios estrangeiros de trans portes. Esta dependência, além de sub

preços ao.s no.s.so.s produtos, po'os agen

tes^ do comprador. A marinha mercante própria, embora venha a deparar com duas grandes dificuldades (a fôrça e or

Brasil. Forçoso lhe é contentar-se com

ganização dos mercados estrangeiros, a concorrência e a atual organização — quase cartelízação — da navegação oceâ nica), sera um início de emancipação. A .sua formação gradual permitirá maior

permitir, às niitra.s na^-ões, qiie .sejam

.segurança; por isso reputamos prefe

os seus carreteiros, porque nunca terá

rível uma iniciativà cauta, con.struindo aqui mesmo muitos dos navios, a uma

do, convidando os habitantes para o mar... A natureza, pois, é contrária ao

marinhagem para tripular navios, que levem os seus próprios gêneros ao mer<'ado estrangeiro".

A teoria do meio físico que, na histó ria da civilização e da navegação, tanto

marcha precipitada, adquirindo de gol pe 50 ou 100 unidades, para cuja ex ploração ainda não temos a experiência e as condições necessárias.

17

da de outros estabelecimentos siderúr- ' gicos (por exemplo as fundições e laminaçücs São Paulo. Re-/ende e Moei

das Cnizes), da laminação e fabricação

de artefatos de alumínio (Mogi das Cru/es), da fábrica de motores {Bai

xada Fluminense), da fábrica de aparè-

dos tempos coloniais. Com efeito, quan

Ihamento elétrico (Byingion. em São Pau lo). Tudo isto perderá o sentido se simultàneamcnte não surgirem indústrias consumidoras desses produtos, e não fo

do Martim Afonso chegou, já po.ssuía

rem estas .suscitadas ou iiiieialmente ani

São Vicente um estaleiro rudimentar, em

madas pelos go\-crnos. Terceira circunstancia no mesmo sen

Na realidade podemos dizer, forçando

que se construíam bi;rgantins e enibarcaçócs pequenas, sobretudo para a apro.ximação da terra e penetração dos rios.

tido é a possibilidade de uma nova guer ra mundial, que os horizontes prenun

Em 1555 um alvará real determinava

ciam e nos apanharia ainda mais desa

a<j governador geral que se executassem navios guarda-costas e outios, destinados ao próprio .serviço. Certo progresso, aliás

parelhados do que nos conflitos ante riores. com a agravante de deparar ho je o po\o mais insatisfeito e irritadiço.

vagaro.so, verificou-se nu Bahia e, de pois, no Rio dc Janeiro, cujo arsenal

da nossa navegação será ainda a cabo

Evidentemente, o objetivo principal

construiu em 1865 o primeiro cncouni-

tagem, As nossas 7 mil milhas de costa

çado .sul-americano. Mas a indústria na\-al, relativamente promis.sora na época

e os nossos 30 mil quilômetros de rios na vegáveis, a impraticabilidade de um de

cios navios de madeira e a \-ela, decaiu com o advento dos materiais metálicos e

senvolvimento rápido e econômico'das

dos motores térmicos, Só nos paíse.s in

vias terrestres, a nossa condição tão repe tidamente advertida de verdadeiro "arqui

de novo em favor da construção naval.

pélago", demonstram-no perfeitamente. Ao romper da última guerra, a nossa marinha mercante contava 60 empresas

O País começa a industrializar-se. Bem

com 259 navios, somando 276 mil tone

ou mal (mais bem que mal, se conside rarmos a necessidade de um impulso inicial), fundou-se, com a -Volta Redon

ladas líquidas, 469 mil toneladas brutas ou 590 mil de carga. Cêrca de 90% desta força constituíam o grupo do Atlântico,

da, a nossa indústria pesada, acompanha-

assim composto:

dustriais poderia sobreviver, Agora as condições econômicas e técnicas pendem

TONELAGEM (mil toneladas) COMPANHIA

Navios

Liquida j Bruta Decar^ ~153~

Loide Brasileiro

67

Cia. Nacional de Navegação Costeira

14

26

Cia. de Comércio e Navegação .

17

Cia. Carbonífera Rio Grandense

11 14

17 21 20

Loide Nacional S. A.

Cia. Paulista de Navegação Matarazzo

5 128.

9 246

257 47

36 35

34 14 423

312 38 57 55 58 23 542


16

deixou cair a ésse respeito reflexões sôtrc que devem meditar os estadistas,

DiorsTo

EcoNÓNfiro

1

Djcksto

Econômico

abusou do exemplo cgeo e mediterrâneo,

ü segundo motivo que nos recomenda

que entre nós andam a contrariar a natu

assume hoje formas muito mcnt)s simplis tas. C'e.<it lá une conceptiou rclative,

reza. Há causas físicas, diz Maury, que ainda por séculos hão de impedir que os

adaptée par exemple à VOdyssée ou Ultjs-

liojc a organização ou, se o quiserem, reorganização da navegação nacional, c de ordem industrial. Eorque à ausên

séide, comme l'a .« bríllament detrum-

cia de condições técnicas está sucedendo

seus habitantes venham a ser um povo

Iré Viciar Bérard dans le.s Phcuiciens et

no País um desenvolvimento industrial

marítimo. O pão cresce nas árvores do

Brasil; o mel acha-se nos bosques. Náo

rOdyssée", diz Brunhes na sua Geogra fia Humana. O litoral português não de

apreciável.

é natural que o homem abandone uma

frontava o "mare nostrum", nem era re

terra assim para entregar-se à vida do

cortado como o grego; entretanto, num dado momento, irradiou expedições por todos os oceanos e continentes longín quos. Para tal se conjugaram numerosas cond'çõe-s não só geográficas, como his tóricas, técnicas, políticas, econômicas e acidentais. Mas por isto mesmo, a dou trina da nossa vocação puramente ter

nm pouco as coisas, que apenas vamos Noitar a uma das primeiras atividades

mar... Veja-se donde vem a marinliagcm que ora cruza os mares. Vem dos

climas severos, das regiões extra-fropicais do norte e não dos brandos e belos climas

do sul. Vem da velha e da nova Ingla terra, dos Estados setentrionais da Euro

pa e da América. Quem jamais ouviu dizer que os nossos concidadãos do

oeste, que habitam o vale do Mississipi, enviassem os seus filhos a fim de .se fa

zerem marujos?,.. Outra condição pa ra o estabelecimento de povoaçóes ma rítimas é o modo por que o mar se lhes

restre não pode perdurar indefinidamen

te. E, se não podemos alcançar rapida mente o estádio das nações mais adian

tadas, poderemos entretanto começar a

evoluir ne.sse sentido. Impelem-nos doi.s motivos.

Um, de ordem comercial: a

apresenta. Contrastai a alcantilada e ás pera costa da América meridional com as sinuosas praias, magníficos golfos, belos portos e baías do norte do globo... Ve

necessidade de dependermos menos, pa ra a distribuição exterior dos nossos pro

de o Báltico, o Mediterrâneo e o mar

trair-nos o lucro próprio do transporte marítimo, acarreta-nos a imposição dos

Negro... Olhai, no hemisfério setentrio nal, para o mar Verme'ho, o golfo Pérs CO, a baía de Bengala, o estreito de

Mâlaca, os golfos de Sião e Tonquim, os mare.s Amarelo do Japão, e Okt(í.'k, banhando tortuosa.s praias, intenando-se pelas terras, e com seu litoral endenta-

duto;, dos meios estrangeiros de trans portes. Esta dependência, além de sub

preços ao.s no.s.so.s produtos, po'os agen

tes^ do comprador. A marinha mercante própria, embora venha a deparar com duas grandes dificuldades (a fôrça e or

Brasil. Forçoso lhe é contentar-se com

ganização dos mercados estrangeiros, a concorrência e a atual organização — quase cartelízação — da navegação oceâ nica), sera um início de emancipação. A .sua formação gradual permitirá maior

permitir, às niitra.s na^-ões, qiie .sejam

.segurança; por isso reputamos prefe

os seus carreteiros, porque nunca terá

rível uma iniciativà cauta, con.struindo aqui mesmo muitos dos navios, a uma

do, convidando os habitantes para o mar... A natureza, pois, é contrária ao

marinhagem para tripular navios, que levem os seus próprios gêneros ao mer<'ado estrangeiro".

A teoria do meio físico que, na histó ria da civilização e da navegação, tanto

marcha precipitada, adquirindo de gol pe 50 ou 100 unidades, para cuja ex ploração ainda não temos a experiência e as condições necessárias.

17

da de outros estabelecimentos siderúr- ' gicos (por exemplo as fundições e laminaçücs São Paulo. Re-/ende e Moei

das Cnizes), da laminação e fabricação

de artefatos de alumínio (Mogi das Cru/es), da fábrica de motores {Bai

xada Fluminense), da fábrica de aparè-

dos tempos coloniais. Com efeito, quan

Ihamento elétrico (Byingion. em São Pau lo). Tudo isto perderá o sentido se simultàneamcnte não surgirem indústrias consumidoras desses produtos, e não fo

do Martim Afonso chegou, já po.ssuía

rem estas .suscitadas ou iiiieialmente ani

São Vicente um estaleiro rudimentar, em

madas pelos go\-crnos. Terceira circunstancia no mesmo sen

Na realidade podemos dizer, forçando

que se construíam bi;rgantins e enibarcaçócs pequenas, sobretudo para a apro.ximação da terra e penetração dos rios.

tido é a possibilidade de uma nova guer ra mundial, que os horizontes prenun

Em 1555 um alvará real determinava

ciam e nos apanharia ainda mais desa

a<j governador geral que se executassem navios guarda-costas e outios, destinados ao próprio .serviço. Certo progresso, aliás

parelhados do que nos conflitos ante riores. com a agravante de deparar ho je o po\o mais insatisfeito e irritadiço.

vagaro.so, verificou-se nu Bahia e, de pois, no Rio dc Janeiro, cujo arsenal

da nossa navegação será ainda a cabo

Evidentemente, o objetivo principal

construiu em 1865 o primeiro cncouni-

tagem, As nossas 7 mil milhas de costa

çado .sul-americano. Mas a indústria na\-al, relativamente promis.sora na época

e os nossos 30 mil quilômetros de rios na vegáveis, a impraticabilidade de um de

cios navios de madeira e a \-ela, decaiu com o advento dos materiais metálicos e

senvolvimento rápido e econômico'das

dos motores térmicos, Só nos paíse.s in

vias terrestres, a nossa condição tão repe tidamente advertida de verdadeiro "arqui

de novo em favor da construção naval.

pélago", demonstram-no perfeitamente. Ao romper da última guerra, a nossa marinha mercante contava 60 empresas

O País começa a industrializar-se. Bem

com 259 navios, somando 276 mil tone

ou mal (mais bem que mal, se conside rarmos a necessidade de um impulso inicial), fundou-se, com a -Volta Redon

ladas líquidas, 469 mil toneladas brutas ou 590 mil de carga. Cêrca de 90% desta força constituíam o grupo do Atlântico,

da, a nossa indústria pesada, acompanha-

assim composto:

dustriais poderia sobreviver, Agora as condições econômicas e técnicas pendem

TONELAGEM (mil toneladas) COMPANHIA

Navios

Liquida j Bruta Decar^ ~153~

Loide Brasileiro

67

Cia. Nacional de Navegação Costeira

14

26

Cia. de Comércio e Navegação .

17

Cia. Carbonífera Rio Grandense

11 14

17 21 20

Loide Nacional S. A.

Cia. Paulista de Navegação Matarazzo

5 128.

9 246

257 47

36 35

34 14 423

312 38 57 55 58 23 542


■H'

DicESTo

18

Computadas as perdas e as aquisi

Econômico

do primeiro. Destinavam-se ao Loide

ções ou apreensões de guerra, em 1942

Brasileiro.

Como os preços do Canadá

as cifras de tonelagem já estavam acres

eram mais acessíveis c o prazo dc en

cidas de um terço. O sr. Arnaldo Tre-

trega mais curto, deixou-.se de lado a

biscok pleiteava então elevar essa to nelagem bruta pelo menos a um milhão.

encomenda e foi assinado contrato com

o estrangeiro. Não critico a orientação.

Entre as três soluções (sociedade anô nima, recurso ao capital estrangeiro e

A nossa marinha carecia de navios e

financiamento oficial) preferia a tercei ra, embora entregando os navios à ex ploração privada. Parece-nos que as outras soluções po dem intervir parcialmente, não obstan

propósito que se tivesse encomendado pelo menos um, para aproveitar a

te a escassez de capitais nacionais (so

com urgência — mas não seria fora de quílha e o élân, no estaleiro nacional. Outras encomendas mais foram feitas a estíileiros americanos e há IS meses ain

da se encontra na ilha do Viana aciuòlc

bretudo capitais pouco ambiciosos) e a

marco doloroso." (Jornal dos Debates,

dificuldade de manter dentro de severos

28-7-46).

limites a interferência dos capitais es trangeiros.

No ano passado chegou a Santos o

» dusEstabelecido o programa, resta o "mofaciendi". A solução usual é a com

série de 18, encomendado pelo Loide

pra de navios nos países tradicionalmente construtores e fornecedores. Em preço

pés, calado max. 25 pés, ton. bruta 6.000, ton. líquida 3.600, "deadweigth"

e prazo, quase sempre é o que mais con

vém. Reconhece-o por exemplo o sr. Pedro Brando, que foi presidente do

Loide Nacional, da Costeira e superin tendente da Organização Lage: "Na ex periência que colhi, só encontrei dois ar

gumentos fortes contrários e que tal vez ainda prevaleçam; custo e prazo. Quanto à eficiência dos serviços nos esta

leiros nacionais, nada se pode articu lar. A dúvida quanto ao preço é fácil de compreender. Não é possível que mal aparelhados, com maquinaria imperfei ta e desarticulada, e sem poder olhar a parte econômica de rendimento, se

obtenha preço baixo.

Não é possível,

numa indústria difícil, chegar-se de iní

cio a concorrer com os que já se en contram a mais da metade do cami

nho.. . Foram projetados na ilha do Viana três navios, de uma série que se

denominaria Brasil. Foi batida a quílha

"Lloyd América", o primeiro navio da Brasileiro nos Estados Unidos

(443x59

7.500 ton., deslocamento 11.812 ton.).

Quando a Costeira pretendeu formar a sua nova frota, para construir nos pró prios estaleiros, não encontrou financia mento no Banco do Brasil. Na realiza

ção do programa Cantuáría Guimarães

(rio Paraguai) no Loide Brasileiro, três navios foram entretanto subvencionados

pela municipalidade de Hamburgo, num momento de crise. . . Em 1922, Henri que Lage obteve, com grande e.sfôrço, a

reforma de dois "scouts" de guerra na

cionais; em 1929 ainda não tinha sido pa go e só de juros perdeu 30 mil contos. . . Infelizmente aquelas duas objeções, que o

sr.

Brando

modestamente

faz

preceder do advérbio "só", pesam mui to.

Como neutralizá-las dentro de uma

medida razoável? Além de um remé

dio, a evitar sempre que pos.sível — a subvenção — qualquer programa deve visar tres formas recomendáveis: aper

Dicesto

W

Econômico

19

feiçoamento técnico da fabricação. concc.s.são de fácil.dade.s pelo Govêmo, encomendas suficientes e regulares.

cionar, c mister incluir as facilidades

A proteção aduaneira e a subvenção

A questão do terreno importa muito,

jú- tinham vigorado na ora imperial. O projeto do deputado Sousa Martins, cm

porque poucas localizações respondem aos requisitos da indústria naval; por outro lado, sem poderes expropriatórios, uma emprêsa particular não pode ven der os embaraços c ambiç-ões dos pro prietários dc terreno. Proporcionar aces

1846, sobre a navegação, filiuva-se à

orientação

prolecionislu da tarifa de 1844, que tüdu\'ia não criou, como não

podia criar, a indústria nacional, não tanto pelo èrro da doutrina em si, co mo pela inoportunldadc, pois o País não estava maduro para tanto.

A lei

orçamentária de 1845 estabelecia um

prêmio (lOS por tonelada) aos navios de 200 toneladas para cima, con.stiuidos no País. Sousa Martins propunha ele

vá-lo a 50$ e mais, além dc estabelecer direitas diferenciais.

Mas só o impôsto

de importação de matéria.s-primas absor• via um quinto do valor do navio, que, por sua vez, saía pelo dôbro do construí do na Inglaterra. A lei n." 3454 de 6

de janeiro de 1918, que instituía prê

mios píira a construção naval, também não deu resultados apreciáveis. A.S medidas de proteção não artifi

ciais, isto é, as três últimas enunciadas,

merecem evidentemente maior atenção.

O melhor apavelhamento técnico, tan» to em instalação como em engenharia

capaz, e mão de obra adestrada, eis o que já implicitamente • sugeria o ex-pre-

' sídente do Loide e da Costeira, ao quei xar-se da sua maquinaria deficiente. Uma combinação com firmas estrangei ras especializadas o facilitaria. No caso de Santos há (ou havia, porque a inde

imigrálórins, as financeiras, a obtenção do terreno, assistência técnica

etc.

sos suficientes, sanear a terra em derre-

dor, proporcionar habitações próximas mediante ontrosamcnto com qualquer instituto de casas populares, etc., são outras medidas necessárias no litoral.

A

assistência técnica, por laboratórios ou

gabinetes especializados, é também in dispensável hoje, quando o cuidado téc nico e a expropriação conslituem condi ção de todas as indústrias em permanen te competição.

Ao nossó Instituto de

Pesquisas Tecnológicas, onde por sinal já há um modesto núcleo (a cargo do engenheiro Andrecne) poderia caber essa função, de proveito pelo menos tão imediato e concreto txímo as elocubra-

ções eletrônicas e aviatórias.

O tim-

que hidro-dinãmico será um dos instru mentos fundamentais desse laboratório.

Diversos estudes de hélices, madeiras,

barcos pequenos, já foram produzidos no IPT. Os engenheiros civis e arquite tos de hoje poderão fazer melhor idéia das vantagens de um laboratório náutico, se quiserem comparar o papel atual do IPT, no campo do concreto armado cor rente, com a função quase meramente ilustrativa e didática que tinha liá um

cisão goyemamental parece ter deixado

terço de século.

êxito, com a possibilidade da vinda de maquinário, engenheiros navais, arquivo

ro seria unia encomenda de navios, de

passar a oportunidade) tal elemento de técnico precioso e uma mestrança ex

perimentada. No capítulo das facilidades a propor

Terceiro e decisivo auxilio ao estalei

modo a garantir-lhe, durante largo pe ríodo, funcionamento regular e o apro veitamento eficiente da instalação. Isto, . melhor que uma encomenda única e con-


■H'

DicESTo

18

Computadas as perdas e as aquisi

Econômico

do primeiro. Destinavam-se ao Loide

ções ou apreensões de guerra, em 1942

Brasileiro.

Como os preços do Canadá

as cifras de tonelagem já estavam acres

eram mais acessíveis c o prazo dc en

cidas de um terço. O sr. Arnaldo Tre-

trega mais curto, deixou-.se de lado a

biscok pleiteava então elevar essa to nelagem bruta pelo menos a um milhão.

encomenda e foi assinado contrato com

o estrangeiro. Não critico a orientação.

Entre as três soluções (sociedade anô nima, recurso ao capital estrangeiro e

A nossa marinha carecia de navios e

financiamento oficial) preferia a tercei ra, embora entregando os navios à ex ploração privada. Parece-nos que as outras soluções po dem intervir parcialmente, não obstan

propósito que se tivesse encomendado pelo menos um, para aproveitar a

te a escassez de capitais nacionais (so

com urgência — mas não seria fora de quílha e o élân, no estaleiro nacional. Outras encomendas mais foram feitas a estíileiros americanos e há IS meses ain

da se encontra na ilha do Viana aciuòlc

bretudo capitais pouco ambiciosos) e a

marco doloroso." (Jornal dos Debates,

dificuldade de manter dentro de severos

28-7-46).

limites a interferência dos capitais es trangeiros.

No ano passado chegou a Santos o

» dusEstabelecido o programa, resta o "mofaciendi". A solução usual é a com

série de 18, encomendado pelo Loide

pra de navios nos países tradicionalmente construtores e fornecedores. Em preço

pés, calado max. 25 pés, ton. bruta 6.000, ton. líquida 3.600, "deadweigth"

e prazo, quase sempre é o que mais con

vém. Reconhece-o por exemplo o sr. Pedro Brando, que foi presidente do

Loide Nacional, da Costeira e superin tendente da Organização Lage: "Na ex periência que colhi, só encontrei dois ar

gumentos fortes contrários e que tal vez ainda prevaleçam; custo e prazo. Quanto à eficiência dos serviços nos esta

leiros nacionais, nada se pode articu lar. A dúvida quanto ao preço é fácil de compreender. Não é possível que mal aparelhados, com maquinaria imperfei ta e desarticulada, e sem poder olhar a parte econômica de rendimento, se

obtenha preço baixo.

Não é possível,

numa indústria difícil, chegar-se de iní

cio a concorrer com os que já se en contram a mais da metade do cami

nho.. . Foram projetados na ilha do Viana três navios, de uma série que se

denominaria Brasil. Foi batida a quílha

"Lloyd América", o primeiro navio da Brasileiro nos Estados Unidos

(443x59

7.500 ton., deslocamento 11.812 ton.).

Quando a Costeira pretendeu formar a sua nova frota, para construir nos pró prios estaleiros, não encontrou financia mento no Banco do Brasil. Na realiza

ção do programa Cantuáría Guimarães

(rio Paraguai) no Loide Brasileiro, três navios foram entretanto subvencionados

pela municipalidade de Hamburgo, num momento de crise. . . Em 1922, Henri que Lage obteve, com grande e.sfôrço, a

reforma de dois "scouts" de guerra na

cionais; em 1929 ainda não tinha sido pa go e só de juros perdeu 30 mil contos. . . Infelizmente aquelas duas objeções, que o

sr.

Brando

modestamente

faz

preceder do advérbio "só", pesam mui to.

Como neutralizá-las dentro de uma

medida razoável? Além de um remé

dio, a evitar sempre que pos.sível — a subvenção — qualquer programa deve visar tres formas recomendáveis: aper

Dicesto

W

Econômico

19

feiçoamento técnico da fabricação. concc.s.são de fácil.dade.s pelo Govêmo, encomendas suficientes e regulares.

cionar, c mister incluir as facilidades

A proteção aduaneira e a subvenção

A questão do terreno importa muito,

jú- tinham vigorado na ora imperial. O projeto do deputado Sousa Martins, cm

porque poucas localizações respondem aos requisitos da indústria naval; por outro lado, sem poderes expropriatórios, uma emprêsa particular não pode ven der os embaraços c ambiç-ões dos pro prietários dc terreno. Proporcionar aces

1846, sobre a navegação, filiuva-se à

orientação

prolecionislu da tarifa de 1844, que tüdu\'ia não criou, como não

podia criar, a indústria nacional, não tanto pelo èrro da doutrina em si, co mo pela inoportunldadc, pois o País não estava maduro para tanto.

A lei

orçamentária de 1845 estabelecia um

prêmio (lOS por tonelada) aos navios de 200 toneladas para cima, con.stiuidos no País. Sousa Martins propunha ele

vá-lo a 50$ e mais, além dc estabelecer direitas diferenciais.

Mas só o impôsto

de importação de matéria.s-primas absor• via um quinto do valor do navio, que, por sua vez, saía pelo dôbro do construí do na Inglaterra. A lei n." 3454 de 6

de janeiro de 1918, que instituía prê

mios píira a construção naval, também não deu resultados apreciáveis. A.S medidas de proteção não artifi

ciais, isto é, as três últimas enunciadas,

merecem evidentemente maior atenção.

O melhor apavelhamento técnico, tan» to em instalação como em engenharia

capaz, e mão de obra adestrada, eis o que já implicitamente • sugeria o ex-pre-

' sídente do Loide e da Costeira, ao quei xar-se da sua maquinaria deficiente. Uma combinação com firmas estrangei ras especializadas o facilitaria. No caso de Santos há (ou havia, porque a inde

imigrálórins, as financeiras, a obtenção do terreno, assistência técnica

etc.

sos suficientes, sanear a terra em derre-

dor, proporcionar habitações próximas mediante ontrosamcnto com qualquer instituto de casas populares, etc., são outras medidas necessárias no litoral.

A

assistência técnica, por laboratórios ou

gabinetes especializados, é também in dispensável hoje, quando o cuidado téc nico e a expropriação conslituem condi ção de todas as indústrias em permanen te competição.

Ao nossó Instituto de

Pesquisas Tecnológicas, onde por sinal já há um modesto núcleo (a cargo do engenheiro Andrecne) poderia caber essa função, de proveito pelo menos tão imediato e concreto txímo as elocubra-

ções eletrônicas e aviatórias.

O tim-

que hidro-dinãmico será um dos instru mentos fundamentais desse laboratório.

Diversos estudes de hélices, madeiras,

barcos pequenos, já foram produzidos no IPT. Os engenheiros civis e arquite tos de hoje poderão fazer melhor idéia das vantagens de um laboratório náutico, se quiserem comparar o papel atual do IPT, no campo do concreto armado cor rente, com a função quase meramente ilustrativa e didática que tinha liá um

cisão goyemamental parece ter deixado

terço de século.

êxito, com a possibilidade da vinda de maquinário, engenheiros navais, arquivo

ro seria unia encomenda de navios, de

passar a oportunidade) tal elemento de técnico precioso e uma mestrança ex

perimentada. No capítulo das facilidades a propor

Terceiro e decisivo auxilio ao estalei

modo a garantir-lhe, durante largo pe ríodo, funcionamento regular e o apro veitamento eficiente da instalação. Isto, . melhor que uma encomenda única e con-


20

INCESTO

siderável a qiia'quer país estrangeiro,

Econômico*

A situação do Bra.sil na matéria é re

v ria também ao encontro das necessida

sumidamente esta (rclsitóri(j do Depar

des da navegação e do nosso comércio

tamento Nacional cie Portos c Navega-

marítimo.

ç-ão):

Dioi-aTO

Econó.mico

21

RIO GRANDE DO SUL

23 carreiras de 60 a 1200 tons., calados de 1.20 a 3.90 metros. SANTA CATARINA

8 carreiras de 30 a 1200 tons., calados de 1.00 a 2.50 metros. ESPIRITO SANTO

SAO PAULO

j

Ttmeládas |Cafatlo \Oficinn

6 carreiras de 200 a 1000 toneladas. RIO GRANDE DO NORTE

6 carreiras de 80 a 120, algumas das quais ainda em construção Carr. das Docas

Stipanich & Diogo Dom. Stipanich

Joaquim L. Marinho Firmino Cerebando Cia. Brasileira de Frutas

Cia. Santense de Navegãção Cia. Navegação Fluvial Sul Paulista Wilson Sons & Cia. Ltda.

DISTRITO FEDERAL

•300 80

Sim

2.40 2.20 1.20

4 carreiras.

40 400

2.70

20

1.50

60

1.20

20

1.20 1.20

BAHIA

200

2.40

MARANHÃO

Dim.

Ton.

PARANÁ

2 carreiras de 200 a 400 tons., até 3.00 m de calado. PERNAMBUCO 3 carreiras até 600 tons. e 1.70 m.

1 carreira de 1000 toneladas.

5 carreiras de 50 a 100 toneladas. Sim

Rio de Janeiro

Cia. N.N. Costeira (ilha do Viana)

PARAÍBA

3 pequenas carreiras

10.000;

AMAZONAS

2.000 I

1.000 í

13 carreiras de 30 a 500 tons., de 0,60 a 3.00 m de calada.

550 I 4.00 I 72.80x26.25 {

2.501

55.00.xl6.50 i

1.20 1

FiscaUzação (Caju)

mato grosso

2 carreiras de 300 tons., de 3.60 a 4.50 metros de calado. Verifica-.se uma grande concentração

5i

Constnitora Ltda. (r. Carlos ScidI) RIO DE JANEIRO

na baía de Guanabara. O programa do Ton. [

Dim.

Sim

Niterói

Companhia CiviChidro

PARÁ

1 carreira de 800 tons. e 3.00 m de calado.

139.00x12.80" 11.0ÕÕ7

Ind. Reunidas Caneco (Caju) Mayrink Veiga S. A. (Caju) Wilson Sons (ilha Conceição) Brazilian Coal (ilha Ferreiros) Cia, N. N. Costeira (ilha do Viana)

CEARÁ

1

1.300

Cia. Civ'1-hidro

98.00x10.00 45.00x11.00 eO.OOx 9.00 SS.OOx 9.00 70.00x10.00

Manoel (Quadros

40.00X 8.00

1.000 800 700 500 500

Vallace & Cia. Ltda.

32.üü.\ 8.00 40.00x13.00

ga (DW). Quanto às carreiras peque nas, custariam 3 a 4 mil contos, segundo

D.N.P.N. encarava inicialmente qua tro estaleiros, sendo dois para navios cie alto mar, no Rio de Janeiro e na

o mesmo critério.

Bahia, e dois para navios fluviais e de

nabara.

cabotagem, em Belém e no Rio. Se riam construídos pela União e explora

A lista, que expusemos, mostra a con centração dos estaleiros na baia de Gua Uma descentralização é neces

dos diretamente ou mediante arrenda

sária por motivos tanto econômicos e práticos, como estratégicos. Seria absur do sujeitar a um fácil engarrafamento

Sim

mento a particulares. Nessa época (maio

toda a nossa indústria naval. Evidente

200 150

Sim

de 1941) estava otimistamente orçada em 8 a 10 mil contos cada carreara de

Mangaritiba Emp. Nav. Sul-Fluminenso

120

99

Angra dos Reis Rio de janeiro Lighterage

100

Prado Pci.xoto

João Silva Montes

J. (Quaresma

Ministério da Marinha

30

ft

-

>9

lançamento para navios de alto mar,

Sim

mente, a dispersão deve ser limitada a

poucos e aos mais favorecidos pontos, entre os quais avulta Santos, descon

cujo casco, por ocasião do lançamento,

siderado no programa federal.

não excedesse 5 mil toneladas, inclusive

impõe-se por ser o principal porto na cional e estar intimamente ligado ao

instalações comp'ementares, exclusive po rém o custo do terreno, dragagem, obras de acostagem e acesso. Es.sas carreiras

permitiriam construção ou montagens de navios até 6 e 8 mil toneladas de car

Santos

maior centro industrial do País, com

todos os recursos de produtos básicos, atividades conexas e subsidiárias, mão de obra, assistência técnica e interesses


20

INCESTO

siderável a qiia'quer país estrangeiro,

Econômico*

A situação do Bra.sil na matéria é re

v ria também ao encontro das necessida

sumidamente esta (rclsitóri(j do Depar

des da navegação e do nosso comércio

tamento Nacional cie Portos c Navega-

marítimo.

ç-ão):

Dioi-aTO

Econó.mico

21

RIO GRANDE DO SUL

23 carreiras de 60 a 1200 tons., calados de 1.20 a 3.90 metros. SANTA CATARINA

8 carreiras de 30 a 1200 tons., calados de 1.00 a 2.50 metros. ESPIRITO SANTO

SAO PAULO

j

Ttmeládas |Cafatlo \Oficinn

6 carreiras de 200 a 1000 toneladas. RIO GRANDE DO NORTE

6 carreiras de 80 a 120, algumas das quais ainda em construção Carr. das Docas

Stipanich & Diogo Dom. Stipanich

Joaquim L. Marinho Firmino Cerebando Cia. Brasileira de Frutas

Cia. Santense de Navegãção Cia. Navegação Fluvial Sul Paulista Wilson Sons & Cia. Ltda.

DISTRITO FEDERAL

•300 80

Sim

2.40 2.20 1.20

4 carreiras.

40 400

2.70

20

1.50

60

1.20

20

1.20 1.20

BAHIA

200

2.40

MARANHÃO

Dim.

Ton.

PARANÁ

2 carreiras de 200 a 400 tons., até 3.00 m de calado. PERNAMBUCO 3 carreiras até 600 tons. e 1.70 m.

1 carreira de 1000 toneladas.

5 carreiras de 50 a 100 toneladas. Sim

Rio de Janeiro

Cia. N.N. Costeira (ilha do Viana)

PARAÍBA

3 pequenas carreiras

10.000;

AMAZONAS

2.000 I

1.000 í

13 carreiras de 30 a 500 tons., de 0,60 a 3.00 m de calada.

550 I 4.00 I 72.80x26.25 {

2.501

55.00.xl6.50 i

1.20 1

FiscaUzação (Caju)

mato grosso

2 carreiras de 300 tons., de 3.60 a 4.50 metros de calado. Verifica-.se uma grande concentração

5i

Constnitora Ltda. (r. Carlos ScidI) RIO DE JANEIRO

na baía de Guanabara. O programa do Ton. [

Dim.

Sim

Niterói

Companhia CiviChidro

PARÁ

1 carreira de 800 tons. e 3.00 m de calado.

139.00x12.80" 11.0ÕÕ7

Ind. Reunidas Caneco (Caju) Mayrink Veiga S. A. (Caju) Wilson Sons (ilha Conceição) Brazilian Coal (ilha Ferreiros) Cia, N. N. Costeira (ilha do Viana)

CEARÁ

1

1.300

Cia. Civ'1-hidro

98.00x10.00 45.00x11.00 eO.OOx 9.00 SS.OOx 9.00 70.00x10.00

Manoel (Quadros

40.00X 8.00

1.000 800 700 500 500

Vallace & Cia. Ltda.

32.üü.\ 8.00 40.00x13.00

ga (DW). Quanto às carreiras peque nas, custariam 3 a 4 mil contos, segundo

D.N.P.N. encarava inicialmente qua tro estaleiros, sendo dois para navios cie alto mar, no Rio de Janeiro e na

o mesmo critério.

Bahia, e dois para navios fluviais e de

nabara.

cabotagem, em Belém e no Rio. Se riam construídos pela União e explora

A lista, que expusemos, mostra a con centração dos estaleiros na baia de Gua Uma descentralização é neces

dos diretamente ou mediante arrenda

sária por motivos tanto econômicos e práticos, como estratégicos. Seria absur do sujeitar a um fácil engarrafamento

Sim

mento a particulares. Nessa época (maio

toda a nossa indústria naval. Evidente

200 150

Sim

de 1941) estava otimistamente orçada em 8 a 10 mil contos cada carreara de

Mangaritiba Emp. Nav. Sul-Fluminenso

120

99

Angra dos Reis Rio de janeiro Lighterage

100

Prado Pci.xoto

João Silva Montes

J. (Quaresma

Ministério da Marinha

30

ft

-

>9

lançamento para navios de alto mar,

Sim

mente, a dispersão deve ser limitada a

poucos e aos mais favorecidos pontos, entre os quais avulta Santos, descon

cujo casco, por ocasião do lançamento,

siderado no programa federal.

não excedesse 5 mil toneladas, inclusive

impõe-se por ser o principal porto na cional e estar intimamente ligado ao

instalações comp'ementares, exclusive po rém o custo do terreno, dragagem, obras de acostagem e acesso. Es.sas carreiras

permitiriam construção ou montagens de navios até 6 e 8 mil toneladas de car

Santos

maior centro industrial do País, com

todos os recursos de produtos básicos, atividades conexas e subsidiárias, mão de obra, assistência técnica e interesses


22

Dir.ESTo

comerciais incentivadores.

Não só o

EcoNÓ.Ntic;o

contro não só aos problemas urbanísti

Digesto

Re'atou

Econômico

o sr.

23

Mariann

Ferraz, re

ve, e cujos planos são sempre revolucio

pôrto, como ponto movimentadíssimo de

cos de Santos e Guanijá, mas também a

presentante da Federação das Indús

nários (aparte: revoluções puramente

passagem, auxiliará a indústria nava',

diversos outros, como os do pôrto, das

trias: "A Federação concorda, depois de

'constitucionalistas", i.sto é, construtivas). O da remodelação de Santos é do mesmo

como esta, tanto de construção como

indústrias c do litoral Norte.

sobretudo de reparações, completará

da ligação ferro e rodoviária, o estalei

àquele. Aliás, reconheceram-no o Go verno Federal e a Companhia Docas, incluindo um esta'eÍro no seu plano

ro santista superará os melhores do Rio,

geral da amp'iaçáo do pôrto. Infeliz mente, esta parte do plano tem ficado à

Provido

locarzados em ilhas da Guanabara.

A

proximidade do cana! portuário redu

examinar dc\'idamontc o assunto e aus-

cultar a opinião dos diretores, em que um estaleiro em Santo.s, da capacidade

caráter e sua apresentação impressionou

máxima cie 5.000 toneladas, seja incen tivado por parte do Governo. A colabo ração do Governo de\'ia constar exclusi

solucionando problemas que não só in

vamente do seguinte: 1) Ligação ferro-rodoviárla Saboó-Barnabc-Bertioga-

pliação do pôrto, de acordo com o plano, valeria pelas obras tôdas e consagra

a todos. Diversas obras estão incluídas, teressam os moradores da cidade, co

Qual a localização aconselhável?

zirá a manutenção do ace.sso marítimo. A contiguidade da bacia, que é o ancoradouro interno de Santos, permitirá os lançamentos normais, evitando os late

-Santo Amaro. 2) Obtenção dos terre

ria

O plano das Docas demarcou um

rais, menos convenientes, e com mínimo

nos, os quais devem ser arrendados à

obra grandiosa e vale a inversão de

terreno do continente, entre o rio Diana

margem, na execução do programa.

mo à economia paulista...

mais nma

vez etc.

Só a am

Trata-se de

incômodo à navegação. A condição "b"

Companhia, que se propuser fazer os

milhões de cnizeiros.

e o canal -da Bertioga. No plano regional apon

não é desprezível por que, .SC cm Santos há

estaleiros. 3) Construção de um dique

executada integralmente, pois solucio

tamos, de preferência,

seco ou flutuante para 15.000 tonela

extensa faixa

das, a fim de que a navegação possa

naria problemas de alta importância e que dizem respeito à nossa economia, como a ampliação do pôrto, as ligações com Guarujá, Bertioga e São Sebastião.

uma área entre Itapema

I

3 a Bocaina, deixando a outra para outras ín-

dástrias ou serviços se cundários.

São Vicen

costeira,

poucas, como esta, já

contar com uma base dc reparação e

se acham

limpeza de cascos.

aterradas

e

ser de propriedade do Governo e ar

imediata;

rendado. 4) Os auxílios que o Gover no xãer a dar, ao novo estabelecimento,

a

pequena

distância há morros com

te, o estuário, a Alemôa,

terra e pedra á dispo

Barnabé, etc. foram lonsiderados, mas a área mencionada, embora se

sição.

.superponha em parte às in.stalaçóes da aeronáu

tica federal, parece a melhor.

Ela satisfaz a

sete condições impor tantes: a) área grande e ampliávelj b) terreno

já aterrado e nivelado; c) preço acessí

vel; d) proximidade do canal profundo

Desconhecemos

porções. Caso o Governo queira desen

tência próxima dôsses morros e pedreiras, as

volver a construção naval tipo médio, isto é, navios de 10 a 15 mil toneladas,

sim como de lages no estuário, revela probabi lidades de sub-solo fir me, ao menos em par

te da área, o que facili taria a construção de

certas e.strutura.s, como o dique sêco. Em linhas gerais este plano foi pelo Governo submetido ao Conselho de Ex

gua fronteiro, para os lançamentos; f)

pansão Econômica e, neste, entregue à apreciação de uma comissão especial. Por motivos da situação geral do Estado, aquele Conselho paralisou seus trabalhos durante muitos meses e parece não tê-los até agora retomado plenamente. Não

dade de alojar perto o operariado. Des tas condições "e" é ainda "potencial", dependente da efetivação do plano re gional num dos seus pontos mais im

portantes, que é a ligação Saboó-Barna-

hé-Santo Amaro. Por isto mesmo é que, dizíamos, o plano regional virá de en

devem ser também concedidos aos já existentes, conservadas as devidas pro

o sub-.solo, mas a exis

do pôrto; e) bacia ou amplo lençol dá acesso ferro e rodoviário; g) possibili

Êsse dique deve

em estado de utilização

obstante, a comissão especial, que tive a honra de integrar, recolheu os pareceres parciais, todos favoráveis ao plano.

E'a deveria ser

Por outro lado, tão logo estivessem con cluídos os estaleiros, poderíamos cons

truir os nossos próprios navios, eliminan do dificuldades como as que enfrenta mos durante a última conflagraç-ão. Con sidero tão grandioso êsse projeto, que o

o faça em outro local, talvez em São Sebastião, que para isso terá que fazer

acho digno da admiração e colaboração de todos os paulistanos. O poder pú blico poderia esttidar a forma de exe cutá-lo o mais breve pos.sível, cabendo à Assembléia Legislativa facilitar a sua

a ligação ferro-rodoviária com o pla

execução".

o que desaconselhamos no momento, que

nalto e com Santos, onde estão localiza Na sessão do Conselho de 3-7-47 o das as indústrias fornecedoras- dos ma . mesmo Conselheiro, apresentando o pon teriais necessários para suprir o esta- to de vista da Associação Comercial, leiro"disse; "lamentável que um pôrto como

Santos não disponha de instalações dessa

Na Associação Comercial de São Pau'o o assunto foi estudado pelos ?rs.

natureza, nem para reparações.

João Alfredo Sousa Ramos, represen

deficiência tem impedido o estabeleci

Essa

tante, e. pelos consultores técnicos profs.

mento de linhas de navegação com base

Mendes da Rocha e C. Alberto Vanzo-

naquele pôrto, colocando o intercâmbio paulista à mercê das companhias que,

lini.

Manifestou-se o sr. Sousa Ramos

na "Folha da Noite" de 4-9-47, em' com terminais noutros portos, reservam

resumo: "Tivemos o prazer de assistir em reunião do Conselho à exposição do

ex-prefeito a quem São Paulo tanto de

para São Paulo apenas as sobras escassas

das suas disponibilidades de transporte. Por outro lado, não obstante as pesadas


22

Dir.ESTo

comerciais incentivadores.

Não só o

EcoNÓ.Ntic;o

contro não só aos problemas urbanísti

Digesto

Re'atou

Econômico

o sr.

23

Mariann

Ferraz, re

ve, e cujos planos são sempre revolucio

pôrto, como ponto movimentadíssimo de

cos de Santos e Guanijá, mas também a

presentante da Federação das Indús

nários (aparte: revoluções puramente

passagem, auxiliará a indústria nava',

diversos outros, como os do pôrto, das

trias: "A Federação concorda, depois de

'constitucionalistas", i.sto é, construtivas). O da remodelação de Santos é do mesmo

como esta, tanto de construção como

indústrias c do litoral Norte.

sobretudo de reparações, completará

da ligação ferro e rodoviária, o estalei

àquele. Aliás, reconheceram-no o Go verno Federal e a Companhia Docas, incluindo um esta'eÍro no seu plano

ro santista superará os melhores do Rio,

geral da amp'iaçáo do pôrto. Infeliz mente, esta parte do plano tem ficado à

Provido

locarzados em ilhas da Guanabara.

A

proximidade do cana! portuário redu

examinar dc\'idamontc o assunto e aus-

cultar a opinião dos diretores, em que um estaleiro em Santo.s, da capacidade

caráter e sua apresentação impressionou

máxima cie 5.000 toneladas, seja incen tivado por parte do Governo. A colabo ração do Governo de\'ia constar exclusi

solucionando problemas que não só in

vamente do seguinte: 1) Ligação ferro-rodoviárla Saboó-Barnabc-Bertioga-

pliação do pôrto, de acordo com o plano, valeria pelas obras tôdas e consagra

a todos. Diversas obras estão incluídas, teressam os moradores da cidade, co

Qual a localização aconselhável?

zirá a manutenção do ace.sso marítimo. A contiguidade da bacia, que é o ancoradouro interno de Santos, permitirá os lançamentos normais, evitando os late

-Santo Amaro. 2) Obtenção dos terre

ria

O plano das Docas demarcou um

rais, menos convenientes, e com mínimo

nos, os quais devem ser arrendados à

obra grandiosa e vale a inversão de

terreno do continente, entre o rio Diana

margem, na execução do programa.

mo à economia paulista...

mais nma

vez etc.

Só a am

Trata-se de

incômodo à navegação. A condição "b"

Companhia, que se propuser fazer os

milhões de cnizeiros.

e o canal -da Bertioga. No plano regional apon

não é desprezível por que, .SC cm Santos há

estaleiros. 3) Construção de um dique

executada integralmente, pois solucio

tamos, de preferência,

seco ou flutuante para 15.000 tonela

extensa faixa

das, a fim de que a navegação possa

naria problemas de alta importância e que dizem respeito à nossa economia, como a ampliação do pôrto, as ligações com Guarujá, Bertioga e São Sebastião.

uma área entre Itapema

I

3 a Bocaina, deixando a outra para outras ín-

dástrias ou serviços se cundários.

São Vicen

costeira,

poucas, como esta, já

contar com uma base dc reparação e

se acham

limpeza de cascos.

aterradas

e

ser de propriedade do Governo e ar

imediata;

rendado. 4) Os auxílios que o Gover no xãer a dar, ao novo estabelecimento,

a

pequena

distância há morros com

te, o estuário, a Alemôa,

terra e pedra á dispo

Barnabé, etc. foram lonsiderados, mas a área mencionada, embora se

sição.

.superponha em parte às in.stalaçóes da aeronáu

tica federal, parece a melhor.

Ela satisfaz a

sete condições impor tantes: a) área grande e ampliávelj b) terreno

já aterrado e nivelado; c) preço acessí

vel; d) proximidade do canal profundo

Desconhecemos

porções. Caso o Governo queira desen

tência próxima dôsses morros e pedreiras, as

volver a construção naval tipo médio, isto é, navios de 10 a 15 mil toneladas,

sim como de lages no estuário, revela probabi lidades de sub-solo fir me, ao menos em par

te da área, o que facili taria a construção de

certas e.strutura.s, como o dique sêco. Em linhas gerais este plano foi pelo Governo submetido ao Conselho de Ex

gua fronteiro, para os lançamentos; f)

pansão Econômica e, neste, entregue à apreciação de uma comissão especial. Por motivos da situação geral do Estado, aquele Conselho paralisou seus trabalhos durante muitos meses e parece não tê-los até agora retomado plenamente. Não

dade de alojar perto o operariado. Des tas condições "e" é ainda "potencial", dependente da efetivação do plano re gional num dos seus pontos mais im

portantes, que é a ligação Saboó-Barna-

hé-Santo Amaro. Por isto mesmo é que, dizíamos, o plano regional virá de en

devem ser também concedidos aos já existentes, conservadas as devidas pro

o sub-.solo, mas a exis

do pôrto; e) bacia ou amplo lençol dá acesso ferro e rodoviário; g) possibili

Êsse dique deve

em estado de utilização

obstante, a comissão especial, que tive a honra de integrar, recolheu os pareceres parciais, todos favoráveis ao plano.

E'a deveria ser

Por outro lado, tão logo estivessem con cluídos os estaleiros, poderíamos cons

truir os nossos próprios navios, eliminan do dificuldades como as que enfrenta mos durante a última conflagraç-ão. Con sidero tão grandioso êsse projeto, que o

o faça em outro local, talvez em São Sebastião, que para isso terá que fazer

acho digno da admiração e colaboração de todos os paulistanos. O poder pú blico poderia esttidar a forma de exe cutá-lo o mais breve pos.sível, cabendo à Assembléia Legislativa facilitar a sua

a ligação ferro-rodoviária com o pla

execução".

o que desaconselhamos no momento, que

nalto e com Santos, onde estão localiza Na sessão do Conselho de 3-7-47 o das as indústrias fornecedoras- dos ma . mesmo Conselheiro, apresentando o pon teriais necessários para suprir o esta- to de vista da Associação Comercial, leiro"disse; "lamentável que um pôrto como

Santos não disponha de instalações dessa

Na Associação Comercial de São Pau'o o assunto foi estudado pelos ?rs.

natureza, nem para reparações.

João Alfredo Sousa Ramos, represen

deficiência tem impedido o estabeleci

Essa

tante, e. pelos consultores técnicos profs.

mento de linhas de navegação com base

Mendes da Rocha e C. Alberto Vanzo-

naquele pôrto, colocando o intercâmbio paulista à mercê das companhias que,

lini.

Manifestou-se o sr. Sousa Ramos

na "Folha da Noite" de 4-9-47, em' com terminais noutros portos, reservam

resumo: "Tivemos o prazer de assistir em reunião do Conselho à exposição do

ex-prefeito a quem São Paulo tanto de

para São Paulo apenas as sobras escassas

das suas disponibilidades de transporte. Por outro lado, não obstante as pesadas


24

subvenções, as iniciativas partíciiJares de navegação têm fracassado, principalmen te pelas dificuldades de as companhias

proverem a renovação de seu material flutuante e obterem as embarcações ade-

Dlf;F.sT(j Eco NÓ MIíuy

perspectivas para 10.000 a I5.í)00 tonclacla.s tm futuro remoto. A

área

a

reservar

500x500 metros,

e a

é

df

côrca

instahtção

de

com

preenderia, de um modf> geral, um gran de edifício de 3 andares para depó.si-

Dicesto

EfroNÓMiro

25

A construção dos diques pelo poder seco do tipo ordinário, em alvenaria —

produzir navios de madeira e ferro até

púbMco é ponto pacífico: // convicnt cie Sfgíw/er tine pailiciihiritc!' lelatice ciitx engim de uuloub-. diffcrciUes raisons.

limpezas, e, mesmo, executar certas es truturas civis, com que inicialmente me

nntammciU Ici crainíc de Ia ccmcurrcn-

viços. A fixação da tonelagem tem im portância. Sabe-se que, no mundo, 50%

10.000

tonelada.s,

efetuar consertos

e

lhor manter a intensidade de seus ser

f|uadas. A oportunidade do estaleiro e suas possibilidades são incontestáveis, bem como a segurança de sua autono mia, de vez que, com a Volta Redonda,

val (10.000 m2) e escritórios (2.000 m2}; um grande barracão (siied) de 15.000

ce éfrangèrc, s'op}yoscnt à ce que les taxe.-i d'u.sage dépas.scut un ccriahi taux, (ilor^i cjuc Ia comtruction exige uu inves-

^ nossa indústria já se encontra em con-

iLssetuciit tcl qu'on nc irouccrait eucun induiilnel cpii conscnt à en demander

mais de 8.000 são relativamente muito

, díç-óes de supri-lo. O êxito de um em-

m2 para oficinas; 4 carreiras, das quais 2 cobertas (20.000 m2); carreini pe

preend mentü desta natureza não depen

quena; bacia ou darsena c rc.spcctivo

Ia concession aux conditiofus imposces par

2.000 toneladas, embora, nu verdade, a

de entretanto apenas desses fatores, mas

ca's; ante-carrcira inc"inada de .5-7%, dc

le:j cluitnbrc.s de commerce. si VEiat.

também de uma organização técnica

200x200 metros; ante-carreira menor de

eficiente, compreendendo de um lado planos gerais, instalações, técnicos ex perimentados e operários; de outro lado, uma garantia de merc-ado para a producão, que nos primeiros anos poderia ser

50x70 metros; estação de transformado

■P' oferecida pelo Estado, seja pela a<|u'siçâo anual de uma tonclagem mínima,

seja mediante uma garantia de juros ra

tos (4.000 rcfi), salão de desenho na

p!us grande pariie dcs frais de premiei-

cer da Federação das Indústrias acen

Saiif à Marsei Ic, ou il

tuava que navios de 10-15.000 tonela das não têm acesso na maioria dos nos

to avalia-se em 74 milhões de cruzeiros.

a étc pnssihlc de houver un conccssionairc qui à asaumó les chargcs, les for

As despesas rcslanle.s, de maquiniirio,

ma

ria dos navios nacionais existentes não

res; construções secundárias, fecho.s, pre

paro do terreno; maquínário. O conjun transporte o seguro, aju.sle do pessoal e viagens, escritório em São Paulo,

veí

da maior conveniência o apo o decisivo

e imprevistos, importariam cm cêrca de 43 inilliões de cruzeiros. Total 110

do Govêmo e a adaptação do plano aos

milhões, exclusive terreno, acessos ou

interêsses nacionais e do Estado. Reconjenda o relatório as seguintes medidas: a) contrato inicial para a fonnação de

desvios, e o dique seco. (1)

seria conced do ou arrendado pelo Go vêmo, apos a remoção da base aérea,

uma frota e, oportunamente, de compa nhias de navegação tanto marítüna, co

adaptação.

certo, garantia de juros; c) adaptar para a instalação o local indicado no progra ma Prestes Maia, sem esquecer o plano

geral de obras e comunicações".

O terreno

construHes par

VEM, uinú que Ia phipart de dorks floltanls, oblenus en fail on litrc de

prcsfalions en nature. Çnciques pelites docks flottants et slips de hcdage nnt

sos portos e que a tonelagem da maio ultrapassa 5.000.

A empresa deve ter bafejo, mas não interferência oficial. O capital será mis to, nacional o estrangeiro, com parti

été construits par eles chambres de com

cipação do govêmo, indústrias e ativi

voie de concession.

gumas pequenas empresas existentes, que

merce, qui en assurcnt rexphilation par É o que expõem

Joly — Laroche — Watier — Rouvllle em Travaux Maritimes (Vol. III).

Êste estaleiro teria po,ssibilidades de

dades

mais interessadas,

inclusive al

a nova organização ou a ampliação do

porto obrigassem a se mudar ou extin guir.

O clique, como em muitos

serviços da marinha nacional.

No caso de não se confirmarem as

poss bilidades econômicas de um dique

o Govêmo animou um piano amb.ccso ■ (10 a 15.000 toneladas), porem de um

que flutuante, de custo inicial menor.

ideal presente não- deve u trapassar fi .OOO, embora sem fechar totalmente as

de radouh soni

países eiiropeu.s, seria feito e cedido pelo poder público, com preferência para os

seco do tipo ordinário, em alvenaria con.striicáo assaz cara, principalmente em

e,studo mais ponderado cone m-se c|ue o

étahlis.sement.

sem prejuízo de trabalhos imediatos de

o primitivo projeto dos técnicos es trangeiros era de um estale,ro modesto

para 2.000 toneladas ou pouco ma,s,

poucos. Só num têrço do total e.xcede

êste têrço caiba quase todo o tráfego do longa distância e alto mar. O pare

zoáveis para o capital. Tem grande im portância a transferência prevista de téc

mo interna; b) conceder, por prazo

menos de 100 toneladas, e que os de

nintervenait en prenant ã sa cluirge Ia

culos, estoque dos depósilo.s, fundo de caixa para saiár os iniciais improdutivos, despesas de organização de sociedade,

nicos e operários especializados, sendo

de todos os navios motorizados são de

mau terreno — há a solução do di t) O projeto federal na

Ilha

da

Con

ceição (Rio) previa, em 1940. para 3 car reiras e obras complementares de cais

oficina, etc.. 40 milhões de cruzeiros.

Cêrca de 422 milhões de dólares em suprimentos, principalmente alimentos c

combustíveis, foram fã enviados às regiões devastadas pela guerra, de acôrdo com

três programas de auxílio ao estrangeiro aprovados pelo Congresso no ano passado.

Essas remessas foram feitas segundo o Programa de Socorro Post-UNRRA, em

vigor desde o verão passado, o Programa de Auxílio de Emergência á França,

Itália e Áustria, em vigor desde dezembro e a fase não militar do programa de auxílio à Grécia e à Turquia.

O Programe Posf-UNRRA, que estabeleceu uma soma de trezentos milhões de dólares para n envio de suprimentos à Áustria, Grécia, Itália, China e Trie,pre, já está 85 por cento completado. Embarques feitos depois de 27 de fevereiro elevaram

o totál já difpendido para 256 milhões de dôUires.


24

subvenções, as iniciativas partíciiJares de navegação têm fracassado, principalmen te pelas dificuldades de as companhias

proverem a renovação de seu material flutuante e obterem as embarcações ade-

Dlf;F.sT(j Eco NÓ MIíuy

perspectivas para 10.000 a I5.í)00 tonclacla.s tm futuro remoto. A

área

a

reservar

500x500 metros,

e a

é

df

côrca

instahtção

de

com

preenderia, de um modf> geral, um gran de edifício de 3 andares para depó.si-

Dicesto

EfroNÓMiro

25

A construção dos diques pelo poder seco do tipo ordinário, em alvenaria —

produzir navios de madeira e ferro até

púbMco é ponto pacífico: // convicnt cie Sfgíw/er tine pailiciihiritc!' lelatice ciitx engim de uuloub-. diffcrciUes raisons.

limpezas, e, mesmo, executar certas es truturas civis, com que inicialmente me

nntammciU Ici crainíc de Ia ccmcurrcn-

viços. A fixação da tonelagem tem im portância. Sabe-se que, no mundo, 50%

10.000

tonelada.s,

efetuar consertos

e

lhor manter a intensidade de seus ser

f|uadas. A oportunidade do estaleiro e suas possibilidades são incontestáveis, bem como a segurança de sua autono mia, de vez que, com a Volta Redonda,

val (10.000 m2) e escritórios (2.000 m2}; um grande barracão (siied) de 15.000

ce éfrangèrc, s'op}yoscnt à ce que les taxe.-i d'u.sage dépas.scut un ccriahi taux, (ilor^i cjuc Ia comtruction exige uu inves-

^ nossa indústria já se encontra em con-

iLssetuciit tcl qu'on nc irouccrait eucun induiilnel cpii conscnt à en demander

mais de 8.000 são relativamente muito

, díç-óes de supri-lo. O êxito de um em-

m2 para oficinas; 4 carreiras, das quais 2 cobertas (20.000 m2); carreini pe

preend mentü desta natureza não depen

quena; bacia ou darsena c rc.spcctivo

Ia concession aux conditiofus imposces par

2.000 toneladas, embora, nu verdade, a

de entretanto apenas desses fatores, mas

ca's; ante-carrcira inc"inada de .5-7%, dc

le:j cluitnbrc.s de commerce. si VEiat.

também de uma organização técnica

200x200 metros; ante-carreira menor de

eficiente, compreendendo de um lado planos gerais, instalações, técnicos ex perimentados e operários; de outro lado, uma garantia de merc-ado para a producão, que nos primeiros anos poderia ser

50x70 metros; estação de transformado

■P' oferecida pelo Estado, seja pela a<|u'siçâo anual de uma tonclagem mínima,

seja mediante uma garantia de juros ra

tos (4.000 rcfi), salão de desenho na

p!us grande pariie dcs frais de premiei-

cer da Federação das Indústrias acen

Saiif à Marsei Ic, ou il

tuava que navios de 10-15.000 tonela das não têm acesso na maioria dos nos

to avalia-se em 74 milhões de cruzeiros.

a étc pnssihlc de houver un conccssionairc qui à asaumó les chargcs, les for

As despesas rcslanle.s, de maquiniirio,

ma

ria dos navios nacionais existentes não

res; construções secundárias, fecho.s, pre

paro do terreno; maquínário. O conjun transporte o seguro, aju.sle do pessoal e viagens, escritório em São Paulo,

veí

da maior conveniência o apo o decisivo

e imprevistos, importariam cm cêrca de 43 inilliões de cruzeiros. Total 110

do Govêmo e a adaptação do plano aos

milhões, exclusive terreno, acessos ou

interêsses nacionais e do Estado. Reconjenda o relatório as seguintes medidas: a) contrato inicial para a fonnação de

desvios, e o dique seco. (1)

seria conced do ou arrendado pelo Go vêmo, apos a remoção da base aérea,

uma frota e, oportunamente, de compa nhias de navegação tanto marítüna, co

adaptação.

certo, garantia de juros; c) adaptar para a instalação o local indicado no progra ma Prestes Maia, sem esquecer o plano

geral de obras e comunicações".

O terreno

construHes par

VEM, uinú que Ia phipart de dorks floltanls, oblenus en fail on litrc de

prcsfalions en nature. Çnciques pelites docks flottants et slips de hcdage nnt

sos portos e que a tonelagem da maio ultrapassa 5.000.

A empresa deve ter bafejo, mas não interferência oficial. O capital será mis to, nacional o estrangeiro, com parti

été construits par eles chambres de com

cipação do govêmo, indústrias e ativi

voie de concession.

gumas pequenas empresas existentes, que

merce, qui en assurcnt rexphilation par É o que expõem

Joly — Laroche — Watier — Rouvllle em Travaux Maritimes (Vol. III).

Êste estaleiro teria po,ssibilidades de

dades

mais interessadas,

inclusive al

a nova organização ou a ampliação do

porto obrigassem a se mudar ou extin guir.

O clique, como em muitos

serviços da marinha nacional.

No caso de não se confirmarem as

poss bilidades econômicas de um dique

o Govêmo animou um piano amb.ccso ■ (10 a 15.000 toneladas), porem de um

que flutuante, de custo inicial menor.

ideal presente não- deve u trapassar fi .OOO, embora sem fechar totalmente as

de radouh soni

países eiiropeu.s, seria feito e cedido pelo poder público, com preferência para os

seco do tipo ordinário, em alvenaria con.striicáo assaz cara, principalmente em

e,studo mais ponderado cone m-se c|ue o

étahlis.sement.

sem prejuízo de trabalhos imediatos de

o primitivo projeto dos técnicos es trangeiros era de um estale,ro modesto

para 2.000 toneladas ou pouco ma,s,

poucos. Só num têrço do total e.xcede

êste têrço caiba quase todo o tráfego do longa distância e alto mar. O pare

zoáveis para o capital. Tem grande im portância a transferência prevista de téc

mo interna; b) conceder, por prazo

menos de 100 toneladas, e que os de

nintervenait en prenant ã sa cluirge Ia

culos, estoque dos depósilo.s, fundo de caixa para saiár os iniciais improdutivos, despesas de organização de sociedade,

nicos e operários especializados, sendo

de todos os navios motorizados são de

mau terreno — há a solução do di t) O projeto federal na

Ilha

da

Con

ceição (Rio) previa, em 1940. para 3 car reiras e obras complementares de cais

oficina, etc.. 40 milhões de cruzeiros.

Cêrca de 422 milhões de dólares em suprimentos, principalmente alimentos c

combustíveis, foram fã enviados às regiões devastadas pela guerra, de acôrdo com

três programas de auxílio ao estrangeiro aprovados pelo Congresso no ano passado.

Essas remessas foram feitas segundo o Programa de Socorro Post-UNRRA, em

vigor desde o verão passado, o Programa de Auxílio de Emergência á França,

Itália e Áustria, em vigor desde dezembro e a fase não militar do programa de auxílio à Grécia e à Turquia.

O Programe Posf-UNRRA, que estabeleceu uma soma de trezentos milhões de dólares para n envio de suprimentos à Áustria, Grécia, Itália, China e Trie,pre, já está 85 por cento completado. Embarques feitos depois de 27 de fevereiro elevaram

o totál já difpendido para 256 milhões de dôUires.


•V •

t^íGESTo Econômico gcns, por enxertia ou pelos métodos co"^un.s de seleção, vão a passo.s largos e

\ LlTil SECRETÜ PELO ALGODÍO ^PESAn da situação internacional algote nos últimos anos, com a diminuição safras mundiais e o progressivo au mento do consumo, não se alterou o quada competição dessa matéria-prima.

Se é verdade que no momento se fala mais em provável escassez do que em pletora de algodão, a ponto de muito.s

O sr. Garibaldi Dantas, no presente artigo, descreve o que tem sido a luta

não esmaeceu, mas continua crepítando, I' em preparações científicas e técnicas de

larga envergadura. Na Rússia, nos Esta

dos Unidos, no Egito, nas colônias bri tânicas da África, em São Paulo, os la boratórios experimentais, as estações de seleção de variedades não descançam. Os egípcios, famosos pelas fibras longas, num incessante esfôrço pela suprema

cia dessa classe de algodões, anunciam novas linhagens superiores às que an

a dos melhores campos norte-america

nos e anunciam igualmente o lançamen

cessas de dias mais fecundos no mundo

De algodão vive a grande maioria da

^Igodociro nacional.

população ru,Tal do Sul dos Estados

mundo algodoeiro. Conc-7i/i o nriiculista

alvos de algodão, para a conquista do

comprimento de fibras é passo gigantes

pão.

co na competição. E se o rendimento, por unidade de terra plantada, função de

trialização ali registada recentemente, es

cartas na mesa.

.^

Em países de menor importância algodoeíra, como Argentina, México, Pe ru, a Junta Nacional dei Algodon, a Ga mara A'godonera de Lima e a Secreta

ria da Agricultura mexicana apre.sentairj planos ambiciosos. Na Argentina, o al godão é a lavoura colonizadora do Chaco, região que de outra forma .seria deser ta e que por isso mesmo constituí um

ponto fraco nas fronteiras sulinas.

Na

terra dos Incas, apanharam o professor doeira do mundo, no ramo das fibras

num p ano de produção capaz de decuplicar as safras em cinco anos.

I vS

vários fatôres criados cm laboratórios

doeiro.

produção e comércio dessa fibra. A deca

E a luta se desdobra praticamente em dois setores: a luta entre competidores da fibra natural e o prélio contra os

dência do algodão seria a mina de imensa região, a que essa fibra dera, em outras épocas, primado indiscutível no mundo.

inúmeros sucedâneos artificiais.

Cada

Dezoito milhões de fardos de algodão dali

nova fábrica de "rayon" surgida é como

já sairam. Quase setenta por cento do comércio

milhares de hectares o campo da pro

-prima pertenciam aos Estados Unidos. Veio, porém, a elevação do padrão de

dução de fibras têxteis. Se a relativa escassez de fibras natu

rais nos dois a tres ultimes anos se faz

nantes aumentos não tirou do problema

deixou de ser burro de carga. Passou a

o aspecto anterior de luta pela conquis

querer mais.

ta dos mercados consumidores. Ê para essa etapa que caminhamos.

O custo da produção do algodão subia

Vencerá queiri estiver bem preparado

todos. É a porfia do mais capaz, pelo esfôrço científico ou pelas condições Também o Brasil — para regozijo dos No Nordeste, os trabalhos de seleção, pela propagação de esplêndidas linha-

vida da população sulina; surg ram pra gas terríveis, como o "boll-weevdl", caiu

a produtividade das terras, pelo trabalho

bire. Nos Estados Unidos, trabalha-se

que acreditam na sobrevivência e ex pansão dessa lavoura - não fica atrás.

matéria-

ininteiTupto de várias gerações. O negro

Por isso, precisamos saber o que vai

O objetivo de ambas é apenas um: re duzir o custo de produção, ofertando aos mercados mundiais produto mais bara to e de melhor qualidade.

dessa

petição, a possibi idade de impressio

que se utilizam armas leais, comuns a

econômicas naturais mais favoráveis.

internacional

sentir, transmudando o cenário da com

natural, mais ou menos conhecido em

mecanização das atividades algodoeiras.

Milhões de pessoas vivem da

se tivessem aumentado de dezenas de

comentada pelos fiandeiros de Lancas-

leção das qualidades já existentes e a

pecialmente durante a guerra, o Sul continua a .ser predominantemente algo-

de genética, aumenta, outro grande pas

e adestrado para os dias duros de

Tudo isso, no campo da competição

Apesar da impressionante indus

so para frente so conseguiu.

to de variedades de fibras de cores já fixas, cuja importância foi intensamente com afinco, em duas frentes: a da se

Unidos, a famosa "cotton-belt", onde negros e brancos mourejam nos campos

que a luta está sendo feita hoje com as

Haarland, a mais-célebre cabeça algolo. Na Rússia, os cientistas falam em longas, e já se prevê coisas maravilho.sas, algodões cuja produção por unidade de com a seleção dos tipos de fibra espe superfície é quatro vêzes maior do que cial ah^ cultivadas. Fala-se no México tes constituíam a glória do vale do Ni

nia do a'godão nos Estados Unidos tem um duplo aspecto: social e econômico.

Os cientistas medem o terreno, palmo »

A luta pela sobrevivência e hegemo

Agronômico da cidade do mesnome, não lhe fica atrás. Há pro

^ pa'mo, como os estrategistas das gran izes batalhas, tlm milímetro a mais de

travada nos bastidores interriacionais do

países já terem racionado a própria ex portação, a luta surda pelos mercados

A luta pela sohrcvioência e hcgenumia do algodão dos Estados Unidos

São Paucc), a nova variedaclc "Cam

pinas", rebento notável da técnica do

Gaiubaldi Dantas

doeíra ter-se modificado radicalmen

2T

amanhã.

Emigrou para o Norte.

a olhos vistos. O govêmo veio em au xílio dos lavradores e assegurou-lhes uma

legislaç<ão que lhes outorgava preços mí nimos animadores.

Cortaram-se milhões

de geiras de terras cultivadas, para se

pelos bastidores internacionais do mun

conseguir a elevação dos preços. À po

do algcdoeiro.

lítica da abundância sucedeu a da es-


•V •

t^íGESTo Econômico gcns, por enxertia ou pelos métodos co"^un.s de seleção, vão a passo.s largos e

\ LlTil SECRETÜ PELO ALGODÍO ^PESAn da situação internacional algote nos últimos anos, com a diminuição safras mundiais e o progressivo au mento do consumo, não se alterou o quada competição dessa matéria-prima.

Se é verdade que no momento se fala mais em provável escassez do que em pletora de algodão, a ponto de muito.s

O sr. Garibaldi Dantas, no presente artigo, descreve o que tem sido a luta

não esmaeceu, mas continua crepítando, I' em preparações científicas e técnicas de

larga envergadura. Na Rússia, nos Esta

dos Unidos, no Egito, nas colônias bri tânicas da África, em São Paulo, os la boratórios experimentais, as estações de seleção de variedades não descançam. Os egípcios, famosos pelas fibras longas, num incessante esfôrço pela suprema

cia dessa classe de algodões, anunciam novas linhagens superiores às que an

a dos melhores campos norte-america

nos e anunciam igualmente o lançamen

cessas de dias mais fecundos no mundo

De algodão vive a grande maioria da

^Igodociro nacional.

população ru,Tal do Sul dos Estados

mundo algodoeiro. Conc-7i/i o nriiculista

alvos de algodão, para a conquista do

comprimento de fibras é passo gigantes

pão.

co na competição. E se o rendimento, por unidade de terra plantada, função de

trialização ali registada recentemente, es

cartas na mesa.

.^

Em países de menor importância algodoeíra, como Argentina, México, Pe ru, a Junta Nacional dei Algodon, a Ga mara A'godonera de Lima e a Secreta

ria da Agricultura mexicana apre.sentairj planos ambiciosos. Na Argentina, o al godão é a lavoura colonizadora do Chaco, região que de outra forma .seria deser ta e que por isso mesmo constituí um

ponto fraco nas fronteiras sulinas.

Na

terra dos Incas, apanharam o professor doeira do mundo, no ramo das fibras

num p ano de produção capaz de decuplicar as safras em cinco anos.

I vS

vários fatôres criados cm laboratórios

doeiro.

produção e comércio dessa fibra. A deca

E a luta se desdobra praticamente em dois setores: a luta entre competidores da fibra natural e o prélio contra os

dência do algodão seria a mina de imensa região, a que essa fibra dera, em outras épocas, primado indiscutível no mundo.

inúmeros sucedâneos artificiais.

Cada

Dezoito milhões de fardos de algodão dali

nova fábrica de "rayon" surgida é como

já sairam. Quase setenta por cento do comércio

milhares de hectares o campo da pro

-prima pertenciam aos Estados Unidos. Veio, porém, a elevação do padrão de

dução de fibras têxteis. Se a relativa escassez de fibras natu

rais nos dois a tres ultimes anos se faz

nantes aumentos não tirou do problema

deixou de ser burro de carga. Passou a

o aspecto anterior de luta pela conquis

querer mais.

ta dos mercados consumidores. Ê para essa etapa que caminhamos.

O custo da produção do algodão subia

Vencerá queiri estiver bem preparado

todos. É a porfia do mais capaz, pelo esfôrço científico ou pelas condições Também o Brasil — para regozijo dos No Nordeste, os trabalhos de seleção, pela propagação de esplêndidas linha-

vida da população sulina; surg ram pra gas terríveis, como o "boll-weevdl", caiu

a produtividade das terras, pelo trabalho

bire. Nos Estados Unidos, trabalha-se

que acreditam na sobrevivência e ex pansão dessa lavoura - não fica atrás.

matéria-

ininteiTupto de várias gerações. O negro

Por isso, precisamos saber o que vai

O objetivo de ambas é apenas um: re duzir o custo de produção, ofertando aos mercados mundiais produto mais bara to e de melhor qualidade.

dessa

petição, a possibi idade de impressio

que se utilizam armas leais, comuns a

econômicas naturais mais favoráveis.

internacional

sentir, transmudando o cenário da com

natural, mais ou menos conhecido em

mecanização das atividades algodoeiras.

Milhões de pessoas vivem da

se tivessem aumentado de dezenas de

comentada pelos fiandeiros de Lancas-

leção das qualidades já existentes e a

pecialmente durante a guerra, o Sul continua a .ser predominantemente algo-

de genética, aumenta, outro grande pas

e adestrado para os dias duros de

Tudo isso, no campo da competição

Apesar da impressionante indus

so para frente so conseguiu.

to de variedades de fibras de cores já fixas, cuja importância foi intensamente com afinco, em duas frentes: a da se

Unidos, a famosa "cotton-belt", onde negros e brancos mourejam nos campos

que a luta está sendo feita hoje com as

Haarland, a mais-célebre cabeça algolo. Na Rússia, os cientistas falam em longas, e já se prevê coisas maravilho.sas, algodões cuja produção por unidade de com a seleção dos tipos de fibra espe superfície é quatro vêzes maior do que cial ah^ cultivadas. Fala-se no México tes constituíam a glória do vale do Ni

nia do a'godão nos Estados Unidos tem um duplo aspecto: social e econômico.

Os cientistas medem o terreno, palmo »

A luta pela sobrevivência e hegemo

Agronômico da cidade do mesnome, não lhe fica atrás. Há pro

^ pa'mo, como os estrategistas das gran izes batalhas, tlm milímetro a mais de

travada nos bastidores interriacionais do

países já terem racionado a própria ex portação, a luta surda pelos mercados

A luta pela sohrcvioência e hcgenumia do algodão dos Estados Unidos

São Paucc), a nova variedaclc "Cam

pinas", rebento notável da técnica do

Gaiubaldi Dantas

doeíra ter-se modificado radicalmen

2T

amanhã.

Emigrou para o Norte.

a olhos vistos. O govêmo veio em au xílio dos lavradores e assegurou-lhes uma

legislaç<ão que lhes outorgava preços mí nimos animadores.

Cortaram-se milhões

de geiras de terras cultivadas, para se

pelos bastidores internacionais do mun

conseguir a elevação dos preços. À po

do algcdoeiro.

lítica da abundância sucedeu a da es-


28

Dicestíí

Econômico

Digesto Econômico

29

cassez, para através dela se alcançarem

dariam, por serem mais fortes, financei

27 de julho de 1939, iniciou-se, sob a

cotações gordas. E o algodão começou a surgir por toda a parte.

ramente falando. O tesouro de Tio Sam

denominação eufemística de "export pay-

adquirir algodão. O que se perdia na Europa e Ásia, compensava-se, porém,

estava às suas ordens. E contra êle nin

ment", o toque de avançar, com subsí

na expansão das indústrias internas. Tra-

guém lutou até hoje com vantagem. Mas, a persuasão não foi suficientemen

dio aos mercados consumidores de algo

halha\a-se dia e noite, febrilmente nas

dão.

esse motivo, São Paulo começou a plan

te forte e São Paulo e o Brasil conti

estavam ainda incluídos ainda na lista

A era doirada das fábricas se anuncia

tar a malvácea.

nuaram a progredir. E nem era possí

dos beneficiários, porque se temia a

vel aceitar uma cooperação, em que se pretendia relegar a produção e exporta ção do Brasil a quotas do tempo em que

reexportação do próprio algodão norte-

va. Mas, ainda assim sobrava algodão. Por paradoxal que parecesse, as safras

americano, de vez que se não encontrara

de São Paulo atingiram seu auge, quan

fònnula legal de impedi-la, o (pie só se

do menores eram as possibilidades de

nada representava no intercâmbio inter

fez maís tarde, através da imposição de

mercados externos, o que levou o go

nacional. Uma cooperação dessa ordem

cjuotas.

verno a transformar-se, pelo financia mento, no quase único comprador ou

Mais pela crise dó café do que por E fê-lo com técnica,

aproveitando o que havia de mais mo derno na ciência algodoeira da época. E o êxito foi tamanho que São Paulo se transformou em espécie de espantalho do mundo algodoeiro. Nos grandes con gressos internacionais, ninguém falava,

seria a morte inevitável, não essa morte

Nem o Canadá, nem o México

Êsse primeiro toque de avançar du

mundo dos pequenos produtores que,

gloriosa da competição dos fortes, mas a morte fria dos fracos e intimidados,

rou até 30 de novembro de 1940. Co briu 5.788.000 fardos e custou aos

reunidos, somavam muito maís do que

a morte voluntária, consentida, aceita.

São Paulo. Era aqui onde se centrali

Uma espécie de eutanásla algodoeira. E isso, felizmente, nem o govômo, nem os meios algodoeiros do Brasil poderiam

cofres públicos norte-americanos '

nem temia o México, a Argentina, o

zava a ameaça. Dezenas de técnico.? norte-americanos passaram por São Paido, de 1930 a 1940, à cata da.s causas e dos fatores desse crescimento.

Chamaram-nos a "região de maior di

namismo algodoeiro do mundo". E isso era exato. Ninguém conseguira, na his-

aceitar.

Por isso, a luta tomou outro aspecto. E o pomo da discórdia, ou o sinal do ataque geral foi o Canadá. Mercado às portas dos campos algodoeiros norte-ame

íói^ia recente do algodão, realizar o ricanos, geogràficamente ligado aos Es tados Unidos, parecia inconcebível que para 1.000.000 e 2.000.000 de fardos, até lá chegassem as botas de sete léguas como ocorreu em São Paulo, entre 1930 dos algodoeiros bandeirantes. Mas, por prodígio de passar de safras de 10.000

e 1944.

Êsse desenvolvimento não espantou

felicidade ou azar, chegaram. E pre tenderam assentar tendas e ali criar mer

apenas. Inquietou profundamente. O cados. Anos houve em que o algodão que se passou nos bastidores internacio paulista desbancou o norte-americano. nais é uma história surda para freiar movimento insopitável. Tentou-se pri meiramente coibir a expansão por per

Ficamos em primeiro lugar como forne cedores do Canadá. É verdade que o

fazíamos a preços mais baratos, mas a

suasão. Estívemos em Washington, em êsse nível de cotações vivia-se e prospe

nos campos de Piratininga. En 1939, numa Conferê-ncia Intemaconal de rava-se que lá, nos norte-americanos, Algodão. Era secretáno da Agncultura aquanto competição natural, de armas o srsr. riem^ Henry Wallace. rpcumía OOpensamento seu dis- iguais, seria anormal, ruína, o desastre irreme curso naugural resuiu' r exato do Ministério sob «n comando: diável. Não havendo meios de impedir a en "Cooperação ou Caos". Ou cooperava- trada algodão pauMsta, e nem sendo mos, ou tudo iria ágofs abarxo. E nessa possíveldeencontrar-se a fórmula de acôrenxurrada, oértamente, o algnd^ nu os interêsses norte-amencanos sobrena- do amistoso, a guerra começou. Em

37.869.000 dólares.

fiaç-ões e tecelagens norte-americanas.

rocebedor.

Entretanto, mesmo assim sobrava um

mercado novo, atraente, que se expan dia a olhos vistos. Era o Canadá. Pa

Era uma pequena fortuna, mas jul

ra ali se canalizou a torrente algodoeira

ricano subsidiado exultaram. Era o ma

de São Paulo. Foi a gota dágua, na taça das contemporizações norte-amcricunas. E a resposta veio, inflexível, dura, tremenda: o subsídio à exporta ção. Medida tanto mais perigosa, quan

garam-na bem aplicada. Os que recebiam algodão norte-ame ná que vinha dos ceus. Mas a indústria

norte-americana protestou. Porque não

concebia pudessem seus competidores

estrangeiros trabalhar com sua própria matéria-prima a preços mais baratos. Pa ra aquietá-la concedeu-se também subsí dio aos artigos manufaturados. Custou aos cofres de Tio Sam 10.770.000 dó lares e terminou em 19 de dezembro de 1941.

to era de caráter flexível: se baixásse

mos os preços, para poder viver ou res pirar, aumentar-se-ia o subsídio. De início, em 29 de setembro de 1941,

concederam-se apenas 2,50 centavos por

libra de algodão pluma embarcado para aquêle país. Depois subiu-se a concessão para 3 centavos. Reduziram-na posterior

A guerra e o subsidio do algodão A extensão impressionante e trágica,

mente a 2,50 e finalmente a 2 centavos,

quando expirou a providência, a 13 de março dc 1942. Custou aos cofres fe

da Segunda Guerra Mundial cortou prà-

derais norte-americanos 3.045.000 dó

ticamente dos países exportadores de al

lares.

godão quase todos os seus grandes mer cados consumidores.

Enquanto os ja

poneses não cometeram a negra ofensi va de Pearl Harbor, ainda se abriam à

nossa e à exportação dos demais países os mercados da Ásia. Depois, tudo ficou fechado. Só a Inglaterra e alguns poucos mercados europeus conseguiam

E foi descontinuado', porque se cons

tatou a impossibilidade de competição do algodão de São Paulo naquele mer cado, por absoluta falta de transporte marítimo daqui até lá. Tomava-se assim patente, iníludível, que o subsídio era uma guerra direta ao


28

Dicestíí

Econômico

Digesto Econômico

29

cassez, para através dela se alcançarem

dariam, por serem mais fortes, financei

27 de julho de 1939, iniciou-se, sob a

cotações gordas. E o algodão começou a surgir por toda a parte.

ramente falando. O tesouro de Tio Sam

denominação eufemística de "export pay-

adquirir algodão. O que se perdia na Europa e Ásia, compensava-se, porém,

estava às suas ordens. E contra êle nin

ment", o toque de avançar, com subsí

na expansão das indústrias internas. Tra-

guém lutou até hoje com vantagem. Mas, a persuasão não foi suficientemen

dio aos mercados consumidores de algo

halha\a-se dia e noite, febrilmente nas

dão.

esse motivo, São Paulo começou a plan

te forte e São Paulo e o Brasil conti

estavam ainda incluídos ainda na lista

A era doirada das fábricas se anuncia

tar a malvácea.

nuaram a progredir. E nem era possí

dos beneficiários, porque se temia a

vel aceitar uma cooperação, em que se pretendia relegar a produção e exporta ção do Brasil a quotas do tempo em que

reexportação do próprio algodão norte-

va. Mas, ainda assim sobrava algodão. Por paradoxal que parecesse, as safras

americano, de vez que se não encontrara

de São Paulo atingiram seu auge, quan

fònnula legal de impedi-la, o (pie só se

do menores eram as possibilidades de

nada representava no intercâmbio inter

fez maís tarde, através da imposição de

mercados externos, o que levou o go

nacional. Uma cooperação dessa ordem

cjuotas.

verno a transformar-se, pelo financia mento, no quase único comprador ou

Mais pela crise dó café do que por E fê-lo com técnica,

aproveitando o que havia de mais mo derno na ciência algodoeira da época. E o êxito foi tamanho que São Paulo se transformou em espécie de espantalho do mundo algodoeiro. Nos grandes con gressos internacionais, ninguém falava,

seria a morte inevitável, não essa morte

Nem o Canadá, nem o México

Êsse primeiro toque de avançar du

mundo dos pequenos produtores que,

gloriosa da competição dos fortes, mas a morte fria dos fracos e intimidados,

rou até 30 de novembro de 1940. Co briu 5.788.000 fardos e custou aos

reunidos, somavam muito maís do que

a morte voluntária, consentida, aceita.

São Paulo. Era aqui onde se centrali

Uma espécie de eutanásla algodoeira. E isso, felizmente, nem o govômo, nem os meios algodoeiros do Brasil poderiam

cofres públicos norte-americanos '

nem temia o México, a Argentina, o

zava a ameaça. Dezenas de técnico.? norte-americanos passaram por São Paido, de 1930 a 1940, à cata da.s causas e dos fatores desse crescimento.

Chamaram-nos a "região de maior di

namismo algodoeiro do mundo". E isso era exato. Ninguém conseguira, na his-

aceitar.

Por isso, a luta tomou outro aspecto. E o pomo da discórdia, ou o sinal do ataque geral foi o Canadá. Mercado às portas dos campos algodoeiros norte-ame

íói^ia recente do algodão, realizar o ricanos, geogràficamente ligado aos Es tados Unidos, parecia inconcebível que para 1.000.000 e 2.000.000 de fardos, até lá chegassem as botas de sete léguas como ocorreu em São Paulo, entre 1930 dos algodoeiros bandeirantes. Mas, por prodígio de passar de safras de 10.000

e 1944.

Êsse desenvolvimento não espantou

felicidade ou azar, chegaram. E pre tenderam assentar tendas e ali criar mer

apenas. Inquietou profundamente. O cados. Anos houve em que o algodão que se passou nos bastidores internacio paulista desbancou o norte-americano. nais é uma história surda para freiar movimento insopitável. Tentou-se pri meiramente coibir a expansão por per

Ficamos em primeiro lugar como forne cedores do Canadá. É verdade que o

fazíamos a preços mais baratos, mas a

suasão. Estívemos em Washington, em êsse nível de cotações vivia-se e prospe

nos campos de Piratininga. En 1939, numa Conferê-ncia Intemaconal de rava-se que lá, nos norte-americanos, Algodão. Era secretáno da Agncultura aquanto competição natural, de armas o srsr. riem^ Henry Wallace. rpcumía OOpensamento seu dis- iguais, seria anormal, ruína, o desastre irreme curso naugural resuiu' r exato do Ministério sob «n comando: diável. Não havendo meios de impedir a en "Cooperação ou Caos". Ou cooperava- trada algodão pauMsta, e nem sendo mos, ou tudo iria ágofs abarxo. E nessa possíveldeencontrar-se a fórmula de acôrenxurrada, oértamente, o algnd^ nu os interêsses norte-amencanos sobrena- do amistoso, a guerra começou. Em

37.869.000 dólares.

fiaç-ões e tecelagens norte-americanas.

rocebedor.

Entretanto, mesmo assim sobrava um

mercado novo, atraente, que se expan dia a olhos vistos. Era o Canadá. Pa

Era uma pequena fortuna, mas jul

ra ali se canalizou a torrente algodoeira

ricano subsidiado exultaram. Era o ma

de São Paulo. Foi a gota dágua, na taça das contemporizações norte-amcricunas. E a resposta veio, inflexível, dura, tremenda: o subsídio à exporta ção. Medida tanto mais perigosa, quan

garam-na bem aplicada. Os que recebiam algodão norte-ame ná que vinha dos ceus. Mas a indústria

norte-americana protestou. Porque não

concebia pudessem seus competidores

estrangeiros trabalhar com sua própria matéria-prima a preços mais baratos. Pa ra aquietá-la concedeu-se também subsí dio aos artigos manufaturados. Custou aos cofres de Tio Sam 10.770.000 dó lares e terminou em 19 de dezembro de 1941.

to era de caráter flexível: se baixásse

mos os preços, para poder viver ou res pirar, aumentar-se-ia o subsídio. De início, em 29 de setembro de 1941,

concederam-se apenas 2,50 centavos por

libra de algodão pluma embarcado para aquêle país. Depois subiu-se a concessão para 3 centavos. Reduziram-na posterior

A guerra e o subsidio do algodão A extensão impressionante e trágica,

mente a 2,50 e finalmente a 2 centavos,

quando expirou a providência, a 13 de março dc 1942. Custou aos cofres fe

da Segunda Guerra Mundial cortou prà-

derais norte-americanos 3.045.000 dó

ticamente dos países exportadores de al

lares.

godão quase todos os seus grandes mer cados consumidores.

Enquanto os ja

poneses não cometeram a negra ofensi va de Pearl Harbor, ainda se abriam à

nossa e à exportação dos demais países os mercados da Ásia. Depois, tudo ficou fechado. Só a Inglaterra e alguns poucos mercados europeus conseguiam

E foi descontinuado', porque se cons

tatou a impossibilidade de competição do algodão de São Paulo naquele mer cado, por absoluta falta de transporte marítimo daqui até lá. Tomava-se assim patente, iníludível, que o subsídio era uma guerra direta ao


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Din ESTO

30

sígoclão brasileiro, especialmente ao de São Paulo.

A capacidade de penetração de algo

DiOESTO Econômico

Econó n tico

do muito mais fortes a.s de.spe.sas de

balida e«u discursos e deciarações pú-

o mundu gastasse, em algodão, sêda,

F.O.B. Santos-Montreal do cjiic as de F.O.B. Nova York ao mcsinn porto, o nosso algodão chegava ao mercado ca

b'icas:

lã, linho, a metade do que consome um

"É evidente, estou seguro, que u

deixou traços profundos. E mesmo sem

nadense muito mais caro do que o

política hoje seguida com relação às c.xportaçõc.s dc algodão deve às de

possibilidades imediatas de competição,

norte-americano.

mais nações parecer inconsistente com

dão de São Paulo fôra tão forte que

julgou-se necessário criar-se o subsídio

permanente, por ato expresso do Con

Com essa ou sem essa dcnoininação. com protestos ou sem protestos, a me

não de 8.200.000.

"déficit" de 6.900.000 toneladas.

do outros paí.ses subsidiavam suas

Quando há fome de vestiário e tecidos no mundo, parece ilóg co e sem sentido a guerra secreta pelos mercados, numa

dida persistiu. Custou aos cofres norteamericanos dezenas dc milhões de dó

exportações para os mercados mun

Sob a justificativa de que essa medida visava preservar os direitos do algodão

lares.

norte-amer cano nos mercados consumido

nas no mercado canadense.

diais, interpretamos tais providências ôí)mo prejudiciais aos nossos produ tores e e.xportaclores, c de fato, atra vés de medidas especiais, o Congres so dêstc país impediu a entrada no seu território de mercadorias ou pro dutos assim subsidiados. Não é de

Depois de permanecer por muito tem po nesse nível, desceu a 2,50, caiu ain

da mais, e finalmente, há dias, anun ciaram-lhe a manuten

Estados Unidos, em 15 de novembro de 1944,

5ob o nome de "Surplus Property Act", o subsí

E conseguiu afastar, cm parte,

simbólica,

surpreender, pois, que outros países

em fração de centavo.

produtores de algodão encarem como injusto e prejudicial para êles o atual

ção apenas CUTMí

T ti I

Mas permaneceu de

dio permanente ao al godão, entregando-Ihe a

pé, como

espada

de

execução à "Commodi-

os

ty Credit Corporation". O algodão de São

menos enquanto não se

amoldarem

Paulo foi tomado como

baseados em quotas de

ponto de referência pa ra o início dessas opera

exportação ajustadas às

conveniências dos países

ções.

mais velhos.

Calculando

os

preços do tipo 5 paulis

ta com o "middÜng" dos Estados Unidos, F.O.B. portos de cada um dos respec tivos países, verificou-se Iiaver entre

concorrentes, a

Mesmo assim, a luta continuou.

Gastaram-se fortunas nos Estados Uni

acordos

dos.' Tudo inutilmente. Porque não liavia lugar para o exagerado temor de super-produção causado por São Paulo.

Permaneceu de pé,

contrariando a velha e tradicional polí tica de liberdade de comércio, por que

os Estados Unidos sempre se bateram, e que foi a pedra de toque da adminis

libra de pluma.

tração do .sr. Cordell Hull.

Não era isso "dumpíng" — diziam os

mos

pelo

êles dtferença de quatro centavos por O subsídio foi fixado nessa base.

subsídio de exportação que adota

Dámocles atemorizando

te-americana sofreu ali grande revés. Mas, venceu há dias em Havana.

O subsídio ao algodão e outros pro

dutos agrícolas surgiu dali, vestido de nova roupagem, com aquela feição por que tanto ansiava o mundo algodoeiro norte-americano, que era a sua legali zação ou aceitação internacionais.

Daqui por diante, não sabemos como

ainda que essas sugestões se apoiem em

protesto, e não sem advertência de ho

godoeiras, a boa lógica aconselhava mais*^

tava-se apenas colocando o algodão dos Estados Unidos no nível das cotações

sr. Dean Acheson, que cm depoimen-'

esfôrço no sentido de aumentar o con sumo do que tanta guerra, onde se en-

internacionais.

to prestado em 4 de

tredevoravam nações amigas.

cado norte-americano, porquanto sen-

Tudo isso parece certo, mas o que

c ouvido e praticado é diverso. O subsídio ilegal, porque contrario às praticas nonnais de comércio livre, foi derrotado em Genebra, no ano passado, por absoluta maioria. A delegação nor

metade do povo vive semi-nu, e onde

apenas alguns centímetros de pano a mais na camisa do lundu ou do chinês significariam o fim das competições al-

mens sen.satos e ponderados como o sub

Mas era "dumpíng" no caso do mer

toca às raias do inconcebível.

será.

secretário do Departamento de Estado,

a mercados europeus.

fúria de destruição que algumas vezes

Sabemos apenas que se uma nação

grande ameaça. Sempre defendemos o não concordar com sugestões de acordos princípio de que em um mundo onde internacionais que se lhe apresentarem,

Permaneceu de pé, não sem nosso

dezembro

Haveria assim um

Várias safras frustradas, por causas alheias à vontade dos nossos produtores, como o tempo adverso, eliminaram a

técnicos norte-americanos —, porque es

E era verdade, em parte, no tocante

bras têxteis. E infelizmente, não dispo

ria, hoje. na melhor das hipóteses, se

mas econômicos estrangeiros. Quan

gresso dos Estados Unidos como prote

a concorrência do a'godão pauli.sta, ape

norte-americano médio, necessitaria de 15.100.000 toneladas mch-icas dessas fi

a no.ssa orientação geral dos proble

ção futura.

res, e que não era nem "dumpíng", e nem feria mais a uns do que a outros países estrangeiros, decretou o Congresso dos

31

de

A população do mundo cresce, acele

1944, perante a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, assim se expressava sôbre es«« medida, tantas vêzes por ele com-

Â

médias de produção ou exportação con trárias à sua evolução ou expansão re centes, subsídio lhe será imposto, com

tôdas as sanções internacionais. Porque

agora não há mais arma secreta, nem desleal, mas medida aberta, consentida e

aceita por maioria em conclave interna

radamente. Somos hoje mais de 2.251.000.000 de almas. Éramos ape

cional.

nas 2.116.000.000 antes da guerra. Se

ra a outra fase de luta aberta, franca,

A luta secreta pelo algodão passa ago


-

Din ESTO

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sígoclão brasileiro, especialmente ao de São Paulo.

A capacidade de penetração de algo

DiOESTO Econômico

Econó n tico

do muito mais fortes a.s de.spe.sas de

balida e«u discursos e deciarações pú-

o mundu gastasse, em algodão, sêda,

F.O.B. Santos-Montreal do cjiic as de F.O.B. Nova York ao mcsinn porto, o nosso algodão chegava ao mercado ca

b'icas:

lã, linho, a metade do que consome um

"É evidente, estou seguro, que u

deixou traços profundos. E mesmo sem

nadense muito mais caro do que o

política hoje seguida com relação às c.xportaçõc.s dc algodão deve às de

possibilidades imediatas de competição,

norte-americano.

mais nações parecer inconsistente com

dão de São Paulo fôra tão forte que

julgou-se necessário criar-se o subsídio

permanente, por ato expresso do Con

Com essa ou sem essa dcnoininação. com protestos ou sem protestos, a me

não de 8.200.000.

"déficit" de 6.900.000 toneladas.

do outros paí.ses subsidiavam suas

Quando há fome de vestiário e tecidos no mundo, parece ilóg co e sem sentido a guerra secreta pelos mercados, numa

dida persistiu. Custou aos cofres norteamericanos dezenas dc milhões de dó

exportações para os mercados mun

Sob a justificativa de que essa medida visava preservar os direitos do algodão

lares.

norte-amer cano nos mercados consumido

nas no mercado canadense.

diais, interpretamos tais providências ôí)mo prejudiciais aos nossos produ tores e e.xportaclores, c de fato, atra vés de medidas especiais, o Congres so dêstc país impediu a entrada no seu território de mercadorias ou pro dutos assim subsidiados. Não é de

Depois de permanecer por muito tem po nesse nível, desceu a 2,50, caiu ain

da mais, e finalmente, há dias, anun ciaram-lhe a manuten

Estados Unidos, em 15 de novembro de 1944,

5ob o nome de "Surplus Property Act", o subsí

E conseguiu afastar, cm parte,

simbólica,

surpreender, pois, que outros países

em fração de centavo.

produtores de algodão encarem como injusto e prejudicial para êles o atual

ção apenas CUTMí

T ti I

Mas permaneceu de

dio permanente ao al godão, entregando-Ihe a

pé, como

espada

de

execução à "Commodi-

os

ty Credit Corporation". O algodão de São

menos enquanto não se

amoldarem

Paulo foi tomado como

baseados em quotas de

ponto de referência pa ra o início dessas opera

exportação ajustadas às

conveniências dos países

ções.

mais velhos.

Calculando

os

preços do tipo 5 paulis

ta com o "middÜng" dos Estados Unidos, F.O.B. portos de cada um dos respec tivos países, verificou-se Iiaver entre

concorrentes, a

Mesmo assim, a luta continuou.

Gastaram-se fortunas nos Estados Uni

acordos

dos.' Tudo inutilmente. Porque não liavia lugar para o exagerado temor de super-produção causado por São Paulo.

Permaneceu de pé,

contrariando a velha e tradicional polí tica de liberdade de comércio, por que

os Estados Unidos sempre se bateram, e que foi a pedra de toque da adminis

libra de pluma.

tração do .sr. Cordell Hull.

Não era isso "dumpíng" — diziam os

mos

pelo

êles dtferença de quatro centavos por O subsídio foi fixado nessa base.

subsídio de exportação que adota

Dámocles atemorizando

te-americana sofreu ali grande revés. Mas, venceu há dias em Havana.

O subsídio ao algodão e outros pro

dutos agrícolas surgiu dali, vestido de nova roupagem, com aquela feição por que tanto ansiava o mundo algodoeiro norte-americano, que era a sua legali zação ou aceitação internacionais.

Daqui por diante, não sabemos como

ainda que essas sugestões se apoiem em

protesto, e não sem advertência de ho

godoeiras, a boa lógica aconselhava mais*^

tava-se apenas colocando o algodão dos Estados Unidos no nível das cotações

sr. Dean Acheson, que cm depoimen-'

esfôrço no sentido de aumentar o con sumo do que tanta guerra, onde se en-

internacionais.

to prestado em 4 de

tredevoravam nações amigas.

cado norte-americano, porquanto sen-

Tudo isso parece certo, mas o que

c ouvido e praticado é diverso. O subsídio ilegal, porque contrario às praticas nonnais de comércio livre, foi derrotado em Genebra, no ano passado, por absoluta maioria. A delegação nor

metade do povo vive semi-nu, e onde

apenas alguns centímetros de pano a mais na camisa do lundu ou do chinês significariam o fim das competições al-

mens sen.satos e ponderados como o sub

Mas era "dumpíng" no caso do mer

toca às raias do inconcebível.

será.

secretário do Departamento de Estado,

a mercados europeus.

fúria de destruição que algumas vezes

Sabemos apenas que se uma nação

grande ameaça. Sempre defendemos o não concordar com sugestões de acordos princípio de que em um mundo onde internacionais que se lhe apresentarem,

Permaneceu de pé, não sem nosso

dezembro

Haveria assim um

Várias safras frustradas, por causas alheias à vontade dos nossos produtores, como o tempo adverso, eliminaram a

técnicos norte-americanos —, porque es

E era verdade, em parte, no tocante

bras têxteis. E infelizmente, não dispo

ria, hoje. na melhor das hipóteses, se

mas econômicos estrangeiros. Quan

gresso dos Estados Unidos como prote

a concorrência do a'godão pauli.sta, ape

norte-americano médio, necessitaria de 15.100.000 toneladas mch-icas dessas fi

a no.ssa orientação geral dos proble

ção futura.

res, e que não era nem "dumpíng", e nem feria mais a uns do que a outros países estrangeiros, decretou o Congresso dos

31

de

A população do mundo cresce, acele

1944, perante a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, assim se expressava sôbre es«« medida, tantas vêzes por ele com-

Â

médias de produção ou exportação con trárias à sua evolução ou expansão re centes, subsídio lhe será imposto, com

tôdas as sanções internacionais. Porque

agora não há mais arma secreta, nem desleal, mas medida aberta, consentida e

aceita por maioria em conclave interna

radamente. Somos hoje mais de 2.251.000.000 de almas. Éramos ape

cional.

nas 2.116.000.000 antes da guerra. Se

ra a outra fase de luta aberta, franca,

A luta secreta pelo algodão passa ago


'»x vw a

DifiiíSTo

32

Econômico

legal, se quiserem, pela conquista de essa exigência fundamental da espécie mercados que bem poderiam comportar que é o vestiário. Convém repelir: equitativamente a produção de todos, se em lugar de entredevorarem-se mutua A lula agora não é mais secreta. É mente, procurassem levantar o padrão de aberta. É franca. Está legalizada. Foi vida do mundo, criando novos desejos, sancionada internacionalmente. Está un gida de todo.s os sacramentos do coisa per necessidades, ampliando, enfim, o cam po de consumo das grandes fibras natu mitida. É jôgo franco. Cartas na mesa. rais da humanidade, tão necessárias a

Talvez seja melhor assim.

\ o BAIVCO CEx^TR At, AS ILUSÕES METALISTAS E A PRODUÇÃO (Da Universidade do Brasil) (Ç* t

^OMENTANDO um trabalho que publi cámos recentemente (1), o prof. Rl-

O professor D/acir Menezes entende que

chard Lcwínsolm, cm artigo inserto na

a carteira da Superintendência da Moeda a do Crédito deveria ser o esboço inicial

"Revista Brasfeira de Economia", des-.-

tacou afirmações que, pela sua generali

do futuro Banco Central, desde que

dade, são enunciados a exigirem mais ar

fosse ampliada a sua órbita de ação, não

gumentação e demonstração. Aquele no

permitindo que se conceda ao Banco do

tável economista, autor de obras já in ternacionalmente consagradas, coloca-se '

r..'

' "V

em ponto de vista expositívo; não ex-pendeii sua opinião pessoal sobre o tema. Se o retomamos agora é porque a atuardade do problema prende a atenção 1'estudiosos, meramente preocupados ma questão teórica, como nós, e a dos interessados, praticamente

nos 100.000.000 de libras. No momento estão sendo realizadas negociaçõe.^ para

que o Tesotiro aumente a cota para a área do esterlino.

põe.

Daí evidentemente o perigo de muitas

soluções.

Quando um especialista faz

^ rgeiTi para o mesmo ponto: a criação

vitória de tais sugestões depende dos objetivos dos grupos ocasionalmente à frente dos negócios públicos. Se tais

-gs de simples estudioso - é sem quais-

objetivos coincidem com os interesses na

meiras palavras de seu Essays in Persuasion, que o livro é uma compilação de

fuso, o especialista em assuntos monetá

'^uer pretensões de sugerir medidas que ^ppi-essionem e influam nos aconteciIJientos. Lord Keynes diz, logo nas pri

alta de aproximadamente 30 por cento no preço do produto manufaturado. A Comissão Francesa de Importação fixou a importância máxima de 59.000.000 ^ "bro5 as importações da área osesterlina, jmmeirofranceses, trimestre de dêste A indústriapara francesa precisa, segundo círculos no industriais ao mês. me

não podem ter tempo para o estudo cien

tífico das questões que a vida lhes im

uma e.xposição e propõe medidas — a

Vamos alinhar aqui apenas as refle-

negócios, estão prevendo uma alta de preços nos tecidos produzidos na França, cm resultado da recente desvalorização do franco, porque a França terá de pagar 80 por cento mais pela importação de lã da área do esterlino, o que determinará nina

Brasil a faculdade de emitir.

^ penhados nas realizações. Todos con-

jo Banco Central no Brasil.

o "The City Observer" informa de Paris que os Estados Unidos estão consi derando outro empréstimo à França, à parte do Plano Marshall O empréstimo seria garantido pelas resenxis francesas em ouro e dólar nos Estados Unidos. Os produtores franceses de tecidos, informa o mesmo jornal especializado em

a

Dj.\cm Menezes

doze anos de grasnados de uma Cassan__ tü/io could never infhience the

course of events in time. Com toda essa aplicação profética, gritou em vão. E era John Maynard Keynes! E tivera como mestres Edgeworth e Marshall, em Cambridge! Mais do que isso: escre vera obras que poderosamente começa

vam a influir no pensamento acadêmi co preocupado com as teses da Eco nomia política. Os políticos é que, ex cessivamente voltados às suas práticas,

cionais, muito bem. Mas nem sempre tal acontece. E, no terreno econômico, que é demasiadamente intrincado e con rios ou bancários, ou em economia in

dustrial, ou em ciclos econômicos, tende

a formar para si próprio uma perspectiva unilateral, sujeitando a evolução da vida econômica a uma interpretação restri tiva.

Aqui chegamos ao ponto da citação aludida no comèço dêste artigo. Para os teóricos do Banco Central — escre vemos - a sua constituição é de suma

importância; porque êles o conceituam

como o regulador das condições e do ritmo econômico das nações modernas


'»x vw a

DifiiíSTo

32

Econômico

legal, se quiserem, pela conquista de essa exigência fundamental da espécie mercados que bem poderiam comportar que é o vestiário. Convém repelir: equitativamente a produção de todos, se em lugar de entredevorarem-se mutua A lula agora não é mais secreta. É mente, procurassem levantar o padrão de aberta. É franca. Está legalizada. Foi vida do mundo, criando novos desejos, sancionada internacionalmente. Está un gida de todo.s os sacramentos do coisa per necessidades, ampliando, enfim, o cam po de consumo das grandes fibras natu mitida. É jôgo franco. Cartas na mesa. rais da humanidade, tão necessárias a

Talvez seja melhor assim.

\ o BAIVCO CEx^TR At, AS ILUSÕES METALISTAS E A PRODUÇÃO (Da Universidade do Brasil) (Ç* t

^OMENTANDO um trabalho que publi cámos recentemente (1), o prof. Rl-

O professor D/acir Menezes entende que

chard Lcwínsolm, cm artigo inserto na

a carteira da Superintendência da Moeda a do Crédito deveria ser o esboço inicial

"Revista Brasfeira de Economia", des-.-

tacou afirmações que, pela sua generali

do futuro Banco Central, desde que

dade, são enunciados a exigirem mais ar

fosse ampliada a sua órbita de ação, não

gumentação e demonstração. Aquele no

permitindo que se conceda ao Banco do

tável economista, autor de obras já in ternacionalmente consagradas, coloca-se '

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em ponto de vista expositívo; não ex-pendeii sua opinião pessoal sobre o tema. Se o retomamos agora é porque a atuardade do problema prende a atenção 1'estudiosos, meramente preocupados ma questão teórica, como nós, e a dos interessados, praticamente

nos 100.000.000 de libras. No momento estão sendo realizadas negociaçõe.^ para

que o Tesotiro aumente a cota para a área do esterlino.

põe.

Daí evidentemente o perigo de muitas

soluções.

Quando um especialista faz

^ rgeiTi para o mesmo ponto: a criação

vitória de tais sugestões depende dos objetivos dos grupos ocasionalmente à frente dos negócios públicos. Se tais

-gs de simples estudioso - é sem quais-

objetivos coincidem com os interesses na

meiras palavras de seu Essays in Persuasion, que o livro é uma compilação de

fuso, o especialista em assuntos monetá

'^uer pretensões de sugerir medidas que ^ppi-essionem e influam nos aconteciIJientos. Lord Keynes diz, logo nas pri

alta de aproximadamente 30 por cento no preço do produto manufaturado. A Comissão Francesa de Importação fixou a importância máxima de 59.000.000 ^ "bro5 as importações da área osesterlina, jmmeirofranceses, trimestre de dêste A indústriapara francesa precisa, segundo círculos no industriais ao mês. me

não podem ter tempo para o estudo cien

tífico das questões que a vida lhes im

uma e.xposição e propõe medidas — a

Vamos alinhar aqui apenas as refle-

negócios, estão prevendo uma alta de preços nos tecidos produzidos na França, cm resultado da recente desvalorização do franco, porque a França terá de pagar 80 por cento mais pela importação de lã da área do esterlino, o que determinará nina

Brasil a faculdade de emitir.

^ penhados nas realizações. Todos con-

jo Banco Central no Brasil.

o "The City Observer" informa de Paris que os Estados Unidos estão consi derando outro empréstimo à França, à parte do Plano Marshall O empréstimo seria garantido pelas resenxis francesas em ouro e dólar nos Estados Unidos. Os produtores franceses de tecidos, informa o mesmo jornal especializado em

a

Dj.\cm Menezes

doze anos de grasnados de uma Cassan__ tü/io could never infhience the

course of events in time. Com toda essa aplicação profética, gritou em vão. E era John Maynard Keynes! E tivera como mestres Edgeworth e Marshall, em Cambridge! Mais do que isso: escre vera obras que poderosamente começa

vam a influir no pensamento acadêmi co preocupado com as teses da Eco nomia política. Os políticos é que, ex cessivamente voltados às suas práticas,

cionais, muito bem. Mas nem sempre tal acontece. E, no terreno econômico, que é demasiadamente intrincado e con rios ou bancários, ou em economia in

dustrial, ou em ciclos econômicos, tende

a formar para si próprio uma perspectiva unilateral, sujeitando a evolução da vida econômica a uma interpretação restri tiva.

Aqui chegamos ao ponto da citação aludida no comèço dêste artigo. Para os teóricos do Banco Central — escre vemos - a sua constituição é de suma

importância; porque êles o conceituam

como o regulador das condições e do ritmo econômico das nações modernas


Digesto

34

EcoxÓAnco Digesto

Assim, tôda a estrutura bancária tende

tões monetárias e bancárias. Desapare cem de nosso pensamento os problemas

Econókuco

35

Êsses fatos tão eV^mcntares desapare

estudo, sugerindo algumas medidas de

cem às vezes sob a argumentação eru

bom senso e oportunidade (2). A primeira seria a desnecessidade de

tros economistas de alto renome elabo

profundos, que snbjazem a tôdas aquelas relações: os problemas da produção, de rivados das forças produtivas; as condi ções dc trabalho, dc salário, de custo de produção, do lucro etc. No entanto,

raram teorias explicativas dessa ascen

é nas forças produtivas que estão os

va 'neficiente e atrasada, sem trans

trução de imóveis. Durante a guerra, o

problemas fundamentais, que determi

portes, com uma \ida rural retardada,

sv. Sousa Costa já lamentava que, pri

nam, como conseqüências, todos os de

entorpecida pelo latifúndio e por uma população ignorante, ainda mergulhada

tais se investissem em imóveis, determi

a assumir o papel preponderante na di

reção da atividade criadora da riqueza dentro de um país. Compara-se, fre qüentemente, esse órgão central ao re

gente de uma orquestra. Ilawtrey e ou dência; e, partindo da política monetária adotada por tais organismos, fabricaram interpretações gerais, que nretendcm dar conta de todos os abalos verificados no

sistema capitalista. As próprias crises periódicas, que comprometem o

mais.

Apenas, dada a inlerdopendên-

cía desses fatos sociais, os efeitos re fluem sôbrc as causas, operando como efeitos-causas, e. criando ôsse te

nações, resultariam de causas ex

cido complexo de reciprocidade. É justamente isso que permite a

clusivamente monetáristas. Neste

elaboração de teorias monetaristas

caso, o remédio seria fácil — e

— queremos dizer, que permite a idealização de explicações que

desenvolvimento

econômico das

ao alcance dos organismos de cré dito, centralizado numa larga e onipre sente rêde de relações.

reputam a superestrutura monetária o fator primordial na produção dos fenô menos.

As causas não são monetárias

O melhor capital: o homem

Tais teorias tendem a firmar a supre macia dos bancos dentro da vida eco

nômica.

Ê o seu reconhecimento no

Em uma conferência pronunciada pelo

governador Macedo Soares em fins do ano

domínio especulativo e ideológico — c

passado, no Teatro Municipal, em Nite

corresponde a uma etapa da evolução econômica. Não se pode negar o ex traordinário" valor que adquiriram os

rói, tivemos, na fase democrática de de bates que se seguiu, a oportunidade de enunciar êsse pensamento. Também pa- -

fenômenos no quadro da vida moderna.

ra o organizador de Volta Redonda, os

Suas repercussões sobre tôda a ativida de produtiva é indiscutível. . Mas daí

não se deve concluir que estão no -plano monetário e bancário as causas cias per

turbações e crises de que padece o nosso sistema econômico.

Deslocando-se dessa maneira as causas que produzem os inales, fica-se a procurar naquela esfera os remédios. Fa-

a se muito na quantidade da moeda, na

sua estabilidade, nos índices de preços, nos programas deflacionistas ou inflacio-

nis s, em tudo que se prende às ques

problemas que emergem, em primeira li

nha, dos quadros nacionais, são os pro

blemas de organização da produção.

Quando se abrem estradas procura-se ligar mercados, centros de desenvolvi mento econômico. Por sua vez, a fer rovia incrementa o desenvolvimento, con

dita dos monetaristas.

Tem-se a im

pressão de que uma boa moeda, uma boa organização bancária poderia exis tir dentro de uma organização produti

der às exigências da própria atividade

Previdência investiram-se em obras lu

econômica. Para que esta progrida, cumpre cuidar de suas bases. Ora, a criação dc nossa vida material depende

sofrem irremediàvelmente em face do

das populações dos campos e das popu lações das cidades, nos centros indus triais. As indústrias reclamam maquina

ria, independência das pressões externas e a constituição da grande metalurgia. dades dos centros de consumo, apoio às

são criados pelos meios, de transporte.

problema da habitação. Mas as solu ções para tais perplexidades, embora no âmbito tracejado ao Banco Hipotecário

pelo ante-projeto ("facilitar aquisição de casa própria aos que dispõem de parcos recursos" com "empréstimos de juros vendo todos êsses propósitos estaria a

gentes rurígenas. Na sana de Baturi-

ação dos especuladores que não foram

té, no Ceará, cava-se até com as unhas. As enxadas já desapareceram, comidas pela faina secular. E não chegaram ou

lados a novas ascensões.

dominados e a alta dos preços estimu Em vez da criação separada de dois

tras às mãos do trabalhador. O exem

Bancos (o do Crédito Rural e o do

plo se repete por todo o nordeste. Po

Crédito Industrial), seria preferúel a de

breza, miséria, doença. O melhor ma terial de um país, o seu verdadeiro ca

to Industrial e Agrícola. Sabe-se que o

pital ó o material humano, o elemento

crédito comercial sempre foi acessível

vivo das forças produtivas, que repre

entre nós.

senta o trabalho criador.

um único — o Banco Nacional de Crédi

Entretanto, os créditos à

produção têm sido embaraçados por tô da sorte de dificuldades, envolvidos nos

Banco de Crédito Industriai e

Assim que foi divulgado o projeto de lei bancária, em janeiro de 1947, o prof.

porém, é necessário que pre-existam ês-

xuosas, enquanto as populações urbanas

A agricultura reclama também máquinas, módicos", prazo de 30 anos etc.), fica aproveitamento das terras nas proximi riam praticamente inalcançadas. Dissol

gregando elementos de vida econômi

ses elementos vitais; porque eles não

vados de outros investimentos, os capi nando a situação angustiosa cm que nos encontramos. As grandes disponibili dades acumuladas pelos Institutos de

ca das populações: é o efeito a refluir Para que tal aconteça,

em São Paulo, em larga escala, à cons

agricultura herdados dos índios. Uma organização bancária é feita para aten

em crendices e em métodos arcaicos de

Agrícola

sôbre a causa.

criar o Banco Nacional Hipotecário. Os capitais açodem, no Distrito Federal e

Josafá Linhares, da Academia de Ciên

meandros da especulação: No que não podemos concordar com o prof. Josafá Linhares é na proposição a respeito da

privatização dos bancos de crédito agrí cola e industrial. Se a "função dos ban COS é hoje considerada eminentemente

cias Econômicas do Ceará, fez uma aná

pública" - como se diz na exposição

lise de certos pontos da organização em

de motivos do ante-projeto, não deve-


Digesto

34

EcoxÓAnco Digesto

Assim, tôda a estrutura bancária tende

tões monetárias e bancárias. Desapare cem de nosso pensamento os problemas

Econókuco

35

Êsses fatos tão eV^mcntares desapare

estudo, sugerindo algumas medidas de

cem às vezes sob a argumentação eru

bom senso e oportunidade (2). A primeira seria a desnecessidade de

tros economistas de alto renome elabo

profundos, que snbjazem a tôdas aquelas relações: os problemas da produção, de rivados das forças produtivas; as condi ções dc trabalho, dc salário, de custo de produção, do lucro etc. No entanto,

raram teorias explicativas dessa ascen

é nas forças produtivas que estão os

va 'neficiente e atrasada, sem trans

trução de imóveis. Durante a guerra, o

problemas fundamentais, que determi

portes, com uma \ida rural retardada,

sv. Sousa Costa já lamentava que, pri

nam, como conseqüências, todos os de

entorpecida pelo latifúndio e por uma população ignorante, ainda mergulhada

tais se investissem em imóveis, determi

a assumir o papel preponderante na di

reção da atividade criadora da riqueza dentro de um país. Compara-se, fre qüentemente, esse órgão central ao re

gente de uma orquestra. Ilawtrey e ou dência; e, partindo da política monetária adotada por tais organismos, fabricaram interpretações gerais, que nretendcm dar conta de todos os abalos verificados no

sistema capitalista. As próprias crises periódicas, que comprometem o

mais.

Apenas, dada a inlerdopendên-

cía desses fatos sociais, os efeitos re fluem sôbrc as causas, operando como efeitos-causas, e. criando ôsse te

nações, resultariam de causas ex

cido complexo de reciprocidade. É justamente isso que permite a

clusivamente monetáristas. Neste

elaboração de teorias monetaristas

caso, o remédio seria fácil — e

— queremos dizer, que permite a idealização de explicações que

desenvolvimento

econômico das

ao alcance dos organismos de cré dito, centralizado numa larga e onipre sente rêde de relações.

reputam a superestrutura monetária o fator primordial na produção dos fenô menos.

As causas não são monetárias

O melhor capital: o homem

Tais teorias tendem a firmar a supre macia dos bancos dentro da vida eco

nômica.

Ê o seu reconhecimento no

Em uma conferência pronunciada pelo

governador Macedo Soares em fins do ano

domínio especulativo e ideológico — c

passado, no Teatro Municipal, em Nite

corresponde a uma etapa da evolução econômica. Não se pode negar o ex traordinário" valor que adquiriram os

rói, tivemos, na fase democrática de de bates que se seguiu, a oportunidade de enunciar êsse pensamento. Também pa- -

fenômenos no quadro da vida moderna.

ra o organizador de Volta Redonda, os

Suas repercussões sobre tôda a ativida de produtiva é indiscutível. . Mas daí

não se deve concluir que estão no -plano monetário e bancário as causas cias per

turbações e crises de que padece o nosso sistema econômico.

Deslocando-se dessa maneira as causas que produzem os inales, fica-se a procurar naquela esfera os remédios. Fa-

a se muito na quantidade da moeda, na

sua estabilidade, nos índices de preços, nos programas deflacionistas ou inflacio-

nis s, em tudo que se prende às ques

problemas que emergem, em primeira li

nha, dos quadros nacionais, são os pro

blemas de organização da produção.

Quando se abrem estradas procura-se ligar mercados, centros de desenvolvi mento econômico. Por sua vez, a fer rovia incrementa o desenvolvimento, con

dita dos monetaristas.

Tem-se a im

pressão de que uma boa moeda, uma boa organização bancária poderia exis tir dentro de uma organização produti

der às exigências da própria atividade

Previdência investiram-se em obras lu

econômica. Para que esta progrida, cumpre cuidar de suas bases. Ora, a criação dc nossa vida material depende

sofrem irremediàvelmente em face do

das populações dos campos e das popu lações das cidades, nos centros indus triais. As indústrias reclamam maquina

ria, independência das pressões externas e a constituição da grande metalurgia. dades dos centros de consumo, apoio às

são criados pelos meios, de transporte.

problema da habitação. Mas as solu ções para tais perplexidades, embora no âmbito tracejado ao Banco Hipotecário

pelo ante-projeto ("facilitar aquisição de casa própria aos que dispõem de parcos recursos" com "empréstimos de juros vendo todos êsses propósitos estaria a

gentes rurígenas. Na sana de Baturi-

ação dos especuladores que não foram

té, no Ceará, cava-se até com as unhas. As enxadas já desapareceram, comidas pela faina secular. E não chegaram ou

lados a novas ascensões.

dominados e a alta dos preços estimu Em vez da criação separada de dois

tras às mãos do trabalhador. O exem

Bancos (o do Crédito Rural e o do

plo se repete por todo o nordeste. Po

Crédito Industrial), seria preferúel a de

breza, miséria, doença. O melhor ma terial de um país, o seu verdadeiro ca

to Industrial e Agrícola. Sabe-se que o

pital ó o material humano, o elemento

crédito comercial sempre foi acessível

vivo das forças produtivas, que repre

entre nós.

senta o trabalho criador.

um único — o Banco Nacional de Crédi

Entretanto, os créditos à

produção têm sido embaraçados por tô da sorte de dificuldades, envolvidos nos

Banco de Crédito Industriai e

Assim que foi divulgado o projeto de lei bancária, em janeiro de 1947, o prof.

porém, é necessário que pre-existam ês-

xuosas, enquanto as populações urbanas

A agricultura reclama também máquinas, módicos", prazo de 30 anos etc.), fica aproveitamento das terras nas proximi riam praticamente inalcançadas. Dissol

gregando elementos de vida econômi

ses elementos vitais; porque eles não

vados de outros investimentos, os capi nando a situação angustiosa cm que nos encontramos. As grandes disponibili dades acumuladas pelos Institutos de

ca das populações: é o efeito a refluir Para que tal aconteça,

em São Paulo, em larga escala, à cons

agricultura herdados dos índios. Uma organização bancária é feita para aten

em crendices e em métodos arcaicos de

Agrícola

sôbre a causa.

criar o Banco Nacional Hipotecário. Os capitais açodem, no Distrito Federal e

Josafá Linhares, da Academia de Ciên

meandros da especulação: No que não podemos concordar com o prof. Josafá Linhares é na proposição a respeito da

privatização dos bancos de crédito agrí cola e industrial. Se a "função dos ban COS é hoje considerada eminentemente

cias Econômicas do Ceará, fez uma aná

pública" - como se diz na exposição

lise de certos pontos da organização em

de motivos do ante-projeto, não deve-


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Dicesto Econômico

86

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Dicesto Econômico

87

mos abrir oportunidades dessa natureza.

no sentido de incentivar essa cultura.

nos a 25^ do total da moeda em cir

relíquia bárbara. Mas não deixa de in

Ainda naquele documento se fala que

O mesmo se pode dizer do carvão. Al guns patriotas tentaram inúli'nicnte cha

culação". E no § 4: "As reservas em ouro ou

fluir poderosamente nas políticas mone-

mar a atenção dos podcre.s públicos para a necessidade de se aproveitar o carvão

em divisas constituem garantia especial

cas internacionais, ainda vigora como

do papcl-moeda em circulação; mas, a Juízo do Conselho Monetário, poderão ser utilizadas para compensar desequilíbrios temporários da balança de pagamentos,

elemento indispensável. É aliás sua úni ca e essencial função: compensar os de sequilíbrios temporários do balanço de

fornecendo os recursos indispensáveis à

aparece no ante-projeto como uma con

"todo progresso econômico será retar dado enquanto o Brasil não deixar de

ser o paraíso dos agiotas, o país das taxas usurárias" (3).

Diante de linguagem tão enérgica, lembraríamos um programa de naciona lização dos bancos. Tal medida obsta-

na muitos lucros oriundos de especula-

^es financeiras que prejudicam a econZ ^ ^ nossa calamitosos, história finceira oferece~ exemplos q e sena redundância estar a estrebi-

dos"^

demais conheci-

O estrangeiramento de nossa

economia

O estrangeiramento exagerado de nossa economia" _ no dizer de Eurico

Jirreto, — S0 produziu com as inver

sões^ de capitais alienígenas sem uma egis.ação adequada, que os encaminhas se para onde o exigiam as necessidades o nosso .desenvolvimento econômico,

sses capitais buscaram atividades segu ras onde o risco fôsse mínimo e a remu

neração máxima, ~ o que era absolutaniente natural. Freqüentemente mesmo, entravaram até a solução de problemas eminentemente nacionais pela influênem que exerceram sobre os órgãos téc nicos.-

Sôbre esse assunto escreveu o

grande jornalista Júlio de Matos Ibiapma no livro "O Brasil de ontem e o de hoje":

Era tão grande a dependência em

que vivíamos do capitalismo internaciopassou a assumir foros de vera eiro truísmo o asseverar-se que o

T a Revolução cultivar Ainda após de 30, trigol a pressão esttangeira tentou anular as iniciativas do

nacional.

Quando o movimento amea

çava despertar de seu torpor algum mi nistro do Governo, era de ver a celeu ma que se levanta\'a..." (4). A expo.sição de motivos do antc-projeto do Banco Central contém uma ci tação de um ineditorial de "A Informa ção Econômica e Financeira", de 25 de janeiro de 1947, em que se comenta

"Que adianta ao Brasil uma "mina

científicas dos eminentes organizadores do documento acima, sôbre cuja com

o primordial está no enunciado inicial: garantia do papel-moeda em circulação.

petência técnica não pomos sombra de reservas de ouro e divisas, desvela ni

tidamente concepções metalistas sôbre

não tem meios de conseguir os elemen

o valor de nossa moeda, amarrando-nos

E

isto se dá freqüentemente. Eis o que acontece: quem geralmente vem explorála é o capital estrangeiro, que passa a

levar para fora do pais o bocado do leão".

Não se trata de ser contra o capital

estrangeiro — o que não teria sentido. Trata-se de ser a favor do patrimônio

nacional, assegurando-lhe as condições de segurança e progresso. A vigilân cia dos interesses nacionais cabe ao le

gislador nacional e não a capitalistas es tranhos. Quando as elites se deixam le var, por ignorância ou má fé, pelas su gestões dos que não têm qualquer razão para defender nossos interesses e a in tegridade de nossa economia, — então enveredamos melancòlícamente por um

caminho de grandes descalabros. As ilusões do padrão-ouro Reza o art. 11 do ante-projeto: "O Banco Central deverá acumular reservas em ouito anioedado ou em

Governo atual (o do sr. Getúlio Vargas) barra, cujo valor corresponda pelo me-

Entretanto, essa função

dicional complementar, pendente de juí zo do Conselho Monetário; — porque

de chumbo", se o cidadão que a possui

tos para trabalhá-la e e.xplorá-la?

pagamentos.

realização de operações no exterior". Quaisquer que sejam as convicções

dúvida, — esse capítulo IV, atinente a

a carência de capitais:

taristas — porque, no processo das tro

Reforçando isso, o Fundo de Resgate do Papel-moeda, que a lei criaria, em pregaria seus recursos comprando ouro para o mesmo fim. E isso se diz e fixa

em projeto de medida legislativa depois de tantos estudos sôbre o

à velha política do padrão-ouro. Debalde grita tôda

assunto e depois de tantos fracassos

nossa história de povo sem

nacionais

nessa

desesperada política mone

Duro — que não podemos adotar essa linha de conduta

tária de dar uma base áu

monetária. Já' desde Mauá que se ergueu o brado contra aquela política fi

rea a xun sistema monetá

nanceira,

baseada

rio que vem desde tempos remotos sem essa base me

tálica!

numa

idéia errônea da essência

do dinheiro.

Uma balança deficitária

de pagamentos inutiliza qualquer tenta

O monopólio do

ouro está centralizado em

mãos de banqueiros atentos ao mercado internacional e interessa a grupos finan

tiva de estabilizar a moeda sobre esse

ceiros que desejariam ver tôdas as ■ na

metal.

ções do mundo gravitando naquela ór

Escrevíamos em 1941, em O

à repartição internacional do ouro. Êste

bita metalista. Mas se há nação que não pode defender realmente seus interêsses internos dentro daquela política

não resiste a cinco minutos de análise

é o Brasil.

Ouro e a Nova Concepção da Moeda-.

"Houve um projeto para se proceder séria. A saúde dos padrões monetários

depende, antes de tudo, do equilíbrio geral da produção, da probidade orça mentária e seu equilíbrio, da tributa

ção suportável e do equilíbrio da balan ça internacional de pagamentos . (5) Um dos maiores teóricos da economia neo-clássica, Lord Keynes, declara sem

rebuços qué o ouro não passa de uma

"A decadência do estalao ouro é um fato indubitável, que se acelera com as etapas: a) introdução de divisas nos ter

ritórios coloniais; b) cessação da cir culação oiu-o nos Estados industriais-

c) a interdição dos movimentos livre' do ouro entre as nações". (6)

Não há que retificar nessa observa ção feita há quase dez anos, A guerra;


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Dicesto Econômico

86

"T/M 'A -vs

W

Dicesto Econômico

87

mos abrir oportunidades dessa natureza.

no sentido de incentivar essa cultura.

nos a 25^ do total da moeda em cir

relíquia bárbara. Mas não deixa de in

Ainda naquele documento se fala que

O mesmo se pode dizer do carvão. Al guns patriotas tentaram inúli'nicnte cha

culação". E no § 4: "As reservas em ouro ou

fluir poderosamente nas políticas mone-

mar a atenção dos podcre.s públicos para a necessidade de se aproveitar o carvão

em divisas constituem garantia especial

cas internacionais, ainda vigora como

do papcl-moeda em circulação; mas, a Juízo do Conselho Monetário, poderão ser utilizadas para compensar desequilíbrios temporários da balança de pagamentos,

elemento indispensável. É aliás sua úni ca e essencial função: compensar os de sequilíbrios temporários do balanço de

fornecendo os recursos indispensáveis à

aparece no ante-projeto como uma con

"todo progresso econômico será retar dado enquanto o Brasil não deixar de

ser o paraíso dos agiotas, o país das taxas usurárias" (3).

Diante de linguagem tão enérgica, lembraríamos um programa de naciona lização dos bancos. Tal medida obsta-

na muitos lucros oriundos de especula-

^es financeiras que prejudicam a econZ ^ ^ nossa calamitosos, história finceira oferece~ exemplos q e sena redundância estar a estrebi-

dos"^

demais conheci-

O estrangeiramento de nossa

economia

O estrangeiramento exagerado de nossa economia" _ no dizer de Eurico

Jirreto, — S0 produziu com as inver

sões^ de capitais alienígenas sem uma egis.ação adequada, que os encaminhas se para onde o exigiam as necessidades o nosso .desenvolvimento econômico,

sses capitais buscaram atividades segu ras onde o risco fôsse mínimo e a remu

neração máxima, ~ o que era absolutaniente natural. Freqüentemente mesmo, entravaram até a solução de problemas eminentemente nacionais pela influênem que exerceram sobre os órgãos téc nicos.-

Sôbre esse assunto escreveu o

grande jornalista Júlio de Matos Ibiapma no livro "O Brasil de ontem e o de hoje":

Era tão grande a dependência em

que vivíamos do capitalismo internaciopassou a assumir foros de vera eiro truísmo o asseverar-se que o

T a Revolução cultivar Ainda após de 30, trigol a pressão esttangeira tentou anular as iniciativas do

nacional.

Quando o movimento amea

çava despertar de seu torpor algum mi nistro do Governo, era de ver a celeu ma que se levanta\'a..." (4). A expo.sição de motivos do antc-projeto do Banco Central contém uma ci tação de um ineditorial de "A Informa ção Econômica e Financeira", de 25 de janeiro de 1947, em que se comenta

"Que adianta ao Brasil uma "mina

científicas dos eminentes organizadores do documento acima, sôbre cuja com

o primordial está no enunciado inicial: garantia do papel-moeda em circulação.

petência técnica não pomos sombra de reservas de ouro e divisas, desvela ni

tidamente concepções metalistas sôbre

não tem meios de conseguir os elemen

o valor de nossa moeda, amarrando-nos

E

isto se dá freqüentemente. Eis o que acontece: quem geralmente vem explorála é o capital estrangeiro, que passa a

levar para fora do pais o bocado do leão".

Não se trata de ser contra o capital

estrangeiro — o que não teria sentido. Trata-se de ser a favor do patrimônio

nacional, assegurando-lhe as condições de segurança e progresso. A vigilân cia dos interesses nacionais cabe ao le

gislador nacional e não a capitalistas es tranhos. Quando as elites se deixam le var, por ignorância ou má fé, pelas su gestões dos que não têm qualquer razão para defender nossos interesses e a in tegridade de nossa economia, — então enveredamos melancòlícamente por um

caminho de grandes descalabros. As ilusões do padrão-ouro Reza o art. 11 do ante-projeto: "O Banco Central deverá acumular reservas em ouito anioedado ou em

Governo atual (o do sr. Getúlio Vargas) barra, cujo valor corresponda pelo me-

Entretanto, essa função

dicional complementar, pendente de juí zo do Conselho Monetário; — porque

de chumbo", se o cidadão que a possui

tos para trabalhá-la e e.xplorá-la?

pagamentos.

realização de operações no exterior". Quaisquer que sejam as convicções

dúvida, — esse capítulo IV, atinente a

a carência de capitais:

taristas — porque, no processo das tro

Reforçando isso, o Fundo de Resgate do Papel-moeda, que a lei criaria, em pregaria seus recursos comprando ouro para o mesmo fim. E isso se diz e fixa

em projeto de medida legislativa depois de tantos estudos sôbre o

à velha política do padrão-ouro. Debalde grita tôda

assunto e depois de tantos fracassos

nossa história de povo sem

nacionais

nessa

desesperada política mone

Duro — que não podemos adotar essa linha de conduta

tária de dar uma base áu

monetária. Já' desde Mauá que se ergueu o brado contra aquela política fi

rea a xun sistema monetá

nanceira,

baseada

rio que vem desde tempos remotos sem essa base me

tálica!

numa

idéia errônea da essência

do dinheiro.

Uma balança deficitária

de pagamentos inutiliza qualquer tenta

O monopólio do

ouro está centralizado em

mãos de banqueiros atentos ao mercado internacional e interessa a grupos finan

tiva de estabilizar a moeda sobre esse

ceiros que desejariam ver tôdas as ■ na

metal.

ções do mundo gravitando naquela ór

Escrevíamos em 1941, em O

à repartição internacional do ouro. Êste

bita metalista. Mas se há nação que não pode defender realmente seus interêsses internos dentro daquela política

não resiste a cinco minutos de análise

é o Brasil.

Ouro e a Nova Concepção da Moeda-.

"Houve um projeto para se proceder séria. A saúde dos padrões monetários

depende, antes de tudo, do equilíbrio geral da produção, da probidade orça mentária e seu equilíbrio, da tributa

ção suportável e do equilíbrio da balan ça internacional de pagamentos . (5) Um dos maiores teóricos da economia neo-clássica, Lord Keynes, declara sem

rebuços qué o ouro não passa de uma

"A decadência do estalao ouro é um fato indubitável, que se acelera com as etapas: a) introdução de divisas nos ter

ritórios coloniais; b) cessação da cir culação oiu-o nos Estados industriais-

c) a interdição dos movimentos livre' do ouro entre as nações". (6)

Não há que retificar nessa observa ção feita há quase dez anos, A guerra;


Digesto Econômico

Dicesto Econômico

com as perturbações imensas que acar

res interferentes, e a interdependência

retou, agravou o desequilíbrio na distri

entre produção e aumento de reservas

buição do ouro mundiul — e as nações

(cambiais e ouro) é muito complexa, in

desprovidas do metal compreendem a necessidade de adotar medidas que de fendam sua produção. Elas evitarão que, por intermédio dos banqueiros in

correndo sob a ação de causas especula tivas de ordem financeira que deixamos de examinar aqui.

ternacionais, venha o trabalho interno a

IV do ante-projeto, estão raízes de con

ser exaurido pelos organismos financeiros estranhos à comunidade nacional.

O poder aquisitivo do nosso mil réis,

durante toda a história republicana, não

O certo é que, no núcleo do capítulo cepções que são do mais vivo ranço

i/ietalista, jnau grado as explicações pos teriores orientadas em sentido contrário.

De qualquer forma, o "quantum" da

/ eu, internamente, dos estoques áureos. As experiências feitas redundaram,

circulação fiduciária ficaria condiciona

ta^° vas.

tura em ouro e cambiais, passando a

sabe,queemnos estéreis tenE osmundo técnicos visitaram

P ^ examinar nossos problemas finan ceiros não poderiam sentir nossas ne

cessidades como qualquer brasileiro esuioso de nossas tradições e liga-

o aos nossos objetivos de povo que usca sua independência e segurança econômica.

Ê exato que, nas considerações da ex

posição de motivos, declara-se que não se cogitou da conversibilidade das no-

do ao aumento ou diminuição de cober

mão de grupos financeiros a influir sobre tais coberturas e em conseqüência diri

gir a circulação fiduciária, fazer a alta ou baixa dos preços. Ora, o que con vém ao país é ligar essas interdependên cias o mais possível às necessidades da produção para melhor regular o custo

tou ampliando oprodução crescimenprocessoemcirculatório, que levariam o órgão respectivo a reguar a quantidade de notas emitidas, mas

^ condições de acumulação daquele ® ^1 e das cambiais. Estas estão li ao processo das trocas, de que

gadas

esmtariam argumentar. . " - poder-se-á argumentar,

p

cão também da produdesenvolviraento da produção acarretaria, pela circulação, o aumento daquelas reservas. Há, entretanto, fatô-

I

^ente para pagamento de juros atrasados — e quase nunca para as indústrias

dados mais exatos. Êsses dados foram habilmente utilizados e estudados pela

ue carvão, de siderurgia, de e,\-ploração uo petróleo etc. Na história republic^na até 30 — os empréstimos são des-

rexdsta "Conjuntura Econômica", da "Fundação Getúlio VargíTs". Em seu nú-

bnados a cobertura de "deficits" orçadentários, e.xploração de portos e vias

centramos informações referentes à saída de capitais do Brasil para o estrangeiro.

mero de fevereiro do ano corrente, en-

comunicação, "isto é, a tudo que

Isso acontece enquanto reclamamos mais

'-'ontribuis.se para aumentar a nossa de-

inversões de capitais estrangeiros! Jus-

pendência e a conservar-nos na situação •semi-colonial de produtor de matérias-

tamente essa anomalia se verificava no período que compreende o 1.® semestre

primas, cujo mercado era por eles conriolado" (7). O que se havia feito no Brasil sobre Balanço de capitais e serviços, como informação estatística para servir de base a estudos mais sérios, era extrema-

de 1937, quando reinava a liberdade cambial permitindo a movimentação dos capitais. O regime permaneceu até 3

de junho de 1947, quando foram feitas limitações pela Superintendência da Moeda e do Crédito (instrução n.° 25).

niente imperfeito. Somente nesses últinios anos órgãos técnicos especializados, ^lesenvolvidos graças ao Banco do Brasil, onde já trabalha uma equipe de inteligencías aprimoradas, pode fornecer

.A, evasão de capitais agravou evidenlemente a situação deficitária da balança de pagamentos, diminuindo as reservas em dólares. Eis o quadro sôbre a saída dos capitais nacionais:

I) — para aplicação no estrangeiro:

da vida. .

A liberdade cambial e o

paraíso

dos agiotas"

pelo futuro Banco Central"

6 nem de lastro ouro para emissão". ntretanto, a fixação em lei daquela garantia para o papel-moeda importa na eterimnação de que a reserva ouro ou cambiais eqüivale a 25% do total das notas em circulação, Não são, portanto,

»

39

Dólares

9 060 410 - Cr$ 169 782 981

Escudos

13 520 627 - "

10 337 417

Libras esterlinas

32 674 — "

2 464 825

Pesos uruguaios

129 044 — "

1 164 808

Quando mostra os efeitos maléficos da liberdade cambial, a exposição de mo tivos do ante-projeto ordena em linha de combate argumentos decisivos e claros. A utilização dos saldos da balança co mercial de cada pais, no após-guerra, é uma imposição inspirada pelos inte resses coletivos e não poderia ficar aos acasos dos propósitos individuais. A his tória cambial mostra que a liberdade sempre favoreceu aquêles organismos e indivíduos que recebiam lucros enormes

Cr$ 185 123 424

II) _ para movimento de bôlsas: Dólares

1 090 000 - Cr$ 20 406 250

III) — para pagamento de díviJas contraídas no estrangeiro: Dólares Libras esterlinas

.•

Outras moedas

21 032 - Cr$ 356 629 — " —

"

383 817 26 897 641 66 567

27 348 025

Essa evasão de capitais, como acen-

Êsses fatos mostram a necessidade d

de empresas aqui instaladas em lugar de empregar aqui aquelas importâncias.

tuou a "Conjuntura Econômica", se ve- uma organização centralizada e esn ^

São bombas de sucção dentro de uma economia que reclama capitais estrangei

rificou simultaneamente com a desvalori- cializada de crédito. Tais medidas zação do cruzeiro, revelando possWelmen- rém devem ser acompanhadas de

ros.

Os auxílios conseguidos com a

finança estrangeira têm sido ordinária-

te manipulações especulativas.

mais importantes, que visariam impedir


Digesto Econômico

Dicesto Econômico

com as perturbações imensas que acar

res interferentes, e a interdependência

retou, agravou o desequilíbrio na distri

entre produção e aumento de reservas

buição do ouro mundiul — e as nações

(cambiais e ouro) é muito complexa, in

desprovidas do metal compreendem a necessidade de adotar medidas que de fendam sua produção. Elas evitarão que, por intermédio dos banqueiros in

correndo sob a ação de causas especula tivas de ordem financeira que deixamos de examinar aqui.

ternacionais, venha o trabalho interno a

IV do ante-projeto, estão raízes de con

ser exaurido pelos organismos financeiros estranhos à comunidade nacional.

O poder aquisitivo do nosso mil réis,

durante toda a história republicana, não

O certo é que, no núcleo do capítulo cepções que são do mais vivo ranço

i/ietalista, jnau grado as explicações pos teriores orientadas em sentido contrário.

De qualquer forma, o "quantum" da

/ eu, internamente, dos estoques áureos. As experiências feitas redundaram,

circulação fiduciária ficaria condiciona

ta^° vas.

tura em ouro e cambiais, passando a

sabe,queemnos estéreis tenE osmundo técnicos visitaram

P ^ examinar nossos problemas finan ceiros não poderiam sentir nossas ne

cessidades como qualquer brasileiro esuioso de nossas tradições e liga-

o aos nossos objetivos de povo que usca sua independência e segurança econômica.

Ê exato que, nas considerações da ex

posição de motivos, declara-se que não se cogitou da conversibilidade das no-

do ao aumento ou diminuição de cober

mão de grupos financeiros a influir sobre tais coberturas e em conseqüência diri

gir a circulação fiduciária, fazer a alta ou baixa dos preços. Ora, o que con vém ao país é ligar essas interdependên cias o mais possível às necessidades da produção para melhor regular o custo

tou ampliando oprodução crescimenprocessoemcirculatório, que levariam o órgão respectivo a reguar a quantidade de notas emitidas, mas

^ condições de acumulação daquele ® ^1 e das cambiais. Estas estão li ao processo das trocas, de que

gadas

esmtariam argumentar. . " - poder-se-á argumentar,

p

cão também da produdesenvolviraento da produção acarretaria, pela circulação, o aumento daquelas reservas. Há, entretanto, fatô-

I

^ente para pagamento de juros atrasados — e quase nunca para as indústrias

dados mais exatos. Êsses dados foram habilmente utilizados e estudados pela

ue carvão, de siderurgia, de e,\-ploração uo petróleo etc. Na história republic^na até 30 — os empréstimos são des-

rexdsta "Conjuntura Econômica", da "Fundação Getúlio VargíTs". Em seu nú-

bnados a cobertura de "deficits" orçadentários, e.xploração de portos e vias

centramos informações referentes à saída de capitais do Brasil para o estrangeiro.

mero de fevereiro do ano corrente, en-

comunicação, "isto é, a tudo que

Isso acontece enquanto reclamamos mais

'-'ontribuis.se para aumentar a nossa de-

inversões de capitais estrangeiros! Jus-

pendência e a conservar-nos na situação •semi-colonial de produtor de matérias-

tamente essa anomalia se verificava no período que compreende o 1.® semestre

primas, cujo mercado era por eles conriolado" (7). O que se havia feito no Brasil sobre Balanço de capitais e serviços, como informação estatística para servir de base a estudos mais sérios, era extrema-

de 1937, quando reinava a liberdade cambial permitindo a movimentação dos capitais. O regime permaneceu até 3

de junho de 1947, quando foram feitas limitações pela Superintendência da Moeda e do Crédito (instrução n.° 25).

niente imperfeito. Somente nesses últinios anos órgãos técnicos especializados, ^lesenvolvidos graças ao Banco do Brasil, onde já trabalha uma equipe de inteligencías aprimoradas, pode fornecer

.A, evasão de capitais agravou evidenlemente a situação deficitária da balança de pagamentos, diminuindo as reservas em dólares. Eis o quadro sôbre a saída dos capitais nacionais:

I) — para aplicação no estrangeiro:

da vida. .

A liberdade cambial e o

paraíso

dos agiotas"

pelo futuro Banco Central"

6 nem de lastro ouro para emissão". ntretanto, a fixação em lei daquela garantia para o papel-moeda importa na eterimnação de que a reserva ouro ou cambiais eqüivale a 25% do total das notas em circulação, Não são, portanto,

»

39

Dólares

9 060 410 - Cr$ 169 782 981

Escudos

13 520 627 - "

10 337 417

Libras esterlinas

32 674 — "

2 464 825

Pesos uruguaios

129 044 — "

1 164 808

Quando mostra os efeitos maléficos da liberdade cambial, a exposição de mo tivos do ante-projeto ordena em linha de combate argumentos decisivos e claros. A utilização dos saldos da balança co mercial de cada pais, no após-guerra, é uma imposição inspirada pelos inte resses coletivos e não poderia ficar aos acasos dos propósitos individuais. A his tória cambial mostra que a liberdade sempre favoreceu aquêles organismos e indivíduos que recebiam lucros enormes

Cr$ 185 123 424

II) _ para movimento de bôlsas: Dólares

1 090 000 - Cr$ 20 406 250

III) — para pagamento de díviJas contraídas no estrangeiro: Dólares Libras esterlinas

.•

Outras moedas

21 032 - Cr$ 356 629 — " —

"

383 817 26 897 641 66 567

27 348 025

Essa evasão de capitais, como acen-

Êsses fatos mostram a necessidade d

de empresas aqui instaladas em lugar de empregar aqui aquelas importâncias.

tuou a "Conjuntura Econômica", se ve- uma organização centralizada e esn ^

São bombas de sucção dentro de uma economia que reclama capitais estrangei

rificou simultaneamente com a desvalori- cializada de crédito. Tais medidas zação do cruzeiro, revelando possWelmen- rém devem ser acompanhadas de

ros.

Os auxílios conseguidos com a

finança estrangeira têm sido ordinária-

te manipulações especulativas.

mais importantes, que visariam impedir


iW," PI Digesto

40 -

seja o Brasil o "paraíso dos agiotas", como reza o documento legislativo. Com a devida vênía, ousamos supor que a carteira da Superintendência da Moeda

e do Credito seria o esboço inicial de

organização do futuro Banco Central, com a amplificação bem estudada de

sua órbita, sua independência e seus objetivos, estabelecidos por uma comís«o que conipetentemente examinasse as

^ssibilidades de execução, evitando con-

/

/

Econômico

/

a pensar que não marcha, com essa mi séria que vai pelos campos, com o tra balho rural desorganizado, o despovoamento das regiões produtivas, e o aban

dono do liomem que vegeta e sucumbe silenciosamente longe das cidades. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia Política, Livraria Freitas Bastos, Rio. 1047.

(2) Josafá Linhares, Organização Bancá ria do Brasil, Imprensa do Instituto do Ceará, 1947.

"nte-projeto,

êrro".

sensatez, como um "grave

verta'de."^araÍf'' ® nnç^ ,7 , corresponderia ao ínfoV

®^®°^®ívbnento econômico, que, marcha na celeridade

P S 3 a. Às vezes mesmo, chega-se

(3) Anteprojeto de reorganização do sis tema bancário

nacional. Diário do Con

Portugal e a Expansão Gapitalista ■] José Honório Ròdrigxjzs

J^A discussão prolongada e rica sobre as origens do capitalismo moderno e a formação do espírito capitalista, iniciada por Karl Marx, com seus es tudos limitados à análise do capitalis

mo industrial, e continuada sob bases

diferentes por Max Weber e outros,

ficou-se sempre sem compreender mui to bem o papel representado por Por

gresso Nacional, 25, junho de 1947.

tugal.

(4) J. de Ontem e o (5) Djacir Concepção

talista era um fruto da Reforma calvi-

Matos Ibiapina. O Brasil de de Hoje, D.I.P., Rio, 1942. Menezes, O Ouro e a Nova da Moeda, Alba, Rio, 1941.

(6) idem, ibidem.

(7) J. de Matos Ibiapina, ob. clt.

(8) Conjuntura

Econômica,

fevereiro

1948, ano II, n.o 2.

O professai* José Honório Rodrigues que, com tanto êxito, realizou, no Ins

tituto de Economia da Associação Co mercial de São Paulo, uma conferência sôbre o "Capitalismo e o Protestantismo", estuda neste artigo as causas ini ciais do imperialismo econômico de Portugal.

Weber afirmara que o espírito capi

nista. Alguns autore.s, como Tawney, q.veroerami uma crítica tão severa a

essa afirmação, que na verdade não se pôde sustentar mais a inteireza da te se, Alguns inverteram os têrmos da questão, como Weber alterara a tese marxista, embora se considerando um filho

ta e a conseqüente revolução dos preços, também considerada por especialistas da história econômica um dos fundamentos

do aparecimento do capitalismo? Portugal e Espanha servem, talvez, para provar a meia verdade que se con tém na tese de Weber. A iniciação ca

revoltado daquele pensamento. foi provocada pela revolução Outros provaram, com pesquisas minu pitalista econômica do século português-espanhol. ciosas e exatas, que o capitalismo mo-, demo era anterior à Reforma calvinis- Até aí a meia verdade que não perten

ta. Começara mesmo eni países católi cos, como a Itália, estimulados pela

própria Igreja, e em países fidelissimos e cristianíssimos como Portugal e Espa nha. E' a tese do católico Jacob Strie-

der, discípulo de Sombart, decidido de princípio, por estímulo do incslTC, a

provar a hipótese da decisiva influência judaica. Mas então caberá a pergunta: como

vendas de ouro, durante o mês de março, ascen

deram

1<ineÍTo°^ORn interno ' ^

^

qitantida^sd^^

olcaimaT^^^

últirrW

esferZmo.s, enquanto em fevereiro atingiram 27 milhões e cm março a Grã-Bretanha adquiriu, do Fundo Monetário

de dólares, o que evitou fôssem postas à venda maiores estoques auriferos do Reino Unido, nesta data, devem

^ milhões de libras, em confronto com o existente em janeiro _U1ÍL_,

se explica que Portugal, dos primeiros, e o que mais influiu com as descobertas e o grande comércio indico para a forma ção do capitalismo, se tenha tomado um dos últimos nos meados do século XVI?

E a Espanha, que com ouro americano provocou a tremenda inflação seiscentis-

ce a Weber. Mas faltou a Portugal, como

à Espanha, completar a revolução, com

a transformação da mentalidade espiri-

•^

tual e moral, ou, em têrmos mais claros romper com a ideologia canônica dos

séculos medievais. Até aí a meia verdade de Weber.

Ambos os países adstriiigiram-se ao

pensamento econômico medieval, que repousava em princípios diametralmen

te opostos às novas condições da realida

de econômica. O princípio do pecunià pecuniam noti parít e os preceitos do lu-

crum cessans, do damnum emergens

do periculum sortis regiam a vida econó^

mica. O primeiro, de que o dinheiro não" gerava dinheiro, de que o capital é

']


iW," PI Digesto

40 -

seja o Brasil o "paraíso dos agiotas", como reza o documento legislativo. Com a devida vênía, ousamos supor que a carteira da Superintendência da Moeda

e do Credito seria o esboço inicial de

organização do futuro Banco Central, com a amplificação bem estudada de

sua órbita, sua independência e seus objetivos, estabelecidos por uma comís«o que conipetentemente examinasse as

^ssibilidades de execução, evitando con-

/

/

Econômico

/

a pensar que não marcha, com essa mi séria que vai pelos campos, com o tra balho rural desorganizado, o despovoamento das regiões produtivas, e o aban

dono do liomem que vegeta e sucumbe silenciosamente longe das cidades. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia Política, Livraria Freitas Bastos, Rio. 1047.

(2) Josafá Linhares, Organização Bancá ria do Brasil, Imprensa do Instituto do Ceará, 1947.

"nte-projeto,

êrro".

sensatez, como um "grave

verta'de."^araÍf'' ® nnç^ ,7 , corresponderia ao ínfoV

®^®°^®ívbnento econômico, que, marcha na celeridade

P S 3 a. Às vezes mesmo, chega-se

(3) Anteprojeto de reorganização do sis tema bancário

nacional. Diário do Con

Portugal e a Expansão Gapitalista ■] José Honório Ròdrigxjzs

J^A discussão prolongada e rica sobre as origens do capitalismo moderno e a formação do espírito capitalista, iniciada por Karl Marx, com seus es tudos limitados à análise do capitalis

mo industrial, e continuada sob bases

diferentes por Max Weber e outros,

ficou-se sempre sem compreender mui to bem o papel representado por Por

gresso Nacional, 25, junho de 1947.

tugal.

(4) J. de Ontem e o (5) Djacir Concepção

talista era um fruto da Reforma calvi-

Matos Ibiapina. O Brasil de de Hoje, D.I.P., Rio, 1942. Menezes, O Ouro e a Nova da Moeda, Alba, Rio, 1941.

(6) idem, ibidem.

(7) J. de Matos Ibiapina, ob. clt.

(8) Conjuntura

Econômica,

fevereiro

1948, ano II, n.o 2.

O professai* José Honório Rodrigues que, com tanto êxito, realizou, no Ins

tituto de Economia da Associação Co mercial de São Paulo, uma conferência sôbre o "Capitalismo e o Protestantismo", estuda neste artigo as causas ini ciais do imperialismo econômico de Portugal.

Weber afirmara que o espírito capi

nista. Alguns autore.s, como Tawney, q.veroerami uma crítica tão severa a

essa afirmação, que na verdade não se pôde sustentar mais a inteireza da te se, Alguns inverteram os têrmos da questão, como Weber alterara a tese marxista, embora se considerando um filho

ta e a conseqüente revolução dos preços, também considerada por especialistas da história econômica um dos fundamentos

do aparecimento do capitalismo? Portugal e Espanha servem, talvez, para provar a meia verdade que se con tém na tese de Weber. A iniciação ca

revoltado daquele pensamento. foi provocada pela revolução Outros provaram, com pesquisas minu pitalista econômica do século português-espanhol. ciosas e exatas, que o capitalismo mo-, demo era anterior à Reforma calvinis- Até aí a meia verdade que não perten

ta. Começara mesmo eni países católi cos, como a Itália, estimulados pela

própria Igreja, e em países fidelissimos e cristianíssimos como Portugal e Espa nha. E' a tese do católico Jacob Strie-

der, discípulo de Sombart, decidido de princípio, por estímulo do incslTC, a

provar a hipótese da decisiva influência judaica. Mas então caberá a pergunta: como

vendas de ouro, durante o mês de março, ascen

deram

1<ineÍTo°^ORn interno ' ^

^

qitantida^sd^^

olcaimaT^^^

últirrW

esferZmo.s, enquanto em fevereiro atingiram 27 milhões e cm março a Grã-Bretanha adquiriu, do Fundo Monetário

de dólares, o que evitou fôssem postas à venda maiores estoques auriferos do Reino Unido, nesta data, devem

^ milhões de libras, em confronto com o existente em janeiro _U1ÍL_,

se explica que Portugal, dos primeiros, e o que mais influiu com as descobertas e o grande comércio indico para a forma ção do capitalismo, se tenha tomado um dos últimos nos meados do século XVI?

E a Espanha, que com ouro americano provocou a tremenda inflação seiscentis-

ce a Weber. Mas faltou a Portugal, como

à Espanha, completar a revolução, com

a transformação da mentalidade espiri-

•^

tual e moral, ou, em têrmos mais claros romper com a ideologia canônica dos

séculos medievais. Até aí a meia verdade de Weber.

Ambos os países adstriiigiram-se ao

pensamento econômico medieval, que repousava em princípios diametralmen

te opostos às novas condições da realida

de econômica. O princípio do pecunià pecuniam noti parít e os preceitos do lu-

crum cessans, do damnum emergens

do periculum sortis regiam a vida econó^

mica. O primeiro, de que o dinheiro não" gerava dinheiro, de que o capital é

']


improdutivo e só o trabalho cria rique

tabelecimento do absolutismo, pela rui-

za, não se podia conciliar com a época

na das liberdades locais, e o desenvolvi

de intensa procura de capitais. Os se

mento das colônias longínquas.

gundos, regulando a questão da usura,

seando-se em estudos anteriores, decla

impediam a formação do crédito, agora e por séculos afora o elemento indispen- sável da econòmia,

Ê ao estudo dessa meia verdade e de

suas conseqüências, inclusive no Brasil, que nos propomos dedicar. Será apenas

uma notícia bastante falha e pouco pre cisa.^ Mas dela se poderão extrair con clusões de algum resultado no Brasil,

^sim por exemplo, o grande problema

e saber se a colonização portuguesa no

Brasil foi feudal ou capitalista. Até ho je nenhum estudo de história econômi

ca brasileira procurou decidir se o em preendimento português na terra brasí-

íca foi feudal ou capitalista em sua or

ganização. Os que entre nós têm feito ustoriu econômica

questão.

não discutiram

a

Somente Alexander Marchant

debateu a tese, opinando pela rejeição do feudalismo e aceitando que os do natários tinham um claro sentido capi talista ao investir capitais com o objeti vo de lucro. Conclui, porém, que so mente depois que, os donatários inicia ram a economia agrícola no Brasil é que os

DrcESTO Econômico

'Diceisto Econômico

42

mercadores

volução religiosa se tomaram as mais pacíficas, as mais inteligentes, as mais

to marítimo na bacia do Mediterrâneo.

de Quental ver com mais segurança os termos da questão. Mais inteligente foi a conclusão a que chegou Rebelo da Silva, atribuindo à proibição da usura, pelas Ordenações, grande importância na

gemonia, começam a transfonnar radi calmente a situação econômica. E* o

de

decadência da agricultura portuguesa. Naturalmente,

dificuldades

enormes

Os progressos da navegação,

dos seguros marítimos. Deve-.se a d. Fernando n regulamentação minuciosa c sólida do seguro marítimo, que tanta influência exerceu na formação do direi

comércio exterior que prepara

o

ca

minho para a nova economia capita lista. O novo comércio com a índia e o

descobrimento da América apresentam

comércio

exterior

luso

eviden-

c"am a forma do capitalismo inicial por tuguês.

O sistema de monopólio e a

especulação, especialmente o monopólio

e a especulação da pimenta, caracteri zam o capitalismo de estado, forma in cipiente do capitalismo comercial do sé

A ne cessidade de capital para os gastos da

das pesquisas de história econômica em

expedição e a procura clc capital para

Portugal

o

O sustento e construção de feitorias c

ocupando-se quase que exclusivamente

exata reconstituição da época. Foíam especialmente os estudos alemães sô bre o capital e as finanças da Renascença

fortificaçõcs transformam xí caráter do

do missões comerciais.

sistema econômico.

O comércio colonial português, pelo menos até 1577, desenvolveu-se sob a

tornam

quase

impossível

novos problemas econômicos.

Nem só o caráter lucrativo e o gran

A fulla de documentação o a pobreza

fazem tropeçar os passos nesse sentido.

O capital era antes

e os estudos variados sôbre a formação

um adjunto ou aliado do trabalho do artífice; agora de ser\'o ele se transfor

do capitalismo que nos sugeriram o

mava em mestre, ditando a.s regras da

tema.

Wda econômica.

Releva, neste ponto, acentuar a im

portância das pesquisas de Braancamp Freire sôbre as finanças portuguesas nos

pra, venda e transporte de açúcar e, assim, deram ini

tema merece grandes esfor

cio a um tipo reconhecido de capitalismo.

ços, de vez que, com êle, explicaremos vários aspectos

É necessário lembrar o es

^aqvíno

tolicismo pelo Concilio de Trento, o es-

Entre 1400 e 1500, uma nova fa.se se

desde o século XIV a navegação por

tuguesa tinha elaborado os rudimentos

Estados monárquicos, lutando pela he

até hoje realizadas e infe

causas, a saber: a transformação do ca

Desde algum tempo a economia mediewal vinha .sofrendo grandes abalos.

Não pode Anlero

mente as católicas".

lizmente de pouca divulga ção. De qualquer modo, o

povos peninsulares nos últimos três sé

fase.

Aos portugueses devem-se A'árias ini ciativas. Afirmam alguns autores que

íis descobertas, a formação dos grandes

nizados em companhias em

culos, em que diz serem três as mesmas

■■T

cursores da noA^a era.

inaugura.

"As mais decadentes são exata

séculos XV c XVI, as únicas

causas da decadência dos

economia natural, assim também capita lismo e restos feudais convivem naquela

considerado como um dos grandes pre

moralizadas e industriosas. E chegou a

pregaram capitais na com

^ro de Quental sôbre as

dominadora no mundo ocidental — e a

dizer:

orga

tudo pioneiro do grande An-

tem a economia monetária — então quase

Ba

rou que as nações que seguiram a re

43

da

história

econômica

da

Europa f da história eco nômica inicial do Brasil.

Nupa fase de ruptura com a Idade Média, como a que se

inaugura com a navegação oceânica e as descobertas, nenhum destes sistemas se impusera ao outro. Assim como coexis-

A satisfação das necessidades huma nas se fazia com caráter lucrativo e por

meio de empresas. Antes não havia se não o justo preço da doutrina tomista; agora, a lei selvagem da oferta e da procura se impunha.

O comércio exte

rior exigia cada vez maiores inversões de capitais e as novas sociedades comer

ciais promoviairi a radical ruptura com a economia da Idade Média.

A solução primeiro encontrada para resolver as e.vigências do comércio ex terior e satisfazer os pedidos de capital foi a de criar o comércio do Estado.

Portugal é, então, o grande pioneiro da época. A navegação e o grande comér cio exterior

dão-lhe o direito de ser

culo XVI.

O Rei de Portugal é, então,

tim capitahsta típico para a sua época,

base de um monopólio exclusivo do Es tado, por conta e risco do Rei, com na vios de propriedade da Coroa e, portan to, sem libertar a iniciativa privada, que será o grande propulsor do capitalismo comercial de alguns anos depois. Por que, então, essa iniciativa de ca ráter acentuadamente capitalista não se pôde desenvolver? Por que, então, não

pôde Portugal manter a hegemonia ini cial? Por que o seu predomínio é então rápido e fugaz? Portugal inaugurara

com a Espanha um verdadeiro imperia lismo econômico, que tanto impressio nou seus contemporâneos, mais do que

a própria Reforma. E' ainda quase impossível saber porque o sucesso'

transformou num tremendo fracasso, p dem-se, contudo, aventurar algumas h" póteses. Naturalmente, nunca nos


improdutivo e só o trabalho cria rique

tabelecimento do absolutismo, pela rui-

za, não se podia conciliar com a época

na das liberdades locais, e o desenvolvi

de intensa procura de capitais. Os se

mento das colônias longínquas.

gundos, regulando a questão da usura,

seando-se em estudos anteriores, decla

impediam a formação do crédito, agora e por séculos afora o elemento indispen- sável da econòmia,

Ê ao estudo dessa meia verdade e de

suas conseqüências, inclusive no Brasil, que nos propomos dedicar. Será apenas

uma notícia bastante falha e pouco pre cisa.^ Mas dela se poderão extrair con clusões de algum resultado no Brasil,

^sim por exemplo, o grande problema

e saber se a colonização portuguesa no

Brasil foi feudal ou capitalista. Até ho je nenhum estudo de história econômi

ca brasileira procurou decidir se o em preendimento português na terra brasí-

íca foi feudal ou capitalista em sua or

ganização. Os que entre nós têm feito ustoriu econômica

questão.

não discutiram

a

Somente Alexander Marchant

debateu a tese, opinando pela rejeição do feudalismo e aceitando que os do natários tinham um claro sentido capi talista ao investir capitais com o objeti vo de lucro. Conclui, porém, que so mente depois que, os donatários inicia ram a economia agrícola no Brasil é que os

DrcESTO Econômico

'Diceisto Econômico

42

mercadores

volução religiosa se tomaram as mais pacíficas, as mais inteligentes, as mais

to marítimo na bacia do Mediterrâneo.

de Quental ver com mais segurança os termos da questão. Mais inteligente foi a conclusão a que chegou Rebelo da Silva, atribuindo à proibição da usura, pelas Ordenações, grande importância na

gemonia, começam a transfonnar radi calmente a situação econômica. E* o

de

decadência da agricultura portuguesa. Naturalmente,

dificuldades

enormes

Os progressos da navegação,

dos seguros marítimos. Deve-.se a d. Fernando n regulamentação minuciosa c sólida do seguro marítimo, que tanta influência exerceu na formação do direi

comércio exterior que prepara

o

ca

minho para a nova economia capita lista. O novo comércio com a índia e o

descobrimento da América apresentam

comércio

exterior

luso

eviden-

c"am a forma do capitalismo inicial por tuguês.

O sistema de monopólio e a

especulação, especialmente o monopólio

e a especulação da pimenta, caracteri zam o capitalismo de estado, forma in cipiente do capitalismo comercial do sé

A ne cessidade de capital para os gastos da

das pesquisas de história econômica em

expedição e a procura clc capital para

Portugal

o

O sustento e construção de feitorias c

ocupando-se quase que exclusivamente

exata reconstituição da época. Foíam especialmente os estudos alemães sô bre o capital e as finanças da Renascença

fortificaçõcs transformam xí caráter do

do missões comerciais.

sistema econômico.

O comércio colonial português, pelo menos até 1577, desenvolveu-se sob a

tornam

quase

impossível

novos problemas econômicos.

Nem só o caráter lucrativo e o gran

A fulla de documentação o a pobreza

fazem tropeçar os passos nesse sentido.

O capital era antes

e os estudos variados sôbre a formação

um adjunto ou aliado do trabalho do artífice; agora de ser\'o ele se transfor

do capitalismo que nos sugeriram o

mava em mestre, ditando a.s regras da

tema.

Wda econômica.

Releva, neste ponto, acentuar a im

portância das pesquisas de Braancamp Freire sôbre as finanças portuguesas nos

pra, venda e transporte de açúcar e, assim, deram ini

tema merece grandes esfor

cio a um tipo reconhecido de capitalismo.

ços, de vez que, com êle, explicaremos vários aspectos

É necessário lembrar o es

^aqvíno

tolicismo pelo Concilio de Trento, o es-

Entre 1400 e 1500, uma nova fa.se se

desde o século XIV a navegação por

tuguesa tinha elaborado os rudimentos

Estados monárquicos, lutando pela he

até hoje realizadas e infe

causas, a saber: a transformação do ca

Desde algum tempo a economia mediewal vinha .sofrendo grandes abalos.

Não pode Anlero

mente as católicas".

lizmente de pouca divulga ção. De qualquer modo, o

povos peninsulares nos últimos três sé

fase.

Aos portugueses devem-se A'árias ini ciativas. Afirmam alguns autores que

íis descobertas, a formação dos grandes

nizados em companhias em

culos, em que diz serem três as mesmas

■■T

cursores da noA^a era.

inaugura.

"As mais decadentes são exata

séculos XV c XVI, as únicas

causas da decadência dos

economia natural, assim também capita lismo e restos feudais convivem naquela

considerado como um dos grandes pre

moralizadas e industriosas. E chegou a

pregaram capitais na com

^ro de Quental sôbre as

dominadora no mundo ocidental — e a

dizer:

orga

tudo pioneiro do grande An-

tem a economia monetária — então quase

Ba

rou que as nações que seguiram a re

43

da

história

econômica

da

Europa f da história eco nômica inicial do Brasil.

Nupa fase de ruptura com a Idade Média, como a que se

inaugura com a navegação oceânica e as descobertas, nenhum destes sistemas se impusera ao outro. Assim como coexis-

A satisfação das necessidades huma nas se fazia com caráter lucrativo e por

meio de empresas. Antes não havia se não o justo preço da doutrina tomista; agora, a lei selvagem da oferta e da procura se impunha.

O comércio exte

rior exigia cada vez maiores inversões de capitais e as novas sociedades comer

ciais promoviairi a radical ruptura com a economia da Idade Média.

A solução primeiro encontrada para resolver as e.vigências do comércio ex terior e satisfazer os pedidos de capital foi a de criar o comércio do Estado.

Portugal é, então, o grande pioneiro da época. A navegação e o grande comér cio exterior

dão-lhe o direito de ser

culo XVI.

O Rei de Portugal é, então,

tim capitahsta típico para a sua época,

base de um monopólio exclusivo do Es tado, por conta e risco do Rei, com na vios de propriedade da Coroa e, portan to, sem libertar a iniciativa privada, que será o grande propulsor do capitalismo comercial de alguns anos depois. Por que, então, essa iniciativa de ca ráter acentuadamente capitalista não se pôde desenvolver? Por que, então, não

pôde Portugal manter a hegemonia ini cial? Por que o seu predomínio é então rápido e fugaz? Portugal inaugurara

com a Espanha um verdadeiro imperia lismo econômico, que tanto impressio nou seus contemporâneos, mais do que

a própria Reforma. E' ainda quase impossível saber porque o sucesso'

transformou num tremendo fracasso, p dem-se, contudo, aventurar algumas h" póteses. Naturalmente, nunca nos


íii

Dicesto Econômico

44

tisfaremos com as afirmações sobre a

dos judeus, principal elemento finan

exigüidade de sua população como mo tivo da fraquéza das suas iniciativas. E

ceiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da usura, dificultando n acumulação capitalista e, conseqüêntcmente, a formação do crédito. Daí a

o caso da Inglaterra e da Holanda? Houve, de certo, resistências inter nas a dificultar a tarefa da comerciali

zação da vida portuguesa. Entre estas

resistências devem-se alinhar as seguin tes: 1) a dificuldade da ruptura com as idéias econômicas, politicas e reh-

giosas da Idade Médiaj 2) a expulsão

procura de crédito no estrangeiro e a

K'\ Reflexões sôbre controle cambial

e desvalorização JOSEPH A. Keushaw

(Professor Visitante de Economia da Escola Livre de Sociologia e Política)

dependência financeira do país aos usurários flamengos e alemães. Não e po.s-

sível tratar estas três causas separada mente. Elas estão Intimamente ligadas, como mostraremos no próximo artigo.

^"•^icioNALMENTE, O controle do câm bio, pelos governos, tem sido associa

O prof. foseph A. Kershaw, que é au tor da dissertação "A Histonj of Ration

do a certas circunstâncias políticas e eco

Ranking' e ex-assistente de Economia

nômicas, mais especificamente â guerra

e Direito Internacional do Hofstra Col-

o à crise. E' interessante notar que no

lege e da Universidade de Princeton,

Brasil, como cm outros países onde

analisa, neste artigo, os fatôres que levam

correntemente é realizado o controle do

câmbio, o oposto a essas circunstâncias prevaleça. Ao menos, a necessidade da medida parece real, a despeito do fato

uma nação à prática do controle cam bial, detendo-se, sobretudo, no problema da desvalorização do cruzeiro OOOOOOOOÔOO

de.não estar a girerra à vista, no mo

mento, e de, ao lado das áreas devas

tadas da Europa e Ásia, a prosperidade estar firmemente estabelecida.

Êsse paradoxo é digno de ser explo rado minuciosamente. Via de regra, as

medidas de controle cambial são obri

gatórias numa nação, quando um, dois ou os três fatôres estão presentes. O

primeiro, seria uma crise financeira ou econômica na nação adotante das me

didas, cujos sintomas são a diminuição

nyder, secretário do Tesouro norte-americano e seus conselheiros, declararia

sempre de acôrdo com as afirmativas do correspondente do "Daily Mail" — qt*f

^0 poderia cogitar para certos paises da obtenção dos dólares exigidos da Gra. ^^gundo o jornal britânico "os países cuja moeda não está estabilizada, prin

cipalmente a Irídia, estariam excluídos do acôrdo, até que assinem ajustes espe_

"O

TT

«

V-l»

cia» com o Reino Unido".

zando o luxo de encarar o problema de

como evitar que sua prosperidade seja demasiado intensa.

Um terceiro fator que ordinàriamente

da renda nacional e o aumento do de

exportação de um pais. TQda\'ia, no

ma incerteza, com o declínio dos pre

sagem do govêrno britânico, que estaria sendo atualmente estudada pelo sr. ]ohn

cedor e consumidor e, ao invés de um

colapso financeiro, êsse pais está go

semprego. Nenhum desses fatôres ocor

os primeiros meses de 1947 viram algu ttmo norte-americanò concernente à conversibilidade da libra em dólares. A mcn-

Mas, no caso do Brasil, os Estados Uni dos tomaram-se o maior mercado fonie-

acompanha ou ocasiona o controle cam

re atualmente no Brasil. E' verdade que

Septindo o correspondente do "Vaily Mail" em Nova York, a Inglaterra tería fetto saber aos Estados Unidos que não poderia cumprir as cláusulas do empréS'

deiro para as nações como o Brasil, às

quais o comércio e.xterior é tão vital.

ços- do café e do algodão e certa redu ção na indústria têxtil do algodão, mas ambos foram moderados e temporários. O resto do ano foi firme e 1948 iniciou-

se com real vigor.

Um segundo fator que obriga uma na ção ao controle cambial é o colapso financeiro do país que seja o seu maior mercado. Isto é particularmente verda-

bial é o sensível declínio no valor de

caso brasileiro, o valor das exportações

aumentou de ano para ano, desde 1940, atingindo cerca de quatro vêzes mais em 1946 que em 1940 e revelando, em 1947, um pequeno aumento sôbre 1946 A análise tradicional nos induziria a

crer que a última coisa a ser esperada em tais circunstâncias seria o controle cambial.

Não obstante, o Brasil começou

adotar o controle do câmbio em 1947^


íii

Dicesto Econômico

44

tisfaremos com as afirmações sobre a

dos judeus, principal elemento finan

exigüidade de sua população como mo tivo da fraquéza das suas iniciativas. E

ceiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da usura, dificultando n acumulação capitalista e, conseqüêntcmente, a formação do crédito. Daí a

o caso da Inglaterra e da Holanda? Houve, de certo, resistências inter nas a dificultar a tarefa da comerciali

zação da vida portuguesa. Entre estas

resistências devem-se alinhar as seguin tes: 1) a dificuldade da ruptura com as idéias econômicas, politicas e reh-

giosas da Idade Médiaj 2) a expulsão

procura de crédito no estrangeiro e a

K'\ Reflexões sôbre controle cambial

e desvalorização JOSEPH A. Keushaw

(Professor Visitante de Economia da Escola Livre de Sociologia e Política)

dependência financeira do país aos usurários flamengos e alemães. Não e po.s-

sível tratar estas três causas separada mente. Elas estão Intimamente ligadas, como mostraremos no próximo artigo.

^"•^icioNALMENTE, O controle do câm bio, pelos governos, tem sido associa

O prof. foseph A. Kershaw, que é au tor da dissertação "A Histonj of Ration

do a certas circunstâncias políticas e eco

Ranking' e ex-assistente de Economia

nômicas, mais especificamente â guerra

e Direito Internacional do Hofstra Col-

o à crise. E' interessante notar que no

lege e da Universidade de Princeton,

Brasil, como cm outros países onde

analisa, neste artigo, os fatôres que levam

correntemente é realizado o controle do

câmbio, o oposto a essas circunstâncias prevaleça. Ao menos, a necessidade da medida parece real, a despeito do fato

uma nação à prática do controle cam bial, detendo-se, sobretudo, no problema da desvalorização do cruzeiro OOOOOOOOÔOO

de.não estar a girerra à vista, no mo

mento, e de, ao lado das áreas devas

tadas da Europa e Ásia, a prosperidade estar firmemente estabelecida.

Êsse paradoxo é digno de ser explo rado minuciosamente. Via de regra, as

medidas de controle cambial são obri

gatórias numa nação, quando um, dois ou os três fatôres estão presentes. O

primeiro, seria uma crise financeira ou econômica na nação adotante das me

didas, cujos sintomas são a diminuição

nyder, secretário do Tesouro norte-americano e seus conselheiros, declararia

sempre de acôrdo com as afirmativas do correspondente do "Daily Mail" — qt*f

^0 poderia cogitar para certos paises da obtenção dos dólares exigidos da Gra. ^^gundo o jornal britânico "os países cuja moeda não está estabilizada, prin

cipalmente a Irídia, estariam excluídos do acôrdo, até que assinem ajustes espe_

"O

TT

«

V-l»

cia» com o Reino Unido".

zando o luxo de encarar o problema de

como evitar que sua prosperidade seja demasiado intensa.

Um terceiro fator que ordinàriamente

da renda nacional e o aumento do de

exportação de um pais. TQda\'ia, no

ma incerteza, com o declínio dos pre

sagem do govêrno britânico, que estaria sendo atualmente estudada pelo sr. ]ohn

cedor e consumidor e, ao invés de um

colapso financeiro, êsse pais está go

semprego. Nenhum desses fatôres ocor

os primeiros meses de 1947 viram algu ttmo norte-americanò concernente à conversibilidade da libra em dólares. A mcn-

Mas, no caso do Brasil, os Estados Uni dos tomaram-se o maior mercado fonie-

acompanha ou ocasiona o controle cam

re atualmente no Brasil. E' verdade que

Septindo o correspondente do "Vaily Mail" em Nova York, a Inglaterra tería fetto saber aos Estados Unidos que não poderia cumprir as cláusulas do empréS'

deiro para as nações como o Brasil, às

quais o comércio e.xterior é tão vital.

ços- do café e do algodão e certa redu ção na indústria têxtil do algodão, mas ambos foram moderados e temporários. O resto do ano foi firme e 1948 iniciou-

se com real vigor.

Um segundo fator que obriga uma na ção ao controle cambial é o colapso financeiro do país que seja o seu maior mercado. Isto é particularmente verda-

bial é o sensível declínio no valor de

caso brasileiro, o valor das exportações

aumentou de ano para ano, desde 1940, atingindo cerca de quatro vêzes mais em 1946 que em 1940 e revelando, em 1947, um pequeno aumento sôbre 1946 A análise tradicional nos induziria a

crer que a última coisa a ser esperada em tais circunstâncias seria o controle cambial.

Não obstante, o Brasil começou

adotar o controle do câmbio em 1947^


DrcEvTTo

46

Econômico Digesto

avaliando o câmlDio à taxa oficial sft-

mente para a importação de mercadorias e serviços considerados essenciais pelo governo. Os fatos que tornaram essa medida necessária são bem conhecidos.

Enquanto o valor das exportações, como dissemos acima, se elevou sensi\elmente, o das importações subiu ainda mais e uma pequena oscilação desfavorável na

balança de comércio surgiu, primeiro,

em fevereiro de 1947, e tornou-se um pouco maior em abril e meses subse

quentes, excedendo a bilhões de cruzei ros em maio.

encomendas dc guerra do exterior e o saldo de exportação resultante. E' im portante obscr\'ar que a extensão da

Durante os anos de guerra,

excesso da exportação foi tre

mendo, pois muitas nações com■7 j"' 7de guerra, mente mas para vende neces sidades

cre itos em cruzeiros assim obtidos com

petiram com outros no limitado supri

mento de utilidades, forçando a alta dos

preços. Outro indício de que tal acon

tecia foi o grande aumento do meio cír-

cu ante, pois os exportadores apresenaram rnuito mais divisas estrangeiras ao

anco do Brasil do que os importado res necessitavam. E' de se notar que

^ dmbeiro emo circulação aumento quadruplicado do foi o efeito e ^°mo muitos podem pen

sar, da inflação. A causa real foram as

sias, indagar-se o porquê de não have

se a taxa dc câmbio fôr radicalmente

a atuar há muito tempo, a fim de, por

diferente da indicada pela paridade do

no Brasil, situa-se muito acima dè.s.se nu

poder de compra. Com estas noções em

mero, cèrca dc 330 em São Paulo, um

mente seria

pouco menos no Rio, embora estes al

Iraballio recentemente publicado pelo

garismos

"'Board of Governors" do "Federal Re

não

sejam,

pro\'àvelmente,

muito exatos, sendo ate baixos. Mas. to-

mando-os como certos, o nível do pre 65% acima do de antes da guerra, ao

passo que no Brasil ele é de 230% mais alto.

Dadas as grandes relações

comerciais entre os dois países, é certo que existe um desequi líbrio.

mada doutrina da paridade do

cadas na aquisição de utilidades e os

se muito bem, em vista das circunstân-

dos mantém-se agora cm cerca dc

ue exortação no Brasil atingiu a media de 533 milhões de cru

in ação no Brasil. As rendas criadas peas exportações não puderam ser aplí-

de considerar-se êste problema, pode-,

rem os fatores de equilíbrio sidos postos

A esta altura uma digressão se impõe. De acôrdo com a cha

zeiros. Essa média para os anos de gueriQ/i foi cinco e em 946 ultrapassou os 5 vezes bilhõesmaior de cruzciros. Nisto reside a explicação da grande

mais do que para comparar os níveis absolutos de preço. E a maioria dos eco

nomistas julga que, visto dessa forma relativa, o equilíbrio .não pode existir

ram relativamente pouco. Para

os anos de 1931-40, o excesso

47

inflação foi muito maior no Bra.sil do que nos Estados Unidos ou Grã-Breta nha. O custo da vida nos Eslado.s Uni

ço de varejo nos Estados Unidos está desenvolvimento re-

Econômico

poder de compra, a taxa de câmbio de um país estará em

equilíbrio se o nível do preço interno fôr aproximadamente igual aos de outros países, quando os preços, nestes, fo rem convertidos à taxa oficial de câm

bio e corresponderem ao valor da moe da daquele. Se isto não .se der, ou a taxa de câmbio mudará, quando pos sível, ou os níveis relativos do preço mudarão, se a taxa de câmbio fôr man tida e nesse caso compra-se mais no mercado relativamente baixo e vende-

se mais no alto. Poucos economistas jul

gam, boje em dia, que a doutrina da paridade do poder de compra tenha exa tidão absoluta e muitos apontaram sua inconsistência.

Não obstante, a maioria

sente que ela é útil para uma aproxi

mação inicial, particularmente se ela fôr usada para medir oscilações de uma posição prévia de =»-aparente equilíbrio

interessante

examinar um

serve System", em Washington, de au toria de Lloyd A. Metzler. Êstc estu do considera a paridade do poder de

compra para um certo número de paí ses, inclusive o Brasil, usando como ba

se o período de outubro de 1936 ^ até junho de 1937. A taxa de paridade é "a taxa que faria o atual poder de compra igual ao da moeda corrente do país, re

lativo ao poder de compra do dólar tal qual era no começo do período". De acôrdo com êste estudo, a ta.xa de pa

êste ou aquele meio, reduzir gradativa-

mente o valor do cruzeiro a uma posição justa, ou trazer os níveis gerais de pre ços, no Brasil, a uma posição mais pró-xima do equilíbrio. A resposta é que o mercado não tem operado nas condições habituais nestes últimos anos. Durante

a guerra, a necessidade e não o preço, foi o critério adotado pelo govêmo tan

to quanto pelos compradores particula res. O material de guerra, em seu mais

amplo sentido, era adquirido quase sem

que se atentasse para o preço. Termi nada a guerra, os artigos procurados mu daram, mas êste critério persistiu. O crédito acumulado durante a guerra é

destinado agora à compra de máquinas e

ridade para o Brasil em novembro de

outros artigos, cujo suprimento ainda

1946 era 3.87 cents, ou Cr$ 26,00 pa

pradores, pelo menos de mercadorias

ra o dólar. Mas, ao ser computado um índice de custo da vida no Brasil de

não é suficiente. Até hoje, muitos com

essenciais e de consumo durável, per

237,3, foi empregado, presumivelmente,

guntam "quando poderei receber?" em

custo da vida, a ta.xa de paridade seria

necessidades eram incapa

o índice no Rio em novembro de 1946. Se o número de 330 fôr usado para o de 2.5 cents ou Cr$ 40,00 para o dólar. Desde novembro de 1946 os preços nos Estados Unidos subiram um pouco mais

do que no Brasil, o que faria subir a taxa de paridade. Considerando tudo

isto, e acentuando novamente a exatidão não absoluta deste juízo, a taxa de pa

ridade agora estaria nas pro.xlmidades -de Cr$ 35,00 em relação ao dólar, de sorte

que o cruzeiro, à taxa oficial, tem tal vez o dòbro do seu valor real, de acor do com êste raciocínio.

Conclusões apressadas sobre a sabe

vez de "qual o seu preço?" Tão longe quanto os grandes supridores para as zes de produzir suficien temente, a compressão sô-

bre o cruzeiro não proveio

dêste desequilíbrio. En? outras palavras, o valor do cruzeiro es» tava protegido pela insuficiência da pro, dução estrangeira. Mas logo em 1947 a máquina produtora americana começoo a pôr em ordem seus problemas, fato

que é claramente evidenciado pelo co mércio entre as duas nações. Nos nrí

nieiros -6 meses de 1947, as exportai

doria da desvalorização não devem ser

ções do Brasil para os Estados Unidos

tiradas da análise acima. Antes, porém,

foram, em média, iguais às do ano antê-


DrcEvTTo

46

Econômico Digesto

avaliando o câmlDio à taxa oficial sft-

mente para a importação de mercadorias e serviços considerados essenciais pelo governo. Os fatos que tornaram essa medida necessária são bem conhecidos.

Enquanto o valor das exportações, como dissemos acima, se elevou sensi\elmente, o das importações subiu ainda mais e uma pequena oscilação desfavorável na

balança de comércio surgiu, primeiro,

em fevereiro de 1947, e tornou-se um pouco maior em abril e meses subse

quentes, excedendo a bilhões de cruzei ros em maio.

encomendas dc guerra do exterior e o saldo de exportação resultante. E' im portante obscr\'ar que a extensão da

Durante os anos de guerra,

excesso da exportação foi tre

mendo, pois muitas nações com■7 j"' 7de guerra, mente mas para vende neces sidades

cre itos em cruzeiros assim obtidos com

petiram com outros no limitado supri

mento de utilidades, forçando a alta dos

preços. Outro indício de que tal acon

tecia foi o grande aumento do meio cír-

cu ante, pois os exportadores apresenaram rnuito mais divisas estrangeiras ao

anco do Brasil do que os importado res necessitavam. E' de se notar que

^ dmbeiro emo circulação aumento quadruplicado do foi o efeito e ^°mo muitos podem pen

sar, da inflação. A causa real foram as

sias, indagar-se o porquê de não have

se a taxa dc câmbio fôr radicalmente

a atuar há muito tempo, a fim de, por

diferente da indicada pela paridade do

no Brasil, situa-se muito acima dè.s.se nu

poder de compra. Com estas noções em

mero, cèrca dc 330 em São Paulo, um

mente seria

pouco menos no Rio, embora estes al

Iraballio recentemente publicado pelo

garismos

"'Board of Governors" do "Federal Re

não

sejam,

pro\'àvelmente,

muito exatos, sendo ate baixos. Mas. to-

mando-os como certos, o nível do pre 65% acima do de antes da guerra, ao

passo que no Brasil ele é de 230% mais alto.

Dadas as grandes relações

comerciais entre os dois países, é certo que existe um desequi líbrio.

mada doutrina da paridade do

cadas na aquisição de utilidades e os

se muito bem, em vista das circunstân-

dos mantém-se agora cm cerca dc

ue exortação no Brasil atingiu a media de 533 milhões de cru

in ação no Brasil. As rendas criadas peas exportações não puderam ser aplí-

de considerar-se êste problema, pode-,

rem os fatores de equilíbrio sidos postos

A esta altura uma digressão se impõe. De acôrdo com a cha

zeiros. Essa média para os anos de gueriQ/i foi cinco e em 946 ultrapassou os 5 vezes bilhõesmaior de cruzciros. Nisto reside a explicação da grande

mais do que para comparar os níveis absolutos de preço. E a maioria dos eco

nomistas julga que, visto dessa forma relativa, o equilíbrio .não pode existir

ram relativamente pouco. Para

os anos de 1931-40, o excesso

47

inflação foi muito maior no Bra.sil do que nos Estados Unidos ou Grã-Breta nha. O custo da vida nos Eslado.s Uni

ço de varejo nos Estados Unidos está desenvolvimento re-

Econômico

poder de compra, a taxa de câmbio de um país estará em

equilíbrio se o nível do preço interno fôr aproximadamente igual aos de outros países, quando os preços, nestes, fo rem convertidos à taxa oficial de câm

bio e corresponderem ao valor da moe da daquele. Se isto não .se der, ou a taxa de câmbio mudará, quando pos sível, ou os níveis relativos do preço mudarão, se a taxa de câmbio fôr man tida e nesse caso compra-se mais no mercado relativamente baixo e vende-

se mais no alto. Poucos economistas jul

gam, boje em dia, que a doutrina da paridade do poder de compra tenha exa tidão absoluta e muitos apontaram sua inconsistência.

Não obstante, a maioria

sente que ela é útil para uma aproxi

mação inicial, particularmente se ela fôr usada para medir oscilações de uma posição prévia de =»-aparente equilíbrio

interessante

examinar um

serve System", em Washington, de au toria de Lloyd A. Metzler. Êstc estu do considera a paridade do poder de

compra para um certo número de paí ses, inclusive o Brasil, usando como ba

se o período de outubro de 1936 ^ até junho de 1937. A taxa de paridade é "a taxa que faria o atual poder de compra igual ao da moeda corrente do país, re

lativo ao poder de compra do dólar tal qual era no começo do período". De acôrdo com êste estudo, a ta.xa de pa

êste ou aquele meio, reduzir gradativa-

mente o valor do cruzeiro a uma posição justa, ou trazer os níveis gerais de pre ços, no Brasil, a uma posição mais pró-xima do equilíbrio. A resposta é que o mercado não tem operado nas condições habituais nestes últimos anos. Durante

a guerra, a necessidade e não o preço, foi o critério adotado pelo govêmo tan

to quanto pelos compradores particula res. O material de guerra, em seu mais

amplo sentido, era adquirido quase sem

que se atentasse para o preço. Termi nada a guerra, os artigos procurados mu daram, mas êste critério persistiu. O crédito acumulado durante a guerra é

destinado agora à compra de máquinas e

ridade para o Brasil em novembro de

outros artigos, cujo suprimento ainda

1946 era 3.87 cents, ou Cr$ 26,00 pa

pradores, pelo menos de mercadorias

ra o dólar. Mas, ao ser computado um índice de custo da vida no Brasil de

não é suficiente. Até hoje, muitos com

essenciais e de consumo durável, per

237,3, foi empregado, presumivelmente,

guntam "quando poderei receber?" em

custo da vida, a ta.xa de paridade seria

necessidades eram incapa

o índice no Rio em novembro de 1946. Se o número de 330 fôr usado para o de 2.5 cents ou Cr$ 40,00 para o dólar. Desde novembro de 1946 os preços nos Estados Unidos subiram um pouco mais

do que no Brasil, o que faria subir a taxa de paridade. Considerando tudo

isto, e acentuando novamente a exatidão não absoluta deste juízo, a taxa de pa

ridade agora estaria nas pro.xlmidades -de Cr$ 35,00 em relação ao dólar, de sorte

que o cruzeiro, à taxa oficial, tem tal vez o dòbro do seu valor real, de acor do com êste raciocínio.

Conclusões apressadas sobre a sabe

vez de "qual o seu preço?" Tão longe quanto os grandes supridores para as zes de produzir suficien temente, a compressão sô-

bre o cruzeiro não proveio

dêste desequilíbrio. En? outras palavras, o valor do cruzeiro es» tava protegido pela insuficiência da pro, dução estrangeira. Mas logo em 1947 a máquina produtora americana começoo a pôr em ordem seus problemas, fato

que é claramente evidenciado pelo co mércio entre as duas nações. Nos nrí

nieiros -6 meses de 1947, as exportai

doria da desvalorização não devem ser

ções do Brasil para os Estados Unidos

tiradas da análise acima. Antes, porém,

foram, em média, iguais às do ano antê-


4$

Digesto

EcoNÓxnco

Digesto EcoNÓNnco

49

rior (em valor), mas as importações, nes

portados, entre os quais se incluem mui

ses mesmos seis meses, foram quase tão

tos essenciais, sem que isso oferecesse

significar inflação. E' discutível quanto isto seja necessário, mesmo em seto

grandes quanto as de todo o ano ante

qualquer segurança, por exemplo, de que a compra de automóveis estrangei

indústrias têxteis de algodão, que con

nessas circunstâncias, a balança de im

ros de lu.vo seria reduzida mais do que

quistaram novos mercados durante a

portação aumentará mais do que decres-

as' de trigo ou máquinas têxteis. Esta pareceria também uma política pouco

guerra e terão grande dificuldade em conservá-los com preços altos, quando os países competidores voltarem a pro

cerá, com a desvalorização. Esta é uma s tuação curiosa e que não persistirá por muito tempo, mas que pode ser caracte rística ao Brasil, no presente. Na apa rência, a corrente de pedidos de impor tação é tão forte que um aumento no preço, ainda que acentuado, não redu ziria grandemente as importações. E o

rior. Pela primeira vez, desde 1940, a balança entre os dois países foi des

favorável ao Brasil, naqueles seis meses; e, ainda mais, a balança desfavorável nesses seis meses era três vêzes maior

que a favorável em todo o ano prece dente. A mudança foi, assim, tão drás tica quanto repentina.

„^

ííf'

alternaüvas pa-

Teoricamente, as reservas

Unírfr^r' nos Estados esPotaL guerra poderiam ser g das,tirante e istoa naturalmente aconteeu nos primeiros meses de 1947. Mas processo fôsse corretivo, grande 9 ti ade da moeda corrente deveria ° retirada da circulação. Em vire da enorme procura de mercadorias,

^ o_não resultaria a princípio numa deaçao necessária, mas cedo ou tarde

uma contração drástica e rápida do meio cirçu ante .poderia ocasionar uma

cnse financeira. Nenhum país pode su portar uma redução à metade, no seu

nível de preços, dentro de poucos mej^A^' necessária oalguma provi-a oticia seria para restaurar equilíbrio, esta^ altura. Quaisquer medidas desta ®specie seriam controles governamentais e sabedoria extremamente duvidosa. m segundo lugar, poder-se-ia não ixar o cruzeiro, para que fôsse encontra-

o o seu nível de equilíbrio.

Inteira

iscussão desta possibilidade será ofe-

abaixo, quando esva^orização. Aqui considerarmos mencionaremosa

perias o fato de que a força do capital nquiclo e o seu provável poder de fluaçao tomariam impossível ao cru-

b^° encontrar sua posição de equilí-

,„_j' disso, a desvalorização ele^ tis preços de todos os artigos im

inteligente.

A terceira providen cia, naturalmente ado tada, foi a instituição do controle do cambio

e o estabelecimento da

prioridade cambial, de acòrdo com o critério da essenciaiidade de

terminado pelo govêmo. Deste modo, a

res restritos da economia, como o das

duzir intensamente.

Mas há, ainda, outras ponderações. O fim da de.svalorização é reduzir ou eliminar o volume de importação. Diz-

se que os americanos, por e.xen)plo, comprarão mais café depois da desvalo rização, porque o dólar comprará mais cruzeiros e, por conseguinte, mais qui

pressão sobre o nível dos preços inter

los de café. E os brasileiros comprarão menos automóveis, porque o cruzeiro

nos foi evitada e houve alguma certeza

comprará menos dólares e os automó

de que as reservas em divisas fôssem

veis, em conseqüência, serão mais ca ros. Êste processo aumenta a exporta ção e diminui a importação, e a posi ção do cambio será melhorada.

usadas no legítimo interesse do povo. Estas medidas foram coroadas de êxi

to, pois tomaram a balança comercial

favorável em agosto e setembro de 1947, pela redução das importações. Com efei to, essa política fez baixar a aquisição de mercadorias estrangeiras enquanto as exportações subiram a níveis altos. Isto nos conduz ao problema da des valorização do cruzeiro no futuro. As

considerações que desaconselharam a

desvalorização do cruzeiro, por impru dente, ao tempo em que o controle cambial foi instituído, em junho último, persistem ainda, e êstes fatôres mere cem discussão; De um modo geral, o objetivo da desvalorização da moeda coiTente é estimular a economia inter

na e favorecer a posição do comércio, estimulando as exportações e desenco rajando as importações. Mas, presente mente, a economia interna do Brasil não necessita de ser estimulada, pois nas

condições de pleno emprego dos fa tôres da produção, o estímulo só poderia

Há razões para duvidar-se de que isto aconteceria nas atuais circunstân cias. Foi assinalado por inúmeros eco

nomistas que a balança de importação pode reagir "adversamente" às mu danças no valor da moeda, se, ern ter mos técnicos, a soma das elasticida-

des da procura de importação e de ex portação fôr menor que a unidade. Su ponha-se, por exemplo, que uma re dução substancial no valor do cruzeiro aumente o volume das e.xportações, li

geiramente; suponha-se também que decresça ligeiramente o volume das impor tações. O resultado é que o pequeno au mento do volume das exportações será

obtido com muito menos dólares (por que um dólar comprará consideràvelmente mais cruzeiros) do que antes; o

valor total das exportações em dólares será mais baixo 'do que antes da des valorização. Se as condições acima re

feridas persistirem, a redução, nesse ca so, será maior do que a do valor das importaçãões (expresso em dólares), e,

preço não parece ser o fator mais im

portante, atualmente, no \'olume das vendas do Brasil aos mercados estran

geiros; por exemplo, não seria muito maior a quantidade de café ou algodão vendida, mesmo a preços inferiores,

O segundo e mais sünples argumen to contra a desvalorização, na atuahda-

de, é que um aumento imediato no pre ço de muitos produtos (como o trigo), matérias-primas essenciais e maquinaria, traria como resultado, naturalmente, um

aumento proporcional à desvalorização. Em adição ao mal estar social e ao

desajustamento econômico que isso tra ria, pode-se assinalar a agitação nos têrmos do comércio exterior do Brasil. O

preço das mercadorias vendidas pelo Brasil subiu mais do que o das compra

das por êle, significando isto que o Bra sil ganhou mais com relativamente me nor esfôrço do que antes da guerra. (Trigo e farinha de trigo são excepções a esta generalização, mas. aparente mente, nestes casos, circunstâncias es

peciais influíram no preço dos dois pro dutos). A desvalorização modificaria' assim, êstes termos do comércio co' desvantagem para o Brasil. Embora a desvalorização não

necessária, no momento (o que si fica, naturalmente, que o controle


4$

Digesto

EcoNÓxnco

Digesto EcoNÓNnco

49

rior (em valor), mas as importações, nes

portados, entre os quais se incluem mui

ses mesmos seis meses, foram quase tão

tos essenciais, sem que isso oferecesse

significar inflação. E' discutível quanto isto seja necessário, mesmo em seto

grandes quanto as de todo o ano ante

qualquer segurança, por exemplo, de que a compra de automóveis estrangei

indústrias têxteis de algodão, que con

nessas circunstâncias, a balança de im

ros de lu.vo seria reduzida mais do que

quistaram novos mercados durante a

portação aumentará mais do que decres-

as' de trigo ou máquinas têxteis. Esta pareceria também uma política pouco

guerra e terão grande dificuldade em conservá-los com preços altos, quando os países competidores voltarem a pro

cerá, com a desvalorização. Esta é uma s tuação curiosa e que não persistirá por muito tempo, mas que pode ser caracte rística ao Brasil, no presente. Na apa rência, a corrente de pedidos de impor tação é tão forte que um aumento no preço, ainda que acentuado, não redu ziria grandemente as importações. E o

rior. Pela primeira vez, desde 1940, a balança entre os dois países foi des

favorável ao Brasil, naqueles seis meses; e, ainda mais, a balança desfavorável nesses seis meses era três vêzes maior

que a favorável em todo o ano prece dente. A mudança foi, assim, tão drás tica quanto repentina.

„^

ííf'

alternaüvas pa-

Teoricamente, as reservas

Unírfr^r' nos Estados esPotaL guerra poderiam ser g das,tirante e istoa naturalmente aconteeu nos primeiros meses de 1947. Mas processo fôsse corretivo, grande 9 ti ade da moeda corrente deveria ° retirada da circulação. Em vire da enorme procura de mercadorias,

^ o_não resultaria a princípio numa deaçao necessária, mas cedo ou tarde

uma contração drástica e rápida do meio cirçu ante .poderia ocasionar uma

cnse financeira. Nenhum país pode su portar uma redução à metade, no seu

nível de preços, dentro de poucos mej^A^' necessária oalguma provi-a oticia seria para restaurar equilíbrio, esta^ altura. Quaisquer medidas desta ®specie seriam controles governamentais e sabedoria extremamente duvidosa. m segundo lugar, poder-se-ia não ixar o cruzeiro, para que fôsse encontra-

o o seu nível de equilíbrio.

Inteira

iscussão desta possibilidade será ofe-

abaixo, quando esva^orização. Aqui considerarmos mencionaremosa

perias o fato de que a força do capital nquiclo e o seu provável poder de fluaçao tomariam impossível ao cru-

b^° encontrar sua posição de equilí-

,„_j' disso, a desvalorização ele^ tis preços de todos os artigos im

inteligente.

A terceira providen cia, naturalmente ado tada, foi a instituição do controle do cambio

e o estabelecimento da

prioridade cambial, de acòrdo com o critério da essenciaiidade de

terminado pelo govêmo. Deste modo, a

res restritos da economia, como o das

duzir intensamente.

Mas há, ainda, outras ponderações. O fim da de.svalorização é reduzir ou eliminar o volume de importação. Diz-

se que os americanos, por e.xen)plo, comprarão mais café depois da desvalo rização, porque o dólar comprará mais cruzeiros e, por conseguinte, mais qui

pressão sobre o nível dos preços inter

los de café. E os brasileiros comprarão menos automóveis, porque o cruzeiro

nos foi evitada e houve alguma certeza

comprará menos dólares e os automó

de que as reservas em divisas fôssem

veis, em conseqüência, serão mais ca ros. Êste processo aumenta a exporta ção e diminui a importação, e a posi ção do cambio será melhorada.

usadas no legítimo interesse do povo. Estas medidas foram coroadas de êxi

to, pois tomaram a balança comercial

favorável em agosto e setembro de 1947, pela redução das importações. Com efei to, essa política fez baixar a aquisição de mercadorias estrangeiras enquanto as exportações subiram a níveis altos. Isto nos conduz ao problema da des valorização do cruzeiro no futuro. As

considerações que desaconselharam a

desvalorização do cruzeiro, por impru dente, ao tempo em que o controle cambial foi instituído, em junho último, persistem ainda, e êstes fatôres mere cem discussão; De um modo geral, o objetivo da desvalorização da moeda coiTente é estimular a economia inter

na e favorecer a posição do comércio, estimulando as exportações e desenco rajando as importações. Mas, presente mente, a economia interna do Brasil não necessita de ser estimulada, pois nas

condições de pleno emprego dos fa tôres da produção, o estímulo só poderia

Há razões para duvidar-se de que isto aconteceria nas atuais circunstân cias. Foi assinalado por inúmeros eco

nomistas que a balança de importação pode reagir "adversamente" às mu danças no valor da moeda, se, ern ter mos técnicos, a soma das elasticida-

des da procura de importação e de ex portação fôr menor que a unidade. Su ponha-se, por exemplo, que uma re dução substancial no valor do cruzeiro aumente o volume das e.xportações, li

geiramente; suponha-se também que decresça ligeiramente o volume das impor tações. O resultado é que o pequeno au mento do volume das exportações será

obtido com muito menos dólares (por que um dólar comprará consideràvelmente mais cruzeiros) do que antes; o

valor total das exportações em dólares será mais baixo 'do que antes da des valorização. Se as condições acima re

feridas persistirem, a redução, nesse ca so, será maior do que a do valor das importaçãões (expresso em dólares), e,

preço não parece ser o fator mais im

portante, atualmente, no \'olume das vendas do Brasil aos mercados estran

geiros; por exemplo, não seria muito maior a quantidade de café ou algodão vendida, mesmo a preços inferiores,

O segundo e mais sünples argumen to contra a desvalorização, na atuahda-

de, é que um aumento imediato no pre ço de muitos produtos (como o trigo), matérias-primas essenciais e maquinaria, traria como resultado, naturalmente, um

aumento proporcional à desvalorização. Em adição ao mal estar social e ao

desajustamento econômico que isso tra ria, pode-se assinalar a agitação nos têrmos do comércio exterior do Brasil. O

preço das mercadorias vendidas pelo Brasil subiu mais do que o das compra

das por êle, significando isto que o Bra sil ganhou mais com relativamente me nor esfôrço do que antes da guerra. (Trigo e farinha de trigo são excepções a esta generalização, mas. aparente mente, nestes casos, circunstâncias es

peciais influíram no preço dos dois pro dutos). A desvalorização modificaria' assim, êstes termos do comércio co' desvantagem para o Brasil. Embora a desvalorização não

necessária, no momento (o que si fica, naturalmente, que o controle


T^-

Dicesto Econômico

50

bial deve ser mantido), a verdade é que o cruzeiro está mal valorizado. Êste pa radoxo aparente pode ser explicado ape nas em relação ao tempo. Impedida uma

no início deste artigo venham a exis tir. Isto quer dizer, quando o desem

inflação acentuada nos Estados Unidos, uma duplicação dos preços, por exem

quando a produção começar a decres-

plo, o que parece improvável, ou uma

redução dos preços no Brasil, que a naçao nao poderia suportar ou permitir, o eqmlibno precisará eventualmente ser restabelecido por uma desvalorização do

cruzeuo. Mas a desvalorização, qSe pa-

k u^or ''°®Í»-P«mente" através de W libraÃTnr'" desequitesultar

çS oTand târes de DreíTadn

ter mí;^

Estados Unidos, pode

P«-

se prende a fa"ão totalmente em-

^

nomi-i ' nomia e ^poucosaudáveis atíva.

pode

quando a eco

rnm indicada, por conseguinte, ' iim ®^^ncia aoexpectativa. cruzeiro, seria a de uma cuidadosa A época

clesvalorização terá chegado quando

F\ DESV/qLORIZflÇflO DO FRANCO-

uma ou tôdas as condições enumeradas

RlCHARD LewINSOHN

prego no Brasil começar a aparecer, ■n

^ desvalorização do franco fran do mês "de janeiro próximo passado,

a depressão nos Estados Unidos (a qual, incidentalmente, apressaria o apareci

chama a atenção do mundo inte:ro, não somente porque a França conli-

econômicos e financeiros, dirige o hoIctiin mensal "Corpuntura Econômica", ■

mento das outras condições), então a

temente editado, com sucesso, na ci

Em um certo sentido, o Brasil se acha,,

luia um dos grandes podcres finan ceiros c comerciais, mas também por causa das suas inovações técnic"as au

numa posição invejável: está desfrutando uma prosperidade crescente e ainda re

avaliar esta desvalorização como um

tém as melhores armas para prote

acontecimento isolado, mas precisa-»e

ger sua posição quando ou se uma que

cês, efetuada

daciosas,

na última .scmani

vê-la no conjunto da evolução mon.^

da "Fundação Qetúlio Vargas", recen dade do Rio de Janeiro y

ções. Em dezembro de 1945, o gover

1

no francês ajustou a sua taxa cam

da vier.

tária da França nos últimos anos «

bial, elevando o dólar de 50 a 119,11

Quanto ao valor-par a ser fixada ao chegar aquele momento, as condições que prevalecerem então indicá-lo-ão. E os peritos do Fundo Monetário Interna

mesmo nas últimas décadas.

francos — desvalorização muito for

A nova desvalorização do franco c a terceira realizada desde a h ^r a

cional serão, sem dúvida, úteis para aju

pois da criação da "segunda ren e ,

te, reduzindo o valor externo do fran co de quase 60%. Mas ainda essu operação não teve senão um efeito passageiro. A emissão contínua de papel-moeda elevou o custo da vida, c, cm conseqüência, o custo da produ ção a um nível que dificultava a ex- . portação. O preço do dólar no mer cado negro" — Que, aliás, não mere

ção da França.

Imediatamente cli-

dar a nação a atingir o valor adequado.

em 1944, foi instituída uma taxa can -

Incidentalmente, esta será uma tarefa

bial de 50 francos por um dólar, va lor-par que correspondia

de extrema dificuldade, como os pará grafos precedentes indicaram.

damentc à taxa em vigor em^

to uma supra-estimativa da ^oeda

de um país afetado sèriamente pe a guerra. Não obstante, a taxa reiat vãmente alta pelo franco nao era um

mero ato de homenagem a

ranç ,

mas tinha um sentido econômico bem claro: permitia ao país importar a rato as mercadoriias de que necessi

tava no fim da guerra, quando hs suas possibilidades de exportação es tavam ainda muito limitadas.

nomeou os ministros Clovis Pestana e Morvan Dias vZ República i W ãp de Figueiredo, bemdaconw o een gen. César Obino para, em comissão, sob a presidência do primeiro rm'

icinsohn, escritor consagrado ern nsstintos . ■<

Entretanto, não se po^ e

York em 1940, antes da mvasao ale mã. Tal paridade representava de la

O autor do presente ensaio, de alualidadc palpitante, professor orofcssor RichoTd LC' , .

cer, quando as exportações (em valor) declinarem sèriamente, ou quando surgir

hora da desvalorização terá chegado.

»//<. vjui/mòuu,

lefinaria dJ ca Nacional At

^ respeito do ante-projeto da lei reguladora das concessões de a pela Secretaria Geral do Conselho de Seguran-

de Ulhoa CiiSra

secretário da referida comissão o ten.-cel. José Pinheiro

i

Ora, era evidente que, com essa

taxa cambial que tornava a produ

ção francesa, em comparação a dos outros paiscs, caríssima, a França não podia desenvolver suas exporta-

ce esse nome, pois funciona na Fran

ça em plena luz do dia, com cotações regulares na imprensa — subiu quase ao triplo da taxa oficial.

Após longas hesitações, o Govêrno ■

efetuou ma^s uma vez um " ajusta mento", elevando a taxa cambial pa

ra o dólar: 214,39 francos, o que sig nifica uma desvalorização de 44,44% sobre os 40% restantes da desvalori

zação anterior, de modo que a redu ção total do valor do franco no apó*

guerra atinge mais que três quarto^s Inflação crônica

a

Sem dúvida, as dificuldades monás


T^-

Dicesto Econômico

50

bial deve ser mantido), a verdade é que o cruzeiro está mal valorizado. Êste pa radoxo aparente pode ser explicado ape nas em relação ao tempo. Impedida uma

no início deste artigo venham a exis tir. Isto quer dizer, quando o desem

inflação acentuada nos Estados Unidos, uma duplicação dos preços, por exem

quando a produção começar a decres-

plo, o que parece improvável, ou uma

redução dos preços no Brasil, que a naçao nao poderia suportar ou permitir, o eqmlibno precisará eventualmente ser restabelecido por uma desvalorização do

cruzeuo. Mas a desvalorização, qSe pa-

k u^or ''°®Í»-P«mente" através de W libraÃTnr'" desequitesultar

çS oTand târes de DreíTadn

ter mí;^

Estados Unidos, pode

P«-

se prende a fa"ão totalmente em-

^

nomi-i ' nomia e ^poucosaudáveis atíva.

pode

quando a eco

rnm indicada, por conseguinte, ' iim ®^^ncia aoexpectativa. cruzeiro, seria a de uma cuidadosa A época

clesvalorização terá chegado quando

F\ DESV/qLORIZflÇflO DO FRANCO-

uma ou tôdas as condições enumeradas

RlCHARD LewINSOHN

prego no Brasil começar a aparecer, ■n

^ desvalorização do franco fran do mês "de janeiro próximo passado,

a depressão nos Estados Unidos (a qual, incidentalmente, apressaria o apareci

chama a atenção do mundo inte:ro, não somente porque a França conli-

econômicos e financeiros, dirige o hoIctiin mensal "Corpuntura Econômica", ■

mento das outras condições), então a

temente editado, com sucesso, na ci

Em um certo sentido, o Brasil se acha,,

luia um dos grandes podcres finan ceiros c comerciais, mas também por causa das suas inovações técnic"as au

numa posição invejável: está desfrutando uma prosperidade crescente e ainda re

avaliar esta desvalorização como um

tém as melhores armas para prote

acontecimento isolado, mas precisa-»e

ger sua posição quando ou se uma que

cês, efetuada

daciosas,

na última .scmani

vê-la no conjunto da evolução mon.^

da "Fundação Qetúlio Vargas", recen dade do Rio de Janeiro y

ções. Em dezembro de 1945, o gover

1

no francês ajustou a sua taxa cam

da vier.

tária da França nos últimos anos «

bial, elevando o dólar de 50 a 119,11

Quanto ao valor-par a ser fixada ao chegar aquele momento, as condições que prevalecerem então indicá-lo-ão. E os peritos do Fundo Monetário Interna

mesmo nas últimas décadas.

francos — desvalorização muito for

A nova desvalorização do franco c a terceira realizada desde a h ^r a

cional serão, sem dúvida, úteis para aju

pois da criação da "segunda ren e ,

te, reduzindo o valor externo do fran co de quase 60%. Mas ainda essu operação não teve senão um efeito passageiro. A emissão contínua de papel-moeda elevou o custo da vida, c, cm conseqüência, o custo da produ ção a um nível que dificultava a ex- . portação. O preço do dólar no mer cado negro" — Que, aliás, não mere

ção da França.

Imediatamente cli-

dar a nação a atingir o valor adequado.

em 1944, foi instituída uma taxa can -

Incidentalmente, esta será uma tarefa

bial de 50 francos por um dólar, va lor-par que correspondia

de extrema dificuldade, como os pará grafos precedentes indicaram.

damentc à taxa em vigor em^

to uma supra-estimativa da ^oeda

de um país afetado sèriamente pe a guerra. Não obstante, a taxa reiat vãmente alta pelo franco nao era um

mero ato de homenagem a

ranç ,

mas tinha um sentido econômico bem claro: permitia ao país importar a rato as mercadoriias de que necessi

tava no fim da guerra, quando hs suas possibilidades de exportação es tavam ainda muito limitadas.

nomeou os ministros Clovis Pestana e Morvan Dias vZ República i W ãp de Figueiredo, bemdaconw o een gen. César Obino para, em comissão, sob a presidência do primeiro rm'

icinsohn, escritor consagrado ern nsstintos . ■<

Entretanto, não se po^ e

York em 1940, antes da mvasao ale mã. Tal paridade representava de la

O autor do presente ensaio, de alualidadc palpitante, professor orofcssor RichoTd LC' , .

cer, quando as exportações (em valor) declinarem sèriamente, ou quando surgir

hora da desvalorização terá chegado.

»//<. vjui/mòuu,

lefinaria dJ ca Nacional At

^ respeito do ante-projeto da lei reguladora das concessões de a pela Secretaria Geral do Conselho de Seguran-

de Ulhoa CiiSra

secretário da referida comissão o ten.-cel. José Pinheiro

i

Ora, era evidente que, com essa

taxa cambial que tornava a produ

ção francesa, em comparação a dos outros paiscs, caríssima, a França não podia desenvolver suas exporta-

ce esse nome, pois funciona na Fran

ça em plena luz do dia, com cotações regulares na imprensa — subiu quase ao triplo da taxa oficial.

Após longas hesitações, o Govêrno ■

efetuou ma^s uma vez um " ajusta mento", elevando a taxa cambial pa

ra o dólar: 214,39 francos, o que sig nifica uma desvalorização de 44,44% sobre os 40% restantes da desvalori

zação anterior, de modo que a redu ção total do valor do franco no apó*

guerra atinge mais que três quarto^s Inflação crônica

a

Sem dúvida, as dificuldades monás


DtCFSTO

52

tárias da França são ainda, até cer

rápido, mas a <icsv.i!oriz«içno já esta

to ponto, repercussões da grucrra. To

va bastante acentuada; cnire

davia, outros países da Europa oci dental — tais a Holanda e a Bélgi ca — que também sofreram durante

a guerra devastação e exploração sis temática* sob a ocupação alemã, con seguiram restabelecer, com uma des

valorização única c muito mais mó

1939, o franco perdeu, cm rt-l.iç.ão ao

çamentário foi. sem dúvida, a princi

dólar, quase dois terços do seu valo". K* vcrdatlc que a Fr.mçn viveu, an tes do períoílo inflacionista iniciado

pal causa da inílaç.ãi>. O governo pro-

França parcialmente, mas não intei

rico, essa fase aparece mais Como um

A particularidade da situação mo netária francesa está em que a in flação neste país tem um Caráter crô nico. O franco entrou já na guerra como um grande doente. Os últimos

três anos de ante-gucrra foram, do ponto de vista monetário, muito >1milares aos três primeiros anos de

vidcnciav.i

cm 193Ú, rpiasc cito anos <Jc perfeita estabilidade monetária, prcci.satnciitc numa época quando as moe«las dos

as greves, explicam o processo na ramente.

razão de utilizar no seu famoso "In-

ram valorizadas, o que facultou legal mente ao Banco dc fazer novas emis

qüência disto, as reservas dc ouro fo

ventaire financicr" (1), como ano-basc, não um período às vcspcfas da guer ra c sim o ano de 1913. Os scguijitcs dados, oriundos do Relatório do sr.

sões.

Êstc processo já se deu numa épo ca cm que o Banco dc França ainda era um instituto formalmente inde

Schuman, mostram diversos fenôme sob

pendente do governo, controlado pe los seus acionistas, que eram exclusi vamente particulares. O exemplo francês pode servir dc advertência

n

para aqueles que acreditam que um Banco Central, estritamente separado do Tesouro, já ofereceria uma garan Despeso pública

Renda

nacional

1913

1920

38

337

110

1930

76

618

151

763

243 300

722

6056

2000

Os dados evidenciam que desde a

primeira guerra mundial o orçamento França acusava um forte "défi cit", com excepção do exercício de 1930, quando o franco também se achava êm perfeita estabilidade.

pensar o "déficit" da balança mercan

do franco fot reduzido c. em conse

100

1946

dc papci-mocda. .Xs reservas de ouro, ainda que antig.amcntc muito imi>ortantes, c até boje bastante elevadas,

atmgido êssc limite, o "pêso*'-ouro

9

1

eram o principal recurso para com

para assegurar ao papel-moeda cnor-

Rcci lia

tia contra a inflação. A bistóriá de

pública

monstra

1 7

1939

te. as receitas oriundas do turismo

Tesouro c fazia, nessa base, emissões

não foram, naturalmente, sufieientcs

(em bilhões de francos)

prccü.s

dc

pressão econômica. O primeiro minis tro Roí)crt Schuman tem, pois. tòda

nos econômicos c financeiros

no varejo

Banco

intervalo do que um período normal,

influência da inflação:

Anü

ao

pois foi caracterizada i)or uma séria de

culante efetuava-Se num ritmo menos

índice dos

dinheiro

33

Séries

1

mais

quc

não

foi sòmcntc

na

França que as maiores emissões se

5

5

28

22

efetuaram através de bancos centrais.

59

64

150

Balança comercial

63

586

372

longas

dc

I

til. Já nos últimos anos antes da guerra a França era obrigada a e.xportar grandes quantidades de ouro para financiar o cxc"edcnte das suas compras sobre as vendas . No período dc após-guerra a situa ção comercial tornou-se ainda mais precária. Malgradv:) os notáveis es forços da França dc aumentar as

siias exportações c dc conquistar no vos mercados, as suas importações

foram, nos últimos -meses de 1947, quase duas vezes mais elevadas do que as exportações, e os seus pró prios recursos para cobrir o "déficit estão muito reduzidos. O grande "de-> ficit" da balança comercial exerceu uma influência psiiíológica desfavo rável sôbrc o franco, eni partídular no "mercado negro". Todavia, tal efeito não se deveria sobrestimar. A

França obteve nestes últimos anos empréstimos importantíssimos cm di visas, do "Export-Import Bank of Washington", do Banco 'Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, do Canadá, da Argentina e também

do Brasil (25 milhões de dólares). O

Embora o "déficit" orçamentário sempre fosse, até hoje, na França a

algar-smos

vcws mesmo numa proporção ainda mais elevada, .\ntigamcnte as gran des inversões dc capital no estrangei ro forneciam ao país rondas impor tantes em divisas. Xfais recentemen

França, que redescontava Ictra.s do

memcntc acrescido o lastro prescrito dc 35%. Entretanto, já antes de -jcr

após-guerra. O aumento do meio cir

Melo clrcnlonic

5S

ças públicas estavam, quase sempre, em (iesequiiíbrií). r i> "<lcíicit" or

l'>.Vi c

outros grandes países, eni particular a libra c o dólar, sofreram altas per turbações. Mas, sol) o aspecto liistó-

dica, seu equilíbrio monetário. As tensões internas, políticas c sociais,

DtCESTO Ecohókooo

EcoNóxnco

total destes empréstimos ultrapassa um bilhão de dólares, e as suas con

principal causa da inflação e da des

dições são particularmente favoráveis;

valorização,

trata-se de créditos a prazo longo e

certa

pressão

provém

também do comércio exterior. A ba

médio, de modo que o problema do re-

lança comercial da França quase sem

embôlso não repercute na balança

(1) Documente Economiques du .Bulletin

pre acusou, já antes da guerra, um

dos pagamentos.

Mensuel

":deficit". As importaçõeà

confirmam

tal

fenômeno: as

d'Information, n.o

24,

finan-

edita

dos pelo "Centre National d'InCormation

Economique".

Paris, março de 1947,

.lÉí

ultrapas

savam as exportações de 20-30%, às

Quase todos esses empréstimos são destinados e utilizados para o íinan-


DtCFSTO

52

tárias da França são ainda, até cer

rápido, mas a <icsv.i!oriz«içno já esta

to ponto, repercussões da grucrra. To

va bastante acentuada; cnire

davia, outros países da Europa oci dental — tais a Holanda e a Bélgi ca — que também sofreram durante

a guerra devastação e exploração sis temática* sob a ocupação alemã, con seguiram restabelecer, com uma des

valorização única c muito mais mó

1939, o franco perdeu, cm rt-l.iç.ão ao

çamentário foi. sem dúvida, a princi

dólar, quase dois terços do seu valo". K* vcrdatlc que a Fr.mçn viveu, an tes do períoílo inflacionista iniciado

pal causa da inílaç.ãi>. O governo pro-

França parcialmente, mas não intei

rico, essa fase aparece mais Como um

A particularidade da situação mo netária francesa está em que a in flação neste país tem um Caráter crô nico. O franco entrou já na guerra como um grande doente. Os últimos

três anos de ante-gucrra foram, do ponto de vista monetário, muito >1milares aos três primeiros anos de

vidcnciav.i

cm 193Ú, rpiasc cito anos <Jc perfeita estabilidade monetária, prcci.satnciitc numa época quando as moe«las dos

as greves, explicam o processo na ramente.

razão de utilizar no seu famoso "In-

ram valorizadas, o que facultou legal mente ao Banco dc fazer novas emis

qüência disto, as reservas dc ouro fo

ventaire financicr" (1), como ano-basc, não um período às vcspcfas da guer ra c sim o ano de 1913. Os scguijitcs dados, oriundos do Relatório do sr.

sões.

Êstc processo já se deu numa épo ca cm que o Banco dc França ainda era um instituto formalmente inde

Schuman, mostram diversos fenôme sob

pendente do governo, controlado pe los seus acionistas, que eram exclusi vamente particulares. O exemplo francês pode servir dc advertência

n

para aqueles que acreditam que um Banco Central, estritamente separado do Tesouro, já ofereceria uma garan Despeso pública

Renda

nacional

1913

1920

38

337

110

1930

76

618

151

763

243 300

722

6056

2000

Os dados evidenciam que desde a

primeira guerra mundial o orçamento França acusava um forte "défi cit", com excepção do exercício de 1930, quando o franco também se achava êm perfeita estabilidade.

pensar o "déficit" da balança mercan

do franco fot reduzido c. em conse

100

1946

dc papci-mocda. .Xs reservas de ouro, ainda que antig.amcntc muito imi>ortantes, c até boje bastante elevadas,

atmgido êssc limite, o "pêso*'-ouro

9

1

eram o principal recurso para com

para assegurar ao papel-moeda cnor-

Rcci lia

tia contra a inflação. A bistóriá de

pública

monstra

1 7

1939

te. as receitas oriundas do turismo

Tesouro c fazia, nessa base, emissões

não foram, naturalmente, sufieientcs

(em bilhões de francos)

prccü.s

dc

pressão econômica. O primeiro minis tro Roí)crt Schuman tem, pois. tòda

nos econômicos c financeiros

no varejo

Banco

intervalo do que um período normal,

influência da inflação:

Anü

ao

pois foi caracterizada i)or uma séria de

culante efetuava-Se num ritmo menos

índice dos

dinheiro

33

Séries

1

mais

quc

não

foi sòmcntc

na

França que as maiores emissões se

5

5

28

22

efetuaram através de bancos centrais.

59

64

150

Balança comercial

63

586

372

longas

dc

I

til. Já nos últimos anos antes da guerra a França era obrigada a e.xportar grandes quantidades de ouro para financiar o cxc"edcnte das suas compras sobre as vendas . No período dc após-guerra a situa ção comercial tornou-se ainda mais precária. Malgradv:) os notáveis es forços da França dc aumentar as

siias exportações c dc conquistar no vos mercados, as suas importações

foram, nos últimos -meses de 1947, quase duas vezes mais elevadas do que as exportações, e os seus pró prios recursos para cobrir o "déficit estão muito reduzidos. O grande "de-> ficit" da balança comercial exerceu uma influência psiiíológica desfavo rável sôbrc o franco, eni partídular no "mercado negro". Todavia, tal efeito não se deveria sobrestimar. A

França obteve nestes últimos anos empréstimos importantíssimos cm di visas, do "Export-Import Bank of Washington", do Banco 'Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, do Canadá, da Argentina e também

do Brasil (25 milhões de dólares). O

Embora o "déficit" orçamentário sempre fosse, até hoje, na França a

algar-smos

vcws mesmo numa proporção ainda mais elevada, .\ntigamcnte as gran des inversões dc capital no estrangei ro forneciam ao país rondas impor tantes em divisas. Xfais recentemen

França, que redescontava Ictra.s do

memcntc acrescido o lastro prescrito dc 35%. Entretanto, já antes de -jcr

após-guerra. O aumento do meio cir

Melo clrcnlonic

5S

ças públicas estavam, quase sempre, em (iesequiiíbrií). r i> "<lcíicit" or

l'>.Vi c

outros grandes países, eni particular a libra c o dólar, sofreram altas per turbações. Mas, sol) o aspecto liistó-

dica, seu equilíbrio monetário. As tensões internas, políticas c sociais,

DtCESTO Ecohókooo

EcoNóxnco

total destes empréstimos ultrapassa um bilhão de dólares, e as suas con

principal causa da inflação e da des

dições são particularmente favoráveis;

valorização,

trata-se de créditos a prazo longo e

certa

pressão

provém

também do comércio exterior. A ba

médio, de modo que o problema do re-

lança comercial da França quase sem

embôlso não repercute na balança

(1) Documente Economiques du .Bulletin

pre acusou, já antes da guerra, um

dos pagamentos.

Mensuel

":deficit". As importaçõeà

confirmam

tal

fenômeno: as

d'Information, n.o

24,

finan-

edita

dos pelo "Centre National d'InCormation

Economique".

Paris, março de 1947,

.lÉí

ultrapas

savam as exportações de 20-30%, às

Quase todos esses empréstimos são destinados e utilizados para o íinan-


Dicksto

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EcoNÓs»nco

Dzcesto Econónuco

55

ciamento das importações. Se um pa's

uma circulação monetária muito rápi

na lei lios meios para o exercício de

da que também não inteiramente inô-

reÇebe créditos tão substanciais para

da, pois o nível dos preços dependo não somente da quantidade de morda, mas

1948.

dita. é a

também da velocidade Com a qual a

para a França! — é nina contribui ção "excVpcit)nar'. muito parecida

fazer compras de mercadorias estran geiras, sua balança comercial fica al tamente passiva. O "déficit" neste caso é inevitável, mas, no momento, não é perigoso, pois as compras es tão já financiadas de antemão.

Entesouramento de papel-moeda Além do "déficit" orçamentário e

moeda passa rlc mão cm mão. Foi ob.scrvado freqüentemente que na fase da hiper-inflação o volume monetá rio c relativamente pequeno, pois nin guém quer mais guardar o papel-moe da no bôlso, receando a depreciação. O costume dos franceses <\c guar

mamente elevado, em comparação ho

dar as cédulas do Banco fie França no "bas de lainc", parece, pois, em circunstâncias de inflação mais iitna virtude que um pecado. O governo, porém, combate-o, porque o papel-

dos outros países e em relação à sua

moeda entcsourado constitui não sò-

do "déficit" da

balança

comercial,

um terceiro fator ainda age no pro cesso inflacionista. A França sempre manteve um volume monetário extre

renda nacional. Até a nova desvalo

mentc um potencial <iuc exerce certo

rização, o meio circulante da França

efeito psicológico sôbrc os preços, mas é, ao mesmo tempo, pouco cô modo para a aplicação de medidas

era o mais elevado do mundo, com

excepção dos Estados Unidos, cuja

renda nacional é, entretanto, vinte vezes e, "per capita", cinco vezes maior que a fran cesa.

Nem mesmo a inflação mu dou muito o hábito dos france

anti-inflacionistns. A moeda es

criturai, ou seja a parte dos depósitos

bancários

utilizáveis

para pagamento por cheque,

fácil de controlar. Pode ser blo queada ou reduzida por meio de

ses, em particular da população ru ral, de conservar parcela importante

impostos. Quanto ao papel-mocda, o

da fortuna individual em papel-moe-

que na França as transações no "mer cado negro" de divisas, como tam bém a especulação cm mercadorias de primeira necessidade efetuam-jC

da. Já vários anos antes da guerra, o ministro das Finanças sr. Vincent

Auriol — hoje presidente da Repú blica — estimava que cerca de 40% do meio circulante praticamente não circulavam, mas ficavam permanente mente entesourados.

Pode-se discutir se tal costume, em tempo de inflação, é tão prejudicial

controle é muito mais difícil. Parece

A principal inovaç.áo — inovação

com

a<iucla

aplicada

pela

primeiiM

entesouramento dificulta em tempos normais a plena exploração das rique zas, impedindo a marcha dos negócios. Mas, uma vez que a moeda se acha no caminho da inflação, o maior perigo é

entesouramento do papel-moeda, que o govêrno francês tenta combater por ocasião da nova desvalorização. Me didas rigorosas para reduzir o "défi cit" orçamentário foram já inscritas

francesa

"1e

franc

nanças sr. Rcnó Mayer ó o dem'urço co. Abrange tôda uma escala dc tax.as diferenciadas, segundo as necessida

tes tem a opção de pagar o tributo sol) forma de imposto ou dc emprés timo Compulsório com prazo dc dez anos e trazendo 3% de juros ao ano.

A contril)uição dcvo-sc c.steiulcr tai i-

bcm aos agricultores. Está previsto

que o novo tributo sobre rendimento agrícola fornecerá ao fisco 30 billiocs dc francos — on soja, cerca dc 2,6 niIhücs dc cruzeiros uma categoria dc

— pagáveis por pessoas que ate

agora pagavam apenas 6 bilhões dc francos.

A reforma tem uma importância particular, pois trata-se dc mu dus grandes problemas fiscais, talvez o mais difícil. O sistema tributário fran cês é baseado, como o dc todos os

países modernos, cm primeiro lugar sôbrc a tributação direta, mas sendo metade da população sempre ocupada na

agricultura,

a

aplicação

dêssc

princípio é dificílima. A grande mas sa dos agricultores franceses não pa

sem interêsse para o fisco.

— o "déficit" orçamentário, o dese quilíbrio da balança Comercial e o

imprensa

Mavcr" (21, pois o min"stro das Fi

lucros cxtraorduiários. Os contribuin

inocda.

quanto o supõem alguns financistas. O

na

da reforma — n.ão tem um valor úni

ga impostos dc renda ou os paga em quantidades tão pequenas que ficam

São esses três fatores da inflação

das taxas

vez no Brasil, cm 1944, na lei sôbrc

principalmente por meio de papelReforma fiscal

nuiUifornucladc

cambiais. O novo franco — chamaao

A nova

legislação, de caráter retroativo — pois está baseada sôbre o rendimen to de 1946 — constitui uma tentativa de corrigir êsse inconveniente. Fica a ver se atingirá seu objetivo. Muitos observadores são, a bastante pessimistas.

êsse

respeito,

O franco Maxjer Uma inovação mais original, ain

des do comércio exterior. A taxa básica é de 214,39 francos

poV u.n dóbr, mas essa taxa entra em õco somente por uma parte das trau'ações cambiais: a importação de certos artigos de primeira necessida de em pmticular cereais, matérias

gordurosas (óleos vegetais ctc^ , earvSo e petróleo. Para os demais pro dutos não existe " .jivisas portador

qpe é. pa-

•'0^0"oa"dóbr"""^ 40-50% mais aelevada tta bt-ca, e suieita varia ções de um dia para outro. Ouanto à exportação, o exportador

. ' l ia tende vender metade das dié obrigado

vistas que obtcm ao

„(,s" — Departamento do Cainb.o ~

0 ,e continua controlando oficialmen1 as transações cambiais, mas pode vender a outra metade no mercado li vre Suponhamos que um_ industrial írancês venda ao estrangeiro produ-. tos no valor de 100.000 dólares e que o preço do dólar no mercado livre seia de 306; êle recebe, pois. por

SOÍOOO dólares (a 214 francos por do-

lir1 10.700.000 francos e, pelos restan tes 50 000 dólares, 15.300.000 francos, no total de 26 milhões de francos, ou (2)

"L'Economie,

Hebdomadaire

des

Queslions économiques, sociales ei iinancières du Mondo enlier". Paris. 22 de ja neiro de 1948.


Dicksto

54

EcoNÓs»nco

Dzcesto Econónuco

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ciamento das importações. Se um pa's

uma circulação monetária muito rápi

na lei lios meios para o exercício de

da que também não inteiramente inô-

reÇebe créditos tão substanciais para

da, pois o nível dos preços dependo não somente da quantidade de morda, mas

1948.

dita. é a

também da velocidade Com a qual a

para a França! — é nina contribui ção "excVpcit)nar'. muito parecida

fazer compras de mercadorias estran geiras, sua balança comercial fica al tamente passiva. O "déficit" neste caso é inevitável, mas, no momento, não é perigoso, pois as compras es tão já financiadas de antemão.

Entesouramento de papel-moeda Além do "déficit" orçamentário e

moeda passa rlc mão cm mão. Foi ob.scrvado freqüentemente que na fase da hiper-inflação o volume monetá rio c relativamente pequeno, pois nin guém quer mais guardar o papel-moe da no bôlso, receando a depreciação. O costume dos franceses <\c guar

mamente elevado, em comparação ho

dar as cédulas do Banco fie França no "bas de lainc", parece, pois, em circunstâncias de inflação mais iitna virtude que um pecado. O governo, porém, combate-o, porque o papel-

dos outros países e em relação à sua

moeda entcsourado constitui não sò-

do "déficit" da

balança

comercial,

um terceiro fator ainda age no pro cesso inflacionista. A França sempre manteve um volume monetário extre

renda nacional. Até a nova desvalo

mentc um potencial <iuc exerce certo

rização, o meio circulante da França

efeito psicológico sôbrc os preços, mas é, ao mesmo tempo, pouco cô modo para a aplicação de medidas

era o mais elevado do mundo, com

excepção dos Estados Unidos, cuja

renda nacional é, entretanto, vinte vezes e, "per capita", cinco vezes maior que a fran cesa.

Nem mesmo a inflação mu dou muito o hábito dos france

anti-inflacionistns. A moeda es

criturai, ou seja a parte dos depósitos

bancários

utilizáveis

para pagamento por cheque,

fácil de controlar. Pode ser blo queada ou reduzida por meio de

ses, em particular da população ru ral, de conservar parcela importante

impostos. Quanto ao papel-mocda, o

da fortuna individual em papel-moe-

que na França as transações no "mer cado negro" de divisas, como tam bém a especulação cm mercadorias de primeira necessidade efetuam-jC

da. Já vários anos antes da guerra, o ministro das Finanças sr. Vincent

Auriol — hoje presidente da Repú blica — estimava que cerca de 40% do meio circulante praticamente não circulavam, mas ficavam permanente mente entesourados.

Pode-se discutir se tal costume, em tempo de inflação, é tão prejudicial

controle é muito mais difícil. Parece

A principal inovaç.áo — inovação

com

a<iucla

aplicada

pela

primeiiM

entesouramento dificulta em tempos normais a plena exploração das rique zas, impedindo a marcha dos negócios. Mas, uma vez que a moeda se acha no caminho da inflação, o maior perigo é

entesouramento do papel-moeda, que o govêrno francês tenta combater por ocasião da nova desvalorização. Me didas rigorosas para reduzir o "défi cit" orçamentário foram já inscritas

francesa

"1e

franc

nanças sr. Rcnó Mayer ó o dem'urço co. Abrange tôda uma escala dc tax.as diferenciadas, segundo as necessida

tes tem a opção de pagar o tributo sol) forma de imposto ou dc emprés timo Compulsório com prazo dc dez anos e trazendo 3% de juros ao ano.

A contril)uição dcvo-sc c.steiulcr tai i-

bcm aos agricultores. Está previsto

que o novo tributo sobre rendimento agrícola fornecerá ao fisco 30 billiocs dc francos — on soja, cerca dc 2,6 niIhücs dc cruzeiros uma categoria dc

— pagáveis por pessoas que ate

agora pagavam apenas 6 bilhões dc francos.

A reforma tem uma importância particular, pois trata-se dc mu dus grandes problemas fiscais, talvez o mais difícil. O sistema tributário fran cês é baseado, como o dc todos os

países modernos, cm primeiro lugar sôbrc a tributação direta, mas sendo metade da população sempre ocupada na

agricultura,

a

aplicação

dêssc

princípio é dificílima. A grande mas sa dos agricultores franceses não pa

sem interêsse para o fisco.

— o "déficit" orçamentário, o dese quilíbrio da balança Comercial e o

imprensa

Mavcr" (21, pois o min"stro das Fi

lucros cxtraorduiários. Os contribuin

inocda.

quanto o supõem alguns financistas. O

na

da reforma — n.ão tem um valor úni

ga impostos dc renda ou os paga em quantidades tão pequenas que ficam

São esses três fatores da inflação

das taxas

vez no Brasil, cm 1944, na lei sôbrc

principalmente por meio de papelReforma fiscal

nuiUifornucladc

cambiais. O novo franco — chamaao

A nova

legislação, de caráter retroativo — pois está baseada sôbre o rendimen to de 1946 — constitui uma tentativa de corrigir êsse inconveniente. Fica a ver se atingirá seu objetivo. Muitos observadores são, a bastante pessimistas.

êsse

respeito,

O franco Maxjer Uma inovação mais original, ain

des do comércio exterior. A taxa básica é de 214,39 francos

poV u.n dóbr, mas essa taxa entra em õco somente por uma parte das trau'ações cambiais: a importação de certos artigos de primeira necessida de em pmticular cereais, matérias

gordurosas (óleos vegetais ctc^ , earvSo e petróleo. Para os demais pro dutos não existe " .jivisas portador

qpe é. pa-

•'0^0"oa"dóbr"""^ 40-50% mais aelevada tta bt-ca, e suieita varia ções de um dia para outro. Ouanto à exportação, o exportador

. ' l ia tende vender metade das dié obrigado

vistas que obtcm ao

„(,s" — Departamento do Cainb.o ~

0 ,e continua controlando oficialmen1 as transações cambiais, mas pode vender a outra metade no mercado li vre Suponhamos que um_ industrial írancês venda ao estrangeiro produ-. tos no valor de 100.000 dólares e que o preço do dólar no mercado livre seia de 306; êle recebe, pois. por

SOÍOOO dólares (a 214 francos por do-

lir1 10.700.000 francos e, pelos restan tes 50 000 dólares, 15.300.000 francos, no total de 26 milhões de francos, ou (2)

"L'Economie,

Hebdomadaire

des

Queslions économiques, sociales ei iinancières du Mondo enlier". Paris. 22 de ja neiro de 1948.


Ilíll ■

50

Digbsto Econômico

seja uma média de 260 francos por

impulsão do dr. Schacht, a Alemanha

dólar.

avançou não obstante (apesar das ob-

Os turistas poderão trocar, por in termédio de bancos autorizados, as suas divisas ao preço do mercado li vre, quer dizer a uma taxa muito mais

favorável para eles. Também para o

facultou, a um tempo só, financiar a sua reconstrução e o seu rearmamen-

Econômico

57

Deflação arbitrária

Na

própria

França

a

moeda, cujo valor aquisitivo caia per

principal

manentemente e que, além disso, se achava desde há muito tempo amea

preocupação foi naturalmente: como

çada por uma desvalorização. Possi

hão de reagir os preços internos à reforma monetária? O governo to Para evitar um acréscimo vertical dos

velmente, alguns traficantes do "mer cado negro" mantinham muitas notas como fundo- de movimento, mas a grande massa se encontrava. certa mente em poder de pessoas que ti

ouro existem diferentes taxas. O ouro

to. E mais de um país recorre hoje a

mou a respeito uma medida verdadei

legalmente em poder dos particula

uma solução análoga". O semanário parisiense refere-se em particular .á Argentina. O sábio "Economist" de

ramente excepcional e rigorosíssima. preços em conseqüência da desvalo

nham

Londres indica o Equador e a Itália

rização, resolveu contrabalançar o efeito inflacionista por uma deflação

hal, em

res pode ser vendido no mercado 'ivre a um preço que, em geral, é ain-

déla"? M

r

jeções dos teóricos) muito longe no sistema da moeda múltipla que lhe

Digesto

instou ° rése v"; T

crevSs i

antiírn 1 recente d

° equivalente em

de França não ° de ="=>3

=°""'™^ndo a insbalancetes com o ^^'sor antes da

fato i ^^svalonzação. Êsse último cio interpreta• que a nova reforma movnlo*^-'^ seriá uma verdadeira des valorização. ^^l^crpretação inteiramente e mais freqüente é a suposição ae que agora o comércio de câmbio na perfeitamente livre. Na

realidade, somente os bancos estão autorizados a comprar e vender câmpreço do mercado chamado

Brasil, cujo sisitema cambial, em vi

O meio circulante elevava-se em ja neiro de 1948 a 915 bilhões de fran

ção das cédulas de 5.000 francos — que, aliás, correspondem apenas às

uma taxa livre e combinações das

cos, e mais que um terço dêsse to

duas taxas, antecipou já a idéia dire

tal, cêrca de 330 bilhões, consistia em

nossas cédulas de 500 cruzeiros — constitui, pois, na realidade um tri

gor até 1946, com uma taxa oficial e

triz do novo sistema francês.

Todavia, a França é o primeito país que aplica, de acordo com um conceito claro e um plano bem ela

borado, o princípio da moeda múlti pla. Encontra fortes objeções em Lon dres e sobretudo cm Washington, nos meios do Fundo Monetário Interna

cional.

O estatuto do Fundo obriga

seus membros — e a França é mem

bro efetivo — a declarar c manter uma taxa cambial única. Outra obje ção mais grave é que o sistema fran cês representa uma volta à prática

primeira vista, o novo sistema

estava na moda na última década de ante-guerra. Por derto, a diferencia ção das taxas cambiais é uma for

uem a paternidade do regime da

moeda múltipla" ao dr. Schacht, de memória pouco agradável. Assím uma

revista especializada de Paris, aliás . sistema, escrevia, ainda antesa daêsse reforma (3): "Sob a

nacio-

tradicionalmente gostam de guardar as suas economias em Casa. A anula

nesse

do "dumping" monetário, tal como

por esta razão êle suscita numerosas ri ícas. Os próprios franceses atri-

moeda

em proporções fora do comum.

como precursores da França

funcionando um "mercado negro" rances parece muito complexo, e já

na

particular agfricultores que

terreno. Podcr-se-ia citar também o

i3vre , quej. ^ sequencia desta limitação é que, ao ao o mercado livre", continua

as ante^ amplo, onde se paga por um dólar cerca de 340 francos.

confiança

ma de protecionismo: exigir pela im portação de um grupo de produtos uma taxa cambial superior à de um

outro grupo, significa pràtxamente: tributar o'primeiro por unia taxa aduaneira.

notas de 5.000 francos.

Segundo o

buto dos mais arbitrários sobre as

projeto do governo, todas estas notas

fortunas agrícolas.

foram declaradas sem valor, não ha

Em outros países, uma deflação, reduzindo o meio circulante subita mente de um têrço, teria provocado

vendo indenização alguma

para os

proprietários. Sob insistência da Câ mara foi admitido ao menos que os

portadores de pequenas quantidades dessas notas pudessem receber ime diatamente em troca o valor respecti

vo em outras notas. Mas tal medida

não foi aplicada senão em escala li mitada, e a grande maioria das no tas de 5.000 foi efetivamente retirada da circulação, sem que se desse ou mesmo se prometesse no futuro uma indenização aos proprietários. Para justificar essa repudiação de uma parte da moeda pelo próprio Es tado, diz-se que as notas de 5.000 fran cos Se teriam achado em poder dos especuladores do "mercado negro . Mas os verdadeiros especuladores não entesouravam provàvelmente

uma perigosa paralisação dos negó cios e uma forte baixa dos preços,

por falta de meios de pagamento. Mas, na França a pletora de papelmoeda teve tal efeito que, apesar da

(;"ontração do meio circulante, os pre

ços continuaram subindo e o comér cio não sofreu crise aguda. O sucesso ou insucesso da refor ma não podem ser avaliados senão depois de alguns meses. Parece pou co provável que o "franco Mayer" se torne um franco definitivo. Mas, ainda como regime provisório, o siste

ma da moeda múltipla e as medidas suplementares representam uma expe

riência interessante e instrutiva para os estudiosos dos problemas monetários

(3) "La Semalne Economlque el Plnan-

A Argentina abriu um crédito de 25 milhões de dólares à Rumânia, dentro do acôrdo comercial assinado entre os dois países, destinado à aquisição de lã e padn ^ ipréstimo renderá juros de 3,5% e deverá ser resgatado em 31 argentinos. O em}

cière" (Paris), de 2 de Janeiro de 1948.

de julho de 1950.


Ilíll ■

50

Digbsto Econômico

seja uma média de 260 francos por

impulsão do dr. Schacht, a Alemanha

dólar.

avançou não obstante (apesar das ob-

Os turistas poderão trocar, por in termédio de bancos autorizados, as suas divisas ao preço do mercado li vre, quer dizer a uma taxa muito mais

favorável para eles. Também para o

facultou, a um tempo só, financiar a sua reconstrução e o seu rearmamen-

Econômico

57

Deflação arbitrária

Na

própria

França

a

moeda, cujo valor aquisitivo caia per

principal

manentemente e que, além disso, se achava desde há muito tempo amea

preocupação foi naturalmente: como

çada por uma desvalorização. Possi

hão de reagir os preços internos à reforma monetária? O governo to Para evitar um acréscimo vertical dos

velmente, alguns traficantes do "mer cado negro" mantinham muitas notas como fundo- de movimento, mas a grande massa se encontrava. certa mente em poder de pessoas que ti

ouro existem diferentes taxas. O ouro

to. E mais de um país recorre hoje a

mou a respeito uma medida verdadei

legalmente em poder dos particula

uma solução análoga". O semanário parisiense refere-se em particular .á Argentina. O sábio "Economist" de

ramente excepcional e rigorosíssima. preços em conseqüência da desvalo

nham

Londres indica o Equador e a Itália

rização, resolveu contrabalançar o efeito inflacionista por uma deflação

hal, em

res pode ser vendido no mercado 'ivre a um preço que, em geral, é ain-

déla"? M

r

jeções dos teóricos) muito longe no sistema da moeda múltipla que lhe

Digesto

instou ° rése v"; T

crevSs i

antiírn 1 recente d

° equivalente em

de França não ° de ="=>3

=°""'™^ndo a insbalancetes com o ^^'sor antes da

fato i ^^svalonzação. Êsse último cio interpreta• que a nova reforma movnlo*^-'^ seriá uma verdadeira des valorização. ^^l^crpretação inteiramente e mais freqüente é a suposição ae que agora o comércio de câmbio na perfeitamente livre. Na

realidade, somente os bancos estão autorizados a comprar e vender câmpreço do mercado chamado

Brasil, cujo sisitema cambial, em vi

O meio circulante elevava-se em ja neiro de 1948 a 915 bilhões de fran

ção das cédulas de 5.000 francos — que, aliás, correspondem apenas às

uma taxa livre e combinações das

cos, e mais que um terço dêsse to

duas taxas, antecipou já a idéia dire

tal, cêrca de 330 bilhões, consistia em

nossas cédulas de 500 cruzeiros — constitui, pois, na realidade um tri

gor até 1946, com uma taxa oficial e

triz do novo sistema francês.

Todavia, a França é o primeito país que aplica, de acordo com um conceito claro e um plano bem ela

borado, o princípio da moeda múlti pla. Encontra fortes objeções em Lon dres e sobretudo cm Washington, nos meios do Fundo Monetário Interna

cional.

O estatuto do Fundo obriga

seus membros — e a França é mem

bro efetivo — a declarar c manter uma taxa cambial única. Outra obje ção mais grave é que o sistema fran cês representa uma volta à prática

primeira vista, o novo sistema

estava na moda na última década de ante-guerra. Por derto, a diferencia ção das taxas cambiais é uma for

uem a paternidade do regime da

moeda múltipla" ao dr. Schacht, de memória pouco agradável. Assím uma

revista especializada de Paris, aliás . sistema, escrevia, ainda antesa daêsse reforma (3): "Sob a

nacio-

tradicionalmente gostam de guardar as suas economias em Casa. A anula

nesse

do "dumping" monetário, tal como

por esta razão êle suscita numerosas ri ícas. Os próprios franceses atri-

moeda

em proporções fora do comum.

como precursores da França

funcionando um "mercado negro" rances parece muito complexo, e já

na

particular agfricultores que

terreno. Podcr-se-ia citar também o

i3vre , quej. ^ sequencia desta limitação é que, ao ao o mercado livre", continua

as ante^ amplo, onde se paga por um dólar cerca de 340 francos.

confiança

ma de protecionismo: exigir pela im portação de um grupo de produtos uma taxa cambial superior à de um

outro grupo, significa pràtxamente: tributar o'primeiro por unia taxa aduaneira.

notas de 5.000 francos.

Segundo o

buto dos mais arbitrários sobre as

projeto do governo, todas estas notas

fortunas agrícolas.

foram declaradas sem valor, não ha

Em outros países, uma deflação, reduzindo o meio circulante subita mente de um têrço, teria provocado

vendo indenização alguma

para os

proprietários. Sob insistência da Câ mara foi admitido ao menos que os

portadores de pequenas quantidades dessas notas pudessem receber ime diatamente em troca o valor respecti

vo em outras notas. Mas tal medida

não foi aplicada senão em escala li mitada, e a grande maioria das no tas de 5.000 foi efetivamente retirada da circulação, sem que se desse ou mesmo se prometesse no futuro uma indenização aos proprietários. Para justificar essa repudiação de uma parte da moeda pelo próprio Es tado, diz-se que as notas de 5.000 fran cos Se teriam achado em poder dos especuladores do "mercado negro . Mas os verdadeiros especuladores não entesouravam provàvelmente

uma perigosa paralisação dos negó cios e uma forte baixa dos preços,

por falta de meios de pagamento. Mas, na França a pletora de papelmoeda teve tal efeito que, apesar da

(;"ontração do meio circulante, os pre

ços continuaram subindo e o comér cio não sofreu crise aguda. O sucesso ou insucesso da refor ma não podem ser avaliados senão depois de alguns meses. Parece pou co provável que o "franco Mayer" se torne um franco definitivo. Mas, ainda como regime provisório, o siste

ma da moeda múltipla e as medidas suplementares representam uma expe

riência interessante e instrutiva para os estudiosos dos problemas monetários

(3) "La Semalne Economlque el Plnan-

A Argentina abriu um crédito de 25 milhões de dólares à Rumânia, dentro do acôrdo comercial assinado entre os dois países, destinado à aquisição de lã e padn ^ ipréstimo renderá juros de 3,5% e deverá ser resgatado em 31 argentinos. O em}

cière" (Paris), de 2 de Janeiro de 1948.

de julho de 1950.


ilüIVPUI.WIi DicESTO

Scííntimia dod OfimefiolA SéVLOtèc^ixijf^ú. A. J. Alves de Soüsa

A exploração dos nossos recursos minerais deverá atender a irás oh}Ctívos: descn~

59

Econômico

devem ser considerados estratégicos nos

nresmo tendo cm conta os recursos colo

diversos países.

niais de alguns dèles.

Exemplificando, direi

Quanto aos Estados Unidos, há indi

que o petróleo e o carvão são minerais estratégicos para o Brasil c não o são para

cações de que o minério de ferro já é

os Estados Unidos c que o quartzo e a

ali um mineral crítico.

Antes de passar ao exame detalhado da situação do Brasil em face dos mi

volvimento econômico interno, defesa militar do País e produção de divisas. Visando alcançar êsse objetivo, o engenheiro de minas A. J. Alves de Sousa elaborou para o Conselho Federal do Comércio Exterior um notável parecer, sugerindo as medidas para conhecer o valor real das nossas reservas minerais, estimular o de

mica são minerais estratégicos para os Es-' tados Unidos c não o são para o Brasil.

cipalmente os minerais estratégicos pa

siderações sobre o Comércio Internacio

E êsse trabalho que o 'Digesto Econômico", graças a uma gentileza do seu autor, vai tniciar a publicação em primeira mão. O dr. A. J. Âlves de Sousa, antigo diretor da Divisão de Águas cio Dci)arlamcnto

ra os Estados Unidos e a Inglaterra e

nal de Minerais.

senvolvimento da indústria de mineração, acompanhar o comércio mundial dos miT^rats, assim como assemrar transporte a essas mercadorias.

Nacional da Produção Mineral, atual diretor geral do mesmo Departamento, mcml>To do Comelho Federal do Comércio Exterior, presidente e organizador da Com panhia Hidrelétrica de São Francisco, é autor de valiosos trabalhos de caráter

técnico, publicados nos boletins e avulsos do Serviço Geológico -

do Ministério da Agricultura.

Definição do mineral estratégico

duzidos no país ou obtidos em quan

tidades mais adequadas, ou ainda

"A

"materiais esfxatégicos" estão incluídos os "minerais

na qual estratégicos" exige definição clara.

Roush, em sua obra "Strategic Mi neral Supplies" assim define, do ponto de vista norte-americano, os materiais essenciais à defesa nacional:

Materiais estratégicos são aque les essenciais à defesa nacional, cujo suprimento, em tempo de guerra, de

pende no todo, ou em sua maior par

te, de fontes situadas fora dos limi tes continentais dos Estados Unidos e para cuja estrita conservação e distribuição, serão necessárias medi das de controle.

por terem menor grau de essenciali-

dade, e para cuja conservação e dis tribuição seja necessário um menor grau de controle. Materiais Essenciais não Estratégi cos e não Críticos — Nesta classifica

ção estão incluídos aqueles materiais,

essenciais à defesa nacional, para cuja obtenção em tempo de guerra não há necessidade de medidas an

tecipadas, mas cujo estado seja tal que exija constante vigilância, porque futuros desenvolvimentos poderão im por sua reclassificação como estra tégicos ou críticos". Assim fica definido o que se deve

Materiais críticos são aqueles, es

entender por mineral estratégico, por

senciais à defesa nacional, cuja ob

mineral crítico e por mineral essencial,

tenção; em caso de guerra, constitua

visto como as definições supra são ge

problemas que, conquanto difíceis,

rais 6 abrangem materiais de toda a

sejam menos sérios do que os refe rentes aos materiais estratégicos, ou

natureza.

por poderem ser tais materiais pro

As definições mostram também que não são os mesmos os minerais que

Depreendo, assim, que a indicação do

nerais estratégicos para os Estados Uni

dos o o Canadá, oferecerei algumas con

Conseliieiro Torres Filho objetiva prin

do que nosso País soja produtor.

Examinarei, pois, a indicação sob êsse

S. i ■- r Comércio Internacional de Mi nerais

ponto do vista, fazendo depois conside rações sobre os minerais estratégicos para o Brasil. Minerais estratégicos do ponto de vista

Dentre as indústrias básicas da hu manidade, isto é, dentre as indústrias es

dos Estados Unidos da América e da Inglaterra

gresso e ao seu conforto, a única que

Segundo a obra citada de Roush, edi ção de 1939, eram então os seguintes os minerais estratégicos para os Estados Unidos:

manganês,

níquel,

cromo

e

tungstêriio (minérios ferrosos); • estanho,

senciais à sua manutenção, ao seu pro

supera a indústria mineral é a indústria agrícola, que se diferencia essencialmen te da" indústria mineral pelo fato de se estender pràticamente por tôdas as re giões do Globo, tendo a indústria mine ral de se localizar nos pontos onde os minerais

alumínio, anlimônio, mercúrio, e

platina (minerais não ferrosos),

ocorrem.

Dêsse

mes

mo fato decorrem sérias compe

tições internacionais para obten

mica, iodo e nitrogênio (minerais

ção de certos minerais e para o domínio de suas fontes de pro

não metálicos). De acordo com

a obra "World Mineral and World Peace", de C. K. Leitli,

dução. Essa desigualdade de distribuição de minerais, nas di versas regiões do mundo, tem ti

[. "W. Furness e Cleona Lewis, edição de 1943, deverão ser

do também o efeito de desen

adicionados a essa lista o dia mante industrial e o quartzo e também os asbestos. Para o Império Britânico, os minerais estratégicos são o anti-

volver estudos técnicos e cien

tíficos visando o melhor apro veitamento dêsses recursos e a

substitiiição seja de determina dos minerais por outros mine

mônio, o mercúrio, o nitrato na

tural, o petróleo, o quartzo e o

rais, para os mesmos fins, seja

enxofre.

de

A

Alemanha,

a

França,

a

Bélgica, a Plolanda e a Itália são países extremamente defi cientes

em

recursos

minerais,

i

determinados

minerais

ou

produtos dêles derivados por produtos sintéticos ou de origem não mineral. Mas até agora, a substituição deste último tipo


ilüIVPUI.WIi DicESTO

Scííntimia dod OfimefiolA SéVLOtèc^ixijf^ú. A. J. Alves de Soüsa

A exploração dos nossos recursos minerais deverá atender a irás oh}Ctívos: descn~

59

Econômico

devem ser considerados estratégicos nos

nresmo tendo cm conta os recursos colo

diversos países.

niais de alguns dèles.

Exemplificando, direi

Quanto aos Estados Unidos, há indi

que o petróleo e o carvão são minerais estratégicos para o Brasil c não o são para

cações de que o minério de ferro já é

os Estados Unidos c que o quartzo e a

ali um mineral crítico.

Antes de passar ao exame detalhado da situação do Brasil em face dos mi

volvimento econômico interno, defesa militar do País e produção de divisas. Visando alcançar êsse objetivo, o engenheiro de minas A. J. Alves de Sousa elaborou para o Conselho Federal do Comércio Exterior um notável parecer, sugerindo as medidas para conhecer o valor real das nossas reservas minerais, estimular o de

mica são minerais estratégicos para os Es-' tados Unidos c não o são para o Brasil.

cipalmente os minerais estratégicos pa

siderações sobre o Comércio Internacio

E êsse trabalho que o 'Digesto Econômico", graças a uma gentileza do seu autor, vai tniciar a publicação em primeira mão. O dr. A. J. Âlves de Sousa, antigo diretor da Divisão de Águas cio Dci)arlamcnto

ra os Estados Unidos e a Inglaterra e

nal de Minerais.

senvolvimento da indústria de mineração, acompanhar o comércio mundial dos miT^rats, assim como assemrar transporte a essas mercadorias.

Nacional da Produção Mineral, atual diretor geral do mesmo Departamento, mcml>To do Comelho Federal do Comércio Exterior, presidente e organizador da Com panhia Hidrelétrica de São Francisco, é autor de valiosos trabalhos de caráter

técnico, publicados nos boletins e avulsos do Serviço Geológico -

do Ministério da Agricultura.

Definição do mineral estratégico

duzidos no país ou obtidos em quan

tidades mais adequadas, ou ainda

"A

"materiais esfxatégicos" estão incluídos os "minerais

na qual estratégicos" exige definição clara.

Roush, em sua obra "Strategic Mi neral Supplies" assim define, do ponto de vista norte-americano, os materiais essenciais à defesa nacional:

Materiais estratégicos são aque les essenciais à defesa nacional, cujo suprimento, em tempo de guerra, de

pende no todo, ou em sua maior par

te, de fontes situadas fora dos limi tes continentais dos Estados Unidos e para cuja estrita conservação e distribuição, serão necessárias medi das de controle.

por terem menor grau de essenciali-

dade, e para cuja conservação e dis tribuição seja necessário um menor grau de controle. Materiais Essenciais não Estratégi cos e não Críticos — Nesta classifica

ção estão incluídos aqueles materiais,

essenciais à defesa nacional, para cuja obtenção em tempo de guerra não há necessidade de medidas an

tecipadas, mas cujo estado seja tal que exija constante vigilância, porque futuros desenvolvimentos poderão im por sua reclassificação como estra tégicos ou críticos". Assim fica definido o que se deve

Materiais críticos são aqueles, es

entender por mineral estratégico, por

senciais à defesa nacional, cuja ob

mineral crítico e por mineral essencial,

tenção; em caso de guerra, constitua

visto como as definições supra são ge

problemas que, conquanto difíceis,

rais 6 abrangem materiais de toda a

sejam menos sérios do que os refe rentes aos materiais estratégicos, ou

natureza.

por poderem ser tais materiais pro

As definições mostram também que não são os mesmos os minerais que

Depreendo, assim, que a indicação do

nerais estratégicos para os Estados Uni

dos o o Canadá, oferecerei algumas con

Conseliieiro Torres Filho objetiva prin

do que nosso País soja produtor.

Examinarei, pois, a indicação sob êsse

S. i ■- r Comércio Internacional de Mi nerais

ponto do vista, fazendo depois conside rações sobre os minerais estratégicos para o Brasil. Minerais estratégicos do ponto de vista

Dentre as indústrias básicas da hu manidade, isto é, dentre as indústrias es

dos Estados Unidos da América e da Inglaterra

gresso e ao seu conforto, a única que

Segundo a obra citada de Roush, edi ção de 1939, eram então os seguintes os minerais estratégicos para os Estados Unidos:

manganês,

níquel,

cromo

e

tungstêriio (minérios ferrosos); • estanho,

senciais à sua manutenção, ao seu pro

supera a indústria mineral é a indústria agrícola, que se diferencia essencialmen te da" indústria mineral pelo fato de se estender pràticamente por tôdas as re giões do Globo, tendo a indústria mine ral de se localizar nos pontos onde os minerais

alumínio, anlimônio, mercúrio, e

platina (minerais não ferrosos),

ocorrem.

Dêsse

mes

mo fato decorrem sérias compe

tições internacionais para obten

mica, iodo e nitrogênio (minerais

ção de certos minerais e para o domínio de suas fontes de pro

não metálicos). De acordo com

a obra "World Mineral and World Peace", de C. K. Leitli,

dução. Essa desigualdade de distribuição de minerais, nas di versas regiões do mundo, tem ti

[. "W. Furness e Cleona Lewis, edição de 1943, deverão ser

do também o efeito de desen

adicionados a essa lista o dia mante industrial e o quartzo e também os asbestos. Para o Império Britânico, os minerais estratégicos são o anti-

volver estudos técnicos e cien

tíficos visando o melhor apro veitamento dêsses recursos e a

substitiiição seja de determina dos minerais por outros mine

mônio, o mercúrio, o nitrato na

tural, o petróleo, o quartzo e o

rais, para os mesmos fins, seja

enxofre.

de

A

Alemanha,

a

França,

a

Bélgica, a Plolanda e a Itália são países extremamente defi cientes

em

recursos

minerais,

i

determinados

minerais

ou

produtos dêles derivados por produtos sintéticos ou de origem não mineral. Mas até agora, a substituição deste último tipo


Dicesto Econômico

que realmente "pesou no comércio mun dial foi a do salitre natural pelo obtido

de 260 anos, e o monopólio de seu co mércio, assim adquirido pelos Fenícios,

através da fixação do azoto atmos

auxiliaram-nos substancialmente

férico.

vantar sua supremacia e, cm parte,

Desde a mais alta antigüidade vem o homem procurando tirar partido dos recursos minerais e tão importantes fo ram, para a civilização, as mudanças de correntes do progresso da humanidade em sua capacidade de utiÜzação desses

í homeL ín social dos I doda ferrn^ nl t idade P°i^da, idade do bronze, idade

J.

cidade -1

dessa capa

taTnnc na ' idade .jl®,Poderíamos esda energiadizer que que é ainparte, uma forma de

utilização de recursos minerais. em disso, a Historia pormenoriza a ^portancia da utilização de minerais na vida dos

povos, desde tempos re motos. Assim, "o Egito tornou-se grande potên cia mundial ao mesmo

Dicesto Econômico

Ias invasões brutais que já tinham

tado de muito suas possibilidades em

levado

tais recursos.

a

possibilitaram os Cartagineses a contro

merciantes e artezâos conheciam o la®

bronze, mas desconheciam o

CLÜlNnO 0 OURO

0 OURO

647 730

112 68

901 1 207

2 970 1 279

cia depois de conseguir o controle po

Total para 0' Ei.xo ....

551

1 377

180

2 108

2 249

lítico e industrial dos recursos minerais

Nações Unidas e asso

da Espanha". As guerras tiveram sempre motivos e objetivos econômicos. As guerras anti

1 353

3 694

250

5 413

6 653

Turquia, Portugal e Es-,

gas visavam o saque, a sujeição ao tri

Total mundial

ciadas comerciais ....

panha

buto e a obtenção da energia através do

mosos, recebimentos de tributos mais

39

20 .

1 943

5 091

Êles mostram a imensa superioridade de recursos das Nações Unidas e expli

vultosos e maior número de escravos.

cam alguns dos motivos das invasões

Dal a importância decisiva do progresso

promovidas pelas potências do Eixo. Também têm expiressão análoga os

na utilização dos minerais e dos metais

dêles derivados, que per mitiam a posse de armas

números referentes â industrialização de

mais poderosas. E'

triste

POTI-NCIAS

ABTÍGOS

constatar-se

DO

EIXO

que a humanidade, quan to a êsse particular, não

motivos: saque, domínio econômico e, ainda, do

mínio

poHtico-espiritual,

formas atrozes de escravização.

E hoje, mais do que nunca, os mine rais e os metais são de extrema impor tância na decisão das guerras. O gru

po que dispuser de maiores recursos minerais e maior capacidade industrial para sua utilização ganhará a guerra

quiriam através do Mediterrâneo e que

World Peace", mostram bem a posição

Os números adiante, que extráio da

obra já citada "World Mineral and vantajosa, em relação aos recursos mi

nerais, das Nações Unidas sôbre as potên cias do Eixo, em 1942, quando estas, pe-

5

64

64

435

7 585

8 966

Os.números acima representam milhões de dólares.

escravo. O país ou a horda que tivesse melhores armas teria saques mais volu

em que estiver empenhado.

êstes desconheciam"; "o Conhecimento

TOTAIS IN-

142 409

ferro ; "a superioridade dos Filisteus nas guen-as contra os Judeus se eye ao uso de metais que aquêles ad

das fontes de estanho, que se diz ter si do guardado cuidadosamente por mais

TOTAIS

EXCLUSIVE

Áreas ocupadas pelo Eixo

Petróleo crü

Ferro gusa

pacíficas e prósperas da costa, cujos co

TÍVEIS

NáO METÁLICOS

Potências do Eixo

se ainda e pelos mesmos

e sujeitarem a tributo cidades grandes,

COMBUS

lar o e.stanho no comércio mundial"; "o

os depósitos de cobre de

de caírem como lobos sôbre rebanhos

aumen-

Império Romano alcançou sua suprema

Derivados

posse de lanças armadas de pontas de ferro que tomou os Assírios capazes

haviam

METAIS EXCLUSIVE ü ouno

progrediu: guerreia-

Maghara na península

efeito,

a le

tempo em que adquiriu do Sinai, 4.000 anos an tes de Cristo"; "foi a

61

do

Aço Cobre refinado .... Chumbo refinado . Zinco fundido .... Estanho fundido ...

Magnésio Níquel

EIXO

e milhares de toneladas métricas por ano para os demais artigos: TOTAL PARA 0 ELXÜ

NAÇÕES UNIDAS E

ASSOCIADAS

179

684

863

6 991

53 23 850 33 560 356

182 24 065 29 410 232 554 856

235 47 915 64 970 588 790 1141

3156 67 244 109 501 2710 2 160 1 191

148,6

153,5

54,1

251

601 61

578 42

TUllOUIA PORTUGAL ESPANHA

12

TOTAL PARA 0 MUNDO

7 866

pe

tróleo

Alumínio

ARCAS OCUPADAS

PELO

alguns produtos minerais, em 1942. Êsses números, que figuram no quadro abaixo, representam milhares de tam bores por dia para o caso do petrólep

236

285

' 4.9 350 48

13

9,1

Vê-se que as potências do Eixo ti nham vantagem quanto à capacidade de produção de estanho, alumínio e magnésio.

Os Estados Unidos desenvolveram,

depois, enormemente sua capacidade de produção de magnésio e de alumínio. A superioridade das potências do Eixo

6

3 397

500 510

115 659 174 981

3 298

269

3 219

28

2360

207,6

1 1

1 180

_

90,7

103

99,8

quanto ao estanho resultou da tomada

de Burma, da Malaia e' das índias

Orientais Holandesas. j Os números acima representam va- '

lores e quantidades conhecidos em I939

E' certo que a produção de minerais e derivados foi grandemente intensificad«»è-i durante a guerra. Mas os números


Dicesto Econômico

que realmente "pesou no comércio mun dial foi a do salitre natural pelo obtido

de 260 anos, e o monopólio de seu co mércio, assim adquirido pelos Fenícios,

através da fixação do azoto atmos

auxiliaram-nos substancialmente

férico.

vantar sua supremacia e, cm parte,

Desde a mais alta antigüidade vem o homem procurando tirar partido dos recursos minerais e tão importantes fo ram, para a civilização, as mudanças de correntes do progresso da humanidade em sua capacidade de utiÜzação desses

í homeL ín social dos I doda ferrn^ nl t idade P°i^da, idade do bronze, idade

J.

cidade -1

dessa capa

taTnnc na ' idade .jl®,Poderíamos esda energiadizer que que é ainparte, uma forma de

utilização de recursos minerais. em disso, a Historia pormenoriza a ^portancia da utilização de minerais na vida dos

povos, desde tempos re motos. Assim, "o Egito tornou-se grande potên cia mundial ao mesmo

Dicesto Econômico

Ias invasões brutais que já tinham

tado de muito suas possibilidades em

levado

tais recursos.

a

possibilitaram os Cartagineses a contro

merciantes e artezâos conheciam o la®

bronze, mas desconheciam o

CLÜlNnO 0 OURO

0 OURO

647 730

112 68

901 1 207

2 970 1 279

cia depois de conseguir o controle po

Total para 0' Ei.xo ....

551

1 377

180

2 108

2 249

lítico e industrial dos recursos minerais

Nações Unidas e asso

da Espanha". As guerras tiveram sempre motivos e objetivos econômicos. As guerras anti

1 353

3 694

250

5 413

6 653

Turquia, Portugal e Es-,

gas visavam o saque, a sujeição ao tri

Total mundial

ciadas comerciais ....

panha

buto e a obtenção da energia através do

mosos, recebimentos de tributos mais

39

20 .

1 943

5 091

Êles mostram a imensa superioridade de recursos das Nações Unidas e expli

vultosos e maior número de escravos.

cam alguns dos motivos das invasões

Dal a importância decisiva do progresso

promovidas pelas potências do Eixo. Também têm expiressão análoga os

na utilização dos minerais e dos metais

dêles derivados, que per mitiam a posse de armas

números referentes â industrialização de

mais poderosas. E'

triste

POTI-NCIAS

ABTÍGOS

constatar-se

DO

EIXO

que a humanidade, quan to a êsse particular, não

motivos: saque, domínio econômico e, ainda, do

mínio

poHtico-espiritual,

formas atrozes de escravização.

E hoje, mais do que nunca, os mine rais e os metais são de extrema impor tância na decisão das guerras. O gru

po que dispuser de maiores recursos minerais e maior capacidade industrial para sua utilização ganhará a guerra

quiriam através do Mediterrâneo e que

World Peace", mostram bem a posição

Os números adiante, que extráio da

obra já citada "World Mineral and vantajosa, em relação aos recursos mi

nerais, das Nações Unidas sôbre as potên cias do Eixo, em 1942, quando estas, pe-

5

64

64

435

7 585

8 966

Os.números acima representam milhões de dólares.

escravo. O país ou a horda que tivesse melhores armas teria saques mais volu

em que estiver empenhado.

êstes desconheciam"; "o Conhecimento

TOTAIS IN-

142 409

ferro ; "a superioridade dos Filisteus nas guen-as contra os Judeus se eye ao uso de metais que aquêles ad

das fontes de estanho, que se diz ter si do guardado cuidadosamente por mais

TOTAIS

EXCLUSIVE

Áreas ocupadas pelo Eixo

Petróleo crü

Ferro gusa

pacíficas e prósperas da costa, cujos co

TÍVEIS

NáO METÁLICOS

Potências do Eixo

se ainda e pelos mesmos

e sujeitarem a tributo cidades grandes,

COMBUS

lar o e.stanho no comércio mundial"; "o

os depósitos de cobre de

de caírem como lobos sôbre rebanhos

aumen-

Império Romano alcançou sua suprema

Derivados

posse de lanças armadas de pontas de ferro que tomou os Assírios capazes

haviam

METAIS EXCLUSIVE ü ouno

progrediu: guerreia-

Maghara na península

efeito,

a le

tempo em que adquiriu do Sinai, 4.000 anos an tes de Cristo"; "foi a

61

do

Aço Cobre refinado .... Chumbo refinado . Zinco fundido .... Estanho fundido ...

Magnésio Níquel

EIXO

e milhares de toneladas métricas por ano para os demais artigos: TOTAL PARA 0 ELXÜ

NAÇÕES UNIDAS E

ASSOCIADAS

179

684

863

6 991

53 23 850 33 560 356

182 24 065 29 410 232 554 856

235 47 915 64 970 588 790 1141

3156 67 244 109 501 2710 2 160 1 191

148,6

153,5

54,1

251

601 61

578 42

TUllOUIA PORTUGAL ESPANHA

12

TOTAL PARA 0 MUNDO

7 866

pe

tróleo

Alumínio

ARCAS OCUPADAS

PELO

alguns produtos minerais, em 1942. Êsses números, que figuram no quadro abaixo, representam milhares de tam bores por dia para o caso do petrólep

236

285

' 4.9 350 48

13

9,1

Vê-se que as potências do Eixo ti nham vantagem quanto à capacidade de produção de estanho, alumínio e magnésio.

Os Estados Unidos desenvolveram,

depois, enormemente sua capacidade de produção de magnésio e de alumínio. A superioridade das potências do Eixo

6

3 397

500 510

115 659 174 981

3 298

269

3 219

28

2360

207,6

1 1

1 180

_

90,7

103

99,8

quanto ao estanho resultou da tomada

de Burma, da Malaia e' das índias

Orientais Holandesas. j Os números acima representam va- '

lores e quantidades conhecidos em I939

E' certo que a produção de minerais e derivados foi grandemente intensificad«»è-i durante a guerra. Mas os números


Dicesto Econômico

63

Dicesto Econômico

ra constituem segredos que certamente

índias Neerlandesas .. Grécia

245 400 ton. 179 900 "

nunca serão revelados.

Outros países (9) ....

117 900 "

tos correspondentes a ôsses anos de guer

Austrália Canadá Alemanha Burma

Os quadros transcritos dão uma idéia Çromita

do valor e da quantidade da produção Turquia

mineral no mundo.

O número de países produtores de

213 600 "

(em têrmos de metal) U- R-

S

101 600 ton.-

Japão Iugoslávia

:

81 300 " 49 500 "

Iugoslávia

77 700 "

México

U.R.S.S Peru .' Italia

69000 " 58 000 " 39 500 "

Reru

37 500 "

Alemanha e Áustria ...

30 000 "

Espanha

32 000 "

Chipre Noruega Outros países (24) ...

29 800 " 21 600 " 173 500 "

41900 "

!

200000 "

ção mais ponderável está circunscrita a

Rodésia do Sul União Sul-Africana ....

186 000 " 1"^® "

Reino Unido

30 200 "

um grupo menor, assim como a indus

Iugoslávia

58 500 "

Terra Nova

28 900 "

Nova Caledônia índia Grécia

52 200 " 44 900 " 52 500 "

Argentina Japão e Chosen

23 700 " 22 000 "

Marrocos Francês

19 000 "

39 000 "

Tunísia

18 900 "

Estados Unidos da Amé

89 400 "

Bélgica

minerais é muito grande, mas a produ trialização desses minerais.

Em 1938, ano anterior à Segunda

Guerra Mundial, era a seguinte a prouçdo os metais e minerais mais impor

tantes nos diversos países: y

Minérios de ferro P

U.R.S.S

278 800 ton. 190 000 " 96 000 " 81 400 "

Japão Filipinas

38 900 "

Cuba

37 300 "

Outros países

12 100 "

«emo Unido Alemanha

3 615 000 " 3 100 000 "

Outros países (39)

20 544 000 "

Minérios de manganês R- S. S

Canadá Nova Caledônia U. R. S. S.

Noruega

i..

Outros países (33)

595 000 "

Bauxita

682 400 " 540 700 "

Iugoslávia Guiana Inglesa Surinam (Guiana Holan-

^ Estados Unidos U.R.S.S

396 400 " 382 400 "

(em têrmos de metal)

1 245 "

' 3 300 "

Minérios de iungstênio (60% de W03) Cliina

13 400 ton.

Burma

6 300 "

Portugal

2 800 "

Estados Unidos Bolívia Chosen

2800 " 2 500 " 1 200 "

Argentina

1 200 "

Austrália Malaia Indo-China Francesa ..

1 200 " 749 " 545 "

Outros países (21) ....

2 200 "

377 2Ò0 "

Est. Unidos da América

325 400 "

250 000 "

México

282 400 " .i.

27 700 " 25 900 "

223 300 " 203 000 "

Canadá

173 000 "

México Itália U.R.S.S Polônia Terra Nova Burma

172 200 " 76 000 " 71 000-" 70100 " 66 900 " 55 800 "

Iugoslávia Espanha

14 900 " , 11800 "

41700 " 35 000 "

...■

Nigéria Congo Belga

9 1(^® ^ 900

Japão

Burma

^ 500 "

Outros países (21) ....

Suécia

34 600 "

22 000 "

2 300 "

Reino Unido

2000 "

Mica

(em blocos e fôlhas)

Argentina

1 900 "

Indo-China Francesa ..

1 600 "

índia

Outros países (17) ....

4 300 "

Madagascar Brasil

700 " 500 "

Estados Unidos

400 »»

Canadá

jqq „

5700 ton.

(em têrmos de metal)

Altu,

156100 "

' 3 400 "

Japão

Minérios de cobre

(em termos de metal)

315 900 "

44 100 ton.

Austrália

Minérios de chumbo

360 800 "

Malaia Britânica

índias Neerlandesas . • • Bolívia

Tailand (Siao) China

1 207 "

Outros países (12) ....

468 700 ton.

Alemanha

95 500 ton. H 700 " 2 500 "

Grécia

983 000 "

532 000 " 329 000 " 222 000 " 153 000 "

18)

(em tôrmos de metal)

2 223 000 "

União Sul-Africana Costa do Ouro Brasil Bgito

rica

Outros países (mais de

Minérios de níquel

América 14 630 000 ton. 14 600 000 " 10 100 000 " 8 411000 "

(em têrmos de metal)

Minérios de estanho

(em termos de metal)

n R cS

Minérios de zinco

Estados Unidos Chile Canadá Rodésia do Norte

506 000 ton. 351400 " 259100 " 254 900 "

Estados Unidos

Congo Belga

123 900 "

Ma

ii

Mica \

irti> «III

f

h


Dicesto Econômico

63

Dicesto Econômico

ra constituem segredos que certamente

índias Neerlandesas .. Grécia

245 400 ton. 179 900 "

nunca serão revelados.

Outros países (9) ....

117 900 "

tos correspondentes a ôsses anos de guer

Austrália Canadá Alemanha Burma

Os quadros transcritos dão uma idéia Çromita

do valor e da quantidade da produção Turquia

mineral no mundo.

O número de países produtores de

213 600 "

(em têrmos de metal) U- R-

S

101 600 ton.-

Japão Iugoslávia

:

81 300 " 49 500 "

Iugoslávia

77 700 "

México

U.R.S.S Peru .' Italia

69000 " 58 000 " 39 500 "

Reru

37 500 "

Alemanha e Áustria ...

30 000 "

Espanha

32 000 "

Chipre Noruega Outros países (24) ...

29 800 " 21 600 " 173 500 "

41900 "

!

200000 "

ção mais ponderável está circunscrita a

Rodésia do Sul União Sul-Africana ....

186 000 " 1"^® "

Reino Unido

30 200 "

um grupo menor, assim como a indus

Iugoslávia

58 500 "

Terra Nova

28 900 "

Nova Caledônia índia Grécia

52 200 " 44 900 " 52 500 "

Argentina Japão e Chosen

23 700 " 22 000 "

Marrocos Francês

19 000 "

39 000 "

Tunísia

18 900 "

Estados Unidos da Amé

89 400 "

Bélgica

minerais é muito grande, mas a produ trialização desses minerais.

Em 1938, ano anterior à Segunda

Guerra Mundial, era a seguinte a prouçdo os metais e minerais mais impor

tantes nos diversos países: y

Minérios de ferro P

U.R.S.S

278 800 ton. 190 000 " 96 000 " 81 400 "

Japão Filipinas

38 900 "

Cuba

37 300 "

Outros países

12 100 "

«emo Unido Alemanha

3 615 000 " 3 100 000 "

Outros países (39)

20 544 000 "

Minérios de manganês R- S. S

Canadá Nova Caledônia U. R. S. S.

Noruega

i..

Outros países (33)

595 000 "

Bauxita

682 400 " 540 700 "

Iugoslávia Guiana Inglesa Surinam (Guiana Holan-

^ Estados Unidos U.R.S.S

396 400 " 382 400 "

(em têrmos de metal)

1 245 "

' 3 300 "

Minérios de iungstênio (60% de W03) Cliina

13 400 ton.

Burma

6 300 "

Portugal

2 800 "

Estados Unidos Bolívia Chosen

2800 " 2 500 " 1 200 "

Argentina

1 200 "

Austrália Malaia Indo-China Francesa ..

1 200 " 749 " 545 "

Outros países (21) ....

2 200 "

377 2Ò0 "

Est. Unidos da América

325 400 "

250 000 "

México

282 400 " .i.

27 700 " 25 900 "

223 300 " 203 000 "

Canadá

173 000 "

México Itália U.R.S.S Polônia Terra Nova Burma

172 200 " 76 000 " 71 000-" 70100 " 66 900 " 55 800 "

Iugoslávia Espanha

14 900 " , 11800 "

41700 " 35 000 "

...■

Nigéria Congo Belga

9 1(^® ^ 900

Japão

Burma

^ 500 "

Outros países (21) ....

Suécia

34 600 "

22 000 "

2 300 "

Reino Unido

2000 "

Mica

(em blocos e fôlhas)

Argentina

1 900 "

Indo-China Francesa ..

1 600 "

índia

Outros países (17) ....

4 300 "

Madagascar Brasil

700 " 500 "

Estados Unidos

400 »»

Canadá

jqq „

5700 ton.

(em têrmos de metal)

Altu,

156100 "

' 3 400 "

Japão

Minérios de cobre

(em termos de metal)

315 900 "

44 100 ton.

Austrália

Minérios de chumbo

360 800 "

Malaia Britânica

índias Neerlandesas . • • Bolívia

Tailand (Siao) China

1 207 "

Outros países (12) ....

468 700 ton.

Alemanha

95 500 ton. H 700 " 2 500 "

Grécia

983 000 "

532 000 " 329 000 " 222 000 " 153 000 "

18)

(em tôrmos de metal)

2 223 000 "

União Sul-Africana Costa do Ouro Brasil Bgito

rica

Outros países (mais de

Minérios de níquel

América 14 630 000 ton. 14 600 000 " 10 100 000 " 8 411000 "

(em têrmos de metal)

Minérios de estanho

(em termos de metal)

n R cS

Minérios de zinco

Estados Unidos Chile Canadá Rodésia do Norte

506 000 ton. 351400 " 259100 " 254 900 "

Estados Unidos

Congo Belga

123 900 "

Ma

ii

Mica \

irti> «III

f

h


w Dicesto EcoNÓKnco

64

(de qualidade inferior) União Sul-Africana ..

Outros países

,I

Petróleo refinado

Enxôfre

(conteúdo de P04Ca3) 2 833 000 ton. 1494 000 " 1 189 000 "

1 144 000 "

946 000 "

nha Nauru

654 000 " 440 000 "

oeigica-Luxemburgo ..

^Séria

fc.

"Jutros países (19)

437 QOO "

372 000 "

834 000 "

Estados Unidos U.R.SiS índias Ocidentais Holan desas

Noruega

466 000 "

Irã

índias Neerlandesas Rumânia

Estados Unidos

2 655 000 ton.

Japão

1 140 000 "

i,

,

(conteúdo de K20)

p

1861 000 ton

■ ,UR

; ' -

p'i.' Oiit°mj' tros países

Unidos Al

, •

U.R.S.S

330000 "

Chipre

257 000 "

Portugal

351000 "

Alemanha Grécia Suécia

200 000 " 119 000 " 84 000 "

Outros países (18) ....

451 000 "

Reino Unido

260 659 000 " 47 555 000 "

43 500 000 "

Polônia

38 114 000 "

Checoslováquia Bélgica

30 517 000 " 29 585 000 "

União Sul-Africana

16 284 000 "

França

15 601 000 "

Japão

Outros países (38) ... 141 226 000 "

28 805 000 ton. 23 243 000 " 18 448 000 "

Reino Unido

.. 10 561 000 "

6 175 000 " ;

5860 000 "

Bélgica — Luxemburgo . 3 722 000 " 11 904 000 "

U.R.S.S

43800 "

28 000 27 000 " ■ 25 800 " 23 300 "

Itália Reino Unido

Japão Outros países -.•

17000 " ^ 000 "

Estanho

Malaia Britânica Reino Unido Holanda China

64 800 ton. 36 800 26 800 " 11400 "

índias Neerlandesas ...

7300 "

Bélgica

11^:

Alemanha

^ 000 ;;

fcs países (4) ....

1700 "

Austrália

J ^00

Congo Belga

2300

Zinco Cobre

(em milhões

. Japão , Canadá

643 000 "000 "

Estados Unidos

570 800 ton.

Cliile Rodésia do Norte ....

337 500 " 216 500 "

Irã

Canadá

índias Neerlandesas Rumânia

U.R.S.S

215 700 " 114600 "

Japão

102000 "

México

Bélgica

... .

U.R.S.S

.......

398 000 "

Iraque

Congo Belga

352 000 "

Colômbia

Alemanha

70 000

Outros países (27) .

Iugoslávia

42 000 "

Outros países (62) ... -3 917000 "

165 600 ton. 130100 "

Noruega Suíça

Petróleo cru

859 000 "

,

Estados Unidos Alemanha U.R.S.S

Outros países

Polônia .

..

Austrália

1499 000 "

n

Aço

França

Brasil 1

132 888 000 "

.

Venezuela

'

105 "

mesmo ano de 1938:

1565 000 "

:

35 " 22 " 30 "

358 013 000 "

21610 680 000 " 000 "

;

Canadá Alemanha Argentina

Estados Unidos

Estados Unidos

? Itália

66 000

45 300

Vejamos, agora, qual a produção de alguns metais mais importantes, naquele

3 000 000 "

Frànçn

Canadá

França

385 058 000 ton.

3 375 000 "

,

47 " 42 "

Alemanha

U.R.S.S.

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Alemanha Estados Unidos

40 " 36 "

Outros países (27) ...

^

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México França

Japão

7 273 000 ton.

..

168 "

37 100 ton.

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Outros países (11)

1 058 ton. 174 "

Carvão

4349000 "

emanha

.

288 000 "

Sal

.

Itália

582 000 "

266 000 " 108 000 " " 54 000

941 000 "

301000 " 1 053 000 "

Potassa

(em milhões de tambores)

(nativo e pirítico)

Espanha

Alemanha

Mé.xico Peru

400 "

Marrocos Francês

es

1 100 ton.

Fosfatos

Estados Unidos U-R-S.S 'Tunísia

Dicesto Econômico

^3 700 "

Estados Unidos Bélgica • •

4049(X)ton. 210 300 "

Alemanha Canadá

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Polônia

U.R.S.S.

108 100 "

..........

71 000 "

Austrália França

70 900 " 61 000 "

Reino Unido

55 90o,V;, 50 800

i',11 -

t-. I .'..t.,-

iVtiaAI -fii -t-


w Dicesto EcoNÓKnco

64

(de qualidade inferior) União Sul-Africana ..

Outros países

,I

Petróleo refinado

Enxôfre

(conteúdo de P04Ca3) 2 833 000 ton. 1494 000 " 1 189 000 "

1 144 000 "

946 000 "

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1 140 000 "

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257 000 "

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200 000 " 119 000 " 84 000 "

Outros países (18) ....

451 000 "

Reino Unido

260 659 000 " 47 555 000 "

43 500 000 "

Polônia

38 114 000 "

Checoslováquia Bélgica

30 517 000 " 29 585 000 "

União Sul-Africana

16 284 000 "

França

15 601 000 "

Japão

Outros países (38) ... 141 226 000 "

28 805 000 ton. 23 243 000 " 18 448 000 "

Reino Unido

.. 10 561 000 "

6 175 000 " ;

5860 000 "

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U.R.S.S

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Zinco Cobre

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337 500 " 216 500 "

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U.R.S.S

215 700 " 114600 "

Japão

102000 "

México

Bélgica

... .

U.R.S.S

.......

398 000 "

Iraque

Congo Belga

352 000 "

Colômbia

Alemanha

70 000

Outros países (27) .

Iugoslávia

42 000 "

Outros países (62) ... -3 917000 "

165 600 ton. 130100 "

Noruega Suíça

Petróleo cru

859 000 "

,

Estados Unidos Alemanha U.R.S.S

Outros países

Polônia .

..

Austrália

1499 000 "

n

Aço

França

Brasil 1

132 888 000 "

.

Venezuela

'

105 "

mesmo ano de 1938:

1565 000 "

:

35 " 22 " 30 "

358 013 000 "

21610 680 000 " 000 "

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Canadá Alemanha Argentina

Estados Unidos

Estados Unidos

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66 000

45 300

Vejamos, agora, qual a produção de alguns metais mais importantes, naquele

3 000 000 "

Frànçn

Canadá

França

385 058 000 ton.

3 375 000 "

,

47 " 42 "

Alemanha

U.R.S.S.

Ahirrúnio

Alemanha Estados Unidos

40 " 36 "

Outros países (27) ...

^

i

65 "

México França

Japão

7 273 000 ton.

..

168 "

37 100 ton.

.36 000 94 800 "

Outros países (11)

1 058 ton. 174 "

Carvão

4349000 "

emanha

.

288 000 "

Sal

.

Itália

582 000 "

266 000 " 108 000 " " 54 000

941 000 "

301000 " 1 053 000 "

Potassa

(em milhões de tambores)

(nativo e pirítico)

Espanha

Alemanha

Mé.xico Peru

400 "

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1 100 ton.

Fosfatos

Estados Unidos U-R-S.S 'Tunísia

Dicesto Econômico

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4049(X)ton. 210 300 "

Alemanha Canadá

194 400 " 156 000 "

Polônia

U.R.S.S.

108 100 "

..........

71 000 "

Austrália França

70 900 " 61 000 "

Reino Unido

55 90o,V;, 50 800

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t-. I .'..t.,-

iVtiaAI -fii -t-


fim

W 66

DinKSTo

Econóvcioo

Noruega

45 700 ton.

mineral c a importância do todos êsses

México Itália Holanda

35 900 "

artigos na economia dos po\o.s fazen)

33 600 "

o problema do comercio internacional

25 300 " 40 900 "

dos minerais e seus produtos um pro

Outros países (5)

rais, a descoberta de novos jazimentos, a descoberta de novos minerais, a inven

Chumbo

Estados Unidos México

......

Austrália

Canadá Alemanha

Bélgica

331 000 ton.

ção de novos procr-ssos para sua explora

273 500 " 226 000 " 181 000 " 181 000 "

ção e sua utilização c as mudanças da

94 200 " 80 200 "

Burma U.R.S.S

66 000 " 41 800 "

França

Espanha ....'

.

Tunísia Polônia

36 000 " 34 300 " 28 500 " 23 900 " 20 000 "

Outros países (15) ....

85700 "

Itália Peru

... /

blema de importância transcendental. E a necessidade crescente de mine

As listas acima mostram que os recur-

minados no mundo e que, embora cer

tas regiões sejam particularmente bem datadas de tais recursos, nenhum país é auto-suficiente em todos e muito poucos o são em alguns.

Vê-se também que poucos são os paí

ses grandes produtores de metais bási cos e que os principais destes são os grandes prõdutores de carvão.

A desigualdade da distribuição de r^e-

geografia política que provà\elmcnte serão uma conseqüência,da última gran

de guerra, poderão modificar de algum modo a política internacional que tem

regido o comércio dos minerais entre as nações, mas certamente não diminuirão

sua importância nem, provâvelmente, simplificarão o problema.

67

Dicüsto EcoNÚNnco

mos

a

tod(íS

nossos

recursos

natu

rais, quando dominava no mundo a política de naciunali.snu) exultado c a mentalidade aiitánpilea. Ainda hoje, apesar dos documentos internacionais que deram ao inundo uma grande esperan ça de sincera cooperação entre as na

ções, a atil\ide tle todos os povos é de perplexidade ante os impasses com que se encenam as reuniões em qiic se di'batem os grandes problemas da huma nidade.

Não só os fenômenos sociais posterio res à Primeira Grande Guerra, mas tam bém necessidades dc caráter militar, de

sejo de domínio comercial e político, e

simples jógo de interêsses comerciais pri vados. anteriores àquela data, influíram,

no pussadt) e. certamente, influirão no futun), sobre o aiméreio dos minerais.

Ditados pelos últimos moti\os cihidos, nasc<Tam os monopólios e cartéis. E das necessidades da defesa militar, da valo

rização dos recursos luituniis de cada irús da elevação de seu grau de dosenvolvimcnto industrial e cia defesa dos

recirsos próprios, surgiram a política larifilria. os sistemas de quotas, o estimulo e o eoutrole da exportação, os conso les cambiais, os aemrdos de

■1 noliticn de "portas fechadas e a poU-

,'crdo nacionalirução dos recursos mi-

nerais.

Todos sabemos que, depois da Primei

ra Grande Guprra e, principalmente, depois do grande craque internacional

do 1930-1932, uma grande onda de nacionalismo dominou o mundo, dei.xando como marcas profundas de sua ação, em quase tôdas as nações, um desejo de auto-suficiência e uma deter

I

minação de resguardar seus recursos na turais da cobiça alheia. Nossa Consti

tuição de 1934, e, mais ainda, a Carla Constitucional de 1937, revelam esse estado de espírito. E, ainda mais do que elas, a interpretação geralmente dada aos seus dispositivos. Não condeno nem essas Constituições nem as citadas intcrprctaç-ões. Quais quer

que

sido

os

tenham

prejuízos

que se queiram fa

cursos minerais en

zer derivar daquelas

tre os diversos paí

leis fundamentais e

ses do mundo, a de

das leis e decretos

sigualdade de capa cidade de produção

delas

decorrentes,

sou da opinião que

de metais e outros

teria

produtos de origem

imprudência abriri;.' 1

sido

extrema

Anuncia-se, em Londres que o Brasil está cooperando gravemente para a

reabilitação econômica da Europa, mediante a remessa de grandes carregamentos de madeiras e metais, como a bauxita, glucínio, manganês, mtca, que sao de vital importância para a reconstrução do V^ho Mundo. O Brasil está também enviando grandes quantidades de café e cacau.


fim

W 66

DinKSTo

Econóvcioo

Noruega

45 700 ton.

mineral c a importância do todos êsses

México Itália Holanda

35 900 "

artigos na economia dos po\o.s fazen)

33 600 "

o problema do comercio internacional

25 300 " 40 900 "

dos minerais e seus produtos um pro

Outros países (5)

rais, a descoberta de novos jazimentos, a descoberta de novos minerais, a inven

Chumbo

Estados Unidos México

......

Austrália

Canadá Alemanha

Bélgica

331 000 ton.

ção de novos procr-ssos para sua explora

273 500 " 226 000 " 181 000 " 181 000 "

ção e sua utilização c as mudanças da

94 200 " 80 200 "

Burma U.R.S.S

66 000 " 41 800 "

França

Espanha ....'

.

Tunísia Polônia

36 000 " 34 300 " 28 500 " 23 900 " 20 000 "

Outros países (15) ....

85700 "

Itália Peru

... /

blema de importância transcendental. E a necessidade crescente de mine

As listas acima mostram que os recur-

minados no mundo e que, embora cer

tas regiões sejam particularmente bem datadas de tais recursos, nenhum país é auto-suficiente em todos e muito poucos o são em alguns.

Vê-se também que poucos são os paí

ses grandes produtores de metais bási cos e que os principais destes são os grandes prõdutores de carvão.

A desigualdade da distribuição de r^e-

geografia política que provà\elmcnte serão uma conseqüência,da última gran

de guerra, poderão modificar de algum modo a política internacional que tem

regido o comércio dos minerais entre as nações, mas certamente não diminuirão

sua importância nem, provâvelmente, simplificarão o problema.

67

Dicüsto EcoNÚNnco

mos

a

tod(íS

nossos

recursos

natu

rais, quando dominava no mundo a política de naciunali.snu) exultado c a mentalidade aiitánpilea. Ainda hoje, apesar dos documentos internacionais que deram ao inundo uma grande esperan ça de sincera cooperação entre as na

ções, a atil\ide tle todos os povos é de perplexidade ante os impasses com que se encenam as reuniões em qiic se di'batem os grandes problemas da huma nidade.

Não só os fenômenos sociais posterio res à Primeira Grande Guerra, mas tam bém necessidades dc caráter militar, de

sejo de domínio comercial e político, e

simples jógo de interêsses comerciais pri vados. anteriores àquela data, influíram,

no pussadt) e. certamente, influirão no futun), sobre o aiméreio dos minerais.

Ditados pelos últimos moti\os cihidos, nasc<Tam os monopólios e cartéis. E das necessidades da defesa militar, da valo

rização dos recursos luituniis de cada irús da elevação de seu grau de dosenvolvimcnto industrial e cia defesa dos

recirsos próprios, surgiram a política larifilria. os sistemas de quotas, o estimulo e o eoutrole da exportação, os conso les cambiais, os aemrdos de

■1 noliticn de "portas fechadas e a poU-

,'crdo nacionalirução dos recursos mi-

nerais.

Todos sabemos que, depois da Primei

ra Grande Guprra e, principalmente, depois do grande craque internacional

do 1930-1932, uma grande onda de nacionalismo dominou o mundo, dei.xando como marcas profundas de sua ação, em quase tôdas as nações, um desejo de auto-suficiência e uma deter

I

minação de resguardar seus recursos na turais da cobiça alheia. Nossa Consti

tuição de 1934, e, mais ainda, a Carla Constitucional de 1937, revelam esse estado de espírito. E, ainda mais do que elas, a interpretação geralmente dada aos seus dispositivos. Não condeno nem essas Constituições nem as citadas intcrprctaç-ões. Quais quer

que

sido

os

tenham

prejuízos

que se queiram fa

cursos minerais en

zer derivar daquelas

tre os diversos paí

leis fundamentais e

ses do mundo, a de

das leis e decretos

sigualdade de capa cidade de produção

delas

decorrentes,

sou da opinião que

de metais e outros

teria

produtos de origem

imprudência abriri;.' 1

sido

extrema

Anuncia-se, em Londres que o Brasil está cooperando gravemente para a

reabilitação econômica da Europa, mediante a remessa de grandes carregamentos de madeiras e metais, como a bauxita, glucínio, manganês, mtca, que sao de vital importância para a reconstrução do V^ho Mundo. O Brasil está também enviando grandes quantidades de café e cacau.


DicESTo Econômico

Caca ueiro

e seu

Potencial Econômico

PiMENTEL Gomes

(Engenheiro agrônomo)

Q ressurgimento econômico da Ama zônia Constitui um dos problemas mais sérios da nacionalidade. A bor

racha silvestre que proporcionou ri queza extraordinária à região na úl

tima década do século passado e no primeiro deste, permitindo o acentua

do progresso de Belém e Manaus, caiu irremediàvelmente ante a bor racha de plantação. Tomou alento

durante a Segunda Guerra Mundial,

depois que os japoneses se apodera

toneladas e em Condições de bater a concorrência do sudeste asiático. Os

trabalhos de genética cm prol de clo

incapaz de resistir à concorrência da goma proveniente da lindochtna e

a execução do plano.

vés do Banco de Crédito da Borra

cha. Há todo um vasto plano do ins

tituto Agronômico do Norte, em;que .se substituem os atuais imensos," pre cários e anti-económicos seringais sil vestres (um seringal médio tem !^0

mil a 120 mil hectares), por pequenos seringais de plantação com três a cin co hectares e pertencentes a co lonos. O plano é muito bem es

truturado e baseia-se no que existe de melhor na Península de Malaca.

Infelizmente, ao que me consta, ainda não começaram a instalação de tais • seringais, que permitiriam produzir muito mais borracha do que atualmen• te, e em muito melhores condições hi gienicas e sociais e por preços ridi-

Cúlamente babcos. Teríamos, então, borracha as centenas de milhares de

lhões de cruzeiros por ano, ao mes

Uma cultura em ascensão

O consumo de cacau no mundo, re duzido durante séculos, está atingin

do números vultosos, à proporção que

mo tempo que dará vida, progresso a

se divulgam as magníficas condições alimentícias do cacau, que bem me

áreas vastíssimas do País, que pou-

rece o nome de manjar dos deuses.

CO ou nada produzem. E há a reper

Daí o constante aumento de produ

cussão na nossa adiantada indústria

ção.

de bombons, cujos mercados no ex terior se tornam cada vez mais im

Em 1895, o mundo produzia 73 352 toneladas de cacau. Eram países maio res produtores: Equador, 18 955 tone

ladas; Trinídad, 13 550; Brasil, 10 840;

nes resistentes à moléstia da fôlha e

está dando o governo federal, atra

poucos anos, sc soubermos fomentar-

portantes.

ram dos seringais do Extremo Orien te. Agora, enContra-se ela novamente

da Insulindia. Já começou a degrin golar, era que pese o auxílio que lhe

sitou, importante artigo de exporta ção, e cm outras regiões brasileiras. O cacauciro pode fornecer-nos em

lhe a cultura, muito mais de dois bi Êste artigo é o resultado de uma viagem que o diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura fez ao Estado do Espírito Santo, onde a cultura do cacau tende a tomar grande impulso, principalmente se melhor orientada.

69

altamente produtivos vêm retardando

Colonos japoneses aclimataram a juta nas ilhas do grande rio Amazo

nas. A produção tem crescido com certa rapidez, pois a cultura se apre senta muito vantajosa. Amparados pe lo Ministério da Agricultura, o Ban co de Crédito da Borracha e os go vernos do Amazonas e do Pará, os

plantios tendem a aumentar ràpida-

mente, embora não se saiba se exis tem braços suficientes à produção das dezenas de milhares de toneladas

necessitadas pela indústria brasileira. Poderia eu , tocar ràpidamente nas lavouras minúsculas de café, milho,

arroz, nas oleaginosas silvestres, na

floresta equatorial repleta de madei ras preciosas, numas tantas possibi

lidades da pecuária e da piscicultura. Para que, porém? Nem espaço have ria para tal. Hoje desejo- salientar as extraordinárias possibilidades do Cacaueiro na Amazônia, onde constituía em 1744, quando La Condamine á vi-

Vma cultura tropical O cac"aueiro — Theobroma cacao — e muito exigente em calor e umida

Venezuela, 7 712; São Tomé, 7 023; República Dominicana, 1 660; nando Pó, 500.

Fer

de. As suas culturas maiores na Áfri

Em 1905, a produção atingia as 143 571 toneladas. Eram maiores pro

ca e no mundo se encontram entre o

dutores: São Tomé, 24259 toneladas;

paralelo 10 N e o equador, em zôna de selvas idênticas às da nossa Ama zônia.'Na América, produzem muito

Brasil, 21090; Venezuela, 12 701; Re pública Dominicana, 12604; Costa do

cacau a República do Equador, exa

Ouro, -5620; Fernando Pó, 1863; Ca-

tamente sob a linha equinocíal, e a

merun, 1414; Nigéria, 478. Note-se que a Ilha de São Tomé, com menos

Venezuela, a

Colômbia e Trinídad,

por onde passa o equador térmico, que quase sempre não

^incide com o geográfico. No Brasil, graças a um conjun to de fatôres favoráveis, se en

contram os dacauais mais afas

Trinídad, 22 018;

neo no vale do Amazonas, é ao sul da

baía de Todos os Santos, e principal

21128;

de mil quilômetros quadrados

(São Tomé e Príncipe, 964 qui. lómetros quadrados) era, então, o maior produtor' de cacau do

mundo, o que muito honra o esfôrço lusitano.

tados do equador.

Embora 6 cacaueiro seja espontâ

Equador,

Em 1915, a produção cacaueira saltava a 313 897 toneladas. Eram maiores produtores: Costa do Ouro

78 514;

Brasil,

44980;

Equador'

mente do Rio das Contas, que se en

37015; São Tomé, 27 936; Trimdad*

contram os maiores cacauais do Bra

24 518; Dominicana, 20 327; Venezue

sil. Atualmente, alargam-se ràpida

la, 18 281; Nigéria, 9 260; Fernando

I^oce, atingindo o paralelo 19° 30. En

Pó, 3866; Camerun, 3 400. A ascensão súbita da Costa do Ouro deve-se ^

contram-se os últimos cacauais nos

abundância de capitais britânicos

mente, nos vales do São Mateus e do

municípios de Maria Madalena, pa

enxergou no cacau o seu extraordiná*^

ralelo 22, e de Cubatão, paralelo 24.

no valor econômico, e acorreu às


DicESTo Econômico

Caca ueiro

e seu

Potencial Econômico

PiMENTEL Gomes

(Engenheiro agrônomo)

Q ressurgimento econômico da Ama zônia Constitui um dos problemas mais sérios da nacionalidade. A bor

racha silvestre que proporcionou ri queza extraordinária à região na úl

tima década do século passado e no primeiro deste, permitindo o acentua

do progresso de Belém e Manaus, caiu irremediàvelmente ante a bor racha de plantação. Tomou alento

durante a Segunda Guerra Mundial,

depois que os japoneses se apodera

toneladas e em Condições de bater a concorrência do sudeste asiático. Os

trabalhos de genética cm prol de clo

incapaz de resistir à concorrência da goma proveniente da lindochtna e

a execução do plano.

vés do Banco de Crédito da Borra

cha. Há todo um vasto plano do ins

tituto Agronômico do Norte, em;que .se substituem os atuais imensos," pre cários e anti-económicos seringais sil vestres (um seringal médio tem !^0

mil a 120 mil hectares), por pequenos seringais de plantação com três a cin co hectares e pertencentes a co lonos. O plano é muito bem es

truturado e baseia-se no que existe de melhor na Península de Malaca.

Infelizmente, ao que me consta, ainda não começaram a instalação de tais • seringais, que permitiriam produzir muito mais borracha do que atualmen• te, e em muito melhores condições hi gienicas e sociais e por preços ridi-

Cúlamente babcos. Teríamos, então, borracha as centenas de milhares de

lhões de cruzeiros por ano, ao mes

Uma cultura em ascensão

O consumo de cacau no mundo, re duzido durante séculos, está atingin

do números vultosos, à proporção que

mo tempo que dará vida, progresso a

se divulgam as magníficas condições alimentícias do cacau, que bem me

áreas vastíssimas do País, que pou-

rece o nome de manjar dos deuses.

CO ou nada produzem. E há a reper

Daí o constante aumento de produ

cussão na nossa adiantada indústria

ção.

de bombons, cujos mercados no ex terior se tornam cada vez mais im

Em 1895, o mundo produzia 73 352 toneladas de cacau. Eram países maio res produtores: Equador, 18 955 tone

ladas; Trinídad, 13 550; Brasil, 10 840;

nes resistentes à moléstia da fôlha e

está dando o governo federal, atra

poucos anos, sc soubermos fomentar-

portantes.

ram dos seringais do Extremo Orien te. Agora, enContra-se ela novamente

da Insulindia. Já começou a degrin golar, era que pese o auxílio que lhe

sitou, importante artigo de exporta ção, e cm outras regiões brasileiras. O cacauciro pode fornecer-nos em

lhe a cultura, muito mais de dois bi Êste artigo é o resultado de uma viagem que o diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura fez ao Estado do Espírito Santo, onde a cultura do cacau tende a tomar grande impulso, principalmente se melhor orientada.

69

altamente produtivos vêm retardando

Colonos japoneses aclimataram a juta nas ilhas do grande rio Amazo

nas. A produção tem crescido com certa rapidez, pois a cultura se apre senta muito vantajosa. Amparados pe lo Ministério da Agricultura, o Ban co de Crédito da Borracha e os go vernos do Amazonas e do Pará, os

plantios tendem a aumentar ràpida-

mente, embora não se saiba se exis tem braços suficientes à produção das dezenas de milhares de toneladas

necessitadas pela indústria brasileira. Poderia eu , tocar ràpidamente nas lavouras minúsculas de café, milho,

arroz, nas oleaginosas silvestres, na

floresta equatorial repleta de madei ras preciosas, numas tantas possibi

lidades da pecuária e da piscicultura. Para que, porém? Nem espaço have ria para tal. Hoje desejo- salientar as extraordinárias possibilidades do Cacaueiro na Amazônia, onde constituía em 1744, quando La Condamine á vi-

Vma cultura tropical O cac"aueiro — Theobroma cacao — e muito exigente em calor e umida

Venezuela, 7 712; São Tomé, 7 023; República Dominicana, 1 660; nando Pó, 500.

Fer

de. As suas culturas maiores na Áfri

Em 1905, a produção atingia as 143 571 toneladas. Eram maiores pro

ca e no mundo se encontram entre o

dutores: São Tomé, 24259 toneladas;

paralelo 10 N e o equador, em zôna de selvas idênticas às da nossa Ama zônia.'Na América, produzem muito

Brasil, 21090; Venezuela, 12 701; Re pública Dominicana, 12604; Costa do

cacau a República do Equador, exa

Ouro, -5620; Fernando Pó, 1863; Ca-

tamente sob a linha equinocíal, e a

merun, 1414; Nigéria, 478. Note-se que a Ilha de São Tomé, com menos

Venezuela, a

Colômbia e Trinídad,

por onde passa o equador térmico, que quase sempre não

^incide com o geográfico. No Brasil, graças a um conjun to de fatôres favoráveis, se en

contram os dacauais mais afas

Trinídad, 22 018;

neo no vale do Amazonas, é ao sul da

baía de Todos os Santos, e principal

21128;

de mil quilômetros quadrados

(São Tomé e Príncipe, 964 qui. lómetros quadrados) era, então, o maior produtor' de cacau do

mundo, o que muito honra o esfôrço lusitano.

tados do equador.

Embora 6 cacaueiro seja espontâ

Equador,

Em 1915, a produção cacaueira saltava a 313 897 toneladas. Eram maiores produtores: Costa do Ouro

78 514;

Brasil,

44980;

Equador'

mente do Rio das Contas, que se en

37015; São Tomé, 27 936; Trimdad*

contram os maiores cacauais do Bra

24 518; Dominicana, 20 327; Venezue

sil. Atualmente, alargam-se ràpida

la, 18 281; Nigéria, 9 260; Fernando

I^oce, atingindo o paralelo 19° 30. En

Pó, 3866; Camerun, 3 400. A ascensão súbita da Costa do Ouro deve-se ^

contram-se os últimos cacauais nos

abundância de capitais britânicos

mente, nos vales do São Mateus e do

municípios de Maria Madalena, pa

enxergou no cacau o seu extraordiná*^

ralelo 22, e de Cubatão, paralelo 24.

no valor econômico, e acorreu às


Digesto

Digesto EcoNÓAnco

70

culturas em busca de lucros pingues. O aumento rápido da produção bra-

mo, 34000 toneladas, decrcscia constantemente.

sileíra, sem a irrigação de capitais inesgotáveis, é para nós honrosissi-

Em 1935, continuando cm rápida ascensão, a produção cacaueira atin-

mo, pois demonstra um esforço grande, uma pertinácia extraordinária, ao lado das vantagens ecológicas aprc-

679 700 toneladas. Costa do On ro contribuía com 260 000 toneladas; ° Brasil, 100 000; a Nigéria, 90 000, a

t-rrífArir-, Admiremos ' • j o esforfAr terntono. ainda

caiia,\nnr,n 2o 000; i-Tnnidad, 2ÜUU; Camsi lonnn.

, Sao Tome, rj. , cuja . produção, , , ço de dada a sua área, é altíssima.

run, 1913 000; 19 000; Vene000;Equador, Fernando Pó, 11 000; São

sentadas em amplos trechos de nosso

Em 1925, dez anos depois, a produ-

Co.sta do Mar^m, 42 000; a Dornun-

Tomé, 10 000 c outros com safras nicEm 1939, a produção atingia 669 mil toneladas, das quais 222,5 na Cosia

provinha da Costa do Ouro - 216 684

dÇ O"''" i "6,1 no Bras.l; 96,1 na Ni-

mente

regada

pelo

cap.tal

50,1 na Costa do Marfim: 26,9 ^'■"""l'dor e"n a ingles; 18,6^ no Equador, c 113 em ^ produção de

britamco

- barato, abundantíssimo, buscando

emprego no mundo mteiro — safrejava 45 420 toneladas. Seguiam-se;

^

Príncipe,

aproxima-se presentemente das 8 mil toneladas, menos de um quarto dc

Equador, 32 895; Dominicana, 23 482; Venezuela, 22 942; Trinidad, 22 442:

São Tomé, 20 861; Costa do Marfim,

^

6 278; Fernando Pó, 5 965; Cainenin,

Vejamos, perfunctòriamente, como

4162. A produção cacaueira de São

se vem distribuindo a produção de ca-

Tomé, que em 1911 atingia o máxi-

cau no Brasil.

PÜODUÇAO 1

BRASILEIRA

DE

CACAU

(sacos de 60 quilos)

Estados e Territórios

•1929 ACre

Amazonas

1942

1943

4 400

39 017

19 860

Pará Pernambuco ^ l^ahia 1... . . . . Minas Gerais Espírito Santo ..' R:o de Janeiro

1 205 823

J3KASIL

1'229 323 .Ír:-154'

16 500

2 600 — .. ..

71

Estados e Territórios Acre

Amazona.«i

I

35 000 2 650 1 718 280 420 19 021 2 100

35 092

2 893 468 367 20 553 1 710

T^ÍTIbS "^971 667 '

1944 • 397.

ig 130

28 037 300. 1 869 419 309 25 602

1 942 194

1945

1946

1947

390

403 19 145

21 172

. . . .

19 466

Pará Pernambuco . . .

29 033

Bahia

300

26 760 200

919 155

2 079 301

Mina.s Gerais .

210

300

25 709

25 675

994 263

2 151 784

Espírito Santo

Rio de Janeiro BRASIL

Da ob.scrvação dos dados que aí fi-

nores.

ção mundial de cacau atingia 483 665 toneladas. Quase metade da saíra

toneladas. O Brasil,- num esforço sobreumano, colhiar-66.862j toneladas. .-V xTirrA-:., .-X N.ger.a, como a Costa do Ouro farta-

EcoNÓ^aco

cam, resultam quatro fatos importantes: a) Bahia domina avassaladora-

420

19 712 218 1 916 933 300 26 172 1 984 927

cos anos, para cinco milhões de sa c'os — 300 mil toneladas — assumiudo o Brasil o primeiro pôsto na pre

mente a produção brasileira de cacau.

dução cacaueira, o que nos daria mais

Uma safra má baiana significa uma safra má brasileira; b) é enorme a área brasileira capaz de produzir cacau; c) há uma tendência para o alarga-

de dois bilhões de cruzeiros por ano, e permitiria um desafogo econômico de amplas regiões brasileiras, começando pela Amazônia, se tomassem

mento das culturas

as seguintes próvidências;

fora da Bahia,

principalmente no Espírito Santo; d)

a — articulação dos fomentos na-

em que pese às safras reduzidas dos

cional e estaduais numa ampla cam-

últimoR anos, a produção cacaueira inclina-se para um rápido aumento,

panha de divulgação dos métodos de plantação e 6as extraordinárias van-

esperando-sc que as grandes safr.as recomecem talvez já êste ano.

tagens da lavoura cacaueira, não esquecendo de informar que a produ

Como aumentar a produção brasileira

ses de vida das plantinhas, por meio

ção começa entre os 30 e os 36 me-

de folhetos, imprensa, rádio e reuA produção cacaueira do Brasil niÕes de fazendeiros c sitiantes; cresceu ao desamparo mais ou menos b — plantar diretamente ou com completo dos poderes públicos. apj* mudas e enxertos, ao longo do Amazonas, no oeste e centro até à organização do Instituto maranhenses e em trechos ÍL do Cacau na Bahia, que muito torâneos de Pernambuco Patem contribuído para o aumen J raíba, Alagoas, Bahia, Espíri-

to da produçãfj e .0 melhora mento da qualidade do Cacau

ba«ano. Infelizmente tal acon tece

exülusi^ amente

nesse

Estado,

não havendo, quase sempre,, nenhum estímulo técnico nem financeiro nos outros ponl >s do Brasil cacaueiro. Acredito na possibilidade de ele varmos a produção do cacau, em pou-

^ to Santo e Rio de Janeiro,

uns 20 000 hectares, anualmentec — distribuir lotes de 50 ^ 200 hectares — conformè a região aos que se comprometessem a plantar

em determinado número de anos um

têrço da área distribuída cüm* ca

caueiro ;


Digesto

Digesto EcoNÓAnco

70

culturas em busca de lucros pingues. O aumento rápido da produção bra-

mo, 34000 toneladas, decrcscia constantemente.

sileíra, sem a irrigação de capitais inesgotáveis, é para nós honrosissi-

Em 1935, continuando cm rápida ascensão, a produção cacaueira atin-

mo, pois demonstra um esforço grande, uma pertinácia extraordinária, ao lado das vantagens ecológicas aprc-

679 700 toneladas. Costa do On ro contribuía com 260 000 toneladas; ° Brasil, 100 000; a Nigéria, 90 000, a

t-rrífArir-, Admiremos ' • j o esforfAr terntono. ainda

caiia,\nnr,n 2o 000; i-Tnnidad, 2ÜUU; Camsi lonnn.

, Sao Tome, rj. , cuja . produção, , , ço de dada a sua área, é altíssima.

run, 1913 000; 19 000; Vene000;Equador, Fernando Pó, 11 000; São

sentadas em amplos trechos de nosso

Em 1925, dez anos depois, a produ-

Co.sta do Mar^m, 42 000; a Dornun-

Tomé, 10 000 c outros com safras nicEm 1939, a produção atingia 669 mil toneladas, das quais 222,5 na Cosia

provinha da Costa do Ouro - 216 684

dÇ O"''" i "6,1 no Bras.l; 96,1 na Ni-

mente

regada

pelo

cap.tal

50,1 na Costa do Marfim: 26,9 ^'■"""l'dor e"n a ingles; 18,6^ no Equador, c 113 em ^ produção de

britamco

- barato, abundantíssimo, buscando

emprego no mundo mteiro — safrejava 45 420 toneladas. Seguiam-se;

^

Príncipe,

aproxima-se presentemente das 8 mil toneladas, menos de um quarto dc

Equador, 32 895; Dominicana, 23 482; Venezuela, 22 942; Trinidad, 22 442:

São Tomé, 20 861; Costa do Marfim,

^

6 278; Fernando Pó, 5 965; Cainenin,

Vejamos, perfunctòriamente, como

4162. A produção cacaueira de São

se vem distribuindo a produção de ca-

Tomé, que em 1911 atingia o máxi-

cau no Brasil.

PÜODUÇAO 1

BRASILEIRA

DE

CACAU

(sacos de 60 quilos)

Estados e Territórios

•1929 ACre

Amazonas

1942

1943

4 400

39 017

19 860

Pará Pernambuco ^ l^ahia 1... . . . . Minas Gerais Espírito Santo ..' R:o de Janeiro

1 205 823

J3KASIL

1'229 323 .Ír:-154'

16 500

2 600 — .. ..

71

Estados e Territórios Acre

Amazona.«i

I

35 000 2 650 1 718 280 420 19 021 2 100

35 092

2 893 468 367 20 553 1 710

T^ÍTIbS "^971 667 '

1944 • 397.

ig 130

28 037 300. 1 869 419 309 25 602

1 942 194

1945

1946

1947

390

403 19 145

21 172

. . . .

19 466

Pará Pernambuco . . .

29 033

Bahia

300

26 760 200

919 155

2 079 301

Mina.s Gerais .

210

300

25 709

25 675

994 263

2 151 784

Espírito Santo

Rio de Janeiro BRASIL

Da ob.scrvação dos dados que aí fi-

nores.

ção mundial de cacau atingia 483 665 toneladas. Quase metade da saíra

toneladas. O Brasil,- num esforço sobreumano, colhiar-66.862j toneladas. .-V xTirrA-:., .-X N.ger.a, como a Costa do Ouro farta-

EcoNÓ^aco

cam, resultam quatro fatos importantes: a) Bahia domina avassaladora-

420

19 712 218 1 916 933 300 26 172 1 984 927

cos anos, para cinco milhões de sa c'os — 300 mil toneladas — assumiudo o Brasil o primeiro pôsto na pre

mente a produção brasileira de cacau.

dução cacaueira, o que nos daria mais

Uma safra má baiana significa uma safra má brasileira; b) é enorme a área brasileira capaz de produzir cacau; c) há uma tendência para o alarga-

de dois bilhões de cruzeiros por ano, e permitiria um desafogo econômico de amplas regiões brasileiras, começando pela Amazônia, se tomassem

mento das culturas

as seguintes próvidências;

fora da Bahia,

principalmente no Espírito Santo; d)

a — articulação dos fomentos na-

em que pese às safras reduzidas dos

cional e estaduais numa ampla cam-

últimoR anos, a produção cacaueira inclina-se para um rápido aumento,

panha de divulgação dos métodos de plantação e 6as extraordinárias van-

esperando-sc que as grandes safr.as recomecem talvez já êste ano.

tagens da lavoura cacaueira, não esquecendo de informar que a produ

Como aumentar a produção brasileira

ses de vida das plantinhas, por meio

ção começa entre os 30 e os 36 me-

de folhetos, imprensa, rádio e reuA produção cacaueira do Brasil niÕes de fazendeiros c sitiantes; cresceu ao desamparo mais ou menos b — plantar diretamente ou com completo dos poderes públicos. apj* mudas e enxertos, ao longo do Amazonas, no oeste e centro até à organização do Instituto maranhenses e em trechos ÍL do Cacau na Bahia, que muito torâneos de Pernambuco Patem contribuído para o aumen J raíba, Alagoas, Bahia, Espíri-

to da produçãfj e .0 melhora mento da qualidade do Cacau

ba«ano. Infelizmente tal acon tece

exülusi^ amente

nesse

Estado,

não havendo, quase sempre,, nenhum estímulo técnico nem financeiro nos outros ponl >s do Brasil cacaueiro. Acredito na possibilidade de ele varmos a produção do cacau, em pou-

^ to Santo e Rio de Janeiro,

uns 20 000 hectares, anualmentec — distribuir lotes de 50 ^ 200 hectares — conformè a região aos que se comprometessem a plantar

em determinado número de anos um

têrço da área distribuída cüm* ca

caueiro ;


Dicesto Econômico

72

d — organizar cooperativas de pro dutores de cacau, com as finalidades

de

financiamento,

beneficiamento,

no Brasil, e facilitar-lhe a conquista

tes, e iniciar a "adubação orgânica dos

racha e da Caixa de Crédito Coope

Experimental Agua Preta mostraram

empréstimos a preços módicos e pra zos variáveis de três a seis anos, a serem pagos parceladamente, a par

tir do terceiro ano;

^

financiar a indústria de cacau

Interno Brasileiro

g — restaurar os cacauais decaden

transporte e vendas em comuiji; e — financiar através do Banco do Brasil, do Banco de Crédito da Bor

rativo os plantadores de cadau com

A Importância do Mercado

dos mercados externos;

Waudir Niemeyer

que se encontram em produção, pois as experiências realizadas iia Estação

que, por éste meio, é possível, de utn ano para outro, dobrar o volume cia safra.

O plano aí fica lançado em gran

^ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vem realizando um tra

O ST. Waldir Niemeyer, antigo membro da Comissão dos Negócios Estaduais e

balho de mérito, coligindo e divulgando

chefe do gabinete de vários ministros do

interessantes dados e informações sôbre

Trabalho, que com o presente artigo inicia a sua colaboração para o "Digesto

a vida nacional.

Coube-lhe, por isso,

des traços. A prática indicaria as mo

a louvável iniciativa da sistematização

Econômico", é um estudioso de assuntos

dificações a fazer.

das primeiras estatísticas sôbre o co

econóniicos e sociais.

mércio por vias internas, que é uma das

sante e vasta bibliografia destacam-se;

Da sua interes

faces que apresenta o movimento de

'O Japonês no Brasil", "Nossos concor-

permutas comerciais entre as unidades

rentes", "Movimento Sindicalista no Bra

que formam a nação brasileira. Nada se sabia, até bem pouco, sôbre

sil", "Curso de Legislação do Trabalho".

o intercâmbio comercial através das es

tradas de ferro em tráfego, pelas rodo vias e pela aviação. Só estimativas pre

cárias imprecisas e divergentes eram fei tas, de modo que não podiam orientar um estado de âmbito nacional.

Sôbre o intercâmbio comercial que se processa dentro de nossas fronteiras só

se conhecia a parte referente ao comér cio de cabotagem, cujos dados, desde 1920, são regularmente apurados pela Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda. / . -■

A omissão era grande e chegava a ser desprimorosa para a nossa cultura e para o desenvolvimento a que já atinge o País. Nosso giro comercial interno crescia como cresce sensivelmente de ano para

ano nas permutas mercantis, exprimindo vitalidade, mas não se podia precisar o.

-^ goüérno da Guatemala concedeu a uma emprêsa local o direito de explO' extensão de 1,2 milhões de acres de terreno suposta-

ronfn ^ ^onfl de Peten, nas proximidades do lago l%ahal. A emprêsa r^nrn? capifaj midai de 250.000 dólares, sendo apoiada por uma poderosa ^ norte-americana. últimas da informações, técnicas pam g esP^roZifera possibilidades para as jazidas As petrolíferas zona do lago Izabal.anteci

montante do intercâmbio comercial entre as unidades brasileiras.

Tál situação foi modificada pela orien

tação objetiva que conduz as atividades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em 1942, há seis anos, foram obtidos

os primeiros resultados e de 1943 em diante já é possível fazer um estudo abrangendo todos os Estados. O último número do "Anuário Esta tístico do Brasil" (Ano VIX, 1946), di

vulgado no ano passado, insere dados estatísticos sôbre o comércio por vias internas nos anos de 1943 e 1944.

Foi um trabalho árduo. Podem-se avaliar as imensas dificuldades que teve de enfrentar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para reunir tão

preciosa fonte de estudos. O trabalho ainda registra falhas, é verdade, mas os resultados que apresenta são anima

dores e já permite conclusões exatas. As maiores falhas são justamente encon tradas nos elementos informativos sô

bre a exportação dos Estadas de Minas Gerais e Mato Grosso.

E' lamentável que assim aconteç porque Minas Gerais, pela sua posicgeográfica e pela atividade de sua pi


Dicesto Econômico

72

d — organizar cooperativas de pro dutores de cacau, com as finalidades

de

financiamento,

beneficiamento,

no Brasil, e facilitar-lhe a conquista

tes, e iniciar a "adubação orgânica dos

racha e da Caixa de Crédito Coope

Experimental Agua Preta mostraram

empréstimos a preços módicos e pra zos variáveis de três a seis anos, a serem pagos parceladamente, a par

tir do terceiro ano;

^

financiar a indústria de cacau

Interno Brasileiro

g — restaurar os cacauais decaden

transporte e vendas em comuiji; e — financiar através do Banco do Brasil, do Banco de Crédito da Bor

rativo os plantadores de cadau com

A Importância do Mercado

dos mercados externos;

Waudir Niemeyer

que se encontram em produção, pois as experiências realizadas iia Estação

que, por éste meio, é possível, de utn ano para outro, dobrar o volume cia safra.

O plano aí fica lançado em gran

^ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vem realizando um tra

O ST. Waldir Niemeyer, antigo membro da Comissão dos Negócios Estaduais e

balho de mérito, coligindo e divulgando

chefe do gabinete de vários ministros do

interessantes dados e informações sôbre

Trabalho, que com o presente artigo inicia a sua colaboração para o "Digesto

a vida nacional.

Coube-lhe, por isso,

des traços. A prática indicaria as mo

a louvável iniciativa da sistematização

Econômico", é um estudioso de assuntos

dificações a fazer.

das primeiras estatísticas sôbre o co

econóniicos e sociais.

mércio por vias internas, que é uma das

sante e vasta bibliografia destacam-se;

Da sua interes

faces que apresenta o movimento de

'O Japonês no Brasil", "Nossos concor-

permutas comerciais entre as unidades

rentes", "Movimento Sindicalista no Bra

que formam a nação brasileira. Nada se sabia, até bem pouco, sôbre

sil", "Curso de Legislação do Trabalho".

o intercâmbio comercial através das es

tradas de ferro em tráfego, pelas rodo vias e pela aviação. Só estimativas pre

cárias imprecisas e divergentes eram fei tas, de modo que não podiam orientar um estado de âmbito nacional.

Sôbre o intercâmbio comercial que se processa dentro de nossas fronteiras só

se conhecia a parte referente ao comér cio de cabotagem, cujos dados, desde 1920, são regularmente apurados pela Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda. / . -■

A omissão era grande e chegava a ser desprimorosa para a nossa cultura e para o desenvolvimento a que já atinge o País. Nosso giro comercial interno crescia como cresce sensivelmente de ano para

ano nas permutas mercantis, exprimindo vitalidade, mas não se podia precisar o.

-^ goüérno da Guatemala concedeu a uma emprêsa local o direito de explO' extensão de 1,2 milhões de acres de terreno suposta-

ronfn ^ ^onfl de Peten, nas proximidades do lago l%ahal. A emprêsa r^nrn? capifaj midai de 250.000 dólares, sendo apoiada por uma poderosa ^ norte-americana. últimas da informações, técnicas pam g esP^roZifera possibilidades para as jazidas As petrolíferas zona do lago Izabal.anteci

montante do intercâmbio comercial entre as unidades brasileiras.

Tál situação foi modificada pela orien

tação objetiva que conduz as atividades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em 1942, há seis anos, foram obtidos

os primeiros resultados e de 1943 em diante já é possível fazer um estudo abrangendo todos os Estados. O último número do "Anuário Esta tístico do Brasil" (Ano VIX, 1946), di

vulgado no ano passado, insere dados estatísticos sôbre o comércio por vias internas nos anos de 1943 e 1944.

Foi um trabalho árduo. Podem-se avaliar as imensas dificuldades que teve de enfrentar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para reunir tão

preciosa fonte de estudos. O trabalho ainda registra falhas, é verdade, mas os resultados que apresenta são anima

dores e já permite conclusões exatas. As maiores falhas são justamente encon tradas nos elementos informativos sô

bre a exportação dos Estadas de Minas Gerais e Mato Grosso.

E' lamentável que assim aconteç porque Minas Gerais, pela sua posicgeográfica e pela atividade de sua pi


Digesto EcoNÓNnco

74

pulação,

figura

comercial

no supera, hoje,

des que mantêm

a cifra de 200 bilhões de cruzei

intenso

mais

no

co

ros e cuja renda

mércio por vias internas.

Basta

dizer que o refe rido Estado no ano de 1943 ex portou 1.884.442

Ihoes de cnizeiros. E diga-se ainda: no citado ano a exportação mineira repre sentou mais de metade, não só na quanaí de cabotagem, que foi de 2.857.000 oneladas no valor de 7.340 milhões de cruzeiros.

Para um país como o nosso, cujo giro

[I.ÜOIJ]

1943 1944

6.731 6.918

1946 —.w

6.586 SUIA.CÍ

i£ue

o

ceder, presente

Rio de Janeiro

1.434.665

1.360.343

2.005.454

mente, de 120 bi

Mina.s Gerais . Distrito Federal São Paulo ... Paraná Santa Catarina .. Rio Grande do Sul Goiás

634.754 714.467 730.553

5.447.711 6.309.517 953.684

223.813

546.119

'61.226 134.611

530.874 332.554

nas

em

de

cabotagem

confronto

Tuiiüloiln!!

(l.filKl)

2.642 2.975 3.323 3.994 aa

Como se vê, o comércio interno brasi eixo no ano de 1946, abrangendo vias

m ^nas e cabotagem, movimentou 10 1 toneladas no valor de 41.859

° q"" -P—

quanto se™ bé n'™''''' De que a nossa

com

nos

o

iiltimos

comércio

quatro

anos:

Valor mÉdio

meaio

suas fronteiras assume

exportação

2.857 3.323 3.331 3.523

Vnlur '

(CrS 1.1100,1111] 7.340 11.056 12.472

15.354

Valor Mf-ilio

2.406

3.237 3.674 4.304

para o e.xterior foi, no mesmo ano, de 3.623 mil toneladas no valor de 18 bi lhões de cruzeiros.

Muito interessante e esclarecedor será o

exame da posição de cada uma das unida des da Federação no movimento comer

cial interno. O campo de estudos ó muito

vasto. Vejam-se, por exemplo, os dos Es tados de maior atuação no comércio por

vias internas no período de 1945/46.

1946 344.878 1.001.521 2.292.669

(1) 727.292

733.727 658.899 260.350 58.437 109.819

7.046.757 7.492.508 1,144.113 661.171 721.984

384.807

(1) — Não di algado. 1 M P O R T A Ç A O Va7or Cr$ 1.000

Toneladas

Paraíba Espírito Santo

297.081 147.272

Rio de Janeiro

745.301

Minas Gerais .. Distrito Federal São Paulo ....

605.407

Paraná Santa Catarina

Rio Grande do Sul Goiás Mato Grosso ..

.435.839

,597.110 197.980

103.984 55.616 71.148

66.681

3.105.415 2.951.805 6.487.352 4.492.512

5.521.493

426.935 405.108 308.417

146.304 736.079 516.090 2.389.142

1.657.982 174.013 113.160 61.027 59.206 60.501

Os números encerram grande expres

ra

e

1946 536.036 491.187 369.597 3.581.189 3.397.300

102.332 289.540

85.904

Pernambuco ..

1945

1946

1945

dos sobre o comércio por vias inter

du Toii. Cr$

e a mercadorias nacionais.

ta, se' sem duvida. ta H

254.586 799.311

COMÉRCIO DE CABOTAGEM

tone ada na cabotagem se refere sòmen-

m

88.502 119.315

76.825

Passemos, assim, a examinar os da

Valor

vaior

1945

1946

•atividades.

[Cr$ I.ÜOÜ.ÍJÜ) 17.783 20.582 22.154 26.305

6.667

de

Valor Cr$ 1.000

Toneladas 1945

105.794

grande importância, porque por êle é possível conhecer a capacidade de pro dução e consumo de cada Estado e co mo se completam para movimentar suas

COMÉRCIO POR VIAS INTERNAS Toneladas

dentro

EXPORTAÇÃO

Paraíba Pernambuco ..

de trocas mercan

tis

75

nacional deve ex

lhões dc cruzei ros, o movimento

toneladas no valor de 3.842 milhões de cmzeiros e a sua importação expressoue em 605.074 toneladas ou 2.157 mi-

Econômico

inter

entre as unida movimento

Digesto

977.294 455.529

1.117.105 607.833

452.945

613.257

393.533

377.180 297.992

351.668

iperfeiçoamento de

a

7.783.232

nossos meios

são.

Não resta dúvida que a grande for ça de defesa de nossa economia, está precisamente

nos

mercados

internos,

cujo desenvolvimento deve ser cuida

dosamente acompanhado e estimulado com medidas práticas e com a melho

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em suma, com a divulgação dos dados sobre comércio por vias in

ternas, prestou relavante sei-viço para os

que estudam o desenvolvimento econô mico do País


Digesto EcoNÓNnco

74

pulação,

figura

comercial

no supera, hoje,

des que mantêm

a cifra de 200 bilhões de cruzei

intenso

mais

no

co

ros e cuja renda

mércio por vias internas.

Basta

dizer que o refe rido Estado no ano de 1943 ex portou 1.884.442

Ihoes de cnizeiros. E diga-se ainda: no citado ano a exportação mineira repre sentou mais de metade, não só na quanaí de cabotagem, que foi de 2.857.000 oneladas no valor de 7.340 milhões de cruzeiros.

Para um país como o nosso, cujo giro

[I.ÜOIJ]

1943 1944

6.731 6.918

1946 —.w

6.586 SUIA.CÍ

i£ue

o

ceder, presente

Rio de Janeiro

1.434.665

1.360.343

2.005.454

mente, de 120 bi

Mina.s Gerais . Distrito Federal São Paulo ... Paraná Santa Catarina .. Rio Grande do Sul Goiás

634.754 714.467 730.553

5.447.711 6.309.517 953.684

223.813

546.119

'61.226 134.611

530.874 332.554

nas

em

de

cabotagem

confronto

Tuiiüloiln!!

(l.filKl)

2.642 2.975 3.323 3.994 aa

Como se vê, o comércio interno brasi eixo no ano de 1946, abrangendo vias

m ^nas e cabotagem, movimentou 10 1 toneladas no valor de 41.859

° q"" -P—

quanto se™ bé n'™''''' De que a nossa

com

nos

o

iiltimos

comércio

quatro

anos:

Valor mÉdio

meaio

suas fronteiras assume

exportação

2.857 3.323 3.331 3.523

Vnlur '

(CrS 1.1100,1111] 7.340 11.056 12.472

15.354

Valor Mf-ilio

2.406

3.237 3.674 4.304

para o e.xterior foi, no mesmo ano, de 3.623 mil toneladas no valor de 18 bi lhões de cruzeiros.

Muito interessante e esclarecedor será o

exame da posição de cada uma das unida des da Federação no movimento comer

cial interno. O campo de estudos ó muito

vasto. Vejam-se, por exemplo, os dos Es tados de maior atuação no comércio por

vias internas no período de 1945/46.

1946 344.878 1.001.521 2.292.669

(1) 727.292

733.727 658.899 260.350 58.437 109.819

7.046.757 7.492.508 1,144.113 661.171 721.984

384.807

(1) — Não di algado. 1 M P O R T A Ç A O Va7or Cr$ 1.000

Toneladas

Paraíba Espírito Santo

297.081 147.272

Rio de Janeiro

745.301

Minas Gerais .. Distrito Federal São Paulo ....

605.407

Paraná Santa Catarina

Rio Grande do Sul Goiás Mato Grosso ..

.435.839

,597.110 197.980

103.984 55.616 71.148

66.681

3.105.415 2.951.805 6.487.352 4.492.512

5.521.493

426.935 405.108 308.417

146.304 736.079 516.090 2.389.142

1.657.982 174.013 113.160 61.027 59.206 60.501

Os números encerram grande expres

ra

e

1946 536.036 491.187 369.597 3.581.189 3.397.300

102.332 289.540

85.904

Pernambuco ..

1945

1946

1945

dos sobre o comércio por vias inter

du Toii. Cr$

e a mercadorias nacionais.

ta, se' sem duvida. ta H

254.586 799.311

COMÉRCIO DE CABOTAGEM

tone ada na cabotagem se refere sòmen-

m

88.502 119.315

76.825

Passemos, assim, a examinar os da

Valor

vaior

1945

1946

•atividades.

[Cr$ I.ÜOÜ.ÍJÜ) 17.783 20.582 22.154 26.305

6.667

de

Valor Cr$ 1.000

Toneladas 1945

105.794

grande importância, porque por êle é possível conhecer a capacidade de pro dução e consumo de cada Estado e co mo se completam para movimentar suas

COMÉRCIO POR VIAS INTERNAS Toneladas

dentro

EXPORTAÇÃO

Paraíba Pernambuco ..

de trocas mercan

tis

75

nacional deve ex

lhões dc cruzei ros, o movimento

toneladas no valor de 3.842 milhões de cmzeiros e a sua importação expressoue em 605.074 toneladas ou 2.157 mi-

Econômico

inter

entre as unida movimento

Digesto

977.294 455.529

1.117.105 607.833

452.945

613.257

393.533

377.180 297.992

351.668

iperfeiçoamento de

a

7.783.232

nossos meios

são.

Não resta dúvida que a grande for ça de defesa de nossa economia, está precisamente

nos

mercados

internos,

cujo desenvolvimento deve ser cuida

dosamente acompanhado e estimulado com medidas práticas e com a melho

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em suma, com a divulgação dos dados sobre comércio por vias in

ternas, prestou relavante sei-viço para os

que estudam o desenvolvimento econô mico do País


'

A'

Digesto • Econômico

X

e d» QjuLAttx cia ^ixixa

nos demonstrar que os serviços nacio nais de previsão e avaliação de safras estão, infelizmente, muito longe, salvo no Estado de São Paulo, de um estagio

José Bonifácio de Sousa Amaral

veis, pelo menos aceitáveis as suas cifras.

turalmente reduzido a cerca de 20 nu-

E.ssa incapacidade de avaliação é quase absoluta nos produtos alimentí cios, alguns dos quais, toda%4a, como a carne, pela organização de sua indústria,

Ihões de cabeças e não os 34 milhões recenseados. Não houve redução na cria

permite obtenção de dados muito pró

tando a proporcionalidade da matança.

O

da AMivmítaçàO-

]^A parte final de nosso artigo precedente, publicado no "Digesto Econô mico de janeiro, dissemos que. "par-

Undo de 1925-29 enn qee e^cpuirgeo

brasi.eira fôra avaliada em 34.400.000

O sr. José Bonifácio de Sousa tnostra neste artigo quão falha ó nização da nossa estatística de ção, que impossibilita qualquer

de organização que tome, senão irrefutá

Amaral a orga

produ conclu são definitiva sobre as nossas disponibi

inice 100. a população brasileira cal

lidades alimentares.

cada para 1946 pelo professor cior^o Too"'®

--eaanaeamento de

Wic;™4

ao

lorió? ? alimentícios, Entretanto, todos os produtos com ra-

aTmeíT^'' produção umeutada em proporções muito maiode^ a observações Agostinho Monteiro e Costa citadas Rego" inn para 316 no citado subiu do oÍndico 100 período, que Unifica um aumento de produção de

-5i6%, a banana foi do índice 100 para 212 ©, a despeito de não haver estimativas de que a de iy44, sabemos que recentes no Estado de São i^auio o seu aumento foi considerável".

Esta demonstração se ^

^ j.

de 1930 e muito maior que o da popu

Atingiu em 1940 a pro bovina

das, das quais foram ex

766.003

portadas

tonela

140.639

ou

18,3%. Para o consumo interno sobraram 625.364

a exatidão do número de cabeças aba

toneladas ou 81,7%.

lação. Basta examinar o estudo elaborado

tidas e do volume de carnes recortadas

necessário não só racionar o consumo

pe'o sr. Rafael Xavier e publicado sob

para consumo interno e para exportação.

interno como reduzir a ex-portação, ou

n." 2 pela "Fundação Getúlio Vargas",'e no qual os dados se alinham ano por ano. Só a exportação de arroz do Rio Grande do Sul, segundo o boletim de ju

Já, porém, os cálculos de produção de rezes para o abate não merecem nenhu ma consideração, porque se baseiam

Mesmo assim, foi

mesmo proibi-la. Isto se justifica, ao con siderarmos que a produção brasileira de

numa porcentagem média de reprodu

carne bovina "per capita" foi de 18 qui los em 1940 e o consxuno alcançou apenas

lho de 1941, do In.stltuto Rio Grandense

ção aplicada sôbre um rebanho bovino

do Arroz, subiu de menos de 2 milhões de sacos (equivalente em casca) a

Hipotético no volume que lhe foi dado

pessoa significam a imponderável ração

pelo Serviço Nacional de Recenseamen-

6.199.312

to.

sacos.

Mas, se a partir de 1930 a produção brasileira de gêneros alimentícios au mentou, o seu crescimento, de IQ anos

O rebanho pecuário brasileiro era

calculado em mais de 40 milhões de cabeças até 1939. Em 1940, o recen-

seamento pecuário apurou apenas 34

alinhar algarismos ofida produção brasi-

estatístico dos mais precários, que é o Serviço de Estatística da Produção do

nacional por depender de um serviço Ministério da Agricultura, no qual se

Agostinho Monteiro, co-

baseia, para confecção de seus "anuá-

^^"'onstrando

Brasileiro de Geografia e Estatística. Antes de entrar na matéria, cujas conclusões somos ainda obrigados a pro-

I

de cálculo e recenseamento inc.xatos, afe

lizados por autoridades públicas, emitem boletins, de matança e não oferecem difi culdades para a respectiva coleta. Assim, é perfeitamente admissível

redução nas atividades criadoras. O que

1945 ou on lQAr° 1946 tena crescido, de não 1930faríaaté

ção. Houve, anteriormente, um exagero

.sua escrita bem organizada, são fisca

milhões, dando idéia de uma grande

se basearam num ""guns anos an-

calculando o rebanho, o nosso ficaria na

dução brasileira de carne

até agora, encontra uma lamentável di

PeríXl r"' tes dlX" ° que a

.■:eu crescimento é incontestável a partir

do exterior, a matança brasileira não de ve deixar de ser, também, da média de 23% do rebanho existente. Aplicando esta porcentagem sôbre a matança e, por ela,

goríficos como os matadouros, têm a

ficuldade de demonstração no conjunto

leira Temos, entretanto, a esclarecer que

mo^íic ri

mos uma contestação coerente. De fato,

ximos da realidade, pois, tanto os fri

ria relativamente fácil se nos contentássemos em

t"-

,

77

rios estatísticos do Brasil", o Instituto

crastinar devido à sua extensão, cumpre11.' fvAii'

ó exato, porém, é que ninguém cria gado para consumir pastos. Todos criam para vender. E a matança brasileira re

gistrada, que admitimos exata pelos moti

vos acima declarados, nunca excedeu de 13 a 14% do rebanho recenseado. Ora, em

tôda parte do mundo, um rebanho em boas condições de crescimento ou prolificaçâo permite matança média anual de 23 a 25% do rebanho. Sendo os criadores

brasileiros homens de negócios como os

14 quilos. Ora, 14 quilos por ano e por

diária de 38 gramas, menos da metade do consumo dos lixeiros da Prefeitura de São Paulo, apurado no inquérito sôbre

padrão de vida realizado pelo professor

norte-americano Samuel Lowne. Sendo, pois, o brasileiro deficitário em alimentação cámea, nada mais natural

que, num período inflacionário, em que maior quantidade de meios de pagamen

to lhe caísse nas mãos, tratasse de am

pliar as suas compras de carne, isto é

aumentasse a procura dêsse alimento determinando a sua escassez relativa W » tx 0

a. conseqüente elevação do seu preço

No inquento sôbre padrão de vida reali

zado pela Superintendência do Ensino

Profissional, sob a orientação do dr. .. Francisco Pompêo do Amaral, conheci-


'

A'

Digesto • Econômico

X

e d» QjuLAttx cia ^ixixa

nos demonstrar que os serviços nacio nais de previsão e avaliação de safras estão, infelizmente, muito longe, salvo no Estado de São Paulo, de um estagio

José Bonifácio de Sousa Amaral

veis, pelo menos aceitáveis as suas cifras.

turalmente reduzido a cerca de 20 nu-

E.ssa incapacidade de avaliação é quase absoluta nos produtos alimentí cios, alguns dos quais, toda%4a, como a carne, pela organização de sua indústria,

Ihões de cabeças e não os 34 milhões recenseados. Não houve redução na cria

permite obtenção de dados muito pró

tando a proporcionalidade da matança.

O

da AMivmítaçàO-

]^A parte final de nosso artigo precedente, publicado no "Digesto Econô mico de janeiro, dissemos que. "par-

Undo de 1925-29 enn qee e^cpuirgeo

brasi.eira fôra avaliada em 34.400.000

O sr. José Bonifácio de Sousa tnostra neste artigo quão falha ó nização da nossa estatística de ção, que impossibilita qualquer

de organização que tome, senão irrefutá

Amaral a orga

produ conclu são definitiva sobre as nossas disponibi

inice 100. a população brasileira cal

lidades alimentares.

cada para 1946 pelo professor cior^o Too"'®

--eaanaeamento de

Wic;™4

ao

lorió? ? alimentícios, Entretanto, todos os produtos com ra-

aTmeíT^'' produção umeutada em proporções muito maiode^ a observações Agostinho Monteiro e Costa citadas Rego" inn para 316 no citado subiu do oÍndico 100 período, que Unifica um aumento de produção de

-5i6%, a banana foi do índice 100 para 212 ©, a despeito de não haver estimativas de que a de iy44, sabemos que recentes no Estado de São i^auio o seu aumento foi considerável".

Esta demonstração se ^

^ j.

de 1930 e muito maior que o da popu

Atingiu em 1940 a pro bovina

das, das quais foram ex

766.003

portadas

tonela

140.639

ou

18,3%. Para o consumo interno sobraram 625.364

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toneladas ou 81,7%.

lação. Basta examinar o estudo elaborado

tidas e do volume de carnes recortadas

necessário não só racionar o consumo

pe'o sr. Rafael Xavier e publicado sob

para consumo interno e para exportação.

interno como reduzir a ex-portação, ou

n." 2 pela "Fundação Getúlio Vargas",'e no qual os dados se alinham ano por ano. Só a exportação de arroz do Rio Grande do Sul, segundo o boletim de ju

Já, porém, os cálculos de produção de rezes para o abate não merecem nenhu ma consideração, porque se baseiam

Mesmo assim, foi

mesmo proibi-la. Isto se justifica, ao con siderarmos que a produção brasileira de

numa porcentagem média de reprodu

carne bovina "per capita" foi de 18 qui los em 1940 e o consxuno alcançou apenas

lho de 1941, do In.stltuto Rio Grandense

ção aplicada sôbre um rebanho bovino

do Arroz, subiu de menos de 2 milhões de sacos (equivalente em casca) a

Hipotético no volume que lhe foi dado

pessoa significam a imponderável ração

pelo Serviço Nacional de Recenseamen-

6.199.312

to.

sacos.

Mas, se a partir de 1930 a produção brasileira de gêneros alimentícios au mentou, o seu crescimento, de IQ anos

O rebanho pecuário brasileiro era

calculado em mais de 40 milhões de cabeças até 1939. Em 1940, o recen-

seamento pecuário apurou apenas 34

alinhar algarismos ofida produção brasi-

estatístico dos mais precários, que é o Serviço de Estatística da Produção do

nacional por depender de um serviço Ministério da Agricultura, no qual se

Agostinho Monteiro, co-

baseia, para confecção de seus "anuá-

^^"'onstrando

Brasileiro de Geografia e Estatística. Antes de entrar na matéria, cujas conclusões somos ainda obrigados a pro-

I

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1945 ou on lQAr° 1946 tena crescido, de não 1930faríaaté

ção. Houve, anteriormente, um exagero

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milhões, dando idéia de uma grande

se basearam num ""guns anos an-

calculando o rebanho, o nosso ficaria na

dução brasileira de carne

até agora, encontra uma lamentável di

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.■:eu crescimento é incontestável a partir

do exterior, a matança brasileira não de ve deixar de ser, também, da média de 23% do rebanho existente. Aplicando esta porcentagem sôbre a matança e, por ela,

goríficos como os matadouros, têm a

ficuldade de demonstração no conjunto

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mo^íic ri

mos uma contestação coerente. De fato,

ximos da realidade, pois, tanto os fri

ria relativamente fácil se nos contentássemos em

t"-

,

77

rios estatísticos do Brasil", o Instituto

crastinar devido à sua extensão, cumpre11.' fvAii'

ó exato, porém, é que ninguém cria gado para consumir pastos. Todos criam para vender. E a matança brasileira re

gistrada, que admitimos exata pelos moti

vos acima declarados, nunca excedeu de 13 a 14% do rebanho recenseado. Ora, em

tôda parte do mundo, um rebanho em boas condições de crescimento ou prolificaçâo permite matança média anual de 23 a 25% do rebanho. Sendo os criadores

brasileiros homens de negócios como os

14 quilos. Ora, 14 quilos por ano e por

diária de 38 gramas, menos da metade do consumo dos lixeiros da Prefeitura de São Paulo, apurado no inquérito sôbre

padrão de vida realizado pelo professor

norte-americano Samuel Lowne. Sendo, pois, o brasileiro deficitário em alimentação cámea, nada mais natural

que, num período inflacionário, em que maior quantidade de meios de pagamen

to lhe caísse nas mãos, tratasse de am

pliar as suas compras de carne, isto é

aumentasse a procura dêsse alimento determinando a sua escassez relativa W » tx 0

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No inquento sôbre padrão de vida reali

zado pela Superintendência do Ensino

Profissional, sob a orientação do dr. .. Francisco Pompêo do Amaral, conheci-


Digesto Econômico

78

Digesto Econômico

do médico e dietólogo paulista, verifi

dutos em que havia dados mais recen

cou-se que o consumo diário médio de

tes, os relativos a 1945 e 1946. Assim,

carne, por pessoa, das 5.053 que com punham as famílias pesquisadas, era de 81,3 gramas, correspondente a 29,8 qui

foi possível assinalar o aumento do ar

los por ano. Sendo a carne a fonte mais barata de proteínas animais, era de

1945, e 352 em 1946, tudo a partir da média anual de produção dn qüinqüê

esperar que para ela convergisse procura mais intensa, desde que o leite no Brasil

e, sobretudo no Estado de São Paulo e

Capital Federal, está entregue a verda

deiros monopólios de pasteurização, que deturpam a sua qualidade alimentícia e

organ^eptica e desanimam a pecuária lei-

nThí- .T"em outubro do anoII passado, desta série, publicado as convenientes de assimilação diária »decifras protem^. animais oscikm entre 438

roz, em números-índiccs de 100 para 316; das batatas, de 100 para 486 em

muito menor de famílias, não autorizan resultados globais foram deficitários. Contudo, a produção brasileira de car ne aumentou, a partir de 1925-29 (mé dia anual do qüinqüênio), do número ° número índice 162

declinando para 156 em 1939 e 113 em 1944, não havendo ci

fras mais recentes. E' o que de monstra, com dados oficiais o sr

Rafael Xavier, no trabalho citado cujos dados infelizmente não vão alem de 1944. Do últímo "Anuário Estatístico do Brasil" do Ins

tituto^ Brasileiro de Geografia e. jqjjfatlShca, tomamos, para os pro

1925-29, como

atualmente, care-

menos racional, oferecem maiores difi

de São

não fòssem

tribuição, esses cálculos são enorniemen-

100 para 177 em 1939 c declinou para

muito

160 em 1944, 150 em 1945, c acusou

A produção de trígo no Brasil, que

ligeiro aumento para 154, em 1946. A de bananas aumentou de 100 para 193

^00 para 192, e convém repetir, para

em 1939 e para 212 cm 1944, faltando

evitar equívocos, que o índice de partida

plo, com o café e o algodão. Entretanto, nestes mesmos produtos, os dados de produção dí\ailgados pelo I.B.G.E., com base nas inspeções

dado.s ulteriorcs. Como a sua exporta

Paulo até 1941

melhores.

culdades na previsão de safras ou no cálculo-filial de seu volume.

Ao con

te facilitados. É o que se dá, por e.xem-

parece mais bem inspecionada, foi de

— 100 — se refere .sempre ã média anual

anuais do Serxnço de Estatística de

ção no Estado de São Paulo está se

de produção do qüinqüênio 1925-1929.

Produção do Ministério da Agricultura,

aproximando do que fora antes da guer

O aumento da produção de feijão foi de 100 para 153 em 1944 e para 149

são de uma precariedade lamentável. Comecemos pelo café. E' o produto mais fácil de calcular devido à organi zação de sua produção e do seu comér

peo do Amaral só oferece, conforme seus

do generalização. E, mesmo assim, os

em

nio de 1925 a 1929, como acima disscmo.s'. A produção dc abacaxi.s foi de

I.B.G.E. consignar-lhe o segundo lu

resultado de pesquisas sôbre um campo

menor importância econômica, ou me

lhor, cujo comércio tenha organização

trário, nos produtos em que convergem maiores interesses de produção e dis

ra, e São Paulo c o maior produtor na cional de bananas, a despeito de o

Lowne, 95 gramas; por Antônio de Al meida Júnior, 200 gramas. Mas foram o

em 1946. Como no rebanho bovino, os

culculadores de nossa produção de milho ccram de maiores cuidados na pesqui sa de dados, e ainda aqui nos.sa refe rencia abrange os serviços nacionais de estatística da produção, se bem que os

gramas e 49.8. Mas a ração cárnea de

propnos cálculos. 27,8 gramas de proteí nas. E verdade que taxas mais altas de consumo de carne foram apuradas por Paula Sousa - 88 grama.s; por Samuel

79

em 1946.

O da produção de banha

gar, é admissível também o aumento da

101 de 100 para 163 em 1937, caiu para 135 em 1939, para 111 cm 1944 e para

produção de bananas em todo o Brasil,

102 em 1945.

isto é, nas suas regiões normalmente

Fazemos essas citações apenas para dar

produtoras.

as bases oficiais de confronto.

Segundo dados oficiais da mesma fon te referida, a produção de laranjas teria aumentado na proporção de 100 para 500 em 1937, 527 em 1939 e de clinado para 504 em 1944. Não há

exhme do assunto nos autoriza a afirmar que nenhuma cifra oficial federal de

O açúcar apresenta-se com um au mento de 100 (1925-29) para 140 em

1944, dados que não concordam com os O cacau foi

de 100 para 198 em 1939 e desceu para 171 em 1944. Mas a produção brasileira de cacau, depois da alta de seus preços, nos dois xiltimos anos deve ter aumentado consideravel mente.

O milho foi o cereal que tal vez aumentou mais a sua produ

ção nos últimos 20 anos. Mas, oficialmente, êlè aumentou de 100 para 117, em 1944, e para 119

Paulo e Departamento Nacional do Café — DNC — em todo o Brasil cafeeiro.

Pois, quem abra os dois últimos anuários estatísticos do Brasil, publicados

produção, mesmo na falta de outra me

pelo I.B.G.-E., encontra oscilações de

lhor, merece fé, o que impossibilita

área cultural incompatíveis com uma

qualquer conclusão definitiva sôbre as • nossas condições alimentares.

dados de 1945 e 1946.

do In.stituto do Açiicar.

Mas o

cio, ainda há pouco rigorosamente ins

pecionado pelo Instituto do Café em São

cultura perene. São oscilações de uma amplitude impressionante.

Vejamos estes exemplos: ÁREA DA CULTURA CAFEEIRA NOS ESTADOS DE S. PAULO E PARANÁ (Cifras errôneas do I.B.G.E.) Todos sabemos que as culturas de

Anos

Estado de São Paulo EquIvaleRte en Hectares

1939 1940 1941 1942 1943 1944

1.483.800 1.228.116 1.114.049 1.137.129

982.485 1.132.464

Estado do Paraná

Hectares

miltieres de pis

EqaWiIgnts im

mllhgras de pis 132.960 106.175

1.187.040 982.493 891.239 909.703 785.988

166.200

38.565

80.242 58.620 30.852

905.971

82.650

66.120

132.719 100.303 73.275

í

Observações: As colunas de equivalêncía^em número de pés são nossas e foram cal culadas na base média de 800 cafeeiros por hectare, ou cerca de 9

Eorabituadas alqueire.aosIssocálculos para facilitar a compreensão das variações às pesso^^ de extensão cultural em milhares tfe


Digesto Econômico

78

Digesto Econômico

do médico e dietólogo paulista, verifi

dutos em que havia dados mais recen

cou-se que o consumo diário médio de

tes, os relativos a 1945 e 1946. Assim,

carne, por pessoa, das 5.053 que com punham as famílias pesquisadas, era de 81,3 gramas, correspondente a 29,8 qui

foi possível assinalar o aumento do ar

los por ano. Sendo a carne a fonte mais barata de proteínas animais, era de

1945, e 352 em 1946, tudo a partir da média anual de produção dn qüinqüê

esperar que para ela convergisse procura mais intensa, desde que o leite no Brasil

e, sobretudo no Estado de São Paulo e

Capital Federal, está entregue a verda

deiros monopólios de pasteurização, que deturpam a sua qualidade alimentícia e

organ^eptica e desanimam a pecuária lei-

nThí- .T"em outubro do anoII passado, desta série, publicado as convenientes de assimilação diária »decifras protem^. animais oscikm entre 438

roz, em números-índiccs de 100 para 316; das batatas, de 100 para 486 em

muito menor de famílias, não autorizan resultados globais foram deficitários. Contudo, a produção brasileira de car ne aumentou, a partir de 1925-29 (mé dia anual do qüinqüênio), do número ° número índice 162

declinando para 156 em 1939 e 113 em 1944, não havendo ci

fras mais recentes. E' o que de monstra, com dados oficiais o sr

Rafael Xavier, no trabalho citado cujos dados infelizmente não vão alem de 1944. Do últímo "Anuário Estatístico do Brasil" do Ins

tituto^ Brasileiro de Geografia e. jqjjfatlShca, tomamos, para os pro

1925-29, como

atualmente, care-

menos racional, oferecem maiores difi

de São

não fòssem

tribuição, esses cálculos são enorniemen-

100 para 177 em 1939 c declinou para

muito

160 em 1944, 150 em 1945, c acusou

A produção de trígo no Brasil, que

ligeiro aumento para 154, em 1946. A de bananas aumentou de 100 para 193

^00 para 192, e convém repetir, para

em 1939 e para 212 cm 1944, faltando

evitar equívocos, que o índice de partida

plo, com o café e o algodão. Entretanto, nestes mesmos produtos, os dados de produção dí\ailgados pelo I.B.G.E., com base nas inspeções

dado.s ulteriorcs. Como a sua exporta

Paulo até 1941

melhores.

culdades na previsão de safras ou no cálculo-filial de seu volume.

Ao con

te facilitados. É o que se dá, por e.xem-

parece mais bem inspecionada, foi de

— 100 — se refere .sempre ã média anual

anuais do Serxnço de Estatística de

ção no Estado de São Paulo está se

de produção do qüinqüênio 1925-1929.

Produção do Ministério da Agricultura,

aproximando do que fora antes da guer

O aumento da produção de feijão foi de 100 para 153 em 1944 e para 149

são de uma precariedade lamentável. Comecemos pelo café. E' o produto mais fácil de calcular devido à organi zação de sua produção e do seu comér

peo do Amaral só oferece, conforme seus

do generalização. E, mesmo assim, os

em

nio de 1925 a 1929, como acima disscmo.s'. A produção dc abacaxi.s foi de

I.B.G.E. consignar-lhe o segundo lu

resultado de pesquisas sôbre um campo

menor importância econômica, ou me

lhor, cujo comércio tenha organização

trário, nos produtos em que convergem maiores interesses de produção e dis

ra, e São Paulo c o maior produtor na cional de bananas, a despeito de o

Lowne, 95 gramas; por Antônio de Al meida Júnior, 200 gramas. Mas foram o

em 1946. Como no rebanho bovino, os

culculadores de nossa produção de milho ccram de maiores cuidados na pesqui sa de dados, e ainda aqui nos.sa refe rencia abrange os serviços nacionais de estatística da produção, se bem que os

gramas e 49.8. Mas a ração cárnea de

propnos cálculos. 27,8 gramas de proteí nas. E verdade que taxas mais altas de consumo de carne foram apuradas por Paula Sousa - 88 grama.s; por Samuel

79

em 1946.

O da produção de banha

gar, é admissível também o aumento da

101 de 100 para 163 em 1937, caiu para 135 em 1939, para 111 cm 1944 e para

produção de bananas em todo o Brasil,

102 em 1945.

isto é, nas suas regiões normalmente

Fazemos essas citações apenas para dar

produtoras.

as bases oficiais de confronto.

Segundo dados oficiais da mesma fon te referida, a produção de laranjas teria aumentado na proporção de 100 para 500 em 1937, 527 em 1939 e de clinado para 504 em 1944. Não há

exhme do assunto nos autoriza a afirmar que nenhuma cifra oficial federal de

O açúcar apresenta-se com um au mento de 100 (1925-29) para 140 em

1944, dados que não concordam com os O cacau foi

de 100 para 198 em 1939 e desceu para 171 em 1944. Mas a produção brasileira de cacau, depois da alta de seus preços, nos dois xiltimos anos deve ter aumentado consideravel mente.

O milho foi o cereal que tal vez aumentou mais a sua produ

ção nos últimos 20 anos. Mas, oficialmente, êlè aumentou de 100 para 117, em 1944, e para 119

Paulo e Departamento Nacional do Café — DNC — em todo o Brasil cafeeiro.

Pois, quem abra os dois últimos anuários estatísticos do Brasil, publicados

produção, mesmo na falta de outra me

pelo I.B.G.-E., encontra oscilações de

lhor, merece fé, o que impossibilita

área cultural incompatíveis com uma

qualquer conclusão definitiva sôbre as • nossas condições alimentares.

dados de 1945 e 1946.

do In.stituto do Açiicar.

Mas o

cio, ainda há pouco rigorosamente ins

pecionado pelo Instituto do Café em São

cultura perene. São oscilações de uma amplitude impressionante.

Vejamos estes exemplos: ÁREA DA CULTURA CAFEEIRA NOS ESTADOS DE S. PAULO E PARANÁ (Cifras errôneas do I.B.G.E.) Todos sabemos que as culturas de

Anos

Estado de São Paulo EquIvaleRte en Hectares

1939 1940 1941 1942 1943 1944

1.483.800 1.228.116 1.114.049 1.137.129

982.485 1.132.464

Estado do Paraná

Hectares

miltieres de pis

EqaWiIgnts im

mllhgras de pis 132.960 106.175

1.187.040 982.493 891.239 909.703 785.988

166.200

38.565

80.242 58.620 30.852

905.971

82.650

66.120

132.719 100.303 73.275

í

Observações: As colunas de equivalêncía^em número de pés são nossas e foram cal culadas na base média de 800 cafeeiros por hectare, ou cerca de 9

Eorabituadas alqueire.aosIssocálculos para facilitar a compreensão das variações às pesso^^ de extensão cultural em milhares tfe


Digesto Econômico

80

Dicesto Econômico

oi

O exame dêsse quadro revela que, a partir de 1939, tomado como ponto de

é, no caso, o Serviço de Estatística da

que destoa dos anos anteriores, dando

publicado na revista "DNC" de setem-

Produção do Ministério da Agricultura.

referência, o Estado de São Paulo teria

quilos por hectare ou sejam 23

bro de 1944. Nesse recenseamento, fi-

Uma das coisas mais variáveis na cul

perdido, segundo as cifras do 17% de seus cafeeiros em 1940; 25% em

1941; 23% em 1942; 34% em 1943, e

24% em 1944.

O Estado do Paraná,

cuja expansão cafeeira todos sabem que

tem sido ininterrupta, também teria per

tura cafeeira é a produção. Existe uma

"p

alternativa de safras grandes c pequenas, ou grandes, médias e pequeiuis. Nisso in

do P^le, f possuidor ° |p<5pfirlamento Nacional Brasil, e estatísticos o de São Paulo encabeçava os de todos os meios quadros com 1.159.564.841 obter informações seguras, reali- pés de café, assim distribuídos por

fluem muito o clima, as variações me

dois últimos anuários estatísticos do em 1944.

uma safra considerável é necessàriamen-

Brasil. 20% em 1940; 40% em 1941; S6% em 1942; 77% em 1943; e 52%

iem culturas anuais, de acordo com as perspectivas de consumo e de preços. Nunca, porém, com as cul

turas perenes como o café, o chá, a laranja e a banana.

No ano de 1939 a situação do café nao era tao desanimadora que levasse os fazendeiros e sitiantes a eliminar cul turas em grandes proporções. Também nao era nada rósea para incentivo de grandes plantações novas. Sabedor de como os preços do café normalmente

oscilam, e uma situação de ruína pode ser, dentro de dias ou meses, substituída

seado nessa altemação de produtivida

de que se imaginou a defesa dos preços do café pela retenção dos excessos das grandes safras, defesa mais tarde rea lizada, com os efeitos conhecidos, pelo Instituto de Café do Estado de São

há ano com o mesmo rendimento de

^ Nos mesmos anuários estatísHcos a

E' de geral conhecimento no Estado produção cafeeira que o anterior ou os anteriores, tanto por hectare como por mil pés.

Entretanto, quem compulsa os dois últimos anuários estatísticos do I.B.

G.E., o de 1941-45 e o de 1946, vai encontrar numa série de anos os mes

mos rendimentos. Assim 1939, 1940 e

cafeeira por hectare não apre figuram com 500 quilos por hec senta variaçao sensível, o que é um 1941 tare, que correspondem a 40 arrôbas por mil pés; 1942'figura com 450 Kg/hect.; f dosfonte errosque do 1943 I.B.G.E. ou, melhor, de sua com 500 novamente e só 1944 é'

N' úmero de pês 14.959.364

Mais de 4 até 8 Mais de 8 a 20

que se refletem no conjunto. Foi ba

muito velhos. As plantações novas re querem empate de capitais que duran

vem para reduzir ligeiramente o custo

Idade Menos de 4 anos (em formação)

dos de seis ou oito anos, dão sa

mesmo para eliminação de cafeeiros

da empreitada.

POR idade, SECUNDO RECENSEAMENTO DE 1942 DO D.N.C.

fras extraordinàriamente grandes. São fenômenos realmente particula res, de causas muito complexas, porém,

de São Paulo e no do Paraná, que não

quan o permitidas, pertencem ao em-

idade:

distribuição da cultura cafeeira do estado de são PAULO

quenas e médias, e que, em perío

por outra de prosperidade, os fazendei ros sempre tiveram grande relutância,

prei eiro e sua formação e apenas ser

7-on m nucioso recenseamento cafeeiro,

te seguida de outra muito pequena ou duas regulares. Casos também há de fazendas que alternam safras, pe

Paulo.

te cinco anos não dão juros. As plan tações intercalares dos cafeeiros novos,

guravam todos os Estados cafeeiros do

teorológicas do ano, assim como a qua lidade das terras, a idade dos cafeeiros c o regime de adubação. Há fazendas em que uma grande safra se alterna com outra pequena, e há também as em que

dido, segundo o I.B.G.E. nos seus

^

'22.029.596 534.451.373

Mais de 20 a 40

387.669.843

Mais de 40 anos

200.454.665

TOTAL Abandonados

1.159.564.841 17.419.031

Total geral

1,176.983.872

No mesmo ano, portanto, em que o elementos para fazè-lo, acusou apenas Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- 1,4% (menos de um e meio por cento) tística atribuiu a São Paulo apenas de cafeeiros abandonados, em 1942, o 909.703.200, que a tanto corresponde I.B.G.E. apresenta de 1941 para 1942 área consignada, o D.N.C. apurou um aumento de area equivalente a em recenseamento feito município por 118.464.000 cafeeiros e, de 1942 para município, como se pode verificar na 1943, uma redução equivalente a revista citada, 1.159.564.841 pés de 123.715.000 pés de café, num e noucafe em formação e em exploração, só tro caso mais de 10% da cultura total, havendo 17.419.031 pés abandonados. Para o DNC., os cafeeiros e_m formação O abandono nem sempre signifie os abandonados não represenca exclusão econômica. Pode ser

tam de per si mais do que um

passageira, por dificuldades momentâneas do lavrador. Quando

e meio por cento da cultura total. Para o I. B. C. E., a

o abandono é definitivo, o fazendeiro manda arrancar os pés de café e cuida de outra cultura.

Comparando o quadro supra com ou-

**

oscilação cultural é superior a \0%' Isso comparando um ano com o seu

anterior ou posterior imediatos. Já vi-

tro anterior, do I.B.C.E., é que se vê

mos, porém, que comparando com o

a enormidade e a insegurança dos dados do primeiro. Enquanto o recenseamen-

ano inicial de 1939, a redução de cul tura chega a 34% para o Estado de São

to,

Paulo e a 77% para o do Paraná

reconhecidamente

cuidadoso

do

D.N.C., que dispunha dos melhores

Que flagelo teria ocorrido no Paraná

.'.,*1-- l'' T* «ili'!.. i


Digesto Econômico

80

Dicesto Econômico

oi

O exame dêsse quadro revela que, a partir de 1939, tomado como ponto de

é, no caso, o Serviço de Estatística da

que destoa dos anos anteriores, dando

publicado na revista "DNC" de setem-

Produção do Ministério da Agricultura.

referência, o Estado de São Paulo teria

quilos por hectare ou sejam 23

bro de 1944. Nesse recenseamento, fi-

Uma das coisas mais variáveis na cul

perdido, segundo as cifras do 17% de seus cafeeiros em 1940; 25% em

1941; 23% em 1942; 34% em 1943, e

24% em 1944.

O Estado do Paraná,

cuja expansão cafeeira todos sabem que

tem sido ininterrupta, também teria per

tura cafeeira é a produção. Existe uma

"p

alternativa de safras grandes c pequenas, ou grandes, médias e pequeiuis. Nisso in

do P^le, f possuidor ° |p<5pfirlamento Nacional Brasil, e estatísticos o de São Paulo encabeçava os de todos os meios quadros com 1.159.564.841 obter informações seguras, reali- pés de café, assim distribuídos por

fluem muito o clima, as variações me

dois últimos anuários estatísticos do em 1944.

uma safra considerável é necessàriamen-

Brasil. 20% em 1940; 40% em 1941; S6% em 1942; 77% em 1943; e 52%

iem culturas anuais, de acordo com as perspectivas de consumo e de preços. Nunca, porém, com as cul

turas perenes como o café, o chá, a laranja e a banana.

No ano de 1939 a situação do café nao era tao desanimadora que levasse os fazendeiros e sitiantes a eliminar cul turas em grandes proporções. Também nao era nada rósea para incentivo de grandes plantações novas. Sabedor de como os preços do café normalmente

oscilam, e uma situação de ruína pode ser, dentro de dias ou meses, substituída

seado nessa altemação de produtivida

de que se imaginou a defesa dos preços do café pela retenção dos excessos das grandes safras, defesa mais tarde rea lizada, com os efeitos conhecidos, pelo Instituto de Café do Estado de São

há ano com o mesmo rendimento de

^ Nos mesmos anuários estatísHcos a

E' de geral conhecimento no Estado produção cafeeira que o anterior ou os anteriores, tanto por hectare como por mil pés.

Entretanto, quem compulsa os dois últimos anuários estatísticos do I.B.

G.E., o de 1941-45 e o de 1946, vai encontrar numa série de anos os mes

mos rendimentos. Assim 1939, 1940 e

cafeeira por hectare não apre figuram com 500 quilos por hec senta variaçao sensível, o que é um 1941 tare, que correspondem a 40 arrôbas por mil pés; 1942'figura com 450 Kg/hect.; f dosfonte errosque do 1943 I.B.G.E. ou, melhor, de sua com 500 novamente e só 1944 é'

N' úmero de pês 14.959.364

Mais de 4 até 8 Mais de 8 a 20

que se refletem no conjunto. Foi ba

muito velhos. As plantações novas re querem empate de capitais que duran

vem para reduzir ligeiramente o custo

Idade Menos de 4 anos (em formação)

dos de seis ou oito anos, dão sa

mesmo para eliminação de cafeeiros

da empreitada.

POR idade, SECUNDO RECENSEAMENTO DE 1942 DO D.N.C.

fras extraordinàriamente grandes. São fenômenos realmente particula res, de causas muito complexas, porém,

de São Paulo e no do Paraná, que não

quan o permitidas, pertencem ao em-

idade:

distribuição da cultura cafeeira do estado de são PAULO

quenas e médias, e que, em perío

por outra de prosperidade, os fazendei ros sempre tiveram grande relutância,

prei eiro e sua formação e apenas ser

7-on m nucioso recenseamento cafeeiro,

te seguida de outra muito pequena ou duas regulares. Casos também há de fazendas que alternam safras, pe

Paulo.

te cinco anos não dão juros. As plan tações intercalares dos cafeeiros novos,

guravam todos os Estados cafeeiros do

teorológicas do ano, assim como a qua lidade das terras, a idade dos cafeeiros c o regime de adubação. Há fazendas em que uma grande safra se alterna com outra pequena, e há também as em que

dido, segundo o I.B.G.E. nos seus

^

'22.029.596 534.451.373

Mais de 20 a 40

387.669.843

Mais de 40 anos

200.454.665

TOTAL Abandonados

1.159.564.841 17.419.031

Total geral

1,176.983.872

No mesmo ano, portanto, em que o elementos para fazè-lo, acusou apenas Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- 1,4% (menos de um e meio por cento) tística atribuiu a São Paulo apenas de cafeeiros abandonados, em 1942, o 909.703.200, que a tanto corresponde I.B.G.E. apresenta de 1941 para 1942 área consignada, o D.N.C. apurou um aumento de area equivalente a em recenseamento feito município por 118.464.000 cafeeiros e, de 1942 para município, como se pode verificar na 1943, uma redução equivalente a revista citada, 1.159.564.841 pés de 123.715.000 pés de café, num e noucafe em formação e em exploração, só tro caso mais de 10% da cultura total, havendo 17.419.031 pés abandonados. Para o DNC., os cafeeiros e_m formação O abandono nem sempre signifie os abandonados não represenca exclusão econômica. Pode ser

tam de per si mais do que um

passageira, por dificuldades momentâneas do lavrador. Quando

e meio por cento da cultura total. Para o I. B. C. E., a

o abandono é definitivo, o fazendeiro manda arrancar os pés de café e cuida de outra cultura.

Comparando o quadro supra com ou-

**

oscilação cultural é superior a \0%' Isso comparando um ano com o seu

anterior ou posterior imediatos. Já vi-

tro anterior, do I.B.C.E., é que se vê

mos, porém, que comparando com o

a enormidade e a insegurança dos dados do primeiro. Enquanto o recenseamen-

ano inicial de 1939, a redução de cul tura chega a 34% para o Estado de São

to,

Paulo e a 77% para o do Paraná

reconhecidamente

cuidadoso

do

D.N.C., que dispunha dos melhores

Que flagelo teria ocorrido no Paraná

.'.,*1-- l'' T* «ili'!.. i


DiCESTO Econóaqco

82

devastando em cinco anos mais de 100

do mesmo período foi inferior a ...

milhões de pés de café, ou mais do que

2.500.000 sacos, donde se infere que a

a cultura cafeeira ali realmente exis

sobra do 43.702.017 sacos foi consu

tente, sem que ninguém houvesse dado por isso, nem a imprensa, nem os par

mida no País.

ticulares, nem os próprios fazendeiros?

gelo: nenhuma grande geada como a de 1918, nenhuma praga da capacidade

pessoa, ou 36 quilos por ano, adotada pe^o regulamento da lei do Salário Mí nimo, base que é exagerada se conside rarmos que grandes populações do Brasil,

destruidora da Hemileia Vastalrix.

como as do Nordeste, praticamente não

Não houve, felizmente, nenhum fla O

que houve foi um tremendo e repetido êrro de estatística. Todos sabem que, depois que o saudoso paulista Cel. An tônio Barbosa Ferraz Júnior fundou no Paraná "o mais extraordinário estabele

cimento agrícola do mundo, feito por um particular", na opinião do ex-rei da

Inglaterra, Eduardo VIII, então prínci pe de Gales, a cultura cafeeira daque le Estado passou a desenvolver-se inin terruptamente. Suas terras são conside

radas as melhores do Brasil.

Mas os

cafezais paranaenses nunca chegaram à extensão que lhes atribuiu o I.B.G.E.

baseado, sem desconfiar disso, nos "olhômetros" do Serviço de Estatística da

Produção do Ministério da Agricultura. Não é só no café que este Serviço tem cometido os mais sérios dislates.

No

^eoHCftffeex

Na base de 100 gramas diárias por

\ Iníeio da criMo republicana do café

Afonso ArxiNos de Melo Franco -y ^ j

uiTA gente costuma datar do

O dcjnitado Afonso Arínos de Meh

famoso convênio de Taubaté,

Franco examina, em traços rápidos, as

consomem arroz, e admitindo uma im

no qual os três maiores Es

tentativas, feitas no Parlamento, de in

provável população dc 46 milhões de

tados produtores da rubiá-

vasão do Estado no domínio da eco

habitantes, o consumo total dc arroz no

cea assentaram medidas ten

País seria de 28 mllliões dc sacos, em

dentes a assegurar-lhe o va

números arredondados por cima, sobran do, portanto, uma quota de 18 milhões sem mercado. Mas a procura internacio nal de arroz é grande e, para tamanho excesso, não faltariam consumidores.

Poder-se-á objetar que esse volume de produção é de arroz em casca, embora

lor e estimular-lhe o consu-

a formação da crise republicana da grande lavoura brasileira. Crise que, atravessando embora variadas vicissitu-

cles, se caracterizaria por uma certa li

nha de coerência traduzida no processo

da assim, como é necessário um e meio

de valorização forçada, retenção, estí mulo à concorrência internacional, e suP®^^odução, com suas fatais conse

saco de arroz para dar um saco de arroz beneficiado (114:1), a redução daquela

O certo, porém, é que o problema ca-

os anuários não o declarem.

Mas, ain

quantidade, em casca, daria 30.799.088 sacos de arroz beneficiado, com uma so

bra exportável de cerca de 3 milhões. Não haveria, pois, escassez de arroz e

qüências.

República, antecedeu ao con

vênio de Taubaté, que procurou ser apenas uma solução para ele. Também nao será errado dizer que, se o remé

Anuário Estatístico do Brasil de 1946,

o seu preço não teria a tendência altis-

dio encontrado foi danoso, por outro

encontram-se idênticos erros com rela

ção à cultura de laranja nos Estados de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Rio

ta dos últimos dois anos.

lado não devemos ser demasiado severos

Conclusão; se dentro dos assuntos que conhecemos, as cifras do Instituto Brasi

com os que o adotaram, pois difícil,

Grande do Sul.

leiro de Geografia e Estatística se nos apresentam errôneas, quando se baseiam

A comparação dos valores das diver

sas produções vegetais é igualmente im pressionante, quer pelas incongruências, quer pelas inexatidões. Uma demonstra

ção minuciosa, que um dia temos espe ranças de poder fazer, reclamaria ddze-

nas de páginas datilografadas. arroz figura com uma produção mé

dia anual de 46.198.633 sacas, feita a

^ dados originais essas unidades. A exportação médiapara de arroz

Ap ITci fitístíca da da Produção, Produção, oue no Serviço de Estatística que confiança nos poderão merecer os outros dados? Aceítá-Ios é uma imprudência.

nomia cafeeira.

muito difícil mesmo, seria a solução ca

bal, em face das circunstâncias que apre

sentava, na época, a conjuntura eco nômica.

A abolição trouxera as primeiras amea ças ao café, não só pela desorganização

Mas, como nem todos têm tempo para sua análise, inúmeros estudiosos de eco-

do trabalho como, e talvez principal

nómia são iludidos em sua boa fé, o

mente, em

virtude da necessidade de

Assim, por um lado, os lavradores se viram desfalcados no seu patrimônio pe la abolição sem indenização e, por ou tro, forçados ao dispendio de uma so ma, enorme para o tempo, destinada ao

pagamento dos salários dos trabalhado res que eram, muitas vezes, os próprios escravos que permaneciam nas terras

dos antigos senhores. A situação financeira do País, conse

qüente à implantação da República, foi outro fator que deve ter influído sèriamente, embora de forma indireta, no colapso cafeeiro. Com efeito, a febre emissionista que

teve o ponto culminante no chamado "encilhamento", tendo sido forçada em bora, no inicio, pelas exigências das no vas condições de trabalho na lavoura (e a prova disto é que a emissão estava

no programa dos últimos gabinetes im periais), veio, afinal, a constituir mais uma causa de ruína para o café. Na ver dade, à inflação e às despesas com as re

voluções seguiu-se o desequilíbrio orça mentário e a êste o tremendo desencon

que expMca tantos projetos de lei dispa

mobilização de cerca de um quarto de tôda a circulação monetária nacional, pa

ratados, tantas leis perniciosas e inexe-

ra o pagamento dos salários dos traba

quíveis e tantas afirmações e atos ofi ciais discrepantes da realidade.

tro da balança de jpagamentos, sensível sobretudo no serviço da dívida externa

lhadores rurais libertados pela lei Áurea.

Daí a série de sacrifícios, mais ou men^

.Àeà


DiCESTO Econóaqco

82

devastando em cinco anos mais de 100

do mesmo período foi inferior a ...

milhões de pés de café, ou mais do que

2.500.000 sacos, donde se infere que a

a cultura cafeeira ali realmente exis

sobra do 43.702.017 sacos foi consu

tente, sem que ninguém houvesse dado por isso, nem a imprensa, nem os par

mida no País.

ticulares, nem os próprios fazendeiros?

gelo: nenhuma grande geada como a de 1918, nenhuma praga da capacidade

pessoa, ou 36 quilos por ano, adotada pe^o regulamento da lei do Salário Mí nimo, base que é exagerada se conside rarmos que grandes populações do Brasil,

destruidora da Hemileia Vastalrix.

como as do Nordeste, praticamente não

Não houve, felizmente, nenhum fla O

que houve foi um tremendo e repetido êrro de estatística. Todos sabem que, depois que o saudoso paulista Cel. An tônio Barbosa Ferraz Júnior fundou no Paraná "o mais extraordinário estabele

cimento agrícola do mundo, feito por um particular", na opinião do ex-rei da

Inglaterra, Eduardo VIII, então prínci pe de Gales, a cultura cafeeira daque le Estado passou a desenvolver-se inin terruptamente. Suas terras são conside

radas as melhores do Brasil.

Mas os

cafezais paranaenses nunca chegaram à extensão que lhes atribuiu o I.B.G.E.

baseado, sem desconfiar disso, nos "olhômetros" do Serviço de Estatística da

Produção do Ministério da Agricultura. Não é só no café que este Serviço tem cometido os mais sérios dislates.

No

^eoHCftffeex

Na base de 100 gramas diárias por

\ Iníeio da criMo republicana do café

Afonso ArxiNos de Melo Franco -y ^ j

uiTA gente costuma datar do

O dcjnitado Afonso Arínos de Meh

famoso convênio de Taubaté,

Franco examina, em traços rápidos, as

consomem arroz, e admitindo uma im

no qual os três maiores Es

tentativas, feitas no Parlamento, de in

provável população dc 46 milhões de

tados produtores da rubiá-

vasão do Estado no domínio da eco

habitantes, o consumo total dc arroz no

cea assentaram medidas ten

País seria de 28 mllliões dc sacos, em

dentes a assegurar-lhe o va

números arredondados por cima, sobran do, portanto, uma quota de 18 milhões sem mercado. Mas a procura internacio nal de arroz é grande e, para tamanho excesso, não faltariam consumidores.

Poder-se-á objetar que esse volume de produção é de arroz em casca, embora

lor e estimular-lhe o consu-

a formação da crise republicana da grande lavoura brasileira. Crise que, atravessando embora variadas vicissitu-

cles, se caracterizaria por uma certa li

nha de coerência traduzida no processo

da assim, como é necessário um e meio

de valorização forçada, retenção, estí mulo à concorrência internacional, e suP®^^odução, com suas fatais conse

saco de arroz para dar um saco de arroz beneficiado (114:1), a redução daquela

O certo, porém, é que o problema ca-

os anuários não o declarem.

Mas, ain

quantidade, em casca, daria 30.799.088 sacos de arroz beneficiado, com uma so

bra exportável de cerca de 3 milhões. Não haveria, pois, escassez de arroz e

qüências.

República, antecedeu ao con

vênio de Taubaté, que procurou ser apenas uma solução para ele. Também nao será errado dizer que, se o remé

Anuário Estatístico do Brasil de 1946,

o seu preço não teria a tendência altis-

dio encontrado foi danoso, por outro

encontram-se idênticos erros com rela

ção à cultura de laranja nos Estados de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Rio

ta dos últimos dois anos.

lado não devemos ser demasiado severos

Conclusão; se dentro dos assuntos que conhecemos, as cifras do Instituto Brasi

com os que o adotaram, pois difícil,

Grande do Sul.

leiro de Geografia e Estatística se nos apresentam errôneas, quando se baseiam

A comparação dos valores das diver

sas produções vegetais é igualmente im pressionante, quer pelas incongruências, quer pelas inexatidões. Uma demonstra

ção minuciosa, que um dia temos espe ranças de poder fazer, reclamaria ddze-

nas de páginas datilografadas. arroz figura com uma produção mé

dia anual de 46.198.633 sacas, feita a

^ dados originais essas unidades. A exportação médiapara de arroz

Ap ITci fitístíca da da Produção, Produção, oue no Serviço de Estatística que confiança nos poderão merecer os outros dados? Aceítá-Ios é uma imprudência.

nomia cafeeira.

muito difícil mesmo, seria a solução ca

bal, em face das circunstâncias que apre

sentava, na época, a conjuntura eco nômica.

A abolição trouxera as primeiras amea ças ao café, não só pela desorganização

Mas, como nem todos têm tempo para sua análise, inúmeros estudiosos de eco-

do trabalho como, e talvez principal

nómia são iludidos em sua boa fé, o

mente, em

virtude da necessidade de

Assim, por um lado, os lavradores se viram desfalcados no seu patrimônio pe la abolição sem indenização e, por ou tro, forçados ao dispendio de uma so ma, enorme para o tempo, destinada ao

pagamento dos salários dos trabalhado res que eram, muitas vezes, os próprios escravos que permaneciam nas terras

dos antigos senhores. A situação financeira do País, conse

qüente à implantação da República, foi outro fator que deve ter influído sèriamente, embora de forma indireta, no colapso cafeeiro. Com efeito, a febre emissionista que

teve o ponto culminante no chamado "encilhamento", tendo sido forçada em bora, no inicio, pelas exigências das no vas condições de trabalho na lavoura (e a prova disto é que a emissão estava

no programa dos últimos gabinetes im periais), veio, afinal, a constituir mais uma causa de ruína para o café. Na ver dade, à inflação e às despesas com as re

voluções seguiu-se o desequilíbrio orça mentário e a êste o tremendo desencon

que expMca tantos projetos de lei dispa

mobilização de cerca de um quarto de tôda a circulação monetária nacional, pa

ratados, tantas leis perniciosas e inexe-

ra o pagamento dos salários dos traba

quíveis e tantas afirmações e atos ofi ciais discrepantes da realidade.

tro da balança de jpagamentos, sensível sobretudo no serviço da dívida externa

lhadores rurais libertados pela lei Áurea.

Daí a série de sacrifícios, mais ou men^

.Àeà


Digesto

humilhantes, com que o nosso País de vedor veio a terminar no "funding", ne

gociado no governo de Prudente. Naqueles bons tempos dever e não

poder pagar não era coisa para inglês (como hoje), mas sim para vagos povos sul-americanos, como nós. Daí a descon

fiança que se apossou dos mercados de dinheiro, a grande retração de crédito

nos bancos estrangeiros (que eram pràticamente os únicos) e a falta de recur

sos do fazendeiro, o qual ficou entregue à discrição das casas comissárias. Mas

I

estas, dentro em pouco, se transforma vam em agentes dos bancos, os quais por sua vez se tomaram ativos represen tantes do comércio internacional do café.

Perdemos o controle dos preços; os compradores, certos da nossa impotên cia, entraram a forçar a baixa, levando ate o ultimo ponto a elasticidade do pre ço de produção, para aumentar enormemente os lucros que auferiam, visto que os preços de venda eram mantidos in

tactos, nos mercados de consumo.

A questão se agravava rapidamente, eni

todos os sentidos. As importações brasi leiras eram cobertas com o câmbio man

tido pelo café. Com a queda dos preços-ouro do produto degringolava a im portação, vinha poi^ água abaixo o câm

bio, e o aparelharaento nacional, naque la época em que não tínhamos quase iudústria, ficava muito mais caro e es casso. Era a derrocada. Para se formar

uma idéia mais clara da situação, basta

Econômico

contentavam-se em mugir a vaca, dan do-lhe, entretanto, o suficiente para não morrer à fome. Hoje não exigem só o leite: querem o bife também, pouco lhes importando que a vaca pereça. Em suma» sr. presidente, o lavrador engorda a rez durante um ano, mata-a e pcndura-a pa ra a divisão. Chega o colono e leva a metade ou mais, vem a estrada de ferro

o arrecada para si um dos quartos e chega afinal o fisco e leva o resto. O comissário tira o couro. De braços cru zados o lavrador as.siste à razia, sem.

poder tugir nem mugir, e verifica que lhe deixaram afinal os chifres, provâvelmente para palitar os dentes, e a cauda para dívertir-se enxotando os usurários que, como moscas famintas, esvoaçam

sobre os restos mesquinhos da carniça"Todos esperavam que o governo fi zesse o milagre. Então, como sempre, o brasileiro falava mal do governo, mas,

quando a coisa empretecia, apelava desesperadamente para ele. E as soluções preconizadas eram as mais radicais, sobretudo naqueles tem

pos de liberalismo econômico. Vejamos algumas, que se sucederam entre 1895 6 1901, anos antes do- convênio de Taubaté.

Em 1895 o deputado fluminense Éti co Coelho pediu a nomeação de uma co missão especial que estudasse um pro jeto de monopólio de exportação de ca fé pela União. Visava-se assim, com um

recordar que o café, que fornecia ao

golpe verdadeiramente revolucionário em

ais quarenta milhões de esterlinos anuais,

face da ConsHtuição vigente, expelir o

comissário, servidor da finança estran

^ render mais do que doze geira. milhões e meio. ^ deputado Alfredo EUis, de Alfredo Ellis, menos radical, não ia ao au.o, assim define, em discurso na' tão longe. Êle via com acerto que parte mamara, a angustíosa quadra: da crise do café era devida à rotina e

Antigamente os exportadores de café,

representantes dos trustes e sindicatos.

às deficiências da sua cultura. Urgia me

lhorar o padrão da nossa lavoura, e não

Digesto EcoNó.Nnco

apenas comprar máquinas de bemeficia-

do um eorpo de tócuicos, poV Uniao, que fosse ao exterior estudar os

processos mais adiantados do cuitu"cb res bm í"" ^"d.carem aos lavradolançar mao para debelar a crise que des valoriza aquôle j^roduto".

Dois anos depois, Alfredo Ellis aure senta novo projeto. Êste tendente a estimular o consumo. Por êle ficavam con-

cedidas subvenções federais às emprê^as que abrissem lojas de torrefação e cidn f da A Europa brasileiro, nas aprincipais cidades e América, juízo do governo. A verdade é que o consumo não deixara de crescer, como prova em dis

curso o deputado Fausto Cardoso, a parde 1895. Passara de doze milhões de sacas a quase quinze milhões. Mas

isto continuava a não interessar aos pre ços no Brasil, estrangulados pelas mãos

85

acêrto discutível, pois o resultado pro vável seria o exportador retirar esta

no\-a despesa dos recursos já minguados que deixawi ao espoliado lavrador.

Em 1901, o deputado gaúcho Ri\-adávia Correia apresentou projeto abrindo um crédito de 50 mil contos para au.xílio à lavoura, sob a forma de adianta

mentos em dinheiro, sob garantia do pe nhor do café exportável. Era uma nova forma, seguramente mais eficaz, de as sistência do Estado.

Finalmente, ainda em 1901, o deputado

piauiense Joaquim Pires alvitra a mai."; radical e ousada de tôdas as medidas:

o controle exc!usí\'o do comércio externo

do café pelo govêmo, que fixaria os pre ços no mercado, marcaria o escoamento das safras, financiaria a produção des contando "warrants" que teriam, por outro lado, curso forçado durante certo

prazo. Tratava-se agora de um corajoso ensaio de socialização, do comércio exter

Sucediam-se as tentativas, cada vesí

no, digno de enfurecer, ainda hoje, libe rais intransigentes do tipo do meu preza do colega deputado Tristão da Cunha.

Em 1900 o representante cearense

Como se vê, o malsinado convênio de Taubaté não Ibi mais do que o coroamento de uma série de tentativas anterio

possantes do comércio internacional.

mais amplas, no sentido da intervenção do Estado na atividade econômica.

Francisco Sá propôs que o embarque de

res, tôdas no sentido da invasão do Es

café, em todos os portos nacionais, fôsse feito por conta do governo federal,

tado no domínio da economia privada.

por intermédio das alfândegas e mesas de renda. O objetivo era, desta vez, de se

che de melancolia: nenhum dos pro

cobrar um impôsto ao e.xportador-com'ssário, a fim. de dar um pouco ao Estado dos lucros que êle e os seus comitentes auferiam. Providência, de

Mas uma coisa, para rematar, nos en

jetos acima indicados teve sequer anda mento. Isto pode ser\ir, até certo pon to, de consolo. NSo é verdade que a Câ mara de hoje esteja traballiando menos que as de antigamente...


Digesto

humilhantes, com que o nosso País de vedor veio a terminar no "funding", ne

gociado no governo de Prudente. Naqueles bons tempos dever e não

poder pagar não era coisa para inglês (como hoje), mas sim para vagos povos sul-americanos, como nós. Daí a descon

fiança que se apossou dos mercados de dinheiro, a grande retração de crédito

nos bancos estrangeiros (que eram pràticamente os únicos) e a falta de recur

sos do fazendeiro, o qual ficou entregue à discrição das casas comissárias. Mas

I

estas, dentro em pouco, se transforma vam em agentes dos bancos, os quais por sua vez se tomaram ativos represen tantes do comércio internacional do café.

Perdemos o controle dos preços; os compradores, certos da nossa impotên cia, entraram a forçar a baixa, levando ate o ultimo ponto a elasticidade do pre ço de produção, para aumentar enormemente os lucros que auferiam, visto que os preços de venda eram mantidos in

tactos, nos mercados de consumo.

A questão se agravava rapidamente, eni

todos os sentidos. As importações brasi leiras eram cobertas com o câmbio man

tido pelo café. Com a queda dos preços-ouro do produto degringolava a im portação, vinha poi^ água abaixo o câm

bio, e o aparelharaento nacional, naque la época em que não tínhamos quase iudústria, ficava muito mais caro e es casso. Era a derrocada. Para se formar

uma idéia mais clara da situação, basta

Econômico

contentavam-se em mugir a vaca, dan do-lhe, entretanto, o suficiente para não morrer à fome. Hoje não exigem só o leite: querem o bife também, pouco lhes importando que a vaca pereça. Em suma» sr. presidente, o lavrador engorda a rez durante um ano, mata-a e pcndura-a pa ra a divisão. Chega o colono e leva a metade ou mais, vem a estrada de ferro

o arrecada para si um dos quartos e chega afinal o fisco e leva o resto. O comissário tira o couro. De braços cru zados o lavrador as.siste à razia, sem.

poder tugir nem mugir, e verifica que lhe deixaram afinal os chifres, provâvelmente para palitar os dentes, e a cauda para dívertir-se enxotando os usurários que, como moscas famintas, esvoaçam

sobre os restos mesquinhos da carniça"Todos esperavam que o governo fi zesse o milagre. Então, como sempre, o brasileiro falava mal do governo, mas,

quando a coisa empretecia, apelava desesperadamente para ele. E as soluções preconizadas eram as mais radicais, sobretudo naqueles tem

pos de liberalismo econômico. Vejamos algumas, que se sucederam entre 1895 6 1901, anos antes do- convênio de Taubaté.

Em 1895 o deputado fluminense Éti co Coelho pediu a nomeação de uma co missão especial que estudasse um pro jeto de monopólio de exportação de ca fé pela União. Visava-se assim, com um

recordar que o café, que fornecia ao

golpe verdadeiramente revolucionário em

ais quarenta milhões de esterlinos anuais,

face da ConsHtuição vigente, expelir o

comissário, servidor da finança estran

^ render mais do que doze geira. milhões e meio. ^ deputado Alfredo EUis, de Alfredo Ellis, menos radical, não ia ao au.o, assim define, em discurso na' tão longe. Êle via com acerto que parte mamara, a angustíosa quadra: da crise do café era devida à rotina e

Antigamente os exportadores de café,

representantes dos trustes e sindicatos.

às deficiências da sua cultura. Urgia me

lhorar o padrão da nossa lavoura, e não

Digesto EcoNó.Nnco

apenas comprar máquinas de bemeficia-

do um eorpo de tócuicos, poV Uniao, que fosse ao exterior estudar os

processos mais adiantados do cuitu"cb res bm í"" ^"d.carem aos lavradolançar mao para debelar a crise que des valoriza aquôle j^roduto".

Dois anos depois, Alfredo Ellis aure senta novo projeto. Êste tendente a estimular o consumo. Por êle ficavam con-

cedidas subvenções federais às emprê^as que abrissem lojas de torrefação e cidn f da A Europa brasileiro, nas aprincipais cidades e América, juízo do governo. A verdade é que o consumo não deixara de crescer, como prova em dis

curso o deputado Fausto Cardoso, a parde 1895. Passara de doze milhões de sacas a quase quinze milhões. Mas

isto continuava a não interessar aos pre ços no Brasil, estrangulados pelas mãos

85

acêrto discutível, pois o resultado pro vável seria o exportador retirar esta

no\-a despesa dos recursos já minguados que deixawi ao espoliado lavrador.

Em 1901, o deputado gaúcho Ri\-adávia Correia apresentou projeto abrindo um crédito de 50 mil contos para au.xílio à lavoura, sob a forma de adianta

mentos em dinheiro, sob garantia do pe nhor do café exportável. Era uma nova forma, seguramente mais eficaz, de as sistência do Estado.

Finalmente, ainda em 1901, o deputado

piauiense Joaquim Pires alvitra a mai."; radical e ousada de tôdas as medidas:

o controle exc!usí\'o do comércio externo

do café pelo govêmo, que fixaria os pre ços no mercado, marcaria o escoamento das safras, financiaria a produção des contando "warrants" que teriam, por outro lado, curso forçado durante certo

prazo. Tratava-se agora de um corajoso ensaio de socialização, do comércio exter

Sucediam-se as tentativas, cada vesí

no, digno de enfurecer, ainda hoje, libe rais intransigentes do tipo do meu preza do colega deputado Tristão da Cunha.

Em 1900 o representante cearense

Como se vê, o malsinado convênio de Taubaté não Ibi mais do que o coroamento de uma série de tentativas anterio

possantes do comércio internacional.

mais amplas, no sentido da intervenção do Estado na atividade econômica.

Francisco Sá propôs que o embarque de

res, tôdas no sentido da invasão do Es

café, em todos os portos nacionais, fôsse feito por conta do governo federal,

tado no domínio da economia privada.

por intermédio das alfândegas e mesas de renda. O objetivo era, desta vez, de se

che de melancolia: nenhum dos pro

cobrar um impôsto ao e.xportador-com'ssário, a fim. de dar um pouco ao Estado dos lucros que êle e os seus comitentes auferiam. Providência, de

Mas uma coisa, para rematar, nos en

jetos acima indicados teve sequer anda mento. Isto pode ser\ir, até certo pon to, de consolo. NSo é verdade que a Câ mara de hoje esteja traballiando menos que as de antigamente...


wmm Dic.ksto Econômico

a ferrovia em questão levou a têrmo tima obra de grande importância, para

Geoflraíia das Comimicações Paulistas

a epoca,

XI - Traballios^fcrrovlários

lança comercial brasileira.

Tôda a se

gunda metade do século XIX assinala

a ascensão positivamente notável da pro-

tera uma balança de comércio exterior quase permanentemente deficitária, pro

porcionando disponibilidades que fo

mentam os primeiros empreendimentos, em nosso País, não ligados à atividade agrícola. Aparece o embrionário indus-

trialísmo de que surgiu o parque indus

trial que hoje possuimos. Desenvolvese a \nda urbana. Aplicam-se capitais ' em obras de caráter público. Entre estas obras, as ferrovias. O café, por : íissim dizer, cria o seu próprio apare-

Ihamento de transportes, porque as es tradas de ferro que os seus capitais es timularam, na região que estudamos, ou foram destinadas a servir zonas em que e^e já se implantara, ou foram destina

das a abrir caminhos para novas lavou ras, no rush formidável que

se assinalou por etapas por

veze.s inferiores a um de

cênio: vale do Paraíba, re

a prestar o.s mais relevantes ser\'içQs.

Sua capacidade de transporte, entre tanto, não tardou a esgotar-se, porque os Velhos planos não permitiam, trin ta anos depois, a vasão indispensável.

balhos ferroviários. No próximo arligo tratará da conquista do interior.

Constriiiram-se, então, os Novos planos, diminuindo-se a rampa para 8%, conser

meira necessidade da lavoura cafeeira

fô.sse a da ligação entre o centro coletor, financiador

c

administrativo

de

vado o sistema de cabo sem fim, mas

São

o problema da construção foi muito

Paulo, e o porto por onde, nessa altura, —

distantes

os

melhore.s

cafczais

mais sério do que o anterior, de tal

do

sorte que os cinco planos, separados

porto do Rio de Janeiro, — já se escoa va a quase totalidade da produção. Mauá, com a sua agudeza cm assuntos econômicos, numa época de grande in-

por quatro patamares, exigiram a aber

tura de treze túneis e o lançamento de

dezesseis viadutos, além das obras de consolidação e de arrimo.

terêsste pelos empreendimentos ferro viários, em países em que havia dispo nibilidade de capitais, e que já levara a termo a sua primeira empresa dèsse gê

nero, entre nós, junto a capital do im pério, sentiu bem vivamente a nece.ssidade dessa ligação, e a possibilidade de tomar-se ela uma fonte de rendi mentos de considerável importância. Os

trabalhos iniciais pura a solução do pro blema, as.sim, couberam ao grande financista, mas, por motivos que não interessam a este trabalho, a empresa

acabou por ser constituída

na praça de Londres, sur gindo daí a São Patdo

zonas a que as ferrovias de ram os seus nomes, alta-Soro-

Railway.

cabana, alta-Paulista. Mogia-

Tendo

na, Araraquarense, Noroeste.

1

de

transpor

um

considerável obstáculo oro-

gráfico como a serra do Mar,

Em

1867 era inaugurada a obra, que passou

eiumio de interôsse para os cstxuUosos da economia patdisfa, examina os tra

gião de Campinas, região de Ribeirão Preto e, depois, as

Era natural que a pri-

técnica ferro

inclinados, com cabo sem fim.

O escritor Nelson Werneck Soclré, neste

■jH^dução agrícola, fundamentada no ca-

P^^feeiro. Desde IS64, es.sa ascensão al

da

^''^duto apenas, o da Grota Funda, em rampa de lOíí, pelo sistema dos planos

poi o desenvolvimento da lavoura camaranhense, que proporcionou, ainda no império, os primeiros saldos na ba

no terreno

viária, vencendo êsse formidável impe dimento sem um só tiincl, e com um

Nelson Werneck Sodhé

feeira, após o declínio do algodão

87

Tais melho

ramentos foram entregues no tráfego em 1900.

O monopólio de transportes para o porto único exercido pela ferrovia in I

esplêndidas tarefas de engenharia, ras gando trinta e três túneis. Suas concUções técnicas, com raio de curva mini-

mo de 245 metros e rampa má-xima de são acrescidas pela via permanente que está pronta para receber linha du

pla, em qualquer bitola.

A projeção,

hoje internacional, do sistema ferroviá rio de bitola métrica, que serviu, entre nos, como pioneiro das penetrações, con

fere importância singular ao empreen dimento da Estrada de Ferro Sorocaba

na, além de outras considerações, de caráter

econômico.

Trata-se, pois, de duas penetrantes ferroxiárias,

a São Paulo-Santos e a

Mairinque-Santos, uma na bitola

de

i,èo m e a outra na bitola de 1,00 m, articulando o planalto ao litoral, cuja capacidade de transporte discutiremos quando do exame técnico das comuni cações. Resta acrescentar que as obras em curso, pela Estrada de Ferro Soro cabana, no sentido de articular direta mente Santos a São Paulo, com uma variante derivada da linha tronco em

Presidente Altino, juntando-se à linha

de Mairinque em Evangelista de Sousa,

glesa, o esgotamento de sua capacida

encurtarão bastante a distancia entre o

de, e a cláusula conti-atual de reserva

porto e a Capital, que a obra anterior fazia da ordem de duzentos e trinta qui

de faixa, que deteve a verdadeira cor rida para o mar que se apossou, nos instantes de alta cafeeira, das empre sas ferroviárias do centro-sul. brasileiro, levaram a Estrada de Ferro Sorocabana a empreender, em 1926, as formidáveis

obras da ligação Mairinque-Santos. Tal empreendimento, bastante controvertido

na época, foi efetivado graças à energia de Gaspar Ricardo, e entregue ao trá fego em 1937. Trata-se de ramal que, derivado da linha tronco .daquela via férrea, em Mairínque, atinge a cota má xima em Caucaia, e transpõe a serra

do Mar em cortes, e viadutos que são

lômetros,

contrapostos aos setenta

da

Santos-Jundiaí. Esta linha, cuja conclu são pode ser esperada para breve, de simples aderência, como a de Mairin que, ampliará consideravelmente a ca pacidade de transporte entre o planalto

na região central, e o oceano, no seu único pôrto aparelliado, e servirá, tam

bém, à segurança desse sistema de' trans portes.

A encampação, pelo govêmo federal

da antiga São Paulo Raihvay, em têrmos .

bastante discutidos, põe em eviòènciuj

agora com visos de realização, a ne.


wmm Dic.ksto Econômico

a ferrovia em questão levou a têrmo tima obra de grande importância, para

Geoflraíia das Comimicações Paulistas

a epoca,

XI - Traballios^fcrrovlários

lança comercial brasileira.

Tôda a se

gunda metade do século XIX assinala

a ascensão positivamente notável da pro-

tera uma balança de comércio exterior quase permanentemente deficitária, pro

porcionando disponibilidades que fo

mentam os primeiros empreendimentos, em nosso País, não ligados à atividade agrícola. Aparece o embrionário indus-

trialísmo de que surgiu o parque indus

trial que hoje possuimos. Desenvolvese a \nda urbana. Aplicam-se capitais ' em obras de caráter público. Entre estas obras, as ferrovias. O café, por : íissim dizer, cria o seu próprio apare-

Ihamento de transportes, porque as es tradas de ferro que os seus capitais es timularam, na região que estudamos, ou foram destinadas a servir zonas em que e^e já se implantara, ou foram destina

das a abrir caminhos para novas lavou ras, no rush formidável que

se assinalou por etapas por

veze.s inferiores a um de

cênio: vale do Paraíba, re

a prestar o.s mais relevantes ser\'içQs.

Sua capacidade de transporte, entre tanto, não tardou a esgotar-se, porque os Velhos planos não permitiam, trin ta anos depois, a vasão indispensável.

balhos ferroviários. No próximo arligo tratará da conquista do interior.

Constriiiram-se, então, os Novos planos, diminuindo-se a rampa para 8%, conser

meira necessidade da lavoura cafeeira

fô.sse a da ligação entre o centro coletor, financiador

c

administrativo

de

vado o sistema de cabo sem fim, mas

São

o problema da construção foi muito

Paulo, e o porto por onde, nessa altura, —

distantes

os

melhore.s

cafczais

mais sério do que o anterior, de tal

do

sorte que os cinco planos, separados

porto do Rio de Janeiro, — já se escoa va a quase totalidade da produção. Mauá, com a sua agudeza cm assuntos econômicos, numa época de grande in-

por quatro patamares, exigiram a aber

tura de treze túneis e o lançamento de

dezesseis viadutos, além das obras de consolidação e de arrimo.

terêsste pelos empreendimentos ferro viários, em países em que havia dispo nibilidade de capitais, e que já levara a termo a sua primeira empresa dèsse gê

nero, entre nós, junto a capital do im pério, sentiu bem vivamente a nece.ssidade dessa ligação, e a possibilidade de tomar-se ela uma fonte de rendi mentos de considerável importância. Os

trabalhos iniciais pura a solução do pro blema, as.sim, couberam ao grande financista, mas, por motivos que não interessam a este trabalho, a empresa

acabou por ser constituída

na praça de Londres, sur gindo daí a São Patdo

zonas a que as ferrovias de ram os seus nomes, alta-Soro-

Railway.

cabana, alta-Paulista. Mogia-

Tendo

na, Araraquarense, Noroeste.

1

de

transpor

um

considerável obstáculo oro-

gráfico como a serra do Mar,

Em

1867 era inaugurada a obra, que passou

eiumio de interôsse para os cstxuUosos da economia patdisfa, examina os tra

gião de Campinas, região de Ribeirão Preto e, depois, as

Era natural que a pri-

técnica ferro

inclinados, com cabo sem fim.

O escritor Nelson Werneck Soclré, neste

■jH^dução agrícola, fundamentada no ca-

P^^feeiro. Desde IS64, es.sa ascensão al

da

^''^duto apenas, o da Grota Funda, em rampa de lOíí, pelo sistema dos planos

poi o desenvolvimento da lavoura camaranhense, que proporcionou, ainda no império, os primeiros saldos na ba

no terreno

viária, vencendo êsse formidável impe dimento sem um só tiincl, e com um

Nelson Werneck Sodhé

feeira, após o declínio do algodão

87

Tais melho

ramentos foram entregues no tráfego em 1900.

O monopólio de transportes para o porto único exercido pela ferrovia in I

esplêndidas tarefas de engenharia, ras gando trinta e três túneis. Suas concUções técnicas, com raio de curva mini-

mo de 245 metros e rampa má-xima de são acrescidas pela via permanente que está pronta para receber linha du

pla, em qualquer bitola.

A projeção,

hoje internacional, do sistema ferroviá rio de bitola métrica, que serviu, entre nos, como pioneiro das penetrações, con

fere importância singular ao empreen dimento da Estrada de Ferro Sorocaba

na, além de outras considerações, de caráter

econômico.

Trata-se, pois, de duas penetrantes ferroxiárias,

a São Paulo-Santos e a

Mairinque-Santos, uma na bitola

de

i,èo m e a outra na bitola de 1,00 m, articulando o planalto ao litoral, cuja capacidade de transporte discutiremos quando do exame técnico das comuni cações. Resta acrescentar que as obras em curso, pela Estrada de Ferro Soro cabana, no sentido de articular direta mente Santos a São Paulo, com uma variante derivada da linha tronco em

Presidente Altino, juntando-se à linha

de Mairinque em Evangelista de Sousa,

glesa, o esgotamento de sua capacida

encurtarão bastante a distancia entre o

de, e a cláusula conti-atual de reserva

porto e a Capital, que a obra anterior fazia da ordem de duzentos e trinta qui

de faixa, que deteve a verdadeira cor rida para o mar que se apossou, nos instantes de alta cafeeira, das empre sas ferroviárias do centro-sul. brasileiro, levaram a Estrada de Ferro Sorocabana a empreender, em 1926, as formidáveis

obras da ligação Mairinque-Santos. Tal empreendimento, bastante controvertido

na época, foi efetivado graças à energia de Gaspar Ricardo, e entregue ao trá fego em 1937. Trata-se de ramal que, derivado da linha tronco .daquela via férrea, em Mairínque, atinge a cota má xima em Caucaia, e transpõe a serra

do Mar em cortes, e viadutos que são

lômetros,

contrapostos aos setenta

da

Santos-Jundiaí. Esta linha, cuja conclu são pode ser esperada para breve, de simples aderência, como a de Mairin que, ampliará consideravelmente a ca pacidade de transporte entre o planalto

na região central, e o oceano, no seu único pôrto aparelliado, e servirá, tam

bém, à segurança desse sistema de' trans portes.

A encampação, pelo govêmo federal

da antiga São Paulo Raihvay, em têrmos .

bastante discutidos, põe em eviòènciuj

agora com visos de realização, a ne.


0ICESTO ECONÓXUCO

88

cessidade da construção de linha de

Valparaíba, inaugurando-se em 20 de

simples aderência, na serra do Mar, e

junlio de 1875.

para Itararé, de 1877. Suas condições técnicas não têm cessado de melhorar, porque a ferrovia em questão \ai num

Mas, em 1871, orga-

da eletrificação de tôda a extensão do

nízava-se, em São Paulo, a Companhia

porto a Jundiaí, além dos melhoramen

São Paulo e Rio de Janeiro, que em preendeu a construção, em bitola mé trica, do trecho entre a capital paulista

ritmo intenso de melhoramentos, de que a eletrificação, já além de Laranjal, é

e a referida cidade dc Cachoeira, inau

ré, entretanto, muito posterior, ser\indo a zona em que o café não atingiu

tos no trecho entre São Paulo e Jun diaí. A política de eletrificação, aliás já seguida pela E. F. Sorocabana, em sua Unha tronco, será estendida aos ra mais Mairinque-Santos e Presidente Al-

tino-Evangelista de Sousa, e sua capa cidade de transporte plenamente reali zada com a construção de nova ponte

no canal do Barreiro, completada pela

."=í

Digesto Econômico

do no Branco.

'

^

PA grande roçada ferroviária de im

porttoeia capital do ponto de v.-sU eccnómrco, que liga a aede do govárno do Pais ao Estado do Rio Grande

do Sul, tem, em território paulista, det

gurado em 8 de julho de 1877.

apenas uma parte.

As

condições técnicas desse trecho eram

porte. Êsse gravame poderá ser devida

nível de produção interessante, vai .sen do conservado em situação mais ou me nos estacionária, para o que concorre, sem dúvida, a própria situação da Rêde do Víação Paraná-Santa Catarina, muito inferior à deste próprio ramal paulista. A roçada que acompanha o litoral, pois, — dele separada pela serra do Mar, — ressente-se da duplicidade de bitolas, da variedade de condições técnicas, da heterogeneidade dos sistemas de tração. Sua grande vantagem consiste em correr

mente avaliado com a observação de

no planalto, em condições de fornecer

que a melhoria do ramal de São Paulo, pela E. F. Central do Brasil, correspon de, numa distância de 392• quilômetros, entre as estações Roosevelt e de Barra do Piraí, à construção de variantes que atingem 380 quilômetros, reduzindo as condições técnicas configuradas em

derivantes para o litoral, articulando-se, ao mesmo tempo, às penetrantes que

evidentemente inferiores ás do outro, em conseqüência do interesse econômi

co da companhia particular que o fize ra construir.

Mais tarde, quando foi

tal trecho incorporado à Estrada de Ferro Central do Brasil e unificada a

bitola para 1,60 m^ o aproveitamento do leito transferiu tais condições técni cas para a nova estrada, de tal sorte que o seu rendimento, em conjunto, ficou inferior ás necessidades do trans

xando de parte por não dizer respeito

ao nosso trabalho, a envolvente métrica

■ que pelos Estados do Rio de Janeiro 0 de Minas Gerais, chega ao planalto giuhsta, ~ dois segmentos bem diversos. O primeiro é a parte do ramal da Es trada de Ferro Central do Brasil que, denyado da linha tronco, em Barra do Pirai atinge São Paulo. O segundo, aquele que, na Estrada de Ferro Soro cabana, segue pela linha tronco até

Santo ,i^tónio,^ e daí deriva, como ra

ma, até Itoraré, nos limites paranáenses. Construída com algum rigor técnico,

O ramal de Itara

demandam o interior, ao mesmo tempo que articula as zonas mais importantes

do País, do ponto de vista econômico e político.

As notáveis obras de remo

delação do traçado do ramal paulista da E. F. Central do Brasil, que lhe assegurarão um rendimento de tráfego

raio de curva de 160 metros e rampa de 2,2% para outras que se mar

cam por raios de curva mínimos de 687 metros e rampas máximas de 0,5%.

considerável, a marcha da eletrificação,

— agora desde as duas pontas da linha, — as obras já empreendidas, e em curso,

Essa melhoria corresponde a aumentar

a capacidade de tração de uma locomo tiva tipo Mihado, em uso nessa estrada,

entre São Paulo e Mogi das Cruzes,

São Paulo, para 1.732 toneladas, per

coijiferem importância indiscutível ao segmento de bitola larga da grande ro çada brasileira Rio de Janeiro-São Paulo-

mitindo-se velocidades de 120 quilô

Ponta

de 380 toneladas, no trecho Jacareí a

Grossa-Marcelino

Ramos-Santa

Maria. Estudos para o prolongamento

Não .são tão boas as perspectivas do segmento de bitola métrica, em terriono paulista, dessa mesma roçada. En

quanto a parte que consiste na linha

onco da E. F. Sorocabana, dupla c

p ctnficada, vê crescer a sua capacidap e transporte, e aumentar a sua im

portância com as arüculações, de Pre sidente Altíno para o litoral, de Mainnque para o litoral, de Mairinque pa ra Jundiai e Campinas, o ramal de Ita raré nao está em N^ésperas de receber

os melhoramentos de que carece. Dois tatores contribuem para isso. Era pri meiro lugar, a tendência natural da E.

F. Sorocabana em levar o seu esfôrço

de melhoramento da linha ao longo do tronco, de que são evidentes sinais o

prolongamento da eletrificação a Bernardíno de Campos, com os trabalhos em curso de execução, e as obras

do renovação do traçado na serra de Botucatu. Os ramais ficam rele gados a segundo plano e isso, até certo ponto, é natural, porque a ferrovia busca melhorar os trechos aptos a fornecer maiores rendas e não é êsse o caso, quer do ramal de

Bauru, também de grande importância para a projeção internacional da rêde

métrica do Estado, quer o de Itararé. Em segundo lugar, a precariedade da

Rêde de Viação Paraná-Santa Catarina, prolongamento daquele ramal na dire

ção do sul, cujas condições técnicas

particularmente eqtre Itararé e Jaguariaíva, são péssimas e cuja densidade de tráfego vem numa queda singular de que é sinal evidente a concorrêii-

metros por hora, em vez dos 60 atuais. O outro segmento da roçada em aprêpara a época, e na bitola de 1,60 m, ço, pertencente à Estrada de Ferro So a linha da Estrada de Ferro Central do na bitola de 1,00 m, data, na Brasil prolongou-se, em território pau- rocabana, parte da linha tronco, até pouco antes

raná, e da construção de um ramal en

por ela servida. A E, F. Sorocabana pT

tre Mogi das Cruzes e São Sebastião, poderiam ser ampliados, em futuro

Ihores perspectivas nmn remodela'^".»

lista,

melhor.

^ cidade de Cachoeira, hoje

da Central do Brasil ao Estado do Pa

de Santo Antônio, donde saí a derivação

i

cia do transporte rodoviário na

deria encarar, certamente com as

no traçado do ramal de Itararé, <f«ae '\

'

f«i \


0ICESTO ECONÓXUCO

88

cessidade da construção de linha de

Valparaíba, inaugurando-se em 20 de

simples aderência, na serra do Mar, e

junlio de 1875.

para Itararé, de 1877. Suas condições técnicas não têm cessado de melhorar, porque a ferrovia em questão \ai num

Mas, em 1871, orga-

da eletrificação de tôda a extensão do

nízava-se, em São Paulo, a Companhia

porto a Jundiaí, além dos melhoramen

São Paulo e Rio de Janeiro, que em preendeu a construção, em bitola mé trica, do trecho entre a capital paulista

ritmo intenso de melhoramentos, de que a eletrificação, já além de Laranjal, é

e a referida cidade dc Cachoeira, inau

ré, entretanto, muito posterior, ser\indo a zona em que o café não atingiu

tos no trecho entre São Paulo e Jun diaí. A política de eletrificação, aliás já seguida pela E. F. Sorocabana, em sua Unha tronco, será estendida aos ra mais Mairinque-Santos e Presidente Al-

tino-Evangelista de Sousa, e sua capa cidade de transporte plenamente reali zada com a construção de nova ponte

no canal do Barreiro, completada pela

."=í

Digesto Econômico

do no Branco.

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^

PA grande roçada ferroviária de im

porttoeia capital do ponto de v.-sU eccnómrco, que liga a aede do govárno do Pais ao Estado do Rio Grande

do Sul, tem, em território paulista, det

gurado em 8 de julho de 1877.

apenas uma parte.

As

condições técnicas desse trecho eram

porte. Êsse gravame poderá ser devida

nível de produção interessante, vai .sen do conservado em situação mais ou me nos estacionária, para o que concorre, sem dúvida, a própria situação da Rêde do Víação Paraná-Santa Catarina, muito inferior à deste próprio ramal paulista. A roçada que acompanha o litoral, pois, — dele separada pela serra do Mar, — ressente-se da duplicidade de bitolas, da variedade de condições técnicas, da heterogeneidade dos sistemas de tração. Sua grande vantagem consiste em correr

mente avaliado com a observação de

no planalto, em condições de fornecer

que a melhoria do ramal de São Paulo, pela E. F. Central do Brasil, correspon de, numa distância de 392• quilômetros, entre as estações Roosevelt e de Barra do Piraí, à construção de variantes que atingem 380 quilômetros, reduzindo as condições técnicas configuradas em

derivantes para o litoral, articulando-se, ao mesmo tempo, às penetrantes que

evidentemente inferiores ás do outro, em conseqüência do interesse econômi

co da companhia particular que o fize ra construir.

Mais tarde, quando foi

tal trecho incorporado à Estrada de Ferro Central do Brasil e unificada a

bitola para 1,60 m^ o aproveitamento do leito transferiu tais condições técni cas para a nova estrada, de tal sorte que o seu rendimento, em conjunto, ficou inferior ás necessidades do trans

xando de parte por não dizer respeito

ao nosso trabalho, a envolvente métrica

■ que pelos Estados do Rio de Janeiro 0 de Minas Gerais, chega ao planalto giuhsta, ~ dois segmentos bem diversos. O primeiro é a parte do ramal da Es trada de Ferro Central do Brasil que, denyado da linha tronco, em Barra do Pirai atinge São Paulo. O segundo, aquele que, na Estrada de Ferro Soro cabana, segue pela linha tronco até

Santo ,i^tónio,^ e daí deriva, como ra

ma, até Itoraré, nos limites paranáenses. Construída com algum rigor técnico,

O ramal de Itara

demandam o interior, ao mesmo tempo que articula as zonas mais importantes

do País, do ponto de vista econômico e político.

As notáveis obras de remo

delação do traçado do ramal paulista da E. F. Central do Brasil, que lhe assegurarão um rendimento de tráfego

raio de curva de 160 metros e rampa de 2,2% para outras que se mar

cam por raios de curva mínimos de 687 metros e rampas máximas de 0,5%.

considerável, a marcha da eletrificação,

— agora desde as duas pontas da linha, — as obras já empreendidas, e em curso,

Essa melhoria corresponde a aumentar

a capacidade de tração de uma locomo tiva tipo Mihado, em uso nessa estrada,

entre São Paulo e Mogi das Cruzes,

São Paulo, para 1.732 toneladas, per

coijiferem importância indiscutível ao segmento de bitola larga da grande ro çada brasileira Rio de Janeiro-São Paulo-

mitindo-se velocidades de 120 quilô

Ponta

de 380 toneladas, no trecho Jacareí a

Grossa-Marcelino

Ramos-Santa

Maria. Estudos para o prolongamento

Não .são tão boas as perspectivas do segmento de bitola métrica, em terriono paulista, dessa mesma roçada. En

quanto a parte que consiste na linha

onco da E. F. Sorocabana, dupla c

p ctnficada, vê crescer a sua capacidap e transporte, e aumentar a sua im

portância com as arüculações, de Pre sidente Altíno para o litoral, de Mainnque para o litoral, de Mairinque pa ra Jundiai e Campinas, o ramal de Ita raré nao está em N^ésperas de receber

os melhoramentos de que carece. Dois tatores contribuem para isso. Era pri meiro lugar, a tendência natural da E.

F. Sorocabana em levar o seu esfôrço

de melhoramento da linha ao longo do tronco, de que são evidentes sinais o

prolongamento da eletrificação a Bernardíno de Campos, com os trabalhos em curso de execução, e as obras

do renovação do traçado na serra de Botucatu. Os ramais ficam rele gados a segundo plano e isso, até certo ponto, é natural, porque a ferrovia busca melhorar os trechos aptos a fornecer maiores rendas e não é êsse o caso, quer do ramal de

Bauru, também de grande importância para a projeção internacional da rêde

métrica do Estado, quer o de Itararé. Em segundo lugar, a precariedade da

Rêde de Viação Paraná-Santa Catarina, prolongamento daquele ramal na dire

ção do sul, cujas condições técnicas

particularmente eqtre Itararé e Jaguariaíva, são péssimas e cuja densidade de tráfego vem numa queda singular de que é sinal evidente a concorrêii-

metros por hora, em vez dos 60 atuais. O outro segmento da roçada em aprêpara a época, e na bitola de 1,60 m, ço, pertencente à Estrada de Ferro So a linha da Estrada de Ferro Central do na bitola de 1,00 m, data, na Brasil prolongou-se, em território pau- rocabana, parte da linha tronco, até pouco antes

raná, e da construção de um ramal en

por ela servida. A E, F. Sorocabana pT

tre Mogi das Cruzes e São Sebastião, poderiam ser ampliados, em futuro

Ihores perspectivas nmn remodela'^".»

lista,

melhor.

^ cidade de Cachoeira, hoje

da Central do Brasil ao Estado do Pa

de Santo Antônio, donde saí a derivação

i

cia do transporte rodoviário na

deria encarar, certamente com as

no traçado do ramal de Itararé, <f«ae '\

'

f«i \


f".

Digesto

90

que a rêde Paraná-Santa Catarina es tivesse em condições de acompanhar a densidade de tráfego que êle teria. Isso, entretanto, não parece coisa para

os nossos dias, embora a projeção in

Econômico

MOBILIDADE DAS POPULAÇÕES

ternacional e a própria importância econômica da grande roçada métri ca São Paulo-Monlevideu estejam im

pondo melhores atenções para o pro

(H)

blema.

L. A. Costa Pinto

yv

(da Universidade do Brasil)

Qutra forma, ao lado da mobilidade ciuc

chamamos

intra-urbana

encarada cm artigo anterior — qnc assume o deslocamento das popula

tipo de tnobilidade demográfica que,

entre as zonas rurais e as zonas ur

como assevera o professor Costa Pinto,

banas, fenômeno socio-demográfico de grande relevância. E' um tipo de mobilidade demográfica que no Bra sil monopoliza, praticamente, a aten ção dos estudiosos, e isto ocorre por

no Brasil motiopoliza a atenção dos

motivos decorrentes da nossa estrutu

fica ê climática apontados como cau

ra eÇonómica, como adiante veremos.

sa do fenômeno, devemos sempre ter

qüente, entre as repercussões sociais

ve o homem para estabelecer rela

ral e a zona urbana; tão típico e tão

te decisiva, de sua estrutura social.

freqüente que, para muitos, quando

Qualquer "geografismo sociológi co" que se queira, dêsse modo, infil-

H-

trar no estudo científico das trocas demográficas rurais-urbanas — resul ta sempre de uma metodologia incom

pleta e primária e, mais que Uso consciente ou inconscientemente com prometida com um certo tipo de es

ção que fazemos ao encarar essas tro

trutura social em cujo bojo se encon tram as causas profundas do desen-

cas de população entre zonas rurais

raizaniento das populações

e zonas urbanas é a de que elas estão sempre na dependência da estrutura

o volume dessas trocas demográfi cas tem assumido, em alguns naíse,"

e da conjuntura social e econômica

proporçoes avantajadas. No? T7

que as determinam, ocorrendo sem pre como produto do impacto das re lações sociais sôbre os fenômenos de

Unidos, por exemplo, na

ral-urbano da população ford^fi

mográficos. Dêsse modo, quando ve

lliões de habitantes a fa

mos, em certas análises, a hipertro-

dades, e na década

A primeira, e fundamental verifica

rr clevavam a 446.015 toneladas, distribuídas-. Estados yníaos, ^Y-302; Alemanha, 62.100; Bélgica, 18.017;assim Holanda, 4.088; Polônia, 12.263; Cnecoslovàquia, 30; Marrocos, 8.215.

à pi eocupação de lembrar que êsse equipamento cultural de que se ser

ções com o meio físico é parte, e par

H-

minas é de 173.853 toneladas,

fia dos fatores de natureza geográ

da economia industrial do que essas

sumir.

A?

sociólogos.

trocas de população entre a zona ru

falam em mobilidade demográfica é êsse fenômeno que têm em mente, olvidando as outras formas e direções que a circulação demográfica pode as

francesa de carvão elevou-se a 926.411 toneladas, o que repreaumento. A produção média por dia de trabalho também au158.570 toncladãs. O rendimento por poço passou de 915 quiO númcio de trabalhadores efetivos é quase o mesmo-. 217.882 32.723 prisioneiros de guerra.

de das populações, examina a circulação entre as zonas rurais e as zonas urbanas,

ções no espaço físico, é a circulação

Nada mais típico, nem mais fre

npnfn mentfuíT^ loarntnn ^ iTünpirn^ A^

O autor, neste segundo artigo da série que está escrevendo sô)hre a mobilida

1920-30, o saldo dêssé

^

j

'


f".

Digesto

90

que a rêde Paraná-Santa Catarina es tivesse em condições de acompanhar a densidade de tráfego que êle teria. Isso, entretanto, não parece coisa para

os nossos dias, embora a projeção in

Econômico

MOBILIDADE DAS POPULAÇÕES

ternacional e a própria importância econômica da grande roçada métri ca São Paulo-Monlevideu estejam im

pondo melhores atenções para o pro

(H)

blema.

L. A. Costa Pinto

yv

(da Universidade do Brasil)

Qutra forma, ao lado da mobilidade ciuc

chamamos

intra-urbana

encarada cm artigo anterior — qnc assume o deslocamento das popula

tipo de tnobilidade demográfica que,

entre as zonas rurais e as zonas ur

como assevera o professor Costa Pinto,

banas, fenômeno socio-demográfico de grande relevância. E' um tipo de mobilidade demográfica que no Bra sil monopoliza, praticamente, a aten ção dos estudiosos, e isto ocorre por

no Brasil motiopoliza a atenção dos

motivos decorrentes da nossa estrutu

fica ê climática apontados como cau

ra eÇonómica, como adiante veremos.

sa do fenômeno, devemos sempre ter

qüente, entre as repercussões sociais

ve o homem para estabelecer rela

ral e a zona urbana; tão típico e tão

te decisiva, de sua estrutura social.

freqüente que, para muitos, quando

Qualquer "geografismo sociológi co" que se queira, dêsse modo, infil-

H-

trar no estudo científico das trocas demográficas rurais-urbanas — resul ta sempre de uma metodologia incom

pleta e primária e, mais que Uso consciente ou inconscientemente com prometida com um certo tipo de es

ção que fazemos ao encarar essas tro

trutura social em cujo bojo se encon tram as causas profundas do desen-

cas de população entre zonas rurais

raizaniento das populações

e zonas urbanas é a de que elas estão sempre na dependência da estrutura

o volume dessas trocas demográfi cas tem assumido, em alguns naíse,"

e da conjuntura social e econômica

proporçoes avantajadas. No? T7

que as determinam, ocorrendo sem pre como produto do impacto das re lações sociais sôbre os fenômenos de

Unidos, por exemplo, na

ral-urbano da população ford^fi

mográficos. Dêsse modo, quando ve

lliões de habitantes a fa

mos, em certas análises, a hipertro-

dades, e na década

A primeira, e fundamental verifica

rr clevavam a 446.015 toneladas, distribuídas-. Estados yníaos, ^Y-302; Alemanha, 62.100; Bélgica, 18.017;assim Holanda, 4.088; Polônia, 12.263; Cnecoslovàquia, 30; Marrocos, 8.215.

à pi eocupação de lembrar que êsse equipamento cultural de que se ser

ções com o meio físico é parte, e par

H-

minas é de 173.853 toneladas,

fia dos fatores de natureza geográ

da economia industrial do que essas

sumir.

A?

sociólogos.

trocas de população entre a zona ru

falam em mobilidade demográfica é êsse fenômeno que têm em mente, olvidando as outras formas e direções que a circulação demográfica pode as

francesa de carvão elevou-se a 926.411 toneladas, o que repreaumento. A produção média por dia de trabalho também au158.570 toncladãs. O rendimento por poço passou de 915 quiO númcio de trabalhadores efetivos é quase o mesmo-. 217.882 32.723 prisioneiros de guerra.

de das populações, examina a circulação entre as zonas rurais e as zonas urbanas,

ções no espaço físico, é a circulação

Nada mais típico, nem mais fre

npnfn mentfuíT^ loarntnn ^ iTünpirn^ A^

O autor, neste segundo artigo da série que está escrevendo sô)hre a mobilida

1920-30, o saldo dêssé

^

j

'


-msr

Digssto Econômico Digesto Econômico

92

. a 1940, o saldo urbano foi de 2 mi lhões. A análise minuciosa desses nú

impressionante, apresentando, de mo

que as

assumidas pelos

do típico, os característicos sociais que

deslocamentos são muito maiores do

o fenômeno costuma apresentar nas estruturas econômicas capitalistas. Não menores em volume, embora

que. pode parecer à primeira vista. Assim, êste saldo urbano de dois mi lhões, da última década, é resto de um deslocamento de 13 milhões de

habitantes emigrados dos campos pa

proporções elevadas, calculando--.íe em mais de 28 milhões o incremento da população urbana entre os cen sos de 1926 c 1939. A população total das cidades do 50.000 habitantes ou mais cm 1939, crescera de 16.163 000 em 1926 para 34.137.000, em 1939 No

renças essenciais de conjuntura, o in cremento das migrações internas foi

meros indica, sem sombra de dúvidas,

proporções

93

com

característicos

sociais

diversos,

I período de 1927-1938 calcUla-sc que o

foram as migrações rurais-urbanas na União Soviética, no período da planí-

cidades emigrados para as zonas ru

rais. Houve, portanto, em conjunto, o deslocamento de um total de 23 mi lhões de habitantes sobre as diversas áreas do país para que dêle restasse

Ppulação das áreas urbanas.

aquêle aumento de 2 milhões na po-

^ O recenseamento de 1950, nos Esta.

dos Unidos, revelará o volume e a direção assumida pela mobilidade ru-

ral-urbana da população no período dorrente

e, provávelmente, deixará

clara a influência da última guerra sôbre o fenômeno. O incremento das

■i

bilidade das populações, es

ficação econômica. A relação primá

4'

pecialmente

ria entre a geografia e a distribuição

da população está cm processo de rá pido desaparecimento; ^ vai sendo progressivamente substituída pelo in cremento de uma nova técnica de

c'orre um dos aspectos mais

feito em março de 1945, por

característicos da distribuição

las engajadas nas forças armadas, vi viam, naquela data, num lugar diver so daquele em que viviam no dia do

ataque a Pearl Harbor. Isto signifi ca, caso os dados se confirmem pela análise censitária, como é provável que ^ aconteça, que nos três anos e três meses estudados, os deslocamentos de populações nos Estados

"[jnidos foram maiores do que entre j9^5-1940. MesbiO levadas em. conta as dife

A relação entre as alterações da estrutura econômica e a ni<>-

ção da população soviética é seu as pecto ordenado, que resulta da plani-

a última guerra. Um estudo

meio de amostras, indicou que

dentemente, escapar ao fenômeno. E se alguma coisa de característico e

dades urbanas.

cipal característico da atual distribui

brutal naquele país durainte

aproximadamente 15 milhões d)e pessoas, excluídas aque

em larga parte, não somente do au ção e povoamento de novas comuni

fundadamente o problema, o prin

controle das relações entre o homem e o meio e das relações dos homens entre si. Daí, recorda êlc, de-

migrações internas parece ter sido

o Brasil, que tenta sua industriali

zação naquelas bases, não podia, evi

existentes, mas também da constru

Segundo as observações do profes sor Frank Lorimer, que estudou apro-

espacial da população sovié

tica, qual seja o surgimento

de grandes centros industriais e grandes concentrações demográfi cas ern regiões remotas, o que traduz

um povoamento dirigido e a redução ao mínimo dos fatores espontâneos

que. provocam as migrações rurais-ur banas : crises econômicas, calamida

des, oscilações poHtiCo-militarcs súbi tas no plano nacional, variações brus cas e catastróficas na estrutura so

pela história.

ções^rurais-urbanas tenha sido de 23

mento da população das cidades .iã

ma guerra.

realizado sua industrialização em ba ses capitalistas — bases julgadas, até pouco tempo, as únicas '^permitidas"

saldo favorável às cidades das niigramilhões de habitantes, o que resultou,

ra as cidades e do deslocamento de . ficação socialista da economia e no . 10 milhões e meio de habitantes das esforço econômico exigido pela úhi-

seqüências, guardadas, é claro, as pe culiaridades de cada caso específico, não escapou nenhum país que tenha

a

cesso- de acumulação capita lista.

Noutro lugar, de há mui-

fundamentais

:sto, já havíamos chamado a atenção para o fato de quo,

de enquadramento social e econômico de cada caso. ,vV verdade, entretanto, é que nenhuma situação

■entre os fatòres que influem .

na mobilidade da população rural brasileira, operam com

nos

Parece mais visível e direta

■essa dependência da mobilidade de

mográfica em relação à estrutura econômica do que no caso do Bra sil, ou seja, generalizando, dos países 9Ue se encontram nas primeiras eta

pas de formação de uma economia industrial em bases capitalista,s. Nes tes

casos,

os

delocamentos

parecer afirmação surpreendente — fraqueza relativa de intensi

entre nós se desenrola o pro

confirma-se,

Soviética, em que pesem as

em

é exatamente a intensida

mentalmente, pelas bases dé-, beis e o ritmo lento em que

também, no caso da União Peculiaridades

nós

de relativamente fraca com que êle se manifesta — o que a muitos pode

dade que se explica, funda

mobilidade

entre as cidades e o campo, evidente no caso dos Esta

dos ^ Unidos,

de discrepante da regra acaso existe entre

demo-

muito maior intensidade os

fatores de repulsão do campo do que os de atração das cidades r os primei ros cxplicam-se pela sobrevivência de

relações de produção obsoletas; os segundos, ligados ao desenvolvimento da industrialização nas zonas

urba

nas, têm a mesma significação rela

Eráficos entre a zona rural e a zo

tiva que esta industrialização atingiu no quadro de conjunto da estrutura

na urbana são um produto lógico do próprio processo de industrializa

razão, cwmrveremos em ..próximo ar-

cial etc.

ção.

Dentro desse quadro" estrutural, as migrações rurais-urbanas assumiram

/'TL hO p., .

^^^Desse

êxodo rural", e de suas con

econômica do País. E outra não é á

-tigoy pela qual a mobilidade da popu lação' rural brasileira se revela mais intensa entre áreas rurais diversas do


-msr

Digssto Econômico Digesto Econômico

92

. a 1940, o saldo urbano foi de 2 mi lhões. A análise minuciosa desses nú

impressionante, apresentando, de mo

que as

assumidas pelos

do típico, os característicos sociais que

deslocamentos são muito maiores do

o fenômeno costuma apresentar nas estruturas econômicas capitalistas. Não menores em volume, embora

que. pode parecer à primeira vista. Assim, êste saldo urbano de dois mi lhões, da última década, é resto de um deslocamento de 13 milhões de

habitantes emigrados dos campos pa

proporções elevadas, calculando--.íe em mais de 28 milhões o incremento da população urbana entre os cen sos de 1926 c 1939. A população total das cidades do 50.000 habitantes ou mais cm 1939, crescera de 16.163 000 em 1926 para 34.137.000, em 1939 No

renças essenciais de conjuntura, o in cremento das migrações internas foi

meros indica, sem sombra de dúvidas,

proporções

93

com

característicos

sociais

diversos,

I período de 1927-1938 calcUla-sc que o

foram as migrações rurais-urbanas na União Soviética, no período da planí-

cidades emigrados para as zonas ru

rais. Houve, portanto, em conjunto, o deslocamento de um total de 23 mi lhões de habitantes sobre as diversas áreas do país para que dêle restasse

Ppulação das áreas urbanas.

aquêle aumento de 2 milhões na po-

^ O recenseamento de 1950, nos Esta.

dos Unidos, revelará o volume e a direção assumida pela mobilidade ru-

ral-urbana da população no período dorrente

e, provávelmente, deixará

clara a influência da última guerra sôbre o fenômeno. O incremento das

■i

bilidade das populações, es

ficação econômica. A relação primá

4'

pecialmente

ria entre a geografia e a distribuição

da população está cm processo de rá pido desaparecimento; ^ vai sendo progressivamente substituída pelo in cremento de uma nova técnica de

c'orre um dos aspectos mais

feito em março de 1945, por

característicos da distribuição

las engajadas nas forças armadas, vi viam, naquela data, num lugar diver so daquele em que viviam no dia do

ataque a Pearl Harbor. Isto signifi ca, caso os dados se confirmem pela análise censitária, como é provável que ^ aconteça, que nos três anos e três meses estudados, os deslocamentos de populações nos Estados

"[jnidos foram maiores do que entre j9^5-1940. MesbiO levadas em. conta as dife

A relação entre as alterações da estrutura econômica e a ni<>-

ção da população soviética é seu as pecto ordenado, que resulta da plani-

a última guerra. Um estudo

meio de amostras, indicou que

dentemente, escapar ao fenômeno. E se alguma coisa de característico e

dades urbanas.

cipal característico da atual distribui

brutal naquele país durainte

aproximadamente 15 milhões d)e pessoas, excluídas aque

em larga parte, não somente do au ção e povoamento de novas comuni

fundadamente o problema, o prin

controle das relações entre o homem e o meio e das relações dos homens entre si. Daí, recorda êlc, de-

migrações internas parece ter sido

o Brasil, que tenta sua industriali

zação naquelas bases, não podia, evi

existentes, mas também da constru

Segundo as observações do profes sor Frank Lorimer, que estudou apro-

espacial da população sovié

tica, qual seja o surgimento

de grandes centros industriais e grandes concentrações demográfi cas ern regiões remotas, o que traduz

um povoamento dirigido e a redução ao mínimo dos fatores espontâneos

que. provocam as migrações rurais-ur banas : crises econômicas, calamida

des, oscilações poHtiCo-militarcs súbi tas no plano nacional, variações brus cas e catastróficas na estrutura so

pela história.

ções^rurais-urbanas tenha sido de 23

mento da população das cidades .iã

ma guerra.

realizado sua industrialização em ba ses capitalistas — bases julgadas, até pouco tempo, as únicas '^permitidas"

saldo favorável às cidades das niigramilhões de habitantes, o que resultou,

ra as cidades e do deslocamento de . ficação socialista da economia e no . 10 milhões e meio de habitantes das esforço econômico exigido pela úhi-

seqüências, guardadas, é claro, as pe culiaridades de cada caso específico, não escapou nenhum país que tenha

a

cesso- de acumulação capita lista.

Noutro lugar, de há mui-

fundamentais

:sto, já havíamos chamado a atenção para o fato de quo,

de enquadramento social e econômico de cada caso. ,vV verdade, entretanto, é que nenhuma situação

■entre os fatòres que influem .

na mobilidade da população rural brasileira, operam com

nos

Parece mais visível e direta

■essa dependência da mobilidade de

mográfica em relação à estrutura econômica do que no caso do Bra sil, ou seja, generalizando, dos países 9Ue se encontram nas primeiras eta

pas de formação de uma economia industrial em bases capitalista,s. Nes tes

casos,

os

delocamentos

parecer afirmação surpreendente — fraqueza relativa de intensi

entre nós se desenrola o pro

confirma-se,

Soviética, em que pesem as

em

é exatamente a intensida

mentalmente, pelas bases dé-, beis e o ritmo lento em que

também, no caso da União Peculiaridades

nós

de relativamente fraca com que êle se manifesta — o que a muitos pode

dade que se explica, funda

mobilidade

entre as cidades e o campo, evidente no caso dos Esta

dos ^ Unidos,

de discrepante da regra acaso existe entre

demo-

muito maior intensidade os

fatores de repulsão do campo do que os de atração das cidades r os primei ros cxplicam-se pela sobrevivência de

relações de produção obsoletas; os segundos, ligados ao desenvolvimento da industrialização nas zonas

urba

nas, têm a mesma significação rela

Eráficos entre a zona rural e a zo

tiva que esta industrialização atingiu no quadro de conjunto da estrutura

na urbana são um produto lógico do próprio processo de industrializa

razão, cwmrveremos em ..próximo ar-

cial etc.

ção.

Dentro desse quadro" estrutural, as migrações rurais-urbanas assumiram

/'TL hO p., .

^^^Desse

êxodo rural", e de suas con

econômica do País. E outra não é á

-tigoy pela qual a mobilidade da popu lação' rural brasileira se revela mais intensa entre áreas rurais diversas do


Digesto EcoNÓNnco Dicesto Econômico

Ô4

95

arrastam para as zonas urbanas por que entre as áreas rurais e as áreas

urbanas^

-f p/

O mesmo ponto de vista, aliás, c

esposado em

parte

pelo

professor

sair — em que aparecem razões ex

traordinárias — quase diríamos arti ficiais — que conferem ao fenôme no um caráter a-típÍco, desusual, do

Lynn Smith, que em seu volumoso

(jual sempre re.stam, é claro, avan

estudo sóbre a população brasileira só reservou cinco páginas, das 800

ços que se tornam permanentes, mas que, no conjunto, tendem a regressar

que o livro possui, às migrações ru-

c permanecer no padrão anterior,

rais-urbanas... E aí pode-se ler o

por causas que não nos cabe no mo

seguinte: "E' evidente que a migra ção 'rural-urbana é de importância

As cidades são em número reduzido em relação à população"... E infor

liar, enquanto 44% trabalham em em

gra para a cidade, essa mesma relaÇao, no Brasil, gira em tôrno de uma para quinze.

O desenvolvimento do processo de industrialização, que é urbano por excelência, a criação dò mercado in terno, a solicitação crescente de mão

e^ obra, a destruição da empresa do mestica e o fim da autarquia natural

-da economia rural — são aspectos do mesmo processo de que resultam as migrações rurais-urbanas. Na me

dida em que êle se desenrola, ní me

dida de .seu ritmo c de sua intensida de, incrementa-se, paralelamente, a rnigração rural-urbana, pois é o cres cimento das trocas entre as zonas ru

rais e as zonas urbanas que determi

penoso c intermitente têm operado no Brasil esses fatores determinantes das migrações rurais-urbanas.

balham em empresas de caráter fami

presas de tipo capitalista, havendo, portanto, forte predominância do pri

rios referentes a "moradores presenfes", "moradores ausentes", "não .moradores-pre^sentcs" etc., bem como o estudo comparativo do lugar dc

nascimento _e do lugar de residência da população das diversas regiões

sentido

rural-urbano,

tomamos

aqui como ponto de referência a Ca

meiro tipo na estrutura econômica

gos traços, em seu devido enquadra

pital da República, que, ao lado (.e

do País, embora o mesnío não se pos sa afirmar com referencia ao valor da

mento sociológico,

é possível agora

verificar alguns dos aspectos mais im

ser o maior centro urbano do País com grande poder de atração sôbre

portantes que assumem no Brasil as

populações interiores', é também uma

produção de cada um dos tipos de empresa. Verifica-se mais que a pro

porção de ocupação em qualquer outro ramo de atividade que não agro-pe-

cuária não atinge um décimo na po pulação do Brasil em Conjunto, e»'

quanto que as atividades rurais (agri cultura, pecuária etc.) abrangem mais de cinco décimos dos homens de I"

anos e mais. Em tôdas as regiões do País a proporção de ocupados neste último ramo de atividades é a ma'S elevada: e cm tôdas cias é superior a 50%, menos na região norte, cer tamente pela preeminência que a"

têm as atividades extrativas, que tam- /

areas

rurais

e

as

urbanas.

acordo c'om a nomenclatura oficial, e toda sede de município. Assim, por exemplo, os 375 habitantes que era 1940 constituíam a população de

C^ampo Formoso, em Minas Gerais,

não

te, os resultados das análises referentes ao Distrito Federal podem ser sistemàticamente

generalizados para as outras cidades do País.

Na população total do Distrito Fe- '

deral cm 1940 — 1.533.698 habitantes

são considerados uma população ur bana, porque viviam na sede do mu

— 872.972 (56,92%) eram naturais do

nicípio do mesmo nome. Alguns têm adotado o artifício de comparar as populações das sedes

633.658 (41,32%) são naturais de ou tros Estados, e o restante é de es

Numa estrutura caracterizada assir.'

pela predominância das atividades

a capital do Estado é também sua

da economia ganham preeminência e

Por outro lado, evidentemen

dados. Cidade, no Brasil, de

pode observar como Característico mais notável do fenômeno no Brasil e que o desenvolvimento desses fato

rurais tíe sua população -r- as migra■ções> rurais-urbanas ocorrem, e ga* res _ industrializantes e, portanto, ur. nliam em importância, na medida en\ an.zantes, atinge pontos elevados que êsse quadro se altera, na medida nos períodos de guerra internacional em que os característicos capitalistas

cia de dados e informações.

O primeiro problema com que SC defronta quem preten da estudá-las é a carência de

nem urbanizantes.

bém não são, de resto, nem urbains

amostra demográfica sôbre a qual existe relativa abundân

trocas de população entre as

ções. Ora^ a ésse respeito, o que se

como èste do qual acabamos de

a elaboração dos resultados censitá-

um Posto o problema, embora cm lar

dos municípios das capitais com o res to da população dc cada Estado, par tindo da prelim-nar de que, em regra,

na, entre elas, as trocas de popula

em regiões de característicos melhor

estudados vão aos poucos suprindo a necessidade dc tais artifícios. Assim,

combinado por sexo, idade, naturali dade etc. Para destacarmos os aspec tos mais importantes daquelas cor rentes de migração interior que têm

O censo de 1940 revelou que, da iiopulaçâo de ICano.s c mais, 56% fa-

crianças nascida na zona rural emi

pulação.^ E a julgar por êsse reflexo demográfico do fenômeno econômico, a conclusão a que sc chega, confir mando análises feitas dc outros pon tos de vista, é que só dc modo lento,

mento analisar cm profundidade.

relativamente menor no Brasil do que na maioria dos países (do mundo). ma logo a seguir, que enquanto nos Estados Unidos uma de cada duas

centagens sempre crescentes da po

maior concentração de população ur

bana. E' um artifício, sem dúvida, às vezes expressivo mas nem sempre fe--

Hz.^ A utilização de outros dados censitarios e a concentração do estudo

Distrito Federal, enquanto que

trangeiros ou de nacionalidade não especificada. Logo se vê por esses da dos que o Distrito Federal ^

sivelmente São Paulo (cidade) — ggp

os focos mais notáveis de atrac'

das migrações interiores que se di °

gem para zonas urbanas, devendo

capar bastante do padrão niédío

situação nacional, por serem essas duT,

cidades aquelas para as quai« c ^ , HUdis se dicfert


Digesto EcoNÓNnco Dicesto Econômico

Ô4

95

arrastam para as zonas urbanas por que entre as áreas rurais e as áreas

urbanas^

-f p/

O mesmo ponto de vista, aliás, c

esposado em

parte

pelo

professor

sair — em que aparecem razões ex

traordinárias — quase diríamos arti ficiais — que conferem ao fenôme no um caráter a-típÍco, desusual, do

Lynn Smith, que em seu volumoso

(jual sempre re.stam, é claro, avan

estudo sóbre a população brasileira só reservou cinco páginas, das 800

ços que se tornam permanentes, mas que, no conjunto, tendem a regressar

que o livro possui, às migrações ru-

c permanecer no padrão anterior,

rais-urbanas... E aí pode-se ler o

por causas que não nos cabe no mo

seguinte: "E' evidente que a migra ção 'rural-urbana é de importância

As cidades são em número reduzido em relação à população"... E infor

liar, enquanto 44% trabalham em em

gra para a cidade, essa mesma relaÇao, no Brasil, gira em tôrno de uma para quinze.

O desenvolvimento do processo de industrialização, que é urbano por excelência, a criação dò mercado in terno, a solicitação crescente de mão

e^ obra, a destruição da empresa do mestica e o fim da autarquia natural

-da economia rural — são aspectos do mesmo processo de que resultam as migrações rurais-urbanas. Na me

dida em que êle se desenrola, ní me

dida de .seu ritmo c de sua intensida de, incrementa-se, paralelamente, a rnigração rural-urbana, pois é o cres cimento das trocas entre as zonas ru

rais e as zonas urbanas que determi

penoso c intermitente têm operado no Brasil esses fatores determinantes das migrações rurais-urbanas.

balham em empresas de caráter fami

presas de tipo capitalista, havendo, portanto, forte predominância do pri

rios referentes a "moradores presenfes", "moradores ausentes", "não .moradores-pre^sentcs" etc., bem como o estudo comparativo do lugar dc

nascimento _e do lugar de residência da população das diversas regiões

sentido

rural-urbano,

tomamos

aqui como ponto de referência a Ca

meiro tipo na estrutura econômica

gos traços, em seu devido enquadra

pital da República, que, ao lado (.e

do País, embora o mesnío não se pos sa afirmar com referencia ao valor da

mento sociológico,

é possível agora

verificar alguns dos aspectos mais im

ser o maior centro urbano do País com grande poder de atração sôbre

portantes que assumem no Brasil as

populações interiores', é também uma

produção de cada um dos tipos de empresa. Verifica-se mais que a pro

porção de ocupação em qualquer outro ramo de atividade que não agro-pe-

cuária não atinge um décimo na po pulação do Brasil em Conjunto, e»'

quanto que as atividades rurais (agri cultura, pecuária etc.) abrangem mais de cinco décimos dos homens de I"

anos e mais. Em tôdas as regiões do País a proporção de ocupados neste último ramo de atividades é a ma'S elevada: e cm tôdas cias é superior a 50%, menos na região norte, cer tamente pela preeminência que a"

têm as atividades extrativas, que tam- /

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rurais

e

as

urbanas.

acordo c'om a nomenclatura oficial, e toda sede de município. Assim, por exemplo, os 375 habitantes que era 1940 constituíam a população de

C^ampo Formoso, em Minas Gerais,

não

te, os resultados das análises referentes ao Distrito Federal podem ser sistemàticamente

generalizados para as outras cidades do País.

Na população total do Distrito Fe- '

deral cm 1940 — 1.533.698 habitantes

são considerados uma população ur bana, porque viviam na sede do mu

— 872.972 (56,92%) eram naturais do

nicípio do mesmo nome. Alguns têm adotado o artifício de comparar as populações das sedes

633.658 (41,32%) são naturais de ou tros Estados, e o restante é de es

Numa estrutura caracterizada assir.'

pela predominância das atividades

a capital do Estado é também sua

da economia ganham preeminência e

Por outro lado, evidentemen

dados. Cidade, no Brasil, de

pode observar como Característico mais notável do fenômeno no Brasil e que o desenvolvimento desses fato

rurais tíe sua população -r- as migra■ções> rurais-urbanas ocorrem, e ga* res _ industrializantes e, portanto, ur. nliam em importância, na medida en\ an.zantes, atinge pontos elevados que êsse quadro se altera, na medida nos períodos de guerra internacional em que os característicos capitalistas

cia de dados e informações.

O primeiro problema com que SC defronta quem preten da estudá-las é a carência de

nem urbanizantes.

bém não são, de resto, nem urbains

amostra demográfica sôbre a qual existe relativa abundân

trocas de população entre as

ções. Ora^ a ésse respeito, o que se

como èste do qual acabamos de

a elaboração dos resultados censitá-

um Posto o problema, embora cm lar

dos municípios das capitais com o res to da população dc cada Estado, par tindo da prelim-nar de que, em regra,

na, entre elas, as trocas de popula

em regiões de característicos melhor

estudados vão aos poucos suprindo a necessidade dc tais artifícios. Assim,

combinado por sexo, idade, naturali dade etc. Para destacarmos os aspec tos mais importantes daquelas cor rentes de migração interior que têm

O censo de 1940 revelou que, da iiopulaçâo de ICano.s c mais, 56% fa-

crianças nascida na zona rural emi

pulação.^ E a julgar por êsse reflexo demográfico do fenômeno econômico, a conclusão a que sc chega, confir mando análises feitas dc outros pon tos de vista, é que só dc modo lento,

mento analisar cm profundidade.

relativamente menor no Brasil do que na maioria dos países (do mundo). ma logo a seguir, que enquanto nos Estados Unidos uma de cada duas

centagens sempre crescentes da po

maior concentração de população ur

bana. E' um artifício, sem dúvida, às vezes expressivo mas nem sempre fe--

Hz.^ A utilização de outros dados censitarios e a concentração do estudo

Distrito Federal, enquanto que

trangeiros ou de nacionalidade não especificada. Logo se vê por esses da dos que o Distrito Federal ^

sivelmente São Paulo (cidade) — ggp

os focos mais notáveis de atrac'

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capar bastante do padrão niédío

situação nacional, por serem essas duT,

cidades aquelas para as quai« c ^ , HUdis se dicfert


vT

T-

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Digesto Econômico'

OíCESTo

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mas correntes de mligraçâo interior que se dirigem para a zona urbana, veis. Dos naturais de outros Estados, que "c a importância dessas migrações ternas na composição demográfica do vivem no Distrito Federal, a parte Distrito Federal — conferem-lhe a tí maior cabe aos naturais do Estado do pica composição por sexo das popu Rio (286.609) e, cm seguida, vêm os

gem correntes migratórias ponderá

naturais de Minas Gerais •(114.214),

lações urbanas, caracterizada pela

Êsses dados indicam que a maior

superioridade do número de niulhs-

parte áas correntes migratórias inte riores que se dirigem para o centro urbano da Capital provém das re

giões próximas, vizinhas ou adjacen tes, com as quais o centro metropoli

tano mantém intensas e múltiplas re lações econômicas.

As migrações internas sempre Con firmam a regra, segundo a qual quan to maior a distância percorrida maior o número de homens nas correntes mi

gratórias, quanto mais próximos os

no interior da zona rural. E' o qn®

em sua maioria, do sexo masculino. A predominância feminina nas mi

grações rurais-urbanas, provindas de pontos próximos, pode ser explicada pelo fato de o centro industrial ofere

cer maiores oportunidades para o em prego da mão de obra feminina, tan to nos serviços domésticos, atividades comerciais e de escritório, Como tam bém nos setores industriais da pro dução, máxime no caso do Distrito

Federal em que larga parte das ati vidades industriais se desenrola no

ramo têxtil em que a mão de obra fe minina apresenta uma taxa elevad.a prevalência do sexo feminino

se das trocas demográficas intra-ru-

rais, que constituem a forma mais tí

tureza íntima das relações entre a

pica de mobilitlade da população bra

mobilidade das populações c as va

sileira — e cujo estudo será feito no artigo seguinte.

riações estruturais e conjunturais da

lise da migração para o Distrito Fe deral, comparada às migrações inte riores que se dirigem para outros pontos do território nacional. Numa breve comparação das ten dências do fenômeno através do tcin-

po observa-se que as migrações in teriores encaminhadas para o Distri' ^ to Federal têm aumentado de 1890 = 1940- a proporção dos natos no pi""' nrio Distrito Federal, em 1920.

maior do que. em 1890 e mais bai^ do que a de 1940. No período consi derado é quase uniforme a predomi

nância, entre os imigrantes de outroS Estados, dos mineiros e fluminenses, contribuindo as populações rurais desses Estados, de maneira notável, para o crescimento da população ur bana da Capital da República.

Anuncia-se que o Fundo Monetário Internacional distribuiu até agora .,., iOU.UUVr.UUU dólares, UOiUTUS, exclusive líAt/tUÒTUfc! (tiÜÜtO180.500.000 as1. novas... retiradas brit^cas. As subscrições aufo. _j 1 , ' , „ t. fT n01 etnn fWin Wnc n4in!r.

rizadas dos membros do Fundo elevam-se a 7.921.500.000, aos quais 6.579.200.000

foram pagos até 31 de agôsto.

Foram confirmados os adiantamentos feitos à França eà Holanda e o primei,

fo adiantarnento feito à Inglaterra, num total de 80 mühoes de dólares que foí

de ocupação.

A

nar-se cada vez mais evidente a na

migrações internas no Brasil não se encontra nas de tipo rural-urbano» mas sim naquelas que se estabelecem

parece indicar de modo típico a ana

afastados do Norte e Nordeste, são,

te da documentação que se pode mo bilizar sòbre o assunto, parece tor

organização sodial em que se enqua dram. Apesar disso, abrigamos a con vicção de que esta relação se tornará ainda mais clara através da análi

confirmar que o maior volume das

mero de mulheres. De fato, na mi gração para o Distrito Federal pre dominam as mulheres naquelas cor

do Rio, enquanto que os residentes na Capital, nascidos em Estados mais

característicos mais salientes do pro blema, c que só revela pequena par

res em relação ao número de homen.>. E' importante assinalar que, no conjunto, predominam os homens en tre os brasileiros nascidos numa Uni dade da Federação c residentes em outra; entretanto, nas migrações pa ra as zonas urbanas, predominam as mulheres — o que indiretamente vem

pontos de deslocamento maior o nú

rentes provindas de Minas c Estado

tado, quc apenas indica alguns dos

Do estudo sumário acima apresen

:

concedido depois de 31 de agôsto.

' _

'


vT

T-

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OíCESTo

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mas correntes de mligraçâo interior que se dirigem para a zona urbana, veis. Dos naturais de outros Estados, que "c a importância dessas migrações ternas na composição demográfica do vivem no Distrito Federal, a parte Distrito Federal — conferem-lhe a tí maior cabe aos naturais do Estado do pica composição por sexo das popu Rio (286.609) e, cm seguida, vêm os

gem correntes migratórias ponderá

naturais de Minas Gerais •(114.214),

lações urbanas, caracterizada pela

Êsses dados indicam que a maior

superioridade do número de niulhs-

parte áas correntes migratórias inte riores que se dirigem para o centro urbano da Capital provém das re

giões próximas, vizinhas ou adjacen tes, com as quais o centro metropoli

tano mantém intensas e múltiplas re lações econômicas.

As migrações internas sempre Con firmam a regra, segundo a qual quan to maior a distância percorrida maior o número de homens nas correntes mi

gratórias, quanto mais próximos os

no interior da zona rural. E' o qn®

em sua maioria, do sexo masculino. A predominância feminina nas mi

grações rurais-urbanas, provindas de pontos próximos, pode ser explicada pelo fato de o centro industrial ofere

cer maiores oportunidades para o em prego da mão de obra feminina, tan to nos serviços domésticos, atividades comerciais e de escritório, Como tam bém nos setores industriais da pro dução, máxime no caso do Distrito

Federal em que larga parte das ati vidades industriais se desenrola no

ramo têxtil em que a mão de obra fe minina apresenta uma taxa elevad.a prevalência do sexo feminino

se das trocas demográficas intra-ru-

rais, que constituem a forma mais tí

tureza íntima das relações entre a

pica de mobilitlade da população bra

mobilidade das populações c as va

sileira — e cujo estudo será feito no artigo seguinte.

riações estruturais e conjunturais da

lise da migração para o Distrito Fe deral, comparada às migrações inte riores que se dirigem para outros pontos do território nacional. Numa breve comparação das ten dências do fenômeno através do tcin-

po observa-se que as migrações in teriores encaminhadas para o Distri' ^ to Federal têm aumentado de 1890 = 1940- a proporção dos natos no pi""' nrio Distrito Federal, em 1920.

maior do que. em 1890 e mais bai^ do que a de 1940. No período consi derado é quase uniforme a predomi

nância, entre os imigrantes de outroS Estados, dos mineiros e fluminenses, contribuindo as populações rurais desses Estados, de maneira notável, para o crescimento da população ur bana da Capital da República.

Anuncia-se que o Fundo Monetário Internacional distribuiu até agora .,., iOU.UUVr.UUU dólares, UOiUTUS, exclusive líAt/tUÒTUfc! (tiÜÜtO180.500.000 as1. novas... retiradas brit^cas. As subscrições aufo. _j 1 , ' , „ t. fT n01 etnn fWin Wnc n4in!r.

rizadas dos membros do Fundo elevam-se a 7.921.500.000, aos quais 6.579.200.000

foram pagos até 31 de agôsto.

Foram confirmados os adiantamentos feitos à França eà Holanda e o primei,

fo adiantarnento feito à Inglaterra, num total de 80 mühoes de dólares que foí

de ocupação.

A

nar-se cada vez mais evidente a na

migrações internas no Brasil não se encontra nas de tipo rural-urbano» mas sim naquelas que se estabelecem

parece indicar de modo típico a ana

afastados do Norte e Nordeste, são,

te da documentação que se pode mo bilizar sòbre o assunto, parece tor

organização sodial em que se enqua dram. Apesar disso, abrigamos a con vicção de que esta relação se tornará ainda mais clara através da análi

confirmar que o maior volume das

mero de mulheres. De fato, na mi gração para o Distrito Federal pre dominam as mulheres naquelas cor

do Rio, enquanto que os residentes na Capital, nascidos em Estados mais

característicos mais salientes do pro blema, c que só revela pequena par

res em relação ao número de homen.>. E' importante assinalar que, no conjunto, predominam os homens en tre os brasileiros nascidos numa Uni dade da Federação c residentes em outra; entretanto, nas migrações pa ra as zonas urbanas, predominam as mulheres — o que indiretamente vem

pontos de deslocamento maior o nú

rentes provindas de Minas c Estado

tado, quc apenas indica alguns dos

Do estudo sumário acima apresen

:

concedido depois de 31 de agôsto.

' _

'


t>icESTo EcoNÓKnco

99

o primi'inj ümpríistiiiio (3X!enio brasiJeirii

^rde visconde de Ilabalana. Martim mente í\p monarca que fechara manu-

Otávio Tarquíniq de Sousa

oferecera o empréstimo que recusou. a ser marquês de Maricá e autor de pen

Q EOTADO da Fazenda Pública, por oca sião da Independência, era dos mais erárín«. Q precários. . descalabro financeiro, ^inum^cnv lem

O autor, que é um historiador ilustre ^ com êsie artigo, traz uma interessante

pasta da Fazenda, Martim Francisco procurou vencer as dificuldades, reve-

estudado com simpatia pelo grande Calógeras em Hora que figura na Coleção

à biografia da FelisheriO virtude das despesas extraordinárias que contribuição Caldeira Jirant, marquâs de BarbacenOi a nova situação política acarretava. Na

^do-se administrador lúcido e probo. Reduzido o Tesouro Público à renda

^ província do Rio de Janeiro, visto

Brasiliana. • ^-r-r^

^

^

não quis jamais saber e repe-

aspereza sugestões e propostas ta' sentido.

fe-tos no estrangeiro nenhuma novidade e

não

fÃ-ír» ^

quem em reunião do Minis-

da F

ao primeiro titular

temhm de 12 de setembro de I804 Martim Pr escnta ja ja ao do exiuo, exílio, aíum 1-ranci.«Àrr. . im P •• "com «.r

conta como conseguiu

gnmenlos sem réplica estorvar

ortugal um vinhedo britânico, esta-

txuções a Brant e Gameíro, subscritas

''am desde os tratados de 1810 como <luase senhores do Brasil. Ing'êses coynerciando no Rio, no Recife, na Bahia, gloses pouco líricos que cuidavam so-

por Mariano da Fonseca, prescreviam o tipo mínimo de 80, a taxa de juros de 6% e a criação de um fundo de amortização, correspondente a 4% da pres-

bretudo de pecúnia.

Um Fernando

tação anual, mais ou menos nos termos

da Alfândega n.° 49, segundo o Alfyianaque dos Comerciantes para o ano de 1827. Parente de Eduardo Oxen-

da quanto à amortização, de iniciativa de Nogueira da Gama. Brant, homem inteligente, militar

dada pouco depois por Manoel Jacin-

fo Nogueira da Gama, quan do assumiu a pasta da Fa zenda, na segunda quinzena

argumentos mais ou menos ponderosos,

tinha aspectos de um exclusivismo de

bastava cobrar impostos. As necessida- timbre bem andradino. es do Estado recém-fundado se tor queda dos Andradas e a marcho navam cada d a mais prementes e pe- dasA negociações para o reconhecimento da Independência facilitaram o ensejo •inipos. ®tnprestado foi expediente que se Martim Francisco apelou para nm empréstimo interno, coberto com da reahzação do primeiro da longa sé rie de ruinosos empréstimos externos P eno êxitoj de empréstimo externo, en- brasileiros. Na mesma carta de 12 de

Ij ^

mais a Mr. dc La Palice do que a

Marquês de La Rochefoucauld. As ins-

da proposta de üxenford, salvo a emen-

repelida por Martim Francisco e estu- . relações em Londres, para onde o man

nvJ n^rosa arrecadação, o ffaca-pé que ibe numa valeu oe? por cem e os juros de • 5^ por cem. jniora ódios e malquerenças. Com pe so metálico por peso metálico". O preende-se; os maiores sonegadores de exemplo dado quotidianamente por "Es ^postos eram alguns dos mais po- tados novos e velhos" não o convencia, erosos da terra, habituados a não pa 6 a sua oposição, apoiada cm vários

V*

samentos e máximas de um bom senso

ford, autor da proposta de empréstimo com dons de diplomata, possuía boas

oferecessem empréstimo em condições que julgava muito boas — "prêmio de

garem ou só pagarem os seus débitos tardia e fraudulentamente. Mas não

as fora certamente o inglês Eduardo

^.xenford, representado por Jolin Brick-

'-J.vonford era estabelecido na Corte, na

medida tão perniciosa", embora lhe

dentro "T '

militori a Assembléia, a fazer caneira,

p^od. Os ingleses, que tinham feito de

já prometeu uma obra sôhre Pedro l,

gado por D. João víragravava-sc em

rancisco omitiu o nome de quem lhe

vembro de 1823, funcionan do ainda a Constituinte, re solvera o ministro de Estran

de julho de 1823? Com a dissolução da Cons-

futuro marquês de Carave

Ijituinte a 12 de novembtfo

las, enviá-lo de novo à ca

geiros Carneiro de Campos,

seguinte desaparecia um dos grandes obstáculos aos bons

nogócios que representariam

'K v

os empréstimos no estrangei

ro. Dizer estrangeiro no mo mento eqüivalia a dizer Londres. Por escrúpulos ou esperança de obter me lhores condições, decidiu o governo, depois de ouvido o Conselho d^e Esta

setembro de 1824, Martim Francisco

dara José Bonifácio em 1822. Em no-

pital inglesa. Na Assembléia, fora grande a discussão a res peito, uma vez que se fazia mister licença especial por ser Brant deputado pela Bahia e haver lei recente vedando aos membros da Constituinte o exercíc'o de empre gos ou comissões. Entre cs que se opu

seram à dispensa na lei, a fim de que o depois marquês de Barbacena pu desse partir, não fa'tou quem, na igno

dizia que já no tempo em que estava no governo, Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, então encarregado de negócios na GrãBretanha, "sem ter ordem, escrevia ao

Assembléia Constituinte, mandar con

rância do falecimento do grande jor

trair na Europa rim empréstimo de £ 3.000.000. Nogueira da Gama ge

nalista do Correio Brasiliense, a 11 de setembro de 1823, sugerisse o nome de

Ministério fazendo ver a necessidade de

rira o Ministério da 'Fazenda durante

Hipólito da Costa, cujo prestígio abri

apenas

ra caminho a Brant na sua primeira

do improvisado por decreto do dia se guinte ao do golpe de força contra a

um empréstimo, entendia-se com os ca pitalistas de Londres..." Chegava afi nal a ocasião asada. Para negociar a

operação foram nomeados o mesmo

quatro

meses incompletos e

fora substituído por Mariano José Pe reira da Fonseca, encarcerado pelo con V

Caldeira Brant e Gameíro Pessoa, mais

1

de de Rezende por crime de idéias fran cesas, e agora disposto a servir dòcil-

missão.

Fôsse pela faUa da ajuda de Hipóli to ou porque na verdade não era fácil a incumbência, o certo é que Brant e


t>icESTo EcoNÓKnco

99

o primi'inj ümpríistiiiio (3X!enio brasiJeirii

^rde visconde de Ilabalana. Martim mente í\p monarca que fechara manu-

Otávio Tarquíniq de Sousa

oferecera o empréstimo que recusou. a ser marquês de Maricá e autor de pen

Q EOTADO da Fazenda Pública, por oca sião da Independência, era dos mais erárín«. Q precários. . descalabro financeiro, ^inum^cnv lem

O autor, que é um historiador ilustre ^ com êsie artigo, traz uma interessante

pasta da Fazenda, Martim Francisco procurou vencer as dificuldades, reve-

estudado com simpatia pelo grande Calógeras em Hora que figura na Coleção

à biografia da FelisheriO virtude das despesas extraordinárias que contribuição Caldeira Jirant, marquâs de BarbacenOi a nova situação política acarretava. Na

^do-se administrador lúcido e probo. Reduzido o Tesouro Público à renda

^ província do Rio de Janeiro, visto

Brasiliana. • ^-r-r^

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não quis jamais saber e repe-

aspereza sugestões e propostas ta' sentido.

fe-tos no estrangeiro nenhuma novidade e

não

fÃ-ír» ^

quem em reunião do Minis-

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ao primeiro titular

temhm de 12 de setembro de I804 Martim Pr escnta ja ja ao do exiuo, exílio, aíum 1-ranci.«Àrr. . im P •• "com «.r

conta como conseguiu

gnmenlos sem réplica estorvar

ortugal um vinhedo britânico, esta-

txuções a Brant e Gameíro, subscritas

''am desde os tratados de 1810 como <luase senhores do Brasil. Ing'êses coynerciando no Rio, no Recife, na Bahia, gloses pouco líricos que cuidavam so-

por Mariano da Fonseca, prescreviam o tipo mínimo de 80, a taxa de juros de 6% e a criação de um fundo de amortização, correspondente a 4% da pres-

bretudo de pecúnia.

Um Fernando

tação anual, mais ou menos nos termos

da Alfândega n.° 49, segundo o Alfyianaque dos Comerciantes para o ano de 1827. Parente de Eduardo Oxen-

da quanto à amortização, de iniciativa de Nogueira da Gama. Brant, homem inteligente, militar

dada pouco depois por Manoel Jacin-

fo Nogueira da Gama, quan do assumiu a pasta da Fa zenda, na segunda quinzena

argumentos mais ou menos ponderosos,

tinha aspectos de um exclusivismo de

bastava cobrar impostos. As necessida- timbre bem andradino. es do Estado recém-fundado se tor queda dos Andradas e a marcho navam cada d a mais prementes e pe- dasA negociações para o reconhecimento da Independência facilitaram o ensejo •inipos. ®tnprestado foi expediente que se Martim Francisco apelou para nm empréstimo interno, coberto com da reahzação do primeiro da longa sé rie de ruinosos empréstimos externos P eno êxitoj de empréstimo externo, en- brasileiros. Na mesma carta de 12 de

Ij ^

mais a Mr. dc La Palice do que a

Marquês de La Rochefoucauld. As ins-

da proposta de üxenford, salvo a emen-

repelida por Martim Francisco e estu- . relações em Londres, para onde o man

nvJ n^rosa arrecadação, o ffaca-pé que ibe numa valeu oe? por cem e os juros de • 5^ por cem. jniora ódios e malquerenças. Com pe so metálico por peso metálico". O preende-se; os maiores sonegadores de exemplo dado quotidianamente por "Es ^postos eram alguns dos mais po- tados novos e velhos" não o convencia, erosos da terra, habituados a não pa 6 a sua oposição, apoiada cm vários

V*

samentos e máximas de um bom senso

ford, autor da proposta de empréstimo com dons de diplomata, possuía boas

oferecessem empréstimo em condições que julgava muito boas — "prêmio de

garem ou só pagarem os seus débitos tardia e fraudulentamente. Mas não

as fora certamente o inglês Eduardo

^.xenford, representado por Jolin Brick-

'-J.vonford era estabelecido na Corte, na

medida tão perniciosa", embora lhe

dentro "T '

militori a Assembléia, a fazer caneira,

p^od. Os ingleses, que tinham feito de

já prometeu uma obra sôhre Pedro l,

gado por D. João víragravava-sc em

rancisco omitiu o nome de quem lhe

vembro de 1823, funcionan do ainda a Constituinte, re solvera o ministro de Estran

de julho de 1823? Com a dissolução da Cons-

futuro marquês de Carave

Ijituinte a 12 de novembtfo

las, enviá-lo de novo à ca

geiros Carneiro de Campos,

seguinte desaparecia um dos grandes obstáculos aos bons

nogócios que representariam

'K v

os empréstimos no estrangei

ro. Dizer estrangeiro no mo mento eqüivalia a dizer Londres. Por escrúpulos ou esperança de obter me lhores condições, decidiu o governo, depois de ouvido o Conselho d^e Esta

setembro de 1824, Martim Francisco

dara José Bonifácio em 1822. Em no-

pital inglesa. Na Assembléia, fora grande a discussão a res peito, uma vez que se fazia mister licença especial por ser Brant deputado pela Bahia e haver lei recente vedando aos membros da Constituinte o exercíc'o de empre gos ou comissões. Entre cs que se opu

seram à dispensa na lei, a fim de que o depois marquês de Barbacena pu desse partir, não fa'tou quem, na igno

dizia que já no tempo em que estava no governo, Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, então encarregado de negócios na GrãBretanha, "sem ter ordem, escrevia ao

Assembléia Constituinte, mandar con

rância do falecimento do grande jor

trair na Europa rim empréstimo de £ 3.000.000. Nogueira da Gama ge

nalista do Correio Brasiliense, a 11 de setembro de 1823, sugerisse o nome de

Ministério fazendo ver a necessidade de

rira o Ministério da 'Fazenda durante

Hipólito da Costa, cujo prestígio abri

apenas

ra caminho a Brant na sua primeira

do improvisado por decreto do dia se guinte ao do golpe de força contra a

um empréstimo, entendia-se com os ca pitalistas de Londres..." Chegava afi nal a ocasião asada. Para negociar a

operação foram nomeados o mesmo

quatro

meses incompletos e

fora substituído por Mariano José Pe reira da Fonseca, encarcerado pelo con V

Caldeira Brant e Gameíro Pessoa, mais

1

de de Rezende por crime de idéias fran cesas, e agora disposto a servir dòcil-

missão.

Fôsse pela faUa da ajuda de Hipóli to ou porque na verdade não era fácil a incumbência, o certo é que Brant e


100

Dicesto

lhão de esterlinos, firmado a 20 de agôsto de 1824, com Bazeth Farqhuar,

Gameiro defrontaram enormes obstácu

los na capital britânica. Adotando pro cesso novo, pretenderam os negociado res brasileiros realizar a operação me

Grawford & Co. Fletcher Alc.vandcr &

Co. e Thomas Wilson & Co., tipo 75,

diante concorrência e subscrição por conta do Tesouro imperial. Portugal, que ainda não reconhecem a nossa emancipação, protestou logo contra o empréstimo. Eduardo Oxcnford, que re gressara a seu país depois de ter trabaHiado aqui para ser o intermediário na

Econômico

juros de 5%, amortização de l°j°, prazo de trinta anos, tendo como garantia a

ções dadas a Brant e Gameiro,

dívidas e cobrir "deficíts" orçamentá-

tários do que para estimular a pro dução e criar riqueza. Já nesse remo

fY"'' s/

em outras casas ou com ou-

-

tes boatos em Londres acerca

'

de uma forte esquadra francesa que chegara ao Rio para

'-' V

ajudar D. Pedro a restabelecer a união

do Brasil com Portugal.

No dia da abertura das propostas ven icou-se que não haviam concor ri o as mais acreditadas casas bancá-

nas de Londres e as que tinham

acu 1 o formulavam condições inaceiveis. Anu'ada a concorrência, como era urgente levantar sem maiores dedinheiro, obtiveram os de í£ 800.000 no Banco adiantamento de Inglaterra. Afi^ 3.000.00 foi tia aois — desdobracirem

T

um de um mi

dc tal maneira que êste tachou o pare

é a situação. Barbacena mesmo admi

cer a respeito de "libelo famoso".

tiu que "talvez haja um outro exem plo de alguih negociador que prescin disse da comissão nos empréstimos",. Exemplo que não seguiu, embora fos

Entre

várias restrições e censuras,

\

missão de 2%, ou seja a importância

de £ 59.998.10. Entendiam os depu tados que nada havia a objetar sobre a comissão de igual quantia paga aos banqueiros ou negociantes ingleses, "mas que os agentes brasileiros, gran des funcionários da nação, por ela pa gos, remunerados e honrados, exigissem uma comissão pelo serviço em que os empregou a nação, que os pagava e

mente com Gameiro, a- receber a co missão.

O pior é que êsse primeiro emprés

timo, contraído pelo Brasil, foi apli cado, à mingua de um critério econô

mico, sem visar a fins reprodutivos, mais da metade para cobrir "deficits"

orçamentários, pagar comissões e ju

triótico".

souro brasileWo relações ínl-

bacena defendeu-se alegando que na

ros, solver despesas ordinárias, com

timas com o ramo inglês da família Rothschild, relações

da havia de notável em conceder co

sistem, agora mais frias, ape nas para liquidar sem pressa antigos negócios.

Não faltaram contemporâneamente

críticas

O então visconde de Bar-

missões aos negociadores de qualquer empréstimo, salvo quando se tratasse do ministro da Fazenda em pessoa e no próprio País; que todos os gover nos da América e muitos da Europa tinham contraído empréstimos em Lon

dres e nenhum pagara menos de 4%;

bastante

que o México dera até 5% e mais

ásperas às • operações efetuadas por

1% pelo pagamento de juro e outro pe la amortização; que as instruções do visconde, depois marquês de Maricá,

Brant e Gameiro. Provàvelmente, da das as circunstâncias da hora, não lo

os

negociadores

melhores condições. a

se diga em seu abono que as instru ções do govêmo o autorizavam, junta

honrava, parecia extraordinário e impa-

J

grariam

se homem de fortuna, ou talvez por isso. Manda a verdade, entretanto, que

to ano de 1824 travava o Te

mantidas por mais de um século e que ainda sub

tros agentes". Por ultimo, houve quem espalhasse insisten-

ta, um funcionário do Estado, outra

houve uma que feriu particularmente os

janeiro de 1825, com Nalahan Meyer Rothschild, ao tipo mais favorável de 85 e demais condíç-ões idênticas ao pri

achando melhores condições

to. Mas se o negociador é um diploma

apreciação dos atos de Gameiro e Brant,

negociadores: o recebimento da co

visto como nelas se declara

va formalmente que deveriam aceitar sua proposta - "não

a Comissão de Fazenda foi severa na

tro de dois milhões, celebrado a 12 de

i

de razao pelo menos em face das instru

101

renda das alfândegas do Império, e ou

transaçao, lavrou também solene protes meiro. to, de que fez ínümar Brant e Gameiro, Assim inaugurou o Brasil, mal des alegando que Die fôra outorgada prefe perto para a vida independente, a sua rencia pelo governo do Brasil e que detestável política financeira de tomar jà organizara uma sociedade com Baily dinheiro emprestado antes para pagar e Goldsmith com o fim de levar a termo

o a ^'ado empréstimo. Oxenford carecia

Digesto Econômico

abertura

brasileiros

autorizavam comissões segundo os usos

Eni 1826, com

e estilos em vigor; que no Brasil os

das Câmaras e

maior li

berdade de imprensa, os ataques cres

ceram de diapasão e não só Brant, co mo Gameiro, se julgaram obrigados a uma explicação pública. Gameiro, que continuava na Europa, publicou sua-de fesa em Londres; Braiit, já no Brasil,

magistrados venciam

comissões pelas

prar armamentos, chegando o esperdicio, segundo um cronista bem informa

do, à aquisição de fardas para os nos

sos soldados pela medida dos ingle ses, o que obrigou a desmanchar e re fazer quase todas, e à compra de um

gabinete de mineralogia, cujas pedras serviram depois para ladrilhar a Alfân

dega do Rio de Janeiro. O emprésti mo feito por Barbacena e Itabaiana, em 1824-25, montou, no seu total, ao câmbio médio da época, a pouco mais de 12.000:000$000. Pois bem: em 1863 passados quase quarenta anos, o Bra sil tinha resgatado apenas £ 1.327.000 ou aproximadamente 5.000:0003000 e

fixada na taxa correnle nas transações

já tinha despendido com o serviço do 60.348:1793393, ou cinco vêzes"a importância recebida! Mais ruinoso

do gênero, é a remuneração de um

fá o segundo lenvpréstinioL cnnh..'j

cobranças e arrecadações.

Sem dúvida, entre banqueiros e ho

mens de negócio, a comissão, desde que serviço prestado, é úm pagamento jus

seu primeiro empréstimo _

em 1829. Mas isso é outra história

fez uma narrativa em regra "aos com

patriotas", expondo "todos os passos da transação. Na Câmara dos Deputados,

il- t f-r

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100

Dicesto

lhão de esterlinos, firmado a 20 de agôsto de 1824, com Bazeth Farqhuar,

Gameiro defrontaram enormes obstácu

los na capital britânica. Adotando pro cesso novo, pretenderam os negociado res brasileiros realizar a operação me

Grawford & Co. Fletcher Alc.vandcr &

Co. e Thomas Wilson & Co., tipo 75,

diante concorrência e subscrição por conta do Tesouro imperial. Portugal, que ainda não reconhecem a nossa emancipação, protestou logo contra o empréstimo. Eduardo Oxcnford, que re gressara a seu país depois de ter trabaHiado aqui para ser o intermediário na

Econômico

juros de 5%, amortização de l°j°, prazo de trinta anos, tendo como garantia a

ções dadas a Brant e Gameiro,

dívidas e cobrir "deficíts" orçamentá-

tários do que para estimular a pro dução e criar riqueza. Já nesse remo

fY"'' s/

em outras casas ou com ou-

-

tes boatos em Londres acerca

'

de uma forte esquadra francesa que chegara ao Rio para

'-' V

ajudar D. Pedro a restabelecer a união

do Brasil com Portugal.

No dia da abertura das propostas ven icou-se que não haviam concor ri o as mais acreditadas casas bancá-

nas de Londres e as que tinham

acu 1 o formulavam condições inaceiveis. Anu'ada a concorrência, como era urgente levantar sem maiores dedinheiro, obtiveram os de í£ 800.000 no Banco adiantamento de Inglaterra. Afi^ 3.000.00 foi tia aois — desdobracirem

T

um de um mi

dc tal maneira que êste tachou o pare

é a situação. Barbacena mesmo admi

cer a respeito de "libelo famoso".

tiu que "talvez haja um outro exem plo de alguih negociador que prescin disse da comissão nos empréstimos",. Exemplo que não seguiu, embora fos

Entre

várias restrições e censuras,

\

missão de 2%, ou seja a importância

de £ 59.998.10. Entendiam os depu tados que nada havia a objetar sobre a comissão de igual quantia paga aos banqueiros ou negociantes ingleses, "mas que os agentes brasileiros, gran des funcionários da nação, por ela pa gos, remunerados e honrados, exigissem uma comissão pelo serviço em que os empregou a nação, que os pagava e

mente com Gameiro, a- receber a co missão.

O pior é que êsse primeiro emprés

timo, contraído pelo Brasil, foi apli cado, à mingua de um critério econô

mico, sem visar a fins reprodutivos, mais da metade para cobrir "deficits"

orçamentários, pagar comissões e ju

triótico".

souro brasileWo relações ínl-

bacena defendeu-se alegando que na

ros, solver despesas ordinárias, com

timas com o ramo inglês da família Rothschild, relações

da havia de notável em conceder co

sistem, agora mais frias, ape nas para liquidar sem pressa antigos negócios.

Não faltaram contemporâneamente

críticas

O então visconde de Bar-

missões aos negociadores de qualquer empréstimo, salvo quando se tratasse do ministro da Fazenda em pessoa e no próprio País; que todos os gover nos da América e muitos da Europa tinham contraído empréstimos em Lon

dres e nenhum pagara menos de 4%;

bastante

que o México dera até 5% e mais

ásperas às • operações efetuadas por

1% pelo pagamento de juro e outro pe la amortização; que as instruções do visconde, depois marquês de Maricá,

Brant e Gameiro. Provàvelmente, da das as circunstâncias da hora, não lo

os

negociadores

melhores condições. a

se diga em seu abono que as instru ções do govêmo o autorizavam, junta

honrava, parecia extraordinário e impa-

J

grariam

se homem de fortuna, ou talvez por isso. Manda a verdade, entretanto, que

to ano de 1824 travava o Te

mantidas por mais de um século e que ainda sub

tros agentes". Por ultimo, houve quem espalhasse insisten-

ta, um funcionário do Estado, outra

houve uma que feriu particularmente os

janeiro de 1825, com Nalahan Meyer Rothschild, ao tipo mais favorável de 85 e demais condíç-ões idênticas ao pri

achando melhores condições

to. Mas se o negociador é um diploma

apreciação dos atos de Gameiro e Brant,

negociadores: o recebimento da co

visto como nelas se declara

va formalmente que deveriam aceitar sua proposta - "não

a Comissão de Fazenda foi severa na

tro de dois milhões, celebrado a 12 de

i

de razao pelo menos em face das instru

101

renda das alfândegas do Império, e ou

transaçao, lavrou também solene protes meiro. to, de que fez ínümar Brant e Gameiro, Assim inaugurou o Brasil, mal des alegando que Die fôra outorgada prefe perto para a vida independente, a sua rencia pelo governo do Brasil e que detestável política financeira de tomar jà organizara uma sociedade com Baily dinheiro emprestado antes para pagar e Goldsmith com o fim de levar a termo

o a ^'ado empréstimo. Oxenford carecia

Digesto Econômico

abertura

brasileiros

autorizavam comissões segundo os usos

Eni 1826, com

e estilos em vigor; que no Brasil os

das Câmaras e

maior li

berdade de imprensa, os ataques cres

ceram de diapasão e não só Brant, co mo Gameiro, se julgaram obrigados a uma explicação pública. Gameiro, que continuava na Europa, publicou sua-de fesa em Londres; Braiit, já no Brasil,

magistrados venciam

comissões pelas

prar armamentos, chegando o esperdicio, segundo um cronista bem informa

do, à aquisição de fardas para os nos

sos soldados pela medida dos ingle ses, o que obrigou a desmanchar e re fazer quase todas, e à compra de um

gabinete de mineralogia, cujas pedras serviram depois para ladrilhar a Alfân

dega do Rio de Janeiro. O emprésti mo feito por Barbacena e Itabaiana, em 1824-25, montou, no seu total, ao câmbio médio da época, a pouco mais de 12.000:000$000. Pois bem: em 1863 passados quase quarenta anos, o Bra sil tinha resgatado apenas £ 1.327.000 ou aproximadamente 5.000:0003000 e

fixada na taxa correnle nas transações

já tinha despendido com o serviço do 60.348:1793393, ou cinco vêzes"a importância recebida! Mais ruinoso

do gênero, é a remuneração de um

fá o segundo lenvpréstinioL cnnh..'j

cobranças e arrecadações.

Sem dúvida, entre banqueiros e ho

mens de negócio, a comissão, desde que serviço prestado, é úm pagamento jus

seu primeiro empréstimo _

em 1829. Mas isso é outra história

fez uma narrativa em regra "aos com

patriotas", expondo "todos os passos da transação. Na Câmara dos Deputados,

il- t f-r

-'i ■ ■


Digesto Econômico

'/7 grande erise económiao-finanaeira do Brasil em fins do século Xüiii

103

valores diversos desde menos de 600 réis.

Assim a inepta lei causou verdadeiro Nos três principais núcleos - Bahia,

que no preâmbulo da lei a coroa alegava ser em favor dos súditos. Para os bra sileiros a aplicação da lei redundava

vernadores assustados com o feitio das coisas acharam oportuno não dar execu

suíssem em moeda. Chegou a Câmara a declarar que tal prejuízo subiria a

pânico em todo o Brasil. Alonis d'E. Ttunay

Pernambuco e Rio de Janeiro — os go

(Da ieademla Bratilelra de Letra

A inflação, os colonos do Brasil a ad

mitiam sem oposição alguma, propondo

RESUMO DO ARTIGO

r? v ^

®

• até que a pataca de 640 réis corresse a 800, em vez de 768 por comodidade co

alçamento da moeda sancionada

Ç-w f- ' ? esforços ^ do Governador Geral Câmara Motins Continha em São Paulo. Extraordinários para

mercial.

coi^egutr do Trono a abolição da nefasta lei. Medidas tomadas pela

A Câmara do Rio de Janeiro apresen

Camara de bao Paulo contra os dispositivos régios. Apogeu da crise econ^ico-financeira brasileira. Recuo da coroa. Triunfo de Câmara Coutinho. Criação da moeda provincial. A descoberta inesperada dos

ta embargos ao Conselho Ultramarino. Na Bahia o Governador Geral convo

cou a Conselho tôdas as altas personali

imensos jazigos auríferos de Minas Gerais.

dades da capital, e esta junta resolveu que se propusesse para as patacas de

achava-se o governo do Reino E' em1690 sérias aperturas financeiras e as

era recolherem os portadores as espé

sim, mais uma vez, recorreu ao alçamento

cies menos cerceadas, sucedendo assim

das moedas que tiveram o valor acres cido de vinte por cento pela lei de 4 de agôsto de 1688.

As moedas de ouro passaram por

tanto de quatro mil réis a 4|800. As patacas espanholas, que desde os

em vez de gêneros brasileiros.

por cento mandados em lei

1626 haviam praticado uma modalida vinténs passaram a tostão, seis vinténs

que

valiam

mento da nefasta lei de 1688.

Ordenou-se que o levantamento se

fizesse tal qual se procedia no Reino e não sôbre o que na Colônia "por abuso

réis tinham oscilante conteúdo entre

Lúcio d'Azevedo, aplicada a risco afe

quatro e seis e cinco oitavas, conforme

tava no Brasil a circulação justamente

o número de operações e a intensidade

em sentido contrário ao que tinha em

do cerceio a que haviam sido subme

vista a lei".

tidas.

em julho de 1691: "ouço que na baixa da ,moeda perde esta praça mais de qui nhentos mil cruzados".

No Rio de Janeiro com a mesma bai

xa se acharam um dia os que possuíam nove, reduzidos a apenas cinco.

A maior e a mais considerá\ el per da, "posto que se não considerava, era

Agira Câmara Coutinho com tôda a

prudência e suma inteligência, receoso do êxodo do numerário em massa. Es

Mas a Côrte desaprovou os alvitres

640

régio. Da Bahia escreria Antô

perara que a frota partisse para cum prir as ordens régias. Sô a 3 de junho

brasileiros. Veio ordem para o cumpri

corria em geral muito estragado.

mando

nio Vieira ao Conde do Castello Melhor

(Cons.

se tomou.

O pior é que todo êste numerário

Catastrófica a impressão causada pe la infle.\-ibÜidade do "quero, posso e

Ult. Rio de Janeiro 1739, 1756, 1706 e 1769). Em Pernambuco, idêntica resolução

moedas a elevação da pataca. Assim três ■ a duzentos réis.

"Esta última disposição, escreve João

quanto possível o aumenta dos vinte

de de inflação,. Estendera-se às demais

-cit., 343).

a dos corações".

As pequenas moedas se aplicaria

As Câmaras desde a da Bahia em

Assim as patacas

e 7 arbitradas em 700 e

800 réis.

tacas de menor valor intrínseco.

monarquia com curso legal, embora qua tando-se a oitava a 100 réis.

sendo as de

consistir o grosso da circulação nas ^-

tempos da dinastia de Aviz, corriam na

se sempre cerceadas e perturbando a cir culação, passaram a valer por peso, co-

6 oitavas o antigo valor de 640 réis,

Natural

ern diminuição considerável no que pos

oitenta por centol (Cf. Azevedo, ob.

ção à lei da baixa. ■«-/^yá-»

Alegava a edilidade que para os vas

salos do Brasil redundava em prejuízo o

sem legalidade se lhe tinha arbitrado", como

escrevia

D.

Pedro

II

em

carta

régia ao CJovemador do Brasil Antônio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho, a 19 de março de 1690 e como documen

de 1691 mandara publicar o alvará de

cumprimento de lei em todo o Estado. Devido à enormidade das distâncias bra

sileiras, a noticia se divulgou com a maior lentidão. Assim em Iguape o al vará sô se registrou na Câmara a 4

de agosto de 1692! (Cf. Ernesto G. Young, História de Iguape, p. 366). Já em 1690 houvera violenta reação dos paulistas contra a lei de 1688. Ocor

rera o motim de 3 de agôsto, em que o povo invadira a Câmara, exigindo que a pataca de quatro oitavas e meia va lesse oitocentos réis, como corria em Santos. E tudo ficara como dantes

Abundavam em Portugal as patacas,

Raras havia de sete oitavas. E estas

dinheiro aliás fraco, moeda quase que

dariam vantagem que assim mesmo não

exclusiva de circulação no Brasil. Le vavam-nas os mercadores para a colônia 0 era freqüente o seu retôrno ao Reino

tam cartas do Governador do Rio e re

eqüivalia aos vinte por cento determi nados pelo aumento régio. O resto, a

presentações

saber a quase totalidade, oscilava por

(Cons. Ultr. Doe. do Rio de Janeiro

(Cf. nossa História Seiscentista da ViU

1766 a 1769).

de São Paulo III, 174).

\

1

da

Câmara

fluminense

.


Digesto Econômico

'/7 grande erise económiao-finanaeira do Brasil em fins do século Xüiii

103

valores diversos desde menos de 600 réis.

Assim a inepta lei causou verdadeiro Nos três principais núcleos - Bahia,

que no preâmbulo da lei a coroa alegava ser em favor dos súditos. Para os bra sileiros a aplicação da lei redundava

vernadores assustados com o feitio das coisas acharam oportuno não dar execu

suíssem em moeda. Chegou a Câmara a declarar que tal prejuízo subiria a

pânico em todo o Brasil. Alonis d'E. Ttunay

Pernambuco e Rio de Janeiro — os go

(Da ieademla Bratilelra de Letra

A inflação, os colonos do Brasil a ad

mitiam sem oposição alguma, propondo

RESUMO DO ARTIGO

r? v ^

®

• até que a pataca de 640 réis corresse a 800, em vez de 768 por comodidade co

alçamento da moeda sancionada

Ç-w f- ' ? esforços ^ do Governador Geral Câmara Motins Continha em São Paulo. Extraordinários para

mercial.

coi^egutr do Trono a abolição da nefasta lei. Medidas tomadas pela

A Câmara do Rio de Janeiro apresen

Camara de bao Paulo contra os dispositivos régios. Apogeu da crise econ^ico-financeira brasileira. Recuo da coroa. Triunfo de Câmara Coutinho. Criação da moeda provincial. A descoberta inesperada dos

ta embargos ao Conselho Ultramarino. Na Bahia o Governador Geral convo

cou a Conselho tôdas as altas personali

imensos jazigos auríferos de Minas Gerais.

dades da capital, e esta junta resolveu que se propusesse para as patacas de

achava-se o governo do Reino E' em1690 sérias aperturas financeiras e as

era recolherem os portadores as espé

sim, mais uma vez, recorreu ao alçamento

cies menos cerceadas, sucedendo assim

das moedas que tiveram o valor acres cido de vinte por cento pela lei de 4 de agôsto de 1688.

As moedas de ouro passaram por

tanto de quatro mil réis a 4|800. As patacas espanholas, que desde os

em vez de gêneros brasileiros.

por cento mandados em lei

1626 haviam praticado uma modalida vinténs passaram a tostão, seis vinténs

que

valiam

mento da nefasta lei de 1688.

Ordenou-se que o levantamento se

fizesse tal qual se procedia no Reino e não sôbre o que na Colônia "por abuso

réis tinham oscilante conteúdo entre

Lúcio d'Azevedo, aplicada a risco afe

quatro e seis e cinco oitavas, conforme

tava no Brasil a circulação justamente

o número de operações e a intensidade

em sentido contrário ao que tinha em

do cerceio a que haviam sido subme

vista a lei".

tidas.

em julho de 1691: "ouço que na baixa da ,moeda perde esta praça mais de qui nhentos mil cruzados".

No Rio de Janeiro com a mesma bai

xa se acharam um dia os que possuíam nove, reduzidos a apenas cinco.

A maior e a mais considerá\ el per da, "posto que se não considerava, era

Agira Câmara Coutinho com tôda a

prudência e suma inteligência, receoso do êxodo do numerário em massa. Es

Mas a Côrte desaprovou os alvitres

640

régio. Da Bahia escreria Antô

perara que a frota partisse para cum prir as ordens régias. Sô a 3 de junho

brasileiros. Veio ordem para o cumpri

corria em geral muito estragado.

mando

nio Vieira ao Conde do Castello Melhor

(Cons.

se tomou.

O pior é que todo êste numerário

Catastrófica a impressão causada pe la infle.\-ibÜidade do "quero, posso e

Ult. Rio de Janeiro 1739, 1756, 1706 e 1769). Em Pernambuco, idêntica resolução

moedas a elevação da pataca. Assim três ■ a duzentos réis.

"Esta última disposição, escreve João

quanto possível o aumenta dos vinte

de de inflação,. Estendera-se às demais

-cit., 343).

a dos corações".

As pequenas moedas se aplicaria

As Câmaras desde a da Bahia em

Assim as patacas

e 7 arbitradas em 700 e

800 réis.

tacas de menor valor intrínseco.

monarquia com curso legal, embora qua tando-se a oitava a 100 réis.

sendo as de

consistir o grosso da circulação nas ^-

tempos da dinastia de Aviz, corriam na

se sempre cerceadas e perturbando a cir culação, passaram a valer por peso, co-

6 oitavas o antigo valor de 640 réis,

Natural

ern diminuição considerável no que pos

oitenta por centol (Cf. Azevedo, ob.

ção à lei da baixa. ■«-/^yá-»

Alegava a edilidade que para os vas

salos do Brasil redundava em prejuízo o

sem legalidade se lhe tinha arbitrado", como

escrevia

D.

Pedro

II

em

carta

régia ao CJovemador do Brasil Antônio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho, a 19 de março de 1690 e como documen

de 1691 mandara publicar o alvará de

cumprimento de lei em todo o Estado. Devido à enormidade das distâncias bra

sileiras, a noticia se divulgou com a maior lentidão. Assim em Iguape o al vará sô se registrou na Câmara a 4

de agosto de 1692! (Cf. Ernesto G. Young, História de Iguape, p. 366). Já em 1690 houvera violenta reação dos paulistas contra a lei de 1688. Ocor

rera o motim de 3 de agôsto, em que o povo invadira a Câmara, exigindo que a pataca de quatro oitavas e meia va lesse oitocentos réis, como corria em Santos. E tudo ficara como dantes

Abundavam em Portugal as patacas,

Raras havia de sete oitavas. E estas

dinheiro aliás fraco, moeda quase que

dariam vantagem que assim mesmo não

exclusiva de circulação no Brasil. Le vavam-nas os mercadores para a colônia 0 era freqüente o seu retôrno ao Reino

tam cartas do Governador do Rio e re

eqüivalia aos vinte por cento determi nados pelo aumento régio. O resto, a

presentações

saber a quase totalidade, oscilava por

(Cons. Ultr. Doe. do Rio de Janeiro

(Cf. nossa História Seiscentista da ViU

1766 a 1769).

de São Paulo III, 174).

\

1

da

Câmara

fluminense

.


Dicesto

104

Econó.víico

Digksto

105

Econômico

A publicação do alvará veio trazer

Já todo o Brasil aceitara a régia re

novo "alvoroso notabilisimo", como re

solução e os povos viviam escandalizados

digiu o bom escrivão municipal o mo

com a relutância das municipalidades paulistas (sobretudo a de Santos), "on de se notava diferença de que resulta-

tim de 3 de agosto de 1692. Isto faria com que Câmara Coutinho escrevesse

ao Rei a conhecida e amarga reflexão: "A Vila de São Paudo já há muitos anos que é a república de per si sem ob servância de lei nenhuma assi divina co mo humana".

Contemporâneamente escrevia Antônio Vieira ao antigo Governador Geral do

Brasil Roque da Costa Barreto, a 1 de

jtdho de 1692, e da Bahia, retraçando tétrico quadro da situação económicofmanceira do Brasil:

As frotas que vierão não acharão açú car e tabaco para tomar carregadas por terem levado entre elas o que não paga frete nem direito que ó toda a prata e dinheiro que os moradores achavam mais em

conta que as outras drogas" (Cf. Capistrano de Abreu em Pau-

lística, Revista do Brasil, 1917). Quatro dias mais tarde era ao Mar

quês das Minas que o genial jesuíta

va tanto prejuízo".

Acreditava Câmara Coutinho que a Câmara de São Paulo, "a mais princi pal e rc.speitada de tôda a Capitania", não houvesse imitado a do Santos. Mas

se tal acontecesse competia-lhc registar e publicar o alvará régio (Cf. Severino Sombra, ob. cít. 102). Enlrcmcntcs, rcsolvcra-sc a Câmara de

São Paulo a 23 de janeiro de 1693, pre mida pela opinião pública, unânime, a tomar decisão de perfeita atribuição maje.stática!! Ordenou o levantamento da moeda depois de um simulacro de obediência a um motim! Teve o dinheiro miúdo a ma

joração de preços. Assim a moe

da de meia pataca que valia 160 réis, em 1688 passou a va ler 280 réis, a de tostão 160, a .

de cinqüenta oitenta réis.

te perderia dinheiro, se fôsse negociar

povos". Invadindo o paço municipal,

fora de lá.

bradavam os amotinados que se os ca-

"Mas tudo isto é menos do que se

maristas "quizessem morrer baixassem

atrever êste povo a levantar ou baixar

o dinheiro". (Cf. Hist. Seiscentista da

moeda o que toca ao Rei", recordava

Vila de São Paulo III, 180).

Câmara Coutinho. Mais valia perder mi

Os chefes deste levantamento eram

lhões do que desobedecer ao seu sobe

Pedro e José Ortiz de Camargo e Dio-

rano.

diante de razões tão eficazes, baixasse

go Barbosa Rego. O primeiro dèstes cabcciUias tomar-se-ia, dentro em breve,

logo a moeda, anulando o seu insólito e ilegal ato e conformando-se com as

tenda que ousou manter com o Gover

Assim esperava que a Câmara,

nador do Rio de Janeiro, Artur de Sá

ordens de Sua Majestade. In cauda venentim, aos maus vassalos

Diante do furor popular escreveu a Câmara ao Capitão Mor Mota que não

com uma perspectiva que bem sabia quanto lhes era desagradável:

30 de janeiro de 1694 também escreveu

"Manda-me Sua Majestade dizer a

a Câmara ao novo Governador Geral

Vossas Mercês o gosto que terá de que

Dom João de Lencastre, sobre a im possibilidade de levar a efeito as ordens

rebeldes e amotinados acenou o repre

emanadas do Trono.

Procurou o Capitão Mor Manuel Peixo to da Mota dar cumprimento às ordens

gir. Em face das exigências populares a

do Governador Geral e assim, exercendo

Câmara ordenara novo levantamento da

queda do valor das moedas miúdas.

da, de 1694, fez com que ela publicasse

exprimia veementemente a justa queixa

que estava a razão, mas querendo saK'a-

do motim na vila piratíningana.

gos e piratas que vem saquear o Brasil, porque antigamente traziam dinheiro e

levavam as drogas e mais o dinheiro". Em fins de 1692, a 16 de dezembro, avisou o Governador Geral às Câmaras e São Vicente, Itanhaem e São Paulo o novo Capitão Mor da Capitania,

anuel Peixoto da Mota, tinha ordens

^pressas para executar a lei de 1688. yue^ Sua Majestade que o valor da a fosse igual para todos os seus •/assalos.

São Paulo se prezavam mais de não obe decer às ordens do Governo Geral do

que de fieis vassalos de Sua Majestade. Fazendo o que tínliam feito, parecia que sabiam mais daquilo que aos povos convinha do que El Rei Seu Senhor! E além de tudo lavravam em profun do erro. Em todo o Brasil valia a oitava

de prata um tostão, menos em São Pau

lo. Quem aceitasse tal preço exorbitan-

Os paulistas continuavam pois a rea

pressão sobre a Câmara, recéni-empossa-

dos vassalos do Brasil:

comerciar. Hoje são armadas de inimi

fizesse executar a baixa da moeda. E a

dem liberdade aos indxos" (S. Sombra, 102).

o alvará sôbre a baixa da moeda.

guardar o prestígio soberano, estranhou o Governador Geral, à Câmara, o que se passara em termos muito mais quei xosos do que irados. Alegou não estranhar que ela não lhe escrevesse, pois sabia que os vassalos de

e Menezes.

sentante máximo da Coroa no Brasil

Naturalmente, adiando, em consciên cia, que com os povos de São Paulo é

"Os navios de que hoje temos no por to da Bahia trinta e um, antigamente eram frota de mercadores que vinham

perigoso demagogo por ocasião da con

. Provocou isto a 23 de janeiro tremen

Assim, entre 1689 e 1690, fora êste

o acréscimo dos valores das maiores pe ças do numerário.

à casa do Concelho "acodiu hu grande

1689 Rs. 640 " 500 " 400

1690 Rs. 800 " 600 " 500

concurço tomando armas ofensivas e de fensivas", a bradar "morresem os ofi-

" 320 " 250

" 400 " 300

siaes da Gamara por baixar o dinlieiro em prejuízo de tão grande povo. Sua

Dêstes valores para baixo houvera al

terações. O quadro em 1693 passara á

Magestade não premetia perder os seus

ser o seguinte:

Na algaravía terrível do escrivão mu

nicipal, que narrou o ocorrido, se lê que

1689

Rs. 240

(20%)

Rs. 280

" 120

" 160 " 200 " 120 " 100 " 80 " 60

(33%)

(25%) (20%)

" 200 240 160

(25%)

160

(33%) (50%)

100 80

160

" 100 " " "

80 60 40

20% 25% 25%

20%

1693

1690

Rs. 200 "

25%

40% (em relação a 1689) 66% 50% 60% 100% 66% 100%


Dicesto

104

Econó.víico

Digksto

105

Econômico

A publicação do alvará veio trazer

Já todo o Brasil aceitara a régia re

novo "alvoroso notabilisimo", como re

solução e os povos viviam escandalizados

digiu o bom escrivão municipal o mo

com a relutância das municipalidades paulistas (sobretudo a de Santos), "on de se notava diferença de que resulta-

tim de 3 de agosto de 1692. Isto faria com que Câmara Coutinho escrevesse

ao Rei a conhecida e amarga reflexão: "A Vila de São Paudo já há muitos anos que é a república de per si sem ob servância de lei nenhuma assi divina co mo humana".

Contemporâneamente escrevia Antônio Vieira ao antigo Governador Geral do

Brasil Roque da Costa Barreto, a 1 de

jtdho de 1692, e da Bahia, retraçando tétrico quadro da situação económicofmanceira do Brasil:

As frotas que vierão não acharão açú car e tabaco para tomar carregadas por terem levado entre elas o que não paga frete nem direito que ó toda a prata e dinheiro que os moradores achavam mais em

conta que as outras drogas" (Cf. Capistrano de Abreu em Pau-

lística, Revista do Brasil, 1917). Quatro dias mais tarde era ao Mar

quês das Minas que o genial jesuíta

va tanto prejuízo".

Acreditava Câmara Coutinho que a Câmara de São Paulo, "a mais princi pal e rc.speitada de tôda a Capitania", não houvesse imitado a do Santos. Mas

se tal acontecesse competia-lhc registar e publicar o alvará régio (Cf. Severino Sombra, ob. cít. 102). Enlrcmcntcs, rcsolvcra-sc a Câmara de

São Paulo a 23 de janeiro de 1693, pre mida pela opinião pública, unânime, a tomar decisão de perfeita atribuição maje.stática!! Ordenou o levantamento da moeda depois de um simulacro de obediência a um motim! Teve o dinheiro miúdo a ma

joração de preços. Assim a moe

da de meia pataca que valia 160 réis, em 1688 passou a va ler 280 réis, a de tostão 160, a .

de cinqüenta oitenta réis.

te perderia dinheiro, se fôsse negociar

povos". Invadindo o paço municipal,

fora de lá.

bradavam os amotinados que se os ca-

"Mas tudo isto é menos do que se

maristas "quizessem morrer baixassem

atrever êste povo a levantar ou baixar

o dinheiro". (Cf. Hist. Seiscentista da

moeda o que toca ao Rei", recordava

Vila de São Paulo III, 180).

Câmara Coutinho. Mais valia perder mi

Os chefes deste levantamento eram

lhões do que desobedecer ao seu sobe

Pedro e José Ortiz de Camargo e Dio-

rano.

diante de razões tão eficazes, baixasse

go Barbosa Rego. O primeiro dèstes cabcciUias tomar-se-ia, dentro em breve,

logo a moeda, anulando o seu insólito e ilegal ato e conformando-se com as

tenda que ousou manter com o Gover

Assim esperava que a Câmara,

nador do Rio de Janeiro, Artur de Sá

ordens de Sua Majestade. In cauda venentim, aos maus vassalos

Diante do furor popular escreveu a Câmara ao Capitão Mor Mota que não

com uma perspectiva que bem sabia quanto lhes era desagradável:

30 de janeiro de 1694 também escreveu

"Manda-me Sua Majestade dizer a

a Câmara ao novo Governador Geral

Vossas Mercês o gosto que terá de que

Dom João de Lencastre, sobre a im possibilidade de levar a efeito as ordens

rebeldes e amotinados acenou o repre

emanadas do Trono.

Procurou o Capitão Mor Manuel Peixo to da Mota dar cumprimento às ordens

gir. Em face das exigências populares a

do Governador Geral e assim, exercendo

Câmara ordenara novo levantamento da

queda do valor das moedas miúdas.

da, de 1694, fez com que ela publicasse

exprimia veementemente a justa queixa

que estava a razão, mas querendo saK'a-

do motim na vila piratíningana.

gos e piratas que vem saquear o Brasil, porque antigamente traziam dinheiro e

levavam as drogas e mais o dinheiro". Em fins de 1692, a 16 de dezembro, avisou o Governador Geral às Câmaras e São Vicente, Itanhaem e São Paulo o novo Capitão Mor da Capitania,

anuel Peixoto da Mota, tinha ordens

^pressas para executar a lei de 1688. yue^ Sua Majestade que o valor da a fosse igual para todos os seus •/assalos.

São Paulo se prezavam mais de não obe decer às ordens do Governo Geral do

que de fieis vassalos de Sua Majestade. Fazendo o que tínliam feito, parecia que sabiam mais daquilo que aos povos convinha do que El Rei Seu Senhor! E além de tudo lavravam em profun do erro. Em todo o Brasil valia a oitava

de prata um tostão, menos em São Pau

lo. Quem aceitasse tal preço exorbitan-

Os paulistas continuavam pois a rea

pressão sobre a Câmara, recéni-empossa-

dos vassalos do Brasil:

comerciar. Hoje são armadas de inimi

fizesse executar a baixa da moeda. E a

dem liberdade aos indxos" (S. Sombra, 102).

o alvará sôbre a baixa da moeda.

guardar o prestígio soberano, estranhou o Governador Geral, à Câmara, o que se passara em termos muito mais quei xosos do que irados. Alegou não estranhar que ela não lhe escrevesse, pois sabia que os vassalos de

e Menezes.

sentante máximo da Coroa no Brasil

Naturalmente, adiando, em consciên cia, que com os povos de São Paulo é

"Os navios de que hoje temos no por to da Bahia trinta e um, antigamente eram frota de mercadores que vinham

perigoso demagogo por ocasião da con

. Provocou isto a 23 de janeiro tremen

Assim, entre 1689 e 1690, fora êste

o acréscimo dos valores das maiores pe ças do numerário.

à casa do Concelho "acodiu hu grande

1689 Rs. 640 " 500 " 400

1690 Rs. 800 " 600 " 500

concurço tomando armas ofensivas e de fensivas", a bradar "morresem os ofi-

" 320 " 250

" 400 " 300

siaes da Gamara por baixar o dinlieiro em prejuízo de tão grande povo. Sua

Dêstes valores para baixo houvera al

terações. O quadro em 1693 passara á

Magestade não premetia perder os seus

ser o seguinte:

Na algaravía terrível do escrivão mu

nicipal, que narrou o ocorrido, se lê que

1689

Rs. 240

(20%)

Rs. 280

" 120

" 160 " 200 " 120 " 100 " 80 " 60

(33%)

(25%) (20%)

" 200 240 160

(25%)

160

(33%) (50%)

100 80

160

" 100 " " "

80 60 40

20% 25% 25%

20%

1693

1690

Rs. 200 "

25%

40% (em relação a 1689) 66% 50% 60% 100% 66% 100%


Dicesto Econômico

106

Assim, como vemos, reinava a maior arbitrariedade no valor atribuído às di

versas espécies. A falta da moeda divisionáría era

aliás um dos maiores flagelos do Bra sil Colonial, como continuou a sê-lo até

os anos presentes. Atormentou as po pulações do Estado, do Reino, do Impé rio e da República do Brasil.

A 2 de novembro de 1694 cedeu a

Gamara de São Paulo à pressão das au toridades superiores da Capitania, elas

pr^rias premidas pelo Govêmo Geral. E assim tentou publicar o edital, o que provocou nova revolta. Mais de

cem homens "com armas de fogo e es padas nuas" invadiram o Paço do Con celho, ameaçando matar o Juiz ordiná rio José de Camargo Pimentel e o ou vidor da Cbpitania Inocêncio

curadores, a 7 do abril seguinte, decla rou manter a sua atitude de protestante até nova ordem régia de "haver dinhei

portância, na qual figuravam:

Viv','

Bento do Amaral da Silva, Isi-

^

dro Tínoco de Sá, Domingos Dias da

Lavrar-se-ia na Casa da Moeda da

Bahia moeda provincial, fabricada com maior valor e diferente cunho. Proibia-

são (S. Sombra, 103).

A oitava de prata correria a 110 réis e a de ouro a 1.650 réis. E D. João de

trocari'.

Lencastre, a 15 de setembro de 1694,

Ainda assim *a questão da melhoria do meio circulante não se resolveu fà-

culante desfalcadíssimo.

so fato ao Capitão Mor vicentino. Ces

cí^mente. Ha\aa sensível falta de espé

Corriam fragmentos de moeda de pro cedência portuguesa e espanhola cuida

savam todos os inconvenientes que da Capitania de São Vicente eram alegados,

dosamente guardados, apesar do cercea mento, da carimbagem que desfigura

com a fundação da Casa da Moeda Pro

tado, sobretudo depois das clarividentes advertências ^ demonstrações do

vincial.

lúcido Câmara Coutinho, se dispôs a

Mas como as noticias se espalliavám

dar "todo o calor" às pesquisas de me

com extrema morosidade pela vastidão

quanto havia de falsificação neste acer

brasileira, ainda a 2 de novembro desse

E o mais feliz dos acasos faria com

mesmo ano, 1694, houve novo motim em

que, dentro de menos de um lustro a

São Paulo, por terem desejado o juiz ordinário José de Camargo Pimentel e

audácia das bandeiras de São Paulo tor

existem espécimes desta moe

da irreconhecível que, no en

o ouvidor da Capitania, Inocêncio Pre

como contendo em seu solo o mais

tanto, continuavam a correr ati

to Moreira, publicar o alvará da baixa.

coleções

numismáticas

vamente.

Foi então que Câmara Coutínho alvitrou um remédio salutar: — o

Acima de cem

homens com armas

de fogo e espadas nuas invadiram o paço municipal a gritar "morra o mau go

e privativa do Estado. Afinal, os vesgos governantes que ro

dem expressa de Sua Magestade em

deavam o Trono convenceram-se do ab

A nova edilidade de 1695 aquietava

dn^T^o a S. Ex. o Governa^ ao meio Estado, sôbre as questões relativas circulante. O povo de São Paulo, por seus pro

cie. E o govêmo régio mais bem orien

pecto das peças primitivas. E sabe Deus

nicipalidade a desistir do intento de dar cumprimento ao alvará de alteração da

nova edilidade prudentemente, a 16 e evereiro de 1695, avisou que breve-

liaver "dinheiro novo para se poder

apressou-se em comunicar tão auspicio

vêmo" e ameaçando matar o juiz. Foi

E por precaução avisou aos camaris-

mas os paulistanos, suspicazes, ainda a

exportação muito diminuída e meio cir

a Câmara intimada

tas que seriam empossados; imediata mente, participou ao govêmo da repúbli ca paulistana em 1695, que a situação persistiria com a mesma gravidade.

primeiras moedas cunhadas na Bahia,

nómico-financeíra brasileira, em face da

estabelecimento da moeda provincial,

provincial".

Esperava-se a entrada em cena das

da Bahia o despejaria pelo Brasil (His.

como existia aliás desde muito na Índia

Sua Magestade em haver nova moeda

assunto.

Seiscentista III, 181). Continuava angusüosn a situação eco-

Silva, Bartolomeu Fernandes de Faria e João de Camargo Ortiz, intimou a mu

moeda, "até nova ordem expressa de

Covemador Geral sôbre o raomentoso

7 de abril, declaravam manter a sua atitude até "aver nova ordem real" ou

ante a notícia de que éste numerário, de

Nas

Uma comissão de republicanos de grande prestigio e im-

107

recente fabricação, a Casa da Moeda

vo de tão lastimável feitiol

Preto Moreira, aos brados de

Digesto Econômico

se, sob graves penas, a sua extração pa ra o Reino em qualquer das conquistas, único meio capaz de se coibir a sua eva

ro novo para se poder trocar o velho",

va as vezes de modo extraordinário o as

"Morra o mau govêmo"!

i

surdo de sua Injustificável teimosia. Promulgou-se a lei de 8 de março de 1694, em que o Rei dizia querer reme

a esperar " a or

aver nova moeda provensial". os povos relatando que ia escrever ao

tais nobres.

nasse o Brasil universalmente reputado,

extraordinário jazigo aurífero de que ja mais no Universo se ouvira falar.

"Não foi porém o aumento concedido às moedas provinciais do Brasil, mas sim o descobrirem-se as minas (de ou ro) logo em seguida, a causa verdadei ra de se não esgotar de seu meio de cir

culação a colônia, como até aí comenta J. Lúcio de Azevedo, ao encerrar o belo e exato capítulo do seu magistral estudo.

diar o grande dano que o Brasil padecia com a falta de meio circulante.

5?. IJ- -M

Assim em 1694 se ordenou a cria

ção de novas^ moedas para a Bahia, va

lendo as espécies cunhadas, e as que já corriam, dez por cento acima dos vinte aumentados na metrópole. Era o

único meio de que se podia lançar mão para estancar a exportação do numerá rio do Brasil.

O jornal romano "11 Messagero" anuncia que os preços dos gêneros cios no mercado livre baixaram de 20 a 30% em todo o território italiano, da Itália, verificou-se grande baixa nos preços das gorduras. Acredita-se que as boas colheitas das vropriedades agricolas em ni

áreas do pais e a política de restrição de créditos executada pelo gOüéf«

os principais motivos dessa baixa. H I

*

^ sejam inVii-

-

.jâ


Dicesto Econômico

106

Assim, como vemos, reinava a maior arbitrariedade no valor atribuído às di

versas espécies. A falta da moeda divisionáría era

aliás um dos maiores flagelos do Bra sil Colonial, como continuou a sê-lo até

os anos presentes. Atormentou as po pulações do Estado, do Reino, do Impé rio e da República do Brasil.

A 2 de novembro de 1694 cedeu a

Gamara de São Paulo à pressão das au toridades superiores da Capitania, elas

pr^rias premidas pelo Govêmo Geral. E assim tentou publicar o edital, o que provocou nova revolta. Mais de

cem homens "com armas de fogo e es padas nuas" invadiram o Paço do Con celho, ameaçando matar o Juiz ordiná rio José de Camargo Pimentel e o ou vidor da Cbpitania Inocêncio

curadores, a 7 do abril seguinte, decla rou manter a sua atitude de protestante até nova ordem régia de "haver dinhei

portância, na qual figuravam:

Viv','

Bento do Amaral da Silva, Isi-

^

dro Tínoco de Sá, Domingos Dias da

Lavrar-se-ia na Casa da Moeda da

Bahia moeda provincial, fabricada com maior valor e diferente cunho. Proibia-

são (S. Sombra, 103).

A oitava de prata correria a 110 réis e a de ouro a 1.650 réis. E D. João de

trocari'.

Lencastre, a 15 de setembro de 1694,

Ainda assim *a questão da melhoria do meio circulante não se resolveu fà-

culante desfalcadíssimo.

so fato ao Capitão Mor vicentino. Ces

cí^mente. Ha\aa sensível falta de espé

Corriam fragmentos de moeda de pro cedência portuguesa e espanhola cuida

savam todos os inconvenientes que da Capitania de São Vicente eram alegados,

dosamente guardados, apesar do cercea mento, da carimbagem que desfigura

com a fundação da Casa da Moeda Pro

tado, sobretudo depois das clarividentes advertências ^ demonstrações do

vincial.

lúcido Câmara Coutinho, se dispôs a

Mas como as noticias se espalliavám

dar "todo o calor" às pesquisas de me

com extrema morosidade pela vastidão

quanto havia de falsificação neste acer

brasileira, ainda a 2 de novembro desse

E o mais feliz dos acasos faria com

mesmo ano, 1694, houve novo motim em

que, dentro de menos de um lustro a

São Paulo, por terem desejado o juiz ordinário José de Camargo Pimentel e

audácia das bandeiras de São Paulo tor

existem espécimes desta moe

da irreconhecível que, no en

o ouvidor da Capitania, Inocêncio Pre

como contendo em seu solo o mais

tanto, continuavam a correr ati

to Moreira, publicar o alvará da baixa.

coleções

numismáticas

vamente.

Foi então que Câmara Coutínho alvitrou um remédio salutar: — o

Acima de cem

homens com armas

de fogo e espadas nuas invadiram o paço municipal a gritar "morra o mau go

e privativa do Estado. Afinal, os vesgos governantes que ro

dem expressa de Sua Magestade em

deavam o Trono convenceram-se do ab

A nova edilidade de 1695 aquietava

dn^T^o a S. Ex. o Governa^ ao meio Estado, sôbre as questões relativas circulante. O povo de São Paulo, por seus pro

cie. E o govêmo régio mais bem orien

pecto das peças primitivas. E sabe Deus

nicipalidade a desistir do intento de dar cumprimento ao alvará de alteração da

nova edilidade prudentemente, a 16 e evereiro de 1695, avisou que breve-

liaver "dinheiro novo para se poder

apressou-se em comunicar tão auspicio

vêmo" e ameaçando matar o juiz. Foi

E por precaução avisou aos camaris-

mas os paulistanos, suspicazes, ainda a

exportação muito diminuída e meio cir

a Câmara intimada

tas que seriam empossados; imediata mente, participou ao govêmo da repúbli ca paulistana em 1695, que a situação persistiria com a mesma gravidade.

primeiras moedas cunhadas na Bahia,

nómico-financeíra brasileira, em face da

estabelecimento da moeda provincial,

provincial".

Esperava-se a entrada em cena das

da Bahia o despejaria pelo Brasil (His.

como existia aliás desde muito na Índia

Sua Magestade em haver nova moeda

assunto.

Seiscentista III, 181). Continuava angusüosn a situação eco-

Silva, Bartolomeu Fernandes de Faria e João de Camargo Ortiz, intimou a mu

moeda, "até nova ordem expressa de

Covemador Geral sôbre o raomentoso

7 de abril, declaravam manter a sua atitude até "aver nova ordem real" ou

ante a notícia de que éste numerário, de

Nas

Uma comissão de republicanos de grande prestigio e im-

107

recente fabricação, a Casa da Moeda

vo de tão lastimável feitiol

Preto Moreira, aos brados de

Digesto Econômico

se, sob graves penas, a sua extração pa ra o Reino em qualquer das conquistas, único meio capaz de se coibir a sua eva

ro novo para se poder trocar o velho",

va as vezes de modo extraordinário o as

"Morra o mau govêmo"!

i

surdo de sua Injustificável teimosia. Promulgou-se a lei de 8 de março de 1694, em que o Rei dizia querer reme

a esperar " a or

aver nova moeda provensial". os povos relatando que ia escrever ao

tais nobres.

nasse o Brasil universalmente reputado,

extraordinário jazigo aurífero de que ja mais no Universo se ouvira falar.

"Não foi porém o aumento concedido às moedas provinciais do Brasil, mas sim o descobrirem-se as minas (de ou ro) logo em seguida, a causa verdadei ra de se não esgotar de seu meio de cir

culação a colônia, como até aí comenta J. Lúcio de Azevedo, ao encerrar o belo e exato capítulo do seu magistral estudo.

diar o grande dano que o Brasil padecia com a falta de meio circulante.

5?. IJ- -M

Assim em 1694 se ordenou a cria

ção de novas^ moedas para a Bahia, va

lendo as espécies cunhadas, e as que já corriam, dez por cento acima dos vinte aumentados na metrópole. Era o

único meio de que se podia lançar mão para estancar a exportação do numerá rio do Brasil.

O jornal romano "11 Messagero" anuncia que os preços dos gêneros cios no mercado livre baixaram de 20 a 30% em todo o território italiano, da Itália, verificou-se grande baixa nos preços das gorduras. Acredita-se que as boas colheitas das vropriedades agricolas em ni

áreas do pais e a política de restrição de créditos executada pelo gOüéf«

os principais motivos dessa baixa. H I

*

^ sejam inVii-

-

.jâ


Digesto Econónuco

A mais antiga fábrica de

sua justificativa, de que na maior Parte das capitanias do Brasil se iam

tecidos de São Paulo

estabelecendo

para vestuário e luxo, além de outras

comodidades indispensáveis ou apenas m reduzidas pelo costume, especifica P rmenorizadamente, em seu artigo 19, os produtos cuja fabricação ficava ex pressamente defesa a partir daquea data. Eram êles os seguintes; gaoes ou tecidos de ouro e prata, de

diferentes

fábritas

dc

tecidos de várias qualidades. Ao me-

SÉRGIO Buabque de Holanda

alvará de 5 de janeiro de o famoso 1785, que visou a extinção, no Brasil, de todas as indústrias c artes

109

O sr. Sérgio Buarque de Holanda, no dustrial provocado pelo governo portu guês após a transferência da Corte para o Rio de Janeiro e apresenta fatos pou

deve ter ocorrido, em bem me nor escala, nas diferentes ca

roça,

cês Jacó Bunier, a do capitão

fabricação urbana para fins co merciais e esc-apava, por sua vez, à ação vigilante das auto ri dades. O próprio caráter da indústria caseira destinada jus tamente ao vestuário de negros, índios e famílias pobres, in-

de Morais, a

de

José Maria Xavier c a de Se

no próprio edifício do antigo Colégio

bastião Marques, tòdas sitas à

que servia de residência aos presidentes

rua

da Província.

pitanias. Aqui o trabalho do méstico, sobretudo nos sítios da

so feriu oficinas de tecidos de ouro c prata, como a do fran

guel Xavier

ca de tecidos de São Paulo, instalada

O que se deu no Rio de Janeiro

hgência executada pelo desem bargador provedor da real fa-

José Antônio Lisboa, a de Mi-

co divulgados acôrca da primeira fábri

'■ grosserias", seus donos foram deixa dos cm paz.

no Rio de Janeiro, a di-

:^enda, José Gomes de Carvalho,

presente artigo, refere-se ao surto in

ção de fazendas finas e sim das tais

dos

Ourives.

Dos donos de teares de " lã,

era

muitas

vezes

sério

entrave ao desenvolvimento da

veludos, brilhantes, setins, tafetás ou

linho e algodão" — a sêda não

cluia-a entre as exceções regis

quaisquer qualidades de seda; da as manufaturas e teares de panos

® sequer mencionada — o mais considerável é João Monteiro Celi, com casa à rua da Vala.

no acabamento de seus produ

grosseiros de algodão, que servem or-

Tinha quatro teares ao todo,

dinàriamente para

onde

beibutes, chitas, bombazinas, fustões quaisquer fazendas de al

godão ou linho branco e de cores; baetas, droguetes, saetas, durantes ou quaisquer outras qualidades de te cidos de lã.

As fábricas já existentes de algum dos referidos produtos, como também

as fábricas e manufaturas de chapéus deveriam ser abolidas e extintas, co mo abolidos e extintos deveriam es

tar as oficinas e o próprio ofício de

ourives, conforme ficara já anterior mente estabelecido e promulgado. No artigo 20 estabeleciam-se as ine vitáveis ressalvas a êsse mandamen

to^:

Atendendo Sua Majestade, po

rem, ao grande número de escravatu-

ras, índios e famílias indigentes dis■Rra^c^f todas as capitanias do

causaria^ íazonHo

incômodo que lhes houvessem de seordinárias, vestir de ^mda das mai's

da Europa, manda exce tuar da geral proibição acima índica-

uso e vestuário

dos referidos negros, índios e pobres

tecia

e fabricava mantas

famílias e para enfardar e empacotar

e ri scados de algodão para ves tuários de negros, que são ex

fazendas ou outros ^usos semelhan tes ; tendo V. Excia. grande cuidado em que debaixo do pretexto dos so-

cetuados no alvará, e por isso não os mandou desmanchar o ouvidor. Na casa de certo Jo

breditos panos grosseiros se não ma

sé Luiz, estabelecido à mesma

nufaturem por modo algum os que ficam geralmente proibidos".

rua

sarmados.

fábricas que as desmanchassem no mais breve prazo possível, para não rem destruídas. O alvará só seria publicado, em todo caso, se falhasse semelhante expediente, o qual, entre

Vala,

foram

achados

três teares armados e dots de

Para iisso se ordenaria aos donos dc mais usarem delas, sob pena de se

da

Teciam-se

ali

algu

mas toalhas de mesa e guarda-

)

napos, "além das grosserias de algodão". Na casa de João Fran

cisco, morador defronte da sa-

cristia da Sé, acharam-se três teares armados e um desarma

do, nos quais se fazia o mes mo que nos de José Luiiz. Tea res semelhantes, destinados, em geral, à manufatura de panos

tanto, "por ser de menos ruído" era o melhor em circunstâncias tais. O resultado das medidas postas em

prática para a execução de ordem tão terminante, não parece ter confirma do, porém, a alegação contida no

rústicos,

localizarara-se

em

mais sete casas, porém como não se destinassem à produ-

texto do alvará e apresentada como

M.

tadas no alvará de 1785. Multo superiores no equipamento ou tos não seriam, aliás, as ofici

nas onde se trabalhava para

o mercado.

O certo é que só a partir de

1808, desta vez insuflados pela própria administração central que se convertera às doutrinas

do liberalismo econômico e abandonara, por força das cir

cunstâncias políticas, o apêgo exdessivo ao velho "sistema colomal pnncpiaratn a nascer os estabelecimentos fabris não

só no Rio de Janeiro, como nas capitanias.

^

Não deixa de ser

algumas das tentativas

táveis nesse sentido se

'no

dado precisamente em Sã Io terra onde a

godao ainda se encontr.

sua fase rudimentar r ■

do-se quase ünieameôte

vo, talvez, na região da fJc/


Digesto Econónuco

A mais antiga fábrica de

sua justificativa, de que na maior Parte das capitanias do Brasil se iam

tecidos de São Paulo

estabelecendo

para vestuário e luxo, além de outras

comodidades indispensáveis ou apenas m reduzidas pelo costume, especifica P rmenorizadamente, em seu artigo 19, os produtos cuja fabricação ficava ex pressamente defesa a partir daquea data. Eram êles os seguintes; gaoes ou tecidos de ouro e prata, de

diferentes

fábritas

dc

tecidos de várias qualidades. Ao me-

SÉRGIO Buabque de Holanda

alvará de 5 de janeiro de o famoso 1785, que visou a extinção, no Brasil, de todas as indústrias c artes

109

O sr. Sérgio Buarque de Holanda, no dustrial provocado pelo governo portu guês após a transferência da Corte para o Rio de Janeiro e apresenta fatos pou

deve ter ocorrido, em bem me nor escala, nas diferentes ca

roça,

cês Jacó Bunier, a do capitão

fabricação urbana para fins co merciais e esc-apava, por sua vez, à ação vigilante das auto ri dades. O próprio caráter da indústria caseira destinada jus tamente ao vestuário de negros, índios e famílias pobres, in-

de Morais, a

de

José Maria Xavier c a de Se

no próprio edifício do antigo Colégio

bastião Marques, tòdas sitas à

que servia de residência aos presidentes

rua

da Província.

pitanias. Aqui o trabalho do méstico, sobretudo nos sítios da

so feriu oficinas de tecidos de ouro c prata, como a do fran

guel Xavier

ca de tecidos de São Paulo, instalada

O que se deu no Rio de Janeiro

hgência executada pelo desem bargador provedor da real fa-

José Antônio Lisboa, a de Mi-

co divulgados acôrca da primeira fábri

'■ grosserias", seus donos foram deixa dos cm paz.

no Rio de Janeiro, a di-

:^enda, José Gomes de Carvalho,

presente artigo, refere-se ao surto in

ção de fazendas finas e sim das tais

dos

Ourives.

Dos donos de teares de " lã,

era

muitas

vezes

sério

entrave ao desenvolvimento da

veludos, brilhantes, setins, tafetás ou

linho e algodão" — a sêda não

cluia-a entre as exceções regis

quaisquer qualidades de seda; da as manufaturas e teares de panos

® sequer mencionada — o mais considerável é João Monteiro Celi, com casa à rua da Vala.

no acabamento de seus produ

grosseiros de algodão, que servem or-

Tinha quatro teares ao todo,

dinàriamente para

onde

beibutes, chitas, bombazinas, fustões quaisquer fazendas de al

godão ou linho branco e de cores; baetas, droguetes, saetas, durantes ou quaisquer outras qualidades de te cidos de lã.

As fábricas já existentes de algum dos referidos produtos, como também

as fábricas e manufaturas de chapéus deveriam ser abolidas e extintas, co mo abolidos e extintos deveriam es

tar as oficinas e o próprio ofício de

ourives, conforme ficara já anterior mente estabelecido e promulgado. No artigo 20 estabeleciam-se as ine vitáveis ressalvas a êsse mandamen

to^:

Atendendo Sua Majestade, po

rem, ao grande número de escravatu-

ras, índios e famílias indigentes dis■Rra^c^f todas as capitanias do

causaria^ íazonHo

incômodo que lhes houvessem de seordinárias, vestir de ^mda das mai's

da Europa, manda exce tuar da geral proibição acima índica-

uso e vestuário

dos referidos negros, índios e pobres

tecia

e fabricava mantas

famílias e para enfardar e empacotar

e ri scados de algodão para ves tuários de negros, que são ex

fazendas ou outros ^usos semelhan tes ; tendo V. Excia. grande cuidado em que debaixo do pretexto dos so-

cetuados no alvará, e por isso não os mandou desmanchar o ouvidor. Na casa de certo Jo

breditos panos grosseiros se não ma

sé Luiz, estabelecido à mesma

nufaturem por modo algum os que ficam geralmente proibidos".

rua

sarmados.

fábricas que as desmanchassem no mais breve prazo possível, para não rem destruídas. O alvará só seria publicado, em todo caso, se falhasse semelhante expediente, o qual, entre

Vala,

foram

achados

três teares armados e dots de

Para iisso se ordenaria aos donos dc mais usarem delas, sob pena de se

da

Teciam-se

ali

algu

mas toalhas de mesa e guarda-

)

napos, "além das grosserias de algodão". Na casa de João Fran

cisco, morador defronte da sa-

cristia da Sé, acharam-se três teares armados e um desarma

do, nos quais se fazia o mes mo que nos de José Luiiz. Tea res semelhantes, destinados, em geral, à manufatura de panos

tanto, "por ser de menos ruído" era o melhor em circunstâncias tais. O resultado das medidas postas em

prática para a execução de ordem tão terminante, não parece ter confirma do, porém, a alegação contida no

rústicos,

localizarara-se

em

mais sete casas, porém como não se destinassem à produ-

texto do alvará e apresentada como

M.

tadas no alvará de 1785. Multo superiores no equipamento ou tos não seriam, aliás, as ofici

nas onde se trabalhava para

o mercado.

O certo é que só a partir de

1808, desta vez insuflados pela própria administração central que se convertera às doutrinas

do liberalismo econômico e abandonara, por força das cir

cunstâncias políticas, o apêgo exdessivo ao velho "sistema colomal pnncpiaratn a nascer os estabelecimentos fabris não

só no Rio de Janeiro, como nas capitanias.

^

Não deixa de ser

algumas das tentativas

táveis nesse sentido se

'no

dado precisamente em Sã Io terra onde a

godao ainda se encontr.

sua fase rudimentar r ■

do-se quase ünieameôte

vo, talvez, na região da fJc/


Digesto

110

Econónhco

111

Digesto Económico

— a produção para os teares domés

onde for empregado o Mestre que

ticos. O fato é que, já a 16 de mar

vigie o mesmo trabalho com assidui

recomendou ao capitão-general Oey-

O supíicante Tomé Manuel de Jesus

ço dc 1812, determinava o Regente

dade, e ensine" para se não tornar inútil a despcza que com ele Mando fazer pelo mencionado Cofre, dandoMc anualmente conta o dito Ouvidor

nhausen, tomasse as necessárias pro vidências para que o estabelecimento

Varela, pelo preço de três contos de

não se fechasse.

daqui resulta ao Brasil, fazendo-se o

Assim ficamos sabendo que a Real Junta do Comérdio não só mantinha mestre tccelão em

transporte dos teares e mais utensí lios à custa dos compradores" (3). A partir de então, o nome de Vare

São Paulo, como ainda erigira ou

la anda sempre associado ao estabe

que à capitania dc São Paulo se man dasse um

mestre-fabricante de teci

dos, à custa dos cofres da Real Jun ta do Comércio, com os vencimentos

de seíscentos réis por dia, a fim de

ensinar a fabricação de tecidos e to da a manipulação pertencente a essa manufatura.

Só em maio do ano seguinte, po rém, comunicava Sua Alteza Real ao

Marquês de Alegrete a escolha do

aludido mestre-fabricante: "Hei por

i

bem remeter-vos igualmente com es

ta o dito Mestre que é Thomas Ro

drigues às vossas ordens para o empregardes a vosso arbítrio naquelas Fábricas de que os Proprietários volo requererem ou ainda quaesquer

pessoas .que queirão empreender similhante estabelecimento tão util.

Determinando-vos que façais pelos Ouvidores de todas as Comarcas des sa Capitania afixar editais em que Se anuncie esta Minha Real Resolu

ção e o beneficio que por Ela Tenho Liberalizado em aumento da geral in dustria e que com informação dos mesmos Ouvidores sobre as possibi lidades dos que tiverem Fabric'as ou

o seu procedimento c do aumento que tiver a Fabrica e propondo-Me os meios de seu melhoramento pelo Meu antedito Trilmnal da Real Junta do

à sua custa um

mandara erigir ali uma fábrica de te

Comercio, e logo que não for preciso

cidos. Temos notícia, por outros pa

o Mestre naquela Fabrica passará a vosso arbítrio, e pelo mesmo modo

péis, de que essa fábrica tinha entre os seus responsáveis, ainda em 1820,

para ensinar a outro qualquer qu* tenha estabelecido teares, ou que os

certo João Marcos Vieira (2).

queira estabelecer em qualquer co marca dessa Capitania, recomendan do ao Ouvidor dela que, na forma sobredita, vigie que o dito Mestre cum pra com os seüs deveres, dando-Me

conta anualmente na mesma forma, e prestareis da vossa parte todo o au xilio tendente a se estabelecerem Fa

Seria a mesma que já no ano se guinte conta entre seus sócios Tomé Manuel de Jesus Varela? Êste nome aparece firmando um requerimento dirigido à Real Junta e provocado pelo edital dc 7 de maio de 1821, da mesma repartição, que propõe vender as máquinas de fiar e cardar algodão então existentes no sítio da Lagoa

ouro e prata, juntamente com José "Wenceslau de Andrade (4).

Essa circunstância dá lugar, aliás, à única referência ao seu nome que deparamos era documentos munici pais paulistanos anteriores a 1821. Nesse ano, contudo, figura entre os

signatários da representação dirigida

houverem matérias primeiras, e a sc aperfeiçoarem os estabelecidos nessa Capitania, como espero de vosso efi

rela se propunha fazer os pagamentos

de Lisboa e a ficar no Brasil (5).

regulados por quartéis, sendo o pri meiro ano livre; no segundo e mais

A fábrica sobreviveu pelo menos durante algum tempo à Independên

caz e conhecido zelo" (1).

Pouco SC sabe acerca das ativi dades desenvolvidas pelo mesmo Tomaz Rodrigues em São Paulo nos

anos imediatamente subseqüentes ao

cimento que tinha em São Paulo, Va

pela Câmara ao Príncipe Regente, concitando-o a desobedecer às Cortes

que decorressem, pagaria as quartas

cia e achava-se instalada no próprio

partes dos tecidos que lhe compras

edifício do Colégio, que servia de re

se a Real Fazenda. Depois de ouvido

a respeito o deputado inspetor das

sidência aos presidentes da Província. Ocupava ali um salão, dois corredores

fábricas e feitas

e uma despensa, que davam para .-í

fará maiores progressos no dito esta belecimento, arbitrando vós quanto

tivos pelos quais não prosperara ate

deduz-se que a fábrica de tecelagem

então a fábrica de tecidos de seda e

favorecida era a única então existen

algodão que a Real Junta de Comér cio mandara erigir na Capitania. D. João VI, diante das razões alegadas,

te em São Paulo. Diz-se, com efeito, nesse documento que o material se

que seja conducente à sua sustenta ção e que grave aos Empreendedo res que o receberem, recomendando de Ordem Minha ao Ouvidor da Comarca

São Paulo avaliador de artefatos de

Rodrigo de Freitas. Solicitando pre

os pertendentes de quem 'juJgardcs

rá ele perceber de seu trabalho, o

interessara êle por outras atividades manufatureiras, pois a 1 de outubro de 1808 fôra eleito pela Câmara de

ferência, nesse caso, para o estabele

de sua clicgada. Seu nome vai apare cer, entretanto, por volta de 1820, su

fre da Real Junta do Comércio deve

lecimento. E' lícito acredítar-se que, antes de se dedicar à tecelagem, se

bricas de todos os tecidos de que

quizerem o dito Mestre para as esta belecer o concedais a aquele dentre

alem do predito vencimento do Co

reis, vista a utilidade Nacional q«e

outras

diligências,

foi despachada favoravelmente a pe

várzea do Carmo, conforme consta do

bscrevendo uma representação 'diri

tição e aprovada pelo Príncipe. De

têrmo de avaliação do prédio manda

gida a Sua Majestade sobre os mo

um trecho da resolução aprobatória

(1) Documenlos

Inieressanles

para

p. 263.

(4) Alas da Câmara de São Prui.^ . ,

XX. (S. Paulo, 1921). p. 436

t

a

História e Costumes de São Paulo,

vol. LX.. pp. 101-102.

ria transferido "à sociedade de fiação dessa cidade de que também é sócio

is) Documentos Intezeasanles, vni t

(5)

(2) DacumentoB Inleressantei, vol. XXXVI (São Paulo, 1902), p. 120.

negUlxo Geral da Câms»» .a

Paul», vol. XVI (S.

19%

J


Digesto

110

Econónhco

111

Digesto Económico

— a produção para os teares domés

onde for empregado o Mestre que

ticos. O fato é que, já a 16 de mar

vigie o mesmo trabalho com assidui

recomendou ao capitão-general Oey-

O supíicante Tomé Manuel de Jesus

ço dc 1812, determinava o Regente

dade, e ensine" para se não tornar inútil a despcza que com ele Mando fazer pelo mencionado Cofre, dandoMc anualmente conta o dito Ouvidor

nhausen, tomasse as necessárias pro vidências para que o estabelecimento

Varela, pelo preço de três contos de

não se fechasse.

daqui resulta ao Brasil, fazendo-se o

Assim ficamos sabendo que a Real Junta do Comérdio não só mantinha mestre tccelão em

transporte dos teares e mais utensí lios à custa dos compradores" (3). A partir de então, o nome de Vare

São Paulo, como ainda erigira ou

la anda sempre associado ao estabe

que à capitania dc São Paulo se man dasse um

mestre-fabricante de teci

dos, à custa dos cofres da Real Jun ta do Comércio, com os vencimentos

de seíscentos réis por dia, a fim de

ensinar a fabricação de tecidos e to da a manipulação pertencente a essa manufatura.

Só em maio do ano seguinte, po rém, comunicava Sua Alteza Real ao

Marquês de Alegrete a escolha do

aludido mestre-fabricante: "Hei por

i

bem remeter-vos igualmente com es

ta o dito Mestre que é Thomas Ro

drigues às vossas ordens para o empregardes a vosso arbítrio naquelas Fábricas de que os Proprietários volo requererem ou ainda quaesquer

pessoas .que queirão empreender similhante estabelecimento tão util.

Determinando-vos que façais pelos Ouvidores de todas as Comarcas des sa Capitania afixar editais em que Se anuncie esta Minha Real Resolu

ção e o beneficio que por Ela Tenho Liberalizado em aumento da geral in dustria e que com informação dos mesmos Ouvidores sobre as possibi lidades dos que tiverem Fabric'as ou

o seu procedimento c do aumento que tiver a Fabrica e propondo-Me os meios de seu melhoramento pelo Meu antedito Trilmnal da Real Junta do

à sua custa um

mandara erigir ali uma fábrica de te

Comercio, e logo que não for preciso

cidos. Temos notícia, por outros pa

o Mestre naquela Fabrica passará a vosso arbítrio, e pelo mesmo modo

péis, de que essa fábrica tinha entre os seus responsáveis, ainda em 1820,

para ensinar a outro qualquer qu* tenha estabelecido teares, ou que os

certo João Marcos Vieira (2).

queira estabelecer em qualquer co marca dessa Capitania, recomendan do ao Ouvidor dela que, na forma sobredita, vigie que o dito Mestre cum pra com os seüs deveres, dando-Me

conta anualmente na mesma forma, e prestareis da vossa parte todo o au xilio tendente a se estabelecerem Fa

Seria a mesma que já no ano se guinte conta entre seus sócios Tomé Manuel de Jesus Varela? Êste nome aparece firmando um requerimento dirigido à Real Junta e provocado pelo edital dc 7 de maio de 1821, da mesma repartição, que propõe vender as máquinas de fiar e cardar algodão então existentes no sítio da Lagoa

ouro e prata, juntamente com José "Wenceslau de Andrade (4).

Essa circunstância dá lugar, aliás, à única referência ao seu nome que deparamos era documentos munici pais paulistanos anteriores a 1821. Nesse ano, contudo, figura entre os

signatários da representação dirigida

houverem matérias primeiras, e a sc aperfeiçoarem os estabelecidos nessa Capitania, como espero de vosso efi

rela se propunha fazer os pagamentos

de Lisboa e a ficar no Brasil (5).

regulados por quartéis, sendo o pri meiro ano livre; no segundo e mais

A fábrica sobreviveu pelo menos durante algum tempo à Independên

caz e conhecido zelo" (1).

Pouco SC sabe acerca das ativi dades desenvolvidas pelo mesmo Tomaz Rodrigues em São Paulo nos

anos imediatamente subseqüentes ao

cimento que tinha em São Paulo, Va

pela Câmara ao Príncipe Regente, concitando-o a desobedecer às Cortes

que decorressem, pagaria as quartas

cia e achava-se instalada no próprio

partes dos tecidos que lhe compras

edifício do Colégio, que servia de re

se a Real Fazenda. Depois de ouvido

a respeito o deputado inspetor das

sidência aos presidentes da Província. Ocupava ali um salão, dois corredores

fábricas e feitas

e uma despensa, que davam para .-í

fará maiores progressos no dito esta belecimento, arbitrando vós quanto

tivos pelos quais não prosperara ate

deduz-se que a fábrica de tecelagem

então a fábrica de tecidos de seda e

favorecida era a única então existen

algodão que a Real Junta de Comér cio mandara erigir na Capitania. D. João VI, diante das razões alegadas,

te em São Paulo. Diz-se, com efeito, nesse documento que o material se

que seja conducente à sua sustenta ção e que grave aos Empreendedo res que o receberem, recomendando de Ordem Minha ao Ouvidor da Comarca

São Paulo avaliador de artefatos de

Rodrigo de Freitas. Solicitando pre

os pertendentes de quem 'juJgardcs

rá ele perceber de seu trabalho, o

interessara êle por outras atividades manufatureiras, pois a 1 de outubro de 1808 fôra eleito pela Câmara de

ferência, nesse caso, para o estabele

de sua clicgada. Seu nome vai apare cer, entretanto, por volta de 1820, su

fre da Real Junta do Comércio deve

lecimento. E' lícito acredítar-se que, antes de se dedicar à tecelagem, se

bricas de todos os tecidos de que

quizerem o dito Mestre para as esta belecer o concedais a aquele dentre

alem do predito vencimento do Co

reis, vista a utilidade Nacional q«e

outras

diligências,

foi despachada favoravelmente a pe

várzea do Carmo, conforme consta do

bscrevendo uma representação 'diri

tição e aprovada pelo Príncipe. De

têrmo de avaliação do prédio manda

gida a Sua Majestade sobre os mo

um trecho da resolução aprobatória

(1) Documenlos

Inieressanles

para

p. 263.

(4) Alas da Câmara de São Prui.^ . ,

XX. (S. Paulo, 1921). p. 436

t

a

História e Costumes de São Paulo,

vol. LX.. pp. 101-102.

ria transferido "à sociedade de fiação dessa cidade de que também é sócio

is) Documentos Intezeasanles, vni t

(5)

(2) DacumentoB Inleressantei, vol. XXXVI (São Paulo, 1902), p. 120.

negUlxo Geral da Câms»» .a

Paul», vol. XVI (S.

19%

J


fm. 112

Dicesto Eco^íô^^co

do fazer por ordem do govêrno im

perial, quando se cogitou da instala

nesta cidade na fabrica de Varella c Companhi:*, achão-se a venda nas lo

ção

jas dos Snrs. Capitam José Rodríguez

dos

Cursos Jurídicos

em

São

Paulo. Ainda existia em 1827, e no n.° 5 do Farol Paulistano, de 7 de mar

ço daquele ano, lê-se o seguinte anún cio: As fazendas manufaturadas

\

o

r GUARANÁ

Vclloso c Ajudante Antonio Justinla-

II

no de Souza, moradores à rua do Ro-

o PRODUTO

zario, c de Marciano Pires de Olivei ra, na rua da Quitanda".

GastÃo Cruls

^ONHECiDA a planta do guaraná, de que O escritor Castão Cruls, que se tem tratamos em artigo anterior, ocupemo-nos agora do seu afamado produto,

ou melhor das várias manipulações por que passam as suas sementes até que se consiga o chamado pão de guaraná. Colhidos e descascados os frutos, des-

pojam-se as sementes da polpa branca que as envolve, de sabor doce e que

pode ser comida. Esta operação, a que denominam tirar a remela do guaraná, faz-se geralmente com o auxílio dágua, dentro de cochos de madeira, e é tarefa quase sempre confiada às mulheres.

Ainda que um pouco suja, parece-nos feliz aquela expressão, porque a semen te, quando revestida do seu induto bran co com uma pinta negra ao centro, não

deixa de lembrar um olho, e esta seme

lhança serviu mesmo de principal mo tivo a uma bela lenda, colhida entre os

índios Maués por Silva Coutinho, a respeito da origem do guaraná. Mas voltemos ao fabrico da pasta. Limpas as sementes, são levadas a um forno de barro, onde sofrem a tor-

refaçâo a fogo lento, durante umas seis

horas, até que estejam a ponto de se rem facilmente desprovidas," por qual

importação

sariitârias norte-americanas levantaram a proibição para a

ciou aficialmo ^ mexicano procedente do Estado de Chihuahua, sef^undo se anuncompTovado "^ cidade do México. A medida foi adotada depois de se ter semanas, Bfldo de Chihuahua não está contaminado de aposa. Nas últimas de luatez 5.000 cabeças de centros gado vacum cruzaram fronteira na cidade 'se^ "^9 enviadas a grandes de consumo dos aEstados Unidos.

especializado em assuntos da Amazônia

neste segundo artigo sôbre o guaraná', examina as manipulações por qúe passam as suas sementes até que se obtenha o "pão de guaraná".

de madeira. Depois, pela adição de uma

certa quantidade de água, uma quarta parte, que por vezes já vai sendo reuni da durante a própria pilação, obtém-se uma pasta elástica e consistente, com a qual serão feitos os pães. Êstes, cujo tamanho é bastante variá

vel 0 podem pesar de cem a tresentas

gramas, depois de modelados pelo pa deiro, passam a uma estufa (os índios

usam palhoças feitas com tala de palmeirá paxiuba) com compartimentos suces sivos, onde sofrem lento processo de se

cagem e defumação pelo espaço de vin te a trinta dias. ' A operação pode-se realizar também ao sol, independente dos fumeiros. Conhece-se que o pão está bem cozido quando se mostra corado quando adquire uma coloração escura'

achocolatada. Esta deve ser apenas ex terna e o pão é tanto melhor quanto

quer processo (um dos mais rudimen tares é o batimento dentro de sacos ou

mais claro no seu interior.

esteiras), da película fina que as reveste

madeira a ser queimada durante o t ^

Há certa importância na escolha d

e que não entrará na composição da massa. Só então é que as sementes se acham prontas para serem socadas e re

po em que os pães permanecerem fumeiros e, para isso, segundo P

duzidas a pó mais ou menos fino, o

essências resinosas e aromátinat!

que se consegue usando grandes pilões

Carneiro, os mdios gostam muito

pau do muruxi.

'^omo o


fm. 112

Dicesto Eco^íô^^co

do fazer por ordem do govêrno im

perial, quando se cogitou da instala

nesta cidade na fabrica de Varella c Companhi:*, achão-se a venda nas lo

ção

jas dos Snrs. Capitam José Rodríguez

dos

Cursos Jurídicos

em

São

Paulo. Ainda existia em 1827, e no n.° 5 do Farol Paulistano, de 7 de mar

ço daquele ano, lê-se o seguinte anún cio: As fazendas manufaturadas

\

o

r GUARANÁ

Vclloso c Ajudante Antonio Justinla-

II

no de Souza, moradores à rua do Ro-

o PRODUTO

zario, c de Marciano Pires de Olivei ra, na rua da Quitanda".

GastÃo Cruls

^ONHECiDA a planta do guaraná, de que O escritor Castão Cruls, que se tem tratamos em artigo anterior, ocupemo-nos agora do seu afamado produto,

ou melhor das várias manipulações por que passam as suas sementes até que se consiga o chamado pão de guaraná. Colhidos e descascados os frutos, des-

pojam-se as sementes da polpa branca que as envolve, de sabor doce e que

pode ser comida. Esta operação, a que denominam tirar a remela do guaraná, faz-se geralmente com o auxílio dágua, dentro de cochos de madeira, e é tarefa quase sempre confiada às mulheres.

Ainda que um pouco suja, parece-nos feliz aquela expressão, porque a semen te, quando revestida do seu induto bran co com uma pinta negra ao centro, não

deixa de lembrar um olho, e esta seme

lhança serviu mesmo de principal mo tivo a uma bela lenda, colhida entre os

índios Maués por Silva Coutinho, a respeito da origem do guaraná. Mas voltemos ao fabrico da pasta. Limpas as sementes, são levadas a um forno de barro, onde sofrem a tor-

refaçâo a fogo lento, durante umas seis

horas, até que estejam a ponto de se rem facilmente desprovidas," por qual

importação

sariitârias norte-americanas levantaram a proibição para a

ciou aficialmo ^ mexicano procedente do Estado de Chihuahua, sef^undo se anuncompTovado "^ cidade do México. A medida foi adotada depois de se ter semanas, Bfldo de Chihuahua não está contaminado de aposa. Nas últimas de luatez 5.000 cabeças de centros gado vacum cruzaram fronteira na cidade 'se^ "^9 enviadas a grandes de consumo dos aEstados Unidos.

especializado em assuntos da Amazônia

neste segundo artigo sôbre o guaraná', examina as manipulações por qúe passam as suas sementes até que se obtenha o "pão de guaraná".

de madeira. Depois, pela adição de uma

certa quantidade de água, uma quarta parte, que por vezes já vai sendo reuni da durante a própria pilação, obtém-se uma pasta elástica e consistente, com a qual serão feitos os pães. Êstes, cujo tamanho é bastante variá

vel 0 podem pesar de cem a tresentas

gramas, depois de modelados pelo pa deiro, passam a uma estufa (os índios

usam palhoças feitas com tala de palmeirá paxiuba) com compartimentos suces sivos, onde sofrem lento processo de se

cagem e defumação pelo espaço de vin te a trinta dias. ' A operação pode-se realizar também ao sol, independente dos fumeiros. Conhece-se que o pão está bem cozido quando se mostra corado quando adquire uma coloração escura'

achocolatada. Esta deve ser apenas ex terna e o pão é tanto melhor quanto

quer processo (um dos mais rudimen tares é o batimento dentro de sacos ou

mais claro no seu interior.

esteiras), da película fina que as reveste

madeira a ser queimada durante o t ^

Há certa importância na escolha d

e que não entrará na composição da massa. Só então é que as sementes se acham prontas para serem socadas e re

po em que os pães permanecerem fumeiros e, para isso, segundo P

duzidas a pó mais ou menos fino, o

essências resinosas e aromátinat!

que se consegue usando grandes pilões

Carneiro, os mdios gostam muito

pau do muruxi.

'^omo o


Vi"

DiCESTO EcONÓitlCO

114

o guaraiiá puro, confonne o prepa ram os sflvlcolas, deve ser exclusiva

mente feito com as sementes da planta.

acontecendo com o seu pó, que é de fácil fermentação.

Já dissemos que desde que se tomou

Não raro, porém, lhes acrescentam ou tros ingredientes, como farinlia de man dioca (jiara lhe quebrar um pouco O amargor natural), sementes de cacau e

cura, não só na sua zona de produção, como ainda nas províncias mais ou me-

i-asca do quina, esta última visando re

no.s próximas, quais Mato Grosso, Goiás,

forçar <j poder antifebril, que lhe em

Maranhão, Piauí e Minas. Diz-se mes

prestam.

mo ter sido esta droga que incentivou o primeiro comércio entre Mato Grosso ©

Mas isso são artifícios de que lança )não i> civilizado. Daí a alta cotação

que ainda hoje desfruta o guaraná prejjarado pelos índios Maués, que, embora

de aspecto mais grosseiro, mal pilado e pref.:rentemente conformado em gran des cilindros com meio quilo de pêso,

se apresenta quase sempre em estado de

perfeita pureza. Aliás, de longa data, de.'.de que se iniciou o comércio do pro duto, estabeleceu-se logo a diferença enf trc o guaraná de Luséia (antigo nome díi atual cidade de Maués) e o guaraná da "terra dos Maués", isto é, o preparado pelos índios, e que

conliccido entre os civilizados, não tar

dou que o guaraná começasse a ter pro

Pará, através do Tapajós. Dali, desde 1750, desciam canoas carregadas de cou

ro e outros gêneros, que eram vendidos em Serpa e Vila Bela da Imperatriz (hoje, respectivamente, Itacoatiara e

Parentins) e que, depois, de regresso, passavam por Maués, onde se atestavam do muitas arrôbas de guaraná.

O uso

do produto difundiu-se também por lar ga faixa do território boliviano, desde as margens do alto Paraguai e do Ma deira, até as vertentes orientais doa An des, dando curso a outras monções que

era o mais valorizado.

Por outro lado, a confecção dos cilin dros ou bastões re

quer certa habilida de, do contrário a massa se apresenta fistulada ou vacuola-

da no interior. Êsse guaraná, também de qualidade inferior, é cha

mado poco, e o

caboclo

a

território nacional, nos vilarejos ribeiri nhos do Guaporé e seus afluentes. Ê de Liebig, citado por Paulo Carnei ro, a judiciosa observação de que o ho mem, desde os tempos mais remotos, sempre experimentou um natural pendor por certo gênero de alimentos, de natu

reza vegetal e comprovada ação esti

mulante, nos quais se verificou mais tar de a existência da cafeína. Assim acon teceu com o café na África e o chá no

valente, ela tem ação menos excitante

do que o café, o chá e o mate, porque ao conttóo destes, que, quando inge ridos, já levam a cafeína em dissolução, o guaraná, apenas em suspensão na água. só começa a ser dissoKido no or

ganismo e, destarte, a sua absorção se faz muito lenta e gradativumcnte. Sabido que os índios da Amazônia nao se limitam ao uso das sementes

da panta, mas também lhe aproveitam as flores com que, depois de queiniadas, fazem o guaraná-putird ou guaraná-flor',

Oriente, para só citar os que lograram fama mundial. Ora, o nosso guaraná,

e ainda bebem o infuso das fôlhas e raí zes, Paulo Carneiro foi levado ao estudo

ao lado do cacau e do mate, também americanos, está justamente nesse grupo, e por isso não é. de espantar que, uma

conclusões interessantíssimas. Assim ve

vez conhecido, visse cada vez mais am pliada a área do seu consumo. Além

todos os órgãos adultos da Paullinia con

disso, o produto da nossa PauÜinia não se recomendava apenas pela sua ação

das várias partes da planta e chegou a rificou o ilustre químico patrício que têm cafeína em maior ou menor quantí-. dade, e, fato importante e só então

apurado, que as suas flores, fôlhas e

tônico-nervina. A crendice popular em prestou-lhe foros de verdadeira panacéia, com virtudes eupépticas, febrífugas, antídiarréicas, antinevrálgicas e até afro-

em teobromina, no que superam o cacau

disíacas.

substância.

casca do caule são também riquíssimas e a noz de cola, as duas plantas em que até então tinha sido apontada essa

Hoje, entretanto, que o produto está

Explica-se assim, pelo seu alto valor

bem estudado, sobretudo depois das

alimentar e farmacêutico, a procura que

exaustivas análises de Paulo Carneiro,

\'eni tendo o guaraná, já com bons mer

conhece-se a sua ação fisiológica e sa be-se que principalmente à cafeína e

cados no estrangeiro, tanto na Europa como na América, e cujo cultivo, sempre

ao tanino se lhe podem imputar deter

crescente, é hoje uma das boas fontes

minados efeitos medicamentosos.

de riqueza da Amazônia. Diga-se que cs seus dois principais focos de produ

dêle foi isolada, em 1826, por Tlieodor

ção ficam nos municípios de Maués e

Barreirinha, no Estado do Amazonas, e que o produto não se e.xporta apenas co

mo pães, mas ainda em rama, isto é as sementes em bruto, antes de sofreren^ A pasta do guaraná, quando pura, é qualquer manipulação. Mas convém J

Martius; mas anos mais tarde verificou-síT que esta era em tudo igual à cafeína.

o

se

partamentos do Bêni, Santa Cruz de Ia

Sierra e Cochabamba, e também, em

bstância branca, cristalizada, amarga, que

cilmente pelo que

115

De início, pensou-se que o princípio ati vo do guaraná fosse a guaraína, uma su

reconhece fàsom

Digesto EcoNó^^co

dentre os produtos conhecidos aquêle

obtém ao bater um pão ,de encontro a

afrontavam as cachoeiras deste

outro. Uma vez consolidado, o guaraná tem duração indefinida, o mesmo não

rio e vinham negociar com os índios, para depois espalhar o guaraná pelos de-

último

que se apresenta mais rico em cafeína,

chegando a conter 5% do princípio ati vo. Apesar disso, porém, em dose equi-

tar que, utilizando-se apenas as seme^

tes, até agora ainda não foi aprovei a outra riqueza da planta- n ^ ' • em teobromina.

'"

Inflai'

? Valo;,


Vi"

DiCESTO EcONÓitlCO

114

o guaraiiá puro, confonne o prepa ram os sflvlcolas, deve ser exclusiva

mente feito com as sementes da planta.

acontecendo com o seu pó, que é de fácil fermentação.

Já dissemos que desde que se tomou

Não raro, porém, lhes acrescentam ou tros ingredientes, como farinlia de man dioca (jiara lhe quebrar um pouco O amargor natural), sementes de cacau e

cura, não só na sua zona de produção, como ainda nas províncias mais ou me-

i-asca do quina, esta última visando re

no.s próximas, quais Mato Grosso, Goiás,

forçar <j poder antifebril, que lhe em

Maranhão, Piauí e Minas. Diz-se mes

prestam.

mo ter sido esta droga que incentivou o primeiro comércio entre Mato Grosso ©

Mas isso são artifícios de que lança )não i> civilizado. Daí a alta cotação

que ainda hoje desfruta o guaraná prejjarado pelos índios Maués, que, embora

de aspecto mais grosseiro, mal pilado e pref.:rentemente conformado em gran des cilindros com meio quilo de pêso,

se apresenta quase sempre em estado de

perfeita pureza. Aliás, de longa data, de.'.de que se iniciou o comércio do pro duto, estabeleceu-se logo a diferença enf trc o guaraná de Luséia (antigo nome díi atual cidade de Maués) e o guaraná da "terra dos Maués", isto é, o preparado pelos índios, e que

conliccido entre os civilizados, não tar

dou que o guaraná começasse a ter pro

Pará, através do Tapajós. Dali, desde 1750, desciam canoas carregadas de cou

ro e outros gêneros, que eram vendidos em Serpa e Vila Bela da Imperatriz (hoje, respectivamente, Itacoatiara e

Parentins) e que, depois, de regresso, passavam por Maués, onde se atestavam do muitas arrôbas de guaraná.

O uso

do produto difundiu-se também por lar ga faixa do território boliviano, desde as margens do alto Paraguai e do Ma deira, até as vertentes orientais doa An des, dando curso a outras monções que

era o mais valorizado.

Por outro lado, a confecção dos cilin dros ou bastões re

quer certa habilida de, do contrário a massa se apresenta fistulada ou vacuola-

da no interior. Êsse guaraná, também de qualidade inferior, é cha

mado poco, e o

caboclo

a

território nacional, nos vilarejos ribeiri nhos do Guaporé e seus afluentes. Ê de Liebig, citado por Paulo Carnei ro, a judiciosa observação de que o ho mem, desde os tempos mais remotos, sempre experimentou um natural pendor por certo gênero de alimentos, de natu

reza vegetal e comprovada ação esti

mulante, nos quais se verificou mais tar de a existência da cafeína. Assim acon teceu com o café na África e o chá no

valente, ela tem ação menos excitante

do que o café, o chá e o mate, porque ao conttóo destes, que, quando inge ridos, já levam a cafeína em dissolução, o guaraná, apenas em suspensão na água. só começa a ser dissoKido no or

ganismo e, destarte, a sua absorção se faz muito lenta e gradativumcnte. Sabido que os índios da Amazônia nao se limitam ao uso das sementes

da panta, mas também lhe aproveitam as flores com que, depois de queiniadas, fazem o guaraná-putird ou guaraná-flor',

Oriente, para só citar os que lograram fama mundial. Ora, o nosso guaraná,

e ainda bebem o infuso das fôlhas e raí zes, Paulo Carneiro foi levado ao estudo

ao lado do cacau e do mate, também americanos, está justamente nesse grupo, e por isso não é. de espantar que, uma

conclusões interessantíssimas. Assim ve

vez conhecido, visse cada vez mais am pliada a área do seu consumo. Além

todos os órgãos adultos da Paullinia con

disso, o produto da nossa PauÜinia não se recomendava apenas pela sua ação

das várias partes da planta e chegou a rificou o ilustre químico patrício que têm cafeína em maior ou menor quantí-. dade, e, fato importante e só então

apurado, que as suas flores, fôlhas e

tônico-nervina. A crendice popular em prestou-lhe foros de verdadeira panacéia, com virtudes eupépticas, febrífugas, antídiarréicas, antinevrálgicas e até afro-

em teobromina, no que superam o cacau

disíacas.

substância.

casca do caule são também riquíssimas e a noz de cola, as duas plantas em que até então tinha sido apontada essa

Hoje, entretanto, que o produto está

Explica-se assim, pelo seu alto valor

bem estudado, sobretudo depois das

alimentar e farmacêutico, a procura que

exaustivas análises de Paulo Carneiro,

\'eni tendo o guaraná, já com bons mer

conhece-se a sua ação fisiológica e sa be-se que principalmente à cafeína e

cados no estrangeiro, tanto na Europa como na América, e cujo cultivo, sempre

ao tanino se lhe podem imputar deter

crescente, é hoje uma das boas fontes

minados efeitos medicamentosos.

de riqueza da Amazônia. Diga-se que cs seus dois principais focos de produ

dêle foi isolada, em 1826, por Tlieodor

ção ficam nos municípios de Maués e

Barreirinha, no Estado do Amazonas, e que o produto não se e.xporta apenas co

mo pães, mas ainda em rama, isto é as sementes em bruto, antes de sofreren^ A pasta do guaraná, quando pura, é qualquer manipulação. Mas convém J

Martius; mas anos mais tarde verificou-síT que esta era em tudo igual à cafeína.

o

se

partamentos do Bêni, Santa Cruz de Ia

Sierra e Cochabamba, e também, em

bstância branca, cristalizada, amarga, que

cilmente pelo que

115

De início, pensou-se que o princípio ati vo do guaraná fosse a guaraína, uma su

reconhece fàsom

Digesto EcoNó^^co

dentre os produtos conhecidos aquêle

obtém ao bater um pão ,de encontro a

afrontavam as cachoeiras deste

outro. Uma vez consolidado, o guaraná tem duração indefinida, o mesmo não

rio e vinham negociar com os índios, para depois espalhar o guaraná pelos de-

último

que se apresenta mais rico em cafeína,

chegando a conter 5% do princípio ati vo. Apesar disso, porém, em dose equi-

tar que, utilizando-se apenas as seme^

tes, até agora ainda não foi aprovei a outra riqueza da planta- n ^ ' • em teobromina.

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Inflai'

? Valo;,


X)lGESTO ECONÓNnCO 117

A propriedode e o dinheii^ó

reitos, pois já na Constituição de 1791

SC dizia, em seu art. 17, que sendo a

amadurecimento do espírito industrial, grado, ninguém dele poderia ser priva . pidez, maiores lucros. A propriedade,

CÂNDIDO Mota Filho

distâncias percorridas pela ordem social, depois da queda do feudalismo, mostram-nos que ela se vem fazen do, còm o correr dos anos, numa acen tuada contradição, entre dois esteios de

sua grandeza, — a propriedade e o di nheiro.

Ambos surgiram para afirmar o novo

mmo da vida, garantindo-o pe'a propric-

dadc, que é o elemento estável e pelo dinheiro, que é o elemento dinâmico. ntretanto, esses dois irmãos, como iguras bíblicas, vêm mantendo uma vida e antagonismo, que se acentua cada vez mais, porque se a propriedade con serva, o dinheiro renova.

^ A sociedade liberal teve assim, no segredo desse antagonismo, a razão maior de sua existência ativa e progres sista. Se não houvesse o ponto de apoio da propriedade aderido à atividade do proprietário, o progresso não existiria.

Se não houvesse dinheiro, para movi mentar os valores, animar os negócios,

possibilitar as fortunas, o progresso tam bém não existiria.

A maior conquista da revolução fran cesa foi a de estabelecer, pela anulação

da propriedade feudal, a propriedade individual. Paul Janet chegou, por isso mesmo, a escrever que a concepção que ela fez^ da propriedade, ficou como algo de estável e persistente. E êle mostra que a revolução tratou da propriedade em três circuns

ce p^a o homem livre, que provém do

fcudais; da propriedade na família pelas leis da herança e, enfim, da propriedade coíetiva pela alienação dos bens ecle siásticos.

A propriedade surgia como o grande apoio econômico e moral da liurguesia. Sem propriedade não seria possível li berdade. Enquanto a propriedade era

propriedade um direito in\'iQlá\el e sa

qiie me possibilita, com muito mais ra-

do, senão por necessidade pública, le galmente justificada, mediante justa e

como um bem imóvel, resiste o mais possível aos negócios. O direito sôbre a coisa imó\'el nao é demasiado obedien

prévia indenização.

Em torno da propriedade estável reu niu-se e firmou-se a família burguesa. Ela passava de pai para filho, através do direito de sucessão e com ela se for

tificava a fisionomia moral da' existên

cia. A unidade econômica preservava a compreensão da hierarquia, fortificava o

feudal a sociedade era, na verdade, ape

senso da autoridade familiar, o poder de

nas de seres subordinados ou dependen tes. Todas as conquistas da liberdade

obediência dos filhos.

só poderiam ser apoiadas no direito da propriedade. Na Constituinte revolucio nária, Maury terminava um dos seus discursos, dizendo; — "Vós quereis ser

líviíes, mas sem propriedade não há liberdade. A própria liberdade não é

mais do que a primeira das proprieda des".

comando dos pais, a capacidade de

Pela propriedade o homem livre po dia manter o seu espírito de iniciativa, o seu bom senso, o amor ás coisas do

passado, o respeito ás possibilidades do

futuro. Assim, o burguês liberal procura melhorar seus negócios para tornar-se grande proprietário. Com o caminhar dos tempos, a propriedade não é mais um apoio paru , a liberdade, mas um

te, pois a propriedade, mal aproveitada, toma-se um encargo. A posse da mes ma, nesse caso, dei.va de ser, na maioria"

dos casos, uma realidade e ela, como \'alor econômico, não tem o interesse que provoca daí por diante o valor mo-

bil ário.

Quando é elaborado o Códi

go de Napoleão,^ as fortunas estáveis, na França, estavam repousadas na pro priedade. E, para essa época o jurista I Georges Ripert recordava o célebre adá- J gio; — "Res mobilis, res vilis".

vão tomando outro aspecto. A proprie dade imóvel é> daí por diante, princi palmente, muito mais do que um di reito de usar e gozar uma coisa, um

direito de cedê-la ou negociá-la, um di reito de dispô-Ia como bem entende o

Foi prolongada e agitada nessa épo ca a luta pela definição e consagração do direito de propriedade. Os revolucio nários, inspirados na definição de Con-

sa não é assim, como nos primeiros

dorcet, estabeleceram, por fim, na Cons tituição de 93, que óle estava na ca

urri espírito de organizíição. Os projetos

negócios rápidos e vultosos, a proprie

que se fazem, partem da propriedade e visam a propriedade, que já não se contém na propriedade lubana, mas al cança a propriedade rural, que não per

cios. Ela é assim dada em garantia para

tegoria dos direitos naturais do homem e podia ser considerado como o direito de gozar e dispor à vontade dos bens,dos rendimentos, produtos do trabaUio e indústria.

Toda a estrutura econômica do libera lismo na sua universalidade, cresceu com êsse apoio. A propriedade foi o ponto de partida

tâncias memorá

de uma nova po-

veis: — da pro-

lítica e de uma economia. nova

priedade indivi dual pela aboli-

Tudo brotava da

ção dos direitos

decharaçâo de di-

i

apoio para o poder político e para o poder econômico. O espírito de empre tempos, um espírito de aventura, mas

M

Mas, com o industrialismo, os valores ^

proprietário. A propriedade tomou-se, acima de tudo, objeto de negócio. Num mundo que se desenvolria industrial mente, onde cada vez mais se faziam

dade serve para assegurar êsses negó

tence mais, tão só, ao homem do cam

grande número de transações. "O cré dito, escreve Ripert, é o direito de obtei de uma pessoa que vos dê alguma coisa

po e não só se desenvolve à custa da

bens e serviços. Não vale senão na me

dida em que o devedor possui ê'e mes Êsse novo aspecto do direito de pro- . mo bens ou seja capaz de prestar ser prieda.de er a desconfianças e provoca viçQS. Mas, nessa medida, tem a van desequiabrios. O .grande proprietário tagem de dar ao credor, sem esforços retoma à situação feudal. O latifundiá nem riscos, os proveitos da atividade do mentalidade agrária.

rio é um senlior poderoso e arbitrário.

E quando a propriedade chega a este aspecto,, uma nova possibilidade apare-

dededor. regime capitalista nu» e o regime hp.co dos negócios, W, ^ aos poucos, transformando os pi^prie-


X)lGESTO ECONÓNnCO 117

A propriedode e o dinheii^ó

reitos, pois já na Constituição de 1791

SC dizia, em seu art. 17, que sendo a

amadurecimento do espírito industrial, grado, ninguém dele poderia ser priva . pidez, maiores lucros. A propriedade,

CÂNDIDO Mota Filho

distâncias percorridas pela ordem social, depois da queda do feudalismo, mostram-nos que ela se vem fazen do, còm o correr dos anos, numa acen tuada contradição, entre dois esteios de

sua grandeza, — a propriedade e o di nheiro.

Ambos surgiram para afirmar o novo

mmo da vida, garantindo-o pe'a propric-

dadc, que é o elemento estável e pelo dinheiro, que é o elemento dinâmico. ntretanto, esses dois irmãos, como iguras bíblicas, vêm mantendo uma vida e antagonismo, que se acentua cada vez mais, porque se a propriedade con serva, o dinheiro renova.

^ A sociedade liberal teve assim, no segredo desse antagonismo, a razão maior de sua existência ativa e progres sista. Se não houvesse o ponto de apoio da propriedade aderido à atividade do proprietário, o progresso não existiria.

Se não houvesse dinheiro, para movi mentar os valores, animar os negócios,

possibilitar as fortunas, o progresso tam bém não existiria.

A maior conquista da revolução fran cesa foi a de estabelecer, pela anulação

da propriedade feudal, a propriedade individual. Paul Janet chegou, por isso mesmo, a escrever que a concepção que ela fez^ da propriedade, ficou como algo de estável e persistente. E êle mostra que a revolução tratou da propriedade em três circuns

ce p^a o homem livre, que provém do

fcudais; da propriedade na família pelas leis da herança e, enfim, da propriedade coíetiva pela alienação dos bens ecle siásticos.

A propriedade surgia como o grande apoio econômico e moral da liurguesia. Sem propriedade não seria possível li berdade. Enquanto a propriedade era

propriedade um direito in\'iQlá\el e sa

qiie me possibilita, com muito mais ra-

do, senão por necessidade pública, le galmente justificada, mediante justa e

como um bem imóvel, resiste o mais possível aos negócios. O direito sôbre a coisa imó\'el nao é demasiado obedien

prévia indenização.

Em torno da propriedade estável reu niu-se e firmou-se a família burguesa. Ela passava de pai para filho, através do direito de sucessão e com ela se for

tificava a fisionomia moral da' existên

cia. A unidade econômica preservava a compreensão da hierarquia, fortificava o

feudal a sociedade era, na verdade, ape

senso da autoridade familiar, o poder de

nas de seres subordinados ou dependen tes. Todas as conquistas da liberdade

obediência dos filhos.

só poderiam ser apoiadas no direito da propriedade. Na Constituinte revolucio nária, Maury terminava um dos seus discursos, dizendo; — "Vós quereis ser

líviíes, mas sem propriedade não há liberdade. A própria liberdade não é

mais do que a primeira das proprieda des".

comando dos pais, a capacidade de

Pela propriedade o homem livre po dia manter o seu espírito de iniciativa, o seu bom senso, o amor ás coisas do

passado, o respeito ás possibilidades do

futuro. Assim, o burguês liberal procura melhorar seus negócios para tornar-se grande proprietário. Com o caminhar dos tempos, a propriedade não é mais um apoio paru , a liberdade, mas um

te, pois a propriedade, mal aproveitada, toma-se um encargo. A posse da mes ma, nesse caso, dei.va de ser, na maioria"

dos casos, uma realidade e ela, como \'alor econômico, não tem o interesse que provoca daí por diante o valor mo-

bil ário.

Quando é elaborado o Códi

go de Napoleão,^ as fortunas estáveis, na França, estavam repousadas na pro priedade. E, para essa época o jurista I Georges Ripert recordava o célebre adá- J gio; — "Res mobilis, res vilis".

vão tomando outro aspecto. A proprie dade imóvel é> daí por diante, princi palmente, muito mais do que um di reito de usar e gozar uma coisa, um

direito de cedê-la ou negociá-la, um di reito de dispô-Ia como bem entende o

Foi prolongada e agitada nessa épo ca a luta pela definição e consagração do direito de propriedade. Os revolucio nários, inspirados na definição de Con-

sa não é assim, como nos primeiros

dorcet, estabeleceram, por fim, na Cons tituição de 93, que óle estava na ca

urri espírito de organizíição. Os projetos

negócios rápidos e vultosos, a proprie

que se fazem, partem da propriedade e visam a propriedade, que já não se contém na propriedade lubana, mas al cança a propriedade rural, que não per

cios. Ela é assim dada em garantia para

tegoria dos direitos naturais do homem e podia ser considerado como o direito de gozar e dispor à vontade dos bens,dos rendimentos, produtos do trabaUio e indústria.

Toda a estrutura econômica do libera lismo na sua universalidade, cresceu com êsse apoio. A propriedade foi o ponto de partida

tâncias memorá

de uma nova po-

veis: — da pro-

lítica e de uma economia. nova

priedade indivi dual pela aboli-

Tudo brotava da

ção dos direitos

decharaçâo de di-

i

apoio para o poder político e para o poder econômico. O espírito de empre tempos, um espírito de aventura, mas

M

Mas, com o industrialismo, os valores ^

proprietário. A propriedade tomou-se, acima de tudo, objeto de negócio. Num mundo que se desenvolria industrial mente, onde cada vez mais se faziam

dade serve para assegurar êsses negó

tence mais, tão só, ao homem do cam

grande número de transações. "O cré dito, escreve Ripert, é o direito de obtei de uma pessoa que vos dê alguma coisa

po e não só se desenvolve à custa da

bens e serviços. Não vale senão na me

dida em que o devedor possui ê'e mes Êsse novo aspecto do direito de pro- . mo bens ou seja capaz de prestar ser prieda.de er a desconfianças e provoca viçQS. Mas, nessa medida, tem a van desequiabrios. O .grande proprietário tagem de dar ao credor, sem esforços retoma à situação feudal. O latifundiá nem riscos, os proveitos da atividade do mentalidade agrária.

rio é um senlior poderoso e arbitrário.

E quando a propriedade chega a este aspecto,, uma nova possibilidade apare-

dededor. regime capitalista nu» e o regime hp.co dos negócios, W, ^ aos poucos, transformando os pi^prie-


Dicesto

118

' tários cm credores. Por êste ou aquele motivo foi retirando aos homens a posse do fazendas, casas, fábricas, minas, veí

culos, águas e deu-lhes a possibilidade de ganhar com maior facilidade".

"Outrora, escreve Ripert, a proprie

dade era desejada e respeitada; impli cava nas vantagens da exploração e con

feria poder. O crédito era desprezado e suspeito. O regime capitalista mudou

tudo isso. Convidou os proprietários a txazer seus bens à sociedade que lhes dá^ ações. Legitimou e exaltou o em préstimo a juros, empregando na produ ção o capital emprestado pelos porta dores de obrigações. O Estado deu ãÉãk' convidando os bons cidadãos

Hv ^de

^onfjar sua economia e a viverem

rendunentos",

A idéia de colocar a propriedade no mundo dos negócios foi considerada as

sim uma magnífica idéia, porque era a conquista fácil e arbitrária dos bens ■'

^

mobihários.

Perdeu, com isso, a propriedade o seu antigo caráter, a sua resistência, a sua

estabilidade. Começou a passar de mão em mão.

Ficou subordinada ao critério

das balsas e dos mercados. A compra

e venda e a hipoteca sacudiram suas raízes seculares. E tudo isso, por inter medie de seu rival, o dinheiro, que, já

no meado do século XIX, se considera

inteiramente vitorioso, porque a pro

priedade se toma, daí por diante, pri sioneira do dinheiro.

E mesmo aquele que a conservou com

carinho e orgulho, resistindo a tôdas as

vinha fazendo suas diabruras. Aquêle quadro que Shakcspearc desenhou em Schylock era, na sua essência, o drama

do poder do dinheiro. Não há resis tência possível ao seu poder. Êlo funde tudo no teor lucrativo dos

negócios. Se Cícero já dizia que não liá praça forte que não seja acessível a um asno carregado de ouro, se êle, como diz Sombart, conclui pactos de amizade, tratados de fidelidade e de

ao

taDrovTado

Tnrlv-

elementos sem lastro e certos duo e místicos pelo Estado, em Mar, como do Renascimento, no

ü..,].,' j . - proha!ava Rousseau no demônio da

demônio do dinheiro.

dade, diz que enquanto o homem põe o dinheiro di.spõe. O dinheiro é a razão da democracia

quantitativa, 6 a razão do número, da

m

quele que tem mais. É êle que dó as linhas do Estado moderno, o ritmo do

trabalho o do empreendimento, o senti

do passageiro de tudo e de todos. "Sem o emprego generalizado da moeda metá lica, principalmente, senão exclusivamen

1», V

te da moeda de ouro e prata, — escre

ve Sombart, — o elemento constitutivo do espírito capitalista, que designamos com

■'\mT

o nome de adição ou cálculo, não pode ria ter o desenvolvimento que teve".

O dinheiro, trazendo assim a fascina

ção pelo lucro, animando a tendência humana pelo jôgo, multiplicando a pos sibilidade de todos, do culto e do in

culto, do recatado e do aventureiro, do

escrupuloso e do inescrupuloso, foi var-

vel podia oferecer, tôda ordem que ela poderia significar. E foi, paradoxal

Desde o Renascimento que o dinheiro

priedade. hfuito mais razões teria êle,

^^^^"=°be-e-desca" ao ver, „a sociedade contemporânea, a de propriedade desmoralizada pdo indivi-

vitória do diabciro por sôbre a socie

quan o vivo. Apesar dos resguardes que mar a propriedade em dinheiro.

der pessoal, um dos fatôres da sociali-

119

cliLsive o procuram, êle, por isso mesmo, revela-se de uma espantosa capacida de de dissolução. Spengler, mostrando a

rendo, sem nenlium cuidado, toda a re

la procurar no Código Civil, os herdeiros atavam, desde logo, de transfor

DlCESTO ECONÓlvncO

união conjugai, porque os nobres e os fortes, os sábios, o.s belos e os santos in-

J^iticuldades para transmití-la a seus filos, SC podia fazer essa resistência en-

.

Econômico T

sistência moral que a propriedade im^

mente, o dinheiro, no que êle tem de mais individualista, no que êle oferece

de plasticidade p^ua os manejos do po

/

Os altos círculos governamentais franceses receberam com grande satisfacnn a notícia de que a Alemanha perderá 682 fábricas nas zonas britânica e norte americana, as quais serão entregues ás nações aliadas, a título de reparações.

A França sempre defendeu o ponto de vista de que a Alemanha deveria • denizar os danos que causou à economia e à indústria das nações vencedn

tendo dado o exemplo, desmontando a fabrica "Boersig", situada em sua

M


Dicesto

118

' tários cm credores. Por êste ou aquele motivo foi retirando aos homens a posse do fazendas, casas, fábricas, minas, veí

culos, águas e deu-lhes a possibilidade de ganhar com maior facilidade".

"Outrora, escreve Ripert, a proprie

dade era desejada e respeitada; impli cava nas vantagens da exploração e con

feria poder. O crédito era desprezado e suspeito. O regime capitalista mudou

tudo isso. Convidou os proprietários a txazer seus bens à sociedade que lhes dá^ ações. Legitimou e exaltou o em préstimo a juros, empregando na produ ção o capital emprestado pelos porta dores de obrigações. O Estado deu ãÉãk' convidando os bons cidadãos

Hv ^de

^onfjar sua economia e a viverem

rendunentos",

A idéia de colocar a propriedade no mundo dos negócios foi considerada as

sim uma magnífica idéia, porque era a conquista fácil e arbitrária dos bens ■'

^

mobihários.

Perdeu, com isso, a propriedade o seu antigo caráter, a sua resistência, a sua

estabilidade. Começou a passar de mão em mão.

Ficou subordinada ao critério

das balsas e dos mercados. A compra

e venda e a hipoteca sacudiram suas raízes seculares. E tudo isso, por inter medie de seu rival, o dinheiro, que, já

no meado do século XIX, se considera

inteiramente vitorioso, porque a pro

priedade se toma, daí por diante, pri sioneira do dinheiro.

E mesmo aquele que a conservou com

carinho e orgulho, resistindo a tôdas as

vinha fazendo suas diabruras. Aquêle quadro que Shakcspearc desenhou em Schylock era, na sua essência, o drama

do poder do dinheiro. Não há resis tência possível ao seu poder. Êlo funde tudo no teor lucrativo dos

negócios. Se Cícero já dizia que não liá praça forte que não seja acessível a um asno carregado de ouro, se êle, como diz Sombart, conclui pactos de amizade, tratados de fidelidade e de

ao

taDrovTado

Tnrlv-

elementos sem lastro e certos duo e místicos pelo Estado, em Mar, como do Renascimento, no

ü..,].,' j . - proha!ava Rousseau no demônio da

demônio do dinheiro.

dade, diz que enquanto o homem põe o dinheiro di.spõe. O dinheiro é a razão da democracia

quantitativa, 6 a razão do número, da

m

quele que tem mais. É êle que dó as linhas do Estado moderno, o ritmo do

trabalho o do empreendimento, o senti

do passageiro de tudo e de todos. "Sem o emprego generalizado da moeda metá lica, principalmente, senão exclusivamen

1», V

te da moeda de ouro e prata, — escre

ve Sombart, — o elemento constitutivo do espírito capitalista, que designamos com

■'\mT

o nome de adição ou cálculo, não pode ria ter o desenvolvimento que teve".

O dinheiro, trazendo assim a fascina

ção pelo lucro, animando a tendência humana pelo jôgo, multiplicando a pos sibilidade de todos, do culto e do in

culto, do recatado e do aventureiro, do

escrupuloso e do inescrupuloso, foi var-

vel podia oferecer, tôda ordem que ela poderia significar. E foi, paradoxal

Desde o Renascimento que o dinheiro

priedade. hfuito mais razões teria êle,

^^^^"=°be-e-desca" ao ver, „a sociedade contemporânea, a de propriedade desmoralizada pdo indivi-

vitória do diabciro por sôbre a socie

quan o vivo. Apesar dos resguardes que mar a propriedade em dinheiro.

der pessoal, um dos fatôres da sociali-

119

cliLsive o procuram, êle, por isso mesmo, revela-se de uma espantosa capacida de de dissolução. Spengler, mostrando a

rendo, sem nenlium cuidado, toda a re

la procurar no Código Civil, os herdeiros atavam, desde logo, de transfor

DlCESTO ECONÓlvncO

união conjugai, porque os nobres e os fortes, os sábios, o.s belos e os santos in-

J^iticuldades para transmití-la a seus filos, SC podia fazer essa resistência en-

.

Econômico T

sistência moral que a propriedade im^

mente, o dinheiro, no que êle tem de mais individualista, no que êle oferece

de plasticidade p^ua os manejos do po

/

Os altos círculos governamentais franceses receberam com grande satisfacnn a notícia de que a Alemanha perderá 682 fábricas nas zonas britânica e norte americana, as quais serão entregues ás nações aliadas, a título de reparações.

A França sempre defendeu o ponto de vista de que a Alemanha deveria • denizar os danos que causou à economia e à indústria das nações vencedn

tendo dado o exemplo, desmontando a fabrica "Boersig", situada em sua

M


Digesto EcoNÓxnco

*

PA

N%ÍPI A M A

ECO

12] Hí

No decurso da reunião que recente

ICO

mente, em Atlantic Cily, celebrou a As sociação de Ferroviários dos Estudos Uni

Suécia chegou a uma situação tal que exige medidas radicais, afetando tôda a

lelamente com os esforços que se devem realizar para limitar a procura, é es

dos, foi exibida, pela primeira vez no mundo, uma Incomoti\a quo marcha á razão dc 161 qui'ünielTos por Jiora o

vida econômica do país ~ declarou a

Junta Governamental do "Riksbank" em

sencial aumontar-sc a produção sueca — e os diretores chamam a atenção para

boas das caldeiras consumidoras de car

relatório ao governo, no qual chama a

A escassez de cambiais estrangeiras na VA

verá aumentar as suas economias. Para

na qual se combinam todas as coisas

as possibilidades existentes de se conse

vão dc pedra, e a transmissão elétrica.

atenção para as conseqüências sérias da

guir mão de obra estrangeira. Finalmen

Efetivamente, esta locomotiva c dotada

saída das cambiais.

te, o "Riksbank" salienta a enorme im

Na opinião dos diretores do Banco

Central, a oscilação dos preços internos

não está criando atualmente nenhum pro blema de grande urgência, apesar de ser

❖ * :}s

A Assembléia Nacional da República

sitivo e o suprimento de mercadorias en volve riscos consideráveis. De outro la do, a crise aguda no mercado de cam

fixar o imposto de exportação de café em

tomadas para o aumento do controle

da importação devem ser reforçadas por outras correspondentes, no que diz res peito à política econômica interna.

O "Rilcsbanlc" salienta a importância

de se restringir, por parte dos vários gru pos sociais, a exigência de melhoria de

salários, que as condições econômicas não comportam e que, além disso, só concorrem para aumentar as dificulda

des do país.

A política orçamentária do governo sueco ^ eve sofrer compressões adicionais. in ustria terá de fazer economias ri-

gorosas nos projetos de novas fábricas e

autorizou o Executivo a

laboração.

5 "colonos" e 19 ccnla\'OS por 48 quilos,

O sr. H. E. Drallc, alto funcionário da

caso a cotação dc Nova York, no corren

segunda das citadas empresas fabris, dis

te mês, seja superior a 19 dólares e 99 centavos, ao preço em vigor em El

se sôbre o assunto.

"Êste gênero de locomotí\'a tem des

Salvador.

pertado grande interesse entre as emprêsas ferroviárias de todo o mundo, pois

Hí iV- -i-'

Segundo apurou o Serviço de Estatís tica da Produção do Ministério da Agri cultura, do Rio, a produção brasileira de aço alcançou em 1946 o total de .... los. no valor de 443.650.210 quilos, 687.408.638 cruzeiros. A produção de fer

ro gusa, naquele período, atingiu .... 369.254.311 quilos, no valor de 30.090.655 cruzeiros.

A produção de ferro laminado repre sentou 231.557.539 quilos no valor de

promete maior eficácia que qualquer ou tro. Representa, na realidade, o reapa recimento, numa forma inteiramente no

va, da locomotiva a vapor que já se ,

í

544.637.395 cruzeiros. íJí

íH *

Noticia-se do Rio que a Fábrica Na cional de Motores mudará em breve nhar ao ministro da Fazenda, com a no

SãS particulares desnecessárias deverão ser

ministro da Agricultura para transformar

encontrava em eclipse parcial, por ter

ta "urgente", a exposição de motivos do a F. N. M. em fábrica de tratores.

Ji

gares e significa graus mais elevados de temperatura e pressão nas caldeiras". Foi concluído um acordo comercial

entre a Holanda e a Argentina, baseado no princípio de trocas.

A Holanda se compromete a construir e entregar em cinco anos trinta narios,

entre os quais três barcos para o trans

porte dc passageiros, e três na\ios pe troleiros, antes de um ano. Por sua vez, a Argentina deverá fornecer anualmente 12.000 toneladas de couro, 50.000 to neladas cie cereais, 35.000 toneladas de

linho e tortas oleaginosas e 50.000 to neladas de lã. *

sJ:

íü

Anuncia-se que o Ceilão e a Malaia receberão 75.400 toneladas de arroz, em virtude do último ajuste entre a GrãBretanha e o Brasil.

As negociações para aquisição dos ex cedentes de 1947 ainda prosseguem e,

se chegarem a bom termo, a Malaia talvez receba cota adicional de 28.000 toneladas do cereal. üs

^

^

Com a presença do embaixador da Grã-Bretanha, "Sir" Neville Buttler, do

sido superada por outros tipos de lo-

agronômo Barcelos Fagundes, diretor do

comotiva.s que lhe disputaram a prima

SerWço de Pesquisas Econômicas e ou tras autoridades, realizou-se no Instituto Nacional de Ecologia e E.xperimentação Agrícola no Rio uma experiência coni tratores e máquinas agrícolas, para o cultivo do solo, de fabricação inglêsa e

zia.

A feliz combinação da turbina a va por com a eletricidade veio eliminar os

emboles, as barras de transmissão e ou

tras peças de vaí-vem, permitindo assirn o fluxo igual da força motriz com tudo

cujos planos de tonstrução serão cedidos

o que veio abrir novos horizontes à ima

às autoridades brasileiras, a fim de que

ginação dos desenhistas. Permite o uso

de atividade, acrescentando-se que o pre sidente da República acaba de encami

n aquisição de maquinísmos. As despeí evitadas e o cidadão em particular de

valos-\'apor. E' a primeira das três encomenclaclas pela "Chesapcuke and Ohio Kailway Company", que a "Baldwin Locomotive Works" e a "Westinghouse Electric Corporation" construiram de co

sueca por todos os meios.

do Salvador

biais estrangeiras está provocando extre ma ansiedade. Mesmo que a situação dessas cambiais seja originàriamente con siderada como uma crise passageira, as dificuldades surgidas exigem imediatas e rigorosas contra-medidas. As medidas já

res elétricos que desenvolvem 6.000 ca-

portância de aumentar-se a e.xportação

evidente que a luta entre o poder aqui

i

de uma turbina a vapor e de oito moto

de rodas motrizes menores que as vul

possam ser produzidos no país.


Digesto EcoNÓxnco

*

PA

N%ÍPI A M A

ECO

12] Hí

No decurso da reunião que recente

ICO

mente, em Atlantic Cily, celebrou a As sociação de Ferroviários dos Estudos Uni

Suécia chegou a uma situação tal que exige medidas radicais, afetando tôda a

lelamente com os esforços que se devem realizar para limitar a procura, é es

dos, foi exibida, pela primeira vez no mundo, uma Incomoti\a quo marcha á razão dc 161 qui'ünielTos por Jiora o

vida econômica do país ~ declarou a

Junta Governamental do "Riksbank" em

sencial aumontar-sc a produção sueca — e os diretores chamam a atenção para

boas das caldeiras consumidoras de car

relatório ao governo, no qual chama a

A escassez de cambiais estrangeiras na VA

verá aumentar as suas economias. Para

na qual se combinam todas as coisas

as possibilidades existentes de se conse

vão dc pedra, e a transmissão elétrica.

atenção para as conseqüências sérias da

guir mão de obra estrangeira. Finalmen

Efetivamente, esta locomotiva c dotada

saída das cambiais.

te, o "Riksbank" salienta a enorme im

Na opinião dos diretores do Banco

Central, a oscilação dos preços internos

não está criando atualmente nenhum pro blema de grande urgência, apesar de ser

❖ * :}s

A Assembléia Nacional da República

sitivo e o suprimento de mercadorias en volve riscos consideráveis. De outro la do, a crise aguda no mercado de cam

fixar o imposto de exportação de café em

tomadas para o aumento do controle

da importação devem ser reforçadas por outras correspondentes, no que diz res peito à política econômica interna.

O "Rilcsbanlc" salienta a importância

de se restringir, por parte dos vários gru pos sociais, a exigência de melhoria de

salários, que as condições econômicas não comportam e que, além disso, só concorrem para aumentar as dificulda

des do país.

A política orçamentária do governo sueco ^ eve sofrer compressões adicionais. in ustria terá de fazer economias ri-

gorosas nos projetos de novas fábricas e

autorizou o Executivo a

laboração.

5 "colonos" e 19 ccnla\'OS por 48 quilos,

O sr. H. E. Drallc, alto funcionário da

caso a cotação dc Nova York, no corren

segunda das citadas empresas fabris, dis

te mês, seja superior a 19 dólares e 99 centavos, ao preço em vigor em El

se sôbre o assunto.

"Êste gênero de locomotí\'a tem des

Salvador.

pertado grande interesse entre as emprêsas ferroviárias de todo o mundo, pois

Hí iV- -i-'

Segundo apurou o Serviço de Estatís tica da Produção do Ministério da Agri cultura, do Rio, a produção brasileira de aço alcançou em 1946 o total de .... los. no valor de 443.650.210 quilos, 687.408.638 cruzeiros. A produção de fer

ro gusa, naquele período, atingiu .... 369.254.311 quilos, no valor de 30.090.655 cruzeiros.

A produção de ferro laminado repre sentou 231.557.539 quilos no valor de

promete maior eficácia que qualquer ou tro. Representa, na realidade, o reapa recimento, numa forma inteiramente no

va, da locomotiva a vapor que já se ,

í

544.637.395 cruzeiros. íJí

íH *

Noticia-se do Rio que a Fábrica Na cional de Motores mudará em breve nhar ao ministro da Fazenda, com a no

SãS particulares desnecessárias deverão ser

ministro da Agricultura para transformar

encontrava em eclipse parcial, por ter

ta "urgente", a exposição de motivos do a F. N. M. em fábrica de tratores.

Ji

gares e significa graus mais elevados de temperatura e pressão nas caldeiras". Foi concluído um acordo comercial

entre a Holanda e a Argentina, baseado no princípio de trocas.

A Holanda se compromete a construir e entregar em cinco anos trinta narios,

entre os quais três barcos para o trans

porte dc passageiros, e três na\ios pe troleiros, antes de um ano. Por sua vez, a Argentina deverá fornecer anualmente 12.000 toneladas de couro, 50.000 to neladas cie cereais, 35.000 toneladas de

linho e tortas oleaginosas e 50.000 to neladas de lã. *

sJ:

íü

Anuncia-se que o Ceilão e a Malaia receberão 75.400 toneladas de arroz, em virtude do último ajuste entre a GrãBretanha e o Brasil.

As negociações para aquisição dos ex cedentes de 1947 ainda prosseguem e,

se chegarem a bom termo, a Malaia talvez receba cota adicional de 28.000 toneladas do cereal. üs

^

^

Com a presença do embaixador da Grã-Bretanha, "Sir" Neville Buttler, do

sido superada por outros tipos de lo-

agronômo Barcelos Fagundes, diretor do

comotiva.s que lhe disputaram a prima

SerWço de Pesquisas Econômicas e ou tras autoridades, realizou-se no Instituto Nacional de Ecologia e E.xperimentação Agrícola no Rio uma experiência coni tratores e máquinas agrícolas, para o cultivo do solo, de fabricação inglêsa e

zia.

A feliz combinação da turbina a va por com a eletricidade veio eliminar os

emboles, as barras de transmissão e ou

tras peças de vaí-vem, permitindo assirn o fluxo igual da força motriz com tudo

cujos planos de tonstrução serão cedidos

o que veio abrir novos horizontes à ima

às autoridades brasileiras, a fim de que

ginação dos desenhistas. Permite o uso

de atividade, acrescentando-se que o pre sidente da República acaba de encami

n aquisição de maquinísmos. As despeí evitadas e o cidadão em particular de

valos-\'apor. E' a primeira das três encomenclaclas pela "Chesapcuke and Ohio Kailway Company", que a "Baldwin Locomotive Works" e a "Westinghouse Electric Corporation" construiram de co

sueca por todos os meios.

do Salvador

biais estrangeiras está provocando extre ma ansiedade. Mesmo que a situação dessas cambiais seja originàriamente con siderada como uma crise passageira, as dificuldades surgidas exigem imediatas e rigorosas contra-medidas. As medidas já

res elétricos que desenvolvem 6.000 ca-

portância de aumentar-se a e.xportação

evidente que a luta entre o poder aqui

i

de uma turbina a vapor e de oito moto

de rodas motrizes menores que as vul

possam ser produzidos no país.


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