DIGESTO
ECONOMICO SOB os auspícios Dl ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 01 FEDERAÇÃO 00 COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
S U >1 i\ R 1 O Fág. 3
Hobcrto Simonscn — Discurso de Brasllio Machado Neto Saudação Acadêmica — Hobcrto Simonsen
N
Simonscn o os Problemas da Economia Nacional — Prot. Djaclr Menezes O Plano Regional de Santos — Francisco Prestes Maia Temas c Problemas em Debato — Dario de Almeida Magalhães Salvemos o Café — Pimentel Gomes Reforma Agrária — Daniel de Carvalho O Crédito Rural — Antônio de Queiró/, Teles ■• O Nivel do Salário e a Produtividade do Operário — Augusto Alexandre Machado Economia dos Minerais Estratégicos — A. J, Alves de Souza
17 75
A Industrialização nos Países "Novos" — Geraldo Banaskiwitz
"3
j
3' *3 50 58 62 55
Aspectos Econômicos e Sociais de uma Nova Praga do Algodoelro em São Paulo — Garibaldi Dantas
80
Geografia das Comunicações Paulistas — Nelson Werneck Sodrc Portugal e a Expansão Capitalista — José Honório Rodrigues
85 90
George Washington, Aristocrata Fundador de uma Grande Democracia — Rodrigo Soares Júnior
95 99
Sarmiento e a Civilização — Vivaldi Moreira
Aspeçtos Econômicos das Lutas Políticas no Tempo do Império — Otávio Tarquínio de Sousa 106 História Econômica — Afonso Arinos de Melo Franco
111
Timbô o Rotenona — Gastão Cruls A mercadoria bem Apresentada — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação
114 117 120
I ANO IV
— JUNHO DE 1948 — N.o 43
o DIGESTO ECONOMICO FABRICA DE COFRES E ARQUIVOS
ESTA* A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 3,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço
BCCNACCINI f. A END. TELEGRAFICO "BERNARDlNI"
de Cr$ 30,00 anuais.
Ajfenle Geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
ATenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
Paroná: J. Ghignone, Rua 15 de No vembro. 423, Curitiba.
Amazona*: Agência Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.
Pernambuco: Fernando Chlnaglla. Rua do Imperador, 221, 3.o andar. Recife.
Souza & Cia..
K. Saldanha da Gama. 6, Salvador.
Ceairà: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira. 621. Fortaleza.
Espirito Santo: Viuva Copolilo & FI-
It.?!' Vitória.
Jerônlmo Monteiro, 361.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tereslna.
Rio do Janeiro: Fernando Chlnaglia, Av. Presidente
Vargas. 502. 19 o
andar.
HIo Grande do Norte: Luís Romao. Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Goiás: João Manarino. Rua Setenta A. Hio Grande do Sul: Sòmcnte para Por to AJegre: Octavio Sagebm, Rua
Goiânia.
Maranhão:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa. 114, São Luiz. Mato Groiso: Carvalho. Pinheiro 8t Cia., Pça. da República. 20, Cuiabá.
7 do Setembro. 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre: Fernando Chlnaglla. R. de Janeiro.
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.. Rua Felipe Schmidt, 8. Florlanòp.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Azidradas, 330. Belo Horizonte. Pará: Albano H. Martins êc Cia., Tra
vessa Campos Sales. 85/B9, Belém.
Paraiba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.
São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via duto Santa Eflgênia, 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa. 137, Aracaju. Território do Acre: Diógenos de Oli veira. Rio Branco.
INSTALAÇÕES COMPLETAS PARA BANCOS — BIBLIOTECAS ARQUIVOS — LOJAS — v ESCRITÓRIOS, ETC. Em São Paulo:
Loja: Viaduto Bôa VIala, 75 — Fone: 2-1414 Fábrica e Escritório: Rua Oriente, 769 e 785 — Fone: 9-5241 Filial no Rio de Janeiro: Rua do Carmo. 61 — Fone: 23-2208
■
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■
"W ▼
SOCIEDADE TÉCNICA DE AUDITORIA E RACIONALIZAÇÃO
"AÜDI-RACIO" ™" CONTADORES E ENGENHEIROS Perilos em Contabilidade e Racionalização
Uma Organização Técnica Especializada em Contabilidade e Organização Racionai do Trabalho, à disposição dos Srs. INDUS TRIAIS, COMERCIANTES. DIRETORES E HOMENS DE NE GÓCIOS EM GERAL. DEPARTAMENTO DE RACIONALIZAÇÃO
DEPARTAMENTO DE AUDITORIA
Revisões. Perícias. Planilicações e Organizações Contábeis — Levan tamentos e Avaliações — Contròle dos Valores Patrimoniais — Planos
Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite
de Mecanização — Constituições e
que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro
Transformações
proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Questões Legais o Fiscais — Estu
Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os
de
Sociedades
—
dos Econômicos. Financeiros e Es
tatísticos — Análises do Balanços — Consultas e Pareceres — Assls-
tôncia Técnico-Contábil Permanen
produzir?
te ou Periódica.
Organização e Reorganização de Serviços Administrativos e Comer ciais — Racionalização Industrial Estudos de Tempos e Movimen
tos — Planos de Eficiência o Re
muneração — Planejamento da Produção — Custos Industriais pe lo Sistema Americano — Organiza
ção de Almoxarifados — Adminis tração de Pessoal (seleção, forma
ção c relações) — Planos de Se gurança e de Assislência Social — Consultas Técnicas e Pareceres.
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, íica e bem equilibrada. As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são
cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservaiido-os
D I R E T O R E S: I^AMBERT TASTALDI FRANCISCO A. CAMPOS
GILBERTO PACHECO E SILVA HENRIQUE BECK JR.
A SUA INDÚSTRIA AINDA NAO POSSUI UMA CONTABILIDADE PERFEITA DE CUSTOS?
fortes e sadios.
aumente o RENDIMENTO DA SUA PRODUÇÃO E REDUZA
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
OS CUSTOS DOS SEUS PRODUTOS COM O EMPRÊGO DA
deixará de usa-la. fResp. Breimo M. de Andrade, eng.-agro.>
RACIONALIZAÇÃO INDUSTRIAL. A SUA EMPRÊSA AINDA NAO POSSUI AUDITORES. PARA ORIENTÁ-LA E ASSISTÍ-LA, DE MODO PERFEITO E COM PLETO, NA ADMINISTRAÇÃO DE SEUS NEGÓCIOS E NA
Pedidos à Caixa Postal, 1117
REVISÃO E ASSISTÊNCIA PERMANENTE DE SUA Produto da
Reílnadora de
Oleos
Brasil S/ A
Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117 São Paulo
CONTABILIDADE? UriNA£>CftA.OUDS BU5U W
CONSULTEM-NOS, SEM COMPROMISSO, A RESPEITO DOS SEUS PROBLEMAS — Rua de São Benlo, 405 - 6.0 — Sala 606 — Fone 3-2017 — São Paulo
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E
AMANHA
Quando fizer seus planos, lembre-se:
PONTOS
'COM AÇOS U. S. S. SÃO OBTIDOS MELHORES RESULTADOS!' Poca quebra-maies e banagens maiiohas, contialorlos, pilares de ponles em qualquer
espécie de dique ou cais, as estacas U. S, S. (U.S.S. Steel Sheel Pilingl oferecem inúmeras
vantagenssôbie outros materiais de construção. Fabricadas com abos-retas, abas em arco e
seccóes "2", as estacas U. S. S. (U.S.S. Steel Sheet Píling) podem ser balidas iàcilmonte sob as Condições mais difíceis; além de que.
podem ser sem dificuldade retiradas e nova mente utilizadas.
Para embosamenlos permanentes de cons truções, as estacas "H" (U.S.S. Steel H Bearing- Piles) permitem o emprego reduzido e
econômico de material om virtude do sua olla capacidade em suportar carga.
Para ponles, os soalhos de viga de junção "I" (U.S.S. I - Beam-Lock Flooring) são alta mente econômicos o evitam o emprègo inútil do milhões de quilos de pèso morto, seja pata pontes velhas ou novas Quaisquer que sejam os seus planos de Cons trução, procure conhecer cs Inúmeros produ tos U. S. S. para portos, pontes, estradas de rodagem e construções em geral. Todos são produtos da inigualável perícia e recursos do maior fabricante de acos do mundo — q United Slates Siecl.
BRAZACO S. A. REPRESENTANTES NO BRASIL DA
UNITED STATES STEEL EXPORT COMPANY
Rio de Janeiro •. São Paulo ■ Pôrto Alegre
ROTATIVOS longa duração^ graças aos rolamen
tos SICF"de que estão providas as
Pode-se aumentai consideravelmente, a velocidade de corte devido ao me
pontas.
lhor apoio que oferecem estas pontas
Axisência absoluta de folga dada a sjustabilidade dos rolamentos. A ponta rotativa pode ser apertada
rotativas.
As nossas pontas rotativas não recpierem retificação e não se aquecem.
mais rigidamente do que uma ponta fi7ta comum, proporcionando, assim, melhor centragem da peça de trabalho. O centro da peça de trabalho não se
desgasta nem precisa de lubrificação.
COMPANHIO aRP" DO BRASIL ROLAMENTOS
E
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podem ser sem dificuldade retiradas e nova mente utilizadas.
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COMPANHIO aRP" DO BRASIL ROLAMENTOS
Tí--"'
-
f
Industrias de Artefatos de Borracha e Cai-Oados
NOSSAS
ESPECIALIDADES.
CALÇADOS EM GERAL — Calçados de cotxro con sotas de borracha, para homem, senhoras e crianças. Teoís e calçado* de lona para esportes e praia.
I
ARTEFATOS PARA CALÇAOOS^Salroa e capu de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, senhora* e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas de borra
cha. Corticíte para calçado* de homens e crianças. Ura de ligação. Outras miudezas. ARTEFAT S DE BORRACHA EM GERAL ~ Fios elistieo*
de borracha de todos o* tipos. Lençóis de borracha para fios. para cintas elãsticas e para hospitais. Tapetes dc borracha, de-
ontupidorcs para pias, pés de cadeira, pneumacicos e cordóet
CRUZ
para rodas de TclocípeJes, Pucaros, guamíçõcs de borracha para pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas par* fias iadustríais e mais uma iofiaidade de produto* de betracba-
FIBRICIITES DOS IFBMflDas SBLTQS Dt BORRflCHI •A-
FÁBRICAS, Roa Marajó, 136/158
Gerencia
Rua Cesario Alvím, 297 ESCRITÓRIO t
ConfatJorio — 9-3200 Escrifório — 9-3200
Ruo Marajó/ 136/158
Endereço Telegrâflco i
São Paulo
CAMPANA
RfeiriNATI-C-l-ó
a-
TELEFONES:
—
9>3205
ípoco
FILIAL DE SÃO PAULO - RUA ALEGRIA, 300
LOJA, VENDAS A VAREJO - RUA JOSÉ BONIFÁCIO, 308 MARCA
REGIS RADA
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^ f.-r'
"•V
DIVBSTO ECONÔMICO 6 MUNDO DOS HEOOCiOS NUM PIHORRMA HENSIl
ROBGRTO SimonSQn
Publicado *ob o* autpicios da
BSSOCIOCAD COMERCIAL DE SÃO PAULO
EEOEROCÃO 0*0 COMÉRCIO 00
O Digesto Econômico
Discurso proferido pelo sr. deputado Brasilio Machado
publicará no próximo numero:
Neto, Presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, na Assembléia Legislativa do Estado:
O PLANO REGIONAL DE SANTOS -
ESTADO OE SÃO PAULO
Eruncisco Pre.ste.i Miiia.
L
"Como um raio que cortasse de súbito o céu azul da tarde bela e tran Diretor:
Aalonlo Oontljo de Carvalho
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA TE — Daiio clc Almeida Magalhães.
A LUTA CONTRA A RÚSSIA - José O Dlgeaio Econômico, ôrgSo de in formações econômicas e financei
ras é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda.
A direção não se responsabiliza
Maria Belo.
conceitos emitidos em artigos assi nados.
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
D i g eiio
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
Quem o tivesse visto como eu, ainda há pouco, assoberbado de traba
lho. que o seu dinamismo não vencia, e cheio de preocupações, que o seu
patriotismo despertava sem cessar, não poderia imaginar que a sua labuta
A DEFESA DA PROPRIEDADE Tristão da Cunha.
Em verdade, foi a sua paixão incoercivel de realizar que impulsionou
sempre e sempre a sua personalidade de elite. Embora senhor dc sólida cultura, que o transformou sem favor num dos maiores economistas com
SITUAÇÃO REAL DO PROBLEMA DO PETRÓLEO - S. Froes de Abreu.
O GERENTE E O POLÍTICO - Cân dido Mota Filho.
Econômico.
mento de Roberto Simonsen.
Irepidante de balalhador incansável estivesse para se findar.
pelos dados cujas fontes estejam
devidamente citadas, nem pelos
qüila de ontem, tão própria do outono luminoso do nosso decantado alti plano, chegou a São Paulo, às últimas horas do dia. a noticia do faleci
A ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO — ]osé Honóriü Rodrigues.
que o Brasil já contou; ainda que o seu alto espirito público o tivesse aryastado irresistivelmente para o estudo dos nossos problemas fundameniaiS' ^ despeito de sua permanente tendência para as cousas do espirito, que o levou a fundar instituições, como a Escola Livre de Sociologia e Po lítica, e a pertencer a cenáculos, como a Academia de Ciências Econômi cas de São Paulo, a Academia Paulista de Letras e a Academia Brasileila de Letras; não obstante possuir um coração generoso, que associou o geu nome a notáveis obras de caridade, foi a ânsia para a ação o seu traço jnúis característico e a luta a sua vocação mais absorvente. LUTA PELA VERDADEIRA PAZ SOCIAL
ASSINATURAS: Dlgeslo Econômico
A CRISE DE LIVROS — Nelson Wer-'
Ano (simples) " (registrado)
Cr$ 30.00 Cr9 36,00
Número do mês:
Crf 3,00
Atrasado:
Cr$
5,00
neck Südré.
Desde moço. a sua vida foi um combate sem tréguas e uma atividade
sem descanso. Primeiro, para conquistar a sua independência econômica;
LINCOLN - Rodrigo Soare.s Júnior.
após, para defender a sua primeira obra de engenharia de vulto nacional, que a confiança do grande Calógeras lhe entregou; depois, para preservsir o seu nome dos ataques insidiosos que o tumultuar próprio de todo perío do pós-revolucionário fêz brotar em nosso Estado, depois de 1930; em se
Redação e Administração:
guida, para servir São Paulo de corpo e alma, como o fêz na memorável
Viaduto Boa Vista, 57 - 7.o andar
TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
jornada constitucionalista; mais tarde, para bater-se com denodo. na Cons tituinte de 33, pela concretização das aspirações do povo paulista; e, su cessivamente. para preservar os interêsses legítimos da indústria nacio-
São Paulo
' 'V''
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ROBGRTO SimonSQn
Publicado *ob o* autpicios da
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O Digesto Econômico
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O PLANO REGIONAL DE SANTOS -
ESTADO OE SÃO PAULO
Eruncisco Pre.ste.i Miiia.
L
"Como um raio que cortasse de súbito o céu azul da tarde bela e tran Diretor:
Aalonlo Oontljo de Carvalho
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA TE — Daiio clc Almeida Magalhães.
A LUTA CONTRA A RÚSSIA - José O Dlgeaio Econômico, ôrgSo de in formações econômicas e financei
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A direção não se responsabiliza
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nome
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D i g eiio
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
Quem o tivesse visto como eu, ainda há pouco, assoberbado de traba
lho. que o seu dinamismo não vencia, e cheio de preocupações, que o seu
patriotismo despertava sem cessar, não poderia imaginar que a sua labuta
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Em verdade, foi a sua paixão incoercivel de realizar que impulsionou
sempre e sempre a sua personalidade de elite. Embora senhor dc sólida cultura, que o transformou sem favor num dos maiores economistas com
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O GERENTE E O POLÍTICO - Cân dido Mota Filho.
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Viaduto Boa Vista, 57 - 7.o andar
TeL 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
jornada constitucionalista; mais tarde, para bater-se com denodo. na Cons tituinte de 33, pela concretização das aspirações do povo paulista; e, su cessivamente. para preservar os interêsses legítimos da indústria nacio-
São Paulo
' 'V''
7fJT-=-
10
Dicesto Econômico
nal, para forialecer o espirito de classe daqueles que estão ligados à pro dução e à circulação da riqueza. Finalmente, movido pelo mais nobre dos
^aucCcocãõi- JícjCuclÂmica
impulsos, devotpu-se à sua luta mais bela e mais fecunda, aquela que vi
Roberto Simonsen
nha travando, com tenacidade, para arrancar o povo brasileiro da pobreza em que vive e para implantar em nossa terra uma verdadeira paz social.
H. Paul van Zceland:
Coube-me, por delega-
'MORREU COMO MORREM OS COMBATENTES'
M Diante da sua individualidade marcante, não era possível a indife
expressa da alta
corporação a que per- tenço, a honra de vos
A Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de
São Paulo, em reunião conjunta das
admiração entusiástica ou provocam reações apaixonadas. Deus, na sua infinita justiça, não poderia dar um outro fim mais con
de saudação nesta casa
suas diretorias, deliberaram que fôsse tratiscrito nas colunas do "Dígesio Eco nômico" o discxtrso que o notável eco
da inteligência brasilc'ra. Palavras que
dizente com a sua vida vibrante. Morreu como morrem os combatentes;
dignifiquem, antes de tudo, o apreço
nomista Dr. Roberto Simonsen proferia,
de armas na mão no fragor da batalha, em plena atividade, pois. como diz Kayserling, "a palavra é a mais nobre das formas de ação".
com que a Academia, recebe a visita de rão üus*tre representante da criltura eu ropéia. E é com orgiPho que o faço, sr. Paul
rença; pertencia à categoria privilegiada dos homens que ou despertam
dirigir algumas palavras
van Zeeland. Participais de uma plêiade de escol ligada ao pensamento do inundo moderno. E que mais nobre mis
são piira um homem de' pensamento do
que a do empenhar-se na solução dos problemas que objetivem a maior fe licidade dos indivíduos e dos' povos?
na Academia Brasileira de Letras, de sau
dação ao estadista belga Paul van Ze eland, quando foi vitimado pelo mal que lhe arrebatou a vida.
Ao dar cumprimento a essa resolução associa-se a Diretoria do "Digesfo Eco
nômico" às homenagens que, de todos os recantos do país, têm sido prestadas d memória do eminente engenheiro e homem público.
Não'é outra coisa o que tendes fei
to, quer em vossa pátria, quer na vida e organização de outros países, para cujos governos contribuistes com as
das questões sociais, alcançando o pri meiro lugar em tôdas as classes.
luzes do vosso saber. Basta ter em vis
dial, trabalhando nas usinas de gás em
ta os cargos que ocupastes no passado
Stutgart, entrastes em coutacto áspero
e os que ocupais no presente: Conse
com a vida, utilizando, porém, todos os
lheiro e Delegado do Governo Belga,
trangeiros, Primeiro Ministro, Presiden
momentos de lazer para o aperfeiçoamen to dè vossa cultura; adquiristes, des de logo, 6 também na adversidade, aque la "poesia da experiência humana", de
te da Assembléia da Sociedade das Na-
que nos fala Charles Morgan.
em numerosas comissões e conferências •
mundiais; Ministro dos Negócios Es
/• ri v-
çõe.s, Comissário Geral de Repatriações. r
Prisioneiro, na primeira guerra mun
Terminada a guerra, contemplado com
Agora, membro do Senado Belga, Presi
uma bolsa de estudos em Princeton, as
dente da Liga Independente de Coope ração Européia e professor na Univer
ram, na ordem dos vossos conhecimen
sidade de Louvain.
Ainda adolescente, quando estudan
ciências econômicas e financeiras tive
tos, a preocupação e o realce que mere ciam. Tanto assim que já os vossos
te de Direito, revelastes a vossa voca-
méritos de economista eram solicitados
<^o para o estudo sério e compenetrado
para postos da mais alta responsabili-
7fJT-=-
10
Dicesto Econômico
nal, para forialecer o espirito de classe daqueles que estão ligados à pro dução e à circulação da riqueza. Finalmente, movido pelo mais nobre dos
^aucCcocãõi- JícjCuclÂmica
impulsos, devotpu-se à sua luta mais bela e mais fecunda, aquela que vi
Roberto Simonsen
nha travando, com tenacidade, para arrancar o povo brasileiro da pobreza em que vive e para implantar em nossa terra uma verdadeira paz social.
H. Paul van Zceland:
Coube-me, por delega-
'MORREU COMO MORREM OS COMBATENTES'
M Diante da sua individualidade marcante, não era possível a indife
expressa da alta
corporação a que per- tenço, a honra de vos
A Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de
São Paulo, em reunião conjunta das
admiração entusiástica ou provocam reações apaixonadas. Deus, na sua infinita justiça, não poderia dar um outro fim mais con
de saudação nesta casa
suas diretorias, deliberaram que fôsse tratiscrito nas colunas do "Dígesio Eco nômico" o discxtrso que o notável eco
da inteligência brasilc'ra. Palavras que
dizente com a sua vida vibrante. Morreu como morrem os combatentes;
dignifiquem, antes de tudo, o apreço
nomista Dr. Roberto Simonsen proferia,
de armas na mão no fragor da batalha, em plena atividade, pois. como diz Kayserling, "a palavra é a mais nobre das formas de ação".
com que a Academia, recebe a visita de rão üus*tre representante da criltura eu ropéia. E é com orgiPho que o faço, sr. Paul
rença; pertencia à categoria privilegiada dos homens que ou despertam
dirigir algumas palavras
van Zeeland. Participais de uma plêiade de escol ligada ao pensamento do inundo moderno. E que mais nobre mis
são piira um homem de' pensamento do
que a do empenhar-se na solução dos problemas que objetivem a maior fe licidade dos indivíduos e dos' povos?
na Academia Brasileira de Letras, de sau
dação ao estadista belga Paul van Ze eland, quando foi vitimado pelo mal que lhe arrebatou a vida.
Ao dar cumprimento a essa resolução associa-se a Diretoria do "Digesfo Eco
nômico" às homenagens que, de todos os recantos do país, têm sido prestadas d memória do eminente engenheiro e homem público.
Não'é outra coisa o que tendes fei
to, quer em vossa pátria, quer na vida e organização de outros países, para cujos governos contribuistes com as
das questões sociais, alcançando o pri meiro lugar em tôdas as classes.
luzes do vosso saber. Basta ter em vis
dial, trabalhando nas usinas de gás em
ta os cargos que ocupastes no passado
Stutgart, entrastes em coutacto áspero
e os que ocupais no presente: Conse
com a vida, utilizando, porém, todos os
lheiro e Delegado do Governo Belga,
trangeiros, Primeiro Ministro, Presiden
momentos de lazer para o aperfeiçoamen to dè vossa cultura; adquiristes, des de logo, 6 também na adversidade, aque la "poesia da experiência humana", de
te da Assembléia da Sociedade das Na-
que nos fala Charles Morgan.
em numerosas comissões e conferências •
mundiais; Ministro dos Negócios Es
/• ri v-
çõe.s, Comissário Geral de Repatriações. r
Prisioneiro, na primeira guerra mun
Terminada a guerra, contemplado com
Agora, membro do Senado Belga, Presi
uma bolsa de estudos em Princeton, as
dente da Liga Independente de Coope ração Européia e professor na Univer
ram, na ordem dos vossos conhecimen
sidade de Louvain.
Ainda adolescente, quando estudan
ciências econômicas e financeiras tive
tos, a preocupação e o realce que mere ciam. Tanto assim que já os vossos
te de Direito, revelastes a vossa voca-
méritos de economista eram solicitados
<^o para o estudo sério e compenetrado
para postos da mais alta responsabili-
Dicksto
Er.< >n«)M ico
dade, como o que vos foi oferecido na
de criSe política, social, econômica e
direção do Banco Nacional Belga.
financeira.
As numerosas conferências internacio
nais para a reestruturação da paz. eni que tomastes parte ativa, constituem, então, uma .série ininterrupta de ser viços prestados ao vosso povo. O re-
■ nome que havíeis de conquistar fulgiu em Haia, em Londres, Pãris, Berlim, nas conferências relativas ao Banco dos
Pagamentos Internacionais;
no Egito,
A "experiência ^•aI1 Zeeland". como
pa.s.sou a ser denominado, pro\oc-ou o 1-c.s.surgimcnto econômico. atra\é.s de urii plano, ao mcsino tempo audacioso e
prudente, cujas faces essenciais foram:
a solução do problema monetário, a re
forma .bancária, a restauração do lucro norma! necessária à manutenção da atívidade das empresas, o saneamento das
onde — graças ao vosso plano — o país foi altamente beneficiado, e em Stres.sa,
finanças púl>liea.s.
nos debates sobre a reconstrução eco
nômica da Europa Central e Ocidental. O problema russo não vos foi indife
rente. Conhecê-lo era o vosso objeti vo, pois o julgamento do novo sistema,
quando visitastes a União Soviética, e as observações que ali fizestes, foram de suma utilidade para a formação dos vossos estudos na defesa da civilização ocidental de que sois um nobre apóstolo. A vós, sr. van Zeeland, se aplica, co mo observou Daniel Serruys, o preceito
UictsTo
Fc;c)NÓ.\tic;c>
nação Belga ~ i- nesse sacUo patriotis mo que promo\-e a competição pacífica, afinnando as qualidades peculiares de cada povo, nada tendo cie ;igressi\-o (Ui violento.
De severa autoridade porque se pro pôs -a restauração da ordem democrá tica, intervindo racionalmente nos seto res estratégicos da vida nacional, di rimindo os conflitos entre os diferentes
ços no mercado interno. Todavia, o que con.seguiram foi, afina', a redução do
t-.nsumo nacicnal. Ao iiiNés de uma poítica de redução do preço de custo, i.btida med ante u'a manipulação inter na, vós preferisles, sr. van Zeelancí.
corajosamente, uma depreciação da moe da nacional em termos de moedas vs-
Irangeiras.
Tais medidas dc emergência foram
grupos de interêsses. E\itou. todavia,
caracteristicamente dc defesa. Não cor
ton.siderar a InlcrNa-nção como uma re
respondiam às necessidades permanentes
gra ou um fim em si mesma. Ela não
da economia bc'ga, que reclama a libera-
pirada numa fi'o.sofia político-econômica pessoal. Baseia-se, por outro lado, nu ma profunda compreensão da nature-
substituiu a iniciativa privada; visou,
liz;içáo do comércio mundial. E, nesse sentido, se manifestou a \o.s.sa política no
za intrín.seca da estrutura econômica
giá-la. . cia de N'0ssas idéias em muila.s das propoA política de expansão econômica cjue, .sições últiiuamenle adotadas na Cur
Tôda e.ssa experiência, porém, foi ins
cia Bélgica, e na corajosa constatação da perigo.sa impotência cio liberalismo ortodo.xo, quando abandonado ao automatismo de suas próprias normas.
ao contrário, cornpletá-la, promovê-la, coordcná-la, restabelecê-la c presti
com tanto sucesso, realizastcs no ter
reno nacional, foi nosso ideal transpor tá-la para o plano das relações econômi
A administração % an Zeeland insHtuiu,
cas internacionais, tendo em mira, tam
na Bélgiça, uma govêrno .lOcial, nacional
bém neste caso, a prosperidade de vos
c de severa ouioridadc. einbora não so
so pais. Na situação peculiar da Bêlg cn, aque'a expansão depende, princi-
plano ínternaciona'. E inegá\'el a infiuênta Internacional d-*
Comércio.
Na \'o.«,sa atuação como Primeiio Mi
nistro, tivestfs que vos colocar acima de |g
conveniências políticas e partidarias, ^ com um programa de \'crdadoiva sal\ãção nacionah o da reaproximaçâo da moeda de seu real N-alor, expansão (Jo
"bergsoniano" de "agir como um ho
cialista, nacionali.sta ou totalitário. Social, no .sentido de que objetivou
,pa'mente, do desenvolvimento do co
mem de pensamento e pensar como um
u'a maior justiça na distribuição da
mércio exterior. "A Bélgica c um mer
poder de aquisição do povo. abolição do desemprego, através de .ser\'iços pú-
renda nacional, sem, entretanto, deixar de reconhecer o fato fundamental de
cado de transito e de transformação."
bl cos, contrôíé de Bancos e outras me
Importa matérias-primas e as reexporta
que uma distribuição mais eqüitaliva
manufaturadas.
ei das aparentemente discutíveis, o que, no entanto, se impunha como única
homem de ação".
Em todos os aspectos em que se ma nifestou a vossa fecunda atividade de ho
mem público, revelastes o homem de
dos lucros supõe, antes de tudo, a exis
Quando, em 1935, assumistes a che
pensamento, que refletiu, profundamen
tência dos mesmos. Em conseqüência,
te, sobre os problemas cruciais de nosso
a política de \an Zeeland, longe de ten tar clesestimular a iniciativa privada,
fia do Govêrno, a política econômica externa da maioria dos países se en caminhava para a adoção de medidas
procurou fomenta-la, restaurando a .mar gem normal do lucro e considerando de pois, na' realização do objeti.ví) social
protecionistas e de desvalorização mone tária. A Bélgica .sofria as conseqüências dessa tendência.
de distribuição eípiitativa dos benefí cios, a melliorfa na.s condições de repar
que se destinavam a manter o volume
tição cio produto da atividade huniana.
gurara o volume de suas importações no
A prova mais eloqüente é o famoso
Foi nacional, no sentido de que se
rhoviinento de renovação nacional que
inspirou na realidade da existência de uma entidade politico-ciiltural, com.ne
mesmo níveh e consistiam, sobretudo, na redução dos lucros da indústria, che
tempo. Em todos os vossos livros se encontra a marca do político preocupa do com a solução de questões de ordem
prática.
A "experiência van Zeeland"
planejastes e oiientastes quando chama do à Presidência do Conselho de Mi
nistros da Bélgica, em 1935, numa fase ^
'(.'Lií.. -1.
cessidades e características próprii\;í; de rivadas de um processo histórico. — £»
Tomara providências
das suas exportações e, portanto, asse
gando até
à sua própria eliminação.
Para compensar as
perdas dai prove-
niente.s, os industriais levantaram os pre
solução a tão grave crise. Muitos elementos católicos, liberais, nacionalistas, comunistas, se reuniram
em ceiTado ataque ao go\'êino, mas o Gabinete registiu à tempestade. En frentou os altos círculos financeiros, acei
tou a polêmica com ,os adversários, in clusive com alguns que viriam a ser instrumentos de traição de .sua pátria durante a .segunda guerra.
Hoje, após haverdes presidido, eip Lrmdres e Nova York, a Comissão para a reforma do Estado, sois figura de van^
guarda no Senado Belga, como represen tante do Partido Social Cristão.
Dicksto
Er.< >n«)M ico
dade, como o que vos foi oferecido na
de criSe política, social, econômica e
direção do Banco Nacional Belga.
financeira.
As numerosas conferências internacio
nais para a reestruturação da paz. eni que tomastes parte ativa, constituem, então, uma .série ininterrupta de ser viços prestados ao vosso povo. O re-
■ nome que havíeis de conquistar fulgiu em Haia, em Londres, Pãris, Berlim, nas conferências relativas ao Banco dos
Pagamentos Internacionais;
no Egito,
A "experiência ^•aI1 Zeeland". como
pa.s.sou a ser denominado, pro\oc-ou o 1-c.s.surgimcnto econômico. atra\é.s de urii plano, ao mcsino tempo audacioso e
prudente, cujas faces essenciais foram:
a solução do problema monetário, a re
forma .bancária, a restauração do lucro norma! necessária à manutenção da atívidade das empresas, o saneamento das
onde — graças ao vosso plano — o país foi altamente beneficiado, e em Stres.sa,
finanças púl>liea.s.
nos debates sobre a reconstrução eco
nômica da Europa Central e Ocidental. O problema russo não vos foi indife
rente. Conhecê-lo era o vosso objeti vo, pois o julgamento do novo sistema,
quando visitastes a União Soviética, e as observações que ali fizestes, foram de suma utilidade para a formação dos vossos estudos na defesa da civilização ocidental de que sois um nobre apóstolo. A vós, sr. van Zeeland, se aplica, co mo observou Daniel Serruys, o preceito
UictsTo
Fc;c)NÓ.\tic;c>
nação Belga ~ i- nesse sacUo patriotis mo que promo\-e a competição pacífica, afinnando as qualidades peculiares de cada povo, nada tendo cie ;igressi\-o (Ui violento.
De severa autoridade porque se pro pôs -a restauração da ordem democrá tica, intervindo racionalmente nos seto res estratégicos da vida nacional, di rimindo os conflitos entre os diferentes
ços no mercado interno. Todavia, o que con.seguiram foi, afina', a redução do
t-.nsumo nacicnal. Ao iiiNés de uma poítica de redução do preço de custo, i.btida med ante u'a manipulação inter na, vós preferisles, sr. van Zeelancí.
corajosamente, uma depreciação da moe da nacional em termos de moedas vs-
Irangeiras.
Tais medidas dc emergência foram
grupos de interêsses. E\itou. todavia,
caracteristicamente dc defesa. Não cor
ton.siderar a InlcrNa-nção como uma re
respondiam às necessidades permanentes
gra ou um fim em si mesma. Ela não
da economia bc'ga, que reclama a libera-
pirada numa fi'o.sofia político-econômica pessoal. Baseia-se, por outro lado, nu ma profunda compreensão da nature-
substituiu a iniciativa privada; visou,
liz;içáo do comércio mundial. E, nesse sentido, se manifestou a \o.s.sa política no
za intrín.seca da estrutura econômica
giá-la. . cia de N'0ssas idéias em muila.s das propoA política de expansão econômica cjue, .sições últiiuamenle adotadas na Cur
Tôda e.ssa experiência, porém, foi ins
cia Bélgica, e na corajosa constatação da perigo.sa impotência cio liberalismo ortodo.xo, quando abandonado ao automatismo de suas próprias normas.
ao contrário, cornpletá-la, promovê-la, coordcná-la, restabelecê-la c presti
com tanto sucesso, realizastcs no ter
reno nacional, foi nosso ideal transpor tá-la para o plano das relações econômi
A administração % an Zeeland insHtuiu,
cas internacionais, tendo em mira, tam
na Bélgiça, uma govêrno .lOcial, nacional
bém neste caso, a prosperidade de vos
c de severa ouioridadc. einbora não so
so pais. Na situação peculiar da Bêlg cn, aque'a expansão depende, princi-
plano ínternaciona'. E inegá\'el a infiuênta Internacional d-*
Comércio.
Na \'o.«,sa atuação como Primeiio Mi
nistro, tivestfs que vos colocar acima de |g
conveniências políticas e partidarias, ^ com um programa de \'crdadoiva sal\ãção nacionah o da reaproximaçâo da moeda de seu real N-alor, expansão (Jo
"bergsoniano" de "agir como um ho
cialista, nacionali.sta ou totalitário. Social, no .sentido de que objetivou
,pa'mente, do desenvolvimento do co
mem de pensamento e pensar como um
u'a maior justiça na distribuição da
mércio exterior. "A Bélgica c um mer
poder de aquisição do povo. abolição do desemprego, através de .ser\'iços pú-
renda nacional, sem, entretanto, deixar de reconhecer o fato fundamental de
cado de transito e de transformação."
bl cos, contrôíé de Bancos e outras me
Importa matérias-primas e as reexporta
que uma distribuição mais eqüitaliva
manufaturadas.
ei das aparentemente discutíveis, o que, no entanto, se impunha como única
homem de ação".
Em todos os aspectos em que se ma nifestou a vossa fecunda atividade de ho
mem público, revelastes o homem de
dos lucros supõe, antes de tudo, a exis
Quando, em 1935, assumistes a che
pensamento, que refletiu, profundamen
tência dos mesmos. Em conseqüência,
te, sobre os problemas cruciais de nosso
a política de \an Zeeland, longe de ten tar clesestimular a iniciativa privada,
fia do Govêrno, a política econômica externa da maioria dos países se en caminhava para a adoção de medidas
procurou fomenta-la, restaurando a .mar gem normal do lucro e considerando de pois, na' realização do objeti.ví) social
protecionistas e de desvalorização mone tária. A Bélgica .sofria as conseqüências dessa tendência.
de distribuição eípiitativa dos benefí cios, a melliorfa na.s condições de repar
que se destinavam a manter o volume
tição cio produto da atividade huniana.
gurara o volume de suas importações no
A prova mais eloqüente é o famoso
Foi nacional, no sentido de que se
rhoviinento de renovação nacional que
inspirou na realidade da existência de uma entidade politico-ciiltural, com.ne
mesmo níveh e consistiam, sobretudo, na redução dos lucros da indústria, che
tempo. Em todos os vossos livros se encontra a marca do político preocupa do com a solução de questões de ordem
prática.
A "experiência van Zeeland"
planejastes e oiientastes quando chama do à Presidência do Conselho de Mi
nistros da Bélgica, em 1935, numa fase ^
'(.'Lií.. -1.
cessidades e características próprii\;í; de rivadas de um processo histórico. — £»
Tomara providências
das suas exportações e, portanto, asse
gando até
à sua própria eliminação.
Para compensar as
perdas dai prove-
niente.s, os industriais levantaram os pre
solução a tão grave crise. Muitos elementos católicos, liberais, nacionalistas, comunistas, se reuniram
em ceiTado ataque ao go\'êino, mas o Gabinete registiu à tempestade. En frentou os altos círculos financeiros, acei
tou a polêmica com ,os adversários, in clusive com alguns que viriam a ser instrumentos de traição de .sua pátria durante a .segunda guerra.
Hoje, após haverdes presidido, eip Lrmdres e Nova York, a Comissão para a reforma do Estado, sois figura de van^
guarda no Senado Belga, como represen tante do Partido Social Cristão.
Dicesto
A vucução jtirídica da Bélgica
pa.s.sadD. E é para nós grato recordar, nuste instante de
Esta pequena síntese das vossas ativi
dades é bastante para nos dar a medida da contribuição com que enriquecestcs o patrimônio cultural da Bélgica, no pe-
afetuosa comunlião
belgo-bra.silctra, que uma das grandes vozes que se ergueu, cheia de santa cólera, contra a invasão alemã de 1914,
nodo que se localiza entre duas guerras,
foi a de um brasileiro, cujo nome está no escrínio universal, um inesquecível
com lôda a avalanche de suas conse
filho de.sta Casa: Rui Barbosa.
qüências para a \âda da humanidade. Realmente, sr. Paul van Zeeland, re presentais um momento histórico de um
15
grande povo, a quem coube singular
grito de horror da con.sciência jurídica hoste.s germâni
cas que agredi
posição pe
ram a vossa pá
geo-
tria. Frisava êle,
, grafia européia,
então, o papel
tem sofrido os
dos povos que,
mais
como a Bélgica,
c
selváticos golpes desferido.s pela barbárie e pela sua
souberam
"1
totali
Mas
a
opor
ao gênio da or ganização prus siana, o gênio da improvisação
vitalidade
latina.
moral, a vocação
jurídica do gênio
E que a ra f-
zão estava com o
de seu povo —
mestre
que reponta em
dúvida.
não
bá
Al está
juristas como vós
a lição do senti
—
mento
a
renovada
universal
fabulário antigo, ressurga ela das pró
e humano que a Bélgica e o Brasil nos oferecem! A Bélgica, pagando o seu tributo quando varrida pelas tempesta
pria.? cinza.s fumegantes a que tem .sido, por vezes, reduzida pelo trepei dos que
de.? internacionais c, portanto, acostu mada a confiar no direito e a detestar a
seiva cristã qufc revigora os sentimentos
belgas, fazem com que, como o mito do
novas no intercâmbio internacional de
tido jurídico do \'osso pen.samento.
a invadem do Leste.
guerra; o Brasil, pe'a sua formação moral
Esta alta compreensão do Direito, da Moral c da Justiça, revelada nas gera ções de juristas c de eminentes sacerdo
e magnitude geográfica, apreendendo o
tes cristãos que a Bélgica tem dado ao mundo, inspira o respeito e a solidarie-, dade que tributamos ao seu admirável
que o habilita a ser uma palavra nova
sentimento harmônico do mundo, pos sui uma vocação para a fraternidade, e pacifícadora, numa hora, como a
atual, ainda tão conturbada pela an-
pende do seu desenvolvimento. Só o aumento de seus capitais reais, a me
O. Brasil não quer outra coisa, no
A Bélgica, pe-
tária.
roísmo, com a vossa cultura, com o sen
mundo de hoje, .senão a prática dos
barbaridade das
violência
que tendes defendido, com o vosso he
defesas que lhes são indispensáveis nas condições atuais do .seu progresso eco nômico. É que a participação das árens
mente, porque corresponde aos ideais
Membro da Academia Brasileira de Le
Velho
rudes
clama, sobretudo, o desiumamento de
Acentuo este ponto, mui propositada
tras, então Senador da República, um
ma do Mundo.
na
ralização do comércio exterior, que re
O tiD.s.w despertar
mundial contra a
culiar
gústia e pelas dificuldades do pósguerra.
Partiu, assim, sr. van Zeeland, de um
destino no dra-
Ia
Econômico
Dicesto Econômico
14
lhora dos seus níveis tecnológicos e, pois, a elevação de sua produtividade, lhes
permitirá um aumento èfeti\o de sou poder de consumo, que se refletirá na
princípios que formam a civilização
ampliação de suas compras e.xternas.
cristã, à luz da qual se processa o papel
Todavia, a capitalização ou industrializaçãü dêsses países pode ser acelerad*
que nos coube, na procura da justiça e homens. Somos, com a nossa democra
por dois processos: ou por uma ade quada proteção que lhes assegure o
cia social — perdoai esta afirmação que
controlo do mercado interno,• processo
de um maior entendimento entre os
vos poderá parecer um tanto orgulhosa — um grande exemplo dc conciliação
mais lento e ao mesmo tempo màis
que o destino humano revela. Não há.
rigoroso, ou pela cooperação intemaciona', dentro de um novo conceito de di-
aqui, clima propício ao paganismo da
reito internacional social e sob novas
força c à floração rubra dos Estados
fórmulas positivas de ajuda econômica,
sem alma.
técn'ca e financeira, que lhes propor
E porque assim somos — porque cm nossos atos se reflete esse estilo de con
cionem lun rápido e seguro crescimeota
vívio social — estamos em condições de
de produtividade. A Europa também conheceu, quand»
compreender a vossa obra e de, conscien
lhe faleciam recursos tecnológicos, uma
temente, reconhecer o que tem sido a
ci\ilização mediterrânea, limitada eni .suas linhas geo-económicas, e só ampliou
vossa fecunda atividade na pacificação dos conflitos em que se entrechocara
a sua área de cultura e civilização
os interesses de um mundo em transi
quando o homem, armado da técnica,
ção.
Por certo, sr. van Zeeland, o futuro
subjugou o frio. Nós também, latinoamericanos, avançaremos, mais ràplda-
de um país jovem dependerá de serem
mente, no plano de \-igência econômica
as suas fôrças potenciais, niiríficas na
e social, quando dominarmos o emo-
legenda, mas promissoras na realidade,
liente color tropical.
mobilizadas pela vigorosa, inteligente c racional introdução da técnica em nossa
Mas que este nosso despertar, nos qua dros do mundo moderno, não se suste-
economia ainda dominada por traços de
nha apenas nos valores materiais, impe-
colonialismo.
lindo-nos
Em contraste com o vosso, os países como o Brasil, de desenvolvimento in
no
caminho
desumanizador
das civilizaçõe.? mecanicistas, despidas de valores éticos, culturais e simbólicos.
cipiente, não se podem beneficiar dos
Nem nos dissocie, por assim dizer, de
mesmos têimos de uma política de libe
"nosso contacto lírico com a natureza.
I
Dicesto
A vucução jtirídica da Bélgica
pa.s.sadD. E é para nós grato recordar, nuste instante de
Esta pequena síntese das vossas ativi
dades é bastante para nos dar a medida da contribuição com que enriquecestcs o patrimônio cultural da Bélgica, no pe-
afetuosa comunlião
belgo-bra.silctra, que uma das grandes vozes que se ergueu, cheia de santa cólera, contra a invasão alemã de 1914,
nodo que se localiza entre duas guerras,
foi a de um brasileiro, cujo nome está no escrínio universal, um inesquecível
com lôda a avalanche de suas conse
filho de.sta Casa: Rui Barbosa.
qüências para a \âda da humanidade. Realmente, sr. Paul van Zeeland, re presentais um momento histórico de um
15
grande povo, a quem coube singular
grito de horror da con.sciência jurídica hoste.s germâni
cas que agredi
posição pe
ram a vossa pá
geo-
tria. Frisava êle,
, grafia européia,
então, o papel
tem sofrido os
dos povos que,
mais
como a Bélgica,
c
selváticos golpes desferido.s pela barbárie e pela sua
souberam
"1
totali
Mas
a
opor
ao gênio da or ganização prus siana, o gênio da improvisação
vitalidade
latina.
moral, a vocação
jurídica do gênio
E que a ra f-
zão estava com o
de seu povo —
mestre
que reponta em
dúvida.
não
bá
Al está
juristas como vós
a lição do senti
—
mento
a
renovada
universal
fabulário antigo, ressurga ela das pró
e humano que a Bélgica e o Brasil nos oferecem! A Bélgica, pagando o seu tributo quando varrida pelas tempesta
pria.? cinza.s fumegantes a que tem .sido, por vezes, reduzida pelo trepei dos que
de.? internacionais c, portanto, acostu mada a confiar no direito e a detestar a
seiva cristã qufc revigora os sentimentos
belgas, fazem com que, como o mito do
novas no intercâmbio internacional de
tido jurídico do \'osso pen.samento.
a invadem do Leste.
guerra; o Brasil, pe'a sua formação moral
Esta alta compreensão do Direito, da Moral c da Justiça, revelada nas gera ções de juristas c de eminentes sacerdo
e magnitude geográfica, apreendendo o
tes cristãos que a Bélgica tem dado ao mundo, inspira o respeito e a solidarie-, dade que tributamos ao seu admirável
que o habilita a ser uma palavra nova
sentimento harmônico do mundo, pos sui uma vocação para a fraternidade, e pacifícadora, numa hora, como a
atual, ainda tão conturbada pela an-
pende do seu desenvolvimento. Só o aumento de seus capitais reais, a me
O. Brasil não quer outra coisa, no
A Bélgica, pe-
tária.
roísmo, com a vossa cultura, com o sen
mundo de hoje, .senão a prática dos
barbaridade das
violência
que tendes defendido, com o vosso he
defesas que lhes são indispensáveis nas condições atuais do .seu progresso eco nômico. É que a participação das árens
mente, porque corresponde aos ideais
Membro da Academia Brasileira de Le
Velho
rudes
clama, sobretudo, o desiumamento de
Acentuo este ponto, mui propositada
tras, então Senador da República, um
ma do Mundo.
na
ralização do comércio exterior, que re
O tiD.s.w despertar
mundial contra a
culiar
gústia e pelas dificuldades do pósguerra.
Partiu, assim, sr. van Zeeland, de um
destino no dra-
Ia
Econômico
Dicesto Econômico
14
lhora dos seus níveis tecnológicos e, pois, a elevação de sua produtividade, lhes
permitirá um aumento èfeti\o de sou poder de consumo, que se refletirá na
princípios que formam a civilização
ampliação de suas compras e.xternas.
cristã, à luz da qual se processa o papel
Todavia, a capitalização ou industrializaçãü dêsses países pode ser acelerad*
que nos coube, na procura da justiça e homens. Somos, com a nossa democra
por dois processos: ou por uma ade quada proteção que lhes assegure o
cia social — perdoai esta afirmação que
controlo do mercado interno,• processo
de um maior entendimento entre os
vos poderá parecer um tanto orgulhosa — um grande exemplo dc conciliação
mais lento e ao mesmo tempo màis
que o destino humano revela. Não há.
rigoroso, ou pela cooperação intemaciona', dentro de um novo conceito de di-
aqui, clima propício ao paganismo da
reito internacional social e sob novas
força c à floração rubra dos Estados
fórmulas positivas de ajuda econômica,
sem alma.
técn'ca e financeira, que lhes propor
E porque assim somos — porque cm nossos atos se reflete esse estilo de con
cionem lun rápido e seguro crescimeota
vívio social — estamos em condições de
de produtividade. A Europa também conheceu, quand»
compreender a vossa obra e de, conscien
lhe faleciam recursos tecnológicos, uma
temente, reconhecer o que tem sido a
ci\ilização mediterrânea, limitada eni .suas linhas geo-económicas, e só ampliou
vossa fecunda atividade na pacificação dos conflitos em que se entrechocara
a sua área de cultura e civilização
os interesses de um mundo em transi
quando o homem, armado da técnica,
ção.
Por certo, sr. van Zeeland, o futuro
subjugou o frio. Nós também, latinoamericanos, avançaremos, mais ràplda-
de um país jovem dependerá de serem
mente, no plano de \-igência econômica
as suas fôrças potenciais, niiríficas na
e social, quando dominarmos o emo-
legenda, mas promissoras na realidade,
liente color tropical.
mobilizadas pela vigorosa, inteligente c racional introdução da técnica em nossa
Mas que este nosso despertar, nos qua dros do mundo moderno, não se suste-
economia ainda dominada por traços de
nha apenas nos valores materiais, impe-
colonialismo.
lindo-nos
Em contraste com o vosso, os países como o Brasil, de desenvolvimento in
no
caminho
desumanizador
das civilizaçõe.? mecanicistas, despidas de valores éticos, culturais e simbólicos.
cipiente, não se podem beneficiar dos
Nem nos dissocie, por assim dizer, de
mesmos têimos de uma política de libe
"nosso contacto lírico com a natureza.
I
1^77
16
Dicesto Econômico
Ao contrário. Nesta América Latina, tle
está em <jue a Facu'dade de Filosofia
vínculos tão íntimos com o gênio do Líiíium, teremo.s que cultuar, também,
de São Bento, em São Paulo — núcleo
numa con.stante axiológica, os fundamen
Católica de São Paulo — é uma Filha
tos históricos que identificam a nossa civilização de origem. Jamais — acre
espiritual de Louvain.
dito — seremo.s fascinados pelo impe rialismo tecnicista, como chamou em
hora de sombria apreensão, o filósofo Berdiaeff, àquele que sobrepõe, numa inversão nefasta da ordem racional, o endousamenlo da máquina, elevando-o a categoria de subordinante dos valores
do espírito.
SIMONSEN E OS PROlíLEM AS I> A CO X <)M I A X A CI O X A I.
in'cial da hoje vitoriosa Universidade pHOK. Djacir Menezes (Catcdrático da Universidade do Brasil).
Sr. Paid van Zeeland:
Ao concluir esta saudação — e sei que
Morte repentina de Ro-
a assistência c.slá ansiosa para ouvir a
lierto Simonsen, erii plena
vossa sábia palavra — quero ainda afir mar, em torno da tese que ides expor, que repudiamos o pessimismo spengle-
sessão da Academia Bra
sileira de Letras, sandun-
do o ex-ministro belga
riano relativo à decadência do Ocidente.
van Zeeland, foi um dêsse.s acontecimentos que nos convidam à
Para nó.s% como para vós, o Ocidente
desperta. A retomada dos valores e.spi-
meditação — uma meditação guiada
Vma filha espirilual de Loucaiu
rituais e cristãos, re.colocados em ter
também pelas inspirações emocionais da
Viesteg, sr. van Zeeland. trazendo, de Louvam onde hauristes, no momento essencial da mocidade pem-ante, o es
mos de modernidade, pelas elites do
quele instante. Houve (pialquer coisa de grandioso e comovente no homem de pensamento tombando sòbre o que
pirito, a doutrina e a lógica tomistas. jVias permiti evocar um exemplo da voc-açáo cc-onómica de Louvain nesta terra, ainda cheia de paisagem e de sol. Da cidade onde sois profes.sor recebeínos uma mensagem universitária da
^stauração do tomismo e de sua pro jeção formadora de gerações de Cristo e para Cristo, no piedoso serviço e zêlo
de sua Igreja Católica. O e.xemplo
m
pensamento europeu, e das Américas, não é um despertar? A recusa, nas ur nas livres, ao totalitarismo vermelho, re-
pelindo-o para além ,das fronteiras es pirituais da Europa, não é um despertar? Os índices de recuperação econômica e
social do parque manufaturciro, destro
escrevera e que exprimia suas preocupa
i
O sr. Djacir Menez-cs, neste artigo, em
que /imueiifigeifl u memória de Roberto Simonsen, homem de pensamento e de ação, alguns aspectos da sua va^iosissima obra referente aos proble
mas fundamentais da economia nacional.
objetivos indispensáveis-do bem comum. De fato, sua ação foi orientada para uma cidlura ativa, se assim podemos
ções sòbre os problemas do mundo c
dizer.
de .sua pátria.
abstrações separadas da realidade brasi
Há algo de simbolica
mente expressivo — e que espelha uma
çado pela violência bélica, não acusam um despertar? O pacto das cinco po-
figura intelectual c moral de desconhe cido porte nas gerações brasileiras. Porque ôsse lutador infaligável conti
tenciíis, selado na vossa amada Bruxelas,
nuamente esteve meditando os assuntos
não é um despertar?
jamais se deixou fascinar por
leira. O pen.sainento teórico devia mer gulhar no mundo da ação prática — e os problemas que se deparam em nossa
que mais interessavam ao país. Todos
vida de povo ci\ilizado exigem coiijugação de esforços de ambos os gêneros. Longe de fechar-se egoisticamente,
Sr. Paul van Zeeland:
seus ensaios e obras testemunham a ati
com seus interêsses e sua fortuna, no
A Academia vos saúda!
vidade de um homem de inteligência ávido de compreender bem o desenvol
círculo privado de suas satisfações pes soais, — procurou sem cessar a convi
vimento econômico e social da nação. Na verdade, o que mais lhe caracteri zava a feição intelectual era exatamen
social e política, agremiando estudiosos das questõe,s econômicas que mais in
vência intelectual em função da ação
te um vivo poder de compreensão, li berto de quaisquer injunções e precon
teressavam ao Brasil. Conhecíamos sua
ceitos, volvido para as solicitações do
facilidade no sugerir temas e htadiar
trabalho científico. Mas, o que o pren dia na.s indagações científicas, dentro da esfera econômica, era o lado prático e
idéias diretoras, lançando programas que eram demonstiações continuas de seu
aplicável. Via bem quo a mera ativida-' de empírica das habituais realizações dos soi disant "homens práticos", se desen
volvia sempre em horizontes acanhados: tomava-se necessário iluminá-la com o
conhecimento
teórico, casando-os aos
capacidade de orientar êsses debates, sua
valor mental.
A abolição e o trabalho agrícola Não examinaremos todo o grande nú mero de ensaios, conferências, artigos e obras deixados por Roberto Simonsen. Polarizam-se sempre para os temas eco-
1^77
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Dicesto Econômico
Ao contrário. Nesta América Latina, tle
está em <jue a Facu'dade de Filosofia
vínculos tão íntimos com o gênio do Líiíium, teremo.s que cultuar, também,
de São Bento, em São Paulo — núcleo
numa con.stante axiológica, os fundamen
Católica de São Paulo — é uma Filha
tos históricos que identificam a nossa civilização de origem. Jamais — acre
espiritual de Louvain.
dito — seremo.s fascinados pelo impe rialismo tecnicista, como chamou em
hora de sombria apreensão, o filósofo Berdiaeff, àquele que sobrepõe, numa inversão nefasta da ordem racional, o endousamenlo da máquina, elevando-o a categoria de subordinante dos valores
do espírito.
SIMONSEN E OS PROlíLEM AS I> A CO X <)M I A X A CI O X A I.
in'cial da hoje vitoriosa Universidade pHOK. Djacir Menezes (Catcdrático da Universidade do Brasil).
Sr. Paid van Zeeland:
Ao concluir esta saudação — e sei que
Morte repentina de Ro-
a assistência c.slá ansiosa para ouvir a
lierto Simonsen, erii plena
vossa sábia palavra — quero ainda afir mar, em torno da tese que ides expor, que repudiamos o pessimismo spengle-
sessão da Academia Bra
sileira de Letras, sandun-
do o ex-ministro belga
riano relativo à decadência do Ocidente.
van Zeeland, foi um dêsse.s acontecimentos que nos convidam à
Para nó.s% como para vós, o Ocidente
desperta. A retomada dos valores e.spi-
meditação — uma meditação guiada
Vma filha espirilual de Loucaiu
rituais e cristãos, re.colocados em ter
também pelas inspirações emocionais da
Viesteg, sr. van Zeeland. trazendo, de Louvam onde hauristes, no momento essencial da mocidade pem-ante, o es
mos de modernidade, pelas elites do
quele instante. Houve (pialquer coisa de grandioso e comovente no homem de pensamento tombando sòbre o que
pirito, a doutrina e a lógica tomistas. jVias permiti evocar um exemplo da voc-açáo cc-onómica de Louvain nesta terra, ainda cheia de paisagem e de sol. Da cidade onde sois profes.sor recebeínos uma mensagem universitária da
^stauração do tomismo e de sua pro jeção formadora de gerações de Cristo e para Cristo, no piedoso serviço e zêlo
de sua Igreja Católica. O e.xemplo
m
pensamento europeu, e das Américas, não é um despertar? A recusa, nas ur nas livres, ao totalitarismo vermelho, re-
pelindo-o para além ,das fronteiras es pirituais da Europa, não é um despertar? Os índices de recuperação econômica e
social do parque manufaturciro, destro
escrevera e que exprimia suas preocupa
i
O sr. Djacir Menez-cs, neste artigo, em
que /imueiifigeifl u memória de Roberto Simonsen, homem de pensamento e de ação, alguns aspectos da sua va^iosissima obra referente aos proble
mas fundamentais da economia nacional.
objetivos indispensáveis-do bem comum. De fato, sua ação foi orientada para uma cidlura ativa, se assim podemos
ções sòbre os problemas do mundo c
dizer.
de .sua pátria.
abstrações separadas da realidade brasi
Há algo de simbolica
mente expressivo — e que espelha uma
çado pela violência bélica, não acusam um despertar? O pacto das cinco po-
figura intelectual c moral de desconhe cido porte nas gerações brasileiras. Porque ôsse lutador infaligável conti
tenciíis, selado na vossa amada Bruxelas,
nuamente esteve meditando os assuntos
não é um despertar?
jamais se deixou fascinar por
leira. O pen.sainento teórico devia mer gulhar no mundo da ação prática — e os problemas que se deparam em nossa
que mais interessavam ao país. Todos
vida de povo ci\ilizado exigem coiijugação de esforços de ambos os gêneros. Longe de fechar-se egoisticamente,
Sr. Paul van Zeeland:
seus ensaios e obras testemunham a ati
com seus interêsses e sua fortuna, no
A Academia vos saúda!
vidade de um homem de inteligência ávido de compreender bem o desenvol
círculo privado de suas satisfações pes soais, — procurou sem cessar a convi
vimento econômico e social da nação. Na verdade, o que mais lhe caracteri zava a feição intelectual era exatamen
social e política, agremiando estudiosos das questõe,s econômicas que mais in
vência intelectual em função da ação
te um vivo poder de compreensão, li berto de quaisquer injunções e precon
teressavam ao Brasil. Conhecíamos sua
ceitos, volvido para as solicitações do
facilidade no sugerir temas e htadiar
trabalho científico. Mas, o que o pren dia na.s indagações científicas, dentro da esfera econômica, era o lado prático e
idéias diretoras, lançando programas que eram demonstiações continuas de seu
aplicável. Via bem quo a mera ativida-' de empírica das habituais realizações dos soi disant "homens práticos", se desen
volvia sempre em horizontes acanhados: tomava-se necessário iluminá-la com o
conhecimento
teórico, casando-os aos
capacidade de orientar êsses debates, sua
valor mental.
A abolição e o trabalho agrícola Não examinaremos todo o grande nú mero de ensaios, conferências, artigos e obras deixados por Roberto Simonsen. Polarizam-se sempre para os temas eco-
DICESTO
18
71^
EcONÒMtCt)
nómíco-sociais, fulcro de suas preocupa(,-nes mais vivas. Desejamos aqui apontar
tas propriedades agrícolas, o valor dos escravos superava o das terras e suas
certos aspectos de seu pensamento em
benfeitorias, confonne se pode inferir de
relação com os problemas fundamentais
numerosas hipotecas então inscritas." (1) Simonsen fala na ausência de "cons
da economia nacional.
Em 1938, a convite do Departamento de Cultura da
Universidade de São
ciência econômica" cios líderes politícos
daquela hora: éles não previram as con-
bre as conseqüências econômicas da abo
feqüêncías do ato abolicionista. Claro que não se trata do seu retardamento:
lição. Não foi a costumeira hi.stória dos
seria impossível. Era um processo que
fatos e a análise superficial da ocorrôncia, com a declaração de que limpá
.se vinha agravando dia a dia, vencendo
Paulo, fez um dos melhores estudos sô-
resistências retrógradas.
Foi retardado
vamos uma mancha em face do uni
o quanto possível pelos interesses escra
verso etc. O seu espírito vigorosamen
vocratas.
te analítico partiu de dados estatísticos
sobra para as medidas políticas de adap
quanto à demografia, quanto ao progres so das nossas indústrias, da nossa lenta
agricultura. Isto é, partiu do conheci
mento das diversas camadas da popula ção ativa empenhada na criação de nossa riqueza, para daí inferir as necessida
des de novas formas de trabalho recla
madas pelo nível superior das estruturas em desenvolvimento. Sucessivas leis, desde a cessação do tráfico (1850), haviam deterpiinado o declínio da massa
escrava enquanto a imigração européia aumentava. Na altura de 1871 (lei do
ventre livre), já orçava o braço servil em menos de 2 milhões.
O fundo de
emancipação, a manumissão espontânea,
atuaram fortemente, reduzindo-o a qua se 1 milhão. Quando chegamos ao 13
Havia, portanto, tempo de
tação, facultando uma transição que não
desorganizasse o trabalho rural. Mas não houve providências legislativas que preparassem a transição inevitável. Procurou-.se apenas barrar o curso da onda abolicionista. Criar obstáculos. A "cons ciência econômica" não permitiu aos es
tadistas ver e compreender que, diante da mudança ditada pelos acontecimento.'^ históricos, seriam necessários pontos de
vista mais plásticos, mais compreensi vos, mais maleáveis ao curso dos fatos,
que não se contraria a trôco de decretos.
Mas copiamos
a fina intuição das realidades econômi
bertos condicionais.
se deveriam adotar. Simonsen colhe al
gumas provas: perde-se boa parte da safra cafeeira por falta de colheita. Seu volume, porém, foi alto e não hou\e a
Diante
te Simonsen:
"Influenciado pela alta cambial e pelo afluxo de capitais estrangeiros ao país,
acreditava Ouro-Prêto que poderia pro mover a conversibilidade definitiva da
queda do produto. No vale do Paraíba,
moeda nacional, e nesse sentido foram
os cafèzais, assegurados pelo braço ser vil, decaíram lamentávelmente. As di vidas roíam os proprietários; —ca abo
dadas concessões u vários bancos emis
sores, pura a emissão de bilhetes con versíveis em ouro, abolindo-sc a emissão
acreditava que o abolicionismo ia inau
prevista sôbre títulos públicos. "Deu-se grande expansão aos emprés timos a fazendeiros, por intermédio dos
gurar a era luminosa: o cati\'eiro nos
bancos e sociedades financeiras, c, nes
lição precipitou-os. Levado pela pro paganda literária, o país ingênuaniente atrasava em velhos moldes de miséria c
se sentido, foram assinados contratos
ignorância. Não víamos que, rompidas gargalheiras, incorporando á massa
com 17 entidades para uma soma glo
da nação uma leg-ão de traba*hadores do eito, era indispensável resolver ou
um empréstimo interno de 100.000 con
tros problemas decorrentes da transi ção para o sistema de trabalho .sala-
bal de 172.000 contos.
Foi lançado
tos ouro, juros de 4%, que foi coberto mais de duas vezes. Finalmente, a
riado.
2 de outubro, contratou o govômo com o Banco Nacional do Brasil o res
Preparação de esi?ecialietas e técnicos
cial." (2)
Outros aspectos do movimento aboli lado de Simonsen. efeitos históricos.
Assim é que, na A implantação defi-
gate em 6 anos do papel-moeda ofi Sobrevêm novas conversões, novos em
préstimos. Marclia-se para a inflação dos negócios: definem-se os primeiros sintomas do encilhamento... Somam-se os descontentamentos nu
ma resultante vetorial única: a Repú
cas que manifestavam os parlamentares
sas de custeio, determinou maior solici
ram pela ampliação da circulação mo-
prados no norte, onde a população livre
impacto brutal dos conflitos irremediá
negro.
veis. Por isso atinaram com as gradações que permitem as transições e o prn-
gir a 700 mil contos de réis. Em mui
nossa política, em 1888, não tiveram a visão clara das medidas econômicas que
gôsto dos proprietários rurais.
desse panorama, resume magistralmen
blica.
crescia c não era tão necessário o braço
Em 1888, deveria êsse investimento atin
Mas dizíamos que o.s orientadores de
oitiva do trabalho livre, exigindo despe
britânicos, mestres na arte de apanxr o choque dos acontecimentos e desviar o
do capital apresentado pela escravaria.
tais — e a política financeira de OuroPrêto era uma satisfação tardia ao des-
quele magnífico ensaio, indica-nos outros
vam no cenário inglês.
republicana alteava o dorso nas capi
trofes.
tempo as figuras que nos impressiona
de 7(X) escravos, e uns 300 ingênuos, li
"A face importante da questão — es creve Simonsen — era, porém, o valor
gresso dentro da ordem legal, sem a.»: surpresas das revohrções e. suas catás
cionista não se furtaram ao espírito ati
exterioridades. Escapava-no.s o espírito.
Mais de 2/3 se
19
Falávamos muito em parlamentarismo, e voltamos sempre as vistas para o par lamentarismo inglês. Copiamos muito
de maio, a Lei Áxuea encontra um total
concentravam no cultivo do café, com
DiGESTo Econômico
(1) Simonsen. R., Ensaios Sociais. Po
litícos e Econômicos, edição da Fe deração das Indústrias de São Pau lo. 1943.
tação e procura de numerário. Clama netárto. Sobe à tona da discussão par lamentar o debate sobre a unidade ou a
plxiralídade dos bancos de emissão. Ven ceu a pluralidade. O lastro .seria misto: ouro e apólices da dívida pública. Elntrávamos na fase crepuscular da
monarquia.
O fazendeiro abandonava
o trono à sua própria sorte.
A onda
Debalde — observa Simonsen ~ o go-
vêmo republicano se esforça para deter o progresso inflacionista. E traça-ao,s o quadro seguinte:
"1) — Capital total dos bancos e em presas, incorporados no Rio de Janeiro desde a Independência até 1888: — 410!879:000$000. (2) Idem, ibidem.
C£. ainda: História
Econômica do Brasil, vol. I, Brasi liana. São Paulo. 1936.
DICESTO
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71^
EcONÒMtCt)
nómíco-sociais, fulcro de suas preocupa(,-nes mais vivas. Desejamos aqui apontar
tas propriedades agrícolas, o valor dos escravos superava o das terras e suas
certos aspectos de seu pensamento em
benfeitorias, confonne se pode inferir de
relação com os problemas fundamentais
numerosas hipotecas então inscritas." (1) Simonsen fala na ausência de "cons
da economia nacional.
Em 1938, a convite do Departamento de Cultura da
Universidade de São
ciência econômica" cios líderes politícos
daquela hora: éles não previram as con-
bre as conseqüências econômicas da abo
feqüêncías do ato abolicionista. Claro que não se trata do seu retardamento:
lição. Não foi a costumeira hi.stória dos
seria impossível. Era um processo que
fatos e a análise superficial da ocorrôncia, com a declaração de que limpá
.se vinha agravando dia a dia, vencendo
Paulo, fez um dos melhores estudos sô-
resistências retrógradas.
Foi retardado
vamos uma mancha em face do uni
o quanto possível pelos interesses escra
verso etc. O seu espírito vigorosamen
vocratas.
te analítico partiu de dados estatísticos
sobra para as medidas políticas de adap
quanto à demografia, quanto ao progres so das nossas indústrias, da nossa lenta
agricultura. Isto é, partiu do conheci
mento das diversas camadas da popula ção ativa empenhada na criação de nossa riqueza, para daí inferir as necessida
des de novas formas de trabalho recla
madas pelo nível superior das estruturas em desenvolvimento. Sucessivas leis, desde a cessação do tráfico (1850), haviam deterpiinado o declínio da massa
escrava enquanto a imigração européia aumentava. Na altura de 1871 (lei do
ventre livre), já orçava o braço servil em menos de 2 milhões.
O fundo de
emancipação, a manumissão espontânea,
atuaram fortemente, reduzindo-o a qua se 1 milhão. Quando chegamos ao 13
Havia, portanto, tempo de
tação, facultando uma transição que não
desorganizasse o trabalho rural. Mas não houve providências legislativas que preparassem a transição inevitável. Procurou-.se apenas barrar o curso da onda abolicionista. Criar obstáculos. A "cons ciência econômica" não permitiu aos es
tadistas ver e compreender que, diante da mudança ditada pelos acontecimento.'^ históricos, seriam necessários pontos de
vista mais plásticos, mais compreensi vos, mais maleáveis ao curso dos fatos,
que não se contraria a trôco de decretos.
Mas copiamos
a fina intuição das realidades econômi
bertos condicionais.
se deveriam adotar. Simonsen colhe al
gumas provas: perde-se boa parte da safra cafeeira por falta de colheita. Seu volume, porém, foi alto e não hou\e a
Diante
te Simonsen:
"Influenciado pela alta cambial e pelo afluxo de capitais estrangeiros ao país,
acreditava Ouro-Prêto que poderia pro mover a conversibilidade definitiva da
queda do produto. No vale do Paraíba,
moeda nacional, e nesse sentido foram
os cafèzais, assegurados pelo braço ser vil, decaíram lamentávelmente. As di vidas roíam os proprietários; —ca abo
dadas concessões u vários bancos emis
sores, pura a emissão de bilhetes con versíveis em ouro, abolindo-sc a emissão
acreditava que o abolicionismo ia inau
prevista sôbre títulos públicos. "Deu-se grande expansão aos emprés timos a fazendeiros, por intermédio dos
gurar a era luminosa: o cati\'eiro nos
bancos e sociedades financeiras, c, nes
lição precipitou-os. Levado pela pro paganda literária, o país ingênuaniente atrasava em velhos moldes de miséria c
se sentido, foram assinados contratos
ignorância. Não víamos que, rompidas gargalheiras, incorporando á massa
com 17 entidades para uma soma glo
da nação uma leg-ão de traba*hadores do eito, era indispensável resolver ou
um empréstimo interno de 100.000 con
tros problemas decorrentes da transi ção para o sistema de trabalho .sala-
bal de 172.000 contos.
Foi lançado
tos ouro, juros de 4%, que foi coberto mais de duas vezes. Finalmente, a
riado.
2 de outubro, contratou o govômo com o Banco Nacional do Brasil o res
Preparação de esi?ecialietas e técnicos
cial." (2)
Outros aspectos do movimento aboli lado de Simonsen. efeitos históricos.
Assim é que, na A implantação defi-
gate em 6 anos do papel-moeda ofi Sobrevêm novas conversões, novos em
préstimos. Marclia-se para a inflação dos negócios: definem-se os primeiros sintomas do encilhamento... Somam-se os descontentamentos nu
ma resultante vetorial única: a Repú
cas que manifestavam os parlamentares
sas de custeio, determinou maior solici
ram pela ampliação da circulação mo-
prados no norte, onde a população livre
impacto brutal dos conflitos irremediá
negro.
veis. Por isso atinaram com as gradações que permitem as transições e o prn-
gir a 700 mil contos de réis. Em mui
nossa política, em 1888, não tiveram a visão clara das medidas econômicas que
gôsto dos proprietários rurais.
desse panorama, resume magistralmen
blica.
crescia c não era tão necessário o braço
Em 1888, deveria êsse investimento atin
Mas dizíamos que o.s orientadores de
oitiva do trabalho livre, exigindo despe
britânicos, mestres na arte de apanxr o choque dos acontecimentos e desviar o
do capital apresentado pela escravaria.
tais — e a política financeira de OuroPrêto era uma satisfação tardia ao des-
quele magnífico ensaio, indica-nos outros
vam no cenário inglês.
republicana alteava o dorso nas capi
trofes.
tempo as figuras que nos impressiona
de 7(X) escravos, e uns 300 ingênuos, li
"A face importante da questão — es creve Simonsen — era, porém, o valor
gresso dentro da ordem legal, sem a.»: surpresas das revohrções e. suas catás
cionista não se furtaram ao espírito ati
exterioridades. Escapava-no.s o espírito.
Mais de 2/3 se
19
Falávamos muito em parlamentarismo, e voltamos sempre as vistas para o par lamentarismo inglês. Copiamos muito
de maio, a Lei Áxuea encontra um total
concentravam no cultivo do café, com
DiGESTo Econômico
(1) Simonsen. R., Ensaios Sociais. Po
litícos e Econômicos, edição da Fe deração das Indústrias de São Pau lo. 1943.
tação e procura de numerário. Clama netárto. Sobe à tona da discussão par lamentar o debate sobre a unidade ou a
plxiralídade dos bancos de emissão. Ven ceu a pluralidade. O lastro .seria misto: ouro e apólices da dívida pública. Elntrávamos na fase crepuscular da
monarquia.
O fazendeiro abandonava
o trono à sua própria sorte.
A onda
Debalde — observa Simonsen ~ o go-
vêmo republicano se esforça para deter o progresso inflacionista. E traça-ao,s o quadro seguinte:
"1) — Capital total dos bancos e em presas, incorporados no Rio de Janeiro desde a Independência até 1888: — 410!879:000$000. (2) Idem, ibidem.
C£. ainda: História
Econômica do Brasil, vol. I, Brasi liana. São Paulo. 1936.
Djcf_sto
20
2) - Capital lotai dos bancos e em
presas, incorporados entre maio de 1888 e 15 de novembro de 1889: — 402.610:0003000;
3) - Idem, entre novembro de 1889 e outubro de 1890: — 1.169.388:000$000. Assim — comenta S nionsen — o pe
ríodo de jogo e especulaç'ão que se se guiu à proclamaçáo da República teve suas raízes no seio dos interesses em
ctjnflito corrv o movimento abolicionista. Indicando tôdas essas causas reais que
Econômico
que medidas de caníter meramente po lítico não poderão corrigir. "O salário, em grandes zonas do Nor te, representa hoje muito menos do que o simples valor dos juros o amortização de um ''c.scra\'o nos últimos tempos da Monarquia..." (3)
Nessa pobreza quase generaliziida. não liá senão um caminho: o rumo das in
vestigações econômicas, das pesquisas tecnológicas, qiie propulsionem as indús trias em conexão com a exploraç.ão agrí cola, atraindo os capitais às atividades fundamentais de criação da riquezii. Por
Dicesto Econômico
êsses propósitos contrariassem as condi
por intuições on palpites. As formas de
ções fundamentais de nossa formação
competição são objeto de estudos cuidadosos e os organismos criados no
nacional nem ferissem o.s "princípio.s de mocráticos em que desejamos viver". E
país precisam de conhecimentos para poder subsistir em mundo tão com
assinalava que o planejamento teria que atender, segundo resolução do Congres
plexo.
so das classes produtoras de Teresópolis, à harmonização de "um alto grau de segurança econômica para o indiví duo. com" um máximo de garantia para
Pkinejamento e defesa de nossos produtos
— embora não sejam, unilateralmente, os
ÍS.SO, Roberto Simonsen jamais desviou
Com a atenção voltada para nossa economia industrial, Simonsen repetiu algumas vêzes, em seus escritos e con ferências, c[ue o progrc.s-.vo de nossa agri-
únicos, como agradaria à interpretação econômica e simplificadora — Simon-
os olhos dos órgãos educativos. Êle quis
ctiUura estava condicionado pelo desen
que o seu país possuísse c.scolas especia
sen compreende lúcidamente o jogo
lizadas, aptas a formar gerações capazes de enfrentar os problemas que sempre
volvimento de nossas. indústrias. Desta maneira, cre.sccria facilmente o mercado
foram, até certo ponto, os fatores mais próximos dos acontecimentos políticos
complexo das interdependências no.s su cessos estudados. Ele expõe, com cla reza verdadeiramente didática, como o
trabalho servil produzia reflexos desas trosos à própria classe possidente nos
campo.s.
O trabalho escravo entorpe
meditou e buscou compreender e solu
cie consumo das nossas matérias-primas. Estas não criam, pela exportação, nos mercados externos, suficiente poder de
cionar. Em 1939, na Federação das Indústrias, em São Paulo, notava, em
compra — dada a desvantagem que, nas
conferência, que a Escola Politécnica sur
trocas internacionais, incidem sóbre os
gira quando os primeiros capitais de
países atrasados, cuja .sorte c a de ce
cia, ou melhor, embotava a compreen
vulto, formados na
leiros de matéria-prima à disposição dos
são dos problemas agrícolas por parte
instigariam novos horizontes à civiliza ção paulista. Mais capitais seriam atraí
dos proprietário.s. Reinava uma grande ignorância sobre os efeitos da concorrên
cia interna e externa. Tudo isso apare ceria à luz quando se fizesse a libertação do negro.
Ao concluir, diz-nos corajosamente:
lavoura
dos, de fora do país, pelas possibilida des que se ofereciam na área da ruhiácea.
A vida as.sociativa, (jn»» crescia
como rêde ganglionar, reclamava obva.s públicas — ferrovias, rodovias, esgotos,
"Na verdade. sonms
uma
na
cafeeira.
iluminação, etc. (4).
Tôcla uma
ção que ainda
série cie proble
não formou uma
mas técnicos cla mava por enge
consciência
co
letiva, capaz cie compreender os
seus problemas fundamentais. "Um inquérito sobre as condições de vida das populações, em vastas regiões do país, demonstraria que uma grande massa de patrícios nüS.sos jaz, ainda
bojo, em verdadeira .servidão econômica.
nheiros, cos,
médi
sanitaristas.
E os problemas econômicos pediam tam
bém seus especialistas.
Com o desen-
(3) Simonsen, R.. Ensaios, p. 20: "As conseqüências econômicas cia Abo lição".
(4) Idem. p. 249_: "O Instituto de Engç.nharia de Sao Paulo".
Simonsen não admitia, contudo, (jue
volvimento das indústrias, èsses proble mas não poderão mais ser resolvidos
países industrialmente liderantes. No mundo atual, êsses problemas èstóx) conpxos c interdependem, recla mando um estudo e planteamento ein
conjunto: daí uma crescente necessidade de planificação, cabendo aos técnicos uma rc.sponsabilidade de grande signifi cação científica. Defendendo a idéia do planejamento,
disse que esta "não visa alcançar uma
.sua liberdade". (6)
Quando Simonsen analisa o.s problema.s econômicos, não dei.xa de ter pre
sente no espírito "o estado de pobreza de nosso país desde a era de sua inde
pendência e o nosso limitado ritmo de progre.sso, comparado ao dos deniais paí.ses que .se adiantaram nesses últimos cem anos". Èle julga que não podemos enfrentar, nos mercados externos, os
produtos de exportação asiática, stib a ação política de nações coloniais onde ^ vigora o preço vil do trabalho que lhes permite um custo ínfimo, bso afasta facilmente nossa competição, ou a debi lita consideràvelmcnte nos mercados de
produtos tropicais. Debatendo com ou tro grande mestre em matéria econômi ca, nome de notável relevo entre nós e mesmo fora de nossas fronteiras, como é
o do sr. Eugênio Gndin — Roberto Si monsen buscou mostrar que nossos pro
blemas divergem fundamentalmente dos dos países de economia líder. Porque estes, "dotados de avançado aparellia-
estabilidade econômica que importaria na manutenção do nosso estado de po breza, mas objetiva, isso sim, a própria reestruturação econômica do país. Apro veita os ■ ensinamentos oferecidos pelos
tores de produção, não são os que maisinteressam aos países novos, de estru
planejamentos econômicos dos Estados
tura econômica fraca, de economia se-
mento econômico em relação ao emprê-
go total e ao desequilíbrio entre os fa
Unidos e Grã Bretanha durante a guer
ra e pela técnica do planejamento nis
(5) Simonsen, R., O Planejamento da
so, conciliando-os com as tendências e realidades brasileiras". (5)
(6) Idem. Cf. A Evolução Industrial do Brasil, São Paulo. 1939.
í. .fi
Economia Brasileira, São Paulo. 1945.
j.,.,
,.
Djcf_sto
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2) - Capital lotai dos bancos e em
presas, incorporados entre maio de 1888 e 15 de novembro de 1889: — 402.610:0003000;
3) - Idem, entre novembro de 1889 e outubro de 1890: — 1.169.388:000$000. Assim — comenta S nionsen — o pe
ríodo de jogo e especulaç'ão que se se guiu à proclamaçáo da República teve suas raízes no seio dos interesses em
ctjnflito corrv o movimento abolicionista. Indicando tôdas essas causas reais que
Econômico
que medidas de caníter meramente po lítico não poderão corrigir. "O salário, em grandes zonas do Nor te, representa hoje muito menos do que o simples valor dos juros o amortização de um ''c.scra\'o nos últimos tempos da Monarquia..." (3)
Nessa pobreza quase generaliziida. não liá senão um caminho: o rumo das in
vestigações econômicas, das pesquisas tecnológicas, qiie propulsionem as indús trias em conexão com a exploraç.ão agrí cola, atraindo os capitais às atividades fundamentais de criação da riquezii. Por
Dicesto Econômico
êsses propósitos contrariassem as condi
por intuições on palpites. As formas de
ções fundamentais de nossa formação
competição são objeto de estudos cuidadosos e os organismos criados no
nacional nem ferissem o.s "princípio.s de mocráticos em que desejamos viver". E
país precisam de conhecimentos para poder subsistir em mundo tão com
assinalava que o planejamento teria que atender, segundo resolução do Congres
plexo.
so das classes produtoras de Teresópolis, à harmonização de "um alto grau de segurança econômica para o indiví duo. com" um máximo de garantia para
Pkinejamento e defesa de nossos produtos
— embora não sejam, unilateralmente, os
ÍS.SO, Roberto Simonsen jamais desviou
Com a atenção voltada para nossa economia industrial, Simonsen repetiu algumas vêzes, em seus escritos e con ferências, c[ue o progrc.s-.vo de nossa agri-
únicos, como agradaria à interpretação econômica e simplificadora — Simon-
os olhos dos órgãos educativos. Êle quis
ctiUura estava condicionado pelo desen
que o seu país possuísse c.scolas especia
sen compreende lúcidamente o jogo
lizadas, aptas a formar gerações capazes de enfrentar os problemas que sempre
volvimento de nossas. indústrias. Desta maneira, cre.sccria facilmente o mercado
foram, até certo ponto, os fatores mais próximos dos acontecimentos políticos
complexo das interdependências no.s su cessos estudados. Ele expõe, com cla reza verdadeiramente didática, como o
trabalho servil produzia reflexos desas trosos à própria classe possidente nos
campo.s.
O trabalho escravo entorpe
meditou e buscou compreender e solu
cie consumo das nossas matérias-primas. Estas não criam, pela exportação, nos mercados externos, suficiente poder de
cionar. Em 1939, na Federação das Indústrias, em São Paulo, notava, em
compra — dada a desvantagem que, nas
conferência, que a Escola Politécnica sur
trocas internacionais, incidem sóbre os
gira quando os primeiros capitais de
países atrasados, cuja .sorte c a de ce
cia, ou melhor, embotava a compreen
vulto, formados na
leiros de matéria-prima à disposição dos
são dos problemas agrícolas por parte
instigariam novos horizontes à civiliza ção paulista. Mais capitais seriam atraí
dos proprietário.s. Reinava uma grande ignorância sobre os efeitos da concorrên
cia interna e externa. Tudo isso apare ceria à luz quando se fizesse a libertação do negro.
Ao concluir, diz-nos corajosamente:
lavoura
dos, de fora do país, pelas possibilida des que se ofereciam na área da ruhiácea.
A vida as.sociativa, (jn»» crescia
como rêde ganglionar, reclamava obva.s públicas — ferrovias, rodovias, esgotos,
"Na verdade. sonms
uma
na
cafeeira.
iluminação, etc. (4).
Tôcla uma
ção que ainda
série cie proble
não formou uma
mas técnicos cla mava por enge
consciência
co
letiva, capaz cie compreender os
seus problemas fundamentais. "Um inquérito sobre as condições de vida das populações, em vastas regiões do país, demonstraria que uma grande massa de patrícios nüS.sos jaz, ainda
bojo, em verdadeira .servidão econômica.
nheiros, cos,
médi
sanitaristas.
E os problemas econômicos pediam tam
bém seus especialistas.
Com o desen-
(3) Simonsen, R.. Ensaios, p. 20: "As conseqüências econômicas cia Abo lição".
(4) Idem. p. 249_: "O Instituto de Engç.nharia de Sao Paulo".
Simonsen não admitia, contudo, (jue
volvimento das indústrias, èsses proble mas não poderão mais ser resolvidos
países industrialmente liderantes. No mundo atual, êsses problemas èstóx) conpxos c interdependem, recla mando um estudo e planteamento ein
conjunto: daí uma crescente necessidade de planificação, cabendo aos técnicos uma rc.sponsabilidade de grande signifi cação científica. Defendendo a idéia do planejamento,
disse que esta "não visa alcançar uma
.sua liberdade". (6)
Quando Simonsen analisa o.s problema.s econômicos, não dei.xa de ter pre
sente no espírito "o estado de pobreza de nosso país desde a era de sua inde
pendência e o nosso limitado ritmo de progre.sso, comparado ao dos deniais paí.ses que .se adiantaram nesses últimos cem anos". Èle julga que não podemos enfrentar, nos mercados externos, os
produtos de exportação asiática, stib a ação política de nações coloniais onde ^ vigora o preço vil do trabalho que lhes permite um custo ínfimo, bso afasta facilmente nossa competição, ou a debi lita consideràvelmcnte nos mercados de
produtos tropicais. Debatendo com ou tro grande mestre em matéria econômi ca, nome de notável relevo entre nós e mesmo fora de nossas fronteiras, como é
o do sr. Eugênio Gndin — Roberto Si monsen buscou mostrar que nossos pro
blemas divergem fundamentalmente dos dos países de economia líder. Porque estes, "dotados de avançado aparellia-
estabilidade econômica que importaria na manutenção do nosso estado de po breza, mas objetiva, isso sim, a própria reestruturação econômica do país. Apro veita os ■ ensinamentos oferecidos pelos
tores de produção, não são os que maisinteressam aos países novos, de estru
planejamentos econômicos dos Estados
tura econômica fraca, de economia se-
mento econômico em relação ao emprê-
go total e ao desequilíbrio entre os fa
Unidos e Grã Bretanha durante a guer
ra e pela técnica do planejamento nis
(5) Simonsen, R., O Planejamento da
so, conciliando-os com as tendências e realidades brasileiras". (5)
(6) Idem. Cf. A Evolução Industrial do Brasil, São Paulo. 1939.
í. .fi
Economia Brasileira, São Paulo. 1945.
j.,.,
,.
Djcbsto Econômico
Dxcksto Econômico
23
tni-colonial. com produção não-diversificada, que, com a ausência de institui
com um baixíssimo padrão do vida.
ções e aparelhamentos econômicos e
desprestigiados no concêrto internacio
financeiros e a baixa densidade demo
nal das nações". (9)
ao estatuto de "fazenda ultramarina",
gráfica, vivem em estado de crise per manente, que ainda mais se agrava com
i
O direito sociol internaàoml
as repercussões das depressões cíclicas
tabelecimento de semelhante critério. Buscar-se-ia através dêle, mediante cor
podem dirigir como desejariam. Con forme aponta Simonsen, justamente os
Simonsen — não parece inipo.«sível o es
social atenuar a excessiva desigualdade
força, indagava:
dústrias lançou as diretrizes essenciais
dutos primários no mercado externo, do
nações, de.siguaidade cada
qual dependem os países atrasados
agravada pela concentração técnica e
mãos de pequeno número, o imperia-
Seus últimos trabalhos gravitavam em
tômo desse sério problema nacional: o
para um programa de longas conseoüCncías, que deveria ser ampliado e fun damentado sob sua inspiração e estímu
lo. Reportando-se ao que declarara no
lismo dos grandes centros financeiros e
auditório dos "Serviços Hollerith", a 8 de outubro de 1943, Simonsen repete;
industriais, que, controlando o mercado
"Quando se realizam tantos tratados
de matérias-primas, produzem os instru mentos de força política e econômica?" Em seguida, passava a mostrar como os países do liberalismo econômico ar
voraram a bandeira somente depois de suas próprias condições industriais terem
atingido nível técnico superior às de mais, permitindo-lhes competir vitorio
samente nos mercados. "Nenhum país ergueu um sistema industrial sem pro teção" — resume Simonsen. (8) Ade mais, no mecanismo do comércio inter
nacional intervém agora organismos oligopolístícos. cm formas de competição que estão muito longe das que foram idealizadas e esquemutizadas pela Eco-
nomía clássica. Não se explica, pois, que nesse mundo completamente mudado fôssemos atrás de regras de conduta eco
nômica antiquadas, que fariam apenas do Brasil "uma China de ante-guerra,
de comércio entre uma nação fortemen
te industrializada e outra em que pre
dominam, como artigo de exportação, os
chamados produtos coloniais, promuvese de fato a troca de produtos fraca mente remunerados por outros altamen
te recompensados. Mesmo que se equi librem em valor monetário os balanços de comércio e de pagamentos entre es
sas nações, o intercâmbio realizado fa vorece, sem dúvida, o pais mais indus trializado." (10)
Noutras palavras, trocam-se, muitas
vezes, 15 dias de trabalho agrícola por 1 dia de trabalho industrial. Que fazer diante das desproporções? Ocorre a Simonsen um entendimento em bases di
ferentes que deveriam ser tratadas num espírito de cooperação entre as nações
interessadas: a desigualdade real deve-
embora alguns privilegiados passassem
uma vida farta à custa dos lavradores e
L;
tos das variações dos preços, que não
do uma igualdade de trocas influencia da pelos princípios de justiça? "No plano internacional — discorre
países que dispõem de superior pode rio industrial ditam os preços dos pro
pólios, a proletarizaçáo crescente das massas, a concentração da riqueza nas
'j
que assentasse as bases de unia coope ração internacional efetiva sob a égide
das nossas trocas nos mercados exter nos. No Conselho de Economia das In
ral tenha facilitado a eclosão dos mono
;
ria ser compensada por complementos de ordem social c política, que ajudas sem o soerguimento do nível técnico e da renda nacional das alta.s partes con tratantes. Os países de exportação de produtos primários sofrem mnis os efei
dos países supercapitalizados".. . (7). E depois de bem acentuar suas convic ções democráticas, contrárias a qualquer forma de compressão dos regimes de "Negará o relator que o regime libe
'
23
de trabalhadores de café, de algodão e de alguns minérios" — diz fortemente SimorLsen. E conclui: "Regressaríamos
(7) (8)
Idem. Idem, ibidem.
(9) Idem, ibidem.
(10)
Memorandum, apresentado no Con selho de Economia das Indústrias, de que era presidente.
i
retivos de ordem econômica, política e dc fato atualmente existente entre as
vez mais
cconòmicamentc, todos baseados no co
capitulística, c pelo regime das relações
mércio exterior.
econômicas vigentes no terreno interna cional." (12)
"Segue-se daí que a política dos paí ses de.senvolvidos, até agora refletida
Louvando o espírito de solidariedade
nos acordos internacionais, sob a égi
que pretende revelar pelo Plano Mar
de da igualdade jurídica das nações, •
shall, Simonsen pimha em relevo a ne
significa, em última análise, pela pre dominância de seus interêsses e pela subestimação dos interêsses dos países
cessidade de dar-lhe conteúdo mais ní
menos desenvolvidos, a perpetuação de
tido, congregando os países sul-americanos em tômo de um programa de justiça internacional. (13) Dentro dessa
uma desigualdade de fato." (11)
esfera, o Brasil teria dc firmar-se como
deixam campo livre aos países indus
povo politicamente organizado. Suas últimas palavTas, no discurso ao embai
trializados, em detrimento dos países
xador vau Zeeland, ainda c-xprimiram
retardados.
evssas preocupações patrióticas e humani tárias. Uma poMtica de e'e\'ação do ní vel tecnológico faria efetiva nossa parti cipação nas áreas cresconte.s do 'ntei-
Os áutomatismos do "laissez faire"
Que soluçã.ü seria aconse
lhável à humanidade nessa etapa de sua evolução? Certamente a mais compa tível com o estado de civilização cien
tífica a que chegou: a análise dos pro blemas, o entendimento para a organi zação de um sistema racional que per
câmbio internacional, robustecendo nos so consumo interno, acelerando a fonna-
mitisse o encaminhamento da solução
sa estrutura econômica incipiente.
acertada e serena daquelas desigualdar
Como conseguir êsses objetivos?
des econômicas.
Aqui o pensamento de Simonsen ga nhou horizontes mais largos: se, den tro dos quadros nacionais, constituiuse um direito social para evitar as de
ção de capitais reais, impulsionando nos Simonsen mostrava dois caminhos: ou
"por uma adequada proteção que asse gure o mercado interno", processo que julgava lento e rigoroso; ou "pela co operação iiifcrnocional dentro dc um no-
sigualdades entre o economicamente dé bil e o economicamente forte, em base.s
de equilíbrio, — por que não se cons tituir um direito social internacional.
(11) Idem, ibidem. (12) Idem, ibidem.
(13) Idem. ibidem. — Cf. História Eco nômica do Brasil, vol. 2.o.
Djcbsto Econômico
Dxcksto Econômico
23
tni-colonial. com produção não-diversificada, que, com a ausência de institui
com um baixíssimo padrão do vida.
ções e aparelhamentos econômicos e
desprestigiados no concêrto internacio
financeiros e a baixa densidade demo
nal das nações". (9)
ao estatuto de "fazenda ultramarina",
gráfica, vivem em estado de crise per manente, que ainda mais se agrava com
i
O direito sociol internaàoml
as repercussões das depressões cíclicas
tabelecimento de semelhante critério. Buscar-se-ia através dêle, mediante cor
podem dirigir como desejariam. Con forme aponta Simonsen, justamente os
Simonsen — não parece inipo.«sível o es
social atenuar a excessiva desigualdade
força, indagava:
dústrias lançou as diretrizes essenciais
dutos primários no mercado externo, do
nações, de.siguaidade cada
qual dependem os países atrasados
agravada pela concentração técnica e
mãos de pequeno número, o imperia-
Seus últimos trabalhos gravitavam em
tômo desse sério problema nacional: o
para um programa de longas conseoüCncías, que deveria ser ampliado e fun damentado sob sua inspiração e estímu
lo. Reportando-se ao que declarara no
lismo dos grandes centros financeiros e
auditório dos "Serviços Hollerith", a 8 de outubro de 1943, Simonsen repete;
industriais, que, controlando o mercado
"Quando se realizam tantos tratados
de matérias-primas, produzem os instru mentos de força política e econômica?" Em seguida, passava a mostrar como os países do liberalismo econômico ar
voraram a bandeira somente depois de suas próprias condições industriais terem
atingido nível técnico superior às de mais, permitindo-lhes competir vitorio
samente nos mercados. "Nenhum país ergueu um sistema industrial sem pro teção" — resume Simonsen. (8) Ade mais, no mecanismo do comércio inter
nacional intervém agora organismos oligopolístícos. cm formas de competição que estão muito longe das que foram idealizadas e esquemutizadas pela Eco-
nomía clássica. Não se explica, pois, que nesse mundo completamente mudado fôssemos atrás de regras de conduta eco
nômica antiquadas, que fariam apenas do Brasil "uma China de ante-guerra,
de comércio entre uma nação fortemen
te industrializada e outra em que pre
dominam, como artigo de exportação, os
chamados produtos coloniais, promuvese de fato a troca de produtos fraca mente remunerados por outros altamen
te recompensados. Mesmo que se equi librem em valor monetário os balanços de comércio e de pagamentos entre es
sas nações, o intercâmbio realizado fa vorece, sem dúvida, o pais mais indus trializado." (10)
Noutras palavras, trocam-se, muitas
vezes, 15 dias de trabalho agrícola por 1 dia de trabalho industrial. Que fazer diante das desproporções? Ocorre a Simonsen um entendimento em bases di
ferentes que deveriam ser tratadas num espírito de cooperação entre as nações
interessadas: a desigualdade real deve-
embora alguns privilegiados passassem
uma vida farta à custa dos lavradores e
L;
tos das variações dos preços, que não
do uma igualdade de trocas influencia da pelos princípios de justiça? "No plano internacional — discorre
países que dispõem de superior pode rio industrial ditam os preços dos pro
pólios, a proletarizaçáo crescente das massas, a concentração da riqueza nas
'j
que assentasse as bases de unia coope ração internacional efetiva sob a égide
das nossas trocas nos mercados exter nos. No Conselho de Economia das In
ral tenha facilitado a eclosão dos mono
;
ria ser compensada por complementos de ordem social c política, que ajudas sem o soerguimento do nível técnico e da renda nacional das alta.s partes con tratantes. Os países de exportação de produtos primários sofrem mnis os efei
dos países supercapitalizados".. . (7). E depois de bem acentuar suas convic ções democráticas, contrárias a qualquer forma de compressão dos regimes de "Negará o relator que o regime libe
'
23
de trabalhadores de café, de algodão e de alguns minérios" — diz fortemente SimorLsen. E conclui: "Regressaríamos
(7) (8)
Idem. Idem, ibidem.
(9) Idem, ibidem.
(10)
Memorandum, apresentado no Con selho de Economia das Indústrias, de que era presidente.
i
retivos de ordem econômica, política e dc fato atualmente existente entre as
vez mais
cconòmicamentc, todos baseados no co
capitulística, c pelo regime das relações
mércio exterior.
econômicas vigentes no terreno interna cional." (12)
"Segue-se daí que a política dos paí ses de.senvolvidos, até agora refletida
Louvando o espírito de solidariedade
nos acordos internacionais, sob a égi
que pretende revelar pelo Plano Mar
de da igualdade jurídica das nações, •
shall, Simonsen pimha em relevo a ne
significa, em última análise, pela pre dominância de seus interêsses e pela subestimação dos interêsses dos países
cessidade de dar-lhe conteúdo mais ní
menos desenvolvidos, a perpetuação de
tido, congregando os países sul-americanos em tômo de um programa de justiça internacional. (13) Dentro dessa
uma desigualdade de fato." (11)
esfera, o Brasil teria dc firmar-se como
deixam campo livre aos países indus
povo politicamente organizado. Suas últimas palavTas, no discurso ao embai
trializados, em detrimento dos países
xador vau Zeeland, ainda c-xprimiram
retardados.
evssas preocupações patrióticas e humani tárias. Uma poMtica de e'e\'ação do ní vel tecnológico faria efetiva nossa parti cipação nas áreas cresconte.s do 'ntei-
Os áutomatismos do "laissez faire"
Que soluçã.ü seria aconse
lhável à humanidade nessa etapa de sua evolução? Certamente a mais compa tível com o estado de civilização cien
tífica a que chegou: a análise dos pro blemas, o entendimento para a organi zação de um sistema racional que per
câmbio internacional, robustecendo nos so consumo interno, acelerando a fonna-
mitisse o encaminhamento da solução
sa estrutura econômica incipiente.
acertada e serena daquelas desigualdar
Como conseguir êsses objetivos?
des econômicas.
Aqui o pensamento de Simonsen ga nhou horizontes mais largos: se, den tro dos quadros nacionais, constituiuse um direito social para evitar as de
ção de capitais reais, impulsionando nos Simonsen mostrava dois caminhos: ou
"por uma adequada proteção que asse gure o mercado interno", processo que julgava lento e rigoroso; ou "pela co operação iiifcrnocional dentro dc um no-
sigualdades entre o economicamente dé bil e o economicamente forte, em base.s
de equilíbrio, — por que não se cons tituir um direito social internacional.
(11) Idem, ibidem. (12) Idem, ibidem.
(13) Idem. ibidem. — Cf. História Eco nômica do Brasil, vol. 2.o.
Dicksto
24
Econômico
vo conceito de direito social internacio-
deriam acalentar.
nai e sob novas fórmulas positivas de ajuda econômica, técnica c financeira" — capaz de estimular a produtividade de todos os países atrasados. (14)
como um clarão de esperança, iluminan
Foi seu último sonlio. Seria realizii-
vel — ou perder-se-ia nas agitações sem fim do turbadissimo cenário universal?
Náo indagamos aqui.
Morreu dentro
desse sonho, numa última e\'Ocação de
paz e justi^-a entre os povos — um sonho limpidamente humano, que só um cé rebro generoso e um grande coração po
Um sonho que sorri,
do os contornos longínquos das praias
o (PíxmxSL
dit Sxmtad,
YHl
do futuro, encjuanto o homem pergun
FUANCISCO PlXESTES Maia
ta, a nda dentro da borra.sca,
"onde pode acolher-se uin fraco humano, onde terá segura a curta vida, que não se arme e se indigne o céu sereno
TRAVKSSl.V
do
estuá
rio, mediante ponte alta ou túnel, apresentando certos inconvenientes, ca be estudar a hipótese de uma ponte baixa, de vão
contra um bicho da terra tão pequeno?" (14) Citação de seu último discurso, pu blicado no "Diário Carioca", de 20
A principal vantagem relativamente à ponte alta é a economia, pelo cncurtamento dos acessos
c
menor
altura
dos
pilares.
Dispensa outrossim aCessos suplemen tares, aconselháveis no primeiro caso.
Segunda vantagem é o menor per curso a que ohriga, e a mcngr altura: os veículos . c transeuntes terão dc
galgar apenas 25 metros, e não 70 ou 80, que c quase a altura
ligações entre o Coníincn/tJ e as ilhas de São Vicente e de Santo Amaro.
No
próximo artigo será encarado o problema urbanístico dc Santos.
dó
MartinelH.
de passar todo por aqui; a ligação ao litoral norte far-sc-ia através de San
tos c do canto NO da Ilha de Santo
Amaro, pelas pontes do estuário e do monte
Cabrão,
recaindo
clepoi.<
no
trajeto já apontado para o litoral.
Mas a manutcjtção da rodovia SaboóBarnahé-Bcrtioga, ao menos com 2 vias, parece-nos a melhor solução. Realizável já ou em etapa posterior, aliviará a ponte do estuário e o cen
Em relação ao túnel, apresenta so bretudo a vantagem econômica (pois custa metade por via) c a estética,
tro de Santos, c irá servir uma região hoje abandonada do município. Êste plano adota, assim, a ponte
pois é sempre mais agradável uma
pelo Saboó (2 linhas férreas trilhos e 2 filas carroçáveis) e ponte urbana no estuário, para las (2 linhas de " tramway" e
travessia superior, desfrutando o pa norama e o ar livre, que num túnel abafadiço.
Se
os
tráfegos
cruzados
íòssem
pouco importantes, e a altura fòsse mí nima, a passagem de
linhas
férreas
pela ponto seria tolerável. Mas à vis
de 3 uma 6 fi 4 de
veículos comuns).
A primeira é de necessidade imediata^ para receber as estradas de ferro, mas o tabuleiro rodoviário é
ta das características do tráfego lo
adiável.
cal, das difíceis conexões ferroviárias
hieràrquicamente como segunda, em-
nas duas margens (principalmente do
; •
Prestes Maia examina neste trabalho as
móvel.
maio de 1948.
■■-.'ÂnÁ-A
O ilustre homem ptddico Dr. Francisco
A
do
estuário
classifica-se
•l)ora convenha considerar-se simulta
lado de Santos), é preferível relegar as ferrovias para a ponte Saboó-Bar-
neamente, devido à sua importância para o desenvolvimento portuário e ,
nabé e reservar a do estuário para a
urbanístico de Santo Amaro, com re
circulação comum e de pedestres. O
flexo na própria cidade de Santos, as
tráfego rodoviário, na realidade, po-
sim praticamente ampliada.
Dicksto
24
Econômico
vo conceito de direito social internacio-
deriam acalentar.
nai e sob novas fórmulas positivas de ajuda econômica, técnica c financeira" — capaz de estimular a produtividade de todos os países atrasados. (14)
como um clarão de esperança, iluminan
Foi seu último sonlio. Seria realizii-
vel — ou perder-se-ia nas agitações sem fim do turbadissimo cenário universal?
Náo indagamos aqui.
Morreu dentro
desse sonho, numa última e\'Ocação de
paz e justi^-a entre os povos — um sonho limpidamente humano, que só um cé rebro generoso e um grande coração po
Um sonho que sorri,
do os contornos longínquos das praias
o (PíxmxSL
dit Sxmtad,
YHl
do futuro, encjuanto o homem pergun
FUANCISCO PlXESTES Maia
ta, a nda dentro da borra.sca,
"onde pode acolher-se uin fraco humano, onde terá segura a curta vida, que não se arme e se indigne o céu sereno
TRAVKSSl.V
do
estuá
rio, mediante ponte alta ou túnel, apresentando certos inconvenientes, ca be estudar a hipótese de uma ponte baixa, de vão
contra um bicho da terra tão pequeno?" (14) Citação de seu último discurso, pu blicado no "Diário Carioca", de 20
A principal vantagem relativamente à ponte alta é a economia, pelo cncurtamento dos acessos
c
menor
altura
dos
pilares.
Dispensa outrossim aCessos suplemen tares, aconselháveis no primeiro caso.
Segunda vantagem é o menor per curso a que ohriga, e a mcngr altura: os veículos . c transeuntes terão dc
galgar apenas 25 metros, e não 70 ou 80, que c quase a altura
ligações entre o Coníincn/tJ e as ilhas de São Vicente e de Santo Amaro.
No
próximo artigo será encarado o problema urbanístico dc Santos.
dó
MartinelH.
de passar todo por aqui; a ligação ao litoral norte far-sc-ia através de San
tos c do canto NO da Ilha de Santo
Amaro, pelas pontes do estuário e do monte
Cabrão,
recaindo
clepoi.<
no
trajeto já apontado para o litoral.
Mas a manutcjtção da rodovia SaboóBarnahé-Bcrtioga, ao menos com 2 vias, parece-nos a melhor solução. Realizável já ou em etapa posterior, aliviará a ponte do estuário e o cen
Em relação ao túnel, apresenta so bretudo a vantagem econômica (pois custa metade por via) c a estética,
tro de Santos, c irá servir uma região hoje abandonada do município. Êste plano adota, assim, a ponte
pois é sempre mais agradável uma
pelo Saboó (2 linhas férreas trilhos e 2 filas carroçáveis) e ponte urbana no estuário, para las (2 linhas de " tramway" e
travessia superior, desfrutando o pa norama e o ar livre, que num túnel abafadiço.
Se
os
tráfegos
cruzados
íòssem
pouco importantes, e a altura fòsse mí nima, a passagem de
linhas
férreas
pela ponto seria tolerável. Mas à vis
de 3 uma 6 fi 4 de
veículos comuns).
A primeira é de necessidade imediata^ para receber as estradas de ferro, mas o tabuleiro rodoviário é
ta das características do tráfego lo
adiável.
cal, das difíceis conexões ferroviárias
hieràrquicamente como segunda, em-
nas duas margens (principalmente do
; •
Prestes Maia examina neste trabalho as
móvel.
maio de 1948.
■■-.'ÂnÁ-A
O ilustre homem ptddico Dr. Francisco
A
do
estuário
classifica-se
•l)ora convenha considerar-se simulta
lado de Santos), é preferível relegar as ferrovias para a ponte Saboó-Bar-
neamente, devido à sua importância para o desenvolvimento portuário e ,
nabé e reservar a do estuário para a
urbanístico de Santo Amaro, com re
circulação comum e de pedestres. O
flexo na própria cidade de Santos, as
tráfego rodoviário, na realidade, po-
sim praticamente ampliada.
2fl
DiOtóTO EcONÓíkUCO
Dicesto Econômico
Qualquer ponte , baixa no estuário í5€rá forçosamente móvel, ao menos
no vão central, para dar passagem à navegação. As vigas móveis não po dem ser demasiado grandes por mo tivos construtivos e de manobra; as-
sira, a ponte, provavelmente, conta rá três vãos: um central, mator, e dois laterais, fixos. Quantas pontes devem ser previstas no estuário?
A nosso ver basta uma, pouco aci ma dos fios do Itatinga.
A localização da grande ponte se rá entre Vila Matias ou Macuco e, do lado oposto, o antigo domínio dos
cia ao porto em caso de aci dente.
Tem-se falado noutra ligação com
Santo Amaro, na Ponta da Praia, Com o caráter fixo, é dispensável, desde que exista a anterior. .A Ponta da Praia é travessia de pequeno va lor econômico, pois não zonas ativas, comerciais e portuárias, mas apenas faixas residencia-s e de turis mo. Qualquer ponte estaria aí mal colocada, porque dela, sim, então de
razões :
— Ser o ponto mais estreito do canal.
damente na direção dos seus
quíntuplo, e isso mesmo para um só
c^) — Captar facilmente, em San e as
correntes diretas da Via An-
ries", transformando
o atual. Satisfará as necessidades nor
rior o papel dos túneis urbanos).
e
Há projeto oficial duma estrada à
portantes: Guaru-
tes c as oscilantes eliminam-se pre liminarmente por diversas razões, e
e
conseqüên
A altura livre não deverá ser tama
qite
traga
o.s
inconvenientes
apontados no caso da ponte alta" nem tão re duzida
que
embarace
a
passagem das embarcações menores; 20 metros pare ce boa cifra. Não haverá, sob o ponto de vista
da segurança, inconveniente em im
a escolha deve fazer-se entre os ou tros três sistemas.
O sistema girante seria o menos recomendável se, no caso, não apre sentasse duas vantagens: o vão in
teiramente livre, vertical mente, e a facilidade pa ra atingir vãos horizontais relativamente grandes. Ofe rece três tipos: de tabu leiro único (eixo margi nal), de dois tabuleiros (dois eixos
marginais), e de tabuleiro único so bre pilar central. Só nos interessam os últimos.
embarcações pequenas teriam ainda franqueados os vãos laterais.
dráulico (óleo), ou sobre uma Coroa de roletes, ou sòbre um aparelho mis
damentais
g) — Estar mais ao abrigo de even menor
pcrcquc c Bertioga, A ponte tangcnciará o frigorífico das Docas e terá entrada por uma das ruas (Lowndes ou Xavier Pi nheiro), naturalmente alargada.
transportadoras e as flutuantes, intei ramente estranhas ao caso. As rolan
vios transitam numa faixa centra.1 li mitada, que é o canal profundo. As
Êste traçado não resol
acarretar
tes c levadiças. Deixamos de lado as
manda de S. Sebastião.
verá as necessidades fun
porto, a 'juzante.
transatlânticos,
plantar pilares no estuário, pois os na
tioga e Cabrão. e) — Encontrar, pelo
f) — Ficar suficientemente longe da barra,' desembaraçando, portanto, a maior seção do
os
Bertioga (balsa) cm de-
já, Perequê, Ber-
menos de um lado, terreno firme, no lugar dos antigos." outeirinhos"
largos que
mente o tráfego dos túneis urbanos. O segundo é a bifurcação para os pontos extremos da antiga Guaibê;
mais e, nos dias excepcionais, o tráfe
de portuária, e daí irradiai nas direções im
mais
As pontes móveis podem ser: ro lantes. oscilantes, girantcs, basculan-
melhorando
go excedente terá à disposição a outra ou as outras ligações já estudadas.
tons.). Os vasos de guerra máximos (couraçados) são proporcionalmente
numa rcentrância da pequena cadeia orográfca santista,' receberá futura
nha
d) — Cair, do lado de Santo Ama ro, em pleno centro da cida
Cia. Ncerlandesa, exemplificam-se pe lo Rotterdam, de 198,00 m de com primento e 23,47 de largura (37.100
mas de medidas absolutas menores.
Em tais condições será melhor manter um serviço de balsas ou "fer-
chieta (Ver em artigo poste
mento e 22 de largura. Os navios mis tos da White Star, da Cunard e da
rísticos. O primeiro, hoje escondido
tubo ou duas filas de veículos.
tos, tanto o tráfego comer
externos,
da Serra do Guararu, cm Santo Ama ro. Ambos éstes pontos são caracte
exposição aumentaria a tentação pa
centros de gravidade.
ataques
o Jabaquara, em Santos, até o sopé
ra ataques em caso de guerra, e na vios de mastreação excepcional esta Falou-se num orçamento de 10 mi lhões de cruzeiros: pode-se prever o
tuais
sa reta, eixo das duas cidades, desde
riam .sempre impedidos de penetrar.
b) — Unir as duas ilhas aproxima
cial como o turístico
Baiíkheuser. Corresponde a uma imen
penderia todo o porto. -A sua maior
Justificam esta localização diversa?
27
da
região; é
absurdo um caminlião des
cido pela Via Aiichieta e
A rotação faz-se sòbre um pino hi
O vão principal móvel terá p. ex.
to. Escusado dizer que o acionamen
160 metros, facultando assini até o
to de todos os sistemas deve ser me cânico e elétrico.
destinado ao litoral norte, atravessar to
cruzamento de navios.
da a cidade de Santos, dar longa volta pelas praias de Santo Amaro, transpor
Com efeito, os maiores transatlân ticos raramente excedem • 30 m de
duas balsas, para só depois retomar, na Bertioga, o caminho direito. O traça do em aprêço deverá subsistir apenas
largura: o Rex e o Bremem mediam 31, e o Normandie 36, 'excepcional mente.
No sistema giratório diversos in convenientes são patentes, dos quais não é o menor o tamanho dos pila res e a obstrução que realzam. Em canal estreito pode até resultar um
como estrada ou avenida beira-mar,de
Os grandes cargueiros não costu
desvio das correntes e a erosão das
mero interêsse turísticô e residencial.
mam ultrapassar 160 m de compri
margens. A maquinaria é custosa. As
.L
2fl
DiOtóTO EcONÓíkUCO
Dicesto Econômico
Qualquer ponte , baixa no estuário í5€rá forçosamente móvel, ao menos
no vão central, para dar passagem à navegação. As vigas móveis não po dem ser demasiado grandes por mo tivos construtivos e de manobra; as-
sira, a ponte, provavelmente, conta rá três vãos: um central, mator, e dois laterais, fixos. Quantas pontes devem ser previstas no estuário?
A nosso ver basta uma, pouco aci ma dos fios do Itatinga.
A localização da grande ponte se rá entre Vila Matias ou Macuco e, do lado oposto, o antigo domínio dos
cia ao porto em caso de aci dente.
Tem-se falado noutra ligação com
Santo Amaro, na Ponta da Praia, Com o caráter fixo, é dispensável, desde que exista a anterior. .A Ponta da Praia é travessia de pequeno va lor econômico, pois não zonas ativas, comerciais e portuárias, mas apenas faixas residencia-s e de turis mo. Qualquer ponte estaria aí mal colocada, porque dela, sim, então de
razões :
— Ser o ponto mais estreito do canal.
damente na direção dos seus
quíntuplo, e isso mesmo para um só
c^) — Captar facilmente, em San e as
correntes diretas da Via An-
ries", transformando
o atual. Satisfará as necessidades nor
rior o papel dos túneis urbanos).
e
Há projeto oficial duma estrada à
portantes: Guaru-
tes c as oscilantes eliminam-se pre liminarmente por diversas razões, e
e
conseqüên
A altura livre não deverá ser tama
qite
traga
o.s
inconvenientes
apontados no caso da ponte alta" nem tão re duzida
que
embarace
a
passagem das embarcações menores; 20 metros pare ce boa cifra. Não haverá, sob o ponto de vista
da segurança, inconveniente em im
a escolha deve fazer-se entre os ou tros três sistemas.
O sistema girante seria o menos recomendável se, no caso, não apre sentasse duas vantagens: o vão in
teiramente livre, vertical mente, e a facilidade pa ra atingir vãos horizontais relativamente grandes. Ofe rece três tipos: de tabu leiro único (eixo margi nal), de dois tabuleiros (dois eixos
marginais), e de tabuleiro único so bre pilar central. Só nos interessam os últimos.
embarcações pequenas teriam ainda franqueados os vãos laterais.
dráulico (óleo), ou sobre uma Coroa de roletes, ou sòbre um aparelho mis
damentais
g) — Estar mais ao abrigo de even menor
pcrcquc c Bertioga, A ponte tangcnciará o frigorífico das Docas e terá entrada por uma das ruas (Lowndes ou Xavier Pi nheiro), naturalmente alargada.
transportadoras e as flutuantes, intei ramente estranhas ao caso. As rolan
vios transitam numa faixa centra.1 li mitada, que é o canal profundo. As
Êste traçado não resol
acarretar
tes c levadiças. Deixamos de lado as
manda de S. Sebastião.
verá as necessidades fun
porto, a 'juzante.
transatlânticos,
plantar pilares no estuário, pois os na
tioga e Cabrão. e) — Encontrar, pelo
f) — Ficar suficientemente longe da barra,' desembaraçando, portanto, a maior seção do
os
Bertioga (balsa) cm de-
já, Perequê, Ber-
menos de um lado, terreno firme, no lugar dos antigos." outeirinhos"
largos que
mente o tráfego dos túneis urbanos. O segundo é a bifurcação para os pontos extremos da antiga Guaibê;
mais e, nos dias excepcionais, o tráfe
de portuária, e daí irradiai nas direções im
mais
As pontes móveis podem ser: ro lantes. oscilantes, girantcs, basculan-
melhorando
go excedente terá à disposição a outra ou as outras ligações já estudadas.
tons.). Os vasos de guerra máximos (couraçados) são proporcionalmente
numa rcentrância da pequena cadeia orográfca santista,' receberá futura
nha
d) — Cair, do lado de Santo Ama ro, em pleno centro da cida
Cia. Ncerlandesa, exemplificam-se pe lo Rotterdam, de 198,00 m de com primento e 23,47 de largura (37.100
mas de medidas absolutas menores.
Em tais condições será melhor manter um serviço de balsas ou "fer-
chieta (Ver em artigo poste
mento e 22 de largura. Os navios mis tos da White Star, da Cunard e da
rísticos. O primeiro, hoje escondido
tubo ou duas filas de veículos.
tos, tanto o tráfego comer
externos,
da Serra do Guararu, cm Santo Ama ro. Ambos éstes pontos são caracte
exposição aumentaria a tentação pa
centros de gravidade.
ataques
o Jabaquara, em Santos, até o sopé
ra ataques em caso de guerra, e na vios de mastreação excepcional esta Falou-se num orçamento de 10 mi lhões de cruzeiros: pode-se prever o
tuais
sa reta, eixo das duas cidades, desde
riam .sempre impedidos de penetrar.
b) — Unir as duas ilhas aproxima
cial como o turístico
Baiíkheuser. Corresponde a uma imen
penderia todo o porto. -A sua maior
Justificam esta localização diversa?
27
da
região; é
absurdo um caminlião des
cido pela Via Aiichieta e
A rotação faz-se sòbre um pino hi
O vão principal móvel terá p. ex.
to. Escusado dizer que o acionamen
160 metros, facultando assini até o
to de todos os sistemas deve ser me cânico e elétrico.
destinado ao litoral norte, atravessar to
cruzamento de navios.
da a cidade de Santos, dar longa volta pelas praias de Santo Amaro, transpor
Com efeito, os maiores transatlân ticos raramente excedem • 30 m de
duas balsas, para só depois retomar, na Bertioga, o caminho direito. O traça do em aprêço deverá subsistir apenas
largura: o Rex e o Bremem mediam 31, e o Normandie 36, 'excepcional mente.
No sistema giratório diversos in convenientes são patentes, dos quais não é o menor o tamanho dos pila res e a obstrução que realzam. Em canal estreito pode até resultar um
como estrada ou avenida beira-mar,de
Os grandes cargueiros não costu
desvio das correntes e a erosão das
mero interêsse turísticô e residencial.
mam ultrapassar 160 m de compri
margens. A maquinaria é custosa. As
.L
DiGCSxo Econômico
38
graiules
larguras
são
impraticáveis,
assim como as duplicações. Os tabu leiros
tornam-se
cn.sombrantes:
a
LOCAL
manobra
requer
muito cuidado: os
Dtf.Kvro Econóxuco
dos. sobretudo em Chicago, onde lhe
dão oportunidade os dois rios que ba
riscos dc coli.são aumentam.
nham o centro.
Alguns exemplos
Como e.xemplos citarenio.s : Coimirimenio
V&o Livre
Total
Largura
Tipo
Local
Largura
Vfio Livre
A
Eslrados
i
♦
A) TABULEIRO DUPLO
Strauss
106,00 in
Brest. Arsenal
173,15 m
7.20 m
Trave. Herrenbrücke Libau. Ponte Alexandre líl
70,(Kt 50,00
159,00
8,00 7,90 9.60
98.30 132.40
67,32
(Cliicago) Wells St. (Chicago) North (Chicago) Arlington (Washington) Canad'an and Pacific Ry (Camil Sanli-.St.
B) DE APOIO CENTRAL Amsterdam. Velscn
Carontc — Canal de Bouc a
Martignes Duluth (Minn.) A duração das manobras costuma variar
de
um e
tanto ou 2 minutos
(Havre, Bellot), a 3í^-(Sete, gare) e até 5'/d minutos (Carente). E', porém, de consignar, na apreciação das pon tes móveis, ser a duração da manobra fator relativamente secundário,
comparativamente ao tempo que os navios exigem para aviso e passagem em marcha geralmente reduzida.
As pontes basculantes per
2 de 55,00 2 de 42,72
128,00
1020
114,40
9,20
''
■■
149,70
17,90
tor só ao indispensável para vencer as
10,00 m
1
Rio Chicago
1 1
71,60 70,00
67,00 56,00
2
13,50 " 27.60
2
.
• 1
27.30
2
\
102,00
83,00 57,00
Koadby-Tretit
79,20 45,00
Rottcrdam (Holanda)
52.00
Tien-Tsin (China)
42,60
Clücago
1 VIA
1 VIA
2 VIAS
2
1
i
1
1 ■ ■ 17,20 26,50 20,10
1 .
■
. 2 2
sobrecargas e as resistências secun dárias.
Como no sistema anterior, os gran
des vãos exigem dois estrados. Êstes,
quando fechados, podem engrenar-se ou apoiar-se mutuamente, em arco, aumentando a esta bilidade e a rigidez. O meca
nismo projeta-se de modo a não poder desandar durante a manobra. O sistema adapta-se
bem às vias largas, sendo fácil a sub divisão longitudinal em estrados para
dro rolante ou setor circular (p. ex.
lelos, mais estreitos.
O risco de colisões é menor e de me
Scherzer). Pode-se, aliás, distinguir maior número de tipos: Strauss, vScher-
nos conseqüências que nas pontes gi*.
zer, Chicago (simple-trunion) e Rall.
ratórias.
de modo a restringir o traballio mo
Scherzer
Sete
tencem a dois tipos principais: o de ebco fixo íp. e.x. Strauss) e o de ciiin
O tipo Scherzer é o mais usual; o Strauss detém o segundo lugar. O equilíbrio faz-se por contrapeso solidário ou por contrapêso suspenso,
Maria)
•
'
75,()í) m
Rio Calumet, South
Wilhelmshaven — Porto
de Torpedeiros
Mtchigan Av. (Chicago)
Os vãos existentes têm-se mantido abaixo de 100 metros.
Ao passo que o sistema anterior é comum na Europa, mormente na Fran ça, êste é mais usual nos Estados Uni-
"Em comparação com as girató rias e as basculantes, têm as pontes levadiças provado ser mais econômi
As pontes levadiças são simples e rápidas. O deslocamento vertical pede
fazer-se apenas parcialmente, confor
cas, tanto no referente à construção
me a necessidade do momento. A ad-
como à manutenção, e não resta dú vida que numerosas dêste tipo serão
junção de elementos semelhantes, em paralelo, é cômoda; os riscos de aci
construídas no futuro", dizem Hool e Kinne. São adequadas aos vãos lon
dentes são menores mais fáceis.
gos e pequenas alturas de ascensão,
Dessas ponte.s há três tipos (inclu sive o basculante (Strauss e Rall), que não interessa, pelo exíguo deslo camento vertical).
ao inverso das basculantes. No nosso caso, de vão largo e alto, elas se eqüivalem.
e os
consertos
DiGCSxo Econômico
38
graiules
larguras
são
impraticáveis,
assim como as duplicações. Os tabu leiros
tornam-se
cn.sombrantes:
a
LOCAL
manobra
requer
muito cuidado: os
Dtf.Kvro Econóxuco
dos. sobretudo em Chicago, onde lhe
dão oportunidade os dois rios que ba
riscos dc coli.são aumentam.
nham o centro.
Alguns exemplos
Como e.xemplos citarenio.s : Coimirimenio
V&o Livre
Total
Largura
Tipo
Local
Largura
Vfio Livre
A
Eslrados
i
♦
A) TABULEIRO DUPLO
Strauss
106,00 in
Brest. Arsenal
173,15 m
7.20 m
Trave. Herrenbrücke Libau. Ponte Alexandre líl
70,(Kt 50,00
159,00
8,00 7,90 9.60
98.30 132.40
67,32
(Cliicago) Wells St. (Chicago) North (Chicago) Arlington (Washington) Canad'an and Pacific Ry (Camil Sanli-.St.
B) DE APOIO CENTRAL Amsterdam. Velscn
Carontc — Canal de Bouc a
Martignes Duluth (Minn.) A duração das manobras costuma variar
de
um e
tanto ou 2 minutos
(Havre, Bellot), a 3í^-(Sete, gare) e até 5'/d minutos (Carente). E', porém, de consignar, na apreciação das pon tes móveis, ser a duração da manobra fator relativamente secundário,
comparativamente ao tempo que os navios exigem para aviso e passagem em marcha geralmente reduzida.
As pontes basculantes per
2 de 55,00 2 de 42,72
128,00
1020
114,40
9,20
''
■■
149,70
17,90
tor só ao indispensável para vencer as
10,00 m
1
Rio Chicago
1 1
71,60 70,00
67,00 56,00
2
13,50 " 27.60
2
.
• 1
27.30
2
\
102,00
83,00 57,00
Koadby-Tretit
79,20 45,00
Rottcrdam (Holanda)
52.00
Tien-Tsin (China)
42,60
Clücago
1 VIA
1 VIA
2 VIAS
2
1
i
1
1 ■ ■ 17,20 26,50 20,10
1 .
■
. 2 2
sobrecargas e as resistências secun dárias.
Como no sistema anterior, os gran
des vãos exigem dois estrados. Êstes,
quando fechados, podem engrenar-se ou apoiar-se mutuamente, em arco, aumentando a esta bilidade e a rigidez. O meca
nismo projeta-se de modo a não poder desandar durante a manobra. O sistema adapta-se
bem às vias largas, sendo fácil a sub divisão longitudinal em estrados para
dro rolante ou setor circular (p. ex.
lelos, mais estreitos.
O risco de colisões é menor e de me
Scherzer). Pode-se, aliás, distinguir maior número de tipos: Strauss, vScher-
nos conseqüências que nas pontes gi*.
zer, Chicago (simple-trunion) e Rall.
ratórias.
de modo a restringir o traballio mo
Scherzer
Sete
tencem a dois tipos principais: o de ebco fixo íp. e.x. Strauss) e o de ciiin
O tipo Scherzer é o mais usual; o Strauss detém o segundo lugar. O equilíbrio faz-se por contrapeso solidário ou por contrapêso suspenso,
Maria)
•
'
75,()í) m
Rio Calumet, South
Wilhelmshaven — Porto
de Torpedeiros
Mtchigan Av. (Chicago)
Os vãos existentes têm-se mantido abaixo de 100 metros.
Ao passo que o sistema anterior é comum na Europa, mormente na Fran ça, êste é mais usual nos Estados Uni-
"Em comparação com as girató rias e as basculantes, têm as pontes levadiças provado ser mais econômi
As pontes levadiças são simples e rápidas. O deslocamento vertical pede
fazer-se apenas parcialmente, confor
cas, tanto no referente à construção
me a necessidade do momento. A ad-
como à manutenção, e não resta dú vida que numerosas dêste tipo serão
junção de elementos semelhantes, em paralelo, é cômoda; os riscos de aci
construídas no futuro", dizem Hool e Kinne. São adequadas aos vãos lon
dentes são menores mais fáceis.
gos e pequenas alturas de ascensão,
Dessas ponte.s há três tipos (inclu sive o basculante (Strauss e Rall), que não interessa, pelo exíguo deslo camento vertical).
ao inverso das basculantes. No nosso caso, de vão largo e alto, elas se eqüivalem.
e os
consertos
-V ■.f!
IDigesto
30
Econômico
Enumeremos algruns exemplos:
PONTE
VAO ROniZuKTAL
uncunA
A P fi S 0 [mil. ton.)
Vão VEnncAi.
Chicago. South Halsted St
39,00 m
14,22 m
47,24 m
600
(só o ta buleiro, 290) 1.660 (880)
Portland. Hawthorne
Av. (Rio Willamette)
75,00 m
20,70 m
33,60 m
Kansas City (rio Missouri)
425*
1.560
55.00 m
Portland (Oregon - Was
(43,00)
hington Rd. and Nav. Comp.)
Rio Willamete
Washington. C-ty Waterway Bridge, Tacoma
211'
214'
Penn. Rd 458
Rio Chicago
89' (46')
89' (46')
9.000
78'
50' (20*)
273'
114'
210*
_
_
Rio Harlem, N. Y. Interstate Toll Bridge, Rio Piscatagua, Portsmouth
131'
1.600
544' (en 500')
1 linha
310'
75-
2 decks
50,00 m
8,00 m
dança ou substituição.
A velocidade de translação não cost«ma exceder 2,80 m/s., o que signi fica vazão moderada c impropriedade para vias de grande movimento como será futuramente a principal ligação Santos-Santo Amaro. O veí culo suspenso consiste cm um ou cm dois estrados (o .superior para pedes tres) e deve correr 8 a 10 m acima r
125'
41,10 m
1.146 ( 596).
çado nos últimos projetos estrangei ros. Todavia, uma obra fixa aí, na verdade única entrada do pôrto, tor ná-lo-ia inteiramente dependente do
gabarito da estrutura ou dum aciden te.
Eis alguns exemplos:
V A O
ALTURA LIVRE
VEÍCULOS
Brest
112,00 109,00 (livre)
44,17
Ruão
141.80
Marselha
165,00 175,50 139,76 (livre)
51,00 50,00 50,00
10,14 X 13,00 10,00 X 12,00 14,00 X 11,50
43,50
12,45 X
45,00 41,18
15,24 X 10,05
77,50 400,00 120,00
Bordeaux (proj.) Duluth (Minn.) Runcorn-Widnes
9,00 X
7,50 '
8,00
305,00 292,80 (livre) 141,00 160,00 196,72
Nervion (Bilbao)
1.742 (872)
Newport
50,00 45,00
10,00 X 12,00
54,00
8.00 X 6,25 12,15 X 10,05
44,50
9,00 X
180,56 (livre) Bizerta
'
109,00
7,50
100,04 (livre)
em
consolo)
Na Ponta da Praia a largura do ca
nal regula 400 metros, vão já alcan
(entre apoios)
Nantes
(mais 2 pas seios
compensação, estas são de mais fá
53,55 (livre)
60,00) 14,00 m 9,00 m
a economia etc., tornam o sistema mais atraente que as balsas. Em
plos.
Rjachuelo (B. Aires)
são para
50,00 m 97,55 m
embarque e desembarque, a indepen dência relativamente ao nível do mar,
cil rcaprovcitamcnto, no caso de mu
(com previ
Hackensack (N. J.) Duluth (Minn.)
da superfície da água, para não em baraçar a pequena navegação. Esta segurança, a comodidade de
vidosa aplicação no estuário, embo ra possa alcançar altura e vão am
135' (55')
45 00m
segundos
O sistema " tran.sporlador" tem du
•
224'
35
terdam, Duluth), excepcionalmente 5 •u mesmo 10 minutos (Pcnn. Rd.. 4Õ8).
Martrou
42'
Rotterdam (Hol.) sobre o Mosa
reciucr
3.000
.
tre apoios
Triborough, sobre o
manobra
31
(Cfiicago, Soutli Halted St.), 1 minu to (Portland, Howthornc Av.; Rot-
1.640
Buzzard Bay Bridge (a maior) Mass.
Econômico
PONTE
Estr. Vladicancase
Don-Rússia
Diocsto
41,14 m
5.200 (2.600)
A necessidade duma ponte levadiça de ▼ão excepcional (embora não iné
dito, pois já o alcançou, como vimos, a Buzzard Bay Bridge), leva-nos a
-V ■.f!
IDigesto
30
Econômico
Enumeremos algruns exemplos:
PONTE
VAO ROniZuKTAL
uncunA
A P fi S 0 [mil. ton.)
Vão VEnncAi.
Chicago. South Halsted St
39,00 m
14,22 m
47,24 m
600
(só o ta buleiro, 290) 1.660 (880)
Portland. Hawthorne
Av. (Rio Willamette)
75,00 m
20,70 m
33,60 m
Kansas City (rio Missouri)
425*
1.560
55.00 m
Portland (Oregon - Was
(43,00)
hington Rd. and Nav. Comp.)
Rio Willamete
Washington. C-ty Waterway Bridge, Tacoma
211'
214'
Penn. Rd 458
Rio Chicago
89' (46')
89' (46')
9.000
78'
50' (20*)
273'
114'
210*
_
_
Rio Harlem, N. Y. Interstate Toll Bridge, Rio Piscatagua, Portsmouth
131'
1.600
544' (en 500')
1 linha
310'
75-
2 decks
50,00 m
8,00 m
dança ou substituição.
A velocidade de translação não cost«ma exceder 2,80 m/s., o que signi fica vazão moderada c impropriedade para vias de grande movimento como será futuramente a principal ligação Santos-Santo Amaro. O veí culo suspenso consiste cm um ou cm dois estrados (o .superior para pedes tres) e deve correr 8 a 10 m acima r
125'
41,10 m
1.146 ( 596).
çado nos últimos projetos estrangei ros. Todavia, uma obra fixa aí, na verdade única entrada do pôrto, tor ná-lo-ia inteiramente dependente do
gabarito da estrutura ou dum aciden te.
Eis alguns exemplos:
V A O
ALTURA LIVRE
VEÍCULOS
Brest
112,00 109,00 (livre)
44,17
Ruão
141.80
Marselha
165,00 175,50 139,76 (livre)
51,00 50,00 50,00
10,14 X 13,00 10,00 X 12,00 14,00 X 11,50
43,50
12,45 X
45,00 41,18
15,24 X 10,05
77,50 400,00 120,00
Bordeaux (proj.) Duluth (Minn.) Runcorn-Widnes
9,00 X
7,50 '
8,00
305,00 292,80 (livre) 141,00 160,00 196,72
Nervion (Bilbao)
1.742 (872)
Newport
50,00 45,00
10,00 X 12,00
54,00
8.00 X 6,25 12,15 X 10,05
44,50
9,00 X
180,56 (livre) Bizerta
'
109,00
7,50
100,04 (livre)
em
consolo)
Na Ponta da Praia a largura do ca
nal regula 400 metros, vão já alcan
(entre apoios)
Nantes
(mais 2 pas seios
compensação, estas são de mais fá
53,55 (livre)
60,00) 14,00 m 9,00 m
a economia etc., tornam o sistema mais atraente que as balsas. Em
plos.
Rjachuelo (B. Aires)
são para
50,00 m 97,55 m
embarque e desembarque, a indepen dência relativamente ao nível do mar,
cil rcaprovcitamcnto, no caso de mu
(com previ
Hackensack (N. J.) Duluth (Minn.)
da superfície da água, para não em baraçar a pequena navegação. Esta segurança, a comodidade de
vidosa aplicação no estuário, embo ra possa alcançar altura e vão am
135' (55')
45 00m
segundos
O sistema " tran.sporlador" tem du
•
224'
35
terdam, Duluth), excepcionalmente 5 •u mesmo 10 minutos (Pcnn. Rd.. 4Õ8).
Martrou
42'
Rotterdam (Hol.) sobre o Mosa
reciucr
3.000
.
tre apoios
Triborough, sobre o
manobra
31
(Cfiicago, Soutli Halted St.), 1 minu to (Portland, Howthornc Av.; Rot-
1.640
Buzzard Bay Bridge (a maior) Mass.
Econômico
PONTE
Estr. Vladicancase
Don-Rússia
Diocsto
41,14 m
5.200 (2.600)
A necessidade duma ponte levadiça de ▼ão excepcional (embora não iné
dito, pois já o alcançou, como vimos, a Buzzard Bay Bridge), leva-nos a
DicivS-ro
32
índaíjar das possibilidades do alumí nio.
Alguma utilização estrutural déstc
Econômico
Dicesto Econômico
33
sa e belga, entre Harwck e Reele-
lamínação. O 14 S-T aprc.senta uma rcsistèíicia à ruptura dc 70.Ü0U p.<t.
Em todo êste capítulo não temos consideradõ a hipótese de "ferry-
negge. Êstes "ferries"
um limite da elasticidade dc bü.üOü. e
boals" por reputarmos satisfatória a
19 metros e dispõem de 4 linhas, ca
medem llSx
metal data de vários anos, mas sem
a tensão admissível de 21.000. O coe
solução por meio dc pontes, princi
pazes dum trem completo de 56 va
pre parcial. Na velha ponte da Smithíield St., Pittsburgh, cm 1933, foi
ficiente de dilataçãü térmica é o du
palmente no caso das comunicações
gões. Uma manobra completa de em-
plo do aço, e o módulo de elasticida
ferroviárias. ,
barciue e desembarque não requer
substituído o pavimento de aço e ma
de apenas um terço. Resulta maior
deira por outro de chapa de alumí
tendência à flcxão, e explica, para
ryboats"- têm encontrado intensa apli
nio nervurada com perfilados de aço.
evitar as flexas excessivas, a adoção
cação em certos portos, como Nova York, através do Hudson, c mesmo em Santos há uma pequena amostra
Em 1935 foi projetada uma ponte
de vigas muito altas ou de reduzidos
levadiça de alumínio de 544, cm Shiipshaw, sobre o rio Saguenay. Pouco
coeficientes de trabalho.
depois, uma em arco (.Mcan 26 ST>;, c para Cuba, outro arco, perto do mar (65 S-T). Nenhum desses pla
qucrein maior atenção <|ue iias cons:
As peças sujeitas à flambagcm letruções de aço, c diversas providên cias, tai.s como a redução <lo 1,'r ou das tensões, a
nos foi avante.
, Km 1946 a Aluminum Co. of Ame-
levadiça de alumínio dc 544' cm .Shipmente em alumínio, numa ponte que
facilita o transporte e reduz a nlon-
modo a permitir posteriores compa rações. São 2 vigas cheias de 100 pés,
tageni no canteiro.
Após
a
primeira
guerra
atingem
^
50.000 li
bras por polegada quadrada. Três cir
cunstâncias colocam essas ligas em primeira plana: a) — A resistência à corrosão; b) — A
fabricação
No próximo artigo trataremos da cidade de Santos,
menor
peso, por sua
vez.
quelas maiâ econômicas. A ins
li
gas comparáveis ao aço, em resistência. Hoje
no geral e amplo.
de aço, nem a .Muminuin Company proclama sejam a-
S-T.
produziam
novas ligações, enquadradas num pla
'• Não há comparação dc preços en tre as vigas de alumínio c as
feitas duma liga 14 S-T re centemente obtida, que des
mundial já .se
sistir na facilidade e necessidade das
ceu de 128.UÜÜ libras a 53.0Ü0, isto é, a 41%. O
alumínio 27
Qualquer que seja a solução técni ca, só nos interessa, no momento, in
previsão de contra-
(Gras.sc Rivcr, Massena. N. Y.), dc
o
entre a Alemoa e o Barnabé, para os combustíveis líquidos. E' • também exemplo notável, a partir de 1924, a ligação das rêdes ferroviárias inglê-
mais de 30 minutos.
flexas, e o uso dc ncrvuras de enrijecimcnto. .A economia de péso des
recebeu outros 4 vãos iguais, em aço
tronou
E' sabido, entretanto, que os "fcr-
industrial
de
chapas, perfilados e rebitcs, em tamanhos e seções apro priados ao uso estrutural;
talação de Grasse River é uma experiência com o fito em estruturas mais consideráveis. Acredita-se que provará a praticabilidade das aplicações e conduzirá ao emprego do alumínio eiu vãos leva-
diços c outros casos onde a leveza e
a
resistência
à
corrosão
tenham
importância." ' Na Inglaterra, neste momento, está por iníciar-sc uma ponte basculante tòda de alumínio.
o secretario da Agricultura dos E.U.A., sr. Anderson, elevou para um mínimo de representa aumento de 16 milhões de "bushels", com relação ao mínimo -prece
466 milhões de'bushels" as exportações do trigo da colheita do corrente ano Isso
e) — A redução dos preço.s. A corrosão corrigiu-se por aper
alumínio começa a coinjjetir no cam
dente, previsto para o período que terminará em junho, significando, por outro lado, que as cotas de farinha e de trigo em grão, para junho, totalizarão 33 milhões de
feiçoamentos de composição, trata
po da engenharia estrutural e, em mui
"hushels".
mento térmico e revestimento (alumí
tos casos, será forçoso considerá-lo.
nio puro ou outra liga, denominada alclad) aplicado superficialmonte na
E' o que sucede com a ponte do es
sôhre a safra tritícola e os estoques de cereais nas fazendas. Acrescentou que o
Em
tuário.
súmula, pode-.se
dizer
que o
O ST. Anderson sublinhou que eram suficientemente favoráveis os relatórios
Departamento de Agricultura autorizou recentemente que se projetassem cotas internacionais para o último trimestre dêste ano.
DicivS-ro
32
índaíjar das possibilidades do alumí nio.
Alguma utilização estrutural déstc
Econômico
Dicesto Econômico
33
sa e belga, entre Harwck e Reele-
lamínação. O 14 S-T aprc.senta uma rcsistèíicia à ruptura dc 70.Ü0U p.<t.
Em todo êste capítulo não temos consideradõ a hipótese de "ferry-
negge. Êstes "ferries"
um limite da elasticidade dc bü.üOü. e
boals" por reputarmos satisfatória a
19 metros e dispõem de 4 linhas, ca
medem llSx
metal data de vários anos, mas sem
a tensão admissível de 21.000. O coe
solução por meio dc pontes, princi
pazes dum trem completo de 56 va
pre parcial. Na velha ponte da Smithíield St., Pittsburgh, cm 1933, foi
ficiente de dilataçãü térmica é o du
palmente no caso das comunicações
gões. Uma manobra completa de em-
plo do aço, e o módulo de elasticida
ferroviárias. ,
barciue e desembarque não requer
substituído o pavimento de aço e ma
de apenas um terço. Resulta maior
deira por outro de chapa de alumí
tendência à flcxão, e explica, para
ryboats"- têm encontrado intensa apli
nio nervurada com perfilados de aço.
evitar as flexas excessivas, a adoção
cação em certos portos, como Nova York, através do Hudson, c mesmo em Santos há uma pequena amostra
Em 1935 foi projetada uma ponte
de vigas muito altas ou de reduzidos
levadiça de alumínio de 544, cm Shiipshaw, sobre o rio Saguenay. Pouco
coeficientes de trabalho.
depois, uma em arco (.Mcan 26 ST>;, c para Cuba, outro arco, perto do mar (65 S-T). Nenhum desses pla
qucrein maior atenção <|ue iias cons:
As peças sujeitas à flambagcm letruções de aço, c diversas providên cias, tai.s como a redução <lo 1,'r ou das tensões, a
nos foi avante.
, Km 1946 a Aluminum Co. of Ame-
levadiça de alumínio dc 544' cm .Shipmente em alumínio, numa ponte que
facilita o transporte e reduz a nlon-
modo a permitir posteriores compa rações. São 2 vigas cheias de 100 pés,
tageni no canteiro.
Após
a
primeira
guerra
atingem
^
50.000 li
bras por polegada quadrada. Três cir
cunstâncias colocam essas ligas em primeira plana: a) — A resistência à corrosão; b) — A
fabricação
No próximo artigo trataremos da cidade de Santos,
menor
peso, por sua
vez.
quelas maiâ econômicas. A ins
li
gas comparáveis ao aço, em resistência. Hoje
no geral e amplo.
de aço, nem a .Muminuin Company proclama sejam a-
S-T.
produziam
novas ligações, enquadradas num pla
'• Não há comparação dc preços en tre as vigas de alumínio c as
feitas duma liga 14 S-T re centemente obtida, que des
mundial já .se
sistir na facilidade e necessidade das
ceu de 128.UÜÜ libras a 53.0Ü0, isto é, a 41%. O
alumínio 27
Qualquer que seja a solução técni ca, só nos interessa, no momento, in
previsão de contra-
(Gras.sc Rivcr, Massena. N. Y.), dc
o
entre a Alemoa e o Barnabé, para os combustíveis líquidos. E' • também exemplo notável, a partir de 1924, a ligação das rêdes ferroviárias inglê-
mais de 30 minutos.
flexas, e o uso dc ncrvuras de enrijecimcnto. .A economia de péso des
recebeu outros 4 vãos iguais, em aço
tronou
E' sabido, entretanto, que os "fcr-
industrial
de
chapas, perfilados e rebitcs, em tamanhos e seções apro priados ao uso estrutural;
talação de Grasse River é uma experiência com o fito em estruturas mais consideráveis. Acredita-se que provará a praticabilidade das aplicações e conduzirá ao emprego do alumínio eiu vãos leva-
diços c outros casos onde a leveza e
a
resistência
à
corrosão
tenham
importância." ' Na Inglaterra, neste momento, está por iníciar-sc uma ponte basculante tòda de alumínio.
o secretario da Agricultura dos E.U.A., sr. Anderson, elevou para um mínimo de representa aumento de 16 milhões de "bushels", com relação ao mínimo -prece
466 milhões de'bushels" as exportações do trigo da colheita do corrente ano Isso
e) — A redução dos preço.s. A corrosão corrigiu-se por aper
alumínio começa a coinjjetir no cam
dente, previsto para o período que terminará em junho, significando, por outro lado, que as cotas de farinha e de trigo em grão, para junho, totalizarão 33 milhões de
feiçoamentos de composição, trata
po da engenharia estrutural e, em mui
"hushels".
mento térmico e revestimento (alumí
tos casos, será forçoso considerá-lo.
nio puro ou outra liga, denominada alclad) aplicado superficialmonte na
E' o que sucede com a ponte do es
sôhre a safra tritícola e os estoques de cereais nas fazendas. Acrescentou que o
Em
tuário.
súmula, pode-.se
dizer
que o
O ST. Anderson sublinhou que eram suficientemente favoráveis os relatórios
Departamento de Agricultura autorizou recentemente que se projetassem cotas internacionais para o último trimestre dêste ano.
mf'7*
Dicesto Econóaoco
Temas e problemas em del^dte Dajuo de Aemeida Magalhães
nações são, nos nossos dias, cada vez mais sensíveis e profundas.
Vicemos no
plano internacional, mau furado os surtos violentos dos nacionalismos exacerbados, Cjue ainda persistem. Política, social e cconòmicamcnle, vivemos, realmente, num
"mundo só", não obstante a inquietadora separação das supremas forças de coman do em dois blocos, que se defrontam como expressão de duas mentalidades
miláveis. Sobretudo no terreno econômico, no (pie diz respeito «ov problemas de govôrno, as repercussões dos acontecimentos e fenomcrKys verificados em cada país sdfcrc os outros são intensas, imediatas, e cada um de nós as .sofre na sua própria existência individual.
Acompanhar a vido daquelas nações cuja presença domina o cenário do mundo e, assim, xima necessidade de ordem espiritual e social de que nenhum homem hoje se pode libertar, sem graves riscos. Há uma identidade fundamental de fenômenos e problemas, a cujo desdobramento devemos estar atentos, para recolhermos as
lições de uma experiência indispensável (is decisões que precisamos tomar, tendo
em conta, ruituraíinente, as peculiaridades irredutíveis de cada país.
ao proprto nome da publicação - procura servir a êsse clesiderato de informar o de atsciitir os grandes problemas do momento, tais como os apre.scntam os mais auto rizados instrumentos de divulgação e de análise dos outros países. A nova seção
desta revista será, dêsse modo, de informação, de debate e de crítica, vaJcndo-se das melhores fontes de esclarecimento de que 'possa dispor. E procurará, antes de ser objetiva, sem preconceitos e propósitos que possam deturpar a sua fina lidade primária, eme é, sobretudo, a de esclarecer e de fomentar a discussão, agora mais necessária do que nunca, em vista das transformações que se processam. Desta seção se incumbirá o sr. Dario de Almeida Magalhães, acatado jurista, perito em assuntos econômicos e financeiros.
S0/7 o pseudônimo de "Timandro", durante vários meses, o sr. Dario de Almeida Magtãhães escreveu diàriamente para o "Correio Paulistano" uma série de (^õmcas políticas e literárias que despertaram enorme interesse em nosso Estado. Sem favor, é dos mais brilhantes escritores da nova geração de políticos brasileiros.
"As novas tarefas do Estado liberal" dado é o próprio liberalismo.
Êste
novo
liberalismo
torção do Estado, solicitado a intervir,
privilégios, atravé.s da ação governa
o a estender cada vez mais a rêde de .sua influência o do seu arbitrio — eis
encara
O \-elho libera
lismo oUia para a iniciativa privada
o problema central cm que se debate
como razão d<' vigor na \ iila econômi
a democracia nos nossos dias, e que desafia a lucidez, a compreensão, a co operação de todos os que sc aterrori zam diante do ressurg inenío da crise
ca. O novo liberaMsmo está disposto a
suprir a iniciativa privada com a ini ciativa govemamcnlal c, sc necessário, a eliminar a inic'ali\a privada." Estas palavras sintetizam o comen tário de Alvin Jobnson, pôsto em
apêndice ao artigo do Panl Mcadows, que abre o número de abril xiltimo de "Tlie American journal of Economics
and Soclology". Através dchis se pro cura caracterizar a difevonça de con
cepção do papel c do.s limites do Es tado liberal vigoranic níé
A seção que hoje o "Dígcsto Econômico" inaugura -e que tão bem se ajusta
"O que se apresenta atualmente mu
ções de vida dos grupos destituídos de mental. se necessário.
A interpenetração e a interdependência da vida e dos problemas de todas as
35
como
intole
rável a existência de uma classe que possa ser chamada de humilde. O ve lho liberalismo se rejubila com a ele
a guerra de 1914-18, e a
que se vem esboçando desentão, entre
crises
c
geradora das ditaduras, que nos leva ram à tragédia, de que mal emergimos, cxangucs.
Nos Estados Unidos, cuja prosperi dade absorve a riqueza de quase todo o mundo, o conflito se toma cada vez mais agudo. A naçao se debate entre
as rtminiscências do esfòrço renova-
dor dc Rooscve't - incompleto, muti lado, sem continuadores eficientes — e a resoluta
disposição dos republica nos tipo Taft de defende
conflitos cada voz. mais
rem a todo transe os ve-
recente conflagração mun dial; e dela ainda emergiu em estado dc nebu'osa. O que mais uma vez se focaliza é o problema cru cial da adaptação ao mun
tem . E os que não esque
profundos c largos, até a
Iho.s método.s, o "old sys-
ceram as administrações de
Harding, Coolidge e Ho uver, e o líinistro colapso
de 1929-1932, não se sen tem tranqüilos diante do
do pol^ técnica, pela grande econo mia, gigantismo das poderosas
surto de prosperidade,* que agora ain
corporações privada.s, da velha maqui
tema pela desproporção entre a rique-
naria do Estudo liberal, forçado ago ra a deixar a sua posição de espectador
za a pujança do.s Estados Unidos e as
ou de mero árbitro entre os elementos
em conflito para acucVr aos reclamos, às exigências, às necessidades das mas
da mais acentua o de.scquilíbrio do sis
dificuldades, a deficiência e a penúria de quase todos os outros patse.s A questão se situa, cm última" análi se, no desajustamento entre o sistema
econômico e o regime pohtico. as nor
grau. O antigo liberalismo se opunha
vação do "standard" de vida, alcan çada através da atividade coletiva ou
sas sôfregas, e insufadas nas suas pre tensões pelos que lhes disputam o vo to, que confere o poder. Defender as conquistas liberais e os direitos dos c'dadão.s, a.s prerrogativas
aos privilégios, e estava sempre pronto a lutar pelos direitos dos humildes. O
do progresso da técnica. O novo libe
individuais, a livre iniciativa contra a
ralismo insiste na melhoria das condi-
opressão dos grupos poderosos, que de
definir por graduação, e, talvez pe la experiência, por tentativas, poderão
têm o comando econômico, ou a ab-
ser encontradas, permitindo afinal um.i
atravessou o fogo da revolução Roosevelt e oferece novos valores, e os ve
lhos, reajustados, em maior ou menor
mas e os procc.sso.s antiquados de govêmo. Se todos sentem o fenômeno,
corrigir a falha não é simples, sem so lução radical. As fórmulas se devem
mf'7*
Dicesto Econóaoco
Temas e problemas em del^dte Dajuo de Aemeida Magalhães
nações são, nos nossos dias, cada vez mais sensíveis e profundas.
Vicemos no
plano internacional, mau furado os surtos violentos dos nacionalismos exacerbados, Cjue ainda persistem. Política, social e cconòmicamcnle, vivemos, realmente, num
"mundo só", não obstante a inquietadora separação das supremas forças de coman do em dois blocos, que se defrontam como expressão de duas mentalidades
miláveis. Sobretudo no terreno econômico, no (pie diz respeito «ov problemas de govôrno, as repercussões dos acontecimentos e fenomcrKys verificados em cada país sdfcrc os outros são intensas, imediatas, e cada um de nós as .sofre na sua própria existência individual.
Acompanhar a vido daquelas nações cuja presença domina o cenário do mundo e, assim, xima necessidade de ordem espiritual e social de que nenhum homem hoje se pode libertar, sem graves riscos. Há uma identidade fundamental de fenômenos e problemas, a cujo desdobramento devemos estar atentos, para recolhermos as
lições de uma experiência indispensável (is decisões que precisamos tomar, tendo
em conta, ruituraíinente, as peculiaridades irredutíveis de cada país.
ao proprto nome da publicação - procura servir a êsse clesiderato de informar o de atsciitir os grandes problemas do momento, tais como os apre.scntam os mais auto rizados instrumentos de divulgação e de análise dos outros países. A nova seção
desta revista será, dêsse modo, de informação, de debate e de crítica, vaJcndo-se das melhores fontes de esclarecimento de que 'possa dispor. E procurará, antes de ser objetiva, sem preconceitos e propósitos que possam deturpar a sua fina lidade primária, eme é, sobretudo, a de esclarecer e de fomentar a discussão, agora mais necessária do que nunca, em vista das transformações que se processam. Desta seção se incumbirá o sr. Dario de Almeida Magalhães, acatado jurista, perito em assuntos econômicos e financeiros.
S0/7 o pseudônimo de "Timandro", durante vários meses, o sr. Dario de Almeida Magtãhães escreveu diàriamente para o "Correio Paulistano" uma série de (^õmcas políticas e literárias que despertaram enorme interesse em nosso Estado. Sem favor, é dos mais brilhantes escritores da nova geração de políticos brasileiros.
"As novas tarefas do Estado liberal" dado é o próprio liberalismo.
Êste
novo
liberalismo
torção do Estado, solicitado a intervir,
privilégios, atravé.s da ação governa
o a estender cada vez mais a rêde de .sua influência o do seu arbitrio — eis
encara
O \-elho libera
lismo oUia para a iniciativa privada
o problema central cm que se debate
como razão d<' vigor na \ iila econômi
a democracia nos nossos dias, e que desafia a lucidez, a compreensão, a co operação de todos os que sc aterrori zam diante do ressurg inenío da crise
ca. O novo liberaMsmo está disposto a
suprir a iniciativa privada com a ini ciativa govemamcnlal c, sc necessário, a eliminar a inic'ali\a privada." Estas palavras sintetizam o comen tário de Alvin Jobnson, pôsto em
apêndice ao artigo do Panl Mcadows, que abre o número de abril xiltimo de "Tlie American journal of Economics
and Soclology". Através dchis se pro cura caracterizar a difevonça de con
cepção do papel c do.s limites do Es tado liberal vigoranic níé
A seção que hoje o "Dígcsto Econômico" inaugura -e que tão bem se ajusta
"O que se apresenta atualmente mu
ções de vida dos grupos destituídos de mental. se necessário.
A interpenetração e a interdependência da vida e dos problemas de todas as
35
como
intole
rável a existência de uma classe que possa ser chamada de humilde. O ve lho liberalismo se rejubila com a ele
a guerra de 1914-18, e a
que se vem esboçando desentão, entre
crises
c
geradora das ditaduras, que nos leva ram à tragédia, de que mal emergimos, cxangucs.
Nos Estados Unidos, cuja prosperi dade absorve a riqueza de quase todo o mundo, o conflito se toma cada vez mais agudo. A naçao se debate entre
as rtminiscências do esfòrço renova-
dor dc Rooscve't - incompleto, muti lado, sem continuadores eficientes — e a resoluta
disposição dos republica nos tipo Taft de defende
conflitos cada voz. mais
rem a todo transe os ve-
recente conflagração mun dial; e dela ainda emergiu em estado dc nebu'osa. O que mais uma vez se focaliza é o problema cru cial da adaptação ao mun
tem . E os que não esque
profundos c largos, até a
Iho.s método.s, o "old sys-
ceram as administrações de
Harding, Coolidge e Ho uver, e o líinistro colapso
de 1929-1932, não se sen tem tranqüilos diante do
do pol^ técnica, pela grande econo mia, gigantismo das poderosas
surto de prosperidade,* que agora ain
corporações privada.s, da velha maqui
tema pela desproporção entre a rique-
naria do Estudo liberal, forçado ago ra a deixar a sua posição de espectador
za a pujança do.s Estados Unidos e as
ou de mero árbitro entre os elementos
em conflito para acucVr aos reclamos, às exigências, às necessidades das mas
da mais acentua o de.scquilíbrio do sis
dificuldades, a deficiência e a penúria de quase todos os outros patse.s A questão se situa, cm última" análi se, no desajustamento entre o sistema
econômico e o regime pohtico. as nor
grau. O antigo liberalismo se opunha
vação do "standard" de vida, alcan çada através da atividade coletiva ou
sas sôfregas, e insufadas nas suas pre tensões pelos que lhes disputam o vo to, que confere o poder. Defender as conquistas liberais e os direitos dos c'dadão.s, a.s prerrogativas
aos privilégios, e estava sempre pronto a lutar pelos direitos dos humildes. O
do progresso da técnica. O novo libe
individuais, a livre iniciativa contra a
ralismo insiste na melhoria das condi-
opressão dos grupos poderosos, que de
definir por graduação, e, talvez pe la experiência, por tentativas, poderão
têm o comando econômico, ou a ab-
ser encontradas, permitindo afinal um.i
atravessou o fogo da revolução Roosevelt e oferece novos valores, e os ve
lhos, reajustados, em maior ou menor
mas e os procc.sso.s antiquados de govêmo. Se todos sentem o fenômeno,
corrigir a falha não é simples, sem so lução radical. As fórmulas se devem
Dicesto Econó&oco
36
melhor afinação do compassos e uma
DwMTO EooKÓ»^oe
ST
As vitórias da ação liberal em outras
• impossível" — é a conclusão de Paul
do do poder é render-s« & êle.
E o
articulação de movimentos que sua
épocas se deveram à capacidade de
^íeadow3, sem esconder as dificuldades
poder é aquilo que fazemos."
São
vizem os atritos e permitam a operação
seus "leaders" de criarem e emprega
a vencer, nem desesperar do êxito da
estas as obser\uçÕes finais do arti
rem novos métodos.
da máquina estatal com "pannes" me
je devem seguir tal e.xemplo, obser
pesada empresa. Um exemplo típico dêsses novos mé
go de Pau^ Meadows, versando \im te
nos graves, e maior rendimento em fa vor da coletividade.
va o autor, acrescentando: "A desco
todos de ação do Estado na nova so
da fomia do organização político-social
Paul Meadows, no artigo a que alu dimos, mais uma vez aponta a lição que devemos extrair da crise que se
berta e a exploração dessa metodologia pode ser a grande contribuição do li beralismo anglo-americano à cultura in
ciedade super-industrializada está, se
e econômica do Estado que conser
desenvolveu de 1920 a 1939. "Olhan-
dustrial.
sistem sub.stancialmcntc em "forjar ins
incertas, inseguras e tênues.
do-se para êste período — diz ôle —
e dela não sairá enquanto não se pro
trumentos de poder político através dos
nas um problema em debate. Ninguém
sente-se que a chave da vitória das
cessar no seu seio uma reforma pro
ideologias extremistas na Europa reside, não tanto na fraqueza da filoso-
funda, que deve partir do reconheci
quais o indivíduo numa idade técnica possa ser ainda um homem livTe, con
lhe indicou uma sohição tranqüila, Tu do é vago, impreciso, cheio de nuan-
servando o poder de agir". "O Estado será, assim, não um po
ças e fronteiras indefinidas.
incapacidade dos
Hberais de adaptarem as técnicas do
Os liberais de ho
A democracia está em crise,
mento da necessidade de se criar um
novo sistema de Estado liberal, como
uma imperiosa imposição do moderno
üstado democrático às exigências da
industrialismo."
vida moderna."
dos, de reformas fragmentárias, já ago
Para o autor, os que querem defender
A política de remen
ra não será fecunda.
E persistir no
as bberdades pre
velho
cisam remodelar a estrutura política da democracia, tendo
não será apenas um tim suicídio, adver
em vista que ela de-
te Meadows.
t/e basear-se numa moderna estrutura
fórmula
liberalismo
anacronismo — será
ve a sua eficiência plena sem sacrifi
Authority.
car as liberdades essenciais, ainda tão
Não a aponta o au
trumentos de ação
tor. Alcançá-la, só será possível atra
da democracia de
vés da experiência,
Os ins
vem ser reformados; os que usamos ho
cujos objetivos básicos sejam ainda "li
je são os mesmos que se utilizavam
berdade" e "autoridade".
quando o problema essencial era res
tem o direito de esperar que essa ta
tringir o arbítrio do Estado, enquanto
refa se realize sem graves confbtos.
hoje o que se reclama, antes de tudo, é
E ninguém
o auxílio e a cooperação do Govêmo
O Estado deverá presidir à organiza ção e ao funcionamento da sociedade in
em favor da melhoria das condições de
dustrializada no interêsse do homem li
vida dos cidadãos. Não é possível que
vre, através não da coerção, porém do
a filosofia fiberal e democrática se
consentimento; e a sua
satisfaça hoje com o Estado negativo, apenas impedido de praticar violências aos Idirisítos políticos: tal concepção
sempre satisfazer às necessidades co
não se concilia com o "dinâmico in-
competitivas, ocasionalmente
dustrialismo" que domina o mundo
missão será
Porque êssos métodos con
der sôbre 0.S outros, mas um poder de
cooperação (não
um "power over
others" porém um "power-with").
O
que os libe-ais receiam no poder não é o poder mesmo, mas a sua falta de conteúdo democrático. E' preciso, to davia, não se esquecer de que ter mê-
E' ape
Só num
ponto quase todos estão de acôrdo:
que é preciso mudar, encontrar novos métodos, novos processos, novos cami nhos, para recompor um mínimo de estabilidade e de paz. E a consciência de que a reforma é uma fatalidade .por si mesma pode ser fecunda.
Petróleo na América Latina
salvadora?
nistrativa.
atual, acentua Paul Meadows.
gundo o autor, na Tennessee Valley
Qual será a
econômica e admi
ma hoje de interesse culminante — o
"The Economist", de Londres, na
da geologia. As condições em que as
sua edição de 15 de maio, publica um estudo frio dos "seus corresponden tes na América Latina" sôbre o prob^elua do petróleo nesta parte do conti
emprêsas estrangeiras podem cooperar,
nente.
no desenvolvimento dos recursos dos
países americanos, constituem, de há muito, um problema espinhoso entre
E' proveitoso o conhecimento
os Estados Unidos e os seus 'Tíons vi
dêsse exame realístico e objetivo de
zinhos". O ajuste de "colaboração eco
questão tão incandescente, que desen
nômica" assinado recentemente em Bo
cadeou entre nós, nestes últimos tem
gotá poderá ajudar a solução; mas os cOnfitos subterrâneos podem nova mente toldar os espíritos e influir nas possibilidades da expansão da indústria do petróleo na América Latina. A
pos, tão intensas e compreensíveis pai xões, no seio dos entendidos e leigos na matéria, de fundamental interêsse para o nosso futuro econômico. Os articulistas assinalam, inicialmen
história dessa indústria é cheia de em
dental põe, no momento, em ampliar
baraços e suas perspectivas futuras não se apresentam menos povoadas de com
coliden-
as suas reservas petrolíferas, para acen-i
plicações.
tes, às vôzes latentes. "Organizar uma sociedade assim não é fácil, porém imo
tuar que o êxito dos esforços empre- \
letivas.
unitárias;
Essas necessidades não são
ao
contrário,
dispersivas,
te, o empenho que o hemisfério oci
Focalizam os comentadores a posi
gados deponde mais da política do quej ção atual da questão.
O hemisfério
Dicesto Econó&oco
36
melhor afinação do compassos e uma
DwMTO EooKÓ»^oe
ST
As vitórias da ação liberal em outras
• impossível" — é a conclusão de Paul
do do poder é render-s« & êle.
E o
articulação de movimentos que sua
épocas se deveram à capacidade de
^íeadow3, sem esconder as dificuldades
poder é aquilo que fazemos."
São
vizem os atritos e permitam a operação
seus "leaders" de criarem e emprega
a vencer, nem desesperar do êxito da
estas as obser\uçÕes finais do arti
rem novos métodos.
da máquina estatal com "pannes" me
je devem seguir tal e.xemplo, obser
pesada empresa. Um exemplo típico dêsses novos mé
go de Pau^ Meadows, versando \im te
nos graves, e maior rendimento em fa vor da coletividade.
va o autor, acrescentando: "A desco
todos de ação do Estado na nova so
da fomia do organização político-social
Paul Meadows, no artigo a que alu dimos, mais uma vez aponta a lição que devemos extrair da crise que se
berta e a exploração dessa metodologia pode ser a grande contribuição do li beralismo anglo-americano à cultura in
ciedade super-industrializada está, se
e econômica do Estado que conser
desenvolveu de 1920 a 1939. "Olhan-
dustrial.
sistem sub.stancialmcntc em "forjar ins
incertas, inseguras e tênues.
do-se para êste período — diz ôle —
e dela não sairá enquanto não se pro
trumentos de poder político através dos
nas um problema em debate. Ninguém
sente-se que a chave da vitória das
cessar no seu seio uma reforma pro
ideologias extremistas na Europa reside, não tanto na fraqueza da filoso-
funda, que deve partir do reconheci
quais o indivíduo numa idade técnica possa ser ainda um homem livTe, con
lhe indicou uma sohição tranqüila, Tu do é vago, impreciso, cheio de nuan-
servando o poder de agir". "O Estado será, assim, não um po
ças e fronteiras indefinidas.
incapacidade dos
Hberais de adaptarem as técnicas do
Os liberais de ho
A democracia está em crise,
mento da necessidade de se criar um
novo sistema de Estado liberal, como
uma imperiosa imposição do moderno
üstado democrático às exigências da
industrialismo."
vida moderna."
dos, de reformas fragmentárias, já ago
Para o autor, os que querem defender
A política de remen
ra não será fecunda.
E persistir no
as bberdades pre
velho
cisam remodelar a estrutura política da democracia, tendo
não será apenas um tim suicídio, adver
em vista que ela de-
te Meadows.
t/e basear-se numa moderna estrutura
fórmula
liberalismo
anacronismo — será
ve a sua eficiência plena sem sacrifi
Authority.
car as liberdades essenciais, ainda tão
Não a aponta o au
trumentos de ação
tor. Alcançá-la, só será possível atra
da democracia de
vés da experiência,
Os ins
vem ser reformados; os que usamos ho
cujos objetivos básicos sejam ainda "li
je são os mesmos que se utilizavam
berdade" e "autoridade".
quando o problema essencial era res
tem o direito de esperar que essa ta
tringir o arbítrio do Estado, enquanto
refa se realize sem graves confbtos.
hoje o que se reclama, antes de tudo, é
E ninguém
o auxílio e a cooperação do Govêmo
O Estado deverá presidir à organiza ção e ao funcionamento da sociedade in
em favor da melhoria das condições de
dustrializada no interêsse do homem li
vida dos cidadãos. Não é possível que
vre, através não da coerção, porém do
a filosofia fiberal e democrática se
consentimento; e a sua
satisfaça hoje com o Estado negativo, apenas impedido de praticar violências aos Idirisítos políticos: tal concepção
sempre satisfazer às necessidades co
não se concilia com o "dinâmico in-
competitivas, ocasionalmente
dustrialismo" que domina o mundo
missão será
Porque êssos métodos con
der sôbre 0.S outros, mas um poder de
cooperação (não
um "power over
others" porém um "power-with").
O
que os libe-ais receiam no poder não é o poder mesmo, mas a sua falta de conteúdo democrático. E' preciso, to davia, não se esquecer de que ter mê-
E' ape
Só num
ponto quase todos estão de acôrdo:
que é preciso mudar, encontrar novos métodos, novos processos, novos cami nhos, para recompor um mínimo de estabilidade e de paz. E a consciência de que a reforma é uma fatalidade .por si mesma pode ser fecunda.
Petróleo na América Latina
salvadora?
nistrativa.
atual, acentua Paul Meadows.
gundo o autor, na Tennessee Valley
Qual será a
econômica e admi
ma hoje de interesse culminante — o
"The Economist", de Londres, na
da geologia. As condições em que as
sua edição de 15 de maio, publica um estudo frio dos "seus corresponden tes na América Latina" sôbre o prob^elua do petróleo nesta parte do conti
emprêsas estrangeiras podem cooperar,
nente.
no desenvolvimento dos recursos dos
países americanos, constituem, de há muito, um problema espinhoso entre
E' proveitoso o conhecimento
os Estados Unidos e os seus 'Tíons vi
dêsse exame realístico e objetivo de
zinhos". O ajuste de "colaboração eco
questão tão incandescente, que desen
nômica" assinado recentemente em Bo
cadeou entre nós, nestes últimos tem
gotá poderá ajudar a solução; mas os cOnfitos subterrâneos podem nova mente toldar os espíritos e influir nas possibilidades da expansão da indústria do petróleo na América Latina. A
pos, tão intensas e compreensíveis pai xões, no seio dos entendidos e leigos na matéria, de fundamental interêsse para o nosso futuro econômico. Os articulistas assinalam, inicialmen
história dessa indústria é cheia de em
dental põe, no momento, em ampliar
baraços e suas perspectivas futuras não se apresentam menos povoadas de com
coliden-
as suas reservas petrolíferas, para acen-i
plicações.
tes, às vôzes latentes. "Organizar uma sociedade assim não é fácil, porém imo
tuar que o êxito dos esforços empre- \
letivas.
unitárias;
Essas necessidades não são
ao
contrário,
dispersivas,
te, o empenho que o hemisfério oci
Focalizam os comentadores a posi
gados deponde mais da política do quej ção atual da questão.
O hemisfério
38
Dicesto EcoNÓiaco
9
Dicesto Dl
Econômico 39
ocidental contribui com cêrca de 80%
do petróleo cru do mundo.
Os Esta
dos Unidos produzem 61% do óleo de que o mundo dispõe e consomem 66%,
sendo, portanto, importadores de pro dutos do petróleo, A produção do Mé xico excede ligeiramente as necessida
des domésticas; e no próximo ano tal vez não alcance mais esse nível.
A
Venezuela c, no hem'sfério, o único ex
portador substancial, consumindo ape nas uma insignificante fração de sua
própria produção, cm contraste com os outros países da América Latina.
A
Colômbia consome uma quarto do que produz, o Peru quase dois terços, e em ambos os países o consumo vem su
bindo sensivelmente. A Argentina, cujas perspecHvas .geológicas não são prom ssoras para a sua produção im
porta agora metade do ó'eo que usa. O Brasil e o Chile são importadores. Os Estados Unidos, em virtude da
crise que enfrentam, estão ansiosos pe lo aumento das reservas do hemisfério, assinalam os correspondentes do "The
Economist". O interesse do Departa mento de Estado na questão, e que co meçou a manifestar-se há três me.ses, é primàriamente estratég"co. Duas ra zoes principais exp'icam essa política. Primeira, o aumento sem precedentes
do consumo nos Estados Unidos; segun da, o Departamento de Estado está an-sioso para libertar os Estados Unidos dos suprimentos do Oriente Méd o em
caso de guerra, se bem que, em condi ções normais, o petróleo daquela re gião seja mais barato, mesmo para os
importadores sul americanos, do que o fornecido pela região das Caraibas. Assim, quando MarshaU, em Bogo tá, manifestou que o Govômo norteamericano, na medida de suas poss bi-
lidades e encargos, estava disposto a
ajudar as nações do conlinentc a re solverem os seus problemas, accntunndo, todavia, que c.stes de\'eriam ler em vista os capitais privados, que procu ram os países que lhes asseguram tra
Vcnczuc'a seguiu a política de portas abertas às companhias estrangeiras. No ano passado, o Governo c as compa
ções às companhias estrangeiras, ainda
nhias ai
ação
estabelecidas
firmaram um
acórdo para a construção de refina
antes da guerra, afastando-as de no
vas atividades, enquanto se. amplia a dos
"Yacimientos
Petrolíferos
tamento cqüitativo, pensava no prob'ema do pctró co embora não o hou
rias, de maneira que o pelróico possa
Fiscales". E como o pais tem poucas perspectivas de se 'ibertar do supri
.ser ref nado no próprio pais, ao invés dc
vesse
referido c.xpre.ssamcnte. E, a
mento exterior, o Governo se precata
o ser exclusi\am. nte nas ilha.s vizinhas
êsse propósito, a correspondênc"a que
para assegurar o transporte e o for
dc Aruba c Curaçao — c ao mcMno
estamos resumindo observa textualmen
necimento.
tempo se elevou consÍdcià\ cimente o "royalt" a ser pago pelos produtores ao
rios navios-lanque.s na Inglaterra, na Hulanda e no Canadá; assegurou o for
te: "No que diz respeito ao petróleo, parece que não há outra alternativa senão a de portas abertas para o capi tal privado, se as potencialidades da América Latina devem ser exp'oradas. Pode-se razoavelmente afirmar que a indústria internacional de petróleo é, como demonstrou no passado, o único instrumento adequado para a tarefa, em virtude da necessidade do capital e da técnica.
Essa conclusão é refor
çada pelo exemplo do Mé.xico, onde, apesar da eliminação das companiüas estrangeiras, é ainda graças ao seu equi
pamento que o Governo é capaz de produzir petróleo; e é graças aos con tratantes americanos e ao seu capital,
(interessados na base de percentagem sobre o lucro) que mais perfurações estão sendo mantidas para assegurar
o nível da produção." Não SC pode duvidar — prosseguem os comentaristas — que os largos interêsses americanos no campo do petró leo estão dispostos a realizar a políti ca do Departamento de Estado na Amér'ca Latina, nos países em que as pes
quisas geológicas revelem possibilida des comerciais e — igualmente impor tante — em que um justo tratamento lhes seja oferecido. condições em que atualmente ope
ra a indústria petrolífera na Venezuela oferecem um exemplo do que se possa considerar um tratamento eqüitativo. A
Govêmo, que poderá optar pelo rece bimento de sua qoota de benefício em
petróleo. O "royalt" estabeíecdo e os tributos pagos
pea indústria
repre.scntam
,50,2 por cento do lucro lí
quido das companhias exp'oradoras.
Ou seja: as com
panhias que financiam e ope
Assim, encomendou
necimento da
vá
Arábia, Venezuela e
Equador (dos dois últimos países em troca de trigo); e está ne gociando com a Venezuela a
construção nc.-^se país de uma refinaria argentina. Perón não se mostra in clinado a branduras com as
ram a indústria dividem o -lu-
companhias estrangeiras. Em dezembro último, ordenou-
tro do negócio
lhes que dentro de uma se
em partes
iguais com o Governo, que não emprega
capitais,
rém fornece a terra.
po E o
Govêmo está satisfeito com o acôrdo feito, acrescentam os articulistas.
No México, o programa previsto para as pe.squisas re clama uma inversão de 350
milhões de dólares.
E a indústria
mana aumentassem as entre
gas, sob ameaça de desa propriação. E assim sendo, o ambiente não está estimu
lante para a inversão de no vos capitais estrangeiros na indústria petrolífera. Enquanto a Standard Oil abandonava a Bolíria e o
Paraguai, a Argentina se empenhava em
Jo petróleo está agora e.xclusivamente nas mãos do Govêmo; e assim, tudo indica, permanecerá. A importância dos outros países,
levar as suas estradas de ferro até San
quanto ao problema, é apenas poten cial, pois a Venezuela e o México pro duziram no último ario 90% da produção de petró eo de todos ps países situa
centando que o Brasil também está in
dos ao sul dos Estados Unidos.
Quanto à
ta Cruz de Ia Sierra, na zona petrolí fera da Bolívia — registram os corres pondentes do "The Economist", acres teressado nas pesquisas que se proces sam nessa região; mas a ligação ferro
viária que daí está .construindo até São Pauio não se concluirá nem dentro de
Argentina, (da mesma
um ano. e a distância dos poços até o
forma quo a Bolívia ^cuja produção é
Estado de São Paulo dific lmente permi tirá que o consumo seja econômico. Na Co.ômbia, a ação das emprêsas
ainda insignificante, e o'Paragua , que nada produz) começou a impor restri-
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Dicesto EcoNÓiaco
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Dicesto Dl
Econômico 39
ocidental contribui com cêrca de 80%
do petróleo cru do mundo.
Os Esta
dos Unidos produzem 61% do óleo de que o mundo dispõe e consomem 66%,
sendo, portanto, importadores de pro dutos do petróleo, A produção do Mé xico excede ligeiramente as necessida
des domésticas; e no próximo ano tal vez não alcance mais esse nível.
A
Venezuela c, no hem'sfério, o único ex
portador substancial, consumindo ape nas uma insignificante fração de sua
própria produção, cm contraste com os outros países da América Latina.
A
Colômbia consome uma quarto do que produz, o Peru quase dois terços, e em ambos os países o consumo vem su
bindo sensivelmente. A Argentina, cujas perspecHvas .geológicas não são prom ssoras para a sua produção im
porta agora metade do ó'eo que usa. O Brasil e o Chile são importadores. Os Estados Unidos, em virtude da
crise que enfrentam, estão ansiosos pe lo aumento das reservas do hemisfério, assinalam os correspondentes do "The
Economist". O interesse do Departa mento de Estado na questão, e que co meçou a manifestar-se há três me.ses, é primàriamente estratég"co. Duas ra zoes principais exp'icam essa política. Primeira, o aumento sem precedentes
do consumo nos Estados Unidos; segun da, o Departamento de Estado está an-sioso para libertar os Estados Unidos dos suprimentos do Oriente Méd o em
caso de guerra, se bem que, em condi ções normais, o petróleo daquela re gião seja mais barato, mesmo para os
importadores sul americanos, do que o fornecido pela região das Caraibas. Assim, quando MarshaU, em Bogo tá, manifestou que o Govômo norteamericano, na medida de suas poss bi-
lidades e encargos, estava disposto a
ajudar as nações do conlinentc a re solverem os seus problemas, accntunndo, todavia, que c.stes de\'eriam ler em vista os capitais privados, que procu ram os países que lhes asseguram tra
Vcnczuc'a seguiu a política de portas abertas às companhias estrangeiras. No ano passado, o Governo c as compa
ções às companhias estrangeiras, ainda
nhias ai
ação
estabelecidas
firmaram um
acórdo para a construção de refina
antes da guerra, afastando-as de no
vas atividades, enquanto se. amplia a dos
"Yacimientos
Petrolíferos
tamento cqüitativo, pensava no prob'ema do pctró co embora não o hou
rias, de maneira que o pelróico possa
Fiscales". E como o pais tem poucas perspectivas de se 'ibertar do supri
.ser ref nado no próprio pais, ao invés dc
vesse
referido c.xpre.ssamcnte. E, a
mento exterior, o Governo se precata
o ser exclusi\am. nte nas ilha.s vizinhas
êsse propósito, a correspondênc"a que
para assegurar o transporte e o for
dc Aruba c Curaçao — c ao mcMno
estamos resumindo observa textualmen
necimento.
tempo se elevou consÍdcià\ cimente o "royalt" a ser pago pelos produtores ao
rios navios-lanque.s na Inglaterra, na Hulanda e no Canadá; assegurou o for
te: "No que diz respeito ao petróleo, parece que não há outra alternativa senão a de portas abertas para o capi tal privado, se as potencialidades da América Latina devem ser exp'oradas. Pode-se razoavelmente afirmar que a indústria internacional de petróleo é, como demonstrou no passado, o único instrumento adequado para a tarefa, em virtude da necessidade do capital e da técnica.
Essa conclusão é refor
çada pelo exemplo do Mé.xico, onde, apesar da eliminação das companiüas estrangeiras, é ainda graças ao seu equi
pamento que o Governo é capaz de produzir petróleo; e é graças aos con tratantes americanos e ao seu capital,
(interessados na base de percentagem sobre o lucro) que mais perfurações estão sendo mantidas para assegurar
o nível da produção." Não SC pode duvidar — prosseguem os comentaristas — que os largos interêsses americanos no campo do petró leo estão dispostos a realizar a políti ca do Departamento de Estado na Amér'ca Latina, nos países em que as pes
quisas geológicas revelem possibilida des comerciais e — igualmente impor tante — em que um justo tratamento lhes seja oferecido. condições em que atualmente ope
ra a indústria petrolífera na Venezuela oferecem um exemplo do que se possa considerar um tratamento eqüitativo. A
Govêmo, que poderá optar pelo rece bimento de sua qoota de benefício em
petróleo. O "royalt" estabeíecdo e os tributos pagos
pea indústria
repre.scntam
,50,2 por cento do lucro lí
quido das companhias exp'oradoras.
Ou seja: as com
panhias que financiam e ope
Assim, encomendou
necimento da
vá
Arábia, Venezuela e
Equador (dos dois últimos países em troca de trigo); e está ne gociando com a Venezuela a
construção nc.-^se país de uma refinaria argentina. Perón não se mostra in clinado a branduras com as
ram a indústria dividem o -lu-
companhias estrangeiras. Em dezembro último, ordenou-
tro do negócio
lhes que dentro de uma se
em partes
iguais com o Governo, que não emprega
capitais,
rém fornece a terra.
po E o
Govêmo está satisfeito com o acôrdo feito, acrescentam os articulistas.
No México, o programa previsto para as pe.squisas re clama uma inversão de 350
milhões de dólares.
E a indústria
mana aumentassem as entre
gas, sob ameaça de desa propriação. E assim sendo, o ambiente não está estimu
lante para a inversão de no vos capitais estrangeiros na indústria petrolífera. Enquanto a Standard Oil abandonava a Bolíria e o
Paraguai, a Argentina se empenhava em
Jo petróleo está agora e.xclusivamente nas mãos do Govêmo; e assim, tudo indica, permanecerá. A importância dos outros países,
levar as suas estradas de ferro até San
quanto ao problema, é apenas poten cial, pois a Venezuela e o México pro duziram no último ario 90% da produção de petró eo de todos ps países situa
centando que o Brasil também está in
dos ao sul dos Estados Unidos.
Quanto à
ta Cruz de Ia Sierra, na zona petrolí fera da Bolívia — registram os corres pondentes do "The Economist", acres teressado nas pesquisas que se proces sam nessa região; mas a ligação ferro
viária que daí está .construindo até São Pauio não se concluirá nem dentro de
Argentina, (da mesma
um ano. e a distância dos poços até o
forma quo a Bolívia ^cuja produção é
Estado de São Paulo dific lmente permi tirá que o consumo seja econômico. Na Co.ômbia, a ação das emprêsas
ainda insignificante, e o'Paragua , que nada produz) começou a impor restri-
,vv
Digesto Econômico
40
estrangeiras está tolhida, igualmente. No Peru, a Shell e a Standard Oil aban donaram as tentativas em curso, de
sesperançadas de obterem uma legisla ção mais favorável. No Chile, a menta lidade nacionalista não propicia me
lhores perspectivas para as empresas estrangeiras. Para estas, o Equador se apresenta, ao lado da Venezuela, como
o único país que lhes oferece condi ções mais convidativas; as pesquisas,
entretanto, foram até agora decepcio nantes.
Apreciando, finalmente, o problema do petróleo- no Brasil, como se apre senta atualmente, os correspondentes da prestigiosa publicação inglêsa fazem os seguintes comentários:
A situação no Brasil, no momento, é politicámcnte mais clara e talvez
menos favorável do que sua perspecHva geológica.
A Shell rea
lizou exames preliminares que re sultaram desapontadores; porém, a especulação é abundante a res
peito de pesquisas em várias zo nas, e a febre nacionalista sobe vio
lentamente — a perito de não ser líci
to esperar que o Congresso aprove qual quer projeto de lei capaz de atrair o capital estrangeiro. E, em qualquer ca so, a lei já proposta é inadequada para atrair as companhias estrangeiras. Ela estipula que as necessidades nacionais devem ter prevalência quanto a todo
o petróleo produzido. Isto as compa nhias julgam legítimo, mas acentuam que p ^dispositivo complementar, re servando para ò Govêrno 60% da parti
cipação nos interesses relativos aò trans porte e à refinação, poderia virtual mente golpear toda a atividade delas. As companiiias americanas declararam que não estão interessadas, a menos
que estejam seguras em qualquer in
41
DicESTO Econômico
técnica capaz, para enfrentar o proble ma, desde a pesquisa dos poços até o
dústria de que tôda a sua operação es
teja em suas próprias mãos. Três gran des companhias de petróleo que tra balham naquele país poderiam prova
aproveitamento do material encontrado. Certamente, o povo não deve ser im
tos perturbadores da decisão a ser dita da exclusivamente pelos mais séries in teresses nacionais, que, evidentemente, não se resguardam melhor através de
velmente fazer um investimento inicial de 50 milhões de dó'are.s cada uma, se
pedido de acompanhar o estudo e as
campanhas destinadas a criar um vicia
decisões. Ao contrário: o interesse co
do clima emocional, que só pode tur
adequadas garantias fossem dadas - e
letivo no caso deve ser estimulado.
os Estados Unidos deram muitas de monstrações de que estão dispostos a
magnitude do problema justifica e re comenda que o povo a respeito seja ho
var e comprometer a solução do proble ma, na qual se empenha a nossa ca pacidade e a competência das elites di
encorajar ôsse empreendimento. Entre
nestamente esclarecido, para que possa
rigentes.
essas demonstrações estão a visita do
vigiar a ação dos que têm o gravíssimo encargo de resolvê-lo. Trata-se de uma riqueza básica, da qual depende essen
ser o de opor barreiras aos surtos con-
Sr. Suyder ao Rio, no ano passado; a cessão, a pedido do Presidente Dutra, de peritos americanos cm pelroleo, pa ra ajudar a elaboração da lei do petró leo, e que se retiraram quando seus
í
A
da. Não se trata de ser nacionalista, ou
quiséssemos praticar um mínimo de de
de não ser nacionalista, mas simples
mocracia é que se e.xpMcaría a violên cia de sonegar ao conhecimento e à
feita ao Departamento de Estado Ame ricano pela Standard Oil de inverter
queles que deliberam, no caso, sôbre
vigilância do povo o procedimento da
quisas no Brasil. E' difícil pre
matéria ligada fundamente ao destino coletivo, à riqueza, à prosperidade do
ver o efeito sôbre a questão do
país.
presente nacionalismo exacerba do, que os cbmunistas não per dem oportunidade de estimular. O Brasil, com problemas tão
imensos quanto o seu território, tem, tavez, mais a ganbar com uma lei libe ral sôbre o petróleo do que os seus vi zinhos. Há muito de verdade em dizer-
se que até que êle consiga auto-suficiência em combustível e trigo nun ca estará longe da bancarrota." O caso do petróleo noa países sulamericanos se apresenta, como se vé da "mise-au-point" do problema apre
sentado pelo "The Economist". como um caso "emocional". São os impulsos
nacionalistas, falsos ou legítimos, poli ticamente explorados, que ameaçam
A atoarda demagógica, a excitaçao
dos instintos primários da miissa em tômo do assunto são. entretanto, inad missíveis e intoleráveis, como elemen-
As medidas que a política anti-co-
munista inspira em países como a In
riência dos outros povos. E a respeito
dêsse ponto nuclear, dessa preliminar apenas se iniciou entre nós o debate, do quaVdevem participar, de boa-fé e ani mo
honesto,
todos
quantos
sejam
capazes de emitir uma opinião pon derável.
glaterra e os Estados Unidos são, pe
conseguidos pelos comunistas e o dina mismo que revelaram na ação política provocaram, em certos círculos, fundo
la sua natureza, essencialmente diversas
temor. E a solução que se deu, como
eleitoral ponderável, capaz de influir' no
gime estabelecido. Conservaram, en tretanto, os comunistas, individualmen te, o direito de votar e de serem vota dos, e as outras prerrogativas comuns a todos cidadãos, e que não podem ser
das que se põem em prática em outros a mais acertada, foi a de excluir, sob a invocação do próprio texto consti países, como o Brasil, por exemplo. tucional, o partido extremista da socie Aqui, nas eleições que se seguiram à • dade política, por perseguir objetivos derrocada da ditadura, o partido comu nista se apresentou como uma fôrça que destruíam as próprias bases do re
perturbar a solução que se impõe. A
resultado dos pleitos nos grandes cen tros, de arregimentar e organizar mas
dispomos de capitais suficientes e de
mente do encontirar a melhor forma de
resolver a questão, dentro dos recursos c dos meios de que realmente pode mos lançar mão, aproveitando a ex*pe-
Os comunistas no serviço público
questão é, entretanto, uma questão de govêmo, a ser examinada e resolvida
objetivamente. Cuida-se d» saber se
fusionistas da demagogia mal inspira
cialmente o futuro do país; e só se não
conselhos foram rejeitados; a promessa 10 milhões de dólares em pes
O primeiro dever de patriotismo deve
sas, fàcilmente seduzidas pelo seu des
preparo cívico e pelas suas condições penosas de vida. O volume dos votos
negadas em virtude de convicções c
,vv
Digesto Econômico
40
estrangeiras está tolhida, igualmente. No Peru, a Shell e a Standard Oil aban donaram as tentativas em curso, de
sesperançadas de obterem uma legisla ção mais favorável. No Chile, a menta lidade nacionalista não propicia me
lhores perspectivas para as empresas estrangeiras. Para estas, o Equador se apresenta, ao lado da Venezuela, como
o único país que lhes oferece condi ções mais convidativas; as pesquisas,
entretanto, foram até agora decepcio nantes.
Apreciando, finalmente, o problema do petróleo- no Brasil, como se apre senta atualmente, os correspondentes da prestigiosa publicação inglêsa fazem os seguintes comentários:
A situação no Brasil, no momento, é politicámcnte mais clara e talvez
menos favorável do que sua perspecHva geológica.
A Shell rea
lizou exames preliminares que re sultaram desapontadores; porém, a especulação é abundante a res
peito de pesquisas em várias zo nas, e a febre nacionalista sobe vio
lentamente — a perito de não ser líci
to esperar que o Congresso aprove qual quer projeto de lei capaz de atrair o capital estrangeiro. E, em qualquer ca so, a lei já proposta é inadequada para atrair as companhias estrangeiras. Ela estipula que as necessidades nacionais devem ter prevalência quanto a todo
o petróleo produzido. Isto as compa nhias julgam legítimo, mas acentuam que p ^dispositivo complementar, re servando para ò Govêrno 60% da parti
cipação nos interesses relativos aò trans porte e à refinação, poderia virtual mente golpear toda a atividade delas. As companiiias americanas declararam que não estão interessadas, a menos
que estejam seguras em qualquer in
41
DicESTO Econômico
técnica capaz, para enfrentar o proble ma, desde a pesquisa dos poços até o
dústria de que tôda a sua operação es
teja em suas próprias mãos. Três gran des companhias de petróleo que tra balham naquele país poderiam prova
aproveitamento do material encontrado. Certamente, o povo não deve ser im
tos perturbadores da decisão a ser dita da exclusivamente pelos mais séries in teresses nacionais, que, evidentemente, não se resguardam melhor através de
velmente fazer um investimento inicial de 50 milhões de dó'are.s cada uma, se
pedido de acompanhar o estudo e as
campanhas destinadas a criar um vicia
decisões. Ao contrário: o interesse co
do clima emocional, que só pode tur
adequadas garantias fossem dadas - e
letivo no caso deve ser estimulado.
os Estados Unidos deram muitas de monstrações de que estão dispostos a
magnitude do problema justifica e re comenda que o povo a respeito seja ho
var e comprometer a solução do proble ma, na qual se empenha a nossa ca pacidade e a competência das elites di
encorajar ôsse empreendimento. Entre
nestamente esclarecido, para que possa
rigentes.
essas demonstrações estão a visita do
vigiar a ação dos que têm o gravíssimo encargo de resolvê-lo. Trata-se de uma riqueza básica, da qual depende essen
ser o de opor barreiras aos surtos con-
Sr. Suyder ao Rio, no ano passado; a cessão, a pedido do Presidente Dutra, de peritos americanos cm pelroleo, pa ra ajudar a elaboração da lei do petró leo, e que se retiraram quando seus
í
A
da. Não se trata de ser nacionalista, ou
quiséssemos praticar um mínimo de de
de não ser nacionalista, mas simples
mocracia é que se e.xpMcaría a violên cia de sonegar ao conhecimento e à
feita ao Departamento de Estado Ame ricano pela Standard Oil de inverter
queles que deliberam, no caso, sôbre
vigilância do povo o procedimento da
quisas no Brasil. E' difícil pre
matéria ligada fundamente ao destino coletivo, à riqueza, à prosperidade do
ver o efeito sôbre a questão do
país.
presente nacionalismo exacerba do, que os cbmunistas não per dem oportunidade de estimular. O Brasil, com problemas tão
imensos quanto o seu território, tem, tavez, mais a ganbar com uma lei libe ral sôbre o petróleo do que os seus vi zinhos. Há muito de verdade em dizer-
se que até que êle consiga auto-suficiência em combustível e trigo nun ca estará longe da bancarrota." O caso do petróleo noa países sulamericanos se apresenta, como se vé da "mise-au-point" do problema apre
sentado pelo "The Economist". como um caso "emocional". São os impulsos
nacionalistas, falsos ou legítimos, poli ticamente explorados, que ameaçam
A atoarda demagógica, a excitaçao
dos instintos primários da miissa em tômo do assunto são. entretanto, inad missíveis e intoleráveis, como elemen-
As medidas que a política anti-co-
munista inspira em países como a In
riência dos outros povos. E a respeito
dêsse ponto nuclear, dessa preliminar apenas se iniciou entre nós o debate, do quaVdevem participar, de boa-fé e ani mo
honesto,
todos
quantos
sejam
capazes de emitir uma opinião pon derável.
glaterra e os Estados Unidos são, pe
conseguidos pelos comunistas e o dina mismo que revelaram na ação política provocaram, em certos círculos, fundo
la sua natureza, essencialmente diversas
temor. E a solução que se deu, como
eleitoral ponderável, capaz de influir' no
gime estabelecido. Conservaram, en tretanto, os comunistas, individualmen te, o direito de votar e de serem vota dos, e as outras prerrogativas comuns a todos cidadãos, e que não podem ser
das que se põem em prática em outros a mais acertada, foi a de excluir, sob a invocação do próprio texto consti países, como o Brasil, por exemplo. tucional, o partido extremista da socie Aqui, nas eleições que se seguiram à • dade política, por perseguir objetivos derrocada da ditadura, o partido comu nista se apresentou como uma fôrça que destruíam as próprias bases do re
perturbar a solução que se impõe. A
resultado dos pleitos nos grandes cen tros, de arregimentar e organizar mas
dispomos de capitais suficientes e de
mente do encontirar a melhor forma de
resolver a questão, dentro dos recursos c dos meios de que realmente pode mos lançar mão, aproveitando a ex*pe-
Os comunistas no serviço público
questão é, entretanto, uma questão de govêmo, a ser examinada e resolvida
objetivamente. Cuida-se d» saber se
fusionistas da demagogia mal inspira
cialmente o futuro do país; e só se não
conselhos foram rejeitados; a promessa 10 milhões de dólares em pes
O primeiro dever de patriotismo deve
sas, fàcilmente seduzidas pelo seu des
preparo cívico e pelas suas condições penosas de vida. O volume dos votos
negadas em virtude de convicções c
42
Digesto EcoNÓ>nco
crenças pessoais. Não foi, pois, uma amputação radical; apenas uma ablação,
Em virtude, porém, da ligação inter
Díolsto EcoNÓMrco
comunista.
Equiparou desde logo os
43
quer ramo de serviço do Govêmo; o
nacional do partido, o que preocupa,
(loi-s extremismos, e deu o mesmo tra
princípio da igualdade diante da lei, o
na perspectiva de um confito armado, é a questão da defesa nacional, os riscos
tamento ao comunismo c ao fascismo.
qual é geralmente interpretado como in
A responsabilidade h'stórica do libera
cluindo igual direito de acesso a todas
Outros países onde o partido comu nista é realmente temível e numeroso,
da espionagem, da .sabotagem, da infil
as funç^ões, não é comprometido; e o
tração de agentes do inimigo em postos
lismo político da Inglaterra supera a dos Estados Unidos; c natural, por isso,
e está em condições de influir forte
ou serviços essenciai,s do Govêrno. É um
que sua 'cgislação .seja mais branda e
mente na composição e na orientação do
mal do empregador de escolher aquele
problema de segurança da administra
Govêmo, como a Itália e a França,
que deseja empregar."
ção que exige lealdade c fidelidade' dos
preferiram conservar os comunistas na
seus senudorcs, que atuam cm posições de responsabilidade.
cautelosa. Assim, desde logo, em prin cípio, se afastou a idéia da demissão do funcionar o que desse provas de infídclidade po ítica ou sc tornasse pe rigoso, pela sua filiação comunista: a providência indicada seria a sua mu dança para outras funções onde não pu
uma mutilação, cujos resultados só a experiência irá indicar.
legalidade, e combatê-los pe'os méto dos democrátic-os, derrotando-os na.s
batalhas eleitorais memorá\eis que ul timamente neles se vêm travando, sob a atenção emocionada
de todo o mundo. E
os frutos até agora co
lhidos indicam que o comunismo está servin
do como estímulo, co mo incentivo (pelo pe rigo mesmo que repre senta) para o revigoramento
do
sentimento
político das agremia ções democráticas, es
tá fortalecendo no poVo a consciência dos seus deveras coletivos. O caso da Itália é bem
expressivo, tratando-se
de um país que du
rante mais de uma ge ração não conheceu eleições verdadei ras.
Em nações como a Inglaterra e os
Estados Unidos, o problema se apre senta sob aspectos diferentes. O par tido comunista não reúne até agora, em nenhum deles, força eleitoral apre ciável; não captou a massa operária; a sua pregação não encontra eco senão em círculo reduzido. Por isso mes
mo, eleitoralmente, não inspira cuida dos a sua ação.
O.S
Estados' Ün'dos, sob o influxo
agora do uma mentalidade política me
nos tolerante, se anteciparam nesse gê nero de precaução. E ainda prosseguem nas
desse exercer nenhuma ação danosa.
restrições aos direitos
A seguir, reconhece o "Times" que há algumas pcmiissões mais enérgicas na
lei projetada: certos servidores públi cos são castigados pelo falo de serem
filiados a um partido legal; e o Govêr no é autorizado,a impor o que é de fa to uma punição, sem obediência aos pro
Apesar de ser moderado
dos que se filiam ao
em seus termos, o proje to da chamada "lei de e.x-
partido ou processam o
purgo" chocou o espírito pú
credo comunista.
blico inglê.s; pelo menos uma
As
Govêmo exerce apenas o direito nor
med-das postas em prá
parcela mais .scnsíve^ dela, e
tica excedem já os limi-
até agora não foi votado.
cessos usuais.
E justifica
tais disposições pela submis são dos comunistas a Mos
cou e pelo presente estado das relações internacionais.
_
Para o secular órgão londrino, a providência gover
"The Time.s", em cd to-
namental mereceria mesmo o
dos num país dc sólidas
rial que vem publicado em
tradiçõe.s, no. que diz respeito às liberdades espirituais. Apesar da campanha furta-côr de
sua ed ção semanal de 12 de maio, se mostra impaciente com a demora censu rando o Govêrno pelo atraso em to
beneplácito do John Stuart Mill. E assim o explica:
mar providências que Tnunan já pôs
"Há sob alguns aspectos uma inti ma some hança entre êsse problema e o exemplo dado por John Stuart Mill
Wa'Iace, não há temor
em prática desde março de 1947.
dc um policial bêbado no seu pôsto de
te.s tradicionais guarda
sério de que o ele-tora-
E o velho órgão conservador defen
do comunista se apre
de a legislação reclamada, acentuando
sente
muito
volumoso
no próximo pleito; mas
que não viola os velhos preconceitos liberais.
traba ho. O policial, de acordo com Mill, não deve ser punido por embria gues, desde que esta seja uma ques tão de ordem pessoal; porem, pelo fato"
a ação dos comunistas, em tudo o que
"A ação preventiva proposta pelo Go
de estar embriagado no seu posto de tra
possa pôr em risco a defesa e a solida riedade nacionai.s, vem sendo gradati-
verno Britânico — diz o "Times" —
balho, êle pode causar algum dano à
em princípio não significa supressão da opinião e não pode ser havida como.míringente do direito de livre expressão do pensamento. O direito de fazer pro paganda de qualquer forma, desde que
comunidade, e a comunidade precisa
quer emergência.
não soja ob.scena ou sOdiciosa, é res peitado. Em tese, nenhuma inabi'ita-
O govêrno trabalhista inglês também tomou a in ciativa de defender os pontos
ção o infligida aos comunistas, ou a
pirar, mas pode colocar-se voluntàriamente em situação na qual a tentação de conspirar se tome inev'tável."
vitais da administração da influência
pela lei, de serem empregados em qual-
vãmente combatida com providências
que, algumas dela.s, chocam os que que rem preservar, antes de tudo, a liber dade de opinião e acreditam na eficá
cia dos processos democráticos, em qual
quem quer que seja; êles são livres,
proteger-se contra tal possibilidade. Semelhantemente, um servidor público comunista pode não estar conspirando, ou não ter mesmo a intenção de cons
Sustentando esta tese de legítima de fesa, dentro dos seus princípios conser-
42
Digesto EcoNÓ>nco
crenças pessoais. Não foi, pois, uma amputação radical; apenas uma ablação,
Em virtude, porém, da ligação inter
Díolsto EcoNÓMrco
comunista.
Equiparou desde logo os
43
quer ramo de serviço do Govêmo; o
nacional do partido, o que preocupa,
(loi-s extremismos, e deu o mesmo tra
princípio da igualdade diante da lei, o
na perspectiva de um confito armado, é a questão da defesa nacional, os riscos
tamento ao comunismo c ao fascismo.
qual é geralmente interpretado como in
A responsabilidade h'stórica do libera
cluindo igual direito de acesso a todas
Outros países onde o partido comu nista é realmente temível e numeroso,
da espionagem, da .sabotagem, da infil
as funç^ões, não é comprometido; e o
tração de agentes do inimigo em postos
lismo político da Inglaterra supera a dos Estados Unidos; c natural, por isso,
e está em condições de influir forte
ou serviços essenciai,s do Govêrno. É um
que sua 'cgislação .seja mais branda e
mente na composição e na orientação do
mal do empregador de escolher aquele
problema de segurança da administra
Govêmo, como a Itália e a França,
que deseja empregar."
ção que exige lealdade c fidelidade' dos
preferiram conservar os comunistas na
seus senudorcs, que atuam cm posições de responsabilidade.
cautelosa. Assim, desde logo, em prin cípio, se afastou a idéia da demissão do funcionar o que desse provas de infídclidade po ítica ou sc tornasse pe rigoso, pela sua filiação comunista: a providência indicada seria a sua mu dança para outras funções onde não pu
uma mutilação, cujos resultados só a experiência irá indicar.
legalidade, e combatê-los pe'os méto dos democrátic-os, derrotando-os na.s
batalhas eleitorais memorá\eis que ul timamente neles se vêm travando, sob a atenção emocionada
de todo o mundo. E
os frutos até agora co
lhidos indicam que o comunismo está servin
do como estímulo, co mo incentivo (pelo pe rigo mesmo que repre senta) para o revigoramento
do
sentimento
político das agremia ções democráticas, es
tá fortalecendo no poVo a consciência dos seus deveras coletivos. O caso da Itália é bem
expressivo, tratando-se
de um país que du
rante mais de uma ge ração não conheceu eleições verdadei ras.
Em nações como a Inglaterra e os
Estados Unidos, o problema se apre senta sob aspectos diferentes. O par tido comunista não reúne até agora, em nenhum deles, força eleitoral apre ciável; não captou a massa operária; a sua pregação não encontra eco senão em círculo reduzido. Por isso mes
mo, eleitoralmente, não inspira cuida dos a sua ação.
O.S
Estados' Ün'dos, sob o influxo
agora do uma mentalidade política me
nos tolerante, se anteciparam nesse gê nero de precaução. E ainda prosseguem nas
desse exercer nenhuma ação danosa.
restrições aos direitos
A seguir, reconhece o "Times" que há algumas pcmiissões mais enérgicas na
lei projetada: certos servidores públi cos são castigados pelo falo de serem
filiados a um partido legal; e o Govêr no é autorizado,a impor o que é de fa to uma punição, sem obediência aos pro
Apesar de ser moderado
dos que se filiam ao
em seus termos, o proje to da chamada "lei de e.x-
partido ou processam o
purgo" chocou o espírito pú
credo comunista.
blico inglê.s; pelo menos uma
As
Govêmo exerce apenas o direito nor
med-das postas em prá
parcela mais .scnsíve^ dela, e
tica excedem já os limi-
até agora não foi votado.
cessos usuais.
E justifica
tais disposições pela submis são dos comunistas a Mos
cou e pelo presente estado das relações internacionais.
_
Para o secular órgão londrino, a providência gover
"The Time.s", em cd to-
namental mereceria mesmo o
dos num país dc sólidas
rial que vem publicado em
tradiçõe.s, no. que diz respeito às liberdades espirituais. Apesar da campanha furta-côr de
sua ed ção semanal de 12 de maio, se mostra impaciente com a demora censu rando o Govêrno pelo atraso em to
beneplácito do John Stuart Mill. E assim o explica:
mar providências que Tnunan já pôs
"Há sob alguns aspectos uma inti ma some hança entre êsse problema e o exemplo dado por John Stuart Mill
Wa'Iace, não há temor
em prática desde março de 1947.
dc um policial bêbado no seu pôsto de
te.s tradicionais guarda
sério de que o ele-tora-
E o velho órgão conservador defen
do comunista se apre
de a legislação reclamada, acentuando
sente
muito
volumoso
no próximo pleito; mas
que não viola os velhos preconceitos liberais.
traba ho. O policial, de acordo com Mill, não deve ser punido por embria gues, desde que esta seja uma ques tão de ordem pessoal; porem, pelo fato"
a ação dos comunistas, em tudo o que
"A ação preventiva proposta pelo Go
de estar embriagado no seu posto de tra
possa pôr em risco a defesa e a solida riedade nacionai.s, vem sendo gradati-
verno Britânico — diz o "Times" —
balho, êle pode causar algum dano à
em princípio não significa supressão da opinião e não pode ser havida como.míringente do direito de livre expressão do pensamento. O direito de fazer pro paganda de qualquer forma, desde que
comunidade, e a comunidade precisa
quer emergência.
não soja ob.scena ou sOdiciosa, é res peitado. Em tese, nenhuma inabi'ita-
O govêrno trabalhista inglês também tomou a in ciativa de defender os pontos
ção o infligida aos comunistas, ou a
pirar, mas pode colocar-se voluntàriamente em situação na qual a tentação de conspirar se tome inev'tável."
vitais da administração da influência
pela lei, de serem empregados em qual-
vãmente combatida com providências
que, algumas dela.s, chocam os que que rem preservar, antes de tudo, a liber dade de opinião e acreditam na eficá
cia dos processos democráticos, em qual
quem quer que seja; êles são livres,
proteger-se contra tal possibilidade. Semelhantemente, um servidor público comunista pode não estar conspirando, ou não ter mesmo a intenção de cons
Sustentando esta tese de legítima de fesa, dentro dos seus princípios conser-
t?ríf
•
DlCMfiTO
44
vadores, o velho órgão, que exprime uma das tradições mais sólidas da vida
inglesa, não deixa de advertir sobre a delicadeza da aplicação das me
didas protetoras da segurança do Esta do: no uso de'as o Estado deve provar
a honestidade dos seus princípios e a jus tiça de sua ação defensiva.
Aí está o ponto melindroso da ques tão. Quando o Govêmo toma uma po-
EcONÓ.NtlCO
sição ideológica, e a procura defender
Xalveines c café
com medidas coercitivas, que atingem a
1 herdade de opinião, encaminha-se por rumos perigosos. Se não pode, ou não sabe graduar a sua ação e moderar os seus impulsos, resvala rapidamente ^pa ra a opressão e para o arbítrio. E a arbitrariedade não compensa, sabemos todos através de longa e dolorosa expe riência.
PiMENTEL Gomes
(Engenheiro-agrónomo) UANDO os cafèzais, como uma ' S".-5=—.C •r I
onda verde, , , se alargavam O pelos planaltos da bacia hi
drográfica do Paraíba do Sul, plantavam-se também catezais nas montanlias de Costa Rica c El Salvador, nas serras brasileiras de Pernambuco e Ceará e no litoral do Es
pírito Santo. Os cafèzais do Paraíba do Sul, que tanto contribuíram para o aden samento da população e a prosperidade de um dos mais interessantes trechos do
Brasil, desapareceram.
.,v-
Substituem-nos
pastagens infindáveis, que enchem vales
■ i.
X
e sobem morros. Na terra que dava trabalho a dez famílias, não encontra mais serviço uma única família. As fa zendas se despovoam. Os armazéns de café estão vazios.
De zonas inteiras
O artigo, que ora inserimos em nossas cohtnas, da lavra do reputado agrônomo Pimentcl Gomes, divulga impressionantes estatísticas relativas à cultura cafeeira, necessitada de um grande amparo, a fin% de que seja sustada a sua assusta dora decadência.
riqueza de seus proprietários. Não há
cafèzais transformados em pastagens. Não há terreiros de café abandonados. As
safras avultam como há cinqüenta .ou oitenta anos. Por que? Haverá algo a fazer? É o que procuraremos esclarecer. A maré montante das safras Durante mais de um século as safras
quase nada há a transportar. Os cafè
brasileiras de café subiram com rapidez
zais passaram pata o oeste, em busca
e segurança, como dados abaixo:
das terras novas do centro do Estado de
São Paxilo e da Mata mineira. Hoje, os mais belos sltuam-se no norte do Pa
raná, no extremo oeste paulista, em
Goiás, nas terras novas do Espírito Santo. Se isto continua, se não há uma reação,
onde estarão dentro de vinte anos os cafèzais brasileiros? Enquanto tal acon tecia no Rio de Janeiro, São Paulo, Mi nas Gerais e sul do Espírito Santo, os
Anos 1889-90 1894-95 1899-00 1904-05 1909-10 1914-15
9859 000
13 721 000 28 324 000 28 333 000 16 500 000 29 610 000 17 366 000
britânicos puseram em relevo o problema de um retorno agressivo da concorréticia japonêsa nos mercados textéis internacionais. Êsse prob'ema surgirá tão logo a produção nipônica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura ímm-
e litoral capixaba e das repúblicas de
1927-28'
El Salvador e Costa Ricí^, contemporâ
1931-32 1932-33
Parece, no entanto, que há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos a êsse propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motive por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.
Mas os cafèzais permanecem nas mesmas fazendas, nos mesmos solos, fazenda a
4 482 000 7 242 000 9 564 000 10 597 000 15 440 000 13 497 000
1924-25
cafèzais do Ceará, Pernambuco, Baliia
neos daqueles, continuavam produzindo, e produzindo bem. Renovam-se os ar bustos que morreram acidentalmente.
Sacos de 60 quüos
1919-20
Na reunião da Conferência Anglo-americana sôbre o Algodão, os delegados dial baixe ao nível normal.
se pode ver pelos
1933-34
1934-35 1935-36 igS6-S7
20 857 000 26 107 000
...i. '■uiV\l.L
t?ríf
•
DlCMfiTO
44
vadores, o velho órgão, que exprime uma das tradições mais sólidas da vida
inglesa, não deixa de advertir sobre a delicadeza da aplicação das me
didas protetoras da segurança do Esta do: no uso de'as o Estado deve provar
a honestidade dos seus princípios e a jus tiça de sua ação defensiva.
Aí está o ponto melindroso da ques tão. Quando o Govêmo toma uma po-
EcONÓ.NtlCO
sição ideológica, e a procura defender
Xalveines c café
com medidas coercitivas, que atingem a
1 herdade de opinião, encaminha-se por rumos perigosos. Se não pode, ou não sabe graduar a sua ação e moderar os seus impulsos, resvala rapidamente ^pa ra a opressão e para o arbítrio. E a arbitrariedade não compensa, sabemos todos através de longa e dolorosa expe riência.
PiMENTEL Gomes
(Engenheiro-agrónomo) UANDO os cafèzais, como uma ' S".-5=—.C •r I
onda verde, , , se alargavam O pelos planaltos da bacia hi
drográfica do Paraíba do Sul, plantavam-se também catezais nas montanlias de Costa Rica c El Salvador, nas serras brasileiras de Pernambuco e Ceará e no litoral do Es
pírito Santo. Os cafèzais do Paraíba do Sul, que tanto contribuíram para o aden samento da população e a prosperidade de um dos mais interessantes trechos do
Brasil, desapareceram.
.,v-
Substituem-nos
pastagens infindáveis, que enchem vales
■ i.
X
e sobem morros. Na terra que dava trabalho a dez famílias, não encontra mais serviço uma única família. As fa zendas se despovoam. Os armazéns de café estão vazios.
De zonas inteiras
O artigo, que ora inserimos em nossas cohtnas, da lavra do reputado agrônomo Pimentcl Gomes, divulga impressionantes estatísticas relativas à cultura cafeeira, necessitada de um grande amparo, a fin% de que seja sustada a sua assusta dora decadência.
riqueza de seus proprietários. Não há
cafèzais transformados em pastagens. Não há terreiros de café abandonados. As
safras avultam como há cinqüenta .ou oitenta anos. Por que? Haverá algo a fazer? É o que procuraremos esclarecer. A maré montante das safras Durante mais de um século as safras
quase nada há a transportar. Os cafè
brasileiras de café subiram com rapidez
zais passaram pata o oeste, em busca
e segurança, como dados abaixo:
das terras novas do centro do Estado de
São Paxilo e da Mata mineira. Hoje, os mais belos sltuam-se no norte do Pa
raná, no extremo oeste paulista, em
Goiás, nas terras novas do Espírito Santo. Se isto continua, se não há uma reação,
onde estarão dentro de vinte anos os cafèzais brasileiros? Enquanto tal acon tecia no Rio de Janeiro, São Paulo, Mi nas Gerais e sul do Espírito Santo, os
Anos 1889-90 1894-95 1899-00 1904-05 1909-10 1914-15
9859 000
13 721 000 28 324 000 28 333 000 16 500 000 29 610 000 17 366 000
britânicos puseram em relevo o problema de um retorno agressivo da concorréticia japonêsa nos mercados textéis internacionais. Êsse prob'ema surgirá tão logo a produção nipônica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura ímm-
e litoral capixaba e das repúblicas de
1927-28'
El Salvador e Costa Ricí^, contemporâ
1931-32 1932-33
Parece, no entanto, que há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos a êsse propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motive por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.
Mas os cafèzais permanecem nas mesmas fazendas, nos mesmos solos, fazenda a
4 482 000 7 242 000 9 564 000 10 597 000 15 440 000 13 497 000
1924-25
cafèzais do Ceará, Pernambuco, Baliia
neos daqueles, continuavam produzindo, e produzindo bem. Renovam-se os ar bustos que morreram acidentalmente.
Sacos de 60 quüos
1919-20
Na reunião da Conferência Anglo-americana sôbre o Algodão, os delegados dial baixe ao nível normal.
se pode ver pelos
1933-34
1934-35 1935-36 igS6-S7
20 857 000 26 107 000
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46
Dicksto Econômico
Afora as naturais oscilações, o aumen
1944
to de produção é grande e constante. Em 1933-34, com quase 30 milhões
11 444 000 13 915 000 15 333 000 15 052 000
194.5 1946
de sacas, atingimos o alto da curva.
1947
1935-36 e 1936-37, foram anos de gran
de produção. Começou, logo depois, um degringolar que já se está tornando alarmante.
A derrocada cafeeira
Não .SC trata, como se vê, de simples oscilação. Houve, de futo, uma grande redução na .safra, redução que, se não
7
47
DiGESTO Econômico
ne mais ou menos equivalente à de
se esta, porém, incapaz de eliminar to
Sâcr Paulo.
Decididamente os grandes
talmente a praga. Oltünamente o Mi
cafèzaís tendem, -ada vez mais, a .siliiar-
nistério da Agricultura csld utilizando
se ao sul do Paranapanema. Em Goiás,
inseticidas u base do hexacloreto de ben-
mau grado a distancia e. a escassez de
zcno (B H C), na forma de polvillia-
braços e transportes, as safras vão num
mcnto.
crescendo promissor, mostrando bem as
positivos, especialmente do ponto do
controlada, nos tirará o bastão de co
suas extraordinárias possibilidades. Mas
\ista de ação rápida e do favorável as
mando na produção cafeeira e preju dicará fortemente a nossa e>:poitação.
as surpresas maiores vêm depois. Minas Gerais, por exemplo, vcllio Estado ca-
pecto econômico do seu emprego. Os agrônomos estão aconselhando "que os poKilhamentos sejam iniciados logo que a safra em curso apresente fruto em
A oscilação das safras agrícolas é na tural, pois vários são os fatores que sôbre elas influem. Não é natural, porém, a derrocada que vem sofrendo a lavou ra cafeeira, principalmente de 1940 pa ra cá," como se pode ver pelos dados
a produção cafeeira no Brasil, graças
porcionalmente reduzidas, como era de esperar. Há uma oscilação forte do um ano para outro, mas a tendência tom sido para um ligeiro aumento, ao con
abaixo:
a uma série do fatores favoráveis.
trário dü que se pensava.
Anos
Produção em sacos
feícuUor, não tem as suas safras pro Srto Paulo e seu bastão cIc comando São Paulo lidera há muita.s décadas Li
dera, porem, de maneira excepcional, pois muitas vezes o volume de sua safra supera a produção total de todos
Tem caído
proporcionalmente a produção do Estado
cessidade de SC tratar tôda a cultura
ou apenas focos no interior da mesma,
menta proporcionalmente a produção do
polvilhando-se as plantas de modo a que fiquem, interna e externamente, co bertas por uma camada uniforme de pó, de vez que a maior ação do inseticida se faz pelo contacto do inseto com as superfícies tratadas". Com o emprego das polvilhadeiras manuais "Root" tem-se gasto, no Estado do Rio, 40 a 50 gramas da mistura de hexacloreto de benzeno com talco, por
16 700 000
os outros Estados. .Essa posição desta
16 025 000
cada tende a diminuir consideravelmen
Espírito Santo, c continuará aumentando
1942
13 831 000
te, ao que nos informam os dados es
se aproveitarem melhor as terras que
1943
15 365 000
tatísticos.
estão sendo agora dc,sbravadas. E há um aumento considerável nas produções
ei «a
ANOS
proporcionais de Pernambuco c Bahia, uma demonstração patente das vanta
gens do sombreamento na conservação O C9
B
Si
B (O
bV
B
CQ
m
e HO
M
SZ
íê S
B
n
S o ISS S A 99
99 O
' ía
V Jb
'©
eS
dos cafèzais.
A broca do café
os
9*.
Há, no momento, quando os preços cafeeiros são bastante favoráveis, dois
1931-32 6 32-33
1940 1942 1944 1946 1947
—
0.9% 0,8% 2.8% 2.6% 2.3%
1,1% 1.7% 3.4% 2.7% 2,7%
67,4% 61.3% 62,3% 42.7% 47.8% 43,3%
19,2% 19.2%
3.0% 5.7%
15.5%
3.9%
26.2%
6.0%
21,8% 23,8%
8.5% 8.9%
6.0% 6.9% 10,3% 12,2% 10.8% 11,0%
cafeeiro.
Os polvilhamcntos por cafeeiro tem-se mostrado tècnicamente aconselháveis.
Notam-se nos compostos do hexaclo
4.16%
fatôres importantes na redução das .sa
0.3 % 0.4 % 1.0 % 0,72%
3.0 3.7 3.9 2.9
% % % %
fras.
(H. Hampei) introduzida no Brasil há
0,89%
3.4 %
A broca tem contribuído, ora mais, ora
contacto, especialmente sob condições de baixa umidade relativa e alta tempera
menos, para a redução das safras paulis
tura;
—
Um dêsses fatôres é a broca do café
anos, através do Estado de São Paulo.
reto de benzeno:
"1 — ação mais imediata em baixa concentração (1% a 1,3% de grama), por
tas e de alguns outros estados, pois vai
2 — ação fumigante, comprovada em
testes de campo, sobre adultos li\Tes ou alojados em abrigos superficiais e no início de penetração nos frutos; 3 — possibilidade de controlar em menos tempo, por dxipla ação e mais
aí ficctm é a queda das porcentagens de
principalmente, e Goiás. O aumento de produção no Paraná é tão grande e tão
aos poucos alastrando-se por toda a 2y3na
produção em São Paulo, enquanto sur
firme que talvez não seja exagero acre
Santo.
gem dois grandes produtores — Paraná,
ditar que em breve sua produção se tor-
O que há de notável nos dados que
ram os primeiros sinais de infestação, até o ponto em que a broca esteja ainda na galeria superficial de penetra ção no fruto; que seja verificada a ne
equivalente à da produção paulista. Au
1941
e
condições de ataque ou tão cedo ocor
do Rio de Janeiro, queda mais ou menos
1940
PORCENTAGEM DA PRODUÇÃO SÔBRE A PRODUÇÃO TOTAL DO BRASIL
Os resultados se tem mostrado
cafeeira, já tendo atingido o Espírito
A princípio se fêz um combate bioló gico com a vespa do Uganda. Mostrou-
46
Dicksto Econômico
Afora as naturais oscilações, o aumen
1944
to de produção é grande e constante. Em 1933-34, com quase 30 milhões
11 444 000 13 915 000 15 333 000 15 052 000
194.5 1946
de sacas, atingimos o alto da curva.
1947
1935-36 e 1936-37, foram anos de gran
de produção. Começou, logo depois, um degringolar que já se está tornando alarmante.
A derrocada cafeeira
Não .SC trata, como se vê, de simples oscilação. Houve, de futo, uma grande redução na .safra, redução que, se não
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DiGESTO Econômico
ne mais ou menos equivalente à de
se esta, porém, incapaz de eliminar to
Sâcr Paulo.
Decididamente os grandes
talmente a praga. Oltünamente o Mi
cafèzaís tendem, -ada vez mais, a .siliiar-
nistério da Agricultura csld utilizando
se ao sul do Paranapanema. Em Goiás,
inseticidas u base do hexacloreto de ben-
mau grado a distancia e. a escassez de
zcno (B H C), na forma de polvillia-
braços e transportes, as safras vão num
mcnto.
crescendo promissor, mostrando bem as
positivos, especialmente do ponto do
controlada, nos tirará o bastão de co
suas extraordinárias possibilidades. Mas
\ista de ação rápida e do favorável as
mando na produção cafeeira e preju dicará fortemente a nossa e>:poitação.
as surpresas maiores vêm depois. Minas Gerais, por exemplo, vcllio Estado ca-
pecto econômico do seu emprego. Os agrônomos estão aconselhando "que os poKilhamentos sejam iniciados logo que a safra em curso apresente fruto em
A oscilação das safras agrícolas é na tural, pois vários são os fatores que sôbre elas influem. Não é natural, porém, a derrocada que vem sofrendo a lavou ra cafeeira, principalmente de 1940 pa ra cá," como se pode ver pelos dados
a produção cafeeira no Brasil, graças
porcionalmente reduzidas, como era de esperar. Há uma oscilação forte do um ano para outro, mas a tendência tom sido para um ligeiro aumento, ao con
abaixo:
a uma série do fatores favoráveis.
trário dü que se pensava.
Anos
Produção em sacos
feícuUor, não tem as suas safras pro Srto Paulo e seu bastão cIc comando São Paulo lidera há muita.s décadas Li
dera, porem, de maneira excepcional, pois muitas vezes o volume de sua safra supera a produção total de todos
Tem caído
proporcionalmente a produção do Estado
cessidade de SC tratar tôda a cultura
ou apenas focos no interior da mesma,
menta proporcionalmente a produção do
polvilhando-se as plantas de modo a que fiquem, interna e externamente, co bertas por uma camada uniforme de pó, de vez que a maior ação do inseticida se faz pelo contacto do inseto com as superfícies tratadas". Com o emprego das polvilhadeiras manuais "Root" tem-se gasto, no Estado do Rio, 40 a 50 gramas da mistura de hexacloreto de benzeno com talco, por
16 700 000
os outros Estados. .Essa posição desta
16 025 000
cada tende a diminuir consideravelmen
Espírito Santo, c continuará aumentando
1942
13 831 000
te, ao que nos informam os dados es
se aproveitarem melhor as terras que
1943
15 365 000
tatísticos.
estão sendo agora dc,sbravadas. E há um aumento considerável nas produções
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ANOS
proporcionais de Pernambuco c Bahia, uma demonstração patente das vanta
gens do sombreamento na conservação O C9
B
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B (O
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S o ISS S A 99
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dos cafèzais.
A broca do café
os
9*.
Há, no momento, quando os preços cafeeiros são bastante favoráveis, dois
1931-32 6 32-33
1940 1942 1944 1946 1947
—
0.9% 0,8% 2.8% 2.6% 2.3%
1,1% 1.7% 3.4% 2.7% 2,7%
67,4% 61.3% 62,3% 42.7% 47.8% 43,3%
19,2% 19.2%
3.0% 5.7%
15.5%
3.9%
26.2%
6.0%
21,8% 23,8%
8.5% 8.9%
6.0% 6.9% 10,3% 12,2% 10.8% 11,0%
cafeeiro.
Os polvilhamcntos por cafeeiro tem-se mostrado tècnicamente aconselháveis.
Notam-se nos compostos do hexaclo
4.16%
fatôres importantes na redução das .sa
0.3 % 0.4 % 1.0 % 0,72%
3.0 3.7 3.9 2.9
% % % %
fras.
(H. Hampei) introduzida no Brasil há
0,89%
3.4 %
A broca tem contribuído, ora mais, ora
contacto, especialmente sob condições de baixa umidade relativa e alta tempera
menos, para a redução das safras paulis
tura;
—
Um dêsses fatôres é a broca do café
anos, através do Estado de São Paulo.
reto de benzeno:
"1 — ação mais imediata em baixa concentração (1% a 1,3% de grama), por
tas e de alguns outros estados, pois vai
2 — ação fumigante, comprovada em
testes de campo, sobre adultos li\Tes ou alojados em abrigos superficiais e no início de penetração nos frutos; 3 — possibilidade de controlar em menos tempo, por dxipla ação e mais
aí ficctm é a queda das porcentagens de
principalmente, e Goiás. O aumento de produção no Paraná é tão grande e tão
aos poucos alastrando-se por toda a 2y3na
produção em São Paulo, enquanto sur
firme que talvez não seja exagero acre
Santo.
gem dois grandes produtores — Paraná,
ditar que em breve sua produção se tor-
O que há de notável nos dados que
ram os primeiros sinais de infestação, até o ponto em que a broca esteja ainda na galeria superficial de penetra ção no fruto; que seja verificada a ne
equivalente à da produção paulista. Au
1941
e
condições de ataque ou tão cedo ocor
do Rio de Janeiro, queda mais ou menos
1940
PORCENTAGEM DA PRODUÇÃO SÔBRE A PRODUÇÃO TOTAL DO BRASIL
Os resultados se tem mostrado
cafeeira, já tendo atingido o Espírito
A princípio se fêz um combate bioló gico com a vespa do Uganda. Mostrou-
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Dxcesto EcONÓAtlCO
rápido efeito tóxico, maior número de
indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."
são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os
vinhedos e olivais da região mediterrâ
Verifica-se, atualmente, se a melhoria
nea, os tamareirais da África e da Ásia,
Dicesto Econômico
49
plantar café. Os cafczais atuais já exis
balhos de sombreamento de cafèzais em
tiam, em grande parte, no comêço do
alguns municípios. A Secretaria da Agri-
século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban
cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do
ressada no sombreamento dos cafèzais e
do rendimento cultural dor «-afèzais "por
os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-
um eventual aumento do Índice médio
donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs
ros arbóreos do nordeste brasileiro.
Há
de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,
colombianos. O café cearense tem fama.
çando o sombreamento dos cafèzais de
de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando
Meses atrás visitei uma fazenda de
café de Carangola, em Minas Gerais.
algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu
compensa o custo total do número de
tratamentos necessários ao contrôle da
broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos
alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo
O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam
êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no
fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e
agora tende a localizar-se no norte do
Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas
usassem
os
mé-
todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,
o vale do Paraíba do Sul era uma onda
verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.
Se formos ao âmago da questão, veri
ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera
ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.
Ademais, os
dente. Os arbustos reagiram e veio uma
verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da
mas fazendas de Minas Gerais e São
Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.
Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em
outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa
parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto
facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria
dos.
de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do
de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas
Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri
Mato". A reação
Felizmente, a reação se esboça.
O
Ministério da Agricultura iniciou tra
brasileiras.
mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do
Paraná já não produziriam mais café.
sudoeste baiano.
El Salvador, Costa Rica, Guatemala e
muito velhos, mantêm a sua primitiva
República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o
produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste
Irreconquistável época de fastígio, se
encontravam ocasionah-nente a sombra
era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca
cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea
Minas Gerais, Rio de Janeiro e
período cafeeiro como uma passada e
Percorrendo com o fazendeiro os cafè
zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se
Ministério da Agricultura, está come
Embora -haja alguns
cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca
sentido.
fèzais em São Paulo e Estados vizinhos
camente, há décadas, terras novas para
Pernambuco e Ceará não têm, pràti-
A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio
e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.
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Dxcesto EcONÓAtlCO
rápido efeito tóxico, maior número de
indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."
são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os
vinhedos e olivais da região mediterrâ
Verifica-se, atualmente, se a melhoria
nea, os tamareirais da África e da Ásia,
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plantar café. Os cafczais atuais já exis
balhos de sombreamento de cafèzais em
tiam, em grande parte, no comêço do
alguns municípios. A Secretaria da Agri-
século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban
cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do
ressada no sombreamento dos cafèzais e
do rendimento cultural dor «-afèzais "por
os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-
um eventual aumento do Índice médio
donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs
ros arbóreos do nordeste brasileiro.
Há
de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,
colombianos. O café cearense tem fama.
çando o sombreamento dos cafèzais de
de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando
Meses atrás visitei uma fazenda de
café de Carangola, em Minas Gerais.
algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu
compensa o custo total do número de
tratamentos necessários ao contrôle da
broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos
alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo
O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam
êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no
fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e
agora tende a localizar-se no norte do
Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas
usassem
os
mé-
todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,
o vale do Paraíba do Sul era uma onda
verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.
Se formos ao âmago da questão, veri
ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera
ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.
Ademais, os
dente. Os arbustos reagiram e veio uma
verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da
mas fazendas de Minas Gerais e São
Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.
Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em
outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa
parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto
facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria
dos.
de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do
de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas
Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri
Mato". A reação
Felizmente, a reação se esboça.
O
Ministério da Agricultura iniciou tra
brasileiras.
mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do
Paraná já não produziriam mais café.
sudoeste baiano.
El Salvador, Costa Rica, Guatemala e
muito velhos, mantêm a sua primitiva
República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o
produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste
Irreconquistável época de fastígio, se
encontravam ocasionah-nente a sombra
era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca
cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea
Minas Gerais, Rio de Janeiro e
período cafeeiro como uma passada e
Percorrendo com o fazendeiro os cafè
zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se
Ministério da Agricultura, está come
Embora -haja alguns
cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca
sentido.
fèzais em São Paulo e Estados vizinhos
camente, há décadas, terras novas para
Pernambuco e Ceará não têm, pràti-
A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio
e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.
48
Dxcesto EcONÓAtlCO
rápido efeito tóxico, maior número de
indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."
são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os
vinhedos e olivais da região mediterrâ
Verifica-se, atualmente, se a melhoria
nea, os tamareirais da África e da Ásia,
Dicesto Econômico
49
plantar café. Os cafczais atuais já exis
balhos de sombreamento de cafèzais em
tiam, em grande parte, no comêço do
alguns municípios. A Secretaria da Agri-
século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban
cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do
ressada no sombreamento dos cafèzais e
do rendimento cultural dor «-afèzais "por
os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-
um eventual aumento do Índice médio
donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs
ros arbóreos do nordeste brasileiro.
Há
de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,
colombianos. O café cearense tem fama.
çando o sombreamento dos cafèzais de
de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando
Meses atrás visitei uma fazenda de
café de Carangola, em Minas Gerais.
algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu
compensa o custo total do número de
tratamentos necessários ao contrôle da
broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos
alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo
O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam
êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no
fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e
agora tende a localizar-se no norte do
Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas
usassem
os
mé-
todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,
o vale do Paraíba do Sul era uma onda
verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.
Se formos ao âmago da questão, veri
ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera
ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.
Ademais, os
dente. Os arbustos reagiram e veio uma
verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da
mas fazendas de Minas Gerais e São
Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.
Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em
outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa
parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto
facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria
dos.
de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do
de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas
Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri
Mato". A reação
Felizmente, a reação se esboça.
O
Ministério da Agricultura iniciou tra
brasileiras.
mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do
Paraná já não produziriam mais café.
sudoeste baiano.
El Salvador, Costa Rica, Guatemala e
muito velhos, mantêm a sua primitiva
República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o
produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste
Irreconquistável época de fastígio, se
encontravam ocasionah-nente a sombra
era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca
cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea
Minas Gerais, Rio de Janeiro e
período cafeeiro como uma passada e
Percorrendo com o fazendeiro os cafè
zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se
Ministério da Agricultura, está come
Embora -haja alguns
cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca
sentido.
fèzais em São Paulo e Estados vizinhos
camente, há décadas, terras novas para
Pernambuco e Ceará não têm, pràti-
A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio
e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.
48
Dxcesto EcONÓAtlCO
rápido efeito tóxico, maior número de
indivíduos infestantes, prevenindo, con seqüentemente, a progressão da infes tação."
são ondas que passam; na América Cen tral, nas Antilhas, são lavouras que se eternizam nos mesmos locais, como os
vinhedos e olivais da região mediterrâ
Verifica-se, atualmente, se a melhoria
nea, os tamareirais da África e da Ásia,
Dicesto Econômico
49
plantar café. Os cafczais atuais já exis
balhos de sombreamento de cafèzais em
tiam, em grande parte, no comêço do
alguns municípios. A Secretaria da Agri-
século. As fazendas cafceiras são as mesmas. Não há terreiros de café aban
cultiua do Estado do Rio, muito inte articulada com o Serviço Florestal do
ressada no sombreamento dos cafèzais e
do rendimento cultural dor «-afèzais "por
os carnaubais, os coqueirais e os algodoei-
um eventual aumento do Índice médio
donados. Os cafés despolpados de Per nambuco são comparáveis aos melborcs
ros arbóreos do nordeste brasileiro.
Há
de produção, e pela diminuição dos da nos da praga em função do inseticida,
colombianos. O café cearense tem fama.
çando o sombreamento dos cafèzais de
de haver uma razão muito forte pára isto, tanto mais que extensos cafèzais baianos, pernambucanos, capixabas, cea renses e catarinenses já existiam quando
Meses atrás visitei uma fazenda de
café de Carangola, em Minas Gerais.
algumas fazendas. O Secretário da Agri cultura, Dr. Edgar Teixeira Leite, está disposto a salvar os restantes cafèzais fluminenses por meio do sombreamento. e tentar a plantação de novas áreas pe los métodos mais modernos. Em algu
compensa o custo total do número de
tratamentos necessários ao contrôle da
broca nos moldes desejados". Pesquisa-se também se os tratamentos
alteram a qualidade do café. O empobrecimento do solo
O empobrecimento rápido do solo tem sido a causa do nomadismo da maior parte dos cafèzais brasileiros. Passam
êles, em regra, como uma onda que estêve no vale do Paraíba do Sul no
fim do século passado, em Jaú e Ribei rão Prêto, há vinte ou trinta anos e
agora tende a localizar-se no norte do
Paraná, no extremo oeste paulista, no sul de Goiás, no norte do Espírito Santo e no sul de Mato Grosso. Se não hou vesse muito chão no Brasil, as safras cafeeíras eqüivaleriam, hoje, às das pequenas repúblicas centro- i- ---i americanas. Se as repúblicas centro-americanas
usassem
os
mé-
todos de lavoura cafeeira geral- jV!; mente empregados em São Paulo,
o vale do Paraíba do Sul era uma onda
verde que dava fôrças ao Império, e ainda hoje se encontram tão fecundos como antigamente.
Se formos ao âmago da questão, veri
ficaremos que os cafèzais se mantêm sempre produtivos durante dezenas e de zenas de anos, enquanto passam as gera
ções; onde são sombreados, e désaparecem com uma rapidez pasmosa onde são cultivados a céu aberto.
Ademais, os
dente. Os arbustos reagiram e veio uma
verdadeira .estauração. A produção au mentou cíonsideràvelmente, enquanto continuava a decresccr a produção da
mas fazendas de Minas Gerais e São
Paulo, ativam-se trabalhos de sombrea mento.
Seria também aconselhável a planta ção de pequenos cafèzais em solos bem estrumados do Va'e do Paraíba e em
outras regiões próximas do mar. O es trume de curral seria obtido com certa
parte não sombreada. É interessante ler a respeito do somrbreamento um folheto do Dr. Adalberto
facilidade, pois essas zonas se dedicam hoje à pecuária. O sombreamento seria
dos.
de Queiroz Telles Júnior — "O Cheiro do
de todo imprescindível. Há, na Repú blica Dominicana, algo de interessante, a respeito. Não resta dúvida, porém, que não é possível cruzar os braços enquanto desaparece uma das maiores riquezas
Vejamos alguns exemplos. No Espírito Santo, há cafèzais som breados e não sombreados. Os não sombreados encontram-se em franca de cadência no sul do Estado. Os sombreados conservam a sua pri
Mato". A reação
Felizmente, a reação se esboça.
O
Ministério da Agricultura iniciou tra
brasileiras.
mitiva produção e fornecem o melhor café capixaba — o café capitania ~ vendido sempre por preços superiores aos primeiros. São sombreados os cafèzais do
Paraná já não produziriam mais café.
sudoeste baiano.
El Salvador, Costa Rica, Guatemala e
muito velhos, mantêm a sua primitiva
República Dominicana mergulhariam fundo no pauperismo e lembrariam o
produção, apresentam-se com belo as pecto e dão bebida boa. Pena é que o baiano não lhes duplique pelo menos a área. Aqui fica linia sugestão neste
Irreconquistável época de fastígio, se
encontravam ocasionah-nente a sombra
era sempre melhor que o dos que esta vam totalmente desabrigados. Em Pindamonhangaba, um agrônomo sombreou parte de seu cafèzal deca
cafèzais sombreados produzem grãos de melhor bebida do que os não sombrea
Minas Gerais, Rio de Janeiro e
período cafeeiro como uma passada e
Percorrendo com o fazendeiro os cafè
zais em decadência, ti\'e oportunidade de mostrar que o aspecto dos que se
Ministério da Agricultura, está come
Embora -haja alguns
cultivassem os arbustos dadivosos como mais comumente o fazemos. Os ca
sentido.
fèzais em São Paulo e Estados vizinhos
camente, há décadas, terras novas para
Pernambuco e Ceará não têm, pràti-
A "Gunze Silk Reeling Co." informou que está sendo produzida uma nova qualidade de sêda natural que, segundo se diz, é superior ao tipo ii\dustriaHzado atualmente no Japão. Os industriais japonêses conseguiram produzir um fio de sêda tão resistente e durável como o sintético, dirigindo ondas ultra-curtas de rádio
e rajadas de ar sêco contra os casulos: este novo produto é superior ao antigo em têrmos de elasticidade, fôrça de tração, fineza do plamento e outros fatôres de importância.
Dicesto EcoNÓNnco
51
ram reformas agrárias, lôdas tendentc.s
REFORMA
a uma rcdístribuiçã» cia tc;rra.
AGRARIA
Tainhém na América, vários países,
A reforma proposta, portanto, se de
um Indo oferece medidas indiretas para evitar que permaneçam improdutivas as
Daniel de Cawvauío
<1 notòrianicnte o México, Icwuain a cabo
grandes propriedade.^, também procura
(Ministro da Agricultura)
reformas cjuc tinham por objetivo a
impedir a excessiva subdiNisão destas, o
melhor d stribuição da torra ou a subdi
As5 111. acpiêlcs rpic não leram o ante
que foi aliás objeto de percuciente aná lise na monografia de Kaufsky, Agranfage, e deu lugar à sentença de Descha-
projeto enviado ao Parlamento Brasi leiro supõem ser seu objetivo primordial
clarando que êle racha (hache) as pro
^GRADECENDo a honra. do convite para vir falar sobre a Reforma Agrária,
O "Digesto Econômico" insere em suas colunas a brilhante e aplaudido confe
perante auditório tão autorizado, e agra
rência que o ilustre ministro da Agri-
decendo as palavras extremamente ge nerosas do meu co-estaduano e amigo Dr. Waldemar Luz, quero, antecipada mente, pedir desculpas por não ter po dido escrever uma exposição sôbre a
cuhura, Dr. Daniel de Carvalho, pro
feriu no Rolanj Chih do Rio de ]aneiro sobre a Reforma Agrária.
Êssc
assunto tem apaixonado os meios agrá rios de São Paulo, razão pela qual o
projetada Reforma Agrária no Brasil e só ter tido tempo, hoje de manhã, de tomar algumas notas que nem ao menos
"Digesto Econômico" entendeu ser opor
pude concatenar a seriar, para uma ex posição lógica dos pensamentos.
Mas tão grande era o meu desejo de corresponder à distinção que me foi feita, por iniciativã do meu antigo con-
visão da*; grandes propriedades.
ncl contra o Código Ci\'il Francíês, de
essa subdivisão da propriedade, quando
priedades.
a realidade 6 outra.
tece em nosso país.
O mesmo fenômeno acon
A lei proposta não é contra a gran de propriedade. Procura, sim, remé dios para evitar (pie a grande proprie
quinhão para todos os descendentes, faz com que a subdivisão de fazendas e
O nosso regime sucessorial de igual
dade fique Íniprodi!ti\'a. Visa a impe
sítios cancele, muitas vêze.s, a possibi lidade de cada herdeiro ficar com uma
Daniel de Carvalho, antigo SecrcMrio
dir que as grandes propriedades exis tentes cm zonas densamente po\'oadas,
da Agricultura em Minas Gerais c exdeputado federal, é um estudioso dc
próximas aos grandes centros con
com um pedaço de terreno em que não
sumidores, permaneçam incultas à es
pode viver com sua família, ou o deixa improdutivo e vem para a cidade ou o vende a outrem, geralmente ao vizinho
tuno tornar-se conhecida aqui a palavm
oficial do Ministro ela Agricultura. O Dr.
assuntos econômicos e históricos, tendo
publicado no gênero várias obras de
pera de valorização, que viria dar um enriquecimento injusto aos seus possui
tinidado econômica. Assim esse homem,
dores. quando as populações precisam
poderoso, concorrendo, desse modo, para
Alcides Lins, que me atrevo a falar por esta forma espontânea e singela, contan
ser alimentadas c milhares de roceiros
aumentar a grande propriedade impro
pedem terra para plantar. Essas proprie
dutiva.
do com a extrema benevolência carac
dades, uma vez subdivididas, em todo
terística dos rotariano.s.
ou em parte, podem dar aMmento e
Como estão vendo, o aspecto princi pal que logo ressalta na lei é o a.*q)eeto
teto a muitas famílias desabrigadas c
social, que aliás nunca esteve ausente
fíiminta.s.
das cogitações dos nossos estadistas.
discípulo e provecto colaborador Dr.
Quando se fala em Reforma Agrária, sobretudo nos países de formação lati
indiscutível valor.
Açode, também, ao nosso espírito, de-
pors das recordações das leis agrárias . de Roma, as leis agrárias da Irlanda
na, logo acodè a idéia das leis agrárias
que, se não levaram à morte o seu
dos tempos de Roma: as leis de Tibério e Caio Graco e as de Saturnino. A quantos estudaram Direito ou estuda
autor, como ocorreu com Caio, Tibé
ram História, vem à lembrança aquela
rio Graco e Saturnino, levaram à prisão
Parnell, que pagou assim a audácia de
frase tão citada: Latifundia perdiderunt
propugnar que os arrendamentos pagos» pelos irlandeses aos lordes residentes na.
Italiam.
Inglatemx se formassem cm proprieda
Apesar da dúvida de Ives
Guyot, passou em julgado que os lati
de, isto é, o acesso à propriedade àque
fúndios causaram a ruína da grande
les que trabalhavam a terra e a fecunda
república latina.
vam com o seu suor.
O absenteísmo dos lavradores que, deixando suas propriedades nas mãos de escravos, iam para Roma gozar dos
Não podendo alongar-me na digre.ssão histórica, seja-me lícitoy tôdàvia, acen
prazeres da grande cidade, trouxe ma
tuar que depois da 'gúerra''passada, da primeira guerra mundial, muitos países
les incalculáveis à República Romana
— a Rumânia, a Polônia, a Tchecoslová-
e ocasionou a sua decadência e morte.
quia, a Finlândia, a Iugoslávia — realiza
X*
VÍW.3
Mas a lei, se focaliza por um lado
O Império, numa época gloriosa, jus
a grande propriedade im produtiva, também objeti
tamente em meados do sé
va o outro aspecto
que
ser mais exato, em 1850 —
costuma ser omitido, o do minifúndio, o da micropro-
decretou a sua grande lei de terras, completada pelo
priedade, que 6, também,
sábio regulamento de 1854,
um grave problema
no
Brasil, revelado pelo últi
culo passado — ou para
destinado a distribuir me
lhor as terras públicas e garantir os posseiros com
mo rccenseamento.
Esta propriedade pulve
rizada, que não pode dar
cultura efetiva e moradia habitual.
e
Depois que as terras de-
assim prover o sustento de
volutas passaram para os
uma família, é outro peri
Estadas, tivemos muitos ex-
go a evitar.
tra\ios e até hoje padece-
rendimento
econômico
Dicesto EcoNÓNnco
51
ram reformas agrárias, lôdas tendentc.s
REFORMA
a uma rcdístribuiçã» cia tc;rra.
AGRARIA
Tainhém na América, vários países,
A reforma proposta, portanto, se de
um Indo oferece medidas indiretas para evitar que permaneçam improdutivas as
Daniel de Cawvauío
<1 notòrianicnte o México, Icwuain a cabo
grandes propriedade.^, também procura
(Ministro da Agricultura)
reformas cjuc tinham por objetivo a
impedir a excessiva subdiNisão destas, o
melhor d stribuição da torra ou a subdi
As5 111. acpiêlcs rpic não leram o ante
que foi aliás objeto de percuciente aná lise na monografia de Kaufsky, Agranfage, e deu lugar à sentença de Descha-
projeto enviado ao Parlamento Brasi leiro supõem ser seu objetivo primordial
clarando que êle racha (hache) as pro
^GRADECENDo a honra. do convite para vir falar sobre a Reforma Agrária,
O "Digesto Econômico" insere em suas colunas a brilhante e aplaudido confe
perante auditório tão autorizado, e agra
rência que o ilustre ministro da Agri-
decendo as palavras extremamente ge nerosas do meu co-estaduano e amigo Dr. Waldemar Luz, quero, antecipada mente, pedir desculpas por não ter po dido escrever uma exposição sôbre a
cuhura, Dr. Daniel de Carvalho, pro
feriu no Rolanj Chih do Rio de ]aneiro sobre a Reforma Agrária.
Êssc
assunto tem apaixonado os meios agrá rios de São Paulo, razão pela qual o
projetada Reforma Agrária no Brasil e só ter tido tempo, hoje de manhã, de tomar algumas notas que nem ao menos
"Digesto Econômico" entendeu ser opor
pude concatenar a seriar, para uma ex posição lógica dos pensamentos.
Mas tão grande era o meu desejo de corresponder à distinção que me foi feita, por iniciativã do meu antigo con-
visão da*; grandes propriedades.
ncl contra o Código Ci\'il Francíês, de
essa subdivisão da propriedade, quando
priedades.
a realidade 6 outra.
tece em nosso país.
O mesmo fenômeno acon
A lei proposta não é contra a gran de propriedade. Procura, sim, remé dios para evitar (pie a grande proprie
quinhão para todos os descendentes, faz com que a subdivisão de fazendas e
O nosso regime sucessorial de igual
dade fique Íniprodi!ti\'a. Visa a impe
sítios cancele, muitas vêze.s, a possibi lidade de cada herdeiro ficar com uma
Daniel de Carvalho, antigo SecrcMrio
dir que as grandes propriedades exis tentes cm zonas densamente po\'oadas,
da Agricultura em Minas Gerais c exdeputado federal, é um estudioso dc
próximas aos grandes centros con
com um pedaço de terreno em que não
sumidores, permaneçam incultas à es
pode viver com sua família, ou o deixa improdutivo e vem para a cidade ou o vende a outrem, geralmente ao vizinho
tuno tornar-se conhecida aqui a palavm
oficial do Ministro ela Agricultura. O Dr.
assuntos econômicos e históricos, tendo
publicado no gênero várias obras de
pera de valorização, que viria dar um enriquecimento injusto aos seus possui
tinidado econômica. Assim esse homem,
dores. quando as populações precisam
poderoso, concorrendo, desse modo, para
Alcides Lins, que me atrevo a falar por esta forma espontânea e singela, contan
ser alimentadas c milhares de roceiros
aumentar a grande propriedade impro
pedem terra para plantar. Essas proprie
dutiva.
do com a extrema benevolência carac
dades, uma vez subdivididas, em todo
terística dos rotariano.s.
ou em parte, podem dar aMmento e
Como estão vendo, o aspecto princi pal que logo ressalta na lei é o a.*q)eeto
teto a muitas famílias desabrigadas c
social, que aliás nunca esteve ausente
fíiminta.s.
das cogitações dos nossos estadistas.
discípulo e provecto colaborador Dr.
Quando se fala em Reforma Agrária, sobretudo nos países de formação lati
indiscutível valor.
Açode, também, ao nosso espírito, de-
pors das recordações das leis agrárias . de Roma, as leis agrárias da Irlanda
na, logo acodè a idéia das leis agrárias
que, se não levaram à morte o seu
dos tempos de Roma: as leis de Tibério e Caio Graco e as de Saturnino. A quantos estudaram Direito ou estuda
autor, como ocorreu com Caio, Tibé
ram História, vem à lembrança aquela
rio Graco e Saturnino, levaram à prisão
Parnell, que pagou assim a audácia de
frase tão citada: Latifundia perdiderunt
propugnar que os arrendamentos pagos» pelos irlandeses aos lordes residentes na.
Italiam.
Inglatemx se formassem cm proprieda
Apesar da dúvida de Ives
Guyot, passou em julgado que os lati
de, isto é, o acesso à propriedade àque
fúndios causaram a ruína da grande
les que trabalhavam a terra e a fecunda
república latina.
vam com o seu suor.
O absenteísmo dos lavradores que, deixando suas propriedades nas mãos de escravos, iam para Roma gozar dos
Não podendo alongar-me na digre.ssão histórica, seja-me lícitoy tôdàvia, acen
prazeres da grande cidade, trouxe ma
tuar que depois da 'gúerra''passada, da primeira guerra mundial, muitos países
les incalculáveis à República Romana
— a Rumânia, a Polônia, a Tchecoslová-
e ocasionou a sua decadência e morte.
quia, a Finlândia, a Iugoslávia — realiza
X*
VÍW.3
Mas a lei, se focaliza por um lado
O Império, numa época gloriosa, jus
a grande propriedade im produtiva, também objeti
tamente em meados do sé
va o outro aspecto
que
ser mais exato, em 1850 —
costuma ser omitido, o do minifúndio, o da micropro-
decretou a sua grande lei de terras, completada pelo
priedade, que 6, também,
sábio regulamento de 1854,
um grave problema
no
Brasil, revelado pelo últi
culo passado — ou para
destinado a distribuir me
lhor as terras públicas e garantir os posseiros com
mo rccenseamento.
Esta propriedade pulve
rizada, que não pode dar
cultura efetiva e moradia habitual.
e
Depois que as terras de-
assim prover o sustento de
volutas passaram para os
uma família, é outro peri
Estadas, tivemos muitos ex-
go a evitar.
tra\ios e até hoje padece-
rendimento
econômico
V
,«vvy. WcJf'
W Dice-sto
52
Econômico
Djcsíto Econômico
53
i.iua mos de vícios originados da má distri buição das terras públicas, corrigida na
priedade acarreta obrigações". A pro priedade é hoje considerada uma função
Argentina pela Lei Rivadá\ia e em ou tros países por leis agrárias tendentes a pôr um paradeiro ao abuso dos caudi
social.
Promissão, a Palestina, dada na Bíblia
como a terra do leito e do mel pela sua fertilidade extraordinária e que, poi
Constituição, não pode fugir aos dita
Se o proprietário tem direitos, tem, também, devores para com a coletivida de que lhe assegura o uso e gozo da pro priedade. E isso convém que penetre na consciência de todos, para podermos estabelecer uma Lei Agrária convenien te aos interesses do país. Mas, ao lado dos que acham que a Lei Agrária deve encarar, apenas, o as pecto social, existem os que julgam deva ela encarar sòmente os problemas téc
mes desta.
nicos.
possamos exqjlorar o solo sem destruir-
lhos ou poderosos amparados pelo Go verno.
Há muita gente em nosso país que entende deva a Lei Agrária limitar-se a esse aspecto — o aspecto social da distribuição da terra.
Mas a Lei Agrária proposta ao Parlamento, sendo conseqüência da nossa Com efeito, a Constituição determi
nou se desse igual oportunidade para todos e se promovesse a justa distribui
ção da terra. Mas, por outro lado, ga rante a propriedade.
Assim, a nossa Lei Agrária oferece um cunho especial. Não pode, nem de longe, ter semelhança com essas leis de confisco e desapropriação, sem inde nização, vigentes em outros países.
Não! E' uma lei que respeita o di reito de propriedade, embora procure dar a êsse conceito o sentido moderno. E o que espero de todos os brasileiros é que se compenetrem desta idéia e
fiquem bem convencidos de que não é
Há um exemplo clássico de como a terra pode deteriorar-se: c o da Terra da
doro Roosevelt e a Hção dos cientistas e dos mestres nao bastaram, lamentaodose hoje que não hajam feito a temro a» leis adequadas à conserN-ação do solo.
meio da erosão, se transformou em de
Assim, n nossa Lei Agri\ria, ao lado do problema social, terá, também, de
sertos, cuja fertilidade a ciCmeia mo-
encarar o problema da aplicação das
dema cuida de restaurar.
técnicas racionais à exploração da terra. Por isso o projeto enviado ao exame, à discussão e às emendas do Con.rresso Nacional, abrange as duas ordens de problemas: os sociais e os técnicos. Cumpre, assim, preceitos da Constitui
Mas se a terra está exigindo proces sos técnicos para sua exploração e há
quem entenda deva ser esta a finali dade da Lei Agrária, com a mecaniza
ção da lavoura, a assistência aos lavra dores e o ensino agrícola, para que
ção, desenvolvidos na mensagem dirigi da pelo Presidente Eurico Gaspar Duto • ao Congresso Nacional. Sua excelência o Presidente da Republica tem um compronusso com a opinião pú-
Entre nós, a obra clássica de Alberto Tôrres, contra o saque da terra e a ma
neira pela qual estávamos explorando o solo, onde a topografia e a situação tro pical conspiram enormemente para agra var o problema da manutenção do hú mus, foi um grito de alarma. Quando pensamos que a natureza leva de quatro a seis mil anos para fazer uma camada de húmus da espes
Wí
j blica. Prometeu piomover a
^feitura de uma lei agrária , e remeteu ao Parlamento um
. _ anteprojeto, sôbre o qual ' opinar os represen-♦tantes do povo o as entida des compelente.s, as socirdades agrícolas, e sobretudo
sura do pé de Carlos Magno, isto é, do pé, medida inglêsa, e que leva trinta, quarenta ou cinqüenta anos, apenas,
os homens do campo.
para lavar essa camada; quando obser vamos o que está ocorrendo nas terras
principais dêssf! anteprojeto,
mais possível manter uma velha e errônea noção de propriedade. Me
cansadas do Rio de Janeiro, do Vale do Paraíba, empório de café, e em largas regiões do Estado de São Paulo e de
diante tradução errada do verbo "abu-
Minas, onde a erosão esgotou a fertili
tere", ensinava-se que no direito de pro priedade se incluía o de "abusar". En-
dade da terra — não podemos deixar de ficar alarmados pelo futuro do nosso
tendia-se que o proprietário podia usar,
país, porque não podemos esquecer que
fruir e abusar. Ora, o verbo "abutere"
essa terra não é só nossa, dos que vivem
no bom Latim e no Direito Romano, não
atualmente sôbre e^a. Pentence aos nos
tinha essa significação, e sim apenas a
sos filhos, aos nossos netos, a todos
de consumir pelo uso. E, hoje, o con ceito de propriedade, aceito em todos
os nossos descendentes. Nós somos transitórios. A Pátria é eterna. E não
os países civilizados, é aquéie expresso na Constituição de Weimar, numa fraae
podemos inutilizar a terra, impedindo quç es Hosaes descendentes vivam
lapidar "Eigenthuin pflicht": "a pro
dela.
'
Para resumir as idéias ■acentuarei, com o autor do
lhe a produtividade, um exame objetivo da situação da nossa agricultura paten teia que o lado técnico e o social não
podem ser separados.
E* preciso entrelaçar òs dois proble mas e, com um feixe de dispositivos de ordem técnica e social, constituir a verdadeira Lei Agrária. Para a exploração econômica da ter ra—e não pode ser exploração eco nômica a que reduz ou acaba com a pro dutividade da terra — não basta o ensino
do técnico. Tomos o exemplo dos Esta dos Unidos, onda a pregação de Tea-
mesmo, Dr. Afrânio de Carvalho, os seguintes pontos:
Primeiro, procura corrigir o latifúndio, não como geralmente se concebe, mas como a propriedade que nau dá o ren dimento econômico que dela se deve
esperar. Se o solo está sendo explorado
com-enicntemente, quer com lavoura, quer com pecuária, não é latifúndio. E procura, também, evitar a micro-
propriedáde, a extremamente pequena, qu© não pod© produzir quanto baste para o suateato da nm« família.
A reforma tem ©m mira, igualmente,
V
,«vvy. WcJf'
W Dice-sto
52
Econômico
Djcsíto Econômico
53
i.iua mos de vícios originados da má distri buição das terras públicas, corrigida na
priedade acarreta obrigações". A pro priedade é hoje considerada uma função
Argentina pela Lei Rivadá\ia e em ou tros países por leis agrárias tendentes a pôr um paradeiro ao abuso dos caudi
social.
Promissão, a Palestina, dada na Bíblia
como a terra do leito e do mel pela sua fertilidade extraordinária e que, poi
Constituição, não pode fugir aos dita
Se o proprietário tem direitos, tem, também, devores para com a coletivida de que lhe assegura o uso e gozo da pro priedade. E isso convém que penetre na consciência de todos, para podermos estabelecer uma Lei Agrária convenien te aos interesses do país. Mas, ao lado dos que acham que a Lei Agrária deve encarar, apenas, o as pecto social, existem os que julgam deva ela encarar sòmente os problemas téc
mes desta.
nicos.
possamos exqjlorar o solo sem destruir-
lhos ou poderosos amparados pelo Go verno.
Há muita gente em nosso país que entende deva a Lei Agrária limitar-se a esse aspecto — o aspecto social da distribuição da terra.
Mas a Lei Agrária proposta ao Parlamento, sendo conseqüência da nossa Com efeito, a Constituição determi
nou se desse igual oportunidade para todos e se promovesse a justa distribui
ção da terra. Mas, por outro lado, ga rante a propriedade.
Assim, a nossa Lei Agrária oferece um cunho especial. Não pode, nem de longe, ter semelhança com essas leis de confisco e desapropriação, sem inde nização, vigentes em outros países.
Não! E' uma lei que respeita o di reito de propriedade, embora procure dar a êsse conceito o sentido moderno. E o que espero de todos os brasileiros é que se compenetrem desta idéia e
fiquem bem convencidos de que não é
Há um exemplo clássico de como a terra pode deteriorar-se: c o da Terra da
doro Roosevelt e a Hção dos cientistas e dos mestres nao bastaram, lamentaodose hoje que não hajam feito a temro a» leis adequadas à conserN-ação do solo.
meio da erosão, se transformou em de
Assim, n nossa Lei Agri\ria, ao lado do problema social, terá, também, de
sertos, cuja fertilidade a ciCmeia mo-
encarar o problema da aplicação das
dema cuida de restaurar.
técnicas racionais à exploração da terra. Por isso o projeto enviado ao exame, à discussão e às emendas do Con.rresso Nacional, abrange as duas ordens de problemas: os sociais e os técnicos. Cumpre, assim, preceitos da Constitui
Mas se a terra está exigindo proces sos técnicos para sua exploração e há
quem entenda deva ser esta a finali dade da Lei Agrária, com a mecaniza
ção da lavoura, a assistência aos lavra dores e o ensino agrícola, para que
ção, desenvolvidos na mensagem dirigi da pelo Presidente Eurico Gaspar Duto • ao Congresso Nacional. Sua excelência o Presidente da Republica tem um compronusso com a opinião pú-
Entre nós, a obra clássica de Alberto Tôrres, contra o saque da terra e a ma
neira pela qual estávamos explorando o solo, onde a topografia e a situação tro pical conspiram enormemente para agra var o problema da manutenção do hú mus, foi um grito de alarma. Quando pensamos que a natureza leva de quatro a seis mil anos para fazer uma camada de húmus da espes
Wí
j blica. Prometeu piomover a
^feitura de uma lei agrária , e remeteu ao Parlamento um
. _ anteprojeto, sôbre o qual ' opinar os represen-♦tantes do povo o as entida des compelente.s, as socirdades agrícolas, e sobretudo
sura do pé de Carlos Magno, isto é, do pé, medida inglêsa, e que leva trinta, quarenta ou cinqüenta anos, apenas,
os homens do campo.
para lavar essa camada; quando obser vamos o que está ocorrendo nas terras
principais dêssf! anteprojeto,
mais possível manter uma velha e errônea noção de propriedade. Me
cansadas do Rio de Janeiro, do Vale do Paraíba, empório de café, e em largas regiões do Estado de São Paulo e de
diante tradução errada do verbo "abu-
Minas, onde a erosão esgotou a fertili
tere", ensinava-se que no direito de pro priedade se incluía o de "abusar". En-
dade da terra — não podemos deixar de ficar alarmados pelo futuro do nosso
tendia-se que o proprietário podia usar,
país, porque não podemos esquecer que
fruir e abusar. Ora, o verbo "abutere"
essa terra não é só nossa, dos que vivem
no bom Latim e no Direito Romano, não
atualmente sôbre e^a. Pentence aos nos
tinha essa significação, e sim apenas a
sos filhos, aos nossos netos, a todos
de consumir pelo uso. E, hoje, o con ceito de propriedade, aceito em todos
os nossos descendentes. Nós somos transitórios. A Pátria é eterna. E não
os países civilizados, é aquéie expresso na Constituição de Weimar, numa fraae
podemos inutilizar a terra, impedindo quç es Hosaes descendentes vivam
lapidar "Eigenthuin pflicht": "a pro
dela.
'
Para resumir as idéias ■acentuarei, com o autor do
lhe a produtividade, um exame objetivo da situação da nossa agricultura paten teia que o lado técnico e o social não
podem ser separados.
E* preciso entrelaçar òs dois proble mas e, com um feixe de dispositivos de ordem técnica e social, constituir a verdadeira Lei Agrária. Para a exploração econômica da ter ra—e não pode ser exploração eco nômica a que reduz ou acaba com a pro dutividade da terra — não basta o ensino
do técnico. Tomos o exemplo dos Esta dos Unidos, onda a pregação de Tea-
mesmo, Dr. Afrânio de Carvalho, os seguintes pontos:
Primeiro, procura corrigir o latifúndio, não como geralmente se concebe, mas como a propriedade que nau dá o ren dimento econômico que dela se deve
esperar. Se o solo está sendo explorado
com-enicntemente, quer com lavoura, quer com pecuária, não é latifúndio. E procura, também, evitar a micro-
propriedáde, a extremamente pequena, qu© não pod© produzir quanto baste para o suateato da nm« família.
A reforma tem ©m mira, igualmente,
Dicesto Econômico
54
Dicesto Econômico 55
C/bstar a exploração do homem pelo ho mem. Em geral, supõe-se que só há exploração do proprietário, quando mui tas vezes o proprietário é uma vitim^. O dono da terra pode ser vítima de ar rendatários, de parceiros e as.salariados.
Êsses dois pontos são essenciais na -reforma.
Outra questão encarada é a da po pulação futuantc, da população em trânsito, dos que ficaram sem terras, não sabem para onde ir e vêm para o
ria, que toma bem claras as obrigações
Rio, para as grandes cidades, habitar as favelas; dos desempregados, dos ating dos pelas secas, pelas inundações; dos
de uns e de outros para evitar a explo
estrangeiros que querem vir para o
ração do homem pelo homem — quer do arrendatário, do parceiro, do assalariado, para com o proprietário, quer do proprie tário para com aquêles.
nosso país, ma.s não estão habituados à vida do campo ou à vida do nosso campo. A lei prevê a criação de coló-
Mas o que,sobretudo, a Reforma Agrá-
há muito tempo pelo Dr. Teixeira de
As duas modalidades de abusos do
direito estão incluídas na Reforma Agrá
nias-escolas.
Fre tas a criação de colónias-cscolas, on
proprietários e trabalhadores da terra, pelos intermediários, dando-lhes assistên
de êsses homens e essas famílias serão
cia financeira e faci'itandü a construção
a necessária adaptação à vida ru-
de armazénj c rilos, para que possam
para, depois, receberem lotes de finitivos, a fim de que possam trabalhar
der a sua produção sem medo de per
o dêlcs tirar o sustento para si e para
dê-la ou de lhes faltarem recursos.
a família.
Outro ponto importante que atende a
generalizado clamor da lavoura é a ga rantia do preço mínimo aos produ tos da. agricultura.
O que se verificou, na Inglaterra — geralmente citada entre nós çomo modêlo de economia — e também em ou
tros países, é que a garantia do preço mínimo significa que haverá plantação de gêneros alimentícios. A agricultura, por sua natureza instável sujeita aos fenômenos meteorológicos e a tantas in certezas, precisa ter, pelo menos, essa
certeza — a de que, uma vez produzido o cereal, a carne ou o leite, encontrará
um preço determinado, se o mercado não oferecer mais.
pois, a taxa correspondente íi \aloriza-
presentes contou-me que recebeu pedido de um sobrinho para arranjar-lhe alguns
E, uma vez feita essa inscrição, ela, por
possível imigração sem vivendas rurais adequadas". E o programa da casa rural foi dos mais importantes na refor ma realizada na Alemanha e em outros
países. Há, neste almoço, um conviva da
então, será a base do crédito rural. Pe
diria aos senhores lessem a Reforma. Em vez de ouvirem qualquer comentá rio, lessem a Reforma, porque ela é um todo orgânico. Não foi feita pessoa'mente por mim, mas por meu chefe de gabinete, que, além de advogado, é fazendeiro e conhece bem a \àda do campo.
Como tenha trabalhado comi-
go na Secretaria da Agricultura de Mi nas, conhece e acata o meu pensamento, embora não o aceite na sua totalidade, assim como não comungo com tôdas
as idéias dele. Em 98í? acho que está certo o seu anteprojeto. Mas tem, di gamos, de dispositivos sobre os
Outro ponto abordado pela Reforma é o da assistência técnica.
quais mantenho dúvidas. Enfim, é uma
Reforma orgânica, séria, meditada, co rajosa, elaborada por quem conhece os problemas bra.si'eiros. E' uma Reforma para a terra e para a gente do Brasil,
Assistência de agrônomos para as cul
feita com serenidade, equilíbrio c espí
turas e de veterinários para os animais.
rito patriótico. Berii merece a colabo ração sincera de todos, para que possa
Não assistência oferecida de longe, mas dada por meio de postos agro-pccuários, estabelecidos nas zonas nirais.
O
programa desses postos prevê a siía ins
talação na maioria dos municípios, de . fc
só, basta para que se possa obter financiamento bancário. O cadastro
países escandinavos têm resolvido o pro-
na cidade.
-^
ta a inscrição das terras no cadastro.
Noniega que poderá dizer como os
b'ema da vivenda rural, permitindo, que SC possa viver no campo, com conforto, de modo a causar inveja aos que vivem
da.s terras ou de entendimento corn seus
do cadastro das nossas terras.
Como a êssc ponto está ligado o do financiamento, a lei estabelece e facili
viagem, porque não tinha casas onde cs alojar. Aí está! O tio riu-se c me disse: "Creio que o rapaz aprendeu não ser
se realizaram grandes obrais de sanea mento sem se cogitar'da desapropriação
F nalmcnte, a Reforma encara outro
problema muito importante, qual .seja o
construção de casas higiênicas, rústicas e adequadas ás condições locais. Pessoa conhecida dc quase todos o.s
sobrinho logo telegrafou, suspendendo a
ocorreu na Baixada Fluminense, onde
pois, venderem as terras por altos preços. A Constituição obriga, hoje, nesses
ralmente, vai sendo efetuado á medida do.s recursos fomeclclos pelo orçamento.
já tinha conseguido as famílias imi grantes e estas dcscja\ain partir. E o
Não poderá mais acontecer o que
mento das safras e da garantia do preço mínimo ao agricultor.
nos já e.stá em plena o.xecução e, natu
reabzadas.
imigrantes estrangeiros. Guardou a carta e, pa.s.sados alguns dias, respondeu que
benefício do proprietário.
cialmente, dos problemas de financia
ção trazida pelo beneficio das obras Outro ponto importante é a assistên cia financeira para melhorar o padrão de vida dos trabalhadores do campo. A reforma prevê, assim, o crédito para
Só ôstc capítulo da Lei Agrária a justificaria, porque todas as vezes que ocorre uma grande inundação, uma gran de leva de imigração, o Governo se vC perplexo diante do problema porque não existe uma organização permanente, para onde seja canalizada essa população em transito, essa população desajustada. Outra parte da Reforma procura evi tar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente em
proprietários. E estes puderam fazer um grande negócio. Esperaram que o Governo executasse as obras para, de
A Reforma Agrária trata, assim, espe
os técnicos, que terão "jeeps", camione tas ou outro qualquer meio de levar a assistência à porta do UuTador. Aliás este programa dos postos agro-pccuá-
vêmo desapropria antes, ou cobra, de
abrigados, receberão o necessário ensi-
produzir, guardar suas colheitas e ven
onde partirão para todas as fazendas
jeto regula as duas hipóteses: ou o Co-
E' uma idéia difundida
r a quer evitar é a cxp-oração de ambos,
casos, ou à desapropriação ou, então, n aplicação da taxa de melhoria, e o pro
tornar-se realidade.
O dispositivo da Constituição, art. 147, declara que o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social e a lei
Dicesto Econômico
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C/bstar a exploração do homem pelo ho mem. Em geral, supõe-se que só há exploração do proprietário, quando mui tas vezes o proprietário é uma vitim^. O dono da terra pode ser vítima de ar rendatários, de parceiros e as.salariados.
Êsses dois pontos são essenciais na -reforma.
Outra questão encarada é a da po pulação futuantc, da população em trânsito, dos que ficaram sem terras, não sabem para onde ir e vêm para o
ria, que toma bem claras as obrigações
Rio, para as grandes cidades, habitar as favelas; dos desempregados, dos ating dos pelas secas, pelas inundações; dos
de uns e de outros para evitar a explo
estrangeiros que querem vir para o
ração do homem pelo homem — quer do arrendatário, do parceiro, do assalariado, para com o proprietário, quer do proprie tário para com aquêles.
nosso país, ma.s não estão habituados à vida do campo ou à vida do nosso campo. A lei prevê a criação de coló-
Mas o que,sobretudo, a Reforma Agrá-
há muito tempo pelo Dr. Teixeira de
As duas modalidades de abusos do
direito estão incluídas na Reforma Agrá
nias-escolas.
Fre tas a criação de colónias-cscolas, on
proprietários e trabalhadores da terra, pelos intermediários, dando-lhes assistên
de êsses homens e essas famílias serão
cia financeira e faci'itandü a construção
a necessária adaptação à vida ru-
de armazénj c rilos, para que possam
para, depois, receberem lotes de finitivos, a fim de que possam trabalhar
der a sua produção sem medo de per
o dêlcs tirar o sustento para si e para
dê-la ou de lhes faltarem recursos.
a família.
Outro ponto importante que atende a
generalizado clamor da lavoura é a ga rantia do preço mínimo aos produ tos da. agricultura.
O que se verificou, na Inglaterra — geralmente citada entre nós çomo modêlo de economia — e também em ou
tros países, é que a garantia do preço mínimo significa que haverá plantação de gêneros alimentícios. A agricultura, por sua natureza instável sujeita aos fenômenos meteorológicos e a tantas in certezas, precisa ter, pelo menos, essa
certeza — a de que, uma vez produzido o cereal, a carne ou o leite, encontrará
um preço determinado, se o mercado não oferecer mais.
pois, a taxa correspondente íi \aloriza-
presentes contou-me que recebeu pedido de um sobrinho para arranjar-lhe alguns
E, uma vez feita essa inscrição, ela, por
possível imigração sem vivendas rurais adequadas". E o programa da casa rural foi dos mais importantes na refor ma realizada na Alemanha e em outros
países. Há, neste almoço, um conviva da
então, será a base do crédito rural. Pe
diria aos senhores lessem a Reforma. Em vez de ouvirem qualquer comentá rio, lessem a Reforma, porque ela é um todo orgânico. Não foi feita pessoa'mente por mim, mas por meu chefe de gabinete, que, além de advogado, é fazendeiro e conhece bem a \àda do campo.
Como tenha trabalhado comi-
go na Secretaria da Agricultura de Mi nas, conhece e acata o meu pensamento, embora não o aceite na sua totalidade, assim como não comungo com tôdas
as idéias dele. Em 98í? acho que está certo o seu anteprojeto. Mas tem, di gamos, de dispositivos sobre os
Outro ponto abordado pela Reforma é o da assistência técnica.
quais mantenho dúvidas. Enfim, é uma
Reforma orgânica, séria, meditada, co rajosa, elaborada por quem conhece os problemas bra.si'eiros. E' uma Reforma para a terra e para a gente do Brasil,
Assistência de agrônomos para as cul
feita com serenidade, equilíbrio c espí
turas e de veterinários para os animais.
rito patriótico. Berii merece a colabo ração sincera de todos, para que possa
Não assistência oferecida de longe, mas dada por meio de postos agro-pccuários, estabelecidos nas zonas nirais.
O
programa desses postos prevê a siía ins
talação na maioria dos municípios, de . fc
só, basta para que se possa obter financiamento bancário. O cadastro
países escandinavos têm resolvido o pro-
na cidade.
-^
ta a inscrição das terras no cadastro.
Noniega que poderá dizer como os
b'ema da vivenda rural, permitindo, que SC possa viver no campo, com conforto, de modo a causar inveja aos que vivem
da.s terras ou de entendimento corn seus
do cadastro das nossas terras.
Como a êssc ponto está ligado o do financiamento, a lei estabelece e facili
viagem, porque não tinha casas onde cs alojar. Aí está! O tio riu-se c me disse: "Creio que o rapaz aprendeu não ser
se realizaram grandes obrais de sanea mento sem se cogitar'da desapropriação
F nalmcnte, a Reforma encara outro
problema muito importante, qual .seja o
construção de casas higiênicas, rústicas e adequadas ás condições locais. Pessoa conhecida dc quase todos o.s
sobrinho logo telegrafou, suspendendo a
ocorreu na Baixada Fluminense, onde
pois, venderem as terras por altos preços. A Constituição obriga, hoje, nesses
ralmente, vai sendo efetuado á medida do.s recursos fomeclclos pelo orçamento.
já tinha conseguido as famílias imi grantes e estas dcscja\ain partir. E o
Não poderá mais acontecer o que
mento das safras e da garantia do preço mínimo ao agricultor.
nos já e.stá em plena o.xecução e, natu
reabzadas.
imigrantes estrangeiros. Guardou a carta e, pa.s.sados alguns dias, respondeu que
benefício do proprietário.
cialmente, dos problemas de financia
ção trazida pelo beneficio das obras Outro ponto importante é a assistên cia financeira para melhorar o padrão de vida dos trabalhadores do campo. A reforma prevê, assim, o crédito para
Só ôstc capítulo da Lei Agrária a justificaria, porque todas as vezes que ocorre uma grande inundação, uma gran de leva de imigração, o Governo se vC perplexo diante do problema porque não existe uma organização permanente, para onde seja canalizada essa população em transito, essa população desajustada. Outra parte da Reforma procura evi tar que a valorização causada pelas obras públicas atue exclusivamente em
proprietários. E estes puderam fazer um grande negócio. Esperaram que o Governo executasse as obras para, de
A Reforma Agrária trata, assim, espe
os técnicos, que terão "jeeps", camione tas ou outro qualquer meio de levar a assistência à porta do UuTador. Aliás este programa dos postos agro-pccuá-
vêmo desapropria antes, ou cobra, de
abrigados, receberão o necessário ensi-
produzir, guardar suas colheitas e ven
onde partirão para todas as fazendas
jeto regula as duas hipóteses: ou o Co-
E' uma idéia difundida
r a quer evitar é a cxp-oração de ambos,
casos, ou à desapropriação ou, então, n aplicação da taxa de melhoria, e o pro
tornar-se realidade.
O dispositivo da Constituição, art. 147, declara que o uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social e a lei
\í"
DíoE-STO Econômico
poderá promover a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos.
Êsse preceito constitucional, nas mãos de um radical, podia dar lugar a uma lei que contivesse no seu bojo sérias ameaças à propriedade rural. Mas es tejam todos certos de que a lei foi feita com a preocupação de respeitar a pro
priedade e o proprietário que cuida da sua terra.
57
Dicesto Econômico
56
Não há ingerência incô
moda, excessiva ou perturbadora no
domínio privado, uma vez que percamos aquela maneira de pensar errônea de
usar do direito de desapropriação: para fundar colônias, para sanear terras pa-
lar em Reforma Agrária, porque sabem
vantagens de que gozam os operários
que a Reforma é justamente o remédio
urbanos.
ludosas, para irrigar terras sècas, para .subdividir ou reagrupar imóveis do modo
e suas conseqüências.
a constituir unidades econômicas.
Enfim, a Reforma não impõe a desa
propriação, apenas a prevê. Vou concluir.
Turgot, como os senliores sabem, fêz uma advertência aos franceses, nas vés
peras da revolução, avisando os senho res feudais, os grandes proprietários de terras, de que era preciso fazer sacrifí cios indispensáveis, pura evitar a revolu
que o proprietário tem o jus abutendi,
ção. Não foi ouvido. Veio a revolução,
direito de abusar da propriedade!
e êles tiveram de ceder, à fòrça, muito
Dizem que a lei é perigosa, porque dá lugar à desapropriação das terras. A Lei Agrária prevê, autoriza a desapro
mais do que lhes era pedido para evitar
priação em casos muito restritos, em
casos excepcionais. Não obriga que se faça a desapropriação. Mas se a lei por si mesma restringe muito o uso dêsse direito ao podèr pú^
*^TTTZ^
a catástrofe.
Stolypine, na Rússia, ideou e começou a executar a Reforma Agrária que não agradou aos nobres e muito menos
aos revolucionários. Foi assassinado^ por um deles, diante do Czar. Se a Rússia
tivesse completado a Reforma Agrária de Stolypine com a redução da mir, a instituição de granjas individuais e a
desapropriação das áreas abandonadas das grandes propriedades, a equipe de Lenine, Trolzky e Stalin não teria saí
do vitoriosa nos seus intentos, e a Rússia estaria livre do comunismo.
Como vêem os senhores, a Reforma
Agrária tem inimigos na extrema direita e na extrema esquerda: de um lado
aquôles que, aferrados à idéia antiga da propriedade quiritária, consideram-na um blico, há uma circunstância que vai
direito absoluto sem limites e não que rem ceder uma linha nem admitir que
tomar raro o cmprêgo dessa faculdade - é a falta de dinheiro.
o poder público lhes venha dizer:
senhor não tem o direito de ficar com
, Pela Constituição, só pode haver de sapropriação com o prévio pagamento do valor da propriedade, em dinheiro. Assim, depende de haver recursos no Tesouro, para que o Govêmo posea
terras incultas; trate de aproveitá-las,
para evitar o extremismo, o comunismo Náo tenhamos dúvida de que um mo vimento como o comunismo não se ex
tingue por meio de medidas policiais so mente. E' preciso cncará-lo seriamen te e evitar que nasça a idéia de comu nismo, idéia que só medra no cérebro
E' preciso, portanto, fazer uma refor ma que leve um pouco mais de con fôrto ao campo e tome atrativa a \ida rural.
Compreendo o absenteúsmo do fazen
deiro que vem para a cidade, porque precisa educar seus filhos e tratar sua família e não encontra escolas nem hos
daqueles desajustados, daqueles que que
pitais no iutQrior. Cumpre- reagir, olhar
rem trabalhar e não encontram terras,
para o campo com o mesmo carinho dis
e não têm quem lhas dê, naqueles que têm necessidade de alimento e vêem terras incultas à espera de valorização. E' preciso, também, que levemos aos meios rurais um pouco mais de confôrto
ria será um complemento necessário à transformação por que passa o Brasil.
e, quando se pensa numa Reforma Agrá ria, não é para satisfazer, apenas, aos operários rurais: é para proteger todos aquêles que vivem no campo. Kâo 6 possível que uma minoria re-
lativaniente privilegiada de operários ur banos, que têm numerosas vantagens, que
compatecem às assembléias políticas, in fluem no Parlamento e nas leis, e até nas decisões do Govôrno, continue a ditar
medidas favoráveis só a ela, enquanto abandonamos os trabalhadores rurais e
aquôles que chamamos de burgueses — os fazendeiros, os sitiantes, que inveja
riam a vida de muitos desses operários, porque não têm escolas para seus filhos, pgo têm ho.spitais, não têm meios de condução, não têm carnavais pagos pelos
cofres públicos, não tôm tôdas oams
pensado às cidades.
Estou certo de que a Reforma Agrá
Se hoje já podemos andar em trens pu xados por Diesel elétricas nacionais, ca minhar sôbre trilhos de fabricação bra
sileira, lér jornais impressos em papel fabricado no Brasil e apresentar assim tantos sinais de transformação da econo
mia colonial e semi-colonial para uma economia neocapitalisla, precisamos le var êsse mONÓmento para o interior e
realizar, enfim, a melhoria do padrão de vida das populações rurais.
Assim, seremos dignos do nosso tem
po, daremos um largo passo para a era sonhada por João Pinlieiro, era que nas
pastagens cuidadas haverá gado nédio 8 numeroso, nos
campos
cultivados
colheitas fartas e variadas, nos lares \
abundância, e na abundância a alegre in dependência oriunda do trabalho que remunera.
jf Jf
O
ou, então, vou desapropriá-las, para dá-las a outros, que as possam explorar". Há o outro grupo — o dos extremistas
da esquerda, que não querem ouvir fa-
Acaba de ser assinado imi corxtrato entre uma firma belga e a fábrica alemã de "carros do povo", situada na zona britânica, para o fornecimento anual de um mínimo de mil automóveis por ano. Essa firma belga, escolhida pela fábrica alemÔ
como sua agente, receberá os carros ao preço de 800 dólares cada um (F. O. B.). No momento a fábrica acaba de negociar igual acôrdo com uma firma holandesa para a venda de "carros do povo" na Holanda.
\í"
DíoE-STO Econômico
poderá promover a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos.
Êsse preceito constitucional, nas mãos de um radical, podia dar lugar a uma lei que contivesse no seu bojo sérias ameaças à propriedade rural. Mas es tejam todos certos de que a lei foi feita com a preocupação de respeitar a pro
priedade e o proprietário que cuida da sua terra.
57
Dicesto Econômico
56
Não há ingerência incô
moda, excessiva ou perturbadora no
domínio privado, uma vez que percamos aquela maneira de pensar errônea de
usar do direito de desapropriação: para fundar colônias, para sanear terras pa-
lar em Reforma Agrária, porque sabem
vantagens de que gozam os operários
que a Reforma é justamente o remédio
urbanos.
ludosas, para irrigar terras sècas, para .subdividir ou reagrupar imóveis do modo
e suas conseqüências.
a constituir unidades econômicas.
Enfim, a Reforma não impõe a desa
propriação, apenas a prevê. Vou concluir.
Turgot, como os senliores sabem, fêz uma advertência aos franceses, nas vés
peras da revolução, avisando os senho res feudais, os grandes proprietários de terras, de que era preciso fazer sacrifí cios indispensáveis, pura evitar a revolu
que o proprietário tem o jus abutendi,
ção. Não foi ouvido. Veio a revolução,
direito de abusar da propriedade!
e êles tiveram de ceder, à fòrça, muito
Dizem que a lei é perigosa, porque dá lugar à desapropriação das terras. A Lei Agrária prevê, autoriza a desapro
mais do que lhes era pedido para evitar
priação em casos muito restritos, em
casos excepcionais. Não obriga que se faça a desapropriação. Mas se a lei por si mesma restringe muito o uso dêsse direito ao podèr pú^
*^TTTZ^
a catástrofe.
Stolypine, na Rússia, ideou e começou a executar a Reforma Agrária que não agradou aos nobres e muito menos
aos revolucionários. Foi assassinado^ por um deles, diante do Czar. Se a Rússia
tivesse completado a Reforma Agrária de Stolypine com a redução da mir, a instituição de granjas individuais e a
desapropriação das áreas abandonadas das grandes propriedades, a equipe de Lenine, Trolzky e Stalin não teria saí
do vitoriosa nos seus intentos, e a Rússia estaria livre do comunismo.
Como vêem os senhores, a Reforma
Agrária tem inimigos na extrema direita e na extrema esquerda: de um lado
aquôles que, aferrados à idéia antiga da propriedade quiritária, consideram-na um blico, há uma circunstância que vai
direito absoluto sem limites e não que rem ceder uma linha nem admitir que
tomar raro o cmprêgo dessa faculdade - é a falta de dinheiro.
o poder público lhes venha dizer:
senhor não tem o direito de ficar com
, Pela Constituição, só pode haver de sapropriação com o prévio pagamento do valor da propriedade, em dinheiro. Assim, depende de haver recursos no Tesouro, para que o Govêmo posea
terras incultas; trate de aproveitá-las,
para evitar o extremismo, o comunismo Náo tenhamos dúvida de que um mo vimento como o comunismo não se ex
tingue por meio de medidas policiais so mente. E' preciso cncará-lo seriamen te e evitar que nasça a idéia de comu nismo, idéia que só medra no cérebro
E' preciso, portanto, fazer uma refor ma que leve um pouco mais de con fôrto ao campo e tome atrativa a \ida rural.
Compreendo o absenteúsmo do fazen
deiro que vem para a cidade, porque precisa educar seus filhos e tratar sua família e não encontra escolas nem hos
daqueles desajustados, daqueles que que
pitais no iutQrior. Cumpre- reagir, olhar
rem trabalhar e não encontram terras,
para o campo com o mesmo carinho dis
e não têm quem lhas dê, naqueles que têm necessidade de alimento e vêem terras incultas à espera de valorização. E' preciso, também, que levemos aos meios rurais um pouco mais de confôrto
ria será um complemento necessário à transformação por que passa o Brasil.
e, quando se pensa numa Reforma Agrá ria, não é para satisfazer, apenas, aos operários rurais: é para proteger todos aquêles que vivem no campo. Kâo 6 possível que uma minoria re-
lativaniente privilegiada de operários ur banos, que têm numerosas vantagens, que
compatecem às assembléias políticas, in fluem no Parlamento e nas leis, e até nas decisões do Govôrno, continue a ditar
medidas favoráveis só a ela, enquanto abandonamos os trabalhadores rurais e
aquôles que chamamos de burgueses — os fazendeiros, os sitiantes, que inveja
riam a vida de muitos desses operários, porque não têm escolas para seus filhos, pgo têm ho.spitais, não têm meios de condução, não têm carnavais pagos pelos
cofres públicos, não tôm tôdas oams
pensado às cidades.
Estou certo de que a Reforma Agrá
Se hoje já podemos andar em trens pu xados por Diesel elétricas nacionais, ca minhar sôbre trilhos de fabricação bra
sileira, lér jornais impressos em papel fabricado no Brasil e apresentar assim tantos sinais de transformação da econo
mia colonial e semi-colonial para uma economia neocapitalisla, precisamos le var êsse mONÓmento para o interior e
realizar, enfim, a melhoria do padrão de vida das populações rurais.
Assim, seremos dignos do nosso tem
po, daremos um largo passo para a era sonhada por João Pinlieiro, era que nas
pastagens cuidadas haverá gado nédio 8 numeroso, nos
campos
cultivados
colheitas fartas e variadas, nos lares \
abundância, e na abundância a alegre in dependência oriunda do trabalho que remunera.
jf Jf
O
ou, então, vou desapropriá-las, para dá-las a outros, que as possam explorar". Há o outro grupo — o dos extremistas
da esquerda, que não querem ouvir fa-
Acaba de ser assinado imi corxtrato entre uma firma belga e a fábrica alemã de "carros do povo", situada na zona britânica, para o fornecimento anual de um mínimo de mil automóveis por ano. Essa firma belga, escolhida pela fábrica alemÔ
como sua agente, receberá os carros ao preço de 800 dólares cada um (F. O. B.). No momento a fábrica acaba de negociar igual acôrdo com uma firma holandesa para a venda de "carros do povo" na Holanda.
Dicesto Econóauco 59
o Crédito Rural
ria segundo os capricho.s dos compra
ção, em seus diversos aspectos, contra a
Antônio de Queieôs Tki.es
dores, ma.s, ao contrário, de poder re
falta de auxílio.
sistir aguardando o momento propí cio da venda, qjiando lhe fòr eonvenicnte. Isso ó o que o crédito permite i\
.suirmos, até o presente, o Banco Central
ver forçado a se desfazer da mercado
agrícola do Estado de
6áo Paulo está estacionáría, ou sc tem mesmo reduzido nestes últimos anos.
principal produto, que é o café, reve a sensível diminuição, quer quanto
ao número de pés, como .na produção por unidade. De um bilhão e setecentos
milhões, que foi o máximo de catéeiros existentes, sua quantidade, presentemen
Çueiró.-í Teles, antifip presidente da So-
teiramente indefesa, à mercê das situa
cicdade Rural Brasileira, é um estudioso
ções, submetendo o fruto do seu traba
possuem.
de assuntos econômicos, colaborador as
lho ao talante de certo comércio inter
síduo da imprensa paulistana.
mediário, que criaria .situações falsas de nenhuma ou escassa procura, paralisando
Ê uma falha que nos cumpre reme diar. O meio circulante precisa ser .•■"aneado. As emissões a esmo para su
destarte os negócios e por conseguinte
prir os interê.<ses do Tesouro em défi-'
lavoura que, dc outra forma, e.slaria in
É um
dos mais tirdcntes propugnadores do georgismo cm nossa terra.
deprimindo as cotações.
Outos produtos, como o algodão,
pra_ ano.
A banana passou a uma
Iraçdo apenas do que era. A laranja que foi uma realidade digna de nota,
chegando o porto de Santos a exportar
mais de dois milhões de caixas, entrou em franco dechnio desde a última guer ra e, ate o momento, não recuperou o seu posto, tendo nestes últimos anos
sido vitima dos erros do Govêrno Fe
deral que, como na atual safra, proibiu a
e.xportação
no
início da colheita,
desorganizando o
mercado e paraLsando
as
cota
ções. O desânimo
dos produtores é geral. Sendo o consumo
interno
insuficiente,
essh
indústria agrícola tende em grande patte a desaparecer.
A produção de cereais sem o crédito
apropriado, organização do e.xpurgo, ar mazenamento e transporte rápido e efi ciente, torna-se vítima dos 'ntermediá-
rios, que extinguem todo o incentivo dos
Provém essa situação de não posdo Emissão e Redesconto.s, supremo re gulador do meio circifanlc e do crédito, CO sa que tôdas as nações civilizadas
O autor dente trabalho, Dr. Antônio de
te, pouco ultrapassa um bilhão.
vem diminuindo suas plantações de ano
do país, ó constante a queixa da produ
lhes oferecem.
Quanto aos consumido
preços de escassez que, ficticiamente, os açambarcadores fazem prevalecer.
priedades rurais — cré
produção agrícola .são necc.ssários os eleporte e adubação.
Não pode existir
das pela forma habitual dos negócios, i.sto ó, pela oferta dos intermed áfios.
O produtor precisa ter assegurada a
produtores, pelas ínfimas cotações que . sua posição pela garantia de jamais se
valor e meio de paga»
produto, depois do co
mente.
Do exposto se depreende que c pre
ponderante o papel que o credito - de
A
preço fixado dentro das situações cria
missão de medida de
mo para a compra do crédito pignoratício mercantil.
pero sem facilida
mercado, a fim de não ser entregue pelo
moeda cumpra a sua
pignoratício rural — co lhido e beneficiado —
traballio agrícola remunerado e prós
pelo crédito, des
tário do país e dandolhe a elasticidade indis pensável para a
vras, colheitas e acondicionamento — crédito
vamos referir.
de o seu início com as laxTas, plantação, trato e colheita, até o produto entrar no
lando o si.stema mone
preparo de terras, la
Dentre as providências governamen tais indispensáveis ao fomento da produ ção está, em primeira plana, o crédito sobro o qual nos
1
O estabe
que lhe cabe, contro
dito hipotecário — para obtenção de sementes,
mento.s seguintes; credito, braços, trans
deve ser assistida
ter um fim.
lecimento central é que deve assumir o papel
de benfeitorias nas pro
Para existência e aumento da nossa
produção da terra
Ções quando não há a respectiva procura cm importações, precisam
produção;, tanto pura a aquisição de terras, ma quinaria e construções
res, são por sua vez escorchados pelos
de de crédito.
cit, para pagar c.xporta-
O credito c a grande alavanca propulsora da
sempenha na economia de um país. Tôdas as suas modalidades são indis
pensáveis ao sustento da produção. Es.sa é uma função exercida pe'o Estado com a criação de um Banco Central de Emis
são e Redescontos cm primeiro lugar e, logo em seguida, de diversos bancos de crédito.
A Agricultura, no Brasil, ainda não teve por parte do Govêrno Federal a
assistência que merece. Em São Paulo,
O maior centro de população e riqueza
Por
elasticidade • se
entende a capacidade de aumentar ou diminuir o seu vo\imo. de acordo com
as necessidades da nação em dado n\omenlo.
Pais que não defende a terra é pais fadado u vê-la abandonada, sem produ ção dos gêneros essenciais u vida. Crédito para a produção nunca deve faltar. Os países de moeda sã c têm organizado dc forma a prestar assistên
cia no momento em que fôr requerido. É o sistema estabelecido pelos grandes bancos centrais da França, Inglaterra, e
o era pelo Banco Imperial da Alemanha. Os Estados Unidos desde 1913 possuem
Dicesto Econóauco 59
o Crédito Rural
ria segundo os capricho.s dos compra
ção, em seus diversos aspectos, contra a
Antônio de Queieôs Tki.es
dores, ma.s, ao contrário, de poder re
falta de auxílio.
sistir aguardando o momento propí cio da venda, qjiando lhe fòr eonvenicnte. Isso ó o que o crédito permite i\
.suirmos, até o presente, o Banco Central
ver forçado a se desfazer da mercado
agrícola do Estado de
6áo Paulo está estacionáría, ou sc tem mesmo reduzido nestes últimos anos.
principal produto, que é o café, reve a sensível diminuição, quer quanto
ao número de pés, como .na produção por unidade. De um bilhão e setecentos
milhões, que foi o máximo de catéeiros existentes, sua quantidade, presentemen
Çueiró.-í Teles, antifip presidente da So-
teiramente indefesa, à mercê das situa
cicdade Rural Brasileira, é um estudioso
ções, submetendo o fruto do seu traba
possuem.
de assuntos econômicos, colaborador as
lho ao talante de certo comércio inter
síduo da imprensa paulistana.
mediário, que criaria .situações falsas de nenhuma ou escassa procura, paralisando
Ê uma falha que nos cumpre reme diar. O meio circulante precisa ser .•■"aneado. As emissões a esmo para su
destarte os negócios e por conseguinte
prir os interê.<ses do Tesouro em défi-'
lavoura que, dc outra forma, e.slaria in
É um
dos mais tirdcntes propugnadores do georgismo cm nossa terra.
deprimindo as cotações.
Outos produtos, como o algodão,
pra_ ano.
A banana passou a uma
Iraçdo apenas do que era. A laranja que foi uma realidade digna de nota,
chegando o porto de Santos a exportar
mais de dois milhões de caixas, entrou em franco dechnio desde a última guer ra e, ate o momento, não recuperou o seu posto, tendo nestes últimos anos
sido vitima dos erros do Govêrno Fe
deral que, como na atual safra, proibiu a
e.xportação
no
início da colheita,
desorganizando o
mercado e paraLsando
as
cota
ções. O desânimo
dos produtores é geral. Sendo o consumo
interno
insuficiente,
essh
indústria agrícola tende em grande patte a desaparecer.
A produção de cereais sem o crédito
apropriado, organização do e.xpurgo, ar mazenamento e transporte rápido e efi ciente, torna-se vítima dos 'ntermediá-
rios, que extinguem todo o incentivo dos
Provém essa situação de não posdo Emissão e Redesconto.s, supremo re gulador do meio circifanlc e do crédito, CO sa que tôdas as nações civilizadas
O autor dente trabalho, Dr. Antônio de
te, pouco ultrapassa um bilhão.
vem diminuindo suas plantações de ano
do país, ó constante a queixa da produ
lhes oferecem.
Quanto aos consumido
preços de escassez que, ficticiamente, os açambarcadores fazem prevalecer.
priedades rurais — cré
produção agrícola .são necc.ssários os eleporte e adubação.
Não pode existir
das pela forma habitual dos negócios, i.sto ó, pela oferta dos intermed áfios.
O produtor precisa ter assegurada a
produtores, pelas ínfimas cotações que . sua posição pela garantia de jamais se
valor e meio de paga»
produto, depois do co
mente.
Do exposto se depreende que c pre
ponderante o papel que o credito - de
A
preço fixado dentro das situações cria
missão de medida de
mo para a compra do crédito pignoratício mercantil.
pero sem facilida
mercado, a fim de não ser entregue pelo
moeda cumpra a sua
pignoratício rural — co lhido e beneficiado —
traballio agrícola remunerado e prós
pelo crédito, des
tário do país e dandolhe a elasticidade indis pensável para a
vras, colheitas e acondicionamento — crédito
vamos referir.
de o seu início com as laxTas, plantação, trato e colheita, até o produto entrar no
lando o si.stema mone
preparo de terras, la
Dentre as providências governamen tais indispensáveis ao fomento da produ ção está, em primeira plana, o crédito sobro o qual nos
1
O estabe
que lhe cabe, contro
dito hipotecário — para obtenção de sementes,
mento.s seguintes; credito, braços, trans
deve ser assistida
ter um fim.
lecimento central é que deve assumir o papel
de benfeitorias nas pro
Para existência e aumento da nossa
produção da terra
Ções quando não há a respectiva procura cm importações, precisam
produção;, tanto pura a aquisição de terras, ma quinaria e construções
res, são por sua vez escorchados pelos
de de crédito.
cit, para pagar c.xporta-
O credito c a grande alavanca propulsora da
sempenha na economia de um país. Tôdas as suas modalidades são indis
pensáveis ao sustento da produção. Es.sa é uma função exercida pe'o Estado com a criação de um Banco Central de Emis
são e Redescontos cm primeiro lugar e, logo em seguida, de diversos bancos de crédito.
A Agricultura, no Brasil, ainda não teve por parte do Govêrno Federal a
assistência que merece. Em São Paulo,
O maior centro de população e riqueza
Por
elasticidade • se
entende a capacidade de aumentar ou diminuir o seu vo\imo. de acordo com
as necessidades da nação em dado n\omenlo.
Pais que não defende a terra é pais fadado u vê-la abandonada, sem produ ção dos gêneros essenciais u vida. Crédito para a produção nunca deve faltar. Os países de moeda sã c têm organizado dc forma a prestar assistên
cia no momento em que fôr requerido. É o sistema estabelecido pelos grandes bancos centrais da França, Inglaterra, e
o era pelo Banco Imperial da Alemanha. Os Estados Unidos desde 1913 possuem
Dxgesto EcoNÒMie©
Dicesto EcoNÓNnco 61
60
Meu professor dessa matéria na Uni
o Sistema de Reservas Federais, com o
qua! substituiranj o antiquado processo anterior, grandem.mte defeituoso, pois não tinha a elasticidade de emissão nos momentos necessários, donde a impossi bilidade de evitar as crises denominadas "pânicos".
versidade de No\-a York, o .saudoso deão
lohnson, era franco partidário de um banco central, ao quah dizia ele, o sis
dos bancos da Reserva Federal".
tema norte-americano e.stava rea'mente
reduzido, em face da obediência, à di reção central.
A meu podido, assim .se manifestou
Os bancos centrais tèm a faculdade
projeto original, e que sc tomou lei, é a seguinte: "O Diretório Central terá
fscalização geral de tòdas as operações Fica
subentendido que esta cláusula eqüivale a "completa ingerência", de maneira que nosso sistema é, na realidade, um sis tema bancário centra'."
aconselhar a re.speito do mellior sistema bancário para um paí.s, a menos que se
Possui o Brasil um projeto de reforma bancária organizado pelo Ministério da Fazenda, pendente de solução do Con
tenha completo conhecimento das con dições locai.s. Minha preferência é por
gresso Federal. O que nos parece urgente e impres
Durante a época das colheitas, em
uin banco central dt^ capital particular,
cindível é a criação do Banco Central.
quo maior se toma a procura do nume
sujeito, porém, <\ fiscaUzação e contrôle
Constitui êsse estabelecimento a égide
rário, O;: bancos centrais acompanham
do Go\'êrno Federal. Um tal banco de
essa situação lançando na circulação nu merário que é posteriomiente recolhido
sob a qual se estabeleceriam os demais bancos complementares do crédito em
e inoinerado.. Dessa forma as emissões
veria, sem dúvida, possuir agências em várias partes do paí.s e, até certo ponto, negociar com estabelecimentos particula
de imergência para fins lícitos, como
res, assim como bancários.
ésse perito sòbrc o Brasil: — "Ê difícil
da emissão pelo redesconto dos papéis" dos demais bancos, com
o
que as
seguram a êstes a facilidade do cré dito e por conseguinte de tôda a produção.'
são os das fôrças vivas do país, em
"No meu modo de ver, o Banco da
nada afetam o custo da vida, tendo
França é ura modelo melhor que o
apenas caráter transitório, desaparecen
da Alemanha. O sistema canadense é
do
da
circulação
pronto rotomem às arcas dos bancos.
O sistema seguido pela Inglaterra, França e Ale único.
Os Estadas Uni
outro.
poderia ser transferida a Carteira Agrí cola do Banco do Brasil. E ao seu ca
pital poderiam juntar-se os fundos re manescentes do D.N.C.
Para o crédito real de longo prazo seria criado o Banco Hipotecário, que operaria exclusivamente sôbre proprie dades rurais.
A fim de prestar seu concurso às zo nas antigas do Estado, que se vão tor nando cada vez maiores com o correr
dos anos, poderia não se limitar a for necer fundos para a aquisição de imó veis, mas ainda, os que se tomassem necessários para o reerguimento e restau ração das referidas regiões.
Nosso sistema de
Reservas Federais é pra
¥
ticamente
um
.sistema
central, porque a Junta
dos, ao ctmtrário, manti
nham diversos e, pre
" •
Federal de "Washington é
sentemente, sob o Siste ma de Reservas Federais,
^
vários são os estabelecimentos, sendo no
Reserva Federal govemam-se pelas jun
soberana nas suas opera ções. Os doze Bancos de
entanto controlados pela Junta de Dire
tas locais e têm muita liberdade em as
tores, que pràtícamente os reduz a um
suntos de seus respectivos distritos. Nu
só comando.
ma emergência nacional, porém, todos êles estão sujeitos às ordens de Washing
O Canadá possui um sistema cornposto de uma rêde de 35 bancos. que são obrigados a manter pelo menos uma su cursal em cada província do país. O sistema da imicídade era, no en
tanto, o que merecia as preferências das autoridades no assunto.
Para a vida agrária do país devería mos organizar um Banco Rural de crédi to de custeio de entre-safras, -atendendo
maquinaria, veículos, compra de animais e pertences, silagem, adubações etc. A um estabelecimento dessa ordem
próprio das condições especiais daquele país e não poderia fàcilmente ser posto em prática em
tão
manha era de um banco
suas diversas modalidades.
às necessidades agro-pecuárias, à prepa ração de terras, aquisição de sementes,
ton. Da mesma forma, as sucursais de Tim banco central deveriam ter conselhos
diretores locais, sendo seus poderes, no entanto, limitados. "A cláusula que, em nosso sistema, reforçou a debilidade apr^entada no
A Comissão Agrícola do Senado aprovou o projeto de lei que objetiva sustentar iifi preços do algodão e da lã, e fomentar as exportações dêsses produtos para as zonas americanas do Japão. Entretanto, a comissão eliminou as peles da nomen
clatura dos artigos visados por essa medida. Recorda-se que um projeto de lei autoriza a criação de- créditos circulares de 150 milhões de dólares, ao Departa mento Militar, para a compra dêsses artigos.
Dxgesto EcoNÒMie©
Dicesto EcoNÓNnco 61
60
Meu professor dessa matéria na Uni
o Sistema de Reservas Federais, com o
qua! substituiranj o antiquado processo anterior, grandem.mte defeituoso, pois não tinha a elasticidade de emissão nos momentos necessários, donde a impossi bilidade de evitar as crises denominadas "pânicos".
versidade de No\-a York, o .saudoso deão
lohnson, era franco partidário de um banco central, ao quah dizia ele, o sis
dos bancos da Reserva Federal".
tema norte-americano e.stava rea'mente
reduzido, em face da obediência, à di reção central.
A meu podido, assim .se manifestou
Os bancos centrais tèm a faculdade
projeto original, e que sc tomou lei, é a seguinte: "O Diretório Central terá
fscalização geral de tòdas as operações Fica
subentendido que esta cláusula eqüivale a "completa ingerência", de maneira que nosso sistema é, na realidade, um sis tema bancário centra'."
aconselhar a re.speito do mellior sistema bancário para um paí.s, a menos que se
Possui o Brasil um projeto de reforma bancária organizado pelo Ministério da Fazenda, pendente de solução do Con
tenha completo conhecimento das con dições locai.s. Minha preferência é por
gresso Federal. O que nos parece urgente e impres
Durante a época das colheitas, em
uin banco central dt^ capital particular,
cindível é a criação do Banco Central.
quo maior se toma a procura do nume
sujeito, porém, <\ fiscaUzação e contrôle
Constitui êsse estabelecimento a égide
rário, O;: bancos centrais acompanham
do Go\'êrno Federal. Um tal banco de
essa situação lançando na circulação nu merário que é posteriomiente recolhido
sob a qual se estabeleceriam os demais bancos complementares do crédito em
e inoinerado.. Dessa forma as emissões
veria, sem dúvida, possuir agências em várias partes do paí.s e, até certo ponto, negociar com estabelecimentos particula
de imergência para fins lícitos, como
res, assim como bancários.
ésse perito sòbrc o Brasil: — "Ê difícil
da emissão pelo redesconto dos papéis" dos demais bancos, com
o
que as
seguram a êstes a facilidade do cré dito e por conseguinte de tôda a produção.'
são os das fôrças vivas do país, em
"No meu modo de ver, o Banco da
nada afetam o custo da vida, tendo
França é ura modelo melhor que o
apenas caráter transitório, desaparecen
da Alemanha. O sistema canadense é
do
da
circulação
pronto rotomem às arcas dos bancos.
O sistema seguido pela Inglaterra, França e Ale único.
Os Estadas Uni
outro.
poderia ser transferida a Carteira Agrí cola do Banco do Brasil. E ao seu ca
pital poderiam juntar-se os fundos re manescentes do D.N.C.
Para o crédito real de longo prazo seria criado o Banco Hipotecário, que operaria exclusivamente sôbre proprie dades rurais.
A fim de prestar seu concurso às zo nas antigas do Estado, que se vão tor nando cada vez maiores com o correr
dos anos, poderia não se limitar a for necer fundos para a aquisição de imó veis, mas ainda, os que se tomassem necessários para o reerguimento e restau ração das referidas regiões.
Nosso sistema de
Reservas Federais é pra
¥
ticamente
um
.sistema
central, porque a Junta
dos, ao ctmtrário, manti
nham diversos e, pre
" •
Federal de "Washington é
sentemente, sob o Siste ma de Reservas Federais,
^
vários são os estabelecimentos, sendo no
Reserva Federal govemam-se pelas jun
soberana nas suas opera ções. Os doze Bancos de
entanto controlados pela Junta de Dire
tas locais e têm muita liberdade em as
tores, que pràtícamente os reduz a um
suntos de seus respectivos distritos. Nu
só comando.
ma emergência nacional, porém, todos êles estão sujeitos às ordens de Washing
O Canadá possui um sistema cornposto de uma rêde de 35 bancos. que são obrigados a manter pelo menos uma su cursal em cada província do país. O sistema da imicídade era, no en
tanto, o que merecia as preferências das autoridades no assunto.
Para a vida agrária do país devería mos organizar um Banco Rural de crédi to de custeio de entre-safras, -atendendo
maquinaria, veículos, compra de animais e pertences, silagem, adubações etc. A um estabelecimento dessa ordem
próprio das condições especiais daquele país e não poderia fàcilmente ser posto em prática em
tão
manha era de um banco
suas diversas modalidades.
às necessidades agro-pecuárias, à prepa ração de terras, aquisição de sementes,
ton. Da mesma forma, as sucursais de Tim banco central deveriam ter conselhos
diretores locais, sendo seus poderes, no entanto, limitados. "A cláusula que, em nosso sistema, reforçou a debilidade apr^entada no
A Comissão Agrícola do Senado aprovou o projeto de lei que objetiva sustentar iifi preços do algodão e da lã, e fomentar as exportações dêsses produtos para as zonas americanas do Japão. Entretanto, a comissão eliminou as peles da nomen
clatura dos artigos visados por essa medida. Recorda-se que um projeto de lei autoriza a criação de- créditos circulares de 150 milhões de dólares, ao Departa mento Militar, para a compra dêsses artigos.
Econômico
O nível do salário e a produtividade do operário Augusto Alexandre Mach^vdo
gsTuDANDo a condição de inferioridade econômica em que vivem as massas
traballiadoras, chegamos à conclusão de que, sem abolição do salariado e sem transformação radical do regime econô mico, se poderia, tão somente, com maior espírito de justiça, mais justa compreensão dos deveres para com o próximo, chegar a uma conciliação de interesses proveitosa para empregadores e empregados, num ambiente de coo peração e de justo entendimento. Tudo depende da honestidade dos homens e
da sinceridade dos propósitos de coope ração. Estudando o salário como meio
satisfatório de remunerar o trabalho ope rário, devemos distinguir, de logo, a
O ihistre catedrático cia Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciêiicias Económica.s da Universidade da Bahia
distingue no salário a remuneração ba seada no tempo dc trabalho da que c fixada pela quantidade de trabalho.
l
di)> ojJcrários mviios hábeis, mais pro-
Quando os que trabalham em tais
guiçoso.s e, por isso, menos protluti-
serxiços querem apenas os ^•euc^nentos
%t>5.
e impunemente se desinteressam pelos
Não cremos que o trabalho pago por peça, num regime dc fiscalização do
scrx-iços, não é possível existir assistên
Estado, com a fixaxão do mínimo dc
somente pago por peça ou unidade do
ialárío, possa ter, hoje, aquêle perigo
salário, será o desdobramento do sa-
de antigamente, quando o Estado não
procurava intervir cm questões dc tra
huio ou clu remuneração do openirio em salário normal e sòbrc-salário. paao em
balho e de remuneração.
função de sua contribuição ou de^acôr-
Nessa base
c possível aos mais hábeis e mais efi cientes elevarem, sensi\'e!incnte,
seu
nível de remuneração.
Não é possível sacrificar os interê.sses das indústrias e dos operários mais \a-
2.°) — O salário por peça, como mo dalidade de empreitada, pode, em face de manifesta superioridade do empre gador, converter-se em salário de fome. com a baí.xa continuada do preço da unidade de trabalho e exigência de um
liosos e mais produtivos por questões
que interessam sobrel-udo aos mais indo-
cia.
Melhor talvez do que o salário
do com as possibilidades da empresa O traballio por peça dcNe, porém, ser feito d.cntro da oficina, com instala ções apropriadas e conforto necessário para os que trabalham.
A elevação do nixe! do saliírio deve ser exigida dcnüo das possibilidades da
ientes, mais ignorantes, refinados mandríões. O Estado deve ape
empresa: se transpõe ês-
se limite, será precário porque, de logo, acar
nas evitar a e.xploração
retará ou determinará
fatalmente a falência, a
remuneração baseada no tempo de tra balho da fixada por quantidade de tra
esfôrço sobrcumano do operário para
dos que trabalham, pa
obter apenas o indispensável para vi\er,
garantir a indolência e
presa ou, pelo menos,
balho.
como
a improdutividade. Um país sem atividade pro
o término de sua ativi
dutiva é um país pobre e cheio de desordens e
As associações pro fissionais influem, considbTàvebncnle, nessas
Elas se distinguem nas possi
bilidades e nos efeitos.
O salário pago por tempo é aquêle em que a,base da remuneração inde pende, imediatamente, da pro dutividade, porque é proporcio nal à duração do trabalho. No
salário por peça a produtivida
acontece
com
certas
costureiras
de peças para certas lojas de roupas feíta.s.
Desse modo a liberdade do operário
que trabalha por empreitada desapare ce e se converto em maior so
frimento para o mesmo.
O
salário, ao contrário, o põe a salvo de qualquer risco por
de é o fundamento da remune
que mais estável e não sujeito
ração. A estas duas modalida
a fluxos e refluxos.
des de salário correspondem
A verdade, porém, é que
ra
não fomentar
ou
insolvabilidade da em
dade produtora.
insuneiçóes.
A miséria é, freqüentemente, a fonte das reivindicações desordenadas, nasci das da falta de justa medida, de pei-fcita compreensão dos direitos que se defendem. Mas, os velhos não serão sacrificados quando o salário for ba seado somente na prodiitividade?
conqiustas trabalhistas, inclusive na fi
trabalhistas se tem mimifestado com
xação razoável do mínimo de salário e
substituição do velho couhalo individual pelo contrato ou convenção coletiva de trabalho.
A Inglaterra é talvez o país onde a política das associações profissionais ou
duas espécies de contrato de
não há salário ou remuneração
trabalho: salariado e empreita
Numa sociedade bom organizada tudo
melhor ou pior: tudo depende
mais eficiência.
da. A crítica que se faz a êsses contratos de natureza operária
das circunstâncias e dos pro pósitos que orientam os empre
é previsto através do chamado seguro social e dos ser\'iços de assistência nas suas múltiplas organizações ou modab-
auxílios do que de combate político ou
dades de serviços, honestamente, since
econômico, tem sempre atuado no sen
c, conseqüentemente, a essas
formas de remuneração pode.resumir-se:
l.o) — O salário por tempo será estímulo para menor esfôrço ou produti vidade do operário, exigindo, por isso, intensa vigilância do empregador;
gadores e os empregados, aque les em relação à justa remuneração, êstes à eficiência no trabalho. Quando
se apresentam as deficiências dôste ou daquele sistema, toma-se sempre, co mo base ou fundamenta, a condição
As Tradc-Unions, sociedades mais de
ramente, patriòticainente mantidos em
tido de melhorar as condições dos tra
proveito dos mais precisados. Do ideal de bem servir à coletividade, depende
balhadores, e, intransigentémcnte, co locaram no primeiro plano de suas rei
a eficiência do serviço.
vindicações o mínimo de salário ao
Econômico
O nível do salário e a produtividade do operário Augusto Alexandre Mach^vdo
gsTuDANDo a condição de inferioridade econômica em que vivem as massas
traballiadoras, chegamos à conclusão de que, sem abolição do salariado e sem transformação radical do regime econô mico, se poderia, tão somente, com maior espírito de justiça, mais justa compreensão dos deveres para com o próximo, chegar a uma conciliação de interesses proveitosa para empregadores e empregados, num ambiente de coo peração e de justo entendimento. Tudo depende da honestidade dos homens e
da sinceridade dos propósitos de coope ração. Estudando o salário como meio
satisfatório de remunerar o trabalho ope rário, devemos distinguir, de logo, a
O ihistre catedrático cia Faculdade de Direito e da Faculdade de Ciêiicias Económica.s da Universidade da Bahia
distingue no salário a remuneração ba seada no tempo dc trabalho da que c fixada pela quantidade de trabalho.
l
di)> ojJcrários mviios hábeis, mais pro-
Quando os que trabalham em tais
guiçoso.s e, por isso, menos protluti-
serxiços querem apenas os ^•euc^nentos
%t>5.
e impunemente se desinteressam pelos
Não cremos que o trabalho pago por peça, num regime dc fiscalização do
scrx-iços, não é possível existir assistên
Estado, com a fixaxão do mínimo dc
somente pago por peça ou unidade do
ialárío, possa ter, hoje, aquêle perigo
salário, será o desdobramento do sa-
de antigamente, quando o Estado não
procurava intervir cm questões dc tra
huio ou clu remuneração do openirio em salário normal e sòbrc-salário. paao em
balho e de remuneração.
função de sua contribuição ou de^acôr-
Nessa base
c possível aos mais hábeis e mais efi cientes elevarem, sensi\'e!incnte,
seu
nível de remuneração.
Não é possível sacrificar os interê.sses das indústrias e dos operários mais \a-
2.°) — O salário por peça, como mo dalidade de empreitada, pode, em face de manifesta superioridade do empre gador, converter-se em salário de fome. com a baí.xa continuada do preço da unidade de trabalho e exigência de um
liosos e mais produtivos por questões
que interessam sobrel-udo aos mais indo-
cia.
Melhor talvez do que o salário
do com as possibilidades da empresa O traballio por peça dcNe, porém, ser feito d.cntro da oficina, com instala ções apropriadas e conforto necessário para os que trabalham.
A elevação do nixe! do saliírio deve ser exigida dcnüo das possibilidades da
ientes, mais ignorantes, refinados mandríões. O Estado deve ape
empresa: se transpõe ês-
se limite, será precário porque, de logo, acar
nas evitar a e.xploração
retará ou determinará
fatalmente a falência, a
remuneração baseada no tempo de tra balho da fixada por quantidade de tra
esfôrço sobrcumano do operário para
dos que trabalham, pa
obter apenas o indispensável para vi\er,
garantir a indolência e
presa ou, pelo menos,
balho.
como
a improdutividade. Um país sem atividade pro
o término de sua ativi
dutiva é um país pobre e cheio de desordens e
As associações pro fissionais influem, considbTàvebncnle, nessas
Elas se distinguem nas possi
bilidades e nos efeitos.
O salário pago por tempo é aquêle em que a,base da remuneração inde pende, imediatamente, da pro dutividade, porque é proporcio nal à duração do trabalho. No
salário por peça a produtivida
acontece
com
certas
costureiras
de peças para certas lojas de roupas feíta.s.
Desse modo a liberdade do operário
que trabalha por empreitada desapare ce e se converto em maior so
frimento para o mesmo.
O
salário, ao contrário, o põe a salvo de qualquer risco por
de é o fundamento da remune
que mais estável e não sujeito
ração. A estas duas modalida
a fluxos e refluxos.
des de salário correspondem
A verdade, porém, é que
ra
não fomentar
ou
insolvabilidade da em
dade produtora.
insuneiçóes.
A miséria é, freqüentemente, a fonte das reivindicações desordenadas, nasci das da falta de justa medida, de pei-fcita compreensão dos direitos que se defendem. Mas, os velhos não serão sacrificados quando o salário for ba seado somente na prodiitividade?
conqiustas trabalhistas, inclusive na fi
trabalhistas se tem mimifestado com
xação razoável do mínimo de salário e
substituição do velho couhalo individual pelo contrato ou convenção coletiva de trabalho.
A Inglaterra é talvez o país onde a política das associações profissionais ou
duas espécies de contrato de
não há salário ou remuneração
trabalho: salariado e empreita
Numa sociedade bom organizada tudo
melhor ou pior: tudo depende
mais eficiência.
da. A crítica que se faz a êsses contratos de natureza operária
das circunstâncias e dos pro pósitos que orientam os empre
é previsto através do chamado seguro social e dos ser\'iços de assistência nas suas múltiplas organizações ou modab-
auxílios do que de combate político ou
dades de serviços, honestamente, since
econômico, tem sempre atuado no sen
c, conseqüentemente, a essas
formas de remuneração pode.resumir-se:
l.o) — O salário por tempo será estímulo para menor esfôrço ou produti vidade do operário, exigindo, por isso, intensa vigilância do empregador;
gadores e os empregados, aque les em relação à justa remuneração, êstes à eficiência no trabalho. Quando
se apresentam as deficiências dôste ou daquele sistema, toma-se sempre, co mo base ou fundamenta, a condição
As Tradc-Unions, sociedades mais de
ramente, patriòticainente mantidos em
tido de melhorar as condições dos tra
proveito dos mais precisados. Do ideal de bem servir à coletividade, depende
balhadores, e, intransigentémcnte, co locaram no primeiro plano de suas rei
a eficiência do serviço.
vindicações o mínimo de salário ao
Dicesto Econômico
64
nível
ou
das
necessidades
existenciais
do
fundamentais
trabalhador,
po
Surgiram assim as fórmulas mais hu manas de salário igual para igual es-
dendo cada qual, em função de sua produtividade, elevar êsse nível do
fôrço. E', podemos dizer, uma concilia ção da produtividade com a necessida
salário.
de.
Economia dos Minerais Estratégicos III
A. J. Alves de Souz.\ V — Deckõeí
iutcnuicionnh
recentes
tmxtmxmttitttmtxtxttxittmtxtttnxttxttw
interferindo com a proihição e o O 6Y. A. J. A'i:cs dc Souza, antes dc c.xa-
conurcio de nnncriti.s.
Durante a última Grande Guerra e
depois da v;tór'a das Nações Unidas, 05 principais lídcrc.s políticos do mun do c representantes dessas nações, reu niram-se várias vezes com o objetivo
principal declarado de assegurar a paz à humanidade.
Da primeira dessas reuniões, em
que tomaram ■ parte apenas Frankl n uma
Churchll,
neralogista pub'icou os dados do ano de
19S8 referentes à exportação e importa
por Carta do Atlântico, que teve o
ções de maior vulto dos minerais no
efeito de um toque de clarim anun ciando uma nova aurora de liberdade
intercâmbio comercial.
hoje já estejam quase desvanecidas
balança. Ou então peta diminuição das compras na Inglaterra. Esta t'diima hipótese
Sívia do agrado de Londres, já que os aitigos não enviados para a França poaeriatyi ser dirigidos a mercados mais interessantes, onde a Inglaterra necessita de divisas para suas compras de matérias-primas. Porém, uma diminuição nas exportações britânicas para a França paralisaria parcialmente as indústrias francesas que, nesse caso, teriam de voltar-se para os Estados Unidos, na esperança de obterem forne cimentos sem pagamento imediato,
do Ca
nadá, que são em geral baixas, para de pois transcrever algumas tarifas brasi leiras. Em seguida, aquêlc ilustre mi-
conhecida
indecisos. Subscrcvcram-na posterior mente inúmeros países. E é pena Que
sdmeníe poderia pagar a Inglaterra, sem empréstimos futuros, pelo aumento cm suo exportação de vinhos e perfumes e outros artigos não essenciais que já existem em abundância na Inglaterra, ou de alguns vegetais, que não pesariam muito no
sim como as tarifas aduaneiras
Winston
para os homens, dando nova esperan ça aos desiludidos e novo ânimo aos
. Nos últimos meses o comércio entre a França e a Inglaterra apresentou um 'déficit" de setenta milhões de libras para a França, e neste momento as auto^ 1idades de ambos os países estudam um empréstimo por parte da Inglaterra para o pagamento da diferença, enquanto se procura uma forrna de se equilibrarem as relações econômicas entre os dois países, o que não é tarefa^ fácil. A França
a indústria c.xtmliva, as indústrias básicas
c as indthirias manufaturciras, facilitan do a entrada de matcrias-prmms quan do não e.xisicm no país ou quando c.xistcm cm quantidades insuficientes, as
declaração
D, Rooscvclt c
resultou
minar <i motcria do presente artigo, anaiLwir as tarifas americanas, que protegem
"as esperanças de conseguir um por vir mais auspicioso para o mundo"
que aquela Carta despertou. Entre seus oHos princípios, dois deles, o quarto c o quinto, estipula vam:
"Com o devido respeito às suas
obrigações já existentes, se empe nharão para que todos os Estados,
mover, no campo da economia, a mais ampla colaboração entre *ôdas as nações, com o fim de con
seguir, para todos, melhores con
dições de trabalho, prosperidade econômica e segurança social." Em novembro de 1944 reuniu-se em Rye, Estados Unidos, a Conferência
Econômica Internacional, que, no que se refeie a matérias-pr mas, ofereceu sugestões que eu sintetizo em seguida: 1
- a produção, o tratamento e
grandes ou pequenos, v'toriosos ou
a distr.bu ção de matérias-primas
vencidos, tenham acesso cm igual
deverão ser da responsabilidade da inicativa privada;
dade dc condições ao comércio e
às matérias-primas do mundo, de , que precisam para a sua prosperi dade econômica"; "Desejam pro-
2 — deverá ser promovida, com a possível brevidade, a remoção das barreiras comerciais e de me-
Dicesto Econômico
64
nível
ou
das
necessidades
existenciais
do
fundamentais
trabalhador,
po
Surgiram assim as fórmulas mais hu manas de salário igual para igual es-
dendo cada qual, em função de sua produtividade, elevar êsse nível do
fôrço. E', podemos dizer, uma concilia ção da produtividade com a necessida
salário.
de.
Economia dos Minerais Estratégicos III
A. J. Alves de Souz.\ V — Deckõeí
iutcnuicionnh
recentes
tmxtmxmttitttmtxtxttxittmtxtttnxttxttw
interferindo com a proihição e o O 6Y. A. J. A'i:cs dc Souza, antes dc c.xa-
conurcio de nnncriti.s.
Durante a última Grande Guerra e
depois da v;tór'a das Nações Unidas, 05 principais lídcrc.s políticos do mun do c representantes dessas nações, reu niram-se várias vezes com o objetivo
principal declarado de assegurar a paz à humanidade.
Da primeira dessas reuniões, em
que tomaram ■ parte apenas Frankl n uma
Churchll,
neralogista pub'icou os dados do ano de
19S8 referentes à exportação e importa
por Carta do Atlântico, que teve o
ções de maior vulto dos minerais no
efeito de um toque de clarim anun ciando uma nova aurora de liberdade
intercâmbio comercial.
hoje já estejam quase desvanecidas
balança. Ou então peta diminuição das compras na Inglaterra. Esta t'diima hipótese
Sívia do agrado de Londres, já que os aitigos não enviados para a França poaeriatyi ser dirigidos a mercados mais interessantes, onde a Inglaterra necessita de divisas para suas compras de matérias-primas. Porém, uma diminuição nas exportações britânicas para a França paralisaria parcialmente as indústrias francesas que, nesse caso, teriam de voltar-se para os Estados Unidos, na esperança de obterem forne cimentos sem pagamento imediato,
do Ca
nadá, que são em geral baixas, para de pois transcrever algumas tarifas brasi leiras. Em seguida, aquêlc ilustre mi-
conhecida
indecisos. Subscrcvcram-na posterior mente inúmeros países. E é pena Que
sdmeníe poderia pagar a Inglaterra, sem empréstimos futuros, pelo aumento cm suo exportação de vinhos e perfumes e outros artigos não essenciais que já existem em abundância na Inglaterra, ou de alguns vegetais, que não pesariam muito no
sim como as tarifas aduaneiras
Winston
para os homens, dando nova esperan ça aos desiludidos e novo ânimo aos
. Nos últimos meses o comércio entre a França e a Inglaterra apresentou um 'déficit" de setenta milhões de libras para a França, e neste momento as auto^ 1idades de ambos os países estudam um empréstimo por parte da Inglaterra para o pagamento da diferença, enquanto se procura uma forrna de se equilibrarem as relações econômicas entre os dois países, o que não é tarefa^ fácil. A França
a indústria c.xtmliva, as indústrias básicas
c as indthirias manufaturciras, facilitan do a entrada de matcrias-prmms quan do não e.xisicm no país ou quando c.xistcm cm quantidades insuficientes, as
declaração
D, Rooscvclt c
resultou
minar <i motcria do presente artigo, anaiLwir as tarifas americanas, que protegem
"as esperanças de conseguir um por vir mais auspicioso para o mundo"
que aquela Carta despertou. Entre seus oHos princípios, dois deles, o quarto c o quinto, estipula vam:
"Com o devido respeito às suas
obrigações já existentes, se empe nharão para que todos os Estados,
mover, no campo da economia, a mais ampla colaboração entre *ôdas as nações, com o fim de con
seguir, para todos, melhores con
dições de trabalho, prosperidade econômica e segurança social." Em novembro de 1944 reuniu-se em Rye, Estados Unidos, a Conferência
Econômica Internacional, que, no que se refeie a matérias-pr mas, ofereceu sugestões que eu sintetizo em seguida: 1
- a produção, o tratamento e
grandes ou pequenos, v'toriosos ou
a distr.bu ção de matérias-primas
vencidos, tenham acesso cm igual
deverão ser da responsabilidade da inicativa privada;
dade dc condições ao comércio e
às matérias-primas do mundo, de , que precisam para a sua prosperi dade econômica"; "Desejam pro-
2 — deverá ser promovida, com a possível brevidade, a remoção das barreiras comerciais e de me-
DroESTo
66
Econômico
Diowto Económic©
didas discriminatórias que pertur bam o comércio internadonal de matérias-primas. As barreiras ci tadas foram: tarifas aduaneiras,
quotas, preferencias, embargos, sub sídios, subvenções de exportação, impostos que tinham efeito de ta rifas,"dumping" controle cambial: 3 — deverão ser reabertos, tão de
pressa quanto possível, os merca dos de matérias-primas; 4"— deverão ser organizadas gran des linhas de navegação marítima, com fretes razoáveis; 5 — deverá ser garantido o livre e
igual
acesso
primas tícios ; 6 —
e
ás
de-obra com necessário grau dc especialização; 4 — leis de trabalho e práticas zoáves;
duto na bôca da mina, imposto que é único, sendo 5% para os Governos
5 — mercados que sejam sufici
estaduais e 3% para o Governo Fe
entemente amplos e atingíveis; 6 — sistemas fiscais e regula
deral.
mentos administrativos que per
dos e de câmbio, essas providências
administrativas cquitativas e ra-
Quanto à acessibilidade de merca
mitam ao capital um lucro ade
não dependem só de nós. Como vi
quado, que possa ser movimenta
mos, o comércio internacional de mi
do;
nérios é complexo e nêlc intervém interesses poderosos, reunidos em as
7 — acesso, em iguais condições e sem restrições, ao Câmbio ex terno, suficiente para formar nu
matérias-
merário para juros e pagamen
alimen
tos de amortizações e dividen
gêneros
çáo; o ímpóslo atual sòbic minera ção é de 8% sôbrc o valor do pro
sociações dc diversos t';pos, de que fazem parte até Governos. Só acor dos leais poderão afastar os empeci lhos que tais organizações oferecem.
No que toca a tar-fas aduaneiras, es tá agora a Conferência dc Comércio e Emprêgo reunida em Genebra, tra tando do assunto, afigurando-se-mc
dos;
deverão ser intensifi
cados os estudos e pesqui sas de novos usos das matérias-
8 — custo
de produção, por
unidade, que permita negócios lucrativos.
terrivelmente difícil e talvez sem solução equitativa o pro
primas, colaborando para atingir dústria, as Universidades e os Go
No que se refere a matérias-primas minerais, já vimos, pela transcrição
vernos.
feita em outra parte dos dispositivos
esse objetivo a agricultura, a in
Quanto à "Industrialização 'de Áreas Novas" a Conferência de Rye, con^derando necessário que os países mais adiantados industrialmente au xiliem as justas ambições dos menos
adiantados, concorrendo com capital e
da Constituição de 1946, que nada im
ros e dividendos, só podere mos fazer se tivermos possi bilidade de vender nossas mercadorias nos mercados exteriores
enunciados e sugeridos pela Confe
rência de Rye. Isto, naturalmente, no Nossa Constituição institui, como regra geral, que a exploração de nos sos recursos minerais deverá ser fei
ta por particulares, não excluindo os estrangeiros quando reunidos em so ciedades; dispomos de fontes de ma téria-prima mineral e de energia, principalmente energia hidráulica, que, sem a menor sombra de dúvida, poderão ser exploradas economicamen te; a Constituição (art. IS, inciso III e § 2P) estatui para os minerais o re gime do imposto únic'0, o que facilita os regulamentos fiscais sobre minera-
2 — fontes adequadas e suficien
tes para produção econômica de energia;
3 — disponibilidade
de
direção,
nacional ou estrangeira, e de mão-
g se estes não adotarem medidas de bloqueio e congelamento dos crédi
que depende de nosso país.
sucesso daqueles países na expansão
1 — matérias-primas em qualida de e quantidade adequadas, a pre ços de concorrência;
Quanto à exportação de ju
pede a realização dos objetivos a<dma
experiência técnica, reconheceu que o industrial depende de:
blema que lhe está afeto.
tos que nêles tivermos. Mas, para tratar do problema, está constituída e trabalhando a Comissão de Investi
versidade de
Ouro Preto, pela am
pliação da atual Escola dc Minas e
Metalurgia da Universidade do Bra sil.
Daqui partiram, também, sem en contrar eco, recomendações insisten
tes para ser dado ao Departamento Nacional da Produção Mineral o ne
cessário desenvolvimento. E, nesse sentido, ainda foi mais longe o Con selho Nacional dc Minas e Metalur
gia, propondo a criação do Ministério de Minas e Energia.
Quanto à organização de estatísti
cas detalhadas relativas a matérias-
primas,
também
recomendada
pela
Conferência de Rye e quanto ao es
tudo e fiscalização do co mércio de minerais, também
êste Conselho já se pronun ciou, organizando projeto de lei que, aceito pelo Govêriio, se
transformou
no
decTeto-
lei n. 6.636 de 28-6-44. Mas até agora não foi possível organizar os serviços previstos nesse decreto-lei. E a complexidade do comércio de mi
nerais exige que homens capazes in tegrados em uma organização capaz,
mentos presidida pelo sr. Ministro da
o estudem cuidadosamente, o obser vem de perto e lhe acompanhem os
Agricultura.
meandros. Não foi por fantasia nem
Quanto a estudo de novos usos ■le
(
dação de extrema utilidade, que foi aprovada pelo Govêrno, mas que não teve continuação: a de se criar a Uni
nossas matérias-primas e dos proces sos que devemos utilizar para sua ex
ploração e sua industrialização, deve
pelo desejo de criar órgãos que êste Conselho propôs o que figura no de creto-lei n. 6.636 citado.
Alem daquelas provMências, 'seria
mos, sem dúvida, envidar todos os es forços para sua intensificação. E, no que se refere a matérias-primas mine
a meu ver de grande interêsse que, junto às nossas embaixadas ou repre sentações diplomáticas nos principais
rais e seu aproveitamento, partiu des
consumidores reais ou potenciais de
te Conselho uma primeira recomen
nossos produtos minerais, tivéssemos
DroESTo
66
Econômico
Diowto Económic©
didas discriminatórias que pertur bam o comércio internadonal de matérias-primas. As barreiras ci tadas foram: tarifas aduaneiras,
quotas, preferencias, embargos, sub sídios, subvenções de exportação, impostos que tinham efeito de ta rifas,"dumping" controle cambial: 3 — deverão ser reabertos, tão de
pressa quanto possível, os merca dos de matérias-primas; 4"— deverão ser organizadas gran des linhas de navegação marítima, com fretes razoáveis; 5 — deverá ser garantido o livre e
igual
acesso
primas tícios ; 6 —
e
ás
de-obra com necessário grau dc especialização; 4 — leis de trabalho e práticas zoáves;
duto na bôca da mina, imposto que é único, sendo 5% para os Governos
5 — mercados que sejam sufici
estaduais e 3% para o Governo Fe
entemente amplos e atingíveis; 6 — sistemas fiscais e regula
deral.
mentos administrativos que per
dos e de câmbio, essas providências
administrativas cquitativas e ra-
Quanto à acessibilidade de merca
mitam ao capital um lucro ade
não dependem só de nós. Como vi
quado, que possa ser movimenta
mos, o comércio internacional de mi
do;
nérios é complexo e nêlc intervém interesses poderosos, reunidos em as
7 — acesso, em iguais condições e sem restrições, ao Câmbio ex terno, suficiente para formar nu
matérias-
merário para juros e pagamen
alimen
tos de amortizações e dividen
gêneros
çáo; o ímpóslo atual sòbic minera ção é de 8% sôbrc o valor do pro
sociações dc diversos t';pos, de que fazem parte até Governos. Só acor dos leais poderão afastar os empeci lhos que tais organizações oferecem.
No que toca a tar-fas aduaneiras, es tá agora a Conferência dc Comércio e Emprêgo reunida em Genebra, tra tando do assunto, afigurando-se-mc
dos;
deverão ser intensifi
cados os estudos e pesqui sas de novos usos das matérias-
8 — custo
de produção, por
unidade, que permita negócios lucrativos.
terrivelmente difícil e talvez sem solução equitativa o pro
primas, colaborando para atingir dústria, as Universidades e os Go
No que se refere a matérias-primas minerais, já vimos, pela transcrição
vernos.
feita em outra parte dos dispositivos
esse objetivo a agricultura, a in
Quanto à "Industrialização 'de Áreas Novas" a Conferência de Rye, con^derando necessário que os países mais adiantados industrialmente au xiliem as justas ambições dos menos
adiantados, concorrendo com capital e
da Constituição de 1946, que nada im
ros e dividendos, só podere mos fazer se tivermos possi bilidade de vender nossas mercadorias nos mercados exteriores
enunciados e sugeridos pela Confe
rência de Rye. Isto, naturalmente, no Nossa Constituição institui, como regra geral, que a exploração de nos sos recursos minerais deverá ser fei
ta por particulares, não excluindo os estrangeiros quando reunidos em so ciedades; dispomos de fontes de ma téria-prima mineral e de energia, principalmente energia hidráulica, que, sem a menor sombra de dúvida, poderão ser exploradas economicamen te; a Constituição (art. IS, inciso III e § 2P) estatui para os minerais o re gime do imposto únic'0, o que facilita os regulamentos fiscais sobre minera-
2 — fontes adequadas e suficien
tes para produção econômica de energia;
3 — disponibilidade
de
direção,
nacional ou estrangeira, e de mão-
g se estes não adotarem medidas de bloqueio e congelamento dos crédi
que depende de nosso país.
sucesso daqueles países na expansão
1 — matérias-primas em qualida de e quantidade adequadas, a pre ços de concorrência;
Quanto à exportação de ju
pede a realização dos objetivos a<dma
experiência técnica, reconheceu que o industrial depende de:
blema que lhe está afeto.
tos que nêles tivermos. Mas, para tratar do problema, está constituída e trabalhando a Comissão de Investi
versidade de
Ouro Preto, pela am
pliação da atual Escola dc Minas e
Metalurgia da Universidade do Bra sil.
Daqui partiram, também, sem en contrar eco, recomendações insisten
tes para ser dado ao Departamento Nacional da Produção Mineral o ne
cessário desenvolvimento. E, nesse sentido, ainda foi mais longe o Con selho Nacional dc Minas e Metalur
gia, propondo a criação do Ministério de Minas e Energia.
Quanto à organização de estatísti
cas detalhadas relativas a matérias-
primas,
também
recomendada
pela
Conferência de Rye e quanto ao es
tudo e fiscalização do co mércio de minerais, também
êste Conselho já se pronun ciou, organizando projeto de lei que, aceito pelo Govêriio, se
transformou
no
decTeto-
lei n. 6.636 de 28-6-44. Mas até agora não foi possível organizar os serviços previstos nesse decreto-lei. E a complexidade do comércio de mi
nerais exige que homens capazes in tegrados em uma organização capaz,
mentos presidida pelo sr. Ministro da
o estudem cuidadosamente, o obser vem de perto e lhe acompanhem os
Agricultura.
meandros. Não foi por fantasia nem
Quanto a estudo de novos usos ■le
(
dação de extrema utilidade, que foi aprovada pelo Govêrno, mas que não teve continuação: a de se criar a Uni
nossas matérias-primas e dos proces sos que devemos utilizar para sua ex
ploração e sua industrialização, deve
pelo desejo de criar órgãos que êste Conselho propôs o que figura no de creto-lei n. 6.636 citado.
Alem daquelas provMências, 'seria
mos, sem dúvida, envidar todos os es forços para sua intensificação. E, no que se refere a matérias-primas mine
a meu ver de grande interêsse que, junto às nossas embaixadas ou repre sentações diplomáticas nos principais
rais e seu aproveitamento, partiu des
consumidores reais ou potenciais de
te Conselho uma primeira recomen
nossos produtos minerais, tivéssemos
Dicesto
68
um representante para o comércio de minerais, escolhido com critério par i informar e orientar o nosso Governo e também para procurar facilitar a colocação de nossos produtos. E, ainda com referência às conclu
sões da Conferência de Rye, devería mos esforçar-nos para que os consu midores estrangcTos de nossas maté rias-primas minerais admit'ssem com prar pelo menos parte desses mine rais Como produtos já industrializados.
Neste caso estão, por exemplo, o mi nério de manganês e o quartzo. Para êste último, o Conselho já concorreu para o fim objetivado, propondo a
eliminação do imposto, de importação nos Estados Unidos e outros países, sobre o quartzo cortado em "blanks". Outra conferência internacional
ção de altos níveis de ocupação do trabalho c de renda real e para o
desenvolvimento
nos Estados
capacidade
tica económca."
O Brasil subscreveu $150.000.000,00 nesse Fundo. Foi o país latino-ameri
cano que ma's subscreveu, sendo que a Argentina, ao que me parece, não
subscreveu qualquer quantia. As finalidades do Banco Internaci^^nal de Reconstruç.ão e Desenvolvi mento são, entre outras, as segu ntes: "Auxiliar
a
reconstruçcão
e
de
senvolvimento dos territórios dos
membros, facilitando a inversão de cap-tais para finalidades
produtivas, inclusive a restau ração das econornias destruídas ou desarticuladas pela guerra, a reconversão dos meios pro
Uni
dos, um pouco antes da de Rye. Foi a de Bretton Woods, reu nida em julho de 1944. Essa foi designada como Conferên cia Monetária e Financeira das Na ções Unidas.
da
produtiva de todos os membros, como objetivos precípuos da polí
de caráter econômico se reuni ra, também
EcoNÓAnco
Dicesto EcoNÓAnco
69
O Brasil, como membro do Fundo •Monetário, é membro do Banco Inter
nacional de Rccon.stnição c Deseuvolvimento, tendo, portanto, direito de se valer de seus serviços. Outra reunião internacional tevc lu. gar em São Francisco, Estados Uni dos, cm junho dc 1945. Aprovou ela a Carta das Nações Unidas, com a constituição da Assembléia Geral dessas nações, seu Conselho dc Segu rança c seu Conselho Econômico c Social. Organizou também o Estatu
"Promover a inversão de capitais
Banco Internacional de Reconstrução
particulares estrangeiros mediante
e Desenvolvimento.
garantias ou mediante a partic'pação de empréstimos e de outras
América à
Carta co
Quanto fio desenvolvimento indus trial. a Conferência reproduziu, de um modo geral, os princípios esposados na Conferência de Rye c outros, den tre os (jimis destaco os seguintes:
ticipação, não
tro de ""1 espírito dc coopera
ção internacional c estão da
a respeito dêles à Assembléia Geral. Houve, também, a Conferência Interamericana
sobre
Problemas
sô
das empresas
das ao Conselho Econômico e Social atribuições de estudos
cos e de apresentar resoluções
e recursos dos países menos de
da
.Atlântico.
solver qs problemas econômicos den
gerais dos problemas econômi
senvolvidos."
.•\ Conferência reafirmou a adesão
dos países
das, reafirmações dc propósito dc re
tico e não dc caráter econômico. Há, entretanto, na Carta das Nações Uni
po de paz e o apoio ao desen
Nessa Conferência foram criados o Fundo Monetário Internacional e o
vos do continente."
".As inversões dc capitais estran geiros em empresas privadas das Repúblicas americanas deverão de preferência efotuar-se de mo do cjue assegurem ao capital na cional uma justa c adequada par
to da Corte Internacional dc Justiça. A Conferência foi de caráter polí
dutores às necess-dades de tem
volvimento dos meios produtores
condições de vida de todos os po
de
Guerra e da Paz — Conferência de
Chapultepcc — reunida na capital do
na
formação
mas também na
direção das mesmas; e que ditas inversões, como regra geral, não desloquem os capitais nacionais das indústrias, negócios e atr/idades econômicas já existentes.*' "-As Repúblicas americanas pro dutoras de bens de produção (ma quinaria. equipamento, meios de transporte, ferramentas, etc.) se empenharão, uma vez terminadas as
são, além de promover a cooperação
inversões
monetária internacional e auxil ar um
particulares; e quando não houver
México em fevereiro de 1945. • Foi firmada, nessa Conferência, uma Declaração, por todos os Esta dos da América, na qual, entre ou
capitais particulares d'sponível<? razoáveis, suplemciuar
tros, ficou exposto o seguinte* prin
trialização ou o fomento e explora
cípio:
ção dos recursos naturais dos demais
As finalidades do Fundo Monetár'o
sistema multilateral, os pagamentos nas
transações
correntes
entre
os
feitas
por
cap talistas
condições
seus membros e elimmar restrições
as
sobre o câmbio exterior, "Facilitar a expansão e o desen
cendo, em condições convenieníes, capitais para finardades produti vas, capitais êsses que serão pro
volvimento equdibrado de comér cio internacional, contribuindo as
venientes de seus própr-os fundos de fundos levantados por êle, e de
sim para a produção e manutcn-
outros recursos."
inversões
hostilidades, em satisfazer, em con
dições favoráveis, a preços justos e sem discriminação alguma, os pedi dos de tais i)ens que exija a indus
países amcr'canos." "As Repúbli
part culares, forne "Os Estados americanos cons-de-
cas americanas intensificarão sua
ram necessária a justa coordena ção dc todos os interêsses pa'*a
cooperação no adestramento «ie pessoal técnico que exija seu de-
criar uma economia de abundân
.'■envolvimcnto
cia, na qual se aproveitem os re
tercâmbio de peritos* téc"nicos de
cursos naturais e o trabalho
todos os ramos e no de tôda clas
mano com
o
fim
de
elevar
hu as
econônr"co,
no
in
se de informação técnica ou estra-
Dicesto
68
um representante para o comércio de minerais, escolhido com critério par i informar e orientar o nosso Governo e também para procurar facilitar a colocação de nossos produtos. E, ainda com referência às conclu
sões da Conferência de Rye, devería mos esforçar-nos para que os consu midores estrangcTos de nossas maté rias-primas minerais admit'ssem com prar pelo menos parte desses mine rais Como produtos já industrializados.
Neste caso estão, por exemplo, o mi nério de manganês e o quartzo. Para êste último, o Conselho já concorreu para o fim objetivado, propondo a
eliminação do imposto, de importação nos Estados Unidos e outros países, sobre o quartzo cortado em "blanks". Outra conferência internacional
ção de altos níveis de ocupação do trabalho c de renda real e para o
desenvolvimento
nos Estados
capacidade
tica económca."
O Brasil subscreveu $150.000.000,00 nesse Fundo. Foi o país latino-ameri
cano que ma's subscreveu, sendo que a Argentina, ao que me parece, não
subscreveu qualquer quantia. As finalidades do Banco Internaci^^nal de Reconstruç.ão e Desenvolvi mento são, entre outras, as segu ntes: "Auxiliar
a
reconstruçcão
e
de
senvolvimento dos territórios dos
membros, facilitando a inversão de cap-tais para finalidades
produtivas, inclusive a restau ração das econornias destruídas ou desarticuladas pela guerra, a reconversão dos meios pro
Uni
dos, um pouco antes da de Rye. Foi a de Bretton Woods, reu nida em julho de 1944. Essa foi designada como Conferên cia Monetária e Financeira das Na ções Unidas.
da
produtiva de todos os membros, como objetivos precípuos da polí
de caráter econômico se reuni ra, também
EcoNÓAnco
Dicesto EcoNÓAnco
69
O Brasil, como membro do Fundo •Monetário, é membro do Banco Inter
nacional de Rccon.stnição c Deseuvolvimento, tendo, portanto, direito de se valer de seus serviços. Outra reunião internacional tevc lu. gar em São Francisco, Estados Uni dos, cm junho dc 1945. Aprovou ela a Carta das Nações Unidas, com a constituição da Assembléia Geral dessas nações, seu Conselho dc Segu rança c seu Conselho Econômico c Social. Organizou também o Estatu
"Promover a inversão de capitais
Banco Internacional de Reconstrução
particulares estrangeiros mediante
e Desenvolvimento.
garantias ou mediante a partic'pação de empréstimos e de outras
América à
Carta co
Quanto fio desenvolvimento indus trial. a Conferência reproduziu, de um modo geral, os princípios esposados na Conferência de Rye c outros, den tre os (jimis destaco os seguintes:
ticipação, não
tro de ""1 espírito dc coopera
ção internacional c estão da
a respeito dêles à Assembléia Geral. Houve, também, a Conferência Interamericana
sobre
Problemas
sô
das empresas
das ao Conselho Econômico e Social atribuições de estudos
cos e de apresentar resoluções
e recursos dos países menos de
da
.Atlântico.
solver qs problemas econômicos den
gerais dos problemas econômi
senvolvidos."
.•\ Conferência reafirmou a adesão
dos países
das, reafirmações dc propósito dc re
tico e não dc caráter econômico. Há, entretanto, na Carta das Nações Uni
po de paz e o apoio ao desen
Nessa Conferência foram criados o Fundo Monetário Internacional e o
vos do continente."
".As inversões dc capitais estran geiros em empresas privadas das Repúblicas americanas deverão de preferência efotuar-se de mo do cjue assegurem ao capital na cional uma justa c adequada par
to da Corte Internacional dc Justiça. A Conferência foi de caráter polí
dutores às necess-dades de tem
volvimento dos meios produtores
condições de vida de todos os po
de
Guerra e da Paz — Conferência de
Chapultepcc — reunida na capital do
na
formação
mas também na
direção das mesmas; e que ditas inversões, como regra geral, não desloquem os capitais nacionais das indústrias, negócios e atr/idades econômicas já existentes.*' "-As Repúblicas americanas pro dutoras de bens de produção (ma quinaria. equipamento, meios de transporte, ferramentas, etc.) se empenharão, uma vez terminadas as
são, além de promover a cooperação
inversões
monetária internacional e auxil ar um
particulares; e quando não houver
México em fevereiro de 1945. • Foi firmada, nessa Conferência, uma Declaração, por todos os Esta dos da América, na qual, entre ou
capitais particulares d'sponível<? razoáveis, suplemciuar
tros, ficou exposto o seguinte* prin
trialização ou o fomento e explora
cípio:
ção dos recursos naturais dos demais
As finalidades do Fundo Monetár'o
sistema multilateral, os pagamentos nas
transações
correntes
entre
os
feitas
por
cap talistas
condições
seus membros e elimmar restrições
as
sobre o câmbio exterior, "Facilitar a expansão e o desen
cendo, em condições convenieníes, capitais para finardades produti vas, capitais êsses que serão pro
volvimento equdibrado de comér cio internacional, contribuindo as
venientes de seus própr-os fundos de fundos levantados por êle, e de
sim para a produção e manutcn-
outros recursos."
inversões
hostilidades, em satisfazer, em con
dições favoráveis, a preços justos e sem discriminação alguma, os pedi dos de tais i)ens que exija a indus
países amcr'canos." "As Repúbli
part culares, forne "Os Estados americanos cons-de-
cas americanas intensificarão sua
ram necessária a justa coordena ção dc todos os interêsses pa'*a
cooperação no adestramento «ie pessoal técnico que exija seu de-
criar uma economia de abundân
.'■envolvimcnto
cia, na qual se aproveitem os re
tercâmbio de peritos* téc"nicos de
cursos naturais e o trabalho
todos os ramos e no de tôda clas
mano com
o
fim
de
elevar
hu as
econônr"co,
no
in
se de informação técnica ou estra-
Dicesto
70
tégica, reconheceüdo-se a conve niência de facilitar o uso recípro co das patentes de invenção ne cessárias
ao
desenvolvimento
in
dustrial dos países americanos."
Como se verifica pelas transcrições feitas de partes de documentos oficiais
Econóaqco
that great strugglc are being lost in the inorass of stupidity, sclfishncss and cupidíty which unfortunately is still the most conspicuous adornment
of
thc
huinan
race.
Perhaps it is too soon to expect the blessing which are supposed
possível ao mundo encontrar o cami
to appear in a peacefui world and we are clouded with a pessimisin engendered by the conflict itself in which ali activítics tend to enhance the naturally pessimistic nature of
nho da paz e da vida feliz.
man.
e solenes, foi possível, na premência da guerra, reconhecerem os homens que
só na cooperação leal e franca seria
Deveremos supor ou concluir que só a guerra é capaz de reunir cs homens
num grande esfòrço comum para atin
gir o alto objetivo que é a paz e que, atingida essa meta, sejam êles incapa zes de se harmonizarem para mante-la?
Rewrdo aqui as palavras -proferidas pelo Prof. Edward Steidle, delegado dos Estados Unidos da América ao 2.° Congresso Panamericano de Engenha ria de Minas e Geologia, reunido cm Petropolis em outubro do ano passa do, no notável discurso que pronunciou em sua sessão inaugural;
"We must be mindful in pur Congress deliberations that we are li ving in an imprecedent era, that we
are
amidst dramatic
world
The' war demonstratecl that when
faced with a common danger peoples differing in antecedents, language, forms oí govcrnment and resources can unit for a time,
pool their skilles and abilities, and emerge victorious from a contest unparalleled
in
magnitude, ruth-
lessness, carnagc wastc and cost.
This has been accomplishcd by great individual and national sacrifices, submerging of local ambition and development of the will
and determination to win a victo-
ry which will permit freeman to clevelop the form of governme.nt and society in which the rights of the individual are respected. Such
a society utílizing the progress made by sCience has within its
events; that hemisphere solfdarii^y
gasp the possibility of forming a
was crystallized by the Act ot Chapultepec; that "equal vote"
structure
does not guarantee world securi-
in which
standards of
living security and intelectual de velopment can risc to unlimited
ty; that wishful thinking is dangerous and tragic; that we must get
Utopia,
to know thc real innermost facts. The immediate post-war world
However, win victory, the com mon objective abtained, we are now
has not provided the Utopia of
witnessing the rapíd desintemation
heights. This could be the true the
ideal
environment
peace and prosperity of which we
of common effort and the emcr-
have dreamed. In fact, it seems
gence of trivalries and suspicions. It is painfully apparent that we
that the saCrifices and wastage of
Dioksto Econômico
71
'are not capable of the efforts ncccssary to win thc prizcs of pcacc that we exibit when faced with tiie
dangers of war." £, mais adiante: "The adjustment of mineral indus
tries to a post war world prescnts
ledge that common hazards must be met with a common front. No man can live alone and no couu-
try can live alone. In thc problem ncarcst to us, thosc of the mine-
ral industries, let us maintain a common front for the mutual be-
ccrtain difíicultics which must bc
nefit of ali.
approached from the viewpoint ot
1 — The world and the public as
5 — Greater understanding can be achieved through Congrcss, teclmical Conferenccs, exchange professors, students, technologists and last, but by no means least,
a whole must be made more mlne-
skilled technicians."
a practical solution if they are Io be solvcd at ali. Five siderations are:
basic con-
ral-conscious. This is nccessary if wc are to practice thc conscrvation in prcduction and utilization which
No 2.® Congresso Panamericano de
Engenharia de Minas e Geologia, alem
will become increasingly necessary
de outras resoluções, foram aprovadas
as time goes on. It is also necessa ry if we are to insure the mineral
as seguintes:
industries the protcction and sup-
port which is their due.
O 2.° Congresso Panamericauõ de Engenharia de Minas e Geolo
2 — Educate the trainedmen. We
gia, considerando:
do not have enough trained technologists or workers in the fielJ
ses americanos levantar o nível de
discovery, prcduction and proccssing. The demand for such men will grow as industrializalion
spreads over greater areas of the
earth's surface. The
quality
nf
training must improve if we are to keep abreast of the advance of science and apply these advanccs to the be.st interest of mankind.
1
que é deseje de todos os paí
vida de seus nacionais; 2 — que a industrialização crescente e a ampliação do comércio ex
terno são caminhos que rapida mente conduzem a essa elevação do nível de vida, de tal maneira que um país escassamente povoa
do, cOmo o Canadá, mas grande mente industrializado e capaz de
3 — Expand our knowledge of the fundamentai .properties of mine
um amplo comércio exterior, dis
rais. In spite of the centuries in
which minerais have been useJ,
no mercado americano superior ao da América Latina não industria
and the immense advances made
lizada e capaz dc relações comer
põe de um poder de compra aniial
in the past SO years, we still know
ciais externas ainda fracas;
little about their fundamental properties or the manner and ex-
3 — que a semi-mantífatura de cer
tcnt that such properties can í?e
antes de exporta-los, reduz-lhes o
made serviceable to society.
peso e amplia-lhes o valor, desta
4 — Maintain the war-won know
maneira economizando, ainda, es-
tos minerais que a isso se prestam
Dicesto
70
tégica, reconheceüdo-se a conve niência de facilitar o uso recípro co das patentes de invenção ne cessárias
ao
desenvolvimento
in
dustrial dos países americanos."
Como se verifica pelas transcrições feitas de partes de documentos oficiais
Econóaqco
that great strugglc are being lost in the inorass of stupidity, sclfishncss and cupidíty which unfortunately is still the most conspicuous adornment
of
thc
huinan
race.
Perhaps it is too soon to expect the blessing which are supposed
possível ao mundo encontrar o cami
to appear in a peacefui world and we are clouded with a pessimisin engendered by the conflict itself in which ali activítics tend to enhance the naturally pessimistic nature of
nho da paz e da vida feliz.
man.
e solenes, foi possível, na premência da guerra, reconhecerem os homens que
só na cooperação leal e franca seria
Deveremos supor ou concluir que só a guerra é capaz de reunir cs homens
num grande esfòrço comum para atin
gir o alto objetivo que é a paz e que, atingida essa meta, sejam êles incapa zes de se harmonizarem para mante-la?
Rewrdo aqui as palavras -proferidas pelo Prof. Edward Steidle, delegado dos Estados Unidos da América ao 2.° Congresso Panamericano de Engenha ria de Minas e Geologia, reunido cm Petropolis em outubro do ano passa do, no notável discurso que pronunciou em sua sessão inaugural;
"We must be mindful in pur Congress deliberations that we are li ving in an imprecedent era, that we
are
amidst dramatic
world
The' war demonstratecl that when
faced with a common danger peoples differing in antecedents, language, forms oí govcrnment and resources can unit for a time,
pool their skilles and abilities, and emerge victorious from a contest unparalleled
in
magnitude, ruth-
lessness, carnagc wastc and cost.
This has been accomplishcd by great individual and national sacrifices, submerging of local ambition and development of the will
and determination to win a victo-
ry which will permit freeman to clevelop the form of governme.nt and society in which the rights of the individual are respected. Such
a society utílizing the progress made by sCience has within its
events; that hemisphere solfdarii^y
gasp the possibility of forming a
was crystallized by the Act ot Chapultepec; that "equal vote"
structure
does not guarantee world securi-
in which
standards of
living security and intelectual de velopment can risc to unlimited
ty; that wishful thinking is dangerous and tragic; that we must get
Utopia,
to know thc real innermost facts. The immediate post-war world
However, win victory, the com mon objective abtained, we are now
has not provided the Utopia of
witnessing the rapíd desintemation
heights. This could be the true the
ideal
environment
peace and prosperity of which we
of common effort and the emcr-
have dreamed. In fact, it seems
gence of trivalries and suspicions. It is painfully apparent that we
that the saCrifices and wastage of
Dioksto Econômico
71
'are not capable of the efforts ncccssary to win thc prizcs of pcacc that we exibit when faced with tiie
dangers of war." £, mais adiante: "The adjustment of mineral indus
tries to a post war world prescnts
ledge that common hazards must be met with a common front. No man can live alone and no couu-
try can live alone. In thc problem ncarcst to us, thosc of the mine-
ral industries, let us maintain a common front for the mutual be-
ccrtain difíicultics which must bc
nefit of ali.
approached from the viewpoint ot
1 — The world and the public as
5 — Greater understanding can be achieved through Congrcss, teclmical Conferenccs, exchange professors, students, technologists and last, but by no means least,
a whole must be made more mlne-
skilled technicians."
a practical solution if they are Io be solvcd at ali. Five siderations are:
basic con-
ral-conscious. This is nccessary if wc are to practice thc conscrvation in prcduction and utilization which
No 2.® Congresso Panamericano de
Engenharia de Minas e Geologia, alem
will become increasingly necessary
de outras resoluções, foram aprovadas
as time goes on. It is also necessa ry if we are to insure the mineral
as seguintes:
industries the protcction and sup-
port which is their due.
O 2.° Congresso Panamericauõ de Engenharia de Minas e Geolo
2 — Educate the trainedmen. We
gia, considerando:
do not have enough trained technologists or workers in the fielJ
ses americanos levantar o nível de
discovery, prcduction and proccssing. The demand for such men will grow as industrializalion
spreads over greater areas of the
earth's surface. The
quality
nf
training must improve if we are to keep abreast of the advance of science and apply these advanccs to the be.st interest of mankind.
1
que é deseje de todos os paí
vida de seus nacionais; 2 — que a industrialização crescente e a ampliação do comércio ex
terno são caminhos que rapida mente conduzem a essa elevação do nível de vida, de tal maneira que um país escassamente povoa
do, cOmo o Canadá, mas grande mente industrializado e capaz de
3 — Expand our knowledge of the fundamentai .properties of mine
um amplo comércio exterior, dis
rais. In spite of the centuries in
which minerais have been useJ,
no mercado americano superior ao da América Latina não industria
and the immense advances made
lizada e capaz dc relações comer
põe de um poder de compra aniial
in the past SO years, we still know
ciais externas ainda fracas;
little about their fundamental properties or the manner and ex-
3 — que a semi-mantífatura de cer
tcnt that such properties can í?e
antes de exporta-los, reduz-lhes o
made serviceable to society.
peso e amplia-lhes o valor, desta
4 — Maintain the war-won know
maneira economizando, ainda, es-
tos minerais que a isso se prestam
!...
Digesto
72
- paço terrestre e marítimo, objeti vando o -tráfego internacional, Resolve :
Recomendar
aos
Recomenda às nações americanas que dispõem de matérias-primas que se consomem em grande mas
dos
sa, que estudem os problemas de
procurem
seu intercâmbio, de modo a faci litar o melhor aproveitamento dos
Governos
países americanos que
Econômico
mutuamente auxiliar-se na magna
tarefa panamericana de elevar o
meios de transporte, possibilitan
nível de vida do residente no Con
do, ao mesmo tempo, suprimento
tinente e de diminuir, até onde possível, os grandes desníveis
mais regular c econômico, em cir cuito
atualmente existentes entre os pa
da)."
drões de vida dos
nacionais
completo
(viagem
redon
dos
diversos países americanos,, para
.Vc-sc, ass'm, que, mesmo depois
isso buscando com empenho uma
da guerra, os técnicos, cientistas, ju
fórmula de intercâmbio de mine
ristas c economistas da América, que
rais tal que, sempre que o permita a natureza d© mineral, se dê pre
Se dedicam aos problemas de minera ção, ainda se esforçavam por manicr a cooperação interamericana no
ferência, no tráfego internacional dêles, - à forma de produtos semiacabados e até acabados, de tal maneira orientado êsse tráfego que resulte, afinal, em diminuir o cita do desnível de' padrão de vida, for talecendo, por conseqüência, a uni dade americana." E esta outra:
A Industrialização nos Países «Novos» GcnALDO B.-vnasktnvitz
PROBLEMA da induslrialização consti
o tui, há
O autor (Icsfc artigo, repleto de dados
tempos, o lussunto preferido das discussões de nossos homens públi cos. Dos debates travados a respeito no Palacio Tiradcntcs, conclui-se que o "inevitável" choque futuro entre os
estatísticos, colhidos nos boletins da
produtos da indústria estrangeira e os
publicado, entre outros trabalhos, o
da jovem indústria nacional, constitui a base das discussões pró e contra a industrialização do país. Independentemente desses debates,
"Livro das Sociedades Andn/mas".
Sociedade das Nações, Instituto Internaeioníü do Trabalho e Instituto de Pes
quisas Econômicas dc Berlim, ó «m técnico cm assuntos de economia, fcndo
quase sempre acadêmicos, vamos ofere
cundário na \ida nacional.
campo da indústria mineira e das de
cer aos leitores do "Digesto Econômico"
do-nos em e.vpcriências históricas, so
la derivadas, embora já
um estudo que demonstra a evolução
se fossem
Basean-
mos francamente favoráveis à rápida in dustrialização do país, mas sem perder de vista que ôsse progresso deve ser
desvanecendo ss esperanças de que
e os diversos aspectos da industriali
tal dooperação fôsse possível na par
zação, tal como se apresentam nos mais
te do mundo fora do Continente Ame
importantes países depois de 1872-75. O nosso trabalho está baseado principal mente nas estatísticas publicadas pela Sociedade das Nações (Departamento
orientado de forma a uão ferir as tra
Econômico e Financeiro), nas informa
a maior fonte de renda nacional e a base da fortuna particular, é de se es
ricano, como bem mostra o discurso do Prof. Steidle.
Mas é fora de dúvida que, pelo me nos entre os países da América, de
"O 2° Congresso - Panameri(íano de Engenharia de Minas e Geo
ve continuar o esforço por uma coo peração leal e justa para o progres
ções do Instituto Internacional do Tra
logia
so econômico geral.
Instituto de Pesquisas Econômicas de
balho e em dados coligidos pelo antigo Berlim.
Com o material reunido, pretendemos
provar que a industrialização é uma etapa necessária na realização do pro gresso econômico. Os algarismos ofi ciais citados são verdadeiramente sur
dições e os interesses de outras ativida des econômicas.
Num país onde a agricultura ainda é perar que se registre forte oposição à industrialização, que, segundo certos co mentaristas, se processa à custa da agri cultura. Entretanto, os exemplos inter nacionais demonstrarn que nada é mais falso que essa suposiçãoj ao contrário, a expansão industrial estimula a produ
ção agrícola, com a substituição, pela
preendentes; demonstram claramente que à industrialização se sucedem o
de-obra. Os Estados Unidos constituem
aumento da riqueza nacional, do nível
um exemplo eloqüente do que acabamos
de vida e da instrução geral do povo, e
de dizer; sem perder sua tradicional es trutura agrícola, êsse país desenvolveu
— "last but not least" — um considerá vel
desenvolvimento
da
fôrça militar da nação. As nações
econòmicamente
pobres são as que relegam a indústria a um plano se-
mecanização, de uma boa parte da mão-
a mais formidável organi zação industrial do globo, assegurando à agricultura mercados onde seus pro dutos podéni alcançar
!...
Digesto
72
- paço terrestre e marítimo, objeti vando o -tráfego internacional, Resolve :
Recomendar
aos
Recomenda às nações americanas que dispõem de matérias-primas que se consomem em grande mas
dos
sa, que estudem os problemas de
procurem
seu intercâmbio, de modo a faci litar o melhor aproveitamento dos
Governos
países americanos que
Econômico
mutuamente auxiliar-se na magna
tarefa panamericana de elevar o
meios de transporte, possibilitan
nível de vida do residente no Con
do, ao mesmo tempo, suprimento
tinente e de diminuir, até onde possível, os grandes desníveis
mais regular c econômico, em cir cuito
atualmente existentes entre os pa
da)."
drões de vida dos
nacionais
completo
(viagem
redon
dos
diversos países americanos,, para
.Vc-sc, ass'm, que, mesmo depois
isso buscando com empenho uma
da guerra, os técnicos, cientistas, ju
fórmula de intercâmbio de mine
ristas c economistas da América, que
rais tal que, sempre que o permita a natureza d© mineral, se dê pre
Se dedicam aos problemas de minera ção, ainda se esforçavam por manicr a cooperação interamericana no
ferência, no tráfego internacional dêles, - à forma de produtos semiacabados e até acabados, de tal maneira orientado êsse tráfego que resulte, afinal, em diminuir o cita do desnível de' padrão de vida, for talecendo, por conseqüência, a uni dade americana." E esta outra:
A Industrialização nos Países «Novos» GcnALDO B.-vnasktnvitz
PROBLEMA da induslrialização consti
o tui, há
O autor (Icsfc artigo, repleto de dados
tempos, o lussunto preferido das discussões de nossos homens públi cos. Dos debates travados a respeito no Palacio Tiradcntcs, conclui-se que o "inevitável" choque futuro entre os
estatísticos, colhidos nos boletins da
produtos da indústria estrangeira e os
publicado, entre outros trabalhos, o
da jovem indústria nacional, constitui a base das discussões pró e contra a industrialização do país. Independentemente desses debates,
"Livro das Sociedades Andn/mas".
Sociedade das Nações, Instituto Internaeioníü do Trabalho e Instituto de Pes
quisas Econômicas dc Berlim, ó «m técnico cm assuntos de economia, fcndo
quase sempre acadêmicos, vamos ofere
cundário na \ida nacional.
campo da indústria mineira e das de
cer aos leitores do "Digesto Econômico"
do-nos em e.vpcriências históricas, so
la derivadas, embora já
um estudo que demonstra a evolução
se fossem
Basean-
mos francamente favoráveis à rápida in dustrialização do país, mas sem perder de vista que ôsse progresso deve ser
desvanecendo ss esperanças de que
e os diversos aspectos da industriali
tal dooperação fôsse possível na par
zação, tal como se apresentam nos mais
te do mundo fora do Continente Ame
importantes países depois de 1872-75. O nosso trabalho está baseado principal mente nas estatísticas publicadas pela Sociedade das Nações (Departamento
orientado de forma a uão ferir as tra
Econômico e Financeiro), nas informa
a maior fonte de renda nacional e a base da fortuna particular, é de se es
ricano, como bem mostra o discurso do Prof. Steidle.
Mas é fora de dúvida que, pelo me nos entre os países da América, de
"O 2° Congresso - Panameri(íano de Engenharia de Minas e Geo
ve continuar o esforço por uma coo peração leal e justa para o progres
ções do Instituto Internacional do Tra
logia
so econômico geral.
Instituto de Pesquisas Econômicas de
balho e em dados coligidos pelo antigo Berlim.
Com o material reunido, pretendemos
provar que a industrialização é uma etapa necessária na realização do pro gresso econômico. Os algarismos ofi ciais citados são verdadeiramente sur
dições e os interesses de outras ativida des econômicas.
Num país onde a agricultura ainda é perar que se registre forte oposição à industrialização, que, segundo certos co mentaristas, se processa à custa da agri cultura. Entretanto, os exemplos inter nacionais demonstrarn que nada é mais falso que essa suposiçãoj ao contrário, a expansão industrial estimula a produ
ção agrícola, com a substituição, pela
preendentes; demonstram claramente que à industrialização se sucedem o
de-obra. Os Estados Unidos constituem
aumento da riqueza nacional, do nível
um exemplo eloqüente do que acabamos
de vida e da instrução geral do povo, e
de dizer; sem perder sua tradicional es trutura agrícola, êsse país desenvolveu
— "last but not least" — um considerá vel
desenvolvimento
da
fôrça militar da nação. As nações
econòmicamente
pobres são as que relegam a indústria a um plano se-
mecanização, de uma boa parte da mão-
a mais formidável organi zação industrial do globo, assegurando à agricultura mercados onde seus pro dutos podéni alcançar
P*!'
DrcKSTO EcoNÓsnco Dicesto
74
75
Econômico
preços compensadores. O nível de vida
blema sob um aspecto objetivo, rca)-
Mídia
E. tl. A.
IlOSSIA
CANADA
lACAO
iNDlA
do povo norte-amerícanp é um dos mais
mendando a industrialização somente
doi anos
18]
(0)
[i»I
111»
1121
elevados do mundo. A situação é aná
em certos setores, nos quais, sob todo.s os aspectos econômicos, ela represen
1.0 1.4 2.3
0.6
12.3
1.2
1,1 1.1
11.9
47.8
2.4
2.5
1.2
13,2
2,0
3.5
1.4
12,2
55.8 69,8
loga nos domínios britânicos. De certa
forma a Argentina demonstra também
te uma vantagem à nação.
1870 1890-1900 1913
23,3 30.1
1926-1929
35,8 42.2
1936-1938
32.2
3.7 5.0
5,5
Países Novos
^Htros Países
(8-13)
(131
28.0
35,5
característicos que a aproximam econòmicamente dêsses países anglo-saxões. Se bem que partamos do ponto de vista acima exposto, de que a indus trialização é, "a priori", um fator de
globo, que os seguintes quadros demons
progresso e o verdadeiro criador da ri
trativos da distribuição da produção in
Os "países novos", como se verifi ca dêste quadro, registram um avan-
queza nacional, apresentaremos o pro
dustrial:
ç-o proporcional ao recuo apresentado
Europa Ocidental — 2,6%
pelos países europeus. Mas estão longe
Outros países europeus — 6,2%
EVOLUÇÃO MUNDIAL A PARTIR DE 1870
de se assemelharem às evoluç^ões sofri
Domínios britânicos (com exceção
Produção manufatureira
8-13. Dentre os países abrangidos por
Nada reflete melhor as transformações
sofridas pelo equilíbrio das fôrças polí
4.3 18.5
tico-econômicas das grandes zonas do na 12 as zonas seguintes (anos de 1926-29):
do Canadá) — 2%
das pelos países constantes das colunas V
Inglaterra (1)
Alemanha
31,8 19,5
13,2 16,2
14,0 9,4
15,7 11,6 10,7
1870 1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938
9,2
(2)
França (3) 10,3
Bélgica (4]
7,1 6,4 8,6
2,9 2,2 2.1 1,9
4,5
1,5
Europa Octdenia]
11-4] 58,2
45,4 38,2
29,5 25,7
os Estados Unidos e a Rússia, que, em conjunto, produzem 50,7% do total mun dial, assumindo, assim, a liderança po lítico-econômica do mundo, em poder da Europa Ocidental desde o século passado até às vésperas da primeira guerra mundial. Notam-se ainda, entre os países novos, o Canadá e o Japão, que possuem indústrias de alta eficiên cia, mas de mais recente criação.
Como se vê, o declínio da produção manufatureira
da
Europa
América Latina e outras regiões — 2% As variações dos algarismos relativos
essas colunas, destacam-se, nitidamente,
(em porcentagem: produção mundial =: 1(K)) Média dos anos:
China e Suleste da Ásia — 0,5%
Ocidental
tem sido contínuo, em virtude da queda
à produção industrial demonstram úni-
camente a quota de participação de ca da país no total mundial; no período abrangido pelos últimos oitenta anos, a
produção cresceu fortemente. Assim, a
produção industrial da Inglaterra, cujo %'olume
dial,, caindo de 31,8% a 9,2%.
colunas 12 (índia) e 13 (Outros Países)
O seguinte quadro demonstra clara
da porcentagem da produção britânica.
dizem respeito a países "novos", cuja
mente a situação, confrontando os últi
Eis, agora, os dados referentes aos paí ses semi-industrializados da Europa:
evolução industrial não acompanhou a
mos aumentos da produção industrial com os do comércio e da população do'
Itália
Suécia
Finlândia
(5)
(81
in
1870
2.4
0,4
1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938
2.7
1,1 1,0
2,7 3,3
2,7
1,0 1,3
Demonstra o quadro que continuam a .ser limitadas as flutuações dessas nações
consideràvelmente,
tagem menor em face da produção mun
As
do resto do mundo.
A estatística da
Sociedade das Nações agrupou na colu Média dos anos:
aumentou
passou, entretanto, a representar porcen
0,3 0,3 0,4
0,5
quadro referente à produção dos cha mados "países novos":
globo: 1876-1880=100
Quota de aumento anual desde 1876-80 ATÉ
MÉDIAS DE 1926-29
Produção manufatureira
556
1936-38 740
1926-29
1936-38
3,5%
3,5%
377 288 151
2,6% 2,4%
2,3%
"Quantum" do comércio mundial: de produtos básicos
365
de artigos manufaturados
325
População do globo
139
scjni-industrialúadas. Vejamos agora o .-álàu^
0,7%
1,8% 0,7%
P*!'
DrcKSTO EcoNÓsnco Dicesto
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Econômico
preços compensadores. O nível de vida
blema sob um aspecto objetivo, rca)-
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E. tl. A.
IlOSSIA
CANADA
lACAO
iNDlA
do povo norte-amerícanp é um dos mais
mendando a industrialização somente
doi anos
18]
(0)
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111»
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elevados do mundo. A situação é aná
em certos setores, nos quais, sob todo.s os aspectos econômicos, ela represen
1.0 1.4 2.3
0.6
12.3
1.2
1,1 1.1
11.9
47.8
2.4
2.5
1.2
13,2
2,0
3.5
1.4
12,2
55.8 69,8
loga nos domínios britânicos. De certa
forma a Argentina demonstra também
te uma vantagem à nação.
1870 1890-1900 1913
23,3 30.1
1926-1929
35,8 42.2
1936-1938
32.2
3.7 5.0
5,5
Países Novos
^Htros Países
(8-13)
(131
28.0
35,5
característicos que a aproximam econòmicamente dêsses países anglo-saxões. Se bem que partamos do ponto de vista acima exposto, de que a indus trialização é, "a priori", um fator de
globo, que os seguintes quadros demons
progresso e o verdadeiro criador da ri
trativos da distribuição da produção in
Os "países novos", como se verifi ca dêste quadro, registram um avan-
queza nacional, apresentaremos o pro
dustrial:
ç-o proporcional ao recuo apresentado
Europa Ocidental — 2,6%
pelos países europeus. Mas estão longe
Outros países europeus — 6,2%
EVOLUÇÃO MUNDIAL A PARTIR DE 1870
de se assemelharem às evoluç^ões sofri
Domínios britânicos (com exceção
Produção manufatureira
8-13. Dentre os países abrangidos por
Nada reflete melhor as transformações
sofridas pelo equilíbrio das fôrças polí
4.3 18.5
tico-econômicas das grandes zonas do na 12 as zonas seguintes (anos de 1926-29):
do Canadá) — 2%
das pelos países constantes das colunas V
Inglaterra (1)
Alemanha
31,8 19,5
13,2 16,2
14,0 9,4
15,7 11,6 10,7
1870 1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938
9,2
(2)
França (3) 10,3
Bélgica (4]
7,1 6,4 8,6
2,9 2,2 2.1 1,9
4,5
1,5
Europa Octdenia]
11-4] 58,2
45,4 38,2
29,5 25,7
os Estados Unidos e a Rússia, que, em conjunto, produzem 50,7% do total mun dial, assumindo, assim, a liderança po lítico-econômica do mundo, em poder da Europa Ocidental desde o século passado até às vésperas da primeira guerra mundial. Notam-se ainda, entre os países novos, o Canadá e o Japão, que possuem indústrias de alta eficiên cia, mas de mais recente criação.
Como se vê, o declínio da produção manufatureira
da
Europa
América Latina e outras regiões — 2% As variações dos algarismos relativos
essas colunas, destacam-se, nitidamente,
(em porcentagem: produção mundial =: 1(K)) Média dos anos:
China e Suleste da Ásia — 0,5%
Ocidental
tem sido contínuo, em virtude da queda
à produção industrial demonstram úni-
camente a quota de participação de ca da país no total mundial; no período abrangido pelos últimos oitenta anos, a
produção cresceu fortemente. Assim, a
produção industrial da Inglaterra, cujo %'olume
dial,, caindo de 31,8% a 9,2%.
colunas 12 (índia) e 13 (Outros Países)
O seguinte quadro demonstra clara
da porcentagem da produção britânica.
dizem respeito a países "novos", cuja
mente a situação, confrontando os últi
Eis, agora, os dados referentes aos paí ses semi-industrializados da Europa:
evolução industrial não acompanhou a
mos aumentos da produção industrial com os do comércio e da população do'
Itália
Suécia
Finlândia
(5)
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in
1870
2.4
0,4
1898-1900 1913 1926-1929 1936-1938
2.7
1,1 1,0
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2,7
1,0 1,3
Demonstra o quadro que continuam a .ser limitadas as flutuações dessas nações
consideràvelmente,
tagem menor em face da produção mun
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do resto do mundo.
A estatística da
Sociedade das Nações agrupou na colu Média dos anos:
aumentou
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0,3 0,3 0,4
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quadro referente à produção dos cha mados "países novos":
globo: 1876-1880=100
Quota de aumento anual desde 1876-80 ATÉ
MÉDIAS DE 1926-29
Produção manufatureira
556
1936-38 740
1926-29
1936-38
3,5%
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"Quantum" do comércio mundial: de produtos básicos
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População do globo
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scjni-industrialúadas. Vejamos agora o .-álàu^
0,7%
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76
Digesto
Econômico
manufaturados,
Desde 1879-80, a produ
um
índice
Digesto Econónoco
verificare
ção aumentou 5 vezes mais
mos
ràpídamente que a popula ção mundial; em outras pa
manecendo em tal distancia
77
PRODUÇÃO E POPULAÇÃO EM 1935
de cresci
Em milhões de dólares
mento de 1,8% apenas. Per
lavras, as forças de que dis
±~1
do grau de crescimento da produção, o comércio mun dial não tem podido asse
põe o homem para a ex
ploração das riquezas da ter ra puderam ser quintuplícadas, graças ao emprego progressivo da máquina. Assinalemos que o principal avanço da produção manufatureira verificou-se entre 1929 e
1938 — período da guerra branca — du rante a qual o índice de aumento foi
gurar uma distribuição equitativa dos produtos manufa turados nas diferentes zonas do globo. Note-se de passagem que as \'agas de protecionismo alfandegário no fim do século e em 1930-32, nos principais
países do mundo, reduziram ai^i-
de 556 a 740.
cia'mente o volume do comércio mun
As importações jamais substituem a produção própria num pais retardado A discrepância entre a evolução da
dial; contudo, mesmo nos tempos nor mais, em que o comércio permaneceu
produção manufatureira e o comércio mundial nos conduz a ensinamentos da
Dividindo o mundo em países de es
mais alta importância. O comércio de produtos básicos (ma térias-primas e produtos alimentícios) cresceu na proporção de 2,3% ao ano, ao passo que o aumento da produção
trutura preponderantemente agrícola e em países industriabzados, pode-se ana lisar melhor o comércio mundial, segun
industrial foi de 3,5%. Se examinarmos
seguinte
isoladamente o comércio de produtos
1935 ).•
do a origem e o destino do intercâmbio. Esta
divisão
do
S = "ra
«
1-E.U.A
Países agrícolas
^
H*
!1
-Tt +
+^ 1 a
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5*
õl
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ã
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120.0
- 1.0
31.5
30.5
- 8
45.5
- 1.9
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- 42
3—Alemanlia 4 — Domínios britâni
64.5
- 1.5
8.6
5.1 7.1
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+ 1.1 - 1.0
47.0
- 0.7
cos
6 —Ses países indus trializados (x) .. trializados (xx) .. Itália
9 — japão 10 — U n i ã o
tica (xxx)
6Ci3 b. 3
254 112
- 23
262 154 134
111
4.1 3.9
4- 44
120
- 25
121
164 96
5.4
4.7
- 15
115
100
1.6 2.5
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4- 34 — 2
46 62
80 60
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3
31
28
21
22
3.0
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35.0 40..5 62.0
-4- 1.2 - 0.1
149.0
-f- 0.1
3.2
3.3
V90.0
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44-
1 1
4.0
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6
— 0.2
Sov"é-
11 — índia c China . . 12—Resto do mundo .
o la 6-"
1
7 —Oito países indus 8
3 a o s
2a2 — -s
2—Inglaterra
5—França
3 «í
O)
^
541.0
1 4- 3.3
1
2 7
3
13
ao "ano de (x) — Áustria, Bélgica, Holanda, Suécia, Suíça, Checos'ováquia. (xx) r- Argentina, Chile, Cuba, Dinamarca, Irlanda, Finlândia, Malásia britânica
Impnrl, de mnnuloliiras (milliíles
do dúlnrcs]
e Noruega. (xxx) — Algarismos de 1930. Idem «per cap la* [dólares]
444
79%
1.600
3,6
1.651
21%
3.000
1.8
Da popu ação do globo, 1.331.000.000 3 a 13 dó ares de produtos industriais,
ao passo que nos Estados Unidos cada habitante tem
em média, 254 dólares
à sua disposição.- Se os 2/3 da humani Representando apenas 1/5 da popula ção mundial, os países industrializados concentram 4/5 da população e impor tam, "per capita", em complemento à sua produção, o dôbro dos outros países.
da riqueza nacional, que esta distribui ção tão desigual da população e dos produtos manufaturados. Examinando as disponibilidades por país, estabele
Nada ilustra melhor o valor da indus
os países pobres:
trialização como fator da multiplicação
2
1
2
de homens consomem anualmente entre Países industrializados.
c_>
~ O 2
i. S
.%
_5
mundo demonstra o
(relativamente
POPULflCSO • Qiiola da parte [milhões de' nimas] da prud. miinüln]
.glí
PAÍS
livre de intervenções, as trocas comer
ciais não seguiram, senão à distância, os progressos da produção.
Em dólares por habitante
1
cemos nitidamente a diferença entre
industrializados
e
países
dade, que vivem em países atrasados,
quisessem aumentar seu consumo de
mais matérias-primas do que vêm fa zendo, a f m de disporem de meios de pagamento para as importações de ma nufaturas. Como é impossível um tal aumento de exportação de matériasprimas e produtos alimentícios, verifi
ca-se que os países retardados não po dem, por meio de importações, aumen
produtos manufaturados ao nível, digamos, do consumo japonês (28 dólares "per capita"), seria necessário que ex
tar o consumo por par
portassem
lização.
três
vezes
te de suas populações. Seu progresso depende rá, por conseguinte, de
sua própria industria
76
Digesto
Econômico
manufaturados,
Desde 1879-80, a produ
um
índice
Digesto Econónoco
verificare
ção aumentou 5 vezes mais
mos
ràpídamente que a popula ção mundial; em outras pa
manecendo em tal distancia
77
PRODUÇÃO E POPULAÇÃO EM 1935
de cresci
Em milhões de dólares
mento de 1,8% apenas. Per
lavras, as forças de que dis
±~1
do grau de crescimento da produção, o comércio mun dial não tem podido asse
põe o homem para a ex
ploração das riquezas da ter ra puderam ser quintuplícadas, graças ao emprego progressivo da máquina. Assinalemos que o principal avanço da produção manufatureira verificou-se entre 1929 e
1938 — período da guerra branca — du rante a qual o índice de aumento foi
gurar uma distribuição equitativa dos produtos manufa turados nas diferentes zonas do globo. Note-se de passagem que as \'agas de protecionismo alfandegário no fim do século e em 1930-32, nos principais
países do mundo, reduziram ai^i-
de 556 a 740.
cia'mente o volume do comércio mun
As importações jamais substituem a produção própria num pais retardado A discrepância entre a evolução da
dial; contudo, mesmo nos tempos nor mais, em que o comércio permaneceu
produção manufatureira e o comércio mundial nos conduz a ensinamentos da
Dividindo o mundo em países de es
mais alta importância. O comércio de produtos básicos (ma térias-primas e produtos alimentícios) cresceu na proporção de 2,3% ao ano, ao passo que o aumento da produção
trutura preponderantemente agrícola e em países industriabzados, pode-se ana lisar melhor o comércio mundial, segun
industrial foi de 3,5%. Se examinarmos
seguinte
isoladamente o comércio de produtos
1935 ).•
do a origem e o destino do intercâmbio. Esta
divisão
do
S = "ra
«
1-E.U.A
Países agrícolas
^
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31.5
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3—Alemanlia 4 — Domínios britâni
64.5
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5.1 7.1
25.0 40.5
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9 — japão 10 — U n i ã o
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120
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3.2
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2—Inglaterra
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1 4- 3.3
1
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ao "ano de (x) — Áustria, Bélgica, Holanda, Suécia, Suíça, Checos'ováquia. (xx) r- Argentina, Chile, Cuba, Dinamarca, Irlanda, Finlândia, Malásia britânica
Impnrl, de mnnuloliiras (milliíles
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e Noruega. (xxx) — Algarismos de 1930. Idem «per cap la* [dólares]
444
79%
1.600
3,6
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1.8
Da popu ação do globo, 1.331.000.000 3 a 13 dó ares de produtos industriais,
ao passo que nos Estados Unidos cada habitante tem
em média, 254 dólares
à sua disposição.- Se os 2/3 da humani Representando apenas 1/5 da popula ção mundial, os países industrializados concentram 4/5 da população e impor tam, "per capita", em complemento à sua produção, o dôbro dos outros países.
da riqueza nacional, que esta distribui ção tão desigual da população e dos produtos manufaturados. Examinando as disponibilidades por país, estabele
Nada ilustra melhor o valor da indus
os países pobres:
trialização como fator da multiplicação
2
1
2
de homens consomem anualmente entre Países industrializados.
c_>
~ O 2
i. S
.%
_5
mundo demonstra o
(relativamente
POPULflCSO • Qiiola da parte [milhões de' nimas] da prud. miinüln]
.glí
PAÍS
livre de intervenções, as trocas comer
ciais não seguiram, senão à distância, os progressos da produção.
Em dólares por habitante
1
cemos nitidamente a diferença entre
industrializados
e
países
dade, que vivem em países atrasados,
quisessem aumentar seu consumo de
mais matérias-primas do que vêm fa zendo, a f m de disporem de meios de pagamento para as importações de ma nufaturas. Como é impossível um tal aumento de exportação de matériasprimas e produtos alimentícios, verifi
ca-se que os países retardados não po dem, por meio de importações, aumen
produtos manufaturados ao nível, digamos, do consumo japonês (28 dólares "per capita"), seria necessário que ex
tar o consumo por par
portassem
lização.
três
vezes
te de suas populações. Seu progresso depende rá, por conseguinte, de
sua própria industria
Dicrsto
78
Econômico. 79
Dicesto ECONÓ^UCO
tro índice não menos significativo p;i-
A classificação dos países industria lizados ou de estrutura agrícola sc
ra, èsse
faz, por questão de método, de acordo com a importância da produção indus trial em relação à renda nacional. Ou ' AGHlCÜLTUnA B PESCA
fim
ó
a
distribuição
da
população ativa entre as quatro prin cipais ocupações, como se fez no se guinte quadro: COMBRCIO e
INOOSTRIA
ADMINISTRAÇÃO
TRANSPURTE
E 1'RUF. LIDERAIS
Inglaterra
18 15 19
40
23 19 27 14
36
19
16 12
32
'28
17 13
13 10
industrializados, onde a vida da massa
30
24
24
consumo se restringe a artigos simples,
17 21 21 22
42 45
Checoslováquia ....
28
Alemanha
29
França Itália
36 48
Austrália
20
Argentina ...
30 31
25
23
10
26
23
30
75
5
2
17 12
Bélgica Holanda
Suíça
Estados Unidos .
2--Países semi-industriaiiz.: ....
África do Sul: População branca Outras raças
30 30
14
Irlanda
Hungria Espanha
^
Finlândia *
União Soviética (1930)
48 54 56 64 67
13 10 8
15 23
19 14
4 — Países atrasados:
7
24 12 15 15
/
;....
.
pacidade de consumo obedece a leis eco nômicas que parecem imutáveis e uni versais. Enquanto que nos países não
popular desce aos menores níveis, d
países, graças ao aumento das rendas, uma crescente proporção dos gastos do
público se concentra sôbre os artigos manufaturados.
Uma pesquisa reali
zada pelo Departamento Internacional
dustrialização:
China Brasil
nufatureira em algum país, verifica-se um aumento das rendas e da capacida de de consumo da população. Esta ca
indispensáveis ã existência, em outros
3 — Países em processo de in
México índia
primeiro crescimento da produçixo ma-
33
32
67 68 72
70-75
Iugoslávia
75 76
Rumânia
76
Levando-se em consideração que os números do quadro acima baseiam-se,
em relação a muitos países, e particular mente em relação à União Soviética e* aos países latino-americanos, em indi cações de 1936-1938, os índices são
11
13 11
12 7 7
10 11
Um outro fenômeno inerente ao pro
gresso manufatureiro c a absorção da mão-de-obra agrícola, principalmente pe la indústria, mas também pelo cxDincrcio,
pe'os transportes, pela administração c ató pelas profissões liberais. Essa ten dência muda em pouco tempo a estrutu
A medida que o emprêgo de fôrça
23 21
7
Egito
ponde ao grau, de industrialização dos diferentes países. motriz e a mecanização determinam o
1—Países industrializados:
Canadá
trialização. Em qualquer hipótese, en tretanto, o quadro em apreço conserva o seu valor, por demonstrar qvie á por centagem do número de iDessoas empre gadas na indústria o no comércio corres
do Trabalho, em Peiping, na China, e em Nova York, entre famílias da classe média, demonstrou que o consumo de
manufaturas aumenta dez vêzes quando o rendimento de uma família quadru
plica. Disso resulta um estímulo contí nuo para as novas indústrias.
ra econômica de um país, em face da industrialização, acarretando novas dis tribuições da população atúTi. Como as èstatísticas oficiais não fa
zem distinções entre industria e arleza-
nato, é preciso sublinhar que os primei ros passos da industrialização são acom panhados de um diminuição do núme ro de artezãos; mais tarde, seu núme
ro aumenta, não porque eles fazem concorrência à indústria, mas porque sua
atividade se torna um complemento da produção das fábricas. O aumento do número de pessoas
empregadas em traballios na administra ção e nas profissões liberais cessa nos estádios ulteriores da industrialização,
quando a indústria passa a absorver uma boa parte das pessoas empregadas na quelas atividades. Depreende-se, dessas observações, que a estrutura das sociedades está sujeita
a contínuas flutuações durante o pro cesso da industrialização.
10
_
_
—
—
—
—
às vêzes muito desfavoráveis.
—
Mas se
levarmos em conta á evolução realizada
durante a guerra, acreditamos poder colocar o Brasil e o México entre os
países de terceira categoria, ou seja, eu-| tre os que se acham em vias de tndus-
No ano passado o comércio entre a Inglaterra e Portugal apresentou um saldo iaoorável ao primeiro, no valor de 321 milhões de escudos. A Inglaterra foi o pais
que mais comprou de Portugal, tendo adquirido um sétimo da produção exporUíoel vortuguêsa, no valor de 629 milhões de escudos. A importação total de Portugal montou a 7.608 milhões de escudos, sendo a Inglaterra o segundo pais fornecedor, com 950 milhões.
Dicrsto
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Econômico. 79
Dicesto ECONÓ^UCO
tro índice não menos significativo p;i-
A classificação dos países industria lizados ou de estrutura agrícola sc
ra, èsse
faz, por questão de método, de acordo com a importância da produção indus trial em relação à renda nacional. Ou ' AGHlCÜLTUnA B PESCA
fim
ó
a
distribuição
da
população ativa entre as quatro prin cipais ocupações, como se fez no se guinte quadro: COMBRCIO e
INOOSTRIA
ADMINISTRAÇÃO
TRANSPURTE
E 1'RUF. LIDERAIS
Inglaterra
18 15 19
40
23 19 27 14
36
19
16 12
32
'28
17 13
13 10
industrializados, onde a vida da massa
30
24
24
consumo se restringe a artigos simples,
17 21 21 22
42 45
Checoslováquia ....
28
Alemanha
29
França Itália
36 48
Austrália
20
Argentina ...
30 31
25
23
10
26
23
30
75
5
2
17 12
Bélgica Holanda
Suíça
Estados Unidos .
2--Países semi-industriaiiz.: ....
África do Sul: População branca Outras raças
30 30
14
Irlanda
Hungria Espanha
^
Finlândia *
União Soviética (1930)
48 54 56 64 67
13 10 8
15 23
19 14
4 — Países atrasados:
7
24 12 15 15
/
;....
.
pacidade de consumo obedece a leis eco nômicas que parecem imutáveis e uni versais. Enquanto que nos países não
popular desce aos menores níveis, d
países, graças ao aumento das rendas, uma crescente proporção dos gastos do
público se concentra sôbre os artigos manufaturados.
Uma pesquisa reali
zada pelo Departamento Internacional
dustrialização:
China Brasil
nufatureira em algum país, verifica-se um aumento das rendas e da capacida de de consumo da população. Esta ca
indispensáveis ã existência, em outros
3 — Países em processo de in
México índia
primeiro crescimento da produçixo ma-
33
32
67 68 72
70-75
Iugoslávia
75 76
Rumânia
76
Levando-se em consideração que os números do quadro acima baseiam-se,
em relação a muitos países, e particular mente em relação à União Soviética e* aos países latino-americanos, em indi cações de 1936-1938, os índices são
11
13 11
12 7 7
10 11
Um outro fenômeno inerente ao pro
gresso manufatureiro c a absorção da mão-de-obra agrícola, principalmente pe la indústria, mas também pelo cxDincrcio,
pe'os transportes, pela administração c ató pelas profissões liberais. Essa ten dência muda em pouco tempo a estrutu
A medida que o emprêgo de fôrça
23 21
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Egito
ponde ao grau, de industrialização dos diferentes países. motriz e a mecanização determinam o
1—Países industrializados:
Canadá
trialização. Em qualquer hipótese, en tretanto, o quadro em apreço conserva o seu valor, por demonstrar qvie á por centagem do número de iDessoas empre gadas na indústria o no comércio corres
do Trabalho, em Peiping, na China, e em Nova York, entre famílias da classe média, demonstrou que o consumo de
manufaturas aumenta dez vêzes quando o rendimento de uma família quadru
plica. Disso resulta um estímulo contí nuo para as novas indústrias.
ra econômica de um país, em face da industrialização, acarretando novas dis tribuições da população atúTi. Como as èstatísticas oficiais não fa
zem distinções entre industria e arleza-
nato, é preciso sublinhar que os primei ros passos da industrialização são acom panhados de um diminuição do núme ro de artezãos; mais tarde, seu núme
ro aumenta, não porque eles fazem concorrência à indústria, mas porque sua
atividade se torna um complemento da produção das fábricas. O aumento do número de pessoas
empregadas em traballios na administra ção e nas profissões liberais cessa nos estádios ulteriores da industrialização,
quando a indústria passa a absorver uma boa parte das pessoas empregadas na quelas atividades. Depreende-se, dessas observações, que a estrutura das sociedades está sujeita
a contínuas flutuações durante o pro cesso da industrialização.
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—
—
—
—
às vêzes muito desfavoráveis.
—
Mas se
levarmos em conta á evolução realizada
durante a guerra, acreditamos poder colocar o Brasil e o México entre os
países de terceira categoria, ou seja, eu-| tre os que se acham em vias de tndus-
No ano passado o comércio entre a Inglaterra e Portugal apresentou um saldo iaoorável ao primeiro, no valor de 321 milhões de escudos. A Inglaterra foi o pais
que mais comprou de Portugal, tendo adquirido um sétimo da produção exporUíoel vortuguêsa, no valor de 629 milhões de escudos. A importação total de Portugal montou a 7.608 milhões de escudos, sendo a Inglaterra o segundo pais fornecedor, com 950 milhões.
picESTO Econômico
81
Aspectos econômicos e sociais de uma
vinha, através dos seus est\idos, demons
peVs mesmos métodos e pessoal da não
nova praga dò algodoeiro lem S. Paulo
trando com elementos positivos a ação dêsse injeto, na diminuição da produção algodoeira de p" o monos algumas zonas
rôbas de algodão em caroço por alquei-' re, enquanto a parte geral produziu,
Ga!'.iüaldi
O "percevejo rajado" ameaçava a economia algoodeira O surto algodoeiro de São Paulo, acentuado a part r de 1939, entrou cm fase de declínio de 1945 em diante.
Várias causas vinham sendo apontadas
freqüentemente, como responsáveis por essa decadência.
Algumas não tinham fundamento téc nico. Outras se baseavam em observa
ções empíricas de apressados. O que
se podia, entretanto, perceber, é que a queda da produção se acentuava dia a dia, não tanto como resultado de di
minuição da área plantada, a qual se manteve mais ou menos estacionaria até
Dantas
paulisla.s. ccmo a Moginna c Araraquarense. Raros foram os responsá\ cis pe'a orientação da economia algodoeira de
Promovida pelo aluai Presidente da fíôha de Mercadorias de São Paulo, o agrôno mo Sauer, do InslUuto Biológico de S<7o Paulo, realizou, perante numeroso au ditório, uma palestra sóbre os resultados das suas pesquisas referentes ao "per cevejo rajado". Impressionado com a exposição feita pelo cientista patrício, o Diretor do "D/gosto Econômico" soli citou do sr. Gar baldi Dantas um artigo
São Paulo que llie deram ouv dos. Mes mo ass'm, continuou seus trabalhos de
combatê-la
pesquisa e finalmente conseguixi reali
produzidos recentemente, com os ensi namentos da úlfma guerra.
zar neste ano, em fazendas situadas nos
clusões foram tão e\"'dcntcs que os mais
incrédulos não lhe puderam mais negar importância e veracidade.
econômicos e sociais dessa nova praga do algodoeiro paulista. Sôbre essa ma leitores.
com
os
novos
inseticidas
A coincidência do aparecimento de uma nova variedade c o novo processo de combate à praga do percevejo
Em uma de'as, cullivaram-se 25 al
Coincidiu a e.xperiència do agrônomo Sauer com o aparecimento, em escala
queires tratados cientificamente, dentro
comercial já bem avolumada, dos al
de uma área maior de 100 alqueires
godões da nova variedade selecionada e d stribuída pelo Instituto de Campinas, que recebeu o nome daquela grande
onde não se procedeu a idêntico trata mento preventivo.
téria chamamos a atenção dos nossos
cm média, 150 a 160 arrobas.
Esta\'am assim comprovados não sòmcnte o caráter perigoso da nova pra ga, mas sobretudo a possibilidade de
municípios de Orlãndia c Ribeirão Preto, experiências em larga escala cujas con
em que se examinassem os aspectos
tratada, a colheita e.vcedeu de 300 ar-
Na parte tratada, plantada e cuidada
organização econômica.
1946„ mas sobretudo em função da re dução do rendimento das terras. Em
anos passados, era comum colheita cuja produtividade ultrapassava 150 arrobas
de algodão em caroço por alqueire pau lista de 24.200 metros quadrados. Nas três últimas safras esse rendimento des ceu a cerca de 80 arrobas em média. Se com produção de 150 arrobas a exploração algodoeira em São Paulo era
lucrativa, ainda que os preços médios fossem baixos, com a queda para 80 arrobas deixava de ser compensadora, apesar da alta progressiva das cotações desse produto no interior pauMsta. O tempo desfavorável, nas três ú'timas safras, a inobservância dos bons métodos
de plantio e cultivo do algodão, os es
e desânimo do último período. Há vários anos, porém, um agrônomo pau lista vinha estudando e chamando a
atenção dos poderes públicos e dos ia\Tadores de algodão para os estragos de uma praga prováve"mente já antiga, mas cujo estudo sistemáfco só havia sido iniciado a partir de 1945. Essa praga era o "percevejo rajado" inseto sorrateiro,
cuja presença geralmente escapava à observação dos produtores, dado o sou hábito de vida especial, o seu tamanho reduzido e a possibilidade de confund rse com outros insetos julgados inofensi vos ao algodoeiro. O agrônomo Sauer pertence à es
tragos de certas pragas, muito mais do
tirpe dos cientistas tenazes, daque'es
que a decantada degenerescencia das sementes paulistas, eram na reaMda-
que não esmorecem ante os primeiros embaraços, nem se arreceiam das crí
de os fatôres principais da decadência
ticas dos observadores superficiais. Já
rn iwmwmmm «.EXEMBRO
A I
htflüêitcia
da
época
do
OUTUBRO
NOVEMBRO
piamtío sobre a PRODUÇSo.
picESTO Econômico
81
Aspectos econômicos e sociais de uma
vinha, através dos seus est\idos, demons
peVs mesmos métodos e pessoal da não
nova praga dò algodoeiro lem S. Paulo
trando com elementos positivos a ação dêsse injeto, na diminuição da produção algodoeira de p" o monos algumas zonas
rôbas de algodão em caroço por alquei-' re, enquanto a parte geral produziu,
Ga!'.iüaldi
O "percevejo rajado" ameaçava a economia algoodeira O surto algodoeiro de São Paulo, acentuado a part r de 1939, entrou cm fase de declínio de 1945 em diante.
Várias causas vinham sendo apontadas
freqüentemente, como responsáveis por essa decadência.
Algumas não tinham fundamento téc nico. Outras se baseavam em observa
ções empíricas de apressados. O que
se podia, entretanto, perceber, é que a queda da produção se acentuava dia a dia, não tanto como resultado de di
minuição da área plantada, a qual se manteve mais ou menos estacionaria até
Dantas
paulisla.s. ccmo a Moginna c Araraquarense. Raros foram os responsá\ cis pe'a orientação da economia algodoeira de
Promovida pelo aluai Presidente da fíôha de Mercadorias de São Paulo, o agrôno mo Sauer, do InslUuto Biológico de S<7o Paulo, realizou, perante numeroso au ditório, uma palestra sóbre os resultados das suas pesquisas referentes ao "per cevejo rajado". Impressionado com a exposição feita pelo cientista patrício, o Diretor do "D/gosto Econômico" soli citou do sr. Gar baldi Dantas um artigo
São Paulo que llie deram ouv dos. Mes mo ass'm, continuou seus trabalhos de
combatê-la
pesquisa e finalmente conseguixi reali
produzidos recentemente, com os ensi namentos da úlfma guerra.
zar neste ano, em fazendas situadas nos
clusões foram tão e\"'dcntcs que os mais
incrédulos não lhe puderam mais negar importância e veracidade.
econômicos e sociais dessa nova praga do algodoeiro paulista. Sôbre essa ma leitores.
com
os
novos
inseticidas
A coincidência do aparecimento de uma nova variedade c o novo processo de combate à praga do percevejo
Em uma de'as, cullivaram-se 25 al
Coincidiu a e.xperiència do agrônomo Sauer com o aparecimento, em escala
queires tratados cientificamente, dentro
comercial já bem avolumada, dos al
de uma área maior de 100 alqueires
godões da nova variedade selecionada e d stribuída pelo Instituto de Campinas, que recebeu o nome daquela grande
onde não se procedeu a idêntico trata mento preventivo.
téria chamamos a atenção dos nossos
cm média, 150 a 160 arrobas.
Esta\'am assim comprovados não sòmcnte o caráter perigoso da nova pra ga, mas sobretudo a possibilidade de
municípios de Orlãndia c Ribeirão Preto, experiências em larga escala cujas con
em que se examinassem os aspectos
tratada, a colheita e.vcedeu de 300 ar-
Na parte tratada, plantada e cuidada
organização econômica.
1946„ mas sobretudo em função da re dução do rendimento das terras. Em
anos passados, era comum colheita cuja produtividade ultrapassava 150 arrobas
de algodão em caroço por alqueire pau lista de 24.200 metros quadrados. Nas três últimas safras esse rendimento des ceu a cerca de 80 arrobas em média. Se com produção de 150 arrobas a exploração algodoeira em São Paulo era
lucrativa, ainda que os preços médios fossem baixos, com a queda para 80 arrobas deixava de ser compensadora, apesar da alta progressiva das cotações desse produto no interior pauMsta. O tempo desfavorável, nas três ú'timas safras, a inobservância dos bons métodos
de plantio e cultivo do algodão, os es
e desânimo do último período. Há vários anos, porém, um agrônomo pau lista vinha estudando e chamando a
atenção dos poderes públicos e dos ia\Tadores de algodão para os estragos de uma praga prováve"mente já antiga, mas cujo estudo sistemáfco só havia sido iniciado a partir de 1945. Essa praga era o "percevejo rajado" inseto sorrateiro,
cuja presença geralmente escapava à observação dos produtores, dado o sou hábito de vida especial, o seu tamanho reduzido e a possibilidade de confund rse com outros insetos julgados inofensi vos ao algodoeiro. O agrônomo Sauer pertence à es
tragos de certas pragas, muito mais do
tirpe dos cientistas tenazes, daque'es
que a decantada degenerescencia das sementes paulistas, eram na reaMda-
que não esmorecem ante os primeiros embaraços, nem se arreceiam das crí
de os fatôres principais da decadência
ticas dos observadores superficiais. Já
rn iwmwmmm «.EXEMBRO
A I
htflüêitcia
da
época
do
OUTUBRO
NOVEMBRO
piamtío sobre a PRODUÇSo.
Dioesto
Dicesio
82
Econômico
83
Econóxüco
Tòda essa transformação do ambien
tempo favorável na maioria das zonas
alastrava e, não .sc podendo Iransmudar cm formas inat.s positi\ as. tomava a fei ção dc \'erdadeir() é.xodo dos campos
■produtoras do Estado de São Paulo, pôde-se übser\ ar nesse ano resultado ani
clc algodão para as cidades. Trcn.s que antes partiam cheios para
mador na produção dessa matéria-pri
as zonas produtoras, na ânsia c expecta
ma.
Lavoura com rendimento de 150
tiva dos bons lucros da culttira de algo
arrobas e mais já foram freqüentes. E nas zonas onde o combate ao "percevejo rajado" e a outras pragas se efetivou,
dão, voltavam, nos últimos anos, reple
Combinadas essas duas grandes con quistas do mundo algodoeiro com o
ôsse rendimento foi ainda melhorado.
Ao desânimo dos anos passados su
tos de trabalhadores rurais, desiludidos e revoltados, destinados a engrossar a massa insatisfeita dos centros urbanos.
vlos técíxicos.
síis que, aparentemente
Uni país que não pode ou não sabe lc\anlar organizações científicas onde tais pesquisas e serviços são realizeidos, nunca poderá aspirar a pôsto de relevância permanente no agressivo mun
pe(|uenas. são
dc repercu.ssõcs tremendas no conjunto da atividade geriil. .\ primeira origi nou-se do paciente labor da escolha de novas variedades, nos estabelecimentos
experimentais, dc que rcsxxltou a varie dade "Campinas", exija fama começa ;i. despertar o interòsse mundial. O se gundo teve igualmente início cm pacien
do econômico dos dbs atuais.
tes e meticulosos estudos da vida e há
Biolôgicv., poderá ocorrer a idéia de que aquilo não é senão um estabelecimento burocrático destinado a proporcionar em prego a afillxados do Govêmo. Visitan tes que passarem também por Campinas e descobrirem ali as magníficas instala ções do Instituto Agronômico, também
cedeu, na presente estação algodoeira,
Duas conquistas da técnica - a do combate às pragas e a da distribuição
um novo entusiasmo.
de novas variedades em determinadas
bitos de um inseto quase despercebido, mas cujas devastações puseram em xe
zonas de São Paulo — estão cooperan
que a magnífica estrutura algodoeira d.j
Muitos lavradores
que desertaram do cultivo do algodão, para se dedicarem a outras lavburas, es tão arrependidos e decididos a retor
nar às suas antigas atividades no pró ximo ano.
Por outro lado, os preços do algodão,
conseqüência da excelente situação in ternacional dessa matéria-prima, subi
ram de tal modo, neste ano, no interior paulista, que a sua exploração voltou a ser extremamente lucrativa.
Com êsses resultados em vista, já se preparam os elementos de responsabi
lidade da economia algodoeira para o novo surto de produção que há de pre valecer de agora em diante. rural
Um dos aspectos mais constrangedo res dos últimos anos, nas zonas algodoeiras de São Paulo, era observar a
quase revolta dos pequenos lavradores, sitiantes e meeiros, diante do fracasso de Tratadas
nas mesmas
terras e pe'as mesmas pessoas, não podiam admitir outra causa para a mi.séria que lhe.s batia às portas, senão o descaso dos técnicos pela qualidade das sementes.
doeiro do meio bandeirante.
De fato, o cultivo des.sa planta, sem
São Paulo.
Êsses dois fatos demonstram que na vida moderna não é mais possível pres-
Ao transeunte descuidado que porven tura passar pelas ruas de São Paulo e o'har o majestoso edifício do Instituto
perspectivas de rendimentos suficientes, e sem a segurança da qualidade, não po dia ser senão uma aventura econômica.
Vencidos porém êsses dois grandes
obstáculos, volta o algodão de São Paulo 41 ser a base de uma riqueza rural de
A MEDiA DE 118 ARROBAS POR ALQUEIRE DESTINA-SE:
grandes e poderosas repercussões so ciais, porque é a que atinge mais dire tamente a maior massa de produtores de
qualquer outra atividade agrícola.
Realmente, mesmo nos grandes ano.s
A luta contra as -pragas e a miséria
suas coUieitas.
do neste ano para novamente modifi car, no sentido otimista, o surto algo
cindir da .colaboração c do trabalho
te agrícola está ligada a duas pcsqui-
Essa onda de revolta se
de produção, o cultivo do algodão foi uma prerrogativa dos pequenos bvradorés. A porcentagem de grandes pro prietários, nesses anos, era tão insigni ficante que passava quase despercebi da na grande massa de arrendatários e
5
meeiros de um a 10 alqueires de terra. Retomando assim a economia algo-
- doeira às condições de, estabilidade eco
nômica de outras épocas, graças às novas condições técnicas que se lhe oferecem, deixou de ser atividade ne
gativa para, como outrora, tornar-se ele mento de bem-estar e fortalecimento dos meios rurais.
5/^
Pârd o
LAVRADOR
49*^^0 pára o PERCEVEJO
RAJADO
Dioesto
Dicesio
82
Econômico
83
Econóxüco
Tòda essa transformação do ambien
tempo favorável na maioria das zonas
alastrava e, não .sc podendo Iransmudar cm formas inat.s positi\ as. tomava a fei ção dc \'erdadeir() é.xodo dos campos
■produtoras do Estado de São Paulo, pôde-se übser\ ar nesse ano resultado ani
clc algodão para as cidades. Trcn.s que antes partiam cheios para
mador na produção dessa matéria-pri
as zonas produtoras, na ânsia c expecta
ma.
Lavoura com rendimento de 150
tiva dos bons lucros da culttira de algo
arrobas e mais já foram freqüentes. E nas zonas onde o combate ao "percevejo rajado" e a outras pragas se efetivou,
dão, voltavam, nos últimos anos, reple
Combinadas essas duas grandes con quistas do mundo algodoeiro com o
ôsse rendimento foi ainda melhorado.
Ao desânimo dos anos passados su
tos de trabalhadores rurais, desiludidos e revoltados, destinados a engrossar a massa insatisfeita dos centros urbanos.
vlos técíxicos.
síis que, aparentemente
Uni país que não pode ou não sabe lc\anlar organizações científicas onde tais pesquisas e serviços são realizeidos, nunca poderá aspirar a pôsto de relevância permanente no agressivo mun
pe(|uenas. são
dc repercu.ssõcs tremendas no conjunto da atividade geriil. .\ primeira origi nou-se do paciente labor da escolha de novas variedades, nos estabelecimentos
experimentais, dc que rcsxxltou a varie dade "Campinas", exija fama começa ;i. despertar o interòsse mundial. O se gundo teve igualmente início cm pacien
do econômico dos dbs atuais.
tes e meticulosos estudos da vida e há
Biolôgicv., poderá ocorrer a idéia de que aquilo não é senão um estabelecimento burocrático destinado a proporcionar em prego a afillxados do Govêmo. Visitan tes que passarem também por Campinas e descobrirem ali as magníficas instala ções do Instituto Agronômico, também
cedeu, na presente estação algodoeira,
Duas conquistas da técnica - a do combate às pragas e a da distribuição
um novo entusiasmo.
de novas variedades em determinadas
bitos de um inseto quase despercebido, mas cujas devastações puseram em xe
zonas de São Paulo — estão cooperan
que a magnífica estrutura algodoeira d.j
Muitos lavradores
que desertaram do cultivo do algodão, para se dedicarem a outras lavburas, es tão arrependidos e decididos a retor
nar às suas antigas atividades no pró ximo ano.
Por outro lado, os preços do algodão,
conseqüência da excelente situação in ternacional dessa matéria-prima, subi
ram de tal modo, neste ano, no interior paulista, que a sua exploração voltou a ser extremamente lucrativa.
Com êsses resultados em vista, já se preparam os elementos de responsabi
lidade da economia algodoeira para o novo surto de produção que há de pre valecer de agora em diante. rural
Um dos aspectos mais constrangedo res dos últimos anos, nas zonas algodoeiras de São Paulo, era observar a
quase revolta dos pequenos lavradores, sitiantes e meeiros, diante do fracasso de Tratadas
nas mesmas
terras e pe'as mesmas pessoas, não podiam admitir outra causa para a mi.séria que lhe.s batia às portas, senão o descaso dos técnicos pela qualidade das sementes.
doeiro do meio bandeirante.
De fato, o cultivo des.sa planta, sem
São Paulo.
Êsses dois fatos demonstram que na vida moderna não é mais possível pres-
Ao transeunte descuidado que porven tura passar pelas ruas de São Paulo e o'har o majestoso edifício do Instituto
perspectivas de rendimentos suficientes, e sem a segurança da qualidade, não po dia ser senão uma aventura econômica.
Vencidos porém êsses dois grandes
obstáculos, volta o algodão de São Paulo 41 ser a base de uma riqueza rural de
A MEDiA DE 118 ARROBAS POR ALQUEIRE DESTINA-SE:
grandes e poderosas repercussões so ciais, porque é a que atinge mais dire tamente a maior massa de produtores de
qualquer outra atividade agrícola.
Realmente, mesmo nos grandes ano.s
A luta contra as -pragas e a miséria
suas coUieitas.
do neste ano para novamente modifi car, no sentido otimista, o surto algo
cindir da .colaboração c do trabalho
te agrícola está ligada a duas pcsqui-
Essa onda de revolta se
de produção, o cultivo do algodão foi uma prerrogativa dos pequenos bvradorés. A porcentagem de grandes pro prietários, nesses anos, era tão insigni ficante que passava quase despercebi da na grande massa de arrendatários e
5
meeiros de um a 10 alqueires de terra. Retomando assim a economia algo-
- doeira às condições de, estabilidade eco
nômica de outras épocas, graças às novas condições técnicas que se lhe oferecem, deixou de ser atividade ne
gativa para, como outrora, tornar-se ele mento de bem-estar e fortalecimento dos meios rurais.
5/^
Pârd o
LAVRADOR
49*^^0 pára o PERCEVEJO
RAJADO
Digesto
84
Econômico
poderão ter idêntico pensamento. Tudo
Na realidade, essas duas entidades são
aquilo não era senão oportunidade para agrônomos e técnicos, desertores da g'eba e acomodados a tarefas macias de
o símbo'o de organizaç.ão niode'ar a serviço da economia e da lavoura do
laboratór os de pesquisas.
sem produção o Brasil morrerá.
Geografia das Comunicações Paulistas Nelson Weuneck Sodré
país. Sem cias não haverá produção e Xlll - Conelus;.os
^ E.\PANsÃo da lavoura cafceira, quer cm zonas onde .substituiu outra ativi
dade agrícola, quer iiatpiela.s cm que exerceu função clc.sbravadora por exce lência, proporcionou a abertura da rôde de caminhos, na qual, cm fase tão ca racterística, transitaram os primeiros au
Cam o presente trabalho, o ilustra ofi cial do Exercito Brasileiro c fecundo pu blicista Nelson Wcrneck Sodré finaliza a publicação de Geografia das Com. »cações Paulistas, monografia indispen sável para os estudiosos de assuntos ferro e rodoviários.
tomóveis fabricados cm série, aqueles inesquecíveis- "Ford" que afetaram tão marcadamente a fisionomia das zonas em
Senaível aumento ocorreu nas importações nacionais, no período de janeiro a outubro de 1Ü47, em comparação com análogo período de 1946, delermiiuindo di ferença para mais, em volume, de 2.207..387 toneladas e, cm va'nr, de 8.834.300.000
cruzeiros. Esses e outros dados há pouco entregues à publicidade pelo Serviço de Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda, órgão integrante
do sistema do IBGE, permitem verificar quais os produtos que mais influiram na queles resultados. Assim, observa-se que coube à classe das manufaturas o princi pal ônus no saldo negativo registrado até outubro. No conjunto dos produtos reV
cionados nessa rubrica, despendemos, nos dez meses de 1947, 5.693.800.000 o mais que de janeiro a outubro de 1946, devendo advertir-se que somente ôssc ex
cesso ultrapassa o valor global das importações de artigos manufaturados nesse úl timo período, o qual alcançava 5.567.100.000 cruzeiros. Entre as dezenas de produtos da aludida classe, raros foram os que acusa
ram decréscimo nas importações de 1947. Contribuíram com maiores parcelas,
nos aumentos, os aparelhos de rádio para uso doméstico, radiovifrolas e acessórios (125.900.000 cruzeiros em 1946, e 373.600.000 em 1947); as máquhuis em gcral, ferramentas e utensílios (1.014.300.000 cruzeiros em 1946, e 2.126.700.000 cm 1947);
que o café se desenvolveu. Essa réde, entretanto, não serviu senão a transpor tes curtos, dos terreiros e das tulhas aos
pátios ferroviários porque, pelo sou va lor c pelo seu volume, o café exigiu sempre, para grandes clístuncias, os serviçn.i fcrroviilrios. Sòbie a leia desses
caminhos, entretanto, em fase posterior,
articulou-se a rede rodoviária que pre tenderia oferecer transportes cada vez mais pesados, e a distancias crescentes.
Certos mercados do interior adquiriram
hintcrlândia própria — e foram aqueles servidos por estradas de ferro, coletan do, para a entrega à ferrovia, as safras dos arredores, através
dos
caminhos
mazéns para estocagem, os pátios fer roviários. Ligando tais centros, os eixos principais do sistema de comuniroção
do Estado se estabeleceram, para cons tituir a ossatura de uma rêde de trans
portes do tipo irradiador. Assim, veri ficamos a capital como pólo do sistema principal, desse mesmo tipo, irradian do os grandes eixos ferroviários e lodoviários; e os núcleos do interior como
pólos de pequenos sistemas, tambén. de irradiação, coletando a produção d(í suas
hinterlàndias e lançando-a nas grandes correntes, em demanda da capital. Ira, isso já estabeleceu, para a ordem de
urgência de trabalhos de construção ou de melhoramentos, quer quanto i\ rê de ferroviária, quer quanto à rêde rodovuuia, uma norma citada pela prática
473.300.000 em 1947). Além dêsses, figuram igualmente com fortes acréscimos os objetos de cutelaria e ferramentas, as geladeiras e refrigeradores, os geradores e
abertos por simples raspagem, sem qual quer finalidade técnica e sem qualquer diretriz capaz de permitir, com a pas sagem do tempo, a sua transformação
e pea e.xperiencia: caberá, em primei ro lugar, a um plano de remodelação das comunicações, de seu aparelhamen
motores elétricos, e as máquinas motrizes a gás e outras misturas.
cm rodovias. Nem sequer o desdobra
to, para que elas possam desemúíaihar
os automóveis de toda espécie (559.500.000 cruzeiros em 1946 e 1.785.800.000 cm 1947); os acessórios para automóveis (194.600.000 cruzeiros em 1946, c
A classe dós gêneros alimentícios aparece com aumentos maiores que os refe rentes ao conjunto das matérias-primas. À farinha de trigo e ao trigo em grão
mento territorial, com as novas repar tições municipais, quebrou esse q\iadro: o interior continua pontilhado de pe
(compreendido sempre o período de janeiro a outubro). Quanto às matérias-primas,
quenos centros coletores e distribuido
correspondem 1.475.500.000 .cruzeiros do excesso de 1.689.500.000 verificado nas aquisições de alimentos em 1947, em confronto com as compras do ano anterior são os combustíveis que mais pesam, figurando a gasolina em primeiro lugar ....
(225.500.000 cruzeiros em 1946, e 535.800.000 carvão de pedra.
1947), seguida de perto p®»
o papel econômico que lhes cabe. sem a atrofia da produção e a paralisação ou o desestimulo de atividades agrícoUrs-
res, cabeças de zona, nos quais se ins talou o aparelhamento do crédito, a
antes de mais nada. dar aos troncos co letores o seu máximo rendimento O sistema interno dos pequenos centros do
maquinaria de beneficiamento, os ar-
mtenor que possuem área de influência
Digesto
84
Econômico
poderão ter idêntico pensamento. Tudo
Na realidade, essas duas entidades são
aquilo não era senão oportunidade para agrônomos e técnicos, desertores da g'eba e acomodados a tarefas macias de
o símbo'o de organizaç.ão niode'ar a serviço da economia e da lavoura do
laboratór os de pesquisas.
sem produção o Brasil morrerá.
Geografia das Comunicações Paulistas Nelson Weuneck Sodré
país. Sem cias não haverá produção e Xlll - Conelus;.os
^ E.\PANsÃo da lavoura cafceira, quer cm zonas onde .substituiu outra ativi
dade agrícola, quer iiatpiela.s cm que exerceu função clc.sbravadora por exce lência, proporcionou a abertura da rôde de caminhos, na qual, cm fase tão ca racterística, transitaram os primeiros au
Cam o presente trabalho, o ilustra ofi cial do Exercito Brasileiro c fecundo pu blicista Nelson Wcrneck Sodré finaliza a publicação de Geografia das Com. »cações Paulistas, monografia indispen sável para os estudiosos de assuntos ferro e rodoviários.
tomóveis fabricados cm série, aqueles inesquecíveis- "Ford" que afetaram tão marcadamente a fisionomia das zonas em
Senaível aumento ocorreu nas importações nacionais, no período de janeiro a outubro de 1Ü47, em comparação com análogo período de 1946, delermiiuindo di ferença para mais, em volume, de 2.207..387 toneladas e, cm va'nr, de 8.834.300.000
cruzeiros. Esses e outros dados há pouco entregues à publicidade pelo Serviço de Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda, órgão integrante
do sistema do IBGE, permitem verificar quais os produtos que mais influiram na queles resultados. Assim, observa-se que coube à classe das manufaturas o princi pal ônus no saldo negativo registrado até outubro. No conjunto dos produtos reV
cionados nessa rubrica, despendemos, nos dez meses de 1947, 5.693.800.000 o mais que de janeiro a outubro de 1946, devendo advertir-se que somente ôssc ex
cesso ultrapassa o valor global das importações de artigos manufaturados nesse úl timo período, o qual alcançava 5.567.100.000 cruzeiros. Entre as dezenas de produtos da aludida classe, raros foram os que acusa
ram decréscimo nas importações de 1947. Contribuíram com maiores parcelas,
nos aumentos, os aparelhos de rádio para uso doméstico, radiovifrolas e acessórios (125.900.000 cruzeiros em 1946, e 373.600.000 em 1947); as máquhuis em gcral, ferramentas e utensílios (1.014.300.000 cruzeiros em 1946, e 2.126.700.000 cm 1947);
que o café se desenvolveu. Essa réde, entretanto, não serviu senão a transpor tes curtos, dos terreiros e das tulhas aos
pátios ferroviários porque, pelo sou va lor c pelo seu volume, o café exigiu sempre, para grandes clístuncias, os serviçn.i fcrroviilrios. Sòbie a leia desses
caminhos, entretanto, em fase posterior,
articulou-se a rede rodoviária que pre tenderia oferecer transportes cada vez mais pesados, e a distancias crescentes.
Certos mercados do interior adquiriram
hintcrlândia própria — e foram aqueles servidos por estradas de ferro, coletan do, para a entrega à ferrovia, as safras dos arredores, através
dos
caminhos
mazéns para estocagem, os pátios fer roviários. Ligando tais centros, os eixos principais do sistema de comuniroção
do Estado se estabeleceram, para cons tituir a ossatura de uma rêde de trans
portes do tipo irradiador. Assim, veri ficamos a capital como pólo do sistema principal, desse mesmo tipo, irradian do os grandes eixos ferroviários e lodoviários; e os núcleos do interior como
pólos de pequenos sistemas, tambén. de irradiação, coletando a produção d(í suas
hinterlàndias e lançando-a nas grandes correntes, em demanda da capital. Ira, isso já estabeleceu, para a ordem de
urgência de trabalhos de construção ou de melhoramentos, quer quanto i\ rê de ferroviária, quer quanto à rêde rodovuuia, uma norma citada pela prática
473.300.000 em 1947). Além dêsses, figuram igualmente com fortes acréscimos os objetos de cutelaria e ferramentas, as geladeiras e refrigeradores, os geradores e
abertos por simples raspagem, sem qual quer finalidade técnica e sem qualquer diretriz capaz de permitir, com a pas sagem do tempo, a sua transformação
e pea e.xperiencia: caberá, em primei ro lugar, a um plano de remodelação das comunicações, de seu aparelhamen
motores elétricos, e as máquinas motrizes a gás e outras misturas.
cm rodovias. Nem sequer o desdobra
to, para que elas possam desemúíaihar
os automóveis de toda espécie (559.500.000 cruzeiros em 1946 e 1.785.800.000 cm 1947); os acessórios para automóveis (194.600.000 cruzeiros em 1946, c
A classe dós gêneros alimentícios aparece com aumentos maiores que os refe rentes ao conjunto das matérias-primas. À farinha de trigo e ao trigo em grão
mento territorial, com as novas repar tições municipais, quebrou esse q\iadro: o interior continua pontilhado de pe
(compreendido sempre o período de janeiro a outubro). Quanto às matérias-primas,
quenos centros coletores e distribuido
correspondem 1.475.500.000 .cruzeiros do excesso de 1.689.500.000 verificado nas aquisições de alimentos em 1947, em confronto com as compras do ano anterior são os combustíveis que mais pesam, figurando a gasolina em primeiro lugar ....
(225.500.000 cruzeiros em 1946, e 535.800.000 carvão de pedra.
1947), seguida de perto p®»
o papel econômico que lhes cabe. sem a atrofia da produção e a paralisação ou o desestimulo de atividades agrícoUrs-
res, cabeças de zona, nos quais se ins talou o aparelhamento do crédito, a
antes de mais nada. dar aos troncos co letores o seu máximo rendimento O sistema interno dos pequenos centros do
maquinaria de beneficiamento, os ar-
mtenor que possuem área de influência
Dicr.sTO
86
EcoxÓNtiCo
Dioesto ECONÓ^UCO
econômica ficará, ou na órbita dos pró
prios municípios, para o recebimento das verbas para seu aparelhamento, ou na do Estado, mas em segunda urgência. Os grandes eixos ferroviários do Esta
ra permanece uma chis grandes coletoras dii produção cafceira, ao passo que a
segunda vai transitando para a função de servir a um parque industrial em es boço de descentralização, e, que bus
87
<lc serviços estabelecida pela adminis
tração dessa fen-osia parece dispensar do poder público maiores atenções. O problema apn-.sentado pelo eixo da Companhia Mogiana. entretanto, agra
do, pela ordem de importância econô
ca a sua linha, para o desenvolvimento
mica, continuam a ser:
dessa descentralização. O ramal paulis
vou-se de forma considerável, nos últi
ta da E. F. C. B. está recebendo, de
mos tempos, e tornou-se até um assunto
há um lustro, trabalhos de aparelha
do momento, com a apresentação do problema dc sua encampação, por parle do govêmo estadual. Qualquer que seja
— São Paulo-Campinas-São CarlosColômbia;
São Carlos-Bauru-Tupã; Campinas-Casa Branca-Ribeirão Prêto-Igarapava; — São Paulo-Santo António-Rubião
Júnior-Bavmi-Andradina;
Rubião Júnior-Ourinhos-Presidente Epi-
tácio;
— São Paulo-Cruzeíro.
Tais eixos criaram, no interior, os nós ferroviários de importân
mento de tal vulto, no seu conjunto, e de há um ano, no trecho entre a ca
pital e Mogi das Cruzes, que dispensa rão qualquer cuidado. Quanto à No roeste, onde as condições do terreno são mais fáceis e onde os rendimentos do
transporte, na zona paulista, são com pensadores, é de se esperar que, dentro em pouco, esteja em condições técni
la Catarina entre Itararé e Jaguariaíva, como ligação Jaguariaíva-Marques dos Heis. será completada com a transfe rência da antiga ferrovia do Norte do Paraná, — região econômica totahnente dependente da rêde paulista — a essa mesma administração, gerindo a Soro cabana as verbas destinadas, anualmen te, ao seu prolongamento. E' neces
sário que os problemas de Ininspor-
a solução adotada, no caso, — e desde
tes escapem à rígida repartição política
já deixamos consignado que somos con
estadual, que vem opondo embaraços ã plena expansão de alguns trechos
trários a essa encampação — é impres cindível estabelecer a continuidade para o plano de remodelação do traçado, já em execução, sob as vistas do grande engenheiro Luís de Mendonça Júnior.
partamento Nacional de Estradas dc
Ferro a fixação de normas gerais, pa ra a quebra dêsse regime anti-económi-
cas de funcionar con forme as necessidades.
Resta-nos
cia econômica de Cam
partes que cabem pre
pinas, Bauru e Araraquara, e outros, cuja im
é a urgente revisão dos
Caberá
cisamente a uma ferro
fretes ferroNiários, tema
ação, junto ao govêmo
via administrada
portância deriva apenas
federal, e enquadrada
de grande atualidade, a que não é possível fu
de sua significação como interligações de estradas
na sua política econô mica, no que toca aos
Govêmo do Estado há muitos anos, a Sorocaba-
ao
Estado
a
apreciar
ferroviários, entre nós. Caberia ao De
as
co.
pelo
Outra necessidade
gir mais, e que deverão
na, cuja linha-tronco servo a uma dás
integrar-se num plano de conjunto do
de ferro diversas, ou pelo sistema de ad
fretes, assunto de grande importância,
zonas de desenvolvimento mais acelera
ministração, ou pelo sistema de tra
desenvolvimento econômico nacional e
mas cuja especialização nos força a dei xá-los de parte, neste trabalho. Resta rá, no quadro federal, • a situação da Santos-Jundiai, dependente de solução,
do, e ao longo da qual os trabalhos de
estadual.
ção, ou pela bitola. Sôbre êles, pois, é que deve ser exercido o esfôrço do aparelhamento das ferrovias, e na ex
clusiva dependência de sua importân
e bastante controversa.
Qualquer que
eletrificação vão prosseguindo, embo
Temos verificado, através do noticiá
ra em ritmo mais lento do que o pre visto, e que devem, por definição até, ser acompanhados de ti'abalhos de remo
rio da imprensa, ultimamente, a freqüên cia com que autoridades municipais, ou niões normais como especiais, apelam certas zonas de rodovias, de estabele
cia como canalizadores da produção. Dir-se-á que isso escapa à alçada do
seja o rumo tomado pela administração dessa estrada, entretanto, é de se e.spe-
delação do traçado que a função econô mica dessa ferrovia toma indispensá
Estado, uma vez que o govêmo federal
rar que os trabalhos de remodelação do
veis e até mesmo urgentes.
possui, em seu território, duas ferrovias de importância econômica diversa. Po deríamos responder com a existência de
traçado e de eletrificação, no trecho São
Paulo-Jundiaí, não demorem muito tem po. Nessas condições, êsse trecho, par
necessidade, de atender, com grande atenção, ao trecho Rubião Júnior-Bau-
Acresce a
órgãos privados, em congressos ou reu para o Govêmo, no sentido de dotar
cer certas ligações, de ultimar trabalhos, ,ou de iniciar outros.
Verificaremos,
ru, que estabelece a continuidade do grande eixo que liga São Paulo ao oeste
um plano de conjunto permite que cada
nesse quadro geral, como a ausência de
um órgão centralizador, o Departamento
te de um dos eixos principais para a vi
Nacional de Estradas de Ferro, sem
da econômica do Estado, se enquadrará na situação apresentada pela Compa
do pais, e não esquecer os problemas
interessado
apresentados
nhia Paulista, onde o rendimento dos
cujas condições técnicas são deplorá
urgência a solução do problema de sua zona, solução apresentada como propícia aos grandes investimentos por parte do tesouro estadual, em vista de futuro que
cuja audiência nenhum trabalho desse gênero, mesmo em ferrovias não per tencentes ao governo federal, poderá ser
pelo ramal de Itararé,
admita como de primeira
transportes, em consec]^uência da densi
veis em confronto com o que se exige
A Noroeste e a Central do
dade de tráfego já alcançada, apresenta
Brasil, no ramal paulista, têm função econômica bem diferenciada. A primei-
índices promissores. A continuidade dos
de uma ferrovia moderna. Uma ação do govêmo paulista, no sentido de
trabalhos de remodelação e de melhoria
passar ã administração da Sorocabana
SC espera sempre esplêndido e com pensador. Ainda aqui, o que faz falta.
ü trecho da Rêde de Viação Paranú-San-
realmente, é um plano, uma vista de
efetivado.
liTlV/.* .
Dicr.sTO
86
EcoxÓNtiCo
Dioesto ECONÓ^UCO
econômica ficará, ou na órbita dos pró
prios municípios, para o recebimento das verbas para seu aparelhamento, ou na do Estado, mas em segunda urgência. Os grandes eixos ferroviários do Esta
ra permanece uma chis grandes coletoras dii produção cafceira, ao passo que a
segunda vai transitando para a função de servir a um parque industrial em es boço de descentralização, e, que bus
87
<lc serviços estabelecida pela adminis
tração dessa fen-osia parece dispensar do poder público maiores atenções. O problema apn-.sentado pelo eixo da Companhia Mogiana. entretanto, agra
do, pela ordem de importância econô
ca a sua linha, para o desenvolvimento
mica, continuam a ser:
dessa descentralização. O ramal paulis
vou-se de forma considerável, nos últi
ta da E. F. C. B. está recebendo, de
mos tempos, e tornou-se até um assunto
há um lustro, trabalhos de aparelha
do momento, com a apresentação do problema dc sua encampação, por parle do govêmo estadual. Qualquer que seja
— São Paulo-Campinas-São CarlosColômbia;
São Carlos-Bauru-Tupã; Campinas-Casa Branca-Ribeirão Prêto-Igarapava; — São Paulo-Santo António-Rubião
Júnior-Bavmi-Andradina;
Rubião Júnior-Ourinhos-Presidente Epi-
tácio;
— São Paulo-Cruzeíro.
Tais eixos criaram, no interior, os nós ferroviários de importân
mento de tal vulto, no seu conjunto, e de há um ano, no trecho entre a ca
pital e Mogi das Cruzes, que dispensa rão qualquer cuidado. Quanto à No roeste, onde as condições do terreno são mais fáceis e onde os rendimentos do
transporte, na zona paulista, são com pensadores, é de se esperar que, dentro em pouco, esteja em condições técni
la Catarina entre Itararé e Jaguariaíva, como ligação Jaguariaíva-Marques dos Heis. será completada com a transfe rência da antiga ferrovia do Norte do Paraná, — região econômica totahnente dependente da rêde paulista — a essa mesma administração, gerindo a Soro cabana as verbas destinadas, anualmen te, ao seu prolongamento. E' neces
sário que os problemas de Ininspor-
a solução adotada, no caso, — e desde
tes escapem à rígida repartição política
já deixamos consignado que somos con
estadual, que vem opondo embaraços ã plena expansão de alguns trechos
trários a essa encampação — é impres cindível estabelecer a continuidade para o plano de remodelação do traçado, já em execução, sob as vistas do grande engenheiro Luís de Mendonça Júnior.
partamento Nacional de Estradas dc
Ferro a fixação de normas gerais, pa ra a quebra dêsse regime anti-económi-
cas de funcionar con forme as necessidades.
Resta-nos
cia econômica de Cam
partes que cabem pre
pinas, Bauru e Araraquara, e outros, cuja im
é a urgente revisão dos
Caberá
cisamente a uma ferro
fretes ferroNiários, tema
ação, junto ao govêmo
via administrada
portância deriva apenas
federal, e enquadrada
de grande atualidade, a que não é possível fu
de sua significação como interligações de estradas
na sua política econô mica, no que toca aos
Govêmo do Estado há muitos anos, a Sorocaba-
ao
Estado
a
apreciar
ferroviários, entre nós. Caberia ao De
as
co.
pelo
Outra necessidade
gir mais, e que deverão
na, cuja linha-tronco servo a uma dás
integrar-se num plano de conjunto do
de ferro diversas, ou pelo sistema de ad
fretes, assunto de grande importância,
zonas de desenvolvimento mais acelera
ministração, ou pelo sistema de tra
desenvolvimento econômico nacional e
mas cuja especialização nos força a dei xá-los de parte, neste trabalho. Resta rá, no quadro federal, • a situação da Santos-Jundiai, dependente de solução,
do, e ao longo da qual os trabalhos de
estadual.
ção, ou pela bitola. Sôbre êles, pois, é que deve ser exercido o esfôrço do aparelhamento das ferrovias, e na ex
clusiva dependência de sua importân
e bastante controversa.
Qualquer que
eletrificação vão prosseguindo, embo
Temos verificado, através do noticiá
ra em ritmo mais lento do que o pre visto, e que devem, por definição até, ser acompanhados de ti'abalhos de remo
rio da imprensa, ultimamente, a freqüên cia com que autoridades municipais, ou niões normais como especiais, apelam certas zonas de rodovias, de estabele
cia como canalizadores da produção. Dir-se-á que isso escapa à alçada do
seja o rumo tomado pela administração dessa estrada, entretanto, é de se e.spe-
delação do traçado que a função econô mica dessa ferrovia toma indispensá
Estado, uma vez que o govêmo federal
rar que os trabalhos de remodelação do
veis e até mesmo urgentes.
possui, em seu território, duas ferrovias de importância econômica diversa. Po deríamos responder com a existência de
traçado e de eletrificação, no trecho São
Paulo-Jundiaí, não demorem muito tem po. Nessas condições, êsse trecho, par
necessidade, de atender, com grande atenção, ao trecho Rubião Júnior-Bau-
Acresce a
órgãos privados, em congressos ou reu para o Govêmo, no sentido de dotar
cer certas ligações, de ultimar trabalhos, ,ou de iniciar outros.
Verificaremos,
ru, que estabelece a continuidade do grande eixo que liga São Paulo ao oeste
um plano de conjunto permite que cada
nesse quadro geral, como a ausência de
um órgão centralizador, o Departamento
te de um dos eixos principais para a vi
Nacional de Estradas de Ferro, sem
da econômica do Estado, se enquadrará na situação apresentada pela Compa
do pais, e não esquecer os problemas
interessado
apresentados
nhia Paulista, onde o rendimento dos
cujas condições técnicas são deplorá
urgência a solução do problema de sua zona, solução apresentada como propícia aos grandes investimentos por parte do tesouro estadual, em vista de futuro que
cuja audiência nenhum trabalho desse gênero, mesmo em ferrovias não per tencentes ao governo federal, poderá ser
pelo ramal de Itararé,
admita como de primeira
transportes, em consec]^uência da densi
veis em confronto com o que se exige
A Noroeste e a Central do
dade de tráfego já alcançada, apresenta
Brasil, no ramal paulista, têm função econômica bem diferenciada. A primei-
índices promissores. A continuidade dos
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trabalhos de remodelação e de melhoria
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SC espera sempre esplêndido e com pensador. Ainda aqui, o que faz falta.
ü trecho da Rêde de Viação Paranú-San-
realmente, é um plano, uma vista de
efetivado.
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Dicesto Econónuco Digesto
88
conjunto. Não é possível admitir a dis persão de esforços, quando os recursos são lediizidos. Há neces.s'dade do esta
belecimento de uma ordem de urgên cia, e a base, no setor rodoviário, para o
estabelecimento dessa ordem de urgên cia, só pode ser a da potencialidade eco nômica das diversas zonas, expressa, com bastante eloqüência, no tráfego verifica
toca ao dispos:ti\o cm vigor, mais fácil dc ser observado para as construções, dc fuga
de-PíIar do Sul, Jundiaí-Campinas-Mogi Mirim-São João da Boa Vista, Campinas-Americana, Bibcírão Prêto-Jardinô-
à passagem através do perímetro urbano dos centros a que scr\c, não deve ser abandonada, entretanto, embora seja fei ta cm ritmo menos acelerado do que o da pav.mentação, que é urgente c principal. Um rápido exame da estatística, entre tanto, indica alguma coisa dc interes
pülis, Ribeirão Prêto-Serfãozinho e Ri beirão Prêto-Cravinhos, Araras-Limeira.
Dispensamos o restante da classificaÇcão, porque o que ficou expresso ser\'e já para o estabelecimento das linhas ge
sante. Dos trechos dc maior densidade
rais de um plano dc aparelhanienlo das rodovias, com a ordem de urgência. Em
e de que elas se vêm servindo para es coamento de sua produção. Não é pos sível construir, no momento, rodovias
denciar a necessidade de exercer o es-
de tráfego, um, entre São Paulo e San tos, está servido por rodovia de primeira classe; o outro, São Paulo-Jacareí, cn-
fôrço dos trabalhos cio D. E. R. na par
quadra-se no programa do Departamen
em zonas que não apresentem índices
te que toca aos melhoramentos da rède
econômicos ascencionais e efetivos.
existente, em vez de o fazer na parte
to Federal de Estradas de Rodagem, pe lo menos no que diz respeito às verbas,
do, anualmente, nas rodovias existentes
primeiro lugar, entretanto, cumpre evi
Paulo-Mato Grosso, aquele até a Ribeira e êste até Bauru. Depois viria, sem dúvi
em
forços se distribuam, anualmente, em ver
das Cruzes; o terceiro, entre São Paulo
da, o eixo São Paulo-Minas Gerais, atra-
e Cotia, está recebendo traballios de
bas, maquinaria e
melhoramentos.
\és de Campinas e Ribeirão 1 êlo, até esta última cidade. Enquanto se pmeessas-
Quanto à segunda classe, na estatísti ca: o trecho Jundiaí-São Paulo faz par te dos trabalhos da via Anhangüera, em
melhoramen
novas
construção, e acelerada na parte de pa vimentação, embora demande ainda pra zo relativamente largo para sua conclu são; o trecho Jacareí-Valparaíba faz par te do programa do D. N. E. R.,' cujos
construções.
E' natural que haja novas construções,
e os próprios índices econômicos, que a estatística apresentada não poderia tra duzir, impõem tal diretriz. Houvesse, por
para São Paulo, infelizmente, o que re
Maríha e Bauru, e ela apareceria, no
tardará o seu tôrmo no trecho em aprêço; resta o trecho São Paulo-Paraaíba,
quadro indicado, com uma densidade
do grande eixo de Mato Grosso, que es tá a exigir a atenção dos órgãos respon
dc tráfego bem alta. Mas não há, e êsse
São Paulo-Santos, São Paulo-Jacareí e
Dentro do quadro dos melhoramen tos, é evidente que o esforço deve ser exercido na pavimentação — as condi ções do piso das rodovias que aparecem cm primeiro lugar, na estatística apresentada, foram já largamente ultrapassa das pela tráfego em curso, onde essa
tia-Sorocaba-Campo Largo, Cotia-Pieda-
trabalhos vêm sendo atacados do Rio
exemplo, uma rodovia razoável entre
é um dos casos de construção.
e Jacareí-Valparaíba-Pouso Sêco; — de 500 a 1.000 toneladas por dia, ou 301) veículos por dia, os trechos: Co-
na estatística, convém ressaltai- u inte
trechos pavimentados já existentes, ate São Miguel e nas proximidades de Mogí
admitir,
dia, ou 1.500 veículos por dia: trechos
dia, ou 600 veículos por dia, os trechos: São Piiulo-Jundiaí, Sãò Paulo-Pamaíba
Ribeirão Prêto, podem esperar s-gunda ordem do urgência. A propósito daquilo que não apareceu
mo.s
tos e de 20 pára as
— de 1.000 a 2.000 toneladas por
Limeira-^Vraras e os da hinterlàndiu de
resse na pavimentação total do eixo São Paulo-Paraná e, em seguida, do eixo São
ra cs
São Paulo-Cotía;'
rim-São João da Boa Vista, como os de
realização, ainda que . esqueçamos os
relação de 80 pa
— de 2.000 a 5.000 toneladas por
do Paraná, apresenta-se em primeira ur gência, pois, para os trabalhos de pavi mentação, antecipando-se ao que liga Co tia a Campo Largo; os trechos Campinas-Americana e Campinas-Mogi Mi
novas estradas. Va-
mão-de-obra, numa
seguinte:
Anhangüera, em curso dc cons'rnção; o trecho Cot.a-Pihxr do Sul. do grande eixo
e tem os seus trabalhos em curso de
grosso, que êsses es
pres.sa, em suas linhas gerais, da forma
No que diz respeito a terceira classe da estatística, verificamos que o Uecho Jundiaí-Campinus enquadra-se na via
construção de
da
A fubdhdsão de Pesquisas Rodoviárias do Dei.artamento de Estradas de Roda gem verificou, em 1947, uma classifi cação, em função do tráfego, da rêde rodoviária no Estado, que pode ser ex-
89
Eco^'ó^^co
pavimentação não existia. A remodela ção dos traçados, em particular no que
sáveis, talvez retardado em vista dos
j
^
trabalhos em curso, na via Anhangüera e no trecho Jundiaí-Itu, por onde se poderá escoar a maior parte do tráfego que agora se faz entre São Paulo e Parnaíba, tráfego que, informe-se de pas
sagem, deriva mais da expansão do par que industrial no sentido de Osasco.
sem os trabalhos, dentro de uma ordem
de urgência fundada, assim, não nas so licitações de órgãos regionais, <jue não verificam as necessidades do conjiinlo da
economia do Estado, mas na d(:|)enden-
cia das imposições do escoamento de sua produção, o D. E. R. poderia en trar em acordo com as prefeituras prin
cipais, das cidades que possuem liinferlãndia própria, para a fiscalização, o em préstimo de maquinaria, a assistência téc nica em suma, para os trabalhos que ficariam a cargo dessas prefeiharas. Continuar a construir enquanto a rê
de existente, apesar da conservação, atingiu à limites de desgaste perigosos, ou construT sem considerar a oídein de
urgência imposta pelas necessi<laM s eco nômicas do Estado, é. que não é pos sível, e nem conduzirá a fim algum^ senão ao do malbaratamento dos meios
e da dispersão dos esforços.
, 1.
II
II
wm >
Dicesto Econónuco Digesto
88
conjunto. Não é possível admitir a dis persão de esforços, quando os recursos são lediizidos. Há neces.s'dade do esta
belecimento de uma ordem de urgên cia, e a base, no setor rodoviário, para o
estabelecimento dessa ordem de urgên cia, só pode ser a da potencialidade eco nômica das diversas zonas, expressa, com bastante eloqüência, no tráfego verifica
toca ao dispos:ti\o cm vigor, mais fácil dc ser observado para as construções, dc fuga
de-PíIar do Sul, Jundiaí-Campinas-Mogi Mirim-São João da Boa Vista, Campinas-Americana, Bibcírão Prêto-Jardinô-
à passagem através do perímetro urbano dos centros a que scr\c, não deve ser abandonada, entretanto, embora seja fei ta cm ritmo menos acelerado do que o da pav.mentação, que é urgente c principal. Um rápido exame da estatística, entre tanto, indica alguma coisa dc interes
pülis, Ribeirão Prêto-Serfãozinho e Ri beirão Prêto-Cravinhos, Araras-Limeira.
Dispensamos o restante da classificaÇcão, porque o que ficou expresso ser\'e já para o estabelecimento das linhas ge
sante. Dos trechos dc maior densidade
rais de um plano dc aparelhanienlo das rodovias, com a ordem de urgência. Em
e de que elas se vêm servindo para es coamento de sua produção. Não é pos sível construir, no momento, rodovias
denciar a necessidade de exercer o es-
de tráfego, um, entre São Paulo e San tos, está servido por rodovia de primeira classe; o outro, São Paulo-Jacareí, cn-
fôrço dos trabalhos cio D. E. R. na par
quadra-se no programa do Departamen
em zonas que não apresentem índices
te que toca aos melhoramentos da rède
econômicos ascencionais e efetivos.
existente, em vez de o fazer na parte
to Federal de Estradas de Rodagem, pe lo menos no que diz respeito às verbas,
do, anualmente, nas rodovias existentes
primeiro lugar, entretanto, cumpre evi
Paulo-Mato Grosso, aquele até a Ribeira e êste até Bauru. Depois viria, sem dúvi
em
forços se distribuam, anualmente, em ver
das Cruzes; o terceiro, entre São Paulo
da, o eixo São Paulo-Minas Gerais, atra-
e Cotia, está recebendo traballios de
bas, maquinaria e
melhoramentos.
\és de Campinas e Ribeirão 1 êlo, até esta última cidade. Enquanto se pmeessas-
Quanto à segunda classe, na estatísti ca: o trecho Jundiaí-São Paulo faz par te dos trabalhos da via Anhangüera, em
melhoramen
novas
construção, e acelerada na parte de pa vimentação, embora demande ainda pra zo relativamente largo para sua conclu são; o trecho Jacareí-Valparaíba faz par te do programa do D. N. E. R.,' cujos
construções.
E' natural que haja novas construções,
e os próprios índices econômicos, que a estatística apresentada não poderia tra duzir, impõem tal diretriz. Houvesse, por
para São Paulo, infelizmente, o que re
Maríha e Bauru, e ela apareceria, no
tardará o seu tôrmo no trecho em aprêço; resta o trecho São Paulo-Paraaíba,
quadro indicado, com uma densidade
do grande eixo de Mato Grosso, que es tá a exigir a atenção dos órgãos respon
dc tráfego bem alta. Mas não há, e êsse
São Paulo-Santos, São Paulo-Jacareí e
Dentro do quadro dos melhoramen tos, é evidente que o esforço deve ser exercido na pavimentação — as condi ções do piso das rodovias que aparecem cm primeiro lugar, na estatística apresentada, foram já largamente ultrapassa das pela tráfego em curso, onde essa
tia-Sorocaba-Campo Largo, Cotia-Pieda-
trabalhos vêm sendo atacados do Rio
exemplo, uma rodovia razoável entre
é um dos casos de construção.
e Jacareí-Valparaíba-Pouso Sêco; — de 500 a 1.000 toneladas por dia, ou 301) veículos por dia, os trechos: Co-
na estatística, convém ressaltai- u inte
trechos pavimentados já existentes, ate São Miguel e nas proximidades de Mogí
admitir,
dia, ou 1.500 veículos por dia: trechos
dia, ou 600 veículos por dia, os trechos: São Piiulo-Jundiaí, Sãò Paulo-Pamaíba
Ribeirão Prêto, podem esperar s-gunda ordem do urgência. A propósito daquilo que não apareceu
mo.s
tos e de 20 pára as
— de 1.000 a 2.000 toneladas por
Limeira-^Vraras e os da hinterlàndiu de
resse na pavimentação total do eixo São Paulo-Paraná e, em seguida, do eixo São
ra cs
São Paulo-Cotía;'
rim-São João da Boa Vista, como os de
realização, ainda que . esqueçamos os
relação de 80 pa
— de 2.000 a 5.000 toneladas por
do Paraná, apresenta-se em primeira ur gência, pois, para os trabalhos de pavi mentação, antecipando-se ao que liga Co tia a Campo Largo; os trechos Campinas-Americana e Campinas-Mogi Mi
novas estradas. Va-
mão-de-obra, numa
seguinte:
Anhangüera, em curso dc cons'rnção; o trecho Cot.a-Pihxr do Sul. do grande eixo
e tem os seus trabalhos em curso de
grosso, que êsses es
pres.sa, em suas linhas gerais, da forma
No que diz respeito a terceira classe da estatística, verificamos que o Uecho Jundiaí-Campinus enquadra-se na via
construção de
da
A fubdhdsão de Pesquisas Rodoviárias do Dei.artamento de Estradas de Roda gem verificou, em 1947, uma classifi cação, em função do tráfego, da rêde rodoviária no Estado, que pode ser ex-
89
Eco^'ó^^co
pavimentação não existia. A remodela ção dos traçados, em particular no que
sáveis, talvez retardado em vista dos
j
^
trabalhos em curso, na via Anhangüera e no trecho Jundiaí-Itu, por onde se poderá escoar a maior parte do tráfego que agora se faz entre São Paulo e Parnaíba, tráfego que, informe-se de pas
sagem, deriva mais da expansão do par que industrial no sentido de Osasco.
sem os trabalhos, dentro de uma ordem
de urgência fundada, assim, não nas so licitações de órgãos regionais, <jue não verificam as necessidades do conjiinlo da
economia do Estado, mas na d(:|)enden-
cia das imposições do escoamento de sua produção, o D. E. R. poderia en trar em acordo com as prefeituras prin
cipais, das cidades que possuem liinferlãndia própria, para a fiscalização, o em préstimo de maquinaria, a assistência téc nica em suma, para os trabalhos que ficariam a cargo dessas prefeiharas. Continuar a construir enquanto a rê
de existente, apesar da conservação, atingiu à limites de desgaste perigosos, ou construT sem considerar a oídein de
urgência imposta pelas necessi<laM s eco nômicas do Estado, é. que não é pos sível, e nem conduzirá a fim algum^ senão ao do malbaratamento dos meios
e da dispersão dos esforços.
■>' ti
' '■
Dicesto Econômico
Portugal e a expansão capitalista III
O ^
PAPEL representado por Portugal nas descobertas geográficas, alargando co mercialmente o planeta, ficava quase anulado peIa impossibilidade de
formar seu crédito com a acumulação do capital. A biografia moderna do capital se iniciou com o comércio e o mercado mundiais do século XVI. Freia-
do pelas imposições tomistas. Portugal
nao podia aproveitar-se do comércio imenso de que se tomara senhor abso luto.
empréstimos estrangeiros. Cada vez mais Portugal sc afunda\-a no mar escabro.so das dívidas internacionais.
Com êsse artigo, o erudito pTofcssor Josc
Honório Rodrigues encerra a série que escreveu, com exclusividade, para o
"Dicesto Econômico" sôhrc a cxjjansão capitalista em Portugal. Os fatôres que determinavam a "decadência capi talista" dos povos peninsulares, como, por exemplo, a expulsão dos judeus e a doutrina tomista de proibição à usura, foram minuciosamente analisados pelo jovem professor do Instituto Rio Bran co, do Ministério do Exterior.
Ao mesmo ternpo, D. Manoel gastava com mão pr^iga em . tenças, casamen
tos, moradias de nobres, graças espe ciais, obras de arte de grande preço,
como Tomar e Belém, em embaixadas faustosas, em obras de grandeza e os tentação, como mostrou exaustivamen
te Braancamp Freire e conforme se vê, também, da leitura dos Anais de D. João III, de Frei Luís de Sousa.
O decreto de 5 de dezembro de 1496, expulsando os judeus, provocou um pro fundo abalo na economia portuguêsa. A proibição da usura, tomando difícil
ou caro o dinheiro, a expulsão dos ju
deus, as despesas supérfluas e a falta de economia pública obrigaram o recurso do empréstimo estrangeiro. Os extraordinários proveitos do co mércio português iam "cair nos bolsos dos homens riquíssimos, que nunca vi ram a cara do inimigo e estremeciam
em lhes falando na guerra da África",
A imprevidéncia c a negação do espí rito comercial e financeiro impediu a consolidação do crédito público e pri vado e levou ao constante recurso dos
José Honório Rodrigues
L
91
na frase de d. Jerónimo Osório. Para o povo português, a recompensa era a fome. Sim, crises tremendas de fome surgidas em 1521 e 1535. Pobreza e fome para os bravos navegadores que "em perigos e guerras esforçados mais do que prometia a força humana, entre gente remota edificaram novo reino que tanto sublimaram".
A dívida pública portuguêsa, consideràvelmente acrescida, impossibilitava a administração.
Basta olhar num orça
mento português da época as despesas ordinárias para se ver que quase tudo era gasto com subvenções à família
A
da nova civilização. Lá se faziam as trocas entre os produtos do Oriente e
do Novo Ocidente, trazidos pelos portuguê.scs o espanhóis, e as fazendas da Holanda ou o cobre da Alemanha, in
dispensáveis ao escambo com a índia. Portugueses estabeleceram uma agên
desonestidade e incompetência oram a regra. Basta ler os \aviados testemu nhos da época, compeudiados em Frei
cia real, onde se combinavam e con
Luís de Sousa.
ao Rei seria adiantada uma determina
Ainda no século XVII, autores fora do
suspeição, como o Padre Antônio Vieira e Antônio de Sousa de Macedo relatam as constantes fraudes contra a fazenda
pública, promovida por prepostos do govêmo real. Um autor inglês da época louvou a moralidade comercial c a boa
execução das leis em Portugal, mas era,
provàvelmentc, um mau observador. A fim de evitar os excessivos juros das praças estrangeiras, iniciou D.
tratavam negócios. Os contratos de es peciaria ou pimenta estipulavam que da soma de dinheiro ao preço ajustado. E' evidente que a flutuação do preço no mercado, devido ao lapso de tempo entre o preço ajustado e o preço da chegada do produto, provoca\'a perdas para o Rei e tomava os contrato.s da pimenta uma verdadeira especulação, si nal característico do capitalismo, como escreveu Jacob Striedcr. O monopólio de segunda mão obtido pelos financistas de Antuérpia
Manoel, em 1500, a, venda de
ocasionava a alta do preço e
juros reais. O primeiro pa drão de juro real de 20 de fe
o prejuízo real.
vereiro de T500 rendia 7,14%.
maior a sujeição de Portugal
O recurso não surtiu o efeito
aos financistas italianos e ale
mentos
tomavam
Os adianta cada
vez
desejado, que era o da conso mães. lidação da dívida pública. Na história econômica do .AQyíMO Não havia capitais no país século XVI, um dos capítulo.s desde a retirada dos judeus e mais fascinantes é a história da rapidez com quê esses mesmos fi o excessivo espírito medieval impedia uma decidida vocação capitalista. Basta nancistas e mercadores italianos e ale lembrar que parecia coisa abominável mães do sul compreenderam o valor venderem-se juros, ainda na época de das descobertas e conquistas portugue sas. Os extraordinários proveitos alcan d. João III, que os vendera a 5, a 6 e a 8%.
Começou-se,
então,
a
recorrer
çados com o comércio da especiaria por
Um mínimo
ao estrangeiro, "e dês que se começou
navegantes portugueses, cheios de espí
era devotado às obras públicas e íi administração da justiça. Com êsse des
a tomar até agora, nunca se outra coisa fêz", dizia Frei Luís de Sousa.
rito aventuroso, não beneficiaram a na
real, aos nobres e ao clero.
preparo financeiro é que Portugal en trara nos imensos trabalhos das conquis tas e navegações. Era uma grande emprêsa comercial tentada sem capitais.
Viveu Portugal, a partir daí, de em
préstimos, conseguidos nas praças ale mãs e flamengas, a preços extorsivos. Antuérpia tornou-se a sede da nova riqueza paradisíaca, o centro econômico
ção portuguêsa, por incapacidade de seus dirigentes, que deixaram fugir para mãos estranhas os resultados da coragem do povo comum. A história das finanças públicas em
Portugal se resume, dêste modo, na
■>' ti
' '■
Dicesto Econômico
Portugal e a expansão capitalista III
O ^
PAPEL representado por Portugal nas descobertas geográficas, alargando co mercialmente o planeta, ficava quase anulado peIa impossibilidade de
formar seu crédito com a acumulação do capital. A biografia moderna do capital se iniciou com o comércio e o mercado mundiais do século XVI. Freia-
do pelas imposições tomistas. Portugal
nao podia aproveitar-se do comércio imenso de que se tomara senhor abso luto.
empréstimos estrangeiros. Cada vez mais Portugal sc afunda\-a no mar escabro.so das dívidas internacionais.
Com êsse artigo, o erudito pTofcssor Josc
Honório Rodrigues encerra a série que escreveu, com exclusividade, para o
"Dicesto Econômico" sôhrc a cxjjansão capitalista em Portugal. Os fatôres que determinavam a "decadência capi talista" dos povos peninsulares, como, por exemplo, a expulsão dos judeus e a doutrina tomista de proibição à usura, foram minuciosamente analisados pelo jovem professor do Instituto Rio Bran co, do Ministério do Exterior.
Ao mesmo ternpo, D. Manoel gastava com mão pr^iga em . tenças, casamen
tos, moradias de nobres, graças espe ciais, obras de arte de grande preço,
como Tomar e Belém, em embaixadas faustosas, em obras de grandeza e os tentação, como mostrou exaustivamen
te Braancamp Freire e conforme se vê, também, da leitura dos Anais de D. João III, de Frei Luís de Sousa.
O decreto de 5 de dezembro de 1496, expulsando os judeus, provocou um pro fundo abalo na economia portuguêsa. A proibição da usura, tomando difícil
ou caro o dinheiro, a expulsão dos ju
deus, as despesas supérfluas e a falta de economia pública obrigaram o recurso do empréstimo estrangeiro. Os extraordinários proveitos do co mércio português iam "cair nos bolsos dos homens riquíssimos, que nunca vi ram a cara do inimigo e estremeciam
em lhes falando na guerra da África",
A imprevidéncia c a negação do espí rito comercial e financeiro impediu a consolidação do crédito público e pri vado e levou ao constante recurso dos
José Honório Rodrigues
L
91
na frase de d. Jerónimo Osório. Para o povo português, a recompensa era a fome. Sim, crises tremendas de fome surgidas em 1521 e 1535. Pobreza e fome para os bravos navegadores que "em perigos e guerras esforçados mais do que prometia a força humana, entre gente remota edificaram novo reino que tanto sublimaram".
A dívida pública portuguêsa, consideràvelmente acrescida, impossibilitava a administração.
Basta olhar num orça
mento português da época as despesas ordinárias para se ver que quase tudo era gasto com subvenções à família
A
da nova civilização. Lá se faziam as trocas entre os produtos do Oriente e
do Novo Ocidente, trazidos pelos portuguê.scs o espanhóis, e as fazendas da Holanda ou o cobre da Alemanha, in
dispensáveis ao escambo com a índia. Portugueses estabeleceram uma agên
desonestidade e incompetência oram a regra. Basta ler os \aviados testemu nhos da época, compeudiados em Frei
cia real, onde se combinavam e con
Luís de Sousa.
ao Rei seria adiantada uma determina
Ainda no século XVII, autores fora do
suspeição, como o Padre Antônio Vieira e Antônio de Sousa de Macedo relatam as constantes fraudes contra a fazenda
pública, promovida por prepostos do govêmo real. Um autor inglês da época louvou a moralidade comercial c a boa
execução das leis em Portugal, mas era,
provàvelmentc, um mau observador. A fim de evitar os excessivos juros das praças estrangeiras, iniciou D.
tratavam negócios. Os contratos de es peciaria ou pimenta estipulavam que da soma de dinheiro ao preço ajustado. E' evidente que a flutuação do preço no mercado, devido ao lapso de tempo entre o preço ajustado e o preço da chegada do produto, provoca\'a perdas para o Rei e tomava os contrato.s da pimenta uma verdadeira especulação, si nal característico do capitalismo, como escreveu Jacob Striedcr. O monopólio de segunda mão obtido pelos financistas de Antuérpia
Manoel, em 1500, a, venda de
ocasionava a alta do preço e
juros reais. O primeiro pa drão de juro real de 20 de fe
o prejuízo real.
vereiro de T500 rendia 7,14%.
maior a sujeição de Portugal
O recurso não surtiu o efeito
aos financistas italianos e ale
mentos
tomavam
Os adianta cada
vez
desejado, que era o da conso mães. lidação da dívida pública. Na história econômica do .AQyíMO Não havia capitais no país século XVI, um dos capítulo.s desde a retirada dos judeus e mais fascinantes é a história da rapidez com quê esses mesmos fi o excessivo espírito medieval impedia uma decidida vocação capitalista. Basta nancistas e mercadores italianos e ale lembrar que parecia coisa abominável mães do sul compreenderam o valor venderem-se juros, ainda na época de das descobertas e conquistas portugue sas. Os extraordinários proveitos alcan d. João III, que os vendera a 5, a 6 e a 8%.
Começou-se,
então,
a
recorrer
çados com o comércio da especiaria por
Um mínimo
ao estrangeiro, "e dês que se começou
navegantes portugueses, cheios de espí
era devotado às obras públicas e íi administração da justiça. Com êsse des
a tomar até agora, nunca se outra coisa fêz", dizia Frei Luís de Sousa.
rito aventuroso, não beneficiaram a na
real, aos nobres e ao clero.
preparo financeiro é que Portugal en trara nos imensos trabalhos das conquis tas e navegações. Era uma grande emprêsa comercial tentada sem capitais.
Viveu Portugal, a partir daí, de em
préstimos, conseguidos nas praças ale mãs e flamengas, a preços extorsivos. Antuérpia tornou-se a sede da nova riqueza paradisíaca, o centro econômico
ção portuguêsa, por incapacidade de seus dirigentes, que deixaram fugir para mãos estranhas os resultados da coragem do povo comum. A história das finanças públicas em
Portugal se resume, dêste modo, na
Dicesto
92
histrtna sem esperanças de crises con
Econónuco
era a do cobre pela pimenta.
Anton
tínuas. Os dirigentes portugueses, igno-
Welser dispunha de grandes quantidades
raiilfs na' arte do bom governo, nunca
desse metal e havia, desde 1503, estabe
conwguiram, com os imensos tesouros
lecido uma importante agência em Lis
iniciais, estabelecer um genuíno crédi
boa. Seu agente Simon Scitz obtivera os primeiros privilégios para os merca
Durante os dezesseis anos de relações
se o Bras'l de ter consumido
desde
agente pagava de 12 a 16Í ao ano,
comerciais, conseguira, só em negócios
1530 grandes somas. Nesse ano despa chara-se para cá Martim Afonso de Sousa e logo em seguida se iniciara a
4 ií% por feira ou 18% ao ano, nos
maram parte direta no comércio entre
com Portugal, um respeitável proveito
cnnvr uma carta sôbre os resultados
só .iMiidonou depois da volta de Pedro Ãl\'i 11 rs Cabral, para se de dicar às especiarias do Oríciile.
dores alemães.
Os resultados de sua
anual de 9%, conforme mostrou Ehren-
bcrg.
O papel representado por Jacob Fugger cm Portugal foi bem diferente
Querendo tTar-sc dessas dívidas, ape lava o Rei ao "povo miúdo", para que
Alteza gastado muito dinheiro e come çou a gastar no ano dc 1530. Mistério foi grande fazer-se a primeira
: -
falecido em 1528, seus fi
lhos c(»ntinuaram a dirigir a casa bancária paterna, que se tornou credora do
Oiilro financista italiano
"No Brasil tem Vossa
permissão do rei de Por-
não merecia, e scguir-se dela
e os juros passavam de 300 mil
desarreigarem-se" daquela terra os franceses, que já ne^a se co
cruzados por ano.
dia, Welser teve um lucro
meçava a plantar e lançar raí
tência tomista, por assim dizer,
de cerca de 20.000 florins,
zes".
enquanto que Fugger ape
Pelo balanço que em 1543 mandara João Rabelo, agente português em An
tuérpia, verificíi-se que a dívida portu guesa "só em câmbios" era de .... 1:946$920.
florcndno
pimenta em Antuérpia. Basta dizer que só du
dinheiros tomados de empréstimo para
LU TERO
que ])articipou extensiva-
mcnlo de viagens à Cuiana, Madeira, Brasil e índia. Era considerado o mais
rante dezesseis anos de contínua atividade com
Portugal, Fugger lucrava 54 ao ano, o que representava um extraorclinarissi-
Tôdas essas razões dc resis
ã revolução económxa do sé
os Fugger tremendos lu
de açúcar na Madeira e
dívidas e os juros. Em 1552, deviam-se três contos de ouro
cros com o comércio da
Lisboa, principal mercador
o servisse com duzentos mil cruzados. Nesse descalabro financeiro cresciam as
despeza af'm de coisa que o
foi liurtolomeu Marchioni, em
postos.
tugal para equipar liavios reais para a viagem à ín
nas lucrou 4.000 florins. Só mais tarde obtiveram
Rei.
empréstimos ao Rei, dobrava o capitai
nheira sobre a fazenda real, escrevia-se,
mando parte muito limitada na explora
;
ou melhor, 3 a 4% por feira; cobrando em quatro anos, devido nos juros com
textualmente;
ção direta das conquistas portuguesas na índia. Quando, em 1500, um con sórcio de firmas de Augsburgo recebeu
tário.
colonização. Num documento do Conde de Casta-
do de Anlon Welser. Êle começou to
Embora tivesse
residente
de lamento e os 300$0ü0 despendidos só com o casamento da princesa não me Os juros eram tão altos que dobra vam o dinheiro em quatro anos. O
mães do sul 6 mais tarde flamengos. r.iitro os primeiros itaManos que to
da vmgem de Cabral. Estava ligado ao coniftcio de açúcar da Madeira, o qual
\ia el-rei 888:G0O$O0O em "juros \endi-
povoamento despendido 80S000. Tal qvianlia gasta cm 20 anos era objeto
registrou Frei Luís dc Sousa. Acusava-
tado dos seus negócios em Portugal.
pzava de alguma importância em Lisoa. Affaitadi foi dos primeiros a es-
Desde 1534, qriando se avaliavam as rendas portuguesas om 279:.500$000, dc-
esperava, como ter-a para sua defesa e
Flandres vão 1BO;000$000",. conforme
mas os vários financistas italianos, ale
queiro de Cremona, que já,em 1501-1503
As quan
tias cresceram com o passar dos anos.
reciam uma linha sequer de comen
casa dependeram exclusivamente do es
ta-se Giovanni Francisco Affaitadi, ban
aos Fuggers 22.100 forins.
93
dos e dívidas da Casa da índia e câm bios de Flandrcs; nestes câmbios de
to público, indispensável condição para a piosperldade c independência do país. Desde cedo enriqueceram não a nação,
Lisboa e as possessões portuguesas ci
Dicesto Econômico
E não se contavam outros
as férias de 1544, bem como os "câm bios de F'andros", que teriam custado
culo XV-XVI, provocaram a insuficiên cia das conquistas portuguesas para a riqueza. Elas bem poderiam, pela sua primazia, ter assegurado para a nação uma preponderância incontestável. Mas prefcrivi Portugal permanecer fiel à sua vocação e com a vocação da pobreza —
até então dois contos e duzentos mil
insânia diabólica para os predestinados cahinistas — influiu na própria formação
cnizados.
econômica do Brasil.
As compras de cobre eram o veículo
qua<lia de Cabral e várias viagens à
mo lucro, comparado com o de Welser. A verdade é que não vinham somente do comércio os proveitos do.s Fuggers.
sôbre Portugal. Nesse mesmo balaneo, as compras de cobre distingnem-se das
índia, bem como a viagem de Américo
Da usura, do.s empréstimos a juros ele
outras, as místicas (várias) ou as des
Primeiro, pelo abandono a que nos votaram os portugueses durante mais de trinta anos. A principal preocupação de Portugal eram as índias. Além disso, como filhos de pobres, pobres fomos
Vespiicío, em 1501. O cobre foi a razão da desaparição
vadíssimos feitos a Portugal e outras na
pesas de ostentação (casamento da prin
desde o início. A proibição da usura e
rico homem de Lisboa, segundo João de Hairos.
Financiou um navio da es-
dos \ffaitadi, pois uma das principais troca:, que se efetuavam em Antuérpia
ções católicas, como a Espanha, engor dava a casa alemã.
Em 1539, só o rei de Portugal devia
para o domínio financeiro dos Fuggers
cesa). Neste ano de 1543 queixavamse de que o Brasil não sòmente não rendera nesses vinte anos o que dele ss
a falta de legalização de uma taxa mo derada de juros tomaram o dinheiro caro e difícil. Sem crédito e sem
Dicesto
92
histrtna sem esperanças de crises con
Econónuco
era a do cobre pela pimenta.
Anton
tínuas. Os dirigentes portugueses, igno-
Welser dispunha de grandes quantidades
raiilfs na' arte do bom governo, nunca
desse metal e havia, desde 1503, estabe
conwguiram, com os imensos tesouros
lecido uma importante agência em Lis
iniciais, estabelecer um genuíno crédi
boa. Seu agente Simon Scitz obtivera os primeiros privilégios para os merca
Durante os dezesseis anos de relações
se o Bras'l de ter consumido
desde
agente pagava de 12 a 16Í ao ano,
comerciais, conseguira, só em negócios
1530 grandes somas. Nesse ano despa chara-se para cá Martim Afonso de Sousa e logo em seguida se iniciara a
4 ií% por feira ou 18% ao ano, nos
maram parte direta no comércio entre
com Portugal, um respeitável proveito
cnnvr uma carta sôbre os resultados
só .iMiidonou depois da volta de Pedro Ãl\'i 11 rs Cabral, para se de dicar às especiarias do Oríciile.
dores alemães.
Os resultados de sua
anual de 9%, conforme mostrou Ehren-
bcrg.
O papel representado por Jacob Fugger cm Portugal foi bem diferente
Querendo tTar-sc dessas dívidas, ape lava o Rei ao "povo miúdo", para que
Alteza gastado muito dinheiro e come çou a gastar no ano dc 1530. Mistério foi grande fazer-se a primeira
: -
falecido em 1528, seus fi
lhos c(»ntinuaram a dirigir a casa bancária paterna, que se tornou credora do
Oiilro financista italiano
"No Brasil tem Vossa
permissão do rei de Por-
não merecia, e scguir-se dela
e os juros passavam de 300 mil
desarreigarem-se" daquela terra os franceses, que já ne^a se co
cruzados por ano.
dia, Welser teve um lucro
meçava a plantar e lançar raí
tência tomista, por assim dizer,
de cerca de 20.000 florins,
zes".
enquanto que Fugger ape
Pelo balanço que em 1543 mandara João Rabelo, agente português em An
tuérpia, verificíi-se que a dívida portu guesa "só em câmbios" era de .... 1:946$920.
florcndno
pimenta em Antuérpia. Basta dizer que só du
dinheiros tomados de empréstimo para
LU TERO
que ])articipou extensiva-
mcnlo de viagens à Cuiana, Madeira, Brasil e índia. Era considerado o mais
rante dezesseis anos de contínua atividade com
Portugal, Fugger lucrava 54 ao ano, o que representava um extraorclinarissi-
Tôdas essas razões dc resis
ã revolução económxa do sé
os Fugger tremendos lu
de açúcar na Madeira e
dívidas e os juros. Em 1552, deviam-se três contos de ouro
cros com o comércio da
Lisboa, principal mercador
o servisse com duzentos mil cruzados. Nesse descalabro financeiro cresciam as
despeza af'm de coisa que o
foi liurtolomeu Marchioni, em
postos.
tugal para equipar liavios reais para a viagem à ín
nas lucrou 4.000 florins. Só mais tarde obtiveram
Rei.
empréstimos ao Rei, dobrava o capitai
nheira sobre a fazenda real, escrevia-se,
mando parte muito limitada na explora
;
ou melhor, 3 a 4% por feira; cobrando em quatro anos, devido nos juros com
textualmente;
ção direta das conquistas portuguesas na índia. Quando, em 1500, um con sórcio de firmas de Augsburgo recebeu
tário.
colonização. Num documento do Conde de Casta-
do de Anlon Welser. Êle começou to
Embora tivesse
residente
de lamento e os 300$0ü0 despendidos só com o casamento da princesa não me Os juros eram tão altos que dobra vam o dinheiro em quatro anos. O
mães do sul 6 mais tarde flamengos. r.iitro os primeiros itaManos que to
da vmgem de Cabral. Estava ligado ao coniftcio de açúcar da Madeira, o qual
\ia el-rei 888:G0O$O0O em "juros \endi-
povoamento despendido 80S000. Tal qvianlia gasta cm 20 anos era objeto
registrou Frei Luís dc Sousa. Acusava-
tado dos seus negócios em Portugal.
pzava de alguma importância em Lisoa. Affaitadi foi dos primeiros a es-
Desde 1534, qriando se avaliavam as rendas portuguesas om 279:.500$000, dc-
esperava, como ter-a para sua defesa e
Flandres vão 1BO;000$000",. conforme
mas os vários financistas italianos, ale
queiro de Cremona, que já,em 1501-1503
As quan
tias cresceram com o passar dos anos.
reciam uma linha sequer de comen
casa dependeram exclusivamente do es
ta-se Giovanni Francisco Affaitadi, ban
aos Fuggers 22.100 forins.
93
dos e dívidas da Casa da índia e câm bios de Flandrcs; nestes câmbios de
to público, indispensável condição para a piosperldade c independência do país. Desde cedo enriqueceram não a nação,
Lisboa e as possessões portuguesas ci
Dicesto Econômico
E não se contavam outros
as férias de 1544, bem como os "câm bios de F'andros", que teriam custado
culo XV-XVI, provocaram a insuficiên cia das conquistas portuguesas para a riqueza. Elas bem poderiam, pela sua primazia, ter assegurado para a nação uma preponderância incontestável. Mas prefcrivi Portugal permanecer fiel à sua vocação e com a vocação da pobreza —
até então dois contos e duzentos mil
insânia diabólica para os predestinados cahinistas — influiu na própria formação
cnizados.
econômica do Brasil.
As compras de cobre eram o veículo
qua<lia de Cabral e várias viagens à
mo lucro, comparado com o de Welser. A verdade é que não vinham somente do comércio os proveitos do.s Fuggers.
sôbre Portugal. Nesse mesmo balaneo, as compras de cobre distingnem-se das
índia, bem como a viagem de Américo
Da usura, do.s empréstimos a juros ele
outras, as místicas (várias) ou as des
Primeiro, pelo abandono a que nos votaram os portugueses durante mais de trinta anos. A principal preocupação de Portugal eram as índias. Além disso, como filhos de pobres, pobres fomos
Vespiicío, em 1501. O cobre foi a razão da desaparição
vadíssimos feitos a Portugal e outras na
pesas de ostentação (casamento da prin
desde o início. A proibição da usura e
rico homem de Lisboa, segundo João de Hairos.
Financiou um navio da es-
dos \ffaitadi, pois uma das principais troca:, que se efetuavam em Antuérpia
ções católicas, como a Espanha, engor dava a casa alemã.
Em 1539, só o rei de Portugal devia
para o domínio financeiro dos Fuggers
cesa). Neste ano de 1543 queixavamse de que o Brasil não sòmente não rendera nesses vinte anos o que dele ss
a falta de legalização de uma taxa mo derada de juros tomaram o dinheiro caro e difícil. Sem crédito e sem
V
Tf?
Digesto EcoN*ó>aco
94
acumulação capitalista, impossíveis clc encontrar na niãe-pátria, passamos a
viver de exportação de produtos de so bremesa, sujeitos, na entrosagem da eco
c contra ele .sc articulam varias acusa
nomia mundial, a terríveis crises de superabundância. Iríamos, assim, sofrer as conseqüências da má administração
onzcneíros como se foram lícitos e não
financeira, da falta de crédito e de ca
pital e dos excessos da onzena.
já na época de Mem de Sá (1557-
ções, por fazer "onzenas (; contratos
foram proibidos". Só ê'es, os judeus, cristãos novos bbertos dos preceitos me
dievais, é que emprestavam c acumula\arn capitais. Tanto assim que quando o capitão Pero Lopes necessitou prover
1572) cometiam os mercadores tais usu
Ü.S cem homens que a.ssistiam ao forte
ras que foi necessário adotarem-se me
da Paraíba, recorreu ao mesmo João
didas urgentes. Enquanto foi ouvidor geral Pero de Borges, cessaram as usu
Nunes, o rico capitalista dos primeiros tempos da Colônia. Poucos seriam os homens que pudessem emprestar e pou
ras, que logo voltaram a correr quando êste foi substituído pelo dr. Braz Fra goso. Frei Vicente Salvador nos conta que não se queria mais vender a di
nheiro de contado, senão fiado, tais os juros que se cobravam.
No mesmo século, durante a visita do
Santo Ofício à Bahia (1591-93) e a Pernambuco (1593-95) são várias as
George NVashington, aristocrata íundador de uma grande democracia
gra\ússim:) pecud.;. João .\uucs, cristão novo, ó o principal onzenriro do século
R<n>Hico So./vnEs Júnior
j^ECÍTiMO aristocrata britânico, de raça, fortuna e ascendCmciu, George Was hington, pertencente ao patriciado agrá rio das colônias inglesas do Novo Mun do, só principiou a sentir-se americano quando os seus conterrâneos entraram em colisão com a metrópole.
cos os que, podendo, ousassem afron
Por educação, formação espiritual e, hem entendido, por temperamento aquôle que mais tarde foi crismado de
tar os preceitos da Igreja.
"Pai da Nação Americana"
Quando, um século depois, o pode rio holandês, de base inteiramente capi
talista, promoveu na história brasileira um capítulo novo, a usura, liberta, cam
peou à vontade, permitindo a primeira formação de uma classe urbana e bur
denúncias contra a prática da usura,
guesa, atenta apenas aos interesses do
condenada por aquele Tribunal como
fnercantilisnjo.
resumia
O "Digesto Econômico" inicia hoje itma série de pequenos ensaios referentes à Vida dos grandes' cidadãos america nos Washington, Lincoln, Hamilton, Jcfferson, Benjamin Franklin, Wilson e
Roosevclt. O autor de tão primorosos ensaios c o brilhante jornalista Rodriza Soares Júnior, diretor do "Diário Po
pular", jornal que sempre se devotou () defesa dos ideais democráticos no
Brasil. Os vultos excepcionais focaliza
sa época na terra dos seus ante
dos pela pena amestrada de Rodrigo Soares Júnior são expoentes da cultura
passados.
e da formação cívica e moral dos Es
O traço que diferencia Washington, grande proprietário e agricultor na Vir gínia, dos seus pares na velha Inglater
ses estudos visam dar à mocidade bra
bem o tipo da nobreza rural des
ra, é um senso de sincera democracia
que parece ser fruto especial da socieda de americana. Dado o grande patrimô nio herdado do pai e acrescido de novas
heranças posteriores, o jovem Washing ton podia ter-se contentado com fruir os
tados Unidos. De aspecto didático, êssileira o conhecimento dos traços de caráter e dos exemplos de conduta de homens que formam o alicerce espi ritual da poderosa nação norte-anxerica-
na.
Constituem, pois, essas páginas,
ensinamentos de edticaçâo cívica.
rendimentos de suas terras e levar a
A maior firma açxicareira do México exportou nas últi7iuis semanas 100 mil toneladas de açúcar para a Grã-Bretanha, 40 mil para os Estados Unidos e 20.000 para a Itália, neste último país em troca de sôda arlificial.
Receando um excesso de produção e falta de mercados, a União Nacional dos Produtores de Açúcar concordou em reduzir para 600.000 toneladas a produção de 1948. De acordo com um relatório da referida organização, durante o último^iriênjo a maioria das refinarias mexicanas fêz vários melhoramentos nas suas insta
lações, sendo também construídas alg^umas refinarias menores. Caso todas elas trabalhassem na sua capacidade total, a produção mexicana de açúcar durante 1948 poderia alcançar 750.000 toneladas.
existência folgada do latifundiário co
a equitação e a vida que nós diríamos
lonial.
hoje esportiva.
Mas era um espírito ativo. E sem '.ser dominado pela ambição monetá ria ou qualquer outra menos louvável, sentia latejar em si a necessidade de •
breza normanda, era a inclinação para as armas. Washington, depois de passar
expandir fortes reservas de energias.
Uma tendência própria da velha no uns tempos a exercer a agrimensuia e a desbravar terras novas, obedeceu sem
Êle mesmo se jactava de sua robustez
duv.da à voz irresistível dos seus avoen-
e da confiança que sentia em si próprio.
gos nórdícos. Obteve o cargo de aju dante geral na Milícia da Virgínia e, como bom inglês, foi combater de rijo os franceses no Ohío^e teve a satisfa ção de vê-los derrotados juntamente com seus aliados, os índios peles-vermelhas.
A instrução puramente livresca não sobrecarregou muito o espírito de um
moço, munido dos rudimentos estrita
mente indispensáveis de cultura intelec tual e mais propenso a praticar a caça,
V
Tf?
Digesto EcoN*ó>aco
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acumulação capitalista, impossíveis clc encontrar na niãe-pátria, passamos a
viver de exportação de produtos de so bremesa, sujeitos, na entrosagem da eco
c contra ele .sc articulam varias acusa
nomia mundial, a terríveis crises de superabundância. Iríamos, assim, sofrer as conseqüências da má administração
onzcneíros como se foram lícitos e não
financeira, da falta de crédito e de ca
pital e dos excessos da onzena.
já na época de Mem de Sá (1557-
ções, por fazer "onzenas (; contratos
foram proibidos". Só ê'es, os judeus, cristãos novos bbertos dos preceitos me
dievais, é que emprestavam c acumula\arn capitais. Tanto assim que quando o capitão Pero Lopes necessitou prover
1572) cometiam os mercadores tais usu
Ü.S cem homens que a.ssistiam ao forte
ras que foi necessário adotarem-se me
da Paraíba, recorreu ao mesmo João
didas urgentes. Enquanto foi ouvidor geral Pero de Borges, cessaram as usu
Nunes, o rico capitalista dos primeiros tempos da Colônia. Poucos seriam os homens que pudessem emprestar e pou
ras, que logo voltaram a correr quando êste foi substituído pelo dr. Braz Fra goso. Frei Vicente Salvador nos conta que não se queria mais vender a di
nheiro de contado, senão fiado, tais os juros que se cobravam.
No mesmo século, durante a visita do
Santo Ofício à Bahia (1591-93) e a Pernambuco (1593-95) são várias as
George NVashington, aristocrata íundador de uma grande democracia
gra\ússim:) pecud.;. João .\uucs, cristão novo, ó o principal onzenriro do século
R<n>Hico So./vnEs Júnior
j^ECÍTiMO aristocrata britânico, de raça, fortuna e ascendCmciu, George Was hington, pertencente ao patriciado agrá rio das colônias inglesas do Novo Mun do, só principiou a sentir-se americano quando os seus conterrâneos entraram em colisão com a metrópole.
cos os que, podendo, ousassem afron
Por educação, formação espiritual e, hem entendido, por temperamento aquôle que mais tarde foi crismado de
tar os preceitos da Igreja.
"Pai da Nação Americana"
Quando, um século depois, o pode rio holandês, de base inteiramente capi
talista, promoveu na história brasileira um capítulo novo, a usura, liberta, cam
peou à vontade, permitindo a primeira formação de uma classe urbana e bur
denúncias contra a prática da usura,
guesa, atenta apenas aos interesses do
condenada por aquele Tribunal como
fnercantilisnjo.
resumia
O "Digesto Econômico" inicia hoje itma série de pequenos ensaios referentes à Vida dos grandes' cidadãos america nos Washington, Lincoln, Hamilton, Jcfferson, Benjamin Franklin, Wilson e
Roosevclt. O autor de tão primorosos ensaios c o brilhante jornalista Rodriza Soares Júnior, diretor do "Diário Po
pular", jornal que sempre se devotou () defesa dos ideais democráticos no
Brasil. Os vultos excepcionais focaliza
sa época na terra dos seus ante
dos pela pena amestrada de Rodrigo Soares Júnior são expoentes da cultura
passados.
e da formação cívica e moral dos Es
O traço que diferencia Washington, grande proprietário e agricultor na Vir gínia, dos seus pares na velha Inglater
ses estudos visam dar à mocidade bra
bem o tipo da nobreza rural des
ra, é um senso de sincera democracia
que parece ser fruto especial da socieda de americana. Dado o grande patrimô nio herdado do pai e acrescido de novas
heranças posteriores, o jovem Washing ton podia ter-se contentado com fruir os
tados Unidos. De aspecto didático, êssileira o conhecimento dos traços de caráter e dos exemplos de conduta de homens que formam o alicerce espi ritual da poderosa nação norte-anxerica-
na.
Constituem, pois, essas páginas,
ensinamentos de edticaçâo cívica.
rendimentos de suas terras e levar a
A maior firma açxicareira do México exportou nas últi7iuis semanas 100 mil toneladas de açúcar para a Grã-Bretanha, 40 mil para os Estados Unidos e 20.000 para a Itália, neste último país em troca de sôda arlificial.
Receando um excesso de produção e falta de mercados, a União Nacional dos Produtores de Açúcar concordou em reduzir para 600.000 toneladas a produção de 1948. De acordo com um relatório da referida organização, durante o último^iriênjo a maioria das refinarias mexicanas fêz vários melhoramentos nas suas insta
lações, sendo também construídas alg^umas refinarias menores. Caso todas elas trabalhassem na sua capacidade total, a produção mexicana de açúcar durante 1948 poderia alcançar 750.000 toneladas.
existência folgada do latifundiário co
a equitação e a vida que nós diríamos
lonial.
hoje esportiva.
Mas era um espírito ativo. E sem '.ser dominado pela ambição monetá ria ou qualquer outra menos louvável, sentia latejar em si a necessidade de •
breza normanda, era a inclinação para as armas. Washington, depois de passar
expandir fortes reservas de energias.
Uma tendência própria da velha no uns tempos a exercer a agrimensuia e a desbravar terras novas, obedeceu sem
Êle mesmo se jactava de sua robustez
duv.da à voz irresistível dos seus avoen-
e da confiança que sentia em si próprio.
gos nórdícos. Obteve o cargo de aju dante geral na Milícia da Virgínia e, como bom inglês, foi combater de rijo os franceses no Ohío^e teve a satisfa ção de vê-los derrotados juntamente com seus aliados, os índios peles-vermelhas.
A instrução puramente livresca não sobrecarregou muito o espírito de um
moço, munido dos rudimentos estrita
mente indispensáveis de cultura intelec tual e mais propenso a praticar a caça,
h
a ....
yy
IIIUJI|Bpii'.li|W.*-.f
Dicesto Econômico
96
Dicesto Econónuco
Em 1758, com 26 anos de idade, galardoado com o título de major, Wash'ngtQn deixa o serviço das armas e aceita uma cadeira de representante na Assembléia da Virgínia. O seu no
me já é apontado como o de um mili tar, digamos antes, de um combatente
crítí\'eis, como a representação política, o voto das leis fiscais pe'os eleitos do
dos govcrnado.s. A promulgaçãíí do outra lei consa
da nobreza, c ali\íar os contribuintes da
editar o "Stamp Act", criando um novo sélo nos documentos legais para paga
especial que é a vocação da autoridade
metrópole à custa dc um acréscimo de iinpustos c taxas lançadü.s sobre os sú
e do comando.
ditos de a ém-mar.
hábil e valoroso, dotado desse prestígio
Um homem sujeito aos demôn'os da vaidade cuidaria, nas mesmas condições,
o governo é in.stituído para o benefício
povo, o julgamento pelo jviri. Quando eni 1760 o rei George III .subiu ao trono, julgou interessante fa zer um.i política reacionár a om favor
E.ssas medidas, muito erradas e inà-
bilmcnte aplicadas, vieram sobrepor-se a
grando o direito de \eto real sobre as decisões das colônias c a teimosia em
mento das dcspe.sas militares na guer
\inculos imprescindíveis para a resisencia conjunta, vínculos depois transíonnados num verdadeiro sentimento umturio c patriótico.
Geoigo Washington, nomeado pelo Congresso de Filadélfia, em 1775, co mandante do primeiro exército nacio
nal que então sitiava Boston, represen
ra contra os franceses, agravaram • os
tou na hora própria a alma da insurrei
ressentimentos. Em eloqüente declara ção, a Assembléia da Virgínia denegou
ção íunencana contra os desvirtuamentos cio estatuto colonial.
de fazer colheitas de glórias. Washing
certas normas de conduta, de acôrdo
ton, como já vimos, era pouco sujeito
com a mental dade da época, c por ria
ao parlamento inglês "qualquer direito de legislar sobre assuhtos internos das
às tentações desse orgulho. Tratou de
das quais as colônias eram proibidas
colônias".
voltar para os seus domínios e de gerir os seus negócios particulares. Êle não
dc montar indústrias próprias e de co merciar á vontade com todos os países.
Nessa altura, a resistência passou de puramente verbal a assumir o caráter
características dc sua individualidade,
era da marca dos que se oferecem à po
As colônias tinham que ser exclusivamen
pularidade. Era desses homens que os
te agrícolas e comprudoras dos produ
de protesto na praça pública e até dc
especio de retrato síntese das virtudes mais prezadas naquela,? colônias britâ
povos vão procurar para levar a termo
tos manufaturados da Inglaterra. A decretação de algumas tarifas al
as grandes missões da história.
motins.
Registraram-se desordens em
Nova York e Boston
o nem
mais os
Essa missão não tardaria a aparecer e
fandegárias, como as que incidiam sô-
rodeios e tentativas de compromissos puderam, aplainar uma situação que
seria provocada pelas contínuas desinteligencias que vinham surgindo amiúde entre os povos das colônias e os repre sentantes da administração ^metropolita
bre o açúcar importado, e o direito con ferido aos funcionários da fazenda real de invadirem armazéns e domicílios pa
Wa.shington assim definiu « em 1769: "Ninguém deve hesitar em tomar armas
na.
Não obstante algumas discordâncias,
os ingleses do Novo Mundo, respeitado
ra apreender contrabandos, eram atos que irritavam muito os ingleses da Amé rica e vibravam golpes consecutivos no sentimento de "loyalty". Uma vez lançados no
res da soberania da co
roa' è fiados há justiça
inglesa,
manifestavam
para com a mãe-pátria os mais fortes sentimen
tos de fidelidade, de
"loyalty", para empre
gar a palavra original. A única exigência das
1
declive das hostilidades
abertas ou disfarçadas, os
acontecimentos .se
guem a marclu fatal que conduz ao desenlace das rupturas e das guerras.
O
parlamento
de
colônias era serem tra
Londres sancionou a lei
tadas no mesmo pé que
que os americanps con
Sem se arrogar a missão de salvador
ou pretender alcançar um poder absor vente, o chefe escolhido impôs logo as por ser a mesma uma fiel imagem, uma nica.?.
Washington não oferece ao analista uma personalidade de grande riqueza
na defesa tão valiosa de nossas liber
emotiva, em cuja.? variantes se possam di%TÍsar vagas tumultuosas de pai-xáo ou sensibilidade. O p.?icologí.?ta não ^
dades."
consegue extratar dos atos e gesto.? do \1
A dissolução da Assembléia da Virgí nia, os massacres de Boston e outros incidentes de suma gravidade coloca
ram a questão no terreno da luta ar mada.
Em 1774, as colônias, em con
gresso continental, subscreveram uma declaração dc direitos, redigida
por
Jeffcrson, que assinala o início da que bra de fidelidade em relação ao govêmo inglês. Êste logo pressentiu que a rebelião podia acarretar a independên
personagem esses contrastes ou essas on
dulações intimas que tomam muito in teressante a reconstituição dos estados
de alma e das tragédias interiores. O perfil do grande americano nos aparece um tanto rígido e frio, sem adorno.? .su
perficiais, mas erguido com a dureza brônzea de uma estátua. Não podemos isolar o homem. Temos que colocá-lo no cenário dos aconteci mentos, no terreno da ação onde, face
cia dos seus territórios americanos e deliberou sufocar a revolta com exem
a face com a realidade, èle nos revela mos, mas sem vacilações.
a inteireza de um caráter sem romantis-
com as mesmas regalias
prestar ouvidos às quei
plar castigo. Foi o maior dos erros. Ate então, as colónia.s dependentes da coroa Inglô.sa nutriam grandes ciúmes e
e
xas do.s colonos, nota-
desconfianças entre si e recusavam ter-
verte. a despeito dos mais cruéis sofri
damente a este argu
minantemente associar-.se sob um gover
mento capital, de quo
no comum.
mentos e privações, um agrupamento de guerrilheiros indisciplinados num e-xérdto de libertação \aloi-oso.
o povo da metrópole, privilégios,
pelos
quais se asseguravam
certos direitos ímpres-
sideravam* ilegal, sem
A arbitrariedade da me
trópole é que aít aproximou e forjou os
General experiente e condutor de ho
mens de insuperável capacidade, êle con
, '
h
a ....
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Dicesto Econômico
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Dicesto Econónuco
Em 1758, com 26 anos de idade, galardoado com o título de major, Wash'ngtQn deixa o serviço das armas e aceita uma cadeira de representante na Assembléia da Virgínia. O seu no
me já é apontado como o de um mili tar, digamos antes, de um combatente
crítí\'eis, como a representação política, o voto das leis fiscais pe'os eleitos do
dos govcrnado.s. A promulgaçãíí do outra lei consa
da nobreza, c ali\íar os contribuintes da
editar o "Stamp Act", criando um novo sélo nos documentos legais para paga
especial que é a vocação da autoridade
metrópole à custa dc um acréscimo de iinpustos c taxas lançadü.s sobre os sú
e do comando.
ditos de a ém-mar.
hábil e valoroso, dotado desse prestígio
Um homem sujeito aos demôn'os da vaidade cuidaria, nas mesmas condições,
o governo é in.stituído para o benefício
povo, o julgamento pelo jviri. Quando eni 1760 o rei George III .subiu ao trono, julgou interessante fa zer um.i política reacionár a om favor
E.ssas medidas, muito erradas e inà-
bilmcnte aplicadas, vieram sobrepor-se a
grando o direito de \eto real sobre as decisões das colônias c a teimosia em
mento das dcspe.sas militares na guer
\inculos imprescindíveis para a resisencia conjunta, vínculos depois transíonnados num verdadeiro sentimento umturio c patriótico.
Geoigo Washington, nomeado pelo Congresso de Filadélfia, em 1775, co mandante do primeiro exército nacio
nal que então sitiava Boston, represen
ra contra os franceses, agravaram • os
tou na hora própria a alma da insurrei
ressentimentos. Em eloqüente declara ção, a Assembléia da Virgínia denegou
ção íunencana contra os desvirtuamentos cio estatuto colonial.
de fazer colheitas de glórias. Washing
certas normas de conduta, de acôrdo
ton, como já vimos, era pouco sujeito
com a mental dade da época, c por ria
ao parlamento inglês "qualquer direito de legislar sobre assuhtos internos das
às tentações desse orgulho. Tratou de
das quais as colônias eram proibidas
colônias".
voltar para os seus domínios e de gerir os seus negócios particulares. Êle não
dc montar indústrias próprias e de co merciar á vontade com todos os países.
Nessa altura, a resistência passou de puramente verbal a assumir o caráter
características dc sua individualidade,
era da marca dos que se oferecem à po
As colônias tinham que ser exclusivamen
pularidade. Era desses homens que os
te agrícolas e comprudoras dos produ
de protesto na praça pública e até dc
especio de retrato síntese das virtudes mais prezadas naquela,? colônias britâ
povos vão procurar para levar a termo
tos manufaturados da Inglaterra. A decretação de algumas tarifas al
as grandes missões da história.
motins.
Registraram-se desordens em
Nova York e Boston
o nem
mais os
Essa missão não tardaria a aparecer e
fandegárias, como as que incidiam sô-
rodeios e tentativas de compromissos puderam, aplainar uma situação que
seria provocada pelas contínuas desinteligencias que vinham surgindo amiúde entre os povos das colônias e os repre sentantes da administração ^metropolita
bre o açúcar importado, e o direito con ferido aos funcionários da fazenda real de invadirem armazéns e domicílios pa
Wa.shington assim definiu « em 1769: "Ninguém deve hesitar em tomar armas
na.
Não obstante algumas discordâncias,
os ingleses do Novo Mundo, respeitado
ra apreender contrabandos, eram atos que irritavam muito os ingleses da Amé rica e vibravam golpes consecutivos no sentimento de "loyalty". Uma vez lançados no
res da soberania da co
roa' è fiados há justiça
inglesa,
manifestavam
para com a mãe-pátria os mais fortes sentimen
tos de fidelidade, de
"loyalty", para empre
gar a palavra original. A única exigência das
1
declive das hostilidades
abertas ou disfarçadas, os
acontecimentos .se
guem a marclu fatal que conduz ao desenlace das rupturas e das guerras.
O
parlamento
de
colônias era serem tra
Londres sancionou a lei
tadas no mesmo pé que
que os americanps con
Sem se arrogar a missão de salvador
ou pretender alcançar um poder absor vente, o chefe escolhido impôs logo as por ser a mesma uma fiel imagem, uma nica.?.
Washington não oferece ao analista uma personalidade de grande riqueza
na defesa tão valiosa de nossas liber
emotiva, em cuja.? variantes se possam di%TÍsar vagas tumultuosas de pai-xáo ou sensibilidade. O p.?icologí.?ta não ^
dades."
consegue extratar dos atos e gesto.? do \1
A dissolução da Assembléia da Virgí nia, os massacres de Boston e outros incidentes de suma gravidade coloca
ram a questão no terreno da luta ar mada.
Em 1774, as colônias, em con
gresso continental, subscreveram uma declaração dc direitos, redigida
por
Jeffcrson, que assinala o início da que bra de fidelidade em relação ao govêmo inglês. Êste logo pressentiu que a rebelião podia acarretar a independên
personagem esses contrastes ou essas on
dulações intimas que tomam muito in teressante a reconstituição dos estados
de alma e das tragédias interiores. O perfil do grande americano nos aparece um tanto rígido e frio, sem adorno.? .su
perficiais, mas erguido com a dureza brônzea de uma estátua. Não podemos isolar o homem. Temos que colocá-lo no cenário dos aconteci mentos, no terreno da ação onde, face
cia dos seus territórios americanos e deliberou sufocar a revolta com exem
a face com a realidade, èle nos revela mos, mas sem vacilações.
a inteireza de um caráter sem romantis-
com as mesmas regalias
prestar ouvidos às quei
plar castigo. Foi o maior dos erros. Ate então, as colónia.s dependentes da coroa Inglô.sa nutriam grandes ciúmes e
e
xas do.s colonos, nota-
desconfianças entre si e recusavam ter-
verte. a despeito dos mais cruéis sofri
damente a este argu
minantemente associar-.se sob um gover
mento capital, de quo
no comum.
mentos e privações, um agrupamento de guerrilheiros indisciplinados num e-xérdto de libertação \aloi-oso.
o povo da metrópole, privilégios,
pelos
quais se asseguravam
certos direitos ímpres-
sideravam* ilegal, sem
A arbitrariedade da me
trópole é que aít aproximou e forjou os
General experiente e condutor de ho
mens de insuperável capacidade, êle con
, '
Digesto
98
Ecc>n'ümico
e a congregar as fôrças dispersas de vá
levam os povos a sofrer abomináveis e vergonhosas tiranias.
rios Estados, ciosos de sua independên cia, êle consegue, através de terríveis
como chefe militar, Washington demons-
Obrigado a lutar quase sem recursos
peripécias de uma guerra varias vezes
considerada perdida, fundir os elos da unidade americana e lançar os alicerces de uma nação indestrutível.
O valor de um chefe mede-se pela capacidade de os comandados aceitarem sacrifícios. Ora, na guerra da indepen
Expoente de coragem e tenacidade tTou na presidência dos E.stados Unidos as mais altas qualidades de modéstia e
VrvAUíi Moreira
"Porque Rosas y Rivadavia son los extremos de ia Republica Argentina, que SC ligan a los selvajcs por Ia Pampa e a Ia Europa por el Plata." — Sarmienlo — "Facundo" - in - Sociabilidad - Córaoba - Buenos Aires.
desinteresse. Investido das responsabi lidades dc estadista, desempenhou os seus dois mandatos com o taclo, a pru
OMiNco Faiistino Sar
dência e a orientação judiciosa indis
mienlo foi, sem dúvi
pensáveis para aplicar a constituição e
da, uma das mais al
dência que correu de 1775 a 1783, os
consolidar a incipiente experiência da
americanos passaram por provações de
fome, frio, moléstias, comparáveis, se
unidade nacional. Convidado para exercer um terceiro
tas expressões da cul tura e da ação do Con
não superiores, aos piores momentos su portados pelos famosos voluntários da
recusou com modelar elegância n oferta
Revolução Francesa.
O conceito que Washington formava de seus deveres militares aqüilata-se bem nessas palavras: "A nossa profis são e a mais puxa de tôdas. Mesmo a sombra de uma falta destrói o brilho das nossas mais belas façanhas."
Vejamos um exemplo dessa retidão
que o equipara aos vultos lendários do mundo antigo.
Como os oficiais e praças de seu exército não recebiam os devidos sol-
dos e não anteviaríi quaisquer garan tias para o futuro, quiseram fazê-lo rei ou ditador supremo. Precisavam de um
César para assegurar-lhes a subsistência. Wa.shington repeliu cabal e totalmente essas insinuações, que reputava de
gradantes para êle e para um povo livre.
Êle só aceitava a chefia para exe
período de govêrno, o nobre cidadão do poder. 'Preferiu voltar ao .seu lar, à vida privada, dirigindo aos seus com patriotas um agradecimento e uma des
pedida, que até hoje \ alcin por um pro grama de bom-senso, de civismo, de ética liumana em geral.
Algumas recomendações relativas á política externa tiveram que ser reti ficadas com o tempo e as circunstân
cias. Subsistem, porém, as idéias fun damentais, como amostra de "sound
Judgment", de julgamento reto, de clarividente patriotismo.
O juízo mais severo que se tem pro
0
tinente, cuja passagem
pela vida pública de seu país deixou marca indelével no es pírito nacional argentino. De origem humilde, ergueu-se ao mais alto dos pos
O "Digesto Econômico" publica hoje êsse ensaio de autoria de um jovem íntclectual mineiro, de exaltação é obra imortal dc Sarmiento. Traçando um paralelo feliz do autor de "Facundo" com o de "Os Sertões", VivaJdi Morefra traz a sua contribuição à política de aproximação continental objetivada pela nossa Chancelaria.
tos de comando de sua pátria, enchendo uma era com o esplendor de seu nome.
Hoje, falar de Sarmiento é falar da cultura, do progresso e da civilização,
porventura muito acima do meio, ator
não só do Prata, mas de tôda a América Latina. Seu nome, o de Alberdi, o de
e, num esfôrço sem tréguas, procurou
Juan Montalvo, o de Martí, o de Rubén Dario, o de Rui Barbosa e o de Rodó representam o que de mais cimeiro pro duziu a latinidade transatlântica. Signi fica para a sua pátria o farol mais alto e luminoso, refletindo nos seus raios,
mentou-o continuadamente a incultura
sanar o mal P^la educação do povo, quer pela imprensa, pelo livro, pela cáte dra, pela tribuna, quer, finalmente, pe la sua ação, como presidente da gran de nação do Sul. Seu papel de educa dor é, por certo, o mais empolgante que já desempenhou um grande homem.
ferido sobre Washington é que êle
que são a visualização gigantesca de
foi realista em
sua obra, tôda a vida futura da nacio
A fortuna política é muito vária. O santo de hoje pode ser o demônio de
nalidade argentina.
amanhã. A lição da América do Norte,
excesso, como no seu
comportamento em relação à França em 1793.
Êsse realismo, tantas vêzes necessário
ao político, está largamente compensado
pelo idealismo de quem soube atenuar
Escritor, orador, legislador, homem
de Estado, educador ilustre, seu papel foi sempre relevante e seu labor vasto e contínuo. A um tempo soldado e pro
com a figura imponente de Lincoln, va le por uma explicação. O escritor, ho
mem de pensamento que existia em Sar miento, foi reverenciado desde o início,
feta, era como recebia a vocação da
como o é ainda hoje, ao passo que o
pátria. Obrigado por questões políticas
tivo, sem laivos de personalismo e sem
as dissidências das colônias, e plasmar inúmeros interesses opostos e dissonan tes na obra extraordinária da união
esses desejos imoderados de poder que
amercana.
logo, as lacunas de seu país e a estu
político foi muito combatido. Seu livro principal, "Facundo", é um libelo irretorquível, uma denuncia veemente que
dar os meios de resolver os problemas
um coração patriota se vê, muitas vêzes,
que seriam a base da futura República do Prata. Espirito eminentemente culto,
na dura contingência de assinar.
cutar a sua missão em prol do bem cole
a exilar-se, começou a ver, como soció
Quando os caudilhos de Rosas obri-
Digesto
98
Ecc>n'ümico
e a congregar as fôrças dispersas de vá
levam os povos a sofrer abomináveis e vergonhosas tiranias.
rios Estados, ciosos de sua independên cia, êle consegue, através de terríveis
como chefe militar, Washington demons-
Obrigado a lutar quase sem recursos
peripécias de uma guerra varias vezes
considerada perdida, fundir os elos da unidade americana e lançar os alicerces de uma nação indestrutível.
O valor de um chefe mede-se pela capacidade de os comandados aceitarem sacrifícios. Ora, na guerra da indepen
Expoente de coragem e tenacidade tTou na presidência dos E.stados Unidos as mais altas qualidades de modéstia e
VrvAUíi Moreira
"Porque Rosas y Rivadavia son los extremos de ia Republica Argentina, que SC ligan a los selvajcs por Ia Pampa e a Ia Europa por el Plata." — Sarmienlo — "Facundo" - in - Sociabilidad - Córaoba - Buenos Aires.
desinteresse. Investido das responsabi lidades dc estadista, desempenhou os seus dois mandatos com o taclo, a pru
OMiNco Faiistino Sar
dência e a orientação judiciosa indis
mienlo foi, sem dúvi
pensáveis para aplicar a constituição e
da, uma das mais al
dência que correu de 1775 a 1783, os
consolidar a incipiente experiência da
americanos passaram por provações de
fome, frio, moléstias, comparáveis, se
unidade nacional. Convidado para exercer um terceiro
tas expressões da cul tura e da ação do Con
não superiores, aos piores momentos su portados pelos famosos voluntários da
recusou com modelar elegância n oferta
Revolução Francesa.
O conceito que Washington formava de seus deveres militares aqüilata-se bem nessas palavras: "A nossa profis são e a mais puxa de tôdas. Mesmo a sombra de uma falta destrói o brilho das nossas mais belas façanhas."
Vejamos um exemplo dessa retidão
que o equipara aos vultos lendários do mundo antigo.
Como os oficiais e praças de seu exército não recebiam os devidos sol-
dos e não anteviaríi quaisquer garan tias para o futuro, quiseram fazê-lo rei ou ditador supremo. Precisavam de um
César para assegurar-lhes a subsistência. Wa.shington repeliu cabal e totalmente essas insinuações, que reputava de
gradantes para êle e para um povo livre.
Êle só aceitava a chefia para exe
período de govêrno, o nobre cidadão do poder. 'Preferiu voltar ao .seu lar, à vida privada, dirigindo aos seus com patriotas um agradecimento e uma des
pedida, que até hoje \ alcin por um pro grama de bom-senso, de civismo, de ética liumana em geral.
Algumas recomendações relativas á política externa tiveram que ser reti ficadas com o tempo e as circunstân
cias. Subsistem, porém, as idéias fun damentais, como amostra de "sound
Judgment", de julgamento reto, de clarividente patriotismo.
O juízo mais severo que se tem pro
0
tinente, cuja passagem
pela vida pública de seu país deixou marca indelével no es pírito nacional argentino. De origem humilde, ergueu-se ao mais alto dos pos
O "Digesto Econômico" publica hoje êsse ensaio de autoria de um jovem íntclectual mineiro, de exaltação é obra imortal dc Sarmiento. Traçando um paralelo feliz do autor de "Facundo" com o de "Os Sertões", VivaJdi Morefra traz a sua contribuição à política de aproximação continental objetivada pela nossa Chancelaria.
tos de comando de sua pátria, enchendo uma era com o esplendor de seu nome.
Hoje, falar de Sarmiento é falar da cultura, do progresso e da civilização,
porventura muito acima do meio, ator
não só do Prata, mas de tôda a América Latina. Seu nome, o de Alberdi, o de
e, num esfôrço sem tréguas, procurou
Juan Montalvo, o de Martí, o de Rubén Dario, o de Rui Barbosa e o de Rodó representam o que de mais cimeiro pro duziu a latinidade transatlântica. Signi fica para a sua pátria o farol mais alto e luminoso, refletindo nos seus raios,
mentou-o continuadamente a incultura
sanar o mal P^la educação do povo, quer pela imprensa, pelo livro, pela cáte dra, pela tribuna, quer, finalmente, pe la sua ação, como presidente da gran de nação do Sul. Seu papel de educa dor é, por certo, o mais empolgante que já desempenhou um grande homem.
ferido sobre Washington é que êle
que são a visualização gigantesca de
foi realista em
sua obra, tôda a vida futura da nacio
A fortuna política é muito vária. O santo de hoje pode ser o demônio de
nalidade argentina.
amanhã. A lição da América do Norte,
excesso, como no seu
comportamento em relação à França em 1793.
Êsse realismo, tantas vêzes necessário
ao político, está largamente compensado
pelo idealismo de quem soube atenuar
Escritor, orador, legislador, homem
de Estado, educador ilustre, seu papel foi sempre relevante e seu labor vasto e contínuo. A um tempo soldado e pro
com a figura imponente de Lincoln, va le por uma explicação. O escritor, ho
mem de pensamento que existia em Sar miento, foi reverenciado desde o início,
feta, era como recebia a vocação da
como o é ainda hoje, ao passo que o
pátria. Obrigado por questões políticas
tivo, sem laivos de personalismo e sem
as dissidências das colônias, e plasmar inúmeros interesses opostos e dissonan tes na obra extraordinária da união
esses desejos imoderados de poder que
amercana.
logo, as lacunas de seu país e a estu
político foi muito combatido. Seu livro principal, "Facundo", é um libelo irretorquível, uma denuncia veemente que
dar os meios de resolver os problemas
um coração patriota se vê, muitas vêzes,
que seriam a base da futura República do Prata. Espirito eminentemente culto,
na dura contingência de assinar.
cutar a sua missão em prol do bem cole
a exilar-se, começou a ver, como soció
Quando os caudilhos de Rosas obri-
DiCIÍSTO ECONÓNflCO Dmji.sTt>
gürani Samrenlo a sc refugiar no Chi
(íxcrcício pri\ulivc> dí)s gênios
Econômico
C.OS
le, não sabiam que estavam, inconscien
rcprcscnlülive mcn c dos "heróis" de
yjrtc do Continente, pod<* lc\'ar à pos
1:0 Chile, em vcrrinas c catilinárias con
temente, contribuindo para a elaboração
Emerson o Carlylc, c.scrc\'endo, êles sós,
teridade para orgulbo di' uma ruça.
tra o tirano de Buenos Aire.s, iriam pcr-
de um dos mais soberbos monumentos
as iinícas páginas dignas de leitura no
da cultura continental.
E assim, foi
vasto amontoado dc fatos incolores, den
pntuar-se no niármore de sua prosa grandiloqüente. E o c<Ji/di'o, o rastrea-
tôda escrita fora da pátria essa obra
tro dí)s angustioso.s limites dos fatos uni
"Facundo" é, na sua desprelonsiosa teia de narrativas de guerrillias e fidk-lorc, mesclado à mais variada e européia das
estrutural do espírito argentino. Cheio de imperfeições e cheio de belezas'se
versais.
apresenta "Facundo", pois, tal como "Os Sertões", 6 um livro de ocasião, que somente a profunda consonância com o ânimo público — mestre e guia dos gê
blia do argentino o da qual muito nos
aproximamos pelos "Os Sertões", de Euclyclc.s da Cunba. A identidade de aspirações, mais do que a longínqua
nios — é capaz de perpetuar como már
identidade dc raças — que as guerras
more duradouro.
ambiciosas da península ibérica só fi
culturas, uma ad\ertência séria, um cha
"Facundo" devo ser lido como a bí
Razões ponderáveis teve Ricardo Ro
zeram afastar-sc cada vez mais — o o
jas quando, ao apreciar o valor da obra,
leit-motio que une os pn\os do Conti nente No\o da latinidadc, num anseio
no prefácio-de uma das muitas edições de "Facundo", asseverou; — "Por es ses motivos, sobrevive às circunstâncias'
exteriores que o originaram, transfor
mada já a sua primitiva força política em nova e duradoura força espiritual. O que esteve no plano da História passou, graças ao gênio de seu autor, ao plano da Epopéia".
de liberdade, crescimento e elevação es)iritual. Essa identidade, liberta de pin
preconceitos, será a gênese c a condutora da poUticd de hoa oizmhança, que os povos dc raça latina devem ter em subida cstiinii como elo vigoroso de uma corrente que sc não parto aos embates
das perfíclias dos gabinetes e das lutas sjí
sh
insidiosus do capitalismo sem pátria.
Hí
Temas essenciais agitou o sociólogo
"Os Sertões" o "Facundo" são os
unigênitos filhos dessa alta compreen são que emana dos povos irmãos do
mamento insistente, um tociue de reunir a marche-inarche em lòmo da naciona lidade ü do Continente, uma como co
rolário do outro, para a prosperidade e
grandeza de ambos.
dor, o gaúcho-mau. o \"aqucano, trans formaram-se em tipos imorrcdouros das gaVrias de duas ou Ires nações da Amé rica. Respira-se em "Facundo", ex
tirpados os bolos erros que o autor co meteu — e só aos grandes homens é permitido praticar grandes e belos erros
Para se falar de "Facundo", portanto,
— um vento de epopéia e mito. que
não podemos, nós brasileiros, olvidar o
na.sce do ema.Tauhado literário, qual uma IHada, o onde perpassam a polê mica. a história, a poesia e a sociolo
seu mencema,"Os Sertões". Tais são íis
suas ligações, tal o ambiente em que foram pensados, tais os xovobhmias que propuseram solucionar, que já sc acham como siameses um do outro, mima sau
dável, duradoura e aprazível xtfopagia. No bojo dêsse poema épico da monlonera, que é; "Facundo", o estu dioso encontra sobejos motivos para se deter c alongar em considerações e.x-
gia para nos relatar, em Íamos painéis, em esboços magníficos, a cavalgada das fa'ango,s o trote dos cavalos, o pamp^i que se descortina mi, be'o, rebelde, mau o compassivo, em cada página, como em cada quebrada das coxilhas, O estalar
do chicoije, a corrida atropelada do saqueiro, a sua \idn e as suas ações
boas e más, louváveis o vis, surgem do
Como todo livro-
pincel do artista entrelaçadas com as
índice, dá "Facundo" variadas cnsan-
observações de fecunda sabedoria que
emanam da pena do autor. "Facundo" está esculpido, a pena, em estátua for
tensas e" fecundas.
Continente, sempre prontos a se enten
Não só
chas para dele sc extrair uma biblio teca. Valeu primeiro a obra como ver dade pragmática contra Rosas, depois
derem e, de mãos dadas, combaterem
do Continente — da alma parens e do
midável, tal como um misto de JúHo César silvestre e Nero complacente, a
a lúdra sangrenta da guerra, os chacais
como verdade pragmática contra o de serto c, finalmente, como verdade cm
quem o próprio Sarmiento chamara do
em "Facundo", numa intuição divina tória do que seria o Continente, daí a meio século, após sua morte.
fogo lareiro — cuidou aquela inteligên
e as hienas, que ^'ivem dc açtilar ho
Ajux e Aquiles. Um cortesúo de Rosas
cia brilliante e viva, sensível a todas
prol ílíi cultura intelectual: pela irra
mens contra homens, para seu repasto.
diação, pela fôrça nativa, pelo calor
mostrava o livro aos amigos com esla
as manifestações humanas, de antenas
Êsses livros-monumentos, divergenle.s, às
poderosas, captando as ondas hertzianas do futuro. Como aquêle Volney que êle tanto ama e cita a cada passo, à gui.sa de ementa aos seus magníficos
vezes, nas suas teses e diversos nus seus
da gleba, pelo ideal e pela tradição. O panfleto se transformou em compên
frase temerosa e sorrateira; — "Isto se
dio.
agitado pelo ar; .sente-se o cheiro das.
períodos, foi uma consciência profunda mente nacional e, por isso mesmo, am
objetivos, todavia sc entrelaçam na so lução íntima, na enunciação dos setis
postulados e no' fêcho de ouro dos .seus generosos empreendimentos. "Os Sertões" constituem um verda
A ocasião, a superficialidade ad-
move; é o Pampa.
O pasto'_' cndr-a
qviirlram um sentido profundo para atin gir as raízes da i'aça e começaram á
ervas amargas". , Isto, que ft4 dito p»r
vincar a personalidade nacional, eternízando-se. Faz hoje parte do patri
perior significação.
mônio nacional.
artista.
um inimigo do escritor, tinha " uma su
Era o imenso po
der de comunicabilidade do verdadeiro
plamente mundial. Empolgou num só
deiro manancial.
amplexo de seu pen.samento gigantcsj
às manclieias, o mais genuíno material
As figuras, as silhuetas impressivas
CO os problemas da aldeia e os do paí.s,
que um espírito profundamente pretícupado com a sorte do seu pais e a
que a pena ligeira do jomalista fogoso debuxara para as colunas do "Progres
Hoje, o que vemos em "Facundo",
so'*, em 184.5, longe da pátria, exilado
além do labor admirável do artista, do
do Continente e do mundo.
E' esse
Joira continuamente,
■..iWláui. ■
DiCIÍSTO ECONÓNflCO Dmji.sTt>
gürani Samrenlo a sc refugiar no Chi
(íxcrcício pri\ulivc> dí)s gênios
Econômico
C.OS
le, não sabiam que estavam, inconscien
rcprcscnlülive mcn c dos "heróis" de
yjrtc do Continente, pod<* lc\'ar à pos
1:0 Chile, em vcrrinas c catilinárias con
temente, contribuindo para a elaboração
Emerson o Carlylc, c.scrc\'endo, êles sós,
teridade para orgulbo di' uma ruça.
tra o tirano de Buenos Aire.s, iriam pcr-
de um dos mais soberbos monumentos
as iinícas páginas dignas de leitura no
da cultura continental.
E assim, foi
vasto amontoado dc fatos incolores, den
pntuar-se no niármore de sua prosa grandiloqüente. E o c<Ji/di'o, o rastrea-
tôda escrita fora da pátria essa obra
tro dí)s angustioso.s limites dos fatos uni
"Facundo" é, na sua desprelonsiosa teia de narrativas de guerrillias e fidk-lorc, mesclado à mais variada e européia das
estrutural do espírito argentino. Cheio de imperfeições e cheio de belezas'se
versais.
apresenta "Facundo", pois, tal como "Os Sertões", 6 um livro de ocasião, que somente a profunda consonância com o ânimo público — mestre e guia dos gê
blia do argentino o da qual muito nos
aproximamos pelos "Os Sertões", de Euclyclc.s da Cunba. A identidade de aspirações, mais do que a longínqua
nios — é capaz de perpetuar como már
identidade dc raças — que as guerras
more duradouro.
ambiciosas da península ibérica só fi
culturas, uma ad\ertência séria, um cha
"Facundo" devo ser lido como a bí
Razões ponderáveis teve Ricardo Ro
zeram afastar-sc cada vez mais — o o
jas quando, ao apreciar o valor da obra,
leit-motio que une os pn\os do Conti nente No\o da latinidadc, num anseio
no prefácio-de uma das muitas edições de "Facundo", asseverou; — "Por es ses motivos, sobrevive às circunstâncias'
exteriores que o originaram, transfor
mada já a sua primitiva força política em nova e duradoura força espiritual. O que esteve no plano da História passou, graças ao gênio de seu autor, ao plano da Epopéia".
de liberdade, crescimento e elevação es)iritual. Essa identidade, liberta de pin
preconceitos, será a gênese c a condutora da poUticd de hoa oizmhança, que os povos dc raça latina devem ter em subida cstiinii como elo vigoroso de uma corrente que sc não parto aos embates
das perfíclias dos gabinetes e das lutas sjí
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insidiosus do capitalismo sem pátria.
Hí
Temas essenciais agitou o sociólogo
"Os Sertões" o "Facundo" são os
unigênitos filhos dessa alta compreen são que emana dos povos irmãos do
mamento insistente, um tociue de reunir a marche-inarche em lòmo da naciona lidade ü do Continente, uma como co
rolário do outro, para a prosperidade e
grandeza de ambos.
dor, o gaúcho-mau. o \"aqucano, trans formaram-se em tipos imorrcdouros das gaVrias de duas ou Ires nações da Amé rica. Respira-se em "Facundo", ex
tirpados os bolos erros que o autor co meteu — e só aos grandes homens é permitido praticar grandes e belos erros
Para se falar de "Facundo", portanto,
— um vento de epopéia e mito. que
não podemos, nós brasileiros, olvidar o
na.sce do ema.Tauhado literário, qual uma IHada, o onde perpassam a polê mica. a história, a poesia e a sociolo
seu mencema,"Os Sertões". Tais são íis
suas ligações, tal o ambiente em que foram pensados, tais os xovobhmias que propuseram solucionar, que já sc acham como siameses um do outro, mima sau
dável, duradoura e aprazível xtfopagia. No bojo dêsse poema épico da monlonera, que é; "Facundo", o estu dioso encontra sobejos motivos para se deter c alongar em considerações e.x-
gia para nos relatar, em Íamos painéis, em esboços magníficos, a cavalgada das fa'ango,s o trote dos cavalos, o pamp^i que se descortina mi, be'o, rebelde, mau o compassivo, em cada página, como em cada quebrada das coxilhas, O estalar
do chicoije, a corrida atropelada do saqueiro, a sua \idn e as suas ações
boas e más, louváveis o vis, surgem do
Como todo livro-
pincel do artista entrelaçadas com as
índice, dá "Facundo" variadas cnsan-
observações de fecunda sabedoria que
emanam da pena do autor. "Facundo" está esculpido, a pena, em estátua for
tensas e" fecundas.
Continente, sempre prontos a se enten
Não só
chas para dele sc extrair uma biblio teca. Valeu primeiro a obra como ver dade pragmática contra Rosas, depois
derem e, de mãos dadas, combaterem
do Continente — da alma parens e do
midável, tal como um misto de JúHo César silvestre e Nero complacente, a
a lúdra sangrenta da guerra, os chacais
como verdade pragmática contra o de serto c, finalmente, como verdade cm
quem o próprio Sarmiento chamara do
em "Facundo", numa intuição divina tória do que seria o Continente, daí a meio século, após sua morte.
fogo lareiro — cuidou aquela inteligên
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Ajux e Aquiles. Um cortesúo de Rosas
cia brilliante e viva, sensível a todas
prol ílíi cultura intelectual: pela irra
mens contra homens, para seu repasto.
diação, pela fôrça nativa, pelo calor
mostrava o livro aos amigos com esla
as manifestações humanas, de antenas
Êsses livros-monumentos, divergenle.s, às
poderosas, captando as ondas hertzianas do futuro. Como aquêle Volney que êle tanto ama e cita a cada passo, à gui.sa de ementa aos seus magníficos
vezes, nas suas teses e diversos nus seus
da gleba, pelo ideal e pela tradição. O panfleto se transformou em compên
frase temerosa e sorrateira; — "Isto se
dio.
agitado pelo ar; .sente-se o cheiro das.
períodos, foi uma consciência profunda mente nacional e, por isso mesmo, am
objetivos, todavia sc entrelaçam na so lução íntima, na enunciação dos setis
postulados e no' fêcho de ouro dos .seus generosos empreendimentos. "Os Sertões" constituem um verda
A ocasião, a superficialidade ad-
move; é o Pampa.
O pasto'_' cndr-a
qviirlram um sentido profundo para atin gir as raízes da i'aça e começaram á
ervas amargas". , Isto, que ft4 dito p»r
vincar a personalidade nacional, eternízando-se. Faz hoje parte do patri
perior significação.
mônio nacional.
artista.
um inimigo do escritor, tinha " uma su
Era o imenso po
der de comunicabilidade do verdadeiro
plamente mundial. Empolgou num só
deiro manancial.
amplexo de seu pen.samento gigantcsj
às manclieias, o mais genuíno material
As figuras, as silhuetas impressivas
CO os problemas da aldeia e os do paí.s,
que um espírito profundamente pretícupado com a sorte do seu pais e a
que a pena ligeira do jomalista fogoso debuxara para as colunas do "Progres
Hoje, o que vemos em "Facundo",
so'*, em 184.5, longe da pátria, exilado
além do labor admirável do artista, do
do Continente e do mundo.
E' esse
Joira continuamente,
■..iWláui. ■
102
Digksto
aquarelista inspirado que foi Sarmiento, é o seu conteúdo sociológico, o que dele resta e restará sempre, como lição a realizar e, depois de realizada, como símbolo que ficou de uma benemérita cruzada.
Dramática e profundamente heróica, na Argentina, foi a lula entre "unitá
rios" e "federais". Cada qual via no seu opositor o seu demônio. E no en
carniçado da peleja punham tôdas as forças, ate a destruição. Para os argen tinos, esses dois adjetivos possuem uma
significação vertical, pelo muito que so freram, para que uma facção vencesse a outra, vendo-se dêles as pegadas nas paginas rubras de "Facundo". Um "fe
deral" era, para o proscrito "unitário", o gaúcho agarrado exclusivamente à g^eba
localista e brutal; e inversamente, para o "federal", o "unitário"
. era traidor e louco, o cosmopoli ta que usava óculos, vestia fra
que, era doutor e conhecia a Europa.
O próprio Sarmiento, entretanto, ba nido pelo tirano Rosas por ser unitá rio, após a batalha de Caseros, vem constitucionalizar o país e desenvolver toda a sua ação pública sob a égide do federalismo. Era a nação que se en trosava no novo mecanismo do Estado
organizando-se já experiente das correrias e razzias e do sangue inutilmente jorrado. ^
A grande obsessão de Sarmiento foi a "civilização". Não do ponto de vista
EcoNÓAaco
Votava horror instintivo à barbárie,
poderia ser fàcílmcnte removido com os exorcismos da educação popular. Daí
vista na Constituição
dc 1853, mais
o nome primitivo do seu livro princi
tarde, como governador de San Juán e.
pal — "Facundo", ou a civilização e a
posteriormente, como Ministro nos Es
barbárie".
tados Unidos.
"Civilização" era para êle um termo mágico, palavra santa, que o seu só enunciado significava o "Abre-te Sé samo!" do pensador argentino. Foi unitário, porque o unitarismo represen
que "Facundo" exerceu na incntalidade do país, como reparo perspicaz, c uma lição de civismo, examinando a etimolo
Está aí talvez o papel preponderante
gia dos males autóctones e apontando
tava para Sarmiento a civilização. Bue nos Aires, rica cidade, bom pôrto, se ria o escoadouro natural das riquezas do
É aí também que a sua semelhança com
cundo" se encontra esta adver
tência: — "Fero Ia República Ar
gentina está geograficamente constituída de tal manera, que há de ser unitária siempre, aun-
que el rótulo de Ia botella diga Io contrario.
Su llanura continua, sus
sH
Por uma espécie de metaplasmo so sentir, condicionadas pelo tempo. O que era do domínio da abstração e da cogi
tação metafísica passa para o plano da realidade, cm avanços lentos mas progressi\'üs, modelando a sociedade ao ca
pricho das ocorrências. O aspecto fí sico da Repiiblica, os hábitos e os ca racteres invocados como bases da obra,
no capítulo inicial, sofrem, pela cata lise dos episódios, parcial transformaç<ão. E com isso a fisionomia, tanto material como psíquica, de seu povo, transmuda-se. O embate de fatòres exógenos c
Rosas observou em "Facundo" três
voluntariamente a los pueblos Io que
elementos capitais que êle denomina "visíveis": o biográfico, o político e o sociológico. Ma.s Sarmiento viveu mui tos anos ainda após a publicação de "Facundo" e chegou quase a uma palinódia completa de sua obra. Se não
más tarde nos reclamarán con Ias armas
fêz realmente
en Ias manos."
pelo menos recompôs várias idéias jul gadas excessivamente radicais no domí
ción haciendo nacional el puerto de Aguero, su eco en el
Congreso, decía a los portenos con su accento magistral y unitário: — "Demos
derativamente, o que êle julgara im possível. Se houve um erro do qual possamos increpar Sarmiento foi o de julgar inapelável o destino da . Repú-
*
so ao contacto de novas formas de
Sjí
dades dei pais, aconsejaba a los pueblos que se uniesen bajo una constítui-
escritor de outrora, veio consolidar, fe-
*
se toma flagrante. O edema social, aqui, se manifestara sob a hipnose de um gnóst'co bronco, transformando a caatinga numa "Tróia Matuta", a cida dela inexpugnável ató o derradeiro si tiado que, vibrando ixo coração do es tudioso, arrancou do seu ímpeto apai xonado páginas admiráveis e a dolorosa apóstrofe final que chamou "um Mauds'ey para os crimes e as loucuras das
vadavia, más conocedor de Ias necessi
por um conjunto de qualidades e con ceitos formando o que podemos hoje
mito, o que contém de verdade em re
lação à pessoa de Facundo Quiroga; o político foi a conveniência do panfleto ocasional contra Rosas e, por fim, o sociológico é o que restou como pro grama para a nacionalidade e jamais perderá o seu prestígio.
cial, a estrutura da nacionalidade altera-
nacionalidades".
hacen fatalmente una e indivisible. Ri-
va a velha civilização, que se traduz
mento biográfico é o que sobrenada ao
"Os Sertões", de Euclydes da Cunha,
rios confluentes aun puerto único. Ia
Buenos Aires.
de suas afirmações em relação à civili zação e à barbárie da América. O ele
a terapêutica para extirpar as cndemias.
país e difusora, pdo contado com o oceano, da cultura européia que signifi cava para ê!c a "civilização". É por isso que em um dos capítulos de "Fa
atual, após a análise de Spengler. Ama
o'evação espiritual.
103
blica do Prata, caso continuasse o país federalizado. Mas foi o próprio Sar-, miento quem retificou seu ponto de
vendo nela um pecado da espécie que
A ação posterior do parlamentar e do presidente da República, que foi o
chamar de "boas maneiras", polídez,
Díf.EfiTO Eco^'ó^^co
t
uma
retratação
total,
nio político, pelo império da razão do sociólogo e do homem de Estado. De modo que se submeteu voluntàriamen-
a própria força centrífuga da nação impulsionam com diversas intensidades o dínamo do país, havendo dispersão e reajustamento de valores. É por causa dessa "física social" que o próprio Sar miento iria dizer, em 1885, com a sin
ceridade do homem inteligente, que o serr sangue já corria confundido com o
de Juan Facundo Quiroga e os "seus
corpúscu^os vermelhos já se misturaram porque eram afins". Ao mesmo tempo, advertia ao jovem ensaísta Ramos Me-
jia, então estreante, que não atacasse
te a uma espécie de ordália moral, ten do, porém, a satisfação de ver persistir
Rosas "mesmo no interêsse da doutri
como postulados e axiomas a maioria
claro do pensador sempre soube pôr^
na científica"...
Realmente, o pre-
102
Digksto
aquarelista inspirado que foi Sarmiento, é o seu conteúdo sociológico, o que dele resta e restará sempre, como lição a realizar e, depois de realizada, como símbolo que ficou de uma benemérita cruzada.
Dramática e profundamente heróica, na Argentina, foi a lula entre "unitá
rios" e "federais". Cada qual via no seu opositor o seu demônio. E no en
carniçado da peleja punham tôdas as forças, ate a destruição. Para os argen tinos, esses dois adjetivos possuem uma
significação vertical, pelo muito que so freram, para que uma facção vencesse a outra, vendo-se dêles as pegadas nas paginas rubras de "Facundo". Um "fe
deral" era, para o proscrito "unitário", o gaúcho agarrado exclusivamente à g^eba
localista e brutal; e inversamente, para o "federal", o "unitário"
. era traidor e louco, o cosmopoli ta que usava óculos, vestia fra
que, era doutor e conhecia a Europa.
O próprio Sarmiento, entretanto, ba nido pelo tirano Rosas por ser unitá rio, após a batalha de Caseros, vem constitucionalizar o país e desenvolver toda a sua ação pública sob a égide do federalismo. Era a nação que se en trosava no novo mecanismo do Estado
organizando-se já experiente das correrias e razzias e do sangue inutilmente jorrado. ^
A grande obsessão de Sarmiento foi a "civilização". Não do ponto de vista
EcoNÓAaco
Votava horror instintivo à barbárie,
poderia ser fàcílmcnte removido com os exorcismos da educação popular. Daí
vista na Constituição
dc 1853, mais
o nome primitivo do seu livro princi
tarde, como governador de San Juán e.
pal — "Facundo", ou a civilização e a
posteriormente, como Ministro nos Es
barbárie".
tados Unidos.
"Civilização" era para êle um termo mágico, palavra santa, que o seu só enunciado significava o "Abre-te Sé samo!" do pensador argentino. Foi unitário, porque o unitarismo represen
que "Facundo" exerceu na incntalidade do país, como reparo perspicaz, c uma lição de civismo, examinando a etimolo
Está aí talvez o papel preponderante
gia dos males autóctones e apontando
tava para Sarmiento a civilização. Bue nos Aires, rica cidade, bom pôrto, se ria o escoadouro natural das riquezas do
É aí também que a sua semelhança com
cundo" se encontra esta adver
tência: — "Fero Ia República Ar
gentina está geograficamente constituída de tal manera, que há de ser unitária siempre, aun-
que el rótulo de Ia botella diga Io contrario.
Su llanura continua, sus
sH
Por uma espécie de metaplasmo so sentir, condicionadas pelo tempo. O que era do domínio da abstração e da cogi
tação metafísica passa para o plano da realidade, cm avanços lentos mas progressi\'üs, modelando a sociedade ao ca
pricho das ocorrências. O aspecto fí sico da Repiiblica, os hábitos e os ca racteres invocados como bases da obra,
no capítulo inicial, sofrem, pela cata lise dos episódios, parcial transformaç<ão. E com isso a fisionomia, tanto material como psíquica, de seu povo, transmuda-se. O embate de fatòres exógenos c
Rosas observou em "Facundo" três
voluntariamente a los pueblos Io que
elementos capitais que êle denomina "visíveis": o biográfico, o político e o sociológico. Ma.s Sarmiento viveu mui tos anos ainda após a publicação de "Facundo" e chegou quase a uma palinódia completa de sua obra. Se não
más tarde nos reclamarán con Ias armas
fêz realmente
en Ias manos."
pelo menos recompôs várias idéias jul gadas excessivamente radicais no domí
ción haciendo nacional el puerto de Aguero, su eco en el
Congreso, decía a los portenos con su accento magistral y unitário: — "Demos
derativamente, o que êle julgara im possível. Se houve um erro do qual possamos increpar Sarmiento foi o de julgar inapelável o destino da . Repú-
*
so ao contacto de novas formas de
Sjí
dades dei pais, aconsejaba a los pueblos que se uniesen bajo una constítui-
escritor de outrora, veio consolidar, fe-
*
se toma flagrante. O edema social, aqui, se manifestara sob a hipnose de um gnóst'co bronco, transformando a caatinga numa "Tróia Matuta", a cida dela inexpugnável ató o derradeiro si tiado que, vibrando ixo coração do es tudioso, arrancou do seu ímpeto apai xonado páginas admiráveis e a dolorosa apóstrofe final que chamou "um Mauds'ey para os crimes e as loucuras das
vadavia, más conocedor de Ias necessi
por um conjunto de qualidades e con ceitos formando o que podemos hoje
mito, o que contém de verdade em re
lação à pessoa de Facundo Quiroga; o político foi a conveniência do panfleto ocasional contra Rosas e, por fim, o sociológico é o que restou como pro grama para a nacionalidade e jamais perderá o seu prestígio.
cial, a estrutura da nacionalidade altera-
nacionalidades".
hacen fatalmente una e indivisible. Ri-
va a velha civilização, que se traduz
mento biográfico é o que sobrenada ao
"Os Sertões", de Euclydes da Cunha,
rios confluentes aun puerto único. Ia
Buenos Aires.
de suas afirmações em relação à civili zação e à barbárie da América. O ele
a terapêutica para extirpar as cndemias.
país e difusora, pdo contado com o oceano, da cultura européia que signifi cava para ê!c a "civilização". É por isso que em um dos capítulos de "Fa
atual, após a análise de Spengler. Ama
o'evação espiritual.
103
blica do Prata, caso continuasse o país federalizado. Mas foi o próprio Sar-, miento quem retificou seu ponto de
vendo nela um pecado da espécie que
A ação posterior do parlamentar e do presidente da República, que foi o
chamar de "boas maneiras", polídez,
Díf.EfiTO Eco^'ó^^co
t
uma
retratação
total,
nio político, pelo império da razão do sociólogo e do homem de Estado. De modo que se submeteu voluntàriamen-
a própria força centrífuga da nação impulsionam com diversas intensidades o dínamo do país, havendo dispersão e reajustamento de valores. É por causa dessa "física social" que o próprio Sar miento iria dizer, em 1885, com a sin
ceridade do homem inteligente, que o serr sangue já corria confundido com o
de Juan Facundo Quiroga e os "seus
corpúscu^os vermelhos já se misturaram porque eram afins". Ao mesmo tempo, advertia ao jovem ensaísta Ramos Me-
jia, então estreante, que não atacasse
te a uma espécie de ordália moral, ten do, porém, a satisfação de ver persistir
Rosas "mesmo no interêsse da doutri
como postulados e axiomas a maioria
claro do pensador sempre soube pôr^
na científica"...
Realmente, o pre-
Dicf-st<» Econtómico Dicfsto
104
acima dos propósitos rastejantes, a ver
dade soberana que paira muito além das cobiças da vida. E será porque Sarmiento soube separar a polemica da realidade que o seu livro perdura como manual patriótico e breviário do civis mo de seu povo. Confessou me.s"mo, e assim fazendo deixou a mais sincera
quicu e Rou.sseau c as Constituições po líticas eram feitas sob medida, no ga binete londrino de Mr. Bcntluin,'"para a maior felicidade do maior número", talvez fc)S.se arrogante demais... e e.xtcmporànco. Não resta o menor equí voco de que Sarmiento assim se ma nifestava pensando cm si mesmo e reed tando um velho pensamento político
crítica de sua obra, ao dizer que nela havia "inspiração de momento, reve
que tem a. qualidade de ser verdadeiro:
lação de suas idéias a si mesmo e a
"O castigo que os bons devem ter, não
transformação em muito do seu herói".
querendo governar, ó de serem go
Foi "Facundo" para Sarmiento, a prin
cípio. objeto de va"dade e depois mo tivo de orgulho. *
*
A visão sempre poderosa e realista dos homens de gênio, que sabem ou vir a música das esferas, mas também
apreendem a mais longínqua realida de, deu a Sarmiento o contrôle do or ganismo nacional, de modo a fazê-lo perceber a crase c a díérese da socie
dade argentina, sempre vigilante, como estôve, no seu campo de ação. Curio
so, pois, é saber como Sarmiento res peitava o poder e dê'e era um teoris-
ta entusiasta, quando esse poder repre sentava a vontade esclarecida ou a su pervisão de um homem .superior. À margem de "Facundo", definiu sua compreensão da autoridade, reptando
um publicista do momento o qual dis sera ser a autoridade um mero convê
vernados pelos maus".
Seria pensan
do únicamenlc cm seu nome que Siu--
miento escreveu o repto? Sc as.sim foi, me hor o fèz porque dando cumprimen to a uma recôndita aspiração do seu ser, batalhou pelo bem-estar dos seus compatriota.s e sua pal:i\Ta foi sempre
esta e.xclamação de dor palriólica uma
radora das tomienlas nacionais.
como série de consideranda, denuncian
nó.s, particularizímdo, o sertão e o li toral cm dramático desequilíbrio. Por
do tudo que havia necessidade dc fazer para a prosperidade da Pátria. :K
jK
Entre
isso, de\ cmos rememorar sempre a fra
se dc Sáenz-Pcna, ao se referir a nós,
-.Jí
nos princípios dêste século tormentoso: Profundo conhecedor da personalida de humana, Sarmiento pôde g()\'cmar
"Tudo nos une e nada nos separa".
seu pais pondo cm prática, o mais am plamente possível, seu pnigrama de educação popular. Como uma das suas ú:t mas advcrsati\as, está insculpida nas páginas de "Facundo" esta imorredoura doutrina da compreensão humana; — "Por otra parle, cs desconocer mucho Ia naturaleza humana crer que los pucblos se vue ven criininalcs y que los hombres extraviados que asesinan cuan-
cisivamente na maneira de luteq^retar
Sarmiento, como Euclydes, infuiu de o.s problemas do seu tempo e os futu ros. Se há uma mística no Continente, ela deverá ser filha desses dois livros imortais — "Facundo" e "Os Sertões".
Na época em que o Direito piucce que perdeu o seu caráter diacosmético, para só sorrir de justificação e apoio às alucinações da força e base do ci
nismo das potências Imperiahstas, (es
do hay un tirano que los impulso a elo,
tando cm e.xercício não mais a "repre
son en el fondo malvados.
Todo de
sentação" de Montesquieu, mas a "\'ir-
c'ara, às vêzc.s causticantc, porém sin
pende de Ias preocupacioncs que do
cera.
minam en ciertos momentos, y cl hom-
tú" de Macchiavelli, ser-no.s-ift de bom alvitre consultar, com propósitos sãos e elevados ideais, os ensinamentos dos nos
Deixa bem patente o caráter de "he-
roicidade" cm Sarmiento a sua respos-
ta ao.s congressi.stas que desejavam im pugnar sou; mund[ato, invocando sua .surdez: — "Yo no vongo a oir! Yo vcngo a ser oídn!" Eu não venho para ouvir,
venho para ser ouvido, esta pode ser a legenda dc sua per.sonahdadc como paráfrase aos Evangelhos.
bro que hoy se ccba en sangre por fa natismo, ora ayer un devoto inocente, y será manana un buen ciudadano, des
sos
de que desaparezca Ia excitación que Io
o pensamento, quando é filho da "von tade de querer", conforme dizia Nietz-
indujo al crimen". Esta foi também a tese de Euclydes da Cunha, a incullura como causa ge
numes
tute'ares
do
Continente:
Sarmiento e Euclydes da Cunha; pois che, e escrito com sangue, jamais enve lhece.
Toda es.sa vontade e lodo èssc dever
conglobados no ilustre sanjiianino cst.âo compendiado.s em sua obra imortal. No último capítulo de "Facundo" — prp. sente y porvenir — c'e já dizia: — • "Cuánta experiência adquirida! Nues-
nio entre governantes e governados: —
tra educación política está consumada.
"La autoridad se funda en ei assenli-
Todas Ias cuestíones sociales ventilada.s:
míento indeliberado que una nación da.
federación, urúdad, líbertad de cultos,
a un hecho permanente.
Donde hay
105
Econômico
deliberación y voluntad, no hay autori
immigracíón, navcgación dc los rios, poderes políticos, libertad, tirania, todo .se
dad". Êsse cODceito que é, sem dúvida,
ha dicho entre nosotros, todo nos Iia
singularmente avançado, em relação ao tempo em que foi proferido, tempo em que se lia e procurava aplicar Montes-
costado torrentes de sangre.
El senti-
miento de Ia autoridad e.stá cm todos
los corazones, etc., etc." Articula após
Informa-se que dentro em breve será iniciada a construção, na Itália, de gigantesca rafinaria pertencente ao grupo americano Standard Oil, da Califórnia, Standard Oil, de New Jersey, e à Socony Vacuum Oil Companies. A refinaria visa tornar mais econômica a exportação da "pipe Une" entre Haifa e a Arábia Saudita.
Dicf-st<» Econtómico Dicfsto
104
acima dos propósitos rastejantes, a ver
dade soberana que paira muito além das cobiças da vida. E será porque Sarmiento soube separar a polemica da realidade que o seu livro perdura como manual patriótico e breviário do civis mo de seu povo. Confessou me.s"mo, e assim fazendo deixou a mais sincera
quicu e Rou.sseau c as Constituições po líticas eram feitas sob medida, no ga binete londrino de Mr. Bcntluin,'"para a maior felicidade do maior número", talvez fc)S.se arrogante demais... e e.xtcmporànco. Não resta o menor equí voco de que Sarmiento assim se ma nifestava pensando cm si mesmo e reed tando um velho pensamento político
crítica de sua obra, ao dizer que nela havia "inspiração de momento, reve
que tem a. qualidade de ser verdadeiro:
lação de suas idéias a si mesmo e a
"O castigo que os bons devem ter, não
transformação em muito do seu herói".
querendo governar, ó de serem go
Foi "Facundo" para Sarmiento, a prin
cípio. objeto de va"dade e depois mo tivo de orgulho. *
*
A visão sempre poderosa e realista dos homens de gênio, que sabem ou vir a música das esferas, mas também
apreendem a mais longínqua realida de, deu a Sarmiento o contrôle do or ganismo nacional, de modo a fazê-lo perceber a crase c a díérese da socie
dade argentina, sempre vigilante, como estôve, no seu campo de ação. Curio
so, pois, é saber como Sarmiento res peitava o poder e dê'e era um teoris-
ta entusiasta, quando esse poder repre sentava a vontade esclarecida ou a su pervisão de um homem .superior. À margem de "Facundo", definiu sua compreensão da autoridade, reptando
um publicista do momento o qual dis sera ser a autoridade um mero convê
vernados pelos maus".
Seria pensan
do únicamenlc cm seu nome que Siu--
miento escreveu o repto? Sc as.sim foi, me hor o fèz porque dando cumprimen to a uma recôndita aspiração do seu ser, batalhou pelo bem-estar dos seus compatriota.s e sua pal:i\Ta foi sempre
esta e.xclamação de dor palriólica uma
radora das tomienlas nacionais.
como série de consideranda, denuncian
nó.s, particularizímdo, o sertão e o li toral cm dramático desequilíbrio. Por
do tudo que havia necessidade dc fazer para a prosperidade da Pátria. :K
jK
Entre
isso, de\ cmos rememorar sempre a fra
se dc Sáenz-Pcna, ao se referir a nós,
-.Jí
nos princípios dêste século tormentoso: Profundo conhecedor da personalida de humana, Sarmiento pôde g()\'cmar
"Tudo nos une e nada nos separa".
seu pais pondo cm prática, o mais am plamente possível, seu pnigrama de educação popular. Como uma das suas ú:t mas advcrsati\as, está insculpida nas páginas de "Facundo" esta imorredoura doutrina da compreensão humana; — "Por otra parle, cs desconocer mucho Ia naturaleza humana crer que los pucblos se vue ven criininalcs y que los hombres extraviados que asesinan cuan-
cisivamente na maneira de luteq^retar
Sarmiento, como Euclydes, infuiu de o.s problemas do seu tempo e os futu ros. Se há uma mística no Continente, ela deverá ser filha desses dois livros imortais — "Facundo" e "Os Sertões".
Na época em que o Direito piucce que perdeu o seu caráter diacosmético, para só sorrir de justificação e apoio às alucinações da força e base do ci
nismo das potências Imperiahstas, (es
do hay un tirano que los impulso a elo,
tando cm e.xercício não mais a "repre
son en el fondo malvados.
Todo de
sentação" de Montesquieu, mas a "\'ir-
c'ara, às vêzc.s causticantc, porém sin
pende de Ias preocupacioncs que do
cera.
minam en ciertos momentos, y cl hom-
tú" de Macchiavelli, ser-no.s-ift de bom alvitre consultar, com propósitos sãos e elevados ideais, os ensinamentos dos nos
Deixa bem patente o caráter de "he-
roicidade" cm Sarmiento a sua respos-
ta ao.s congressi.stas que desejavam im pugnar sou; mund[ato, invocando sua .surdez: — "Yo no vongo a oir! Yo vcngo a ser oídn!" Eu não venho para ouvir,
venho para ser ouvido, esta pode ser a legenda dc sua per.sonahdadc como paráfrase aos Evangelhos.
bro que hoy se ccba en sangre por fa natismo, ora ayer un devoto inocente, y será manana un buen ciudadano, des
sos
de que desaparezca Ia excitación que Io
o pensamento, quando é filho da "von tade de querer", conforme dizia Nietz-
indujo al crimen". Esta foi também a tese de Euclydes da Cunha, a incullura como causa ge
numes
tute'ares
do
Continente:
Sarmiento e Euclydes da Cunha; pois che, e escrito com sangue, jamais enve lhece.
Toda es.sa vontade e lodo èssc dever
conglobados no ilustre sanjiianino cst.âo compendiado.s em sua obra imortal. No último capítulo de "Facundo" — prp. sente y porvenir — c'e já dizia: — • "Cuánta experiência adquirida! Nues-
nio entre governantes e governados: —
tra educación política está consumada.
"La autoridad se funda en ei assenli-
Todas Ias cuestíones sociales ventilada.s:
míento indeliberado que una nación da.
federación, urúdad, líbertad de cultos,
a un hecho permanente.
Donde hay
105
Econômico
deliberación y voluntad, no hay autori
immigracíón, navcgación dc los rios, poderes políticos, libertad, tirania, todo .se
dad". Êsse cODceito que é, sem dúvida,
ha dicho entre nosotros, todo nos Iia
singularmente avançado, em relação ao tempo em que foi proferido, tempo em que se lia e procurava aplicar Montes-
costado torrentes de sangre.
El senti-
miento de Ia autoridad e.stá cm todos
los corazones, etc., etc." Articula após
Informa-se que dentro em breve será iniciada a construção, na Itália, de gigantesca rafinaria pertencente ao grupo americano Standard Oil, da Califórnia, Standard Oil, de New Jersey, e à Socony Vacuum Oil Companies. A refinaria visa tornar mais econômica a exportação da "pipe Une" entre Haifa e a Arábia Saudita.
DtGESTo
Aspect
...13 lutas
•■vi
império
política Otávio TARQtrfNío de Sousa
Wsôbre na grande tela de da Pedro Américo a proclamação Independên cia, contrastando com o jovem prínci
pe e sua guarda de honra, um carreiro
que observa a cena com ares de não
perceber o significado do que está ocor rendo. Independência? De que? Pa ra que? É certo que o movimento emancipador
brasileiro
interessou
duos de profissão liberal, do peque
no comercio, e até mais humildes, de
núcleos social e ètnicamente instáveis, mestiços de vários matí^es, egressos do catíveiro, que tinham sido atraídos para os centros urbanos - mas a inde
pendência, tal como foi feita, no mol de de instituições monárquicas, sem
abolição da escravidão ou sequer do tráfico africano, seria afinal
uma conquista da grande propriedade territorial, em mãos de cujos senhores ia fi
car, durante um comprido sé culo e de maneira mais ou me
nos exclusiva, o poder político. Ainda deixando de lado rí
negros representavam.
107
S«na domcxa, o
govêrno provisório baixou a seguinte proclamação: "Patriotas pernambucanos] A suspeita tem-se insinuado nos proprie tários rurais: êles crêem que a bené
k.-.
o sr. Otávio Tarqtiínio de Sousa desenvolve a tese de que o período im perial não constituiu apenas um iomcio de oratória mas um conflito de inte-
rêsses políticos nem sempre harmoniosos.
a
muitos setores da população nacional — gente das cidades, intelectuais, indiví
Econômico
nambuco, revolução de padres e de in telectuais libertários, mas revolução tani-
bem nitidamente de senhores de enge nho. Queixavam-se estes do regime ins-
tituído ao tempo do Marquês de Pombal, com uma companhia organizada por ca pitalistas portugueses que lhes empresta-
va dinheiro ao juro módico de cinco por cento, mas que se reservara o mono
pólio da compra dos seus produtos, ex cluindo concorrentes e impondo preços. Um dos primeiros decretos do govêmo revolucionário foi chamar ao novo Estado
que se formava a administra ção dos fundos da extinta
Companhia de Pernambuco, facultar o pagamento das di
vidas contraídas em prestações
fica tendência da presente liberal revo lução tem por fim a emancipação in distinta dos homens de côr e escravos.
O govêmo lhes perdoa uma suspeita que o honra.
Nutrido em sentimentos
generosos não pode jamais acreditar que
propriedade Uvaram de vencida as ten tativas cm favor da extinção da escra vidão e da criação do trabalho livre. Inúteis seriam os esforços de um Martim Francisco, de um Domingos Alves Bran
co Muniz Barreto, de um José da Silva
Lisboa, de um Veloso de Oliveira, de
um Maciel da Costa, de um José Boni
fácio. Poderosa era a ação dos senhores
de escravos e seus comparsas, tão pode
os homens por mais ou menos tostados
rosa que enfrentou, usando de recursos os mais vários, a decisão britânica de
degenerassem do original tipo de igual
extinguir o tráfico e a escraridâo.
dade: mas está igualmente convencido
Maior êxito do que os movàmentos
de que a base de tôda sociedade regular é a inviolabiHdade de qualquer espé
liberais de 1817 e 1822 não lograria a
cie de propriedade. Impelido destas duas fôrças opostas, deseja
Regência foi, sem contestação, sob mui
uma emancipação, que não permita mais lavrar entre êles
A época da
tos aspectos, uma "experiên
cia repubhcana", uma repú blica prorisória. Com ela se
o cancro da escra\ridão: mas
instalou no Brasil a liberda
deseja-a lenta, regular e le gal. O govêmo não engana ninguém, o coração se llie sangra ao ver tão longínqua uma época tão, interessante:
de completa de imprensa, iniciada no Primeiro Reina
do; a Câmara dos Deputados
mas não a quer prepóstera. Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o govêmo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela fôrça.
êsse respeito o de 1831.
Crede na palavra do govêmo,
ram-se códigos como o do Processo Cri minal de 1832, em que se requintavam primores de liberalismo à inglesa. Bem feitas as contas, entretanto, o período
mensais no prazo de dois anos
ela é inviolável, ela é santa."
regencial, anulando certos elementos que
1817; salvavam-se as aparências em pa
ao tempo de Pedro I contrabalançavam
país proclamado e na verdade
e perdoar os juros vencidos. Mais significativo do zêlo pelos interesses dos senhores
tulavam os idealistas da revolução de lavras de condenação ao trabalho es
a influência avassaladora dos interêsses
essencialmente
de engenho foi o que aconte
cravo, mas ficava inPudível o compro
agrários, deu ensejo, como reação, pelo
gidos conceitos de classe, o certo é que aos senhores de
engenho e fazendeiros, num agrícola,
de
via caber a direção da cousa pública, os postos do governo e do parlamento, assegurada assim a defesa dos seus in-
terésses vitais. Exemplos frisantes já se descobrem em alguns episódios da revolução republicana de 1817, em Per-
ceu com a escravidão. Entre os pa triotas pernambucanos havia quem en carasse com repugnância o trabalho servil e correu a notícia de que a liberta ção dos escravos ia ser decretada, des
pojados os senhores dos cabedais que os
Capi
encarnou o poder máximo, pôsto na sombra o que o govêmo exercia ou os regen tes enfeixavam, ainda quando nos postos mais altos estava um Feijó; promulga
misso da "inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade", considerada sa grada a "mais opugnante ao ideal de
justiça", em respeito dos interêsses dos
senhores de engenho, dos grandes pro prietários rurais.
extremo de suas reivindicações liberais,
ao que a princípio se chamou de polí tica do "regresso" e foi mais propriamen te a desforra conservadora.
Com a Re
gência nacionaliza-se por completo o govêmo e êsle se coloca naturalmente
. Consumada a Independência, os mes
a serviço da maior fôrça econômica do
mos interêsses ©oonómicos da grande
país — a grande lavoura.
DtGESTo
Aspect
...13 lutas
•■vi
império
política Otávio TARQtrfNío de Sousa
Wsôbre na grande tela de da Pedro Américo a proclamação Independên cia, contrastando com o jovem prínci
pe e sua guarda de honra, um carreiro
que observa a cena com ares de não
perceber o significado do que está ocor rendo. Independência? De que? Pa ra que? É certo que o movimento emancipador
brasileiro
interessou
duos de profissão liberal, do peque
no comercio, e até mais humildes, de
núcleos social e ètnicamente instáveis, mestiços de vários matí^es, egressos do catíveiro, que tinham sido atraídos para os centros urbanos - mas a inde
pendência, tal como foi feita, no mol de de instituições monárquicas, sem
abolição da escravidão ou sequer do tráfico africano, seria afinal
uma conquista da grande propriedade territorial, em mãos de cujos senhores ia fi
car, durante um comprido sé culo e de maneira mais ou me
nos exclusiva, o poder político. Ainda deixando de lado rí
negros representavam.
107
S«na domcxa, o
govêrno provisório baixou a seguinte proclamação: "Patriotas pernambucanos] A suspeita tem-se insinuado nos proprie tários rurais: êles crêem que a bené
k.-.
o sr. Otávio Tarqtiínio de Sousa desenvolve a tese de que o período im perial não constituiu apenas um iomcio de oratória mas um conflito de inte-
rêsses políticos nem sempre harmoniosos.
a
muitos setores da população nacional — gente das cidades, intelectuais, indiví
Econômico
nambuco, revolução de padres e de in telectuais libertários, mas revolução tani-
bem nitidamente de senhores de enge nho. Queixavam-se estes do regime ins-
tituído ao tempo do Marquês de Pombal, com uma companhia organizada por ca pitalistas portugueses que lhes empresta-
va dinheiro ao juro módico de cinco por cento, mas que se reservara o mono
pólio da compra dos seus produtos, ex cluindo concorrentes e impondo preços. Um dos primeiros decretos do govêmo revolucionário foi chamar ao novo Estado
que se formava a administra ção dos fundos da extinta
Companhia de Pernambuco, facultar o pagamento das di
vidas contraídas em prestações
fica tendência da presente liberal revo lução tem por fim a emancipação in distinta dos homens de côr e escravos.
O govêmo lhes perdoa uma suspeita que o honra.
Nutrido em sentimentos
generosos não pode jamais acreditar que
propriedade Uvaram de vencida as ten tativas cm favor da extinção da escra vidão e da criação do trabalho livre. Inúteis seriam os esforços de um Martim Francisco, de um Domingos Alves Bran
co Muniz Barreto, de um José da Silva
Lisboa, de um Veloso de Oliveira, de
um Maciel da Costa, de um José Boni
fácio. Poderosa era a ação dos senhores
de escravos e seus comparsas, tão pode
os homens por mais ou menos tostados
rosa que enfrentou, usando de recursos os mais vários, a decisão britânica de
degenerassem do original tipo de igual
extinguir o tráfico e a escraridâo.
dade: mas está igualmente convencido
Maior êxito do que os movàmentos
de que a base de tôda sociedade regular é a inviolabiHdade de qualquer espé
liberais de 1817 e 1822 não lograria a
cie de propriedade. Impelido destas duas fôrças opostas, deseja
Regência foi, sem contestação, sob mui
uma emancipação, que não permita mais lavrar entre êles
A época da
tos aspectos, uma "experiên
cia repubhcana", uma repú blica prorisória. Com ela se
o cancro da escra\ridão: mas
instalou no Brasil a liberda
deseja-a lenta, regular e le gal. O govêmo não engana ninguém, o coração se llie sangra ao ver tão longínqua uma época tão, interessante:
de completa de imprensa, iniciada no Primeiro Reina
do; a Câmara dos Deputados
mas não a quer prepóstera. Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o govêmo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela fôrça.
êsse respeito o de 1831.
Crede na palavra do govêmo,
ram-se códigos como o do Processo Cri minal de 1832, em que se requintavam primores de liberalismo à inglesa. Bem feitas as contas, entretanto, o período
mensais no prazo de dois anos
ela é inviolável, ela é santa."
regencial, anulando certos elementos que
1817; salvavam-se as aparências em pa
ao tempo de Pedro I contrabalançavam
país proclamado e na verdade
e perdoar os juros vencidos. Mais significativo do zêlo pelos interesses dos senhores
tulavam os idealistas da revolução de lavras de condenação ao trabalho es
a influência avassaladora dos interêsses
essencialmente
de engenho foi o que aconte
cravo, mas ficava inPudível o compro
agrários, deu ensejo, como reação, pelo
gidos conceitos de classe, o certo é que aos senhores de
engenho e fazendeiros, num agrícola,
de
via caber a direção da cousa pública, os postos do governo e do parlamento, assegurada assim a defesa dos seus in-
terésses vitais. Exemplos frisantes já se descobrem em alguns episódios da revolução republicana de 1817, em Per-
ceu com a escravidão. Entre os pa triotas pernambucanos havia quem en carasse com repugnância o trabalho servil e correu a notícia de que a liberta ção dos escravos ia ser decretada, des
pojados os senhores dos cabedais que os
Capi
encarnou o poder máximo, pôsto na sombra o que o govêmo exercia ou os regen tes enfeixavam, ainda quando nos postos mais altos estava um Feijó; promulga
misso da "inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade", considerada sa grada a "mais opugnante ao ideal de
justiça", em respeito dos interêsses dos
senhores de engenho, dos grandes pro prietários rurais.
extremo de suas reivindicações liberais,
ao que a princípio se chamou de polí tica do "regresso" e foi mais propriamen te a desforra conservadora.
Com a Re
gência nacionaliza-se por completo o govêmo e êsle se coloca naturalmente
. Consumada a Independência, os mes
a serviço da maior fôrça econômica do
mos interêsses ©oonómicos da grande
país — a grande lavoura.
'•1 '
DroF.sTo EcoN-ÓMiro 109 Dic;k.sto
Ecoxó>íico
108
Não sem dificuldades e embaraços se fèz a lei de 7 de novembro de 1831, declarando lavres todos os escravos vin dos de fora do Império. Era uma me
dida radical para a extinção do tráfico, em satisfação de exigências britânicas e de reclamos de vozes mais esclarecidas
ou generosas. Nenhuma lei estaria fa dada a ser tão flagrante e diutumamente burlada. A despe'to dos .seus dispo
sitivos penais, o tráfico não só continuou como cresceu: entre 1830 e 1839 desem
nutenção do trabaMio escravo, alimenta,
do pelo tráfico de africanos, convencidos dc que dc outra forma a economia na« cional critraría em colapso. Bastaria citar, entre outros, Bernardo Pereira de
Vasconcelos, prcgoeiro, teórico e reali zador da orientação do "regresso", no
me que encobriria o partido conserva-
cf-ncníação oii contffuporização. estabele ceu um regime político-social cm que se juntavam nionanjuia hereditária, goxérno representativo, lilierdade dc imprensa, grande propriedade, trabalho escravo.
quem dizia polícia dizia poder judiciá rio. Mas o caso de Angelim ião foi
O espirito liberal do país subsistiu, c
de, a to eumcu a anuência no tocante aos enmes de .ntrodução cm território nacio
umco.
°
Com esse arrôcho na repressão aos
ernnes po!_ibcos contrastava í passivida
a melhor prova estará na existência de uma imprensa I vro (mantida em grande parte pela vigilância do segundo impera
nal de escravos africanos, vendidos impnncncnte aos farendeiros, cujas proprieda
res, depois Vi.sconde dc Itaboraí, cuja
dor) c dc um parlamento funcionando em nome do povo, embora representasse
des agr,colas mais pareciam verdadeiros feudos. Teófdo Otoni, na sua ênfase de
fazenda em Saquarema, na província do Rio de Janeiro, sugeriria a alcunha do
cm última análise os inlorêsses da clas se dominante — a lavoura escravocrata.
liberal sincero, mencíonm»
dor na sua fase inicial, e Rodrigues Tor
.-i-
V ^'««-iunou a oliçarquia tenebrosa que, apoiada no poder e no
barcaram no Brasil mais de 400.000 ne
agrupamento partidário que tão sòÜ-
Nos bastidores de cena tantas vozes bri
dtnhe.ro dos traficantes da cista d'Afri-
gros.
damente se alicerçava. O liberal Vascon
lhante havia fcaldades. durezas e crimes. Os primeTos anos de consolidação da
que se assenhoreou das mais altart.r
Desde o momento do triunfo
Cti , SQ runooxi cntr^ nAc
•
da revolução de 7 de abril, entrou a do
celos do tempo dc Pedro I apurara o
minar a ala "moderada" que se opu
seu reaM.smo, o seu conformismo com o
monarquia nada tiveram de risonhos. A
çoes pi.bl.cas, grupo de homens que
nha a mudanças mais radicais nas ins tituições políticas e tendia a retardar
que llie mereceria a denominação de "bula das circunstancias", a afirmar que
\cL de interpretação do Ato Adicional constituiu retrocesso na marcha federa
se assoc aram para explorar "em próprio proveito o Segundo Reinado". A Mnfra-
"a África civilizava o Brasil" pelos tra
Quanto
tiva; a lei de 3 dc dezembro de 1841 firmou o arbítrio governamental, suavi
terniaação de proprietários rurais e mer cadores de carne humana era inevitá
a Rodrigues Torres, correligionário e
zado apenas pelo amb-cnte liberal do
vel pela Identidade on apm.rimaçáo de
professor entre 1828 e 1830 do então jovem patriota Tcófilo Otoni, explican-
tempo. A lei de 1841, numa reação brutal contra o Código de Processo de
seus mterêsses. Jo.aqai„ Nabuco acen
qualquer reforma que afetasse a estru tura econômica do país. O Ato Adicio nal de 1834, consubstanciando um avan ço liberal sobretudo pe'a concessão de certas franquias provinciais, não teve ne nhuma repercussão na órbita dos inte resses ligados à produção e ao trabalho, Na regência de Feijó houve tentati
balhadores que lhe fornecia.
do-lhc nas reuniões da livraria de Eva-
. 1832, deu à polícia funções
tua como era enorme a influência do comércio africanista. As fa-
risto as idéias de Jefferson, evoluíra
judiciárias e fêz da prisão
zendas estavam hipotecadas
vas sinceras, posto que improfícuas, para reprimir o comércio de escravos, princi
também da pregação idealista da nia dos Pescadores para o "regresso", para a de fesa intransigente da ordem, para o
palmente no mar. Visando a êsse e ou
resguardo dos interesses da economia
tros fins, esteve o Marquês de Barba-
brasileira expressos na lavoura do café. em plena ascensão.
preventiva um terrível instru mento de opressão. O caso de Eduardo Angelim é típiCO: impMcado na rebelião do Pará, prô.so, proce.ssado e, em
cena na Inglaterra, serviu-se da sua se
dução pessoal e das boas relações que
Anos sucessivos de desordens sob o
lá desfrutava, jantou e conversou com
pregão da liberdade, governos instáveis
aos riaficantes e muitas de
las lhes iam caindo nas mãos; assim "a fôrça do africanis^
■
mo duplicava por essa soUdariedade da agricultura de-
1840, anistiado com a condi
vedora do interior com o co-
ção de residir temporàriamente no lugar que a autori
Provavehnente. a transferên-
Palmerston, de quem ouviu pa'avras elo giosas ao padre-regente, mas tudo con tinuou como dan-'4es. Cbntra Feijó,
e fracos por amor de princípios haviam convencido a homens de tal feitio que era mister prestigiar o poder, armar a
animado de tão humanos intuitos, se al
autoridade. Não deveria o Govêrno con
çou uma oposição implacável no parla
tinuar à mercê dos agitadores e intelec
mento e na imprensa. E uma transfor
tuais das cidades, desatentos da verda
mação política de profunda significação começou a caracterizar-se a partir das
deira feição do país, indiferentes a sua base econômica, pretendendo golpeá-la
eleições gerais de 1836, para a compo
nas raízes — o trabalho escravo. E assim
com a família, e lá mantido por dez anos na companhia de criminosos co muns. Incorreu provavelmente na pe cha de exagerado um panfletário ilustre
sição da legislatura de 1838-1841. Al guns dos maiores combatentes liberais do Primeiro Reinado aliaram-se para a ma
se enou e se fortaleceu o partido conser vador, baluarte do Império, dêsse Impé
quando asseverou que no Brasil de en tão quem dizia governo dizia polícia,
rio brasileiro que, num esforço ingente de
;.w
dade lhe indicasse, foi, sem
embargo de ter assinado termo de resi dência no Rio de Jane'ro, embarcado em agõsto de 1841 para o presídio da ilha (Io Fernando de Noronha, juntamente
mercio credor da capital', . Propried.ade territorial das mãos dos agncultores para as dos especuladores e traficantes, quase todos porti.gueses, assinalada por Ensébio de Quenós, ein discurso de 1852, terá com corndo. pelo que encerrava de nocivo e repugnante ao sentimento nacional, para
apressar a extinção do tráfico
Abo'indo o comércio negreiro com a Afnca a escravidão contimiou a ser até a penúltima dócada do século dezeiiove
'•1 '
DroF.sTo EcoN-ÓMiro 109 Dic;k.sto
Ecoxó>íico
108
Não sem dificuldades e embaraços se fèz a lei de 7 de novembro de 1831, declarando lavres todos os escravos vin dos de fora do Império. Era uma me
dida radical para a extinção do tráfico, em satisfação de exigências britânicas e de reclamos de vozes mais esclarecidas
ou generosas. Nenhuma lei estaria fa dada a ser tão flagrante e diutumamente burlada. A despe'to dos .seus dispo
sitivos penais, o tráfico não só continuou como cresceu: entre 1830 e 1839 desem
nutenção do trabaMio escravo, alimenta,
do pelo tráfico de africanos, convencidos dc que dc outra forma a economia na« cional critraría em colapso. Bastaria citar, entre outros, Bernardo Pereira de
Vasconcelos, prcgoeiro, teórico e reali zador da orientação do "regresso", no
me que encobriria o partido conserva-
cf-ncníação oii contffuporização. estabele ceu um regime político-social cm que se juntavam nionanjuia hereditária, goxérno representativo, lilierdade dc imprensa, grande propriedade, trabalho escravo.
quem dizia polícia dizia poder judiciá rio. Mas o caso de Angelim ião foi
O espirito liberal do país subsistiu, c
de, a to eumcu a anuência no tocante aos enmes de .ntrodução cm território nacio
umco.
°
Com esse arrôcho na repressão aos
ernnes po!_ibcos contrastava í passivida
a melhor prova estará na existência de uma imprensa I vro (mantida em grande parte pela vigilância do segundo impera
nal de escravos africanos, vendidos impnncncnte aos farendeiros, cujas proprieda
res, depois Vi.sconde dc Itaboraí, cuja
dor) c dc um parlamento funcionando em nome do povo, embora representasse
des agr,colas mais pareciam verdadeiros feudos. Teófdo Otoni, na sua ênfase de
fazenda em Saquarema, na província do Rio de Janeiro, sugeriria a alcunha do
cm última análise os inlorêsses da clas se dominante — a lavoura escravocrata.
liberal sincero, mencíonm»
dor na sua fase inicial, e Rodrigues Tor
.-i-
V ^'««-iunou a oliçarquia tenebrosa que, apoiada no poder e no
barcaram no Brasil mais de 400.000 ne
agrupamento partidário que tão sòÜ-
Nos bastidores de cena tantas vozes bri
dtnhe.ro dos traficantes da cista d'Afri-
gros.
damente se alicerçava. O liberal Vascon
lhante havia fcaldades. durezas e crimes. Os primeTos anos de consolidação da
que se assenhoreou das mais altart.r
Desde o momento do triunfo
Cti , SQ runooxi cntr^ nAc
•
da revolução de 7 de abril, entrou a do
celos do tempo dc Pedro I apurara o
minar a ala "moderada" que se opu
seu reaM.smo, o seu conformismo com o
monarquia nada tiveram de risonhos. A
çoes pi.bl.cas, grupo de homens que
nha a mudanças mais radicais nas ins tituições políticas e tendia a retardar
que llie mereceria a denominação de "bula das circunstancias", a afirmar que
\cL de interpretação do Ato Adicional constituiu retrocesso na marcha federa
se assoc aram para explorar "em próprio proveito o Segundo Reinado". A Mnfra-
"a África civilizava o Brasil" pelos tra
Quanto
tiva; a lei de 3 dc dezembro de 1841 firmou o arbítrio governamental, suavi
terniaação de proprietários rurais e mer cadores de carne humana era inevitá
a Rodrigues Torres, correligionário e
zado apenas pelo amb-cnte liberal do
vel pela Identidade on apm.rimaçáo de
professor entre 1828 e 1830 do então jovem patriota Tcófilo Otoni, explican-
tempo. A lei de 1841, numa reação brutal contra o Código de Processo de
seus mterêsses. Jo.aqai„ Nabuco acen
qualquer reforma que afetasse a estru tura econômica do país. O Ato Adicio nal de 1834, consubstanciando um avan ço liberal sobretudo pe'a concessão de certas franquias provinciais, não teve ne nhuma repercussão na órbita dos inte resses ligados à produção e ao trabalho, Na regência de Feijó houve tentati
balhadores que lhe fornecia.
do-lhc nas reuniões da livraria de Eva-
. 1832, deu à polícia funções
tua como era enorme a influência do comércio africanista. As fa-
risto as idéias de Jefferson, evoluíra
judiciárias e fêz da prisão
zendas estavam hipotecadas
vas sinceras, posto que improfícuas, para reprimir o comércio de escravos, princi
também da pregação idealista da nia dos Pescadores para o "regresso", para a de fesa intransigente da ordem, para o
palmente no mar. Visando a êsse e ou
resguardo dos interesses da economia
tros fins, esteve o Marquês de Barba-
brasileira expressos na lavoura do café. em plena ascensão.
preventiva um terrível instru mento de opressão. O caso de Eduardo Angelim é típiCO: impMcado na rebelião do Pará, prô.so, proce.ssado e, em
cena na Inglaterra, serviu-se da sua se
dução pessoal e das boas relações que
Anos sucessivos de desordens sob o
lá desfrutava, jantou e conversou com
pregão da liberdade, governos instáveis
aos riaficantes e muitas de
las lhes iam caindo nas mãos; assim "a fôrça do africanis^
■
mo duplicava por essa soUdariedade da agricultura de-
1840, anistiado com a condi
vedora do interior com o co-
ção de residir temporàriamente no lugar que a autori
Provavehnente. a transferên-
Palmerston, de quem ouviu pa'avras elo giosas ao padre-regente, mas tudo con tinuou como dan-'4es. Cbntra Feijó,
e fracos por amor de princípios haviam convencido a homens de tal feitio que era mister prestigiar o poder, armar a
animado de tão humanos intuitos, se al
autoridade. Não deveria o Govêrno con
çou uma oposição implacável no parla
tinuar à mercê dos agitadores e intelec
mento e na imprensa. E uma transfor
tuais das cidades, desatentos da verda
mação política de profunda significação começou a caracterizar-se a partir das
deira feição do país, indiferentes a sua base econômica, pretendendo golpeá-la
eleições gerais de 1836, para a compo
nas raízes — o trabalho escravo. E assim
com a família, e lá mantido por dez anos na companhia de criminosos co muns. Incorreu provavelmente na pe cha de exagerado um panfletário ilustre
sição da legislatura de 1838-1841. Al guns dos maiores combatentes liberais do Primeiro Reinado aliaram-se para a ma
se enou e se fortaleceu o partido conser vador, baluarte do Império, dêsse Impé
quando asseverou que no Brasil de en tão quem dizia governo dizia polícia,
rio brasileiro que, num esforço ingente de
;.w
dade lhe indicasse, foi, sem
embargo de ter assinado termo de resi dência no Rio de Jane'ro, embarcado em agõsto de 1841 para o presídio da ilha (Io Fernando de Noronha, juntamente
mercio credor da capital', . Propried.ade territorial das mãos dos agncultores para as dos especuladores e traficantes, quase todos porti.gueses, assinalada por Ensébio de Quenós, ein discurso de 1852, terá com corndo. pelo que encerrava de nocivo e repugnante ao sentimento nacional, para
apressar a extinção do tráfico
Abo'indo o comércio negreiro com a Afnca a escravidão contimiou a ser até a penúltima dócada do século dezeiiove
DicEfcTo Econômico
110
defendida encamíçadamente pelos que a
diços quanto às intenções do govómo de
ela se tinham associado. "A escravidão
mantê-los
era o fundamento da oligarquia política
"qualquer que tcnlia sido a maneira por que os compraram".
dominante", avança o autor dc Um Es
tadista do Império, acrescentando: "no
como
donos
dos escravos
entre nós, como supõem os que se In
do governo e da magistratura nunca foi
clinam a endeusá-lo, fixando-llie de pre ferência os aspectos mais liarmoniosos,
suscetível de defesa". Proibida de.sde 7 de novembro de 1831 a entrada de
Anotnvõcs sôbrc o prej9ídon«;ialiíiino brasileiro
O período imperial não representou
terreno do direito e da lei .a atitude
Afonso Arinos de Melo Franco
Á alguns anos, se não há
um belo torneio dc eloqüência parla
africanos, com o decorrer dos anos a
mentar, realçado pela grandeza de José
grande maioria dos senhores de escravos
Bonifácio, pelo sentido de glória de
detinha uma propriedade mais do que
Pedro I, pela austeridade oe Feijó e pela
engano
U
pouco
antes
da revolução de 1930, um escritor dc língua in glesa publicou sobre os nossos costumes políticos
ilegal, produto de criminoso e infame
incomparávcl devoção ao serviço público
contrabando., Mas a oligarquia'de posse
um livro que se chamava "Sua Majesta
rurais amparava essa propriedade imo
de Pedro II: foi na trama mais espè&sa de sua vida um conflito de interêsses, muitas vezes áspero, freqüentemente
desumano, de que dão testemunho as
tranqüilizava os senhores mais assusta-
suas lutas políticas.
gas jacobinas no patriotismo literário de alguns plumitivos indígenas, que in
do governo e a serviço dos proprietários ral, Em 1833 o Marquês de Paraná
de o Presidente".
madas objurgatórias relativas à falta de
gratidão, à má vontade, ignorância etc. A verdade, porém, (e verdade quase
autoridade.
A luta pela manutenção ou pelo cer ceamento das prerrogativas regias, na
Inglaterra, luta que, por ocasião da
E, precisamente por ocasião da indepen
muito històricamente a figura de um rei seni coroa, e isto não apenas no Brasil,
dência, durante o remado de Jorge lU,
a fôrça do Legislativo, ou, antes, da
mas rigorosamente nos termos da insti
Câmara dos Comuns, atravessava o pe
tuição do mesmo regime pelos Estados
ríodo de maior declínio que conheceu
Unidos.
na moderna história inglêsa.
O que então se pratica\'a ou se tinha
da Constituição da grande República sa
praticado com o nome de govêrno re
bem que um dos pontos mais delicados com que se defrontou a sabedoria dos
publicano, na Itália, na Suíça, e em
mente, o problema da formação do po
as autoridades de Montevidéu e do Rio de Janeiro.
lei para que o poder adquira maior
mos, o chefe de Estado representa
constituintes de Filadélfia foi, exata
país. E informou que já foram negociadas 15.000 tone'adas com o govêrno bra sileiro, esperando o Uruguai, dentro em breve, exportar mais 100.000 toneladas. A remessa dessa última quantidade está dependendo ainda de entendimentos entre
que se batem pelo respeito rigoroso ó
da organização republicana brasileira) é que, no regime presidencial que adota
Todos os que estudaram o mecanismo
govêrno procurará atender, com a maior hôa vontade, o pedido feito pelo nosso
O
deputado mineiro filia-se à corrente dos
independência norte-americano, se en contrava ainda em pleno processo, era como uma aurora do regime parlamen tar, mas estava bem longe do dia claro.
elementar para os estudiosos das fontes
O sr. Henrique Buero, embaixador do Uruguai no Brasil, ouvido pela reporta
Franco tem sido objeto de calorosos debates no Parlamento Brasileiro.
O trabalho causou as habituais cóce
vestiram contra o autor com as costu
gem, declarou que, apesar de ser pequena a produção do trigo do Uruguai, o sctj
O assuriío versado nesse artigo pelo
ilustre escritor Afonso Arinos de Melo
der executivo.
Longe se achava ainda o mundo oci dental do funcionamento regular do par lamentarismo, que só veio a encontrar os traços definitivos da sua fisionomia
depois de longa elaboração experimental, e a rigor em pleno século XIX.
mais alguns países, como a Polônia ou a Holanda, era algo de muito diferente do que necessitavam os americanos. Nem poderiam êles encontrar modelo ade quado nos livros abstratos dos teóricos, de Bodin a Montesquieu.
Com a capacidade genial que têm os anglo-saxões de extrair do caso particular a norma geral, lograram os constituintes
de Filadélfia criar a figura do presiden-
DicEfcTo Econômico
110
defendida encamíçadamente pelos que a
diços quanto às intenções do govómo de
ela se tinham associado. "A escravidão
mantê-los
era o fundamento da oligarquia política
"qualquer que tcnlia sido a maneira por que os compraram".
dominante", avança o autor dc Um Es
tadista do Império, acrescentando: "no
como
donos
dos escravos
entre nós, como supõem os que se In
do governo e da magistratura nunca foi
clinam a endeusá-lo, fixando-llie de pre ferência os aspectos mais liarmoniosos,
suscetível de defesa". Proibida de.sde 7 de novembro de 1831 a entrada de
Anotnvõcs sôbrc o prej9ídon«;ialiíiino brasileiro
O período imperial não representou
terreno do direito e da lei .a atitude
Afonso Arinos de Melo Franco
Á alguns anos, se não há
um belo torneio dc eloqüência parla
africanos, com o decorrer dos anos a
mentar, realçado pela grandeza de José
grande maioria dos senhores de escravos
Bonifácio, pelo sentido de glória de
detinha uma propriedade mais do que
Pedro I, pela austeridade oe Feijó e pela
engano
U
pouco
antes
da revolução de 1930, um escritor dc língua in glesa publicou sobre os nossos costumes políticos
ilegal, produto de criminoso e infame
incomparávcl devoção ao serviço público
contrabando., Mas a oligarquia'de posse
um livro que se chamava "Sua Majesta
rurais amparava essa propriedade imo
de Pedro II: foi na trama mais espè&sa de sua vida um conflito de interêsses, muitas vezes áspero, freqüentemente
desumano, de que dão testemunho as
tranqüilizava os senhores mais assusta-
suas lutas políticas.
gas jacobinas no patriotismo literário de alguns plumitivos indígenas, que in
do governo e a serviço dos proprietários ral, Em 1833 o Marquês de Paraná
de o Presidente".
madas objurgatórias relativas à falta de
gratidão, à má vontade, ignorância etc. A verdade, porém, (e verdade quase
autoridade.
A luta pela manutenção ou pelo cer ceamento das prerrogativas regias, na
Inglaterra, luta que, por ocasião da
E, precisamente por ocasião da indepen
muito històricamente a figura de um rei seni coroa, e isto não apenas no Brasil,
dência, durante o remado de Jorge lU,
a fôrça do Legislativo, ou, antes, da
mas rigorosamente nos termos da insti
Câmara dos Comuns, atravessava o pe
tuição do mesmo regime pelos Estados
ríodo de maior declínio que conheceu
Unidos.
na moderna história inglêsa.
O que então se pratica\'a ou se tinha
da Constituição da grande República sa
praticado com o nome de govêrno re
bem que um dos pontos mais delicados com que se defrontou a sabedoria dos
publicano, na Itália, na Suíça, e em
mente, o problema da formação do po
as autoridades de Montevidéu e do Rio de Janeiro.
lei para que o poder adquira maior
mos, o chefe de Estado representa
constituintes de Filadélfia foi, exata
país. E informou que já foram negociadas 15.000 tone'adas com o govêrno bra sileiro, esperando o Uruguai, dentro em breve, exportar mais 100.000 toneladas. A remessa dessa última quantidade está dependendo ainda de entendimentos entre
que se batem pelo respeito rigoroso ó
da organização republicana brasileira) é que, no regime presidencial que adota
Todos os que estudaram o mecanismo
govêrno procurará atender, com a maior hôa vontade, o pedido feito pelo nosso
O
deputado mineiro filia-se à corrente dos
independência norte-americano, se en contrava ainda em pleno processo, era como uma aurora do regime parlamen tar, mas estava bem longe do dia claro.
elementar para os estudiosos das fontes
O sr. Henrique Buero, embaixador do Uruguai no Brasil, ouvido pela reporta
Franco tem sido objeto de calorosos debates no Parlamento Brasileiro.
O trabalho causou as habituais cóce
vestiram contra o autor com as costu
gem, declarou que, apesar de ser pequena a produção do trigo do Uruguai, o sctj
O assuriío versado nesse artigo pelo
ilustre escritor Afonso Arinos de Melo
der executivo.
Longe se achava ainda o mundo oci dental do funcionamento regular do par lamentarismo, que só veio a encontrar os traços definitivos da sua fisionomia
depois de longa elaboração experimental, e a rigor em pleno século XIX.
mais alguns países, como a Polônia ou a Holanda, era algo de muito diferente do que necessitavam os americanos. Nem poderiam êles encontrar modelo ade quado nos livros abstratos dos teóricos, de Bodin a Montesquieu.
Com a capacidade genial que têm os anglo-saxões de extrair do caso particular a norma geral, lograram os constituintes
de Filadélfia criar a figura do presiden-
Dioijsto EcoN-óxnc»
112
Dir.Fjrro EConónuco
te, que adotaram c transmitiram aos (ui-
E tão luonártpjiia era a noção do
tros povos da Ainúrica, partindo do inodè-
presidente «^ue chegou a se tomar a
lo fornecido pelo rei, que repudiavam.
sério, no serio, -
Watson, no seu clássico estudo sobre u Constituição, descreve com minúcia
rir o título de Sua Altcza o Presidente
as liesitações, as apalpadclas, os debates que precederam e conduziram à deci.são.
A importância dela não escapava a nin guém. Da estrutura do Executivo, forte
f'u fraco, da sua forma, se inpessoal se coletiva, dás suas atribuições e duração, •sentiam todos que dependia o sucesso
daquela formidável experiência histórica. E Eilis Stevens, no seu Iívto também
chissico sobre as origens da Lei Magna americana, mostra a influência que na
iro devem ter-se impressionado muito com a dilacUira pessoal
,''T
Ei.s o que talvez
de Bonapartc, tanto quanto um homem da nossa geração se im-
'y, |_ '
não tive.s.se ocorrido ao autor do livro
pressiona com as expcricncius
referido nq início, que transformou o quase histórico tratamento de Alteza dc que se cogitou nos Estudos Unidos, na
dc Mussolini, llitlcr ou Slalin.
irônica designação dc Majestade, em
ponto dc partida pura a eogitaçáo de processos políticos que forta leçam o poder símu sacrifício das for
início, . a idéia de se lhe confe-
dos Estado.s Unidos.
que nunca .se pcn-oii no Brasil. . O presidencialismo brasileiro, adotan do delibcradumenle o modêlo america no, \inha instaurar, assim, uma tradição
quase monárquica. Aliás, não propria mente instaurar, senão
manter, pois
mentalidade dos reda
saíamos de uma monar
tores tí\eram as idéias
quia parlamentar, cm que o poder pessoal era
de Blackstone, que po de ser considerado o fundador dos moder
embora por muitos con
nos
siderado maléfico.
um fato incontestadn,
estudos constitu
cionais na Inglaterra. Idéias puramente in glesas, portanto. O presidente, o chefe unipessoal do E.xecuti-
As
,
revolucionárias
Estados Unidos, como
de 1824 possivelmente por influência de Pe-
porário. O grande Ha milton chegou a propor
dro I, conforme insi nua o Vi.sconde do Uru guai, representavam, no
fosse êle um funcioná
rio vitalício, sem termo de mandato, limitado
vir. Só com reservas foi adotado o pe
vagorante.
Aliás vigorante com a res
vida do segundo Roosevelt.
mín Constant era um homem de auto ridade. Talvez fosso mais um democra
Ton^rre.
A verdade é que tanto um como ou-
Donde se conclui que, ao adotar a forma presidencial, a República brasi leira não veio propriamente ensaiar um regime desligado das nossas pniticas e
democracia se distinguem.
vo forte, que desde a Colônia sempre
O poder Moderador, por êle Imagina do como uma peça distinta da máquina constitucional, nunca foi aplicado a não • ser no Brasil. .
pério. Um historiador da categoria de Joaquim Nabuco, escrevendo depois da República o sem interesses a não ser os da verdade, traça um panorama rea
Veio, muito ao contrário,
continuar um sistema de poder executi tínhamos conhecido, através de gover
nadores gerais de Capitanias e de Vice-Reis.
O Brasil é isto mesmo: é o poder ,foi"te.
A nossa evolução, o nosso aper
feiçoamento não tem sido, nem talvez deva ser, no sentido de enfraquecer o
poder, mas naquele que foi a grande
lição da vida de Rui Barbosa: no do for talecimento da lei, ao lado da força do poder.
"Leis respeitadas não enfraquecem o
lista do que era a influência do impe rador nos negócios políticos. Pode-se assegurar que ora decisiva.
poder, antes dão-lhe mais substanciosa
Devemos, assim, considerar que o par
a grande cruzada que devemos ter cm
soberano. Sob a ficção de se Uie atri
grande escritor franco-suíço atribui a sua inspiração ao reacionário Ciermont-
de autoridade
tradições.
torga de considerável poder nas mãos A idéia vinha de
enorme soma
pessoal.
ta do que um liberal, na medida em que as duas noções de liberalismo e
XIX, no que concerne às funções do
Benjamín Constant, ou pelo menos a formulação teórica da idéia, visto que o
trição da reeleição, que pela letra 'se pode repetir, conforme demonstrou a
No fundo, Benja
mitação ao parlamentarismo e uma ou
formado no fim, não se sabe bem como
nem por quem, no quatriênio até hoje
mas democráticas.
fundo, uma drástica li
do chefe do Estado.
Moderador, o que de fato se
no caso de Pedro 11 — uma •
lamentarismo nacional se afastou bas tante do modelo britânico do século
ríodo presidencial de sete anos, trans
cuti\ o c a de cliefe do poder
riências serviram e sorvem de
alvo de tantos ataques durante o Im
ca eletivo, de rei tem
política, a de chefe do Exe-
E a ôles, como a nós, tais expe
constavam do projeto
introduzidas na Carta
"■
fazia era concentrar nas mãos de um mesmo hoinejn — e dc ura homera de vontade finne,
Êsse poder 6 que da\a fundo o base legais ao poder pessoal do Imperador,
uma espécie dc monar
buir uma dupla personalidade
.
atribuições do poder Moderador, que não de Constituição feito por Antônio Carlos em 1823, mas que foram
vo, foi imaginado, nos
este apenas à vaga cláusula do bem ser
113
autoridade. Porém evjtam que èle de
genere em tirania. Para mim esta e vista, nesta fase da história da Repu
blica. Não combatermos contra o poder mas pela lei. Combatermos para leg»bzar, cada vez mais, um poder forte.
Dioijsto EcoN-óxnc»
112
Dir.Fjrro EConónuco
te, que adotaram c transmitiram aos (ui-
E tão luonártpjiia era a noção do
tros povos da Ainúrica, partindo do inodè-
presidente «^ue chegou a se tomar a
lo fornecido pelo rei, que repudiavam.
sério, no serio, -
Watson, no seu clássico estudo sobre u Constituição, descreve com minúcia
rir o título de Sua Altcza o Presidente
as liesitações, as apalpadclas, os debates que precederam e conduziram à deci.são.
A importância dela não escapava a nin guém. Da estrutura do Executivo, forte
f'u fraco, da sua forma, se inpessoal se coletiva, dás suas atribuições e duração, •sentiam todos que dependia o sucesso
daquela formidável experiência histórica. E Eilis Stevens, no seu Iívto também
chissico sobre as origens da Lei Magna americana, mostra a influência que na
iro devem ter-se impressionado muito com a dilacUira pessoal
,''T
Ei.s o que talvez
de Bonapartc, tanto quanto um homem da nossa geração se im-
'y, |_ '
não tive.s.se ocorrido ao autor do livro
pressiona com as expcricncius
referido nq início, que transformou o quase histórico tratamento de Alteza dc que se cogitou nos Estudos Unidos, na
dc Mussolini, llitlcr ou Slalin.
irônica designação dc Majestade, em
ponto dc partida pura a eogitaçáo de processos políticos que forta leçam o poder símu sacrifício das for
início, . a idéia de se lhe confe-
dos Estado.s Unidos.
que nunca .se pcn-oii no Brasil. . O presidencialismo brasileiro, adotan do delibcradumenle o modêlo america no, \inha instaurar, assim, uma tradição
quase monárquica. Aliás, não propria mente instaurar, senão
manter, pois
mentalidade dos reda
saíamos de uma monar
tores tí\eram as idéias
quia parlamentar, cm que o poder pessoal era
de Blackstone, que po de ser considerado o fundador dos moder
embora por muitos con
nos
siderado maléfico.
um fato incontestadn,
estudos constitu
cionais na Inglaterra. Idéias puramente in glesas, portanto. O presidente, o chefe unipessoal do E.xecuti-
As
,
revolucionárias
Estados Unidos, como
de 1824 possivelmente por influência de Pe-
porário. O grande Ha milton chegou a propor
dro I, conforme insi nua o Vi.sconde do Uru guai, representavam, no
fosse êle um funcioná
rio vitalício, sem termo de mandato, limitado
vir. Só com reservas foi adotado o pe
vagorante.
Aliás vigorante com a res
vida do segundo Roosevelt.
mín Constant era um homem de auto ridade. Talvez fosso mais um democra
Ton^rre.
A verdade é que tanto um como ou-
Donde se conclui que, ao adotar a forma presidencial, a República brasi leira não veio propriamente ensaiar um regime desligado das nossas pniticas e
democracia se distinguem.
vo forte, que desde a Colônia sempre
O poder Moderador, por êle Imagina do como uma peça distinta da máquina constitucional, nunca foi aplicado a não • ser no Brasil. .
pério. Um historiador da categoria de Joaquim Nabuco, escrevendo depois da República o sem interesses a não ser os da verdade, traça um panorama rea
Veio, muito ao contrário,
continuar um sistema de poder executi tínhamos conhecido, através de gover
nadores gerais de Capitanias e de Vice-Reis.
O Brasil é isto mesmo: é o poder ,foi"te.
A nossa evolução, o nosso aper
feiçoamento não tem sido, nem talvez deva ser, no sentido de enfraquecer o
poder, mas naquele que foi a grande
lição da vida de Rui Barbosa: no do for talecimento da lei, ao lado da força do poder.
"Leis respeitadas não enfraquecem o
lista do que era a influência do impe rador nos negócios políticos. Pode-se assegurar que ora decisiva.
poder, antes dão-lhe mais substanciosa
Devemos, assim, considerar que o par
a grande cruzada que devemos ter cm
soberano. Sob a ficção de se Uie atri
grande escritor franco-suíço atribui a sua inspiração ao reacionário Ciermont-
de autoridade
tradições.
torga de considerável poder nas mãos A idéia vinha de
enorme soma
pessoal.
ta do que um liberal, na medida em que as duas noções de liberalismo e
XIX, no que concerne às funções do
Benjamín Constant, ou pelo menos a formulação teórica da idéia, visto que o
trição da reeleição, que pela letra 'se pode repetir, conforme demonstrou a
No fundo, Benja
mitação ao parlamentarismo e uma ou
formado no fim, não se sabe bem como
nem por quem, no quatriênio até hoje
mas democráticas.
fundo, uma drástica li
do chefe do Estado.
Moderador, o que de fato se
no caso de Pedro 11 — uma •
lamentarismo nacional se afastou bas tante do modelo britânico do século
ríodo presidencial de sete anos, trans
cuti\ o c a de cliefe do poder
riências serviram e sorvem de
alvo de tantos ataques durante o Im
ca eletivo, de rei tem
política, a de chefe do Exe-
E a ôles, como a nós, tais expe
constavam do projeto
introduzidas na Carta
"■
fazia era concentrar nas mãos de um mesmo hoinejn — e dc ura homera de vontade finne,
Êsse poder 6 que da\a fundo o base legais ao poder pessoal do Imperador,
uma espécie dc monar
buir uma dupla personalidade
.
atribuições do poder Moderador, que não de Constituição feito por Antônio Carlos em 1823, mas que foram
vo, foi imaginado, nos
este apenas à vaga cláusula do bem ser
113
autoridade. Porém evjtam que èle de
genere em tirania. Para mim esta e vista, nesta fase da história da Repu
blica. Não combatermos contra o poder mas pela lei. Combatermos para leg»bzar, cada vez mais, um poder forte.
^
Dicesto
Econômico
115
bós apresentam-se como lianas, embora
um ou outro tenha aspecto arbustivo e possa chegar a dois c três metros de
GastÃo Cri;i-s
altura. O princípio ativo ijuc dá toxidez
£^nthe os numerosos processos de pesca usados por certas populações primi tivas do Velho e do Novo Continente, é
de longa data conhecido aquele que se serve do envenenamento da água dos rios e das lagoas por meio do suco de algumas plantas tóxicas. O curioso é que essas plantas, extremamente no
í O sr. Gastão Cruls descreve nesse ar-
bém nos outros elementos da planta,
ligo o processo, extremamente daninho,
principalmente nos caules c nas ramas.
bárbaro e primitivo, da pesca pelo limbo.
ictio*ógica por meio do barbasco ou do
tam em relação ao homem e seus com-
tingui. E-sclarcça-se quo o espanholismo tem razão de ser empregado entre
çinheiros de temperatura constante, lanto assim que todo o pescado obtido daquela maneira pode ser aproveitado como produto alimentar sem qualquer
operação previa que o isente de toxidez.
Ao passo que nas índias Orientais
existe apenas uma planta com proprie dades icüotóxicas. a toeba dos autóctones, que e a Derris elipfxca Benth, da famiha das leguminosas, na América e sobretudo na Amazônia,- avultam os ve-
getais que podem ser empregados para
tal hm. De um modo geral, e ainda que abrangendo espécies botânicas muito diversas, por harbasco são conhecidas essas plantas na Améri ca espanhola, enquanto
quece também a nossa flora.
do pescado e matam-se indistintamente
todos os peixes, grandes e pequenos, que venham a sofrer a ação do veneno. É rápido êste efeito do timbó. Tão de pressa se contaminem as águas, logo
afloram à sua superfície as numerosas vítimas da planta ictiotóxica: umas já mortas, outras apenas estuporadas ou a se debaterem em violentas comulsões.
Mas o fato é que tôdas vêm imediata mente à tona, o que deu mesmo mo tivo à criação de um outro neologismo: atonar o peixe, isto é, trazê-lo à tona
matança do peLxe miúdo e inaprovei-
por meio do timbó.
nica, habitantes dos campos, usam um artifício bastante engenhoso nas pesca
buídas pelos gêneros Derris, Tephrosia e Lonchocarpus, sobretudo êste último,
rias pelo timbó. É que êsses mesmos campos são muito ricos de um grande
que reúne algumas espécies de grande toxidez.
Paul Le Cointe, no seu livro
Árvores e Plantas Üteis, com relação à
ta timbós entre os que ja são conhecidos e foram es
merecem
por meio de barragens.
(Tephrosia
toxicaria), o timbó bran
expressões trazidas à nos
timbó vermelho ou timbó
sa fala: "embarbascar o
u r u c u (Lonchocarpus ■urucu), e o timbó gran de (Lonchocarpus ?). Quase todos os tim-
dio e o caboclo só "batem timbó" em
apetecido pelos peixes. Assim, como engodo, os indígenas lançam ao rio exemplares desses insetos, depois que
tranqüilas ou artificialmente represadas
menção especial o timbó
Caiena
próprios aborígenes e é também muito
sítios adrede preparados, remansos, saca dos e poções de águas naturalmente
tudados, sendo que por
Por outro lado,
essas pescarias preferentemente são pra
1
gafanhoto, que entra na alimentação dos
cilmente escaparia à apanha do pescador,
por ser continuamente levado ao impulso da corrente. Por isso tudo é que o ín
Amazônia brasileira, arrola mais de trin
toxidez
Para evitar essa
tável, certos índios da Hiléia amazô
A maioria das plantas ictiotóxicas pef^ tcnce à família das leguminosas, distri
co ou timbó macaquinho (Lonchocarpus Nicou), o
a fauna
A pesca pelo timbó, bárbara e primi tiva, é extremamente daninha, pois que por meio dela não pode haver escolha
no Pará ouvir-se-á dizer "bater timbó",
norte do país;
xe", para traduzir o ato
viesse a ser vítima da sua nocividade fà-
Sempre
nome é mais do extremo
de envenenar
massa líquida, como o peixe que acaso
desagregam e dissolvem lentamente.
do mesmo modo que na Bahia ou em Pernambuco se dirá "bater tingui".
de
^eixe" e "tinguijar o pei
de timbó, os seus efeitos seriam insigni
com referencia ao mesmo tipo de pescaria,
de tinguis e de timbós, sendo que êste último
Daí as duas
enormes quantidades de suco
só não se alcançaria o envenenamento da
dito, ClibadUim biocarpum Mart., enri
sua
Amazonas.
usassem
fôsse misturado às águas fundas e torrentosas dos grandes rios. Destarte, não
nós, dado que o barbasco propriamente
entre nós, também indis tintamente, chamam-nas
Pará e
1
É bem de ver que mesmo que se
ficantes sôbrc o pescado, se o vendno
civas para os peixes e todos os animais
de sangue frio, nenhum dano apresen-
aos timbós concentra-se sobretudo nas suas raízes, conquanto se encontre tam
maneira, é misturado a porções de argila com que se fazem uma pasta ou grandes bolas, que, quando jogadas à água, se
ticadas durante os meses de estiagem, quando baixam os rios e quase secam as lagoas.
O timbó tanto é batido di
retamente junto à agua — isto é, a plan ta é triturada e macerada sôbre uma pe dra e o seu suco vai-se escoando gradativamente para o rio — ou esse mesmo suco, prèviamente extraído da mesma
tiveram o cuidado de lhes rechear o cor
po com certa quantidade de timbó e como, dado o vulto da prêsa, só a ela se candidatam os peixes grandes, êstes, pouco depois de abocanharem o pitéu, logo "atonam" narcotizados ou mortos pelo veneno.
O princípio ativo dos timbós, isto é,
o tóxico que nêles se contém, é um alca lóide que foi isolado pela primeira vez
em 1923, pelo japonês Isliilcawa. O seu descobridor, que o e.xtraiu do Derris eliptica, a "toeba", deu-lhe primitiN^a-
^
Dicesto
Econômico
115
bós apresentam-se como lianas, embora
um ou outro tenha aspecto arbustivo e possa chegar a dois c três metros de
GastÃo Cri;i-s
altura. O princípio ativo ijuc dá toxidez
£^nthe os numerosos processos de pesca usados por certas populações primi tivas do Velho e do Novo Continente, é
de longa data conhecido aquele que se serve do envenenamento da água dos rios e das lagoas por meio do suco de algumas plantas tóxicas. O curioso é que essas plantas, extremamente no
í O sr. Gastão Cruls descreve nesse ar-
bém nos outros elementos da planta,
ligo o processo, extremamente daninho,
principalmente nos caules c nas ramas.
bárbaro e primitivo, da pesca pelo limbo.
ictio*ógica por meio do barbasco ou do
tam em relação ao homem e seus com-
tingui. E-sclarcça-se quo o espanholismo tem razão de ser empregado entre
çinheiros de temperatura constante, lanto assim que todo o pescado obtido daquela maneira pode ser aproveitado como produto alimentar sem qualquer
operação previa que o isente de toxidez.
Ao passo que nas índias Orientais
existe apenas uma planta com proprie dades icüotóxicas. a toeba dos autóctones, que e a Derris elipfxca Benth, da famiha das leguminosas, na América e sobretudo na Amazônia,- avultam os ve-
getais que podem ser empregados para
tal hm. De um modo geral, e ainda que abrangendo espécies botânicas muito diversas, por harbasco são conhecidas essas plantas na Améri ca espanhola, enquanto
quece também a nossa flora.
do pescado e matam-se indistintamente
todos os peixes, grandes e pequenos, que venham a sofrer a ação do veneno. É rápido êste efeito do timbó. Tão de pressa se contaminem as águas, logo
afloram à sua superfície as numerosas vítimas da planta ictiotóxica: umas já mortas, outras apenas estuporadas ou a se debaterem em violentas comulsões.
Mas o fato é que tôdas vêm imediata mente à tona, o que deu mesmo mo tivo à criação de um outro neologismo: atonar o peixe, isto é, trazê-lo à tona
matança do peLxe miúdo e inaprovei-
por meio do timbó.
nica, habitantes dos campos, usam um artifício bastante engenhoso nas pesca
buídas pelos gêneros Derris, Tephrosia e Lonchocarpus, sobretudo êste último,
rias pelo timbó. É que êsses mesmos campos são muito ricos de um grande
que reúne algumas espécies de grande toxidez.
Paul Le Cointe, no seu livro
Árvores e Plantas Üteis, com relação à
ta timbós entre os que ja são conhecidos e foram es
merecem
por meio de barragens.
(Tephrosia
toxicaria), o timbó bran
expressões trazidas à nos
timbó vermelho ou timbó
sa fala: "embarbascar o
u r u c u (Lonchocarpus ■urucu), e o timbó gran de (Lonchocarpus ?). Quase todos os tim-
dio e o caboclo só "batem timbó" em
apetecido pelos peixes. Assim, como engodo, os indígenas lançam ao rio exemplares desses insetos, depois que
tranqüilas ou artificialmente represadas
menção especial o timbó
Caiena
próprios aborígenes e é também muito
sítios adrede preparados, remansos, saca dos e poções de águas naturalmente
tudados, sendo que por
Por outro lado,
essas pescarias preferentemente são pra
1
gafanhoto, que entra na alimentação dos
cilmente escaparia à apanha do pescador,
por ser continuamente levado ao impulso da corrente. Por isso tudo é que o ín
Amazônia brasileira, arrola mais de trin
toxidez
Para evitar essa
tável, certos índios da Hiléia amazô
A maioria das plantas ictiotóxicas pef^ tcnce à família das leguminosas, distri
co ou timbó macaquinho (Lonchocarpus Nicou), o
a fauna
A pesca pelo timbó, bárbara e primi tiva, é extremamente daninha, pois que por meio dela não pode haver escolha
no Pará ouvir-se-á dizer "bater timbó",
norte do país;
xe", para traduzir o ato
viesse a ser vítima da sua nocividade fà-
Sempre
nome é mais do extremo
de envenenar
massa líquida, como o peixe que acaso
desagregam e dissolvem lentamente.
do mesmo modo que na Bahia ou em Pernambuco se dirá "bater tingui".
de
^eixe" e "tinguijar o pei
de timbó, os seus efeitos seriam insigni
com referencia ao mesmo tipo de pescaria,
de tinguis e de timbós, sendo que êste último
Daí as duas
enormes quantidades de suco
só não se alcançaria o envenenamento da
dito, ClibadUim biocarpum Mart., enri
sua
Amazonas.
usassem
fôsse misturado às águas fundas e torrentosas dos grandes rios. Destarte, não
nós, dado que o barbasco propriamente
entre nós, também indis tintamente, chamam-nas
Pará e
1
É bem de ver que mesmo que se
ficantes sôbrc o pescado, se o vendno
civas para os peixes e todos os animais
de sangue frio, nenhum dano apresen-
aos timbós concentra-se sobretudo nas suas raízes, conquanto se encontre tam
maneira, é misturado a porções de argila com que se fazem uma pasta ou grandes bolas, que, quando jogadas à água, se
ticadas durante os meses de estiagem, quando baixam os rios e quase secam as lagoas.
O timbó tanto é batido di
retamente junto à agua — isto é, a plan ta é triturada e macerada sôbre uma pe dra e o seu suco vai-se escoando gradativamente para o rio — ou esse mesmo suco, prèviamente extraído da mesma
tiveram o cuidado de lhes rechear o cor
po com certa quantidade de timbó e como, dado o vulto da prêsa, só a ela se candidatam os peixes grandes, êstes, pouco depois de abocanharem o pitéu, logo "atonam" narcotizados ou mortos pelo veneno.
O princípio ativo dos timbós, isto é,
o tóxico que nêles se contém, é um alca lóide que foi isolado pela primeira vez
em 1923, pelo japonês Isliilcawa. O seu descobridor, que o e.xtraiu do Derris eliptica, a "toeba", deu-lhe primitiN^a-
ijifptJ)k;ksto Económua>
116
mente o nome cie itibetoxinu.
Muis tar
de, porém, passou a chamar-se wtenona, nome por qíie c hoje conhecido. A rotenona é um dos mais poderosos
^ m&uuuüs^La éícfft
mente con.soíijcni cérca de dez milhões
de dólares na compra cie inseticidas com
CÂNDIDO Mota Fiuio
que éuidaiii das suas planlaç-õe.s. A rotenona age como nm \encno de
inseticidas, cuja eficiência suplanta a
contato, estomacal c traquea!, reunindo
4 INDUSTTUAU12AÇÃO cicsccntc do muii-
dc-á conquistas da máquina para o con
da nicotina e é tr'nla cczes mais forte
assim os Ires inclodos empregados no
forto poderiam ser adquiridas por pre
dü cjue a do arsenito do chumbo. For outro lado, inofensiva para as planUis,
combate às prag.is; tlc contato, de enve
do moderno constituiu, uo cxnnêço, uma grande ameaça para o bom gosto.
nenamento «■ de aslixia.
Para o peixe
A produção em serie deveria satisfazer
médio.
e a também não é nociva ao homem, ao
ela é ló.xica numa dilíução de 0,{X)(K)1%.
a um ch icrminado público, (m. melhor, ao grande púbMco. A mercadoria sai ria assim. democTulicamculc. para sa-
momento, para o rendimento industrial, meios para produzir o mais possivel e o mais barato possível, desde o tecido c os e.stampadoS para roupas, até os
contrário da maioria dos inseticidas do
Alguns d<)s (ímbüs amazônicos são
ço à altura do que ganharia um homem O que a economia precisava no
era de técnicos c inventores.
A estes
cabia dotar a organização industrial de
origem mineral, que tem por base o
consideràx'<'hnentc mais ricos em rote
chumbo, o cobre, o mercúrio, o ácido cianidrico, sulfuretos e bissulfurcttjs.
nona do que a "tocha" do Oriente.
tisfaz^T
Assim, enquanl() cstu, mesmo quando
Com ÍS.SQ. a produção perdia o seu
Faga-se justiça dizendo cpie cjueni primeiro apurou as qualidades inseticidas
cultivada, náio dá mais do íjuc 12íí do al calóide, o nosso timbó branco ou timbó
bom aspecto. A sua fisionomia decor ria dessa febril economia de produção.
dos timbós, até então só usados para
A questão seria sempre dc produz.ir o máximo com nm preço mínimo. E
automóvel até a geladeira; desde o ven
fins pi.catórios pelo indigena, foi um
macaquinho, ainda cm estado agreste, chega u fornecer 15% e làcílmcnte po
cientista peniano que, por ler verifi
derá abngir 20, quando tratado ein
ésse cálculo racional conduzia, fora dc
a máquina de lavar roupa até a ence
cado a sua ação letal sôbre formigas e
lavoura.
dúvida, o produto paro o mau gosto
radeira.
piolho.s, passou a empregá-los como carrapaticida sobre os lhamas. Decorridos alguns anos, cientistas da Argélia verifi caram que plantas semelhantes tinham . também ação nnütr) eficiente no comba
te à.s pragas das videiras. Esta iiltim.a
cada planta.
estacas, uma vez sementes, e é de abertura de covas 50 a 2m 50 entre
Os exemplares robustos,
descoberta foi de incomensurável alcan
com trc.s anos de idade, já podem dar
ce para a crescente procura e valoriza
de 4 a 5 quilos de raízes verdes. Pela .secagem a ([uc são submetidas e.ssas
ção dos nossos timbos e tinguís, pois que se a primeira já levara o Governo inglês a tornar compulsório o uso dc rotenona nos banheiros de gado do Rei
maioria
dos
eonsmnidores.
arranjos de cama e de casa; desde o tilador até a' batedeira elétrica; desde
As conquistas cientificas, a objetiva-
ou, pelo menos, para a ausência dc
A propagação da planta , do timbó faz-se por meio de que são raras as suas nso no seu plantio a com o espaço de Im
a
gôsto.
ção do saber e a sistematização do mes
E essa tendência fazia que se rect)rclasso, com saudade, o requinte da in dústria manufaturcira, ainda ligada uo requinte da fidalguia monárquica. E
mo e o valor que tudo isso tinha para os grandes, planos industriais, concorre
ram para que se aplicassem os técnicos e 'inventores no esfôrço para a produção
mesmo, com o aparecimento das fábri cas, houve, de inicio, es
em série.
Cresceram ao lado das
se empenho pelo valor individual do produto, o
mesmas raízes, há, porém, uma redução de 50% do seu peso.
seu
acabamento,
a
sua*
apresentação, de confor
Para fins comerciais e visando q e.x-
no Unido e seus domínios, a sua apli cação como inseticida vegetal aumen tou-lhe extraordinanamente o consumo. Para isto, basta apenas lembrar que só
portaçjio, de várias maneiras o tímlíô se pode apresentar no mercado, a co meçar pelas suas raízes apenas defu madas ou reduzidas a pó, e indo até a
recebia de Londres,
de
os agricultores norte-americanos anual
fonna do solução e extrato concentrado.
Paris
in
midade com a encomen-
fábricas grandiosos labo- .' > /
r
Zeiss.
1
da ou com o gôsto do
r
freguês. O que o mundo
1
e
do.s
dustriais
da
centros
ratórios, como os da Sieniens, como os da Ceneral Electric, como os da A General Elec
tric Co. jú em 1924 gas tava seis milhões de dó
' '
Alemanha,
lares
anuais
em
traba
lhos dc pe.squisas. imensos
Nos'
laboratórios
da
xinha ainda assim com o selo de um
Natioual Electric Light Association, no^
capricho.so acabamento.
veccntas pessoas trabalham em investi gações, dia c noite. Numa das maio res fábricas que tive ocasião de vi-^
Mas, a América jogara no mercado mundial a mercadoria cm série, desti
nada, acima de tudo, a atender o ho mem comum. A economia tomava, com
sitíir na Argentina, verifiquei
como
isso, um novo aspecto, poirque as gran-
as pesquisas e sugestões de melhoria
seus diretores estimulavam os inventos,
ijifptJ)k;ksto Económua>
116
mente o nome cie itibetoxinu.
Muis tar
de, porém, passou a chamar-se wtenona, nome por qíie c hoje conhecido. A rotenona é um dos mais poderosos
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mente con.soíijcni cérca de dez milhões
de dólares na compra cie inseticidas com
CÂNDIDO Mota Fiuio
que éuidaiii das suas planlaç-õe.s. A rotenona age como nm \encno de
inseticidas, cuja eficiência suplanta a
contato, estomacal c traquea!, reunindo
4 INDUSTTUAU12AÇÃO cicsccntc do muii-
dc-á conquistas da máquina para o con
da nicotina e é tr'nla cczes mais forte
assim os Ires inclodos empregados no
forto poderiam ser adquiridas por pre
dü cjue a do arsenito do chumbo. For outro lado, inofensiva para as planUis,
combate às prag.is; tlc contato, de enve
do moderno constituiu, uo cxnnêço, uma grande ameaça para o bom gosto.
nenamento «■ de aslixia.
Para o peixe
A produção em serie deveria satisfazer
médio.
e a também não é nociva ao homem, ao
ela é ló.xica numa dilíução de 0,{X)(K)1%.
a um ch icrminado público, (m. melhor, ao grande púbMco. A mercadoria sai ria assim. democTulicamculc. para sa-
momento, para o rendimento industrial, meios para produzir o mais possivel e o mais barato possível, desde o tecido c os e.stampadoS para roupas, até os
contrário da maioria dos inseticidas do
Alguns d<)s (ímbüs amazônicos são
ço à altura do que ganharia um homem O que a economia precisava no
era de técnicos c inventores.
A estes
cabia dotar a organização industrial de
origem mineral, que tem por base o
consideràx'<'hnentc mais ricos em rote
chumbo, o cobre, o mercúrio, o ácido cianidrico, sulfuretos e bissulfurcttjs.
nona do que a "tocha" do Oriente.
tisfaz^T
Assim, enquanl() cstu, mesmo quando
Com ÍS.SQ. a produção perdia o seu
Faga-se justiça dizendo cpie cjueni primeiro apurou as qualidades inseticidas
cultivada, náio dá mais do íjuc 12íí do al calóide, o nosso timbó branco ou timbó
bom aspecto. A sua fisionomia decor ria dessa febril economia de produção.
dos timbós, até então só usados para
A questão seria sempre dc produz.ir o máximo com nm preço mínimo. E
automóvel até a geladeira; desde o ven
fins pi.catórios pelo indigena, foi um
macaquinho, ainda cm estado agreste, chega u fornecer 15% e làcílmcnte po
cientista peniano que, por ler verifi
derá abngir 20, quando tratado ein
ésse cálculo racional conduzia, fora dc
a máquina de lavar roupa até a ence
cado a sua ação letal sôbre formigas e
lavoura.
dúvida, o produto paro o mau gosto
radeira.
piolho.s, passou a empregá-los como carrapaticida sobre os lhamas. Decorridos alguns anos, cientistas da Argélia verifi caram que plantas semelhantes tinham . também ação nnütr) eficiente no comba
te à.s pragas das videiras. Esta iiltim.a
cada planta.
estacas, uma vez sementes, e é de abertura de covas 50 a 2m 50 entre
Os exemplares robustos,
descoberta foi de incomensurável alcan
com trc.s anos de idade, já podem dar
ce para a crescente procura e valoriza
de 4 a 5 quilos de raízes verdes. Pela .secagem a ([uc são submetidas e.ssas
ção dos nossos timbos e tinguís, pois que se a primeira já levara o Governo inglês a tornar compulsório o uso dc rotenona nos banheiros de gado do Rei
maioria
dos
eonsmnidores.
arranjos de cama e de casa; desde o tilador até a' batedeira elétrica; desde
As conquistas cientificas, a objetiva-
ou, pelo menos, para a ausência dc
A propagação da planta , do timbó faz-se por meio de que são raras as suas nso no seu plantio a com o espaço de Im
a
gôsto.
ção do saber e a sistematização do mes
E essa tendência fazia que se rect)rclasso, com saudade, o requinte da in dústria manufaturcira, ainda ligada uo requinte da fidalguia monárquica. E
mo e o valor que tudo isso tinha para os grandes, planos industriais, concorre
ram para que se aplicassem os técnicos e 'inventores no esfôrço para a produção
mesmo, com o aparecimento das fábri cas, houve, de inicio, es
em série.
Cresceram ao lado das
se empenho pelo valor individual do produto, o
mesmas raízes, há, porém, uma redução de 50% do seu peso.
seu
acabamento,
a
sua*
apresentação, de confor
Para fins comerciais e visando q e.x-
no Unido e seus domínios, a sua apli cação como inseticida vegetal aumen tou-lhe extraordinanamente o consumo. Para isto, basta apenas lembrar que só
portaçjio, de várias maneiras o tímlíô se pode apresentar no mercado, a co meçar pelas suas raízes apenas defu madas ou reduzidas a pó, e indo até a
recebia de Londres,
de
os agricultores norte-americanos anual
fonna do solução e extrato concentrado.
Paris
in
midade com a encomen-
fábricas grandiosos labo- .' > /
r
Zeiss.
1
da ou com o gôsto do
r
freguês. O que o mundo
1
e
do.s
dustriais
da
centros
ratórios, como os da Sieniens, como os da Ceneral Electric, como os da A General Elec
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' '
Alemanha,
lares
anuais
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traba
lhos dc pe.squisas. imensos
Nos'
laboratórios
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xinha ainda assim com o selo de um
Natioual Electric Light Association, no^
capricho.so acabamento.
veccntas pessoas trabalham em investi gações, dia c noite. Numa das maio res fábricas que tive ocasião de vi-^
Mas, a América jogara no mercado mundial a mercadoria cm série, desti
nada, acima de tudo, a atender o ho mem comum. A economia tomava, com
sitíir na Argentina, verifiquei
como
isso, um novo aspecto, poirque as gran-
as pesquisas e sugestões de melhoria
seus diretores estimulavam os inventos,
Digesto EcoNó^aco
118
7*^
Digesto
EcoNÓ^aco
119
da produção entre os próprios operá
\em fazendo o industrial, da mesma
rios.
forma com que faz ao técnico e ao
das fábricas, com a perfeição dos inven tos, com as grandes proporções da in
inventor.
dústria moderna, a mobilizirçâo dos ar
voltura com que Rencir ou Van Gogh iam para seus "ateliers".
tistas, que se tomam tão necessários como as próprias máquinas! O desenho dc um produto não se
jornal de Madri, e isso há vários anos, assinalava a importância que a arte ti
coaduna só com a.s exigências técnicas.
nha no desenvolvimento da vida in
Êsse de.senho deve ter sensibilidade, de ve ser também uma preocupação artís
forma de sugerir. E é sugerindo que
Porém, o problema da boa apresenta ção do produto, nestes últimos tempos
é que se tomou uma preocupação habi tual, com o intuito de harmonizar o
A arte hoje assumiu proporções ines
peradas justamente em conseqüência do impulso que recebo do mundo industrial o comercial. Desde que o público re
bom gosto com a produção em série. A dificuldade maior para isso estava
clama a beleza, a beleza lhe é ofereci
na máquina e, como dizia Picasso, a
da como objeto de comércio.
máquina não tem, nem pode ter sen
está assim na fábrica, com grandes mes
sibilidade.
tres em imponentes "atelicrs". E dai ela sai para a rua, a serviço do público.
Mas essa dificuldade tem
sido vencida, com o auxílio aliás do pró prio critério econômico. A produção em
A arte
Hoje dá gosto andar-se por ura cen
massa ou em série é uma produção em
tro comercial, porque ele oferece sem
via de aperfeiçoamento.
pre, com luxo e exuberância, uma expo sição permanente de arte e de bom
Ela, geral
mente, é feita por tipos anuais. E cada
um desses tipos sofre sempre um acrés cimo, para o seu aperfeiçoamento e
mo, nestes últimos tempos, uma preo
gôsto. A começar pelos anúncios, nas revistas mundanas, nos muros, nas paredes, nos andaimes, no jogo de côres de dia, no
cupação nesse sentido. Todos os anún
jogo de luzes à noite. E, depois, nos
para a beleza de suas linhas. Há mes
cios de máquinas, automóveis, geladei ras ou rádios, se referem, sempre, com entusiasmo, à "beleza de suas linhas".
mostruários.
A medida que o homem comum vai
aerodinâmicas. Os grandes costureiros de Paris foram os abridores de caminho,
sentindo as vantagens do confôrto vai êle educando sua sensibilidade e acom
para fazer da apresentação de seus
dustrial. A arte é, antes de tudo, uma se consegue harmonizar o gôsto com o
desenho era uma promes.sa que iria re
Em nossos dias, por isso mesmo, na da mais interessante do que um estu
confôrto!
do sôbre o valor da cooperação da arte
bom gôsto!
na vida industrial moderna.
Mas o produto pronto só é entregue à venda pela propaganda. E a propa
dadas, abrem-se de fato novas perspec
ganda se utiliza, sem vacilações, da su
jarra helênica, até um carro de linhas
O velho Ford, numa entrevista a um
tica. Quando foi desenhado o primeiro "Spittfirc", mr. Golston afirmava que o volucionar a indústria do avião, mas era também uma expressão sóbria de
Desde o perfume, numa
ra as fábricas, com a mesma desen
De mãos
tivas para a cultura e para a educação da sensibilidade popular. A arte que pe
gestão artística. Um belo cartaz de pro paganda, saído das mãos de um artista
netrou na fábrica e que está presente
verdadeiro, tem, indiscutivelmente, um
lorizando os produtos.
valor extraordinário.
desaparecendo. o antigo recato român tico, o horror orguUioso do artista pelo
No Renascimento, cs pintores de fama faziam retratos da alta nobreza e da
alta burguesia.
Com a queda da mo
narquia, os pintores, no encantamento
no comércio, valoriza-se a si mesma, va
Com isso, \'ai
comércio, à semelhança do horror que
tinha por ela o cidadão romano.
panhando assim o aperfeiçoamento esté
dias que correm, uma simples pasta de
tico das mercadorias. Se, na verdade
a arte moderna tem procurado inspira ção nas linhas das máquinas, naquilo que vulgarmente se chama "as linhas
dente está exigindo, para ser vendável,
viviam em dificuldades. Sustentavam o
o socorro de artistas verdadeiros!
Hoje em dia, um produto vale tanto quando apresentado ao público pelo gôsto de um grande artista. Vale pelo que é e pelo que sugere. Vale o que
preconceito de que a arte nada tem a ver com o comércio. O pintor pinta li
pode valer e tem, para mostrá-lo assim, nas possibilidades de seu valor, o ca
de fábrica", por outro lado os fabri cantes vão sentindo a necessidade de
respeito, que é a "Publícité et arts gniphíques" — "emballage et étalage" -
vremente e não se sujeita a uma orga nização de lucros. Por isso, muitas e
pricho das formas imprevistas, que saem,
atender às exigências das artes para os
"Packing — and vi'indow desplny", de
produtos de suas fabricas. Por certo que o próprio Picasso se
deixou arrastar pelas linhas das coisas inanimadas, pelos ângulos das fábricas. É verdade que a decoração moderna
perdeu a sua antiga inquietação e se
deixou levar pelo jogo geométrico dos volumes e das cores. Mas, o que é
vestidos uma festa de arte. Depois, nos
romântico, descobriram a paisagem e as cenas. Porém, quase sempre os artistas
Ainda agora tive ocasião de ler uma das mais interessantes publicações a
1947.
muitas vezes, passou fome e só não
passava fome quando era auxihado pelo
Ela nos mostra a evolução da
Estado.
"embalage", como neste mundo a fora,
Agora, a perspectiva é diferente. Os
desde a velha Cliina, êsse problema tenf
mestres' consagrados de decoração não
sido considerado. A mão do artista so
se acanham em decorar um salão de
litário, completando o valor de uma uti lidade. As xícaras de porcelana fei tas a mão. Os grandes vasos chineses.
impressionante, entretanto, nestes últi
Depois, os móveis. Um móvel pode ex plicar um regime político e até uma
mos tempos, é êsse apelo ao artista que
filosofia.
Depois, com o aparecimento .IA
misteriosamente, da alma do artista.
A produção em série não conseguiu assim diminuir o valor formal do pro duto. Ao contrário, até. Graças a ela. a arte se vale da indústria, como a in
dústria se vale da arte. E para a maior veracidade dessa asserção é só, à
exposições de máquinas ou um salão de chá das grandes metrópoles. E, prin cipalmente, nas grandes nações indus
maior violinista do século vai tocar, pa trocinado por uma grande marca de sa
triais, como os Estados Unidos, vão pa
bonete...
noite, ligar o rádio e escutar: — O
Digesto EcoNó^aco
118
7*^
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EcoNÓ^aco
119
da produção entre os próprios operá
\em fazendo o industrial, da mesma
rios.
forma com que faz ao técnico e ao
das fábricas, com a perfeição dos inven tos, com as grandes proporções da in
inventor.
dústria moderna, a mobilizirçâo dos ar
voltura com que Rencir ou Van Gogh iam para seus "ateliers".
tistas, que se tomam tão necessários como as próprias máquinas! O desenho dc um produto não se
jornal de Madri, e isso há vários anos, assinalava a importância que a arte ti
coaduna só com a.s exigências técnicas.
nha no desenvolvimento da vida in
Êsse de.senho deve ter sensibilidade, de ve ser também uma preocupação artís
forma de sugerir. E é sugerindo que
Porém, o problema da boa apresenta ção do produto, nestes últimos tempos
é que se tomou uma preocupação habi tual, com o intuito de harmonizar o
A arte hoje assumiu proporções ines
peradas justamente em conseqüência do impulso que recebo do mundo industrial o comercial. Desde que o público re
bom gosto com a produção em série. A dificuldade maior para isso estava
clama a beleza, a beleza lhe é ofereci
na máquina e, como dizia Picasso, a
da como objeto de comércio.
máquina não tem, nem pode ter sen
está assim na fábrica, com grandes mes
sibilidade.
tres em imponentes "atelicrs". E dai ela sai para a rua, a serviço do público.
Mas essa dificuldade tem
sido vencida, com o auxílio aliás do pró prio critério econômico. A produção em
A arte
Hoje dá gosto andar-se por ura cen
massa ou em série é uma produção em
tro comercial, porque ele oferece sem
via de aperfeiçoamento.
pre, com luxo e exuberância, uma expo sição permanente de arte e de bom
Ela, geral
mente, é feita por tipos anuais. E cada
um desses tipos sofre sempre um acrés cimo, para o seu aperfeiçoamento e
mo, nestes últimos tempos, uma preo
gôsto. A começar pelos anúncios, nas revistas mundanas, nos muros, nas paredes, nos andaimes, no jogo de côres de dia, no
cupação nesse sentido. Todos os anún
jogo de luzes à noite. E, depois, nos
para a beleza de suas linhas. Há mes
cios de máquinas, automóveis, geladei ras ou rádios, se referem, sempre, com entusiasmo, à "beleza de suas linhas".
mostruários.
A medida que o homem comum vai
aerodinâmicas. Os grandes costureiros de Paris foram os abridores de caminho,
sentindo as vantagens do confôrto vai êle educando sua sensibilidade e acom
para fazer da apresentação de seus
dustrial. A arte é, antes de tudo, uma se consegue harmonizar o gôsto com o
desenho era uma promes.sa que iria re
Em nossos dias, por isso mesmo, na da mais interessante do que um estu
confôrto!
do sôbre o valor da cooperação da arte
bom gôsto!
na vida industrial moderna.
Mas o produto pronto só é entregue à venda pela propaganda. E a propa
dadas, abrem-se de fato novas perspec
ganda se utiliza, sem vacilações, da su
jarra helênica, até um carro de linhas
O velho Ford, numa entrevista a um
tica. Quando foi desenhado o primeiro "Spittfirc", mr. Golston afirmava que o volucionar a indústria do avião, mas era também uma expressão sóbria de
Desde o perfume, numa
ra as fábricas, com a mesma desen
De mãos
tivas para a cultura e para a educação da sensibilidade popular. A arte que pe
gestão artística. Um belo cartaz de pro paganda, saído das mãos de um artista
netrou na fábrica e que está presente
verdadeiro, tem, indiscutivelmente, um
lorizando os produtos.
valor extraordinário.
desaparecendo. o antigo recato român tico, o horror orguUioso do artista pelo
No Renascimento, cs pintores de fama faziam retratos da alta nobreza e da
alta burguesia.
Com a queda da mo
narquia, os pintores, no encantamento
no comércio, valoriza-se a si mesma, va
Com isso, \'ai
comércio, à semelhança do horror que
tinha por ela o cidadão romano.
panhando assim o aperfeiçoamento esté
dias que correm, uma simples pasta de
tico das mercadorias. Se, na verdade
a arte moderna tem procurado inspira ção nas linhas das máquinas, naquilo que vulgarmente se chama "as linhas
dente está exigindo, para ser vendável,
viviam em dificuldades. Sustentavam o
o socorro de artistas verdadeiros!
Hoje em dia, um produto vale tanto quando apresentado ao público pelo gôsto de um grande artista. Vale pelo que é e pelo que sugere. Vale o que
preconceito de que a arte nada tem a ver com o comércio. O pintor pinta li
pode valer e tem, para mostrá-lo assim, nas possibilidades de seu valor, o ca
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vremente e não se sujeita a uma orga nização de lucros. Por isso, muitas e
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"Packing — and vi'indow desplny", de
produtos de suas fabricas. Por certo que o próprio Picasso se
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deixou levar pelo jogo geométrico dos volumes e das cores. Mas, o que é
vestidos uma festa de arte. Depois, nos
romântico, descobriram a paisagem e as cenas. Porém, quase sempre os artistas
Ainda agora tive ocasião de ler uma das mais interessantes publicações a
1947.
muitas vezes, passou fome e só não
passava fome quando era auxihado pelo
Ela nos mostra a evolução da
Estado.
"embalage", como neste mundo a fora,
Agora, a perspectiva é diferente. Os
desde a velha Cliina, êsse problema tenf
mestres' consagrados de decoração não
sido considerado. A mão do artista so
se acanham em decorar um salão de
litário, completando o valor de uma uti lidade. As xícaras de porcelana fei tas a mão. Os grandes vasos chineses.
impressionante, entretanto, nestes últi
Depois, os móveis. Um móvel pode ex plicar um regime político e até uma
mos tempos, é êsse apelo ao artista que
filosofia.
Depois, com o aparecimento .IA
misteriosamente, da alma do artista.
A produção em série não conseguiu assim diminuir o valor formal do pro duto. Ao contrário, até. Graças a ela. a arte se vale da indústria, como a in
dústria se vale da arte. E para a maior veracidade dessa asserção é só, à
exposições de máquinas ou um salão de chá das grandes metrópoles. E, prin cipalmente, nas grandes nações indus
maior violinista do século vai tocar, pa trocinado por uma grande marca de sa
triais, como os Estados Unidos, vão pa
bonete...
noite, ligar o rádio e escutar: — O
>1
DICESTO
PANORAMA Um ano de socialização da indústria carvoeira inglesa evidenciou ser o so
cialismo a'nda incapaz de resolver os problemas que o capitalismo enfrenta, afirma interessante reportagem — "Eleadaclies in Briüsli Sceialism" — publicada
econômico problema da eficiência cia produção, o do Salário, o da disciplina ou o do re crutamento o di.speu.sa dos operários.
1947.
dade dos mineiros...
Segundo essa reportagem, as minas in glesas, sob a administração do Go verno, produziram, em 1947, 220.0Ü0.000
A questão do.s salários permanece -tal qual. Em março dc 1947, no intuito de melliorar a produção, o Governo acedeu
nas 9.000.000 de toneladas a mais do
cm pagar seis d as por uma semana de cinco e as horas extraordinárias o a ele
de toneiadas de carvão, ou sejam, ape
que produziram em 1946, no regime de propriedade privada.
O custo medio da produção, que passou de §6,34 por tonelada, aproxima damente, em 1946, para S8,80 por to nelada em 1947, aumentou de 39% en quanto o rendimento das minas cresceu apenas de 4%. O preço de venda da to
nelada, nas minas, passou de $7,70 para $9 e os lucros tran.sformaram-se em preJUÍZOS.
Os acionistas das minas de carvão
realizaram em 1946, no regime de pro priedade privada, um lucro de
no regime da socialização, trabalhando ciplina o de maior freqüência ao serviço. que se repetem sempre contra as trans
ferências de uma mina para outra, con
lanço de §80.000.000, o consumidor pa
tra à dispensa do.s operários de superfí cie, contra o ordenado dos diretores,
gou o carvão mais caro e o contribuinte
contra o aumento do preço das utilida
teve de arcar com as perdas da indús
des etc.. .
tria carvoeira. Isso de algum modo se ex
O problema da direção é mais árduo
plica por haverem os salários subido an
agora do que antes. Os mesmos admi nistradores e técnicos que dirigiam as minas no reg'mc de propriedade priva
tes de os prcço.s serem aumentados e por
distanciando-sc, assim, pouco da produ
ção americana que c de 683.000.000 de
mundial, ou então, ex-portação subsidia da, com maior gravame para o contri
toneladas.
buinte inglês.
dução dc alimentos e de explosivos, a
Em azôto, indispensá\el para a pro capacidade da Rússia e da Europa jun
inglêsa.s parece demonstrar que o socia
tas (1.300.000 toneladas anuais) equili-
lismo não resolve os problemas da pro
brn-se com a dos Estados Unidos.
5ÍÍ
dendo fazê-lo, obteria a Rúss'a, com isso, força suficiente para bater os Es tados Unidos em uma guerra total?
Também não diminuíram as reclamações
588.000.000 de toneladas anuais de
carvão betumino.^o é o que a Rússia e a
Europa podem extrair das suas minas,
Ainda que vies.se a çlominar todo o continente europeu, como está preten-
convenceu da necessidade de maior dis
parece, porque o aço americano não será total e imediatamente aplicado na guerra.
cará aumento do preço do carvão, com acrescidas desvantagens no mercado
•■ü
em proveito próprio, parece que não os
possam produzir 90.000.000 de toneladas por ano, a inferioridade da Rússia, nesse ponto, não é tão grande quanto
outro aumento dc salários. Isso signifi
dução industrial.
A presunção de estarem os operários,
§60.000.000. No regime dc socialização
neladas de aço, duas \vzcs o que tinha Ilitler. Embora os Esl.idos Unidos
A socialização das minas dc carvão
do custo de produção isso importará em mais aumento no preço do car\'ão inglês.
A Rússia c a Europa juntas podem
ro. Em 1946 exportaram-se 4.000.000
custo de produção, podem ser \ endidos mais barato. O custo do carvão parece estar subindo e poderá subir muito caso se conceda, ainda qii.c parcialmente,
é agora de §30. Os mineiros, não obstan te isso, estão pleiteando novo aumento o como o salário representa dois terços
diferença se manterá sensnel.
produzir anualmente 54.000.000 de to
o da Polônia e o do Ruhr, dc menor
por semana. A media do salário semanal
23.150.000. Mesmo com a contribuição do Canadá, Austrália e Grã Bretanha a
das foram embarcadas para o estrangei No mercado mundial o carvão inglês ccncorre cIc.SN-antajosanientc, pois que
var o .salário básico dc §20 para §23,75,
o Governo teve um prejuízo dc ba
cjue já foi para a In cm 1947, de tonela
de toneladas...
Êste.s trabulliain um pouco ma;s agora
and World Rcport" de 19 de março de
no semanário americano "U. S. Ncws
121
A exportação cio carvão, fonte dc substanciai riqueza glaterra, caiu grandemente quando somente 1.000.000
socialismo não resolve facilmente o
do que antes c o Conselho Nacional do Carvão sub.stituiii o antigo patrão tam bém como alvo da tradicional hostili
Econômico
A análise dos elementos essenciais do
potencial de guerra dêssc.s dois possí veis e provávci.s adversíirios, feita no n.° de 16 de abril do corrente do "U. S.
Ncws Rcport" (Limits of So\'ict War Power) — conclui pela inferioridade evi
dente dos soviéticos, ainda que senhores
Em máquinas operatrizes para n in dústria de guerra, os russos teriam a
vantagem inicial de 2.750.000 dessas máquinas, contra 2.000.000 para os Es tados Unidos. Mas o equipamento ame ricano é melhor.
Embora o atual domínio da Europa
aumentasse de mais do dobro o poder industrial da Rússia, o aproveitamento
eficiente da totalidade de capacidade industrial e do material humano euro
peus-as.sim conquistados, suscitaria pro blemas que os russos provavelmente não poderiam resolver. A real desvantagem dos russos está,
de tôda a Europa Ocidental. Em potencial humano a Rússia conta
porém, no petróleo, matéria-prima mais
da estão agora a serviço do Govêmo
com uma .superioridade impressionante.
quanto os Estados Unidos produzem
mento das minas e no recrutamento e
c a sua tarefa consiste em fazer em
Os traba'hadorcs industriais da Rússia e
anualmente 1.920.000.000 de barris de
treinamento dos trabalhadores.
uma só organização o que era feito por SOO empresas di\ersas.
da Europa somam o total de 45.930.000, enquanto que, nos Estados Unidos, o má-
petróleo, os russos poderão produzir no
ter o Go\êrno despendido mais do que os proprietários privados no aperfeiçoa Verificou ainda o Governo inglês que
. ãJí. .
ximo em tempo de guerra será de ' ... ,
importante para a guerra moderna. En
máximo 267.000.000 dc barris, o que não dá para suprir as necessidades das
>1
DICESTO
PANORAMA Um ano de socialização da indústria carvoeira inglesa evidenciou ser o so
cialismo a'nda incapaz de resolver os problemas que o capitalismo enfrenta, afirma interessante reportagem — "Eleadaclies in Briüsli Sceialism" — publicada
econômico problema da eficiência cia produção, o do Salário, o da disciplina ou o do re crutamento o di.speu.sa dos operários.
1947.
dade dos mineiros...
Segundo essa reportagem, as minas in glesas, sob a administração do Go verno, produziram, em 1947, 220.0Ü0.000
A questão do.s salários permanece -tal qual. Em março dc 1947, no intuito de melliorar a produção, o Governo acedeu
nas 9.000.000 de toneladas a mais do
cm pagar seis d as por uma semana de cinco e as horas extraordinárias o a ele
de toneiadas de carvão, ou sejam, ape
que produziram em 1946, no regime de propriedade privada.
O custo medio da produção, que passou de §6,34 por tonelada, aproxima damente, em 1946, para S8,80 por to nelada em 1947, aumentou de 39% en quanto o rendimento das minas cresceu apenas de 4%. O preço de venda da to
nelada, nas minas, passou de $7,70 para $9 e os lucros tran.sformaram-se em preJUÍZOS.
Os acionistas das minas de carvão
realizaram em 1946, no regime de pro priedade privada, um lucro de
no regime da socialização, trabalhando ciplina o de maior freqüência ao serviço. que se repetem sempre contra as trans
ferências de uma mina para outra, con
lanço de §80.000.000, o consumidor pa
tra à dispensa do.s operários de superfí cie, contra o ordenado dos diretores,
gou o carvão mais caro e o contribuinte
contra o aumento do preço das utilida
teve de arcar com as perdas da indús
des etc.. .
tria carvoeira. Isso de algum modo se ex
O problema da direção é mais árduo
plica por haverem os salários subido an
agora do que antes. Os mesmos admi nistradores e técnicos que dirigiam as minas no reg'mc de propriedade priva
tes de os prcço.s serem aumentados e por
distanciando-sc, assim, pouco da produ
ção americana que c de 683.000.000 de
mundial, ou então, ex-portação subsidia da, com maior gravame para o contri
toneladas.
buinte inglês.
dução dc alimentos e de explosivos, a
Em azôto, indispensá\el para a pro capacidade da Rússia e da Europa jun
inglêsa.s parece demonstrar que o socia
tas (1.300.000 toneladas anuais) equili-
lismo não resolve os problemas da pro
brn-se com a dos Estados Unidos.
5ÍÍ
dendo fazê-lo, obteria a Rúss'a, com isso, força suficiente para bater os Es tados Unidos em uma guerra total?
Também não diminuíram as reclamações
588.000.000 de toneladas anuais de
carvão betumino.^o é o que a Rússia e a
Europa podem extrair das suas minas,
Ainda que vies.se a çlominar todo o continente europeu, como está preten-
convenceu da necessidade de maior dis
parece, porque o aço americano não será total e imediatamente aplicado na guerra.
cará aumento do preço do carvão, com acrescidas desvantagens no mercado
•■ü
em proveito próprio, parece que não os
possam produzir 90.000.000 de toneladas por ano, a inferioridade da Rússia, nesse ponto, não é tão grande quanto
outro aumento dc salários. Isso signifi
dução industrial.
A presunção de estarem os operários,
§60.000.000. No regime dc socialização
neladas de aço, duas \vzcs o que tinha Ilitler. Embora os Esl.idos Unidos
A socialização das minas dc carvão
do custo de produção isso importará em mais aumento no preço do car\'ão inglês.
A Rússia c a Europa juntas podem
ro. Em 1946 exportaram-se 4.000.000
custo de produção, podem ser \ endidos mais barato. O custo do carvão parece estar subindo e poderá subir muito caso se conceda, ainda qii.c parcialmente,
é agora de §30. Os mineiros, não obstan te isso, estão pleiteando novo aumento o como o salário representa dois terços
diferença se manterá sensnel.
produzir anualmente 54.000.000 de to
o da Polônia e o do Ruhr, dc menor
por semana. A media do salário semanal
23.150.000. Mesmo com a contribuição do Canadá, Austrália e Grã Bretanha a
das foram embarcadas para o estrangei No mercado mundial o carvão inglês ccncorre cIc.SN-antajosanientc, pois que
var o .salário básico dc §20 para §23,75,
o Governo teve um prejuízo dc ba
cjue já foi para a In cm 1947, de tonela
de toneladas...
Êste.s trabulliain um pouco ma;s agora
and World Rcport" de 19 de março de
no semanário americano "U. S. Ncws
121
A exportação cio carvão, fonte dc substanciai riqueza glaterra, caiu grandemente quando somente 1.000.000
socialismo não resolve facilmente o
do que antes c o Conselho Nacional do Carvão sub.stituiii o antigo patrão tam bém como alvo da tradicional hostili
Econômico
A análise dos elementos essenciais do
potencial de guerra dêssc.s dois possí veis e provávci.s adversíirios, feita no n.° de 16 de abril do corrente do "U. S.
Ncws Rcport" (Limits of So\'ict War Power) — conclui pela inferioridade evi
dente dos soviéticos, ainda que senhores
Em máquinas operatrizes para n in dústria de guerra, os russos teriam a
vantagem inicial de 2.750.000 dessas máquinas, contra 2.000.000 para os Es tados Unidos. Mas o equipamento ame ricano é melhor.
Embora o atual domínio da Europa
aumentasse de mais do dobro o poder industrial da Rússia, o aproveitamento
eficiente da totalidade de capacidade industrial e do material humano euro
peus-as.sim conquistados, suscitaria pro blemas que os russos provavelmente não poderiam resolver. A real desvantagem dos russos está,
de tôda a Europa Ocidental. Em potencial humano a Rússia conta
porém, no petróleo, matéria-prima mais
da estão agora a serviço do Govêmo
com uma .superioridade impressionante.
quanto os Estados Unidos produzem
mento das minas e no recrutamento e
c a sua tarefa consiste em fazer em
Os traba'hadorcs industriais da Rússia e
anualmente 1.920.000.000 de barris de
treinamento dos trabalhadores.
uma só organização o que era feito por SOO empresas di\ersas.
da Europa somam o total de 45.930.000, enquanto que, nos Estados Unidos, o má-
petróleo, os russos poderão produzir no
ter o Go\êrno despendido mais do que os proprietários privados no aperfeiçoa Verificou ainda o Governo inglês que
. ãJí. .
ximo em tempo de guerra será de ' ... ,
importante para a guerra moderna. En
máximo 267.000.000 dc barris, o que não dá para suprir as necessidades das
Digesto EcoNÓ^ílco Digesto
122
indústrias c dos transportes da Europa Ocidental. Essa deficiência não poderá ser suprida, como é óbNÍo, pelos outros centros produtores, em face da indiscutí vel superioridade aérea e naval da alian ça anglo-americana. O alumínio e o cobre,, essenciais para
a produção de aeroplanos e armamentos, são produzidos em muito maior volume
nos Estados Unidos do que em todo o continente europeu. A Rússia e a Eu ropa produzem anualmente 380.000 to neladas de alumínio e os Estados Unidos
produzem 1.230.000 toneladas que, so madas às 500.000 do Canadá, lhes dão uma vantagem de quase 5 para 1. Quanto ao cobre, os Estados Unidos podem produzir três vêzes as 305.000 toneladas de que dispõem anualmente a Europa e a Rússia.
É de ponderar-se ainda que os Esta dos Unidos disporiam fàcilmente das
matérias-primas e estratégicas de que ne
inferioridade aumentaria no caso de uma Ai
Ai
em ampla medida do desenvolvimento
Ai
i
no
futuro,
as relações
entro a Suíça o a Rússia,
gundo um programa que diz respeito aos anos de 1949-51, principalmente má
quinas e instalações para a indústria so\'iética, máquinas operatrizes, instnimen-
De acôrdo com as cstipula-
tos e aparelhos, inclusive relógios, produ tos químicos, certas matérias têxteis, cal çados e gado de reprodução. Os paga
ções dêsse tratado, a URSS fornecerá à
mentos se realizarão em francos suíços
Suíça, durante o primeiro ano da sua
ou em outras moedas.
foi assinado em Moscou a 17 de março
de 1948.
geiros de relógios suíços. O regime de restrições, ajustado anteriormente entre os governos norte-americano e suíço, foí abolido e a Suíça suprimiu o "contin-
genciamento" em matéria de compra de dólares de exportação. Contudo, a ex
suficiência de técnicos competentes e
ção durante a guerra, entrarem novamen
de operários especializados, contra as dificuldades de comunicação entre o
trições impostas por outros países à
acusou uma pequena diminuição, devido ao fato de as fábricas norte-americanas,
que tiveram que interromper a fabrica te em atividade. De outro lado, as res
importação de relógios, não considerados produtos de primeira necessidade, não permitiram aos fabricantes suíços desen volver a exportação de acordo com o seu programa. De modo geral, a pro cura manifestou-se menos urgente que durante os meses que se seguiram no
fim das hostilidades, mas continuou absorvendo a totalidade da produção. Se
Não obstante, ela continuará muito mais
bem que a boa posição da indústria relojoeira seja devida, em parte, a con junturas passageiras, o niimero de re querimentos relacionados com a aber
fraca do que os Estados Unidos e essa
tura de novas fábricas, a extensão, a
mente do que o era a Alemanha quando Hitler iniciou a segunda guerra mundial.
Ai
tria química e vários outros produtos. A Suíça, por sua parte, fornecerá à URSS, durante êsse primeiro ano, e se
Os Estados Unidos ocuparam o pri meiro lugar entre os compradores estran
com destino ao mercado norte-americano
O domínio da Europa fará a Rússia consideràvelmente mais forte industrial
Tais
dade dos artigos exportados tem sido muito melhorada desde aquela época.
Rússia, ao passo que esta só poderia dispor das que existirem no território sob seu domínio. A Rússia, além desses embaraços, lutaria ainda contra a in
Em face desses fatos os planejadores soviéticos serão forçados a concluir que a exploração industrial imediata da Eu ropa Ocidental está fora de qualquer possibilidade.
econômicas
tia considerável de quase 770 milhões
portação de relógios e de mecanismos
a falta de alimentação e de vestuários.
que regerão,
de produtos relojoeiros alcançou a quan
cessitassem em uma guerra contra a
oriente e o ocidente europeus e contra
aumentando.
Um tratado, regulando os princípios
1947. De fato, o valor da e.xportação
a exportação foi bem inferior ao má.\i' mo atingido em 1937. Todavia, a quali
líquidos, matérias-primas para a indús
Ai
do comércio exterior durante o ano de
o número de relógios e de mecanismos,
vigência, cereais, madeiras, combustíveis
continua
volvimento perigoso da referida indús tria, ainda não foi suprimida.
A indústria rclojooira suíça participou
de francos suíços. Considerando, porém,
transformação, o traslado de emprêsas existentes
pedidos só foram deferidos em parte, e essa fiscalização, que impediu um desen
luta prolongada com a América. A• i
123
EcoKÓxnco
r
■i.
Dentro em hreve, e em obediência ao acôrdo angjo-itoliano assinado em ja neiro último, grande quantidade de vinhos da Itália será enviada para a Inglaterra. Segundo consta nos círculos comerciais italianos de Londres, aos vinhos de mesa, vermutes e marsala ora sendo embarcados para êste país, serão incluídos nas remessas futuras champanhas e licores. Os estoques italianos de vinhos são estimados, atualmente, aproximadamente em 150 milhões de galões. iWÍ-
Digesto EcoNÓ^ílco Digesto
122
indústrias c dos transportes da Europa Ocidental. Essa deficiência não poderá ser suprida, como é óbNÍo, pelos outros centros produtores, em face da indiscutí vel superioridade aérea e naval da alian ça anglo-americana. O alumínio e o cobre,, essenciais para
a produção de aeroplanos e armamentos, são produzidos em muito maior volume
nos Estados Unidos do que em todo o continente europeu. A Rússia e a Eu ropa produzem anualmente 380.000 to neladas de alumínio e os Estados Unidos
produzem 1.230.000 toneladas que, so madas às 500.000 do Canadá, lhes dão uma vantagem de quase 5 para 1. Quanto ao cobre, os Estados Unidos podem produzir três vêzes as 305.000 toneladas de que dispõem anualmente a Europa e a Rússia.
É de ponderar-se ainda que os Esta dos Unidos disporiam fàcilmente das
matérias-primas e estratégicas de que ne
inferioridade aumentaria no caso de uma Ai
Ai
em ampla medida do desenvolvimento
Ai
i
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futuro,
as relações
entro a Suíça o a Rússia,
gundo um programa que diz respeito aos anos de 1949-51, principalmente má
quinas e instalações para a indústria so\'iética, máquinas operatrizes, instnimen-
De acôrdo com as cstipula-
tos e aparelhos, inclusive relógios, produ tos químicos, certas matérias têxteis, cal çados e gado de reprodução. Os paga
ções dêsse tratado, a URSS fornecerá à
mentos se realizarão em francos suíços
Suíça, durante o primeiro ano da sua
ou em outras moedas.
foi assinado em Moscou a 17 de março
de 1948.
geiros de relógios suíços. O regime de restrições, ajustado anteriormente entre os governos norte-americano e suíço, foí abolido e a Suíça suprimiu o "contin-
genciamento" em matéria de compra de dólares de exportação. Contudo, a ex
suficiência de técnicos competentes e
ção durante a guerra, entrarem novamen
de operários especializados, contra as dificuldades de comunicação entre o
trições impostas por outros países à
acusou uma pequena diminuição, devido ao fato de as fábricas norte-americanas,
que tiveram que interromper a fabrica te em atividade. De outro lado, as res
importação de relógios, não considerados produtos de primeira necessidade, não permitiram aos fabricantes suíços desen volver a exportação de acordo com o seu programa. De modo geral, a pro cura manifestou-se menos urgente que durante os meses que se seguiram no
fim das hostilidades, mas continuou absorvendo a totalidade da produção. Se
Não obstante, ela continuará muito mais
bem que a boa posição da indústria relojoeira seja devida, em parte, a con junturas passageiras, o niimero de re querimentos relacionados com a aber
fraca do que os Estados Unidos e essa
tura de novas fábricas, a extensão, a
mente do que o era a Alemanha quando Hitler iniciou a segunda guerra mundial.
Ai
tria química e vários outros produtos. A Suíça, por sua parte, fornecerá à URSS, durante êsse primeiro ano, e se
Os Estados Unidos ocuparam o pri meiro lugar entre os compradores estran
com destino ao mercado norte-americano
O domínio da Europa fará a Rússia consideràvelmente mais forte industrial
Tais
dade dos artigos exportados tem sido muito melhorada desde aquela época.
Rússia, ao passo que esta só poderia dispor das que existirem no território sob seu domínio. A Rússia, além desses embaraços, lutaria ainda contra a in
Em face desses fatos os planejadores soviéticos serão forçados a concluir que a exploração industrial imediata da Eu ropa Ocidental está fora de qualquer possibilidade.
econômicas
tia considerável de quase 770 milhões
portação de relógios e de mecanismos
a falta de alimentação e de vestuários.
que regerão,
de produtos relojoeiros alcançou a quan
cessitassem em uma guerra contra a
oriente e o ocidente europeus e contra
aumentando.
Um tratado, regulando os princípios
1947. De fato, o valor da e.xportação
a exportação foi bem inferior ao má.\i' mo atingido em 1937. Todavia, a quali
líquidos, matérias-primas para a indús
Ai
do comércio exterior durante o ano de
o número de relógios e de mecanismos,
vigência, cereais, madeiras, combustíveis
continua
volvimento perigoso da referida indús tria, ainda não foi suprimida.
A indústria rclojooira suíça participou
de francos suíços. Considerando, porém,
transformação, o traslado de emprêsas existentes
pedidos só foram deferidos em parte, e essa fiscalização, que impediu um desen
luta prolongada com a América. A• i
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Dentro em hreve, e em obediência ao acôrdo angjo-itoliano assinado em ja neiro último, grande quantidade de vinhos da Itália será enviada para a Inglaterra. Segundo consta nos círculos comerciais italianos de Londres, aos vinhos de mesa, vermutes e marsala ora sendo embarcados para êste país, serão incluídos nas remessas futuras champanhas e licores. Os estoques italianos de vinhos são estimados, atualmente, aproximadamente em 150 milhões de galões. iWÍ-
r-'"^r=
•••
i.
Instaiadora Moderna Ltda, ELETRICIDADE EM GERAL
7j
Válvulas Rádios — Microfones, Pick-Ups — Ailo-Falantes — Díal Toca-Discos simples e automálicos — Móveis para Rádios de Mesa e Vitrolas — Kits completos para 5. 6 e 7 válvulas — Bobinas Meissner e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores
l
ceramica
Capacimetros — Ohm-Meter - Material Elétrico.
Mais uma primazia das fá •
ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.
bricas. AC! As Velas AC
empregam um novo isola-
dor patenteado de óxido de aluminio na
Rua Libero Badaró, 472 - Telefone, 2-2374 - C. Postal, 1003
manufa
tura de seus isolad.ores de cerâmica, mantendo uma
SÃO PAULO
tradição criadora que já na primeira guerramun-
dial contribuiu
para
equipar os motores de
aviação Liberty com velas de cerâmica I No último conflito todos os aviões americanos
foram equipados com
DARÍO DE ALJVÍEIDvi MAGALHÃES ■ VÍTOR NUNES LEAL
velas que aplicavam
Produto da
êste sistema revolu-
GENERAL
cionáido,desenvolvido
MOTORS
e aperfeiçoado intei ramente nas fábricas
ADVOGADOS
AC! Este mesmo ma terial que marca
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guarda de perfeição e durabilidade é aplica do em tôdas as Velas
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AC, para carros, ca
minhões,
ônib.us
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tratores. Prefira sem
pre os produtos AC
Rua Senador Dantas, 20 — 15.° andar — salas 1507/9
RIO DE JANEIRO
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' Para vendas e sei"vlço procure os Distribuidores e Concessionários da
GEMERAL MOTORS 00 BRASIL S.A
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Companhia Americana de Automóveis Revendedora exclusiva na cidade de São Paulo dos afamados carros
LINCOLIV e MERCUBY Prestigiados pela classe e pelo preço
Escritório: Praça Ramos de Azevedo, 282, tel.: 4-5787 Oficina: Rua Consolação, 1837 — Telefone: 8-3448 Sccçòes de Peças: Rua Consolação, 1837 Telefone: 6-3448
Praça Júlio de Mesquita, 123 — Telefone: 4-0639 Diretor Presidente: — Octacilio Piedade Gonçalves Diretor Gerente: — Emydio Piedade Gonçalves
Companhia 0. P. Gonçalves de Automóveis REVENDEDORES DOS CARROS FORD
ENERGIA/
Distribuidora Exclusiva de Ônibus Diesel na Capital Ampla Secção de Peças — Modernas e bem montadas oficinas
Salão de exposição, escritório, oficinas e secção de peças: Rua Consolação, 1787 Telefone: 4-5554 - 4-0018
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Companhia Americana Industrial de Ônibus Dispondo de equipamento técnico moderno para construção de carrosserias de todos os tipos, em particular de ônibus e Secção
À BASE DE
de projetos e desenhos a cargo de profissionais competentes. Fábrica e Escritório: Av. Celso Garcia, 5628 — Telefone: 9-0312
Diretor-Presidente — Octacilio Piedade Gonçalves Diretor-Gerente — José Piedade Gonçalves Diretor-Técnico — José Massa
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Sociedade Paulista de Representações Ltda.
4 % a.a. 3y2% a.a.
Rua Paula Souza n.® 354 — Fone: 4*1922 — Telegramas "Soprei" SÃO PAULO
Contas a Prazo Fixo, com Pagamento m.:;nsal de Juros: 6 meses 3V2% a.a. 12 meses 4V2% a.a.
SEGUBÜMC/i NACIONAL
COMPANHIA
DE
SEGUROS
FUNDADA EM 1913
CAPITAL — CrS 4.000.000,00 SEGUROS
Incêndio, de Transportes, Acidentes do Trabalho, Acidentes Pessoais e Automóveis.
Reservas Esiaiutárias o Extraordinárias até 31-12-47 CrS 34.689.848,40
PORTO
Ginistros pagos até 1-12-47: CrS 21,5.142.247,20 Presidente: ANTÔNIO PRADO JÚNIOR
Matriz: Av. Rio Branco, 137 (Edifício Guinle) Rio de Janeiro Endereço Telegráíico: "Securitas" Sucursal em São Paulo: Prédio Pirapiíingui Rua Boa Vista, 127 — S.o andar S.L. -
Telefone: 2-3161
Gerente-Geral: J. J. ROOS
A
MAIOR
GARANTIA
EM
SEGUROS . d Jmt
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FUNDADA EM 1913
CAPITAL — CrS 4.000.000,00 SEGUROS
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Reservas Esiaiutárias o Extraordinárias até 31-12-47 CrS 34.689.848,40
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Matriz: Av. Rio Branco, 137 (Edifício Guinle) Rio de Janeiro Endereço Telegráíico: "Securitas" Sucursal em São Paulo: Prédio Pirapiíingui Rua Boa Vista, 127 — S.o andar S.L. -
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Gerente-Geral: J. J. ROOS
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ADRIANO
CÓDIGOS
MATRIZ: Rio de Janeiro
Bentley's, A. B. C. 5th..
FILIAIS:
Acme- Mascote 1.^ e 2.^.
Ribeiro. Borges e
Santos
ft IftUO
Particulares.
Belo Horizonte
o "Digesío Econômico" rqiresenta, no nosso meio, t/m Carlos, 67 SÃO PAULO
BRASIL
(í
elevado esforço cult\trol c, ao mesmo iempo, um úlil ins trumento de trabalho para os homens ligados às diversas esferas de atividade econômica. N" as 5uas páginas, ao lado
End. Telegr.: "Belha" - Tel.: 4-5181 (Rêde Interna) - Cx. P., 3281
de artigos doutrinários, nos quais se destaca a isenção de
CEREAIS — MADEIRAS — SEGUROS
ânimo de seus autores, encontram-se dados e elementos
IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES
informativos da imediata e proveitosa apUcação prática. Sobretudo, é de louvar-se o sentido I?r<Kt/etro com que está orientado, com a preocupação de submeter os nossos proj
hlcmas peculiares à luz dos conhecimentos ctonórnicos ge
rais.
Esteve Irmãos S. A. COMÉRCIO E INDÚSTRIA
ALGODÃO EM RAMA
Só louvores merecem, pois, a Associação Comercial
e a Federação do Comércio de São Paulo, por patrocinarem
material e culturalmente tão magnífica puhUcaçõo. São Paulo, 17 de maio de 1948, Dn. Tii. MoNTEnio de Barros Filho
Usinas de beneíiciamenio no interior do Estado.
(Professor de Ciência das Finanças da
Faculdade de Direito de São Paulo). Escritório Central:
Rua José Bonifácio. 278 — ll.o andar. Caixa Postal, 839 — Fone: 3-5135
Telegramas: ESTEVE — SÃO PAULO
<«ráfica São José — Rua Galvão Bueno. 230 — Telefone: 6-4012
São Paulo
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End. Telegr.: "Belha" - Tel.: 4-5181 (Rêde Interna) - Cx. P., 3281
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