íicrsTo
ECONOMICO SOB OS BUSPÍCIGS 00 ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
SE V. EXÍGE
E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
SUMARIO Pàg.
O Plano Hegional d© Santos — Francisco Prestes Mala Planlíicaçao — Aliomar Baleeiro Economia dcB Minerais Estratégicos — A. J. Alves de Sousa Taxas Múltiplas de Câmbio — Rlchard Lewlnsohn 16 (APITAIS l 9 CIDADES DO NOSSO
O Imposto Sindical e a Contribuição dos Sindicatos para a Solução Cristft dos
TERRiIORiO IMENSO AEROVIAS 6RASII TRANSFORMA EM CONTAS DO ROSÁRIO
Problemas da Produção Agricola — Djacir Menezes
OUE
Portugal e a Expansão Capitalista — José Honório Rodrigues
DIARIAMENTE
DESFIA
EM
SEUS
ININTERRUPTOS VOOS £ SUA ORACAO DE 8RASILIDADE OUE DIA
AfOS PIA
ERCUE COM AS AZAS DOS SEUS APAREIHOS NOS CEUS DO BRASIL
Problemas Sociais — Ciovis Leite Ribeiro
•'
A Vida dos Trabalhadores e o Resultado da Produção — , ^ ^ Augusto Alexandre Machado Pública — Polágio Lobo
A Mobilidade das Populações — L. A. Costa Pinto RUA LtSERO BAOAftCD, ilO ÍONCS,
.6.èlll c 4.4000
15
Crédito Agricola — Marcilio C. Penteado
1
História Econômica — Batalha dos Guararapes — Afonso Arinos de Melo Franco
86
Tributos, Clero e Burocracia no Brasil Colonial — Otávio Tarquinio de Sousa ..
30
Geografia das Comunicações Paulistas — A Conquista do Interior — »-4]0t
^^OViÀs CADA VfZ
, „ ..
Nelson Wemeck Sodre
LARGO OO AROUCHE. « rONtti «-tOòO <
66
Encampações e Resgates de Empresas Concessionárias de Serviços de Utilidade
95
Um Capitão General Estadista — Afonso d'E. Taunay
Í29
A Bôlsa de Mercadorias e Valores da Bahia — Abelardo Vergueiro César Karl Marx, um Acontecimento de 1848 — Cândido Mota Filho
lOB 116
Panorama Econômico — Redação
^19
MAIOR
ANO IV — MAIO DE 1948 — N.o 42
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA' À VENDA
EnfrtsiS^S
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao proço de Cr$ 3,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
dt Transportes Uroentes Ltdi.
Agente Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas: Manuel Espíndola, Praça Pe dro 11, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento, 29. Manaus.
Paraná: J. Ghi^none, Rua 15 de No vembro. 423, Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
ESCRITÓRIOS CENTRAIS:
Chinaglla,
Rua do Imperador. 221, 3.o andar
•A tf i• ■Itf.tfl.iANIIIIO
Recife.
Sahia:
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia.
Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresína.
PARQUf D. PEDRO II. 1092 - Loja 1 (Esq. Av. Rangel Pestana)
Rio do .^noiro: Fernando Chinaglla Av. Presidente Vargas, 502, 19 o
Sede própria - Ed. Guamnv
andar.
Eipírilo Sanlo: Viuva Copolllo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.
Goiás: João Manaríno, Rua Setcnia A, Goiânia.
Maranhão: Livraria Universal. Rua João Lisboa, 114, Sao Luiz, Maio Grosso: Carvalho. Pinheiro &
Cia., Pça. da Republica, 20. Cuianá. Minas fierais: Joaquim Moss Velloso.
Avenida dos Andradas. 330. Belo
Horizonte.
n i
H Martins 8c Cfa.. Tra-
veái campos Sales. 85/89, Belém. .w
M «Ia das Revistas, Rua Ba-
"âo^do Triunfo,.510-A, João Pessoa^
n«RIZ««TR Rll
IsyirltB TilifOM 2-14H
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
KllO
T.l... 2-8Í6G, 2-G66,
RuaMarcflio Dias, 12
, y . T V .4 I
Telefones 83-0797 • 23.0337
illEiart Mil»
. 3.3591
Rio Grande do Norte: Luís Rom5o
Avenida Tavares Lira, 48, Natal.
\ I T l" R * I
Rio Grande do Sul: Sòmonte para Por to Alegre: Octavio Sagebin, Rua
r ETRÍriLii
7 de Setembro. 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre-
C4MP8S —VITUIA
Fernando Chinaglla, R. de Janeiro
IIIZ
FIRl
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia
Rua Felipe Schmidt. 8. Florlanóp!
rotos Ie ULOis
São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via duto Santa Efígônia. 281. S. Paulo.
cdMros^o iiiiAo S A
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
ISERVICO^ ncÕNOMICOSI ISEGUROSI
João Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: niógenos de Oli
DE DOMICÍLIO A DOMICÍLIO
veira, Rio Branco.
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Rio do .^noiro: Fernando Chinaglla Av. Presidente Vargas, 502, 19 o
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\*T o S
i
eile
ü
Nenhum criador joga fora propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
senhor desperdiça simplesmente porqUe deixa de os
'
desde „,oVs
produzir?
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
. es eK.,
'
racional - farta, rica e bem equilibrada. As "RAÇÕES
CONCENTRADAS
o P=P>"="°'
. de "eo
BRASIL" são
cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservaiido-os
i_/,- '
„ etc.
'
de
fortes e sadios.
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais deixará de usa-la. (Resp. Brenno M. de Andrade, eng.-affro.) /i!
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Rellnadora de âleos
Brasil S/A
Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, lll7 São Paulo
WI»UtK3IU..OUOS uuisa V.
COMPANHIA
DO BRASIL
: ROL AM E PORTO ALEGRE'
SÃO PÁULO
RIO DE JANEIRO.
RECIFE
i
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Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
senhor desperdiça simplesmente porqUe deixa de os
'
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Lembre-se de que para produzirem com eficiência e economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
. es eK.,
'
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CONCENTRADAS
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BRASIL" são
cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservaiido-os
i_/,- '
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RECIFE
Banco Central de Credito S/A Endereço Telegráfico "BANCREDIT' Capiptal subscrito
Cr$ 25.000.000,00
Capital realizado
CrS 21.420.000,00
MATRIZ — São Paulo
Rua Benjamin Consíaní, 187
Caixa Postal 236-B — Telefone 2-3185
^ZINHA
0
FILIAIS:
Campinas — São João da Bôa Vista — Aguaí — Grama Escritório em Pedreira.
Correspondentes no País e no Estrangeiro. Todas as operações bancárias inclusive Câmbio. Serviço rápido e eficiente.
DIRETORIA:
Alfredo Egydio de Souza Aranha — Diretor-Presidente
■
Aloysio Ramalho Fóz — Diretor-Superintendente
FABRICADO POR
José Osório Oliveira Azevedo — Diretor-Gerente
ANDERSON, CLAYTON & CIA. LTDA.
Ângelo Clerle — Inspetor Geral Francisco Finamore — Gerente da Matriz
ÚNICOS AGENTES:
frigorífico WILSON DO BRASIL S. A. Alameda Clevetand, 466—Tol. 5-2113 — 5. Pauto
CONSELHO CONSULTIVO: Abílio Brenha da Fontoura Arthur Antunes Maciel Camilo Ansarah
PRODUTO
L<ACCD>J
Eloy de Miranda Chaves Luiz de Campos Ribeiro
..I. ...
Banco Central de Credito S/A Endereço Telegráfico "BANCREDIT' Capiptal subscrito
Cr$ 25.000.000,00
Capital realizado
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DIRETORIA:
Alfredo Egydio de Souza Aranha — Diretor-Presidente
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Aloysio Ramalho Fóz — Diretor-Superintendente
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Ângelo Clerle — Inspetor Geral Francisco Finamore — Gerente da Matriz
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CONSELHO CONSULTIVO: Abílio Brenha da Fontoura Arthur Antunes Maciel Camilo Ansarah
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Eloy de Miranda Chaves Luiz de Campos Ribeiro
..I. ...
Servindo a Causa da Medicina e da Farmácia desde 1858
(3zm^a/ia
(^.
Indústrias dcl,Artefalos de Borracha e Caíçados NOSSAS
I
ESPECIALIDADES,
CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de
borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçado* de lona para esportes e praia. ARTEFATOS PARA CALÇADOS^Salros e capas de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, sc hora» e crianças. Lençóis de borracha p.ira solado. Virolas de borra cha. Corticite para calçados de homens e criançjs. Tír» dc Ugação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM
GERAL • Fios eUnico*
de borracha de todos os tipos. Lençóis do borracha para fio», para cintas elásticas e para hospitais. Tapetes de borracha, desíotupldorcs para pias, pús de cadeira, pneumaticos e cordCy^ para rodas de velocipe-les, Pucaros, guaimiçõcs de borracha p«r* pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-
FIBHiCIITES DOS flFAMIDOS SALTOS DE BORRACHA
-VCZ^CZ-
y FÁBRICAS:
TELEFONES s
Rua Maraiõ, 136/158
Gerencia
Rua Cesarío Alvim, 297
Contadoria — 9-3200
ESCPITÓRlOi Rua Marajó/ 136/158
Escritório
Endereço TelegrãMco :
São Paulo
CAMPANA
CETIINATUC-I-Ò
— —
9-3205 9-3 200
/0t\ MARC/\
REGIS RADA
Servindo a Causa da Medicina e da Farmácia desde 1858
(3zm^a/ia
(^.
Indústrias dcl,Artefalos de Borracha e Caíçados NOSSAS
I
ESPECIALIDADES,
CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de
borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçado* de lona para esportes e praia. ARTEFATOS PARA CALÇADOS^Salros e capas de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, sc hora» e crianças. Lençóis de borracha p.ira solado. Virolas de borra cha. Corticite para calçados de homens e criançjs. Tír» dc Ugação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM
GERAL • Fios eUnico*
de borracha de todos os tipos. Lençóis do borracha para fio», para cintas elásticas e para hospitais. Tapetes de borracha, desíotupldorcs para pias, pús de cadeira, pneumaticos e cordCy^ para rodas de velocipe-les, Pucaros, guaimiçõcs de borracha p«r* pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-
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y FÁBRICAS:
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Rua Maraiõ, 136/158
Gerencia
Rua Cesarío Alvim, 297
Contadoria — 9-3200
ESCPITÓRlOi Rua Marajó/ 136/158
Escritório
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CAMPANA
CETIINATUC-I-Ò
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9-3205 9-3 200
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REGIS RADA
TTrTT'
V í-v :7.x
.^.ȃ
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Dir.m EcoAiiico
O (Picuuf- ^?íeqí<uuii de ScmiM
O UUKOO DOS KE6ÚCI0S RUU PAHORftlll UERSftl Publicado (ob of autpícios do
VII
ASSOClOÇao CDMERCIflLDE SÃO PAULO
Fn.\Nci.sco PnKSTEs Mai.\
e da
FEDERAÇÃO DD COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO O Diretor:
Aalonlo Gonlljo de Carvalho
E)con«'»iuico
gsTE sumarísslino esludo, ao conlrávio
O í/r. Fríincbco Prestes Maia aborda
dos planos que partem do centro para a periferia, procede inversamente, pela
das comunicações ferro c rodoviárias e
ueste artigo a questão da base aérea e
publicará no pró.vímo número:
consideração inicial da região, para de
da ligação das ilhas dc São Vicente e Santo Amaro.
O J'L.\NO HECIONAL DE SAXTÍlS
pois, como nnm cèrco gradual, encarar os problemas puramente urbanos e cen trais.
— I^rancisco Preste.s Maia
As principais (piestões regionais, fjue O DIgesto Econômico, órgão de in formações econômicas e financei-
é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
O NÍVEL DOS SALÁRIOS E A PRO DUTIVIDADE
DO
OPERÁRIO -
Augusto Alexandre Machado
temos tocado, são o desenvolvimento do
pôno, o desenvolvmwnto ferroviário, o plano rodoviário, a mudança da ba-ic-aórea, e as ligações entre Santos c a Ilha de Santo Amaro. A extensão do pòrto
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi
PORTUGAL E A EXPANS.ÃO CAPI
TALISTA — José Honório RodrigLieS
ro, sem prejuízo de outros complemen tos. A disposição, como consta no pla no de 1926, consiste essencialmente num
nados.
A MERCADORIA BEM APRESENT.V
Na transcrição de artigos pede-se citar
foi projetada sobre a Ilba de Santo Ama
o
nome
do
DA — Cândido Mota Filho
DIgesto
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi
Soare.s Júnior GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES PAULISTAS — Conclusões — Nelson
Digesto Econômico
CrÇ 30,00 CrÇ 36,00
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 3,00 Cr? 5,00
♦
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel, 3-7499 -- Caixa Postal. 240-B São Paulo
menos trés) c "piers" intermediários. A Santos, essas bacias serão abertas e não • dársenas ou docas fechadas. A ampli tude da maré (desnível entre uma prea
ASSINATURAS:
Ano (simples) " (registrado)
pletado ao sul por grandes bacias (pelo vista das características marítinuis em
GEORGE WASHINGTON - Rodrigo
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
cais linear, de alinhamentos retos, com
Werneck Sodré
e a bái.\amar seguinte) não é constante e
atinge o máximo nas águas vivas. Sabese que na costa brasileira a amplitude cresce do sul para o norte, medindo 0.74 m no Rio Grande do Sul e atingin do as maiores cifras no Maranhão: 7.40m (Alfr. Lisboa) ou 7.80m (Ál bum do DNPN) em São Luís, tendo alcançado excepciomilmente 8.16 m em
Xtaqui, onde, talvez por efeito do afunilamento, o fenômeno se agrava no fundo da baía. Em Santos a amplitude é de 1.85 m, ou melhor, de 1.50 a 1.90 m,
observando-se até perto de 2.40 m. Is
to permite dispensar as docas fechadas,
exigíveis quando a amplitude ultrapassa va 12 pés, c hoje cifras maiores, como
15 pés. No Havre èste limite já é de 22 pés e, segundo alguns autores, a ten dência é para elevá-lo a 25. No Medi terrâneo, praticamente sem marés, as bacias são abertas; no Norte europeu
elas são abertas em Halnburgo, Glasgow e porto semelhantes, de amplitudes mé
dias; mas são obrigatòriamente fechadas em Bristol, Liverpool, etc., onde o des nível alcança 8.40 m, com a agravan
te de o pôrto estar num rio. Em Buenos Aires, de acordo com a
regra na costa americana do Atlântico, a amplitude não chega a um metro, mas as cheias do Prata, da ordem
de 4.50 ni, levam à adoção das dár senas fechadas.
As bacias de Santo Amaro serão li
geiramente oblíquas em relação ao es tuário, facilitando a entrada dos na
vios, pelo lado do mar, e a das fer rovias pelo lado da terra. Trés dilatações do estuário (Ponta da Praia, Fri
gorífico e o ancoradouro atual) permi tirão manobra cômoda dos naxios. Os
novos cais, em grande proporção, apre sentarão profundidades de 9 a H m.
Quanto ao canal, vimo-lo em capí-
TTrTT'
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Dir.m EcoAiiico
O (Picuuf- ^?íeqí<uuii de ScmiM
O UUKOO DOS KE6ÚCI0S RUU PAHORftlll UERSftl Publicado (ob of autpícios do
VII
ASSOClOÇao CDMERCIflLDE SÃO PAULO
Fn.\Nci.sco PnKSTEs Mai.\
e da
FEDERAÇÃO DD COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO O Diretor:
Aalonlo Gonlljo de Carvalho
E)con«'»iuico
gsTE sumarísslino esludo, ao conlrávio
O í/r. Fríincbco Prestes Maia aborda
dos planos que partem do centro para a periferia, procede inversamente, pela
das comunicações ferro c rodoviárias e
ueste artigo a questão da base aérea e
publicará no pró.vímo número:
consideração inicial da região, para de
da ligação das ilhas dc São Vicente e Santo Amaro.
O J'L.\NO HECIONAL DE SAXTÍlS
pois, como nnm cèrco gradual, encarar os problemas puramente urbanos e cen trais.
— I^rancisco Preste.s Maia
As principais (piestões regionais, fjue O DIgesto Econômico, órgão de in formações econômicas e financei-
é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
O NÍVEL DOS SALÁRIOS E A PRO DUTIVIDADE
DO
OPERÁRIO -
Augusto Alexandre Machado
temos tocado, são o desenvolvimento do
pôno, o desenvolvmwnto ferroviário, o plano rodoviário, a mudança da ba-ic-aórea, e as ligações entre Santos c a Ilha de Santo Amaro. A extensão do pòrto
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi
PORTUGAL E A EXPANS.ÃO CAPI
TALISTA — José Honório RodrigLieS
ro, sem prejuízo de outros complemen tos. A disposição, como consta no pla no de 1926, consiste essencialmente num
nados.
A MERCADORIA BEM APRESENT.V
Na transcrição de artigos pede-se citar
foi projetada sobre a Ilba de Santo Ama
o
nome
do
DA — Cândido Mota Filho
DIgesto
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi
Soare.s Júnior GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES PAULISTAS — Conclusões — Nelson
Digesto Econômico
CrÇ 30,00 CrÇ 36,00
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 3,00 Cr? 5,00
♦
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel, 3-7499 -- Caixa Postal. 240-B São Paulo
menos trés) c "piers" intermediários. A Santos, essas bacias serão abertas e não • dársenas ou docas fechadas. A ampli tude da maré (desnível entre uma prea
ASSINATURAS:
Ano (simples) " (registrado)
pletado ao sul por grandes bacias (pelo vista das características marítinuis em
GEORGE WASHINGTON - Rodrigo
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
cais linear, de alinhamentos retos, com
Werneck Sodré
e a bái.\amar seguinte) não é constante e
atinge o máximo nas águas vivas. Sabese que na costa brasileira a amplitude cresce do sul para o norte, medindo 0.74 m no Rio Grande do Sul e atingin do as maiores cifras no Maranhão: 7.40m (Alfr. Lisboa) ou 7.80m (Ál bum do DNPN) em São Luís, tendo alcançado excepciomilmente 8.16 m em
Xtaqui, onde, talvez por efeito do afunilamento, o fenômeno se agrava no fundo da baía. Em Santos a amplitude é de 1.85 m, ou melhor, de 1.50 a 1.90 m,
observando-se até perto de 2.40 m. Is
to permite dispensar as docas fechadas,
exigíveis quando a amplitude ultrapassa va 12 pés, c hoje cifras maiores, como
15 pés. No Havre èste limite já é de 22 pés e, segundo alguns autores, a ten dência é para elevá-lo a 25. No Medi terrâneo, praticamente sem marés, as bacias são abertas; no Norte europeu
elas são abertas em Halnburgo, Glasgow e porto semelhantes, de amplitudes mé
dias; mas são obrigatòriamente fechadas em Bristol, Liverpool, etc., onde o des nível alcança 8.40 m, com a agravan
te de o pôrto estar num rio. Em Buenos Aires, de acordo com a
regra na costa americana do Atlântico, a amplitude não chega a um metro, mas as cheias do Prata, da ordem
de 4.50 ni, levam à adoção das dár senas fechadas.
As bacias de Santo Amaro serão li
geiramente oblíquas em relação ao es tuário, facilitando a entrada dos na
vios, pelo lado do mar, e a das fer rovias pelo lado da terra. Trés dilatações do estuário (Ponta da Praia, Fri
gorífico e o ancoradouro atual) permi tirão manobra cômoda dos naxios. Os
novos cais, em grande proporção, apre sentarão profundidades de 9 a H m.
Quanto ao canal, vimo-lo em capí-
Dicesto
tu'o anterior, oferecerá 11 a 13 m, em
bora à custa de uma dragagem bem mais forte que a atual. Parece-nos que não
c)
tem sido consideradas, na manutenção
do canal profundo, as possibilidades das próprias correntes de fluxo e refluxo.
As simples bacias de descarga são hoje insuficientes para tal objetivo, na quase totalidade dos casos; mas o sis
tema lagunar santista permite admitir este recurso, como assunto merecedor
de estudo. Há \ante anos nêle insistiu o eng. Arcani, inspirado no câso de
Veneza, onde trabalhara e onde o pôr-
to de Malamocco constituía um suces so. Se Santos dispõe
Econó.nüc»
'Sk.
11
Dicesto Ec(>n6mic;<)
aumento da superfície líquida
sam 100 metros, como até com
c, conseqüentemente, do volu me dágua a passar pelo estuá rio, aumento aquele realizável pela dragagtun dc algumas ilhas e margens panlanosas do Caneú,
a linha de Itatinga, sendo de
notar a inipratieabiMdadc eco
to â possibilidade e até às vanta gens da remoção da Base. Tivemos comprovação disto em re
nômica dc fa/.er linhas subter
cente
râneas para tais voltagens;
gadeiro Comandante da Região Aero náutica, já não falando da aprovação federal ao programa das Docas, que
f ) — chega a interferir eom a própria
c-onvcrsa
com
o
ilustre
Bri
(» sr. presidente da República, em 1947,
industrial entre São Vicente, o oceano,
cidade de Santos, pois os gaba ritos — aliás exageradamenle aplicados — interceptarão, no trecho mais próximo da cidade, construções de alturas perfeita
o rio Branco, a "São Paulo RaiKvay" e
mente razoáveis:
ção de estaleiros, encontrou toda a boa
São Vicente e Santa Rita.
O esquema Arcani, interessante, por
ser um plano gerai, consistia essencial mente num desenvol\'imento portuário e
os morros ocidentais de Santos.
inclui a remoção. Em conferência com também o Governador do Estado, na
quela ocasião interessado na implanta
Êsse
g) — acarreta e agia\a os viseos, em
plano, orçado naquela ápoca em ....
caso dc guerra, às instalações
1.110.000 contos, exclusive as obras
do põrto e da transmissão elé
Na realidade, só falta maior rapidez da burocracia federal e da Companhia
trica.
Docas. Para corrigi-lo seria útil a intro
.subsidiárias e de acabamento, e desti
\ontacle e anuência.
missão do Estado, associado ou não à
período mínimo de 50
Os outros inconNetrenli's são os que
reciprocamente sofrerá a Base Aérea
Docas, pois seus objetivos próprios não
nos extensa, em com
anos, era menos natu
pensação
ral, mais subversivo e
com o desen\()lvimento urbano e indus trial incoercíxel da área afetada, pois
são menores, nem de menor interêsse geral.
nado a execução num
de uma área de bacias e lagamares muito me a p r e s e n-
ta mais fortes caracte-
mais caro que o atual
rísticas de maré, e o mo
plano regional.
vimento de água canaliza-se perfeitamen te pelo estuário. A aplicação do proces so exigirá, porém, medidas complementares relativamente revolucionárias; a) — o fechamento das .saída.s secun darias, isto é, Bertioga e São Vi
cente (pelo menos de uma), de modo a aumentar o volu me a percorrer e erodír o es tuário;
b) - desvio, para c mar, de alguns
Apre
sentava, não obstante,
sugestões aproveitáveis para algumas medidas de previsão e adaptação. \ i.saiido desenvolvimentos remotos.
Outra questão básica regional é a mudança da Base Aérea. A localização
atual é inconveniente por uma série de razões:
a) — impede a ampliação do porto
prevista no plano regional e no
próprio plano oficial de 1926; b) — dificulta a ligação ferro-rodoviá-
rios, principalmente dos mais contrários aos fluxos marítimos e carreadores de terra, — des vio esse factível quer pela obs
c) — entrava o desenvolvimento ur
trução da Bertioga entre a Bo
d) — interfere com a navegação, com
caina e o Largo do Candinho, de modo a transformar o tre
cho Oeste em rio coletor, quer pela inversão direta de certos
ria com a Ilha de Santo Amaro; banístico e industrial da mesma
ilha;
quahpier esquema ilógico sempre aca ba, mais cedo ou mais tarde, por ser elidido, desrespeitado ou revogado.
A passagem e o estacionamento de navio.s na frente da Ba.sc são -inevitáveis,
c a presença próxima das montanhas e contrafortcs da Serra do Mar é irreniovívcl. Em suma, a. implantação da Base
no ponto atual foi um erro pro\enienle da inexistência de um plano geral, e cia consideração dc elementos unilaterais.
O caso assemelha-se ao do Campo de
Marte, na Capital, oiide, suKo uso pro\isüri() o limitado (e nunca como" aero
porto própriamente dito), qualquer .so lução será calamitosa. Do mesmo modo
que na Capital os planos do Tie tê
rio
e
e
do
desen\'olvimento ferroviá urbanístic(5 marginal (hoje
a maestração, estacionamento e
paralisado) são essenciais, assim tam
passagem de navios no anco-
bém em Santos a permanência da
radouro interno;
Base prejudicará todo o desenvolvi
e) — interfere com as tôrres de al
rios, como o Branco ou Botii-
ta tensão, não só na passagem
curu;
do canal, onde elas iiltrapas-
mento portuário
e
urbanístico, de
modo irremediável Felizmente em Santos reina acordo, de x istas quan
A paradoxal situação de uma Base "a prejudicar a cidade e o pôrto que justamente devia defender", parece-nos
assim em vésperas de ser superada. A sua mudança é exeqüível por permuta. Para o Estado será bom negócio
adquirir a área (3 milhões de metros
(juadrados), quase tôda aterrada, e as insla'ações (edifício sede, prédio de alojamento, hangar e outros anexos), porcpie o terreno é susceptível de apreciá vel valorização com as obras do plano
regional, e as instalações são em gran de parle aproveitáveis.
Aquela valorização só caberá ao Es tado, não podendo ser reivindicada pela União, pois só se efetivará com as obras do pôrto e das ligações, obras que pres■supõerii a prévia retirada da Base. Achase assim bem colocado o Estado para
discutir preços e condições. Por ou tro lado, para maior facilidade da ope ração, note-sc que é possível encon trar outra localização ainda melhor. Di
versas foram estudadas: São Vicente,
Dicesto
tu'o anterior, oferecerá 11 a 13 m, em
bora à custa de uma dragagem bem mais forte que a atual. Parece-nos que não
c)
tem sido consideradas, na manutenção
do canal profundo, as possibilidades das próprias correntes de fluxo e refluxo.
As simples bacias de descarga são hoje insuficientes para tal objetivo, na quase totalidade dos casos; mas o sis
tema lagunar santista permite admitir este recurso, como assunto merecedor
de estudo. Há \ante anos nêle insistiu o eng. Arcani, inspirado no câso de
Veneza, onde trabalhara e onde o pôr-
to de Malamocco constituía um suces so. Se Santos dispõe
Econó.nüc»
'Sk.
11
Dicesto Ec(>n6mic;<)
aumento da superfície líquida
sam 100 metros, como até com
c, conseqüentemente, do volu me dágua a passar pelo estuá rio, aumento aquele realizável pela dragagtun dc algumas ilhas e margens panlanosas do Caneú,
a linha de Itatinga, sendo de
notar a inipratieabiMdadc eco
to â possibilidade e até às vanta gens da remoção da Base. Tivemos comprovação disto em re
nômica dc fa/.er linhas subter
cente
râneas para tais voltagens;
gadeiro Comandante da Região Aero náutica, já não falando da aprovação federal ao programa das Docas, que
f ) — chega a interferir eom a própria
c-onvcrsa
com
o
ilustre
Bri
(» sr. presidente da República, em 1947,
industrial entre São Vicente, o oceano,
cidade de Santos, pois os gaba ritos — aliás exageradamenle aplicados — interceptarão, no trecho mais próximo da cidade, construções de alturas perfeita
o rio Branco, a "São Paulo RaiKvay" e
mente razoáveis:
ção de estaleiros, encontrou toda a boa
São Vicente e Santa Rita.
O esquema Arcani, interessante, por
ser um plano gerai, consistia essencial mente num desenvol\'imento portuário e
os morros ocidentais de Santos.
inclui a remoção. Em conferência com também o Governador do Estado, na
quela ocasião interessado na implanta
Êsse
g) — acarreta e agia\a os viseos, em
plano, orçado naquela ápoca em ....
caso dc guerra, às instalações
1.110.000 contos, exclusive as obras
do põrto e da transmissão elé
Na realidade, só falta maior rapidez da burocracia federal e da Companhia
trica.
Docas. Para corrigi-lo seria útil a intro
.subsidiárias e de acabamento, e desti
\ontacle e anuência.
missão do Estado, associado ou não à
período mínimo de 50
Os outros inconNetrenli's são os que
reciprocamente sofrerá a Base Aérea
Docas, pois seus objetivos próprios não
nos extensa, em com
anos, era menos natu
pensação
ral, mais subversivo e
com o desen\()lvimento urbano e indus trial incoercíxel da área afetada, pois
são menores, nem de menor interêsse geral.
nado a execução num
de uma área de bacias e lagamares muito me a p r e s e n-
ta mais fortes caracte-
mais caro que o atual
rísticas de maré, e o mo
plano regional.
vimento de água canaliza-se perfeitamen te pelo estuário. A aplicação do proces so exigirá, porém, medidas complementares relativamente revolucionárias; a) — o fechamento das .saída.s secun darias, isto é, Bertioga e São Vi
cente (pelo menos de uma), de modo a aumentar o volu me a percorrer e erodír o es tuário;
b) - desvio, para c mar, de alguns
Apre
sentava, não obstante,
sugestões aproveitáveis para algumas medidas de previsão e adaptação. \ i.saiido desenvolvimentos remotos.
Outra questão básica regional é a mudança da Base Aérea. A localização
atual é inconveniente por uma série de razões:
a) — impede a ampliação do porto
prevista no plano regional e no
próprio plano oficial de 1926; b) — dificulta a ligação ferro-rodoviá-
rios, principalmente dos mais contrários aos fluxos marítimos e carreadores de terra, — des vio esse factível quer pela obs
c) — entrava o desenvolvimento ur
trução da Bertioga entre a Bo
d) — interfere com a navegação, com
caina e o Largo do Candinho, de modo a transformar o tre
cho Oeste em rio coletor, quer pela inversão direta de certos
ria com a Ilha de Santo Amaro; banístico e industrial da mesma
ilha;
quahpier esquema ilógico sempre aca ba, mais cedo ou mais tarde, por ser elidido, desrespeitado ou revogado.
A passagem e o estacionamento de navio.s na frente da Ba.sc são -inevitáveis,
c a presença próxima das montanhas e contrafortcs da Serra do Mar é irreniovívcl. Em suma, a. implantação da Base
no ponto atual foi um erro pro\enienle da inexistência de um plano geral, e cia consideração dc elementos unilaterais.
O caso assemelha-se ao do Campo de
Marte, na Capital, oiide, suKo uso pro\isüri() o limitado (e nunca como" aero
porto própriamente dito), qualquer .so lução será calamitosa. Do mesmo modo
que na Capital os planos do Tie tê
rio
e
e
do
desen\'olvimento ferroviá urbanístic(5 marginal (hoje
a maestração, estacionamento e
paralisado) são essenciais, assim tam
passagem de navios no anco-
bém em Santos a permanência da
radouro interno;
Base prejudicará todo o desenvolvi
e) — interfere com as tôrres de al
rios, como o Branco ou Botii-
ta tensão, não só na passagem
curu;
do canal, onde elas iiltrapas-
mento portuário
e
urbanístico, de
modo irremediável Felizmente em Santos reina acordo, de x istas quan
A paradoxal situação de uma Base "a prejudicar a cidade e o pôrto que justamente devia defender", parece-nos
assim em vésperas de ser superada. A sua mudança é exeqüível por permuta. Para o Estado será bom negócio
adquirir a área (3 milhões de metros
(juadrados), quase tôda aterrada, e as insla'ações (edifício sede, prédio de alojamento, hangar e outros anexos), porcpie o terreno é susceptível de apreciá vel valorização com as obras do plano
regional, e as instalações são em gran de parle aproveitáveis.
Aquela valorização só caberá ao Es tado, não podendo ser reivindicada pela União, pois só se efetivará com as obras do pôrto e das ligações, obras que pres■supõerii a prévia retirada da Base. Achase assim bem colocado o Estado para
discutir preços e condições. Por ou tro lado, para maior facilidade da ope ração, note-sc que é possível encon trar outra localização ainda melhor. Di
versas foram estudadas: São Vicente,
12
Dic:kst() Ecosóxnco
Casqueiro, Bertioga e Praia Grande. As duas primeiras ficam muito apertadas por morros e pela serra; a terceira é
distante e, por enquanto, pouco aces sível. Resta a última, francamente boa.
Suas vantagens são:
proposto pelo dcjuitado Lincoln Feliciano. Esta idéia não é apro\'ávcl (já não fa'ando da sua incompatibilidade com a instalação da Base) por dois motivos: a) Impropricdadc do local, que não oferece condições necessárias a
a) Pro.xímidade de Santos, com co municação "direta", que a base atual não possui.
b) Proximidade da \ia Anchieta, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e da Sorocabana.
c) Gabarito mais desembaraçado: se
uni aeroporto internacional, em bora suficientes para uni aero porto militar de uso líjiiítado e csp:ciai.
b) Iinpropriedade geográfica, \isto ser preferível um ponto no pla
não ótimo (o que em Santos c impossível devido à proximidade
nalto, mais próximo do centro de gravidade do Estado ou do seu centro d stribuidor, que é a Ca
da Serra), tão bom ou melhor
pita).
que o do campo atua'.
d) Existência de instalações'iniciais
A zona acon.sclliáve] para o aeropor
pois aí já foi o campo da La-
to internacional, antes de in\'cstigaçóes
tecoère.
mais aprofundadas, é a situada entre Su7-<\no e Santo Ângelo, com Vira-Copos
e) Lugar aprazível e com maiores
13
Dicesto Econômico
rència, prová\'c!nienle pelo vale do Qui lombo. A antiga "São Paulo Railway"
Sahnó-Barnabé, transpondo a antiga In
lo^Jiindiaí, entregue à Paulista, o o a um con
glesa e a Via Anchieta; do outro lado, a cançará a mesma Inglesa, defletindo à direita e acompanhando-a até a nova
A linha dc aderência ligar-se-iu a es tas duas estradas, formando um triân
e.stação, (jne será comum. A unificação das estações é soluç;io já adotada por nós
São Paulo-Saiitos, entregue
sórcio Paulisla-Ccnlral.
gulo: Capital-Mogi-Garganta. (*•) Des cida a serra, irá de um ';ido a Santos
(Saboò) pela Illia dos Bagres ou pelo Barnabé, de outro lado prosseguirá pelo continente, até peneirar na Ilha de Santo Amaro, na altura dt) Monte Cabrão. ■ Nesta illia ser\ irá o pòrlo e terá
Santos, deitando em caminlio, na altu ra da .\lemoa, os ramais tino, transpos
to o lagamar, seguirão para a Bertioga e Santo Amaro:
Ismael de Souza imaginara a estação linal da Sorocabana no Saboó, na área
(aupiadrada pe'a artéria da entrada (Av.
serviço local, especialmente das indús
Bandeirantes ou Rua São Leopoldo), ce
trias que se tém desenvolvido à sivi margem. Transposto o Casqueir:), a linha
douro. Cremos mais interessante uma es
Campinas), como campo aii.xiliar de
será deslocada 100 ou 200 metros para
emergcncia. Congonhas, após algumas
o norte, de modo a clir giv-se diretamente
g) Possibilidade de preparar perto
A outra solução da Sorocabana será
descer logo em Aearaú, para alcançar a Santtis-jundiai em Cubalao, de onde prosseguirão juntas até a estaçao de
estreita, mais ou menos onde boje se acham os dois morros do llapeina. A linha atual, que desce peh) Cnbatão, será mantida como reserva e para
ou qualquer forma de transpor
ser o aeroporto usual da Capital, prin cipalmente para as cotmmicaç-ões RioSão Paulo o para a irradiação interna
para a estação de Santos, libertando uma longa faixa dc terrenos a serem ocupados por indústrias e ajmazéns, bem coloca dos perto do pôito e das estradas, c en
nieiliorías e modificações, continuaria a
no plano da capital paulista, de 1930.
estação terminal comum com a b't()'a
comodidades ao alcance (São Vi cente), independente de lancha te por água. f ) Facilidade de aterros mecânicos ou hidráulicos, com terra dos morros e areia da Praia Grande.
prosseguirá oin frente, para a nova ponte
(lividir-se-á em dois trechos: o São Pau-
(ou outro ponto próximo da faixa sedimentária do Estado, entre Sorocaba e
tas. Chegando ao Sahoó, de um lado
mitério, miiriDs e a estrada do Mata
tação conjunta. Sc a Sorocabana vier por São Vicente os engenheiros terão na
Alcmoa um problema intere.ssunte de cruzamentos e esgalhamcnto dc estraSe a Sorocabana chegar pelo Cuba-
lão, o problema simpliliear-se-á um pou co. Em qualquer hipótese há necessi
uma pista dágua para hidro
no Estado. São as mesmas idéias do en
tretanto fora da cidade. O leito antigo
aviões, no largo de São Vicente
genheiro Brotero, do Conselho Aero
será aproveitado para a rodovia, que,
(se for mudada a ponte da E.
náutico do Estado, em artigo recente.
no trecho Santos-Cubatão, requer, além
dade de estudar
As comunicações entre a Capital e os acroportps sugeridos seriam por ramais rodoviários dos grandes e modernos tron cos (via Anchieta, Aniiangüera e São
das faixas ordinárias centrais, mais duas fa-xas externas de tráfego local.
servar as áreas e cli atações necessárias.
F. S.) ou mais adiante, no Pom-
bêva, com 7 quilômetros de com
primento. Aliás é um comple mento dispensável. h) Proteção fácil pelo Forte de Itai-
pus e por eventuais baterias dis postas na Serra.
i ) Não atrai risco especial à cida de, ao porto, nem a qualquer ór
gão essencial da vida pública. Êste projeto exclui a criação, no mes mo ponto, do aeroporto internacional
ponto e re
Sabe-se que a Sorocabana já possui ter
Pau'o-Rio) e por aviões ligeiros ou he
À Sorocabana oferecem-se duas solu
renos nesse local. Está estrada passara a entrar na faixa portuária pela extremi dade'(Saboó) oposta à atual, permitin
licópteros. Em algumas cidades, como Ciiicago e Filadélfia, o serviço postal en
ções na chegada. Poderá descer, como presentemente, até São Vicente, de on
do a retirada da linha São Vicente-Ma-
cuco, cpie hoje intercepta em nível 30
tre o aeroporto e o correio central é
de se desviará do traçado atual para contornar o sopé dos morros santis-
ruas e avenidas de Santos, ou, quando
feito por helicópteros.
Passando ao pUmo ferroviário regional, cabe enunciar as principais obras e mo dificações da rêde.
A bitola larga terá nova linha de ade-
Uma ligação Piassagüera-Quilombo
poderá ter certa utilidade auxiliar.
(T) Garganta superior do Quilombo, aue a Central atingiria talvez pelo vale do Taiassupeba. e a S. P. R. por um esgaIhamento da Unha velha do planalto ou por um traçado novo.
iiniito, aí deixará apenas uma linha dc emergência, dissimulada em canteiros. A con.seqüência sera a transformação da faixa ferroviária libertada em ave
nida, ampliando e prolongando a Av.
12
Dic:kst() Ecosóxnco
Casqueiro, Bertioga e Praia Grande. As duas primeiras ficam muito apertadas por morros e pela serra; a terceira é
distante e, por enquanto, pouco aces sível. Resta a última, francamente boa.
Suas vantagens são:
proposto pelo dcjuitado Lincoln Feliciano. Esta idéia não é apro\'ávcl (já não fa'ando da sua incompatibilidade com a instalação da Base) por dois motivos: a) Impropricdadc do local, que não oferece condições necessárias a
a) Pro.xímidade de Santos, com co municação "direta", que a base atual não possui.
b) Proximidade da \ia Anchieta, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e da Sorocabana.
c) Gabarito mais desembaraçado: se
uni aeroporto internacional, em bora suficientes para uni aero porto militar de uso líjiiítado e csp:ciai.
b) Iinpropriedade geográfica, \isto ser preferível um ponto no pla
não ótimo (o que em Santos c impossível devido à proximidade
nalto, mais próximo do centro de gravidade do Estado ou do seu centro d stribuidor, que é a Ca
da Serra), tão bom ou melhor
pita).
que o do campo atua'.
d) Existência de instalações'iniciais
A zona acon.sclliáve] para o aeropor
pois aí já foi o campo da La-
to internacional, antes de in\'cstigaçóes
tecoère.
mais aprofundadas, é a situada entre Su7-<\no e Santo Ângelo, com Vira-Copos
e) Lugar aprazível e com maiores
13
Dicesto Econômico
rència, prová\'c!nienle pelo vale do Qui lombo. A antiga "São Paulo Railway"
Sahnó-Barnabé, transpondo a antiga In
lo^Jiindiaí, entregue à Paulista, o o a um con
glesa e a Via Anchieta; do outro lado, a cançará a mesma Inglesa, defletindo à direita e acompanhando-a até a nova
A linha dc aderência ligar-se-iu a es tas duas estradas, formando um triân
e.stação, (jne será comum. A unificação das estações é soluç;io já adotada por nós
São Paulo-Saiitos, entregue
sórcio Paulisla-Ccnlral.
gulo: Capital-Mogi-Garganta. (*•) Des cida a serra, irá de um ';ido a Santos
(Saboò) pela Illia dos Bagres ou pelo Barnabé, de outro lado prosseguirá pelo continente, até peneirar na Ilha de Santo Amaro, na altura dt) Monte Cabrão. ■ Nesta illia ser\ irá o pòrlo e terá
Santos, deitando em caminlio, na altu ra da .\lemoa, os ramais tino, transpos
to o lagamar, seguirão para a Bertioga e Santo Amaro:
Ismael de Souza imaginara a estação linal da Sorocabana no Saboó, na área
(aupiadrada pe'a artéria da entrada (Av.
serviço local, especialmente das indús
Bandeirantes ou Rua São Leopoldo), ce
trias que se tém desenvolvido à sivi margem. Transposto o Casqueir:), a linha
douro. Cremos mais interessante uma es
Campinas), como campo aii.xiliar de
será deslocada 100 ou 200 metros para
emergcncia. Congonhas, após algumas
o norte, de modo a clir giv-se diretamente
g) Possibilidade de preparar perto
A outra solução da Sorocabana será
descer logo em Aearaú, para alcançar a Santtis-jundiai em Cubalao, de onde prosseguirão juntas até a estaçao de
estreita, mais ou menos onde boje se acham os dois morros do llapeina. A linha atual, que desce peh) Cnbatão, será mantida como reserva e para
ou qualquer forma de transpor
ser o aeroporto usual da Capital, prin cipalmente para as cotmmicaç-ões RioSão Paulo o para a irradiação interna
para a estação de Santos, libertando uma longa faixa dc terrenos a serem ocupados por indústrias e ajmazéns, bem coloca dos perto do pôito e das estradas, c en
nieiliorías e modificações, continuaria a
no plano da capital paulista, de 1930.
estação terminal comum com a b't()'a
comodidades ao alcance (São Vi cente), independente de lancha te por água. f ) Facilidade de aterros mecânicos ou hidráulicos, com terra dos morros e areia da Praia Grande.
prosseguirá oin frente, para a nova ponte
(lividir-se-á em dois trechos: o São Pau-
(ou outro ponto próximo da faixa sedimentária do Estado, entre Sorocaba e
tas. Chegando ao Sahoó, de um lado
mitério, miiriDs e a estrada do Mata
tação conjunta. Sc a Sorocabana vier por São Vicente os engenheiros terão na
Alcmoa um problema intere.ssunte de cruzamentos e esgalhamcnto dc estraSe a Sorocabana chegar pelo Cuba-
lão, o problema simpliliear-se-á um pou co. Em qualquer hipótese há necessi
uma pista dágua para hidro
no Estado. São as mesmas idéias do en
tretanto fora da cidade. O leito antigo
aviões, no largo de São Vicente
genheiro Brotero, do Conselho Aero
será aproveitado para a rodovia, que,
(se for mudada a ponte da E.
náutico do Estado, em artigo recente.
no trecho Santos-Cubatão, requer, além
dade de estudar
As comunicações entre a Capital e os acroportps sugeridos seriam por ramais rodoviários dos grandes e modernos tron cos (via Anchieta, Aniiangüera e São
das faixas ordinárias centrais, mais duas fa-xas externas de tráfego local.
servar as áreas e cli atações necessárias.
F. S.) ou mais adiante, no Pom-
bêva, com 7 quilômetros de com
primento. Aliás é um comple mento dispensável. h) Proteção fácil pelo Forte de Itai-
pus e por eventuais baterias dis postas na Serra.
i ) Não atrai risco especial à cida de, ao porto, nem a qualquer ór
gão essencial da vida pública. Êste projeto exclui a criação, no mes mo ponto, do aeroporto internacional
ponto e re
Sabe-se que a Sorocabana já possui ter
Pau'o-Rio) e por aviões ligeiros ou he
À Sorocabana oferecem-se duas solu
renos nesse local. Está estrada passara a entrar na faixa portuária pela extremi dade'(Saboó) oposta à atual, permitin
licópteros. Em algumas cidades, como Ciiicago e Filadélfia, o serviço postal en
ções na chegada. Poderá descer, como presentemente, até São Vicente, de on
do a retirada da linha São Vicente-Ma-
cuco, cpie hoje intercepta em nível 30
tre o aeroporto e o correio central é
de se desviará do traçado atual para contornar o sopé dos morros santis-
ruas e avenidas de Santos, ou, quando
feito por helicópteros.
Passando ao pUmo ferroviário regional, cabe enunciar as principais obras e mo dificações da rêde.
A bitola larga terá nova linha de ade-
Uma ligação Piassagüera-Quilombo
poderá ter certa utilidade auxiliar.
(T) Garganta superior do Quilombo, aue a Central atingiria talvez pelo vale do Taiassupeba. e a S. P. R. por um esgaIhamento da Unha velha do planalto ou por um traçado novo.
iiniito, aí deixará apenas uma linha dc emergência, dissimulada em canteiros. A con.seqüência sera a transformação da faixa ferroviária libertada em ave
nida, ampliando e prolongando a Av.
1-4
Francisco Cliccrio. A área do pátio da
Digesto Econômico
estação da Avenida Ana Costa trans-
aproveitável paru agricultura c turismo, da economia de uma linha pesada e lon
formar-se-á em parqiie, sem "perda se
ga na Serra, o projeto merece ser ten
quer do edifício, aproveitável para sede esportiva ou parque infantil.
Se todo o tráfego ferroviário entrar pe lo Saboó e fôr encaminhado através da
faixa portuária, c sc, a mais, o cais for
prolongado para o sul, aquela fai.xa ficará sobrecanegada. Por isso o seu alargamento, ora do lado da cidade, ora do lado do mar, constituirá parte in tegrante dos projetos. Enquanto éste desafogo não estiver garantido, a linha Sao Vicente-Macuco não deverá ser
eliminada, pois poderá socorrer nos ca sos de congestionamento geral ou de
i obstrução acidental do cais, sujeito 'a tal devido aos estrangula
tado. A
distancia
entre Santos e São
Seba.slião é de cèrca de 112 qiii'ómetros. A fixação do traçado litorâneo permitirá impor a reser\-a da faí.va correspondente nos arruamentos que e.slão surgindo nes se litoral, prematura e desconexamente.
O "tramway" do Guarujá poderá in diferentemente ser mantido, e aguardar uin aumento compensador de movimento quando o plano regional x'ier a ser exe
cutado, ou poderá ser substituído por boa e definitiva artéria a.sfaltada, com um serviço de ônibus.
Neste momento, antes de um progra
ma que estabeleça com firmeza o novo traçado, e se atendermos
mentos nas ruas Xavier da
ainda à inferioridade dos
Silveira e Antônio Prado.
eombustívcis líquidos dian
As duas bitolas transpo
te de possíveis crises de
rão a ponte Saboo-Barna-
fornecimento,
bé com duas linhas de três
nientí) — dizíamos — não
trilhos, e penetrarão na
c aeonseibável a retirada
Ilha de Santo Amaro pelo
Sorocabana, em linha singela, prossegui rá ao longo do canal da Bertioga, ora coleando a aba da serra, ora perfurando os contrafortes mais salientes, ora trans
pondo francamente os manguesais. Pa rá tanto não faltará nem a terra dos
morros, nem a técnica adquirida na bai
xada. Transposto o Itapanhaii, a baixa
mo-
do "tramway", não obstan te o seu "déficit", que afi nal é menor que o custeio
ramal tirado na altura dos
cabos do Itatinga. A São Paulo-Jundiaí termmará na illia, mas a
neste
de tantas repartições inúteis, por aí existentes.
No setor rodovhírio é preciso resol\'er
algumas obras de interesse gerab, Pri meiramente é a ligação Saboó-BarnabéBertioga-Santo Amaro, acompanhando as estradas de ferro. Transposto o canal da
Bertioga as ferrovias dirigem-se para a faixa portuária, mas a rodo\'ia seguirá
da marítima dilata-se, até que, ao apro
em frente, para constituir n primeira
ximar-se de São Sebastião, os contra
estrada moderna da ilha: Cabrão-Gua-
fortes começam a surgir de novo, dei
ruja.
A rodovia Saboo-Barnabé-Bci lioga de
ve prever trés faixas pavimentadas. O
1947) novo estudo foi ordenado pelo se cretário da
o dominante; o mo\ imenlo torna-se ex
esqueiuàticamente, a diretriz das outras
traordinário nos dias feriados, mas com
extrema predominância de uin sentido. Alternando a sinalização da terceira faixa ou central ficará cm cada período
atendido o tráfego predominante. Entre O canal e o Guarujá, com o tempo a es trada transformar-sc-á cm rua e qua
tro vias de movimento serão necessárias. No cont.nente entre o Cabrão e a praia da Bertioga, bastam duas faixas carroçáveis.
A ligação rodoviária com o litoral Nor te tem sido também preconizada a par tir de Cubatão e Piassagüera, contor
nando o fundo das bacias do Caneú e Santa Rita. Êste trajeto nada encurtaria
a quem desce a serra e alongaria exces sivamente a quem sai de Santos. A rodovia entre a poNoaçao da Ber
tioga e São Sebastião encontrará os aci
Viação. Ignoramos o re
sultado.
A Ilha do Santo Amaro fixará ainda,
rodovias essenciais: uma ao longo das
praias, do Tombo ao Perequc, trajeto de passeio já muito percorrido; outra, uma estrada central leste-oeste, do Pai Garú à garganta do Guararaú (fa zenda Atoou); finahucnte, os dois pro
longamentos dessa estrada central, com bifurcação perto da garganta_ do Gua raraú, de um lado em direção ao 1 e-
requè, ligando-se à estrada marítima, de outro lado em direção a Bertioga,
para servir às velhas Fazendas margi nais e terminar nas ruínas de Santo An tônio de Guaíbe, futuro ponto de balsa.
Complementos posteriores, de valor
icramente turístico, serão uma ligação externa do Perequè à via anterior, con tornando a extremidade montanhosa da mc:
iMia. c outra, do mesmo gênero, na en trada da baía de Santos. I3asta-lhe uma
dentes topográficos que já menciona mos ao tratar da estrada clé ferro, mas
só via, com di'ataçõcs espaçadas para os
tando-se à topografia, contornando mor
As vias N-S (Cabrão-Guarujá) e E-O (Pai Cará-Guaravaú) destinam-
poderá mais fàcilmente vencé-los, udapros ou galgando as gargantas mais bai xas.
O relatório de um engenbe ro, parcial
mente publicado no "O Estado de São Paulo", de 11-11-945, conclui desta ma neira; "Sem grandes dificuldades fize mos (de automóvel) a viagem de Ber
cruzamentos.
se a importante papel no desenvolvi mento urbanístico da ilha.
Quando a
\'ia mavilima, requer traçado que lexe cm conta o aproveitamento inteligente
das praias, ora percorrendo-a à vista do mar, ora por trás das quadras expostas,
tioga a São Sebastião, tendo apenas 18 quilômetros pesados. O mais, pontilhões, rampas e ligeiros aterros". Não seremos
para interferir o menos possível com o
tão otimistas; em todo caso podem-se
à ganância dos particulares e a displi
tando por vezes costões até o mar: Boi-
Êste traçado dependerá do plano ur
çncanga. Navio, etc. A linha não será
banístico, desta parte da ilha, assim co
desprovida de dificuldades, mas, diante da compensação dos trechos retos e pia
mo das bacias portuárias, que a estrada em questão — futura avenida da cidade
lopografía màis hostil. A ligação está
nova — deverá contornar.
12-12-29. Recentemente (setembro de
número ímpar justifica-.sc pelo caráter especial do tráfego turístico, certamente
prever dificuldades menores do que se afiguram áo observador postado em São
nos, da valorização de uma faixa tão
15
Digesto Econômico
mo\ imcnto puramente turístico e recrea tivo. Tornar-se-á com o tempo uma ave
nida, e cabe desde já prever-lhe o que
cência dos poderes públicos têm com
Sebastião, pois esta é a extremidade de
prometido em tantas cidades.
ou esteve autorizada pela lei 2.389 de
é a própria Via Ancbieta, que requer di-
Outra questão rodoviária importante
1-4
Francisco Cliccrio. A área do pátio da
Digesto Econômico
estação da Avenida Ana Costa trans-
aproveitável paru agricultura c turismo, da economia de uma linha pesada e lon
formar-se-á em parqiie, sem "perda se
ga na Serra, o projeto merece ser ten
quer do edifício, aproveitável para sede esportiva ou parque infantil.
Se todo o tráfego ferroviário entrar pe lo Saboó e fôr encaminhado através da
faixa portuária, c sc, a mais, o cais for
prolongado para o sul, aquela fai.xa ficará sobrecanegada. Por isso o seu alargamento, ora do lado da cidade, ora do lado do mar, constituirá parte in tegrante dos projetos. Enquanto éste desafogo não estiver garantido, a linha Sao Vicente-Macuco não deverá ser
eliminada, pois poderá socorrer nos ca sos de congestionamento geral ou de
i obstrução acidental do cais, sujeito 'a tal devido aos estrangula
tado. A
distancia
entre Santos e São
Seba.slião é de cèrca de 112 qiii'ómetros. A fixação do traçado litorâneo permitirá impor a reser\-a da faí.va correspondente nos arruamentos que e.slão surgindo nes se litoral, prematura e desconexamente.
O "tramway" do Guarujá poderá in diferentemente ser mantido, e aguardar uin aumento compensador de movimento quando o plano regional x'ier a ser exe
cutado, ou poderá ser substituído por boa e definitiva artéria a.sfaltada, com um serviço de ônibus.
Neste momento, antes de um progra
ma que estabeleça com firmeza o novo traçado, e se atendermos
mentos nas ruas Xavier da
ainda à inferioridade dos
Silveira e Antônio Prado.
eombustívcis líquidos dian
As duas bitolas transpo
te de possíveis crises de
rão a ponte Saboo-Barna-
fornecimento,
bé com duas linhas de três
nientí) — dizíamos — não
trilhos, e penetrarão na
c aeonseibável a retirada
Ilha de Santo Amaro pelo
Sorocabana, em linha singela, prossegui rá ao longo do canal da Bertioga, ora coleando a aba da serra, ora perfurando os contrafortes mais salientes, ora trans
pondo francamente os manguesais. Pa rá tanto não faltará nem a terra dos
morros, nem a técnica adquirida na bai
xada. Transposto o Itapanhaii, a baixa
mo-
do "tramway", não obstan te o seu "déficit", que afi nal é menor que o custeio
ramal tirado na altura dos
cabos do Itatinga. A São Paulo-Jundiaí termmará na illia, mas a
neste
de tantas repartições inúteis, por aí existentes.
No setor rodovhírio é preciso resol\'er
algumas obras de interesse gerab, Pri meiramente é a ligação Saboó-BarnabéBertioga-Santo Amaro, acompanhando as estradas de ferro. Transposto o canal da
Bertioga as ferrovias dirigem-se para a faixa portuária, mas a rodo\'ia seguirá
da marítima dilata-se, até que, ao apro
em frente, para constituir n primeira
ximar-se de São Sebastião, os contra
estrada moderna da ilha: Cabrão-Gua-
fortes começam a surgir de novo, dei
ruja.
A rodovia Saboo-Barnabé-Bci lioga de
ve prever trés faixas pavimentadas. O
1947) novo estudo foi ordenado pelo se cretário da
o dominante; o mo\ imenlo torna-se ex
esqueiuàticamente, a diretriz das outras
traordinário nos dias feriados, mas com
extrema predominância de uin sentido. Alternando a sinalização da terceira faixa ou central ficará cm cada período
atendido o tráfego predominante. Entre O canal e o Guarujá, com o tempo a es trada transformar-sc-á cm rua e qua
tro vias de movimento serão necessárias. No cont.nente entre o Cabrão e a praia da Bertioga, bastam duas faixas carroçáveis.
A ligação rodoviária com o litoral Nor te tem sido também preconizada a par tir de Cubatão e Piassagüera, contor
nando o fundo das bacias do Caneú e Santa Rita. Êste trajeto nada encurtaria
a quem desce a serra e alongaria exces sivamente a quem sai de Santos. A rodovia entre a poNoaçao da Ber
tioga e São Sebastião encontrará os aci
Viação. Ignoramos o re
sultado.
A Ilha do Santo Amaro fixará ainda,
rodovias essenciais: uma ao longo das
praias, do Tombo ao Perequc, trajeto de passeio já muito percorrido; outra, uma estrada central leste-oeste, do Pai Garú à garganta do Guararaú (fa zenda Atoou); finahucnte, os dois pro
longamentos dessa estrada central, com bifurcação perto da garganta_ do Gua raraú, de um lado em direção ao 1 e-
requè, ligando-se à estrada marítima, de outro lado em direção a Bertioga,
para servir às velhas Fazendas margi nais e terminar nas ruínas de Santo An tônio de Guaíbe, futuro ponto de balsa.
Complementos posteriores, de valor
icramente turístico, serão uma ligação externa do Perequè à via anterior, con tornando a extremidade montanhosa da mc:
iMia. c outra, do mesmo gênero, na en trada da baía de Santos. I3asta-lhe uma
dentes topográficos que já menciona mos ao tratar da estrada clé ferro, mas
só via, com di'ataçõcs espaçadas para os
tando-se à topografia, contornando mor
As vias N-S (Cabrão-Guarujá) e E-O (Pai Cará-Guaravaú) destinam-
poderá mais fàcilmente vencé-los, udapros ou galgando as gargantas mais bai xas.
O relatório de um engenbe ro, parcial
mente publicado no "O Estado de São Paulo", de 11-11-945, conclui desta ma neira; "Sem grandes dificuldades fize mos (de automóvel) a viagem de Ber
cruzamentos.
se a importante papel no desenvolvi mento urbanístico da ilha.
Quando a
\'ia mavilima, requer traçado que lexe cm conta o aproveitamento inteligente
das praias, ora percorrendo-a à vista do mar, ora por trás das quadras expostas,
tioga a São Sebastião, tendo apenas 18 quilômetros pesados. O mais, pontilhões, rampas e ligeiros aterros". Não seremos
para interferir o menos possível com o
tão otimistas; em todo caso podem-se
à ganância dos particulares e a displi
tando por vezes costões até o mar: Boi-
Êste traçado dependerá do plano ur
çncanga. Navio, etc. A linha não será
banístico, desta parte da ilha, assim co
desprovida de dificuldades, mas, diante da compensação dos trechos retos e pia
mo das bacias portuárias, que a estrada em questão — futura avenida da cidade
lopografía màis hostil. A ligação está
nova — deverá contornar.
12-12-29. Recentemente (setembro de
número ímpar justifica-.sc pelo caráter especial do tráfego turístico, certamente
prever dificuldades menores do que se afiguram áo observador postado em São
nos, da valorização de uma faixa tão
15
Digesto Econômico
mo\ imcnto puramente turístico e recrea tivo. Tornar-se-á com o tempo uma ave
nida, e cabe desde já prever-lhe o que
cência dos poderes públicos têm com
Sebastião, pois esta é a extremidade de
prometido em tantas cidades.
ou esteve autorizada pela lei 2.389 de
é a própria Via Ancbieta, que requer di-
Outra questão rodoviária importante
M Dícestí) Econômico
versos melhoramentos. O mais importan te é a constituição de uma secção tripla na chegada a Santos, dé modo a preser\ar as fai.xas centrais para o tráfego ex presso, e acrescentar duas laterais para o tráfego local e os acessos. Evidente
mente, as vias laterais não precisam cor rer contiguas à estrada principal, e isso muito especialmente no caso de um tra
tamento paisagístico - aspecto que na magnífica Via Anchieta tem recebido pouca consideração, com o resultado dessa estrada, uma das mais interessan tes do País e principal entrada de São Paulo, correr o risco de transformar-se rapidamente no simples caminho dc um
Tahoão ou de um Caguassú qualquer, ladeado de porteiras, casebres e "phicards". A Via Anchieta pede tratamento paisagístico, e transformação em ver dadeiro "parkway" nos trechos subur. banos.
Uma regulainentífção proibitiva de anúncios (billboard zo-
gens preliminares neste traçado Sahoó-
deduzimos que esta deseja uma altura
Bamabé. O fundo não é dos melhores,
flexo de.ssa observação ainda surgiu na
livre uão inferior a 80 metros, que é a dos cabos do Itatinga, já uma vez
Via Anchieta, apesar das .svigestões do
como de esperar; toda\ ia a rocha apa rece em a'guns pontos a cerca de 30
magnífico cenário.
metros.
Restaurantes, lerrtiços, portais, pavi
todos podem .ser obtidos ou dobmdps
dado, não obstante já e.star erigido, como
cilmente, de vãos reduzidos e pequena
altura, pro\'ida quando muito, como pre
("perroquets") nas passagens. .A ferrovia Paris-Havre adotou por isso
caução, de um vão móvel.
o \ ão li\ re x ertical de 63 metros, na sua
nem podia deixar dc acontecer, o inde fectível obelisco comemorativo.
chieta é a sua ligaçãt) direta h Praia Grande, acompanhando o rio Boturoca ou o contrafortc da Mairinque-Santos,
o que dispensaria a trave.s.sia de São Vi cente. Esta ligação servirá a futura Ba se Aérea c será o início da rodoWa li
torânea para Itanbaem e o vale do Ri beira.
Passemos a uma das questões mais
palpitantes do plano regional: o acess<i à Ilha cie Sanfo Amaro e as ligações entre Santos e a mesma.
Temos visto, ao tra
tar do porto e das vias de comunicação, que o primeiro acesso à Ilha
perdura a discussão da
de Santo
sua consUtucionalidade.
mentos em desnível, em
Bertioga-Santo
pontos espaçados e con venientemente, escolhi
sas e avenida.s-parques americanas, em
particular o sistema novaiorquino, que é esmagador, e certos "parkways" ur banos como o "Rock-creek", de
Amaro está
projetado mediante a ligação Saboó-Barnabé-
A previsão de cruza
tarão o vão líciuido. Mas por que moti
travessia do Sena inferior. Em Tancarville desceu-se a 53 metros. Joly-Laro-
vo esta .solução será "praticamente a
che-Watier-Rouville preconizam uma al
única capaz cie levar as ferrovias à Ilha
tura ll\re de 70 metros, inferior aos má
Aterros em ambos os encontros estrei
Complemento necessário da Via An
do país civilizado, aqui
demográfico. Tivemos o prazer, em 1945, de minuciosamente percorrer, em com panhia de dois diretores do D E R pau lista, muitas auto-estradas, vlas-expres-
mastros dos veleiros e de rádio freqüen temente ultrapassam 60 metros, e nem
gaçáo, uma ponte poderá fazer-se fa
matéria pacífica cm to
inevitável desenvolvimento industrial e
Como ali não ha\crá grande na\e-
tocados pelo mastro de um na\'io. Os
lhões de .serviço e outros pequenos com plementos-, nada foi feito ou sequer estu
enquanto isso é
dos, importa sobremaneira, pois a faixa Santo.s-Cubatão terá com o tempo
17
Washington, c "ScuitkyH", de Filadél fia, que são maravilhosos. Nenhum re
ning law) é urgente, mas
Dici::sTt) Económic:o
Amaro,
de Santo Amaro", e por que não o pode
riam fazer pontes ou túneis diretos, através do estuário?
A principal razão é o grande desnível, tanto acima como abaixo da cota dá
gua ou da cidade, a que os trilhos te riam de atingir, obrigando consecpicn-
ximos possíveis: "si Von aclmet que le pUis gruiifí navire du inoudc ne sera pas nócessairement appeió a franchir un tel oiivrage, qu'il potirra même en êtrc cinpcclic pcir d'(ititres considérations commcrcioles ou de tirant d'caii". E a mesma cifra adotada na ponte suspensa
acessos ("approaches") excessisamente
a juzante das bacias em Hamburgo. Em São Francisco a ponte de Golden Gale,
longos, e a elevadas despesas, além
a maior e das mais recentes do mundo,
de disposições difíceis para as cone
ostenta uma altura livre de 67 metros,
temente a declividades muito fortes,
xões.
Consideremos sucessivamente as duas
e a de Oakland, 65 metros, que tam
bém é a da ponte George Wa.shington,
hipóteses: ponte e l-únel.
sôbre o Hudson. O taboleiro suspenso da
Para uma ponte as principais condições determinantes são a altura e o vão. O \ão total variará com a secção do es tuário; em primeiro ataque deve-se pres
Sidnev está a 53 metros de altura, e o
da segunda ponte de Quebec a 50. No canal de Kiel as pontes passam a 42
metros acima dágua, no de Corinto a 43,50. Um regulamento da Marinha ame
isto é, contornando o
supor um lance único. A largura do es
ancoradouro interior e
tuário, que a ampliação do pôrto man
ricana fixa a altura mmima ordinária em
terá ou reduzirá ligeiramente, varia en tre 460 e 1 • 100 metros. Suposto que o
41,75, e outro, canadense, em 45,75 m. A célebre ponte do Forth (Escócia)
projeto evite secções líquidas superiores
adotara 45,75 em 1833. Diversas pon
a 500 metros, ve-se que ficaremos sempre dentro de dimensões perfeitamente atin
burg, Manhattan, Queensborough), so
penetrando na iiba por assim dizer pe los fundos.
Esta ligação não será a única, mas é a de necessidade mais imediata e de
maior interesse econômico, porque é a que praticamente poderá conduzir as estradas de ferro ao outro lado do es
tuário, para servir a secção oriental do pôrto, as indústrias e a cidade nova, que aí nascerão.
A Companhia Docas possui sonda-
tes de Nova York (Brooklin,'Williams-
gíveis pelas estruturas modernas. A altu
bre o East River, assim como a de Fi
ra é o determinante mais incômodo e rí
gido, dependente das exigências da na
ladélfia, sôbre o Delaware, passam enhe 40 e 45 metros sôbre a água; HeP
vegação e de mínimos em, que costu
Gate, a 41,15 m.
ma intervir o Ministério da Marinha.
De conversações na Companhia Docas
As cifras anteriores bastam para indi car a tendência atual, não se devendo
M Dícestí) Econômico
versos melhoramentos. O mais importan te é a constituição de uma secção tripla na chegada a Santos, dé modo a preser\ar as fai.xas centrais para o tráfego ex presso, e acrescentar duas laterais para o tráfego local e os acessos. Evidente
mente, as vias laterais não precisam cor rer contiguas à estrada principal, e isso muito especialmente no caso de um tra
tamento paisagístico - aspecto que na magnífica Via Anchieta tem recebido pouca consideração, com o resultado dessa estrada, uma das mais interessan tes do País e principal entrada de São Paulo, correr o risco de transformar-se rapidamente no simples caminho dc um
Tahoão ou de um Caguassú qualquer, ladeado de porteiras, casebres e "phicards". A Via Anchieta pede tratamento paisagístico, e transformação em ver dadeiro "parkway" nos trechos subur. banos.
Uma regulainentífção proibitiva de anúncios (billboard zo-
gens preliminares neste traçado Sahoó-
deduzimos que esta deseja uma altura
Bamabé. O fundo não é dos melhores,
flexo de.ssa observação ainda surgiu na
livre uão inferior a 80 metros, que é a dos cabos do Itatinga, já uma vez
Via Anchieta, apesar das .svigestões do
como de esperar; toda\ ia a rocha apa rece em a'guns pontos a cerca de 30
magnífico cenário.
metros.
Restaurantes, lerrtiços, portais, pavi
todos podem .ser obtidos ou dobmdps
dado, não obstante já e.star erigido, como
cilmente, de vãos reduzidos e pequena
altura, pro\'ida quando muito, como pre
("perroquets") nas passagens. .A ferrovia Paris-Havre adotou por isso
caução, de um vão móvel.
o \ ão li\ re x ertical de 63 metros, na sua
nem podia deixar dc acontecer, o inde fectível obelisco comemorativo.
chieta é a sua ligaçãt) direta h Praia Grande, acompanhando o rio Boturoca ou o contrafortc da Mairinque-Santos,
o que dispensaria a trave.s.sia de São Vi cente. Esta ligação servirá a futura Ba se Aérea c será o início da rodoWa li
torânea para Itanbaem e o vale do Ri beira.
Passemos a uma das questões mais
palpitantes do plano regional: o acess<i à Ilha cie Sanfo Amaro e as ligações entre Santos e a mesma.
Temos visto, ao tra
tar do porto e das vias de comunicação, que o primeiro acesso à Ilha
perdura a discussão da
de Santo
sua consUtucionalidade.
mentos em desnível, em
Bertioga-Santo
pontos espaçados e con venientemente, escolhi
sas e avenida.s-parques americanas, em
particular o sistema novaiorquino, que é esmagador, e certos "parkways" ur banos como o "Rock-creek", de
Amaro está
projetado mediante a ligação Saboó-Barnabé-
A previsão de cruza
tarão o vão líciuido. Mas por que moti
travessia do Sena inferior. Em Tancarville desceu-se a 53 metros. Joly-Laro-
vo esta .solução será "praticamente a
che-Watier-Rouville preconizam uma al
única capaz cie levar as ferrovias à Ilha
tura ll\re de 70 metros, inferior aos má
Aterros em ambos os encontros estrei
Complemento necessário da Via An
do país civilizado, aqui
demográfico. Tivemos o prazer, em 1945, de minuciosamente percorrer, em com panhia de dois diretores do D E R pau lista, muitas auto-estradas, vlas-expres-
mastros dos veleiros e de rádio freqüen temente ultrapassam 60 metros, e nem
gaçáo, uma ponte poderá fazer-se fa
matéria pacífica cm to
inevitável desenvolvimento industrial e
Como ali não ha\crá grande na\e-
tocados pelo mastro de um na\'io. Os
lhões de .serviço e outros pequenos com plementos-, nada foi feito ou sequer estu
enquanto isso é
dos, importa sobremaneira, pois a faixa Santo.s-Cubatão terá com o tempo
17
Washington, c "ScuitkyH", de Filadél fia, que são maravilhosos. Nenhum re
ning law) é urgente, mas
Dici::sTt) Económic:o
Amaro,
de Santo Amaro", e por que não o pode
riam fazer pontes ou túneis diretos, através do estuário?
A principal razão é o grande desnível, tanto acima como abaixo da cota dá
gua ou da cidade, a que os trilhos te riam de atingir, obrigando consecpicn-
ximos possíveis: "si Von aclmet que le pUis gruiifí navire du inoudc ne sera pas nócessairement appeió a franchir un tel oiivrage, qu'il potirra même en êtrc cinpcclic pcir d'(ititres considérations commcrcioles ou de tirant d'caii". E a mesma cifra adotada na ponte suspensa
acessos ("approaches") excessisamente
a juzante das bacias em Hamburgo. Em São Francisco a ponte de Golden Gale,
longos, e a elevadas despesas, além
a maior e das mais recentes do mundo,
de disposições difíceis para as cone
ostenta uma altura livre de 67 metros,
temente a declividades muito fortes,
xões.
Consideremos sucessivamente as duas
e a de Oakland, 65 metros, que tam
bém é a da ponte George Wa.shington,
hipóteses: ponte e l-únel.
sôbre o Hudson. O taboleiro suspenso da
Para uma ponte as principais condições determinantes são a altura e o vão. O \ão total variará com a secção do es tuário; em primeiro ataque deve-se pres
Sidnev está a 53 metros de altura, e o
da segunda ponte de Quebec a 50. No canal de Kiel as pontes passam a 42
metros acima dágua, no de Corinto a 43,50. Um regulamento da Marinha ame
isto é, contornando o
supor um lance único. A largura do es
ancoradouro interior e
tuário, que a ampliação do pôrto man
ricana fixa a altura mmima ordinária em
terá ou reduzirá ligeiramente, varia en tre 460 e 1 • 100 metros. Suposto que o
41,75, e outro, canadense, em 45,75 m. A célebre ponte do Forth (Escócia)
projeto evite secções líquidas superiores
adotara 45,75 em 1833. Diversas pon
a 500 metros, ve-se que ficaremos sempre dentro de dimensões perfeitamente atin
burg, Manhattan, Queensborough), so
penetrando na iiba por assim dizer pe los fundos.
Esta ligação não será a única, mas é a de necessidade mais imediata e de
maior interesse econômico, porque é a que praticamente poderá conduzir as estradas de ferro ao outro lado do es
tuário, para servir a secção oriental do pôrto, as indústrias e a cidade nova, que aí nascerão.
A Companhia Docas possui sonda-
tes de Nova York (Brooklin,'Williams-
gíveis pelas estruturas modernas. A altu
bre o East River, assim como a de Fi
ra é o determinante mais incômodo e rí
gido, dependente das exigências da na
ladélfia, sôbre o Delaware, passam enhe 40 e 45 metros sôbre a água; HeP
vegação e de mínimos em, que costu
Gate, a 41,15 m.
ma intervir o Ministério da Marinha.
De conversações na Companhia Docas
As cifras anteriores bastam para indi car a tendência atual, não se devendo
ilí"
esquecer, todavia, que as circunstâncias
te fixa alta .sôbre o estuário, é inviável
ec-onómícas, topográficas e da navega
para o .serviço ferroviiirio c imprová
ção, influem sensivelmente. Por tais con
vel para o tráfego comum. Quanto ao xTio- da estrutura, nenhu
siderações Manchester limitou-se . a 22,86 m no seu canal; o viaduto de Ca
rente, a 22; a ponte Roche Bernard, a 33. O Estuário de Santos, por ser um pôr-
a)
497, Brooklin 486, Williams-
xa dos primeiros armazéns, ou dentro
00 meio ou na metade posterior do Es
Nesse ponto, do lado de Santos, será
rá ser maior ou
hiladélfiii 533, Bear Mountain
borougli 486, Manhattan 446. b) -
menor, conforme se
fácil encontrar terreno firme e mcsino
rá ser atenuada (70 m ou menos), por
rocha, pois aí se estendiam os "outeirinhos", que deram nome ao local e foram arrasados por ocasião das obras do por
vios, antes de chegar na ponte. Em todo
to. O grande prédio do Frigorífico c a
easo nunca menos que 60 metros. Esta cifra, baixa relativamente ao pen
torre da linha de alta tensão tiraram pro
samento oficial, é su
zer
qualquer
ficiente entretanto para
eventualmente aí lan çada.
A Golden Gale completa custou 35 milhões de dólares; a George Washin
Desconhecemos o subsolo na ou
tra margem; parece de
acessos mediriam nada
fraca
grande
menos de 1.200 ni de
consistência
ate
profundidade,
mas isto não constitui
comprimento, em cada
dificuMade intransponí vel. Na ponte de Oak-
margem. E isto, mes mo se fôr admitida a declividade de 5%, for-
land, diversos pilares descem
oomplem^ntares e até elevadores. Isto
tudo na hipótese de pontes comuns nao
ferroviárias, porque neste ulümo caso o declive dos acessos não poderia ultra
ta orientação ou alinhamento a que vi
passar 2% ou- 2,5% e levaria o compri mento dos acessos a 2,4 ou 3,0 quilôme
facilitem as fundações.
tros. Resulta, em suma, que a ligaçao
frentar o vão do estxiário santista. Pa
direta das duas ilhas, por meio de pon-
Diversos típos estruturais podem en
dos trilhos, e achamos para o piso do
muns; e o inferior, para cinco filas (três
túnel uma cota 18 -p 6 -f- 7 = 31 m sob
de veículos pesados ou de carga, e duas
o nível do mar, para a localização em
para "subway"). Na George Washin gton a secção transversal fêz-so inicial
Itapema, e uma cota 24
m para a localização na entrada do ca
mente apenas com duas pistas curroçá-
nal. Cotas essas acrescíveis ainda de pe
vcis de 8,80 ni cada uma e dois pas
lo menos um metro, no caso de as que
seios de 3,20; ficou prevista mais uma faixa central do 9,14 (total de oito fi
rermos referir ao terreno.
las) c um estrado inferior para quatro
dades dos acessos ser menores que nas
a sec
jÊÊ
Tomemos 7 m como altura deste acima
6 + 7 = 37
Em caso de túnel, devendo as declivi-
pontes, adotaremos 2,5 e 4%. Resulta rão para comprimento dos acessos. res pectivamente l.eOO e 1.900 metros para o caso de passarem esti"adas de ferro, e 800 e 950 metros no caso de tráfego comum.
Os túneis muito extensos e de perfil
, trangoiros de altas pontes, pois sendo os
longitudinal em U não podem contar com
rios ou braços de mar muito encaixados,
a ventilação natural, como os tiineis
os tabuleiros colocam-se naturalmente à
curtos e bem expostos (ex. Trianon, em
cota das margens, com economia e co modidade. Exemplifica-o a ponte George
ra mostrá-lo basta enumerar algumas
será demasiado pedir uma cobertura mí
guias, para seis filas de veículos co
ta é assaz diferente de muitos casos es-
a vasa, saliências mais resistentes, que
ra e as possibilidades de erosão (me nima de seis metros sobre o extradorso.
Convém atentar a que o caso santis
serra, não será impossível encontrar, sob
Dada a constituição vasosa de quase
General Pulawsky. Dispõe. de dois es trados: o superior com 17,70 m, entre
(2,50m).
zona, contrafortes 'meio submersos da
vamente 15-18 e 21-24 metros.
lhor utilização dos fluxos da maré), não
üu seis filas, e dois passeios estreitos
sivelmente obedecem as montanhas da
ma) c de juzante (Ponta da Praia). Aí as profundidades alcançam respecti
50S e o túnel intermediário, mede 13 Jí
ção a prever será modesta, podendo reduzir-se a um só estrado, com quatro
metros. À vista de cer
exigir acessos
restam os trechos de montante (Itape-
todo o fundo, dados os ri scos da'estrutu
linhas de "subway". Em Santos
abaixo de 60
riadas. E.xcluiuclo o trecho mais dilatado,
onde a largura conlraindica a travessia,
gton, 70; üakland, 80 milhões. Notar porém que esta última, com os acesquilómctro.s, isto é, mais do dòbro da
ponte
ta a rampa de 5%, os .
E-xaminemos a hipótese de um túnel.
O canal tem profundidades muito va
334.
veito desse fato e o mesmo poderá fa
qualquer ponte alta sobressairia em des proporção com o ambiente.
Sidney 503, Hell Gate 297,
c) —■ Em cantilcver: Quebec-l." 548, Forth 521, Oakland 420, Queensborougli 359, Quebec-2.='
mesmo do canal, próximos à muralha.
Washington, que bate de um lado no aprazÍN cl platò situado a N O de Ma nhattan, e do lado de No\ a Jersey na escarpa abrupta das Palissadas. Em San tos, peio contrário, as margens estendemse pouco acima do nível do mar, e
Em arco: Will \an Küll 510, Niagara 289.
queira erigi-los ou atrás do cais, na fai
tuário, a exigência de altura livre pode
ção em Santos: supos
Lipo pòiisil: Golden Gate 1.28Ü George ^Vushington 1.067 in, Ambassador (Detroit) 564,
mo projetado, nas duas margens e eni direção à barra, e se a ponte se localizar
pôr em relevo a princi pal dificuldade da solu
grandes pontos inetáHcas ("lanço princi pal) existentes:
ma dificuldade haveria, mesmo na hi
do, onde será provável a localização da ponte, o vão líquido não excede 360 a -150 metros. O vão entre pilares pode
que sempre haverá na entrada ou a juzante, lugar bastante para os maiores na
19
pótese de um lanço único sobre o canal. Com efeito, no ponto mais estrangula
to Importante e candidato a melhor clas sificação, e por ter uma entrada princi pal única, exigiria, segundo o critério da Companhia Docas, pelo menos 80 me tros. Mas, se o porto se desenvolver co
. te para tal extensão. Longos acessos, além do custo, ainda podem
picESTO Econômico
Dicesto Econóíoco
18
São Paulo), e a ventilação artificial sig nifica uma despesa assaz pesada de na-
ilí"
esquecer, todavia, que as circunstâncias
te fixa alta .sôbre o estuário, é inviável
ec-onómícas, topográficas e da navega
para o .serviço ferroviiirio c imprová
ção, influem sensivelmente. Por tais con
vel para o tráfego comum. Quanto ao xTio- da estrutura, nenhu
siderações Manchester limitou-se . a 22,86 m no seu canal; o viaduto de Ca
rente, a 22; a ponte Roche Bernard, a 33. O Estuário de Santos, por ser um pôr-
a)
497, Brooklin 486, Williams-
xa dos primeiros armazéns, ou dentro
00 meio ou na metade posterior do Es
Nesse ponto, do lado de Santos, será
rá ser maior ou
hiladélfiii 533, Bear Mountain
borougli 486, Manhattan 446. b) -
menor, conforme se
fácil encontrar terreno firme e mcsino
rá ser atenuada (70 m ou menos), por
rocha, pois aí se estendiam os "outeirinhos", que deram nome ao local e foram arrasados por ocasião das obras do por
vios, antes de chegar na ponte. Em todo
to. O grande prédio do Frigorífico c a
easo nunca menos que 60 metros. Esta cifra, baixa relativamente ao pen
torre da linha de alta tensão tiraram pro
samento oficial, é su
zer
qualquer
ficiente entretanto para
eventualmente aí lan çada.
A Golden Gale completa custou 35 milhões de dólares; a George Washin
Desconhecemos o subsolo na ou
tra margem; parece de
acessos mediriam nada
fraca
grande
menos de 1.200 ni de
consistência
ate
profundidade,
mas isto não constitui
comprimento, em cada
dificuMade intransponí vel. Na ponte de Oak-
margem. E isto, mes mo se fôr admitida a declividade de 5%, for-
land, diversos pilares descem
oomplem^ntares e até elevadores. Isto
tudo na hipótese de pontes comuns nao
ferroviárias, porque neste ulümo caso o declive dos acessos não poderia ultra
ta orientação ou alinhamento a que vi
passar 2% ou- 2,5% e levaria o compri mento dos acessos a 2,4 ou 3,0 quilôme
facilitem as fundações.
tros. Resulta, em suma, que a ligaçao
frentar o vão do estxiário santista. Pa
direta das duas ilhas, por meio de pon-
Diversos típos estruturais podem en
dos trilhos, e achamos para o piso do
muns; e o inferior, para cinco filas (três
túnel uma cota 18 -p 6 -f- 7 = 31 m sob
de veículos pesados ou de carga, e duas
o nível do mar, para a localização em
para "subway"). Na George Washin gton a secção transversal fêz-so inicial
Itapema, e uma cota 24
m para a localização na entrada do ca
mente apenas com duas pistas curroçá-
nal. Cotas essas acrescíveis ainda de pe
vcis de 8,80 ni cada uma e dois pas
lo menos um metro, no caso de as que
seios de 3,20; ficou prevista mais uma faixa central do 9,14 (total de oito fi
rermos referir ao terreno.
las) c um estrado inferior para quatro
dades dos acessos ser menores que nas
a sec
jÊÊ
Tomemos 7 m como altura deste acima
6 + 7 = 37
Em caso de túnel, devendo as declivi-
pontes, adotaremos 2,5 e 4%. Resulta rão para comprimento dos acessos. res pectivamente l.eOO e 1.900 metros para o caso de passarem esti"adas de ferro, e 800 e 950 metros no caso de tráfego comum.
Os túneis muito extensos e de perfil
, trangoiros de altas pontes, pois sendo os
longitudinal em U não podem contar com
rios ou braços de mar muito encaixados,
a ventilação natural, como os tiineis
os tabuleiros colocam-se naturalmente à
curtos e bem expostos (ex. Trianon, em
cota das margens, com economia e co modidade. Exemplifica-o a ponte George
ra mostrá-lo basta enumerar algumas
será demasiado pedir uma cobertura mí
guias, para seis filas de veículos co
ta é assaz diferente de muitos casos es-
a vasa, saliências mais resistentes, que
ra e as possibilidades de erosão (me nima de seis metros sobre o extradorso.
Convém atentar a que o caso santis
serra, não será impossível encontrar, sob
Dada a constituição vasosa de quase
General Pulawsky. Dispõe. de dois es trados: o superior com 17,70 m, entre
(2,50m).
zona, contrafortes 'meio submersos da
vamente 15-18 e 21-24 metros.
lhor utilização dos fluxos da maré), não
üu seis filas, e dois passeios estreitos
sivelmente obedecem as montanhas da
ma) c de juzante (Ponta da Praia). Aí as profundidades alcançam respecti
50S e o túnel intermediário, mede 13 Jí
ção a prever será modesta, podendo reduzir-se a um só estrado, com quatro
metros. À vista de cer
exigir acessos
restam os trechos de montante (Itape-
todo o fundo, dados os ri scos da'estrutu
linhas de "subway". Em Santos
abaixo de 60
riadas. E.xcluiuclo o trecho mais dilatado,
onde a largura conlraindica a travessia,
gton, 70; üakland, 80 milhões. Notar porém que esta última, com os acesquilómctro.s, isto é, mais do dòbro da
ponte
ta a rampa de 5%, os .
E-xaminemos a hipótese de um túnel.
O canal tem profundidades muito va
334.
veito desse fato e o mesmo poderá fa
qualquer ponte alta sobressairia em des proporção com o ambiente.
Sidney 503, Hell Gate 297,
c) —■ Em cantilcver: Quebec-l." 548, Forth 521, Oakland 420, Queensborougli 359, Quebec-2.='
mesmo do canal, próximos à muralha.
Washington, que bate de um lado no aprazÍN cl platò situado a N O de Ma nhattan, e do lado de No\ a Jersey na escarpa abrupta das Palissadas. Em San tos, peio contrário, as margens estendemse pouco acima do nível do mar, e
Em arco: Will \an Küll 510, Niagara 289.
queira erigi-los ou atrás do cais, na fai
tuário, a exigência de altura livre pode
ção em Santos: supos
Lipo pòiisil: Golden Gate 1.28Ü George ^Vushington 1.067 in, Ambassador (Detroit) 564,
mo projetado, nas duas margens e eni direção à barra, e se a ponte se localizar
pôr em relevo a princi pal dificuldade da solu
grandes pontos inetáHcas ("lanço princi pal) existentes:
ma dificuldade haveria, mesmo na hi
do, onde será provável a localização da ponte, o vão líquido não excede 360 a -150 metros. O vão entre pilares pode
que sempre haverá na entrada ou a juzante, lugar bastante para os maiores na
19
pótese de um lanço único sobre o canal. Com efeito, no ponto mais estrangula
to Importante e candidato a melhor clas sificação, e por ter uma entrada princi pal única, exigiria, segundo o critério da Companhia Docas, pelo menos 80 me tros. Mas, se o porto se desenvolver co
. te para tal extensão. Longos acessos, além do custo, ainda podem
picESTO Econômico
Dicesto Econóíoco
18
São Paulo), e a ventilação artificial sig nifica uma despesa assaz pesada de na-
m Dicesto Econômico
DioESTO Econômico
21
nutenção. Em um folheto F. H. Frun-
parlc.s inferiores e superiores constituem
O Lincoln Tuncl é o segundo e mais
kland avalia para os túneis, "por via",
os clutos que, por frestas con\'enientementc dispostas, introduzcm c aspiram
recente sob o lludson. E' lamliém de
quais já tratamos. Em Glasgow há três
"dupla sccção tubular, com 2.220 e 2.465 m dc comprimento, dos quais
"tubos", dois para veículos e um para
1.380 sob o rio. O terreno é \'ariávol:
com dois tubos de 6 metros de diâme
com cerca de Irès nictros cada, e um
parte é rocha, mas a maior porção, vasa.
e.víguo passeio lateral para canalizações
No ponto mais bui.xo do perfil longitudi
tro externo e 450 dc comprimento. Em No\a York, além dos túneis pú
uma manutenção oito vezes maior
e
um custo de construção cjuádrup'o, rela
mccànicamentc o ar. Em regra o piso comporta apenas duas \ias carroçAveis,
(1879-1886 e 1925-1929), de um dos
pedestres. Em Hamburgo há um túnel,
tivamente aos de uma ponte. Êsse pro fissional baseara-se num estudo compa rativo referente ao East Ri\'er. No pla no de Nova Orleans, dirigido por Hobcrlo Moses, assistido de Andrews & Clark, a travessia do Mississipi em tú
e .scr\'iço. E' o caso dos túneis \-iários de Nova York (J loPand, Ltneoln, East Bi-
as águas máximas. Unia camada mínima
\er), Oakland, Antuérpia, etc. O diâ
dc 6 metros recobre o exlvadorso.
nel foi desaconselhada diante da .solução
metro externo regula 9,50 a 11,50 m, e O
grade varia, atingindo 3,5, 4.0 e 4,2%
em ponte. O solo era de argila, "silt" c areia, e o regime fluvial estava sujeito a
interno útil, 8 a 9 in.
cm certos trechos.
E.xccpcioiialmente a soeção transver sal possui um só septo iiorizonlal lage carroçavcl), com largura útil que pode ir então a 11 m (quatro filas)- O segmento inferior pode ser subdixâdido
um capítulo: três estações cjue são três enormes construções (duas na margem de Nova York c uma na de Nova jer
O fundo é um lodo tão mole, que Hol
sey), 56 ventiladores inoxendo até
um deslocamento milimétrico é percep tível em correspondência com as marés.
certas dúvidas. Em Nova' Or'eans as ca
racterísticas locais faziam prever c{uase o mesmo desnível (cerca de 45 me
tros) para o túnel e para a ponte, re sultando para esta um custo, "por \ia",
em duas ou trcs secçõcs menores, pura
mòtacíe do orçado
condução do ar, ser-
parn o túnel.
VIÇO
Os
ou
canalizii-
nal, a estrutura está a 25 metros sob O
A ventilação merece
108.000 nis3/min. de ar e consumindo 2.527 HP. O custo da obra subiu a 85 milhões dc dólares (1933-1935).
O túnel dc Oakland (S. Francisco)
blicos mencionados, há mais de uma dú zia dé tiúicis ferrox iários e do "subwav", sob o Hudson, o East Rixcr e o Harlem.
O Hudson, ao longo de Manhattan, me de 1.600 metros de largura média e
uma profundidade de 12 a 18 metros. iand Túnel por assim dizer flutua, pois Dentre os túneis fcrroxàários o mais co
nhecido é o da "Pennsylvania Railroad", com 9.500 metros de comprimento, com
subfluviais
ções. E' o caso do
compõe-sc dc um só tubo, de 1.067
preendendo dois tubos de 7 nielios de
ou submarinos, em
túnel sob o Mersey»
metros de comprimento entre portais c
diâmetro externo. Serx-c a majestosa es
terreno fraco, ge
entre
1.371 metros entre início das rampas.
tação da 7.''^ Axenida.
ralmente se fazem
Birkenhead.
com
tiineis
Liverpool © Mede
Estas têm declividades de 4,5 e 4,59%.
O Harlem é transposto inferiormente
14,30 m de diâme
Custou ê.ssc túnel em 1926-1928 ....
"em trincheira". A pressão limite admi
tro c.xterno e custou
4.500.000 dólares.
tanto por um túnel de veículos com 111 metros como pelo "rapid transit".
7.732.000 libras
tida nos serviços em
(1925-1933),
de
O túnel de> Antuérpia (o de veículos, pois há outro menor para
(1931-1933) é um tubo singelo de 9,45
pedestres), .sob o Escalda, mede 2.110
metros de diâmetro externo e 1.723
metros e tem rampas de acesso de 3,5%.
metros de comprimento.
Sua inauguração deu-se em 1933. A Inglaterra foi a pioneira no assun
cutar os túneis subfluviais ou subma
"escudo"
ou
ar comprimido é de
que 1/7 representa
cerca de 35 metros,
o aparelhamcnto de
pressão que, para a colocação de túneis prefabricado.s, n o
sinalização atendei a
processo de "trin
é e X t r e ni a m e n-
cheiras", pode ser li geiramente aumentada. O túnel apre senta o inconveniente de exigir difícil po liciamento e f scalização, e de ser mais
x'enti1ação.
A
sua
múltiplos objetivos e te complexa. O Holiand Túnel, entre Manhattan e
Nova Jersey, mede 2.850 jnetros, en
Em Boston o timel do East Boston
Hâ três processos pTincipais de e.xe-
to (estamos sempre falando de túneis
rinos:
sob rios ou braços de mar).
"construção".
"perfuração", "deposição"
e
O tvmel .sob o Severn ^872-1885)
No primeiro, os grandes progressos
desce até 45 metros sob o nível das
foram a invenção da armadura tubular,
o emprego da câmara, do escudo
desagrad<ável e menos interessante aos
largura superior a 1.000 metros. O tú-
passageiro-s, especialmente turista.s. Tú
iiel compõe-se dé' dois tubos gêmeos,
neis do tipo em apreço consistem co-
águas altas. O rio tem quatro quilófnetros de largura. Em Londres o "subway" passa diversas vezes sob o Tâmisa. A juzante da ponte de Londres, zona onde
através de mau terreno fluente. Só a
o rio está aberto à navegação marítima,
mumente em cilindros de concreto, fon
ventilação
parar o fundo do rio ou canal, o que
te ou aço, cuja secção interna costuma
liá seis túneis (Rothevhite, Woolwich
6.000 HP e representam 350.000 dó
ser subdividida em três partes pela la ge do piso e pelo fôrro suspenso. As
etc.), alguns de pequena secção, só para pedestres.
se faz abrindo uma trincheira, constituin
lares anuais. O custo da obra foi de
tre portais. O Hiid.son tem, nesse ponto,
e
a
iluminação
48.000.000 de dólares.
absorx'em
Em Liverpool há dois sob o Mersey
(Shield) e do ar comprimido, e final mente a escavadeira de hélicc ou lâ
mina giratória, apropriada às argilas. O segundo processo consiste em pre
do ai uma base, (estacaria ou sapata). Em seguida, coloca-se o Kmel dc aço,
m Dicesto Econômico
DioESTO Econômico
21
nutenção. Em um folheto F. H. Frun-
parlc.s inferiores e superiores constituem
O Lincoln Tuncl é o segundo e mais
kland avalia para os túneis, "por via",
os clutos que, por frestas con\'enientementc dispostas, introduzcm c aspiram
recente sob o lludson. E' lamliém de
quais já tratamos. Em Glasgow há três
"dupla sccção tubular, com 2.220 e 2.465 m dc comprimento, dos quais
"tubos", dois para veículos e um para
1.380 sob o rio. O terreno é \'ariávol:
com dois tubos de 6 metros de diâme
com cerca de Irès nictros cada, e um
parte é rocha, mas a maior porção, vasa.
e.víguo passeio lateral para canalizações
No ponto mais bui.xo do perfil longitudi
tro externo e 450 dc comprimento. Em No\a York, além dos túneis pú
uma manutenção oito vezes maior
e
um custo de construção cjuádrup'o, rela
mccànicamentc o ar. Em regra o piso comporta apenas duas \ias carroçAveis,
(1879-1886 e 1925-1929), de um dos
pedestres. Em Hamburgo há um túnel,
tivamente aos de uma ponte. Êsse pro fissional baseara-se num estudo compa rativo referente ao East Ri\'er. No pla no de Nova Orleans, dirigido por Hobcrlo Moses, assistido de Andrews & Clark, a travessia do Mississipi em tú
e .scr\'iço. E' o caso dos túneis \-iários de Nova York (J loPand, Ltneoln, East Bi-
as águas máximas. Unia camada mínima
\er), Oakland, Antuérpia, etc. O diâ
dc 6 metros recobre o exlvadorso.
nel foi desaconselhada diante da .solução
metro externo regula 9,50 a 11,50 m, e O
grade varia, atingindo 3,5, 4.0 e 4,2%
em ponte. O solo era de argila, "silt" c areia, e o regime fluvial estava sujeito a
interno útil, 8 a 9 in.
cm certos trechos.
E.xccpcioiialmente a soeção transver sal possui um só septo iiorizonlal lage carroçavcl), com largura útil que pode ir então a 11 m (quatro filas)- O segmento inferior pode ser subdixâdido
um capítulo: três estações cjue são três enormes construções (duas na margem de Nova York c uma na de Nova jer
O fundo é um lodo tão mole, que Hol
sey), 56 ventiladores inoxendo até
um deslocamento milimétrico é percep tível em correspondência com as marés.
certas dúvidas. Em Nova' Or'eans as ca
racterísticas locais faziam prever c{uase o mesmo desnível (cerca de 45 me
tros) para o túnel e para a ponte, re sultando para esta um custo, "por \ia",
em duas ou trcs secçõcs menores, pura
mòtacíe do orçado
condução do ar, ser-
parn o túnel.
VIÇO
Os
ou
canalizii-
nal, a estrutura está a 25 metros sob O
A ventilação merece
108.000 nis3/min. de ar e consumindo 2.527 HP. O custo da obra subiu a 85 milhões dc dólares (1933-1935).
O túnel dc Oakland (S. Francisco)
blicos mencionados, há mais de uma dú zia dé tiúicis ferrox iários e do "subwav", sob o Hudson, o East Rixcr e o Harlem.
O Hudson, ao longo de Manhattan, me de 1.600 metros de largura média e
uma profundidade de 12 a 18 metros. iand Túnel por assim dizer flutua, pois Dentre os túneis fcrroxàários o mais co
nhecido é o da "Pennsylvania Railroad", com 9.500 metros de comprimento, com
subfluviais
ções. E' o caso do
compõe-sc dc um só tubo, de 1.067
preendendo dois tubos de 7 nielios de
ou submarinos, em
túnel sob o Mersey»
metros de comprimento entre portais c
diâmetro externo. Serx-c a majestosa es
terreno fraco, ge
entre
1.371 metros entre início das rampas.
tação da 7.''^ Axenida.
ralmente se fazem
Birkenhead.
com
tiineis
Liverpool © Mede
Estas têm declividades de 4,5 e 4,59%.
O Harlem é transposto inferiormente
14,30 m de diâme
Custou ê.ssc túnel em 1926-1928 ....
"em trincheira". A pressão limite admi
tro c.xterno e custou
4.500.000 dólares.
tanto por um túnel de veículos com 111 metros como pelo "rapid transit".
7.732.000 libras
tida nos serviços em
(1925-1933),
de
O túnel de> Antuérpia (o de veículos, pois há outro menor para
(1931-1933) é um tubo singelo de 9,45
pedestres), .sob o Escalda, mede 2.110
metros de diâmetro externo e 1.723
metros e tem rampas de acesso de 3,5%.
metros de comprimento.
Sua inauguração deu-se em 1933. A Inglaterra foi a pioneira no assun
cutar os túneis subfluviais ou subma
"escudo"
ou
ar comprimido é de
que 1/7 representa
cerca de 35 metros,
o aparelhamcnto de
pressão que, para a colocação de túneis prefabricado.s, n o
sinalização atendei a
processo de "trin
é e X t r e ni a m e n-
cheiras", pode ser li geiramente aumentada. O túnel apre senta o inconveniente de exigir difícil po liciamento e f scalização, e de ser mais
x'enti1ação.
A
sua
múltiplos objetivos e te complexa. O Holiand Túnel, entre Manhattan e
Nova Jersey, mede 2.850 jnetros, en
Em Boston o timel do East Boston
Hâ três processos pTincipais de e.xe-
to (estamos sempre falando de túneis
rinos:
sob rios ou braços de mar).
"construção".
"perfuração", "deposição"
e
O tvmel .sob o Severn ^872-1885)
No primeiro, os grandes progressos
desce até 45 metros sob o nível das
foram a invenção da armadura tubular,
o emprego da câmara, do escudo
desagrad<ável e menos interessante aos
largura superior a 1.000 metros. O tú-
passageiro-s, especialmente turista.s. Tú
iiel compõe-se dé' dois tubos gêmeos,
neis do tipo em apreço consistem co-
águas altas. O rio tem quatro quilófnetros de largura. Em Londres o "subway" passa diversas vezes sob o Tâmisa. A juzante da ponte de Londres, zona onde
através de mau terreno fluente. Só a
o rio está aberto à navegação marítima,
mumente em cilindros de concreto, fon
ventilação
parar o fundo do rio ou canal, o que
te ou aço, cuja secção interna costuma
liá seis túneis (Rothevhite, Woolwich
6.000 HP e representam 350.000 dó
ser subdividida em três partes pela la ge do piso e pelo fôrro suspenso. As
etc.), alguns de pequena secção, só para pedestres.
se faz abrindo uma trincheira, constituin
lares anuais. O custo da obra foi de
tre portais. O Hiid.son tem, nesse ponto,
e
a
iluminação
48.000.000 de dólares.
absorx'em
Em Liverpool há dois sob o Mersey
(Shield) e do ar comprimido, e final mente a escavadeira de hélicc ou lâ
mina giratória, apropriada às argilas. O segundo processo consiste em pre
do ai uma base, (estacaria ou sapata). Em seguida, coloca-se o Kmel dc aço,
fjv «rv-
22
Dicesto Econômico
pré-íabricado em pedaços.
Esta pré-
fabricação faz-se em estaleiro seco mar ginal, de onde são transportado.s os
ferro e rodoviária, mediante pontes bai xas (fixas ou móveis) no traçado SaboóBarnabé-Cabrão-Santo
Amaro.
Com
pedaços por flutuação ao local e mergulhados na devida posição. Cheias as juntas, o túnel é esgotado jjor bom
linhas de ferro, com três trilhos cada
bas e recebe o acabamento.
uma.
Externa
mente envolve-se em concreto, pedra
preenderá pelo menos duas faixas carroçávcis (1 fila em cada sentido) e duas
2.''' fase — Ligação direta sobre o
sôlta ou areia, ficando assim perfeita
estuário, por ponte baixa com vão cen
mente protegido. Exemplo do processo
tral levadiço.
Quatro \'ias carroçáveis,
é o túnel Michigan, sob o Detroit
duas em cada sentido.
(800 m).
posterior à primeira, ou mesmo simul
Os tubulões horizontais foram u.sados
recentemente no "subway" de Chicago,
Esta obra será
gar uma vala submarina e armar uma
de Santo Amaro será indireta, pelos
estacaria de madeira, cujos elementos
fundos.
cota certa, recebem um teto, sob o
qual, após esgotamento da camara for mada, se constrói o túnel. Êste proces
so foi' usado pelo "subway" no Harlern Canal e, com. modificações, em Paris, sob o Sena.
Um túnel sob o estuário, em resumo,
Variante-, túnel soh o estuário, com
baixa, com uma parte movei. Será o
Sohiçüo "B" —
to, previstos pilares ou fundações.
ta entretanto ao inconveniente de uma
Ao
estrado suplementar basta uma fila carroçável em cada sentido.
grande volta, que só a ponte ou túnel do estuário evitará.
, rH .. . ■
Santo Amaro, sôbre o estuário, por. ponte bai.va, de vão central móvel, com seis vias (três filas em cada sentido). Va
riante-. túnel urbano e rodoviário de qua tro vias, em dois tubos. O acesso rodoviário ao litoral norte
canto NE da Ilha de Santo Amaro, e
f'^se - Ligação
da ligação fixa através do Estuário. Em rigor a .solução "A, l.*"' fase", já permi tiria suprimir a balsa do Guarujá, sujei
(duas linhas de tres trillios). Ligação urbana e rodoviária Santos-
clusão geral. O problema completo das Solução "A" -
viária na ligação pelo Saboó. Nas três pontes desta ligação ficariam, para tan
Amaro, pelo trajeto que já temos enun
far-se-á através do estuário, cortando o
penderá a escolha:
constituir a da Bertioga, após abertura
2.® fase — Acréscimo da faixa rodo
fase — Ligação
Entretanto já podemos resumir a con comunicações terá duas soluções princi pais, quase equivalentes, entre as quais
duas em cada sentido.
pelo menos ^ enquanto não se efetivar ponto ou timcl direto. A balsa do Guarujá seria removida mais tarde para
Ponta da Praia.
ciado, com o mesmo tipo de pontes
assunto do artigo seguinte.
Variante: túnel urbano e rodoviário
sob o estuário, com quatro filas, isto é,
(duas filas em cada sentido), podendo-se deixar um para etapa mais remota, tais sejam as condições do solo e do projeto. Notar que .sempre supomos a travessia do estuário em ponto médio e não na
desní\el a vencer, ma.s o custo por via
ternativa ainda não examinada: da ponte
Em ambas a.s soluções haverá balsas
nu Ponta .da Praia o na Bertioga; aquela
quatro filas carroçáveis, em dois tubos
ferroviária Sabüó-Barnabé-Cabrão-Santo
fego urbano e rodoviário), outra deve também ser procurada. Onde? Na al
curta, lógica c elegante.
Saboó e a ligação entre Santos e a Ilh«
aprc.sentará a grande vantagem do deS'mpcdimento do canal e de um menor não será inferior. O custo da manuten ção c as dificuldades de policiamento também lhe são contrários. Sem exclu são definitiva desta solução (para o trá
balsa da Bcrtioga-Bcrtioga), mas é mais
O acesso
ao litoral norte será direto pela ponte do
Os elementos centrais, cortados a uma
23
tânea, conforme o prognmiu a desenvol\'er na ilha dc Santo Amaro.
sob o rio que rodeia o centro comercial. O terceiro processo consiste em dra laterais exercem uma função protetora.
Dici-:sto Econômico
atingindo o continente pela ponte de Cabrão sôbre o canal da Bertioga. Esta solução recorda a oficial (Santos-balsa
da Ponta da Praia — Guarujá-Percquê-
Dezesseis nações estão representadas na Conferência da Comissão Consultiva Internacional do Algodão, que iniciou sua sétima sessão no Museu Agrícola do Cairo. Entre os países participantes, figuram os EUA, Canadá, Argentina e Chile. Outros Estados da América Latirui deixaram de comparecer, alegando dificuldades de trans porte. E' a primeira vez que a aludida Comissão se reúne fora da América.
fjv «rv-
22
Dicesto Econômico
pré-íabricado em pedaços.
Esta pré-
fabricação faz-se em estaleiro seco mar ginal, de onde são transportado.s os
ferro e rodoviária, mediante pontes bai xas (fixas ou móveis) no traçado SaboóBarnabé-Cabrão-Santo
Amaro.
Com
pedaços por flutuação ao local e mergulhados na devida posição. Cheias as juntas, o túnel é esgotado jjor bom
linhas de ferro, com três trilhos cada
bas e recebe o acabamento.
uma.
Externa
mente envolve-se em concreto, pedra
preenderá pelo menos duas faixas carroçávcis (1 fila em cada sentido) e duas
2.''' fase — Ligação direta sobre o
sôlta ou areia, ficando assim perfeita
estuário, por ponte baixa com vão cen
mente protegido. Exemplo do processo
tral levadiço.
Quatro \'ias carroçáveis,
é o túnel Michigan, sob o Detroit
duas em cada sentido.
(800 m).
posterior à primeira, ou mesmo simul
Os tubulões horizontais foram u.sados
recentemente no "subway" de Chicago,
Esta obra será
gar uma vala submarina e armar uma
de Santo Amaro será indireta, pelos
estacaria de madeira, cujos elementos
fundos.
cota certa, recebem um teto, sob o
qual, após esgotamento da camara for mada, se constrói o túnel. Êste proces
so foi' usado pelo "subway" no Harlern Canal e, com. modificações, em Paris, sob o Sena.
Um túnel sob o estuário, em resumo,
Variante-, túnel soh o estuário, com
baixa, com uma parte movei. Será o
Sohiçüo "B" —
to, previstos pilares ou fundações.
ta entretanto ao inconveniente de uma
Ao
estrado suplementar basta uma fila carroçável em cada sentido.
grande volta, que só a ponte ou túnel do estuário evitará.
, rH .. . ■
Santo Amaro, sôbre o estuário, por. ponte bai.va, de vão central móvel, com seis vias (três filas em cada sentido). Va
riante-. túnel urbano e rodoviário de qua tro vias, em dois tubos. O acesso rodoviário ao litoral norte
canto NE da Ilha de Santo Amaro, e
f'^se - Ligação
da ligação fixa através do Estuário. Em rigor a .solução "A, l.*"' fase", já permi tiria suprimir a balsa do Guarujá, sujei
(duas linhas de tres trillios). Ligação urbana e rodoviária Santos-
clusão geral. O problema completo das Solução "A" -
viária na ligação pelo Saboó. Nas três pontes desta ligação ficariam, para tan
Amaro, pelo trajeto que já temos enun
far-se-á através do estuário, cortando o
penderá a escolha:
constituir a da Bertioga, após abertura
2.® fase — Acréscimo da faixa rodo
fase — Ligação
Entretanto já podemos resumir a con comunicações terá duas soluções princi pais, quase equivalentes, entre as quais
duas em cada sentido.
pelo menos ^ enquanto não se efetivar ponto ou timcl direto. A balsa do Guarujá seria removida mais tarde para
Ponta da Praia.
ciado, com o mesmo tipo de pontes
assunto do artigo seguinte.
Variante: túnel urbano e rodoviário
sob o estuário, com quatro filas, isto é,
(duas filas em cada sentido), podendo-se deixar um para etapa mais remota, tais sejam as condições do solo e do projeto. Notar que .sempre supomos a travessia do estuário em ponto médio e não na
desní\el a vencer, ma.s o custo por via
ternativa ainda não examinada: da ponte
Em ambas a.s soluções haverá balsas
nu Ponta .da Praia o na Bertioga; aquela
quatro filas carroçáveis, em dois tubos
ferroviária Sabüó-Barnabé-Cabrão-Santo
fego urbano e rodoviário), outra deve também ser procurada. Onde? Na al
curta, lógica c elegante.
Saboó e a ligação entre Santos e a Ilh«
aprc.sentará a grande vantagem do deS'mpcdimento do canal e de um menor não será inferior. O custo da manuten ção c as dificuldades de policiamento também lhe são contrários. Sem exclu são definitiva desta solução (para o trá
balsa da Bcrtioga-Bcrtioga), mas é mais
O acesso
ao litoral norte será direto pela ponte do
Os elementos centrais, cortados a uma
23
tânea, conforme o prognmiu a desenvol\'er na ilha dc Santo Amaro.
sob o rio que rodeia o centro comercial. O terceiro processo consiste em dra laterais exercem uma função protetora.
Dici-:sto Econômico
atingindo o continente pela ponte de Cabrão sôbre o canal da Bertioga. Esta solução recorda a oficial (Santos-balsa
da Ponta da Praia — Guarujá-Percquê-
Dezesseis nações estão representadas na Conferência da Comissão Consultiva Internacional do Algodão, que iniciou sua sétima sessão no Museu Agrícola do Cairo. Entre os países participantes, figuram os EUA, Canadá, Argentina e Chile. Outros Estados da América Latirui deixaram de comparecer, alegando dificuldades de trans porte. E' a primeira vez que a aludida Comissão se reúne fora da América.
Dicesto Econômico
Aliomah Bai.kkiiu)
João Senso Comum, nos colóquios com os próprios botões, comenta que se
vive na época dos "planos". Nos iiltí-
O ilustre piirlameiilar adverte neste arli^a (jue a planificação não dú fmtos (fuando é ^enninada em terreno empirico c improvisado.
mos anos, bem raro lhe sorriu o dia em
que os jornais se abstiveram de noticiar
o que se planeja por este mundo mal sarado de uma guerra e com veleidades de empenhaf-se em outra. "Plano qüinqüenal" — sussurravam há quinze anos idos os poucos iniciados nas coisas da Rússia, então misteriosa para João Ninguém. Pouco tempo depois, os noticiaristas divulgaram a réplica mexi cana, o "Flano Sexenal". Mas isso é já
história antiga e, como se diz hoje, — superada. Multiplicam-se os planos e batíz;im-se com os nomes dos planeja dores — Plano Beveridge, Plano Monnet, Plano Marshall. Há planos para tudo e de tôda extensão.
Locais e mundiais;
totais e parciais. Econômicos e políti cos, não obstante não pareça fácil a João Bom-Senso delimitar a fronteira entre estes e aqueles.
Ora, a primeira conseqüência dessa
mente o de Landuuer, devido às cdiçt^cs mexicanas, favoreçam a melhor com preensão do assunto, não deve haver
otimismo no pressuposto de que a noção dc planejamento se possa presumir co mo pacífica e disseminada na massa, pelo menos no Brasil.
idéia de programa se casa mais à no ção de prévio esforço para fixação ou
cunstâncias, para pro\ ocação de determi
aceitação do projeto ou dos meios de execução. Assenta mais — é êsse, pelo menos, o uso mais corrente de referen
"pleno emprego", por exemplo.
cia ao campo social — às tendências gcfais dos partidos políticos. "Programa" como que desperta a impressão de algo
não é de todo impossível nas aplicações práticas da meteorologia. Não vem ao
sintético e circunscrito a setores restritos,
ao passo que "plano" se coaduna com o que deve ser mais analítico, como a operação dos meios eficientes e já fixa dos para um fim largo, deliberadamen-
cações, mas apenas os econômi cos, isto é, a coordenação ra cional de meios eficientes e prèviamente escolhidos para dire
É que os p^inos econômicos suscitam
ção geral das atividades eco
não também práticos, muitos dos quais alimentam controvérsias em que se em
nômicas, em determinado sen
tido, que o Govênio reputou o melhor para a satisfação das necessicla-
polgam celebridades mundiais. E assim
do João Ninguém acerca do conceito de planificação.
baliujs valio-sos de divulgação, notada-
ficialização cio mundo oconcimico, intro
complexos problemas não só teóricos, se
rações mais ou menos gerais
que lhe atribuem os economistas? Muito embora traduções de alguns tra-
Não se admitirá, portanto, identifica ção com o programa ou o projeto. A
Ma.s o grande tema da hora que passa
da França.
e vagas, que como planos são ha\'idas ou apresentadas, é a confusão gerada no espírito
planificação é compreendida no sentido
nhado dos atritos ou fricções, mas, nem
não abrange tôdas as plan-fi-
mo os professados na "École Nationale d'Organisation Economique et Sociale",
difusão dos planos e das aspi
Até que ponto o homem da rua distingue entre a noção de plano" e a de "programa"? Até que ponto á
dos para obtenção dc determinado objcti\o. Ê, pois, método, processo, ação, que pressupõe fim e meios previamente aprovados para um projeto definido.
te assentado.
Em alguns paíse.s, entretanto, já se registram até cursos de planificação, co
•25
por isso, menos gerais, uni\ersais c inelutá\eis do que as do mundo físico. Ora, o p'anejamento importa na artiduzindo o Estado certos atritos, ou cir
nadas conseqüências desejá\'eis, como o
Seria
como SC o Estado mandasse cbo\ cr ou
deixar de cho\er, o que, aliás, hoje, já
caso, agora, lembrar o fundo psicológico do problema, base aliás de uma escola econômica.
Até bem pouco, qualcpier
adolescente cjue se iniciasse em econo
mia ouviria do professor as dificulda des, senão iinpossibilidades, cio método expeiimental no campo dessa disciplina.
A planificação, entretanto, parece abrir a era da experimentação mais
ampla na profundidade das ciências sociais.
Nesse sentido, o "Gosplan
e o plano qüinqüenal dos rus sos seriam experiências.
Ex
periência Roose\'elt , foi o no me consagrado do "New Deal" até no título da obra de Frank.
A planificação econômica bu.scaria he-
.se vem formando de material polemístico a literatura cien
cle.s materiais do ppvo.
tífica e técnica sobre os pla nos econômicos, a sua possi bilidade prática, as suas co
lha das diretrizes econômicas supos
nexões políticas, as suas in-
e de técnicos, constitui evidentemente
trincadas conseqüências
assunto de governo, — matér'a política,
de superprodução danosa, o que é fun
portanto. Dentro da normalidade, a vida eco nômica se desenvolveria, como nas li
damental foi-a mesmo de um país ca
não
econômicas
de
Claro que a competência para esco tas melhores para determinado país, ain
da que estas exijam as luzes de sábio.s
xária
natureza. II
O plano envolve a utilização efetiva e, metódica de todos os meios adequa.MldM.-
donisticamenle assegurar aos habitantes
de determinado país o máximo de satis fação de suas necessidades materiais com o mínimo de esforço e perda, \ale dizer sem crises, nem de escassez nem
pitalista, que gira em torno dos lucros e juros. Ou, por outros termos, produ
nhas gorais vem acontecendo até aqui,
ção e consumo, na plaivficução, seriam
pela ação natural. E, na sua maioria, os economistas acreditam que os fenô menos econômicos obedecem a leis na
acertados e conjugados, sincrônicamente, como os dois ponteiros de um relógio para o funcionamento ótimo, só excep
turais, d fíceis de enunciar pelo emara-
cional c instàvehnente obtido na crono-
Dicesto Econômico
Aliomah Bai.kkiiu)
João Senso Comum, nos colóquios com os próprios botões, comenta que se
vive na época dos "planos". Nos iiltí-
O ilustre piirlameiilar adverte neste arli^a (jue a planificação não dú fmtos (fuando é ^enninada em terreno empirico c improvisado.
mos anos, bem raro lhe sorriu o dia em
que os jornais se abstiveram de noticiar
o que se planeja por este mundo mal sarado de uma guerra e com veleidades de empenhaf-se em outra. "Plano qüinqüenal" — sussurravam há quinze anos idos os poucos iniciados nas coisas da Rússia, então misteriosa para João Ninguém. Pouco tempo depois, os noticiaristas divulgaram a réplica mexi cana, o "Flano Sexenal". Mas isso é já
história antiga e, como se diz hoje, — superada. Multiplicam-se os planos e batíz;im-se com os nomes dos planeja dores — Plano Beveridge, Plano Monnet, Plano Marshall. Há planos para tudo e de tôda extensão.
Locais e mundiais;
totais e parciais. Econômicos e políti cos, não obstante não pareça fácil a João Bom-Senso delimitar a fronteira entre estes e aqueles.
Ora, a primeira conseqüência dessa
mente o de Landuuer, devido às cdiçt^cs mexicanas, favoreçam a melhor com preensão do assunto, não deve haver
otimismo no pressuposto de que a noção dc planejamento se possa presumir co mo pacífica e disseminada na massa, pelo menos no Brasil.
idéia de programa se casa mais à no ção de prévio esforço para fixação ou
cunstâncias, para pro\ ocação de determi
aceitação do projeto ou dos meios de execução. Assenta mais — é êsse, pelo menos, o uso mais corrente de referen
"pleno emprego", por exemplo.
cia ao campo social — às tendências gcfais dos partidos políticos. "Programa" como que desperta a impressão de algo
não é de todo impossível nas aplicações práticas da meteorologia. Não vem ao
sintético e circunscrito a setores restritos,
ao passo que "plano" se coaduna com o que deve ser mais analítico, como a operação dos meios eficientes e já fixa dos para um fim largo, deliberadamen-
cações, mas apenas os econômi cos, isto é, a coordenação ra cional de meios eficientes e prèviamente escolhidos para dire
É que os p^inos econômicos suscitam
ção geral das atividades eco
não também práticos, muitos dos quais alimentam controvérsias em que se em
nômicas, em determinado sen
tido, que o Govênio reputou o melhor para a satisfação das necessicla-
polgam celebridades mundiais. E assim
do João Ninguém acerca do conceito de planificação.
baliujs valio-sos de divulgação, notada-
ficialização cio mundo oconcimico, intro
complexos problemas não só teóricos, se
rações mais ou menos gerais
que lhe atribuem os economistas? Muito embora traduções de alguns tra-
Não se admitirá, portanto, identifica ção com o programa ou o projeto. A
Ma.s o grande tema da hora que passa
da França.
e vagas, que como planos são ha\'idas ou apresentadas, é a confusão gerada no espírito
planificação é compreendida no sentido
nhado dos atritos ou fricções, mas, nem
não abrange tôdas as plan-fi-
mo os professados na "École Nationale d'Organisation Economique et Sociale",
difusão dos planos e das aspi
Até que ponto o homem da rua distingue entre a noção de plano" e a de "programa"? Até que ponto á
dos para obtenção dc determinado objcti\o. Ê, pois, método, processo, ação, que pressupõe fim e meios previamente aprovados para um projeto definido.
te assentado.
Em alguns paíse.s, entretanto, já se registram até cursos de planificação, co
•25
por isso, menos gerais, uni\ersais c inelutá\eis do que as do mundo físico. Ora, o p'anejamento importa na artiduzindo o Estado certos atritos, ou cir
nadas conseqüências desejá\'eis, como o
Seria
como SC o Estado mandasse cbo\ cr ou
deixar de cho\er, o que, aliás, hoje, já
caso, agora, lembrar o fundo psicológico do problema, base aliás de uma escola econômica.
Até bem pouco, qualcpier
adolescente cjue se iniciasse em econo
mia ouviria do professor as dificulda des, senão iinpossibilidades, cio método expeiimental no campo dessa disciplina.
A planificação, entretanto, parece abrir a era da experimentação mais
ampla na profundidade das ciências sociais.
Nesse sentido, o "Gosplan
e o plano qüinqüenal dos rus sos seriam experiências.
Ex
periência Roose\'elt , foi o no me consagrado do "New Deal" até no título da obra de Frank.
A planificação econômica bu.scaria he-
.se vem formando de material polemístico a literatura cien
cle.s materiais do ppvo.
tífica e técnica sobre os pla nos econômicos, a sua possi bilidade prática, as suas co
lha das diretrizes econômicas supos
nexões políticas, as suas in-
e de técnicos, constitui evidentemente
trincadas conseqüências
assunto de governo, — matér'a política,
de superprodução danosa, o que é fun
portanto. Dentro da normalidade, a vida eco nômica se desenvolveria, como nas li
damental foi-a mesmo de um país ca
não
econômicas
de
Claro que a competência para esco tas melhores para determinado país, ain
da que estas exijam as luzes de sábio.s
xária
natureza. II
O plano envolve a utilização efetiva e, metódica de todos os meios adequa.MldM.-
donisticamenle assegurar aos habitantes
de determinado país o máximo de satis fação de suas necessidades materiais com o mínimo de esforço e perda, \ale dizer sem crises, nem de escassez nem
pitalista, que gira em torno dos lucros e juros. Ou, por outros termos, produ
nhas gorais vem acontecendo até aqui,
ção e consumo, na plaivficução, seriam
pela ação natural. E, na sua maioria, os economistas acreditam que os fenô menos econômicos obedecem a leis na
acertados e conjugados, sincrônicamente, como os dois ponteiros de um relógio para o funcionamento ótimo, só excep
turais, d fíceis de enunciar pelo emara-
cional c instàvehnente obtido na crono-
íT - ".4 ^7
DrciiSTo Econó.mico
1
logia econômica. Até agora os ponteiros
sévolt paru valorização do \'ale do Ten-
111
foram deixados ao contrôle automático
dü próprio relógio, numa reação recí
O grave não reside na confusão que os planos derramam na cabeça de Joáo
os fisiocratas até o meu ilustre e pre zado colega, prof. Tristão da Cunha, en
Ninguém, cujas ídóia.s .sobre os proble mas coletivos nem serripre se banham cm clareza. Mais perigosas são as es peranças infundadas semeadas pela pro
contra defensores apaixonados. E não faltam escritores eminentes e
da
admissibilidade científica do reiojoeíro, isto é, para e'Íminação do funcionamen
to automático desse jogo da produção e consumo e seus conseqüentes reflexos
oferta e na procura. Recorde-se o
T. E., cometido a uma delegação in-
das possibilidades da bacia do São Fran
Icrpartidária para ulterior pronuncia mento do Congresso. Aquelas letras designam Saúde, Alimentação, Trans portes e Educação, ou sejam os proble mas de govêrno, politicamente, conside
cisco.
rados fundamentais. Basta a circunstan
eruditos e poderosos descrevem como o "abre-te Sésamo" de todos os tesouros
No casp, aliás, admitem que o esfor ço capital se concentraria em regular um dos ponteiros, o da produção, escraví-
jacentes por êsse mundo.
aando-o às conveniências do consumo,
começo ao fim, desde a viação (art.
ou mais exatamente, da satisfação das
5, X) até o da defesa contra os efei
necessidades sociais. Não haveria lugar,
tos da seca do Nordeste (art. 198); o de valorização econômica da Amazônia (art. 199); e o de aproveitamento "total" das
Quem perpassa a vista sôbre a Cons
tituição de 1946 encontra os planos de
então, para os dissabore.s e percalços da flutuação e das crises cíclicas. Mas seria isso o bastante?
possibilidades econóhiícas do rio São
Além do
Francisco (art. 29 das Disposições Tran
consumo, o plano não encontraria di
sitórias). O constituinte de 1934 já era planejador (art. 5, IX; 150; 177... )t
ficuldades estruturais e problemas convul sivos na repartição da renda nacicnalP Preocupações desse gênero não bro
porém muito mais tímido e realista, pois seus planos são mais políticos, ou de governo, do que econômicos.
taram dêste momento, mas remontam
à década anterior, quando, ao invés de "planejamento", os reformadores costu mavam dizer "economia dirigida". E se alguém buscar a origem remota das
país. Êste, como unidade econômica, repele a possibilidade de planos eco
(ainda não são planos) para valoriza ção da Amazônia e aproveitamento total
rol merece ficar o anunciado S. A. L.
O sentido político da T. V. A. trans
cia de haverem omitido a Produção para
parece nitidamente do título du obra em que a descreve o seu principal di
.se ver quanto se acham distanciados de precípua orientação econômica os ho
mens públicos sôWe cujos om bros pesam as responsabili
retor, David Lilientbal: "De-
mocracy on the Marcb". E o intuito político do autor, aliás
dades da elaboração do pro
grama SALTE.
um técnico, boje presidente da
Poder-se-ia dizer outro tan
Comissão Atômica, é expres
sivo logo no prefácio: "Mij purpose is to shotu, hij authentic experience in one American region, that to get such new jobs and factories and fertile jarma oiir choice
to do Plano Perón. em tôrno do
qual tanta publicidade sc faz na Argentina.
need not he beticeen extremes of "right"
Um lugar especial seria reservado, aqui, ao "Employment Act , do Con gresso Americano, em fevereiro de 1946,
and "left",
pelo seu colorido econômico.
betioeen
ovcrcentraLized
Big-governviental and a do-nothing policy, between "private enterprisc" and "socialism", hettveen an arrogant red-
Êsses vastos e espetaculares programas
de govênio, batizados de planos eco nômicos, tropeçam nas dificiddades fi
tape-ridcn hiireaucractj and domination
nanceiras de execução, desde que só
by a few private monopolies.
serão exeqüíveis mercê de tributação copiosa e de empréstimos astronômicos.
l hàve
Os planos da Amazônia e da bacia do
tried in these pages to express iny con-
São Francisco são mencionados pelo
fidence that in tested principies of de-
Êsse alicerce financeiro foi sinceramente
constituinte como econômicos, caráter
mocracy we have ready at hand a phi-
apontado pelo próprio Monnet a propósito do seu plano, adotado pelo governo francês: "De toutes les con-
coisas, exumará os mercantilistas, cujo
que parcialmente têm, mas, na realida
losaphy and set of icorkhig toais that,
pensamento impregnou, no passado lon
de, se enquadram perfeitamente como
gínquo, a ação de homens de Estado do
políticos, no mais nobre sentido da pa-lavra, inspirados nas realizações de Roo-
adapted to this machine age, can guide and sustain us in increasing opportitnifrj for individual frecdom and well-bein^'.
porte de Colbert e de Pombal.
mas governamentais ou políticos, a des peito dc concentrar-se em problemas de produção o projeto Tosta Filho, ora em estudos pelo Governo babiano. E nesse
ter político da "Tcnncssee Valley Authority", assim como dos projetos brasileiros
no decepcionado lobriga um clarão sua
ràriamente desencadeados.
aventuram a traçá-los, e, provavelmente, hão de ficar adstritos a simples progra
nômicos regionais. Isso enfatiza o cará
ve de libertação nesses planos, que os
cursos mágicos por êle próprio teme-
tados brasileiros — Minas e Bahia — se
exeqüibilidade dos planos regionais, vis to como a planificação é, em regra, concebida no quadro nacional. As pró prias fronteiras allãndcgárias acentuam
já aparecüi aos olhos de Jo.sé Bonifá cio como de muito empreendimento e
as suas amarguras. Êsse grande e eter
E, antes dêle.s, por vêzes os econo mistas aludem aos apuros do aprendiz de feiticeiro que não pôde dominar os re
se tomam oportunas quando ;dguns Es
a indivisibilidacle econômica de cada
João Ninguém, pouco a pouco, emba la-se na mística da planificação e dela espera o lenilivo miraculoso para tôdas
Mises.
Aliás, o magnífico exemplo da T. V. A.
abre margem ao debate cm torno da
paganda precipitada cm tomo das possi bilidades dos planos no terreno moral dc um povo que, há mais de cem anos, pouca realização.
favor com que vêm sendo acolhidos, atra vés de traduções em várias línguas, os livros recentes de Hayeck e de von
Aquelas ponderações sobre a preca riedade de planos econômicos regionais
nessee.
proca, processo, aliás, cuja pureza desde
contemporâneos para contestação
Dicesto Econômico
..
_..
-.
ditions nécesccircs à Ia réa.isalíon du
Plan, il n'en est pas de pliis fondanien-
A
íT - ".4 ^7
DrciiSTo Econó.mico
1
logia econômica. Até agora os ponteiros
sévolt paru valorização do \'ale do Ten-
111
foram deixados ao contrôle automático
dü próprio relógio, numa reação recí
O grave não reside na confusão que os planos derramam na cabeça de Joáo
os fisiocratas até o meu ilustre e pre zado colega, prof. Tristão da Cunha, en
Ninguém, cujas ídóia.s .sobre os proble mas coletivos nem serripre se banham cm clareza. Mais perigosas são as es peranças infundadas semeadas pela pro
contra defensores apaixonados. E não faltam escritores eminentes e
da
admissibilidade científica do reiojoeíro, isto é, para e'Íminação do funcionamen
to automático desse jogo da produção e consumo e seus conseqüentes reflexos
oferta e na procura. Recorde-se o
T. E., cometido a uma delegação in-
das possibilidades da bacia do São Fran
Icrpartidária para ulterior pronuncia mento do Congresso. Aquelas letras designam Saúde, Alimentação, Trans portes e Educação, ou sejam os proble mas de govêrno, politicamente, conside
cisco.
rados fundamentais. Basta a circunstan
eruditos e poderosos descrevem como o "abre-te Sésamo" de todos os tesouros
No casp, aliás, admitem que o esfor ço capital se concentraria em regular um dos ponteiros, o da produção, escraví-
jacentes por êsse mundo.
aando-o às conveniências do consumo,
começo ao fim, desde a viação (art.
ou mais exatamente, da satisfação das
5, X) até o da defesa contra os efei
necessidades sociais. Não haveria lugar,
tos da seca do Nordeste (art. 198); o de valorização econômica da Amazônia (art. 199); e o de aproveitamento "total" das
Quem perpassa a vista sôbre a Cons
tituição de 1946 encontra os planos de
então, para os dissabore.s e percalços da flutuação e das crises cíclicas. Mas seria isso o bastante?
possibilidades econóhiícas do rio São
Além do
Francisco (art. 29 das Disposições Tran
consumo, o plano não encontraria di
sitórias). O constituinte de 1934 já era planejador (art. 5, IX; 150; 177... )t
ficuldades estruturais e problemas convul sivos na repartição da renda nacicnalP Preocupações desse gênero não bro
porém muito mais tímido e realista, pois seus planos são mais políticos, ou de governo, do que econômicos.
taram dêste momento, mas remontam
à década anterior, quando, ao invés de "planejamento", os reformadores costu mavam dizer "economia dirigida". E se alguém buscar a origem remota das
país. Êste, como unidade econômica, repele a possibilidade de planos eco
(ainda não são planos) para valoriza ção da Amazônia e aproveitamento total
rol merece ficar o anunciado S. A. L.
O sentido político da T. V. A. trans
cia de haverem omitido a Produção para
parece nitidamente do título du obra em que a descreve o seu principal di
.se ver quanto se acham distanciados de precípua orientação econômica os ho
mens públicos sôWe cujos om bros pesam as responsabili
retor, David Lilientbal: "De-
mocracy on the Marcb". E o intuito político do autor, aliás
dades da elaboração do pro
grama SALTE.
um técnico, boje presidente da
Poder-se-ia dizer outro tan
Comissão Atômica, é expres
sivo logo no prefácio: "Mij purpose is to shotu, hij authentic experience in one American region, that to get such new jobs and factories and fertile jarma oiir choice
to do Plano Perón. em tôrno do
qual tanta publicidade sc faz na Argentina.
need not he beticeen extremes of "right"
Um lugar especial seria reservado, aqui, ao "Employment Act , do Con gresso Americano, em fevereiro de 1946,
and "left",
pelo seu colorido econômico.
betioeen
ovcrcentraLized
Big-governviental and a do-nothing policy, between "private enterprisc" and "socialism", hettveen an arrogant red-
Êsses vastos e espetaculares programas
de govênio, batizados de planos eco nômicos, tropeçam nas dificiddades fi
tape-ridcn hiireaucractj and domination
nanceiras de execução, desde que só
by a few private monopolies.
serão exeqüíveis mercê de tributação copiosa e de empréstimos astronômicos.
l hàve
Os planos da Amazônia e da bacia do
tried in these pages to express iny con-
São Francisco são mencionados pelo
fidence that in tested principies of de-
Êsse alicerce financeiro foi sinceramente
constituinte como econômicos, caráter
mocracy we have ready at hand a phi-
apontado pelo próprio Monnet a propósito do seu plano, adotado pelo governo francês: "De toutes les con-
coisas, exumará os mercantilistas, cujo
que parcialmente têm, mas, na realida
losaphy and set of icorkhig toais that,
pensamento impregnou, no passado lon
de, se enquadram perfeitamente como
gínquo, a ação de homens de Estado do
políticos, no mais nobre sentido da pa-lavra, inspirados nas realizações de Roo-
adapted to this machine age, can guide and sustain us in increasing opportitnifrj for individual frecdom and well-bein^'.
porte de Colbert e de Pombal.
mas governamentais ou políticos, a des peito dc concentrar-se em problemas de produção o projeto Tosta Filho, ora em estudos pelo Governo babiano. E nesse
ter político da "Tcnncssee Valley Authority", assim como dos projetos brasileiros
no decepcionado lobriga um clarão sua
ràriamente desencadeados.
aventuram a traçá-los, e, provavelmente, hão de ficar adstritos a simples progra
nômicos regionais. Isso enfatiza o cará
ve de libertação nesses planos, que os
cursos mágicos por êle próprio teme-
tados brasileiros — Minas e Bahia — se
exeqüibilidade dos planos regionais, vis to como a planificação é, em regra, concebida no quadro nacional. As pró prias fronteiras allãndcgárias acentuam
já aparecüi aos olhos de Jo.sé Bonifá cio como de muito empreendimento e
as suas amarguras. Êsse grande e eter
E, antes dêle.s, por vêzes os econo mistas aludem aos apuros do aprendiz de feiticeiro que não pôde dominar os re
se tomam oportunas quando ;dguns Es
a indivisibilidacle econômica de cada
João Ninguém, pouco a pouco, emba la-se na mística da planificação e dela espera o lenilivo miraculoso para tôdas
Mises.
Aliás, o magnífico exemplo da T. V. A.
abre margem ao debate cm torno da
paganda precipitada cm tomo das possi bilidades dos planos no terreno moral dc um povo que, há mais de cem anos, pouca realização.
favor com que vêm sendo acolhidos, atra vés de traduções em várias línguas, os livros recentes de Hayeck e de von
Aquelas ponderações sobre a preca riedade de planos econômicos regionais
nessee.
proca, processo, aliás, cuja pureza desde
contemporâneos para contestação
Dicesto Econômico
..
_..
-.
ditions nécesccircs à Ia réa.isalíon du
Plan, il n'en est pas de pliis fondanien-
A
Digesto Econômico
28
tales que Ia ilabilíté des prix et de hi ' car na Rú.ssía contemporânea, como o monnaie. Cette stabilité des prix est in-
dhsolublement líée ã fequilibre du budget des dépenses courantes de
féz o prof. Bctthclbeim na sua monogra fia recente, "Prohlètnes théoriques ct pratiques de Ia Planification".
Economia dos Minerais Estratégicos II
A. J. Alves de Souz.\
Mas outros, engenhosamente, se apli
1'Etat".
E o velho e luminoso prof. Caston Jéze, comentando o assunto na "Revue
cam à .sugestão dos mil expedientes para adaptação do planejamento ao inundo
Hommes et Mondes" (abril 1947, p. 697 e seg.), assinalava também que o equilíbrio orçamentário era a condição "sine qua non" a fim de"que se restau rasse a confiança indispensável ao levan tamento dos empréstimos internos e ex ternos para execução do Plano Monnet.
capitalista o liberal, tentando a proxa da compatibilidade entre aquele pro cesso c a iniciativa privada. O traballío de Landaiier, nesse particular, é dos mais interessantes, pois advoga os pianos como a democratização da econo
Tudo, afinal, a depender das regras clássicas de bons governos. E, daí, o
xndas quanto à necessidade de processos
mia. Mas ê!e prójDrio não alimenta dúcoativos, — fiscais ou dc outra natureza
tom falaz dos planos relativamente a
— a fim dc que as empresas se subordi
povos que se não dispõem"aos sacrifícios
nem ao piano.
I — Monopólios e cartéis /**OMO vimos anteriormente, alguns mimente em determinadas zonas, muito concentradas, do domínio exclusivo dc
apoiados por produtores de cobre de outras partes do mundo, tentou a mes
Daí a possibilidade da formação do
des para um futuro não distante. Con
nopólio do níquel, os Estados Unidos
correrá, talvez, para elevação do nível de bem-estar das massas e será, possivel
o do molibdênio, a Inglaterra o dos dia
O Brasil tem o monopólio natural do
mantes. A Itália teve, por muito tem
mente, uma nova ferramenta ou técni
po, o monopólio do enxofre, o Chile o
Há, pois, programas políticos, englo
ca do liomem
do salitre, a Alemanha, o da potassa.
bando, necessariamente, a.spectos eco nômicos, e, por outro lado, planos eco
forças naturais.
Cartéis ou associações internacionais
têm desempenhado
saliente no
nômicos, no sentido restrito dos econo
mo um proces.so em estudo, complica-
comércio do alumínio, do carvão e do
mistas.
damente
timidamente
coque, do cobro, do chumbo, do mer
Programas políticos — digam, se quise rem, "planos" políticos. — todos os paí
experimentado e que só por leviandade
cúrio, do petróleo, da potassa, da pra
se pode utilizar para acender no cora
ses podem e devem elaborar.
ção de João Ninguém esperanças de
ta, do aço, do enxofre, do estanho, do tungstênio e do zinco.
planos econômicos, planos integrais de coordenação na produção, consumo, re partição, enfim, de tôdás as atividades
aleatória realização. Outra verdade também se deve in
crustar nos espíritos; — a de que a
econômicas, em que se articulariam as
planifícação jamais dará frutos quando
várias emprôsas do país, — podem exe
cutá-los quaisquer regimes? Ou êsse é
a fizerem germinar no terreno do empirismo e da improvisação. Se ela vier
apenas privilégio dos regimes em que
a transformar-se numa técnica ousada
os meios de produção escapam da pro priedade individual e se enfeixam na
e gigantesca de acerto dos ponteiros da quele relógio cooi-denador da produção
coletividade?
e consumo no ritmo ótimo, há de ser
to de produtores independentes. Os preços tiveram de baixar e o "Amalgamated" só não foi à garra em
1901 por causa do auxílio financeiro dado por Londres. Voltou à carga em 1906, mas não resistiu e desapareceu em 1907. Em 1919, graças à lei Webb-Pome-
rane (lei dos E. U. A.), três grandes companhias de cobre americanas orga
nizaram a "Copper Expert Association", de que participaram quase todos os produtores de cobre do país. O excesso de produção obrigado pela Primeira Guerra Mundial e a enorme
Farei desses cartéis uma breve sín
quantidade disponível de sucata amea çavam os preços em vigor. Mas a Asso ciação só durou até 1923, tendo contro
World Peace".
lado a produção e liquidado os estoques
i) — Cobre
Em 1887 formou-se na Europa o "Se-
de sucata. Naquela data dissolveu-se por
não poder harmonizar mais os interesses de seus componentes.
cretan Comer", sindicato destinado a
Novo cartel se fundou em 1926, a
"Copper Experters Inc.", reunindo 95% xeram como conseqüência o desenvolvi-
capitais da planifícação, já que a única
trar alto nível de cultura econômica a
experiência característica se há de bus-
serviço dos governantes.
ção dos consumidores e à concorrência
obra dos meios sociais aquela que regis
cobre, mas, aiiida uma vez, essa al
ta de preço não pôde ser mantida em
tese, baseando-me nos dados oferecidos na obra já citada "World Mineral and
controlar o mercado do cobre e que elevou desde logo de 100% o preço desse metal. Não resistiu, porém, à rea
Essas perguntas encerram problemas
ma política de ele\'açao do preço do vista da concorrência da sucata, do de
realizações. Esta a verdade trivial que se deve dizer a João Ninguém.
Mas os
americanos,
créscimo do consumo e do aparecimen
quartzo, o Canadá, praticamente, o mo
controvertido,
capitalistas
desses recursos.
A plunificação econômica gera, em
Mas, por enquanto, vale apenas co
e
monopólios c cartéis para a exploração
seu bojo, por certo, novas potencialida
na sua luta contra as
O "Amulgamated Pool", que reuniu inineradores
um pais ou facilmente domináveis por grupos capitalistas.
*
"
^ nerais são produzidos principal
estóícos com que se pagam as magnas
IV
da sucata e terminou desastradamente em 1889.
da produção ni\indial de cobre. Suas ma nobras nos mercados consumidores trou
Digesto Econômico
28
tales que Ia ilabilíté des prix et de hi ' car na Rú.ssía contemporânea, como o monnaie. Cette stabilité des prix est in-
dhsolublement líée ã fequilibre du budget des dépenses courantes de
féz o prof. Bctthclbeim na sua monogra fia recente, "Prohlètnes théoriques ct pratiques de Ia Planification".
Economia dos Minerais Estratégicos II
A. J. Alves de Souz.\
Mas outros, engenhosamente, se apli
1'Etat".
E o velho e luminoso prof. Caston Jéze, comentando o assunto na "Revue
cam à .sugestão dos mil expedientes para adaptação do planejamento ao inundo
Hommes et Mondes" (abril 1947, p. 697 e seg.), assinalava também que o equilíbrio orçamentário era a condição "sine qua non" a fim de"que se restau rasse a confiança indispensável ao levan tamento dos empréstimos internos e ex ternos para execução do Plano Monnet.
capitalista o liberal, tentando a proxa da compatibilidade entre aquele pro cesso c a iniciativa privada. O traballío de Landaiier, nesse particular, é dos mais interessantes, pois advoga os pianos como a democratização da econo
Tudo, afinal, a depender das regras clássicas de bons governos. E, daí, o
xndas quanto à necessidade de processos
mia. Mas ê!e prójDrio não alimenta dúcoativos, — fiscais ou dc outra natureza
tom falaz dos planos relativamente a
— a fim dc que as empresas se subordi
povos que se não dispõem"aos sacrifícios
nem ao piano.
I — Monopólios e cartéis /**OMO vimos anteriormente, alguns mimente em determinadas zonas, muito concentradas, do domínio exclusivo dc
apoiados por produtores de cobre de outras partes do mundo, tentou a mes
Daí a possibilidade da formação do
des para um futuro não distante. Con
nopólio do níquel, os Estados Unidos
correrá, talvez, para elevação do nível de bem-estar das massas e será, possivel
o do molibdênio, a Inglaterra o dos dia
O Brasil tem o monopólio natural do
mantes. A Itália teve, por muito tem
mente, uma nova ferramenta ou técni
po, o monopólio do enxofre, o Chile o
Há, pois, programas políticos, englo
ca do liomem
do salitre, a Alemanha, o da potassa.
bando, necessariamente, a.spectos eco nômicos, e, por outro lado, planos eco
forças naturais.
Cartéis ou associações internacionais
têm desempenhado
saliente no
nômicos, no sentido restrito dos econo
mo um proces.so em estudo, complica-
comércio do alumínio, do carvão e do
mistas.
damente
timidamente
coque, do cobro, do chumbo, do mer
Programas políticos — digam, se quise rem, "planos" políticos. — todos os paí
experimentado e que só por leviandade
cúrio, do petróleo, da potassa, da pra
se pode utilizar para acender no cora
ses podem e devem elaborar.
ção de João Ninguém esperanças de
ta, do aço, do enxofre, do estanho, do tungstênio e do zinco.
planos econômicos, planos integrais de coordenação na produção, consumo, re partição, enfim, de tôdás as atividades
aleatória realização. Outra verdade também se deve in
crustar nos espíritos; — a de que a
econômicas, em que se articulariam as
planifícação jamais dará frutos quando
várias emprôsas do país, — podem exe
cutá-los quaisquer regimes? Ou êsse é
a fizerem germinar no terreno do empirismo e da improvisação. Se ela vier
apenas privilégio dos regimes em que
a transformar-se numa técnica ousada
os meios de produção escapam da pro priedade individual e se enfeixam na
e gigantesca de acerto dos ponteiros da quele relógio cooi-denador da produção
coletividade?
e consumo no ritmo ótimo, há de ser
to de produtores independentes. Os preços tiveram de baixar e o "Amalgamated" só não foi à garra em
1901 por causa do auxílio financeiro dado por Londres. Voltou à carga em 1906, mas não resistiu e desapareceu em 1907. Em 1919, graças à lei Webb-Pome-
rane (lei dos E. U. A.), três grandes companhias de cobre americanas orga
nizaram a "Copper Expert Association", de que participaram quase todos os produtores de cobre do país. O excesso de produção obrigado pela Primeira Guerra Mundial e a enorme
Farei desses cartéis uma breve sín
quantidade disponível de sucata amea çavam os preços em vigor. Mas a Asso ciação só durou até 1923, tendo contro
World Peace".
lado a produção e liquidado os estoques
i) — Cobre
Em 1887 formou-se na Europa o "Se-
de sucata. Naquela data dissolveu-se por
não poder harmonizar mais os interesses de seus componentes.
cretan Comer", sindicato destinado a
Novo cartel se fundou em 1926, a
"Copper Experters Inc.", reunindo 95% xeram como conseqüência o desenvolvi-
capitais da planifícação, já que a única
trar alto nível de cultura econômica a
experiência característica se há de bus-
serviço dos governantes.
ção dos consumidores e à concorrência
obra dos meios sociais aquela que regis
cobre, mas, aiiida uma vez, essa al
ta de preço não pôde ser mantida em
tese, baseando-me nos dados oferecidos na obra já citada "World Mineral and
controlar o mercado do cobre e que elevou desde logo de 100% o preço desse metal. Não resistiu, porém, à rea
Essas perguntas encerram problemas
ma política de ele\'açao do preço do vista da concorrência da sucata, do de
realizações. Esta a verdade trivial que se deve dizer a João Ninguém.
Mas os
americanos,
créscimo do consumo e do aparecimen
quartzo, o Canadá, praticamente, o mo
controvertido,
capitalistas
desses recursos.
A plunificação econômica gera, em
Mas, por enquanto, vale apenas co
e
monopólios c cartéis para a exploração
seu bojo, por certo, novas potencialida
na sua luta contra as
O "Amulgamated Pool", que reuniu inineradores
um pais ou facilmente domináveis por grupos capitalistas.
*
"
^ nerais são produzidos principal
estóícos com que se pagam as magnas
IV
da sucata e terminou desastradamente em 1889.
da produção ni\indial de cobre. Suas ma nobras nos mercados consumidores trou
n ..-^nrí
Dioesto
30
Econômico
mento da indústria de cobre no Canadá
do pelo dojnínio não só dos mercados
e na Rodésia, a substituição do cobre pe
ccn.siimÍdor<'s, mus também das fonte.':
lo alumínio em muitos usos, a redução
produtora.s desse mineral tão indispensá
DiGESTO EcONÓMtCO
31
Govèrno inglês é o principal acionista. Os governos da Inglaterra e da Ale
sões para sua exploração.
manha pleitearam depois conces.sões de
dominio dos mercados consumidores.
Também sempre tem havido luta pelo
da produção do cobre nos Estados Unidos
vel ao trabalho e ao conforto na atual
e a criação, por este país, de uma tari
civilizaçao.
petróleo na Mesopotámia, então sob o domínio da Turíjuia, o que não agradou
vas têm sido feitas para acordos entre
fa protetora do cobre nacional, em 1932,
A competição internacional em tôrno do petróleo começou em 1S79, quando
a».s Estados Unidos.
os grandes produtores de petróleo pura
a "Standard Oil", para fazer frente à
ra 1914-1918, a França e a Inglaterra
preços.
"Rufisían Nobcl", entron a formar sub.si-
acordaram em transferir aquela conces são para uma empresa oin que o Go
"Anglü-Persian" integraram-se parcial
vèrno francês teria 25% das ações. Dian te de veemente ação dos Estudos Uni
canos se reuniram na "Export Petroleum
organizações chegaram a acordo.
quando se dissolveu o cartel. Formou-se novo em 1935, do qual, en
tretanto, não participaram diretamente os seguintes produtores: Estados Unidos, Canadá, Rússia e Japão. Certos produto res americanos e canadenses, entretanto,
diárias
c.strangeiras, distribuidoras de
seu.s produtos. A "Standard Oil" constitiiiu-.se no.s Es
Com a derrota da Alemanha na guer
De 1928 para cá, múltiplas tentati a divisão dos mercados e fixação dos
A "Royal Dutch Shell" e a
mente e os maiores produtores ameri Association Inc". E essas duas grandes
tinham acordo com o cartel. Êste contro
tados Unidos primeiro como um "trust"
lou o mercado do cobre até 1939, quan do os acontecimentos mundiais puseram
e depois como um grupo "holding". Do
dos, também êste país pas.sou a partici par da nova empresa.
minava toda a produção e comercio dos
termo às suas atividades.
produtos do petróleo naquele país,' im
No que se refere aos campos petro líferos russos, tentaram, em vão, os in-
te da recusa da Rússia, a Rumilnia tam
pondo os preços mesmo para o petróleo bruto, cuja exploração, cheia dc riscos, deixava a cargo cie muitos pequeno.s pro dutores. O grupo se desfez depois de
teressaclo.s, obter concessões, por inter médio cia Conferência de S. Remo, em
também, a ação de muitos produtores
êle tem um concorrente serio, o alumí
1911, quando a Suprema Côrte "dissol
nio.
veu a "Standard Oil of New Jersey",
ma não oficial. Em vista do fracasso, a "Standard"
Pela lista, anteriormente apresentada,
dos países produtores de cobre vê-se que não é fácil estabelecer um cartel domi nador do mercado desse metal. Demais,
b) — Petróleo
Nenhum produto mineral tem sido ob
tendo-se tornado independentes, e até competidoras, diversas das empresas sub sidiárias
jeto de disputas tão dramáticas e espeta culares como as que
ã concorrência tem impedido monópo-
grupos
chevi.sta, resolveram reunir-se, para o bo-cote do petró'eo russo, numa organi
acima
travaram feroz luta
Mesmo
comercial
nosso
mencionados
anos, a
Desde 1861 até a Primeira Grande
Guerra, a Alemanha deteve o monopólio
1879, tendo-se reu
lada de grandes es
internacional,
peranças, os livros e
não
artigos de
visto como, em 1905,
"m reflexo das lutas que se têm trava-
c) — Potüssa
Comitê, negociando separadamente, em
luta, em um cartel
apaixonar. E essa paixão é, sem dúvida,
zação denominada Coniitó de Defesa In
partir de
na realidade aureo-
pontos de vista, sôbre o modo de tratar n problema, como essa questão pode
lio duradouro.
ternacional. Mas o Governo de Moscou manobrou com habilidade, solapando o
nido, depois dessa
que têm sido escritos sobre o assunto mostram, pelo desvairamento com que em alguns dêles se atacam reputações alheias sòmente pela discordância de
Ainda aqui, como no caso do cobre,
15
por
quanto, uma peque
durou
que muito,
1924, com seus principais componentes
da potassa, de que era o único produ
e frustrando, dessa forma, uma contrarevolução por êles preparada no Cáu-
tor.
caso.
a "Royal Dutch-Shell", com o objetivo
A "Sinclair Consolidated Oil Corporation" (americana) chegou então ã obter concessão para explorar petróleo na ilha Sakhalin, que foi cancelada, ten do então a Rússia outorgado aquela con
de combater
cessão ao Japão.
jornais
independentes daquelas organizações, impediram, até 1939, quando se ini ciou a Segunda Grande Guerra, que • petróleo e seus derivados ficassem su jeitos a um perigoso controle único n« mundo.
tôrno do petróleo. em
de Nova Jersey, a "Dutch-Shell", ou
Essas recusas e,
tras empresas e acionistas de antigas emprôsas russas de çntes da revolução bol-
se têm travado em
país, em que o pe tróleo é, por en
Haia, logo em seguida, sendo esta últi
bém se desinteressou.
"hol
da
ding". Os dois
1920, da de Gênova cm 1922 e da de
Tentaram, em 1932, trazer ao seu
grupo a Rússia e a Rumãnia, mas, dian
O grupo russo se reuniu a grupos a"e
mães, ingleses e holandeses, formando a "Standard" nos merca
dos europeus. Novas lutas surgiram, ter minando por acordos através da "An-
glo Persian Oil Company", da qual o-
Em todos os outros países onde sur
giram ocorrências de petróleo, tem sem pre havido luta, por parte de todos os interessados, pela obtenção de conces
Inicialmente, a mineração desse
produto era feita . exchisivamente pelos governos dos Estados da Prússia e de Anhalt, embora as operações de bcneficiamento e comércio estivessem coni par ticulares.
Em 1877 e 1879, graças a facilidades
criadas por lei para a exploração minei ra, duas empresas particulares se esta beleceram para a produção da potassa e passaram a competir com as empresas governamentais. Por isso, em 1879, sob a égide do Govêrno da Prússia, formou-
.
"
n ..-^nrí
Dioesto
30
Econômico
mento da indústria de cobre no Canadá
do pelo dojnínio não só dos mercados
e na Rodésia, a substituição do cobre pe
ccn.siimÍdor<'s, mus também das fonte.':
lo alumínio em muitos usos, a redução
produtora.s desse mineral tão indispensá
DiGESTO EcONÓMtCO
31
Govèrno inglês é o principal acionista. Os governos da Inglaterra e da Ale
sões para sua exploração.
manha pleitearam depois conces.sões de
dominio dos mercados consumidores.
Também sempre tem havido luta pelo
da produção do cobre nos Estados Unidos
vel ao trabalho e ao conforto na atual
e a criação, por este país, de uma tari
civilizaçao.
petróleo na Mesopotámia, então sob o domínio da Turíjuia, o que não agradou
vas têm sido feitas para acordos entre
fa protetora do cobre nacional, em 1932,
A competição internacional em tôrno do petróleo começou em 1S79, quando
a».s Estados Unidos.
os grandes produtores de petróleo pura
a "Standard Oil", para fazer frente à
ra 1914-1918, a França e a Inglaterra
preços.
"Rufisían Nobcl", entron a formar sub.si-
acordaram em transferir aquela conces são para uma empresa oin que o Go
"Anglü-Persian" integraram-se parcial
vèrno francês teria 25% das ações. Dian te de veemente ação dos Estudos Uni
canos se reuniram na "Export Petroleum
organizações chegaram a acordo.
quando se dissolveu o cartel. Formou-se novo em 1935, do qual, en
tretanto, não participaram diretamente os seguintes produtores: Estados Unidos, Canadá, Rússia e Japão. Certos produto res americanos e canadenses, entretanto,
diárias
c.strangeiras, distribuidoras de
seu.s produtos. A "Standard Oil" constitiiiu-.se no.s Es
Com a derrota da Alemanha na guer
De 1928 para cá, múltiplas tentati a divisão dos mercados e fixação dos
A "Royal Dutch Shell" e a
mente e os maiores produtores ameri Association Inc". E essas duas grandes
tinham acordo com o cartel. Êste contro
tados Unidos primeiro como um "trust"
lou o mercado do cobre até 1939, quan do os acontecimentos mundiais puseram
e depois como um grupo "holding". Do
dos, também êste país pas.sou a partici par da nova empresa.
minava toda a produção e comercio dos
termo às suas atividades.
produtos do petróleo naquele país,' im
No que se refere aos campos petro líferos russos, tentaram, em vão, os in-
te da recusa da Rússia, a Rumilnia tam
pondo os preços mesmo para o petróleo bruto, cuja exploração, cheia dc riscos, deixava a cargo cie muitos pequeno.s pro dutores. O grupo se desfez depois de
teressaclo.s, obter concessões, por inter médio cia Conferência de S. Remo, em
também, a ação de muitos produtores
êle tem um concorrente serio, o alumí
1911, quando a Suprema Côrte "dissol
nio.
veu a "Standard Oil of New Jersey",
ma não oficial. Em vista do fracasso, a "Standard"
Pela lista, anteriormente apresentada,
dos países produtores de cobre vê-se que não é fácil estabelecer um cartel domi nador do mercado desse metal. Demais,
b) — Petróleo
Nenhum produto mineral tem sido ob
tendo-se tornado independentes, e até competidoras, diversas das empresas sub sidiárias
jeto de disputas tão dramáticas e espeta culares como as que
ã concorrência tem impedido monópo-
grupos
chevi.sta, resolveram reunir-se, para o bo-cote do petró'eo russo, numa organi
acima
travaram feroz luta
Mesmo
comercial
nosso
mencionados
anos, a
Desde 1861 até a Primeira Grande
Guerra, a Alemanha deteve o monopólio
1879, tendo-se reu
lada de grandes es
internacional,
peranças, os livros e
não
artigos de
visto como, em 1905,
"m reflexo das lutas que se têm trava-
c) — Potüssa
Comitê, negociando separadamente, em
luta, em um cartel
apaixonar. E essa paixão é, sem dúvida,
zação denominada Coniitó de Defesa In
partir de
na realidade aureo-
pontos de vista, sôbre o modo de tratar n problema, como essa questão pode
lio duradouro.
ternacional. Mas o Governo de Moscou manobrou com habilidade, solapando o
nido, depois dessa
que têm sido escritos sobre o assunto mostram, pelo desvairamento com que em alguns dêles se atacam reputações alheias sòmente pela discordância de
Ainda aqui, como no caso do cobre,
15
por
quanto, uma peque
durou
que muito,
1924, com seus principais componentes
da potassa, de que era o único produ
e frustrando, dessa forma, uma contrarevolução por êles preparada no Cáu-
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caso.
a "Royal Dutch-Shell", com o objetivo
A "Sinclair Consolidated Oil Corporation" (americana) chegou então ã obter concessão para explorar petróleo na ilha Sakhalin, que foi cancelada, ten do então a Rússia outorgado aquela con
de combater
cessão ao Japão.
jornais
independentes daquelas organizações, impediram, até 1939, quando se ini ciou a Segunda Grande Guerra, que • petróleo e seus derivados ficassem su jeitos a um perigoso controle único n« mundo.
tôrno do petróleo. em
de Nova Jersey, a "Dutch-Shell", ou
Essas recusas e,
tras empresas e acionistas de antigas emprôsas russas de çntes da revolução bol-
se têm travado em
país, em que o pe tróleo é, por en
Haia, logo em seguida, sendo esta últi
bém se desinteressou.
"hol
da
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1920, da de Gênova cm 1922 e da de
Tentaram, em 1932, trazer ao seu
grupo a Rússia e a Rumãnia, mas, dian
O grupo russo se reuniu a grupos a"e
mães, ingleses e holandeses, formando a "Standard" nos merca
dos europeus. Novas lutas surgiram, ter minando por acordos através da "An-
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Em todos os outros países onde sur
giram ocorrências de petróleo, tem sem pre havido luta, por parte de todos os interessados, pela obtenção de conces
Inicialmente, a mineração desse
produto era feita . exchisivamente pelos governos dos Estados da Prússia e de Anhalt, embora as operações de bcneficiamento e comércio estivessem coni par ticulares.
Em 1877 e 1879, graças a facilidades
criadas por lei para a exploração minei ra, duas empresas particulares se esta beleceram para a produção da potassa e passaram a competir com as empresas governamentais. Por isso, em 1879, sob a égide do Govêrno da Prússia, formou-
.
"
Digesto
•32
se um primeiro sindicato para o controle
Econômico
Taiubéni iu)s E.slaclo.s Unidos fora in
da produção de potassa, en\olvendo os
tensificada a pesquisa da potassa, não
quatro produtores. Cinco anos mais tarde, os beneficia-
em vista da deficiência do produto du
dores da potassa organizaram-se, com exclusão das empresas go\'ernanientais,
também jjor cau.sa das imposições dos
que eram apenas mineradoras, para o
controle de preços-de venda do produto. Em acordos subseqüentes deste gênero tomaram parte os governos dos Estados produtores e, em 1910, o Go\'êmo ale mão foi autorizado, por lei, a fixar pre ços e quotas para a potassa.
Até essa data, os car
rante a Primeira Grande Guerra, como cartéis.
Coroados de êxito os esforços
desenvolvidos nesse sentido por parti culares e pelo Govêrno, dcscobriram-se jazidas de píjtassa naquele país e come çaram as mesmas a ser e.xploradas em 1931. A produção das minas america nas, em 1941, era já suficiente para atender à.s necessidades do mercado in terno dos Estados Uni
Digesto Econômico
Apareceu, porém, um concorrente do
tados Unidas, extraído pelo processo Frasli ii preço inferior ao duiiuchi pro
já ficou dito em outra parte dêste relatório, que os Fcnicios, na alta anti-
cedência.
íiu dade, dominaram o comércio do es-
Isto foi em 1902.
A diferença dc custo da produção dei
tanho, mantendo segredo a respeito dos
xou em situação difícil o enxofre italia
locais onde o obtinham. Conseguiam-no
no, o que levou o Gosêrno da Itá'ia a
na região da atual Inglaterra. E êste país, durante muito tempo,
organizar, cm 1906, um cartel, reunin do compul.sòriarnente os produtores de enxôfre sob sua jurisdição, concedendo o Govêrno um .subsídio de exportação aos industriais.
Em 1907 foi organizado um Consórcio incluindo também a produção norte-ame
dos.
de lutar sempre com o aumento de, produção
Neste caso, como eni outros, a concorrência
estimulado pelo aumen
não só dificultou a ação
1913 quando os componentivs americanos se retiraram em virtude dc imposição
to de preços o que, por
dos cartéis e "Irusls",
legal de seu pais.
ricana, consórcio que sc mante\'e até
sua vez, forçava a bai
mas também estimulou
A indústria do enxôfre progrediu até
xa desses mesmos pre
a descoberta de no\as
a depressão dc 1921, quando os preços
ços e tiveram de lutar
jazidas.
desse produto cairam.
d) — Euxàfrc
mações dos consumido
res
estrangeiros,
que Durante
pôsto, mais elevado que
cília manteve o mono
pólio do enxofre nati
rueguesa detentora de uma boa pa tente para extração do enxôfre das pi-
vo.
ritas.
no, em 1838, outorgado a uma empresa parti
Depois da Primeira
tabelecendo-se nova forma de concor
cular o monopólio de e.vtrair e exportar enxôfre e tendo permitido o aumento do preço desse produto de 200%, o maior importador de enxôfre — a IngJatemr ~ protestou enèrgicamente, chegando,
rência.
afinal, os dois governos a um acordo
Grande Guerra, as minas de potassa da Galícia e da Alsácia passaram, respecti vamente, para a Polônia e a França, quebrando-se o monopólio alemão e esEsta, entretanto, foi obviada
por um cartel estabelecido entre os fran
depois de negociações reinforccd hij Bii-
ceses e alemães, em 1924, cartel ao
tish gunhoats.
qual aderiu a Polônia em 1932.
O mesmo cartel incluiu, posteriormen te, os ricos depósitos de potassa desco
bertos na Rússia, na Espanha e na Pa lestina.
Em 1896 a "Anglo-Sici'ian Sulpluir Co." controlava 85% da produção do en xofre da Sicília, embora já se tivessem desenvolvido explorações-de pirilas em diversos países do mundo. »
Daí por
^
o preço em vigor no
ã
na e 1% em cmüas regiões.
diante, passaram a pesar no mercado a.s produções de minérios da Austrália,
M
Consórcio italiano, a'iando-se cm segui
ale-
nho. Já então 25% eram produzidos nas índias Orientais Holandesas, 2% na Chi
1891, a estrada de ferro ligando-o a
da, ao novo carte\. uma empresa no
interno
.Até 1870, o Império Britânico domina va 75% da produção mundial de esta-
dêstc país quando se inaugurou, em
longo
mercado
território do Reino Unido como na Malaia.
do Sião e da BoTvia, sendo que os
período dc tenipo, a Si-
Tendo .seu Govêr
nho, dominando não sòmente as fontes
de produção do minério, mas também as da produção do metal, tanto no
Formou-se então um consórcio ameri
preço que lhes' era im-
mao.
um
exerceu o contrôlc do mercado de esta-
cano — "Sulphur Exporl Corporation"
- que, em 1923, se juntou ao antigo "
consideravam injusto o
o) — Eífon/ío
enxofre siciliann — o enxofre dos Es
téis formados tiveram
também contra as recla
33
Vários países, além da Itália, prote
geram dretamente ou indiretamente a produção de enxofre em .seus territórios.
Aulofogasta, porto chileno. Em 1911 ^
entrou no mercado a produção da Ni géria.
O controle inglês continuou por muitos anos, visto como quase todo o minério cru enviado para ser reduzido nas ins talações da região dos "Estreitos", re
gião da Malaia"sob o domínio britânico.
O Chfc criou subsídios de exportação; '3 Mesmo'o minério da Bolí\ia é enviado
o Japão criou um imposto de importação
para mstalações de redução no Império
de 20% c. i. f-, "ad-valorcm"; a Espa
Britânico, visto como, por sua nalaireza
nha e Portugal proibiram a importação
comp'exa, êsse minério só pode ser uti
de enxôfre para proteger suas minerações
de pirita; e a Finlândia resolveu explorar diretamente pelo Govêrno suas minas de enxôfre. Tanto os cartéis como as medidas de
proteção continuavam operando no iní cio da Segunda Grande Guerra.
lizado em mistura com outros minérios,
de cujas fontes jjrodutoras é detentor o mesmo Império, que, por meio de pesadas taxas de e.xportação, proíbe sua venda para industriais de outros países. , Do Sião e da China também exportam
minérios para a região dos "Estreitos".
■'
Digesto
•32
se um primeiro sindicato para o controle
Econômico
Taiubéni iu)s E.slaclo.s Unidos fora in
da produção de potassa, en\olvendo os
tensificada a pesquisa da potassa, não
quatro produtores. Cinco anos mais tarde, os beneficia-
em vista da deficiência do produto du
dores da potassa organizaram-se, com exclusão das empresas go\'ernanientais,
também jjor cau.sa das imposições dos
que eram apenas mineradoras, para o
controle de preços-de venda do produto. Em acordos subseqüentes deste gênero tomaram parte os governos dos Estados produtores e, em 1910, o Go\'êmo ale mão foi autorizado, por lei, a fixar pre ços e quotas para a potassa.
Até essa data, os car
rante a Primeira Grande Guerra, como cartéis.
Coroados de êxito os esforços
desenvolvidos nesse sentido por parti culares e pelo Govêrno, dcscobriram-se jazidas de píjtassa naquele país e come çaram as mesmas a ser e.xploradas em 1931. A produção das minas america nas, em 1941, era já suficiente para atender à.s necessidades do mercado in terno dos Estados Uni
Digesto Econômico
Apareceu, porém, um concorrente do
tados Unidas, extraído pelo processo Frasli ii preço inferior ao duiiuchi pro
já ficou dito em outra parte dêste relatório, que os Fcnicios, na alta anti-
cedência.
íiu dade, dominaram o comércio do es-
Isto foi em 1902.
A diferença dc custo da produção dei
tanho, mantendo segredo a respeito dos
xou em situação difícil o enxofre italia
locais onde o obtinham. Conseguiam-no
no, o que levou o Gosêrno da Itá'ia a
na região da atual Inglaterra. E êste país, durante muito tempo,
organizar, cm 1906, um cartel, reunin do compul.sòriarnente os produtores de enxôfre sob sua jurisdição, concedendo o Govêrno um .subsídio de exportação aos industriais.
Em 1907 foi organizado um Consórcio incluindo também a produção norte-ame
dos.
de lutar sempre com o aumento de, produção
Neste caso, como eni outros, a concorrência
estimulado pelo aumen
não só dificultou a ação
1913 quando os componentivs americanos se retiraram em virtude dc imposição
to de preços o que, por
dos cartéis e "Irusls",
legal de seu pais.
ricana, consórcio que sc mante\'e até
sua vez, forçava a bai
mas também estimulou
A indústria do enxôfre progrediu até
xa desses mesmos pre
a descoberta de no\as
a depressão dc 1921, quando os preços
ços e tiveram de lutar
jazidas.
desse produto cairam.
d) — Euxàfrc
mações dos consumido
res
estrangeiros,
que Durante
pôsto, mais elevado que
cília manteve o mono
pólio do enxofre nati
rueguesa detentora de uma boa pa tente para extração do enxôfre das pi-
vo.
ritas.
no, em 1838, outorgado a uma empresa parti
Depois da Primeira
tabelecendo-se nova forma de concor
cular o monopólio de e.vtrair e exportar enxôfre e tendo permitido o aumento do preço desse produto de 200%, o maior importador de enxôfre — a IngJatemr ~ protestou enèrgicamente, chegando,
rência.
afinal, os dois governos a um acordo
Grande Guerra, as minas de potassa da Galícia e da Alsácia passaram, respecti vamente, para a Polônia e a França, quebrando-se o monopólio alemão e esEsta, entretanto, foi obviada
por um cartel estabelecido entre os fran
depois de negociações reinforccd hij Bii-
ceses e alemães, em 1924, cartel ao
tish gunhoats.
qual aderiu a Polônia em 1932.
O mesmo cartel incluiu, posteriormen te, os ricos depósitos de potassa desco
bertos na Rússia, na Espanha e na Pa lestina.
Em 1896 a "Anglo-Sici'ian Sulpluir Co." controlava 85% da produção do en xofre da Sicília, embora já se tivessem desenvolvido explorações-de pirilas em diversos países do mundo. »
Daí por
^
o preço em vigor no
ã
na e 1% em cmüas regiões.
diante, passaram a pesar no mercado a.s produções de minérios da Austrália,
M
Consórcio italiano, a'iando-se cm segui
ale-
nho. Já então 25% eram produzidos nas índias Orientais Holandesas, 2% na Chi
1891, a estrada de ferro ligando-o a
da, ao novo carte\. uma empresa no
interno
.Até 1870, o Império Britânico domina va 75% da produção mundial de esta-
dêstc país quando se inaugurou, em
longo
mercado
território do Reino Unido como na Malaia.
do Sião e da BoTvia, sendo que os
período dc tenipo, a Si-
Tendo .seu Govêr
nho, dominando não sòmente as fontes
de produção do minério, mas também as da produção do metal, tanto no
Formou-se então um consórcio ameri
preço que lhes' era im-
mao.
um
exerceu o contrôlc do mercado de esta-
cano — "Sulphur Exporl Corporation"
- que, em 1923, se juntou ao antigo "
consideravam injusto o
o) — Eífon/ío
enxofre siciliann — o enxofre dos Es
téis formados tiveram
também contra as recla
33
Vários países, além da Itália, prote
geram dretamente ou indiretamente a produção de enxofre em .seus territórios.
Aulofogasta, porto chileno. Em 1911 ^
entrou no mercado a produção da Ni géria.
O controle inglês continuou por muitos anos, visto como quase todo o minério cru enviado para ser reduzido nas ins talações da região dos "Estreitos", re
gião da Malaia"sob o domínio britânico.
O Chfc criou subsídios de exportação; '3 Mesmo'o minério da Bolí\ia é enviado
o Japão criou um imposto de importação
para mstalações de redução no Império
de 20% c. i. f-, "ad-valorcm"; a Espa
Britânico, visto como, por sua nalaireza
nha e Portugal proibiram a importação
comp'exa, êsse minério só pode ser uti
de enxôfre para proteger suas minerações
de pirita; e a Finlândia resolveu explorar diretamente pelo Govêrno suas minas de enxôfre. Tanto os cartéis como as medidas de
proteção continuavam operando no iní cio da Segunda Grande Guerra.
lizado em mistura com outros minérios,
de cujas fontes jjrodutoras é detentor o mesmo Império, que, por meio de pesadas taxas de e.xportação, proíbe sua venda para industriais de outros países. , Do Sião e da China também exportam
minérios para a região dos "Estreitos".
■'
Digesto Econômico
34
35
DicEsro- Econômico
A Holanda criou a indústria da produ
ducers As.sociation", da qual participam
o governo da União Sul-Africana, a Administração do Sudoeste da África, a "Diamond Corporation" c a "De Beers
67%.
Consolidatcd Mines". A "De Beers" tem maioria de ações da "Diamond Corjrora-
binação entre os dois grupo.s c, em 1904,
ainda que, no interesse de seus objeti vos, os governos combatem monopólios o cartéis, mesmo quando defendidos e apoiados por outros governos. Vinio.s, mais, que o meio mais eficiente de com
tion", e, assim, ambas são dominadas
êsses gnipos tinluim produção igual, pre
bater os monopólios e os cartéis se apóiu
dominando daí por diante u "Intematio
cm vantagens naturais e no desenvolvi
o mercado de 1920 a 1925, mas não con
pelo mesmo grupo. O "tnist" controla todos os negócios
nal".
mento técnico: dispor de boas fontes
seguiu impedir que outros produtores
do diamante.
As principais vantagens de.sta foram a natureza das jazidas, que permite explo ração mais econômica, e proximidade de. um grande centro consumidor — os Es
ção de estanho, trazendo minérios das índias Orientais Holandesas.
Depois da Primeira Grande Guerra, os
estoques de estanho tornaram difícil a situação da indústria, criando então os
governos da Malaia e das índias Holan desas o "Bandoeng Pool", que controlou
a situação da indústria era extremamen
E sempre tem tido êxito no controle de nova.s área.s produtora.s que são des
te precária e não pôde ser ajustada pela
cobertas.
"Tin Producer's Association", então for
concorrentes senão produtores insignifi
mada.
cantes.
entrassem no mercado e, assim, em 1929,
Os governos dos Estados Malaios, da
De sorte cjuc não têm como
sultou a "Intemational Nickel") o "dum-
ping" do níquel, baixando seu preço de Ein conseqüência foi feita uma com
tados Unidos.
Depois da Primeira Grande Guerra, a
Em 1942, o Governo inglês estabele
"Intemational" foi obrigada a transfe
produtoras e cxp'orá-las eeonòmicamenle.
Mas, de qualquer modo, enfrentar tais
organizaçH>e.s é tarefa árdua, que exige, prelim nannentc, um conhecimento exa to dos seus sistemas de ação.
Os monopó'iüs e os cartéis são meios do controle político e econômico dos
Nigéria, da Bolívia, das índias Ociden
ceu contrôlc sobre a "Diamond Corpo
rir suas instalações de refinação de Nova
tais Holandesas e do Siáo, com o auxílio
ration".
recursos minerais e de outros recursos, Jersey para o Canadá, por pressão ■na cionalista canadense. Q. fato se ligoil . necessários ao mundo, postos em prática -por nações, grupos do nações ou grupos à aventura do submarino- -'Deiüschland"
do Covêrno inglês organizaram, por is so, um cartel internacional, que come
g) — Níquel
que, em plena guerra, ántcs -de nela
çou a funcionar em março de 1931, com
o objetivo de racionar a produção e
A indústria do níquel é, atualmente,
melhorar os preços do estanho, tendo conseguido seus objetivos. O "Interna-
um monopólio do Canadá (Império Bri tânico) e, praticamente, um monopólio
fional Tin Comittec" continuava a agir
da "Inlernatíonal Nickel".
tomarem parte os Estados Unidos; pôde fazer viagem a esse país e transportar dôle metais
feitos
com
minérios
do
financeiros,
•
. . Outros níeirts de controle político e
econômico são postos em prática, iso
ladamente por certos países, em defesa
Canadá.
de seus recursos, meios que, para o
mos designar sob o título cie
mundo era a Nova Caledônia f) — Diaimnte
Na região de Petsamo, na FinMndia, foi descoberta jazida de níquel que co meçou a ser explorada, devendo ser
(França), que dominava cs mer
ali construídas instalações para produ
Em outro processo, de que fui relator perante o Conselho
cados europeus e podia produ zir mais níquel <^o que o mun
ção de metal.
de Comércio Exterior, já tive
cm 1939, 82% da produção mundial de
Grande Guerra, quase todos os paíse.s
funciona o grande "Irust" inglês
do exigia. Mas logo que começou a ser explorada a mina do Sudbur)',
que controla o mercado mun
Ontário, Canadá, a "Canadiun
dial de diamantes e vende, atra
Copper Company", mineradora,
sido procurar sempre novos usos para esse metal.
tra possíveis ambições estrangeiras, im pregnadas es.sas leis de forte espírito
vés de suas organizações, 90 a
e sua a.ssociada americana, a
Ficaram acima expostos alguns tipos
95% do diamante produzido no
"Oxford Copper Company", de Nova Jersey, sua associada en carregada da produção do me
de monopólios e cartéis que têm domi
tal, resolveram enfrentar o mo
sempre combatidos por concorrentes in
sidiária, a "Diamond Trading Co. Ltd.", manobra com as ven
nopólio francês. Não tendo es
das.
As quotas de .produção
mercado europeu, foi promovido
são fixadas pela "Diamond Pro-
por aquelas (de cuja fusão re-
dependentes e por consumidores dos seus produtos. Vimos também que freqüen temente os próprios governos dos países Interessados protegem a ação dessas or ganizações e delas participam. Vimos,
mesmo durante a Segunda Gran de Guerra.
oportunidade de detalhar como
mundo.
A "Dianíond Corporation" é a agência compradora. Sua sub
Até os fins do século passado, o único produtor de níquel no
te concordado na di\'isão do
Hoje a região está sob
o domínio da U.R.S.S. A "Intemational Nickel" dommava,
níquel.
E um de seus cuidados tem
nado no comércio internacional de mi
nerais e metais.
Vemos íque eles são
caso de que estamo.s tratando, podere
2 _ Nacionalizoção dos recursos miuerois
Principalmente
depois
da Primeira
cio mundo in.stituiram leis de defe.sa con
nacionalista.
As formas de limitações impostas aos
estrangeiros variaram muito, indo desde a taxação' scibre lucros até a completa
proibição de exploração de recursos mi nerais por al-enígenas — pessoas físi cas ou jurídicas.
A nacionalização dos recursos mine
rais foi medida tomada por quase todos os países do globo e variou desde a pro-
Digesto Econômico
34
35
DicEsro- Econômico
A Holanda criou a indústria da produ
ducers As.sociation", da qual participam
o governo da União Sul-Africana, a Administração do Sudoeste da África, a "Diamond Corporation" c a "De Beers
67%.
Consolidatcd Mines". A "De Beers" tem maioria de ações da "Diamond Corjrora-
binação entre os dois grupo.s c, em 1904,
ainda que, no interesse de seus objeti vos, os governos combatem monopólios o cartéis, mesmo quando defendidos e apoiados por outros governos. Vinio.s, mais, que o meio mais eficiente de com
tion", e, assim, ambas são dominadas
êsses gnipos tinluim produção igual, pre
bater os monopólios e os cartéis se apóiu
dominando daí por diante u "Intematio
cm vantagens naturais e no desenvolvi
o mercado de 1920 a 1925, mas não con
pelo mesmo grupo. O "tnist" controla todos os negócios
nal".
mento técnico: dispor de boas fontes
seguiu impedir que outros produtores
do diamante.
As principais vantagens de.sta foram a natureza das jazidas, que permite explo ração mais econômica, e proximidade de. um grande centro consumidor — os Es
ção de estanho, trazendo minérios das índias Orientais Holandesas.
Depois da Primeira Grande Guerra, os
estoques de estanho tornaram difícil a situação da indústria, criando então os
governos da Malaia e das índias Holan desas o "Bandoeng Pool", que controlou
a situação da indústria era extremamen
E sempre tem tido êxito no controle de nova.s área.s produtora.s que são des
te precária e não pôde ser ajustada pela
cobertas.
"Tin Producer's Association", então for
concorrentes senão produtores insignifi
mada.
cantes.
entrassem no mercado e, assim, em 1929,
Os governos dos Estados Malaios, da
De sorte cjuc não têm como
sultou a "Intemational Nickel") o "dum-
ping" do níquel, baixando seu preço de Ein conseqüência foi feita uma com
tados Unidos.
Depois da Primeira Grande Guerra, a
Em 1942, o Governo inglês estabele
"Intemational" foi obrigada a transfe
produtoras e cxp'orá-las eeonòmicamenle.
Mas, de qualquer modo, enfrentar tais
organizaçH>e.s é tarefa árdua, que exige, prelim nannentc, um conhecimento exa to dos seus sistemas de ação.
Os monopó'iüs e os cartéis são meios do controle político e econômico dos
Nigéria, da Bolívia, das índias Ociden
ceu contrôlc sobre a "Diamond Corpo
rir suas instalações de refinação de Nova
tais Holandesas e do Siáo, com o auxílio
ration".
recursos minerais e de outros recursos, Jersey para o Canadá, por pressão ■na cionalista canadense. Q. fato se ligoil . necessários ao mundo, postos em prática -por nações, grupos do nações ou grupos à aventura do submarino- -'Deiüschland"
do Covêrno inglês organizaram, por is so, um cartel internacional, que come
g) — Níquel
que, em plena guerra, ántcs -de nela
çou a funcionar em março de 1931, com
o objetivo de racionar a produção e
A indústria do níquel é, atualmente,
melhorar os preços do estanho, tendo conseguido seus objetivos. O "Interna-
um monopólio do Canadá (Império Bri tânico) e, praticamente, um monopólio
fional Tin Comittec" continuava a agir
da "Inlernatíonal Nickel".
tomarem parte os Estados Unidos; pôde fazer viagem a esse país e transportar dôle metais
feitos
com
minérios
do
financeiros,
•
. . Outros níeirts de controle político e
econômico são postos em prática, iso
ladamente por certos países, em defesa
Canadá.
de seus recursos, meios que, para o
mos designar sob o título cie
mundo era a Nova Caledônia f) — Diaimnte
Na região de Petsamo, na FinMndia, foi descoberta jazida de níquel que co meçou a ser explorada, devendo ser
(França), que dominava cs mer
ali construídas instalações para produ
Em outro processo, de que fui relator perante o Conselho
cados europeus e podia produ zir mais níquel <^o que o mun
ção de metal.
de Comércio Exterior, já tive
cm 1939, 82% da produção mundial de
Grande Guerra, quase todos os paíse.s
funciona o grande "Irust" inglês
do exigia. Mas logo que começou a ser explorada a mina do Sudbur)',
que controla o mercado mun
Ontário, Canadá, a "Canadiun
dial de diamantes e vende, atra
Copper Company", mineradora,
sido procurar sempre novos usos para esse metal.
tra possíveis ambições estrangeiras, im pregnadas es.sas leis de forte espírito
vés de suas organizações, 90 a
e sua a.ssociada americana, a
Ficaram acima expostos alguns tipos
95% do diamante produzido no
"Oxford Copper Company", de Nova Jersey, sua associada en carregada da produção do me
de monopólios e cartéis que têm domi
tal, resolveram enfrentar o mo
sempre combatidos por concorrentes in
sidiária, a "Diamond Trading Co. Ltd.", manobra com as ven
nopólio francês. Não tendo es
das.
As quotas de .produção
mercado europeu, foi promovido
são fixadas pela "Diamond Pro-
por aquelas (de cuja fusão re-
dependentes e por consumidores dos seus produtos. Vimos também que freqüen temente os próprios governos dos países Interessados protegem a ação dessas or ganizações e delas participam. Vimos,
mesmo durante a Segunda Gran de Guerra.
oportunidade de detalhar como
mundo.
A "Dianíond Corporation" é a agência compradora. Sua sub
Até os fins do século passado, o único produtor de níquel no
te concordado na di\'isão do
Hoje a região está sob
o domínio da U.R.S.S. A "Intemational Nickel" dommava,
níquel.
E um de seus cuidados tem
nado no comércio internacional de mi
nerais e metais.
Vemos íque eles são
caso de que estamo.s tratando, podere
2 _ Nacionalizoção dos recursos miuerois
Principalmente
depois
da Primeira
cio mundo in.stituiram leis de defe.sa con
nacionalista.
As formas de limitações impostas aos
estrangeiros variaram muito, indo desde a taxação' scibre lucros até a completa
proibição de exploração de recursos mi nerais por al-enígenas — pessoas físi cas ou jurídicas.
A nacionalização dos recursos mine
rais foi medida tomada por quase todos os países do globo e variou desde a pro-
36
DicKsnj Econômico
Dicesto Econômico 37
priedade e exploração das n)ínas pelo Governo até a fonna mais simples de estrita fiscalização no Poder Público so
a questão mineira é o'da propriedade do
bre a exploração mineral.
.sendo o direito de c.xplorá-los obtido por
Como disso anteriormente, não incri
mino tal política, que foi gerada pela intranqüilidade acarretada pela Primeira Guerra Mundial e pela insegurança em
Na França, o princípio legal que rege Govèmo quanto aos recursos minenüs, !ne'o de concessões por prazo delerniiiiado. As empresas que se organizarem para a exqiloração mineral terão de man ter seus principais escritórios na França
que se sentiram tôdas as nações, quan
ou suas colônias c conformar-se com as
do se certificaram de que nem tratados nem compromissos morais tinham qual
leis francesas. A Rússia nacionalizou
quer valor contra a força bruta de naç-ões cúpidas fortemente armadas. Foi
nas e a e.xploração dc algumas delas
é feita pelo >jç>róprio Governo, sendo
gerada pelo medo, que ainda persiste
outras entregues, por concessões, à cx-
internacionalmente, embora um dos obje
p'oração dc companhias formadas por
tivos declarados da
l(klas as mi
cidadãos russos.
Segunda Guerra te
Houve
diversas
f^uer participando de cartéis, quer pres tigiando a ação de cartéis e empresas
"Dutch Shell" o direito de explorar pe
britancas.
tróleo em torras públicas dos Estados
Além disso, existem restri
ções quanto à exploração de recursos
Unidos.
minerais por estrangeiros em quase to dos os territórios componentes do Im
Posteriormente houve acórdo entre as partes, sendo atendidas as pretensões
pério.
recíprocas.
O petr6'eo existente nas Ilhas
Britânicas é de propriedade do Gover no, tendo êste, recentemente, tomado conta das minas de carvão existentes na.s mesmas Ilhas.
corrente dos direitos da Coroa instituí
contratadores, seja por organização do
dos pela legislação colonial. E, em ge ral, o direito de explorar os recursos minerais é outorgado por autorizaç-ões ou
ao mundo do direi to de não ter mô-
de obter concessões
concessões do Estado, havendo sempre
dò. Mas o paladi no das quatro liber
para e.xploração de manganês e petró
maiores ou menores restrições à explora ção por estrangeiros.
dades — Frankiin Delano Roosevelt —
leo.
uma foi
bem sucedida: a ou
morreu e parece que com êle morreram
torgada a japoneses para exploração de
o espírito de humanidade e o espirito de
petróleo na ilha Sakhalín.
decência no campo internacional. Vejamos alguns exemplos de restri ções de caráter nacionalista existentes nas
leis de alguns países do mundo. Na Suécia, a lei proíbe a exploração de re cursos minerais por estrangeiros e proí
be também que estes sejam diretores de companhias suecas que tratem de mine ração. Em ambos os casos pode haver
A lei belga e.xige que os estrangeiros que queiram explorar recursos minerai.s na Bélg"ca ou colónia.s fixem residência nos rc.speclivos territórios. Exige, além disso, que a maioria das aç-ões de empresas de mineração pertença a ci dadãos belgas e que o material usado
Na Holanda e colônias não há nas leis
discriminação explícita contra a explo ração dc recursos minerais por estran
geiros, mas, na prática, as discrimina ções são feitas tanto pela exigência cio
uma parte das ações das emprôsas per tencer a holandeses, cjuanto pela re cusa de concessões solicitadas por estrangeiíos. Nos Estados Unidos sempre houve li berdade a todos os estrangeiros para a
seja adquirido na Bélgica ern alta pro
exploração dos recursos minerais do
porção.
país.
to de explorar recursos minerais é pri
Em 1920, porém, pelo "Leasing Act", a exploração de petróleo em terras pú
vilégio de chineses.
blicas passou a poder ser recusada a
A regra geral na China é que o direi
exceções mediante decisão do rei. Na Noruega não há proibição aos estrangeiros para e.xplorarem recursos minerais. Estes, pòrém, têm de reque rer prèviãmente uma concessão, o que não é exigido dos nacionais. Não há proibição de emprego de estrangeiros,
tratados assinados, cidadãos de alguns
estrangeiros em cujos países de origem
paí.ses podem ter interesses em minera ção na China, interesses que, porcun, não podem exceder de 50%.
o Governo excluísse os americanos do
como na Suécia, mas as leis exigem
No Império Britânico, já vimos que
Holanda, a uma Companhia norte-ameri cana, para explorar petróleo nas índias Orientais Holandesas. Em conseqüên cia daquela lei o Govêmo norte-ame-
Em obediência a
que seja dada preferencia a trabalhado
ns governos sempre tomaram parte ati
res nacionais e a material nacional.
va na exploração dos recursos minerais,
Naqueles primeiros períodos, as ricpiezas minerais eram cm - geral bens
cia Coroa, c|uc ora concedia sua explo ração a terceiros, ora monüpüliza\a
tcntati\ a.s, feitas por
Só
No Brasil, temos ti^o \ários estágios
iega's, a partir da Colônia e do Império.
Nos países hispano-americanos é prin cipio gerjil que as riquezas minerais são propriedade da nação, princípio de
nha sido a garantia
estrangeiros, a fim
ricano negou a uma subsidiária da
norte de direito análogo. Isto se originou da recusa feita, pela
essa c-xplorução, seja por intermédio de
Estado. São bem conhecidas e já fo-' ram mesmo, em parte, por mim relata
das porunto este Conselho, cm outra
oportunidade, as ações do Govèmo Co
lonial e do Govêmo Imperial no que toca ao ouro, às pedras preciosas e ao diamante.
Com a Constituição de 1891, houve
uma repentina mudança do princípio legal que regia fundamentalmente a propriedade e a e.xploração dos recursos minerais do País. Em vez do recime
clominiul, que prevalccora no Império e pelo qual os bens da Coroa passavam a ser bens da Nação, instituiu aquela Constituição o regime de acessão que deu, de mão beijada, a dos recursos minerais aos do solo em que jazes.sem Foi nm retroces.so contra
propriedade proprietários os mesmo,s. o qual pro
testaram, em vão, vozes autorizadas. A reforma constitucional feita duran te o Govêrno Artur Bernarde.s criou uma
j^rimeira restrição à exploração dos re cursos minerais por estrangeiros, intro
duzindo o seguinte di.spositivo na Cons tituição:
"as minas e jazidas minerais, necessá rias à segurança e defesa nacionais e
36
DicKsnj Econômico
Dicesto Econômico 37
priedade e exploração das n)ínas pelo Governo até a fonna mais simples de estrita fiscalização no Poder Público so
a questão mineira é o'da propriedade do
bre a exploração mineral.
.sendo o direito de c.xplorá-los obtido por
Como disso anteriormente, não incri
mino tal política, que foi gerada pela intranqüilidade acarretada pela Primeira Guerra Mundial e pela insegurança em
Na França, o princípio legal que rege Govèmo quanto aos recursos minenüs, !ne'o de concessões por prazo delerniiiiado. As empresas que se organizarem para a exqiloração mineral terão de man ter seus principais escritórios na França
que se sentiram tôdas as nações, quan
ou suas colônias c conformar-se com as
do se certificaram de que nem tratados nem compromissos morais tinham qual
leis francesas. A Rússia nacionalizou
quer valor contra a força bruta de naç-ões cúpidas fortemente armadas. Foi
nas e a e.xploração dc algumas delas
é feita pelo >jç>róprio Governo, sendo
gerada pelo medo, que ainda persiste
outras entregues, por concessões, à cx-
internacionalmente, embora um dos obje
p'oração dc companhias formadas por
tivos declarados da
l(klas as mi
cidadãos russos.
Segunda Guerra te
Houve
diversas
f^uer participando de cartéis, quer pres tigiando a ação de cartéis e empresas
"Dutch Shell" o direito de explorar pe
britancas.
tróleo em torras públicas dos Estados
Além disso, existem restri
ções quanto à exploração de recursos
Unidos.
minerais por estrangeiros em quase to dos os territórios componentes do Im
Posteriormente houve acórdo entre as partes, sendo atendidas as pretensões
pério.
recíprocas.
O petr6'eo existente nas Ilhas
Britânicas é de propriedade do Gover no, tendo êste, recentemente, tomado conta das minas de carvão existentes na.s mesmas Ilhas.
corrente dos direitos da Coroa instituí
contratadores, seja por organização do
dos pela legislação colonial. E, em ge ral, o direito de explorar os recursos minerais é outorgado por autorizaç-ões ou
ao mundo do direi to de não ter mô-
de obter concessões
concessões do Estado, havendo sempre
dò. Mas o paladi no das quatro liber
para e.xploração de manganês e petró
maiores ou menores restrições à explora ção por estrangeiros.
dades — Frankiin Delano Roosevelt —
leo.
uma foi
bem sucedida: a ou
morreu e parece que com êle morreram
torgada a japoneses para exploração de
o espírito de humanidade e o espirito de
petróleo na ilha Sakhalín.
decência no campo internacional. Vejamos alguns exemplos de restri ções de caráter nacionalista existentes nas
leis de alguns países do mundo. Na Suécia, a lei proíbe a exploração de re cursos minerais por estrangeiros e proí
be também que estes sejam diretores de companhias suecas que tratem de mine ração. Em ambos os casos pode haver
A lei belga e.xige que os estrangeiros que queiram explorar recursos minerai.s na Bélg"ca ou colónia.s fixem residência nos rc.speclivos territórios. Exige, além disso, que a maioria das aç-ões de empresas de mineração pertença a ci dadãos belgas e que o material usado
Na Holanda e colônias não há nas leis
discriminação explícita contra a explo ração dc recursos minerais por estran
geiros, mas, na prática, as discrimina ções são feitas tanto pela exigência cio
uma parte das ações das emprôsas per tencer a holandeses, cjuanto pela re cusa de concessões solicitadas por estrangeiíos. Nos Estados Unidos sempre houve li berdade a todos os estrangeiros para a
seja adquirido na Bélgica ern alta pro
exploração dos recursos minerais do
porção.
país.
to de explorar recursos minerais é pri
Em 1920, porém, pelo "Leasing Act", a exploração de petróleo em terras pú
vilégio de chineses.
blicas passou a poder ser recusada a
A regra geral na China é que o direi
exceções mediante decisão do rei. Na Noruega não há proibição aos estrangeiros para e.xplorarem recursos minerais. Estes, pòrém, têm de reque rer prèviãmente uma concessão, o que não é exigido dos nacionais. Não há proibição de emprego de estrangeiros,
tratados assinados, cidadãos de alguns
estrangeiros em cujos países de origem
paí.ses podem ter interesses em minera ção na China, interesses que, porcun, não podem exceder de 50%.
o Governo excluísse os americanos do
como na Suécia, mas as leis exigem
No Império Britânico, já vimos que
Holanda, a uma Companhia norte-ameri cana, para explorar petróleo nas índias Orientais Holandesas. Em conseqüên cia daquela lei o Govêmo norte-ame-
Em obediência a
que seja dada preferencia a trabalhado
ns governos sempre tomaram parte ati
res nacionais e a material nacional.
va na exploração dos recursos minerais,
Naqueles primeiros períodos, as ricpiezas minerais eram cm - geral bens
cia Coroa, c|uc ora concedia sua explo ração a terceiros, ora monüpüliza\a
tcntati\ a.s, feitas por
Só
No Brasil, temos ti^o \ários estágios
iega's, a partir da Colônia e do Império.
Nos países hispano-americanos é prin cipio gerjil que as riquezas minerais são propriedade da nação, princípio de
nha sido a garantia
estrangeiros, a fim
ricano negou a uma subsidiária da
norte de direito análogo. Isto se originou da recusa feita, pela
essa c-xplorução, seja por intermédio de
Estado. São bem conhecidas e já fo-' ram mesmo, em parte, por mim relata
das porunto este Conselho, cm outra
oportunidade, as ações do Govèmo Co
lonial e do Govêmo Imperial no que toca ao ouro, às pedras preciosas e ao diamante.
Com a Constituição de 1891, houve
uma repentina mudança do princípio legal que regia fundamentalmente a propriedade e a e.xploração dos recursos minerais do País. Em vez do recime
clominiul, que prevalccora no Império e pelo qual os bens da Coroa passavam a ser bens da Nação, instituiu aquela Constituição o regime de acessão que deu, de mão beijada, a dos recursos minerais aos do solo em que jazes.sem Foi nm retroces.so contra
propriedade proprietários os mesmo,s. o qual pro
testaram, em vão, vozes autorizadas. A reforma constitucional feita duran te o Govêrno Artur Bernarde.s criou uma
j^rimeira restrição à exploração dos re cursos minerais por estrangeiros, intro
duzindo o seguinte di.spositivo na Cons tituição:
"as minas e jazidas minerais, necessá rias à segurança e defesa nacionais e
.j^ii iipiii ij-
Oir.r.sii» rirosóMico
89
KcosAmicjo
38
CÓo?» inrpostas nos e.slrangeiro.s para a
moeda brasileira c sujeita, oxclusiramen-
«•xploração de recursos minerais do Pais.
te, ás Ivis brasileiras.
Ela proibiu (|u;il(jiK>r p;irlieipaçâo de
Foi suprimido o dispositivo conslunle das Constituições de 1934 e 1937 com referencia ã nacionuliz;ição dos recur
as terras onde exUtíreni, náo ptKleiii
II.® 24.«-12, de 10 dr íuUmi dt-
ser transferidas a estrangeiros".
«•ijKíViil r fnlurprrtou vysrs
les.
visto como já eram do toiilirt iiiienlo pá'
Pelo tiecreto-lei n." 6.230, de 29 de janeiro de 1914. a situação foi modi
sos minerais.
ficada, pela permissão de .serem ao
C'onstÍtuição de armar os poderes pú-
A Constituíçãíj de j)<>s por ter ra o regime de acessar.» e, não só por isto, mas tambóin por outros disposi
bllco muito íuilcs da proimilgaç.áo dâ ^
tivos e^lícitos, foi além no carninlio
15>3I.
da nacionalizarão.
Constíliiivâo qiM- foi a 10 de jiiUu» dt ^ Assim, foram incorji^iradas ao patn'
mónio da Nação as ja/ltlas ainda
Estabeleceu ela;'
Art. 118 — As minas e demais ri quezas do sub-solo, !)em coouj as
conhecidas narjnel.t dala, conlimiande
pedras dágua, con.slitiiem proprie
ainda ipie Iraiisilòriamente su-speiis;!. e
dade distinta da do .solo para o efeito da explorarão ou aproveita mento industrial.
Ari. 119 - O aproveitamento in
dustrial das minas e jazidas rninerai.s,
bem como das águas c da energia
' auIica, ainda que de proprieda de privada, depende de autorizarão ou concessão federal, na fornia da Jei. .
- serão r conferidas outorizações ou concc.ssoes exclii.sii-amente
a rasilelros ou a empresas organizaas no Brasil, ressalvada ao proprie^no preferência na e.xploração ou
coparticipação nos lucros.
_ ■ ~ A lei regulará a nacionali-
^Çao progressiva das minas, jazidas
jomerais e quedas dágua ou outras ormas de energia hidráulica, jidgadas ^sicas ou essenciais à defesa econó^íca ou militar do País.
no domínio privado as minas ern lavn». as jazidas, já i-ntão conhecidas, einlíora ainda não trabalhadas. A Carla Constiliieional de 1937 ev taluíu:
Art. M3 Í2.'' parle) - O aprovei-
uiiÇíio -" e, sob® esta
Consti-a mesma ressalva,
exp oração das minas em lavra, ainque transitoriamente .suspensa.
O primeiro Código de Minas, decreto
quedas dágmi. eousliluem proprieílacle distinta da do solo para o efei to de exploração ou aproveitamento industrial.
Art. 153 - O aproveitamento dos recursos minerais e de energia hi
vão federal.
sões serão conferidas exclusi\'aincntc a brasileiros ou a sociedades organi
,
§ 1." - A aulorizavão só poder» ser eoneed:da a brasÜeiro.s ou em*
prêsas constituída.s por acionislas bra sileiros, reservada ao proprietário pre ferência nu c.xploravão ou participa ção nos lucros.
§ 4." Independe dc autoriznção o apro\'eitainenlo da.s queda.s dágiai já utilizadas induslrialmenlc na da ta desta Constituição, assim com^' nas mesina.s condições, a exploraça^ das minas efn lavra, ainda que tran sitoriamente suspensa.
nahzação progressiva das minas, ja
zidas minerais e quedas dágua ou outras fontes de energia, assim conio das indústrias considerada.s básicas » defesa econômica ou militar da Na-
bht^ís dos meios necessários a atender aos imperati\os da defesa econômica e
militar da Naçao e a coibir os abusos dos monopólios e cartéis, instituindo os seguintes princípios:
Art. 1.52 - As núna.s c demais ri quezas do sub-.s<>lo, bem como as
lamcnlo induslrlal das minas e daí» jazidas miiifrai.s, ilu.s ágnas e da «uicf' gia liidráulica, ainda qno de propfit-" dade privada, dcpcnílc de auloriw*,
Art. 144 — A lei regulará a nacjo-
. ■ou—concessão Não dependem de autoríaçao o aproveitamento quedas dágua já utilizadas in-
portador 50X das ações das tnaupanhias de niiiuTação. Mas esse decreto-lei era, flagranlenu-nte, iiieoustilueioual. A Constituição de 1946 estabeleceu;
Não deLxou, porém, a
dráulica depende de autorização ou eonccssão federal, na forma da lei. § l.«» ^ As autorizações ou conces
zadas no País, assegurada ao proprie tário do solo preferencia para a ex ploração. Os direitos de preferên cia do proprietário do solo, quanto as
minas c jazidas, serão regulados de acôrdo com a natureza delas.
Art. 146 - A União poderá, me diante lei especial, intervir no domí
nio econômico e monopolizar deter minada indú-stria ou atividade. A inler\enção terá por base o intcrêssv público e por limite os direitos fundamentais as.segurados nesta Cons tituição.
Art. 148 — A lei reprimirá toda e
qualquer forma de abuso do poder econômico, inclusive as uniões ou
agrupaincntos de empresas individuais ou sociais, seja qual fòr a sua natureza, que tenham por fim do minar os mercados nacionai.s, elimi nar u concorrência e aumentar arbitràriainenlc os lucros.
Assim, a Constituição de 1946 res
que SC refere a empresas destinadas a
tringe a intervenção dos estrangeiros na exploração de nossos recursos minerais,
exploração dos recursos minerais, ao es tabelecido na Constituição de 1934.
boração dos capitais e indivíduos estran
A Constituição de 1946 voltou, no
Parece-me que é a forma razoável, entenclendo-se, como parece que será impossíêel deixar de entender, que em-
mas não elimina, antes permite, a cola
geiros que qu"serem, honestamente, con tribuir p»ra aquela exploração e para
prêsa organizada no Brasil é empresa
nosso desenvolvimento industrial. É urna Constituição nacionalista, mas sem
sediada em nosso País, com capital em
radicalismo nem exageros.
Vê-se, assim, que a Constituição cie 1937 foi muito mais longe nas restrí^'..1
.j^ii iipiii ij-
Oir.r.sii» rirosóMico
89
KcosAmicjo
38
CÓo?» inrpostas nos e.slrangeiro.s para a
moeda brasileira c sujeita, oxclusiramen-
«•xploração de recursos minerais do Pais.
te, ás Ivis brasileiras.
Ela proibiu (|u;il(jiK>r p;irlieipaçâo de
Foi suprimido o dispositivo conslunle das Constituições de 1934 e 1937 com referencia ã nacionuliz;ição dos recur
as terras onde exUtíreni, náo ptKleiii
II.® 24.«-12, de 10 dr íuUmi dt-
ser transferidas a estrangeiros".
«•ijKíViil r fnlurprrtou vysrs
les.
visto como já eram do toiilirt iiiienlo pá'
Pelo tiecreto-lei n." 6.230, de 29 de janeiro de 1914. a situação foi modi
sos minerais.
ficada, pela permissão de .serem ao
C'onstÍtuição de armar os poderes pú-
A Constituíçãíj de j)<>s por ter ra o regime de acessar.» e, não só por isto, mas tambóin por outros disposi
bllco muito íuilcs da proimilgaç.áo dâ ^
tivos e^lícitos, foi além no carninlio
15>3I.
da nacionalizarão.
Constíliiivâo qiM- foi a 10 de jiiUu» dt ^ Assim, foram incorji^iradas ao patn'
mónio da Nação as ja/ltlas ainda
Estabeleceu ela;'
Art. 118 — As minas e demais ri quezas do sub-solo, !)em coouj as
conhecidas narjnel.t dala, conlimiande
pedras dágua, con.slitiiem proprie
ainda ipie Iraiisilòriamente su-speiis;!. e
dade distinta da do .solo para o efeito da explorarão ou aproveita mento industrial.
Ari. 119 - O aproveitamento in
dustrial das minas e jazidas rninerai.s,
bem como das águas c da energia
' auIica, ainda que de proprieda de privada, depende de autorizarão ou concessão federal, na fornia da Jei. .
- serão r conferidas outorizações ou concc.ssoes exclii.sii-amente
a rasilelros ou a empresas organizaas no Brasil, ressalvada ao proprie^no preferência na e.xploração ou
coparticipação nos lucros.
_ ■ ~ A lei regulará a nacionali-
^Çao progressiva das minas, jazidas
jomerais e quedas dágua ou outras ormas de energia hidráulica, jidgadas ^sicas ou essenciais à defesa econó^íca ou militar do País.
no domínio privado as minas ern lavn». as jazidas, já i-ntão conhecidas, einlíora ainda não trabalhadas. A Carla Constiliieional de 1937 ev taluíu:
Art. M3 Í2.'' parle) - O aprovei-
uiiÇíio -" e, sob® esta
Consti-a mesma ressalva,
exp oração das minas em lavra, ainque transitoriamente .suspensa.
O primeiro Código de Minas, decreto
quedas dágmi. eousliluem proprieílacle distinta da do solo para o efei to de exploração ou aproveitamento industrial.
Art. 153 - O aproveitamento dos recursos minerais e de energia hi
vão federal.
sões serão conferidas exclusi\'aincntc a brasileiros ou a sociedades organi
,
§ 1." - A aulorizavão só poder» ser eoneed:da a brasÜeiro.s ou em*
prêsas constituída.s por acionislas bra sileiros, reservada ao proprietário pre ferência nu c.xploravão ou participa ção nos lucros.
§ 4." Independe dc autoriznção o apro\'eitainenlo da.s queda.s dágiai já utilizadas induslrialmenlc na da ta desta Constituição, assim com^' nas mesina.s condições, a exploraça^ das minas efn lavra, ainda que tran sitoriamente suspensa.
nahzação progressiva das minas, ja
zidas minerais e quedas dágua ou outras fontes de energia, assim conio das indústrias considerada.s básicas » defesa econômica ou militar da Na-
bht^ís dos meios necessários a atender aos imperati\os da defesa econômica e
militar da Naçao e a coibir os abusos dos monopólios e cartéis, instituindo os seguintes princípios:
Art. 1.52 - As núna.s c demais ri quezas do sub-.s<>lo, bem como as
lamcnlo induslrlal das minas e daí» jazidas miiifrai.s, ilu.s ágnas e da «uicf' gia liidráulica, ainda qno de propfit-" dade privada, dcpcnílc de auloriw*,
Art. 144 — A lei regulará a nacjo-
. ■ou—concessão Não dependem de autoríaçao o aproveitamento quedas dágua já utilizadas in-
portador 50X das ações das tnaupanhias de niiiuTação. Mas esse decreto-lei era, flagranlenu-nte, iiieoustilueioual. A Constituição de 1946 estabeleceu;
Não deLxou, porém, a
dráulica depende de autorização ou eonccssão federal, na forma da lei. § l.«» ^ As autorizações ou conces
zadas no País, assegurada ao proprie tário do solo preferencia para a ex ploração. Os direitos de preferên cia do proprietário do solo, quanto as
minas c jazidas, serão regulados de acôrdo com a natureza delas.
Art. 146 - A União poderá, me diante lei especial, intervir no domí
nio econômico e monopolizar deter minada indú-stria ou atividade. A inler\enção terá por base o intcrêssv público e por limite os direitos fundamentais as.segurados nesta Cons tituição.
Art. 148 — A lei reprimirá toda e
qualquer forma de abuso do poder econômico, inclusive as uniões ou
agrupaincntos de empresas individuais ou sociais, seja qual fòr a sua natureza, que tenham por fim do minar os mercados nacionai.s, elimi nar u concorrência e aumentar arbitràriainenlc os lucros.
Assim, a Constituição de 1946 res
que SC refere a empresas destinadas a
tringe a intervenção dos estrangeiros na exploração de nossos recursos minerais,
exploração dos recursos minerais, ao es tabelecido na Constituição de 1934.
boração dos capitais e indivíduos estran
A Constituição de 1946 voltou, no
Parece-me que é a forma razoável, entenclendo-se, como parece que será impossíêel deixar de entender, que em-
mas não elimina, antes permite, a cola
geiros que qu"serem, honestamente, con tribuir p»ra aquela exploração e para
prêsa organizada no Brasil é empresa
nosso desenvolvimento industrial. É urna Constituição nacionalista, mas sem
sediada em nosso País, com capital em
radicalismo nem exageros.
Vê-se, assim, que a Constituição cie 1937 foi muito mais longe nas restrí^'..1
IRJIliiii
I
Dicesto Econômico
câmb^_ RiCHAnn Lewinsohn
^HECou aqui, há pouco, via Washin gton, uma senhora européia, já en trada em anos, mas ainda bastante atraente, sobretudo na sua moderníssinia
roupa da alta costura parisiense, e que conta muitos admiradores no Velho Mun
O professor Richard Lewinsohn, no pre sente trabalho, manifesla-sc contra as ta xas múltiplas por não darem bons rcsidtados em regimes de economia livre.
vêzes, não somente cm rclaçao a dois
metais, mas com mais freqüência ainda quando coexistiam num país moeda me tálica e papcl-mocda o a última se acha va depreciada pela inflação. Ainda que a lei de Grosbum pareça demonstrar a natureza física, palpável, mercantil da moeda, ela rc\-e]a sobre
tudo o caráter abstrato, pocler-se-ia me.s-
do. Também no Brasil ela chamou a
mo dizer metafísico da moeda, o qual
atenção de algumas personalidades de destaque, sempre curiosas de novidades.
critério único para comparar outros va
consiste na sua fôrça unificadora dc va lores. O bimetalismo 6 um dualismo da
Vimos, em particular, um grande mes
lores.
forma, mas a idéia da moeda é sempre unitária: ouro e prata, cobre c papel, não
tre da economia política oferecer à be la dama publicamente uma verdadeira
va de destruir ou abalar esta base do
são senão instrumentos técnicos, meios
ovação. Já por essa razão parece opor tuna uma breve biografia daquela dis
mecanismo monetário, as conseqüências foram desastro.sas. Em tempos mais re-
de expressão do mesmo denominador
Cada vez que se tem feito a tentati
comum, que é a moeda; podem coexis
I I I II 41
dofiniçõe.s não são uma garantia absolu ta de que o preç-o das outras moedas se mantenha efetivamente nessa base. Mau
grado a proteção quo o Fundo Monetá rio Internacional promete aos seus mem bros, as moedas destes últimos acusam
futuaçõcs muito fortes. Toda\ia, trata-
se de flutuações de preçx)s, tal como se verifica para qualquer outra mereadoria. Variações dêsse gênero são pouco cômodas, mas não atingem o principio da moeda unitária.
Os partidários das taxas múltiplas ne gam êste princípio, afirmando que êle já não corresponde às realidades da eco nomia internacional. Alguns se referem
tinta senhora.
moto.s tais tentativas rcsulta\am da di
Preciso, entretanto, decepcionar meus pacientes leitores: a .senhora em questão não é uma pessoa física nem jurídica;
versidade dos metais preciosos ou semiprcciosos adotados como padrão de moe da. Enquanto circulavam simultâneamente num país ouro e prata "ou prata
sua relação fôr fixa. Ora, desde que a
ao sistema dos preços prescritos pelas au toridades para aluguéis e vários bens de
relação entre eles começa a vacilar, a
primeira necessidade. O valor da moeda
exatamente, uma compilação de teses e argumentos que formam a doutrina da« taxas múltiplas de cambio.
o cobre como meios de pagamento le
à função fundamental da moeda: abran
mam mais de acordo com a.
ger todos os valores num só valor.
oferta e procura, mas grande parte de les depende da fLxação pelo Estado, a
No fundo, está" teoria c. nitidamente
metais, a duplicidade do padrão mone
c um ser abstrato, uma idéia, ou mais
gais, numa relação que correspondia aproximadamente ao valor comercial dos
tir um ao lado do ouIto, enquanto a
duplicidade ou multiplicidade do pa
não é senão o inverso dos preços das ^
drão mostra-se inviável, sendo contrária
utilidades. Quando os preços não se for
Intervencionismo monetário
tário — em termos técnicos: o binietalis-
moeda. Em todos os manuais de econo
mo, funcionou muito bem. Mas, se em
mia pode-se ler que a finalidade primor
conseqüência de um aumento extraordi
da teoria e da prática monetária
E' preciso lembrar esses fatos básicos para
dial da moeda é a unificação de valo
nário da produção de um dos metais, ou
por outras razões, é.ste perdia sua repu
— é o denominador comum de valores
tação uo público, a monda do nietal mais procurado desapavecia pràiicanien-
revolucionárias iinplícitas na teoria das ta
inflação — c-oni e.xceçúo de casos raríssiiiios de extrema hiper-inflação — a moeda guarda essa qualidade. A
íe da circulação.
xas cambiais múltiplas. A questão da taxa cam
moeda do um país pode perder par te de seu poder de compra, em re
a qual, na sua fórmuhi mais sucinta, diz: "A má moeda expele a boa". A exati
lação às mercadorias no mercado in terno oú em relação ao ouro ou
ciante Sir Thomas Gresham que era, na
em re'ação às moedas estrangeiras, mas,
.segunda metade do século XVI, agen
enquanto ela funcionar como moeda geralmente reconhecida, constitui um
landa, confirmara-se até hoje inúmeras
monetária chama a "lei de Greshani",
dão desta observação, atribuída ao nego
te financeiro do governo inglês na Ho
Outros economistas baseiam seus ar-
gamentos na política
com
res. A moeda, — seja qual fôr sua forma
Isto é um fenômeno que a teoria
moeda também não constituí mais uma unidade.
oposta ao conceito clássico e usual da
os mais diversos. Mesmo cm períodos do
lei da
tributária. Com as ta
preender as hipóteses
bial não é senão um as
pecto especial de um problema mais
xas progressivas do im•
!
pôsto sôbre a renda, di-
1
zem eles, a idéia da
' ,
moeda unitária perde seu sentido. Uma ren
da quatro vêzes maior
A taxa de câmbio exprime a relação en
que outra não vale quatro vêzes mais, pois o fisco exige da renda mais elevada uma parte dez ou vinte vêzes maior co
tre as moedas de dois países. Indica o preço que deve ser pago para adquirir
mo tributo. A moeda não é mais, portan to, um denominador comum, como pre
lima moeda por meio de outra. A lei mo netária fixa hoje novamente, em muitos
tendiam os clássicos.
países, esta taxa, definindo a moeda do
discussões sôbre a questão cm apreço,
próprio país em ouro ou em dólares. Tais
apóia-se na própria política comercial.
amplo: o do caráter unitário da moeda.
Outro raciocínio, êste mais usado nas
IRJIliiii
I
Dicesto Econômico
câmb^_ RiCHAnn Lewinsohn
^HECou aqui, há pouco, via Washin gton, uma senhora européia, já en trada em anos, mas ainda bastante atraente, sobretudo na sua moderníssinia
roupa da alta costura parisiense, e que conta muitos admiradores no Velho Mun
O professor Richard Lewinsohn, no pre sente trabalho, manifesla-sc contra as ta xas múltiplas por não darem bons rcsidtados em regimes de economia livre.
vêzes, não somente cm rclaçao a dois
metais, mas com mais freqüência ainda quando coexistiam num país moeda me tálica e papcl-mocda o a última se acha va depreciada pela inflação. Ainda que a lei de Grosbum pareça demonstrar a natureza física, palpável, mercantil da moeda, ela rc\-e]a sobre
tudo o caráter abstrato, pocler-se-ia me.s-
do. Também no Brasil ela chamou a
mo dizer metafísico da moeda, o qual
atenção de algumas personalidades de destaque, sempre curiosas de novidades.
critério único para comparar outros va
consiste na sua fôrça unificadora dc va lores. O bimetalismo 6 um dualismo da
Vimos, em particular, um grande mes
lores.
forma, mas a idéia da moeda é sempre unitária: ouro e prata, cobre c papel, não
tre da economia política oferecer à be la dama publicamente uma verdadeira
va de destruir ou abalar esta base do
são senão instrumentos técnicos, meios
ovação. Já por essa razão parece opor tuna uma breve biografia daquela dis
mecanismo monetário, as conseqüências foram desastro.sas. Em tempos mais re-
de expressão do mesmo denominador
Cada vez que se tem feito a tentati
comum, que é a moeda; podem coexis
I I I II 41
dofiniçõe.s não são uma garantia absolu ta de que o preç-o das outras moedas se mantenha efetivamente nessa base. Mau
grado a proteção quo o Fundo Monetá rio Internacional promete aos seus mem bros, as moedas destes últimos acusam
futuaçõcs muito fortes. Toda\ia, trata-
se de flutuações de preçx)s, tal como se verifica para qualquer outra mereadoria. Variações dêsse gênero são pouco cômodas, mas não atingem o principio da moeda unitária.
Os partidários das taxas múltiplas ne gam êste princípio, afirmando que êle já não corresponde às realidades da eco nomia internacional. Alguns se referem
tinta senhora.
moto.s tais tentativas rcsulta\am da di
Preciso, entretanto, decepcionar meus pacientes leitores: a .senhora em questão não é uma pessoa física nem jurídica;
versidade dos metais preciosos ou semiprcciosos adotados como padrão de moe da. Enquanto circulavam simultâneamente num país ouro e prata "ou prata
sua relação fôr fixa. Ora, desde que a
ao sistema dos preços prescritos pelas au toridades para aluguéis e vários bens de
relação entre eles começa a vacilar, a
primeira necessidade. O valor da moeda
exatamente, uma compilação de teses e argumentos que formam a doutrina da« taxas múltiplas de cambio.
o cobre como meios de pagamento le
à função fundamental da moeda: abran
mam mais de acordo com a.
ger todos os valores num só valor.
oferta e procura, mas grande parte de les depende da fLxação pelo Estado, a
No fundo, está" teoria c. nitidamente
metais, a duplicidade do padrão mone
c um ser abstrato, uma idéia, ou mais
gais, numa relação que correspondia aproximadamente ao valor comercial dos
tir um ao lado do ouIto, enquanto a
duplicidade ou multiplicidade do pa
não é senão o inverso dos preços das ^
drão mostra-se inviável, sendo contrária
utilidades. Quando os preços não se for
Intervencionismo monetário
tário — em termos técnicos: o binietalis-
moeda. Em todos os manuais de econo
mo, funcionou muito bem. Mas, se em
mia pode-se ler que a finalidade primor
conseqüência de um aumento extraordi
da teoria e da prática monetária
E' preciso lembrar esses fatos básicos para
dial da moeda é a unificação de valo
nário da produção de um dos metais, ou
por outras razões, é.ste perdia sua repu
— é o denominador comum de valores
tação uo público, a monda do nietal mais procurado desapavecia pràiicanien-
revolucionárias iinplícitas na teoria das ta
inflação — c-oni e.xceçúo de casos raríssiiiios de extrema hiper-inflação — a moeda guarda essa qualidade. A
íe da circulação.
xas cambiais múltiplas. A questão da taxa cam
moeda do um país pode perder par te de seu poder de compra, em re
a qual, na sua fórmuhi mais sucinta, diz: "A má moeda expele a boa". A exati
lação às mercadorias no mercado in terno oú em relação ao ouro ou
ciante Sir Thomas Gresham que era, na
em re'ação às moedas estrangeiras, mas,
.segunda metade do século XVI, agen
enquanto ela funcionar como moeda geralmente reconhecida, constitui um
landa, confirmara-se até hoje inúmeras
monetária chama a "lei de Greshani",
dão desta observação, atribuída ao nego
te financeiro do governo inglês na Ho
Outros economistas baseiam seus ar-
gamentos na política
com
res. A moeda, — seja qual fôr sua forma
Isto é um fenômeno que a teoria
moeda também não constituí mais uma unidade.
oposta ao conceito clássico e usual da
os mais diversos. Mesmo cm períodos do
lei da
tributária. Com as ta
preender as hipóteses
bial não é senão um as
pecto especial de um problema mais
xas progressivas do im•
!
pôsto sôbre a renda, di-
1
zem eles, a idéia da
' ,
moeda unitária perde seu sentido. Uma ren
da quatro vêzes maior
A taxa de câmbio exprime a relação en
que outra não vale quatro vêzes mais, pois o fisco exige da renda mais elevada uma parte dez ou vinte vêzes maior co
tre as moedas de dois países. Indica o preço que deve ser pago para adquirir
mo tributo. A moeda não é mais, portan to, um denominador comum, como pre
lima moeda por meio de outra. A lei mo netária fixa hoje novamente, em muitos
tendiam os clássicos.
países, esta taxa, definindo a moeda do
discussões sôbre a questão cm apreço,
próprio país em ouro ou em dólares. Tais
apóia-se na própria política comercial.
amplo: o do caráter unitário da moeda.
Outro raciocínio, êste mais usado nas
43
EcoNó^nco
Digesto Económíc^
42
Todos os países do mundo, mesmo os mais liberais, possuem armas protecionis
tas para defender a produção nacional, favorecer a exportação e restringir as importações. Quaisquer que sejam as medidas empregadas — taxas aduaneiras
e quotas para as mercadorias importadas,
I
I
moeda, êles estão dispostos a dar
Estado cprta branca. Hisbòricamentc, entretanto, a doutrina das taxas cam biais múltiplas provem, em linha reta. da famosa "Teoria ostatista da moeda do economista alemão Frederico Knapp
prêmios c outros subsídios para os ex
que estabelecia, nos princípios do sécu lo, a tese de que a moeda recebe seu x a-
portadores — o efeito economico é
lor exclusivamente do Estado, e não
sempre uma diferenciação artificial do
do lastro
preço e, por conseguinte, da moeda. Pelo sistema das taxas preferenciais, cria-se mesmo uma diferenciação se
gundo os países. As mesmas. merca
dorias pagam taxas menos elevadas quando vêm de um país com o qual existe um acôrdo comercial, em geral concluído na base da reciprocidade. Se
tudo isto passa por defesa legítima, por que excluir a diferenciação das ta xas cambiais da armadura protecionis ta, embora esta seja mais sincera, me nos camuflada, facultando ao
metálico. O Estado, disse
Knapp, "cria" a moeda. Ora, sendo o progenitor e o senhor absoluto da sua criatura, pode, logicamente, criar tan tas formas diferentes quantas lhe pare cerem úteis.
^arco baixou no estrangeiro, e os cre-
de cambiais, o que significava uma di
'^ores da Alemanha esforçaram-.se por •Mobilizar pelo menos parte dos seus ^Téditos bloqueados, vendendo-os pemetade ou por uni Icmço do valor ííOminal. Quando, sob a tutela nazi.sta, o dr. Schacht voltou á presidência do "Reichsbank", aproveitou a situação ^nfusa. Organizou mesmo o "comér
ferenciação adicional entre a taxa para
cio" do marco no estrangeiro, criou tôda uma série de diferentes "Sperrmark" (marcos bloqueados) que, em
certos limites, podiam ser utilizados pa ra comprar mercadorias alemãs. As ta xas dessas moedas ficavam, é claro, con sideravelmente abaixo da taxa oficial.
Foi também na Alemanha que esta
teoria tipicamente autoritária das taxas múltiplas foi aplicada pela primeira vez numa larga escala. Precisa-se, porém, acrescentar que mesmo naquele
zir à custa dos seus credores sua dí O sistema Schacht foi copiado em vá
rios países europeus, e também na América latina o mágico do "Reichs bank" encontrou alunos zelosos. A ten
dência foi de manter a taxa oficial num
mais social? Uma taxa cambial'
relativamente baixa para a im
forma baseada em considerações
surgia uma taxa "livre", mais baixa,
portação de produtos indispen
puramente teóricas. Pelo contrá
que depois de algum tempo era reco
sáveis, outra mais alta para os bens de luxo ou semi-Iuxo, e
rio, na Alemanha como em to
nhecida e fiscalizada pelas próprias au
dos os outros países onde se
toridades monetárias, sendo
para o movimento dos capitais, quarta para turistas, etc. — tal e a so
lução" sugerida pelos partidários do câmbio múltiplo.
te, através do "mercado negro"! A primeira ocasião apresentou-se
O traço comum de todos estes argu
após o craque de vários grandes bancos alemães, em julho de 1931. Em vez
mentos é o reconhecimento do valor da
de desvalorizar a moeda, como o fêz
moeda como instrumento de economia
alguns meses mais tarde a Inglaterra,
política. E' curioso encontrarem-se en
o chanceler do "Reich" Sr. Brüning
tre os partidários mais ardentes da teo ria das taxas múltiplas velhos liberais que, durante a vida toda, combateram
tentou manter a taxa cambial, introdu
o protecionismo e o intervencionismo do Estado na economia. Mas, quanto à
zindo um controle do cambio em mol
des que vigoravam durante e depois da Primeira Guerra
Mundial. O sistema
ficou longe da perfeição, o preço do
ca e, em particular, das práticas equívo cas da Alemanha, que fêz surgir uma forte corrente no sentido oposto. A nova
no após-guerra, a multiplicidade do
vida extema.
nível relativamente alto. Ao lado desta
portações, uma terceira talvez ainda
Bretton Wooâs e as nocas cxpcrièticias Foi a recordação desta situação caóti
na Conferência de Bretton Woods em ju lho de 1944, manifestou sua firme \ontade de impedir, custasse o que custasse,
país o sistema não foi solene
aplicaram sistemas idênticos ou seme
nacionais.
organização monetária mundial, criada
mente introduzido como uma re
lhantes, as taxas múltiplas entraram pe la porta de serviço, ou, maís e.xatamen-
menos, contabilizado cm ta.\as bem dife rentes das vigorantes para o comércio. Em suma, as taxas múltiplas já domina vam parte importante das trocas inter
Alemanha pôde em plena crise mundial
mesmo tempo uma diferenciação
uma graduação semelhante para as ex
xas especiais para turistas, o serviço da dívida pública externa foi pago ou, polo
Foi mediante as taxas múltiplas que a estender seu comércio exterior e redu
O sistema Schocht
os e.xportadores e a taxa para os impor tadores. Muitos países introduziram ta
câmbio, considerada unanimemente pe
los peritos como prejudicial ao comér cio honesto e à segurança financeira. Por essa razão, foram inscritas no Es tatuto do Fundo Monetário Internacio
nal disposições pormenorizadas, interdi
tando qualquer desvio do valor-par que cada membro òevc comunicar ao Fundo pela sua moeda. Citemos aqui apena.s al-
guma.s delas: Nenhum dos
admitida para facilitar a. ex-
portação. A estatística da Liga das Nações registrava já para 1938 em .seis países da América Latina - Argentina,
Bolívia, Brasil,
Colômbia,
Costa-Rica, Uruguai — ta
xas duplas de câmbio, e num país — o Cliile — mesmo três taxas dife rentes. Realmente, a diferenciação foi
ainda maior, por combinações da taxa
membros poderia adquirir
^
ouro a um preço superior
ao valor-par, ou vender ou ro a um preço inferior a êste, ajustado por uma marcem fixadíi pelo Fundo.
(Cláusxda W, Art. 2.°). As
taxas máximas e mínimas para trarrsa-
ções cambiais em moedas dos países
membros, realizadas em seus territórios,
oficial com a taxa livre. Além disso, fo
não se afastarão da paridade por mais
ram criados impòstos sôbre a aquisição
de 1%, no caso de transações à vista; pa-
43
EcoNó^nco
Digesto Económíc^
42
Todos os países do mundo, mesmo os mais liberais, possuem armas protecionis
tas para defender a produção nacional, favorecer a exportação e restringir as importações. Quaisquer que sejam as medidas empregadas — taxas aduaneiras
e quotas para as mercadorias importadas,
I
I
moeda, êles estão dispostos a dar
Estado cprta branca. Hisbòricamentc, entretanto, a doutrina das taxas cam biais múltiplas provem, em linha reta. da famosa "Teoria ostatista da moeda do economista alemão Frederico Knapp
prêmios c outros subsídios para os ex
que estabelecia, nos princípios do sécu lo, a tese de que a moeda recebe seu x a-
portadores — o efeito economico é
lor exclusivamente do Estado, e não
sempre uma diferenciação artificial do
do lastro
preço e, por conseguinte, da moeda. Pelo sistema das taxas preferenciais, cria-se mesmo uma diferenciação se
gundo os países. As mesmas. merca
dorias pagam taxas menos elevadas quando vêm de um país com o qual existe um acôrdo comercial, em geral concluído na base da reciprocidade. Se
tudo isto passa por defesa legítima, por que excluir a diferenciação das ta xas cambiais da armadura protecionis ta, embora esta seja mais sincera, me nos camuflada, facultando ao
metálico. O Estado, disse
Knapp, "cria" a moeda. Ora, sendo o progenitor e o senhor absoluto da sua criatura, pode, logicamente, criar tan tas formas diferentes quantas lhe pare cerem úteis.
^arco baixou no estrangeiro, e os cre-
de cambiais, o que significava uma di
'^ores da Alemanha esforçaram-.se por •Mobilizar pelo menos parte dos seus ^Téditos bloqueados, vendendo-os pemetade ou por uni Icmço do valor ííOminal. Quando, sob a tutela nazi.sta, o dr. Schacht voltou á presidência do "Reichsbank", aproveitou a situação ^nfusa. Organizou mesmo o "comér
ferenciação adicional entre a taxa para
cio" do marco no estrangeiro, criou tôda uma série de diferentes "Sperrmark" (marcos bloqueados) que, em
certos limites, podiam ser utilizados pa ra comprar mercadorias alemãs. As ta xas dessas moedas ficavam, é claro, con sideravelmente abaixo da taxa oficial.
Foi também na Alemanha que esta
teoria tipicamente autoritária das taxas múltiplas foi aplicada pela primeira vez numa larga escala. Precisa-se, porém, acrescentar que mesmo naquele
zir à custa dos seus credores sua dí O sistema Schacht foi copiado em vá
rios países europeus, e também na América latina o mágico do "Reichs bank" encontrou alunos zelosos. A ten
dência foi de manter a taxa oficial num
mais social? Uma taxa cambial'
relativamente baixa para a im
forma baseada em considerações
surgia uma taxa "livre", mais baixa,
portação de produtos indispen
puramente teóricas. Pelo contrá
que depois de algum tempo era reco
sáveis, outra mais alta para os bens de luxo ou semi-Iuxo, e
rio, na Alemanha como em to
nhecida e fiscalizada pelas próprias au
dos os outros países onde se
toridades monetárias, sendo
para o movimento dos capitais, quarta para turistas, etc. — tal e a so
lução" sugerida pelos partidários do câmbio múltiplo.
te, através do "mercado negro"! A primeira ocasião apresentou-se
O traço comum de todos estes argu
após o craque de vários grandes bancos alemães, em julho de 1931. Em vez
mentos é o reconhecimento do valor da
de desvalorizar a moeda, como o fêz
moeda como instrumento de economia
alguns meses mais tarde a Inglaterra,
política. E' curioso encontrarem-se en
o chanceler do "Reich" Sr. Brüning
tre os partidários mais ardentes da teo ria das taxas múltiplas velhos liberais que, durante a vida toda, combateram
tentou manter a taxa cambial, introdu
o protecionismo e o intervencionismo do Estado na economia. Mas, quanto à
zindo um controle do cambio em mol
des que vigoravam durante e depois da Primeira Guerra
Mundial. O sistema
ficou longe da perfeição, o preço do
ca e, em particular, das práticas equívo cas da Alemanha, que fêz surgir uma forte corrente no sentido oposto. A nova
no após-guerra, a multiplicidade do
vida extema.
nível relativamente alto. Ao lado desta
portações, uma terceira talvez ainda
Bretton Wooâs e as nocas cxpcrièticias Foi a recordação desta situação caóti
na Conferência de Bretton Woods em ju lho de 1944, manifestou sua firme \ontade de impedir, custasse o que custasse,
país o sistema não foi solene
aplicaram sistemas idênticos ou seme
nacionais.
organização monetária mundial, criada
mente introduzido como uma re
lhantes, as taxas múltiplas entraram pe la porta de serviço, ou, maís e.xatamen-
menos, contabilizado cm ta.\as bem dife rentes das vigorantes para o comércio. Em suma, as taxas múltiplas já domina vam parte importante das trocas inter
Alemanha pôde em plena crise mundial
mesmo tempo uma diferenciação
uma graduação semelhante para as ex
xas especiais para turistas, o serviço da dívida pública externa foi pago ou, polo
Foi mediante as taxas múltiplas que a estender seu comércio exterior e redu
O sistema Schocht
os e.xportadores e a taxa para os impor tadores. Muitos países introduziram ta
câmbio, considerada unanimemente pe
los peritos como prejudicial ao comér cio honesto e à segurança financeira. Por essa razão, foram inscritas no Es tatuto do Fundo Monetário Internacio
nal disposições pormenorizadas, interdi
tando qualquer desvio do valor-par que cada membro òevc comunicar ao Fundo pela sua moeda. Citemos aqui apena.s al-
guma.s delas: Nenhum dos
admitida para facilitar a. ex-
portação. A estatística da Liga das Nações registrava já para 1938 em .seis países da América Latina - Argentina,
Bolívia, Brasil,
Colômbia,
Costa-Rica, Uruguai — ta
xas duplas de câmbio, e num país — o Cliile — mesmo três taxas dife rentes. Realmente, a diferenciação foi
ainda maior, por combinações da taxa
membros poderia adquirir
^
ouro a um preço superior
ao valor-par, ou vender ou ro a um preço inferior a êste, ajustado por uma marcem fixadíi pelo Fundo.
(Cláusxda W, Art. 2.°). As
taxas máximas e mínimas para trarrsa-
ções cambiais em moedas dos países
membros, realizadas em seus territórios,
oficial com a taxa livre. Além disso, fo
não se afastarão da paridade por mais
ram criados impòstos sôbre a aquisição
de 1%, no caso de transações à vista; pa-
Ir
•;*
44
Tã outras transações o Fundo fixará uma
Digesto Econômico >MICO
membro compromete-se a colaborar com
Na.s suas conclu.sões, o sr. Triffin sugeriu, ainda que com muitas reser vas, -que o Fundo não insistisse na ex
o Fundo para promover a estabilidade cambial, abstendo-se de fazer alterações
tinção imediata das taxas múltiplas cxi.stcntcs, pois os respecti\os paísçs
de taxas com finalidades de concorrên
poderiam fàcilmcntc substituir as me didas protecionistas dc ordem monetá
margem razoá\eI (IV, 3), Cada país-
cia (IV, 4). Nenhum país-membro adt)tará a política de múltiplos valores da
ria por outras, cm particular por im
moeda, salvo quando autorizados por
postos, que teriam o mesmo efeito. To
èste Acôrdo (isto é, pelo Estatuto) ou aprovados pelo Fundo. Caso tai.s ajustes
davia, o sr. Triffin está longe de ver nus taxas múltiplas uma panacéia. Men
Ou práticas já existirem na data em que
ciona-as apenas como um meio, entre
êste Acôrdo entrar em vigor, o país mem
bro respectivo entender-se-á com a di
outros, de proteção contra as perturba ções cíclicas nos paíse.s agrícolas que
reção do Fundo sobre a sua extinção
ef:tão expostos a repentinas e violentas
progressiva (VIII, 3). O Estatuto do Fundo Monetário não
se distingue, em geral, por clareza cris talina e precisão impecável. Mas, quan to às taxas múltiplas, sua posição não é duvidosa: o Fundo considera a taxa
única de câmbio como o princípio bá sico de suas atividades, e deseja resta-
belec6-la onde quer que tivesse sido abandonada no passado. Na prática, porém, surgiram logo cer tas dificuldades. A primeira foi a ex tinção das taxas miiltiplas nos países onde elas existiam. Felizmente não se
tratava senão de países de menor vul to econômico, tais o Equador, o Para guai, a Guatemala. Quando, em fins de 1946, os membros do Fundo foram convidado.s a comunicar-lhe as- taxas cambiais das suas moedas, um técnico
no assunto, o notável economista nor te-americano Robert Triffin, submeteu à Diretoria do Fundo um parecer so
bre a questão da.s taxas nlultiplas, ana
JT H'
45
DrcESTo EcoNó.xtico
226. Para suprimir tal desproporção, o governo, sol> a direção do célebre fi taxa oficial devia ser "ajustada" todos
exportação fica difícil. Por que todos esses insucessos? Acre ditamos que o fator decisivo é de na
os meses à taxa li\re verificada no mcs
tureza psicológica — o mesmo que se
anterior, o que quer dizer: o sistema das taxas duplas foi pràticamcnlc aban
reflete na lei de Greshani: Se coexistem
donado.
das, os preços sempre tendem a orien
nancista Luigi Einauadi, resoixeu <jue a
A França, por seu lado, passou cm
janeiro deste ano a um sistema dc ta xas múltiplas semelhante ao que exis tia na Itália até novembro do ano pas
flutuações no valor de suas exporta-
lia: os preços internos aumentam e a
num país moedas com taxas diferencia tar-se de acordo com a taxa cambial mais bai.xa. Tal tendência podo ser afastada somente em regimes autori
tários, onde o Estado exerce uma in
sado. Como já mostramos num artigo
fluência dominadora sòbre tôda a vi
no último número desta Revista, o sis
da econômica. Taxas múltiplas podem
tema francês é tècnicamenlc melhor ar
dar bons re.sultados numa economia es tritamente dirigida, mas numa econo
ticulado e acompanhado de medidas
ç^ões. Mas, isto não é o problema cam
Não obstante, verificam-se os mesmos
mia mais ou meno-s li\Te elas consti tuem um elemento heterogêneo, e por
«feitos que se dão na Grécia e na Itá
tanto fracassam.
deflacionistas
bial de hoje. Parece, pois, unra inter pretação muito livre invocar o memo
rando do sr. Triffin como uma espécie
particularmente
duras.
de recomendação para introdução de ta.xas múltiplas no Brasil.
Em todo caso, as últimas experiên cias nesse domínio não são, de maneira
alguma, animadoras. E' verdade que elas foram feitas em países que se acham em plena inflação e em condi ções econômicas mais sérias que o Bra sil. A . Grécia, que devia já há tres anos passar
por uma reconstrução de sua
moeda, depois de a dracma ter caído
a uma parte ínfima do seu valor origi nal,. vô-se novamente em dificuldades
ínflacíonistas. Para estimular a exporta ção, obriga ela os importadores a com prar as divisas a um preço sensivel mente superior à taxa oficial.
Na Itália, os exportadores podiam
1
Iniciaram-se as conversações entre a delegação permanente^ soviética em Lon dres e o govêrno britânico, para o compra de máquinas pela Rússia. Uma só firma da norte da Inglaterra fornecerá no período de 32 meses 7.500.000 (tbros em máquinas e equipamento. Dos artigos solicitados, salientam-se locomotivas, vagões ferroviários, escavadores, guindastes; carros para transporte de madeira, navios pe troleiros nu^tores geradores de energia, elétrica e 24 estações de força, alem cie máciuina.s para a indústria de madeira, equipamento para laboratórios científicos, tianslormadores de'voltagem, aparelhos purificadores de óleo 6 motores elétricos. Os pagamentos soviéticos serão efetuados em cereais, celulose e alimentos enlaEm conseqüência do recente acôrdo comercial coni a Argentina, o governo bri tânico modificou o orçamento para o ano de 1948-49" {iniciado em 1. cie abu ). O orçamento do-corrente ano previa- despesa de mais de dois bilhões de ^
passo que o do novo exercício será de menOs de l-9tiO.B9í^431, o que rep economia, com relação ao ano econômico anterior, de 249.96-.0o3 h > s.
As maiores reduções de despesa sc verificam no Ministério
_
desde 1946 vender no mercado livre metade das divisas recebidas. O resul
(130 milhões menos) e no Ministério do Comércio (10 milhões).
tais práticas, criticando umas em pala-
tado foi que a taxa "livre" para o dó
vras extremamente severas, escusando
lar sofrerá variações entre 470 e 920
outras.
liras, enquanto a taxa oficial estava em
libras mais que no ano anterior. O Ministério da Defesa Nacional tera 631.b54 itb , côrca de 40 por cento mais. . ? „ E' interessante notar que a verba destinada n defesa nacional nao chega a meio
lisando suas diversas formas e expli cando os motivos que conduziram a
Educação terá uma verba niuiío maior , 162.550.667, hio e, ccica f
por cento da verba destinada à educação.
jy,in.xp„
Ir
•;*
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Tã outras transações o Fundo fixará uma
Digesto Econômico >MICO
membro compromete-se a colaborar com
Na.s suas conclu.sões, o sr. Triffin sugeriu, ainda que com muitas reser vas, -que o Fundo não insistisse na ex
o Fundo para promover a estabilidade cambial, abstendo-se de fazer alterações
tinção imediata das taxas múltiplas cxi.stcntcs, pois os respecti\os paísçs
de taxas com finalidades de concorrên
poderiam fàcilmcntc substituir as me didas protecionistas dc ordem monetá
margem razoá\eI (IV, 3), Cada país-
cia (IV, 4). Nenhum país-membro adt)tará a política de múltiplos valores da
ria por outras, cm particular por im
moeda, salvo quando autorizados por
postos, que teriam o mesmo efeito. To
èste Acôrdo (isto é, pelo Estatuto) ou aprovados pelo Fundo. Caso tai.s ajustes
davia, o sr. Triffin está longe de ver nus taxas múltiplas uma panacéia. Men
Ou práticas já existirem na data em que
ciona-as apenas como um meio, entre
êste Acôrdo entrar em vigor, o país mem
bro respectivo entender-se-á com a di
outros, de proteção contra as perturba ções cíclicas nos paíse.s agrícolas que
reção do Fundo sobre a sua extinção
ef:tão expostos a repentinas e violentas
progressiva (VIII, 3). O Estatuto do Fundo Monetário não
se distingue, em geral, por clareza cris talina e precisão impecável. Mas, quan to às taxas múltiplas, sua posição não é duvidosa: o Fundo considera a taxa
única de câmbio como o princípio bá sico de suas atividades, e deseja resta-
belec6-la onde quer que tivesse sido abandonada no passado. Na prática, porém, surgiram logo cer tas dificuldades. A primeira foi a ex tinção das taxas miiltiplas nos países onde elas existiam. Felizmente não se
tratava senão de países de menor vul to econômico, tais o Equador, o Para guai, a Guatemala. Quando, em fins de 1946, os membros do Fundo foram convidado.s a comunicar-lhe as- taxas cambiais das suas moedas, um técnico
no assunto, o notável economista nor te-americano Robert Triffin, submeteu à Diretoria do Fundo um parecer so
bre a questão da.s taxas nlultiplas, ana
JT H'
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DrcESTo EcoNó.xtico
226. Para suprimir tal desproporção, o governo, sol> a direção do célebre fi taxa oficial devia ser "ajustada" todos
exportação fica difícil. Por que todos esses insucessos? Acre ditamos que o fator decisivo é de na
os meses à taxa li\re verificada no mcs
tureza psicológica — o mesmo que se
anterior, o que quer dizer: o sistema das taxas duplas foi pràticamcnlc aban
reflete na lei de Greshani: Se coexistem
donado.
das, os preços sempre tendem a orien
nancista Luigi Einauadi, resoixeu <jue a
A França, por seu lado, passou cm
janeiro deste ano a um sistema dc ta xas múltiplas semelhante ao que exis tia na Itália até novembro do ano pas
flutuações no valor de suas exporta-
lia: os preços internos aumentam e a
num país moedas com taxas diferencia tar-se de acordo com a taxa cambial mais bai.xa. Tal tendência podo ser afastada somente em regimes autori
tários, onde o Estado exerce uma in
sado. Como já mostramos num artigo
fluência dominadora sòbre tôda a vi
no último número desta Revista, o sis
da econômica. Taxas múltiplas podem
tema francês é tècnicamenlc melhor ar
dar bons re.sultados numa economia es tritamente dirigida, mas numa econo
ticulado e acompanhado de medidas
ç^ões. Mas, isto não é o problema cam
Não obstante, verificam-se os mesmos
mia mais ou meno-s li\Te elas consti tuem um elemento heterogêneo, e por
«feitos que se dão na Grécia e na Itá
tanto fracassam.
deflacionistas
bial de hoje. Parece, pois, unra inter pretação muito livre invocar o memo
rando do sr. Triffin como uma espécie
particularmente
duras.
de recomendação para introdução de ta.xas múltiplas no Brasil.
Em todo caso, as últimas experiên cias nesse domínio não são, de maneira
alguma, animadoras. E' verdade que elas foram feitas em países que se acham em plena inflação e em condi ções econômicas mais sérias que o Bra sil. A . Grécia, que devia já há tres anos passar
por uma reconstrução de sua
moeda, depois de a dracma ter caído
a uma parte ínfima do seu valor origi nal,. vô-se novamente em dificuldades
ínflacíonistas. Para estimular a exporta ção, obriga ela os importadores a com prar as divisas a um preço sensivel mente superior à taxa oficial.
Na Itália, os exportadores podiam
1
Iniciaram-se as conversações entre a delegação permanente^ soviética em Lon dres e o govêrno britânico, para o compra de máquinas pela Rússia. Uma só firma da norte da Inglaterra fornecerá no período de 32 meses 7.500.000 (tbros em máquinas e equipamento. Dos artigos solicitados, salientam-se locomotivas, vagões ferroviários, escavadores, guindastes; carros para transporte de madeira, navios pe troleiros nu^tores geradores de energia, elétrica e 24 estações de força, alem cie máciuina.s para a indústria de madeira, equipamento para laboratórios científicos, tianslormadores de'voltagem, aparelhos purificadores de óleo 6 motores elétricos. Os pagamentos soviéticos serão efetuados em cereais, celulose e alimentos enlaEm conseqüência do recente acôrdo comercial coni a Argentina, o governo bri tânico modificou o orçamento para o ano de 1948-49" {iniciado em 1. cie abu ). O orçamento do-corrente ano previa- despesa de mais de dois bilhões de ^
passo que o do novo exercício será de menOs de l-9tiO.B9í^431, o que rep economia, com relação ao ano econômico anterior, de 249.96-.0o3 h > s.
As maiores reduções de despesa sc verificam no Ministério
_
desde 1946 vender no mercado livre metade das divisas recebidas. O resul
(130 milhões menos) e no Ministério do Comércio (10 milhões).
tais práticas, criticando umas em pala-
tado foi que a taxa "livre" para o dó
vras extremamente severas, escusando
lar sofrerá variações entre 470 e 920
outras.
liras, enquanto a taxa oficial estava em
libras mais que no ano anterior. O Ministério da Defesa Nacional tera 631.b54 itb , côrca de 40 por cento mais. . ? „ E' interessante notar que a verba destinada n defesa nacional nao chega a meio
lisando suas diversas formas e expli cando os motivos que conduziram a
Educação terá uma verba niuiío maior , 162.550.667, hio e, ccica f
por cento da verba destinada à educação.
jy,in.xp„
•i/i •
47
Dicesto Econômico
o
Imponto Sintlicnl e n fJoiiirlItaição Sindicatos para a Solução Cri.stã
Nesse mesmo sentido se têm pronun
perfeita e do reconhecimento pelo Es
ciado inúmeros escritores, materialistas
tado de sua utilidadé social. Em muitos
ou agnósticos. Emile Durkheini, no pre
dos Problemas Sociais
fácio da 2.^ edição de Dc Ia Dicision du
Clüvis Leitk Riweiiu)
(Professor do Colégio Universitário) O sr. Clovis Leite Ribeiro, neste artiao mo.ftra que a organização sindical bra
países foram êles admitidos, dc certo modo, na própria estrutura administra
Travail Social (Paris, Alcan, 1922), mos
tiva, mediante delegação de funções do
trava que o corporativismo não foi um fenômeno específico da Icladc-Módia, mas correspondente a uma necessidade universal, sempre que em determinado
poder público, para efetivação dos con
taxa imposta a toda a categoria eco
tratos coletivos de trabalho, solução das
reivindicações openVrias por meio de dis
solu(,-ões apresentadas pela Igreja para os problemas sócia s da época contemporânea, em oposição às solu
sileira obedece às- diretrizes traçadas pela
meio a diferenciação da atividade eco
ções anti-crístãs dos socialistas e comu
Igreja nas EncícUcas "Rerum Nocarum"
nômica atingiu um certo desenvoKimen-
nistas, SC fundamentam na restauração,
de Leão XIII e "Quadragesimo Anno"
problemas sociais, mediante a colabora
to, de sorte que o problema da época contemporânea seria, não de icmonlar o curso da história para regredir ao corpo
ção sindical das classes.
rativismo medieval, mas dc adequá-lo
dicatos e da existência paralela de ou
às características dn economia moderna,
tras instituições congêneres, não reco-
sob forma modernizada, das antigas cor^ porações de misteres, suprimidas pela Re
li'^ volução Francesa. Analisando a imensa
'
O
»
de Pio XI, no sentido da solução dos
W desordem social imperante em fins do século passado, não hesitava Leão XIII
dando-lhe urn sentido nacional. G. Re-
sídios coletivos e arrecadação de uma
nômica, para custeio de seus serviços, em um regime de unidade sindical para
cada categoria econômica, sem prejuí zo da liberdade de inscrição nos sin
niiecidas pelo Estado com a qualidade .
ra não apenas imensa utilidade aos artí
nard (Corporations, Tradc Uuions, Syn-
fices, como, além disso, liavinm concor
de outro organismo que as substituísse,
dicats, Paris, 1909)
rido para o desenvolvimento da técni
sindicalismo representava uma teiidência
quando escrevia':
ca 8 das artes:
irresistível da época moderna. {'E Maxime Leroy {La Coutume Ouvriére, Pa
• -QuàiUagesimo Anuo repetir a admirá\ t-'l
ris, 1913) acentuava o curálet .moral, dos sindicatos, como fonte de formação
• organização sindical fundamentada na
em atribuí-!a, fundamentalmente, à su pressão da.s corporações e à inexistência .. . .
-prÍTÁeírp
"Com cfeitò',' d"c!>b-ufàã's'fio Véculò' passado as antigas corporações de ar tífices, sem nenhuma organização
ganização, de certo modo, contém
as demais. As corporações de ar tífices, entre os nossos antepassados,
surgida em lugar delas, e desviadas as próprias instituições e leis pú
blicas da religião dos antepa.ssados, aos poucos sucedeu que os operários
foram entregues, solitários e inde fesos, à inumanidade do.s patrões e à cobiça de uma desenfreada concor rência". (1)
E mais adiante, após a refutação das teses dos socialistas e a exposição da so lução cristã para os problemas sociais, Sua Santidade salientava que o primei
ro lugar, entre as organizações de assis tência e previdência social, devia caber
aos sindicatos que, sob forma das anti gas corporações, haviam trazido outro-
(2)
da consciência profissional e dq :^espírito de solidariedade social.
/ '•
\
• Foi*-, nessas condições que, quarenta
anos depois da Encíclica De CoiuUtionf ■Opificurii, podia Pio XI em sua Encíclica
lição'de Leão XIII c, referindo-se a unid,ade sindical, na delegação de po-
derçs\ pelo Estado e na arrecadação de
Quando Leão XIXI escrevia, énV.lSQl, . uma • taxa
sindical
obrigatória
para
muitos benefícios prestaram, e não só os prestaram aos operários, como de
a Encíclica De Conditione Opifictini,
ram desenvolvimento e brilho às pró
estavam ainda cs sindicatos na- fase
samente a recomendava nos seguintes
prias artes, conforme atestam inúme
embrionária de sua organização, de'sco-
tèrnios:
ros monumentos.
nhecidos ou combatidos pelo Estado e,
Agora, em épo
toda a categoria econômica, expres "Recentemente, como é sabido, ini
cialistas, que os utilizavam como instru
ciou-se uma especial organização de sin dicatos e corporações artísticas, a qual,
vida quotidiana, seguramente convém
mentos de luta. Em face de uma gran
em
adequar as corporações de openirios
de maioria desses sindicatos socialistas,
às condições presentes.
parece exigir uma breve menção, com algumas oportunas advertências.
ca mais civilizada, com novos costu
em grande parte, absorvidos pelos so
mes, aumentadas as exigências da Universal
apenas se levantava uma pequena mi
mente, é recomendável a formação
noria de sindicatos católicos, em um re
de sociedades dessa natureza, seja totalmente constituídas por operários,
gime de quase clandestinidade em face dos poderes públicos, em luta contra a
seja por ambas as classes, e é dese jável qüe cresçam em número e efi
má vontade dos governantes e a carên
cia de espírito de solidariedade profissio
ciência". (2)
nal.
Ibidem.
Nos decênios que se seguiram fez, porém, o sindicalismo notáveis progres
(1) Carta Encíclica De Condilione Opificum ou Rerum Novarum.
deve caber
às" "corporações de operários, cuja or
mostrava, ]C|ué o •
..de sindcatos.
sos, no sentido de uma organização mais
vista do assunto desta Encíclica,
O poder civil eleva tal sindicato a
categoria de pessoa jurídica, de modo a
lhe conferir também o pri\'ilégio de monopólio, visto que ele, uma vez apro
vado, pode, segundo a espécie de sindi
cato, defender os direitos dos of»erários
e dos patrões; só ele pode fazer e fe char os contratos e condições do tra balho.
I
•i/i •
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Dicesto Econômico
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Imponto Sintlicnl e n fJoiiirlItaição Sindicatos para a Solução Cri.stã
Nesse mesmo sentido se têm pronun
perfeita e do reconhecimento pelo Es
ciado inúmeros escritores, materialistas
tado de sua utilidadé social. Em muitos
ou agnósticos. Emile Durkheini, no pre
dos Problemas Sociais
fácio da 2.^ edição de Dc Ia Dicision du
Clüvis Leitk Riweiiu)
(Professor do Colégio Universitário) O sr. Clovis Leite Ribeiro, neste artiao mo.ftra que a organização sindical bra
países foram êles admitidos, dc certo modo, na própria estrutura administra
Travail Social (Paris, Alcan, 1922), mos
tiva, mediante delegação de funções do
trava que o corporativismo não foi um fenômeno específico da Icladc-Módia, mas correspondente a uma necessidade universal, sempre que em determinado
poder público, para efetivação dos con
taxa imposta a toda a categoria eco
tratos coletivos de trabalho, solução das
reivindicações openVrias por meio de dis
solu(,-ões apresentadas pela Igreja para os problemas sócia s da época contemporânea, em oposição às solu
sileira obedece às- diretrizes traçadas pela
meio a diferenciação da atividade eco
ções anti-crístãs dos socialistas e comu
Igreja nas EncícUcas "Rerum Nocarum"
nômica atingiu um certo desenvoKimen-
nistas, SC fundamentam na restauração,
de Leão XIII e "Quadragesimo Anno"
problemas sociais, mediante a colabora
to, de sorte que o problema da época contemporânea seria, não de icmonlar o curso da história para regredir ao corpo
ção sindical das classes.
rativismo medieval, mas dc adequá-lo
dicatos e da existência paralela de ou
às características dn economia moderna,
tras instituições congêneres, não reco-
sob forma modernizada, das antigas cor^ porações de misteres, suprimidas pela Re
li'^ volução Francesa. Analisando a imensa
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de Pio XI, no sentido da solução dos
W desordem social imperante em fins do século passado, não hesitava Leão XIII
dando-lhe urn sentido nacional. G. Re-
sídios coletivos e arrecadação de uma
nômica, para custeio de seus serviços, em um regime de unidade sindical para
cada categoria econômica, sem prejuí zo da liberdade de inscrição nos sin
niiecidas pelo Estado com a qualidade .
ra não apenas imensa utilidade aos artí
nard (Corporations, Tradc Uuions, Syn-
fices, como, além disso, liavinm concor
de outro organismo que as substituísse,
dicats, Paris, 1909)
rido para o desenvolvimento da técni
sindicalismo representava uma teiidência
quando escrevia':
ca 8 das artes:
irresistível da época moderna. {'E Maxime Leroy {La Coutume Ouvriére, Pa
• -QuàiUagesimo Anuo repetir a admirá\ t-'l
ris, 1913) acentuava o curálet .moral, dos sindicatos, como fonte de formação
• organização sindical fundamentada na
em atribuí-!a, fundamentalmente, à su pressão da.s corporações e à inexistência .. . .
-prÍTÁeírp
"Com cfeitò',' d"c!>b-ufàã's'fio Véculò' passado as antigas corporações de ar tífices, sem nenhuma organização
ganização, de certo modo, contém
as demais. As corporações de ar tífices, entre os nossos antepassados,
surgida em lugar delas, e desviadas as próprias instituições e leis pú
blicas da religião dos antepa.ssados, aos poucos sucedeu que os operários
foram entregues, solitários e inde fesos, à inumanidade do.s patrões e à cobiça de uma desenfreada concor rência". (1)
E mais adiante, após a refutação das teses dos socialistas e a exposição da so lução cristã para os problemas sociais, Sua Santidade salientava que o primei
ro lugar, entre as organizações de assis tência e previdência social, devia caber
aos sindicatos que, sob forma das anti gas corporações, haviam trazido outro-
(2)
da consciência profissional e dq :^espírito de solidariedade social.
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• Foi*-, nessas condições que, quarenta
anos depois da Encíclica De CoiuUtionf ■Opificurii, podia Pio XI em sua Encíclica
lição'de Leão XIII c, referindo-se a unid,ade sindical, na delegação de po-
derçs\ pelo Estado e na arrecadação de
Quando Leão XIXI escrevia, énV.lSQl, . uma • taxa
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obrigatória
para
muitos benefícios prestaram, e não só os prestaram aos operários, como de
a Encíclica De Conditione Opifictini,
ram desenvolvimento e brilho às pró
estavam ainda cs sindicatos na- fase
samente a recomendava nos seguintes
prias artes, conforme atestam inúme
embrionária de sua organização, de'sco-
tèrnios:
ros monumentos.
nhecidos ou combatidos pelo Estado e,
Agora, em épo
toda a categoria econômica, expres "Recentemente, como é sabido, ini
cialistas, que os utilizavam como instru
ciou-se uma especial organização de sin dicatos e corporações artísticas, a qual,
vida quotidiana, seguramente convém
mentos de luta. Em face de uma gran
em
adequar as corporações de openirios
de maioria desses sindicatos socialistas,
às condições presentes.
parece exigir uma breve menção, com algumas oportunas advertências.
ca mais civilizada, com novos costu
em grande parte, absorvidos pelos so
mes, aumentadas as exigências da Universal
apenas se levantava uma pequena mi
mente, é recomendável a formação
noria de sindicatos católicos, em um re
de sociedades dessa natureza, seja totalmente constituídas por operários,
gime de quase clandestinidade em face dos poderes públicos, em luta contra a
seja por ambas as classes, e é dese jável qüe cresçam em número e efi
má vontade dos governantes e a carên
cia de espírito de solidariedade profissio
ciência". (2)
nal.
Ibidem.
Nos decênios que se seguiram fez, porém, o sindicalismo notáveis progres
(1) Carta Encíclica De Condilione Opificum ou Rerum Novarum.
deve caber
às" "corporações de operários, cuja or
mostrava, ]C|ué o •
..de sindcatos.
sos, no sentido de uma organização mais
vista do assunto desta Encíclica,
O poder civil eleva tal sindicato a
categoria de pessoa jurídica, de modo a
lhe conferir também o pri\'ilégio de monopólio, visto que ele, uma vez apro
vado, pode, segundo a espécie de sindi
cato, defender os direitos dos of»erários
e dos patrões; só ele pode fazer e fe char os contratos e condições do tra balho.
I
48
Digesto Económ'Co
A inscrição no sindicato é facultativa
e, dentro destes limites, o sindicato pode denominar-se Iívtc, visto que a quota sindical e certas taxas especiais são absolutamente obrigatórias a todos que fazem parte de uma dada categoria artística ou profissional, quer sejam pa trões, quer operários; a todos obrigam
de parle o.s dccreto.s <-)7f) cie 6-1-1903 e
Digesto Econômico
1.637 de 5-1-1907, das quais o primei
tos e instituiu o chamado imposto sin
ta e individual a seus associados.
dical. Até então, pode dizer-se que não
ro autorizava a constituição de sindi
tação integral da classe, na solução de
havia sindicatos no Brasil, tão raros eram aqiiéles que mantinham existência real e ativa. O decreto-lei 1.402 conservou, com maior amplitude, as idéias diretri
ainda mais, veio dar ao Estado a possi bilidade de repressão das atividades ilí
divergências entre o capital e o trabalho,
zes dos decretos anteriores, isto c, a
catos cm regime de plena liberdade e o
segundo já llies reconhecia a represen mas que quase nenhuma execução libe
também os contratos de Iraballio esti
ram, realmente datam o.s sindicatos bra
unidade sindical para cada categoria econômica, sem prejuízo da coexistên
pulados pelo sindicato.
sileiros do
cia de outras associações profissionais
Verdade é, to-
decreto
n." 19 779 de
da\ia, que fôra autorizadamentc decla
19-3-1931. Com esse decreto o gover
rado que tal sindicato jurídico não im
no provisório, nascido da revolução de
pede a assistência de outras associações
1930, tomava decidida posição na ques
da mesma profissão, não reconhccidus pelo direito.
As ooipürações são constituídas pelos representantes dos sindicatos de operá
rios e de patrões da mesma arte ou profissão, e, como verdadeiras instituições ou instrumentos do Estado, o.s
tão sindical, mantendo o reconliccimen-
to da legitimidade dos sindicatos, preS* crevendo a unidade sindical (art'. 9°). atribuindo-lhes o caráter de órgãos téc nicos consultivos* e delegando-llics podcrcs para firma
dirigem e coordenam para um e mesmo fim, no que
diz respeito ao interesse co
mum. É proibida a parede de operários (grc%'e). Se os interessados não podem che gar a um acordo, dá-se a in
que seja, facilmente percebe
rá as seguintes vantagens da instituição
isso o sindicalismo brasileiro dava úm
desenvolveu as prescrições relativas à organização e
novo e rigoroso passo no sentido da organização sindical preconizada por Pio XI na Encíclica Çuadrageslmo Anno,
cfctorlei 2.377 de 8-6-1940.
Com
tos, aos quais a Constituição
para a organização e harmonização das
Federal de 1934, impruden-
classes, indispensável a virna solução dcmocráfica e cristã dos problemas so ciais.
Foi a instituição da taxa, impropria
Tal circunstancia, aliada à ca
rência de espírito de .solidariedade pro fissional no Brasil, bem como à falta dc
o exercício da autoridade inoderadora
meios materiais cie subsistência, determi
da magistratura" (3).
nou a proliferação
13) Carta Encíclica Quadragesimo Anno.
gadas pelo poder público, enumeradas no art. 3.°-
posteriormente regulamentada pelo de-
camente associadas; a repressão das as
sentido de seus ensinamentos. Deixando
multiplicaram os sindicatos, passando do papel para a realidade e concorrendo, sem dúvida alguma, para a solução dos
A e.sse decreto seguiu-
sociações e das tramas dos socialísta.s;
contemporâneo da Encíclica Quudrage-
Com o novo regime prosiJeraiiUU O SO
tado; c as prerrogativas e funções dele
se o decreto 24.694 de 12-7-1934, que consolidou e
ma, de sua atividade legítima e espe
simo Atino. Pode dizer-se que nasceu com ela e se desenvolveu sempre no
blica, como órgãos consultivos do Es
a todos aqueles que participam das profissõe.s ou categorias rei^resentudas",
cífica.
O início do sindicalismo brasileiro foi
quase inteiramente, a possibilidade de
trabalho
que sumariamente descrevemos: a co
mente denominada impôsto sindical, que
dos denominados
"sindicatos de carimbo", que sòinente existiam no pyDel, para efeitos de re presentação política.
Finalmente, após a substituição da
oficialmente reconhecidos e fiscalizados,
em face das demais associações profis sionais ou civis, cuja liberdade e.xcluta, eficiente fiscalização,
tos coletivos de (arts. 7." e 8.").
laboração cias diversas c'asses, pacifi
dicatos os instrumentos de uma ine.xpiá- ^ \*el luta de classes, pela força que de tal função resultava para os sindicatos
tou o reconhecimento de utilidade pú
rem ou sancionarem contra
tcnionto, atribuiu representa ção política, desviando-os, por essa for
citas, contrárias ao regime democrático, daqueles quê intentavam fazer dos sin
o decreto-lei 2.363 dc 3-7-1940 facail-
Entre es.sas funções, figurava, porém, uma nova, a de "impor contribuições
funcionamento dos sindica
tervenção do magistrado. Quem refletir, por pouco
(arts, 6." e 9."), às cpiais, mai.s tarde,
E,
problemas sociais, no sentido das diretri-
'
zes da Igreja e da conservação de nossa , civilização cristã.
Fala-se hoje em burocracia sindical, que vive à custa do impôsto, mas, se ainda e.vistem sindicatos de "carimbo'
ou "de gaveta", são estes uma minoria
ante os sindicatos cuja atividade e efi ciência não podem - ser negadas; e a circunstância de sua precariedade se deve mais aos defeitos da sistemática de
nosso enquadramento sindical e à im perfeição do.s homens do que propria mente à da instituição, em um país como o nosso, em que a democracia en saia os seus primeiros passos e em que, infelizmente, a inflação econômica e mo
veio dar aos sindicatos os meios mate
ral a tudo perverte.
riais necessários à sua existência e à
que se desconheçam os seniços pre.sta--
Não é razoável
efetivação das magnas tarefas que lhes atribuíra Leão XIII, dé organização e harmonização das classes, de solução pa cífica dos litígios coletivos entre em pregados e empregadores, de convenção dos contratos coletivos de trabalho, de
dos pelos sindicatos à formação, no Bra
sil, de um espírito de solidariedade profissional, para condená-los não por aquilo que fizeram, mas por aquilo que
se imagina que poderiam ter feito, julgando-os não em si, situados em seu
Constituição de 1934 pela de 1937,
reprcsenlação dos interesses gerais de
surgiu o decreto-lei 1.402 de 5-7-1939,
cada categoria econômica perante o Es
Cjue deu nova organização aos sindica
meio e em sua época,'mas enj confronto com um ideal de perfeição. Com
; :
tado e, mais ainda, de assistência dire
tal critério nenhuma instituição subsi.s-
j
JÊoà».
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Digesto Económ'Co
A inscrição no sindicato é facultativa
e, dentro destes limites, o sindicato pode denominar-se Iívtc, visto que a quota sindical e certas taxas especiais são absolutamente obrigatórias a todos que fazem parte de uma dada categoria artística ou profissional, quer sejam pa trões, quer operários; a todos obrigam
de parle o.s dccreto.s <-)7f) cie 6-1-1903 e
Digesto Econômico
1.637 de 5-1-1907, das quais o primei
tos e instituiu o chamado imposto sin
ta e individual a seus associados.
dical. Até então, pode dizer-se que não
ro autorizava a constituição de sindi
tação integral da classe, na solução de
havia sindicatos no Brasil, tão raros eram aqiiéles que mantinham existência real e ativa. O decreto-lei 1.402 conservou, com maior amplitude, as idéias diretri
ainda mais, veio dar ao Estado a possi bilidade de repressão das atividades ilí
divergências entre o capital e o trabalho,
zes dos decretos anteriores, isto c, a
catos cm regime de plena liberdade e o
segundo já llies reconhecia a represen mas que quase nenhuma execução libe
também os contratos de Iraballio esti
ram, realmente datam o.s sindicatos bra
unidade sindical para cada categoria econômica, sem prejuízo da coexistên
pulados pelo sindicato.
sileiros do
cia de outras associações profissionais
Verdade é, to-
decreto
n." 19 779 de
da\ia, que fôra autorizadamentc decla
19-3-1931. Com esse decreto o gover
rado que tal sindicato jurídico não im
no provisório, nascido da revolução de
pede a assistência de outras associações
1930, tomava decidida posição na ques
da mesma profissão, não reconhccidus pelo direito.
As ooipürações são constituídas pelos representantes dos sindicatos de operá
rios e de patrões da mesma arte ou profissão, e, como verdadeiras instituições ou instrumentos do Estado, o.s
tão sindical, mantendo o reconliccimen-
to da legitimidade dos sindicatos, preS* crevendo a unidade sindical (art'. 9°). atribuindo-lhes o caráter de órgãos téc nicos consultivos* e delegando-llics podcrcs para firma
dirigem e coordenam para um e mesmo fim, no que
diz respeito ao interesse co
mum. É proibida a parede de operários (grc%'e). Se os interessados não podem che gar a um acordo, dá-se a in
que seja, facilmente percebe
rá as seguintes vantagens da instituição
isso o sindicalismo brasileiro dava úm
desenvolveu as prescrições relativas à organização e
novo e rigoroso passo no sentido da organização sindical preconizada por Pio XI na Encíclica Çuadrageslmo Anno,
cfctorlei 2.377 de 8-6-1940.
Com
tos, aos quais a Constituição
para a organização e harmonização das
Federal de 1934, impruden-
classes, indispensável a virna solução dcmocráfica e cristã dos problemas so ciais.
Foi a instituição da taxa, impropria
Tal circunstancia, aliada à ca
rência de espírito de .solidariedade pro fissional no Brasil, bem como à falta dc
o exercício da autoridade inoderadora
meios materiais cie subsistência, determi
da magistratura" (3).
nou a proliferação
13) Carta Encíclica Quadragesimo Anno.
gadas pelo poder público, enumeradas no art. 3.°-
posteriormente regulamentada pelo de-
camente associadas; a repressão das as
sentido de seus ensinamentos. Deixando
multiplicaram os sindicatos, passando do papel para a realidade e concorrendo, sem dúvida alguma, para a solução dos
A e.sse decreto seguiu-
sociações e das tramas dos socialísta.s;
contemporâneo da Encíclica Quudrage-
Com o novo regime prosiJeraiiUU O SO
tado; c as prerrogativas e funções dele
se o decreto 24.694 de 12-7-1934, que consolidou e
ma, de sua atividade legítima e espe
simo Atino. Pode dizer-se que nasceu com ela e se desenvolveu sempre no
blica, como órgãos consultivos do Es
a todos aqueles que participam das profissõe.s ou categorias rei^resentudas",
cífica.
O início do sindicalismo brasileiro foi
quase inteiramente, a possibilidade de
trabalho
que sumariamente descrevemos: a co
mente denominada impôsto sindical, que
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"sindicatos de carimbo", que sòinente existiam no pyDel, para efeitos de re presentação política.
Finalmente, após a substituição da
oficialmente reconhecidos e fiscalizados,
em face das demais associações profis sionais ou civis, cuja liberdade e.xcluta, eficiente fiscalização,
tos coletivos de (arts. 7." e 8.").
laboração cias diversas c'asses, pacifi
dicatos os instrumentos de uma ine.xpiá- ^ \*el luta de classes, pela força que de tal função resultava para os sindicatos
tou o reconhecimento de utilidade pú
rem ou sancionarem contra
tcnionto, atribuiu representa ção política, desviando-os, por essa for
citas, contrárias ao regime democrático, daqueles quê intentavam fazer dos sin
o decreto-lei 2.363 dc 3-7-1940 facail-
Entre es.sas funções, figurava, porém, uma nova, a de "impor contribuições
funcionamento dos sindica
tervenção do magistrado. Quem refletir, por pouco
(arts, 6." e 9."), às cpiais, mai.s tarde,
E,
problemas sociais, no sentido das diretri-
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zes da Igreja e da conservação de nossa , civilização cristã.
Fala-se hoje em burocracia sindical, que vive à custa do impôsto, mas, se ainda e.vistem sindicatos de "carimbo'
ou "de gaveta", são estes uma minoria
ante os sindicatos cuja atividade e efi ciência não podem - ser negadas; e a circunstância de sua precariedade se deve mais aos defeitos da sistemática de
nosso enquadramento sindical e à im perfeição do.s homens do que propria mente à da instituição, em um país como o nosso, em que a democracia en saia os seus primeiros passos e em que, infelizmente, a inflação econômica e mo
veio dar aos sindicatos os meios mate
ral a tudo perverte.
riais necessários à sua existência e à
que se desconheçam os seniços pre.sta--
Não é razoável
efetivação das magnas tarefas que lhes atribuíra Leão XIII, dé organização e harmonização das classes, de solução pa cífica dos litígios coletivos entre em pregados e empregadores, de convenção dos contratos coletivos de trabalho, de
dos pelos sindicatos à formação, no Bra
sil, de um espírito de solidariedade profissional, para condená-los não por aquilo que fizeram, mas por aquilo que
se imagina que poderiam ter feito, julgando-os não em si, situados em seu
Constituição de 1934 pela de 1937,
reprcsenlação dos interesses gerais de
surgiu o decreto-lei 1.402 de 5-7-1939,
cada categoria econômica perante o Es
Cjue deu nova organização aos sindica
meio e em sua época,'mas enj confronto com um ideal de perfeição. Com
; :
tado e, mais ainda, de assistência dire
tal critério nenhuma instituição subsi.s-
j
JÊoà».
51
Dioksto EcoN6^^co Dicesto Econômico
50
Hria no Brasil e teríamos que'entregálas todas aos comunistas, para que as
ser aquilatados, entre inúmeros outros, pelo seguinte: em 1945 fez o Sindicato
destruíssem pela raiz.
dos Empregados no Comércio de São Paulo um convênio coleti\o com a Fe
^
*
deração do Comercio de São Paulo, ho
mologado pelo Tribunal Regional do
A fim de completar o estudo do proble
Trabalho, pelo qual foram os salários
ma, resta examiná-lo sob o tríplice as
dos comerciários do Estado de São Pau
pecto do gravame em que implica para
lo majorodos de 35%. Somente durante o primeiro ano de vigência do convênio,
os sindicalizados a contribuiçãó sindical,
de sua equidade e de sua constitucío-
tal majoração foi suficiente para pagar
nalidade.
o imposto sindical de cada comerciário
Com relação aos dois primeiros as
durante cerca de 10.5 ano.s. E se to
pectos bastam algumas considerações. Recolhem os sindicatos de empregados,
como, por exemplo, o Sindicato dos Lo
em cada ano, de cada contribuinte, im
jistas do Comércio de São Paulo, tere
téria trabalhista e fiscal- e um departa mento de despachos perante repartições
Carta Magna.
Realmente, o chamado imposto sindi ca! não é propriamente um imposto, mas uma taxa. O § 2.° do art. 1.® do
i
da na pluralidade sindical e na mais totalitarismo, que reduz os sindicatos a meros órgãos executores da política so cial do Estado; e a do neo-liberalismo
(juc no sentido das diretrizes de Leão
dos serviços que Ibes são prestados ou
XIII e Pio XI, respeitando a liberdade de inscrição no sindicato e admitindo a
postos à sua disposição pelos sindicatos.
livre existência de associações civis con
gêneres, prescreve a unidade sindical e ^ dá aos sindicatos, mediante delegação dc funções, os meios legais e materiais dc realização de sua tarefa.
Sem a unidade e a contribuição sindi
ca! obrigatória, jamais poderia ser reali zada essa tarefa social que o neo-libera lismo atribui aos sindicatos, na defesa das instituições democráticas e da pro
sindicais, delegando a essas entidades as
priedade privada dos meios de produção,
funções de arrecadação e utilização das
o título V,. relativo à ordem econômica
contra a onda de anarquia que resulta das contradições sociais e econômicas de nossa_ época. Se não houvesse unidade sindical, como poderiam os sindicatos representar os interêsses gerais de sua categoria econômica, realizar contratos
c social, pára evidenc'ar-se.que os cons
coletivos de traballio, suscitar dissídios, -
tituintes de 1946, entre o extremado li beralismo oitocentista de nossa Cai"ta de 1891 e as tendências mais ou menos to talitárias de certos Estados modernos,
conciliar litígios? Qual dos múltiplos sin
E tal faculdade corresponde exatamen
te, com os interôsses gerais que lhe
a organização sindical brasileira, cujos serviços aos seus contribuintes poderão
irrestrita liberdade de associação; a do
te ao e.spírito e à substância da' Cons tituição cie 18 de setembro. Basta reler
se relacionasse, direta ou indiretamen
gião Brasileira de Assistência, 0,5%. Com
do liberalismo oitocentista, fundamenta-
nadas ao custeio de atividades e.speciais do Estado ou do Município, provocadas
taxas.
públicas, não deixou o sindicato de in tervir em assunto algum, cuja matéria
aquela mínima contribuição mantém-se
ou, ainda, para as contribuições desti
profissional, para custeio das entidades
dois advogados especializados em ma
quanto, principalmente, em face do es
contribuinte ou postos à sua disposição,
mediante a repressão de seus abusos? Pois bem, o problema sindical, de um modo geral, pode ter três soluções: a
der público". Pode, pois, a União deCTCtar a imposição de uma taxa sindical aos componentes dc determinado grupo
cêrca de 800 associados em 1947, por intermédio de um consultor jurídico,
pírito e da orientação social de nossa
dade privada dos meios dc produção,
taxa para os exigidos como remunera
exercício de funções delegadas pelo po
brasileiro que, além da prestação de
tos de Previdência recolhem 5% e-a Le
das c'asses, e da conscr\ ação da proprie
geral da administração pública, a de
catos, constituídos nas condições pre vistas pe'o art. 159, também faculta "o
assistência jurídica e administrativa a
te a 0,3% do salário total. Ora, os Institu
democráticos, mediante a colaboração
tintamente às necessidades de orcTom
impor taxas (art. 30 n.° 2) e aos sindi
quivos, verão os críticos do sindicalismo
tribuição corresponde aproximadamen
ra os tribfitos destinados a atender indis
A Constituição Federal faculta à União
do, se forem examinados os seus ar
do Trabalho, art. 580, "a"). Tal con
Igreja, isto é, da harmonização dos an tagonismos soc ais dentro dos princípios
pois, a contribuição sindical uma taxa imposta aos contribuintes de determina da categoria profis-sional, para custeio
31 de dezembro de 1947; por outro la
Quanto à argüição de inconstilucionalidade da contribuição sindical, nenhum fundamento tem, tanto em face da letra,
signação de imposto fica reservada pa
de determinados grupos do pessoas". E',
de maio de 1941, a 1.105 associados em
dia de trabalho (Consolidação das Leis
das soluções contidas nas Encíclicas da
na doutrina fisca', ass'm define: "A de
por conveniências dc caráter geral ou
mos a evidência de seus serviços na sim ples circunstância de haver elevado seu quadro social de 47 associados na data de sua investidura sindical, em 15
portância equivalente ao salário de um
social e econômico, orientado no, sentido
Mibsíanciando a melhor c «nais moder
ção de serviços específicos prestados ao
marmos ao acaso um sindicato patronal,
cumpria representar.
dc-cTtto-lci 2.416 de 17/7/1940, con-
dicatos de determinada profissão pode
ria representá-la? Os partidos políticos; em luta uns contra os outros pela con
ficaram em um meio termo, a que se
quista de eleitores, invadiriam a seara
costuma dar o nome de neo-Hberalismo.
sindical e acabaríamos tendo, dentro de
Ora, que é o neo-liberalismo, senão um
um mesmo grupo profissional, sindica
intervencionismo moderado no campo
tos comunistas, socialistas, trabalhistas,
M
51
Dioksto EcoN6^^co Dicesto Econômico
50
Hria no Brasil e teríamos que'entregálas todas aos comunistas, para que as
ser aquilatados, entre inúmeros outros, pelo seguinte: em 1945 fez o Sindicato
destruíssem pela raiz.
dos Empregados no Comércio de São Paulo um convênio coleti\o com a Fe
^
*
deração do Comercio de São Paulo, ho
mologado pelo Tribunal Regional do
A fim de completar o estudo do proble
Trabalho, pelo qual foram os salários
ma, resta examiná-lo sob o tríplice as
dos comerciários do Estado de São Pau
pecto do gravame em que implica para
lo majorodos de 35%. Somente durante o primeiro ano de vigência do convênio,
os sindicalizados a contribuiçãó sindical,
de sua equidade e de sua constitucío-
tal majoração foi suficiente para pagar
nalidade.
o imposto sindical de cada comerciário
Com relação aos dois primeiros as
durante cerca de 10.5 ano.s. E se to
pectos bastam algumas considerações. Recolhem os sindicatos de empregados,
como, por exemplo, o Sindicato dos Lo
em cada ano, de cada contribuinte, im
jistas do Comércio de São Paulo, tere
téria trabalhista e fiscal- e um departa mento de despachos perante repartições
Carta Magna.
Realmente, o chamado imposto sindi ca! não é propriamente um imposto, mas uma taxa. O § 2.° do art. 1.® do
i
da na pluralidade sindical e na mais totalitarismo, que reduz os sindicatos a meros órgãos executores da política so cial do Estado; e a do neo-liberalismo
(juc no sentido das diretrizes de Leão
dos serviços que Ibes são prestados ou
XIII e Pio XI, respeitando a liberdade de inscrição no sindicato e admitindo a
postos à sua disposição pelos sindicatos.
livre existência de associações civis con
gêneres, prescreve a unidade sindical e ^ dá aos sindicatos, mediante delegação dc funções, os meios legais e materiais dc realização de sua tarefa.
Sem a unidade e a contribuição sindi
ca! obrigatória, jamais poderia ser reali zada essa tarefa social que o neo-libera lismo atribui aos sindicatos, na defesa das instituições democráticas e da pro
sindicais, delegando a essas entidades as
priedade privada dos meios de produção,
funções de arrecadação e utilização das
o título V,. relativo à ordem econômica
contra a onda de anarquia que resulta das contradições sociais e econômicas de nossa_ época. Se não houvesse unidade sindical, como poderiam os sindicatos representar os interêsses gerais de sua categoria econômica, realizar contratos
c social, pára evidenc'ar-se.que os cons
coletivos de traballio, suscitar dissídios, -
tituintes de 1946, entre o extremado li beralismo oitocentista de nossa Cai"ta de 1891 e as tendências mais ou menos to talitárias de certos Estados modernos,
conciliar litígios? Qual dos múltiplos sin
E tal faculdade corresponde exatamen
te, com os interôsses gerais que lhe
a organização sindical brasileira, cujos serviços aos seus contribuintes poderão
irrestrita liberdade de associação; a do
te ao e.spírito e à substância da' Cons tituição cie 18 de setembro. Basta reler
se relacionasse, direta ou indiretamen
gião Brasileira de Assistência, 0,5%. Com
do liberalismo oitocentista, fundamenta-
nadas ao custeio de atividades e.speciais do Estado ou do Município, provocadas
taxas.
públicas, não deixou o sindicato de in tervir em assunto algum, cuja matéria
aquela mínima contribuição mantém-se
ou, ainda, para as contribuições desti
profissional, para custeio das entidades
dois advogados especializados em ma
quanto, principalmente, em face do es
contribuinte ou postos à sua disposição,
mediante a repressão de seus abusos? Pois bem, o problema sindical, de um modo geral, pode ter três soluções: a
der público". Pode, pois, a União deCTCtar a imposição de uma taxa sindical aos componentes dc determinado grupo
cêrca de 800 associados em 1947, por intermédio de um consultor jurídico,
pírito e da orientação social de nossa
dade privada dos meios dc produção,
taxa para os exigidos como remunera
exercício de funções delegadas pelo po
brasileiro que, além da prestação de
tos de Previdência recolhem 5% e-a Le
das c'asses, e da conscr\ ação da proprie
geral da administração pública, a de
catos, constituídos nas condições pre vistas pe'o art. 159, também faculta "o
assistência jurídica e administrativa a
te a 0,3% do salário total. Ora, os Institu
democráticos, mediante a colaboração
tintamente às necessidades de orcTom
impor taxas (art. 30 n.° 2) e aos sindi
quivos, verão os críticos do sindicalismo
tribuição corresponde aproximadamen
ra os tribfitos destinados a atender indis
A Constituição Federal faculta à União
do, se forem examinados os seus ar
do Trabalho, art. 580, "a"). Tal con
Igreja, isto é, da harmonização dos an tagonismos soc ais dentro dos princípios
pois, a contribuição sindical uma taxa imposta aos contribuintes de determina da categoria profis-sional, para custeio
31 de dezembro de 1947; por outro la
Quanto à argüição de inconstilucionalidade da contribuição sindical, nenhum fundamento tem, tanto em face da letra,
signação de imposto fica reservada pa
de determinados grupos do pessoas". E',
de maio de 1941, a 1.105 associados em
dia de trabalho (Consolidação das Leis
das soluções contidas nas Encíclicas da
na doutrina fisca', ass'm define: "A de
por conveniências dc caráter geral ou
mos a evidência de seus serviços na sim ples circunstância de haver elevado seu quadro social de 47 associados na data de sua investidura sindical, em 15
portância equivalente ao salário de um
social e econômico, orientado no, sentido
Mibsíanciando a melhor c «nais moder
ção de serviços específicos prestados ao
marmos ao acaso um sindicato patronal,
cumpria representar.
dc-cTtto-lci 2.416 de 17/7/1940, con-
dicatos de determinada profissão pode
ria representá-la? Os partidos políticos; em luta uns contra os outros pela con
ficaram em um meio termo, a que se
quista de eleitores, invadiriam a seara
costuma dar o nome de neo-Hberalismo.
sindical e acabaríamos tendo, dentro de
Ora, que é o neo-liberalismo, senão um
um mesmo grupo profissional, sindica
intervencionismo moderado no campo
tos comunistas, socialistas, trabalhistas,
M
Digesto
52
pessedistas, uíiemstas, combatendo-se implacavelmente e gerando a mais com
Económicí»
Ora, admitida a unidade sindical, co mo imperativa decorrência do sentido
Essa contribuição é justa e necess;írUJusta, porque, colocado o problema em um plano moral, não seria cquitativoqiic l^jda uma categoria econômica fosse beneficiada, em seus interesses gerais,
neo-liberal da Constituição, há de ad-
.sem ônus nem esforço, pelo trabalho e
mitir-se, com igual evidência, a necessi dade de serem delegadas aos sindicatos
pc'as contribuições facultativas de meia dúzia de abnegado.-} organizadores e man
certas funções do Estado, indispensáveis
tenedores
à sua existência eficiente, conforme ad mite o art. 159. E entre essas funções,
Necessária,
porque
ríamos
sindicatos
mormente em um país como o Brasil, em
possibilidade
que a consciência e a solidariedade pro
útil,
fissional mal começam a brotar como
de e.xistencia; ou, o que seria pior, aos sindicatos organizados, para a lula de classes, pela solércia dos inimigos da
pleta anarquia.
fruto de nossa incipiente política sindi cal, está a de arrecadar e utilizar uma
de
aos
seu .sindicato
de
por falta
sem ela regredi destituídos da
qualquer de
de c!as>c.
meios
atind.ide materiais
contribuição obrigatória para todos os integrantes de sua categoria econômica, como condição "sine qua non" da exis
rença ou a incompreensão de seus de
tência do sindicalismo no Brasil.
fensores.
ordem social que a Constituição obje tiva manter, ante a inconsciente indife
ruiUição Agrícola DjAcm Menezes (Professor eatedrático da Universidade do Brasil)
l^uiTO se tem escrito .sôbrc a má si
O professor D/ac«r Menezes mostra, com
tuação das classes rurai.s o so
dados estatísticos, que o problema básico
bre a desorganização progressiva do
no Brasil é o da defesa da sua produ
trabalho agrícola.
se procuram os dados sôbrc aquele
ção agrícola e o desenvolvimento de sua agricultura só se dará com o progresso
setor da economia nacional, para um
da indústria. metalúrgica.
Eptrctanto, cpiando
exame aprofundado do.s nossos proble mas, a escassez do informações estatís
ticas não permite uma investigação bem
tentes, que, nestes últimos anos, vêm
realizando um trabalho digno de nota. Êles lutam contra uma série de obs
táculos, que nos abslemos prudente mente de enumerar. O registro de nos sa observação deve ser levado à conta
dc exigência para o planteamento cien tífico de nossos problemas básicos. Lo
go, nasce de um espírito de cooperação e desejo de esclarecimento. Todo mundo fala de nossas cidades
superlotadas, de uma população que não encontra oportunidade para aplica
ção de .suas atividades no quadro de produção urbana. Mas o que opera essa migração incessante para os cen
%
quaruio possível, aos comerciários cariocas.
Êsse laboratório, que funcionará rui sede do Sindicato dos Práticos de F(irmacia, foi inaugurado no dia 1.° de Maio.
campos. . .
Para mostrar que não exageramos, de vemos citar um documento sério, es
crito por brasileiros que estudam com honestidade as questões de interesse na cional. Nele se escreve que "é preciso
cogitar de instituir um organismo desti nado ao enquadramento das mossas a regenerar, transportar, reajustar e fi
xar". Logo adiante, refere a "fase de regeneração e reajustamento" (1), pa ra qxie "o trabalho agrário se tonifique econòmicamente falando e se re genera sob o ponto dc vista humano". Tais expressões denotam a idéia .de que é necessário corrigir o próprio ho
tros citadinos? Certo, não é apenas a
mem, quando o homem apresenta ape
vaga aspiração de ir para a cidade,
nas os defeitos resultantes da organiza
atrás dos cinemas, dos esportes, que
ção do regime rural de trabalho. O grande Roquette Pinto já disse que o problema fundamental não está na bio
atrai
Em suã últimu reunião, o Conselho de Representantes da Federação dos Em pregados no Comércio do Rio de Janeiro resolveu organizar um laboratório fofmacêutico, com a finalidade de fornecer remédios a preço de custo e grafuitomcnic
orgânicas ou patológicas. Até em raízes
segura e objetiva. Não vai nesse repa- , étnicas alguns vão perquirir as origens ro qualquer crítica aos órgãos compe dessa translação que esvazia nossos
consideravelmente
essa
corrente
migratória. Uma crítica superficial alu de sem cessar a tais causas psicológicas.
Outros falam de "desajustado.s", dan do a impressão de que se trata de gen te pervertida ou incapaz de participar
logia do homem, mas na sua educação-, não há degenerescências a busca de re generações. O que se requer é reforma
dos processos normais de trabalho. Há
de instituições para assegurarem às mas sas as oportunidades de trabalho regu
mesmo indefinidas indicações de causas
lar, remunerado mais equitativamente.
Digesto
52
pessedistas, uíiemstas, combatendo-se implacavelmente e gerando a mais com
Económicí»
Ora, admitida a unidade sindical, co mo imperativa decorrência do sentido
Essa contribuição é justa e necess;írUJusta, porque, colocado o problema em um plano moral, não seria cquitativoqiic l^jda uma categoria econômica fosse beneficiada, em seus interesses gerais,
neo-liberal da Constituição, há de ad-
.sem ônus nem esforço, pelo trabalho e
mitir-se, com igual evidência, a necessi dade de serem delegadas aos sindicatos
pc'as contribuições facultativas de meia dúzia de abnegado.-} organizadores e man
certas funções do Estado, indispensáveis
tenedores
à sua existência eficiente, conforme ad mite o art. 159. E entre essas funções,
Necessária,
porque
ríamos
sindicatos
mormente em um país como o Brasil, em
possibilidade
que a consciência e a solidariedade pro
útil,
fissional mal começam a brotar como
de e.xistencia; ou, o que seria pior, aos sindicatos organizados, para a lula de classes, pela solércia dos inimigos da
pleta anarquia.
fruto de nossa incipiente política sindi cal, está a de arrecadar e utilizar uma
de
aos
seu .sindicato
de
por falta
sem ela regredi destituídos da
qualquer de
de c!as>c.
meios
atind.ide materiais
contribuição obrigatória para todos os integrantes de sua categoria econômica, como condição "sine qua non" da exis
rença ou a incompreensão de seus de
tência do sindicalismo no Brasil.
fensores.
ordem social que a Constituição obje tiva manter, ante a inconsciente indife
ruiUição Agrícola DjAcm Menezes (Professor eatedrático da Universidade do Brasil)
l^uiTO se tem escrito .sôbrc a má si
O professor D/ac«r Menezes mostra, com
tuação das classes rurai.s o so
dados estatísticos, que o problema básico
bre a desorganização progressiva do
no Brasil é o da defesa da sua produ
trabalho agrícola.
se procuram os dados sôbrc aquele
ção agrícola e o desenvolvimento de sua agricultura só se dará com o progresso
setor da economia nacional, para um
da indústria. metalúrgica.
Eptrctanto, cpiando
exame aprofundado do.s nossos proble mas, a escassez do informações estatís
ticas não permite uma investigação bem
tentes, que, nestes últimos anos, vêm
realizando um trabalho digno de nota. Êles lutam contra uma série de obs
táculos, que nos abslemos prudente mente de enumerar. O registro de nos sa observação deve ser levado à conta
dc exigência para o planteamento cien tífico de nossos problemas básicos. Lo
go, nasce de um espírito de cooperação e desejo de esclarecimento. Todo mundo fala de nossas cidades
superlotadas, de uma população que não encontra oportunidade para aplica
ção de .suas atividades no quadro de produção urbana. Mas o que opera essa migração incessante para os cen
%
quaruio possível, aos comerciários cariocas.
Êsse laboratório, que funcionará rui sede do Sindicato dos Práticos de F(irmacia, foi inaugurado no dia 1.° de Maio.
campos. . .
Para mostrar que não exageramos, de vemos citar um documento sério, es
crito por brasileiros que estudam com honestidade as questões de interesse na cional. Nele se escreve que "é preciso
cogitar de instituir um organismo desti nado ao enquadramento das mossas a regenerar, transportar, reajustar e fi
xar". Logo adiante, refere a "fase de regeneração e reajustamento" (1), pa ra qxie "o trabalho agrário se tonifique econòmicamente falando e se re genera sob o ponto dc vista humano". Tais expressões denotam a idéia .de que é necessário corrigir o próprio ho
tros citadinos? Certo, não é apenas a
mem, quando o homem apresenta ape
vaga aspiração de ir para a cidade,
nas os defeitos resultantes da organiza
atrás dos cinemas, dos esportes, que
ção do regime rural de trabalho. O grande Roquette Pinto já disse que o problema fundamental não está na bio
atrai
Em suã últimu reunião, o Conselho de Representantes da Federação dos Em pregados no Comércio do Rio de Janeiro resolveu organizar um laboratório fofmacêutico, com a finalidade de fornecer remédios a preço de custo e grafuitomcnic
orgânicas ou patológicas. Até em raízes
segura e objetiva. Não vai nesse repa- , étnicas alguns vão perquirir as origens ro qualquer crítica aos órgãos compe dessa translação que esvazia nossos
consideravelmente
essa
corrente
migratória. Uma crítica superficial alu de sem cessar a tais causas psicológicas.
Outros falam de "desajustado.s", dan do a impressão de que se trata de gen te pervertida ou incapaz de participar
logia do homem, mas na sua educação-, não há degenerescências a busca de re generações. O que se requer é reforma
dos processos normais de trabalho. Há
de instituições para assegurarem às mas sas as oportunidades de trabalho regu
mesmo indefinidas indicações de causas
lar, remunerado mais equitativamente.
Dioksto Econ6m'<^o
54
Probíemús mais de estrutura èocial que
fazem-nos andar à cata de remédios que
de psicologia ou biologia' individual.
não são os nossos remédios. Além do
Para confirmar esse ponto de vista
bastaria observar certos aspectos de nossa história social onde ressalta o va lor do elemento humano. Não vamos
mai.s, introduzem discórdias que jamais existiram no meio brasileiro, criando preconceitos de raças que tanto atrapa
lham outras naçõe.s. Jennings falou em híbridos vigorosos — e nossa mestiça
muito longe: no nordeste das secas, lon gamente oferecendo manifestações de
gem deu descendentes' de provada e al
fanatismo e banditismo, sintomas agu
resistências físicas dc qualquer outro
dos de desajustamentos sociais, com po
pulação pobre
ou
miserável, teria
aquele famigerado diagnóstico encon
trado o melhor quadro para justificarse. Mas seria, à luz da história, um erro
insensato:
porque foram justamente aqueles homens, escorraçados daquelas plagas pelas sêcas, que desbravaram a Amazônia. Êsses homens podem ser tu
ta robustez. Não poderíamos invejar as povo. E não cremos que o "ariano loi ro" fôsse capaz de fazer na Amazônia o
que fizeram o.s caboclos bronzeados do Ceará. Por que êsse embasbacamento para os "melhores elementos das raças européias", como fala o erudito autor,
quando não amparamos nossos próprios elementos, já experimentados no clima e ajustados à paisagem brasileira, que-
do, menos "degene
êles humanizaram através de tantas lu
rados", biològica-
tas e gerações?
mente
falando.
Nem
elementos
Desorganização econômica e fronteiras
étnicos
inferiores,
internas
ção étnica e espiritual da nação brasi leira" e procurando solução na "for mação homogênea de nossa raça" (2).
Dissemos inicialmente que havia es cassez de dados para análise mais pro funda da vida rural. Se quiséssemos, por exemplo, determinar o vailto dos
capitais investidos na agricultura, discriminando-os, a fim de estudar as re
A citação de Stoddard vem a calhar pa
lações entre capitais reais e salários, en
ra fundamentar seu ponto de vista, e
tre estes 6 os lucros, a produtivida
conclui pela "questão das raças, o pro
de marginal do trabalho e do capital, as variações do volume de emprego e o
blema talvez mais grave do futuro". Em nosso parecer, êsse planteamento dos problemas básicos, que só toma mos em consideração por causa da com petência dos que o formulam, não foi completamente estabelecido. Tais cri térios falseiam a perspectiva, tornandoos parcialmente deformados. As cau.sas dos males e dos erros da produção agro pecuária refogem para planos fictícios do biologia, de etnologia, de política, e
muitos males que não erigem mais pes quisas. A existência de terras inaproveitadas às proximidades de centros ur banos, sob forma dc "grande proprie
vir de base a uma política cientifica mente orientada de reformas sociai.s.
Há, entretanto, causas evidentes de
mento de outras raças, que darão mais
Mas o excerto do estudo elaborado pe lo I.B.G.E. reconhece, como se lê, que
zação da lavoura — e não é isso que
há uma organização econômica desajus
por ai existe. Para a verificação desse desequilíbrio é preciso apenas viajar pe
tada das finalidades. humanas o nacio
nais, produzindo essas condições gerais
lo interior, consultar censos mesmo sim
que determinam o desequilíb/io verifi
plificados, mas exatos.
cado.
O programa gizado pelo Instituto
Como cobrir socialmente a grande
Brasileiro dc Geografia c Estatística co
extensão territorial do Brasil — se, ao
gita somente de um lado do problema:
invés de crescerem nossas fronteiras in
o de atrair para centros rurais de pro
ternas, sertão a dentro, estamos obser
dução essas levas dcsarraigadas "ace-
vando a marcha contrária, a busca do
nando-lhés com uma imediata e produ tiva colocação de acôrdo com as apti
litoral o dos centros xirbanos? Certa
dões que lhes forem reconhecidas em
giram sempre em tomo do indivíduo — e não se pode recusar que tais medidas serão imprescindíveis (3). Apenas não solucionarão, isoladas de outras medidas
talvez mais fundamentais, os problemas
mente não é fazendo pregações sôbre o
"país essencialmente agrícola que es sas levas arrepiarão caminho. Enquanto as verdadeiras causas não forem remo
vidas, todas as pregações serão supér fluas. E, ccmpulsòriamente, seria trans formar a lembrada "milícia do traba lho" em coisa parecida com uma escra
propostos ao exame daquela as.sembléia
vidão — o que nem por sombra pairou
geral. Tanto êsse ponto de vista que defen demos é verdadeiro que, no curso da
no alto e ilustrado espírito dos que exa minaram o assunto.
argumentação, êle reaparece, fugazmen
Poupança, inversões e expectativas
te, nalgumas passagens do documento
de lucro
e econômica em que vivemos. Em vir
mais vacilantes — e não poderiam ser
Enquanto êsses míseroí brasileiros são sacrificados, advoga-se o apro\-eitü-
centração da riqueza, exige a mecani
raciocínios.
as
re
O grande domínio rural, com a con
publicado: "...Além do que, êsses míseros bra
conclusões seriam
impedidos de se
cmbranquecimento à nossa população.
volume físico da produção agrícola, suas relações com o valor da produção etc. — teríamos que nos basear em deduções aproximativas, freqüentes vezes em me ras suposições, numa cadeia incerta de As
permanecem velar" (4).
dade rural", está cm chcq\;e. Desde Albertg Torres que se aponta a anomalia.
sumária verificação"; os demais itens
na linguagem de outros. Nesse sentido, falou outro estudioso, adotando critério racista, sôbre "a consolida
55
Dicesto Econômico
sileiros permanecem literalmente desaproveitados em grandes massas, como conseqüência da má organização social
Avaliemos ô-ponto com alguns dados, retirados do censo de' 1940. Sôbre a vastidão territorial de 8,5 iniiliões de
quilômetros quadrados, uma area social mente ocupada de quase 1.300.000 km2.
tude dessas mesmas causas, a qua
Nessa área, a superfície explorada pela
lidade
atividade agrícola atinge 148.024,36 lcm2, embora a área possuí
fluir
também nos
quanto os
não
destinos
grandes
chega nacionais,
a
in^ por
valores' huma
da pelos estabelecimentos agrícolas se
nos, escondidos nessa ganga social,
ja de 1.977.204,27 km2. Isso exprime
ou são sacrificados precocemente, ou
que:
Dioksto Econ6m'<^o
54
Probíemús mais de estrutura èocial que
fazem-nos andar à cata de remédios que
de psicologia ou biologia' individual.
não são os nossos remédios. Além do
Para confirmar esse ponto de vista
bastaria observar certos aspectos de nossa história social onde ressalta o va lor do elemento humano. Não vamos
mai.s, introduzem discórdias que jamais existiram no meio brasileiro, criando preconceitos de raças que tanto atrapa
lham outras naçõe.s. Jennings falou em híbridos vigorosos — e nossa mestiça
muito longe: no nordeste das secas, lon gamente oferecendo manifestações de
gem deu descendentes' de provada e al
fanatismo e banditismo, sintomas agu
resistências físicas dc qualquer outro
dos de desajustamentos sociais, com po
pulação pobre
ou
miserável, teria
aquele famigerado diagnóstico encon
trado o melhor quadro para justificarse. Mas seria, à luz da história, um erro
insensato:
porque foram justamente aqueles homens, escorraçados daquelas plagas pelas sêcas, que desbravaram a Amazônia. Êsses homens podem ser tu
ta robustez. Não poderíamos invejar as povo. E não cremos que o "ariano loi ro" fôsse capaz de fazer na Amazônia o
que fizeram o.s caboclos bronzeados do Ceará. Por que êsse embasbacamento para os "melhores elementos das raças européias", como fala o erudito autor,
quando não amparamos nossos próprios elementos, já experimentados no clima e ajustados à paisagem brasileira, que-
do, menos "degene
êles humanizaram através de tantas lu
rados", biològica-
tas e gerações?
mente
falando.
Nem
elementos
Desorganização econômica e fronteiras
étnicos
inferiores,
internas
ção étnica e espiritual da nação brasi leira" e procurando solução na "for mação homogênea de nossa raça" (2).
Dissemos inicialmente que havia es cassez de dados para análise mais pro funda da vida rural. Se quiséssemos, por exemplo, determinar o vailto dos
capitais investidos na agricultura, discriminando-os, a fim de estudar as re
A citação de Stoddard vem a calhar pa
lações entre capitais reais e salários, en
ra fundamentar seu ponto de vista, e
tre estes 6 os lucros, a produtivida
conclui pela "questão das raças, o pro
de marginal do trabalho e do capital, as variações do volume de emprego e o
blema talvez mais grave do futuro". Em nosso parecer, êsse planteamento dos problemas básicos, que só toma mos em consideração por causa da com petência dos que o formulam, não foi completamente estabelecido. Tais cri térios falseiam a perspectiva, tornandoos parcialmente deformados. As cau.sas dos males e dos erros da produção agro pecuária refogem para planos fictícios do biologia, de etnologia, de política, e
muitos males que não erigem mais pes quisas. A existência de terras inaproveitadas às proximidades de centros ur banos, sob forma dc "grande proprie
vir de base a uma política cientifica mente orientada de reformas sociai.s.
Há, entretanto, causas evidentes de
mento de outras raças, que darão mais
Mas o excerto do estudo elaborado pe lo I.B.G.E. reconhece, como se lê, que
zação da lavoura — e não é isso que
há uma organização econômica desajus
por ai existe. Para a verificação desse desequilíbrio é preciso apenas viajar pe
tada das finalidades. humanas o nacio
nais, produzindo essas condições gerais
lo interior, consultar censos mesmo sim
que determinam o desequilíb/io verifi
plificados, mas exatos.
cado.
O programa gizado pelo Instituto
Como cobrir socialmente a grande
Brasileiro dc Geografia c Estatística co
extensão territorial do Brasil — se, ao
gita somente de um lado do problema:
invés de crescerem nossas fronteiras in
o de atrair para centros rurais de pro
ternas, sertão a dentro, estamos obser
dução essas levas dcsarraigadas "ace-
vando a marcha contrária, a busca do
nando-lhés com uma imediata e produ tiva colocação de acôrdo com as apti
litoral o dos centros xirbanos? Certa
dões que lhes forem reconhecidas em
giram sempre em tomo do indivíduo — e não se pode recusar que tais medidas serão imprescindíveis (3). Apenas não solucionarão, isoladas de outras medidas
talvez mais fundamentais, os problemas
mente não é fazendo pregações sôbre o
"país essencialmente agrícola que es sas levas arrepiarão caminho. Enquanto as verdadeiras causas não forem remo
vidas, todas as pregações serão supér fluas. E, ccmpulsòriamente, seria trans formar a lembrada "milícia do traba lho" em coisa parecida com uma escra
propostos ao exame daquela as.sembléia
vidão — o que nem por sombra pairou
geral. Tanto êsse ponto de vista que defen demos é verdadeiro que, no curso da
no alto e ilustrado espírito dos que exa minaram o assunto.
argumentação, êle reaparece, fugazmen
Poupança, inversões e expectativas
te, nalgumas passagens do documento
de lucro
e econômica em que vivemos. Em vir
mais vacilantes — e não poderiam ser
Enquanto êsses míseroí brasileiros são sacrificados, advoga-se o apro\-eitü-
centração da riqueza, exige a mecani
raciocínios.
as
re
O grande domínio rural, com a con
publicado: "...Além do que, êsses míseros bra
conclusões seriam
impedidos de se
cmbranquecimento à nossa população.
volume físico da produção agrícola, suas relações com o valor da produção etc. — teríamos que nos basear em deduções aproximativas, freqüentes vezes em me ras suposições, numa cadeia incerta de As
permanecem velar" (4).
dade rural", está cm chcq\;e. Desde Albertg Torres que se aponta a anomalia.
sumária verificação"; os demais itens
na linguagem de outros. Nesse sentido, falou outro estudioso, adotando critério racista, sôbre "a consolida
55
Dicesto Econômico
sileiros permanecem literalmente desaproveitados em grandes massas, como conseqüência da má organização social
Avaliemos ô-ponto com alguns dados, retirados do censo de' 1940. Sôbre a vastidão territorial de 8,5 iniiliões de
quilômetros quadrados, uma area social mente ocupada de quase 1.300.000 km2.
tude dessas mesmas causas, a qua
Nessa área, a superfície explorada pela
lidade
atividade agrícola atinge 148.024,36 lcm2, embora a área possuí
fluir
também nos
quanto os
não
destinos
grandes
chega nacionais,
a
in^ por
valores' huma
da pelos estabelecimentos agrícolas se
nos, escondidos nessa ganga social,
ja de 1.977.204,27 km2. Isso exprime
ou são sacrificados precocemente, ou
que:
T^'
Dícesto EcoNÓAnco 58
i•
A,''
Dicesto
espaço social ........ área agrícola
"
"
15% da superfície total 1,75% " " " ' 7^4% " " em propriedade dos estabelecimentos
Essa área agricultada representa, co
ra, dependente daqücla concentração,
mo se vê, nesgas de terras dentro do
é um sonho ainda mal definido entre
imenso quadro geográfico do País. As
nós, se atentarmos naquelas indicações
sim mesmo, o trabalho que' nelas se
estatísticas.
executa mantém-se em nível rudimentar,
Os dados examinados pela re\'isla ci tada mostram que, das 34 sociedades anônimas surgidas na agro-pecuáría, 19
aos azares de uma rotina que espanta. O total dos tratores atinge 3.380, os
arados contam 500.853, as grades, .. 127.728, os rolos, 11.718. Aí está a maquinaria do Brasil agrícola para o trato das nesgas de terras assinaladas nos 8 milhões e meio de quilômetros quadrados.
acusaram perdas no exercício de 1946 o somente 8 clistríbuiram
diWdendos.
Consideradas em conjunto, ofereceram um lucro do 22,849, um lucro médio de
19% sôbre o capital e 14% sôbre capi tal e reservas (5). Seria interessante
Não admira que o valor produzido
considerar a relação entre esses capi
bém não embasbaquemos o leigo com
tais e o volume de -emprego, mas fal tam-nos dados a respeito. De.ssa ma
comparações feitas aos centros de produ
neira nao podemos retirar da analise ou
ção norte-americana. Não teria sentido
tras conseqüências importantes.
seja de Cr$ 16.821.643.000,00.
Tam
e apenas despertaria comentários su perficiais.
Do total dos estabelecimentos agrí colas, que somam 1.904.589, apenas 433.914 dispõem de maquinaria. Quer dizer, 22,7% possuem máquinas. Não te
Ao total dos estabelecimentos agro-pecuários, que é de 1.904.589, foi consig nado um valor de Cr$ 34.879.837.000,00,
sexos. Ora, êsse volume de emprego depende do volume do capital c.xi.slenfe e da técnica da produção. Quando o capital se acumula sem que se realizem grandes progrcs.so.s tccnico.s, cresce o volume de emprego, diminuindo o las tra dos sem-trabalho, c, conscqüenlemente, possibilitando 'a subida dos sa lários reaus. Existe sempre, em nossos
emprego dos capitais obtidos a determinada taxa de juros. Conseqüên
mage". O volume de capital passa a condicionar o volume de emprego —
e a baixa produtividade que o capital
dução extratíva, animal etc). Êsses da
a classificação de sua estrutura e for
ma jurídica, os lucros proporcionados.
a produtividade marginal dos capitais,
Só recentemente encontramos, em "Con
sôbre a produtividade marginal do tra balho. E sòmente por essa análise, cojii aquelas relações bem definidas, esclare ceríamos cientificamente porque os sa
ções interessantes e escassas, referentes
às fazendas organizadas sob forma de sociedades anônimas. Essa forma jurí dica de exploração agro-pecuáría não é, entretanto, a mais ajustada às ati vidades rurais. A concentração do ca pital no campo ainda não imprimiu uma
ativa em misteres agro-pecuários; ....
fisionomia nitidamente capitalista à vi
9.973.642. Êsse número abrange indi
da econômica. A mecanização da lavou
víduos de 10 a 80 anos, de ambos os
lários permanecem tão baixos no cam
po. Temos uma indicação vaga e incertíssima sôbre o volume de emprego quando o censo consigna a população
cia: maior atividade da comunidade, maiores ingressos, um consumo maior
encontra na atividade rural determina
do que o consumo inicial, embora in ferior aos ingressos.
maior, com o maior ingresso hax-ido. Conclui Keynes que as inversões co
movida por pregações, mas pelas ex
dos são insuficientes para um estudo sôbre o rendimento dos capitais, sôbre
rios esperam alcançar com o
sua fuga dos campos. Não há, portanto,
ção, no ano anterior, foi de Cr§
dos sôbre os salários dessas empresas,
Por sua vez, dele vai depender a taxa
'i-.
7.965.693.000,00 (incluindo-se aí a pro
o capital nelas invertido. Não temos da
dade marginal do capital empregado.
trabalho" ocasionada pelo "cho-
mos informação sobre a natureza e es
prédios, constmções, maquinaria, veí culos, animais. O valor de sua produ
do lucro é determinada pela produti\i-
de uma permanente "reserva de
tado exato dessas máquinas, e sôbre
soma dos valores atribuídos as terras,
exprimem a produtixàdade marginal do trabalho; logo, c aquela produtividade marginal que cresceu. Cresceu, porque aumentou o capital por homem. A taxa
de juro. Que inferir daí? Que as taxas referidas regulariam o ritmo da pou meios rurais, larga massa dc desocupa pança. Esta permitiria a acumulação dos dos, que torna a oferta do braço muito capitais — ponto que foi atacado agu depreciada: c o mínimo necessário para damente por Lord Keynes. Em nossa a sua miserável subsistcncia que nessas . economia, onde não se verifica o em circunstâncias determina o sa prego pleno dos fatòres pro lário real. Nesse caso, não pode dutivos, o ritmo da acumulação haver preocupação com a defcnão depende da poupança das sa biológica o social do traba^ classes abastadas, mas do iiy lhador — porque é fácil dispor dice de lucro que os empresá-
estímulo para que as inversões cres çam. Não se abrem horizontes à me canização da lavoura. Porque tais ho rizontes sòmente seriam rasgados com a
juntura E^nómica", algumas indica
57
Econômico
Daí a poupança
mandam a poupança, não a poupança as inversões.
maior inversão, e essa inversão não ó
As causas que retardam as inversões
pectativas de lucro. E assim como não .se move uma máquina lendo uma teoria sôbre a energia motriz — não se levam
Relembramos essas noções fundamen
os capitais ao campo lendo ao capitalis ta páginas sôbre o reerguimqnto da agri
tais para aplicá-las à tentativa de aná lise que esboçamos aqui. Com os dados acima, vemos que na aplicação de quase
cultura.
35 bilhões de cruzeiros, a produção clie-
As mudanças nos processos técnicos
gou a quase 8 bilhões. Isto e, a produ
de produção são invariavelmente exi gências práticas do próprio desenvolvi
ção não tocou a 23% dos ca,pitais em
mento agrícola. Se o volume do capital aumentar, sem que os progressos técni cos se verifiquem, torna-èe possível a
lhões investidos são destinados as ter
pregados. Mais de 56% daqueles 35 bi ras, mais de 22% em animais - e
subida dos salários reais, com a dimi
0,025% para maquinaria! Bastam essas indicações para que se tenha objetiva
nuição do desemprego. Aquêles salários
mente fixado o estado rudimentar de
T^'
Dícesto EcoNÓAnco 58
i•
A,''
Dicesto
espaço social ........ área agrícola
"
"
15% da superfície total 1,75% " " " ' 7^4% " " em propriedade dos estabelecimentos
Essa área agricultada representa, co
ra, dependente daqücla concentração,
mo se vê, nesgas de terras dentro do
é um sonho ainda mal definido entre
imenso quadro geográfico do País. As
nós, se atentarmos naquelas indicações
sim mesmo, o trabalho que' nelas se
estatísticas.
executa mantém-se em nível rudimentar,
Os dados examinados pela re\'isla ci tada mostram que, das 34 sociedades anônimas surgidas na agro-pecuáría, 19
aos azares de uma rotina que espanta. O total dos tratores atinge 3.380, os
arados contam 500.853, as grades, .. 127.728, os rolos, 11.718. Aí está a maquinaria do Brasil agrícola para o trato das nesgas de terras assinaladas nos 8 milhões e meio de quilômetros quadrados.
acusaram perdas no exercício de 1946 o somente 8 clistríbuiram
diWdendos.
Consideradas em conjunto, ofereceram um lucro do 22,849, um lucro médio de
19% sôbre o capital e 14% sôbre capi tal e reservas (5). Seria interessante
Não admira que o valor produzido
considerar a relação entre esses capi
bém não embasbaquemos o leigo com
tais e o volume de -emprego, mas fal tam-nos dados a respeito. De.ssa ma
comparações feitas aos centros de produ
neira nao podemos retirar da analise ou
ção norte-americana. Não teria sentido
tras conseqüências importantes.
seja de Cr$ 16.821.643.000,00.
Tam
e apenas despertaria comentários su perficiais.
Do total dos estabelecimentos agrí colas, que somam 1.904.589, apenas 433.914 dispõem de maquinaria. Quer dizer, 22,7% possuem máquinas. Não te
Ao total dos estabelecimentos agro-pecuários, que é de 1.904.589, foi consig nado um valor de Cr$ 34.879.837.000,00,
sexos. Ora, êsse volume de emprego depende do volume do capital c.xi.slenfe e da técnica da produção. Quando o capital se acumula sem que se realizem grandes progrcs.so.s tccnico.s, cresce o volume de emprego, diminuindo o las tra dos sem-trabalho, c, conscqüenlemente, possibilitando 'a subida dos sa lários reaus. Existe sempre, em nossos
emprego dos capitais obtidos a determinada taxa de juros. Conseqüên
mage". O volume de capital passa a condicionar o volume de emprego —
e a baixa produtividade que o capital
dução extratíva, animal etc). Êsses da
a classificação de sua estrutura e for
ma jurídica, os lucros proporcionados.
a produtividade marginal dos capitais,
Só recentemente encontramos, em "Con
sôbre a produtividade marginal do tra balho. E sòmente por essa análise, cojii aquelas relações bem definidas, esclare ceríamos cientificamente porque os sa
ções interessantes e escassas, referentes
às fazendas organizadas sob forma de sociedades anônimas. Essa forma jurí dica de exploração agro-pecuáría não é, entretanto, a mais ajustada às ati vidades rurais. A concentração do ca pital no campo ainda não imprimiu uma
ativa em misteres agro-pecuários; ....
fisionomia nitidamente capitalista à vi
9.973.642. Êsse número abrange indi
da econômica. A mecanização da lavou
víduos de 10 a 80 anos, de ambos os
lários permanecem tão baixos no cam
po. Temos uma indicação vaga e incertíssima sôbre o volume de emprego quando o censo consigna a população
cia: maior atividade da comunidade, maiores ingressos, um consumo maior
encontra na atividade rural determina
do que o consumo inicial, embora in ferior aos ingressos.
maior, com o maior ingresso hax-ido. Conclui Keynes que as inversões co
movida por pregações, mas pelas ex
dos são insuficientes para um estudo sôbre o rendimento dos capitais, sôbre
rios esperam alcançar com o
sua fuga dos campos. Não há, portanto,
ção, no ano anterior, foi de Cr§
dos sôbre os salários dessas empresas,
Por sua vez, dele vai depender a taxa
'i-.
7.965.693.000,00 (incluindo-se aí a pro
o capital nelas invertido. Não temos da
dade marginal do capital empregado.
trabalho" ocasionada pelo "cho-
mos informação sobre a natureza e es
prédios, constmções, maquinaria, veí culos, animais. O valor de sua produ
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de uma permanente "reserva de
tado exato dessas máquinas, e sôbre
soma dos valores atribuídos as terras,
exprimem a produtixàdade marginal do trabalho; logo, c aquela produtividade marginal que cresceu. Cresceu, porque aumentou o capital por homem. A taxa
de juro. Que inferir daí? Que as taxas referidas regulariam o ritmo da pou meios rurais, larga massa dc desocupa pança. Esta permitiria a acumulação dos dos, que torna a oferta do braço muito capitais — ponto que foi atacado agu depreciada: c o mínimo necessário para damente por Lord Keynes. Em nossa a sua miserável subsistcncia que nessas . economia, onde não se verifica o em circunstâncias determina o sa prego pleno dos fatòres pro lário real. Nesse caso, não pode dutivos, o ritmo da acumulação haver preocupação com a defcnão depende da poupança das sa biológica o social do traba^ classes abastadas, mas do iiy lhador — porque é fácil dispor dice de lucro que os empresá-
estímulo para que as inversões cres çam. Não se abrem horizontes à me canização da lavoura. Porque tais ho rizontes sòmente seriam rasgados com a
juntura E^nómica", algumas indica
57
Econômico
Daí a poupança
mandam a poupança, não a poupança as inversões.
maior inversão, e essa inversão não ó
As causas que retardam as inversões
pectativas de lucro. E assim como não .se move uma máquina lendo uma teoria sôbre a energia motriz — não se levam
Relembramos essas noções fundamen
os capitais ao campo lendo ao capitalis ta páginas sôbre o reerguimqnto da agri
tais para aplicá-las à tentativa de aná lise que esboçamos aqui. Com os dados acima, vemos que na aplicação de quase
cultura.
35 bilhões de cruzeiros, a produção clie-
As mudanças nos processos técnicos
gou a quase 8 bilhões. Isto e, a produ
de produção são invariavelmente exi gências práticas do próprio desenvolvi
ção não tocou a 23% dos ca,pitais em
mento agrícola. Se o volume do capital aumentar, sem que os progressos técni cos se verifiquem, torna-èe possível a
lhões investidos são destinados as ter
pregados. Mais de 56% daqueles 35 bi ras, mais de 22% em animais - e
subida dos salários reais, com a dimi
0,025% para maquinaria! Bastam essas indicações para que se tenha objetiva
nuição do desemprego. Aquêles salários
mente fixado o estado rudimentar de
Dicesto Ecosóm'CO
5S
nossa produção agrícola. A simples pro porção entre as cotas destinadas à tra
dirigentes, dos técnicos, repetidos "Os
ção animal e às máquinas é altamen
relatórios oficiais, nos documentos
te reveladora do atraso em que esta
rocráticos, continua sendo o de cO'"'
mos.
Se, como sustenta Keynes, as
preender tais problemas desligados de
inversões comandam a poupança, condi
sua conexão social, no processo geral da
ção necessária mas não suficiente para a acumulação dos capitais, acentua-se
produção. Cada um corta seu P'^' blema e o desliga dos outros.
a necessidade de incentivar as inversões
Tôdas
na agricultura. Mas nisso não estaria o primum movens: porque as inversões, por sua vez, são motivadas pelas taxas
de
as
regra,
medidas
lembradas,
pretendem
solucionar
de lucro que o capital espera obter, e
falhas de nossa organização econámica com providências que alheias a qualquer oportunidade dc
tah iaxas, simultâneamente, dependem
renovação de certas estruturas sociaÍf=
do volume de emprôgo, e da estrutura do capital, isto é, das proporções com
da prd"dução.
ponentes do capital fí-xo e demais ele mentos. Ora, na estrutura desses capi
Entretanto, podcr-se-á
citar muitos julgamentos, nos mesinoí'
documentos, que afirmam a e.\i.stência das péssimas condições de nosso
tais investidos não
d eson Vo1
encontramos indi
mento econômico,
cações sòbre uma
da má distribuiçá"
taxa de composi ção que permitisse
dos íngre*ssos que
melhor análise.
Mas podemos, aproxima-
damente,
1 n f e-
nr que as propor
restringem cada vez mais o poder de
consumo
de
imensa maioria da;^
nossas populações laboriosas.
ções acima expostas, mau grado sua im
perfeição, revelam as causas que re
problema sòmente poderia ser resolvido
modernos penetram com lentidão. O emprego da moderna maquinaria na agricultura leva naturalmente à lavou ra de grandes áreas, que se desenvolve
com uma educação paralela do homem. Com uma massa rural ignorante, su
pela assimilação das pequenas lavouras.
persticiosa, sem conhecimento prático de agrologia moderna e sem espírito as
Isso, porém, que se verifica nas áreas de produção agrícola como processo
do estimular o processo de divisão fun-
sociativo educado, não adianta ao Esta
chária pelos métodos ao seu alcance,
normal de desenvolvimento, entre nós,
dentro do equilíbrio social existente. O Mé.xico deu-nos a prova dessa inutilida de até enveredar pelo caminho que as
ampliaria as oportunidades de ocupa ção dos rurígenas, contribuindo para a formação de um grande mercado inter
socia a medida política à medida edu
no de consumo.
A par dessa intensificação de inver sões de capitais, e como sua conseqüên cia inevitável, o crescimento da massa de trabalhadores rurais, clescongestionando as cidades. Mas na hipótese de realizar-se essa concentração de riqueza em ritmo muito forte, determinando
seu rápido crescimento — observar-se-ia talvez maior proletarização dos campos com a trituiação impiedosa da peque
na propriedade. Uma série de proble mas delicados estão ligados a êsse desenvolvimentd. "Uma legislação social rural teria por -finalidade evitar que se desenvolvessem tais desajustamentos.
O mercado interno
Órgãos educativos, em bases co operativas, para compreensão e
Ninguém ignora mais a existência de
discussão dos problemas rurais
tardam as inversões. Para mostrar a im
possibilidade de isolar õ fenômeno, atentemos ainda no papel que desem
59
Dicesto Econômico
Ainda ho/e o êrro fundamental
cacional.
.
"Cooperativas, conselhos de colonos e sindicatos, são os organismos típicos
para realizar êsse desenvolvimento do espírito associativo, ensinando a resol\'er -em conmm os problemas que são
comuns: de maquinaria, de crédito, de comércio, de industrialização, sob as sistência do Estado" (7).
Inter-relação dos problemas
Parece que essas últimas medidas ago ra alvitradas incorrem no êrro de unilateralidáde: o de considerar a solubilidade do problema pela institui ção de organismos educacionais. Mas tais medidas teriam que se
ligar a providências efetivas so bre a grande propriedade terri torial, que jaz em condições im produtivas, G- noutras exigências
pelos próprios interessados, aju
cional: os centros econômicos isolados,
um desaiustamento profundo entre a capacidade produtiva e o poder de com pra — problema que preocupou todos
com as dificuldades de comunicação,
os grandes economistas desde Marshall,
voura Canavieira pretendeu levar
constituem-se em áreas mais ou menos
separadas, fomaando mercados locai|s
mesmo desde Mill. As descobertas técnicas dão ao trabalho maior índice
ao pequeno proprietário, triturado par
baixos preços dos nossos produtos agro
ou regionais, fato muito bem criticado por J. F. Normano (6). A formação dêsse mercado interno,
cialmente pela grande indústria usinei-
de produtividade; mas, por outro lado, reduzem o volume de emprêgo, e, cni conseqüência, afetam os ingressos, re
ra, falhou porque não alcançou todos os lados da questão. Quando tratamos do assunto, ao tempo de sua promulgação,
nal, são um dos pontos essenciais no tra
duzindo a procura dos bens de consu mo. Êsse aspecto, tão visível nas indús
escrevemos:
trias, não se manifesta nas atiWdades
car a terra .nas mãos dos que a façam
penham os transportes no quadro na
ligado ao processo de crescimento da riqueza agrícola e ao aumento do poder
de compra das massas, envolve todos os
problemas aqui ràpidamente delineados.
rurais onde, como se sabe, os processos
dariam a sua auto-organização.
O auxílio que o Estatuto da La
de ordem estritamente econômica.
Os
pecuários, e, de modo geral, de nossas matérias-primas no mercado internacio tamento das questões que vimos exa
produzir, dentro .das normas de interes
minando. Temos a impressão de que, nessa direção, eles se perdem no agita do mar da política internacional. O que
se geral.
nossa história econômica está a evi-
"O parcelamento da terra visa colo
"Como conseguir êsse resultado?
O
Dicesto Ecosóm'CO
5S
nossa produção agrícola. A simples pro porção entre as cotas destinadas à tra
dirigentes, dos técnicos, repetidos "Os
ção animal e às máquinas é altamen
relatórios oficiais, nos documentos
te reveladora do atraso em que esta
rocráticos, continua sendo o de cO'"'
mos.
Se, como sustenta Keynes, as
preender tais problemas desligados de
inversões comandam a poupança, condi
sua conexão social, no processo geral da
ção necessária mas não suficiente para a acumulação dos capitais, acentua-se
produção. Cada um corta seu P'^' blema e o desliga dos outros.
a necessidade de incentivar as inversões
Tôdas
na agricultura. Mas nisso não estaria o primum movens: porque as inversões, por sua vez, são motivadas pelas taxas
de
as
regra,
medidas
lembradas,
pretendem
solucionar
de lucro que o capital espera obter, e
falhas de nossa organização econámica com providências que alheias a qualquer oportunidade dc
tah iaxas, simultâneamente, dependem
renovação de certas estruturas sociaÍf=
do volume de emprôgo, e da estrutura do capital, isto é, das proporções com
da prd"dução.
ponentes do capital fí-xo e demais ele mentos. Ora, na estrutura desses capi
Entretanto, podcr-se-á
citar muitos julgamentos, nos mesinoí'
documentos, que afirmam a e.\i.stência das péssimas condições de nosso
tais investidos não
d eson Vo1
encontramos indi
mento econômico,
cações sòbre uma
da má distribuiçá"
taxa de composi ção que permitisse
dos íngre*ssos que
melhor análise.
Mas podemos, aproxima-
damente,
1 n f e-
nr que as propor
restringem cada vez mais o poder de
consumo
de
imensa maioria da;^
nossas populações laboriosas.
ções acima expostas, mau grado sua im
perfeição, revelam as causas que re
problema sòmente poderia ser resolvido
modernos penetram com lentidão. O emprego da moderna maquinaria na agricultura leva naturalmente à lavou ra de grandes áreas, que se desenvolve
com uma educação paralela do homem. Com uma massa rural ignorante, su
pela assimilação das pequenas lavouras.
persticiosa, sem conhecimento prático de agrologia moderna e sem espírito as
Isso, porém, que se verifica nas áreas de produção agrícola como processo
do estimular o processo de divisão fun-
sociativo educado, não adianta ao Esta
chária pelos métodos ao seu alcance,
normal de desenvolvimento, entre nós,
dentro do equilíbrio social existente. O Mé.xico deu-nos a prova dessa inutilida de até enveredar pelo caminho que as
ampliaria as oportunidades de ocupa ção dos rurígenas, contribuindo para a formação de um grande mercado inter
socia a medida política à medida edu
no de consumo.
A par dessa intensificação de inver sões de capitais, e como sua conseqüên cia inevitável, o crescimento da massa de trabalhadores rurais, clescongestionando as cidades. Mas na hipótese de realizar-se essa concentração de riqueza em ritmo muito forte, determinando
seu rápido crescimento — observar-se-ia talvez maior proletarização dos campos com a trituiação impiedosa da peque
na propriedade. Uma série de proble mas delicados estão ligados a êsse desenvolvimentd. "Uma legislação social rural teria por -finalidade evitar que se desenvolvessem tais desajustamentos.
O mercado interno
Órgãos educativos, em bases co operativas, para compreensão e
Ninguém ignora mais a existência de
discussão dos problemas rurais
tardam as inversões. Para mostrar a im
possibilidade de isolar õ fenômeno, atentemos ainda no papel que desem
59
Dicesto Econômico
Ainda ho/e o êrro fundamental
cacional.
.
"Cooperativas, conselhos de colonos e sindicatos, são os organismos típicos
para realizar êsse desenvolvimento do espírito associativo, ensinando a resol\'er -em conmm os problemas que são
comuns: de maquinaria, de crédito, de comércio, de industrialização, sob as sistência do Estado" (7).
Inter-relação dos problemas
Parece que essas últimas medidas ago ra alvitradas incorrem no êrro de unilateralidáde: o de considerar a solubilidade do problema pela institui ção de organismos educacionais. Mas tais medidas teriam que se
ligar a providências efetivas so bre a grande propriedade terri torial, que jaz em condições im produtivas, G- noutras exigências
pelos próprios interessados, aju
cional: os centros econômicos isolados,
um desaiustamento profundo entre a capacidade produtiva e o poder de com pra — problema que preocupou todos
com as dificuldades de comunicação,
os grandes economistas desde Marshall,
voura Canavieira pretendeu levar
constituem-se em áreas mais ou menos
separadas, fomaando mercados locai|s
mesmo desde Mill. As descobertas técnicas dão ao trabalho maior índice
ao pequeno proprietário, triturado par
baixos preços dos nossos produtos agro
ou regionais, fato muito bem criticado por J. F. Normano (6). A formação dêsse mercado interno,
cialmente pela grande indústria usinei-
de produtividade; mas, por outro lado, reduzem o volume de emprêgo, e, cni conseqüência, afetam os ingressos, re
ra, falhou porque não alcançou todos os lados da questão. Quando tratamos do assunto, ao tempo de sua promulgação,
nal, são um dos pontos essenciais no tra
duzindo a procura dos bens de consu mo. Êsse aspecto, tão visível nas indús
escrevemos:
trias, não se manifesta nas atiWdades
car a terra .nas mãos dos que a façam
penham os transportes no quadro na
ligado ao processo de crescimento da riqueza agrícola e ao aumento do poder
de compra das massas, envolve todos os
problemas aqui ràpidamente delineados.
rurais onde, como se sabe, os processos
dariam a sua auto-organização.
O auxílio que o Estatuto da La
de ordem estritamente econômica.
Os
pecuários, e, de modo geral, de nossas matérias-primas no mercado internacio tamento das questões que vimos exa
produzir, dentro .das normas de interes
minando. Temos a impressão de que, nessa direção, eles se perdem no agita do mar da política internacional. O que
se geral.
nossa história econômica está a evi-
"O parcelamento da terra visa colo
"Como conseguir êsse resultado?
O
60
Digesto Econômico.
ao assunto. País que sempre gravitou
sôbre determinados produtos de e.xportação, sofreu, repentinamente, os efei
tos de sua política econômica. O.s ca pitais estrangeiros investidos jamais se
dedicaram, à exploração de novos hori zontes produtivos: investiram-se em ser viços públicos, na exploração da luz,
força e gás, da eletricidade, dos ramos em que pouco arriscavam e obtinham
'I lucros certos. Era lógico. Nós é que fi|k camos aos azares do café, da borracha,
p). dos produtos que a cotação de preços internacionais estimulava. O "slogan" "país essencialmente agrícola" fixa va em nosso sub-consciente que éramos
o celeiro dos países industriais. Êstes, senhores da liderança, marcaram os nos so preços. crescesse
E embora nossa exportação em volume físico, não cres
cia em valor econômico. As manipula ções monetárias favoreceram à política
dos povos industriais emprestadores de capitais, líderes até de nosso pensamen to econômico. Mandavam-nos as doutri
nas que explicaram como tudo era as
petíçãt) que não podemos evitar — os quais, de modo reflexo, afetam a situa
ção das classes produtoras agrícolas. a defesa de sua produção agrícola, e o desenvolvimento dc sua ugriculturp não se fará, sem o progresso da indústria metalúrgica. Querer pôr em relévo qual quer setor da vida econômica, esque cendo as conexõe.s que possuem dentn) do grande panorama econômico, expri me uma simplificação que consultará o interesse de determinados grupos ou ca tegorias da produção, mas não conduzi
rá a medidas inspiradas no progresso e bem-estar coletivos. E qualquer pro grama a ser elaborado neste sentido
deveria, antes de tudo, ser amplamente divulgado, aberto a todas as discussões,
com ampla liberdade de debate pelos órgãos e Indivíduos capazes. A liberda de de discussão é a grande profilaxia do.s governos e o verdadeiro clima da pesquisa das soluções científicas.
acompanhar as eventualidades da cota
São indispensáveis essas considerações para análise do assunto.
Os produtos
^lue mandamos ao mercado exterior em
troca de bens de que necessitamos so frem dessarte os efeitos de uma com-
^o.Nio acentuamos no artigo anterior, enlre as resistências internas a di-
pansão capitalista em Portugal. No pró
vida portuguesa nos inícios do capitalis mo podem-se alinhar as seguintes: 1) a
ximo artigo, o último da série, o erudi
dificuldade da ruptura com as idéias r conómicas, políticas o religiosas da Ida de Média; 2) a expulsão dos judeus,
principal elemento financeiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da lisura, dificultando a acumulação capi talista e, conseqüentemente, a formação do crédito. Daí a procura de crédito no
to historiador focalizará Portugal, prêsa da usura c do empréstimo estrangeiro.
soubéram os portugueses cuidar dessa riqueza e abundância e logo a substancia do reino "se veio a empregar em delícias, apetites, os que como cos tumam ser insaciáveis, foram causa de
'strangeiro e a dependência financeira do país aos usurários flamengos e ale
grandíssima superfluidade e demasia" nos trajes, adornos, ostentações, manja
mães. Essas três causas estão intima
res e perfumes. A desonestidade sugava também para a bolsa privada grande
mente ligadas e devem ser tratadas em conjunto.
parte da força econômica do reino, co mo anotou ainda Francisco de Andra de.
râneos foi o rápido comêço da aparente
O comércio ilegal começou cedo a
Estatística, Problemas de Base do
opuléncia de Portugal. O crescimento e
sobrepor-se ao comércio do Estado. So
Brasil, Rio de Janeiro, 1945.
a decadência econômica de Portugal do século XIV ao XVI foram registrados
organizar o comércio por meio de com
pelos cronistas. Franci.sco de Andrade, escrevendo sôbre o estado em cjue D.
panhias, sem que a situação apresentas se qualquer melhoria. A klência do co
João nii já no século XVI, enconti-ou o reino, diz que "com os grandes pro
mércio oficial português serviu de ex periência para os outros povos, que lo
(2) A. T. Bandeira de Melo, O Espírito de Genebra e a Reconstrução Social do Mundo. Serviço de Estatística da Previdência e Trabalho. Rio de Ja neiro. 1946.
(3) Problemas de Base do Brasil, loc cit (4)
O professor José Houório Rodrigues cxomhui, uestc artigo, os entraves à ex
fiLii'tar a tarefa da comercialização da
N'o século XV, um dos fenômenos
(1) Instituto Brasileiro de Geografia e
por nossa vontade exclusiva. Devemos ção internacional e suas vicissitudes.
Josí: llONÓHlO RtlDlUGUES
que mais surpreenderam os contempo
mas verdades científicas.
Mas nossa argumentaç-âo agora é ape nas para assinalar que os preços de nos sas mercadorias agrícolas não são feitos
n
O grande problema do Brasil, o seu problema fundamental, continua sendo
sim mesmo. E nós passávamos a ensi
nar o que lhes.convinha como as últi
Portugal e a expansão capitalista
Idem.
(5) Conjuntura Econômica, ano II. n.o 3, março, 1948.
(6) J. F. Normano, Evolução Econômica do Brasil, Brasiliana, S. Paulo, 1939. (7) Alguns aspectos da legislação social rural, in "O Direito", ano V, vol. XXIV, março-abril, 1944, Liv, Frei tas Bastos, Rio de Janeiro.
ventos e interôsses que se tiraram de
go a seguir se -apoderaram das rique
muitas e muito gloriosas conquistas do
zas portuguesas.
Oriente c do trato e comércio delas, em espaço de poucos anos veio este reino a
Mas seria impossível a um país des provido de capacidade econômica, quase devotado ao fanatismo religioso, à os tentação mística, ás enormes despesas
ser tanto mais rico e abastado do que nunca o fora, que os mesmos homens (juase atônitos de tão súbita mudança
não souberam tratar as riquezas nem usar delas com a temperança devida o necessária". ....
átt.
mente a partir de 1577 é que se tentou
com igrejas e pensões ao clero e nobre za, consolidar o crédito. A acumulação
capitalista só seria conseguida pela rigo rosa aplicação dos dinbeiros públicos e
60
Digesto Econômico.
ao assunto. País que sempre gravitou
sôbre determinados produtos de e.xportação, sofreu, repentinamente, os efei
tos de sua política econômica. O.s ca pitais estrangeiros investidos jamais se
dedicaram, à exploração de novos hori zontes produtivos: investiram-se em ser viços públicos, na exploração da luz,
força e gás, da eletricidade, dos ramos em que pouco arriscavam e obtinham
'I lucros certos. Era lógico. Nós é que fi|k camos aos azares do café, da borracha,
p). dos produtos que a cotação de preços internacionais estimulava. O "slogan" "país essencialmente agrícola" fixa va em nosso sub-consciente que éramos
o celeiro dos países industriais. Êstes, senhores da liderança, marcaram os nos so preços. crescesse
E embora nossa exportação em volume físico, não cres
cia em valor econômico. As manipula ções monetárias favoreceram à política
dos povos industriais emprestadores de capitais, líderes até de nosso pensamen to econômico. Mandavam-nos as doutri
nas que explicaram como tudo era as
petíçãt) que não podemos evitar — os quais, de modo reflexo, afetam a situa
ção das classes produtoras agrícolas. a defesa de sua produção agrícola, e o desenvolvimento dc sua ugriculturp não se fará, sem o progresso da indústria metalúrgica. Querer pôr em relévo qual quer setor da vida econômica, esque cendo as conexõe.s que possuem dentn) do grande panorama econômico, expri me uma simplificação que consultará o interesse de determinados grupos ou ca tegorias da produção, mas não conduzi
rá a medidas inspiradas no progresso e bem-estar coletivos. E qualquer pro grama a ser elaborado neste sentido
deveria, antes de tudo, ser amplamente divulgado, aberto a todas as discussões,
com ampla liberdade de debate pelos órgãos e Indivíduos capazes. A liberda de de discussão é a grande profilaxia do.s governos e o verdadeiro clima da pesquisa das soluções científicas.
acompanhar as eventualidades da cota
São indispensáveis essas considerações para análise do assunto.
Os produtos
^lue mandamos ao mercado exterior em
troca de bens de que necessitamos so frem dessarte os efeitos de uma com-
^o.Nio acentuamos no artigo anterior, enlre as resistências internas a di-
pansão capitalista em Portugal. No pró
vida portuguesa nos inícios do capitalis mo podem-se alinhar as seguintes: 1) a
ximo artigo, o último da série, o erudi
dificuldade da ruptura com as idéias r conómicas, políticas o religiosas da Ida de Média; 2) a expulsão dos judeus,
principal elemento financeiro do país; 3) a doutrina tomista da proibição da lisura, dificultando a acumulação capi talista e, conseqüentemente, a formação do crédito. Daí a procura de crédito no
to historiador focalizará Portugal, prêsa da usura c do empréstimo estrangeiro.
soubéram os portugueses cuidar dessa riqueza e abundância e logo a substancia do reino "se veio a empregar em delícias, apetites, os que como cos tumam ser insaciáveis, foram causa de
'strangeiro e a dependência financeira do país aos usurários flamengos e ale
grandíssima superfluidade e demasia" nos trajes, adornos, ostentações, manja
mães. Essas três causas estão intima
res e perfumes. A desonestidade sugava também para a bolsa privada grande
mente ligadas e devem ser tratadas em conjunto.
parte da força econômica do reino, co mo anotou ainda Francisco de Andra de.
râneos foi o rápido comêço da aparente
O comércio ilegal começou cedo a
Estatística, Problemas de Base do
opuléncia de Portugal. O crescimento e
sobrepor-se ao comércio do Estado. So
Brasil, Rio de Janeiro, 1945.
a decadência econômica de Portugal do século XIV ao XVI foram registrados
organizar o comércio por meio de com
pelos cronistas. Franci.sco de Andrade, escrevendo sôbre o estado em cjue D.
panhias, sem que a situação apresentas se qualquer melhoria. A klência do co
João nii já no século XVI, enconti-ou o reino, diz que "com os grandes pro
mércio oficial português serviu de ex periência para os outros povos, que lo
(2) A. T. Bandeira de Melo, O Espírito de Genebra e a Reconstrução Social do Mundo. Serviço de Estatística da Previdência e Trabalho. Rio de Ja neiro. 1946.
(3) Problemas de Base do Brasil, loc cit (4)
O professor José Houório Rodrigues cxomhui, uestc artigo, os entraves à ex
fiLii'tar a tarefa da comercialização da
N'o século XV, um dos fenômenos
(1) Instituto Brasileiro de Geografia e
por nossa vontade exclusiva. Devemos ção internacional e suas vicissitudes.
Josí: llONÓHlO RtlDlUGUES
que mais surpreenderam os contempo
mas verdades científicas.
Mas nossa argumentaç-âo agora é ape nas para assinalar que os preços de nos sas mercadorias agrícolas não são feitos
n
O grande problema do Brasil, o seu problema fundamental, continua sendo
sim mesmo. E nós passávamos a ensi
nar o que lhes.convinha como as últi
Portugal e a expansão capitalista
Idem.
(5) Conjuntura Econômica, ano II. n.o 3, março, 1948.
(6) J. F. Normano, Evolução Econômica do Brasil, Brasiliana, S. Paulo, 1939. (7) Alguns aspectos da legislação social rural, in "O Direito", ano V, vol. XXIV, março-abril, 1944, Liv, Frei tas Bastos, Rio de Janeiro.
ventos e interôsses que se tiraram de
go a seguir se -apoderaram das rique
muitas e muito gloriosas conquistas do
zas portuguesas.
Oriente c do trato e comércio delas, em espaço de poucos anos veio este reino a
Mas seria impossível a um país des provido de capacidade econômica, quase devotado ao fanatismo religioso, à os tentação mística, ás enormes despesas
ser tanto mais rico e abastado do que nunca o fora, que os mesmos homens (juase atônitos de tão súbita mudança
não souberam tratar as riquezas nem usar delas com a temperança devida o necessária". ....
átt.
mente a partir de 1577 é que se tentou
com igrejas e pensões ao clero e nobre za, consolidar o crédito. A acumulação
capitalista só seria conseguida pela rigo rosa aplicação dos dinbeiros públicos e
Dicesto Econômico
63
DiCESTO ECO4NÓMICO
talismo, apesar de tôda a ética econô
as quais se incluíam os'judeus. O fanatismo religioso e o entusiasmo católico expeliam da Península os povos
Portugal e Espanha, que jpelas suas posses e tesouros imensos poderiam acu mular imensas riquezas, tornaram-se dos mais pobres durante o correr do século
mais capazes para a nova era que sur
XVI. O.S novos ideais econômicos não
o estímulo às classes comerciais, entre
gia. A ruptura social e econômica com a
Idade Média, provocada pelo apelo do Renascimento e da Reforma, facilitou a tarefa da Holanda e da Inglaterra, que apareceram muito depois no cená
mica medieval ser contrária ao seu apa recimento. A proteção dispensada pela Igreja e pelo Estado aos mercadores, quando êstes, contra os preceitos cris tãos, entregaram a alma ao domínio do
haviíun s'do aceitos pelos países domi nados pelo espírito católico. Os homens continuavam penetrados pelo ideal da cooperação cristã e não do individualis
lucro, era devida à carência de capital.
mo econômico. O sistema medieval da
fluência.
Forçado.s a apelar para o mercado do dinheiro, valorizaram seus serviços e
aumentaram a significação de sua in Assim, não havia remédio senão, eni
ética econômica, formulada no século
rio mundial.
Havia uma diferença primordial en
contradição flagrante e absoluta com o ideal cristão, que se expressava nas pa-
XIII por Santo Tomás de Aquino, ba
de Aquino haviam codificado a lição cristã da improdutividade do dinheiro e,
conseqüentemente, da maldição da usu ra. Romper êste princípio de moral eco
nômica custaria grandes esforços e mui to tempo. Calvino é que sentiu a dife rença do dinheiro emprestado ao pobre c o cedido ao mercador, amaldiçoando
a primeira forma e permitindo a segun da.
Princípios tão rígidos quanto os con sagrados pela doutrina canônica não po deriam facilitar a era capitalista, na qual estava destruído o paralelismo bíblico en tre o esfôrço c o benefício (Ganharvás teu
tre o mundo medieval e o novo que
seava-se inteiramente na proibição da
surgia, e o zêlo católico dificultava a compreensão dessa verdade elementar.
ra do ganho. A tendência antircapitalis-
Era preciso a Portugal, como à Espanha, "dcsfeudalizar-se" primeiro, para, depois, aproveitar-se das novas oportunidades
la da Idade Média atingiu sua mais cla
lavra.s de S. Lucas: "Amai, pois, a vos sos inimigos e fazei o bem, e emprestai sem nada csperardes, e será grande o
ra expressão na proibição da usura.
vosso galardão e sereis filhos do Altíssi
Assim, uma contradição fundamental criava um abismo intransponível. As pes
mo", pagar juros e promover
dente do suor e do cansaço,
o espírito capitalista 'que se
era impossível continuar ads
alastrava.
trito àqueles princípios. Seria
comerciais que as aventuras marítimas
livre
concorrência e da intensa procu
quisas recentes de história
possibilitavam. Era neces
explicaram
Os Estados que reconhe
impossível à França, à Espa
incoerência essencial
ciam oficialmente a Igreja Ca
nha e Portugal, aos Reis Ca
tólica deviam orientar-se em
tólicos, Cristianissimos e Fi-
matéria de juros pela doutri na canônica, que proibia a
delíssimos legalizar o rompi
sário pelo menos que du-
econômica já
rante essa primeira fase de
essa
intenso
que se estabeleceu entre a doutrina teológica e a ação
comércio
exterior
se acumulasse capital, a
fim de evitar a dependên
da Igreja.
cia cada vez maior dos ca
de obter dinheiro for^xm-a,
O enorme influxo de ca
pital necessário para finan ciar aquele comércio foi procurado em Antuérpia, deslocando-se assim para aquela cidade o centro eco
A necessidade
usura e afirmava o princípio vitorioso em tantos séculos;
gradualmente, desde o princípio do século XIII,
pitalistas estrangeiros.
ILO TEKQ'
' a sustentar em teoria aquilo que não cumpria na práti ca a respeito de juros. Se gundo mostrou Jacxib Slxieder, as
^QVIMO dinheiro.
dieval de economia de troca e de consu
tradição?
mo, não se poderia compreender que o
capital produzisse riqueza, e baseado nisso condenava-se a usura, que só era pleiteada pelos pobres e necessitados.
finançás da
guês, sem recursos financeiros, vendia aos banquefros alemães a pimenta ain
dando assim os Papas contribuição de
(29-13) SC lê: "O pobre e o usurário se encontram, e o Senhor alumia os olhos
negócios, a devoção ao fanatismo, a mo
primeira importância na evolução das práticas e técnicas que subseqüentemente
bilização guerreira, a falta de liberda
se tomaram familiares nas finanças pvá-
de, de iniciativa e empreendimento co merciais tornaram impossível a boa ge rência dos negócios. Era preciso trans formar a economia do país, adaptá-la às novas aventuras, ao rhundo desco berto e conquistado.
blicas dos Estados europeus.
da em viagem. A incapacidade para os
Era a lição bíblica, pois nos Provérbios
As crescentes necessidades de dinhei
ro por parte do Estado e da Igr<-'jíi pa ra a administração, o.s fins de guerra e
a política imperiálista mundial permi tiram e fomentaram o advento do capí.
I
mento da moral com a econo
mia.
Êles próprios precisa
vam, e muito, de muitíssimo
pecunia pecuniam non pjarit, o dinheiro não produz o dinheiro. No conceito me
Igreja foram baseadas em crédito.s con seguidos nas casas bancárias italianas,
nômico da nova era. O governo portu
pão com o suor do teu rosto). Quando a realidade provava que o dinheiro, e não o trabalho, gerava dinheiro, indepen
Que fazer?
Como resolver a con
Tomarem-se ê^es próprios os
novos capitalista.s.
Até então os Es
tados recorriam aos judeus e nada sofria
a Igreja. Na verdade, a ética judaica nunca vira na riqueza um sério perigo moral. Ao contrário, ela recomendava
ao povo judaico oprimido a aquisição de riqueza, como uma arma desejável na
de ambos". Quando, com o grandé co mércio, o capital se tomou o grande produto e se iniciou a época capitalista,
luta contra os seus inimigos. Segundo
o dinheiro passou a produzir dinheiro e o necessitado de capital não era mais o
lação áos seus próprios irmãos, mas ti
pobre, mas o mercador rico. Os padres
nham como lícita a cobrança de juros ao
da Igreja e especialmente Santo Tomás
estrangeiro. Por outro lado, a brecha le-
vários trechos bíblicos, os judeus consi
deravam pecado a usura exercida em re
Dicesto Econômico
63
DiCESTO ECO4NÓMICO
talismo, apesar de tôda a ética econô
as quais se incluíam os'judeus. O fanatismo religioso e o entusiasmo católico expeliam da Península os povos
Portugal e Espanha, que jpelas suas posses e tesouros imensos poderiam acu mular imensas riquezas, tornaram-se dos mais pobres durante o correr do século
mais capazes para a nova era que sur
XVI. O.S novos ideais econômicos não
o estímulo às classes comerciais, entre
gia. A ruptura social e econômica com a
Idade Média, provocada pelo apelo do Renascimento e da Reforma, facilitou a tarefa da Holanda e da Inglaterra, que apareceram muito depois no cená
mica medieval ser contrária ao seu apa recimento. A proteção dispensada pela Igreja e pelo Estado aos mercadores, quando êstes, contra os preceitos cris tãos, entregaram a alma ao domínio do
haviíun s'do aceitos pelos países domi nados pelo espírito católico. Os homens continuavam penetrados pelo ideal da cooperação cristã e não do individualis
lucro, era devida à carência de capital.
mo econômico. O sistema medieval da
fluência.
Forçado.s a apelar para o mercado do dinheiro, valorizaram seus serviços e
aumentaram a significação de sua in Assim, não havia remédio senão, eni
ética econômica, formulada no século
rio mundial.
Havia uma diferença primordial en
contradição flagrante e absoluta com o ideal cristão, que se expressava nas pa-
XIII por Santo Tomás de Aquino, ba
de Aquino haviam codificado a lição cristã da improdutividade do dinheiro e,
conseqüentemente, da maldição da usu ra. Romper êste princípio de moral eco
nômica custaria grandes esforços e mui to tempo. Calvino é que sentiu a dife rença do dinheiro emprestado ao pobre c o cedido ao mercador, amaldiçoando
a primeira forma e permitindo a segun da.
Princípios tão rígidos quanto os con sagrados pela doutrina canônica não po deriam facilitar a era capitalista, na qual estava destruído o paralelismo bíblico en tre o esfôrço c o benefício (Ganharvás teu
tre o mundo medieval e o novo que
seava-se inteiramente na proibição da
surgia, e o zêlo católico dificultava a compreensão dessa verdade elementar.
ra do ganho. A tendência antircapitalis-
Era preciso a Portugal, como à Espanha, "dcsfeudalizar-se" primeiro, para, depois, aproveitar-se das novas oportunidades
la da Idade Média atingiu sua mais cla
lavra.s de S. Lucas: "Amai, pois, a vos sos inimigos e fazei o bem, e emprestai sem nada csperardes, e será grande o
ra expressão na proibição da usura.
vosso galardão e sereis filhos do Altíssi
Assim, uma contradição fundamental criava um abismo intransponível. As pes
mo", pagar juros e promover
dente do suor e do cansaço,
o espírito capitalista 'que se
era impossível continuar ads
alastrava.
trito àqueles princípios. Seria
comerciais que as aventuras marítimas
livre
concorrência e da intensa procu
quisas recentes de história
possibilitavam. Era neces
explicaram
Os Estados que reconhe
impossível à França, à Espa
incoerência essencial
ciam oficialmente a Igreja Ca
nha e Portugal, aos Reis Ca
tólica deviam orientar-se em
tólicos, Cristianissimos e Fi-
matéria de juros pela doutri na canônica, que proibia a
delíssimos legalizar o rompi
sário pelo menos que du-
econômica já
rante essa primeira fase de
essa
intenso
que se estabeleceu entre a doutrina teológica e a ação
comércio
exterior
se acumulasse capital, a
fim de evitar a dependên
da Igreja.
cia cada vez maior dos ca
de obter dinheiro for^xm-a,
O enorme influxo de ca
pital necessário para finan ciar aquele comércio foi procurado em Antuérpia, deslocando-se assim para aquela cidade o centro eco
A necessidade
usura e afirmava o princípio vitorioso em tantos séculos;
gradualmente, desde o princípio do século XIII,
pitalistas estrangeiros.
ILO TEKQ'
' a sustentar em teoria aquilo que não cumpria na práti ca a respeito de juros. Se gundo mostrou Jacxib Slxieder, as
^QVIMO dinheiro.
dieval de economia de troca e de consu
tradição?
mo, não se poderia compreender que o
capital produzisse riqueza, e baseado nisso condenava-se a usura, que só era pleiteada pelos pobres e necessitados.
finançás da
guês, sem recursos financeiros, vendia aos banquefros alemães a pimenta ain
dando assim os Papas contribuição de
(29-13) SC lê: "O pobre e o usurário se encontram, e o Senhor alumia os olhos
negócios, a devoção ao fanatismo, a mo
primeira importância na evolução das práticas e técnicas que subseqüentemente
bilização guerreira, a falta de liberda
se tomaram familiares nas finanças pvá-
de, de iniciativa e empreendimento co merciais tornaram impossível a boa ge rência dos negócios. Era preciso trans formar a economia do país, adaptá-la às novas aventuras, ao rhundo desco berto e conquistado.
blicas dos Estados europeus.
da em viagem. A incapacidade para os
Era a lição bíblica, pois nos Provérbios
As crescentes necessidades de dinhei
ro por parte do Estado e da Igr<-'jíi pa ra a administração, o.s fins de guerra e
a política imperiálista mundial permi tiram e fomentaram o advento do capí.
I
mento da moral com a econo
mia.
Êles próprios precisa
vam, e muito, de muitíssimo
pecunia pecuniam non pjarit, o dinheiro não produz o dinheiro. No conceito me
Igreja foram baseadas em crédito.s con seguidos nas casas bancárias italianas,
nômico da nova era. O governo portu
pão com o suor do teu rosto). Quando a realidade provava que o dinheiro, e não o trabalho, gerava dinheiro, indepen
Que fazer?
Como resolver a con
Tomarem-se ê^es próprios os
novos capitalista.s.
Até então os Es
tados recorriam aos judeus e nada sofria
a Igreja. Na verdade, a ética judaica nunca vira na riqueza um sério perigo moral. Ao contrário, ela recomendava
ao povo judaico oprimido a aquisição de riqueza, como uma arma desejável na
de ambos". Quando, com o grandé co mércio, o capital se tomou o grande produto e se iniciou a época capitalista,
luta contra os seus inimigos. Segundo
o dinheiro passou a produzir dinheiro e o necessitado de capital não era mais o
lação áos seus próprios irmãos, mas ti
pobre, mas o mercador rico. Os padres
nham como lícita a cobrança de juros ao
da Igreja e especialmente Santo Tomás
estrangeiro. Por outro lado, a brecha le-
vários trechos bíblicos, os judeus consi
deravam pecado a usura exercida em re
Dicesto
64
gal do heier iska (permissão do interèsse comercial), estabelecida pe!os rabis me
dievais, possibilitou ao emprestador de dinheiro a percepção ostensiva de ju ros. As palavras al slad heter iska (sob a base do interèsse comercial) eram reli
giosamente inseridas pelos judeus nas letras de câmbio, permitindo-llies as maiores concentrações de capital no iní cio da ora moderna e assegurando a
proeminência judaica nesse alvorecer do capitalismo.
As necessidades do Papado facilita ram a formação de um fraco capitalismo
Econômico
díam, assim, a formação do crédito na cional, a que pudessem recorrer ncssti hora de tanta necessidade de capital.
de capitais num país regido, em maté
novo impulso ao comércio da especia ria c pro%-ocou a revolução dos preços,
ria cc-onónüca, pela doutrina lomisla, o onde as Ordenações impediam o emprés
considerada como um dos fatores decisi
dívidiial nem o capitalismo, clemenlos
decisivos da vitória holandesa ou inglòsa no século XVI c seguintes. O capitalismo dc Estado do.s países católicos foi uma solução de maus resul
tados. Não impediu a contradição entre ;• teologia e a prática, nem facilitou a comercialização da \'ida, indispensável à nova era. A conciliação encontrada, dc
por Carlos V de freqüentar a Igreja, o
foi, sem dúvida, um dos maiores cntra-
outros, começaram a acumular, à custa
\'e.s ao desenvolvimento dos novos ricos
dos judeus. Agora o abismo entre a
cimento do comércio exterior e a ne
do inundo — Portugal c Espaniia. O rompimento decisivo entre a economia v a moral era patente, mas estes países, travados pela doutrina católica oficial, não se puderam aproveitar da grande
cessidade da troca comercial expeli
hora que a história Ihc.s ofereceu.
E* certo que o cres
ram os italianos do mercado de dinheiro,
Silva,
o comércio do cobre,'que estava nas mãos de capi
Weber formular sua teoria
como os Fuggers. De qual quer forma, o rompimento se dera na Sé da Igreja. Os Estados "oficialmen
te religiosos não poderiam facilitar tal enriquecimen to. Assim é que nas Or denações de Portugal", por exemplo, e nas leis espa nholas se impedia o em préstimo à maneira lombarda ou usu-
rária. Portugal e a Espanha foram mais adiante: expulsaram os judeus, os úni
timo a juros?
Quando CaKino, em 1540, licenciou teòrícamentc a usura, estavam a Ingla
xo do ouro da América Espanhola deu
vos da definitiva instalação do regime capitaMsta. Foram as importações de ou
ro, metal c pimenta, que promoveram a
terra e a Holanda libertas de consiclc-
desordem dos preços, sinal de nova épo
raçõcs morais para a aventura capitalis ta. E' sabido (pie para a reforma reli giosa que SC processou pouco depois, a
ca econômica.
própria influência do.s judeus portugue ses, expulsor da Península, foi decisiva. Êles preferiam, como os mercadores in-
glcse.s e os comerciantes holandeses, tão ligados à Reforma, que a teoria canònica fôsse banida do espírito da época.
A ilusão dos monopólios comerciais e da economia baseada exclusivamente na
importação passaria quando a nação portuguiêsa, juntamente com a Espanha, já sentisse na prcipria canie, com as fo mos e carestias, os resultados das e.\-tra-
vagàncias. reais.
E' curioso observar que Rebelo da
pois êstes não controlavam
talistas alemães católicos,
Além disso é preciso frisar que o influ
Não estimulavam nem a iniciativa in-
inicial, pois os lombardos impedidos
tal liberdade.
tomando caríssimas as tarefas agríco
65
las, pela elevação dos salários." Como seria possi\'cl a concentração
só permitir o empréstimo, ao Rei c dc só haver um capitalismo, o dc Estado,
teoria e a prática era intransponível. Sòmente a Igreja poderia permitir-se
Dicesto Econômico
muito
antes
dc
{f. sobre a formação "do espi"■ rito capitalista, já dcnunv; ciara a proibição da usura ^ nos países católicos corno uma das mais fortes ra-
zões do insucesso português. Dizia êle: "D. Manoel in
sistiu, apesar das advertên
cias de quase dois séculos,
O .ST. /{«tíf Fiiftcncscii, assistente do diretor gera/ da "Food and A^riculture
Oraanizíition" (FAO), que representará âssc órgão da ONU na I Conferência Laiino-Americam dc Flore.fías e Produtos Florestais, a realizar-se em Teresópolis, em entrevista concedida à imprensa, declarou: "Considero esse certame de magna imporíância para resolver o problema do
em proscrever os juros co
nPastecimcnto de madeira à Europa, que tem dificuldade rui reconstrução das cida
mo usura. Cuidou ser mais
des devastadas pela guerra.
obedecido por agravar a pena pecuniária com os castigos corpo rais. Iludiu-se. O degredo de dois a seis anos não resolveu. A raridade do dinhei
cos que possuíam capitais, com o que se
ro e seu alto preço constituíram um dos
viram na dependência de mercadores
católicos, a princípio, como os Fuggers
maiores obstáculos que podiam reter a lavoura em atraso, a organização de
e os Welsers, mas estrangeiros. Impe-
feituosa do trabalho rural e doméstico,
"A falta de aiojamento se apresenta com a gravidade da escassez de gêneros nlimeniícios. Milhões de indivíduos vivem hoje no Velho Mundo sem abrigo ou em condições precáruis de habitação. Essa inconstância sera temor no plano social em face do perigo da promiscuidade que se observa onde outrora existiram metró poles e grandes cUlades, como Varsóvia, por exemplo.
A FAO, que é o organi.smo das Nações Unidas desiinado a auxiliar todos os
alimentação c agricultura, agricu.lura, espera q que a 1 Conferência povos da terra nos ■planos planos de alimeniação
Lalino-Americami de Florestas e Produtos Fiorestais corres^jionda aos objetivos vi-
.sados, que são: auxiliar o Europa com fornecimentos de madeira, sem prejiulicar a América Latina no que toca à sobrevivência dos seus imensos recursos fhrestais".
Dicesto
64
gal do heier iska (permissão do interèsse comercial), estabelecida pe!os rabis me
dievais, possibilitou ao emprestador de dinheiro a percepção ostensiva de ju ros. As palavras al slad heter iska (sob a base do interèsse comercial) eram reli
giosamente inseridas pelos judeus nas letras de câmbio, permitindo-llies as maiores concentrações de capital no iní cio da ora moderna e assegurando a
proeminência judaica nesse alvorecer do capitalismo.
As necessidades do Papado facilita ram a formação de um fraco capitalismo
Econômico
díam, assim, a formação do crédito na cional, a que pudessem recorrer ncssti hora de tanta necessidade de capital.
de capitais num país regido, em maté
novo impulso ao comércio da especia ria c pro%-ocou a revolução dos preços,
ria cc-onónüca, pela doutrina lomisla, o onde as Ordenações impediam o emprés
considerada como um dos fatores decisi
dívidiial nem o capitalismo, clemenlos
decisivos da vitória holandesa ou inglòsa no século XVI c seguintes. O capitalismo dc Estado do.s países católicos foi uma solução de maus resul
tados. Não impediu a contradição entre ;• teologia e a prática, nem facilitou a comercialização da \'ida, indispensável à nova era. A conciliação encontrada, dc
por Carlos V de freqüentar a Igreja, o
foi, sem dúvida, um dos maiores cntra-
outros, começaram a acumular, à custa
\'e.s ao desenvolvimento dos novos ricos
dos judeus. Agora o abismo entre a
cimento do comércio exterior e a ne
do inundo — Portugal c Espaniia. O rompimento decisivo entre a economia v a moral era patente, mas estes países, travados pela doutrina católica oficial, não se puderam aproveitar da grande
cessidade da troca comercial expeli
hora que a história Ihc.s ofereceu.
E* certo que o cres
ram os italianos do mercado de dinheiro,
Silva,
o comércio do cobre,'que estava nas mãos de capi
Weber formular sua teoria
como os Fuggers. De qual quer forma, o rompimento se dera na Sé da Igreja. Os Estados "oficialmen
te religiosos não poderiam facilitar tal enriquecimen to. Assim é que nas Or denações de Portugal", por exemplo, e nas leis espa nholas se impedia o em préstimo à maneira lombarda ou usu-
rária. Portugal e a Espanha foram mais adiante: expulsaram os judeus, os úni
timo a juros?
Quando CaKino, em 1540, licenciou teòrícamentc a usura, estavam a Ingla
xo do ouro da América Espanhola deu
vos da definitiva instalação do regime capitaMsta. Foram as importações de ou
ro, metal c pimenta, que promoveram a
terra e a Holanda libertas de consiclc-
desordem dos preços, sinal de nova épo
raçõcs morais para a aventura capitalis ta. E' sabido (pie para a reforma reli giosa que SC processou pouco depois, a
ca econômica.
própria influência do.s judeus portugue ses, expulsor da Península, foi decisiva. Êles preferiam, como os mercadores in-
glcse.s e os comerciantes holandeses, tão ligados à Reforma, que a teoria canònica fôsse banida do espírito da época.
A ilusão dos monopólios comerciais e da economia baseada exclusivamente na
importação passaria quando a nação portuguiêsa, juntamente com a Espanha, já sentisse na prcipria canie, com as fo mos e carestias, os resultados das e.\-tra-
vagàncias. reais.
E' curioso observar que Rebelo da
pois êstes não controlavam
talistas alemães católicos,
Além disso é preciso frisar que o influ
Não estimulavam nem a iniciativa in-
inicial, pois os lombardos impedidos
tal liberdade.
tomando caríssimas as tarefas agríco
65
las, pela elevação dos salários." Como seria possi\'cl a concentração
só permitir o empréstimo, ao Rei c dc só haver um capitalismo, o dc Estado,
teoria e a prática era intransponível. Sòmente a Igreja poderia permitir-se
Dicesto Econômico
muito
antes
dc
{f. sobre a formação "do espi"■ rito capitalista, já dcnunv; ciara a proibição da usura ^ nos países católicos corno uma das mais fortes ra-
zões do insucesso português. Dizia êle: "D. Manoel in
sistiu, apesar das advertên
cias de quase dois séculos,
O .ST. /{«tíf Fiiftcncscii, assistente do diretor gera/ da "Food and A^riculture
Oraanizíition" (FAO), que representará âssc órgão da ONU na I Conferência Laiino-Americam dc Flore.fías e Produtos Florestais, a realizar-se em Teresópolis, em entrevista concedida à imprensa, declarou: "Considero esse certame de magna imporíância para resolver o problema do
em proscrever os juros co
nPastecimcnto de madeira à Europa, que tem dificuldade rui reconstrução das cida
mo usura. Cuidou ser mais
des devastadas pela guerra.
obedecido por agravar a pena pecuniária com os castigos corpo rais. Iludiu-se. O degredo de dois a seis anos não resolveu. A raridade do dinhei
cos que possuíam capitais, com o que se
ro e seu alto preço constituíram um dos
viram na dependência de mercadores
católicos, a princípio, como os Fuggers
maiores obstáculos que podiam reter a lavoura em atraso, a organização de
e os Welsers, mas estrangeiros. Impe-
feituosa do trabalho rural e doméstico,
"A falta de aiojamento se apresenta com a gravidade da escassez de gêneros nlimeniícios. Milhões de indivíduos vivem hoje no Velho Mundo sem abrigo ou em condições precáruis de habitação. Essa inconstância sera temor no plano social em face do perigo da promiscuidade que se observa onde outrora existiram metró poles e grandes cUlades, como Varsóvia, por exemplo.
A FAO, que é o organi.smo das Nações Unidas desiinado a auxiliar todos os
alimentação c agricultura, agricu.lura, espera q que a 1 Conferência povos da terra nos ■planos planos de alimeniação
Lalino-Americami de Florestas e Produtos Fiorestais corres^jionda aos objetivos vi-
.sados, que são: auxiliar o Europa com fornecimentos de madeira, sem prejiulicar a América Latina no que toca à sobrevivência dos seus imensos recursos fhrestais".
Hr ■'
Dicesto
A vida ii A€s reí*ííj'3
Augusto Alexandhe Machado
(Catedrátíco da Faculdade de
Direito
e
da
67
produção, pela elevação do nível de salário, o maior confôrto do trabalhador, que tem, realmente, direito a uma vida digna de ser humano.
■"sa tlures e
>\
EcoNÓAnco
Náo é vantagem encobrir ò sofrimen-
Faculdade
de
Ciências
Econômicas da Universidade da Bahia e do Colégio Estadual da Bahia).
No domínio da agricultura é de má
xima importância o conhecimento dos números-índices,
expressivos do
nível
dos preços. Ès.se conhecimento foi con siderado indispensável pelo "Comitê"
tc', e-xa tando os encantos da vida sem
Econômico
conforto.
dc Agricultura. As regras estabelecidas para o ciUculo dos números-índices são
A marcha da evolução econômica po
do
Instituto
Internacional
xariáveis, de acordo com os assuntos
de um grupo de monopoliza
de ser acelerada pela melhor coopera ção, pelo maior amor ao trabalho, pela
ceiras que atuam no desen
dores sem alma e sem cons
mais sincera atitude
a base admitida para os cálculos e as
volvimento
ciência, mas da população
obter o enriquecimento, não
\7áiuas e complexas são as causas
agrícola.
económico-finan-
da
produção
cm
Sem estudar con-
venicntemente essas causas é
pela maior fa
cilidade de vida para todos.
\
impossível obter, razoável-
geral,
Por maiores que sejam,
\
dc
todos
os
res
ponsáveis pela administração, cm todos os seus setores. Não há governo bom,
quando o povo não coopera ou contri bui, honesta c patrioticamente, -para o
mente, uma a'ta ou melho
realmente, as nossas possi-,
bem de todos.
ri a estável de preços para
bilidades,
exclui a existência do dever dc solida
os nossos produtos.
Não se
argumente com a
situação
excepcional
que
/
atravessa
mos, em se ter elevado astronômica e cri
faltam-nos, infe
lizmente, ainda
os elemen
tos precisos ou indispensá veis para a organização eco
nômica, i.sto é, da expansão de nossa produção agrícola.
minosamente os preços dos gêneros de primeira necessidade, e que longe de refletir o bem-estar geral, traduz ape
de de transportar para o Brasil lições ou
nas uma crise de consumo, uma cres
idéias, quando estas se adaptem ao nosso
cente dificuldade de vida para os que vivem, somente, do respectivo salário. A vantagem não está em elevar, por
meio,
especulação transitória, os preços dos
produtos, mas, sim, em desenvolver a
produção, de modo que, pela sua boa qualidade e pela sua comodidade de preço, todos possam consumir, elevando o nível de satisfação das necessidades, com o "consumo de massa e não de elite".
Assim os produtores ganharão muito,
Precisamos não esquecer a necessida
ao
nível
de
cultura
da nossa
massa, de nossas possibilidades e de 'nossa educação política.
Ê
O sentido do ritmo econômico pode ser determinado, ainda que aproximada
re.sultam, antes, de outros fatores deter
mente, mediante a c'aboraçãn de grá ficos que representem as oscilações do
nômicas.
mercaclo que tanto orientam os aclministradores. Tudo depende da since ridade dêsses gráficos, que não po dem reduzir-se a simp'es formalidade
burocrática, para justificar' empregos.
minantes
daquelas manifestações eco
. Não basta produzir ou dispor de ele mentos capazes de grande produção. É prcci.so saber produzir e aplicar ra cionalmente,
humanamente,
honesta
mente, os resultados da produção para
evitar crises políticas e econômicas.
no /nundo, se a nossa produção econômi
ca fôsse maior e mais organizada.
A
filosofia e a literatura são neces.sárias
--•••■..•o
à vida, às alegrias do espirito, mas um povo de parcos recursos, pobre de re
ceita e de reservas, não pode pensar em desenvolvimento filosófico ou literá
rio.
A literatura de miséria não pode
cões de folha", os "morros", as "fave
teresse ou lucro do produtor, está a
las", e as "camisas listradas" e quejan-
finalidade social da produção.
das misérias, mas fazer desaparecer es ses aspectos sórdidos do nosso ambiente,
dos possíveis a produção, poder-se-á
riedade.
fórmulas íidotadas a apreciações.
preciso não perder de vista esta afirma ção de Moret: O equilíbrio dos preços não é .senão um aspecto do equilíbrio gera' da vida econômica. A oferta e a procura de qua'quer mercadoria nao se apresentam como fenômenos isolados;
Teríamos realmente maior expressão econômica e maior influência política,
não porque tenham elevado egoisticamente os preços, mas porque venderão grande quantidade de produtos. É pre ciso não esquecer que, ao lado do in Somente fomentando de todos os mo
O justo cgoísino não
examinaclos, a extensão de periodicidade,
interessar à humanidade.
Não
é preciso
realçar os "barra
assegurando pelo desenvolvimento da
A fabricação de locomotivas constituí um dos mais importantes setores dn
indústria britânica de máquinas pesadas, e sua capacidade de produção é de mais
de mil /ocomoííüí/.s de tocíos os tipos por ano. Ne.ssa fabricação e.%tão empregados mais de 17 mil operários especializados. Atualmente, as estradas dc ferro dispõem de um total de 1 milhão e 220 mil vagões, quase todos em funcionamento.
iV ImJÍi
Hr ■'
Dicesto
A vida ii A€s reí*ííj'3
Augusto Alexandhe Machado
(Catedrátíco da Faculdade de
Direito
e
da
67
produção, pela elevação do nível de salário, o maior confôrto do trabalhador, que tem, realmente, direito a uma vida digna de ser humano.
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EcoNÓAnco
Náo é vantagem encobrir ò sofrimen-
Faculdade
de
Ciências
Econômicas da Universidade da Bahia e do Colégio Estadual da Bahia).
No domínio da agricultura é de má
xima importância o conhecimento dos números-índices,
expressivos do
nível
dos preços. Ès.se conhecimento foi con siderado indispensável pelo "Comitê"
tc', e-xa tando os encantos da vida sem
Econômico
conforto.
dc Agricultura. As regras estabelecidas para o ciUculo dos números-índices são
A marcha da evolução econômica po
do
Instituto
Internacional
xariáveis, de acordo com os assuntos
de um grupo de monopoliza
de ser acelerada pela melhor coopera ção, pelo maior amor ao trabalho, pela
ceiras que atuam no desen
dores sem alma e sem cons
mais sincera atitude
a base admitida para os cálculos e as
volvimento
ciência, mas da população
obter o enriquecimento, não
\7áiuas e complexas são as causas
agrícola.
económico-finan-
da
produção
cm
Sem estudar con-
venicntemente essas causas é
pela maior fa
cilidade de vida para todos.
\
impossível obter, razoável-
geral,
Por maiores que sejam,
\
dc
todos
os
res
ponsáveis pela administração, cm todos os seus setores. Não há governo bom,
quando o povo não coopera ou contri bui, honesta c patrioticamente, -para o
mente, uma a'ta ou melho
realmente, as nossas possi-,
bem de todos.
ri a estável de preços para
bilidades,
exclui a existência do dever dc solida
os nossos produtos.
Não se
argumente com a
situação
excepcional
que
/
atravessa
mos, em se ter elevado astronômica e cri
faltam-nos, infe
lizmente, ainda
os elemen
tos precisos ou indispensá veis para a organização eco
nômica, i.sto é, da expansão de nossa produção agrícola.
minosamente os preços dos gêneros de primeira necessidade, e que longe de refletir o bem-estar geral, traduz ape
de de transportar para o Brasil lições ou
nas uma crise de consumo, uma cres
idéias, quando estas se adaptem ao nosso
cente dificuldade de vida para os que vivem, somente, do respectivo salário. A vantagem não está em elevar, por
meio,
especulação transitória, os preços dos
produtos, mas, sim, em desenvolver a
produção, de modo que, pela sua boa qualidade e pela sua comodidade de preço, todos possam consumir, elevando o nível de satisfação das necessidades, com o "consumo de massa e não de elite".
Assim os produtores ganharão muito,
Precisamos não esquecer a necessida
ao
nível
de
cultura
da nossa
massa, de nossas possibilidades e de 'nossa educação política.
Ê
O sentido do ritmo econômico pode ser determinado, ainda que aproximada
re.sultam, antes, de outros fatores deter
mente, mediante a c'aboraçãn de grá ficos que representem as oscilações do
nômicas.
mercaclo que tanto orientam os aclministradores. Tudo depende da since ridade dêsses gráficos, que não po dem reduzir-se a simp'es formalidade
burocrática, para justificar' empregos.
minantes
daquelas manifestações eco
. Não basta produzir ou dispor de ele mentos capazes de grande produção. É prcci.so saber produzir e aplicar ra cionalmente,
humanamente,
honesta
mente, os resultados da produção para
evitar crises políticas e econômicas.
no /nundo, se a nossa produção econômi
ca fôsse maior e mais organizada.
A
filosofia e a literatura são neces.sárias
--•••■..•o
à vida, às alegrias do espirito, mas um povo de parcos recursos, pobre de re
ceita e de reservas, não pode pensar em desenvolvimento filosófico ou literá
rio.
A literatura de miséria não pode
cões de folha", os "morros", as "fave
teresse ou lucro do produtor, está a
las", e as "camisas listradas" e quejan-
finalidade social da produção.
das misérias, mas fazer desaparecer es ses aspectos sórdidos do nosso ambiente,
dos possíveis a produção, poder-se-á
riedade.
fórmulas íidotadas a apreciações.
preciso não perder de vista esta afirma ção de Moret: O equilíbrio dos preços não é .senão um aspecto do equilíbrio gera' da vida econômica. A oferta e a procura de qua'quer mercadoria nao se apresentam como fenômenos isolados;
Teríamos realmente maior expressão econômica e maior influência política,
não porque tenham elevado egoisticamente os preços, mas porque venderão grande quantidade de produtos. É pre ciso não esquecer que, ao lado do in Somente fomentando de todos os mo
O justo cgoísino não
examinaclos, a extensão de periodicidade,
interessar à humanidade.
Não
é preciso
realçar os "barra
assegurando pelo desenvolvimento da
A fabricação de locomotivas constituí um dos mais importantes setores dn
indústria britânica de máquinas pesadas, e sua capacidade de produção é de mais
de mil /ocomoííüí/.s de tocíos os tipos por ano. Ne.ssa fabricação e.%tão empregados mais de 17 mil operários especializados. Atualmente, as estradas dc ferro dispõem de um total de 1 milhão e 220 mil vagões, quase todos em funcionamento.
iV ImJÍi
II IHWII
m
'^ígesto Eco^íó^^co
Encampações e Resaates de Eni""
69
^^cessionário que Icm direitos iguais
presas Eoncessicnarias de Jer-
Sendo o móvel da exploração clc iiina Concessão, cjualquer que seja o seu gè-
víçcs de Etilidade Rública
o auferimento cie lucros, incluemPelÁciq Lobo
^ no conlral(j c'áusulas
Advogado e jornalista. Consultor jurídico da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro
A encampação é, pois, uma forma contralual, claramente estipulada para o
seus.
di\crsas:
a
S^rantia de un; juro miuimo, .sobre o ^"íipital empatado, ou a adoção de tari
termo da exploração da concessão pelo
particular. O poder público que en campa exerce, pois, um direito c, com isso, não lesa nem surpreende o conces sionário: a questão tòda se cifra em \erif'car se o resgate se fará de confor midade com as cláusulas do contrato.
ENCAMPAÇÃO realizada, há ano e
cortino, destinada a acolher cm suas p^**
fas de serviço que produzam c.ssc lu-
meto, da antiga "São Paulo Railway" pela União Federal, e a proposta pelo
ginas questões de interesse comercial, industrial, econômico, financeiro ou legal
CTo mínimo, ato um determinado má.\i*^0 ou, como SC costuma escrever atual-
Governo do Estado à Assembléia Legis
em íntima atincncia com os interesses
*^ente, adotando uma expressão c|uc me
lativa de encampação da rede ferroviá ria da Companhia Mogiana, puseram na tela de debates parlamentares c jornalís ticos -os atos governamentais referentes
e direitos da sua classe, deve ter também
algum interesse em oferecer as aprecia
parece traduzida pernòslieamenlo de lin guagem técnica inglesa, sob nm "teto"
ções que se seguem, porque visam es clarecer um assunto sobre o qual nniita gente avança opinião sem conhecer per
que, para atrair o capital particular c
feitamente as faces dominanles do ins
público não se sento liubi'itado a reali-
exploração particular - líquidos de em préstimos, juros retidos ou aquisições de
tituto.
?.ar sòzinlu), e para assegurar a esse ca
outra origem - ou se asscgxira ao con
A
a essa forma de extinção das concessões
administrativas e • provocaram aprecia ções, críticas e polêmicas entre depu tados, engenheiros, juristas e pessoas sem colorido profissional, que en traram
a
dar
palpites,
contribuindo algumas delas
previamente estabelecido.
É e\'idente
levá-lo a uma realização que o poder
Sc o concedente se dispõe a cumpri-la, de boa-fé, sem subterfúgios, nada há que estranhar.
Nesse resgate, como é comum, ou se fixa uma importância correspondente ao capital empatado e todos os imestimentos realizados durante o período da
cessionário o paga
Vamos procurar dar dele, em lingua gem clara, sem pretensões
mento de uma im-
portâiícia (em di
doutrinárias, o que nos pa rece indispensável. Em termos amplos a con
nheiro OU títulos
públicos) que, a
para confundir o assunto e a agravar suas naturais difi
cessão é "a incumbência de
culdades.
um serviço público a uma
pital uma aplicação quanto possível se
produza a rendu auferida normalmente pelo concessionário durante um certo pe ríodo (o último triênio, quadriênio óu
a
pessoa de direito prÍ\ado
gura c tranqüila, durante determinado
questão da encampação sob faces diferentes que devem
que, em seu nome, o exerça".
ser destacadas para sua me lhor apreciação: na encam
SC entrega, ou não, a um
prazo, o concedente pactua que o con trato terá duração normal dc: tantos anos, e dentro desse prazo se obriga a manter
Os debates encararam
pação que, em muitos dos contratos que conhecemos, é sempre cha mada "resgate" ou "desapropriação", co mo termos equivalentes e com a mesma força e as mesmas conseqüências, o po
der concedente, União ou Estado, pode ser inspirado, ou por motivos económicofinanceiros, ou por decisão de caráter po lítico, respeitando em qualquer dessas hipóteses a fisionomia do instituto que é,
Até o momento de decidir
particular, jpessoa ou emprê-
í
sa, a rcalizyrção de certo .ser
viço, o poder público age com inteira liberdade, quase discricionàriamente, com o pensamento concentrado simples mente na realização desse serviço que, para sua mais eficíentb realização, deve ser entregue ao particular. Outorgada
o concessionário na exploração da.s cláu.sulas contratuais.
1
É da e.ssencia do contrato que o con cedente, assim como o outorgante de um mandato, poderá assumir
diretamente,
determinada taxa,
qüinqüênio). Estabelece-se, como é ób\'io, duran
te o tempo da exploração, um regime de equilíbrio entre os direitos das partes contratantes: a renda mínima, ou a ga
rantia de juros, assegura a remuneração do capital empatado, e o resgate,
0 e.xplorar pelos seus órgãos de admi
baseado nessa renda, a devolução do
nistração, o serviço concedido.
capital aos
Para
essa volta à exploração direta são, igual
empresários ou
acionis
tas.
a concessão, a situação assume aspecto
mente, ajustadas cláusulas esclarecedo
diferente, torna-se contratual, bi-lateraí
ras— sôbre a forma de pagamento, a espé
embora sem perder a fisionomia de ser
cie da moeda ou título etc.; é a isso
que as normas adotadas, quanto a estra
de ferro, quer as construídas com ga
das de ferro, desde o tempo da Monai-quia, dão nome de "resgate", "desapro
rantia de juros ou fiança da Nação, quer
Associação Comercial de São Paulo lan
viço público, não sendo lícito ao ,ÍtWcedente ampliar as exigências ou rcslriti.gir as garantias contidas no "coijtriH.o
çou a público e orienta com sadio des
de concessão", senão pór acôrdo üom'.o
priação" e encampação.
ses Regulamentos, verdadeiras fònnus em
na forma e na essência, de caráter ju rídico contratual.
Esta-revista, que a
Êsse é o nosso, foi sempre o nos
so regime, adotado no Brasil desde as primeiras normas relativas a estradas as de concessão sem tais garantias. Des
II IHWII
m
'^ígesto Eco^íó^^co
Encampações e Resaates de Eni""
69
^^cessionário que Icm direitos iguais
presas Eoncessicnarias de Jer-
Sendo o móvel da exploração clc iiina Concessão, cjualquer que seja o seu gè-
víçcs de Etilidade Rública
o auferimento cie lucros, incluemPelÁciq Lobo
^ no conlral(j c'áusulas
Advogado e jornalista. Consultor jurídico da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro
A encampação é, pois, uma forma contralual, claramente estipulada para o
seus.
di\crsas:
a
S^rantia de un; juro miuimo, .sobre o ^"íipital empatado, ou a adoção de tari
termo da exploração da concessão pelo
particular. O poder público que en campa exerce, pois, um direito c, com isso, não lesa nem surpreende o conces sionário: a questão tòda se cifra em \erif'car se o resgate se fará de confor midade com as cláusulas do contrato.
ENCAMPAÇÃO realizada, há ano e
cortino, destinada a acolher cm suas p^**
fas de serviço que produzam c.ssc lu-
meto, da antiga "São Paulo Railway" pela União Federal, e a proposta pelo
ginas questões de interesse comercial, industrial, econômico, financeiro ou legal
CTo mínimo, ato um determinado má.\i*^0 ou, como SC costuma escrever atual-
Governo do Estado à Assembléia Legis
em íntima atincncia com os interesses
*^ente, adotando uma expressão c|uc me
lativa de encampação da rede ferroviá ria da Companhia Mogiana, puseram na tela de debates parlamentares c jornalís ticos -os atos governamentais referentes
e direitos da sua classe, deve ter também
algum interesse em oferecer as aprecia
parece traduzida pernòslieamenlo de lin guagem técnica inglesa, sob nm "teto"
ções que se seguem, porque visam es clarecer um assunto sobre o qual nniita gente avança opinião sem conhecer per
que, para atrair o capital particular c
feitamente as faces dominanles do ins
público não se sento liubi'itado a reali-
exploração particular - líquidos de em préstimos, juros retidos ou aquisições de
tituto.
?.ar sòzinlu), e para assegurar a esse ca
outra origem - ou se asscgxira ao con
A
a essa forma de extinção das concessões
administrativas e • provocaram aprecia ções, críticas e polêmicas entre depu tados, engenheiros, juristas e pessoas sem colorido profissional, que en traram
a
dar
palpites,
contribuindo algumas delas
previamente estabelecido.
É e\'idente
levá-lo a uma realização que o poder
Sc o concedente se dispõe a cumpri-la, de boa-fé, sem subterfúgios, nada há que estranhar.
Nesse resgate, como é comum, ou se fixa uma importância correspondente ao capital empatado e todos os imestimentos realizados durante o período da
cessionário o paga
Vamos procurar dar dele, em lingua gem clara, sem pretensões
mento de uma im-
portâiícia (em di
doutrinárias, o que nos pa rece indispensável. Em termos amplos a con
nheiro OU títulos
públicos) que, a
para confundir o assunto e a agravar suas naturais difi
cessão é "a incumbência de
culdades.
um serviço público a uma
pital uma aplicação quanto possível se
produza a rendu auferida normalmente pelo concessionário durante um certo pe ríodo (o último triênio, quadriênio óu
a
pessoa de direito prÍ\ado
gura c tranqüila, durante determinado
questão da encampação sob faces diferentes que devem
que, em seu nome, o exerça".
ser destacadas para sua me lhor apreciação: na encam
SC entrega, ou não, a um
prazo, o concedente pactua que o con trato terá duração normal dc: tantos anos, e dentro desse prazo se obriga a manter
Os debates encararam
pação que, em muitos dos contratos que conhecemos, é sempre cha mada "resgate" ou "desapropriação", co mo termos equivalentes e com a mesma força e as mesmas conseqüências, o po
der concedente, União ou Estado, pode ser inspirado, ou por motivos económicofinanceiros, ou por decisão de caráter po lítico, respeitando em qualquer dessas hipóteses a fisionomia do instituto que é,
Até o momento de decidir
particular, jpessoa ou emprê-
í
sa, a rcalizyrção de certo .ser
viço, o poder público age com inteira liberdade, quase discricionàriamente, com o pensamento concentrado simples mente na realização desse serviço que, para sua mais eficíentb realização, deve ser entregue ao particular. Outorgada
o concessionário na exploração da.s cláu.sulas contratuais.
1
É da e.ssencia do contrato que o con cedente, assim como o outorgante de um mandato, poderá assumir
diretamente,
determinada taxa,
qüinqüênio). Estabelece-se, como é ób\'io, duran
te o tempo da exploração, um regime de equilíbrio entre os direitos das partes contratantes: a renda mínima, ou a ga
rantia de juros, assegura a remuneração do capital empatado, e o resgate,
0 e.xplorar pelos seus órgãos de admi
baseado nessa renda, a devolução do
nistração, o serviço concedido.
capital aos
Para
essa volta à exploração direta são, igual
empresários ou
acionis
tas.
a concessão, a situação assume aspecto
mente, ajustadas cláusulas esclarecedo
diferente, torna-se contratual, bi-lateraí
ras— sôbre a forma de pagamento, a espé
embora sem perder a fisionomia de ser
cie da moeda ou título etc.; é a isso
que as normas adotadas, quanto a estra
de ferro, quer as construídas com ga
das de ferro, desde o tempo da Monai-quia, dão nome de "resgate", "desapro
rantia de juros ou fiança da Nação, quer
Associação Comercial de São Paulo lan
viço público, não sendo lícito ao ,ÍtWcedente ampliar as exigências ou rcslriti.gir as garantias contidas no "coijtriH.o
çou a público e orienta com sadio des
de concessão", senão pór acôrdo üom'.o
priação" e encampação.
ses Regulamentos, verdadeiras fònnus em
na forma e na essência, de caráter ju rídico contratual.
Esta-revista, que a
Êsse é o nosso, foi sempre o nos
so regime, adotado no Brasil desde as primeiras normas relativas a estradas as de concessão sem tais garantias. Des
Digesto
70
EcoNó?.nco Dicesto EcoNÓ^aco
que deveriam enquadrar-se quaisquer
do que aquilo que o contrato lhe asse
contratos, os últimos com ligeiras mo
gura.
dificações foram seguidos ate poucos anos atrás (Reg.® Pereira Júnior, de 28-2-1874, art. 21, §§ S." e 9.*^; Dec. 6.995, de 10-8-1878, do Conselheiro Sinimbu, cláusulas XII e XIV; 7.959, do 29-12-1880, de Bimrque de Macedo, cl.^ XXXII).
Essas normas, com pe
quena alteração, foram adotadas pelas Províncias na era monárquica o pelo
Estado no regime republicano. Quando, portanto, o poder público, no prosseguimento de um plano de comu nicações ou de obras, se decide a
realizar o resgate ou encampação do serviço concedido, exerce um direito de cujas conveniências éle é o único juiz.
O concessionário só pode legalmente e.xigir que a encampação seja realizada dentro das normas anteriormente fixa das no contrato. As conveniências eco
nômicas, políticas ou administrativas da re.solução governamental, essas so terão que ser examinadas e.ponderadas pelo concedente ou expropriante.
A situação, quanto a esse aspecto ó semelhante à de uma desapropriação de
terreno para uma obra pública, alarga mento de caminho ou estrada: o poder
público adota vim plano que indepen de da consulta ao particular. Decidida a realização da obra, adquire o terreno
71
Êsses preceitos que vigcm há quase íjí
^
cem anos em todos os contratos de con
Homens de esjjjrito lúcido, porém ain forte", entendem essas .situações a seu
modo e discrcpam desses critérios tão
.sábios e garantidores de direitos patri moniais dos indivíduos.
No caso da
imperial, tomou por modelos as cláusulas
pas feitas, de calçados, em escritórios de agiotagem e no nefando e crescente co mércio de loterias, atra\'és de chalés que SC topam cm todas as ruas do centro e
cie concessão adotadas pela França,
em todos os bairros da Capital, assim
cessão de linhas férreas (e é sabido que a nossa legislação, que vem da época
da imbuídos da concepção do "Estado
1
quando entregou a construção das suas
como nas maiores cidades do interior —
primeiras linhas a grandes cmprêsas pri
o capital particular não \-ai, c\ndentemcnlc, procurar emprego nas einprêsa.s
vadas) são sábios c previdentes. Scni uma garantiu clara de remuneração do capital a empatar c uma garantia com
encampação da "São Paulo Railway" vi mos sugestões absurdas aconselhando a
encampação pelo "valor histórico" das Instalações e apareihamentos, de sorte
que uma grande parte destes, indispen sável à c.xploração do serviço, viria u ser adquirida como ferro velho. Para a adcçao de um tal critério seria necessá
rio desconhecer a cláusula do contrato, e isso foi propugnado com a maior semcerimônia. . . Ora, é evidente que um
plementar da restituição desse capital c
crescente de leis dc assistência social não
contrabalançadas pelo aumento nonnal"
exploração, nenhuma empresa se for
das rendas e das tarifas, com encargos
maria e, quando se fornuis.se, não atrai ria o capital particular ou, quando o atraísse, teria existência precária, que
certos e inelutá\'eis e, para cúmulo, com
desfecharia num fracasso, criando uma
a perspectiva de, ao cabo de certo tem po, só receber a remuneração do comple.xo aparelhamento no estado de misé
atmosfera de dúvidas c receios para co-
ria a (jue o reduziu a realização do ser
—
e
viço concedido, do qual, entretanto, a
quem sofreria as conseqüências desses insucessos seria, em iiltima análise, a própria Nação. Prestam mau serviço ã economia de um país como o nosso, tão
r queza púb'ica e a particular auferiram
grande e tão desprovido de um aparcIhamento eficiente de transportes ferro
os direitos da parte contrária ou, em ter
viários, os críticos de mentalidade atual,
mos singelos, a cumprir o que contratou.
que desconhecem ou fingem desconhe cer a situação do País na época cm que essas realizações foram arrojadamente
Mesmo nas concessões corn cláusulas de
reversão gratuita das instalações no ter
mo do contrato — como é o da Companhia
iniciadas e concluídas à sombra do ca
Mogiana na exploração da rêde ferroviá
pital particular.
ria da zona sul-mineira — o Governo po
Essa
mentalidade, aliada
â
necessário, ou por acordo, ou por via judicial. O expropriando só pode exi gir que se lhe pague o valor do terreno; aqui, é a lei que indica o critério desse pagamento, e é o juiz quem fixa a inde
rá uma indenização baseada na quarta
nização, de acordo com êsse critério; na
parte da renda líquida anual do qüin
desapropriação ou resgate da concessão,
pais, é a grande responsável pelo cres
qüênio anterior, multiplicada pelo nú mero de anos que faltarem para o ter
cente desinteresse que se nota na explo
mo do contrato (Cl.^ XIII do contrato
désse gênero. O capital particular que
o critério da fixação já está consignado
num contrato e o juiz só é chamado a
decidir a questão se se suscita uma dú vida e se uma das partes pretende mais
derá encampar a estrada depois de cer
mentalidade
ta data (antes do vencimento): mas,
fiscalista
que se implantou em vários departamentos federais e que agora transborda para os estaduais e munici
nessa hipótese, e não obstante gozar da expectativa da reversão gratuita, paga
de transporte sujeitas a restriçües e fis calizações da máquina oficial, ao encargo
cias demais importâncias investiclas na
metimentos futuros semelhantes
tal di.sparate não poderia ser levado a sé rio por homens sensatos, com a responsa bilidade de funções num governo normal. Velho brocardo ensina que o coíffíato é a lei entre as partes. Nesses ^casos o poder joubMco está adstrito a respeitar
tícios, de ferragens, mefcearias, de rou
todos os benefícios e vantagens espera das. *
íJí
Em entrevista que concedi ao repór ter, sempre muito apressado, de um dos nossos grande.s matutinos, relativamente ao projeto do Covôrno do Estado de
encampar a rèdc ferroviária da Compa nhia Mogiana, englo
bando as linhas de sua
concessão e, se possível, as de concessão federal,
esclareci que o ato go vernamental era o exer
cício de nm direito nonnal, com base
num contrato c que, salvo um ou outro
assinado ex vi de autorização legislativa
lioje pode, sem restrições, ser empregado
e do Dec. n.° 15.616 de 19-8-1922).
em cmprêsas de tecidos de sêda artifi
ponto que seria oportunamente aprecia do, estava certo e o meu parecer, como profissional com o espírito afeito no ma nuseio e aplicação de preceitos de di reito e de te.xtos de leis e contratos, é
cial ou de algodão, de produtos alimen-
que o projeto merecia acatamento da
ração de serviços de utilidade pública
Át
Digesto
70
EcoNó?.nco Dicesto EcoNÓ^aco
que deveriam enquadrar-se quaisquer
do que aquilo que o contrato lhe asse
contratos, os últimos com ligeiras mo
gura.
dificações foram seguidos ate poucos anos atrás (Reg.® Pereira Júnior, de 28-2-1874, art. 21, §§ S." e 9.*^; Dec. 6.995, de 10-8-1878, do Conselheiro Sinimbu, cláusulas XII e XIV; 7.959, do 29-12-1880, de Bimrque de Macedo, cl.^ XXXII).
Essas normas, com pe
quena alteração, foram adotadas pelas Províncias na era monárquica o pelo
Estado no regime republicano. Quando, portanto, o poder público, no prosseguimento de um plano de comu nicações ou de obras, se decide a
realizar o resgate ou encampação do serviço concedido, exerce um direito de cujas conveniências éle é o único juiz.
O concessionário só pode legalmente e.xigir que a encampação seja realizada dentro das normas anteriormente fixa das no contrato. As conveniências eco
nômicas, políticas ou administrativas da re.solução governamental, essas so terão que ser examinadas e.ponderadas pelo concedente ou expropriante.
A situação, quanto a esse aspecto ó semelhante à de uma desapropriação de
terreno para uma obra pública, alarga mento de caminho ou estrada: o poder
público adota vim plano que indepen de da consulta ao particular. Decidida a realização da obra, adquire o terreno
71
Êsses preceitos que vigcm há quase íjí
^
cem anos em todos os contratos de con
Homens de esjjjrito lúcido, porém ain forte", entendem essas .situações a seu
modo e discrcpam desses critérios tão
.sábios e garantidores de direitos patri moniais dos indivíduos.
No caso da
imperial, tomou por modelos as cláusulas
pas feitas, de calçados, em escritórios de agiotagem e no nefando e crescente co mércio de loterias, atra\'és de chalés que SC topam cm todas as ruas do centro e
cie concessão adotadas pela França,
em todos os bairros da Capital, assim
cessão de linhas férreas (e é sabido que a nossa legislação, que vem da época
da imbuídos da concepção do "Estado
1
quando entregou a construção das suas
como nas maiores cidades do interior —
primeiras linhas a grandes cmprêsas pri
o capital particular não \-ai, c\ndentemcnlc, procurar emprego nas einprêsa.s
vadas) são sábios c previdentes. Scni uma garantiu clara de remuneração do capital a empatar c uma garantia com
encampação da "São Paulo Railway" vi mos sugestões absurdas aconselhando a
encampação pelo "valor histórico" das Instalações e apareihamentos, de sorte
que uma grande parte destes, indispen sável à c.xploração do serviço, viria u ser adquirida como ferro velho. Para a adcçao de um tal critério seria necessá
rio desconhecer a cláusula do contrato, e isso foi propugnado com a maior semcerimônia. . . Ora, é evidente que um
plementar da restituição desse capital c
crescente de leis dc assistência social não
contrabalançadas pelo aumento nonnal"
exploração, nenhuma empresa se for
das rendas e das tarifas, com encargos
maria e, quando se fornuis.se, não atrai ria o capital particular ou, quando o atraísse, teria existência precária, que
certos e inelutá\'eis e, para cúmulo, com
desfecharia num fracasso, criando uma
a perspectiva de, ao cabo de certo tem po, só receber a remuneração do comple.xo aparelhamento no estado de misé
atmosfera de dúvidas c receios para co-
ria a (jue o reduziu a realização do ser
—
e
viço concedido, do qual, entretanto, a
quem sofreria as conseqüências desses insucessos seria, em iiltima análise, a própria Nação. Prestam mau serviço ã economia de um país como o nosso, tão
r queza púb'ica e a particular auferiram
grande e tão desprovido de um aparcIhamento eficiente de transportes ferro
os direitos da parte contrária ou, em ter
viários, os críticos de mentalidade atual,
mos singelos, a cumprir o que contratou.
que desconhecem ou fingem desconhe cer a situação do País na época cm que essas realizações foram arrojadamente
Mesmo nas concessões corn cláusulas de
reversão gratuita das instalações no ter
mo do contrato — como é o da Companhia
iniciadas e concluídas à sombra do ca
Mogiana na exploração da rêde ferroviá
pital particular.
ria da zona sul-mineira — o Governo po
Essa
mentalidade, aliada
â
necessário, ou por acordo, ou por via judicial. O expropriando só pode exi gir que se lhe pague o valor do terreno; aqui, é a lei que indica o critério desse pagamento, e é o juiz quem fixa a inde
rá uma indenização baseada na quarta
nização, de acordo com êsse critério; na
parte da renda líquida anual do qüin
desapropriação ou resgate da concessão,
pais, é a grande responsável pelo cres
qüênio anterior, multiplicada pelo nú mero de anos que faltarem para o ter
cente desinteresse que se nota na explo
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désse gênero. O capital particular que
o critério da fixação já está consignado
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decidir a questão se se suscita uma dú vida e se uma das partes pretende mais
derá encampar a estrada depois de cer
mentalidade
ta data (antes do vencimento): mas,
fiscalista
que se implantou em vários departamentos federais e que agora transborda para os estaduais e munici
nessa hipótese, e não obstante gozar da expectativa da reversão gratuita, paga
de transporte sujeitas a restriçües e fis calizações da máquina oficial, ao encargo
cias demais importâncias investiclas na
metimentos futuros semelhantes
tal di.sparate não poderia ser levado a sé rio por homens sensatos, com a responsa bilidade de funções num governo normal. Velho brocardo ensina que o coíffíato é a lei entre as partes. Nesses ^casos o poder joubMco está adstrito a respeitar
tícios, de ferragens, mefcearias, de rou
todos os benefícios e vantagens espera das. *
íJí
Em entrevista que concedi ao repór ter, sempre muito apressado, de um dos nossos grande.s matutinos, relativamente ao projeto do Covôrno do Estado de
encampar a rèdc ferroviária da Compa nhia Mogiana, englo
bando as linhas de sua
concessão e, se possível, as de concessão federal,
esclareci que o ato go vernamental era o exer
cício de nm direito nonnal, com base
num contrato c que, salvo um ou outro
assinado ex vi de autorização legislativa
lioje pode, sem restrições, ser empregado
e do Dec. n.° 15.616 de 19-8-1922).
em cmprêsas de tecidos de sêda artifi
ponto que seria oportunamente aprecia do, estava certo e o meu parecer, como profissional com o espírito afeito no ma nuseio e aplicação de preceitos de di reito e de te.xtos de leis e contratos, é
cial ou de algodão, de produtos alimen-
que o projeto merecia acatamento da
ração de serviços de utilidade pública
Át
f."..
Dícesto Econômico Digesto
72
73
EcoNó>nco
-Mogiana representa o mesmo ci.xo para
*
*
*
ü Norte, rumo do Triângulo Mineiro
consideração imparcial da Assembléia Estadua', que na resolução que lhe foi pedida só poderá inspirar-se em intui
mestra quo sulca o centro de São Paulo e deita braços pura um e outro lado, nas
e do Brasil Central, cm Icrrilório goiano
Mas, deixemos, para finalizar èste
zonas das oiitra.s vias férreas, a pró
- não se pode contestar quo a fusão
pria Paulista quo explora c dirige coni
dessas rédes numa só e mosnía admiiiis-
artigo, o exame ou apreciação desses planos c idéias que nos parecem doces
tos altos do interesse público.
pessoal de sua administração algumas pequenas empresas ferro\'iárias, outrora
Iração representa ato do salicdoria admi nistrativa, do qual a economia agrícola,
florescentes e esperançosas (Douraden-
industrial e comercial dc xúrios Estados
co da encampação, rememorando um ca so em que essa fcfrma legal o contratual
se, Morro Agudo, Barra Bonita e, desde
Será positivamente beneficiada.
de rescisão dc concessões administrativas
empresa e deveria, certamente, merecer
Avancei também minha opinião de
que a rede particular, quando incorpo rada à rede ferroviária do Estado, po deria melhorar corcsideràvelmente o ser
viço público de transportes cm São Paulo, não só pela competência já re velada dos nossos engenheiros, como por
vantagens e isenções que beneficiam o serviço e.xplorado pelo Estado. Exemplifiquei, entre essas vantagens, que a unificação das linhas envolveria a supressão de diversos zeros .tarifários no transporte que mencionei (da E. F. São Paulo c Minas, já de propriedade c exploração do Estado que vai de Bento Quirino, tronco da Mogiana, a São Se bastião do Paraíso, Estado de Minas, onde encontra também a Mogiana na sua rede Sul Mineira), supressão essa
que traria notável redução de tarifas. O ilustre dr. Prestes Maia, que está es crevendo no "Digestò Econômico" uma série de artigos, como sempre interes-, santíssimos, relativamente ao "Plano Re
pouco, a São Paulo-Goiás), mantém es
sas tributárias de sua magnífica rede como -entidades autônomas, principal mente para efeito dc tarifas.
£. nada
mais faz senão zelar por .seus legítimos interesses. Não seria a Mogiana, com sua rede tão c.xposta a in\-asücs gmvemente lesivas, que iria promover um ucôrdo para supressão dc zeros tarifários a fim dc beneficiar unia estrada de fer ro do Governo. .. Contestar-se isso é
argumentar com utopias, e o regime
das nossas estradas não admite planos desse quilate, quando afetam a .pouca renda que lhes é lícito esperar do trans porte sobre trillios.
O receio — e receio fundado — que todos alimentam é que o serviço, passan do da exploração particular para a ofi cial, degenere em empreguisvio e .se ni vele em desmazêlo com outròs serviços do gênero, que têm causado ao País doloroso escarmento. Reconhecido, cn-
gional de Santos" e à pretendida ou fa lada encampação da Cia. Doca.s pelo
Irctanío, que o Go\'êrno Estadual tem
Estado, referiu-se, no número de março,
feito, através de um corpo técnico de
a essa modesta opinião da minha entre vista, achando-a errada, "pois o proble
primeira ordem, uniu serie de adminis
ma poderá resolver-se por acordos de
trações eficientíssímas como, "vcrbi gratia", a restauração da Araraquarense e
serviço c clc tarifa".
a da Sorocabana, esta última desde a re
"Poderá resolver-se por acordos", as
severa o ilustre engenheiro, esquecido de <l,ue o regime da vida das nossas estra
modelação planejada e iniciada, a fundo, no governo realizador de Carlos dc Cam pos e continuada nos anos seguintes,
das de ferro é de concorrência aberta ou
com maior ou menor relê%'0 — e \'erifi-
disfarçada. Não há acordo possível ou,
cado, por uma simp'es inspeção geográ
pelo menos, não conhecemos nenhum acordo desse gênero, até o presente. A
fica do território paulista que essa es trada de bitola de 1 metro representa o
própria Companlúa Paulista, estrada
eixo da rêde para o Sul, assim como a
fantasias, e xolteinos ao aspecto jurídi
No debate sobre essa encampação, em
foi longa c autorizaidamcntc c.splanada.
que muito argumento interessante, pró
Nos riltimos anos da Monarquia, no m nistério de que fazia parte o Conse
e contra, tem sido clcscn\olvido cm en
trevistas e artigü.s dc jornab por vozes autorizadas da nossa engenharia, a fase
da questão examinada com maiores mi núcias tem sido a cia "conx-eniência e
oportunidade da operação", mencionando-sc, mesmo, para demonstrar o seu malefício, um projeto (cxcnse^; cht peu!) de substituição do traçado atual
Caiiip!nas-Jundiaí-São Paulo por um ou tro, passando a ser a linlia atual utiliza da pela bitola de 1 metro para liga
lheiro Antônio Prado, iniciou o Govêruo
os passos para o resgate dc linhas de sua concessão, construídas e exploradas por empresas britânicas, algumas com ga ranta do juros mínimos, cujo montante orescia, de ano para ano, causando in quietação ao próprio Governo. Desses
entendimentos com os capitalistas e em presários britânicos foi incumbido o dr.
•José Carlos Rodrigues. Interrompidos os
ção direta da rêde Mogiana com a So
rocabana, nesta Capital. Seriam, pois, 100 quilômetros ou pouco menos cle um novo traçado para bitola larga, linha
dupla, de duas estradas, uma de pro priedade da União, por ela explora da, a antiga Inglêsa, e outra parti cular, a Companliia Paulista... Não parece plano de homens conhecedores das nossas possibilidades financeiras e da penúria de elementos que o próprio Go verno Federal está enfrentando para um
trabalhos com a proclamação da Repú blica, tiveram, todavia, seguimento com o mesmo representante por delegação de Rui Barbosa, Ministro da Fazenda do
simples refôrço de material de tração e
1.° Governo Provisório. Os entendimen tos continuaram, com as inevitáveis in
melhoria do traçado de uma linha ex clusivamente sua, como é a Central do
terrupções até o governo de Campos Sales, quando Joaquim Muvtinho ocupa
Brasil. Demais, por que pensar num pla no dessa órbita astronômica, quando a
va a pasta da Fazenda e — caso notável
fu.são das rêdes atuais de 1 metro com as
linhas existentes o algumas modificações de menor tômo podem assegurar essa comunicação direta, sem bakleações nem mudança de material?
— por intermédio do mesmo agente in termediário, José Carlos Rodrigues, cuja argúcia, finura e conhecimento dos ho
mens da "City" lhe asseguraram essa continuidade de representação. Foram então ouvidos juristas dos de maior aca-
f."..
Dícesto Econômico Digesto
72
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EcoNó>nco
-Mogiana representa o mesmo ci.xo para
*
*
*
ü Norte, rumo do Triângulo Mineiro
consideração imparcial da Assembléia Estadua', que na resolução que lhe foi pedida só poderá inspirar-se em intui
mestra quo sulca o centro de São Paulo e deita braços pura um e outro lado, nas
e do Brasil Central, cm Icrrilório goiano
Mas, deixemos, para finalizar èste
zonas das oiitra.s vias férreas, a pró
- não se pode contestar quo a fusão
pria Paulista quo explora c dirige coni
dessas rédes numa só e mosnía admiiiis-
artigo, o exame ou apreciação desses planos c idéias que nos parecem doces
tos altos do interesse público.
pessoal de sua administração algumas pequenas empresas ferro\'iárias, outrora
Iração representa ato do salicdoria admi nistrativa, do qual a economia agrícola,
florescentes e esperançosas (Douraden-
industrial e comercial dc xúrios Estados
co da encampação, rememorando um ca so em que essa fcfrma legal o contratual
se, Morro Agudo, Barra Bonita e, desde
Será positivamente beneficiada.
de rescisão dc concessões administrativas
empresa e deveria, certamente, merecer
Avancei também minha opinião de
que a rede particular, quando incorpo rada à rede ferroviária do Estado, po deria melhorar corcsideràvelmente o ser
viço público de transportes cm São Paulo, não só pela competência já re velada dos nossos engenheiros, como por
vantagens e isenções que beneficiam o serviço e.xplorado pelo Estado. Exemplifiquei, entre essas vantagens, que a unificação das linhas envolveria a supressão de diversos zeros .tarifários no transporte que mencionei (da E. F. São Paulo c Minas, já de propriedade c exploração do Estado que vai de Bento Quirino, tronco da Mogiana, a São Se bastião do Paraíso, Estado de Minas, onde encontra também a Mogiana na sua rede Sul Mineira), supressão essa
que traria notável redução de tarifas. O ilustre dr. Prestes Maia, que está es crevendo no "Digestò Econômico" uma série de artigos, como sempre interes-, santíssimos, relativamente ao "Plano Re
pouco, a São Paulo-Goiás), mantém es
sas tributárias de sua magnífica rede como -entidades autônomas, principal mente para efeito dc tarifas.
£. nada
mais faz senão zelar por .seus legítimos interesses. Não seria a Mogiana, com sua rede tão c.xposta a in\-asücs gmvemente lesivas, que iria promover um ucôrdo para supressão dc zeros tarifários a fim dc beneficiar unia estrada de fer ro do Governo. .. Contestar-se isso é
argumentar com utopias, e o regime
das nossas estradas não admite planos desse quilate, quando afetam a .pouca renda que lhes é lícito esperar do trans porte sobre trillios.
O receio — e receio fundado — que todos alimentam é que o serviço, passan do da exploração particular para a ofi cial, degenere em empreguisvio e .se ni vele em desmazêlo com outròs serviços do gênero, que têm causado ao País doloroso escarmento. Reconhecido, cn-
gional de Santos" e à pretendida ou fa lada encampação da Cia. Doca.s pelo
Irctanío, que o Go\'êrno Estadual tem
Estado, referiu-se, no número de março,
feito, através de um corpo técnico de
a essa modesta opinião da minha entre vista, achando-a errada, "pois o proble
primeira ordem, uniu serie de adminis
ma poderá resolver-se por acordos de
trações eficientíssímas como, "vcrbi gratia", a restauração da Araraquarense e
serviço c clc tarifa".
a da Sorocabana, esta última desde a re
"Poderá resolver-se por acordos", as
severa o ilustre engenheiro, esquecido de <l,ue o regime da vida das nossas estra
modelação planejada e iniciada, a fundo, no governo realizador de Carlos dc Cam pos e continuada nos anos seguintes,
das de ferro é de concorrência aberta ou
com maior ou menor relê%'0 — e \'erifi-
disfarçada. Não há acordo possível ou,
cado, por uma simp'es inspeção geográ
pelo menos, não conhecemos nenhum acordo desse gênero, até o presente. A
fica do território paulista que essa es trada de bitola de 1 metro representa o
própria Companlúa Paulista, estrada
eixo da rêde para o Sul, assim como a
fantasias, e xolteinos ao aspecto jurídi
No debate sobre essa encampação, em
foi longa c autorizaidamcntc c.splanada.
que muito argumento interessante, pró
Nos riltimos anos da Monarquia, no m nistério de que fazia parte o Conse
e contra, tem sido clcscn\olvido cm en
trevistas e artigü.s dc jornab por vozes autorizadas da nossa engenharia, a fase
da questão examinada com maiores mi núcias tem sido a cia "conx-eniência e
oportunidade da operação", mencionando-sc, mesmo, para demonstrar o seu malefício, um projeto (cxcnse^; cht peu!) de substituição do traçado atual
Caiiip!nas-Jundiaí-São Paulo por um ou tro, passando a ser a linlia atual utiliza da pela bitola de 1 metro para liga
lheiro Antônio Prado, iniciou o Govêruo
os passos para o resgate dc linhas de sua concessão, construídas e exploradas por empresas britânicas, algumas com ga ranta do juros mínimos, cujo montante orescia, de ano para ano, causando in quietação ao próprio Governo. Desses
entendimentos com os capitalistas e em presários britânicos foi incumbido o dr.
•José Carlos Rodrigues. Interrompidos os
ção direta da rêde Mogiana com a So
rocabana, nesta Capital. Seriam, pois, 100 quilômetros ou pouco menos cle um novo traçado para bitola larga, linha
dupla, de duas estradas, uma de pro priedade da União, por ela explora da, a antiga Inglêsa, e outra parti cular, a Companliia Paulista... Não parece plano de homens conhecedores das nossas possibilidades financeiras e da penúria de elementos que o próprio Go verno Federal está enfrentando para um
trabalhos com a proclamação da Repú blica, tiveram, todavia, seguimento com o mesmo representante por delegação de Rui Barbosa, Ministro da Fazenda do
simples refôrço de material de tração e
1.° Governo Provisório. Os entendimen tos continuaram, com as inevitáveis in
melhoria do traçado de uma linha ex clusivamente sua, como é a Central do
terrupções até o governo de Campos Sales, quando Joaquim Muvtinho ocupa
Brasil. Demais, por que pensar num pla no dessa órbita astronômica, quando a
va a pasta da Fazenda e — caso notável
fu.são das rêdes atuais de 1 metro com as
linhas existentes o algumas modificações de menor tômo podem assegurar essa comunicação direta, sem bakleações nem mudança de material?
— por intermédio do mesmo agente in termediário, José Carlos Rodrigues, cuja argúcia, finura e conhecimento dos ho
mens da "City" lhe asseguraram essa continuidade de representação. Foram então ouvidos juristas dos de maior aca-
r—
Dicesto
74
tainento (os Conselheiros Andrade Fi
gueira, Afonso Pena, Anfilófio de Carva lho, Visconde de Ouro Freto c Carlos
de Carvalho, então nosso Ministro Plenipotenciário em Bruxelas) e todos acon selharam o Govêmo a respeitar, nessa
liquidação, a cláusula do contrato, sem tergiversações nem equívocos. São es
tudos alentados que atestam a probida de e minúcia com que foram desenvol vidos e a l.sura com que os entendimen tos foram decididos.
O Ministério da
Fazenda publicou tôda a correspondên-
Econômico
cia trocada com o delegado brasileiro, os estudos por este feitos e a série de pareceres, ainda cpiando ministro Joa
quim Murtinho.
A Mobilidade das Populações ^
Foi negócio feito às
III
claras, como devem ser sempre essas operações.
L. A. Costa Pinto
Temos esse, e temos outros
(Da Universidade do Brasil)
exemplos no pas.sado administrativo do nosso País, c não precisamos procurar
exemplos no estrangeiro. A prata da casa, por essas vozes autorizadas -de insignes juristas, valo ouro e é lição per manente que não devemos desprezar.
Wos dois artigos anteriores, subordina dos ao mesmo título, e aqui mesmo
acentuou-.se, de fato, o contraste entre a
publicados, referiino-nos à mobilidade
banas e a extrema scdentariedade das
das populações no interior da área ur
populações rurais. Entretanto, desde que começaram a ser introduzidas nas
bana e àquela mobilidade que se pro
extrema mobilidade das populações ur
cessa entre as cidades e as zonas ru-
áreas rurais, o na economia agrícola a
ra's. Para concluir, trataremos acjui, su-
revolução tecnológica nos meios de pro
màriamente, dos deslocamentos demo
dução o a revolução capitalista nas re
gráficos que se operam no interior das
lações de produção — fenômenos demo gráficos, até então julgados intrinseca-
zonas rurais. *
niente urbanos, como êste da mobilidade", {jue em particular nos interessa, elas pas
sH
saram a se manifestar, também, entre as
Durante muito tempo foi hábito con
l
de estudo para os especialistas e novos
pulações urbanas com a extrema esta bilidade das populações rurais: morrer no mesmo leito em que se nasceu era fato comum na comunidade rural, onde se nascia e morria enquadrado dentro
problemas práticos para os administra
das coordenadas fixas de relações so
(
l Comentando a atual escassez de dólares na Suécia, o si'. Ernst Wigforss, ministro das Finanças daquele país, declarou que não foram previstas a tempo as necessidades de dólares da Suécia, o que colocou a nação em situação delicada. Entretanto isto não significa que o excesso de importações represente fator desfavo
rável na vida econômica da nação. U7na grande reserva de moedas estrangeiras
nem sempre é preferível a uma reserva de utnidades ou a um aumento da produção.
popu'ações rurais, abrindo novos campos
trastar a extrema mobilidade das po
ciais quase imutáveis.
dores.
Em verdade, a mecanização da agri cultura revolucionou a vida rural dos Es
tados Unidos — que tomamos como exemplo e, mais recentemente, a utili zação em escala crescente de tratores e
Êste quadro, por muitos julgado bu cólico, deixa, hoje, de coiresponder a uma realidade já inteiramente transfor
máquinas combinadas mo\idas pelo rá dio está levando a um grau de comple xidade cada vez maior certos problemas
mada pela revolução agrícola dos tem
humanos que daí necessariamente de
pos modernos. Nos países de agricultura tècnicamente desenvolvida, como os Estados Uni
dos, cuja revolução agrária se operou em época recente e pode ser acompa nhada de perto, o processo transparece bem nítido por ter decorrido num prazo relativamente curto: nesses países, en
correm.
Em primeiro lugar, revelou-se que tais implementos de uma agricultura racio
nalizada eram praticamente incompatí veis com uma economia agrícola basea
da na pequena propriedade: uma máqui na agrícola daquele tipo referido custa
quanto permaneceram na agricultura re
mais, às vêzes muito mais, do que uma propriedade pequena, ou mesmo média,
lações sociais de tipo patriarcal e pre-
que tem sido, històricamente, o funda
capitalista como formas
mento material da agricultura capitalis-
dominantes.
r—
Dicesto
74
tainento (os Conselheiros Andrade Fi
gueira, Afonso Pena, Anfilófio de Carva lho, Visconde de Ouro Freto c Carlos
de Carvalho, então nosso Ministro Plenipotenciário em Bruxelas) e todos acon selharam o Govêmo a respeitar, nessa
liquidação, a cláusula do contrato, sem tergiversações nem equívocos. São es
tudos alentados que atestam a probida de e minúcia com que foram desenvol vidos e a l.sura com que os entendimen tos foram decididos.
O Ministério da
Fazenda publicou tôda a correspondên-
Econômico
cia trocada com o delegado brasileiro, os estudos por este feitos e a série de pareceres, ainda cpiando ministro Joa
quim Murtinho.
A Mobilidade das Populações ^
Foi negócio feito às
III
claras, como devem ser sempre essas operações.
L. A. Costa Pinto
Temos esse, e temos outros
(Da Universidade do Brasil)
exemplos no pas.sado administrativo do nosso País, c não precisamos procurar
exemplos no estrangeiro. A prata da casa, por essas vozes autorizadas -de insignes juristas, valo ouro e é lição per manente que não devemos desprezar.
Wos dois artigos anteriores, subordina dos ao mesmo título, e aqui mesmo
acentuou-.se, de fato, o contraste entre a
publicados, referiino-nos à mobilidade
banas e a extrema scdentariedade das
das populações no interior da área ur
populações rurais. Entretanto, desde que começaram a ser introduzidas nas
bana e àquela mobilidade que se pro
extrema mobilidade das populações ur
cessa entre as cidades e as zonas ru-
áreas rurais, o na economia agrícola a
ra's. Para concluir, trataremos acjui, su-
revolução tecnológica nos meios de pro
màriamente, dos deslocamentos demo
dução o a revolução capitalista nas re
gráficos que se operam no interior das
lações de produção — fenômenos demo gráficos, até então julgados intrinseca-
zonas rurais. *
niente urbanos, como êste da mobilidade", {jue em particular nos interessa, elas pas
sH
saram a se manifestar, também, entre as
Durante muito tempo foi hábito con
l
de estudo para os especialistas e novos
pulações urbanas com a extrema esta bilidade das populações rurais: morrer no mesmo leito em que se nasceu era fato comum na comunidade rural, onde se nascia e morria enquadrado dentro
problemas práticos para os administra
das coordenadas fixas de relações so
(
l Comentando a atual escassez de dólares na Suécia, o si'. Ernst Wigforss, ministro das Finanças daquele país, declarou que não foram previstas a tempo as necessidades de dólares da Suécia, o que colocou a nação em situação delicada. Entretanto isto não significa que o excesso de importações represente fator desfavo
rável na vida econômica da nação. U7na grande reserva de moedas estrangeiras
nem sempre é preferível a uma reserva de utnidades ou a um aumento da produção.
popu'ações rurais, abrindo novos campos
trastar a extrema mobilidade das po
ciais quase imutáveis.
dores.
Em verdade, a mecanização da agri cultura revolucionou a vida rural dos Es
tados Unidos — que tomamos como exemplo e, mais recentemente, a utili zação em escala crescente de tratores e
Êste quadro, por muitos julgado bu cólico, deixa, hoje, de coiresponder a uma realidade já inteiramente transfor
máquinas combinadas mo\idas pelo rá dio está levando a um grau de comple xidade cada vez maior certos problemas
mada pela revolução agrícola dos tem
humanos que daí necessariamente de
pos modernos. Nos países de agricultura tècnicamente desenvolvida, como os Estados Uni
dos, cuja revolução agrária se operou em época recente e pode ser acompa nhada de perto, o processo transparece bem nítido por ter decorrido num prazo relativamente curto: nesses países, en
correm.
Em primeiro lugar, revelou-se que tais implementos de uma agricultura racio
nalizada eram praticamente incompatí veis com uma economia agrícola basea
da na pequena propriedade: uma máqui na agrícola daquele tipo referido custa
quanto permaneceram na agricultura re
mais, às vêzes muito mais, do que uma propriedade pequena, ou mesmo média,
lações sociais de tipo patriarcal e pre-
que tem sido, històricamente, o funda
capitalista como formas
mento material da agricultura capitalis-
dominantes.
;■
Dicesto
76
EcoNÓinco
ta incipiente. Ocorreu, então, um novo ciclo de concentração da propriedade
bibliografia sociológica norte-americana,
rural acompanhando o progresso da me canização da agricultura, feito a exponsas de pequenos agricultores que repre
made que cm certas épocas do ano for nece aos con.sórcios agrícolas mão-deobra barata, que se dispensa imediata
sentavam um tipo de economia agrícola
mente após o momento de sua utiliza ção e que, por êsse caráter móvel que llic ó típico, já foi pitorescamente deno
técnica e socialmente ultrapassado.
Em
segundo lugar, a mecanização do culti vo da terra engendrou, como comple mento humano inevitável, uma classe de assalariados agrícolas.
Êsse proletariado rural, em cujo nível — quando não em níveis mais baixos —
vèm cair os pequenos e médios proprie
tários expropriados, forma, nesse tipo de agricultura, uma população extremamen te móvel, quase nômade, não só por es tar desenraizada da terra, mas também
porque representa uma categoria de mão de obra nitidamente estacionai, só ne
se
denomina
"hoho",
traballuidor nô
minado "a cavahiria ligeira do capital na agricultura".
lisse exército agrícola de rcscr\-a, imor^ tahzado no romance "As Viulias da Ira",
de John Stcinbeck, é um produto típico do nivelamento das relações sociais e
econômicas entre a indústria e a agri
cultura que em alguns países se ope rou
sôbre
o
denominador
economia capitalista.
comum da
Na Inglaterra o
fenômeno também ocorreu com grande intensidade — ali foi denominado "gon-
cessária nos períodos de plantio e de colheita, em cujos intervalos as soli
gsysteni", pelo hábito de esses trabalha
citações de fôrça de trabalho das em
bem como na Alemanha, onde Weber e Kautsky o estudaram em detalhe, em
presas agrícolas se reduzem ao mínimo.
Nestas condições, essa população é obrigada a viver em permanentes des
dores rurais se deslocarem em grupos — obras diversas.
locamentos, de um ponto para outro,
A mobilidade permanente dessa po
a fim de se aproveitar das diferenças
pulação rural c condição de sua sobre
de estação em que, nas diversas re
vivência
giões, as diferentes colheitas florescem.
empresas que utilizam sua fôrça de tra
São essas classes, o proletariado rural e os pequenos agricultores desaloja dos de suas terras, que têm dado à po
e
do sucesso
econômico das
balho. Prova expressiva de que as em
presas agrícolas sc interessam, e estimu lam essa mobilidade, verificou-se durante
pulação rural dos países capitalistas,
a iiltima guerra; parte dos salários pa
nos tempos modernos, esses caracte rísticos de intensa mobilidade espacial
mades — pois que é a família tôda que
que apresentam.
A êsse tipo social de novo nômade ge rado por certa "civilização" é que, na
gos às famílias desses trabalhadores nô
thcESTo
Econômico
e^^la^ dificuldades de locomoção pela carência de combvislívcis, assegurando-
se, assim, a sua mobilidade naqueles semi-arruinados caniinhõc.s cm que as famílias e todos os seus pertences se dí^s^ocam de uma fazenda para outra,
quase sempre à noite, a fim de não perderem tempo. Em tôrno clèsscs grupos giram lendas,
não raro justificadas, que os apontam como vagabundos c ladrões, o que aca bam sendo fatalmente, quando não lhes resta outro meio de ganbav a vida. Em
certas cidades, cm determinadas épocas do ano, quando as colheitas solicitam a máo-dc-obra-c a mobilidade sc incremen
isto é, ligados às relações de produção
que predominam na agricultura dôste País — são de tipo diverso.
Ê, não a
ausência como há os que pensam, mas
o desenxolvimento fnistrado de formas
capitalistas na agriculliua — e não a presença da racionalização da produção agrícola - que gera grande parte das migrações internas no Brasil, do Nor deste e do Centro para a Amazônia,
para o sul do Mato Grosso, p£^ a la voura paulista, além daquelas já referi das para as cidades do litoral. A per
sistência de uma economia latifundiária, dedicada à produção extensiva para os mercados de exportação e de técnicas
ta, formam-se turmas dc \ igilautes que
predatórias de relações do homem com
se colocam nas estradas, armadas, c dis
o meio — é o fundamento objetivo dessa
des, obrigando-os a acamparem para
desintegração, inflada de problemas e quase desesperada de soluções, em que vive a maior parte dos 28 milhões de
postas a impedir que esses grupos dc "ciganos-à-íôrça" sc instalem nas cida além do perímetro urbano.
A respeito
dôles existem histórias, ditos, supersti ções e tabus que quase os transformam em párias intocáveis. Certa feita, fa
estrutura inernie, em franco processo de
habitantes rurais do Brasil.
E, dentro
dela, como que a ausência de mobilida
de social vertical impele os indixnduos
lou-se que seria fundado um sindicato . à mobilidade espacial, em busca de dêsses
trabalhadores;
a
celeuma
foi
enorme, o caso chegou até as altas cor
tes de justiça e êsse direito lhes foi ne gado, sob a indisfarçável pressão exata mente daqueles que os têm, de tempos em tempos, como elementos indispensá veis ao sucesso de suas empresas e ao aumento de seus cabedais.
oportunidades de trabalho nas lavouras do Sul ou na economia extrativa do ex tremo Norte.
A expressão numérica dessas migra
ções internas, oficialmente coletada, deve estar, segundo tôdas as evidências, mui
to aquém da realidade.
Vindos do
Nordeste e do Centro — a Bahia é o
Estado que mais fornece emigrantes pa •-í!
so engaja em troca de um salário ava
liado para todo o grupo — era paga em bônus de gasolina, precisamente para
77
;l;
ra outros Estados do Brasil — êsses ho
iV.
No Brasil, uma larga parte da popu lação rural apresenta mobilidade igual mente intensa entre diversas zonas ru rais do País.
Evidentemente,
os fatores
econômi
cos e sociais de que resxilta a mobilidade
da população lairal brasileira, embora sejam fatôres da
mesma
natureza —
mens escapam em alta porcentagem ao controle estatístico das repartições ofi
ciais — ou pela imperfeição, ou inexis tência, de serviços especializados de co
leta de dados, ou pelo aliciamento clan destino, ou, finalmente, pelo indisfarçá
vel temor que tem o homem do interior por qualquer contacto com o que cha
mam de "otoridade", que sempre asso-
;■
Dicesto
76
EcoNÓinco
ta incipiente. Ocorreu, então, um novo ciclo de concentração da propriedade
bibliografia sociológica norte-americana,
rural acompanhando o progresso da me canização da agricultura, feito a exponsas de pequenos agricultores que repre
made que cm certas épocas do ano for nece aos con.sórcios agrícolas mão-deobra barata, que se dispensa imediata
sentavam um tipo de economia agrícola
mente após o momento de sua utiliza ção e que, por êsse caráter móvel que llic ó típico, já foi pitorescamente deno
técnica e socialmente ultrapassado.
Em
segundo lugar, a mecanização do culti vo da terra engendrou, como comple mento humano inevitável, uma classe de assalariados agrícolas.
Êsse proletariado rural, em cujo nível — quando não em níveis mais baixos —
vèm cair os pequenos e médios proprie
tários expropriados, forma, nesse tipo de agricultura, uma população extremamen te móvel, quase nômade, não só por es tar desenraizada da terra, mas também
porque representa uma categoria de mão de obra nitidamente estacionai, só ne
se
denomina
"hoho",
traballuidor nô
minado "a cavahiria ligeira do capital na agricultura".
lisse exército agrícola de rcscr\-a, imor^ tahzado no romance "As Viulias da Ira",
de John Stcinbeck, é um produto típico do nivelamento das relações sociais e
econômicas entre a indústria e a agri
cultura que em alguns países se ope rou
sôbre
o
denominador
economia capitalista.
comum da
Na Inglaterra o
fenômeno também ocorreu com grande intensidade — ali foi denominado "gon-
cessária nos períodos de plantio e de colheita, em cujos intervalos as soli
gsysteni", pelo hábito de esses trabalha
citações de fôrça de trabalho das em
bem como na Alemanha, onde Weber e Kautsky o estudaram em detalhe, em
presas agrícolas se reduzem ao mínimo.
Nestas condições, essa população é obrigada a viver em permanentes des
dores rurais se deslocarem em grupos — obras diversas.
locamentos, de um ponto para outro,
A mobilidade permanente dessa po
a fim de se aproveitar das diferenças
pulação rural c condição de sua sobre
de estação em que, nas diversas re
vivência
giões, as diferentes colheitas florescem.
empresas que utilizam sua fôrça de tra
São essas classes, o proletariado rural e os pequenos agricultores desaloja dos de suas terras, que têm dado à po
e
do sucesso
econômico das
balho. Prova expressiva de que as em
presas agrícolas sc interessam, e estimu lam essa mobilidade, verificou-se durante
pulação rural dos países capitalistas,
a iiltima guerra; parte dos salários pa
nos tempos modernos, esses caracte rísticos de intensa mobilidade espacial
mades — pois que é a família tôda que
que apresentam.
A êsse tipo social de novo nômade ge rado por certa "civilização" é que, na
gos às famílias desses trabalhadores nô
thcESTo
Econômico
e^^la^ dificuldades de locomoção pela carência de combvislívcis, assegurando-
se, assim, a sua mobilidade naqueles semi-arruinados caniinhõc.s cm que as famílias e todos os seus pertences se dí^s^ocam de uma fazenda para outra,
quase sempre à noite, a fim de não perderem tempo. Em tôrno clèsscs grupos giram lendas,
não raro justificadas, que os apontam como vagabundos c ladrões, o que aca bam sendo fatalmente, quando não lhes resta outro meio de ganbav a vida. Em
certas cidades, cm determinadas épocas do ano, quando as colheitas solicitam a máo-dc-obra-c a mobilidade sc incremen
isto é, ligados às relações de produção
que predominam na agricultura dôste País — são de tipo diverso.
Ê, não a
ausência como há os que pensam, mas
o desenxolvimento fnistrado de formas
capitalistas na agriculliua — e não a presença da racionalização da produção agrícola - que gera grande parte das migrações internas no Brasil, do Nor deste e do Centro para a Amazônia,
para o sul do Mato Grosso, p£^ a la voura paulista, além daquelas já referi das para as cidades do litoral. A per
sistência de uma economia latifundiária, dedicada à produção extensiva para os mercados de exportação e de técnicas
ta, formam-se turmas dc \ igilautes que
predatórias de relações do homem com
se colocam nas estradas, armadas, c dis
o meio — é o fundamento objetivo dessa
des, obrigando-os a acamparem para
desintegração, inflada de problemas e quase desesperada de soluções, em que vive a maior parte dos 28 milhões de
postas a impedir que esses grupos dc "ciganos-à-íôrça" sc instalem nas cida além do perímetro urbano.
A respeito
dôles existem histórias, ditos, supersti ções e tabus que quase os transformam em párias intocáveis. Certa feita, fa
estrutura inernie, em franco processo de
habitantes rurais do Brasil.
E, dentro
dela, como que a ausência de mobilida
de social vertical impele os indixnduos
lou-se que seria fundado um sindicato . à mobilidade espacial, em busca de dêsses
trabalhadores;
a
celeuma
foi
enorme, o caso chegou até as altas cor
tes de justiça e êsse direito lhes foi ne gado, sob a indisfarçável pressão exata mente daqueles que os têm, de tempos em tempos, como elementos indispensá veis ao sucesso de suas empresas e ao aumento de seus cabedais.
oportunidades de trabalho nas lavouras do Sul ou na economia extrativa do ex tremo Norte.
A expressão numérica dessas migra
ções internas, oficialmente coletada, deve estar, segundo tôdas as evidências, mui
to aquém da realidade.
Vindos do
Nordeste e do Centro — a Bahia é o
Estado que mais fornece emigrantes pa •-í!
so engaja em troca de um salário ava
liado para todo o grupo — era paga em bônus de gasolina, precisamente para
77
;l;
ra outros Estados do Brasil — êsses ho
iV.
No Brasil, uma larga parte da popu lação rural apresenta mobilidade igual mente intensa entre diversas zonas ru rais do País.
Evidentemente,
os fatores
econômi
cos e sociais de que resxilta a mobilidade
da população lairal brasileira, embora sejam fatôres da
mesma
natureza —
mens escapam em alta porcentagem ao controle estatístico das repartições ofi
ciais — ou pela imperfeição, ou inexis tência, de serviços especializados de co
leta de dados, ou pelo aliciamento clan destino, ou, finalmente, pelo indisfarçá
vel temor que tem o homem do interior por qualquer contacto com o que cha
mam de "otoridade", que sempre asso-
w.
78
Dicesto
ciam à idéia de arbítrio, cobrança de im postos ou serviço militar.
Ainda assim os dados publicados —
dos quais se excluem os imigrantes que
Dicesto
Econômico
trados em São Paulo, mais de 75% por
No período de 1936 a 1939 verificou-
se que 24% desses emigrantes eram me
nores de 12 anos; em 1940, essa propor ção elevou-se para 26%, ou seja, 1 em
vêm por via marítima — podem servir
cada quatro emigrantes era menor de 12
de amostra do volume e das condições que geram e dentro das quais se pro cessam essas migrações internas no Bra
anos. Esta quota, diga-se de passagem, não surpreende, quando se sabe que,
Econômico
combinadamente o lugar do nascimento
essas famílias apresentavam o tamanho médio de 5,4 pessoas. Em 1940 a por
e o lugar de residência dos brasileiros
centagem dos que emigravam com famí lia atingiu 82%. No mesmo ano a ta.xa de analfabetos alcançou 83%.
de 44,17% de traballiadorcs rurais de 10
a 19 anos para cada grupo de 100 de
de cristal de rocha e outros minerais es
Paulo 356.147 trabalhadores destinados à
20 anos e mais.
lavoura; destes, 236.109 — mais de 90%
No que se refere à composição por sexo da população que emigra, con firma-se a lei geral das migrações: nos
tratégicos — na Balúa, em Minas, em Goiás — cuja procura aumentara na épo
sil; esses dados, por outro lado, só se referem ao Estado de São Paulo, que é,
econüm"ca fora do lar, e.vcrcem suas ati
sem dúvida, aquêle que recebe maior
vidades na íigricu'tura, numa proporção
contingente de imigrantes nacionais. De 1935 em diante entraram em São
eram originários de outros Estados do Brasil e os restantes 30.038 eram
originários de outros países, — Japão, Portugal, Itália etc. — o que indica uma superioridade esmagadora da imi gração interna sobre a exter
na e, entre os estrangeiros, dos
ca, propiciando preços elevados no ex terior; outra parte de nordestinos, como é sabido, foi encaminhada para a cha
deslocamentos de curta distancia aumen
ta a quota feminina; nas migrações entre
mada batalha (Ia borracha, lá ficando, a
pontos mais afastados cresce a represen tação masculina. Sabe-se que a
maioria, enterrada na lama paludosa do extremo Norte; outra parte, finalmente, encaminhou-se para as atividades indus triais dos centros urbanos, principalmen
mão-de-obra feminina é mais
asiáticos sôbre os europeus.
atraída para os serviços domés
sultados do censo de 1940. Apurando
tanto, emigravam com suas famílias e
Depois de 1940 o movimento migrató rio interior para o sul do País diminuiu. Durante a guerra, uma parte desta mãode-obra deslocada foi dirigida, delibera da ou espontaneamente, para a extração
segundo o censo de 1940, 72% dos ado lescentes brasileiros, que têm atividade
79
presentes em 1940 — subsídios valiosos puderam ser obtidos para a determina ção científica e objetiva, embora está-, tica, das principais correntes de mobilidades demográficas no Brasil. Êsses resultados, se comparados com os, resul
tados da apuração do lugar de nasci mento dos imigrantes entrados em São
Paulo, permitem, por exemplo, verifi
car que existem certos municípios da re gião centro-sul da Bahia, cuja popula ção está praticamente se esvaindo com essas migrações interiores. Urandi e Caoulé, naquele Estado, para citar só dois exemplos, são municípios a respeito dos quais se pode obser\'ar o seguinte: o nu mero dc imigrantes entrados em Sao
Paulo provenientes de Urandi e Caculé
representa nuiis de 90% da população
dêsses municípios recenseada em 1940. Em média, naquela região do Estado, essa taxa é de 50% da população compu
ticos e nas indústrias das capi tais do que pela lavoura. As le
te São Paulo e Distrito Federal.
vas que partem de pontos mais
rias interiores retomaram o seu curso,
próximos e se dirigem para as metrópoles de São Paulo e Distrito Fe
como não podia deixar de ser, já que as causas profundas que as engendram con
repulsão que agem no seio da estrutura
deral — vindas de Minas Gerais e Esta
tinuam a ser removidas e as atividades
extrativas apenas mudaram, temporaria
da sociedade rural brasileira e que lhe .são característicos, indica sobejamente
Alagoas — 26.676
do do Rio — apresentam preponderância femmina, enquanto que as migrações nordestinas para a lavoura paulista são preponderantemente masculinas. No pe
Pernambuco — 22.224
ríodo indicado, nestas últimas, a taxa de
típicos dentre os problemas demográficos
Ceará — 5.274
sexo é de aproximadamente 180 ho mens para cada grupo de 100 mulheres.
do mundo moderno, interessando parti cularmente o Brasil, cuja população ru
centros urbanos. O estudo mais detido
ral apresenta índices de mobilidade bas
bem maior do que este que aqui nos
Selecionando entre os Esta
dos brasileiros exportadores de mão-de-obra para São Paulo, aqueles que apresentam as maio res cifras, pode-se organizar a seguinte relação em ordem decrescente: Bahia - 163.810
Minas Gerais — 86.582
Espírito Santo — 3.592
Após a guerra, as correntes migrató
mente, a direção tomada por uma parte dos emigrantes. Como SC vê, o fenômeno é dos mais
Nos últimos tempos obsei^'am-se nes
Seguem-se outros Estados com con
tas migrações sinais visíveis de rotini-
tante elevados.
tada em 1940.
A análise minuciosa dos fatores de
que a êsses fatores cabe a parte decisi va. Junto a eles se revela, bem menor do que geralmente se aponta nas análi ses superficiais, o fator de atração dos do problema, porém, exigiria um espaço reservamos e que agora não queremos
zação, o que se conclui pela presença crescente de famílias inteiras que emi
pa de muito dos objetivos deste artigo,
exceder. Aí ficam, entretanto, algumas indicações sobre as quais, oportunamen
do
gram, o que indica, por outro lado, que
podiam ainda ser feitas à base dos re-
te, retornarémos.
Centro e, dentre estes, os baianos são os
o éspírito de aventura é a iiltima das
que fornecem quase 50% dos emigrantes
causas determinantes dêsses deslocamen
nacionais que se deslocam para a lavou
tos. Assim, naquele período dc 19361939, 231.063 imigrantes nacionais en-
tingentes menores.
Por estas cifras verifica-se que a maio ria é de homens do Nordeste ou
ra paulista.
Outras análises, cuja realização esca
iÜ'
w.
78
Dicesto
ciam à idéia de arbítrio, cobrança de im postos ou serviço militar.
Ainda assim os dados publicados —
dos quais se excluem os imigrantes que
Dicesto
Econômico
trados em São Paulo, mais de 75% por
No período de 1936 a 1939 verificou-
se que 24% desses emigrantes eram me
nores de 12 anos; em 1940, essa propor ção elevou-se para 26%, ou seja, 1 em
vêm por via marítima — podem servir
cada quatro emigrantes era menor de 12
de amostra do volume e das condições que geram e dentro das quais se pro cessam essas migrações internas no Bra
anos. Esta quota, diga-se de passagem, não surpreende, quando se sabe que,
Econômico
combinadamente o lugar do nascimento
essas famílias apresentavam o tamanho médio de 5,4 pessoas. Em 1940 a por
e o lugar de residência dos brasileiros
centagem dos que emigravam com famí lia atingiu 82%. No mesmo ano a ta.xa de analfabetos alcançou 83%.
de 44,17% de traballiadorcs rurais de 10
a 19 anos para cada grupo de 100 de
de cristal de rocha e outros minerais es
Paulo 356.147 trabalhadores destinados à
20 anos e mais.
lavoura; destes, 236.109 — mais de 90%
No que se refere à composição por sexo da população que emigra, con firma-se a lei geral das migrações: nos
tratégicos — na Balúa, em Minas, em Goiás — cuja procura aumentara na épo
sil; esses dados, por outro lado, só se referem ao Estado de São Paulo, que é,
econüm"ca fora do lar, e.vcrcem suas ati
sem dúvida, aquêle que recebe maior
vidades na íigricu'tura, numa proporção
contingente de imigrantes nacionais. De 1935 em diante entraram em São
eram originários de outros Estados do Brasil e os restantes 30.038 eram
originários de outros países, — Japão, Portugal, Itália etc. — o que indica uma superioridade esmagadora da imi gração interna sobre a exter
na e, entre os estrangeiros, dos
ca, propiciando preços elevados no ex terior; outra parte de nordestinos, como é sabido, foi encaminhada para a cha
deslocamentos de curta distancia aumen
ta a quota feminina; nas migrações entre
mada batalha (Ia borracha, lá ficando, a
pontos mais afastados cresce a represen tação masculina. Sabe-se que a
maioria, enterrada na lama paludosa do extremo Norte; outra parte, finalmente, encaminhou-se para as atividades indus triais dos centros urbanos, principalmen
mão-de-obra feminina é mais
asiáticos sôbre os europeus.
atraída para os serviços domés
sultados do censo de 1940. Apurando
tanto, emigravam com suas famílias e
Depois de 1940 o movimento migrató rio interior para o sul do País diminuiu. Durante a guerra, uma parte desta mãode-obra deslocada foi dirigida, delibera da ou espontaneamente, para a extração
segundo o censo de 1940, 72% dos ado lescentes brasileiros, que têm atividade
79
presentes em 1940 — subsídios valiosos puderam ser obtidos para a determina ção científica e objetiva, embora está-, tica, das principais correntes de mobilidades demográficas no Brasil. Êsses resultados, se comparados com os, resul
tados da apuração do lugar de nasci mento dos imigrantes entrados em São
Paulo, permitem, por exemplo, verifi
car que existem certos municípios da re gião centro-sul da Bahia, cuja popula ção está praticamente se esvaindo com essas migrações interiores. Urandi e Caoulé, naquele Estado, para citar só dois exemplos, são municípios a respeito dos quais se pode obser\'ar o seguinte: o nu mero dc imigrantes entrados em Sao
Paulo provenientes de Urandi e Caculé
representa nuiis de 90% da população
dêsses municípios recenseada em 1940. Em média, naquela região do Estado, essa taxa é de 50% da população compu
ticos e nas indústrias das capi tais do que pela lavoura. As le
te São Paulo e Distrito Federal.
vas que partem de pontos mais
rias interiores retomaram o seu curso,
próximos e se dirigem para as metrópoles de São Paulo e Distrito Fe
como não podia deixar de ser, já que as causas profundas que as engendram con
repulsão que agem no seio da estrutura
deral — vindas de Minas Gerais e Esta
tinuam a ser removidas e as atividades
extrativas apenas mudaram, temporaria
da sociedade rural brasileira e que lhe .são característicos, indica sobejamente
Alagoas — 26.676
do do Rio — apresentam preponderância femmina, enquanto que as migrações nordestinas para a lavoura paulista são preponderantemente masculinas. No pe
Pernambuco — 22.224
ríodo indicado, nestas últimas, a taxa de
típicos dentre os problemas demográficos
Ceará — 5.274
sexo é de aproximadamente 180 ho mens para cada grupo de 100 mulheres.
do mundo moderno, interessando parti cularmente o Brasil, cuja população ru
centros urbanos. O estudo mais detido
ral apresenta índices de mobilidade bas
bem maior do que este que aqui nos
Selecionando entre os Esta
dos brasileiros exportadores de mão-de-obra para São Paulo, aqueles que apresentam as maio res cifras, pode-se organizar a seguinte relação em ordem decrescente: Bahia - 163.810
Minas Gerais — 86.582
Espírito Santo — 3.592
Após a guerra, as correntes migrató
mente, a direção tomada por uma parte dos emigrantes. Como SC vê, o fenômeno é dos mais
Nos últimos tempos obsei^'am-se nes
Seguem-se outros Estados com con
tas migrações sinais visíveis de rotini-
tante elevados.
tada em 1940.
A análise minuciosa dos fatores de
que a êsses fatores cabe a parte decisi va. Junto a eles se revela, bem menor do que geralmente se aponta nas análi ses superficiais, o fator de atração dos do problema, porém, exigiria um espaço reservamos e que agora não queremos
zação, o que se conclui pela presença crescente de famílias inteiras que emi
pa de muito dos objetivos deste artigo,
exceder. Aí ficam, entretanto, algumas indicações sobre as quais, oportunamen
do
gram, o que indica, por outro lado, que
podiam ainda ser feitas à base dos re-
te, retornarémos.
Centro e, dentre estes, os baianos são os
o éspírito de aventura é a iiltima das
que fornecem quase 50% dos emigrantes
causas determinantes dêsses deslocamen
nacionais que se deslocam para a lavou
tos. Assim, naquele período dc 19361939, 231.063 imigrantes nacionais en-
tingentes menores.
Por estas cifras verifica-se que a maio ria é de homens do Nordeste ou
ra paulista.
Outras análises, cuja realização esca
iÜ'
m
I Dicesto
Crédítc Aôríccia
81
Econômico
pital, eis o que dificilmenle fará o pe queno agricultor, por não lhe ser do feltro o cerimonial das gentes da cida
MajícIljo C. Pkntiíado
Palestra proferida na "Jornada da Produção", do I.D.O.R.T ■, na sede da Sociedade Rural Brasileira.
ASSUNTO é empolgante; leva-nos fà-
nascer nas relações dos homens em so
cümente a dissertações por domí nios sedutores da economia, quando se
ciedade. O crédito agrícola, mais do que o industrial e o comercial, depende de
trata do magno problema da democrati-
confiança, em vista da natureza incer
O
^Ção das terras da economia social, da
'nelhor distribuição da riqueza territo
rial e do direito do que toca à legitimida de da posse da terra. Mas, aqui estamos para encarar o assunto pelo esquema prático de sua realização em outros paí ses e entre nós.
Nesta conformidade,
trataremos apenas dos itens que julga
dos praticáveis em nosso meio. Por isso
dividiremos esta despretensiosa pales tra em duas partes: 1) — D[as considei^ações gerais do crédito agrícola e sua realização; 2) — Das condições que o favorecem e que propiciam seu desenvolvimento no
ta da produção agrícola, jungida às leis misteriosas da biologia e aos re beldes meteoros térmicos e aquosos de influencia decisiva na arte antíquíssima da agricultura. Em agricultura, diz de Gasparin, náo há inimigo, com que se lute tão desvantajosamente, como o clirna.
E não é tudo. A essas desvantagens da agricultura temos que acrescentar o ciclo anual da produção, as rendas es paçadas, as despesas amiudadas, diferenciando-se muito do comércio e da in
dústria, em que receita e despesa sáo sincrônicos.
Ademais, o espírito individualista do
de. Prefere entregar-se ao vendeiro da estrada ou ao comerciante da \ila ou
da cidade, a enfrentar os embates protocolares da civilização.
Alemanha foi a pioneira dêsse movi mento de caráter social.
deve ser local, no próprio niunicíxjio em
que moureja o lavrador. Pecordcino-nos da aceitação que tiveram, ein passado pouco distante, os Bancos de Custeio
dade, que SC espalharam pelos nossos mqnícípLoj',, constituindo, corno órgão
em auxílio mútuo (self-help), a fun de
central, a Incorporatlora. Por que? Por
que agiam no seio da lavoura, lá no
ambiente do fazendeiro. Era-lhes fácil o conhecimento pessoal dos tomadores de empréstimos. Dessa camaradagem,
derno.
tratava de títulos
Hquido e certo. N^íste particular, o mun
tudo, oferecendo-lhe o credito lá no próprio teatro de suas atividades.
do de hoje é pot co animador, contur
bado, como se acKi, pelo maremoto das idéias novas, que a Grande Guerra fêz
Vestir-se, engravatar-se, tornar o trem
para vir a São Paulo ou ir a outra Ca
dêsse
íntimo
écnvivio entre bancj[ueiros e fazendei ros, nascia a confiança e dai a seguran ça do crédito e as fa
de dar-se o certo pelo incerto.
é pouco jogar-se com o futuro, cheio de imprevistos, em troca do presente
i
tão. Eram bancos de grande prosperi
com penhor dos frutos
c clima favorável; reclama respeito aos direitos naturais do homem, porque não
Frcderick William Henry Raiffeisen,
em 1865, reHrando-se da vida publica,
conveimer os camponeses da necessida
iXÜência cia miopia dos dirigentes cie en
da riqueza existente para a produção
No planejamento, do crédito agríco la temos que considerar a contingên cia da produção agrária, o anacronismo de sua receita e despesa e o espírito isolacionista do agricultor, estatuindo-seIhe prazos prorrogáveis e, mais do que
A
prefeito que fóra de Heddesdorf, pos
se às contingências econômicas, caracteristicamente flutuantes, do mundo mo
Por estas simples definições se perce be que o crédito requer terreno limpo
ção de associações rurais locais.
Rural, falidos lá por 1913, em conse-
Operavam
de nova riqueza, é, enfim, a transação
pírito individualista do liomem do cam po. Êsse tropeço, filho do ambiente ru ral, fruto da psicologia do lavrador, to
cola pois, x>clo menos para os pequenos,
que vive a contemplar seu pequeno rei nado, dão-lhe a ilusão de poder furtar-
queza futura (C. Gide); é o consumo
suas peculiaridades, sobressaindo o es
do bondade, todo generosidade, foi con tornado, em .tôda a Europa, pela cria
cilidades da transação.
permuta de riqueza presente contra ri
necessário e indispensável ao enriqueci mento do País, urge que se atendam
Com isso x^erde ele próprio, perde a sociedade, perde o País. O crédito agrí
agricultor, a relativa independência em
Crédito é confiança, é a troca ou
realizar-se o crédito agrícola, como é
por
se a percorrer tôda a Alemanha para de de se congregarern. de se reunirem resolverem por si próprios os seus pro blemas.
digiosa em tôda a Europa, tendo mere
cido as honras de benemerencia de Guillierme I e mais tarde de Guilherme II,
imperadores da Alemanha. Muitos outros abnegados da pró
pria Alemanha, da Itá lia e da França se de dicaram à, defesa dos
promissórias e também se
guros, eram àviclamente solicitados
pelos
a
desconto
nossos
grandes
bancos da Ca^Dital. InFelizmenle tudo ruiu por terra, a despeito da
inscrição que em todas as suas j^ortas se lia: "Fiscalizado pelo Govêmo do Estado".
Em conclusão, para
,
ligioso, foi imensa, de repercussão pro
notas
pendentes, e, como se
_
A obra de Raiffeisen, de carater re
agricultores, mas Raif feisen foi além, foi o
1
n ui
evangelizador,
foi
o
pregador incansável da honestidade, ao qual erigiu em requisito essehcial para admissão em suas "sul-generis"
cooperativas de crédito.
Outros países, para não dizer todos quan tos cuidam do crédito
agrícola, seguiram os ensinamentos de Raif-
m
I Dicesto
Crédítc Aôríccia
81
Econômico
pital, eis o que dificilmenle fará o pe queno agricultor, por não lhe ser do feltro o cerimonial das gentes da cida
MajícIljo C. Pkntiíado
Palestra proferida na "Jornada da Produção", do I.D.O.R.T ■, na sede da Sociedade Rural Brasileira.
ASSUNTO é empolgante; leva-nos fà-
nascer nas relações dos homens em so
cümente a dissertações por domí nios sedutores da economia, quando se
ciedade. O crédito agrícola, mais do que o industrial e o comercial, depende de
trata do magno problema da democrati-
confiança, em vista da natureza incer
O
^Ção das terras da economia social, da
'nelhor distribuição da riqueza territo
rial e do direito do que toca à legitimida de da posse da terra. Mas, aqui estamos para encarar o assunto pelo esquema prático de sua realização em outros paí ses e entre nós.
Nesta conformidade,
trataremos apenas dos itens que julga
dos praticáveis em nosso meio. Por isso
dividiremos esta despretensiosa pales tra em duas partes: 1) — D[as considei^ações gerais do crédito agrícola e sua realização; 2) — Das condições que o favorecem e que propiciam seu desenvolvimento no
ta da produção agrícola, jungida às leis misteriosas da biologia e aos re beldes meteoros térmicos e aquosos de influencia decisiva na arte antíquíssima da agricultura. Em agricultura, diz de Gasparin, náo há inimigo, com que se lute tão desvantajosamente, como o clirna.
E não é tudo. A essas desvantagens da agricultura temos que acrescentar o ciclo anual da produção, as rendas es paçadas, as despesas amiudadas, diferenciando-se muito do comércio e da in
dústria, em que receita e despesa sáo sincrônicos.
Ademais, o espírito individualista do
de. Prefere entregar-se ao vendeiro da estrada ou ao comerciante da \ila ou
da cidade, a enfrentar os embates protocolares da civilização.
Alemanha foi a pioneira dêsse movi mento de caráter social.
deve ser local, no próprio niunicíxjio em
que moureja o lavrador. Pecordcino-nos da aceitação que tiveram, ein passado pouco distante, os Bancos de Custeio
dade, que SC espalharam pelos nossos mqnícípLoj',, constituindo, corno órgão
em auxílio mútuo (self-help), a fun de
central, a Incorporatlora. Por que? Por
que agiam no seio da lavoura, lá no
ambiente do fazendeiro. Era-lhes fácil o conhecimento pessoal dos tomadores de empréstimos. Dessa camaradagem,
derno.
tratava de títulos
Hquido e certo. N^íste particular, o mun
tudo, oferecendo-lhe o credito lá no próprio teatro de suas atividades.
do de hoje é pot co animador, contur
bado, como se acKi, pelo maremoto das idéias novas, que a Grande Guerra fêz
Vestir-se, engravatar-se, tornar o trem
para vir a São Paulo ou ir a outra Ca
dêsse
íntimo
écnvivio entre bancj[ueiros e fazendei ros, nascia a confiança e dai a seguran ça do crédito e as fa
de dar-se o certo pelo incerto.
é pouco jogar-se com o futuro, cheio de imprevistos, em troca do presente
i
tão. Eram bancos de grande prosperi
com penhor dos frutos
c clima favorável; reclama respeito aos direitos naturais do homem, porque não
Frcderick William Henry Raiffeisen,
em 1865, reHrando-se da vida publica,
conveimer os camponeses da necessida
iXÜência cia miopia dos dirigentes cie en
da riqueza existente para a produção
No planejamento, do crédito agríco la temos que considerar a contingên cia da produção agrária, o anacronismo de sua receita e despesa e o espírito isolacionista do agricultor, estatuindo-seIhe prazos prorrogáveis e, mais do que
A
prefeito que fóra de Heddesdorf, pos
se às contingências econômicas, caracteristicamente flutuantes, do mundo mo
Por estas simples definições se perce be que o crédito requer terreno limpo
ção de associações rurais locais.
Rural, falidos lá por 1913, em conse-
Operavam
de nova riqueza, é, enfim, a transação
pírito individualista do liomem do cam po. Êsse tropeço, filho do ambiente ru ral, fruto da psicologia do lavrador, to
cola pois, x>clo menos para os pequenos,
que vive a contemplar seu pequeno rei nado, dão-lhe a ilusão de poder furtar-
queza futura (C. Gide); é o consumo
suas peculiaridades, sobressaindo o es
do bondade, todo generosidade, foi con tornado, em .tôda a Europa, pela cria
cilidades da transação.
permuta de riqueza presente contra ri
necessário e indispensável ao enriqueci mento do País, urge que se atendam
Com isso x^erde ele próprio, perde a sociedade, perde o País. O crédito agrí
agricultor, a relativa independência em
Crédito é confiança, é a troca ou
realizar-se o crédito agrícola, como é
por
se a percorrer tôda a Alemanha para de de se congregarern. de se reunirem resolverem por si próprios os seus pro blemas.
digiosa em tôda a Europa, tendo mere
cido as honras de benemerencia de Guillierme I e mais tarde de Guilherme II,
imperadores da Alemanha. Muitos outros abnegados da pró
pria Alemanha, da Itá lia e da França se de dicaram à, defesa dos
promissórias e também se
guros, eram àviclamente solicitados
pelos
a
desconto
nossos
grandes
bancos da Ca^Dital. InFelizmenle tudo ruiu por terra, a despeito da
inscrição que em todas as suas j^ortas se lia: "Fiscalizado pelo Govêmo do Estado".
Em conclusão, para
,
ligioso, foi imensa, de repercussão pro
notas
pendentes, e, como se
_
A obra de Raiffeisen, de carater re
agricultores, mas Raif feisen foi além, foi o
1
n ui
evangelizador,
foi
o
pregador incansável da honestidade, ao qual erigiu em requisito essehcial para admissão em suas "sul-generis"
cooperativas de crédito.
Outros países, para não dizer todos quan tos cuidam do crédito
agrícola, seguiram os ensinamentos de Raif-
iprr 82
Dicesto
feisen, senão com aquele espírito, pelo
ou Bancos Rurais, distribuídos em nú
menos considerando as associações ru
mero de cem pelo país, cm 1926. O go
rais como elos de ligação entre os agri
Dioesto
Econômico
83
Norte, dada a sua extensão territorial, o
à vexatória medida de execução j.jdiciak
verno interessado na solução do proble
cultores e os bancos rurais, fugindo da
sistemjí de crédito é mais amplo que na França; apoia-se na grande organização
ma do crédito entrou em entendimento
norma, por nós adotada, de realizá-la
com o Banco de França, para que for
do "Federal Reserve Banks", criada em
das letras hipotecárias, ou melhor, das
1913. O país foi dividido em doze dis
cniArr-n dos sete debênturcs. Tendo a guerra itIlUd anos dci.xado ein situação difícil UIllCll os OS laJnvradores, Frederico o Grande decretou a suspensão do direito dos credores de
diretamente entre agricultores e ban
necesse, sem juros, ao.s Bancos Rurais,
queiros.
a elevada soma de 40 milhões de fran
tomando por modélo o sistema fran
cos, pela lei de 31 de março de 1899, mais tarde, depois da primeira guerra, reforçada por outras verbas também
cês e o dos americanos do norte, por
gratuitas.
Vejamos sumariamente como se rea
liza o crédito agrícola no estrangeiro, serem os que mais se prestam à apli cação em nosso País.
I
Econômico
Individualistas e indisciplinados, co mo bons latinos que são, os lavradores
franceses preferiram dirigir-se ao Ban co de França à semelhança dos comerc.antes e dos industriais; mas a perio
dicidade da produção agrícola, a longo tempo (de um ano pelo menos) impe dia que tivessem a mesma acolhida que . aqueles, com os quais se podia nego ciar a 60 e 90 dias de prazo. O Banco de França era, como o é
hoje o Banco do Brasil, menos culpado da imperfeição do crédito agrícola, por natureza de sua organização de banco
de depósito, estruturado para negócios . a curto prazo. Ora, a lavoura é produção
a longo prazo; logo, só banco organi zado para tal poderá atendê-la. Na França, criaram-se primeiro as -as
sociações agrícolas locais, sindicalizadas; depois, fundaram-se as Caixas Regionais
tritos de credito, cada distrito tendo
quatro bancos, como se vê no esquema da página anterior. Os lavradores que precisam de cré dito hipotecário pedem-no ás associa ções locais (National Farm Association).
Os lavradores membros das associações *
Estas o encaminham ao banco hipotecá
BANK FOR
NATIONAL
FARM
ASSGCIATIONS (PRdidos de créditos lUpolecários]
depois, se fez aqui com a lei do Reajustamento Econômico, em 1933. Büring,
mero negociante,
natural
rio (Federal Land Bank), que conce
pedido de credito, que é fornecido na
de o crédito a longo prazo, com garan
de John Law, proposto ao parlamento
forma de desconto, como adiantamento
tia hipotecária das terras, na base de
necessário à produção. Por sua vez, os
50% do sen valor, mais 25% do valor
escocês em 1705 para soh-er as dificuldades financeiras do Estado, apresen-
Bancos Rurais atendem as associações e o Banco de França a todos, na forma
das benfeitorias, não podendo exceder
clássica de redesconto.
As Caixas Durand, moldadas nas de
Raiffeisen, são cooperativas de crédito e prescindem do auxílio governamental, pois se constituem de sócios-membros solidàriamente responsáveis. Há ainda na França o crédito mobiliá
de 50 mil dólares a cada lawador.
O Banco Hipotecário ("Federal Land Bank") ao fazer o empréstimo hipote cário, emite cédulas hipoteçárias, que são cotadas nas bolsas, vencendo jxu-os
de sua emissão. Essas cédulas hipotecá
dorias. Esta forma de crédito poderia ser
rias têm tido grande aceita ção, garantidas como são pe lo Banco Hipotecário ("Fe
vencidos pelas cédulas hipotecárias, pa
deral Land Bank"), o qual por sua vez se garante com .
a hipoteca das terras e das do
lavrador.
As cédulas hipotecárias, cotadas nas PRODUCTIUN CREDIT
CORPÜRATION
PRÜUUCTIDNS CREDIT ASSOCIATIONS [Pedidos dc crédito para custeio)
^<-k
negociados e render juros, para atrair os capitalistas e ao mesmo tempo credores.
ra cobrirem certas despesas bancárias e
FEDERAL INTERMEDIATE IREDIT BANK
^
res são sempre % a 1% superiores aos
feitio comercial, "warrantando" merca
Nos Estados Unidos da América do
^^
prover os lavradores do crédito, per dido pelo ato suspensivo do direito dos
rio, que se assenta no capital móvel e semoventes, mas são antes organizações de muito melhorada entre nós, pela cria ção de armazéns municipais, aparelha dos para receber em depósito os produ-' tos agrícolas.
J^
tou-se a Frederico o Grande, sugeriudo-lhe a criação de um banco emissor de títulos (debêntures) baseados no valor da terra, os quais poderiam ser
que variam com a situação geral dos negócios. Os juros pagos pelos lavrado
bôlsas e garantidas por tais instituições CÜÜPERATIVES
haverem seus créditos, tal corno, séculos
mente inspirado no célebre esquema
TWELVE FARM CREE>IT DISTRICTS LANO
illClIIÜI
locais, sindicalizados, dirigem a elas seu
benfeitorias
FEDERAL
E' interessante rememorar a origem
bancárias, vieram resolver a grande re
Büring propunha a criação de um
grande banco central, mas Frederico o Grande preferiu bancos provinciais. As sim nasceram as "Landscha-.
fts", espécie de associações de crédito agrícola, tendo a
primeira sido fundada na Silésia, por ato de Frederico, em 29 de agôsto de 1769
("Rural Credit Land and
Cooperative, Myrin R. Herrick and R. lngall's", pg. 38). Retomando nossa citação sumária do
sistência que sempre os capitalistas opu seram ao crédito hipotecário, e com muita razão. É que o empréstimo hi
sistema creditório americano, cabe-nos
potecário do capitalista ao lavrador correspondia ao congelamento do capi tal a longo prazo e se exqmnha a to
operativas. Trata-se de organização
dos os riscos de reembolso, inclusive
Há ainda o Banco "Federal Interme-
dizer que se criou um banco especial a fim de melhor servir e controlar as co
complexa, que não se enquadra nos sistemas bancários comuns.
'
iprr 82
Dicesto
feisen, senão com aquele espírito, pelo
ou Bancos Rurais, distribuídos em nú
menos considerando as associações ru
mero de cem pelo país, cm 1926. O go
rais como elos de ligação entre os agri
Dioesto
Econômico
83
Norte, dada a sua extensão territorial, o
à vexatória medida de execução j.jdiciak
verno interessado na solução do proble
cultores e os bancos rurais, fugindo da
sistemjí de crédito é mais amplo que na França; apoia-se na grande organização
ma do crédito entrou em entendimento
norma, por nós adotada, de realizá-la
com o Banco de França, para que for
do "Federal Reserve Banks", criada em
das letras hipotecárias, ou melhor, das
1913. O país foi dividido em doze dis
cniArr-n dos sete debênturcs. Tendo a guerra itIlUd anos dci.xado ein situação difícil UIllCll os OS laJnvradores, Frederico o Grande decretou a suspensão do direito dos credores de
diretamente entre agricultores e ban
necesse, sem juros, ao.s Bancos Rurais,
queiros.
a elevada soma de 40 milhões de fran
tomando por modélo o sistema fran
cos, pela lei de 31 de março de 1899, mais tarde, depois da primeira guerra, reforçada por outras verbas também
cês e o dos americanos do norte, por
gratuitas.
Vejamos sumariamente como se rea
liza o crédito agrícola no estrangeiro, serem os que mais se prestam à apli cação em nosso País.
I
Econômico
Individualistas e indisciplinados, co mo bons latinos que são, os lavradores
franceses preferiram dirigir-se ao Ban co de França à semelhança dos comerc.antes e dos industriais; mas a perio
dicidade da produção agrícola, a longo tempo (de um ano pelo menos) impe dia que tivessem a mesma acolhida que . aqueles, com os quais se podia nego ciar a 60 e 90 dias de prazo. O Banco de França era, como o é
hoje o Banco do Brasil, menos culpado da imperfeição do crédito agrícola, por natureza de sua organização de banco
de depósito, estruturado para negócios . a curto prazo. Ora, a lavoura é produção
a longo prazo; logo, só banco organi zado para tal poderá atendê-la. Na França, criaram-se primeiro as -as
sociações agrícolas locais, sindicalizadas; depois, fundaram-se as Caixas Regionais
tritos de credito, cada distrito tendo
quatro bancos, como se vê no esquema da página anterior. Os lavradores que precisam de cré dito hipotecário pedem-no ás associa ções locais (National Farm Association).
Os lavradores membros das associações *
Estas o encaminham ao banco hipotecá
BANK FOR
NATIONAL
FARM
ASSGCIATIONS (PRdidos de créditos lUpolecários]
depois, se fez aqui com a lei do Reajustamento Econômico, em 1933. Büring,
mero negociante,
natural
rio (Federal Land Bank), que conce
pedido de credito, que é fornecido na
de o crédito a longo prazo, com garan
de John Law, proposto ao parlamento
forma de desconto, como adiantamento
tia hipotecária das terras, na base de
necessário à produção. Por sua vez, os
50% do sen valor, mais 25% do valor
escocês em 1705 para soh-er as dificuldades financeiras do Estado, apresen-
Bancos Rurais atendem as associações e o Banco de França a todos, na forma
das benfeitorias, não podendo exceder
clássica de redesconto.
As Caixas Durand, moldadas nas de
Raiffeisen, são cooperativas de crédito e prescindem do auxílio governamental, pois se constituem de sócios-membros solidàriamente responsáveis. Há ainda na França o crédito mobiliá
de 50 mil dólares a cada lawador.
O Banco Hipotecário ("Federal Land Bank") ao fazer o empréstimo hipote cário, emite cédulas hipoteçárias, que são cotadas nas bolsas, vencendo jxu-os
de sua emissão. Essas cédulas hipotecá
dorias. Esta forma de crédito poderia ser
rias têm tido grande aceita ção, garantidas como são pe lo Banco Hipotecário ("Fe
vencidos pelas cédulas hipotecárias, pa
deral Land Bank"), o qual por sua vez se garante com .
a hipoteca das terras e das do
lavrador.
As cédulas hipotecárias, cotadas nas PRODUCTIUN CREDIT
CORPÜRATION
PRÜUUCTIDNS CREDIT ASSOCIATIONS [Pedidos dc crédito para custeio)
^<-k
negociados e render juros, para atrair os capitalistas e ao mesmo tempo credores.
ra cobrirem certas despesas bancárias e
FEDERAL INTERMEDIATE IREDIT BANK
^
res são sempre % a 1% superiores aos
feitio comercial, "warrantando" merca
Nos Estados Unidos da América do
^^
prover os lavradores do crédito, per dido pelo ato suspensivo do direito dos
rio, que se assenta no capital móvel e semoventes, mas são antes organizações de muito melhorada entre nós, pela cria ção de armazéns municipais, aparelha dos para receber em depósito os produ-' tos agrícolas.
J^
tou-se a Frederico o Grande, sugeriudo-lhe a criação de um banco emissor de títulos (debêntures) baseados no valor da terra, os quais poderiam ser
que variam com a situação geral dos negócios. Os juros pagos pelos lavrado
bôlsas e garantidas por tais instituições CÜÜPERATIVES
haverem seus créditos, tal corno, séculos
mente inspirado no célebre esquema
TWELVE FARM CREE>IT DISTRICTS LANO
illClIIÜI
locais, sindicalizados, dirigem a elas seu
benfeitorias
FEDERAL
E' interessante rememorar a origem
bancárias, vieram resolver a grande re
Büring propunha a criação de um
grande banco central, mas Frederico o Grande preferiu bancos provinciais. As sim nasceram as "Landscha-.
fts", espécie de associações de crédito agrícola, tendo a
primeira sido fundada na Silésia, por ato de Frederico, em 29 de agôsto de 1769
("Rural Credit Land and
Cooperative, Myrin R. Herrick and R. lngall's", pg. 38). Retomando nossa citação sumária do
sistência que sempre os capitalistas opu seram ao crédito hipotecário, e com muita razão. É que o empréstimo hi
sistema creditório americano, cabe-nos
potecário do capitalista ao lavrador correspondia ao congelamento do capi tal a longo prazo e se exqmnha a to
operativas. Trata-se de organização
dos os riscos de reembolso, inclusive
Há ainda o Banco "Federal Interme-
dizer que se criou um banco especial a fim de melhor servir e controlar as co
complexa, que não se enquadra nos sistemas bancários comuns.
'
Dicesto
84
clíate Credít", que opera com garanHa de bens móveis no prazo de um a três anos.
Em suma, o agricultor socio-membro
(é condição ser associado), desejando ha-
Econónoco
se assim pensarem os nossos dirigentes.
'W
DrcEsro Ecoxó^^co
Só pela educação faremos dessa mentali
As nossas Bolsas, conquanto tenham desempenhado serviços incstiniáNcis à
dade hostil à associação uma mentalida de de comunlião dc ideal, de auxilio mú
agricultura (o aqui cabem nossas felici
tuo, para a defesa cio nossos legítimos in
85
os "corners" ou "rings", tão prejudiciais
aos produtores. Em conclusão, o crédito agrícola c
tações à Bôhsa dc Mercadorias, devido ao
arma poderosa para o enriquecimento,
muito que fèz pela cii'tiira algodoeira),
quando organizado em sistema que aten
bilitar-se ao crédito para o custeio de sua
teresses. Isoladanicnlc o homem é zero.
tomar-se-iam credoras da lavoura sc se
da de modo constante às necessidades
fazenda; dirige-se à sua associação de crédito de produção, subscrevendo 5.. cm ações do valor do empréstimo, fundo
Tenhamos a coragem de acabar com
oficializassem, com corretores oficiais, nos
èsse aleijão didático, que se chama es
moldes da B(Vsa de Valores. Ninguém
da agricultura, e não como tem sido entro nós, por decretos só vigorantc.s pa
cola rural, cntiio
com que os
por um Departamento de Ensino Ru ral Primário; independente de in
pode negar a influência das bolsas nos negócios e quanto cias podem agir, moralizando-os e assegurando coberturas de preços, tão iiteis e indi.spensáveis à tranqüilidade dos produtores e dos ne gociantes. Por isso é de desejar que se revistam de todas as medidas assegura-
bancos distritais ("Farm
Credit Districts") amortizam seu capita!
nós, substituindo-o
inicia', fornecido pelo "Federal Reserve
fluxo da cídaclc, ruralista ein seu pro
Bank". Nestes últimos tempos, os ju-
grama e em sua situação, jamais como
ros pagos pelos lavradores têm oscila
degrau, ou estágio do professorado da.s
do de 4'A a 5% ao ano (lívTes de taxas
cidades. Quem nesse departamento in gressar será ruralista para sempre. Co mo organizá-lo? perguntarão os compe tentes, que não faltam, graças a Deus.
nu de quaisquer outras despesas). A organização das associações é muito simples: um presid<?nte, com funções bonoríficas, um vice-presidente e um secretário-tesoureiro remunerado. Além dessas instituições governamen
tais, as companhias de seguro exercem
papel de alta importância em maté ria de crédito, inclusive o agrícola. Estas notas sôbre a organização ame ricana devemo-las ao distinto agronomo
dr. Mário Homem de Melo, recentemen
te chegado dos Estados Unidos, onde fez estudos e.specializados de economia ru ral.
Outra arma para o levantamento de
nossa produção e, portanto, de facili
dade de crédito, é a técnica. O que nos está matando é o desperdício de tempo c de e.spaço; de tempo, porque a máquina-homem ó ineficiente; dc espaço, por
doras da boa marcha dos negócios, ser
vindo de modo impessoal ás partes inte ressadas, através de seus corretores ofi
ciais, evitando-se os preposlos dos ata cadistas poderosos, que, poi- interesse
egoísta, promovem os açambarcamentos,
ra cada caso concreto.
Temos vivido até aqui com soluções
de emergência, com horror à vida or
ganizada, com ogeriza ao método e à sistematização de tudo. Assim passam-se os anos, o.s pro
blemas se eternizam e o País se em
pobrece. Urge salvar o Brasil pèlo tra
balho eficiente, pela disciplina dos tatô-
rês da produção, pela organização do . crédito, por sua moeda relativamente es-
tá\'el, para que se tome rico e poderoso, pomo todos ardentemente desejamos.
que o rendimento em área de terra culti vada é irrisório.
Não temos trabalhador rural habilita
do para os serviços mais elementares,
desde os aradores, podadores, cnxertadòres, viveiristas, pecuaristas e tantos ou
tros especialistas da produção agrícola. Felizmente, parece que as escolas cria
Falamos da natureza da produção
agrícola, de seus percalços, da psicolo gia do homem rural e dos sistemas usa-
dos para atender ao crédito agrícola.
das pelo saudoso amigo c colega Fer nando Costa vão anexar, ao seu ensino, o adestramento do operário agrícxjla.
Outros fatores gerais que influem
Resta-nos considerar o ambiente propí
na produção e, portanto, na expansão do crédito agrícola são: os impostos, o
''lem como fator dominante. De que va-
si.stema alfandegário, encarecendo as utilidades indispensáveis à produção
analfabetos, entre alfabetizados, mas
agrícola, os tiansj^ortes, os mercados etc. Desses só nos ocuparemos dos mercados, por oferecerem algumas ob-
cio à expansão do crédito, ísta é, do liole a melhor organização de credito entre Ignorantes?
A educação e a técnica são os meios
que nos poderão salvar do naufrágio,
.scrvaçõe.s dignas de nota.
O contador-geral da República entregou ao ministro da Falida os qua resultados que se consubstanciam nos algarismos apresentados são ausinciosos. A receita arrecadada atingiu Cr$ 13.853.466.518,80. A despesa lou em Cr$ 13.393.228.560,20. O "superávit" está expresso em Ci$ 460.237.958,60.
dros demonstrativos da execução orçamentária durante o exercício «e 1947. Os
O encenamento das contas do último exercício reveste-se de importância^ quan
do se considera que em 1946 a gestão orçamentária da União acusou o deficif de ^ Cr$ 2.632.968,265,50.
A denionstração completa dessas contas será feita nos balanços gerais da Umão_, destinada ao exame do poder legislativo, de conformidade com o preceito consfitucional que rege a matéria.
Dicesto
84
clíate Credít", que opera com garanHa de bens móveis no prazo de um a três anos.
Em suma, o agricultor socio-membro
(é condição ser associado), desejando ha-
Econónoco
se assim pensarem os nossos dirigentes.
'W
DrcEsro Ecoxó^^co
Só pela educação faremos dessa mentali
As nossas Bolsas, conquanto tenham desempenhado serviços incstiniáNcis à
dade hostil à associação uma mentalida de de comunlião dc ideal, de auxilio mú
agricultura (o aqui cabem nossas felici
tuo, para a defesa cio nossos legítimos in
85
os "corners" ou "rings", tão prejudiciais
aos produtores. Em conclusão, o crédito agrícola c
tações à Bôhsa dc Mercadorias, devido ao
arma poderosa para o enriquecimento,
muito que fèz pela cii'tiira algodoeira),
quando organizado em sistema que aten
bilitar-se ao crédito para o custeio de sua
teresses. Isoladanicnlc o homem é zero.
tomar-se-iam credoras da lavoura sc se
da de modo constante às necessidades
fazenda; dirige-se à sua associação de crédito de produção, subscrevendo 5.. cm ações do valor do empréstimo, fundo
Tenhamos a coragem de acabar com
oficializassem, com corretores oficiais, nos
èsse aleijão didático, que se chama es
moldes da B(Vsa de Valores. Ninguém
da agricultura, e não como tem sido entro nós, por decretos só vigorantc.s pa
cola rural, cntiio
com que os
por um Departamento de Ensino Ru ral Primário; independente de in
pode negar a influência das bolsas nos negócios e quanto cias podem agir, moralizando-os e assegurando coberturas de preços, tão iiteis e indi.spensáveis à tranqüilidade dos produtores e dos ne gociantes. Por isso é de desejar que se revistam de todas as medidas assegura-
bancos distritais ("Farm
Credit Districts") amortizam seu capita!
nós, substituindo-o
inicia', fornecido pelo "Federal Reserve
fluxo da cídaclc, ruralista ein seu pro
Bank". Nestes últimos tempos, os ju-
grama e em sua situação, jamais como
ros pagos pelos lavradores têm oscila
degrau, ou estágio do professorado da.s
do de 4'A a 5% ao ano (lívTes de taxas
cidades. Quem nesse departamento in gressar será ruralista para sempre. Co mo organizá-lo? perguntarão os compe tentes, que não faltam, graças a Deus.
nu de quaisquer outras despesas). A organização das associações é muito simples: um presid<?nte, com funções bonoríficas, um vice-presidente e um secretário-tesoureiro remunerado. Além dessas instituições governamen
tais, as companhias de seguro exercem
papel de alta importância em maté ria de crédito, inclusive o agrícola. Estas notas sôbre a organização ame ricana devemo-las ao distinto agronomo
dr. Mário Homem de Melo, recentemen
te chegado dos Estados Unidos, onde fez estudos e.specializados de economia ru ral.
Outra arma para o levantamento de
nossa produção e, portanto, de facili
dade de crédito, é a técnica. O que nos está matando é o desperdício de tempo c de e.spaço; de tempo, porque a máquina-homem ó ineficiente; dc espaço, por
doras da boa marcha dos negócios, ser
vindo de modo impessoal ás partes inte ressadas, através de seus corretores ofi
ciais, evitando-se os preposlos dos ata cadistas poderosos, que, poi- interesse
egoísta, promovem os açambarcamentos,
ra cada caso concreto.
Temos vivido até aqui com soluções
de emergência, com horror à vida or
ganizada, com ogeriza ao método e à sistematização de tudo. Assim passam-se os anos, o.s pro
blemas se eternizam e o País se em
pobrece. Urge salvar o Brasil pèlo tra
balho eficiente, pela disciplina dos tatô-
rês da produção, pela organização do . crédito, por sua moeda relativamente es-
tá\'el, para que se tome rico e poderoso, pomo todos ardentemente desejamos.
que o rendimento em área de terra culti vada é irrisório.
Não temos trabalhador rural habilita
do para os serviços mais elementares,
desde os aradores, podadores, cnxertadòres, viveiristas, pecuaristas e tantos ou
tros especialistas da produção agrícola. Felizmente, parece que as escolas cria
Falamos da natureza da produção
agrícola, de seus percalços, da psicolo gia do homem rural e dos sistemas usa-
dos para atender ao crédito agrícola.
das pelo saudoso amigo c colega Fer nando Costa vão anexar, ao seu ensino, o adestramento do operário agrícxjla.
Outros fatores gerais que influem
Resta-nos considerar o ambiente propí
na produção e, portanto, na expansão do crédito agrícola são: os impostos, o
''lem como fator dominante. De que va-
si.stema alfandegário, encarecendo as utilidades indispensáveis à produção
analfabetos, entre alfabetizados, mas
agrícola, os tiansj^ortes, os mercados etc. Desses só nos ocuparemos dos mercados, por oferecerem algumas ob-
cio à expansão do crédito, ísta é, do liole a melhor organização de credito entre Ignorantes?
A educação e a técnica são os meios
que nos poderão salvar do naufrágio,
.scrvaçõe.s dignas de nota.
O contador-geral da República entregou ao ministro da Falida os qua resultados que se consubstanciam nos algarismos apresentados são ausinciosos. A receita arrecadada atingiu Cr$ 13.853.466.518,80. A despesa lou em Cr$ 13.393.228.560,20. O "superávit" está expresso em Ci$ 460.237.958,60.
dros demonstrativos da execução orçamentária durante o exercício «e 1947. Os
O encenamento das contas do último exercício reveste-se de importância^ quan
do se considera que em 1946 a gestão orçamentária da União acusou o deficif de ^ Cr$ 2.632.968,265,50.
A denionstração completa dessas contas será feita nos balanços gerais da Umão_, destinada ao exame do poder legislativo, de conformidade com o preceito consfitucional que rege a matéria.
Dícesto Econômico
87
dc transformação que era então o por
diz ter sido, na Colônia, o único em que
tuguês do Brasil:
o povo tinha confiança.
"São èstcs montes quase todos escaVados, com muito poucas ár\'ores
êfemfea
Guararapes era apenas isso: o local que dominava a estrada entre Recife e Muribeca.
A situação especial em que se acha
agrestes; uns montes são mui eleva
GUARARAPES
dos e empinados, e outros tem me
vam os invasores, insulados na cidade
nos altura, e dc todas as suas emi nências se descobre uma amena, de
do Recife, impossibilitados de dela sair,
liciosa e espaçosa vista do mar, cor
tecimento para suas tropas, toma\'a im
memorações do tri-ccntenário da BataUut
rendo de ordinário ventos e viração marítima. Para a parte de terra tudo
sua pena famoso relato, tive oportuni
de Guararapes com a publicação dàssc
são montes c para a do mar campi
periosa a conquista daquela região, onde encontrassem suprimentos de ^ alimenta ção. Eis porque os capitães bátavos jul-
dade de, em companhia de alguns ami gos pernambucanos, visitar demoradamente o sítio de Guararapes. Entre êsEís amigos encontrava-se o ilustre Prof.
belo ensaio do nosso ilustre colaborador
nas e alagudiços até chegar à praia.
"oram necessária essa sortida, essa ek-
Afonso Arinos de Melo Franco.
Ê a
Em resolução estes montes Guarara
pedição fora de muros da cidade domi
materialista, a explicação
pes alcançaram perpétua fama e no me, assim nestes tempos como nos
nada, a fim de que houvesse uma possi bilidade de manutenção da população
futuros".
recifense.
Afonso Abinos de Melo Franco
'm 1938, numa daquelas macias tar des tropicais que tanto encantavam
a Joaquim Nabuco e que mereceram da
O "Digesto Econômico" associa-se às co
explicação
econômica da famosa batalha.
Gilberto Freire.
Percorri os pontos da velha bata lha e senti, ao influxo daquela presen ça dos ausentes, de que falava o poeta
lusitano, o espírito brasileiro exacerbado
Entretanto, o que pude ver e sentir
em Pernambuco foi qualquer coisa de mais concreto e de mais poderoso. Não
para criar, na campanha, locais de abas
Esta, a explicação materialista; esta, Isto dizia Diogo de Santiago, depois de se haver travado a batalha.
Real-
a explicação econômica da Batalha ae Guararapes; simples conquista de posi
ção no caminho dos casas
por qualquer coisa de novo, algo até
apenas a emoção romântipa, mas o frê
então para mim desconhecido. Na verdade, as regiões históricas que
mito da epopéia, o perpassar dos ven
tos da vitória, a asa gloriosa do sacrifí
me habituara a visitar nas constantes
cio e da morte.
peregrinações através de minha pro
Guararapes, terra cuja importância es tratégica já tinha sido pressentida mui to antes da batalha, a ponto de ha\er
a bela Recife, como rivais do monte
Minas, nas velhas cida
servido de tema a ob-
brasileiramente sagrado de Olinda, as-
mo dizem dois mestres da lústoriografia moderna, Seignobos e Langlois, não po demos interpretar os fatos históricos uni
des mineiras, o que nos toca é, em geral, a dor da poesia e da atividade
servações judiciosas do eocperimentado capitão como Albuquerque Coelho, que no seu livro
semelham-.se a Atalaias da liberdade,
camente à luz dos documentos coevos e
neste país. Ficaram famosos naqueles tempos e nos nossos tempos e famosos
das razões determinantes conhecidas na
víncia, não se assemelham, pelas suges tões que oferecem, aos Guararapes. Em
intelectual; o que nos afeta em Minas é, por as
^ ^
* 'V"
■j
sim dizer, uma emoção
quase romântica, diante
•.
''
daqueles lugares que tes ..
..0.
^ ■ ■ r.
Mas a história tem dois ■ medalhas, têm duas faces as suas interpretações. Co
mente, aqueles montes que sobrepairam
época em que êles se verificaram. Te
famoso ■ "As Memórias
serão pelos séculos adiante, na voz e
mos, também, de interpretar as ocorrên
na memória dos nossos descendentes.
Diárias da Campanha de Pernambuco" — escrito.
cias da História através daquilo que êsses mesmos historiógrafos chamam a
holandês?
como se sabe, anos antes
depreende da documentação autêntica
E através da crítica interna da Bata-
do embate — já susten
Uia de Guararapes, poderemos concluir,
Que seria Guararapes para o invasor Seria, apenas, conforme se
tos do amor infeliz e das
tava que aquele local ofe
idéias não realizadas, pa-
recia interesse especial no
conduzia a Muribeca. Lá estive, tam
decimentos de homens como Cláudio
desenvolvimento
luta, Guararapes
Manuel, Tomás Gonzaga e Silva Xavier. O que nos fala é a falta de completa
bém, na Muribeca, antigo povoado per
mereceu de Diogo Lopes de Santiago, dos mais apreciados historiadores da guerra holandesa, esta descrição gracio sa, típica do estila macio, do estilo
casas de farinha, isto é, das fábricas da
mente dos ideais, é a rutura do sonho que não chega a se constituir em realidade.
de farinha. sentidos e assim como as
proveniente da Holanda, um simples pouso de domínio para o caminho que
temunharam os sofrimen
';
da
nambucano, sede, no século XVII, das
quele alimento, que Capistrano de Abreu
sua "crítica interna".
sem temeridade, que, se por um lado
ela representou, para os holandeses, ape nas uma perda de oportunidade econô mica, apenas uma derrota de natureza material, para os brasileiros ela significa va algo de muito maior; significava a
]
Dícesto Econômico
87
dc transformação que era então o por
diz ter sido, na Colônia, o único em que
tuguês do Brasil:
o povo tinha confiança.
"São èstcs montes quase todos escaVados, com muito poucas ár\'ores
êfemfea
Guararapes era apenas isso: o local que dominava a estrada entre Recife e Muribeca.
A situação especial em que se acha
agrestes; uns montes são mui eleva
GUARARAPES
dos e empinados, e outros tem me
vam os invasores, insulados na cidade
nos altura, e dc todas as suas emi nências se descobre uma amena, de
do Recife, impossibilitados de dela sair,
liciosa e espaçosa vista do mar, cor
tecimento para suas tropas, toma\'a im
memorações do tri-ccntenário da BataUut
rendo de ordinário ventos e viração marítima. Para a parte de terra tudo
sua pena famoso relato, tive oportuni
de Guararapes com a publicação dàssc
são montes c para a do mar campi
periosa a conquista daquela região, onde encontrassem suprimentos de ^ alimenta ção. Eis porque os capitães bátavos jul-
dade de, em companhia de alguns ami gos pernambucanos, visitar demoradamente o sítio de Guararapes. Entre êsEís amigos encontrava-se o ilustre Prof.
belo ensaio do nosso ilustre colaborador
nas e alagudiços até chegar à praia.
"oram necessária essa sortida, essa ek-
Afonso Arinos de Melo Franco.
Ê a
Em resolução estes montes Guarara
pedição fora de muros da cidade domi
materialista, a explicação
pes alcançaram perpétua fama e no me, assim nestes tempos como nos
nada, a fim de que houvesse uma possi bilidade de manutenção da população
futuros".
recifense.
Afonso Abinos de Melo Franco
'm 1938, numa daquelas macias tar des tropicais que tanto encantavam
a Joaquim Nabuco e que mereceram da
O "Digesto Econômico" associa-se às co
explicação
econômica da famosa batalha.
Gilberto Freire.
Percorri os pontos da velha bata lha e senti, ao influxo daquela presen ça dos ausentes, de que falava o poeta
lusitano, o espírito brasileiro exacerbado
Entretanto, o que pude ver e sentir
em Pernambuco foi qualquer coisa de mais concreto e de mais poderoso. Não
para criar, na campanha, locais de abas
Esta, a explicação materialista; esta, Isto dizia Diogo de Santiago, depois de se haver travado a batalha.
Real-
a explicação econômica da Batalha ae Guararapes; simples conquista de posi
ção no caminho dos casas
por qualquer coisa de novo, algo até
apenas a emoção romântipa, mas o frê
então para mim desconhecido. Na verdade, as regiões históricas que
mito da epopéia, o perpassar dos ven
tos da vitória, a asa gloriosa do sacrifí
me habituara a visitar nas constantes
cio e da morte.
peregrinações através de minha pro
Guararapes, terra cuja importância es tratégica já tinha sido pressentida mui to antes da batalha, a ponto de ha\er
a bela Recife, como rivais do monte
Minas, nas velhas cida
servido de tema a ob-
brasileiramente sagrado de Olinda, as-
mo dizem dois mestres da lústoriografia moderna, Seignobos e Langlois, não po demos interpretar os fatos históricos uni
des mineiras, o que nos toca é, em geral, a dor da poesia e da atividade
servações judiciosas do eocperimentado capitão como Albuquerque Coelho, que no seu livro
semelham-.se a Atalaias da liberdade,
camente à luz dos documentos coevos e
neste país. Ficaram famosos naqueles tempos e nos nossos tempos e famosos
das razões determinantes conhecidas na
víncia, não se assemelham, pelas suges tões que oferecem, aos Guararapes. Em
intelectual; o que nos afeta em Minas é, por as
^ ^
* 'V"
■j
sim dizer, uma emoção
quase romântica, diante
•.
''
daqueles lugares que tes ..
..0.
^ ■ ■ r.
Mas a história tem dois ■ medalhas, têm duas faces as suas interpretações. Co
mente, aqueles montes que sobrepairam
época em que êles se verificaram. Te
famoso ■ "As Memórias
serão pelos séculos adiante, na voz e
mos, também, de interpretar as ocorrên
na memória dos nossos descendentes.
Diárias da Campanha de Pernambuco" — escrito.
cias da História através daquilo que êsses mesmos historiógrafos chamam a
holandês?
como se sabe, anos antes
depreende da documentação autêntica
E através da crítica interna da Bata-
do embate — já susten
Uia de Guararapes, poderemos concluir,
Que seria Guararapes para o invasor Seria, apenas, conforme se
tos do amor infeliz e das
tava que aquele local ofe
idéias não realizadas, pa-
recia interesse especial no
conduzia a Muribeca. Lá estive, tam
decimentos de homens como Cláudio
desenvolvimento
luta, Guararapes
Manuel, Tomás Gonzaga e Silva Xavier. O que nos fala é a falta de completa
bém, na Muribeca, antigo povoado per
mereceu de Diogo Lopes de Santiago, dos mais apreciados historiadores da guerra holandesa, esta descrição gracio sa, típica do estila macio, do estilo
casas de farinha, isto é, das fábricas da
mente dos ideais, é a rutura do sonho que não chega a se constituir em realidade.
de farinha. sentidos e assim como as
proveniente da Holanda, um simples pouso de domínio para o caminho que
temunharam os sofrimen
';
da
nambucano, sede, no século XVII, das
quele alimento, que Capistrano de Abreu
sua "crítica interna".
sem temeridade, que, se por um lado
ela representou, para os holandeses, ape nas uma perda de oportunidade econô mica, apenas uma derrota de natureza material, para os brasileiros ela significa va algo de muito maior; significava a
]
Digesto
Econômico
Digesto
concentração do desespêro na defesa da Pátria; significava a aurora de novo sen
timento que, então, desabrochou, com vigor inaudito, o sentimento da liberda de nacional, da consciência nacional, da formação nacional. Para os brasileiros, não se tratava ape
nas de impedir que o louro invasor atin gisse as casas de farinha de Muribcca. Guidava-se, mais do que isso, de der rotá-los em campo aberto, apesar da
sua superioridade de armas, de efetivos e de treinamento; melhor se diga, apesar
da sua superioridade material, mas prevalecendo-nos da inferioridade moral,
intelectual e psicológica cm que êles se encontraram diante da nossa barreira
intransponível, barreira feita de peitos que tinham atrás de si almas, barreira feita de
músculos, mas entre
músculos
estavam
esses
os
corações.
As circunstâncias da batalha são conhecidas.
vez, não liesitou cm chamar a conselho
aquêle.s seus subordinados, em tomar com êles as informações imprescindíveis para o desenvolvimento da peleja e em
aceitar tôdas as sugestões que lhe pare ceram oportunas c justas. Foi, por conse guinte, o comando tri-parlite, um co
mando exercido pelo chefe com o apoio e as sugestões dos seus
batalha, ficamo.s admirando
naquele
pois, naquele mesmo campo, naqueles
humildade c do modéstia. Diz ele:
ainda dos ossos dos flamengos, êle, Bar
"Durou a batalha por espaço de
quatro horas, no fim das quais, de pois de obrarem de nossa parte ma
negro
Henrique
vez provavelmente
ra, êles Vidal de Negreiros, Henrique.
tres de campo todos os mais ofi
total o fracasso absoluto da vaidosa, da
ciais, o inimigo SC retirou e ocupou umas eminências à nossa vista. Des
ses bons sucessos com que Deus fa voreceu as armas do S. M. cm tem
po em que a superioridade bem co nhecida do inimigo nos prometia to
tal ruína som esperança alguma dc \'itória que alcançamos, posso eu ani-
mar-mc para outras maiores."
Vejam a modéstia da descrição. Não cia da vitória. Mas o seu ímpeto, a sua
Camarão e ainda
reto dc Menezes, êle, Fernandes Viei
do-se nêles generalmcntc com os mes
Barreto
Menezes,
mesmos baixios c alagadiços, cobertos
D'as, e outros mais, comandando, talvez,' os mesmos homens na segunda batalha dos Guararapes, determinaram a falência
ravilhosos atos dc valentia, assinalan-
fala em si. Atribuiu aos seus comanda
de
o ilustre capitão, porque 10 meses de
grande capitão as suas (jualidadcs de
subordinados. Foi sob o comando de Francisco
o militarismo europeu,
.Rafael de Jesus, e An
dos e, principalmente, a Deus, a rutilânconfiança, a sua coragem explodem no
fim, naquela notação, quando diz que essa vitória, conquistada contra tôdas
as possibilidades, abre para êle a con fiança em que outras vitórias seriam possíveis.
E não ora em vão que assim falava
orgulhosa e imperiosa tentativa de co
lonização européia.
Por conseguinte, foi pensando nestas
e em outras coisas que percorri aquela colina ou aquelas colina.s a que podere mos dar o nome dc que Barres se serniuN
Mil*
^
A-
.
«
•
1
Jt
m
t*iT
"■
viu, de "colina inspirada". Foi rememo- ^ rando esses episódios que senti, nos ou- H ranuu
• _
±
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Anç
rOPl"
N-idos da imaginação, o tropel dos com bates que já haviam passado.
Foi no grande silêncio da tarde per nambucana, quando apenas se ouvia o vento sibilando entre os coqueiros, que
pude, pelo milagre da memória e da kmresentação intelectual, resâver o entrechoque das armas, o ronco dos ca
nhões- os grilos dos moribundos e, aci ma dé tudo, a,imagem da vdtória bracc-
jando ..sôbre aquêle campo coberto dç heróis gloriosos.
orgulhoso o e.xpansio-
dré Vida! de Negreiros,
nista, curvou a cerWz sabedoria e a
grandeza de alma de passar imediatamente o comando, sem maiores discus sões, sem recriminaçôes e competições
vaidosas, a um português
esse mestre do campo-general, por sua
na história do mundo,
por
tiveram a modéstia, a
po, — pò.sto militar que correspon de ao de marechal, nos dias atuais —
ra
Lusitano,
o bravo paraibano —
Por outro lado, êsle mostre de cam
Dias, que, pela primei
João Fernandes Vieira, glorificado
ridade por. dclerniinação régia.
pelo
frente das tropas — Castrioto
chegado o bastão de comando, uma vez que êle vinha investido dessa auto
dio
então se encontravam a
o
Rio Branco quem diz haver êle nascido nos arredores de Lima, em Portugal. Era, portanto, português. Por isso, dizia cu, os capitães não he sitaram cm passar ao português recém-
assistido por Vieira, ,por Negreiros, pelo ín
Os dois grandes che fes de guerrilhas, que
EcoNÓ.snco
"e Li
ma ^ Francisco Barreto de Menezes. Se
gundo a opinião do Barão do Rio Branw, era êle, por parte de pai, ligado à vdha família dos Barretos de Menezes
e. por parte de mãe, descendente da aristocracia espanhola. E' o Barão do
diante da resistência semi-bárbura dos autóctones americanos.
Entretanto, essa página gloriosa da liistóría continental, que leve uma reper cussão imediata na literatura histórica
dos países eurojaeiis, surge numa des crição singe'a, poderei mesmo dizer humilde, de seu comandante vitorioso.
Quando lemos o relatório, ou melhor,
a parte oficial em que FTancisco Bar reto de Menezes relata o desenrolar da
Dos 12 milhões e 900 mil cx-combatentcs norte-amcricanos, Iw nulhoes e
200 mil -já estacam ern^ircgados por volta de setembro ultimo, contando o serviço de reajustameiito dos ex-comhatentes dos Estados Unidos regularizar a situação dos demais em prazo relativamente cuiio.
~
Digesto
Econômico
Digesto
concentração do desespêro na defesa da Pátria; significava a aurora de novo sen
timento que, então, desabrochou, com vigor inaudito, o sentimento da liberda de nacional, da consciência nacional, da formação nacional. Para os brasileiros, não se tratava ape
nas de impedir que o louro invasor atin gisse as casas de farinha de Muribcca. Guidava-se, mais do que isso, de der rotá-los em campo aberto, apesar da
sua superioridade de armas, de efetivos e de treinamento; melhor se diga, apesar
da sua superioridade material, mas prevalecendo-nos da inferioridade moral,
intelectual e psicológica cm que êles se encontraram diante da nossa barreira
intransponível, barreira feita de peitos que tinham atrás de si almas, barreira feita de
músculos, mas entre
músculos
estavam
esses
os
corações.
As circunstâncias da batalha são conhecidas.
vez, não liesitou cm chamar a conselho
aquêle.s seus subordinados, em tomar com êles as informações imprescindíveis para o desenvolvimento da peleja e em
aceitar tôdas as sugestões que lhe pare ceram oportunas c justas. Foi, por conse guinte, o comando tri-parlite, um co
mando exercido pelo chefe com o apoio e as sugestões dos seus
batalha, ficamo.s admirando
naquele
pois, naquele mesmo campo, naqueles
humildade c do modéstia. Diz ele:
ainda dos ossos dos flamengos, êle, Bar
"Durou a batalha por espaço de
quatro horas, no fim das quais, de pois de obrarem de nossa parte ma
negro
Henrique
vez provavelmente
ra, êles Vidal de Negreiros, Henrique.
tres de campo todos os mais ofi
total o fracasso absoluto da vaidosa, da
ciais, o inimigo SC retirou e ocupou umas eminências à nossa vista. Des
ses bons sucessos com que Deus fa voreceu as armas do S. M. cm tem
po em que a superioridade bem co nhecida do inimigo nos prometia to
tal ruína som esperança alguma dc \'itória que alcançamos, posso eu ani-
mar-mc para outras maiores."
Vejam a modéstia da descrição. Não cia da vitória. Mas o seu ímpeto, a sua
Camarão e ainda
reto dc Menezes, êle, Fernandes Viei
do-se nêles generalmcntc com os mes
Barreto
Menezes,
mesmos baixios c alagadiços, cobertos
D'as, e outros mais, comandando, talvez,' os mesmos homens na segunda batalha dos Guararapes, determinaram a falência
ravilhosos atos dc valentia, assinalan-
fala em si. Atribuiu aos seus comanda
de
o ilustre capitão, porque 10 meses de
grande capitão as suas (jualidadcs de
subordinados. Foi sob o comando de Francisco
o militarismo europeu,
.Rafael de Jesus, e An
dos e, principalmente, a Deus, a rutilânconfiança, a sua coragem explodem no
fim, naquela notação, quando diz que essa vitória, conquistada contra tôdas
as possibilidades, abre para êle a con fiança em que outras vitórias seriam possíveis.
E não ora em vão que assim falava
orgulhosa e imperiosa tentativa de co
lonização européia.
Por conseguinte, foi pensando nestas
e em outras coisas que percorri aquela colina ou aquelas colina.s a que podere mos dar o nome dc que Barres se serniuN
Mil*
^
A-
.
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viu, de "colina inspirada". Foi rememo- ^ rando esses episódios que senti, nos ou- H ranuu
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rOPl"
N-idos da imaginação, o tropel dos com bates que já haviam passado.
Foi no grande silêncio da tarde per nambucana, quando apenas se ouvia o vento sibilando entre os coqueiros, que
pude, pelo milagre da memória e da kmresentação intelectual, resâver o entrechoque das armas, o ronco dos ca
nhões- os grilos dos moribundos e, aci ma dé tudo, a,imagem da vdtória bracc-
jando ..sôbre aquêle campo coberto dç heróis gloriosos.
orgulhoso o e.xpansio-
dré Vida! de Negreiros,
nista, curvou a cerWz sabedoria e a
grandeza de alma de passar imediatamente o comando, sem maiores discus sões, sem recriminaçôes e competições
vaidosas, a um português
esse mestre do campo-general, por sua
na história do mundo,
por
tiveram a modéstia, a
po, — pò.sto militar que correspon de ao de marechal, nos dias atuais —
ra
Lusitano,
o bravo paraibano —
Por outro lado, êsle mostre de cam
Dias, que, pela primei
João Fernandes Vieira, glorificado
ridade por. dclerniinação régia.
pelo
frente das tropas — Castrioto
chegado o bastão de comando, uma vez que êle vinha investido dessa auto
dio
então se encontravam a
o
Rio Branco quem diz haver êle nascido nos arredores de Lima, em Portugal. Era, portanto, português. Por isso, dizia cu, os capitães não he sitaram cm passar ao português recém-
assistido por Vieira, ,por Negreiros, pelo ín
Os dois grandes che fes de guerrilhas, que
EcoNÓ.snco
"e Li
ma ^ Francisco Barreto de Menezes. Se
gundo a opinião do Barão do Rio Branw, era êle, por parte de pai, ligado à vdha família dos Barretos de Menezes
e. por parte de mãe, descendente da aristocracia espanhola. E' o Barão do
diante da resistência semi-bárbura dos autóctones americanos.
Entretanto, essa página gloriosa da liistóría continental, que leve uma reper cussão imediata na literatura histórica
dos países eurojaeiis, surge numa des crição singe'a, poderei mesmo dizer humilde, de seu comandante vitorioso.
Quando lemos o relatório, ou melhor,
a parte oficial em que FTancisco Bar reto de Menezes relata o desenrolar da
Dos 12 milhões e 900 mil cx-combatentcs norte-amcricanos, Iw nulhoes e
200 mil -já estacam ern^ircgados por volta de setembro ultimo, contando o serviço de reajustameiito dos ex-comhatentes dos Estados Unidos regularizar a situação dos demais em prazo relativamente cuiio.
~
Dicesto Econômico 91
arrôba, os molhados do 750 réis de cada
IBÜTOS, CLERO E BUROCRACIA NO
COLONIAL Otávio Tarquínio de Sousa
carga, computada pelo peso de duas ou
trés arrobas. Assim c que um alqueire de sal, comprado no Rio de Janeiro pelo ato preço dc 800 réis, pagava de entra
vinho, o vinagre, o azeite. Um quintal O ,sr. Otávio Tarquínio de Sousa analisa
de ferro manufaturado (alavancas, pi
çadas contribuições".
as imensas dificuldades existentes na
caretas, enxadas, foices etc.) custava no
queixas contra o fisco parasitíirio do
trabalho e da produção são quase tão antigas no Brasil como o próprio
Brasil. Arrecadar o mais possível foi
Colônia para contribuintes e agentes do fisco, o que era a decantada burocracia
Ilio entre 4$8üO e 6SÜ00 c em Minas
luso-brasilcira.
nhagen assevera com inteira procedên cia que todos os artigos estavam tão so brecarregados de tributos e estes de tal maneira repartidos que nem o fisco sa bia ao cabo quanto arrecadava, nem os contribuintes quanto pagavam. Impos
guesa, sem falar nos direitos territoriais,
nos dc chancelaria, donati\'os dos ofícios, meio sôldo das patentes militares, selo, terça parte dos ofícios e nas tributações
tos e mais impostos. "O açúcar, o taba
que recaíam sobre determinadas regiões.
co, o algodão, o café, a aguarderite, o gado e outros gêoeros, além da dízima,
Em Minas Gerais, por exemplo, a fome
em caso de exportação, estavam one
canina do fisco atingiu ao auge. Du
rados ao dízimo, ainda quando consumi
rante o tempo do fastígio da mineração,
dos no país", diz-nos o visconde de
Portugal só cogitou de aperfeiçoar o apa
Porto Seguro. O açúcar pagava ainda o donativo de 1662 (para a paz da Ho
relho de sugar impostos, nas cifras mais
landa e para o casamento da rainha da
sucederam-sc, cada qual mais rigoroso.
Inglaterra), o
subsídio
altas possíveis. Os sistemas de cobrança Fintas, quintos, intendèncias,
de
1799, o do terremoto de Lis
casas de fundição, superinten
boa, e mais, para saída, o im-.
dentes, guarda-mores, guarda-
pôsto e pensão de 480 réis
menores, escrivães, o famoso
por caixa ou 240 em feixe,
regimento conhecido por Li-
sendo que o tabaco só escapava à última tributação.
A
.i ^
pipa, além do subsídio literário de 30 réis por canada; o gado pa gava, afora o dízimo, o quinto do couro
vro da Capa Verde, diploma
j -'
aguardente pagava 2S600 por
'
cum das almas desandara num negócio de dinheiro, o mais escandaloso possí vel. Os párocos, a pretexto de direitos paroquiais, benesses e pés-de-altar, extorquiam dos povos "insuportáveis e for
da em M nas 750 réis, sendo \'endido
por 3$600. O mesmo acontecia com o
política seguida invariavelmente pela metrópole nos tempos coloniais. Var-
pastores, não lhe ficava a dever em excessos. Imensa era a desordem no espintua. c desbragada a simonia. A
insuperável de opressão e ti
rania — tudo significava ape
nas a bulimia do fisco lusi tano, a sua fome íncoercível.
I4$400, tendo pago de entrada 4$500. Contrastando com ísjo, paradoxalmen te, um quintal de panos e baetas, durantes, saietas, serafinas, camelões, bolan-
las cruas, uniagens e outros tecidos, al guns dôles de luxo, valendo um quintal cem moedas, pagava 4-$50ü de entrada, ou seja menos de um por ccnto; se as
Os escritos de
desobrigação da quaresma, chamados de .conhecenças, casamentos, batismos, en
terros, sepulturas, acompanhamentos, funerais, encomendações, missas canta
das ou rezadas, tudo era pago, no rigor da expressão, a pêso de ouro. Até os toques de sino, afirma a Instrução. Atendendo ã recomendação de D.
João V, o bispo do Rio de janeiro, sob cuja jurisdição estava ainda em 1719 a
fazendas eram dc qualidade superior, o
capitania de Minas, baixou a provisão de
impôsto não chegava a meio. por cento; e, finalmente, se eram das mais finas, como esguiões, holandas, cassas, cam-
8 de fevereiro desse ano, reduzindo o
braia.s, veludos, sedas etc., pràticamente
preço das conhecenças ou escritos de confissão de uma oitava de ouro (I$500)
Tal situação, na verdade monstruosa,
para 300 réis. Não obstante, recrudes ceu a ganância clerical. Ao erigir-se o b'spado de Mariana, o novo prelado
em que o sal pagava quase cem por
frei Manoel da Cruz fez em 1749 um
ccnto de entrada, instrumentos de tra
regimento para diminuir os direitos pa
balho, como enxadas, alavancas e pica
roquiais. Entretanto, o ministro Marti
retas incorriam em tributos de sessenta
nho de Melo e .Castro continuou a jul gá-los exorbitantes, citando exemplos: por uma missa cantada recebiam o pá
tinham entrada livre.
a noventa por cento, e tecidos de lyxo
contribuíam com menos de um por cen to, não passou despercebida a um diri gente da lucidez do ministro Martinho (íe Mc'o e Castro, como se verifica da Instrução de 29 de janeiro de 1788, ao visconde de Barbacena, quando êste veio
Os mineiros pagavam ainda os direi
assumir o lugar de governador e capitáo-general das Minas. Como que a
mesmo estando vivo o animal, meib
tos de entrada, ou seja o impôslo de
justificar, por antecipação, a tentativa
real em libra de carne verde e cinco
importação sôbre todos os gêneros, efei
réis em cada couro, além de um tribu
tos e fazendas, reduzidos a duas catego
revolucionária do ano seguinte, Martinho de Melo e Castro mostra .que os minei
roco, diácono, subdiácono e sacristão nove oitavas de ouro ou I3$500, além da cera; ná semana santa, o pároco, dois acólitos e o sacristão tinham direito a
sessenta e duas oitavas de ouro, ou 93$000. E essas e outras contribuições eram devidas, sob pena de excomunhão maior. Ma's ou menos ao tempo do re
gimento de frei Manoel da Cruz, como sinal de que não eram boas as finanças da capitania, sofria redução O sôldo dos
to de subsidio e outro sobre carnes sê-
rias — secos e molhados. Seco era qual
cas importadas.
ros sofriam vexames e extorsões de tôda
quer coisa não comestível; molhado o
Tal era em linhas gerais o regime fiscal ao chegar ao Brasil a côrte portu-
a espécie. Se o Estado os escorchava de
que se destinasse a comida e bebida. Os
militares, passando por exemplo um capi
forma tão impiedosa, a Igreja, por seus
tão de 80$000 para 40$000 mensais.
secos sofriam a taxa de 1§125 por
Dicesto Econômico 91
arrôba, os molhados do 750 réis de cada
IBÜTOS, CLERO E BUROCRACIA NO
COLONIAL Otávio Tarquínio de Sousa
carga, computada pelo peso de duas ou
trés arrobas. Assim c que um alqueire de sal, comprado no Rio de Janeiro pelo ato preço dc 800 réis, pagava de entra
vinho, o vinagre, o azeite. Um quintal O ,sr. Otávio Tarquínio de Sousa analisa
de ferro manufaturado (alavancas, pi
çadas contribuições".
as imensas dificuldades existentes na
caretas, enxadas, foices etc.) custava no
queixas contra o fisco parasitíirio do
trabalho e da produção são quase tão antigas no Brasil como o próprio
Brasil. Arrecadar o mais possível foi
Colônia para contribuintes e agentes do fisco, o que era a decantada burocracia
Ilio entre 4$8üO e 6SÜ00 c em Minas
luso-brasilcira.
nhagen assevera com inteira procedên cia que todos os artigos estavam tão so brecarregados de tributos e estes de tal maneira repartidos que nem o fisco sa bia ao cabo quanto arrecadava, nem os contribuintes quanto pagavam. Impos
guesa, sem falar nos direitos territoriais,
nos dc chancelaria, donati\'os dos ofícios, meio sôldo das patentes militares, selo, terça parte dos ofícios e nas tributações
tos e mais impostos. "O açúcar, o taba
que recaíam sobre determinadas regiões.
co, o algodão, o café, a aguarderite, o gado e outros gêoeros, além da dízima,
Em Minas Gerais, por exemplo, a fome
em caso de exportação, estavam one
canina do fisco atingiu ao auge. Du
rados ao dízimo, ainda quando consumi
rante o tempo do fastígio da mineração,
dos no país", diz-nos o visconde de
Portugal só cogitou de aperfeiçoar o apa
Porto Seguro. O açúcar pagava ainda o donativo de 1662 (para a paz da Ho
relho de sugar impostos, nas cifras mais
landa e para o casamento da rainha da
sucederam-sc, cada qual mais rigoroso.
Inglaterra), o
subsídio
altas possíveis. Os sistemas de cobrança Fintas, quintos, intendèncias,
de
1799, o do terremoto de Lis
casas de fundição, superinten
boa, e mais, para saída, o im-.
dentes, guarda-mores, guarda-
pôsto e pensão de 480 réis
menores, escrivães, o famoso
por caixa ou 240 em feixe,
regimento conhecido por Li-
sendo que o tabaco só escapava à última tributação.
A
.i ^
pipa, além do subsídio literário de 30 réis por canada; o gado pa gava, afora o dízimo, o quinto do couro
vro da Capa Verde, diploma
j -'
aguardente pagava 2S600 por
'
cum das almas desandara num negócio de dinheiro, o mais escandaloso possí vel. Os párocos, a pretexto de direitos paroquiais, benesses e pés-de-altar, extorquiam dos povos "insuportáveis e for
da em M nas 750 réis, sendo \'endido
por 3$600. O mesmo acontecia com o
política seguida invariavelmente pela metrópole nos tempos coloniais. Var-
pastores, não lhe ficava a dever em excessos. Imensa era a desordem no espintua. c desbragada a simonia. A
insuperável de opressão e ti
rania — tudo significava ape
nas a bulimia do fisco lusi tano, a sua fome íncoercível.
I4$400, tendo pago de entrada 4$500. Contrastando com ísjo, paradoxalmen te, um quintal de panos e baetas, durantes, saietas, serafinas, camelões, bolan-
las cruas, uniagens e outros tecidos, al guns dôles de luxo, valendo um quintal cem moedas, pagava 4-$50ü de entrada, ou seja menos de um por ccnto; se as
Os escritos de
desobrigação da quaresma, chamados de .conhecenças, casamentos, batismos, en
terros, sepulturas, acompanhamentos, funerais, encomendações, missas canta
das ou rezadas, tudo era pago, no rigor da expressão, a pêso de ouro. Até os toques de sino, afirma a Instrução. Atendendo ã recomendação de D.
João V, o bispo do Rio de janeiro, sob cuja jurisdição estava ainda em 1719 a
fazendas eram dc qualidade superior, o
capitania de Minas, baixou a provisão de
impôsto não chegava a meio. por cento; e, finalmente, se eram das mais finas, como esguiões, holandas, cassas, cam-
8 de fevereiro desse ano, reduzindo o
braia.s, veludos, sedas etc., pràticamente
preço das conhecenças ou escritos de confissão de uma oitava de ouro (I$500)
Tal situação, na verdade monstruosa,
para 300 réis. Não obstante, recrudes ceu a ganância clerical. Ao erigir-se o b'spado de Mariana, o novo prelado
em que o sal pagava quase cem por
frei Manoel da Cruz fez em 1749 um
ccnto de entrada, instrumentos de tra
regimento para diminuir os direitos pa
balho, como enxadas, alavancas e pica
roquiais. Entretanto, o ministro Marti
retas incorriam em tributos de sessenta
nho de Melo e .Castro continuou a jul gá-los exorbitantes, citando exemplos: por uma missa cantada recebiam o pá
tinham entrada livre.
a noventa por cento, e tecidos de lyxo
contribuíam com menos de um por cen to, não passou despercebida a um diri gente da lucidez do ministro Martinho (íe Mc'o e Castro, como se verifica da Instrução de 29 de janeiro de 1788, ao visconde de Barbacena, quando êste veio
Os mineiros pagavam ainda os direi
assumir o lugar de governador e capitáo-general das Minas. Como que a
mesmo estando vivo o animal, meib
tos de entrada, ou seja o impôslo de
justificar, por antecipação, a tentativa
real em libra de carne verde e cinco
importação sôbre todos os gêneros, efei
réis em cada couro, além de um tribu
tos e fazendas, reduzidos a duas catego
revolucionária do ano seguinte, Martinho de Melo e Castro mostra .que os minei
roco, diácono, subdiácono e sacristão nove oitavas de ouro ou I3$500, além da cera; ná semana santa, o pároco, dois acólitos e o sacristão tinham direito a
sessenta e duas oitavas de ouro, ou 93$000. E essas e outras contribuições eram devidas, sob pena de excomunhão maior. Ma's ou menos ao tempo do re
gimento de frei Manoel da Cruz, como sinal de que não eram boas as finanças da capitania, sofria redução O sôldo dos
to de subsidio e outro sobre carnes sê-
rias — secos e molhados. Seco era qual
cas importadas.
ros sofriam vexames e extorsões de tôda
quer coisa não comestível; molhado o
Tal era em linhas gerais o regime fiscal ao chegar ao Brasil a côrte portu-
a espécie. Se o Estado os escorchava de
que se destinasse a comida e bebida. Os
militares, passando por exemplo um capi
forma tão impiedosa, a Igreja, por seus
tão de 80$000 para 40$000 mensais.
secos sofriam a taxa de 1§125 por
li:
Dicesto
92
Econômico
Dicesto
Econômico
93
Invejoso do dinheiro que u Igreja arrecadava, gemia o Fisco pela voz -do antigo capitão-general Gomes Freire de
julho de 1778:
"Tem esta Capitania
tário é solicitador das Justiças, um niei-
cadação do Subsídio Voluntário, com
frades que inundam o Recôncavo em casas suas ou alugadas, cousa es
rinho da Relação, um escrivão de sua
onze; a Junta da Real Fazenda, com
'vara, dois escrivães de agravos e apela
Andrada, em 1743: "Os emolumentos
candalosa, ma.s de que essa gente já
ções, üm juiz, um escrivão e um tesou
de alguns ministros, como suo os dos
não se escandaliza".
O antecessor do
reiro das despesas da Relação, doze so-
Ouvidores, e também de ofícios, e be nesses, e esmolas de missas, e direitos
marques de Valcnça comunicara tam bém para Lisboa "não querer frade
lidtadores do mámcro, e outros oficiais,
i'inte e três.
Maior, muito maior, era o número de
empregados da capitania, uma vez que
pelas cidades, vilas c lugarejos havia
di\ersas repartições subordinadas dan
paroquiais levam de Minas tanto cabe
algum morar no convento, porque uns
ao todo trinta c nove pessoas. E havia ainda os Juízos da Coroa e da Chance
dal quanto a capitação". O que vale dizer aproximadamente cem arrobas de
a título de esmoleres residem continua
laria, duas ouvidorias gerais do cível e
mente nas freguesias, onde têm casas como particulares, outros feitos feito res de fazendas de parentes, e alguns
sões nem sempre equiralontes) a perto
crime ü auditoria geral da gente ■. da Guerra, o Juízo da Correção da comar
l encia ordènados, emolumentos e propi
os mineiros não o eram menos pelos jui
sendo frades capuclios e senhores de
e Conservatória dos Familiares" do
zes. Êstes exigiam das partes "grossos salários, espórtulas e outras contribui
engenho ao mesmo tempo".
Santo Ofício,, o Juízo de Fora do
ouro!
Espoliados de tal sorte pelos padres,
ções as mais delas a seu arbítrio", mul tiplicando as diligências e insuflando no povo o
espírito de chicana e de litígio. Juizes prevarica dores, juizes venais, eis os magistrados (não to
E a in
sinuar sobre a má conduta dos frades:
"São religiosos por trazerem algumas
vezes o hábito, porque
c formalidades.
oficiais inferiores".
Tais frades, tais freiras.
"gravíssimo prejuízo tem
processos.
Bastante desgraçada era também em fins do século XVIIX a situação dos baianos. Prova-o o paesmo Martinho de Melo e Castro na Instrução de 10 de -setembro de 1779 ao marquês de Va-
lença, governador e capitão-general da
seu espírito rotineiro, o seu pra-
subalternos servidos
e
c punham empenho em eternizar os
las da administração portuguesa, o
ferença de um pai de
cravas
que ôles as animavam
dos Órfãos, os quais formavam,
família".
dizia Martinho de Melo
acentuando
até prejudiciais. Com êles, agra vadas por certos \'ícios da terra, se implantaram no Brasil as maze
xismo. o seu gosto ou vízo de fórmulas
das contendas forenses",
Castro,
Cr!nie, o Juízo dos Ausentes e Mampostéiro-Mor dos Cativos e Melo e Castro, outros tantos tribunais
Estas, nos seus conventos
vivem
Muitos eram os cargos inúteis e
cousa alguma tinham di
da Bahia, possuíam, se gundo informação do ar cebispo, quatrocentas es
"indivíduos que
nas -para afinal trabalhar pouco.
ca da cidade, o Juízo do Fisco Real
no dizer do ministro Martinho de
dos com certeza) que Minas;
de quinhentas pessoas. Tôda essa gente
se o não trouxessem em
infelicitavam
as
do serviço ou dando emprêgo (expres
c criadas, com
poral e espiritual", já pelo "pesado gravame" do sustento e vestuário, já pela "perturbação, desconcôrto e desordem
dessas mulheres
ociosas, sem educação, sem emprêgo e sem trabalho algum".
por
"inumcráiets
Mas a lista não ficava por aí, dc
órgãos entre judiciários e administra tivos: havia o Tribunal da Mesa de Ins
peção do Açúcar c do Tabaco, cujo qua dro comportava inspctor-presidenle, de
sembargador
supranumcrário,
quatro
inspeto?é5;' '"c dois cxaminadores, dois es crivães, um guarda-mor, juizes da Ba lança da entrada, da Emtmta, um te-
sclireiro de despe.sas, um guarda-livros, dois guarda-marinhas, um meirinlio, um escrivão, dois mercadores de tabaco, um
porteiro e patrão de escaler, ao todo
Tributos não faltavam aos baianos,
Para explicá-los em parte bastaria o imenso funcionalismo que já havia na
vinte e 'quatro empregados.
Existia
também a Intendência Geral do Ouro, com funcionários obedecendo a nomen-
Como manter tantos empregados, sem tributar alto o açúcar, o tabaco, o al
godão, o café, a aguardente, o gadof
E os impostos cresciam. Aqm chegan do D. íoão VI logo teria de elevar os cxislente.s c cie criar novos. A cartaYécia que franqueou os portos do Brasil
ao comércio das naçõeá amigas cogitou dos direitos de importação de vinte por cento e mais quatio por cento de do nativo, num total equivalente ao que
já se cobrava. Mas o alvará de 28 de
maio de 1808 impôs 400 réis em arròba de tabaco de rolo ou corda; o alvará de
27 de junho do mesmo ano criou a dé
cima sobre os prédios das cidades e vilas; a carta-rcgia de 28 de julho se
Bahia. Como cm Minas, avultavam os abuso.s do clero. Os regalares, isto é, os membros de ordens religiosas, ti
compunha-so do regedor, do chanceler,
nha o Armazéns Gerais com
dezesseis
guinte mandou cobrar 600 réis por arro ba de algodão exportado; à sisa de dez por cento nos bens de raiz se acrescen
nham em grande parte abandonado os
de dois ou\adores gerais, um juiz e um
funcionários, enti"e os quais um guardaprcgos, um barbeiro e um sangrador; o
tou meia sisa na venda dos escravos; estabeleceu-se também a décima dos
conventos e viviam em casas próprias
ou alugadas. Frades com casa própria! Quem assim informara fôra o arce
bispo da Bahia, em carta de 23 de
Baliia em 1779.
Mencione-se de início
a organização da Justiça.
A Relação
procurador da Coroa, cinco agravistas c um desembargador supranuinerário, e mais um guarda-mor, um guarda-menor, um distribuidor da Relação, um secre
c'atura semelhante, num total de trinta
e uma pessoas; a Intendência da Mari
Tribunal da Alfândega, com vinte e qua
legados e heranças e sisa dos bens de
tro servidores; o Senado da Câmara, com trinta e seis; o Tribunal da Arre
nvz;
a
carne
verde começou a pagar
li:
Dicesto
92
Econômico
Dicesto
Econômico
93
Invejoso do dinheiro que u Igreja arrecadava, gemia o Fisco pela voz -do antigo capitão-general Gomes Freire de
julho de 1778:
"Tem esta Capitania
tário é solicitador das Justiças, um niei-
cadação do Subsídio Voluntário, com
frades que inundam o Recôncavo em casas suas ou alugadas, cousa es
rinho da Relação, um escrivão de sua
onze; a Junta da Real Fazenda, com
'vara, dois escrivães de agravos e apela
Andrada, em 1743: "Os emolumentos
candalosa, ma.s de que essa gente já
ções, üm juiz, um escrivão e um tesou
de alguns ministros, como suo os dos
não se escandaliza".
O antecessor do
reiro das despesas da Relação, doze so-
Ouvidores, e também de ofícios, e be nesses, e esmolas de missas, e direitos
marques de Valcnça comunicara tam bém para Lisboa "não querer frade
lidtadores do mámcro, e outros oficiais,
i'inte e três.
Maior, muito maior, era o número de
empregados da capitania, uma vez que
pelas cidades, vilas c lugarejos havia
di\ersas repartições subordinadas dan
paroquiais levam de Minas tanto cabe
algum morar no convento, porque uns
ao todo trinta c nove pessoas. E havia ainda os Juízos da Coroa e da Chance
dal quanto a capitação". O que vale dizer aproximadamente cem arrobas de
a título de esmoleres residem continua
laria, duas ouvidorias gerais do cível e
mente nas freguesias, onde têm casas como particulares, outros feitos feito res de fazendas de parentes, e alguns
sões nem sempre equiralontes) a perto
crime ü auditoria geral da gente ■. da Guerra, o Juízo da Correção da comar
l encia ordènados, emolumentos e propi
os mineiros não o eram menos pelos jui
sendo frades capuclios e senhores de
e Conservatória dos Familiares" do
zes. Êstes exigiam das partes "grossos salários, espórtulas e outras contribui
engenho ao mesmo tempo".
Santo Ofício,, o Juízo de Fora do
ouro!
Espoliados de tal sorte pelos padres,
ções as mais delas a seu arbítrio", mul tiplicando as diligências e insuflando no povo o
espírito de chicana e de litígio. Juizes prevarica dores, juizes venais, eis os magistrados (não to
E a in
sinuar sobre a má conduta dos frades:
"São religiosos por trazerem algumas
vezes o hábito, porque
c formalidades.
oficiais inferiores".
Tais frades, tais freiras.
"gravíssimo prejuízo tem
processos.
Bastante desgraçada era também em fins do século XVIIX a situação dos baianos. Prova-o o paesmo Martinho de Melo e Castro na Instrução de 10 de -setembro de 1779 ao marquês de Va-
lença, governador e capitão-general da
seu espírito rotineiro, o seu pra-
subalternos servidos
e
c punham empenho em eternizar os
las da administração portuguesa, o
ferença de um pai de
cravas
que ôles as animavam
dos Órfãos, os quais formavam,
família".
dizia Martinho de Melo
acentuando
até prejudiciais. Com êles, agra vadas por certos \'ícios da terra, se implantaram no Brasil as maze
xismo. o seu gosto ou vízo de fórmulas
das contendas forenses",
Castro,
Cr!nie, o Juízo dos Ausentes e Mampostéiro-Mor dos Cativos e Melo e Castro, outros tantos tribunais
Estas, nos seus conventos
vivem
Muitos eram os cargos inúteis e
cousa alguma tinham di
da Bahia, possuíam, se gundo informação do ar cebispo, quatrocentas es
"indivíduos que
nas -para afinal trabalhar pouco.
ca da cidade, o Juízo do Fisco Real
no dizer do ministro Martinho de
dos com certeza) que Minas;
de quinhentas pessoas. Tôda essa gente
se o não trouxessem em
infelicitavam
as
do serviço ou dando emprêgo (expres
c criadas, com
poral e espiritual", já pelo "pesado gravame" do sustento e vestuário, já pela "perturbação, desconcôrto e desordem
dessas mulheres
ociosas, sem educação, sem emprêgo e sem trabalho algum".
por
"inumcráiets
Mas a lista não ficava por aí, dc
órgãos entre judiciários e administra tivos: havia o Tribunal da Mesa de Ins
peção do Açúcar c do Tabaco, cujo qua dro comportava inspctor-presidenle, de
sembargador
supranumcrário,
quatro
inspeto?é5;' '"c dois cxaminadores, dois es crivães, um guarda-mor, juizes da Ba lança da entrada, da Emtmta, um te-
sclireiro de despe.sas, um guarda-livros, dois guarda-marinhas, um meirinlio, um escrivão, dois mercadores de tabaco, um
porteiro e patrão de escaler, ao todo
Tributos não faltavam aos baianos,
Para explicá-los em parte bastaria o imenso funcionalismo que já havia na
vinte e 'quatro empregados.
Existia
também a Intendência Geral do Ouro, com funcionários obedecendo a nomen-
Como manter tantos empregados, sem tributar alto o açúcar, o tabaco, o al
godão, o café, a aguardente, o gadof
E os impostos cresciam. Aqm chegan do D. íoão VI logo teria de elevar os cxislente.s c cie criar novos. A cartaYécia que franqueou os portos do Brasil
ao comércio das naçõeá amigas cogitou dos direitos de importação de vinte por cento e mais quatio por cento de do nativo, num total equivalente ao que
já se cobrava. Mas o alvará de 28 de
maio de 1808 impôs 400 réis em arròba de tabaco de rolo ou corda; o alvará de
27 de junho do mesmo ano criou a dé
cima sobre os prédios das cidades e vilas; a carta-rcgia de 28 de julho se
Bahia. Como cm Minas, avultavam os abuso.s do clero. Os regalares, isto é, os membros de ordens religiosas, ti
compunha-so do regedor, do chanceler,
nha o Armazéns Gerais com
dezesseis
guinte mandou cobrar 600 réis por arro ba de algodão exportado; à sisa de dez por cento nos bens de raiz se acrescen
nham em grande parte abandonado os
de dois ou\adores gerais, um juiz e um
funcionários, enti"e os quais um guardaprcgos, um barbeiro e um sangrador; o
tou meia sisa na venda dos escravos; estabeleceu-se também a décima dos
conventos e viviam em casas próprias
ou alugadas. Frades com casa própria! Quem assim informara fôra o arce
bispo da Bahia, em carta de 23 de
Baliia em 1779.
Mencione-se de início
a organização da Justiça.
A Relação
procurador da Coroa, cinco agravistas c um desembargador supranuinerário, e mais um guarda-mor, um guarda-menor, um distribuidor da Relação, um secre
c'atura semelhante, num total de trinta
e uma pessoas; a Intendência da Mari
Tribunal da Alfândega, com vinte e qua
legados e heranças e sisa dos bens de
tro servidores; o Senado da Câmara, com trinta e seis; o Tribunal da Arre
nvz;
a
carne
verde começou a pagar
•VVV.ITWr-
94
Dicesto
Econômico
para os livros "Diário" e "Mestre" dt
íoi taxada cm 12$000 e em 36$000 o
todos os comerciantesj a contribuição
do vinho estrangeiro, cuja entrada es
chamada da Junta do Comércio e'evou
lava proibida desde 1700. Tôdas e.ssas tributações sôbre os mes
mais 160 réis em caixa
de
açúcar,
t 40 réis em feixe e 100 réis por cgda rolo de tabaco na Bahia e 40 ré.s nas
outras capitanias; 20 réis por cada cou
Geonratio
Tc
XII - A CMqnlatii do Interior Nelson Werneck Sodré
mos produtos, acrescentadas às e.xislen-
tes, determinaram incri\"eis complicações, dificuldades enormes para os contribuin tes c para o.s agentes do Fisco. O gado
A DESENVOLVIMENTO dos cafczais pau listas processou-se com uma rapidez
pagava direitos em treze parcelas, a
vertiginosa. Não há mesmo exemplo de
aguardente em nove, o tabaco em sete,
expansão tão intensa e tão extensa,' em Essa extrema mobilidade, e a necessida
por cabeça a entrada de escravos; im-
o algodão em quatro. Parece que nes sas dificuldades e comphcaçoes a buro cracia luso-brasileira se deleitava, ora
. pôs-se 600 réis a cada arroba de char-
sádica, ora masoquista. O pior é que,
de, em prazo curto, de transportes para uma produção que se avolumava quase
que exportado em navio estrangeiro e
réis em nacional; mais 80 réis se
decorrido já tanto tempo, persistem em muitos dos seus aspectos mais flagran
mento de uma rede ferroviária que acom
passou a pagar por cabeça de gado;
tes os males e os erros do Brasil colo
n pipa de vinho do Pôrto ou Madeira
nial.
panhou as etapas sucessivas dos cafezais, quando não se antecipou aos seus ru
ro ou meio de sola, 100 réis por cada
saca de algodão e 1$500 por navio des carregado.
Os direitos nas causa.s que
passavam, pelas chancelarias subiram também, embora já sujeitas a velhos e novos direitos; aumentou-se para 9$600
Até quando?
tão curto prazo, de lavoura alguma.
mos.
Essa antecipação, e mesmo êsse
,
De acordo com êsse projeto, as importações totais da Suécia durante o cor
rente ano foram fixadas em quatro milhões de coroas suecas (Cr$ 20.880.000.000,00)
e suas exportações totais em 3 bilhões e 300 milhões de coroas. Dos quatro milhões de coroas a serem empregadas em importações, as efetuadas em cambiais fartes pode rão atingir um bilhão e 465 milhões de coroas (Cr$ 7.634.000.000,00) destinando-se.
principalmente, a víveres (285 milhões de coroas), carvão e petróleo (445 milhões) e artigos para a indústria (449 milhões). Este último grupo abrange máquinas e instrumentos (134 milhões), artigos têxteis (62 milhões) couros e peles (23,5 mi
lhões), minério de ferro, ferro e aço (73 milhões), metais não ferrosos (34 milhões), produtos químicos (61 milhões) e produtos farmacêuticos etc. (21 milhões). A realização do plano de importações ficará a cargo da Comissão de Comércio do Estado.
Ê preciso ressaltar, contudo, quç este plano representa apenas um cálculo
preliminar das importações suecas em cambiais fortes, durante o corrente ano, c que não será seguido ao pé da letra. Espera-se que a Suécia poderá substituir uma parte considerável de stias tmportações prévias dos países de moeda forte, por importações de outros mercados.
exemplo. Isso não significa, no entan o,
que tais empresas tenham perdido a sua razão de ser, posteriocmente. Ao con trário do que escreveu o financista ci tado, somos de opinião que
graqdes virtudes do café foi ter esta e e cido, mesmo para zonas que se apresen tavam comó' meras promessas, uma redti de transportes que constitui o maior con • junto ferroviário do Brasil. O desenvolvimento dessa rede de
nas, cuja produção seria uma incógnita, zembro último, o ministro do Comércio apresentou o plano de importações vara
até lucros.
Um financista teria oportunidade de afir
présas ferroviárias, para abertura de zo
Em virtude da escassez atual de ouro e de cambiais fortes, o ^ooêrno sueco Em meados de de
neste artigo, o penúltimo da serie, que sòniente as ferrovias de tráfego razoá vel não irão onerar o povo, obtendo
discutidos e até criticados, de longa data. mar que o emprego de .capitais em em-
teve de restringir consideràvelmente as importações do país.
O sr. Nelson Werneck Sodré deduz,
subitamente, impuseram o desenvolvi
acompanhamento muito próximo, foram
1948.
7»^
representara amostra do tipo perdulário entre nós vigente, da parte da iniciati va particular como da parte da iniciativa pública. A corrida cafeeira teve, na ver
transportes pode ser estimado, em^ seu ritmo, pelo confronto de alguns núme
dade, qualquer coisa de extravagante;
139 quilômetros da "São Paulo Railway".
ela se assemelhou mais, pelas suas carac terísticas, a improvisação em particular, àqueles movimentos em busca do ouro que se fizeram notar, entre nós mesmos,
Oito anos depois, em 1875, possuíamos já 655 quilômetros em tráfego. Os de
ros.
Em 1867 foram inaugurados os
cênios se sucedem: naquele que mediou entre 1875 e 1885 construímos quase
na América espanhola e, depois, na Ca
mil quilômetros ferroviários, e levamos a
lifórnia, provocando um afluxo conside
extensão da rede a 1.640 quilômetros.
rável de criaturas e fazendo aparecer
No seguinte, de 1885 a 1895, apesar das perturbações políticas que encontraram
as cidades ràpidamente. Essas caracte rísticas deviam refletir-
reflexos lia
se naquilo tudo que de
nômica, embora menos
rivou dêsse enriqueci mento muito rápido: no
em São Paulo do que
vida eco
estabelecimento de em-
nos outros Estados (en tramos já no período
prêsas ferroviárias, por
Tftnnblinflnn I. foram rM-v_
•VVV.ITWr-
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Dicesto
Econômico
para os livros "Diário" e "Mestre" dt
íoi taxada cm 12$000 e em 36$000 o
todos os comerciantesj a contribuição
do vinho estrangeiro, cuja entrada es
chamada da Junta do Comércio e'evou
lava proibida desde 1700. Tôdas e.ssas tributações sôbre os mes
mais 160 réis em caixa
de
açúcar,
t 40 réis em feixe e 100 réis por cgda rolo de tabaco na Bahia e 40 ré.s nas
outras capitanias; 20 réis por cada cou
Geonratio
Tc
XII - A CMqnlatii do Interior Nelson Werneck Sodré
mos produtos, acrescentadas às e.xislen-
tes, determinaram incri\"eis complicações, dificuldades enormes para os contribuin tes c para o.s agentes do Fisco. O gado
A DESENVOLVIMENTO dos cafczais pau listas processou-se com uma rapidez
pagava direitos em treze parcelas, a
vertiginosa. Não há mesmo exemplo de
aguardente em nove, o tabaco em sete,
expansão tão intensa e tão extensa,' em Essa extrema mobilidade, e a necessida
por cabeça a entrada de escravos; im-
o algodão em quatro. Parece que nes sas dificuldades e comphcaçoes a buro cracia luso-brasileira se deleitava, ora
. pôs-se 600 réis a cada arroba de char-
sádica, ora masoquista. O pior é que,
de, em prazo curto, de transportes para uma produção que se avolumava quase
que exportado em navio estrangeiro e
réis em nacional; mais 80 réis se
decorrido já tanto tempo, persistem em muitos dos seus aspectos mais flagran
mento de uma rede ferroviária que acom
passou a pagar por cabeça de gado;
tes os males e os erros do Brasil colo
n pipa de vinho do Pôrto ou Madeira
nial.
panhou as etapas sucessivas dos cafezais, quando não se antecipou aos seus ru
ro ou meio de sola, 100 réis por cada
saca de algodão e 1$500 por navio des carregado.
Os direitos nas causa.s que
passavam, pelas chancelarias subiram também, embora já sujeitas a velhos e novos direitos; aumentou-se para 9$600
Até quando?
tão curto prazo, de lavoura alguma.
mos.
Essa antecipação, e mesmo êsse
,
De acordo com êsse projeto, as importações totais da Suécia durante o cor
rente ano foram fixadas em quatro milhões de coroas suecas (Cr$ 20.880.000.000,00)
e suas exportações totais em 3 bilhões e 300 milhões de coroas. Dos quatro milhões de coroas a serem empregadas em importações, as efetuadas em cambiais fartes pode rão atingir um bilhão e 465 milhões de coroas (Cr$ 7.634.000.000,00) destinando-se.
principalmente, a víveres (285 milhões de coroas), carvão e petróleo (445 milhões) e artigos para a indústria (449 milhões). Este último grupo abrange máquinas e instrumentos (134 milhões), artigos têxteis (62 milhões) couros e peles (23,5 mi
lhões), minério de ferro, ferro e aço (73 milhões), metais não ferrosos (34 milhões), produtos químicos (61 milhões) e produtos farmacêuticos etc. (21 milhões). A realização do plano de importações ficará a cargo da Comissão de Comércio do Estado.
Ê preciso ressaltar, contudo, quç este plano representa apenas um cálculo
preliminar das importações suecas em cambiais fortes, durante o corrente ano, c que não será seguido ao pé da letra. Espera-se que a Suécia poderá substituir uma parte considerável de stias tmportações prévias dos países de moeda forte, por importações de outros mercados.
exemplo. Isso não significa, no entan o,
que tais empresas tenham perdido a sua razão de ser, posteriocmente. Ao con trário do que escreveu o financista ci tado, somos de opinião que
graqdes virtudes do café foi ter esta e e cido, mesmo para zonas que se apresen tavam comó' meras promessas, uma redti de transportes que constitui o maior con • junto ferroviário do Brasil. O desenvolvimento dessa rede de
nas, cuja produção seria uma incógnita, zembro último, o ministro do Comércio apresentou o plano de importações vara
até lucros.
Um financista teria oportunidade de afir
présas ferroviárias, para abertura de zo
Em virtude da escassez atual de ouro e de cambiais fortes, o ^ooêrno sueco Em meados de de
neste artigo, o penúltimo da serie, que sòniente as ferrovias de tráfego razoá vel não irão onerar o povo, obtendo
discutidos e até criticados, de longa data. mar que o emprego de .capitais em em-
teve de restringir consideràvelmente as importações do país.
O sr. Nelson Werneck Sodré deduz,
subitamente, impuseram o desenvolvi
acompanhamento muito próximo, foram
1948.
7»^
representara amostra do tipo perdulário entre nós vigente, da parte da iniciati va particular como da parte da iniciativa pública. A corrida cafeeira teve, na ver
transportes pode ser estimado, em^ seu ritmo, pelo confronto de alguns núme
dade, qualquer coisa de extravagante;
139 quilômetros da "São Paulo Railway".
ela se assemelhou mais, pelas suas carac terísticas, a improvisação em particular, àqueles movimentos em busca do ouro que se fizeram notar, entre nós mesmos,
Oito anos depois, em 1875, possuíamos já 655 quilômetros em tráfego. Os de
ros.
Em 1867 foram inaugurados os
cênios se sucedem: naquele que mediou entre 1875 e 1885 construímos quase
na América espanhola e, depois, na Ca
mil quilômetros ferroviários, e levamos a
lifórnia, provocando um afluxo conside
extensão da rede a 1.640 quilômetros.
rável de criaturas e fazendo aparecer
No seguinte, de 1885 a 1895, apesar das perturbações políticas que encontraram
as cidades ràpidamente. Essas caracte rísticas deviam refletir-
reflexos lia
se naquilo tudo que de
nômica, embora menos
rivou dêsse enriqueci mento muito rápido: no
em São Paulo do que
vida eco
estabelecimento de em-
nos outros Estados (en tramos já no período
prêsas ferroviárias, por
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D«c>--sTo Eco>jómico
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Dicesto Econômico
96
vãmente construídos mais de mil quilô
sais: o que SC lança para nordeste, entro
metros, e a rede atingiu, cm seu encer
os cortc.s do Itararé c cio Paranapanenia,
siia.s dimensões e pelo es trangulamento anterior es tabelecido pelo longo cor
ntô a junção clé.sscs rios; aquele que pe
te do Mogi-Guaçu.
netra o espaço entro o alto-Paranapaijenia o o a'lo-Titlò o cjue encontra luiu
quase simétricas, na passa
/ona definida e do cota.s altas como a
gem do século passado pu
da serra do Bolucalu; um pequeno mo\imento entre os cortes do Tetè e do
ra este, lançou-se a expan são cafceira. Ela viera dc
Piracicaba, anu'ado, em rneío, pela jun
terras altas, as do vale do
ramento, a extensão de 2.962 quilôme tros. O decônio seguinte, que se cnctrrou em 1905, assistiu à construção de pouco menos de mil qiiilômctro.s, e a
rêde atingiu a casa dos 3.842 quilôme tros em tráfego. De 1905 a 1915 va mos verificar o maior ritmo de constru
ções já atravessado pelo Estado: sao abertos e entregues ao tráfego mais de dois mil quilômetros, quase dois mil e quinhentos, e a rede chega a 6.293 qui lômetros de extensão.
As construçóe.s
deccnais, dêsse período em diante, so frem um retardo consideravc; na sua
aceleração, já não se contando por milha res de quüómetros, mas por centenas: pouco mais de cinco centenas, entro
Paraíba, aquelas cpic cer cam o vale, especialmente entre este e o litoral; pas
rcpontar nos acidentes expressivos das
e 1940. As construções, em nossa épo
ficuldades do lançamento dessa rede dc penetração. Da grande nervura assina
lada pela serra do Mar, destacam-se mo vimentos orográficos que declinam a proporção que se adentram no Estado, separados pelos grandes vales transver
de arte (a Sorocabana só se
aproxima do Paranapane ma entre Ourinhos e Salto Grande), mas que, no re
gime de tração a vapor, ficam na dependência de um abastecimento sempre difícil.
sara pela fase campineira,
Foram c.-^tradas em busca do sertão,
iriímtanhosa c .se orientara para o único
que o peneiraram lügumas vezes, que
fico que, derivado da Manticjueira, acomjjanha as divi.sas entro Minas o São
rumo restante, no território paulista, que oferecia terras altas, o dc Ribeirão Pre
se anteciparam ao avanço cnihzador outras, e que impuseram o rumo do m-
Paulo, no seu lance norle-sul.Salvo as zonas de baixada, bem defini
to, com a sentinela natural do maciço de Cravinhos, enquanto se difundia na
terior antes da corrida para o mar, pro
curando o corte do Parana, todas, para atingi-lo duas vêzes, e ultrapassa- o
das e já estudadas, o Es
zona pròpriamente montanhosa lindeira
tado de São Paulo se ca
tom Minas Gerais. Depois desse perío
racteriza, entro o litoral o
do. entretanto, não restou ao café ou
Não fôsse ã transposição da.s .mhas d Sorocabana pela Paulista, na cornda pa
uma linha que ligasse Ita raré a SeiTa Negra, orogràfícamcnte, por uma zxtna
tra altcinatisa senão enveredar pelos
ra a zona fertilíssima onde surgiu, ha
Entre essa linh.i
nhos à Colômbia, surge uma ampla zona. movimentada mais do que pròpriamente montanhosa, mas onde os acidentes cí:-
porádicos de importância surgem, parti-
raná, estende-se, quase invariá\cl, uma
de São Paulo poderemos apreciar as di
des problemas de obras
ainda nu zona movimentada c (juase
gastando-a ao máximo, uma rede construí da sob condições técnicas insuficientes, Se defrontarmos uma carta do Estado
São ferro
scria.s de São Pedro e do Cuscuzciro;
cu'armente nos intervalos dos grandes
do interior.
u transportar.
finalmente, o prolongado lance orogrà-
ca, quase entraram em tempo de pausa, pois o grande período de febre ferroviá ria liavia passado. íamos usufruir, des-
mas cuja grande virtude fõra a conquista
vias que fogem das águas, que não encontraram gran
L-omputívei.s com as cargjis
fuixas
Irico movimento que, penetrando entre o Ticte-Piracicaba c o Mogi-Guaçu, vai
e outra, que unisse Ouri-
e 1935; pouco mais de uma, entre 1935
dessas
ção desses dois rios; o largo c assiiné-
' .serrana.
1915 e 1925; outras tantas, entre 1925
Alraxés
traçados .se mostras.sem in-
vales que citamos no parágrafo anterior. Dessa linha até o grande corto do Pa
zona de cliapadÕe.s, com altitude média e bastante uniforme entre 400 e 600 me
tros, descendo n 200 nos vales transaersais mais importantes. Tal zona se re
parte em faixas quase simétricas, do sul para norte: entre o Paranapanema e o rio do Peixe; entre o rio do Peixe e o
Aguapeí; entre o Aguapeí e o Tietê; finalmente, entre o Tietê c o Grande,
cliapadôes intervalados entre os grandes cortes transversais do Estado, aquelas faixas simétricas que, ao se enriquece rem, tomaram, tão expressivamente, o
nome das ferrovias que as foram servin do.
Nc.ssas faixas, fugindo aos vales,
como o café fazia, vimos aparecer, de
i
tão pouco tempo, Marília, e as zonas de influência ferroviária estanam perfei tamente definidas: a cada uma pertenria o trato entre dois vaies caracterizr ,ados. Essa expansão ferrovuma con firmaria a fisionomia da rede paulista, tòda articulada num sistema de irradia cena
sul para norte, a Sorocabana, depois de sua longa parada cm Cerqueira César; a
ção, desde o centro distribuidor e coletor da capital, mas já estabelecendo, no in-
Paulista, em período mais recente; a Noroeste, atravessando o deserto e lu tando contra o bugre onde, tantos anos
tenor,
depois, se levantariam cidades como
vias; Araraquara, para duas. As dimen sões déssá rêde podem ser aferidas por
Bauru, Lins, Araçatuba c a dinâmica Andradina; a Araraquarense, hoje já em
Votuporanga, rumo ao antigo Pôrto Tahoado.
Para servir ao café, as ferro
vias despontavam cabeceiras e percor riam os largos chapadões, facilitando a própria construção e os melhoramentos futuros da via pennanente, quando os
um pouco diferente das demais, pelas .iL':
Ruoutros centros irradiadores; "
bião Júnior e Mairinque, na Sorocaba na; Campinas e Bauni, para txês ferro alguns números expressivos: os 890 qui lômetros da linha-tronco da Sorocabana; os 461 do tronco, da Noroeste; os 463 do tronco da Paulista; os 489 do tronco da
Mogiana. As extensões, por companhia, são outras indicações preciosas: a So
rocabana aproximando-se dos dois mil
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vãmente construídos mais de mil quilô
sais: o que SC lança para nordeste, entro
metros, e a rede atingiu, cm seu encer
os cortc.s do Itararé c cio Paranapanenia,
siia.s dimensões e pelo es trangulamento anterior es tabelecido pelo longo cor
ntô a junção clé.sscs rios; aquele que pe
te do Mogi-Guaçu.
netra o espaço entro o alto-Paranapaijenia o o a'lo-Titlò o cjue encontra luiu
quase simétricas, na passa
/ona definida e do cota.s altas como a
gem do século passado pu
da serra do Bolucalu; um pequeno mo\imento entre os cortes do Tetè e do
ra este, lançou-se a expan são cafceira. Ela viera dc
Piracicaba, anu'ado, em rneío, pela jun
terras altas, as do vale do
ramento, a extensão de 2.962 quilôme tros. O decônio seguinte, que se cnctrrou em 1905, assistiu à construção de pouco menos de mil qiiilômctro.s, e a
rêde atingiu a casa dos 3.842 quilôme tros em tráfego. De 1905 a 1915 va mos verificar o maior ritmo de constru
ções já atravessado pelo Estado: sao abertos e entregues ao tráfego mais de dois mil quilômetros, quase dois mil e quinhentos, e a rede chega a 6.293 qui lômetros de extensão.
As construçóe.s
deccnais, dêsse período em diante, so frem um retardo consideravc; na sua
aceleração, já não se contando por milha res de quüómetros, mas por centenas: pouco mais de cinco centenas, entro
Paraíba, aquelas cpic cer cam o vale, especialmente entre este e o litoral; pas
rcpontar nos acidentes expressivos das
e 1940. As construções, em nossa épo
ficuldades do lançamento dessa rede dc penetração. Da grande nervura assina
lada pela serra do Mar, destacam-se mo vimentos orográficos que declinam a proporção que se adentram no Estado, separados pelos grandes vales transver
de arte (a Sorocabana só se
aproxima do Paranapane ma entre Ourinhos e Salto Grande), mas que, no re
gime de tração a vapor, ficam na dependência de um abastecimento sempre difícil.
sara pela fase campineira,
Foram c.-^tradas em busca do sertão,
iriímtanhosa c .se orientara para o único
que o peneiraram lügumas vezes, que
fico que, derivado da Manticjueira, acomjjanha as divi.sas entro Minas o São
rumo restante, no território paulista, que oferecia terras altas, o dc Ribeirão Pre
se anteciparam ao avanço cnihzador outras, e que impuseram o rumo do m-
Paulo, no seu lance norle-sul.Salvo as zonas de baixada, bem defini
to, com a sentinela natural do maciço de Cravinhos, enquanto se difundia na
terior antes da corrida para o mar, pro
curando o corte do Parana, todas, para atingi-lo duas vêzes, e ultrapassa- o
das e já estudadas, o Es
zona pròpriamente montanhosa lindeira
tado de São Paulo se ca
tom Minas Gerais. Depois desse perío
racteriza, entro o litoral o
do. entretanto, não restou ao café ou
Não fôsse ã transposição da.s .mhas d Sorocabana pela Paulista, na cornda pa
uma linha que ligasse Ita raré a SeiTa Negra, orogràfícamcnte, por uma zxtna
tra altcinatisa senão enveredar pelos
ra a zona fertilíssima onde surgiu, ha
Entre essa linh.i
nhos à Colômbia, surge uma ampla zona. movimentada mais do que pròpriamente montanhosa, mas onde os acidentes cí:-
porádicos de importância surgem, parti-
raná, estende-se, quase invariá\cl, uma
de São Paulo poderemos apreciar as di
des problemas de obras
ainda nu zona movimentada c (juase
gastando-a ao máximo, uma rede construí da sob condições técnicas insuficientes, Se defrontarmos uma carta do Estado
São ferro
scria.s de São Pedro e do Cuscuzciro;
cu'armente nos intervalos dos grandes
do interior.
u transportar.
finalmente, o prolongado lance orogrà-
ca, quase entraram em tempo de pausa, pois o grande período de febre ferroviá ria liavia passado. íamos usufruir, des-
mas cuja grande virtude fõra a conquista
vias que fogem das águas, que não encontraram gran
L-omputívei.s com as cargjis
fuixas
Irico movimento que, penetrando entre o Ticte-Piracicaba c o Mogi-Guaçu, vai
e outra, que unisse Ouri-
e 1935; pouco mais de uma, entre 1935
dessas
ção desses dois rios; o largo c assiiné-
' .serrana.
1915 e 1925; outras tantas, entre 1925
Alraxés
traçados .se mostras.sem in-
vales que citamos no parágrafo anterior. Dessa linha até o grande corto do Pa
zona de cliapadÕe.s, com altitude média e bastante uniforme entre 400 e 600 me
tros, descendo n 200 nos vales transaersais mais importantes. Tal zona se re
parte em faixas quase simétricas, do sul para norte: entre o Paranapanema e o rio do Peixe; entre o rio do Peixe e o
Aguapeí; entre o Aguapeí e o Tietê; finalmente, entre o Tietê c o Grande,
cliapadôes intervalados entre os grandes cortes transversais do Estado, aquelas faixas simétricas que, ao se enriquece rem, tomaram, tão expressivamente, o
nome das ferrovias que as foram servin do.
Nc.ssas faixas, fugindo aos vales,
como o café fazia, vimos aparecer, de
i
tão pouco tempo, Marília, e as zonas de influência ferroviária estanam perfei tamente definidas: a cada uma pertenria o trato entre dois vaies caracterizr ,ados. Essa expansão ferrovuma con firmaria a fisionomia da rede paulista, tòda articulada num sistema de irradia cena
sul para norte, a Sorocabana, depois de sua longa parada cm Cerqueira César; a
ção, desde o centro distribuidor e coletor da capital, mas já estabelecendo, no in-
Paulista, em período mais recente; a Noroeste, atravessando o deserto e lu tando contra o bugre onde, tantos anos
tenor,
depois, se levantariam cidades como
vias; Araraquara, para duas. As dimen sões déssá rêde podem ser aferidas por
Bauru, Lins, Araçatuba c a dinâmica Andradina; a Araraquarense, hoje já em
Votuporanga, rumo ao antigo Pôrto Tahoado.
Para servir ao café, as ferro
vias despontavam cabeceiras e percor riam os largos chapadões, facilitando a própria construção e os melhoramentos futuros da via pennanente, quando os
um pouco diferente das demais, pelas .iL':
Ruoutros centros irradiadores; "
bião Júnior e Mairinque, na Sorocaba na; Campinas e Bauni, para txês ferro alguns números expressivos: os 890 qui lômetros da linha-tronco da Sorocabana; os 461 do tronco, da Noroeste; os 463 do tronco da Paulista; os 489 do tronco da
Mogiana. As extensões, por companhia, são outras indicações preciosas: a So
rocabana aproximando-se dos dois mil
Dicesto
98
EcoNói.aco
D:oesto
Econômico
99
presenta, liojc, uma segurança para os
esperar, no futuro, melhores ,ser\ivos,
nossos de.stinos econômicos. Os trambo-
em melhores condições econômicas.
Ihos ferroviários são ainda muitos, as
é trezentos; a Noroeste ultrapassando os
ria dessas proporções. Tudo isso não nos retira a idéia de que, no momento,, mais cabe, para nós, a remodelação da rede em tráfego, sua adaptação às
ferro\òas de expressão são poucas, a rê
ferrovias de densidade de tráfego ra zoável poderão oferecer serxíços em con
seiscentos e a Araraquarense os trezen
novas exigências do transporte, do que
de se ressente de sua formação em que
dições de satisfazer a clientela, não one
tos quilômetros.
uma política de onerosas construções, principalmente sc não houver, como pa
andou ausente um plano, uma orientação
rar o povo, e prestar-se a lucros. Em
diretora, fazendo-se tudo mais ou menos
bora êsse tipo de empresa transportado
rece, no momento, a perspectiva de tira
.IO sabor das circunstancias, cruzando-se
ra seja raro, no Brasil, em c-onseqüèn-
rápido reembolso dos capitais, ou mesmo, a de um serviço de juros que permita
estradas e estabelecendo-se um emara
òia de erros de ontem que se somam a
nhado que só o tempo permitirá dissi
e duzentos qui'ómetros em triifego; a Paulista aproxímando-se dos mil e seis-
centos; a Níogiana ultrapassando os mil
Êsse ímpeto na conquista do interior ultrapassaria os limites paulistas, e ve ríamos a Mogiana ser\'indo a extensa
Só
beira do rio Grande, que a administração do Estado vizinho permita a sua expan são pelo Triângu'o, enquanto a Sorocabana aguarda o momento de transpor o
às ferrovias uma vida próspera ou equi
par, mas os fundamentos lançados são
erros de hoje, é em São Paulo que exis te a possibilidade de seu desenvoKi-
librada.
suficientemente sôlido.s para que se possa
menlo.
Paraná, em Porto Epitácio, a ela per tencendo já, pelos serviços que presta,
foi a expansão ferroviária que o acom panhou que estabeleceu a articu'ação ca
com o material rodantc, a linha do norte
paz de tomar efetivas as suas promessas. Verdade é que, em algumas zonas, os
zona mineira, e a Paulista à espera, na
paranaense que já atinge Apucarana,
como a ligação Jaguariaíva-Marques dos Reis, trechos que, entregues à sua admi nistração, poderiam receber um impulso maior. Se o futuro da Araraquarense, em
melhor fase econômica, poderá estar no coração do Brasil, rumo a Cuiabá, como
Se o café conquistou o interior para a vida econômica do Estado e do País,
desequilíbrios da produção cafeeira trou xeram dias difíceis para as ferrovias im
pulsionadas na ilusão da permanência das grandes fases de alta. .Elas serviam, en
o da Paulista no cerne goiano, em cuja
uma delas pelo menos de dimensão
trilha já se adivinha a sua projeção, as perspectivas da Sorocabana apontam-lhe
econômica consideráve\ o surto algo-
a fronteira paraguaia, em terra.s de Mato Grosso, cortando a zona rica em pas
tagens dos campos da Vacaria, e a zona do mate de Dourados e Maracaju, en
quanto, de outro lado, as férteis terras
doeiro, tão recente e de índices tão e.x-
pressivos. Essa rede, ainda, vem servin do à distribuição para um interior onde vive apreciável massa consumidora, da
produção do parque industrial que se es tabeleceu em tôrao da capital paulista,
delação radical da ferrovia ali existen
justamente o pólo do sistema de irradia ção da rede ferroviária. Se grandes fo
te e sua incorporação ao sistema da grande estrada paulista. A Noroeste,
enormes lucros de transporte, que não
do norte do Paraná esperam uma remo
I
tretanto, nos momentos de declínio, para o estabelecimento de novas emprêsas,
ram os erros cometidos, na ilusão de
com o seu centro de gravidade em terri
vieram, investindo-se capitais em em
tório do Estado de São Paulo, será o
prêsas condenadas ao fracasso, e se ês-
prolongamento natural da Brasií-BoHvia.
ses erros encontraram reflexos na vida
Êsse quadro parece fantasioso, mas aos
de todas as nossas ferrovias principais,
que assistiram a um ritmo de consti\i-
pela encampação de um confuso e inci piente bloco d© estradas de ínfima or dem, que entraram a pesar de maneira
Ção superior a mais de cem quilômetros anuais, em fase propícia de ascensão econômica, não será difícil admitir, pa
sensível nos orçamentos das emprêsas
ra fase idêntica, xima expansão ferroviá-
que as receberam — a rêde paulista re-
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou que a importa ção norte-americana de olêos e gorduras, durante 1947, alcançou um totat aproxi mado de 1.370.000.000 de libras {em termos de óleo), cêrca de 50% do_ que em 1946, porém cerca de 18% menos do que na média de 1935-39. A importação de ccmra e óleo de côco aumentou 76% em relação ao ano anterior e 37% relatimrMn^ te à média de antes da guerra. A importação de óleo de em 236%, sendo inferior à média de antes da guerra em apenas 2.000.000 de libras.
Foram importadas mais de 63.000.000 de libras de óleo de dendê, quando tio
íino anterior o total atingido foi de apenas 38.000.000.
Relativamente aos outros óleos e sementes oleaginosas, as impodaçoes foram as
.'^eguinies- Babaçu, 22.233.000 libras em 1947 e 39.463.000 hhras em 1946; hagas de mamcna, 276.807.000 em 1947 e 226.295.000 em 1946; oleo de Unhaça, 117.326.000 em 1947 e 94.405.000 em 1946; óleo de oiticica, 8.471.000 em 1947 e 22.593.000 em
1946.
Dicesto
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EcoNói.aco
D:oesto
Econômico
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presenta, liojc, uma segurança para os
esperar, no futuro, melhores ,ser\ivos,
nossos de.stinos econômicos. Os trambo-
em melhores condições econômicas.
Ihos ferroviários são ainda muitos, as
é trezentos; a Noroeste ultrapassando os
ria dessas proporções. Tudo isso não nos retira a idéia de que, no momento,, mais cabe, para nós, a remodelação da rede em tráfego, sua adaptação às
ferro\òas de expressão são poucas, a rê
ferrovias de densidade de tráfego ra zoável poderão oferecer serxíços em con
seiscentos e a Araraquarense os trezen
novas exigências do transporte, do que
de se ressente de sua formação em que
dições de satisfazer a clientela, não one
tos quilômetros.
uma política de onerosas construções, principalmente sc não houver, como pa
andou ausente um plano, uma orientação
rar o povo, e prestar-se a lucros. Em
diretora, fazendo-se tudo mais ou menos
bora êsse tipo de empresa transportado
rece, no momento, a perspectiva de tira
.IO sabor das circunstancias, cruzando-se
ra seja raro, no Brasil, em c-onseqüèn-
rápido reembolso dos capitais, ou mesmo, a de um serviço de juros que permita
estradas e estabelecendo-se um emara
òia de erros de ontem que se somam a
nhado que só o tempo permitirá dissi
e duzentos qui'ómetros em triifego; a Paulista aproxímando-se dos mil e seis-
centos; a Níogiana ultrapassando os mil
Êsse ímpeto na conquista do interior ultrapassaria os limites paulistas, e ve ríamos a Mogiana ser\'indo a extensa
Só
beira do rio Grande, que a administração do Estado vizinho permita a sua expan são pelo Triângu'o, enquanto a Sorocabana aguarda o momento de transpor o
às ferrovias uma vida próspera ou equi
par, mas os fundamentos lançados são
erros de hoje, é em São Paulo que exis te a possibilidade de seu desenvoKi-
librada.
suficientemente sôlido.s para que se possa
menlo.
Paraná, em Porto Epitácio, a ela per tencendo já, pelos serviços que presta,
foi a expansão ferroviária que o acom panhou que estabeleceu a articu'ação ca
com o material rodantc, a linha do norte
paz de tomar efetivas as suas promessas. Verdade é que, em algumas zonas, os
zona mineira, e a Paulista à espera, na
paranaense que já atinge Apucarana,
como a ligação Jaguariaíva-Marques dos Reis, trechos que, entregues à sua admi nistração, poderiam receber um impulso maior. Se o futuro da Araraquarense, em
melhor fase econômica, poderá estar no coração do Brasil, rumo a Cuiabá, como
Se o café conquistou o interior para a vida econômica do Estado e do País,
desequilíbrios da produção cafeeira trou xeram dias difíceis para as ferrovias im
pulsionadas na ilusão da permanência das grandes fases de alta. .Elas serviam, en
o da Paulista no cerne goiano, em cuja
uma delas pelo menos de dimensão
trilha já se adivinha a sua projeção, as perspectivas da Sorocabana apontam-lhe
econômica consideráve\ o surto algo-
a fronteira paraguaia, em terra.s de Mato Grosso, cortando a zona rica em pas
tagens dos campos da Vacaria, e a zona do mate de Dourados e Maracaju, en
quanto, de outro lado, as férteis terras
doeiro, tão recente e de índices tão e.x-
pressivos. Essa rede, ainda, vem servin do à distribuição para um interior onde vive apreciável massa consumidora, da
produção do parque industrial que se es tabeleceu em tôrao da capital paulista,
delação radical da ferrovia ali existen
justamente o pólo do sistema de irradia ção da rede ferroviária. Se grandes fo
te e sua incorporação ao sistema da grande estrada paulista. A Noroeste,
enormes lucros de transporte, que não
do norte do Paraná esperam uma remo
I
tretanto, nos momentos de declínio, para o estabelecimento de novas emprêsas,
ram os erros cometidos, na ilusão de
com o seu centro de gravidade em terri
vieram, investindo-se capitais em em
tório do Estado de São Paulo, será o
prêsas condenadas ao fracasso, e se ês-
prolongamento natural da Brasií-BoHvia.
ses erros encontraram reflexos na vida
Êsse quadro parece fantasioso, mas aos
de todas as nossas ferrovias principais,
que assistiram a um ritmo de consti\i-
pela encampação de um confuso e inci piente bloco d© estradas de ínfima or dem, que entraram a pesar de maneira
Ção superior a mais de cem quilômetros anuais, em fase propícia de ascensão econômica, não será difícil admitir, pa
sensível nos orçamentos das emprêsas
ra fase idêntica, xima expansão ferroviá-
que as receberam — a rêde paulista re-
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou que a importa ção norte-americana de olêos e gorduras, durante 1947, alcançou um totat aproxi mado de 1.370.000.000 de libras {em termos de óleo), cêrca de 50% do_ que em 1946, porém cerca de 18% menos do que na média de 1935-39. A importação de ccmra e óleo de côco aumentou 76% em relação ao ano anterior e 37% relatimrMn^ te à média de antes da guerra. A importação de óleo de em 236%, sendo inferior à média de antes da guerra em apenas 2.000.000 de libras.
Foram importadas mais de 63.000.000 de libras de óleo de dendê, quando tio
íino anterior o total atingido foi de apenas 38.000.000.
Relativamente aos outros óleos e sementes oleaginosas, as impodaçoes foram as
.'^eguinies- Babaçu, 22.233.000 libras em 1947 e 39.463.000 hhras em 1946; hagas de mamcna, 276.807.000 em 1947 e 226.295.000 em 1946; oleo de Unhaça, 117.326.000 em 1947 e 94.405.000 em 1946; óleo de oiticica, 8.471.000 em 1947 e 22.593.000 em
1946.
9 Dicesto Econômico
Um Capitão General estadista Ai'()N'S(í de Taunay ooo o o^oooooooooo o ^oooooo
28 dl' junho de 1797 to
mou posse do govèriio da capitania de Sâo Paulo o
iísle
seu décimt) quarto capitao
general, Antônio Manuel
ção e importação do capitania dc São Paulo no alvorecer do século XIX, se
de Meio Castn) e
gundo métodos obtidos no Arquivo Na
Nhiu-
•donça, alcunhado o Pilatos, devido es
tar sempre a estalar os ossos dos de dos, sestro que a tradição atribui ao famoso procurador da Judcia, imorta lizado pe^a condescendência pura com
rtrtigo
do
eminente
liüstoriador
Afonso de Taiinaij refere-se à exporta
cional. São ta'vez os mais velhos infor7nc's estatísticos </ue no gênero existem. o^oo oo C
ooO O-O C»
I»ooo o
a multidão conculcadora da voz da sua
aurífera enfão em plena atividade mi-
consciôncia.
ncradora.
Fraqueza, graças à qual se consumou o sacrificio do Homem Deus.
Foi o
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, aliás brasileiro, segundo con
que ouvimos do terceiro Martim Fran
ta Aureliano Leite, homem de in\-ulga-
cisco, que em matéria de tradições de
101
A 20 de fevereiro dc 1720 criou D.
Prata. Sua influência junto ao Rei fêz
João V a capitania dc Minas Gerais,
ccmi que a capitania de São Paulo so
o que determinou o primeiro desmem bramento da de São Paulo. Mas só a 5
fresse o segundo desmembramento, com a carta régia de II de agôsto de 1738,
de setembro de 1721 se empossou em
(jue subordinou os territórios de Santa
Sâo Paulo o (piarto g()\'einador e capitão-genera! Rodrigo César dc Menezes, homem enérgicí) e intehgenle. cuja aten ção se voltou principalmente para Ma
governo fluminense.
Catarina e do Rio Grande do Sul ao
O oitavo capitão general Go^'emador de São Paulo veio a ser D. Luiz de Mas-
trara o riquíssimo * jazigo auríforo do
carenhas, mais tarde Conde de Alvor e Viee-Rei da' índia. Preocupou-se muito
to Grosso, onde recentemente se encon
Cuiabá. Para lá se passou a 6 de jvilho
ainda com as coisas da mineração, prin
de 1726, aí permanecendo quase dois
cipalmente em Goiás, onde continua
ano. Ao seu período assinalou a descober ta do grande "phicer" goiano pelo Anhangiiera, podendo-se dizer que tòdas as
deixando e.\"celente reputação de pro bidade, cortesia e interesse pelo bem
suas atenções sc voltavam para as coi
público.
vam a surgir novos e ricos "placers",
Gomes Freire de Andrada, Gover
sas cia mineração e da descoberta de
nador do Rio de Janeiro, desde 25 de
minas.
Seu
sucessor, empossado
a 15 de
abril de 1733, via-se, a 4 de janeiro de
res méritos, pacificador de paulistas "e
agôslo de 1727. foi o tristemente céle
1735, igualmente investido do Gover
sua gente e de sua terra possuía te
emboabas, retirou-se coberto do mais jus
bre .\ntônio da Silva Caldeira Pimen-
no de Minas Gerais.
souros de erudição, aproveitados a ca da passo pela portentosa memória.
to pre.stígio pe'o acerto administrativo e probidade integral. Seu sucessor, Dom
tel, que por cinco Unos flagelou as po
Luiz dc Mascarenhas estabeleceu-se se
pulações paulistas com a sua desones
ria pendência, a propósito da ixação
Reais méritos de administrador e go
I3raz Balthazar da Silveira, crà muito
tidade, incapacidade e tirania.
dos limites paulistas-mineiros, ongo conflito terminado por verdadeira ani
vernante dotavam Antônio Manuel dc
brando e a seu período se deve a tur
Melo, homem ilustrado, progressista, de
bulência a que não soube reprimir. De modo exatamente contrário procedeu ou
trato ameno e autoridade reta, embora branda.
Figura com vantagem entre os me
tro sucessor. Dom Pedro de Almeida
Portugal, Conde de Assumar, que com
lhores sátrapas que governaram a Ca
pulso
pitania de São Paulo desde a data da sua fundação pela carta régia de 3 de
seus
de ferro impôs a ordem aos
violentíssimos . e
indisciplinados
governadores de.Minas, culminando a sua
novembro de 1709, cr adora da Capita
atuação com a repressão do motim por
nia de São Paulo e Minas do Ouro.
tuguês de Vi'a Rica eni 1720, ou revolta
Os três primeiros Capitães Generais Governadores, embora empossados na vila e na cidade de São Paulo, pou
de Felipe dos Santos, português de Cas cais, que a fantasia de mal informados historiógrafos arvorou em protomárbV da independência nacional, quando
co, muito pouco, viveram na capital do imenso território que governavam,
não passava de um aventureiro do mais
A Pimentel seguiu-se o Conde de Sar-
zedas, empossado u 15 de agt)sto de 1732, cnjo govêrnc) se assinalou por medidas cie grande alcance. Preocupou-
Valeu-se Gomes Freire da superiori dade de sua influência na Corte para
se muito sobretudo com as descobertas
derrotar o adversário, sab.sfazenclo ao
auríferas dc Goiás, região riue percor
mèsmo tempo a sua aihbição de se tor nar como que o Vice-Rei do Sul do Bra
reu em visita, falecendo em Traíras a 28
. .
sil. E conseguiu, por meio de uma ma nobra de politicagem palaciana, alcan
govêrno de São Paulo, interinamente,
çar do Rei o alvará de 9 de maio de
de agôsto de 1737.
As vias de suces
a 1."^ do dezembro de 1737, Gomes
1748, pelo qual foi extinta a capitania
Freire de Andrada, governador do Rio
de São Paulo, ficando seu território su
dc Janeiro. Exerceria o cargo até 12 de
jeito ao govêrno do Rio de Janeiro.
fevereiro dc 1739, tendo muito pouco
Com a ascensão dè Dom José I
contacto com São Paulo.
em
o
pre em Ribeirão do Carmo, mai.s tarde
sileira. IiTespondível é o que a tal res peito escreveu Freire de Carvalho em
cidade de Mariana, no centro da região
seu Ementário da história ííiíneím.
vada à margem esquerda do Rio da
baixo estofo sem a menor feição bra
mosidade.
são fizeram com cjue se empossasse cio
Todas as vistas deste homem ilustre, mas prepotente e imperialista, voltaram-.se sobretudo para a consolidação da fronteira meridional do Brasil, le
com mais de três milhões de quilôme tros quadrados. Estiveram quase sem
Entre ele e D.
1750,
homem
tornou-se
do
maior
Gomes
Freire
prestígio
no
Brasil junto do onipotente Conde de Oeiras, sobretudo depois de suas cam panhas no Rio Grande do Sül contra as reduzes jesuíticas, a propô-^
9 Dicesto Econômico
Um Capitão General estadista Ai'()N'S(í de Taunay ooo o o^oooooooooo o ^oooooo
28 dl' junho de 1797 to
mou posse do govèriio da capitania de Sâo Paulo o
iísle
seu décimt) quarto capitao
general, Antônio Manuel
ção e importação do capitania dc São Paulo no alvorecer do século XIX, se
de Meio Castn) e
gundo métodos obtidos no Arquivo Na
Nhiu-
•donça, alcunhado o Pilatos, devido es
tar sempre a estalar os ossos dos de dos, sestro que a tradição atribui ao famoso procurador da Judcia, imorta lizado pe^a condescendência pura com
rtrtigo
do
eminente
liüstoriador
Afonso de Taiinaij refere-se à exporta
cional. São ta'vez os mais velhos infor7nc's estatísticos </ue no gênero existem. o^oo oo C
ooO O-O C»
I»ooo o
a multidão conculcadora da voz da sua
aurífera enfão em plena atividade mi-
consciôncia.
ncradora.
Fraqueza, graças à qual se consumou o sacrificio do Homem Deus.
Foi o
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, aliás brasileiro, segundo con
que ouvimos do terceiro Martim Fran
ta Aureliano Leite, homem de in\-ulga-
cisco, que em matéria de tradições de
101
A 20 de fevereiro dc 1720 criou D.
Prata. Sua influência junto ao Rei fêz
João V a capitania dc Minas Gerais,
ccmi que a capitania de São Paulo so
o que determinou o primeiro desmem bramento da de São Paulo. Mas só a 5
fresse o segundo desmembramento, com a carta régia de II de agôsto de 1738,
de setembro de 1721 se empossou em
(jue subordinou os territórios de Santa
Sâo Paulo o (piarto g()\'einador e capitão-genera! Rodrigo César dc Menezes, homem enérgicí) e intehgenle. cuja aten ção se voltou principalmente para Ma
governo fluminense.
Catarina e do Rio Grande do Sul ao
O oitavo capitão general Go^'emador de São Paulo veio a ser D. Luiz de Mas-
trara o riquíssimo * jazigo auríforo do
carenhas, mais tarde Conde de Alvor e Viee-Rei da' índia. Preocupou-se muito
to Grosso, onde recentemente se encon
Cuiabá. Para lá se passou a 6 de jvilho
ainda com as coisas da mineração, prin
de 1726, aí permanecendo quase dois
cipalmente em Goiás, onde continua
ano. Ao seu período assinalou a descober ta do grande "phicer" goiano pelo Anhangiiera, podendo-se dizer que tòdas as
deixando e.\"celente reputação de pro bidade, cortesia e interesse pelo bem
suas atenções sc voltavam para as coi
público.
vam a surgir novos e ricos "placers",
Gomes Freire de Andrada, Gover
sas cia mineração e da descoberta de
nador do Rio de Janeiro, desde 25 de
minas.
Seu
sucessor, empossado
a 15 de
abril de 1733, via-se, a 4 de janeiro de
res méritos, pacificador de paulistas "e
agôslo de 1727. foi o tristemente céle
1735, igualmente investido do Gover
sua gente e de sua terra possuía te
emboabas, retirou-se coberto do mais jus
bre .\ntônio da Silva Caldeira Pimen-
no de Minas Gerais.
souros de erudição, aproveitados a ca da passo pela portentosa memória.
to pre.stígio pe'o acerto administrativo e probidade integral. Seu sucessor, Dom
tel, que por cinco Unos flagelou as po
Luiz dc Mascarenhas estabeleceu-se se
pulações paulistas com a sua desones
ria pendência, a propósito da ixação
Reais méritos de administrador e go
I3raz Balthazar da Silveira, crà muito
tidade, incapacidade e tirania.
dos limites paulistas-mineiros, ongo conflito terminado por verdadeira ani
vernante dotavam Antônio Manuel dc
brando e a seu período se deve a tur
Melo, homem ilustrado, progressista, de
bulência a que não soube reprimir. De modo exatamente contrário procedeu ou
trato ameno e autoridade reta, embora branda.
Figura com vantagem entre os me
tro sucessor. Dom Pedro de Almeida
Portugal, Conde de Assumar, que com
lhores sátrapas que governaram a Ca
pulso
pitania de São Paulo desde a data da sua fundação pela carta régia de 3 de
seus
de ferro impôs a ordem aos
violentíssimos . e
indisciplinados
governadores de.Minas, culminando a sua
novembro de 1709, cr adora da Capita
atuação com a repressão do motim por
nia de São Paulo e Minas do Ouro.
tuguês de Vi'a Rica eni 1720, ou revolta
Os três primeiros Capitães Generais Governadores, embora empossados na vila e na cidade de São Paulo, pou
de Felipe dos Santos, português de Cas cais, que a fantasia de mal informados historiógrafos arvorou em protomárbV da independência nacional, quando
co, muito pouco, viveram na capital do imenso território que governavam,
não passava de um aventureiro do mais
A Pimentel seguiu-se o Conde de Sar-
zedas, empossado u 15 de agt)sto de 1732, cnjo govêrnc) se assinalou por medidas cie grande alcance. Preocupou-
Valeu-se Gomes Freire da superiori dade de sua influência na Corte para
se muito sobretudo com as descobertas
derrotar o adversário, sab.sfazenclo ao
auríferas dc Goiás, região riue percor
mèsmo tempo a sua aihbição de se tor nar como que o Vice-Rei do Sul do Bra
reu em visita, falecendo em Traíras a 28
. .
sil. E conseguiu, por meio de uma ma nobra de politicagem palaciana, alcan
govêrno de São Paulo, interinamente,
çar do Rei o alvará de 9 de maio de
de agôsto de 1737.
As vias de suces
a 1."^ do dezembro de 1737, Gomes
1748, pelo qual foi extinta a capitania
Freire de Andrada, governador do Rio
de São Paulo, ficando seu território su
dc Janeiro. Exerceria o cargo até 12 de
jeito ao govêrno do Rio de Janeiro.
fevereiro dc 1739, tendo muito pouco
Com a ascensão dè Dom José I
contacto com São Paulo.
em
o
pre em Ribeirão do Carmo, mai.s tarde
sileira. IiTespondível é o que a tal res peito escreveu Freire de Carvalho em
cidade de Mariana, no centro da região
seu Ementário da história ííiíneím.
vada à margem esquerda do Rio da
baixo estofo sem a menor feição bra
mosidade.
são fizeram com cjue se empossasse cio
Todas as vistas deste homem ilustre, mas prepotente e imperialista, voltaram-.se sobretudo para a consolidação da fronteira meridional do Brasil, le
com mais de três milhões de quilôme tros quadrados. Estiveram quase sem
Entre ele e D.
1750,
homem
tornou-se
do
maior
Gomes
Freire
prestígio
no
Brasil junto do onipotente Conde de Oeiras, sobretudo depois de suas cam panhas no Rio Grande do Sül contra as reduzes jesuíticas, a propô-^
't
Digesto
102
sito da demarcação das fronteiras do-
terminadas pelo Tratado das Cortes. Promovia Gomes Freire a criação do
Více-Reino do Brasil, cuja capitai se
ria o Rio de Janeiro, devendo caberIhe a investídura viso-real, quando a
morte o surpreendeu a 1 de janeiro de 1763, deixando de si entre os paulistas execranda memória. Debalde pleiteara
a Câmara de São Paulo, por diversas vezes, o restabelecimento de sua an
<T ■
■•'•"iW
Econónqco
do sinistro pre.sídio de Iguateiui, em M.ito Grosso, c dos reforços militares eri-
"■W"
Digesto
Econômico
103
nho de 1797 e seu govêrno se assinala ria por uma série dc medidas altamente
gido.s pelas campanhas do Rio Grande
civiíizadoras para o tempo e os recursos
do Sul.
locais.
A correspondência do Morgado de Matcu.s com a Còrte nos dá perfeita
impressão dos recursos de sua inteligên cia aberta para assunto.s econômicos. Pela primeira vez, em todo o aceno
goveimamental de São Paulo, vemos aparecer papéis reveladores de certo
Assim é impossível encarecê-lo mais do que recordar-lhc a monumental obra do empedramento da estrada do mar, no
do, a iustituição de cordões .sanitários
no Caminho do Mar, pois o mal irrom
pera em Santos.
E salvaram a sua ca
pital da repetição dos horrores recentes que tanto a haviam assolado. Nesta ocasião fez o Capitão General gi-ande
propaganda da nova descoberta jenne-
dificílimo trecho da Serra, obra que
riiuia, tendo sido o primeiro a inculcar
provocou o entusiasmo geral dos pauli.stas e deu enorme impulso ao comér
aos paulistanos as inestimáveis virtudes
cio da capitania.
A isto juntemos as
profüáticas da vacinação em massa. Notou Mendonça quanto eram defi
tiga capitania. Nada conseguira contra
desoqrtino progressista, por meio do
belas construções realizadas na cidade
cientes as estatísticas relativas à produ
tão poderoso e prestigioso adversário.
tentativas
de São Paulo, a da grande fonte pú blica da Misericórdia, a do cpiartel de
ção de sua capitania. O que existia nos arquivos oficiais era muito pouco
Instalado o Vice-Reino do Brasil, ain
da em 1763, o primeiro Vice-Rei, Con de da Cunha, apontou veementemente
ao Trono quanto a falta de governo prejudicara e prejudicava São Paido. E assim pela carta régia de 6 de janeiro de 1765 se restaurou a antiga capitania, que passou a
ser govêrno independente do do Rio de Janeiro, num território
de estatística
financeira ct>-
mercial^e econômica. Tudo
isto
muito
cmbrionimo ainda,
mas positivamente denunciador de men
Linha etc. etc. A Bernardo de Lorena sucedeu An
talidade bem mais avançada do que a
tônio Manuel de Melo e Castro e Meu-
do comum
donç-n, cujo governo duraria de 28 de junho de 1797 a 10 de noxembro de 1802, por mais de um qüinqüênio, por tanto. De São Pau^o foi transferido pa
dos
sátrapas setecenti.sla.s.
especialmente da dos predecessores do inteligente fidalgo. Seu sucessor, Murtim Lojh'S Lobo de Saldanha, quão dife rente dêle era!
documentação
Pela leitura da
ra o govêrno de Moçambique, onde fa leceu.
Teve como substituto Antônio
relativa ao seu
Joeé da Franca e Horta, de cujos quase
período temos a impressão de
nove anos de governo conservaram os
virtude da criação das capitanias de
que devia ser absolutamente amaluca-
Goiás e Mato Gros.so.
do. Despótico, vesãnico, vaidoso em excesso, mesquinho, rixento apaixona
pauMstas muitas reminiscências amargas. Pelo que a documentação de seu go
que agora era menos de um sex to do que fora, em 1720, em
O novo Capitão General D. Luiz An tônio de Souza Botelho e Mourão, mor-
gado de Mateus, empossado a 22 de julho de 1765, governaria- por quase dez anos, até 14 de junho de 1775. Era
vêrno inculca deve Melo e Castro e Men
do, prepotente ao último grau, deixou
donça ter sido homem brando, inteli
tão péssima reputação a ponto de ter
gente, esclarecido e estudioso dos prin
sido o único dos Capitães Generais con tra quem a Coroa mandou tirar resi
cipais problemas administrativos de sua
em relação ao que conseguira cobgir o Morgado de Mateus.
Assim determinou que se organizas^m
tabe'as em condições . de dar ao Go verno idéia do que São Paulo era capaz de produzir e exportar.
Isso o levou a mandar abrir inquento
rigoroso quanto possível, de tais con içoes, inquérito que redundou na con fecção de mapas destinados ao nunistro de Estado D. Rodrigo de Souza Coutinho, futuro Conde de Linhares. Vinte e quatro mapas se organizaram então que diziam respeito ao recensea-
mento da população da capitania de Sao
Paulo no ano de 1800, e a todo o movi mento econômico da mesma em 1801,
apagados foram os períodos, aliás cur
ríodo, se mostrou homem a par do
ao alvorecer do século XIX. Tudo foi remetido ao Ministro, a 22 de abril de 1802, timbrando o Capitão
progresso, e propenso à prática das con
General em afirmar que graças ao exces
tos, de seus dois sucessores imediatos,
quistas deste, típico é o rnodo pelo qual
formar com as exigências inamolgáveis
Francisco
se houve ao encontrar-se a cidade de
so da exportação sobre a importação marchava a sua capitania para "hum
da polífca pombalina, a qual se acha va toda voltada para a questão da posse portuguesa nos territórios do sul e do oeste disputados ao.s espanhóis.
1786) e o Marechal Frei José Raiimm-
São Paulo sob a premente ameaça de
estado de considerável opulencia".
do Cliichorro da Gama Lobo 1788).
violento surto varióhco.
homem
inteligente,
nssaz
culto,
de
idéias adiantadas, observador atilado. Encontrou a sua capitania grande
mente empobrecida e teve de se con
Daí as excessivas solicitações de ho mens e recursos bélicos da circunscri-
ção paulista, que tanto a flagelaram, so bretudo pela pertinácia da manutenção
dência ao deixar o govêrno. Não pan^ce contudo ter sido desonesto.
da Cunha
Muitt»
Menezes (1782(1786-
A 5 de jünho de 1788 empossou-se o décimo terceiro Capitão General Ber nardo José de Lorena, futuro Conde de Sarzedas.
Governaria nove anos até 28 de ju
vasta circunscrição.
De quanto, desde o início do seu pe
Pouco antes, sob o governo de Ber nardo de Lorena, acorrera terrível epi
demia que causara enorme mortandade. As enérgicas providências do novo Go vernador
estabeleceram
o
isolamento
imediato dos enfermos em lugar afasta
(Cod. do Arquivo Nacional: Corres pondência dos governadores de S. Paulo com os Vice-Reis do Brasil no Rio de
Janeiro (1769-1807) a fls. 109). Graças à extrema obsequiosidade do eminente diretor do Arquivo, dr. Eugê nio Villiena de Morais, obtivemos a re-
^
't
Digesto
102
sito da demarcação das fronteiras do-
terminadas pelo Tratado das Cortes. Promovia Gomes Freire a criação do
Více-Reino do Brasil, cuja capitai se
ria o Rio de Janeiro, devendo caberIhe a investídura viso-real, quando a
morte o surpreendeu a 1 de janeiro de 1763, deixando de si entre os paulistas execranda memória. Debalde pleiteara
a Câmara de São Paulo, por diversas vezes, o restabelecimento de sua an
<T ■
■•'•"iW
Econónqco
do sinistro pre.sídio de Iguateiui, em M.ito Grosso, c dos reforços militares eri-
"■W"
Digesto
Econômico
103
nho de 1797 e seu govêrno se assinala ria por uma série dc medidas altamente
gido.s pelas campanhas do Rio Grande
civiíizadoras para o tempo e os recursos
do Sul.
locais.
A correspondência do Morgado de Matcu.s com a Còrte nos dá perfeita
impressão dos recursos de sua inteligên cia aberta para assunto.s econômicos. Pela primeira vez, em todo o aceno
goveimamental de São Paulo, vemos aparecer papéis reveladores de certo
Assim é impossível encarecê-lo mais do que recordar-lhc a monumental obra do empedramento da estrada do mar, no
do, a iustituição de cordões .sanitários
no Caminho do Mar, pois o mal irrom
pera em Santos.
E salvaram a sua ca
pital da repetição dos horrores recentes que tanto a haviam assolado. Nesta ocasião fez o Capitão General gi-ande
propaganda da nova descoberta jenne-
dificílimo trecho da Serra, obra que
riiuia, tendo sido o primeiro a inculcar
provocou o entusiasmo geral dos pauli.stas e deu enorme impulso ao comér
aos paulistanos as inestimáveis virtudes
cio da capitania.
A isto juntemos as
profüáticas da vacinação em massa. Notou Mendonça quanto eram defi
tiga capitania. Nada conseguira contra
desoqrtino progressista, por meio do
belas construções realizadas na cidade
cientes as estatísticas relativas à produ
tão poderoso e prestigioso adversário.
tentativas
de São Paulo, a da grande fonte pú blica da Misericórdia, a do cpiartel de
ção de sua capitania. O que existia nos arquivos oficiais era muito pouco
Instalado o Vice-Reino do Brasil, ain
da em 1763, o primeiro Vice-Rei, Con de da Cunha, apontou veementemente
ao Trono quanto a falta de governo prejudicara e prejudicava São Paido. E assim pela carta régia de 6 de janeiro de 1765 se restaurou a antiga capitania, que passou a
ser govêrno independente do do Rio de Janeiro, num território
de estatística
financeira ct>-
mercial^e econômica. Tudo
isto
muito
cmbrionimo ainda,
mas positivamente denunciador de men
Linha etc. etc. A Bernardo de Lorena sucedeu An
talidade bem mais avançada do que a
tônio Manuel de Melo e Castro e Meu-
do comum
donç-n, cujo governo duraria de 28 de junho de 1797 a 10 de noxembro de 1802, por mais de um qüinqüênio, por tanto. De São Pau^o foi transferido pa
dos
sátrapas setecenti.sla.s.
especialmente da dos predecessores do inteligente fidalgo. Seu sucessor, Murtim Lojh'S Lobo de Saldanha, quão dife rente dêle era!
documentação
Pela leitura da
ra o govêrno de Moçambique, onde fa leceu.
Teve como substituto Antônio
relativa ao seu
Joeé da Franca e Horta, de cujos quase
período temos a impressão de
nove anos de governo conservaram os
virtude da criação das capitanias de
que devia ser absolutamente amaluca-
Goiás e Mato Gros.so.
do. Despótico, vesãnico, vaidoso em excesso, mesquinho, rixento apaixona
pauMstas muitas reminiscências amargas. Pelo que a documentação de seu go
que agora era menos de um sex to do que fora, em 1720, em
O novo Capitão General D. Luiz An tônio de Souza Botelho e Mourão, mor-
gado de Mateus, empossado a 22 de julho de 1765, governaria- por quase dez anos, até 14 de junho de 1775. Era
vêrno inculca deve Melo e Castro e Men
do, prepotente ao último grau, deixou
donça ter sido homem brando, inteli
tão péssima reputação a ponto de ter
gente, esclarecido e estudioso dos prin
sido o único dos Capitães Generais con tra quem a Coroa mandou tirar resi
cipais problemas administrativos de sua
em relação ao que conseguira cobgir o Morgado de Mateus.
Assim determinou que se organizas^m
tabe'as em condições . de dar ao Go verno idéia do que São Paulo era capaz de produzir e exportar.
Isso o levou a mandar abrir inquento
rigoroso quanto possível, de tais con içoes, inquérito que redundou na con fecção de mapas destinados ao nunistro de Estado D. Rodrigo de Souza Coutinho, futuro Conde de Linhares. Vinte e quatro mapas se organizaram então que diziam respeito ao recensea-
mento da população da capitania de Sao
Paulo no ano de 1800, e a todo o movi mento econômico da mesma em 1801,
apagados foram os períodos, aliás cur
ríodo, se mostrou homem a par do
ao alvorecer do século XIX. Tudo foi remetido ao Ministro, a 22 de abril de 1802, timbrando o Capitão
progresso, e propenso à prática das con
General em afirmar que graças ao exces
tos, de seus dois sucessores imediatos,
quistas deste, típico é o rnodo pelo qual
formar com as exigências inamolgáveis
Francisco
se houve ao encontrar-se a cidade de
so da exportação sobre a importação marchava a sua capitania para "hum
da polífca pombalina, a qual se acha va toda voltada para a questão da posse portuguesa nos territórios do sul e do oeste disputados ao.s espanhóis.
1786) e o Marechal Frei José Raiimm-
São Paulo sob a premente ameaça de
estado de considerável opulencia".
do Cliichorro da Gama Lobo 1788).
violento surto varióhco.
homem
inteligente,
nssaz
culto,
de
idéias adiantadas, observador atilado. Encontrou a sua capitania grande
mente empobrecida e teve de se con
Daí as excessivas solicitações de ho mens e recursos bélicos da circunscri-
ção paulista, que tanto a flagelaram, so bretudo pela pertinácia da manutenção
dência ao deixar o govêrno. Não pan^ce contudo ter sido desonesto.
da Cunha
Muitt»
Menezes (1782(1786-
A 5 de jünho de 1788 empossou-se o décimo terceiro Capitão General Ber nardo José de Lorena, futuro Conde de Sarzedas.
Governaria nove anos até 28 de ju
vasta circunscrição.
De quanto, desde o início do seu pe
Pouco antes, sob o governo de Ber nardo de Lorena, acorrera terrível epi
demia que causara enorme mortandade. As enérgicas providências do novo Go vernador
estabeleceram
o
isolamento
imediato dos enfermos em lugar afasta
(Cod. do Arquivo Nacional: Corres pondência dos governadores de S. Paulo com os Vice-Reis do Brasil no Rio de
Janeiro (1769-1807) a fls. 109). Graças à extrema obsequiosidade do eminente diretor do Arquivo, dr. Eugê nio Villiena de Morais, obtivemos a re-
^
-;*f FV
DICíICSTO
104
produção dos \íntc c quatro quadros anexos ao ofício, nicrcè de excelentes
fotocópias do gabinete do estabeleciitiento a que tão superiormente dirige. Vamos agora analisar tais dociunentos que, a nosso ver, representam o mais
completo depoimento estatístico até hoje divulgado sobre as cündií,-ões regentes da vida econômica de São Paulo.
Os quatro mapas demográficos referem-sè a nascimentos, casamentos e óbi tos ocorridos em- território paulista em
de importação dc\<-nclo comtndo lenihnu' a V. Ex. que supposto no balanço genil. <■ comparação dos generos ímportacios e exportados baja a diierença de
Mas não obstante esta ra
zão sempre indica que a Capi lania dc S. Paulo exporta maior
Esta ausência taK'ez a expli 1802 de Melo e Castro a Dom
soma de generos cujo valor ser vindo atualmente para amorli-
Rodrigo de Souzíi Coutinho.
sar as suas dividas, visto estar
que o ofício de 22 de abril de
muito no principio, o seu comercio ha de reduzir a uns poucos anos a inesnia
passado de 1801 participei a Sua Alteza Real (o Príncipe Regente, futuro - Dom João VI) da Secretaria de Estado dos Negocios da Marinha e Dominio,s Ul tramarinos as razões que até então me tinham obstado a dirigir á mesma Se cretaria o Mappa dos Habitantes des4a Capitania, por não achar nos que se haviam feito aparência alguma de cer
reciam divergentes da realidade dos fatos. Dos quatro mapas demográficos (fls.
teza nem exata nem aproximada dc
130, 131, 132 e 133 do códice cít;iflt))
capitania a um estado de opulencia con
muito
mais
da
metade
do
1.948,
obituário
geral. É interessante observar (juc- a morta
/
lidade foi maior entre os brancos, cpie entretanto tinham mais meios de nutiái*
e tratar a sua. prole do que a gente dc
côr, mesmo adniitindo-se ({ue a pqpu- ^ lação branca da capitania fòsse de cíiiquenta e cinco por cento, porcentagem aceitá\'el, segundo Eschwege.
Dos 20
acs 60 anos níorreram 204 brancos e 193
brancas, 12 prelos livres e 18 pretas.
siderável."
Septuagenários morreram 123, dos quais
A.ssim como- vcmios revelava o Caj)ità>> General verdadeiro escrúpulo, não que
branca; nonagenários 37, dos quais 25
rendo enviar ao soberano do sua.mo
narquia dados demográficos (pte llie pa
cujo ofício remetia V. Ex. uma via.
o primeiro refere-se ao obituário, distri
E tendo mandado proceder com a maior exatidão a factura das listas da
buídos
os
óbitos
"nas
sua.s
51 brancti-s;
octogenáfi<)s
82,
mciadc
brancos.
Os índices da nupcialidade conserva
vam-se sempre de acordo com os da mortalidade.
Ocorreram,
em
1800,
1.064 casamentos, dos quais 600 de
braneo.s, 19 -de pretos livres, 185 de
de
c.scravos.
A natalidade é que superou de muito a mortalidade. Foi em 18(X) de 7.102
pessoas, com grande proporção de natimortos porém, — 1.019. Ocorreu ligeiro excesso de nascimentos masculinos: 3.584 meninos contra 3.409
meninas. Nasceram ao todo 4.009 bran cos. 995 pretos e 2.097 mestiços.
Segundo Eschwege, cm 1810 as por centagens de eòr eram pura a capitania: 55 para os brancos, 19 para os pretos, 26 para os mestiços. O recenseamento
de 1872 daria, aliás, para um total de
837.354, habitantes da
Paulo. 433.432 brancos, 16t^9->9 pre
tos e 235.923 mestiços ou 51.7 por ccntó brancos, 20 por cento .de pretos e 28,3 de mestiços.
Os índi.,s "domésticos" J-g-P-j»; ' qums 1.103 mulheres com. .nd.cc ^ morlulidode, relativamente han.o, ^
. nia é que nao passavam de
óhitos, e de natalidade eqmvale, te a 52 crianças, das quais S nafinortos. A
nupcLhdade é que também se mostrou
muito baixa: apenas 20 matr.mon.os se realizaram.
. ,
,
Examinaremos, em .seguida, os quadros
relativos ã exi^ortação e importaçio da capitania no alvorecer do século XI\.
diferentes
classes" a saber: brancos, prelos e nmIato.s, homens e mulhere.s, havendo ain
sobre elas se reduziram os Mappas que,
da para as duas últimas classes u sulnb-
nesta ocasião, com este oficio, tenho a
vi.são de liwes e cativos.
mappas de todos os genefos que entra
Quinze categorias de idades se men cionam que vão dos primeiros dias de
ram e saíram desta capitania no ano
vida a uma existência centenária.
de 1801, aos quaes ajunto mais dous, um comparativo, pelo qual se conbece o
.sim d'stribu!dos: I.6í)8 dc brancos, 57
honra de enviar a V. Ex. assim como os
As mortes até 20 anos
ascenderam a (puise duas mil:
(jiiaes devem no niesino calculo aumen
lésimo.
Povoação do ano de 1800 na forma...
c 73 mestiças.
Mato Grosso, Coyaz e Minas Geraes, a^
do.
En
tre 5 e 10 anos, 102 brancas, 41 pretas
remetidas a dinheiro das Capitanias de
popu'ação da capitania ne.ste mi
"No meu oficio numero 24 do ano
brancas, 63 pretas .e 139 mestiças.
é possivc! entrar nele as parcelas tjue são
isto mais pequeno o e.xoes.so inenciuna-
67
D.is
um ano c cinco anos desapareciTam 181
cconomico porquanto não entraram nem
tar a soína de importação tornando pv>r
pretos escravos, 193 de mulatos forros e
1.550.
primeiros dias ao primeiro ano falece ram 1.015 crianças, das quais 552 bran cas. 162 pretas <' 301 -mestiças. Entre
da Capilania, esta diferença não é ver dadeira apcz;ir da exatidão do calculo
àlgum outro computando o conjunto da
liomtns do ipie muMteies: 1.917 contra Imensa a nujrla'iclacle infantil.
2()6;936SJ92 reis a fax-or do lucro anual
Não sabemos se se extraviou
1800.
103
Dige&to Econômico
ECClNÓMlCl»
O total dos óbitos foi de 3.467. us-
lucro anual da mesma capitania e ou
de pretn.s livre.s e 855 de pretos eser.i-
tro dos preços correntes dos generos mais geraes tanto de exportação como
vos, 719 de mulatos' forros e 328 dé mulatos escravos.
Morreram fniiito mai,<!
Stin r/gtíí)rd!ncíai- com. ctíriosííiflde as estalísticãs da produção agrícola de 1947, . quais deoerão confirrmir, ou não, « prognóstico de que, enquanto a produção
(W
paulista e paranaense de milho tende a siwir, a dc Minns Gera^ e a o Estado do Rio baixam contimuimente. . Em 1946, a produção de São Paulo quase alcançou a de Minas Çerais, que é o Estado líder na cultura do milho. ■ J'..
-;*f FV
DICíICSTO
104
produção dos \íntc c quatro quadros anexos ao ofício, nicrcè de excelentes
fotocópias do gabinete do estabeleciitiento a que tão superiormente dirige. Vamos agora analisar tais dociunentos que, a nosso ver, representam o mais
completo depoimento estatístico até hoje divulgado sobre as cündií,-ões regentes da vida econômica de São Paulo.
Os quatro mapas demográficos referem-sè a nascimentos, casamentos e óbi tos ocorridos em- território paulista em
de importação dc\<-nclo comtndo lenihnu' a V. Ex. que supposto no balanço genil. <■ comparação dos generos ímportacios e exportados baja a diierença de
Mas não obstante esta ra
zão sempre indica que a Capi lania dc S. Paulo exporta maior
Esta ausência taK'ez a expli 1802 de Melo e Castro a Dom
soma de generos cujo valor ser vindo atualmente para amorli-
Rodrigo de Souzíi Coutinho.
sar as suas dividas, visto estar
que o ofício de 22 de abril de
muito no principio, o seu comercio ha de reduzir a uns poucos anos a inesnia
passado de 1801 participei a Sua Alteza Real (o Príncipe Regente, futuro - Dom João VI) da Secretaria de Estado dos Negocios da Marinha e Dominio,s Ul tramarinos as razões que até então me tinham obstado a dirigir á mesma Se cretaria o Mappa dos Habitantes des4a Capitania, por não achar nos que se haviam feito aparência alguma de cer
reciam divergentes da realidade dos fatos. Dos quatro mapas demográficos (fls.
teza nem exata nem aproximada dc
130, 131, 132 e 133 do códice cít;iflt))
capitania a um estado de opulencia con
muito
mais
da
metade
do
1.948,
obituário
geral. É interessante observar (juc- a morta
/
lidade foi maior entre os brancos, cpie entretanto tinham mais meios de nutiái*
e tratar a sua. prole do que a gente dc
côr, mesmo adniitindo-se ({ue a pqpu- ^ lação branca da capitania fòsse de cíiiquenta e cinco por cento, porcentagem aceitá\'el, segundo Eschwege.
Dos 20
acs 60 anos níorreram 204 brancos e 193
brancas, 12 prelos livres e 18 pretas.
siderável."
Septuagenários morreram 123, dos quais
A.ssim como- vcmios revelava o Caj)ità>> General verdadeiro escrúpulo, não que
branca; nonagenários 37, dos quais 25
rendo enviar ao soberano do sua.mo
narquia dados demográficos (pte llie pa
cujo ofício remetia V. Ex. uma via.
o primeiro refere-se ao obituário, distri
E tendo mandado proceder com a maior exatidão a factura das listas da
buídos
os
óbitos
"nas
sua.s
51 brancti-s;
octogenáfi<)s
82,
mciadc
brancos.
Os índices da nupcialidade conserva
vam-se sempre de acordo com os da mortalidade.
Ocorreram,
em
1800,
1.064 casamentos, dos quais 600 de
braneo.s, 19 -de pretos livres, 185 de
de
c.scravos.
A natalidade é que superou de muito a mortalidade. Foi em 18(X) de 7.102
pessoas, com grande proporção de natimortos porém, — 1.019. Ocorreu ligeiro excesso de nascimentos masculinos: 3.584 meninos contra 3.409
meninas. Nasceram ao todo 4.009 bran cos. 995 pretos e 2.097 mestiços.
Segundo Eschwege, cm 1810 as por centagens de eòr eram pura a capitania: 55 para os brancos, 19 para os pretos, 26 para os mestiços. O recenseamento
de 1872 daria, aliás, para um total de
837.354, habitantes da
Paulo. 433.432 brancos, 16t^9->9 pre
tos e 235.923 mestiços ou 51.7 por ccntó brancos, 20 por cento .de pretos e 28,3 de mestiços.
Os índi.,s "domésticos" J-g-P-j»; ' qums 1.103 mulheres com. .nd.cc ^ morlulidode, relativamente han.o, ^
. nia é que nao passavam de
óhitos, e de natalidade eqmvale, te a 52 crianças, das quais S nafinortos. A
nupcLhdade é que também se mostrou
muito baixa: apenas 20 matr.mon.os se realizaram.
. ,
,
Examinaremos, em .seguida, os quadros
relativos ã exi^ortação e importaçio da capitania no alvorecer do século XI\.
diferentes
classes" a saber: brancos, prelos e nmIato.s, homens e mulhere.s, havendo ain
sobre elas se reduziram os Mappas que,
da para as duas últimas classes u sulnb-
nesta ocasião, com este oficio, tenho a
vi.são de liwes e cativos.
mappas de todos os genefos que entra
Quinze categorias de idades se men cionam que vão dos primeiros dias de
ram e saíram desta capitania no ano
vida a uma existência centenária.
de 1801, aos quaes ajunto mais dous, um comparativo, pelo qual se conbece o
.sim d'stribu!dos: I.6í)8 dc brancos, 57
honra de enviar a V. Ex. assim como os
As mortes até 20 anos
ascenderam a (puise duas mil:
(jiiaes devem no niesino calculo aumen
lésimo.
Povoação do ano de 1800 na forma...
c 73 mestiças.
Mato Grosso, Coyaz e Minas Geraes, a^
do.
En
tre 5 e 10 anos, 102 brancas, 41 pretas
remetidas a dinheiro das Capitanias de
popu'ação da capitania ne.ste mi
"No meu oficio numero 24 do ano
brancas, 63 pretas .e 139 mestiças.
é possivc! entrar nele as parcelas tjue são
isto mais pequeno o e.xoes.so inenciuna-
67
D.is
um ano c cinco anos desapareciTam 181
cconomico porquanto não entraram nem
tar a soína de importação tornando pv>r
pretos escravos, 193 de mulatos forros e
1.550.
primeiros dias ao primeiro ano falece ram 1.015 crianças, das quais 552 bran cas. 162 pretas <' 301 -mestiças. Entre
da Capilania, esta diferença não é ver dadeira apcz;ir da exatidão do calculo
àlgum outro computando o conjunto da
liomtns do ipie muMteies: 1.917 contra Imensa a nujrla'iclacle infantil.
2()6;936SJ92 reis a fax-or do lucro anual
Não sabemos se se extraviou
1800.
103
Dige&to Econômico
ECClNÓMlCl»
O total dos óbitos foi de 3.467. us-
lucro anual da mesma capitania e ou
de pretn.s livre.s e 855 de pretos eser.i-
tro dos preços correntes dos generos mais geraes tanto de exportação como
vos, 719 de mulatos' forros e 328 dé mulatos escravos.
Morreram fniiito mai,<!
Stin r/gtíí)rd!ncíai- com. ctíriosííiflde as estalísticãs da produção agrícola de 1947, . quais deoerão confirrmir, ou não, « prognóstico de que, enquanto a produção
(W
paulista e paranaense de milho tende a siwir, a dc Minns Gera^ e a o Estado do Rio baixam contimuimente. . Em 1946, a produção de São Paulo quase alcançou a de Minas Çerais, que é o Estado líder na cultura do milho. ■ J'..
10"
Djcesto Econômico
A Bôlsa de Mercadorias e Valores da Bahia Abelardo Vehgueiho César
Presidente Honorário da Bolsa de São Paulo e de Pôrto Alegre o Membro da Sociétê d'Êconomie Politique de Paris Situúçõo Jurídica
, Bôlsa de Mercadorias
No Bra.sil, as bolsas de mercadorias 15 de outubro de 1926, por inicia
podem organizar-se livremente, uma vez que não contrariem a legislação federal
culiveis c incontra.stíwc'mente atuantes.
tência e funcionamento destas, nunca
Se quanto à Bôlsa de Mercadorias suas
pretendendo, atingir o campo jurídico do
determinações devem ser recebidas de harmonia com as respectivas disposi ções estatutárias, na direção daquela ou tra Bôlsa, não só é soberana a superin
câmbio, da exclusi\a e indiscutída com petência da União.
tendência do governo da Bahia como em
cedendo à influência do chamado projeto do Itamarati, a Comissão dos 21, na pri
sua vida íntima não pode juridicamente* intervir a direção da Bôlsa de Mercado rias e de Valores. Pois, por fòrça da le-
gi.slação federal e pelo (]ue dispõem as
tiva de antigos corretores gerais e com forte apoio do dr. Francisco Góes
que estrutura a vida das .sociedades ci
leis baianas na espécie, só pode dirigir
Calmon e da Associação Comercial, or
vis e a que ordena a profissão de corre
a Bôlsa de Valores da Babia a sua Ga
tores. E os governo.s também podem or
mara Sindica'.
ganizou-se a Bôlsa da Bahia, em forma
de associação civil.
Mais tarde, o Go
verno da Bahia concretizou sua solida
riedade àquela iniciativa, promulgando a lei n.° 2.094, de 9 de julho de 1928 e expedindo o dec. lei n.° 11.598, de 28 de fevereiro de 1940. E ultimamente,
com o intuito de bem patentear sua alta preocupação pelo desenvolvimento cria
ganizá-las ou patrociná-las dentro da sis
temática constitucional que condiciona a vigência da legislação federal e da dos Estados.
A Bolsa de Mercadorias de São Pau lo é inteiramente livre: a da Bahia aliouse ao Governo do Estado para melhor alcançar seus objetivos; a de Café e de
Mas a Constituição Federal de 1891
nada dispunha a respeito. E pela dou trina consagrada, dos poderes implícitos. ace'ta pelo direito constitucional bra sileiro, os Estados podiam decidir so bre matéria que, por imperativo consti tucional, à União, expressamente, não incumbisse resolver. E alicerçado nessa
direito substantivo e da legislação de
Na Assembléia Constituinte de 1934,
meira forma do projeto de constituição
que elaborara, incluiu bôlsa como assun to da particular competência da União para legislar. Mas por proposta minha, longamente fundamentada e com apoio da bancada da Chapa Ünica par ao
Paulo Unido, foi recebida a emenda su
pressiva n.° 801. E por isso. a Constitui
ção de 1934, como a de 1891, nao de clarou que tal assunto coubesse privati vamente à atribuição legislativa f^era ^ A Carta Constitucional de 10 de no vembro de 1937 rompeu a tradiçao re
publicana naquele particular, determi nando, no art. 16. n." VI, que compeha
rias, aprovou o Governador da Baliia os
Mercadorias de Santos, é bôlsa oficial.
interpretação pacífica do direito públi
Desse modo, podem existir no Brasil bôl-
co nacional, São Paulo instituiu as Bol
privativamente à União o po c ®
estatutos da Sociedade Bôlsa de Merca
.sas de mercadorias livres, conto a dc São
sas de Valores de São Paulo e de San
Paulo, mistas, como a da Bahia, e ofi
tos em 1896. E outros Estados, seguindo
questões de moeda, de credito, de bol
ciais, como a de Santo.s.
idêntica orientação, posteriormente tam bém fundaram bôlsas de valores.
sa e de banco".
E a União, legislando só para a Bôl sa do Rio de Janeiro, robusteceu aque
tucional ,não se fez mesmo para cumpnr-
dor dos mercados de valores e mercado
dorias e Valores da Bahia, por fôrça do dec. n.° 13.634, de 31 de juhio de 1947, e o -regulamento daquela, pelo dec. n.° 13.750, de 4 de novembro de 1947. Não obstante seus louváveis pro
pósitos renovadores, esses dois atos pú blicos têm alcance limitado, por não po derem alterar, como é sabido, o domínio
específico de outros campos jurídicos constitucionalmente regidos pelas leis e
regulamentos federais e pela legislação da Bahia, já citada, lei n.° 2.094 e dec. lei n.® 11.598.
Na entidade Bôlsa de Mercadorias e
de Valores da Bahia coexistem duas ins
tituições diferentes que a sabedoria do senso administrativo da Bahia tem sa
bido manter juntas e em proveitoso con viver harmônico.
Bolsa de Valores
Mas as bolsas de valores só podem ser criadas, extintas e alteradas pelo po der público, da União e
Estados,
la maneira dc interpretar a letra consti
tucional, no tocante à faculdade de po
dentro de suas respectivas órbitas cons
derem os Estados organizar suas próprias
titucionais.
bôlsas de valores.
Assim se tem entendido, não obstan
E a revolução de 1930 não mudou
te o.s reparos do grande comercialista J. X. Carvalho de Mendonça:
essa orientação; pelo contrário, avigo-
rou-a, patrocinando a fundação da Bôlsa
"Bolsas, para serem bolsas, repetimos,
de Valores de Pôrto Alegre, pelo dec.
devem surgir espontaneamente do co mércio. Não se pode criá-las som base. Não há leis que as escorem." (Vol. \'I, livro rv, pg. 320, ed. 1928). Nestes têrmos, os atos legislativos do Estado da Bahia, quanto à instituição e
lei do Estado do Rio Grande do Sul
direção da Bôlsa de Valores, são indis-
lar sobre matéria que concernia á exis
n.® 4.847, de 19 de agosto de 1931,
regulamentado pelo dec. n.*^ 4.850, de 24 de agôsto de 1931. Está bem claro que os Estados, quan
do erigiram bôlsas, só procuraram legis
gislar sôbre: "as finanças federais, as Mas, ou porque essa portaria consti
se, ou só para se executar aos pedaços, a verdade é que, mesmo em sua vigên cia, o Estado de São Paulo legislou so bre bôlsa, alterando a organização da Bôlsa de Café de Santos, com assentimento do Govémo Federal.
A Constituição Federal de 1946, vol tando à observância de antigas i-egras do nosso direito costumeiro, que a Carta
do Estado Novo não logrou mudar, não
inclui as questões de bôlsa como perten centes à particular atividade legisladora
do poder federal (Art. 5, n.° XV). E este, mesmo em sua legislação co mum e ordinária, não se referia a bôlsa,
limitando-se o pouco que fêz nesse setor
10"
Djcesto Econômico
A Bôlsa de Mercadorias e Valores da Bahia Abelardo Vehgueiho César
Presidente Honorário da Bolsa de São Paulo e de Pôrto Alegre o Membro da Sociétê d'Êconomie Politique de Paris Situúçõo Jurídica
, Bôlsa de Mercadorias
No Bra.sil, as bolsas de mercadorias 15 de outubro de 1926, por inicia
podem organizar-se livremente, uma vez que não contrariem a legislação federal
culiveis c incontra.stíwc'mente atuantes.
tência e funcionamento destas, nunca
Se quanto à Bôlsa de Mercadorias suas
pretendendo, atingir o campo jurídico do
determinações devem ser recebidas de harmonia com as respectivas disposi ções estatutárias, na direção daquela ou tra Bôlsa, não só é soberana a superin
câmbio, da exclusi\a e indiscutída com petência da União.
tendência do governo da Bahia como em
cedendo à influência do chamado projeto do Itamarati, a Comissão dos 21, na pri
sua vida íntima não pode juridicamente* intervir a direção da Bôlsa de Mercado rias e de Valores. Pois, por fòrça da le-
gi.slação federal e pelo (]ue dispõem as
tiva de antigos corretores gerais e com forte apoio do dr. Francisco Góes
que estrutura a vida das .sociedades ci
leis baianas na espécie, só pode dirigir
Calmon e da Associação Comercial, or
vis e a que ordena a profissão de corre
a Bôlsa de Valores da Babia a sua Ga
tores. E os governo.s também podem or
mara Sindica'.
ganizou-se a Bôlsa da Bahia, em forma
de associação civil.
Mais tarde, o Go
verno da Bahia concretizou sua solida
riedade àquela iniciativa, promulgando a lei n.° 2.094, de 9 de julho de 1928 e expedindo o dec. lei n.° 11.598, de 28 de fevereiro de 1940. E ultimamente,
com o intuito de bem patentear sua alta preocupação pelo desenvolvimento cria
ganizá-las ou patrociná-las dentro da sis
temática constitucional que condiciona a vigência da legislação federal e da dos Estados.
A Bolsa de Mercadorias de São Pau lo é inteiramente livre: a da Bahia aliouse ao Governo do Estado para melhor alcançar seus objetivos; a de Café e de
Mas a Constituição Federal de 1891
nada dispunha a respeito. E pela dou trina consagrada, dos poderes implícitos. ace'ta pelo direito constitucional bra sileiro, os Estados podiam decidir so bre matéria que, por imperativo consti tucional, à União, expressamente, não incumbisse resolver. E alicerçado nessa
direito substantivo e da legislação de
Na Assembléia Constituinte de 1934,
meira forma do projeto de constituição
que elaborara, incluiu bôlsa como assun to da particular competência da União para legislar. Mas por proposta minha, longamente fundamentada e com apoio da bancada da Chapa Ünica par ao
Paulo Unido, foi recebida a emenda su
pressiva n.° 801. E por isso. a Constitui
ção de 1934, como a de 1891, nao de clarou que tal assunto coubesse privati vamente à atribuição legislativa f^era ^ A Carta Constitucional de 10 de no vembro de 1937 rompeu a tradiçao re
publicana naquele particular, determi nando, no art. 16. n." VI, que compeha
rias, aprovou o Governador da Baliia os
Mercadorias de Santos, é bôlsa oficial.
interpretação pacífica do direito públi
Desse modo, podem existir no Brasil bôl-
co nacional, São Paulo instituiu as Bol
privativamente à União o po c ®
estatutos da Sociedade Bôlsa de Merca
.sas de mercadorias livres, conto a dc São
sas de Valores de São Paulo e de San
Paulo, mistas, como a da Bahia, e ofi
tos em 1896. E outros Estados, seguindo
questões de moeda, de credito, de bol
ciais, como a de Santo.s.
idêntica orientação, posteriormente tam bém fundaram bôlsas de valores.
sa e de banco".
E a União, legislando só para a Bôl sa do Rio de Janeiro, robusteceu aque
tucional ,não se fez mesmo para cumpnr-
dor dos mercados de valores e mercado
dorias e Valores da Bahia, por fôrça do dec. n.° 13.634, de 31 de juhio de 1947, e o -regulamento daquela, pelo dec. n.° 13.750, de 4 de novembro de 1947. Não obstante seus louváveis pro
pósitos renovadores, esses dois atos pú blicos têm alcance limitado, por não po derem alterar, como é sabido, o domínio
específico de outros campos jurídicos constitucionalmente regidos pelas leis e
regulamentos federais e pela legislação da Bahia, já citada, lei n.° 2.094 e dec. lei n.® 11.598.
Na entidade Bôlsa de Mercadorias e
de Valores da Bahia coexistem duas ins
tituições diferentes que a sabedoria do senso administrativo da Bahia tem sa
bido manter juntas e em proveitoso con viver harmônico.
Bolsa de Valores
Mas as bolsas de valores só podem ser criadas, extintas e alteradas pelo po der público, da União e
Estados,
la maneira dc interpretar a letra consti
tucional, no tocante à faculdade de po
dentro de suas respectivas órbitas cons
derem os Estados organizar suas próprias
titucionais.
bôlsas de valores.
Assim se tem entendido, não obstan
E a revolução de 1930 não mudou
te o.s reparos do grande comercialista J. X. Carvalho de Mendonça:
essa orientação; pelo contrário, avigo-
rou-a, patrocinando a fundação da Bôlsa
"Bolsas, para serem bolsas, repetimos,
de Valores de Pôrto Alegre, pelo dec.
devem surgir espontaneamente do co mércio. Não se pode criá-las som base. Não há leis que as escorem." (Vol. \'I, livro rv, pg. 320, ed. 1928). Nestes têrmos, os atos legislativos do Estado da Bahia, quanto à instituição e
lei do Estado do Rio Grande do Sul
direção da Bôlsa de Valores, são indis-
lar sobre matéria que concernia á exis
n.® 4.847, de 19 de agosto de 1931,
regulamentado pelo dec. n.*^ 4.850, de 24 de agôsto de 1931. Está bem claro que os Estados, quan
do erigiram bôlsas, só procuraram legis
gislar sôbre: "as finanças federais, as Mas, ou porque essa portaria consti
se, ou só para se executar aos pedaços, a verdade é que, mesmo em sua vigên cia, o Estado de São Paulo legislou so bre bôlsa, alterando a organização da Bôlsa de Café de Santos, com assentimento do Govémo Federal.
A Constituição Federal de 1946, vol tando à observância de antigas i-egras do nosso direito costumeiro, que a Carta
do Estado Novo não logrou mudar, não
inclui as questões de bôlsa como perten centes à particular atividade legisladora
do poder federal (Art. 5, n.° XV). E este, mesmo em sua legislação co mum e ordinária, não se referia a bôlsa,
limitando-se o pouco que fêz nesse setor
05=3-
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108
DJOKSTO
a objetivar a Bôlsa do Rio de Janeiro, como expressamente se manifestava nas ementas e nos artigos iniciais de seus principais diplomas legislativos sobre a matéria: lei n." 354, de 16 de dezembro de 1895 e dec. n." 2.475, de 13 de
março de 1897. Por isso ponderava CarvaJho de Mendonça:
"É de lamentar que sobre as operações de bôlsa não tenhamos expressa legisla ção, emanada do Congresso Nacional, ór gão exclusivo competente para ésse fim". "Criaram as bolsas, mas do principal não se cogitou."
EcONtíMlCÜ
rumo, por se referir às hòtsa.s de valores. Portanto, é uma legi.s'ação que vigora cm,todo o Brasil, operante no .setor ein (jiie a União pode e de\e agir, sem sc intrometer nem cercear a competência legislali\'u dos Estado.s-, na medida e ^extensão (jiie a doutrina lhes reconhece e a jiiri.spriidencia lhes assegura. Diante dessas consideraç-ões ineontt>-
109
Dicesto EcoNó^^co
E com rara felicidade e efeito útil vi vem amba.s na mesma sede, com o mes
respeito, focalizou o problema com mais
mo pessoal, com a mesma secretaria, sob a égide da Associação Comercial da Ba-: hia, e da sociedade civil. As disposições legais que regem cada uma dessas ins
de Noronha e Brito, a 15 de julho de
nitidez. E o Condó dos Arcos, D. Marcos
1811, dando começo de execução à ini
ciativa, criou a Praça do Comércio da Bahia. E Praça do Comércio, como mais
tarde definiu o Código Comercial Bra sileiro, no arl. 32, "é não só o local, mas também a reunião dos comercian
tituições c seus objetivos são bem pre cisos e diferenciaclo.s para não se con
táveis, é indi.sculível que os Estados po
fundirem c para não perturbarem, uma os serviços da outra. Pelo contrário, sua
dem instituir bolsas, nomear corretores c
coligação de esforços vem aumentar sua
tes, capitães e mestres de navios, cor retores e mais pessoas empregada.s no
legislar sobre a matéria, uma vez cjue se
eficiência, e, para cada uma, tornar me
comércio".
mantenham dentro de sua esfera de ação.
nos dispendiosos os gastos gerais. E de
Fi.xu os contornos desta a Constitui
Praça do Comércio é bôlsa. A "8 de julho de 1851, o Go% èrno
mais a mais, um vi\o
do hnpério laixou <. dec^ n." 807 (e
E ainda:
ção Federal de 1946, iluminada pela
ideal comum as anima
"Os juizes e advogados não sabem
tradição eonstitueionaí brasileira. E es-
e fraterniza sua coope
também o de n.'' 808 para Pernambuc^).
como solver as questões que lhes são propostas, porque o-próprio regulamento para as operações praticadas no Distrito
pecinlnienle para o caso em apreço, o seu art. 5. n." XV, letra a e k. <(ue
ração, o de bem servir
estendendo a rigéncia do
expressamente entrega à União, e só a
dirigem as duas insti-
Federal é falho e contraditório, e leva al gumas vezes a conclusões inaceitáveis.
elii, o direito de formular normas jurídi
tuições
hia com 4 corretores para cada uma das
daquela esfera de ação a legislaçãiS fe
endem e se completam, os .srs. Antônio Osmar Gomes e Alberto de Magalhães
Io dec. n." 806: de fundos públicos, de
deral comum e notudamcnle ó,s já jnrii-
Ferreira, auxiliados por bons companhei
cionados
ros e secretariados pela diligência capaz do sr. Inocêncio Cesimbra.
cas, entre initras, sobre direito comercial e câmbio. Também restringem o âmbito
res franceses, sobretudo, que dita a idLevando em conta essas autorizadas
palavras, redigi um projeto que foi trans formado, na íntegra, no dec. lei federal
decreto.s-lcis
federais,
ii.os
24.475 e 1.344.
O poder de legislar, sup!t'ti\-o e a>m-
Na Bôlsa de Comércio de Buenos Ai
24.475, de 27 de junho de 1934.
plcmenlar, outorgado pelo nrt, 6 da
Ne.s.se diploma, pela primeira vez, fa
res existem c funcionam 15 entidades di
Constituição Federal de 1946, não altera a verdade das consideraçõés acima.
ferentes, com pessoal, direção e objeti-
lou a legislação federal nas Bolsas dos Estados (arf. 1.°), que ficaram obriga das a "cumprir e fazer cumprir, nas suas respectivas praças-, tôdas as leis' federais , sobre cambio etc."
Depois, e coin longa fúndairientação, formulei um projeto que maiá penetran
Estabelecidas essas jn-emissas irretorqnívei.s, rjue se baseiam sòlidamente no direito e na realidade bi.stórica, eonehiise que existe legalmente a Bôlsa Oficial de "Viiipres da Bahia, antònonia, funcio nando de acordo co.m as lei.s fe
para sua atividade, não só isolada como
derais
e
as
"do
Estado.
Ao
lado
mesmo em cooperação umas com as ou
desta, também com autonomia e dis
tras, objetivando a formação do Mercado
ciplinada por outras regras dé di reito (leis e regulamentos da União
Nacional de Valores Mobiliários.
Foi
aquele projeto consubstanciado no dec. lei n.'^ 1.344, de 13 de junho de 1939. A ementa respectiva já indica seu novo
e
do Estado
ciedade
e
os
e.statutos
da
so
civil), funciona, a Bôlsa de
Mercadorias da Bahia. ; .i.t-t.ij''A
I
três classes de corretores figuradas pe^ navios e de mercadorias.
o projeto cie Regulamento da Cam^ . ra Sindical da Bòlsa. c^e IMl, com 694 artigos, consolidação das .eis e regula-
\os diversos. E essa coordenação de es
n.entos da União c do Estado sobre Bol
sas, constitui uma prova apreciável da capacidade e dc desejo de aperfeiçoa-
na Bahia, como acentua Osmar Gomes,
mento dos corretores da Bahia. Papéis de Bôlsa Precisa ter a Bôlsa de Valores da Ba hia mais papéis de bôlsa para negociar, como títulos de dívida pública, da União, do Estado e dos Municípios da Bahia, e, títulos particulares, como as ações e
em estudo publicado no Jornal, do Co
as debèntures.
forços só tem trazido benefícios para a
As duas Jiólsas
de valores e lhes traçasse normas comuns
temente estruturasse a vida da.s bolsas
n.° 807 passpu a contar a 1 raça d. ^
.homens
competentes e dignos, que se compre
Nesta conjuntura, é a lição dos escrito tima palavra."
dois
,
que disciplinou a atividade a '' Comércio do Rio de Janeiro. Pelo dec.
a Bahia e o Brasil. E
Bôlsa de Buenos Aires e para a econo
mia dti Argentina. Tra dição Baia nu
Prende-se a longínquo passado a idéia de construir-se, um m.ercado organizado mércio (1-II-948).
A 12 de maio de 1807, o Governador da Bahia, Conde da Ponte, enviou um
ofício à Câmara de Salvador, em que se
esboçava aquele an.seio. É o desembar gador João Rodrigues de Brito, ouvido a
Para formar o pviblico bolsístico, ne cessário e fundamental para o. funciona mento da Bòlsa, o Governo poderia emi
tir os bônus rotativos, avanço de receita do Tesouro, cujas séries se resgatam e se emitem em cada mês. Êsses títulos de
05=3-
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DJOKSTO
a objetivar a Bôlsa do Rio de Janeiro, como expressamente se manifestava nas ementas e nos artigos iniciais de seus principais diplomas legislativos sobre a matéria: lei n." 354, de 16 de dezembro de 1895 e dec. n." 2.475, de 13 de
março de 1897. Por isso ponderava CarvaJho de Mendonça:
"É de lamentar que sobre as operações de bôlsa não tenhamos expressa legisla ção, emanada do Congresso Nacional, ór gão exclusivo competente para ésse fim". "Criaram as bolsas, mas do principal não se cogitou."
EcONtíMlCÜ
rumo, por se referir às hòtsa.s de valores. Portanto, é uma legi.s'ação que vigora cm,todo o Brasil, operante no .setor ein (jiie a União pode e de\e agir, sem sc intrometer nem cercear a competência legislali\'u dos Estado.s-, na medida e ^extensão (jiie a doutrina lhes reconhece e a jiiri.spriidencia lhes assegura. Diante dessas consideraç-ões ineontt>-
109
Dicesto EcoNó^^co
E com rara felicidade e efeito útil vi vem amba.s na mesma sede, com o mes
respeito, focalizou o problema com mais
mo pessoal, com a mesma secretaria, sob a égide da Associação Comercial da Ba-: hia, e da sociedade civil. As disposições legais que regem cada uma dessas ins
de Noronha e Brito, a 15 de julho de
nitidez. E o Condó dos Arcos, D. Marcos
1811, dando começo de execução à ini
ciativa, criou a Praça do Comércio da Bahia. E Praça do Comércio, como mais
tarde definiu o Código Comercial Bra sileiro, no arl. 32, "é não só o local, mas também a reunião dos comercian
tituições c seus objetivos são bem pre cisos e diferenciaclo.s para não se con
táveis, é indi.sculível que os Estados po
fundirem c para não perturbarem, uma os serviços da outra. Pelo contrário, sua
dem instituir bolsas, nomear corretores c
coligação de esforços vem aumentar sua
tes, capitães e mestres de navios, cor retores e mais pessoas empregada.s no
legislar sobre a matéria, uma vez cjue se
eficiência, e, para cada uma, tornar me
comércio".
mantenham dentro de sua esfera de ação.
nos dispendiosos os gastos gerais. E de
Fi.xu os contornos desta a Constitui
Praça do Comércio é bôlsa. A "8 de julho de 1851, o Go% èrno
mais a mais, um vi\o
do hnpério laixou <. dec^ n." 807 (e
E ainda:
ção Federal de 1946, iluminada pela
ideal comum as anima
"Os juizes e advogados não sabem
tradição eonstitueionaí brasileira. E es-
e fraterniza sua coope
também o de n.'' 808 para Pernambuc^).
como solver as questões que lhes são propostas, porque o-próprio regulamento para as operações praticadas no Distrito
pecinlnienle para o caso em apreço, o seu art. 5. n." XV, letra a e k. <(ue
ração, o de bem servir
estendendo a rigéncia do
expressamente entrega à União, e só a
dirigem as duas insti-
Federal é falho e contraditório, e leva al gumas vezes a conclusões inaceitáveis.
elii, o direito de formular normas jurídi
tuições
hia com 4 corretores para cada uma das
daquela esfera de ação a legislaçãiS fe
endem e se completam, os .srs. Antônio Osmar Gomes e Alberto de Magalhães
Io dec. n." 806: de fundos públicos, de
deral comum e notudamcnle ó,s já jnrii-
Ferreira, auxiliados por bons companhei
cionados
ros e secretariados pela diligência capaz do sr. Inocêncio Cesimbra.
cas, entre initras, sobre direito comercial e câmbio. Também restringem o âmbito
res franceses, sobretudo, que dita a idLevando em conta essas autorizadas
palavras, redigi um projeto que foi trans formado, na íntegra, no dec. lei federal
decreto.s-lcis
federais,
ii.os
24.475 e 1.344.
O poder de legislar, sup!t'ti\-o e a>m-
Na Bôlsa de Comércio de Buenos Ai
24.475, de 27 de junho de 1934.
plcmenlar, outorgado pelo nrt, 6 da
Ne.s.se diploma, pela primeira vez, fa
res existem c funcionam 15 entidades di
Constituição Federal de 1946, não altera a verdade das consideraçõés acima.
ferentes, com pessoal, direção e objeti-
lou a legislação federal nas Bolsas dos Estados (arf. 1.°), que ficaram obriga das a "cumprir e fazer cumprir, nas suas respectivas praças-, tôdas as leis' federais , sobre cambio etc."
Depois, e coin longa fúndairientação, formulei um projeto que maiá penetran
Estabelecidas essas jn-emissas irretorqnívei.s, rjue se baseiam sòlidamente no direito e na realidade bi.stórica, eonehiise que existe legalmente a Bôlsa Oficial de "Viiipres da Bahia, antònonia, funcio nando de acordo co.m as lei.s fe
para sua atividade, não só isolada como
derais
e
as
"do
Estado.
Ao
lado
mesmo em cooperação umas com as ou
desta, também com autonomia e dis
tras, objetivando a formação do Mercado
ciplinada por outras regras dé di reito (leis e regulamentos da União
Nacional de Valores Mobiliários.
Foi
aquele projeto consubstanciado no dec. lei n.'^ 1.344, de 13 de junho de 1939. A ementa respectiva já indica seu novo
e
do Estado
ciedade
e
os
e.statutos
da
so
civil), funciona, a Bôlsa de
Mercadorias da Bahia. ; .i.t-t.ij''A
I
três classes de corretores figuradas pe^ navios e de mercadorias.
o projeto cie Regulamento da Cam^ . ra Sindical da Bòlsa. c^e IMl, com 694 artigos, consolidação das .eis e regula-
\os diversos. E essa coordenação de es
n.entos da União c do Estado sobre Bol
sas, constitui uma prova apreciável da capacidade e dc desejo de aperfeiçoa-
na Bahia, como acentua Osmar Gomes,
mento dos corretores da Bahia. Papéis de Bôlsa Precisa ter a Bôlsa de Valores da Ba hia mais papéis de bôlsa para negociar, como títulos de dívida pública, da União, do Estado e dos Municípios da Bahia, e, títulos particulares, como as ações e
em estudo publicado no Jornal, do Co
as debèntures.
forços só tem trazido benefícios para a
As duas Jiólsas
de valores e lhes traçasse normas comuns
temente estruturasse a vida da.s bolsas
n.° 807 passpu a contar a 1 raça d. ^
.homens
competentes e dignos, que se compre
Nesta conjuntura, é a lição dos escrito tima palavra."
dois
,
que disciplinou a atividade a '' Comércio do Rio de Janeiro. Pelo dec.
a Bahia e o Brasil. E
Bôlsa de Buenos Aires e para a econo
mia dti Argentina. Tra dição Baia nu
Prende-se a longínquo passado a idéia de construir-se, um m.ercado organizado mércio (1-II-948).
A 12 de maio de 1807, o Governador da Bahia, Conde da Ponte, enviou um
ofício à Câmara de Salvador, em que se
esboçava aquele an.seio. É o desembar gador João Rodrigues de Brito, ouvido a
Para formar o pviblico bolsístico, ne cessário e fundamental para o. funciona mento da Bòlsa, o Governo poderia emi
tir os bônus rotativos, avanço de receita do Tesouro, cujas séries se resgatam e se emitem em cada mês. Êsses títulos de
TfffT'
r DrcENTo Econômico
110
bòlsa, rigorosamente resgatados em ca da mês, viriam folgar o Tesouro do Es tado, concorreriam para lhe coletar re
f
da hoje tão tênue e tão tarda. E essa cir culação, quanto a valores, cüi,sas e di
que se entrosam e que só podem ser efi
nheiro, compreenderá não só o presente
cientes se um estiver em função do ou
cursos e teriam um efeito de educação financeira nas massas.
mas também o juturo, saindo do mo
tro. Pois não pode haver sistema ban cário digno desse nome sem banco cen
mento que pas.su para projetar-se no
tral, e banco central .sem open-market,
Também seria bom que o Governo, a Bôlsa, as instituições de classe promo
tempo, desbordando do disponível, ma
c este sem bôlsa e mercado de valores.
terial, para o têrmo, imatcríal, mas real
Por isso, o Presidente Enrico Gaspar Du
vessem campanhas em prol do empre
como aquéle. Também se poderia criar,
tra e o ministro Pedro Luís Correia e
go das economias em títulos púb!ico.s,
nas e.scolas .superiores da Bahia, regidas
Ca.stro prestarão mais um assinalado ser
em sociedades anônimas e debêntures.
por professores tão ilustres, cadeiras es peciais .sobre bôlsas e bancos, assuntos
viço ao Brasil se, como se espera, orga
Os Municípios do Estado devem fazer campanha igual, principalmente quanto aos seus próprios títulos, que de\'em ser
delo de contrato por escritura pública dêsses empréstimos municipais, tal como são feitos em São Paulo e também no Bio Grande do Sul. E também dei.xei
um modelo dos contratos de empréstimo por meio de debêntures. Com esse trabalho ir-se-á formando o
crédito municipal e o crédito industrial.
Sem aquéle, terá muito pouca utilidade prática a autonomia municipal, e sem éste, ver-.se-á a indústria privada de um forte auxiliar de seu progresso, que é o crédito a longo prazo. E também devem ser cotados na Bôlsa da Bahia os principai.s títulos públicos e particulares do, Brasil, e, mais tarde, os estrangeiros e vice-versa. Também os principais títulos da Bahia, públicos e particulares, pre cisam ser negociados nas bòl.sas do Bra-
Veja-se a que ponto de eficiência che gou a vida financeira no
dados no Brasil e mesmo fora dele.
diretamente emitidos por ôles, .sem ga rantia daquele. Dei.xei na Bôlsa um mo
nizarem neste ano o Banco Central.
especializados e em geral trio mal estu Bòlsa de Mercadorias
Chile
Além do cacau, que é o terceiro pro
A capacidade construtora dos chile nos é o principal fator dêssc admirável
duto do Brasil, em ordem de valor de exportação, poder-se-ia cogitar de levar para a Bôlsa de Mercadorias mais outros
produtos padronizáveis, e portanto, cotáveís. Notei, aliás, que essa é a preocu
seu Banco Central, que as move com a
adequada elasticidade. Não preciso deter-me, por serem conhecidos, em ou
tros aspectos da civüiziição chilena, co
à Bôlsa de Mercadorias, tal como a que
mo o de siui vida constitucional, o de
existe em Buenos Aires — Bolsa de Ca
seu direito público, o de sua preocupa
nados S/A. junto à Bôlsa de Comér
ção educativa, o de seu senso do np-
cio. (1)
mento social que o mundo atravessa. Grandes Exemplos
O Chile tem sabido conciliar os inte
assina se plasmará o Mercado Nacional e
Sem mencionar outros exemplos e sem sair das Américas, precisa o Brasil re
resses do capital com os do trabalho c harmonizar os do indivíduo com os da
Americano de Valores Mobiliários, tão
fletir e meditar sobre o que se vem pas
coletividade. Os pequenos têm recebido as outorgas legais devidas. As iniciati
.sil, e, futuramente, no estrangeiro. Só
tros mais, pelos canais concentradores das bôlsas, que os coletam e depois os distribuem novamente, animando a eco nomia nacional e robustecendo as suas finanças, em seu trabalho
c de incremento de tôda a atnidade do país, na órbita interna e extenra.
E a propósito, lè-se .«> Boletim da
Bòlsa de Santiago:
_
"Na atualidade, a instituição aprescn
ta média de operações superior ^ nados dias dos anos de
Santiago e de Valparaí.so, que tanto se cli.stinguem nas Américas, regu'ada.s pelo
va instituição poderia funcionar ligada
bancárias, de seguros, de mineração, etc. E circulara todos esses valores, e ou
das as bolsas
eficiente; organizar bolsas como a de
Duarte que já tem um esboço de organi
presas agrícolas, industriais, comerciais,
capital e iniciativa do estrangeiro e ga conceber e praticar a instituição da so ciedade anônima de maneira particular e
zação de uma bôlsa de gados. Essa no
ciplinam riquezas no valor de 22.000 bilhões de pesos, nas diversas atividades privadas do Chile, concretizadas em em
resultado. Soube essa capacidade atrair rantir-lhe sua atividade útil e normal;
pação acentuada do sr. Governador, dos secretários drs. João da Costa Pinto Dantas Júnior e Nestor Duarte, e dos diretores da Associação Comercial e das Bôlsas. Contou-me até o dr. Nestor
111
Dicesto Econômico
i
qoÍ 1S5 .1
1936 e 1938 a Bòlsa de Comercio de
Santiago teve maior movimento e efe tuou nnúor número de transações em sua sala de pregões do que a Bolsa va Iorque, a maior do mundo .
E' o que se vê no Chile, que faz nulagres com a sua pequena população e com suas reduzidas riquezas naturais, quase isolado do mundo, de um lado cercado pela grandeza estonteante dos Andes, e do outro pela amphdao do Oceano Pacífico. Alteia-se o.Chile, ven cendo obstáculos ditos insuperáveis, e sobrepujando senhorilmente essas imensidades. E assim plasmou uma civiliza
ção. Traçou digna vereda de política construtora, fundada na tradição e reno vada por justos anseies sociais. Como se acaba de ver, no Chile, é
necessário para a formação criadora das
sando no Chile e no México, no setor
largas e vivificadoras correntes de capi
de bôlsas e no de movimentação de va
tais, que provocam os eficientes e im
lores mobiliários. Já nem falo na Argen
prescindíveis intercâmbios. E ao lado
tina e no Uruguai, países singularmente
senvolver-se esplêndidamente. Provam-
destes se robustecerá e se tornará mais célere no Brasil e nas Américas a circu
ricos e que possuem admirável organiza ção bancária e de bôlsas, aparelhamentos
no a intensidade de movimento de ope
Kincionamento conjugado das tres ins tituições que se completam: sociedades anônimas, bancos (sistematizados pelo
rações de suas bôlsas e a pujança de
banco central) e bôlsas.
lação de idéias, de coi.sas, de pessoas, de valores, de dinheiro, circulação ain
(1) Ernesto Barbosa Tomanik
—
de Comércio de Buenos Aires.
BõUa
í
vas privadas, fecundas e realizadoras, têm encontrado terreno propício para de
suas sociedades anônimas. As sociedade.s anônimas e as bôlsas condicionam e dis-
surpreendente o efeito útil obtido pelo
Também se nota grande esforço de sis-
TfffT'
r DrcENTo Econômico
110
bòlsa, rigorosamente resgatados em ca da mês, viriam folgar o Tesouro do Es tado, concorreriam para lhe coletar re
f
da hoje tão tênue e tão tarda. E essa cir culação, quanto a valores, cüi,sas e di
que se entrosam e que só podem ser efi
nheiro, compreenderá não só o presente
cientes se um estiver em função do ou
cursos e teriam um efeito de educação financeira nas massas.
mas também o juturo, saindo do mo
tro. Pois não pode haver sistema ban cário digno desse nome sem banco cen
mento que pas.su para projetar-se no
tral, e banco central .sem open-market,
Também seria bom que o Governo, a Bôlsa, as instituições de classe promo
tempo, desbordando do disponível, ma
c este sem bôlsa e mercado de valores.
terial, para o têrmo, imatcríal, mas real
Por isso, o Presidente Enrico Gaspar Du
vessem campanhas em prol do empre
como aquéle. Também se poderia criar,
tra e o ministro Pedro Luís Correia e
go das economias em títulos púb!ico.s,
nas e.scolas .superiores da Bahia, regidas
Ca.stro prestarão mais um assinalado ser
em sociedades anônimas e debêntures.
por professores tão ilustres, cadeiras es peciais .sobre bôlsas e bancos, assuntos
viço ao Brasil se, como se espera, orga
Os Municípios do Estado devem fazer campanha igual, principalmente quanto aos seus próprios títulos, que de\'em ser
delo de contrato por escritura pública dêsses empréstimos municipais, tal como são feitos em São Paulo e também no Bio Grande do Sul. E também dei.xei
um modelo dos contratos de empréstimo por meio de debêntures. Com esse trabalho ir-se-á formando o
crédito municipal e o crédito industrial.
Sem aquéle, terá muito pouca utilidade prática a autonomia municipal, e sem éste, ver-.se-á a indústria privada de um forte auxiliar de seu progresso, que é o crédito a longo prazo. E também devem ser cotados na Bôlsa da Bahia os principai.s títulos públicos e particulares do, Brasil, e, mais tarde, os estrangeiros e vice-versa. Também os principais títulos da Bahia, públicos e particulares, pre cisam ser negociados nas bòl.sas do Bra-
Veja-se a que ponto de eficiência che gou a vida financeira no
dados no Brasil e mesmo fora dele.
diretamente emitidos por ôles, .sem ga rantia daquele. Dei.xei na Bôlsa um mo
nizarem neste ano o Banco Central.
especializados e em geral trio mal estu Bòlsa de Mercadorias
Chile
Além do cacau, que é o terceiro pro
A capacidade construtora dos chile nos é o principal fator dêssc admirável
duto do Brasil, em ordem de valor de exportação, poder-se-ia cogitar de levar para a Bôlsa de Mercadorias mais outros
produtos padronizáveis, e portanto, cotáveís. Notei, aliás, que essa é a preocu
seu Banco Central, que as move com a
adequada elasticidade. Não preciso deter-me, por serem conhecidos, em ou
tros aspectos da civüiziição chilena, co
à Bôlsa de Mercadorias, tal como a que
mo o de siui vida constitucional, o de
existe em Buenos Aires — Bolsa de Ca
seu direito público, o de sua preocupa
nados S/A. junto à Bôlsa de Comér
ção educativa, o de seu senso do np-
cio. (1)
mento social que o mundo atravessa. Grandes Exemplos
O Chile tem sabido conciliar os inte
assina se plasmará o Mercado Nacional e
Sem mencionar outros exemplos e sem sair das Américas, precisa o Brasil re
resses do capital com os do trabalho c harmonizar os do indivíduo com os da
Americano de Valores Mobiliários, tão
fletir e meditar sobre o que se vem pas
coletividade. Os pequenos têm recebido as outorgas legais devidas. As iniciati
.sil, e, futuramente, no estrangeiro. Só
tros mais, pelos canais concentradores das bôlsas, que os coletam e depois os distribuem novamente, animando a eco nomia nacional e robustecendo as suas finanças, em seu trabalho
c de incremento de tôda a atnidade do país, na órbita interna e extenra.
E a propósito, lè-se .«> Boletim da
Bòlsa de Santiago:
_
"Na atualidade, a instituição aprescn
ta média de operações superior ^ nados dias dos anos de
Santiago e de Valparaí.so, que tanto se cli.stinguem nas Américas, regu'ada.s pelo
va instituição poderia funcionar ligada
bancárias, de seguros, de mineração, etc. E circulara todos esses valores, e ou
das as bolsas
eficiente; organizar bolsas como a de
Duarte que já tem um esboço de organi
presas agrícolas, industriais, comerciais,
capital e iniciativa do estrangeiro e ga conceber e praticar a instituição da so ciedade anônima de maneira particular e
zação de uma bôlsa de gados. Essa no
ciplinam riquezas no valor de 22.000 bilhões de pesos, nas diversas atividades privadas do Chile, concretizadas em em
resultado. Soube essa capacidade atrair rantir-lhe sua atividade útil e normal;
pação acentuada do sr. Governador, dos secretários drs. João da Costa Pinto Dantas Júnior e Nestor Duarte, e dos diretores da Associação Comercial e das Bôlsas. Contou-me até o dr. Nestor
111
Dicesto Econômico
i
qoÍ 1S5 .1
1936 e 1938 a Bòlsa de Comercio de
Santiago teve maior movimento e efe tuou nnúor número de transações em sua sala de pregões do que a Bolsa va Iorque, a maior do mundo .
E' o que se vê no Chile, que faz nulagres com a sua pequena população e com suas reduzidas riquezas naturais, quase isolado do mundo, de um lado cercado pela grandeza estonteante dos Andes, e do outro pela amphdao do Oceano Pacífico. Alteia-se o.Chile, ven cendo obstáculos ditos insuperáveis, e sobrepujando senhorilmente essas imensidades. E assim plasmou uma civiliza
ção. Traçou digna vereda de política construtora, fundada na tradição e reno vada por justos anseies sociais. Como se acaba de ver, no Chile, é
necessário para a formação criadora das
sando no Chile e no México, no setor
largas e vivificadoras correntes de capi
de bôlsas e no de movimentação de va
tais, que provocam os eficientes e im
lores mobiliários. Já nem falo na Argen
prescindíveis intercâmbios. E ao lado
tina e no Uruguai, países singularmente
senvolver-se esplêndidamente. Provam-
destes se robustecerá e se tornará mais célere no Brasil e nas Américas a circu
ricos e que possuem admirável organiza ção bancária e de bôlsas, aparelhamentos
no a intensidade de movimento de ope
Kincionamento conjugado das tres ins tituições que se completam: sociedades anônimas, bancos (sistematizados pelo
rações de suas bôlsas e a pujança de
banco central) e bôlsas.
lação de idéias, de coi.sas, de pessoas, de valores, de dinheiro, circulação ain
(1) Ernesto Barbosa Tomanik
—
de Comércio de Buenos Aires.
BõUa
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vas privadas, fecundas e realizadoras, têm encontrado terreno propício para de
suas sociedades anônimas. As sociedade.s anônimas e as bôlsas condicionam e dis-
surpreendente o efeito útil obtido pelo
Também se nota grande esforço de sis-
TfffT'
r DrcENTo Econômico
110
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f
da hoje tão tênue e tão tarda. E essa cir culação, quanto a valores, cüi,sas e di
que se entrosam e que só podem ser efi
nheiro, compreenderá não só o presente
cientes se um estiver em função do ou
cursos e teriam um efeito de educação financeira nas massas.
mas também o juturo, saindo do mo
tro. Pois não pode haver sistema ban cário digno desse nome sem banco cen
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tral, e banco central .sem open-market,
Também seria bom que o Governo, a Bôlsa, as instituições de classe promo
tempo, desbordando do disponível, ma
c este sem bôlsa e mercado de valores.
terial, para o têrmo, imatcríal, mas real
Por isso, o Presidente Enrico Gaspar Du
vessem campanhas em prol do empre
como aquéle. Também se poderia criar,
tra e o ministro Pedro Luís Correia e
go das economias em títulos púb!ico.s,
nas e.scolas .superiores da Bahia, regidas
Ca.stro prestarão mais um assinalado ser
em sociedades anônimas e debêntures.
por professores tão ilustres, cadeiras es peciais .sobre bôlsas e bancos, assuntos
viço ao Brasil se, como se espera, orga
Os Municípios do Estado devem fazer campanha igual, principalmente quanto aos seus próprios títulos, que de\'em ser
delo de contrato por escritura pública dêsses empréstimos municipais, tal como são feitos em São Paulo e também no Bio Grande do Sul. E também dei.xei
um modelo dos contratos de empréstimo por meio de debêntures. Com esse trabalho ir-se-á formando o
crédito municipal e o crédito industrial.
Sem aquéle, terá muito pouca utilidade prática a autonomia municipal, e sem éste, ver-.se-á a indústria privada de um forte auxiliar de seu progresso, que é o crédito a longo prazo. E também devem ser cotados na Bôlsa da Bahia os principai.s títulos públicos e particulares do, Brasil, e, mais tarde, os estrangeiros e vice-versa. Também os principais títulos da Bahia, públicos e particulares, pre cisam ser negociados nas bòl.sas do Bra-
Veja-se a que ponto de eficiência che gou a vida financeira no
dados no Brasil e mesmo fora dele.
diretamente emitidos por ôles, .sem ga rantia daquele. Dei.xei na Bôlsa um mo
nizarem neste ano o Banco Central.
especializados e em geral trio mal estu Bòlsa de Mercadorias
Chile
Além do cacau, que é o terceiro pro
A capacidade construtora dos chile nos é o principal fator dêssc admirável
duto do Brasil, em ordem de valor de exportação, poder-se-ia cogitar de levar para a Bôlsa de Mercadorias mais outros
produtos padronizáveis, e portanto, cotáveís. Notei, aliás, que essa é a preocu
seu Banco Central, que as move com a
adequada elasticidade. Não preciso deter-me, por serem conhecidos, em ou
tros aspectos da civüiziição chilena, co
à Bôlsa de Mercadorias, tal como a que
mo o de siui vida constitucional, o de
existe em Buenos Aires — Bolsa de Ca
seu direito público, o de sua preocupa
nados S/A. junto à Bôlsa de Comér
ção educativa, o de seu senso do np-
cio. (1)
mento social que o mundo atravessa. Grandes Exemplos
O Chile tem sabido conciliar os inte
assina se plasmará o Mercado Nacional e
Sem mencionar outros exemplos e sem sair das Américas, precisa o Brasil re
resses do capital com os do trabalho c harmonizar os do indivíduo com os da
Americano de Valores Mobiliários, tão
fletir e meditar sobre o que se vem pas
coletividade. Os pequenos têm recebido as outorgas legais devidas. As iniciati
.sil, e, futuramente, no estrangeiro. Só
tros mais, pelos canais concentradores das bôlsas, que os coletam e depois os distribuem novamente, animando a eco nomia nacional e robustecendo as suas finanças, em seu trabalho
c de incremento de tôda a atnidade do país, na órbita interna e extenra.
E a propósito, lè-se .«> Boletim da
Bòlsa de Santiago:
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"Na atualidade, a instituição aprescn
ta média de operações superior ^ nados dias dos anos de
Santiago e de Valparaí.so, que tanto se cli.stinguem nas Américas, regu'ada.s pelo
va instituição poderia funcionar ligada
bancárias, de seguros, de mineração, etc. E circulara todos esses valores, e ou
das as bolsas
eficiente; organizar bolsas como a de
Duarte que já tem um esboço de organi
presas agrícolas, industriais, comerciais,
capital e iniciativa do estrangeiro e ga conceber e praticar a instituição da so ciedade anônima de maneira particular e
zação de uma bôlsa de gados. Essa no
ciplinam riquezas no valor de 22.000 bilhões de pesos, nas diversas atividades privadas do Chile, concretizadas em em
resultado. Soube essa capacidade atrair rantir-lhe sua atividade útil e normal;
pação acentuada do sr. Governador, dos secretários drs. João da Costa Pinto Dantas Júnior e Nestor Duarte, e dos diretores da Associação Comercial e das Bôlsas. Contou-me até o dr. Nestor
111
Dicesto Econômico
i
qoÍ 1S5 .1
1936 e 1938 a Bòlsa de Comercio de
Santiago teve maior movimento e efe tuou nnúor número de transações em sua sala de pregões do que a Bolsa va Iorque, a maior do mundo .
E' o que se vê no Chile, que faz nulagres com a sua pequena população e com suas reduzidas riquezas naturais, quase isolado do mundo, de um lado cercado pela grandeza estonteante dos Andes, e do outro pela amphdao do Oceano Pacífico. Alteia-se o.Chile, ven cendo obstáculos ditos insuperáveis, e sobrepujando senhorilmente essas imensidades. E assim plasmou uma civiliza
ção. Traçou digna vereda de política construtora, fundada na tradição e reno vada por justos anseies sociais. Como se acaba de ver, no Chile, é
necessário para a formação criadora das
sando no Chile e no México, no setor
largas e vivificadoras correntes de capi
de bôlsas e no de movimentação de va
tais, que provocam os eficientes e im
lores mobiliários. Já nem falo na Argen
prescindíveis intercâmbios. E ao lado
tina e no Uruguai, países singularmente
senvolver-se esplêndidamente. Provam-
destes se robustecerá e se tornará mais célere no Brasil e nas Américas a circu
ricos e que possuem admirável organiza ção bancária e de bôlsas, aparelhamentos
no a intensidade de movimento de ope
Kincionamento conjugado das tres ins tituições que se completam: sociedades anônimas, bancos (sistematizados pelo
rações de suas bôlsas e a pujança de
banco central) e bôlsas.
lação de idéias, de coi.sas, de pessoas, de valores, de dinheiro, circulação ain
(1) Ernesto Barbosa Tomanik
—
de Comércio de Buenos Aires.
BõUa
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vas privadas, fecundas e realizadoras, têm encontrado terreno propício para de
suas sociedades anônimas. As sociedade.s anônimas e as bôlsas condicionam e dis-
surpreendente o efeito útil obtido pelo
Também se nota grande esforço de sis-
Tnr
Dioesto
112
México
Verifica-se nesse país uma construti va reestruturação financeira, com formas
novas, principalmente na parte que se relaciona com os valores mobiliários e
sua negociação em Incisa. O ST. Geraldo O. Banaskiwilz, culto c
sagaz publicista financeiro, na série de artigos intitulados — A Evolução do Mercado de Capitais —• que publicou no "O Estado de São Paulo", salientou
o (juanto do interessante e. merecedor
tável instituição brasileira tem sabido
captar e fornecer para o Brasil enor mes .somas cie poupanças que, cx)nio imensa
usina, transforma em enormes
massa.s de capitais, que se concretizjim em empreendimentos e serviços. E essa ação realizadora da Bòlsu de Valores
não se Ümitu a São Paulo, poixjue se estende pelo Brasil em uma impressio nante projeção nacional. E também não se isola unibiteralmcnte só 'em servir os
o México vem desen\'oK'endo para
governos, etn suas emissões, porque se
capitais.
Em 1946, criou o Governo do Mé.xi-
posta de delegados dos Bancos, da Bolsa
O crédito municipal e o crédito dehenturãrio, (jue a Bolsa de Valores de São Paulo maneja com galhardia, muito
e dos diversos Ministérios, com a atri buição de intensificar o \'olume dos tí
tulos e encaminhar sua negociação para o público pregão da Bolsa. E o México soltou no mercado de valores novas es
serviços, de modo a se tornar cada x'ez mai.s, como .se tornou, um centro de es
nus de economia e também as cédulas
tudos c de cultura.
hipotecárias e os bônus hipotecários, espécies de títulos mais conhecidos. Patenteiam esses exemplos edifican tes, do Chile, do México e de outros tão
conhecidos países, de população relati vamente pequena, como a Argentina, Uruguai, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, e outros, o quanto
pode conseguir a técnica financeira na obtenção reprodutiva de recursos para
empreendimentos do poder público e
E a Bôlsa de São Paulo, no seguir
. 100 . . 92 . . 16.5 .
. . .
.
. 100
.
.
.
. 107
.
.
. 1.58 .
.
.
. 145
1934 .
.
.
. 174 .
.
.
1935 . 1936 .
.
.
. 175 .
.
.
.
. 255 .
.
instituições, notadamente a
.
58
.
75
.
95
.
67
1932 1933 1934 1935 1936
ho
mesmo
pe-
sobre debéntures naquelas dvxas
2.386
642
. 3.605 . 1.792,
2.660 1.684 2.684
880 416
981
TÍTULOS
te admitidas à negociação das bôlsas. E para, animar o mercado dc títulos parti culares, que antes já se vinha alentando.
a negociaçãò dos valores particulares es tá tomando acentuado relevo, e mais do
que na Bôlsa dd Rio, como observa Ge raldo O. Banaskiwitz, na citada série de
artigos {"O Estado dc São Paulo" — 22-III-948)
TRANSAÇÕES
Rio de Janeiro
São Paulo
í
, 1946
1947
1947
TÍTULOS PÚBLICOS
Obrigações Federais Apólices Federais . . ; Obrigações de São Paulo ...... ■
Apólices dos Estados
Mercadorias de São Paulo, mundialmen te conhecida.s, c as Bôlsas de Pôrt»
.Apólices Municipais Vendas judiciais, leilões
..! ^;
350,1
193,6
218,9
3,0 18,5 181,7 37,9
1,8
124,8
■
15,6 187,9
97^5
23,8
23,3
43,1 ■
A'egre e de Santos, que se engrandecem. Nas Bólsas do Rio e São Paulo, anti
: .
gamente, eram bem vivos os mercados • de títulos particulares; depois fraqueaferença, a negociação dos títulos públi cos, também pelo aumento das emissões
*
.Ações de Bancos e Companhias -.
esse fato:
■
422,7
.507,6
211,0
316,9
37,5 .3,2
15,5 3,5
' 251,7
335,9
260,9 16,7
Vendas a prazo ... .............
O estudo que publiquei no Jornal do Comércio (6-1-938) põe em evidência
. .. 591,2
TÍTULOS PARTICULARES '
destes.
palestra e manifestar ao Governador da
anônimas passaram a ser obrigatoriamen
(em milhares de cruzeiros)
"Víilores do Rio de Janeiro e a Bolsa de
teligentemente a ação dos bancos, das
Como tive a satisfação de expor em
setembro de 1946, sábio ato do presiden te Enrico Gaspar Dutra o do e.x-ministro Gastão Vidigal, as açãés das sociedades
E na Bôlsa de Valores de São Paulo, Seio Paulo
VALOR DAS
Bolsa de
ram, predominando, com acentuada di
As Bolsas do Brasil
Nas duas Bólsas foram bem pequenos os negócios sobre debêntures. Mas com a expedição do dec. lei n." 9.783, de 6 de
essa medida veio concorrer fortemente
Rio
essa trajetória, sempre encontrou a me lhor colaboração por parte .de outras
da iniciativa particular, combinando in sociedades anônimas e das bolsas.
. . .
tèm concorrido para o progresso do Es tado. E ainda se alça aquela Bolsa jjor mais amplas alturas, aperfeiçoando seus
os certificados de participação, os bô
pécies de títulos, como os bônus gerais,
. . .
Bôlsas:
ções e movimentações das sociedades anônimas.
Privados
1929 . 1930 . 1931 . 1932 1933 .
menos Mais ou ríodo as operações diminuiram também
alarga inagnífieainente por todo o cam po da iniciativa particular, nas forma
co a Comissão Nacional de Vateres, com
113
Públicos
Bahia, muito devo o Estado de São Pau lo à sua Bolsa de Valores. Pois essa no
de estudo acurado se encontra no esforço
a mcMioria orgânica de seu mercado de
Digesto EcoNÓNnco
Eco^ómicií
1
308,6
Tnr
Dioesto
112
México
Verifica-se nesse país uma construti va reestruturação financeira, com formas
novas, principalmente na parte que se relaciona com os valores mobiliários e
sua negociação em Incisa. O ST. Geraldo O. Banaskiwilz, culto c
sagaz publicista financeiro, na série de artigos intitulados — A Evolução do Mercado de Capitais —• que publicou no "O Estado de São Paulo", salientou
o (juanto do interessante e. merecedor
tável instituição brasileira tem sabido
captar e fornecer para o Brasil enor mes .somas cie poupanças que, cx)nio imensa
usina, transforma em enormes
massa.s de capitais, que se concretizjim em empreendimentos e serviços. E essa ação realizadora da Bòlsu de Valores
não se Ümitu a São Paulo, poixjue se estende pelo Brasil em uma impressio nante projeção nacional. E também não se isola unibiteralmcnte só 'em servir os
o México vem desen\'oK'endo para
governos, etn suas emissões, porque se
capitais.
Em 1946, criou o Governo do Mé.xi-
posta de delegados dos Bancos, da Bolsa
O crédito municipal e o crédito dehenturãrio, (jue a Bolsa de Valores de São Paulo maneja com galhardia, muito
e dos diversos Ministérios, com a atri buição de intensificar o \'olume dos tí
tulos e encaminhar sua negociação para o público pregão da Bolsa. E o México soltou no mercado de valores novas es
serviços, de modo a se tornar cada x'ez mai.s, como .se tornou, um centro de es
nus de economia e também as cédulas
tudos c de cultura.
hipotecárias e os bônus hipotecários, espécies de títulos mais conhecidos. Patenteiam esses exemplos edifican tes, do Chile, do México e de outros tão
conhecidos países, de população relati vamente pequena, como a Argentina, Uruguai, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, e outros, o quanto
pode conseguir a técnica financeira na obtenção reprodutiva de recursos para
empreendimentos do poder público e
E a Bôlsa de São Paulo, no seguir
. 100 . . 92 . . 16.5 .
. . .
.
. 100
.
.
.
. 107
.
.
. 1.58 .
.
.
. 145
1934 .
.
.
. 174 .
.
.
1935 . 1936 .
.
.
. 175 .
.
.
.
. 255 .
.
instituições, notadamente a
.
58
.
75
.
95
.
67
1932 1933 1934 1935 1936
ho
mesmo
pe-
sobre debéntures naquelas dvxas
2.386
642
. 3.605 . 1.792,
2.660 1.684 2.684
880 416
981
TÍTULOS
te admitidas à negociação das bôlsas. E para, animar o mercado dc títulos parti culares, que antes já se vinha alentando.
a negociaçãò dos valores particulares es tá tomando acentuado relevo, e mais do
que na Bôlsa dd Rio, como observa Ge raldo O. Banaskiwitz, na citada série de
artigos {"O Estado dc São Paulo" — 22-III-948)
TRANSAÇÕES
Rio de Janeiro
São Paulo
í
, 1946
1947
1947
TÍTULOS PÚBLICOS
Obrigações Federais Apólices Federais . . ; Obrigações de São Paulo ...... ■
Apólices dos Estados
Mercadorias de São Paulo, mundialmen te conhecida.s, c as Bôlsas de Pôrt»
.Apólices Municipais Vendas judiciais, leilões
..! ^;
350,1
193,6
218,9
3,0 18,5 181,7 37,9
1,8
124,8
■
15,6 187,9
97^5
23,8
23,3
43,1 ■
A'egre e de Santos, que se engrandecem. Nas Bólsas do Rio e São Paulo, anti
: .
gamente, eram bem vivos os mercados • de títulos particulares; depois fraqueaferença, a negociação dos títulos públi cos, também pelo aumento das emissões
*
.Ações de Bancos e Companhias -.
esse fato:
■
422,7
.507,6
211,0
316,9
37,5 .3,2
15,5 3,5
' 251,7
335,9
260,9 16,7
Vendas a prazo ... .............
O estudo que publiquei no Jornal do Comércio (6-1-938) põe em evidência
. .. 591,2
TÍTULOS PARTICULARES '
destes.
palestra e manifestar ao Governador da
anônimas passaram a ser obrigatoriamen
(em milhares de cruzeiros)
"Víilores do Rio de Janeiro e a Bolsa de
teligentemente a ação dos bancos, das
Como tive a satisfação de expor em
setembro de 1946, sábio ato do presiden te Enrico Gaspar Dutra o do e.x-ministro Gastão Vidigal, as açãés das sociedades
E na Bôlsa de Valores de São Paulo, Seio Paulo
VALOR DAS
Bolsa de
ram, predominando, com acentuada di
As Bolsas do Brasil
Nas duas Bólsas foram bem pequenos os negócios sobre debêntures. Mas com a expedição do dec. lei n." 9.783, de 6 de
essa medida veio concorrer fortemente
Rio
essa trajetória, sempre encontrou a me lhor colaboração por parte .de outras
da iniciativa particular, combinando in sociedades anônimas e das bolsas.
. . .
tèm concorrido para o progresso do Es tado. E ainda se alça aquela Bolsa jjor mais amplas alturas, aperfeiçoando seus
os certificados de participação, os bô
pécies de títulos, como os bônus gerais,
. . .
Bôlsas:
ções e movimentações das sociedades anônimas.
Privados
1929 . 1930 . 1931 . 1932 1933 .
menos Mais ou ríodo as operações diminuiram também
alarga inagnífieainente por todo o cam po da iniciativa particular, nas forma
co a Comissão Nacional de Vateres, com
113
Públicos
Bahia, muito devo o Estado de São Pau lo à sua Bolsa de Valores. Pois essa no
de estudo acurado se encontra no esforço
a mcMioria orgânica de seu mercado de
Digesto EcoNÓNnco
Eco^ómicií
1
308,6
Dicesto
114
Os mercados da Bahia
A Bôlsa da Bahia, pela sua tradição,
pela capacidade de seu pessoal, pelo am paro poderoso que o governo e as diver sas classes lhe dispensam, precisa inten sificar sua ação de modo a se tomar
um eficiente aparelho estimulador da economia baiana. Principalmente ne.sta
EcoNóinco
A Bòlsa da Bahia terá de ser uma das
grande plano dc reativação da econo mia baiana, que tanto avulta pela sua
com as outra.s Bolsas do Brasil, um dos c'ementos de movimentação lítil do
riqueza potencial. Èssc enorme p'ano,
tèm sido debatidos pelas direç-ões das Bôlsas, e notadamente pela Bôlsa Ofi cial de Valores de São Paulo.
formosamente elaborado, para ser pôsto em execução, além de tempo e de pes
Banashiwitz, Carlos Escobar Filho e Eg-
soal, demanda muito recurso financeiro. Onde obtô-lo, fora da fonte tributária, senão no mercado de capitais, na Bahia,
.salientado diversos aspectos bastante in
open-market. cuja estruturação se há de
fazer ao lado do Banco Central, antiga aspiração nacional. Sei que o deputado Horácio Láfer, relator do projeto de lei sôbre o Banco Câmara Federal, como reafirmação de
do crédito, que tão vitoriosamente robustece a fôrça produtora e a vida fi
sua capacidade e de .seu conhecimento do assunto, vai plasmar seu parecer na
nanceira de outros países. E enquanto a estreiteza jacobina, sempre rubra de
demonstração de que a reforma bancá
Central na Comissão de Finanças da
ria se deve aliar a medidas que fortale çam e dinamizem o mercado sistemá
tico de capitais c possibilitem facilida de de créditos para as sociedades anô nimas e para outras entidades que em
e danoso nacionalismo, encaminham-se para outros países os especialistas, as ini ciativas e os capitais estrangeiros. Esquecem-se esses retardados de que o mundo cada vez mais .se apequena e de que êle todo se cristaliza em um só
preendam. E também sei que aquele deputado, para completar sua concep ção, está redigindo um projeto de lei, permitindo a emissão de outros tipos
mercado, como uma das expressões da
de debêntures, além dos ordenados, com
.solidariedade soberana que envolve e
e .sem garantia hipotecária, pela lei n.°
vincula os povos na vida da comunhão internacional. Mas assim como o sepa
177 A, de 15 de setembro de 1893. Essa
ratismo provinciano se desmoralizou e
ve'ha lei, quando em di.scussão no Sena do Federal, Fulgurantemente relatada
se desvaneceu, pe^a sua nenhuma base,
pe^o senador Rui Barbosa, já prestou
vencido pela potência imperativa do sen
bons .serviços à economia brasileira, mas
timento e da idéia de pátria comum, una e indivisível, também os absurdos
nada impede que outra a complete, per mitindo que repontem outros tipos de
e excessos xenófobos v<ão ruindo e tom
debêntures, de acordo com novas ne
bando, destruídos pelos golpes dos acon tecimentos e dos postulados da econo
cessidades dos novos tempos. O pro fessor Túlio Ascarelli, e.specialista em
mia, das finanças e da história. E for mam assim o Mercado Nacional e o
sociedades anônimas, de reputação uni versal, aplaude o propósito do deputado
Americano de Valores Mobiliários, ideal prático, que a 5.^ Conferência Comercial
guras de debêntures.
Pan-Americana, reunida em Buenos Ai
res em 1936, já consagrou pela Reco
Horácio Láfer, de instituir outras fi Outra razão forte solicita a intensida
de de trabalho da Bôlsa da Bahia: a
mendação n.° 61, registrada na União
execução do plano do dr. Inácio Tosta
Pan-Americana e a Conferência Intera-
Fillio. Êste baiano ilustre, a pedido do
mericana de Bôlsas perfilhou em suas
Governador, nas cogitações nobres de altos intuitos admini.strativos, gizou um
sessões, realizadas em setembro de 1947.
115
Dicesto Econômico
vigas mestras desses sistemas e também,
fase, em que o Brasil se anima a enve redar pela larga estrada da economia
ardor, se esfalfa em querer renovar ve lhos e estufados argumentos de falso
r
Os publicistas financeiros Geraldo O. berto Fraga, em seus trabalhos, tem teressantes daqueles pontos.
e fora dela, nos centros nacionais e no
Estou certo de que o grande sonho do
estrangeiro? Por isso, impõe-se à Bôlsa da Bahia
saudo.so corretor Artur Ferreira e seus
mais essa finalidade, a de auxiliar a
companheiros, em outros tempos, e nos últimos, de Miguel Calmou Sobrinho e
e.xecução do plano Tosta Filho, ligan-
de seus amigos da Associação Comercial
do-o não só à movimentação dos capi
e da Bôlsa, há de concretiz;\r-se em radio.sa e útil realidade.
tais locais, mas também aos nacionais e
aos do estrangeiro. E ainda mais: imp.õese à Bôlsa da Bahia e às outras do País
prepararem-se para servir com efeito útil a economia nacional, na emergên
cia que se vislumbra tão auspiciosa, da abertura da éra brasileira do petróleo.
Em parte alguma do Brasil, como na
E' o que penso, emprestando minha problema, para cuja solução o grande govêrno de Otávio Mangabeira ^em en
entusiástica colaboração nesta fase do vidando seus melhores esforços. E «ta.
para trazer o máximo de efeito u 'P cisa considerar o problenia no
^
r.' , V
Bahia, se antevê a possibilidade pró
em cada aspecto, o econômico e o t -
xima desse período áureo da economia
nanceiro, e sob o.s
I
são, o teórico e o praüco. . |
|
brasileira. E mais tarde, a Bôlsa de Va
lores da Bahia há de integrar-se, como as outras Bôlsas do Brasil, em outro ci
clo, que deve começar, o da bôlsa livre. Aquelas, para nascerem e .se desenvolve rem, não puderam e ainda não podem pre.scindir da tutela direta do poder pú blico. Mas aos poucos, e para melhor servirem a êste e ao interesse geral, ca
recem ir-se libertando, até que se tran,-»formem em bolsas livres, como as maio
res da Europa e das Américas. Nestas, só são oficiais as Bôlsas do Brasil e do
Paraguai, e naquela as da França. Todos êsses pontos, e outros mais,
de economia da univeis
brldge, A. C. Pigou:
"A e-xperiênda das déncias naturais ministra provas abundantes de que nem sempre é o estudo dos probletnas práti cos imediatos o que mais ajuda a praAlém
disso, é
de
se
lembrar
que o mundo se encontra no li miar milagroso da abertura da eco nomia atômica.
^
Dicesto
114
Os mercados da Bahia
A Bôlsa da Bahia, pela sua tradição,
pela capacidade de seu pessoal, pelo am paro poderoso que o governo e as diver sas classes lhe dispensam, precisa inten sificar sua ação de modo a se tomar
um eficiente aparelho estimulador da economia baiana. Principalmente ne.sta
EcoNóinco
A Bòlsa da Bahia terá de ser uma das
grande plano dc reativação da econo mia baiana, que tanto avulta pela sua
com as outra.s Bolsas do Brasil, um dos c'ementos de movimentação lítil do
riqueza potencial. Èssc enorme p'ano,
tèm sido debatidos pelas direç-ões das Bôlsas, e notadamente pela Bôlsa Ofi cial de Valores de São Paulo.
formosamente elaborado, para ser pôsto em execução, além de tempo e de pes
Banashiwitz, Carlos Escobar Filho e Eg-
soal, demanda muito recurso financeiro. Onde obtô-lo, fora da fonte tributária, senão no mercado de capitais, na Bahia,
.salientado diversos aspectos bastante in
open-market. cuja estruturação se há de
fazer ao lado do Banco Central, antiga aspiração nacional. Sei que o deputado Horácio Láfer, relator do projeto de lei sôbre o Banco Câmara Federal, como reafirmação de
do crédito, que tão vitoriosamente robustece a fôrça produtora e a vida fi
sua capacidade e de .seu conhecimento do assunto, vai plasmar seu parecer na
nanceira de outros países. E enquanto a estreiteza jacobina, sempre rubra de
demonstração de que a reforma bancá
Central na Comissão de Finanças da
ria se deve aliar a medidas que fortale çam e dinamizem o mercado sistemá
tico de capitais c possibilitem facilida de de créditos para as sociedades anô nimas e para outras entidades que em
e danoso nacionalismo, encaminham-se para outros países os especialistas, as ini ciativas e os capitais estrangeiros. Esquecem-se esses retardados de que o mundo cada vez mais .se apequena e de que êle todo se cristaliza em um só
preendam. E também sei que aquele deputado, para completar sua concep ção, está redigindo um projeto de lei, permitindo a emissão de outros tipos
mercado, como uma das expressões da
de debêntures, além dos ordenados, com
.solidariedade soberana que envolve e
e .sem garantia hipotecária, pela lei n.°
vincula os povos na vida da comunhão internacional. Mas assim como o sepa
177 A, de 15 de setembro de 1893. Essa
ratismo provinciano se desmoralizou e
ve'ha lei, quando em di.scussão no Sena do Federal, Fulgurantemente relatada
se desvaneceu, pe^a sua nenhuma base,
pe^o senador Rui Barbosa, já prestou
vencido pela potência imperativa do sen
bons .serviços à economia brasileira, mas
timento e da idéia de pátria comum, una e indivisível, também os absurdos
nada impede que outra a complete, per mitindo que repontem outros tipos de
e excessos xenófobos v<ão ruindo e tom
debêntures, de acordo com novas ne
bando, destruídos pelos golpes dos acon tecimentos e dos postulados da econo
cessidades dos novos tempos. O pro fessor Túlio Ascarelli, e.specialista em
mia, das finanças e da história. E for mam assim o Mercado Nacional e o
sociedades anônimas, de reputação uni versal, aplaude o propósito do deputado
Americano de Valores Mobiliários, ideal prático, que a 5.^ Conferência Comercial
guras de debêntures.
Pan-Americana, reunida em Buenos Ai
res em 1936, já consagrou pela Reco
Horácio Láfer, de instituir outras fi Outra razão forte solicita a intensida
de de trabalho da Bôlsa da Bahia: a
mendação n.° 61, registrada na União
execução do plano do dr. Inácio Tosta
Pan-Americana e a Conferência Intera-
Fillio. Êste baiano ilustre, a pedido do
mericana de Bôlsas perfilhou em suas
Governador, nas cogitações nobres de altos intuitos admini.strativos, gizou um
sessões, realizadas em setembro de 1947.
115
Dicesto Econômico
vigas mestras desses sistemas e também,
fase, em que o Brasil se anima a enve redar pela larga estrada da economia
ardor, se esfalfa em querer renovar ve lhos e estufados argumentos de falso
r
Os publicistas financeiros Geraldo O. berto Fraga, em seus trabalhos, tem teressantes daqueles pontos.
e fora dela, nos centros nacionais e no
Estou certo de que o grande sonho do
estrangeiro? Por isso, impõe-se à Bôlsa da Bahia
saudo.so corretor Artur Ferreira e seus
mais essa finalidade, a de auxiliar a
companheiros, em outros tempos, e nos últimos, de Miguel Calmou Sobrinho e
e.xecução do plano Tosta Filho, ligan-
de seus amigos da Associação Comercial
do-o não só à movimentação dos capi
e da Bôlsa, há de concretiz;\r-se em radio.sa e útil realidade.
tais locais, mas também aos nacionais e
aos do estrangeiro. E ainda mais: imp.õese à Bôlsa da Bahia e às outras do País
prepararem-se para servir com efeito útil a economia nacional, na emergên
cia que se vislumbra tão auspiciosa, da abertura da éra brasileira do petróleo.
Em parte alguma do Brasil, como na
E' o que penso, emprestando minha problema, para cuja solução o grande govêrno de Otávio Mangabeira ^em en
entusiástica colaboração nesta fase do vidando seus melhores esforços. E «ta.
para trazer o máximo de efeito u 'P cisa considerar o problenia no
^
r.' , V
Bahia, se antevê a possibilidade pró
em cada aspecto, o econômico e o t -
xima desse período áureo da economia
nanceiro, e sob o.s
I
são, o teórico e o praüco. . |
|
brasileira. E mais tarde, a Bôlsa de Va
lores da Bahia há de integrar-se, como as outras Bôlsas do Brasil, em outro ci
clo, que deve começar, o da bôlsa livre. Aquelas, para nascerem e .se desenvolve rem, não puderam e ainda não podem pre.scindir da tutela direta do poder pú blico. Mas aos poucos, e para melhor servirem a êste e ao interesse geral, ca
recem ir-se libertando, até que se tran,-»formem em bolsas livres, como as maio
res da Europa e das Américas. Nestas, só são oficiais as Bôlsas do Brasil e do
Paraguai, e naquela as da França. Todos êsses pontos, e outros mais,
de economia da univeis
brldge, A. C. Pigou:
"A e-xperiênda das déncias naturais ministra provas abundantes de que nem sempre é o estudo dos probletnas práti cos imediatos o que mais ajuda a praAlém
disso, é
de
se
lembrar
que o mundo se encontra no li miar milagroso da abertura da eco nomia atômica.
^
ír^TTirTT
Digesto Econômico
Karl Marx, um acontecimento de 1848
117
giu com Engcls c o passe de mágica que
Em assim que êle escrevia, em 1S4S
reduz a uma fórmula êssc sintoma c
justamente, em o "Neue Rhoinischc Zcilung , condenando a sociedade cm
essa aglutinação. "A história de toda a CÂNüiix> Mota Filho
to nesse documento, — exceto a história
Cjue vivia para dc.spertar uma nova .so ciedade, plasmada das ein'zas do ca
o niar.\ismo, que \c'in procurando tra çar um roteiro pura os rumos da ci\ili-
da comunidade primiti\.a, foi a. liistória
pitalismo.
da luta de classes. Libertos e escravos,
O socialismo, para Marx, envolveu a
palmente os movimentos revolucionários,
zução.
em Paris e om Berlim. Mas, houve um
vida, como uma verdade bíblica. Não é apenas prognose, mas o Verbo; não é
outro acontecimento que, no momento,
• Assim, cm 1848, depois de ter pere grinado por mundos imaginários.
patrícios e p.ebciis, barões e servos, patrôe.s e operários, enfim opressores e oprimidos sempre estiveram ein eterno
não foi considerado em seus devidos ter
Marx consegue, pclo.s seus estudos eci>-
antagonismo e alimentaram uma líitu
mos: —. o manifesto comunista. E com
nómicos, influir na vida.
ininterrupta, ora franca, ora dissimula
só profecia, mas progrãma; não é só fat;ilismo, mas ciência. E pOr ter justa mente essa amplitude e por pretender justamente ser uma interpretação do
pM 1848 grandes acontecimentos preo cuparam a Velha Europa, princi
o manifesto, o aparecimento definitivo, no palco polític-o, da figura de Karl Mar.x.
Marx, de fato, não é apenas um pen
sociedade até agora existente, está escri
desde 1844 quando, aludindo ao fim
trução revolucionária do edifício social
inglório
ou com a ruína geral das classes em
mundo, o marxismo penetra por toda parte, quer .saber de tudo e se torn:; us-
lula."
.sim mais um acontecimento do que uma
da
investigação
aristotélica,
sador, um político ou um re\o!ucioná-
acentuava que Arístólelcs não poderia
rio. Ê'c é, como diria o seu l)iógrafo Sidney Hook, um liomem-acoutecíhiento.
ter prosscguido em .suas investigações, porque a .sociedade grega se apoia\a na
De 1848 para cá, a história te\-e néle
c.scravidão c "tinha por ba.se natural a
uma referencia. Por certo ({ue êle não
desigualdade entre o.s homens".
imaginaria isso. Como Kousseaii, não
podaria calcular que o.s seus planos fos sem além de seus planos. Ma,s foram.
da, determinada sempre por uma recons
A sua preocupação econômica vinha
acrescenta, —
verdade. Destruía mitos para construir
época da burguesia, distingue-se, to davia, das demais porque simplificou os antagonismos de clu.sse. Cada vez mais a sociedade se centraliza em dois grupos
quitetar novas, amesquinha\a a políti ca para restaurá-la, dc tal modo, que
"A nos-sa ópoca, —
O valor, como relação de igualdade, seria o móvel de uma revolução defini
inimigos, em duas grandes classes que
novos mitos. Desfazia crenças para ar
Benedclto Cvoce cognominou Marx - o "Maquiavel do prolctáviado".
tiva. Revelando o enigma do valor, que a esfinge dius amiíições humanas guar
lutam uma contra a outra i — a burgue
Marx é, na verdade, esse fabuloso acon tecimento, que não sal de nossas preocu
sia e o proletariado."
ma da revolução no aço do industiia-
dava através dos séculos,. Marx substi
pações, que SC cbama "marxismo".
tuiria uma sociedade de seres de.siguais
Diante d sso, Marx, com (j seu profetismo racial, afirma: — "O escopo su
lismo, no espírito de fábrica, no desper tar dó imenso potencial da classe obreí-
premo da minha obra é a descoberta dU lei econômica da evolução cia sociedade
jiem jurídica, mas pro\-indo da imperio
Sidney Hoolc, que é um insatisfeito dentro desse acontecimento, escreveu so
por uma .sociedade de seres econòmieainente iguais. •
bre. Marx um livro primoroso — Tfuvürds
Mas o marxismo era um acontecimen
the Under.stancling Karl Marx,- no qual
to. E Marx, de 1848 em diante, era mui
moderna, isto é, da sociedade capitalista burguesa".
se verifica que realmente este perdeu
to mai.s fruto de sua própria obra do
E, ao invés de partir do homein-po-
suas dirnensões individuais para tornar-
que autor da mesma. Quem encara, pa-
se um acontecimento. Por isso êle não
norâmicainente, -o marxi.smo, como fe
litico de Aristóteles, parte do liomemeconómico. Esgotadas, para êle, as arí-
escreveu- para os ortodoxos — nof loritíGn htj an orthodox, mas para todos os que parricipain, direta ou indiretamente, de
nômeno cultural e social, vê que êle é
tigrts bases fundamentais do poder pú
um sintoma e uma aglutinação. Marx é
blico, havia apenas uma burguesia .sem fé em si mesma, "sem fé no po\o, mal dizendo 'os que estão por cima, trêmula dos que estão por baixo, receo.sa da
sua influência. Pois êle mesmo, como ob.servu Hook, não afirmou: "}e ne suis paji un marxiste"?
E.ssa
pergunta
um sintoma, como um anunciador de
esperanças. E é uma aglutinação, pela
capacidade que teve de congregar ele mentos
que,
mundo
moderno,
no
1
tempestade mundial; sem energia para
interessa é o acon
gregar-se. O manifesto co
qualquer direção, pronta para plag ar to das as regras, sem espírito algum de iniciativa; velharia apodrecida,,condena da a guiar pelos seus interesses senis os primeiros entusiasmos da juvêntu-
tecimento, isto é,
munista que redi-
dé..."
ficou no ar sem
nãí)
resposta,
meios
porque
na realidade o que
i aViú-.
tinham
para
tido
con
Para isso Marx afiava a nosa ar
ra. A nü\a arma não ser.a religiosa,
sa necessidade humana e, portanto, fàci menté manejável pelo homem comum. As legiões icvolucionárias não seriam formadas pelos místicos desta ou da quela religião, deste ou daquele inte resse peculiar, mas da necessidade de todos. "O comuni.smo, dizia Marx, para nós, não é uma condição que deverá es tabelecer um ideal. Damos o nome de
comuni.smo ao movimento real que su
prime as condiç-ões atuais." O marxismo não era assim uma so
lução, mas
uma
negação
diabólica,
.iiina fôrça de supressão da.ordem, pela exploração de todos os insatisfeitos. A sua cartada, por isso, poderia ser deci
siva. Não era um golpe de momento.
ír^TTirTT
Digesto Econômico
Karl Marx, um acontecimento de 1848
117
giu com Engcls c o passe de mágica que
Em assim que êle escrevia, em 1S4S
reduz a uma fórmula êssc sintoma c
justamente, em o "Neue Rhoinischc Zcilung , condenando a sociedade cm
essa aglutinação. "A história de toda a CÂNüiix> Mota Filho
to nesse documento, — exceto a história
Cjue vivia para dc.spertar uma nova .so ciedade, plasmada das ein'zas do ca
o niar.\ismo, que \c'in procurando tra çar um roteiro pura os rumos da ci\ili-
da comunidade primiti\.a, foi a. liistória
pitalismo.
da luta de classes. Libertos e escravos,
O socialismo, para Marx, envolveu a
palmente os movimentos revolucionários,
zução.
em Paris e om Berlim. Mas, houve um
vida, como uma verdade bíblica. Não é apenas prognose, mas o Verbo; não é
outro acontecimento que, no momento,
• Assim, cm 1848, depois de ter pere grinado por mundos imaginários.
patrícios e p.ebciis, barões e servos, patrôe.s e operários, enfim opressores e oprimidos sempre estiveram ein eterno
não foi considerado em seus devidos ter
Marx consegue, pclo.s seus estudos eci>-
antagonismo e alimentaram uma líitu
mos: —. o manifesto comunista. E com
nómicos, influir na vida.
ininterrupta, ora franca, ora dissimula
só profecia, mas progrãma; não é só fat;ilismo, mas ciência. E pOr ter justa mente essa amplitude e por pretender justamente ser uma interpretação do
pM 1848 grandes acontecimentos preo cuparam a Velha Europa, princi
o manifesto, o aparecimento definitivo, no palco polític-o, da figura de Karl Mar.x.
Marx, de fato, não é apenas um pen
sociedade até agora existente, está escri
desde 1844 quando, aludindo ao fim
trução revolucionária do edifício social
inglório
ou com a ruína geral das classes em
mundo, o marxismo penetra por toda parte, quer .saber de tudo e se torn:; us-
lula."
.sim mais um acontecimento do que uma
da
investigação
aristotélica,
sador, um político ou um re\o!ucioná-
acentuava que Arístólelcs não poderia
rio. Ê'c é, como diria o seu l)iógrafo Sidney Hook, um liomem-acoutecíhiento.
ter prosscguido em .suas investigações, porque a .sociedade grega se apoia\a na
De 1848 para cá, a história te\-e néle
c.scravidão c "tinha por ba.se natural a
uma referencia. Por certo ({ue êle não
desigualdade entre o.s homens".
imaginaria isso. Como Kousseaii, não
podaria calcular que o.s seus planos fos sem além de seus planos. Ma,s foram.
da, determinada sempre por uma recons
A sua preocupação econômica vinha
acrescenta, —
verdade. Destruía mitos para construir
época da burguesia, distingue-se, to davia, das demais porque simplificou os antagonismos de clu.sse. Cada vez mais a sociedade se centraliza em dois grupos
quitetar novas, amesquinha\a a políti ca para restaurá-la, dc tal modo, que
"A nos-sa ópoca, —
O valor, como relação de igualdade, seria o móvel de uma revolução defini
inimigos, em duas grandes classes que
novos mitos. Desfazia crenças para ar
Benedclto Cvoce cognominou Marx - o "Maquiavel do prolctáviado".
tiva. Revelando o enigma do valor, que a esfinge dius amiíições humanas guar
lutam uma contra a outra i — a burgue
Marx é, na verdade, esse fabuloso acon tecimento, que não sal de nossas preocu
sia e o proletariado."
ma da revolução no aço do industiia-
dava através dos séculos,. Marx substi
pações, que SC cbama "marxismo".
tuiria uma sociedade de seres de.siguais
Diante d sso, Marx, com (j seu profetismo racial, afirma: — "O escopo su
lismo, no espírito de fábrica, no desper tar dó imenso potencial da classe obreí-
premo da minha obra é a descoberta dU lei econômica da evolução cia sociedade
jiem jurídica, mas pro\-indo da imperio
Sidney Hoolc, que é um insatisfeito dentro desse acontecimento, escreveu so
por uma .sociedade de seres econòmieainente iguais. •
bre. Marx um livro primoroso — Tfuvürds
Mas o marxismo era um acontecimen
the Under.stancling Karl Marx,- no qual
to. E Marx, de 1848 em diante, era mui
moderna, isto é, da sociedade capitalista burguesa".
se verifica que realmente este perdeu
to mai.s fruto de sua própria obra do
E, ao invés de partir do homein-po-
suas dirnensões individuais para tornar-
que autor da mesma. Quem encara, pa-
se um acontecimento. Por isso êle não
norâmicainente, -o marxi.smo, como fe
litico de Aristóteles, parte do liomemeconómico. Esgotadas, para êle, as arí-
escreveu- para os ortodoxos — nof loritíGn htj an orthodox, mas para todos os que parricipain, direta ou indiretamente, de
nômeno cultural e social, vê que êle é
tigrts bases fundamentais do poder pú
um sintoma e uma aglutinação. Marx é
blico, havia apenas uma burguesia .sem fé em si mesma, "sem fé no po\o, mal dizendo 'os que estão por cima, trêmula dos que estão por baixo, receo.sa da
sua influência. Pois êle mesmo, como ob.servu Hook, não afirmou: "}e ne suis paji un marxiste"?
E.ssa
pergunta
um sintoma, como um anunciador de
esperanças. E é uma aglutinação, pela
capacidade que teve de congregar ele mentos
que,
mundo
moderno,
no
1
tempestade mundial; sem energia para
interessa é o acon
gregar-se. O manifesto co
qualquer direção, pronta para plag ar to das as regras, sem espírito algum de iniciativa; velharia apodrecida,,condena da a guiar pelos seus interesses senis os primeiros entusiasmos da juvêntu-
tecimento, isto é,
munista que redi-
dé..."
ficou no ar sem
nãí)
resposta,
meios
porque
na realidade o que
i aViú-.
tinham
para
tido
con
Para isso Marx afiava a nosa ar
ra. A nü\a arma não ser.a religiosa,
sa necessidade humana e, portanto, fàci menté manejável pelo homem comum. As legiões icvolucionárias não seriam formadas pelos místicos desta ou da quela religião, deste ou daquele inte resse peculiar, mas da necessidade de todos. "O comuni.smo, dizia Marx, para nós, não é uma condição que deverá es tabelecer um ideal. Damos o nome de
comuni.smo ao movimento real que su
prime as condiç-ões atuais." O marxismo não era assim uma so
lução, mas
uma
negação
diabólica,
.iiina fôrça de supressão da.ordem, pela exploração de todos os insatisfeitos. A sua cartada, por isso, poderia ser deci
siva. Não era um golpe de momento.
Digesto
118
Econômico
os erros acumulados. Percebendo, como
\'usto programa de rebeldia .social. "O Capital de Marx, escrçve Pareto, é o livro santo do socialismo e êle possui, cin caráter elevado, o que se encontra em todos os Üvros santos, isto é, o vago
ninguém, a ditadura dos fatos, a soli
e o c:bscuro."
dariedade dos próprios burgueses à lógica dos sólidos, ao materia ismo eco
Resguardado pelo jogo dialético, que c.xp ica todas as contradições da vida,
nômico, êle jogou com êsses dados, e
o marxismo não se afigura nem mais
prometeu o domínio dos fatos sôbre os
mas ii vida renovando-se por si mes
ma, que encontraria apoio na injustiça
■ humana, apressando a renovação.
Marx edifícou a sua trincheira com
homens e das coisas sôbre as consciên
como uma doutrina, mas só como um acontecimento! Não interessa, no mo
cias. Assistiu à queda do iluminismo, viu,
mento, saber se as previsões de Marx
na Inglaterra, tomada pelo entusiasmo
foram realit^das, se está certa a dou trina da mais valia, se é evidente a
industrial, o desaparecimento do "enlightment period". Assistiu ao aperfei
P A N PRODUÇÃO agrícola brasileira caiu nos últimos anos, quer em virtude da
redução da área cultivada, quer em con seqüência da diminuição da produção por hectare. A devastação de nosso solo tomou-se
assim angustioso e grave problema, a
desafiar no,ssa capacidade de povo. O prof. Djalma Guimarães, geólogo e mineralogista de renome internacional, as
teoria da miséria crescente. O que im çoamento da técnica e dos planos que . porta é que êle aconteç-a com a inten ela sugeria. Tudo isso tinha para êle ção de suprimir as condições atuais. Assim, quando êle se faz carne na apenas o seu lado negativo. Todas as
sim resumiu a situação de nossas terras:
realizações serviam para a queda da
velha
ordem burguesa. E assinalava então do artezanato, as grandes depressões so
nhas da ditadura estalinista paru escure cer as esperanças de -paz no mundo, êle representa tão só cem anos de acon
clínio de sua capacidade produtiva. Es ta é a principal razão pela qual a indús tria agrícola e.stá em franca decadên
ciais, as greves, as revoluções, os impe-
tecimentos negativos, que se acumula
com lápis vermelho o desaparecimento
— "O solo brasileiro quase em sua totalidade e especialmente nas regiões cultivadas, \'em sofrendo contínuo de
Rússia e marcha dentro das li
cia.
É dever comezinho de qualquer
governo investigar as causas e adotar
rialismos, os oprimidos, os empobreci
ram para abalar a civilização em suas
dos.
bases.
Está Marx daí por diante, como as sinala Sidney Hook, ao sabor de tõdas as interpretações. A sua doutrina
O marxismo provém, como fôrça, dos erros que aconteceram, dessa descristianização dos cristãos, a que se referiu
iniciar uma campanha de reconstitui-ção da fertilidade do solo.
não é mais sua. Está no gõsto de uma certa elite intelectual, está na tendência de certas camadas populares.
Bardiaeff. Ê^e marclia sôbre nós como
a mais audaciosa tentativa de destruição
cendentes de industrialização "à outran-
Assim, apesar de tôdas as pretensões
científicas que essa doutrina possui, ela
tural, nas suas bases tradicionais e efe tivas.
Urge adotar medidas no sentido de
soerguer a indústria agrícola, pois sua
mais graves do que se podem avaliar. Até hoje nada foi feito em relação aos mais importantes problemas ligados
| 1
à conservação do sOlo, tais como prevenç<ão contra erosão, aumento de ren-
,J
dimento das colheitas, das pastagens e
J
reflorestamento.
í'
Não é de hoje que a ciência demonstrou ser o fósforo elemento necessário à
j ^
nutrição do homem, animais e plantas. O teor em fósforo de nossas terra.s,
após gerações de cultura, tem diminuí do e já atingiu limites inferiores aos co- ^j. nhecidos para terrenos medíocres ou estéreis. E' também sabido que a maior
parte do território nacional é constituí da de teiTas estéreis e as consi exa as
como boas não contêm metade o os o-
subalimentação e perde sua primitiva eficéncia?
Até hoje a proclamada ecanoniia di
rigida tem mantido restrições na produ ção agrícola e incentivado o desenvol-
ro exigido para o terreno férH .
Não será possível estabelecer uma indústria agrícola sõbre base sóhda, en quanto a regeneração das terras nao en trar na roHna do agricultor, ou melhor,
enquanto não forem restituídos a terra | os sais minerais que dela são retirado& pelas plantas.
A importância do fósforo nunca será de a produção econômica da agricultura, pois sua influência não e somente deci
seqüências desta planificação desarmôni-
siva no volume de produção, mas tam
ca já se fazem sentir.
É claro que não se pretende criticar a realização, em si, de um parque si
'
proclamada em demasia, e dele depen- |
metalúrgicas e manufatureiras. As con
v mento ilimitado das indústrias sídero-
|
deficiência acarretará malefícios muito
ralisar esse esgotamento. das terras e
ce" se o povo enfrenta um período de V
rasílciras
todos os métodos possíveis a fim de pa
O que adianta atacar problemas trans
cultural que se conhece e que só po derá ser contida pela ressurreição câj-
deixou de ser científica, para ser um
ICO
Alarmante o
bém na qualidade. Esta se reflete na v i alimentação do gado, e finalmente do ' povo.
í
Agrava-se a situação nas terras aban donadas, pois nelas se instala a erosão e, (
De Oítíubro de 1947 a janeiro de 1948, a Grã Bretanha economizou, graças ao corte nas cotas básicas de gasolina, 250.000 toneladas dêsse combustível, ou quase
derúrgico como o de Volta Redonda,
três milhões de libras que seriam pagas em dólares. O Ministério dos Combustívek
bilionária, erigida com o esfòrço de um
enquanto esta perdura, os processos bio- '
espera economizar, em um ano, nove milhões de libras na importação de gasolina.
povo faminto.
químicos são aniquilados e sobrevém a
mas sim o contraste de uma indústria
iTlftlfk
!
Digesto
118
Econômico
os erros acumulados. Percebendo, como
\'usto programa de rebeldia .social. "O Capital de Marx, escrçve Pareto, é o livro santo do socialismo e êle possui, cin caráter elevado, o que se encontra em todos os Üvros santos, isto é, o vago
ninguém, a ditadura dos fatos, a soli
e o c:bscuro."
dariedade dos próprios burgueses à lógica dos sólidos, ao materia ismo eco
Resguardado pelo jogo dialético, que c.xp ica todas as contradições da vida,
nômico, êle jogou com êsses dados, e
o marxismo não se afigura nem mais
prometeu o domínio dos fatos sôbre os
mas ii vida renovando-se por si mes
ma, que encontraria apoio na injustiça
■ humana, apressando a renovação.
Marx edifícou a sua trincheira com
homens e das coisas sôbre as consciên
como uma doutrina, mas só como um acontecimento! Não interessa, no mo
cias. Assistiu à queda do iluminismo, viu,
mento, saber se as previsões de Marx
na Inglaterra, tomada pelo entusiasmo
foram realit^das, se está certa a dou trina da mais valia, se é evidente a
industrial, o desaparecimento do "enlightment period". Assistiu ao aperfei
P A N PRODUÇÃO agrícola brasileira caiu nos últimos anos, quer em virtude da
redução da área cultivada, quer em con seqüência da diminuição da produção por hectare. A devastação de nosso solo tomou-se
assim angustioso e grave problema, a
desafiar no,ssa capacidade de povo. O prof. Djalma Guimarães, geólogo e mineralogista de renome internacional, as
teoria da miséria crescente. O que im çoamento da técnica e dos planos que . porta é que êle aconteç-a com a inten ela sugeria. Tudo isso tinha para êle ção de suprimir as condições atuais. Assim, quando êle se faz carne na apenas o seu lado negativo. Todas as
sim resumiu a situação de nossas terras:
realizações serviam para a queda da
velha
ordem burguesa. E assinalava então do artezanato, as grandes depressões so
nhas da ditadura estalinista paru escure cer as esperanças de -paz no mundo, êle representa tão só cem anos de acon
clínio de sua capacidade produtiva. Es ta é a principal razão pela qual a indús tria agrícola e.stá em franca decadên
ciais, as greves, as revoluções, os impe-
tecimentos negativos, que se acumula
com lápis vermelho o desaparecimento
— "O solo brasileiro quase em sua totalidade e especialmente nas regiões cultivadas, \'em sofrendo contínuo de
Rússia e marcha dentro das li
cia.
É dever comezinho de qualquer
governo investigar as causas e adotar
rialismos, os oprimidos, os empobreci
ram para abalar a civilização em suas
dos.
bases.
Está Marx daí por diante, como as sinala Sidney Hook, ao sabor de tõdas as interpretações. A sua doutrina
O marxismo provém, como fôrça, dos erros que aconteceram, dessa descristianização dos cristãos, a que se referiu
iniciar uma campanha de reconstitui-ção da fertilidade do solo.
não é mais sua. Está no gõsto de uma certa elite intelectual, está na tendência de certas camadas populares.
Bardiaeff. Ê^e marclia sôbre nós como
a mais audaciosa tentativa de destruição
cendentes de industrialização "à outran-
Assim, apesar de tôdas as pretensões
científicas que essa doutrina possui, ela
tural, nas suas bases tradicionais e efe tivas.
Urge adotar medidas no sentido de
soerguer a indústria agrícola, pois sua
mais graves do que se podem avaliar. Até hoje nada foi feito em relação aos mais importantes problemas ligados
| 1
à conservação do sOlo, tais como prevenç<ão contra erosão, aumento de ren-
,J
dimento das colheitas, das pastagens e
J
reflorestamento.
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Não é de hoje que a ciência demonstrou ser o fósforo elemento necessário à
j ^
nutrição do homem, animais e plantas. O teor em fósforo de nossas terra.s,
após gerações de cultura, tem diminuí do e já atingiu limites inferiores aos co- ^j. nhecidos para terrenos medíocres ou estéreis. E' também sabido que a maior
parte do território nacional é constituí da de teiTas estéreis e as consi exa as
como boas não contêm metade o os o-
subalimentação e perde sua primitiva eficéncia?
Até hoje a proclamada ecanoniia di
rigida tem mantido restrições na produ ção agrícola e incentivado o desenvol-
ro exigido para o terreno férH .
Não será possível estabelecer uma indústria agrícola sõbre base sóhda, en quanto a regeneração das terras nao en trar na roHna do agricultor, ou melhor,
enquanto não forem restituídos a terra | os sais minerais que dela são retirado& pelas plantas.
A importância do fósforo nunca será de a produção econômica da agricultura, pois sua influência não e somente deci
seqüências desta planificação desarmôni-
siva no volume de produção, mas tam
ca já se fazem sentir.
É claro que não se pretende criticar a realização, em si, de um parque si
'
proclamada em demasia, e dele depen- |
metalúrgicas e manufatureiras. As con
v mento ilimitado das indústrias sídero-
|
deficiência acarretará malefícios muito
ralisar esse esgotamento. das terras e
ce" se o povo enfrenta um período de V
rasílciras
todos os métodos possíveis a fim de pa
O que adianta atacar problemas trans
cultural que se conhece e que só po derá ser contida pela ressurreição câj-
deixou de ser científica, para ser um
ICO
Alarmante o
bém na qualidade. Esta se reflete na v i alimentação do gado, e finalmente do ' povo.
í
Agrava-se a situação nas terras aban donadas, pois nelas se instala a erosão e, (
De Oítíubro de 1947 a janeiro de 1948, a Grã Bretanha economizou, graças ao corte nas cotas básicas de gasolina, 250.000 toneladas dêsse combustível, ou quase
derúrgico como o de Volta Redonda,
três milhões de libras que seriam pagas em dólares. O Ministério dos Combustívek
bilionária, erigida com o esfòrço de um
enquanto esta perdura, os processos bio- '
espera economizar, em um ano, nove milhões de libras na importação de gasolina.
povo faminto.
químicos são aniquilados e sobrevém a
mas sim o contraste de uma indústria
iTlftlfk
!
Dic;kst<) Kcdxó-Mcct»
120
Dicesto Econômico
121
Enquanto o governo do.s E. Ü. A. cuida de siia.s rc.ser\'a.s para manter u
tística, de produção por unidade do
com que for debatido o problema da
incapaz de manter os elementos fertili
área, entre nossas terras cultivadas o de
transformação económico-social de nossa
zantes.
produção c preços ao ní\'el exigido pela
outros países eomo Argentina, Estados
indústria agro-pecuária e, se como geó
economia
Unido.s e Rússia, deixará o eéptico pou co disposto a discutir.
logos invadimos a seara alheia c porque
ciltrilidadc, visto como o solo se torna
É sabido que em muito.s casos o tra
nacional, o Estado de São
tamento de terras sujeitas à erosão é
Paulo aücna suas melhores jazidas a
uma questão de estímulo ao crescimen to de certas plantas, antes da reconsli-
cmprè.sas parlícii lares estrangeiras, que nenhum interesse podem ter no desen-
Do ponto de vista agronômico seria cstultície lançar um programa de lavou
tuição de suas reservas minerais.
NoKimcnto da indústria de fertilizantes, c muito menos da nossa agricultura.
ra
Se em outros países foi verificado (iiie a extração do fósforo dos seus solos, pelas colheitas, roçados, erosão e lixiviaç-ão, exceda enormemenle da adição
Dcsclc o governo de F. 13. Roosevelt
mecanizada
em
solo
sentimos no subsolo a impotência dc nosso solo para estrutxirar uma nação
talhada para melhores destinos hi.stó-
medíocre; ou
ricos.
Ou nos lançamos na luta pela regene
sáfaro, como o é a maior parte do solo
do mesmo, elemento sob forma de ferti lizantes, adubos -animais, irrigação e
•servas de fosfato cm benefício das gera
ração das terras, com o emprego judipela pobreza original em rt-servas mine cioso e em larga escala de fertilizantes, rais,' o fato é (pie não dispomos de' ou estaremos condenados a tragédia bio terras capazes de suportar o omus de lógica do hindu.
ções futuras.
uma lavoura mecanizada.
outros métodos, o que devemos dizer do .sü'o brasileiro onde nada disto .se
Além de imperiosa neste momento, é para nós questão de vida e morte a
pratica?
planificação de uma política objeti\-a.
(jue os Estados Unidos adotaram uma po lítica dc produção e conservação das re-
A adição de fósforo no solo deve .ser capuz de erguer as indústrias agrícolas feita em larga escala, sob a forma de. ao nível de uma eficiência econóimca. Um edifício sc erige pelos .seus ali fertilizitntes, derivados principalmente de rocha fosfática. Portanto é um proble ma nacional da maior-relevância, o su
cerces, e, logicamente, a mecanização
primento contínuo e adequado de ro
^nómíco, nem racional se o solo não
cha fosfática às indústrias produtoras
fòr preparado para o .seu niibcimo ren dimento.
Atualmente a nossa conliecidíi reser va de rocha- fosfática é relativamente
Um golpe de vista sobre o mapa geo lógico do Bra.sil revehi imediatamente a incapacidade da maior parte de seu território, paru eclosão de uma civili
pecjuena, para um programa de rege quanto a reserva mundial é de 7.200 mlMiões de toneladas,, no Brasil não ul trapassa 30 a 40 milhõe.s e isto mesmo
após a rqcente descoberta dos depósito.s de Araxá, em Minas Gerais.
Até hoje, a maior parte de nossas exigências provém da importação, pois
a produção da jazida de fosfato de Ipa
nema é ridícula e seus arrendatários não têm o menor interesse em melhorar os métodos de trabalho e produção.
'Nossa contribuição já se concretizou
na descoberta de depósitos de matéria-
Eis porque propomos começar pe'a
base, atacando o problema da produção
prima e provàvelmente outras jazidas
de fertilizantes e em "ultima rat"o", a
serão reveladas. Agora, o geólogo ce
derá a palavra e a ação àqueles sob
investigação dos depósitos de rocha fos
cuja responsabilidade repousa o desti
fática.
no de um povo."
Nunca seiá demasiada a insistência
f
zação nos moVles modernos de sua ma nifestação multiforme.
Dois terços da área arqueoproterozóicu, sem _ mencionar uc|ueías de caráter
semi-desértico e de clima impróprio a culturas sistemáticas e intensivas, repre sentam um óbice tremendo ao homem.
O domínio de condições mesológicas lios-
Os (mpor/rtí/fJic.v iiortc-nmericdnos de produtos hrasüeirçs jxcaíao hen^cuido^
quando entrarem cm c/gor as nooas concessões tarifárias reduzindo de dU a os direitos alfandegários sòhre mercadorias exportadas pelo Brasil para os Isstados Unidos.
•
,
r'
'
1
■!
Muitos dos jjrincipais produtos brasileiros, inclusive o cafe, a ceia de cainauba,
tis, e .sõlo inerte pela sua miséria em reservas minerais assimiladas pelos \-e-
as amêndoas de cacau, a castanha de babaçu, foram conservados na lista de arfi-
"getai.s, está a exigir esforço liercúleo e
do Pará e às sementes de mainona, dois outros principais produtos dc exportação
coordenado.
do Brasil para os Estados Unidos.
Assim, não deve o Governo descansfir c-nquanto seus geólogos não localizarem novos depósitos e investigarem exausti
A muitos pode parecer de efeito tea tral èsse quadro negro da situação ali
vamente os conhecidos, a fim de serem
mentar no Brasil. ,
avaliadas suas reservas.
Seja pelo esgotamento, seja
da lasoura nãti tem sentido, nem eco-
de fertilizantes.
neração intensiva de no.ssas terras. En
brasileiro.
Mas, uma ligeira comparação esta-
nos de entrada livre, ao passo que foram feitas concessões importantes a castanha
Na classificação de produtos vegetais não comestíveis, exceto as fibrois, sete ortiaos importados em quantidades variáveis do Brasil ^orão beneficiados peUis rc-
'ducões ou foram conservados em posições ,favoráveis. 'duções
Suo ó/çs: , — ülcy i de oilic.ca,■ óleo de hortelã, óleo de eucalipto, óleo de cuco, óleo de laranja, borracha crua
natural e charutos.
'Uu
!
Dic;kst<) Kcdxó-Mcct»
120
Dicesto Econômico
121
Enquanto o governo do.s E. Ü. A. cuida de siia.s rc.ser\'a.s para manter u
tística, de produção por unidade do
com que for debatido o problema da
incapaz de manter os elementos fertili
área, entre nossas terras cultivadas o de
transformação económico-social de nossa
zantes.
produção c preços ao ní\'el exigido pela
outros países eomo Argentina, Estados
indústria agro-pecuária e, se como geó
economia
Unido.s e Rússia, deixará o eéptico pou co disposto a discutir.
logos invadimos a seara alheia c porque
ciltrilidadc, visto como o solo se torna
É sabido que em muito.s casos o tra
nacional, o Estado de São
tamento de terras sujeitas à erosão é
Paulo aücna suas melhores jazidas a
uma questão de estímulo ao crescimen to de certas plantas, antes da reconsli-
cmprè.sas parlícii lares estrangeiras, que nenhum interesse podem ter no desen-
Do ponto de vista agronômico seria cstultície lançar um programa de lavou
tuição de suas reservas minerais.
NoKimcnto da indústria de fertilizantes, c muito menos da nossa agricultura.
ra
Se em outros países foi verificado (iiie a extração do fósforo dos seus solos, pelas colheitas, roçados, erosão e lixiviaç-ão, exceda enormemenle da adição
Dcsclc o governo de F. 13. Roosevelt
mecanizada
em
solo
sentimos no subsolo a impotência dc nosso solo para estrutxirar uma nação
talhada para melhores destinos hi.stó-
medíocre; ou
ricos.
Ou nos lançamos na luta pela regene
sáfaro, como o é a maior parte do solo
do mesmo, elemento sob forma de ferti lizantes, adubos -animais, irrigação e
•servas de fosfato cm benefício das gera
ração das terras, com o emprego judipela pobreza original em rt-servas mine cioso e em larga escala de fertilizantes, rais,' o fato é (pie não dispomos de' ou estaremos condenados a tragédia bio terras capazes de suportar o omus de lógica do hindu.
ções futuras.
uma lavoura mecanizada.
outros métodos, o que devemos dizer do .sü'o brasileiro onde nada disto .se
Além de imperiosa neste momento, é para nós questão de vida e morte a
pratica?
planificação de uma política objeti\-a.
(jue os Estados Unidos adotaram uma po lítica dc produção e conservação das re-
A adição de fósforo no solo deve .ser capuz de erguer as indústrias agrícolas feita em larga escala, sob a forma de. ao nível de uma eficiência econóimca. Um edifício sc erige pelos .seus ali fertilizitntes, derivados principalmente de rocha fosfática. Portanto é um proble ma nacional da maior-relevância, o su
cerces, e, logicamente, a mecanização
primento contínuo e adequado de ro
^nómíco, nem racional se o solo não
cha fosfática às indústrias produtoras
fòr preparado para o .seu niibcimo ren dimento.
Atualmente a nossa conliecidíi reser va de rocha- fosfática é relativamente
Um golpe de vista sobre o mapa geo lógico do Bra.sil revehi imediatamente a incapacidade da maior parte de seu território, paru eclosão de uma civili
pecjuena, para um programa de rege quanto a reserva mundial é de 7.200 mlMiões de toneladas,, no Brasil não ul trapassa 30 a 40 milhõe.s e isto mesmo
após a rqcente descoberta dos depósito.s de Araxá, em Minas Gerais.
Até hoje, a maior parte de nossas exigências provém da importação, pois
a produção da jazida de fosfato de Ipa
nema é ridícula e seus arrendatários não têm o menor interesse em melhorar os métodos de trabalho e produção.
'Nossa contribuição já se concretizou
na descoberta de depósitos de matéria-
Eis porque propomos começar pe'a
base, atacando o problema da produção
prima e provàvelmente outras jazidas
de fertilizantes e em "ultima rat"o", a
serão reveladas. Agora, o geólogo ce
derá a palavra e a ação àqueles sob
investigação dos depósitos de rocha fos
cuja responsabilidade repousa o desti
fática.
no de um povo."
Nunca seiá demasiada a insistência
f
zação nos moVles modernos de sua ma nifestação multiforme.
Dois terços da área arqueoproterozóicu, sem _ mencionar uc|ueías de caráter
semi-desértico e de clima impróprio a culturas sistemáticas e intensivas, repre sentam um óbice tremendo ao homem.
O domínio de condições mesológicas lios-
Os (mpor/rtí/fJic.v iiortc-nmericdnos de produtos hrasüeirçs jxcaíao hen^cuido^
quando entrarem cm c/gor as nooas concessões tarifárias reduzindo de dU a os direitos alfandegários sòhre mercadorias exportadas pelo Brasil para os Isstados Unidos.
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Muitos dos jjrincipais produtos brasileiros, inclusive o cafe, a ceia de cainauba,
tis, e .sõlo inerte pela sua miséria em reservas minerais assimiladas pelos \-e-
as amêndoas de cacau, a castanha de babaçu, foram conservados na lista de arfi-
"getai.s, está a exigir esforço liercúleo e
do Pará e às sementes de mainona, dois outros principais produtos dc exportação
coordenado.
do Brasil para os Estados Unidos.
Assim, não deve o Governo descansfir c-nquanto seus geólogos não localizarem novos depósitos e investigarem exausti
A muitos pode parecer de efeito tea tral èsse quadro negro da situação ali
vamente os conhecidos, a fim de serem
mentar no Brasil. ,
avaliadas suas reservas.
Seja pelo esgotamento, seja
da lasoura nãti tem sentido, nem eco-
de fertilizantes.
neração intensiva de no.ssas terras. En
brasileiro.
Mas, uma ligeira comparação esta-
nos de entrada livre, ao passo que foram feitas concessões importantes a castanha
Na classificação de produtos vegetais não comestíveis, exceto as fibrois, sete ortiaos importados em quantidades variáveis do Brasil ^orão beneficiados peUis rc-
'ducões ou foram conservados em posições ,favoráveis. 'duções
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culdades quando a matéria c exposta do ponto de vista exclusivamente técnico e para os técnicos. Quando, porém, sem prejtiízo de sua especialização, o matéria deve ser posta ao alcance, não de técnicos, mas
do público cm geral, a arte de organizar e apresentar a Revista é virtude dc poucos, pois exige rara IxabiAdade. Não são numerosas as revistas dêssc gênero, entre nós. Uma existe, entretanto, que de tôdas as demais sc destaca, com êxito excepcional: — o "Digcsto Econômico", publicado sob os auspícios da Associação Comercial, dc São Pauto e da Federação do Comércio do Estado de São Pauío c di
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Não me canso de recomendar a leitura do "Digcsto Econômico" a todos quantos se interessam pelos problemas
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