DIGESTO ECONÔMICO, número 43, junho 1948

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DIGESTO

ECONOMICO SOB os auspícios Dl ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 01 FEDERAÇÃO 00 COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

S U >1 i\ R 1 O Fág. 3

Hobcrto Simonscn — Discurso de Brasllio Machado Neto Saudação Acadêmica — Hobcrto Simonsen

N

Simonscn o os Problemas da Economia Nacional — Prot. Djaclr Menezes O Plano Regional de Santos — Francisco Prestes Maia Temas c Problemas em Debato — Dario de Almeida Magalhães Salvemos o Café — Pimentel Gomes Reforma Agrária — Daniel de Carvalho O Crédito Rural — Antônio de Queiró/, Teles ■• O Nivel do Salário e a Produtividade do Operário — Augusto Alexandre Machado Economia dos Minerais Estratégicos — A. J, Alves de Souza

17 75

A Industrialização nos Países "Novos" — Geraldo Banaskiwitz

"3

j

3' *3 50 58 62 55

Aspectos Econômicos e Sociais de uma Nova Praga do Algodoelro em São Paulo — Garibaldi Dantas

80

Geografia das Comunicações Paulistas — Nelson Werneck Sodrc Portugal e a Expansão Capitalista — José Honório Rodrigues

85 90

George Washington, Aristocrata Fundador de uma Grande Democracia — Rodrigo Soares Júnior

95 99

Sarmiento e a Civilização — Vivaldi Moreira

Aspeçtos Econômicos das Lutas Políticas no Tempo do Império — Otávio Tarquínio de Sousa 106 História Econômica — Afonso Arinos de Melo Franco

111

Timbô o Rotenona — Gastão Cruls A mercadoria bem Apresentada — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação

114 117 120

I ANO IV

— JUNHO DE 1948 — N.o 43


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Pernambuco: Fernando Chlnaglla. Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.

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Vargas. 502. 19 o

andar.

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Goiás: João Manarino. Rua Setenta A. Hio Grande do Sul: Sòmcnte para Por to AJegre: Octavio Sagebm, Rua

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Paraiba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.

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Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite

de Mecanização — Constituições e

que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro

Transformações

proveniente de trabalho contínuo e penoso.

Questões Legais o Fiscais — Estu

Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os

de

Sociedades

dos Econômicos. Financeiros e Es

tatísticos — Análises do Balanços — Consultas e Pareceres — Assls-

tôncia Técnico-Contábil Permanen

produzir?

te ou Periódica.

Organização e Reorganização de Serviços Administrativos e Comer ciais — Racionalização Industrial Estudos de Tempos e Movimen

tos — Planos de Eficiência o Re

muneração — Planejamento da Produção — Custos Industriais pe lo Sistema Americano — Organiza

ção de Almoxarifados — Adminis tração de Pessoal (seleção, forma

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Lembre-se de que para produzirem com eficiência e economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, íica e bem equilibrada. As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são

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Pedidos à Caixa Postal, 1117

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CONSULTEM-NOS, SEM COMPROMISSO, A RESPEITO DOS SEUS PROBLEMAS — Rua de São Benlo, 405 - 6.0 — Sala 606 — Fone 3-2017 — São Paulo


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E

AMANHA

Quando fizer seus planos, lembre-se:

PONTOS

'COM AÇOS U. S. S. SÃO OBTIDOS MELHORES RESULTADOS!' Poca quebra-maies e banagens maiiohas, contialorlos, pilares de ponles em qualquer

espécie de dique ou cais, as estacas U. S, S. (U.S.S. Steel Sheel Pilingl oferecem inúmeras

vantagenssôbie outros materiais de construção. Fabricadas com abos-retas, abas em arco e

seccóes "2", as estacas U. S. S. (U.S.S. Steel Sheet Píling) podem ser balidas iàcilmonte sob as Condições mais difíceis; além de que.

podem ser sem dificuldade retiradas e nova mente utilizadas.

Para embosamenlos permanentes de cons truções, as estacas "H" (U.S.S. Steel H Bearing- Piles) permitem o emprego reduzido e

econômico de material om virtude do sua olla capacidade em suportar carga.

Para ponles, os soalhos de viga de junção "I" (U.S.S. I - Beam-Lock Flooring) são alta mente econômicos o evitam o emprègo inútil do milhões de quilos de pèso morto, seja pata pontes velhas ou novas Quaisquer que sejam os seus planos de Cons trução, procure conhecer cs Inúmeros produ tos U. S. S. para portos, pontes, estradas de rodagem e construções em geral. Todos são produtos da inigualável perícia e recursos do maior fabricante de acos do mundo — q United Slates Siecl.

BRAZACO S. A. REPRESENTANTES NO BRASIL DA

UNITED STATES STEEL EXPORT COMPANY

Rio de Janeiro •. São Paulo ■ Pôrto Alegre

ROTATIVOS longa duração^ graças aos rolamen

tos SICF"de que estão providas as

Pode-se aumentai consideravelmente, a velocidade de corte devido ao me

pontas.

lhor apoio que oferecem estas pontas

Axisência absoluta de folga dada a sjustabilidade dos rolamentos. A ponta rotativa pode ser apertada

rotativas.

As nossas pontas rotativas não recpierem retificação e não se aquecem.

mais rigidamente do que uma ponta fi7ta comum, proporcionando, assim, melhor centragem da peça de trabalho. O centro da peça de trabalho não se

desgasta nem precisa de lubrificação.

COMPANHIO aRP" DO BRASIL ROLAMENTOS


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Industrias de Artefatos de Borracha e Cai-Oados

NOSSAS

ESPECIALIDADES.

CALÇADOS EM GERAL — Calçados de cotxro con sotas de borracha, para homem, senhoras e crianças. Teoís e calçado* de lona para esportes e praia.

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ARTEFATOS PARA CALÇAOOS^Salroa e capu de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, senhora* e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas de borra

cha. Corticíte para calçado* de homens e crianças. Ura de ligação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM GERAL ~ Fios elistieo*

de borracha de todos o* tipos. Lençóis de borracha para fios. para cintas elãsticas e para hospitais. Tapetes dc borracha, de-

ontupidorcs para pias, pés de cadeira, pneumacicos e cordóet

CRUZ

para rodas de TclocípeJes, Pucaros, guamíçõcs de borracha para pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas par* fias iadustríais e mais uma iofiaidade de produto* de betracba-

FIBRICIITES DOS IFBMflDas SBLTQS Dt BORRflCHI •A-

FÁBRICAS, Roa Marajó, 136/158

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Rua Cesario Alvím, 297 ESCRITÓRIO t

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CAMPANA

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LOJA, VENDAS A VAREJO - RUA JOSÉ BONIFÁCIO, 308 MARCA

REGIS RADA


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DIVBSTO ECONÔMICO 6 MUNDO DOS HEOOCiOS NUM PIHORRMA HENSIl

ROBGRTO SimonSQn

Publicado *ob o* autpicios da

BSSOCIOCAD COMERCIAL DE SÃO PAULO

EEOEROCÃO 0*0 COMÉRCIO 00

O Digesto Econômico

Discurso proferido pelo sr. deputado Brasilio Machado

publicará no próximo numero:

Neto, Presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, na Assembléia Legislativa do Estado:

O PLANO REGIONAL DE SANTOS -

ESTADO OE SÃO PAULO

Eruncisco Pre.ste.i Miiia.

L

"Como um raio que cortasse de súbito o céu azul da tarde bela e tran Diretor:

Aalonlo Oontljo de Carvalho

TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA TE — Daiio clc Almeida Magalhães.

A LUTA CONTRA A RÚSSIA - José O Dlgeaio Econômico, ôrgSo de in formações econômicas e financei

ras é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda.

A direção não se responsabiliza

Maria Belo.

conceitos emitidos em artigos assi nados.

Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

D i g eiio

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

Quem o tivesse visto como eu, ainda há pouco, assoberbado de traba

lho. que o seu dinamismo não vencia, e cheio de preocupações, que o seu

patriotismo despertava sem cessar, não poderia imaginar que a sua labuta

A DEFESA DA PROPRIEDADE Tristão da Cunha.

Em verdade, foi a sua paixão incoercivel de realizar que impulsionou

sempre e sempre a sua personalidade de elite. Embora senhor dc sólida cultura, que o transformou sem favor num dos maiores economistas com

SITUAÇÃO REAL DO PROBLEMA DO PETRÓLEO - S. Froes de Abreu.

O GERENTE E O POLÍTICO - Cân dido Mota Filho.

Econômico.

mento de Roberto Simonsen.

Irepidante de balalhador incansável estivesse para se findar.

pelos dados cujas fontes estejam

devidamente citadas, nem pelos

qüila de ontem, tão própria do outono luminoso do nosso decantado alti plano, chegou a São Paulo, às últimas horas do dia. a noticia do faleci

A ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO — ]osé Honóriü Rodrigues.

que o Brasil já contou; ainda que o seu alto espirito público o tivesse aryastado irresistivelmente para o estudo dos nossos problemas fundameniaiS' ^ despeito de sua permanente tendência para as cousas do espirito, que o levou a fundar instituições, como a Escola Livre de Sociologia e Po lítica, e a pertencer a cenáculos, como a Academia de Ciências Econômi cas de São Paulo, a Academia Paulista de Letras e a Academia Brasileila de Letras; não obstante possuir um coração generoso, que associou o geu nome a notáveis obras de caridade, foi a ânsia para a ação o seu traço jnúis característico e a luta a sua vocação mais absorvente. LUTA PELA VERDADEIRA PAZ SOCIAL

ASSINATURAS: Dlgeslo Econômico

A CRISE DE LIVROS — Nelson Wer-'

Ano (simples) " (registrado)

Cr$ 30.00 Cr9 36,00

Número do mês:

Crf 3,00

Atrasado:

Cr$

5,00

neck Südré.

Desde moço. a sua vida foi um combate sem tréguas e uma atividade

sem descanso. Primeiro, para conquistar a sua independência econômica;

LINCOLN - Rodrigo Soare.s Júnior.

após, para defender a sua primeira obra de engenharia de vulto nacional, que a confiança do grande Calógeras lhe entregou; depois, para preservsir o seu nome dos ataques insidiosos que o tumultuar próprio de todo perío do pós-revolucionário fêz brotar em nosso Estado, depois de 1930; em se

Redação e Administração:

guida, para servir São Paulo de corpo e alma, como o fêz na memorável

Viaduto Boa Vista, 57 - 7.o andar

TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

jornada constitucionalista; mais tarde, para bater-se com denodo. na Cons tituinte de 33, pela concretização das aspirações do povo paulista; e, su cessivamente. para preservar os interêsses legítimos da indústria nacio-

São Paulo

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Viaduto Boa Vista, 57 - 7.o andar

TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

jornada constitucionalista; mais tarde, para bater-se com denodo. na Cons tituinte de 33, pela concretização das aspirações do povo paulista; e, su cessivamente. para preservar os interêsses legítimos da indústria nacio-

São Paulo

' 'V''


7fJT-=-

10

Dicesto Econômico

nal, para forialecer o espirito de classe daqueles que estão ligados à pro dução e à circulação da riqueza. Finalmente, movido pelo mais nobre dos

^aucCcocãõi- JícjCuclÂmica

impulsos, devotpu-se à sua luta mais bela e mais fecunda, aquela que vi

Roberto Simonsen

nha travando, com tenacidade, para arrancar o povo brasileiro da pobreza em que vive e para implantar em nossa terra uma verdadeira paz social.

H. Paul van Zceland:

Coube-me, por delega-

'MORREU COMO MORREM OS COMBATENTES'

M Diante da sua individualidade marcante, não era possível a indife

expressa da alta

corporação a que per- tenço, a honra de vos

A Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de

São Paulo, em reunião conjunta das

admiração entusiástica ou provocam reações apaixonadas. Deus, na sua infinita justiça, não poderia dar um outro fim mais con

de saudação nesta casa

suas diretorias, deliberaram que fôsse tratiscrito nas colunas do "Dígesio Eco nômico" o discxtrso que o notável eco

da inteligência brasilc'ra. Palavras que

dizente com a sua vida vibrante. Morreu como morrem os combatentes;

dignifiquem, antes de tudo, o apreço

nomista Dr. Roberto Simonsen proferia,

de armas na mão no fragor da batalha, em plena atividade, pois. como diz Kayserling, "a palavra é a mais nobre das formas de ação".

com que a Academia, recebe a visita de rão üus*tre representante da criltura eu ropéia. E é com orgiPho que o faço, sr. Paul

rença; pertencia à categoria privilegiada dos homens que ou despertam

dirigir algumas palavras

van Zeeland. Participais de uma plêiade de escol ligada ao pensamento do inundo moderno. E que mais nobre mis

são piira um homem de' pensamento do

que a do empenhar-se na solução dos problemas que objetivem a maior fe licidade dos indivíduos e dos' povos?

na Academia Brasileira de Letras, de sau

dação ao estadista belga Paul van Ze eland, quando foi vitimado pelo mal que lhe arrebatou a vida.

Ao dar cumprimento a essa resolução associa-se a Diretoria do "Digesfo Eco

nômico" às homenagens que, de todos os recantos do país, têm sido prestadas d memória do eminente engenheiro e homem público.

Não'é outra coisa o que tendes fei

to, quer em vossa pátria, quer na vida e organização de outros países, para cujos governos contribuistes com as

das questões sociais, alcançando o pri meiro lugar em tôdas as classes.

luzes do vosso saber. Basta ter em vis

dial, trabalhando nas usinas de gás em

ta os cargos que ocupastes no passado

Stutgart, entrastes em coutacto áspero

e os que ocupais no presente: Conse

com a vida, utilizando, porém, todos os

lheiro e Delegado do Governo Belga,

trangeiros, Primeiro Ministro, Presiden

momentos de lazer para o aperfeiçoamen to dè vossa cultura; adquiristes, des de logo, 6 também na adversidade, aque la "poesia da experiência humana", de

te da Assembléia da Sociedade das Na-

que nos fala Charles Morgan.

em numerosas comissões e conferências •

mundiais; Ministro dos Negócios Es

/• ri v-

çõe.s, Comissário Geral de Repatriações. r

Prisioneiro, na primeira guerra mun

Terminada a guerra, contemplado com

Agora, membro do Senado Belga, Presi

uma bolsa de estudos em Princeton, as

dente da Liga Independente de Coope ração Européia e professor na Univer

ram, na ordem dos vossos conhecimen

sidade de Louvain.

Ainda adolescente, quando estudan

ciências econômicas e financeiras tive

tos, a preocupação e o realce que mere ciam. Tanto assim que já os vossos

te de Direito, revelastes a vossa voca-

méritos de economista eram solicitados

<^o para o estudo sério e compenetrado

para postos da mais alta responsabili-


7fJT-=-

10

Dicesto Econômico

nal, para forialecer o espirito de classe daqueles que estão ligados à pro dução e à circulação da riqueza. Finalmente, movido pelo mais nobre dos

^aucCcocãõi- JícjCuclÂmica

impulsos, devotpu-se à sua luta mais bela e mais fecunda, aquela que vi

Roberto Simonsen

nha travando, com tenacidade, para arrancar o povo brasileiro da pobreza em que vive e para implantar em nossa terra uma verdadeira paz social.

H. Paul van Zceland:

Coube-me, por delega-

'MORREU COMO MORREM OS COMBATENTES'

M Diante da sua individualidade marcante, não era possível a indife

expressa da alta

corporação a que per- tenço, a honra de vos

A Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de

São Paulo, em reunião conjunta das

admiração entusiástica ou provocam reações apaixonadas. Deus, na sua infinita justiça, não poderia dar um outro fim mais con

de saudação nesta casa

suas diretorias, deliberaram que fôsse tratiscrito nas colunas do "Dígesio Eco nômico" o discxtrso que o notável eco

da inteligência brasilc'ra. Palavras que

dizente com a sua vida vibrante. Morreu como morrem os combatentes;

dignifiquem, antes de tudo, o apreço

nomista Dr. Roberto Simonsen proferia,

de armas na mão no fragor da batalha, em plena atividade, pois. como diz Kayserling, "a palavra é a mais nobre das formas de ação".

com que a Academia, recebe a visita de rão üus*tre representante da criltura eu ropéia. E é com orgiPho que o faço, sr. Paul

rença; pertencia à categoria privilegiada dos homens que ou despertam

dirigir algumas palavras

van Zeeland. Participais de uma plêiade de escol ligada ao pensamento do inundo moderno. E que mais nobre mis

são piira um homem de' pensamento do

que a do empenhar-se na solução dos problemas que objetivem a maior fe licidade dos indivíduos e dos' povos?

na Academia Brasileira de Letras, de sau

dação ao estadista belga Paul van Ze eland, quando foi vitimado pelo mal que lhe arrebatou a vida.

Ao dar cumprimento a essa resolução associa-se a Diretoria do "Digesfo Eco

nômico" às homenagens que, de todos os recantos do país, têm sido prestadas d memória do eminente engenheiro e homem público.

Não'é outra coisa o que tendes fei

to, quer em vossa pátria, quer na vida e organização de outros países, para cujos governos contribuistes com as

das questões sociais, alcançando o pri meiro lugar em tôdas as classes.

luzes do vosso saber. Basta ter em vis

dial, trabalhando nas usinas de gás em

ta os cargos que ocupastes no passado

Stutgart, entrastes em coutacto áspero

e os que ocupais no presente: Conse

com a vida, utilizando, porém, todos os

lheiro e Delegado do Governo Belga,

trangeiros, Primeiro Ministro, Presiden

momentos de lazer para o aperfeiçoamen to dè vossa cultura; adquiristes, des de logo, 6 também na adversidade, aque la "poesia da experiência humana", de

te da Assembléia da Sociedade das Na-

que nos fala Charles Morgan.

em numerosas comissões e conferências •

mundiais; Ministro dos Negócios Es

/• ri v-

çõe.s, Comissário Geral de Repatriações. r

Prisioneiro, na primeira guerra mun

Terminada a guerra, contemplado com

Agora, membro do Senado Belga, Presi

uma bolsa de estudos em Princeton, as

dente da Liga Independente de Coope ração Européia e professor na Univer

ram, na ordem dos vossos conhecimen

sidade de Louvain.

Ainda adolescente, quando estudan

ciências econômicas e financeiras tive

tos, a preocupação e o realce que mere ciam. Tanto assim que já os vossos

te de Direito, revelastes a vossa voca-

méritos de economista eram solicitados

<^o para o estudo sério e compenetrado

para postos da mais alta responsabili-


Dicksto

Er.< >n«)M ico

dade, como o que vos foi oferecido na

de criSe política, social, econômica e

direção do Banco Nacional Belga.

financeira.

As numerosas conferências internacio

nais para a reestruturação da paz. eni que tomastes parte ativa, constituem, então, uma .série ininterrupta de ser viços prestados ao vosso povo. O re-

■ nome que havíeis de conquistar fulgiu em Haia, em Londres, Pãris, Berlim, nas conferências relativas ao Banco dos

Pagamentos Internacionais;

no Egito,

A "experiência ^•aI1 Zeeland". como

pa.s.sou a ser denominado, pro\oc-ou o 1-c.s.surgimcnto econômico. atra\é.s de urii plano, ao mcsino tempo audacioso e

prudente, cujas faces essenciais foram:

a solução do problema monetário, a re

forma .bancária, a restauração do lucro norma! necessária à manutenção da atívidade das empresas, o saneamento das

onde — graças ao vosso plano — o país foi altamente beneficiado, e em Stres.sa,

finanças púl>liea.s.

nos debates sobre a reconstrução eco

nômica da Europa Central e Ocidental. O problema russo não vos foi indife

rente. Conhecê-lo era o vosso objeti vo, pois o julgamento do novo sistema,

quando visitastes a União Soviética, e as observações que ali fizestes, foram de suma utilidade para a formação dos vossos estudos na defesa da civilização ocidental de que sois um nobre apóstolo. A vós, sr. van Zeeland, se aplica, co mo observou Daniel Serruys, o preceito

UictsTo

Fc;c)NÓ.\tic;c>

nação Belga ~ i- nesse sacUo patriotis mo que promo\-e a competição pacífica, afinnando as qualidades peculiares de cada povo, nada tendo cie ;igressi\-o (Ui violento.

De severa autoridade porque se pro pôs -a restauração da ordem democrá tica, intervindo racionalmente nos seto res estratégicos da vida nacional, di rimindo os conflitos entre os diferentes

ços no mercado interno. Todavia, o que con.seguiram foi, afina', a redução do

t-.nsumo nacicnal. Ao iiiNés de uma poítica de redução do preço de custo, i.btida med ante u'a manipulação inter na, vós preferisles, sr. van Zeelancí.

corajosamente, uma depreciação da moe da nacional em termos de moedas vs-

Irangeiras.

Tais medidas dc emergência foram

grupos de interêsses. E\itou. todavia,

caracteristicamente dc defesa. Não cor

ton.siderar a InlcrNa-nção como uma re

respondiam às necessidades permanentes

gra ou um fim em si mesma. Ela não

da economia bc'ga, que reclama a libera-

pirada numa fi'o.sofia político-econômica pessoal. Baseia-se, por outro lado, nu ma profunda compreensão da nature-

substituiu a iniciativa privada; visou,

liz;içáo do comércio mundial. E, nesse sentido, se manifestou a \o.s.sa política no

za intrín.seca da estrutura econômica

giá-la. . cia de N'0ssas idéias em muila.s das propoA política de expansão econômica cjue, .sições últiiuamenle adotadas na Cur

Tôda e.ssa experiência, porém, foi ins

cia Bélgica, e na corajosa constatação da perigo.sa impotência cio liberalismo ortodo.xo, quando abandonado ao automatismo de suas próprias normas.

ao contrário, cornpletá-la, promovê-la, coordcná-la, restabelecê-la c presti

com tanto sucesso, realizastcs no ter

reno nacional, foi nosso ideal transpor tá-la para o plano das relações econômi

A administração % an Zeeland insHtuiu,

cas internacionais, tendo em mira, tam

na Bélgiça, uma govêrno .lOcial, nacional

bém neste caso, a prosperidade de vos

c de severa ouioridadc. einbora não so

so pais. Na situação peculiar da Bêlg cn, aque'a expansão depende, princi-

plano ínternaciona'. E inegá\'el a infiuênta Internacional d-*

Comércio.

Na \'o.«,sa atuação como Primeiio Mi

nistro, tivestfs que vos colocar acima de |g

conveniências políticas e partidarias, ^ com um programa de \'crdadoiva sal\ãção nacionah o da reaproximaçâo da moeda de seu real N-alor, expansão (Jo

"bergsoniano" de "agir como um ho

cialista, nacionali.sta ou totalitário. Social, no .sentido de que objetivou

,pa'mente, do desenvolvimento do co

mem de pensamento e pensar como um

u'a maior justiça na distribuição da

mércio exterior. "A Bélgica c um mer

poder de aquisição do povo. abolição do desemprego, através de .ser\'iços pú-

renda nacional, sem, entretanto, deixar de reconhecer o fato fundamental de

cado de transito e de transformação."

bl cos, contrôíé de Bancos e outras me

Importa matérias-primas e as reexporta

que uma distribuição mais eqüitaliva

manufaturadas.

ei das aparentemente discutíveis, o que, no entanto, se impunha como única

homem de ação".

Em todos os aspectos em que se ma nifestou a vossa fecunda atividade de ho

mem público, revelastes o homem de

dos lucros supõe, antes de tudo, a exis

Quando, em 1935, assumistes a che

pensamento, que refletiu, profundamen

tência dos mesmos. Em conseqüência,

te, sobre os problemas cruciais de nosso

a política de \an Zeeland, longe de ten tar clesestimular a iniciativa privada,

fia do Govêrno, a política econômica externa da maioria dos países se en caminhava para a adoção de medidas

procurou fomenta-la, restaurando a .mar gem normal do lucro e considerando de pois, na' realização do objeti.ví) social

protecionistas e de desvalorização mone tária. A Bélgica .sofria as conseqüências dessa tendência.

de distribuição eípiitativa dos benefí cios, a melliorfa na.s condições de repar

que se destinavam a manter o volume

tição cio produto da atividade huniana.

gurara o volume de suas importações no

A prova mais eloqüente é o famoso

Foi nacional, no sentido de que se

rhoviinento de renovação nacional que

inspirou na realidade da existência de uma entidade politico-ciiltural, com.ne

mesmo níveh e consistiam, sobretudo, na redução dos lucros da indústria, che

tempo. Em todos os vossos livros se encontra a marca do político preocupa do com a solução de questões de ordem

prática.

A "experiência van Zeeland"

planejastes e oiientastes quando chama do à Presidência do Conselho de Mi

nistros da Bélgica, em 1935, numa fase ^

'(.'Lií.. -1.

cessidades e características próprii\;í; de rivadas de um processo histórico. — £»

Tomara providências

das suas exportações e, portanto, asse

gando até

à sua própria eliminação.

Para compensar as

perdas dai prove-

niente.s, os industriais levantaram os pre

solução a tão grave crise. Muitos elementos católicos, liberais, nacionalistas, comunistas, se reuniram

em ceiTado ataque ao go\'êino, mas o Gabinete registiu à tempestade. En frentou os altos círculos financeiros, acei

tou a polêmica com ,os adversários, in clusive com alguns que viriam a ser instrumentos de traição de .sua pátria durante a .segunda guerra.

Hoje, após haverdes presidido, eip Lrmdres e Nova York, a Comissão para a reforma do Estado, sois figura de van^

guarda no Senado Belga, como represen tante do Partido Social Cristão.


Dicksto

Er.< >n«)M ico

dade, como o que vos foi oferecido na

de criSe política, social, econômica e

direção do Banco Nacional Belga.

financeira.

As numerosas conferências internacio

nais para a reestruturação da paz. eni que tomastes parte ativa, constituem, então, uma .série ininterrupta de ser viços prestados ao vosso povo. O re-

■ nome que havíeis de conquistar fulgiu em Haia, em Londres, Pãris, Berlim, nas conferências relativas ao Banco dos

Pagamentos Internacionais;

no Egito,

A "experiência ^•aI1 Zeeland". como

pa.s.sou a ser denominado, pro\oc-ou o 1-c.s.surgimcnto econômico. atra\é.s de urii plano, ao mcsino tempo audacioso e

prudente, cujas faces essenciais foram:

a solução do problema monetário, a re

forma .bancária, a restauração do lucro norma! necessária à manutenção da atívidade das empresas, o saneamento das

onde — graças ao vosso plano — o país foi altamente beneficiado, e em Stres.sa,

finanças púl>liea.s.

nos debates sobre a reconstrução eco

nômica da Europa Central e Ocidental. O problema russo não vos foi indife

rente. Conhecê-lo era o vosso objeti vo, pois o julgamento do novo sistema,

quando visitastes a União Soviética, e as observações que ali fizestes, foram de suma utilidade para a formação dos vossos estudos na defesa da civilização ocidental de que sois um nobre apóstolo. A vós, sr. van Zeeland, se aplica, co mo observou Daniel Serruys, o preceito

UictsTo

Fc;c)NÓ.\tic;c>

nação Belga ~ i- nesse sacUo patriotis mo que promo\-e a competição pacífica, afinnando as qualidades peculiares de cada povo, nada tendo cie ;igressi\-o (Ui violento.

De severa autoridade porque se pro pôs -a restauração da ordem democrá tica, intervindo racionalmente nos seto res estratégicos da vida nacional, di rimindo os conflitos entre os diferentes

ços no mercado interno. Todavia, o que con.seguiram foi, afina', a redução do

t-.nsumo nacicnal. Ao iiiNés de uma poítica de redução do preço de custo, i.btida med ante u'a manipulação inter na, vós preferisles, sr. van Zeelancí.

corajosamente, uma depreciação da moe da nacional em termos de moedas vs-

Irangeiras.

Tais medidas dc emergência foram

grupos de interêsses. E\itou. todavia,

caracteristicamente dc defesa. Não cor

ton.siderar a InlcrNa-nção como uma re

respondiam às necessidades permanentes

gra ou um fim em si mesma. Ela não

da economia bc'ga, que reclama a libera-

pirada numa fi'o.sofia político-econômica pessoal. Baseia-se, por outro lado, nu ma profunda compreensão da nature-

substituiu a iniciativa privada; visou,

liz;içáo do comércio mundial. E, nesse sentido, se manifestou a \o.s.sa política no

za intrín.seca da estrutura econômica

giá-la. . cia de N'0ssas idéias em muila.s das propoA política de expansão econômica cjue, .sições últiiuamenle adotadas na Cur

Tôda e.ssa experiência, porém, foi ins

cia Bélgica, e na corajosa constatação da perigo.sa impotência cio liberalismo ortodo.xo, quando abandonado ao automatismo de suas próprias normas.

ao contrário, cornpletá-la, promovê-la, coordcná-la, restabelecê-la c presti

com tanto sucesso, realizastcs no ter

reno nacional, foi nosso ideal transpor tá-la para o plano das relações econômi

A administração % an Zeeland insHtuiu,

cas internacionais, tendo em mira, tam

na Bélgiça, uma govêrno .lOcial, nacional

bém neste caso, a prosperidade de vos

c de severa ouioridadc. einbora não so

so pais. Na situação peculiar da Bêlg cn, aque'a expansão depende, princi-

plano ínternaciona'. E inegá\'el a infiuênta Internacional d-*

Comércio.

Na \'o.«,sa atuação como Primeiio Mi

nistro, tivestfs que vos colocar acima de |g

conveniências políticas e partidarias, ^ com um programa de \'crdadoiva sal\ãção nacionah o da reaproximaçâo da moeda de seu real N-alor, expansão (Jo

"bergsoniano" de "agir como um ho

cialista, nacionali.sta ou totalitário. Social, no .sentido de que objetivou

,pa'mente, do desenvolvimento do co

mem de pensamento e pensar como um

u'a maior justiça na distribuição da

mércio exterior. "A Bélgica c um mer

poder de aquisição do povo. abolição do desemprego, através de .ser\'iços pú-

renda nacional, sem, entretanto, deixar de reconhecer o fato fundamental de

cado de transito e de transformação."

bl cos, contrôíé de Bancos e outras me

Importa matérias-primas e as reexporta

que uma distribuição mais eqüitaliva

manufaturadas.

ei das aparentemente discutíveis, o que, no entanto, se impunha como única

homem de ação".

Em todos os aspectos em que se ma nifestou a vossa fecunda atividade de ho

mem público, revelastes o homem de

dos lucros supõe, antes de tudo, a exis

Quando, em 1935, assumistes a che

pensamento, que refletiu, profundamen

tência dos mesmos. Em conseqüência,

te, sobre os problemas cruciais de nosso

a política de \an Zeeland, longe de ten tar clesestimular a iniciativa privada,

fia do Govêrno, a política econômica externa da maioria dos países se en caminhava para a adoção de medidas

procurou fomenta-la, restaurando a .mar gem normal do lucro e considerando de pois, na' realização do objeti.ví) social

protecionistas e de desvalorização mone tária. A Bélgica .sofria as conseqüências dessa tendência.

de distribuição eípiitativa dos benefí cios, a melliorfa na.s condições de repar

que se destinavam a manter o volume

tição cio produto da atividade huniana.

gurara o volume de suas importações no

A prova mais eloqüente é o famoso

Foi nacional, no sentido de que se

rhoviinento de renovação nacional que

inspirou na realidade da existência de uma entidade politico-ciiltural, com.ne

mesmo níveh e consistiam, sobretudo, na redução dos lucros da indústria, che

tempo. Em todos os vossos livros se encontra a marca do político preocupa do com a solução de questões de ordem

prática.

A "experiência van Zeeland"

planejastes e oiientastes quando chama do à Presidência do Conselho de Mi

nistros da Bélgica, em 1935, numa fase ^

'(.'Lií.. -1.

cessidades e características próprii\;í; de rivadas de um processo histórico. — £»

Tomara providências

das suas exportações e, portanto, asse

gando até

à sua própria eliminação.

Para compensar as

perdas dai prove-

niente.s, os industriais levantaram os pre

solução a tão grave crise. Muitos elementos católicos, liberais, nacionalistas, comunistas, se reuniram

em ceiTado ataque ao go\'êino, mas o Gabinete registiu à tempestade. En frentou os altos círculos financeiros, acei

tou a polêmica com ,os adversários, in clusive com alguns que viriam a ser instrumentos de traição de .sua pátria durante a .segunda guerra.

Hoje, após haverdes presidido, eip Lrmdres e Nova York, a Comissão para a reforma do Estado, sois figura de van^

guarda no Senado Belga, como represen tante do Partido Social Cristão.


Dicesto

A vucução jtirídica da Bélgica

pa.s.sadD. E é para nós grato recordar, nuste instante de

Esta pequena síntese das vossas ativi

dades é bastante para nos dar a medida da contribuição com que enriquecestcs o patrimônio cultural da Bélgica, no pe-

afetuosa comunlião

belgo-bra.silctra, que uma das grandes vozes que se ergueu, cheia de santa cólera, contra a invasão alemã de 1914,

nodo que se localiza entre duas guerras,

foi a de um brasileiro, cujo nome está no escrínio universal, um inesquecível

com lôda a avalanche de suas conse

filho de.sta Casa: Rui Barbosa.

qüências para a \âda da humanidade. Realmente, sr. Paul van Zeeland, re presentais um momento histórico de um

15

grande povo, a quem coube singular

grito de horror da con.sciência jurídica hoste.s germâni

cas que agredi

posição pe

ram a vossa pá

geo-

tria. Frisava êle,

, grafia européia,

então, o papel

tem sofrido os

dos povos que,

mais

como a Bélgica,

c

selváticos golpes desferido.s pela barbárie e pela sua

souberam

"1

totali

Mas

a

opor

ao gênio da or ganização prus siana, o gênio da improvisação

vitalidade

latina.

moral, a vocação

jurídica do gênio

E que a ra f-

zão estava com o

de seu povo —

mestre

que reponta em

dúvida.

não

Al está

juristas como vós

a lição do senti

mento

a

renovada

universal

fabulário antigo, ressurga ela das pró

e humano que a Bélgica e o Brasil nos oferecem! A Bélgica, pagando o seu tributo quando varrida pelas tempesta

pria.? cinza.s fumegantes a que tem .sido, por vezes, reduzida pelo trepei dos que

de.? internacionais c, portanto, acostu mada a confiar no direito e a detestar a

seiva cristã qufc revigora os sentimentos

belgas, fazem com que, como o mito do

novas no intercâmbio internacional de

tido jurídico do \'osso pen.samento.

a invadem do Leste.

guerra; o Brasil, pe'a sua formação moral

Esta alta compreensão do Direito, da Moral c da Justiça, revelada nas gera ções de juristas c de eminentes sacerdo

e magnitude geográfica, apreendendo o

tes cristãos que a Bélgica tem dado ao mundo, inspira o respeito e a solidarie-, dade que tributamos ao seu admirável

que o habilita a ser uma palavra nova

sentimento harmônico do mundo, pos sui uma vocação para a fraternidade, e pacifícadora, numa hora, como a

atual, ainda tão conturbada pela an-

pende do seu desenvolvimento. Só o aumento de seus capitais reais, a me

O. Brasil não quer outra coisa, no

A Bélgica, pe-

tária.

roísmo, com a vossa cultura, com o sen

mundo de hoje, .senão a prática dos

barbaridade das

violência

que tendes defendido, com o vosso he

defesas que lhes são indispensáveis nas condições atuais do .seu progresso eco nômico. É que a participação das árens

mente, porque corresponde aos ideais

Membro da Academia Brasileira de Le

Velho

rudes

clama, sobretudo, o desiumamento de

Acentuo este ponto, mui propositada

tras, então Senador da República, um

ma do Mundo.

na

ralização do comércio exterior, que re

O tiD.s.w despertar

mundial contra a

culiar

gústia e pelas dificuldades do pósguerra.

Partiu, assim, sr. van Zeeland, de um

destino no dra-

Ia

Econômico

Dicesto Econômico

14

lhora dos seus níveis tecnológicos e, pois, a elevação de sua produtividade, lhes

permitirá um aumento èfeti\o de sou poder de consumo, que se refletirá na

princípios que formam a civilização

ampliação de suas compras e.xternas.

cristã, à luz da qual se processa o papel

Todavia, a capitalização ou industrializaçãü dêsses países pode ser acelerad*

que nos coube, na procura da justiça e homens. Somos, com a nossa democra

por dois processos: ou por uma ade quada proteção que lhes assegure o

cia social — perdoai esta afirmação que

controlo do mercado interno,• processo

de um maior entendimento entre os

vos poderá parecer um tanto orgulhosa — um grande exemplo dc conciliação

mais lento e ao mesmo tempo màis

que o destino humano revela. Não há.

rigoroso, ou pela cooperação intemaciona', dentro de um novo conceito de di-

aqui, clima propício ao paganismo da

reito internacional social e sob novas

força c à floração rubra dos Estados

fórmulas positivas de ajuda econômica,

sem alma.

técn'ca e financeira, que lhes propor

E porque assim somos — porque cm nossos atos se reflete esse estilo de con

cionem lun rápido e seguro crescimeota

vívio social — estamos em condições de

de produtividade. A Europa também conheceu, quand»

compreender a vossa obra e de, conscien

lhe faleciam recursos tecnológicos, uma

temente, reconhecer o que tem sido a

ci\ilização mediterrânea, limitada eni .suas linhas geo-económicas, e só ampliou

vossa fecunda atividade na pacificação dos conflitos em que se entrechocara

a sua área de cultura e civilização

os interesses de um mundo em transi

quando o homem, armado da técnica,

ção.

Por certo, sr. van Zeeland, o futuro

subjugou o frio. Nós também, latinoamericanos, avançaremos, mais ràplda-

de um país jovem dependerá de serem

mente, no plano de \-igência econômica

as suas fôrças potenciais, niiríficas na

e social, quando dominarmos o emo-

legenda, mas promissoras na realidade,

liente color tropical.

mobilizadas pela vigorosa, inteligente c racional introdução da técnica em nossa

Mas que este nosso despertar, nos qua dros do mundo moderno, não se suste-

economia ainda dominada por traços de

nha apenas nos valores materiais, impe-

colonialismo.

lindo-nos

Em contraste com o vosso, os países como o Brasil, de desenvolvimento in

no

caminho

desumanizador

das civilizaçõe.? mecanicistas, despidas de valores éticos, culturais e simbólicos.

cipiente, não se podem beneficiar dos

Nem nos dissocie, por assim dizer, de

mesmos têimos de uma política de libe

"nosso contacto lírico com a natureza.

I


Dicesto

A vucução jtirídica da Bélgica

pa.s.sadD. E é para nós grato recordar, nuste instante de

Esta pequena síntese das vossas ativi

dades é bastante para nos dar a medida da contribuição com que enriquecestcs o patrimônio cultural da Bélgica, no pe-

afetuosa comunlião

belgo-bra.silctra, que uma das grandes vozes que se ergueu, cheia de santa cólera, contra a invasão alemã de 1914,

nodo que se localiza entre duas guerras,

foi a de um brasileiro, cujo nome está no escrínio universal, um inesquecível

com lôda a avalanche de suas conse

filho de.sta Casa: Rui Barbosa.

qüências para a \âda da humanidade. Realmente, sr. Paul van Zeeland, re presentais um momento histórico de um

15

grande povo, a quem coube singular

grito de horror da con.sciência jurídica hoste.s germâni

cas que agredi

posição pe

ram a vossa pá

geo-

tria. Frisava êle,

, grafia européia,

então, o papel

tem sofrido os

dos povos que,

mais

como a Bélgica,

c

selváticos golpes desferido.s pela barbárie e pela sua

souberam

"1

totali

Mas

a

opor

ao gênio da or ganização prus siana, o gênio da improvisação

vitalidade

latina.

moral, a vocação

jurídica do gênio

E que a ra f-

zão estava com o

de seu povo —

mestre

que reponta em

dúvida.

não

Al está

juristas como vós

a lição do senti

mento

a

renovada

universal

fabulário antigo, ressurga ela das pró

e humano que a Bélgica e o Brasil nos oferecem! A Bélgica, pagando o seu tributo quando varrida pelas tempesta

pria.? cinza.s fumegantes a que tem .sido, por vezes, reduzida pelo trepei dos que

de.? internacionais c, portanto, acostu mada a confiar no direito e a detestar a

seiva cristã qufc revigora os sentimentos

belgas, fazem com que, como o mito do

novas no intercâmbio internacional de

tido jurídico do \'osso pen.samento.

a invadem do Leste.

guerra; o Brasil, pe'a sua formação moral

Esta alta compreensão do Direito, da Moral c da Justiça, revelada nas gera ções de juristas c de eminentes sacerdo

e magnitude geográfica, apreendendo o

tes cristãos que a Bélgica tem dado ao mundo, inspira o respeito e a solidarie-, dade que tributamos ao seu admirável

que o habilita a ser uma palavra nova

sentimento harmônico do mundo, pos sui uma vocação para a fraternidade, e pacifícadora, numa hora, como a

atual, ainda tão conturbada pela an-

pende do seu desenvolvimento. Só o aumento de seus capitais reais, a me

O. Brasil não quer outra coisa, no

A Bélgica, pe-

tária.

roísmo, com a vossa cultura, com o sen

mundo de hoje, .senão a prática dos

barbaridade das

violência

que tendes defendido, com o vosso he

defesas que lhes são indispensáveis nas condições atuais do .seu progresso eco nômico. É que a participação das árens

mente, porque corresponde aos ideais

Membro da Academia Brasileira de Le

Velho

rudes

clama, sobretudo, o desiumamento de

Acentuo este ponto, mui propositada

tras, então Senador da República, um

ma do Mundo.

na

ralização do comércio exterior, que re

O tiD.s.w despertar

mundial contra a

culiar

gústia e pelas dificuldades do pósguerra.

Partiu, assim, sr. van Zeeland, de um

destino no dra-

Ia

Econômico

Dicesto Econômico

14

lhora dos seus níveis tecnológicos e, pois, a elevação de sua produtividade, lhes

permitirá um aumento èfeti\o de sou poder de consumo, que se refletirá na

princípios que formam a civilização

ampliação de suas compras e.xternas.

cristã, à luz da qual se processa o papel

Todavia, a capitalização ou industrializaçãü dêsses países pode ser acelerad*

que nos coube, na procura da justiça e homens. Somos, com a nossa democra

por dois processos: ou por uma ade quada proteção que lhes assegure o

cia social — perdoai esta afirmação que

controlo do mercado interno,• processo

de um maior entendimento entre os

vos poderá parecer um tanto orgulhosa — um grande exemplo dc conciliação

mais lento e ao mesmo tempo màis

que o destino humano revela. Não há.

rigoroso, ou pela cooperação intemaciona', dentro de um novo conceito de di-

aqui, clima propício ao paganismo da

reito internacional social e sob novas

força c à floração rubra dos Estados

fórmulas positivas de ajuda econômica,

sem alma.

técn'ca e financeira, que lhes propor

E porque assim somos — porque cm nossos atos se reflete esse estilo de con

cionem lun rápido e seguro crescimeota

vívio social — estamos em condições de

de produtividade. A Europa também conheceu, quand»

compreender a vossa obra e de, conscien

lhe faleciam recursos tecnológicos, uma

temente, reconhecer o que tem sido a

ci\ilização mediterrânea, limitada eni .suas linhas geo-económicas, e só ampliou

vossa fecunda atividade na pacificação dos conflitos em que se entrechocara

a sua área de cultura e civilização

os interesses de um mundo em transi

quando o homem, armado da técnica,

ção.

Por certo, sr. van Zeeland, o futuro

subjugou o frio. Nós também, latinoamericanos, avançaremos, mais ràplda-

de um país jovem dependerá de serem

mente, no plano de \-igência econômica

as suas fôrças potenciais, niiríficas na

e social, quando dominarmos o emo-

legenda, mas promissoras na realidade,

liente color tropical.

mobilizadas pela vigorosa, inteligente c racional introdução da técnica em nossa

Mas que este nosso despertar, nos qua dros do mundo moderno, não se suste-

economia ainda dominada por traços de

nha apenas nos valores materiais, impe-

colonialismo.

lindo-nos

Em contraste com o vosso, os países como o Brasil, de desenvolvimento in

no

caminho

desumanizador

das civilizaçõe.? mecanicistas, despidas de valores éticos, culturais e simbólicos.

cipiente, não se podem beneficiar dos

Nem nos dissocie, por assim dizer, de

mesmos têimos de uma política de libe

"nosso contacto lírico com a natureza.

I


1^77

16

Dicesto Econômico

Ao contrário. Nesta América Latina, tle

está em <jue a Facu'dade de Filosofia

vínculos tão íntimos com o gênio do Líiíium, teremo.s que cultuar, também,

de São Bento, em São Paulo — núcleo

numa con.stante axiológica, os fundamen

Católica de São Paulo — é uma Filha

tos históricos que identificam a nossa civilização de origem. Jamais — acre

espiritual de Louvain.

dito — seremo.s fascinados pelo impe rialismo tecnicista, como chamou em

hora de sombria apreensão, o filósofo Berdiaeff, àquele que sobrepõe, numa inversão nefasta da ordem racional, o endousamenlo da máquina, elevando-o a categoria de subordinante dos valores

do espírito.

SIMONSEN E OS PROlíLEM AS I> A CO X <)M I A X A CI O X A I.

in'cial da hoje vitoriosa Universidade pHOK. Djacir Menezes (Catcdrático da Universidade do Brasil).

Sr. Paid van Zeeland:

Ao concluir esta saudação — e sei que

Morte repentina de Ro-

a assistência c.slá ansiosa para ouvir a

lierto Simonsen, erii plena

vossa sábia palavra — quero ainda afir mar, em torno da tese que ides expor, que repudiamos o pessimismo spengle-

sessão da Academia Bra

sileira de Letras, sandun-

do o ex-ministro belga

riano relativo à decadência do Ocidente.

van Zeeland, foi um dêsse.s acontecimentos que nos convidam à

Para nó.s% como para vós, o Ocidente

desperta. A retomada dos valores e.spi-

meditação — uma meditação guiada

Vma filha espirilual de Loucaiu

rituais e cristãos, re.colocados em ter

também pelas inspirações emocionais da

Viesteg, sr. van Zeeland. trazendo, de Louvam onde hauristes, no momento essencial da mocidade pem-ante, o es

mos de modernidade, pelas elites do

quele instante. Houve (pialquer coisa de grandioso e comovente no homem de pensamento tombando sòbre o que

pirito, a doutrina e a lógica tomistas. jVias permiti evocar um exemplo da voc-açáo cc-onómica de Louvain nesta terra, ainda cheia de paisagem e de sol. Da cidade onde sois profes.sor recebeínos uma mensagem universitária da

^stauração do tomismo e de sua pro jeção formadora de gerações de Cristo e para Cristo, no piedoso serviço e zêlo

de sua Igreja Católica. O e.xemplo

m

pensamento europeu, e das Américas, não é um despertar? A recusa, nas ur nas livres, ao totalitarismo vermelho, re-

pelindo-o para além ,das fronteiras es pirituais da Europa, não é um despertar? Os índices de recuperação econômica e

social do parque manufaturciro, destro

escrevera e que exprimia suas preocupa

i

O sr. Djacir Menez-cs, neste artigo, em

que /imueiifigeifl u memória de Roberto Simonsen, homem de pensamento e de ação, alguns aspectos da sua va^iosissima obra referente aos proble

mas fundamentais da economia nacional.

objetivos indispensáveis-do bem comum. De fato, sua ação foi orientada para uma cidlura ativa, se assim podemos

ções sòbre os problemas do mundo c

dizer.

de .sua pátria.

abstrações separadas da realidade brasi

Há algo de simbolica

mente expressivo — e que espelha uma

çado pela violência bélica, não acusam um despertar? O pacto das cinco po-

figura intelectual c moral de desconhe cido porte nas gerações brasileiras. Porque ôsse lutador infaligável conti

tenciíis, selado na vossa amada Bruxelas,

nuamente esteve meditando os assuntos

não é um despertar?

jamais se deixou fascinar por

leira. O pen.sainento teórico devia mer gulhar no mundo da ação prática — e os problemas que se deparam em nossa

que mais interessavam ao país. Todos

vida de povo ci\ilizado exigem coiijugação de esforços de ambos os gêneros. Longe de fechar-se egoisticamente,

Sr. Paul van Zeeland:

seus ensaios e obras testemunham a ati

com seus interêsses e sua fortuna, no

A Academia vos saúda!

vidade de um homem de inteligência ávido de compreender bem o desenvol

círculo privado de suas satisfações pes soais, — procurou sem cessar a convi

vimento econômico e social da nação. Na verdade, o que mais lhe caracteri zava a feição intelectual era exatamen

social e política, agremiando estudiosos das questõe,s econômicas que mais in

vência intelectual em função da ação

te um vivo poder de compreensão, li berto de quaisquer injunções e precon

teressavam ao Brasil. Conhecíamos sua

ceitos, volvido para as solicitações do

facilidade no sugerir temas e htadiar

trabalho científico. Mas, o que o pren dia na.s indagações científicas, dentro da esfera econômica, era o lado prático e

idéias diretoras, lançando programas que eram demonstiações continuas de seu

aplicável. Via bem quo a mera ativida-' de empírica das habituais realizações dos soi disant "homens práticos", se desen

volvia sempre em horizontes acanhados: tomava-se necessário iluminá-la com o

conhecimento

teórico, casando-os aos

capacidade de orientar êsses debates, sua

valor mental.

A abolição e o trabalho agrícola Não examinaremos todo o grande nú mero de ensaios, conferências, artigos e obras deixados por Roberto Simonsen. Polarizam-se sempre para os temas eco-


1^77

16

Dicesto Econômico

Ao contrário. Nesta América Latina, tle

está em <jue a Facu'dade de Filosofia

vínculos tão íntimos com o gênio do Líiíium, teremo.s que cultuar, também,

de São Bento, em São Paulo — núcleo

numa con.stante axiológica, os fundamen

Católica de São Paulo — é uma Filha

tos históricos que identificam a nossa civilização de origem. Jamais — acre

espiritual de Louvain.

dito — seremo.s fascinados pelo impe rialismo tecnicista, como chamou em

hora de sombria apreensão, o filósofo Berdiaeff, àquele que sobrepõe, numa inversão nefasta da ordem racional, o endousamenlo da máquina, elevando-o a categoria de subordinante dos valores

do espírito.

SIMONSEN E OS PROlíLEM AS I> A CO X <)M I A X A CI O X A I.

in'cial da hoje vitoriosa Universidade pHOK. Djacir Menezes (Catcdrático da Universidade do Brasil).

Sr. Paid van Zeeland:

Ao concluir esta saudação — e sei que

Morte repentina de Ro-

a assistência c.slá ansiosa para ouvir a

lierto Simonsen, erii plena

vossa sábia palavra — quero ainda afir mar, em torno da tese que ides expor, que repudiamos o pessimismo spengle-

sessão da Academia Bra

sileira de Letras, sandun-

do o ex-ministro belga

riano relativo à decadência do Ocidente.

van Zeeland, foi um dêsse.s acontecimentos que nos convidam à

Para nó.s% como para vós, o Ocidente

desperta. A retomada dos valores e.spi-

meditação — uma meditação guiada

Vma filha espirilual de Loucaiu

rituais e cristãos, re.colocados em ter

também pelas inspirações emocionais da

Viesteg, sr. van Zeeland. trazendo, de Louvam onde hauristes, no momento essencial da mocidade pem-ante, o es

mos de modernidade, pelas elites do

quele instante. Houve (pialquer coisa de grandioso e comovente no homem de pensamento tombando sòbre o que

pirito, a doutrina e a lógica tomistas. jVias permiti evocar um exemplo da voc-açáo cc-onómica de Louvain nesta terra, ainda cheia de paisagem e de sol. Da cidade onde sois profes.sor recebeínos uma mensagem universitária da

^stauração do tomismo e de sua pro jeção formadora de gerações de Cristo e para Cristo, no piedoso serviço e zêlo

de sua Igreja Católica. O e.xemplo

m

pensamento europeu, e das Américas, não é um despertar? A recusa, nas ur nas livres, ao totalitarismo vermelho, re-

pelindo-o para além ,das fronteiras es pirituais da Europa, não é um despertar? Os índices de recuperação econômica e

social do parque manufaturciro, destro

escrevera e que exprimia suas preocupa

i

O sr. Djacir Menez-cs, neste artigo, em

que /imueiifigeifl u memória de Roberto Simonsen, homem de pensamento e de ação, alguns aspectos da sua va^iosissima obra referente aos proble

mas fundamentais da economia nacional.

objetivos indispensáveis-do bem comum. De fato, sua ação foi orientada para uma cidlura ativa, se assim podemos

ções sòbre os problemas do mundo c

dizer.

de .sua pátria.

abstrações separadas da realidade brasi

Há algo de simbolica

mente expressivo — e que espelha uma

çado pela violência bélica, não acusam um despertar? O pacto das cinco po-

figura intelectual c moral de desconhe cido porte nas gerações brasileiras. Porque ôsse lutador infaligável conti

tenciíis, selado na vossa amada Bruxelas,

nuamente esteve meditando os assuntos

não é um despertar?

jamais se deixou fascinar por

leira. O pen.sainento teórico devia mer gulhar no mundo da ação prática — e os problemas que se deparam em nossa

que mais interessavam ao país. Todos

vida de povo ci\ilizado exigem coiijugação de esforços de ambos os gêneros. Longe de fechar-se egoisticamente,

Sr. Paul van Zeeland:

seus ensaios e obras testemunham a ati

com seus interêsses e sua fortuna, no

A Academia vos saúda!

vidade de um homem de inteligência ávido de compreender bem o desenvol

círculo privado de suas satisfações pes soais, — procurou sem cessar a convi

vimento econômico e social da nação. Na verdade, o que mais lhe caracteri zava a feição intelectual era exatamen

social e política, agremiando estudiosos das questõe,s econômicas que mais in

vência intelectual em função da ação

te um vivo poder de compreensão, li berto de quaisquer injunções e precon

teressavam ao Brasil. Conhecíamos sua

ceitos, volvido para as solicitações do

facilidade no sugerir temas e htadiar

trabalho científico. Mas, o que o pren dia na.s indagações científicas, dentro da esfera econômica, era o lado prático e

idéias diretoras, lançando programas que eram demonstiações continuas de seu

aplicável. Via bem quo a mera ativida-' de empírica das habituais realizações dos soi disant "homens práticos", se desen

volvia sempre em horizontes acanhados: tomava-se necessário iluminá-la com o

conhecimento

teórico, casando-os aos

capacidade de orientar êsses debates, sua

valor mental.

A abolição e o trabalho agrícola Não examinaremos todo o grande nú mero de ensaios, conferências, artigos e obras deixados por Roberto Simonsen. Polarizam-se sempre para os temas eco-


DICESTO

18

71^

EcONÒMtCt)

nómíco-sociais, fulcro de suas preocupa(,-nes mais vivas. Desejamos aqui apontar

tas propriedades agrícolas, o valor dos escravos superava o das terras e suas

certos aspectos de seu pensamento em

benfeitorias, confonne se pode inferir de

relação com os problemas fundamentais

numerosas hipotecas então inscritas." (1) Simonsen fala na ausência de "cons

da economia nacional.

Em 1938, a convite do Departamento de Cultura da

Universidade de São

ciência econômica" cios líderes politícos

daquela hora: éles não previram as con-

bre as conseqüências econômicas da abo

feqüêncías do ato abolicionista. Claro que não se trata do seu retardamento:

lição. Não foi a costumeira hi.stória dos

seria impossível. Era um processo que

fatos e a análise superficial da ocorrôncia, com a declaração de que limpá

.se vinha agravando dia a dia, vencendo

Paulo, fez um dos melhores estudos sô-

resistências retrógradas.

Foi retardado

vamos uma mancha em face do uni

o quanto possível pelos interesses escra

verso etc. O seu espírito vigorosamen

vocratas.

te analítico partiu de dados estatísticos

sobra para as medidas políticas de adap

quanto à demografia, quanto ao progres so das nossas indústrias, da nossa lenta

agricultura. Isto é, partiu do conheci

mento das diversas camadas da popula ção ativa empenhada na criação de nossa riqueza, para daí inferir as necessida

des de novas formas de trabalho recla

madas pelo nível superior das estruturas em desenvolvimento. Sucessivas leis, desde a cessação do tráfico (1850), haviam deterpiinado o declínio da massa

escrava enquanto a imigração européia aumentava. Na altura de 1871 (lei do

ventre livre), já orçava o braço servil em menos de 2 milhões.

O fundo de

emancipação, a manumissão espontânea,

atuaram fortemente, reduzindo-o a qua se 1 milhão. Quando chegamos ao 13

Havia, portanto, tempo de

tação, facultando uma transição que não

desorganizasse o trabalho rural. Mas não houve providências legislativas que preparassem a transição inevitável. Procurou-.se apenas barrar o curso da onda abolicionista. Criar obstáculos. A "cons ciência econômica" não permitiu aos es

tadistas ver e compreender que, diante da mudança ditada pelos acontecimento.'^ históricos, seriam necessários pontos de

vista mais plásticos, mais compreensi vos, mais maleáveis ao curso dos fatos,

que não se contraria a trôco de decretos.

Mas copiamos

a fina intuição das realidades econômi

bertos condicionais.

se deveriam adotar. Simonsen colhe al

gumas provas: perde-se boa parte da safra cafeeira por falta de colheita. Seu volume, porém, foi alto e não hou\e a

Diante

te Simonsen:

"Influenciado pela alta cambial e pelo afluxo de capitais estrangeiros ao país,

acreditava Ouro-Prêto que poderia pro mover a conversibilidade definitiva da

queda do produto. No vale do Paraíba,

moeda nacional, e nesse sentido foram

os cafèzais, assegurados pelo braço ser vil, decaíram lamentávelmente. As di vidas roíam os proprietários; —ca abo

dadas concessões u vários bancos emis

sores, pura a emissão de bilhetes con versíveis em ouro, abolindo-sc a emissão

acreditava que o abolicionismo ia inau

prevista sôbre títulos públicos. "Deu-se grande expansão aos emprés timos a fazendeiros, por intermédio dos

gurar a era luminosa: o cati\'eiro nos

bancos e sociedades financeiras, c, nes

lição precipitou-os. Levado pela pro paganda literária, o país ingênuaniente atrasava em velhos moldes de miséria c

se sentido, foram assinados contratos

ignorância. Não víamos que, rompidas gargalheiras, incorporando á massa

com 17 entidades para uma soma glo

da nação uma leg-ão de traba*hadores do eito, era indispensável resolver ou

um empréstimo interno de 100.000 con

tros problemas decorrentes da transi ção para o sistema de trabalho .sala-

bal de 172.000 contos.

Foi lançado

tos ouro, juros de 4%, que foi coberto mais de duas vezes. Finalmente, a

riado.

2 de outubro, contratou o govômo com o Banco Nacional do Brasil o res

Preparação de esi?ecialietas e técnicos

cial." (2)

Outros aspectos do movimento aboli lado de Simonsen. efeitos históricos.

Assim é que, na A implantação defi-

gate em 6 anos do papel-moeda ofi Sobrevêm novas conversões, novos em

préstimos. Marclia-se para a inflação dos negócios: definem-se os primeiros sintomas do encilhamento... Somam-se os descontentamentos nu

ma resultante vetorial única: a Repú

cas que manifestavam os parlamentares

sas de custeio, determinou maior solici

ram pela ampliação da circulação mo-

prados no norte, onde a população livre

impacto brutal dos conflitos irremediá

negro.

veis. Por isso atinaram com as gradações que permitem as transições e o prn-

gir a 700 mil contos de réis. Em mui

nossa política, em 1888, não tiveram a visão clara das medidas econômicas que

gôsto dos proprietários rurais.

desse panorama, resume magistralmen

blica.

crescia c não era tão necessário o braço

Em 1888, deveria êsse investimento atin

Mas dizíamos que o.s orientadores de

oitiva do trabalho livre, exigindo despe

britânicos, mestres na arte de apanxr o choque dos acontecimentos e desviar o

do capital apresentado pela escravaria.

tais — e a política financeira de OuroPrêto era uma satisfação tardia ao des-

quele magnífico ensaio, indica-nos outros

vam no cenário inglês.

republicana alteava o dorso nas capi

trofes.

tempo as figuras que nos impressiona

de 7(X) escravos, e uns 300 ingênuos, li

"A face importante da questão — es creve Simonsen — era, porém, o valor

gresso dentro da ordem legal, sem a.»: surpresas das revohrções e. suas catás

cionista não se furtaram ao espírito ati

exterioridades. Escapava-no.s o espírito.

Mais de 2/3 se

19

Falávamos muito em parlamentarismo, e voltamos sempre as vistas para o par lamentarismo inglês. Copiamos muito

de maio, a Lei Áxuea encontra um total

concentravam no cultivo do café, com

DiGESTo Econômico

(1) Simonsen. R., Ensaios Sociais. Po

litícos e Econômicos, edição da Fe deração das Indústrias de São Pau lo. 1943.

tação e procura de numerário. Clama netárto. Sobe à tona da discussão par lamentar o debate sobre a unidade ou a

plxiralídade dos bancos de emissão. Ven ceu a pluralidade. O lastro .seria misto: ouro e apólices da dívida pública. Elntrávamos na fase crepuscular da

monarquia.

O fazendeiro abandonava

o trono à sua própria sorte.

A onda

Debalde — observa Simonsen ~ o go-

vêmo republicano se esforça para deter o progresso inflacionista. E traça-ao,s o quadro seguinte:

"1) — Capital total dos bancos e em presas, incorporados no Rio de Janeiro desde a Independência até 1888: — 410!879:000$000. (2) Idem, ibidem.

C£. ainda: História

Econômica do Brasil, vol. I, Brasi liana. São Paulo. 1936.


DICESTO

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71^

EcONÒMtCt)

nómíco-sociais, fulcro de suas preocupa(,-nes mais vivas. Desejamos aqui apontar

tas propriedades agrícolas, o valor dos escravos superava o das terras e suas

certos aspectos de seu pensamento em

benfeitorias, confonne se pode inferir de

relação com os problemas fundamentais

numerosas hipotecas então inscritas." (1) Simonsen fala na ausência de "cons

da economia nacional.

Em 1938, a convite do Departamento de Cultura da

Universidade de São

ciência econômica" cios líderes politícos

daquela hora: éles não previram as con-

bre as conseqüências econômicas da abo

feqüêncías do ato abolicionista. Claro que não se trata do seu retardamento:

lição. Não foi a costumeira hi.stória dos

seria impossível. Era um processo que

fatos e a análise superficial da ocorrôncia, com a declaração de que limpá

.se vinha agravando dia a dia, vencendo

Paulo, fez um dos melhores estudos sô-

resistências retrógradas.

Foi retardado

vamos uma mancha em face do uni

o quanto possível pelos interesses escra

verso etc. O seu espírito vigorosamen

vocratas.

te analítico partiu de dados estatísticos

sobra para as medidas políticas de adap

quanto à demografia, quanto ao progres so das nossas indústrias, da nossa lenta

agricultura. Isto é, partiu do conheci

mento das diversas camadas da popula ção ativa empenhada na criação de nossa riqueza, para daí inferir as necessida

des de novas formas de trabalho recla

madas pelo nível superior das estruturas em desenvolvimento. Sucessivas leis, desde a cessação do tráfico (1850), haviam deterpiinado o declínio da massa

escrava enquanto a imigração européia aumentava. Na altura de 1871 (lei do

ventre livre), já orçava o braço servil em menos de 2 milhões.

O fundo de

emancipação, a manumissão espontânea,

atuaram fortemente, reduzindo-o a qua se 1 milhão. Quando chegamos ao 13

Havia, portanto, tempo de

tação, facultando uma transição que não

desorganizasse o trabalho rural. Mas não houve providências legislativas que preparassem a transição inevitável. Procurou-.se apenas barrar o curso da onda abolicionista. Criar obstáculos. A "cons ciência econômica" não permitiu aos es

tadistas ver e compreender que, diante da mudança ditada pelos acontecimento.'^ históricos, seriam necessários pontos de

vista mais plásticos, mais compreensi vos, mais maleáveis ao curso dos fatos,

que não se contraria a trôco de decretos.

Mas copiamos

a fina intuição das realidades econômi

bertos condicionais.

se deveriam adotar. Simonsen colhe al

gumas provas: perde-se boa parte da safra cafeeira por falta de colheita. Seu volume, porém, foi alto e não hou\e a

Diante

te Simonsen:

"Influenciado pela alta cambial e pelo afluxo de capitais estrangeiros ao país,

acreditava Ouro-Prêto que poderia pro mover a conversibilidade definitiva da

queda do produto. No vale do Paraíba,

moeda nacional, e nesse sentido foram

os cafèzais, assegurados pelo braço ser vil, decaíram lamentávelmente. As di vidas roíam os proprietários; —ca abo

dadas concessões u vários bancos emis

sores, pura a emissão de bilhetes con versíveis em ouro, abolindo-sc a emissão

acreditava que o abolicionismo ia inau

prevista sôbre títulos públicos. "Deu-se grande expansão aos emprés timos a fazendeiros, por intermédio dos

gurar a era luminosa: o cati\'eiro nos

bancos e sociedades financeiras, c, nes

lição precipitou-os. Levado pela pro paganda literária, o país ingênuaniente atrasava em velhos moldes de miséria c

se sentido, foram assinados contratos

ignorância. Não víamos que, rompidas gargalheiras, incorporando á massa

com 17 entidades para uma soma glo

da nação uma leg-ão de traba*hadores do eito, era indispensável resolver ou

um empréstimo interno de 100.000 con

tros problemas decorrentes da transi ção para o sistema de trabalho .sala-

bal de 172.000 contos.

Foi lançado

tos ouro, juros de 4%, que foi coberto mais de duas vezes. Finalmente, a

riado.

2 de outubro, contratou o govômo com o Banco Nacional do Brasil o res

Preparação de esi?ecialietas e técnicos

cial." (2)

Outros aspectos do movimento aboli lado de Simonsen. efeitos históricos.

Assim é que, na A implantação defi-

gate em 6 anos do papel-moeda ofi Sobrevêm novas conversões, novos em

préstimos. Marclia-se para a inflação dos negócios: definem-se os primeiros sintomas do encilhamento... Somam-se os descontentamentos nu

ma resultante vetorial única: a Repú

cas que manifestavam os parlamentares

sas de custeio, determinou maior solici

ram pela ampliação da circulação mo-

prados no norte, onde a população livre

impacto brutal dos conflitos irremediá

negro.

veis. Por isso atinaram com as gradações que permitem as transições e o prn-

gir a 700 mil contos de réis. Em mui

nossa política, em 1888, não tiveram a visão clara das medidas econômicas que

gôsto dos proprietários rurais.

desse panorama, resume magistralmen

blica.

crescia c não era tão necessário o braço

Em 1888, deveria êsse investimento atin

Mas dizíamos que o.s orientadores de

oitiva do trabalho livre, exigindo despe

britânicos, mestres na arte de apanxr o choque dos acontecimentos e desviar o

do capital apresentado pela escravaria.

tais — e a política financeira de OuroPrêto era uma satisfação tardia ao des-

quele magnífico ensaio, indica-nos outros

vam no cenário inglês.

republicana alteava o dorso nas capi

trofes.

tempo as figuras que nos impressiona

de 7(X) escravos, e uns 300 ingênuos, li

"A face importante da questão — es creve Simonsen — era, porém, o valor

gresso dentro da ordem legal, sem a.»: surpresas das revohrções e. suas catás

cionista não se furtaram ao espírito ati

exterioridades. Escapava-no.s o espírito.

Mais de 2/3 se

19

Falávamos muito em parlamentarismo, e voltamos sempre as vistas para o par lamentarismo inglês. Copiamos muito

de maio, a Lei Áxuea encontra um total

concentravam no cultivo do café, com

DiGESTo Econômico

(1) Simonsen. R., Ensaios Sociais. Po

litícos e Econômicos, edição da Fe deração das Indústrias de São Pau lo. 1943.

tação e procura de numerário. Clama netárto. Sobe à tona da discussão par lamentar o debate sobre a unidade ou a

plxiralídade dos bancos de emissão. Ven ceu a pluralidade. O lastro .seria misto: ouro e apólices da dívida pública. Elntrávamos na fase crepuscular da

monarquia.

O fazendeiro abandonava

o trono à sua própria sorte.

A onda

Debalde — observa Simonsen ~ o go-

vêmo republicano se esforça para deter o progresso inflacionista. E traça-ao,s o quadro seguinte:

"1) — Capital total dos bancos e em presas, incorporados no Rio de Janeiro desde a Independência até 1888: — 410!879:000$000. (2) Idem, ibidem.

C£. ainda: História

Econômica do Brasil, vol. I, Brasi liana. São Paulo. 1936.


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20

2) - Capital lotai dos bancos e em

presas, incorporados entre maio de 1888 e 15 de novembro de 1889: — 402.610:0003000;

3) - Idem, entre novembro de 1889 e outubro de 1890: — 1.169.388:000$000. Assim — comenta S nionsen — o pe

ríodo de jogo e especulaç'ão que se se guiu à proclamaçáo da República teve suas raízes no seio dos interesses em

ctjnflito corrv o movimento abolicionista. Indicando tôdas essas causas reais que

Econômico

que medidas de caníter meramente po lítico não poderão corrigir. "O salário, em grandes zonas do Nor te, representa hoje muito menos do que o simples valor dos juros o amortização de um ''c.scra\'o nos últimos tempos da Monarquia..." (3)

Nessa pobreza quase generaliziida. não liá senão um caminho: o rumo das in

vestigações econômicas, das pesquisas tecnológicas, qiie propulsionem as indús trias em conexão com a exploraç.ão agrí cola, atraindo os capitais às atividades fundamentais de criação da riquezii. Por

Dicesto Econômico

êsses propósitos contrariassem as condi

por intuições on palpites. As formas de

ções fundamentais de nossa formação

competição são objeto de estudos cuidadosos e os organismos criados no

nacional nem ferissem o.s "princípio.s de mocráticos em que desejamos viver". E

país precisam de conhecimentos para poder subsistir em mundo tão com

assinalava que o planejamento teria que atender, segundo resolução do Congres

plexo.

so das classes produtoras de Teresópolis, à harmonização de "um alto grau de segurança econômica para o indiví duo. com" um máximo de garantia para

Pkinejamento e defesa de nossos produtos

— embora não sejam, unilateralmente, os

ÍS.SO, Roberto Simonsen jamais desviou

Com a atenção voltada para nossa economia industrial, Simonsen repetiu algumas vêzes, em seus escritos e con ferências, c[ue o progrc.s-.vo de nossa agri-

únicos, como agradaria à interpretação econômica e simplificadora — Simon-

os olhos dos órgãos educativos. Êle quis

ctiUura estava condicionado pelo desen

que o seu país possuísse c.scolas especia

sen compreende lúcidamente o jogo

lizadas, aptas a formar gerações capazes de enfrentar os problemas que sempre

volvimento de nossas. indústrias. Desta maneira, cre.sccria facilmente o mercado

foram, até certo ponto, os fatores mais próximos dos acontecimentos políticos

complexo das interdependências no.s su cessos estudados. Ele expõe, com cla reza verdadeiramente didática, como o

trabalho servil produzia reflexos desas trosos à própria classe possidente nos

campo.s.

O trabalho escravo entorpe

meditou e buscou compreender e solu

cie consumo das nossas matérias-primas. Estas não criam, pela exportação, nos mercados externos, suficiente poder de

cionar. Em 1939, na Federação das Indústrias, em São Paulo, notava, em

compra — dada a desvantagem que, nas

conferência, que a Escola Politécnica sur

trocas internacionais, incidem sóbre os

gira quando os primeiros capitais de

países atrasados, cuja .sorte c a de ce

cia, ou melhor, embotava a compreen

vulto, formados na

leiros de matéria-prima à disposição dos

são dos problemas agrícolas por parte

instigariam novos horizontes à civiliza ção paulista. Mais capitais seriam atraí

dos proprietário.s. Reinava uma grande ignorância sobre os efeitos da concorrên

cia interna e externa. Tudo isso apare ceria à luz quando se fizesse a libertação do negro.

Ao concluir, diz-nos corajosamente:

lavoura

dos, de fora do país, pelas possibilida des que se ofereciam na área da ruhiácea.

A vida as.sociativa, (jn»» crescia

como rêde ganglionar, reclamava obva.s públicas — ferrovias, rodovias, esgotos,

"Na verdade. sonms

uma

na

cafeeira.

iluminação, etc. (4).

Tôcla uma

ção que ainda

série cie proble

não formou uma

mas técnicos cla mava por enge

consciência

co

letiva, capaz cie compreender os

seus problemas fundamentais. "Um inquérito sobre as condições de vida das populações, em vastas regiões do país, demonstraria que uma grande massa de patrícios nüS.sos jaz, ainda

bojo, em verdadeira .servidão econômica.

nheiros, cos,

médi

sanitaristas.

E os problemas econômicos pediam tam

bém seus especialistas.

Com o desen-

(3) Simonsen, R.. Ensaios, p. 20: "As conseqüências econômicas cia Abo lição".

(4) Idem. p. 249_: "O Instituto de Engç.nharia de Sao Paulo".

Simonsen não admitia, contudo, (jue

volvimento das indústrias, èsses proble mas não poderão mais ser resolvidos

países industrialmente liderantes. No mundo atual, êsses problemas èstóx) conpxos c interdependem, recla mando um estudo e planteamento ein

conjunto: daí uma crescente necessidade de planificação, cabendo aos técnicos uma rc.sponsabilidade de grande signifi cação científica. Defendendo a idéia do planejamento,

disse que esta "não visa alcançar uma

.sua liberdade". (6)

Quando Simonsen analisa o.s problema.s econômicos, não dei.xa de ter pre

sente no espírito "o estado de pobreza de nosso país desde a era de sua inde

pendência e o nosso limitado ritmo de progre.sso, comparado ao dos deniais paí.ses que .se adiantaram nesses últimos cem anos". Èle julga que não podemos enfrentar, nos mercados externos, os

produtos de exportação asiática, stib a ação política de nações coloniais onde ^ vigora o preço vil do trabalho que lhes permite um custo ínfimo, bso afasta facilmente nossa competição, ou a debi lita consideràvelmcnte nos mercados de

produtos tropicais. Debatendo com ou tro grande mestre em matéria econômi ca, nome de notável relevo entre nós e mesmo fora de nossas fronteiras, como é

o do sr. Eugênio Gndin — Roberto Si monsen buscou mostrar que nossos pro

blemas divergem fundamentalmente dos dos países de economia líder. Porque estes, "dotados de avançado aparellia-

estabilidade econômica que importaria na manutenção do nosso estado de po breza, mas objetiva, isso sim, a própria reestruturação econômica do país. Apro veita os ■ ensinamentos oferecidos pelos

tores de produção, não são os que maisinteressam aos países novos, de estru

planejamentos econômicos dos Estados

tura econômica fraca, de economia se-

mento econômico em relação ao emprê-

go total e ao desequilíbrio entre os fa

Unidos e Grã Bretanha durante a guer

ra e pela técnica do planejamento nis

(5) Simonsen, R., O Planejamento da

so, conciliando-os com as tendências e realidades brasileiras". (5)

(6) Idem. Cf. A Evolução Industrial do Brasil, São Paulo. 1939.

í. .fi

Economia Brasileira, São Paulo. 1945.

j.,.,

,.


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2) - Capital lotai dos bancos e em

presas, incorporados entre maio de 1888 e 15 de novembro de 1889: — 402.610:0003000;

3) - Idem, entre novembro de 1889 e outubro de 1890: — 1.169.388:000$000. Assim — comenta S nionsen — o pe

ríodo de jogo e especulaç'ão que se se guiu à proclamaçáo da República teve suas raízes no seio dos interesses em

ctjnflito corrv o movimento abolicionista. Indicando tôdas essas causas reais que

Econômico

que medidas de caníter meramente po lítico não poderão corrigir. "O salário, em grandes zonas do Nor te, representa hoje muito menos do que o simples valor dos juros o amortização de um ''c.scra\'o nos últimos tempos da Monarquia..." (3)

Nessa pobreza quase generaliziida. não liá senão um caminho: o rumo das in

vestigações econômicas, das pesquisas tecnológicas, qiie propulsionem as indús trias em conexão com a exploraç.ão agrí cola, atraindo os capitais às atividades fundamentais de criação da riquezii. Por

Dicesto Econômico

êsses propósitos contrariassem as condi

por intuições on palpites. As formas de

ções fundamentais de nossa formação

competição são objeto de estudos cuidadosos e os organismos criados no

nacional nem ferissem o.s "princípio.s de mocráticos em que desejamos viver". E

país precisam de conhecimentos para poder subsistir em mundo tão com

assinalava que o planejamento teria que atender, segundo resolução do Congres

plexo.

so das classes produtoras de Teresópolis, à harmonização de "um alto grau de segurança econômica para o indiví duo. com" um máximo de garantia para

Pkinejamento e defesa de nossos produtos

— embora não sejam, unilateralmente, os

ÍS.SO, Roberto Simonsen jamais desviou

Com a atenção voltada para nossa economia industrial, Simonsen repetiu algumas vêzes, em seus escritos e con ferências, c[ue o progrc.s-.vo de nossa agri-

únicos, como agradaria à interpretação econômica e simplificadora — Simon-

os olhos dos órgãos educativos. Êle quis

ctiUura estava condicionado pelo desen

que o seu país possuísse c.scolas especia

sen compreende lúcidamente o jogo

lizadas, aptas a formar gerações capazes de enfrentar os problemas que sempre

volvimento de nossas. indústrias. Desta maneira, cre.sccria facilmente o mercado

foram, até certo ponto, os fatores mais próximos dos acontecimentos políticos

complexo das interdependências no.s su cessos estudados. Ele expõe, com cla reza verdadeiramente didática, como o

trabalho servil produzia reflexos desas trosos à própria classe possidente nos

campo.s.

O trabalho escravo entorpe

meditou e buscou compreender e solu

cie consumo das nossas matérias-primas. Estas não criam, pela exportação, nos mercados externos, suficiente poder de

cionar. Em 1939, na Federação das Indústrias, em São Paulo, notava, em

compra — dada a desvantagem que, nas

conferência, que a Escola Politécnica sur

trocas internacionais, incidem sóbre os

gira quando os primeiros capitais de

países atrasados, cuja .sorte c a de ce

cia, ou melhor, embotava a compreen

vulto, formados na

leiros de matéria-prima à disposição dos

são dos problemas agrícolas por parte

instigariam novos horizontes à civiliza ção paulista. Mais capitais seriam atraí

dos proprietário.s. Reinava uma grande ignorância sobre os efeitos da concorrên

cia interna e externa. Tudo isso apare ceria à luz quando se fizesse a libertação do negro.

Ao concluir, diz-nos corajosamente:

lavoura

dos, de fora do país, pelas possibilida des que se ofereciam na área da ruhiácea.

A vida as.sociativa, (jn»» crescia

como rêde ganglionar, reclamava obva.s públicas — ferrovias, rodovias, esgotos,

"Na verdade. sonms

uma

na

cafeeira.

iluminação, etc. (4).

Tôcla uma

ção que ainda

série cie proble

não formou uma

mas técnicos cla mava por enge

consciência

co

letiva, capaz cie compreender os

seus problemas fundamentais. "Um inquérito sobre as condições de vida das populações, em vastas regiões do país, demonstraria que uma grande massa de patrícios nüS.sos jaz, ainda

bojo, em verdadeira .servidão econômica.

nheiros, cos,

médi

sanitaristas.

E os problemas econômicos pediam tam

bém seus especialistas.

Com o desen-

(3) Simonsen, R.. Ensaios, p. 20: "As conseqüências econômicas cia Abo lição".

(4) Idem. p. 249_: "O Instituto de Engç.nharia de Sao Paulo".

Simonsen não admitia, contudo, (jue

volvimento das indústrias, èsses proble mas não poderão mais ser resolvidos

países industrialmente liderantes. No mundo atual, êsses problemas èstóx) conpxos c interdependem, recla mando um estudo e planteamento ein

conjunto: daí uma crescente necessidade de planificação, cabendo aos técnicos uma rc.sponsabilidade de grande signifi cação científica. Defendendo a idéia do planejamento,

disse que esta "não visa alcançar uma

.sua liberdade". (6)

Quando Simonsen analisa o.s problema.s econômicos, não dei.xa de ter pre

sente no espírito "o estado de pobreza de nosso país desde a era de sua inde

pendência e o nosso limitado ritmo de progre.sso, comparado ao dos deniais paí.ses que .se adiantaram nesses últimos cem anos". Èle julga que não podemos enfrentar, nos mercados externos, os

produtos de exportação asiática, stib a ação política de nações coloniais onde ^ vigora o preço vil do trabalho que lhes permite um custo ínfimo, bso afasta facilmente nossa competição, ou a debi lita consideràvelmcnte nos mercados de

produtos tropicais. Debatendo com ou tro grande mestre em matéria econômi ca, nome de notável relevo entre nós e mesmo fora de nossas fronteiras, como é

o do sr. Eugênio Gndin — Roberto Si monsen buscou mostrar que nossos pro

blemas divergem fundamentalmente dos dos países de economia líder. Porque estes, "dotados de avançado aparellia-

estabilidade econômica que importaria na manutenção do nosso estado de po breza, mas objetiva, isso sim, a própria reestruturação econômica do país. Apro veita os ■ ensinamentos oferecidos pelos

tores de produção, não são os que maisinteressam aos países novos, de estru

planejamentos econômicos dos Estados

tura econômica fraca, de economia se-

mento econômico em relação ao emprê-

go total e ao desequilíbrio entre os fa

Unidos e Grã Bretanha durante a guer

ra e pela técnica do planejamento nis

(5) Simonsen, R., O Planejamento da

so, conciliando-os com as tendências e realidades brasileiras". (5)

(6) Idem. Cf. A Evolução Industrial do Brasil, São Paulo. 1939.

í. .fi

Economia Brasileira, São Paulo. 1945.

j.,.,

,.


Djcbsto Econômico

Dxcksto Econômico

23

tni-colonial. com produção não-diversificada, que, com a ausência de institui

com um baixíssimo padrão do vida.

ções e aparelhamentos econômicos e

desprestigiados no concêrto internacio

financeiros e a baixa densidade demo

nal das nações". (9)

ao estatuto de "fazenda ultramarina",

gráfica, vivem em estado de crise per manente, que ainda mais se agrava com

i

O direito sociol internaàoml

as repercussões das depressões cíclicas

tabelecimento de semelhante critério. Buscar-se-ia através dêle, mediante cor

podem dirigir como desejariam. Con forme aponta Simonsen, justamente os

Simonsen — não parece inipo.«sível o es

social atenuar a excessiva desigualdade

força, indagava:

dústrias lançou as diretrizes essenciais

dutos primários no mercado externo, do

nações, de.siguaidade cada

qual dependem os países atrasados

agravada pela concentração técnica e

mãos de pequeno número, o imperia-

Seus últimos trabalhos gravitavam em

tômo desse sério problema nacional: o

para um programa de longas conseoüCncías, que deveria ser ampliado e fun damentado sob sua inspiração e estímu

lo. Reportando-se ao que declarara no

lismo dos grandes centros financeiros e

auditório dos "Serviços Hollerith", a 8 de outubro de 1943, Simonsen repete;

industriais, que, controlando o mercado

"Quando se realizam tantos tratados

de matérias-primas, produzem os instru mentos de força política e econômica?" Em seguida, passava a mostrar como os países do liberalismo econômico ar

voraram a bandeira somente depois de suas próprias condições industriais terem

atingido nível técnico superior às de mais, permitindo-lhes competir vitorio

samente nos mercados. "Nenhum país ergueu um sistema industrial sem pro teção" — resume Simonsen. (8) Ade mais, no mecanismo do comércio inter

nacional intervém agora organismos oligopolístícos. cm formas de competição que estão muito longe das que foram idealizadas e esquemutizadas pela Eco-

nomía clássica. Não se explica, pois, que nesse mundo completamente mudado fôssemos atrás de regras de conduta eco

nômica antiquadas, que fariam apenas do Brasil "uma China de ante-guerra,

de comércio entre uma nação fortemen

te industrializada e outra em que pre

dominam, como artigo de exportação, os

chamados produtos coloniais, promuvese de fato a troca de produtos fraca mente remunerados por outros altamen

te recompensados. Mesmo que se equi librem em valor monetário os balanços de comércio e de pagamentos entre es

sas nações, o intercâmbio realizado fa vorece, sem dúvida, o pais mais indus trializado." (10)

Noutras palavras, trocam-se, muitas

vezes, 15 dias de trabalho agrícola por 1 dia de trabalho industrial. Que fazer diante das desproporções? Ocorre a Simonsen um entendimento em bases di

ferentes que deveriam ser tratadas num espírito de cooperação entre as nações

interessadas: a desigualdade real deve-

embora alguns privilegiados passassem

uma vida farta à custa dos lavradores e

L;

tos das variações dos preços, que não

do uma igualdade de trocas influencia da pelos princípios de justiça? "No plano internacional — discorre

países que dispõem de superior pode rio industrial ditam os preços dos pro

pólios, a proletarizaçáo crescente das massas, a concentração da riqueza nas

'j

que assentasse as bases de unia coope ração internacional efetiva sob a égide

das nossas trocas nos mercados exter nos. No Conselho de Economia das In

ral tenha facilitado a eclosão dos mono

;

ria ser compensada por complementos de ordem social c política, que ajudas sem o soerguimento do nível técnico e da renda nacional das alta.s partes con tratantes. Os países de exportação de produtos primários sofrem mnis os efei

dos países supercapitalizados".. . (7). E depois de bem acentuar suas convic ções democráticas, contrárias a qualquer forma de compressão dos regimes de "Negará o relator que o regime libe

'

23

de trabalhadores de café, de algodão e de alguns minérios" — diz fortemente SimorLsen. E conclui: "Regressaríamos

(7) (8)

Idem. Idem, ibidem.

(9) Idem, ibidem.

(10)

Memorandum, apresentado no Con selho de Economia das Indústrias, de que era presidente.

i

retivos de ordem econômica, política e dc fato atualmente existente entre as

vez mais

cconòmicamentc, todos baseados no co

capitulística, c pelo regime das relações

mércio exterior.

econômicas vigentes no terreno interna cional." (12)

"Segue-se daí que a política dos paí ses de.senvolvidos, até agora refletida

Louvando o espírito de solidariedade

nos acordos internacionais, sob a égi

que pretende revelar pelo Plano Mar

de da igualdade jurídica das nações, •

shall, Simonsen pimha em relevo a ne

significa, em última análise, pela pre dominância de seus interêsses e pela subestimação dos interêsses dos países

cessidade de dar-lhe conteúdo mais ní

menos desenvolvidos, a perpetuação de

tido, congregando os países sul-americanos em tômo de um programa de justiça internacional. (13) Dentro dessa

uma desigualdade de fato." (11)

esfera, o Brasil teria dc firmar-se como

deixam campo livre aos países indus

povo politicamente organizado. Suas últimas palavTas, no discurso ao embai

trializados, em detrimento dos países

xador vau Zeeland, ainda c-xprimiram

retardados.

evssas preocupações patrióticas e humani tárias. Uma poMtica de e'e\'ação do ní vel tecnológico faria efetiva nossa parti cipação nas áreas cresconte.s do 'ntei-

Os áutomatismos do "laissez faire"

Que soluçã.ü seria aconse

lhável à humanidade nessa etapa de sua evolução? Certamente a mais compa tível com o estado de civilização cien

tífica a que chegou: a análise dos pro blemas, o entendimento para a organi zação de um sistema racional que per

câmbio internacional, robustecendo nos so consumo interno, acelerando a fonna-

mitisse o encaminhamento da solução

sa estrutura econômica incipiente.

acertada e serena daquelas desigualdar

Como conseguir êsses objetivos?

des econômicas.

Aqui o pensamento de Simonsen ga nhou horizontes mais largos: se, den tro dos quadros nacionais, constituiuse um direito social para evitar as de

ção de capitais reais, impulsionando nos Simonsen mostrava dois caminhos: ou

"por uma adequada proteção que asse gure o mercado interno", processo que julgava lento e rigoroso; ou "pela co operação iiifcrnocional dentro dc um no-

sigualdades entre o economicamente dé bil e o economicamente forte, em base.s

de equilíbrio, — por que não se cons tituir um direito social internacional.

(11) Idem, ibidem. (12) Idem, ibidem.

(13) Idem. ibidem. — Cf. História Eco nômica do Brasil, vol. 2.o.


Djcbsto Econômico

Dxcksto Econômico

23

tni-colonial. com produção não-diversificada, que, com a ausência de institui

com um baixíssimo padrão do vida.

ções e aparelhamentos econômicos e

desprestigiados no concêrto internacio

financeiros e a baixa densidade demo

nal das nações". (9)

ao estatuto de "fazenda ultramarina",

gráfica, vivem em estado de crise per manente, que ainda mais se agrava com

i

O direito sociol internaàoml

as repercussões das depressões cíclicas

tabelecimento de semelhante critério. Buscar-se-ia através dêle, mediante cor

podem dirigir como desejariam. Con forme aponta Simonsen, justamente os

Simonsen — não parece inipo.«sível o es

social atenuar a excessiva desigualdade

força, indagava:

dústrias lançou as diretrizes essenciais

dutos primários no mercado externo, do

nações, de.siguaidade cada

qual dependem os países atrasados

agravada pela concentração técnica e

mãos de pequeno número, o imperia-

Seus últimos trabalhos gravitavam em

tômo desse sério problema nacional: o

para um programa de longas conseoüCncías, que deveria ser ampliado e fun damentado sob sua inspiração e estímu

lo. Reportando-se ao que declarara no

lismo dos grandes centros financeiros e

auditório dos "Serviços Hollerith", a 8 de outubro de 1943, Simonsen repete;

industriais, que, controlando o mercado

"Quando se realizam tantos tratados

de matérias-primas, produzem os instru mentos de força política e econômica?" Em seguida, passava a mostrar como os países do liberalismo econômico ar

voraram a bandeira somente depois de suas próprias condições industriais terem

atingido nível técnico superior às de mais, permitindo-lhes competir vitorio

samente nos mercados. "Nenhum país ergueu um sistema industrial sem pro teção" — resume Simonsen. (8) Ade mais, no mecanismo do comércio inter

nacional intervém agora organismos oligopolístícos. cm formas de competição que estão muito longe das que foram idealizadas e esquemutizadas pela Eco-

nomía clássica. Não se explica, pois, que nesse mundo completamente mudado fôssemos atrás de regras de conduta eco

nômica antiquadas, que fariam apenas do Brasil "uma China de ante-guerra,

de comércio entre uma nação fortemen

te industrializada e outra em que pre

dominam, como artigo de exportação, os

chamados produtos coloniais, promuvese de fato a troca de produtos fraca mente remunerados por outros altamen

te recompensados. Mesmo que se equi librem em valor monetário os balanços de comércio e de pagamentos entre es

sas nações, o intercâmbio realizado fa vorece, sem dúvida, o pais mais indus trializado." (10)

Noutras palavras, trocam-se, muitas

vezes, 15 dias de trabalho agrícola por 1 dia de trabalho industrial. Que fazer diante das desproporções? Ocorre a Simonsen um entendimento em bases di

ferentes que deveriam ser tratadas num espírito de cooperação entre as nações

interessadas: a desigualdade real deve-

embora alguns privilegiados passassem

uma vida farta à custa dos lavradores e

L;

tos das variações dos preços, que não

do uma igualdade de trocas influencia da pelos princípios de justiça? "No plano internacional — discorre

países que dispõem de superior pode rio industrial ditam os preços dos pro

pólios, a proletarizaçáo crescente das massas, a concentração da riqueza nas

'j

que assentasse as bases de unia coope ração internacional efetiva sob a égide

das nossas trocas nos mercados exter nos. No Conselho de Economia das In

ral tenha facilitado a eclosão dos mono

;

ria ser compensada por complementos de ordem social c política, que ajudas sem o soerguimento do nível técnico e da renda nacional das alta.s partes con tratantes. Os países de exportação de produtos primários sofrem mnis os efei

dos países supercapitalizados".. . (7). E depois de bem acentuar suas convic ções democráticas, contrárias a qualquer forma de compressão dos regimes de "Negará o relator que o regime libe

'

23

de trabalhadores de café, de algodão e de alguns minérios" — diz fortemente SimorLsen. E conclui: "Regressaríamos

(7) (8)

Idem. Idem, ibidem.

(9) Idem, ibidem.

(10)

Memorandum, apresentado no Con selho de Economia das Indústrias, de que era presidente.

i

retivos de ordem econômica, política e dc fato atualmente existente entre as

vez mais

cconòmicamentc, todos baseados no co

capitulística, c pelo regime das relações

mércio exterior.

econômicas vigentes no terreno interna cional." (12)

"Segue-se daí que a política dos paí ses de.senvolvidos, até agora refletida

Louvando o espírito de solidariedade

nos acordos internacionais, sob a égi

que pretende revelar pelo Plano Mar

de da igualdade jurídica das nações, •

shall, Simonsen pimha em relevo a ne

significa, em última análise, pela pre dominância de seus interêsses e pela subestimação dos interêsses dos países

cessidade de dar-lhe conteúdo mais ní

menos desenvolvidos, a perpetuação de

tido, congregando os países sul-americanos em tômo de um programa de justiça internacional. (13) Dentro dessa

uma desigualdade de fato." (11)

esfera, o Brasil teria dc firmar-se como

deixam campo livre aos países indus

povo politicamente organizado. Suas últimas palavTas, no discurso ao embai

trializados, em detrimento dos países

xador vau Zeeland, ainda c-xprimiram

retardados.

evssas preocupações patrióticas e humani tárias. Uma poMtica de e'e\'ação do ní vel tecnológico faria efetiva nossa parti cipação nas áreas cresconte.s do 'ntei-

Os áutomatismos do "laissez faire"

Que soluçã.ü seria aconse

lhável à humanidade nessa etapa de sua evolução? Certamente a mais compa tível com o estado de civilização cien

tífica a que chegou: a análise dos pro blemas, o entendimento para a organi zação de um sistema racional que per

câmbio internacional, robustecendo nos so consumo interno, acelerando a fonna-

mitisse o encaminhamento da solução

sa estrutura econômica incipiente.

acertada e serena daquelas desigualdar

Como conseguir êsses objetivos?

des econômicas.

Aqui o pensamento de Simonsen ga nhou horizontes mais largos: se, den tro dos quadros nacionais, constituiuse um direito social para evitar as de

ção de capitais reais, impulsionando nos Simonsen mostrava dois caminhos: ou

"por uma adequada proteção que asse gure o mercado interno", processo que julgava lento e rigoroso; ou "pela co operação iiifcrnocional dentro dc um no-

sigualdades entre o economicamente dé bil e o economicamente forte, em base.s

de equilíbrio, — por que não se cons tituir um direito social internacional.

(11) Idem, ibidem. (12) Idem, ibidem.

(13) Idem. ibidem. — Cf. História Eco nômica do Brasil, vol. 2.o.


Dicksto

24

Econômico

vo conceito de direito social internacio-

deriam acalentar.

nai e sob novas fórmulas positivas de ajuda econômica, técnica c financeira" — capaz de estimular a produtividade de todos os países atrasados. (14)

como um clarão de esperança, iluminan

Foi seu último sonlio. Seria realizii-

vel — ou perder-se-ia nas agitações sem fim do turbadissimo cenário universal?

Náo indagamos aqui.

Morreu dentro

desse sonho, numa última e\'Ocação de

paz e justi^-a entre os povos — um sonho limpidamente humano, que só um cé rebro generoso e um grande coração po

Um sonho que sorri,

do os contornos longínquos das praias

o (PíxmxSL

dit Sxmtad,

YHl

do futuro, encjuanto o homem pergun

FUANCISCO PlXESTES Maia

ta, a nda dentro da borra.sca,

"onde pode acolher-se uin fraco humano, onde terá segura a curta vida, que não se arme e se indigne o céu sereno

TRAVKSSl.V

do

estuá

rio, mediante ponte alta ou túnel, apresentando certos inconvenientes, ca be estudar a hipótese de uma ponte baixa, de vão

contra um bicho da terra tão pequeno?" (14) Citação de seu último discurso, pu blicado no "Diário Carioca", de 20

A principal vantagem relativamente à ponte alta é a economia, pelo cncurtamento dos acessos

c

menor

altura

dos

pilares.

Dispensa outrossim aCessos suplemen tares, aconselháveis no primeiro caso.

Segunda vantagem é o menor per curso a que ohriga, e a mcngr altura: os veículos . c transeuntes terão dc

galgar apenas 25 metros, e não 70 ou 80, que c quase a altura

ligações entre o Coníincn/tJ e as ilhas de São Vicente e de Santo Amaro.

No

próximo artigo será encarado o problema urbanístico dc Santos.

MartinelH.

de passar todo por aqui; a ligação ao litoral norte far-sc-ia através de San

tos c do canto NO da Ilha de Santo

Amaro, pelas pontes do estuário e do monte

Cabrão,

recaindo

clepoi.<

no

trajeto já apontado para o litoral.

Mas a manutcjtção da rodovia SaboóBarnahé-Bcrtioga, ao menos com 2 vias, parece-nos a melhor solução. Realizável já ou em etapa posterior, aliviará a ponte do estuário e o cen

Em relação ao túnel, apresenta so bretudo a vantagem econômica (pois custa metade por via) c a estética,

tro de Santos, c irá servir uma região hoje abandonada do município. Êste plano adota, assim, a ponte

pois é sempre mais agradável uma

pelo Saboó (2 linhas férreas trilhos e 2 filas carroçáveis) e ponte urbana no estuário, para las (2 linhas de " tramway" e

travessia superior, desfrutando o pa norama e o ar livre, que num túnel abafadiço.

Se

os

tráfegos

cruzados

íòssem

pouco importantes, e a altura fòsse mí nima, a passagem de

linhas

férreas

pela ponto seria tolerável. Mas à vis

de 3 uma 6 fi 4 de

veículos comuns).

A primeira é de necessidade imediata^ para receber as estradas de ferro, mas o tabuleiro rodoviário é

ta das características do tráfego lo

adiável.

cal, das difíceis conexões ferroviárias

hieràrquicamente como segunda, em-

nas duas margens (principalmente do

; •

Prestes Maia examina neste trabalho as

móvel.

maio de 1948.

■■-.'ÂnÁ-A

O ilustre homem ptddico Dr. Francisco

A

do

estuário

classifica-se

•l)ora convenha considerar-se simulta

lado de Santos), é preferível relegar as ferrovias para a ponte Saboó-Bar-

neamente, devido à sua importância para o desenvolvimento portuário e ,

nabé e reservar a do estuário para a

urbanístico de Santo Amaro, com re

circulação comum e de pedestres. O

flexo na própria cidade de Santos, as

tráfego rodoviário, na realidade, po-

sim praticamente ampliada.


Dicksto

24

Econômico

vo conceito de direito social internacio-

deriam acalentar.

nai e sob novas fórmulas positivas de ajuda econômica, técnica c financeira" — capaz de estimular a produtividade de todos os países atrasados. (14)

como um clarão de esperança, iluminan

Foi seu último sonlio. Seria realizii-

vel — ou perder-se-ia nas agitações sem fim do turbadissimo cenário universal?

Náo indagamos aqui.

Morreu dentro

desse sonho, numa última e\'Ocação de

paz e justi^-a entre os povos — um sonho limpidamente humano, que só um cé rebro generoso e um grande coração po

Um sonho que sorri,

do os contornos longínquos das praias

o (PíxmxSL

dit Sxmtad,

YHl

do futuro, encjuanto o homem pergun

FUANCISCO PlXESTES Maia

ta, a nda dentro da borra.sca,

"onde pode acolher-se uin fraco humano, onde terá segura a curta vida, que não se arme e se indigne o céu sereno

TRAVKSSl.V

do

estuá

rio, mediante ponte alta ou túnel, apresentando certos inconvenientes, ca be estudar a hipótese de uma ponte baixa, de vão

contra um bicho da terra tão pequeno?" (14) Citação de seu último discurso, pu blicado no "Diário Carioca", de 20

A principal vantagem relativamente à ponte alta é a economia, pelo cncurtamento dos acessos

c

menor

altura

dos

pilares.

Dispensa outrossim aCessos suplemen tares, aconselháveis no primeiro caso.

Segunda vantagem é o menor per curso a que ohriga, e a mcngr altura: os veículos . c transeuntes terão dc

galgar apenas 25 metros, e não 70 ou 80, que c quase a altura

ligações entre o Coníincn/tJ e as ilhas de São Vicente e de Santo Amaro.

No

próximo artigo será encarado o problema urbanístico dc Santos.

MartinelH.

de passar todo por aqui; a ligação ao litoral norte far-sc-ia através de San

tos c do canto NO da Ilha de Santo

Amaro, pelas pontes do estuário e do monte

Cabrão,

recaindo

clepoi.<

no

trajeto já apontado para o litoral.

Mas a manutcjtção da rodovia SaboóBarnahé-Bcrtioga, ao menos com 2 vias, parece-nos a melhor solução. Realizável já ou em etapa posterior, aliviará a ponte do estuário e o cen

Em relação ao túnel, apresenta so bretudo a vantagem econômica (pois custa metade por via) c a estética,

tro de Santos, c irá servir uma região hoje abandonada do município. Êste plano adota, assim, a ponte

pois é sempre mais agradável uma

pelo Saboó (2 linhas férreas trilhos e 2 filas carroçáveis) e ponte urbana no estuário, para las (2 linhas de " tramway" e

travessia superior, desfrutando o pa norama e o ar livre, que num túnel abafadiço.

Se

os

tráfegos

cruzados

íòssem

pouco importantes, e a altura fòsse mí nima, a passagem de

linhas

férreas

pela ponto seria tolerável. Mas à vis

de 3 uma 6 fi 4 de

veículos comuns).

A primeira é de necessidade imediata^ para receber as estradas de ferro, mas o tabuleiro rodoviário é

ta das características do tráfego lo

adiável.

cal, das difíceis conexões ferroviárias

hieràrquicamente como segunda, em-

nas duas margens (principalmente do

; •

Prestes Maia examina neste trabalho as

móvel.

maio de 1948.

■■-.'ÂnÁ-A

O ilustre homem ptddico Dr. Francisco

A

do

estuário

classifica-se

•l)ora convenha considerar-se simulta

lado de Santos), é preferível relegar as ferrovias para a ponte Saboó-Bar-

neamente, devido à sua importância para o desenvolvimento portuário e ,

nabé e reservar a do estuário para a

urbanístico de Santo Amaro, com re

circulação comum e de pedestres. O

flexo na própria cidade de Santos, as

tráfego rodoviário, na realidade, po-

sim praticamente ampliada.


2fl

DiOtóTO EcONÓíkUCO

Dicesto Econômico

Qualquer ponte , baixa no estuário í5€rá forçosamente móvel, ao menos

no vão central, para dar passagem à navegação. As vigas móveis não po dem ser demasiado grandes por mo tivos construtivos e de manobra; as-

sira, a ponte, provavelmente, conta rá três vãos: um central, mator, e dois laterais, fixos. Quantas pontes devem ser previstas no estuário?

A nosso ver basta uma, pouco aci ma dos fios do Itatinga.

A localização da grande ponte se rá entre Vila Matias ou Macuco e, do lado oposto, o antigo domínio dos

cia ao porto em caso de aci dente.

Tem-se falado noutra ligação com

Santo Amaro, na Ponta da Praia, Com o caráter fixo, é dispensável, desde que exista a anterior. .A Ponta da Praia é travessia de pequeno va lor econômico, pois não zonas ativas, comerciais e portuárias, mas apenas faixas residencia-s e de turis mo. Qualquer ponte estaria aí mal colocada, porque dela, sim, então de

razões :

— Ser o ponto mais estreito do canal.

damente na direção dos seus

quíntuplo, e isso mesmo para um só

c^) — Captar facilmente, em San e as

correntes diretas da Via An-

ries", transformando

o atual. Satisfará as necessidades nor

rior o papel dos túneis urbanos).

e

Há projeto oficial duma estrada à

portantes: Guaru-

tes c as oscilantes eliminam-se pre liminarmente por diversas razões, e

e

conseqüên

A altura livre não deverá ser tama

qite

traga

o.s

inconvenientes

apontados no caso da ponte alta" nem tão re duzida

que

embarace

a

passagem das embarcações menores; 20 metros pare ce boa cifra. Não haverá, sob o ponto de vista

da segurança, inconveniente em im

a escolha deve fazer-se entre os ou tros três sistemas.

O sistema girante seria o menos recomendável se, no caso, não apre sentasse duas vantagens: o vão in

teiramente livre, vertical mente, e a facilidade pa ra atingir vãos horizontais relativamente grandes. Ofe rece três tipos: de tabu leiro único (eixo margi nal), de dois tabuleiros (dois eixos

marginais), e de tabuleiro único so bre pilar central. Só nos interessam os últimos.

embarcações pequenas teriam ainda franqueados os vãos laterais.

dráulico (óleo), ou sobre uma Coroa de roletes, ou sòbre um aparelho mis

damentais

g) — Estar mais ao abrigo de even menor

pcrcquc c Bertioga, A ponte tangcnciará o frigorífico das Docas e terá entrada por uma das ruas (Lowndes ou Xavier Pi nheiro), naturalmente alargada.

transportadoras e as flutuantes, intei ramente estranhas ao caso. As rolan

vios transitam numa faixa centra.1 li mitada, que é o canal profundo. As

Êste traçado não resol

acarretar

tes c levadiças. Deixamos de lado as

manda de S. Sebastião.

verá as necessidades fun

porto, a 'juzante.

transatlânticos,

plantar pilares no estuário, pois os na

tioga e Cabrão. e) — Encontrar, pelo

f) — Ficar suficientemente longe da barra,' desembaraçando, portanto, a maior seção do

os

Bertioga (balsa) cm de-

já, Perequê, Ber-

menos de um lado, terreno firme, no lugar dos antigos." outeirinhos"

largos que

mente o tráfego dos túneis urbanos. O segundo é a bifurcação para os pontos extremos da antiga Guaibê;

mais e, nos dias excepcionais, o tráfe

de portuária, e daí irradiai nas direções im

mais

As pontes móveis podem ser: ro lantes. oscilantes, girantcs, basculan-

melhorando

go excedente terá à disposição a outra ou as outras ligações já estudadas.

tons.). Os vasos de guerra máximos (couraçados) são proporcionalmente

numa rcentrância da pequena cadeia orográfca santista,' receberá futura

nha

d) — Cair, do lado de Santo Ama ro, em pleno centro da cida

Cia. Ncerlandesa, exemplificam-se pe lo Rotterdam, de 198,00 m de com primento e 23,47 de largura (37.100

mas de medidas absolutas menores.

Em tais condições será melhor manter um serviço de balsas ou "fer-

chieta (Ver em artigo poste

mento e 22 de largura. Os navios mis tos da White Star, da Cunard e da

rísticos. O primeiro, hoje escondido

tubo ou duas filas de veículos.

tos, tanto o tráfego comer

externos,

da Serra do Guararu, cm Santo Ama ro. Ambos éstes pontos são caracte

exposição aumentaria a tentação pa

centros de gravidade.

ataques

o Jabaquara, em Santos, até o sopé

ra ataques em caso de guerra, e na vios de mastreação excepcional esta Falou-se num orçamento de 10 mi lhões de cruzeiros: pode-se prever o

tuais

sa reta, eixo das duas cidades, desde

riam .sempre impedidos de penetrar.

b) — Unir as duas ilhas aproxima

cial como o turístico

Baiíkheuser. Corresponde a uma imen

penderia todo o porto. -A sua maior

Justificam esta localização diversa?

27

da

região; é

absurdo um caminlião des

cido pela Via Aiichieta e

A rotação faz-se sòbre um pino hi

O vão principal móvel terá p. ex.

to. Escusado dizer que o acionamen

160 metros, facultando assini até o

to de todos os sistemas deve ser me cânico e elétrico.

destinado ao litoral norte, atravessar to

cruzamento de navios.

da a cidade de Santos, dar longa volta pelas praias de Santo Amaro, transpor

Com efeito, os maiores transatlân ticos raramente excedem • 30 m de

duas balsas, para só depois retomar, na Bertioga, o caminho direito. O traça do em aprêço deverá subsistir apenas

largura: o Rex e o Bremem mediam 31, e o Normandie 36, 'excepcional mente.

No sistema giratório diversos in convenientes são patentes, dos quais não é o menor o tamanho dos pila res e a obstrução que realzam. Em canal estreito pode até resultar um

como estrada ou avenida beira-mar,de

Os grandes cargueiros não costu

desvio das correntes e a erosão das

mero interêsse turísticô e residencial.

mam ultrapassar 160 m de compri

margens. A maquinaria é custosa. As

.L


2fl

DiOtóTO EcONÓíkUCO

Dicesto Econômico

Qualquer ponte , baixa no estuário í5€rá forçosamente móvel, ao menos

no vão central, para dar passagem à navegação. As vigas móveis não po dem ser demasiado grandes por mo tivos construtivos e de manobra; as-

sira, a ponte, provavelmente, conta rá três vãos: um central, mator, e dois laterais, fixos. Quantas pontes devem ser previstas no estuário?

A nosso ver basta uma, pouco aci ma dos fios do Itatinga.

A localização da grande ponte se rá entre Vila Matias ou Macuco e, do lado oposto, o antigo domínio dos

cia ao porto em caso de aci dente.

Tem-se falado noutra ligação com

Santo Amaro, na Ponta da Praia, Com o caráter fixo, é dispensável, desde que exista a anterior. .A Ponta da Praia é travessia de pequeno va lor econômico, pois não zonas ativas, comerciais e portuárias, mas apenas faixas residencia-s e de turis mo. Qualquer ponte estaria aí mal colocada, porque dela, sim, então de

razões :

— Ser o ponto mais estreito do canal.

damente na direção dos seus

quíntuplo, e isso mesmo para um só

c^) — Captar facilmente, em San e as

correntes diretas da Via An-

ries", transformando

o atual. Satisfará as necessidades nor

rior o papel dos túneis urbanos).

e

Há projeto oficial duma estrada à

portantes: Guaru-

tes c as oscilantes eliminam-se pre liminarmente por diversas razões, e

e

conseqüên

A altura livre não deverá ser tama

qite

traga

o.s

inconvenientes

apontados no caso da ponte alta" nem tão re duzida

que

embarace

a

passagem das embarcações menores; 20 metros pare ce boa cifra. Não haverá, sob o ponto de vista

da segurança, inconveniente em im

a escolha deve fazer-se entre os ou tros três sistemas.

O sistema girante seria o menos recomendável se, no caso, não apre sentasse duas vantagens: o vão in

teiramente livre, vertical mente, e a facilidade pa ra atingir vãos horizontais relativamente grandes. Ofe rece três tipos: de tabu leiro único (eixo margi nal), de dois tabuleiros (dois eixos

marginais), e de tabuleiro único so bre pilar central. Só nos interessam os últimos.

embarcações pequenas teriam ainda franqueados os vãos laterais.

dráulico (óleo), ou sobre uma Coroa de roletes, ou sòbre um aparelho mis

damentais

g) — Estar mais ao abrigo de even menor

pcrcquc c Bertioga, A ponte tangcnciará o frigorífico das Docas e terá entrada por uma das ruas (Lowndes ou Xavier Pi nheiro), naturalmente alargada.

transportadoras e as flutuantes, intei ramente estranhas ao caso. As rolan

vios transitam numa faixa centra.1 li mitada, que é o canal profundo. As

Êste traçado não resol

acarretar

tes c levadiças. Deixamos de lado as

manda de S. Sebastião.

verá as necessidades fun

porto, a 'juzante.

transatlânticos,

plantar pilares no estuário, pois os na

tioga e Cabrão. e) — Encontrar, pelo

f) — Ficar suficientemente longe da barra,' desembaraçando, portanto, a maior seção do

os

Bertioga (balsa) cm de-

já, Perequê, Ber-

menos de um lado, terreno firme, no lugar dos antigos." outeirinhos"

largos que

mente o tráfego dos túneis urbanos. O segundo é a bifurcação para os pontos extremos da antiga Guaibê;

mais e, nos dias excepcionais, o tráfe

de portuária, e daí irradiai nas direções im

mais

As pontes móveis podem ser: ro lantes. oscilantes, girantcs, basculan-

melhorando

go excedente terá à disposição a outra ou as outras ligações já estudadas.

tons.). Os vasos de guerra máximos (couraçados) são proporcionalmente

numa rcentrância da pequena cadeia orográfca santista,' receberá futura

nha

d) — Cair, do lado de Santo Ama ro, em pleno centro da cida

Cia. Ncerlandesa, exemplificam-se pe lo Rotterdam, de 198,00 m de com primento e 23,47 de largura (37.100

mas de medidas absolutas menores.

Em tais condições será melhor manter um serviço de balsas ou "fer-

chieta (Ver em artigo poste

mento e 22 de largura. Os navios mis tos da White Star, da Cunard e da

rísticos. O primeiro, hoje escondido

tubo ou duas filas de veículos.

tos, tanto o tráfego comer

externos,

da Serra do Guararu, cm Santo Ama ro. Ambos éstes pontos são caracte

exposição aumentaria a tentação pa

centros de gravidade.

ataques

o Jabaquara, em Santos, até o sopé

ra ataques em caso de guerra, e na vios de mastreação excepcional esta Falou-se num orçamento de 10 mi lhões de cruzeiros: pode-se prever o

tuais

sa reta, eixo das duas cidades, desde

riam .sempre impedidos de penetrar.

b) — Unir as duas ilhas aproxima

cial como o turístico

Baiíkheuser. Corresponde a uma imen

penderia todo o porto. -A sua maior

Justificam esta localização diversa?

27

da

região; é

absurdo um caminlião des

cido pela Via Aiichieta e

A rotação faz-se sòbre um pino hi

O vão principal móvel terá p. ex.

to. Escusado dizer que o acionamen

160 metros, facultando assini até o

to de todos os sistemas deve ser me cânico e elétrico.

destinado ao litoral norte, atravessar to

cruzamento de navios.

da a cidade de Santos, dar longa volta pelas praias de Santo Amaro, transpor

Com efeito, os maiores transatlân ticos raramente excedem • 30 m de

duas balsas, para só depois retomar, na Bertioga, o caminho direito. O traça do em aprêço deverá subsistir apenas

largura: o Rex e o Bremem mediam 31, e o Normandie 36, 'excepcional mente.

No sistema giratório diversos in convenientes são patentes, dos quais não é o menor o tamanho dos pila res e a obstrução que realzam. Em canal estreito pode até resultar um

como estrada ou avenida beira-mar,de

Os grandes cargueiros não costu

desvio das correntes e a erosão das

mero interêsse turísticô e residencial.

mam ultrapassar 160 m de compri

margens. A maquinaria é custosa. As

.L


DiGCSxo Econômico

38

graiules

larguras

são

impraticáveis,

assim como as duplicações. Os tabu leiros

tornam-se

cn.sombrantes:

a

LOCAL

manobra

requer

muito cuidado: os

Dtf.Kvro Econóxuco

dos. sobretudo em Chicago, onde lhe

dão oportunidade os dois rios que ba

riscos dc coli.são aumentam.

nham o centro.

Alguns exemplos

Como e.xemplos citarenio.s : Coimirimenio

V&o Livre

Total

Largura

Tipo

Local

Largura

Vfio Livre

A

Eslrados

i

A) TABULEIRO DUPLO

Strauss

106,00 in

Brest. Arsenal

173,15 m

7.20 m

Trave. Herrenbrücke Libau. Ponte Alexandre líl

70,(Kt 50,00

159,00

8,00 7,90 9.60

98.30 132.40

67,32

(Cliicago) Wells St. (Chicago) North (Chicago) Arlington (Washington) Canad'an and Pacific Ry (Camil Sanli-.St.

B) DE APOIO CENTRAL Amsterdam. Velscn

Carontc — Canal de Bouc a

Martignes Duluth (Minn.) A duração das manobras costuma variar

de

um e

tanto ou 2 minutos

(Havre, Bellot), a 3í^-(Sete, gare) e até 5'/d minutos (Carente). E', porém, de consignar, na apreciação das pon tes móveis, ser a duração da manobra fator relativamente secundário,

comparativamente ao tempo que os navios exigem para aviso e passagem em marcha geralmente reduzida.

As pontes basculantes per

2 de 55,00 2 de 42,72

128,00

1020

114,40

9,20

''

■■

149,70

17,90

tor só ao indispensável para vencer as

10,00 m

1

Rio Chicago

1 1

71,60 70,00

67,00 56,00

2

13,50 " 27.60

2

.

• 1

27.30

2

\

102,00

83,00 57,00

Koadby-Tretit

79,20 45,00

Rottcrdam (Holanda)

52.00

Tien-Tsin (China)

42,60

Clücago

1 VIA

1 VIA

2 VIAS

2

1

i

1

1 ■ ■ 17,20 26,50 20,10

1 .

. 2 2

sobrecargas e as resistências secun dárias.

Como no sistema anterior, os gran

des vãos exigem dois estrados. Êstes,

quando fechados, podem engrenar-se ou apoiar-se mutuamente, em arco, aumentando a esta bilidade e a rigidez. O meca

nismo projeta-se de modo a não poder desandar durante a manobra. O sistema adapta-se

bem às vias largas, sendo fácil a sub divisão longitudinal em estrados para

dro rolante ou setor circular (p. ex.

lelos, mais estreitos.

O risco de colisões é menor e de me

Scherzer). Pode-se, aliás, distinguir maior número de tipos: Strauss, vScher-

nos conseqüências que nas pontes gi*.

zer, Chicago (simple-trunion) e Rall.

ratórias.

de modo a restringir o traballio mo

Scherzer

Sete

tencem a dois tipos principais: o de ebco fixo íp. e.x. Strauss) e o de ciiin

O tipo Scherzer é o mais usual; o Strauss detém o segundo lugar. O equilíbrio faz-se por contrapeso solidário ou por contrapêso suspenso,

Maria)

'

75,()í) m

Rio Calumet, South

Wilhelmshaven — Porto

de Torpedeiros

Mtchigan Av. (Chicago)

Os vãos existentes têm-se mantido abaixo de 100 metros.

Ao passo que o sistema anterior é comum na Europa, mormente na Fran ça, êste é mais usual nos Estados Uni-

"Em comparação com as girató rias e as basculantes, têm as pontes levadiças provado ser mais econômi

As pontes levadiças são simples e rápidas. O deslocamento vertical pede

fazer-se apenas parcialmente, confor

cas, tanto no referente à construção

me a necessidade do momento. A ad-

como à manutenção, e não resta dú vida que numerosas dêste tipo serão

junção de elementos semelhantes, em paralelo, é cômoda; os riscos de aci

construídas no futuro", dizem Hool e Kinne. São adequadas aos vãos lon

dentes são menores mais fáceis.

gos e pequenas alturas de ascensão,

Dessas ponte.s há três tipos (inclu sive o basculante (Strauss e Rall), que não interessa, pelo exíguo deslo camento vertical).

ao inverso das basculantes. No nosso caso, de vão largo e alto, elas se eqüivalem.

e os

consertos


DiGCSxo Econômico

38

graiules

larguras

são

impraticáveis,

assim como as duplicações. Os tabu leiros

tornam-se

cn.sombrantes:

a

LOCAL

manobra

requer

muito cuidado: os

Dtf.Kvro Econóxuco

dos. sobretudo em Chicago, onde lhe

dão oportunidade os dois rios que ba

riscos dc coli.são aumentam.

nham o centro.

Alguns exemplos

Como e.xemplos citarenio.s : Coimirimenio

V&o Livre

Total

Largura

Tipo

Local

Largura

Vfio Livre

A

Eslrados

i

A) TABULEIRO DUPLO

Strauss

106,00 in

Brest. Arsenal

173,15 m

7.20 m

Trave. Herrenbrücke Libau. Ponte Alexandre líl

70,(Kt 50,00

159,00

8,00 7,90 9.60

98.30 132.40

67,32

(Cliicago) Wells St. (Chicago) North (Chicago) Arlington (Washington) Canad'an and Pacific Ry (Camil Sanli-.St.

B) DE APOIO CENTRAL Amsterdam. Velscn

Carontc — Canal de Bouc a

Martignes Duluth (Minn.) A duração das manobras costuma variar

de

um e

tanto ou 2 minutos

(Havre, Bellot), a 3í^-(Sete, gare) e até 5'/d minutos (Carente). E', porém, de consignar, na apreciação das pon tes móveis, ser a duração da manobra fator relativamente secundário,

comparativamente ao tempo que os navios exigem para aviso e passagem em marcha geralmente reduzida.

As pontes basculantes per

2 de 55,00 2 de 42,72

128,00

1020

114,40

9,20

''

■■

149,70

17,90

tor só ao indispensável para vencer as

10,00 m

1

Rio Chicago

1 1

71,60 70,00

67,00 56,00

2

13,50 " 27.60

2

.

• 1

27.30

2

\

102,00

83,00 57,00

Koadby-Tretit

79,20 45,00

Rottcrdam (Holanda)

52.00

Tien-Tsin (China)

42,60

Clücago

1 VIA

1 VIA

2 VIAS

2

1

i

1

1 ■ ■ 17,20 26,50 20,10

1 .

. 2 2

sobrecargas e as resistências secun dárias.

Como no sistema anterior, os gran

des vãos exigem dois estrados. Êstes,

quando fechados, podem engrenar-se ou apoiar-se mutuamente, em arco, aumentando a esta bilidade e a rigidez. O meca

nismo projeta-se de modo a não poder desandar durante a manobra. O sistema adapta-se

bem às vias largas, sendo fácil a sub divisão longitudinal em estrados para

dro rolante ou setor circular (p. ex.

lelos, mais estreitos.

O risco de colisões é menor e de me

Scherzer). Pode-se, aliás, distinguir maior número de tipos: Strauss, vScher-

nos conseqüências que nas pontes gi*.

zer, Chicago (simple-trunion) e Rall.

ratórias.

de modo a restringir o traballio mo

Scherzer

Sete

tencem a dois tipos principais: o de ebco fixo íp. e.x. Strauss) e o de ciiin

O tipo Scherzer é o mais usual; o Strauss detém o segundo lugar. O equilíbrio faz-se por contrapeso solidário ou por contrapêso suspenso,

Maria)

'

75,()í) m

Rio Calumet, South

Wilhelmshaven — Porto

de Torpedeiros

Mtchigan Av. (Chicago)

Os vãos existentes têm-se mantido abaixo de 100 metros.

Ao passo que o sistema anterior é comum na Europa, mormente na Fran ça, êste é mais usual nos Estados Uni-

"Em comparação com as girató rias e as basculantes, têm as pontes levadiças provado ser mais econômi

As pontes levadiças são simples e rápidas. O deslocamento vertical pede

fazer-se apenas parcialmente, confor

cas, tanto no referente à construção

me a necessidade do momento. A ad-

como à manutenção, e não resta dú vida que numerosas dêste tipo serão

junção de elementos semelhantes, em paralelo, é cômoda; os riscos de aci

construídas no futuro", dizem Hool e Kinne. São adequadas aos vãos lon

dentes são menores mais fáceis.

gos e pequenas alturas de ascensão,

Dessas ponte.s há três tipos (inclu sive o basculante (Strauss e Rall), que não interessa, pelo exíguo deslo camento vertical).

ao inverso das basculantes. No nosso caso, de vão largo e alto, elas se eqüivalem.

e os

consertos


-V ■.f!

IDigesto

30

Econômico

Enumeremos algruns exemplos:

PONTE

VAO ROniZuKTAL

uncunA

A P fi S 0 [mil. ton.)

Vão VEnncAi.

Chicago. South Halsted St

39,00 m

14,22 m

47,24 m

600

(só o ta buleiro, 290) 1.660 (880)

Portland. Hawthorne

Av. (Rio Willamette)

75,00 m

20,70 m

33,60 m

Kansas City (rio Missouri)

425*

1.560

55.00 m

Portland (Oregon - Was

(43,00)

hington Rd. and Nav. Comp.)

Rio Willamete

Washington. C-ty Waterway Bridge, Tacoma

211'

214'

Penn. Rd 458

Rio Chicago

89' (46')

89' (46')

9.000

78'

50' (20*)

273'

114'

210*

_

_

Rio Harlem, N. Y. Interstate Toll Bridge, Rio Piscatagua, Portsmouth

131'

1.600

544' (en 500')

1 linha

310'

75-

2 decks

50,00 m

8,00 m

dança ou substituição.

A velocidade de translação não cost«ma exceder 2,80 m/s., o que signi fica vazão moderada c impropriedade para vias de grande movimento como será futuramente a principal ligação Santos-Santo Amaro. O veí culo suspenso consiste cm um ou cm dois estrados (o .superior para pedes tres) e deve correr 8 a 10 m acima r

125'

41,10 m

1.146 ( 596).

çado nos últimos projetos estrangei ros. Todavia, uma obra fixa aí, na verdade única entrada do pôrto, tor ná-lo-ia inteiramente dependente do

gabarito da estrutura ou dum aciden te.

Eis alguns exemplos:

V A O

ALTURA LIVRE

VEÍCULOS

Brest

112,00 109,00 (livre)

44,17

Ruão

141.80

Marselha

165,00 175,50 139,76 (livre)

51,00 50,00 50,00

10,14 X 13,00 10,00 X 12,00 14,00 X 11,50

43,50

12,45 X

45,00 41,18

15,24 X 10,05

77,50 400,00 120,00

Bordeaux (proj.) Duluth (Minn.) Runcorn-Widnes

9,00 X

7,50 '

8,00

305,00 292,80 (livre) 141,00 160,00 196,72

Nervion (Bilbao)

1.742 (872)

Newport

50,00 45,00

10,00 X 12,00

54,00

8.00 X 6,25 12,15 X 10,05

44,50

9,00 X

180,56 (livre) Bizerta

'

109,00

7,50

100,04 (livre)

em

consolo)

Na Ponta da Praia a largura do ca

nal regula 400 metros, vão já alcan

(entre apoios)

Nantes

(mais 2 pas seios

compensação, estas são de mais fá

53,55 (livre)

60,00) 14,00 m 9,00 m

a economia etc., tornam o sistema mais atraente que as balsas. Em

plos.

Rjachuelo (B. Aires)

são para

50,00 m 97,55 m

embarque e desembarque, a indepen dência relativamente ao nível do mar,

cil rcaprovcitamcnto, no caso de mu

(com previ

Hackensack (N. J.) Duluth (Minn.)

da superfície da água, para não em baraçar a pequena navegação. Esta segurança, a comodidade de

vidosa aplicação no estuário, embo ra possa alcançar altura e vão am

135' (55')

45 00m

segundos

O sistema " tran.sporlador" tem du

224'

35

terdam, Duluth), excepcionalmente 5 •u mesmo 10 minutos (Pcnn. Rd.. 4Õ8).

Martrou

42'

Rotterdam (Hol.) sobre o Mosa

reciucr

3.000

.

tre apoios

Triborough, sobre o

manobra

31

(Cfiicago, Soutli Halted St.), 1 minu to (Portland, Howthornc Av.; Rot-

1.640

Buzzard Bay Bridge (a maior) Mass.

Econômico

PONTE

Estr. Vladicancase

Don-Rússia

Diocsto

41,14 m

5.200 (2.600)

A necessidade duma ponte levadiça de ▼ão excepcional (embora não iné

dito, pois já o alcançou, como vimos, a Buzzard Bay Bridge), leva-nos a


-V ■.f!

IDigesto

30

Econômico

Enumeremos algruns exemplos:

PONTE

VAO ROniZuKTAL

uncunA

A P fi S 0 [mil. ton.)

Vão VEnncAi.

Chicago. South Halsted St

39,00 m

14,22 m

47,24 m

600

(só o ta buleiro, 290) 1.660 (880)

Portland. Hawthorne

Av. (Rio Willamette)

75,00 m

20,70 m

33,60 m

Kansas City (rio Missouri)

425*

1.560

55.00 m

Portland (Oregon - Was

(43,00)

hington Rd. and Nav. Comp.)

Rio Willamete

Washington. C-ty Waterway Bridge, Tacoma

211'

214'

Penn. Rd 458

Rio Chicago

89' (46')

89' (46')

9.000

78'

50' (20*)

273'

114'

210*

_

_

Rio Harlem, N. Y. Interstate Toll Bridge, Rio Piscatagua, Portsmouth

131'

1.600

544' (en 500')

1 linha

310'

75-

2 decks

50,00 m

8,00 m

dança ou substituição.

A velocidade de translação não cost«ma exceder 2,80 m/s., o que signi fica vazão moderada c impropriedade para vias de grande movimento como será futuramente a principal ligação Santos-Santo Amaro. O veí culo suspenso consiste cm um ou cm dois estrados (o .superior para pedes tres) e deve correr 8 a 10 m acima r

125'

41,10 m

1.146 ( 596).

çado nos últimos projetos estrangei ros. Todavia, uma obra fixa aí, na verdade única entrada do pôrto, tor ná-lo-ia inteiramente dependente do

gabarito da estrutura ou dum aciden te.

Eis alguns exemplos:

V A O

ALTURA LIVRE

VEÍCULOS

Brest

112,00 109,00 (livre)

44,17

Ruão

141.80

Marselha

165,00 175,50 139,76 (livre)

51,00 50,00 50,00

10,14 X 13,00 10,00 X 12,00 14,00 X 11,50

43,50

12,45 X

45,00 41,18

15,24 X 10,05

77,50 400,00 120,00

Bordeaux (proj.) Duluth (Minn.) Runcorn-Widnes

9,00 X

7,50 '

8,00

305,00 292,80 (livre) 141,00 160,00 196,72

Nervion (Bilbao)

1.742 (872)

Newport

50,00 45,00

10,00 X 12,00

54,00

8.00 X 6,25 12,15 X 10,05

44,50

9,00 X

180,56 (livre) Bizerta

'

109,00

7,50

100,04 (livre)

em

consolo)

Na Ponta da Praia a largura do ca

nal regula 400 metros, vão já alcan

(entre apoios)

Nantes

(mais 2 pas seios

compensação, estas são de mais fá

53,55 (livre)

60,00) 14,00 m 9,00 m

a economia etc., tornam o sistema mais atraente que as balsas. Em

plos.

Rjachuelo (B. Aires)

são para

50,00 m 97,55 m

embarque e desembarque, a indepen dência relativamente ao nível do mar,

cil rcaprovcitamcnto, no caso de mu

(com previ

Hackensack (N. J.) Duluth (Minn.)

da superfície da água, para não em baraçar a pequena navegação. Esta segurança, a comodidade de

vidosa aplicação no estuário, embo ra possa alcançar altura e vão am

135' (55')

45 00m

segundos

O sistema " tran.sporlador" tem du

224'

35

terdam, Duluth), excepcionalmente 5 •u mesmo 10 minutos (Pcnn. Rd.. 4Õ8).

Martrou

42'

Rotterdam (Hol.) sobre o Mosa

reciucr

3.000

.

tre apoios

Triborough, sobre o

manobra

31

(Cfiicago, Soutli Halted St.), 1 minu to (Portland, Howthornc Av.; Rot-

1.640

Buzzard Bay Bridge (a maior) Mass.

Econômico

PONTE

Estr. Vladicancase

Don-Rússia

Diocsto

41,14 m

5.200 (2.600)

A necessidade duma ponte levadiça de ▼ão excepcional (embora não iné

dito, pois já o alcançou, como vimos, a Buzzard Bay Bridge), leva-nos a


DicivS-ro

32

índaíjar das possibilidades do alumí nio.

Alguma utilização estrutural déstc

Econômico

Dicesto Econômico

33

sa e belga, entre Harwck e Reele-

lamínação. O 14 S-T aprc.senta uma rcsistèíicia à ruptura dc 70.Ü0U p.<t.

Em todo êste capítulo não temos consideradõ a hipótese de "ferry-

negge. Êstes "ferries"

um limite da elasticidade dc bü.üOü. e

boals" por reputarmos satisfatória a

19 metros e dispõem de 4 linhas, ca

medem llSx

metal data de vários anos, mas sem

a tensão admissível de 21.000. O coe

solução por meio dc pontes, princi

pazes dum trem completo de 56 va

pre parcial. Na velha ponte da Smithíield St., Pittsburgh, cm 1933, foi

ficiente de dilataçãü térmica é o du

palmente no caso das comunicações

gões. Uma manobra completa de em-

plo do aço, e o módulo de elasticida

ferroviárias. ,

barciue e desembarque não requer

substituído o pavimento de aço e ma

de apenas um terço. Resulta maior

deira por outro de chapa de alumí

tendência à flcxão, e explica, para

ryboats"- têm encontrado intensa apli

nio nervurada com perfilados de aço.

evitar as flexas excessivas, a adoção

cação em certos portos, como Nova York, através do Hudson, c mesmo em Santos há uma pequena amostra

Em 1935 foi projetada uma ponte

de vigas muito altas ou de reduzidos

levadiça de alumínio de 544, cm Shiipshaw, sobre o rio Saguenay. Pouco

coeficientes de trabalho.

depois, uma em arco (.Mcan 26 ST>;, c para Cuba, outro arco, perto do mar (65 S-T). Nenhum desses pla

qucrein maior atenção <|ue iias cons:

As peças sujeitas à flambagcm letruções de aço, c diversas providên cias, tai.s como a redução <lo 1,'r ou das tensões, a

nos foi avante.

, Km 1946 a Aluminum Co. of Ame-

levadiça de alumínio dc 544' cm .Shipmente em alumínio, numa ponte que

facilita o transporte e reduz a nlon-

modo a permitir posteriores compa rações. São 2 vigas cheias de 100 pés,

tageni no canteiro.

Após

a

primeira

guerra

atingem

^

50.000 li

bras por polegada quadrada. Três cir

cunstâncias colocam essas ligas em primeira plana: a) — A resistência à corrosão; b) — A

fabricação

No próximo artigo trataremos da cidade de Santos,

menor

peso, por sua

vez.

quelas maiâ econômicas. A ins

li

gas comparáveis ao aço, em resistência. Hoje

no geral e amplo.

de aço, nem a .Muminuin Company proclama sejam a-

S-T.

produziam

novas ligações, enquadradas num pla

'• Não há comparação dc preços en tre as vigas de alumínio c as

feitas duma liga 14 S-T re centemente obtida, que des

mundial já .se

sistir na facilidade e necessidade das

ceu de 128.UÜÜ libras a 53.0Ü0, isto é, a 41%. O

alumínio 27

Qualquer que seja a solução técni ca, só nos interessa, no momento, in

previsão de contra-

(Gras.sc Rivcr, Massena. N. Y.), dc

o

entre a Alemoa e o Barnabé, para os combustíveis líquidos. E' • também exemplo notável, a partir de 1924, a ligação das rêdes ferroviárias inglê-

mais de 30 minutos.

flexas, e o uso dc ncrvuras de enrijecimcnto. .A economia de péso des

recebeu outros 4 vãos iguais, em aço

tronou

E' sabido, entretanto, que os "fcr-

industrial

de

chapas, perfilados e rebitcs, em tamanhos e seções apro priados ao uso estrutural;

talação de Grasse River é uma experiência com o fito em estruturas mais consideráveis. Acredita-se que provará a praticabilidade das aplicações e conduzirá ao emprego do alumínio eiu vãos leva-

diços c outros casos onde a leveza e

a

resistência

à

corrosão

tenham

importância." ' Na Inglaterra, neste momento, está por iníciar-sc uma ponte basculante tòda de alumínio.

o secretario da Agricultura dos E.U.A., sr. Anderson, elevou para um mínimo de representa aumento de 16 milhões de "bushels", com relação ao mínimo -prece

466 milhões de'bushels" as exportações do trigo da colheita do corrente ano Isso

e) — A redução dos preço.s. A corrosão corrigiu-se por aper

alumínio começa a coinjjetir no cam

dente, previsto para o período que terminará em junho, significando, por outro lado, que as cotas de farinha e de trigo em grão, para junho, totalizarão 33 milhões de

feiçoamentos de composição, trata

po da engenharia estrutural e, em mui

"hushels".

mento térmico e revestimento (alumí

tos casos, será forçoso considerá-lo.

nio puro ou outra liga, denominada alclad) aplicado superficialmonte na

E' o que sucede com a ponte do es

sôhre a safra tritícola e os estoques de cereais nas fazendas. Acrescentou que o

Em

tuário.

súmula, pode-.se

dizer

que o

O ST. Anderson sublinhou que eram suficientemente favoráveis os relatórios

Departamento de Agricultura autorizou recentemente que se projetassem cotas internacionais para o último trimestre dêste ano.


DicivS-ro

32

índaíjar das possibilidades do alumí nio.

Alguma utilização estrutural déstc

Econômico

Dicesto Econômico

33

sa e belga, entre Harwck e Reele-

lamínação. O 14 S-T aprc.senta uma rcsistèíicia à ruptura dc 70.Ü0U p.<t.

Em todo êste capítulo não temos consideradõ a hipótese de "ferry-

negge. Êstes "ferries"

um limite da elasticidade dc bü.üOü. e

boals" por reputarmos satisfatória a

19 metros e dispõem de 4 linhas, ca

medem llSx

metal data de vários anos, mas sem

a tensão admissível de 21.000. O coe

solução por meio dc pontes, princi

pazes dum trem completo de 56 va

pre parcial. Na velha ponte da Smithíield St., Pittsburgh, cm 1933, foi

ficiente de dilataçãü térmica é o du

palmente no caso das comunicações

gões. Uma manobra completa de em-

plo do aço, e o módulo de elasticida

ferroviárias. ,

barciue e desembarque não requer

substituído o pavimento de aço e ma

de apenas um terço. Resulta maior

deira por outro de chapa de alumí

tendência à flcxão, e explica, para

ryboats"- têm encontrado intensa apli

nio nervurada com perfilados de aço.

evitar as flexas excessivas, a adoção

cação em certos portos, como Nova York, através do Hudson, c mesmo em Santos há uma pequena amostra

Em 1935 foi projetada uma ponte

de vigas muito altas ou de reduzidos

levadiça de alumínio de 544, cm Shiipshaw, sobre o rio Saguenay. Pouco

coeficientes de trabalho.

depois, uma em arco (.Mcan 26 ST>;, c para Cuba, outro arco, perto do mar (65 S-T). Nenhum desses pla

qucrein maior atenção <|ue iias cons:

As peças sujeitas à flambagcm letruções de aço, c diversas providên cias, tai.s como a redução <lo 1,'r ou das tensões, a

nos foi avante.

, Km 1946 a Aluminum Co. of Ame-

levadiça de alumínio dc 544' cm .Shipmente em alumínio, numa ponte que

facilita o transporte e reduz a nlon-

modo a permitir posteriores compa rações. São 2 vigas cheias de 100 pés,

tageni no canteiro.

Após

a

primeira

guerra

atingem

^

50.000 li

bras por polegada quadrada. Três cir

cunstâncias colocam essas ligas em primeira plana: a) — A resistência à corrosão; b) — A

fabricação

No próximo artigo trataremos da cidade de Santos,

menor

peso, por sua

vez.

quelas maiâ econômicas. A ins

li

gas comparáveis ao aço, em resistência. Hoje

no geral e amplo.

de aço, nem a .Muminuin Company proclama sejam a-

S-T.

produziam

novas ligações, enquadradas num pla

'• Não há comparação dc preços en tre as vigas de alumínio c as

feitas duma liga 14 S-T re centemente obtida, que des

mundial já .se

sistir na facilidade e necessidade das

ceu de 128.UÜÜ libras a 53.0Ü0, isto é, a 41%. O

alumínio 27

Qualquer que seja a solução técni ca, só nos interessa, no momento, in

previsão de contra-

(Gras.sc Rivcr, Massena. N. Y.), dc

o

entre a Alemoa e o Barnabé, para os combustíveis líquidos. E' • também exemplo notável, a partir de 1924, a ligação das rêdes ferroviárias inglê-

mais de 30 minutos.

flexas, e o uso dc ncrvuras de enrijecimcnto. .A economia de péso des

recebeu outros 4 vãos iguais, em aço

tronou

E' sabido, entretanto, que os "fcr-

industrial

de

chapas, perfilados e rebitcs, em tamanhos e seções apro priados ao uso estrutural;

talação de Grasse River é uma experiência com o fito em estruturas mais consideráveis. Acredita-se que provará a praticabilidade das aplicações e conduzirá ao emprego do alumínio eiu vãos leva-

diços c outros casos onde a leveza e

a

resistência

à

corrosão

tenham

importância." ' Na Inglaterra, neste momento, está por iníciar-sc uma ponte basculante tòda de alumínio.

o secretario da Agricultura dos E.U.A., sr. Anderson, elevou para um mínimo de representa aumento de 16 milhões de "bushels", com relação ao mínimo -prece

466 milhões de'bushels" as exportações do trigo da colheita do corrente ano Isso

e) — A redução dos preço.s. A corrosão corrigiu-se por aper

alumínio começa a coinjjetir no cam

dente, previsto para o período que terminará em junho, significando, por outro lado, que as cotas de farinha e de trigo em grão, para junho, totalizarão 33 milhões de

feiçoamentos de composição, trata

po da engenharia estrutural e, em mui

"hushels".

mento térmico e revestimento (alumí

tos casos, será forçoso considerá-lo.

nio puro ou outra liga, denominada alclad) aplicado superficialmonte na

E' o que sucede com a ponte do es

sôhre a safra tritícola e os estoques de cereais nas fazendas. Acrescentou que o

Em

tuário.

súmula, pode-.se

dizer

que o

O ST. Anderson sublinhou que eram suficientemente favoráveis os relatórios

Departamento de Agricultura autorizou recentemente que se projetassem cotas internacionais para o último trimestre dêste ano.


mf'7*

Dicesto Econóaoco

Temas e problemas em del^dte Dajuo de Aemeida Magalhães

nações são, nos nossos dias, cada vez mais sensíveis e profundas.

Vicemos no

plano internacional, mau furado os surtos violentos dos nacionalismos exacerbados, Cjue ainda persistem. Política, social e cconòmicamcnle, vivemos, realmente, num

"mundo só", não obstante a inquietadora separação das supremas forças de coman do em dois blocos, que se defrontam como expressão de duas mentalidades

miláveis. Sobretudo no terreno econômico, no (pie diz respeito «ov problemas de govôrno, as repercussões dos acontecimentos e fenomcrKys verificados em cada país sdfcrc os outros são intensas, imediatas, e cada um de nós as .sofre na sua própria existência individual.

Acompanhar a vido daquelas nações cuja presença domina o cenário do mundo e, assim, xima necessidade de ordem espiritual e social de que nenhum homem hoje se pode libertar, sem graves riscos. Há uma identidade fundamental de fenômenos e problemas, a cujo desdobramento devemos estar atentos, para recolhermos as

lições de uma experiência indispensável (is decisões que precisamos tomar, tendo

em conta, ruituraíinente, as peculiaridades irredutíveis de cada país.

ao proprto nome da publicação - procura servir a êsse clesiderato de informar o de atsciitir os grandes problemas do momento, tais como os apre.scntam os mais auto rizados instrumentos de divulgação e de análise dos outros países. A nova seção

desta revista será, dêsse modo, de informação, de debate e de crítica, vaJcndo-se das melhores fontes de esclarecimento de que 'possa dispor. E procurará, antes de ser objetiva, sem preconceitos e propósitos que possam deturpar a sua fina lidade primária, eme é, sobretudo, a de esclarecer e de fomentar a discussão, agora mais necessária do que nunca, em vista das transformações que se processam. Desta seção se incumbirá o sr. Dario de Almeida Magalhães, acatado jurista, perito em assuntos econômicos e financeiros.

S0/7 o pseudônimo de "Timandro", durante vários meses, o sr. Dario de Almeida Magtãhães escreveu diàriamente para o "Correio Paulistano" uma série de (^õmcas políticas e literárias que despertaram enorme interesse em nosso Estado. Sem favor, é dos mais brilhantes escritores da nova geração de políticos brasileiros.

"As novas tarefas do Estado liberal" dado é o próprio liberalismo.

Êste

novo

liberalismo

torção do Estado, solicitado a intervir,

privilégios, atravé.s da ação governa

o a estender cada vez mais a rêde de .sua influência o do seu arbitrio — eis

encara

O \-elho libera

lismo oUia para a iniciativa privada

o problema central cm que se debate

como razão d<' vigor na \ iila econômi

a democracia nos nossos dias, e que desafia a lucidez, a compreensão, a co operação de todos os que sc aterrori zam diante do ressurg inenío da crise

ca. O novo liberaMsmo está disposto a

suprir a iniciativa privada com a ini ciativa govemamcnlal c, sc necessário, a eliminar a inic'ali\a privada." Estas palavras sintetizam o comen tário de Alvin Jobnson, pôsto em

apêndice ao artigo do Panl Mcadows, que abre o número de abril xiltimo de "Tlie American journal of Economics

and Soclology". Através dchis se pro cura caracterizar a difevonça de con

cepção do papel c do.s limites do Es tado liberal vigoranic níé

A seção que hoje o "Dígcsto Econômico" inaugura -e que tão bem se ajusta

"O que se apresenta atualmente mu

ções de vida dos grupos destituídos de mental. se necessário.

A interpenetração e a interdependência da vida e dos problemas de todas as

35

como

intole

rável a existência de uma classe que possa ser chamada de humilde. O ve lho liberalismo se rejubila com a ele

a guerra de 1914-18, e a

que se vem esboçando desentão, entre

crises

c

geradora das ditaduras, que nos leva ram à tragédia, de que mal emergimos, cxangucs.

Nos Estados Unidos, cuja prosperi dade absorve a riqueza de quase todo o mundo, o conflito se toma cada vez mais agudo. A naçao se debate entre

as rtminiscências do esfòrço renova-

dor dc Rooscve't - incompleto, muti lado, sem continuadores eficientes — e a resoluta

disposição dos republica nos tipo Taft de defende

conflitos cada voz. mais

rem a todo transe os ve-

recente conflagração mun dial; e dela ainda emergiu em estado dc nebu'osa. O que mais uma vez se focaliza é o problema cru cial da adaptação ao mun

tem . E os que não esque

profundos c largos, até a

Iho.s método.s, o "old sys-

ceram as administrações de

Harding, Coolidge e Ho uver, e o líinistro colapso

de 1929-1932, não se sen tem tranqüilos diante do

do pol^ técnica, pela grande econo mia, gigantismo das poderosas

surto de prosperidade,* que agora ain

corporações privada.s, da velha maqui

tema pela desproporção entre a rique-

naria do Estudo liberal, forçado ago ra a deixar a sua posição de espectador

za a pujança do.s Estados Unidos e as

ou de mero árbitro entre os elementos

em conflito para acucVr aos reclamos, às exigências, às necessidades das mas

da mais acentua o de.scquilíbrio do sis

dificuldades, a deficiência e a penúria de quase todos os outros patse.s A questão se situa, cm última" análi se, no desajustamento entre o sistema

econômico e o regime pohtico. as nor

grau. O antigo liberalismo se opunha

vação do "standard" de vida, alcan çada através da atividade coletiva ou

sas sôfregas, e insufadas nas suas pre tensões pelos que lhes disputam o vo to, que confere o poder. Defender as conquistas liberais e os direitos dos c'dadão.s, a.s prerrogativas

aos privilégios, e estava sempre pronto a lutar pelos direitos dos humildes. O

do progresso da técnica. O novo libe

individuais, a livre iniciativa contra a

ralismo insiste na melhoria das condi-

opressão dos grupos poderosos, que de

definir por graduação, e, talvez pe la experiência, por tentativas, poderão

têm o comando econômico, ou a ab-

ser encontradas, permitindo afinal um.i

atravessou o fogo da revolução Roosevelt e oferece novos valores, e os ve

lhos, reajustados, em maior ou menor

mas e os procc.sso.s antiquados de govêmo. Se todos sentem o fenômeno,

corrigir a falha não é simples, sem so lução radical. As fórmulas se devem


mf'7*

Dicesto Econóaoco

Temas e problemas em del^dte Dajuo de Aemeida Magalhães

nações são, nos nossos dias, cada vez mais sensíveis e profundas.

Vicemos no

plano internacional, mau furado os surtos violentos dos nacionalismos exacerbados, Cjue ainda persistem. Política, social e cconòmicamcnle, vivemos, realmente, num

"mundo só", não obstante a inquietadora separação das supremas forças de coman do em dois blocos, que se defrontam como expressão de duas mentalidades

miláveis. Sobretudo no terreno econômico, no (pie diz respeito «ov problemas de govôrno, as repercussões dos acontecimentos e fenomcrKys verificados em cada país sdfcrc os outros são intensas, imediatas, e cada um de nós as .sofre na sua própria existência individual.

Acompanhar a vido daquelas nações cuja presença domina o cenário do mundo e, assim, xima necessidade de ordem espiritual e social de que nenhum homem hoje se pode libertar, sem graves riscos. Há uma identidade fundamental de fenômenos e problemas, a cujo desdobramento devemos estar atentos, para recolhermos as

lições de uma experiência indispensável (is decisões que precisamos tomar, tendo

em conta, ruituraíinente, as peculiaridades irredutíveis de cada país.

ao proprto nome da publicação - procura servir a êsse clesiderato de informar o de atsciitir os grandes problemas do momento, tais como os apre.scntam os mais auto rizados instrumentos de divulgação e de análise dos outros países. A nova seção

desta revista será, dêsse modo, de informação, de debate e de crítica, vaJcndo-se das melhores fontes de esclarecimento de que 'possa dispor. E procurará, antes de ser objetiva, sem preconceitos e propósitos que possam deturpar a sua fina lidade primária, eme é, sobretudo, a de esclarecer e de fomentar a discussão, agora mais necessária do que nunca, em vista das transformações que se processam. Desta seção se incumbirá o sr. Dario de Almeida Magalhães, acatado jurista, perito em assuntos econômicos e financeiros.

S0/7 o pseudônimo de "Timandro", durante vários meses, o sr. Dario de Almeida Magtãhães escreveu diàriamente para o "Correio Paulistano" uma série de (^õmcas políticas e literárias que despertaram enorme interesse em nosso Estado. Sem favor, é dos mais brilhantes escritores da nova geração de políticos brasileiros.

"As novas tarefas do Estado liberal" dado é o próprio liberalismo.

Êste

novo

liberalismo

torção do Estado, solicitado a intervir,

privilégios, atravé.s da ação governa

o a estender cada vez mais a rêde de .sua influência o do seu arbitrio — eis

encara

O \-elho libera

lismo oUia para a iniciativa privada

o problema central cm que se debate

como razão d<' vigor na \ iila econômi

a democracia nos nossos dias, e que desafia a lucidez, a compreensão, a co operação de todos os que sc aterrori zam diante do ressurg inenío da crise

ca. O novo liberaMsmo está disposto a

suprir a iniciativa privada com a ini ciativa govemamcnlal c, sc necessário, a eliminar a inic'ali\a privada." Estas palavras sintetizam o comen tário de Alvin Jobnson, pôsto em

apêndice ao artigo do Panl Mcadows, que abre o número de abril xiltimo de "Tlie American journal of Economics

and Soclology". Através dchis se pro cura caracterizar a difevonça de con

cepção do papel c do.s limites do Es tado liberal vigoranic níé

A seção que hoje o "Dígcsto Econômico" inaugura -e que tão bem se ajusta

"O que se apresenta atualmente mu

ções de vida dos grupos destituídos de mental. se necessário.

A interpenetração e a interdependência da vida e dos problemas de todas as

35

como

intole

rável a existência de uma classe que possa ser chamada de humilde. O ve lho liberalismo se rejubila com a ele

a guerra de 1914-18, e a

que se vem esboçando desentão, entre

crises

c

geradora das ditaduras, que nos leva ram à tragédia, de que mal emergimos, cxangucs.

Nos Estados Unidos, cuja prosperi dade absorve a riqueza de quase todo o mundo, o conflito se toma cada vez mais agudo. A naçao se debate entre

as rtminiscências do esfòrço renova-

dor dc Rooscve't - incompleto, muti lado, sem continuadores eficientes — e a resoluta

disposição dos republica nos tipo Taft de defende

conflitos cada voz. mais

rem a todo transe os ve-

recente conflagração mun dial; e dela ainda emergiu em estado dc nebu'osa. O que mais uma vez se focaliza é o problema cru cial da adaptação ao mun

tem . E os que não esque

profundos c largos, até a

Iho.s método.s, o "old sys-

ceram as administrações de

Harding, Coolidge e Ho uver, e o líinistro colapso

de 1929-1932, não se sen tem tranqüilos diante do

do pol^ técnica, pela grande econo mia, gigantismo das poderosas

surto de prosperidade,* que agora ain

corporações privada.s, da velha maqui

tema pela desproporção entre a rique-

naria do Estudo liberal, forçado ago ra a deixar a sua posição de espectador

za a pujança do.s Estados Unidos e as

ou de mero árbitro entre os elementos

em conflito para acucVr aos reclamos, às exigências, às necessidades das mas

da mais acentua o de.scquilíbrio do sis

dificuldades, a deficiência e a penúria de quase todos os outros patse.s A questão se situa, cm última" análi se, no desajustamento entre o sistema

econômico e o regime pohtico. as nor

grau. O antigo liberalismo se opunha

vação do "standard" de vida, alcan çada através da atividade coletiva ou

sas sôfregas, e insufadas nas suas pre tensões pelos que lhes disputam o vo to, que confere o poder. Defender as conquistas liberais e os direitos dos c'dadão.s, a.s prerrogativas

aos privilégios, e estava sempre pronto a lutar pelos direitos dos humildes. O

do progresso da técnica. O novo libe

individuais, a livre iniciativa contra a

ralismo insiste na melhoria das condi-

opressão dos grupos poderosos, que de

definir por graduação, e, talvez pe la experiência, por tentativas, poderão

têm o comando econômico, ou a ab-

ser encontradas, permitindo afinal um.i

atravessou o fogo da revolução Roosevelt e oferece novos valores, e os ve

lhos, reajustados, em maior ou menor

mas e os procc.sso.s antiquados de govêmo. Se todos sentem o fenômeno,

corrigir a falha não é simples, sem so lução radical. As fórmulas se devem


Dicesto Econó&oco

36

melhor afinação do compassos e uma

DwMTO EooKÓ»^oe

ST

As vitórias da ação liberal em outras

• impossível" — é a conclusão de Paul

do do poder é render-s« & êle.

E o

articulação de movimentos que sua

épocas se deveram à capacidade de

^íeadow3, sem esconder as dificuldades

poder é aquilo que fazemos."

São

vizem os atritos e permitam a operação

seus "leaders" de criarem e emprega

a vencer, nem desesperar do êxito da

estas as obser\uçÕes finais do arti

rem novos métodos.

da máquina estatal com "pannes" me

je devem seguir tal e.xemplo, obser

pesada empresa. Um exemplo típico dêsses novos mé

go de Pau^ Meadows, versando \im te

nos graves, e maior rendimento em fa vor da coletividade.

va o autor, acrescentando: "A desco

todos de ação do Estado na nova so

da fomia do organização político-social

Paul Meadows, no artigo a que alu dimos, mais uma vez aponta a lição que devemos extrair da crise que se

berta e a exploração dessa metodologia pode ser a grande contribuição do li beralismo anglo-americano à cultura in

ciedade super-industrializada está, se

e econômica do Estado que conser

desenvolveu de 1920 a 1939. "Olhan-

dustrial.

sistem sub.stancialmcntc em "forjar ins

incertas, inseguras e tênues.

do-se para êste período — diz ôle —

e dela não sairá enquanto não se pro

trumentos de poder político através dos

nas um problema em debate. Ninguém

sente-se que a chave da vitória das

cessar no seu seio uma reforma pro

ideologias extremistas na Europa reside, não tanto na fraqueza da filoso-

funda, que deve partir do reconheci

quais o indivíduo numa idade técnica possa ser ainda um homem livTe, con

lhe indicou uma sohição tranqüila, Tu do é vago, impreciso, cheio de nuan-

servando o poder de agir". "O Estado será, assim, não um po

ças e fronteiras indefinidas.

incapacidade dos

Hberais de adaptarem as técnicas do

Os liberais de ho

A democracia está em crise,

mento da necessidade de se criar um

novo sistema de Estado liberal, como

uma imperiosa imposição do moderno

üstado democrático às exigências da

industrialismo."

vida moderna."

dos, de reformas fragmentárias, já ago

Para o autor, os que querem defender

A política de remen

ra não será fecunda.

E persistir no

as bberdades pre

velho

cisam remodelar a estrutura política da democracia, tendo

não será apenas um tim suicídio, adver

em vista que ela de-

te Meadows.

t/e basear-se numa moderna estrutura

fórmula

liberalismo

anacronismo — será

ve a sua eficiência plena sem sacrifi

Authority.

car as liberdades essenciais, ainda tão

Não a aponta o au

trumentos de ação

tor. Alcançá-la, só será possível atra

da democracia de

vés da experiência,

Os ins

vem ser reformados; os que usamos ho

cujos objetivos básicos sejam ainda "li

je são os mesmos que se utilizavam

berdade" e "autoridade".

quando o problema essencial era res

tem o direito de esperar que essa ta

tringir o arbítrio do Estado, enquanto

refa se realize sem graves confbtos.

hoje o que se reclama, antes de tudo, é

E ninguém

o auxílio e a cooperação do Govêmo

O Estado deverá presidir à organiza ção e ao funcionamento da sociedade in

em favor da melhoria das condições de

dustrializada no interêsse do homem li

vida dos cidadãos. Não é possível que

vre, através não da coerção, porém do

a filosofia fiberal e democrática se

consentimento; e a sua

satisfaça hoje com o Estado negativo, apenas impedido de praticar violências aos Idirisítos políticos: tal concepção

sempre satisfazer às necessidades co

não se concilia com o "dinâmico in-

competitivas, ocasionalmente

dustrialismo" que domina o mundo

missão será

Porque êssos métodos con

der sôbre 0.S outros, mas um poder de

cooperação (não

um "power over

others" porém um "power-with").

O

que os libe-ais receiam no poder não é o poder mesmo, mas a sua falta de conteúdo democrático. E' preciso, to davia, não se esquecer de que ter mê-

E' ape

Só num

ponto quase todos estão de acôrdo:

que é preciso mudar, encontrar novos métodos, novos processos, novos cami nhos, para recompor um mínimo de estabilidade e de paz. E a consciência de que a reforma é uma fatalidade .por si mesma pode ser fecunda.

Petróleo na América Latina

salvadora?

nistrativa.

atual, acentua Paul Meadows.

gundo o autor, na Tennessee Valley

Qual será a

econômica e admi

ma hoje de interesse culminante — o

"The Economist", de Londres, na

da geologia. As condições em que as

sua edição de 15 de maio, publica um estudo frio dos "seus corresponden tes na América Latina" sôbre o prob^elua do petróleo nesta parte do conti

emprêsas estrangeiras podem cooperar,

nente.

no desenvolvimento dos recursos dos

países americanos, constituem, de há muito, um problema espinhoso entre

E' proveitoso o conhecimento

os Estados Unidos e os seus 'Tíons vi

dêsse exame realístico e objetivo de

zinhos". O ajuste de "colaboração eco

questão tão incandescente, que desen

nômica" assinado recentemente em Bo

cadeou entre nós, nestes últimos tem

gotá poderá ajudar a solução; mas os cOnfitos subterrâneos podem nova mente toldar os espíritos e influir nas possibilidades da expansão da indústria do petróleo na América Latina. A

pos, tão intensas e compreensíveis pai xões, no seio dos entendidos e leigos na matéria, de fundamental interêsse para o nosso futuro econômico. Os articulistas assinalam, inicialmen

história dessa indústria é cheia de em

dental põe, no momento, em ampliar

baraços e suas perspectivas futuras não se apresentam menos povoadas de com

coliden-

as suas reservas petrolíferas, para acen-i

plicações.

tes, às vôzes latentes. "Organizar uma sociedade assim não é fácil, porém imo

tuar que o êxito dos esforços empre- \

letivas.

unitárias;

Essas necessidades não são

ao

contrário,

dispersivas,

te, o empenho que o hemisfério oci

Focalizam os comentadores a posi

gados deponde mais da política do quej ção atual da questão.

O hemisfério


Dicesto Econó&oco

36

melhor afinação do compassos e uma

DwMTO EooKÓ»^oe

ST

As vitórias da ação liberal em outras

• impossível" — é a conclusão de Paul

do do poder é render-s« & êle.

E o

articulação de movimentos que sua

épocas se deveram à capacidade de

^íeadow3, sem esconder as dificuldades

poder é aquilo que fazemos."

São

vizem os atritos e permitam a operação

seus "leaders" de criarem e emprega

a vencer, nem desesperar do êxito da

estas as obser\uçÕes finais do arti

rem novos métodos.

da máquina estatal com "pannes" me

je devem seguir tal e.xemplo, obser

pesada empresa. Um exemplo típico dêsses novos mé

go de Pau^ Meadows, versando \im te

nos graves, e maior rendimento em fa vor da coletividade.

va o autor, acrescentando: "A desco

todos de ação do Estado na nova so

da fomia do organização político-social

Paul Meadows, no artigo a que alu dimos, mais uma vez aponta a lição que devemos extrair da crise que se

berta e a exploração dessa metodologia pode ser a grande contribuição do li beralismo anglo-americano à cultura in

ciedade super-industrializada está, se

e econômica do Estado que conser

desenvolveu de 1920 a 1939. "Olhan-

dustrial.

sistem sub.stancialmcntc em "forjar ins

incertas, inseguras e tênues.

do-se para êste período — diz ôle —

e dela não sairá enquanto não se pro

trumentos de poder político através dos

nas um problema em debate. Ninguém

sente-se que a chave da vitória das

cessar no seu seio uma reforma pro

ideologias extremistas na Europa reside, não tanto na fraqueza da filoso-

funda, que deve partir do reconheci

quais o indivíduo numa idade técnica possa ser ainda um homem livTe, con

lhe indicou uma sohição tranqüila, Tu do é vago, impreciso, cheio de nuan-

servando o poder de agir". "O Estado será, assim, não um po

ças e fronteiras indefinidas.

incapacidade dos

Hberais de adaptarem as técnicas do

Os liberais de ho

A democracia está em crise,

mento da necessidade de se criar um

novo sistema de Estado liberal, como

uma imperiosa imposição do moderno

üstado democrático às exigências da

industrialismo."

vida moderna."

dos, de reformas fragmentárias, já ago

Para o autor, os que querem defender

A política de remen

ra não será fecunda.

E persistir no

as bberdades pre

velho

cisam remodelar a estrutura política da democracia, tendo

não será apenas um tim suicídio, adver

em vista que ela de-

te Meadows.

t/e basear-se numa moderna estrutura

fórmula

liberalismo

anacronismo — será

ve a sua eficiência plena sem sacrifi

Authority.

car as liberdades essenciais, ainda tão

Não a aponta o au

trumentos de ação

tor. Alcançá-la, só será possível atra

da democracia de

vés da experiência,

Os ins

vem ser reformados; os que usamos ho

cujos objetivos básicos sejam ainda "li

je são os mesmos que se utilizavam

berdade" e "autoridade".

quando o problema essencial era res

tem o direito de esperar que essa ta

tringir o arbítrio do Estado, enquanto

refa se realize sem graves confbtos.

hoje o que se reclama, antes de tudo, é

E ninguém

o auxílio e a cooperação do Govêmo

O Estado deverá presidir à organiza ção e ao funcionamento da sociedade in

em favor da melhoria das condições de

dustrializada no interêsse do homem li

vida dos cidadãos. Não é possível que

vre, através não da coerção, porém do

a filosofia fiberal e democrática se

consentimento; e a sua

satisfaça hoje com o Estado negativo, apenas impedido de praticar violências aos Idirisítos políticos: tal concepção

sempre satisfazer às necessidades co

não se concilia com o "dinâmico in-

competitivas, ocasionalmente

dustrialismo" que domina o mundo

missão será

Porque êssos métodos con

der sôbre 0.S outros, mas um poder de

cooperação (não

um "power over

others" porém um "power-with").

O

que os libe-ais receiam no poder não é o poder mesmo, mas a sua falta de conteúdo democrático. E' preciso, to davia, não se esquecer de que ter mê-

E' ape

Só num

ponto quase todos estão de acôrdo:

que é preciso mudar, encontrar novos métodos, novos processos, novos cami nhos, para recompor um mínimo de estabilidade e de paz. E a consciência de que a reforma é uma fatalidade .por si mesma pode ser fecunda.

Petróleo na América Latina

salvadora?

nistrativa.

atual, acentua Paul Meadows.

gundo o autor, na Tennessee Valley

Qual será a

econômica e admi

ma hoje de interesse culminante — o

"The Economist", de Londres, na

da geologia. As condições em que as

sua edição de 15 de maio, publica um estudo frio dos "seus corresponden tes na América Latina" sôbre o prob^elua do petróleo nesta parte do conti

emprêsas estrangeiras podem cooperar,

nente.

no desenvolvimento dos recursos dos

países americanos, constituem, de há muito, um problema espinhoso entre

E' proveitoso o conhecimento

os Estados Unidos e os seus 'Tíons vi

dêsse exame realístico e objetivo de

zinhos". O ajuste de "colaboração eco

questão tão incandescente, que desen

nômica" assinado recentemente em Bo

cadeou entre nós, nestes últimos tem

gotá poderá ajudar a solução; mas os cOnfitos subterrâneos podem nova mente toldar os espíritos e influir nas possibilidades da expansão da indústria do petróleo na América Latina. A

pos, tão intensas e compreensíveis pai xões, no seio dos entendidos e leigos na matéria, de fundamental interêsse para o nosso futuro econômico. Os articulistas assinalam, inicialmen

história dessa indústria é cheia de em

dental põe, no momento, em ampliar

baraços e suas perspectivas futuras não se apresentam menos povoadas de com

coliden-

as suas reservas petrolíferas, para acen-i

plicações.

tes, às vôzes latentes. "Organizar uma sociedade assim não é fácil, porém imo

tuar que o êxito dos esforços empre- \

letivas.

unitárias;

Essas necessidades não são

ao

contrário,

dispersivas,

te, o empenho que o hemisfério oci

Focalizam os comentadores a posi

gados deponde mais da política do quej ção atual da questão.

O hemisfério


38

Dicesto EcoNÓiaco

9

Dicesto Dl

Econômico 39

ocidental contribui com cêrca de 80%

do petróleo cru do mundo.

Os Esta

dos Unidos produzem 61% do óleo de que o mundo dispõe e consomem 66%,

sendo, portanto, importadores de pro dutos do petróleo, A produção do Mé xico excede ligeiramente as necessida

des domésticas; e no próximo ano tal vez não alcance mais esse nível.

A

Venezuela c, no hem'sfério, o único ex

portador substancial, consumindo ape nas uma insignificante fração de sua

própria produção, cm contraste com os outros países da América Latina.

A

Colômbia consome uma quarto do que produz, o Peru quase dois terços, e em ambos os países o consumo vem su

bindo sensivelmente. A Argentina, cujas perspecHvas .geológicas não são prom ssoras para a sua produção im

porta agora metade do ó'eo que usa. O Brasil e o Chile são importadores. Os Estados Unidos, em virtude da

crise que enfrentam, estão ansiosos pe lo aumento das reservas do hemisfério, assinalam os correspondentes do "The

Economist". O interesse do Departa mento de Estado na questão, e que co meçou a manifestar-se há três me.ses, é primàriamente estratég"co. Duas ra zoes principais exp'icam essa política. Primeira, o aumento sem precedentes

do consumo nos Estados Unidos; segun da, o Departamento de Estado está an-sioso para libertar os Estados Unidos dos suprimentos do Oriente Méd o em

caso de guerra, se bem que, em condi ções normais, o petróleo daquela re gião seja mais barato, mesmo para os

importadores sul americanos, do que o fornecido pela região das Caraibas. Assim, quando MarshaU, em Bogo tá, manifestou que o Govômo norteamericano, na medida de suas poss bi-

lidades e encargos, estava disposto a

ajudar as nações do conlinentc a re solverem os seus problemas, accntunndo, todavia, que c.stes de\'eriam ler em vista os capitais privados, que procu ram os países que lhes asseguram tra

Vcnczuc'a seguiu a política de portas abertas às companhias estrangeiras. No ano passado, o Governo c as compa

ções às companhias estrangeiras, ainda

nhias ai

ação

estabelecidas

firmaram um

acórdo para a construção de refina

antes da guerra, afastando-as de no

vas atividades, enquanto se. amplia a dos

"Yacimientos

Petrolíferos

tamento cqüitativo, pensava no prob'ema do pctró co embora não o hou

rias, de maneira que o pelróico possa

Fiscales". E como o pais tem poucas perspectivas de se 'ibertar do supri

.ser ref nado no próprio pais, ao invés dc

vesse

referido c.xpre.ssamcnte. E, a

mento exterior, o Governo se precata

o ser exclusi\am. nte nas ilha.s vizinhas

êsse propósito, a correspondênc"a que

para assegurar o transporte e o for

dc Aruba c Curaçao — c ao mcMno

estamos resumindo observa textualmen

necimento.

tempo se elevou consÍdcià\ cimente o "royalt" a ser pago pelos produtores ao

rios navios-lanque.s na Inglaterra, na Hulanda e no Canadá; assegurou o for

te: "No que diz respeito ao petróleo, parece que não há outra alternativa senão a de portas abertas para o capi tal privado, se as potencialidades da América Latina devem ser exp'oradas. Pode-se razoavelmente afirmar que a indústria internacional de petróleo é, como demonstrou no passado, o único instrumento adequado para a tarefa, em virtude da necessidade do capital e da técnica.

Essa conclusão é refor

çada pelo exemplo do Mé.xico, onde, apesar da eliminação das companiüas estrangeiras, é ainda graças ao seu equi

pamento que o Governo é capaz de produzir petróleo; e é graças aos con tratantes americanos e ao seu capital,

(interessados na base de percentagem sobre o lucro) que mais perfurações estão sendo mantidas para assegurar

o nível da produção." Não SC pode duvidar — prosseguem os comentaristas — que os largos interêsses americanos no campo do petró leo estão dispostos a realizar a políti ca do Departamento de Estado na Amér'ca Latina, nos países em que as pes

quisas geológicas revelem possibilida des comerciais e — igualmente impor tante — em que um justo tratamento lhes seja oferecido. condições em que atualmente ope

ra a indústria petrolífera na Venezuela oferecem um exemplo do que se possa considerar um tratamento eqüitativo. A

Govêmo, que poderá optar pelo rece bimento de sua qoota de benefício em

petróleo. O "royalt" estabeíecdo e os tributos pagos

pea indústria

repre.scntam

,50,2 por cento do lucro lí

quido das companhias exp'oradoras.

Ou seja: as com

panhias que financiam e ope

Assim, encomendou

necimento da

Arábia, Venezuela e

Equador (dos dois últimos países em troca de trigo); e está ne gociando com a Venezuela a

construção nc.-^se país de uma refinaria argentina. Perón não se mostra in clinado a branduras com as

ram a indústria dividem o -lu-

companhias estrangeiras. Em dezembro último, ordenou-

tro do negócio

lhes que dentro de uma se

em partes

iguais com o Governo, que não emprega

capitais,

rém fornece a terra.

po E o

Govêmo está satisfeito com o acôrdo feito, acrescentam os articulistas.

No México, o programa previsto para as pe.squisas re clama uma inversão de 350

milhões de dólares.

E a indústria

mana aumentassem as entre

gas, sob ameaça de desa propriação. E assim sendo, o ambiente não está estimu

lante para a inversão de no vos capitais estrangeiros na indústria petrolífera. Enquanto a Standard Oil abandonava a Bolíria e o

Paraguai, a Argentina se empenhava em

Jo petróleo está agora e.xclusivamente nas mãos do Govêmo; e assim, tudo indica, permanecerá. A importância dos outros países,

levar as suas estradas de ferro até San

quanto ao problema, é apenas poten cial, pois a Venezuela e o México pro duziram no último ario 90% da produção de petró eo de todos ps países situa

centando que o Brasil também está in

dos ao sul dos Estados Unidos.

Quanto à

ta Cruz de Ia Sierra, na zona petrolí fera da Bolívia — registram os corres pondentes do "The Economist", acres teressado nas pesquisas que se proces sam nessa região; mas a ligação ferro

viária que daí está .construindo até São Pauio não se concluirá nem dentro de

Argentina, (da mesma

um ano. e a distância dos poços até o

forma quo a Bolívia ^cuja produção é

Estado de São Paulo dific lmente permi tirá que o consumo seja econômico. Na Co.ômbia, a ação das emprêsas

ainda insignificante, e o'Paragua , que nada produz) começou a impor restri-


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Dicesto EcoNÓiaco

9

Dicesto Dl

Econômico 39

ocidental contribui com cêrca de 80%

do petróleo cru do mundo.

Os Esta

dos Unidos produzem 61% do óleo de que o mundo dispõe e consomem 66%,

sendo, portanto, importadores de pro dutos do petróleo, A produção do Mé xico excede ligeiramente as necessida

des domésticas; e no próximo ano tal vez não alcance mais esse nível.

A

Venezuela c, no hem'sfério, o único ex

portador substancial, consumindo ape nas uma insignificante fração de sua

própria produção, cm contraste com os outros países da América Latina.

A

Colômbia consome uma quarto do que produz, o Peru quase dois terços, e em ambos os países o consumo vem su

bindo sensivelmente. A Argentina, cujas perspecHvas .geológicas não são prom ssoras para a sua produção im

porta agora metade do ó'eo que usa. O Brasil e o Chile são importadores. Os Estados Unidos, em virtude da

crise que enfrentam, estão ansiosos pe lo aumento das reservas do hemisfério, assinalam os correspondentes do "The

Economist". O interesse do Departa mento de Estado na questão, e que co meçou a manifestar-se há três me.ses, é primàriamente estratég"co. Duas ra zoes principais exp'icam essa política. Primeira, o aumento sem precedentes

do consumo nos Estados Unidos; segun da, o Departamento de Estado está an-sioso para libertar os Estados Unidos dos suprimentos do Oriente Méd o em

caso de guerra, se bem que, em condi ções normais, o petróleo daquela re gião seja mais barato, mesmo para os

importadores sul americanos, do que o fornecido pela região das Caraibas. Assim, quando MarshaU, em Bogo tá, manifestou que o Govômo norteamericano, na medida de suas poss bi-

lidades e encargos, estava disposto a

ajudar as nações do conlinentc a re solverem os seus problemas, accntunndo, todavia, que c.stes de\'eriam ler em vista os capitais privados, que procu ram os países que lhes asseguram tra

Vcnczuc'a seguiu a política de portas abertas às companhias estrangeiras. No ano passado, o Governo c as compa

ções às companhias estrangeiras, ainda

nhias ai

ação

estabelecidas

firmaram um

acórdo para a construção de refina

antes da guerra, afastando-as de no

vas atividades, enquanto se. amplia a dos

"Yacimientos

Petrolíferos

tamento cqüitativo, pensava no prob'ema do pctró co embora não o hou

rias, de maneira que o pelróico possa

Fiscales". E como o pais tem poucas perspectivas de se 'ibertar do supri

.ser ref nado no próprio pais, ao invés dc

vesse

referido c.xpre.ssamcnte. E, a

mento exterior, o Governo se precata

o ser exclusi\am. nte nas ilha.s vizinhas

êsse propósito, a correspondênc"a que

para assegurar o transporte e o for

dc Aruba c Curaçao — c ao mcMno

estamos resumindo observa textualmen

necimento.

tempo se elevou consÍdcià\ cimente o "royalt" a ser pago pelos produtores ao

rios navios-lanque.s na Inglaterra, na Hulanda e no Canadá; assegurou o for

te: "No que diz respeito ao petróleo, parece que não há outra alternativa senão a de portas abertas para o capi tal privado, se as potencialidades da América Latina devem ser exp'oradas. Pode-se razoavelmente afirmar que a indústria internacional de petróleo é, como demonstrou no passado, o único instrumento adequado para a tarefa, em virtude da necessidade do capital e da técnica.

Essa conclusão é refor

çada pelo exemplo do Mé.xico, onde, apesar da eliminação das companiüas estrangeiras, é ainda graças ao seu equi

pamento que o Governo é capaz de produzir petróleo; e é graças aos con tratantes americanos e ao seu capital,

(interessados na base de percentagem sobre o lucro) que mais perfurações estão sendo mantidas para assegurar

o nível da produção." Não SC pode duvidar — prosseguem os comentaristas — que os largos interêsses americanos no campo do petró leo estão dispostos a realizar a políti ca do Departamento de Estado na Amér'ca Latina, nos países em que as pes

quisas geológicas revelem possibilida des comerciais e — igualmente impor tante — em que um justo tratamento lhes seja oferecido. condições em que atualmente ope

ra a indústria petrolífera na Venezuela oferecem um exemplo do que se possa considerar um tratamento eqüitativo. A

Govêmo, que poderá optar pelo rece bimento de sua qoota de benefício em

petróleo. O "royalt" estabeíecdo e os tributos pagos

pea indústria

repre.scntam

,50,2 por cento do lucro lí

quido das companhias exp'oradoras.

Ou seja: as com

panhias que financiam e ope

Assim, encomendou

necimento da

Arábia, Venezuela e

Equador (dos dois últimos países em troca de trigo); e está ne gociando com a Venezuela a

construção nc.-^se país de uma refinaria argentina. Perón não se mostra in clinado a branduras com as

ram a indústria dividem o -lu-

companhias estrangeiras. Em dezembro último, ordenou-

tro do negócio

lhes que dentro de uma se

em partes

iguais com o Governo, que não emprega

capitais,

rém fornece a terra.

po E o

Govêmo está satisfeito com o acôrdo feito, acrescentam os articulistas.

No México, o programa previsto para as pe.squisas re clama uma inversão de 350

milhões de dólares.

E a indústria

mana aumentassem as entre

gas, sob ameaça de desa propriação. E assim sendo, o ambiente não está estimu

lante para a inversão de no vos capitais estrangeiros na indústria petrolífera. Enquanto a Standard Oil abandonava a Bolíria e o

Paraguai, a Argentina se empenhava em

Jo petróleo está agora e.xclusivamente nas mãos do Govêmo; e assim, tudo indica, permanecerá. A importância dos outros países,

levar as suas estradas de ferro até San

quanto ao problema, é apenas poten cial, pois a Venezuela e o México pro duziram no último ario 90% da produção de petró eo de todos ps países situa

centando que o Brasil também está in

dos ao sul dos Estados Unidos.

Quanto à

ta Cruz de Ia Sierra, na zona petrolí fera da Bolívia — registram os corres pondentes do "The Economist", acres teressado nas pesquisas que se proces sam nessa região; mas a ligação ferro

viária que daí está .construindo até São Pauio não se concluirá nem dentro de

Argentina, (da mesma

um ano. e a distância dos poços até o

forma quo a Bolívia ^cuja produção é

Estado de São Paulo dific lmente permi tirá que o consumo seja econômico. Na Co.ômbia, a ação das emprêsas

ainda insignificante, e o'Paragua , que nada produz) começou a impor restri-


,vv

Digesto Econômico

40

estrangeiras está tolhida, igualmente. No Peru, a Shell e a Standard Oil aban donaram as tentativas em curso, de

sesperançadas de obterem uma legisla ção mais favorável. No Chile, a menta lidade nacionalista não propicia me

lhores perspectivas para as empresas estrangeiras. Para estas, o Equador se apresenta, ao lado da Venezuela, como

o único país que lhes oferece condi ções mais convidativas; as pesquisas,

entretanto, foram até agora decepcio nantes.

Apreciando, finalmente, o problema do petróleo- no Brasil, como se apre senta atualmente, os correspondentes da prestigiosa publicação inglêsa fazem os seguintes comentários:

A situação no Brasil, no momento, é politicámcnte mais clara e talvez

menos favorável do que sua perspecHva geológica.

A Shell rea

lizou exames preliminares que re sultaram desapontadores; porém, a especulação é abundante a res

peito de pesquisas em várias zo nas, e a febre nacionalista sobe vio

lentamente — a perito de não ser líci

to esperar que o Congresso aprove qual quer projeto de lei capaz de atrair o capital estrangeiro. E, em qualquer ca so, a lei já proposta é inadequada para atrair as companhias estrangeiras. Ela estipula que as necessidades nacionais devem ter prevalência quanto a todo

o petróleo produzido. Isto as compa nhias julgam legítimo, mas acentuam que p ^dispositivo complementar, re servando para ò Govêrno 60% da parti

cipação nos interesses relativos aò trans porte e à refinação, poderia virtual mente golpear toda a atividade delas. As companiiias americanas declararam que não estão interessadas, a menos

que estejam seguras em qualquer in

41

DicESTO Econômico

técnica capaz, para enfrentar o proble ma, desde a pesquisa dos poços até o

dústria de que tôda a sua operação es

teja em suas próprias mãos. Três gran des companhias de petróleo que tra balham naquele país poderiam prova

aproveitamento do material encontrado. Certamente, o povo não deve ser im

tos perturbadores da decisão a ser dita da exclusivamente pelos mais séries in teresses nacionais, que, evidentemente, não se resguardam melhor através de

velmente fazer um investimento inicial de 50 milhões de dó'are.s cada uma, se

pedido de acompanhar o estudo e as

campanhas destinadas a criar um vicia

decisões. Ao contrário: o interesse co

do clima emocional, que só pode tur

adequadas garantias fossem dadas - e

letivo no caso deve ser estimulado.

os Estados Unidos deram muitas de monstrações de que estão dispostos a

magnitude do problema justifica e re comenda que o povo a respeito seja ho

var e comprometer a solução do proble ma, na qual se empenha a nossa ca pacidade e a competência das elites di

encorajar ôsse empreendimento. Entre

nestamente esclarecido, para que possa

rigentes.

essas demonstrações estão a visita do

vigiar a ação dos que têm o gravíssimo encargo de resolvê-lo. Trata-se de uma riqueza básica, da qual depende essen

ser o de opor barreiras aos surtos con-

Sr. Suyder ao Rio, no ano passado; a cessão, a pedido do Presidente Dutra, de peritos americanos cm pelroleo, pa ra ajudar a elaboração da lei do petró leo, e que se retiraram quando seus

í

A

da. Não se trata de ser nacionalista, ou

quiséssemos praticar um mínimo de de

de não ser nacionalista, mas simples

mocracia é que se e.xpMcaría a violên cia de sonegar ao conhecimento e à

feita ao Departamento de Estado Ame ricano pela Standard Oil de inverter

queles que deliberam, no caso, sôbre

vigilância do povo o procedimento da

quisas no Brasil. E' difícil pre

matéria ligada fundamente ao destino coletivo, à riqueza, à prosperidade do

ver o efeito sôbre a questão do

país.

presente nacionalismo exacerba do, que os cbmunistas não per dem oportunidade de estimular. O Brasil, com problemas tão

imensos quanto o seu território, tem, tavez, mais a ganbar com uma lei libe ral sôbre o petróleo do que os seus vi zinhos. Há muito de verdade em dizer-

se que até que êle consiga auto-suficiência em combustível e trigo nun ca estará longe da bancarrota." O caso do petróleo noa países sulamericanos se apresenta, como se vé da "mise-au-point" do problema apre

sentado pelo "The Economist". como um caso "emocional". São os impulsos

nacionalistas, falsos ou legítimos, poli ticamente explorados, que ameaçam

A atoarda demagógica, a excitaçao

dos instintos primários da miissa em tômo do assunto são. entretanto, inad missíveis e intoleráveis, como elemen-

As medidas que a política anti-co-

munista inspira em países como a In

riência dos outros povos. E a respeito

dêsse ponto nuclear, dessa preliminar apenas se iniciou entre nós o debate, do quaVdevem participar, de boa-fé e ani mo

honesto,

todos

quantos

sejam

capazes de emitir uma opinião pon derável.

glaterra e os Estados Unidos são, pe

conseguidos pelos comunistas e o dina mismo que revelaram na ação política provocaram, em certos círculos, fundo

la sua natureza, essencialmente diversas

temor. E a solução que se deu, como

eleitoral ponderável, capaz de influir' no

gime estabelecido. Conservaram, en tretanto, os comunistas, individualmen te, o direito de votar e de serem vota dos, e as outras prerrogativas comuns a todos cidadãos, e que não podem ser

das que se põem em prática em outros a mais acertada, foi a de excluir, sob a invocação do próprio texto consti países, como o Brasil, por exemplo. tucional, o partido extremista da socie Aqui, nas eleições que se seguiram à • dade política, por perseguir objetivos derrocada da ditadura, o partido comu nista se apresentou como uma fôrça que destruíam as próprias bases do re

perturbar a solução que se impõe. A

resultado dos pleitos nos grandes cen tros, de arregimentar e organizar mas

dispomos de capitais suficientes e de

mente do encontirar a melhor forma de

resolver a questão, dentro dos recursos c dos meios de que realmente pode mos lançar mão, aproveitando a ex*pe-

Os comunistas no serviço público

questão é, entretanto, uma questão de govêmo, a ser examinada e resolvida

objetivamente. Cuida-se d» saber se

fusionistas da demagogia mal inspira

cialmente o futuro do país; e só se não

conselhos foram rejeitados; a promessa 10 milhões de dólares em pes

O primeiro dever de patriotismo deve

sas, fàcilmente seduzidas pelo seu des

preparo cívico e pelas suas condições penosas de vida. O volume dos votos

negadas em virtude de convicções c


,vv

Digesto Econômico

40

estrangeiras está tolhida, igualmente. No Peru, a Shell e a Standard Oil aban donaram as tentativas em curso, de

sesperançadas de obterem uma legisla ção mais favorável. No Chile, a menta lidade nacionalista não propicia me

lhores perspectivas para as empresas estrangeiras. Para estas, o Equador se apresenta, ao lado da Venezuela, como

o único país que lhes oferece condi ções mais convidativas; as pesquisas,

entretanto, foram até agora decepcio nantes.

Apreciando, finalmente, o problema do petróleo- no Brasil, como se apre senta atualmente, os correspondentes da prestigiosa publicação inglêsa fazem os seguintes comentários:

A situação no Brasil, no momento, é politicámcnte mais clara e talvez

menos favorável do que sua perspecHva geológica.

A Shell rea

lizou exames preliminares que re sultaram desapontadores; porém, a especulação é abundante a res

peito de pesquisas em várias zo nas, e a febre nacionalista sobe vio

lentamente — a perito de não ser líci

to esperar que o Congresso aprove qual quer projeto de lei capaz de atrair o capital estrangeiro. E, em qualquer ca so, a lei já proposta é inadequada para atrair as companhias estrangeiras. Ela estipula que as necessidades nacionais devem ter prevalência quanto a todo

o petróleo produzido. Isto as compa nhias julgam legítimo, mas acentuam que p ^dispositivo complementar, re servando para ò Govêrno 60% da parti

cipação nos interesses relativos aò trans porte e à refinação, poderia virtual mente golpear toda a atividade delas. As companiiias americanas declararam que não estão interessadas, a menos

que estejam seguras em qualquer in

41

DicESTO Econômico

técnica capaz, para enfrentar o proble ma, desde a pesquisa dos poços até o

dústria de que tôda a sua operação es

teja em suas próprias mãos. Três gran des companhias de petróleo que tra balham naquele país poderiam prova

aproveitamento do material encontrado. Certamente, o povo não deve ser im

tos perturbadores da decisão a ser dita da exclusivamente pelos mais séries in teresses nacionais, que, evidentemente, não se resguardam melhor através de

velmente fazer um investimento inicial de 50 milhões de dó'are.s cada uma, se

pedido de acompanhar o estudo e as

campanhas destinadas a criar um vicia

decisões. Ao contrário: o interesse co

do clima emocional, que só pode tur

adequadas garantias fossem dadas - e

letivo no caso deve ser estimulado.

os Estados Unidos deram muitas de monstrações de que estão dispostos a

magnitude do problema justifica e re comenda que o povo a respeito seja ho

var e comprometer a solução do proble ma, na qual se empenha a nossa ca pacidade e a competência das elites di

encorajar ôsse empreendimento. Entre

nestamente esclarecido, para que possa

rigentes.

essas demonstrações estão a visita do

vigiar a ação dos que têm o gravíssimo encargo de resolvê-lo. Trata-se de uma riqueza básica, da qual depende essen

ser o de opor barreiras aos surtos con-

Sr. Suyder ao Rio, no ano passado; a cessão, a pedido do Presidente Dutra, de peritos americanos cm pelroleo, pa ra ajudar a elaboração da lei do petró leo, e que se retiraram quando seus

í

A

da. Não se trata de ser nacionalista, ou

quiséssemos praticar um mínimo de de

de não ser nacionalista, mas simples

mocracia é que se e.xpMcaría a violên cia de sonegar ao conhecimento e à

feita ao Departamento de Estado Ame ricano pela Standard Oil de inverter

queles que deliberam, no caso, sôbre

vigilância do povo o procedimento da

quisas no Brasil. E' difícil pre

matéria ligada fundamente ao destino coletivo, à riqueza, à prosperidade do

ver o efeito sôbre a questão do

país.

presente nacionalismo exacerba do, que os cbmunistas não per dem oportunidade de estimular. O Brasil, com problemas tão

imensos quanto o seu território, tem, tavez, mais a ganbar com uma lei libe ral sôbre o petróleo do que os seus vi zinhos. Há muito de verdade em dizer-

se que até que êle consiga auto-suficiência em combustível e trigo nun ca estará longe da bancarrota." O caso do petróleo noa países sulamericanos se apresenta, como se vé da "mise-au-point" do problema apre

sentado pelo "The Economist". como um caso "emocional". São os impulsos

nacionalistas, falsos ou legítimos, poli ticamente explorados, que ameaçam

A atoarda demagógica, a excitaçao

dos instintos primários da miissa em tômo do assunto são. entretanto, inad missíveis e intoleráveis, como elemen-

As medidas que a política anti-co-

munista inspira em países como a In

riência dos outros povos. E a respeito

dêsse ponto nuclear, dessa preliminar apenas se iniciou entre nós o debate, do quaVdevem participar, de boa-fé e ani mo

honesto,

todos

quantos

sejam

capazes de emitir uma opinião pon derável.

glaterra e os Estados Unidos são, pe

conseguidos pelos comunistas e o dina mismo que revelaram na ação política provocaram, em certos círculos, fundo

la sua natureza, essencialmente diversas

temor. E a solução que se deu, como

eleitoral ponderável, capaz de influir' no

gime estabelecido. Conservaram, en tretanto, os comunistas, individualmen te, o direito de votar e de serem vota dos, e as outras prerrogativas comuns a todos cidadãos, e que não podem ser

das que se põem em prática em outros a mais acertada, foi a de excluir, sob a invocação do próprio texto consti países, como o Brasil, por exemplo. tucional, o partido extremista da socie Aqui, nas eleições que se seguiram à • dade política, por perseguir objetivos derrocada da ditadura, o partido comu nista se apresentou como uma fôrça que destruíam as próprias bases do re

perturbar a solução que se impõe. A

resultado dos pleitos nos grandes cen tros, de arregimentar e organizar mas

dispomos de capitais suficientes e de

mente do encontirar a melhor forma de

resolver a questão, dentro dos recursos c dos meios de que realmente pode mos lançar mão, aproveitando a ex*pe-

Os comunistas no serviço público

questão é, entretanto, uma questão de govêmo, a ser examinada e resolvida

objetivamente. Cuida-se d» saber se

fusionistas da demagogia mal inspira

cialmente o futuro do país; e só se não

conselhos foram rejeitados; a promessa 10 milhões de dólares em pes

O primeiro dever de patriotismo deve

sas, fàcilmente seduzidas pelo seu des

preparo cívico e pelas suas condições penosas de vida. O volume dos votos

negadas em virtude de convicções c


42

Digesto EcoNÓ>nco

crenças pessoais. Não foi, pois, uma amputação radical; apenas uma ablação,

Em virtude, porém, da ligação inter

Díolsto EcoNÓMrco

comunista.

Equiparou desde logo os

43

quer ramo de serviço do Govêmo; o

nacional do partido, o que preocupa,

(loi-s extremismos, e deu o mesmo tra

princípio da igualdade diante da lei, o

na perspectiva de um confito armado, é a questão da defesa nacional, os riscos

tamento ao comunismo c ao fascismo.

qual é geralmente interpretado como in

A responsabilidade h'stórica do libera

cluindo igual direito de acesso a todas

Outros países onde o partido comu nista é realmente temível e numeroso,

da espionagem, da .sabotagem, da infil

as funç^ões, não é comprometido; e o

tração de agentes do inimigo em postos

lismo político da Inglaterra supera a dos Estados Unidos; c natural, por isso,

e está em condições de influir forte

ou serviços essenciai,s do Govêrno. É um

que sua 'cgislação .seja mais branda e

mente na composição e na orientação do

mal do empregador de escolher aquele

problema de segurança da administra

Govêmo, como a Itália e a França,

que deseja empregar."

ção que exige lealdade c fidelidade' dos

preferiram conservar os comunistas na

seus senudorcs, que atuam cm posições de responsabilidade.

cautelosa. Assim, desde logo, em prin cípio, se afastou a idéia da demissão do funcionar o que desse provas de infídclidade po ítica ou sc tornasse pe rigoso, pela sua filiação comunista: a providência indicada seria a sua mu dança para outras funções onde não pu

uma mutilação, cujos resultados só a experiência irá indicar.

legalidade, e combatê-los pe'os méto dos democrátic-os, derrotando-os na.s

batalhas eleitorais memorá\eis que ul timamente neles se vêm travando, sob a atenção emocionada

de todo o mundo. E

os frutos até agora co

lhidos indicam que o comunismo está servin

do como estímulo, co mo incentivo (pelo pe rigo mesmo que repre senta) para o revigoramento

do

sentimento

político das agremia ções democráticas, es

tá fortalecendo no poVo a consciência dos seus deveras coletivos. O caso da Itália é bem

expressivo, tratando-se

de um país que du

rante mais de uma ge ração não conheceu eleições verdadei ras.

Em nações como a Inglaterra e os

Estados Unidos, o problema se apre senta sob aspectos diferentes. O par tido comunista não reúne até agora, em nenhum deles, força eleitoral apre ciável; não captou a massa operária; a sua pregação não encontra eco senão em círculo reduzido. Por isso mes

mo, eleitoralmente, não inspira cuida dos a sua ação.

O.S

Estados' Ün'dos, sob o influxo

agora do uma mentalidade política me

nos tolerante, se anteciparam nesse gê nero de precaução. E ainda prosseguem nas

desse exercer nenhuma ação danosa.

restrições aos direitos

A seguir, reconhece o "Times" que há algumas pcmiissões mais enérgicas na

lei projetada: certos servidores públi cos são castigados pelo falo de serem

filiados a um partido legal; e o Govêr no é autorizado,a impor o que é de fa to uma punição, sem obediência aos pro

Apesar de ser moderado

dos que se filiam ao

em seus termos, o proje to da chamada "lei de e.x-

partido ou processam o

purgo" chocou o espírito pú

credo comunista.

blico inglê.s; pelo menos uma

As

Govêmo exerce apenas o direito nor

med-das postas em prá

parcela mais .scnsíve^ dela, e

tica excedem já os limi-

até agora não foi votado.

cessos usuais.

E justifica

tais disposições pela submis são dos comunistas a Mos

cou e pelo presente estado das relações internacionais.

_

Para o secular órgão londrino, a providência gover

"The Time.s", em cd to-

namental mereceria mesmo o

dos num país dc sólidas

rial que vem publicado em

tradiçõe.s, no. que diz respeito às liberdades espirituais. Apesar da campanha furta-côr de

sua ed ção semanal de 12 de maio, se mostra impaciente com a demora censu rando o Govêrno pelo atraso em to

beneplácito do John Stuart Mill. E assim o explica:

mar providências que Tnunan já pôs

"Há sob alguns aspectos uma inti ma some hança entre êsse problema e o exemplo dado por John Stuart Mill

Wa'Iace, não há temor

em prática desde março de 1947.

dc um policial bêbado no seu pôsto de

te.s tradicionais guarda

sério de que o ele-tora-

E o velho órgão conservador defen

do comunista se apre

de a legislação reclamada, acentuando

sente

muito

volumoso

no próximo pleito; mas

que não viola os velhos preconceitos liberais.

traba ho. O policial, de acordo com Mill, não deve ser punido por embria gues, desde que esta seja uma ques tão de ordem pessoal; porem, pelo fato"

a ação dos comunistas, em tudo o que

"A ação preventiva proposta pelo Go

de estar embriagado no seu posto de tra

possa pôr em risco a defesa e a solida riedade nacionai.s, vem sendo gradati-

verno Britânico — diz o "Times" —

balho, êle pode causar algum dano à

em princípio não significa supressão da opinião e não pode ser havida como.míringente do direito de livre expressão do pensamento. O direito de fazer pro paganda de qualquer forma, desde que

comunidade, e a comunidade precisa

quer emergência.

não soja ob.scena ou sOdiciosa, é res peitado. Em tese, nenhuma inabi'ita-

O govêrno trabalhista inglês também tomou a in ciativa de defender os pontos

ção o infligida aos comunistas, ou a

pirar, mas pode colocar-se voluntàriamente em situação na qual a tentação de conspirar se tome inev'tável."

vitais da administração da influência

pela lei, de serem empregados em qual-

vãmente combatida com providências

que, algumas dela.s, chocam os que que rem preservar, antes de tudo, a liber dade de opinião e acreditam na eficá

cia dos processos democráticos, em qual

quem quer que seja; êles são livres,

proteger-se contra tal possibilidade. Semelhantemente, um servidor público comunista pode não estar conspirando, ou não ter mesmo a intenção de cons

Sustentando esta tese de legítima de fesa, dentro dos seus princípios conser-


42

Digesto EcoNÓ>nco

crenças pessoais. Não foi, pois, uma amputação radical; apenas uma ablação,

Em virtude, porém, da ligação inter

Díolsto EcoNÓMrco

comunista.

Equiparou desde logo os

43

quer ramo de serviço do Govêmo; o

nacional do partido, o que preocupa,

(loi-s extremismos, e deu o mesmo tra

princípio da igualdade diante da lei, o

na perspectiva de um confito armado, é a questão da defesa nacional, os riscos

tamento ao comunismo c ao fascismo.

qual é geralmente interpretado como in

A responsabilidade h'stórica do libera

cluindo igual direito de acesso a todas

Outros países onde o partido comu nista é realmente temível e numeroso,

da espionagem, da .sabotagem, da infil

as funç^ões, não é comprometido; e o

tração de agentes do inimigo em postos

lismo político da Inglaterra supera a dos Estados Unidos; c natural, por isso,

e está em condições de influir forte

ou serviços essenciai,s do Govêrno. É um

que sua 'cgislação .seja mais branda e

mente na composição e na orientação do

mal do empregador de escolher aquele

problema de segurança da administra

Govêmo, como a Itália e a França,

que deseja empregar."

ção que exige lealdade c fidelidade' dos

preferiram conservar os comunistas na

seus senudorcs, que atuam cm posições de responsabilidade.

cautelosa. Assim, desde logo, em prin cípio, se afastou a idéia da demissão do funcionar o que desse provas de infídclidade po ítica ou sc tornasse pe rigoso, pela sua filiação comunista: a providência indicada seria a sua mu dança para outras funções onde não pu

uma mutilação, cujos resultados só a experiência irá indicar.

legalidade, e combatê-los pe'os méto dos democrátic-os, derrotando-os na.s

batalhas eleitorais memorá\eis que ul timamente neles se vêm travando, sob a atenção emocionada

de todo o mundo. E

os frutos até agora co

lhidos indicam que o comunismo está servin

do como estímulo, co mo incentivo (pelo pe rigo mesmo que repre senta) para o revigoramento

do

sentimento

político das agremia ções democráticas, es

tá fortalecendo no poVo a consciência dos seus deveras coletivos. O caso da Itália é bem

expressivo, tratando-se

de um país que du

rante mais de uma ge ração não conheceu eleições verdadei ras.

Em nações como a Inglaterra e os

Estados Unidos, o problema se apre senta sob aspectos diferentes. O par tido comunista não reúne até agora, em nenhum deles, força eleitoral apre ciável; não captou a massa operária; a sua pregação não encontra eco senão em círculo reduzido. Por isso mes

mo, eleitoralmente, não inspira cuida dos a sua ação.

O.S

Estados' Ün'dos, sob o influxo

agora do uma mentalidade política me

nos tolerante, se anteciparam nesse gê nero de precaução. E ainda prosseguem nas

desse exercer nenhuma ação danosa.

restrições aos direitos

A seguir, reconhece o "Times" que há algumas pcmiissões mais enérgicas na

lei projetada: certos servidores públi cos são castigados pelo falo de serem

filiados a um partido legal; e o Govêr no é autorizado,a impor o que é de fa to uma punição, sem obediência aos pro

Apesar de ser moderado

dos que se filiam ao

em seus termos, o proje to da chamada "lei de e.x-

partido ou processam o

purgo" chocou o espírito pú

credo comunista.

blico inglê.s; pelo menos uma

As

Govêmo exerce apenas o direito nor

med-das postas em prá

parcela mais .scnsíve^ dela, e

tica excedem já os limi-

até agora não foi votado.

cessos usuais.

E justifica

tais disposições pela submis são dos comunistas a Mos

cou e pelo presente estado das relações internacionais.

_

Para o secular órgão londrino, a providência gover

"The Time.s", em cd to-

namental mereceria mesmo o

dos num país dc sólidas

rial que vem publicado em

tradiçõe.s, no. que diz respeito às liberdades espirituais. Apesar da campanha furta-côr de

sua ed ção semanal de 12 de maio, se mostra impaciente com a demora censu rando o Govêrno pelo atraso em to

beneplácito do John Stuart Mill. E assim o explica:

mar providências que Tnunan já pôs

"Há sob alguns aspectos uma inti ma some hança entre êsse problema e o exemplo dado por John Stuart Mill

Wa'Iace, não há temor

em prática desde março de 1947.

dc um policial bêbado no seu pôsto de

te.s tradicionais guarda

sério de que o ele-tora-

E o velho órgão conservador defen

do comunista se apre

de a legislação reclamada, acentuando

sente

muito

volumoso

no próximo pleito; mas

que não viola os velhos preconceitos liberais.

traba ho. O policial, de acordo com Mill, não deve ser punido por embria gues, desde que esta seja uma ques tão de ordem pessoal; porem, pelo fato"

a ação dos comunistas, em tudo o que

"A ação preventiva proposta pelo Go

de estar embriagado no seu posto de tra

possa pôr em risco a defesa e a solida riedade nacionai.s, vem sendo gradati-

verno Britânico — diz o "Times" —

balho, êle pode causar algum dano à

em princípio não significa supressão da opinião e não pode ser havida como.míringente do direito de livre expressão do pensamento. O direito de fazer pro paganda de qualquer forma, desde que

comunidade, e a comunidade precisa

quer emergência.

não soja ob.scena ou sOdiciosa, é res peitado. Em tese, nenhuma inabi'ita-

O govêrno trabalhista inglês também tomou a in ciativa de defender os pontos

ção o infligida aos comunistas, ou a

pirar, mas pode colocar-se voluntàriamente em situação na qual a tentação de conspirar se tome inev'tável."

vitais da administração da influência

pela lei, de serem empregados em qual-

vãmente combatida com providências

que, algumas dela.s, chocam os que que rem preservar, antes de tudo, a liber dade de opinião e acreditam na eficá

cia dos processos democráticos, em qual

quem quer que seja; êles são livres,

proteger-se contra tal possibilidade. Semelhantemente, um servidor público comunista pode não estar conspirando, ou não ter mesmo a intenção de cons

Sustentando esta tese de legítima de fesa, dentro dos seus princípios conser-


t?ríf

DlCMfiTO

44

vadores, o velho órgão, que exprime uma das tradições mais sólidas da vida

inglesa, não deixa de advertir sobre a delicadeza da aplicação das me

didas protetoras da segurança do Esta do: no uso de'as o Estado deve provar

a honestidade dos seus princípios e a jus tiça de sua ação defensiva.

Aí está o ponto melindroso da ques tão. Quando o Govêmo toma uma po-

EcONÓ.NtlCO

sição ideológica, e a procura defender

Xalveines c café

com medidas coercitivas, que atingem a

1 herdade de opinião, encaminha-se por rumos perigosos. Se não pode, ou não sabe graduar a sua ação e moderar os seus impulsos, resvala rapidamente ^pa ra a opressão e para o arbítrio. E a arbitrariedade não compensa, sabemos todos através de longa e dolorosa expe riência.

PiMENTEL Gomes

(Engenheiro-agrónomo) UANDO os cafèzais, como uma ' S".-5=—.C •r I

onda verde, , , se alargavam O pelos planaltos da bacia hi

drográfica do Paraíba do Sul, plantavam-se também catezais nas montanlias de Costa Rica c El Salvador, nas serras brasileiras de Pernambuco e Ceará e no litoral do Es

pírito Santo. Os cafèzais do Paraíba do Sul, que tanto contribuíram para o aden samento da população e a prosperidade de um dos mais interessantes trechos do

Brasil, desapareceram.

.,v-

Substituem-nos

pastagens infindáveis, que enchem vales

■ i.

X

e sobem morros. Na terra que dava trabalho a dez famílias, não encontra mais serviço uma única família. As fa zendas se despovoam. Os armazéns de café estão vazios.

De zonas inteiras

O artigo, que ora inserimos em nossas cohtnas, da lavra do reputado agrônomo Pimentcl Gomes, divulga impressionantes estatísticas relativas à cultura cafeeira, necessitada de um grande amparo, a fin% de que seja sustada a sua assusta dora decadência.

riqueza de seus proprietários. Não há

cafèzais transformados em pastagens. Não há terreiros de café abandonados. As

safras avultam como há cinqüenta .ou oitenta anos. Por que? Haverá algo a fazer? É o que procuraremos esclarecer. A maré montante das safras Durante mais de um século as safras

quase nada há a transportar. Os cafè

brasileiras de café subiram com rapidez

zais passaram pata o oeste, em busca

e segurança, como dados abaixo:

das terras novas do centro do Estado de

São Paxilo e da Mata mineira. Hoje, os mais belos sltuam-se no norte do Pa

raná, no extremo oeste paulista, em

Goiás, nas terras novas do Espírito Santo. Se isto continua, se não há uma reação,

onde estarão dentro de vinte anos os cafèzais brasileiros? Enquanto tal acon tecia no Rio de Janeiro, São Paulo, Mi nas Gerais e sul do Espírito Santo, os

Anos 1889-90 1894-95 1899-00 1904-05 1909-10 1914-15

9859 000

13 721 000 28 324 000 28 333 000 16 500 000 29 610 000 17 366 000

britânicos puseram em relevo o problema de um retorno agressivo da concorréticia japonêsa nos mercados textéis internacionais. Êsse prob'ema surgirá tão logo a produção nipônica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura ímm-

e litoral capixaba e das repúblicas de

1927-28'

El Salvador e Costa Ricí^, contemporâ

1931-32 1932-33

Parece, no entanto, que há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos a êsse propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motive por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.

Mas os cafèzais permanecem nas mesmas fazendas, nos mesmos solos, fazenda a

4 482 000 7 242 000 9 564 000 10 597 000 15 440 000 13 497 000

1924-25

cafèzais do Ceará, Pernambuco, Baliia

neos daqueles, continuavam produzindo, e produzindo bem. Renovam-se os ar bustos que morreram acidentalmente.

Sacos de 60 quüos

1919-20

Na reunião da Conferência Anglo-americana sôbre o Algodão, os delegados dial baixe ao nível normal.

se pode ver pelos

1933-34

1934-35 1935-36 igS6-S7

20 857 000 26 107 000

...i. '■uiV\l.L


t?ríf

DlCMfiTO

44

vadores, o velho órgão, que exprime uma das tradições mais sólidas da vida

inglesa, não deixa de advertir sobre a delicadeza da aplicação das me

didas protetoras da segurança do Esta do: no uso de'as o Estado deve provar

a honestidade dos seus princípios e a jus tiça de sua ação defensiva.

Aí está o ponto melindroso da ques tão. Quando o Govêmo toma uma po-

EcONÓ.NtlCO

sição ideológica, e a procura defender

Xalveines c café

com medidas coercitivas, que atingem a

1 herdade de opinião, encaminha-se por rumos perigosos. Se não pode, ou não sabe graduar a sua ação e moderar os seus impulsos, resvala rapidamente ^pa ra a opressão e para o arbítrio. E a arbitrariedade não compensa, sabemos todos através de longa e dolorosa expe riência.

PiMENTEL Gomes

(Engenheiro-agrónomo) UANDO os cafèzais, como uma ' S".-5=—.C •r I

onda verde, , , se alargavam O pelos planaltos da bacia hi

drográfica do Paraíba do Sul, plantavam-se também catezais nas montanlias de Costa Rica c El Salvador, nas serras brasileiras de Pernambuco e Ceará e no litoral do Es

pírito Santo. Os cafèzais do Paraíba do Sul, que tanto contribuíram para o aden samento da população e a prosperidade de um dos mais interessantes trechos do

Brasil, desapareceram.

.,v-

Substituem-nos

pastagens infindáveis, que enchem vales

■ i.

X

e sobem morros. Na terra que dava trabalho a dez famílias, não encontra mais serviço uma única família. As fa zendas se despovoam. Os armazéns de café estão vazios.

De zonas inteiras

O artigo, que ora inserimos em nossas cohtnas, da lavra do reputado agrônomo Pimentcl Gomes, divulga impressionantes estatísticas relativas à cultura cafeeira, necessitada de um grande amparo, a fin% de que seja sustada a sua assusta dora decadência.

riqueza de seus proprietários. Não há

cafèzais transformados em pastagens. Não há terreiros de café abandonados. As

safras avultam como há cinqüenta .ou oitenta anos. Por que? Haverá algo a fazer? É o que procuraremos esclarecer. A maré montante das safras Durante mais de um século as safras

quase nada há a transportar. Os cafè

brasileiras de café subiram com rapidez

zais passaram pata o oeste, em busca

e segurança, como dados abaixo:

das terras novas do centro do Estado de

São Paxilo e da Mata mineira. Hoje, os mais belos sltuam-se no norte do Pa

raná, no extremo oeste paulista, em

Goiás, nas terras novas do Espírito Santo. Se isto continua, se não há uma reação,

onde estarão dentro de vinte anos os cafèzais brasileiros? Enquanto tal acon tecia no Rio de Janeiro, São Paulo, Mi nas Gerais e sul do Espírito Santo, os

Anos 1889-90 1894-95 1899-00 1904-05 1909-10 1914-15

9859 000

13 721 000 28 324 000 28 333 000 16 500 000 29 610 000 17 366 000

britânicos puseram em relevo o problema de um retorno agressivo da concorréticia japonêsa nos mercados textéis internacionais. Êsse prob'ema surgirá tão logo a produção nipônica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura ímm-

e litoral capixaba e das repúblicas de

1927-28'

El Salvador e Costa Ricí^, contemporâ

1931-32 1932-33

Parece, no entanto, que há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos a êsse propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motive por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.

Mas os cafèzais permanecem nas mesmas fazendas, nos mesmos solos, fazenda a

4 482 000 7 242 000 9 564 000 10 597 000 15 440 000 13 497 000

1924-25

cafèzais do Ceará, Pernambuco, Baliia

neos daqueles, continuavam produzindo, e produzindo bem. Renovam-se os ar bustos que morreram acidentalmente.

Sacos de 60 quüos

1919-20

Na reunião da Conferência Anglo-americana sôbre o Algodão, os delegados dial baixe ao nível normal.

se pode ver pelos

1933-34

1934-35 1935-36 igS6-S7

20 857 000 26 107 000

...i. '■uiV\l.L


46

Dicksto Econômico

Afora as naturais oscilações, o aumen

1944

to de produção é grande e constante. Em 1933-34, com quase 30 milhões

11 444 000 13 915 000 15 333 000 15 052 000

194.5 1946

de sacas, atingimos o alto da curva.

1947

1935-36 e 1936-37, foram anos de gran

de produção. Começou, logo depois, um degringolar que já se está tornando alarmante.

A derrocada cafeeira

Não .SC trata, como se vê, de simples oscilação. Houve, de futo, uma grande redução na .safra, redução que, se não

7

47

DiGESTO Econômico

ne mais ou menos equivalente à de

se esta, porém, incapaz de eliminar to

Sâcr Paulo.

Decididamente os grandes

talmente a praga. Oltünamente o Mi

cafèzaís tendem, -ada vez mais, a .siliiar-

nistério da Agricultura csld utilizando

se ao sul do Paranapanema. Em Goiás,

inseticidas u base do hexacloreto de ben-

mau grado a distancia e. a escassez de

zcno (B H C), na forma de polvillia-

braços e transportes, as safras vão num

mcnto.

crescendo promissor, mostrando bem as

positivos, especialmente do ponto do

controlada, nos tirará o bastão de co

suas extraordinárias possibilidades. Mas

\ista de ação rápida e do favorável as

mando na produção cafeeira e preju dicará fortemente a nossa e>:poitação.

as surpresas maiores vêm depois. Minas Gerais, por exemplo, vcllio Estado ca-

pecto econômico do seu emprego. Os agrônomos estão aconselhando "que os poKilhamentos sejam iniciados logo que a safra em curso apresente fruto em

A oscilação das safras agrícolas é na tural, pois vários são os fatores que sôbre elas influem. Não é natural, porém, a derrocada que vem sofrendo a lavou ra cafeeira, principalmente de 1940 pa ra cá," como se pode ver pelos dados

a produção cafeeira no Brasil, graças

porcionalmente reduzidas, como era de esperar. Há uma oscilação forte do um ano para outro, mas a tendência tom sido para um ligeiro aumento, ao con

abaixo:

a uma série do fatores favoráveis.

trário dü que se pensava.

Anos

Produção em sacos

feícuUor, não tem as suas safras pro Srto Paulo e seu bastão cIc comando São Paulo lidera há muita.s décadas Li

dera, porem, de maneira excepcional, pois muitas vezes o volume de sua safra supera a produção total de todos

Tem caído

proporcionalmente a produção do Estado

cessidade de SC tratar tôda a cultura

ou apenas focos no interior da mesma,

menta proporcionalmente a produção do

polvilhando-se as plantas de modo a que fiquem, interna e externamente, co bertas por uma camada uniforme de pó, de vez que a maior ação do inseticida se faz pelo contacto do inseto com as superfícies tratadas". Com o emprego das polvilhadeiras manuais "Root" tem-se gasto, no Estado do Rio, 40 a 50 gramas da mistura de hexacloreto de benzeno com talco, por

16 700 000

os outros Estados. .Essa posição desta

16 025 000

cada tende a diminuir consideravelmen

Espírito Santo, c continuará aumentando

1942

13 831 000

te, ao que nos informam os dados es

se aproveitarem melhor as terras que

1943

15 365 000

tatísticos.

estão sendo agora dc,sbravadas. E há um aumento considerável nas produções

ei «a

ANOS

proporcionais de Pernambuco c Bahia, uma demonstração patente das vanta

gens do sombreamento na conservação O C9

B

Si

B (O

bV

B

CQ

m

e HO

M

SZ

íê S

B

n

S o ISS S A 99

99 O

' ía

V Jb

'©

eS

dos cafèzais.

A broca do café

os

9*.

Há, no momento, quando os preços cafeeiros são bastante favoráveis, dois

1931-32 6 32-33

1940 1942 1944 1946 1947

0.9% 0,8% 2.8% 2.6% 2.3%

1,1% 1.7% 3.4% 2.7% 2,7%

67,4% 61.3% 62,3% 42.7% 47.8% 43,3%

19,2% 19.2%

3.0% 5.7%

15.5%

3.9%

26.2%

6.0%

21,8% 23,8%

8.5% 8.9%

6.0% 6.9% 10,3% 12,2% 10.8% 11,0%

cafeeiro.

Os polvilhamcntos por cafeeiro tem-se mostrado tècnicamente aconselháveis.

Notam-se nos compostos do hexaclo

4.16%

fatôres importantes na redução das .sa

0.3 % 0.4 % 1.0 % 0,72%

3.0 3.7 3.9 2.9

% % % %

fras.

(H. Hampei) introduzida no Brasil há

0,89%

3.4 %

A broca tem contribuído, ora mais, ora

contacto, especialmente sob condições de baixa umidade relativa e alta tempera

menos, para a redução das safras paulis

tura;

Um dêsses fatôres é a broca do café

anos, através do Estado de São Paulo.

reto de benzeno:

"1 — ação mais imediata em baixa concentração (1% a 1,3% de grama), por

tas e de alguns outros estados, pois vai

2 — ação fumigante, comprovada em

testes de campo, sobre adultos li\Tes ou alojados em abrigos superficiais e no início de penetração nos frutos; 3 — possibilidade de controlar em menos tempo, por dxipla ação e mais

aí ficctm é a queda das porcentagens de

principalmente, e Goiás. O aumento de produção no Paraná é tão grande e tão

aos poucos alastrando-se por toda a 2y3na

produção em São Paulo, enquanto sur

firme que talvez não seja exagero acre

Santo.

gem dois grandes produtores — Paraná,

ditar que em breve sua produção se tor-

O que há de notável nos dados que

ram os primeiros sinais de infestação, até o ponto em que a broca esteja ainda na galeria superficial de penetra ção no fruto; que seja verificada a ne

equivalente à da produção paulista. Au

1941

e

condições de ataque ou tão cedo ocor

do Rio de Janeiro, queda mais ou menos

1940

PORCENTAGEM DA PRODUÇÃO SÔBRE A PRODUÇÃO TOTAL DO BRASIL

Os resultados se tem mostrado

cafeeira, já tendo atingido o Espírito

A princípio se fêz um combate bioló gico com a vespa do Uganda. Mostrou-


46

Dicksto Econômico

Afora as naturais oscilações, o aumen

1944

to de produção é grande e constante. Em 1933-34, com quase 30 milhões

11 444 000 13 915 000 15 333 000 15 052 000

194.5 1946

de sacas, atingimos o alto da curva.

1947

1935-36 e 1936-37, foram anos de gran

de produção. Começou, logo depois, um degringolar que já se está tornando alarmante.

A derrocada cafeeira

Não .SC trata, como se vê, de simples oscilação. Houve, de futo, uma grande redução na .safra, redução que, se não

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DiGESTO Econômico

ne mais ou menos equivalente à de

se esta, porém, incapaz de eliminar to

Sâcr Paulo.

Decididamente os grandes

talmente a praga. Oltünamente o Mi

cafèzaís tendem, -ada vez mais, a .siliiar-

nistério da Agricultura csld utilizando

se ao sul do Paranapanema. Em Goiás,

inseticidas u base do hexacloreto de ben-

mau grado a distancia e. a escassez de

zcno (B H C), na forma de polvillia-

braços e transportes, as safras vão num

mcnto.

crescendo promissor, mostrando bem as

positivos, especialmente do ponto do

controlada, nos tirará o bastão de co

suas extraordinárias possibilidades. Mas

\ista de ação rápida e do favorável as

mando na produção cafeeira e preju dicará fortemente a nossa e>:poitação.

as surpresas maiores vêm depois. Minas Gerais, por exemplo, vcllio Estado ca-

pecto econômico do seu emprego. Os agrônomos estão aconselhando "que os poKilhamentos sejam iniciados logo que a safra em curso apresente fruto em

A oscilação das safras agrícolas é na tural, pois vários são os fatores que sôbre elas influem. Não é natural, porém, a derrocada que vem sofrendo a lavou ra cafeeira, principalmente de 1940 pa ra cá," como se pode ver pelos dados

a produção cafeeira no Brasil, graças

porcionalmente reduzidas, como era de esperar. Há uma oscilação forte do um ano para outro, mas a tendência tom sido para um ligeiro aumento, ao con

abaixo:

a uma série do fatores favoráveis.

trário dü que se pensava.

Anos

Produção em sacos

feícuUor, não tem as suas safras pro Srto Paulo e seu bastão cIc comando São Paulo lidera há muita.s décadas Li

dera, porem, de maneira excepcional, pois muitas vezes o volume de sua safra supera a produção total de todos

Tem caído

proporcionalmente a produção do Estado

cessidade de SC tratar tôda a cultura

ou apenas focos no interior da mesma,

menta proporcionalmente a produção do

polvilhando-se as plantas de modo a que fiquem, interna e externamente, co bertas por uma camada uniforme de pó, de vez que a maior ação do inseticida se faz pelo contacto do inseto com as superfícies tratadas". Com o emprego das polvilhadeiras manuais "Root" tem-se gasto, no Estado do Rio, 40 a 50 gramas da mistura de hexacloreto de benzeno com talco, por

16 700 000

os outros Estados. .Essa posição desta

16 025 000

cada tende a diminuir consideravelmen

Espírito Santo, c continuará aumentando

1942

13 831 000

te, ao que nos informam os dados es

se aproveitarem melhor as terras que

1943

15 365 000

tatísticos.

estão sendo agora dc,sbravadas. E há um aumento considerável nas produções

ei «a

ANOS

proporcionais de Pernambuco c Bahia, uma demonstração patente das vanta

gens do sombreamento na conservação O C9

B

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B (O

bV

B

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m

e HO

M

SZ

íê S

B

n

S o ISS S A 99

99 O

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V Jb

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dos cafèzais.

A broca do café

os

9*.

Há, no momento, quando os preços cafeeiros são bastante favoráveis, dois

1931-32 6 32-33

1940 1942 1944 1946 1947

0.9% 0,8% 2.8% 2.6% 2.3%

1,1% 1.7% 3.4% 2.7% 2,7%

67,4% 61.3% 62,3% 42.7% 47.8% 43,3%

19,2% 19.2%

3.0% 5.7%

15.5%

3.9%

26.2%

6.0%

21,8% 23,8%

8.5% 8.9%

6.0% 6.9% 10,3% 12,2% 10.8% 11,0%

cafeeiro.

Os polvilhamcntos por cafeeiro tem-se mostrado tècnicamente aconselháveis.

Notam-se nos compostos do hexaclo

4.16%

fatôres importantes na redução das .sa

0.3 % 0.4 % 1.0 % 0,72%

3.0 3.7 3.9 2.9

% % % %

fras.

(H. Hampei) introduzida no Brasil há

0,89%

3.4 %

A broca tem contribuído, ora mais, ora

contacto, especialmente sob condições de baixa umidade relativa e alta tempera

menos, para a redução das safras paulis

tura;

Um dêsses fatôres é a broca do café

anos, através do Estado de São Paulo.

reto de benzeno:

"1 — ação mais imediata em baixa concentração (1% a 1,3% de grama), por

tas e de alguns outros estados, pois vai

2 — ação fumigante, comprovada em

testes de campo, sobre adultos li\Tes ou alojados em abrigos superficiais e no início de penetração nos frutos; 3 — possibilidade de controlar em menos tempo, por dxipla ação e mais

aí ficctm é a queda das porcentagens de

principalmente, e Goiás. O aumento de produção no Paraná é tão grande e tão

aos poucos alastrando-se por toda a 2y3na

produção em São Paulo, enquanto sur

firme que talvez não seja exagero acre

Santo.

gem dois grandes produtores — Paraná,

ditar que em breve sua produção se tor-

O que há de notável nos dados que

ram os primeiros sinais de infestação, até o ponto em que a broca esteja ainda na galeria superficial de penetra ção no fruto; que seja verificada a ne

equivalente à da produção paulista. Au

1941

e

condições de ataque ou tão cedo ocor

do Rio de Janeiro, queda mais ou menos

1940

PORCENTAGEM DA PRODUÇÃO SÔBRE A PRODUÇÃO TOTAL DO BRASIL

Os resultados se tem mostrado

cafeeira, já tendo atingido o Espírito

A princípio se fêz um combate bioló gico com a vespa do Uganda. Mostrou-


48

Dxcesto EcONÓAtlCO

rápido efeito tóxico, maior número de

indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."

são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os

vinhedos e olivais da região mediterrâ

Verifica-se, atualmente, se a melhoria

nea, os tamareirais da África e da Ásia,

Dicesto Econômico

49

plantar café. Os cafczais atuais já exis

balhos de sombreamento de cafèzais em

tiam, em grande parte, no comêço do

alguns municípios. A Secretaria da Agri-

século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban

cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do

ressada no sombreamento dos cafèzais e

do rendimento cultural dor «-afèzais "por

os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-

um eventual aumento do Índice médio

donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs

ros arbóreos do nordeste brasileiro.

de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,

colombianos. O café cearense tem fama.

çando o sombreamento dos cafèzais de

de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando

Meses atrás visitei uma fazenda de

café de Carangola, em Minas Gerais.

algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu

compensa o custo total do número de

tratamentos necessários ao contrôle da

broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos

alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo

O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam

êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no

fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e

agora tende a localizar-se no norte do

Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas

usassem

os

mé-

todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,

o vale do Paraíba do Sul era uma onda

verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.

Se formos ao âmago da questão, veri

ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera

ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.

Ademais, os

dente. Os arbustos reagiram e veio uma

verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da

mas fazendas de Minas Gerais e São

Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.

Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em

outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa

parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto

facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria

dos.

de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do

de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas

Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri

Mato". A reação

Felizmente, a reação se esboça.

O

Ministério da Agricultura iniciou tra

brasileiras.

mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do

Paraná já não produziriam mais café.

sudoeste baiano.

El Salvador, Costa Rica, Guatemala e

muito velhos, mantêm a sua primitiva

República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o

produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste

Irreconquistável época de fastígio, se

encontravam ocasionah-nente a sombra

era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca

cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea

Minas Gerais, Rio de Janeiro e

período cafeeiro como uma passada e

Percorrendo com o fazendeiro os cafè

zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se

Ministério da Agricultura, está come

Embora -haja alguns

cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca

sentido.

fèzais em São Paulo e Estados vizinhos

camente, há décadas, terras novas para

Pernambuco e Ceará não têm, pràti-

A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio

e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.


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Dxcesto EcONÓAtlCO

rápido efeito tóxico, maior número de

indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."

são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os

vinhedos e olivais da região mediterrâ

Verifica-se, atualmente, se a melhoria

nea, os tamareirais da África e da Ásia,

Dicesto Econômico

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plantar café. Os cafczais atuais já exis

balhos de sombreamento de cafèzais em

tiam, em grande parte, no comêço do

alguns municípios. A Secretaria da Agri-

século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban

cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do

ressada no sombreamento dos cafèzais e

do rendimento cultural dor «-afèzais "por

os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-

um eventual aumento do Índice médio

donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs

ros arbóreos do nordeste brasileiro.

de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,

colombianos. O café cearense tem fama.

çando o sombreamento dos cafèzais de

de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando

Meses atrás visitei uma fazenda de

café de Carangola, em Minas Gerais.

algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu

compensa o custo total do número de

tratamentos necessários ao contrôle da

broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos

alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo

O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam

êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no

fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e

agora tende a localizar-se no norte do

Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas

usassem

os

mé-

todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,

o vale do Paraíba do Sul era uma onda

verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.

Se formos ao âmago da questão, veri

ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera

ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.

Ademais, os

dente. Os arbustos reagiram e veio uma

verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da

mas fazendas de Minas Gerais e São

Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.

Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em

outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa

parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto

facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria

dos.

de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do

de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas

Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri

Mato". A reação

Felizmente, a reação se esboça.

O

Ministério da Agricultura iniciou tra

brasileiras.

mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do

Paraná já não produziriam mais café.

sudoeste baiano.

El Salvador, Costa Rica, Guatemala e

muito velhos, mantêm a sua primitiva

República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o

produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste

Irreconquistável época de fastígio, se

encontravam ocasionah-nente a sombra

era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca

cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea

Minas Gerais, Rio de Janeiro e

período cafeeiro como uma passada e

Percorrendo com o fazendeiro os cafè

zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se

Ministério da Agricultura, está come

Embora -haja alguns

cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca

sentido.

fèzais em São Paulo e Estados vizinhos

camente, há décadas, terras novas para

Pernambuco e Ceará não têm, pràti-

A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio

e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.


48

Dxcesto EcONÓAtlCO

rápido efeito tóxico, maior número de

indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."

são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os

vinhedos e olivais da região mediterrâ

Verifica-se, atualmente, se a melhoria

nea, os tamareirais da África e da Ásia,

Dicesto Econômico

49

plantar café. Os cafczais atuais já exis

balhos de sombreamento de cafèzais em

tiam, em grande parte, no comêço do

alguns municípios. A Secretaria da Agri-

século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban

cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do

ressada no sombreamento dos cafèzais e

do rendimento cultural dor «-afèzais "por

os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-

um eventual aumento do Índice médio

donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs

ros arbóreos do nordeste brasileiro.

de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,

colombianos. O café cearense tem fama.

çando o sombreamento dos cafèzais de

de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando

Meses atrás visitei uma fazenda de

café de Carangola, em Minas Gerais.

algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu

compensa o custo total do número de

tratamentos necessários ao contrôle da

broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos

alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo

O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam

êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no

fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e

agora tende a localizar-se no norte do

Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas

usassem

os

mé-

todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,

o vale do Paraíba do Sul era uma onda

verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.

Se formos ao âmago da questão, veri

ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera

ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.

Ademais, os

dente. Os arbustos reagiram e veio uma

verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da

mas fazendas de Minas Gerais e São

Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.

Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em

outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa

parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto

facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria

dos.

de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do

de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas

Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri

Mato". A reação

Felizmente, a reação se esboça.

O

Ministério da Agricultura iniciou tra

brasileiras.

mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do

Paraná já não produziriam mais café.

sudoeste baiano.

El Salvador, Costa Rica, Guatemala e

muito velhos, mantêm a sua primitiva

República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o

produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste

Irreconquistável época de fastígio, se

encontravam ocasionah-nente a sombra

era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca

cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea

Minas Gerais, Rio de Janeiro e

período cafeeiro como uma passada e

Percorrendo com o fazendeiro os cafè

zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se

Ministério da Agricultura, está come

Embora -haja alguns

cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca

sentido.

fèzais em São Paulo e Estados vizinhos

camente, há décadas, terras novas para

Pernambuco e Ceará não têm, pràti-

A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio

e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.


48

Dxcesto EcONÓAtlCO

rápido efeito tóxico, maior número de

indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."

são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os

vinhedos e olivais da região mediterrâ

Verifica-se, atualmente, se a melhoria

nea, os tamareirais da África e da Ásia,

Dicesto Econômico

49

plantar café. Os cafczais atuais já exis

balhos de sombreamento de cafèzais em

tiam, em grande parte, no comêço do

alguns municípios. A Secretaria da Agri-

século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban

cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do

ressada no sombreamento dos cafèzais e

do rendimento cultural dor «-afèzais "por

os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-

um eventual aumento do Índice médio

donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs

ros arbóreos do nordeste brasileiro.

de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,

colombianos. O café cearense tem fama.

çando o sombreamento dos cafèzais de

de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando

Meses atrás visitei uma fazenda de

café de Carangola, em Minas Gerais.

algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu

compensa o custo total do número de

tratamentos necessários ao contrôle da

broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos

alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo

O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam

êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no

fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e

agora tende a localizar-se no norte do

Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas

usassem

os

mé-

todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,

o vale do Paraíba do Sul era uma onda

verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.

Se formos ao âmago da questão, veri

ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera

ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.

Ademais, os

dente. Os arbustos reagiram e veio uma

verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da

mas fazendas de Minas Gerais e São

Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.

Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em

outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa

parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto

facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria

dos.

de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do

de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas

Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri

Mato". A reação

Felizmente, a reação se esboça.

O

Ministério da Agricultura iniciou tra

brasileiras.

mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do

Paraná já não produziriam mais café.

sudoeste baiano.

El Salvador, Costa Rica, Guatemala e

muito velhos, mantêm a sua primitiva

República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o

produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste

Irreconquistável época de fastígio, se

encontravam ocasionah-nente a sombra

era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca

cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea

Minas Gerais, Rio de Janeiro e

período cafeeiro como uma passada e

Percorrendo com o fazendeiro os cafè

zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se

Ministério da Agricultura, está come

Embora -haja alguns

cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca

sentido.

fèzais em São Paulo e Estados vizinhos

camente, há décadas, terras novas para

Pernambuco e Ceará não têm, pràti-

A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio

e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.


Dicesto EcoNÓNnco

51

ram reformas agrárias, lôdas tendentc.s

REFORMA

a uma rcdístribuiçã» cia tc;rra.

AGRARIA

Tainhém na América, vários países,

A reforma proposta, portanto, se de

um Indo oferece medidas indiretas para evitar que permaneçam improdutivas as

Daniel de Cawvauío

<1 notòrianicnte o México, Icwuain a cabo

grandes propriedade.^, também procura

(Ministro da Agricultura)

reformas cjuc tinham por objetivo a

impedir a excessiva subdiNisão destas, o

melhor d stribuição da torra ou a subdi

As5 111. acpiêlcs rpic não leram o ante

que foi aliás objeto de percuciente aná lise na monografia de Kaufsky, Agranfage, e deu lugar à sentença de Descha-

projeto enviado ao Parlamento Brasi leiro supõem ser seu objetivo primordial

clarando que êle racha (hache) as pro

^GRADECENDo a honra. do convite para vir falar sobre a Reforma Agrária,

O "Digesto Econômico" insere em suas colunas a brilhante e aplaudido confe

perante auditório tão autorizado, e agra

rência que o ilustre ministro da Agri-

decendo as palavras extremamente ge nerosas do meu co-estaduano e amigo Dr. Waldemar Luz, quero, antecipada mente, pedir desculpas por não ter po dido escrever uma exposição sôbre a

cuhura, Dr. Daniel de Carvalho, pro

feriu no Rolanj Chih do Rio de ]aneiro sobre a Reforma Agrária.

Êssc

assunto tem apaixonado os meios agrá rios de São Paulo, razão pela qual o

projetada Reforma Agrária no Brasil e só ter tido tempo, hoje de manhã, de tomar algumas notas que nem ao menos

"Digesto Econômico" entendeu ser opor

pude concatenar a seriar, para uma ex posição lógica dos pensamentos.

Mas tão grande era o meu desejo de corresponder à distinção que me foi feita, por iniciativã do meu antigo con-

visão da*; grandes propriedades.

ncl contra o Código Ci\'il Francíês, de

essa subdivisão da propriedade, quando

priedades.

a realidade 6 outra.

tece em nosso país.

O mesmo fenômeno acon

A lei proposta não é contra a gran de propriedade. Procura, sim, remé dios para evitar (pie a grande proprie

quinhão para todos os descendentes, faz com que a subdivisão de fazendas e

O nosso regime sucessorial de igual

dade fique Íniprodi!ti\'a. Visa a impe

sítios cancele, muitas vêze.s, a possibi lidade de cada herdeiro ficar com uma

Daniel de Carvalho, antigo SecrcMrio

dir que as grandes propriedades exis tentes cm zonas densamente po\'oadas,

da Agricultura em Minas Gerais c exdeputado federal, é um estudioso dc

próximas aos grandes centros con

com um pedaço de terreno em que não

sumidores, permaneçam incultas à es

pode viver com sua família, ou o deixa improdutivo e vem para a cidade ou o vende a outrem, geralmente ao vizinho

tuno tornar-se conhecida aqui a palavm

oficial do Ministro ela Agricultura. O Dr.

assuntos econômicos e históricos, tendo

publicado no gênero várias obras de

pera de valorização, que viria dar um enriquecimento injusto aos seus possui

tinidado econômica. Assim esse homem,

dores. quando as populações precisam

poderoso, concorrendo, desse modo, para

Alcides Lins, que me atrevo a falar por esta forma espontânea e singela, contan

ser alimentadas c milhares de roceiros

aumentar a grande propriedade impro

pedem terra para plantar. Essas proprie

dutiva.

do com a extrema benevolência carac

dades, uma vez subdivididas, em todo

terística dos rotariano.s.

ou em parte, podem dar aMmento e

Como estão vendo, o aspecto princi pal que logo ressalta na lei é o a.*q)eeto

teto a muitas famílias desabrigadas c

social, que aliás nunca esteve ausente

fíiminta.s.

das cogitações dos nossos estadistas.

discípulo e provecto colaborador Dr.

Quando se fala em Reforma Agrária, sobretudo nos países de formação lati

indiscutível valor.

Açode, também, ao nosso espírito, de-

pors das recordações das leis agrárias . de Roma, as leis agrárias da Irlanda

na, logo acodè a idéia das leis agrárias

que, se não levaram à morte o seu

dos tempos de Roma: as leis de Tibério e Caio Graco e as de Saturnino. A quantos estudaram Direito ou estuda

autor, como ocorreu com Caio, Tibé

ram História, vem à lembrança aquela

rio Graco e Saturnino, levaram à prisão

Parnell, que pagou assim a audácia de

frase tão citada: Latifundia perdiderunt

propugnar que os arrendamentos pagos» pelos irlandeses aos lordes residentes na.

Italiam.

Inglatemx se formassem cm proprieda

Apesar da dúvida de Ives

Guyot, passou em julgado que os lati

de, isto é, o acesso à propriedade àque

fúndios causaram a ruína da grande

les que trabalhavam a terra e a fecunda

república latina.

vam com o seu suor.

O absenteísmo dos lavradores que, deixando suas propriedades nas mãos de escravos, iam para Roma gozar dos

Não podendo alongar-me na digre.ssão histórica, seja-me lícitoy tôdàvia, acen

prazeres da grande cidade, trouxe ma

tuar que depois da 'gúerra''passada, da primeira guerra mundial, muitos países

les incalculáveis à República Romana

— a Rumânia, a Polônia, a Tchecoslová-

e ocasionou a sua decadência e morte.

quia, a Finlândia, a Iugoslávia — realiza

X*

VÍW.3

Mas a lei, se focaliza por um lado

O Império, numa época gloriosa, jus

a grande propriedade im produtiva, também objeti

tamente em meados do sé

va o outro aspecto

que

ser mais exato, em 1850 —

costuma ser omitido, o do minifúndio, o da micropro-

decretou a sua grande lei de terras, completada pelo

priedade, que 6, também,

sábio regulamento de 1854,

um grave problema

no

Brasil, revelado pelo últi

culo passado — ou para

destinado a distribuir me

lhor as terras públicas e garantir os posseiros com

mo rccenseamento.

Esta propriedade pulve

rizada, que não pode dar

cultura efetiva e moradia habitual.

e

Depois que as terras de-

assim prover o sustento de

volutas passaram para os

uma família, é outro peri

Estadas, tivemos muitos ex-

go a evitar.

tra\ios e até hoje padece-

rendimento

econômico


Dicesto EcoNÓNnco

51

ram reformas agrárias, lôdas tendentc.s

REFORMA

a uma rcdístribuiçã» cia tc;rra.

AGRARIA

Tainhém na América, vários países,

A reforma proposta, portanto, se de

um Indo oferece medidas indiretas para evitar que permaneçam improdutivas as

Daniel de Cawvauío

<1 notòrianicnte o México, Icwuain a cabo

grandes propriedade.^, também procura

(Ministro da Agricultura)

reformas cjuc tinham por objetivo a

impedir a excessiva subdiNisão destas, o

melhor d stribuição da torra ou a subdi

As5 111. acpiêlcs rpic não leram o ante

que foi aliás objeto de percuciente aná lise na monografia de Kaufsky, Agranfage, e deu lugar à sentença de Descha-

projeto enviado ao Parlamento Brasi leiro supõem ser seu objetivo primordial

clarando que êle racha (hache) as pro

^GRADECENDo a honra. do convite para vir falar sobre a Reforma Agrária,

O "Digesto Econômico" insere em suas colunas a brilhante e aplaudido confe

perante auditório tão autorizado, e agra

rência que o ilustre ministro da Agri-

decendo as palavras extremamente ge nerosas do meu co-estaduano e amigo Dr. Waldemar Luz, quero, antecipada mente, pedir desculpas por não ter po dido escrever uma exposição sôbre a

cuhura, Dr. Daniel de Carvalho, pro

feriu no Rolanj Chih do Rio de ]aneiro sobre a Reforma Agrária.

Êssc

assunto tem apaixonado os meios agrá rios de São Paulo, razão pela qual o

projetada Reforma Agrária no Brasil e só ter tido tempo, hoje de manhã, de tomar algumas notas que nem ao menos

"Digesto Econômico" entendeu ser opor

pude concatenar a seriar, para uma ex posição lógica dos pensamentos.

Mas tão grande era o meu desejo de corresponder à distinção que me foi feita, por iniciativã do meu antigo con-

visão da*; grandes propriedades.

ncl contra o Código Ci\'il Francíês, de

essa subdivisão da propriedade, quando

priedades.

a realidade 6 outra.

tece em nosso país.

O mesmo fenômeno acon

A lei proposta não é contra a gran de propriedade. Procura, sim, remé dios para evitar (pie a grande proprie

quinhão para todos os descendentes, faz com que a subdivisão de fazendas e

O nosso regime sucessorial de igual

dade fique Íniprodi!ti\'a. Visa a impe

sítios cancele, muitas vêze.s, a possibi lidade de cada herdeiro ficar com uma

Daniel de Carvalho, antigo SecrcMrio

dir que as grandes propriedades exis tentes cm zonas densamente po\'oadas,

da Agricultura em Minas Gerais c exdeputado federal, é um estudioso dc

próximas aos grandes centros con

com um pedaço de terreno em que não

sumidores, permaneçam incultas à es

pode viver com sua família, ou o deixa improdutivo e vem para a cidade ou o vende a outrem, geralmente ao vizinho

tuno tornar-se conhecida aqui a palavm

oficial do Ministro ela Agricultura. O Dr.

assuntos econômicos e históricos, tendo

publicado no gênero várias obras de

pera de valorização, que viria dar um enriquecimento injusto aos seus possui

tinidado econômica. Assim esse homem,

dores. quando as populações precisam

poderoso, concorrendo, desse modo, para

Alcides Lins, que me atrevo a falar por esta forma espontânea e singela, contan

ser alimentadas c milhares de roceiros

aumentar a grande propriedade impro

pedem terra para plantar. Essas proprie

dutiva.

do com a extrema benevolência carac

dades, uma vez subdivididas, em todo

terística dos rotariano.s.

ou em parte, podem dar aMmento e

Como estão vendo, o aspecto princi pal que logo ressalta na lei é o a.*q)eeto

teto a muitas famílias desabrigadas c

social, que aliás nunca esteve ausente

fíiminta.s.

das cogitações dos nossos estadistas.

discípulo e provecto colaborador Dr.

Quando se fala em Reforma Agrária, sobretudo nos países de formação lati

indiscutível valor.

Açode, também, ao nosso espírito, de-

pors das recordações das leis agrárias . de Roma, as leis agrárias da Irlanda

na, logo acodè a idéia das leis agrárias

que, se não levaram à morte o seu

dos tempos de Roma: as leis de Tibério e Caio Graco e as de Saturnino. A quantos estudaram Direito ou estuda

autor, como ocorreu com Caio, Tibé

ram História, vem à lembrança aquela

rio Graco e Saturnino, levaram à prisão

Parnell, que pagou assim a audácia de

frase tão citada: Latifundia perdiderunt

propugnar que os arrendamentos pagos» pelos irlandeses aos lordes residentes na.

Italiam.

Inglatemx se formassem cm proprieda

Apesar da dúvida de Ives

Guyot, passou em julgado que os lati

de, isto é, o acesso à propriedade àque

fúndios causaram a ruína da grande

les que trabalhavam a terra e a fecunda

república latina.

vam com o seu suor.

O absenteísmo dos lavradores que, deixando suas propriedades nas mãos de escravos, iam para Roma gozar dos

Não podendo alongar-me na digre.ssão histórica, seja-me lícitoy tôdàvia, acen

prazeres da grande cidade, trouxe ma

tuar que depois da 'gúerra''passada, da primeira guerra mundial, muitos países

les incalculáveis à República Romana

— a Rumânia, a Polônia, a Tchecoslová-

e ocasionou a sua decadência e morte.

quia, a Finlândia, a Iugoslávia — realiza

X*

VÍW.3

Mas a lei, se focaliza por um lado

O Império, numa época gloriosa, jus

a grande propriedade im produtiva, também objeti

tamente em meados do sé

va o outro aspecto

que

ser mais exato, em 1850 —

costuma ser omitido, o do minifúndio, o da micropro-

decretou a sua grande lei de terras, completada pelo

priedade, que 6, também,

sábio regulamento de 1854,

um grave problema

no

Brasil, revelado pelo últi

culo passado — ou para

destinado a distribuir me

lhor as terras públicas e garantir os posseiros com

mo rccenseamento.

Esta propriedade pulve

rizada, que não pode dar

cultura efetiva e moradia habitual.

e

Depois que as terras de-

assim prover o sustento de

volutas passaram para os

uma família, é outro peri

Estadas, tivemos muitos ex-

go a evitar.

tra\ios e até hoje padece-

rendimento

econômico


V

,«vvy. WcJf'

W Dice-sto

52

Econômico

Djcsíto Econômico

53

i.iua mos de vícios originados da má distri buição das terras públicas, corrigida na

priedade acarreta obrigações". A pro priedade é hoje considerada uma função

Argentina pela Lei Rivadá\ia e em ou tros países por leis agrárias tendentes a pôr um paradeiro ao abuso dos caudi

social.

Promissão, a Palestina, dada na Bíblia

como a terra do leito e do mel pela sua fertilidade extraordinária e que, poi

Constituição, não pode fugir aos dita

Se o proprietário tem direitos, tem, também, devores para com a coletivida de que lhe assegura o uso e gozo da pro priedade. E isso convém que penetre na consciência de todos, para podermos estabelecer uma Lei Agrária convenien te aos interesses do país. Mas, ao lado dos que acham que a Lei Agrária deve encarar, apenas, o as pecto social, existem os que julgam deva ela encarar sòmente os problemas téc

mes desta.

nicos.

possamos exqjlorar o solo sem destruir-

lhos ou poderosos amparados pelo Go verno.

Há muita gente em nosso país que entende deva a Lei Agrária limitar-se a esse aspecto — o aspecto social da distribuição da terra.

Mas a Lei Agrária proposta ao Parlamento, sendo conseqüência da nossa Com efeito, a Constituição determi

nou se desse igual oportunidade para todos e se promovesse a justa distribui

ção da terra. Mas, por outro lado, ga rante a propriedade.

Assim, a nossa Lei Agrária oferece um cunho especial. Não pode, nem de longe, ter semelhança com essas leis de confisco e desapropriação, sem inde nização, vigentes em outros países.

Não! E' uma lei que respeita o di reito de propriedade, embora procure dar a êsse conceito o sentido moderno. E o que espero de todos os brasileiros é que se compenetrem desta idéia e

fiquem bem convencidos de que não é

Há um exemplo clássico de como a terra pode deteriorar-se: c o da Terra da

doro Roosevelt e a Hção dos cientistas e dos mestres nao bastaram, lamentaodose hoje que não hajam feito a temro a» leis adequadas à conserN-ação do solo.

meio da erosão, se transformou em de

Assim, n nossa Lei Agri\ria, ao lado do problema social, terá, também, de

sertos, cuja fertilidade a ciCmeia mo-

encarar o problema da aplicação das

dema cuida de restaurar.

técnicas racionais à exploração da terra. Por isso o projeto enviado ao exame, à discussão e às emendas do Con.rresso Nacional, abrange as duas ordens de problemas: os sociais e os técnicos. Cumpre, assim, preceitos da Constitui

Mas se a terra está exigindo proces sos técnicos para sua exploração e há

quem entenda deva ser esta a finali dade da Lei Agrária, com a mecaniza

ção da lavoura, a assistência aos lavra dores e o ensino agrícola, para que

ção, desenvolvidos na mensagem dirigi da pelo Presidente Eurico Gaspar Duto • ao Congresso Nacional. Sua excelência o Presidente da Republica tem um compronusso com a opinião pú-

Entre nós, a obra clássica de Alberto Tôrres, contra o saque da terra e a ma

neira pela qual estávamos explorando o solo, onde a topografia e a situação tro pical conspiram enormemente para agra var o problema da manutenção do hú mus, foi um grito de alarma. Quando pensamos que a natureza leva de quatro a seis mil anos para fazer uma camada de húmus da espes

j blica. Prometeu piomover a

^feitura de uma lei agrária , e remeteu ao Parlamento um

. _ anteprojeto, sôbre o qual ' opinar os represen-♦tantes do povo o as entida des compelente.s, as socirdades agrícolas, e sobretudo

sura do pé de Carlos Magno, isto é, do pé, medida inglêsa, e que leva trinta, quarenta ou cinqüenta anos, apenas,

os homens do campo.

para lavar essa camada; quando obser vamos o que está ocorrendo nas terras

principais dêssf! anteprojeto,

mais possível manter uma velha e errônea noção de propriedade. Me

cansadas do Rio de Janeiro, do Vale do Paraíba, empório de café, e em largas regiões do Estado de São Paulo e de

diante tradução errada do verbo "abu-

Minas, onde a erosão esgotou a fertili

tere", ensinava-se que no direito de pro priedade se incluía o de "abusar". En-

dade da terra — não podemos deixar de ficar alarmados pelo futuro do nosso

tendia-se que o proprietário podia usar,

país, porque não podemos esquecer que

fruir e abusar. Ora, o verbo "abutere"

essa terra não é só nossa, dos que vivem

no bom Latim e no Direito Romano, não

atualmente sôbre e^a. Pentence aos nos

tinha essa significação, e sim apenas a

sos filhos, aos nossos netos, a todos

de consumir pelo uso. E, hoje, o con ceito de propriedade, aceito em todos

os nossos descendentes. Nós somos transitórios. A Pátria é eterna. E não

os países civilizados, é aquéie expresso na Constituição de Weimar, numa fraae

podemos inutilizar a terra, impedindo quç es Hosaes descendentes vivam

lapidar "Eigenthuin pflicht": "a pro

dela.

'

Para resumir as idéias ■acentuarei, com o autor do

lhe a produtividade, um exame objetivo da situação da nossa agricultura paten teia que o lado técnico e o social não

podem ser separados.

E* preciso entrelaçar òs dois proble mas e, com um feixe de dispositivos de ordem técnica e social, constituir a verdadeira Lei Agrária. Para a exploração econômica da ter ra—e não pode ser exploração eco nômica a que reduz ou acaba com a pro dutividade da terra — não basta o ensino

do técnico. Tomos o exemplo dos Esta dos Unidos, onda a pregação de Tea-

mesmo, Dr. Afrânio de Carvalho, os seguintes pontos:

Primeiro, procura corrigir o latifúndio, não como geralmente se concebe, mas como a propriedade que nau dá o ren dimento econômico que dela se deve

esperar. Se o solo está sendo explorado

com-enicntemente, quer com lavoura, quer com pecuária, não é latifúndio. E procura, também, evitar a micro-

propriedáde, a extremamente pequena, qu© não pod© produzir quanto baste para o suateato da nm« família.

A reforma tem ©m mira, igualmente,


V

,«vvy. WcJf'

W Dice-sto

52

Econômico

Djcsíto Econômico

53

i.iua mos de vícios originados da má distri buição das terras públicas, corrigida na

priedade acarreta obrigações". A pro priedade é hoje considerada uma função

Argentina pela Lei Rivadá\ia e em ou tros países por leis agrárias tendentes a pôr um paradeiro ao abuso dos caudi

social.

Promissão, a Palestina, dada na Bíblia

como a terra do leito e do mel pela sua fertilidade extraordinária e que, poi

Constituição, não pode fugir aos dita

Se o proprietário tem direitos, tem, também, devores para com a coletivida de que lhe assegura o uso e gozo da pro priedade. E isso convém que penetre na consciência de todos, para podermos estabelecer uma Lei Agrária convenien te aos interesses do país. Mas, ao lado dos que acham que a Lei Agrária deve encarar, apenas, o as pecto social, existem os que julgam deva ela encarar sòmente os problemas téc

mes desta.

nicos.

possamos exqjlorar o solo sem destruir-

lhos ou poderosos amparados pelo Go verno.

Há muita gente em nosso país que entende deva a Lei Agrária limitar-se a esse aspecto — o aspecto social da distribuição da terra.

Mas a Lei Agrária proposta ao Parlamento, sendo conseqüência da nossa Com efeito, a Constituição determi

nou se desse igual oportunidade para todos e se promovesse a justa distribui

ção da terra. Mas, por outro lado, ga rante a propriedade.

Assim, a nossa Lei Agrária oferece um cunho especial. Não pode, nem de longe, ter semelhança com essas leis de confisco e desapropriação, sem inde nização, vigentes em outros países.

Não! E' uma lei que respeita o di reito de propriedade, embora procure dar a êsse conceito o sentido moderno. E o que espero de todos os brasileiros é que se compenetrem desta idéia e

fiquem bem convencidos de que não é

Há um exemplo clássico de como a terra pode deteriorar-se: c o da Terra da

doro Roosevelt e a Hção dos cientistas e dos mestres nao bastaram, lamentaodose hoje que não hajam feito a temro a» leis adequadas à conserN-ação do solo.

meio da erosão, se transformou em de

Assim, n nossa Lei Agri\ria, ao lado do problema social, terá, também, de

sertos, cuja fertilidade a ciCmeia mo-

encarar o problema da aplicação das

dema cuida de restaurar.

técnicas racionais à exploração da terra. Por isso o projeto enviado ao exame, à discussão e às emendas do Con.rresso Nacional, abrange as duas ordens de problemas: os sociais e os técnicos. Cumpre, assim, preceitos da Constitui

Mas se a terra está exigindo proces sos técnicos para sua exploração e há

quem entenda deva ser esta a finali dade da Lei Agrária, com a mecaniza

ção da lavoura, a assistência aos lavra dores e o ensino agrícola, para que

ção, desenvolvidos na mensagem dirigi da pelo Presidente Eurico Gaspar Duto • ao Congresso Nacional. Sua excelência o Presidente da Republica tem um compronusso com a opinião pú-

Entre nós, a obra clássica de Alberto Tôrres, contra o saque da terra e a ma

neira pela qual estávamos explorando o solo, onde a topografia e a situação tro pical conspiram enormemente para agra var o problema da manutenção do hú mus, foi um grito de alarma. Quando pensamos que a natureza leva de quatro a seis mil anos para fazer uma camada de húmus da espes

j blica. Prometeu piomover a

^feitura de uma lei agrária , e remeteu ao Parlamento um

. _ anteprojeto, sôbre o qual ' opinar os represen-♦tantes do povo o as entida des compelente.s, as socirdades agrícolas, e sobretudo

sura do pé de Carlos Magno, isto é, do pé, medida inglêsa, e que leva trinta, quarenta ou cinqüenta anos, apenas,

os homens do campo.

para lavar essa camada; quando obser vamos o que está ocorrendo nas terras

principais dêssf! anteprojeto,

mais possível manter uma velha e errônea noção de propriedade. Me

cansadas do Rio de Janeiro, do Vale do Paraíba, empório de café, e em largas regiões do Estado de São Paulo e de

diante tradução errada do verbo "abu-

Minas, onde a erosão esgotou a fertili

tere", ensinava-se que no direito de pro priedade se incluía o de "abusar". En-

dade da terra — não podemos deixar de ficar alarmados pelo futuro do nosso

tendia-se que o proprietário podia usar,

país, porque não podemos esquecer que

fruir e abusar. Ora, o verbo "abutere"

essa terra não é só nossa, dos que vivem

no bom Latim e no Direito Romano, não

atualmente sôbre e^a. Pentence aos nos

tinha essa significação, e sim apenas a

sos filhos, aos nossos netos, a todos

de consumir pelo uso. E, hoje, o con ceito de propriedade, aceito em todos

os nossos descendentes. Nós somos transitórios. A Pátria é eterna. E não

os países civilizados, é aquéie expresso na Constituição de Weimar, numa fraae

podemos inutilizar a terra, impedindo quç es Hosaes descendentes vivam

lapidar "Eigenthuin pflicht": "a pro

dela.

'

Para resumir as idéias ■acentuarei, com o autor do

lhe a produtividade, um exame objetivo da situação da nossa agricultura paten teia que o lado técnico e o social não

podem ser separados.

E* preciso entrelaçar òs dois proble mas e, com um feixe de dispositivos de ordem técnica e social, constituir a verdadeira Lei Agrária. Para a exploração econômica da ter ra—e não pode ser exploração eco nômica a que reduz ou acaba com a pro dutividade da terra — não basta o ensino

do técnico. Tomos o exemplo dos Esta dos Unidos, onda a pregação de Tea-

mesmo, Dr. Afrânio de Carvalho, os seguintes pontos:

Primeiro, procura corrigir o latifúndio, não como geralmente se concebe, mas como a propriedade que nau dá o ren dimento econômico que dela se deve

esperar. Se o solo está sendo explorado

com-enicntemente, quer com lavoura, quer com pecuária, não é latifúndio. E procura, também, evitar a micro-

propriedáde, a extremamente pequena, qu© não pod© produzir quanto baste para o suateato da nm« família.

A reforma tem ©m mira, igualmente,


Dicesto Econômico

54

Dicesto Econômico 55

C/bstar a exploração do homem pelo ho mem. Em geral, supõe-se que só há exploração do proprietário, quando mui tas vezes o proprietário é uma vitim^. O dono da terra pode ser vítima de ar rendatários, de parceiros e as.salariados.

Êsses dois pontos são essenciais na -reforma.

Outra questão encarada é a da po pulação futuantc, da população em trânsito, dos que ficaram sem terras, não sabem para onde ir e vêm para o

ria, que toma bem claras as obrigações

Rio, para as grandes cidades, habitar as favelas; dos desempregados, dos ating dos pelas secas, pelas inundações; dos

de uns e de outros para evitar a explo

estrangeiros que querem vir para o

ração do homem pelo homem — quer do arrendatário, do parceiro, do assalariado, para com o proprietário, quer do proprie tário para com aquêles.

nosso país, ma.s não estão habituados à vida do campo ou à vida do nosso campo. A lei prevê a criação de coló-

Mas o que,sobretudo, a Reforma Agrá-

há muito tempo pelo Dr. Teixeira de

As duas modalidades de abusos do

direito estão incluídas na Reforma Agrá

nias-escolas.

Fre tas a criação de colónias-cscolas, on

proprietários e trabalhadores da terra, pelos intermediários, dando-lhes assistên

de êsses homens e essas famílias serão

cia financeira e faci'itandü a construção

a necessária adaptação à vida ru-

de armazénj c rilos, para que possam

para, depois, receberem lotes de finitivos, a fim de que possam trabalhar

der a sua produção sem medo de per

o dêlcs tirar o sustento para si e para

dê-la ou de lhes faltarem recursos.

a família.

Outro ponto importante que atende a

generalizado clamor da lavoura é a ga rantia do preço mínimo aos produ tos da. agricultura.

O que se verificou, na Inglaterra — geralmente citada entre nós çomo modêlo de economia — e também em ou

tros países, é que a garantia do preço mínimo significa que haverá plantação de gêneros alimentícios. A agricultura, por sua natureza instável sujeita aos fenômenos meteorológicos e a tantas in certezas, precisa ter, pelo menos, essa

certeza — a de que, uma vez produzido o cereal, a carne ou o leite, encontrará

um preço determinado, se o mercado não oferecer mais.

pois, a taxa correspondente íi \aloriza-

presentes contou-me que recebeu pedido de um sobrinho para arranjar-lhe alguns

E, uma vez feita essa inscrição, ela, por

possível imigração sem vivendas rurais adequadas". E o programa da casa rural foi dos mais importantes na refor ma realizada na Alemanha e em outros

países. Há, neste almoço, um conviva da

então, será a base do crédito rural. Pe

diria aos senhores lessem a Reforma. Em vez de ouvirem qualquer comentá rio, lessem a Reforma, porque ela é um todo orgânico. Não foi feita pessoa'mente por mim, mas por meu chefe de gabinete, que, além de advogado, é fazendeiro e conhece bem a \àda do campo.

Como tenha trabalhado comi-

go na Secretaria da Agricultura de Mi nas, conhece e acata o meu pensamento, embora não o aceite na sua totalidade, assim como não comungo com tôdas

as idéias dele. Em 98í? acho que está certo o seu anteprojeto. Mas tem, di gamos, de dispositivos sobre os

Outro ponto abordado pela Reforma é o da assistência técnica.

quais mantenho dúvidas. Enfim, é uma

Reforma orgânica, séria, meditada, co rajosa, elaborada por quem conhece os problemas bra.si'eiros. E' uma Reforma para a terra e para a gente do Brasil,

Assistência de agrônomos para as cul

feita com serenidade, equilíbrio c espí

turas e de veterinários para os animais.

rito patriótico. Berii merece a colabo ração sincera de todos, para que possa

Não assistência oferecida de longe, mas dada por meio de postos agro-pccuários, estabelecidos nas zonas nirais.

O

programa desses postos prevê a siía ins

talação na maioria dos municípios, de . fc

só, basta para que se possa obter financiamento bancário. O cadastro

países escandinavos têm resolvido o pro-

na cidade.

-^

ta a inscrição das terras no cadastro.

Noniega que poderá dizer como os

b'ema da vivenda rural, permitindo, que SC possa viver no campo, com conforto, de modo a causar inveja aos que vivem

da.s terras ou de entendimento corn seus

do cadastro das nossas terras.

Como a êssc ponto está ligado o do financiamento, a lei estabelece e facili

viagem, porque não tinha casas onde cs alojar. Aí está! O tio riu-se c me disse: "Creio que o rapaz aprendeu não ser

se realizaram grandes obrais de sanea mento sem se cogitar'da desapropriação

F nalmcnte, a Reforma encara outro

problema muito importante, qual .seja o

construção de casas higiênicas, rústicas e adequadas ás condições locais. Pessoa conhecida dc quase todos o.s

sobrinho logo telegrafou, suspendendo a

ocorreu na Baixada Fluminense, onde

pois, venderem as terras por altos preços. A Constituição obriga, hoje, nesses

ralmente, vai sendo efetuado á medida do.s recursos fomeclclos pelo orçamento.

já tinha conseguido as famílias imi grantes e estas dcscja\ain partir. E o

Não poderá mais acontecer o que

mento das safras e da garantia do preço mínimo ao agricultor.

nos já e.stá em plena o.xecução e, natu

reabzadas.

imigrantes estrangeiros. Guardou a carta e, pa.s.sados alguns dias, respondeu que

benefício do proprietário.

cialmente, dos problemas de financia

ção trazida pelo beneficio das obras Outro ponto importante é a assistên cia financeira para melhorar o padrão de vida dos trabalhadores do campo. A reforma prevê, assim, o crédito para

Só ôstc capítulo da Lei Agrária a justificaria, porque todas as vezes que ocorre uma grande inundação, uma gran de leva de imigração, o Governo se vC perplexo diante do problema porque não existe uma organização permanente, para onde seja canalizada essa população em transito, essa população desajustada. Outra parte da Reforma procura evi tar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente em

proprietários. E estes puderam fazer um grande negócio. Esperaram que o Governo executasse as obras para, de

A Reforma Agrária trata, assim, espe

os técnicos, que terão "jeeps", camione tas ou outro qualquer meio de levar a assistência à porta do UuTador. Aliás este programa dos postos agro-pccuá-

vêmo desapropria antes, ou cobra, de

abrigados, receberão o necessário ensi-

produzir, guardar suas colheitas e ven

onde partirão para todas as fazendas

jeto regula as duas hipóteses: ou o Co-

E' uma idéia difundida

r a quer evitar é a cxp-oração de ambos,

casos, ou à desapropriação ou, então, n aplicação da taxa de melhoria, e o pro

tornar-se realidade.

O dispositivo da Constituição, art. 147, declara que o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social e a lei


Dicesto Econômico

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Dicesto Econômico 55

C/bstar a exploração do homem pelo ho mem. Em geral, supõe-se que só há exploração do proprietário, quando mui tas vezes o proprietário é uma vitim^. O dono da terra pode ser vítima de ar rendatários, de parceiros e as.salariados.

Êsses dois pontos são essenciais na -reforma.

Outra questão encarada é a da po pulação futuantc, da população em trânsito, dos que ficaram sem terras, não sabem para onde ir e vêm para o

ria, que toma bem claras as obrigações

Rio, para as grandes cidades, habitar as favelas; dos desempregados, dos ating dos pelas secas, pelas inundações; dos

de uns e de outros para evitar a explo

estrangeiros que querem vir para o

ração do homem pelo homem — quer do arrendatário, do parceiro, do assalariado, para com o proprietário, quer do proprie tário para com aquêles.

nosso país, ma.s não estão habituados à vida do campo ou à vida do nosso campo. A lei prevê a criação de coló-

Mas o que,sobretudo, a Reforma Agrá-

há muito tempo pelo Dr. Teixeira de

As duas modalidades de abusos do

direito estão incluídas na Reforma Agrá

nias-escolas.

Fre tas a criação de colónias-cscolas, on

proprietários e trabalhadores da terra, pelos intermediários, dando-lhes assistên

de êsses homens e essas famílias serão

cia financeira e faci'itandü a construção

a necessária adaptação à vida ru-

de armazénj c rilos, para que possam

para, depois, receberem lotes de finitivos, a fim de que possam trabalhar

der a sua produção sem medo de per

o dêlcs tirar o sustento para si e para

dê-la ou de lhes faltarem recursos.

a família.

Outro ponto importante que atende a

generalizado clamor da lavoura é a ga rantia do preço mínimo aos produ tos da. agricultura.

O que se verificou, na Inglaterra — geralmente citada entre nós çomo modêlo de economia — e também em ou

tros países, é que a garantia do preço mínimo significa que haverá plantação de gêneros alimentícios. A agricultura, por sua natureza instável sujeita aos fenômenos meteorológicos e a tantas in certezas, precisa ter, pelo menos, essa

certeza — a de que, uma vez produzido o cereal, a carne ou o leite, encontrará

um preço determinado, se o mercado não oferecer mais.

pois, a taxa correspondente íi \aloriza-

presentes contou-me que recebeu pedido de um sobrinho para arranjar-lhe alguns

E, uma vez feita essa inscrição, ela, por

possível imigração sem vivendas rurais adequadas". E o programa da casa rural foi dos mais importantes na refor ma realizada na Alemanha e em outros

países. Há, neste almoço, um conviva da

então, será a base do crédito rural. Pe

diria aos senhores lessem a Reforma. Em vez de ouvirem qualquer comentá rio, lessem a Reforma, porque ela é um todo orgânico. Não foi feita pessoa'mente por mim, mas por meu chefe de gabinete, que, além de advogado, é fazendeiro e conhece bem a \àda do campo.

Como tenha trabalhado comi-

go na Secretaria da Agricultura de Mi nas, conhece e acata o meu pensamento, embora não o aceite na sua totalidade, assim como não comungo com tôdas

as idéias dele. Em 98í? acho que está certo o seu anteprojeto. Mas tem, di gamos, de dispositivos sobre os

Outro ponto abordado pela Reforma é o da assistência técnica.

quais mantenho dúvidas. Enfim, é uma

Reforma orgânica, séria, meditada, co rajosa, elaborada por quem conhece os problemas bra.si'eiros. E' uma Reforma para a terra e para a gente do Brasil,

Assistência de agrônomos para as cul

feita com serenidade, equilíbrio c espí

turas e de veterinários para os animais.

rito patriótico. Berii merece a colabo ração sincera de todos, para que possa

Não assistência oferecida de longe, mas dada por meio de postos agro-pccuários, estabelecidos nas zonas nirais.

O

programa desses postos prevê a siía ins

talação na maioria dos municípios, de . fc

só, basta para que se possa obter financiamento bancário. O cadastro

países escandinavos têm resolvido o pro-

na cidade.

-^

ta a inscrição das terras no cadastro.

Noniega que poderá dizer como os

b'ema da vivenda rural, permitindo, que SC possa viver no campo, com conforto, de modo a causar inveja aos que vivem

da.s terras ou de entendimento corn seus

do cadastro das nossas terras.

Como a êssc ponto está ligado o do financiamento, a lei estabelece e facili

viagem, porque não tinha casas onde cs alojar. Aí está! O tio riu-se c me disse: "Creio que o rapaz aprendeu não ser

se realizaram grandes obrais de sanea mento sem se cogitar'da desapropriação

F nalmcnte, a Reforma encara outro

problema muito importante, qual .seja o

construção de casas higiênicas, rústicas e adequadas ás condições locais. Pessoa conhecida dc quase todos o.s

sobrinho logo telegrafou, suspendendo a

ocorreu na Baixada Fluminense, onde

pois, venderem as terras por altos preços. A Constituição obriga, hoje, nesses

ralmente, vai sendo efetuado á medida do.s recursos fomeclclos pelo orçamento.

já tinha conseguido as famílias imi grantes e estas dcscja\ain partir. E o

Não poderá mais acontecer o que

mento das safras e da garantia do preço mínimo ao agricultor.

nos já e.stá em plena o.xecução e, natu

reabzadas.

imigrantes estrangeiros. Guardou a carta e, pa.s.sados alguns dias, respondeu que

benefício do proprietário.

cialmente, dos problemas de financia

ção trazida pelo beneficio das obras Outro ponto importante é a assistên cia financeira para melhorar o padrão de vida dos trabalhadores do campo. A reforma prevê, assim, o crédito para

Só ôstc capítulo da Lei Agrária a justificaria, porque todas as vezes que ocorre uma grande inundação, uma gran de leva de imigração, o Governo se vC perplexo diante do problema porque não existe uma organização permanente, para onde seja canalizada essa população em transito, essa população desajustada. Outra parte da Reforma procura evi tar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente em

proprietários. E estes puderam fazer um grande negócio. Esperaram que o Governo executasse as obras para, de

A Reforma Agrária trata, assim, espe

os técnicos, que terão "jeeps", camione tas ou outro qualquer meio de levar a assistência à porta do UuTador. Aliás este programa dos postos agro-pccuá-

vêmo desapropria antes, ou cobra, de

abrigados, receberão o necessário ensi-

produzir, guardar suas colheitas e ven

onde partirão para todas as fazendas

jeto regula as duas hipóteses: ou o Co-

E' uma idéia difundida

r a quer evitar é a cxp-oração de ambos,

casos, ou à desapropriação ou, então, n aplicação da taxa de melhoria, e o pro

tornar-se realidade.

O dispositivo da Constituição, art. 147, declara que o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social e a lei


\í"

DíoE-STO Econômico

poderá promover a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos.

Êsse preceito constitucional, nas mãos de um radical, podia dar lugar a uma lei que contivesse no seu bojo sérias ameaças à propriedade rural. Mas es tejam todos certos de que a lei foi feita com a preocupação de respeitar a pro

priedade e o proprietário que cuida da sua terra.

57

Dicesto Econômico

56

Não há ingerência incô

moda, excessiva ou perturbadora no

domínio privado, uma vez que percamos aquela maneira de pensar errônea de

usar do direito de desapropriação: para fundar colônias, para sanear terras pa-

lar em Reforma Agrária, porque sabem

vantagens de que gozam os operários

que a Reforma é justamente o remédio

urbanos.

ludosas, para irrigar terras sècas, para .subdividir ou reagrupar imóveis do modo

e suas conseqüências.

a constituir unidades econômicas.

Enfim, a Reforma não impõe a desa

propriação, apenas a prevê. Vou concluir.

Turgot, como os senliores sabem, fêz uma advertência aos franceses, nas vés

peras da revolução, avisando os senho res feudais, os grandes proprietários de terras, de que era preciso fazer sacrifí cios indispensáveis, pura evitar a revolu

que o proprietário tem o jus abutendi,

ção. Não foi ouvido. Veio a revolução,

direito de abusar da propriedade!

e êles tiveram de ceder, à fòrça, muito

Dizem que a lei é perigosa, porque dá lugar à desapropriação das terras. A Lei Agrária prevê, autoriza a desapro

mais do que lhes era pedido para evitar

priação em casos muito restritos, em

casos excepcionais. Não obriga que se faça a desapropriação. Mas se a lei por si mesma restringe muito o uso dêsse direito ao podèr pú^

*^TTTZ^

a catástrofe.

Stolypine, na Rússia, ideou e começou a executar a Reforma Agrária que não agradou aos nobres e muito menos

aos revolucionários. Foi assassinado^ por um deles, diante do Czar. Se a Rússia

tivesse completado a Reforma Agrária de Stolypine com a redução da mir, a instituição de granjas individuais e a

desapropriação das áreas abandonadas das grandes propriedades, a equipe de Lenine, Trolzky e Stalin não teria saí

do vitoriosa nos seus intentos, e a Rússia estaria livre do comunismo.

Como vêem os senhores, a Reforma

Agrária tem inimigos na extrema direita e na extrema esquerda: de um lado

aquôles que, aferrados à idéia antiga da propriedade quiritária, consideram-na um blico, há uma circunstância que vai

direito absoluto sem limites e não que rem ceder uma linha nem admitir que

tomar raro o cmprêgo dessa faculdade - é a falta de dinheiro.

o poder público lhes venha dizer:

senhor não tem o direito de ficar com

, Pela Constituição, só pode haver de sapropriação com o prévio pagamento do valor da propriedade, em dinheiro. Assim, depende de haver recursos no Tesouro, para que o Govêmo posea

terras incultas; trate de aproveitá-las,

para evitar o extremismo, o comunismo Náo tenhamos dúvida de que um mo vimento como o comunismo não se ex

tingue por meio de medidas policiais so mente. E' preciso cncará-lo seriamen te e evitar que nasça a idéia de comu nismo, idéia que só medra no cérebro

E' preciso, portanto, fazer uma refor ma que leve um pouco mais de con fôrto ao campo e tome atrativa a \ida rural.

Compreendo o absenteúsmo do fazen

deiro que vem para a cidade, porque precisa educar seus filhos e tratar sua família e não encontra escolas nem hos

daqueles desajustados, daqueles que que

pitais no iutQrior. Cumpre- reagir, olhar

rem trabalhar e não encontram terras,

para o campo com o mesmo carinho dis

e não têm quem lhas dê, naqueles que têm necessidade de alimento e vêem terras incultas à espera de valorização. E' preciso, também, que levemos aos meios rurais um pouco mais de confôrto

ria será um complemento necessário à transformação por que passa o Brasil.

e, quando se pensa numa Reforma Agrá ria, não é para satisfazer, apenas, aos operários rurais: é para proteger todos aquêles que vivem no campo. Kâo 6 possível que uma minoria re-

lativaniente privilegiada de operários ur banos, que têm numerosas vantagens, que

compatecem às assembléias políticas, in fluem no Parlamento e nas leis, e até nas decisões do Govôrno, continue a ditar

medidas favoráveis só a ela, enquanto abandonamos os trabalhadores rurais e

aquôles que chamamos de burgueses — os fazendeiros, os sitiantes, que inveja

riam a vida de muitos desses operários, porque não têm escolas para seus filhos, pgo têm ho.spitais, não têm meios de condução, não têm carnavais pagos pelos

cofres públicos, não tôm tôdas oams

pensado às cidades.

Estou certo de que a Reforma Agrá

Se hoje já podemos andar em trens pu xados por Diesel elétricas nacionais, ca minhar sôbre trilhos de fabricação bra

sileira, lér jornais impressos em papel fabricado no Brasil e apresentar assim tantos sinais de transformação da econo

mia colonial e semi-colonial para uma economia neocapitalisla, precisamos le var êsse mONÓmento para o interior e

realizar, enfim, a melhoria do padrão de vida das populações rurais.

Assim, seremos dignos do nosso tem

po, daremos um largo passo para a era sonhada por João Pinlieiro, era que nas

pastagens cuidadas haverá gado nédio 8 numeroso, nos

campos

cultivados

colheitas fartas e variadas, nos lares \

abundância, e na abundância a alegre in dependência oriunda do trabalho que remunera.

jf Jf

O

ou, então, vou desapropriá-las, para dá-las a outros, que as possam explorar". Há o outro grupo — o dos extremistas

da esquerda, que não querem ouvir fa-

Acaba de ser assinado imi corxtrato entre uma firma belga e a fábrica alemã de "carros do povo", situada na zona britânica, para o fornecimento anual de um mínimo de mil automóveis por ano. Essa firma belga, escolhida pela fábrica alemÔ

como sua agente, receberá os carros ao preço de 800 dólares cada um (F. O. B.). No momento a fábrica acaba de negociar igual acôrdo com uma firma holandesa para a venda de "carros do povo" na Holanda.


\í"

DíoE-STO Econômico

poderá promover a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos.

Êsse preceito constitucional, nas mãos de um radical, podia dar lugar a uma lei que contivesse no seu bojo sérias ameaças à propriedade rural. Mas es tejam todos certos de que a lei foi feita com a preocupação de respeitar a pro

priedade e o proprietário que cuida da sua terra.

57

Dicesto Econômico

56

Não há ingerência incô

moda, excessiva ou perturbadora no

domínio privado, uma vez que percamos aquela maneira de pensar errônea de

usar do direito de desapropriação: para fundar colônias, para sanear terras pa-

lar em Reforma Agrária, porque sabem

vantagens de que gozam os operários

que a Reforma é justamente o remédio

urbanos.

ludosas, para irrigar terras sècas, para .subdividir ou reagrupar imóveis do modo

e suas conseqüências.

a constituir unidades econômicas.

Enfim, a Reforma não impõe a desa

propriação, apenas a prevê. Vou concluir.

Turgot, como os senliores sabem, fêz uma advertência aos franceses, nas vés

peras da revolução, avisando os senho res feudais, os grandes proprietários de terras, de que era preciso fazer sacrifí cios indispensáveis, pura evitar a revolu

que o proprietário tem o jus abutendi,

ção. Não foi ouvido. Veio a revolução,

direito de abusar da propriedade!

e êles tiveram de ceder, à fòrça, muito

Dizem que a lei é perigosa, porque dá lugar à desapropriação das terras. A Lei Agrária prevê, autoriza a desapro

mais do que lhes era pedido para evitar

priação em casos muito restritos, em

casos excepcionais. Não obriga que se faça a desapropriação. Mas se a lei por si mesma restringe muito o uso dêsse direito ao podèr pú^

*^TTTZ^

a catástrofe.

Stolypine, na Rússia, ideou e começou a executar a Reforma Agrária que não agradou aos nobres e muito menos

aos revolucionários. Foi assassinado^ por um deles, diante do Czar. Se a Rússia

tivesse completado a Reforma Agrária de Stolypine com a redução da mir, a instituição de granjas individuais e a

desapropriação das áreas abandonadas das grandes propriedades, a equipe de Lenine, Trolzky e Stalin não teria saí

do vitoriosa nos seus intentos, e a Rússia estaria livre do comunismo.

Como vêem os senhores, a Reforma

Agrária tem inimigos na extrema direita e na extrema esquerda: de um lado

aquôles que, aferrados à idéia antiga da propriedade quiritária, consideram-na um blico, há uma circunstância que vai

direito absoluto sem limites e não que rem ceder uma linha nem admitir que

tomar raro o cmprêgo dessa faculdade - é a falta de dinheiro.

o poder público lhes venha dizer:

senhor não tem o direito de ficar com

, Pela Constituição, só pode haver de sapropriação com o prévio pagamento do valor da propriedade, em dinheiro. Assim, depende de haver recursos no Tesouro, para que o Govêmo posea

terras incultas; trate de aproveitá-las,

para evitar o extremismo, o comunismo Náo tenhamos dúvida de que um mo vimento como o comunismo não se ex

tingue por meio de medidas policiais so mente. E' preciso cncará-lo seriamen te e evitar que nasça a idéia de comu nismo, idéia que só medra no cérebro

E' preciso, portanto, fazer uma refor ma que leve um pouco mais de con fôrto ao campo e tome atrativa a \ida rural.

Compreendo o absenteúsmo do fazen

deiro que vem para a cidade, porque precisa educar seus filhos e tratar sua família e não encontra escolas nem hos

daqueles desajustados, daqueles que que

pitais no iutQrior. Cumpre- reagir, olhar

rem trabalhar e não encontram terras,

para o campo com o mesmo carinho dis

e não têm quem lhas dê, naqueles que têm necessidade de alimento e vêem terras incultas à espera de valorização. E' preciso, também, que levemos aos meios rurais um pouco mais de confôrto

ria será um complemento necessário à transformação por que passa o Brasil.

e, quando se pensa numa Reforma Agrá ria, não é para satisfazer, apenas, aos operários rurais: é para proteger todos aquêles que vivem no campo. Kâo 6 possível que uma minoria re-

lativaniente privilegiada de operários ur banos, que têm numerosas vantagens, que

compatecem às assembléias políticas, in fluem no Parlamento e nas leis, e até nas decisões do Govôrno, continue a ditar

medidas favoráveis só a ela, enquanto abandonamos os trabalhadores rurais e

aquôles que chamamos de burgueses — os fazendeiros, os sitiantes, que inveja

riam a vida de muitos desses operários, porque não têm escolas para seus filhos, pgo têm ho.spitais, não têm meios de condução, não têm carnavais pagos pelos

cofres públicos, não tôm tôdas oams

pensado às cidades.

Estou certo de que a Reforma Agrá

Se hoje já podemos andar em trens pu xados por Diesel elétricas nacionais, ca minhar sôbre trilhos de fabricação bra

sileira, lér jornais impressos em papel fabricado no Brasil e apresentar assim tantos sinais de transformação da econo

mia colonial e semi-colonial para uma economia neocapitalisla, precisamos le var êsse mONÓmento para o interior e

realizar, enfim, a melhoria do padrão de vida das populações rurais.

Assim, seremos dignos do nosso tem

po, daremos um largo passo para a era sonhada por João Pinlieiro, era que nas

pastagens cuidadas haverá gado nédio 8 numeroso, nos

campos

cultivados

colheitas fartas e variadas, nos lares \

abundância, e na abundância a alegre in dependência oriunda do trabalho que remunera.

jf Jf

O

ou, então, vou desapropriá-las, para dá-las a outros, que as possam explorar". Há o outro grupo — o dos extremistas

da esquerda, que não querem ouvir fa-

Acaba de ser assinado imi corxtrato entre uma firma belga e a fábrica alemã de "carros do povo", situada na zona britânica, para o fornecimento anual de um mínimo de mil automóveis por ano. Essa firma belga, escolhida pela fábrica alemÔ

como sua agente, receberá os carros ao preço de 800 dólares cada um (F. O. B.). No momento a fábrica acaba de negociar igual acôrdo com uma firma holandesa para a venda de "carros do povo" na Holanda.


Dicesto Econóauco 59

o Crédito Rural

ria segundo os capricho.s dos compra

ção, em seus diversos aspectos, contra a

Antônio de Queieôs Tki.es

dores, ma.s, ao contrário, de poder re

falta de auxílio.

sistir aguardando o momento propí cio da venda, qjiando lhe fòr eonvenicnte. Isso ó o que o crédito permite i\

.suirmos, até o presente, o Banco Central

ver forçado a se desfazer da mercado

agrícola do Estado de

6áo Paulo está estacionáría, ou sc tem mesmo reduzido nestes últimos anos.

principal produto, que é o café, reve a sensível diminuição, quer quanto

ao número de pés, como .na produção por unidade. De um bilhão e setecentos

milhões, que foi o máximo de catéeiros existentes, sua quantidade, presentemen

Çueiró.-í Teles, antifip presidente da So-

teiramente indefesa, à mercê das situa

cicdade Rural Brasileira, é um estudioso

ções, submetendo o fruto do seu traba

possuem.

de assuntos econômicos, colaborador as

lho ao talante de certo comércio inter

síduo da imprensa paulistana.

mediário, que criaria .situações falsas de nenhuma ou escassa procura, paralisando

Ê uma falha que nos cumpre reme diar. O meio circulante precisa ser .•■"aneado. As emissões a esmo para su

destarte os negócios e por conseguinte

prir os interê.<ses do Tesouro em défi-'

lavoura que, dc outra forma, e.slaria in

É um

dos mais tirdcntes propugnadores do georgismo cm nossa terra.

deprimindo as cotações.

Outos produtos, como o algodão,

pra_ ano.

A banana passou a uma

Iraçdo apenas do que era. A laranja que foi uma realidade digna de nota,

chegando o porto de Santos a exportar

mais de dois milhões de caixas, entrou em franco dechnio desde a última guer ra e, ate o momento, não recuperou o seu posto, tendo nestes últimos anos

sido vitima dos erros do Govêrno Fe

deral que, como na atual safra, proibiu a

e.xportação

no

início da colheita,

desorganizando o

mercado e paraLsando

as

cota

ções. O desânimo

dos produtores é geral. Sendo o consumo

interno

insuficiente,

essh

indústria agrícola tende em grande patte a desaparecer.

A produção de cereais sem o crédito

apropriado, organização do e.xpurgo, ar mazenamento e transporte rápido e efi ciente, torna-se vítima dos 'ntermediá-

rios, que extinguem todo o incentivo dos

Provém essa situação de não posdo Emissão e Redesconto.s, supremo re gulador do meio circifanlc e do crédito, CO sa que tôdas as nações civilizadas

O autor dente trabalho, Dr. Antônio de

te, pouco ultrapassa um bilhão.

vem diminuindo suas plantações de ano

do país, ó constante a queixa da produ

lhes oferecem.

Quanto aos consumido

preços de escassez que, ficticiamente, os açambarcadores fazem prevalecer.

priedades rurais — cré

produção agrícola .são necc.ssários os eleporte e adubação.

Não pode existir

das pela forma habitual dos negócios, i.sto ó, pela oferta dos intermed áfios.

O produtor precisa ter assegurada a

produtores, pelas ínfimas cotações que . sua posição pela garantia de jamais se

valor e meio de paga»

produto, depois do co

mente.

Do exposto se depreende que c pre

ponderante o papel que o credito - de

A

preço fixado dentro das situações cria

missão de medida de

mo para a compra do crédito pignoratício mercantil.

pero sem facilida

mercado, a fim de não ser entregue pelo

moeda cumpra a sua

pignoratício rural — co lhido e beneficiado —

traballio agrícola remunerado e prós

pelo crédito, des

tário do país e dandolhe a elasticidade indis pensável para a

vras, colheitas e acondicionamento — crédito

vamos referir.

de o seu início com as laxTas, plantação, trato e colheita, até o produto entrar no

lando o si.stema mone

preparo de terras, la

Dentre as providências governamen tais indispensáveis ao fomento da produ ção está, em primeira plana, o crédito sobro o qual nos

1

O estabe

que lhe cabe, contro

dito hipotecário — para obtenção de sementes,

mento.s seguintes; credito, braços, trans

deve ser assistida

ter um fim.

lecimento central é que deve assumir o papel

de benfeitorias nas pro

Para existência e aumento da nossa

produção da terra

Ções quando não há a respectiva procura cm importações, precisam

produção;, tanto pura a aquisição de terras, ma quinaria e construções

res, são por sua vez escorchados pelos

de de crédito.

cit, para pagar c.xporta-

O credito c a grande alavanca propulsora da

sempenha na economia de um país. Tôdas as suas modalidades são indis

pensáveis ao sustento da produção. Es.sa é uma função exercida pe'o Estado com a criação de um Banco Central de Emis

são e Redescontos cm primeiro lugar e, logo em seguida, de diversos bancos de crédito.

A Agricultura, no Brasil, ainda não teve por parte do Govêrno Federal a

assistência que merece. Em São Paulo,

O maior centro de população e riqueza

Por

elasticidade • se

entende a capacidade de aumentar ou diminuir o seu vo\imo. de acordo com

as necessidades da nação em dado n\omenlo.

Pais que não defende a terra é pais fadado u vê-la abandonada, sem produ ção dos gêneros essenciais u vida. Crédito para a produção nunca deve faltar. Os países de moeda sã c têm organizado dc forma a prestar assistên

cia no momento em que fôr requerido. É o sistema estabelecido pelos grandes bancos centrais da França, Inglaterra, e

o era pelo Banco Imperial da Alemanha. Os Estados Unidos desde 1913 possuem


Dicesto Econóauco 59

o Crédito Rural

ria segundo os capricho.s dos compra

ção, em seus diversos aspectos, contra a

Antônio de Queieôs Tki.es

dores, ma.s, ao contrário, de poder re

falta de auxílio.

sistir aguardando o momento propí cio da venda, qjiando lhe fòr eonvenicnte. Isso ó o que o crédito permite i\

.suirmos, até o presente, o Banco Central

ver forçado a se desfazer da mercado

agrícola do Estado de

6áo Paulo está estacionáría, ou sc tem mesmo reduzido nestes últimos anos.

principal produto, que é o café, reve a sensível diminuição, quer quanto

ao número de pés, como .na produção por unidade. De um bilhão e setecentos

milhões, que foi o máximo de catéeiros existentes, sua quantidade, presentemen

Çueiró.-í Teles, antifip presidente da So-

teiramente indefesa, à mercê das situa

cicdade Rural Brasileira, é um estudioso

ções, submetendo o fruto do seu traba

possuem.

de assuntos econômicos, colaborador as

lho ao talante de certo comércio inter

síduo da imprensa paulistana.

mediário, que criaria .situações falsas de nenhuma ou escassa procura, paralisando

Ê uma falha que nos cumpre reme diar. O meio circulante precisa ser .•■"aneado. As emissões a esmo para su

destarte os negócios e por conseguinte

prir os interê.<ses do Tesouro em défi-'

lavoura que, dc outra forma, e.slaria in

É um

dos mais tirdcntes propugnadores do georgismo cm nossa terra.

deprimindo as cotações.

Outos produtos, como o algodão,

pra_ ano.

A banana passou a uma

Iraçdo apenas do que era. A laranja que foi uma realidade digna de nota,

chegando o porto de Santos a exportar

mais de dois milhões de caixas, entrou em franco dechnio desde a última guer ra e, ate o momento, não recuperou o seu posto, tendo nestes últimos anos

sido vitima dos erros do Govêrno Fe

deral que, como na atual safra, proibiu a

e.xportação

no

início da colheita,

desorganizando o

mercado e paraLsando

as

cota

ções. O desânimo

dos produtores é geral. Sendo o consumo

interno

insuficiente,

essh

indústria agrícola tende em grande patte a desaparecer.

A produção de cereais sem o crédito

apropriado, organização do e.xpurgo, ar mazenamento e transporte rápido e efi ciente, torna-se vítima dos 'ntermediá-

rios, que extinguem todo o incentivo dos

Provém essa situação de não posdo Emissão e Redesconto.s, supremo re gulador do meio circifanlc e do crédito, CO sa que tôdas as nações civilizadas

O autor dente trabalho, Dr. Antônio de

te, pouco ultrapassa um bilhão.

vem diminuindo suas plantações de ano

do país, ó constante a queixa da produ

lhes oferecem.

Quanto aos consumido

preços de escassez que, ficticiamente, os açambarcadores fazem prevalecer.

priedades rurais — cré

produção agrícola .são necc.ssários os eleporte e adubação.

Não pode existir

das pela forma habitual dos negócios, i.sto ó, pela oferta dos intermed áfios.

O produtor precisa ter assegurada a

produtores, pelas ínfimas cotações que . sua posição pela garantia de jamais se

valor e meio de paga»

produto, depois do co

mente.

Do exposto se depreende que c pre

ponderante o papel que o credito - de

A

preço fixado dentro das situações cria

missão de medida de

mo para a compra do crédito pignoratício mercantil.

pero sem facilida

mercado, a fim de não ser entregue pelo

moeda cumpra a sua

pignoratício rural — co lhido e beneficiado —

traballio agrícola remunerado e prós

pelo crédito, des

tário do país e dandolhe a elasticidade indis pensável para a

vras, colheitas e acondicionamento — crédito

vamos referir.

de o seu início com as laxTas, plantação, trato e colheita, até o produto entrar no

lando o si.stema mone

preparo de terras, la

Dentre as providências governamen tais indispensáveis ao fomento da produ ção está, em primeira plana, o crédito sobro o qual nos

1

O estabe

que lhe cabe, contro

dito hipotecário — para obtenção de sementes,

mento.s seguintes; credito, braços, trans

deve ser assistida

ter um fim.

lecimento central é que deve assumir o papel

de benfeitorias nas pro

Para existência e aumento da nossa

produção da terra

Ções quando não há a respectiva procura cm importações, precisam

produção;, tanto pura a aquisição de terras, ma quinaria e construções

res, são por sua vez escorchados pelos

de de crédito.

cit, para pagar c.xporta-

O credito c a grande alavanca propulsora da

sempenha na economia de um país. Tôdas as suas modalidades são indis

pensáveis ao sustento da produção. Es.sa é uma função exercida pe'o Estado com a criação de um Banco Central de Emis

são e Redescontos cm primeiro lugar e, logo em seguida, de diversos bancos de crédito.

A Agricultura, no Brasil, ainda não teve por parte do Govêrno Federal a

assistência que merece. Em São Paulo,

O maior centro de população e riqueza

Por

elasticidade • se

entende a capacidade de aumentar ou diminuir o seu vo\imo. de acordo com

as necessidades da nação em dado n\omenlo.

Pais que não defende a terra é pais fadado u vê-la abandonada, sem produ ção dos gêneros essenciais u vida. Crédito para a produção nunca deve faltar. Os países de moeda sã c têm organizado dc forma a prestar assistên

cia no momento em que fôr requerido. É o sistema estabelecido pelos grandes bancos centrais da França, Inglaterra, e

o era pelo Banco Imperial da Alemanha. Os Estados Unidos desde 1913 possuem


Dxgesto EcoNÒMie©

Dicesto EcoNÓNnco 61

60

Meu professor dessa matéria na Uni

o Sistema de Reservas Federais, com o

qua! substituiranj o antiquado processo anterior, grandem.mte defeituoso, pois não tinha a elasticidade de emissão nos momentos necessários, donde a impossi bilidade de evitar as crises denominadas "pânicos".

versidade de No\-a York, o .saudoso deão

lohnson, era franco partidário de um banco central, ao quah dizia ele, o sis

dos bancos da Reserva Federal".

tema norte-americano e.stava rea'mente

reduzido, em face da obediência, à di reção central.

A meu podido, assim .se manifestou

Os bancos centrais tèm a faculdade

projeto original, e que sc tomou lei, é a seguinte: "O Diretório Central terá

fscalização geral de tòdas as operações Fica

subentendido que esta cláusula eqüivale a "completa ingerência", de maneira que nosso sistema é, na realidade, um sis tema bancário centra'."

aconselhar a re.speito do mellior sistema bancário para um paí.s, a menos que se

Possui o Brasil um projeto de reforma bancária organizado pelo Ministério da Fazenda, pendente de solução do Con

tenha completo conhecimento das con dições locai.s. Minha preferência é por

gresso Federal. O que nos parece urgente e impres

Durante a época das colheitas, em

uin banco central dt^ capital particular,

cindível é a criação do Banco Central.

quo maior se toma a procura do nume

sujeito, porém, <\ fiscaUzação e contrôle

Constitui êsse estabelecimento a égide

rário, O;: bancos centrais acompanham

do Go\'êrno Federal. Um tal banco de

essa situação lançando na circulação nu merário que é posteriomiente recolhido

sob a qual se estabeleceriam os demais bancos complementares do crédito em

e inoinerado.. Dessa forma as emissões

veria, sem dúvida, possuir agências em várias partes do paí.s e, até certo ponto, negociar com estabelecimentos particula

de imergência para fins lícitos, como

res, assim como bancários.

ésse perito sòbrc o Brasil: — "Ê difícil

da emissão pelo redesconto dos papéis" dos demais bancos, com

o

que as

seguram a êstes a facilidade do cré dito e por conseguinte de tôda a produção.'

são os das fôrças vivas do país, em

"No meu modo de ver, o Banco da

nada afetam o custo da vida, tendo

França é ura modelo melhor que o

apenas caráter transitório, desaparecen

da Alemanha. O sistema canadense é

do

da

circulação

pronto rotomem às arcas dos bancos.

O sistema seguido pela Inglaterra, França e Ale único.

Os Estadas Uni

outro.

poderia ser transferida a Carteira Agrí cola do Banco do Brasil. E ao seu ca

pital poderiam juntar-se os fundos re manescentes do D.N.C.

Para o crédito real de longo prazo seria criado o Banco Hipotecário, que operaria exclusivamente sôbre proprie dades rurais.

A fim de prestar seu concurso às zo nas antigas do Estado, que se vão tor nando cada vez maiores com o correr

dos anos, poderia não se limitar a for necer fundos para a aquisição de imó veis, mas ainda, os que se tomassem necessários para o reerguimento e restau ração das referidas regiões.

Nosso sistema de

Reservas Federais é pra

¥

ticamente

um

.sistema

central, porque a Junta

dos, ao ctmtrário, manti

nham diversos e, pre

" •

Federal de "Washington é

sentemente, sob o Siste ma de Reservas Federais,

^

vários são os estabelecimentos, sendo no

Reserva Federal govemam-se pelas jun

soberana nas suas opera ções. Os doze Bancos de

entanto controlados pela Junta de Dire

tas locais e têm muita liberdade em as

tores, que pràtícamente os reduz a um

suntos de seus respectivos distritos. Nu

só comando.

ma emergência nacional, porém, todos êles estão sujeitos às ordens de Washing

O Canadá possui um sistema cornposto de uma rêde de 35 bancos. que são obrigados a manter pelo menos uma su cursal em cada província do país. O sistema da imicídade era, no en

tanto, o que merecia as preferências das autoridades no assunto.

Para a vida agrária do país devería mos organizar um Banco Rural de crédi to de custeio de entre-safras, -atendendo

maquinaria, veículos, compra de animais e pertences, silagem, adubações etc. A um estabelecimento dessa ordem

próprio das condições especiais daquele país e não poderia fàcilmente ser posto em prática em

tão

manha era de um banco

suas diversas modalidades.

às necessidades agro-pecuárias, à prepa ração de terras, aquisição de sementes,

ton. Da mesma forma, as sucursais de Tim banco central deveriam ter conselhos

diretores locais, sendo seus poderes, no entanto, limitados. "A cláusula que, em nosso sistema, reforçou a debilidade apr^entada no

A Comissão Agrícola do Senado aprovou o projeto de lei que objetiva sustentar iifi preços do algodão e da lã, e fomentar as exportações dêsses produtos para as zonas americanas do Japão. Entretanto, a comissão eliminou as peles da nomen

clatura dos artigos visados por essa medida. Recorda-se que um projeto de lei autoriza a criação de- créditos circulares de 150 milhões de dólares, ao Departa mento Militar, para a compra dêsses artigos.


Dxgesto EcoNÒMie©

Dicesto EcoNÓNnco 61

60

Meu professor dessa matéria na Uni

o Sistema de Reservas Federais, com o

qua! substituiranj o antiquado processo anterior, grandem.mte defeituoso, pois não tinha a elasticidade de emissão nos momentos necessários, donde a impossi bilidade de evitar as crises denominadas "pânicos".

versidade de No\-a York, o .saudoso deão

lohnson, era franco partidário de um banco central, ao quah dizia ele, o sis

dos bancos da Reserva Federal".

tema norte-americano e.stava rea'mente

reduzido, em face da obediência, à di reção central.

A meu podido, assim .se manifestou

Os bancos centrais tèm a faculdade

projeto original, e que sc tomou lei, é a seguinte: "O Diretório Central terá

fscalização geral de tòdas as operações Fica

subentendido que esta cláusula eqüivale a "completa ingerência", de maneira que nosso sistema é, na realidade, um sis tema bancário centra'."

aconselhar a re.speito do mellior sistema bancário para um paí.s, a menos que se

Possui o Brasil um projeto de reforma bancária organizado pelo Ministério da Fazenda, pendente de solução do Con

tenha completo conhecimento das con dições locai.s. Minha preferência é por

gresso Federal. O que nos parece urgente e impres

Durante a época das colheitas, em

uin banco central dt^ capital particular,

cindível é a criação do Banco Central.

quo maior se toma a procura do nume

sujeito, porém, <\ fiscaUzação e contrôle

Constitui êsse estabelecimento a égide

rário, O;: bancos centrais acompanham

do Go\'êrno Federal. Um tal banco de

essa situação lançando na circulação nu merário que é posteriomiente recolhido

sob a qual se estabeleceriam os demais bancos complementares do crédito em

e inoinerado.. Dessa forma as emissões

veria, sem dúvida, possuir agências em várias partes do paí.s e, até certo ponto, negociar com estabelecimentos particula

de imergência para fins lícitos, como

res, assim como bancários.

ésse perito sòbrc o Brasil: — "Ê difícil

da emissão pelo redesconto dos papéis" dos demais bancos, com

o

que as

seguram a êstes a facilidade do cré dito e por conseguinte de tôda a produção.'

são os das fôrças vivas do país, em

"No meu modo de ver, o Banco da

nada afetam o custo da vida, tendo

França é ura modelo melhor que o

apenas caráter transitório, desaparecen

da Alemanha. O sistema canadense é

do

da

circulação

pronto rotomem às arcas dos bancos.

O sistema seguido pela Inglaterra, França e Ale único.

Os Estadas Uni

outro.

poderia ser transferida a Carteira Agrí cola do Banco do Brasil. E ao seu ca

pital poderiam juntar-se os fundos re manescentes do D.N.C.

Para o crédito real de longo prazo seria criado o Banco Hipotecário, que operaria exclusivamente sôbre proprie dades rurais.

A fim de prestar seu concurso às zo nas antigas do Estado, que se vão tor nando cada vez maiores com o correr

dos anos, poderia não se limitar a for necer fundos para a aquisição de imó veis, mas ainda, os que se tomassem necessários para o reerguimento e restau ração das referidas regiões.

Nosso sistema de

Reservas Federais é pra

¥

ticamente

um

.sistema

central, porque a Junta

dos, ao ctmtrário, manti

nham diversos e, pre

" •

Federal de "Washington é

sentemente, sob o Siste ma de Reservas Federais,

^

vários são os estabelecimentos, sendo no

Reserva Federal govemam-se pelas jun

soberana nas suas opera ções. Os doze Bancos de

entanto controlados pela Junta de Dire

tas locais e têm muita liberdade em as

tores, que pràtícamente os reduz a um

suntos de seus respectivos distritos. Nu

só comando.

ma emergência nacional, porém, todos êles estão sujeitos às ordens de Washing

O Canadá possui um sistema cornposto de uma rêde de 35 bancos. que são obrigados a manter pelo menos uma su cursal em cada província do país. O sistema da imicídade era, no en

tanto, o que merecia as preferências das autoridades no assunto.

Para a vida agrária do país devería mos organizar um Banco Rural de crédi to de custeio de entre-safras, -atendendo

maquinaria, veículos, compra de animais e pertences, silagem, adubações etc. A um estabelecimento dessa ordem

próprio das condições especiais daquele país e não poderia fàcilmente ser posto em prática em

tão

manha era de um banco

suas diversas modalidades.

às necessidades agro-pecuárias, à prepa ração de terras, aquisição de sementes,

ton. Da mesma forma, as sucursais de Tim banco central deveriam ter conselhos

diretores locais, sendo seus poderes, no entanto, limitados. "A cláusula que, em nosso sistema, reforçou a debilidade apr^entada no

A Comissão Agrícola do Senado aprovou o projeto de lei que objetiva sustentar iifi preços do algodão e da lã, e fomentar as exportações dêsses produtos para as zonas americanas do Japão. Entretanto, a comissão eliminou as peles da nomen

clatura dos artigos visados por essa medida. Recorda-se que um projeto de lei autoriza a criação de- créditos circulares de 150 milhões de dólares, ao Departa mento Militar, para a compra dêsses artigos.


Econômico

O nível do salário e a produtividade do operário Augusto Alexandre Mach^vdo

gsTuDANDo a condição de inferioridade econômica em que vivem as massas

traballiadoras, chegamos à conclusão de que, sem abolição do salariado e sem transformação radical do regime econô mico, se poderia, tão somente, com maior espírito de justiça, mais justa compreensão dos deveres para com o próximo, chegar a uma conciliação de interesses proveitosa para empregadores e empregados, num ambiente de coo peração e de justo entendimento. Tudo depende da honestidade dos homens e

da sinceridade dos propósitos de coope ração. Estudando o salário como meio

satisfatório de remunerar o trabalho ope rário, devemos distinguir, de logo, a

O ihistre catedrático cia Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciêiicias Económica.s da Universidade da Bahia

distingue no salário a remuneração ba seada no tempo dc trabalho da que c fixada pela quantidade de trabalho.

l

di)> ojJcrários mviios hábeis, mais pro-

Quando os que trabalham em tais

guiçoso.s e, por isso, menos protluti-

serxiços querem apenas os ^•euc^nentos

%t>5.

e impunemente se desinteressam pelos

Não cremos que o trabalho pago por peça, num regime dc fiscalização do

scrx-iços, não é possível existir assistên

Estado, com a fixaxão do mínimo dc

somente pago por peça ou unidade do

ialárío, possa ter, hoje, aquêle perigo

salário, será o desdobramento do sa-

de antigamente, quando o Estado não

procurava intervir cm questões dc tra

huio ou clu remuneração do openirio em salário normal e sòbrc-salário. paao em

balho e de remuneração.

função de sua contribuição ou de^acôr-

Nessa base

c possível aos mais hábeis e mais efi cientes elevarem, sensi\'e!incnte,

seu

nível de remuneração.

Não é possível sacrificar os interê.sses das indústrias e dos operários mais \a-

2.°) — O salário por peça, como mo dalidade de empreitada, pode, em face de manifesta superioridade do empre gador, converter-se em salário de fome. com a baí.xa continuada do preço da unidade de trabalho e exigência de um

liosos e mais produtivos por questões

que interessam sobrel-udo aos mais indo-

cia.

Melhor talvez do que o salário

do com as possibilidades da empresa O traballio por peça dcNe, porém, ser feito d.cntro da oficina, com instala ções apropriadas e conforto necessário para os que trabalham.

A elevação do nixe! do saliírio deve ser exigida dcnüo das possibilidades da

ientes, mais ignorantes, refinados mandríões. O Estado deve ape

empresa: se transpõe ês-

se limite, será precário porque, de logo, acar

nas evitar a e.xploração

retará ou determinará

fatalmente a falência, a

remuneração baseada no tempo de tra balho da fixada por quantidade de tra

esfôrço sobrcumano do operário para

dos que trabalham, pa

obter apenas o indispensável para vi\er,

garantir a indolência e

presa ou, pelo menos,

balho.

como

a improdutividade. Um país sem atividade pro

o término de sua ativi

dutiva é um país pobre e cheio de desordens e

As associações pro fissionais influem, considbTàvebncnle, nessas

Elas se distinguem nas possi

bilidades e nos efeitos.

O salário pago por tempo é aquêle em que a,base da remuneração inde pende, imediatamente, da pro dutividade, porque é proporcio nal à duração do trabalho. No

salário por peça a produtivida

acontece

com

certas

costureiras

de peças para certas lojas de roupas feíta.s.

Desse modo a liberdade do operário

que trabalha por empreitada desapare ce e se converto em maior so

frimento para o mesmo.

O

salário, ao contrário, o põe a salvo de qualquer risco por

de é o fundamento da remune

que mais estável e não sujeito

ração. A estas duas modalida

a fluxos e refluxos.

des de salário correspondem

A verdade, porém, é que

ra

não fomentar

ou

insolvabilidade da em

dade produtora.

insuneiçóes.

A miséria é, freqüentemente, a fonte das reivindicações desordenadas, nasci das da falta de justa medida, de pei-fcita compreensão dos direitos que se defendem. Mas, os velhos não serão sacrificados quando o salário for ba seado somente na prodiitividade?

conqiustas trabalhistas, inclusive na fi

trabalhistas se tem mimifestado com

xação razoável do mínimo de salário e

substituição do velho couhalo individual pelo contrato ou convenção coletiva de trabalho.

A Inglaterra é talvez o país onde a política das associações profissionais ou

duas espécies de contrato de

não há salário ou remuneração

trabalho: salariado e empreita

Numa sociedade bom organizada tudo

melhor ou pior: tudo depende

mais eficiência.

da. A crítica que se faz a êsses contratos de natureza operária

das circunstâncias e dos pro pósitos que orientam os empre

é previsto através do chamado seguro social e dos ser\'iços de assistência nas suas múltiplas organizações ou modab-

auxílios do que de combate político ou

dades de serviços, honestamente, since

econômico, tem sempre atuado no sen

c, conseqüentemente, a essas

formas de remuneração pode.resumir-se:

l.o) — O salário por tempo será estímulo para menor esfôrço ou produti vidade do operário, exigindo, por isso, intensa vigilância do empregador;

gadores e os empregados, aque les em relação à justa remuneração, êstes à eficiência no trabalho. Quando

se apresentam as deficiências dôste ou daquele sistema, toma-se sempre, co mo base ou fundamenta, a condição

As Tradc-Unions, sociedades mais de

ramente, patriòticainente mantidos em

tido de melhorar as condições dos tra

proveito dos mais precisados. Do ideal de bem servir à coletividade, depende

balhadores, e, intransigentémcnte, co locaram no primeiro plano de suas rei

a eficiência do serviço.

vindicações o mínimo de salário ao


Econômico

O nível do salário e a produtividade do operário Augusto Alexandre Mach^vdo

gsTuDANDo a condição de inferioridade econômica em que vivem as massas

traballiadoras, chegamos à conclusão de que, sem abolição do salariado e sem transformação radical do regime econô mico, se poderia, tão somente, com maior espírito de justiça, mais justa compreensão dos deveres para com o próximo, chegar a uma conciliação de interesses proveitosa para empregadores e empregados, num ambiente de coo peração e de justo entendimento. Tudo depende da honestidade dos homens e

da sinceridade dos propósitos de coope ração. Estudando o salário como meio

satisfatório de remunerar o trabalho ope rário, devemos distinguir, de logo, a

O ihistre catedrático cia Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciêiicias Económica.s da Universidade da Bahia

distingue no salário a remuneração ba seada no tempo dc trabalho da que c fixada pela quantidade de trabalho.

l

di)> ojJcrários mviios hábeis, mais pro-

Quando os que trabalham em tais

guiçoso.s e, por isso, menos protluti-

serxiços querem apenas os ^•euc^nentos

%t>5.

e impunemente se desinteressam pelos

Não cremos que o trabalho pago por peça, num regime dc fiscalização do

scrx-iços, não é possível existir assistên

Estado, com a fixaxão do mínimo dc

somente pago por peça ou unidade do

ialárío, possa ter, hoje, aquêle perigo

salário, será o desdobramento do sa-

de antigamente, quando o Estado não

procurava intervir cm questões dc tra

huio ou clu remuneração do openirio em salário normal e sòbrc-salário. paao em

balho e de remuneração.

função de sua contribuição ou de^acôr-

Nessa base

c possível aos mais hábeis e mais efi cientes elevarem, sensi\'e!incnte,

seu

nível de remuneração.

Não é possível sacrificar os interê.sses das indústrias e dos operários mais \a-

2.°) — O salário por peça, como mo dalidade de empreitada, pode, em face de manifesta superioridade do empre gador, converter-se em salário de fome. com a baí.xa continuada do preço da unidade de trabalho e exigência de um

liosos e mais produtivos por questões

que interessam sobrel-udo aos mais indo-

cia.

Melhor talvez do que o salário

do com as possibilidades da empresa O traballio por peça dcNe, porém, ser feito d.cntro da oficina, com instala ções apropriadas e conforto necessário para os que trabalham.

A elevação do nixe! do saliírio deve ser exigida dcnüo das possibilidades da

ientes, mais ignorantes, refinados mandríões. O Estado deve ape

empresa: se transpõe ês-

se limite, será precário porque, de logo, acar

nas evitar a e.xploração

retará ou determinará

fatalmente a falência, a

remuneração baseada no tempo de tra balho da fixada por quantidade de tra

esfôrço sobrcumano do operário para

dos que trabalham, pa

obter apenas o indispensável para vi\er,

garantir a indolência e

presa ou, pelo menos,

balho.

como

a improdutividade. Um país sem atividade pro

o término de sua ativi

dutiva é um país pobre e cheio de desordens e

As associações pro fissionais influem, considbTàvebncnle, nessas

Elas se distinguem nas possi

bilidades e nos efeitos.

O salário pago por tempo é aquêle em que a,base da remuneração inde pende, imediatamente, da pro dutividade, porque é proporcio nal à duração do trabalho. No

salário por peça a produtivida

acontece

com

certas

costureiras

de peças para certas lojas de roupas feíta.s.

Desse modo a liberdade do operário

que trabalha por empreitada desapare ce e se converto em maior so

frimento para o mesmo.

O

salário, ao contrário, o põe a salvo de qualquer risco por

de é o fundamento da remune

que mais estável e não sujeito

ração. A estas duas modalida

a fluxos e refluxos.

des de salário correspondem

A verdade, porém, é que

ra

não fomentar

ou

insolvabilidade da em

dade produtora.

insuneiçóes.

A miséria é, freqüentemente, a fonte das reivindicações desordenadas, nasci das da falta de justa medida, de pei-fcita compreensão dos direitos que se defendem. Mas, os velhos não serão sacrificados quando o salário for ba seado somente na prodiitividade?

conqiustas trabalhistas, inclusive na fi

trabalhistas se tem mimifestado com

xação razoável do mínimo de salário e

substituição do velho couhalo individual pelo contrato ou convenção coletiva de trabalho.

A Inglaterra é talvez o país onde a política das associações profissionais ou

duas espécies de contrato de

não há salário ou remuneração

trabalho: salariado e empreita

Numa sociedade bom organizada tudo

melhor ou pior: tudo depende

mais eficiência.

da. A crítica que se faz a êsses contratos de natureza operária

das circunstâncias e dos pro pósitos que orientam os empre

é previsto através do chamado seguro social e dos ser\'iços de assistência nas suas múltiplas organizações ou modab-

auxílios do que de combate político ou

dades de serviços, honestamente, since

econômico, tem sempre atuado no sen

c, conseqüentemente, a essas

formas de remuneração pode.resumir-se:

l.o) — O salário por tempo será estímulo para menor esfôrço ou produti vidade do operário, exigindo, por isso, intensa vigilância do empregador;

gadores e os empregados, aque les em relação à justa remuneração, êstes à eficiência no trabalho. Quando

se apresentam as deficiências dôste ou daquele sistema, toma-se sempre, co mo base ou fundamenta, a condição

As Tradc-Unions, sociedades mais de

ramente, patriòticainente mantidos em

tido de melhorar as condições dos tra

proveito dos mais precisados. Do ideal de bem servir à coletividade, depende

balhadores, e, intransigentémcnte, co locaram no primeiro plano de suas rei

a eficiência do serviço.

vindicações o mínimo de salário ao


Dicesto Econômico

64

nível

ou

das

necessidades

existenciais

do

fundamentais

trabalhador,

po

Surgiram assim as fórmulas mais hu manas de salário igual para igual es-

dendo cada qual, em função de sua produtividade, elevar êsse nível do

fôrço. E', podemos dizer, uma concilia ção da produtividade com a necessida

salário.

de.

Economia dos Minerais Estratégicos III

A. J. Alves de Souz.\ V — Deckõeí

iutcnuicionnh

recentes

tmxtmxmttitttmtxtxttxittmtxtttnxttxttw

interferindo com a proihição e o O 6Y. A. J. A'i:cs dc Souza, antes dc c.xa-

conurcio de nnncriti.s.

Durante a última Grande Guerra e

depois da v;tór'a das Nações Unidas, 05 principais lídcrc.s políticos do mun do c representantes dessas nações, reu niram-se várias vezes com o objetivo

principal declarado de assegurar a paz à humanidade.

Da primeira dessas reuniões, em

que tomaram ■ parte apenas Frankl n uma

Churchll,

neralogista pub'icou os dados do ano de

19S8 referentes à exportação e importa

por Carta do Atlântico, que teve o

ções de maior vulto dos minerais no

efeito de um toque de clarim anun ciando uma nova aurora de liberdade

intercâmbio comercial.

hoje já estejam quase desvanecidas

balança. Ou então peta diminuição das compras na Inglaterra. Esta t'diima hipótese

Sívia do agrado de Londres, já que os aitigos não enviados para a França poaeriatyi ser dirigidos a mercados mais interessantes, onde a Inglaterra necessita de divisas para suas compras de matérias-primas. Porém, uma diminuição nas exportações britânicas para a França paralisaria parcialmente as indústrias francesas que, nesse caso, teriam de voltar-se para os Estados Unidos, na esperança de obterem forne cimentos sem pagamento imediato,

do Ca

nadá, que são em geral baixas, para de pois transcrever algumas tarifas brasi leiras. Em seguida, aquêlc ilustre mi-

conhecida

indecisos. Subscrcvcram-na posterior mente inúmeros países. E é pena Que

sdmeníe poderia pagar a Inglaterra, sem empréstimos futuros, pelo aumento cm suo exportação de vinhos e perfumes e outros artigos não essenciais que já existem em abundância na Inglaterra, ou de alguns vegetais, que não pesariam muito no

sim como as tarifas aduaneiras

Winston

para os homens, dando nova esperan ça aos desiludidos e novo ânimo aos

. Nos últimos meses o comércio entre a França e a Inglaterra apresentou um 'déficit" de setenta milhões de libras para a França, e neste momento as auto^ 1idades de ambos os países estudam um empréstimo por parte da Inglaterra para o pagamento da diferença, enquanto se procura uma forrna de se equilibrarem as relações econômicas entre os dois países, o que não é tarefa^ fácil. A França

a indústria c.xtmliva, as indústrias básicas

c as indthirias manufaturciras, facilitan do a entrada de matcrias-prmms quan do não e.xisicm no país ou quando c.xistcm cm quantidades insuficientes, as

declaração

D, Rooscvclt c

resultou

minar <i motcria do presente artigo, anaiLwir as tarifas americanas, que protegem

"as esperanças de conseguir um por vir mais auspicioso para o mundo"

que aquela Carta despertou. Entre seus oHos princípios, dois deles, o quarto c o quinto, estipula vam:

"Com o devido respeito às suas

obrigações já existentes, se empe nharão para que todos os Estados,

mover, no campo da economia, a mais ampla colaboração entre *ôdas as nações, com o fim de con

seguir, para todos, melhores con

dições de trabalho, prosperidade econômica e segurança social." Em novembro de 1944 reuniu-se em Rye, Estados Unidos, a Conferência

Econômica Internacional, que, no que se refeie a matérias-pr mas, ofereceu sugestões que eu sintetizo em seguida: 1

- a produção, o tratamento e

grandes ou pequenos, v'toriosos ou

a distr.bu ção de matérias-primas

vencidos, tenham acesso cm igual

deverão ser da responsabilidade da inicativa privada;

dade dc condições ao comércio e

às matérias-primas do mundo, de , que precisam para a sua prosperi dade econômica"; "Desejam pro-

2 — deverá ser promovida, com a possível brevidade, a remoção das barreiras comerciais e de me-


Dicesto Econômico

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nível

ou

das

necessidades

existenciais

do

fundamentais

trabalhador,

po

Surgiram assim as fórmulas mais hu manas de salário igual para igual es-

dendo cada qual, em função de sua produtividade, elevar êsse nível do

fôrço. E', podemos dizer, uma concilia ção da produtividade com a necessida

salário.

de.

Economia dos Minerais Estratégicos III

A. J. Alves de Souz.\ V — Deckõeí

iutcnuicionnh

recentes

tmxtmxmttitttmtxtxttxittmtxtttnxttxttw

interferindo com a proihição e o O 6Y. A. J. A'i:cs dc Souza, antes dc c.xa-

conurcio de nnncriti.s.

Durante a última Grande Guerra e

depois da v;tór'a das Nações Unidas, 05 principais lídcrc.s políticos do mun do c representantes dessas nações, reu niram-se várias vezes com o objetivo

principal declarado de assegurar a paz à humanidade.

Da primeira dessas reuniões, em

que tomaram ■ parte apenas Frankl n uma

Churchll,

neralogista pub'icou os dados do ano de

19S8 referentes à exportação e importa

por Carta do Atlântico, que teve o

ções de maior vulto dos minerais no

efeito de um toque de clarim anun ciando uma nova aurora de liberdade

intercâmbio comercial.

hoje já estejam quase desvanecidas

balança. Ou então peta diminuição das compras na Inglaterra. Esta t'diima hipótese

Sívia do agrado de Londres, já que os aitigos não enviados para a França poaeriatyi ser dirigidos a mercados mais interessantes, onde a Inglaterra necessita de divisas para suas compras de matérias-primas. Porém, uma diminuição nas exportações britânicas para a França paralisaria parcialmente as indústrias francesas que, nesse caso, teriam de voltar-se para os Estados Unidos, na esperança de obterem forne cimentos sem pagamento imediato,

do Ca

nadá, que são em geral baixas, para de pois transcrever algumas tarifas brasi leiras. Em seguida, aquêlc ilustre mi-

conhecida

indecisos. Subscrcvcram-na posterior mente inúmeros países. E é pena Que

sdmeníe poderia pagar a Inglaterra, sem empréstimos futuros, pelo aumento cm suo exportação de vinhos e perfumes e outros artigos não essenciais que já existem em abundância na Inglaterra, ou de alguns vegetais, que não pesariam muito no

sim como as tarifas aduaneiras

Winston

para os homens, dando nova esperan ça aos desiludidos e novo ânimo aos

. Nos últimos meses o comércio entre a França e a Inglaterra apresentou um 'déficit" de setenta milhões de libras para a França, e neste momento as auto^ 1idades de ambos os países estudam um empréstimo por parte da Inglaterra para o pagamento da diferença, enquanto se procura uma forrna de se equilibrarem as relações econômicas entre os dois países, o que não é tarefa^ fácil. A França

a indústria c.xtmliva, as indústrias básicas

c as indthirias manufaturciras, facilitan do a entrada de matcrias-prmms quan do não e.xisicm no país ou quando c.xistcm cm quantidades insuficientes, as

declaração

D, Rooscvclt c

resultou

minar <i motcria do presente artigo, anaiLwir as tarifas americanas, que protegem

"as esperanças de conseguir um por vir mais auspicioso para o mundo"

que aquela Carta despertou. Entre seus oHos princípios, dois deles, o quarto c o quinto, estipula vam:

"Com o devido respeito às suas

obrigações já existentes, se empe nharão para que todos os Estados,

mover, no campo da economia, a mais ampla colaboração entre *ôdas as nações, com o fim de con

seguir, para todos, melhores con

dições de trabalho, prosperidade econômica e segurança social." Em novembro de 1944 reuniu-se em Rye, Estados Unidos, a Conferência

Econômica Internacional, que, no que se refeie a matérias-pr mas, ofereceu sugestões que eu sintetizo em seguida: 1

- a produção, o tratamento e

grandes ou pequenos, v'toriosos ou

a distr.bu ção de matérias-primas

vencidos, tenham acesso cm igual

deverão ser da responsabilidade da inicativa privada;

dade dc condições ao comércio e

às matérias-primas do mundo, de , que precisam para a sua prosperi dade econômica"; "Desejam pro-

2 — deverá ser promovida, com a possível brevidade, a remoção das barreiras comerciais e de me-


DroESTo

66

Econômico

Diowto Económic©

didas discriminatórias que pertur bam o comércio internadonal de matérias-primas. As barreiras ci tadas foram: tarifas aduaneiras,

quotas, preferencias, embargos, sub sídios, subvenções de exportação, impostos que tinham efeito de ta rifas,"dumping" controle cambial: 3 — deverão ser reabertos, tão de

pressa quanto possível, os merca dos de matérias-primas; 4"— deverão ser organizadas gran des linhas de navegação marítima, com fretes razoáveis; 5 — deverá ser garantido o livre e

igual

acesso

primas tícios ; 6 —

e

ás

de-obra com necessário grau dc especialização; 4 — leis de trabalho e práticas zoáves;

duto na bôca da mina, imposto que é único, sendo 5% para os Governos

5 — mercados que sejam sufici

estaduais e 3% para o Governo Fe

entemente amplos e atingíveis; 6 — sistemas fiscais e regula

deral.

mentos administrativos que per

dos e de câmbio, essas providências

administrativas cquitativas e ra-

Quanto à acessibilidade de merca

mitam ao capital um lucro ade

não dependem só de nós. Como vi

quado, que possa ser movimenta

mos, o comércio internacional de mi

do;

nérios é complexo e nêlc intervém interesses poderosos, reunidos em as

7 — acesso, em iguais condições e sem restrições, ao Câmbio ex terno, suficiente para formar nu

matérias-

merário para juros e pagamen

alimen

tos de amortizações e dividen

gêneros

çáo; o ímpóslo atual sòbic minera ção é de 8% sôbrc o valor do pro

sociações dc diversos t';pos, de que fazem parte até Governos. Só acor dos leais poderão afastar os empeci lhos que tais organizações oferecem.

No que toca a tar-fas aduaneiras, es tá agora a Conferência dc Comércio e Emprêgo reunida em Genebra, tra tando do assunto, afigurando-se-mc

dos;

deverão ser intensifi

cados os estudos e pesqui sas de novos usos das matérias-

8 — custo

de produção, por

unidade, que permita negócios lucrativos.

terrivelmente difícil e talvez sem solução equitativa o pro

primas, colaborando para atingir dústria, as Universidades e os Go

No que se refere a matérias-primas minerais, já vimos, pela transcrição

vernos.

feita em outra parte dos dispositivos

esse objetivo a agricultura, a in

Quanto à "Industrialização 'de Áreas Novas" a Conferência de Rye, con^derando necessário que os países mais adiantados industrialmente au xiliem as justas ambições dos menos

adiantados, concorrendo com capital e

da Constituição de 1946, que nada im

ros e dividendos, só podere mos fazer se tivermos possi bilidade de vender nossas mercadorias nos mercados exteriores

enunciados e sugeridos pela Confe

rência de Rye. Isto, naturalmente, no Nossa Constituição institui, como regra geral, que a exploração de nos sos recursos minerais deverá ser fei

ta por particulares, não excluindo os estrangeiros quando reunidos em so ciedades; dispomos de fontes de ma téria-prima mineral e de energia, principalmente energia hidráulica, que, sem a menor sombra de dúvida, poderão ser exploradas economicamen te; a Constituição (art. IS, inciso III e § 2P) estatui para os minerais o re gime do imposto únic'0, o que facilita os regulamentos fiscais sobre minera-

2 — fontes adequadas e suficien

tes para produção econômica de energia;

3 — disponibilidade

de

direção,

nacional ou estrangeira, e de mão-

g se estes não adotarem medidas de bloqueio e congelamento dos crédi

que depende de nosso país.

sucesso daqueles países na expansão

1 — matérias-primas em qualida de e quantidade adequadas, a pre ços de concorrência;

Quanto à exportação de ju

pede a realização dos objetivos a<dma

experiência técnica, reconheceu que o industrial depende de:

blema que lhe está afeto.

tos que nêles tivermos. Mas, para tratar do problema, está constituída e trabalhando a Comissão de Investi

versidade de

Ouro Preto, pela am

pliação da atual Escola dc Minas e

Metalurgia da Universidade do Bra sil.

Daqui partiram, também, sem en contrar eco, recomendações insisten

tes para ser dado ao Departamento Nacional da Produção Mineral o ne

cessário desenvolvimento. E, nesse sentido, ainda foi mais longe o Con selho Nacional dc Minas e Metalur

gia, propondo a criação do Ministério de Minas e Energia.

Quanto à organização de estatísti

cas detalhadas relativas a matérias-

primas,

também

recomendada

pela

Conferência de Rye e quanto ao es

tudo e fiscalização do co mércio de minerais, também

êste Conselho já se pronun ciou, organizando projeto de lei que, aceito pelo Govêriio, se

transformou

no

decTeto-

lei n. 6.636 de 28-6-44. Mas até agora não foi possível organizar os serviços previstos nesse decreto-lei. E a complexidade do comércio de mi

nerais exige que homens capazes in tegrados em uma organização capaz,

mentos presidida pelo sr. Ministro da

o estudem cuidadosamente, o obser vem de perto e lhe acompanhem os

Agricultura.

meandros. Não foi por fantasia nem

Quanto a estudo de novos usos ■le

(

dação de extrema utilidade, que foi aprovada pelo Govêrno, mas que não teve continuação: a de se criar a Uni

nossas matérias-primas e dos proces sos que devemos utilizar para sua ex

ploração e sua industrialização, deve

pelo desejo de criar órgãos que êste Conselho propôs o que figura no de creto-lei n. 6.636 citado.

Alem daquelas provMências, 'seria

mos, sem dúvida, envidar todos os es forços para sua intensificação. E, no que se refere a matérias-primas mine

a meu ver de grande interêsse que, junto às nossas embaixadas ou repre sentações diplomáticas nos principais

rais e seu aproveitamento, partiu des

consumidores reais ou potenciais de

te Conselho uma primeira recomen

nossos produtos minerais, tivéssemos


DroESTo

66

Econômico

Diowto Económic©

didas discriminatórias que pertur bam o comércio internadonal de matérias-primas. As barreiras ci tadas foram: tarifas aduaneiras,

quotas, preferencias, embargos, sub sídios, subvenções de exportação, impostos que tinham efeito de ta rifas,"dumping" controle cambial: 3 — deverão ser reabertos, tão de

pressa quanto possível, os merca dos de matérias-primas; 4"— deverão ser organizadas gran des linhas de navegação marítima, com fretes razoáveis; 5 — deverá ser garantido o livre e

igual

acesso

primas tícios ; 6 —

e

ás

de-obra com necessário grau dc especialização; 4 — leis de trabalho e práticas zoáves;

duto na bôca da mina, imposto que é único, sendo 5% para os Governos

5 — mercados que sejam sufici

estaduais e 3% para o Governo Fe

entemente amplos e atingíveis; 6 — sistemas fiscais e regula

deral.

mentos administrativos que per

dos e de câmbio, essas providências

administrativas cquitativas e ra-

Quanto à acessibilidade de merca

mitam ao capital um lucro ade

não dependem só de nós. Como vi

quado, que possa ser movimenta

mos, o comércio internacional de mi

do;

nérios é complexo e nêlc intervém interesses poderosos, reunidos em as

7 — acesso, em iguais condições e sem restrições, ao Câmbio ex terno, suficiente para formar nu

matérias-

merário para juros e pagamen

alimen

tos de amortizações e dividen

gêneros

çáo; o ímpóslo atual sòbic minera ção é de 8% sôbrc o valor do pro

sociações dc diversos t';pos, de que fazem parte até Governos. Só acor dos leais poderão afastar os empeci lhos que tais organizações oferecem.

No que toca a tar-fas aduaneiras, es tá agora a Conferência dc Comércio e Emprêgo reunida em Genebra, tra tando do assunto, afigurando-se-mc

dos;

deverão ser intensifi

cados os estudos e pesqui sas de novos usos das matérias-

8 — custo

de produção, por

unidade, que permita negócios lucrativos.

terrivelmente difícil e talvez sem solução equitativa o pro

primas, colaborando para atingir dústria, as Universidades e os Go

No que se refere a matérias-primas minerais, já vimos, pela transcrição

vernos.

feita em outra parte dos dispositivos

esse objetivo a agricultura, a in

Quanto à "Industrialização 'de Áreas Novas" a Conferência de Rye, con^derando necessário que os países mais adiantados industrialmente au xiliem as justas ambições dos menos

adiantados, concorrendo com capital e

da Constituição de 1946, que nada im

ros e dividendos, só podere mos fazer se tivermos possi bilidade de vender nossas mercadorias nos mercados exteriores

enunciados e sugeridos pela Confe

rência de Rye. Isto, naturalmente, no Nossa Constituição institui, como regra geral, que a exploração de nos sos recursos minerais deverá ser fei

ta por particulares, não excluindo os estrangeiros quando reunidos em so ciedades; dispomos de fontes de ma téria-prima mineral e de energia, principalmente energia hidráulica, que, sem a menor sombra de dúvida, poderão ser exploradas economicamen te; a Constituição (art. IS, inciso III e § 2P) estatui para os minerais o re gime do imposto únic'0, o que facilita os regulamentos fiscais sobre minera-

2 — fontes adequadas e suficien

tes para produção econômica de energia;

3 — disponibilidade

de

direção,

nacional ou estrangeira, e de mão-

g se estes não adotarem medidas de bloqueio e congelamento dos crédi

que depende de nosso país.

sucesso daqueles países na expansão

1 — matérias-primas em qualida de e quantidade adequadas, a pre ços de concorrência;

Quanto à exportação de ju

pede a realização dos objetivos a<dma

experiência técnica, reconheceu que o industrial depende de:

blema que lhe está afeto.

tos que nêles tivermos. Mas, para tratar do problema, está constituída e trabalhando a Comissão de Investi

versidade de

Ouro Preto, pela am

pliação da atual Escola dc Minas e

Metalurgia da Universidade do Bra sil.

Daqui partiram, também, sem en contrar eco, recomendações insisten

tes para ser dado ao Departamento Nacional da Produção Mineral o ne

cessário desenvolvimento. E, nesse sentido, ainda foi mais longe o Con selho Nacional dc Minas e Metalur

gia, propondo a criação do Ministério de Minas e Energia.

Quanto à organização de estatísti

cas detalhadas relativas a matérias-

primas,

também

recomendada

pela

Conferência de Rye e quanto ao es

tudo e fiscalização do co mércio de minerais, também

êste Conselho já se pronun ciou, organizando projeto de lei que, aceito pelo Govêriio, se

transformou

no

decTeto-

lei n. 6.636 de 28-6-44. Mas até agora não foi possível organizar os serviços previstos nesse decreto-lei. E a complexidade do comércio de mi

nerais exige que homens capazes in tegrados em uma organização capaz,

mentos presidida pelo sr. Ministro da

o estudem cuidadosamente, o obser vem de perto e lhe acompanhem os

Agricultura.

meandros. Não foi por fantasia nem

Quanto a estudo de novos usos ■le

(

dação de extrema utilidade, que foi aprovada pelo Govêrno, mas que não teve continuação: a de se criar a Uni

nossas matérias-primas e dos proces sos que devemos utilizar para sua ex

ploração e sua industrialização, deve

pelo desejo de criar órgãos que êste Conselho propôs o que figura no de creto-lei n. 6.636 citado.

Alem daquelas provMências, 'seria

mos, sem dúvida, envidar todos os es forços para sua intensificação. E, no que se refere a matérias-primas mine

a meu ver de grande interêsse que, junto às nossas embaixadas ou repre sentações diplomáticas nos principais

rais e seu aproveitamento, partiu des

consumidores reais ou potenciais de

te Conselho uma primeira recomen

nossos produtos minerais, tivéssemos


Dicesto

68

um representante para o comércio de minerais, escolhido com critério par i informar e orientar o nosso Governo e também para procurar facilitar a colocação de nossos produtos. E, ainda com referência às conclu

sões da Conferência de Rye, devería mos esforçar-nos para que os consu midores estrangcTos de nossas maté rias-primas minerais admit'ssem com prar pelo menos parte desses mine rais Como produtos já industrializados.

Neste caso estão, por exemplo, o mi nério de manganês e o quartzo. Para êste último, o Conselho já concorreu para o fim objetivado, propondo a

eliminação do imposto, de importação nos Estados Unidos e outros países, sobre o quartzo cortado em "blanks". Outra conferência internacional

ção de altos níveis de ocupação do trabalho c de renda real e para o

desenvolvimento

nos Estados

capacidade

tica económca."

O Brasil subscreveu $150.000.000,00 nesse Fundo. Foi o país latino-ameri

cano que ma's subscreveu, sendo que a Argentina, ao que me parece, não

subscreveu qualquer quantia. As finalidades do Banco Internaci^^nal de Reconstruç.ão e Desenvolvi mento são, entre outras, as segu ntes: "Auxiliar

a

reconstruçcão

e

de

senvolvimento dos territórios dos

membros, facilitando a inversão de cap-tais para finalidades

produtivas, inclusive a restau ração das econornias destruídas ou desarticuladas pela guerra, a reconversão dos meios pro

Uni

dos, um pouco antes da de Rye. Foi a de Bretton Woods, reu nida em julho de 1944. Essa foi designada como Conferên cia Monetária e Financeira das Na ções Unidas.

da

produtiva de todos os membros, como objetivos precípuos da polí

de caráter econômico se reuni ra, também

EcoNÓAnco

Dicesto EcoNÓAnco

69

O Brasil, como membro do Fundo •Monetário, é membro do Banco Inter

nacional de Rccon.stnição c Deseuvolvimento, tendo, portanto, direito de se valer de seus serviços. Outra reunião internacional tevc lu. gar em São Francisco, Estados Uni dos, cm junho dc 1945. Aprovou ela a Carta das Nações Unidas, com a constituição da Assembléia Geral dessas nações, seu Conselho dc Segu rança c seu Conselho Econômico c Social. Organizou também o Estatu

"Promover a inversão de capitais

Banco Internacional de Reconstrução

particulares estrangeiros mediante

e Desenvolvimento.

garantias ou mediante a partic'pação de empréstimos e de outras

América à

Carta co

Quanto fio desenvolvimento indus trial. a Conferência reproduziu, de um modo geral, os princípios esposados na Conferência de Rye c outros, den tre os (jimis destaco os seguintes:

ticipação, não

tro de ""1 espírito dc coopera

ção internacional c estão da

a respeito dêles à Assembléia Geral. Houve, também, a Conferência Interamericana

sobre

Problemas

das empresas

das ao Conselho Econômico e Social atribuições de estudos

cos e de apresentar resoluções

e recursos dos países menos de

da

.Atlântico.

solver qs problemas econômicos den

gerais dos problemas econômi

senvolvidos."

.•\ Conferência reafirmou a adesão

dos países

das, reafirmações dc propósito dc re

tico e não dc caráter econômico. Há, entretanto, na Carta das Nações Uni

po de paz e o apoio ao desen

Nessa Conferência foram criados o Fundo Monetário Internacional e o

vos do continente."

".As inversões dc capitais estran geiros em empresas privadas das Repúblicas americanas deverão de preferência efotuar-se de mo do cjue assegurem ao capital na cional uma justa c adequada par

to da Corte Internacional dc Justiça. A Conferência foi de caráter polí

dutores às necess-dades de tem

volvimento dos meios produtores

condições de vida de todos os po

de

Guerra e da Paz — Conferência de

Chapultepcc — reunida na capital do

na

formação

mas também na

direção das mesmas; e que ditas inversões, como regra geral, não desloquem os capitais nacionais das indústrias, negócios e atr/idades econômicas já existentes.*' "-As Repúblicas americanas pro dutoras de bens de produção (ma quinaria. equipamento, meios de transporte, ferramentas, etc.) se empenharão, uma vez terminadas as

são, além de promover a cooperação

inversões

monetária internacional e auxil ar um

particulares; e quando não houver

México em fevereiro de 1945. • Foi firmada, nessa Conferência, uma Declaração, por todos os Esta dos da América, na qual, entre ou

capitais particulares d'sponível<? razoáveis, suplemciuar

tros, ficou exposto o seguinte* prin

trialização ou o fomento e explora

cípio:

ção dos recursos naturais dos demais

As finalidades do Fundo Monetár'o

sistema multilateral, os pagamentos nas

transações

correntes

entre

os

feitas

por

cap talistas

condições

seus membros e elimmar restrições

as

sobre o câmbio exterior, "Facilitar a expansão e o desen

cendo, em condições convenieníes, capitais para finardades produti vas, capitais êsses que serão pro

volvimento equdibrado de comér cio internacional, contribuindo as

venientes de seus própr-os fundos de fundos levantados por êle, e de

sim para a produção e manutcn-

outros recursos."

inversões

hostilidades, em satisfazer, em con

dições favoráveis, a preços justos e sem discriminação alguma, os pedi dos de tais i)ens que exija a indus

países amcr'canos." "As Repúbli

part culares, forne "Os Estados americanos cons-de-

cas americanas intensificarão sua

ram necessária a justa coordena ção dc todos os interêsses pa'*a

cooperação no adestramento «ie pessoal técnico que exija seu de-

criar uma economia de abundân

.'■envolvimcnto

cia, na qual se aproveitem os re

tercâmbio de peritos* téc"nicos de

cursos naturais e o trabalho

todos os ramos e no de tôda clas

mano com

o

fim

de

elevar

hu as

econônr"co,

no

in

se de informação técnica ou estra-


Dicesto

68

um representante para o comércio de minerais, escolhido com critério par i informar e orientar o nosso Governo e também para procurar facilitar a colocação de nossos produtos. E, ainda com referência às conclu

sões da Conferência de Rye, devería mos esforçar-nos para que os consu midores estrangcTos de nossas maté rias-primas minerais admit'ssem com prar pelo menos parte desses mine rais Como produtos já industrializados.

Neste caso estão, por exemplo, o mi nério de manganês e o quartzo. Para êste último, o Conselho já concorreu para o fim objetivado, propondo a

eliminação do imposto, de importação nos Estados Unidos e outros países, sobre o quartzo cortado em "blanks". Outra conferência internacional

ção de altos níveis de ocupação do trabalho c de renda real e para o

desenvolvimento

nos Estados

capacidade

tica económca."

O Brasil subscreveu $150.000.000,00 nesse Fundo. Foi o país latino-ameri

cano que ma's subscreveu, sendo que a Argentina, ao que me parece, não

subscreveu qualquer quantia. As finalidades do Banco Internaci^^nal de Reconstruç.ão e Desenvolvi mento são, entre outras, as segu ntes: "Auxiliar

a

reconstruçcão

e

de

senvolvimento dos territórios dos

membros, facilitando a inversão de cap-tais para finalidades

produtivas, inclusive a restau ração das econornias destruídas ou desarticuladas pela guerra, a reconversão dos meios pro

Uni

dos, um pouco antes da de Rye. Foi a de Bretton Woods, reu nida em julho de 1944. Essa foi designada como Conferên cia Monetária e Financeira das Na ções Unidas.

da

produtiva de todos os membros, como objetivos precípuos da polí

de caráter econômico se reuni ra, também

EcoNÓAnco

Dicesto EcoNÓAnco

69

O Brasil, como membro do Fundo •Monetário, é membro do Banco Inter

nacional de Rccon.stnição c Deseuvolvimento, tendo, portanto, direito de se valer de seus serviços. Outra reunião internacional tevc lu. gar em São Francisco, Estados Uni dos, cm junho dc 1945. Aprovou ela a Carta das Nações Unidas, com a constituição da Assembléia Geral dessas nações, seu Conselho dc Segu rança c seu Conselho Econômico c Social. Organizou também o Estatu

"Promover a inversão de capitais

Banco Internacional de Reconstrução

particulares estrangeiros mediante

e Desenvolvimento.

garantias ou mediante a partic'pação de empréstimos e de outras

América à

Carta co

Quanto fio desenvolvimento indus trial. a Conferência reproduziu, de um modo geral, os princípios esposados na Conferência de Rye c outros, den tre os (jimis destaco os seguintes:

ticipação, não

tro de ""1 espírito dc coopera

ção internacional c estão da

a respeito dêles à Assembléia Geral. Houve, também, a Conferência Interamericana

sobre

Problemas

das empresas

das ao Conselho Econômico e Social atribuições de estudos

cos e de apresentar resoluções

e recursos dos países menos de

da

.Atlântico.

solver qs problemas econômicos den

gerais dos problemas econômi

senvolvidos."

.•\ Conferência reafirmou a adesão

dos países

das, reafirmações dc propósito dc re

tico e não dc caráter econômico. Há, entretanto, na Carta das Nações Uni

po de paz e o apoio ao desen

Nessa Conferência foram criados o Fundo Monetário Internacional e o

vos do continente."

".As inversões dc capitais estran geiros em empresas privadas das Repúblicas americanas deverão de preferência efotuar-se de mo do cjue assegurem ao capital na cional uma justa c adequada par

to da Corte Internacional dc Justiça. A Conferência foi de caráter polí

dutores às necess-dades de tem

volvimento dos meios produtores

condições de vida de todos os po

de

Guerra e da Paz — Conferência de

Chapultepcc — reunida na capital do

na

formação

mas também na

direção das mesmas; e que ditas inversões, como regra geral, não desloquem os capitais nacionais das indústrias, negócios e atr/idades econômicas já existentes.*' "-As Repúblicas americanas pro dutoras de bens de produção (ma quinaria. equipamento, meios de transporte, ferramentas, etc.) se empenharão, uma vez terminadas as

são, além de promover a cooperação

inversões

monetária internacional e auxil ar um

particulares; e quando não houver

México em fevereiro de 1945. • Foi firmada, nessa Conferência, uma Declaração, por todos os Esta dos da América, na qual, entre ou

capitais particulares d'sponível<? razoáveis, suplemciuar

tros, ficou exposto o seguinte* prin

trialização ou o fomento e explora

cípio:

ção dos recursos naturais dos demais

As finalidades do Fundo Monetár'o

sistema multilateral, os pagamentos nas

transações

correntes

entre

os

feitas

por

cap talistas

condições

seus membros e elimmar restrições

as

sobre o câmbio exterior, "Facilitar a expansão e o desen

cendo, em condições convenieníes, capitais para finardades produti vas, capitais êsses que serão pro

volvimento equdibrado de comér cio internacional, contribuindo as

venientes de seus própr-os fundos de fundos levantados por êle, e de

sim para a produção e manutcn-

outros recursos."

inversões

hostilidades, em satisfazer, em con

dições favoráveis, a preços justos e sem discriminação alguma, os pedi dos de tais i)ens que exija a indus

países amcr'canos." "As Repúbli

part culares, forne "Os Estados americanos cons-de-

cas americanas intensificarão sua

ram necessária a justa coordena ção dc todos os interêsses pa'*a

cooperação no adestramento «ie pessoal técnico que exija seu de-

criar uma economia de abundân

.'■envolvimcnto

cia, na qual se aproveitem os re

tercâmbio de peritos* téc"nicos de

cursos naturais e o trabalho

todos os ramos e no de tôda clas

mano com

o

fim

de

elevar

hu as

econônr"co,

no

in

se de informação técnica ou estra-


Dicesto

70

tégica, reconheceüdo-se a conve niência de facilitar o uso recípro co das patentes de invenção ne cessárias

ao

desenvolvimento

in

dustrial dos países americanos."

Como se verifica pelas transcrições feitas de partes de documentos oficiais

Econóaqco

that great strugglc are being lost in the inorass of stupidity, sclfishncss and cupidíty which unfortunately is still the most conspicuous adornment

of

thc

huinan

race.

Perhaps it is too soon to expect the blessing which are supposed

possível ao mundo encontrar o cami

to appear in a peacefui world and we are clouded with a pessimisin engendered by the conflict itself in which ali activítics tend to enhance the naturally pessimistic nature of

nho da paz e da vida feliz.

man.

e solenes, foi possível, na premência da guerra, reconhecerem os homens que

só na cooperação leal e franca seria

Deveremos supor ou concluir que só a guerra é capaz de reunir cs homens

num grande esfòrço comum para atin

gir o alto objetivo que é a paz e que, atingida essa meta, sejam êles incapa zes de se harmonizarem para mante-la?

Rewrdo aqui as palavras -proferidas pelo Prof. Edward Steidle, delegado dos Estados Unidos da América ao 2.° Congresso Panamericano de Engenha ria de Minas e Geologia, reunido cm Petropolis em outubro do ano passa do, no notável discurso que pronunciou em sua sessão inaugural;

"We must be mindful in pur Congress deliberations that we are li ving in an imprecedent era, that we

are

amidst dramatic

world

The' war demonstratecl that when

faced with a common danger peoples differing in antecedents, language, forms oí govcrnment and resources can unit for a time,

pool their skilles and abilities, and emerge victorious from a contest unparalleled

in

magnitude, ruth-

lessness, carnagc wastc and cost.

This has been accomplishcd by great individual and national sacrifices, submerging of local ambition and development of the will

and determination to win a victo-

ry which will permit freeman to clevelop the form of governme.nt and society in which the rights of the individual are respected. Such

a society utílizing the progress made by sCience has within its

events; that hemisphere solfdarii^y

gasp the possibility of forming a

was crystallized by the Act ot Chapultepec; that "equal vote"

structure

does not guarantee world securi-

in which

standards of

living security and intelectual de velopment can risc to unlimited

ty; that wishful thinking is dangerous and tragic; that we must get

Utopia,

to know thc real innermost facts. The immediate post-war world

However, win victory, the com mon objective abtained, we are now

has not provided the Utopia of

witnessing the rapíd desintemation

heights. This could be the true the

ideal

environment

peace and prosperity of which we

of common effort and the emcr-

have dreamed. In fact, it seems

gence of trivalries and suspicions. It is painfully apparent that we

that the saCrifices and wastage of

Dioksto Econômico

71

'are not capable of the efforts ncccssary to win thc prizcs of pcacc that we exibit when faced with tiie

dangers of war." £, mais adiante: "The adjustment of mineral indus

tries to a post war world prescnts

ledge that common hazards must be met with a common front. No man can live alone and no couu-

try can live alone. In thc problem ncarcst to us, thosc of the mine-

ral industries, let us maintain a common front for the mutual be-

ccrtain difíicultics which must bc

nefit of ali.

approached from the viewpoint ot

1 — The world and the public as

5 — Greater understanding can be achieved through Congrcss, teclmical Conferenccs, exchange professors, students, technologists and last, but by no means least,

a whole must be made more mlne-

skilled technicians."

a practical solution if they are Io be solvcd at ali. Five siderations are:

basic con-

ral-conscious. This is nccessary if wc are to practice thc conscrvation in prcduction and utilization which

No 2.® Congresso Panamericano de

Engenharia de Minas e Geologia, alem

will become increasingly necessary

de outras resoluções, foram aprovadas

as time goes on. It is also necessa ry if we are to insure the mineral

as seguintes:

industries the protcction and sup-

port which is their due.

O 2.° Congresso Panamericauõ de Engenharia de Minas e Geolo

2 — Educate the trainedmen. We

gia, considerando:

do not have enough trained technologists or workers in the fielJ

ses americanos levantar o nível de

discovery, prcduction and proccssing. The demand for such men will grow as industrializalion

spreads over greater areas of the

earth's surface. The

quality

nf

training must improve if we are to keep abreast of the advance of science and apply these advanccs to the be.st interest of mankind.

1

que é deseje de todos os paí

vida de seus nacionais; 2 — que a industrialização crescente e a ampliação do comércio ex

terno são caminhos que rapida mente conduzem a essa elevação do nível de vida, de tal maneira que um país escassamente povoa

do, cOmo o Canadá, mas grande mente industrializado e capaz de

3 — Expand our knowledge of the fundamentai .properties of mine

um amplo comércio exterior, dis

rais. In spite of the centuries in

which minerais have been useJ,

no mercado americano superior ao da América Latina não industria

and the immense advances made

lizada e capaz dc relações comer

põe de um poder de compra aniial

in the past SO years, we still know

ciais externas ainda fracas;

little about their fundamental properties or the manner and ex-

3 — que a semi-mantífatura de cer

tcnt that such properties can í?e

antes de exporta-los, reduz-lhes o

made serviceable to society.

peso e amplia-lhes o valor, desta

4 — Maintain the war-won know

maneira economizando, ainda, es-

tos minerais que a isso se prestam


Dicesto

70

tégica, reconheceüdo-se a conve niência de facilitar o uso recípro co das patentes de invenção ne cessárias

ao

desenvolvimento

in

dustrial dos países americanos."

Como se verifica pelas transcrições feitas de partes de documentos oficiais

Econóaqco

that great strugglc are being lost in the inorass of stupidity, sclfishncss and cupidíty which unfortunately is still the most conspicuous adornment

of

thc

huinan

race.

Perhaps it is too soon to expect the blessing which are supposed

possível ao mundo encontrar o cami

to appear in a peacefui world and we are clouded with a pessimisin engendered by the conflict itself in which ali activítics tend to enhance the naturally pessimistic nature of

nho da paz e da vida feliz.

man.

e solenes, foi possível, na premência da guerra, reconhecerem os homens que

só na cooperação leal e franca seria

Deveremos supor ou concluir que só a guerra é capaz de reunir cs homens

num grande esfòrço comum para atin

gir o alto objetivo que é a paz e que, atingida essa meta, sejam êles incapa zes de se harmonizarem para mante-la?

Rewrdo aqui as palavras -proferidas pelo Prof. Edward Steidle, delegado dos Estados Unidos da América ao 2.° Congresso Panamericano de Engenha ria de Minas e Geologia, reunido cm Petropolis em outubro do ano passa do, no notável discurso que pronunciou em sua sessão inaugural;

"We must be mindful in pur Congress deliberations that we are li ving in an imprecedent era, that we

are

amidst dramatic

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The' war demonstratecl that when

faced with a common danger peoples differing in antecedents, language, forms oí govcrnment and resources can unit for a time,

pool their skilles and abilities, and emerge victorious from a contest unparalleled

in

magnitude, ruth-

lessness, carnagc wastc and cost.

This has been accomplishcd by great individual and national sacrifices, submerging of local ambition and development of the will

and determination to win a victo-

ry which will permit freeman to clevelop the form of governme.nt and society in which the rights of the individual are respected. Such

a society utílizing the progress made by sCience has within its

events; that hemisphere solfdarii^y

gasp the possibility of forming a

was crystallized by the Act ot Chapultepec; that "equal vote"

structure

does not guarantee world securi-

in which

standards of

living security and intelectual de velopment can risc to unlimited

ty; that wishful thinking is dangerous and tragic; that we must get

Utopia,

to know thc real innermost facts. The immediate post-war world

However, win victory, the com mon objective abtained, we are now

has not provided the Utopia of

witnessing the rapíd desintemation

heights. This could be the true the

ideal

environment

peace and prosperity of which we

of common effort and the emcr-

have dreamed. In fact, it seems

gence of trivalries and suspicions. It is painfully apparent that we

that the saCrifices and wastage of

Dioksto Econômico

71

'are not capable of the efforts ncccssary to win thc prizcs of pcacc that we exibit when faced with tiie

dangers of war." £, mais adiante: "The adjustment of mineral indus

tries to a post war world prescnts

ledge that common hazards must be met with a common front. No man can live alone and no couu-

try can live alone. In thc problem ncarcst to us, thosc of the mine-

ral industries, let us maintain a common front for the mutual be-

ccrtain difíicultics which must bc

nefit of ali.

approached from the viewpoint ot

1 — The world and the public as

5 — Greater understanding can be achieved through Congrcss, teclmical Conferenccs, exchange professors, students, technologists and last, but by no means least,

a whole must be made more mlne-

skilled technicians."

a practical solution if they are Io be solvcd at ali. Five siderations are:

basic con-

ral-conscious. This is nccessary if wc are to practice thc conscrvation in prcduction and utilization which

No 2.® Congresso Panamericano de

Engenharia de Minas e Geologia, alem

will become increasingly necessary

de outras resoluções, foram aprovadas

as time goes on. It is also necessa ry if we are to insure the mineral

as seguintes:

industries the protcction and sup-

port which is their due.

O 2.° Congresso Panamericauõ de Engenharia de Minas e Geolo

2 — Educate the trainedmen. We

gia, considerando:

do not have enough trained technologists or workers in the fielJ

ses americanos levantar o nível de

discovery, prcduction and proccssing. The demand for such men will grow as industrializalion

spreads over greater areas of the

earth's surface. The

quality

nf

training must improve if we are to keep abreast of the advance of science and apply these advanccs to the be.st interest of mankind.

1

que é deseje de todos os paí

vida de seus nacionais; 2 — que a industrialização crescente e a ampliação do comércio ex

terno são caminhos que rapida mente conduzem a essa elevação do nível de vida, de tal maneira que um país escassamente povoa

do, cOmo o Canadá, mas grande mente industrializado e capaz de

3 — Expand our knowledge of the fundamentai .properties of mine

um amplo comércio exterior, dis

rais. In spite of the centuries in

which minerais have been useJ,

no mercado americano superior ao da América Latina não industria

and the immense advances made

lizada e capaz dc relações comer

põe de um poder de compra aniial

in the past SO years, we still know

ciais externas ainda fracas;

little about their fundamental properties or the manner and ex-

3 — que a semi-mantífatura de cer

tcnt that such properties can í?e

antes de exporta-los, reduz-lhes o

made serviceable to society.

peso e amplia-lhes o valor, desta

4 — Maintain the war-won know

maneira economizando, ainda, es-

tos minerais que a isso se prestam


!...

Digesto

72

- paço terrestre e marítimo, objeti vando o -tráfego internacional, Resolve :

Recomendar

aos

Recomenda às nações americanas que dispõem de matérias-primas que se consomem em grande mas

dos

sa, que estudem os problemas de

procurem

seu intercâmbio, de modo a faci litar o melhor aproveitamento dos

Governos

países americanos que

Econômico

mutuamente auxiliar-se na magna

tarefa panamericana de elevar o

meios de transporte, possibilitan

nível de vida do residente no Con

do, ao mesmo tempo, suprimento

tinente e de diminuir, até onde possível, os grandes desníveis

mais regular c econômico, em cir cuito

atualmente existentes entre os pa

da)."

drões de vida dos

nacionais

completo

(viagem

redon

dos

diversos países americanos,, para

.Vc-sc, ass'm, que, mesmo depois

isso buscando com empenho uma

da guerra, os técnicos, cientistas, ju

fórmula de intercâmbio de mine

ristas c economistas da América, que

rais tal que, sempre que o permita a natureza d© mineral, se dê pre

Se dedicam aos problemas de minera ção, ainda se esforçavam por manicr a cooperação interamericana no

ferência, no tráfego internacional dêles, - à forma de produtos semiacabados e até acabados, de tal maneira orientado êsse tráfego que resulte, afinal, em diminuir o cita do desnível de' padrão de vida, for talecendo, por conseqüência, a uni dade americana." E esta outra:

A Industrialização nos Países «Novos» GcnALDO B.-vnasktnvitz

PROBLEMA da induslrialização consti

o tui, há

O autor (Icsfc artigo, repleto de dados

tempos, o lussunto preferido das discussões de nossos homens públi cos. Dos debates travados a respeito no Palacio Tiradcntcs, conclui-se que o "inevitável" choque futuro entre os

estatísticos, colhidos nos boletins da

produtos da indústria estrangeira e os

publicado, entre outros trabalhos, o

da jovem indústria nacional, constitui a base das discussões pró e contra a industrialização do país. Independentemente desses debates,

"Livro das Sociedades Andn/mas".

Sociedade das Nações, Instituto Internaeioníü do Trabalho e Instituto de Pes

quisas Econômicas dc Berlim, ó «m técnico cm assuntos de economia, fcndo

quase sempre acadêmicos, vamos ofere

cundário na \ida nacional.

campo da indústria mineira e das de

cer aos leitores do "Digesto Econômico"

do-nos em e.vpcriências históricas, so

la derivadas, embora já

um estudo que demonstra a evolução

se fossem

Basean-

mos francamente favoráveis à rápida in dustrialização do país, mas sem perder de vista que ôsse progresso deve ser

desvanecendo ss esperanças de que

e os diversos aspectos da industriali

tal dooperação fôsse possível na par

zação, tal como se apresentam nos mais

te do mundo fora do Continente Ame

importantes países depois de 1872-75. O nosso trabalho está baseado principal mente nas estatísticas publicadas pela Sociedade das Nações (Departamento

orientado de forma a uão ferir as tra

Econômico e Financeiro), nas informa

a maior fonte de renda nacional e a base da fortuna particular, é de se es

ricano, como bem mostra o discurso do Prof. Steidle.

Mas é fora de dúvida que, pelo me nos entre os países da América, de

"O 2° Congresso - Panameri(íano de Engenharia de Minas e Geo

ve continuar o esforço por uma coo peração leal e justa para o progres

ções do Instituto Internacional do Tra

logia

so econômico geral.

Instituto de Pesquisas Econômicas de

balho e em dados coligidos pelo antigo Berlim.

Com o material reunido, pretendemos

provar que a industrialização é uma etapa necessária na realização do pro gresso econômico. Os algarismos ofi ciais citados são verdadeiramente sur

dições e os interesses de outras ativida des econômicas.

Num país onde a agricultura ainda é perar que se registre forte oposição à industrialização, que, segundo certos co mentaristas, se processa à custa da agri cultura. Entretanto, os exemplos inter nacionais demonstrarn que nada é mais falso que essa suposiçãoj ao contrário, a expansão industrial estimula a produ

ção agrícola, com a substituição, pela

preendentes; demonstram claramente que à industrialização se sucedem o

de-obra. Os Estados Unidos constituem

aumento da riqueza nacional, do nível

um exemplo eloqüente do que acabamos

de vida e da instrução geral do povo, e

de dizer; sem perder sua tradicional es trutura agrícola, êsse país desenvolveu

— "last but not least" — um considerá vel

desenvolvimento

da

fôrça militar da nação. As nações

econòmicamente

pobres são as que relegam a indústria a um plano se-

mecanização, de uma boa parte da mão-

a mais formidável organi zação industrial do globo, assegurando à agricultura mercados onde seus pro dutos podéni alcançar


!...

Digesto

72

- paço terrestre e marítimo, objeti vando o -tráfego internacional, Resolve :

Recomendar

aos

Recomenda às nações americanas que dispõem de matérias-primas que se consomem em grande mas

dos

sa, que estudem os problemas de

procurem

seu intercâmbio, de modo a faci litar o melhor aproveitamento dos

Governos

países americanos que

Econômico

mutuamente auxiliar-se na magna

tarefa panamericana de elevar o

meios de transporte, possibilitan

nível de vida do residente no Con

do, ao mesmo tempo, suprimento

tinente e de diminuir, até onde possível, os grandes desníveis

mais regular c econômico, em cir cuito

atualmente existentes entre os pa

da)."

drões de vida dos

nacionais

completo

(viagem

redon

dos

diversos países americanos,, para

.Vc-sc, ass'm, que, mesmo depois

isso buscando com empenho uma

da guerra, os técnicos, cientistas, ju

fórmula de intercâmbio de mine

ristas c economistas da América, que

rais tal que, sempre que o permita a natureza d© mineral, se dê pre

Se dedicam aos problemas de minera ção, ainda se esforçavam por manicr a cooperação interamericana no

ferência, no tráfego internacional dêles, - à forma de produtos semiacabados e até acabados, de tal maneira orientado êsse tráfego que resulte, afinal, em diminuir o cita do desnível de' padrão de vida, for talecendo, por conseqüência, a uni dade americana." E esta outra:

A Industrialização nos Países «Novos» GcnALDO B.-vnasktnvitz

PROBLEMA da induslrialização consti

o tui, há

O autor (Icsfc artigo, repleto de dados

tempos, o lussunto preferido das discussões de nossos homens públi cos. Dos debates travados a respeito no Palacio Tiradcntcs, conclui-se que o "inevitável" choque futuro entre os

estatísticos, colhidos nos boletins da

produtos da indústria estrangeira e os

publicado, entre outros trabalhos, o

da jovem indústria nacional, constitui a base das discussões pró e contra a industrialização do país. Independentemente desses debates,

"Livro das Sociedades Andn/mas".

Sociedade das Nações, Instituto Internaeioníü do Trabalho e Instituto de Pes

quisas Econômicas dc Berlim, ó «m técnico cm assuntos de economia, fcndo

quase sempre acadêmicos, vamos ofere

cundário na \ida nacional.

campo da indústria mineira e das de

cer aos leitores do "Digesto Econômico"

do-nos em e.vpcriências históricas, so

la derivadas, embora já

um estudo que demonstra a evolução

se fossem

Basean-

mos francamente favoráveis à rápida in dustrialização do país, mas sem perder de vista que ôsse progresso deve ser

desvanecendo ss esperanças de que

e os diversos aspectos da industriali

tal dooperação fôsse possível na par

zação, tal como se apresentam nos mais

te do mundo fora do Continente Ame

importantes países depois de 1872-75. O nosso trabalho está baseado principal mente nas estatísticas publicadas pela Sociedade das Nações (Departamento

orientado de forma a uão ferir as tra

Econômico e Financeiro), nas informa

a maior fonte de renda nacional e a base da fortuna particular, é de se es

ricano, como bem mostra o discurso do Prof. Steidle.

Mas é fora de dúvida que, pelo me nos entre os países da América, de

"O 2° Congresso - Panameri(íano de Engenharia de Minas e Geo

ve continuar o esforço por uma coo peração leal e justa para o progres

ções do Instituto Internacional do Tra

logia

so econômico geral.

Instituto de Pesquisas Econômicas de

balho e em dados coligidos pelo antigo Berlim.

Com o material reunido, pretendemos

provar que a industrialização é uma etapa necessária na realização do pro gresso econômico. Os algarismos ofi ciais citados são verdadeiramente sur

dições e os interesses de outras ativida des econômicas.

Num país onde a agricultura ainda é perar que se registre forte oposição à industrialização, que, segundo certos co mentaristas, se processa à custa da agri cultura. Entretanto, os exemplos inter nacionais demonstrarn que nada é mais falso que essa suposiçãoj ao contrário, a expansão industrial estimula a produ

ção agrícola, com a substituição, pela

preendentes; demonstram claramente que à industrialização se sucedem o

de-obra. Os Estados Unidos constituem

aumento da riqueza nacional, do nível

um exemplo eloqüente do que acabamos

de vida e da instrução geral do povo, e

de dizer; sem perder sua tradicional es trutura agrícola, êsse país desenvolveu

— "last but not least" — um considerá vel

desenvolvimento

da

fôrça militar da nação. As nações

econòmicamente

pobres são as que relegam a indústria a um plano se-

mecanização, de uma boa parte da mão-

a mais formidável organi zação industrial do globo, assegurando à agricultura mercados onde seus pro dutos podéni alcançar


P*!'

DrcKSTO EcoNÓsnco Dicesto

74

75

Econômico

preços compensadores. O nível de vida

blema sob um aspecto objetivo, rca)-

Mídia

E. tl. A.

IlOSSIA

CANADA

lACAO

iNDlA

do povo norte-amerícanp é um dos mais

mendando a industrialização somente

doi anos

18]

(0)

[i»I

111»

1121

elevados do mundo. A situação é aná

em certos setores, nos quais, sob todo.s os aspectos econômicos, ela represen

1.0 1.4 2.3

0.6

12.3

1.2

1,1 1.1

11.9

47.8

2.4

2.5

1.2

13,2

2,0

3.5

1.4

12,2

55.8 69,8

loga nos domínios britânicos. De certa

forma a Argentina demonstra também

te uma vantagem à nação.

1870 1890-1900 1913

23,3 30.1

1926-1929

35,8 42.2

1936-1938

32.2

3.7 5.0

5,5

Países Novos

^Htros Países

(8-13)

(131

28.0

35,5

característicos que a aproximam econòmicamente dêsses países anglo-saxões. Se bem que partamos do ponto de vista acima exposto, de que a indus trialização é, "a priori", um fator de

globo, que os seguintes quadros demons

progresso e o verdadeiro criador da ri

trativos da distribuição da produção in

Os "países novos", como se verifi ca dêste quadro, registram um avan-

queza nacional, apresentaremos o pro

dustrial:

ç-o proporcional ao recuo apresentado

Europa Ocidental — 2,6%

pelos países europeus. Mas estão longe

Outros países europeus — 6,2%

EVOLUÇÃO MUNDIAL A PARTIR DE 1870

de se assemelharem às evoluç^ões sofri

Domínios britânicos (com exceção

Produção manufatureira

8-13. Dentre os países abrangidos por

Nada reflete melhor as transformações

sofridas pelo equilíbrio das fôrças polí

4.3 18.5

tico-econômicas das grandes zonas do na 12 as zonas seguintes (anos de 1926-29):

do Canadá) — 2%

das pelos países constantes das colunas V

Inglaterra (1)

Alemanha

31,8 19,5

13,2 16,2

14,0 9,4

15,7 11,6 10,7

1870 1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938

9,2

(2)

França (3) 10,3

Bélgica (4]

7,1 6,4 8,6

2,9 2,2 2.1 1,9

4,5

1,5

Europa Octdenia]

11-4] 58,2

45,4 38,2

29,5 25,7

os Estados Unidos e a Rússia, que, em conjunto, produzem 50,7% do total mun dial, assumindo, assim, a liderança po lítico-econômica do mundo, em poder da Europa Ocidental desde o século passado até às vésperas da primeira guerra mundial. Notam-se ainda, entre os países novos, o Canadá e o Japão, que possuem indústrias de alta eficiên cia, mas de mais recente criação.

Como se vê, o declínio da produção manufatureira

da

Europa

América Latina e outras regiões — 2% As variações dos algarismos relativos

essas colunas, destacam-se, nitidamente,

(em porcentagem: produção mundial =: 1(K)) Média dos anos:

China e Suleste da Ásia — 0,5%

Ocidental

tem sido contínuo, em virtude da queda

à produção industrial demonstram úni-

camente a quota de participação de ca da país no total mundial; no período abrangido pelos últimos oitenta anos, a

produção cresceu fortemente. Assim, a

produção industrial da Inglaterra, cujo %'olume

dial,, caindo de 31,8% a 9,2%.

colunas 12 (índia) e 13 (Outros Países)

O seguinte quadro demonstra clara

da porcentagem da produção britânica.

dizem respeito a países "novos", cuja

mente a situação, confrontando os últi

Eis, agora, os dados referentes aos paí ses semi-industrializados da Europa:

evolução industrial não acompanhou a

mos aumentos da produção industrial com os do comércio e da população do'

Itália

Suécia

Finlândia

(5)

(81

in

1870

2.4

0,4

1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938

2.7

1,1 1,0

2,7 3,3

2,7

1,0 1,3

Demonstra o quadro que continuam a .ser limitadas as flutuações dessas nações

consideràvelmente,

tagem menor em face da produção mun

As

do resto do mundo.

A estatística da

Sociedade das Nações agrupou na colu Média dos anos:

aumentou

passou, entretanto, a representar porcen

0,3 0,3 0,4

0,5

quadro referente à produção dos cha mados "países novos":

globo: 1876-1880=100

Quota de aumento anual desde 1876-80 ATÉ

MÉDIAS DE 1926-29

Produção manufatureira

556

1936-38 740

1926-29

1936-38

3,5%

3,5%

377 288 151

2,6% 2,4%

2,3%

"Quantum" do comércio mundial: de produtos básicos

365

de artigos manufaturados

325

População do globo

139

scjni-industrialúadas. Vejamos agora o .-álàu^

0,7%

1,8% 0,7%


P*!'

DrcKSTO EcoNÓsnco Dicesto

74

75

Econômico

preços compensadores. O nível de vida

blema sob um aspecto objetivo, rca)-

Mídia

E. tl. A.

IlOSSIA

CANADA

lACAO

iNDlA

do povo norte-amerícanp é um dos mais

mendando a industrialização somente

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18]

(0)

[i»I

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1121

elevados do mundo. A situação é aná

em certos setores, nos quais, sob todo.s os aspectos econômicos, ela represen

1.0 1.4 2.3

0.6

12.3

1.2

1,1 1.1

11.9

47.8

2.4

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1.2

13,2

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3.5

1.4

12,2

55.8 69,8

loga nos domínios britânicos. De certa

forma a Argentina demonstra também

te uma vantagem à nação.

1870 1890-1900 1913

23,3 30.1

1926-1929

35,8 42.2

1936-1938

32.2

3.7 5.0

5,5

Países Novos

^Htros Países

(8-13)

(131

28.0

35,5

característicos que a aproximam econòmicamente dêsses países anglo-saxões. Se bem que partamos do ponto de vista acima exposto, de que a indus trialização é, "a priori", um fator de

globo, que os seguintes quadros demons

progresso e o verdadeiro criador da ri

trativos da distribuição da produção in

Os "países novos", como se verifi ca dêste quadro, registram um avan-

queza nacional, apresentaremos o pro

dustrial:

ç-o proporcional ao recuo apresentado

Europa Ocidental — 2,6%

pelos países europeus. Mas estão longe

Outros países europeus — 6,2%

EVOLUÇÃO MUNDIAL A PARTIR DE 1870

de se assemelharem às evoluç^ões sofri

Domínios britânicos (com exceção

Produção manufatureira

8-13. Dentre os países abrangidos por

Nada reflete melhor as transformações

sofridas pelo equilíbrio das fôrças polí

4.3 18.5

tico-econômicas das grandes zonas do na 12 as zonas seguintes (anos de 1926-29):

do Canadá) — 2%

das pelos países constantes das colunas V

Inglaterra (1)

Alemanha

31,8 19,5

13,2 16,2

14,0 9,4

15,7 11,6 10,7

1870 1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938

9,2

(2)

França (3) 10,3

Bélgica (4]

7,1 6,4 8,6

2,9 2,2 2.1 1,9

4,5

1,5

Europa Octdenia]

11-4] 58,2

45,4 38,2

29,5 25,7

os Estados Unidos e a Rússia, que, em conjunto, produzem 50,7% do total mun dial, assumindo, assim, a liderança po lítico-econômica do mundo, em poder da Europa Ocidental desde o século passado até às vésperas da primeira guerra mundial. Notam-se ainda, entre os países novos, o Canadá e o Japão, que possuem indústrias de alta eficiên cia, mas de mais recente criação.

Como se vê, o declínio da produção manufatureira

da

Europa

América Latina e outras regiões — 2% As variações dos algarismos relativos

essas colunas, destacam-se, nitidamente,

(em porcentagem: produção mundial =: 1(K)) Média dos anos:

China e Suleste da Ásia — 0,5%

Ocidental

tem sido contínuo, em virtude da queda

à produção industrial demonstram úni-

camente a quota de participação de ca da país no total mundial; no período abrangido pelos últimos oitenta anos, a

produção cresceu fortemente. Assim, a

produção industrial da Inglaterra, cujo %'olume

dial,, caindo de 31,8% a 9,2%.

colunas 12 (índia) e 13 (Outros Países)

O seguinte quadro demonstra clara

da porcentagem da produção britânica.

dizem respeito a países "novos", cuja

mente a situação, confrontando os últi

Eis, agora, os dados referentes aos paí ses semi-industrializados da Europa:

evolução industrial não acompanhou a

mos aumentos da produção industrial com os do comércio e da população do'

Itália

Suécia

Finlândia

(5)

(81

in

1870

2.4

0,4

1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938

2.7

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1,0 1,3

Demonstra o quadro que continuam a .ser limitadas as flutuações dessas nações

consideràvelmente,

tagem menor em face da produção mun

As

do resto do mundo.

A estatística da

Sociedade das Nações agrupou na colu Média dos anos:

aumentou

passou, entretanto, a representar porcen

0,3 0,3 0,4

0,5

quadro referente à produção dos cha mados "países novos":

globo: 1876-1880=100

Quota de aumento anual desde 1876-80 ATÉ

MÉDIAS DE 1926-29

Produção manufatureira

556

1936-38 740

1926-29

1936-38

3,5%

3,5%

377 288 151

2,6% 2,4%

2,3%

"Quantum" do comércio mundial: de produtos básicos

365

de artigos manufaturados

325

População do globo

139

scjni-industrialúadas. Vejamos agora o .-álàu^

0,7%

1,8% 0,7%


76

Digesto

Econômico

manufaturados,

Desde 1879-80, a produ

um

índice

Digesto Econónoco

verificare

ção aumentou 5 vezes mais

mos

ràpídamente que a popula ção mundial; em outras pa

manecendo em tal distancia

77

PRODUÇÃO E POPULAÇÃO EM 1935

de cresci

Em milhões de dólares

mento de 1,8% apenas. Per

lavras, as forças de que dis

±~1

do grau de crescimento da produção, o comércio mun dial não tem podido asse

põe o homem para a ex

ploração das riquezas da ter ra puderam ser quintuplícadas, graças ao emprego progressivo da máquina. Assinalemos que o principal avanço da produção manufatureira verificou-se entre 1929 e

1938 — período da guerra branca — du rante a qual o índice de aumento foi

gurar uma distribuição equitativa dos produtos manufa turados nas diferentes zonas do globo. Note-se de passagem que as \'agas de protecionismo alfandegário no fim do século e em 1930-32, nos principais

países do mundo, reduziram ai^i-

de 556 a 740.

cia'mente o volume do comércio mun

As importações jamais substituem a produção própria num pais retardado A discrepância entre a evolução da

dial; contudo, mesmo nos tempos nor mais, em que o comércio permaneceu

produção manufatureira e o comércio mundial nos conduz a ensinamentos da

Dividindo o mundo em países de es

mais alta importância. O comércio de produtos básicos (ma térias-primas e produtos alimentícios) cresceu na proporção de 2,3% ao ano, ao passo que o aumento da produção

trutura preponderantemente agrícola e em países industriabzados, pode-se ana lisar melhor o comércio mundial, segun

industrial foi de 3,5%. Se examinarmos

seguinte

isoladamente o comércio de produtos

1935 ).•

do a origem e o destino do intercâmbio. Esta

divisão

do

S = "ra

«

1-E.U.A

Países agrícolas

^

H*

!1

-Tt +

+^ 1 a

ra w*

5*

õl

U-

ã

=•

cS

120.0

- 1.0

31.5

30.5

- 8

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- 1.9

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- 42

3—Alemanlia 4 — Domínios britâni

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+ 1.1 - 1.0

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cos

6 —Ses países indus trializados (x) .. trializados (xx) .. Itália

9 — japão 10 — U n i ã o

tica (xxx)

6Ci3 b. 3

254 112

- 23

262 154 134

111

4.1 3.9

4- 44

120

- 25

121

164 96

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46 62

80 60

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3

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— 0.2

Sov"é-

11 — índia c China . . 12—Resto do mundo .

o la 6-"

1

7 —Oito países indus 8

3 a o s

2a2 — -s

2—Inglaterra

5—França

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O)

^

541.0

1 4- 3.3

1

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3

13

ao "ano de (x) — Áustria, Bélgica, Holanda, Suécia, Suíça, Checos'ováquia. (xx) r- Argentina, Chile, Cuba, Dinamarca, Irlanda, Finlândia, Malásia britânica

Impnrl, de mnnuloliiras (milliíles

do dúlnrcs]

e Noruega. (xxx) — Algarismos de 1930. Idem «per cap la* [dólares]

444

79%

1.600

3,6

1.651

21%

3.000

1.8

Da popu ação do globo, 1.331.000.000 3 a 13 dó ares de produtos industriais,

ao passo que nos Estados Unidos cada habitante tem

em média, 254 dólares

à sua disposição.- Se os 2/3 da humani Representando apenas 1/5 da popula ção mundial, os países industrializados concentram 4/5 da população e impor tam, "per capita", em complemento à sua produção, o dôbro dos outros países.

da riqueza nacional, que esta distribui ção tão desigual da população e dos produtos manufaturados. Examinando as disponibilidades por país, estabele

Nada ilustra melhor o valor da indus

os países pobres:

trialização como fator da multiplicação

2

1

2

de homens consomem anualmente entre Países industrializados.

c_>

~ O 2

i. S

.%

_5

mundo demonstra o

(relativamente

POPULflCSO • Qiiola da parte [milhões de' nimas] da prud. miinüln]

.glí

PAÍS

livre de intervenções, as trocas comer

ciais não seguiram, senão à distância, os progressos da produção.

Em dólares por habitante

1

cemos nitidamente a diferença entre

industrializados

e

países

dade, que vivem em países atrasados,

quisessem aumentar seu consumo de

mais matérias-primas do que vêm fa zendo, a f m de disporem de meios de pagamento para as importações de ma nufaturas. Como é impossível um tal aumento de exportação de matériasprimas e produtos alimentícios, verifi

ca-se que os países retardados não po dem, por meio de importações, aumen

produtos manufaturados ao nível, digamos, do consumo japonês (28 dólares "per capita"), seria necessário que ex

tar o consumo por par

portassem

lização.

três

vezes

te de suas populações. Seu progresso depende rá, por conseguinte, de

sua própria industria


76

Digesto

Econômico

manufaturados,

Desde 1879-80, a produ

um

índice

Digesto Econónoco

verificare

ção aumentou 5 vezes mais

mos

ràpídamente que a popula ção mundial; em outras pa

manecendo em tal distancia

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PRODUÇÃO E POPULAÇÃO EM 1935

de cresci

Em milhões de dólares

mento de 1,8% apenas. Per

lavras, as forças de que dis

±~1

do grau de crescimento da produção, o comércio mun dial não tem podido asse

põe o homem para a ex

ploração das riquezas da ter ra puderam ser quintuplícadas, graças ao emprego progressivo da máquina. Assinalemos que o principal avanço da produção manufatureira verificou-se entre 1929 e

1938 — período da guerra branca — du rante a qual o índice de aumento foi

gurar uma distribuição equitativa dos produtos manufa turados nas diferentes zonas do globo. Note-se de passagem que as \'agas de protecionismo alfandegário no fim do século e em 1930-32, nos principais

países do mundo, reduziram ai^i-

de 556 a 740.

cia'mente o volume do comércio mun

As importações jamais substituem a produção própria num pais retardado A discrepância entre a evolução da

dial; contudo, mesmo nos tempos nor mais, em que o comércio permaneceu

produção manufatureira e o comércio mundial nos conduz a ensinamentos da

Dividindo o mundo em países de es

mais alta importância. O comércio de produtos básicos (ma térias-primas e produtos alimentícios) cresceu na proporção de 2,3% ao ano, ao passo que o aumento da produção

trutura preponderantemente agrícola e em países industriabzados, pode-se ana lisar melhor o comércio mundial, segun

industrial foi de 3,5%. Se examinarmos

seguinte

isoladamente o comércio de produtos

1935 ).•

do a origem e o destino do intercâmbio. Esta

divisão

do

S = "ra

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1-E.U.A

Países agrícolas

^

H*

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- 1.0

31.5

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- 1.9

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3—Alemanlia 4 — Domínios britâni

64.5

- 1.5

8.6

5.1 7.1

25.0 40.5

+ 1.1 - 1.0

47.0

- 0.7

cos

6 —Ses países indus trializados (x) .. trializados (xx) .. Itália

9 — japão 10 — U n i ã o

tica (xxx)

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254 112

- 23

262 154 134

111

4.1 3.9

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120

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46 62

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0.7

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ao "ano de (x) — Áustria, Bélgica, Holanda, Suécia, Suíça, Checos'ováquia. (xx) r- Argentina, Chile, Cuba, Dinamarca, Irlanda, Finlândia, Malásia britânica

Impnrl, de mnnuloliiras (milliíles

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e Noruega. (xxx) — Algarismos de 1930. Idem «per cap la* [dólares]

444

79%

1.600

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1.8

Da popu ação do globo, 1.331.000.000 3 a 13 dó ares de produtos industriais,

ao passo que nos Estados Unidos cada habitante tem

em média, 254 dólares

à sua disposição.- Se os 2/3 da humani Representando apenas 1/5 da popula ção mundial, os países industrializados concentram 4/5 da população e impor tam, "per capita", em complemento à sua produção, o dôbro dos outros países.

da riqueza nacional, que esta distribui ção tão desigual da população e dos produtos manufaturados. Examinando as disponibilidades por país, estabele

Nada ilustra melhor o valor da indus

os países pobres:

trialização como fator da multiplicação

2

1

2

de homens consomem anualmente entre Países industrializados.

c_>

~ O 2

i. S

.%

_5

mundo demonstra o

(relativamente

POPULflCSO • Qiiola da parte [milhões de' nimas] da prud. miinüln]

.glí

PAÍS

livre de intervenções, as trocas comer

ciais não seguiram, senão à distância, os progressos da produção.

Em dólares por habitante

1

cemos nitidamente a diferença entre

industrializados

e

países

dade, que vivem em países atrasados,

quisessem aumentar seu consumo de

mais matérias-primas do que vêm fa zendo, a f m de disporem de meios de pagamento para as importações de ma nufaturas. Como é impossível um tal aumento de exportação de matériasprimas e produtos alimentícios, verifi

ca-se que os países retardados não po dem, por meio de importações, aumen

produtos manufaturados ao nível, digamos, do consumo japonês (28 dólares "per capita"), seria necessário que ex

tar o consumo por par

portassem

lização.

três

vezes

te de suas populações. Seu progresso depende rá, por conseguinte, de

sua própria industria


Dicrsto

78

Econômico. 79

Dicesto ECONÓ^UCO

tro índice não menos significativo p;i-

A classificação dos países industria lizados ou de estrutura agrícola sc

ra, èsse

faz, por questão de método, de acordo com a importância da produção indus trial em relação à renda nacional. Ou ' AGHlCÜLTUnA B PESCA

fim

ó

a

distribuição

da

população ativa entre as quatro prin cipais ocupações, como se fez no se guinte quadro: COMBRCIO e

INOOSTRIA

ADMINISTRAÇÃO

TRANSPURTE

E 1'RUF. LIDERAIS

Inglaterra

18 15 19

40

23 19 27 14

36

19

16 12

32

'28

17 13

13 10

industrializados, onde a vida da massa

30

24

24

consumo se restringe a artigos simples,

17 21 21 22

42 45

Checoslováquia ....

28

Alemanha

29

França Itália

36 48

Austrália

20

Argentina ...

30 31

25

23

10

26

23

30

75

5

2

17 12

Bélgica Holanda

Suíça

Estados Unidos .

2--Países semi-industriaiiz.: ....

África do Sul: População branca Outras raças

30 30

14

Irlanda

Hungria Espanha

^

Finlândia *

União Soviética (1930)

48 54 56 64 67

13 10 8

15 23

19 14

4 — Países atrasados:

7

24 12 15 15

/

;....

.

pacidade de consumo obedece a leis eco nômicas que parecem imutáveis e uni versais. Enquanto que nos países não

popular desce aos menores níveis, d

países, graças ao aumento das rendas, uma crescente proporção dos gastos do

público se concentra sôbre os artigos manufaturados.

Uma pesquisa reali

zada pelo Departamento Internacional

dustrialização:

China Brasil

nufatureira em algum país, verifica-se um aumento das rendas e da capacida de de consumo da população. Esta ca

indispensáveis ã existência, em outros

3 — Países em processo de in

México índia

primeiro crescimento da produçixo ma-

33

32

67 68 72

70-75

Iugoslávia

75 76

Rumânia

76

Levando-se em consideração que os números do quadro acima baseiam-se,

em relação a muitos países, e particular mente em relação à União Soviética e* aos países latino-americanos, em indi cações de 1936-1938, os índices são

11

13 11

12 7 7

10 11

Um outro fenômeno inerente ao pro

gresso manufatureiro c a absorção da mão-de-obra agrícola, principalmente pe la indústria, mas também pelo cxDincrcio,

pe'os transportes, pela administração c ató pelas profissões liberais. Essa ten dência muda em pouco tempo a estrutu

A medida que o emprêgo de fôrça

23 21

7

Egito

ponde ao grau, de industrialização dos diferentes países. motriz e a mecanização determinam o

1—Países industrializados:

Canadá

trialização. Em qualquer hipótese, en tretanto, o quadro em apreço conserva o seu valor, por demonstrar qvie á por centagem do número de iDessoas empre gadas na indústria o no comércio corres

do Trabalho, em Peiping, na China, e em Nova York, entre famílias da classe média, demonstrou que o consumo de

manufaturas aumenta dez vêzes quando o rendimento de uma família quadru

plica. Disso resulta um estímulo contí nuo para as novas indústrias.

ra econômica de um país, em face da industrialização, acarretando novas dis tribuições da população atúTi. Como as èstatísticas oficiais não fa

zem distinções entre industria e arleza-

nato, é preciso sublinhar que os primei ros passos da industrialização são acom panhados de um diminuição do núme ro de artezãos; mais tarde, seu núme

ro aumenta, não porque eles fazem concorrência à indústria, mas porque sua

atividade se torna um complemento da produção das fábricas. O aumento do número de pessoas

empregadas em traballios na administra ção e nas profissões liberais cessa nos estádios ulteriores da industrialização,

quando a indústria passa a absorver uma boa parte das pessoas empregadas na quelas atividades. Depreende-se, dessas observações, que a estrutura das sociedades está sujeita

a contínuas flutuações durante o pro cesso da industrialização.

10

_

_

às vêzes muito desfavoráveis.

Mas se

levarmos em conta á evolução realizada

durante a guerra, acreditamos poder colocar o Brasil e o México entre os

países de terceira categoria, ou seja, eu-| tre os que se acham em vias de tndus-

No ano passado o comércio entre a Inglaterra e Portugal apresentou um saldo iaoorável ao primeiro, no valor de 321 milhões de escudos. A Inglaterra foi o pais

que mais comprou de Portugal, tendo adquirido um sétimo da produção exporUíoel vortuguêsa, no valor de 629 milhões de escudos. A importação total de Portugal montou a 7.608 milhões de escudos, sendo a Inglaterra o segundo pais fornecedor, com 950 milhões.


Dicrsto

78

Econômico. 79

Dicesto ECONÓ^UCO

tro índice não menos significativo p;i-

A classificação dos países industria lizados ou de estrutura agrícola sc

ra, èsse

faz, por questão de método, de acordo com a importância da produção indus trial em relação à renda nacional. Ou ' AGHlCÜLTUnA B PESCA

fim

ó

a

distribuição

da

população ativa entre as quatro prin cipais ocupações, como se fez no se guinte quadro: COMBRCIO e

INOOSTRIA

ADMINISTRAÇÃO

TRANSPURTE

E 1'RUF. LIDERAIS

Inglaterra

18 15 19

40

23 19 27 14

36

19

16 12

32

'28

17 13

13 10

industrializados, onde a vida da massa

30

24

24

consumo se restringe a artigos simples,

17 21 21 22

42 45

Checoslováquia ....

28

Alemanha

29

França Itália

36 48

Austrália

20

Argentina ...

30 31

25

23

10

26

23

30

75

5

2

17 12

Bélgica Holanda

Suíça

Estados Unidos .

2--Países semi-industriaiiz.: ....

África do Sul: População branca Outras raças

30 30

14

Irlanda

Hungria Espanha

^

Finlândia *

União Soviética (1930)

48 54 56 64 67

13 10 8

15 23

19 14

4 — Países atrasados:

7

24 12 15 15

/

;....

.

pacidade de consumo obedece a leis eco nômicas que parecem imutáveis e uni versais. Enquanto que nos países não

popular desce aos menores níveis, d

países, graças ao aumento das rendas, uma crescente proporção dos gastos do

público se concentra sôbre os artigos manufaturados.

Uma pesquisa reali

zada pelo Departamento Internacional

dustrialização:

China Brasil

nufatureira em algum país, verifica-se um aumento das rendas e da capacida de de consumo da população. Esta ca

indispensáveis ã existência, em outros

3 — Países em processo de in

México índia

primeiro crescimento da produçixo ma-

33

32

67 68 72

70-75

Iugoslávia

75 76

Rumânia

76

Levando-se em consideração que os números do quadro acima baseiam-se,

em relação a muitos países, e particular mente em relação à União Soviética e* aos países latino-americanos, em indi cações de 1936-1938, os índices são

11

13 11

12 7 7

10 11

Um outro fenômeno inerente ao pro

gresso manufatureiro c a absorção da mão-de-obra agrícola, principalmente pe la indústria, mas também pelo cxDincrcio,

pe'os transportes, pela administração c ató pelas profissões liberais. Essa ten dência muda em pouco tempo a estrutu

A medida que o emprêgo de fôrça

23 21

7

Egito

ponde ao grau, de industrialização dos diferentes países. motriz e a mecanização determinam o

1—Países industrializados:

Canadá

trialização. Em qualquer hipótese, en tretanto, o quadro em apreço conserva o seu valor, por demonstrar qvie á por centagem do número de iDessoas empre gadas na indústria o no comércio corres

do Trabalho, em Peiping, na China, e em Nova York, entre famílias da classe média, demonstrou que o consumo de

manufaturas aumenta dez vêzes quando o rendimento de uma família quadru

plica. Disso resulta um estímulo contí nuo para as novas indústrias.

ra econômica de um país, em face da industrialização, acarretando novas dis tribuições da população atúTi. Como as èstatísticas oficiais não fa

zem distinções entre industria e arleza-

nato, é preciso sublinhar que os primei ros passos da industrialização são acom panhados de um diminuição do núme ro de artezãos; mais tarde, seu núme

ro aumenta, não porque eles fazem concorrência à indústria, mas porque sua

atividade se torna um complemento da produção das fábricas. O aumento do número de pessoas

empregadas em traballios na administra ção e nas profissões liberais cessa nos estádios ulteriores da industrialização,

quando a indústria passa a absorver uma boa parte das pessoas empregadas na quelas atividades. Depreende-se, dessas observações, que a estrutura das sociedades está sujeita

a contínuas flutuações durante o pro cesso da industrialização.

10

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às vêzes muito desfavoráveis.

Mas se

levarmos em conta á evolução realizada

durante a guerra, acreditamos poder colocar o Brasil e o México entre os

países de terceira categoria, ou seja, eu-| tre os que se acham em vias de tndus-

No ano passado o comércio entre a Inglaterra e Portugal apresentou um saldo iaoorável ao primeiro, no valor de 321 milhões de escudos. A Inglaterra foi o pais

que mais comprou de Portugal, tendo adquirido um sétimo da produção exporUíoel vortuguêsa, no valor de 629 milhões de escudos. A importação total de Portugal montou a 7.608 milhões de escudos, sendo a Inglaterra o segundo pais fornecedor, com 950 milhões.


picESTO Econômico

81

Aspectos econômicos e sociais de uma

vinha, através dos seus est\idos, demons

peVs mesmos métodos e pessoal da não

nova praga dò algodoeiro lem S. Paulo

trando com elementos positivos a ação dêsse injeto, na diminuição da produção algodoeira de p" o monos algumas zonas

rôbas de algodão em caroço por alquei-' re, enquanto a parte geral produziu,

Ga!'.iüaldi

O "percevejo rajado" ameaçava a economia algoodeira O surto algodoeiro de São Paulo, acentuado a part r de 1939, entrou cm fase de declínio de 1945 em diante.

Várias causas vinham sendo apontadas

freqüentemente, como responsáveis por essa decadência.

Algumas não tinham fundamento téc nico. Outras se baseavam em observa

ções empíricas de apressados. O que

se podia, entretanto, perceber, é que a queda da produção se acentuava dia a dia, não tanto como resultado de di

minuição da área plantada, a qual se manteve mais ou menos estacionaria até

Dantas

paulisla.s. ccmo a Moginna c Araraquarense. Raros foram os responsá\ cis pe'a orientação da economia algodoeira de

Promovida pelo aluai Presidente da fíôha de Mercadorias de São Paulo, o agrôno mo Sauer, do InslUuto Biológico de S<7o Paulo, realizou, perante numeroso au ditório, uma palestra sóbre os resultados das suas pesquisas referentes ao "per cevejo rajado". Impressionado com a exposição feita pelo cientista patrício, o Diretor do "D/gosto Econômico" soli citou do sr. Gar baldi Dantas um artigo

São Paulo que llie deram ouv dos. Mes mo ass'm, continuou seus trabalhos de

combatê-la

pesquisa e finalmente conseguixi reali

produzidos recentemente, com os ensi namentos da úlfma guerra.

zar neste ano, em fazendas situadas nos

clusões foram tão e\"'dcntcs que os mais

incrédulos não lhe puderam mais negar importância e veracidade.

econômicos e sociais dessa nova praga do algodoeiro paulista. Sôbre essa ma leitores.

com

os

novos

inseticidas

A coincidência do aparecimento de uma nova variedade c o novo processo de combate à praga do percevejo

Em uma de'as, cullivaram-se 25 al

Coincidiu a e.xperiència do agrônomo Sauer com o aparecimento, em escala

queires tratados cientificamente, dentro

comercial já bem avolumada, dos al

de uma área maior de 100 alqueires

godões da nova variedade selecionada e d stribuída pelo Instituto de Campinas, que recebeu o nome daquela grande

onde não se procedeu a idêntico trata mento preventivo.

téria chamamos a atenção dos nossos

cm média, 150 a 160 arrobas.

Esta\'am assim comprovados não sòmcnte o caráter perigoso da nova pra ga, mas sobretudo a possibilidade de

municípios de Orlãndia c Ribeirão Preto, experiências em larga escala cujas con

em que se examinassem os aspectos

tratada, a colheita e.vcedeu de 300 ar-

Na parte tratada, plantada e cuidada

organização econômica.

1946„ mas sobretudo em função da re dução do rendimento das terras. Em

anos passados, era comum colheita cuja produtividade ultrapassava 150 arrobas

de algodão em caroço por alqueire pau lista de 24.200 metros quadrados. Nas três últimas safras esse rendimento des ceu a cerca de 80 arrobas em média. Se com produção de 150 arrobas a exploração algodoeira em São Paulo era

lucrativa, ainda que os preços médios fossem baixos, com a queda para 80 arrobas deixava de ser compensadora, apesar da alta progressiva das cotações desse produto no interior pauMsta. O tempo desfavorável, nas três ú'timas safras, a inobservância dos bons métodos

de plantio e cultivo do algodão, os es

e desânimo do último período. Há vários anos, porém, um agrônomo pau lista vinha estudando e chamando a

atenção dos poderes públicos e dos ia\Tadores de algodão para os estragos de uma praga prováve"mente já antiga, mas cujo estudo sistemáfco só havia sido iniciado a partir de 1945. Essa praga era o "percevejo rajado" inseto sorrateiro,

cuja presença geralmente escapava à observação dos produtores, dado o sou hábito de vida especial, o seu tamanho reduzido e a possibilidade de confund rse com outros insetos julgados inofensi vos ao algodoeiro. O agrônomo Sauer pertence à es

tragos de certas pragas, muito mais do

tirpe dos cientistas tenazes, daque'es

que a decantada degenerescencia das sementes paulistas, eram na reaMda-

que não esmorecem ante os primeiros embaraços, nem se arreceiam das crí

de os fatôres principais da decadência

ticas dos observadores superficiais. Já

rn iwmwmmm «.EXEMBRO

A I

htflüêitcia

da

época

do

OUTUBRO

NOVEMBRO

piamtío sobre a PRODUÇSo.


picESTO Econômico

81

Aspectos econômicos e sociais de uma

vinha, através dos seus est\idos, demons

peVs mesmos métodos e pessoal da não

nova praga dò algodoeiro lem S. Paulo

trando com elementos positivos a ação dêsse injeto, na diminuição da produção algodoeira de p" o monos algumas zonas

rôbas de algodão em caroço por alquei-' re, enquanto a parte geral produziu,

Ga!'.iüaldi

O "percevejo rajado" ameaçava a economia algoodeira O surto algodoeiro de São Paulo, acentuado a part r de 1939, entrou cm fase de declínio de 1945 em diante.

Várias causas vinham sendo apontadas

freqüentemente, como responsáveis por essa decadência.

Algumas não tinham fundamento téc nico. Outras se baseavam em observa

ções empíricas de apressados. O que

se podia, entretanto, perceber, é que a queda da produção se acentuava dia a dia, não tanto como resultado de di

minuição da área plantada, a qual se manteve mais ou menos estacionaria até

Dantas

paulisla.s. ccmo a Moginna c Araraquarense. Raros foram os responsá\ cis pe'a orientação da economia algodoeira de

Promovida pelo aluai Presidente da fíôha de Mercadorias de São Paulo, o agrôno mo Sauer, do InslUuto Biológico de S<7o Paulo, realizou, perante numeroso au ditório, uma palestra sóbre os resultados das suas pesquisas referentes ao "per cevejo rajado". Impressionado com a exposição feita pelo cientista patrício, o Diretor do "D/gosto Econômico" soli citou do sr. Gar baldi Dantas um artigo

São Paulo que llie deram ouv dos. Mes mo ass'm, continuou seus trabalhos de

combatê-la

pesquisa e finalmente conseguixi reali

produzidos recentemente, com os ensi namentos da úlfma guerra.

zar neste ano, em fazendas situadas nos

clusões foram tão e\"'dcntcs que os mais

incrédulos não lhe puderam mais negar importância e veracidade.

econômicos e sociais dessa nova praga do algodoeiro paulista. Sôbre essa ma leitores.

com

os

novos

inseticidas

A coincidência do aparecimento de uma nova variedade c o novo processo de combate à praga do percevejo

Em uma de'as, cullivaram-se 25 al

Coincidiu a e.xperiència do agrônomo Sauer com o aparecimento, em escala

queires tratados cientificamente, dentro

comercial já bem avolumada, dos al

de uma área maior de 100 alqueires

godões da nova variedade selecionada e d stribuída pelo Instituto de Campinas, que recebeu o nome daquela grande

onde não se procedeu a idêntico trata mento preventivo.

téria chamamos a atenção dos nossos

cm média, 150 a 160 arrobas.

Esta\'am assim comprovados não sòmcnte o caráter perigoso da nova pra ga, mas sobretudo a possibilidade de

municípios de Orlãndia c Ribeirão Preto, experiências em larga escala cujas con

em que se examinassem os aspectos

tratada, a colheita e.vcedeu de 300 ar-

Na parte tratada, plantada e cuidada

organização econômica.

1946„ mas sobretudo em função da re dução do rendimento das terras. Em

anos passados, era comum colheita cuja produtividade ultrapassava 150 arrobas

de algodão em caroço por alqueire pau lista de 24.200 metros quadrados. Nas três últimas safras esse rendimento des ceu a cerca de 80 arrobas em média. Se com produção de 150 arrobas a exploração algodoeira em São Paulo era

lucrativa, ainda que os preços médios fossem baixos, com a queda para 80 arrobas deixava de ser compensadora, apesar da alta progressiva das cotações desse produto no interior pauMsta. O tempo desfavorável, nas três ú'timas safras, a inobservância dos bons métodos

de plantio e cultivo do algodão, os es

e desânimo do último período. Há vários anos, porém, um agrônomo pau lista vinha estudando e chamando a

atenção dos poderes públicos e dos ia\Tadores de algodão para os estragos de uma praga prováve"mente já antiga, mas cujo estudo sistemáfco só havia sido iniciado a partir de 1945. Essa praga era o "percevejo rajado" inseto sorrateiro,

cuja presença geralmente escapava à observação dos produtores, dado o sou hábito de vida especial, o seu tamanho reduzido e a possibilidade de confund rse com outros insetos julgados inofensi vos ao algodoeiro. O agrônomo Sauer pertence à es

tragos de certas pragas, muito mais do

tirpe dos cientistas tenazes, daque'es

que a decantada degenerescencia das sementes paulistas, eram na reaMda-

que não esmorecem ante os primeiros embaraços, nem se arreceiam das crí

de os fatôres principais da decadência

ticas dos observadores superficiais. Já

rn iwmwmmm «.EXEMBRO

A I

htflüêitcia

da

época

do

OUTUBRO

NOVEMBRO

piamtío sobre a PRODUÇSo.


Dioesto

Dicesio

82

Econômico

83

Econóxüco

Tòda essa transformação do ambien

tempo favorável na maioria das zonas

alastrava e, não .sc podendo Iransmudar cm formas inat.s positi\ as. tomava a fei ção dc \'erdadeir() é.xodo dos campos

■produtoras do Estado de São Paulo, pôde-se übser\ ar nesse ano resultado ani

clc algodão para as cidades. Trcn.s que antes partiam cheios para

mador na produção dessa matéria-pri

as zonas produtoras, na ânsia c expecta

ma.

Lavoura com rendimento de 150

tiva dos bons lucros da culttira de algo

arrobas e mais já foram freqüentes. E nas zonas onde o combate ao "percevejo rajado" e a outras pragas se efetivou,

dão, voltavam, nos últimos anos, reple

Combinadas essas duas grandes con quistas do mundo algodoeiro com o

ôsse rendimento foi ainda melhorado.

Ao desânimo dos anos passados su

tos de trabalhadores rurais, desiludidos e revoltados, destinados a engrossar a massa insatisfeita dos centros urbanos.

vlos técíxicos.

síis que, aparentemente

Uni país que não pode ou não sabe lc\anlar organizações científicas onde tais pesquisas e serviços são realizeidos, nunca poderá aspirar a pôsto de relevância permanente no agressivo mun

pe(|uenas. são

dc repercu.ssõcs tremendas no conjunto da atividade geriil. .\ primeira origi nou-se do paciente labor da escolha de novas variedades, nos estabelecimentos

experimentais, dc que rcsxxltou a varie dade "Campinas", exija fama começa ;i. despertar o interòsse mundial. O se gundo teve igualmente início cm pacien

do econômico dos dbs atuais.

tes e meticulosos estudos da vida e há

Biolôgicv., poderá ocorrer a idéia de que aquilo não é senão um estabelecimento burocrático destinado a proporcionar em prego a afillxados do Govêmo. Visitan tes que passarem também por Campinas e descobrirem ali as magníficas instala ções do Instituto Agronômico, também

cedeu, na presente estação algodoeira,

Duas conquistas da técnica - a do combate às pragas e a da distribuição

um novo entusiasmo.

de novas variedades em determinadas

bitos de um inseto quase despercebido, mas cujas devastações puseram em xe

zonas de São Paulo — estão cooperan

que a magnífica estrutura algodoeira d.j

Muitos lavradores

que desertaram do cultivo do algodão, para se dedicarem a outras lavburas, es tão arrependidos e decididos a retor

nar às suas antigas atividades no pró ximo ano.

Por outro lado, os preços do algodão,

conseqüência da excelente situação in ternacional dessa matéria-prima, subi

ram de tal modo, neste ano, no interior paulista, que a sua exploração voltou a ser extremamente lucrativa.

Com êsses resultados em vista, já se preparam os elementos de responsabi

lidade da economia algodoeira para o novo surto de produção que há de pre valecer de agora em diante. rural

Um dos aspectos mais constrangedo res dos últimos anos, nas zonas algodoeiras de São Paulo, era observar a

quase revolta dos pequenos lavradores, sitiantes e meeiros, diante do fracasso de Tratadas

nas mesmas

terras e pe'as mesmas pessoas, não podiam admitir outra causa para a mi.séria que lhe.s batia às portas, senão o descaso dos técnicos pela qualidade das sementes.

doeiro do meio bandeirante.

De fato, o cultivo des.sa planta, sem

São Paulo.

Êsses dois fatos demonstram que na vida moderna não é mais possível pres-

Ao transeunte descuidado que porven tura passar pelas ruas de São Paulo e o'har o majestoso edifício do Instituto

perspectivas de rendimentos suficientes, e sem a segurança da qualidade, não po dia ser senão uma aventura econômica.

Vencidos porém êsses dois grandes

obstáculos, volta o algodão de São Paulo 41 ser a base de uma riqueza rural de

A MEDiA DE 118 ARROBAS POR ALQUEIRE DESTINA-SE:

grandes e poderosas repercussões so ciais, porque é a que atinge mais dire tamente a maior massa de produtores de

qualquer outra atividade agrícola.

Realmente, mesmo nos grandes ano.s

A luta contra as -pragas e a miséria

suas coUieitas.

do neste ano para novamente modifi car, no sentido otimista, o surto algo

cindir da .colaboração c do trabalho

te agrícola está ligada a duas pcsqui-

Essa onda de revolta se

de produção, o cultivo do algodão foi uma prerrogativa dos pequenos bvradorés. A porcentagem de grandes pro prietários, nesses anos, era tão insigni ficante que passava quase despercebi da na grande massa de arrendatários e

5

meeiros de um a 10 alqueires de terra. Retomando assim a economia algo-

- doeira às condições de, estabilidade eco

nômica de outras épocas, graças às novas condições técnicas que se lhe oferecem, deixou de ser atividade ne

gativa para, como outrora, tornar-se ele mento de bem-estar e fortalecimento dos meios rurais.

5/^

Pârd o

LAVRADOR

49*^^0 pára o PERCEVEJO

RAJADO


Dioesto

Dicesio

82

Econômico

83

Econóxüco

Tòda essa transformação do ambien

tempo favorável na maioria das zonas

alastrava e, não .sc podendo Iransmudar cm formas inat.s positi\ as. tomava a fei ção dc \'erdadeir() é.xodo dos campos

■produtoras do Estado de São Paulo, pôde-se übser\ ar nesse ano resultado ani

clc algodão para as cidades. Trcn.s que antes partiam cheios para

mador na produção dessa matéria-pri

as zonas produtoras, na ânsia c expecta

ma.

Lavoura com rendimento de 150

tiva dos bons lucros da culttira de algo

arrobas e mais já foram freqüentes. E nas zonas onde o combate ao "percevejo rajado" e a outras pragas se efetivou,

dão, voltavam, nos últimos anos, reple

Combinadas essas duas grandes con quistas do mundo algodoeiro com o

ôsse rendimento foi ainda melhorado.

Ao desânimo dos anos passados su

tos de trabalhadores rurais, desiludidos e revoltados, destinados a engrossar a massa insatisfeita dos centros urbanos.

vlos técíxicos.

síis que, aparentemente

Uni país que não pode ou não sabe lc\anlar organizações científicas onde tais pesquisas e serviços são realizeidos, nunca poderá aspirar a pôsto de relevância permanente no agressivo mun

pe(|uenas. são

dc repercu.ssõcs tremendas no conjunto da atividade geriil. .\ primeira origi nou-se do paciente labor da escolha de novas variedades, nos estabelecimentos

experimentais, dc que rcsxxltou a varie dade "Campinas", exija fama começa ;i. despertar o interòsse mundial. O se gundo teve igualmente início cm pacien

do econômico dos dbs atuais.

tes e meticulosos estudos da vida e há

Biolôgicv., poderá ocorrer a idéia de que aquilo não é senão um estabelecimento burocrático destinado a proporcionar em prego a afillxados do Govêmo. Visitan tes que passarem também por Campinas e descobrirem ali as magníficas instala ções do Instituto Agronômico, também

cedeu, na presente estação algodoeira,

Duas conquistas da técnica - a do combate às pragas e a da distribuição

um novo entusiasmo.

de novas variedades em determinadas

bitos de um inseto quase despercebido, mas cujas devastações puseram em xe

zonas de São Paulo — estão cooperan

que a magnífica estrutura algodoeira d.j

Muitos lavradores

que desertaram do cultivo do algodão, para se dedicarem a outras lavburas, es tão arrependidos e decididos a retor

nar às suas antigas atividades no pró ximo ano.

Por outro lado, os preços do algodão,

conseqüência da excelente situação in ternacional dessa matéria-prima, subi

ram de tal modo, neste ano, no interior paulista, que a sua exploração voltou a ser extremamente lucrativa.

Com êsses resultados em vista, já se preparam os elementos de responsabi

lidade da economia algodoeira para o novo surto de produção que há de pre valecer de agora em diante. rural

Um dos aspectos mais constrangedo res dos últimos anos, nas zonas algodoeiras de São Paulo, era observar a

quase revolta dos pequenos lavradores, sitiantes e meeiros, diante do fracasso de Tratadas

nas mesmas

terras e pe'as mesmas pessoas, não podiam admitir outra causa para a mi.séria que lhe.s batia às portas, senão o descaso dos técnicos pela qualidade das sementes.

doeiro do meio bandeirante.

De fato, o cultivo des.sa planta, sem

São Paulo.

Êsses dois fatos demonstram que na vida moderna não é mais possível pres-

Ao transeunte descuidado que porven tura passar pelas ruas de São Paulo e o'har o majestoso edifício do Instituto

perspectivas de rendimentos suficientes, e sem a segurança da qualidade, não po dia ser senão uma aventura econômica.

Vencidos porém êsses dois grandes

obstáculos, volta o algodão de São Paulo 41 ser a base de uma riqueza rural de

A MEDiA DE 118 ARROBAS POR ALQUEIRE DESTINA-SE:

grandes e poderosas repercussões so ciais, porque é a que atinge mais dire tamente a maior massa de produtores de

qualquer outra atividade agrícola.

Realmente, mesmo nos grandes ano.s

A luta contra as -pragas e a miséria

suas coUieitas.

do neste ano para novamente modifi car, no sentido otimista, o surto algo

cindir da .colaboração c do trabalho

te agrícola está ligada a duas pcsqui-

Essa onda de revolta se

de produção, o cultivo do algodão foi uma prerrogativa dos pequenos bvradorés. A porcentagem de grandes pro prietários, nesses anos, era tão insigni ficante que passava quase despercebi da na grande massa de arrendatários e

5

meeiros de um a 10 alqueires de terra. Retomando assim a economia algo-

- doeira às condições de, estabilidade eco

nômica de outras épocas, graças às novas condições técnicas que se lhe oferecem, deixou de ser atividade ne

gativa para, como outrora, tornar-se ele mento de bem-estar e fortalecimento dos meios rurais.

5/^

Pârd o

LAVRADOR

49*^^0 pára o PERCEVEJO

RAJADO


Digesto

84

Econômico

poderão ter idêntico pensamento. Tudo

Na realidade, essas duas entidades são

aquilo não era senão oportunidade para agrônomos e técnicos, desertores da g'eba e acomodados a tarefas macias de

o símbo'o de organizaç.ão niode'ar a serviço da economia e da lavoura do

laboratór os de pesquisas.

sem produção o Brasil morrerá.

Geografia das Comunicações Paulistas Nelson Weuneck Sodré

país. Sem cias não haverá produção e Xlll - Conelus;.os

^ E.\PANsÃo da lavoura cafceira, quer cm zonas onde .substituiu outra ativi

dade agrícola, quer iiatpiela.s cm que exerceu função clc.sbravadora por exce lência, proporcionou a abertura da rôde de caminhos, na qual, cm fase tão ca racterística, transitaram os primeiros au

Cam o presente trabalho, o ilustra ofi cial do Exercito Brasileiro c fecundo pu blicista Nelson Wcrneck Sodré finaliza a publicação de Geografia das Com. »cações Paulistas, monografia indispen sável para os estudiosos de assuntos ferro e rodoviários.

tomóveis fabricados cm série, aqueles inesquecíveis- "Ford" que afetaram tão marcadamente a fisionomia das zonas em

Senaível aumento ocorreu nas importações nacionais, no período de janeiro a outubro de 1Ü47, em comparação com análogo período de 1946, delermiiuindo di ferença para mais, em volume, de 2.207..387 toneladas e, cm va'nr, de 8.834.300.000

cruzeiros. Esses e outros dados há pouco entregues à publicidade pelo Serviço de Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda, órgão integrante

do sistema do IBGE, permitem verificar quais os produtos que mais influiram na queles resultados. Assim, observa-se que coube à classe das manufaturas o princi pal ônus no saldo negativo registrado até outubro. No conjunto dos produtos reV

cionados nessa rubrica, despendemos, nos dez meses de 1947, 5.693.800.000 o mais que de janeiro a outubro de 1946, devendo advertir-se que somente ôssc ex

cesso ultrapassa o valor global das importações de artigos manufaturados nesse úl timo período, o qual alcançava 5.567.100.000 cruzeiros. Entre as dezenas de produtos da aludida classe, raros foram os que acusa

ram decréscimo nas importações de 1947. Contribuíram com maiores parcelas,

nos aumentos, os aparelhos de rádio para uso doméstico, radiovifrolas e acessórios (125.900.000 cruzeiros em 1946, e 373.600.000 em 1947); as máquhuis em gcral, ferramentas e utensílios (1.014.300.000 cruzeiros em 1946, e 2.126.700.000 cm 1947);

que o café se desenvolveu. Essa réde, entretanto, não serviu senão a transpor tes curtos, dos terreiros e das tulhas aos

pátios ferroviários porque, pelo sou va lor c pelo seu volume, o café exigiu sempre, para grandes clístuncias, os serviçn.i fcrroviilrios. Sòbie a leia desses

caminhos, entretanto, em fase posterior,

articulou-se a rede rodoviária que pre tenderia oferecer transportes cada vez mais pesados, e a distancias crescentes.

Certos mercados do interior adquiriram

hintcrlândia própria — e foram aqueles servidos por estradas de ferro, coletan do, para a entrega à ferrovia, as safras dos arredores, através

dos

caminhos

mazéns para estocagem, os pátios fer roviários. Ligando tais centros, os eixos principais do sistema de comuniroção

do Estado se estabeleceram, para cons tituir a ossatura de uma rêde de trans

portes do tipo irradiador. Assim, veri ficamos a capital como pólo do sistema principal, desse mesmo tipo, irradian do os grandes eixos ferroviários e lodoviários; e os núcleos do interior como

pólos de pequenos sistemas, tambén. de irradiação, coletando a produção d(í suas

hinterlàndias e lançando-a nas grandes correntes, em demanda da capital. Ira, isso já estabeleceu, para a ordem de

urgência de trabalhos de construção ou de melhoramentos, quer quanto i\ rê de ferroviária, quer quanto à rêde rodovuuia, uma norma citada pela prática

473.300.000 em 1947). Além dêsses, figuram igualmente com fortes acréscimos os objetos de cutelaria e ferramentas, as geladeiras e refrigeradores, os geradores e

abertos por simples raspagem, sem qual quer finalidade técnica e sem qualquer diretriz capaz de permitir, com a pas sagem do tempo, a sua transformação

e pea e.xperiencia: caberá, em primei ro lugar, a um plano de remodelação das comunicações, de seu aparelhamen

motores elétricos, e as máquinas motrizes a gás e outras misturas.

cm rodovias. Nem sequer o desdobra

to, para que elas possam desemúíaihar

os automóveis de toda espécie (559.500.000 cruzeiros em 1946 e 1.785.800.000 cm 1947); os acessórios para automóveis (194.600.000 cruzeiros em 1946, c

A classe dós gêneros alimentícios aparece com aumentos maiores que os refe rentes ao conjunto das matérias-primas. À farinha de trigo e ao trigo em grão

mento territorial, com as novas repar tições municipais, quebrou esse q\iadro: o interior continua pontilhado de pe

(compreendido sempre o período de janeiro a outubro). Quanto às matérias-primas,

quenos centros coletores e distribuido

correspondem 1.475.500.000 .cruzeiros do excesso de 1.689.500.000 verificado nas aquisições de alimentos em 1947, em confronto com as compras do ano anterior são os combustíveis que mais pesam, figurando a gasolina em primeiro lugar ....

(225.500.000 cruzeiros em 1946, e 535.800.000 carvão de pedra.

1947), seguida de perto p®»

o papel econômico que lhes cabe. sem a atrofia da produção e a paralisação ou o desestimulo de atividades agrícoUrs-

res, cabeças de zona, nos quais se ins talou o aparelhamento do crédito, a

antes de mais nada. dar aos troncos co letores o seu máximo rendimento O sistema interno dos pequenos centros do

maquinaria de beneficiamento, os ar-

mtenor que possuem área de influência


Digesto

84

Econômico

poderão ter idêntico pensamento. Tudo

Na realidade, essas duas entidades são

aquilo não era senão oportunidade para agrônomos e técnicos, desertores da g'eba e acomodados a tarefas macias de

o símbo'o de organizaç.ão niode'ar a serviço da economia e da lavoura do

laboratór os de pesquisas.

sem produção o Brasil morrerá.

Geografia das Comunicações Paulistas Nelson Weuneck Sodré

país. Sem cias não haverá produção e Xlll - Conelus;.os

^ E.\PANsÃo da lavoura cafceira, quer cm zonas onde .substituiu outra ativi

dade agrícola, quer iiatpiela.s cm que exerceu função clc.sbravadora por exce lência, proporcionou a abertura da rôde de caminhos, na qual, cm fase tão ca racterística, transitaram os primeiros au

Cam o presente trabalho, o ilustra ofi cial do Exercito Brasileiro c fecundo pu blicista Nelson Wcrneck Sodré finaliza a publicação de Geografia das Com. »cações Paulistas, monografia indispen sável para os estudiosos de assuntos ferro e rodoviários.

tomóveis fabricados cm série, aqueles inesquecíveis- "Ford" que afetaram tão marcadamente a fisionomia das zonas em

Senaível aumento ocorreu nas importações nacionais, no período de janeiro a outubro de 1Ü47, em comparação com análogo período de 1946, delermiiuindo di ferença para mais, em volume, de 2.207..387 toneladas e, cm va'nr, de 8.834.300.000

cruzeiros. Esses e outros dados há pouco entregues à publicidade pelo Serviço de Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda, órgão integrante

do sistema do IBGE, permitem verificar quais os produtos que mais influiram na queles resultados. Assim, observa-se que coube à classe das manufaturas o princi pal ônus no saldo negativo registrado até outubro. No conjunto dos produtos reV

cionados nessa rubrica, despendemos, nos dez meses de 1947, 5.693.800.000 o mais que de janeiro a outubro de 1946, devendo advertir-se que somente ôssc ex

cesso ultrapassa o valor global das importações de artigos manufaturados nesse úl timo período, o qual alcançava 5.567.100.000 cruzeiros. Entre as dezenas de produtos da aludida classe, raros foram os que acusa

ram decréscimo nas importações de 1947. Contribuíram com maiores parcelas,

nos aumentos, os aparelhos de rádio para uso doméstico, radiovifrolas e acessórios (125.900.000 cruzeiros em 1946, e 373.600.000 em 1947); as máquhuis em gcral, ferramentas e utensílios (1.014.300.000 cruzeiros em 1946, e 2.126.700.000 cm 1947);

que o café se desenvolveu. Essa réde, entretanto, não serviu senão a transpor tes curtos, dos terreiros e das tulhas aos

pátios ferroviários porque, pelo sou va lor c pelo seu volume, o café exigiu sempre, para grandes clístuncias, os serviçn.i fcrroviilrios. Sòbie a leia desses

caminhos, entretanto, em fase posterior,

articulou-se a rede rodoviária que pre tenderia oferecer transportes cada vez mais pesados, e a distancias crescentes.

Certos mercados do interior adquiriram

hintcrlândia própria — e foram aqueles servidos por estradas de ferro, coletan do, para a entrega à ferrovia, as safras dos arredores, através

dos

caminhos

mazéns para estocagem, os pátios fer roviários. Ligando tais centros, os eixos principais do sistema de comuniroção

do Estado se estabeleceram, para cons tituir a ossatura de uma rêde de trans

portes do tipo irradiador. Assim, veri ficamos a capital como pólo do sistema principal, desse mesmo tipo, irradian do os grandes eixos ferroviários e lodoviários; e os núcleos do interior como

pólos de pequenos sistemas, tambén. de irradiação, coletando a produção d(í suas

hinterlàndias e lançando-a nas grandes correntes, em demanda da capital. Ira, isso já estabeleceu, para a ordem de

urgência de trabalhos de construção ou de melhoramentos, quer quanto i\ rê de ferroviária, quer quanto à rêde rodovuuia, uma norma citada pela prática

473.300.000 em 1947). Além dêsses, figuram igualmente com fortes acréscimos os objetos de cutelaria e ferramentas, as geladeiras e refrigeradores, os geradores e

abertos por simples raspagem, sem qual quer finalidade técnica e sem qualquer diretriz capaz de permitir, com a pas sagem do tempo, a sua transformação

e pea e.xperiencia: caberá, em primei ro lugar, a um plano de remodelação das comunicações, de seu aparelhamen

motores elétricos, e as máquinas motrizes a gás e outras misturas.

cm rodovias. Nem sequer o desdobra

to, para que elas possam desemúíaihar

os automóveis de toda espécie (559.500.000 cruzeiros em 1946 e 1.785.800.000 cm 1947); os acessórios para automóveis (194.600.000 cruzeiros em 1946, c

A classe dós gêneros alimentícios aparece com aumentos maiores que os refe rentes ao conjunto das matérias-primas. À farinha de trigo e ao trigo em grão

mento territorial, com as novas repar tições municipais, quebrou esse q\iadro: o interior continua pontilhado de pe

(compreendido sempre o período de janeiro a outubro). Quanto às matérias-primas,

quenos centros coletores e distribuido

correspondem 1.475.500.000 .cruzeiros do excesso de 1.689.500.000 verificado nas aquisições de alimentos em 1947, em confronto com as compras do ano anterior são os combustíveis que mais pesam, figurando a gasolina em primeiro lugar ....

(225.500.000 cruzeiros em 1946, e 535.800.000 carvão de pedra.

1947), seguida de perto p®»

o papel econômico que lhes cabe. sem a atrofia da produção e a paralisação ou o desestimulo de atividades agrícoUrs-

res, cabeças de zona, nos quais se ins talou o aparelhamento do crédito, a

antes de mais nada. dar aos troncos co letores o seu máximo rendimento O sistema interno dos pequenos centros do

maquinaria de beneficiamento, os ar-

mtenor que possuem área de influência


Dicr.sTO

86

EcoxÓNtiCo

Dioesto ECONÓ^UCO

econômica ficará, ou na órbita dos pró

prios municípios, para o recebimento das verbas para seu aparelhamento, ou na do Estado, mas em segunda urgência. Os grandes eixos ferroviários do Esta

ra permanece uma chis grandes coletoras dii produção cafceira, ao passo que a

segunda vai transitando para a função de servir a um parque industrial em es boço de descentralização, e, que bus

87

<lc serviços estabelecida pela adminis

tração dessa fen-osia parece dispensar do poder público maiores atenções. O problema apn-.sentado pelo eixo da Companhia Mogiana. entretanto, agra

do, pela ordem de importância econô

ca a sua linha, para o desenvolvimento

mica, continuam a ser:

dessa descentralização. O ramal paulis

vou-se de forma considerável, nos últi

ta da E. F. C. B. está recebendo, de

mos tempos, e tornou-se até um assunto

há um lustro, trabalhos de aparelha

do momento, com a apresentação do problema dc sua encampação, por parle do govêmo estadual. Qualquer que seja

— São Paulo-Campinas-São CarlosColômbia;

São Carlos-Bauru-Tupã; Campinas-Casa Branca-Ribeirão Prêto-Igarapava; — São Paulo-Santo António-Rubião

Júnior-Bavmi-Andradina;

Rubião Júnior-Ourinhos-Presidente Epi-

tácio;

— São Paulo-Cruzeíro.

Tais eixos criaram, no interior, os nós ferroviários de importân

mento de tal vulto, no seu conjunto, e de há um ano, no trecho entre a ca

pital e Mogi das Cruzes, que dispensa rão qualquer cuidado. Quanto à No roeste, onde as condições do terreno são mais fáceis e onde os rendimentos do

transporte, na zona paulista, são com pensadores, é de se esperar que, dentro em pouco, esteja em condições técni

la Catarina entre Itararé e Jaguariaíva, como ligação Jaguariaíva-Marques dos Heis. será completada com a transfe rência da antiga ferrovia do Norte do Paraná, — região econômica totahnente dependente da rêde paulista — a essa mesma administração, gerindo a Soro cabana as verbas destinadas, anualmen te, ao seu prolongamento. E' neces

sário que os problemas de Ininspor-

a solução adotada, no caso, — e desde

tes escapem à rígida repartição política

já deixamos consignado que somos con

estadual, que vem opondo embaraços ã plena expansão de alguns trechos

trários a essa encampação — é impres cindível estabelecer a continuidade para o plano de remodelação do traçado, já em execução, sob as vistas do grande engenheiro Luís de Mendonça Júnior.

partamento Nacional de Estradas dc

Ferro a fixação de normas gerais, pa ra a quebra dêsse regime anti-económi-

cas de funcionar con forme as necessidades.

Resta-nos

cia econômica de Cam

partes que cabem pre

pinas, Bauru e Araraquara, e outros, cuja im

é a urgente revisão dos

Caberá

cisamente a uma ferro

fretes ferroNiários, tema

ação, junto ao govêmo

via administrada

portância deriva apenas

federal, e enquadrada

de grande atualidade, a que não é possível fu

de sua significação como interligações de estradas

na sua política econô mica, no que toca aos

Govêmo do Estado há muitos anos, a Sorocaba-

ao

Estado

a

apreciar

ferroviários, entre nós. Caberia ao De

as

co.

pelo

Outra necessidade

gir mais, e que deverão

na, cuja linha-tronco servo a uma dás

integrar-se num plano de conjunto do

de ferro diversas, ou pelo sistema de ad

fretes, assunto de grande importância,

zonas de desenvolvimento mais acelera

ministração, ou pelo sistema de tra

desenvolvimento econômico nacional e

mas cuja especialização nos força a dei xá-los de parte, neste trabalho. Resta rá, no quadro federal, • a situação da Santos-Jundiai, dependente de solução,

do, e ao longo da qual os trabalhos de

estadual.

ção, ou pela bitola. Sôbre êles, pois, é que deve ser exercido o esfôrço do aparelhamento das ferrovias, e na ex

clusiva dependência de sua importân

e bastante controversa.

Qualquer que

eletrificação vão prosseguindo, embo

Temos verificado, através do noticiá

ra em ritmo mais lento do que o pre visto, e que devem, por definição até, ser acompanhados de ti'abalhos de remo

rio da imprensa, ultimamente, a freqüên cia com que autoridades municipais, ou niões normais como especiais, apelam certas zonas de rodovias, de estabele

cia como canalizadores da produção. Dir-se-á que isso escapa à alçada do

seja o rumo tomado pela administração dessa estrada, entretanto, é de se e.spe-

delação do traçado que a função econô mica dessa ferrovia toma indispensá

Estado, uma vez que o govêmo federal

rar que os trabalhos de remodelação do

veis e até mesmo urgentes.

possui, em seu território, duas ferrovias de importância econômica diversa. Po deríamos responder com a existência de

traçado e de eletrificação, no trecho São

Paulo-Jundiaí, não demorem muito tem po. Nessas condições, êsse trecho, par

necessidade, de atender, com grande atenção, ao trecho Rubião Júnior-Bau-

Acresce a

órgãos privados, em congressos ou reu para o Govêmo, no sentido de dotar

cer certas ligações, de ultimar trabalhos, ,ou de iniciar outros.

Verificaremos,

ru, que estabelece a continuidade do grande eixo que liga São Paulo ao oeste

um plano de conjunto permite que cada

nesse quadro geral, como a ausência de

um órgão centralizador, o Departamento

te de um dos eixos principais para a vi

Nacional de Estradas de Ferro, sem

da econômica do Estado, se enquadrará na situação apresentada pela Compa

do pais, e não esquecer os problemas

interessado

apresentados

nhia Paulista, onde o rendimento dos

cujas condições técnicas são deplorá

urgência a solução do problema de sua zona, solução apresentada como propícia aos grandes investimentos por parte do tesouro estadual, em vista de futuro que

cuja audiência nenhum trabalho desse gênero, mesmo em ferrovias não per tencentes ao governo federal, poderá ser

pelo ramal de Itararé,

admita como de primeira

transportes, em consec]^uência da densi

veis em confronto com o que se exige

A Noroeste e a Central do

dade de tráfego já alcançada, apresenta

Brasil, no ramal paulista, têm função econômica bem diferenciada. A primei-

índices promissores. A continuidade dos

de uma ferrovia moderna. Uma ação do govêmo paulista, no sentido de

trabalhos de remodelação e de melhoria

passar ã administração da Sorocabana

SC espera sempre esplêndido e com pensador. Ainda aqui, o que faz falta.

ü trecho da Rêde de Viação Paranú-San-

realmente, é um plano, uma vista de

efetivado.

liTlV/.* .


Dicr.sTO

86

EcoxÓNtiCo

Dioesto ECONÓ^UCO

econômica ficará, ou na órbita dos pró

prios municípios, para o recebimento das verbas para seu aparelhamento, ou na do Estado, mas em segunda urgência. Os grandes eixos ferroviários do Esta

ra permanece uma chis grandes coletoras dii produção cafceira, ao passo que a

segunda vai transitando para a função de servir a um parque industrial em es boço de descentralização, e, que bus

87

<lc serviços estabelecida pela adminis

tração dessa fen-osia parece dispensar do poder público maiores atenções. O problema apn-.sentado pelo eixo da Companhia Mogiana. entretanto, agra

do, pela ordem de importância econô

ca a sua linha, para o desenvolvimento

mica, continuam a ser:

dessa descentralização. O ramal paulis

vou-se de forma considerável, nos últi

ta da E. F. C. B. está recebendo, de

mos tempos, e tornou-se até um assunto

há um lustro, trabalhos de aparelha

do momento, com a apresentação do problema dc sua encampação, por parle do govêmo estadual. Qualquer que seja

— São Paulo-Campinas-São CarlosColômbia;

São Carlos-Bauru-Tupã; Campinas-Casa Branca-Ribeirão Prêto-Igarapava; — São Paulo-Santo António-Rubião

Júnior-Bavmi-Andradina;

Rubião Júnior-Ourinhos-Presidente Epi-

tácio;

— São Paulo-Cruzeíro.

Tais eixos criaram, no interior, os nós ferroviários de importân

mento de tal vulto, no seu conjunto, e de há um ano, no trecho entre a ca

pital e Mogi das Cruzes, que dispensa rão qualquer cuidado. Quanto à No roeste, onde as condições do terreno são mais fáceis e onde os rendimentos do

transporte, na zona paulista, são com pensadores, é de se esperar que, dentro em pouco, esteja em condições técni

la Catarina entre Itararé e Jaguariaíva, como ligação Jaguariaíva-Marques dos Heis. será completada com a transfe rência da antiga ferrovia do Norte do Paraná, — região econômica totahnente dependente da rêde paulista — a essa mesma administração, gerindo a Soro cabana as verbas destinadas, anualmen te, ao seu prolongamento. E' neces

sário que os problemas de Ininspor-

a solução adotada, no caso, — e desde

tes escapem à rígida repartição política

já deixamos consignado que somos con

estadual, que vem opondo embaraços ã plena expansão de alguns trechos

trários a essa encampação — é impres cindível estabelecer a continuidade para o plano de remodelação do traçado, já em execução, sob as vistas do grande engenheiro Luís de Mendonça Júnior.

partamento Nacional de Estradas dc

Ferro a fixação de normas gerais, pa ra a quebra dêsse regime anti-económi-

cas de funcionar con forme as necessidades.

Resta-nos

cia econômica de Cam

partes que cabem pre

pinas, Bauru e Araraquara, e outros, cuja im

é a urgente revisão dos

Caberá

cisamente a uma ferro

fretes ferroNiários, tema

ação, junto ao govêmo

via administrada

portância deriva apenas

federal, e enquadrada

de grande atualidade, a que não é possível fu

de sua significação como interligações de estradas

na sua política econô mica, no que toca aos

Govêmo do Estado há muitos anos, a Sorocaba-

ao

Estado

a

apreciar

ferroviários, entre nós. Caberia ao De

as

co.

pelo

Outra necessidade

gir mais, e que deverão

na, cuja linha-tronco servo a uma dás

integrar-se num plano de conjunto do

de ferro diversas, ou pelo sistema de ad

fretes, assunto de grande importância,

zonas de desenvolvimento mais acelera

ministração, ou pelo sistema de tra

desenvolvimento econômico nacional e

mas cuja especialização nos força a dei xá-los de parte, neste trabalho. Resta rá, no quadro federal, • a situação da Santos-Jundiai, dependente de solução,

do, e ao longo da qual os trabalhos de

estadual.

ção, ou pela bitola. Sôbre êles, pois, é que deve ser exercido o esfôrço do aparelhamento das ferrovias, e na ex

clusiva dependência de sua importân

e bastante controversa.

Qualquer que

eletrificação vão prosseguindo, embo

Temos verificado, através do noticiá

ra em ritmo mais lento do que o pre visto, e que devem, por definição até, ser acompanhados de ti'abalhos de remo

rio da imprensa, ultimamente, a freqüên cia com que autoridades municipais, ou niões normais como especiais, apelam certas zonas de rodovias, de estabele

cia como canalizadores da produção. Dir-se-á que isso escapa à alçada do

seja o rumo tomado pela administração dessa estrada, entretanto, é de se e.spe-

delação do traçado que a função econô mica dessa ferrovia toma indispensá

Estado, uma vez que o govêmo federal

rar que os trabalhos de remodelação do

veis e até mesmo urgentes.

possui, em seu território, duas ferrovias de importância econômica diversa. Po deríamos responder com a existência de

traçado e de eletrificação, no trecho São

Paulo-Jundiaí, não demorem muito tem po. Nessas condições, êsse trecho, par

necessidade, de atender, com grande atenção, ao trecho Rubião Júnior-Bau-

Acresce a

órgãos privados, em congressos ou reu para o Govêmo, no sentido de dotar

cer certas ligações, de ultimar trabalhos, ,ou de iniciar outros.

Verificaremos,

ru, que estabelece a continuidade do grande eixo que liga São Paulo ao oeste

um plano de conjunto permite que cada

nesse quadro geral, como a ausência de

um órgão centralizador, o Departamento

te de um dos eixos principais para a vi

Nacional de Estradas de Ferro, sem

da econômica do Estado, se enquadrará na situação apresentada pela Compa

do pais, e não esquecer os problemas

interessado

apresentados

nhia Paulista, onde o rendimento dos

cujas condições técnicas são deplorá

urgência a solução do problema de sua zona, solução apresentada como propícia aos grandes investimentos por parte do tesouro estadual, em vista de futuro que

cuja audiência nenhum trabalho desse gênero, mesmo em ferrovias não per tencentes ao governo federal, poderá ser

pelo ramal de Itararé,

admita como de primeira

transportes, em consec]^uência da densi

veis em confronto com o que se exige

A Noroeste e a Central do

dade de tráfego já alcançada, apresenta

Brasil, no ramal paulista, têm função econômica bem diferenciada. A primei-

índices promissores. A continuidade dos

de uma ferrovia moderna. Uma ação do govêmo paulista, no sentido de

trabalhos de remodelação e de melhoria

passar ã administração da Sorocabana

SC espera sempre esplêndido e com pensador. Ainda aqui, o que faz falta.

ü trecho da Rêde de Viação Paranú-San-

realmente, é um plano, uma vista de

efetivado.

liTlV/.* .


, 1.

II

II

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Dicesto Econónuco Digesto

88

conjunto. Não é possível admitir a dis persão de esforços, quando os recursos são lediizidos. Há neces.s'dade do esta

belecimento de uma ordem de urgên cia, e a base, no setor rodoviário, para o

estabelecimento dessa ordem de urgên cia, só pode ser a da potencialidade eco nômica das diversas zonas, expressa, com bastante eloqüência, no tráfego verifica

toca ao dispos:ti\o cm vigor, mais fácil dc ser observado para as construções, dc fuga

de-PíIar do Sul, Jundiaí-Campinas-Mogi Mirim-São João da Boa Vista, Campinas-Americana, Bibcírão Prêto-Jardinô-

à passagem através do perímetro urbano dos centros a que scr\c, não deve ser abandonada, entretanto, embora seja fei ta cm ritmo menos acelerado do que o da pav.mentação, que é urgente c principal. Um rápido exame da estatística, entre tanto, indica alguma coisa dc interes

pülis, Ribeirão Prêto-Serfãozinho e Ri beirão Prêto-Cravinhos, Araras-Limeira.

Dispensamos o restante da classificaÇcão, porque o que ficou expresso ser\'e já para o estabelecimento das linhas ge

sante. Dos trechos dc maior densidade

rais de um plano dc aparelhanienlo das rodovias, com a ordem de urgência. Em

e de que elas se vêm servindo para es coamento de sua produção. Não é pos sível construir, no momento, rodovias

denciar a necessidade de exercer o es-

de tráfego, um, entre São Paulo e San tos, está servido por rodovia de primeira classe; o outro, São Paulo-Jacareí, cn-

fôrço dos trabalhos cio D. E. R. na par

quadra-se no programa do Departamen

em zonas que não apresentem índices

te que toca aos melhoramentos da rède

econômicos ascencionais e efetivos.

existente, em vez de o fazer na parte

to Federal de Estradas de Rodagem, pe lo menos no que diz respeito às verbas,

do, anualmente, nas rodovias existentes

primeiro lugar, entretanto, cumpre evi

Paulo-Mato Grosso, aquele até a Ribeira e êste até Bauru. Depois viria, sem dúvi

em

forços se distribuam, anualmente, em ver

das Cruzes; o terceiro, entre São Paulo

da, o eixo São Paulo-Minas Gerais, atra-

e Cotia, está recebendo traballios de

bas, maquinaria e

melhoramentos.

\és de Campinas e Ribeirão 1 êlo, até esta última cidade. Enquanto se pmeessas-

Quanto à segunda classe, na estatísti ca: o trecho Jundiaí-São Paulo faz par te dos trabalhos da via Anhangüera, em

melhoramen

novas

construção, e acelerada na parte de pa vimentação, embora demande ainda pra zo relativamente largo para sua conclu são; o trecho Jacareí-Valparaíba faz par te do programa do D. N. E. R.,' cujos

construções.

E' natural que haja novas construções,

e os próprios índices econômicos, que a estatística apresentada não poderia tra duzir, impõem tal diretriz. Houvesse, por

para São Paulo, infelizmente, o que re

Maríha e Bauru, e ela apareceria, no

tardará o seu tôrmo no trecho em aprêço; resta o trecho São Paulo-Paraaíba,

quadro indicado, com uma densidade

do grande eixo de Mato Grosso, que es tá a exigir a atenção dos órgãos respon

dc tráfego bem alta. Mas não há, e êsse

São Paulo-Santos, São Paulo-Jacareí e

Dentro do quadro dos melhoramen tos, é evidente que o esforço deve ser exercido na pavimentação — as condi ções do piso das rodovias que aparecem cm primeiro lugar, na estatística apresentada, foram já largamente ultrapassa das pela tráfego em curso, onde essa

tia-Sorocaba-Campo Largo, Cotia-Pieda-

trabalhos vêm sendo atacados do Rio

exemplo, uma rodovia razoável entre

é um dos casos de construção.

e Jacareí-Valparaíba-Pouso Sêco; — de 500 a 1.000 toneladas por dia, ou 301) veículos por dia, os trechos: Co-

na estatística, convém ressaltai- u inte

trechos pavimentados já existentes, ate São Miguel e nas proximidades de Mogí

admitir,

dia, ou 1.500 veículos por dia: trechos

dia, ou 600 veículos por dia, os trechos: São Piiulo-Jundiaí, Sãò Paulo-Pamaíba

Ribeirão Prêto, podem esperar s-gunda ordem do urgência. A propósito daquilo que não apareceu

mo.s

tos e de 20 pára as

— de 1.000 a 2.000 toneladas por

Limeira-^Vraras e os da hinterlàndiu de

resse na pavimentação total do eixo São Paulo-Paraná e, em seguida, do eixo São

ra cs

São Paulo-Cotía;'

rim-São João da Boa Vista, como os de

realização, ainda que . esqueçamos os

relação de 80 pa

— de 2.000 a 5.000 toneladas por

do Paraná, apresenta-se em primeira ur gência, pois, para os trabalhos de pavi mentação, antecipando-se ao que liga Co tia a Campo Largo; os trechos Campinas-Americana e Campinas-Mogi Mi

novas estradas. Va-

mão-de-obra, numa

seguinte:

Anhangüera, em curso dc cons'rnção; o trecho Cot.a-Pihxr do Sul. do grande eixo

e tem os seus trabalhos em curso de

grosso, que êsses es

pres.sa, em suas linhas gerais, da forma

No que diz respeito a terceira classe da estatística, verificamos que o Uecho Jundiaí-Campinus enquadra-se na via

construção de

da

A fubdhdsão de Pesquisas Rodoviárias do Dei.artamento de Estradas de Roda gem verificou, em 1947, uma classifi cação, em função do tráfego, da rêde rodoviária no Estado, que pode ser ex-

89

Eco^'ó^^co

pavimentação não existia. A remodela ção dos traçados, em particular no que

sáveis, talvez retardado em vista dos

j

^

trabalhos em curso, na via Anhangüera e no trecho Jundiaí-Itu, por onde se poderá escoar a maior parte do tráfego que agora se faz entre São Paulo e Parnaíba, tráfego que, informe-se de pas

sagem, deriva mais da expansão do par que industrial no sentido de Osasco.

sem os trabalhos, dentro de uma ordem

de urgência fundada, assim, não nas so licitações de órgãos regionais, <jue não verificam as necessidades do conjiinlo da

economia do Estado, mas na d(:|)enden-

cia das imposições do escoamento de sua produção, o D. E. R. poderia en trar em acordo com as prefeituras prin

cipais, das cidades que possuem liinferlãndia própria, para a fiscalização, o em préstimo de maquinaria, a assistência téc nica em suma, para os trabalhos que ficariam a cargo dessas prefeiharas. Continuar a construir enquanto a rê

de existente, apesar da conservação, atingiu à limites de desgaste perigosos, ou construT sem considerar a oídein de

urgência imposta pelas necessi<laM s eco nômicas do Estado, é. que não é pos sível, e nem conduzirá a fim algum^ senão ao do malbaratamento dos meios

e da dispersão dos esforços.


, 1.

II

II

wm >

Dicesto Econónuco Digesto

88

conjunto. Não é possível admitir a dis persão de esforços, quando os recursos são lediizidos. Há neces.s'dade do esta

belecimento de uma ordem de urgên cia, e a base, no setor rodoviário, para o

estabelecimento dessa ordem de urgên cia, só pode ser a da potencialidade eco nômica das diversas zonas, expressa, com bastante eloqüência, no tráfego verifica

toca ao dispos:ti\o cm vigor, mais fácil dc ser observado para as construções, dc fuga

de-PíIar do Sul, Jundiaí-Campinas-Mogi Mirim-São João da Boa Vista, Campinas-Americana, Bibcírão Prêto-Jardinô-

à passagem através do perímetro urbano dos centros a que scr\c, não deve ser abandonada, entretanto, embora seja fei ta cm ritmo menos acelerado do que o da pav.mentação, que é urgente c principal. Um rápido exame da estatística, entre tanto, indica alguma coisa dc interes

pülis, Ribeirão Prêto-Serfãozinho e Ri beirão Prêto-Cravinhos, Araras-Limeira.

Dispensamos o restante da classificaÇcão, porque o que ficou expresso ser\'e já para o estabelecimento das linhas ge

sante. Dos trechos dc maior densidade

rais de um plano dc aparelhanienlo das rodovias, com a ordem de urgência. Em

e de que elas se vêm servindo para es coamento de sua produção. Não é pos sível construir, no momento, rodovias

denciar a necessidade de exercer o es-

de tráfego, um, entre São Paulo e San tos, está servido por rodovia de primeira classe; o outro, São Paulo-Jacareí, cn-

fôrço dos trabalhos cio D. E. R. na par

quadra-se no programa do Departamen

em zonas que não apresentem índices

te que toca aos melhoramentos da rède

econômicos ascencionais e efetivos.

existente, em vez de o fazer na parte

to Federal de Estradas de Rodagem, pe lo menos no que diz respeito às verbas,

do, anualmente, nas rodovias existentes

primeiro lugar, entretanto, cumpre evi

Paulo-Mato Grosso, aquele até a Ribeira e êste até Bauru. Depois viria, sem dúvi

em

forços se distribuam, anualmente, em ver

das Cruzes; o terceiro, entre São Paulo

da, o eixo São Paulo-Minas Gerais, atra-

e Cotia, está recebendo traballios de

bas, maquinaria e

melhoramentos.

\és de Campinas e Ribeirão 1 êlo, até esta última cidade. Enquanto se pmeessas-

Quanto à segunda classe, na estatísti ca: o trecho Jundiaí-São Paulo faz par te dos trabalhos da via Anhangüera, em

melhoramen

novas

construção, e acelerada na parte de pa vimentação, embora demande ainda pra zo relativamente largo para sua conclu são; o trecho Jacareí-Valparaíba faz par te do programa do D. N. E. R.,' cujos

construções.

E' natural que haja novas construções,

e os próprios índices econômicos, que a estatística apresentada não poderia tra duzir, impõem tal diretriz. Houvesse, por

para São Paulo, infelizmente, o que re

Maríha e Bauru, e ela apareceria, no

tardará o seu tôrmo no trecho em aprêço; resta o trecho São Paulo-Paraaíba,

quadro indicado, com uma densidade

do grande eixo de Mato Grosso, que es tá a exigir a atenção dos órgãos respon

dc tráfego bem alta. Mas não há, e êsse

São Paulo-Santos, São Paulo-Jacareí e

Dentro do quadro dos melhoramen tos, é evidente que o esforço deve ser exercido na pavimentação — as condi ções do piso das rodovias que aparecem cm primeiro lugar, na estatística apresentada, foram já largamente ultrapassa das pela tráfego em curso, onde essa

tia-Sorocaba-Campo Largo, Cotia-Pieda-

trabalhos vêm sendo atacados do Rio

exemplo, uma rodovia razoável entre

é um dos casos de construção.

e Jacareí-Valparaíba-Pouso Sêco; — de 500 a 1.000 toneladas por dia, ou 301) veículos por dia, os trechos: Co-

na estatística, convém ressaltai- u inte

trechos pavimentados já existentes, ate São Miguel e nas proximidades de Mogí

admitir,

dia, ou 1.500 veículos por dia: trechos

dia, ou 600 veículos por dia, os trechos: São Piiulo-Jundiaí, Sãò Paulo-Pamaíba

Ribeirão Prêto, podem esperar s-gunda ordem do urgência. A propósito daquilo que não apareceu

mo.s

tos e de 20 pára as

— de 1.000 a 2.000 toneladas por

Limeira-^Vraras e os da hinterlàndiu de

resse na pavimentação total do eixo São Paulo-Paraná e, em seguida, do eixo São

ra cs

São Paulo-Cotía;'

rim-São João da Boa Vista, como os de

realização, ainda que . esqueçamos os

relação de 80 pa

— de 2.000 a 5.000 toneladas por

do Paraná, apresenta-se em primeira ur gência, pois, para os trabalhos de pavi mentação, antecipando-se ao que liga Co tia a Campo Largo; os trechos Campinas-Americana e Campinas-Mogi Mi

novas estradas. Va-

mão-de-obra, numa

seguinte:

Anhangüera, em curso dc cons'rnção; o trecho Cot.a-Pihxr do Sul. do grande eixo

e tem os seus trabalhos em curso de

grosso, que êsses es

pres.sa, em suas linhas gerais, da forma

No que diz respeito a terceira classe da estatística, verificamos que o Uecho Jundiaí-Campinus enquadra-se na via

construção de

da

A fubdhdsão de Pesquisas Rodoviárias do Dei.artamento de Estradas de Roda gem verificou, em 1947, uma classifi cação, em função do tráfego, da rêde rodoviária no Estado, que pode ser ex-

89

Eco^'ó^^co

pavimentação não existia. A remodela ção dos traçados, em particular no que

sáveis, talvez retardado em vista dos

j

^

trabalhos em curso, na via Anhangüera e no trecho Jundiaí-Itu, por onde se poderá escoar a maior parte do tráfego que agora se faz entre São Paulo e Parnaíba, tráfego que, informe-se de pas

sagem, deriva mais da expansão do par que industrial no sentido de Osasco.

sem os trabalhos, dentro de uma ordem

de urgência fundada, assim, não nas so licitações de órgãos regionais, <jue não verificam as necessidades do conjiinlo da

economia do Estado, mas na d(:|)enden-

cia das imposições do escoamento de sua produção, o D. E. R. poderia en trar em acordo com as prefeituras prin

cipais, das cidades que possuem liinferlãndia própria, para a fiscalização, o em préstimo de maquinaria, a assistência téc nica em suma, para os trabalhos que ficariam a cargo dessas prefeiharas. Continuar a construir enquanto a rê

de existente, apesar da conservação, atingiu à limites de desgaste perigosos, ou construT sem considerar a oídein de

urgência imposta pelas necessi<laM s eco nômicas do Estado, é. que não é pos sível, e nem conduzirá a fim algum^ senão ao do malbaratamento dos meios

e da dispersão dos esforços.


■>' ti

' '■

Dicesto Econômico

Portugal e a expansão capitalista III

O ^

PAPEL representado por Portugal nas descobertas geográficas, alargando co mercialmente o planeta, ficava quase anulado peIa impossibilidade de

formar seu crédito com a acumulação do capital. A biografia moderna do capital se iniciou com o comércio e o mercado mundiais do século XVI. Freia-

do pelas imposições tomistas. Portugal

nao podia aproveitar-se do comércio imenso de que se tomara senhor abso luto.

empréstimos estrangeiros. Cada vez mais Portugal sc afunda\-a no mar escabro.so das dívidas internacionais.

Com êsse artigo, o erudito pTofcssor Josc

Honório Rodrigues encerra a série que escreveu, com exclusividade, para o

"Dicesto Econômico" sôhrc a cxjjansão capitalista em Portugal. Os fatôres que determinavam a "decadência capi talista" dos povos peninsulares, como, por exemplo, a expulsão dos judeus e a doutrina tomista de proibição à usura, foram minuciosamente analisados pelo jovem professor do Instituto Rio Bran co, do Ministério do Exterior.

Ao mesmo ternpo, D. Manoel gastava com mão pr^iga em . tenças, casamen

tos, moradias de nobres, graças espe ciais, obras de arte de grande preço,

como Tomar e Belém, em embaixadas faustosas, em obras de grandeza e os tentação, como mostrou exaustivamen

te Braancamp Freire e conforme se vê, também, da leitura dos Anais de D. João III, de Frei Luís de Sousa.

O decreto de 5 de dezembro de 1496, expulsando os judeus, provocou um pro fundo abalo na economia portuguêsa. A proibição da usura, tomando difícil

ou caro o dinheiro, a expulsão dos ju

deus, as despesas supérfluas e a falta de economia pública obrigaram o recurso do empréstimo estrangeiro. Os extraordinários proveitos do co mércio português iam "cair nos bolsos dos homens riquíssimos, que nunca vi ram a cara do inimigo e estremeciam

em lhes falando na guerra da África",

A imprevidéncia c a negação do espí rito comercial e financeiro impediu a consolidação do crédito público e pri vado e levou ao constante recurso dos

José Honório Rodrigues

L

91

na frase de d. Jerónimo Osório. Para o povo português, a recompensa era a fome. Sim, crises tremendas de fome surgidas em 1521 e 1535. Pobreza e fome para os bravos navegadores que "em perigos e guerras esforçados mais do que prometia a força humana, entre gente remota edificaram novo reino que tanto sublimaram".

A dívida pública portuguêsa, consideràvelmente acrescida, impossibilitava a administração.

Basta olhar num orça

mento português da época as despesas ordinárias para se ver que quase tudo era gasto com subvenções à família

A

da nova civilização. Lá se faziam as trocas entre os produtos do Oriente e

do Novo Ocidente, trazidos pelos portuguê.scs o espanhóis, e as fazendas da Holanda ou o cobre da Alemanha, in

dispensáveis ao escambo com a índia. Portugueses estabeleceram uma agên

desonestidade e incompetência oram a regra. Basta ler os \aviados testemu nhos da época, compeudiados em Frei

cia real, onde se combinavam e con

Luís de Sousa.

ao Rei seria adiantada uma determina

Ainda no século XVII, autores fora do

suspeição, como o Padre Antônio Vieira e Antônio de Sousa de Macedo relatam as constantes fraudes contra a fazenda

pública, promovida por prepostos do govêmo real. Um autor inglês da época louvou a moralidade comercial c a boa

execução das leis em Portugal, mas era,

provàvelmentc, um mau observador. A fim de evitar os excessivos juros das praças estrangeiras, iniciou D.

tratavam negócios. Os contratos de es peciaria ou pimenta estipulavam que da soma de dinheiro ao preço ajustado. E' evidente que a flutuação do preço no mercado, devido ao lapso de tempo entre o preço ajustado e o preço da chegada do produto, provoca\'a perdas para o Rei e tomava os contrato.s da pimenta uma verdadeira especulação, si nal característico do capitalismo, como escreveu Jacob Striedcr. O monopólio de segunda mão obtido pelos financistas de Antuérpia

Manoel, em 1500, a, venda de

ocasionava a alta do preço e

juros reais. O primeiro pa drão de juro real de 20 de fe

o prejuízo real.

vereiro de T500 rendia 7,14%.

maior a sujeição de Portugal

O recurso não surtiu o efeito

aos financistas italianos e ale

mentos

tomavam

Os adianta cada

vez

desejado, que era o da conso mães. lidação da dívida pública. Na história econômica do .AQyíMO Não havia capitais no país século XVI, um dos capítulo.s desde a retirada dos judeus e mais fascinantes é a história da rapidez com quê esses mesmos fi o excessivo espírito medieval impedia uma decidida vocação capitalista. Basta nancistas e mercadores italianos e ale lembrar que parecia coisa abominável mães do sul compreenderam o valor venderem-se juros, ainda na época de das descobertas e conquistas portugue sas. Os extraordinários proveitos alcan d. João III, que os vendera a 5, a 6 e a 8%.

Começou-se,

então,

a

recorrer

çados com o comércio da especiaria por

Um mínimo

ao estrangeiro, "e dês que se começou

navegantes portugueses, cheios de espí

era devotado às obras públicas e íi administração da justiça. Com êsse des

a tomar até agora, nunca se outra coisa fêz", dizia Frei Luís de Sousa.

rito aventuroso, não beneficiaram a na

real, aos nobres e ao clero.

preparo financeiro é que Portugal en trara nos imensos trabalhos das conquis tas e navegações. Era uma grande emprêsa comercial tentada sem capitais.

Viveu Portugal, a partir daí, de em

préstimos, conseguidos nas praças ale mãs e flamengas, a preços extorsivos. Antuérpia tornou-se a sede da nova riqueza paradisíaca, o centro econômico

ção portuguêsa, por incapacidade de seus dirigentes, que deixaram fugir para mãos estranhas os resultados da coragem do povo comum. A história das finanças públicas em

Portugal se resume, dêste modo, na


■>' ti

' '■

Dicesto Econômico

Portugal e a expansão capitalista III

O ^

PAPEL representado por Portugal nas descobertas geográficas, alargando co mercialmente o planeta, ficava quase anulado peIa impossibilidade de

formar seu crédito com a acumulação do capital. A biografia moderna do capital se iniciou com o comércio e o mercado mundiais do século XVI. Freia-

do pelas imposições tomistas. Portugal

nao podia aproveitar-se do comércio imenso de que se tomara senhor abso luto.

empréstimos estrangeiros. Cada vez mais Portugal sc afunda\-a no mar escabro.so das dívidas internacionais.

Com êsse artigo, o erudito pTofcssor Josc

Honório Rodrigues encerra a série que escreveu, com exclusividade, para o

"Dicesto Econômico" sôhrc a cxjjansão capitalista em Portugal. Os fatôres que determinavam a "decadência capi talista" dos povos peninsulares, como, por exemplo, a expulsão dos judeus e a doutrina tomista de proibição à usura, foram minuciosamente analisados pelo jovem professor do Instituto Rio Bran co, do Ministério do Exterior.

Ao mesmo ternpo, D. Manoel gastava com mão pr^iga em . tenças, casamen

tos, moradias de nobres, graças espe ciais, obras de arte de grande preço,

como Tomar e Belém, em embaixadas faustosas, em obras de grandeza e os tentação, como mostrou exaustivamen

te Braancamp Freire e conforme se vê, também, da leitura dos Anais de D. João III, de Frei Luís de Sousa.

O decreto de 5 de dezembro de 1496, expulsando os judeus, provocou um pro fundo abalo na economia portuguêsa. A proibição da usura, tomando difícil

ou caro o dinheiro, a expulsão dos ju

deus, as despesas supérfluas e a falta de economia pública obrigaram o recurso do empréstimo estrangeiro. Os extraordinários proveitos do co mércio português iam "cair nos bolsos dos homens riquíssimos, que nunca vi ram a cara do inimigo e estremeciam

em lhes falando na guerra da África",

A imprevidéncia c a negação do espí rito comercial e financeiro impediu a consolidação do crédito público e pri vado e levou ao constante recurso dos

José Honório Rodrigues

L

91

na frase de d. Jerónimo Osório. Para o povo português, a recompensa era a fome. Sim, crises tremendas de fome surgidas em 1521 e 1535. Pobreza e fome para os bravos navegadores que "em perigos e guerras esforçados mais do que prometia a força humana, entre gente remota edificaram novo reino que tanto sublimaram".

A dívida pública portuguêsa, consideràvelmente acrescida, impossibilitava a administração.

Basta olhar num orça

mento português da época as despesas ordinárias para se ver que quase tudo era gasto com subvenções à família

A

da nova civilização. Lá se faziam as trocas entre os produtos do Oriente e

do Novo Ocidente, trazidos pelos portuguê.scs o espanhóis, e as fazendas da Holanda ou o cobre da Alemanha, in

dispensáveis ao escambo com a índia. Portugueses estabeleceram uma agên

desonestidade e incompetência oram a regra. Basta ler os \aviados testemu nhos da época, compeudiados em Frei

cia real, onde se combinavam e con

Luís de Sousa.

ao Rei seria adiantada uma determina

Ainda no século XVII, autores fora do

suspeição, como o Padre Antônio Vieira e Antônio de Sousa de Macedo relatam as constantes fraudes contra a fazenda

pública, promovida por prepostos do govêmo real. Um autor inglês da época louvou a moralidade comercial c a boa

execução das leis em Portugal, mas era,

provàvelmentc, um mau observador. A fim de evitar os excessivos juros das praças estrangeiras, iniciou D.

tratavam negócios. Os contratos de es peciaria ou pimenta estipulavam que da soma de dinheiro ao preço ajustado. E' evidente que a flutuação do preço no mercado, devido ao lapso de tempo entre o preço ajustado e o preço da chegada do produto, provoca\'a perdas para o Rei e tomava os contrato.s da pimenta uma verdadeira especulação, si nal característico do capitalismo, como escreveu Jacob Striedcr. O monopólio de segunda mão obtido pelos financistas de Antuérpia

Manoel, em 1500, a, venda de

ocasionava a alta do preço e

juros reais. O primeiro pa drão de juro real de 20 de fe

o prejuízo real.

vereiro de T500 rendia 7,14%.

maior a sujeição de Portugal

O recurso não surtiu o efeito

aos financistas italianos e ale

mentos

tomavam

Os adianta cada

vez

desejado, que era o da conso mães. lidação da dívida pública. Na história econômica do .AQyíMO Não havia capitais no país século XVI, um dos capítulo.s desde a retirada dos judeus e mais fascinantes é a história da rapidez com quê esses mesmos fi o excessivo espírito medieval impedia uma decidida vocação capitalista. Basta nancistas e mercadores italianos e ale lembrar que parecia coisa abominável mães do sul compreenderam o valor venderem-se juros, ainda na época de das descobertas e conquistas portugue sas. Os extraordinários proveitos alcan d. João III, que os vendera a 5, a 6 e a 8%.

Começou-se,

então,

a

recorrer

çados com o comércio da especiaria por

Um mínimo

ao estrangeiro, "e dês que se começou

navegantes portugueses, cheios de espí

era devotado às obras públicas e íi administração da justiça. Com êsse des

a tomar até agora, nunca se outra coisa fêz", dizia Frei Luís de Sousa.

rito aventuroso, não beneficiaram a na

real, aos nobres e ao clero.

preparo financeiro é que Portugal en trara nos imensos trabalhos das conquis tas e navegações. Era uma grande emprêsa comercial tentada sem capitais.

Viveu Portugal, a partir daí, de em

préstimos, conseguidos nas praças ale mãs e flamengas, a preços extorsivos. Antuérpia tornou-se a sede da nova riqueza paradisíaca, o centro econômico

ção portuguêsa, por incapacidade de seus dirigentes, que deixaram fugir para mãos estranhas os resultados da coragem do povo comum. A história das finanças públicas em

Portugal se resume, dêste modo, na


Dicesto

92

histrtna sem esperanças de crises con

Econónuco

era a do cobre pela pimenta.

Anton

tínuas. Os dirigentes portugueses, igno-

Welser dispunha de grandes quantidades

raiilfs na' arte do bom governo, nunca

desse metal e havia, desde 1503, estabe

conwguiram, com os imensos tesouros

lecido uma importante agência em Lis

iniciais, estabelecer um genuíno crédi

boa. Seu agente Simon Scitz obtivera os primeiros privilégios para os merca

Durante os dezesseis anos de relações

se o Bras'l de ter consumido

desde

agente pagava de 12 a 16Í ao ano,

comerciais, conseguira, só em negócios

1530 grandes somas. Nesse ano despa chara-se para cá Martim Afonso de Sousa e logo em seguida se iniciara a

4 ií% por feira ou 18% ao ano, nos

maram parte direta no comércio entre

com Portugal, um respeitável proveito

cnnvr uma carta sôbre os resultados

só .iMiidonou depois da volta de Pedro Ãl\'i 11 rs Cabral, para se de dicar às especiarias do Oríciile.

dores alemães.

Os resultados de sua

anual de 9%, conforme mostrou Ehren-

bcrg.

O papel representado por Jacob Fugger cm Portugal foi bem diferente

Querendo tTar-sc dessas dívidas, ape lava o Rei ao "povo miúdo", para que

Alteza gastado muito dinheiro e come çou a gastar no ano dc 1530. Mistério foi grande fazer-se a primeira

: -

falecido em 1528, seus fi

lhos c(»ntinuaram a dirigir a casa bancária paterna, que se tornou credora do

Oiilro financista italiano

"No Brasil tem Vossa

permissão do rei de Por-

não merecia, e scguir-se dela

e os juros passavam de 300 mil

desarreigarem-se" daquela terra os franceses, que já ne^a se co

cruzados por ano.

dia, Welser teve um lucro

meçava a plantar e lançar raí

tência tomista, por assim dizer,

de cerca de 20.000 florins,

zes".

enquanto que Fugger ape

Pelo balanço que em 1543 mandara João Rabelo, agente português em An

tuérpia, verificíi-se que a dívida portu guesa "só em câmbios" era de .... 1:946$920.

florcndno

pimenta em Antuérpia. Basta dizer que só du

dinheiros tomados de empréstimo para

LU TERO

que ])articipou extensiva-

mcnlo de viagens à Cuiana, Madeira, Brasil e índia. Era considerado o mais

rante dezesseis anos de contínua atividade com

Portugal, Fugger lucrava 54 ao ano, o que representava um extraorclinarissi-

Tôdas essas razões dc resis

ã revolução económxa do sé

os Fugger tremendos lu

de açúcar na Madeira e

dívidas e os juros. Em 1552, deviam-se três contos de ouro

cros com o comércio da

Lisboa, principal mercador

o servisse com duzentos mil cruzados. Nesse descalabro financeiro cresciam as

despeza af'm de coisa que o

foi liurtolomeu Marchioni, em

postos.

tugal para equipar liavios reais para a viagem à ín

nas lucrou 4.000 florins. Só mais tarde obtiveram

Rei.

empréstimos ao Rei, dobrava o capitai

nheira sobre a fazenda real, escrevia-se,

mando parte muito limitada na explora

;

ou melhor, 3 a 4% por feira; cobrando em quatro anos, devido nos juros com

textualmente;

ção direta das conquistas portuguesas na índia. Quando, em 1500, um con sórcio de firmas de Augsburgo recebeu

tário.

colonização. Num documento do Conde de Casta-

do de Anlon Welser. Êle começou to

Embora tivesse

residente

de lamento e os 300$0ü0 despendidos só com o casamento da princesa não me Os juros eram tão altos que dobra vam o dinheiro em quatro anos. O

mães do sul 6 mais tarde flamengos. r.iitro os primeiros itaManos que to

da vmgem de Cabral. Estava ligado ao coniftcio de açúcar da Madeira, o qual

\ia el-rei 888:G0O$O0O em "juros \endi-

povoamento despendido 80S000. Tal qvianlia gasta cm 20 anos era objeto

registrou Frei Luís dc Sousa. Acusava-

tado dos seus negócios em Portugal.

pzava de alguma importância em Lisoa. Affaitadi foi dos primeiros a es-

Desde 1534, qriando se avaliavam as rendas portuguesas om 279:.500$000, dc-

esperava, como ter-a para sua defesa e

Flandres vão 1BO;000$000",. conforme

mas os vários financistas italianos, ale

queiro de Cremona, que já,em 1501-1503

As quan

tias cresceram com o passar dos anos.

reciam uma linha sequer de comen

casa dependeram exclusivamente do es

ta-se Giovanni Francisco Affaitadi, ban

aos Fuggers 22.100 forins.

93

dos e dívidas da Casa da índia e câm bios de Flandrcs; nestes câmbios de

to público, indispensável condição para a piosperldade c independência do país. Desde cedo enriqueceram não a nação,

Lisboa e as possessões portuguesas ci

Dicesto Econômico

E não se contavam outros

as férias de 1544, bem como os "câm bios de F'andros", que teriam custado

culo XV-XVI, provocaram a insuficiên cia das conquistas portuguesas para a riqueza. Elas bem poderiam, pela sua primazia, ter assegurado para a nação uma preponderância incontestável. Mas prefcrivi Portugal permanecer fiel à sua vocação e com a vocação da pobreza —

até então dois contos e duzentos mil

insânia diabólica para os predestinados cahinistas — influiu na própria formação

cnizados.

econômica do Brasil.

As compras de cobre eram o veículo

qua<lia de Cabral e várias viagens à

mo lucro, comparado com o de Welser. A verdade é que não vinham somente do comércio os proveitos do.s Fuggers.

sôbre Portugal. Nesse mesmo balaneo, as compras de cobre distingnem-se das

índia, bem como a viagem de Américo

Da usura, do.s empréstimos a juros ele

outras, as místicas (várias) ou as des

Primeiro, pelo abandono a que nos votaram os portugueses durante mais de trinta anos. A principal preocupação de Portugal eram as índias. Além disso, como filhos de pobres, pobres fomos

Vespiicío, em 1501. O cobre foi a razão da desaparição

vadíssimos feitos a Portugal e outras na

pesas de ostentação (casamento da prin

desde o início. A proibição da usura e

rico homem de Lisboa, segundo João de Hairos.

Financiou um navio da es-

dos \ffaitadi, pois uma das principais troca:, que se efetuavam em Antuérpia

ções católicas, como a Espanha, engor dava a casa alemã.

Em 1539, só o rei de Portugal devia

para o domínio financeiro dos Fuggers

cesa). Neste ano de 1543 queixavamse de que o Brasil não sòmente não rendera nesses vinte anos o que dele ss

a falta de legalização de uma taxa mo derada de juros tomaram o dinheiro caro e difícil. Sem crédito e sem


Dicesto

92

histrtna sem esperanças de crises con

Econónuco

era a do cobre pela pimenta.

Anton

tínuas. Os dirigentes portugueses, igno-

Welser dispunha de grandes quantidades

raiilfs na' arte do bom governo, nunca

desse metal e havia, desde 1503, estabe

conwguiram, com os imensos tesouros

lecido uma importante agência em Lis

iniciais, estabelecer um genuíno crédi

boa. Seu agente Simon Scitz obtivera os primeiros privilégios para os merca

Durante os dezesseis anos de relações

se o Bras'l de ter consumido

desde

agente pagava de 12 a 16Í ao ano,

comerciais, conseguira, só em negócios

1530 grandes somas. Nesse ano despa chara-se para cá Martim Afonso de Sousa e logo em seguida se iniciara a

4 ií% por feira ou 18% ao ano, nos

maram parte direta no comércio entre

com Portugal, um respeitável proveito

cnnvr uma carta sôbre os resultados

só .iMiidonou depois da volta de Pedro Ãl\'i 11 rs Cabral, para se de dicar às especiarias do Oríciile.

dores alemães.

Os resultados de sua

anual de 9%, conforme mostrou Ehren-

bcrg.

O papel representado por Jacob Fugger cm Portugal foi bem diferente

Querendo tTar-sc dessas dívidas, ape lava o Rei ao "povo miúdo", para que

Alteza gastado muito dinheiro e come çou a gastar no ano dc 1530. Mistério foi grande fazer-se a primeira

: -

falecido em 1528, seus fi

lhos c(»ntinuaram a dirigir a casa bancária paterna, que se tornou credora do

Oiilro financista italiano

"No Brasil tem Vossa

permissão do rei de Por-

não merecia, e scguir-se dela

e os juros passavam de 300 mil

desarreigarem-se" daquela terra os franceses, que já ne^a se co

cruzados por ano.

dia, Welser teve um lucro

meçava a plantar e lançar raí

tência tomista, por assim dizer,

de cerca de 20.000 florins,

zes".

enquanto que Fugger ape

Pelo balanço que em 1543 mandara João Rabelo, agente português em An

tuérpia, verificíi-se que a dívida portu guesa "só em câmbios" era de .... 1:946$920.

florcndno

pimenta em Antuérpia. Basta dizer que só du

dinheiros tomados de empréstimo para

LU TERO

que ])articipou extensiva-

mcnlo de viagens à Cuiana, Madeira, Brasil e índia. Era considerado o mais

rante dezesseis anos de contínua atividade com

Portugal, Fugger lucrava 54 ao ano, o que representava um extraorclinarissi-

Tôdas essas razões dc resis

ã revolução económxa do sé

os Fugger tremendos lu

de açúcar na Madeira e

dívidas e os juros. Em 1552, deviam-se três contos de ouro

cros com o comércio da

Lisboa, principal mercador

o servisse com duzentos mil cruzados. Nesse descalabro financeiro cresciam as

despeza af'm de coisa que o

foi liurtolomeu Marchioni, em

postos.

tugal para equipar liavios reais para a viagem à ín

nas lucrou 4.000 florins. Só mais tarde obtiveram

Rei.

empréstimos ao Rei, dobrava o capitai

nheira sobre a fazenda real, escrevia-se,

mando parte muito limitada na explora

;

ou melhor, 3 a 4% por feira; cobrando em quatro anos, devido nos juros com

textualmente;

ção direta das conquistas portuguesas na índia. Quando, em 1500, um con sórcio de firmas de Augsburgo recebeu

tário.

colonização. Num documento do Conde de Casta-

do de Anlon Welser. Êle começou to

Embora tivesse

residente

de lamento e os 300$0ü0 despendidos só com o casamento da princesa não me Os juros eram tão altos que dobra vam o dinheiro em quatro anos. O

mães do sul 6 mais tarde flamengos. r.iitro os primeiros itaManos que to

da vmgem de Cabral. Estava ligado ao coniftcio de açúcar da Madeira, o qual

\ia el-rei 888:G0O$O0O em "juros \endi-

povoamento despendido 80S000. Tal qvianlia gasta cm 20 anos era objeto

registrou Frei Luís dc Sousa. Acusava-

tado dos seus negócios em Portugal.

pzava de alguma importância em Lisoa. Affaitadi foi dos primeiros a es-

Desde 1534, qriando se avaliavam as rendas portuguesas om 279:.500$000, dc-

esperava, como ter-a para sua defesa e

Flandres vão 1BO;000$000",. conforme

mas os vários financistas italianos, ale

queiro de Cremona, que já,em 1501-1503

As quan

tias cresceram com o passar dos anos.

reciam uma linha sequer de comen

casa dependeram exclusivamente do es

ta-se Giovanni Francisco Affaitadi, ban

aos Fuggers 22.100 forins.

93

dos e dívidas da Casa da índia e câm bios de Flandrcs; nestes câmbios de

to público, indispensável condição para a piosperldade c independência do país. Desde cedo enriqueceram não a nação,

Lisboa e as possessões portuguesas ci

Dicesto Econômico

E não se contavam outros

as férias de 1544, bem como os "câm bios de F'andros", que teriam custado

culo XV-XVI, provocaram a insuficiên cia das conquistas portuguesas para a riqueza. Elas bem poderiam, pela sua primazia, ter assegurado para a nação uma preponderância incontestável. Mas prefcrivi Portugal permanecer fiel à sua vocação e com a vocação da pobreza —

até então dois contos e duzentos mil

insânia diabólica para os predestinados cahinistas — influiu na própria formação

cnizados.

econômica do Brasil.

As compras de cobre eram o veículo

qua<lia de Cabral e várias viagens à

mo lucro, comparado com o de Welser. A verdade é que não vinham somente do comércio os proveitos do.s Fuggers.

sôbre Portugal. Nesse mesmo balaneo, as compras de cobre distingnem-se das

índia, bem como a viagem de Américo

Da usura, do.s empréstimos a juros ele

outras, as místicas (várias) ou as des

Primeiro, pelo abandono a que nos votaram os portugueses durante mais de trinta anos. A principal preocupação de Portugal eram as índias. Além disso, como filhos de pobres, pobres fomos

Vespiicío, em 1501. O cobre foi a razão da desaparição

vadíssimos feitos a Portugal e outras na

pesas de ostentação (casamento da prin

desde o início. A proibição da usura e

rico homem de Lisboa, segundo João de Hairos.

Financiou um navio da es-

dos \ffaitadi, pois uma das principais troca:, que se efetuavam em Antuérpia

ções católicas, como a Espanha, engor dava a casa alemã.

Em 1539, só o rei de Portugal devia

para o domínio financeiro dos Fuggers

cesa). Neste ano de 1543 queixavamse de que o Brasil não sòmente não rendera nesses vinte anos o que dele ss

a falta de legalização de uma taxa mo derada de juros tomaram o dinheiro caro e difícil. Sem crédito e sem


V

Tf?

Digesto EcoN*ó>aco

94

acumulação capitalista, impossíveis clc encontrar na niãe-pátria, passamos a

viver de exportação de produtos de so bremesa, sujeitos, na entrosagem da eco

c contra ele .sc articulam varias acusa

nomia mundial, a terríveis crises de superabundância. Iríamos, assim, sofrer as conseqüências da má administração

onzcneíros como se foram lícitos e não

financeira, da falta de crédito e de ca

pital e dos excessos da onzena.

já na época de Mem de Sá (1557-

ções, por fazer "onzenas (; contratos

foram proibidos". Só ê'es, os judeus, cristãos novos bbertos dos preceitos me

dievais, é que emprestavam c acumula\arn capitais. Tanto assim que quando o capitão Pero Lopes necessitou prover

1572) cometiam os mercadores tais usu

Ü.S cem homens que a.ssistiam ao forte

ras que foi necessário adotarem-se me

da Paraíba, recorreu ao mesmo João

didas urgentes. Enquanto foi ouvidor geral Pero de Borges, cessaram as usu

Nunes, o rico capitalista dos primeiros tempos da Colônia. Poucos seriam os homens que pudessem emprestar e pou

ras, que logo voltaram a correr quando êste foi substituído pelo dr. Braz Fra goso. Frei Vicente Salvador nos conta que não se queria mais vender a di

nheiro de contado, senão fiado, tais os juros que se cobravam.

No mesmo século, durante a visita do

Santo Ofício à Bahia (1591-93) e a Pernambuco (1593-95) são várias as

George NVashington, aristocrata íundador de uma grande democracia

gra\ússim:) pecud.;. João .\uucs, cristão novo, ó o principal onzenriro do século

R<n>Hico So./vnEs Júnior

j^ECÍTiMO aristocrata britânico, de raça, fortuna e ascendCmciu, George Was hington, pertencente ao patriciado agrá rio das colônias inglesas do Novo Mun do, só principiou a sentir-se americano quando os seus conterrâneos entraram em colisão com a metrópole.

cos os que, podendo, ousassem afron

Por educação, formação espiritual e, hem entendido, por temperamento aquôle que mais tarde foi crismado de

tar os preceitos da Igreja.

"Pai da Nação Americana"

Quando, um século depois, o pode rio holandês, de base inteiramente capi

talista, promoveu na história brasileira um capítulo novo, a usura, liberta, cam

peou à vontade, permitindo a primeira formação de uma classe urbana e bur

denúncias contra a prática da usura,

guesa, atenta apenas aos interesses do

condenada por aquele Tribunal como

fnercantilisnjo.

resumia

O "Digesto Econômico" inicia hoje itma série de pequenos ensaios referentes à Vida dos grandes' cidadãos america nos Washington, Lincoln, Hamilton, Jcfferson, Benjamin Franklin, Wilson e

Roosevclt. O autor de tão primorosos ensaios c o brilhante jornalista Rodriza Soares Júnior, diretor do "Diário Po

pular", jornal que sempre se devotou () defesa dos ideais democráticos no

Brasil. Os vultos excepcionais focaliza

sa época na terra dos seus ante

dos pela pena amestrada de Rodrigo Soares Júnior são expoentes da cultura

passados.

e da formação cívica e moral dos Es

O traço que diferencia Washington, grande proprietário e agricultor na Vir gínia, dos seus pares na velha Inglater

ses estudos visam dar à mocidade bra

bem o tipo da nobreza rural des

ra, é um senso de sincera democracia

que parece ser fruto especial da socieda de americana. Dado o grande patrimô nio herdado do pai e acrescido de novas

heranças posteriores, o jovem Washing ton podia ter-se contentado com fruir os

tados Unidos. De aspecto didático, êssileira o conhecimento dos traços de caráter e dos exemplos de conduta de homens que formam o alicerce espi ritual da poderosa nação norte-anxerica-

na.

Constituem, pois, essas páginas,

ensinamentos de edticaçâo cívica.

rendimentos de suas terras e levar a

A maior firma açxicareira do México exportou nas últi7iuis semanas 100 mil toneladas de açúcar para a Grã-Bretanha, 40 mil para os Estados Unidos e 20.000 para a Itália, neste último país em troca de sôda arlificial.

Receando um excesso de produção e falta de mercados, a União Nacional dos Produtores de Açúcar concordou em reduzir para 600.000 toneladas a produção de 1948. De acordo com um relatório da referida organização, durante o último^iriênjo a maioria das refinarias mexicanas fêz vários melhoramentos nas suas insta

lações, sendo também construídas alg^umas refinarias menores. Caso todas elas trabalhassem na sua capacidade total, a produção mexicana de açúcar durante 1948 poderia alcançar 750.000 toneladas.

existência folgada do latifundiário co

a equitação e a vida que nós diríamos

lonial.

hoje esportiva.

Mas era um espírito ativo. E sem '.ser dominado pela ambição monetá ria ou qualquer outra menos louvável, sentia latejar em si a necessidade de •

breza normanda, era a inclinação para as armas. Washington, depois de passar

expandir fortes reservas de energias.

Uma tendência própria da velha no uns tempos a exercer a agrimensuia e a desbravar terras novas, obedeceu sem

Êle mesmo se jactava de sua robustez

duv.da à voz irresistível dos seus avoen-

e da confiança que sentia em si próprio.

gos nórdícos. Obteve o cargo de aju dante geral na Milícia da Virgínia e, como bom inglês, foi combater de rijo os franceses no Ohío^e teve a satisfa ção de vê-los derrotados juntamente com seus aliados, os índios peles-vermelhas.

A instrução puramente livresca não sobrecarregou muito o espírito de um

moço, munido dos rudimentos estrita

mente indispensáveis de cultura intelec tual e mais propenso a praticar a caça,


V

Tf?

Digesto EcoN*ó>aco

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acumulação capitalista, impossíveis clc encontrar na niãe-pátria, passamos a

viver de exportação de produtos de so bremesa, sujeitos, na entrosagem da eco

c contra ele .sc articulam varias acusa

nomia mundial, a terríveis crises de superabundância. Iríamos, assim, sofrer as conseqüências da má administração

onzcneíros como se foram lícitos e não

financeira, da falta de crédito e de ca

pital e dos excessos da onzena.

já na época de Mem de Sá (1557-

ções, por fazer "onzenas (; contratos

foram proibidos". Só ê'es, os judeus, cristãos novos bbertos dos preceitos me

dievais, é que emprestavam c acumula\arn capitais. Tanto assim que quando o capitão Pero Lopes necessitou prover

1572) cometiam os mercadores tais usu

Ü.S cem homens que a.ssistiam ao forte

ras que foi necessário adotarem-se me

da Paraíba, recorreu ao mesmo João

didas urgentes. Enquanto foi ouvidor geral Pero de Borges, cessaram as usu

Nunes, o rico capitalista dos primeiros tempos da Colônia. Poucos seriam os homens que pudessem emprestar e pou

ras, que logo voltaram a correr quando êste foi substituído pelo dr. Braz Fra goso. Frei Vicente Salvador nos conta que não se queria mais vender a di

nheiro de contado, senão fiado, tais os juros que se cobravam.

No mesmo século, durante a visita do

Santo Ofício à Bahia (1591-93) e a Pernambuco (1593-95) são várias as

George NVashington, aristocrata íundador de uma grande democracia

gra\ússim:) pecud.;. João .\uucs, cristão novo, ó o principal onzenriro do século

R<n>Hico So./vnEs Júnior

j^ECÍTiMO aristocrata britânico, de raça, fortuna e ascendCmciu, George Was hington, pertencente ao patriciado agrá rio das colônias inglesas do Novo Mun do, só principiou a sentir-se americano quando os seus conterrâneos entraram em colisão com a metrópole.

cos os que, podendo, ousassem afron

Por educação, formação espiritual e, hem entendido, por temperamento aquôle que mais tarde foi crismado de

tar os preceitos da Igreja.

"Pai da Nação Americana"

Quando, um século depois, o pode rio holandês, de base inteiramente capi

talista, promoveu na história brasileira um capítulo novo, a usura, liberta, cam

peou à vontade, permitindo a primeira formação de uma classe urbana e bur

denúncias contra a prática da usura,

guesa, atenta apenas aos interesses do

condenada por aquele Tribunal como

fnercantilisnjo.

resumia

O "Digesto Econômico" inicia hoje itma série de pequenos ensaios referentes à Vida dos grandes' cidadãos america nos Washington, Lincoln, Hamilton, Jcfferson, Benjamin Franklin, Wilson e

Roosevclt. O autor de tão primorosos ensaios c o brilhante jornalista Rodriza Soares Júnior, diretor do "Diário Po

pular", jornal que sempre se devotou () defesa dos ideais democráticos no

Brasil. Os vultos excepcionais focaliza

sa época na terra dos seus ante

dos pela pena amestrada de Rodrigo Soares Júnior são expoentes da cultura

passados.

e da formação cívica e moral dos Es

O traço que diferencia Washington, grande proprietário e agricultor na Vir gínia, dos seus pares na velha Inglater

ses estudos visam dar à mocidade bra

bem o tipo da nobreza rural des

ra, é um senso de sincera democracia

que parece ser fruto especial da socieda de americana. Dado o grande patrimô nio herdado do pai e acrescido de novas

heranças posteriores, o jovem Washing ton podia ter-se contentado com fruir os

tados Unidos. De aspecto didático, êssileira o conhecimento dos traços de caráter e dos exemplos de conduta de homens que formam o alicerce espi ritual da poderosa nação norte-anxerica-

na.

Constituem, pois, essas páginas,

ensinamentos de edticaçâo cívica.

rendimentos de suas terras e levar a

A maior firma açxicareira do México exportou nas últi7iuis semanas 100 mil toneladas de açúcar para a Grã-Bretanha, 40 mil para os Estados Unidos e 20.000 para a Itália, neste último país em troca de sôda arlificial.

Receando um excesso de produção e falta de mercados, a União Nacional dos Produtores de Açúcar concordou em reduzir para 600.000 toneladas a produção de 1948. De acordo com um relatório da referida organização, durante o último^iriênjo a maioria das refinarias mexicanas fêz vários melhoramentos nas suas insta

lações, sendo também construídas alg^umas refinarias menores. Caso todas elas trabalhassem na sua capacidade total, a produção mexicana de açúcar durante 1948 poderia alcançar 750.000 toneladas.

existência folgada do latifundiário co

a equitação e a vida que nós diríamos

lonial.

hoje esportiva.

Mas era um espírito ativo. E sem '.ser dominado pela ambição monetá ria ou qualquer outra menos louvável, sentia latejar em si a necessidade de •

breza normanda, era a inclinação para as armas. Washington, depois de passar

expandir fortes reservas de energias.

Uma tendência própria da velha no uns tempos a exercer a agrimensuia e a desbravar terras novas, obedeceu sem

Êle mesmo se jactava de sua robustez

duv.da à voz irresistível dos seus avoen-

e da confiança que sentia em si próprio.

gos nórdícos. Obteve o cargo de aju dante geral na Milícia da Virgínia e, como bom inglês, foi combater de rijo os franceses no Ohío^e teve a satisfa ção de vê-los derrotados juntamente com seus aliados, os índios peles-vermelhas.

A instrução puramente livresca não sobrecarregou muito o espírito de um

moço, munido dos rudimentos estrita

mente indispensáveis de cultura intelec tual e mais propenso a praticar a caça,


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a ....

yy

IIIUJI|Bpii'.li|W.*-.f

Dicesto Econômico

96

Dicesto Econónuco

Em 1758, com 26 anos de idade, galardoado com o título de major, Wash'ngtQn deixa o serviço das armas e aceita uma cadeira de representante na Assembléia da Virgínia. O seu no

me já é apontado como o de um mili tar, digamos antes, de um combatente

crítí\'eis, como a representação política, o voto das leis fiscais pe'os eleitos do

dos govcrnado.s. A promulgaçãíí do outra lei consa

da nobreza, c ali\íar os contribuintes da

editar o "Stamp Act", criando um novo sélo nos documentos legais para paga

especial que é a vocação da autoridade

metrópole à custa dc um acréscimo de iinpustos c taxas lançadü.s sobre os sú

e do comando.

ditos de a ém-mar.

hábil e valoroso, dotado desse prestígio

Um homem sujeito aos demôn'os da vaidade cuidaria, nas mesmas condições,

o governo é in.stituído para o benefício

povo, o julgamento pelo jviri. Quando eni 1760 o rei George III .subiu ao trono, julgou interessante fa zer um.i política reacionár a om favor

E.ssas medidas, muito erradas e inà-

bilmcnte aplicadas, vieram sobrepor-se a

grando o direito de \eto real sobre as decisões das colônias c a teimosia em

mento das dcspe.sas militares na guer

\inculos imprescindíveis para a resisencia conjunta, vínculos depois transíonnados num verdadeiro sentimento umturio c patriótico.

Geoigo Washington, nomeado pelo Congresso de Filadélfia, em 1775, co mandante do primeiro exército nacio

nal que então sitiava Boston, represen

ra contra os franceses, agravaram • os

tou na hora própria a alma da insurrei

ressentimentos. Em eloqüente declara ção, a Assembléia da Virgínia denegou

ção íunencana contra os desvirtuamentos cio estatuto colonial.

de fazer colheitas de glórias. Washing

certas normas de conduta, de acôrdo

ton, como já vimos, era pouco sujeito

com a mental dade da época, c por ria

ao parlamento inglês "qualquer direito de legislar sobre assuhtos internos das

às tentações desse orgulho. Tratou de

das quais as colônias eram proibidas

colônias".

voltar para os seus domínios e de gerir os seus negócios particulares. Êle não

dc montar indústrias próprias e de co merciar á vontade com todos os países.

Nessa altura, a resistência passou de puramente verbal a assumir o caráter

características dc sua individualidade,

era da marca dos que se oferecem à po

As colônias tinham que ser exclusivamen

pularidade. Era desses homens que os

te agrícolas e comprudoras dos produ

de protesto na praça pública e até dc

especio de retrato síntese das virtudes mais prezadas naquela,? colônias britâ

povos vão procurar para levar a termo

tos manufaturados da Inglaterra. A decretação de algumas tarifas al

as grandes missões da história.

motins.

Registraram-se desordens em

Nova York e Boston

o nem

mais os

Essa missão não tardaria a aparecer e

fandegárias, como as que incidiam sô-

rodeios e tentativas de compromissos puderam, aplainar uma situação que

seria provocada pelas contínuas desinteligencias que vinham surgindo amiúde entre os povos das colônias e os repre sentantes da administração ^metropolita

bre o açúcar importado, e o direito con ferido aos funcionários da fazenda real de invadirem armazéns e domicílios pa

Wa.shington assim definiu « em 1769: "Ninguém deve hesitar em tomar armas

na.

Não obstante algumas discordâncias,

os ingleses do Novo Mundo, respeitado

ra apreender contrabandos, eram atos que irritavam muito os ingleses da Amé rica e vibravam golpes consecutivos no sentimento de "loyalty". Uma vez lançados no

res da soberania da co

roa' è fiados há justiça

inglesa,

manifestavam

para com a mãe-pátria os mais fortes sentimen

tos de fidelidade, de

"loyalty", para empre

gar a palavra original. A única exigência das

1

declive das hostilidades

abertas ou disfarçadas, os

acontecimentos .se

guem a marclu fatal que conduz ao desenlace das rupturas e das guerras.

O

parlamento

de

colônias era serem tra

Londres sancionou a lei

tadas no mesmo pé que

que os americanps con

Sem se arrogar a missão de salvador

ou pretender alcançar um poder absor vente, o chefe escolhido impôs logo as por ser a mesma uma fiel imagem, uma nica.?.

Washington não oferece ao analista uma personalidade de grande riqueza

na defesa tão valiosa de nossas liber

emotiva, em cuja.? variantes se possam di%TÍsar vagas tumultuosas de pai-xáo ou sensibilidade. O p.?icologí.?ta não ^

dades."

consegue extratar dos atos e gesto.? do \1

A dissolução da Assembléia da Virgí nia, os massacres de Boston e outros incidentes de suma gravidade coloca

ram a questão no terreno da luta ar mada.

Em 1774, as colônias, em con

gresso continental, subscreveram uma declaração dc direitos, redigida

por

Jeffcrson, que assinala o início da que bra de fidelidade em relação ao govêmo inglês. Êste logo pressentiu que a rebelião podia acarretar a independên

personagem esses contrastes ou essas on

dulações intimas que tomam muito in teressante a reconstituição dos estados

de alma e das tragédias interiores. O perfil do grande americano nos aparece um tanto rígido e frio, sem adorno.? .su

perficiais, mas erguido com a dureza brônzea de uma estátua. Não podemos isolar o homem. Temos que colocá-lo no cenário dos aconteci mentos, no terreno da ação onde, face

cia dos seus territórios americanos e deliberou sufocar a revolta com exem

a face com a realidade, èle nos revela mos, mas sem vacilações.

a inteireza de um caráter sem romantis-

com as mesmas regalias

prestar ouvidos às quei

plar castigo. Foi o maior dos erros. Ate então, as colónia.s dependentes da coroa Inglô.sa nutriam grandes ciúmes e

e

xas do.s colonos, nota-

desconfianças entre si e recusavam ter-

verte. a despeito dos mais cruéis sofri

damente a este argu

minantemente associar-.se sob um gover

mento capital, de quo

no comum.

mentos e privações, um agrupamento de guerrilheiros indisciplinados num e-xérdto de libertação \aloi-oso.

o povo da metrópole, privilégios,

pelos

quais se asseguravam

certos direitos ímpres-

sideravam* ilegal, sem

A arbitrariedade da me

trópole é que aít aproximou e forjou os

General experiente e condutor de ho

mens de insuperável capacidade, êle con

, '


h

a ....

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Dicesto Econômico

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Dicesto Econónuco

Em 1758, com 26 anos de idade, galardoado com o título de major, Wash'ngtQn deixa o serviço das armas e aceita uma cadeira de representante na Assembléia da Virgínia. O seu no

me já é apontado como o de um mili tar, digamos antes, de um combatente

crítí\'eis, como a representação política, o voto das leis fiscais pe'os eleitos do

dos govcrnado.s. A promulgaçãíí do outra lei consa

da nobreza, c ali\íar os contribuintes da

editar o "Stamp Act", criando um novo sélo nos documentos legais para paga

especial que é a vocação da autoridade

metrópole à custa dc um acréscimo de iinpustos c taxas lançadü.s sobre os sú

e do comando.

ditos de a ém-mar.

hábil e valoroso, dotado desse prestígio

Um homem sujeito aos demôn'os da vaidade cuidaria, nas mesmas condições,

o governo é in.stituído para o benefício

povo, o julgamento pelo jviri. Quando eni 1760 o rei George III .subiu ao trono, julgou interessante fa zer um.i política reacionár a om favor

E.ssas medidas, muito erradas e inà-

bilmcnte aplicadas, vieram sobrepor-se a

grando o direito de \eto real sobre as decisões das colônias c a teimosia em

mento das dcspe.sas militares na guer

\inculos imprescindíveis para a resisencia conjunta, vínculos depois transíonnados num verdadeiro sentimento umturio c patriótico.

Geoigo Washington, nomeado pelo Congresso de Filadélfia, em 1775, co mandante do primeiro exército nacio

nal que então sitiava Boston, represen

ra contra os franceses, agravaram • os

tou na hora própria a alma da insurrei

ressentimentos. Em eloqüente declara ção, a Assembléia da Virgínia denegou

ção íunencana contra os desvirtuamentos cio estatuto colonial.

de fazer colheitas de glórias. Washing

certas normas de conduta, de acôrdo

ton, como já vimos, era pouco sujeito

com a mental dade da época, c por ria

ao parlamento inglês "qualquer direito de legislar sobre assuhtos internos das

às tentações desse orgulho. Tratou de

das quais as colônias eram proibidas

colônias".

voltar para os seus domínios e de gerir os seus negócios particulares. Êle não

dc montar indústrias próprias e de co merciar á vontade com todos os países.

Nessa altura, a resistência passou de puramente verbal a assumir o caráter

características dc sua individualidade,

era da marca dos que se oferecem à po

As colônias tinham que ser exclusivamen

pularidade. Era desses homens que os

te agrícolas e comprudoras dos produ

de protesto na praça pública e até dc

especio de retrato síntese das virtudes mais prezadas naquela,? colônias britâ

povos vão procurar para levar a termo

tos manufaturados da Inglaterra. A decretação de algumas tarifas al

as grandes missões da história.

motins.

Registraram-se desordens em

Nova York e Boston

o nem

mais os

Essa missão não tardaria a aparecer e

fandegárias, como as que incidiam sô-

rodeios e tentativas de compromissos puderam, aplainar uma situação que

seria provocada pelas contínuas desinteligencias que vinham surgindo amiúde entre os povos das colônias e os repre sentantes da administração ^metropolita

bre o açúcar importado, e o direito con ferido aos funcionários da fazenda real de invadirem armazéns e domicílios pa

Wa.shington assim definiu « em 1769: "Ninguém deve hesitar em tomar armas

na.

Não obstante algumas discordâncias,

os ingleses do Novo Mundo, respeitado

ra apreender contrabandos, eram atos que irritavam muito os ingleses da Amé rica e vibravam golpes consecutivos no sentimento de "loyalty". Uma vez lançados no

res da soberania da co

roa' è fiados há justiça

inglesa,

manifestavam

para com a mãe-pátria os mais fortes sentimen

tos de fidelidade, de

"loyalty", para empre

gar a palavra original. A única exigência das

1

declive das hostilidades

abertas ou disfarçadas, os

acontecimentos .se

guem a marclu fatal que conduz ao desenlace das rupturas e das guerras.

O

parlamento

de

colônias era serem tra

Londres sancionou a lei

tadas no mesmo pé que

que os americanps con

Sem se arrogar a missão de salvador

ou pretender alcançar um poder absor vente, o chefe escolhido impôs logo as por ser a mesma uma fiel imagem, uma nica.?.

Washington não oferece ao analista uma personalidade de grande riqueza

na defesa tão valiosa de nossas liber

emotiva, em cuja.? variantes se possam di%TÍsar vagas tumultuosas de pai-xáo ou sensibilidade. O p.?icologí.?ta não ^

dades."

consegue extratar dos atos e gesto.? do \1

A dissolução da Assembléia da Virgí nia, os massacres de Boston e outros incidentes de suma gravidade coloca

ram a questão no terreno da luta ar mada.

Em 1774, as colônias, em con

gresso continental, subscreveram uma declaração dc direitos, redigida

por

Jeffcrson, que assinala o início da que bra de fidelidade em relação ao govêmo inglês. Êste logo pressentiu que a rebelião podia acarretar a independên

personagem esses contrastes ou essas on

dulações intimas que tomam muito in teressante a reconstituição dos estados

de alma e das tragédias interiores. O perfil do grande americano nos aparece um tanto rígido e frio, sem adorno.? .su

perficiais, mas erguido com a dureza brônzea de uma estátua. Não podemos isolar o homem. Temos que colocá-lo no cenário dos aconteci mentos, no terreno da ação onde, face

cia dos seus territórios americanos e deliberou sufocar a revolta com exem

a face com a realidade, èle nos revela mos, mas sem vacilações.

a inteireza de um caráter sem romantis-

com as mesmas regalias

prestar ouvidos às quei

plar castigo. Foi o maior dos erros. Ate então, as colónia.s dependentes da coroa Inglô.sa nutriam grandes ciúmes e

e

xas do.s colonos, nota-

desconfianças entre si e recusavam ter-

verte. a despeito dos mais cruéis sofri

damente a este argu

minantemente associar-.se sob um gover

mento capital, de quo

no comum.

mentos e privações, um agrupamento de guerrilheiros indisciplinados num e-xérdto de libertação \aloi-oso.

o povo da metrópole, privilégios,

pelos

quais se asseguravam

certos direitos ímpres-

sideravam* ilegal, sem

A arbitrariedade da me

trópole é que aít aproximou e forjou os

General experiente e condutor de ho

mens de insuperável capacidade, êle con

, '


Digesto

98

Ecc>n'ümico

e a congregar as fôrças dispersas de vá

levam os povos a sofrer abomináveis e vergonhosas tiranias.

rios Estados, ciosos de sua independên cia, êle consegue, através de terríveis

como chefe militar, Washington demons-

Obrigado a lutar quase sem recursos

peripécias de uma guerra varias vezes

considerada perdida, fundir os elos da unidade americana e lançar os alicerces de uma nação indestrutível.

O valor de um chefe mede-se pela capacidade de os comandados aceitarem sacrifícios. Ora, na guerra da indepen

Expoente de coragem e tenacidade tTou na presidência dos E.stados Unidos as mais altas qualidades de modéstia e

VrvAUíi Moreira

"Porque Rosas y Rivadavia son los extremos de ia Republica Argentina, que SC ligan a los selvajcs por Ia Pampa e a Ia Europa por el Plata." — Sarmienlo — "Facundo" - in - Sociabilidad - Córaoba - Buenos Aires.

desinteresse. Investido das responsabi lidades dc estadista, desempenhou os seus dois mandatos com o taclo, a pru

OMiNco Faiistino Sar

dência e a orientação judiciosa indis

mienlo foi, sem dúvi

pensáveis para aplicar a constituição e

da, uma das mais al

dência que correu de 1775 a 1783, os

consolidar a incipiente experiência da

americanos passaram por provações de

fome, frio, moléstias, comparáveis, se

unidade nacional. Convidado para exercer um terceiro

tas expressões da cul tura e da ação do Con

não superiores, aos piores momentos su portados pelos famosos voluntários da

recusou com modelar elegância n oferta

Revolução Francesa.

O conceito que Washington formava de seus deveres militares aqüilata-se bem nessas palavras: "A nossa profis são e a mais puxa de tôdas. Mesmo a sombra de uma falta destrói o brilho das nossas mais belas façanhas."

Vejamos um exemplo dessa retidão

que o equipara aos vultos lendários do mundo antigo.

Como os oficiais e praças de seu exército não recebiam os devidos sol-

dos e não anteviaríi quaisquer garan tias para o futuro, quiseram fazê-lo rei ou ditador supremo. Precisavam de um

César para assegurar-lhes a subsistência. Wa.shington repeliu cabal e totalmente essas insinuações, que reputava de

gradantes para êle e para um povo livre.

Êle só aceitava a chefia para exe

período de govêrno, o nobre cidadão do poder. 'Preferiu voltar ao .seu lar, à vida privada, dirigindo aos seus com patriotas um agradecimento e uma des

pedida, que até hoje \ alcin por um pro grama de bom-senso, de civismo, de ética liumana em geral.

Algumas recomendações relativas á política externa tiveram que ser reti ficadas com o tempo e as circunstân

cias. Subsistem, porém, as idéias fun damentais, como amostra de "sound

Judgment", de julgamento reto, de clarividente patriotismo.

O juízo mais severo que se tem pro

0

tinente, cuja passagem

pela vida pública de seu país deixou marca indelével no es pírito nacional argentino. De origem humilde, ergueu-se ao mais alto dos pos

O "Digesto Econômico" publica hoje êsse ensaio de autoria de um jovem íntclectual mineiro, de exaltação é obra imortal dc Sarmiento. Traçando um paralelo feliz do autor de "Facundo" com o de "Os Sertões", VivaJdi Morefra traz a sua contribuição à política de aproximação continental objetivada pela nossa Chancelaria.

tos de comando de sua pátria, enchendo uma era com o esplendor de seu nome.

Hoje, falar de Sarmiento é falar da cultura, do progresso e da civilização,

porventura muito acima do meio, ator

não só do Prata, mas de tôda a América Latina. Seu nome, o de Alberdi, o de

e, num esfôrço sem tréguas, procurou

Juan Montalvo, o de Martí, o de Rubén Dario, o de Rui Barbosa e o de Rodó representam o que de mais cimeiro pro duziu a latinidade transatlântica. Signi fica para a sua pátria o farol mais alto e luminoso, refletindo nos seus raios,

mentou-o continuadamente a incultura

sanar o mal P^la educação do povo, quer pela imprensa, pelo livro, pela cáte dra, pela tribuna, quer, finalmente, pe la sua ação, como presidente da gran de nação do Sul. Seu papel de educa dor é, por certo, o mais empolgante que já desempenhou um grande homem.

ferido sobre Washington é que êle

que são a visualização gigantesca de

foi realista em

sua obra, tôda a vida futura da nacio

A fortuna política é muito vária. O santo de hoje pode ser o demônio de

nalidade argentina.

amanhã. A lição da América do Norte,

excesso, como no seu

comportamento em relação à França em 1793.

Êsse realismo, tantas vêzes necessário

ao político, está largamente compensado

pelo idealismo de quem soube atenuar

Escritor, orador, legislador, homem

de Estado, educador ilustre, seu papel foi sempre relevante e seu labor vasto e contínuo. A um tempo soldado e pro

com a figura imponente de Lincoln, va le por uma explicação. O escritor, ho

mem de pensamento que existia em Sar miento, foi reverenciado desde o início,

feta, era como recebia a vocação da

como o é ainda hoje, ao passo que o

pátria. Obrigado por questões políticas

tivo, sem laivos de personalismo e sem

as dissidências das colônias, e plasmar inúmeros interesses opostos e dissonan tes na obra extraordinária da união

esses desejos imoderados de poder que

amercana.

logo, as lacunas de seu país e a estu

político foi muito combatido. Seu livro principal, "Facundo", é um libelo irretorquível, uma denuncia veemente que

dar os meios de resolver os problemas

um coração patriota se vê, muitas vêzes,

que seriam a base da futura República do Prata. Espirito eminentemente culto,

na dura contingência de assinar.

cutar a sua missão em prol do bem cole

a exilar-se, começou a ver, como soció

Quando os caudilhos de Rosas obri-


Digesto

98

Ecc>n'ümico

e a congregar as fôrças dispersas de vá

levam os povos a sofrer abomináveis e vergonhosas tiranias.

rios Estados, ciosos de sua independên cia, êle consegue, através de terríveis

como chefe militar, Washington demons-

Obrigado a lutar quase sem recursos

peripécias de uma guerra varias vezes

considerada perdida, fundir os elos da unidade americana e lançar os alicerces de uma nação indestrutível.

O valor de um chefe mede-se pela capacidade de os comandados aceitarem sacrifícios. Ora, na guerra da indepen

Expoente de coragem e tenacidade tTou na presidência dos E.stados Unidos as mais altas qualidades de modéstia e

VrvAUíi Moreira

"Porque Rosas y Rivadavia son los extremos de ia Republica Argentina, que SC ligan a los selvajcs por Ia Pampa e a Ia Europa por el Plata." — Sarmienlo — "Facundo" - in - Sociabilidad - Córaoba - Buenos Aires.

desinteresse. Investido das responsabi lidades dc estadista, desempenhou os seus dois mandatos com o taclo, a pru

OMiNco Faiistino Sar

dência e a orientação judiciosa indis

mienlo foi, sem dúvi

pensáveis para aplicar a constituição e

da, uma das mais al

dência que correu de 1775 a 1783, os

consolidar a incipiente experiência da

americanos passaram por provações de

fome, frio, moléstias, comparáveis, se

unidade nacional. Convidado para exercer um terceiro

tas expressões da cul tura e da ação do Con

não superiores, aos piores momentos su portados pelos famosos voluntários da

recusou com modelar elegância n oferta

Revolução Francesa.

O conceito que Washington formava de seus deveres militares aqüilata-se bem nessas palavras: "A nossa profis são e a mais puxa de tôdas. Mesmo a sombra de uma falta destrói o brilho das nossas mais belas façanhas."

Vejamos um exemplo dessa retidão

que o equipara aos vultos lendários do mundo antigo.

Como os oficiais e praças de seu exército não recebiam os devidos sol-

dos e não anteviaríi quaisquer garan tias para o futuro, quiseram fazê-lo rei ou ditador supremo. Precisavam de um

César para assegurar-lhes a subsistência. Wa.shington repeliu cabal e totalmente essas insinuações, que reputava de

gradantes para êle e para um povo livre.

Êle só aceitava a chefia para exe

período de govêrno, o nobre cidadão do poder. 'Preferiu voltar ao .seu lar, à vida privada, dirigindo aos seus com patriotas um agradecimento e uma des

pedida, que até hoje \ alcin por um pro grama de bom-senso, de civismo, de ética liumana em geral.

Algumas recomendações relativas á política externa tiveram que ser reti ficadas com o tempo e as circunstân

cias. Subsistem, porém, as idéias fun damentais, como amostra de "sound

Judgment", de julgamento reto, de clarividente patriotismo.

O juízo mais severo que se tem pro

0

tinente, cuja passagem

pela vida pública de seu país deixou marca indelével no es pírito nacional argentino. De origem humilde, ergueu-se ao mais alto dos pos

O "Digesto Econômico" publica hoje êsse ensaio de autoria de um jovem íntclectual mineiro, de exaltação é obra imortal dc Sarmiento. Traçando um paralelo feliz do autor de "Facundo" com o de "Os Sertões", VivaJdi Morefra traz a sua contribuição à política de aproximação continental objetivada pela nossa Chancelaria.

tos de comando de sua pátria, enchendo uma era com o esplendor de seu nome.

Hoje, falar de Sarmiento é falar da cultura, do progresso e da civilização,

porventura muito acima do meio, ator

não só do Prata, mas de tôda a América Latina. Seu nome, o de Alberdi, o de

e, num esfôrço sem tréguas, procurou

Juan Montalvo, o de Martí, o de Rubén Dario, o de Rui Barbosa e o de Rodó representam o que de mais cimeiro pro duziu a latinidade transatlântica. Signi fica para a sua pátria o farol mais alto e luminoso, refletindo nos seus raios,

mentou-o continuadamente a incultura

sanar o mal P^la educação do povo, quer pela imprensa, pelo livro, pela cáte dra, pela tribuna, quer, finalmente, pe la sua ação, como presidente da gran de nação do Sul. Seu papel de educa dor é, por certo, o mais empolgante que já desempenhou um grande homem.

ferido sobre Washington é que êle

que são a visualização gigantesca de

foi realista em

sua obra, tôda a vida futura da nacio

A fortuna política é muito vária. O santo de hoje pode ser o demônio de

nalidade argentina.

amanhã. A lição da América do Norte,

excesso, como no seu

comportamento em relação à França em 1793.

Êsse realismo, tantas vêzes necessário

ao político, está largamente compensado

pelo idealismo de quem soube atenuar

Escritor, orador, legislador, homem

de Estado, educador ilustre, seu papel foi sempre relevante e seu labor vasto e contínuo. A um tempo soldado e pro

com a figura imponente de Lincoln, va le por uma explicação. O escritor, ho

mem de pensamento que existia em Sar miento, foi reverenciado desde o início,

feta, era como recebia a vocação da

como o é ainda hoje, ao passo que o

pátria. Obrigado por questões políticas

tivo, sem laivos de personalismo e sem

as dissidências das colônias, e plasmar inúmeros interesses opostos e dissonan tes na obra extraordinária da união

esses desejos imoderados de poder que

amercana.

logo, as lacunas de seu país e a estu

político foi muito combatido. Seu livro principal, "Facundo", é um libelo irretorquível, uma denuncia veemente que

dar os meios de resolver os problemas

um coração patriota se vê, muitas vêzes,

que seriam a base da futura República do Prata. Espirito eminentemente culto,

na dura contingência de assinar.

cutar a sua missão em prol do bem cole

a exilar-se, começou a ver, como soció

Quando os caudilhos de Rosas obri-


DiCIÍSTO ECONÓNflCO Dmji.sTt>

gürani Samrenlo a sc refugiar no Chi

(íxcrcício pri\ulivc> dí)s gênios

Econômico

C.OS

le, não sabiam que estavam, inconscien

rcprcscnlülive mcn c dos "heróis" de

yjrtc do Continente, pod<* lc\'ar à pos

1:0 Chile, em vcrrinas c catilinárias con

temente, contribuindo para a elaboração

Emerson o Carlylc, c.scrc\'endo, êles sós,

teridade para orgulbo di' uma ruça.

tra o tirano de Buenos Aire.s, iriam pcr-

de um dos mais soberbos monumentos

as iinícas páginas dignas de leitura no

da cultura continental.

E assim, foi

vasto amontoado dc fatos incolores, den

pntuar-se no niármore de sua prosa grandiloqüente. E o c<Ji/di'o, o rastrea-

tôda escrita fora da pátria essa obra

tro dí)s angustioso.s limites dos fatos uni

"Facundo" é, na sua desprelonsiosa teia de narrativas de guerrillias e fidk-lorc, mesclado à mais variada e européia das

estrutural do espírito argentino. Cheio de imperfeições e cheio de belezas'se

versais.

apresenta "Facundo", pois, tal como "Os Sertões", 6 um livro de ocasião, que somente a profunda consonância com o ânimo público — mestre e guia dos gê

blia do argentino o da qual muito nos

aproximamos pelos "Os Sertões", de Euclyclc.s da Cunba. A identidade de aspirações, mais do que a longínqua

nios — é capaz de perpetuar como már

identidade dc raças — que as guerras

more duradouro.

ambiciosas da península ibérica só fi

culturas, uma ad\ertência séria, um cha

"Facundo" devo ser lido como a bí

Razões ponderáveis teve Ricardo Ro

zeram afastar-sc cada vez mais — o o

jas quando, ao apreciar o valor da obra,

leit-motio que une os pn\os do Conti nente No\o da latinidadc, num anseio

no prefácio-de uma das muitas edições de "Facundo", asseverou; — "Por es ses motivos, sobrevive às circunstâncias'

exteriores que o originaram, transfor

mada já a sua primitiva força política em nova e duradoura força espiritual. O que esteve no plano da História passou, graças ao gênio de seu autor, ao plano da Epopéia".

de liberdade, crescimento e elevação es)iritual. Essa identidade, liberta de pin

preconceitos, será a gênese c a condutora da poUticd de hoa oizmhança, que os povos dc raça latina devem ter em subida cstiinii como elo vigoroso de uma corrente que sc não parto aos embates

das perfíclias dos gabinetes e das lutas sjí

sh

insidiosus do capitalismo sem pátria.

Temas essenciais agitou o sociólogo

"Os Sertões" o "Facundo" são os

unigênitos filhos dessa alta compreen são que emana dos povos irmãos do

mamento insistente, um tociue de reunir a marche-inarche em lòmo da naciona lidade ü do Continente, uma como co

rolário do outro, para a prosperidade e

grandeza de ambos.

dor, o gaúcho-mau. o \"aqucano, trans formaram-se em tipos imorrcdouros das gaVrias de duas ou Ires nações da Amé rica. Respira-se em "Facundo", ex

tirpados os bolos erros que o autor co meteu — e só aos grandes homens é permitido praticar grandes e belos erros

Para se falar de "Facundo", portanto,

— um vento de epopéia e mito. que

não podemos, nós brasileiros, olvidar o

na.sce do ema.Tauhado literário, qual uma IHada, o onde perpassam a polê mica. a história, a poesia e a sociolo

seu mencema,"Os Sertões". Tais são íis

suas ligações, tal o ambiente em que foram pensados, tais os xovobhmias que propuseram solucionar, que já sc acham como siameses um do outro, mima sau

dável, duradoura e aprazível xtfopagia. No bojo dêsse poema épico da monlonera, que é; "Facundo", o estu dioso encontra sobejos motivos para se deter c alongar em considerações e.x-

gia para nos relatar, em Íamos painéis, em esboços magníficos, a cavalgada das fa'ango,s o trote dos cavalos, o pamp^i que se descortina mi, be'o, rebelde, mau o compassivo, em cada página, como em cada quebrada das coxilhas, O estalar

do chicoije, a corrida atropelada do saqueiro, a sua \idn e as suas ações

boas e más, louváveis o vis, surgem do

Como todo livro-

pincel do artista entrelaçadas com as

índice, dá "Facundo" variadas cnsan-

observações de fecunda sabedoria que

emanam da pena do autor. "Facundo" está esculpido, a pena, em estátua for

tensas e" fecundas.

Continente, sempre prontos a se enten

Não só

chas para dele sc extrair uma biblio teca. Valeu primeiro a obra como ver dade pragmática contra Rosas, depois

derem e, de mãos dadas, combaterem

do Continente — da alma parens e do

midável, tal como um misto de JúHo César silvestre e Nero complacente, a

a lúdra sangrenta da guerra, os chacais

como verdade pragmática contra o de serto c, finalmente, como verdade cm

quem o próprio Sarmiento chamara do

em "Facundo", numa intuição divina tória do que seria o Continente, daí a meio século, após sua morte.

fogo lareiro — cuidou aquela inteligên

e as hienas, que ^'ivem dc açtilar ho

Ajux e Aquiles. Um cortesúo de Rosas

cia brilliante e viva, sensível a todas

prol ílíi cultura intelectual: pela irra

mens contra homens, para seu repasto.

diação, pela fôrça nativa, pelo calor

mostrava o livro aos amigos com esla

as manifestações humanas, de antenas

Êsses livros-monumentos, divergenle.s, às

poderosas, captando as ondas hertzianas do futuro. Como aquêle Volney que êle tanto ama e cita a cada passo, à gui.sa de ementa aos seus magníficos

vezes, nas suas teses e diversos nus seus

da gleba, pelo ideal e pela tradição. O panfleto se transformou em compên

frase temerosa e sorrateira; — "Isto se

dio.

agitado pelo ar; .sente-se o cheiro das.

períodos, foi uma consciência profunda mente nacional e, por isso mesmo, am

objetivos, todavia sc entrelaçam na so lução íntima, na enunciação dos setis

postulados e no' fêcho de ouro dos .seus generosos empreendimentos. "Os Sertões" constituem um verda

A ocasião, a superficialidade ad-

move; é o Pampa.

O pasto'_' cndr-a

qviirlram um sentido profundo para atin gir as raízes da i'aça e começaram á

ervas amargas". , Isto, que ft4 dito p»r

vincar a personalidade nacional, eternízando-se. Faz hoje parte do patri

perior significação.

mônio nacional.

artista.

um inimigo do escritor, tinha " uma su

Era o imenso po

der de comunicabilidade do verdadeiro

plamente mundial. Empolgou num só

deiro manancial.

amplexo de seu pen.samento gigantcsj

às manclieias, o mais genuíno material

As figuras, as silhuetas impressivas

CO os problemas da aldeia e os do paí.s,

que um espírito profundamente pretícupado com a sorte do seu pais e a

que a pena ligeira do jomalista fogoso debuxara para as colunas do "Progres

Hoje, o que vemos em "Facundo",

so'*, em 184.5, longe da pátria, exilado

além do labor admirável do artista, do

do Continente e do mundo.

E' esse

Joira continuamente,

■..iWláui. ■


DiCIÍSTO ECONÓNflCO Dmji.sTt>

gürani Samrenlo a sc refugiar no Chi

(íxcrcício pri\ulivc> dí)s gênios

Econômico

C.OS

le, não sabiam que estavam, inconscien

rcprcscnlülive mcn c dos "heróis" de

yjrtc do Continente, pod<* lc\'ar à pos

1:0 Chile, em vcrrinas c catilinárias con

temente, contribuindo para a elaboração

Emerson o Carlylc, c.scrc\'endo, êles sós,

teridade para orgulbo di' uma ruça.

tra o tirano de Buenos Aire.s, iriam pcr-

de um dos mais soberbos monumentos

as iinícas páginas dignas de leitura no

da cultura continental.

E assim, foi

vasto amontoado dc fatos incolores, den

pntuar-se no niármore de sua prosa grandiloqüente. E o c<Ji/di'o, o rastrea-

tôda escrita fora da pátria essa obra

tro dí)s angustioso.s limites dos fatos uni

"Facundo" é, na sua desprelonsiosa teia de narrativas de guerrillias e fidk-lorc, mesclado à mais variada e européia das

estrutural do espírito argentino. Cheio de imperfeições e cheio de belezas'se

versais.

apresenta "Facundo", pois, tal como "Os Sertões", 6 um livro de ocasião, que somente a profunda consonância com o ânimo público — mestre e guia dos gê

blia do argentino o da qual muito nos

aproximamos pelos "Os Sertões", de Euclyclc.s da Cunba. A identidade de aspirações, mais do que a longínqua

nios — é capaz de perpetuar como már

identidade dc raças — que as guerras

more duradouro.

ambiciosas da península ibérica só fi

culturas, uma ad\ertência séria, um cha

"Facundo" devo ser lido como a bí

Razões ponderáveis teve Ricardo Ro

zeram afastar-sc cada vez mais — o o

jas quando, ao apreciar o valor da obra,

leit-motio que une os pn\os do Conti nente No\o da latinidadc, num anseio

no prefácio-de uma das muitas edições de "Facundo", asseverou; — "Por es ses motivos, sobrevive às circunstâncias'

exteriores que o originaram, transfor

mada já a sua primitiva força política em nova e duradoura força espiritual. O que esteve no plano da História passou, graças ao gênio de seu autor, ao plano da Epopéia".

de liberdade, crescimento e elevação es)iritual. Essa identidade, liberta de pin

preconceitos, será a gênese c a condutora da poUticd de hoa oizmhança, que os povos dc raça latina devem ter em subida cstiinii como elo vigoroso de uma corrente que sc não parto aos embates

das perfíclias dos gabinetes e das lutas sjí

sh

insidiosus do capitalismo sem pátria.

Temas essenciais agitou o sociólogo

"Os Sertões" o "Facundo" são os

unigênitos filhos dessa alta compreen são que emana dos povos irmãos do

mamento insistente, um tociue de reunir a marche-inarche em lòmo da naciona lidade ü do Continente, uma como co

rolário do outro, para a prosperidade e

grandeza de ambos.

dor, o gaúcho-mau. o \"aqucano, trans formaram-se em tipos imorrcdouros das gaVrias de duas ou Ires nações da Amé rica. Respira-se em "Facundo", ex

tirpados os bolos erros que o autor co meteu — e só aos grandes homens é permitido praticar grandes e belos erros

Para se falar de "Facundo", portanto,

— um vento de epopéia e mito. que

não podemos, nós brasileiros, olvidar o

na.sce do ema.Tauhado literário, qual uma IHada, o onde perpassam a polê mica. a história, a poesia e a sociolo

seu mencema,"Os Sertões". Tais são íis

suas ligações, tal o ambiente em que foram pensados, tais os xovobhmias que propuseram solucionar, que já sc acham como siameses um do outro, mima sau

dável, duradoura e aprazível xtfopagia. No bojo dêsse poema épico da monlonera, que é; "Facundo", o estu dioso encontra sobejos motivos para se deter c alongar em considerações e.x-

gia para nos relatar, em Íamos painéis, em esboços magníficos, a cavalgada das fa'ango,s o trote dos cavalos, o pamp^i que se descortina mi, be'o, rebelde, mau o compassivo, em cada página, como em cada quebrada das coxilhas, O estalar

do chicoije, a corrida atropelada do saqueiro, a sua \idn e as suas ações

boas e más, louváveis o vis, surgem do

Como todo livro-

pincel do artista entrelaçadas com as

índice, dá "Facundo" variadas cnsan-

observações de fecunda sabedoria que

emanam da pena do autor. "Facundo" está esculpido, a pena, em estátua for

tensas e" fecundas.

Continente, sempre prontos a se enten

Não só

chas para dele sc extrair uma biblio teca. Valeu primeiro a obra como ver dade pragmática contra Rosas, depois

derem e, de mãos dadas, combaterem

do Continente — da alma parens e do

midável, tal como um misto de JúHo César silvestre e Nero complacente, a

a lúdra sangrenta da guerra, os chacais

como verdade pragmática contra o de serto c, finalmente, como verdade cm

quem o próprio Sarmiento chamara do

em "Facundo", numa intuição divina tória do que seria o Continente, daí a meio século, após sua morte.

fogo lareiro — cuidou aquela inteligên

e as hienas, que ^'ivem dc açtilar ho

Ajux e Aquiles. Um cortesúo de Rosas

cia brilliante e viva, sensível a todas

prol ílíi cultura intelectual: pela irra

mens contra homens, para seu repasto.

diação, pela fôrça nativa, pelo calor

mostrava o livro aos amigos com esla

as manifestações humanas, de antenas

Êsses livros-monumentos, divergenle.s, às

poderosas, captando as ondas hertzianas do futuro. Como aquêle Volney que êle tanto ama e cita a cada passo, à gui.sa de ementa aos seus magníficos

vezes, nas suas teses e diversos nus seus

da gleba, pelo ideal e pela tradição. O panfleto se transformou em compên

frase temerosa e sorrateira; — "Isto se

dio.

agitado pelo ar; .sente-se o cheiro das.

períodos, foi uma consciência profunda mente nacional e, por isso mesmo, am

objetivos, todavia sc entrelaçam na so lução íntima, na enunciação dos setis

postulados e no' fêcho de ouro dos .seus generosos empreendimentos. "Os Sertões" constituem um verda

A ocasião, a superficialidade ad-

move; é o Pampa.

O pasto'_' cndr-a

qviirlram um sentido profundo para atin gir as raízes da i'aça e começaram á

ervas amargas". , Isto, que ft4 dito p»r

vincar a personalidade nacional, eternízando-se. Faz hoje parte do patri

perior significação.

mônio nacional.

artista.

um inimigo do escritor, tinha " uma su

Era o imenso po

der de comunicabilidade do verdadeiro

plamente mundial. Empolgou num só

deiro manancial.

amplexo de seu pen.samento gigantcsj

às manclieias, o mais genuíno material

As figuras, as silhuetas impressivas

CO os problemas da aldeia e os do paí.s,

que um espírito profundamente pretícupado com a sorte do seu pais e a

que a pena ligeira do jomalista fogoso debuxara para as colunas do "Progres

Hoje, o que vemos em "Facundo",

so'*, em 184.5, longe da pátria, exilado

além do labor admirável do artista, do

do Continente e do mundo.

E' esse

Joira continuamente,

■..iWláui. ■


102

Digksto

aquarelista inspirado que foi Sarmiento, é o seu conteúdo sociológico, o que dele resta e restará sempre, como lição a realizar e, depois de realizada, como símbolo que ficou de uma benemérita cruzada.

Dramática e profundamente heróica, na Argentina, foi a lula entre "unitá

rios" e "federais". Cada qual via no seu opositor o seu demônio. E no en

carniçado da peleja punham tôdas as forças, ate a destruição. Para os argen tinos, esses dois adjetivos possuem uma

significação vertical, pelo muito que so freram, para que uma facção vencesse a outra, vendo-se dêles as pegadas nas paginas rubras de "Facundo". Um "fe

deral" era, para o proscrito "unitário", o gaúcho agarrado exclusivamente à g^eba

localista e brutal; e inversamente, para o "federal", o "unitário"

. era traidor e louco, o cosmopoli ta que usava óculos, vestia fra

que, era doutor e conhecia a Europa.

O próprio Sarmiento, entretanto, ba nido pelo tirano Rosas por ser unitá rio, após a batalha de Caseros, vem constitucionalizar o país e desenvolver toda a sua ação pública sob a égide do federalismo. Era a nação que se en trosava no novo mecanismo do Estado

organizando-se já experiente das correrias e razzias e do sangue inutilmente jorrado. ^

A grande obsessão de Sarmiento foi a "civilização". Não do ponto de vista

EcoNÓAaco

Votava horror instintivo à barbárie,

poderia ser fàcílmcnte removido com os exorcismos da educação popular. Daí

vista na Constituição

dc 1853, mais

o nome primitivo do seu livro princi

tarde, como governador de San Juán e.

pal — "Facundo", ou a civilização e a

posteriormente, como Ministro nos Es

barbárie".

tados Unidos.

"Civilização" era para êle um termo mágico, palavra santa, que o seu só enunciado significava o "Abre-te Sé samo!" do pensador argentino. Foi unitário, porque o unitarismo represen

que "Facundo" exerceu na incntalidade do país, como reparo perspicaz, c uma lição de civismo, examinando a etimolo

Está aí talvez o papel preponderante

gia dos males autóctones e apontando

tava para Sarmiento a civilização. Bue nos Aires, rica cidade, bom pôrto, se ria o escoadouro natural das riquezas do

É aí também que a sua semelhança com

cundo" se encontra esta adver

tência: — "Fero Ia República Ar

gentina está geograficamente constituída de tal manera, que há de ser unitária siempre, aun-

que el rótulo de Ia botella diga Io contrario.

Su llanura continua, sus

sH

Por uma espécie de metaplasmo so sentir, condicionadas pelo tempo. O que era do domínio da abstração e da cogi

tação metafísica passa para o plano da realidade, cm avanços lentos mas progressi\'üs, modelando a sociedade ao ca

pricho das ocorrências. O aspecto fí sico da Repiiblica, os hábitos e os ca racteres invocados como bases da obra,

no capítulo inicial, sofrem, pela cata lise dos episódios, parcial transformaç<ão. E com isso a fisionomia, tanto material como psíquica, de seu povo, transmuda-se. O embate de fatòres exógenos c

Rosas observou em "Facundo" três

voluntariamente a los pueblos Io que

elementos capitais que êle denomina "visíveis": o biográfico, o político e o sociológico. Ma.s Sarmiento viveu mui tos anos ainda após a publicação de "Facundo" e chegou quase a uma palinódia completa de sua obra. Se não

más tarde nos reclamarán con Ias armas

fêz realmente

en Ias manos."

pelo menos recompôs várias idéias jul gadas excessivamente radicais no domí

ción haciendo nacional el puerto de Aguero, su eco en el

Congreso, decía a los portenos con su accento magistral y unitário: — "Demos

derativamente, o que êle julgara im possível. Se houve um erro do qual possamos increpar Sarmiento foi o de julgar inapelável o destino da . Repú-

*

so ao contacto de novas formas de

Sjí

dades dei pais, aconsejaba a los pueblos que se uniesen bajo una constítui-

escritor de outrora, veio consolidar, fe-

*

se toma flagrante. O edema social, aqui, se manifestara sob a hipnose de um gnóst'co bronco, transformando a caatinga numa "Tróia Matuta", a cida dela inexpugnável ató o derradeiro si tiado que, vibrando ixo coração do es tudioso, arrancou do seu ímpeto apai xonado páginas admiráveis e a dolorosa apóstrofe final que chamou "um Mauds'ey para os crimes e as loucuras das

vadavia, más conocedor de Ias necessi

por um conjunto de qualidades e con ceitos formando o que podemos hoje

mito, o que contém de verdade em re

lação à pessoa de Facundo Quiroga; o político foi a conveniência do panfleto ocasional contra Rosas e, por fim, o sociológico é o que restou como pro grama para a nacionalidade e jamais perderá o seu prestígio.

cial, a estrutura da nacionalidade altera-

nacionalidades".

hacen fatalmente una e indivisible. Ri-

va a velha civilização, que se traduz

mento biográfico é o que sobrenada ao

"Os Sertões", de Euclydes da Cunha,

rios confluentes aun puerto único. Ia

Buenos Aires.

de suas afirmações em relação à civili zação e à barbárie da América. O ele

a terapêutica para extirpar as cndemias.

país e difusora, pdo contado com o oceano, da cultura européia que signifi cava para ê!c a "civilização". É por isso que em um dos capítulos de "Fa

atual, após a análise de Spengler. Ama

o'evação espiritual.

103

blica do Prata, caso continuasse o país federalizado. Mas foi o próprio Sar-, miento quem retificou seu ponto de

vendo nela um pecado da espécie que

A ação posterior do parlamentar e do presidente da República, que foi o

chamar de "boas maneiras", polídez,

Díf.EfiTO Eco^'ó^^co

t

uma

retratação

total,

nio político, pelo império da razão do sociólogo e do homem de Estado. De modo que se submeteu voluntàriamen-

a própria força centrífuga da nação impulsionam com diversas intensidades o dínamo do país, havendo dispersão e reajustamento de valores. É por causa dessa "física social" que o próprio Sar miento iria dizer, em 1885, com a sin

ceridade do homem inteligente, que o serr sangue já corria confundido com o

de Juan Facundo Quiroga e os "seus

corpúscu^os vermelhos já se misturaram porque eram afins". Ao mesmo tempo, advertia ao jovem ensaísta Ramos Me-

jia, então estreante, que não atacasse

te a uma espécie de ordália moral, ten do, porém, a satisfação de ver persistir

Rosas "mesmo no interêsse da doutri

como postulados e axiomas a maioria

claro do pensador sempre soube pôr^

na científica"...

Realmente, o pre-


102

Digksto

aquarelista inspirado que foi Sarmiento, é o seu conteúdo sociológico, o que dele resta e restará sempre, como lição a realizar e, depois de realizada, como símbolo que ficou de uma benemérita cruzada.

Dramática e profundamente heróica, na Argentina, foi a lula entre "unitá

rios" e "federais". Cada qual via no seu opositor o seu demônio. E no en

carniçado da peleja punham tôdas as forças, ate a destruição. Para os argen tinos, esses dois adjetivos possuem uma

significação vertical, pelo muito que so freram, para que uma facção vencesse a outra, vendo-se dêles as pegadas nas paginas rubras de "Facundo". Um "fe

deral" era, para o proscrito "unitário", o gaúcho agarrado exclusivamente à g^eba

localista e brutal; e inversamente, para o "federal", o "unitário"

. era traidor e louco, o cosmopoli ta que usava óculos, vestia fra

que, era doutor e conhecia a Europa.

O próprio Sarmiento, entretanto, ba nido pelo tirano Rosas por ser unitá rio, após a batalha de Caseros, vem constitucionalizar o país e desenvolver toda a sua ação pública sob a égide do federalismo. Era a nação que se en trosava no novo mecanismo do Estado

organizando-se já experiente das correrias e razzias e do sangue inutilmente jorrado. ^

A grande obsessão de Sarmiento foi a "civilização". Não do ponto de vista

EcoNÓAaco

Votava horror instintivo à barbárie,

poderia ser fàcílmcnte removido com os exorcismos da educação popular. Daí

vista na Constituição

dc 1853, mais

o nome primitivo do seu livro princi

tarde, como governador de San Juán e.

pal — "Facundo", ou a civilização e a

posteriormente, como Ministro nos Es

barbárie".

tados Unidos.

"Civilização" era para êle um termo mágico, palavra santa, que o seu só enunciado significava o "Abre-te Sé samo!" do pensador argentino. Foi unitário, porque o unitarismo represen

que "Facundo" exerceu na incntalidade do país, como reparo perspicaz, c uma lição de civismo, examinando a etimolo

Está aí talvez o papel preponderante

gia dos males autóctones e apontando

tava para Sarmiento a civilização. Bue nos Aires, rica cidade, bom pôrto, se ria o escoadouro natural das riquezas do

É aí também que a sua semelhança com

cundo" se encontra esta adver

tência: — "Fero Ia República Ar

gentina está geograficamente constituída de tal manera, que há de ser unitária siempre, aun-

que el rótulo de Ia botella diga Io contrario.

Su llanura continua, sus

sH

Por uma espécie de metaplasmo so sentir, condicionadas pelo tempo. O que era do domínio da abstração e da cogi

tação metafísica passa para o plano da realidade, cm avanços lentos mas progressi\'üs, modelando a sociedade ao ca

pricho das ocorrências. O aspecto fí sico da Repiiblica, os hábitos e os ca racteres invocados como bases da obra,

no capítulo inicial, sofrem, pela cata lise dos episódios, parcial transformaç<ão. E com isso a fisionomia, tanto material como psíquica, de seu povo, transmuda-se. O embate de fatòres exógenos c

Rosas observou em "Facundo" três

voluntariamente a los pueblos Io que

elementos capitais que êle denomina "visíveis": o biográfico, o político e o sociológico. Ma.s Sarmiento viveu mui tos anos ainda após a publicação de "Facundo" e chegou quase a uma palinódia completa de sua obra. Se não

más tarde nos reclamarán con Ias armas

fêz realmente

en Ias manos."

pelo menos recompôs várias idéias jul gadas excessivamente radicais no domí

ción haciendo nacional el puerto de Aguero, su eco en el

Congreso, decía a los portenos con su accento magistral y unitário: — "Demos

derativamente, o que êle julgara im possível. Se houve um erro do qual possamos increpar Sarmiento foi o de julgar inapelável o destino da . Repú-

*

so ao contacto de novas formas de

Sjí

dades dei pais, aconsejaba a los pueblos que se uniesen bajo una constítui-

escritor de outrora, veio consolidar, fe-

*

se toma flagrante. O edema social, aqui, se manifestara sob a hipnose de um gnóst'co bronco, transformando a caatinga numa "Tróia Matuta", a cida dela inexpugnável ató o derradeiro si tiado que, vibrando ixo coração do es tudioso, arrancou do seu ímpeto apai xonado páginas admiráveis e a dolorosa apóstrofe final que chamou "um Mauds'ey para os crimes e as loucuras das

vadavia, más conocedor de Ias necessi

por um conjunto de qualidades e con ceitos formando o que podemos hoje

mito, o que contém de verdade em re

lação à pessoa de Facundo Quiroga; o político foi a conveniência do panfleto ocasional contra Rosas e, por fim, o sociológico é o que restou como pro grama para a nacionalidade e jamais perderá o seu prestígio.

cial, a estrutura da nacionalidade altera-

nacionalidades".

hacen fatalmente una e indivisible. Ri-

va a velha civilização, que se traduz

mento biográfico é o que sobrenada ao

"Os Sertões", de Euclydes da Cunha,

rios confluentes aun puerto único. Ia

Buenos Aires.

de suas afirmações em relação à civili zação e à barbárie da América. O ele

a terapêutica para extirpar as cndemias.

país e difusora, pdo contado com o oceano, da cultura européia que signifi cava para ê!c a "civilização". É por isso que em um dos capítulos de "Fa

atual, após a análise de Spengler. Ama

o'evação espiritual.

103

blica do Prata, caso continuasse o país federalizado. Mas foi o próprio Sar-, miento quem retificou seu ponto de

vendo nela um pecado da espécie que

A ação posterior do parlamentar e do presidente da República, que foi o

chamar de "boas maneiras", polídez,

Díf.EfiTO Eco^'ó^^co

t

uma

retratação

total,

nio político, pelo império da razão do sociólogo e do homem de Estado. De modo que se submeteu voluntàriamen-

a própria força centrífuga da nação impulsionam com diversas intensidades o dínamo do país, havendo dispersão e reajustamento de valores. É por causa dessa "física social" que o próprio Sar miento iria dizer, em 1885, com a sin

ceridade do homem inteligente, que o serr sangue já corria confundido com o

de Juan Facundo Quiroga e os "seus

corpúscu^os vermelhos já se misturaram porque eram afins". Ao mesmo tempo, advertia ao jovem ensaísta Ramos Me-

jia, então estreante, que não atacasse

te a uma espécie de ordália moral, ten do, porém, a satisfação de ver persistir

Rosas "mesmo no interêsse da doutri

como postulados e axiomas a maioria

claro do pensador sempre soube pôr^

na científica"...

Realmente, o pre-


Dicf-st<» Econtómico Dicfsto

104

acima dos propósitos rastejantes, a ver

dade soberana que paira muito além das cobiças da vida. E será porque Sarmiento soube separar a polemica da realidade que o seu livro perdura como manual patriótico e breviário do civis mo de seu povo. Confessou me.s"mo, e assim fazendo deixou a mais sincera

quicu e Rou.sseau c as Constituições po líticas eram feitas sob medida, no ga binete londrino de Mr. Bcntluin,'"para a maior felicidade do maior número", talvez fc)S.se arrogante demais... e e.xtcmporànco. Não resta o menor equí voco de que Sarmiento assim se ma nifestava pensando cm si mesmo e reed tando um velho pensamento político

crítica de sua obra, ao dizer que nela havia "inspiração de momento, reve

que tem a. qualidade de ser verdadeiro:

lação de suas idéias a si mesmo e a

"O castigo que os bons devem ter, não

transformação em muito do seu herói".

querendo governar, ó de serem go

Foi "Facundo" para Sarmiento, a prin

cípio. objeto de va"dade e depois mo tivo de orgulho. *

*

A visão sempre poderosa e realista dos homens de gênio, que sabem ou vir a música das esferas, mas também

apreendem a mais longínqua realida de, deu a Sarmiento o contrôle do or ganismo nacional, de modo a fazê-lo perceber a crase c a díérese da socie

dade argentina, sempre vigilante, como estôve, no seu campo de ação. Curio

so, pois, é saber como Sarmiento res peitava o poder e dê'e era um teoris-

ta entusiasta, quando esse poder repre sentava a vontade esclarecida ou a su pervisão de um homem .superior. À margem de "Facundo", definiu sua compreensão da autoridade, reptando

um publicista do momento o qual dis sera ser a autoridade um mero convê

vernados pelos maus".

Seria pensan

do únicamenlc cm seu nome que Siu--

miento escreveu o repto? Sc as.sim foi, me hor o fèz porque dando cumprimen to a uma recôndita aspiração do seu ser, batalhou pelo bem-estar dos seus compatriota.s e sua pal:i\Ta foi sempre

esta e.xclamação de dor palriólica uma

radora das tomienlas nacionais.

como série de consideranda, denuncian

nó.s, particularizímdo, o sertão e o li toral cm dramático desequilíbrio. Por

do tudo que havia necessidade dc fazer para a prosperidade da Pátria. :K

jK

Entre

isso, de\ cmos rememorar sempre a fra

se dc Sáenz-Pcna, ao se referir a nós,

-.Jí

nos princípios dêste século tormentoso: Profundo conhecedor da personalida de humana, Sarmiento pôde g()\'cmar

"Tudo nos une e nada nos separa".

seu pais pondo cm prática, o mais am plamente possível, seu pnigrama de educação popular. Como uma das suas ú:t mas advcrsati\as, está insculpida nas páginas de "Facundo" esta imorredoura doutrina da compreensão humana; — "Por otra parle, cs desconocer mucho Ia naturaleza humana crer que los pucblos se vue ven criininalcs y que los hombres extraviados que asesinan cuan-

cisivamente na maneira de luteq^retar

Sarmiento, como Euclydes, infuiu de o.s problemas do seu tempo e os futu ros. Se há uma mística no Continente, ela deverá ser filha desses dois livros imortais — "Facundo" e "Os Sertões".

Na época em que o Direito piucce que perdeu o seu caráter diacosmético, para só sorrir de justificação e apoio às alucinações da força e base do ci

nismo das potências Imperiahstas, (es

do hay un tirano que los impulso a elo,

tando cm e.xercício não mais a "repre

son en el fondo malvados.

Todo de

sentação" de Montesquieu, mas a "\'ir-

c'ara, às vêzc.s causticantc, porém sin

pende de Ias preocupacioncs que do

cera.

minam en ciertos momentos, y cl hom-

tú" de Macchiavelli, ser-no.s-ift de bom alvitre consultar, com propósitos sãos e elevados ideais, os ensinamentos dos nos

Deixa bem patente o caráter de "he-

roicidade" cm Sarmiento a sua respos-

ta ao.s congressi.stas que desejavam im pugnar sou; mund[ato, invocando sua .surdez: — "Yo no vongo a oir! Yo vcngo a ser oídn!" Eu não venho para ouvir,

venho para ser ouvido, esta pode ser a legenda dc sua per.sonahdadc como paráfrase aos Evangelhos.

bro que hoy se ccba en sangre por fa natismo, ora ayer un devoto inocente, y será manana un buen ciudadano, des

sos

de que desaparezca Ia excitación que Io

o pensamento, quando é filho da "von tade de querer", conforme dizia Nietz-

indujo al crimen". Esta foi também a tese de Euclydes da Cunha, a incullura como causa ge

numes

tute'ares

do

Continente:

Sarmiento e Euclydes da Cunha; pois che, e escrito com sangue, jamais enve lhece.

Toda es.sa vontade e lodo èssc dever

conglobados no ilustre sanjiianino cst.âo compendiado.s em sua obra imortal. No último capítulo de "Facundo" — prp. sente y porvenir — c'e já dizia: — • "Cuánta experiência adquirida! Nues-

nio entre governantes e governados: —

tra educación política está consumada.

"La autoridad se funda en ei assenli-

Todas Ias cuestíones sociales ventilada.s:

míento indeliberado que una nación da.

federación, urúdad, líbertad de cultos,

a un hecho permanente.

Donde hay

105

Econômico

deliberación y voluntad, no hay autori

immigracíón, navcgación dc los rios, poderes políticos, libertad, tirania, todo .se

dad". Êsse cODceito que é, sem dúvida,

ha dicho entre nosotros, todo nos Iia

singularmente avançado, em relação ao tempo em que foi proferido, tempo em que se lia e procurava aplicar Montes-

costado torrentes de sangre.

El senti-

miento de Ia autoridad e.stá cm todos

los corazones, etc., etc." Articula após

Informa-se que dentro em breve será iniciada a construção, na Itália, de gigantesca rafinaria pertencente ao grupo americano Standard Oil, da Califórnia, Standard Oil, de New Jersey, e à Socony Vacuum Oil Companies. A refinaria visa tornar mais econômica a exportação da "pipe Une" entre Haifa e a Arábia Saudita.


Dicf-st<» Econtómico Dicfsto

104

acima dos propósitos rastejantes, a ver

dade soberana que paira muito além das cobiças da vida. E será porque Sarmiento soube separar a polemica da realidade que o seu livro perdura como manual patriótico e breviário do civis mo de seu povo. Confessou me.s"mo, e assim fazendo deixou a mais sincera

quicu e Rou.sseau c as Constituições po líticas eram feitas sob medida, no ga binete londrino de Mr. Bcntluin,'"para a maior felicidade do maior número", talvez fc)S.se arrogante demais... e e.xtcmporànco. Não resta o menor equí voco de que Sarmiento assim se ma nifestava pensando cm si mesmo e reed tando um velho pensamento político

crítica de sua obra, ao dizer que nela havia "inspiração de momento, reve

que tem a. qualidade de ser verdadeiro:

lação de suas idéias a si mesmo e a

"O castigo que os bons devem ter, não

transformação em muito do seu herói".

querendo governar, ó de serem go

Foi "Facundo" para Sarmiento, a prin

cípio. objeto de va"dade e depois mo tivo de orgulho. *

*

A visão sempre poderosa e realista dos homens de gênio, que sabem ou vir a música das esferas, mas também

apreendem a mais longínqua realida de, deu a Sarmiento o contrôle do or ganismo nacional, de modo a fazê-lo perceber a crase c a díérese da socie

dade argentina, sempre vigilante, como estôve, no seu campo de ação. Curio

so, pois, é saber como Sarmiento res peitava o poder e dê'e era um teoris-

ta entusiasta, quando esse poder repre sentava a vontade esclarecida ou a su pervisão de um homem .superior. À margem de "Facundo", definiu sua compreensão da autoridade, reptando

um publicista do momento o qual dis sera ser a autoridade um mero convê

vernados pelos maus".

Seria pensan

do únicamenlc cm seu nome que Siu--

miento escreveu o repto? Sc as.sim foi, me hor o fèz porque dando cumprimen to a uma recôndita aspiração do seu ser, batalhou pelo bem-estar dos seus compatriota.s e sua pal:i\Ta foi sempre

esta e.xclamação de dor palriólica uma

radora das tomienlas nacionais.

como série de consideranda, denuncian

nó.s, particularizímdo, o sertão e o li toral cm dramático desequilíbrio. Por

do tudo que havia necessidade dc fazer para a prosperidade da Pátria. :K

jK

Entre

isso, de\ cmos rememorar sempre a fra

se dc Sáenz-Pcna, ao se referir a nós,

-.Jí

nos princípios dêste século tormentoso: Profundo conhecedor da personalida de humana, Sarmiento pôde g()\'cmar

"Tudo nos une e nada nos separa".

seu pais pondo cm prática, o mais am plamente possível, seu pnigrama de educação popular. Como uma das suas ú:t mas advcrsati\as, está insculpida nas páginas de "Facundo" esta imorredoura doutrina da compreensão humana; — "Por otra parle, cs desconocer mucho Ia naturaleza humana crer que los pucblos se vue ven criininalcs y que los hombres extraviados que asesinan cuan-

cisivamente na maneira de luteq^retar

Sarmiento, como Euclydes, infuiu de o.s problemas do seu tempo e os futu ros. Se há uma mística no Continente, ela deverá ser filha desses dois livros imortais — "Facundo" e "Os Sertões".

Na época em que o Direito piucce que perdeu o seu caráter diacosmético, para só sorrir de justificação e apoio às alucinações da força e base do ci

nismo das potências Imperiahstas, (es

do hay un tirano que los impulso a elo,

tando cm e.xercício não mais a "repre

son en el fondo malvados.

Todo de

sentação" de Montesquieu, mas a "\'ir-

c'ara, às vêzc.s causticantc, porém sin

pende de Ias preocupacioncs que do

cera.

minam en ciertos momentos, y cl hom-

tú" de Macchiavelli, ser-no.s-ift de bom alvitre consultar, com propósitos sãos e elevados ideais, os ensinamentos dos nos

Deixa bem patente o caráter de "he-

roicidade" cm Sarmiento a sua respos-

ta ao.s congressi.stas que desejavam im pugnar sou; mund[ato, invocando sua .surdez: — "Yo no vongo a oir! Yo vcngo a ser oídn!" Eu não venho para ouvir,

venho para ser ouvido, esta pode ser a legenda dc sua per.sonahdadc como paráfrase aos Evangelhos.

bro que hoy se ccba en sangre por fa natismo, ora ayer un devoto inocente, y será manana un buen ciudadano, des

sos

de que desaparezca Ia excitación que Io

o pensamento, quando é filho da "von tade de querer", conforme dizia Nietz-

indujo al crimen". Esta foi também a tese de Euclydes da Cunha, a incullura como causa ge

numes

tute'ares

do

Continente:

Sarmiento e Euclydes da Cunha; pois che, e escrito com sangue, jamais enve lhece.

Toda es.sa vontade e lodo èssc dever

conglobados no ilustre sanjiianino cst.âo compendiado.s em sua obra imortal. No último capítulo de "Facundo" — prp. sente y porvenir — c'e já dizia: — • "Cuánta experiência adquirida! Nues-

nio entre governantes e governados: —

tra educación política está consumada.

"La autoridad se funda en ei assenli-

Todas Ias cuestíones sociales ventilada.s:

míento indeliberado que una nación da.

federación, urúdad, líbertad de cultos,

a un hecho permanente.

Donde hay

105

Econômico

deliberación y voluntad, no hay autori

immigracíón, navcgación dc los rios, poderes políticos, libertad, tirania, todo .se

dad". Êsse cODceito que é, sem dúvida,

ha dicho entre nosotros, todo nos Iia

singularmente avançado, em relação ao tempo em que foi proferido, tempo em que se lia e procurava aplicar Montes-

costado torrentes de sangre.

El senti-

miento de Ia autoridad e.stá cm todos

los corazones, etc., etc." Articula após

Informa-se que dentro em breve será iniciada a construção, na Itália, de gigantesca rafinaria pertencente ao grupo americano Standard Oil, da Califórnia, Standard Oil, de New Jersey, e à Socony Vacuum Oil Companies. A refinaria visa tornar mais econômica a exportação da "pipe Une" entre Haifa e a Arábia Saudita.


DtGESTo

Aspect

...13 lutas

•■vi

império

política Otávio TARQtrfNío de Sousa

Wsôbre na grande tela de da Pedro Américo a proclamação Independên cia, contrastando com o jovem prínci

pe e sua guarda de honra, um carreiro

que observa a cena com ares de não

perceber o significado do que está ocor rendo. Independência? De que? Pa ra que? É certo que o movimento emancipador

brasileiro

interessou

duos de profissão liberal, do peque

no comercio, e até mais humildes, de

núcleos social e ètnicamente instáveis, mestiços de vários matí^es, egressos do catíveiro, que tinham sido atraídos para os centros urbanos - mas a inde

pendência, tal como foi feita, no mol de de instituições monárquicas, sem

abolição da escravidão ou sequer do tráfico africano, seria afinal

uma conquista da grande propriedade territorial, em mãos de cujos senhores ia fi

car, durante um comprido sé culo e de maneira mais ou me

nos exclusiva, o poder político. Ainda deixando de lado rí

negros representavam.

107

S«na domcxa, o

govêrno provisório baixou a seguinte proclamação: "Patriotas pernambucanos] A suspeita tem-se insinuado nos proprie tários rurais: êles crêem que a bené

k.-.

o sr. Otávio Tarqtiínio de Sousa desenvolve a tese de que o período im perial não constituiu apenas um iomcio de oratória mas um conflito de inte-

rêsses políticos nem sempre harmoniosos.

a

muitos setores da população nacional — gente das cidades, intelectuais, indiví

Econômico

nambuco, revolução de padres e de in telectuais libertários, mas revolução tani-

bem nitidamente de senhores de enge nho. Queixavam-se estes do regime ins-

tituído ao tempo do Marquês de Pombal, com uma companhia organizada por ca pitalistas portugueses que lhes empresta-

va dinheiro ao juro módico de cinco por cento, mas que se reservara o mono

pólio da compra dos seus produtos, ex cluindo concorrentes e impondo preços. Um dos primeiros decretos do govêmo revolucionário foi chamar ao novo Estado

que se formava a administra ção dos fundos da extinta

Companhia de Pernambuco, facultar o pagamento das di

vidas contraídas em prestações

fica tendência da presente liberal revo lução tem por fim a emancipação in distinta dos homens de côr e escravos.

O govêmo lhes perdoa uma suspeita que o honra.

Nutrido em sentimentos

generosos não pode jamais acreditar que

propriedade Uvaram de vencida as ten tativas cm favor da extinção da escra vidão e da criação do trabalho livre. Inúteis seriam os esforços de um Martim Francisco, de um Domingos Alves Bran

co Muniz Barreto, de um José da Silva

Lisboa, de um Veloso de Oliveira, de

um Maciel da Costa, de um José Boni

fácio. Poderosa era a ação dos senhores

de escravos e seus comparsas, tão pode

os homens por mais ou menos tostados

rosa que enfrentou, usando de recursos os mais vários, a decisão britânica de

degenerassem do original tipo de igual

extinguir o tráfico e a escraridâo.

dade: mas está igualmente convencido

Maior êxito do que os movàmentos

de que a base de tôda sociedade regular é a inviolabiHdade de qualquer espé

liberais de 1817 e 1822 não lograria a

cie de propriedade. Impelido destas duas fôrças opostas, deseja

Regência foi, sem contestação, sob mui

uma emancipação, que não permita mais lavrar entre êles

A época da

tos aspectos, uma "experiên

cia repubhcana", uma repú blica prorisória. Com ela se

o cancro da escra\ridão: mas

instalou no Brasil a liberda

deseja-a lenta, regular e le gal. O govêmo não engana ninguém, o coração se llie sangra ao ver tão longínqua uma época tão, interessante:

de completa de imprensa, iniciada no Primeiro Reina

do; a Câmara dos Deputados

mas não a quer prepóstera. Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o govêmo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela fôrça.

êsse respeito o de 1831.

Crede na palavra do govêmo,

ram-se códigos como o do Processo Cri minal de 1832, em que se requintavam primores de liberalismo à inglesa. Bem feitas as contas, entretanto, o período

mensais no prazo de dois anos

ela é inviolável, ela é santa."

regencial, anulando certos elementos que

1817; salvavam-se as aparências em pa

ao tempo de Pedro I contrabalançavam

país proclamado e na verdade

e perdoar os juros vencidos. Mais significativo do zêlo pelos interesses dos senhores

tulavam os idealistas da revolução de lavras de condenação ao trabalho es

a influência avassaladora dos interêsses

essencialmente

de engenho foi o que aconte

cravo, mas ficava inPudível o compro

agrários, deu ensejo, como reação, pelo

gidos conceitos de classe, o certo é que aos senhores de

engenho e fazendeiros, num agrícola,

de

via caber a direção da cousa pública, os postos do governo e do parlamento, assegurada assim a defesa dos seus in-

terésses vitais. Exemplos frisantes já se descobrem em alguns episódios da revolução republicana de 1817, em Per-

ceu com a escravidão. Entre os pa triotas pernambucanos havia quem en carasse com repugnância o trabalho servil e correu a notícia de que a liberta ção dos escravos ia ser decretada, des

pojados os senhores dos cabedais que os

Capi

encarnou o poder máximo, pôsto na sombra o que o govêmo exercia ou os regen tes enfeixavam, ainda quando nos postos mais altos estava um Feijó; promulga

misso da "inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade", considerada sa grada a "mais opugnante ao ideal de

justiça", em respeito dos interêsses dos

senhores de engenho, dos grandes pro prietários rurais.

extremo de suas reivindicações liberais,

ao que a princípio se chamou de polí tica do "regresso" e foi mais propriamen te a desforra conservadora.

Com a Re

gência nacionaliza-se por completo o govêmo e êsle se coloca naturalmente

. Consumada a Independência, os mes

a serviço da maior fôrça econômica do

mos interêsses ©oonómicos da grande

país — a grande lavoura.


DtGESTo

Aspect

...13 lutas

•■vi

império

política Otávio TARQtrfNío de Sousa

Wsôbre na grande tela de da Pedro Américo a proclamação Independên cia, contrastando com o jovem prínci

pe e sua guarda de honra, um carreiro

que observa a cena com ares de não

perceber o significado do que está ocor rendo. Independência? De que? Pa ra que? É certo que o movimento emancipador

brasileiro

interessou

duos de profissão liberal, do peque

no comercio, e até mais humildes, de

núcleos social e ètnicamente instáveis, mestiços de vários matí^es, egressos do catíveiro, que tinham sido atraídos para os centros urbanos - mas a inde

pendência, tal como foi feita, no mol de de instituições monárquicas, sem

abolição da escravidão ou sequer do tráfico africano, seria afinal

uma conquista da grande propriedade territorial, em mãos de cujos senhores ia fi

car, durante um comprido sé culo e de maneira mais ou me

nos exclusiva, o poder político. Ainda deixando de lado rí

negros representavam.

107

S«na domcxa, o

govêrno provisório baixou a seguinte proclamação: "Patriotas pernambucanos] A suspeita tem-se insinuado nos proprie tários rurais: êles crêem que a bené

k.-.

o sr. Otávio Tarqtiínio de Sousa desenvolve a tese de que o período im perial não constituiu apenas um iomcio de oratória mas um conflito de inte-

rêsses políticos nem sempre harmoniosos.

a

muitos setores da população nacional — gente das cidades, intelectuais, indiví

Econômico

nambuco, revolução de padres e de in telectuais libertários, mas revolução tani-

bem nitidamente de senhores de enge nho. Queixavam-se estes do regime ins-

tituído ao tempo do Marquês de Pombal, com uma companhia organizada por ca pitalistas portugueses que lhes empresta-

va dinheiro ao juro módico de cinco por cento, mas que se reservara o mono

pólio da compra dos seus produtos, ex cluindo concorrentes e impondo preços. Um dos primeiros decretos do govêmo revolucionário foi chamar ao novo Estado

que se formava a administra ção dos fundos da extinta

Companhia de Pernambuco, facultar o pagamento das di

vidas contraídas em prestações

fica tendência da presente liberal revo lução tem por fim a emancipação in distinta dos homens de côr e escravos.

O govêmo lhes perdoa uma suspeita que o honra.

Nutrido em sentimentos

generosos não pode jamais acreditar que

propriedade Uvaram de vencida as ten tativas cm favor da extinção da escra vidão e da criação do trabalho livre. Inúteis seriam os esforços de um Martim Francisco, de um Domingos Alves Bran

co Muniz Barreto, de um José da Silva

Lisboa, de um Veloso de Oliveira, de

um Maciel da Costa, de um José Boni

fácio. Poderosa era a ação dos senhores

de escravos e seus comparsas, tão pode

os homens por mais ou menos tostados

rosa que enfrentou, usando de recursos os mais vários, a decisão britânica de

degenerassem do original tipo de igual

extinguir o tráfico e a escraridâo.

dade: mas está igualmente convencido

Maior êxito do que os movàmentos

de que a base de tôda sociedade regular é a inviolabiHdade de qualquer espé

liberais de 1817 e 1822 não lograria a

cie de propriedade. Impelido destas duas fôrças opostas, deseja

Regência foi, sem contestação, sob mui

uma emancipação, que não permita mais lavrar entre êles

A época da

tos aspectos, uma "experiên

cia repubhcana", uma repú blica prorisória. Com ela se

o cancro da escra\ridão: mas

instalou no Brasil a liberda

deseja-a lenta, regular e le gal. O govêmo não engana ninguém, o coração se llie sangra ao ver tão longínqua uma época tão, interessante:

de completa de imprensa, iniciada no Primeiro Reina

do; a Câmara dos Deputados

mas não a quer prepóstera. Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o govêmo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela fôrça.

êsse respeito o de 1831.

Crede na palavra do govêmo,

ram-se códigos como o do Processo Cri minal de 1832, em que se requintavam primores de liberalismo à inglesa. Bem feitas as contas, entretanto, o período

mensais no prazo de dois anos

ela é inviolável, ela é santa."

regencial, anulando certos elementos que

1817; salvavam-se as aparências em pa

ao tempo de Pedro I contrabalançavam

país proclamado e na verdade

e perdoar os juros vencidos. Mais significativo do zêlo pelos interesses dos senhores

tulavam os idealistas da revolução de lavras de condenação ao trabalho es

a influência avassaladora dos interêsses

essencialmente

de engenho foi o que aconte

cravo, mas ficava inPudível o compro

agrários, deu ensejo, como reação, pelo

gidos conceitos de classe, o certo é que aos senhores de

engenho e fazendeiros, num agrícola,

de

via caber a direção da cousa pública, os postos do governo e do parlamento, assegurada assim a defesa dos seus in-

terésses vitais. Exemplos frisantes já se descobrem em alguns episódios da revolução republicana de 1817, em Per-

ceu com a escravidão. Entre os pa triotas pernambucanos havia quem en carasse com repugnância o trabalho servil e correu a notícia de que a liberta ção dos escravos ia ser decretada, des

pojados os senhores dos cabedais que os

Capi

encarnou o poder máximo, pôsto na sombra o que o govêmo exercia ou os regen tes enfeixavam, ainda quando nos postos mais altos estava um Feijó; promulga

misso da "inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade", considerada sa grada a "mais opugnante ao ideal de

justiça", em respeito dos interêsses dos

senhores de engenho, dos grandes pro prietários rurais.

extremo de suas reivindicações liberais,

ao que a princípio se chamou de polí tica do "regresso" e foi mais propriamen te a desforra conservadora.

Com a Re

gência nacionaliza-se por completo o govêmo e êsle se coloca naturalmente

. Consumada a Independência, os mes

a serviço da maior fôrça econômica do

mos interêsses ©oonómicos da grande

país — a grande lavoura.


'•1 '

DroF.sTo EcoN-ÓMiro 109 Dic;k.sto

Ecoxó>íico

108

Não sem dificuldades e embaraços se fèz a lei de 7 de novembro de 1831, declarando lavres todos os escravos vin dos de fora do Império. Era uma me

dida radical para a extinção do tráfico, em satisfação de exigências britânicas e de reclamos de vozes mais esclarecidas

ou generosas. Nenhuma lei estaria fa dada a ser tão flagrante e diutumamente burlada. A despe'to dos .seus dispo

sitivos penais, o tráfico não só continuou como cresceu: entre 1830 e 1839 desem

nutenção do trabaMio escravo, alimenta,

do pelo tráfico de africanos, convencidos dc que dc outra forma a economia na« cional critraría em colapso. Bastaria citar, entre outros, Bernardo Pereira de

Vasconcelos, prcgoeiro, teórico e reali zador da orientação do "regresso", no

me que encobriria o partido conserva-

cf-ncníação oii contffuporização. estabele ceu um regime político-social cm que se juntavam nionanjuia hereditária, goxérno representativo, lilierdade dc imprensa, grande propriedade, trabalho escravo.

quem dizia polícia dizia poder judiciá rio. Mas o caso de Angelim ião foi

O espirito liberal do país subsistiu, c

de, a to eumcu a anuência no tocante aos enmes de .ntrodução cm território nacio

umco.

°

Com esse arrôcho na repressão aos

ernnes po!_ibcos contrastava í passivida

a melhor prova estará na existência de uma imprensa I vro (mantida em grande parte pela vigilância do segundo impera

nal de escravos africanos, vendidos impnncncnte aos farendeiros, cujas proprieda

res, depois Vi.sconde dc Itaboraí, cuja

dor) c dc um parlamento funcionando em nome do povo, embora representasse

des agr,colas mais pareciam verdadeiros feudos. Teófdo Otoni, na sua ênfase de

fazenda em Saquarema, na província do Rio de Janeiro, sugeriria a alcunha do

cm última análise os inlorêsses da clas se dominante — a lavoura escravocrata.

liberal sincero, mencíonm»

dor na sua fase inicial, e Rodrigues Tor

.-i-

V ^'««-iunou a oliçarquia tenebrosa que, apoiada no poder e no

barcaram no Brasil mais de 400.000 ne

agrupamento partidário que tão sòÜ-

Nos bastidores de cena tantas vozes bri

dtnhe.ro dos traficantes da cista d'Afri-

gros.

damente se alicerçava. O liberal Vascon

lhante havia fcaldades. durezas e crimes. Os primeTos anos de consolidação da

que se assenhoreou das mais altart.r

Desde o momento do triunfo

Cti , SQ runooxi cntr^ nAc

da revolução de 7 de abril, entrou a do

celos do tempo dc Pedro I apurara o

minar a ala "moderada" que se opu

seu reaM.smo, o seu conformismo com o

monarquia nada tiveram de risonhos. A

çoes pi.bl.cas, grupo de homens que

nha a mudanças mais radicais nas ins tituições políticas e tendia a retardar

que llie mereceria a denominação de "bula das circunstancias", a afirmar que

\cL de interpretação do Ato Adicional constituiu retrocesso na marcha federa

se assoc aram para explorar "em próprio proveito o Segundo Reinado". A Mnfra-

"a África civilizava o Brasil" pelos tra

Quanto

tiva; a lei de 3 dc dezembro de 1841 firmou o arbítrio governamental, suavi

terniaação de proprietários rurais e mer cadores de carne humana era inevitá

a Rodrigues Torres, correligionário e

zado apenas pelo amb-cnte liberal do

vel pela Identidade on apm.rimaçáo de

professor entre 1828 e 1830 do então jovem patriota Tcófilo Otoni, explican-

tempo. A lei de 1841, numa reação brutal contra o Código de Processo de

seus mterêsses. Jo.aqai„ Nabuco acen

qualquer reforma que afetasse a estru tura econômica do país. O Ato Adicio nal de 1834, consubstanciando um avan ço liberal sobretudo pe'a concessão de certas franquias provinciais, não teve ne nhuma repercussão na órbita dos inte resses ligados à produção e ao trabalho, Na regência de Feijó houve tentati

balhadores que lhe fornecia.

do-lhc nas reuniões da livraria de Eva-

. 1832, deu à polícia funções

tua como era enorme a influência do comércio africanista. As fa-

risto as idéias de Jefferson, evoluíra

judiciárias e fêz da prisão

zendas estavam hipotecadas

vas sinceras, posto que improfícuas, para reprimir o comércio de escravos, princi

também da pregação idealista da nia dos Pescadores para o "regresso", para a de fesa intransigente da ordem, para o

palmente no mar. Visando a êsse e ou

resguardo dos interesses da economia

tros fins, esteve o Marquês de Barba-

brasileira expressos na lavoura do café. em plena ascensão.

preventiva um terrível instru mento de opressão. O caso de Eduardo Angelim é típiCO: impMcado na rebelião do Pará, prô.so, proce.ssado e, em

cena na Inglaterra, serviu-se da sua se

dução pessoal e das boas relações que

Anos sucessivos de desordens sob o

lá desfrutava, jantou e conversou com

pregão da liberdade, governos instáveis

aos riaficantes e muitas de

las lhes iam caindo nas mãos; assim "a fôrça do africanis^

mo duplicava por essa soUdariedade da agricultura de-

1840, anistiado com a condi

vedora do interior com o co-

ção de residir temporàriamente no lugar que a autori

Provavehnente. a transferên-

Palmerston, de quem ouviu pa'avras elo giosas ao padre-regente, mas tudo con tinuou como dan-'4es. Cbntra Feijó,

e fracos por amor de princípios haviam convencido a homens de tal feitio que era mister prestigiar o poder, armar a

animado de tão humanos intuitos, se al

autoridade. Não deveria o Govêrno con

çou uma oposição implacável no parla

tinuar à mercê dos agitadores e intelec

mento e na imprensa. E uma transfor

tuais das cidades, desatentos da verda

mação política de profunda significação começou a caracterizar-se a partir das

deira feição do país, indiferentes a sua base econômica, pretendendo golpeá-la

eleições gerais de 1836, para a compo

nas raízes — o trabalho escravo. E assim

com a família, e lá mantido por dez anos na companhia de criminosos co muns. Incorreu provavelmente na pe cha de exagerado um panfletário ilustre

sição da legislatura de 1838-1841. Al guns dos maiores combatentes liberais do Primeiro Reinado aliaram-se para a ma

se enou e se fortaleceu o partido conser vador, baluarte do Império, dêsse Impé

quando asseverou que no Brasil de en tão quem dizia governo dizia polícia,

rio brasileiro que, num esforço ingente de

;.w

dade lhe indicasse, foi, sem

embargo de ter assinado termo de resi dência no Rio de Jane'ro, embarcado em agõsto de 1841 para o presídio da ilha (Io Fernando de Noronha, juntamente

mercio credor da capital', . Propried.ade territorial das mãos dos agncultores para as dos especuladores e traficantes, quase todos porti.gueses, assinalada por Ensébio de Quenós, ein discurso de 1852, terá com corndo. pelo que encerrava de nocivo e repugnante ao sentimento nacional, para

apressar a extinção do tráfico

Abo'indo o comércio negreiro com a Afnca a escravidão contimiou a ser até a penúltima dócada do século dezeiiove


'•1 '

DroF.sTo EcoN-ÓMiro 109 Dic;k.sto

Ecoxó>íico

108

Não sem dificuldades e embaraços se fèz a lei de 7 de novembro de 1831, declarando lavres todos os escravos vin dos de fora do Império. Era uma me

dida radical para a extinção do tráfico, em satisfação de exigências britânicas e de reclamos de vozes mais esclarecidas

ou generosas. Nenhuma lei estaria fa dada a ser tão flagrante e diutumamente burlada. A despe'to dos .seus dispo

sitivos penais, o tráfico não só continuou como cresceu: entre 1830 e 1839 desem

nutenção do trabaMio escravo, alimenta,

do pelo tráfico de africanos, convencidos dc que dc outra forma a economia na« cional critraría em colapso. Bastaria citar, entre outros, Bernardo Pereira de

Vasconcelos, prcgoeiro, teórico e reali zador da orientação do "regresso", no

me que encobriria o partido conserva-

cf-ncníação oii contffuporização. estabele ceu um regime político-social cm que se juntavam nionanjuia hereditária, goxérno representativo, lilierdade dc imprensa, grande propriedade, trabalho escravo.

quem dizia polícia dizia poder judiciá rio. Mas o caso de Angelim ião foi

O espirito liberal do país subsistiu, c

de, a to eumcu a anuência no tocante aos enmes de .ntrodução cm território nacio

umco.

°

Com esse arrôcho na repressão aos

ernnes po!_ibcos contrastava í passivida

a melhor prova estará na existência de uma imprensa I vro (mantida em grande parte pela vigilância do segundo impera

nal de escravos africanos, vendidos impnncncnte aos farendeiros, cujas proprieda

res, depois Vi.sconde dc Itaboraí, cuja

dor) c dc um parlamento funcionando em nome do povo, embora representasse

des agr,colas mais pareciam verdadeiros feudos. Teófdo Otoni, na sua ênfase de

fazenda em Saquarema, na província do Rio de Janeiro, sugeriria a alcunha do

cm última análise os inlorêsses da clas se dominante — a lavoura escravocrata.

liberal sincero, mencíonm»

dor na sua fase inicial, e Rodrigues Tor

.-i-

V ^'««-iunou a oliçarquia tenebrosa que, apoiada no poder e no

barcaram no Brasil mais de 400.000 ne

agrupamento partidário que tão sòÜ-

Nos bastidores de cena tantas vozes bri

dtnhe.ro dos traficantes da cista d'Afri-

gros.

damente se alicerçava. O liberal Vascon

lhante havia fcaldades. durezas e crimes. Os primeTos anos de consolidação da

que se assenhoreou das mais altart.r

Desde o momento do triunfo

Cti , SQ runooxi cntr^ nAc

da revolução de 7 de abril, entrou a do

celos do tempo dc Pedro I apurara o

minar a ala "moderada" que se opu

seu reaM.smo, o seu conformismo com o

monarquia nada tiveram de risonhos. A

çoes pi.bl.cas, grupo de homens que

nha a mudanças mais radicais nas ins tituições políticas e tendia a retardar

que llie mereceria a denominação de "bula das circunstancias", a afirmar que

\cL de interpretação do Ato Adicional constituiu retrocesso na marcha federa

se assoc aram para explorar "em próprio proveito o Segundo Reinado". A Mnfra-

"a África civilizava o Brasil" pelos tra

Quanto

tiva; a lei de 3 dc dezembro de 1841 firmou o arbítrio governamental, suavi

terniaação de proprietários rurais e mer cadores de carne humana era inevitá

a Rodrigues Torres, correligionário e

zado apenas pelo amb-cnte liberal do

vel pela Identidade on apm.rimaçáo de

professor entre 1828 e 1830 do então jovem patriota Tcófilo Otoni, explican-

tempo. A lei de 1841, numa reação brutal contra o Código de Processo de

seus mterêsses. Jo.aqai„ Nabuco acen

qualquer reforma que afetasse a estru tura econômica do país. O Ato Adicio nal de 1834, consubstanciando um avan ço liberal sobretudo pe'a concessão de certas franquias provinciais, não teve ne nhuma repercussão na órbita dos inte resses ligados à produção e ao trabalho, Na regência de Feijó houve tentati

balhadores que lhe fornecia.

do-lhc nas reuniões da livraria de Eva-

. 1832, deu à polícia funções

tua como era enorme a influência do comércio africanista. As fa-

risto as idéias de Jefferson, evoluíra

judiciárias e fêz da prisão

zendas estavam hipotecadas

vas sinceras, posto que improfícuas, para reprimir o comércio de escravos, princi

também da pregação idealista da nia dos Pescadores para o "regresso", para a de fesa intransigente da ordem, para o

palmente no mar. Visando a êsse e ou

resguardo dos interesses da economia

tros fins, esteve o Marquês de Barba-

brasileira expressos na lavoura do café. em plena ascensão.

preventiva um terrível instru mento de opressão. O caso de Eduardo Angelim é típiCO: impMcado na rebelião do Pará, prô.so, proce.ssado e, em

cena na Inglaterra, serviu-se da sua se

dução pessoal e das boas relações que

Anos sucessivos de desordens sob o

lá desfrutava, jantou e conversou com

pregão da liberdade, governos instáveis

aos riaficantes e muitas de

las lhes iam caindo nas mãos; assim "a fôrça do africanis^

mo duplicava por essa soUdariedade da agricultura de-

1840, anistiado com a condi

vedora do interior com o co-

ção de residir temporàriamente no lugar que a autori

Provavehnente. a transferên-

Palmerston, de quem ouviu pa'avras elo giosas ao padre-regente, mas tudo con tinuou como dan-'4es. Cbntra Feijó,

e fracos por amor de princípios haviam convencido a homens de tal feitio que era mister prestigiar o poder, armar a

animado de tão humanos intuitos, se al

autoridade. Não deveria o Govêrno con

çou uma oposição implacável no parla

tinuar à mercê dos agitadores e intelec

mento e na imprensa. E uma transfor

tuais das cidades, desatentos da verda

mação política de profunda significação começou a caracterizar-se a partir das

deira feição do país, indiferentes a sua base econômica, pretendendo golpeá-la

eleições gerais de 1836, para a compo

nas raízes — o trabalho escravo. E assim

com a família, e lá mantido por dez anos na companhia de criminosos co muns. Incorreu provavelmente na pe cha de exagerado um panfletário ilustre

sição da legislatura de 1838-1841. Al guns dos maiores combatentes liberais do Primeiro Reinado aliaram-se para a ma

se enou e se fortaleceu o partido conser vador, baluarte do Império, dêsse Impé

quando asseverou que no Brasil de en tão quem dizia governo dizia polícia,

rio brasileiro que, num esforço ingente de

;.w

dade lhe indicasse, foi, sem

embargo de ter assinado termo de resi dência no Rio de Jane'ro, embarcado em agõsto de 1841 para o presídio da ilha (Io Fernando de Noronha, juntamente

mercio credor da capital', . Propried.ade territorial das mãos dos agncultores para as dos especuladores e traficantes, quase todos porti.gueses, assinalada por Ensébio de Quenós, ein discurso de 1852, terá com corndo. pelo que encerrava de nocivo e repugnante ao sentimento nacional, para

apressar a extinção do tráfico

Abo'indo o comércio negreiro com a Afnca a escravidão contimiou a ser até a penúltima dócada do século dezeiiove


DicEfcTo Econômico

110

defendida encamíçadamente pelos que a

diços quanto às intenções do govómo de

ela se tinham associado. "A escravidão

mantê-los

era o fundamento da oligarquia política

"qualquer que tcnlia sido a maneira por que os compraram".

dominante", avança o autor dc Um Es

tadista do Império, acrescentando: "no

como

donos

dos escravos

entre nós, como supõem os que se In

do governo e da magistratura nunca foi

clinam a endeusá-lo, fixando-llie de pre ferência os aspectos mais liarmoniosos,

suscetível de defesa". Proibida de.sde 7 de novembro de 1831 a entrada de

Anotnvõcs sôbrc o prej9ídon«;ialiíiino brasileiro

O período imperial não representou

terreno do direito e da lei .a atitude

Afonso Arinos de Melo Franco

Á alguns anos, se não há

um belo torneio dc eloqüência parla

africanos, com o decorrer dos anos a

mentar, realçado pela grandeza de José

grande maioria dos senhores de escravos

Bonifácio, pelo sentido de glória de

detinha uma propriedade mais do que

Pedro I, pela austeridade oe Feijó e pela

engano

U

pouco

antes

da revolução de 1930, um escritor dc língua in glesa publicou sobre os nossos costumes políticos

ilegal, produto de criminoso e infame

incomparávcl devoção ao serviço público

contrabando., Mas a oligarquia'de posse

um livro que se chamava "Sua Majesta

rurais amparava essa propriedade imo

de Pedro II: foi na trama mais espè&sa de sua vida um conflito de interêsses, muitas vezes áspero, freqüentemente

desumano, de que dão testemunho as

tranqüilizava os senhores mais assusta-

suas lutas políticas.

gas jacobinas no patriotismo literário de alguns plumitivos indígenas, que in

do governo e a serviço dos proprietários ral, Em 1833 o Marquês de Paraná

de o Presidente".

madas objurgatórias relativas à falta de

gratidão, à má vontade, ignorância etc. A verdade, porém, (e verdade quase

autoridade.

A luta pela manutenção ou pelo cer ceamento das prerrogativas regias, na

Inglaterra, luta que, por ocasião da

E, precisamente por ocasião da indepen

muito històricamente a figura de um rei seni coroa, e isto não apenas no Brasil,

dência, durante o remado de Jorge lU,

a fôrça do Legislativo, ou, antes, da

mas rigorosamente nos termos da insti

Câmara dos Comuns, atravessava o pe

tuição do mesmo regime pelos Estados

ríodo de maior declínio que conheceu

Unidos.

na moderna história inglêsa.

O que então se pratica\'a ou se tinha

da Constituição da grande República sa

praticado com o nome de govêrno re

bem que um dos pontos mais delicados com que se defrontou a sabedoria dos

publicano, na Itália, na Suíça, e em

mente, o problema da formação do po

as autoridades de Montevidéu e do Rio de Janeiro.

lei para que o poder adquira maior

mos, o chefe de Estado representa

constituintes de Filadélfia foi, exata

país. E informou que já foram negociadas 15.000 tone'adas com o govêrno bra sileiro, esperando o Uruguai, dentro em breve, exportar mais 100.000 toneladas. A remessa dessa última quantidade está dependendo ainda de entendimentos entre

que se batem pelo respeito rigoroso ó

da organização republicana brasileira) é que, no regime presidencial que adota

Todos os que estudaram o mecanismo

govêrno procurará atender, com a maior hôa vontade, o pedido feito pelo nosso

O

deputado mineiro filia-se à corrente dos

independência norte-americano, se en contrava ainda em pleno processo, era como uma aurora do regime parlamen tar, mas estava bem longe do dia claro.

elementar para os estudiosos das fontes

O sr. Henrique Buero, embaixador do Uruguai no Brasil, ouvido pela reporta

Franco tem sido objeto de calorosos debates no Parlamento Brasileiro.

O trabalho causou as habituais cóce

vestiram contra o autor com as costu

gem, declarou que, apesar de ser pequena a produção do trigo do Uruguai, o sctj

O assuriío versado nesse artigo pelo

ilustre escritor Afonso Arinos de Melo

der executivo.

Longe se achava ainda o mundo oci dental do funcionamento regular do par lamentarismo, que só veio a encontrar os traços definitivos da sua fisionomia

depois de longa elaboração experimental, e a rigor em pleno século XIX.

mais alguns países, como a Polônia ou a Holanda, era algo de muito diferente do que necessitavam os americanos. Nem poderiam êles encontrar modelo ade quado nos livros abstratos dos teóricos, de Bodin a Montesquieu.

Com a capacidade genial que têm os anglo-saxões de extrair do caso particular a norma geral, lograram os constituintes

de Filadélfia criar a figura do presiden-


DicEfcTo Econômico

110

defendida encamíçadamente pelos que a

diços quanto às intenções do govómo de

ela se tinham associado. "A escravidão

mantê-los

era o fundamento da oligarquia política

"qualquer que tcnlia sido a maneira por que os compraram".

dominante", avança o autor dc Um Es

tadista do Império, acrescentando: "no

como

donos

dos escravos

entre nós, como supõem os que se In

do governo e da magistratura nunca foi

clinam a endeusá-lo, fixando-llie de pre ferência os aspectos mais liarmoniosos,

suscetível de defesa". Proibida de.sde 7 de novembro de 1831 a entrada de

Anotnvõcs sôbrc o prej9ídon«;ialiíiino brasileiro

O período imperial não representou

terreno do direito e da lei .a atitude

Afonso Arinos de Melo Franco

Á alguns anos, se não há

um belo torneio dc eloqüência parla

africanos, com o decorrer dos anos a

mentar, realçado pela grandeza de José

grande maioria dos senhores de escravos

Bonifácio, pelo sentido de glória de

detinha uma propriedade mais do que

Pedro I, pela austeridade oe Feijó e pela

engano

U

pouco

antes

da revolução de 1930, um escritor dc língua in glesa publicou sobre os nossos costumes políticos

ilegal, produto de criminoso e infame

incomparávcl devoção ao serviço público

contrabando., Mas a oligarquia'de posse

um livro que se chamava "Sua Majesta

rurais amparava essa propriedade imo

de Pedro II: foi na trama mais espè&sa de sua vida um conflito de interêsses, muitas vezes áspero, freqüentemente

desumano, de que dão testemunho as

tranqüilizava os senhores mais assusta-

suas lutas políticas.

gas jacobinas no patriotismo literário de alguns plumitivos indígenas, que in

do governo e a serviço dos proprietários ral, Em 1833 o Marquês de Paraná

de o Presidente".

madas objurgatórias relativas à falta de

gratidão, à má vontade, ignorância etc. A verdade, porém, (e verdade quase

autoridade.

A luta pela manutenção ou pelo cer ceamento das prerrogativas regias, na

Inglaterra, luta que, por ocasião da

E, precisamente por ocasião da indepen

muito històricamente a figura de um rei seni coroa, e isto não apenas no Brasil,

dência, durante o remado de Jorge lU,

a fôrça do Legislativo, ou, antes, da

mas rigorosamente nos termos da insti

Câmara dos Comuns, atravessava o pe

tuição do mesmo regime pelos Estados

ríodo de maior declínio que conheceu

Unidos.

na moderna história inglêsa.

O que então se pratica\'a ou se tinha

da Constituição da grande República sa

praticado com o nome de govêrno re

bem que um dos pontos mais delicados com que se defrontou a sabedoria dos

publicano, na Itália, na Suíça, e em

mente, o problema da formação do po

as autoridades de Montevidéu e do Rio de Janeiro.

lei para que o poder adquira maior

mos, o chefe de Estado representa

constituintes de Filadélfia foi, exata

país. E informou que já foram negociadas 15.000 tone'adas com o govêrno bra sileiro, esperando o Uruguai, dentro em breve, exportar mais 100.000 toneladas. A remessa dessa última quantidade está dependendo ainda de entendimentos entre

que se batem pelo respeito rigoroso ó

da organização republicana brasileira) é que, no regime presidencial que adota

Todos os que estudaram o mecanismo

govêrno procurará atender, com a maior hôa vontade, o pedido feito pelo nosso

O

deputado mineiro filia-se à corrente dos

independência norte-americano, se en contrava ainda em pleno processo, era como uma aurora do regime parlamen tar, mas estava bem longe do dia claro.

elementar para os estudiosos das fontes

O sr. Henrique Buero, embaixador do Uruguai no Brasil, ouvido pela reporta

Franco tem sido objeto de calorosos debates no Parlamento Brasileiro.

O trabalho causou as habituais cóce

vestiram contra o autor com as costu

gem, declarou que, apesar de ser pequena a produção do trigo do Uruguai, o sctj

O assuriío versado nesse artigo pelo

ilustre escritor Afonso Arinos de Melo

der executivo.

Longe se achava ainda o mundo oci dental do funcionamento regular do par lamentarismo, que só veio a encontrar os traços definitivos da sua fisionomia

depois de longa elaboração experimental, e a rigor em pleno século XIX.

mais alguns países, como a Polônia ou a Holanda, era algo de muito diferente do que necessitavam os americanos. Nem poderiam êles encontrar modelo ade quado nos livros abstratos dos teóricos, de Bodin a Montesquieu.

Com a capacidade genial que têm os anglo-saxões de extrair do caso particular a norma geral, lograram os constituintes

de Filadélfia criar a figura do presiden-


Dioijsto EcoN-óxnc»

112

Dir.Fjrro EConónuco

te, que adotaram c transmitiram aos (ui-

E tão luonártpjiia era a noção do

tros povos da Ainúrica, partindo do inodè-

presidente «^ue chegou a se tomar a

lo fornecido pelo rei, que repudiavam.

sério, no serio, -

Watson, no seu clássico estudo sobre u Constituição, descreve com minúcia

rir o título de Sua Altcza o Presidente

as liesitações, as apalpadclas, os debates que precederam e conduziram à deci.são.

A importância dela não escapava a nin guém. Da estrutura do Executivo, forte

f'u fraco, da sua forma, se inpessoal se coletiva, dás suas atribuições e duração, •sentiam todos que dependia o sucesso

daquela formidável experiência histórica. E Eilis Stevens, no seu Iívto também

chissico sobre as origens da Lei Magna americana, mostra a influência que na

iro devem ter-se impressionado muito com a dilacUira pessoal

,''T

Ei.s o que talvez

de Bonapartc, tanto quanto um homem da nossa geração se im-

'y, |_ '

não tive.s.se ocorrido ao autor do livro

pressiona com as expcricncius

referido nq início, que transformou o quase histórico tratamento de Alteza dc que se cogitou nos Estudos Unidos, na

dc Mussolini, llitlcr ou Slalin.

irônica designação dc Majestade, em

ponto dc partida pura a eogitaçáo de processos políticos que forta leçam o poder símu sacrifício das for

início, . a idéia de se lhe confe-

dos Estado.s Unidos.

que nunca .se pcn-oii no Brasil. . O presidencialismo brasileiro, adotan do delibcradumenle o modêlo america no, \inha instaurar, assim, uma tradição

quase monárquica. Aliás, não propria mente instaurar, senão

manter, pois

mentalidade dos reda

saíamos de uma monar

tores tí\eram as idéias

quia parlamentar, cm que o poder pessoal era

de Blackstone, que po de ser considerado o fundador dos moder

embora por muitos con

nos

siderado maléfico.

um fato incontestadn,

estudos constitu

cionais na Inglaterra. Idéias puramente in glesas, portanto. O presidente, o chefe unipessoal do E.xecuti-

As

,

revolucionárias

Estados Unidos, como

de 1824 possivelmente por influência de Pe-

porário. O grande Ha milton chegou a propor

dro I, conforme insi nua o Vi.sconde do Uru guai, representavam, no

fosse êle um funcioná

rio vitalício, sem termo de mandato, limitado

vir. Só com reservas foi adotado o pe

vagorante.

Aliás vigorante com a res

vida do segundo Roosevelt.

mín Constant era um homem de auto ridade. Talvez fosso mais um democra

Ton^rre.

A verdade é que tanto um como ou-

Donde se conclui que, ao adotar a forma presidencial, a República brasi leira não veio propriamente ensaiar um regime desligado das nossas pniticas e

democracia se distinguem.

vo forte, que desde a Colônia sempre

O poder Moderador, por êle Imagina do como uma peça distinta da máquina constitucional, nunca foi aplicado a não • ser no Brasil. .

pério. Um historiador da categoria de Joaquim Nabuco, escrevendo depois da República o sem interesses a não ser os da verdade, traça um panorama rea

Veio, muito ao contrário,

continuar um sistema de poder executi tínhamos conhecido, através de gover

nadores gerais de Capitanias e de Vice-Reis.

O Brasil é isto mesmo: é o poder ,foi"te.

A nossa evolução, o nosso aper

feiçoamento não tem sido, nem talvez deva ser, no sentido de enfraquecer o

poder, mas naquele que foi a grande

lição da vida de Rui Barbosa: no do for talecimento da lei, ao lado da força do poder.

"Leis respeitadas não enfraquecem o

lista do que era a influência do impe rador nos negócios políticos. Pode-se assegurar que ora decisiva.

poder, antes dão-lhe mais substanciosa

Devemos, assim, considerar que o par

a grande cruzada que devemos ter cm

soberano. Sob a ficção de se Uie atri

grande escritor franco-suíço atribui a sua inspiração ao reacionário Ciermont-

de autoridade

tradições.

torga de considerável poder nas mãos A idéia vinha de

enorme soma

pessoal.

ta do que um liberal, na medida em que as duas noções de liberalismo e

XIX, no que concerne às funções do

Benjamín Constant, ou pelo menos a formulação teórica da idéia, visto que o

trição da reeleição, que pela letra 'se pode repetir, conforme demonstrou a

No fundo, Benja

mitação ao parlamentarismo e uma ou

formado no fim, não se sabe bem como

nem por quem, no quatriênio até hoje

mas democráticas.

fundo, uma drástica li

do chefe do Estado.

Moderador, o que de fato se

no caso de Pedro 11 — uma •

lamentarismo nacional se afastou bas tante do modelo britânico do século

ríodo presidencial de sete anos, trans

cuti\ o c a de cliefe do poder

riências serviram e sorvem de

alvo de tantos ataques durante o Im

ca eletivo, de rei tem

política, a de chefe do Exe-

E a ôles, como a nós, tais expe

constavam do projeto

introduzidas na Carta

"■

fazia era concentrar nas mãos de um mesmo hoinejn — e dc ura homera de vontade finne,

Êsse poder 6 que da\a fundo o base legais ao poder pessoal do Imperador,

uma espécie dc monar

buir uma dupla personalidade

.

atribuições do poder Moderador, que não de Constituição feito por Antônio Carlos em 1823, mas que foram

vo, foi imaginado, nos

este apenas à vaga cláusula do bem ser

113

autoridade. Porém evjtam que èle de

genere em tirania. Para mim esta e vista, nesta fase da história da Repu

blica. Não combatermos contra o poder mas pela lei. Combatermos para leg»bzar, cada vez mais, um poder forte.


Dioijsto EcoN-óxnc»

112

Dir.Fjrro EConónuco

te, que adotaram c transmitiram aos (ui-

E tão luonártpjiia era a noção do

tros povos da Ainúrica, partindo do inodè-

presidente «^ue chegou a se tomar a

lo fornecido pelo rei, que repudiavam.

sério, no serio, -

Watson, no seu clássico estudo sobre u Constituição, descreve com minúcia

rir o título de Sua Altcza o Presidente

as liesitações, as apalpadclas, os debates que precederam e conduziram à deci.são.

A importância dela não escapava a nin guém. Da estrutura do Executivo, forte

f'u fraco, da sua forma, se inpessoal se coletiva, dás suas atribuições e duração, •sentiam todos que dependia o sucesso

daquela formidável experiência histórica. E Eilis Stevens, no seu Iívto também

chissico sobre as origens da Lei Magna americana, mostra a influência que na

iro devem ter-se impressionado muito com a dilacUira pessoal

,''T

Ei.s o que talvez

de Bonapartc, tanto quanto um homem da nossa geração se im-

'y, |_ '

não tive.s.se ocorrido ao autor do livro

pressiona com as expcricncius

referido nq início, que transformou o quase histórico tratamento de Alteza dc que se cogitou nos Estudos Unidos, na

dc Mussolini, llitlcr ou Slalin.

irônica designação dc Majestade, em

ponto dc partida pura a eogitaçáo de processos políticos que forta leçam o poder símu sacrifício das for

início, . a idéia de se lhe confe-

dos Estado.s Unidos.

que nunca .se pcn-oii no Brasil. . O presidencialismo brasileiro, adotan do delibcradumenle o modêlo america no, \inha instaurar, assim, uma tradição

quase monárquica. Aliás, não propria mente instaurar, senão

manter, pois

mentalidade dos reda

saíamos de uma monar

tores tí\eram as idéias

quia parlamentar, cm que o poder pessoal era

de Blackstone, que po de ser considerado o fundador dos moder

embora por muitos con

nos

siderado maléfico.

um fato incontestadn,

estudos constitu

cionais na Inglaterra. Idéias puramente in glesas, portanto. O presidente, o chefe unipessoal do E.xecuti-

As

,

revolucionárias

Estados Unidos, como

de 1824 possivelmente por influência de Pe-

porário. O grande Ha milton chegou a propor

dro I, conforme insi nua o Vi.sconde do Uru guai, representavam, no

fosse êle um funcioná

rio vitalício, sem termo de mandato, limitado

vir. Só com reservas foi adotado o pe

vagorante.

Aliás vigorante com a res

vida do segundo Roosevelt.

mín Constant era um homem de auto ridade. Talvez fosso mais um democra

Ton^rre.

A verdade é que tanto um como ou-

Donde se conclui que, ao adotar a forma presidencial, a República brasi leira não veio propriamente ensaiar um regime desligado das nossas pniticas e

democracia se distinguem.

vo forte, que desde a Colônia sempre

O poder Moderador, por êle Imagina do como uma peça distinta da máquina constitucional, nunca foi aplicado a não • ser no Brasil. .

pério. Um historiador da categoria de Joaquim Nabuco, escrevendo depois da República o sem interesses a não ser os da verdade, traça um panorama rea

Veio, muito ao contrário,

continuar um sistema de poder executi tínhamos conhecido, através de gover

nadores gerais de Capitanias e de Vice-Reis.

O Brasil é isto mesmo: é o poder ,foi"te.

A nossa evolução, o nosso aper

feiçoamento não tem sido, nem talvez deva ser, no sentido de enfraquecer o

poder, mas naquele que foi a grande

lição da vida de Rui Barbosa: no do for talecimento da lei, ao lado da força do poder.

"Leis respeitadas não enfraquecem o

lista do que era a influência do impe rador nos negócios políticos. Pode-se assegurar que ora decisiva.

poder, antes dão-lhe mais substanciosa

Devemos, assim, considerar que o par

a grande cruzada que devemos ter cm

soberano. Sob a ficção de se Uie atri

grande escritor franco-suíço atribui a sua inspiração ao reacionário Ciermont-

de autoridade

tradições.

torga de considerável poder nas mãos A idéia vinha de

enorme soma

pessoal.

ta do que um liberal, na medida em que as duas noções de liberalismo e

XIX, no que concerne às funções do

Benjamín Constant, ou pelo menos a formulação teórica da idéia, visto que o

trição da reeleição, que pela letra 'se pode repetir, conforme demonstrou a

No fundo, Benja

mitação ao parlamentarismo e uma ou

formado no fim, não se sabe bem como

nem por quem, no quatriênio até hoje

mas democráticas.

fundo, uma drástica li

do chefe do Estado.

Moderador, o que de fato se

no caso de Pedro 11 — uma •

lamentarismo nacional se afastou bas tante do modelo britânico do século

ríodo presidencial de sete anos, trans

cuti\ o c a de cliefe do poder

riências serviram e sorvem de

alvo de tantos ataques durante o Im

ca eletivo, de rei tem

política, a de chefe do Exe-

E a ôles, como a nós, tais expe

constavam do projeto

introduzidas na Carta

"■

fazia era concentrar nas mãos de um mesmo hoinejn — e dc ura homera de vontade finne,

Êsse poder 6 que da\a fundo o base legais ao poder pessoal do Imperador,

uma espécie dc monar

buir uma dupla personalidade

.

atribuições do poder Moderador, que não de Constituição feito por Antônio Carlos em 1823, mas que foram

vo, foi imaginado, nos

este apenas à vaga cláusula do bem ser

113

autoridade. Porém evjtam que èle de

genere em tirania. Para mim esta e vista, nesta fase da história da Repu

blica. Não combatermos contra o poder mas pela lei. Combatermos para leg»bzar, cada vez mais, um poder forte.


^

Dicesto

Econômico

115

bós apresentam-se como lianas, embora

um ou outro tenha aspecto arbustivo e possa chegar a dois c três metros de

GastÃo Cri;i-s

altura. O princípio ativo ijuc dá toxidez

£^nthe os numerosos processos de pesca usados por certas populações primi tivas do Velho e do Novo Continente, é

de longa data conhecido aquele que se serve do envenenamento da água dos rios e das lagoas por meio do suco de algumas plantas tóxicas. O curioso é que essas plantas, extremamente no

í O sr. Gastão Cruls descreve nesse ar-

bém nos outros elementos da planta,

ligo o processo, extremamente daninho,

principalmente nos caules c nas ramas.

bárbaro e primitivo, da pesca pelo limbo.

ictio*ógica por meio do barbasco ou do

tam em relação ao homem e seus com-

tingui. E-sclarcça-se quo o espanholismo tem razão de ser empregado entre

çinheiros de temperatura constante, lanto assim que todo o pescado obtido daquela maneira pode ser aproveitado como produto alimentar sem qualquer

operação previa que o isente de toxidez.

Ao passo que nas índias Orientais

existe apenas uma planta com proprie dades icüotóxicas. a toeba dos autóctones, que e a Derris elipfxca Benth, da famiha das leguminosas, na América e sobretudo na Amazônia,- avultam os ve-

getais que podem ser empregados para

tal hm. De um modo geral, e ainda que abrangendo espécies botânicas muito diversas, por harbasco são conhecidas essas plantas na Améri ca espanhola, enquanto

quece também a nossa flora.

do pescado e matam-se indistintamente

todos os peixes, grandes e pequenos, que venham a sofrer a ação do veneno. É rápido êste efeito do timbó. Tão de pressa se contaminem as águas, logo

afloram à sua superfície as numerosas vítimas da planta ictiotóxica: umas já mortas, outras apenas estuporadas ou a se debaterem em violentas comulsões.

Mas o fato é que tôdas vêm imediata mente à tona, o que deu mesmo mo tivo à criação de um outro neologismo: atonar o peixe, isto é, trazê-lo à tona

matança do peLxe miúdo e inaprovei-

por meio do timbó.

nica, habitantes dos campos, usam um artifício bastante engenhoso nas pesca

buídas pelos gêneros Derris, Tephrosia e Lonchocarpus, sobretudo êste último,

rias pelo timbó. É que êsses mesmos campos são muito ricos de um grande

que reúne algumas espécies de grande toxidez.

Paul Le Cointe, no seu livro

Árvores e Plantas Üteis, com relação à

ta timbós entre os que ja são conhecidos e foram es

merecem

por meio de barragens.

(Tephrosia

toxicaria), o timbó bran

expressões trazidas à nos

timbó vermelho ou timbó

sa fala: "embarbascar o

u r u c u (Lonchocarpus ■urucu), e o timbó gran de (Lonchocarpus ?). Quase todos os tim-

dio e o caboclo só "batem timbó" em

apetecido pelos peixes. Assim, como engodo, os indígenas lançam ao rio exemplares desses insetos, depois que

tranqüilas ou artificialmente represadas

menção especial o timbó

Caiena

próprios aborígenes e é também muito

sítios adrede preparados, remansos, saca dos e poções de águas naturalmente

tudados, sendo que por

Por outro lado,

essas pescarias preferentemente são pra

1

gafanhoto, que entra na alimentação dos

cilmente escaparia à apanha do pescador,

por ser continuamente levado ao impulso da corrente. Por isso tudo é que o ín

Amazônia brasileira, arrola mais de trin

toxidez

Para evitar essa

tável, certos índios da Hiléia amazô

A maioria das plantas ictiotóxicas pef^ tcnce à família das leguminosas, distri

co ou timbó macaquinho (Lonchocarpus Nicou), o

a fauna

A pesca pelo timbó, bárbara e primi tiva, é extremamente daninha, pois que por meio dela não pode haver escolha

no Pará ouvir-se-á dizer "bater timbó",

norte do país;

xe", para traduzir o ato

viesse a ser vítima da sua nocividade fà-

Sempre

nome é mais do extremo

de envenenar

massa líquida, como o peixe que acaso

desagregam e dissolvem lentamente.

do mesmo modo que na Bahia ou em Pernambuco se dirá "bater tingui".

de

^eixe" e "tinguijar o pei

de timbó, os seus efeitos seriam insigni

com referencia ao mesmo tipo de pescaria,

de tinguis e de timbós, sendo que êste último

Daí as duas

enormes quantidades de suco

só não se alcançaria o envenenamento da

dito, ClibadUim biocarpum Mart., enri

sua

Amazonas.

usassem

fôsse misturado às águas fundas e torrentosas dos grandes rios. Destarte, não

nós, dado que o barbasco propriamente

entre nós, também indis tintamente, chamam-nas

Pará e

1

É bem de ver que mesmo que se

ficantes sôbrc o pescado, se o vendno

civas para os peixes e todos os animais

de sangue frio, nenhum dano apresen-

aos timbós concentra-se sobretudo nas suas raízes, conquanto se encontre tam

maneira, é misturado a porções de argila com que se fazem uma pasta ou grandes bolas, que, quando jogadas à água, se

ticadas durante os meses de estiagem, quando baixam os rios e quase secam as lagoas.

O timbó tanto é batido di

retamente junto à agua — isto é, a plan ta é triturada e macerada sôbre uma pe dra e o seu suco vai-se escoando gradativamente para o rio — ou esse mesmo suco, prèviamente extraído da mesma

tiveram o cuidado de lhes rechear o cor

po com certa quantidade de timbó e como, dado o vulto da prêsa, só a ela se candidatam os peixes grandes, êstes, pouco depois de abocanharem o pitéu, logo "atonam" narcotizados ou mortos pelo veneno.

O princípio ativo dos timbós, isto é,

o tóxico que nêles se contém, é um alca lóide que foi isolado pela primeira vez

em 1923, pelo japonês Isliilcawa. O seu descobridor, que o e.xtraiu do Derris eliptica, a "toeba", deu-lhe primitiN^a-


^

Dicesto

Econômico

115

bós apresentam-se como lianas, embora

um ou outro tenha aspecto arbustivo e possa chegar a dois c três metros de

GastÃo Cri;i-s

altura. O princípio ativo ijuc dá toxidez

£^nthe os numerosos processos de pesca usados por certas populações primi tivas do Velho e do Novo Continente, é

de longa data conhecido aquele que se serve do envenenamento da água dos rios e das lagoas por meio do suco de algumas plantas tóxicas. O curioso é que essas plantas, extremamente no

í O sr. Gastão Cruls descreve nesse ar-

bém nos outros elementos da planta,

ligo o processo, extremamente daninho,

principalmente nos caules c nas ramas.

bárbaro e primitivo, da pesca pelo limbo.

ictio*ógica por meio do barbasco ou do

tam em relação ao homem e seus com-

tingui. E-sclarcça-se quo o espanholismo tem razão de ser empregado entre

çinheiros de temperatura constante, lanto assim que todo o pescado obtido daquela maneira pode ser aproveitado como produto alimentar sem qualquer

operação previa que o isente de toxidez.

Ao passo que nas índias Orientais

existe apenas uma planta com proprie dades icüotóxicas. a toeba dos autóctones, que e a Derris elipfxca Benth, da famiha das leguminosas, na América e sobretudo na Amazônia,- avultam os ve-

getais que podem ser empregados para

tal hm. De um modo geral, e ainda que abrangendo espécies botânicas muito diversas, por harbasco são conhecidas essas plantas na Améri ca espanhola, enquanto

quece também a nossa flora.

do pescado e matam-se indistintamente

todos os peixes, grandes e pequenos, que venham a sofrer a ação do veneno. É rápido êste efeito do timbó. Tão de pressa se contaminem as águas, logo

afloram à sua superfície as numerosas vítimas da planta ictiotóxica: umas já mortas, outras apenas estuporadas ou a se debaterem em violentas comulsões.

Mas o fato é que tôdas vêm imediata mente à tona, o que deu mesmo mo tivo à criação de um outro neologismo: atonar o peixe, isto é, trazê-lo à tona

matança do peLxe miúdo e inaprovei-

por meio do timbó.

nica, habitantes dos campos, usam um artifício bastante engenhoso nas pesca

buídas pelos gêneros Derris, Tephrosia e Lonchocarpus, sobretudo êste último,

rias pelo timbó. É que êsses mesmos campos são muito ricos de um grande

que reúne algumas espécies de grande toxidez.

Paul Le Cointe, no seu livro

Árvores e Plantas Üteis, com relação à

ta timbós entre os que ja são conhecidos e foram es

merecem

por meio de barragens.

(Tephrosia

toxicaria), o timbó bran

expressões trazidas à nos

timbó vermelho ou timbó

sa fala: "embarbascar o

u r u c u (Lonchocarpus ■urucu), e o timbó gran de (Lonchocarpus ?). Quase todos os tim-

dio e o caboclo só "batem timbó" em

apetecido pelos peixes. Assim, como engodo, os indígenas lançam ao rio exemplares desses insetos, depois que

tranqüilas ou artificialmente represadas

menção especial o timbó

Caiena

próprios aborígenes e é também muito

sítios adrede preparados, remansos, saca dos e poções de águas naturalmente

tudados, sendo que por

Por outro lado,

essas pescarias preferentemente são pra

1

gafanhoto, que entra na alimentação dos

cilmente escaparia à apanha do pescador,

por ser continuamente levado ao impulso da corrente. Por isso tudo é que o ín

Amazônia brasileira, arrola mais de trin

toxidez

Para evitar essa

tável, certos índios da Hiléia amazô

A maioria das plantas ictiotóxicas pef^ tcnce à família das leguminosas, distri

co ou timbó macaquinho (Lonchocarpus Nicou), o

a fauna

A pesca pelo timbó, bárbara e primi tiva, é extremamente daninha, pois que por meio dela não pode haver escolha

no Pará ouvir-se-á dizer "bater timbó",

norte do país;

xe", para traduzir o ato

viesse a ser vítima da sua nocividade fà-

Sempre

nome é mais do extremo

de envenenar

massa líquida, como o peixe que acaso

desagregam e dissolvem lentamente.

do mesmo modo que na Bahia ou em Pernambuco se dirá "bater tingui".

de

^eixe" e "tinguijar o pei

de timbó, os seus efeitos seriam insigni

com referencia ao mesmo tipo de pescaria,

de tinguis e de timbós, sendo que êste último

Daí as duas

enormes quantidades de suco

só não se alcançaria o envenenamento da

dito, ClibadUim biocarpum Mart., enri

sua

Amazonas.

usassem

fôsse misturado às águas fundas e torrentosas dos grandes rios. Destarte, não

nós, dado que o barbasco propriamente

entre nós, também indis tintamente, chamam-nas

Pará e

1

É bem de ver que mesmo que se

ficantes sôbrc o pescado, se o vendno

civas para os peixes e todos os animais

de sangue frio, nenhum dano apresen-

aos timbós concentra-se sobretudo nas suas raízes, conquanto se encontre tam

maneira, é misturado a porções de argila com que se fazem uma pasta ou grandes bolas, que, quando jogadas à água, se

ticadas durante os meses de estiagem, quando baixam os rios e quase secam as lagoas.

O timbó tanto é batido di

retamente junto à agua — isto é, a plan ta é triturada e macerada sôbre uma pe dra e o seu suco vai-se escoando gradativamente para o rio — ou esse mesmo suco, prèviamente extraído da mesma

tiveram o cuidado de lhes rechear o cor

po com certa quantidade de timbó e como, dado o vulto da prêsa, só a ela se candidatam os peixes grandes, êstes, pouco depois de abocanharem o pitéu, logo "atonam" narcotizados ou mortos pelo veneno.

O princípio ativo dos timbós, isto é,

o tóxico que nêles se contém, é um alca lóide que foi isolado pela primeira vez

em 1923, pelo japonês Isliilcawa. O seu descobridor, que o e.xtraiu do Derris eliptica, a "toeba", deu-lhe primitiN^a-


ijifptJ)k;ksto Económua>

116

mente o nome cie itibetoxinu.

Muis tar

de, porém, passou a chamar-se wtenona, nome por qíie c hoje conhecido. A rotenona é um dos mais poderosos

^ m&uuuüs^La éícfft

mente con.soíijcni cérca de dez milhões

de dólares na compra cie inseticidas com

CÂNDIDO Mota Fiuio

que éuidaiii das suas planlaç-õe.s. A rotenona age como nm \encno de

inseticidas, cuja eficiência suplanta a

contato, estomacal c traquea!, reunindo

4 INDUSTTUAU12AÇÃO cicsccntc do muii-

dc-á conquistas da máquina para o con

da nicotina e é tr'nla cczes mais forte

assim os Ires inclodos empregados no

forto poderiam ser adquiridas por pre

dü cjue a do arsenito do chumbo. For outro lado, inofensiva para as planUis,

combate às prag.is; tlc contato, de enve

do moderno constituiu, uo cxnnêço, uma grande ameaça para o bom gosto.

nenamento «■ de aslixia.

Para o peixe

A produção em serie deveria satisfazer

médio.

e a também não é nociva ao homem, ao

ela é ló.xica numa dilíução de 0,{X)(K)1%.

a um ch icrminado público, (m. melhor, ao grande púbMco. A mercadoria sai ria assim. democTulicamculc. para sa-

momento, para o rendimento industrial, meios para produzir o mais possivel e o mais barato possível, desde o tecido c os e.stampadoS para roupas, até os

contrário da maioria dos inseticidas do

Alguns d<)s (ímbüs amazônicos são

ço à altura do que ganharia um homem O que a economia precisava no

era de técnicos c inventores.

A estes

cabia dotar a organização industrial de

origem mineral, que tem por base o

consideràx'<'hnentc mais ricos em rote

chumbo, o cobre, o mercúrio, o ácido cianidrico, sulfuretos e bissulfurcttjs.

nona do que a "tocha" do Oriente.

tisfaz^T

Assim, enquanl() cstu, mesmo quando

Com ÍS.SQ. a produção perdia o seu

Faga-se justiça dizendo cpie cjueni primeiro apurou as qualidades inseticidas

cultivada, náio dá mais do íjuc 12íí do al calóide, o nosso timbó branco ou timbó

bom aspecto. A sua fisionomia decor ria dessa febril economia de produção.

dos timbós, até então só usados para

A questão seria sempre dc produz.ir o máximo com nm preço mínimo. E

automóvel até a geladeira; desde o ven

fins pi.catórios pelo indigena, foi um

macaquinho, ainda cm estado agreste, chega u fornecer 15% e làcílmcnte po

cientista peniano que, por ler verifi

derá abngir 20, quando tratado ein

ésse cálculo racional conduzia, fora dc

a máquina de lavar roupa até a ence

cado a sua ação letal sôbre formigas e

lavoura.

dúvida, o produto paro o mau gosto

radeira.

piolho.s, passou a empregá-los como carrapaticida sobre os lhamas. Decorridos alguns anos, cientistas da Argélia verifi caram que plantas semelhantes tinham . também ação nnütr) eficiente no comba

te à.s pragas das videiras. Esta iiltim.a

cada planta.

estacas, uma vez sementes, e é de abertura de covas 50 a 2m 50 entre

Os exemplares robustos,

descoberta foi de incomensurável alcan

com trc.s anos de idade, já podem dar

ce para a crescente procura e valoriza

de 4 a 5 quilos de raízes verdes. Pela .secagem a ([uc são submetidas e.ssas

ção dos nossos timbos e tinguís, pois que se a primeira já levara o Governo inglês a tornar compulsório o uso dc rotenona nos banheiros de gado do Rei

maioria

dos

eonsmnidores.

arranjos de cama e de casa; desde o tilador até a' batedeira elétrica; desde

As conquistas cientificas, a objetiva-

ou, pelo menos, para a ausência dc

A propagação da planta , do timbó faz-se por meio de que são raras as suas nso no seu plantio a com o espaço de Im

a

gôsto.

ção do saber e a sistematização do mes

E essa tendência fazia que se rect)rclasso, com saudade, o requinte da in dústria manufaturcira, ainda ligada uo requinte da fidalguia monárquica. E

mo e o valor que tudo isso tinha para os grandes, planos industriais, concorre

ram para que se aplicassem os técnicos e 'inventores no esfôrço para a produção

mesmo, com o aparecimento das fábri cas, houve, de inicio, es

em série.

Cresceram ao lado das

se empenho pelo valor individual do produto, o

mesmas raízes, há, porém, uma redução de 50% do seu peso.

seu

acabamento,

a

sua*

apresentação, de confor

Para fins comerciais e visando q e.x-

no Unido e seus domínios, a sua apli cação como inseticida vegetal aumen tou-lhe extraordinanamente o consumo. Para isto, basta apenas lembrar que só

portaçjio, de várias maneiras o tímlíô se pode apresentar no mercado, a co meçar pelas suas raízes apenas defu madas ou reduzidas a pó, e indo até a

recebia de Londres,

de

os agricultores norte-americanos anual

fonna do solução e extrato concentrado.

Paris

in

midade com a encomen-

fábricas grandiosos labo- .' > /

r

Zeiss.

1

da ou com o gôsto do

r

freguês. O que o mundo

1

e

do.s

dustriais

da

centros

ratórios, como os da Sieniens, como os da Ceneral Electric, como os da A General Elec

tric Co. jú em 1924 gas tava seis milhões de dó

' '

Alemanha,

lares

anuais

em

traba

lhos dc pe.squisas. imensos

Nos'

laboratórios

da

xinha ainda assim com o selo de um

Natioual Electric Light Association, no^

capricho.so acabamento.

veccntas pessoas trabalham em investi gações, dia c noite. Numa das maio res fábricas que tive ocasião de vi-^

Mas, a América jogara no mercado mundial a mercadoria cm série, desti

nada, acima de tudo, a atender o ho mem comum. A economia tomava, com

sitíir na Argentina, verifiquei

como

isso, um novo aspecto, poirque as gran-

as pesquisas e sugestões de melhoria

seus diretores estimulavam os inventos,


ijifptJ)k;ksto Económua>

116

mente o nome cie itibetoxinu.

Muis tar

de, porém, passou a chamar-se wtenona, nome por qíie c hoje conhecido. A rotenona é um dos mais poderosos

^ m&uuuüs^La éícfft

mente con.soíijcni cérca de dez milhões

de dólares na compra cie inseticidas com

CÂNDIDO Mota Fiuio

que éuidaiii das suas planlaç-õe.s. A rotenona age como nm \encno de

inseticidas, cuja eficiência suplanta a

contato, estomacal c traquea!, reunindo

4 INDUSTTUAU12AÇÃO cicsccntc do muii-

dc-á conquistas da máquina para o con

da nicotina e é tr'nla cczes mais forte

assim os Ires inclodos empregados no

forto poderiam ser adquiridas por pre

dü cjue a do arsenito do chumbo. For outro lado, inofensiva para as planUis,

combate às prag.is; tlc contato, de enve

do moderno constituiu, uo cxnnêço, uma grande ameaça para o bom gosto.

nenamento «■ de aslixia.

Para o peixe

A produção em serie deveria satisfazer

médio.

e a também não é nociva ao homem, ao

ela é ló.xica numa dilíução de 0,{X)(K)1%.

a um ch icrminado público, (m. melhor, ao grande púbMco. A mercadoria sai ria assim. democTulicamculc. para sa-

momento, para o rendimento industrial, meios para produzir o mais possivel e o mais barato possível, desde o tecido c os e.stampadoS para roupas, até os

contrário da maioria dos inseticidas do

Alguns d<)s (ímbüs amazônicos são

ço à altura do que ganharia um homem O que a economia precisava no

era de técnicos c inventores.

A estes

cabia dotar a organização industrial de

origem mineral, que tem por base o

consideràx'<'hnentc mais ricos em rote

chumbo, o cobre, o mercúrio, o ácido cianidrico, sulfuretos e bissulfurcttjs.

nona do que a "tocha" do Oriente.

tisfaz^T

Assim, enquanl() cstu, mesmo quando

Com ÍS.SQ. a produção perdia o seu

Faga-se justiça dizendo cpie cjueni primeiro apurou as qualidades inseticidas

cultivada, náio dá mais do íjuc 12íí do al calóide, o nosso timbó branco ou timbó

bom aspecto. A sua fisionomia decor ria dessa febril economia de produção.

dos timbós, até então só usados para

A questão seria sempre dc produz.ir o máximo com nm preço mínimo. E

automóvel até a geladeira; desde o ven

fins pi.catórios pelo indigena, foi um

macaquinho, ainda cm estado agreste, chega u fornecer 15% e làcílmcnte po

cientista peniano que, por ler verifi

derá abngir 20, quando tratado ein

ésse cálculo racional conduzia, fora dc

a máquina de lavar roupa até a ence

cado a sua ação letal sôbre formigas e

lavoura.

dúvida, o produto paro o mau gosto

radeira.

piolho.s, passou a empregá-los como carrapaticida sobre os lhamas. Decorridos alguns anos, cientistas da Argélia verifi caram que plantas semelhantes tinham . também ação nnütr) eficiente no comba

te à.s pragas das videiras. Esta iiltim.a

cada planta.

estacas, uma vez sementes, e é de abertura de covas 50 a 2m 50 entre

Os exemplares robustos,

descoberta foi de incomensurável alcan

com trc.s anos de idade, já podem dar

ce para a crescente procura e valoriza

de 4 a 5 quilos de raízes verdes. Pela .secagem a ([uc são submetidas e.ssas

ção dos nossos timbos e tinguís, pois que se a primeira já levara o Governo inglês a tornar compulsório o uso dc rotenona nos banheiros de gado do Rei

maioria

dos

eonsmnidores.

arranjos de cama e de casa; desde o tilador até a' batedeira elétrica; desde

As conquistas cientificas, a objetiva-

ou, pelo menos, para a ausência dc

A propagação da planta , do timbó faz-se por meio de que são raras as suas nso no seu plantio a com o espaço de Im

a

gôsto.

ção do saber e a sistematização do mes

E essa tendência fazia que se rect)rclasso, com saudade, o requinte da in dústria manufaturcira, ainda ligada uo requinte da fidalguia monárquica. E

mo e o valor que tudo isso tinha para os grandes, planos industriais, concorre

ram para que se aplicassem os técnicos e 'inventores no esfôrço para a produção

mesmo, com o aparecimento das fábri cas, houve, de inicio, es

em série.

Cresceram ao lado das

se empenho pelo valor individual do produto, o

mesmas raízes, há, porém, uma redução de 50% do seu peso.

seu

acabamento,

a

sua*

apresentação, de confor

Para fins comerciais e visando q e.x-

no Unido e seus domínios, a sua apli cação como inseticida vegetal aumen tou-lhe extraordinanamente o consumo. Para isto, basta apenas lembrar que só

portaçjio, de várias maneiras o tímlíô se pode apresentar no mercado, a co meçar pelas suas raízes apenas defu madas ou reduzidas a pó, e indo até a

recebia de Londres,

de

os agricultores norte-americanos anual

fonna do solução e extrato concentrado.

Paris

in

midade com a encomen-

fábricas grandiosos labo- .' > /

r

Zeiss.

1

da ou com o gôsto do

r

freguês. O que o mundo

1

e

do.s

dustriais

da

centros

ratórios, como os da Sieniens, como os da Ceneral Electric, como os da A General Elec

tric Co. jú em 1924 gas tava seis milhões de dó

' '

Alemanha,

lares

anuais

em

traba

lhos dc pe.squisas. imensos

Nos'

laboratórios

da

xinha ainda assim com o selo de um

Natioual Electric Light Association, no^

capricho.so acabamento.

veccntas pessoas trabalham em investi gações, dia c noite. Numa das maio res fábricas que tive ocasião de vi-^

Mas, a América jogara no mercado mundial a mercadoria cm série, desti

nada, acima de tudo, a atender o ho mem comum. A economia tomava, com

sitíir na Argentina, verifiquei

como

isso, um novo aspecto, poirque as gran-

as pesquisas e sugestões de melhoria

seus diretores estimulavam os inventos,


Digesto EcoNó^aco

118

7*^

Digesto

EcoNÓ^aco

119

da produção entre os próprios operá

\em fazendo o industrial, da mesma

rios.

forma com que faz ao técnico e ao

das fábricas, com a perfeição dos inven tos, com as grandes proporções da in

inventor.

dústria moderna, a mobilizirçâo dos ar

voltura com que Rencir ou Van Gogh iam para seus "ateliers".

tistas, que se tomam tão necessários como as próprias máquinas! O desenho dc um produto não se

jornal de Madri, e isso há vários anos, assinalava a importância que a arte ti

coaduna só com a.s exigências técnicas.

nha no desenvolvimento da vida in

Êsse de.senho deve ter sensibilidade, de ve ser também uma preocupação artís

forma de sugerir. E é sugerindo que

Porém, o problema da boa apresenta ção do produto, nestes últimos tempos

é que se tomou uma preocupação habi tual, com o intuito de harmonizar o

A arte hoje assumiu proporções ines

peradas justamente em conseqüência do impulso que recebo do mundo industrial o comercial. Desde que o público re

bom gosto com a produção em série. A dificuldade maior para isso estava

clama a beleza, a beleza lhe é ofereci

na máquina e, como dizia Picasso, a

da como objeto de comércio.

máquina não tem, nem pode ter sen

está assim na fábrica, com grandes mes

sibilidade.

tres em imponentes "atelicrs". E dai ela sai para a rua, a serviço do público.

Mas essa dificuldade tem

sido vencida, com o auxílio aliás do pró prio critério econômico. A produção em

A arte

Hoje dá gosto andar-se por ura cen

massa ou em série é uma produção em

tro comercial, porque ele oferece sem

via de aperfeiçoamento.

pre, com luxo e exuberância, uma expo sição permanente de arte e de bom

Ela, geral

mente, é feita por tipos anuais. E cada

um desses tipos sofre sempre um acrés cimo, para o seu aperfeiçoamento e

mo, nestes últimos tempos, uma preo

gôsto. A começar pelos anúncios, nas revistas mundanas, nos muros, nas paredes, nos andaimes, no jogo de côres de dia, no

cupação nesse sentido. Todos os anún

jogo de luzes à noite. E, depois, nos

para a beleza de suas linhas. Há mes

cios de máquinas, automóveis, geladei ras ou rádios, se referem, sempre, com entusiasmo, à "beleza de suas linhas".

mostruários.

A medida que o homem comum vai

aerodinâmicas. Os grandes costureiros de Paris foram os abridores de caminho,

sentindo as vantagens do confôrto vai êle educando sua sensibilidade e acom

para fazer da apresentação de seus

dustrial. A arte é, antes de tudo, uma se consegue harmonizar o gôsto com o

desenho era uma promes.sa que iria re

Em nossos dias, por isso mesmo, na da mais interessante do que um estu

confôrto!

do sôbre o valor da cooperação da arte

bom gôsto!

na vida industrial moderna.

Mas o produto pronto só é entregue à venda pela propaganda. E a propa

dadas, abrem-se de fato novas perspec

ganda se utiliza, sem vacilações, da su

jarra helênica, até um carro de linhas

O velho Ford, numa entrevista a um

tica. Quando foi desenhado o primeiro "Spittfirc", mr. Golston afirmava que o volucionar a indústria do avião, mas era também uma expressão sóbria de

Desde o perfume, numa

ra as fábricas, com a mesma desen

De mãos

tivas para a cultura e para a educação da sensibilidade popular. A arte que pe

gestão artística. Um belo cartaz de pro paganda, saído das mãos de um artista

netrou na fábrica e que está presente

verdadeiro, tem, indiscutivelmente, um

lorizando os produtos.

valor extraordinário.

desaparecendo. o antigo recato român tico, o horror orguUioso do artista pelo

No Renascimento, cs pintores de fama faziam retratos da alta nobreza e da

alta burguesia.

Com a queda da mo

narquia, os pintores, no encantamento

no comércio, valoriza-se a si mesma, va

Com isso, \'ai

comércio, à semelhança do horror que

tinha por ela o cidadão romano.

panhando assim o aperfeiçoamento esté

dias que correm, uma simples pasta de

tico das mercadorias. Se, na verdade

a arte moderna tem procurado inspira ção nas linhas das máquinas, naquilo que vulgarmente se chama "as linhas

dente está exigindo, para ser vendável,

viviam em dificuldades. Sustentavam o

o socorro de artistas verdadeiros!

Hoje em dia, um produto vale tanto quando apresentado ao público pelo gôsto de um grande artista. Vale pelo que é e pelo que sugere. Vale o que

preconceito de que a arte nada tem a ver com o comércio. O pintor pinta li

pode valer e tem, para mostrá-lo assim, nas possibilidades de seu valor, o ca

de fábrica", por outro lado os fabri cantes vão sentindo a necessidade de

respeito, que é a "Publícité et arts gniphíques" — "emballage et étalage" -

vremente e não se sujeita a uma orga nização de lucros. Por isso, muitas e

pricho das formas imprevistas, que saem,

atender às exigências das artes para os

"Packing — and vi'indow desplny", de

produtos de suas fabricas. Por certo que o próprio Picasso se

deixou arrastar pelas linhas das coisas inanimadas, pelos ângulos das fábricas. É verdade que a decoração moderna

perdeu a sua antiga inquietação e se

deixou levar pelo jogo geométrico dos volumes e das cores. Mas, o que é

vestidos uma festa de arte. Depois, nos

romântico, descobriram a paisagem e as cenas. Porém, quase sempre os artistas

Ainda agora tive ocasião de ler uma das mais interessantes publicações a

1947.

muitas vezes, passou fome e só não

passava fome quando era auxihado pelo

Ela nos mostra a evolução da

Estado.

"embalage", como neste mundo a fora,

Agora, a perspectiva é diferente. Os

desde a velha Cliina, êsse problema tenf

mestres' consagrados de decoração não

sido considerado. A mão do artista so

se acanham em decorar um salão de

litário, completando o valor de uma uti lidade. As xícaras de porcelana fei tas a mão. Os grandes vasos chineses.

impressionante, entretanto, nestes últi

Depois, os móveis. Um móvel pode ex plicar um regime político e até uma

mos tempos, é êsse apelo ao artista que

filosofia.

Depois, com o aparecimento .IA

misteriosamente, da alma do artista.

A produção em série não conseguiu assim diminuir o valor formal do pro duto. Ao contrário, até. Graças a ela. a arte se vale da indústria, como a in

dústria se vale da arte. E para a maior veracidade dessa asserção é só, à

exposições de máquinas ou um salão de chá das grandes metrópoles. E, prin cipalmente, nas grandes nações indus

maior violinista do século vai tocar, pa trocinado por uma grande marca de sa

triais, como os Estados Unidos, vão pa

bonete...

noite, ligar o rádio e escutar: — O


Digesto EcoNó^aco

118

7*^

Digesto

EcoNÓ^aco

119

da produção entre os próprios operá

\em fazendo o industrial, da mesma

rios.

forma com que faz ao técnico e ao

das fábricas, com a perfeição dos inven tos, com as grandes proporções da in

inventor.

dústria moderna, a mobilizirçâo dos ar

voltura com que Rencir ou Van Gogh iam para seus "ateliers".

tistas, que se tomam tão necessários como as próprias máquinas! O desenho dc um produto não se

jornal de Madri, e isso há vários anos, assinalava a importância que a arte ti

coaduna só com a.s exigências técnicas.

nha no desenvolvimento da vida in

Êsse de.senho deve ter sensibilidade, de ve ser também uma preocupação artís

forma de sugerir. E é sugerindo que

Porém, o problema da boa apresenta ção do produto, nestes últimos tempos

é que se tomou uma preocupação habi tual, com o intuito de harmonizar o

A arte hoje assumiu proporções ines

peradas justamente em conseqüência do impulso que recebo do mundo industrial o comercial. Desde que o público re

bom gosto com a produção em série. A dificuldade maior para isso estava

clama a beleza, a beleza lhe é ofereci

na máquina e, como dizia Picasso, a

da como objeto de comércio.

máquina não tem, nem pode ter sen

está assim na fábrica, com grandes mes

sibilidade.

tres em imponentes "atelicrs". E dai ela sai para a rua, a serviço do público.

Mas essa dificuldade tem

sido vencida, com o auxílio aliás do pró prio critério econômico. A produção em

A arte

Hoje dá gosto andar-se por ura cen

massa ou em série é uma produção em

tro comercial, porque ele oferece sem

via de aperfeiçoamento.

pre, com luxo e exuberância, uma expo sição permanente de arte e de bom

Ela, geral

mente, é feita por tipos anuais. E cada

um desses tipos sofre sempre um acrés cimo, para o seu aperfeiçoamento e

mo, nestes últimos tempos, uma preo

gôsto. A começar pelos anúncios, nas revistas mundanas, nos muros, nas paredes, nos andaimes, no jogo de côres de dia, no

cupação nesse sentido. Todos os anún

jogo de luzes à noite. E, depois, nos

para a beleza de suas linhas. Há mes

cios de máquinas, automóveis, geladei ras ou rádios, se referem, sempre, com entusiasmo, à "beleza de suas linhas".

mostruários.

A medida que o homem comum vai

aerodinâmicas. Os grandes costureiros de Paris foram os abridores de caminho,

sentindo as vantagens do confôrto vai êle educando sua sensibilidade e acom

para fazer da apresentação de seus

dustrial. A arte é, antes de tudo, uma se consegue harmonizar o gôsto com o

desenho era uma promes.sa que iria re

Em nossos dias, por isso mesmo, na da mais interessante do que um estu

confôrto!

do sôbre o valor da cooperação da arte

bom gôsto!

na vida industrial moderna.

Mas o produto pronto só é entregue à venda pela propaganda. E a propa

dadas, abrem-se de fato novas perspec

ganda se utiliza, sem vacilações, da su

jarra helênica, até um carro de linhas

O velho Ford, numa entrevista a um

tica. Quando foi desenhado o primeiro "Spittfirc", mr. Golston afirmava que o volucionar a indústria do avião, mas era também uma expressão sóbria de

Desde o perfume, numa

ra as fábricas, com a mesma desen

De mãos

tivas para a cultura e para a educação da sensibilidade popular. A arte que pe

gestão artística. Um belo cartaz de pro paganda, saído das mãos de um artista

netrou na fábrica e que está presente

verdadeiro, tem, indiscutivelmente, um

lorizando os produtos.

valor extraordinário.

desaparecendo. o antigo recato român tico, o horror orguUioso do artista pelo

No Renascimento, cs pintores de fama faziam retratos da alta nobreza e da

alta burguesia.

Com a queda da mo

narquia, os pintores, no encantamento

no comércio, valoriza-se a si mesma, va

Com isso, \'ai

comércio, à semelhança do horror que

tinha por ela o cidadão romano.

panhando assim o aperfeiçoamento esté

dias que correm, uma simples pasta de

tico das mercadorias. Se, na verdade

a arte moderna tem procurado inspira ção nas linhas das máquinas, naquilo que vulgarmente se chama "as linhas

dente está exigindo, para ser vendável,

viviam em dificuldades. Sustentavam o

o socorro de artistas verdadeiros!

Hoje em dia, um produto vale tanto quando apresentado ao público pelo gôsto de um grande artista. Vale pelo que é e pelo que sugere. Vale o que

preconceito de que a arte nada tem a ver com o comércio. O pintor pinta li

pode valer e tem, para mostrá-lo assim, nas possibilidades de seu valor, o ca

de fábrica", por outro lado os fabri cantes vão sentindo a necessidade de

respeito, que é a "Publícité et arts gniphíques" — "emballage et étalage" -

vremente e não se sujeita a uma orga nização de lucros. Por isso, muitas e

pricho das formas imprevistas, que saem,

atender às exigências das artes para os

"Packing — and vi'indow desplny", de

produtos de suas fabricas. Por certo que o próprio Picasso se

deixou arrastar pelas linhas das coisas inanimadas, pelos ângulos das fábricas. É verdade que a decoração moderna

perdeu a sua antiga inquietação e se

deixou levar pelo jogo geométrico dos volumes e das cores. Mas, o que é

vestidos uma festa de arte. Depois, nos

romântico, descobriram a paisagem e as cenas. Porém, quase sempre os artistas

Ainda agora tive ocasião de ler uma das mais interessantes publicações a

1947.

muitas vezes, passou fome e só não

passava fome quando era auxihado pelo

Ela nos mostra a evolução da

Estado.

"embalage", como neste mundo a fora,

Agora, a perspectiva é diferente. Os

desde a velha Cliina, êsse problema tenf

mestres' consagrados de decoração não

sido considerado. A mão do artista so

se acanham em decorar um salão de

litário, completando o valor de uma uti lidade. As xícaras de porcelana fei tas a mão. Os grandes vasos chineses.

impressionante, entretanto, nestes últi

Depois, os móveis. Um móvel pode ex plicar um regime político e até uma

mos tempos, é êsse apelo ao artista que

filosofia.

Depois, com o aparecimento .IA

misteriosamente, da alma do artista.

A produção em série não conseguiu assim diminuir o valor formal do pro duto. Ao contrário, até. Graças a ela. a arte se vale da indústria, como a in

dústria se vale da arte. E para a maior veracidade dessa asserção é só, à

exposições de máquinas ou um salão de chá das grandes metrópoles. E, prin cipalmente, nas grandes nações indus

maior violinista do século vai tocar, pa trocinado por uma grande marca de sa

triais, como os Estados Unidos, vão pa

bonete...

noite, ligar o rádio e escutar: — O


>1

DICESTO

PANORAMA Um ano de socialização da indústria carvoeira inglesa evidenciou ser o so

cialismo a'nda incapaz de resolver os problemas que o capitalismo enfrenta, afirma interessante reportagem — "Eleadaclies in Briüsli Sceialism" — publicada

econômico problema da eficiência cia produção, o do Salário, o da disciplina ou o do re crutamento o di.speu.sa dos operários.

1947.

dade dos mineiros...

Segundo essa reportagem, as minas in glesas, sob a administração do Go verno, produziram, em 1947, 220.0Ü0.000

A questão do.s salários permanece -tal qual. Em março dc 1947, no intuito de melliorar a produção, o Governo acedeu

nas 9.000.000 de toneladas a mais do

cm pagar seis d as por uma semana de cinco e as horas extraordinárias o a ele

de toneiadas de carvão, ou sejam, ape

que produziram em 1946, no regime de propriedade privada.

O custo medio da produção, que passou de §6,34 por tonelada, aproxima damente, em 1946, para S8,80 por to nelada em 1947, aumentou de 39% en quanto o rendimento das minas cresceu apenas de 4%. O preço de venda da to

nelada, nas minas, passou de $7,70 para $9 e os lucros tran.sformaram-se em preJUÍZOS.

Os acionistas das minas de carvão

realizaram em 1946, no regime de pro priedade privada, um lucro de

no regime da socialização, trabalhando ciplina o de maior freqüência ao serviço. que se repetem sempre contra as trans

ferências de uma mina para outra, con

lanço de §80.000.000, o consumidor pa

tra à dispensa do.s operários de superfí cie, contra o ordenado dos diretores,

gou o carvão mais caro e o contribuinte

contra o aumento do preço das utilida

teve de arcar com as perdas da indús

des etc.. .

tria carvoeira. Isso de algum modo se ex

O problema da direção é mais árduo

plica por haverem os salários subido an

agora do que antes. Os mesmos admi nistradores e técnicos que dirigiam as minas no reg'mc de propriedade priva

tes de os prcço.s serem aumentados e por

distanciando-sc, assim, pouco da produ

ção americana que c de 683.000.000 de

mundial, ou então, ex-portação subsidia da, com maior gravame para o contri

toneladas.

buinte inglês.

dução dc alimentos e de explosivos, a

Em azôto, indispensá\el para a pro capacidade da Rússia e da Europa jun

inglêsa.s parece demonstrar que o socia

tas (1.300.000 toneladas anuais) equili-

lismo não resolve os problemas da pro

brn-se com a dos Estados Unidos.

5ÍÍ

dendo fazê-lo, obteria a Rúss'a, com isso, força suficiente para bater os Es tados Unidos em uma guerra total?

Também não diminuíram as reclamações

588.000.000 de toneladas anuais de

carvão betumino.^o é o que a Rússia e a

Europa podem extrair das suas minas,

Ainda que vies.se a çlominar todo o continente europeu, como está preten-

convenceu da necessidade de maior dis

parece, porque o aço americano não será total e imediatamente aplicado na guerra.

cará aumento do preço do carvão, com acrescidas desvantagens no mercado

•■ü

em proveito próprio, parece que não os

possam produzir 90.000.000 de toneladas por ano, a inferioridade da Rússia, nesse ponto, não é tão grande quanto

outro aumento dc salários. Isso signifi

dução industrial.

A presunção de estarem os operários,

§60.000.000. No regime dc socialização

neladas de aço, duas \vzcs o que tinha Ilitler. Embora os Esl.idos Unidos

A socialização das minas dc carvão

do custo de produção isso importará em mais aumento no preço do car\'ão inglês.

A Rússia c a Europa juntas podem

ro. Em 1946 exportaram-se 4.000.000

custo de produção, podem ser \ endidos mais barato. O custo do carvão parece estar subindo e poderá subir muito caso se conceda, ainda qii.c parcialmente,

é agora de §30. Os mineiros, não obstan te isso, estão pleiteando novo aumento o como o salário representa dois terços

diferença se manterá sensnel.

produzir anualmente 54.000.000 de to

o da Polônia e o do Ruhr, dc menor

por semana. A media do salário semanal

23.150.000. Mesmo com a contribuição do Canadá, Austrália e Grã Bretanha a

das foram embarcadas para o estrangei No mercado mundial o carvão inglês ccncorre cIc.SN-antajosanientc, pois que

var o .salário básico dc §20 para §23,75,

o Governo teve um prejuízo dc ba

cjue já foi para a In cm 1947, de tonela

de toneladas...

Êste.s trabulliain um pouco ma;s agora

and World Rcport" de 19 de março de

no semanário americano "U. S. Ncws

121

A exportação cio carvão, fonte dc substanciai riqueza glaterra, caiu grandemente quando somente 1.000.000

socialismo não resolve facilmente o

do que antes c o Conselho Nacional do Carvão sub.stituiii o antigo patrão tam bém como alvo da tradicional hostili

Econômico

A análise dos elementos essenciais do

potencial de guerra dêssc.s dois possí veis e provávci.s adversíirios, feita no n.° de 16 de abril do corrente do "U. S.

Ncws Rcport" (Limits of So\'ict War Power) — conclui pela inferioridade evi

dente dos soviéticos, ainda que senhores

Em máquinas operatrizes para n in dústria de guerra, os russos teriam a

vantagem inicial de 2.750.000 dessas máquinas, contra 2.000.000 para os Es tados Unidos. Mas o equipamento ame ricano é melhor.

Embora o atual domínio da Europa

aumentasse de mais do dobro o poder industrial da Rússia, o aproveitamento

eficiente da totalidade de capacidade industrial e do material humano euro

peus-as.sim conquistados, suscitaria pro blemas que os russos provavelmente não poderiam resolver. A real desvantagem dos russos está,

de tôda a Europa Ocidental. Em potencial humano a Rússia conta

porém, no petróleo, matéria-prima mais

da estão agora a serviço do Govêmo

com uma .superioridade impressionante.

quanto os Estados Unidos produzem

mento das minas e no recrutamento e

c a sua tarefa consiste em fazer em

Os traba'hadorcs industriais da Rússia e

anualmente 1.920.000.000 de barris de

treinamento dos trabalhadores.

uma só organização o que era feito por SOO empresas di\ersas.

da Europa somam o total de 45.930.000, enquanto que, nos Estados Unidos, o má-

petróleo, os russos poderão produzir no

ter o Go\êrno despendido mais do que os proprietários privados no aperfeiçoa Verificou ainda o Governo inglês que

. ãJí. .

ximo em tempo de guerra será de ' ... ,

importante para a guerra moderna. En

máximo 267.000.000 dc barris, o que não dá para suprir as necessidades das


>1

DICESTO

PANORAMA Um ano de socialização da indústria carvoeira inglesa evidenciou ser o so

cialismo a'nda incapaz de resolver os problemas que o capitalismo enfrenta, afirma interessante reportagem — "Eleadaclies in Briüsli Sceialism" — publicada

econômico problema da eficiência cia produção, o do Salário, o da disciplina ou o do re crutamento o di.speu.sa dos operários.

1947.

dade dos mineiros...

Segundo essa reportagem, as minas in glesas, sob a administração do Go verno, produziram, em 1947, 220.0Ü0.000

A questão do.s salários permanece -tal qual. Em março dc 1947, no intuito de melliorar a produção, o Governo acedeu

nas 9.000.000 de toneladas a mais do

cm pagar seis d as por uma semana de cinco e as horas extraordinárias o a ele

de toneiadas de carvão, ou sejam, ape

que produziram em 1946, no regime de propriedade privada.

O custo medio da produção, que passou de §6,34 por tonelada, aproxima damente, em 1946, para S8,80 por to nelada em 1947, aumentou de 39% en quanto o rendimento das minas cresceu apenas de 4%. O preço de venda da to

nelada, nas minas, passou de $7,70 para $9 e os lucros tran.sformaram-se em preJUÍZOS.

Os acionistas das minas de carvão

realizaram em 1946, no regime de pro priedade privada, um lucro de

no regime da socialização, trabalhando ciplina o de maior freqüência ao serviço. que se repetem sempre contra as trans

ferências de uma mina para outra, con

lanço de §80.000.000, o consumidor pa

tra à dispensa do.s operários de superfí cie, contra o ordenado dos diretores,

gou o carvão mais caro e o contribuinte

contra o aumento do preço das utilida

teve de arcar com as perdas da indús

des etc.. .

tria carvoeira. Isso de algum modo se ex

O problema da direção é mais árduo

plica por haverem os salários subido an

agora do que antes. Os mesmos admi nistradores e técnicos que dirigiam as minas no reg'mc de propriedade priva

tes de os prcço.s serem aumentados e por

distanciando-sc, assim, pouco da produ

ção americana que c de 683.000.000 de

mundial, ou então, ex-portação subsidia da, com maior gravame para o contri

toneladas.

buinte inglês.

dução dc alimentos e de explosivos, a

Em azôto, indispensá\el para a pro capacidade da Rússia e da Europa jun

inglêsa.s parece demonstrar que o socia

tas (1.300.000 toneladas anuais) equili-

lismo não resolve os problemas da pro

brn-se com a dos Estados Unidos.

5ÍÍ

dendo fazê-lo, obteria a Rúss'a, com isso, força suficiente para bater os Es tados Unidos em uma guerra total?

Também não diminuíram as reclamações

588.000.000 de toneladas anuais de

carvão betumino.^o é o que a Rússia e a

Europa podem extrair das suas minas,

Ainda que vies.se a çlominar todo o continente europeu, como está preten-

convenceu da necessidade de maior dis

parece, porque o aço americano não será total e imediatamente aplicado na guerra.

cará aumento do preço do carvão, com acrescidas desvantagens no mercado

•■ü

em proveito próprio, parece que não os

possam produzir 90.000.000 de toneladas por ano, a inferioridade da Rússia, nesse ponto, não é tão grande quanto

outro aumento dc salários. Isso signifi

dução industrial.

A presunção de estarem os operários,

§60.000.000. No regime dc socialização

neladas de aço, duas \vzcs o que tinha Ilitler. Embora os Esl.idos Unidos

A socialização das minas dc carvão

do custo de produção isso importará em mais aumento no preço do car\'ão inglês.

A Rússia c a Europa juntas podem

ro. Em 1946 exportaram-se 4.000.000

custo de produção, podem ser \ endidos mais barato. O custo do carvão parece estar subindo e poderá subir muito caso se conceda, ainda qii.c parcialmente,

é agora de §30. Os mineiros, não obstan te isso, estão pleiteando novo aumento o como o salário representa dois terços

diferença se manterá sensnel.

produzir anualmente 54.000.000 de to

o da Polônia e o do Ruhr, dc menor

por semana. A media do salário semanal

23.150.000. Mesmo com a contribuição do Canadá, Austrália e Grã Bretanha a

das foram embarcadas para o estrangei No mercado mundial o carvão inglês ccncorre cIc.SN-antajosanientc, pois que

var o .salário básico dc §20 para §23,75,

o Governo teve um prejuízo dc ba

cjue já foi para a In cm 1947, de tonela

de toneladas...

Êste.s trabulliain um pouco ma;s agora

and World Rcport" de 19 de março de

no semanário americano "U. S. Ncws

121

A exportação cio carvão, fonte dc substanciai riqueza glaterra, caiu grandemente quando somente 1.000.000

socialismo não resolve facilmente o

do que antes c o Conselho Nacional do Carvão sub.stituiii o antigo patrão tam bém como alvo da tradicional hostili

Econômico

A análise dos elementos essenciais do

potencial de guerra dêssc.s dois possí veis e provávci.s adversíirios, feita no n.° de 16 de abril do corrente do "U. S.

Ncws Rcport" (Limits of So\'ict War Power) — conclui pela inferioridade evi

dente dos soviéticos, ainda que senhores

Em máquinas operatrizes para n in dústria de guerra, os russos teriam a

vantagem inicial de 2.750.000 dessas máquinas, contra 2.000.000 para os Es tados Unidos. Mas o equipamento ame ricano é melhor.

Embora o atual domínio da Europa

aumentasse de mais do dobro o poder industrial da Rússia, o aproveitamento

eficiente da totalidade de capacidade industrial e do material humano euro

peus-as.sim conquistados, suscitaria pro blemas que os russos provavelmente não poderiam resolver. A real desvantagem dos russos está,

de tôda a Europa Ocidental. Em potencial humano a Rússia conta

porém, no petróleo, matéria-prima mais

da estão agora a serviço do Govêmo

com uma .superioridade impressionante.

quanto os Estados Unidos produzem

mento das minas e no recrutamento e

c a sua tarefa consiste em fazer em

Os traba'hadorcs industriais da Rússia e

anualmente 1.920.000.000 de barris de

treinamento dos trabalhadores.

uma só organização o que era feito por SOO empresas di\ersas.

da Europa somam o total de 45.930.000, enquanto que, nos Estados Unidos, o má-

petróleo, os russos poderão produzir no

ter o Go\êrno despendido mais do que os proprietários privados no aperfeiçoa Verificou ainda o Governo inglês que

. ãJí. .

ximo em tempo de guerra será de ' ... ,

importante para a guerra moderna. En

máximo 267.000.000 dc barris, o que não dá para suprir as necessidades das


Digesto EcoNÓ^ílco Digesto

122

indústrias c dos transportes da Europa Ocidental. Essa deficiência não poderá ser suprida, como é óbNÍo, pelos outros centros produtores, em face da indiscutí vel superioridade aérea e naval da alian ça anglo-americana. O alumínio e o cobre,, essenciais para

a produção de aeroplanos e armamentos, são produzidos em muito maior volume

nos Estados Unidos do que em todo o continente europeu. A Rússia e a Eu ropa produzem anualmente 380.000 to neladas de alumínio e os Estados Unidos

produzem 1.230.000 toneladas que, so madas às 500.000 do Canadá, lhes dão uma vantagem de quase 5 para 1. Quanto ao cobre, os Estados Unidos podem produzir três vêzes as 305.000 toneladas de que dispõem anualmente a Europa e a Rússia.

É de ponderar-se ainda que os Esta dos Unidos disporiam fàcilmente das

matérias-primas e estratégicas de que ne

inferioridade aumentaria no caso de uma Ai

Ai

em ampla medida do desenvolvimento

Ai

i

no

futuro,

as relações

entro a Suíça o a Rússia,

gundo um programa que diz respeito aos anos de 1949-51, principalmente má

quinas e instalações para a indústria so\'iética, máquinas operatrizes, instnimen-

De acôrdo com as cstipula-

tos e aparelhos, inclusive relógios, produ tos químicos, certas matérias têxteis, cal çados e gado de reprodução. Os paga

ções dêsse tratado, a URSS fornecerá à

mentos se realizarão em francos suíços

Suíça, durante o primeiro ano da sua

ou em outras moedas.

foi assinado em Moscou a 17 de março

de 1948.

geiros de relógios suíços. O regime de restrições, ajustado anteriormente entre os governos norte-americano e suíço, foí abolido e a Suíça suprimiu o "contin-

genciamento" em matéria de compra de dólares de exportação. Contudo, a ex

suficiência de técnicos competentes e

ção durante a guerra, entrarem novamen

de operários especializados, contra as dificuldades de comunicação entre o

trições impostas por outros países à

acusou uma pequena diminuição, devido ao fato de as fábricas norte-americanas,

que tiveram que interromper a fabrica te em atividade. De outro lado, as res

importação de relógios, não considerados produtos de primeira necessidade, não permitiram aos fabricantes suíços desen volver a exportação de acordo com o seu programa. De modo geral, a pro cura manifestou-se menos urgente que durante os meses que se seguiram no

fim das hostilidades, mas continuou absorvendo a totalidade da produção. Se

Não obstante, ela continuará muito mais

bem que a boa posição da indústria relojoeira seja devida, em parte, a con junturas passageiras, o niimero de re querimentos relacionados com a aber

fraca do que os Estados Unidos e essa

tura de novas fábricas, a extensão, a

mente do que o era a Alemanha quando Hitler iniciou a segunda guerra mundial.

Ai

tria química e vários outros produtos. A Suíça, por sua parte, fornecerá à URSS, durante êsse primeiro ano, e se

Os Estados Unidos ocuparam o pri meiro lugar entre os compradores estran

com destino ao mercado norte-americano

O domínio da Europa fará a Rússia consideràvelmente mais forte industrial

Tais

dade dos artigos exportados tem sido muito melhorada desde aquela época.

Rússia, ao passo que esta só poderia dispor das que existirem no território sob seu domínio. A Rússia, além desses embaraços, lutaria ainda contra a in

Em face desses fatos os planejadores soviéticos serão forçados a concluir que a exploração industrial imediata da Eu ropa Ocidental está fora de qualquer possibilidade.

econômicas

tia considerável de quase 770 milhões

portação de relógios e de mecanismos

a falta de alimentação e de vestuários.

que regerão,

de produtos relojoeiros alcançou a quan

cessitassem em uma guerra contra a

oriente e o ocidente europeus e contra

aumentando.

Um tratado, regulando os princípios

1947. De fato, o valor da e.xportação

a exportação foi bem inferior ao má.\i' mo atingido em 1937. Todavia, a quali

líquidos, matérias-primas para a indús

Ai

do comércio exterior durante o ano de

o número de relógios e de mecanismos,

vigência, cereais, madeiras, combustíveis

continua

volvimento perigoso da referida indús tria, ainda não foi suprimida.

A indústria rclojooira suíça participou

de francos suíços. Considerando, porém,

transformação, o traslado de emprêsas existentes

pedidos só foram deferidos em parte, e essa fiscalização, que impediu um desen

luta prolongada com a América. A• i

123

EcoKÓxnco

r

■i.

Dentro em hreve, e em obediência ao acôrdo angjo-itoliano assinado em ja neiro último, grande quantidade de vinhos da Itália será enviada para a Inglaterra. Segundo consta nos círculos comerciais italianos de Londres, aos vinhos de mesa, vermutes e marsala ora sendo embarcados para êste país, serão incluídos nas remessas futuras champanhas e licores. Os estoques italianos de vinhos são estimados, atualmente, aproximadamente em 150 milhões de galões. iWÍ-


Digesto EcoNÓ^ílco Digesto

122

indústrias c dos transportes da Europa Ocidental. Essa deficiência não poderá ser suprida, como é óbNÍo, pelos outros centros produtores, em face da indiscutí vel superioridade aérea e naval da alian ça anglo-americana. O alumínio e o cobre,, essenciais para

a produção de aeroplanos e armamentos, são produzidos em muito maior volume

nos Estados Unidos do que em todo o continente europeu. A Rússia e a Eu ropa produzem anualmente 380.000 to neladas de alumínio e os Estados Unidos

produzem 1.230.000 toneladas que, so madas às 500.000 do Canadá, lhes dão uma vantagem de quase 5 para 1. Quanto ao cobre, os Estados Unidos podem produzir três vêzes as 305.000 toneladas de que dispõem anualmente a Europa e a Rússia.

É de ponderar-se ainda que os Esta dos Unidos disporiam fàcilmente das

matérias-primas e estratégicas de que ne

inferioridade aumentaria no caso de uma Ai

Ai

em ampla medida do desenvolvimento

Ai

i

no

futuro,

as relações

entro a Suíça o a Rússia,

gundo um programa que diz respeito aos anos de 1949-51, principalmente má

quinas e instalações para a indústria so\'iética, máquinas operatrizes, instnimen-

De acôrdo com as cstipula-

tos e aparelhos, inclusive relógios, produ tos químicos, certas matérias têxteis, cal çados e gado de reprodução. Os paga

ções dêsse tratado, a URSS fornecerá à

mentos se realizarão em francos suíços

Suíça, durante o primeiro ano da sua

ou em outras moedas.

foi assinado em Moscou a 17 de março

de 1948.

geiros de relógios suíços. O regime de restrições, ajustado anteriormente entre os governos norte-americano e suíço, foí abolido e a Suíça suprimiu o "contin-

genciamento" em matéria de compra de dólares de exportação. Contudo, a ex

suficiência de técnicos competentes e

ção durante a guerra, entrarem novamen

de operários especializados, contra as dificuldades de comunicação entre o

trições impostas por outros países à

acusou uma pequena diminuição, devido ao fato de as fábricas norte-americanas,

que tiveram que interromper a fabrica te em atividade. De outro lado, as res

importação de relógios, não considerados produtos de primeira necessidade, não permitiram aos fabricantes suíços desen volver a exportação de acordo com o seu programa. De modo geral, a pro cura manifestou-se menos urgente que durante os meses que se seguiram no

fim das hostilidades, mas continuou absorvendo a totalidade da produção. Se

Não obstante, ela continuará muito mais

bem que a boa posição da indústria relojoeira seja devida, em parte, a con junturas passageiras, o niimero de re querimentos relacionados com a aber

fraca do que os Estados Unidos e essa

tura de novas fábricas, a extensão, a

mente do que o era a Alemanha quando Hitler iniciou a segunda guerra mundial.

Ai

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Os Estados Unidos ocuparam o pri meiro lugar entre os compradores estran

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O domínio da Europa fará a Rússia consideràvelmente mais forte industrial

Tais

dade dos artigos exportados tem sido muito melhorada desde aquela época.

Rússia, ao passo que esta só poderia dispor das que existirem no território sob seu domínio. A Rússia, além desses embaraços, lutaria ainda contra a in

Em face desses fatos os planejadores soviéticos serão forçados a concluir que a exploração industrial imediata da Eu ropa Ocidental está fora de qualquer possibilidade.

econômicas

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a falta de alimentação e de vestuários.

que regerão,

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oriente e o ocidente europeus e contra

aumentando.

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1947. De fato, o valor da e.xportação

a exportação foi bem inferior ao má.\i' mo atingido em 1937. Todavia, a quali

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Ai

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Válvulas Rádios — Microfones, Pick-Ups — Ailo-Falantes — Díal Toca-Discos simples e automálicos — Móveis para Rádios de Mesa e Vitrolas — Kits completos para 5. 6 e 7 válvulas — Bobinas Meissner e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores

l

ceramica

Capacimetros — Ohm-Meter - Material Elétrico.

Mais uma primazia das fá •

ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.

bricas. AC! As Velas AC

empregam um novo isola-

dor patenteado de óxido de aluminio na

Rua Libero Badaró, 472 - Telefone, 2-2374 - C. Postal, 1003

manufa

tura de seus isolad.ores de cerâmica, mantendo uma

SÃO PAULO

tradição criadora que já na primeira guerramun-

dial contribuiu

para

equipar os motores de

aviação Liberty com velas de cerâmica I No último conflito todos os aviões americanos

foram equipados com

DARÍO DE ALJVÍEIDvi MAGALHÃES ■ VÍTOR NUNES LEAL

velas que aplicavam

Produto da

êste sistema revolu-

GENERAL

cionáido,desenvolvido

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e aperfeiçoado intei ramente nas fábricas

ADVOGADOS

AC! Este mesmo ma terial que marca

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coloca na

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guarda de perfeição e durabilidade é aplica do em tôdas as Velas

■ ri

AC, para carros, ca

minhões,

ônib.us

e

tratores. Prefira sem

pre os produtos AC

Rua Senador Dantas, 20 — 15.° andar — salas 1507/9

RIO DE JANEIRO

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carro!

' Para vendas e sei"vlço procure os Distribuidores e Concessionários da

GEMERAL MOTORS 00 BRASIL S.A

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SÃO PAULO

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Companhia Americana de Automóveis Revendedora exclusiva na cidade de São Paulo dos afamados carros

LINCOLIV e MERCUBY Prestigiados pela classe e pelo preço

Escritório: Praça Ramos de Azevedo, 282, tel.: 4-5787 Oficina: Rua Consolação, 1837 — Telefone: 8-3448 Sccçòes de Peças: Rua Consolação, 1837 Telefone: 6-3448

Praça Júlio de Mesquita, 123 — Telefone: 4-0639 Diretor Presidente: — Octacilio Piedade Gonçalves Diretor Gerente: — Emydio Piedade Gonçalves

Companhia 0. P. Gonçalves de Automóveis REVENDEDORES DOS CARROS FORD

ENERGIA/

Distribuidora Exclusiva de Ônibus Diesel na Capital Ampla Secção de Peças — Modernas e bem montadas oficinas

Salão de exposição, escritório, oficinas e secção de peças: Rua Consolação, 1787 Telefone: 4-5554 - 4-0018

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Companhia Americana Industrial de Ônibus Dispondo de equipamento técnico moderno para construção de carrosserias de todos os tipos, em particular de ônibus e Secção

À BASE DE

de projetos e desenhos a cargo de profissionais competentes. Fábrica e Escritório: Av. Celso Garcia, 5628 — Telefone: 9-0312

Diretor-Presidente — Octacilio Piedade Gonçalves Diretor-Gerente — José Piedade Gonçalves Diretor-Técnico — José Massa


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Ginistros pagos até 1-12-47: CrS 21,5.142.247,20 Presidente: ANTÔNIO PRADO JÚNIOR

Matriz: Av. Rio Branco, 137 (Edifício Guinle) Rio de Janeiro Endereço Telegráíico: "Securitas" Sucursal em São Paulo: Prédio Pirapiíingui Rua Boa Vista, 127 — S.o andar S.L. -

Telefone: 2-3161

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Belo Horizonte

o "Digesío Econômico" rqiresenta, no nosso meio, t/m Carlos, 67 SÃO PAULO

BRASIL

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End. Telegr.: "Belha" - Tel.: 4-5181 (Rêde Interna) - Cx. P., 3281

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IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES

informativos da imediata e proveitosa apUcação prática. Sobretudo, é de louvar-se o sentido I?r<Kt/etro com que está orientado, com a preocupação de submeter os nossos proj

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Rua José Bonifácio. 278 — ll.o andar. Caixa Postal, 839 — Fone: 3-5135

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