DIGESTO ECONÔMICO, número 44, julho 1948

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O Plnno Roqlonal d© Santo* —- Finiirisco Prestos Mala SItuQcílo Real dó Problema do Polróleo — S. Frócs Abrevi

O Problema do Poirolco -- Odilon T3i\'ina Temas o Problema* cm Debate — Daiio ilc Almeida MncalbSes A Crise do

O I-ucrc

I^lvro

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nn* Cooperativa*

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— Ojaeir Mone/i^s

A IndiistrloHraçao noa Pnísc* "Novos" — Geraldo A Lula contra n Hússín -- José Maria FlcUo

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Ilanaskiwítz

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y^conomin dos Minernla Dstratéglcoa — A. J. Alves dc Solw:» ^yCTnlorpreíücão da Políticn Imigratória Brasileira — J. Fernando Carneiro

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Brasil

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Conferência

Latino-Americana

do Florostas o Produto* Florestai* — Pimentol Gomes

ílomona de Negócio vêm o Orçamento — Guilherme Moojcn LINCOLN -- Americano do E»col e Glória da Humanidade — Ilodriífo Snav«.'íi Jr Minérin c Paislo -- Ot.'ivio 'I'aiqiiínio do Soiis.i . A Administração Pombalinn o o Açúcar Brasileiro — José Honório IlodriKUCS nodrigucB Alves, Estudante -- Antônio Gontijo^dc Carvalho O

Gcrcnío

Panorama

c

o

Político

Econômico

--

Cândido

Mota

Filho

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Redação

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ANO ÍV

- JUtHO DE 1M8 — K.o 44


o DIGESTO ECONÔMICO ESTA* X VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr| 3,00.

Os nossos agentes da relação abaixo <í.stão aptos a suprir qualquer .encomenda," bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.

Agente Geral para o Brasil f:ehnando CHINAGLIA ÀTenida Presidente Vargas, 502, 19.o andmr Hio de Janeiro

Alagou: Manuel Espíndola. Praça Pa-

ParanA: J. Chlgnone. Rua 18 de No

üjo II. 49, Maceió.

vembro. 423. Curitiba.

Amazonu: AgCncla Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 20, Manaus.

1

Pernambuco:

Fern.indo

ChinafUa,

Rua do Imperador. 221, 3.0 andar. Ucclfe.

Bahia: Alfredo J. de Souza ít Cia . R. Saldanha da Gama. O, Salvador

Pisui: Clavidlo M. Tole. Tereslna.

Caari: J. Alnor de Albuquerque & Cia.

Rio de Janeiro: Fcrn.mdo Chlnaglla.

Praça do Ferreira. 621. Fortaleza,

Bfpirllo Santo: Viuva Copolilo èt FllliiíK, Rua Jerónlmo Monteiro. 361. Vitória,

OolAnia.

andar,

Rio Grande do Norte: Luís Romlo. Rio Grande do Sul; Sòmente paro Por to

Fr. Livraria

Universal, Rua

Joáfj Lisboa. 114, SSo Luiz,

Mato CroMo:

Vargas, 502. 10 o

Avenida Tavai-o.s Lira, 48. Natal.

üoiAc; .TfiAo Manarino, Rua Setenta A. MuanhSo:

Av. Presidente

Carvalho. Pinheiro

dc

Cia , Pça, da República. 20. Culaná

Aler.rc: Octavto Saficbin. Rua

7 de Setembro. 78!). Porto Alc»;re,

A ESCOLHA

DO TIPO ADEQUADO DO ROLAMENTO bem como o modo correto de sua aplicação dependem tonto da cargo ocorrente como das exigêndos que se impõem a cada caso. Uma solução conveniente e eco

nômica requer, naturolmente, profundo conhecimeto das caracteristicas dos diversos tipos de rolamentos.

A experiência mostra que os melhores resultados se

Pnin loc.-Pn íora do Porto Alegre:

conseguem mediante uma colaboração intima entra os

Fernandr. Chlnaglia. R. de Janeiro.

construtores de máquinas e os técnicos peritos da SKF cujos serviços estão gratuitamente à disposição de setis

Santa Caisrina: Pedro Xavier 8c Cia..

Rua Felipe Schmlrit. 8. Florianóp.

prezados clientes.

Minas Corais: Joaquim Mosa Velloso, Avrniüa dos Ho rlzunte.

Andradas. 330. Belo

FarÉ: Albann H, Martins it Cia . Tra

vessa Campos Sales. 85/BS. Baralha: Loja das Revistas, Rua Ba ilo do Trlun/o, SIO-A. Joio Pessoa

Sio Paulo: A Intelectual. Ltda . Via

duto Santa Efigênis, 281. S Paulo Sergipe: Liviarta Regina Ltda,. Rua Joio Pessoa. 137, Ainvsju Tarrllórie do Acra: I>i6genrs de Oli veira. Riu Branco,

COMPANHIA fJl^r DO BRASIL ROLAMENTOS


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ParanA: J. Chlgnone. Rua 18 de No

üjo II. 49, Maceió.

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1

Pernambuco:

Fern.indo

ChinafUa,

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Carvalho. Pinheiro

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lÉ de Meio Milhão de

rrOTnS.."-

•-x!v '• •-

mantêm em vigor títulos de economia

suLUcap DADOS EXTRAÍDOS DO R E L AT O R I O•B A L. A N Ç O DE ISCT OS

¥

PKgamentoB aos portadores de tolos por Sorteios, Resgates e Dls

sòmoDte cti) 1047

118.086.112,20

Iribuiç&o de Lucros

d«B<lc 1029

571.997.910,60

'I

aumcoto sòtDOote em 1947.,,.^.

134.774.212,50

total até Dezembro dc 1947*. ..

941.631.384,60

Reservas Matemáticas

Acllvo Real da Companhia cm 31 de Dezembro dc 1847.. 1.004.200.832,90 Valor dos lllulos emitidos

sòmcDte em 1947

1)

2.898.620.000,00

desde o Inicio das opcraçdcs da Com^ohia e

em vigor em 31 dc Dezembro dc 1047

11.242.765.000,00

APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO

Apólices da Divida Pdbllca

^

Imóveis em centros de

e outros Títulos de Renda 236.468.669,10 Emprásiimos sobre hi potecas, títulos da Com panhia e outros valores

garantidos

grande valorizac&o

236.982.169,20

Dinheiro em Dancos o

_

em Caixa

26.935.354,70

Outros valores

29.822.133,10

_

473.992.506,80

PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS OLTIMOS B ANOBt

•m 1941 — Cr» 408.871.911,60

sm 1947 — Cr» 1.004.100.83»,90

m AMÉRICA CAPITALIZAÇÃO, S. A. SEDE SOCIAL — RIO DE JANEIRO

SUCURSAL EM S. PAULO — RUA 15 DE NOVEMBRO ESQ. DE ANCHIETA

A Smith-Corona Super-Speed nAo hA mAouina mais peifeita < .

MÁQUINAS.IMPORTADORA LTDA. SAO

PAULO

RUA LÍBER.O 8ADARÓ, 462.Sobreloja TLS. 2-6279 • 2.4573

«IO DE JANEIÍO: > SUA VISCONDE DE INHAÚMA. 04 • 17.» ANDA» • T£t. <r-7538

H B I

8aO HOíIZONTE: EUA CAEUOS. «8 - lEL. MStI ■


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desde o Inicio das opcraçdcs da Com^ohia e

em vigor em 31 dc Dezembro dc 1047

11.242.765.000,00

APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO

Apólices da Divida Pdbllca

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Outros valores

29.822.133,10

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473.992.506,80

PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS OLTIMOS B ANOBt

•m 1941 — Cr» 408.871.911,60

sm 1947 — Cr» 1.004.100.83»,90

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Companhia industrial Paulista de Álcool

C.I.P.A. Va Rua da Quitanda, 96 - 2.° andar

■úOi

Fones 3-5660 e 2-2928

SÃO PAULO

fllcool para fins industriais e comerciais 92o Q. L. ♦

96° Q. L (finíssimo) absoluto 99,5° Q. L ■

da melhor qualidade TIPO AMERICANO PRODUTO

Vendas por grosso - Entrega imediata

SUDAN


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SUDAN


Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penloado, 164/180 CAPITAL Cr$ 30.000.000,00

FUNDO DE RESERVA CrS 9.000.000,00

Balanço em 30 de Junho de 1948, compreendendo as operações da Matriz e das Agênciasv ATIVO

Letras do Tesouro Nacional

6.021.000,00

Empréstimo em C. Correntes

91.098.502,50

Títulos Descontados

;

298.385.404,80

Agências no País

57.179.666,20

Correspondentes no País Correspondentes no Exterior Outros Créditos .'

2.262.162.00 7.197.974,90 11.689.387,20

Obrig. Fed. dep. no B. do Brasil à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito Apólices e Obrigações Federais Edifícios do uso do Banco Móveis e Utensílios Material de Expediente

m (umjk

2.580.900,00 7.096.391,90 18.012.554,50 4.626.375,00 2.413.324,60

Instalações

986.501,10

Contas de Compensação ^

213.116.223,10

CAIXA: Em moeda corrente

73.342.578,20

Em depósito no Banco do Brasil Em dep. à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito

55.484.737,70 10.810.235,00

McC

139.637.550,90

Use em seu carro

862.303.918,50

Faróis

PASSIVO

Capital Fundo de Reserva Legal

30.000.000,00 1.190.000,00

Outras reservas Em C/C Sem Limite Em C/C Limitadas Em C/C Sem Juros Em C/C de Aviso A Prazo Fixo Agências no País

)

.'

7.810.000,00 308.117.316,50 89.455.943,20 3.603.706,90 4.168.850,90 101.033.853,50 82.003.273,50

SEALED BEAM Tdda a segurança que um farol moderno possa oferecer, está condensada nos Faróis

Guide"SeaSedBeam",de d(^

focos e ampla luz dtfusal Os Faróis Cuide "Sealed Beam", por seremhermêticemente ve

Correspondentes no País

2.170.345,90

dados, nSo perdem sua lumi nosidade pela penetração de

Correspondentes no Exterior Ordens de pagamento e outros créditos

3.336.460,30 9.170.289,10

pó ou detritos — e não se apagam nem mesmo quando

Dividendos a Pagar

Contas de Resultados Contas de Compensação

1.800.000,00

uma pedra da estrada quebra

5.237.647,60 213.116.223,10

suas lentes. Eis uma dupla gaioutía para sua proteçã^S

862.303.918,50

SMOCUTO Dk OCKERkL Morofta

São Paulo, 3 de Julho de 1948

DIRETORES: (a) Dr. J. Cunha Júnior — Diretor Presidente; (a) José Alfredo de Al meida — Diretor-Supcrintendente; (a) Amador Aguiar — Diretor-aerenlo.

José Faria Basilio — Contador (C. R. C. n.o 3.094)

Para veadas o servigo procure os distribuidores e tòueesslonários da

GENERfiL MOTORS DO BRUSIL S.fl.


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FUNDO DE RESERVA CrS 9.000.000,00

Balanço em 30 de Junho de 1948, compreendendo as operações da Matriz e das Agênciasv ATIVO

Letras do Tesouro Nacional

6.021.000,00

Empréstimo em C. Correntes

91.098.502,50

Títulos Descontados

;

298.385.404,80

Agências no País

57.179.666,20

Correspondentes no País Correspondentes no Exterior Outros Créditos .'

2.262.162.00 7.197.974,90 11.689.387,20

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73.342.578,20

Em depósito no Banco do Brasil Em dep. à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito

55.484.737,70 10.810.235,00

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7.810.000,00 308.117.316,50 89.455.943,20 3.603.706,90 4.168.850,90 101.033.853,50 82.003.273,50

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dados, nSo perdem sua lumi nosidade pela penetração de

Correspondentes no Exterior Ordens de pagamento e outros créditos

3.336.460,30 9.170.289,10

pó ou detritos — e não se apagam nem mesmo quando

Dividendos a Pagar

Contas de Resultados Contas de Compensação

1.800.000,00

uma pedra da estrada quebra

5.237.647,60 213.116.223,10

suas lentes. Eis uma dupla gaioutía para sua proteçã^S

862.303.918,50

SMOCUTO Dk OCKERkL Morofta

São Paulo, 3 de Julho de 1948

DIRETORES: (a) Dr. J. Cunha Júnior — Diretor Presidente; (a) José Alfredo de Al meida — Diretor-Supcrintendente; (a) Amador Aguiar — Diretor-aerenlo.

José Faria Basilio — Contador (C. R. C. n.o 3.094)

Para veadas o servigo procure os distribuidores e tòueesslonários da

GENERfiL MOTORS DO BRUSIL S.fl.


DlliliSTO ECOniiMIC»

O (PianOi Jleqlüinaí cU S.a^itú4i

D UUHDO DOS NE60CIOS KUM rSNORaiU MEHSIL

Pubftcado sob os auspícios da IX

tSSOCIflCãO COMERCIALDE SÃO PAULO

Fi^ANCisco Prestes Xíaia

FEDERACAü do comércio 00

I^ENTRE OS aspectos da região santista

ESTADO DE SAO PAULO

o Digesto Ecooómlco publicará no próximo número: Diretor:

Aalonlo GonlIJo de Carvalho

O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maia.

destacam-se o climático, o geológi

O autor, x\cste artigo, o penúltimo da

co, o oceanográfíco e o florístico. To

dos merecem, num "survey" completo,

série que está escrevendo para a nossa revista, termina o exame dos aspectos

estudo pormenorizado, se não de inves

rcgiomis do plano de Santos, iniciando

tigação original, ao menos de sistematização, utilíssimo ao plano regional.

os estudos dos problemas urbanísticos propriamente ditos.

Economia, O DIgeslo Econômico, órgão de in formações econômicas e financei

ras, é publicado mensalmente pela

TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA

TE — Dario de Almeida Magalhães.

Editôra Comercial Ltda.

THOMAS JEFFERSON - Rodrigo A dXreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos

conceitos emitidos ém artigos assi nados.

Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesto Econômico.

, Soares Júnior. ALGODÃO: FINANCIAMENTO DO PRODUTO OU DA PRODUÇÃO? -

Constantino Fraga.

a' CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ' POSSÍVEL - Carlos Alberto Carvalho

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

Pinto.

O PECADO DANADO DA USURA ASSINATURAS:

José Honório Rodrigues.

DIgeslo Econômico

Ano (simples) ... " (registrado) Número do mês: Atrasado:

Cri 30.00

Cr? 38,00 Cr?

3,00

Cr$ 5,00

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo

turismo,

paisagismo

etc.,

gáo-lhe diretamente conexos.

Na impossibi'idade de expô-los todos, tocaremos pela rama no primeiro. A região santista apresenta aspectos

Ilha da Moela

1356 min

Santos

2232

climáticos assaz diversificados. Embora

Piassagüera

2639

03 dados mais importantes sejam os ur banos, registrados no observatório me

Usina de Itatinga

3062

teorológico central, convém consignar

Usina do Cubatão Alto da Serra .

3111 3598

mais três zonas climáticas longitudinais o paralelas à direção geral da costa. A

Represa das Pedras Itapanhaú . i

diversidade mais patente é a do coefi

São Paulo

ciente pluviométrico. A estação central

Serra da Cantareira

1670

acusa uma coluna anual de 2315 mm,

Juqueri

1340

cifra ligeiramente superior às das outras localidades paulistas litorâneas, com ex ceção de Ubatuba.

Serra dos Cristais

2000

Jxmdiaí

1470

Campinas

1433

4448 . 4514 1300

A superposição do d-agrama pluvio Uma seção transversal à costa, dò mar métrico ao corte altimétrico do terxitóalto ao interior do Estado, acusa:


DlliliSTO ECOniiMIC»

O (PianOi Jleqlüinaí cU S.a^itú4i

D UUHDO DOS NE60CIOS KUM rSNORaiU MEHSIL

Pubftcado sob os auspícios da IX

tSSOCIflCãO COMERCIALDE SÃO PAULO

Fi^ANCisco Prestes Xíaia

FEDERACAü do comércio 00

I^ENTRE OS aspectos da região santista

ESTADO DE SAO PAULO

o Digesto Ecooómlco publicará no próximo número: Diretor:

Aalonlo GonlIJo de Carvalho

O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maia.

destacam-se o climático, o geológi

O autor, x\cste artigo, o penúltimo da

co, o oceanográfíco e o florístico. To

dos merecem, num "survey" completo,

série que está escrevendo para a nossa revista, termina o exame dos aspectos

estudo pormenorizado, se não de inves

rcgiomis do plano de Santos, iniciando

tigação original, ao menos de sistematização, utilíssimo ao plano regional.

os estudos dos problemas urbanísticos propriamente ditos.

Economia, O DIgeslo Econômico, órgão de in formações econômicas e financei

ras, é publicado mensalmente pela

TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA

TE — Dario de Almeida Magalhães.

Editôra Comercial Ltda.

THOMAS JEFFERSON - Rodrigo A dXreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos

conceitos emitidos ém artigos assi nados.

Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesto Econômico.

, Soares Júnior. ALGODÃO: FINANCIAMENTO DO PRODUTO OU DA PRODUÇÃO? -

Constantino Fraga.

a' CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ' POSSÍVEL - Carlos Alberto Carvalho

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

Pinto.

O PECADO DANADO DA USURA ASSINATURAS:

José Honório Rodrigues.

DIgeslo Econômico

Ano (simples) ... " (registrado) Número do mês: Atrasado:

Cri 30.00

Cr? 38,00 Cr?

3,00

Cr$ 5,00

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo

turismo,

paisagismo

etc.,

gáo-lhe diretamente conexos.

Na impossibi'idade de expô-los todos, tocaremos pela rama no primeiro. A região santista apresenta aspectos

Ilha da Moela

1356 min

Santos

2232

climáticos assaz diversificados. Embora

Piassagüera

2639

03 dados mais importantes sejam os ur banos, registrados no observatório me

Usina de Itatinga

3062

teorológico central, convém consignar

Usina do Cubatão Alto da Serra .

3111 3598

mais três zonas climáticas longitudinais o paralelas à direção geral da costa. A

Represa das Pedras Itapanhaú . i

diversidade mais patente é a do coefi

São Paulo

ciente pluviométrico. A estação central

Serra da Cantareira

1670

acusa uma coluna anual de 2315 mm,

Juqueri

1340

cifra ligeiramente superior às das outras localidades paulistas litorâneas, com ex ceção de Ubatuba.

Serra dos Cristais

2000

Jxmdiaí

1470

Campinas

1433

4448 . 4514 1300

A superposição do d-agrama pluvio Uma seção transversal à costa, dò mar métrico ao corte altimétrico do terxitóalto ao interior do Estado, acusa:


Dicesto

Dicesto Econômico

Econômico

10

rio revela uma tal correspondência, que o caso pode servir de exemplo comprobatório à teoria física das chuvas. Os deslocamentos atmosféricos no Es

II

Na zona santista a cumiada da Serra

florístico), ora prejudiciais, dificultando

do Mar ostenta as maiores colunas plu-

a construção e manutenção de estradas e

obras-dc-arte, c o próprio ínifcgo rodo viário. Uma dessas conseqüências muito

viométricas do país: cerca de 4500 mm

— superior mesmo às cifras encontradi-

gistrada. A divergência provém da ma neira real por que se processam a as censão e o resfriamento do ar.

A temperatura anual de Santos en

tado de São Paulo verificam-se ordinàriamente em dois sentidos

forma uma curva alon

quase opostos e pouco

gada, qoG contorna a

interessa a uma obra, a que noutro arti go aludimos: o aeroporto de Santo Ân gelo, possivelmente afetado pela umida de atmosférica adjacente e decorrente

oblíquos relativamente

Serra do Cubatão.

nebulosidade.

à escarpa marítima e à

escarpa marítima, que

Quanto à temperatura. Santos e o pla

serra internai da Canta

nalto oferecem outro contraste. Eis a mé

reira. As massas pola

entretanto corre do Rio Grande à baía, não

res, vindas do Sul, frias

apresenta o mesmo coe

e baixas, esbarrando na Serra do Mar, elevam-

ficiente nos outros tre

Santos

21.90 g. c.

co costuma ser má.ximo nos meses de

chos.

Alto da Serra

18.00 ""

298 mm respectivamente) e mínimo nos

ças na bacia amazônica. A isoieta de 4500 mm

Por que?

A

se. dilatam-se, esfriam,

gundo Setzer, a expli cação reside simples

vam a precipitação. É

mente na circunstância

a explicação clássica da

de a escarpa, no trecho

chuva nos grandes obs táculos orográficos. Quando as massas

em

chegam do NO, do coração do conti nente ou das planícies de Mato Grosso e da Amazônia, vêm quentes e menos

carregadas de umidade. O mecanismo do fenômeno, ao atingirem a crista da Serra do Mar, é um pouco diferente: encontrando as massas inferiores suli

nas, cavalgam-nas e são resfriadas tan to por contacto como por ascensão, com o mesmo resultado meteorológico, mas com preponderância, agora, da chuva nas

ate.

apreço,

assumir

uma direção diferente da do resto da serra marítima — fato evidente ao mais per-

nalto sul-mineiro constitui outra ilustra

ção da teoria, com a circunstância de

férico sem retenção ou precipitação sô

haver mais duas serras interpostas (Quebra-Cangalhas e Caracol), nas quais o fenômeno pluviométrico se reproduz.

bre Cananéia ou Igiiape; é sobretudo o caso dos vales e gargantas do Cubatão e do Itapanhaú, que confinam a umi

O diagrama entre Ubatuba e o pla

A coluna verificada na ilha da Moela

dade nas reentrâncias da serra e pro

corresponde à mesma isoieta da Capital. É de supor que muito mais para o Sul se encontram, em pleno oceano, as ísoie-

vocam as maiores precipitações conheci das no país. São sabidas as conseqüên cias, ora benéficas (fonte de energia hi

tas dos desertos africanos.

drelétrica, exuberância do revestimento

ig.eo ""

Taubaté Itapctininga

20.40 "" 19.00 ""

Campinas Ribeirão Prôto

20.20 "" 20.30 ""

13.00 "" 13.60 ""

A diferença de temperatura por 100 metros de diferença de altitude regula, em São Paulo, 0.56°. Inversamente, isso significa um desnível de 177 metros por

NEE (e não mais SSO-NNE), ela in

como comandam a formação ou o entre

17.90 '* "

guaribe) Bocaina (Barreiros)

da costa brasileira. Colocando-se, me diante duas deflexões, na direção SOO-

tercepta ortogonalmente a marcha das massas polares, e o processo da chuva adquire maior intensidade. Particulari dades geográficas ou topográficas refor çam ou reduzem essa intensidade, assim

Capital

Jacareí ^

Campos de Jordão (V. Ja-

functório golpe-de-vista sôbre um mapa

tenimento local da umidade e dos nevoeiros. É o caso do grande vale da Ribeira, que permite o avanço atmos

encostas setentrionais.

dia anual dc diversas cidades do Estado:

Se

condensam-se e moti

.

grau centígrado, com variações sensí veis conforme os pontos, devido às con

I

dições locais. As fórmulas teóricas for neceriam

uma

diferença

de

peratura maior e um

desnível

me

nor por grau tér

tem

quadra-se normalmente entre as das ou

tras cidades do litoral paulista, que re gulam 21.50 graus. Porém, um clima

não se exprime somente pelas médias

anuais, se não também por médias par ciais, das estações ou dos meses, espe cialmente dos meses extremos.

Em Santos o coeficiente pluviométri janeiro, fevereiro e março (268, 269 e

de junho e julho (103 e 108 mm). Quanto à temperatura mensal, é má xima em janeiro e fevereiro (25.0 e 25.2) e mínima em julho e agôsto (18.6 e 18.8). Isto explica o atrativo de Santos no período balneário, em contraste com

Campos de Jordão, onde o período mais procurado (verão) não coincide com a

estação seca, resultando a forçada solu ção da temperatura de inverno. Ha interesse em conhecer as varia

ções climáticas de longo prazo ou se culares. Setzer, partüido de médias extraídas de dois períodos diferentes e

suficientemente longos, julga poder enun ciar, para todo o Estado, algumas con clusões muito interessantes: a) A tem peratura anual no interior tem cresci do de 1° a 2° em tôdas as zonas re

outra:

centemente devas

tomada como refe-

tadas em seus re

mico.

Por

rônc a a tempera tura ao

nível

do

mar, a temperatu-

ra reinante na cris-"\^^'-í«^^^ ta da serra de via ser inferior à

habitualmente re

vestimentos florís-

ticos. b) Êsse au mento é menor ou inexiste nas zonas

revestidas e em es

pecial no litoral. Êste último é o

caso de Santos, on-


Dicesto

Dicesto Econômico

Econômico

10

rio revela uma tal correspondência, que o caso pode servir de exemplo comprobatório à teoria física das chuvas. Os deslocamentos atmosféricos no Es

II

Na zona santista a cumiada da Serra

florístico), ora prejudiciais, dificultando

do Mar ostenta as maiores colunas plu-

a construção e manutenção de estradas e

obras-dc-arte, c o próprio ínifcgo rodo viário. Uma dessas conseqüências muito

viométricas do país: cerca de 4500 mm

— superior mesmo às cifras encontradi-

gistrada. A divergência provém da ma neira real por que se processam a as censão e o resfriamento do ar.

A temperatura anual de Santos en

tado de São Paulo verificam-se ordinàriamente em dois sentidos

forma uma curva alon

quase opostos e pouco

gada, qoG contorna a

interessa a uma obra, a que noutro arti go aludimos: o aeroporto de Santo Ân gelo, possivelmente afetado pela umida de atmosférica adjacente e decorrente

oblíquos relativamente

Serra do Cubatão.

nebulosidade.

à escarpa marítima e à

escarpa marítima, que

Quanto à temperatura. Santos e o pla

serra internai da Canta

nalto oferecem outro contraste. Eis a mé

reira. As massas pola

entretanto corre do Rio Grande à baía, não

res, vindas do Sul, frias

apresenta o mesmo coe

e baixas, esbarrando na Serra do Mar, elevam-

ficiente nos outros tre

Santos

21.90 g. c.

co costuma ser má.ximo nos meses de

chos.

Alto da Serra

18.00 ""

298 mm respectivamente) e mínimo nos

ças na bacia amazônica. A isoieta de 4500 mm

Por que?

A

se. dilatam-se, esfriam,

gundo Setzer, a expli cação reside simples

vam a precipitação. É

mente na circunstância

a explicação clássica da

de a escarpa, no trecho

chuva nos grandes obs táculos orográficos. Quando as massas

em

chegam do NO, do coração do conti nente ou das planícies de Mato Grosso e da Amazônia, vêm quentes e menos

carregadas de umidade. O mecanismo do fenômeno, ao atingirem a crista da Serra do Mar, é um pouco diferente: encontrando as massas inferiores suli

nas, cavalgam-nas e são resfriadas tan to por contacto como por ascensão, com o mesmo resultado meteorológico, mas com preponderância, agora, da chuva nas

ate.

apreço,

assumir

uma direção diferente da do resto da serra marítima — fato evidente ao mais per-

nalto sul-mineiro constitui outra ilustra

ção da teoria, com a circunstância de

férico sem retenção ou precipitação sô

haver mais duas serras interpostas (Quebra-Cangalhas e Caracol), nas quais o fenômeno pluviométrico se reproduz.

bre Cananéia ou Igiiape; é sobretudo o caso dos vales e gargantas do Cubatão e do Itapanhaú, que confinam a umi

O diagrama entre Ubatuba e o pla

A coluna verificada na ilha da Moela

dade nas reentrâncias da serra e pro

corresponde à mesma isoieta da Capital. É de supor que muito mais para o Sul se encontram, em pleno oceano, as ísoie-

vocam as maiores precipitações conheci das no país. São sabidas as conseqüên cias, ora benéficas (fonte de energia hi

tas dos desertos africanos.

drelétrica, exuberância do revestimento

ig.eo ""

Taubaté Itapctininga

20.40 "" 19.00 ""

Campinas Ribeirão Prôto

20.20 "" 20.30 ""

13.00 "" 13.60 ""

A diferença de temperatura por 100 metros de diferença de altitude regula, em São Paulo, 0.56°. Inversamente, isso significa um desnível de 177 metros por

NEE (e não mais SSO-NNE), ela in

como comandam a formação ou o entre

17.90 '* "

guaribe) Bocaina (Barreiros)

da costa brasileira. Colocando-se, me diante duas deflexões, na direção SOO-

tercepta ortogonalmente a marcha das massas polares, e o processo da chuva adquire maior intensidade. Particulari dades geográficas ou topográficas refor çam ou reduzem essa intensidade, assim

Capital

Jacareí ^

Campos de Jordão (V. Ja-

functório golpe-de-vista sôbre um mapa

tenimento local da umidade e dos nevoeiros. É o caso do grande vale da Ribeira, que permite o avanço atmos

encostas setentrionais.

dia anual dc diversas cidades do Estado:

Se

condensam-se e moti

.

grau centígrado, com variações sensí veis conforme os pontos, devido às con

I

dições locais. As fórmulas teóricas for neceriam

uma

diferença

de

peratura maior e um

desnível

me

nor por grau tér

tem

quadra-se normalmente entre as das ou

tras cidades do litoral paulista, que re gulam 21.50 graus. Porém, um clima

não se exprime somente pelas médias

anuais, se não também por médias par ciais, das estações ou dos meses, espe cialmente dos meses extremos.

Em Santos o coeficiente pluviométri janeiro, fevereiro e março (268, 269 e

de junho e julho (103 e 108 mm). Quanto à temperatura mensal, é má xima em janeiro e fevereiro (25.0 e 25.2) e mínima em julho e agôsto (18.6 e 18.8). Isto explica o atrativo de Santos no período balneário, em contraste com

Campos de Jordão, onde o período mais procurado (verão) não coincide com a

estação seca, resultando a forçada solu ção da temperatura de inverno. Ha interesse em conhecer as varia

ções climáticas de longo prazo ou se culares. Setzer, partüido de médias extraídas de dois períodos diferentes e

suficientemente longos, julga poder enun ciar, para todo o Estado, algumas con clusões muito interessantes: a) A tem peratura anual no interior tem cresci do de 1° a 2° em tôdas as zonas re

outra:

centemente devas

tomada como refe-

tadas em seus re

mico.

Por

rônc a a tempera tura ao

nível

do

mar, a temperatu-

ra reinante na cris-"\^^'-í«^^^ ta da serra de via ser inferior à

habitualmente re

vestimentos florís-

ticos. b) Êsse au mento é menor ou inexiste nas zonas

revestidas e em es

pecial no litoral. Êste último é o

caso de Santos, on-


iiVilVilifl"' DrcESTo Econômico

12

óo devastadas na serra e onde os man-

E - 82 SE - 96

guesais e o lençol líqmdo perduram qua

Calma — 238

do as florestas foram relativamente pou-

se inalterados, c) A coluna pluviométrica anual tem aumentado ligeiramen te, mas com diminuição nas estiagens, o que é nocivo sob o ponto-de-vista agrí cola. O motivo provável é o mesmo:

O

-

essas salinas naturais.

Vê-se a predominância de S e SE, as sim como de NO. A nebulosidade em Santos é naturalmente maior na estação

chuvosa e úmida, com dois má.xinios, um em setembro ou outubro, e outro,

mento do solo. d) Em Santos, não obs

secundário, entre janeiro e março.

tante a pequena modificação da super fície dagua e do revestimento verde, houve no período 1920-1944 (aliás in

nebulosidade supera ligeiramente a de Iguape, aliás de acôrdo com as res

mente às observações antigas, um acrés cimo anual de 4%, devido talvez à influ ência dos deslocamentos atmosféricos de NO.

O aumento concentrou-se nos

três meses estivais (22%), contrabalan

çado em parte pela redução de inverno (15,5%). Há outra diferença interessante entre

o litoral e o planal to: a decalagem das estações.

O

Os elementos meteorológicos e climá ticos litorâneos exercem evidente influ ência na economia da zona. Facilitam

colonial e ainda se encontram em São

A laranja é outro sustentá-

mais quente na cos

xadas. Já o café te

ta é janeiro ou fe

ria um amadureci

vereiro, enquanto no

planalto é dezembro

mento irregular. A indústria do sa! pa

necessidade pública, caminhamos para a

tivos) há a exigência duma certidão de

adoção dum critério análogo em maté

evaporação entretanto é muito maior, e,

ria de iniciativas urbanísticas particula

sobretudo, sôbre o litoral paulista. Do clima, o urbanismo e a arquite

res. No alto sertão do nosso Estado assis

O

timos a uma proliferação de cidades e armamentos sem controle e, em maioria,

calor e a chuva sugerem galerias e arca

destinados a fins n^elancólicos, em pleno

das nas ruas.

século do urbanismo.

Os prédios, os aeropor

inspiram soluções originais. Os partidários do planejamento ou, melhor, duma boa organização econômi ca, encontrarão no litoral paulista ótimo campo de ação: âmbito limitado e deli mitado, problemas e condições bem de

são explorações naturais. A cana e en genhos datam do mais remoto período

Do mesmo modo como em

res centros consumidores, teremos per cebido a vantagem da baixada flumi nense sôbre a costa nordestina, cuja

mas também por vezes úteis, porque

algumas culturas, como a banana. O palmito, o côco e os mangues (tanino)

mentes.

certos seiviços (p. ex. transportes cole

tos, os jardins, a arborização, todos es tão sujeitos às numerosas condições cli máticas, freqüentemente embaraçosas,

finidos, campo quase virgem, fácil super visão. Dois aspectos principais requerem

culo do litoral norte. O arroz se aproveita do clima e das bai

mês

Se a cslc fator

acrescentarmos a proximidade aos maio

tura recebem influências imediatas.

A

pectivas umidades.

Sebastião.

13

58

NO - 165

a rarefação das matas e o empobreci

completamente computado) e relativa

Dicesto Econômico

Segunda medida do planejamento lito râneo será a aísisféncía efetim, atribuí

vel a uma direção geral e entregue a um economista de formação especializa da, subdividida por dois distritos: litoral Sul, com sede em Itanhaem ou Iguape, e litoral Norte, sediado em São Sebastião.

Cada distrito ser\àdo por um agrônomo de forhiação também especial, mais mes tre e amigo que funcionário, terá a seu cargo uma fazenda modêlo e experimen tal, uma escola agrícola, pequenas in dústrias correlatas, ce

atenção. Primeiro: um zoneamenío rural. As novas vias de comuni

leiro e frigorífico, uma reserva florestal, seções

de instrução, cooperati-

cação, a invasão resi dencial e turística, as instalações industriais

vismo, fomento e auxí lio. Paralelamente, ha

ou janeiro. L. Voss

receria aconselhável,

e outros explicamno pela influência do

mas tal não sucede.

acarretarão, por reflexo,

verá a assistência téc

Com efeito, há um

transformação.nas ativi

mar, que atua como

sensível

nica (drenagem, to pografia, maquinaria,

um volante térmico.

A temperatura mínima é a de julho, mas às

v^zes- um

mínimo

secundário

se

manifesta em setembro^ e tem-se visto

entre a costa paulis ta e o canto SE da costa fluminense,

é favorável (co^úna pluviométrica me nor; ventos fortes, freqüentes e razan-

Segundo Voss, os ventos em Santos assim se distribuem, conforme a freqüên

tes; temperatura levemente mais eleva da), como sobretudo avulta o fator geo

cia e as direções:

lógico: o solo arenoso, semi-ár'do, re-

N - 44 NE - 57

verbera, e as lagunas são verdadeiros alambiques, que adiantam a concentra ção alcalina. Os índios já conheciam

6 - 178 SO - 84

ao

corrente

em

construções).

/

A seção

de instrução e auxílio,

torno

das grandes cidades, on

onde as condições são excelentes. No tre cho Araruama-Cabo Frio não só o clima

dário em março.

também, por vezes, um máximo secun

dades primitivas locais. O fenorneno é análogo

contraste

além de cuidar direta

de a especulação sus cita loteamentos prematuros e valoriza ções fictícias, com prejuízo dos usos

seu encaminhamento a outros órgãos idô

agrícolas e dos ofícios elementares e

neos ou especializados, no que exceder

domiciliares. Perturbação natural de de senvolvimento e progresso, mas nem por isso menos merecedor de atenção e pre visão. O zoneamento pretende utilizar mais adequadamente cada área e in

iis próprias especialidades. É possível

centivar os agrupamentos mais conve-

ela de iniciar-se modestamente c num

mente dos lavTadores e

pequenos profissionais, providenciará o

que tal organização deva futuramente cobrir todo o Estado, ao menos nas

zonas de maior parcelamento territo

rial.

Mas em qualquer hipótese terá


iiVilVilifl"' DrcESTo Econômico

12

óo devastadas na serra e onde os man-

E - 82 SE - 96

guesais e o lençol líqmdo perduram qua

Calma — 238

do as florestas foram relativamente pou-

se inalterados, c) A coluna pluviométrica anual tem aumentado ligeiramen te, mas com diminuição nas estiagens, o que é nocivo sob o ponto-de-vista agrí cola. O motivo provável é o mesmo:

O

-

essas salinas naturais.

Vê-se a predominância de S e SE, as sim como de NO. A nebulosidade em Santos é naturalmente maior na estação

chuvosa e úmida, com dois má.xinios, um em setembro ou outubro, e outro,

mento do solo. d) Em Santos, não obs

secundário, entre janeiro e março.

tante a pequena modificação da super fície dagua e do revestimento verde, houve no período 1920-1944 (aliás in

nebulosidade supera ligeiramente a de Iguape, aliás de acôrdo com as res

mente às observações antigas, um acrés cimo anual de 4%, devido talvez à influ ência dos deslocamentos atmosféricos de NO.

O aumento concentrou-se nos

três meses estivais (22%), contrabalan

çado em parte pela redução de inverno (15,5%). Há outra diferença interessante entre

o litoral e o planal to: a decalagem das estações.

O

Os elementos meteorológicos e climá ticos litorâneos exercem evidente influ ência na economia da zona. Facilitam

colonial e ainda se encontram em São

A laranja é outro sustentá-

mais quente na cos

xadas. Já o café te

ta é janeiro ou fe

ria um amadureci

vereiro, enquanto no

planalto é dezembro

mento irregular. A indústria do sa! pa

necessidade pública, caminhamos para a

tivos) há a exigência duma certidão de

adoção dum critério análogo em maté

evaporação entretanto é muito maior, e,

ria de iniciativas urbanísticas particula

sobretudo, sôbre o litoral paulista. Do clima, o urbanismo e a arquite

res. No alto sertão do nosso Estado assis

O

timos a uma proliferação de cidades e armamentos sem controle e, em maioria,

calor e a chuva sugerem galerias e arca

destinados a fins n^elancólicos, em pleno

das nas ruas.

século do urbanismo.

Os prédios, os aeropor

inspiram soluções originais. Os partidários do planejamento ou, melhor, duma boa organização econômi ca, encontrarão no litoral paulista ótimo campo de ação: âmbito limitado e deli mitado, problemas e condições bem de

são explorações naturais. A cana e en genhos datam do mais remoto período

Do mesmo modo como em

res centros consumidores, teremos per cebido a vantagem da baixada flumi nense sôbre a costa nordestina, cuja

mas também por vezes úteis, porque

algumas culturas, como a banana. O palmito, o côco e os mangues (tanino)

mentes.

certos seiviços (p. ex. transportes cole

tos, os jardins, a arborização, todos es tão sujeitos às numerosas condições cli máticas, freqüentemente embaraçosas,

finidos, campo quase virgem, fácil super visão. Dois aspectos principais requerem

culo do litoral norte. O arroz se aproveita do clima e das bai

mês

Se a cslc fator

acrescentarmos a proximidade aos maio

tura recebem influências imediatas.

A

pectivas umidades.

Sebastião.

13

58

NO - 165

a rarefação das matas e o empobreci

completamente computado) e relativa

Dicesto Econômico

Segunda medida do planejamento lito râneo será a aísisféncía efetim, atribuí

vel a uma direção geral e entregue a um economista de formação especializa da, subdividida por dois distritos: litoral Sul, com sede em Itanhaem ou Iguape, e litoral Norte, sediado em São Sebastião.

Cada distrito ser\àdo por um agrônomo de forhiação também especial, mais mes tre e amigo que funcionário, terá a seu cargo uma fazenda modêlo e experimen tal, uma escola agrícola, pequenas in dústrias correlatas, ce

atenção. Primeiro: um zoneamenío rural. As novas vias de comuni

leiro e frigorífico, uma reserva florestal, seções

de instrução, cooperati-

cação, a invasão resi dencial e turística, as instalações industriais

vismo, fomento e auxí lio. Paralelamente, ha

ou janeiro. L. Voss

receria aconselhável,

e outros explicamno pela influência do

mas tal não sucede.

acarretarão, por reflexo,

verá a assistência téc

Com efeito, há um

transformação.nas ativi

mar, que atua como

sensível

nica (drenagem, to pografia, maquinaria,

um volante térmico.

A temperatura mínima é a de julho, mas às

v^zes- um

mínimo

secundário

se

manifesta em setembro^ e tem-se visto

entre a costa paulis ta e o canto SE da costa fluminense,

é favorável (co^úna pluviométrica me nor; ventos fortes, freqüentes e razan-

Segundo Voss, os ventos em Santos assim se distribuem, conforme a freqüên

tes; temperatura levemente mais eleva da), como sobretudo avulta o fator geo

cia e as direções:

lógico: o solo arenoso, semi-ár'do, re-

N - 44 NE - 57

verbera, e as lagunas são verdadeiros alambiques, que adiantam a concentra ção alcalina. Os índios já conheciam

6 - 178 SO - 84

ao

corrente

em

construções).

/

A seção

de instrução e auxílio,

torno

das grandes cidades, on

onde as condições são excelentes. No tre cho Araruama-Cabo Frio não só o clima

dário em março.

também, por vezes, um máximo secun

dades primitivas locais. O fenorneno é análogo

contraste

além de cuidar direta

de a especulação sus cita loteamentos prematuros e valoriza ções fictícias, com prejuízo dos usos

seu encaminhamento a outros órgãos idô

agrícolas e dos ofícios elementares e

neos ou especializados, no que exceder

domiciliares. Perturbação natural de de senvolvimento e progresso, mas nem por isso menos merecedor de atenção e pre visão. O zoneamento pretende utilizar mais adequadamente cada área e in

iis próprias especialidades. É possível

centivar os agrupamentos mais conve-

ela de iniciar-se modestamente c num

mente dos lavTadores e

pequenos profissionais, providenciará o

que tal organização deva futuramente cobrir todo o Estado, ao menos nas

zonas de maior parcelamento territo

rial.

Mas em qualquer hipótese terá


Dicesto Econômico

14

recanto, que será simultâneamente uma

escola de administração em novos moldes.

Ao contrario de hoje, quando os serviços já nascem grandes, com centenas de

funcionários desprovidos de preparo e tradição, logo caídos naquela condição que Luís Amaral profiiga nas suas Questões Agrárias, de "órgãos adminis trativos introvertidos", isto é, gravitando em tômo de si mesmos, mais cuidosos

dos próprios vencimentos e regalias que dos interêsses públicos.

Mas, arrastados pelo planejamento, estamo-nos metendo numa reforma de Voltemos ao urbanismo

costumes...

de Santos. Havendo tratado nos artigos anteriores das questões gerais e regionais,

removida 150 metros para diante, pamlelamente, desde a ponte do Casqueiro.

qualquer acidente ou congestionamento

aproximá-la do baricentro da cidade; ao

A faixa intermediária receberá indús

eventual.

lado do cemitério do Saboó, para facili

trias e armazéns, assim òtimamente co

locados e servidos por todos os meios de A partir de Alemoa as duas estradas de ferro (Santos-Jundiaí e Sorocaba-

na) seguirão juntas para a nova "estação

conjunta". Esta ocupará o mesmo local da atua', ligeiramente recuada. Em vez de deitar fachada para a frente ou leste, como hoje, abrirá para o lado sul onde uma grande praça substituirá a

quadra

São

implica a ligação fer roviária

Santos-Santo

Leopoldo-Caiubi-Nerval-

fechos. O pátio da avenida Ana Costa será doado à cidade para um grande

parque, e o próprio edifício da estação tomar-se-á sede de um parque infantil

ou clube esportivo.

A linha de São Vicente e a respecüva

estação poderão subsistir. Aquela acom panhará a Estrada do Matadouro ou o

sopé ocidental dos morros. Isso, embora

Cristiano Otoni, composta somente de

tar a chegada da Sorocabana.

ora o aperto de área, ora a complicação das linhas, levaram a desistir dessas

idéias. Quanto à estação de Santo Ama ro, será de grande interêsse futuro, e

mesmo imediato, se a bitola larga, de acôrdo com ante-projetos da Central, vier a descer em demanda, não de San

tos diretamente, mas do Itapema. Pela ponte do estuário esta estação serviria perfeitamente a cidade de Santos.

pre como via expressa, isto é, sem cm-

poldo, que é também a entrada rodoviá

zamentos de nível.

ria.

A estação unificada, de planta em L,

Santo Amaro já tratamos em artigos anteriores. •

de São Bento, então dilatável até o ali

A Via Anchieta entronca na rua

nhamento do templo vi

São Leopoldo, erigida em avenida e,entrada principal da cidade. Em etapa pos

zinho.

O deslocamento da

permi

tirá

tangente ao continente,

leito atual, já consolida

aproveitar o seu

do, para alargamento

Das ligações

com o continente e com a Ilha de

voltará fachada secundária para a rua

Santos-Jundiaí

Ora o

maior afastamento do centro comercial,

B) Estradas rodagem — A chega da da Via Anchieta será alargada, sem

A saída para a

Amaro pelos fundos, como já vimos.

A faixa ferroviária passará a integrar a avenida Francisco GUcério, sob a for

ma de canteiro ou faixã ajardinada, sem

comunicação e transporte.

cidade far-se-á pela avenida São Leo

outro lado do estuário

Alemoa, para tomá-la de passagem; no Jabaquara, mediante um túnel, para

poderá sub.sistir apenas como reserva,

ticos propriamente ditos.

res do "Digesto Econômico", vamos re sumi-los o mais possível, limitando-nos quase a uma simples enumeração dos problemas. A) Plano Ferroviário - A ampliação do porto do

15

útil em casos de obstrução do cais por

casas baixas e velhas.

Sendo ôstes

Econômico

A linha Santos-Jundiaí será mais tarde

explanaremos agora os aspectos urbanís

todavia de menor interêsse para os leito

Dicesto

útil para o tráfego urbano, não sera to davia nenhuma necessidade absoluta, se

terior a Via poderá atraves sar o morro de São Bento em túnel, evi tando congestionar o centro comercial. Por êsse -traçado não só alcançará dire

da Via Anchieta ou pa

a junção das bitolas se efetuar no Cuba-

posições na Alemoa, on

ra constituição de uma

tão e não na Alemoa.

de ficarão os esgalha-

rua

mentos para Barnabé, os cruzamentos em des

ao tráfego local. Evi dentemente as ligações

Santo Amaro.

Ficará junto (NO) aos

Nada impede que êste túnel seja a

nível, e rampas e cur

com a auto-estrada se

outelros do Itapema, fadados a um

8 ou 10 metros acima da cota geral da

vas que permitam al

rão poucas e espaçadas, em desnível se possível, para esta não perder o

arrasamento gradual. Estas linhas, trans

cidade e mais tarde, em "elevado",

posta a estação, penetrarão na faixa do pôrto e prolongar-se-ão para o sul, em

prossiga até a ponte do estuário. A Lei

A ligação envolve dis

cançar as direções e as cotas necessárias à tra

latera', destinada

vessia do Caneú. É necessário provi denciar já os projetos definitivos e a

caráter de via rápida ou expressa.

reserva de áreas, a fim de que edifica ções e obras impensadas não possam

cidade e penetrará na faixa portuária

junto com a bitola larga, no Saboó. A

constituir embaraços futuros.

linha atual, entre São Vicente e Macuco,

A Sorocabana deixará de atravessar a

As estradas de ferro terão mais uma

pequena estação, terminal, na Ilha de

direção às grandes dársenas e ao Gua-

rujá, na mesma medida do prossegui mento do cais.

Outras situações foram estudadas pa ra a terminal ferroviária de Santos: na

tamente o resto da cidade, como também

a ponte direta para Santo Amaro, sôbre o estuário.

Corbusier completaria a idéia com o aproveitamento dos baixos da estrutura para casas ou depósitos, algo como esbo-

çara para o Rio de Janeiro, entre o centro e o Leblon. A travessia das ci

dades em leitos separados, elevados ou


Dicesto Econômico

14

recanto, que será simultâneamente uma

escola de administração em novos moldes.

Ao contrario de hoje, quando os serviços já nascem grandes, com centenas de

funcionários desprovidos de preparo e tradição, logo caídos naquela condição que Luís Amaral profiiga nas suas Questões Agrárias, de "órgãos adminis trativos introvertidos", isto é, gravitando em tômo de si mesmos, mais cuidosos

dos próprios vencimentos e regalias que dos interêsses públicos.

Mas, arrastados pelo planejamento, estamo-nos metendo numa reforma de Voltemos ao urbanismo

costumes...

de Santos. Havendo tratado nos artigos anteriores das questões gerais e regionais,

removida 150 metros para diante, pamlelamente, desde a ponte do Casqueiro.

qualquer acidente ou congestionamento

aproximá-la do baricentro da cidade; ao

A faixa intermediária receberá indús

eventual.

lado do cemitério do Saboó, para facili

trias e armazéns, assim òtimamente co

locados e servidos por todos os meios de A partir de Alemoa as duas estradas de ferro (Santos-Jundiaí e Sorocaba-

na) seguirão juntas para a nova "estação

conjunta". Esta ocupará o mesmo local da atua', ligeiramente recuada. Em vez de deitar fachada para a frente ou leste, como hoje, abrirá para o lado sul onde uma grande praça substituirá a

quadra

São

implica a ligação fer roviária

Santos-Santo

Leopoldo-Caiubi-Nerval-

fechos. O pátio da avenida Ana Costa será doado à cidade para um grande

parque, e o próprio edifício da estação tomar-se-á sede de um parque infantil

ou clube esportivo.

A linha de São Vicente e a respecüva

estação poderão subsistir. Aquela acom panhará a Estrada do Matadouro ou o

sopé ocidental dos morros. Isso, embora

Cristiano Otoni, composta somente de

tar a chegada da Sorocabana.

ora o aperto de área, ora a complicação das linhas, levaram a desistir dessas

idéias. Quanto à estação de Santo Ama ro, será de grande interêsse futuro, e

mesmo imediato, se a bitola larga, de acôrdo com ante-projetos da Central, vier a descer em demanda, não de San

tos diretamente, mas do Itapema. Pela ponte do estuário esta estação serviria perfeitamente a cidade de Santos.

pre como via expressa, isto é, sem cm-

poldo, que é também a entrada rodoviá

zamentos de nível.

ria.

A estação unificada, de planta em L,

Santo Amaro já tratamos em artigos anteriores. •

de São Bento, então dilatável até o ali

A Via Anchieta entronca na rua

nhamento do templo vi

São Leopoldo, erigida em avenida e,entrada principal da cidade. Em etapa pos

zinho.

O deslocamento da

permi

tirá

tangente ao continente,

leito atual, já consolida

aproveitar o seu

do, para alargamento

Das ligações

com o continente e com a Ilha de

voltará fachada secundária para a rua

Santos-Jundiaí

Ora o

maior afastamento do centro comercial,

B) Estradas rodagem — A chega da da Via Anchieta será alargada, sem

A saída para a

Amaro pelos fundos, como já vimos.

A faixa ferroviária passará a integrar a avenida Francisco GUcério, sob a for

ma de canteiro ou faixã ajardinada, sem

comunicação e transporte.

cidade far-se-á pela avenida São Leo

outro lado do estuário

Alemoa, para tomá-la de passagem; no Jabaquara, mediante um túnel, para

poderá sub.sistir apenas como reserva,

ticos propriamente ditos.

res do "Digesto Econômico", vamos re sumi-los o mais possível, limitando-nos quase a uma simples enumeração dos problemas. A) Plano Ferroviário - A ampliação do porto do

15

útil em casos de obstrução do cais por

casas baixas e velhas.

Sendo ôstes

Econômico

A linha Santos-Jundiaí será mais tarde

explanaremos agora os aspectos urbanís

todavia de menor interêsse para os leito

Dicesto

útil para o tráfego urbano, não sera to davia nenhuma necessidade absoluta, se

terior a Via poderá atraves sar o morro de São Bento em túnel, evi tando congestionar o centro comercial. Por êsse -traçado não só alcançará dire

da Via Anchieta ou pa

a junção das bitolas se efetuar no Cuba-

posições na Alemoa, on

ra constituição de uma

tão e não na Alemoa.

de ficarão os esgalha-

rua

mentos para Barnabé, os cruzamentos em des

ao tráfego local. Evi dentemente as ligações

Santo Amaro.

Ficará junto (NO) aos

Nada impede que êste túnel seja a

nível, e rampas e cur

com a auto-estrada se

outelros do Itapema, fadados a um

8 ou 10 metros acima da cota geral da

vas que permitam al

rão poucas e espaçadas, em desnível se possível, para esta não perder o

arrasamento gradual. Estas linhas, trans

cidade e mais tarde, em "elevado",

posta a estação, penetrarão na faixa do pôrto e prolongar-se-ão para o sul, em

prossiga até a ponte do estuário. A Lei

A ligação envolve dis

cançar as direções e as cotas necessárias à tra

latera', destinada

vessia do Caneú. É necessário provi denciar já os projetos definitivos e a

caráter de via rápida ou expressa.

reserva de áreas, a fim de que edifica ções e obras impensadas não possam

cidade e penetrará na faixa portuária

junto com a bitola larga, no Saboó. A

constituir embaraços futuros.

linha atual, entre São Vicente e Macuco,

A Sorocabana deixará de atravessar a

As estradas de ferro terão mais uma

pequena estação, terminal, na Ilha de

direção às grandes dársenas e ao Gua-

rujá, na mesma medida do prossegui mento do cais.

Outras situações foram estudadas pa ra a terminal ferroviária de Santos: na

tamente o resto da cidade, como também

a ponte direta para Santo Amaro, sôbre o estuário.

Corbusier completaria a idéia com o aproveitamento dos baixos da estrutura para casas ou depósitos, algo como esbo-

çara para o Rio de Janeiro, entre o centro e o Leblon. A travessia das ci

dades em leitos separados, elevados ou


DicESTo Econômico 16

rebaixados, é encontradiça nos últimos projetos americanos.

Pode-se objetar-lhe, em Santos, a des necessidade prática por muitos atfos

ainda. Pelo que bastará prever-lhe ampla avenida da passagem, em cuja faixa central a estrutura poderá um dia elevar-se, quando a circulação o exigir-

A entrada da Via Anchieta, a ligação rodoviária Saboó-S. Vicente (av. Antô nio Emmeridc ou Estrada do Matadou

ro), e algumas estradas da Ilha de Santo

Amaro, devem ser tratadas como "parkways", isto é, correrão entre faixas

verdes isolantes, de largura variável. Em diversas cidades americanas o trajeto das artérias-expressas efetua-se, nos su

búrbios, sem que o viajante sinta outra

situacAo real

um bosque infindável. Nalguns casos o

DO PROBLEMA DO PETRÓLEO

impressão do que a de estar atravessando traçado aproveita vales profundos, acom panha cursos dágua encachoeirados, rom

S. Fróes Abreu

pe rochedos, e os aspectos são maravilho sos. Em São Paulo iniciamos algo no gênero, em proporções modestas, na ave

ESTE artigo queremos mencionar alguns fatos quc pcrmitírão ao próprio leitor firmar con-

nida Itororó, hoje descontinuada. Mas é em Santos, onde os terrenos estão bal volver plenamente.

A fixação de um sistema rodoviário

para o município é importante, para per-

^tir sejam despachados os pedidos de diretrizes dos novos armamentos. É em especial o caso da Ilha de Santo Amaro, da Bertíoga e da Praia Grande.

sôbre o

lunas para o exame sereno do problema do petróleo e o faz sem se filiar às cor rentes que divergem cm iôrno do pal pitante assunto. Acolherá cm suas pá

momentoso problema do

ginas artigos firmados por autoridades

ceitos

dios, que tais planos se poderão desen

O Digcsfo Econômico abre as suas co

seguros

petróleo.

incontcstcs,

Nossas afirmações são claras e preci

sas; podem ser verificadas em fontes de boa procedência e podem ser confirma das por meia dúzia de pessoas versadas no assunto e portadoras de tradicional reputação. O que se escreve aqui pode ser tacha- . do de pessimisrno porque não acompanha

a exaltação em moda, em torno do pro blema do petróleo, mas está inteiramente de acôrdo com a nossa orientação rea lista firmada desde que começamos a

escrever sôbre problemas da indústria mineral no Brasil. Não se deve enga

embora

sustentando

te

ses diversas, desde que sejam expostos com elevação.

O autor dâstc trabalho

ó Dtrcíor da Dtuisão de Indiistrías Quí micas Inorgânicas do Imtituto Nacional

de Tecnologia, no Rio de Janeiro, mem bro da Academia Brasileira de Cf^nciflí,

Professor de Geografia do Instituto de Educação e Consultor-técnico do Conse

lho Nacional de Geografia. Publicou "A Riqueza Mineral do Brasil", "Pesquisa e exploração do petróleo", "Geologia do Petróleo no Recôncavo" e "Fundamen

tos geográficos da mineração Brasileira".

nar o povo alimentando esperanças sem

fundamento.

Muitos o fazem pensan

do realizar obra de patriotismo, mas,

na verdade, o que é preciso é apresen tar o panorama tal como êle realmen te é, a fim de que sejamos levados a tomar atitudes que as circunstancias exi

,

sintéticos, inclusive a borracha,

j"LTcue

O que o autor sabe sôbre o nosso problema do petróleo resulta de obser vações pessoais no Brasil e no estran

geiro, da leitura de trabalhos publica

gem em favor dos interêsses nacionais.

dos, de impressões colhidas em contatos com "wildcatters", técnicos e diretores

Estão sendo entoados hinos a "— um

de companhias de petróleo nos Estados

nosso petróleo" que ainda está por ser

Unidos, grandes e pequenas, filiadas aos

descoberto, <pois o nosso petróleo real,

"trusts" e independentes, e .sobretudo da

vez mais preocupados com os

aquele com que se pode contar, nesta

meditação diante dos fatos obser\-ados

o mundo Tudo terá em breve oa^ora produto Americanos. depende da

data, são apenas os 17,8 milhões de bar-

no interior do Brasil. Nos.sas idéias for

or^ a prodrtçõc aurrteuta couünua-

Não se mmo faUr da borracha hrasüeira, cuja preço artificial vem sendo

tido. Nesse setor, as notícias mais interessantes se refer&m ao crescente aumento de consumo do mercado interno, o que já é animaaor...

ri,s, medidos pelo Conselho Nacional do

ra aram-se, assim, lentamente, à custa

Petróleo. As avaliações mais otimistas che

de observação própria em vários am

gam apenas a 30 milhões, porém os

bientes, procurando detidamente o inte-

dados do C. N. P. só nos autorizam a

rêsse da coletividade brasileira, à luz

tomar 17,8 milhões.

da técnica e do bom-senso.


DicESTo Econômico 16

rebaixados, é encontradiça nos últimos projetos americanos.

Pode-se objetar-lhe, em Santos, a des necessidade prática por muitos atfos

ainda. Pelo que bastará prever-lhe ampla avenida da passagem, em cuja faixa central a estrutura poderá um dia elevar-se, quando a circulação o exigir-

A entrada da Via Anchieta, a ligação rodoviária Saboó-S. Vicente (av. Antô nio Emmeridc ou Estrada do Matadou

ro), e algumas estradas da Ilha de Santo

Amaro, devem ser tratadas como "parkways", isto é, correrão entre faixas

verdes isolantes, de largura variável. Em diversas cidades americanas o trajeto das artérias-expressas efetua-se, nos su

búrbios, sem que o viajante sinta outra

situacAo real

um bosque infindável. Nalguns casos o

DO PROBLEMA DO PETRÓLEO

impressão do que a de estar atravessando traçado aproveita vales profundos, acom panha cursos dágua encachoeirados, rom

S. Fróes Abreu

pe rochedos, e os aspectos são maravilho sos. Em São Paulo iniciamos algo no gênero, em proporções modestas, na ave

ESTE artigo queremos mencionar alguns fatos quc pcrmitírão ao próprio leitor firmar con-

nida Itororó, hoje descontinuada. Mas é em Santos, onde os terrenos estão bal volver plenamente.

A fixação de um sistema rodoviário

para o município é importante, para per-

^tir sejam despachados os pedidos de diretrizes dos novos armamentos. É em especial o caso da Ilha de Santo Amaro, da Bertíoga e da Praia Grande.

sôbre o

lunas para o exame sereno do problema do petróleo e o faz sem se filiar às cor rentes que divergem cm iôrno do pal pitante assunto. Acolherá cm suas pá

momentoso problema do

ginas artigos firmados por autoridades

ceitos

dios, que tais planos se poderão desen

O Digcsfo Econômico abre as suas co

seguros

petróleo.

incontcstcs,

Nossas afirmações são claras e preci

sas; podem ser verificadas em fontes de boa procedência e podem ser confirma das por meia dúzia de pessoas versadas no assunto e portadoras de tradicional reputação. O que se escreve aqui pode ser tacha- . do de pessimisrno porque não acompanha

a exaltação em moda, em torno do pro blema do petróleo, mas está inteiramente de acôrdo com a nossa orientação rea lista firmada desde que começamos a

escrever sôbre problemas da indústria mineral no Brasil. Não se deve enga

embora

sustentando

te

ses diversas, desde que sejam expostos com elevação.

O autor dâstc trabalho

ó Dtrcíor da Dtuisão de Indiistrías Quí micas Inorgânicas do Imtituto Nacional

de Tecnologia, no Rio de Janeiro, mem bro da Academia Brasileira de Cf^nciflí,

Professor de Geografia do Instituto de Educação e Consultor-técnico do Conse

lho Nacional de Geografia. Publicou "A Riqueza Mineral do Brasil", "Pesquisa e exploração do petróleo", "Geologia do Petróleo no Recôncavo" e "Fundamen

tos geográficos da mineração Brasileira".

nar o povo alimentando esperanças sem

fundamento.

Muitos o fazem pensan

do realizar obra de patriotismo, mas,

na verdade, o que é preciso é apresen tar o panorama tal como êle realmen te é, a fim de que sejamos levados a tomar atitudes que as circunstancias exi

,

sintéticos, inclusive a borracha,

j"LTcue

O que o autor sabe sôbre o nosso problema do petróleo resulta de obser vações pessoais no Brasil e no estran

geiro, da leitura de trabalhos publica

gem em favor dos interêsses nacionais.

dos, de impressões colhidas em contatos com "wildcatters", técnicos e diretores

Estão sendo entoados hinos a "— um

de companhias de petróleo nos Estados

nosso petróleo" que ainda está por ser

Unidos, grandes e pequenas, filiadas aos

descoberto, <pois o nosso petróleo real,

"trusts" e independentes, e .sobretudo da

vez mais preocupados com os

aquele com que se pode contar, nesta

meditação diante dos fatos obser\-ados

o mundo Tudo terá em breve oa^ora produto Americanos. depende da

data, são apenas os 17,8 milhões de bar-

no interior do Brasil. Nos.sas idéias for

or^ a prodrtçõc aurrteuta couünua-

Não se mmo faUr da borracha hrasüeira, cuja preço artificial vem sendo

tido. Nesse setor, as notícias mais interessantes se refer&m ao crescente aumento de consumo do mercado interno, o que já é animaaor...

ri,s, medidos pelo Conselho Nacional do

ra aram-se, assim, lentamente, à custa

Petróleo. As avaliações mais otimistas che

de observação própria em vários am

gam apenas a 30 milhões, porém os

bientes, procurando detidamente o inte-

dados do C. N. P. só nos autorizam a

rêsse da coletividade brasileira, à luz

tomar 17,8 milhões.

da técnica e do bom-senso.


DrcKSTo

18

Petróleo do Recôncavo

O petróleo do Recôncavo representa um grande esfôrço nacional e surgiu com a campanha desencadeada por Os car Cordeiro para que o Governo pes quisasse petróleo do Lobato. O autor,

Econômico

ra trabalhos de geofísica, da Schlumberger Surenco, de Caracas, para a perfilagem dos poços, da Cruzeiro do Sul

para levantamentos aéreos c da Geophoto Services de Denver, para interpreta

ção geológica de fotografias aéreas. O valor da contribuição dessas companhias

tomando em consideração os brados da

pode bem ser atestado pelo próprio

quele idealista, verificou em 1934 a

C. N. P. e os resultados práticos podem ser aferidos pelo rápido progresso dos trabalhos nos tempos mais recentes e

procedência do apelo e levou ao proble ma do petróleo no Recôncavo a sua con tribuição pessoal, bem do conhecimento

das autoridades na época. Só a 21 de janeiro de 1939 descobriu-

se oficialmente o petróleo do Lobato, numa das sondagens feitas pelo Depar tamento Nacional da Produção Mineral e que tinham por finalidade dirimir a contenda entre a opinião de Cor deiro e a doutrina oficial naquela época. Logo a seguir o Conselho Nacional do Petróleo estabeleceu a área de reserva nacional no

Re

cutar com eficiência os trabalhos, o

C. N. P. contratou os serviços de perfu

ração com a Drilling & E.xploration Co. e os serviços de Geofísica com a United

Geophysical Inc.

De 1939 até agora

desenvolveu-se a atividade do C. N. P.

no Recôncavo lançando mão de servi ços contratados com as referidas com

panhias e gradativamente empregando maior número de elementos nacionais

que se foram especializando nos vários setores da pesquisa e da produção. Desde 1944 a firma DeGolyer & Mac Naughton, agindo na qualidade de con sultora, tem prestado relevante contribui ção ao desenvolvimento das pesquisas

de petróleo no Brasil.

Mais recente

Econômico

19

Produção de petróleo no Recôncavo em barris (1 barril — 159 litros) 1940

2089 barris

1941 1942

3097 32957

1943 1944 1945 1946 1947

47417 57533 79330 66889 96540

"

fraca extensão de afloramentos adequa dos à orientação das pesquisas e à in-

salubridade do meio, até hoje não fo ram feitas investigações pormenoriza das naquela região. O desconhecimento acerca das condi

" " "

ções geológicas do subsolo amazônico é

quase completo. Os poucos furos fei tos no vale do Tapajós e em Monte Ale gre, no Estado do Pará, embora tives

O número de poços já abertos no Re

sem acusado vestígios de óleo e peque nas quantidades de gás natural, segundo

dos com o auxílio dos técnicos estran

côncavo é de 131, dos quais 66 pro duzem petróleo, 13 produzem gás na

e Pedro de Moura, mostraram também

geiros foram fixados novos conceitos

tural c 52 foram secos ou se destinaram

acerca da geologia do Recôncavo, de Sergipe, de Marajó, do Piauí e Mara nhão. Digna de admiração 6 também

unicamente a estudos. O campo dc Aratu contém poços produzindo petró leo m,ais leve que o de outros campos

pela proporção de poços produtores. Em conseqüência aos estudos realiza

os testemunhos de Avelino de Oliveira

como c fraca a espessura de sedimen tos naquela parte da bacia (341 m em Itaituba, 346 m em Bom Jardim) e co mo a estrutura dômica de Monte Ale

c seu valor reside essencialmente nas re

gre era devida à influência de empti-

.sileiros que têm cooperado com

servas dc gás natural que se encontra

vas básicas.

os elementos estrangeiros no es

sob pressão de mais de mil libras por polegada quadrada (cerca de 71 at

os recursos técnicos adequados e aban

a contribuição dos técnicos bra-

tudo daquelas áreas, salientando-

côncavo e passou a se ocupar das pesquisas. Verificando a inexistência de pessoal técnico capaz de exe

Dicesto

se Pedro de Moura, chefe na Bahia, e Avelino de OMveira, vice-presidente e

mosferas) em horizontes a profundida des de 400 a 700 m. O gás dc Ara

chefe da Seção Técnica do G. N. P. no

tu contém 95 a 97% de metana, tem

Rio de Janeiro.

poder calorífico de 9000 a 9100 calorias por m3 e já se tem avaliado uma reser

O primeiro campo de petróleo des

A única tentativa feita no Acre, sem

donada a pesquisa na região autes de conclusões definitivas, pouca luz trou xe ao problema do petróleo em nossa fronteira com o Peru, não longe dos campos já produtores do rio Pachitéia. Sôbre o petróleo na Amazônia, o que

coberto no Brasil foi o de Lobato-Joa-

va da ordem de quase 1 billião de me

nes (1939), que se revelou pouco pro dutor e tem mais valor histórico do que

tros cúbicos. Isso representa uma quan

se pode afirmar, portanto, é que lá

tidade total de energia equivalente a

existe uma área da ordem de 1.500.000

20 milhões de tons. de lenha, ou seja

quilômetros quadrados onde se justifica a pesquisa de petróleo, mas onde não

econômico.

Em seguida foi desco

berto o de Candeias (1942), o mais

importante do Recôncavo, e o de Ilaparica (1942), com horizontes de óleo de gás; o de Aratu (1942), principal mente de gás, depois o de Pitanga, ain

da pequeno e pouco conhecido (l946), e finalmente o de Dom João (1947) —

o segundo em importância no Recôn No quadro que segue damos a produção anual de petróleo no Recôncavo, por onde se pode apre

o consumo total de lenha no Brasil du rante cinco meses.

Certa parte do óleo do Recôncavo é utilizada nas próprias caldeiras das son das e parte é destilado em duas refi narias rudimentares construídas pelo Conselho de Aratu e Candeias, onde se

produz alguma gasolina, querosene e óleo Diesel para consumo regional.

cavo baiano.

Petróleo da Amazônia

se conhece, até o momento, nenhum

"seepage" como na Venezuela, Colômbia e Bolívia. Nas poucas sondagens fei tas na região do Tapajós, entretanto,

já se verificou a existência do impregna ções de óleo em camadas do devoniano.

Mesmo para os mais cautelosos, a bacia

Amazônica, na parle brasileira, repre senta uma grande área de possibilida des. devido á natureza dos sedimentos

Devido às dificuldades para investi

e ao fato de haver produção, em terre

mente foram contratados os serviços da

ciar o desenvolvimento dos trabalhos

gações, tais como a cobertura vegetal,

nos semelhantes, pouco além da fron

Geophysical Service Inc. de Dallas, pa-

naquela região.

o isolamento de centros civilizados, a

teira brasileira.


DrcKSTo

18

Petróleo do Recôncavo

O petróleo do Recôncavo representa um grande esfôrço nacional e surgiu com a campanha desencadeada por Os car Cordeiro para que o Governo pes quisasse petróleo do Lobato. O autor,

Econômico

ra trabalhos de geofísica, da Schlumberger Surenco, de Caracas, para a perfilagem dos poços, da Cruzeiro do Sul

para levantamentos aéreos c da Geophoto Services de Denver, para interpreta

ção geológica de fotografias aéreas. O valor da contribuição dessas companhias

tomando em consideração os brados da

pode bem ser atestado pelo próprio

quele idealista, verificou em 1934 a

C. N. P. e os resultados práticos podem ser aferidos pelo rápido progresso dos trabalhos nos tempos mais recentes e

procedência do apelo e levou ao proble ma do petróleo no Recôncavo a sua con tribuição pessoal, bem do conhecimento

das autoridades na época. Só a 21 de janeiro de 1939 descobriu-

se oficialmente o petróleo do Lobato, numa das sondagens feitas pelo Depar tamento Nacional da Produção Mineral e que tinham por finalidade dirimir a contenda entre a opinião de Cor deiro e a doutrina oficial naquela época. Logo a seguir o Conselho Nacional do Petróleo estabeleceu a área de reserva nacional no

Re

cutar com eficiência os trabalhos, o

C. N. P. contratou os serviços de perfu

ração com a Drilling & E.xploration Co. e os serviços de Geofísica com a United

Geophysical Inc.

De 1939 até agora

desenvolveu-se a atividade do C. N. P.

no Recôncavo lançando mão de servi ços contratados com as referidas com

panhias e gradativamente empregando maior número de elementos nacionais

que se foram especializando nos vários setores da pesquisa e da produção. Desde 1944 a firma DeGolyer & Mac Naughton, agindo na qualidade de con sultora, tem prestado relevante contribui ção ao desenvolvimento das pesquisas

de petróleo no Brasil.

Mais recente

Econômico

19

Produção de petróleo no Recôncavo em barris (1 barril — 159 litros) 1940

2089 barris

1941 1942

3097 32957

1943 1944 1945 1946 1947

47417 57533 79330 66889 96540

"

fraca extensão de afloramentos adequa dos à orientação das pesquisas e à in-

salubridade do meio, até hoje não fo ram feitas investigações pormenoriza das naquela região. O desconhecimento acerca das condi

" " "

ções geológicas do subsolo amazônico é

quase completo. Os poucos furos fei tos no vale do Tapajós e em Monte Ale gre, no Estado do Pará, embora tives

O número de poços já abertos no Re

sem acusado vestígios de óleo e peque nas quantidades de gás natural, segundo

dos com o auxílio dos técnicos estran

côncavo é de 131, dos quais 66 pro duzem petróleo, 13 produzem gás na

e Pedro de Moura, mostraram também

geiros foram fixados novos conceitos

tural c 52 foram secos ou se destinaram

acerca da geologia do Recôncavo, de Sergipe, de Marajó, do Piauí e Mara nhão. Digna de admiração 6 também

unicamente a estudos. O campo dc Aratu contém poços produzindo petró leo m,ais leve que o de outros campos

pela proporção de poços produtores. Em conseqüência aos estudos realiza

os testemunhos de Avelino de Oliveira

como c fraca a espessura de sedimen tos naquela parte da bacia (341 m em Itaituba, 346 m em Bom Jardim) e co mo a estrutura dômica de Monte Ale

c seu valor reside essencialmente nas re

gre era devida à influência de empti-

.sileiros que têm cooperado com

servas dc gás natural que se encontra

vas básicas.

os elementos estrangeiros no es

sob pressão de mais de mil libras por polegada quadrada (cerca de 71 at

os recursos técnicos adequados e aban

a contribuição dos técnicos bra-

tudo daquelas áreas, salientando-

côncavo e passou a se ocupar das pesquisas. Verificando a inexistência de pessoal técnico capaz de exe

Dicesto

se Pedro de Moura, chefe na Bahia, e Avelino de OMveira, vice-presidente e

mosferas) em horizontes a profundida des de 400 a 700 m. O gás dc Ara

chefe da Seção Técnica do G. N. P. no

tu contém 95 a 97% de metana, tem

Rio de Janeiro.

poder calorífico de 9000 a 9100 calorias por m3 e já se tem avaliado uma reser

O primeiro campo de petróleo des

A única tentativa feita no Acre, sem

donada a pesquisa na região autes de conclusões definitivas, pouca luz trou xe ao problema do petróleo em nossa fronteira com o Peru, não longe dos campos já produtores do rio Pachitéia. Sôbre o petróleo na Amazônia, o que

coberto no Brasil foi o de Lobato-Joa-

va da ordem de quase 1 billião de me

nes (1939), que se revelou pouco pro dutor e tem mais valor histórico do que

tros cúbicos. Isso representa uma quan

se pode afirmar, portanto, é que lá

tidade total de energia equivalente a

existe uma área da ordem de 1.500.000

20 milhões de tons. de lenha, ou seja

quilômetros quadrados onde se justifica a pesquisa de petróleo, mas onde não

econômico.

Em seguida foi desco

berto o de Candeias (1942), o mais

importante do Recôncavo, e o de Ilaparica (1942), com horizontes de óleo de gás; o de Aratu (1942), principal mente de gás, depois o de Pitanga, ain

da pequeno e pouco conhecido (l946), e finalmente o de Dom João (1947) —

o segundo em importância no Recôn No quadro que segue damos a produção anual de petróleo no Recôncavo, por onde se pode apre

o consumo total de lenha no Brasil du rante cinco meses.

Certa parte do óleo do Recôncavo é utilizada nas próprias caldeiras das son das e parte é destilado em duas refi narias rudimentares construídas pelo Conselho de Aratu e Candeias, onde se

produz alguma gasolina, querosene e óleo Diesel para consumo regional.

cavo baiano.

Petróleo da Amazônia

se conhece, até o momento, nenhum

"seepage" como na Venezuela, Colômbia e Bolívia. Nas poucas sondagens fei tas na região do Tapajós, entretanto,

já se verificou a existência do impregna ções de óleo em camadas do devoniano.

Mesmo para os mais cautelosos, a bacia

Amazônica, na parle brasileira, repre senta uma grande área de possibilida des. devido á natureza dos sedimentos

Devido às dificuldades para investi

e ao fato de haver produção, em terre

mente foram contratados os serviços da

ciar o desenvolvimento dos trabalhos

gações, tais como a cobertura vegetal,

nos semelhantes, pouco além da fron

Geophysical Service Inc. de Dallas, pa-

naquela região.

o isolamento de centros civilizados, a

teira brasileira.


Dir.ESTo

20

Econômico

DioesTo

Econômico 21

As recentes pesquisas geofísioas su geridas por DeGolyer & Mac Naughton

latório geral, o Prof. Plummer faleceu,

e executadas pela Geophvsioal Servi-, ce Inc. para o C. N. P. revelaram fatos

mudava um pneu do carro, numa estra

vítima dum ataque cardíaco, quando da do Tc.vas (11-2-1947). Dentre as notas deixadas, de.staca-se essa frase

interessantes na ilha de Marajó, até en tão nunca suspeitados, justificando a con tinuação das investigações e a passagem

já publicada no Boletim do Conselho

para uma nova fase de trabalhos. Uma

Maranhão suprirá de petróleo todo o

investigação completa da região Ama

Brasil e, ainda, o México o o médio con tinente dos E.stados Unidos da América do Norte, no futuro comércio mundial

zônica de modo a nos proporcionar cam pos produtores e um empreendimento tão vultoso que nos parece acima das nossas possibilidades, no que diz respei

to a financiamento, a pessoal técnico e aparelhagem.

Petróleo do Meio Norte

dar a continuação dos estudos para se estabelecer uma crença firme nas gran

promete esperanças, pela existência dum

geosinclínal onde foram reconhecidas ca madas do devoniano ao cretáceo, com

possibilidades de gerar e armazenar pe tróleo ou gás natural.

Nenhuma indicação positiva da exis tência de óleo é hoje conhecida no Meio Norte; nunca foi feita uma sonda

Tocantins, Grajaú, Moarim e Itapicuru.

Prof. Odorico de Albuquerque, da Es cola Nacional de Minas e Metalurgia

As fotografias aéreas tomadas pelo mé todo "trimelTOgon" pe'as forças aéreas

e do paleontologista Ivor Price, da Di

norte-americanas, durante o período da

visão de Geologia, encorajam^ muito as

última guerra, permitiram o reconheci mento de várias deformações que pode rão constituir o ponto inicial de traba lhos de detalhe, facilitando grandemen te as futunas pesquisas.

tentativas ali.

O Prof. Plummer, reconhecendo a 'au

sência de indícios superficiais, procura de certo modo justificá-la ponderando que há muitas zonas petrolíferas, so bretudo de idade paleozóica, sem apre

Pela costa nordestina se estende uma

dos, quando estava ultimando seu re

faixa de terra com possibilidades pe^

mento Nacional da Produção Mineral,

P. Lamenlàvelmente nem nos poços

conduzidos polo técnico nortc-americano Marck Malamphy, indicaram Pon

abertos pelo "IBASA", nem no último perfurado pela Cia. Itatig e terminado no corrente ano de 1948 (Itatie n° 6)

Alagf^^s, chegaram também a conclu sões favoráveis, indicando, dentro da

Petróleo de Mato Grosso Sobre Mato Grosso é difícil emitir

uma opinião segura, pois nunca viaja mos nessa região e sua geologia, em

t;c como um dos locais favoráveis a

grandes extensões, ainda é muito pouco conhecida. Entretanto, o que está pu

tura iniciou uma sondagem em Ponta Verde e o C. N. P. executou uma perfu ração em 1940 que atingiu a profundi dade de 2145 m, tendo encontrado um

blicado nãoi entusiasma ao técnico e as

notícias sôbre "seepages" no Guaporé

pequeno horizonte pelToüfero em pro

ou no Pantanal até hoje não foram ates tadas por pesspas de reconhecida ido neidade profissional. Fenômenos diver

fundidade próxima a 1500 ni que não

sos, como emanações de metana, resul

chegou a trazer encorajamento à con

tantes da decomposição atual de vegetais

tinuação dos trabalhos.

superiores, irizações devidas à hansformação de bicarbonalo ferroso em hi-

Pouco tempo

depois, o C. N. P. abandonou tôdas as pesquisas em Alagoas, concentrando sua atividade na Bahia.

Petróleo de Sergipe Em Sergipe há uma profunda bacia

Jl

foi possível obter uma produção comer cial de petróleo.

área por ôles estudada, o Riacho Do-

perfurações. O Ministério da Agricul

Petróleo do Nordeste

sentar o menor indício direto na super fície. Pouco tempo depois dêsses estu

próprio Euzcbio de Oliveira ao autor. Os trabalhos de geofísica do Departa

furações ah, em busca dc sal-gema, en contrando indícios de óleo e gás, consta tados pelos ^técnicos da DrilÜng and Exploration Co. e pelo próprio C N

neclce e W. Perthen, da Sociedade Elbof, sob contrato, para o Governo de

ciou uma sondagem no Codó, pesquisa

Plummer, da Universidade do Texas, do

ra com pequenas camadas dc folheUios

saturados de petróleo, fato êsse verifi cado pessüulmcnte pelo autor destas lir- recentemente algumasAlcalinas"'c.A S/A. fez per

ta Verde, nas proximidades de Maceió,

logo /paralisada por desentendimentos

saram muito no problema do petróleo nò Maranhão, após viagens aos vales do

nitos que se assemelham aos do Re

como local mais aconselhável às perfu rações. As pesquisas feitas quase nu mesma época pelos (alemães O. Keu-

no Maranhão data de pouco antes de

A Companlrá Itatig há alguns anos

côncavo. As sondagens duma compa

ali encontrados vestígios dc óleo livre,

1914, quando Gonzaga de Campos ini

ção superficial de valor indiscutível. As recentes investigações do Prof. F. B.

iniciou ah pesquisas de petróleo e em 1940 encontrou espêssa formação salife-

segundo uma comunicação verbal do

des possibilidades dessa área. A suspeita de existência de petróleo

com os proprietários das ternas. Tam bém Arrojado Lisboa (1914), Morais Rego (1920) e o autor (1930) já pen

ver com a questão dt) petróleo, mas nas

Serviço Geológico, nunca chegaram a

digna do maior acato, é prudente aguar

gem profunda no Miaranhão e ainda não se conhece por lá nenhuma manifesta

gem marinha.

resuhados satisfatórios, embora fossem

grandes domos e anticlinais". Embora

o Piauí e Maranhão em princípio — nos

Na costa de Alagoas afloram folhe lhos pirobetuminosos que pouco têm a

nhia que ali operou, bem como as do

desse produto". Tal crença é fundada no fato de que "nela há uma espêssa seção de sedimentos contendo folhelhos e ciàlcáreo.s- adequados. Nela existem

A bacia do Meio Norte que abrange

dc sedimentos, em grande parte consti tuídos por calcáreos e folhelhos de ori

camadas inferiores há folhelhos e are

Nacional do Petróleo: "A bacia Piauí-

a autoridade do Prof. Plummer seja

trolíferas de.sde •) Riu Grundi- du Norte

até A'agoas.

cretácea entre o litoral e a Serra de Itabaiana, encerrando mais de 1500 in

dró.vido férrico ou matéria graxa resul tante da alteração de vegetais ou ani mais, podem levar pessoas^bem intencio nadas a afirmações errôneas, sob o pon to de xdsta das possibilidades de petró leo. A suposta identidade entre o Pan

tanal de Mato Grosso e a zona já reco-


Dir.ESTo

20

Econômico

DioesTo

Econômico 21

As recentes pesquisas geofísioas su geridas por DeGolyer & Mac Naughton

latório geral, o Prof. Plummer faleceu,

e executadas pela Geophvsioal Servi-, ce Inc. para o C. N. P. revelaram fatos

mudava um pneu do carro, numa estra

vítima dum ataque cardíaco, quando da do Tc.vas (11-2-1947). Dentre as notas deixadas, de.staca-se essa frase

interessantes na ilha de Marajó, até en tão nunca suspeitados, justificando a con tinuação das investigações e a passagem

já publicada no Boletim do Conselho

para uma nova fase de trabalhos. Uma

Maranhão suprirá de petróleo todo o

investigação completa da região Ama

Brasil e, ainda, o México o o médio con tinente dos E.stados Unidos da América do Norte, no futuro comércio mundial

zônica de modo a nos proporcionar cam pos produtores e um empreendimento tão vultoso que nos parece acima das nossas possibilidades, no que diz respei

to a financiamento, a pessoal técnico e aparelhagem.

Petróleo do Meio Norte

dar a continuação dos estudos para se estabelecer uma crença firme nas gran

promete esperanças, pela existência dum

geosinclínal onde foram reconhecidas ca madas do devoniano ao cretáceo, com

possibilidades de gerar e armazenar pe tróleo ou gás natural.

Nenhuma indicação positiva da exis tência de óleo é hoje conhecida no Meio Norte; nunca foi feita uma sonda

Tocantins, Grajaú, Moarim e Itapicuru.

Prof. Odorico de Albuquerque, da Es cola Nacional de Minas e Metalurgia

As fotografias aéreas tomadas pelo mé todo "trimelTOgon" pe'as forças aéreas

e do paleontologista Ivor Price, da Di

norte-americanas, durante o período da

visão de Geologia, encorajam^ muito as

última guerra, permitiram o reconheci mento de várias deformações que pode rão constituir o ponto inicial de traba lhos de detalhe, facilitando grandemen te as futunas pesquisas.

tentativas ali.

O Prof. Plummer, reconhecendo a 'au

sência de indícios superficiais, procura de certo modo justificá-la ponderando que há muitas zonas petrolíferas, so bretudo de idade paleozóica, sem apre

Pela costa nordestina se estende uma

dos, quando estava ultimando seu re

faixa de terra com possibilidades pe^

mento Nacional da Produção Mineral,

P. Lamenlàvelmente nem nos poços

conduzidos polo técnico nortc-americano Marck Malamphy, indicaram Pon

abertos pelo "IBASA", nem no último perfurado pela Cia. Itatig e terminado no corrente ano de 1948 (Itatie n° 6)

Alagf^^s, chegaram também a conclu sões favoráveis, indicando, dentro da

Petróleo de Mato Grosso Sobre Mato Grosso é difícil emitir

uma opinião segura, pois nunca viaja mos nessa região e sua geologia, em

t;c como um dos locais favoráveis a

grandes extensões, ainda é muito pouco conhecida. Entretanto, o que está pu

tura iniciou uma sondagem em Ponta Verde e o C. N. P. executou uma perfu ração em 1940 que atingiu a profundi dade de 2145 m, tendo encontrado um

blicado nãoi entusiasma ao técnico e as

notícias sôbre "seepages" no Guaporé

pequeno horizonte pelToüfero em pro

ou no Pantanal até hoje não foram ates tadas por pesspas de reconhecida ido neidade profissional. Fenômenos diver

fundidade próxima a 1500 ni que não

sos, como emanações de metana, resul

chegou a trazer encorajamento à con

tantes da decomposição atual de vegetais

tinuação dos trabalhos.

superiores, irizações devidas à hansformação de bicarbonalo ferroso em hi-

Pouco tempo

depois, o C. N. P. abandonou tôdas as pesquisas em Alagoas, concentrando sua atividade na Bahia.

Petróleo de Sergipe Em Sergipe há uma profunda bacia

Jl

foi possível obter uma produção comer cial de petróleo.

área por ôles estudada, o Riacho Do-

perfurações. O Ministério da Agricul

Petróleo do Nordeste

sentar o menor indício direto na super fície. Pouco tempo depois dêsses estu

próprio Euzcbio de Oliveira ao autor. Os trabalhos de geofísica do Departa

furações ah, em busca dc sal-gema, en contrando indícios de óleo e gás, consta tados pelos ^técnicos da DrilÜng and Exploration Co. e pelo próprio C N

neclce e W. Perthen, da Sociedade Elbof, sob contrato, para o Governo de

ciou uma sondagem no Codó, pesquisa

Plummer, da Universidade do Texas, do

ra com pequenas camadas dc folheUios

saturados de petróleo, fato êsse verifi cado pessüulmcnte pelo autor destas lir- recentemente algumasAlcalinas"'c.A S/A. fez per

ta Verde, nas proximidades de Maceió,

logo /paralisada por desentendimentos

saram muito no problema do petróleo nò Maranhão, após viagens aos vales do

nitos que se assemelham aos do Re

como local mais aconselhável às perfu rações. As pesquisas feitas quase nu mesma época pelos (alemães O. Keu-

no Maranhão data de pouco antes de

A Companlrá Itatig há alguns anos

côncavo. As sondagens duma compa

ali encontrados vestígios dc óleo livre,

1914, quando Gonzaga de Campos ini

ção superficial de valor indiscutível. As recentes investigações do Prof. F. B.

iniciou ah pesquisas de petróleo e em 1940 encontrou espêssa formação salife-

segundo uma comunicação verbal do

des possibilidades dessa área. A suspeita de existência de petróleo

com os proprietários das ternas. Tam bém Arrojado Lisboa (1914), Morais Rego (1920) e o autor (1930) já pen

ver com a questão dt) petróleo, mas nas

Serviço Geológico, nunca chegaram a

digna do maior acato, é prudente aguar

gem profunda no Miaranhão e ainda não se conhece por lá nenhuma manifesta

gem marinha.

resuhados satisfatórios, embora fossem

grandes domos e anticlinais". Embora

o Piauí e Maranhão em princípio — nos

Na costa de Alagoas afloram folhe lhos pirobetuminosos que pouco têm a

nhia que ali operou, bem como as do

desse produto". Tal crença é fundada no fato de que "nela há uma espêssa seção de sedimentos contendo folhelhos e ciàlcáreo.s- adequados. Nela existem

A bacia do Meio Norte que abrange

dc sedimentos, em grande parte consti tuídos por calcáreos e folhelhos de ori

camadas inferiores há folhelhos e are

Nacional do Petróleo: "A bacia Piauí-

a autoridade do Prof. Plummer seja

trolíferas de.sde •) Riu Grundi- du Norte

até A'agoas.

cretácea entre o litoral e a Serra de Itabaiana, encerrando mais de 1500 in

dró.vido férrico ou matéria graxa resul tante da alteração de vegetais ou ani mais, podem levar pessoas^bem intencio nadas a afirmações errôneas, sob o pon to de xdsta das possibilidades de petró leo. A suposta identidade entre o Pan

tanal de Mato Grosso e a zona já reco-


L •

DiGESTO Econômico

22

nhecidamente petrolífera da Bolívia não procede e já Gücon de Paiva versou ma gistralmente esse têraa. (®) Na planície seca do Chaco Boreal não

em São Paulo foi Eugênio Ferreira de

Camargo, paulista dotado de grande es pírito de iniciativa que, no começo des te século, levou à sua fazenda em Bofete uma das maiores autoridades da

Dicesto

Econômico

Particularizando o problema em São Paulo, é curio.so übscr\ar que sc deba

km rumo oeste, explora-se o petróleo des

tem os técnicü.s ein torno da fixação do

Argentina em 1928.

horizonte gerador do esperado petróleo

originado no devoniano, e acumulado principnhnente no permo-carbonífero, no

época — o geólogo I. C. "White — o

paulista. Os velhos observadores bra sileiros Gonzaga de Campos, Euzébio de

Union Oil of Califórnia, conforme as

consolidador da teoria da acumulação

Oliveira c Guillierinc Florence acredita

foi ainda encontrado o petróleo, não obs tante as pesquisas intensivas feitas pela

23

coberto pela Standard Oil Company S. A. O petróleo ali é

declarações recentes publicadas na im

em anticlinais.

No Paraná foram feitos

vam ser èlc originado rtas camadas do

arenito Tupambi, que tem muita seme lhança litológica com certos arenitos do tòpo do Itailaré, entre Piracicaba e Bo-

prensa. Tanto quanto se sabe, não há

trabalhos de reconhecimento na zona de

Irali, portadoras do folliellios negros pi-

tucatú, e que seriam excelentes reserva

similitude geológica entre o Pantanal

Ribeirão Claro, Jacaròzinho, Reserva e

robetuininosos e calcárecs fétidos; fun

tórios, so abaixo deles houvesse aqui o

de Mato Grosso, a grande planície do

Cândido de Abreu; e em Santa Cata rina os estudos se concentraram no vale

dados nessa concepção foram feitas as

devoniano gerador, como ocorre no nor

pesquisas do Serviço Geológico Federal

te da Argentina e sul da Bolívia.

médio do Iguassu e na região de Lages.

e Estadual. Chesler Wasliburne, con-

A hipótese do petróleo devoniano não

A região visada- em São Pau lo compreende uma faixa de ter

tiMtado pelo Govènio de São Paulo, lan çou a hipótese de serem as camadas devonianas responsáveis pelo suspeitado

deve ser abandonada porque falhou em São Pedro de Piracicaba; é possível

ras em forma de arco, com a

petróleo paunsta c sua idéia se baseava

largura da ordem de 20 a 50 km, que se estende desde Rio

na existência do devoniauo marinho no

Estado de São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiaz

Chaco Boreal — onde ainda não se des cobriu petróleo — ou a zona

montanhosa do Gran Chaco, on

de se encontram os poços pro dutivos da Bolívia.

O sul de Mato Grosso poderá merecer as esperanças atribuí

veis à parte central da bacia do

Gonduana, mas até hoje nada se co nhece sobre as condições geológicas,

em profundidade, da porção da bacia do rio Paraná coberta pelo espesso lençol de lava basáltica.

Petróleo do sul do Brasil

A bacia do Gonduana, que compre ende a maior parte da bacia hidrográ fica do Paraná, abrangendo parte da bacia dos rios Uruguai, Jacuí e Negro, foi a mais pesquisada pelos brasileiros e também a que até hoje maior interesse despertou aos geólogos estrangeiros que nos visitaram.

Já foram feita's várias perfurações em São Paulo, Paraná e Santa Catarina,

centro do Estado do Paraná e no- fato

ou Mato Grosso. Seria leviano afastá-la

Claro até Piraju, nos limites com o Es

de ser o devoniano o gerador do pe

tado do Paraná. Nessa faixa, onde aflo

tróleo encontrado no Gran Chaco, da faixa sub-andina da Bolívia e Salta, ao

'baseado num simples ensaio, num de terminado ponto situado na borda duma grande bacia sedimentar de mais de 1

carbonífero, há inúmeros depósitos de arenito asfáltico que representam "seepages" mortos ou mesmo jazidas de

Norte da Argentina. Já muitos anos antes. Arrojado Lisboa

momento, entretanto, estribados na nossa

emitira a hipótese da origem devoniana

própria observação, ainda ficamos com

petróleo já extintas, em virtude da perda da capa impermeável protetora.

para o possível petróleo do Estado do

a velha concepção nacional dum petró

Paraná, segundo nos informou o Dr. Ildefonso Ericksen. A sugestão de

leo do Irati, porque temos vários "fa

ram camadas do triássico, permeano e

Na faixa onde afloram essas ruínas de

tos" em apoio ao passo que relativa

Washburne ganhou logo muitos adep

mente ao devoniano trata-se de hipó

tos; para a'guns por ser ele uma autori

tese fracassada na primeira e única ten

óleo vivo, mas nunca se tentou um pro

dade de indiscutível valor, mas, para ou

tativa de comprovação.

grama intensivo mais para oeste, onde

tros, só por ser ôle "americano". Ela na verdade é atraente, mas para a região

uma espessa capa basaltica deve ter protegido acumulações semelhantes, ain da poderosamente preservadas da eva poração. E' que ali, como já apontou Glicon de Paiva, o problema da pes

em épocas diversas, sem um plano de conjunto e por entidades diferentes, não tendo sido devidamente interpretados os resultados. Os trabalhos antigos repre sentam, contudo, uma interessante con

lizados nos atuais países produtores. (*) Contribuição para a Geologia do Pe

tribuição inicial ao grande problema do

tróleo no Sudoeste de Mato Grosso. —

O pioneiro na pesquisa de petróleo

milhão de quilômetros quadrados. No

antigos campos de petróleo, é que têm sido feitas as perfurações em busca de

quisa é extremamente difícil e escapa a qualquer um dos métodos clássicos uti

petróleo no sul do Brasil.

que seja comprovada noutros pontos do

de São Pedi-o de Piracicaba falhou es

petacularmente, porque o poço do Ara-

quá-Lima, da Companhia Petróleos do Brasil, atingiu o embasamento arqueano

folheihos marinhos de Ponta Grossa e

sem atravessar sequer um metro de ter

arenitos do permo-carbontfero; b) dum

reno devoniano! Ruiu por terra a hi pótese do petróleo devoniano na região

acumulado aí mesmo, quando o permitir

de São Pedro de Piracicaba, enquanto no Glicon de Paiva e VUctor Leinz. Bole tim n.o 37 da Divisão de Fomento da

Produção Mineral, Rio, 1939.

Para se chegar a ter petróleo ho sul do Brasil é necessário realizar um programa de estudos tendo em vista as concepções: a) dnm petróleo devoniano, gerado nos acumulado nos larenitos Fumas ou nos

petróleo permeano, gerado no Irati e

de Salta 24°29 , lat S; S. Pedro de Pira

a poTosidadc ou o fraturamenlo do.s "calcáreos; c) dum petróleo gerado em ho rizontes marinhos do permo-carbonífero (Itararé), já encontrados no centro do

cicaba 22°30' lat. S) porém mais 1100

Paraná e em Santa Catarina; d) dum

São Pedro de Salta, quase no mesmo paralelo que o de Piracicaba (S. Pedro


L •

DiGESTO Econômico

22

nhecidamente petrolífera da Bolívia não procede e já Gücon de Paiva versou ma gistralmente esse têraa. (®) Na planície seca do Chaco Boreal não

em São Paulo foi Eugênio Ferreira de

Camargo, paulista dotado de grande es pírito de iniciativa que, no começo des te século, levou à sua fazenda em Bofete uma das maiores autoridades da

Dicesto

Econômico

Particularizando o problema em São Paulo, é curio.so übscr\ar que sc deba

km rumo oeste, explora-se o petróleo des

tem os técnicü.s ein torno da fixação do

Argentina em 1928.

horizonte gerador do esperado petróleo

originado no devoniano, e acumulado principnhnente no permo-carbonífero, no

época — o geólogo I. C. "White — o

paulista. Os velhos observadores bra sileiros Gonzaga de Campos, Euzébio de

Union Oil of Califórnia, conforme as

consolidador da teoria da acumulação

Oliveira c Guillierinc Florence acredita

foi ainda encontrado o petróleo, não obs tante as pesquisas intensivas feitas pela

23

coberto pela Standard Oil Company S. A. O petróleo ali é

declarações recentes publicadas na im

em anticlinais.

No Paraná foram feitos

vam ser èlc originado rtas camadas do

arenito Tupambi, que tem muita seme lhança litológica com certos arenitos do tòpo do Itailaré, entre Piracicaba e Bo-

prensa. Tanto quanto se sabe, não há

trabalhos de reconhecimento na zona de

Irali, portadoras do folliellios negros pi-

tucatú, e que seriam excelentes reserva

similitude geológica entre o Pantanal

Ribeirão Claro, Jacaròzinho, Reserva e

robetuininosos e calcárecs fétidos; fun

tórios, so abaixo deles houvesse aqui o

de Mato Grosso, a grande planície do

Cândido de Abreu; e em Santa Cata rina os estudos se concentraram no vale

dados nessa concepção foram feitas as

devoniano gerador, como ocorre no nor

pesquisas do Serviço Geológico Federal

te da Argentina e sul da Bolívia.

médio do Iguassu e na região de Lages.

e Estadual. Chesler Wasliburne, con-

A hipótese do petróleo devoniano não

A região visada- em São Pau lo compreende uma faixa de ter

tiMtado pelo Govènio de São Paulo, lan çou a hipótese de serem as camadas devonianas responsáveis pelo suspeitado

deve ser abandonada porque falhou em São Pedro de Piracicaba; é possível

ras em forma de arco, com a

petróleo paunsta c sua idéia se baseava

largura da ordem de 20 a 50 km, que se estende desde Rio

na existência do devoniauo marinho no

Estado de São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiaz

Chaco Boreal — onde ainda não se des cobriu petróleo — ou a zona

montanhosa do Gran Chaco, on

de se encontram os poços pro dutivos da Bolívia.

O sul de Mato Grosso poderá merecer as esperanças atribuí

veis à parte central da bacia do

Gonduana, mas até hoje nada se co nhece sobre as condições geológicas,

em profundidade, da porção da bacia do rio Paraná coberta pelo espesso lençol de lava basáltica.

Petróleo do sul do Brasil

A bacia do Gonduana, que compre ende a maior parte da bacia hidrográ fica do Paraná, abrangendo parte da bacia dos rios Uruguai, Jacuí e Negro, foi a mais pesquisada pelos brasileiros e também a que até hoje maior interesse despertou aos geólogos estrangeiros que nos visitaram.

Já foram feita's várias perfurações em São Paulo, Paraná e Santa Catarina,

centro do Estado do Paraná e no- fato

ou Mato Grosso. Seria leviano afastá-la

Claro até Piraju, nos limites com o Es

de ser o devoniano o gerador do pe

tado do Paraná. Nessa faixa, onde aflo

tróleo encontrado no Gran Chaco, da faixa sub-andina da Bolívia e Salta, ao

'baseado num simples ensaio, num de terminado ponto situado na borda duma grande bacia sedimentar de mais de 1

carbonífero, há inúmeros depósitos de arenito asfáltico que representam "seepages" mortos ou mesmo jazidas de

Norte da Argentina. Já muitos anos antes. Arrojado Lisboa

momento, entretanto, estribados na nossa

emitira a hipótese da origem devoniana

própria observação, ainda ficamos com

petróleo já extintas, em virtude da perda da capa impermeável protetora.

para o possível petróleo do Estado do

a velha concepção nacional dum petró

Paraná, segundo nos informou o Dr. Ildefonso Ericksen. A sugestão de

leo do Irati, porque temos vários "fa

ram camadas do triássico, permeano e

Na faixa onde afloram essas ruínas de

tos" em apoio ao passo que relativa

Washburne ganhou logo muitos adep

mente ao devoniano trata-se de hipó

tos; para a'guns por ser ele uma autori

tese fracassada na primeira e única ten

óleo vivo, mas nunca se tentou um pro

dade de indiscutível valor, mas, para ou

tativa de comprovação.

grama intensivo mais para oeste, onde

tros, só por ser ôle "americano". Ela na verdade é atraente, mas para a região

uma espessa capa basaltica deve ter protegido acumulações semelhantes, ain da poderosamente preservadas da eva poração. E' que ali, como já apontou Glicon de Paiva, o problema da pes

em épocas diversas, sem um plano de conjunto e por entidades diferentes, não tendo sido devidamente interpretados os resultados. Os trabalhos antigos repre sentam, contudo, uma interessante con

lizados nos atuais países produtores. (*) Contribuição para a Geologia do Pe

tribuição inicial ao grande problema do

tróleo no Sudoeste de Mato Grosso. —

O pioneiro na pesquisa de petróleo

milhão de quilômetros quadrados. No

antigos campos de petróleo, é que têm sido feitas as perfurações em busca de

quisa é extremamente difícil e escapa a qualquer um dos métodos clássicos uti

petróleo no sul do Brasil.

que seja comprovada noutros pontos do

de São Pedi-o de Piracicaba falhou es

petacularmente, porque o poço do Ara-

quá-Lima, da Companhia Petróleos do Brasil, atingiu o embasamento arqueano

folheihos marinhos de Ponta Grossa e

sem atravessar sequer um metro de ter

arenitos do permo-carbontfero; b) dum

reno devoniano! Ruiu por terra a hi pótese do petróleo devoniano na região

acumulado aí mesmo, quando o permitir

de São Pedro de Piracicaba, enquanto no Glicon de Paiva e VUctor Leinz. Bole tim n.o 37 da Divisão de Fomento da

Produção Mineral, Rio, 1939.

Para se chegar a ter petróleo ho sul do Brasil é necessário realizar um programa de estudos tendo em vista as concepções: a) dnm petróleo devoniano, gerado nos acumulado nos larenitos Fumas ou nos

petróleo permeano, gerado no Irati e

de Salta 24°29 , lat S; S. Pedro de Pira

a poTosidadc ou o fraturamenlo do.s "calcáreos; c) dum petróleo gerado em ho rizontes marinhos do permo-carbonífero (Itararé), já encontrados no centro do

cicaba 22°30' lat. S) porém mais 1100

Paraná e em Santa Catarina; d) dum

São Pedro de Salta, quase no mesmo paralelo que o de Piracicaba (S. Pedro


. • r

___ DICE.ÇTO

Dicesto EcoN'ÓMrco

24

Econômico

25

petróleo gerado no Irati, acumulado no

pressa dos proprietários do solo.

Se

das zonas mais atrativas do Estado de

arenito Botucatu e"resguardado pelo len çol basáltico do planalto. Concepções já as temos, e baseadas em dados sufi cientemente comprovados; o que nos fal

não se verificaram intensos trabalhos de

São Paulo (®) e até hoje não foi feita

milhões de barris. Estamos assim, por intermédio das companliias de petróleo,

ali nenhuma perfuração atravessando tô

cm cada 13 meses, esgotando o subsolo

dos países amigos, duma quantidade

ta são os meios de realizar o trabalho

o interior em busca de provas positivas

da a coluna sedimentar, de modo a per mitir estudos que pudessem precisar me lhor as possibilidades petrolíferas da

sem o qual o petróleo nunoa poderá ser

de petróleo (Gonzaga de Campos,. Ar

área.

descoberto.

rojado Lisboa, Euzébio de Oliveira, Mo

E' fácil, portanto, compreender que não houve desenvolvimento das pes

,

íjí

^

Conclusão

pesquisas é porque a terra não atraiu os pesquisadores. Os poucos brasileiros entendidos que palmilharam o litoral e

raes Rego e outros) não tiveram a fe liz oportunidade de Cordeiro, que, abso lutamente leigo, ma.s suficientemente in

A nossa posição de pouco destaque na América do Sul, com relação ao pro

teligente, compreendeu que deveria ha ver petróleo no lugar onde êle brotava

blema do petróleo, resulta de condi

espontaneamente...

quisas de

petróleo no Brpsil, antes de

1934, porque não tivemos a sorte de possuir condições naturais que atraís

ceiramente por elementos da Standard Oil of New Jersey, selecionou ííreas nos

os sentimentos nacionalistas não eram tão

Estados do Paraná e São Paulo, inician

nuíram ainda mais as probabilidades de

acirrados, como atualmente, as grandes zer investigações em tôda a América do

SC dc.senvolver /a exploração do pclróleo,

organizações petrolíferas mandaram fa-

do pesquisas de petróleo anteriormente a 1934, quando isso constituüx uma ati vidade perfeitamente legal. Com a revo

Sid. Seus representantes percorreram as

lução de 1930 e o novo Código de Mi

dos, e segundo pela falta de técnicos bra

regiões ao sul do Panamá e ao cabo de algum tempo fi\ai<am as pesquisas preferencialmente na Venezuela, Colôm bia, Bolívia, Argentina, Peru, Equador, revelando menos interesse pelo Brasil,

nas (1934) os trabalhos foram paralisa

dos e a Companlna foi dissolvida pelo

A razão é que naqueles lugares foram ples exame superficial. De fato, na Ve nezuela, Colômbia, Peru, Bolívia foram

logo reconhecidos numerosos "seepages" de óleo e depósitos de asfalto, ao passo que no Brasil, por exemplo, só o "seepage" de Lobato, na Bahia, apresenta va uma evidência incontestável, e essa

mesma foi negada pelos derrotistas até

o dia em que o petróleo transbordou pela bôcn do poço 163. Até 1934 qual quer corporação nacional ou estrangei ra tinha o direito de pesquisar petróleo no Brasil, bastando satisfazer a cômodas

exigências legais e ter autorização ex

países continuem a fornecer petróleo venham de fona capitais e técnicos para

pesquisas. Ka época em que havia tan tas restrições à liberdade de pesquisar e

encontradas maiores evidências ao sim

Será razoável, nessa época de carên cia de petróleo no mundo, que os outros

Venezuela, na Colômbia, no Peru, no

Petróleo Pan-Brasileira, amparada finan

Paraguai, Uruguai, Chile e as Guianas.

trabalho do C. N. P. com um dispêndio de perto de 400 milhões de cruzeiros.

ao Brasil e que o po\'o brasileiro nem ative suas pesquisas, nem consinta que

ambiente político não estimulante às

E' sabido que a Companhia Geral de

sitivo no Brasil — fruto de 9 anos de

sem |as Companhias que se fixaram na

Equador, na Argentina e na Bolívia. Depois de 1934. quando ficou vedada a participação de capiíal estrangeiro na exploração mineral no Bra.sil, dimi

ções naturais pouco atraentes e de um

igual a tudo quanto já possuímos de po

ajudá-lo a descobrir novas jazidas e pôlas dexidamente em exploração? Se nos sos fornecedores de petróleo cortassem as

exportações e se tivéssemos aparelhamento para refinação, em 13 meses consumi ríamos todo esse "nosso petróleo" que

primeiro pelo proverbial desprezo dos

tanto entusiasma os estvidantes. E de

nossos capitalistas aos negócios arrisca

sileiros possuidores da capacidade pro fissional, do espírito de aventura e da

pois? Sem o petróleo estrangeiro e sem mais petróleo nacional, ficaríamos sem transportes terrestres e aéreos e volta ríamos penosomente à fase dos gasogê-

desinterêsse dos elementos estrangeiros

tenacidade necessários à exploração pe

nios e da devastação vertiginosa das

que financiavam as pesquisas. Dai para cá, pràticamente nada mais se fez na

trolífera.

florestas.. .

quelas áreas, ficando radicada no espí rito do povo a concepção de que há um

tureza não nos foi dadivosa, só a custa

petróleo do Recôncavo é pouco para

de muito esfôrço poderemos obtê-lo, pa

uma nação, como o Brasil, basta dizer

pa as necessidades crescentes do nosso

que todo êle encerra uma quantidade de

Como em matéria, de petróleo a Na

colosso de petróleo naquela zona de vido às prévias investig[ações de geólo gos americanos. E' que muito poucos sabem que entre o ato de firmar direi tos de pesquisa e arrancar do chão o

povo. Infelizmente pessoas honestas mas reconhecidamente alheias ao problema emitem na melhor boa fé, opiniões pou

Para se ter uma imagem de quanto o

energia equi\'alente a 12.500 alqueires geométricos de matas. (®) O consumo anual de lenlia no Brasil

primeiro barril de óleo há um árduo tra-

;as multidões, fazendo crer que já pos

ballio a executar e um vultoso cupital a

suímos consideráveis reservas de petró

é de quase 50 milhões de toneladas, e isso eqüivale em energia a 20 milhões de toneladas de petróleo. Como a re

arriscar!

leo e que as mesmas estão sendo avida

serva do Recôncavo è de 17,8 milhões

mente cobiçadas pelos "trusts".

de barris que eqüivalem a 2,4 milhões

co acertadas e conduzem erradamente

Para se dar conta da nossa inércia em

matéria de pesquisa' de petróleo busta lembrar que em 1928 Washburne indi

A situação real do Brasil atualmente é

de toneladas, conclui-se que só a lenha

a seguinte; importa dos Estados Unidos,

cou a bacia do Paranapanema como uma (•) Petroleum Geology of the Stale of Sfio Paulo, Brazil by Chester W. Washburne

Venezuela, índias Holandesas e Trinídad, cêrca de 16 milhões de barris de

por hectare, 400 kg por metro cúbico de

■produtos de petróleo, e possui, no Re

lenha, 10.000 calorias por kg para o pe

côncavo, ainda debaixo da terra, 17,8

— Boletim n.o 22 — S, Paulo, 193C.

Ju

(•) Cálculo na base de 250 m3 de lenha

tróleo, e 4.000 caloiias por kg lenha.

para a


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Dicesto EcoN'ÓMrco

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Econômico

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petróleo gerado no Irati, acumulado no

pressa dos proprietários do solo.

Se

das zonas mais atrativas do Estado de

arenito Botucatu e"resguardado pelo len çol basáltico do planalto. Concepções já as temos, e baseadas em dados sufi cientemente comprovados; o que nos fal

não se verificaram intensos trabalhos de

São Paulo (®) e até hoje não foi feita

milhões de barris. Estamos assim, por intermédio das companliias de petróleo,

ali nenhuma perfuração atravessando tô

cm cada 13 meses, esgotando o subsolo

dos países amigos, duma quantidade

ta são os meios de realizar o trabalho

o interior em busca de provas positivas

da a coluna sedimentar, de modo a per mitir estudos que pudessem precisar me lhor as possibilidades petrolíferas da

sem o qual o petróleo nunoa poderá ser

de petróleo (Gonzaga de Campos,. Ar

área.

descoberto.

rojado Lisboa, Euzébio de Oliveira, Mo

E' fácil, portanto, compreender que não houve desenvolvimento das pes

,

íjí

^

Conclusão

pesquisas é porque a terra não atraiu os pesquisadores. Os poucos brasileiros entendidos que palmilharam o litoral e

raes Rego e outros) não tiveram a fe liz oportunidade de Cordeiro, que, abso lutamente leigo, ma.s suficientemente in

A nossa posição de pouco destaque na América do Sul, com relação ao pro

teligente, compreendeu que deveria ha ver petróleo no lugar onde êle brotava

blema do petróleo, resulta de condi

espontaneamente...

quisas de

petróleo no Brpsil, antes de

1934, porque não tivemos a sorte de possuir condições naturais que atraís

ceiramente por elementos da Standard Oil of New Jersey, selecionou ííreas nos

os sentimentos nacionalistas não eram tão

Estados do Paraná e São Paulo, inician

nuíram ainda mais as probabilidades de

acirrados, como atualmente, as grandes zer investigações em tôda a América do

SC dc.senvolver /a exploração do pclróleo,

organizações petrolíferas mandaram fa-

do pesquisas de petróleo anteriormente a 1934, quando isso constituüx uma ati vidade perfeitamente legal. Com a revo

Sid. Seus representantes percorreram as

lução de 1930 e o novo Código de Mi

dos, e segundo pela falta de técnicos bra

regiões ao sul do Panamá e ao cabo de algum tempo fi\ai<am as pesquisas preferencialmente na Venezuela, Colôm bia, Bolívia, Argentina, Peru, Equador, revelando menos interesse pelo Brasil,

nas (1934) os trabalhos foram paralisa

dos e a Companlna foi dissolvida pelo

A razão é que naqueles lugares foram ples exame superficial. De fato, na Ve nezuela, Colômbia, Peru, Bolívia foram

logo reconhecidos numerosos "seepages" de óleo e depósitos de asfalto, ao passo que no Brasil, por exemplo, só o "seepage" de Lobato, na Bahia, apresenta va uma evidência incontestável, e essa

mesma foi negada pelos derrotistas até

o dia em que o petróleo transbordou pela bôcn do poço 163. Até 1934 qual quer corporação nacional ou estrangei ra tinha o direito de pesquisar petróleo no Brasil, bastando satisfazer a cômodas

exigências legais e ter autorização ex

países continuem a fornecer petróleo venham de fona capitais e técnicos para

pesquisas. Ka época em que havia tan tas restrições à liberdade de pesquisar e

encontradas maiores evidências ao sim

Será razoável, nessa época de carên cia de petróleo no mundo, que os outros

Venezuela, na Colômbia, no Peru, no

Petróleo Pan-Brasileira, amparada finan

Paraguai, Uruguai, Chile e as Guianas.

trabalho do C. N. P. com um dispêndio de perto de 400 milhões de cruzeiros.

ao Brasil e que o po\'o brasileiro nem ative suas pesquisas, nem consinta que

ambiente político não estimulante às

E' sabido que a Companhia Geral de

sitivo no Brasil — fruto de 9 anos de

sem |as Companhias que se fixaram na

Equador, na Argentina e na Bolívia. Depois de 1934. quando ficou vedada a participação de capiíal estrangeiro na exploração mineral no Bra.sil, dimi

ções naturais pouco atraentes e de um

igual a tudo quanto já possuímos de po

ajudá-lo a descobrir novas jazidas e pôlas dexidamente em exploração? Se nos sos fornecedores de petróleo cortassem as

exportações e se tivéssemos aparelhamento para refinação, em 13 meses consumi ríamos todo esse "nosso petróleo" que

primeiro pelo proverbial desprezo dos

tanto entusiasma os estvidantes. E de

nossos capitalistas aos negócios arrisca

sileiros possuidores da capacidade pro fissional, do espírito de aventura e da

pois? Sem o petróleo estrangeiro e sem mais petróleo nacional, ficaríamos sem transportes terrestres e aéreos e volta ríamos penosomente à fase dos gasogê-

desinterêsse dos elementos estrangeiros

tenacidade necessários à exploração pe

nios e da devastação vertiginosa das

que financiavam as pesquisas. Dai para cá, pràticamente nada mais se fez na

trolífera.

florestas.. .

quelas áreas, ficando radicada no espí rito do povo a concepção de que há um

tureza não nos foi dadivosa, só a custa

petróleo do Recôncavo é pouco para

de muito esfôrço poderemos obtê-lo, pa

uma nação, como o Brasil, basta dizer

pa as necessidades crescentes do nosso

que todo êle encerra uma quantidade de

Como em matéria, de petróleo a Na

colosso de petróleo naquela zona de vido às prévias investig[ações de geólo gos americanos. E' que muito poucos sabem que entre o ato de firmar direi tos de pesquisa e arrancar do chão o

povo. Infelizmente pessoas honestas mas reconhecidamente alheias ao problema emitem na melhor boa fé, opiniões pou

Para se ter uma imagem de quanto o

energia equi\'alente a 12.500 alqueires geométricos de matas. (®) O consumo anual de lenlia no Brasil

primeiro barril de óleo há um árduo tra-

;as multidões, fazendo crer que já pos

ballio a executar e um vultoso cupital a

suímos consideráveis reservas de petró

é de quase 50 milhões de toneladas, e isso eqüivale em energia a 20 milhões de toneladas de petróleo. Como a re

arriscar!

leo e que as mesmas estão sendo avida

serva do Recôncavo è de 17,8 milhões

mente cobiçadas pelos "trusts".

de barris que eqüivalem a 2,4 milhões

co acertadas e conduzem erradamente

Para se dar conta da nossa inércia em

matéria de pesquisa' de petróleo busta lembrar que em 1928 Washburne indi

A situação real do Brasil atualmente é

de toneladas, conclui-se que só a lenha

a seguinte; importa dos Estados Unidos,

cou a bacia do Paranapanema como uma (•) Petroleum Geology of the Stale of Sfio Paulo, Brazil by Chester W. Washburne

Venezuela, índias Holandesas e Trinídad, cêrca de 16 milhões de barris de

por hectare, 400 kg por metro cúbico de

■produtos de petróleo, e possui, no Re

lenha, 10.000 calorias por kg para o pe

côncavo, ainda debaixo da terra, 17,8

— Boletim n.o 22 — S, Paulo, 193C.

Ju

(•) Cálculo na base de 250 m3 de lenha

tróleo, e 4.000 caloiias por kg lenha.

para a


■RTTrr

. 11

DicrsTO

26

cortada e consumida anualmente no Bra

sil, em energia, va^e por 8 vezes todo o petróleo já conhecido.

Essas comparações não tem por fim depreciar o petróleo baiano, pois não foi pequeno o esforço que fizemos entre 1936 e 1939 para que èle viesse ao co nhecimento de todos. Nosso fim é cha

mar os homens à realidade dos fatos,

é mostrar que isso é um belp início mas é muito pouco para uma Nação e não permite que estejamos já a meter os pes nos países que nos fornecem os meios para movimentar as nossas fábri

cas, transportar os nossos produtos e sulcar o espaço do Amazonas ao Rio Gran de do Sul.

Ja que a Natureza não estimulou a

pesquisa de petróleo no Brasil enchen-

do-o de "seepages" atrativos ou de su-

Econóníico

gestivos anlicÜnais e domos salinos c já que o povo brasileiro aplaude entusiàs-

O problema do petróleo

ticamente os oradores nacionalistas mas

Odilon Braca

não arrisca o seu cobre em pesquisas de

petróleo, só nos resta o recurso de fo mentar a pesquisa através duma legis lação suficientemente atrativa que es timule a vindu de capitais e técnicos

Perante enorme assistência, o sr. Odilon Braga proferiu, a convite da Associa ção Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, aplaudida conferância sôbrc o petróleo. A sessão foi presidida pelo sr. Décio Ferraz N" ovais, tendo o sr. Brasüio Machado Neto pronunciado as seguintes palavras

estrangeiros, capazes de nos ajudar nes

de saudação:

sa imensa tarefa de pesquisar a enorme

área de possibilidades no País. Afirmar que o Brasil é um mar de petróleo' e que sua exploração aqui é fácil, é provar que desconhece inteira mente o problema tal como se apresenta entre nós. Essa é a conclusão a que chegamos, depo:.s de estudai serenamen te o problema do nosso petróleo tendo em vista o interesse da nossa gente e o futuro do Brasil.

Dentre os problemas vitais para o Brasil — c ôlcs são tantos! — que ainda .se encontram cm equação, desafiando a nossa inteligência c a nossa capacidade, nenhum, como o do petróleo, desencadeou torrente maior dc palpites, sugestões e até soluções. Se, cie um lado, lodo esse tumulto é sintoma promissor de que

o brasileiro começa a preocupar-se realmente com os assuntos nutis dc perto ligados ao seu futuro, — de outro lado, muitas das opiniões, e mesmo as esposadas por elementos de responsabilidade, vêm infelizmente provar que ainda não nos li'

hcrtamos de todo do nosso malfadado ufanismo, que tantos males já nos causou c que teima ainda, esfumaçando o ambiente, cm tirar-nos a visão serena c

objetiva da nossa realidade econômica c das nossas verdadeiras possihilidad^.

Preocupadas sempre em debater com elevação e isenção de ânimos os magnos

problemas nacionais, a Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo não poderiam penmnecer indiferentes diante

da luta que ora se processa em torno do petróleo nacional. Tendo assumido, no estudo da matéria e dentro dos conclusões da Conferência de Teresópolis, «mo posição definida, baseada naqueles princípios que, no seu entender, são mais consentãneos com os interôsses do país, as duas entidades jnrfxinios do comércio paulista, continuando a tradição de convidar elementos expressivos da inteligên cia e da cultura brasileira para desta tribuna debater os temas de mais palpi tante inierêsse no campo político, econômico e social, dão a medida do seu desvôlo pelos destinos da pátria.

Superado va'i o tempo em que as entidades da classe patronal se preocupavam Um novo sucedâneo da madeira, feito de serraf^em e resina sintética, foi /nnçado não há muito pela "British PUmber Ltd.", tendo a denominação de "Plimbler". O novo material consiste mima composição plástica composta em p^rande parte de fibras de madeira quimicamente tratadas e lipadas entre si pela resina sin tética. Os fabricantes salientam que o "PUmber" é o único material de sua espé cie que é fabricado em esjjessuras que variam de 5/8 de polegada até uma pole gada e 1/4, com aumentos sucessivos de 1/8 de polegada.

Além disso o "PUmber" tem a vantagem de, ao contrário de outros produtos plásticos, poder ser serrado, furado a pua, receber pregos — em suma, ser tratado de maneira perfeitamente igual à madeira. A variedade agora em produção é qualificada como "Plimber-toood" {madeira PUmber) e pesa 40 libras por pé cúbico para uma espessura de uma polegada.

com questiúnculas fiscais ou querelas burocráticas. Hoje em dia, ninguém cm f,ã consciência pode negar a autoridade moral às suas opiniões, nem elevação de propósitos às suas atitudes. E é por isso que no debate sôhre o petróleo elas se voltaram para a figura eminente do dr. Odilon Braga, pois, no seu entender, ninguém mais credenciado

para expor com serenidade e objetividade essa magna questão. Da figura ilustre do conferencista dc hoje, homem de passado publico honesto e culto, patriota e corajoso, respeitado por quantos sc interessam pelas causas de nossa terra, não será demais relembrar a sua trajetória cintilante na vida nacional.

Deputado Estadual, deputado Federal, Secretário do inferior do Estado de Minas no govêrno Antônio Carlos, constituinte de 1934, Ministro da Agricultura no

período constitucional que se findou a 10 de novembro de 1937, co-autor do chamado Manifesto Mlixeiro — sem dúvida um dos documentos de iniporfáncio


■RTTrr

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DicrsTO

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cortada e consumida anualmente no Bra

sil, em energia, va^e por 8 vezes todo o petróleo já conhecido.

Essas comparações não tem por fim depreciar o petróleo baiano, pois não foi pequeno o esforço que fizemos entre 1936 e 1939 para que èle viesse ao co nhecimento de todos. Nosso fim é cha

mar os homens à realidade dos fatos,

é mostrar que isso é um belp início mas é muito pouco para uma Nação e não permite que estejamos já a meter os pes nos países que nos fornecem os meios para movimentar as nossas fábri

cas, transportar os nossos produtos e sulcar o espaço do Amazonas ao Rio Gran de do Sul.

Ja que a Natureza não estimulou a

pesquisa de petróleo no Brasil enchen-

do-o de "seepages" atrativos ou de su-

Econóníico

gestivos anlicÜnais e domos salinos c já que o povo brasileiro aplaude entusiàs-

O problema do petróleo

ticamente os oradores nacionalistas mas

Odilon Braca

não arrisca o seu cobre em pesquisas de

petróleo, só nos resta o recurso de fo mentar a pesquisa através duma legis lação suficientemente atrativa que es timule a vindu de capitais e técnicos

Perante enorme assistência, o sr. Odilon Braga proferiu, a convite da Associa ção Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, aplaudida conferância sôbrc o petróleo. A sessão foi presidida pelo sr. Décio Ferraz N" ovais, tendo o sr. Brasüio Machado Neto pronunciado as seguintes palavras

estrangeiros, capazes de nos ajudar nes

de saudação:

sa imensa tarefa de pesquisar a enorme

área de possibilidades no País. Afirmar que o Brasil é um mar de petróleo' e que sua exploração aqui é fácil, é provar que desconhece inteira mente o problema tal como se apresenta entre nós. Essa é a conclusão a que chegamos, depo:.s de estudai serenamen te o problema do nosso petróleo tendo em vista o interesse da nossa gente e o futuro do Brasil.

Dentre os problemas vitais para o Brasil — c ôlcs são tantos! — que ainda .se encontram cm equação, desafiando a nossa inteligência c a nossa capacidade, nenhum, como o do petróleo, desencadeou torrente maior dc palpites, sugestões e até soluções. Se, cie um lado, lodo esse tumulto é sintoma promissor de que

o brasileiro começa a preocupar-se realmente com os assuntos nutis dc perto ligados ao seu futuro, — de outro lado, muitas das opiniões, e mesmo as esposadas por elementos de responsabilidade, vêm infelizmente provar que ainda não nos li'

hcrtamos de todo do nosso malfadado ufanismo, que tantos males já nos causou c que teima ainda, esfumaçando o ambiente, cm tirar-nos a visão serena c

objetiva da nossa realidade econômica c das nossas verdadeiras possihilidad^.

Preocupadas sempre em debater com elevação e isenção de ânimos os magnos

problemas nacionais, a Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo não poderiam penmnecer indiferentes diante

da luta que ora se processa em torno do petróleo nacional. Tendo assumido, no estudo da matéria e dentro dos conclusões da Conferência de Teresópolis, «mo posição definida, baseada naqueles princípios que, no seu entender, são mais consentãneos com os interôsses do país, as duas entidades jnrfxinios do comércio paulista, continuando a tradição de convidar elementos expressivos da inteligên cia e da cultura brasileira para desta tribuna debater os temas de mais palpi tante inierêsse no campo político, econômico e social, dão a medida do seu desvôlo pelos destinos da pátria.

Superado va'i o tempo em que as entidades da classe patronal se preocupavam Um novo sucedâneo da madeira, feito de serraf^em e resina sintética, foi /nnçado não há muito pela "British PUmber Ltd.", tendo a denominação de "Plimbler". O novo material consiste mima composição plástica composta em p^rande parte de fibras de madeira quimicamente tratadas e lipadas entre si pela resina sin tética. Os fabricantes salientam que o "PUmber" é o único material de sua espé cie que é fabricado em esjjessuras que variam de 5/8 de polegada até uma pole gada e 1/4, com aumentos sucessivos de 1/8 de polegada.

Além disso o "PUmber" tem a vantagem de, ao contrário de outros produtos plásticos, poder ser serrado, furado a pua, receber pregos — em suma, ser tratado de maneira perfeitamente igual à madeira. A variedade agora em produção é qualificada como "Plimber-toood" {madeira PUmber) e pesa 40 libras por pé cúbico para uma espessura de uma polegada.

com questiúnculas fiscais ou querelas burocráticas. Hoje em dia, ninguém cm f,ã consciência pode negar a autoridade moral às suas opiniões, nem elevação de propósitos às suas atitudes. E é por isso que no debate sôhre o petróleo elas se voltaram para a figura eminente do dr. Odilon Braga, pois, no seu entender, ninguém mais credenciado

para expor com serenidade e objetividade essa magna questão. Da figura ilustre do conferencista dc hoje, homem de passado publico honesto e culto, patriota e corajoso, respeitado por quantos sc interessam pelas causas de nossa terra, não será demais relembrar a sua trajetória cintilante na vida nacional.

Deputado Estadual, deputado Federal, Secretário do inferior do Estado de Minas no govêrno Antônio Carlos, constituinte de 1934, Ministro da Agricultura no

período constitucional que se findou a 10 de novembro de 1937, co-autor do chamado Manifesto Mlixeiro — sem dúvida um dos documentos de iniporfáncio


'T

Dicesto Econômico

28

Dicesto

singular da nossa vida política contemporânea — membro da Comissão Interparlidária, relator dos dois mais relevantes probleims econômicos, cuja estudo foi atri buído àquela comissão: O Plano Salte e o Petróleo — tais são algtms pontos cul minantes das suas atividades. Em todos os cargos que ocupou sempre se hotive com alto espírito construtivo, com invulgar senso de realidade e com accndrado patriotismo. A sua presença nesta Casa do comércio de São Paulo não só muito nos honra e desvanece, como também nos dá a oportunidade de ouvir tum opi nião esclarecida e valiosa sobre um dos momentosos problemas. Tenho o prazer de dar a palavra ao dr. Odilon Braga.

Foi com a maior satisfação que acei tei o convite da Associação Comercial de São Paulo e Federação do Comércio do

Estado de São Paulo para vir a esta Capital falar sobre o momentoso proble ma do petróleo.

São Paulo parece-me lugar adequa do para versar com seriedade os graves assuntos da ordem econô mica, cujo desenvolvimento não

comporta devaneios ou lances sentimentais.

Conhecido é o ânimo

empreendedor dos paulistas. O majes toso espetáculo que nos é oferecido pelas suas indústrias, e pelos seus pujantes estabelecimentos

comerciais

moderna

mente organizados e dirigidos com pro

ficiência, logo nos convence de que em São Paulo as ilusões e as esperanças dos

vista os nomes dos beneméritos pionei

ros que, neste Estado, tomaram a si o encargo das primeiras tentativas de pes quisa, lavra e industrialização do petró leo naciona'. Sabemos tão sòmcnte qvie

cutadas em São Paulo e por emprêéas

zes do alcance de 600 metros, empres

pauhstas. Refiro-me às perfurações de exploração feitas em Rio Claro e Bo-

tadas pelo Governo federal.

fete, dás quais nos dá conta o Boletim n.** 1, do antigo Serviço Geológico do

sondas obtidas por empréstimo era o das suas reservas de capital... A sondagem

Mas bem menor do que o alcance das

de Rio Caro foi suspensa a 300 metros

nacional

Com efeito, as primeiras sondagens

que no Brasil se processaram na pesqui

A de Bofete atingiu, como vi

mos, a 410 metros, mas não pôde

prosseguir por análoga falta de disponi

Botucatú, atingira a profundidade de 410 metros, então reputada de enorme importância, sendo que na de 365 me tros fôra registada a ocorrência de uma pequena quantidade de petróleo. Devemos, pois, ao espírito bandeiran

souros metalíferos, por formidáveis aci dentes sofridos pela crosta do Planeta,

São Paulo na história do petróleo

zeiros.

tuando que a de Bofete, sita na Serra de

materiais da competição mercantil e da

nativa.

eram da importância de 280 mil cru

mencionadas perfurações, acen

te, as primeiras e audaciosas incursões

criação da riqueza. Mas ao tratar-se de petróleo, os pau listas acham-se mais- esclarecidos pela experiência do que quaisquer outros dos seus irmãos brasileiros e, por conseguin te, dispõem de maior autoridade opi-

cie profundidade depois de consumidos os recursos financeiros disponíveis que

zaga de Campos, aludia às duas

nos desconhecidos horizontes do Brasil

dos Isonliadores

Infelizmente não estiveram sob nossa

Brasil.

bilidades de capital. É de supor-se que as destilarias se tenham fechado não tan

to pela carência de capitais mas princi

pre-hístórico, sepultado, com os seus te

Vê-se, ainda, no mesmo Boletim, que as iniciativas pioneiras dos paulistas não se limitaram à pesquisa de jazidas do ouro negro. Enveredaram igualmente pelos domínios da industrialização do produto. Registra aquêle documento que logo após a assinatura da primeira paz

outros países, assinalavam as hesitações da ciência em face do problema funda mental da origem do petróleo, de cuja

.solução, em suma, deveria depender o critério a ser adotado na interpretação das observações recoUiidas pelos geólo gos, deliberou o Govèmo de São Paulo fazer vir ao Brasil Chester Washbume,

geólogo americano de grande nomeada, còmetendo-lhe a incumbência de estudar

as perspectivas oleíferas'da bacia sedi mentar do Paraná, abrangente do terri tório do Estado.

Temos, por conseguinte, de levar a crédito da sabedoria dos antigos e modelares governantes de São Paulo, tam bém a por todos os títulos louvabilíssima iniciativa de invocar os últimos conselhos

da ciência, antes de dar começo à dis

pendiosa atividade a desen%'olver na busca do petróleo. Renovou "Washbume as noções então dominantes nos círculos da técnica ofi

palmente porque seus produtos não po

cial, francamente admitindo a possibili

deriam concorrer, em preço, com os de rivados de óleo bruto, jorrante dos poten

flu-dos nos horizontes inferiores à conhe

tes poços dos Estados Unidos e do México.

cida série corbonífera do Itararé, ou

dade da existência de hidrocarbonetos

Verificando que à iniciativa particular

seja — no devoniano. Dada a conside-

faleciam os meios indispensáveis à pes quisa de jazidas petrolíferas, o Governo

rá\'el espessura dos sedimentos que se lhe superpunham, a sondagem do devo niano escapava ao alcance das poucas

do Estado, sempre consciente de. seus deveres, deliberou empreendê-la por sua conta e risco. Era aquela a época da

em recuadas eras geológicas.

Porque lavTassem entre os nossos geó logos as mesmas controvérsias que, em

operavam assistidos o auxiliados pelo Govômo paulista e utilizando perfuratri-

cedo se

e

rio Tietê, c do.s arenitos asfállicos da

sa do precioso combustível foram exe

dissipam ao contato com as severas rea lidades que condicionam as exigências

emotivos

29

região de Bofete.

Relatando as atividades daque le serviço no decurso de 1918, o seu diretor, que era então Gon

^

EcoNÓNaco

perfurntrizes então existentes no país. As jazidas deveriam encontrar-se em pro

E os indícios

fundidade da ordem de dois a três mil

atraíam para o sopé da Serra de Ita-

metros. Mas, o que era ainda mais aflitivo, "em lugares incertos e não

caça aos indícios...

queri, no município de São Pedro; a atenção dos técnicos oficiais.

Pratica

ram-se a seguir as primeiras sondagens

sabidos", como se diz nos editais de citação de ausentes...

em Graminha, Querosene e Araguá, re

Sem aquisição de aparelhamento mo

mundial, montaram-se neste Estado usi nas de destilação dos arenitos betumi-

tirando-se de camadas superiores às do

nosos de Pôrto Martins, à margem do

ções de petróleo livre.

derno, de alto rendimento de trabalho, de delicado manejo, e de elevado custo, e, conseqüentemente, sem técnicos ca-

Irati arenito asfáltico e pequenas por

í.1/.


'T

Dicesto Econômico

28

Dicesto

singular da nossa vida política contemporânea — membro da Comissão Interparlidária, relator dos dois mais relevantes probleims econômicos, cuja estudo foi atri buído àquela comissão: O Plano Salte e o Petróleo — tais são algtms pontos cul minantes das suas atividades. Em todos os cargos que ocupou sempre se hotive com alto espírito construtivo, com invulgar senso de realidade e com accndrado patriotismo. A sua presença nesta Casa do comércio de São Paulo não só muito nos honra e desvanece, como também nos dá a oportunidade de ouvir tum opi nião esclarecida e valiosa sobre um dos momentosos problemas. Tenho o prazer de dar a palavra ao dr. Odilon Braga.

Foi com a maior satisfação que acei tei o convite da Associação Comercial de São Paulo e Federação do Comércio do

Estado de São Paulo para vir a esta Capital falar sobre o momentoso proble ma do petróleo.

São Paulo parece-me lugar adequa do para versar com seriedade os graves assuntos da ordem econô mica, cujo desenvolvimento não

comporta devaneios ou lances sentimentais.

Conhecido é o ânimo

empreendedor dos paulistas. O majes toso espetáculo que nos é oferecido pelas suas indústrias, e pelos seus pujantes estabelecimentos

comerciais

moderna

mente organizados e dirigidos com pro

ficiência, logo nos convence de que em São Paulo as ilusões e as esperanças dos

vista os nomes dos beneméritos pionei

ros que, neste Estado, tomaram a si o encargo das primeiras tentativas de pes quisa, lavra e industrialização do petró leo naciona'. Sabemos tão sòmcnte qvie

cutadas em São Paulo e por emprêéas

zes do alcance de 600 metros, empres

pauhstas. Refiro-me às perfurações de exploração feitas em Rio Claro e Bo-

tadas pelo Governo federal.

fete, dás quais nos dá conta o Boletim n.** 1, do antigo Serviço Geológico do

sondas obtidas por empréstimo era o das suas reservas de capital... A sondagem

Mas bem menor do que o alcance das

de Rio Caro foi suspensa a 300 metros

nacional

Com efeito, as primeiras sondagens

que no Brasil se processaram na pesqui

A de Bofete atingiu, como vi

mos, a 410 metros, mas não pôde

prosseguir por análoga falta de disponi

Botucatú, atingira a profundidade de 410 metros, então reputada de enorme importância, sendo que na de 365 me tros fôra registada a ocorrência de uma pequena quantidade de petróleo. Devemos, pois, ao espírito bandeiran

souros metalíferos, por formidáveis aci dentes sofridos pela crosta do Planeta,

São Paulo na história do petróleo

zeiros.

tuando que a de Bofete, sita na Serra de

materiais da competição mercantil e da

nativa.

eram da importância de 280 mil cru

mencionadas perfurações, acen

te, as primeiras e audaciosas incursões

criação da riqueza. Mas ao tratar-se de petróleo, os pau listas acham-se mais- esclarecidos pela experiência do que quaisquer outros dos seus irmãos brasileiros e, por conseguin te, dispõem de maior autoridade opi-

cie profundidade depois de consumidos os recursos financeiros disponíveis que

zaga de Campos, aludia às duas

nos desconhecidos horizontes do Brasil

dos Isonliadores

Infelizmente não estiveram sob nossa

Brasil.

bilidades de capital. É de supor-se que as destilarias se tenham fechado não tan

to pela carência de capitais mas princi

pre-hístórico, sepultado, com os seus te

Vê-se, ainda, no mesmo Boletim, que as iniciativas pioneiras dos paulistas não se limitaram à pesquisa de jazidas do ouro negro. Enveredaram igualmente pelos domínios da industrialização do produto. Registra aquêle documento que logo após a assinatura da primeira paz

outros países, assinalavam as hesitações da ciência em face do problema funda mental da origem do petróleo, de cuja

.solução, em suma, deveria depender o critério a ser adotado na interpretação das observações recoUiidas pelos geólo gos, deliberou o Govèmo de São Paulo fazer vir ao Brasil Chester Washbume,

geólogo americano de grande nomeada, còmetendo-lhe a incumbência de estudar

as perspectivas oleíferas'da bacia sedi mentar do Paraná, abrangente do terri tório do Estado.

Temos, por conseguinte, de levar a crédito da sabedoria dos antigos e modelares governantes de São Paulo, tam bém a por todos os títulos louvabilíssima iniciativa de invocar os últimos conselhos

da ciência, antes de dar começo à dis

pendiosa atividade a desen%'olver na busca do petróleo. Renovou "Washbume as noções então dominantes nos círculos da técnica ofi

palmente porque seus produtos não po

cial, francamente admitindo a possibili

deriam concorrer, em preço, com os de rivados de óleo bruto, jorrante dos poten

flu-dos nos horizontes inferiores à conhe

tes poços dos Estados Unidos e do México.

cida série corbonífera do Itararé, ou

dade da existência de hidrocarbonetos

Verificando que à iniciativa particular

seja — no devoniano. Dada a conside-

faleciam os meios indispensáveis à pes quisa de jazidas petrolíferas, o Governo

rá\'el espessura dos sedimentos que se lhe superpunham, a sondagem do devo niano escapava ao alcance das poucas

do Estado, sempre consciente de. seus deveres, deliberou empreendê-la por sua conta e risco. Era aquela a época da

em recuadas eras geológicas.

Porque lavTassem entre os nossos geó logos as mesmas controvérsias que, em

operavam assistidos o auxiliados pelo Govômo paulista e utilizando perfuratri-

cedo se

e

rio Tietê, c do.s arenitos asfállicos da

sa do precioso combustível foram exe

dissipam ao contato com as severas rea lidades que condicionam as exigências

emotivos

29

região de Bofete.

Relatando as atividades daque le serviço no decurso de 1918, o seu diretor, que era então Gon

^

EcoNÓNaco

perfurntrizes então existentes no país. As jazidas deveriam encontrar-se em pro

E os indícios

fundidade da ordem de dois a três mil

atraíam para o sopé da Serra de Ita-

metros. Mas, o que era ainda mais aflitivo, "em lugares incertos e não

caça aos indícios...

queri, no município de São Pedro; a atenção dos técnicos oficiais.

Pratica

ram-se a seguir as primeiras sondagens

sabidos", como se diz nos editais de citação de ausentes...

em Graminha, Querosene e Araguá, re

Sem aquisição de aparelhamento mo

mundial, montaram-se neste Estado usi nas de destilação dos arenitos betumi-

tirando-se de camadas superiores às do

nosos de Pôrto Martins, à margem do

ções de petróleo livre.

derno, de alto rendimento de trabalho, de delicado manejo, e de elevado custo, e, conseqüentemente, sem técnicos ca-

Irati arenito asfáltico e pequenas por

í.1/.


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30

Dicesto

Económíco

DicESTO Econômico

punha, se haviam julgado no dever de

outras atividades c sem outras apli

c\'itá-lo.

cações de menores riscos e maio

pazes de aproveítá-lo, sempre providos do abundante e adequado material re clamado pela marcha das perfurações — o que, em suma, acabava por exigir

panha tenha remanescido a dú\'ida in

vultosos recursos financeiros e de pronto

justa, para não dizer caluniosa, de que

Não importa que da formidável cam

res lucros, portanto de fácil cap tação para a aventura da busca do petróleo em condições pouco favo ráveis;

31

as de pequeno número que acertavam em estruturas produtivas, compensavam, fartamente, o custo dos poços infrutífe

ros. Por conseguinte, pouco importa va que os químicos e os geólogos dis cutissem as teorias concebidas para ex

pagamento, inclusive em libras ou dó

o titular e os técnicos daquele Ministério

lares — seria inútil prosseguir no em

não queríamos descobrir nem deixar que

penho da descoberta das estruturas pressentidas pelo otimismo de Wash-

outros descobrissem as ambicionadas ja zidas.

bume.

monstrar que os nossos temores eram

como ainda para a implantação

para as regiões que se manifestavam

fundados e que a pesquisa do petróleo,

científica das sondas, após cuida

com maiores promessas... Entre nós,

as circunstâncias eram bem diferentes.

Outros problemas, tais como o do

Infelizmente os fatos vieram de

plicar a origem dos hidrocnrbonetos flui

— escassez do técnicos experientes não só para o delicado manejo do mo

dos. Indiferente aos seus debates, o

derno aparelhamento de sondagem,

"rush" dos aventureiros se deslocava

desmoronamento das barragens levanta

nas circunstancias que nos caracterizam,

dosos e caros estudos de geologia

das para regular o escoamento de safras

constitui aventura cujos riscos somente

e o preço do café, absorveram a atenção de São Paulo e dos paulistas. E en

podem ser reduzidos por seguros estu dos geológicos e custosas prospecções

e geofísica; — necessidade da ação supleti\a dos

poderes públicos, dia a dia progre

se com os químicos se com os geólogos,

quanto prosseguiam, com a habitual falta

dindo no sentido da oficialização dos esforços de pe.squisa e indus trialização do petróleo.

orientar-se pelas sugestões dos primeiros

sondagens de Araguá, Alambari, Xar-

geofísicas. Em compensação, a Monteiro Loba to e aos que com êle se expuseram a

queada e São Pedro, conduzidas pelo Governo federal, discutiam-se e pu

enormes sacrifícios na organização da Companhia Petróleos do Brasil, ficamos

Enquanto na Rússia, nos Estados Uni

tindo de experiências de laboratório,

nham-se em dúvida as asserções de

devendo o vigilante "estado de alerta"

dos e no México o petróleo exsudava,

Washburne...

com que a Nação caminha para a elabo

Nos derradeiros tempos, depois do espetacular progresso da lavra do pe

ração da lei de que vai depender, a sorte da sua riqueza petrolífera e tal vez a de sua independência, no mo

mercê da formidável pressão com que era retido em jazidas poderosas, que, uma vez atingidas pelas sondas, lança vam jorros de óleo de vazão correspon dente a milhares de barris diários, no Brasil, na Serra de Botucatu, o petró leo era encontrado, mas depois de peno sos esforços de sondagem e na quantida

de recursos técnicos e financeiros as

tróleo venezuelano e dos êxitos obti

dos nas pesquisas efetuadas na Argen tina, na Bolívia, no Peru, no Equador e na Colômbia, embora em proporções bem inferiores às registradas na Vene zuela e no México, Monteiro Lobato, de

regresso de sua primeira viagem aos Estados Unidos, sentiu-se empolgado

pelo ideal de fazer com que os brasi leiros reagissem contra a inércia que os impedia de descobrir e lavrar as jazidas que deveriam existir no seu prodigioso subsolo. A ele devemos, todos,'os ensi

namentos recolhidos da malograda ex periência da Companhia Petróleos do Brasil; e, particu'armente, da memorá

vel campanha que desfechou contra os órgãos técnicos do Ministério da-Agri cultura, que, temerosos dp insucesso a que a "Petróleos" ousadamente se ex-

mento em que os árbitros supremos da

política e da economia do petróleo vol

vem suas vistas para o Brasil. São Paulo e a equação do problema do petróleo E

dêsse feitio

armourse, em

de única e total de dois barris!

Explorando nas imediações do Mar São

Cáspio» nos Estados Unidos e no Mé

Passava a ser de decisiva importância apurar com quem estava a natureza,

uma vez que as sondagens teriam de ou dos segundos.

Ora, os primeiros, os químicos, par sustentavam a chamada teoria da ori-

gem inorgânica, - origem cósmica, se gundo Sokoloff, que admitia a hidrogenização dos acetilenos formados combinação direta do carbono e do W-

drcgênio, ou então origem geoqttímicO, segundo Mcndeleeff, para quem os pe tróleos proxdnham da ação da água sôbre os carbonetos metálicos das profundezi\s da esfera terrestre.

As sínteses

químicas de Berthelot e sobretudo as

de Sabatier e Senderens, dependentes da apMcação do hidrogênio e do aceti-

Paulo, a equação experimental dos fatô-

xico estupendas jazidas de petróleo jor-

res negativos que ainda hoje comandam

rante, não interessava às empresas escla recer os mistérios de sua formação e do

leno sôbre depo.sitos de níquel, pareciam confirmar a teoria da origem inorgâni

seu comportamento subterrâneo. As lo cações de sondagem faziam-se por pal pite, segundo as indicações dos práticos, sugeridas pela ocorrência de determina

ca do petróleo.

a solução do problema do petróleo bra sileiro, a saber:

— inexistência de jazidas poderosas, de f.'.cil descoberta, cuja lavra pro duzisse copiosas reservas de capital, suscetíveis de pronta reinversão no aproveitamento de novo.s campos produtivos; — inexistência de abundantes dispo nibilidades de capital, geradas em

dos indícios.

Os erros de locação, em

bora freqüentes, não davam para com prometer a segurança das emprêsas, porque as perfurações se faziam em ter renos francamente petrolíferos, pelo que

De seu turno, os geólogos, apoiados em parte pelas experiências também de laboratório de Warren e Storrcr, de

Cahours e Demarçay, e especialmente as de Radziszewsky, entendiam que o pe tróleo em jazida era de origem puromente orgânica e provinha da destilação, em câmaras subterrâneas fechadas, de


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Dicesto

Económíco

DicESTO Econômico

punha, se haviam julgado no dever de

outras atividades c sem outras apli

c\'itá-lo.

cações de menores riscos e maio

pazes de aproveítá-lo, sempre providos do abundante e adequado material re clamado pela marcha das perfurações — o que, em suma, acabava por exigir

panha tenha remanescido a dú\'ida in

vultosos recursos financeiros e de pronto

justa, para não dizer caluniosa, de que

Não importa que da formidável cam

res lucros, portanto de fácil cap tação para a aventura da busca do petróleo em condições pouco favo ráveis;

31

as de pequeno número que acertavam em estruturas produtivas, compensavam, fartamente, o custo dos poços infrutífe

ros. Por conseguinte, pouco importa va que os químicos e os geólogos dis cutissem as teorias concebidas para ex

pagamento, inclusive em libras ou dó

o titular e os técnicos daquele Ministério

lares — seria inútil prosseguir no em

não queríamos descobrir nem deixar que

penho da descoberta das estruturas pressentidas pelo otimismo de Wash-

outros descobrissem as ambicionadas ja zidas.

bume.

monstrar que os nossos temores eram

como ainda para a implantação

para as regiões que se manifestavam

fundados e que a pesquisa do petróleo,

científica das sondas, após cuida

com maiores promessas... Entre nós,

as circunstâncias eram bem diferentes.

Outros problemas, tais como o do

Infelizmente os fatos vieram de

plicar a origem dos hidrocnrbonetos flui

— escassez do técnicos experientes não só para o delicado manejo do mo

dos. Indiferente aos seus debates, o

derno aparelhamento de sondagem,

"rush" dos aventureiros se deslocava

desmoronamento das barragens levanta

nas circunstancias que nos caracterizam,

dosos e caros estudos de geologia

das para regular o escoamento de safras

constitui aventura cujos riscos somente

e o preço do café, absorveram a atenção de São Paulo e dos paulistas. E en

podem ser reduzidos por seguros estu dos geológicos e custosas prospecções

e geofísica; — necessidade da ação supleti\a dos

poderes públicos, dia a dia progre

se com os químicos se com os geólogos,

quanto prosseguiam, com a habitual falta

dindo no sentido da oficialização dos esforços de pe.squisa e indus trialização do petróleo.

orientar-se pelas sugestões dos primeiros

sondagens de Araguá, Alambari, Xar-

geofísicas. Em compensação, a Monteiro Loba to e aos que com êle se expuseram a

queada e São Pedro, conduzidas pelo Governo federal, discutiam-se e pu

enormes sacrifícios na organização da Companhia Petróleos do Brasil, ficamos

Enquanto na Rússia, nos Estados Uni

tindo de experiências de laboratório,

nham-se em dúvida as asserções de

devendo o vigilante "estado de alerta"

dos e no México o petróleo exsudava,

Washburne...

com que a Nação caminha para a elabo

Nos derradeiros tempos, depois do espetacular progresso da lavra do pe

ração da lei de que vai depender, a sorte da sua riqueza petrolífera e tal vez a de sua independência, no mo

mercê da formidável pressão com que era retido em jazidas poderosas, que, uma vez atingidas pelas sondas, lança vam jorros de óleo de vazão correspon dente a milhares de barris diários, no Brasil, na Serra de Botucatu, o petró leo era encontrado, mas depois de peno sos esforços de sondagem e na quantida

de recursos técnicos e financeiros as

tróleo venezuelano e dos êxitos obti

dos nas pesquisas efetuadas na Argen tina, na Bolívia, no Peru, no Equador e na Colômbia, embora em proporções bem inferiores às registradas na Vene zuela e no México, Monteiro Lobato, de

regresso de sua primeira viagem aos Estados Unidos, sentiu-se empolgado

pelo ideal de fazer com que os brasi leiros reagissem contra a inércia que os impedia de descobrir e lavrar as jazidas que deveriam existir no seu prodigioso subsolo. A ele devemos, todos,'os ensi

namentos recolhidos da malograda ex periência da Companhia Petróleos do Brasil; e, particu'armente, da memorá

vel campanha que desfechou contra os órgãos técnicos do Ministério da-Agri cultura, que, temerosos dp insucesso a que a "Petróleos" ousadamente se ex-

mento em que os árbitros supremos da

política e da economia do petróleo vol

vem suas vistas para o Brasil. São Paulo e a equação do problema do petróleo E

dêsse feitio

armourse, em

de única e total de dois barris!

Explorando nas imediações do Mar São

Cáspio» nos Estados Unidos e no Mé

Passava a ser de decisiva importância apurar com quem estava a natureza,

uma vez que as sondagens teriam de ou dos segundos.

Ora, os primeiros, os químicos, par sustentavam a chamada teoria da ori-

gem inorgânica, - origem cósmica, se gundo Sokoloff, que admitia a hidrogenização dos acetilenos formados combinação direta do carbono e do W-

drcgênio, ou então origem geoqttímicO, segundo Mcndeleeff, para quem os pe tróleos proxdnham da ação da água sôbre os carbonetos metálicos das profundezi\s da esfera terrestre.

As sínteses

químicas de Berthelot e sobretudo as

de Sabatier e Senderens, dependentes da apMcação do hidrogênio e do aceti-

Paulo, a equação experimental dos fatô-

xico estupendas jazidas de petróleo jor-

res negativos que ainda hoje comandam

rante, não interessava às empresas escla recer os mistérios de sua formação e do

leno sôbre depo.sitos de níquel, pareciam confirmar a teoria da origem inorgâni

seu comportamento subterrâneo. As lo cações de sondagem faziam-se por pal pite, segundo as indicações dos práticos, sugeridas pela ocorrência de determina

ca do petróleo.

a solução do problema do petróleo bra sileiro, a saber:

— inexistência de jazidas poderosas, de f.'.cil descoberta, cuja lavra pro duzisse copiosas reservas de capital, suscetíveis de pronta reinversão no aproveitamento de novo.s campos produtivos; — inexistência de abundantes dispo nibilidades de capital, geradas em

dos indícios.

Os erros de locação, em

bora freqüentes, não davam para com prometer a segurança das emprêsas, porque as perfurações se faziam em ter renos francamente petrolíferos, pelo que

De seu turno, os geólogos, apoiados em parte pelas experiências também de laboratório de Warren e Storrcr, de

Cahours e Demarçay, e especialmente as de Radziszewsky, entendiam que o pe tróleo em jazida era de origem puromente orgânica e provinha da destilação, em câmaras subterrâneas fechadas, de


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Dicesto Econômico

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^

Dicesto Econômico 33

organismos animais e vegetais em de composição. (Jean Chautard — Les Gi-

sements de Petrole, 1922 pgs. 41/48.) A descoberta, nos poços do Cáspio,

de uma flora anaeróbia que acompanha va as chamadas rochas geratrizes do pe tróleo fez suspeitar que a ela se deve ria a elaboração do "sapropel", nome da

do por Potonié ao magma orgânico re sultante da decomposição sobretudo das

plantas e seres unicelulares de origem marinha.

No Brasil, antes da vinda de

cia, já agora firmemente esclarecida, que postula a sua descoberta nos horizontes de ordinário bem profundos, das eras

paulistas lançar, no pano verde da pes quisa do petróleo, as reservas de capi

começa a nos entrar pelos olhos, gra

tal custosamente obtidas em outras ati

cretáceas e cenozóicas.

vidades e enèrgicamente solicitadas por outras aplicações mais seguras e lucrati

eminente General Horta Barbosa. Se os petróleos do Brasil escapavam à busca

Contrastados com as últimas indica

nião dos que supunham fôsse o petróleo de origem inorgânica. As investigações geológicas e as

se o fizessem, quando a ciência não ha

Paraná, Santa Catarina e Amazonas, do

dos? Poderiam, se o fizessem e não des

giões. Só se deve explorar petróleo pa

alcance médio de 600 metros, uma vez

cobrissem petróleo jorrante, concorrer

ra ganhar dinheiro. Muito melhor ne

que, de agora em diante, pouco

com os produtos petrolíferos provenien tes dos profusos campos estadunidenses

gocio, por ser muito mais fácil e m-üs

da ordem de dois a três mil meiros.

duzidos daquela concepção primordial. Se da intensidade com que se insis

vas? Teriam procedido com inteligência via ainda firmado o seu juízo sôbre a origem natural dos hidrocarbonetos flui

e mexicanos?

Evidente é que não. Muito mais sen

sato era que adquirissem dos Estados Unidos e do México, a baixo custo, os

sondagens efetuadas tiveram de

obedecer aos infundados critérios, de

Indicações de uma experiência vaUosa

derivados do ouro negro, que naqueles

países superabundava, e vendessem aos americanos, a bom preço, o ouro verde

micos e os geólogos discutissem teorias

Mas não se pense que haja processos técnicos capazes de localizar, com ab soluta segurança, os pontos em que se ocultam. Os de recentíssimo aperfeiçoa mento, empregados pela geofísica, logram reduzir a 70% as perfurações mal sucedidas de pesquisa. Revelou o De putado Hermes Lima que se acaba de conceber novo processo de pesquisa geo

sôbre a formação do petróleo, os ca çadores de "wild-cats" os estariam agar

física, capaz de excluir quase que por completo as grandes margens atuais de

pelo mundo, a adquirir terras possivel-

rando onde se encontrassem...

insucesso.

contrassem.

tiu na "caça aos indícios", tivesse resul

tado a descoberta, mesmo ocasiona), de

algumas ricas estruturas petrolíferas, não

haveria maiores conseqüências a regis trar. Ter-se-ia repetido entre nós o fenômeno banal ocorrido nos Estados

Unidos 6 no México. Enquanto os quí

Infe

lizmente, no Brasil a teoria teria de pre ceder à prática, ou dito por outro mo do, a "idéia" deveria antecipar a "for ma", como nos diálogos platônicos. Ora,

dos trépanos das tôrres de sondagem, ocuUando-se em horizontes ignorados c profundos, conrinha que ficasse guar dado para o futuro, para quando se

ções da ciência, passam a carecer de maior significação os dados penosamen te obtidos nas sondagens anteriormente feitas neste Estado e nos de Alagoas,

se admite a locaMzação de jazidas comercialmente e.\'pIoráveis em profundidades que não sejam

Washbume predominava a opi

ças sobretudo à ação desenvolvida pelo

Devemos receber com o

das suas lavouras de alta produtivida de.

Tal foi efetivamente a conduta

que preferiram. Não devemos esquecer que até 1930 vigorava no país o regime de acessão, segundo o qual as riquezas do subsolo pertenciam ao proprietário da superfí cie; e que os britânicos andavam, então, rncntc petrolíferas onde quer que se en-'

Pois bem, sem embargo

maior regozijo a notícia ahassareira. E'

disso, Detterding e,os seus homens do

porém,'pouco provável que ele venha

grupo Royal Dutch jamais demoraram o

seguro, era adquirir óleo bruto a preço ínfimo nos fartos campos já conheci dos, refina-lo e vender, a bom preço,

os derivados conseguidos. Foi o que^

em tempo oportuno, compreenderam a

Argentina e o Uruguai. Quanto a nós, continuamos a ser passivos tributários

das refinarias estrangeiras.

D.ante dos módicos preços do.s produ tos importados, tiveram do suspender suas atividades as destÜarias paulistas de arenitos betuminosos e asfálticos.

Ce

diam em face de uma superioridade dc condições que escapava ao seu contrôlc. Eram ainda os poços jorrantes de regiões mais afortunadas, de aventurosa mas

fácil descoberta, que garantiam aos seus usufrutuários diretos ou indiretos, os úl timos colocados nos pontos forçados de passagem do óleo bruto — "pipe-lines" e refinarias — a posição de lucrativo do mínio na áspera competição dos merca

a tomar possível a cubagem e a ava

olhar sôbre o Brasil.

dard Oil, após a viagem de Washbume,

a teoria preferida conduzia-nos a inves

liação da potência das jazidas que acuse, ainda quando as possa indicar de modo

tigações de orientação não confirmada

menos incerto.

Bacia do Paraná, desinteressando-se de

pela natureza. Hoje não mais se duvida da existên

palavra em cada tentativa terá de ser, arnda e sempre, a da guarnição técni ca da perfuratriz, após demorados e dis pendiosos trabalhos de sondagem.

sondá-los.

Reportando-nos às lições do passado, podemos agora inquirir: Deveriam os

pela Standard Oil, mestres supremos de

to pela Comissão de minha presidência,

economia do petróleo, somente agora

a saber: reservar à União ou a empresas

cia de enormes quantidades de petró

leo no subsolo brasileiro, porque des vendados se acham, afinal, os mistérios

da sua formação orgânica. E é a ciên

Isso pôsto, a última

Somente a Stan

exaurissem as reservas de outras re

se animou a comprar alguns terrenos na

A lição que lamentàvelmente deixa

mos de aprender e que nos era repetida com Insistência pela Royal Dutch e

dos. Do seu mágico poder resultariam tôdas as demais vantagens econômicas que, nos dias de hoje, asseguram us po derosíssimas empresas que comandam u produção 'e a distribuição do petróleo, o irresistível império que desfrutam. Temos que basear u solução do pro blema do petróleo no esquema propos


T

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Dicesto Econômico

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Dicesto Econômico 33

organismos animais e vegetais em de composição. (Jean Chautard — Les Gi-

sements de Petrole, 1922 pgs. 41/48.) A descoberta, nos poços do Cáspio,

de uma flora anaeróbia que acompanha va as chamadas rochas geratrizes do pe tróleo fez suspeitar que a ela se deve ria a elaboração do "sapropel", nome da

do por Potonié ao magma orgânico re sultante da decomposição sobretudo das

plantas e seres unicelulares de origem marinha.

No Brasil, antes da vinda de

cia, já agora firmemente esclarecida, que postula a sua descoberta nos horizontes de ordinário bem profundos, das eras

paulistas lançar, no pano verde da pes quisa do petróleo, as reservas de capi

começa a nos entrar pelos olhos, gra

tal custosamente obtidas em outras ati

cretáceas e cenozóicas.

vidades e enèrgicamente solicitadas por outras aplicações mais seguras e lucrati

eminente General Horta Barbosa. Se os petróleos do Brasil escapavam à busca

Contrastados com as últimas indica

nião dos que supunham fôsse o petróleo de origem inorgânica. As investigações geológicas e as

se o fizessem, quando a ciência não ha

Paraná, Santa Catarina e Amazonas, do

dos? Poderiam, se o fizessem e não des

giões. Só se deve explorar petróleo pa

alcance médio de 600 metros, uma vez

cobrissem petróleo jorrante, concorrer

ra ganhar dinheiro. Muito melhor ne

que, de agora em diante, pouco

com os produtos petrolíferos provenien tes dos profusos campos estadunidenses

gocio, por ser muito mais fácil e m-üs

da ordem de dois a três mil meiros.

duzidos daquela concepção primordial. Se da intensidade com que se insis

vas? Teriam procedido com inteligência via ainda firmado o seu juízo sôbre a origem natural dos hidrocarbonetos flui

e mexicanos?

Evidente é que não. Muito mais sen

sato era que adquirissem dos Estados Unidos e do México, a baixo custo, os

sondagens efetuadas tiveram de

obedecer aos infundados critérios, de

Indicações de uma experiência vaUosa

derivados do ouro negro, que naqueles

países superabundava, e vendessem aos americanos, a bom preço, o ouro verde

micos e os geólogos discutissem teorias

Mas não se pense que haja processos técnicos capazes de localizar, com ab soluta segurança, os pontos em que se ocultam. Os de recentíssimo aperfeiçoa mento, empregados pela geofísica, logram reduzir a 70% as perfurações mal sucedidas de pesquisa. Revelou o De putado Hermes Lima que se acaba de conceber novo processo de pesquisa geo

sôbre a formação do petróleo, os ca çadores de "wild-cats" os estariam agar

física, capaz de excluir quase que por completo as grandes margens atuais de

pelo mundo, a adquirir terras possivel-

rando onde se encontrassem...

insucesso.

contrassem.

tiu na "caça aos indícios", tivesse resul

tado a descoberta, mesmo ocasiona), de

algumas ricas estruturas petrolíferas, não

haveria maiores conseqüências a regis trar. Ter-se-ia repetido entre nós o fenômeno banal ocorrido nos Estados

Unidos 6 no México. Enquanto os quí

Infe

lizmente, no Brasil a teoria teria de pre ceder à prática, ou dito por outro mo do, a "idéia" deveria antecipar a "for ma", como nos diálogos platônicos. Ora,

dos trépanos das tôrres de sondagem, ocuUando-se em horizontes ignorados c profundos, conrinha que ficasse guar dado para o futuro, para quando se

ções da ciência, passam a carecer de maior significação os dados penosamen te obtidos nas sondagens anteriormente feitas neste Estado e nos de Alagoas,

se admite a locaMzação de jazidas comercialmente e.\'pIoráveis em profundidades que não sejam

Washbume predominava a opi

ças sobretudo à ação desenvolvida pelo

Devemos receber com o

das suas lavouras de alta produtivida de.

Tal foi efetivamente a conduta

que preferiram. Não devemos esquecer que até 1930 vigorava no país o regime de acessão, segundo o qual as riquezas do subsolo pertenciam ao proprietário da superfí cie; e que os britânicos andavam, então, rncntc petrolíferas onde quer que se en-'

Pois bem, sem embargo

maior regozijo a notícia ahassareira. E'

disso, Detterding e,os seus homens do

porém,'pouco provável que ele venha

grupo Royal Dutch jamais demoraram o

seguro, era adquirir óleo bruto a preço ínfimo nos fartos campos já conheci dos, refina-lo e vender, a bom preço,

os derivados conseguidos. Foi o que^

em tempo oportuno, compreenderam a

Argentina e o Uruguai. Quanto a nós, continuamos a ser passivos tributários

das refinarias estrangeiras.

D.ante dos módicos preços do.s produ tos importados, tiveram do suspender suas atividades as destÜarias paulistas de arenitos betuminosos e asfálticos.

Ce

diam em face de uma superioridade dc condições que escapava ao seu contrôlc. Eram ainda os poços jorrantes de regiões mais afortunadas, de aventurosa mas

fácil descoberta, que garantiam aos seus usufrutuários diretos ou indiretos, os úl timos colocados nos pontos forçados de passagem do óleo bruto — "pipe-lines" e refinarias — a posição de lucrativo do mínio na áspera competição dos merca

a tomar possível a cubagem e a ava

olhar sôbre o Brasil.

dard Oil, após a viagem de Washbume,

a teoria preferida conduzia-nos a inves

liação da potência das jazidas que acuse, ainda quando as possa indicar de modo

tigações de orientação não confirmada

menos incerto.

Bacia do Paraná, desinteressando-se de

pela natureza. Hoje não mais se duvida da existên

palavra em cada tentativa terá de ser, arnda e sempre, a da guarnição técni ca da perfuratriz, após demorados e dis pendiosos trabalhos de sondagem.

sondá-los.

Reportando-nos às lições do passado, podemos agora inquirir: Deveriam os

pela Standard Oil, mestres supremos de

to pela Comissão de minha presidência,

economia do petróleo, somente agora

a saber: reservar à União ou a empresas

cia de enormes quantidades de petró

leo no subsolo brasileiro, porque des vendados se acham, afinal, os mistérios

da sua formação orgânica. E é a ciên

Isso pôsto, a última

Somente a Stan

exaurissem as reservas de outras re

se animou a comprar alguns terrenos na

A lição que lamentàvelmente deixa

mos de aprender e que nos era repetida com Insistência pela Royal Dutch e

dos. Do seu mágico poder resultariam tôdas as demais vantagens econômicas que, nos dias de hoje, asseguram us po derosíssimas empresas que comandam u produção 'e a distribuição do petróleo, o irresistível império que desfrutam. Temos que basear u solução do pro blema do petróleo no esquema propos


«-T*

DICF-STO

34

de conlrôle brasileiro o transporte e a refinação do petróleo nacional ou im portado que se destine ao abastecimento do mercado interno; e facilitar na me

dida do possível, às emprêsas estrangei ras, por intermédio de sociedades orga nizadas no Brasil, a pesquisa, a lavra, o transporte e a refinação do petróleo nacional destinado à exportação.

Se o

EcONÓM'CO

petróleo e do mercado nacional,

cerca de setenta perfurações in

fôrro do controle de preços man tidos pelas emprêsas estrangei

«pic

ras, os recursos que tivermos de

empregar na busca de nossas ja

óleo bruto.

zidas.

repete que esse primeiro barril

Horta Barbosa tão somente em que,

número possível de nossas jazidas pe trolíferas, possibilita a participação do capital e da técnica das emprêsas e.strangeiras na aventura de promovê-la, assegurando-lhes os lucros que passam provir da venda do nosso óleo no.s mer cados externos, já submetidos ao seu so berano domínio.

Assim procedemos levando em conta certos

dados na

realidade

nem

sem-

jíre conhecidos.

do problema

A experiência da Companhia Petróleos do Brasil aí está para confirmar a de

outras empresas igualmente malogra das, que se animaram a participar do.s

nezuela — Caracas, 1928, pgs. 9/10.) Aos que possam julgar exagerada essa importância, lembraremos que o poço de maior custo, já praticado no Brasil, — o denominado M-1, da Mata de São João, atingiu a profundidade de ... • 2.497,88 m, resultando improdutivo. O

seu custo provável foi de cerca de Cr$ 6.500.000,00, quantia que não compre

ende as despesas de administração ge ral, as amortizações do aparelhamento de sondagem, e o custo dos estudos pré vios de geologia e das prospecções geofísicas.

o capital acumulado nos lances felizes do jôgo do petróleo e reunido a poder

cn

Cohmhia

nem sempre se toma na devida conta.

rados estudos geológicos c gcofisicos.

Não basta descobrir estruturas petrolí feras. E' ainda indispensável que se jam cconòmicamente cxploráveis. Sob esse ponto de vista, a nossa experiência

1 — Exploração geo física e geológica U.S. S 1.600.000 2 Construção dc

3

do Recôncavo Baiano é bem elucida tiva.

Opinando sôbre as possibilidades oleí-

fcras do Recôncavo, E. De Golyer, geó

caminhos, mora dias e armazéns U.S. $ 1.620.000

logo eminentíssimo, de autoridade mun

Custo das qua tro perfurações U.S. $ 1.070.000

dialmente acatada, no estudo feito a pe dido do C. N. P. acentuou que os

Total invertido

campos ali descobertos não são de maio

U.S. $ 4.290.000

Ou em cruzeiros — Cr$

res possibilidades.

Fez sentir que os

arenitos com óleo e gás parecem cons

85.800.000,00.

grafia, na Colômbia, sòmente duas con

tituir formações lenticulares, o que ex clui a possibilidade de grandes acu mulações. Observou que em vista da alta percentagem de parafina e da pe quena quantidade de gás em solução, o óleo é produzido com dificuldade. Fácil é deduzir dêsses dados que se trata de petróleo de exploração co mercial pouco favorável. A formação

cessões, a de Dc Mares e a de Barco têm correspondido plenamente às es-

a contínua perfuração de poços que as

•>

Das quatro concessões, três foram de volvidas ao Governo, visto não serem

comercialmente cxploráveis. De 20 per furações praticada.s em condições pro pícias, nenhuma resultou produtiva (P. 121). Segundo se deduz da referida mono

lenticular das jazidas, sobretudo, exige

pcrança.s das emprêsas que as exploram.

alcance, aumentando dessnrte o custo

Nas demais, os trabalhos se arrastam

do óleo produzido. Vimos que De Golyer não deixou de

sem a animação dos campos, franca

horizontal e vertical dos diferentes ne

mente produtivos.

gócios que completam a cadeia dos in

Èsse é um novo aspecto atinente às

um poço dc sondagem, depois dc acu

te:

I

mente cinco resultaram comercialmen te cxploráveis.

realidades da pesquisa do petró'eo que

de formidáveis esforços de integração

De 1935 a 1945,

evidenciar o caráter parafínico do petró

ou seja, em dez anos, foram feitas 123

leo baiano.

dades que costumam passar de.spercebidas ao tratar-se dos hidrocarbonetos fluidos: a das suas caracteristica.s or-

negro, sobretudo nas regiões pouco aces

perfurações, das quais resultou tão sò mente a descoberta de quatro jazidas: "Difícil", "Cantagalo", "Floresanto" e "Casabe". Da.s quatro jazidas desco

síveis em que ele se oculta e dispersa

bertas, apenas a de "Casabe" se acha

influem no seu valor comercial.

azares da caça ao petróleo até mesmo

nas regiões conhecidas como petrolíferas.

dios c as incertezas da caça ao ouro

de Recherches" e a "Belgo-Venezuelan

Pctroleo

em la\Ta comercial. Segundo informa Ospina-Rarine (op. cit. pg. 22), das 15 jazidas descobertas em 30 anos de intensos esforços de pesquisa, sò

da costa, praticando-sc cm cada uma

30 milhões de dólares, ou cerca de 600 milhões de cruzeiros. (Petrolco en Ve

dei

0 custo total dos trabalhos foi o seguin

de petróleo foi de custo aproximado de

teresses peculiares à economia do pro duto, ousa enfrentar os incríveis dlspên-

Na Venezuela a "Société Française

Economia

(Bogf)tá, 1947), quatro concc.ssõcs fo ram locada.s a cerca dc 600 quilômetros

Freqüentemente se

Bem se vê, desde logo, que somente Dados a levar em conta na solução

na-Racinc, cm sua monografia — La

custear

frutíferas naquele país, antes de acertar na jazida que lhe de veria dar o primeiro barril de

visando; a máxima descoberta do maior

Na Colômbia, informa Eduardo Ospi-

das. A "Conipania Espanola de Pelroleos", prevendo a exaustão dc sua ca pacidade de inversões, apressou-se a transferir seus direitos à "Standard Oil Company of Venezuela". Esta empresa, subsidiária do potentíssimo grupo das teve

35

fundidades.

ram que renunciar às concessões obti

Standards,

Econômico

por estruturas disposla.s a enormes pro

Oil Corporation", depoi-s dc algumas poucas perfurações mal sucedidas, tive

fizermos, tiraremos do próprio

Torna-se manifesto, pois, que o ante-projeto organizado pela Comissão de minha presidência é sábio e razoíive]. Difere da orientação do digno General

OicESTO

Eis unia outra das reali

ganoléticas e físicas, que decisivamente


«-T*

DICF-STO

34

de conlrôle brasileiro o transporte e a refinação do petróleo nacional ou im portado que se destine ao abastecimento do mercado interno; e facilitar na me

dida do possível, às emprêsas estrangei ras, por intermédio de sociedades orga nizadas no Brasil, a pesquisa, a lavra, o transporte e a refinação do petróleo nacional destinado à exportação.

Se o

EcONÓM'CO

petróleo e do mercado nacional,

cerca de setenta perfurações in

fôrro do controle de preços man tidos pelas emprêsas estrangei

«pic

ras, os recursos que tivermos de

empregar na busca de nossas ja

óleo bruto.

zidas.

repete que esse primeiro barril

Horta Barbosa tão somente em que,

número possível de nossas jazidas pe trolíferas, possibilita a participação do capital e da técnica das emprêsas e.strangeiras na aventura de promovê-la, assegurando-lhes os lucros que passam provir da venda do nosso óleo no.s mer cados externos, já submetidos ao seu so berano domínio.

Assim procedemos levando em conta certos

dados na

realidade

nem

sem-

jíre conhecidos.

do problema

A experiência da Companhia Petróleos do Brasil aí está para confirmar a de

outras empresas igualmente malogra das, que se animaram a participar do.s

nezuela — Caracas, 1928, pgs. 9/10.) Aos que possam julgar exagerada essa importância, lembraremos que o poço de maior custo, já praticado no Brasil, — o denominado M-1, da Mata de São João, atingiu a profundidade de ... • 2.497,88 m, resultando improdutivo. O

seu custo provável foi de cerca de Cr$ 6.500.000,00, quantia que não compre

ende as despesas de administração ge ral, as amortizações do aparelhamento de sondagem, e o custo dos estudos pré vios de geologia e das prospecções geofísicas.

o capital acumulado nos lances felizes do jôgo do petróleo e reunido a poder

cn

Cohmhia

nem sempre se toma na devida conta.

rados estudos geológicos c gcofisicos.

Não basta descobrir estruturas petrolí feras. E' ainda indispensável que se jam cconòmicamente cxploráveis. Sob esse ponto de vista, a nossa experiência

1 — Exploração geo física e geológica U.S. S 1.600.000 2 Construção dc

3

do Recôncavo Baiano é bem elucida tiva.

Opinando sôbre as possibilidades oleí-

fcras do Recôncavo, E. De Golyer, geó

caminhos, mora dias e armazéns U.S. $ 1.620.000

logo eminentíssimo, de autoridade mun

Custo das qua tro perfurações U.S. $ 1.070.000

dialmente acatada, no estudo feito a pe dido do C. N. P. acentuou que os

Total invertido

campos ali descobertos não são de maio

U.S. $ 4.290.000

Ou em cruzeiros — Cr$

res possibilidades.

Fez sentir que os

arenitos com óleo e gás parecem cons

85.800.000,00.

grafia, na Colômbia, sòmente duas con

tituir formações lenticulares, o que ex clui a possibilidade de grandes acu mulações. Observou que em vista da alta percentagem de parafina e da pe quena quantidade de gás em solução, o óleo é produzido com dificuldade. Fácil é deduzir dêsses dados que se trata de petróleo de exploração co mercial pouco favorável. A formação

cessões, a de Dc Mares e a de Barco têm correspondido plenamente às es-

a contínua perfuração de poços que as

•>

Das quatro concessões, três foram de volvidas ao Governo, visto não serem

comercialmente cxploráveis. De 20 per furações praticada.s em condições pro pícias, nenhuma resultou produtiva (P. 121). Segundo se deduz da referida mono

lenticular das jazidas, sobretudo, exige

pcrança.s das emprêsas que as exploram.

alcance, aumentando dessnrte o custo

Nas demais, os trabalhos se arrastam

do óleo produzido. Vimos que De Golyer não deixou de

sem a animação dos campos, franca

horizontal e vertical dos diferentes ne

mente produtivos.

gócios que completam a cadeia dos in

Èsse é um novo aspecto atinente às

um poço dc sondagem, depois dc acu

te:

I

mente cinco resultaram comercialmen te cxploráveis.

realidades da pesquisa do petró'eo que

de formidáveis esforços de integração

De 1935 a 1945,

evidenciar o caráter parafínico do petró

ou seja, em dez anos, foram feitas 123

leo baiano.

dades que costumam passar de.spercebidas ao tratar-se dos hidrocarbonetos fluidos: a das suas caracteristica.s or-

negro, sobretudo nas regiões pouco aces

perfurações, das quais resultou tão sò mente a descoberta de quatro jazidas: "Difícil", "Cantagalo", "Floresanto" e "Casabe". Da.s quatro jazidas desco

síveis em que ele se oculta e dispersa

bertas, apenas a de "Casabe" se acha

influem no seu valor comercial.

azares da caça ao petróleo até mesmo

nas regiões conhecidas como petrolíferas.

dios c as incertezas da caça ao ouro

de Recherches" e a "Belgo-Venezuelan

Pctroleo

em la\Ta comercial. Segundo informa Ospina-Rarine (op. cit. pg. 22), das 15 jazidas descobertas em 30 anos de intensos esforços de pesquisa, sò

da costa, praticando-sc cm cada uma

30 milhões de dólares, ou cerca de 600 milhões de cruzeiros. (Petrolco en Ve

dei

0 custo total dos trabalhos foi o seguin

de petróleo foi de custo aproximado de

teresses peculiares à economia do pro duto, ousa enfrentar os incríveis dlspên-

Na Venezuela a "Société Française

Economia

(Bogf)tá, 1947), quatro concc.ssõcs fo ram locada.s a cerca dc 600 quilômetros

Freqüentemente se

Bem se vê, desde logo, que somente Dados a levar em conta na solução

na-Racinc, cm sua monografia — La

custear

frutíferas naquele país, antes de acertar na jazida que lhe de veria dar o primeiro barril de

visando; a máxima descoberta do maior

Na Colômbia, informa Eduardo Ospi-

das. A "Conipania Espanola de Pelroleos", prevendo a exaustão dc sua ca pacidade de inversões, apressou-se a transferir seus direitos à "Standard Oil Company of Venezuela". Esta empresa, subsidiária do potentíssimo grupo das teve

35

fundidades.

ram que renunciar às concessões obti

Standards,

Econômico

por estruturas disposla.s a enormes pro

Oil Corporation", depoi-s dc algumas poucas perfurações mal sucedidas, tive

fizermos, tiraremos do próprio

Torna-se manifesto, pois, que o ante-projeto organizado pela Comissão de minha presidência é sábio e razoíive]. Difere da orientação do digno General

OicESTO

Eis unia outra das reali

ganoléticas e físicas, que decisivamente


r-v'"

DiCESTO

36

EcONÓ^flCO

Antes do mais convém que se sai ba que, a rigor, não há o petróleo; há petròleos. Os petióleos variam segun

dade e de combustão e do seu poder

do a côr, o cheiro, a densidade, a

nômico é a relativa ao "ponto de ebu lição". Influi, de modo decisivo, no va lor do óleo cru. Para alguns petròleos do Kentucky, nos E. U. A., da densi

f uidez, o coeficiente de ebulição, o ponto de inflamabilidadc, o de com

bustão, o poder calorífico, a viscosida-

calorífico. Característica dc enorme interesse eco

Dicesto Econômico 37

as iniciativas de caráter público e priva do, empenhadas na busca de jazidas co

eu o problema do aproveitamento do nosso petróleo, mais me sentia angustia

mercialmente cxplorávcis. Os relativos êxitos alcançados no Recôncavo Baiano,

do pelo sofrimento de verificar que che

particularmente nas áreas petrolíferas de Candeias e Mata de São João, são efeti vamente

dc grande significação, não

gávamos tarde e desprovidos de recur sos no plano de competição já inteira mente dominado pelas poderosas oniprêsas britânicas e anglo-amertcan.is. Iludem-se os que supõem que no.s apraza permitir que empresas estrangei ras participem da pesquisa e da lavra

dade de 0,803, a ebulição começa a 43"

porque contenham jazidas de maiores

verde ao negro. Os petròleos em

centígrados, ao passo que certos óleos pesados da Louisianá, da densi

clareiam, com enorme intensidade, os

geral são translúcidos, no entanto

dade dc 0,909, somente entram

mistérios de nossa geologia e legitimam

os da Rumânia, da Galícia, da

a esperança que todos depositamos na

Rússia, do Texas, do México são

em ebulição a 240° centígrados. De um modo geral, ós petròleos

existência de outras jazidas, mais poten

boradora do ante-prcjeto, preferíamos re

por bem dizer opacos.

leves SC refinam a 100° C e os

tes.

servá-las a empresas totalmente consti

dc, o poder em octanas. A côr varia do amare'o pálido ao castanho escuro e do

Sob o

ponto, de vista do cheiro, há

pesados a 130° C. (Jean Chaw

os óleos cretácicos leves que chei

tard, op. cit. pg. 16). Por via

ram a essência, os óleos ricos em hi-

de conseqüência o custo da refinação

drocarbonetos aromáticos e os sulfiiro-

tem de acusar variações correspondentes

sos de cheiro repugnante. Do ponto de

aos índices de ebulição.

vista eccnómico, muito importa saber

A classificação analítica de uso co

possibilidades comerciais, mas porque

Tais são os ciados e os antecedente^, de indisputável valor experimental e in formativo, que me animam a defender

em São Paulo a solução que nós, os membros da Comissão incumbida do re

digir o Estatuto do Peti-óleo, preferimos dar ao difícil e inflamado problema.

de nosso petróleo. De maneira algu ma. Também nós, os da Comissão ei.atuídas de brasileiros ou â União federal. Mas se nos escasseiam os recursos tét-

nicos e financeiros exigidos pela execu ção de um vasto e pesado programa de estudos geológicos e geofísicos e — o que mais é — de sondagens que hão de ser de elevado número e hão de alcan

cjue alguns são quase líquidos, possuin do portanto um máximo de fluidez; ou

mum limita-se, porém, a distingtiir os

tros são quase pastosos. Evidentemente

estado de pureza, dos petròleos asfátti'

para fins de transporte em "pipe-lines", enorme significação. Das propriedades denominadas físi

COS, geralmente amarelados ou negros, e a distribuí-los segundo os índices de densidade e poder calorífico. Segundo vimos, os petròleos da Bahia não são de alta qualidade. Do ponto

cas, a densidade e o poder calorífico fi

de vista estritamente comercial as jazi

guram entre as de maior importância.

das do Recôncavo Baiano dei.xam bastan

tação o exemplo do fundador das ordens

o ensejo de fazerem conosco um bom

O petróleo mais leve que se conhece

te a desejar. Resumindo: ao passo que em outras

monásticas — o venerando S. Bento. Re

negócio, a saber — um negócio que sa

comenda a sua Santa Regra que nas

tisfaça os nossos legítimos interêsses e lhes garanta a percepção de lucros con

os índices de fluidez e viscosidade do ó'eo bruto constituem elementos de

veio da Rússia.

Sua densidade era de

petròleos parafínicos, esverdeados, no

O mais pesado, de densidade

regiões do Hemisfério a natureza impu

1,050, foi obtido no México. O índice

nha ao homem o aproveitamento do pe

de produção de calorias oscila entre Os da Rússia, da re

tróleo que exsudava de horizontes de escassa profxmdidade, facilitando-lhe des

gião de Balcu, são os mais ricos em ca

tarte a descoberta do petróleo jorrante

0,650.

8.500 e 11.750.

lorias, produzindo de lO.SSO a 11.700. A segurança e a facilidade do trans porte dos petròleos, o custo das diferen tes fases de sua refinação, dependem de

de jazidas poderosas, e proporcionandoIhe a formação de formidáveis reservas

de capital que, a seguir, seriam reinvertidas na crescente multiplicação das

Jamais negarei simpatia aos que, na

batalha do petróleo, tomaram partido por motivos puramente ideológicos ou

çar enormes profundidades, do custo médio provável de cinco milhões de

cruzeiros cada uma; e se sòmente aq re las empresas contam cora imensas reser

Separo entre eles os es

vas de capital e de experiência, conse

tudantes, cujas opiniões acompanho sem

guidas na pesquisa e na la\Ta de inú

sentimentais.

pre com uma atenção muito especial. meros campos de petróleo jorrante, porNesse particular, parece-me digno de imi , que não lhes havemos de proporcionar

questões graves se comece por tomar n

opinião dos mais jovens. Estou sempre atento a tudo quanto emerja da alma estudantil. Reconheço que, virgem do*

vidativos?

Partindo da segura suposição, já ago ra confirmada pela moderna geologia do

contatos com as brutalidades e feluras

petróleo, de que há no Brasil vastas

da vida ordinária, ela pelo comum se icvela mais apta a perceber por intuição o que nem sempre é entrevisto pelos

regiões sedimentares de natureza petro lífera, com a fôrça suficiente para suprir de óleo e derivados, por anos sem coma,

calculistas.

Aos que se mostram apaixonados na

modo muito direto de suas propriedades

tentativas de descoberta de novas estru

físicas, sobretudo dp seus coeficientes de

turas petrolíferas de alto rendimento,

defesa dos seus ideais de ardente nacio

ebulição, de seus índices de inflamabili-

no Brasil resultaram infrutíferas todas

nalismo, direi que tanto mais estudava

o nosso mercado interno e amda nermi-

tir^a exportação de enormes excedentes, entendeu a Comissão elaboradora do an-

te-projeto do Estatuto do Petróleo que não deveríamos arcar sòzinhos com os riscos


r-v'"

DiCESTO

36

EcONÓ^flCO

Antes do mais convém que se sai ba que, a rigor, não há o petróleo; há petròleos. Os petióleos variam segun

dade e de combustão e do seu poder

do a côr, o cheiro, a densidade, a

nômico é a relativa ao "ponto de ebu lição". Influi, de modo decisivo, no va lor do óleo cru. Para alguns petròleos do Kentucky, nos E. U. A., da densi

f uidez, o coeficiente de ebulição, o ponto de inflamabilidadc, o de com

bustão, o poder calorífico, a viscosida-

calorífico. Característica dc enorme interesse eco

Dicesto Econômico 37

as iniciativas de caráter público e priva do, empenhadas na busca de jazidas co

eu o problema do aproveitamento do nosso petróleo, mais me sentia angustia

mercialmente cxplorávcis. Os relativos êxitos alcançados no Recôncavo Baiano,

do pelo sofrimento de verificar que che

particularmente nas áreas petrolíferas de Candeias e Mata de São João, são efeti vamente

dc grande significação, não

gávamos tarde e desprovidos de recur sos no plano de competição já inteira mente dominado pelas poderosas oniprêsas britânicas e anglo-amertcan.is. Iludem-se os que supõem que no.s apraza permitir que empresas estrangei ras participem da pesquisa e da lavra

dade de 0,803, a ebulição começa a 43"

porque contenham jazidas de maiores

verde ao negro. Os petròleos em

centígrados, ao passo que certos óleos pesados da Louisianá, da densi

clareiam, com enorme intensidade, os

geral são translúcidos, no entanto

dade dc 0,909, somente entram

mistérios de nossa geologia e legitimam

os da Rumânia, da Galícia, da

a esperança que todos depositamos na

Rússia, do Texas, do México são

em ebulição a 240° centígrados. De um modo geral, ós petròleos

existência de outras jazidas, mais poten

boradora do ante-prcjeto, preferíamos re

por bem dizer opacos.

leves SC refinam a 100° C e os

tes.

servá-las a empresas totalmente consti

dc, o poder em octanas. A côr varia do amare'o pálido ao castanho escuro e do

Sob o

ponto, de vista do cheiro, há

pesados a 130° C. (Jean Chaw

os óleos cretácicos leves que chei

tard, op. cit. pg. 16). Por via

ram a essência, os óleos ricos em hi-

de conseqüência o custo da refinação

drocarbonetos aromáticos e os sulfiiro-

tem de acusar variações correspondentes

sos de cheiro repugnante. Do ponto de

aos índices de ebulição.

vista eccnómico, muito importa saber

A classificação analítica de uso co

possibilidades comerciais, mas porque

Tais são os ciados e os antecedente^, de indisputável valor experimental e in formativo, que me animam a defender

em São Paulo a solução que nós, os membros da Comissão incumbida do re

digir o Estatuto do Peti-óleo, preferimos dar ao difícil e inflamado problema.

de nosso petróleo. De maneira algu ma. Também nós, os da Comissão ei.atuídas de brasileiros ou â União federal. Mas se nos escasseiam os recursos tét-

nicos e financeiros exigidos pela execu ção de um vasto e pesado programa de estudos geológicos e geofísicos e — o que mais é — de sondagens que hão de ser de elevado número e hão de alcan

cjue alguns são quase líquidos, possuin do portanto um máximo de fluidez; ou

mum limita-se, porém, a distingtiir os

tros são quase pastosos. Evidentemente

estado de pureza, dos petròleos asfátti'

para fins de transporte em "pipe-lines", enorme significação. Das propriedades denominadas físi

COS, geralmente amarelados ou negros, e a distribuí-los segundo os índices de densidade e poder calorífico. Segundo vimos, os petròleos da Bahia não são de alta qualidade. Do ponto

cas, a densidade e o poder calorífico fi

de vista estritamente comercial as jazi

guram entre as de maior importância.

das do Recôncavo Baiano dei.xam bastan

tação o exemplo do fundador das ordens

o ensejo de fazerem conosco um bom

O petróleo mais leve que se conhece

te a desejar. Resumindo: ao passo que em outras

monásticas — o venerando S. Bento. Re

negócio, a saber — um negócio que sa

comenda a sua Santa Regra que nas

tisfaça os nossos legítimos interêsses e lhes garanta a percepção de lucros con

os índices de fluidez e viscosidade do ó'eo bruto constituem elementos de

veio da Rússia.

Sua densidade era de

petròleos parafínicos, esverdeados, no

O mais pesado, de densidade

regiões do Hemisfério a natureza impu

1,050, foi obtido no México. O índice

nha ao homem o aproveitamento do pe

de produção de calorias oscila entre Os da Rússia, da re

tróleo que exsudava de horizontes de escassa profxmdidade, facilitando-lhe des

gião de Balcu, são os mais ricos em ca

tarte a descoberta do petróleo jorrante

0,650.

8.500 e 11.750.

lorias, produzindo de lO.SSO a 11.700. A segurança e a facilidade do trans porte dos petròleos, o custo das diferen tes fases de sua refinação, dependem de

de jazidas poderosas, e proporcionandoIhe a formação de formidáveis reservas

de capital que, a seguir, seriam reinvertidas na crescente multiplicação das

Jamais negarei simpatia aos que, na

batalha do petróleo, tomaram partido por motivos puramente ideológicos ou

çar enormes profundidades, do custo médio provável de cinco milhões de

cruzeiros cada uma; e se sòmente aq re las empresas contam cora imensas reser

Separo entre eles os es

vas de capital e de experiência, conse

tudantes, cujas opiniões acompanho sem

guidas na pesquisa e na la\Ta de inú

sentimentais.

pre com uma atenção muito especial. meros campos de petróleo jorrante, porNesse particular, parece-me digno de imi , que não lhes havemos de proporcionar

questões graves se comece por tomar n

opinião dos mais jovens. Estou sempre atento a tudo quanto emerja da alma estudantil. Reconheço que, virgem do*

vidativos?

Partindo da segura suposição, já ago ra confirmada pela moderna geologia do

contatos com as brutalidades e feluras

petróleo, de que há no Brasil vastas

da vida ordinária, ela pelo comum se icvela mais apta a perceber por intuição o que nem sempre é entrevisto pelos

regiões sedimentares de natureza petro lífera, com a fôrça suficiente para suprir de óleo e derivados, por anos sem coma,

calculistas.

Aos que se mostram apaixonados na

modo muito direto de suas propriedades

tentativas de descoberta de novas estru

físicas, sobretudo dp seus coeficientes de

turas petrolíferas de alto rendimento,

defesa dos seus ideais de ardente nacio

ebulição, de seus índices de inflamabili-

no Brasil resultaram infrutíferas todas

nalismo, direi que tanto mais estudava

o nosso mercado interno e amda nermi-

tir^a exportação de enormes excedentes, entendeu a Comissão elaboradora do an-

te-projeto do Estatuto do Petróleo que não deveríamos arcar sòzinhos com os riscos


■ I I Dicesto Econômico

38

c as despesas do programa a executar. Entre o plano de prosseguir nos es

forços de reduzidos efeitos, que temos empregado até aqui, e nos quais, ale.:tados pela esperança de acertarmos, a qualquer instante, na potente estrutura sempre ambicionada, temos invertido o

Dicesto

■ ■

Econômico

39

garantindo exclusividade de zona às em presas que requeiram autorizações de pesquisa para seleção de áreas de la

sem indenização, segundo as hipóteses

vra ou a lavra provisória dos poços pro dutivos de sondagem. Constituem ma

conserxação dos bens rc\'ersí\cis.

téria do art. 5.® a lavra a longo prazo dc grandes jazidas, o transporte de hidrocarbonetos fluidos por oleodutos ou navios-tanques e a refinação de petró

previstas. Na forma da lei francesa, estabe'ccido foi o iriodo de assegurar a Com o fito dc clarear os objetivos das emprêsas o dc atender às dificuldades

fusos os efeitos das concessões requeri das ou obtidas por via de cessão, que as autoridades venezuelanas, prepostas a fiscalizá-'as, lutam em. xão para cum prir os seus deveres. E quando os con tratos claramente obrigam a execução

que tenham de enfrentar, pelo artigo

de determinadas operações, os interes

24 indica no território nacional as 13

sados as burlam por processos verdadei

lidade pública mais segura e iinedial.i,

leo nacional ou importado. Um dos textos-chaves do ante-projeto

"Comentários a La Legislacion Venezolana de Hidrocarburos", Antonio

e o plano de intensificar e ampliar a busca do petróleo, mediante colabora

províncias scdimcntares, possi\'elmenle petrolíferas, determinando que sejam quadriculadas por meridianos e parale

é, sem dúvida, o do art. 6.°, cujos pará

los de graus inteiros, de sorte a só ad

Planchart Burgillos, Consultor Jurídico

ção das empresas estrangeiras, escolhe

de contrôle brasileiro, na proporção pe lo menos de 60% das ações de voto, a exclusividade do transporte e da refina ção do petróleo destinado ao consumo

produto de arrecadações provenientes de outras fontes tributárias e que seriam de aplicar-se em obras e serviços de, uti

mos a segunda solução, máxime porque, do ponto de vista estritamente político, ela corresponde aos compromissos que assumimos na Conferência de Chapultepec e aos interesses, também concer nentes à segurança do Hemisfério, ma

nifestados pelo Governo de Washington. Por isso foi que, ao invés de nos

opormos de maneira radical às preten sões que ditas empresas vinham formu lando, ínclinamo-nos a examiná-las de ânimo sereno e a transigir com a idéia

de sua participação no aproveitamento

do nosso petróleo, mas para isso esta

grafos 2.® c 3.® garantem às empresas

interno e só permitem a exportação do

petróleo nacional depois de satisfeitas as necessidades do referido consumo. Ob

da "Direccion de Hidrocarburos", dc Ministério do Fomento, refere casos da

Institui dessa maneira a grande reserva, não ainda de áreas pesquisadas, mas

"North Veneziielan" e da "The Carib-

de regiões a pesquisar em reinoto futuro.

As operações de reconhecimento e pes quisa das zonas abrangidas pelos atos de concessão são reguladas, sem exces

formar em apoio à indústria brasileira de refinação, a resistência sempre ofereci

pítulos ir e III, do título III. Houve quem censurasse a Comissão pelo nú

sivas minúcias, como convém, nos ca

tivas de montagem das refinarias nacio

cidas.

são de excelente inspiração técnica e de

As relações entre emprêsas concessio

bean Petroleum Ccmpany", que denun ciam o espantoso cinismo com que cer tas emprêsas procuram fraudar as leis o os contratos. (Rcu. dei Ministério de

Fomento, abril de 1939, pgs. 46/56). A exigência mais freqüentemente bur lada é a que também incluímos no ante projeto, no art. 35, m vcrbis-

mero e pela índoV das regras estabele

nais.

nárias e os proprietários das áreas ocu

Em seus valiosos

mitir a locabzaçâo de áreas de pes quisa e lavra em quadrículos alternados.

jetivou a Comissão com esse texto trans da pelas empresas estrangeiras às tenta

ramente irritantes.

Cabe-me esclarecer que tôdas

execução indispensável.

Acresce que,

ao ditá-las, a Comissão teve em vista

No dia que corresponder à me tade do prazo de autorização de pesquisa, o seu titular, sob pena de revogação da autorização e perda

belecendo condições claras e precisas,

padas em operações de pesquisa e la

deixar nitidamente caracterizado o sis

da cauçao prestada, deverá ter em

destinadas a atalhar os inconvenientes

vra acham-se reguladas nos arts. 9.° e

tema adotado, sistema bem diverso do

funcionamento em cada zona re

e os perigos inerentes aos seus conheci

10.°. Caracterizam os arts. 11 e 12 os di reitos decorrentes dos atos de autoriza

que na Venezuela tem produzido resul

ção e concessão, determinando-se no art. 13 o que deva ser computado como

tados nem sempre compatíveis com o

triz adequada ao trabalho a rea

respeito devido à d'gnidade e à sobe

lizar."

dos métodos de ação.

Sucinto estudo do ante-projeto Assim é que o ante-projeto reserva

à União, no artigo 1.®, o indireto mo

nopólio do aproveitamento das nossas jazidas de liidrocarbonetos fluidos e da sua industrialização, destarte privando os titulares de concessões de qualquer

espécie de propriedade petrolífera.

No artigo 4.°, define com simplicida de e clareza as operações que devam ser praticadas em regime de autorização,

valor econômico da concessão, no qual

se acha incluído, além do capital efe tivamente invertido e não amortizado,

o do óleo existente nas jazidas medidas. Outros assuntos que de ordinário dão

lugar a sérias controvérsias, e que são os referentes aos casos de extinção da con

cessão, são disciplinados, de modo jus to e exato, no art. 15. Por exemplo, a reversão dos bens e instalações empre

gados na concessão efetuar-se-á com ou

rania do seu povo. Enganam-se os que julgam o ante

projeto excessivamente formalístico. Nes se particular, fácil seria provar que as empresas interessadas, qeier na Colôm

bia, quer na Rumánia, sempre abusa

ram da tática de combater as exigências legais que as impedem de obscuvecer e tornar de difícil fiscalização o .exercí cio dos direitos concedidos.

Na Vene

zuela já atingiram tal objetivo. Achamse de tal maneira interpenetrados e con

querida pelo menos uma perfura-

Sern essa exigência fundamental, que haveria de suscitar enérgicas reações de Hoover e Curtice e particularmente das

emprêsas interessadas, malograda esta ria a nossa expectativa de ver intensifi

cada a busca de nossas jazidas de petró leo, objetivo primordial por nós visa do, ao admitir a participação das aludi das empresas no seu aproveitamento. Elas, muito provavelmente, se limitariam a pagar as taxas de ocupação superfi-


■ I I Dicesto Econômico

38

c as despesas do programa a executar. Entre o plano de prosseguir nos es

forços de reduzidos efeitos, que temos empregado até aqui, e nos quais, ale.:tados pela esperança de acertarmos, a qualquer instante, na potente estrutura sempre ambicionada, temos invertido o

Dicesto

■ ■

Econômico

39

garantindo exclusividade de zona às em presas que requeiram autorizações de pesquisa para seleção de áreas de la

sem indenização, segundo as hipóteses

vra ou a lavra provisória dos poços pro dutivos de sondagem. Constituem ma

conserxação dos bens rc\'ersí\cis.

téria do art. 5.® a lavra a longo prazo dc grandes jazidas, o transporte de hidrocarbonetos fluidos por oleodutos ou navios-tanques e a refinação de petró

previstas. Na forma da lei francesa, estabe'ccido foi o iriodo de assegurar a Com o fito dc clarear os objetivos das emprêsas o dc atender às dificuldades

fusos os efeitos das concessões requeri das ou obtidas por via de cessão, que as autoridades venezuelanas, prepostas a fiscalizá-'as, lutam em. xão para cum prir os seus deveres. E quando os con tratos claramente obrigam a execução

que tenham de enfrentar, pelo artigo

de determinadas operações, os interes

24 indica no território nacional as 13

sados as burlam por processos verdadei

lidade pública mais segura e iinedial.i,

leo nacional ou importado. Um dos textos-chaves do ante-projeto

"Comentários a La Legislacion Venezolana de Hidrocarburos", Antonio

e o plano de intensificar e ampliar a busca do petróleo, mediante colabora

províncias scdimcntares, possi\'elmenle petrolíferas, determinando que sejam quadriculadas por meridianos e parale

é, sem dúvida, o do art. 6.°, cujos pará

los de graus inteiros, de sorte a só ad

Planchart Burgillos, Consultor Jurídico

ção das empresas estrangeiras, escolhe

de contrôle brasileiro, na proporção pe lo menos de 60% das ações de voto, a exclusividade do transporte e da refina ção do petróleo destinado ao consumo

produto de arrecadações provenientes de outras fontes tributárias e que seriam de aplicar-se em obras e serviços de, uti

mos a segunda solução, máxime porque, do ponto de vista estritamente político, ela corresponde aos compromissos que assumimos na Conferência de Chapultepec e aos interesses, também concer nentes à segurança do Hemisfério, ma

nifestados pelo Governo de Washington. Por isso foi que, ao invés de nos

opormos de maneira radical às preten sões que ditas empresas vinham formu lando, ínclinamo-nos a examiná-las de ânimo sereno e a transigir com a idéia

de sua participação no aproveitamento

do nosso petróleo, mas para isso esta

grafos 2.® c 3.® garantem às empresas

interno e só permitem a exportação do

petróleo nacional depois de satisfeitas as necessidades do referido consumo. Ob

da "Direccion de Hidrocarburos", dc Ministério do Fomento, refere casos da

Institui dessa maneira a grande reserva, não ainda de áreas pesquisadas, mas

"North Veneziielan" e da "The Carib-

de regiões a pesquisar em reinoto futuro.

As operações de reconhecimento e pes quisa das zonas abrangidas pelos atos de concessão são reguladas, sem exces

formar em apoio à indústria brasileira de refinação, a resistência sempre ofereci

pítulos ir e III, do título III. Houve quem censurasse a Comissão pelo nú

sivas minúcias, como convém, nos ca

tivas de montagem das refinarias nacio

cidas.

são de excelente inspiração técnica e de

As relações entre emprêsas concessio

bean Petroleum Ccmpany", que denun ciam o espantoso cinismo com que cer tas emprêsas procuram fraudar as leis o os contratos. (Rcu. dei Ministério de

Fomento, abril de 1939, pgs. 46/56). A exigência mais freqüentemente bur lada é a que também incluímos no ante projeto, no art. 35, m vcrbis-

mero e pela índoV das regras estabele

nais.

nárias e os proprietários das áreas ocu

Em seus valiosos

mitir a locabzaçâo de áreas de pes quisa e lavra em quadrículos alternados.

jetivou a Comissão com esse texto trans da pelas empresas estrangeiras às tenta

ramente irritantes.

Cabe-me esclarecer que tôdas

execução indispensável.

Acresce que,

ao ditá-las, a Comissão teve em vista

No dia que corresponder à me tade do prazo de autorização de pesquisa, o seu titular, sob pena de revogação da autorização e perda

belecendo condições claras e precisas,

padas em operações de pesquisa e la

deixar nitidamente caracterizado o sis

da cauçao prestada, deverá ter em

destinadas a atalhar os inconvenientes

vra acham-se reguladas nos arts. 9.° e

tema adotado, sistema bem diverso do

funcionamento em cada zona re

e os perigos inerentes aos seus conheci

10.°. Caracterizam os arts. 11 e 12 os di reitos decorrentes dos atos de autoriza

que na Venezuela tem produzido resul

ção e concessão, determinando-se no art. 13 o que deva ser computado como

tados nem sempre compatíveis com o

triz adequada ao trabalho a rea

respeito devido à d'gnidade e à sobe

lizar."

dos métodos de ação.

Sucinto estudo do ante-projeto Assim é que o ante-projeto reserva

à União, no artigo 1.®, o indireto mo

nopólio do aproveitamento das nossas jazidas de liidrocarbonetos fluidos e da sua industrialização, destarte privando os titulares de concessões de qualquer

espécie de propriedade petrolífera.

No artigo 4.°, define com simplicida de e clareza as operações que devam ser praticadas em regime de autorização,

valor econômico da concessão, no qual

se acha incluído, além do capital efe tivamente invertido e não amortizado,

o do óleo existente nas jazidas medidas. Outros assuntos que de ordinário dão

lugar a sérias controvérsias, e que são os referentes aos casos de extinção da con

cessão, são disciplinados, de modo jus to e exato, no art. 15. Por exemplo, a reversão dos bens e instalações empre

gados na concessão efetuar-se-á com ou

rania do seu povo. Enganam-se os que julgam o ante

projeto excessivamente formalístico. Nes se particular, fácil seria provar que as empresas interessadas, qeier na Colôm

bia, quer na Rumánia, sempre abusa

ram da tática de combater as exigências legais que as impedem de obscuvecer e tornar de difícil fiscalização o .exercí cio dos direitos concedidos.

Na Vene

zuela já atingiram tal objetivo. Achamse de tal maneira interpenetrados e con

querida pelo menos uma perfura-

Sern essa exigência fundamental, que haveria de suscitar enérgicas reações de Hoover e Curtice e particularmente das

emprêsas interessadas, malograda esta ria a nossa expectativa de ver intensifi

cada a busca de nossas jazidas de petró leo, objetivo primordial por nós visa do, ao admitir a participação das aludi das empresas no seu aproveitamento. Elas, muito provavelmente, se limitariam a pagar as taxas de ocupação superfi-


'fi

.V

DicESTo Econômico

40

DlCESTO

ECONÓNUCO

41

Institui o indireto mono

No scnsorhm nacional definc-sc r

pólio da pesquisa, da lavra e da indus

accntua-se a justificada impressão de

trialização do nos.so petróleo.

ta a colaboração de iniciativa particular,

que e.stamos cm face de uma encruzi lhada de caminhos que nos podem coa-

ante-projeto de acôrdo com as mais mo dernas,. indicações da técnica. Destacase nesse capítulo o parágrafo 2.® do art. 41, segundo o qual "nenhum titular po derá deter, por outorga direta ou ces

e, em determinadas condições, até mes

duzir a enomies perigos ou a ingentes s-a-

mo a de origem estrangeira.

crificios. O caminho que nós, os mem

ao Congresso, e sim ao esbôço que o pre

são, mais de 150.000 hectares de área

fundos estudos das realidades econômi

cedeu.

em lavra". Tem êsse dispositivo por in

terno. Admite, finalmente, que a União, de cuja vontade tudo depende, se invis ta no monopólio efetivo e direto não só da refinação, mas de toda a economia

condicionar a busca e o aproveitamento de nossas jazidas de hidrocarbonetos

do nosso petróleo, embora prevendo que ela prefira, pelas razões amplamente c.s-

fluidos, é, com certeza, o'mais desimpe-

postas, atuar de harmonia com a inicia

dü mais rápido nos poderá conduzir à prosperidade e ao prestígio continental. Estamos de consciência tranqüila por que cumprimos o nosso dever. Aguar demos agora, reverentes e esperançosos, a última palavra que será a do po\o, pela voz dos seus representantes.

ciaria que exigíssemos, desse modo guar

quisa o prazo variável de quatro a seis

dando para melhores tempos, segundo

anos, conforme a província, prorrogá

o exclusivo ponto de vista de seus inte-

veis em casos especiais.

rêsses, as sondagens decisivas. Por oportuno, esclareço que as críti cas constantes do estudo de Hoover e

Curtice, reproduzidas em importante ór gão da imprensa desta Capital, não di zem respeito ao ante-projeto enviado Muitas delas foram atendidas,

mas somente as que se nos afiguraram razoáveis.

, De São Paulo pedimos aos dignos re presentantes da Nação que se não dei xem iludir pela infundada assertiva de

que o ante-projeto está repleto de abor recidas e inúteis formalidades. As que assim parecem, visam a manter em ple

na luz as atividades que as empresas concessionárias são chamadas a execu tar e a acentuar a índole dos direitos

Também a lavra está disciplinada no

tuito impedir que algumas poucas com

panhias se apodercm das jazidas por ventura demarcadas no país.

No que respeita às contribuições de lavra, também denominadas "róyaltves", variam conforme as províncias sediracn-

tares cm que tenham de ser pagas. Se rão de 10% nas províncias do fundo da Bacia Amazônica, e do norte da Ba cia do Paraná; de 12%, nas províncias

que abrangem as Bacias do Purus e do

que terão de exercer como delegadas

Madeira, o baixo Amazonas, o Maranhrxo. o norte de Goiás e o sudeste do Pará; de

da União.

14% nas demais províncias, que se es

No artigo 28 delimitam-se as zonas de

Bacia do Paraná.

nientes, os parágrafos 2.° e 3.° do alu dido texto não admitem autorizações de

A contraprestação que o Brasil rece berá pela cessão a estrangeiros do usu

pesquisa extensivas a mais de uma pro

fruto de .suas jazidas produtivas será en

víncia sedimentar e vedam que o mes mo titular detenha, a um só tempo,

tão constituída da metade das áreas

mais de cinco autorizações. Atendendo

pesquisadas, que lhe hão de ser devolvi das, após a seleção das áreas de lavra,

a que as zonas de pesquisa poderão ser

(art. 41), do produto das contribuições

jazidas com as suas instalações — depois

E' de notar-se que a Comissão favo receu não pouco os interêsses das empre

50).

concedidos para a pesquisa. A área ado tada em outros países é em média de 10.000 hectares e o prazo de três anos. Ora, vimos que o art. 28, parágrafo 1." do ante-projeto, admite áreas de 30.000 hectares e o art. 31 fixa para a pes-

Assegura

aos brasileiros o controle da indústria

nacional de transporte e refinação do

petróleo destinado ao abastecimento in

tiva privada, nacional ou estrangeira. O excepcional interêsse com que foi rece bido deve figurar entre os mais e.xpressivos índices de maturidade revelados pe la Nação, no seu processo de engrandecimento econômico e político.

bros da Comissão de especialistas, a que tive a honra de presidir, apontamos ao« brasileiros, depois de demorados e pro cas, políticas e jurídicas que terão de

dido e o mais seguro, aquele que de mt.-

de lavra, (art. 48) e da reversão das

derá reter mais de 150.000 hectares.

sas, no tocante às áreas e aos prazos

Possibili

tendem à costa Atlântica e ao Sul da

pesquisa. Atalhando situações inconve

de 30.000 hectares, nenhuma empresa po

em conflito.

de findos os prazos das concessões (ail.

Segundo estatísticas divulgadas pelo govêrno polonês, existem ainda no país, O melhor caminho

Fica dessarte demonstrado, embora de maneira sucinta, que o ante-projeto con sulta efetivamente o interêsse nacional,

representando uma justa composição das opiniões que caracterizam as correntes

a despeito das nacionalizações,, vinte mil fábricas particulares empregando cento

e setenta mil operários.

A publicação governamental deixa iransjmreccr o deseja

oficial de ser encorajada a iniciativa particular.

Todas as indústrias polonesas ocupando menos de cinqüenta iraballmdores não serão nacionalizadas. Por outro lado, quçlquer pessoa que abra nota uidús-

tria, fábrica ou oficina, poderá empregar qualquer número de operários, desde que a emprêsa se enquadre ruis normas trabalhistas.


'fi

.V

DicESTo Econômico

40

DlCESTO

ECONÓNUCO

41

Institui o indireto mono

No scnsorhm nacional definc-sc r

pólio da pesquisa, da lavra e da indus

accntua-se a justificada impressão de

trialização do nos.so petróleo.

ta a colaboração de iniciativa particular,

que e.stamos cm face de uma encruzi lhada de caminhos que nos podem coa-

ante-projeto de acôrdo com as mais mo dernas,. indicações da técnica. Destacase nesse capítulo o parágrafo 2.® do art. 41, segundo o qual "nenhum titular po derá deter, por outorga direta ou ces

e, em determinadas condições, até mes

duzir a enomies perigos ou a ingentes s-a-

mo a de origem estrangeira.

crificios. O caminho que nós, os mem

ao Congresso, e sim ao esbôço que o pre

são, mais de 150.000 hectares de área

fundos estudos das realidades econômi

cedeu.

em lavra". Tem êsse dispositivo por in

terno. Admite, finalmente, que a União, de cuja vontade tudo depende, se invis ta no monopólio efetivo e direto não só da refinação, mas de toda a economia

condicionar a busca e o aproveitamento de nossas jazidas de hidrocarbonetos

do nosso petróleo, embora prevendo que ela prefira, pelas razões amplamente c.s-

fluidos, é, com certeza, o'mais desimpe-

postas, atuar de harmonia com a inicia

dü mais rápido nos poderá conduzir à prosperidade e ao prestígio continental. Estamos de consciência tranqüila por que cumprimos o nosso dever. Aguar demos agora, reverentes e esperançosos, a última palavra que será a do po\o, pela voz dos seus representantes.

ciaria que exigíssemos, desse modo guar

quisa o prazo variável de quatro a seis

dando para melhores tempos, segundo

anos, conforme a província, prorrogá

o exclusivo ponto de vista de seus inte-

veis em casos especiais.

rêsses, as sondagens decisivas. Por oportuno, esclareço que as críti cas constantes do estudo de Hoover e

Curtice, reproduzidas em importante ór gão da imprensa desta Capital, não di zem respeito ao ante-projeto enviado Muitas delas foram atendidas,

mas somente as que se nos afiguraram razoáveis.

, De São Paulo pedimos aos dignos re presentantes da Nação que se não dei xem iludir pela infundada assertiva de

que o ante-projeto está repleto de abor recidas e inúteis formalidades. As que assim parecem, visam a manter em ple

na luz as atividades que as empresas concessionárias são chamadas a execu tar e a acentuar a índole dos direitos

Também a lavra está disciplinada no

tuito impedir que algumas poucas com

panhias se apodercm das jazidas por ventura demarcadas no país.

No que respeita às contribuições de lavra, também denominadas "róyaltves", variam conforme as províncias sediracn-

tares cm que tenham de ser pagas. Se rão de 10% nas províncias do fundo da Bacia Amazônica, e do norte da Ba cia do Paraná; de 12%, nas províncias

que abrangem as Bacias do Purus e do

que terão de exercer como delegadas

Madeira, o baixo Amazonas, o Maranhrxo. o norte de Goiás e o sudeste do Pará; de

da União.

14% nas demais províncias, que se es

No artigo 28 delimitam-se as zonas de

Bacia do Paraná.

nientes, os parágrafos 2.° e 3.° do alu dido texto não admitem autorizações de

A contraprestação que o Brasil rece berá pela cessão a estrangeiros do usu

pesquisa extensivas a mais de uma pro

fruto de .suas jazidas produtivas será en

víncia sedimentar e vedam que o mes mo titular detenha, a um só tempo,

tão constituída da metade das áreas

mais de cinco autorizações. Atendendo

pesquisadas, que lhe hão de ser devolvi das, após a seleção das áreas de lavra,

a que as zonas de pesquisa poderão ser

(art. 41), do produto das contribuições

jazidas com as suas instalações — depois

E' de notar-se que a Comissão favo receu não pouco os interêsses das empre

50).

concedidos para a pesquisa. A área ado tada em outros países é em média de 10.000 hectares e o prazo de três anos. Ora, vimos que o art. 28, parágrafo 1." do ante-projeto, admite áreas de 30.000 hectares e o art. 31 fixa para a pes-

Assegura

aos brasileiros o controle da indústria

nacional de transporte e refinação do

petróleo destinado ao abastecimento in

tiva privada, nacional ou estrangeira. O excepcional interêsse com que foi rece bido deve figurar entre os mais e.xpressivos índices de maturidade revelados pe la Nação, no seu processo de engrandecimento econômico e político.

bros da Comissão de especialistas, a que tive a honra de presidir, apontamos ao« brasileiros, depois de demorados e pro cas, políticas e jurídicas que terão de

dido e o mais seguro, aquele que de mt.-

de lavra, (art. 48) e da reversão das

derá reter mais de 150.000 hectares.

sas, no tocante às áreas e aos prazos

Possibili

tendem à costa Atlântica e ao Sul da

pesquisa. Atalhando situações inconve

de 30.000 hectares, nenhuma empresa po

em conflito.

de findos os prazos das concessões (ail.

Segundo estatísticas divulgadas pelo govêrno polonês, existem ainda no país, O melhor caminho

Fica dessarte demonstrado, embora de maneira sucinta, que o ante-projeto con sulta efetivamente o interêsse nacional,

representando uma justa composição das opiniões que caracterizam as correntes

a despeito das nacionalizações,, vinte mil fábricas particulares empregando cento

e setenta mil operários.

A publicação governamental deixa iransjmreccr o deseja

oficial de ser encorajada a iniciativa particular.

Todas as indústrias polonesas ocupando menos de cinqüenta iraballmdores não serão nacionalizadas. Por outro lado, quçlquer pessoa que abra nota uidús-

tria, fábrica ou oficina, poderá empregar qualquer número de operários, desde que a emprêsa se enquadre ruis normas trabalhistas.


Dicesto

Temas e problemas em debate DvMxio de Almeida Magalhães

As experiêncios do trabalhismo inglês o Partido Trabalhista inglês até ago

EcoNÓNnco

43

dual dos trabalhistas, sempre fiéis, em sua maioria, aos métodos de contempo rizar c de ganhar paulatinamente o ter

capaz de propiciar o amadurecimento de um pensamento político e de uma

reno aos adversários.

deroso fator de equilíbrio e de ordem — duas constantes de que raramente se

Só em 1945 logrou o partido obter a maioria absoluta do eleitorado, o, conse

qüentemente, concpiistar a direção efe Nascendo desse núcleo de formação

tiva do governo. Os contingentes elei,torai.s que alcançara, até então, lhe ha viam aberto as portas i\ participaç.ão em

consciência social, que seriam um po desvia a e\ olução histórica da Inglaterra. É sabido que o Partido Trabalhista

inglês, como quase todos os outros par

ra guardou fidelidade, na sua caminhada

política moderada, o Partido Trabalhista

e nos seus métodos de açáo, à matriz de

inglês se mostrou coerente com as suas

onde nasceu.

origens o f.cl aos caminhos que os seus

gabinetes de coalizão partidária, dos

mais moderadas, outras mais impacien

inspiradores lhe indicaram.

quais ncin sempre emergiu com maior fôrça e nos quais não lhe foi possível

tes 6 avançadas, a ala direita c a ala

Como se sabe, a agremiação política que hoje detém o governo das Ilhas Bri

As suas vitórias políticas haviam de

tânicas se originou do mesmo pensamen

ser frutos de demorada c paciente con-

realizar, senão me

diante concessões inexpressivas, o seu

to que congregou u famosa Sociedade

(jüi.sla; c s6 seriam colhidos quando já

Fabiana {Fubiiin Suciely), fundada em

ü curso do tempo os houvesse convcnien-

1883, e de que foram figuras cxponen-

tcincnle amadurecido.

A análise retros

dias, mostra bem como vem tomando o

O nome com que se batizou a socie dade lhe caracluriziiva o processo de ação: chamou-se "Fabiana" para ligarse a tática que o guerreiro romano Fabius empregara nas guerras com os car tagineses, e que lhe valeu o apelido his

terreno, palmo a palmo, sem saltos brus cos, embora se aproveitasse, de quando

tinha de fundamen tal, se chocava com

tórico de "Cunctator", ou seja contemporizador. A "Fabian Society" não se formou, assim, para promover resoluções violentas, golpes de Estado, ou mudan ças bruscas. Os seus métodos de ação seriam os mesmos do seu patrono: ven cer o inimigo pelo desgaste, pe!a pa

ciência tenaz, esperando que as suas forças e resistências sc alquebrassem sob pressão lenta, porém constante.

Os fabianos, assim, no que diz respei to à reforma social e política, eram "gradualistas", anti-revolucionários e anti-marxistas. O Socialismo que prega

vam e procuravam realizar seria alcan çado por um demorado processo de ero são e enfraquecimento do sistema vi gente, a que deveria suceder, sem aba los nem convulsões.

hoje, no poder, o predomínio, como o tiveram, no passado,

a agrossividaclo dos que forcejani por

iTias, que, no que

Bemard Shaw e Wells.

avanços mais

Os moderados conservam

contendo o ímpeto e

pectiva de sua e.\ístência, até os nossos

tâncias propícias para

esquerda.

programa de refor-

eiais o casal Sidney e Beatrice Webb,

em vez, como lhe competia, de circuns

tidos realmente democráticos, lem den tro de seu seio correntes dh ersas — umas

jis

diretrizes

lançar mais longe a

dos

meta a atingir ime

conservadores. A vitória na úl tima guerra o as

diatamente. A pre sença de Attlee na

Desde 1900 que a arregimentação po

perturbações sociais

lítica do proletariado inglês refletiu na

agudas em que se

composição do Parlamento, sob a legen

lançou

mundo,

chefia do govômo, como centro de equi líbrio entre os gru pos colidentes, indi

da do "Labour Representation Com-

iriam

abrir, então,

ca a ascendência dos

mittee", se bem que o Partido Traba

oportunidade para a experiência do Par

mais vagarosos na - execução da refor

fundos.

lhista — o Labour Party — só se tenha

o

ma socialista, que é o objetivo comum do partido.

ram apenas dois membros da Câmara

tido Trabalhista na orientação governamental, tão ansiosa mente esperada por seus partidários e

do.s Comuns, reunindo um número de

tão laboriosa e pacientemente conquis

sufrágios igual a 1,2% da votação total;

tada.

rt

outro lado, a marcha do go\èmo inglês: o depauperamento da economia inglesa,

Vencendo os conservadores apesar da

conslituído em 1906.

Naquele ano, os trabalhistas elege

Muitas fôrças contrárias refreiam, por

na mesma Câmara, correspondendo a

legenda gloriosa de Churchill, imortali

conseqüência do heróico esforço da guerra; a dependência da ajuda dos Es

uma porcentagem de 36,9% do número de votantes. Em 1931, registrou-se uma

zado na defesa da humanidade livre, os

tados Unidos; os movimentos de rebeldia

trabalhistas, ao alcançarem o govôrno por suas próprias fôrças, não abandona ram os métodos de ação que lhes ha viam inspirado os fabianos, guias dos proletários ingleses na sua ascensão ao poder. A longa caminhada na subida havia sido uma fecunda experiência,

dos países da "Commonwealth" que ain

em 1929, já conquistaram 288 lugares

queda nessa ascensão eleitoral: o númei'0 de representantes eleitos para a Câmara pelo Labour Party caiu para 52, e a quota percentual de sufrágios baixou para 30,7%. Foi o imico recuo

registrado em 31 anos na expansão gra-

da não conquistaram os seus estatutos de nações livres; a estralificação do sen timento conservador dos britânicos, sem

pre receosos de qualquer experiência te merária, que lhes possa modificar substan cialmente as bases da vida cívica e social.


Dicesto

Temas e problemas em debate DvMxio de Almeida Magalhães

As experiêncios do trabalhismo inglês o Partido Trabalhista inglês até ago

EcoNÓNnco

43

dual dos trabalhistas, sempre fiéis, em sua maioria, aos métodos de contempo rizar c de ganhar paulatinamente o ter

capaz de propiciar o amadurecimento de um pensamento político e de uma

reno aos adversários.

deroso fator de equilíbrio e de ordem — duas constantes de que raramente se

Só em 1945 logrou o partido obter a maioria absoluta do eleitorado, o, conse

qüentemente, concpiistar a direção efe Nascendo desse núcleo de formação

tiva do governo. Os contingentes elei,torai.s que alcançara, até então, lhe ha viam aberto as portas i\ participaç.ão em

consciência social, que seriam um po desvia a e\ olução histórica da Inglaterra. É sabido que o Partido Trabalhista

inglês, como quase todos os outros par

ra guardou fidelidade, na sua caminhada

política moderada, o Partido Trabalhista

e nos seus métodos de açáo, à matriz de

inglês se mostrou coerente com as suas

onde nasceu.

origens o f.cl aos caminhos que os seus

gabinetes de coalizão partidária, dos

mais moderadas, outras mais impacien

inspiradores lhe indicaram.

quais ncin sempre emergiu com maior fôrça e nos quais não lhe foi possível

tes 6 avançadas, a ala direita c a ala

Como se sabe, a agremiação política que hoje detém o governo das Ilhas Bri

As suas vitórias políticas haviam de

tânicas se originou do mesmo pensamen

ser frutos de demorada c paciente con-

realizar, senão me

diante concessões inexpressivas, o seu

to que congregou u famosa Sociedade

(jüi.sla; c s6 seriam colhidos quando já

Fabiana {Fubiiin Suciely), fundada em

ü curso do tempo os houvesse convcnien-

1883, e de que foram figuras cxponen-

tcincnle amadurecido.

A análise retros

dias, mostra bem como vem tomando o

O nome com que se batizou a socie dade lhe caracluriziiva o processo de ação: chamou-se "Fabiana" para ligarse a tática que o guerreiro romano Fabius empregara nas guerras com os car tagineses, e que lhe valeu o apelido his

terreno, palmo a palmo, sem saltos brus cos, embora se aproveitasse, de quando

tinha de fundamen tal, se chocava com

tórico de "Cunctator", ou seja contemporizador. A "Fabian Society" não se formou, assim, para promover resoluções violentas, golpes de Estado, ou mudan ças bruscas. Os seus métodos de ação seriam os mesmos do seu patrono: ven cer o inimigo pelo desgaste, pe!a pa

ciência tenaz, esperando que as suas forças e resistências sc alquebrassem sob pressão lenta, porém constante.

Os fabianos, assim, no que diz respei to à reforma social e política, eram "gradualistas", anti-revolucionários e anti-marxistas. O Socialismo que prega

vam e procuravam realizar seria alcan çado por um demorado processo de ero são e enfraquecimento do sistema vi gente, a que deveria suceder, sem aba los nem convulsões.

hoje, no poder, o predomínio, como o tiveram, no passado,

a agrossividaclo dos que forcejani por

iTias, que, no que

Bemard Shaw e Wells.

avanços mais

Os moderados conservam

contendo o ímpeto e

pectiva de sua e.\ístência, até os nossos

tâncias propícias para

esquerda.

programa de refor-

eiais o casal Sidney e Beatrice Webb,

em vez, como lhe competia, de circuns

tidos realmente democráticos, lem den tro de seu seio correntes dh ersas — umas

jis

diretrizes

lançar mais longe a

dos

meta a atingir ime

conservadores. A vitória na úl tima guerra o as

diatamente. A pre sença de Attlee na

Desde 1900 que a arregimentação po

perturbações sociais

lítica do proletariado inglês refletiu na

agudas em que se

composição do Parlamento, sob a legen

lançou

mundo,

chefia do govômo, como centro de equi líbrio entre os gru pos colidentes, indi

da do "Labour Representation Com-

iriam

abrir, então,

ca a ascendência dos

mittee", se bem que o Partido Traba

oportunidade para a experiência do Par

mais vagarosos na - execução da refor

fundos.

lhista — o Labour Party — só se tenha

o

ma socialista, que é o objetivo comum do partido.

ram apenas dois membros da Câmara

tido Trabalhista na orientação governamental, tão ansiosa mente esperada por seus partidários e

do.s Comuns, reunindo um número de

tão laboriosa e pacientemente conquis

sufrágios igual a 1,2% da votação total;

tada.

rt

outro lado, a marcha do go\èmo inglês: o depauperamento da economia inglesa,

Vencendo os conservadores apesar da

conslituído em 1906.

Naquele ano, os trabalhistas elege

Muitas fôrças contrárias refreiam, por

na mesma Câmara, correspondendo a

legenda gloriosa de Churchill, imortali

conseqüência do heróico esforço da guerra; a dependência da ajuda dos Es

uma porcentagem de 36,9% do número de votantes. Em 1931, registrou-se uma

zado na defesa da humanidade livre, os

tados Unidos; os movimentos de rebeldia

trabalhistas, ao alcançarem o govôrno por suas próprias fôrças, não abandona ram os métodos de ação que lhes ha viam inspirado os fabianos, guias dos proletários ingleses na sua ascensão ao poder. A longa caminhada na subida havia sido uma fecunda experiência,

dos países da "Commonwealth" que ain

em 1929, já conquistaram 288 lugares

queda nessa ascensão eleitoral: o númei'0 de representantes eleitos para a Câmara pelo Labour Party caiu para 52, e a quota percentual de sufrágios baixou para 30,7%. Foi o imico recuo

registrado em 31 anos na expansão gra-

da não conquistaram os seus estatutos de nações livres; a estralificação do sen timento conservador dos britânicos, sem

pre receosos de qualquer experiência te merária, que lhes possa modificar substan cialmente as bases da vida cívica e social.


Dicbsto

En'cados, assim, em dificuldades pró

EcoNÓ>nco

deira dos írabalhista.s é :i de igualda

prias, e nas que decorrem da situação

de econômica, como fruto final a ser

geral do mundo, o govêmo trabalhista

alcançado pelas reformas socialistas. E

vai realizando, com o mínimo de aba

los, cautelosamente, entre apalpadelas, au ralenti , a mais importante (?xpe-

comenta

textualmente:

"Uma

maior

igualdade de bem-estar econômico é sem dúvida um dos três grandes objeti vos de qualquer política econômica; os

riencía social a que a no§sa época as siste — experiência fundamental pela

íjutros dois são eficiência na produção —

repercussão inevitável que terá na vida

que significa máxima produção, por um

de todos os outros povos. As reformas se |}rocessam, não obs tante o carater revolucionário que em .si mesmas apre.sentam, com o mínimo

custo real mínimo, e não simplesmente aumento a qualquer custo — e estabi lidade, ou libertação das perniciosas os cilações, das ascensõe.s e quedas profun

Dicesto

Econômico

rendas, inesnrj depois da dedução dos impostos, do que a Grã-Bretanha. Po rém, poder-se-ia dizer com segurança

cj scgiimics comentários, depois de apontar algumas falhas e erros que têm sido alribuídos aos órgãos de direção

que em nenhum outro há menor desi

das empresas ou senàços ultimamente

gualdade nas condições vcai.s de vida.

nacionalizados: .

Não há provàvcímcnlc hoje no mundo — a Rússia certamente não — país cm que a comida e a roupa que o rico pode com prar difira tão pouco da comida e da roupa que o pobre pode comprar, como se verifica aqui na Grã-Bretanha. Não há país cm que tiklas as restrições da

economia do tempo dc guerra tenham

de espírito revolucionário nos métodos empregados para as tomar efetivas.

das. A dificuldade o eficiência está cm

sido impostas com tanta ccpiidadc entre

que ês.ses

as diversas camadas econômicas como

Condição essencial de bom "êxito, no meio em que se empreendem. A nacio

contraditórios: igualdade e eficiência pu xam muitas vezes em direções opos

objetivos são muitas vêzcs

que as indústrias nacionalizadas sofre

riam dos defeitos que afligem todas as

grandes organizações. Isto foi sempre um dos lançamentos que se faziam na coluna de débito do socialismo, e nin guém se surpreende que êsse débito

agora esteja sendo cobrado... Empresas do economia privada cometeram fa!ta.s

na sua juventude inexperiente, que a e.xperiência completamente sanou; e as

nalização dos grandes instrumentos de

tas, como agora acontece.

produção se opera paulatinamente, e

de uma política segura é guardar o justo

promovida

sempre mediante indenização adequada dos proprietários desapropriados.

equilíbrio entre elas. Para que lado penderá a balança nos próximos anos? Que política serviria melhor aos interês-

como objetivo ele

ses da comunidade: aquela que objeti

cia, ou apenas ser

vasse a máxima produção de riqueza ao custo de permitir aos indivíduos se enriquecerem, ou aquela que procurasse

ve de instrumen

tanto, que exista

to ao programa de

uma forte vontade

a redistribuição da riqueza, mesmo com

aproveitamento do cil de ser estima

Será possível julgar uma experiência tão vasta, cuja execução apenas se inicia? Surgem, já, todavia, condenações ve ementes. O grande espantalho ó o da burocracia crescente — conseqüência do

A missão

aqui." • A nacionalização dos meios de produ ção, preconizada e

"Sempre se admitiu, mesmo sem que se liouvcssc falado de nacionalização,

trabalhistas,

pelos

oficiais

nao se pro\'aram

tem

ainda incapazes de vencer a idade da

var-lhes a eficiên

inexperiência.

E*

necess;írio, entre

realizar a igualda

de aprender; e o

tôda a absorção pelo Estado dos instru mentos de produção — estorvando a ati vidade privada, anulando o estímulo, re

o risco de reduzir a produção nacional

de econômica, que é alvo final do mo

e dc' diminuir o seu poder de competi

vimento socialista?

duzindo a produção, agravando, assim,

ção no mercado mundial? Há ocasiões e

as condições de vida do povo.

lugares em que uma ou outra alternati va será mais certa. Porém, neste tempo e

__ êste é o pro blema que apresenta o analista

resultante do desestímulo à ação priva

neste país, haverá qualquer dúvida? Pro-

jo

da, eis o vício radical que o "Econo-

c'ama-.se em todos relatórios e jornais

E esclarece que a

,

|f.ir;r;K«:

A ineficiência, a baixa produtividade

emprèsas

ensino 6 menos fá

^

do na emprêsit pública do que na particular. O eni-

"Economist".

presiirio

privado

que se recusa a

mist" aponta no governo trabalhista in

que a economia britânica está em perío-

questão é encara-

glês, no artigo que vem estampado na sua edição de 5 de junho, sob o títu

clo mortal. Por que? Por causa de ex cessiva desigualdade? Ou por causa de

da. de dois pon

lo "Too much equality?"

reduzida eficiência econômica?

sos pelas duas alas que foniiám a dire ção do Partido Trabalhista; mas o fi

uma posição oficial na empresa pública apenas descarrega o re.sultado de sua

nal propósito comum é o de reduzir a desigualdade de uma sociedadé não so cialista. A eficiência, ou a ineficiência da

incapacidade sôbre os consumidores, os

administração estatal permanece em pla

dos na vida econômica da Inglaterra

O articulista da secular e autorizada

A res

posta é óbvia, e a inferência resulta

tos de vista diver

aprender quebra; o igualmente recaicitrante detentor dc

publicação londrina lembra que, dentro de dois anos, o país julgará a adminis

clara."

tração que, há três, desenvolve o Par

nomist", — sobretudo um sentimento

tido Trabalhista: o veredicto será profe rido nas urnas, nas eleições de que de

profundo de igualdade. "Poderá haver — diz o artigo em causa ~ outros países

no secundário. E a respeito desta ma

merecem os louvores de um órgão de

verá sair o novo govêrno. A grande ban-

em que haja menor desigualdade de

téria o crítico do "Economist" formula

filiação tão sòlidamente conservadora co-

Igualdade existe, reconhéce o "Eco-

trabalhadores e os contribuintes."

Muitos desníveis que foram atenua


Dicbsto

En'cados, assim, em dificuldades pró

EcoNÓ>nco

deira dos írabalhista.s é :i de igualda

prias, e nas que decorrem da situação

de econômica, como fruto final a ser

geral do mundo, o govêmo trabalhista

alcançado pelas reformas socialistas. E

vai realizando, com o mínimo de aba

los, cautelosamente, entre apalpadelas, au ralenti , a mais importante (?xpe-

comenta

textualmente:

"Uma

maior

igualdade de bem-estar econômico é sem dúvida um dos três grandes objeti vos de qualquer política econômica; os

riencía social a que a no§sa época as siste — experiência fundamental pela

íjutros dois são eficiência na produção —

repercussão inevitável que terá na vida

que significa máxima produção, por um

de todos os outros povos. As reformas se |}rocessam, não obs tante o carater revolucionário que em .si mesmas apre.sentam, com o mínimo

custo real mínimo, e não simplesmente aumento a qualquer custo — e estabi lidade, ou libertação das perniciosas os cilações, das ascensõe.s e quedas profun

Dicesto

Econômico

rendas, inesnrj depois da dedução dos impostos, do que a Grã-Bretanha. Po rém, poder-se-ia dizer com segurança

cj scgiimics comentários, depois de apontar algumas falhas e erros que têm sido alribuídos aos órgãos de direção

que em nenhum outro há menor desi

das empresas ou senàços ultimamente

gualdade nas condições vcai.s de vida.

nacionalizados: .

Não há provàvcímcnlc hoje no mundo — a Rússia certamente não — país cm que a comida e a roupa que o rico pode com prar difira tão pouco da comida e da roupa que o pobre pode comprar, como se verifica aqui na Grã-Bretanha. Não há país cm que tiklas as restrições da

economia do tempo dc guerra tenham

de espírito revolucionário nos métodos empregados para as tomar efetivas.

das. A dificuldade o eficiência está cm

sido impostas com tanta ccpiidadc entre

que ês.ses

as diversas camadas econômicas como

Condição essencial de bom "êxito, no meio em que se empreendem. A nacio

contraditórios: igualdade e eficiência pu xam muitas vezes em direções opos

objetivos são muitas vêzcs

que as indústrias nacionalizadas sofre

riam dos defeitos que afligem todas as

grandes organizações. Isto foi sempre um dos lançamentos que se faziam na coluna de débito do socialismo, e nin guém se surpreende que êsse débito

agora esteja sendo cobrado... Empresas do economia privada cometeram fa!ta.s

na sua juventude inexperiente, que a e.xperiência completamente sanou; e as

nalização dos grandes instrumentos de

tas, como agora acontece.

produção se opera paulatinamente, e

de uma política segura é guardar o justo

promovida

sempre mediante indenização adequada dos proprietários desapropriados.

equilíbrio entre elas. Para que lado penderá a balança nos próximos anos? Que política serviria melhor aos interês-

como objetivo ele

ses da comunidade: aquela que objeti

cia, ou apenas ser

vasse a máxima produção de riqueza ao custo de permitir aos indivíduos se enriquecerem, ou aquela que procurasse

ve de instrumen

tanto, que exista

to ao programa de

uma forte vontade

a redistribuição da riqueza, mesmo com

aproveitamento do cil de ser estima

Será possível julgar uma experiência tão vasta, cuja execução apenas se inicia? Surgem, já, todavia, condenações ve ementes. O grande espantalho ó o da burocracia crescente — conseqüência do

A missão

aqui." • A nacionalização dos meios de produ ção, preconizada e

"Sempre se admitiu, mesmo sem que se liouvcssc falado de nacionalização,

trabalhistas,

pelos

oficiais

nao se pro\'aram

tem

ainda incapazes de vencer a idade da

var-lhes a eficiên

inexperiência.

E*

necess;írio, entre

realizar a igualda

de aprender; e o

tôda a absorção pelo Estado dos instru mentos de produção — estorvando a ati vidade privada, anulando o estímulo, re

o risco de reduzir a produção nacional

de econômica, que é alvo final do mo

e dc' diminuir o seu poder de competi

vimento socialista?

duzindo a produção, agravando, assim,

ção no mercado mundial? Há ocasiões e

as condições de vida do povo.

lugares em que uma ou outra alternati va será mais certa. Porém, neste tempo e

__ êste é o pro blema que apresenta o analista

resultante do desestímulo à ação priva

neste país, haverá qualquer dúvida? Pro-

jo

da, eis o vício radical que o "Econo-

c'ama-.se em todos relatórios e jornais

E esclarece que a

,

|f.ir;r;K«:

A ineficiência, a baixa produtividade

emprèsas

ensino 6 menos fá

^

do na emprêsit pública do que na particular. O eni-

"Economist".

presiirio

privado

que se recusa a

mist" aponta no governo trabalhista in

que a economia britânica está em perío-

questão é encara-

glês, no artigo que vem estampado na sua edição de 5 de junho, sob o títu

clo mortal. Por que? Por causa de ex cessiva desigualdade? Ou por causa de

da. de dois pon

lo "Too much equality?"

reduzida eficiência econômica?

sos pelas duas alas que foniiám a dire ção do Partido Trabalhista; mas o fi

uma posição oficial na empresa pública apenas descarrega o re.sultado de sua

nal propósito comum é o de reduzir a desigualdade de uma sociedadé não so cialista. A eficiência, ou a ineficiência da

incapacidade sôbre os consumidores, os

administração estatal permanece em pla

dos na vida econômica da Inglaterra

O articulista da secular e autorizada

A res

posta é óbvia, e a inferência resulta

tos de vista diver

aprender quebra; o igualmente recaicitrante detentor dc

publicação londrina lembra que, dentro de dois anos, o país julgará a adminis

clara."

tração que, há três, desenvolve o Par

nomist", — sobretudo um sentimento

tido Trabalhista: o veredicto será profe rido nas urnas, nas eleições de que de

profundo de igualdade. "Poderá haver — diz o artigo em causa ~ outros países

no secundário. E a respeito desta ma

merecem os louvores de um órgão de

verá sair o novo govêrno. A grande ban-

em que haja menor desigualdade de

téria o crítico do "Economist" formula

filiação tão sòlidamente conservadora co-

Igualdade existe, reconhéce o "Eco-

trabalhadores e os contribuintes."

Muitos desníveis que foram atenua


Dicksto Econômico

46

mo o "Economist".

Há muita coisa do

tretanto, se será possível à nação conti

que foi feito nesse terreno que é muito

nuar avançando nesse caminho, sem que

boa — diz o velho órgão, acrescentando

sofra profundamente toda a sua estru tura econômica, a sua produção, a sua

que, ao menos, parece muito ])oa à

grande maioria do po\'o. A iguu'dade dos hábitos de alimentação que se verificou nos últimos oito anos, por exemplo, apresenta grande saldo de \'an-

riqueza, em conseqüência dos métodos e processos empregados para alcançar uma igualdade econômica que lhe parece excessiva, terrivelmente prejudi

DfCESTO

Econômico

47

dade cessa de ser benéfica quando se toma meramente destrutiva, quando bai xa o nível ao invés de elevar, quando põe mais atenção em lançar fora de suas posições os poderosos do que em elevar

severa austeridade de hábitos, que reve lam o clima sadio de uma nação e.\pe-

o humilde c o débil", diz o "Economist", sintetizando a sua crítica.

c os juizes de cabeleiras brancas. E a opinião pública ainda agora se apai.\ona

Aproxima-se a hora do julgamento da

pelo projeto de lei que detcnnina a sus

rimentada nos mais duros sacrifícios. E o socialismo convive amenamente com a

coroa, com o velho cerimonial da côrte

cial à comunidade. E assinala: "Isto está

política socialista do governo trabalhis

pensão da pena de morte por cinco anos.

ta inglês. Como se apresentará o Partido Trabalhista diante do eleitorado? Pros

Os Comuns, votando livres da determi

ça mais se beneficiou. Pode ser, como

impondo um custo econômico cada dia mais difícil de negar. Êstc efeito pode

críticos alegam, que o suprimento to

ser sentido na preguiça com que a eco

seguirá até lá no programa de reformas

tal da comida à comunidade não se apre sente completamente adequado; porém ninguém (exceto algumas vezes a União

nomia reage a qualquer estímulo por que a doutrina de "um pedaço justo pa ra todos" não vale para ninguém como estímulo para aumentar o bolo, a fim de

sociais paulatina, paciente, porém firmemcnte executado até agora? Ou se lança rá a uma nova política, a uma N. E. P.,

la suspensão; mas a Câmara dos Lordes, por 181 contra 28, impugnou a reforma, oferecendo um debate extremamente ilus

que atenda aos reclamos do individualis-

que ali mergulham no subconsciente da

tagens. O pobre come mais e o rico menos; e é difícil dizer quem na mudan

dos Mineiros) argúi que poderia ser van

nação do gabinete, se manifestaram pe

trativo do apego britânico às tradições,

alcançar para sí mesmo um maior pe

xno inglês e atenue o.s males da burocra-

alma nacional. E Lorde Llewellin, fa

daço. E pode ser sentido no custo de larga parte do apa

tízação entorpecente, retirando aos con

servadores sua grande arma de ataque?

maiores graus de

relho dc controle, que poderia tor

desigualdade — ou

nar-se desnecessá

Que preferiria hoje o inglês: mais riquemais poder como nação, ou maior igualdade econômica?

lando aos seus pares, advertiu que desde que a Câmara dos Comuns havia opina do pola suspensão da pena de niorte até

ao menos de ime

rio ou grandemen te simplificado se o govêrno permi

tajoso distribuí-la com menos igualdade. A maioria das pessoas, na Grã-Bretanha de hoje, concor daria em que os

recida desigualda de — que existi

ram

no passado

tisse a restauração

eram

em

do mecanismo do

si

mes

mos um mal. Nem

preço, o qual pode

se pode dizer que

ser injusto, porém

na

é seguramente efe

Grã-Bretanha

de antes da guer ra, em que tan

tas desigualdades de fortuna e "status" dependiam sim plesmente de circunstancias de nasci mento e herança, desigualdades de vi

Enquanto aguarda o momento de se

o pronunciamento da Casa dos Lor

des, o

numero de

assassínios au

mentara em relação à média ante

pronunciar nas urnas sobre essas ques

rior, em período equivalente.

tões culminantes para o seu destino, a

mento

Inglaterra prossegue no ritmo de sua vida aparentemente imutável, dentro da

para a defesa, pelo baluarte conserva dor, da pena e.xtrema...

que foi de

efeito

Argu decisivo

A recuperação econômica da França

tivo. E' impossí

vel a um inglês visitar um país co

Enquanto a Inglaterra se favorece da unidade substancial de orientação do seu

a sitbação é bem diferente.

Nenhum

partido ou corrente ideológica ó sufi cientemente forte para compor o go

mo a Bélgica ou a Suíça sem chegar à conclusão de que a deliberação de to lerar desigualdades por mais que isso

govêrno, a França emergiu dos abalos da guerra dividida — terrivelmente dividi

mar-se por coalizão.

da correspondiam a desigualdades de mé

possa ofender o moralista, produz certa

da — entre ideologias, grupos e corren

rito.

mente largos dividendos econômicos." Há uma inspiração partidária nessa rígida política imposta ao povo in glês — afirma o articulista — inspiração

tes. O Partido Trabalhista inglês de tém efetivamente o poder; tem um pro grama básico, com alvos certos e coe

Quando a divergência entre os parti dos é apenas de "nuances", essa polí

Que tenha sido possível ao povo

inglês, sem muitos conflitos abertos de classe, fazer essa larga marcha para

uma maior igualdade é, indubitàvelmente, do ponto de vista social e moral,

que se alimenta de inveja e malícia. Es

uma boa coisa.

sa desigualdade que se pretende estabe

Sem negar as vantagens coUiidas, o articulista do "Economist" indaga, en

lecer "à outrance" não favorece; enfra

quece e atrasa. "A perseguição da igual-

rentemente estabelecidos.

A sua ação

pode estar errada, ser perniciosa, não servir ao progresso e ao revigoramento do país; é, porém, conhecida, está de finida e tem, por si, a vantagem da uni dade fundamental. Na França, porém,

vêrno: este deve, inevilàvelmentc, for-

tica de compromissos 6 realizável sem maiores danos, sem que subsista um estado de crise permanente; quando, po

rém, os dissídios ideológicos que sepa ram as correntes políticas são vivos e profundos, lançando-as em posições an tagônicas, inconciliáveis, a convivência,


Dicksto Econômico

46

mo o "Economist".

Há muita coisa do

tretanto, se será possível à nação conti

que foi feito nesse terreno que é muito

nuar avançando nesse caminho, sem que

boa — diz o velho órgão, acrescentando

sofra profundamente toda a sua estru tura econômica, a sua produção, a sua

que, ao menos, parece muito ])oa à

grande maioria do po\'o. A iguu'dade dos hábitos de alimentação que se verificou nos últimos oito anos, por exemplo, apresenta grande saldo de \'an-

riqueza, em conseqüência dos métodos e processos empregados para alcançar uma igualdade econômica que lhe parece excessiva, terrivelmente prejudi

DfCESTO

Econômico

47

dade cessa de ser benéfica quando se toma meramente destrutiva, quando bai xa o nível ao invés de elevar, quando põe mais atenção em lançar fora de suas posições os poderosos do que em elevar

severa austeridade de hábitos, que reve lam o clima sadio de uma nação e.\pe-

o humilde c o débil", diz o "Economist", sintetizando a sua crítica.

c os juizes de cabeleiras brancas. E a opinião pública ainda agora se apai.\ona

Aproxima-se a hora do julgamento da

pelo projeto de lei que detcnnina a sus

rimentada nos mais duros sacrifícios. E o socialismo convive amenamente com a

coroa, com o velho cerimonial da côrte

cial à comunidade. E assinala: "Isto está

política socialista do governo trabalhis

pensão da pena de morte por cinco anos.

ta inglês. Como se apresentará o Partido Trabalhista diante do eleitorado? Pros

Os Comuns, votando livres da determi

ça mais se beneficiou. Pode ser, como

impondo um custo econômico cada dia mais difícil de negar. Êstc efeito pode

críticos alegam, que o suprimento to

ser sentido na preguiça com que a eco

seguirá até lá no programa de reformas

tal da comida à comunidade não se apre sente completamente adequado; porém ninguém (exceto algumas vezes a União

nomia reage a qualquer estímulo por que a doutrina de "um pedaço justo pa ra todos" não vale para ninguém como estímulo para aumentar o bolo, a fim de

sociais paulatina, paciente, porém firmemcnte executado até agora? Ou se lança rá a uma nova política, a uma N. E. P.,

la suspensão; mas a Câmara dos Lordes, por 181 contra 28, impugnou a reforma, oferecendo um debate extremamente ilus

que atenda aos reclamos do individualis-

que ali mergulham no subconsciente da

tagens. O pobre come mais e o rico menos; e é difícil dizer quem na mudan

dos Mineiros) argúi que poderia ser van

nação do gabinete, se manifestaram pe

trativo do apego britânico às tradições,

alcançar para sí mesmo um maior pe

xno inglês e atenue o.s males da burocra-

alma nacional. E Lorde Llewellin, fa

daço. E pode ser sentido no custo de larga parte do apa

tízação entorpecente, retirando aos con

servadores sua grande arma de ataque?

maiores graus de

relho dc controle, que poderia tor

desigualdade — ou

nar-se desnecessá

Que preferiria hoje o inglês: mais riquemais poder como nação, ou maior igualdade econômica?

lando aos seus pares, advertiu que desde que a Câmara dos Comuns havia opina do pola suspensão da pena de niorte até

ao menos de ime

rio ou grandemen te simplificado se o govêrno permi

tajoso distribuí-la com menos igualdade. A maioria das pessoas, na Grã-Bretanha de hoje, concor daria em que os

recida desigualda de — que existi

ram

no passado

tisse a restauração

eram

em

do mecanismo do

si

mes

mos um mal. Nem

preço, o qual pode

se pode dizer que

ser injusto, porém

na

é seguramente efe

Grã-Bretanha

de antes da guer ra, em que tan

tas desigualdades de fortuna e "status" dependiam sim plesmente de circunstancias de nasci mento e herança, desigualdades de vi

Enquanto aguarda o momento de se

o pronunciamento da Casa dos Lor

des, o

numero de

assassínios au

mentara em relação à média ante

pronunciar nas urnas sobre essas ques

rior, em período equivalente.

tões culminantes para o seu destino, a

mento

Inglaterra prossegue no ritmo de sua vida aparentemente imutável, dentro da

para a defesa, pelo baluarte conserva dor, da pena e.xtrema...

que foi de

efeito

Argu decisivo

A recuperação econômica da França

tivo. E' impossí

vel a um inglês visitar um país co

Enquanto a Inglaterra se favorece da unidade substancial de orientação do seu

a sitbação é bem diferente.

Nenhum

partido ou corrente ideológica ó sufi cientemente forte para compor o go

mo a Bélgica ou a Suíça sem chegar à conclusão de que a deliberação de to lerar desigualdades por mais que isso

govêrno, a França emergiu dos abalos da guerra dividida — terrivelmente dividi

mar-se por coalizão.

da correspondiam a desigualdades de mé

possa ofender o moralista, produz certa

da — entre ideologias, grupos e corren

rito.

mente largos dividendos econômicos." Há uma inspiração partidária nessa rígida política imposta ao povo in glês — afirma o articulista — inspiração

tes. O Partido Trabalhista inglês de tém efetivamente o poder; tem um pro grama básico, com alvos certos e coe

Quando a divergência entre os parti dos é apenas de "nuances", essa polí

Que tenha sido possível ao povo

inglês, sem muitos conflitos abertos de classe, fazer essa larga marcha para

uma maior igualdade é, indubitàvelmente, do ponto de vista social e moral,

que se alimenta de inveja e malícia. Es

uma boa coisa.

sa desigualdade que se pretende estabe

Sem negar as vantagens coUiidas, o articulista do "Economist" indaga, en

lecer "à outrance" não favorece; enfra

quece e atrasa. "A perseguição da igual-

rentemente estabelecidos.

A sua ação

pode estar errada, ser perniciosa, não servir ao progresso e ao revigoramento do país; é, porém, conhecida, está de finida e tem, por si, a vantagem da uni dade fundamental. Na França, porém,

vêrno: este deve, inevilàvelmentc, for-

tica de compromissos 6 realizável sem maiores danos, sem que subsista um estado de crise permanente; quando, po

rém, os dissídios ideológicos que sepa ram as correntes políticas são vivos e profundos, lançando-as em posições an tagônicas, inconciliáveis, a convivência,


DicESTO

48

a forçada convivência delas no gover no, equívaie a ajuntar caranguejos fe

rinos no mesmo balaio. E a dispersão de esforços, a colisão dos pontos de vista, os choques de mentalidades e programas

ECONÓNflCO

muito inai.s da.s classes dirigentes do que

do po%'0, que conservou intactas as suas

reservas morais e as suas prendas cívicas, revelandü-se capaz dc empreender \"igoroso trabalho de reconstrução.

DrcRSTo

Econômico

dições dc vida, pelo confisco e redução da produção disponível. Lembra o articulista que quando os

49

pios áci p^anificação. Certamente, sem dependência das ordens dos invasores, a grande debilidade da economia frances<a

invasores ocuparam o território francês

reclamava medidas de racionamento. Po

já encontraram montada a máquina de

rém, aqueles que fala\am em nome de

O que a França .sofreu na sua eco-

"controle" da economia, estabelecido em

Vichy de propósito anemetiam contra a

ção uma situação de crises constantes,

nom a, em virtude- da conflagração, e

economia "liberal".

abertas, ou disfarçadas, e que vão con duzindo o governo ao entorpecimento e

o que já realizou para refazer a sua ri queza, vem descrito no artigo que Pierre Jolly, diretor-geral da Câmara do Co

v rtude da mobilização para a guerra de tòda a nação, sob o comando rígido do govêrno. Os dominadores se serviram dessa máquina em seu próprio benefício.

tenciam a um período para sempre trans

mércio de Paris, publica no núme

E puderam apcrfciçoá-la com a contri

posto.

ro dc maio da "Harvard Business Re-

de de ouro que êles profetizavam, não haveria mais lugar para a livre sível."

irredutíveis geram dentro da administra

à paralisia.

Nessa tragédia, compondo o seu go

De acordo com

eles, os conceitos que até 1939 haviam

governado a economia da França per

res — está vivendo a França, desde que

hostilidades ín ciais, a ocupação sub

reconquistou a sua dignidade de nação

seqüente e a 'iberíação — tiveram sé

buição do governo de Vichy, ao qual su geriram os nazistas uma série dc medi das legislativas e rcgulamenlares neces sárias á realíziição dc "uma completa economia planificada". Essa economia

independente, livrando-se do corrupto

rios efeitos sôbre a economia francesa.

serviria para abastecer a Alemanha; se

regime de Vichy. As coalizões de for ças políticas variam e se multiplicam como os arranjos das peças de um

Efeitos, tanto no plano material, como no plano moral" — diz o autor.

Iguma coisa sobrasse, caberia, então, à

"puzzle". É uma procura angustiante do

sados depois do armistício — de 1940

plicidade das auto-

centro de equilíbrio, que permita uma

até 1945 — em virtude dos bombardeios

do caramujo foi

ridades

adminis

ação coordenada e fecunda.

dos aliados e da campanha da liberta

objeto de um re

trativas,

as

ção.

dens dos invaso res sofreram cons

gulamento publi cado com grande

verno de socialistas moderados, de so cialistas e.xtremados, de católicos refor mistas, de comunistas e de conser\'ado-

Em vão,

todavia, até agora se sucederam as ten tativas.

Quando o Estado era discreto e mode rado nas suas intervenções, essa desorien tação governamental, essa ausência de

unidade de comando, já era nefasta. Que dizer, então, nos dias que correm,

"Tôdas as três fases da guerra — as

Os maiores danos foram, porém, cau

Êsses danos excederam de muito

os decorrentes da guerra 1914-1918, com a peculiaridade de que, no último con flito, as danifiçações se estenderam a

França.

Pierre Jolly esc'arece que, com a cum

tante

no

da parte da maio ria dos produtores

de no\'embro de

franceses. Mas, co

cia se expandiu

operações de guerra.

mo herança dani

fartamente.

nha desse período

gras e prescrições

morais no futuro da economia francesa. E comenta textualmente o autor:

cantes e colidentes.

a ocupação alemã isolou a França da

"Se bem que devamos corretamente

a libertação, a França. Apesar de tudo, porém, e'a ressurge, el? se refaz, ela se reconstró", graças à sua vitalidade na tural e às virtudes de seu grande povo — o que vai cada vez mais forta'ecendo

circunspecção

quase todo o país e a todos os centros industriais — naturalmente visados pelas

600 bilhões de francos. Por outro lado,

É êsse o drama agudo que vive, desde

Assim, prossegue o articulista, tudo entrou a ser regulamentado. Nenhuma iniciativa escapou. Mesmo o negócio

"Jounial Officiel"

em medidas e iniciativas as mais cho

mente em pandemônio e vertigens, uma

Somente a cha

mada liberdade "coletiva" seria admis

sabotagem

vez que a administração não sabe para que lado dirige, e se perde diariamente

nessas condições, se transforma real

iniciativa individual.

or

O total de propriedades danificadas atingiu a 1.840.000; e a destruição so frida pela agricultura, pela indústria, pelo comércio, pelo sistema de comuni cações, se estima em valor superior a

de desabusado dirigismo? O dirigismo,

No presente, como no futuro, ida

sombrio, ficou

1942.

o

próprio sistema — a "planificaçâo" — produzindo perniciosas conseqüências

A burocra

Re

emanadas da ad

ministração se mu'tiplicaram, quase sem pre tão difícei.s de compreender como de aplicar. A preocupação era "coletivizar" tudo. "E o resultado foi este: o comér

cio, a indústria e a agricultura se toma

economia mundial, enquanto era espo

proclamar que o govêrno de Vichy ten

liada pelos invasores de suas matérias-

tou, com relativo sucesso, reduzir ao

cia, enquanto a liberdade se refugiava

mínimo as requisições dos invasores,

no "mercado negro", que começou a flo

cuja insolência aumentava com o curso

rescer e a prosperar.

da guerra, é também necessário reconhe cer a sua adesão à planificaçâo; e assim

Era essa a situação vigente quando veio a libertação, em 1945. Os instru

procedeu, não porque fôsse obrigado a tal, mas porque acreditava nos princí-

mentos de trabalho hariani sido sensi

primas, dos produtos manufaturados e dos equipamentos industriais e agríco las. O capital humano foi também sen sivelmente desfalcado: 600 mil vítimas

a convicção de que a sua crise, como a

de guerra, sem considerar o acréscimo

de tantos outros países, foi uma crise

da mortalidade resultante das más con

vam mecanismos ao serviço da burocra

velmente atingidos. Eis os dados: 3.000


DicESTO

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a forçada convivência delas no gover no, equívaie a ajuntar caranguejos fe

rinos no mesmo balaio. E a dispersão de esforços, a colisão dos pontos de vista, os choques de mentalidades e programas

ECONÓNflCO

muito inai.s da.s classes dirigentes do que

do po%'0, que conservou intactas as suas

reservas morais e as suas prendas cívicas, revelandü-se capaz dc empreender \"igoroso trabalho de reconstrução.

DrcRSTo

Econômico

dições dc vida, pelo confisco e redução da produção disponível. Lembra o articulista que quando os

49

pios áci p^anificação. Certamente, sem dependência das ordens dos invasores, a grande debilidade da economia frances<a

invasores ocuparam o território francês

reclamava medidas de racionamento. Po

já encontraram montada a máquina de

rém, aqueles que fala\am em nome de

O que a França .sofreu na sua eco-

"controle" da economia, estabelecido em

Vichy de propósito anemetiam contra a

ção uma situação de crises constantes,

nom a, em virtude- da conflagração, e

economia "liberal".

abertas, ou disfarçadas, e que vão con duzindo o governo ao entorpecimento e

o que já realizou para refazer a sua ri queza, vem descrito no artigo que Pierre Jolly, diretor-geral da Câmara do Co

v rtude da mobilização para a guerra de tòda a nação, sob o comando rígido do govêrno. Os dominadores se serviram dessa máquina em seu próprio benefício.

tenciam a um período para sempre trans

mércio de Paris, publica no núme

E puderam apcrfciçoá-la com a contri

posto.

ro dc maio da "Harvard Business Re-

de de ouro que êles profetizavam, não haveria mais lugar para a livre sível."

irredutíveis geram dentro da administra

à paralisia.

Nessa tragédia, compondo o seu go

De acordo com

eles, os conceitos que até 1939 haviam

governado a economia da França per

res — está vivendo a França, desde que

hostilidades ín ciais, a ocupação sub

reconquistou a sua dignidade de nação

seqüente e a 'iberíação — tiveram sé

buição do governo de Vichy, ao qual su geriram os nazistas uma série dc medi das legislativas e rcgulamenlares neces sárias á realíziição dc "uma completa economia planificada". Essa economia

independente, livrando-se do corrupto

rios efeitos sôbre a economia francesa.

serviria para abastecer a Alemanha; se

regime de Vichy. As coalizões de for ças políticas variam e se multiplicam como os arranjos das peças de um

Efeitos, tanto no plano material, como no plano moral" — diz o autor.

Iguma coisa sobrasse, caberia, então, à

"puzzle". É uma procura angustiante do

sados depois do armistício — de 1940

plicidade das auto-

centro de equilíbrio, que permita uma

até 1945 — em virtude dos bombardeios

do caramujo foi

ridades

adminis

ação coordenada e fecunda.

dos aliados e da campanha da liberta

objeto de um re

trativas,

as

ção.

dens dos invaso res sofreram cons

gulamento publi cado com grande

verno de socialistas moderados, de so cialistas e.xtremados, de católicos refor mistas, de comunistas e de conser\'ado-

Em vão,

todavia, até agora se sucederam as ten tativas.

Quando o Estado era discreto e mode rado nas suas intervenções, essa desorien tação governamental, essa ausência de

unidade de comando, já era nefasta. Que dizer, então, nos dias que correm,

"Tôdas as três fases da guerra — as

Os maiores danos foram, porém, cau

Êsses danos excederam de muito

os decorrentes da guerra 1914-1918, com a peculiaridade de que, no último con flito, as danifiçações se estenderam a

França.

Pierre Jolly esc'arece que, com a cum

tante

no

da parte da maio ria dos produtores

de no\'embro de

franceses. Mas, co

cia se expandiu

operações de guerra.

mo herança dani

fartamente.

nha desse período

gras e prescrições

morais no futuro da economia francesa. E comenta textualmente o autor:

cantes e colidentes.

a ocupação alemã isolou a França da

"Se bem que devamos corretamente

a libertação, a França. Apesar de tudo, porém, e'a ressurge, el? se refaz, ela se reconstró", graças à sua vitalidade na tural e às virtudes de seu grande povo — o que vai cada vez mais forta'ecendo

circunspecção

quase todo o país e a todos os centros industriais — naturalmente visados pelas

600 bilhões de francos. Por outro lado,

É êsse o drama agudo que vive, desde

Assim, prossegue o articulista, tudo entrou a ser regulamentado. Nenhuma iniciativa escapou. Mesmo o negócio

"Jounial Officiel"

em medidas e iniciativas as mais cho

mente em pandemônio e vertigens, uma

Somente a cha

mada liberdade "coletiva" seria admis

sabotagem

vez que a administração não sabe para que lado dirige, e se perde diariamente

nessas condições, se transforma real

iniciativa individual.

or

O total de propriedades danificadas atingiu a 1.840.000; e a destruição so frida pela agricultura, pela indústria, pelo comércio, pelo sistema de comuni cações, se estima em valor superior a

de desabusado dirigismo? O dirigismo,

No presente, como no futuro, ida

sombrio, ficou

1942.

o

próprio sistema — a "planificaçâo" — produzindo perniciosas conseqüências

A burocra

Re

emanadas da ad

ministração se mu'tiplicaram, quase sem pre tão difícei.s de compreender como de aplicar. A preocupação era "coletivizar" tudo. "E o resultado foi este: o comér

cio, a indústria e a agricultura se toma

economia mundial, enquanto era espo

proclamar que o govêrno de Vichy ten

liada pelos invasores de suas matérias-

tou, com relativo sucesso, reduzir ao

cia, enquanto a liberdade se refugiava

mínimo as requisições dos invasores,

no "mercado negro", que começou a flo

cuja insolência aumentava com o curso

rescer e a prosperar.

da guerra, é também necessário reconhe cer a sua adesão à planificaçâo; e assim

Era essa a situação vigente quando veio a libertação, em 1945. Os instru

procedeu, não porque fôsse obrigado a tal, mas porque acreditava nos princí-

mentos de trabalho hariani sido sensi

primas, dos produtos manufaturados e dos equipamentos industriais e agríco las. O capital humano foi também sen sivelmente desfalcado: 600 mil vítimas

a convicção de que a sua crise, como a

de guerra, sem considerar o acréscimo

de tantos outros países, foi uma crise

da mortalidade resultante das más con

vam mecanismos ao serviço da burocra

velmente atingidos. Eis os dados: 3.000


Dioesto

50

Econômico

pontes e túneis destruídos ou danifica

inúteis encargos financeiros, uma vez

dos; o tráfego ferroviário só era possí vel em 18.000 quilômetros; 5.000 qui

que o Estado empregador tem também uma maneira de comerciar que lhe é

lômetros de linhas a serem reconstruí peculiar." dos; das 17 mil locomotivas existentes ' E o autor assinala que a tendência à

no início da guerra, só 3.000 estavam

nacionalização criou, no mundo de negó

em uso; dos 460 mil carros de tran."»-

cio, um ambiente de incerteza e ansie

porte rodoviário, só 156.000 se encon

dade prejudicial, ao mesmo tempo que

travam em condições de tráfego; a na

alimentou assustadora e.xpansão burocrá

vegação interna praticamente impedida;

tica, "contribuindo, assim, para agra

portos marítimos, sèriamente danificados;

var uma situação caracteriMda pelo ex

estradas de rodagem prejudicadas, na proporção de 40% de sua extensão; pro

cessivo crescimento do estatismo e a

dução de carvão reduzida a nível ínfimo,.

e, em conseqüência, a produção de ener

novas instalações hidrelétricas.

vêzes os preços do mercado negro são menos artificiais do que os do mercado

cons'derando, há vários fatôres de en

oficia'.

A colaboração do trabalho e do capital

corajamento que, segundo seu ponto de vista, exqjlicam os resultados ultima

promovida atraxós dos "comitês d'enterpr'Ee", o .seguro social, o horário redu

ficada está em dec'mio; nem todos os

des foram libertadas da regulamentação. "O país que fez às suas expensas a

pensáveis. Mas fôra lícito esperar que se inaugurasse um período de transição, como uma passagem à normalidade. Tal,

poi'ém, não aconteceu. O mecanismo dírigista montado pelo govôrno de Vichy

se livrou da ocupação do inimigo.

foi mantido, e passou a ser usado em tôdas as suas peças, apenas com mu

dança de pessoal, de nomenclatura e certa variação de processos.

Isto é:

o espírito de "planíficação" continuou a dominar a economia francesa; as regu lamentações se mantiveram, complicadas

lidade: a partir dc outubro de 1944, o índice de preços subiu de 265 a 545 em dezembro

deseja respirar, o

bro de. 1947 atin

ser

giu a 1.217, e em

mais largamente", acentua Jolly.

janeiro

de

1948

E

1.437.

o Estado se priva de importantes re cursos fiscais e toma sôbre si novos e

de p'aiiif cadora e dirigista predominou na França, diz Pierre Jolly; e quem hoje ousa censurá-la é apontado como "reácionário".

O.s resultado.s não foram estimulantes.

caso

o

da

provas de reerguimento, e motivos de confiança no futuro, diz o artigo que

ficava anteriormente.

analisamos.

minante disso é que no campo se vive

Utica de sufocação, a Fraxrça oferece

As melhoras são substan

ção interna, em 1947, já havia alcan çado a proporção de 70% em referên cia a 1938; a capacidade de utilização

mento da maioria do país. E comenta: "Através dessa atividade nacionaMzadora,

no

mais

tatísticas indicam um fenômeno digno de nota: há uma fuga da cidade ptua o campo, ao contrário do que se veri

de todos êsses contratempos, dessa po-

difícil, ao contrário do que acontece com a liberdade — muito mais fácil de elimi

E assim, a planíficação, a mentalida

livre

agricultura as es

Apesar, todavia,

mais na proporção de 90%; a navega

nar do que de restaurar.

da indús

tria e do comércio,

governamental, porém aboli-la é muito

va assim o seu tributo — diz a exposi

amarga experiência do ".contròle" buro crático

companhias de seguros se tomaram pro

criar um departamento, uma "agência"

No ano de 1947, muitas ativida

1945; e a 842 em 1946; em dezem

e decepcionantes na sua ap'icação. E mais uma vez se comprovou que é fácil

dias.

bancos privados, as companhias de gás e de eletricidade, e um certo número de

ção de Pierre Jolly — a onda de coletivízação que estava, então, envolvendo a Europa", depois de pôr em dúvida que tal orientação correspondesse ao senti

mente apresentados: a economia plani

tica — resultaram efetivamente nesta rea

As

economia em colapso, quando o país

priedade do Estado. "A França paga

Para o articulista cuja opinião estamos

últimos tendem a aumentar todos os

nomia de escassez, certas medidas de

a ocupação, secretamente, pelo Conse

e reprimir todos os abusos; e muitas

portunas, outras desviadas de seu ver dadeiro objetivo pe'a exploração polí

fiscalização e de d'reção seriam indis

lho Nacional da Resistência. As fábri cas Renault, o Banco de França, outros

tante que a melhor polícia cconóm"ca não dispõe dc meios de controlar tudo

Certamente, acentua o autor, ninguém

poderia pretender que a liberdade plena

tar tão precária que reclamou assi.stência

declara haver sido deliberada durante

ta resu t-ados superiores aos de 1938. A

energia e'ctrica produzida também co bre a daquele ano, e a capacidade de produção será muito elevada com as

econômico testemunha de maneira cons

preços estão agora fLxados; há setores

inteiramente destruídas; situação alimen

zação das grandes empresas, que o autor

quanto á produção de c;u-vão, a França é o único país na Europa que apresen

sob contnVe, e setores livres, e êstes

dificu'dades perduravam; e numa eco

Iniciou-se, então, a fase da nacionali

O "mercado negro" subsistia, zomban

do da regulamunlayão e da vigilância; e a permanência dcs.se "underground"

tos de salário — medidas algumas ino

fosse rapidamente reconquistada.

sições forçadas dos nazistas. Era, assim, a economia francesa uma

51

zido de trabalho, os sucessivos aumen

barragens; refinarias de gasohna quase

de matérias-primas, em virtude de requi

EcoNÓNnco

conseqüente continuação da economia planificada".

gia elétrica dim nuída, sem falar nos prejuízos resultantes da danificaçãó das

dos aliados; escassez de mão-de-obra e

Digesto

ciais.

As estradas de rodagem estão

restabe'ecídas nas suas condiçüe.s nor

E a causa deter

agora me'hor e mais livremente do que nas cidades.

A França tem ainda dificuldades bá

sicas a vencer na atual conjimtura: a pobreza de matérias-primas a começar

pelo carvão; a substituição dos equipa

dos portos eqüivale à existente em 1939;

mentos ob.soletos; a escassa alimentação

o sistema ferroviário está sendo restau

dos operários das cidades; a perturbação

rado eficientemente. A produção indus

constante, resultante das corridas entre

trial, com a permissão recente da se mana de 48 horas, já excede os níveis

salários e preços. E, também, as in quietações da política interna, desorde

de 1938, e vai em ascensão.

nada, mconsistenle e contraditória.

Também


Dioesto

50

Econômico

pontes e túneis destruídos ou danifica

inúteis encargos financeiros, uma vez

dos; o tráfego ferroviário só era possí vel em 18.000 quilômetros; 5.000 qui

que o Estado empregador tem também uma maneira de comerciar que lhe é

lômetros de linhas a serem reconstruí peculiar." dos; das 17 mil locomotivas existentes ' E o autor assinala que a tendência à

no início da guerra, só 3.000 estavam

nacionalização criou, no mundo de negó

em uso; dos 460 mil carros de tran."»-

cio, um ambiente de incerteza e ansie

porte rodoviário, só 156.000 se encon

dade prejudicial, ao mesmo tempo que

travam em condições de tráfego; a na

alimentou assustadora e.xpansão burocrá

vegação interna praticamente impedida;

tica, "contribuindo, assim, para agra

portos marítimos, sèriamente danificados;

var uma situação caracteriMda pelo ex

estradas de rodagem prejudicadas, na proporção de 40% de sua extensão; pro

cessivo crescimento do estatismo e a

dução de carvão reduzida a nível ínfimo,.

e, em conseqüência, a produção de ener

novas instalações hidrelétricas.

vêzes os preços do mercado negro são menos artificiais do que os do mercado

cons'derando, há vários fatôres de en

oficia'.

A colaboração do trabalho e do capital

corajamento que, segundo seu ponto de vista, exqjlicam os resultados ultima

promovida atraxós dos "comitês d'enterpr'Ee", o .seguro social, o horário redu

ficada está em dec'mio; nem todos os

des foram libertadas da regulamentação. "O país que fez às suas expensas a

pensáveis. Mas fôra lícito esperar que se inaugurasse um período de transição, como uma passagem à normalidade. Tal,

poi'ém, não aconteceu. O mecanismo dírigista montado pelo govôrno de Vichy

se livrou da ocupação do inimigo.

foi mantido, e passou a ser usado em tôdas as suas peças, apenas com mu

dança de pessoal, de nomenclatura e certa variação de processos.

Isto é:

o espírito de "planíficação" continuou a dominar a economia francesa; as regu lamentações se mantiveram, complicadas

lidade: a partir dc outubro de 1944, o índice de preços subiu de 265 a 545 em dezembro

deseja respirar, o

bro de. 1947 atin

ser

giu a 1.217, e em

mais largamente", acentua Jolly.

janeiro

de

1948

E

1.437.

o Estado se priva de importantes re cursos fiscais e toma sôbre si novos e

de p'aiiif cadora e dirigista predominou na França, diz Pierre Jolly; e quem hoje ousa censurá-la é apontado como "reácionário".

O.s resultado.s não foram estimulantes.

caso

o

da

provas de reerguimento, e motivos de confiança no futuro, diz o artigo que

ficava anteriormente.

analisamos.

minante disso é que no campo se vive

Utica de sufocação, a Fraxrça oferece

As melhoras são substan

ção interna, em 1947, já havia alcan çado a proporção de 70% em referên cia a 1938; a capacidade de utilização

mento da maioria do país. E comenta: "Através dessa atividade nacionaMzadora,

no

mais

tatísticas indicam um fenômeno digno de nota: há uma fuga da cidade ptua o campo, ao contrário do que se veri

de todos êsses contratempos, dessa po-

difícil, ao contrário do que acontece com a liberdade — muito mais fácil de elimi

E assim, a planíficação, a mentalida

livre

agricultura as es

Apesar, todavia,

mais na proporção de 90%; a navega

nar do que de restaurar.

da indús

tria e do comércio,

governamental, porém aboli-la é muito

va assim o seu tributo — diz a exposi

amarga experiência do ".contròle" buro crático

companhias de seguros se tomaram pro

criar um departamento, uma "agência"

No ano de 1947, muitas ativida

1945; e a 842 em 1946; em dezem

e decepcionantes na sua ap'icação. E mais uma vez se comprovou que é fácil

dias.

bancos privados, as companhias de gás e de eletricidade, e um certo número de

ção de Pierre Jolly — a onda de coletivízação que estava, então, envolvendo a Europa", depois de pôr em dúvida que tal orientação correspondesse ao senti

mente apresentados: a economia plani

tica — resultaram efetivamente nesta rea

As

economia em colapso, quando o país

priedade do Estado. "A França paga

Para o articulista cuja opinião estamos

últimos tendem a aumentar todos os

nomia de escassez, certas medidas de

a ocupação, secretamente, pelo Conse

e reprimir todos os abusos; e muitas

portunas, outras desviadas de seu ver dadeiro objetivo pe'a exploração polí

fiscalização e de d'reção seriam indis

lho Nacional da Resistência. As fábri cas Renault, o Banco de França, outros

tante que a melhor polícia cconóm"ca não dispõe dc meios de controlar tudo

Certamente, acentua o autor, ninguém

poderia pretender que a liberdade plena

tar tão precária que reclamou assi.stência

declara haver sido deliberada durante

ta resu t-ados superiores aos de 1938. A

energia e'ctrica produzida também co bre a daquele ano, e a capacidade de produção será muito elevada com as

econômico testemunha de maneira cons

preços estão agora fLxados; há setores

inteiramente destruídas; situação alimen

zação das grandes empresas, que o autor

quanto á produção de c;u-vão, a França é o único país na Europa que apresen

sob contnVe, e setores livres, e êstes

dificu'dades perduravam; e numa eco

Iniciou-se, então, a fase da nacionali

O "mercado negro" subsistia, zomban

do da regulamunlayão e da vigilância; e a permanência dcs.se "underground"

tos de salário — medidas algumas ino

fosse rapidamente reconquistada.

sições forçadas dos nazistas. Era, assim, a economia francesa uma

51

zido de trabalho, os sucessivos aumen

barragens; refinarias de gasohna quase

de matérias-primas, em virtude de requi

EcoNÓNnco

conseqüente continuação da economia planificada".

gia elétrica dim nuída, sem falar nos prejuízos resultantes da danificaçãó das

dos aliados; escassez de mão-de-obra e

Digesto

ciais.

As estradas de rodagem estão

restabe'ecídas nas suas condiçüe.s nor

E a causa deter

agora me'hor e mais livremente do que nas cidades.

A França tem ainda dificuldades bá

sicas a vencer na atual conjimtura: a pobreza de matérias-primas a começar

pelo carvão; a substituição dos equipa

dos portos eqüivale à existente em 1939;

mentos ob.soletos; a escassa alimentação

o sistema ferroviário está sendo restau

dos operários das cidades; a perturbação

rado eficientemente. A produção indus

constante, resultante das corridas entre

trial, com a permissão recente da se mana de 48 horas, já excede os níveis

salários e preços. E, também, as in quietações da política interna, desorde

de 1938, e vai em ascensão.

nada, mconsistenle e contraditória.

Também


b

-jT

Dicesto Econômico

52

o govêrno Schuman, que é uma col cha de retalhos, oscila entre solicitações

colidentes, emergindo de uma crise que

lhe ameaça a sobrevivência para cair em outra. As necessidades eleitorais dos

partidos que se apóiam na classe mé dia impedem a demissão de 150 mil

funcionários — imenso corpo supérfluo que devora parasitàríamente as rendas do Estado. A subvenção às escolas re

ligiosas põe em xeque a fôrça do M.R.P., cuja base mais sólida é o eleitorado ca tólico, ao qual, de seu lado, o General De Gaulle acena com uma política de resistência vigorosa à e.xtrema esquer da. Assim, entre Scylla e Charybdis,

termos do acordo comercial e do acordo

dos pagamentos, celebrados entre o Brasil e a Grã-Bretanha.

Depois de assinalar que o ajuste das

quando se criaram precedentes de ope

guerra para aniquilar uma parte consi

rações similares com outros países. Nu ma realística análise da situação, rião é

derável do que subsiste dos dizimados

acumulado em resgate de títulos de empréstimos brasileiros e compra de empresas de capital inglês instaladas no Brasil, não foram enunciados pormenores que permitam prever como se reali

zarão essas operações.

"Isto foi dei

de f$l2.8 milhões,

milhões.

de 1938, e de f.$20.7 milliões, de 1939; e que do saldo acumu lado de esterlinos, que era, na data dos acôrdos, de í$50 milhões, 10 milhões

mas velhas de 10

— deve responder por reclamações con

tra o Brasil (algu

serão transferidos pa

anos) da parte de companhias britâni

ra aphcação no in

cas, cujas proprie

dades foram expropriadas ou prejudícadàs. O comentário fi nal do "Economist"

o fim de 1949, mediante prévio enten dimento entre as partes contratantes (o que, segundo o comentário do jornal, constitui uma generosa concessão da

sôbre os acordos fir

parte do Brasil), o "Economist" acen

redigido:

tua que, quanto à aplicação do saldo

uma solução que já havia sido virtual-

mados

está

assim

"As cláusulas fi-

rioso salientar que o Brasil, não menos

de seis vêzes faltoso no pagamento de sua dívida externa, no último quarto de século, se aproveita do acidente da

investímentos britânicos naquele pais."

Compras na América Latina para o plano Marshall A "Economic Cooperation Administration" (E.C.A.) adotou uma atitude de expectativa e de protelação, relativa

quando não fôr possível obter de ou tras fontes os artigos necessários.

timos às nações da Europa ocidental,

tino-amer.canos a facilitarem créditos às nações européias, eni

mente à concessão de auxílios ou emprés para as compras que devem ser feitas na América Latina. É es

A E.C.A. está preocupada em en contrar meios de encorajar os países lapagamento pelo me

nos de parte do que

ta a informação que

fornecerem e a rece

divulga "The Joumal

berem em pagamento

of Commerce", de 24

Parte do saldo acumulado — elucida ainda o "Economist"

dorias previsto, sendo 6 milhões em 4 prestações anuais iguais, e 4 milhões até

O sacrifício dos investimentos britânicos

nerável, investimento que é permitido aos estrangeiros manter em quase todos os países. Porém, não será nada inju-

ximo...

uma avaliação do mercado de í$66S

tercâmbio de merca

favoráveis, sob o ponto-de-vista britâ nico, do que os brasileiros pretendiam.

necessário verter lagrimas pela venda das emprôsas — o pior, porque o mais vul

jnente decidida, de há muito, desde

rante o ano de 1948,

total de í$68.5 mi lhões de libras du

nanceiras do ajuste não são piores do que se esperava, e são bastante mais

cês, à procura de uma estabilidade que não se enxerga em horizonte pró

em confronto com o

vê um movimento

53

contra o anormal saldo acumulado pelo Brasil em conseqüência da guerra era

xado para ser objeto de negociações em tôrno de cada companhia" — diz o gran de órgão londrino, esclarecendo ainda que, aos preços atuais, os empréstimos do govêrno brasileiro em esterlinos têm

trocas recíprocas pre

EcONÓNnCO

vai a marcha sinuosa do governo fran

Acordo Brasil—Grã-Bretanha o "Economist", na sua edição de 29 de maio passado, resume e comenta os

DiCESTO

do

moedas européias. E também se preocupa em evitar que a Amé rica Latina exija pre

ano corrente, nada ou

ços excessivos pela.s

de maio passado; e es

clarece que, antes do último

trimestre

quase nada será despendido nos países da yVmérica

mercadorias aue ven der.

Latina, da

Para obter o seu

verba total de um bi lhão e meio ou dois

objetivo com relação aos pontos relaciona

bilhões de dólares, re

servados para aquisi ções nos mesmos pai

ses pelas dezesseis

^ nações européias,

a serem beneficiadas pelo plano Mar shall, segundo o esquema estabele cido.

Só excepcionalmente se realizarão com pras antes da época mencionada, i

dos, a E.C.A. dispo rá de imenso poder de negociação, e em

face da escassez de dó'ares que aflige a América Latina, a política protelatória

que a E.C.A. adotou já está sendo con-

s dtrada como expressão dêsse poder. O comentário do "The Joumal "aí Commerce" assinala que a ação da


b

-jT

Dicesto Econômico

52

o govêrno Schuman, que é uma col cha de retalhos, oscila entre solicitações

colidentes, emergindo de uma crise que

lhe ameaça a sobrevivência para cair em outra. As necessidades eleitorais dos

partidos que se apóiam na classe mé dia impedem a demissão de 150 mil

funcionários — imenso corpo supérfluo que devora parasitàríamente as rendas do Estado. A subvenção às escolas re

ligiosas põe em xeque a fôrça do M.R.P., cuja base mais sólida é o eleitorado ca tólico, ao qual, de seu lado, o General De Gaulle acena com uma política de resistência vigorosa à e.xtrema esquer da. Assim, entre Scylla e Charybdis,

termos do acordo comercial e do acordo

dos pagamentos, celebrados entre o Brasil e a Grã-Bretanha.

Depois de assinalar que o ajuste das

quando se criaram precedentes de ope

guerra para aniquilar uma parte consi

rações similares com outros países. Nu ma realística análise da situação, rião é

derável do que subsiste dos dizimados

acumulado em resgate de títulos de empréstimos brasileiros e compra de empresas de capital inglês instaladas no Brasil, não foram enunciados pormenores que permitam prever como se reali

zarão essas operações.

"Isto foi dei

de f$l2.8 milhões,

milhões.

de 1938, e de f.$20.7 milliões, de 1939; e que do saldo acumu lado de esterlinos, que era, na data dos acôrdos, de í$50 milhões, 10 milhões

mas velhas de 10

— deve responder por reclamações con

tra o Brasil (algu

serão transferidos pa

anos) da parte de companhias britâni

ra aphcação no in

cas, cujas proprie

dades foram expropriadas ou prejudícadàs. O comentário fi nal do "Economist"

o fim de 1949, mediante prévio enten dimento entre as partes contratantes (o que, segundo o comentário do jornal, constitui uma generosa concessão da

sôbre os acordos fir

parte do Brasil), o "Economist" acen

redigido:

tua que, quanto à aplicação do saldo

uma solução que já havia sido virtual-

mados

está

assim

"As cláusulas fi-

rioso salientar que o Brasil, não menos

de seis vêzes faltoso no pagamento de sua dívida externa, no último quarto de século, se aproveita do acidente da

investímentos britânicos naquele pais."

Compras na América Latina para o plano Marshall A "Economic Cooperation Administration" (E.C.A.) adotou uma atitude de expectativa e de protelação, relativa

quando não fôr possível obter de ou tras fontes os artigos necessários.

timos às nações da Europa ocidental,

tino-amer.canos a facilitarem créditos às nações européias, eni

mente à concessão de auxílios ou emprés para as compras que devem ser feitas na América Latina. É es

A E.C.A. está preocupada em en contrar meios de encorajar os países lapagamento pelo me

nos de parte do que

ta a informação que

fornecerem e a rece

divulga "The Joumal

berem em pagamento

of Commerce", de 24

Parte do saldo acumulado — elucida ainda o "Economist"

dorias previsto, sendo 6 milhões em 4 prestações anuais iguais, e 4 milhões até

O sacrifício dos investimentos britânicos

nerável, investimento que é permitido aos estrangeiros manter em quase todos os países. Porém, não será nada inju-

ximo...

uma avaliação do mercado de í$66S

tercâmbio de merca

favoráveis, sob o ponto-de-vista britâ nico, do que os brasileiros pretendiam.

necessário verter lagrimas pela venda das emprôsas — o pior, porque o mais vul

jnente decidida, de há muito, desde

rante o ano de 1948,

total de í$68.5 mi lhões de libras du

nanceiras do ajuste não são piores do que se esperava, e são bastante mais

cês, à procura de uma estabilidade que não se enxerga em horizonte pró

em confronto com o

vê um movimento

53

contra o anormal saldo acumulado pelo Brasil em conseqüência da guerra era

xado para ser objeto de negociações em tôrno de cada companhia" — diz o gran de órgão londrino, esclarecendo ainda que, aos preços atuais, os empréstimos do govêrno brasileiro em esterlinos têm

trocas recíprocas pre

EcONÓNnCO

vai a marcha sinuosa do governo fran

Acordo Brasil—Grã-Bretanha o "Economist", na sua edição de 29 de maio passado, resume e comenta os

DiCESTO

do

moedas européias. E também se preocupa em evitar que a Amé rica Latina exija pre

ano corrente, nada ou

ços excessivos pela.s

de maio passado; e es

clarece que, antes do último

trimestre

quase nada será despendido nos países da yVmérica

mercadorias aue ven der.

Latina, da

Para obter o seu

verba total de um bi lhão e meio ou dois

objetivo com relação aos pontos relaciona

bilhões de dólares, re

servados para aquisi ções nos mesmos pai

ses pelas dezesseis

^ nações européias,

a serem beneficiadas pelo plano Mar shall, segundo o esquema estabele cido.

Só excepcionalmente se realizarão com pras antes da época mencionada, i

dos, a E.C.A. dispo rá de imenso poder de negociação, e em

face da escassez de dó'ares que aflige a América Latina, a política protelatória

que a E.C.A. adotou já está sendo con-

s dtrada como expressão dêsse poder. O comentário do "The Joumal "aí Commerce" assinala que a ação da


-r.

54

E.C.A - com relação às compras da América Latina não está bem definida;

e que, sem dúvida, em muitos casos, os

Dicesto Econômico

choques e dificuldades hão de ser re solvidos com critérios políticos, sob a orientação do Departamento do Estado.

A CRISE DO LIVRO Nelson Werneck Sodré

ÜNiBonA, no conjunto das operações do mundo comercial brasileiro, a

sua importância nunca tenha sido muito

grande, do .ponto de vista do volume de numerário em

'f

. '

I»» / j y. •

movimento, o comércio

senvolvimento, uma vitalidade que, mes mo em Face de sua apoucada impor

liaridades singulares. O comércio do livro surgiu, no Brasil, muito antes de sua indústria, e atravessando largo pe ríodo em que, por falta de indústria

própria, constituímos, mercado de ex pansão do livro feito fora do país. As

sim, o comércio precedeu a indústria, no setor do livro, e isso t.eve motivos

bem fundados.

Só quando êsse comér

Essa arritmin, que foi constante,"

importou na condenação aos esforços pa ra montagem de uma indústria que fi zesse do 1í\t:o, unicamente, a sua base.

A adaptação de indústiãa desse tipo a fina idades paralelas, embora viável, era menos fácil do que a da indústria gráfi ca comum à produção de 1í\tos.

Mas a própria indústria gráfica é relativamente recente, no Brasil.

Sua

história não data de muitos decênios.

Isso deriva de condições que nos fo ram próprias, e que tentaremos esbo çar. Muito se tem escrito a propósi

to das tentativas de introdução do aparelhamento gráfico, no Brasil, na fa.se

co'onial, e do interesse que a metrópole sempre teve em contrariar essas inicia

livro; c apareceu de duas formas; ou era uma indústria gráfica já constituí da que passava a alargar o seu âmbi

tivas, a tal ponto que a imprensa brasi'eira só apareceu com o advento da corte lusa do príncipe D. João. Está fora de dúvida que o aparelhamento

tra-marchas. que refletiam as situações

dé melhoria e de declínio, quando a in.tjk, I .

veis.

tância é que apareceu a indústria do

era uma indústria especifica, que sur gia desde logo dedicada ao Ií\to. Como é natural, o primeiro caso foi o corren te, e isso possibilitou as marchas e con-

te da atual situação econômica internacional, adotam regime estritamente limitado, incluindo entre as mercadorias de luxo quantidade sempre iruiior do produtos.

quando ela se desinteressava do livro, amparada por outros setores mais está

cio atingiu um nível de relativa impor

to de ação fazendo também o livro, ou

quanto os países importadores continuarem a seguir política rigidamente restritiva aas importações não essenciais e. volupiuárias. Todos o$ países importadores, dian

desorganização da economia mundial,

•dústria gráfica se dedicava ao 1í\to, ou

cado de livros, entre nós; tinha pecu

de Roma, relativamente ao assunto, possuem poucas prolísbilidades de e.dlo, en

cado de livros é apenas um reflexo da acarretada pela guerra.

cação que o acompanhava. Compor tando dois aspectos, o industrial e o co mercial, o problema da expansão do mer

^1'

Mostra o nosso co-

laborador que a aflitiva situação do mer

ascenção que prometia melhores tempos, em - particular se em confronto com o ■pouco que representava, em tempos mui•to-*próxiihos. *Era um comércio recen te, entre nós, e revelava, no seu de

dice de nosso progresso c da diversifi

que recentemente estiveram reunidos em San Remo. O rninistro Aícrzagora aludiu também a este problema, afirmãndò que todas as medidas adotadas pelo govêruo

do sumo interússe.

de livros, entre nós, teve uma fase de

tância, constituia-sc como relevante ín

As flores italianas dificilmente têm logrado vazão para o exterior. O govêriio vem desenvolvendo esforços no sentido de atender às solicitações dos cultivadores,

A matéria desenvolvida nesse artigo é

gráfico, mesmo nas condições insipien tes do tempo, foi consklerado com des confiança pelos dominadores do Bra sil, como em outras partes do mundo, e por outros povos colonizadores. Isso é uma vellia história.

O que parece


-r.

54

E.C.A - com relação às compras da América Latina não está bem definida;

e que, sem dúvida, em muitos casos, os

Dicesto Econômico

choques e dificuldades hão de ser re solvidos com critérios políticos, sob a orientação do Departamento do Estado.

A CRISE DO LIVRO Nelson Werneck Sodré

ÜNiBonA, no conjunto das operações do mundo comercial brasileiro, a

sua importância nunca tenha sido muito

grande, do .ponto de vista do volume de numerário em

'f

. '

I»» / j y. •

movimento, o comércio

senvolvimento, uma vitalidade que, mes mo em Face de sua apoucada impor

liaridades singulares. O comércio do livro surgiu, no Brasil, muito antes de sua indústria, e atravessando largo pe ríodo em que, por falta de indústria

própria, constituímos, mercado de ex pansão do livro feito fora do país. As

sim, o comércio precedeu a indústria, no setor do livro, e isso t.eve motivos

bem fundados.

Só quando êsse comér

Essa arritmin, que foi constante,"

importou na condenação aos esforços pa ra montagem de uma indústria que fi zesse do 1í\t:o, unicamente, a sua base.

A adaptação de indústiãa desse tipo a fina idades paralelas, embora viável, era menos fácil do que a da indústria gráfi ca comum à produção de 1í\tos.

Mas a própria indústria gráfica é relativamente recente, no Brasil.

Sua

história não data de muitos decênios.

Isso deriva de condições que nos fo ram próprias, e que tentaremos esbo çar. Muito se tem escrito a propósi

to das tentativas de introdução do aparelhamento gráfico, no Brasil, na fa.se

co'onial, e do interesse que a metrópole sempre teve em contrariar essas inicia

livro; c apareceu de duas formas; ou era uma indústria gráfica já constituí da que passava a alargar o seu âmbi

tivas, a tal ponto que a imprensa brasi'eira só apareceu com o advento da corte lusa do príncipe D. João. Está fora de dúvida que o aparelhamento

tra-marchas. que refletiam as situações

dé melhoria e de declínio, quando a in.tjk, I .

veis.

tância é que apareceu a indústria do

era uma indústria especifica, que sur gia desde logo dedicada ao Ií\to. Como é natural, o primeiro caso foi o corren te, e isso possibilitou as marchas e con-

te da atual situação econômica internacional, adotam regime estritamente limitado, incluindo entre as mercadorias de luxo quantidade sempre iruiior do produtos.

quando ela se desinteressava do livro, amparada por outros setores mais está

cio atingiu um nível de relativa impor

to de ação fazendo também o livro, ou

quanto os países importadores continuarem a seguir política rigidamente restritiva aas importações não essenciais e. volupiuárias. Todos o$ países importadores, dian

desorganização da economia mundial,

•dústria gráfica se dedicava ao 1í\to, ou

cado de livros, entre nós; tinha pecu

de Roma, relativamente ao assunto, possuem poucas prolísbilidades de e.dlo, en

cado de livros é apenas um reflexo da acarretada pela guerra.

cação que o acompanhava. Compor tando dois aspectos, o industrial e o co mercial, o problema da expansão do mer

^1'

Mostra o nosso co-

laborador que a aflitiva situação do mer

ascenção que prometia melhores tempos, em - particular se em confronto com o ■pouco que representava, em tempos mui•to-*próxiihos. *Era um comércio recen te, entre nós, e revelava, no seu de

dice de nosso progresso c da diversifi

que recentemente estiveram reunidos em San Remo. O rninistro Aícrzagora aludiu também a este problema, afirmãndò que todas as medidas adotadas pelo govêruo

do sumo interússe.

de livros, entre nós, teve uma fase de

tância, constituia-sc como relevante ín

As flores italianas dificilmente têm logrado vazão para o exterior. O govêriio vem desenvolvendo esforços no sentido de atender às solicitações dos cultivadores,

A matéria desenvolvida nesse artigo é

gráfico, mesmo nas condições insipien tes do tempo, foi consklerado com des confiança pelos dominadores do Bra sil, como em outras partes do mundo, e por outros povos colonizadores. Isso é uma vellia história.

O que parece


y ' * fmw^nr DicESTO

56

também fora de dúvida, entretanto, c não tem sido levado em consideração,

é que a introdução do aparelhamento grá fico corresponde a uma necessidade im periosa do meio; êle surge no seu mo

EcoNó>nco

teressar-se pelas técnicas materiais de transmissão da cultura, a imprensa, o

livro, o próprio ensino, eram reduzidís As possibilidades de aprendiza gem intelectual só existiam para os ele

simas.

mento, isto é, quando as circunstân

mentos da aristocracia rural, e esses, re

cias o solicitam. E, no Brasil colonial,

cebendo as primeiras letras nos colégios

como regra, tais circunstâncias não exis

religiosos, em particular nos dos jesuí

tiam. Não importa que, aqui e ali, nos

tas, iam cursar Coimbra, quando não

centros urbanos em que a atividade

outras e.scolas européias. Quando a in

gregária já havia levantado alguma coi

dependência entrega o mecanismo ad

sa de ponderável, tentativas frustras ti

ministrativo e político a êsses elementos,

vessem sido empreendidas, para a intro

verificamos que a maioria deles adqui

dução do aparelhamento gráfico: o que

riu o saber, em fontes externas, e a

importa é que não estava a colônia em

exemplíficação

condições de receber esse aparelhamen

Quem não se recorda de que a voz da Inconfidência Mineira chegou à Europa,

to; êle não encontraria acústica algu ma em seu meio, não encontraria a sua

seria longa e vulgar.

e aos ouvidos de um estadista norteamericano através de um estudante bra

r

DiCESTO

Econókoco

ministrado, e a permanência da necessi dade de seu aperfeiçoamento, para os elementos mais favorecidos, em escolas

européias. O que interessa é compreen

ção econômica, usavam o Francês habi tualmente, e liani em Francês. Muito

to gráfico, suas evidentes fraquezas e a

mais tarde é que o aparelhamento gráfico

mínima repercussão que ainda encontra va no meio, cujas transformações eram

português, que antecedeu bastante o nosso, encontrou e.xpansâo no nosso

lentas e cuja refratariedade ao papel im presso permanecia ainda muito acentua

mercado.

da.

Êsse aparelhamento grófico consistiu,

por largas décadas, num jogo rudimentaríssimo de tipos e de caixas de compo sição. Com êle, "fazia-se a imprensa sentada pelo pasquim, a fôIha em que um indivíduo

triarca da independência não fizera os

meio não estava maduro para dar um

seus estudos em diversos países da Eu

papel ao aparelhamento gráfico, e não o estava porque não gerara condições para isso. O que era o Brasil colonial,

ropa? No meio colonial teria sido im possível a êsses elementos a aquisição

mesmo às vésperas do advento da côrte bragantina? Um largo mundo rural,

geral, ou aquêles que constituem os ru-

impressão: primeiro se pararam-se impressor e au

dimentos da ciência. As técnicas mate

em que as populações se diluíam, domi nando os pequenos e apagados núcleos

riais de transmissão da "cultura, pois, não tinham lugar no meio colonial. Se a proibição não existisse, é possível que

tor intelectual, depois se

composto de u'a massa de escravos nu

elas tivessem chegado um pouco antes do que chegaram, mas os seus efeitos

merosa, de uma camada muito tênue

não teriam alterado o quadro que a es

de brancos pobres, fornecedores de mão-

trutura social o econômica impunha.

outros.

Nesse quadro, o povo era

de-obra a salário; de uma classe média

O advento da côrte lusa inauguro,

muito reduzida, e circunscrita aos núcleos

pràticamente, entre nós, o aparelhamen

mbanos, sem força e sem expressão; e

to gráfico, com a Impressão Régia, o

de uma espécie de aristocracia, consti tuída em tomo do grande domínio e fundada no trabalho servil, cujos interêsses estavam perfeitamente consoli

dados e que não poderia interessar-se pelo debate de qualquer problema. Nesse mundo, vasto pela expressão geo

gráfica, as camadas que poderiam in-

fazia tudo, era o impres-

sor, o escritor e o distri buidor. Foi muito lenta,

parou-se a distribuição, que ficava a car go das livrarias, não havendo venda avulsa de impressos, a que nos recusa mos conceder o título de jornais. A li vraria já aparecera, portanto, — e es távamos no limiar do comércio de li vros, mas bem distantes da indústria do livro. O comércio processava-se em âm

gue o seu curso: aparecem numerosas

of-cinas gráficas, e as escolas vão-se

Mas se não fazíamos o livro, donde nos

disseminando. Não nos interessa ana lisar as deficiências do ensino então

vinha êle, para ser objeto de comércio? Vinha principalmente da França, porque

ra baixo. Depois da independência e sob o Império, essa transformação se

tempos em tempos, alguma obra, ou de interesse" didático

ou de

político

— em

/ particular o opúsculo, trabalho de circunstância, pa ra atender a algum fim imediato, como "Ação, rea ção, transação", de Justiniano José da Rocha —

entre nós, a diversificação do trabalho, no ramo da

bito muito reduzido, e eslava ligado ao aparelhamento gráfico, como distribui dor dos pequenos jornais que existiam. A coincidência, em Evaristo da Ve'ga, por exemplo, da situação de homem de imprensa com a de livreiro, não foi pois fortuita, como parece à simples vista.

acarreta importantes alterações no apa relhamento do ensino, mas de cima pa

zia, demoradamente e precàriamente, de

foi bem tipicamente repre- ,

sileiro de Montpelier?

urbanos, francamente divorciados uns dos

Mas é ainda nas pequenas oficinas tipográficas que vamos encontrar as ori gens, meramente cronológicas, da in dústria do lisTO brasileiro: nelas se fa

da época, e essa imprensa"

cretizou em atos de polícia, o próprio

de conhecimentos, mesmo o de ordem

as camadas chamadas cultas, isto é. aquelas a que a aprendizagem inte lectual fora possibilitada, pela sua posi

der as peculiaridades do aparelhamen

função, por assim dizer. Assim, ha vendo a proibição formal, que se con

O próprio pa

67

ou mesmo de mais largo interesse, como os traba

lhos de Cairu. Não se fa

zia o livro, em regra, en tretanto, mas o folheto, de circulação

restrita e de aplicação rápida, mesmo porque o aparelhamento material, para fazer o livro, era precário, consistia no mesmo aparelhamento que fazia o jor nal — o livro era composto e impresso ra^smo sistema, e isso não pode ser admitido como indústria, naturalmente, e adquire um interêsse de ordem cro nológica.

As lentas e sucessivas transformações na vida brasileira, em particular a disso ciação progressiva da estrutura econômi ca que assentava no grande domínio e

na propriedade servil, foram alargando a esfera de influência do aparelhamento gráfico existente, enquanto as inovações técnicas lhe proporcionavam os meios


y ' * fmw^nr DicESTO

56

também fora de dúvida, entretanto, c não tem sido levado em consideração,

é que a introdução do aparelhamento grá fico corresponde a uma necessidade im periosa do meio; êle surge no seu mo

EcoNó>nco

teressar-se pelas técnicas materiais de transmissão da cultura, a imprensa, o

livro, o próprio ensino, eram reduzidís As possibilidades de aprendiza gem intelectual só existiam para os ele

simas.

mento, isto é, quando as circunstân

mentos da aristocracia rural, e esses, re

cias o solicitam. E, no Brasil colonial,

cebendo as primeiras letras nos colégios

como regra, tais circunstâncias não exis

religiosos, em particular nos dos jesuí

tiam. Não importa que, aqui e ali, nos

tas, iam cursar Coimbra, quando não

centros urbanos em que a atividade

outras e.scolas européias. Quando a in

gregária já havia levantado alguma coi

dependência entrega o mecanismo ad

sa de ponderável, tentativas frustras ti

ministrativo e político a êsses elementos,

vessem sido empreendidas, para a intro

verificamos que a maioria deles adqui

dução do aparelhamento gráfico: o que

riu o saber, em fontes externas, e a

importa é que não estava a colônia em

exemplíficação

condições de receber esse aparelhamen

Quem não se recorda de que a voz da Inconfidência Mineira chegou à Europa,

to; êle não encontraria acústica algu ma em seu meio, não encontraria a sua

seria longa e vulgar.

e aos ouvidos de um estadista norteamericano através de um estudante bra

r

DiCESTO

Econókoco

ministrado, e a permanência da necessi dade de seu aperfeiçoamento, para os elementos mais favorecidos, em escolas

européias. O que interessa é compreen

ção econômica, usavam o Francês habi tualmente, e liani em Francês. Muito

to gráfico, suas evidentes fraquezas e a

mais tarde é que o aparelhamento gráfico

mínima repercussão que ainda encontra va no meio, cujas transformações eram

português, que antecedeu bastante o nosso, encontrou e.xpansâo no nosso

lentas e cuja refratariedade ao papel im presso permanecia ainda muito acentua

mercado.

da.

Êsse aparelhamento grófico consistiu,

por largas décadas, num jogo rudimentaríssimo de tipos e de caixas de compo sição. Com êle, "fazia-se a imprensa sentada pelo pasquim, a fôIha em que um indivíduo

triarca da independência não fizera os

meio não estava maduro para dar um

seus estudos em diversos países da Eu

papel ao aparelhamento gráfico, e não o estava porque não gerara condições para isso. O que era o Brasil colonial,

ropa? No meio colonial teria sido im possível a êsses elementos a aquisição

mesmo às vésperas do advento da côrte bragantina? Um largo mundo rural,

geral, ou aquêles que constituem os ru-

impressão: primeiro se pararam-se impressor e au

dimentos da ciência. As técnicas mate

em que as populações se diluíam, domi nando os pequenos e apagados núcleos

riais de transmissão da "cultura, pois, não tinham lugar no meio colonial. Se a proibição não existisse, é possível que

tor intelectual, depois se

composto de u'a massa de escravos nu

elas tivessem chegado um pouco antes do que chegaram, mas os seus efeitos

merosa, de uma camada muito tênue

não teriam alterado o quadro que a es

de brancos pobres, fornecedores de mão-

trutura social o econômica impunha.

outros.

Nesse quadro, o povo era

de-obra a salário; de uma classe média

O advento da côrte lusa inauguro,

muito reduzida, e circunscrita aos núcleos

pràticamente, entre nós, o aparelhamen

mbanos, sem força e sem expressão; e

to gráfico, com a Impressão Régia, o

de uma espécie de aristocracia, consti tuída em tomo do grande domínio e fundada no trabalho servil, cujos interêsses estavam perfeitamente consoli

dados e que não poderia interessar-se pelo debate de qualquer problema. Nesse mundo, vasto pela expressão geo

gráfica, as camadas que poderiam in-

fazia tudo, era o impres-

sor, o escritor e o distri buidor. Foi muito lenta,

parou-se a distribuição, que ficava a car go das livrarias, não havendo venda avulsa de impressos, a que nos recusa mos conceder o título de jornais. A li vraria já aparecera, portanto, — e es távamos no limiar do comércio de li vros, mas bem distantes da indústria do livro. O comércio processava-se em âm

gue o seu curso: aparecem numerosas

of-cinas gráficas, e as escolas vão-se

Mas se não fazíamos o livro, donde nos

disseminando. Não nos interessa ana lisar as deficiências do ensino então

vinha êle, para ser objeto de comércio? Vinha principalmente da França, porque

ra baixo. Depois da independência e sob o Império, essa transformação se

tempos em tempos, alguma obra, ou de interesse" didático

ou de

político

— em

/ particular o opúsculo, trabalho de circunstância, pa ra atender a algum fim imediato, como "Ação, rea ção, transação", de Justiniano José da Rocha —

entre nós, a diversificação do trabalho, no ramo da

bito muito reduzido, e eslava ligado ao aparelhamento gráfico, como distribui dor dos pequenos jornais que existiam. A coincidência, em Evaristo da Ve'ga, por exemplo, da situação de homem de imprensa com a de livreiro, não foi pois fortuita, como parece à simples vista.

acarreta importantes alterações no apa relhamento do ensino, mas de cima pa

zia, demoradamente e precàriamente, de

foi bem tipicamente repre- ,

sileiro de Montpelier?

urbanos, francamente divorciados uns dos

Mas é ainda nas pequenas oficinas tipográficas que vamos encontrar as ori gens, meramente cronológicas, da in dústria do lisTO brasileiro: nelas se fa

da época, e essa imprensa"

cretizou em atos de polícia, o próprio

de conhecimentos, mesmo o de ordem

as camadas chamadas cultas, isto é. aquelas a que a aprendizagem inte lectual fora possibilitada, pela sua posi

der as peculiaridades do aparelhamen

função, por assim dizer. Assim, ha vendo a proibição formal, que se con

O próprio pa

67

ou mesmo de mais largo interesse, como os traba

lhos de Cairu. Não se fa

zia o livro, em regra, en tretanto, mas o folheto, de circulação

restrita e de aplicação rápida, mesmo porque o aparelhamento material, para fazer o livro, era precário, consistia no mesmo aparelhamento que fazia o jor nal — o livro era composto e impresso ra^smo sistema, e isso não pode ser admitido como indústria, naturalmente, e adquire um interêsse de ordem cro nológica.

As lentas e sucessivas transformações na vida brasileira, em particular a disso ciação progressiva da estrutura econômi ca que assentava no grande domínio e

na propriedade servil, foram alargando a esfera de influência do aparelhamento gráfico existente, enquanto as inovações técnicas lhe proporcionavam os meios


DlGJtSTO Econóxuco

58

<le acompanhar aquelas transformações. Enquanto a imprensa vai assumindo pa pel de relativa importância, e o ensirío

enviadas a empresas gráficas no estran

vai-se difund ndo, o Brasil se toma apre

presso na Alemanha; outros, em maior número, tornando i.sso quase habitual,

geiro. Machado de Assis é impresso na França, como Gonçalves Dias fôra im

ciável mercado para a indústria do li vro estrangeiro, em particular a portu

:,cráo impresso.s em Portugal. E' o gran

guesa. No fim do século XIX é essa a

de momento da indústria gráfica lusa,

situação, quando a existência de camada

de leitores suficiente faz com que apa reçam algumas livrarias, nas grandes ci dades, em regra de capitais estrangei ros, e dirigidas por gente que vem ao Brasil exercer um mister profissional que já traz de sua terra: é o caso das lojas francesas de livros, em São Paulo

ÜICKÍ»'H>

Econóauco

59

pela adaptação" do aparclhamento grá

que x-amos atravessando, uma atix iclade

fico cx"slcntc, não especificamente des

editorial de relativa importância, cuja

tinado ao livro, a ês.sc gênero de produ ção gráfica. Verificaremos que, ainda ho

parte comercial parecia consolidada e dustrial. Essa atividade, diminuta em

Brasil, po.s.sui oficinas gráficas próprias,

bora, 110 quadro geral da vida econômi

unicamente destinadas a atender à con

ca do país, ia em níveis crescentes e

amparada no mercado brasi'ciro, refle

fecção do livro. Uma, que o possui, já

adquirira linhas próprias encontrando o

tindo-se até no plano literário, come é frisante o c-xemplo de Eça de Queirós, um escritor típico do sécu'o XIX, cuja

estabc'ecera a sua posição no comércio

seu justo lugar. A difusão do Uxtq pa

gráficoj- quando inaugurou a parte edi

recia anunciar sempre melhores dias, porque não era possível admitir que se

popularidade é fcltn no Brasil. Êsse quadro atravessa os primeiros de cênios da fase republicana — o período

do livreiro Alves, por assim dizer, por

torial cie suas atividades — o o .setor co

mercial, na parte não ligada ao livro, c que permaneceu mantendo a solidez da emprêsa em questão.

Não há uma

ligação de processo, entre as duas ati

e no Rio de Janeiro, particularmente na

que êsse coineroianle português estabe

vidades, mas uma ligação de coinci

capital do país, em que a Ca.sa Garnier encontra um lugar destacado, a tal pon

lece, entre nós, urn quadro completo

dência.

to que não é possível escrever-se a his

nhas muito simples: ele edita, imprime e distribui no Brasil. Com isso chega a

tória literária do nosso país sem uma re ferencia a essa livraria, aquela que, pràtinamente, inaugurou a atividade edi torial brasileira.

Essa atividade apare

ce, então, na segunda metade do sécu

lo XIX — em seguida a uma fase de transição, quando o escritor se apoiava em uma impressora, e quando o impressor se confundia como o homem de le

tras.

Como exemplo dêste último caso

verificamos o de Paula Brito, em tôrno

de cuja oficina alguns dos mais desta-' cados escritores da época exerceram suas atividades intelectuais, entre os quais

se encontrava o próprio Machado de Assis. Machado vai-se tornar, logo de

pois, em obediência ao processo natural das coisas, um cliente de Gamier, e um

freqüentador habilaxal dessa livraria. Inaugurada a atividade editorial — no sentido em que aparece a profissão de editor, aquele que assume a responsa bilidade financeira do livro, e faz dela comércio — não se inaugura, entretan

to, a indústria do livro, porque as obras empreitadas pelo editor, no Brasil, são

que não conseguira firmar a parte in

je, nenhuma das empresas editoras, no

da atividade editorial, embora em li

enriquecer e, tendo atraído a estima dos escritores, que viviam em tôrno de sua livraria, acaba por tornar-se o mecenas de uma instituição de escritores, n Aca demia Brasileira de Letras. Estava, pois, esboçada a situação em que se poderia

viesse a ler menos no nosso país, ao contrario tudo indicando que sempre se viesse a ler mais, a comprar mais livros, portanto, a fazer do H\to uma coisa mais usada, a dar-lhe uma im portância crescente. A fase

culm-.nante desse período,

Desde logo, pois, é per mitida a ilação de que não

que se jamais foi de bonança,

existiu, e não existe, entre

foi ao menos de estabilidade

nós, a .indústria do livro. O que existe é o comércio de livros, amparado, num

feliz, processou-se desde a vitória da revoVção de 1930

até o irrompimento do gran de conflito mundial cujas

aparclhamento industrial em que o livro c material sub

conseqüências vamos todos

sidiário quase sempre. E essa indústria

sofrendo. Já nos seus primeiros anos, as

inaugurar a atividade editorial em seu amplo sentido, com o estabelecimento da

não apareceu porque não lhe foi pos sível, e não porque dependesse da von

nuvens

indústria de livros, a etapa que faltava. O interessante do processo cujas li nhas vamos esboçando, entretanto, é que

tade dos interessados nela.

Ao contrá

ção que não chegara a consolidar-se.

rio, a tendênc a natural, muitas vêzes es

A grande esperança, porém, estava no

tudada, e algumas vezes tentada, foi a

pós-guerra,' no restabelecimento da nor

começaram

a

se

avolumar,

ameaçadoras, em tôrno de uma situa

malidade, no reatamento de relações

já tardio, não chega a se firmar. O grande empreendimento de Monteiro

da posse, por parte do comerciante de livros, do setor industrial corresponden te, tomando-se independente das ofici

Lobato, quando a situação geral do

nas gráficas existentes, nas quais o livro,

comerciais em bases finnes, seguras e, principalmente, estáveis. Seria o período áureo, segundo todos esperavam, aque

permanecendo produção subsidiária, e

le em que se firmaria de vez a atividade

não deixando grande margem de lucros, vai encontrando resistências, que se tra duzem numa alta de preços que acabou, hoje, reFetindo-se fortemente na parte comercial, quando, precisamente, a ca pacidade aquisitiva da população vai

editorial brasileira, aquêle em quu^ o li

o estabelecimento da indústria do Iívto,

país parece anunciar o acabamento do processo editorial, fracassa justamente pela mistura da atividade editorial á indústria do livro, pela posse, por parte

de uma empresa editora, de oficina grá fica destinada unicamente a fazer li vros. Tendo esbarrado nesse obstácu lo, a atividade editorial. encontra . um

atalho: faz a parte comercial do proces•so, enquanto a parte industrial ó feita

caindo.

Mas, através de todos êsses atalhos es tabeleceu-se no Brasil, em fase recente.

vro. num Brasil em franco dcsen\'olvi-

iiiento e com uma indústria que sc apa-

re'liaria para manter as posições já con quistadas e para desdobrai-se ainda mais, acabaria por encontrar a sua posição jus ta, acabando o processo que \ànha so frendo, e possivelmente levando-o até o

estabelecimento, finalmente, de uma in-


DlGJtSTO Econóxuco

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<le acompanhar aquelas transformações. Enquanto a imprensa vai assumindo pa pel de relativa importância, e o ensirío

enviadas a empresas gráficas no estran

vai-se difund ndo, o Brasil se toma apre

presso na Alemanha; outros, em maior número, tornando i.sso quase habitual,

geiro. Machado de Assis é impresso na França, como Gonçalves Dias fôra im

ciável mercado para a indústria do li vro estrangeiro, em particular a portu

:,cráo impresso.s em Portugal. E' o gran

guesa. No fim do século XIX é essa a

de momento da indústria gráfica lusa,

situação, quando a existência de camada

de leitores suficiente faz com que apa reçam algumas livrarias, nas grandes ci dades, em regra de capitais estrangei ros, e dirigidas por gente que vem ao Brasil exercer um mister profissional que já traz de sua terra: é o caso das lojas francesas de livros, em São Paulo

ÜICKÍ»'H>

Econóauco

59

pela adaptação" do aparclhamento grá

que x-amos atravessando, uma atix iclade

fico cx"slcntc, não especificamente des

editorial de relativa importância, cuja

tinado ao livro, a ês.sc gênero de produ ção gráfica. Verificaremos que, ainda ho

parte comercial parecia consolidada e dustrial. Essa atividade, diminuta em

Brasil, po.s.sui oficinas gráficas próprias,

bora, 110 quadro geral da vida econômi

unicamente destinadas a atender à con

ca do país, ia em níveis crescentes e

amparada no mercado brasi'ciro, refle

fecção do livro. Uma, que o possui, já

adquirira linhas próprias encontrando o

tindo-se até no plano literário, come é frisante o c-xemplo de Eça de Queirós, um escritor típico do sécu'o XIX, cuja

estabc'ecera a sua posição no comércio

seu justo lugar. A difusão do Uxtq pa

gráficoj- quando inaugurou a parte edi

recia anunciar sempre melhores dias, porque não era possível admitir que se

popularidade é fcltn no Brasil. Êsse quadro atravessa os primeiros de cênios da fase republicana — o período

do livreiro Alves, por assim dizer, por

torial cie suas atividades — o o .setor co

mercial, na parte não ligada ao livro, c que permaneceu mantendo a solidez da emprêsa em questão.

Não há uma

ligação de processo, entre as duas ati

e no Rio de Janeiro, particularmente na

que êsse coineroianle português estabe

vidades, mas uma ligação de coinci

capital do país, em que a Ca.sa Garnier encontra um lugar destacado, a tal pon

lece, entre nós, urn quadro completo

dência.

to que não é possível escrever-se a his

nhas muito simples: ele edita, imprime e distribui no Brasil. Com isso chega a

tória literária do nosso país sem uma re ferencia a essa livraria, aquela que, pràtinamente, inaugurou a atividade edi torial brasileira.

Essa atividade apare

ce, então, na segunda metade do sécu

lo XIX — em seguida a uma fase de transição, quando o escritor se apoiava em uma impressora, e quando o impressor se confundia como o homem de le

tras.

Como exemplo dêste último caso

verificamos o de Paula Brito, em tôrno

de cuja oficina alguns dos mais desta-' cados escritores da época exerceram suas atividades intelectuais, entre os quais

se encontrava o próprio Machado de Assis. Machado vai-se tornar, logo de

pois, em obediência ao processo natural das coisas, um cliente de Gamier, e um

freqüentador habilaxal dessa livraria. Inaugurada a atividade editorial — no sentido em que aparece a profissão de editor, aquele que assume a responsa bilidade financeira do livro, e faz dela comércio — não se inaugura, entretan

to, a indústria do livro, porque as obras empreitadas pelo editor, no Brasil, são

que não conseguira firmar a parte in

je, nenhuma das empresas editoras, no

da atividade editorial, embora em li

enriquecer e, tendo atraído a estima dos escritores, que viviam em tôrno de sua livraria, acaba por tornar-se o mecenas de uma instituição de escritores, n Aca demia Brasileira de Letras. Estava, pois, esboçada a situação em que se poderia

viesse a ler menos no nosso país, ao contrario tudo indicando que sempre se viesse a ler mais, a comprar mais livros, portanto, a fazer do H\to uma coisa mais usada, a dar-lhe uma im portância crescente. A fase

culm-.nante desse período,

Desde logo, pois, é per mitida a ilação de que não

que se jamais foi de bonança,

existiu, e não existe, entre

foi ao menos de estabilidade

nós, a .indústria do livro. O que existe é o comércio de livros, amparado, num

feliz, processou-se desde a vitória da revoVção de 1930

até o irrompimento do gran de conflito mundial cujas

aparclhamento industrial em que o livro c material sub

conseqüências vamos todos

sidiário quase sempre. E essa indústria

sofrendo. Já nos seus primeiros anos, as

inaugurar a atividade editorial em seu amplo sentido, com o estabelecimento da

não apareceu porque não lhe foi pos sível, e não porque dependesse da von

nuvens

indústria de livros, a etapa que faltava. O interessante do processo cujas li nhas vamos esboçando, entretanto, é que

tade dos interessados nela.

Ao contrá

ção que não chegara a consolidar-se.

rio, a tendênc a natural, muitas vêzes es

A grande esperança, porém, estava no

tudada, e algumas vezes tentada, foi a

pós-guerra,' no restabelecimento da nor

começaram

a

se

avolumar,

ameaçadoras, em tôrno de uma situa

malidade, no reatamento de relações

já tardio, não chega a se firmar. O grande empreendimento de Monteiro

da posse, por parte do comerciante de livros, do setor industrial corresponden te, tomando-se independente das ofici

Lobato, quando a situação geral do

nas gráficas existentes, nas quais o livro,

comerciais em bases finnes, seguras e, principalmente, estáveis. Seria o período áureo, segundo todos esperavam, aque

permanecendo produção subsidiária, e

le em que se firmaria de vez a atividade

não deixando grande margem de lucros, vai encontrando resistências, que se tra duzem numa alta de preços que acabou, hoje, reFetindo-se fortemente na parte comercial, quando, precisamente, a ca pacidade aquisitiva da população vai

editorial brasileira, aquêle em quu^ o li

o estabelecimento da indústria do Iívto,

país parece anunciar o acabamento do processo editorial, fracassa justamente pela mistura da atividade editorial á indústria do livro, pela posse, por parte

de uma empresa editora, de oficina grá fica destinada unicamente a fazer li vros. Tendo esbarrado nesse obstácu lo, a atividade editorial. encontra . um

atalho: faz a parte comercial do proces•so, enquanto a parte industrial ó feita

caindo.

Mas, através de todos êsses atalhos es tabeleceu-se no Brasil, em fase recente.

vro. num Brasil em franco dcsen\'olvi-

iiiento e com uma indústria que sc apa-

re'liaria para manter as posições já con quistadas e para desdobrai-se ainda mais, acabaria por encontrar a sua posição jus ta, acabando o processo que \ànha so frendo, e possivelmente levando-o até o

estabelecimento, finalmente, de uma in-


ffTTTTTin

Dicesto

60

Eco.Móxnco yr

dústria própria, estreitamente iigada à atividade editorial e nítido acabamento dela.

O que se vem assistindo, de dois ou três anos para cá, desde o término da guerra, porém, é justamente o reverso

tais, e ainda que se lhe abra um sis tema especial de crédito bancário, a exemplo do que já:Se fôz na Argentina —

O lucro nas cooperativas

a situação não encontrará perspectivas de

DjAcm Menezes

estabilização, menos ainda de retômo

(Professor Catedrático da Universidade do Brasil)

ao desenvolvimento.

daquilo que se esperava: em vez de

E' que, na verdade, tal situação não

o expor os objetivos

côres claras e risonhas, as escuras côres

se limita ao nosso país; ela é geral, e

e as linhas mais

de uma situação que se agravou a tal

acometeu o livro em todos os países com

'os quais temos relações comerciais. Gri

gerais das socie-

ponto que já não pode piorar. Nem se

dades

cooperati-

esboçou o acabamento que levaria ao

tam os editores argentinos e gritam os

vas (1), dissemos

estabelecimento de uma indústria do li

franceses c norte-americanos, e conti

vro — e a empresa que tentou isso acaba

nuam a clamar aquôles que, em busca de

que Charles Gide e outros incorreram em certa confusão ao afirmar que tais

:K«n;

o autor do prcsetUc artigo adota o se guinte enunciado: o fito de abolir o

lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas, embora admita

que na prática não seja êle eliminado.

de vender o seu aparelhamento gráfico —

mão-de-obra barata, ou por outros mo

entidades poderiam ser definidas como

e ainda o próprio comércio, o setor em que o livro parecia ter chegado a fir-

tivos, deslocaram as suas emprêsas para

"organismos que eliminavam o lucro".

O.S países de economia colonial ou semi-colonial. E' que, na verdade, a si

Então, apontamos as notas que distin

é que, na cooperativa, devem volver

tuação do mercado de livros apenas re flete a situação geral da economia mun

guem a emprêsa capitalista da coopera

as sobras aos associados cm proporção

tiva: esta não se propõe alcançar lu cros comerciais; destina os benefícios

lizar. Essa sobra não é propriamente

mar-se, vai perdendo as suas forças, a tal ponto que depois de ter sido referida

uma positiva crise do livro, já se pode encarar uma derrocada total.

Os pa

dial, totalmente desorganizada pela guer ra, e totalmente apreensiva ante as pers

às compras que cada qual venha a rea

realizados a obras desinteressadas, ou

um lucro alcançado durante o exercício

os redistribui entre seus membros pro

financeiro, pois, se há excedente, êste

ou vendas feitas e não ao capital so

resulta, não da necessidade de rendi mento nas transações efetuadas pelos

liativos propostos, e alguns efetivados, como a isenção de gravames sôbre a entrada de papel para a indústria de li vros (embora complicada por sistema burocrático infernal) não chegaram a atenuar o quadro apresentado. Para

crescente desorganização da economia re fletiu-se mais fundamente na alta geral

agravá-lo, ao contrário, aumentara.m con-

da vida, e o livro ficou relegado a mer

Colhendo êsses trechos, um estudioso

sideràvelmente os preços da mão-deobra, dos fretes, e agora se espera o das taxas postais, nas quais o próprio livro

cadoria de terceira urgência, posta fora

tenção da cooperativa."

do alcance de camadas numerosas cujo poder aquisitivo entrou em positivo de

do assunto teceu uma crítica ponderada em tôrno do assunto.

- Como bem afirmou Adolfo Grodillm,

didático encontrará, um aumento de

clínio e atravessa níveis incompatíveis

zada, que se fundamenta em autores

500%.

com a cultura.

famosos, repetidamente nomeados na li teratura cooperativista, não valeria a

A situação se apresenta tão agravada que é possível afirmar que, mesmo que

a administração pública favoreça o co mércio de livros com todas as isenções,

mesmo que seja êle beneficiado com as mais baixas taxas de transporte e pos

pectivas de novo conflito, em vez de posta diante de situação de perspectivas de restabelecimento da normalidade. A

Enquanto, pois, tal situação não cami nhar para uma solução — em particu lar nos países de estrutura econômica

precária, como o Brasil — resta assistir a esse espetáculo, bem característico de um fim de época: a derrocada do Iínto.

porcionalmente ao vulto das compras cial realizado etc.; e citamos a frase de

associados na cooperativa, porém em vir

Gide, para concluir que "o lucro sub

tude de se cobrar destes uma certa ta-

siste".

.\a pelas operações realizadas, tendo em vista cobrir as despesas com a manu

Se o critico não

exprimisse uma opinião bem generali

pena certamente virmos examinar, com mais pormenores, as razões que nos le varam às conclusões impugnadas. Pas samos a desfiar o pensamento formula

do na crítica para analisar o que in teressa ao nosso ângulo de vista.

"...Quem estuda a doutrina coope rativista sabe perfeitamente que um dos princípios fundamentais estabelecidos pe los pioneiros de Rochsdale, "repetidos hoje como verdadeiras regras consagra das" — no dizer de Nicolas Repetto —

a divisão daquilo que chamamos lucros nas sociedades cooperativas de consu mo, entre os associados, na proporção

das compras por êles feitas, importa na propna eliminação do Uicro. "Porque dizer-se que será restituído àqueles de

hio"^' ^2)"''''^° ^

Fábio Luz, que é sem fa\or uma das nossas maiores competências no assun

to, ofemceu ao crítico citado o apoio doutrinário que é aliás corrente na li teratura cooperativista.

Poderia ainda

ter transcrito outras passagens mais con cludentes:

"Os lucros que distribui são simples


ffTTTTTin

Dicesto

60

Eco.Móxnco yr

dústria própria, estreitamente iigada à atividade editorial e nítido acabamento dela.

O que se vem assistindo, de dois ou três anos para cá, desde o término da guerra, porém, é justamente o reverso

tais, e ainda que se lhe abra um sis tema especial de crédito bancário, a exemplo do que já:Se fôz na Argentina —

O lucro nas cooperativas

a situação não encontrará perspectivas de

DjAcm Menezes

estabilização, menos ainda de retômo

(Professor Catedrático da Universidade do Brasil)

ao desenvolvimento.

daquilo que se esperava: em vez de

E' que, na verdade, tal situação não

o expor os objetivos

côres claras e risonhas, as escuras côres

se limita ao nosso país; ela é geral, e

e as linhas mais

de uma situação que se agravou a tal

acometeu o livro em todos os países com

'os quais temos relações comerciais. Gri

gerais das socie-

ponto que já não pode piorar. Nem se

dades

cooperati-

esboçou o acabamento que levaria ao

tam os editores argentinos e gritam os

vas (1), dissemos

estabelecimento de uma indústria do li

franceses c norte-americanos, e conti

vro — e a empresa que tentou isso acaba

nuam a clamar aquôles que, em busca de

que Charles Gide e outros incorreram em certa confusão ao afirmar que tais

:K«n;

o autor do prcsetUc artigo adota o se guinte enunciado: o fito de abolir o

lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas, embora admita

que na prática não seja êle eliminado.

de vender o seu aparelhamento gráfico —

mão-de-obra barata, ou por outros mo

entidades poderiam ser definidas como

e ainda o próprio comércio, o setor em que o livro parecia ter chegado a fir-

tivos, deslocaram as suas emprêsas para

"organismos que eliminavam o lucro".

O.S países de economia colonial ou semi-colonial. E' que, na verdade, a si

Então, apontamos as notas que distin

é que, na cooperativa, devem volver

tuação do mercado de livros apenas re flete a situação geral da economia mun

guem a emprêsa capitalista da coopera

as sobras aos associados cm proporção

tiva: esta não se propõe alcançar lu cros comerciais; destina os benefícios

lizar. Essa sobra não é propriamente

mar-se, vai perdendo as suas forças, a tal ponto que depois de ter sido referida

uma positiva crise do livro, já se pode encarar uma derrocada total.

Os pa

dial, totalmente desorganizada pela guer ra, e totalmente apreensiva ante as pers

às compras que cada qual venha a rea

realizados a obras desinteressadas, ou

um lucro alcançado durante o exercício

os redistribui entre seus membros pro

financeiro, pois, se há excedente, êste

ou vendas feitas e não ao capital so

resulta, não da necessidade de rendi mento nas transações efetuadas pelos

liativos propostos, e alguns efetivados, como a isenção de gravames sôbre a entrada de papel para a indústria de li vros (embora complicada por sistema burocrático infernal) não chegaram a atenuar o quadro apresentado. Para

crescente desorganização da economia re fletiu-se mais fundamente na alta geral

agravá-lo, ao contrário, aumentara.m con-

da vida, e o livro ficou relegado a mer

Colhendo êsses trechos, um estudioso

sideràvelmente os preços da mão-deobra, dos fretes, e agora se espera o das taxas postais, nas quais o próprio livro

cadoria de terceira urgência, posta fora

tenção da cooperativa."

do alcance de camadas numerosas cujo poder aquisitivo entrou em positivo de

do assunto teceu uma crítica ponderada em tôrno do assunto.

- Como bem afirmou Adolfo Grodillm,

didático encontrará, um aumento de

clínio e atravessa níveis incompatíveis

zada, que se fundamenta em autores

500%.

com a cultura.

famosos, repetidamente nomeados na li teratura cooperativista, não valeria a

A situação se apresenta tão agravada que é possível afirmar que, mesmo que

a administração pública favoreça o co mércio de livros com todas as isenções,

mesmo que seja êle beneficiado com as mais baixas taxas de transporte e pos

pectivas de novo conflito, em vez de posta diante de situação de perspectivas de restabelecimento da normalidade. A

Enquanto, pois, tal situação não cami nhar para uma solução — em particu lar nos países de estrutura econômica

precária, como o Brasil — resta assistir a esse espetáculo, bem característico de um fim de época: a derrocada do Iínto.

porcionalmente ao vulto das compras cial realizado etc.; e citamos a frase de

associados na cooperativa, porém em vir

Gide, para concluir que "o lucro sub

tude de se cobrar destes uma certa ta-

siste".

.\a pelas operações realizadas, tendo em vista cobrir as despesas com a manu

Se o critico não

exprimisse uma opinião bem generali

pena certamente virmos examinar, com mais pormenores, as razões que nos le varam às conclusões impugnadas. Pas samos a desfiar o pensamento formula

do na crítica para analisar o que in teressa ao nosso ângulo de vista.

"...Quem estuda a doutrina coope rativista sabe perfeitamente que um dos princípios fundamentais estabelecidos pe los pioneiros de Rochsdale, "repetidos hoje como verdadeiras regras consagra das" — no dizer de Nicolas Repetto —

a divisão daquilo que chamamos lucros nas sociedades cooperativas de consu mo, entre os associados, na proporção

das compras por êles feitas, importa na propna eliminação do Uicro. "Porque dizer-se que será restituído àqueles de

hio"^' ^2)"''''^° ^

Fábio Luz, que é sem fa\or uma das nossas maiores competências no assun

to, ofemceu ao crítico citado o apoio doutrinário que é aliás corrente na li teratura cooperativista.

Poderia ainda

ter transcrito outras passagens mais con cludentes:

"Os lucros que distribui são simples


Dir.ESTO DicESTü

62

restituições do que foi cobrado a mais

o lucro com "salário de uma espécie

para as necessárias despesas da coopera tiva. Chamam-se, com propriedade,

particular de trabalho, o trabalho de inspcçfio e direção", porque seu \-alor dependia também da quantidade de cap tais empregados. (4) Ricardo, for

sobras. Têm o caráter de um retorno, de um reembolso, de uma economia ■

t

feita." (3)

Não adiantara alongar variantes em tórno dessas afirmações, que são pro-

P posições pacíficas para os teóricos do

Ecokónhco

63

Econômico

mulando exemplos em que se combinam os fatores produtivos em graus diver

sos, procura estudar as variações a que

cooperativismo. A doutrina visa a abo

obedece a taxa de lucro, sem dar-nos uma conceituação c'ara de suas intcr-re-

lição do lucro. E' o seu objetivo, a fi nalidade que devem alcançar. A análi

lações. Mas sua intuição genial apreen deu as determinações essenciais do pro

se econômica, porém, não d scute a fi-

blema: a influência

na'idade que miram os doutrinadores,

capital e suas relações com o volume

da estrutura do

— mas examina a realidade econômica,

de emprego e o nível de salário. (5)

o va'or dos "slocks" de instalação, ma teriais etc., no fim e no comêço do ano,

c considerada como uma parte dc seus

réditos ou como parte dc suas despc.sas, conforme tenha havido um acrésci

mo ou decréscimo de valor.

O que

trabalho no preço de custo, auiuentado ou diminuído o lucro." (lo) Balanço das citações anteriores

E possível inferir das citações esparsamente feitas algumas conseqüências.

resta de seus lucros, depo-s de deduzir

As divergências na definição do lucro

os juros de seu capital segundo a taxa

se restringem ao seguinte: devemos in

corrente, tem geralmente o nome de benefícios da emprêsa ou da adminis

cluir o juro? De\emos incluir a retribui

tração (oarnings of underlaking or inanagement). A razão em que seus lu

lidade de elemento ativo, na direção

cros anuais estão

alheios? Por vezes, chegou-se a dilatar

seu capital é

ção do empresário - capitalista na qua e aplicação dos capitais próprios e tanto o conceito de lucro — que se fa

chamada taxa de lucros." Em escritores modernos, ouvimos a

lou no salário como lucro do trabalha

dor. Também se aludiu nos braços o pernas como capitais produtkos. E ain da outras aventuras terminológicas -

onde se configuram aqueles organismos,

Malthus discrimina o lucro bruto do

conceituação que é empregada habitual

na sua atividade prática, dentro das re lações sociais e de seus processos. Elím'nar-se-á o lucro? A pergunta susci

capital em lucro líquido ou juro e o lucro que deriva da "indústria, habih-

mente. Diz Boulding: "O conceito co mum de lucro é que é a d fercnça en

dadc e organização" (6). Retomando

tre dinheiro recebido por uma transação

mais claramente essa sugestão, Mac Cul-

e dinheiro pago."

logh discrimina ò juro e os salários ou remuneração do capitalista por sua habiidade e preocupação (trouhle) no

que essa diferença, mera categoria contábí', não pode medir o lucro, porquan to dela poderia ser incluído ou excluído o valor do trabalho do empresário, — conc'ui que os lucros dum negócio, num

re as faculdades industriosas, que asse

dado período de tempo, é a dferença

ções sumariadas: a diferença entre a im

ta divergências. Cide e muitos mais respondem que sim; Perroux e outros

muitos, que não. E' o que vamos ver, grosso modo.

supçrintender o emprego de seus capi O conceito de lucro

tais quanto aos riscos correntes.

John

Stuart Mill, sob a denominação de lu

Para isso, deveremos partir da per gunta seguinte: que é o

lucro?

Vamos

conceituação

talista, quer oriundos da pro

responder

acompanhando ràpidamente sua

cro, engloba todos os ganhos do capi

- " ^

.

histórica

através de alguns autores da Escola clássica. Através do pensamento clássico foi-se delineando, gradativamen-

te, aquela categoria econômica. Inic"almente indicava, de modo vago, qualquer ganho obtido; até os fisiocratas não se definiu precisamente o lucro. Ainda

entre o valor em dólares dos gastos (oulputs), incluindo-se mercadorias ven

priedade dos capitais, quer

didas e não vendidas, e o va^or em dó

da direção e exercício de

lares dos réditos (ou ingressos), incluin

funções na emprêsa. MarshaU não aceita isso (7). Diz-nos que o cap"ta! deve ser encara

do-se as mercadorias compradas e não

do como a stock of one particular thing, que é dinheiro, sua expressão repre

deração o que significam aquêles ingres

sentativa.

Do total do ganho obtido

na produção deve retirar-se o juro, se gundo a taxa corrente, como pagamento

remuneração oriunda do cap"tal (stock), como a renda é a remuneração proceden

pe'o uso do dinheiro. O lucro vem a ser o ganho restante (8). Explica-nos: "Quando um homem está interessado

te da terra e o salário, a remuneração

num negócio, seus lucros anuais são o

do trabalho: essas três fontes formavam

excedente de seus ingressos de seu ne

a renda nacional {ruitional income).

gócio durante o ano sobre os exceden

Advertia que não se devia confundir

tes por êsse negócio. A diferença entre

com Adam Smith, é considerado como a

Depois de mostrar

compradas, durante o intervalo de tempo referido, desde que se tome em consi sos e gastos. (9)

que exprimem apenas a confus<ão dos

que tratam literàriamente das questões econômicas. Jean-Baptiste Say se refe

guram aos seus proprietários a percepção

de salários.. . Mas deixemos Say cm paz.

Um ponto parece ressaltar das defini

portância da compra e a importância da venda do produto, no comércio, ou a di ferença entre o valor da compra, o processo de transformação e o valor da venda, na indústria e na agro-pecuária, cm linhas bem gerais, constitui o lucro

que se deseja alcançar como objetivo. Tais empresas são classificadas como

mercantis, de explorações agrícolas etc.

De "modo mais simples fala o grande

O fato de perseguirem o lucro dá-lhes

economista François Divisia: "Chama-

se lucro a discrepância entre o preço de

a característica essencial de cmprõsas capitalistas; mas o lucro não resulta do

venda e o preço de custo, discrepância

fato de serem elas empresas capitalis

que pode ser positiva ou negativa. O lucro representa para o empre sária o risco que correu; a remune

tas.

ração do

lário

empresário é igual ao sa

normal

que

conferiu

no .seu

O lucro as caracteriza como tal,

mas não é caracterizado por elas.

O

que vai caracterizá-lo são outras rela ções ou notas econômicas, que as de

finições procuraram apreender para me-


Dir.ESTO DicESTü

62

restituições do que foi cobrado a mais

o lucro com "salário de uma espécie

para as necessárias despesas da coopera tiva. Chamam-se, com propriedade,

particular de trabalho, o trabalho de inspcçfio e direção", porque seu \-alor dependia também da quantidade de cap tais empregados. (4) Ricardo, for

sobras. Têm o caráter de um retorno, de um reembolso, de uma economia ■

t

feita." (3)

Não adiantara alongar variantes em tórno dessas afirmações, que são pro-

P posições pacíficas para os teóricos do

Ecokónhco

63

Econômico

mulando exemplos em que se combinam os fatores produtivos em graus diver

sos, procura estudar as variações a que

cooperativismo. A doutrina visa a abo

obedece a taxa de lucro, sem dar-nos uma conceituação c'ara de suas intcr-re-

lição do lucro. E' o seu objetivo, a fi nalidade que devem alcançar. A análi

lações. Mas sua intuição genial apreen deu as determinações essenciais do pro

se econômica, porém, não d scute a fi-

blema: a influência

na'idade que miram os doutrinadores,

capital e suas relações com o volume

da estrutura do

— mas examina a realidade econômica,

de emprego e o nível de salário. (5)

o va'or dos "slocks" de instalação, ma teriais etc., no fim e no comêço do ano,

c considerada como uma parte dc seus

réditos ou como parte dc suas despc.sas, conforme tenha havido um acrésci

mo ou decréscimo de valor.

O que

trabalho no preço de custo, auiuentado ou diminuído o lucro." (lo) Balanço das citações anteriores

E possível inferir das citações esparsamente feitas algumas conseqüências.

resta de seus lucros, depo-s de deduzir

As divergências na definição do lucro

os juros de seu capital segundo a taxa

se restringem ao seguinte: devemos in

corrente, tem geralmente o nome de benefícios da emprêsa ou da adminis

cluir o juro? De\emos incluir a retribui

tração (oarnings of underlaking or inanagement). A razão em que seus lu

lidade de elemento ativo, na direção

cros anuais estão

alheios? Por vezes, chegou-se a dilatar

seu capital é

ção do empresário - capitalista na qua e aplicação dos capitais próprios e tanto o conceito de lucro — que se fa

chamada taxa de lucros." Em escritores modernos, ouvimos a

lou no salário como lucro do trabalha

dor. Também se aludiu nos braços o pernas como capitais produtkos. E ain da outras aventuras terminológicas -

onde se configuram aqueles organismos,

Malthus discrimina o lucro bruto do

conceituação que é empregada habitual

na sua atividade prática, dentro das re lações sociais e de seus processos. Elím'nar-se-á o lucro? A pergunta susci

capital em lucro líquido ou juro e o lucro que deriva da "indústria, habih-

mente. Diz Boulding: "O conceito co mum de lucro é que é a d fercnça en

dadc e organização" (6). Retomando

tre dinheiro recebido por uma transação

mais claramente essa sugestão, Mac Cul-

e dinheiro pago."

logh discrimina ò juro e os salários ou remuneração do capitalista por sua habiidade e preocupação (trouhle) no

que essa diferença, mera categoria contábí', não pode medir o lucro, porquan to dela poderia ser incluído ou excluído o valor do trabalho do empresário, — conc'ui que os lucros dum negócio, num

re as faculdades industriosas, que asse

dado período de tempo, é a dferença

ções sumariadas: a diferença entre a im

ta divergências. Cide e muitos mais respondem que sim; Perroux e outros

muitos, que não. E' o que vamos ver, grosso modo.

supçrintender o emprego de seus capi O conceito de lucro

tais quanto aos riscos correntes.

John

Stuart Mill, sob a denominação de lu

Para isso, deveremos partir da per gunta seguinte: que é o

lucro?

Vamos

conceituação

talista, quer oriundos da pro

responder

acompanhando ràpidamente sua

cro, engloba todos os ganhos do capi

- " ^

.

histórica

através de alguns autores da Escola clássica. Através do pensamento clássico foi-se delineando, gradativamen-

te, aquela categoria econômica. Inic"almente indicava, de modo vago, qualquer ganho obtido; até os fisiocratas não se definiu precisamente o lucro. Ainda

entre o valor em dólares dos gastos (oulputs), incluindo-se mercadorias ven

priedade dos capitais, quer

didas e não vendidas, e o va^or em dó

da direção e exercício de

lares dos réditos (ou ingressos), incluin

funções na emprêsa. MarshaU não aceita isso (7). Diz-nos que o cap"ta! deve ser encara

do-se as mercadorias compradas e não

do como a stock of one particular thing, que é dinheiro, sua expressão repre

deração o que significam aquêles ingres

sentativa.

Do total do ganho obtido

na produção deve retirar-se o juro, se gundo a taxa corrente, como pagamento

remuneração oriunda do cap"tal (stock), como a renda é a remuneração proceden

pe'o uso do dinheiro. O lucro vem a ser o ganho restante (8). Explica-nos: "Quando um homem está interessado

te da terra e o salário, a remuneração

num negócio, seus lucros anuais são o

do trabalho: essas três fontes formavam

excedente de seus ingressos de seu ne

a renda nacional {ruitional income).

gócio durante o ano sobre os exceden

Advertia que não se devia confundir

tes por êsse negócio. A diferença entre

com Adam Smith, é considerado como a

Depois de mostrar

compradas, durante o intervalo de tempo referido, desde que se tome em consi sos e gastos. (9)

que exprimem apenas a confus<ão dos

que tratam literàriamente das questões econômicas. Jean-Baptiste Say se refe

guram aos seus proprietários a percepção

de salários.. . Mas deixemos Say cm paz.

Um ponto parece ressaltar das defini

portância da compra e a importância da venda do produto, no comércio, ou a di ferença entre o valor da compra, o processo de transformação e o valor da venda, na indústria e na agro-pecuária, cm linhas bem gerais, constitui o lucro

que se deseja alcançar como objetivo. Tais empresas são classificadas como

mercantis, de explorações agrícolas etc.

De "modo mais simples fala o grande

O fato de perseguirem o lucro dá-lhes

economista François Divisia: "Chama-

se lucro a discrepância entre o preço de

a característica essencial de cmprõsas capitalistas; mas o lucro não resulta do

venda e o preço de custo, discrepância

fato de serem elas empresas capitalis

que pode ser positiva ou negativa. O lucro representa para o empre sária o risco que correu; a remune

tas.

ração do

lário

empresário é igual ao sa

normal

que

conferiu

no .seu

O lucro as caracteriza como tal,

mas não é caracterizado por elas.

O

que vai caracterizá-lo são outras rela ções ou notas econômicas, que as de

finições procuraram apreender para me-


64

Dicesto

Econômico

Dicesto

Econónoco 65

Ihor delímítar-'he o sentido.

Onde se

reali2:arem operações que consistam na

nal aos capitais empregados, mas em

ximo do ganho monetário, tem era vista

da. Se se trata de um mercado de com

queles atos fundamentais do processo econômico, dentro das áreas de produ ção e troca, atos dos quais resultem di

razão das compras ou \ endas feitas pe

o máximo de benefício cm utilidades.

los associados. Será determinado em função das necessidades. A deslinação a ser dada nos benefí

petição perfeita, essa oferta a preço in ferior determinaria a modificação dos preços prat eados no mercado, ajustando-se noutro ponto de equilíbrio as fôr-

cios resultantes dos atos praticados na esfera econômica pela sociedade coope

ças de oferta c procura. Tal não acon teceria, por c.vejnplo, se se tratasse de

rativa não altera u natureza dê^cs: são

mercado de competição imperfeita. Então

ferenças, que constituam réditos ou in gressos para quaisquer entidades liga

nômicas.

Embora não visando o má

Sem negar a originalidade da coopera tiva em face da empresa capitalista, Perroux

mostra como sua diversidade

das ao processo econômico — aí se defi

impediu uma classificação aceitável: elas surgiram, variadas, atendendo a clien

nem os fenômenos de lucro. Não esta

telas particulares, desde as cooperati

mos investigando aqui as relações pro

vas de compra de comerciantes a varejo às cooperativas de recrutamento profis

fundas que se travam dentro do mun

do da produção, pois não interessam ao que nos propusemos tratar.

Para nosso

sional. E as estruturas? Desenvolve ram-se conforme os fins estabelecidos.

exame, basta apreciar superficialmente,

Isso não significa que não se destacas

com os conceitos comuns dos economis

sem certos traços definidores, como vi

tas, as categorias da produção, da troca

mos e como tem apontado seus teó

e do consumo. Boulding, já citado an teriormente, põe todas as fases do pro

ricos. (11)

Em vez de tomarmos a abolição do

cesso econômico nesse esquema:

lucro como sinal típico, assinale

as coisas que uma emprêsa com

mos que elas se caracterizam, se

pra são transformadas nas coisas que ela vende; entre os dois atos,

"associação de pessoas", e não

decorre o que se chama o pro cesso de produção. Se as vende

"exploração de serviços" o não

tal ^ual as compra, estamos na esfera comercial. Não houve produção técnica. Os benefícios auferidos são lucros.

gundo Fauquet: a) por ser uma

de "capitais"; b) que é uma "de ganho monetário", pois mira o má ximo de vantagens aos associados pelos serviços ou valores de uso proporciona dos.

Emprêsa e cooperativa

Aquele objetivo dé lucro vai distinguir

Êsses dois traços são marcantes em' face da emprêsa capitalista.

Não precisamos analisar as peculia

va. Na realidade, é uma nota diferen cial entre as duas entidades. Na as

sociação cooperativa, a finalidade lucra

rente ao lucro.

Por que motivo cha

tiva não determina sua organização e

má-lo de sobras, redução ou excedente?

seu comportamento econômico. Mas o

O nome não mudaria a essência do fe

fato de não

nômeno. De que resulta a diferença, a

determinar sua atividade,

como princípio diretor de sua constitui ção, não implica que desapareça o lu

que damos o nome de lucro, prima fade,

cro dos seus resultados.

ziam Divisia e muitos mais.

Autores fran

ceses falaram de *'exp'oitation commerciale intiêrement désinteressée" — e Per-

roux comenta: seria absurdo rtao ob

servar que ela persegue vantagens eco

gundo o vulto dôstes — o critério é ou»ro. Mas em que isso altera a diferen ça entre preços já obtida, contàbilmente

surgiria oportunidade favorável aos as

sociados. Êstes passariam a se benefi ciar pessoalmente da diferença entre seu preço de custo e o preço de venda do mercado, di,spondo de uma margem de

verificada, no fim do período financei

lucro superior à dos conconentes. Devido às formas de luta econômica,

ro? Arguir-se-á que é um relôrno para diminuir as despesas realizadas pelos

é exatamente entre os pequenos produ

vendedores ou compradores as.socíados.

sidade de organismos cooperativos. Em face das grandes empresas que se car -

Entretanto, dentro da dinâmica do sis tema, o organismo cooperativo se en

tores que se torna mais forte a neces

telizam ou trustificam os pequenos pro

trosa, como qualquer -outro organismo

dutores sentem a necessidade de sub

econômico, nas mesmas relações funda

sistir pela Associação de natureza diver

mentais, — e o processo pelo qual acu

sa—e reconem, como revela Perroux,

mula os e.xcedentes é o mesmo. Se o

às táticas ensinadas pelo cooperatiris-

lucro é repartido desta ou daquela for ma, não deixaria por isso de ser, tècnicamente, um lucro, com tôdas as de

mo.

Voltemos ao cooperativista Gide

mais características.

ridades das cooperativas de produção, de crédito ou de consumo — porque nos so debate se concentra no ponto refe

essencialmente a emprêsa da cooperati

lucros que podem ser distribuídos por qualquer critério. Em vez de reparti-lo entre os proprietários dos capitais, se

de uma diferença de preços, como di Seria uma

categoria contábil, que não se elimina dentro das sociedades cooperativas. Por que lhe recusar essa denominação? Por que não é uma remuneração proporcio-

Não queremos dizer que desapare çam as diferenças entre "cooperativas" e "emprêsas". Cada qual se guia por

Eis em síntese como Charles Gíde

enuncia o propósito cardial do movimen to cooperativista:

príncíp os inteiramente diversos. Avancemos mais nossa análise. Supo

b — Substituição da competição pela

nhamos que pequeno número de peque nos produtores do artigo x, não podendo

c — Generalização (e não elimina

a — Eliminação dos intermediários; solidariedade;

adquirir as máquinas para aumento de

ção), da propriedade individual,

sua produção, associem-se cooperativamente. Que visam com esse procedi mento? Aumentar o volume de sua pro

acessível a todos e criando con

dições para a propriedade coleti va, cocxístente com aquela;

dução, baratear o produto. Conseguem,

d — Não suprimir o capital, mas stib-

dessarte, reduzir o preço de custo. Se oferecem o produto mais barato, benefi ciam a coletividade. Nessa cooperati va de transformação, surgiu, pois, a possibilidade de baixar o preço de ven

trair-Jhe a função de dirigente da produção, função que lhe confere o título com que retira

a parte que se lhe atribui sôb o nome de lucro.


64

Dicesto

Econômico

Dicesto

Econónoco 65

Ihor delímítar-'he o sentido.

Onde se

reali2:arem operações que consistam na

nal aos capitais empregados, mas em

ximo do ganho monetário, tem era vista

da. Se se trata de um mercado de com

queles atos fundamentais do processo econômico, dentro das áreas de produ ção e troca, atos dos quais resultem di

razão das compras ou \ endas feitas pe

o máximo de benefício cm utilidades.

los associados. Será determinado em função das necessidades. A deslinação a ser dada nos benefí

petição perfeita, essa oferta a preço in ferior determinaria a modificação dos preços prat eados no mercado, ajustando-se noutro ponto de equilíbrio as fôr-

cios resultantes dos atos praticados na esfera econômica pela sociedade coope

ças de oferta c procura. Tal não acon teceria, por c.vejnplo, se se tratasse de

rativa não altera u natureza dê^cs: são

mercado de competição imperfeita. Então

ferenças, que constituam réditos ou in gressos para quaisquer entidades liga

nômicas.

Embora não visando o má

Sem negar a originalidade da coopera tiva em face da empresa capitalista, Perroux

mostra como sua diversidade

das ao processo econômico — aí se defi

impediu uma classificação aceitável: elas surgiram, variadas, atendendo a clien

nem os fenômenos de lucro. Não esta

telas particulares, desde as cooperati

mos investigando aqui as relações pro

vas de compra de comerciantes a varejo às cooperativas de recrutamento profis

fundas que se travam dentro do mun

do da produção, pois não interessam ao que nos propusemos tratar.

Para nosso

sional. E as estruturas? Desenvolve ram-se conforme os fins estabelecidos.

exame, basta apreciar superficialmente,

Isso não significa que não se destacas

com os conceitos comuns dos economis

sem certos traços definidores, como vi

tas, as categorias da produção, da troca

mos e como tem apontado seus teó

e do consumo. Boulding, já citado an teriormente, põe todas as fases do pro

ricos. (11)

Em vez de tomarmos a abolição do

cesso econômico nesse esquema:

lucro como sinal típico, assinale

as coisas que uma emprêsa com

mos que elas se caracterizam, se

pra são transformadas nas coisas que ela vende; entre os dois atos,

"associação de pessoas", e não

decorre o que se chama o pro cesso de produção. Se as vende

"exploração de serviços" o não

tal ^ual as compra, estamos na esfera comercial. Não houve produção técnica. Os benefícios auferidos são lucros.

gundo Fauquet: a) por ser uma

de "capitais"; b) que é uma "de ganho monetário", pois mira o má ximo de vantagens aos associados pelos serviços ou valores de uso proporciona dos.

Emprêsa e cooperativa

Aquele objetivo dé lucro vai distinguir

Êsses dois traços são marcantes em' face da emprêsa capitalista.

Não precisamos analisar as peculia

va. Na realidade, é uma nota diferen cial entre as duas entidades. Na as

sociação cooperativa, a finalidade lucra

rente ao lucro.

Por que motivo cha

tiva não determina sua organização e

má-lo de sobras, redução ou excedente?

seu comportamento econômico. Mas o

O nome não mudaria a essência do fe

fato de não

nômeno. De que resulta a diferença, a

determinar sua atividade,

como princípio diretor de sua constitui ção, não implica que desapareça o lu

que damos o nome de lucro, prima fade,

cro dos seus resultados.

ziam Divisia e muitos mais.

Autores fran

ceses falaram de *'exp'oitation commerciale intiêrement désinteressée" — e Per-

roux comenta: seria absurdo rtao ob

servar que ela persegue vantagens eco

gundo o vulto dôstes — o critério é ou»ro. Mas em que isso altera a diferen ça entre preços já obtida, contàbilmente

surgiria oportunidade favorável aos as

sociados. Êstes passariam a se benefi ciar pessoalmente da diferença entre seu preço de custo e o preço de venda do mercado, di,spondo de uma margem de

verificada, no fim do período financei

lucro superior à dos conconentes. Devido às formas de luta econômica,

ro? Arguir-se-á que é um relôrno para diminuir as despesas realizadas pelos

é exatamente entre os pequenos produ

vendedores ou compradores as.socíados.

sidade de organismos cooperativos. Em face das grandes empresas que se car -

Entretanto, dentro da dinâmica do sis tema, o organismo cooperativo se en

tores que se torna mais forte a neces

telizam ou trustificam os pequenos pro

trosa, como qualquer -outro organismo

dutores sentem a necessidade de sub

econômico, nas mesmas relações funda

sistir pela Associação de natureza diver

mentais, — e o processo pelo qual acu

sa—e reconem, como revela Perroux,

mula os e.xcedentes é o mesmo. Se o

às táticas ensinadas pelo cooperatiris-

lucro é repartido desta ou daquela for ma, não deixaria por isso de ser, tècnicamente, um lucro, com tôdas as de

mo.

Voltemos ao cooperativista Gide

mais características.

ridades das cooperativas de produção, de crédito ou de consumo — porque nos so debate se concentra no ponto refe

essencialmente a emprêsa da cooperati

lucros que podem ser distribuídos por qualquer critério. Em vez de reparti-lo entre os proprietários dos capitais, se

de uma diferença de preços, como di Seria uma

categoria contábil, que não se elimina dentro das sociedades cooperativas. Por que lhe recusar essa denominação? Por que não é uma remuneração proporcio-

Não queremos dizer que desapare çam as diferenças entre "cooperativas" e "emprêsas". Cada qual se guia por

Eis em síntese como Charles Gíde

enuncia o propósito cardial do movimen to cooperativista:

príncíp os inteiramente diversos. Avancemos mais nossa análise. Supo

b — Substituição da competição pela

nhamos que pequeno número de peque nos produtores do artigo x, não podendo

c — Generalização (e não elimina

a — Eliminação dos intermediários; solidariedade;

adquirir as máquinas para aumento de

ção), da propriedade individual,

sua produção, associem-se cooperativamente. Que visam com esse procedi mento? Aumentar o volume de sua pro

acessível a todos e criando con

dições para a propriedade coleti va, cocxístente com aquela;

dução, baratear o produto. Conseguem,

d — Não suprimir o capital, mas stib-

dessarte, reduzir o preço de custo. Se oferecem o produto mais barato, benefi ciam a coletividade. Nessa cooperati va de transformação, surgiu, pois, a possibilidade de baixar o preço de ven

trair-Jhe a função de dirigente da produção, função que lhe confere o título com que retira

a parte que se lhe atribui sôb o nome de lucro.


DiGESTO ECOfCÓMKÍO 66

Dicesto Econômico

ve sô-lo em virtude da fòlha de ser\'iços

que podem sucumbir no caso de conti

são. Para o conhecido economista fran

que vem prestando nos setores econô

nuarem

cês, aí está simp esmente uma revolu ção. Sim, o pacato Gide contemp'a a

micos onde se instala. Seria obscurecer a

Os princípios internos, que pretendem

evidência. Sem a'cançar os frutos que

regular a repartição dos benefícios, di vergem, como já vimos, dos princípios

Nesse item d está o ponto em discus

perspectiva, que há mais de 50 anos es

tá à vista — a transformação socn? pela cooperativa. Mas ao descortinar as socie

dades anônimas, que se alastraram pela economia moderna, robustecendo assus

tadoramente o capitalismo e enchendo o panorama dos organismos mais ativos na concentração da riqueza dos povos — Gide observa que, por meio deles, o capital açambarcou todos os lucros, su bordinando o trabalho aos seus objeti

vos.

Então, "compreender-se-á que o

sistema cooperativo constitui uma verda deira revolução social, porque inverte a situação atual e é o capital que

anuncia, presta indispensáveis serviços à massa de pequenos produtores, de pe quenos comerciantes, dc pequenos con sumidores. Dêle se beneficia muito a classe média na torturada compressão

por que vai passando na atualidade. O que irritará um pouco mais os co-

opcrativistas é a verificação, feita por Perroux, de que, no final de contas, a cooperativa se ajusta bem no popel de subsidiária, dqs emprêsas capitalistas (13). Em lugar de preparar a substitui ção, ganhando terreno dentro das ins tituições existentes, para transformar pa cificamente o regime, — passa u

Parece que a

ser o prolongamento benéfico da própria ordem capitalista, cujas

liistória econômica nos desilude.

bases distanciam-se inteiramente

se obriga por sua vez à função de salariado" (12).

isoladas.

vidade gera', não nuidam. Veja-se uma cooperativa dc transformação do produ to x no produto y, por exemplo. Os as sociados trazem o produto x em quanti dades diversas. Como serão repartidos os benefícios? De dois modos: primei

(2) "As cooperativas distribuem lucros

ro, conforme o capital inicial de cada

Nations, The Modorn Librarv, Now

merciais (organização de vendas etc.) e

rio das indústrias modernas.

Bastaria

a contemplação do espetáculo para que

compreendêssemos a debilidade do ad

mirável sonho de constituição de tôda uma sociedade humana assimilada pelas

instituições mutuaüstas. Prodigalizamos os mais vivos ap'ausos.aos ideais huma nitários com que nos acena o movimen

to cooperativista. Cumpre-nos fazer agora coisa diversa: é a análise das rea lidades econômicas. Delas nos advém a

lição mais rude. Essas razões, contudo, não sign ficam que o cooperalivismo não deva ser estimulado. Pelo contrário, de

financeiros (cooperativas de crédito). Que significa isso? Que se torna possí vel o fortalecimento de pequenos produ tores, agricultores, comerciantes, dentro

do quadro econômico. Resistem à com petição dos organismos poderosos. So brevive, dessa forma, uma atividade que referido economista chama de artesanal.

Causes of Wcalth of

York. 1937. p. 47. scgs. PoUtlcal Economy

and

Taxation.

Everyman'n Librarv, New York and London, p. 77. scgs. co Economy. 2 ed., William Picke""S"- reprinted by The Internatio-

Economic Circle. London, 1935. profits ofbetween capital consist» ofJ "Túc the differencc

por que? Simplesmente porque o servi

rTort

ço prestado, que são as operações trans-

commodity produ-

of it. tlieand advances neccssary to producc these

aclvances consist of accumulations

quantidade de x trazida pelo associado.

pnorally made up of wnges. cents.

Portanto, a medida do serviço é feita

í7: .h S. RIill, Principies profits". (7) of PoUtlcal

Economy.

separar o lucro do serviço. (14) A conclusão que se impõe ao breve

repasse que acabamos de fazer assen ta, poí.s, nos enunciados com que co

ção — ou qualquer outro eufemismo. Isso não quer dizer que não atenue os

atividade não é exercida por emprêsas ou

desajustamentos económicòs, — e seja

Routlcdge

(8) Keimoth E. Boulding,

&

Economic

Analysu. Harpcr & Brothers Publi-

^ p. 380,

segs,

ond London. 1941,

(9) François Divisia. Économique Ha-

(10)

meçamos este artigo: o fito de abolir o

lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas. Na prática, ele não é elii^inado: ressurge com qual quer nome: sobras, excedentes, retribui

Gcorgo

s/d, ps. 278, segs.

xe. Conseqüência: a impossibilidade de

Não cremos que lhe caiba o nome: essa

explorações pré-capitalistas, que se be

Nature and

idéia de serviço e a idéia de lucro."

cm função do capital inicial, que 6 a quantidade de x, que o assoc'ado trou

tais para o desenvolvimento extraordiná

<6. seg.s.

(4) Adam Smith, An Inquiry Into lhe

(6) T. R. Malthxis, Principies of Políti

ra obter os benefícios da concentração

de me'hores máquinas, motores etc.), co

ciedades Cooperativas, 3.a edição, Grafica Olímpica Editora. Rio, ps.

da iim de per si. "No segundo caso — escreve Per roux — percebe-se a confusão entre a

formativas dc x em y, cresce cora a

instrumento de concentração de capi

ou sobras?", in "Correio do Ceará", junho. 1048.

(3) Fábio Luz. Teoria o Prática das So

(5) David Ricaido, Tho Principies of

edição de 1913, nas vésperas da

Tais benefícios são: técnicos (aquisição

Política. Liv. Freitas Bastos, 1947. p. 153, sogs.

um, o que é um princípio capitalista; se gundo, de acôrdo com o vulto das ope rações realizadas pelos associado.s, ca

dade. Eis como argumenta Per roux: comerciantes ou agriculto res pequenos ou médios agrupam-se pa

.sociedade anônima, que foi o excelente

consumidoms dc nosso tempo. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia

de quaisquer laços de solidarie

proporcionada pelas grandes emprêsas.

movimento capaz de prestar os melho'res serviços ás angustiadas populações

que norteiam a empresa capitalista; mas as relações econômicas, dentro da ati

Assim sonhava o velho Gide em

1.® grande guerra mundial. A subversão cooperativista anunciada pelo amorável Gide se encolheu e su miu diante dós organismos gerados pela

67

ririra,

Eoin, PaPejrou.x Cours d'Economie

Domu ATnn ?

14?. segs

^d., Editloos

^oris. 1939, p. .'''Economie Politl-

(12)

?ev' ParS"

Rocueil Si,

-"AS

SEIS' (13) Perroux, ob. cit.. p, 157,

neficiam do cap talismo, como diz Per roux. São também empresas capitalis tas em menor grau de adiantamento e ' '1 *TllI rii .w.


DiGESTO ECOfCÓMKÍO 66

Dicesto Econômico

ve sô-lo em virtude da fòlha de ser\'iços

que podem sucumbir no caso de conti

são. Para o conhecido economista fran

que vem prestando nos setores econô

nuarem

cês, aí está simp esmente uma revolu ção. Sim, o pacato Gide contemp'a a

micos onde se instala. Seria obscurecer a

Os princípios internos, que pretendem

evidência. Sem a'cançar os frutos que

regular a repartição dos benefícios, di vergem, como já vimos, dos princípios

Nesse item d está o ponto em discus

perspectiva, que há mais de 50 anos es

tá à vista — a transformação socn? pela cooperativa. Mas ao descortinar as socie

dades anônimas, que se alastraram pela economia moderna, robustecendo assus

tadoramente o capitalismo e enchendo o panorama dos organismos mais ativos na concentração da riqueza dos povos — Gide observa que, por meio deles, o capital açambarcou todos os lucros, su bordinando o trabalho aos seus objeti

vos.

Então, "compreender-se-á que o

sistema cooperativo constitui uma verda deira revolução social, porque inverte a situação atual e é o capital que

anuncia, presta indispensáveis serviços à massa de pequenos produtores, de pe quenos comerciantes, dc pequenos con sumidores. Dêle se beneficia muito a classe média na torturada compressão

por que vai passando na atualidade. O que irritará um pouco mais os co-

opcrativistas é a verificação, feita por Perroux, de que, no final de contas, a cooperativa se ajusta bem no popel de subsidiária, dqs emprêsas capitalistas (13). Em lugar de preparar a substitui ção, ganhando terreno dentro das ins tituições existentes, para transformar pa cificamente o regime, — passa u

Parece que a

ser o prolongamento benéfico da própria ordem capitalista, cujas

liistória econômica nos desilude.

bases distanciam-se inteiramente

se obriga por sua vez à função de salariado" (12).

isoladas.

vidade gera', não nuidam. Veja-se uma cooperativa dc transformação do produ to x no produto y, por exemplo. Os as sociados trazem o produto x em quanti dades diversas. Como serão repartidos os benefícios? De dois modos: primei

(2) "As cooperativas distribuem lucros

ro, conforme o capital inicial de cada

Nations, The Modorn Librarv, Now

merciais (organização de vendas etc.) e

rio das indústrias modernas.

Bastaria

a contemplação do espetáculo para que

compreendêssemos a debilidade do ad

mirável sonho de constituição de tôda uma sociedade humana assimilada pelas

instituições mutuaüstas. Prodigalizamos os mais vivos ap'ausos.aos ideais huma nitários com que nos acena o movimen

to cooperativista. Cumpre-nos fazer agora coisa diversa: é a análise das rea lidades econômicas. Delas nos advém a

lição mais rude. Essas razões, contudo, não sign ficam que o cooperalivismo não deva ser estimulado. Pelo contrário, de

financeiros (cooperativas de crédito). Que significa isso? Que se torna possí vel o fortalecimento de pequenos produ tores, agricultores, comerciantes, dentro

do quadro econômico. Resistem à com petição dos organismos poderosos. So brevive, dessa forma, uma atividade que referido economista chama de artesanal.

Causes of Wcalth of

York. 1937. p. 47. scgs. PoUtlcal Economy

and

Taxation.

Everyman'n Librarv, New York and London, p. 77. scgs. co Economy. 2 ed., William Picke""S"- reprinted by The Internatio-

Economic Circle. London, 1935. profits ofbetween capital consist» ofJ "Túc the differencc

por que? Simplesmente porque o servi

rTort

ço prestado, que são as operações trans-

commodity produ-

of it. tlieand advances neccssary to producc these

aclvances consist of accumulations

quantidade de x trazida pelo associado.

pnorally made up of wnges. cents.

Portanto, a medida do serviço é feita

í7: .h S. RIill, Principies profits". (7) of PoUtlcal

Economy.

separar o lucro do serviço. (14) A conclusão que se impõe ao breve

repasse que acabamos de fazer assen ta, poí.s, nos enunciados com que co

ção — ou qualquer outro eufemismo. Isso não quer dizer que não atenue os

atividade não é exercida por emprêsas ou

desajustamentos económicòs, — e seja

Routlcdge

(8) Keimoth E. Boulding,

&

Economic

Analysu. Harpcr & Brothers Publi-

^ p. 380,

segs,

ond London. 1941,

(9) François Divisia. Économique Ha-

(10)

meçamos este artigo: o fito de abolir o

lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas. Na prática, ele não é elii^inado: ressurge com qual quer nome: sobras, excedentes, retribui

Gcorgo

s/d, ps. 278, segs.

xe. Conseqüência: a impossibilidade de

Não cremos que lhe caiba o nome: essa

explorações pré-capitalistas, que se be

Nature and

idéia de serviço e a idéia de lucro."

cm função do capital inicial, que 6 a quantidade de x, que o assoc'ado trou

tais para o desenvolvimento extraordiná

<6. seg.s.

(4) Adam Smith, An Inquiry Into lhe

(6) T. R. Malthxis, Principies of Políti

ra obter os benefícios da concentração

de me'hores máquinas, motores etc.), co

ciedades Cooperativas, 3.a edição, Grafica Olímpica Editora. Rio, ps.

da iim de per si. "No segundo caso — escreve Per roux — percebe-se a confusão entre a

formativas dc x em y, cresce cora a

instrumento de concentração de capi

ou sobras?", in "Correio do Ceará", junho. 1048.

(3) Fábio Luz. Teoria o Prática das So

(5) David Ricaido, Tho Principies of

edição de 1913, nas vésperas da

Tais benefícios são: técnicos (aquisição

Política. Liv. Freitas Bastos, 1947. p. 153, sogs.

um, o que é um princípio capitalista; se gundo, de acôrdo com o vulto das ope rações realizadas pelos associado.s, ca

dade. Eis como argumenta Per roux: comerciantes ou agriculto res pequenos ou médios agrupam-se pa

.sociedade anônima, que foi o excelente

consumidoms dc nosso tempo. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia

de quaisquer laços de solidarie

proporcionada pelas grandes emprêsas.

movimento capaz de prestar os melho'res serviços ás angustiadas populações

que norteiam a empresa capitalista; mas as relações econômicas, dentro da ati

Assim sonhava o velho Gide em

1.® grande guerra mundial. A subversão cooperativista anunciada pelo amorável Gide se encolheu e su miu diante dós organismos gerados pela

67

ririra,

Eoin, PaPejrou.x Cours d'Economie

Domu ATnn ?

14?. segs

^d., Editloos

^oris. 1939, p. .'''Economie Politl-

(12)

?ev' ParS"

Rocueil Si,

-"AS

SEIS' (13) Perroux, ob. cit.. p, 157,

neficiam do cap talismo, como diz Per roux. São também empresas capitalis tas em menor grau de adiantamento e ' '1 *TllI rii .w.


Dícesto

Econômico 69

A Industrialização nos Países «Novos» II Geraldo O. Banaskiwitz

dem ser postas «m prática à medida

que melhoram as condições de \ida da naassa da população. Se nas últimas décadas progressos incontestáveis se rea lizaram nesse sentido em nosso país

freqüentemente com meios insuficien tes, redundam em completo malôgro,

J^EFERiNDo-sE aos obstáciilos quc se

provocando o pessimismo geral em re-

opõem à industrialização, cita fre qüentemente a imprensa pseudo-cien-

lação às possibilidades potenciais das

tífica o caso dos países tropicais, onde

respectivas zonas. O exemplo recente da "campanha da borfacha" no vale

um clima desfavorável ao esfôrço hu

amazônico, onde milhares de seres hu

mano determina a indolência "natural"

manos perderam a vida na luta contra

de seus habitantes.

as fôrças da natureza, demonstra (jue

Mas o memorial da Sociedade das Na

ções sobre a industrialização (assinala, cora justeza, que, nos casos em que a

população demonstra falta de energia, liga-se o fenômeno "ao estado quase generalizjado de modéstias infecciosas, co mo o impaludismo e a ancilostomíase, que provocam a apatia, a perda .de fôrça vital, a inaptidão ao trabalho, e que de outro lado enfraquecem a resis tência do organismo a numerosas outras

afecções".

O autor Knowles confirma

essa interpretação no caso da índia em seu livro: The Economic Development

of the British Overseas Empire. Embora se reduza assim o fator cli

mático à categoria de fenômeno secun dário, que o esfôrço hu

seria necessário reunir os recursos de

um grande país fortemente industriali zado para tornar perfeitamente acessí vel aquela imensa região. A cláusula incluída em nossa Consti

tuição, determinando que 2% das recei tas da União sejam empregados em obras de saneamento da região amazônica,

põe em relêvo a tenacidade de nossos compatriotas; mas que ninguém lenha ilusões acêrca dos efeitos dêsses 200 milhões sôbre o vale amazônico. O sa

neamento daquela região exige esfor ços financeiros tão desproporcionados em relação às receitas nacionais, que não é possível empreender, atualmente, nenhum trabalho neste sentido.

Dominam grande par te do território nacio nal fatôres climáticos

mano pode dominar, é preciso

não

esquecer

que a energia necessá ria para explorar econò-

em certas zonas já in

micamente

re

corporadas ao regime

giões tropicais, possibi

capitalista prevalecem, mas em menor grau, aquêles fatôres

certas

desfavoráveis.

Mesmo

Unidos _e na Europa as bases da indus

trialização Já se achavam lançadas quan

do apareceram as primeiras estradas de ferro; mas, nos chamados países" "no

caís, corresponderam cies sempre ao

vos", distingue-se nitidamente que a construção de caminhos de ferro precede

crescimento

o crescimeulo da produção manufatu-

e em outras regiões tropicais e subtropiA influência do clinta

.eu progresso mdustríal.

das

produções industriais

dos respectivos países e regiões. Do * volii^Tie da produção industrial depende, ínquestionàvelmente, o crescimento da renda nacional, e desta dependem os gastos com os serviços de higiene e

reira.

Nos países "novos" destinam-se as

primeiras estradas de ferro a transportar as mater as-primas das zonas de pro dução aos portos maríümos. Podemos

De seu lado, os diri

assim, definir a Paulista e a Mogiana

gentes das empresas econômicas parti

como estradas de ferro do café a de

saúde pública.

cipam também das medidas de com

1'héus como estrada de ferro do'cacau,

bate às enfermidades, pelo interê.sse

a de Vitória como a de um mineral e a

que têm na eliminação dos fatôres que possam diminuir a produção. Notamos

de Mossoró como a do gèsso. Em «"egra geral, as linhas férreas brasileiras se

ainda que, com a industrialização, múl

guem a direção leste-oeste, sem que

tiplos esforços se realizam para melho

existam ligações entre elas, destacandose. dentre as raras exceções a essa or entaçao. o ramal paulista da Central do Brasi. e a ligação ferroviária São

rar o estado físico de milhões de sôres

que até então representavam para a eco nomia

nacional

um

valor

muito li-

naitado.

Puulo-Rio Grande, que, aliás, represen

Sabendo-se a estreita relação que exis te entre a produção e o combate às doenças, explica-se porque seriam as

nômico.

condições físicas e materiais mais favo

ráveis aos obreiros das regiões de alta

produtividade industrial.

No Brasil

observam-se diferenças sensíveis no es tado físico das populações, conforme o desenvolvimento da produção industrial

tam, no conjunto, pequeno valor eco Os interêsses de nossa nascente in

dústria estão a exigir a junção dessas di ferentes linhas e a coordenação de sua

exploração. No Brasil, passou a figurar na ordem do dia o problema norte-sul, desde que as fábricas de São Paulo e

das diferentes regiões; essas diferencia

seus arredores começaram a ter certa importância; Necessita a indústria de

ções revelam, por outro lado, a variá vel intensidade com que, entre nós,

estradas de ferro e auto-estrndas, p.ara assegurar a distribuição de seus produ

estão sendo eliminadas as influências dos fatôres desfavoráveis do clima.

tos aos pontos mais afetados no terri

tório, em cujos limites goza de franquia aduaneira. É, na verdade, através dês

Os trarísportas

ses meios de transporte que a indústria conquista o mercado nacional. Em razão da falta de homogeneidade

litando aos seus habitantes participação ativa no intercâmbio comercial capitalis

contrários.

ta, ultrapassa as possibilidades dos países

combater os efeitos mais nocivos do

interessados.

clim^, com medidas de lügiene e salu-

roviários e das estradas de rodagem de

na construção de vias férreas na Amé

bridade pública que, entretanto, só po

um país exerce grande influência em

rica do Sul, é difícil, em nosso eonti-

Nesses casos, as tentativas realizadas.

Nesses casos, é possível O desenvolvimento dos sistemas fer


Dícesto

Econômico 69

A Industrialização nos Países «Novos» II Geraldo O. Banaskiwitz

dem ser postas «m prática à medida

que melhoram as condições de \ida da naassa da população. Se nas últimas décadas progressos incontestáveis se rea lizaram nesse sentido em nosso país

freqüentemente com meios insuficien tes, redundam em completo malôgro,

J^EFERiNDo-sE aos obstáciilos quc se

provocando o pessimismo geral em re-

opõem à industrialização, cita fre qüentemente a imprensa pseudo-cien-

lação às possibilidades potenciais das

tífica o caso dos países tropicais, onde

respectivas zonas. O exemplo recente da "campanha da borfacha" no vale

um clima desfavorável ao esfôrço hu

amazônico, onde milhares de seres hu

mano determina a indolência "natural"

manos perderam a vida na luta contra

de seus habitantes.

as fôrças da natureza, demonstra (jue

Mas o memorial da Sociedade das Na

ções sobre a industrialização (assinala, cora justeza, que, nos casos em que a

população demonstra falta de energia, liga-se o fenômeno "ao estado quase generalizjado de modéstias infecciosas, co mo o impaludismo e a ancilostomíase, que provocam a apatia, a perda .de fôrça vital, a inaptidão ao trabalho, e que de outro lado enfraquecem a resis tência do organismo a numerosas outras

afecções".

O autor Knowles confirma

essa interpretação no caso da índia em seu livro: The Economic Development

of the British Overseas Empire. Embora se reduza assim o fator cli

mático à categoria de fenômeno secun dário, que o esfôrço hu

seria necessário reunir os recursos de

um grande país fortemente industriali zado para tornar perfeitamente acessí vel aquela imensa região. A cláusula incluída em nossa Consti

tuição, determinando que 2% das recei tas da União sejam empregados em obras de saneamento da região amazônica,

põe em relêvo a tenacidade de nossos compatriotas; mas que ninguém lenha ilusões acêrca dos efeitos dêsses 200 milhões sôbre o vale amazônico. O sa

neamento daquela região exige esfor ços financeiros tão desproporcionados em relação às receitas nacionais, que não é possível empreender, atualmente, nenhum trabalho neste sentido.

Dominam grande par te do território nacio nal fatôres climáticos

mano pode dominar, é preciso

não

esquecer

que a energia necessá ria para explorar econò-

em certas zonas já in

micamente

re

corporadas ao regime

giões tropicais, possibi

capitalista prevalecem, mas em menor grau, aquêles fatôres

certas

desfavoráveis.

Mesmo

Unidos _e na Europa as bases da indus

trialização Já se achavam lançadas quan

do apareceram as primeiras estradas de ferro; mas, nos chamados países" "no

caís, corresponderam cies sempre ao

vos", distingue-se nitidamente que a construção de caminhos de ferro precede

crescimento

o crescimeulo da produção manufatu-

e em outras regiões tropicais e subtropiA influência do clinta

.eu progresso mdustríal.

das

produções industriais

dos respectivos países e regiões. Do * volii^Tie da produção industrial depende, ínquestionàvelmente, o crescimento da renda nacional, e desta dependem os gastos com os serviços de higiene e

reira.

Nos países "novos" destinam-se as

primeiras estradas de ferro a transportar as mater as-primas das zonas de pro dução aos portos maríümos. Podemos

De seu lado, os diri

assim, definir a Paulista e a Mogiana

gentes das empresas econômicas parti

como estradas de ferro do café a de

saúde pública.

cipam também das medidas de com

1'héus como estrada de ferro do'cacau,

bate às enfermidades, pelo interê.sse

a de Vitória como a de um mineral e a

que têm na eliminação dos fatôres que possam diminuir a produção. Notamos

de Mossoró como a do gèsso. Em «"egra geral, as linhas férreas brasileiras se

ainda que, com a industrialização, múl

guem a direção leste-oeste, sem que

tiplos esforços se realizam para melho

existam ligações entre elas, destacandose. dentre as raras exceções a essa or entaçao. o ramal paulista da Central do Brasi. e a ligação ferroviária São

rar o estado físico de milhões de sôres

que até então representavam para a eco nomia

nacional

um

valor

muito li-

naitado.

Puulo-Rio Grande, que, aliás, represen

Sabendo-se a estreita relação que exis te entre a produção e o combate às doenças, explica-se porque seriam as

nômico.

condições físicas e materiais mais favo

ráveis aos obreiros das regiões de alta

produtividade industrial.

No Brasil

observam-se diferenças sensíveis no es tado físico das populações, conforme o desenvolvimento da produção industrial

tam, no conjunto, pequeno valor eco Os interêsses de nossa nascente in

dústria estão a exigir a junção dessas di ferentes linhas e a coordenação de sua

exploração. No Brasil, passou a figurar na ordem do dia o problema norte-sul, desde que as fábricas de São Paulo e

das diferentes regiões; essas diferencia

seus arredores começaram a ter certa importância; Necessita a indústria de

ções revelam, por outro lado, a variá vel intensidade com que, entre nós,

estradas de ferro e auto-estrndas, p.ara assegurar a distribuição de seus produ

estão sendo eliminadas as influências dos fatôres desfavoráveis do clima.

tos aos pontos mais afetados no terri

tório, em cujos limites goza de franquia aduaneira. É, na verdade, através dês

Os trarísportas

ses meios de transporte que a indústria conquista o mercado nacional. Em razão da falta de homogeneidade

litando aos seus habitantes participação ativa no intercâmbio comercial capitalis

contrários.

ta, ultrapassa as possibilidades dos países

combater os efeitos mais nocivos do

interessados.

clim^, com medidas de lügiene e salu-

roviários e das estradas de rodagem de

na construção de vias férreas na Amé

bridade pública que, entretanto, só po

um país exerce grande influência em

rica do Sul, é difícil, em nosso eonti-

Nesses casos, as tentativas realizadas.

Nesses casos, é possível O desenvolvimento dos sistemas fer


Díííksto Econômico

Dioksto EcoNó^^co

para isso um sério obstáculo. - Eis, a

nente, realizar a desejada junção dé suas Tnhas. As diferenças técnicas que apre

propósito, um interessante quadro esta

sentam as numerosas estradas, e sobre

tístico .sôbrc as bitolas das vias férreas

tudo as diferenças de bitola, representam

sul-amcricanas:

71

Eslat!5tica.s referentes no país mais in

dn produção nacional. Estabelecem as

dustrializado do globo, os Estados Uni dos, deinonstrani que essas apl cações de capital ultrapassam de 390% o valor

estatísticas uma verdadeira hierarquia dos diversos ramos, segundo a intensi

dade das aplicações de capital.

ESTRADAS DE FERRO SUL-AMERICANAS

(Bitola em metragem) EMRtDt Í>E FRRRO

i(iü0i4:t:> 1067

EXTENStu EM MILlitRES DE KM.

Argentina ..

27.60

Brasil Bolívia

21.30 1.41

Chile Colômbia

5.81

1

55%

7% 7%

_

,

30%

..

4.12

Paraguai ... 1

0.78 1.04

Peru

2.12

1.88

Uruguai ...

1

IOOojoO!4 flr02|o?ão'o600 1 i 3.5%

90%

-2%'

_

0.76

Ramo

!

\

1% —

(Produção = 100)

Eletricidade

1%

Transporte c comunicaçõe.s

Indústria mineral Manufatura

_

100 100 100 100

1.200

4S0 330 260

A importância desses capitais deter mina, em grande parte, a produção mé

_

1 ~ i"

1

Coptfnw

i

Produção

2%

98% 2% 6% 45% 3% 8% 8% 0,5% 22% 0,5% 77% 11% 68% 4% 17% 57% 5% 34% 4% 59% 2% 4% 5% 30% 99% 1% 44% 5% 3% 17% 26% —

Equador ...

Venezuela ..

RELAÇÃO ENTRE O VALOR DA PRODUÇÃO E DOS CAPITAIS

dia individual dos obreiros.

Nos Es

mento da produção mediante a moder nização dos maquini.smos das fábricas. Os paises anglo-saxões, onde a mão-de-

tados Unidos era ela, em 1937, de 2:1

obra é custosa e o número dc máquinas

nês — prossegue o professor Hoegbon --

em relação à Alemanha e de 2,25:1 em

constitui a base do progresso industrial,

Uruguai que a apresenta, pois ali 99%

e O' mineral de cromo, podem ser ex

relação à Inglaterra.

das linhas têm

plorados a uma distância maior da costa,

obreiro-liora aumentou de 600% nos Es

demonstram não compreender bem a nossa situação, pois, efetivamente, en

maior confusão reina na Venezuela, on

6 os minerais de chumbo e de zinco a

tados Unidos, de 1869 a 1914, tendo

tre nós o emprego intensivo do braço

de para apenas 76 milhas existem cinco

uma distância ainda maior.

dobrado desta última data a 1939.

sistemas de estradas.

to, os únicos metais comuns que podem ser extraídos economicamente em quais

humano pode ser mais econômico que a introdução de máquinas.

Como se vê, a maior coerência é o a

mesma

bitola;

a

A fusão das rêdes ferroviárias, às van

tagens, já assinaladas, de alargar o mercado nacional, acrescenta a de en curtar as distâncias, pois em certos ca

sos o custo dos transportes pode tornar anti-económica toda a produção de uma

zona. Segundo cálculos do professor Ivar Hoegbon, na obra "Desenvolvimen to da Produção Mundial de MatériasPrimas", os limites dentro dos quais é

lucrativa a produção m neira, por exem plo, nos Estados Unidos e na Europa,

são os seguintes: o carvão, os minérios

Entretan

A produção por

E' um fenômeno inerente à industria

lização a tendência a aplicar sempre no\'OS capitais e a substituir por máquinas

quer condições são o cobre e o esta-

uma parte da mão-de-obra.

nho.

O ritmo

Aplicando-se essa escala aos mine

dessa substituição c determinado, em

rais e ao carvão transportados por via férrea em nosso país, vê-se que os .cál culos citados se aplicam também às nos

cada região, pelo custo da mão-de-obra. Sc é forte o êxodo das populações

sas condições.

vantajoso ao industrial utilizar muita

campesinas para os centros urbanos, é

mão-de-obra, empregando pouco capi

Os capitaü-

A produção manufatureira pode desenvolver-se gra ças à aplicação preliminar de vultosos capitais, sobre

de ferro e os fosfatos só são exploráveis num raio de 100 quilômetros e os óleos minerais num raio de 250 quilômetros dé

de ferramentas mecânicas, transportes,

distância do litoral. O mineral de manga-^

imóveis e serviços de utilidade pública. •

J &

sumo podem escolher entre o emprego de máquinas e o de mão-de-obra;, as indústrias pesadas necessitam, em quais quer circunstâncias, de instalações mecâ

nicas insubstituíveis pela mão-de-obra. Um estudo indiano — "Postwar Cons-

tal para manter e mesmo para melhorar a produção. Nessas condições está o

truction" — preparado por A. I. Que-

Bra.sil e daí as d scussões sôbre a.opor

têxtil, o volume do capital determina o rendimento por trabalhador:

tunidade, ou não, de se obter o au

tudo nos ramos da energia,

Notemos, porém, que sòmenlc as in dústrias produtoras de artigos de con

reclú, demonstra como, na indústria


Díííksto Econômico

Dioksto EcoNó^^co

para isso um sério obstáculo. - Eis, a

nente, realizar a desejada junção dé suas Tnhas. As diferenças técnicas que apre

propósito, um interessante quadro esta

sentam as numerosas estradas, e sobre

tístico .sôbrc as bitolas das vias férreas

tudo as diferenças de bitola, representam

sul-amcricanas:

71

Eslat!5tica.s referentes no país mais in

dn produção nacional. Estabelecem as

dustrializado do globo, os Estados Uni dos, deinonstrani que essas apl cações de capital ultrapassam de 390% o valor

estatísticas uma verdadeira hierarquia dos diversos ramos, segundo a intensi

dade das aplicações de capital.

ESTRADAS DE FERRO SUL-AMERICANAS

(Bitola em metragem) EMRtDt Í>E FRRRO

i(iü0i4:t:> 1067

EXTENStu EM MILlitRES DE KM.

Argentina ..

27.60

Brasil Bolívia

21.30 1.41

Chile Colômbia

5.81

1

55%

7% 7%

_

,

30%

..

4.12

Paraguai ... 1

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Peru

2.12

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(Produção = 100)

Eletricidade

1%

Transporte c comunicaçõe.s

Indústria mineral Manufatura

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100 100 100 100

1.200

4S0 330 260

A importância desses capitais deter mina, em grande parte, a produção mé

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1

Coptfnw

i

Produção

2%

98% 2% 6% 45% 3% 8% 8% 0,5% 22% 0,5% 77% 11% 68% 4% 17% 57% 5% 34% 4% 59% 2% 4% 5% 30% 99% 1% 44% 5% 3% 17% 26% —

Equador ...

Venezuela ..

RELAÇÃO ENTRE O VALOR DA PRODUÇÃO E DOS CAPITAIS

dia individual dos obreiros.

Nos Es

mento da produção mediante a moder nização dos maquini.smos das fábricas. Os paises anglo-saxões, onde a mão-de-

tados Unidos era ela, em 1937, de 2:1

obra é custosa e o número dc máquinas

nês — prossegue o professor Hoegbon --

em relação à Alemanha e de 2,25:1 em

constitui a base do progresso industrial,

Uruguai que a apresenta, pois ali 99%

e O' mineral de cromo, podem ser ex

relação à Inglaterra.

das linhas têm

plorados a uma distância maior da costa,

obreiro-liora aumentou de 600% nos Es

demonstram não compreender bem a nossa situação, pois, efetivamente, en

maior confusão reina na Venezuela, on

6 os minerais de chumbo e de zinco a

tados Unidos, de 1869 a 1914, tendo

tre nós o emprego intensivo do braço

de para apenas 76 milhas existem cinco

uma distância ainda maior.

dobrado desta última data a 1939.

sistemas de estradas.

to, os únicos metais comuns que podem ser extraídos economicamente em quais

humano pode ser mais econômico que a introdução de máquinas.

Como se vê, a maior coerência é o a

mesma

bitola;

a

A fusão das rêdes ferroviárias, às van

tagens, já assinaladas, de alargar o mercado nacional, acrescenta a de en curtar as distâncias, pois em certos ca

sos o custo dos transportes pode tornar anti-económica toda a produção de uma

zona. Segundo cálculos do professor Ivar Hoegbon, na obra "Desenvolvimen to da Produção Mundial de MatériasPrimas", os limites dentro dos quais é

lucrativa a produção m neira, por exem plo, nos Estados Unidos e na Europa,

são os seguintes: o carvão, os minérios

Entretan

A produção por

E' um fenômeno inerente à industria

lização a tendência a aplicar sempre no\'OS capitais e a substituir por máquinas

quer condições são o cobre e o esta-

uma parte da mão-de-obra.

nho.

O ritmo

Aplicando-se essa escala aos mine

dessa substituição c determinado, em

rais e ao carvão transportados por via férrea em nosso país, vê-se que os .cál culos citados se aplicam também às nos

cada região, pelo custo da mão-de-obra. Sc é forte o êxodo das populações

sas condições.

vantajoso ao industrial utilizar muita

campesinas para os centros urbanos, é

mão-de-obra, empregando pouco capi

Os capitaü-

A produção manufatureira pode desenvolver-se gra ças à aplicação preliminar de vultosos capitais, sobre

de ferro e os fosfatos só são exploráveis num raio de 100 quilômetros e os óleos minerais num raio de 250 quilômetros dé

de ferramentas mecânicas, transportes,

distância do litoral. O mineral de manga-^

imóveis e serviços de utilidade pública. •

J &

sumo podem escolher entre o emprego de máquinas e o de mão-de-obra;, as indústrias pesadas necessitam, em quais quer circunstâncias, de instalações mecâ

nicas insubstituíveis pela mão-de-obra. Um estudo indiano — "Postwar Cons-

tal para manter e mesmo para melhorar a produção. Nessas condições está o

truction" — preparado por A. I. Que-

Bra.sil e daí as d scussões sôbre a.opor

têxtil, o volume do capital determina o rendimento por trabalhador:

tunidade, ou não, de se obter o au

tudo nos ramos da energia,

Notemos, porém, que sòmenlc as in dústrias produtoras de artigos de con

reclú, demonstra como, na indústria


Dicesto

72

Método de produção

Aplicação de capital por

operário

(em

Rendimento

por

operário

Econókuco

A luta contra a Rússia

Relação entro

0 capital e o rendimento

José Maria Bello

rúpias)

oham muito mais rápi

Tecelagens modernas (indústria de grande envergadura) Tecelagens mecânicas (pequena indústria) Teares automáticos Teares a mão

das do que poderia su 1.200

650

1,9:1

300 90 35

200 80 45

1,5 : 1 1.1 :1

por qualquer pessimista as

Nações

0,8 : 1

Como se vê, a pequena indústria em prega, por unidade de capital, quatro vezes mais obreiros que a grande in

trial e a de outro, empregado, por exem

dústria, sendo o rendimento por obreiro

Encontramos, ainda, sensíveis diferen

plo, numa usina de eletricidade de gran

desilusões

sobre

o

"depois da vitória" das Aliadas.

Mal

terminada a guerra con tra o inimigo comum, os dois grandes grupos em que se dividiam os países tríunfantes iniciavam nova luta no cam

de capital.

po diplomático e que ninguém ousa prever a que conseqüências finais po

derá tomar e, sobretudo, que conseqüên cias imediatas e mediatas poderá im

houve talvez uma espécie de "pudor político"; mas passada esta fase mais

plicar?

69% menor.

ças de produtividade individual compa

derá chegar. Nos primeiros momentos

Êste exemplo hindu, é bom frisar no vamente, refere-se à indústria têxtil, que

rando os países altamente industrializa dos aos países em que a industrialização está apenas em início. Eis um exemplo eloqüente; o trabalhador norte-america

ou menos protocolar, necessária ao ba

pertence ao grupo de emprêsas produ toras de artigos de consumo. É ainda dade — ejq)ressa em unidade monetária

no produz 131 vezes mais qiíe o seu colega hindu no mesmo espaço de

— de um obreiro daquele ramo indus

tempo.

mais forte a diferença entre a produtivi

De Washington, o escritor José Maria BcJlo envia para o "Digcsto Econômico" êsse artigo, a fim de, ainda «ma ce= advertir que democracia não é sinônimo de inércia e, sendo o clima do comu nismo o da miséria das massas o re médio salvador é o da elevação do nível das camadas proletárias.

De certo, o evocar do passado não resolve as dificuldades presentes; toda lanço das fôrças de cada um, as diver- ' via. é bem necessário para facilitar-lhes gências sempre latentes entre a Rússia

a compreensão.

e as democracias ocidentais ou, mais

da Rússia à invasão nazista fêz nascer

especialmente, entre a Rúvsia e os Es tados Unidos, adquiriram o mais espe tacular e perigoso aspecto.

Assim, de

gradou até. a selvageria ancestral; os horizontes parecem tão ou mais pesa

cisivo elemento a contar nos destinos do

dos do que no tempo de Hitier. As perspectivas do nova conflagração — e

comunista procuraria concentrar-se com

horrores de uma guerra em que tantas vôzes a humanidade civilizada se de

uma pergunta formulada no curso de uma entrevista com os representantes da im prensa, declarou que os Estados Unidos não cogitam da "esterilização" do ouro, isto é, compra e congelamento do mesmo. Acrescentou o sr. Snxfder que a adoção de tal medida não é simples, porquanto o govêrno teria que pagar pelo ouro que íencionava "esteriliza^'.

Motivou essa pergunta recente notícia veiculada pela imprensa segundo a qual estava havendo grande fluxo de ouro do estrangeiro para os E. U. A.

O sr. Snijder reafirmou a conveniência de serem aplicados todos os fundos ex cedentes nu dívida nacional, mas insistiu que tal medida deva ser feita de maneira a evitar qualquer perturbação no equilíbrio financeiro da nação.

mundo. Integrada no triunfo, a Rússia

q^u, não .será ela com as novas armas

us suas antigas aliadas para cimenta

do destruição em que é sempre tão fér

rem juntas as ba.scs do uma ordem di

til o gênio humano? — agoniam o mun

plomática capuz, pelo menos, do evitar

do e criam para os dirigentes políticos e militares de tôdas as nações problemas

novas guerras.'For tudo o século XIX,

que parecem transcender da sua co

entre as grandes potências, a fertiz mv.

mum aptidão. Será possível ainda re duzir os antagonismos entre o Oriente,

tocracia russa não constituía um em

simbolizado na Rússia, e o Ocidente,

contrário, São Petersburgo dos czares e

Tesumldo nos Estados Unidos?

dos grãos-duques e a França republi cana e radicai bem se entenderam, co-

E se

deflagrar nova guerra, que rumos po• MaW •

por tôda parte uma onda de confiança e de entusiasmo pelo seu povo, e, de certo modo, pelos seus dirigentes. Um regime ou uma ideologia política á sombra da qual fôra possível a xitória contra a mais poderosa máquina militar de todos os tempos era, afinal, um de

pois de quase seis anos de inenarráveis

O Secretário da Fazenda dos Estados Unidos, sr. John Snyder, em resposta «

A resistência heróica

no sistema de equilíbrio ou do b.aiançu pecilho no jògo intcniacional.

Pelo


Dicesto

72

Método de produção

Aplicação de capital por

operário

(em

Rendimento

por

operário

Econókuco

A luta contra a Rússia

Relação entro

0 capital e o rendimento

José Maria Bello

rúpias)

oham muito mais rápi

Tecelagens modernas (indústria de grande envergadura) Tecelagens mecânicas (pequena indústria) Teares automáticos Teares a mão

das do que poderia su 1.200

650

1,9:1

300 90 35

200 80 45

1,5 : 1 1.1 :1

por qualquer pessimista as

Nações

0,8 : 1

Como se vê, a pequena indústria em prega, por unidade de capital, quatro vezes mais obreiros que a grande in

trial e a de outro, empregado, por exem

dústria, sendo o rendimento por obreiro

Encontramos, ainda, sensíveis diferen

plo, numa usina de eletricidade de gran

desilusões

sobre

o

"depois da vitória" das Aliadas.

Mal

terminada a guerra con tra o inimigo comum, os dois grandes grupos em que se dividiam os países tríunfantes iniciavam nova luta no cam

de capital.

po diplomático e que ninguém ousa prever a que conseqüências finais po

derá tomar e, sobretudo, que conseqüên cias imediatas e mediatas poderá im

houve talvez uma espécie de "pudor político"; mas passada esta fase mais

plicar?

69% menor.

ças de produtividade individual compa

derá chegar. Nos primeiros momentos

Êste exemplo hindu, é bom frisar no vamente, refere-se à indústria têxtil, que

rando os países altamente industrializa dos aos países em que a industrialização está apenas em início. Eis um exemplo eloqüente; o trabalhador norte-america

ou menos protocolar, necessária ao ba

pertence ao grupo de emprêsas produ toras de artigos de consumo. É ainda dade — ejq)ressa em unidade monetária

no produz 131 vezes mais qiíe o seu colega hindu no mesmo espaço de

— de um obreiro daquele ramo indus

tempo.

mais forte a diferença entre a produtivi

De Washington, o escritor José Maria BcJlo envia para o "Digcsto Econômico" êsse artigo, a fim de, ainda «ma ce= advertir que democracia não é sinônimo de inércia e, sendo o clima do comu nismo o da miséria das massas o re médio salvador é o da elevação do nível das camadas proletárias.

De certo, o evocar do passado não resolve as dificuldades presentes; toda lanço das fôrças de cada um, as diver- ' via. é bem necessário para facilitar-lhes gências sempre latentes entre a Rússia

a compreensão.

e as democracias ocidentais ou, mais

da Rússia à invasão nazista fêz nascer

especialmente, entre a Rúvsia e os Es tados Unidos, adquiriram o mais espe tacular e perigoso aspecto.

Assim, de

gradou até. a selvageria ancestral; os horizontes parecem tão ou mais pesa

cisivo elemento a contar nos destinos do

dos do que no tempo de Hitier. As perspectivas do nova conflagração — e

comunista procuraria concentrar-se com

horrores de uma guerra em que tantas vôzes a humanidade civilizada se de

uma pergunta formulada no curso de uma entrevista com os representantes da im prensa, declarou que os Estados Unidos não cogitam da "esterilização" do ouro, isto é, compra e congelamento do mesmo. Acrescentou o sr. Snxfder que a adoção de tal medida não é simples, porquanto o govêrno teria que pagar pelo ouro que íencionava "esteriliza^'.

Motivou essa pergunta recente notícia veiculada pela imprensa segundo a qual estava havendo grande fluxo de ouro do estrangeiro para os E. U. A.

O sr. Snijder reafirmou a conveniência de serem aplicados todos os fundos ex cedentes nu dívida nacional, mas insistiu que tal medida deva ser feita de maneira a evitar qualquer perturbação no equilíbrio financeiro da nação.

mundo. Integrada no triunfo, a Rússia

q^u, não .será ela com as novas armas

us suas antigas aliadas para cimenta

do destruição em que é sempre tão fér

rem juntas as ba.scs do uma ordem di

til o gênio humano? — agoniam o mun

plomática capuz, pelo menos, do evitar

do e criam para os dirigentes políticos e militares de tôdas as nações problemas

novas guerras.'For tudo o século XIX,

que parecem transcender da sua co

entre as grandes potências, a fertiz mv.

mum aptidão. Será possível ainda re duzir os antagonismos entre o Oriente,

tocracia russa não constituía um em

simbolizado na Rússia, e o Ocidente,

contrário, São Petersburgo dos czares e

Tesumldo nos Estados Unidos?

dos grãos-duques e a França republi cana e radicai bem se entenderam, co-

E se

deflagrar nova guerra, que rumos po• MaW •

por tôda parte uma onda de confiança e de entusiasmo pelo seu povo, e, de certo modo, pelos seus dirigentes. Um regime ou uma ideologia política á sombra da qual fôra possível a xitória contra a mais poderosa máquina militar de todos os tempos era, afinal, um de

pois de quase seis anos de inenarráveis

O Secretário da Fazenda dos Estados Unidos, sr. John Snyder, em resposta «

A resistência heróica

no sistema de equilíbrio ou do b.aiançu pecilho no jògo intcniacional.

Pelo


rp^

I>If;KSTC» EcONÓNíICO

74

mo mais tarde bem se entenderam as

dxias e a lí\Te Inglaterra. A mesma cousa deveria ou poderia acontecer com a Rússia vermelha; as boas relações diplomeítícas não se condicionam for-

plantá-!a por todos os meios, desde a conspiração nas trevas até as guerra.s de conquista. Em suma, o que Iodos nós

já conhecemos ao tempo de Hitler c de

Dicesto

Econónoco

antigos aliados, a Rús.sia pôde abrir o seu insidioso jôgo nos casos básicos da Ale

primeiras \antagens militares pucie-sscin ser suas. Contemporizando hoje com a

manha e da Áustria e preparar-se com tranqüila segurança para o golpe bran

reincidiria nos erros próprios, da Inglater

ditadura moscorita, a América do Norte

ra e da França, na era de Hitler. de

cliosos do Kremlim. preocupado sem

co da Tchecoslováquia. Stalin c Molotov não SC perdem por falta dc \isão, de tenacidade o de calculada frieza; sa

pre em evitar as exibições de fôrça mi

bem excelentemente o que querem, e

ta ignorância" de leigo, discutir o poderio

litar do nazismo, e dada a inegável su-

excelentemente

ferentes das contingências "internas"

perioridadc de proselitismo sobre as mas

da Terra.

criadas pela divergência ou mesmo pelo antagonismo das formas de Estado..'

sa.': e, mesmo, sobre certos grupos de intelectuais, da pregação comunista, es

que podem Icvá-lo.s ao ô.xito. O trato diplomático com eles requer uma argiicia, uma paciência, um treino que infe lizmente não parecem virtudes marcanle.s nos homens dc g(n'crno da.s velhas demo

que sentido ultra-trágico poderia reves-

cracias.

ca, com a infalível traição "das quintascohmas" comunistas cm quase todos os países, e, principalmente, que conse

■ çosamente à identidade ou à analogia dc regimes políticos. Os interesses da política "externa" podem girar, muitas vêzes, em esferas fundarhcntalmente di

Estava aí a grande e quase universal ilusão. A autocracia dos czares não foi

nunca uma criação doutrinária, uma

ideologia, uma finalidade política e so cial em si mesma. A própria elite russa a aceitava como resultado das condições

do seu imenso, desarticulado e inculto

país, condições que um dia teriam de al terar-se, determinando fatalmente a mo

dificação

da

superestrutura

política.

Não se propunha, pois, o absolutismo russo a conquistar o mundo ou a impor aos outros ppvos a sua con

cepção da sociedade ou do Esta do. Havia, em verdade, um pan-

eslavismo, com um nítido sentido

imperialista; mas imperialismo tí pico do século passado, concretizando o desejo de preeminência política e de expansão econômica, que pudessem asse gurar a cada uma das grandes potên cias decisiva palavra nos conclaves inter nacionais. O comunismo, que teve na

Rússia a sua primeira grande experiên

cia prática, foi sempre por definição uma doutrina universal, tal como pre

tendeu ser, com tão calamitosos resulta dos, o nazi-fascismo. Partindo da con vicção teórica de que a democracia in dividualista e capitalista entrou por to

da parte em irremedavel agonia, êle tem toda uma Ordem Nova, não a ofe

recer pacificamente ao mundo, mas a

Mussobni, e em lermos muito mais pe

rigosos, dados os processos mais insi-

pécie por vêzes de enganoso refúgio para os que sofrem as injustiças c as iniqüidades, que a civilização crista ainda não pôde eliminar ou para os que de sesperam dc encontrar-lhes remédios nos quadros sociais e econômicos do Oci dente, mas cj^uase sempre exiiressão de inconfessáveis .sentimentos de inveja, de

despeito e de instintos primitivos de destruição. A Rússia vermelha, coroada

pela vitória sobre o extremismo da dire'la, não perderia, pois, a sua

magna oportunidade histórica, que, como todas as oportunida des, raramente se repetem. A faci'idade com que absor\'eu no primeiro

momento, quase sem

conhecem os cam-nhos

Mas, enfim, tudo tem um ter

mo. Os políticos dos Estados Unidos e da Europa ainda livre das garras dè Moscou, sentiram que se aproximava a hora em que não são mais per

mitidos os equívocos. Ou opõem as mais fortes barreiras à expan são de Moscou ou terão de con

formar-se com o seu corripleto do mínio sobre o Velho Mundo, e através dêste, sôbrc os outros Continentes.

Mas que barreiras conseguiriam deter a marcha russa?

Naturalmente, não

Chamber'ain e dc Daladicr. Clavo que não me proporia nunca, na minha perfei militar das duas mais poderosas nações Entretanto, o que cada um de nós tem

O direito dc perguntar a si mesmo é de tir-sc nova guerra com a bomba atômi

qüências traria a Europa e no mundo.

Ninguém duvida do desespera do trabalho que tentariam os bol chevistas, cegamente obedientes a

Moscou, para coii\'crter a guerra internacional numa guerra civil dentro de cada nação. Os Esta

dos Unidos e a Inglaterra esta riam livres de semelhante peri go; mas o mesmo se verificaria alhures?

Deixemos, todavia, este aspecto do tre

faltam os que pensam logo nas soluções violentas. A guerra, por exemplo, en

mendo prob'ema para detcrmo-nos num outro. Ainda que previamente certa a

quanto oS bolchevistas não conseguem completar os seus planos de recuperação

vitória militar sôbre a Rússia, o esma-

surgidas do Congresso de Versalhes em 1919, aguçou-lhe naturalmente o apetite

industnúal e enquanto, especialmentej,

que o mundo percebesse o passe de ma gia política, as três Repúblicas bálticas e estimulou-Uie a audácia.

Hoje, reconstruindo os fato.s fècentes.

imaginamos bem que muito descuidadas

não disponham da bomba atômica. Pa

rece que não há linha de comparação entre o potencial econômico da Rússia

foram as democracias ocidentais e, par

e o dos Estados Unidos.

ticularmente, os Estados Unidos, mes

mo ao tempo de Roosevelt, dc tão alta

tarão, a julgar pelos índices econômicos que deles se conhecem, trinta a quaren

visão política.

ta anos atrasãdos em relação aos ameri

A atitude inicial de

Os russos es

Moscou em relação à Finlândia, à Ru-

canos do norte. Não lhes seria po.ssível,

mània, à Iugoslávia e à Hungria deveria ter desfeito explicáveis ilusões da primei ra hora. Forte das conquistas políticas conseguidas nó passivo silêncio dos seus

pois, manter uma guerra longa, que exi

gamento do comunismo internacional pe lo aniquilamento do seu grande cen tro abriria à humanidade, por êle tão barbaramente ameaçada, perspectivas de dias tranqüilo.s e feli"zes? Não creio que alguém capaz de refletir um pouco so bre o assunto possa responder afinnati\'amente a semelhante interrogação. O

que mostra a história dc todos os tem pos, o que mostra duramente a história

ge o mais formidável parque industrial, com os Estados Unidos, mesmo que na

de ontem, é que as guerras são apenas soluções de suprema emergência, inca pazes, portanto, de modificar a essên

Europa empobrecida e desarmada as

cia das coisas.

A Alemanha vencida


rp^

I>If;KSTC» EcONÓNíICO

74

mo mais tarde bem se entenderam as

dxias e a lí\Te Inglaterra. A mesma cousa deveria ou poderia acontecer com a Rússia vermelha; as boas relações diplomeítícas não se condicionam for-

plantá-!a por todos os meios, desde a conspiração nas trevas até as guerra.s de conquista. Em suma, o que Iodos nós

já conhecemos ao tempo de Hitler c de

Dicesto

Econónoco

antigos aliados, a Rús.sia pôde abrir o seu insidioso jôgo nos casos básicos da Ale

primeiras \antagens militares pucie-sscin ser suas. Contemporizando hoje com a

manha e da Áustria e preparar-se com tranqüila segurança para o golpe bran

reincidiria nos erros próprios, da Inglater

ditadura moscorita, a América do Norte

ra e da França, na era de Hitler. de

cliosos do Kremlim. preocupado sem

co da Tchecoslováquia. Stalin c Molotov não SC perdem por falta dc \isão, de tenacidade o de calculada frieza; sa

pre em evitar as exibições de fôrça mi

bem excelentemente o que querem, e

ta ignorância" de leigo, discutir o poderio

litar do nazismo, e dada a inegável su-

excelentemente

ferentes das contingências "internas"

perioridadc de proselitismo sobre as mas

da Terra.

criadas pela divergência ou mesmo pelo antagonismo das formas de Estado..'

sa.': e, mesmo, sobre certos grupos de intelectuais, da pregação comunista, es

que podem Icvá-lo.s ao ô.xito. O trato diplomático com eles requer uma argiicia, uma paciência, um treino que infe lizmente não parecem virtudes marcanle.s nos homens dc g(n'crno da.s velhas demo

que sentido ultra-trágico poderia reves-

cracias.

ca, com a infalível traição "das quintascohmas" comunistas cm quase todos os países, e, principalmente, que conse

■ çosamente à identidade ou à analogia dc regimes políticos. Os interesses da política "externa" podem girar, muitas vêzes, em esferas fundarhcntalmente di

Estava aí a grande e quase universal ilusão. A autocracia dos czares não foi

nunca uma criação doutrinária, uma

ideologia, uma finalidade política e so cial em si mesma. A própria elite russa a aceitava como resultado das condições

do seu imenso, desarticulado e inculto

país, condições que um dia teriam de al terar-se, determinando fatalmente a mo

dificação

da

superestrutura

política.

Não se propunha, pois, o absolutismo russo a conquistar o mundo ou a impor aos outros ppvos a sua con

cepção da sociedade ou do Esta do. Havia, em verdade, um pan-

eslavismo, com um nítido sentido

imperialista; mas imperialismo tí pico do século passado, concretizando o desejo de preeminência política e de expansão econômica, que pudessem asse gurar a cada uma das grandes potên cias decisiva palavra nos conclaves inter nacionais. O comunismo, que teve na

Rússia a sua primeira grande experiên

cia prática, foi sempre por definição uma doutrina universal, tal como pre

tendeu ser, com tão calamitosos resulta dos, o nazi-fascismo. Partindo da con vicção teórica de que a democracia in dividualista e capitalista entrou por to

da parte em irremedavel agonia, êle tem toda uma Ordem Nova, não a ofe

recer pacificamente ao mundo, mas a

Mussobni, e em lermos muito mais pe

rigosos, dados os processos mais insi-

pécie por vêzes de enganoso refúgio para os que sofrem as injustiças c as iniqüidades, que a civilização crista ainda não pôde eliminar ou para os que de sesperam dc encontrar-lhes remédios nos quadros sociais e econômicos do Oci dente, mas cj^uase sempre exiiressão de inconfessáveis .sentimentos de inveja, de

despeito e de instintos primitivos de destruição. A Rússia vermelha, coroada

pela vitória sobre o extremismo da dire'la, não perderia, pois, a sua

magna oportunidade histórica, que, como todas as oportunida des, raramente se repetem. A faci'idade com que absor\'eu no primeiro

momento, quase sem

conhecem os cam-nhos

Mas, enfim, tudo tem um ter

mo. Os políticos dos Estados Unidos e da Europa ainda livre das garras dè Moscou, sentiram que se aproximava a hora em que não são mais per

mitidos os equívocos. Ou opõem as mais fortes barreiras à expan são de Moscou ou terão de con

formar-se com o seu corripleto do mínio sobre o Velho Mundo, e através dêste, sôbrc os outros Continentes.

Mas que barreiras conseguiriam deter a marcha russa?

Naturalmente, não

Chamber'ain e dc Daladicr. Clavo que não me proporia nunca, na minha perfei militar das duas mais poderosas nações Entretanto, o que cada um de nós tem

O direito dc perguntar a si mesmo é de tir-sc nova guerra com a bomba atômi

qüências traria a Europa e no mundo.

Ninguém duvida do desespera do trabalho que tentariam os bol chevistas, cegamente obedientes a

Moscou, para coii\'crter a guerra internacional numa guerra civil dentro de cada nação. Os Esta

dos Unidos e a Inglaterra esta riam livres de semelhante peri go; mas o mesmo se verificaria alhures?

Deixemos, todavia, este aspecto do tre

faltam os que pensam logo nas soluções violentas. A guerra, por exemplo, en

mendo prob'ema para detcrmo-nos num outro. Ainda que previamente certa a

quanto oS bolchevistas não conseguem completar os seus planos de recuperação

vitória militar sôbre a Rússia, o esma-

surgidas do Congresso de Versalhes em 1919, aguçou-lhe naturalmente o apetite

industnúal e enquanto, especialmentej,

que o mundo percebesse o passe de ma gia política, as três Repúblicas bálticas e estimulou-Uie a audácia.

Hoje, reconstruindo os fato.s fècentes.

imaginamos bem que muito descuidadas

não disponham da bomba atômica. Pa

rece que não há linha de comparação entre o potencial econômico da Rússia

foram as democracias ocidentais e, par

e o dos Estados Unidos.

ticularmente, os Estados Unidos, mes

mo ao tempo de Roosevelt, dc tão alta

tarão, a julgar pelos índices econômicos que deles se conhecem, trinta a quaren

visão política.

ta anos atrasãdos em relação aos ameri

A atitude inicial de

Os russos es

Moscou em relação à Finlândia, à Ru-

canos do norte. Não lhes seria po.ssível,

mània, à Iugoslávia e à Hungria deveria ter desfeito explicáveis ilusões da primei ra hora. Forte das conquistas políticas conseguidas nó passivo silêncio dos seus

pois, manter uma guerra longa, que exi

gamento do comunismo internacional pe lo aniquilamento do seu grande cen tro abriria à humanidade, por êle tão barbaramente ameaçada, perspectivas de dias tranqüilo.s e feli"zes? Não creio que alguém capaz de refletir um pouco so bre o assunto possa responder afinnati\'amente a semelhante interrogação. O

que mostra a história dc todos os tem pos, o que mostra duramente a história

ge o mais formidável parque industrial, com os Estados Unidos, mesmo que na

de ontem, é que as guerras são apenas soluções de suprema emergência, inca pazes, portanto, de modificar a essên

Europa empobrecida e desarmada as

cia das coisas.

A Alemanha vencida


Digesto EcoNÓ.Nnco

de 1919 pôde provocar nova confla gração vinte anos depois, e mal elimina

xia contra êle consistirá sempre em ele

do o perigo imediato que ela represen

tárias, procurando combater as desigual

tava, surgiu o da

Economia dos Minerais Estratégicos

var o nível de vida das camadas prole

IV

A. J. Alves de Souza

Rússia vermelha.

dades sociais, tão duras, tão violentas,

Depois, a vitória sôbre um grande po vo dou a palavra aqui significação simplesmente demográfica — cria ques

por vêzes tão odiosas, sobretudo nos países de frágil estrutura econômica,

Vi — Comércio exterior de minerais

onde ainda não foi possível consolidar-

do Brasil

se a fôrça das classes médias. Mas ele var o nível de vida dos humildes, eis

Os dados sôbre exportação e impor

tões de alucinante gravidade. Três anos após o triunfo militar não sabem as

Nações Abadas que fazer do principal vencido.

Setenta a oitenta milhões de

alemães humilhados e empobrecidos são um pesadelo econômico e, mesmo, sob

várias modalidades, um pesadelo político para a Euxopa. Como poderá viver esta sem o concurso do pleno trabalho ger

mânico? Não se exaurem os ingleses e norte-americanos em suprir as zonas da Alemanha que lhes couberam? Pelo que tem sido o drama da Alemanha depois da guerra, imaginamos fàcilmente o que não seria para a Europa o arrasamento

de um país da extensão e da popula

tôda uma política econômica e social sôbre que corre impunemente tanta

tinta...

tação de bens primários e manufaturas

de origem mineral estão discriminados nos quadros ane.xos, organizados pelo

No terreno político, o que as

democracias têm de fazer é opor propa ganda à propaganda, ação prática a ação prática.

Engenheiro Imack Carvalho do Amaral, que tem a seu cargo, no Departamento Nacional da Produção Mineral, o estudo e a fiscalização do comércio de minerais

A democracia — outra

sentença milhares de vezes afirmada —

não pode ser um sinônimo de displi

do país. Êsses dados abrangem os anos

cência ou de inércia, e, muito menos,

de 1937 a 1946.

uma vocação suicida. Em nome das li

berdades democráticas, prestar-se qual fé do comunismo é pura estultícia, que .só os demagogos à caça de fácil po pularidade podem defender. Felizmen

ANOS

Somente

terra e como em outras grandes nações européias, vêm compreendendo estas

um insensato poderia defendê-la como

coisas ao alcance do comum raciocínio.

1943

definitivo remédio para a calamidade

A luta por meios pacíficos contra o co

comunista.

munismo tem de ser aceita no terreno

1944 1945 1946

te, as correntes mais esclarecidas da

A guerra, pois, não resolve a ques tão vital entre as democracias ociden tais e a tirania de Moscou.

A luta contra o imperialis

mo russo tem de ser feita em outros

opinião pública, aqui como na Ingla

em que os russos e seus adeptos interna

têrmos. No campo econômico e no campo político, por exemplo. Ê uma

cionais a coloquem. Desde que Moscou encontre resistência, recuará sempre;

banalidade lembrar uma afirmação mil

pelo menos por muitos anos a guerra lhe

vêzes repetida mas que nem por isso perde a sua fôrça convincente: o clima

parecerá uma aventura, que poderia ter minar para ela tão desastrosamente quan

do comunismo é o da miséria e do so

to terminou para o fascismo, o nazismo e

frimento das massas. A melhor profila-

tou ao Conselho de Comércio Exterior do

Brasil, referente ao comércio externo e ao uso dos nossos principais minerais csíraté£Ícos.

O totais gerais para a exportaÇião fo ram os que figuram no quadro abaixo: Cmsciros pOr

Quantidades em

Valor em

fotwladas

cruzeiros

455.953

93.694.732 81.543.409 125.932.103

205,50 153,60 197,50

221.812.714 487.803.923

418,20 479,30

530.807 637.786 530.422 1.017.754 738.882 784.890 408.859 592.288 260.393

551.275.841 770.941.973 676.127.074 559.216.705 349.453.000

toneladas

746,10 982,20 1.653,70 944.20

1.342,00

EXPORTAÇÕES DE MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946

o imperialismo japonês. ..

..a

mero, o trecho do parecer que o ilustre engenheiro A. J. Alves de Souza apresen

EXPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL

quer nação ao permanente jôgo de má 1937 1938 1939 1940 1941 1942

ção da Rússia.

O Digcsio Econômico publica, neste nú

:.É

Valor eni

Cruzeiros por

cruzeiros

170.000 83.000 395.000 1.198.000 8.200.000 10.900.165

442.769 550.343

959.389 7.995.859 23.975.311

2,60 6,60 2,40 6,70 2,90

2,70 3,50 4,30

17.204.792

29.877.849 53.974.961 51.771.530 97.273.201

6.534.115

57.384.116

8,80

15.162.559 12.190.325

5,60


Digesto EcoNÓ.Nnco

de 1919 pôde provocar nova confla gração vinte anos depois, e mal elimina

xia contra êle consistirá sempre em ele

do o perigo imediato que ela represen

tárias, procurando combater as desigual

tava, surgiu o da

Economia dos Minerais Estratégicos

var o nível de vida das camadas prole

IV

A. J. Alves de Souza

Rússia vermelha.

dades sociais, tão duras, tão violentas,

Depois, a vitória sôbre um grande po vo dou a palavra aqui significação simplesmente demográfica — cria ques

por vêzes tão odiosas, sobretudo nos países de frágil estrutura econômica,

Vi — Comércio exterior de minerais

onde ainda não foi possível consolidar-

do Brasil

se a fôrça das classes médias. Mas ele var o nível de vida dos humildes, eis

Os dados sôbre exportação e impor

tões de alucinante gravidade. Três anos após o triunfo militar não sabem as

Nações Abadas que fazer do principal vencido.

Setenta a oitenta milhões de

alemães humilhados e empobrecidos são um pesadelo econômico e, mesmo, sob

várias modalidades, um pesadelo político para a Euxopa. Como poderá viver esta sem o concurso do pleno trabalho ger

mânico? Não se exaurem os ingleses e norte-americanos em suprir as zonas da Alemanha que lhes couberam? Pelo que tem sido o drama da Alemanha depois da guerra, imaginamos fàcilmente o que não seria para a Europa o arrasamento

de um país da extensão e da popula

tôda uma política econômica e social sôbre que corre impunemente tanta

tinta...

tação de bens primários e manufaturas

de origem mineral estão discriminados nos quadros ane.xos, organizados pelo

No terreno político, o que as

democracias têm de fazer é opor propa ganda à propaganda, ação prática a ação prática.

Engenheiro Imack Carvalho do Amaral, que tem a seu cargo, no Departamento Nacional da Produção Mineral, o estudo e a fiscalização do comércio de minerais

A democracia — outra

sentença milhares de vezes afirmada —

não pode ser um sinônimo de displi

do país. Êsses dados abrangem os anos

cência ou de inércia, e, muito menos,

de 1937 a 1946.

uma vocação suicida. Em nome das li

berdades democráticas, prestar-se qual fé do comunismo é pura estultícia, que .só os demagogos à caça de fácil po pularidade podem defender. Felizmen

ANOS

Somente

terra e como em outras grandes nações européias, vêm compreendendo estas

um insensato poderia defendê-la como

coisas ao alcance do comum raciocínio.

1943

definitivo remédio para a calamidade

A luta por meios pacíficos contra o co

comunista.

munismo tem de ser aceita no terreno

1944 1945 1946

te, as correntes mais esclarecidas da

A guerra, pois, não resolve a ques tão vital entre as democracias ociden tais e a tirania de Moscou.

A luta contra o imperialis

mo russo tem de ser feita em outros

opinião pública, aqui como na Ingla

em que os russos e seus adeptos interna

têrmos. No campo econômico e no campo político, por exemplo. Ê uma

cionais a coloquem. Desde que Moscou encontre resistência, recuará sempre;

banalidade lembrar uma afirmação mil

pelo menos por muitos anos a guerra lhe

vêzes repetida mas que nem por isso perde a sua fôrça convincente: o clima

parecerá uma aventura, que poderia ter minar para ela tão desastrosamente quan

do comunismo é o da miséria e do so

to terminou para o fascismo, o nazismo e

frimento das massas. A melhor profila-

tou ao Conselho de Comércio Exterior do

Brasil, referente ao comércio externo e ao uso dos nossos principais minerais csíraté£Ícos.

O totais gerais para a exportaÇião fo ram os que figuram no quadro abaixo: Cmsciros pOr

Quantidades em

Valor em

fotwladas

cruzeiros

455.953

93.694.732 81.543.409 125.932.103

205,50 153,60 197,50

221.812.714 487.803.923

418,20 479,30

530.807 637.786 530.422 1.017.754 738.882 784.890 408.859 592.288 260.393

551.275.841 770.941.973 676.127.074 559.216.705 349.453.000

toneladas

746,10 982,20 1.653,70 944.20

1.342,00

EXPORTAÇÕES DE MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946

o imperialismo japonês. ..

..a

mero, o trecho do parecer que o ilustre engenheiro A. J. Alves de Souza apresen

EXPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL

quer nação ao permanente jôgo de má 1937 1938 1939 1940 1941 1942

ção da Rússia.

O Digcsio Econômico publica, neste nú

:.É

Valor eni

Cruzeiros por

cruzeiros

170.000 83.000 395.000 1.198.000 8.200.000 10.900.165

442.769 550.343

959.389 7.995.859 23.975.311

2,60 6,60 2,40 6,70 2,90

2,70 3,50 4,30

17.204.792

29.877.849 53.974.961 51.771.530 97.273.201

6.534.115

57.384.116

8,80

15.162.559 12.190.325

5,60


1 f

DlGESTO ECONÓNOCO

OfOEsTO

As manufaturas exportadas foram: tu

As matérias-primas exportadas foram; ferro gusa e aço, minério de ferro, de manganês, de tungstênio, de titânio, de cromo e de alumínio, berilo, tantaLta,

galvanizado, outras manufaturas de ara me, artigos de chumbo, de ostanho, de

zirconita, monuzita, carvão mineral, ar-

cobre, dc zinco, dc alumínio, de tungs

giJas, calcáreo (em cal e cimento), már

tênio, louça e vidro.

ADUBOS químicos

bos de ferro e aço, arame nu simp'cs ou

more, granito, grafita, mica, quartzo,

As importações dc bens dc origem ini-

sal, diamantes, águas-marlnhas, ametis-

nerah quer de bens primários, quer ma

tas, granadas, olhos-de-gato, topázios,

nufaturados, foram feitas de acordo com

turmalinas, citrinos e carbonados.

os quadros abaixo:

ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946

IMPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em ANOS 1937

.■ '

. toneladas 3.108.838

1938

2.987.237

1939 1940

2.900.823 2.677.144

1941 1942 1943 1944

2.355.376

1945

1946

1.570.726

1.597.458 1.768.476 2.185.898 3.406.701

Valor em cruzeiros

987.175.358 962.051.094 975.807.368 1.165.633.881 1.298.437.066 1.094.696.105 1.246.853.883 1.535.632.384 1.616.198.090 2.376.462.000

Cruzeiros por

Valor em

Valor em

em fcg

cruzeiros

62.615.085 48.100.460 60.200.379 41.630.882 37.748.003 36.949.386 20.865.127 54.940.519 60.592.436 74.807.161

26.561.056 23.801.777 32.429.252 27.670.368 24.889.340 26.517.197 21.0S2.898 55.131.721 59.834.359 , 70.569.844

322.00

366,40 435,40 551,30 696,90

780,50 868,30 739,40 697,60

As matérias-prirnas importadas fo ram: ferro cm barras, vergalhões, ver-

guinhas, cantoneiras, tos, lâminas e pla

cas, aço em tiras, em bruto e outras formas de preparo, níquel metálico, an-

timônio, produtos de rádio, cobre sob diversas formas, latão e outras ligas, chumbo, zinco, estanho, alumínio, me

tais preciosos (ouro, prata e platina), carvão em bruto, em briquetes, coque e produtos de destilação, petróleo e deri

Cruzeiros por

vados, cal, cimento, mármore, enxôfre, iodo, gêsso, abrasivos, amianto, criolita,

bórax, sal marinho, greda, tintas, nguar-

1937

334.844.000

1938 1939

206.790.000

1940 1941 1942

1943 1944 1945 1946

265.529.000 220.275.000 200.500.000 107.818.285 182.577.667 219.888.916 224.277.342 321.561.731

610.672.355 477.308.265 534.977.427 532.587.452 558.098.162 409.491.949 557.767.519 706.040.286

757.332.171 1.216.133.247

,

.

w

Nota: O Salitre do Chile representa cêrca de 40% em quantidade e calor, segttindo-se o superfosfato dc cálcio, reprcsentandc 20%

317,50

cruzeiros

ANOS

Quantidades

toneladas

MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em

Econômico

1,80

rás,

2,30

sas.

2,00

2,40 2,80 3,80

3,00 3,20

3,40 , 2,60

pedras

preciosas

e

semi-precio-

As manufaturas de produtos de ori

gem mineral importadas foram: ferro e aço — tubos, arames crus, simples ou gal vanizados, arame farpado, oliapas diver sas, cabos, trilhos, cremalheiras e aces sórios, lâminas do folhas de Flandres, '

acessórios para máquinas, recipientes pá ra condução de líquidos e gases, cadea do.-;, fechaduras, trincos, parafusos, por

. confecções e instalações, agulhas e di versas outras manufaturas; artigos de chumbo, estanho, cobre, zinco e outros' metais; artigos de alumínio, de molibdê-

nio em fio,, de tungstênio em fio e de níquel; dc minera s preciosos e semipreciosos; abrasivos; artigos de amianto, de argila e de sí ica; material refratário;

artigos de grafita; artigos de vidro e de louça de diversos tipos.

Exam nando cm detaMie (quadros ane xos) as estatísticas de importação de bens primários de origem mineral, verifica-so que os produtos que mais pe sam na nossa importação são os produ tos de petróleo, o carvão, os de ferro

e aço e os de cobre. Assim, por exem plo, no ano de 1938, em que importa

mos 2.987.237 toneladas no valor de

Cr$ 962.051.094,00 a importação de pro dutos de ferro e aço atingiu 92.986 tone'adas no valor de Cr$ 143.659.6-i9.00:

a de carvão e seus produtos 1.576.249 to neladas, no valor dc Cr$ 263.225.205,00;

cas e semelhantes, torneiras, registros e

a de petróleo e deri\ados 1.106.032 to neladas, no valor de Cr$ 368.784.269,00

válvu'as, obras para construção, tanques para instalações industriais, artigos para

e os de cobre 8.450 toneladas, nn valor de Cr$ 43.745.839,00.


1 f

DlGESTO ECONÓNOCO

OfOEsTO

As manufaturas exportadas foram: tu

As matérias-primas exportadas foram; ferro gusa e aço, minério de ferro, de manganês, de tungstênio, de titânio, de cromo e de alumínio, berilo, tantaLta,

galvanizado, outras manufaturas de ara me, artigos de chumbo, de ostanho, de

zirconita, monuzita, carvão mineral, ar-

cobre, dc zinco, dc alumínio, de tungs

giJas, calcáreo (em cal e cimento), már

tênio, louça e vidro.

ADUBOS químicos

bos de ferro e aço, arame nu simp'cs ou

more, granito, grafita, mica, quartzo,

As importações dc bens dc origem ini-

sal, diamantes, águas-marlnhas, ametis-

nerah quer de bens primários, quer ma

tas, granadas, olhos-de-gato, topázios,

nufaturados, foram feitas de acordo com

turmalinas, citrinos e carbonados.

os quadros abaixo:

ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946

IMPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em ANOS 1937

.■ '

. toneladas 3.108.838

1938

2.987.237

1939 1940

2.900.823 2.677.144

1941 1942 1943 1944

2.355.376

1945

1946

1.570.726

1.597.458 1.768.476 2.185.898 3.406.701

Valor em cruzeiros

987.175.358 962.051.094 975.807.368 1.165.633.881 1.298.437.066 1.094.696.105 1.246.853.883 1.535.632.384 1.616.198.090 2.376.462.000

Cruzeiros por

Valor em

Valor em

em fcg

cruzeiros

62.615.085 48.100.460 60.200.379 41.630.882 37.748.003 36.949.386 20.865.127 54.940.519 60.592.436 74.807.161

26.561.056 23.801.777 32.429.252 27.670.368 24.889.340 26.517.197 21.0S2.898 55.131.721 59.834.359 , 70.569.844

322.00

366,40 435,40 551,30 696,90

780,50 868,30 739,40 697,60

As matérias-prirnas importadas fo ram: ferro cm barras, vergalhões, ver-

guinhas, cantoneiras, tos, lâminas e pla

cas, aço em tiras, em bruto e outras formas de preparo, níquel metálico, an-

timônio, produtos de rádio, cobre sob diversas formas, latão e outras ligas, chumbo, zinco, estanho, alumínio, me

tais preciosos (ouro, prata e platina), carvão em bruto, em briquetes, coque e produtos de destilação, petróleo e deri

Cruzeiros por

vados, cal, cimento, mármore, enxôfre, iodo, gêsso, abrasivos, amianto, criolita,

bórax, sal marinho, greda, tintas, nguar-

1937

334.844.000

1938 1939

206.790.000

1940 1941 1942

1943 1944 1945 1946

265.529.000 220.275.000 200.500.000 107.818.285 182.577.667 219.888.916 224.277.342 321.561.731

610.672.355 477.308.265 534.977.427 532.587.452 558.098.162 409.491.949 557.767.519 706.040.286

757.332.171 1.216.133.247

,

.

w

Nota: O Salitre do Chile representa cêrca de 40% em quantidade e calor, segttindo-se o superfosfato dc cálcio, reprcsentandc 20%

317,50

cruzeiros

ANOS

Quantidades

toneladas

MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL

Quantidades em

Econômico

1,80

rás,

2,30

sas.

2,00

2,40 2,80 3,80

3,00 3,20

3,40 , 2,60

pedras

preciosas

e

semi-precio-

As manufaturas de produtos de ori

gem mineral importadas foram: ferro e aço — tubos, arames crus, simples ou gal vanizados, arame farpado, oliapas diver sas, cabos, trilhos, cremalheiras e aces sórios, lâminas do folhas de Flandres, '

acessórios para máquinas, recipientes pá ra condução de líquidos e gases, cadea do.-;, fechaduras, trincos, parafusos, por

. confecções e instalações, agulhas e di versas outras manufaturas; artigos de chumbo, estanho, cobre, zinco e outros' metais; artigos de alumínio, de molibdê-

nio em fio,, de tungstênio em fio e de níquel; dc minera s preciosos e semipreciosos; abrasivos; artigos de amianto, de argila e de sí ica; material refratário;

artigos de grafita; artigos de vidro e de louça de diversos tipos.

Exam nando cm detaMie (quadros ane xos) as estatísticas de importação de bens primários de origem mineral, verifica-so que os produtos que mais pe sam na nossa importação são os produ tos de petróleo, o carvão, os de ferro

e aço e os de cobre. Assim, por exem plo, no ano de 1938, em que importa

mos 2.987.237 toneladas no valor de

Cr$ 962.051.094,00 a importação de pro dutos de ferro e aço atingiu 92.986 tone'adas no valor de Cr$ 143.659.6-i9.00:

a de carvão e seus produtos 1.576.249 to neladas, no valor dc Cr$ 263.225.205,00;

cas e semelhantes, torneiras, registros e

a de petróleo e deri\ados 1.106.032 to neladas, no valor de Cr$ 368.784.269,00

válvu'as, obras para construção, tanques para instalações industriais, artigos para

e os de cobre 8.450 toneladas, nn valor de Cr$ 43.745.839,00.


DtcESTO

Econômico

81

Dicesto EcONÓ.VíICO

80.

nas baterias secas.

O manganês entra

produtos que atendam a xmia larga va

térmica, com 35 a 85% de Ni, com Cr e,

riedade de usos.

às vezes, Fe.

Quanto às manufaturas, sobrelevam muito às demais as de produtos de ferro

também na composição de vidros, esmal

0-" aços são os seguintes:

e aço.

tes, tintas e vernizes fertilizantes. Seus

Aços de baixo teor cm Ni — contendo

Vil — Usos dos principais minerais estratégicos

Vimos, em outra parte, que os prin

usos para fins químicos importam em

O 5 a 7% de Ni. Aços de alta resistência,

cerca de 5% do consumo total.

diictilidadc e maciez, preslando-sc a

Não há uso específico do manganês para fins militares.

aplicações múltiplas na construção de

zinco e também com molibdènio e fer ro e com cobalto e titânio.

automóveis e acroplanos, de equipamen to ferroviário, equipamento de máqui

várias formas.

nas para aproveitamento e produção de energia, materiais diversos de construção

dido e usado para êsse fim em opera

tados Unidos são o manganês, o níquel,

Conforme os fins a que se destinam, são feitas exigências diferentes para os minérios de manganês comerciávcis.

o cromo, o tungstênio, o estanho, o alu mínio, o antimônio, o mercúrio, a pla

o minério deve ter pelo menos 42% de

tina, a mica, o iodo, o nitrato natural, o

Mn e não ter mais de 8% de sílica e de

quartzo e o diamante. Alguns deles são também estratég cos para a Inglaterra. Além dêsses há alguns minerais "no

0,25% de fósforo.

cipais minerais estratégicos para os Es

Para a produção de ferro-manganês,

Para a produção de ferro-spiegel ser vem minerais tendo 10 a 35% de Mn.

vos" e "raros" sobre os qua^s apresenta

Os minérios de ferro com 5 a 10% de

remos alguns dados. Vamos, agora, expor, em rápida sín tese, os principais usos dessas diver

Mn servem para a produção de ferro com alta porcentagem de manganês.

sas substâncias minerais.

rio contendo 72 a 87% de bió.xido de

Manganês

manganês. v Têm sido feitas tentativas, com algum êxito, para a utilização de minérios po bres (tanto carbonatos como óxidos)

O manganês é usado para fins meta

Para usos químicos é necessário miné

lúrgicos e para fins químicos. Na metalurgia é usado na fa

dos Estados Unidos.

Quanto a substitutos de man

bricação do aço como desoxidaii-

ganês, para suas principais uti

te e dessulfurante, isto é, para

lizações, não têm sido encontra

dos, apesar de procurados.

retirar da massa fundida de aço

os excessos do oxigênio e de enxôfre. E' usado também na composição de diversas ligas. Na indústria de aço é usado princi-

palmeíite sob a forma de ferro-manganês, liga contendo 80% de Mn. Na metalurgia o manganês aparece

Níquel O níquel é um metal de inúme

ros usos. Devido, principalmente, ao fato

de

ter

estado

constantemente n

produção de níquel em excesso sôbre as necessidades do mercado, tem sido

ainda entre outras ligas, como ferrcspiegel, silício-manganês, silício-spiegel

sempre objeto de especial atenção dos in

e outra conhecida como manganês me

dustriais do níquel o estudo de novos

tálico, uma liga com 90% ou mais de

usos desse metal.

manganês.

Para fins químicos o manganês é usa do principalmente sob a forma de bióxido de manganês, para despolarizantc

Ligfls Icücs, à base de alumínio, con tendo outros metais e até 5% de Ni.

Na metalurgia, o níquel é utilizado para compor aços e ligas diversas, cujas qualidades variam em escala muito amp'a, de modo a permitir a obtenção de

civil, material de escavação, tanto para mineração como para oxxtros fins, peç-as de tratore.s etc.

Aços de alto teor em Ni -• 1 a 35% de

Ni, geralmente também com Cr. São aços com alta resistência ao calor e à corrosão.

Ligíw díccrsíw com ouro, alumínio e

Níqiic/ malcávcl — Níquel puro sob Catalisador — Níquel finamente divi ções químicas.

O Ni também é usado em galvanoplastia.

Para usos químicos, o oxido e o sulfa

to de níquel são os mais empregados. Para f'ns militares, é usado em mui

tas peças de construção naval, no forja-

tendo, por vezes cromo ou manganês,

mento de canhões, em molas de recuo e em camisas de balas.

com porcentagens de Ni variando de O 5^ u 30%, utilizadas em inúmeras pe ças de diversas máquinas, aparelhos e

to como o níquel é normalmente encon

Ligas diversas de ferro e níquel, con

recipientes.

Quanto a substitutos de níquel, não tem havido interesse em procurá-los, vis trado a preço conveniente e visto como

Ligas não magnéticas, com 10 a 25%

o próprio níquel tem conquistado maior

tle Ni, utilizadas em transformadores,

campo, substituindo-sc a outros metais.

motores e geradores elétricos. Ligas altamente magnéticas, com 45 a

Cro7)io

80% de Ni, usadas para recobrimento de cabos submarinos, em transformadores

Os u.sos do cromo são para fins me

para rádio e em partes de relais em tele- , talúrgicos, para a indústria de rcfratáfones e telégrafo.

rios e a indústria química.

Ligas de baixa expansão, com 35 -a 45% de Ni, servindo para aparelhos pa drões e partes de instrumentos de pre

sos tipos de ferro-cromo e aço-cromo,

cisão.

Liaos de nrafa e ntaucl, com 10 a

Na metalurgia são fabricados diiercom porcentagens variáveis de Cr.

Os ferros e aços inoxidáveis tèm 13 ^

30% de Cr, havendo também ligas com

30% de Ni e quantidades variáveis de mqucl e cobalto e também com tungs tênio, sendo que os aços com esses dois Cu e Zu e, às vezes, Al, Pb, Sn e Fe. Bronzes de níquel, latões de níquel,. últimos metais têm dureza extraordiná ria. ligas de cobre e níquel. O cromo metáHco do comércio tem Metal manei, com 67% Ni, 28% Cu e pequenas porcentagens de Fe, Mn, C e 96 a 98% de Cr. Para a produção de refratários é nor S e às vezes, Al, com múltiplos usos. malmente usada a cromita bruta, em pú. Ligas de alta resistência elétrica e


DtcESTO

Econômico

81

Dicesto EcONÓ.VíICO

80.

nas baterias secas.

O manganês entra

produtos que atendam a xmia larga va

térmica, com 35 a 85% de Ni, com Cr e,

riedade de usos.

às vezes, Fe.

Quanto às manufaturas, sobrelevam muito às demais as de produtos de ferro

também na composição de vidros, esmal

0-" aços são os seguintes:

e aço.

tes, tintas e vernizes fertilizantes. Seus

Aços de baixo teor cm Ni — contendo

Vil — Usos dos principais minerais estratégicos

Vimos, em outra parte, que os prin

usos para fins químicos importam em

O 5 a 7% de Ni. Aços de alta resistência,

cerca de 5% do consumo total.

diictilidadc e maciez, preslando-sc a

Não há uso específico do manganês para fins militares.

aplicações múltiplas na construção de

zinco e também com molibdènio e fer ro e com cobalto e titânio.

automóveis e acroplanos, de equipamen to ferroviário, equipamento de máqui

várias formas.

nas para aproveitamento e produção de energia, materiais diversos de construção

dido e usado para êsse fim em opera

tados Unidos são o manganês, o níquel,

Conforme os fins a que se destinam, são feitas exigências diferentes para os minérios de manganês comerciávcis.

o cromo, o tungstênio, o estanho, o alu mínio, o antimônio, o mercúrio, a pla

o minério deve ter pelo menos 42% de

tina, a mica, o iodo, o nitrato natural, o

Mn e não ter mais de 8% de sílica e de

quartzo e o diamante. Alguns deles são também estratég cos para a Inglaterra. Além dêsses há alguns minerais "no

0,25% de fósforo.

cipais minerais estratégicos para os Es

Para a produção de ferro-manganês,

Para a produção de ferro-spiegel ser vem minerais tendo 10 a 35% de Mn.

vos" e "raros" sobre os qua^s apresenta

Os minérios de ferro com 5 a 10% de

remos alguns dados. Vamos, agora, expor, em rápida sín tese, os principais usos dessas diver

Mn servem para a produção de ferro com alta porcentagem de manganês.

sas substâncias minerais.

rio contendo 72 a 87% de bió.xido de

Manganês

manganês. v Têm sido feitas tentativas, com algum êxito, para a utilização de minérios po bres (tanto carbonatos como óxidos)

O manganês é usado para fins meta

Para usos químicos é necessário miné

lúrgicos e para fins químicos. Na metalurgia é usado na fa

dos Estados Unidos.

Quanto a substitutos de man

bricação do aço como desoxidaii-

ganês, para suas principais uti

te e dessulfurante, isto é, para

lizações, não têm sido encontra

dos, apesar de procurados.

retirar da massa fundida de aço

os excessos do oxigênio e de enxôfre. E' usado também na composição de diversas ligas. Na indústria de aço é usado princi-

palmeíite sob a forma de ferro-manganês, liga contendo 80% de Mn. Na metalurgia o manganês aparece

Níquel O níquel é um metal de inúme

ros usos. Devido, principalmente, ao fato

de

ter

estado

constantemente n

produção de níquel em excesso sôbre as necessidades do mercado, tem sido

ainda entre outras ligas, como ferrcspiegel, silício-manganês, silício-spiegel

sempre objeto de especial atenção dos in

e outra conhecida como manganês me

dustriais do níquel o estudo de novos

tálico, uma liga com 90% ou mais de

usos desse metal.

manganês.

Para fins químicos o manganês é usa do principalmente sob a forma de bióxido de manganês, para despolarizantc

Ligfls Icücs, à base de alumínio, con tendo outros metais e até 5% de Ni.

Na metalurgia, o níquel é utilizado para compor aços e ligas diversas, cujas qualidades variam em escala muito amp'a, de modo a permitir a obtenção de

civil, material de escavação, tanto para mineração como para oxxtros fins, peç-as de tratore.s etc.

Aços de alto teor em Ni -• 1 a 35% de

Ni, geralmente também com Cr. São aços com alta resistência ao calor e à corrosão.

Ligíw díccrsíw com ouro, alumínio e

Níqiic/ malcávcl — Níquel puro sob Catalisador — Níquel finamente divi ções químicas.

O Ni também é usado em galvanoplastia.

Para usos químicos, o oxido e o sulfa

to de níquel são os mais empregados. Para f'ns militares, é usado em mui

tas peças de construção naval, no forja-

tendo, por vezes cromo ou manganês,

mento de canhões, em molas de recuo e em camisas de balas.

com porcentagens de Ni variando de O 5^ u 30%, utilizadas em inúmeras pe ças de diversas máquinas, aparelhos e

to como o níquel é normalmente encon

Ligas diversas de ferro e níquel, con

recipientes.

Quanto a substitutos de níquel, não tem havido interesse em procurá-los, vis trado a preço conveniente e visto como

Ligas não magnéticas, com 10 a 25%

o próprio níquel tem conquistado maior

tle Ni, utilizadas em transformadores,

campo, substituindo-sc a outros metais.

motores e geradores elétricos. Ligas altamente magnéticas, com 45 a

Cro7)io

80% de Ni, usadas para recobrimento de cabos submarinos, em transformadores

Os u.sos do cromo são para fins me

para rádio e em partes de relais em tele- , talúrgicos, para a indústria de rcfratáfones e telégrafo.

rios e a indústria química.

Ligas de baixa expansão, com 35 -a 45% de Ni, servindo para aparelhos pa drões e partes de instrumentos de pre

sos tipos de ferro-cromo e aço-cromo,

cisão.

Liaos de nrafa e ntaucl, com 10 a

Na metalurgia são fabricados diiercom porcentagens variáveis de Cr.

Os ferros e aços inoxidáveis tèm 13 ^

30% de Cr, havendo também ligas com

30% de Ni e quantidades variáveis de mqucl e cobalto e também com tungs tênio, sendo que os aços com esses dois Cu e Zu e, às vezes, Al, Pb, Sn e Fe. Bronzes de níquel, latões de níquel,. últimos metais têm dureza extraordiná ria. ligas de cobre e níquel. O cromo metáHco do comércio tem Metal manei, com 67% Ni, 28% Cu e pequenas porcentagens de Fe, Mn, C e 96 a 98% de Cr. Para a produção de refratários é nor S e às vezes, Al, com múltiplos usos. malmente usada a cromita bruta, em pú. Ligas de alta resistência elétrica e


1 DiGESTO Econômico

82

em tijolos ou sob a forma de cimento de cromita.

Na indústria química, os produtos de cremo mais usados são os cromatos e bi-

cromatos, de grande emprego na indús tria de couros e na fabricação de tintas.

Para fins militares, além de alguns

dos usos industriais já expostos, ligas de

metais se acham depositados, na con

fecção de vários aparelhos elétricos, em

Antimónio

O principal uso do estanho metálico ó no revestimentcí. de folhas de aço,

fim para o qual é empregada também,

às vêzcs, liga de estanho e chumbo. O

estanho mctáMco puro é empregado também em folhas para invólucros de tès.

Em ligas, o uso maior é para soldas e também para metais anti-fricção. Na indústria química é usado sob a forma de cloreto, na indústria de sÔ-

em outro processo, com deta . ,

lhe, às aplicações do tungstcnio. '-<■

Entra êle na composição de aços especiais, de extrema dureza, e que são utilizados em ins-

: ' :

^ ■

iMlí

alta velocidade, visto como essas ligas mantêm sua dureza em altas tem peraturas.

Vimos também que ligas não ferro-

Não há emprego específico do estanho na indústria bélica. Alumínio

Os usos do alumínio são bem conhe

cidos e tão amplos que seria d fícil resumi-'os em uma lista.

A maior parte

nada à produção de abrasivos, refratá-

o Widia.

rios e cimento aluminoso, e outra ainda destinada a usos quím cos.

não combustíveis, e na fabricação de tintas.

mercúrio, usado como detonante.

nicos, em baterias de acumuladores e,

é usado na indústria de tintas e sob a

ainda, em pequenas adições de outros metais, na fabricação de tipos para a

forma de nitrato é usado na indústria do

Sob as formas de sulfureto e óxido

feltro.

Nos usos militares sobressaem o do

imprensa.

Há ainda outras ligas chamadas'de

fulminato e o de tintas especiais para do mercúrio.

assim como carburetos de tungstênio e

dução de laças e mordentes, na fabri cação de couro branco, para artigos

outros e sob a forma de fulminato de

solda, para a fabricação de tubos, reves timento de cabos telegráficos e telefô

(chumbo, estanho e antimónio);

(taVez 10%), da bauxita explorada no

Na indústria química é usado na pro

Os principais usos químicos são sob

a forma de produtos farmacêuticos e

vidro.

mundo, se destina à produção de alu mínio metálico, sendo outra parte desti

línicas.

de energia.

a marinha.

sas de tungstênio, cobalto e cromo, co

O tungstênio em filamento é usado em

O principal uso do antimónio para fins metalúrgicos é em liga com o chumbo, com o objetivo de dar a ôste mais du reza e rigidez. Essa liga é usada como

metal branco; Brittani (chumbo, antimónio e cobre); Pewter

nhecidas sob o nome genérico de stelita, são usadas para os mesmos fins,

lâmpadas elétricas e em válvulas eletro-

Um outro uso relativamente recente

do mercúrio é em caldeiras para geração

da e de óxido na. indústria de

'

tnimentos de corte de peças em

instrumentos técnicos c científicos di versos, em celas eletrolíticas.

tros metais ou ligas, se necessário.

Já tive oportunidade de me referir,

Como substituto do alumínio para al

Estanho

alimentos, fumo e outros e também para tubos de pastas dentifrícias e semelhau-

Tungstênio

Os principais usos do merciiric metá lico são em processos de retirada do ou ro e da prata das rochas em que esses

magnésio, cuja produção foi amplamen te aumentada na última guerra.

certos fins, é o molibdênio.

dutos, possa ser êle substituído por ou

cromo, embora, em alguns de seus pro

WcTcúrío

guns fins, apresentou-so recentemente o

to são usados também na indústria de

de panos verde-escuros para as fardas. Não há substitutos específicos para o

pa ra tais fins é exigido alumínio do me lhor tipo, que permita aproveitar ao nráximo as qualidacle.s dc leveza e re

Como substituto, o principal, para

tintas.

uso na tinta empregada para o preparo

L

sistência que caracterizam esse metal

O Cr2 03 é usado na produção de

Para fins militares, além dos usos

83

tungstênio são usadas como núcleo de projetis de grande poder de penetração.

Cr metálico e sulfates; acetato e clore

industriais já referidos, é importante o

Dicesto Econômico

As qualidades que tornaram o alu

Não há substitutos específicos

Queen's metal (estanho, antimó nio, cobre e zinco) e Sterline (cobre, antimónio, zinco e fer ro).

Na indústria química são mais usa dos óxidos e sulfuretos de antimónio no

preparo de tintas e esmaltes, na colora ção CiC ÇHU de vidros, cii* em fósforos de òC^urcluya segurança

e, prímitlvainente,'foi usado o Sb2 S5 na vulcanização da borracha. Para

fins

militares,

o

antimónio é

u.sado em núcleos e cargas de balas, de

"shrapnels"; e nas cápsulas detonantes de rifles é usado o sulftireto de antimónio.

Platino

Os usos principais da platina

(metal) são em joalheria, que, nos Es

tados Unidos, representaram, de 1918 a

1939, sessenta por cento da platina con sumida, que foi empregada, não só em JL" —uau ÒU Ci* í propriamente, como em objetos di

versos de uso comum , mas luxuosos, e servindo também de adômo.

Na indústria elétrica o uso da platina

ainda é grande mas tem decrescido.

Na indústria química o uso da platina

mínio em metal de tão largq uso são

Para alg\ins fins o antimónio tem si

é grande, talvez o dôbro do uso na in

sua leveza, sua resistência física e sua

do substituído por outros metais, prin cipalmente pelas ligas do tipo metal Frary, em que o chumbo é ligado ao

dústria elétrica. Nessa indústria a pla tina é usada não só em equipamentos diversos como também em catalisadores,

cádmio e cálcio.

e em elétrodos.

resistência ao ataque da atmosfera e a diversos tipos de corrosão química. Para fins militares não há uso espe

cífico do alumínio, mas há a notar que


1 DiGESTO Econômico

82

em tijolos ou sob a forma de cimento de cromita.

Na indústria química, os produtos de cremo mais usados são os cromatos e bi-

cromatos, de grande emprego na indús tria de couros e na fabricação de tintas.

Para fins militares, além de alguns

dos usos industriais já expostos, ligas de

metais se acham depositados, na con

fecção de vários aparelhos elétricos, em

Antimónio

O principal uso do estanho metálico ó no revestimentcí. de folhas de aço,

fim para o qual é empregada também,

às vêzcs, liga de estanho e chumbo. O

estanho mctáMco puro é empregado também em folhas para invólucros de tès.

Em ligas, o uso maior é para soldas e também para metais anti-fricção. Na indústria química é usado sob a forma de cloreto, na indústria de sÔ-

em outro processo, com deta . ,

lhe, às aplicações do tungstcnio. '-<■

Entra êle na composição de aços especiais, de extrema dureza, e que são utilizados em ins-

: ' :

^ ■

iMlí

alta velocidade, visto como essas ligas mantêm sua dureza em altas tem peraturas.

Vimos também que ligas não ferro-

Não há emprego específico do estanho na indústria bélica. Alumínio

Os usos do alumínio são bem conhe

cidos e tão amplos que seria d fícil resumi-'os em uma lista.

A maior parte

nada à produção de abrasivos, refratá-

o Widia.

rios e cimento aluminoso, e outra ainda destinada a usos quím cos.

não combustíveis, e na fabricação de tintas.

mercúrio, usado como detonante.

nicos, em baterias de acumuladores e,

é usado na indústria de tintas e sob a

ainda, em pequenas adições de outros metais, na fabricação de tipos para a

forma de nitrato é usado na indústria do

Sob as formas de sulfureto e óxido

feltro.

Nos usos militares sobressaem o do

imprensa.

Há ainda outras ligas chamadas'de

fulminato e o de tintas especiais para do mercúrio.

assim como carburetos de tungstênio e

dução de laças e mordentes, na fabri cação de couro branco, para artigos

outros e sob a forma de fulminato de

solda, para a fabricação de tubos, reves timento de cabos telegráficos e telefô

(chumbo, estanho e antimónio);

(taVez 10%), da bauxita explorada no

Na indústria química é usado na pro

Os principais usos químicos são sob

a forma de produtos farmacêuticos e

vidro.

mundo, se destina à produção de alu mínio metálico, sendo outra parte desti

línicas.

de energia.

a marinha.

sas de tungstênio, cobalto e cromo, co

O tungstênio em filamento é usado em

O principal uso do antimónio para fins metalúrgicos é em liga com o chumbo, com o objetivo de dar a ôste mais du reza e rigidez. Essa liga é usada como

metal branco; Brittani (chumbo, antimónio e cobre); Pewter

nhecidas sob o nome genérico de stelita, são usadas para os mesmos fins,

lâmpadas elétricas e em válvulas eletro-

Um outro uso relativamente recente

do mercúrio é em caldeiras para geração

da e de óxido na. indústria de

'

tnimentos de corte de peças em

instrumentos técnicos c científicos di versos, em celas eletrolíticas.

tros metais ou ligas, se necessário.

Já tive oportunidade de me referir,

Como substituto do alumínio para al

Estanho

alimentos, fumo e outros e também para tubos de pastas dentifrícias e semelhau-

Tungstênio

Os principais usos do merciiric metá lico são em processos de retirada do ou ro e da prata das rochas em que esses

magnésio, cuja produção foi amplamen te aumentada na última guerra.

certos fins, é o molibdênio.

dutos, possa ser êle substituído por ou

cromo, embora, em alguns de seus pro

WcTcúrío

guns fins, apresentou-so recentemente o

to são usados também na indústria de

de panos verde-escuros para as fardas. Não há substitutos específicos para o

pa ra tais fins é exigido alumínio do me lhor tipo, que permita aproveitar ao nráximo as qualidacle.s dc leveza e re

Como substituto, o principal, para

tintas.

uso na tinta empregada para o preparo

L

sistência que caracterizam esse metal

O Cr2 03 é usado na produção de

Para fins militares, além dos usos

83

tungstênio são usadas como núcleo de projetis de grande poder de penetração.

Cr metálico e sulfates; acetato e clore

industriais já referidos, é importante o

Dicesto Econômico

As qualidades que tornaram o alu

Não há substitutos específicos

Queen's metal (estanho, antimó nio, cobre e zinco) e Sterline (cobre, antimónio, zinco e fer ro).

Na indústria química são mais usa dos óxidos e sulfuretos de antimónio no

preparo de tintas e esmaltes, na colora ção CiC ÇHU de vidros, cii* em fósforos de òC^urcluya segurança

e, prímitlvainente,'foi usado o Sb2 S5 na vulcanização da borracha. Para

fins

militares,

o

antimónio é

u.sado em núcleos e cargas de balas, de

"shrapnels"; e nas cápsulas detonantes de rifles é usado o sulftireto de antimónio.

Platino

Os usos principais da platina

(metal) são em joalheria, que, nos Es

tados Unidos, representaram, de 1918 a

1939, sessenta por cento da platina con sumida, que foi empregada, não só em JL" —uau ÒU Ci* í propriamente, como em objetos di

versos de uso comum , mas luxuosos, e servindo também de adômo.

Na indústria elétrica o uso da platina

ainda é grande mas tem decrescido.

Na indústria química o uso da platina

mínio em metal de tão largq uso são

Para alg\ins fins o antimónio tem si

é grande, talvez o dôbro do uso na in

sua leveza, sua resistência física e sua

do substituído por outros metais, prin cipalmente pelas ligas do tipo metal Frary, em que o chumbo é ligado ao

dústria elétrica. Nessa indústria a pla tina é usada não só em equipamentos diversos como também em catalisadores,

cádmio e cálcio.

e em elétrodos.

resistência ao ataque da atmosfera e a diversos tipos de corrosão química. Para fins militares não há uso espe

cífico do alumínio, mas há a notar que


Digesto Econômico

84

Na indústria do rayon é usada na fi xação da fibra.

Na indústr a dentária suo bem conhe cidos os usos da platina. Para diversos fins .são usadas

dèsse metal com irídio, ródío, pa ádio,

prata, ouro, cobre e níquel. Usam-se compostos de platina na pre

à

ctmbustão, isolantos térmicos.

asbesto, cimento isolante, cimentos divcr.sos e tubos. O segundo ser\'e para

minério de cério e tório.

isolantes diversos. O terceiro principal mente pura cimentos que servem para

(metal mish) com o lântano, o neodímio, e outi'os metais de terras raras,

a forma dc nitrato de sód o, sulfato de amõnia, nitrato de amònia e cianamida,

fabricação de tubos, que podem, cm

que, adicionada a ferro e pequenas por

sendo a purtc menor usada na indústria,

certos casos, substituir os de ferro.

centagens de boro, silício, cálcio ou ou

A crenolita e a antofihtu, outros as

principalmente na indústria bélica. pede o Covêrní) de conceder favores àqueles que quiserem cstahe'cccr a in

substitutas, como, por exemplo: ligas

tes

O nitrogênio, (jiier o contido nos ni tratos naturais (jticr o contido nos di versos compostos sintéticos, c usado cm sua maior parte como fertilizante, sob

gentes químicos e em sais para depositar platina em processos de gaUanoplastia. A platina, depois que aumentou de preço a partir de 1909, tem tido muitos

Sd

e contendo^ três -a nove por cento de oxido dc tório. É, assim, o principal

cente acordo firmado com o CIúle im

Não há usos específicos para fins

Ecoxómico

Scr\"e também para fabricar papéis de

NUro^àtiio

paração de telas fluorescentes para apa relhos de raios X, na indústria de papel para fotografia, em pigmentos, em rea-

militares.

I3roK.sTo

Tivemos conhecimento de que re

dústria de fixação dc azòto do ar em

nosso país, favores que já tinham sido propostos por este Conselho ao Co\èn\o. Çuaiizo

Já tive oportunidade de expor, peran

O principal uso do cério é em liga

bestos, mas do ma qualidade, servem

tros metais, forma o ferro-cério com que são fabricadas as "pedras" de isquei

para filtros, cimentos isolantes e enchi

ros, sendo a liga ainda usada em him-

padas de mineiros e em tochas p.u-a

mentos.

Diamanles

solda a acetileno. O cério metálico c usado também em vábm^as de rádio.

Já tive também oportunidade de tra

Estão sendo desenvolvidas ligas de cério

tar, neste Conse ho, com certo clelalhe,

dos usos dos diamantes. Sua importiui-

e magnesio resistentes a temperaturas mu to elevadas.

cia foi bem resumida por David Brews-

O tório, antigamente, tinha grande

ter, cm 1835, no seguinte conceüo: "se

emprègo na fabricação de camisas Auer,

de ferro e níquel, lungstènio e ligas de cromo e níquel em diversas aplicações elétricas; sílica em alamb ques; oxido

outro processo, a.s utilizações do quartzo

dra preciosa, o líder do reino mi

ceu; atualmente é usado em cé

de vanádio e sílica gel, nos catalisadores;

desde a mais remota antigüidade, quan

neral, alcançaiáa a mesma distin

lulas fotoelétricas, em raios X e

ligas de outros metais em aparelhos di

do era usado principalmente em ob

ção por sua utilidade nas artes".

em catalisadores e, em ligas com o molibdênio e o tungslcnio, para

versos de laboratório.

te êste Conse'ho, detalliadamenlo, em

jetos dc uso dc :idòrno ou artísticos. Atualmente, embora ainda mais usa

Mica

do em bijuteria na indústria do vidro, seus usos mais importantes, principal

Os usos da mica se prendem a quali dades físicas que lhe são peculiares: iso-

mente do ponto de vista estratégico, são

os que resultam de .suas propriedades

lante elétrico de alta qualidade, inerte

piezo-clétricas: em estações de rádio,

a altas temperaturas, fraca condutora

transmi.ssoras e receptoras, em linhas do transmissões telefônicas a grande dis

de calor, grandemente fiexível, com cliyagem permitindo fácil decomposição em lâminas, transparente.

tancia, em detetores do sons, em ins-

iTumentos de precisão e no radar.

prego de quase a totaudade da mica

Os quadros estatísticos anexos a que mo referi revelam o consumo do quart

consumida é na indústria de eletricidade.

zo nos ú'timos anos e sublinham elo

Em virtude dessas qualidades, o em

Não há aplicação específica da mica para fins m-lítares.

A mica não tem substituto perfeito

nas suas qualidades de isolante elétrico. Em casos de emergência ou de exi gência menor de quaUdade, podem ser usadas micas de qualidade inferior, cer

tos produtos s ntéticos e porcelanas.

qüentemente sua importância como mi

neral estratégico. Afibestos

Os asbestos que têm maior importân cia estratégica são a crisolita, a àmo.sita e o asbesto azul. O primeiro serve, por

ter fibras longas, para tecidos resisten-

o diamante não fosse, como pe

Sua larga aplicação nas indús trias decorre de sua e.xcepc^onal

artigo que hoje quase desapare

filamentos na indústria elétrica.

dureza. E daí seu grande emprego na indústria bélica, podendo-se afirmar-que não há boje arma de guerra importante

corrosão, são importantes as ligas de

para cujo fabrico não se utilize o dia

níquel e cromo e níquel.

mante.

Nos Estados Unidos o consu

mo anual de diamante antes da guerra

Por sua grande resistência física à

Guertler, com cobre e níquel, feito e O mesotório e o radiotório, por suas propriedades radioativas, são usados em

era de 1.250.000 quilates. Em 19-13 foi

medicina o primeiro, e em experiências

de cerca de 10.000.000 de quilates. Antes de passarmos aos principais usos de alguns minerais estratégicos do

de laboratório o segundo.

ponto de vista do Brasil, não incluídos

A possibilidade de fissão nuclear por intermédio do tório, para liberação de energia atômica, recentemente dÍMiVa-

entie os estratégicos para os Estados

da. deu ao tório importância eslratAi-

Unidos ou Inglaterra, descreverei ràpi-

ca excepcional.

®

damente os usos de alguns minerais ■ mais raros, também chamados "meno

Urdnio

Os prüicipais minérios de urânio são

res". Monazita

A monazita é um fosfato anidro de

terras raras, como cério, làntano, dídimo

as uranitas, cuja variedade amorfa é conhecida por pitchblenda

O urânio tem aplicação como coran te na industria cerâmica e na indústria


Digesto Econômico

84

Na indústria do rayon é usada na fi xação da fibra.

Na indústr a dentária suo bem conhe cidos os usos da platina. Para diversos fins .são usadas

dèsse metal com irídio, ródío, pa ádio,

prata, ouro, cobre e níquel. Usam-se compostos de platina na pre

à

ctmbustão, isolantos térmicos.

asbesto, cimento isolante, cimentos divcr.sos e tubos. O segundo ser\'e para

minério de cério e tório.

isolantes diversos. O terceiro principal mente pura cimentos que servem para

(metal mish) com o lântano, o neodímio, e outi'os metais de terras raras,

a forma dc nitrato de sód o, sulfato de amõnia, nitrato de amònia e cianamida,

fabricação de tubos, que podem, cm

que, adicionada a ferro e pequenas por

sendo a purtc menor usada na indústria,

certos casos, substituir os de ferro.

centagens de boro, silício, cálcio ou ou

A crenolita e a antofihtu, outros as

principalmente na indústria bélica. pede o Covêrní) de conceder favores àqueles que quiserem cstahe'cccr a in

substitutas, como, por exemplo: ligas

tes

O nitrogênio, (jiier o contido nos ni tratos naturais (jticr o contido nos di versos compostos sintéticos, c usado cm sua maior parte como fertilizante, sob

gentes químicos e em sais para depositar platina em processos de gaUanoplastia. A platina, depois que aumentou de preço a partir de 1909, tem tido muitos

Sd

e contendo^ três -a nove por cento de oxido dc tório. É, assim, o principal

cente acordo firmado com o CIúle im

Não há usos específicos para fins

Ecoxómico

Scr\"e também para fabricar papéis de

NUro^àtiio

paração de telas fluorescentes para apa relhos de raios X, na indústria de papel para fotografia, em pigmentos, em rea-

militares.

I3roK.sTo

Tivemos conhecimento de que re

dústria de fixação dc azòto do ar em

nosso país, favores que já tinham sido propostos por este Conselho ao Co\èn\o. Çuaiizo

Já tive oportunidade de expor, peran

O principal uso do cério é em liga

bestos, mas do ma qualidade, servem

tros metais, forma o ferro-cério com que são fabricadas as "pedras" de isquei

para filtros, cimentos isolantes e enchi

ros, sendo a liga ainda usada em him-

padas de mineiros e em tochas p.u-a

mentos.

Diamanles

solda a acetileno. O cério metálico c usado também em vábm^as de rádio.

Já tive também oportunidade de tra

Estão sendo desenvolvidas ligas de cério

tar, neste Conse ho, com certo clelalhe,

dos usos dos diamantes. Sua importiui-

e magnesio resistentes a temperaturas mu to elevadas.

cia foi bem resumida por David Brews-

O tório, antigamente, tinha grande

ter, cm 1835, no seguinte conceüo: "se

emprègo na fabricação de camisas Auer,

de ferro e níquel, lungstènio e ligas de cromo e níquel em diversas aplicações elétricas; sílica em alamb ques; oxido

outro processo, a.s utilizações do quartzo

dra preciosa, o líder do reino mi

ceu; atualmente é usado em cé

de vanádio e sílica gel, nos catalisadores;

desde a mais remota antigüidade, quan

neral, alcançaiáa a mesma distin

lulas fotoelétricas, em raios X e

ligas de outros metais em aparelhos di

do era usado principalmente em ob

ção por sua utilidade nas artes".

em catalisadores e, em ligas com o molibdênio e o tungslcnio, para

versos de laboratório.

te êste Conse'ho, detalliadamenlo, em

jetos dc uso dc :idòrno ou artísticos. Atualmente, embora ainda mais usa

Mica

do em bijuteria na indústria do vidro, seus usos mais importantes, principal

Os usos da mica se prendem a quali dades físicas que lhe são peculiares: iso-

mente do ponto de vista estratégico, são

os que resultam de .suas propriedades

lante elétrico de alta qualidade, inerte

piezo-clétricas: em estações de rádio,

a altas temperaturas, fraca condutora

transmi.ssoras e receptoras, em linhas do transmissões telefônicas a grande dis

de calor, grandemente fiexível, com cliyagem permitindo fácil decomposição em lâminas, transparente.

tancia, em detetores do sons, em ins-

iTumentos de precisão e no radar.

prego de quase a totaudade da mica

Os quadros estatísticos anexos a que mo referi revelam o consumo do quart

consumida é na indústria de eletricidade.

zo nos ú'timos anos e sublinham elo

Em virtude dessas qualidades, o em

Não há aplicação específica da mica para fins m-lítares.

A mica não tem substituto perfeito

nas suas qualidades de isolante elétrico. Em casos de emergência ou de exi gência menor de quaUdade, podem ser usadas micas de qualidade inferior, cer

tos produtos s ntéticos e porcelanas.

qüentemente sua importância como mi

neral estratégico. Afibestos

Os asbestos que têm maior importân cia estratégica são a crisolita, a àmo.sita e o asbesto azul. O primeiro serve, por

ter fibras longas, para tecidos resisten-

o diamante não fosse, como pe

Sua larga aplicação nas indús trias decorre de sua e.xcepc^onal

artigo que hoje quase desapare

filamentos na indústria elétrica.

dureza. E daí seu grande emprego na indústria bélica, podendo-se afirmar-que não há boje arma de guerra importante

corrosão, são importantes as ligas de

para cujo fabrico não se utilize o dia

níquel e cromo e níquel.

mante.

Nos Estados Unidos o consu

mo anual de diamante antes da guerra

Por sua grande resistência física à

Guertler, com cobre e níquel, feito e O mesotório e o radiotório, por suas propriedades radioativas, são usados em

era de 1.250.000 quilates. Em 19-13 foi

medicina o primeiro, e em experiências

de cerca de 10.000.000 de quilates. Antes de passarmos aos principais usos de alguns minerais estratégicos do

de laboratório o segundo.

ponto de vista do Brasil, não incluídos

A possibilidade de fissão nuclear por intermédio do tório, para liberação de energia atômica, recentemente dÍMiVa-

entie os estratégicos para os Estados

da. deu ao tório importância eslratAi-

Unidos ou Inglaterra, descreverei ràpi-

ca excepcional.

®

damente os usos de alguns minerais ■ mais raros, também chamados "meno

Urdnio

Os prüicipais minérios de urânio são

res". Monazita

A monazita é um fosfato anidro de

terras raras, como cério, làntano, dídimo

as uranitas, cuja variedade amorfa é conhecida por pitchblenda

O urânio tem aplicação como coran te na industria cerâmica e na indústria


'J ■'•.'""H //' ' .'U

Dicbsto

86

Econômico

DicESTo Econômico

O berílio tem também aplicação nos

do vidro e ainda em aparelhos de des

processos de produção do material empregado no preparo de bombas atômicas.

carga de gases.

A utilização mais importante atual do

Urânio é na liberação da energia atô

E a aplicação na industria bélica da energia atômica deu lugar a armas, de terrível poder de destruição, como é do conhecimento de todos.

^

,

o emprego no preparo de aços de alto vanádio, titânio e alumínio empregadas

silica.

na indústria do aço como deso.xidante •

"

Suas qualidades de alta resistência à corrosão e grande poder de absorção de

é na indústria de pigmentos ~ fabrica

tas porcentagens de berílio. A principal liga de berílio é a com o cobre, que é extremamente rígida e ex tremamente resistente à fadiga, tendo

grande aplicação em aparelhos de contrôle, instrumentos de aviação e de co municações.

Essa liga apresenta também grande

processo.

tes e cerâmica.

O óxido de zircônio é usado como re-

Outros compostos de titânio têm apli

Tântalo

O principal minério de tântalo é a tantalita, que é um tântalo de ferro e

técnica por causa da luz brilhante que

manganês.

como solda.

Outro uso importante dessa liga é em instrumentos empregados

-♦,

Outro uso do berílio, mais recente, é

no preparo de nova fibra de rayon fa

bricação de instrumentos de corte.

semipreciosa.

furante e desnitrificante.

O óxido de tântalo é um dos compo

nentes (ío vidro sem síIica usado em lentes para câmaras aéreas.

Alóm disso.

O tântalo metálico é usado ainda em

operações cirúrgicas, como em placas 1

;•

"i .

Uma parte substancial do cobre pro

cidade; geradores, motores, locomotivas elétricas, chaves, lâmpadas, linhas de transmissão e distribuição; em telefones e em telegrafia; na indústria de automó

ar condicionado OOHdlciOQilclo etc.

O carbureto de tântalo entra na fa

Na indústria siderúrgica, o zircônio metálico entra como desoxidante, dessul-

êle faz parte.

O f.uoreto de tântalo e potássio é

butadieno, borracha sintética.

O zircônio é usado como pedra

Os usos do cobre são bem conhecidos.

veis; na indústria de rádio; em equi pamento ferroviário; em munições; na

usado como catalisador na fabricação de

Zircônio

não referidos.

Grande parte do tântalo produzido é

aplicado em válvulas eletrônicas.

O titânio é empregado também

altas temperaturas.

cos do ponto de vista do Brasil, ainda

duzido é usado na indústria de eletri

o carbureto de titânio, em elétrodos.

resistência à corrosão, mesmo a

aplicações de alguns minerais estratégi

Muitos deles já foram referidos quando foram mencionadas ligas diversas de que

fratário, na indústria de vidros, esmal

emitem durante a combustão.

O lítio é usado como base de diver sos produtos de guerra. Passados em revista esses minerais me nores, vamos resumir, em seguida, as

gases que se formam em válvulas de rádio.

Alguns têm aplicação na indústria piro

purificador.

Cobre

ção de alvaiade de titânio, assunto de que já tratei neste Conselho, em outro cação na indústria, como, por exemplo,

O lítío metálico é usado como ele

mento em pequena proporção em certas

gases o fazem aphcado em várias coisas,

como, por exemplo, como captador dos

O principal uso do óxido de titânio

usadas, assim como aços contendo cer

na indústria de

ra.

dutor de calor.

berílio e estanho e berílio e ouro são

exemplo,

O zircônio entra, também, como ma-

que o de tungstônio, embora maior con

Ligas diversas de berílio e níquel,

por

téira-prima em várias munições de guer

cuo, pura rádio. O carbureto de titânio é mais duro

usado na "cementação" de aço.

.

válvulas para rádio.

do algumas .usadas em válvulas de \-Ã-

ferrosas e não ferrosas. O ferro-berilio (20% Be e 80% Fe) é

bricada com hervas marinhas.

como,

Há ainda outras ligas de titânio, sen

timável valor para a indústria, onde é aplicado sob forma de ligas diversas,

ligas ferrosas. É adicionado a banhos fundidos de ligas à base de cobre como

> •

são também usadas para diversos fins,

dade dos produtos.

tomam o berílio um metal de ines

0,5% Ti e 0,757o Zr.

Ligas não ferrosas contendo zircônio

para aumentar a resistência e a ductill-

As qualidades de grande leveza e grande rigidez (maior do que a do aço)

Os principais minérios de lítio são:

espodumênio, ambligonita e lepidolita.

ao choque.

Ê usado nas ligas Grainal, de ferro,

e 19% de óxido de alumínio, além da

Lífio

Uma liga própria para válvulas ma trizes e cutelaria contém 8,75% de Cr, S% Ni, 17o Cu, ly5% Si, 0 2% C O aço de Zr-Mn é de alta resistência

teor cremo.

que contém até 14% de óxido de berílio

em reparos de tanques de inflamáveis, por exemplo por expedirem faíscas pequenas.

Ni c 0,347o Zr.

O principal uso do titânio é no ferro-

O minério mais comum é o berilo

equipamento quünico.

contem 0,47o C, 17o Mn, 157o Si 2%

titâníQ sendo um uso principal dêste

Berílio

para substituição de ossos e também em

Utn aço típico de níquel-zircônio

Os minérios de titânio são o rutilo e a iimenita, respectivamente Ti08 e Fe0Ti02.

de, resistência ao desgaste e resistência à corrosão,

Titânio

mica.

O zircônio dú aos aços maciez, tenacida

construção naval; em equipamento para .de suas utilizações, é o alum

w aiumiiuo e. para algumas outras, é. o zinco. Carvão

Os usos do carvão são para produ ção de energia térmica, calor industrial coque, subprodutos de desHlação - hi-


'J ■'•.'""H //' ' .'U

Dicbsto

86

Econômico

DicESTo Econômico

O berílio tem também aplicação nos

do vidro e ainda em aparelhos de des

processos de produção do material empregado no preparo de bombas atômicas.

carga de gases.

A utilização mais importante atual do

Urânio é na liberação da energia atô

E a aplicação na industria bélica da energia atômica deu lugar a armas, de terrível poder de destruição, como é do conhecimento de todos.

^

,

o emprego no preparo de aços de alto vanádio, titânio e alumínio empregadas

silica.

na indústria do aço como deso.xidante •

"

Suas qualidades de alta resistência à corrosão e grande poder de absorção de

é na indústria de pigmentos ~ fabrica

tas porcentagens de berílio. A principal liga de berílio é a com o cobre, que é extremamente rígida e ex tremamente resistente à fadiga, tendo

grande aplicação em aparelhos de contrôle, instrumentos de aviação e de co municações.

Essa liga apresenta também grande

processo.

tes e cerâmica.

O óxido de zircônio é usado como re-

Outros compostos de titânio têm apli

Tântalo

O principal minério de tântalo é a tantalita, que é um tântalo de ferro e

técnica por causa da luz brilhante que

manganês.

como solda.

Outro uso importante dessa liga é em instrumentos empregados

-♦,

Outro uso do berílio, mais recente, é

no preparo de nova fibra de rayon fa

bricação de instrumentos de corte.

semipreciosa.

furante e desnitrificante.

O óxido de tântalo é um dos compo

nentes (ío vidro sem síIica usado em lentes para câmaras aéreas.

Alóm disso.

O tântalo metálico é usado ainda em

operações cirúrgicas, como em placas 1

;•

"i .

Uma parte substancial do cobre pro

cidade; geradores, motores, locomotivas elétricas, chaves, lâmpadas, linhas de transmissão e distribuição; em telefones e em telegrafia; na indústria de automó

ar condicionado OOHdlciOQilclo etc.

O carbureto de tântalo entra na fa

Na indústria siderúrgica, o zircônio metálico entra como desoxidante, dessul-

êle faz parte.

O f.uoreto de tântalo e potássio é

butadieno, borracha sintética.

O zircônio é usado como pedra

Os usos do cobre são bem conhecidos.

veis; na indústria de rádio; em equi pamento ferroviário; em munições; na

usado como catalisador na fabricação de

Zircônio

não referidos.

Grande parte do tântalo produzido é

aplicado em válvulas eletrônicas.

O titânio é empregado também

altas temperaturas.

cos do ponto de vista do Brasil, ainda

duzido é usado na indústria de eletri

o carbureto de titânio, em elétrodos.

resistência à corrosão, mesmo a

aplicações de alguns minerais estratégi

Muitos deles já foram referidos quando foram mencionadas ligas diversas de que

fratário, na indústria de vidros, esmal

emitem durante a combustão.

O lítio é usado como base de diver sos produtos de guerra. Passados em revista esses minerais me nores, vamos resumir, em seguida, as

gases que se formam em válvulas de rádio.

Alguns têm aplicação na indústria piro

purificador.

Cobre

ção de alvaiade de titânio, assunto de que já tratei neste Conselho, em outro cação na indústria, como, por exemplo,

O lítío metálico é usado como ele

mento em pequena proporção em certas

gases o fazem aphcado em várias coisas,

como, por exemplo, como captador dos

O principal uso do óxido de titânio

usadas, assim como aços contendo cer

na indústria de

ra.

dutor de calor.

berílio e estanho e berílio e ouro são

exemplo,

O zircônio entra, também, como ma-

que o de tungstônio, embora maior con

Ligas diversas de berílio e níquel,

por

téira-prima em várias munições de guer

cuo, pura rádio. O carbureto de titânio é mais duro

usado na "cementação" de aço.

.

válvulas para rádio.

do algumas .usadas em válvulas de \-Ã-

ferrosas e não ferrosas. O ferro-berilio (20% Be e 80% Fe) é

bricada com hervas marinhas.

como,

Há ainda outras ligas de titânio, sen

timável valor para a indústria, onde é aplicado sob forma de ligas diversas,

ligas ferrosas. É adicionado a banhos fundidos de ligas à base de cobre como

> •

são também usadas para diversos fins,

dade dos produtos.

tomam o berílio um metal de ines

0,5% Ti e 0,757o Zr.

Ligas não ferrosas contendo zircônio

para aumentar a resistência e a ductill-

As qualidades de grande leveza e grande rigidez (maior do que a do aço)

Os principais minérios de lítio são:

espodumênio, ambligonita e lepidolita.

ao choque.

Ê usado nas ligas Grainal, de ferro,

e 19% de óxido de alumínio, além da

Lífio

Uma liga própria para válvulas ma trizes e cutelaria contém 8,75% de Cr, S% Ni, 17o Cu, ly5% Si, 0 2% C O aço de Zr-Mn é de alta resistência

teor cremo.

que contém até 14% de óxido de berílio

em reparos de tanques de inflamáveis, por exemplo por expedirem faíscas pequenas.

Ni c 0,347o Zr.

O principal uso do titânio é no ferro-

O minério mais comum é o berilo

equipamento quünico.

contem 0,47o C, 17o Mn, 157o Si 2%

titâníQ sendo um uso principal dêste

Berílio

para substituição de ossos e também em

Utn aço típico de níquel-zircônio

Os minérios de titânio são o rutilo e a iimenita, respectivamente Ti08 e Fe0Ti02.

de, resistência ao desgaste e resistência à corrosão,

Titânio

mica.

O zircônio dú aos aços maciez, tenacida

construção naval; em equipamento para .de suas utilizações, é o alum

w aiumiiuo e. para algumas outras, é. o zinco. Carvão

Os usos do carvão são para produ ção de energia térmica, calor industrial coque, subprodutos de desHlação - hi-


»'V . • ..

..4,-.

DICÜSTO Econômico

Dítu-:sT() EcoNó^tICo

89

88

dro-carburetos aromáticos, fenóis, etc.

— base da indústria química orgânica, e como redator na indústria metalúrgica. Enxofre

O enxofre é encontrado em estado na

tivo ou sob a forma dc piritas (sulfuretos).

Os principais usos do enxôfre sao em indústrias químicas, das quais a mais importante é a do ácido sulfúrico, cuja

importância é bem conhecida, tendo já

cipalmente. e a prata, oin jóias, winw utensílios c ornamentos dc lu.xo e como tesouros.

O domínio dc minas dèsscs metais c

o saque dc tesouros tornaram possive' a supremacia dc certos países no passado. Assim, o Egito só se tornou grande

potônc a quando pôde dominar as minas de cobre dc Mighara e as minas de ouro da Núbia 2.700 anos a. C. E 'Vá rios faraós, como Tutmós III, Amcnofes III e os Ramsés puderam dar grande

bri'ho aos seus reinados pela explora

jnctais nobres que enriqueceram Portu

gal e Espanha e também a Inglaterra que, através de seus piratas algo oficia lizados, saqueava os ga cões provenien

tigo pelo bomcni. O inicio de sua uti lização perde-se na noite dos tempos e

tes das terras novas.

certamente data de mais de trinta mil

A Inglaterra e a Holanda começaram a desenvolver os seus próprios recursos minerais mas também criaram compa

nhias de navegação que, depois de des baratada a Invencível Armada de Felipe II,

dominaram

os . mares

por muito

tempo.

Hoje, as grandes potências do mundo são não as que possuem somente minas de metais nobres, mas principalmente as

cas em que é empregado o enxofre são

ção dc minas que dominaram e pelo saque de tesouros acumulados. Felipe da Macedônia e seu filho Ale

a de pólvora negra, a do sulfurcto de

xandre o Grande puderam organizar o

que têm indústrias minerais e indústrias que utilizam máterias-primus minerais

exército que, comandado por este, do

bem desenvolvidas, quer em seus pró

este Conselho, em outra oportunidade, tratado dela.

Outras indústrias quími

carbono, a de cloreto dc enxôfre para

vulcanização da borracha, a dc sulfuretos

alcaiinos, sulfitos e hipossulfitos e gás su'furoso para refrigeração, desinfecção e a vejamento.

O enxôfre é também empregado na indústria de tintas e vernizes, na indús

tria do papel e da polpa, na indústria de fertilizantes e outras. Petróleo

Os usos do petróleo e a enorme im

portância desse mineral são bem co nhecidos, sendo os seguintes os princi

pais produtos obtidos por sua destilação: gasolina, óleos combustíveis, ó^eos lu brificantes, alfalto, coque, cera, etc. Ouro e prata

O curo 6 a prata, assim como o co bre, encontrados em.estado nativo na

natureza, certamente foram empregados desde as épocas mais remotas, como or

namento e, mais recentemente, o cobre

e sua I ga com estanho foram usados para armas e utensílios; e o ouro, prin

Sal

É um dos minerais de uso mais an

anos. Foi provavelmente o sal o mine

ral que provocou as primeiras lutas en tre os homens, que deu lugar às primei ras guerras de conquista e que primeiro representou papel importante no comér cio. E uma prova de sua importância desde muito séculos é que da palaxra "sal" vem a palavra "salário", \'Sto como -êste foi, em tempos, pago em sa!

minou o mundo em sua epoea, j)or

prios territórios, quer nos territórios de

c provàvelmente depois avaliado em sííI. r O sal foi, portanto, em certa época, T moeda. ^ Os usos do sal são muito variados e, ^ por ordem de importância, nas indústrias

causa das mmas de ouro daquele país, aue lhe davam 1.000 ta'entos por ano.

suas colônias e domínios.

de soda, de cloro, alimentação de ga«W,

eqüivalendo o talento a 25.000 dó a-

O ouro, atualmente, além da forma ção de reservas entesouradas pelos go

alimentação humana, conservação de

res-ouro americanos dc hoje. As minas da Espanha deram ao Im-

vernos e do seu emprego em jóias, uten sílios de luxo e ornamentos diversos, é

pério Romano, durante alguns séculos,

.usado em vários tipos dc instrumentos e

além de ferro, cobre, prata e mercúrio, anualmente, ouro em quantia etpiivalente a 105.000.000 de dólares. A decadência do Império Romano coincidiu com a decadência da minera

ção, que só foi retomada com eficiência

a organização de uma sociedade de ca pital misto — Governo e particulares — para instalar essa indústria em grande

cêuticos.

escala no Brasil, sociedade que foi orga nizada sob o nome de Companhia Na

Um novo uso da prata é na trans

formação da água do mar em água po

to da mineração de ouro, prata, retomou

tável, e outro ó na indústria cerâmica,

Oriente, via Veneza. E Veneza foresceu até o momento em que Vasco da

Gama, descobrindo o caminho maríti mo para a índia, barateou imensamen te os produtos do Oriente, cujo transpor

te pela via anterior era caríssimo, devido aos pesados impostos cobrados pelos vá-

rios potentados que dominavam aquênes caminhos.

Depois, o Novo Mundo, a América, produziu largamente pedras preciosas c

A indústria da soda já foi detidamen

equipamentos elétricos e industriais, com emprego na guerra e também nas fo tografias em cores. Tem, também em prego em prodtitos químicos e farma

por'Carlos Magno. E com o crescimen

à atividade o comércio da Europa com o

carnes, indústrias de- couros e peles, in dústrias de lacticínios, industrias de tin tas, indústrias químicas diversas etc.

na composição de revestimentos de ma teriais não condutores de eletricidade,

para tornar a superfície dos mesmos de alta

condutividade elétrica.

Não só em fotografia como em outras

ap^'cações, a prata tem grande uso na guerra.

te estudada neste Conselho, que propôs

cional de Âlcalis.

O sal é encontrado nas águas do.s ma

res e de alguns lagos e sob forma sólida, conhecido pelo nome de sal-gema, de positado em jazidas, algumas vêzes muito profundas. Magnesita

Ê outro mineral importante, cujos principais usos são na fabricação de ma

Além dos já referidos, um iqineral que

teriais refratários e como minério de

tem papel de grande destaque na "vida

magnésio cujo emprego, principalmente

da humanidade é o cloreto de sódio,

na aviação, muito se desenvolveu na úl

geralmente designado por

tima Grande Guerra.


»'V . • ..

..4,-.

DICÜSTO Econômico

Dítu-:sT() EcoNó^tICo

89

88

dro-carburetos aromáticos, fenóis, etc.

— base da indústria química orgânica, e como redator na indústria metalúrgica. Enxofre

O enxofre é encontrado em estado na

tivo ou sob a forma dc piritas (sulfuretos).

Os principais usos do enxôfre sao em indústrias químicas, das quais a mais importante é a do ácido sulfúrico, cuja

importância é bem conhecida, tendo já

cipalmente. e a prata, oin jóias, winw utensílios c ornamentos dc lu.xo e como tesouros.

O domínio dc minas dèsscs metais c

o saque dc tesouros tornaram possive' a supremacia dc certos países no passado. Assim, o Egito só se tornou grande

potônc a quando pôde dominar as minas de cobre dc Mighara e as minas de ouro da Núbia 2.700 anos a. C. E 'Vá rios faraós, como Tutmós III, Amcnofes III e os Ramsés puderam dar grande

bri'ho aos seus reinados pela explora

jnctais nobres que enriqueceram Portu

gal e Espanha e também a Inglaterra que, através de seus piratas algo oficia lizados, saqueava os ga cões provenien

tigo pelo bomcni. O inicio de sua uti lização perde-se na noite dos tempos e

tes das terras novas.

certamente data de mais de trinta mil

A Inglaterra e a Holanda começaram a desenvolver os seus próprios recursos minerais mas também criaram compa

nhias de navegação que, depois de des baratada a Invencível Armada de Felipe II,

dominaram

os . mares

por muito

tempo.

Hoje, as grandes potências do mundo são não as que possuem somente minas de metais nobres, mas principalmente as

cas em que é empregado o enxofre são

ção dc minas que dominaram e pelo saque de tesouros acumulados. Felipe da Macedônia e seu filho Ale

a de pólvora negra, a do sulfurcto de

xandre o Grande puderam organizar o

que têm indústrias minerais e indústrias que utilizam máterias-primus minerais

exército que, comandado por este, do

bem desenvolvidas, quer em seus pró

este Conselho, em outra oportunidade, tratado dela.

Outras indústrias quími

carbono, a de cloreto dc enxôfre para

vulcanização da borracha, a dc sulfuretos

alcaiinos, sulfitos e hipossulfitos e gás su'furoso para refrigeração, desinfecção e a vejamento.

O enxôfre é também empregado na indústria de tintas e vernizes, na indús

tria do papel e da polpa, na indústria de fertilizantes e outras. Petróleo

Os usos do petróleo e a enorme im

portância desse mineral são bem co nhecidos, sendo os seguintes os princi

pais produtos obtidos por sua destilação: gasolina, óleos combustíveis, ó^eos lu brificantes, alfalto, coque, cera, etc. Ouro e prata

O curo 6 a prata, assim como o co bre, encontrados em.estado nativo na

natureza, certamente foram empregados desde as épocas mais remotas, como or

namento e, mais recentemente, o cobre

e sua I ga com estanho foram usados para armas e utensílios; e o ouro, prin

Sal

É um dos minerais de uso mais an

anos. Foi provavelmente o sal o mine

ral que provocou as primeiras lutas en tre os homens, que deu lugar às primei ras guerras de conquista e que primeiro representou papel importante no comér cio. E uma prova de sua importância desde muito séculos é que da palaxra "sal" vem a palavra "salário", \'Sto como -êste foi, em tempos, pago em sa!

minou o mundo em sua epoea, j)or

prios territórios, quer nos territórios de

c provàvelmente depois avaliado em sííI. r O sal foi, portanto, em certa época, T moeda. ^ Os usos do sal são muito variados e, ^ por ordem de importância, nas indústrias

causa das mmas de ouro daquele país, aue lhe davam 1.000 ta'entos por ano.

suas colônias e domínios.

de soda, de cloro, alimentação de ga«W,

eqüivalendo o talento a 25.000 dó a-

O ouro, atualmente, além da forma ção de reservas entesouradas pelos go

alimentação humana, conservação de

res-ouro americanos dc hoje. As minas da Espanha deram ao Im-

vernos e do seu emprego em jóias, uten sílios de luxo e ornamentos diversos, é

pério Romano, durante alguns séculos,

.usado em vários tipos dc instrumentos e

além de ferro, cobre, prata e mercúrio, anualmente, ouro em quantia etpiivalente a 105.000.000 de dólares. A decadência do Império Romano coincidiu com a decadência da minera

ção, que só foi retomada com eficiência

a organização de uma sociedade de ca pital misto — Governo e particulares — para instalar essa indústria em grande

cêuticos.

escala no Brasil, sociedade que foi orga nizada sob o nome de Companhia Na

Um novo uso da prata é na trans

formação da água do mar em água po

to da mineração de ouro, prata, retomou

tável, e outro ó na indústria cerâmica,

Oriente, via Veneza. E Veneza foresceu até o momento em que Vasco da

Gama, descobrindo o caminho maríti mo para a índia, barateou imensamen te os produtos do Oriente, cujo transpor

te pela via anterior era caríssimo, devido aos pesados impostos cobrados pelos vá-

rios potentados que dominavam aquênes caminhos.

Depois, o Novo Mundo, a América, produziu largamente pedras preciosas c

A indústria da soda já foi detidamen

equipamentos elétricos e industriais, com emprego na guerra e também nas fo tografias em cores. Tem, também em prego em prodtitos químicos e farma

por'Carlos Magno. E com o crescimen

à atividade o comércio da Europa com o

carnes, indústrias de- couros e peles, in dústrias de lacticínios, industrias de tin tas, indústrias químicas diversas etc.

na composição de revestimentos de ma teriais não condutores de eletricidade,

para tornar a superfície dos mesmos de alta

condutividade elétrica.

Não só em fotografia como em outras

ap^'cações, a prata tem grande uso na guerra.

te estudada neste Conselho, que propôs

cional de Âlcalis.

O sal é encontrado nas águas do.s ma

res e de alguns lagos e sob forma sólida, conhecido pelo nome de sal-gema, de positado em jazidas, algumas vêzes muito profundas. Magnesita

Ê outro mineral importante, cujos principais usos são na fabricação de ma

Além dos já referidos, um iqineral que

teriais refratários e como minério de

tem papel de grande destaque na "vida

magnésio cujo emprego, principalmente

da humanidade é o cloreto de sódio,

na aviação, muito se desenvolveu na úl

geralmente designado por

tima Grande Guerra.


Dicesto EcoNÓNaco

Inlerpret.i ríiD

a pohhfíi líüifirahH-

J. Fernando CARNicmo

história da imigração no

O autor do presente cnsoto, que está

Brasil começa com o Prín

realizando atualmente um curso na F(S'

cipe Dom João. É êle quem, em 1808, baixa de

culdade Nacional de Filosofia, do Rio

creto

rio brasileiro, escreverá sòbrc êsse mo-

criando

condições

propícias para atrair imigrantes não lu sitanos para o Brasil.

de Janeiro, sôhrc o problema imigrató mentoso assunto para o Digcsto Eco

Mais tarde será

nômico ufTui série de quatro artigos.

ainda êle, já então usando o nome de

O Dr. J. Fernando Carneiro é escritor

D. João VI, quem dará início à imigra ção dirigida, paga, organizada pelo Es

de real merecimento, tendo publicado,

tado, cnando a colônia de Nova Fri-

tropofagia entre os indígenas do BrasiF' e "Catolicismo — revolução c reação*'.

burgo.

entre outras, as valiosas obras: "A An

Imigração espontânea e imigração di rigida, começam ambas, portanto, sob a tutela do Estado.

De acôrdo, aliás,

91

ríespovoamento, tal a mortandade que as guerras e as doenças trazidas pelos eu

tratados e se proibia fazer guerra ao

ropeus provocam entre os indígçnas.

gentio por mar ou por terra, sem licença

Um despovoamento ou uma substituição.

do Governador, sob pena de morte e

mendava que os índios fôssem bem

de perda de todos os bens, e tudo isso Portuguôses e índios Quando, depois de 1530, o Governo da Metrópole, preocupado em colonizar a sua possessão americana, a divide em

capitanias, concede aos donatários des

porque, dizia o Regimento, a principal causa das desordens e das guerras ha vidas na colônia eram conseqüência dos assaltos, dos roubos e das capturas ile gais perpetradas pelos cristãos. Não é, todavia, com facilidade que os

sas a faculdade de cativar gentios para

portugueses se resignam à idéia de não

o seu serviço, o dos navios, e para man dar vendê-los em Lisboa. Os gentios,

poder escravizar o indígena. Apesar de

porém, irão apresentar uma resistên cia nunca dantes imaginada a êsse de-

declarado forros todos os índios "salvo

siderato lusitano.

lei era tão desobedecida e capciosamen-

A história do Brasil,

El-Rel Dom Sebastião, em 1570, ter

aqueles tomados em guerra justa", essa te sofismada que foi preciso fazer muitas outras, entre elas a de 30 de julho de 1609, reforçando a primeira e ordenando a punição severa dos transgressores.

e em Porto Alegre, na província de São Pedro, vêm menos por imperativos

por essa época, para seir bem compreen

econômicos do que para assegurar a

conflito entre portuguôses e índios.

posse efetiva da terra.

Mas não é só êsse alargamento do arco litorâneo, ao norte e ao sul, que é

É êsse conflito que determina as prin cipais transformações administrativas na colônia, que coloca em campos opostos

feito em obediência a determinações

jesuítas e portugueses, que provoca a

ria de braços. Por outro lado, qualquer

aliança dos índios com os franceses, e

brimento; faz doação de capitanias e de

emanadas da Metrópole. A penetração nos sertões, onde muitos pretenderam

guerra ao índio deveria parecer ao co lono uma guerra justa. De fato, uma

sesmarias; delega aos donatários o exer

ver um movimento espontâneo da nova

vel e inadiável a importação de escra

vez estabelecida a desconfiança no es

público; manda buscar escravos e os

sociedade que se ia formando, também essa penetração; em grande parlo, foi

vos africanos.

pírito dos gentios, ôsses passavam a ata car de surpresa, de um momento para

distribui aos senhores de engenho; delibera mais tarde dilatar para o

realizada porque de Portugal vieram

chegado aos extremos de crueldade a

ordens para isso.

que chegaram os espanhóis — que,

com uma tradição tri-secular.

Porque, ao contrário dos Estados Uni

dos da América do Norte, no Brasil pri meiro houve o Estado, depois a Socieda de. É o Estado quem toma posse da ter ra, sobre cujos limites iniciais êle já en trara em acordo antes mesmo do desco

cício de parle dos atributos do poder

dida, precisa ser analisada à luz dêsse

que irá logo depois tomar imprescindí Embora entre nós nunca se tivesse

Muito difícil vencer a tentação de es

cravizar índios, tão grande era a penú

outro, sem motivo algum perceptível ao raciocínio dos colonos, que muito natu

norte, para o sul e para o oeste, as

A batuta do Estado português é que

apoiados èm leis de Madri, mandavam

ralmente passavam a julgá-los fingidos

fronteiras da sua possessão americana. Razões de Estado, a que hoje chama ríamos geo-políticas, mais do que ra zões econômicas é que determinam a dilatação e o povoamento do território.

vai regendo a dilatação do território e o seu povoamento. Êsse se faz inicial

marcar os seus índios escravos com ferro

e desleais.

quente a fim de ficarem conveniente

mente à custa dos portugueses, que não

mente identificados

— a barbaridade

ração, tentadas com a mão-de-obra in

podemos chamar de imigrantes, porque

com que foram tratados os índios do

dígena, não se desenvolviam bem. Nô

aqui chegavam pisando a terra corno

No Grão Pará como na Província de'

donos, levantando feitoria e fortaleza,

Brasil foi de tal ordem que êles, ante riormente amigos, passaram a odiar os

depois fazendas, e procurando escravi

portugueses.

zar os naturais do país a fim de obter

por essa época levaram a colônia a um

mão-de-obra abundante e barata para a exploração das riquezas do solo. Êsse povoamento' inicial é por outro lado um

a Metrópole resolveu enviar ao Brasil

São Pedro, primeiro chegam os soldados e só depois é que se consegue gente para cultivar a terra e fazer comércio.

Os casais açorianos que chegam em Bra gança e outros pontos do Grão Pará

As guerras que moveram

tal estado de desordem e decadência que

um Governador Geral, Tomé de Sousa,

Mas, sobretudo, as colônias de explo mades, os fillios da selva americana não

suportavam a rotina agrícola e não era possível, em verdade, contar com êles para o desenvolvimento de nenhuma la

voura. fiem mesmo para o desenvolvi mento da pecuária. Nem depois para os

trabalhos de mineração. O trabalho agrí

com uni Regimento datado de 17 de

cola, sobretudo, parecia ao índio uma

dezembro de 1548, no qual se reco-

função inferior, indigna, própria para


Dicesto EcoNÓNaco

Inlerpret.i ríiD

a pohhfíi líüifirahH-

J. Fernando CARNicmo

história da imigração no

O autor do presente cnsoto, que está

Brasil começa com o Prín

realizando atualmente um curso na F(S'

cipe Dom João. É êle quem, em 1808, baixa de

culdade Nacional de Filosofia, do Rio

creto

rio brasileiro, escreverá sòbrc êsse mo-

criando

condições

propícias para atrair imigrantes não lu sitanos para o Brasil.

de Janeiro, sôhrc o problema imigrató mentoso assunto para o Digcsto Eco

Mais tarde será

nômico ufTui série de quatro artigos.

ainda êle, já então usando o nome de

O Dr. J. Fernando Carneiro é escritor

D. João VI, quem dará início à imigra ção dirigida, paga, organizada pelo Es

de real merecimento, tendo publicado,

tado, cnando a colônia de Nova Fri-

tropofagia entre os indígenas do BrasiF' e "Catolicismo — revolução c reação*'.

burgo.

entre outras, as valiosas obras: "A An

Imigração espontânea e imigração di rigida, começam ambas, portanto, sob a tutela do Estado.

De acôrdo, aliás,

91

ríespovoamento, tal a mortandade que as guerras e as doenças trazidas pelos eu

tratados e se proibia fazer guerra ao

ropeus provocam entre os indígçnas.

gentio por mar ou por terra, sem licença

Um despovoamento ou uma substituição.

do Governador, sob pena de morte e

mendava que os índios fôssem bem

de perda de todos os bens, e tudo isso Portuguôses e índios Quando, depois de 1530, o Governo da Metrópole, preocupado em colonizar a sua possessão americana, a divide em

capitanias, concede aos donatários des

porque, dizia o Regimento, a principal causa das desordens e das guerras ha vidas na colônia eram conseqüência dos assaltos, dos roubos e das capturas ile gais perpetradas pelos cristãos. Não é, todavia, com facilidade que os

sas a faculdade de cativar gentios para

portugueses se resignam à idéia de não

o seu serviço, o dos navios, e para man dar vendê-los em Lisboa. Os gentios,

poder escravizar o indígena. Apesar de

porém, irão apresentar uma resistên cia nunca dantes imaginada a êsse de-

declarado forros todos os índios "salvo

siderato lusitano.

lei era tão desobedecida e capciosamen-

A história do Brasil,

El-Rel Dom Sebastião, em 1570, ter

aqueles tomados em guerra justa", essa te sofismada que foi preciso fazer muitas outras, entre elas a de 30 de julho de 1609, reforçando a primeira e ordenando a punição severa dos transgressores.

e em Porto Alegre, na província de São Pedro, vêm menos por imperativos

por essa época, para seir bem compreen

econômicos do que para assegurar a

conflito entre portuguôses e índios.

posse efetiva da terra.

Mas não é só êsse alargamento do arco litorâneo, ao norte e ao sul, que é

É êsse conflito que determina as prin cipais transformações administrativas na colônia, que coloca em campos opostos

feito em obediência a determinações

jesuítas e portugueses, que provoca a

ria de braços. Por outro lado, qualquer

aliança dos índios com os franceses, e

brimento; faz doação de capitanias e de

emanadas da Metrópole. A penetração nos sertões, onde muitos pretenderam

guerra ao índio deveria parecer ao co lono uma guerra justa. De fato, uma

sesmarias; delega aos donatários o exer

ver um movimento espontâneo da nova

vel e inadiável a importação de escra

vez estabelecida a desconfiança no es

público; manda buscar escravos e os

sociedade que se ia formando, também essa penetração; em grande parlo, foi

vos africanos.

pírito dos gentios, ôsses passavam a ata car de surpresa, de um momento para

distribui aos senhores de engenho; delibera mais tarde dilatar para o

realizada porque de Portugal vieram

chegado aos extremos de crueldade a

ordens para isso.

que chegaram os espanhóis — que,

com uma tradição tri-secular.

Porque, ao contrário dos Estados Uni

dos da América do Norte, no Brasil pri meiro houve o Estado, depois a Socieda de. É o Estado quem toma posse da ter ra, sobre cujos limites iniciais êle já en trara em acordo antes mesmo do desco

cício de parle dos atributos do poder

dida, precisa ser analisada à luz dêsse

que irá logo depois tomar imprescindí Embora entre nós nunca se tivesse

Muito difícil vencer a tentação de es

cravizar índios, tão grande era a penú

outro, sem motivo algum perceptível ao raciocínio dos colonos, que muito natu

norte, para o sul e para o oeste, as

A batuta do Estado português é que

apoiados èm leis de Madri, mandavam

ralmente passavam a julgá-los fingidos

fronteiras da sua possessão americana. Razões de Estado, a que hoje chama ríamos geo-políticas, mais do que ra zões econômicas é que determinam a dilatação e o povoamento do território.

vai regendo a dilatação do território e o seu povoamento. Êsse se faz inicial

marcar os seus índios escravos com ferro

e desleais.

quente a fim de ficarem conveniente

mente à custa dos portugueses, que não

mente identificados

— a barbaridade

ração, tentadas com a mão-de-obra in

podemos chamar de imigrantes, porque

com que foram tratados os índios do

dígena, não se desenvolviam bem. Nô

aqui chegavam pisando a terra corno

No Grão Pará como na Província de'

donos, levantando feitoria e fortaleza,

Brasil foi de tal ordem que êles, ante riormente amigos, passaram a odiar os

depois fazendas, e procurando escravi

portugueses.

zar os naturais do país a fim de obter

por essa época levaram a colônia a um

mão-de-obra abundante e barata para a exploração das riquezas do solo. Êsse povoamento' inicial é por outro lado um

a Metrópole resolveu enviar ao Brasil

São Pedro, primeiro chegam os soldados e só depois é que se consegue gente para cultivar a terra e fazer comércio.

Os casais açorianos que chegam em Bra gança e outros pontos do Grão Pará

As guerras que moveram

tal estado de desordem e decadência que

um Governador Geral, Tomé de Sousa,

Mas, sobretudo, as colônias de explo mades, os fillios da selva americana não

suportavam a rotina agrícola e não era possível, em verdade, contar com êles para o desenvolvimento de nenhuma la

voura. fiem mesmo para o desenvolvi mento da pecuária. Nem depois para os

trabalhos de mineração. O trabalho agrí

com uni Regimento datado de 17 de

cola, sobretudo, parecia ao índio uma

dezembro de 1548, no qual se reco-

função inferior, indigna, própria para


DicI-.STO

93

mujheres. Sempre fora assim entre èlcs. E vendo que o português também não

agrícultava senão por intermédio de es cravos, mais se firmava no espírito do selvícola a noção da inferioridade do

trabalho agrícola. índios e mesmo mamelucos servirão

apenas nas bandeiras, nos empreendi

Digksto

Económ ico

\'iam cin Portugal reclamando «.ontra tôdas a.s infrações das leis de proteção aos gentio.s. Quandc» Portugal e-:! sob o domínio de Espanlia èles vão a Madri c de lá trazem pro\'isões. leis, aK-arás em defesa dos índios. Vão aos papas e trazem bulas fulminando os cativadorcs.

No fim essa disputa entre jesuítas e por-

dos episódios ligados às lutas referentes

excetuados nas leis anteriores. Com pre

a escravização dos indígenas.

textos, dissimulações, dolos, os colonos

demo-nos já, talvez, até demais.

continuam todavia a escravizar os ín

se a história da escravidão negra no

dios. E os jesuítas voltam a ser ex pulsos do Maranhão em 1684. Mas re

lembrança de todos, entretanto menos

de prestígio.

vel nisso tudo é a bula de Benedito

sem lei e sem rei, nem escravo nem. as salariado, o mameluco, .seníío o índio,

ajudará também nos trabalhos da pe cuária. E é só. Como auxílio ao por tuguês, é só. Com o jesuíta é diferente.

Nas re

duções, longe do branco, sob a direção dos missionários da Companhia, o índio será tudo: soldado, agricultor e operá rio. A pedagogia dos jesuítas e a psi cologia dos índios, uma coisa parece que foi feita para a outra. Mas os colonos não se conformam.

Mesmo depois que já se

a luta para escravizá-los continua. Prolonga-se até

índios tinham em sua de

Êsses padres não esmoreciam

na sua luta referente aos índios.

amarela era de molde a desanimar qual-

acôrdo com o rei de Portugal, D. João V,

(|uer ordem religiosa, por mais podcro-

mas

.sa que fosse, a querer meter o bedelho

xima tal oposição no Pará que o bispo

na questão da o.scra\'idão negra. E wmu os negro.s não eram con.siderados gentios, mas idolatras, os próprios jesuítas encorajavam até essa escravidão africana para ver se os brancos dei.\a\'am os ín

Frei

bém o que a Companhia teve de supor

Vi-

Brasil é por'demais conhecida e está na

suas determ"nações enconti"am

Na sua luta cm prol dos indígenas os

jesuítas vão ao extremo limite de suas

Miguel de Bulhões como que

conseqüências. O espirito economicx)social da civlização ibérica nao podia,

pactuou com o povo, não exigindo, co mo Uie competia, o cumprimento des

tas. E'como, nas refregas coin portu-

sas determinações. Anos depois, ja rei

contudo, tolerar a experiência dos jesm- ^ guêres e mamelucos, as reduções de

Tudo em \ ão. Em 1640

nando Dom José, ôsse mesmo bispo irá cumprir gostosamente, senão servilmente, tôdas as ordens emanadas do Mar

monstrassem a sua possibilidade de re sistir e vencer o adversário pdns armas, só há então o recurso de aniquilar a

os portugueses conseguem

quês de Pombal. A lei de 6 de junho

suspender a execução de uma bula papal, referen

do 1755, reinando em Portugal Dom José I e governando o ministro Sebastião

chamento. expulsar, encarcerar e matar

te u escravização dos ín dios, e a Câmara de São

José de Carvalho c Melo, irá tomar efe

sem vitória militar sòbre êles ou sobre

tiva a observância da bula de Benedito XIV. Alguns historiadores consideram

de interdições eclesiást.oas.

que aí .se pode considerar como pratica

Companhia de Jesus, ordenar o seu fe

os seus sacerdotes.

Isso se consegue

os indígenas, mas à força de decretos e É útP relembrar tòda essa história

mente epcerrada essa questão, mas ao

porque ela evidencia o caráter essencial

logo tinham sido e.xpulsos

tempo de D. João VI, já no séciéo XIX,

da Paraíba sete ano.s an-

ainda se conridcrava lic to manter os

mente escravocrata da civilização lusobrariloira. Êsse caráter se manifesta

tc.s.

índios como prisioneiros de guerra pelo

suítas.

fesa (ou, de qualquer sorte, divergindo dos portugueses, e. cm luta contra esses), a Companhia de Jesus, acerca de cuja firmeza, constân cia de propósitos e tenacidade todos es tão de acôrdo, amigos e inimigos dos jesuítas.

tar no seu combate contra a escravidão

riores, proibindo a escravização dos ín dios sob qualquer pretexto. O Pontífi ce Romano, no caso, agira de pleno

Pau'o logo em seguida vota a expulsão do.s je

meados do século XVIII, senão até o início do sé culo XIX. E note-se: os

XIV. de 20 de dezembro do 1741, re

dios de lado.

dispunha do trabalho ne gro, e quando se estima va que o trabalho de um negro valia mais que o de quatro índio.s, mesmo aí

Os confitos recomeçam, ás

peros, sucessivos. Um marco memorá

nunca povo algum contou com amigos mais constantes. Nada de parecido acon teceu deptjis cm favor dos negros. Tam

Mas

fogem de portugueses e de e.spanhóis pata realizar, no centro do continente, a experiência espantosa das reduções.

dentro.

Mas, de qualquer sorte,

Esten-

lembrando as decisões pontifícias ante

celentes nas penetrações pelo sertão a E lá dentro, longe do litoral,

ballio e descrição mais circunstanciada

freqüentemente se alude à escravização dos indígenas. Parece-nos útil chamar a atenção para essa história, empolgan te sobretudo pe'á presença dos jesuítas, que resistem aos portugueses e depois, ciuando a siluaçao se toma intolenud,

gressam de novo, e como vencedores, cm 1686.

dores, pescadores, guerreiros e guias ex

Está fora do plano do presente tra-

ordenando cpie no dito Estado do Ma ranhão não se pudesse cativar índio al gum, em caso algum, nem mesmo nos

tuguéses toma o aspecto de uma eousa cle.svairada. Já não se sabe se é amor aos índio.s, .se é teimosia, se é ambição

mentos móveis, como remadores, caça

93

Econômico

Por motivo aná

Em 1653 ci-los de

volta em São Paulo, para reiniciar a luta, embora no acôrdo peM qual eram read mitidos houvesse a condição expressa de não se intrometerem mais em negócios de índios. Em 1661 são os jesuítas ex pulsos do Maranhão. Mas voltam e cm 1.® de abril de 1680 conseguem uma Jci

I

e.spaço de 15 anos, a contar do dia do batismo.

Isso por força da Carta

Regia de 12 de maio de 1798. O.s índios eram dessa forma feito prisioneiros,

"apenados", postos ao serviço dos co lonos e até vendidos.

desde os pr meiros anos da vida lirasileira, encontra plena satisfação com a introdução do negro africano, e tudo

fará por sobreviver, até depois que a escravidão negra já entrou no ocaso. O

próprio imigrante europeu, tentar-se-á transformá-lo em servo da gleba.


DicI-.STO

93

mujheres. Sempre fora assim entre èlcs. E vendo que o português também não

agrícultava senão por intermédio de es cravos, mais se firmava no espírito do selvícola a noção da inferioridade do

trabalho agrícola. índios e mesmo mamelucos servirão

apenas nas bandeiras, nos empreendi

Digksto

Económ ico

\'iam cin Portugal reclamando «.ontra tôdas a.s infrações das leis de proteção aos gentio.s. Quandc» Portugal e-:! sob o domínio de Espanlia èles vão a Madri c de lá trazem pro\'isões. leis, aK-arás em defesa dos índios. Vão aos papas e trazem bulas fulminando os cativadorcs.

No fim essa disputa entre jesuítas e por-

dos episódios ligados às lutas referentes

excetuados nas leis anteriores. Com pre

a escravização dos indígenas.

textos, dissimulações, dolos, os colonos

demo-nos já, talvez, até demais.

continuam todavia a escravizar os ín

se a história da escravidão negra no

dios. E os jesuítas voltam a ser ex pulsos do Maranhão em 1684. Mas re

lembrança de todos, entretanto menos

de prestígio.

vel nisso tudo é a bula de Benedito

sem lei e sem rei, nem escravo nem. as salariado, o mameluco, .seníío o índio,

ajudará também nos trabalhos da pe cuária. E é só. Como auxílio ao por tuguês, é só. Com o jesuíta é diferente.

Nas re

duções, longe do branco, sob a direção dos missionários da Companhia, o índio será tudo: soldado, agricultor e operá rio. A pedagogia dos jesuítas e a psi cologia dos índios, uma coisa parece que foi feita para a outra. Mas os colonos não se conformam.

Mesmo depois que já se

a luta para escravizá-los continua. Prolonga-se até

índios tinham em sua de

Êsses padres não esmoreciam

na sua luta referente aos índios.

amarela era de molde a desanimar qual-

acôrdo com o rei de Portugal, D. João V,

(|uer ordem religiosa, por mais podcro-

mas

.sa que fosse, a querer meter o bedelho

xima tal oposição no Pará que o bispo

na questão da o.scra\'idão negra. E wmu os negro.s não eram con.siderados gentios, mas idolatras, os próprios jesuítas encorajavam até essa escravidão africana para ver se os brancos dei.\a\'am os ín

Frei

bém o que a Companhia teve de supor

Vi-

Brasil é por'demais conhecida e está na

suas determ"nações enconti"am

Na sua luta cm prol dos indígenas os

jesuítas vão ao extremo limite de suas

Miguel de Bulhões como que

conseqüências. O espirito economicx)social da civlização ibérica nao podia,

pactuou com o povo, não exigindo, co mo Uie competia, o cumprimento des

tas. E'como, nas refregas coin portu-

sas determinações. Anos depois, ja rei

contudo, tolerar a experiência dos jesm- ^ guêres e mamelucos, as reduções de

Tudo em \ ão. Em 1640

nando Dom José, ôsse mesmo bispo irá cumprir gostosamente, senão servilmente, tôdas as ordens emanadas do Mar

monstrassem a sua possibilidade de re sistir e vencer o adversário pdns armas, só há então o recurso de aniquilar a

os portugueses conseguem

quês de Pombal. A lei de 6 de junho

suspender a execução de uma bula papal, referen

do 1755, reinando em Portugal Dom José I e governando o ministro Sebastião

chamento. expulsar, encarcerar e matar

te u escravização dos ín dios, e a Câmara de São

José de Carvalho c Melo, irá tomar efe

sem vitória militar sòbre êles ou sobre

tiva a observância da bula de Benedito XIV. Alguns historiadores consideram

de interdições eclesiást.oas.

que aí .se pode considerar como pratica

Companhia de Jesus, ordenar o seu fe

os seus sacerdotes.

Isso se consegue

os indígenas, mas à força de decretos e É útP relembrar tòda essa história

mente epcerrada essa questão, mas ao

porque ela evidencia o caráter essencial

logo tinham sido e.xpulsos

tempo de D. João VI, já no séciéo XIX,

da Paraíba sete ano.s an-

ainda se conridcrava lic to manter os

mente escravocrata da civilização lusobrariloira. Êsse caráter se manifesta

tc.s.

índios como prisioneiros de guerra pelo

suítas.

fesa (ou, de qualquer sorte, divergindo dos portugueses, e. cm luta contra esses), a Companhia de Jesus, acerca de cuja firmeza, constân cia de propósitos e tenacidade todos es tão de acôrdo, amigos e inimigos dos jesuítas.

tar no seu combate contra a escravidão

riores, proibindo a escravização dos ín dios sob qualquer pretexto. O Pontífi ce Romano, no caso, agira de pleno

Pau'o logo em seguida vota a expulsão do.s je

meados do século XVIII, senão até o início do sé culo XIX. E note-se: os

XIV. de 20 de dezembro do 1741, re

dios de lado.

dispunha do trabalho ne gro, e quando se estima va que o trabalho de um negro valia mais que o de quatro índio.s, mesmo aí

Os confitos recomeçam, ás

peros, sucessivos. Um marco memorá

nunca povo algum contou com amigos mais constantes. Nada de parecido acon teceu deptjis cm favor dos negros. Tam

Mas

fogem de portugueses e de e.spanhóis pata realizar, no centro do continente, a experiência espantosa das reduções.

dentro.

Mas, de qualquer sorte,

Esten-

lembrando as decisões pontifícias ante

celentes nas penetrações pelo sertão a E lá dentro, longe do litoral,

ballio e descrição mais circunstanciada

freqüentemente se alude à escravização dos indígenas. Parece-nos útil chamar a atenção para essa história, empolgan te sobretudo pe'á presença dos jesuítas, que resistem aos portugueses e depois, ciuando a siluaçao se toma intolenud,

gressam de novo, e como vencedores, cm 1686.

dores, pescadores, guerreiros e guias ex

Está fora do plano do presente tra-

ordenando cpie no dito Estado do Ma ranhão não se pudesse cativar índio al gum, em caso algum, nem mesmo nos

tuguéses toma o aspecto de uma eousa cle.svairada. Já não se sabe se é amor aos índio.s, .se é teimosia, se é ambição

mentos móveis, como remadores, caça

93

Econômico

Por motivo aná

Em 1653 ci-los de

volta em São Paulo, para reiniciar a luta, embora no acôrdo peM qual eram read mitidos houvesse a condição expressa de não se intrometerem mais em negócios de índios. Em 1661 são os jesuítas ex pulsos do Maranhão. Mas voltam e cm 1.® de abril de 1680 conseguem uma Jci

I

e.spaço de 15 anos, a contar do dia do batismo.

Isso por força da Carta

Regia de 12 de maio de 1798. O.s índios eram dessa forma feito prisioneiros,

"apenados", postos ao serviço dos co lonos e até vendidos.

desde os pr meiros anos da vida lirasileira, encontra plena satisfação com a introdução do negro africano, e tudo

fará por sobreviver, até depois que a escravidão negra já entrou no ocaso. O

próprio imigrante europeu, tentar-se-á transformá-lo em servo da gleba.


Digesto

Econômico

95

Dicusto Económkx)

94

Pretos, judeus e ciganos

Além dos pretos, dos índios e dos porluguêses é mister assinalar a presença

as pedras preciosas, processa-se um.a tal emigração do Reino e um tal desloca

Não sendo fácil a escravidão amarela,

do judeu na composição da população brasileira. Não é possível estabelecer, mesmo aproximadamente, o número de judeus existentes nos quatro primeiros

mento de populações das zonas agríco las para as regiões mineinis, que foi necessário tomar providências para freiar essa cobiça. O ouro deu, portanto, uma nova base de povoamento para o

vão cuidando os portugueses de lançar mão de negros africanos, afeitos à vida sedentária, aptos para o trabalho agrí cola, capazes até de trabalhar metais.

Já em 1549, por alvará de 29 de mar

séculos da vida brasileira.

Brasil. E também essa civilização do ouro terá fome de braços escravos.

ço, e com o fito de desenvolver a cultura da cana-de-açúcar, facilita-se a introdu

Mas o certo

é que êles estão presentes desde o des cobrimento, na pessoa de Gaspar da

que porventura êle ou pessoa de sua família apresente. Insignificante também é a participa ção francesa, apesar do sonho huguenote de criar aqui uma França Antártica e apesar de as primeiras colônias fran cesas na América terem sido localiza das no Brasil.

Maior do que a contribuição holan

Gama, negociam com o pau-brasil, sen

desa ou francesa será a contribuição ci

Como assinala Ribeyrolles cm meados

do difícil, muitas vôzes, como no caso

gana. Êles são encontrados era vários

ção de escravos da Guiné e São Tomé,

do século XIX, o operário africano era,

de Fernão de Loronha ou Fernando de

lugares, inclusive em Mato Grosso.

cabendo uma quota de 120 a cada se

em tôdas as cousas, em tôdas as es

nhor de engenho,

pecialidades do trabalho, o instrumento.

Noronha, dizer se o personagem é israe lita ou um fidalgo português. Todavia, tem-se como muito provável que no século XVI uma boa parte, senão a

E' sempre com muita cautela e mui tas restrições que se permite a entrada

E na América Portuguêsa aparece en

• a mão, a roda, a ferramenta.

tão a civilização da cana-de-açúcar, sur

"Quem cavou a terra, abriu as gale

de outros povos. Em 1746, pela Reso lução de 31 de agosto, D. João V man

rias, desviou as correntes, lavou as areias, achou o ouro e os diamantes?

maioria, da população branca fôsse cons tituída por judeus.

dava que fossem transportados das ilhas

do algodão e mais tarde, no sul do Brasil, a civilização do café.

Quem íirroteou os terrenos e cultivou o-

Não parece que êles existissem em São Paulo, mas estavam em grande nú

ta Catarina e costa de São Pedro, 4.000 casais. Êsses colonos Nderam em dife

mero na Paraíba, Pernambuco, Bahia e

rentes comboios, o primeiro dos quais, trazendo 461 pessoas, chegou à ilha de Santa Catarina nos princípios do ano de

gem as lavouras do tabaco, do cacau, Se, como dissemos no início desse tra

balho, a ocupação militar precedia a exploração agrícola e os motivos polí ticos mais do que o interêsse comercial imediato é que determinavam a expan são do território, a agricultura é que iria servir de ba.se de fixação para a gente que vinha para o Brasil. Agricul tura de latifúndio, espoliativa, para fins de exportação, mas que tinha necessida de ou fome de braços escravos.

solo? Quem semeou, plantou e colheu? Quem se encontra a mourejar nas usinas, nos moinhos, nos estaleiros, nas estra

Rio.

das?

Nas chácaras, nas fazendas, nas

a vitória sôbre os holandeses a quem

moradas burguêsas, ruas e praças das

tinham auxiliado, dirigem-se para Nova

1748. Ora, nessa nova fase colonizado-

grande,s cidades, em quem recaem todos

Amsterdam, para as Antilhas, para a

os traballios servis e domésticos?"

Guiana Holandesa, a Venezuela e a

ra da Metrópole, inspirada pelo gênio pclítico do brasileiro Alexandre de Gus mão, chega-se pela Provisão Regia de 9 de agosto de 1747, a permitir até a entrada de estrangeiros "que não fos sem vassalos de soberanos que tenham

O número de pretos africanos impor

Colômbia.

tados para sustentar. o desenvolvimento

Outros povos tentam estabelecer-se na América Portuguêsa, mas em vão. No século XVII, quando o Brasil é o prin

agro-pecuário do país e ajudar nos ser viços domésticos, já passava de

Quando, após a Restauração, ao tempo

de D. João IV, se descobrem o ouro e

4.000.000 em 1830.

E mesmo de

cipal país produtor de açúcar, os holan

pois dis.so, apesar de já estar o tráfico

deses invadem a capitania de Pernambu

proibido, apesar da vigilância inglêsa nos mares atlílnHcos e até nos portos de desembar que, apesar de já estarem en

co, mas são finalmente expulsos, sendo

: Brasil, os escravos eon'■

1 /

população brasileira. Ficou no Nordes

para o Brasil.

te entretanto a lenda dessa participa

Após qualquer veleidade de coloni zação estrangeira no Brasil, a Metró

f , t i n u a m a a f 1 u i r. De-

pois de 1830 desem-

uma sua bisavó foi holandesa. Outros,

barcam

com maior preocupação de verossimi

mais 500.000. Só

tiça o enérgico ministro Eusébio de Queirós, é que se pode considerar o trá fico de pretos como definitivamente extinto.

jsà

./jj

cia, as restrições eram tais que essa pro

visão de 9 de agosto não acarretou qual quer corrente imigratória não lusitana

ção, sendo raro encontrar-se um nordes tino que ainda hoje não afirme que

em 1850, ocupando a pasta da Jus

domínios na América a que possam pas-

\ sar-se". Mas a desconfiança, a vigilân

taram à formação e ao crescimento da

insignificante a contribuição que pres

trando imigrantes no

- iL i..

Forçados a deixar o Brasil, após

da Madeira e Açores para a ilha de San

pole dava marcha-à-ré. Fora sempre as sim. Ao tempo de D. João IV chegarase até a enviar irlandeses para o norte

lhança, dizem tetravó. E' fatal que essa história surja em conversa de nordestino, sobretudo quando o in

do Brasil, mas o Conselho Ultramarino

terlocutor

Êles não chegam sequer a desembarcar.

alude

aos

olhos

claros

pensou melhor e a tempo resolveu sus tar a ordem e devolver os irlandeses.


Digesto

Econômico

95

Dicusto Económkx)

94

Pretos, judeus e ciganos

Além dos pretos, dos índios e dos porluguêses é mister assinalar a presença

as pedras preciosas, processa-se um.a tal emigração do Reino e um tal desloca

Não sendo fácil a escravidão amarela,

do judeu na composição da população brasileira. Não é possível estabelecer, mesmo aproximadamente, o número de judeus existentes nos quatro primeiros

mento de populações das zonas agríco las para as regiões mineinis, que foi necessário tomar providências para freiar essa cobiça. O ouro deu, portanto, uma nova base de povoamento para o

vão cuidando os portugueses de lançar mão de negros africanos, afeitos à vida sedentária, aptos para o trabalho agrí cola, capazes até de trabalhar metais.

Já em 1549, por alvará de 29 de mar

séculos da vida brasileira.

Brasil. E também essa civilização do ouro terá fome de braços escravos.

ço, e com o fito de desenvolver a cultura da cana-de-açúcar, facilita-se a introdu

Mas o certo

é que êles estão presentes desde o des cobrimento, na pessoa de Gaspar da

que porventura êle ou pessoa de sua família apresente. Insignificante também é a participa ção francesa, apesar do sonho huguenote de criar aqui uma França Antártica e apesar de as primeiras colônias fran cesas na América terem sido localiza das no Brasil.

Maior do que a contribuição holan

Gama, negociam com o pau-brasil, sen

desa ou francesa será a contribuição ci

Como assinala Ribeyrolles cm meados

do difícil, muitas vôzes, como no caso

gana. Êles são encontrados era vários

ção de escravos da Guiné e São Tomé,

do século XIX, o operário africano era,

de Fernão de Loronha ou Fernando de

lugares, inclusive em Mato Grosso.

cabendo uma quota de 120 a cada se

em tôdas as cousas, em tôdas as es

nhor de engenho,

pecialidades do trabalho, o instrumento.

Noronha, dizer se o personagem é israe lita ou um fidalgo português. Todavia, tem-se como muito provável que no século XVI uma boa parte, senão a

E' sempre com muita cautela e mui tas restrições que se permite a entrada

E na América Portuguêsa aparece en

• a mão, a roda, a ferramenta.

tão a civilização da cana-de-açúcar, sur

"Quem cavou a terra, abriu as gale

de outros povos. Em 1746, pela Reso lução de 31 de agosto, D. João V man

rias, desviou as correntes, lavou as areias, achou o ouro e os diamantes?

maioria, da população branca fôsse cons tituída por judeus.

dava que fossem transportados das ilhas

do algodão e mais tarde, no sul do Brasil, a civilização do café.

Quem íirroteou os terrenos e cultivou o-

Não parece que êles existissem em São Paulo, mas estavam em grande nú

ta Catarina e costa de São Pedro, 4.000 casais. Êsses colonos Nderam em dife

mero na Paraíba, Pernambuco, Bahia e

rentes comboios, o primeiro dos quais, trazendo 461 pessoas, chegou à ilha de Santa Catarina nos princípios do ano de

gem as lavouras do tabaco, do cacau, Se, como dissemos no início desse tra

balho, a ocupação militar precedia a exploração agrícola e os motivos polí ticos mais do que o interêsse comercial imediato é que determinavam a expan são do território, a agricultura é que iria servir de ba.se de fixação para a gente que vinha para o Brasil. Agricul tura de latifúndio, espoliativa, para fins de exportação, mas que tinha necessida de ou fome de braços escravos.

solo? Quem semeou, plantou e colheu? Quem se encontra a mourejar nas usinas, nos moinhos, nos estaleiros, nas estra

Rio.

das?

Nas chácaras, nas fazendas, nas

a vitória sôbre os holandeses a quem

moradas burguêsas, ruas e praças das

tinham auxiliado, dirigem-se para Nova

1748. Ora, nessa nova fase colonizado-

grande,s cidades, em quem recaem todos

Amsterdam, para as Antilhas, para a

os traballios servis e domésticos?"

Guiana Holandesa, a Venezuela e a

ra da Metrópole, inspirada pelo gênio pclítico do brasileiro Alexandre de Gus mão, chega-se pela Provisão Regia de 9 de agosto de 1747, a permitir até a entrada de estrangeiros "que não fos sem vassalos de soberanos que tenham

O número de pretos africanos impor

Colômbia.

tados para sustentar. o desenvolvimento

Outros povos tentam estabelecer-se na América Portuguêsa, mas em vão. No século XVII, quando o Brasil é o prin

agro-pecuário do país e ajudar nos ser viços domésticos, já passava de

Quando, após a Restauração, ao tempo

de D. João IV, se descobrem o ouro e

4.000.000 em 1830.

E mesmo de

cipal país produtor de açúcar, os holan

pois dis.so, apesar de já estar o tráfico

deses invadem a capitania de Pernambu

proibido, apesar da vigilância inglêsa nos mares atlílnHcos e até nos portos de desembar que, apesar de já estarem en

co, mas são finalmente expulsos, sendo

: Brasil, os escravos eon'■

1 /

população brasileira. Ficou no Nordes

para o Brasil.

te entretanto a lenda dessa participa

Após qualquer veleidade de coloni zação estrangeira no Brasil, a Metró

f , t i n u a m a a f 1 u i r. De-

pois de 1830 desem-

uma sua bisavó foi holandesa. Outros,

barcam

com maior preocupação de verossimi

mais 500.000. Só

tiça o enérgico ministro Eusébio de Queirós, é que se pode considerar o trá fico de pretos como definitivamente extinto.

jsà

./jj

cia, as restrições eram tais que essa pro

visão de 9 de agosto não acarretou qual quer corrente imigratória não lusitana

ção, sendo raro encontrar-se um nordes tino que ainda hoje não afirme que

em 1850, ocupando a pasta da Jus

domínios na América a que possam pas-

\ sar-se". Mas a desconfiança, a vigilân

taram à formação e ao crescimento da

insignificante a contribuição que pres

trando imigrantes no

- iL i..

Forçados a deixar o Brasil, após

da Madeira e Açores para a ilha de San

pole dava marcha-à-ré. Fora sempre as sim. Ao tempo de D. João IV chegarase até a enviar irlandeses para o norte

lhança, dizem tetravó. E' fatal que essa história surja em conversa de nordestino, sobretudo quando o in

do Brasil, mas o Conselho Ultramarino

terlocutor

Êles não chegam sequer a desembarcar.

alude

aos

olhos

claros

pensou melhor e a tempo resolveu sus tar a ordem e devolver os irlandeses.


Difji-STO EcosóNnco

96

Dioesto

Econômico 97

do pelo Príncipe Regente é para criar

graçao espontíinea para o Brasil.

no Rio de Janeiro uma cadeira de Ciên

gente de toda parte, da Suécia, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da

Se portugueses e brasi'eíros defen

Mortalidade espantosa, incrível, inaceitáve' para muitos. O negro morria na África nos portos do embarque. Mor

dem galhardamente a terra contra a ín-.

ria no mar durante a trave.ssía. E, en

nece.ssário", dizia, "o estudo da Ciên

América do Norte e das colônias êspa-

vasão de elementos estrangeiros, inter

tre os que chegavam, a mortalidade era

namente os povos e raças existentes misturam-sc de uma maneira insuspeitada.

enorme, sobretudo nos i>rimeiros me

cia Econômica na presente conjuntura". A imediata nomeação de José da Si'va Lisboa, o futuro Visconde de Cairu, para

nho'as da América do Sul. Segundo de poimentos da época, essa gente não fica no Rio de Janeiro, mas se dirige para

Miscigenação

A mestiçagem começa desde o primei ro dia. Os documentos do século XVI

já falam em mu'atos, homens pardo.s trabalhadores e pretos forros.

Apesar de divergências de cultura c de posição econômica, apesar das lutas entre raças, classe.s e nacionalidades,

que irão aliás culminar nos anos que se seguem à Independência, pretos e brancos, índios e judeus, senhores c es cravos cruzam-se incessantemente, dan

do nascimento aos mais variados tipos.

E u terra, mais do que de escravos, mais do que de senhores, passa a ser do mestiços, como se vê no dito, sem

dúvida exagerado mas expressivo, de

Antonil: "inferno do.s pretos, purgató rio dos brancos, paraíso dos mulatos". No começo do sécu'o XIX a população se distribuiu, gro.s.w modo, como segue: dois milhões de escravo.s e inn milhão

de brancos, mestiços e negros li\Tes.

Um total, portanto, de três milhões de habitantes, quando muito. Comparando essa população do Bra sil nos começos do século XIX, mal

atingindo três miijiõcs de habitantes com o número de escravos que, segundo cálculos mais moderados, entraram no

Brasil, ficamos surpresos diante da con tradição entre as duas séries de alga rismos.

Mesmo sem contar com a mul

tiplicação dos negros, o só número de pretos desembarcados seria suficiente para dar ao Brasil, naquela época, uma população muito superior. Se isso não aconteceu foi devido à mortalidade.

ses. O que dcterinina\a por sua vez, a necessidade dc no\a.s importações. Re

cia Ec(jnóinica "por .ser absolutamente

Vem

reger a cadeira, vale como indicação

o interior, onde recebe sesinarias ou

compra sítios ou consegue alguns pri

importados era jnaior do que o de pre

eloqüente do sentido liberal que se pretendia dar à economia do país. Em

tas e ter-se-á assim a e.xplicação para a

1." de abril de 1808 é abolida a lei de

contradição aparente entre algarismos fi

dedignos como, digamos, de um lado

5 de janeiro de 1785, que mandava fe char as fábricas de fiação e tecidos; e

o recenseamcnto de Balbi o do outro as

o alvará que assim revogava aquela lei

gistre-se ainda que o número dc pretos

cifras que nos oferece o sr. Luís Viana, muito mais moderada que as dc Calógcras.

A hecatombe dos negros no Brasil

dec'arava lícito a qualquer um e em qualquer parte estabele cer qualquer gênero de rnanufatura,

sem

exce

vilégios.

Domina o espírito dos governantes a idéia de promover o aumento da lavou

ra, do comércio, da indústria e da po pulação do Brasil. E assim é que, nesse mesmo magnífico ano de 1808, com data de I.° de setembro, mandam-se rir do.s Açores para o Rio Grande do

foi qualquer coisa do monstruosa c sô-

ção alguma.

bre isso será nece.ssário que se façani estudos mais aprofundados. Já nos Estu

pírito surgem outros de

dos Unidos da América do Norte foi

cretos, decretos revolucio

muito menor a perda de vidas africanas. Com aquela popu'ação dc mais ou me

ticular consideração a necessidade que há de

nários em verdade, e en

povoar a interessante ca

tre eles o de 25 de no

nos três milhõe.s dc habitantes o Brasil

vembro de 1808, permi

pitania fronteira do Rio Grande e não menos o

era, todavia, uma nação. Já possuía um

tindo ao governo conce

povo.

objeto de poder ter sol

der terras a estrangeiros.

dados de que na mesma se experimenta uma gran

Já tinha o sentimento de sua

independência. Podia contar entre os seus filhos com homens como José da Silva Lisboa e José Bonifácio. Eslava preparado para iniciar uma nova e melhor fase da sua existência.

Dentro do mesmo e.s-

Eis os seus termos: "Sendo conveniente ao

rneu

real serviço e ao

bem público .aumentar a lavoura e a população, que se acha muito diminuta neste Esta

Mudança da corte portuguésa para o Brasil

, »

A satisfação de muitos dos anseios na

cionais vem corresponder a mudança da corte bragantina para o Brasil. Apenas

do; e por outros motivos que me fo ram presentes: hei por bem, que aos e.strangeiros residentes no Bra.sil se pos sam conceder datas de terras por sesrnarias pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se con

Sul 1.500 famílias:

"Tendo em muito par

de falta, 6 conhecendo

que as instituições polí ticas fundadas na extre ma divisão das terras

com que os meus augustos avós e predecessores, os Senhores Reis de Portu

gal, criaram nas Phas dos Açores; fez que a popu'ação a'i cresça demasiada mente e necessite ser diminuída de cer

tas épocas, para que o mesmo número de habitantes se conserve na sua con

cedem ao.s meus vassalos, sem embar

veniente proporção com a qualidade

1808, decreta a abertura dos portos do

go de quaisquer le-s ou disposições em contrário. A Mesa do Desembargo do

dos produtos do seu solo. Sou servido ordenar que das Ilhas dos Açores se

Brasil ao comércio direto estrangeiro.

Paço o tenha assim entendido e o fa

mandem vir 1.500 famílias ou um pro

Êsse o seu primeiro ato. E' curioso assinalar que o segundo decreto assinn-

ça executar."

chega, ainda de passagem pela Bahia. Dom João, em data de 28 de janeiro de

Êsse decreto marca o início da imi-

porcional número de homens e mulheres

em termos de casar, tirando, quanto ser


Difji-STO EcosóNnco

96

Dioesto

Econômico 97

do pelo Príncipe Regente é para criar

graçao espontíinea para o Brasil.

no Rio de Janeiro uma cadeira de Ciên

gente de toda parte, da Suécia, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da

Se portugueses e brasi'eíros defen

Mortalidade espantosa, incrível, inaceitáve' para muitos. O negro morria na África nos portos do embarque. Mor

dem galhardamente a terra contra a ín-.

ria no mar durante a trave.ssía. E, en

nece.ssário", dizia, "o estudo da Ciên

América do Norte e das colônias êspa-

vasão de elementos estrangeiros, inter

tre os que chegavam, a mortalidade era

namente os povos e raças existentes misturam-sc de uma maneira insuspeitada.

enorme, sobretudo nos i>rimeiros me

cia Econômica na presente conjuntura". A imediata nomeação de José da Si'va Lisboa, o futuro Visconde de Cairu, para

nho'as da América do Sul. Segundo de poimentos da época, essa gente não fica no Rio de Janeiro, mas se dirige para

Miscigenação

A mestiçagem começa desde o primei ro dia. Os documentos do século XVI

já falam em mu'atos, homens pardo.s trabalhadores e pretos forros.

Apesar de divergências de cultura c de posição econômica, apesar das lutas entre raças, classe.s e nacionalidades,

que irão aliás culminar nos anos que se seguem à Independência, pretos e brancos, índios e judeus, senhores c es cravos cruzam-se incessantemente, dan

do nascimento aos mais variados tipos.

E u terra, mais do que de escravos, mais do que de senhores, passa a ser do mestiços, como se vê no dito, sem

dúvida exagerado mas expressivo, de

Antonil: "inferno do.s pretos, purgató rio dos brancos, paraíso dos mulatos". No começo do sécu'o XIX a população se distribuiu, gro.s.w modo, como segue: dois milhões de escravo.s e inn milhão

de brancos, mestiços e negros li\Tes.

Um total, portanto, de três milhões de habitantes, quando muito. Comparando essa população do Bra sil nos começos do século XIX, mal

atingindo três miijiõcs de habitantes com o número de escravos que, segundo cálculos mais moderados, entraram no

Brasil, ficamos surpresos diante da con tradição entre as duas séries de alga rismos.

Mesmo sem contar com a mul

tiplicação dos negros, o só número de pretos desembarcados seria suficiente para dar ao Brasil, naquela época, uma população muito superior. Se isso não aconteceu foi devido à mortalidade.

ses. O que dcterinina\a por sua vez, a necessidade dc no\a.s importações. Re

cia Ec(jnóinica "por .ser absolutamente

Vem

reger a cadeira, vale como indicação

o interior, onde recebe sesinarias ou

compra sítios ou consegue alguns pri

importados era jnaior do que o de pre

eloqüente do sentido liberal que se pretendia dar à economia do país. Em

tas e ter-se-á assim a e.xplicação para a

1." de abril de 1808 é abolida a lei de

contradição aparente entre algarismos fi

dedignos como, digamos, de um lado

5 de janeiro de 1785, que mandava fe char as fábricas de fiação e tecidos; e

o recenseamcnto de Balbi o do outro as

o alvará que assim revogava aquela lei

gistre-se ainda que o número dc pretos

cifras que nos oferece o sr. Luís Viana, muito mais moderada que as dc Calógcras.

A hecatombe dos negros no Brasil

dec'arava lícito a qualquer um e em qualquer parte estabele cer qualquer gênero de rnanufatura,

sem

exce

vilégios.

Domina o espírito dos governantes a idéia de promover o aumento da lavou

ra, do comércio, da indústria e da po pulação do Brasil. E assim é que, nesse mesmo magnífico ano de 1808, com data de I.° de setembro, mandam-se rir do.s Açores para o Rio Grande do

foi qualquer coisa do monstruosa c sô-

ção alguma.

bre isso será nece.ssário que se façani estudos mais aprofundados. Já nos Estu

pírito surgem outros de

dos Unidos da América do Norte foi

cretos, decretos revolucio

muito menor a perda de vidas africanas. Com aquela popu'ação dc mais ou me

ticular consideração a necessidade que há de

nários em verdade, e en

povoar a interessante ca

tre eles o de 25 de no

nos três milhõe.s dc habitantes o Brasil

vembro de 1808, permi

pitania fronteira do Rio Grande e não menos o

era, todavia, uma nação. Já possuía um

tindo ao governo conce

povo.

objeto de poder ter sol

der terras a estrangeiros.

dados de que na mesma se experimenta uma gran

Já tinha o sentimento de sua

independência. Podia contar entre os seus filhos com homens como José da Silva Lisboa e José Bonifácio. Eslava preparado para iniciar uma nova e melhor fase da sua existência.

Dentro do mesmo e.s-

Eis os seus termos: "Sendo conveniente ao

rneu

real serviço e ao

bem público .aumentar a lavoura e a população, que se acha muito diminuta neste Esta

Mudança da corte portuguésa para o Brasil

, »

A satisfação de muitos dos anseios na

cionais vem corresponder a mudança da corte bragantina para o Brasil. Apenas

do; e por outros motivos que me fo ram presentes: hei por bem, que aos e.strangeiros residentes no Bra.sil se pos sam conceder datas de terras por sesrnarias pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se con

Sul 1.500 famílias:

"Tendo em muito par

de falta, 6 conhecendo

que as instituições polí ticas fundadas na extre ma divisão das terras

com que os meus augustos avós e predecessores, os Senhores Reis de Portu

gal, criaram nas Phas dos Açores; fez que a popu'ação a'i cresça demasiada mente e necessite ser diminuída de cer

tas épocas, para que o mesmo número de habitantes se conserve na sua con

cedem ao.s meus vassalos, sem embar

veniente proporção com a qualidade

1808, decreta a abertura dos portos do

go de quaisquer le-s ou disposições em contrário. A Mesa do Desembargo do

dos produtos do seu solo. Sou servido ordenar que das Ilhas dos Açores se

Brasil ao comércio direto estrangeiro.

Paço o tenha assim entendido e o fa

mandem vir 1.500 famílias ou um pro

Êsse o seu primeiro ato. E' curioso assinalar que o segundo decreto assinn-

ça executar."

chega, ainda de passagem pela Bahia. Dom João, em data de 28 de janeiro de

Êsse decreto marca o início da imi-

porcional número de homens e mulheres

em termos de casar, tirando, quanto ser


■.

'

DiCESTO Ecoxómíc* 98

Dicesto EcoNó^^co 99

pos53, voluntàriainente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capita nia do Rio Grande, onde ordeno ao

respectivo Governador e Capitrio--General, lhes mande distribuir pequenas

sesmarias que hajam de cultivar, favo

derada uma colônia agrícola européi*conforme notou Ilandelmann e vem se*-

do regularmente repetido cm tôdas nossas histórias de colonização.

A 16 de maio de 1818 os ministros ^ Rei tomam a re.solução de mandar \âr,

A^res; criação do Jardim fiotânico do Rio de Janeiro e de outros menores, com

o fito de introduzir no pais plantas no vas e melhorar os métodos agrícolas; a instituição da Imprensa Régia, hoje Im prensa Nacional; criação de colégios de cirurgia e medicina no Rio e na Bahia;

recendo quanto ser possa o seu esta

por conta do Estado, 2.000 colonos do

belecimento, na firme esperança que

cantão de Friburgo. Nesse mesmo anO

daí haja de resultar um grande aumento de povoação, com que depois náo só re

fazenda do Morro Queimado, em Can-

tro "decente" no Rio, isentando de di

tagalo, para assento de uma das colônias

ra seu fabrico, omato e vestuário; fun

sulte o acréscimo de riqueza e prospe ridade da mesma Capitania, mas se se

gure a sua defesa em tempo de guer ra." * A preocupação parece que era so bretudo militar e os açorianos foram se

lecionados tanto por sua habilidade em

combater quanto em produzir rique za. Dom João quer ocupar sòlidamente o sul e caminhar até o Prata, o que efe tivamente virá a fazer. O astuto prínci

pe dará então ao Brasil os seus limites

o govêmo compra por 10:46S$800 » de suíços. Em julho de 1819 partem da Suíça para o Brasil os prinrciros co lonos, em número de 1.085. Por aK-ara

de 3 de janeiro de 1820, o lugar de Morro Queimado é erigido em vila, eotn o nome de Nova Friburgo, entrairdo os suíços na posse das terras e dando ini cio à tarefa de abater as árvores, quei-

má-las e preparar uma extensão de tex-

reno cultivável. Cada indivíduo rec<^

mais vastos, ocupando ao norte a Guia

beu, durante o primeiro ano, um subsí dio de 160 réis, ou seja um franco por

na Francesa e ao sul o Uruguai.

dia. No segundo ano o subsidio foi a

Também se mandam açorianos para

outros lugares, por exemplo para o Es

pírito Santo e com êles se funda, em 1812j a colônia agrícola de Santo Agos tinho. Mas os casais de ilhéus vão so

bretudo para o sul, onde entram na pos

se de pequenas propriedades, e onde irão prosperar.

Também não se desenvolverá bem a

Busch, Peycke e Freyreiss. Foi uma pequena colônia de alemães, na qual se empregou largamente o trabalho escra vo. Não pode por isso mesmo ser consi

qual, já restabelecida a paz com a Fran ça, é convidada a famosa missão artís

tica francesa, dela tendo feito parte os pintores Nicolas Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret, o escultor Auguste Tau nay, o arquiteto Grandjean de Mon-

para cargos de importância na adminis tração.

'

Trazíam-se para o Brasil cousas novas.

Mas a Santa Inquisição, essa Dom João não consentiu que viesse para cá.

E

isto vale como índice da mentalidade do minante. Predominava a idéia de abrir

portas ao comércio, à indústria, à vida,

á inteligência.

Nada de fechar.

E*,

portanto, sob o signo da liberdade que se inicia no Brasil a política da colo cação de imigrantes.

gida e subsidiada pelo Estado. A vinda para o Brasil dessas famílias suíçás, com as quais se fundou a vila de Nova Friburgo, fica fazendo parte,

fuga, de Portugal, do príncipe do Braiàl,

colônia de Santa Leopoldina, na Bahia, fundada em 1818 pelos empresários

vêm fazer parte as magníficas coleções do Vice-rei, o Conde da Barca; funda ção da Escola de Belas-Artes, para a

de melhores comunicações entre o Rio e as províncias; chamada de brasileiros

Foi essa a primeira colônia de imi

portanto, da lista de cousas boas qu®

o governo deu à iniciativa.

dação da Biblioteca Nacional, da qual

tins, príncipe Maximiliano Nemvield, Pohl, Mawe, Eschwege; estabelecimento

grantes não lusitanos organizada, diri

A colônia agrícola de Santo Agosti cia Paulo Fernandes Viana, não se

reitos tudo quanto fôsse necessário pa

abertura do Brasil ao estudo dos natu ralistas, sendo dessa época as célebres excursões de Saint Hilaire, Spix, Mar

metade.

nho, que hoje se chama Viana, do no me do então intendente-geral da polí desenvolveu bem, apesar do apoio que

permissão para a.construção de um tea

tígny, o gravador Zepherin Ferrez; fun

dação de um museu de história natural;

nos aconteceram em conseqüência da

Dom João, regente do Reino em nome de sua mãe D. Maria I e depois è)e

próprio rei, com o nome de D. João VL

reobÜtíapõo no t^reno da produção industrial em 1946 foi, em perfoi nmxor naquele pats que nos EUA. No que se refere exclusivamente a núiLfa^.

tura dos portos ao comércio universal;

_aumenío em volume, de janeiro a dezembro de 1946, foi de 16,5 por cento na Gra~Br^anha e de li',5 nos Estados Unidos. Se incluirmos as indústrias cxtrativas

E' longa a lista de coisas boas: aber- ^

alvará de 1.° de abril de 1808, criando•• liberdade de indústria; admissão dos es

trangeiros à propriedade territorial: in tensificação do povoamento do Rio Gran de do Sul corn famílias trazidas do'

centagem, tao grande na Inglaterra como nos Estados Unidos; em 1947, porém, cot^ a do carvão, o acréscimo se revelou idêntico nos dois poises. Durante o

ultimo ano, a elevação foi de 28 por cento no Reino Unido e de 21 por cento i%os EXSA.,

construção de edifícios, a Inglaterra está na vanguarda desde 1946. Nos dois últimos anos, o aumento foi de 113 por cento neste país. em confronto com 105 por cento nos Estados Unidos.


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DiCESTO Ecoxómíc* 98

Dicesto EcoNó^^co 99

pos53, voluntàriainente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capita nia do Rio Grande, onde ordeno ao

respectivo Governador e Capitrio--General, lhes mande distribuir pequenas

sesmarias que hajam de cultivar, favo

derada uma colônia agrícola européi*conforme notou Ilandelmann e vem se*-

do regularmente repetido cm tôdas nossas histórias de colonização.

A 16 de maio de 1818 os ministros ^ Rei tomam a re.solução de mandar \âr,

A^res; criação do Jardim fiotânico do Rio de Janeiro e de outros menores, com

o fito de introduzir no pais plantas no vas e melhorar os métodos agrícolas; a instituição da Imprensa Régia, hoje Im prensa Nacional; criação de colégios de cirurgia e medicina no Rio e na Bahia;

recendo quanto ser possa o seu esta

por conta do Estado, 2.000 colonos do

belecimento, na firme esperança que

cantão de Friburgo. Nesse mesmo anO

daí haja de resultar um grande aumento de povoação, com que depois náo só re

fazenda do Morro Queimado, em Can-

tro "decente" no Rio, isentando de di

tagalo, para assento de uma das colônias

ra seu fabrico, omato e vestuário; fun

sulte o acréscimo de riqueza e prospe ridade da mesma Capitania, mas se se

gure a sua defesa em tempo de guer ra." * A preocupação parece que era so bretudo militar e os açorianos foram se

lecionados tanto por sua habilidade em

combater quanto em produzir rique za. Dom João quer ocupar sòlidamente o sul e caminhar até o Prata, o que efe tivamente virá a fazer. O astuto prínci

pe dará então ao Brasil os seus limites

o govêmo compra por 10:46S$800 » de suíços. Em julho de 1819 partem da Suíça para o Brasil os prinrciros co lonos, em número de 1.085. Por aK-ara

de 3 de janeiro de 1820, o lugar de Morro Queimado é erigido em vila, eotn o nome de Nova Friburgo, entrairdo os suíços na posse das terras e dando ini cio à tarefa de abater as árvores, quei-

má-las e preparar uma extensão de tex-

reno cultivável. Cada indivíduo rec<^

mais vastos, ocupando ao norte a Guia

beu, durante o primeiro ano, um subsí dio de 160 réis, ou seja um franco por

na Francesa e ao sul o Uruguai.

dia. No segundo ano o subsidio foi a

Também se mandam açorianos para

outros lugares, por exemplo para o Es

pírito Santo e com êles se funda, em 1812j a colônia agrícola de Santo Agos tinho. Mas os casais de ilhéus vão so

bretudo para o sul, onde entram na pos

se de pequenas propriedades, e onde irão prosperar.

Também não se desenvolverá bem a

Busch, Peycke e Freyreiss. Foi uma pequena colônia de alemães, na qual se empregou largamente o trabalho escra vo. Não pode por isso mesmo ser consi

qual, já restabelecida a paz com a Fran ça, é convidada a famosa missão artís

tica francesa, dela tendo feito parte os pintores Nicolas Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret, o escultor Auguste Tau nay, o arquiteto Grandjean de Mon-

para cargos de importância na adminis tração.

'

Trazíam-se para o Brasil cousas novas.

Mas a Santa Inquisição, essa Dom João não consentiu que viesse para cá.

E

isto vale como índice da mentalidade do minante. Predominava a idéia de abrir

portas ao comércio, à indústria, à vida,

á inteligência.

Nada de fechar.

E*,

portanto, sob o signo da liberdade que se inicia no Brasil a política da colo cação de imigrantes.

gida e subsidiada pelo Estado. A vinda para o Brasil dessas famílias suíçás, com as quais se fundou a vila de Nova Friburgo, fica fazendo parte,

fuga, de Portugal, do príncipe do Braiàl,

colônia de Santa Leopoldina, na Bahia, fundada em 1818 pelos empresários

vêm fazer parte as magníficas coleções do Vice-rei, o Conde da Barca; funda ção da Escola de Belas-Artes, para a

de melhores comunicações entre o Rio e as províncias; chamada de brasileiros

Foi essa a primeira colônia de imi

portanto, da lista de cousas boas qu®

o governo deu à iniciativa.

dação da Biblioteca Nacional, da qual

tins, príncipe Maximiliano Nemvield, Pohl, Mawe, Eschwege; estabelecimento

grantes não lusitanos organizada, diri

A colônia agrícola de Santo Agosti cia Paulo Fernandes Viana, não se

reitos tudo quanto fôsse necessário pa

abertura do Brasil ao estudo dos natu ralistas, sendo dessa época as célebres excursões de Saint Hilaire, Spix, Mar

metade.

nho, que hoje se chama Viana, do no me do então intendente-geral da polí desenvolveu bem, apesar do apoio que

permissão para a.construção de um tea

tígny, o gravador Zepherin Ferrez; fun

dação de um museu de história natural;

nos aconteceram em conseqüência da

Dom João, regente do Reino em nome de sua mãe D. Maria I e depois è)e

próprio rei, com o nome de D. João VL

reobÜtíapõo no t^reno da produção industrial em 1946 foi, em perfoi nmxor naquele pats que nos EUA. No que se refere exclusivamente a núiLfa^.

tura dos portos ao comércio universal;

_aumenío em volume, de janeiro a dezembro de 1946, foi de 16,5 por cento na Gra~Br^anha e de li',5 nos Estados Unidos. Se incluirmos as indústrias cxtrativas

E' longa a lista de coisas boas: aber- ^

alvará de 1.° de abril de 1808, criando•• liberdade de indústria; admissão dos es

trangeiros à propriedade territorial: in tensificação do povoamento do Rio Gran de do Sul corn famílias trazidas do'

centagem, tao grande na Inglaterra como nos Estados Unidos; em 1947, porém, cot^ a do carvão, o acréscimo se revelou idêntico nos dois poises. Durante o

ultimo ano, a elevação foi de 28 por cento no Reino Unido e de 21 por cento i%os EXSA.,

construção de edifícios, a Inglaterra está na vanguarda desde 1946. Nos dois últimos anos, o aumento foi de 113 por cento neste país. em confronto com 105 por cento nos Estados Unidos.


vT-.r-

'ir-'

fM'l

DU;i-;,sto

EcoNóxnco 101

O Brasil e a

Conferência Latino-Americana de Florestas c Produtos Florestais Pl.MENTI :i. Go.MKí»

(Engenheiro-agrônonio e Diretor do Scrv iço Florestal do Ministério da Agricultura) ■jWÃo se compreendeu bem, parece-me, a importância da Conferência Lulino-

tantcs matérias-primas que se cx)nliccem, e sua importância c suas aplicações au

restaifi, que se realizou cm Tercsópoli.s, na iVtíma quinzena de abril. A maior

com os novos processos técnicos.

Americana de F'orestas e Produtos Fb-

parte da imprensa brasileira deixou de interessar-se pelos assuntos que se deba

tiam na Conferência. Muitos deles, também, quase todos, escaparam a ar gúcia de repórteres não

especializados

mentaram de muito nos últimos anos,

uma c.spécic de regresso à idade da ma deira, depois de SC estar quase inteira mente envolvido por nm metabolismo

que vinha em crescendo desde bá muitas dezenas de anos.

O consumo de ma deira

quase

tem

subido

vcrtiginos;i-

mcntc nos últimos

ção. o que também aconteceu na Euro pa Ceulral o na Península Ibérica. Os Estados Unidos estão com as llorestas

depauperadas por uma exploração tre to, poderá cortar um pouco mais.

existe, quanto à exploração florestal, en tre as diversas regiões brasileiras.

porém,

um

Há,

grande mercado vizinho,

do Sul, há uma indústria organizada,

se, então, para a América Latina, onde ainda existem considerá\'eis re.servas flo

c dadc brasileira porque dispomos de

compensado e fábricas de papel. Repre sentantes da indústria compareceram, procurando aproveit.ir integralmente a oportunidade que se lhes oferecia. Apre

cerca de 50% das florestas Inlino-aine-

sentaram uma sólida contribuirão era

restais.

Localizou-se a Conferência em

ricanns, c a nossa atual exportação de madeira já é várias vêzes maior do que

a de todos os outros países que se en

contram ao sul do Rio Bravo do Nor

to, discutiam-se pro--

construção

baram-no, ultrapas

As duas Conferências

sando as atuais pos

Em Tcrcsópolis realizíxram-se, por as

dos mais interessan

A F. A. O., preo

mia mundial.

cupada com o as.sunto, reuniu con

As

razões

da

ferências na

Conferência

ferência

de conseguir um au mento

Latino-

substancial

da produção.. Para isto, apelou primei

Americana de Flo restas e Produtos Florestais?

— A Segunda Guerra Mundial arrasou a Europa, destruíndo-lhe lavouras, florestas, cidades, indústrias, meios de transportes. A re

construção se processa, infelizmente, sob a ameaça de uma terceira e ainda mais grave conflagração.

Euro

pa, buscando meios

— Por que a Con

E se processa com

um dispêndio imenso de matérias-pri

mas. A míideira é uma das mais impor-

ro para o.s clásssicos países inadcirei-

ros — Noruega, Finlândia, Suécia. Cana dá, Estados Uniclo.s e União Soviética. A União Soviética não se interessou, tal

vez por precisar de toda a sua produ ção para a reconstrução de suas imen sas áreas devastadas.

te, juntos.

exacer

dução.

tes setores da econo

Os paíse.s escan

dinavos cortaram^ durante a gucrni.

acima de suas possibilidades dc prodo-

No sul, entre São Paulo e Rio Grande

os Estados Unidos, que compram cada vez mais madeiras canadenses. Apelou-

blemas, assentavam-

sibilidades de pro

'

Malgrado isto, confirmou-se a extraor-

diiuíria disparidade de condiçõc.s que

flagraçao. O Canadá, que já corta mui

lustros. Agora, as necessidades de re

cussão enorme num

de 1949.

menda, muito acrescida durante a con-

em assuntos econô micos. E, no entan

se planos de reper

vada pelo Ministro da Agricultura. Tra balha-se para que se realize em janeiro

dispondo' de boas serrarias, fábricas de

informações detalhadas e preciosas e um plano para aumento da produção, de mo do a atender às cnonnes necessidades

mundiais de madeira. Essa região já contribui com ims 80% da exportação madeireira do Brasil, embora suas possi bilidades sejam muito inferiores às da Amazônia.

As florestas da região leste tiveram re

sim dizer, concomituntémente, duas con ferências: uma brasileira e outra inter

presentantes dos Estados do Rio, Espírito

nacional.

Federal, mas apenas representantes ofi ciais, A indústria não compareceu. Há

Assuntos que interessavam particular mente ao Brasil foram discutidos pelos conferencistas nacionais, em que se in clinam os delegados brasileiros â Con

ferência e repre-sentantes de a'guns Es tados o Territórios e de \ árias" institui

ções públicas e particulares.

Pena é qçie a escassez de tempo não tenha permitido debates mais prolonga

dos, de modo a me bor se ventilarem os

•mensos e complexos probloma.s flores tais do Brasil. Uma Conferência Bra sileira de Florestas e Produtos Flores

tais deveria ler precedido a conferência Latino-Americana, se possível. Aliás, motivos vários não permitiram a reali

zação da Conferência proposta pelo Ser viço Florestal há alguns meses, e apro-

Santo, Minas Gerais, Balva e Distrito

serrarias na região, fábricas de papel, de móveis e outras. Exportam-sc. porém, toras cm grande quantidade, o que é

muito prejudicial ao país exportador. Deso'a ver a exportação de toras que se está fazendo pelo pòrto dc Vitória qiian-

do deveriam estar saindo tábuas dormentes, compensados otc. Não vejo

possibi idade de aumentar a exportação de uma zona ja muito devastada. A regalo do nordeste tcne represen

tantes oficiais dc Pernambuco e Ala^roas E' deficitária em produção florestal''im-

portando madeiras da Amazônia è do sul. Cogitou de aproveitar mcllior o que tem e intensificar o aprox-eitamento dos babaçuais. O reflorestamento da


vT-.r-

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DU;i-;,sto

EcoNóxnco 101

O Brasil e a

Conferência Latino-Americana de Florestas c Produtos Florestais Pl.MENTI :i. Go.MKí»

(Engenheiro-agrônonio e Diretor do Scrv iço Florestal do Ministério da Agricultura) ■jWÃo se compreendeu bem, parece-me, a importância da Conferência Lulino-

tantcs matérias-primas que se cx)nliccem, e sua importância c suas aplicações au

restaifi, que se realizou cm Tercsópoli.s, na iVtíma quinzena de abril. A maior

com os novos processos técnicos.

Americana de F'orestas e Produtos Fb-

parte da imprensa brasileira deixou de interessar-se pelos assuntos que se deba

tiam na Conferência. Muitos deles, também, quase todos, escaparam a ar gúcia de repórteres não

especializados

mentaram de muito nos últimos anos,

uma c.spécic de regresso à idade da ma deira, depois de SC estar quase inteira mente envolvido por nm metabolismo

que vinha em crescendo desde bá muitas dezenas de anos.

O consumo de ma deira

quase

tem

subido

vcrtiginos;i-

mcntc nos últimos

ção. o que também aconteceu na Euro pa Ceulral o na Península Ibérica. Os Estados Unidos estão com as llorestas

depauperadas por uma exploração tre to, poderá cortar um pouco mais.

existe, quanto à exploração florestal, en tre as diversas regiões brasileiras.

porém,

um

Há,

grande mercado vizinho,

do Sul, há uma indústria organizada,

se, então, para a América Latina, onde ainda existem considerá\'eis re.servas flo

c dadc brasileira porque dispomos de

compensado e fábricas de papel. Repre sentantes da indústria compareceram, procurando aproveit.ir integralmente a oportunidade que se lhes oferecia. Apre

cerca de 50% das florestas Inlino-aine-

sentaram uma sólida contribuirão era

restais.

Localizou-se a Conferência em

ricanns, c a nossa atual exportação de madeira já é várias vêzes maior do que

a de todos os outros países que se en

contram ao sul do Rio Bravo do Nor

to, discutiam-se pro--

construção

baram-no, ultrapas

As duas Conferências

sando as atuais pos

Em Tcrcsópolis realizíxram-se, por as

dos mais interessan

A F. A. O., preo

mia mundial.

cupada com o as.sunto, reuniu con

As

razões

da

ferências na

Conferência

ferência

de conseguir um au mento

Latino-

substancial

da produção.. Para isto, apelou primei

Americana de Flo restas e Produtos Florestais?

— A Segunda Guerra Mundial arrasou a Europa, destruíndo-lhe lavouras, florestas, cidades, indústrias, meios de transportes. A re

construção se processa, infelizmente, sob a ameaça de uma terceira e ainda mais grave conflagração.

Euro

pa, buscando meios

— Por que a Con

E se processa com

um dispêndio imenso de matérias-pri

mas. A míideira é uma das mais impor-

ro para o.s clásssicos países inadcirei-

ros — Noruega, Finlândia, Suécia. Cana dá, Estados Uniclo.s e União Soviética. A União Soviética não se interessou, tal

vez por precisar de toda a sua produ ção para a reconstrução de suas imen sas áreas devastadas.

te, juntos.

exacer

dução.

tes setores da econo

Os paíse.s escan

dinavos cortaram^ durante a gucrni.

acima de suas possibilidades dc prodo-

No sul, entre São Paulo e Rio Grande

os Estados Unidos, que compram cada vez mais madeiras canadenses. Apelou-

blemas, assentavam-

sibilidades de pro

'

Malgrado isto, confirmou-se a extraor-

diiuíria disparidade de condiçõc.s que

flagraçao. O Canadá, que já corta mui

lustros. Agora, as necessidades de re

cussão enorme num

de 1949.

menda, muito acrescida durante a con-

em assuntos econô micos. E, no entan

se planos de reper

vada pelo Ministro da Agricultura. Tra balha-se para que se realize em janeiro

dispondo' de boas serrarias, fábricas de

informações detalhadas e preciosas e um plano para aumento da produção, de mo do a atender às cnonnes necessidades

mundiais de madeira. Essa região já contribui com ims 80% da exportação madeireira do Brasil, embora suas possi bilidades sejam muito inferiores às da Amazônia.

As florestas da região leste tiveram re

sim dizer, concomituntémente, duas con ferências: uma brasileira e outra inter

presentantes dos Estados do Rio, Espírito

nacional.

Federal, mas apenas representantes ofi ciais, A indústria não compareceu. Há

Assuntos que interessavam particular mente ao Brasil foram discutidos pelos conferencistas nacionais, em que se in clinam os delegados brasileiros â Con

ferência e repre-sentantes de a'guns Es tados o Territórios e de \ árias" institui

ções públicas e particulares.

Pena é qçie a escassez de tempo não tenha permitido debates mais prolonga

dos, de modo a me bor se ventilarem os

•mensos e complexos probloma.s flores tais do Brasil. Uma Conferência Bra sileira de Florestas e Produtos Flores

tais deveria ler precedido a conferência Latino-Americana, se possível. Aliás, motivos vários não permitiram a reali

zação da Conferência proposta pelo Ser viço Florestal há alguns meses, e apro-

Santo, Minas Gerais, Balva e Distrito

serrarias na região, fábricas de papel, de móveis e outras. Exportam-sc. porém, toras cm grande quantidade, o que é

muito prejudicial ao país exportador. Deso'a ver a exportação de toras que se está fazendo pelo pòrto dc Vitória qiian-

do deveriam estar saindo tábuas dormentes, compensados otc. Não vejo

possibi idade de aumentar a exportação de uma zona ja muito devastada. A regalo do nordeste tcne represen

tantes oficiais dc Pernambuco e Ala^roas E' deficitária em produção florestal''im-

portando madeiras da Amazônia è do sul. Cogitou de aproveitar mcllior o que tem e intensificar o aprox-eitamento dos babaçuais. O reflorestamento da


Dicesto EcoNÓxnco

região já se vem fazendo, graças, principaimente, ao Serviço Florestal do Mi nistério da Agricultura. Urge, porém, íntensíficá-Io, não só tendo em vista a

produção de madeira, como também o próprio clima e regime das águas. O nordeste vai-se tomando sensivelmente

mais quente e mais seco, à proporção que caem as suas florestas.

A região norte, onde se acumulam três quartos das florestas nacionais, tqve

representantes oficiais do Amazonas, do Acre e do Amapá. Chegaram alguns dados do Pará e do Amazonas.

ra nós, qualquer novidade. Verificouse, apenas, como já .sabíamos, que se faz nríster um e.sfôrço muito maior do que o até agora realizado pelo rcflorestamento da parte mais dinamizada do

Plouve

interessante contribuição do Acre e do Amapá.

Não enviaram um plano de aumento de produção madeireira, o que é

As discussões técnicas foram muito in

teressantes, não resta dúvida.

das postas em execuçcão bá muitos anos. Precisamos apenas intensificar de muito o que já c.stamos fazendo. O setor econômico sempre foi mais difícil. Muito houve que sugerir, que discutir. As conclusões não prejudicam o Brasil, embora não se tenha conseguido tudo o que, como grande país exporta dor do madeira, foi pleiteado. Colônia é sinônimo de atraso

Amazônia uma grande possibili desenvolvimento eco

nômico. Aliás, as condições ama zônicas são muito diferentes das

As con

clusões, porém, vieram apenas mostrar

last.mável, pois havia para a í- l ix «-í- -

.iyf

do sul. Faltam grandes serrarias. Faltam técnicos. Faltam capitais. A exploração que lá se faz é rotineira, e por isto mes

mo pouco representa no cômputo total da produção brasileira. Os dois setores da Conferência Os trabalhos da Conferência foram distribuídos em dois setores: um técni co e outro econômico.

O setor técnico foi um campo de dis cussões amenas, tanto mais que sobra va boa vontade em tôdas as delegações.

Uma coisa provou-se: o Brasil atingiu, quanto a florestas e exploração flores tal, um progresso muito maior do que qualquer outro país latino-americano. Anseios latino-americanos são velhas

realizações brasileiras. Não surgiu, pa-

Houve

uma

expressão que

custou horas de discussão um tan

to veemente. Apenas quatro pa

lavras: "métodos coloniais ou rotineiros". As nações possuidoras de colônias na América decididamente não gostaram da frase.

Português. Um grupo de intérpretes fa zia as indi^ensúveis traduções, com no tável eficiência. Apenas houve um se não um tanto cômico: de uma feita,

Para elas, os métodos coloniais

nem sempre são rotineiros. As nações la tino-americanas acreditam, com um bo

cado de razão, pois têm longa experiên

cia a respeito, no rotineirismo dos pro cessos coloniais. Exemplos atuais: as Guianas Francesa, Holandesa e Inglêsa, ainda em pleno primítivismo, mais atra sadas, mais infelizes do que os menos

favorecidos países latino-americanos. Línguas usadas

Usaram-se o Português, o Espanhol, o Francês e o Inglês. O Português foi fa lado apenas pelos delegados brasileiros e português. Não houve traduções para o

v->^ reserse va do Brasil e a porém, maior adomaior mundo, exclmrmos a do setentrião da União

não entenderam de maneira alguma o

Soviebca, o primitirismo ainda se en

culto e eficiente observador lusitano — o engenheiro-silvicultor José Alves. E'

e uma catação que se efetua princi palmente nas ilhas do delta interno do

que conheciam apenas o Português fala

País.

que estamos bem orientados nas medi

A região centro-oeste não en\áou re presentantes.

dade de

103

Dicesto Econômico

102

do no Brasil...

Algumas sugestões

Permitam agora que um engenheiroagrônomo, depois da ligeira súmula an terior, faça alguns ligeiros comentários e sugestões.

A Conferência, além de outras van tagens, agitou o problema florestal no

Brasil, desvendando pelo menos parte de sua extraordinária importância. Até agora devastamos mais ou menos bàrbaramente o imenso patrimônio flores

tal que herdamos de nossos maiores, tirando um mínimo de vantagens. Há técnicos que acreditam que apenas 15

contra em pleno apogeu. A exploração

^azonas. Também se e.xportam ma deiras de ourias regiões. Os processos de extração são prinntívíssimos. As to ras passam, às vêzes, meses enterradas na lama ou expostas nos barrancos a

tôdas as intempéries. O de.sperdícío é tremendo. As empresas são pequenas, pobres, desprovidas de técnicos e de

material eficiente. Daí a escassa pro dução de madeiras da Amazônia, pro dução que antes da Segunda Grande

Guerra atingia a menos de um quin to da que faaa a África Equatorial Francesa, embora em condições muito piores.

Parece-me conrir, sempre que pos- j

a 20% das madeiras do vale do Rio

sivel, a proibição da exportação de ma

Doce, reserva que já foi maior que Portugal, foram aproveitados na parte já explorada. Pelo que vi por lá, a

abastecer as industrias brasileiras em

exploração ainda se processa barbara

deira em toras, para que passem a vez de abastecer as estrangeiras. Faz-se mister aumentar consideràvel-

mente, destruindo muito e aproveitan

mente o número de técnicos que tra

do pouco.

balham em silvicultura.

Não teve aproveitamen

to muito melhor grande parte das flo

restas do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do

Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Pa raíba. Ülümamente, porém, melhora ram-se os métodos com razoável redu

ção dos desperdícios. Diminuiu de mui to a exportação de madeira em toras.

Surgiram fábricas de compensados e de papel. Multiplicaram-se as fábricas

de móveis. Passaram a ser aproveita das madeiras tidas até bá pouco tempo como inúteis. Intensificaram-se os tra balhos de reflorestamento.

Os nossos engenheiros-agrônomos e agrônomos-sÜvicultores precisam não só ver o que se faz nos Estados Unidos e na Europa, mas também verificar os

métodos de exploração das florestas equatoriais da África e da Ásia O

programa francês para a África Equatonal, cons.sh„d„ numa exportação enorme de madeiras de remõ,.c L.- j-

ficais dc ^abalhar do quIT^Czônt e na mstalaçao de três fábricas de ce-

ulGse. merece a atenção dos nos^s técmcos e economistas, para 2clareçam o Govêmo e os industriais


Dicesto EcoNÓxnco

região já se vem fazendo, graças, principaimente, ao Serviço Florestal do Mi nistério da Agricultura. Urge, porém, íntensíficá-Io, não só tendo em vista a

produção de madeira, como também o próprio clima e regime das águas. O nordeste vai-se tomando sensivelmente

mais quente e mais seco, à proporção que caem as suas florestas.

A região norte, onde se acumulam três quartos das florestas nacionais, tqve

representantes oficiais do Amazonas, do Acre e do Amapá. Chegaram alguns dados do Pará e do Amazonas.

ra nós, qualquer novidade. Verificouse, apenas, como já .sabíamos, que se faz nríster um e.sfôrço muito maior do que o até agora realizado pelo rcflorestamento da parte mais dinamizada do

Plouve

interessante contribuição do Acre e do Amapá.

Não enviaram um plano de aumento de produção madeireira, o que é

As discussões técnicas foram muito in

teressantes, não resta dúvida.

das postas em execuçcão bá muitos anos. Precisamos apenas intensificar de muito o que já c.stamos fazendo. O setor econômico sempre foi mais difícil. Muito houve que sugerir, que discutir. As conclusões não prejudicam o Brasil, embora não se tenha conseguido tudo o que, como grande país exporta dor do madeira, foi pleiteado. Colônia é sinônimo de atraso

Amazônia uma grande possibili desenvolvimento eco

nômico. Aliás, as condições ama zônicas são muito diferentes das

As con

clusões, porém, vieram apenas mostrar

last.mável, pois havia para a í- l ix «-í- -

.iyf

do sul. Faltam grandes serrarias. Faltam técnicos. Faltam capitais. A exploração que lá se faz é rotineira, e por isto mes

mo pouco representa no cômputo total da produção brasileira. Os dois setores da Conferência Os trabalhos da Conferência foram distribuídos em dois setores: um técni co e outro econômico.

O setor técnico foi um campo de dis cussões amenas, tanto mais que sobra va boa vontade em tôdas as delegações.

Uma coisa provou-se: o Brasil atingiu, quanto a florestas e exploração flores tal, um progresso muito maior do que qualquer outro país latino-americano. Anseios latino-americanos são velhas

realizações brasileiras. Não surgiu, pa-

Houve

uma

expressão que

custou horas de discussão um tan

to veemente. Apenas quatro pa

lavras: "métodos coloniais ou rotineiros". As nações possuidoras de colônias na América decididamente não gostaram da frase.

Português. Um grupo de intérpretes fa zia as indi^ensúveis traduções, com no tável eficiência. Apenas houve um se não um tanto cômico: de uma feita,

Para elas, os métodos coloniais

nem sempre são rotineiros. As nações la tino-americanas acreditam, com um bo

cado de razão, pois têm longa experiên

cia a respeito, no rotineirismo dos pro cessos coloniais. Exemplos atuais: as Guianas Francesa, Holandesa e Inglêsa, ainda em pleno primítivismo, mais atra sadas, mais infelizes do que os menos

favorecidos países latino-americanos. Línguas usadas

Usaram-se o Português, o Espanhol, o Francês e o Inglês. O Português foi fa lado apenas pelos delegados brasileiros e português. Não houve traduções para o

v->^ reserse va do Brasil e a porém, maior adomaior mundo, exclmrmos a do setentrião da União

não entenderam de maneira alguma o

Soviebca, o primitirismo ainda se en

culto e eficiente observador lusitano — o engenheiro-silvicultor José Alves. E'

e uma catação que se efetua princi palmente nas ilhas do delta interno do

que conheciam apenas o Português fala

País.

que estamos bem orientados nas medi

A região centro-oeste não en\áou re presentantes.

dade de

103

Dicesto Econômico

102

do no Brasil...

Algumas sugestões

Permitam agora que um engenheiroagrônomo, depois da ligeira súmula an terior, faça alguns ligeiros comentários e sugestões.

A Conferência, além de outras van tagens, agitou o problema florestal no

Brasil, desvendando pelo menos parte de sua extraordinária importância. Até agora devastamos mais ou menos bàrbaramente o imenso patrimônio flores

tal que herdamos de nossos maiores, tirando um mínimo de vantagens. Há técnicos que acreditam que apenas 15

contra em pleno apogeu. A exploração

^azonas. Também se e.xportam ma deiras de ourias regiões. Os processos de extração são prinntívíssimos. As to ras passam, às vêzes, meses enterradas na lama ou expostas nos barrancos a

tôdas as intempéries. O de.sperdícío é tremendo. As empresas são pequenas, pobres, desprovidas de técnicos e de

material eficiente. Daí a escassa pro dução de madeiras da Amazônia, pro dução que antes da Segunda Grande

Guerra atingia a menos de um quin to da que faaa a África Equatorial Francesa, embora em condições muito piores.

Parece-me conrir, sempre que pos- j

a 20% das madeiras do vale do Rio

sivel, a proibição da exportação de ma

Doce, reserva que já foi maior que Portugal, foram aproveitados na parte já explorada. Pelo que vi por lá, a

abastecer as industrias brasileiras em

exploração ainda se processa barbara

deira em toras, para que passem a vez de abastecer as estrangeiras. Faz-se mister aumentar consideràvel-

mente, destruindo muito e aproveitan

mente o número de técnicos que tra

do pouco.

balham em silvicultura.

Não teve aproveitamen

to muito melhor grande parte das flo

restas do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do

Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Pa raíba. Ülümamente, porém, melhora ram-se os métodos com razoável redu

ção dos desperdícios. Diminuiu de mui to a exportação de madeira em toras.

Surgiram fábricas de compensados e de papel. Multiplicaram-se as fábricas

de móveis. Passaram a ser aproveita das madeiras tidas até bá pouco tempo como inúteis. Intensificaram-se os tra balhos de reflorestamento.

Os nossos engenheiros-agrônomos e agrônomos-sÜvicultores precisam não só ver o que se faz nos Estados Unidos e na Europa, mas também verificar os

métodos de exploração das florestas equatoriais da África e da Ásia O

programa francês para a África Equatonal, cons.sh„d„ numa exportação enorme de madeiras de remõ,.c L.- j-

ficais dc ^abalhar do quIT^Czônt e na mstalaçao de três fábricas de ce-

ulGse. merece a atenção dos nos^s técmcos e economistas, para 2clareçam o Govêmo e os industriais


f

^,1? ri -

DicESTo Econômico

Aiiás, a exploração sistemática das florestas amazônicas é de tanta :mpor-

tância nacional e mesmo mundial que

O c'ima c sadio desde que se to

mem precauções cpic não .se afastam

dos princípios básicos da bromatolo^a

merece atenção maior do Ser\iço Flo

c da higiene. As colônias européias de

restal do Ministério da Agricultura. Trata, aliás, este órgão da administra ção púb'ica, em entendimento com go

Belém c Manaus, rclati\amcntc nume

vernos estaduais ou teiritoriais da re

rosas, .são um dos atestados de que o clima é perfeitamente suporláye. gra ças a alguns fatôre.s que atenuam os

gião, de fazer levantamentos aerofotogramétricos de trechos da floresta des

rigores próprios da situação geográfi

ca. E esta opinião não é apenas de

tinada a um aproveitamento intensivo. Êsses trcdlios devem situar-se a mar

gem de rios navegáveis, de modo a fa cilitar o escoamento da produção. Se-

guir-se-á o inventário florestal feito por técnicos do Ministério da Agricul tura.

Levantamento aerofotogramétrico c inventário concluídos, verificar-se-á o

potência' econômico dos trechos de selva destinados ao aproveitamento. Poder-se-á, então, pensar em organizar

companhias madeireiras multimilionarias, com capitais nacionais ou nacio nais e estrangeiros, que trabalhem den tro de métodos rigorosamente técnicos e utilizem maquinaria abundante, mo derna, e altamente eficiente.

Não se pensa em falta de transpor

te, quando se sabe que bá na Amazô nia cerca de 60 mil quilômetros de nos

e furos navegáveis. Grandes transatlân ticos vão a Manaus, onde o Rio Negro

tem uns 80 metros de profundidade. Em Pôrto Veho, não muito longe da fronteira boliviana, o Madeira ainda teni seiscentos metros de largura e vinte me

tros de profundidade. Embarcações de mil ee duzentas mil duzentas toneladas toneladas alcançam alcançam

Cru-

zeiro do Sul, no Acre, a mais de cinco mil quilômetros de Belém.

Homens de negócios vêm o orçamento Por CUILHEKME MOOJEN

Resumo da palestra proferida pelo sr. Guilherme Moojen, diretor cio Gabiente de Estudos Economicos e Financeiros da Secretaria da

Fazenda do Rio Grande do Sul, na Associação

Comercial de Pôrto Alegre.

quem morou três anos e meio na Ama

zônia, sempre com muita saúde. Fred A. Carlson, da Universidade de Ohio, em

"Geography of Latin América", escre

hours betwcen midnight and dawn, the cold is so penelrating as to be positively unconfortable. Nigbt tempcmturcs of around 60" F. are by no means

uncommon. In the daytimc the tem-

perature rises to 80° cr 90° F. R might be said tbat tbe night ís the winter of these tropical regions." E além:

"Many foreigners, eating proper tood

and living according to simple laws of cjinitation, maintain themselves in good hcaltb." ,

O operariado pode ser encontrado na

A época da borracha silvestre passou,

queza muito maior do que a que lhe que/.a *

An-k

deu o ouro negro, mesmo quando em apogeu

#

mar

Assim, o contabilista vê o orçamento como um documento de receitas e

es

pesas; o jurista o vè como um documen

to legal, isto é, como uma lei; o admims trador, como um plano de traba o, o

Eletrificação do Vale do Tenessee, nos

funcionário, como um documento con

Estados Unidos da América do Norte:

tendo verbas de salários e de matéria ,

"As decisões dos homens de negócio nunca foram tão importantes como ho

o engenheiro o vê como um projeto, es boçando o que o Governo vai empreen

je. A maneira de pensar e de agir dos homens de negócio, com respeito aos

bens dos quais nós todos dependemos, o modo pelo qual eles usam a moderna

der em obras públicas, tais como estra das, pontes, edifícios etc.; o médico o vê como um plano do Govôrno, em re

e, conseqüentemente, a sorte de muitos

lação à saúde pública; o professor o ye como um meio de prover â educaçao do povo; o representante do povo enca ra o orçamento como um instrumento de controle no legislativo sobre o executivo;

mi hões de sôres humanos".

o economista o vè como um instrumento

habilidade dos técnicos, em suma, a

amplitude da sua, habilidade política, de terminará o futuro das nossas reservas

de análise econômica; o financista o ye

como um plano de investimento de di

5?!

regiões brasileiras e dos países mediter

A Amaz-ônia pode encontrar na explo ração sistemática de suas selvas uma ri

de quem o encare.

em

vida do Estado, é visto sob as mais

diferentes faces, dependendo da posição

"Tenessee Valley Authority", isto é, da iiniversa'mente conhecida emprêsa de

própria região ou importado de outras râneos.

to que colhi do li\TO cha", de Davâd E: Lilienthal, Presidente da

"After sundown in tbc Amazon Low-

inany placcs, espccially during tlie

tante documento, que espelha toda a

"Democracia

ve, entre outras coisas:

land the air rapidly becomcs ciiilly. In

EjA-ME permitido iniciar esta palestra com a ci tação de um pensamenr

nheiro; os homens de negócio, comer Tem-se entendido modernamente que

ciantes e industriaüstas, vêm no orçamen

o orçamento expressa em dinheiro o que

to uma oportimidade para a colocação

o Governo se propõe fazer pe'o povo

de suas utilidades de intermediação e

num determinado período de tempo. Ora, assim sendo, o orçamento inte

produção. Efetivamente, o Governo é o maior

ressa a todas as c'asses sociais, pois elas,

comprador de utilidades no mercado. Num país de economia colonial, co mo é o Brasil, quase metade da renda

sem exceção, são atingidas direta ou

indiretamente pelo mesmo. Cidadãos, r cos ou pobres, todos têm o seu papel no orçamento.

Entretanto, êsse impor

nacional transita no orçamento público.

De um lado, vê-se o Governo sangrando


f

^,1? ri -

DicESTo Econômico

Aiiás, a exploração sistemática das florestas amazônicas é de tanta :mpor-

tância nacional e mesmo mundial que

O c'ima c sadio desde que se to

mem precauções cpic não .se afastam

dos princípios básicos da bromatolo^a

merece atenção maior do Ser\iço Flo

c da higiene. As colônias européias de

restal do Ministério da Agricultura. Trata, aliás, este órgão da administra ção púb'ica, em entendimento com go

Belém c Manaus, rclati\amcntc nume

vernos estaduais ou teiritoriais da re

rosas, .são um dos atestados de que o clima é perfeitamente suporláye. gra ças a alguns fatôre.s que atenuam os

gião, de fazer levantamentos aerofotogramétricos de trechos da floresta des

rigores próprios da situação geográfi

ca. E esta opinião não é apenas de

tinada a um aproveitamento intensivo. Êsses trcdlios devem situar-se a mar

gem de rios navegáveis, de modo a fa cilitar o escoamento da produção. Se-

guir-se-á o inventário florestal feito por técnicos do Ministério da Agricul tura.

Levantamento aerofotogramétrico c inventário concluídos, verificar-se-á o

potência' econômico dos trechos de selva destinados ao aproveitamento. Poder-se-á, então, pensar em organizar

companhias madeireiras multimilionarias, com capitais nacionais ou nacio nais e estrangeiros, que trabalhem den tro de métodos rigorosamente técnicos e utilizem maquinaria abundante, mo derna, e altamente eficiente.

Não se pensa em falta de transpor

te, quando se sabe que bá na Amazô nia cerca de 60 mil quilômetros de nos

e furos navegáveis. Grandes transatlân ticos vão a Manaus, onde o Rio Negro

tem uns 80 metros de profundidade. Em Pôrto Veho, não muito longe da fronteira boliviana, o Madeira ainda teni seiscentos metros de largura e vinte me

tros de profundidade. Embarcações de mil ee duzentas mil duzentas toneladas toneladas alcançam alcançam

Cru-

zeiro do Sul, no Acre, a mais de cinco mil quilômetros de Belém.

Homens de negócios vêm o orçamento Por CUILHEKME MOOJEN

Resumo da palestra proferida pelo sr. Guilherme Moojen, diretor cio Gabiente de Estudos Economicos e Financeiros da Secretaria da

Fazenda do Rio Grande do Sul, na Associação

Comercial de Pôrto Alegre.

quem morou três anos e meio na Ama

zônia, sempre com muita saúde. Fred A. Carlson, da Universidade de Ohio, em

"Geography of Latin América", escre

hours betwcen midnight and dawn, the cold is so penelrating as to be positively unconfortable. Nigbt tempcmturcs of around 60" F. are by no means

uncommon. In the daytimc the tem-

perature rises to 80° cr 90° F. R might be said tbat tbe night ís the winter of these tropical regions." E além:

"Many foreigners, eating proper tood

and living according to simple laws of cjinitation, maintain themselves in good hcaltb." ,

O operariado pode ser encontrado na

A época da borracha silvestre passou,

queza muito maior do que a que lhe que/.a *

An-k

deu o ouro negro, mesmo quando em apogeu

#

mar

Assim, o contabilista vê o orçamento como um documento de receitas e

es

pesas; o jurista o vè como um documen

to legal, isto é, como uma lei; o admims trador, como um plano de traba o, o

Eletrificação do Vale do Tenessee, nos

funcionário, como um documento con

Estados Unidos da América do Norte:

tendo verbas de salários e de matéria ,

"As decisões dos homens de negócio nunca foram tão importantes como ho

o engenheiro o vê como um projeto, es boçando o que o Governo vai empreen

je. A maneira de pensar e de agir dos homens de negócio, com respeito aos

bens dos quais nós todos dependemos, o modo pelo qual eles usam a moderna

der em obras públicas, tais como estra das, pontes, edifícios etc.; o médico o vê como um plano do Govôrno, em re

e, conseqüentemente, a sorte de muitos

lação à saúde pública; o professor o ye como um meio de prover â educaçao do povo; o representante do povo enca ra o orçamento como um instrumento de controle no legislativo sobre o executivo;

mi hões de sôres humanos".

o economista o vè como um instrumento

habilidade dos técnicos, em suma, a

amplitude da sua, habilidade política, de terminará o futuro das nossas reservas

de análise econômica; o financista o ye

como um plano de investimento de di

5?!

regiões brasileiras e dos países mediter

A Amaz-ônia pode encontrar na explo ração sistemática de suas selvas uma ri

de quem o encare.

em

vida do Estado, é visto sob as mais

diferentes faces, dependendo da posição

"Tenessee Valley Authority", isto é, da iiniversa'mente conhecida emprêsa de

própria região ou importado de outras râneos.

to que colhi do li\TO cha", de Davâd E: Lilienthal, Presidente da

"After sundown in tbc Amazon Low-

inany placcs, espccially during tlie

tante documento, que espelha toda a

"Democracia

ve, entre outras coisas:

land the air rapidly becomcs ciiilly. In

EjA-ME permitido iniciar esta palestra com a ci tação de um pensamenr

nheiro; os homens de negócio, comer Tem-se entendido modernamente que

ciantes e industriaüstas, vêm no orçamen

o orçamento expressa em dinheiro o que

to uma oportimidade para a colocação

o Governo se propõe fazer pe'o povo

de suas utilidades de intermediação e

num determinado período de tempo. Ora, assim sendo, o orçamento inte

produção. Efetivamente, o Governo é o maior

ressa a todas as c'asses sociais, pois elas,

comprador de utilidades no mercado. Num país de economia colonial, co mo é o Brasil, quase metade da renda

sem exceção, são atingidas direta ou

indiretamente pelo mesmo. Cidadãos, r cos ou pobres, todos têm o seu papel no orçamento.

Entretanto, êsse impor

nacional transita no orçamento público.

De um lado, vê-se o Governo sangrando


'-'i -

DrcE.sTo

Econômico 107

108

Digksto EcoNÓxnco

nos idearam e puseram em execução os a economia privada através do orçamen

não devem interessar meramente aos fun

to, com o levantamento de impostos e taxas; de outro lado, vemos o dinheiro

cionários públicos. Afirmam, também, que todos os funcionários públicos, mem

arrecadado pelo Governo retornar à eco

bros da Assemb'éia, Secretários de Es

nomia privada, através do pagamento dos salários ao funcionalismo, dos gastos

de.sde os que ocupam os cargos mais

com o material, equipamento, obras pú

elevados aos mais humildes, são servi

blicas etc. E' êste um processo contí

dores do povo e por êste são escolhidos para levar avante os interesses do po vo. Os cargos públicos, principalmente os de mando, são considerados postos

nuo, que se repete de ano a ano.

Ao examinar o orçamento através da

discriminação das despesas, o comer ciante de automóveis — por exemplo — verifica que as repartições A, B e C pretendem comprar um certo número de carros para os seus serviços; o nego ciante de máquinas de escritório inte ressa-se pela verba destinada a esse

tim, para fazer as suas previsões e estar aparelhado para concorrer no fomeci-

mento desse material, e assim por diante.

^

B Examinando o orçaménto das dlfe«ntes Secretarias de Estado, o homem

de negocios encontra um sem número de oportunidades para o fornecimento dos produtos de que dispõe.

O plano de obras públicas prevê gas tos com material de construção e repa

■ ros em geral; o plano de saúde púbüca prevê gastos com medicamentos etc • o

plano «de educação prevê gastos com matenal escolar, classes, instrumentos

de precisão, livros etc., e assim por diante.

De outro lado, o dinheiro recebido pe lo funcionalismo, através dos vencimen tos, salários etc., todo ele retorna aos

negócios, através das compras e paga mentos diversos, feitos pelo mesmo fun cionalismo.

de trabalho árduo acessíveis a todos e

Os norte-americanos costumam dizer

que os negócios do Governo são negó E, assim sendo, eles

tada a deficiência e informa-o, com

vernamentais".

multo tato, das imperfeições obser^'adas

Êsses Institutos, disseminados aos mi

lhares por todo o país, são mantidos pe los homens de negócio e são completa mente independentes do Governo Fede ral, Estadual ou Municipal. Não pos suem, também, côr política. A sua organização não é igual em tôdas as cidades. Todavia, em linhas gerais, ô!es possuem, de um lado, um grande Conselho, eleito pelos homens de negócio e composto por pessoas de reco nhecida experiência e de espírito públi co, que exercem seu posto sem remimeração. De outro lado, ésses Institutos dispõem

e do pro\'ável meio de saná-las.

Se o chefe da repartição em aprêço se interessa em sanar a imperfeição que há em seus serviço, tudo vai bem. Em

caso contrário,^ o Instituto de pesquisas ameaça publicar na imprensa as conclu sões a que seus técnicos chegaram acêr ca do tal serviço. O Diretor do Insti

tuto de Nova Orleans, que é organiza do nas bases referidas, informou-me que esta última arma é decisiva, pois a opi

detidos pelos mais capazes e que de monstrarem maior espírito público. Os americanos sabem que pagam im postos, pois o seu sistema tributário é baseado decisivamente nos impostos di retos e, por isso, todos, ou pelo menos o

te de técnicos em assun

maior número, têm os olhos voltados pa

uma ação interessante

tos de Administração e

e útil na educação dos

Finanças, especialmente

cidadãos, através dos

ra o Govôrno.

Todos querem saber o

nião pública estadunidense é muito forte. Em geral, êstes Institutos trabalham em estreita e compre—

de um corpo permanen

ensiva colaboração com os govemos e exercem

que o Governo vai fazer ou está fazen

contratados, os quais es

do com o dinheiro que foi tirado do seu

diversos meios de difu

tão continuamente ob

patrimônio, dinheiro conseguido com trabalho árduo e, por conseguinte, que tem um grande valor para o seu pos

são do pensamento, in

servando e empreenden

formando-os, de um la

suidor.

do estudos acêrca dos

do, acêrca do que o Go

serviços públicos locais. Sempre que êsses

verno realizou, está rea

lizando e pretende rea

Os homens de negócio, índustrialistas 6 comerciantes, grandes e pequenos, pa

mento, quer por suas

gam anualmente somas enormes a tí tulo de impostos e, como tal, êles querem

observações, quer por indicação dos homens

ver essa contribuição ttansformada era

de negócio, de alguma

facilidades, tais como boas estradas, para a circulação das pessoas e das riquezas; boas condições para o trabalho; exce

deficiência . em deter-»

éles realizam um estudo meticuloso dessa

por um prisma apolítico.. E do outro

lente, barato, rápido e honesto serviço de correios; redução dos gastos mihtares e

deficiência e estudam um meio para

lado, auxiliando os funcionários públi cos e indicando-lhes os melhores meios,

da burocracia ao mínimo; energia elé trica barata, educação para todos etc.

técnicos têm conheci

lizar com

'

nos E. U. A.

No sentido de cooperar com os poderés públicos na organização de seus serviço.s, os homens de negócio america-

o

dinheiro

com que êles contri buem através do impos to, e ensinando-Dies a

interpretar as diutumas i

minado serviço público, saná-la. Assim que chegam a uma con clusão, dirigem-se ao Diretor do Ins tituto, o qual convoca o Conselho e sub mete à sua consideração o estudo em

Os "Business-Men" e a burocracia

Os norte-americanos e o orçamento

cios de todos.

tado, juizes, chefes de repartição, todos,

cura o chefe da repartição onde foi no

chamados "Institutos de Pesquisas Go

aprêço.

Uma vez o estudo aprovado pelo Con selho, êste, por intermédio do Diretor Executivo do Instituto de Pesquisas, pro-

atividades do Governo, sempre encarando-as

isto é, os'mais econômicos e eficientes de desempenharem suas funções.

O Professor Lent D. Upson, em seu estudo "Organizações de cidadãos inte ressados em cooperar com o Govêmo"

afirma que os Institutos do tipo há pou co mencionado têm cooperado decisiva-


'-'i -

DrcE.sTo

Econômico 107

108

Digksto EcoNÓxnco

nos idearam e puseram em execução os a economia privada através do orçamen

não devem interessar meramente aos fun

to, com o levantamento de impostos e taxas; de outro lado, vemos o dinheiro

cionários públicos. Afirmam, também, que todos os funcionários públicos, mem

arrecadado pelo Governo retornar à eco

bros da Assemb'éia, Secretários de Es

nomia privada, através do pagamento dos salários ao funcionalismo, dos gastos

de.sde os que ocupam os cargos mais

com o material, equipamento, obras pú

elevados aos mais humildes, são servi

blicas etc. E' êste um processo contí

dores do povo e por êste são escolhidos para levar avante os interesses do po vo. Os cargos públicos, principalmente os de mando, são considerados postos

nuo, que se repete de ano a ano.

Ao examinar o orçamento através da

discriminação das despesas, o comer ciante de automóveis — por exemplo — verifica que as repartições A, B e C pretendem comprar um certo número de carros para os seus serviços; o nego ciante de máquinas de escritório inte ressa-se pela verba destinada a esse

tim, para fazer as suas previsões e estar aparelhado para concorrer no fomeci-

mento desse material, e assim por diante.

^

B Examinando o orçaménto das dlfe«ntes Secretarias de Estado, o homem

de negocios encontra um sem número de oportunidades para o fornecimento dos produtos de que dispõe.

O plano de obras públicas prevê gas tos com material de construção e repa

■ ros em geral; o plano de saúde púbüca prevê gastos com medicamentos etc • o

plano «de educação prevê gastos com matenal escolar, classes, instrumentos

de precisão, livros etc., e assim por diante.

De outro lado, o dinheiro recebido pe lo funcionalismo, através dos vencimen tos, salários etc., todo ele retorna aos

negócios, através das compras e paga mentos diversos, feitos pelo mesmo fun cionalismo.

de trabalho árduo acessíveis a todos e

Os norte-americanos costumam dizer

que os negócios do Governo são negó E, assim sendo, eles

tada a deficiência e informa-o, com

vernamentais".

multo tato, das imperfeições obser^'adas

Êsses Institutos, disseminados aos mi

lhares por todo o país, são mantidos pe los homens de negócio e são completa mente independentes do Governo Fede ral, Estadual ou Municipal. Não pos suem, também, côr política. A sua organização não é igual em tôdas as cidades. Todavia, em linhas gerais, ô!es possuem, de um lado, um grande Conselho, eleito pelos homens de negócio e composto por pessoas de reco nhecida experiência e de espírito públi co, que exercem seu posto sem remimeração. De outro lado, ésses Institutos dispõem

e do pro\'ável meio de saná-las.

Se o chefe da repartição em aprêço se interessa em sanar a imperfeição que há em seus serviço, tudo vai bem. Em

caso contrário,^ o Instituto de pesquisas ameaça publicar na imprensa as conclu sões a que seus técnicos chegaram acêr ca do tal serviço. O Diretor do Insti

tuto de Nova Orleans, que é organiza do nas bases referidas, informou-me que esta última arma é decisiva, pois a opi

detidos pelos mais capazes e que de monstrarem maior espírito público. Os americanos sabem que pagam im postos, pois o seu sistema tributário é baseado decisivamente nos impostos di retos e, por isso, todos, ou pelo menos o

te de técnicos em assun

maior número, têm os olhos voltados pa

uma ação interessante

tos de Administração e

e útil na educação dos

Finanças, especialmente

cidadãos, através dos

ra o Govôrno.

Todos querem saber o

nião pública estadunidense é muito forte. Em geral, êstes Institutos trabalham em estreita e compre—

de um corpo permanen

ensiva colaboração com os govemos e exercem

que o Governo vai fazer ou está fazen

contratados, os quais es

do com o dinheiro que foi tirado do seu

diversos meios de difu

tão continuamente ob

patrimônio, dinheiro conseguido com trabalho árduo e, por conseguinte, que tem um grande valor para o seu pos

são do pensamento, in

servando e empreenden

formando-os, de um la

suidor.

do estudos acêrca dos

do, acêrca do que o Go

serviços públicos locais. Sempre que êsses

verno realizou, está rea

lizando e pretende rea

Os homens de negócio, índustrialistas 6 comerciantes, grandes e pequenos, pa

mento, quer por suas

gam anualmente somas enormes a tí tulo de impostos e, como tal, êles querem

observações, quer por indicação dos homens

ver essa contribuição ttansformada era

de negócio, de alguma

facilidades, tais como boas estradas, para a circulação das pessoas e das riquezas; boas condições para o trabalho; exce

deficiência . em deter-»

éles realizam um estudo meticuloso dessa

por um prisma apolítico.. E do outro

lente, barato, rápido e honesto serviço de correios; redução dos gastos mihtares e

deficiência e estudam um meio para

lado, auxiliando os funcionários públi cos e indicando-lhes os melhores meios,

da burocracia ao mínimo; energia elé trica barata, educação para todos etc.

técnicos têm conheci

lizar com

'

nos E. U. A.

No sentido de cooperar com os poderés públicos na organização de seus serviço.s, os homens de negócio america-

o

dinheiro

com que êles contri buem através do impos to, e ensinando-Dies a

interpretar as diutumas i

minado serviço público, saná-la. Assim que chegam a uma con clusão, dirigem-se ao Diretor do Ins tituto, o qual convoca o Conselho e sub mete à sua consideração o estudo em

Os "Business-Men" e a burocracia

Os norte-americanos e o orçamento

cios de todos.

tado, juizes, chefes de repartição, todos,

cura o chefe da repartição onde foi no

chamados "Institutos de Pesquisas Go

aprêço.

Uma vez o estudo aprovado pelo Con selho, êste, por intermédio do Diretor Executivo do Instituto de Pesquisas, pro-

atividades do Governo, sempre encarando-as

isto é, os'mais econômicos e eficientes de desempenharem suas funções.

O Professor Lent D. Upson, em seu estudo "Organizações de cidadãos inte ressados em cooperar com o Govêmo"

afirma que os Institutos do tipo há pou co mencionado têm cooperado decisiva-


Dicesto Econômico

i08

r

1 Díoesto Díoe

Econômico 109

pn.ssibiíidade de se medir o produção do

da em 20% sobro o total da despesa. Du

.scncialmente agrícola, e, no entanto o

trabalho burocrático na mesma base em

rante a guerra, o orçamento subiu a 100

orçamento da União apresenta uma ver

pressão — os "patifes" para fora do Go

que .se mede a do trabalho privado.

bilhões cie dólares e foi todo ele, como

ba de menos de 5% para a agricultura,

verno e diminuindo sensivelmente as

Assim, o traballio do médico pode ser

sabemos, orientado e dirigido no sentido

para o exercício de 194S.

corrupções nos governos locais, estaduais

medido através do número de pessoas

de vcncè-la.

e no Federal.

que ele atende diariamente, pelo número de operações que faz etc. O trabalho de um datilografo por ser medido pelo

De uma simp'es análise do último or

Além disso, devemos ter em conside ração que, nestas percenlagens tão bai

çamento americano elaborado já num período de paz, verifica-se que o mesmo começou a voltar ao seu antigo nível

ra, estão ainda contidos os gastos com a burocracia dos Ministérios que cuidam

mente na melhoria dos serviç-os públi cos, pondo — conforme sua próprfa ex

O americano, em geral, olha com maus olhos a burocracia. Até poucos anos atrás o melhor elemento humano, os mais

número de ofícios que redige, número

hábeis técnicos preferiam trabalho na

de folhas, de letras que escreve etc.

indústria privada.

Realmente, os salá

Isto tudo é discutido e calculado muito

rios das atividades privadas eram maio res. Dizia-se, então, que só os medío

honestamente, pois os americanos são

cres é que se interessavam pelos cargos burocráticos.

Nestes últimos anos, em face do ex

traordinário desenvolvimento dos serviços públicos e da importância que tem si do dada a esses serviços, e em face, tam bém, de os poderes público.s oferecerem

salários na mesma base do trabalho pri vado, a qualidade do serviço público, em grande número de repartições, é tão efi ciente como nas grandes empresas particu'ares. -

As repartições trabalham 40 horas se

manais. Há um grande controle do pes soal. E este pessoal é sistematicamen

xas para Saúde, Educação e Agricultu

da ante-guerra. Quem examinar èstc último orçamen to verifica que as de,spe,sas militares or

da verba.

práticos e parecem desconhecer a pa lavra "tapeação". Os americanos são contrários também

çam cm menos de 30% da despesa to tal, porcentagem considerada alta e que

Nao temos receio em afirmar que mui to podemos aprender da experiência ame

à burocracia militar.

Congresso.

Sobre este ponto, poderia citar a opi nião de vários de .seu.s sociólogos e his

toriadores. Entre estes, Jamcs Truslow

está

sendo

criticada

acerbamentc no

Todavia, os E. U. A. estão mantendo,

para consolidação de sua xitória e ga rantia do seu grande e crescente comér

Adams, que escreveu uni dos iTK''hores e mais difundidos livros da interpretação da História dos Estados Unidos da Amé

ocupação na Europa e na Ásia.

rica, intitulado "The American Epopei"

quase 50% do orçamento federal com a

— livro que, aliás, já foi traduzido p^ra o portuguê,s — refere-se, como um dos principais fatores do extraordinário de senvolvimento dos E. U. A. observado neste ultimo século, aos limitados gí^s-

cio internacional, um grande exército de Nós, no Brasil, estamos consumindo

defesa nacional. Em face desces gastos imensos, esquecemos o elemento huma no—o maior fator da defesa nacional.

dos serviços acima, a qual, na.sua conipUcada engrenagem, consome a maioria

ricana. Muitos métodos de organização

lá usados teriam excelente aplicação no Brasil, como tiveram e estão tendo cm

outros países. Todavia, não somos daqueles que acham "^que devemos copiar e transplan tar tudo o que de interessante lá existe, para o nosso país. Temos em comum, ó verdade, a extensão imensa de nossos dois territórios. Mas as nossas tradições são diferentes.

E piua termos em \-ista, agora, ape

nas um dos fatores determinantes que

te selecionado por concursos, sendo o

tos com a defesa nacional, até as véspe

motivaram a menor ascendência de nos

pessoal cxtranumerário, na generalidade,

ras da primeira guerra mundial.

sa marcha civílizadora comparati\'amente à dos E. U. A., no mesmo período, detenhamo-nos, tão somente," no fator população, e verificaremos que, enquan

A

admitido para desempenhar determina das tarefas, as quais são orçadas, com

Europa ficou enfraquecida com as guer

possível exatidão, em unidades de trába-

seria, pois, de temer. Não era necessá

Iho e de material. Finda a tarefa e não

ria, portanto, a manutenção de um gran

havendo outro serviço a realizar, o extra-

de exército, marinha etc. Com essa eco

numerárío é dispensado, de modo a não se'" encarecida a referida tarefa em nem um dia ou mesmo uma hora de traba lho não executado, o que representaria

nomia, os norte-americanos puderam

dinheiro do povo desperdiçado. Em Washington D. C. e em muitos Estados que me foi dado visitar, tomei

parte em várias "mesas redondas" em que técnicos, pertencentes a corpora ções públicas e privadas, discutiam a

ras napoleônicas e nenhuma agressão

construir estradas, pontes, navios mer

cantes, escolas, liospitais, e puderam atingif a essa grandeza que todos nós -co nhecemos e admiramos.

Antes da guerra, o orçamento ame ricano era em números redondos de 5

Quando do recnitamento dos pracinhas, que tanto glória conquistaram pa ra ò nosso país, nos campos de bata

lha da Europa, verificou-se que uma in crível percentagem dos cidadãos concla mados pela pátria para a sua defesa não estava em condições de sanidade física para a luta. Há dias o rádio anunciou que, do pes

soal chamado para o serviço militar na Bahia, 80% foi julgado incapaz. Possuímos quase .70% de analfabetos e

bilhões de dólare.s, o qual atendia a tôdas as despesas do Governo, inclusive

entretanto o orçamento da União, pa ra 1948, orça em 9% os gastos com a educação e saúde, somados.

a destinada às forças armadas, avalia-

Diz-se que o Brasil é uma nação es-

to nos últimos cem anos entraram nos

E. U. A. 38 milhões de imigrantes, no Brasil, no mesmo período, recebemos menos de 5 milhões.

Só esse fator seria suficiente para con solar os mais pessimistas, acêrca do que fizemos até agora, e encorajá-los a co operar naquilo que estamos fazendo e haveremos de fazer.

Queremos finalizar esta palestra com a afirmação de J. Brooks Hockcrt: "Náo se pode esperar demasiado do orçamen-


Dicesto Econômico

i08

r

1 Díoesto Díoe

Econômico 109

pn.ssibiíidade de se medir o produção do

da em 20% sobro o total da despesa. Du

.scncialmente agrícola, e, no entanto o

trabalho burocrático na mesma base em

rante a guerra, o orçamento subiu a 100

orçamento da União apresenta uma ver

pressão — os "patifes" para fora do Go

que .se mede a do trabalho privado.

bilhões cie dólares e foi todo ele, como

ba de menos de 5% para a agricultura,

verno e diminuindo sensivelmente as

Assim, o traballio do médico pode ser

sabemos, orientado e dirigido no sentido

para o exercício de 194S.

corrupções nos governos locais, estaduais

medido através do número de pessoas

de vcncè-la.

e no Federal.

que ele atende diariamente, pelo número de operações que faz etc. O trabalho de um datilografo por ser medido pelo

De uma simp'es análise do último or

Além disso, devemos ter em conside ração que, nestas percenlagens tão bai

çamento americano elaborado já num período de paz, verifica-se que o mesmo começou a voltar ao seu antigo nível

ra, estão ainda contidos os gastos com a burocracia dos Ministérios que cuidam

mente na melhoria dos serviç-os públi cos, pondo — conforme sua próprfa ex

O americano, em geral, olha com maus olhos a burocracia. Até poucos anos atrás o melhor elemento humano, os mais

número de ofícios que redige, número

hábeis técnicos preferiam trabalho na

de folhas, de letras que escreve etc.

indústria privada.

Realmente, os salá

Isto tudo é discutido e calculado muito

rios das atividades privadas eram maio res. Dizia-se, então, que só os medío

honestamente, pois os americanos são

cres é que se interessavam pelos cargos burocráticos.

Nestes últimos anos, em face do ex

traordinário desenvolvimento dos serviços públicos e da importância que tem si do dada a esses serviços, e em face, tam bém, de os poderes público.s oferecerem

salários na mesma base do trabalho pri vado, a qualidade do serviço público, em grande número de repartições, é tão efi ciente como nas grandes empresas particu'ares. -

As repartições trabalham 40 horas se

manais. Há um grande controle do pes soal. E este pessoal é sistematicamen

xas para Saúde, Educação e Agricultu

da ante-guerra. Quem examinar èstc último orçamen to verifica que as de,spe,sas militares or

da verba.

práticos e parecem desconhecer a pa lavra "tapeação". Os americanos são contrários também

çam cm menos de 30% da despesa to tal, porcentagem considerada alta e que

Nao temos receio em afirmar que mui to podemos aprender da experiência ame

à burocracia militar.

Congresso.

Sobre este ponto, poderia citar a opi nião de vários de .seu.s sociólogos e his

toriadores. Entre estes, Jamcs Truslow

está

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criticada

acerbamentc no

Todavia, os E. U. A. estão mantendo,

para consolidação de sua xitória e ga rantia do seu grande e crescente comér

Adams, que escreveu uni dos iTK''hores e mais difundidos livros da interpretação da História dos Estados Unidos da Amé

ocupação na Europa e na Ásia.

rica, intitulado "The American Epopei"

quase 50% do orçamento federal com a

— livro que, aliás, já foi traduzido p^ra o portuguê,s — refere-se, como um dos principais fatores do extraordinário de senvolvimento dos E. U. A. observado neste ultimo século, aos limitados gí^s-

cio internacional, um grande exército de Nós, no Brasil, estamos consumindo

defesa nacional. Em face desces gastos imensos, esquecemos o elemento huma no—o maior fator da defesa nacional.

dos serviços acima, a qual, na.sua conipUcada engrenagem, consome a maioria

ricana. Muitos métodos de organização

lá usados teriam excelente aplicação no Brasil, como tiveram e estão tendo cm

outros países. Todavia, não somos daqueles que acham "^que devemos copiar e transplan tar tudo o que de interessante lá existe, para o nosso país. Temos em comum, ó verdade, a extensão imensa de nossos dois territórios. Mas as nossas tradições são diferentes.

E piua termos em \-ista, agora, ape

nas um dos fatores determinantes que

te selecionado por concursos, sendo o

tos com a defesa nacional, até as véspe

motivaram a menor ascendência de nos

pessoal cxtranumerário, na generalidade,

ras da primeira guerra mundial.

sa marcha civílizadora comparati\'amente à dos E. U. A., no mesmo período, detenhamo-nos, tão somente," no fator população, e verificaremos que, enquan

A

admitido para desempenhar determina das tarefas, as quais são orçadas, com

Europa ficou enfraquecida com as guer

possível exatidão, em unidades de trába-

seria, pois, de temer. Não era necessá

Iho e de material. Finda a tarefa e não

ria, portanto, a manutenção de um gran

havendo outro serviço a realizar, o extra-

de exército, marinha etc. Com essa eco

numerárío é dispensado, de modo a não se'" encarecida a referida tarefa em nem um dia ou mesmo uma hora de traba lho não executado, o que representaria

nomia, os norte-americanos puderam

dinheiro do povo desperdiçado. Em Washington D. C. e em muitos Estados que me foi dado visitar, tomei

parte em várias "mesas redondas" em que técnicos, pertencentes a corpora ções públicas e privadas, discutiam a

ras napoleônicas e nenhuma agressão

construir estradas, pontes, navios mer

cantes, escolas, liospitais, e puderam atingif a essa grandeza que todos nós -co nhecemos e admiramos.

Antes da guerra, o orçamento ame ricano era em números redondos de 5

Quando do recnitamento dos pracinhas, que tanto glória conquistaram pa ra ò nosso país, nos campos de bata

lha da Europa, verificou-se que uma in crível percentagem dos cidadãos concla mados pela pátria para a sua defesa não estava em condições de sanidade física para a luta. Há dias o rádio anunciou que, do pes

soal chamado para o serviço militar na Bahia, 80% foi julgado incapaz. Possuímos quase .70% de analfabetos e

bilhões de dólare.s, o qual atendia a tôdas as despesas do Governo, inclusive

entretanto o orçamento da União, pa ra 1948, orça em 9% os gastos com a educação e saúde, somados.

a destinada às forças armadas, avalia-

Diz-se que o Brasil é uma nação es-

to nos últimos cem anos entraram nos

E. U. A. 38 milhões de imigrantes, no Brasil, no mesmo período, recebemos menos de 5 milhões.

Só esse fator seria suficiente para con solar os mais pessimistas, acêrca do que fizemos até agora, e encorajá-los a co operar naquilo que estamos fazendo e haveremos de fazer.

Queremos finalizar esta palestra com a afirmação de J. Brooks Hockcrt: "Náo se pode esperar demasiado do orçamen-


TT*1

, 'vVi-fV i"

Diccpto Econômico

110

to, Êle é um valioso instrumento dc pla

nejamento e contrôle dos ncgóaos, mas não mais do que isso. Êle não pode to mar o lugar da própria gert-nda. Boa gerencia será ainda melhor com o uso do processo orçamentário, mas o orça mento é somente um instrumento para o

hábil administrador." Esclarecemos, de nossa parte, que,

quando compararmos algumas de nossas instituições com as americanas, o nosso fito ó de mostrar as diferenças e de ver

o que de bom existe na grande expe riência daquele rico país.

Queremos reafirmar, também, que es tamos confiantes, como sempre, em nos

so grandioso destino como nação. Volta

mos mais c-í;nvencido* do que nunca dc

quo devemos lutar pela íorinuvã»; tle uma

I,<INCOI.<IV-3tiiioirfl^*£íiio de escol

rnenlahdadc de interévse |K«las nossas coisas. Palestras e dísctissões <le "mesas redondas" em que .stt debatem assuntos

e glóríss cü.-i Roonico SoAUEs Júnior

úteis ao nosso meio, como a.s que esta

Associaç-ão Comercial vem rculi/ando, são uma grande contribuição para a for mação desta mentalidade.

E' preciso acabar, dc uma vez, com a idóia de que patriotismo consiste em exaltar a bandeira e os heróis, como mui tos entendem.

Ser patriota, na guerra, naturalmente, ó lutar, e dar a sua própria vida, se pr^

ciso, pela defesa Uo país; mas na pa:^ deve significar isto; PRODUZIR.

«idade

pM março dc 1861, num instante em

bitadas por audaciosos agrupamentos

í|uc SC desenhava uma crise de im portância vital para a existência da

dc pioneiros.

uação americana, tomou posse do car go dc presidente Abraham Lincoln. liomcm relativamente desconhecido e de origens modestíssimas. O novo chefe dc Estado era uma figura dc físico pe lo menos original. Espichado e ossudo, de

pés

e

Várias biografias incorrem tatiibóm no cxc^esso dc ficções c fantasias ao

descreverem inúmeras passagens da vida dc Lincoln. E' uma necessidade

talvez imposta pelo gênero literário, que se torna mais lido sob a forma de fabulações c roman-

' ces pitorescos que dentro dos moldes frios e exatos do do

mãos

enormes, fisionomia

cumento

angulosa c tosca, o novo ocupante da Casa Branca não apresentava,

Na

sença

a

dade

para

pre

Sul acabam

mento daQuele Domínio. O acôrdo consiste de um empréstimo à Gra-BretanJia em ouro no calor de 80 milhões de libras esterlinas. O premier Áttlee, a êsse respei-

i

v

j

f

^

71 é ur^ova evidente. Numa ocasião em que todo o mundo enfrenta as mais formidáveis tarefas, constitui, na vedade, um elemento de satisfaçao, a exis tência dêsse entendimento íntimo entre nós".

tes

mais autoriza

de

grura expressiva e

ciada

de

ráter uma grande

tonalidade

me

'í

das,

ressalta

mo

particularida

mais do

co

pronun seu

ca

doçura, uma

bon

dade

des-

que

o

deza da vida interior

e a marca invulgar

j ambiente algo bru

gero

tac'ava bem do seu

tal e atrasado.

Mu'tos autores de biografias de Lincoln assinalaram com visível exa

Esta feiçãò casava-se bem com um temperamento reservado e meditati

certos traços caricaturais do

vo, cioso de resguardar o santuário

homem, insistindo em acentuar as ma neiras um tanto rudes e espontâneas

da vida interior. E êsse traço não sig?

do antigo sertanejo. «i/T« n amizade sincera e a cooperação

Lincoln,

com a majestade do ofício. Só os olhos negros, de uma ne-

da personalidade.

O vrimeiro ministro da Grã-Bretanha e o premier da África

de

segundo as narra tivas de várias fon-

condi<íente

lancólica, c que revelavam a profun

de trocar mensagens, em seguida à retificúção do acôrdo fina^eiro pelo parla

e

na primeira moci-

os observadores su

perficiais,

histórico.

infância

Pode-se assim

nifica taciturnidade hostil ou a inso-

ciabilidade do solitário que foge de

falar de um homem nascido no Esta

conviver com seus semelhantes. Lin

do de Kentucky, nos extremos confins da civilização, numa época em que

tos íntimos, mas exteriorizava bom hu

aquelas terras eram escassamente ha

mor, alegria. Â moda anglo-saxônica,

■i.

coln não comunicava seus pensamen


TT*1

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Diccpto Econômico

110

to, Êle é um valioso instrumento dc pla

nejamento e contrôle dos ncgóaos, mas não mais do que isso. Êle não pode to mar o lugar da própria gert-nda. Boa gerencia será ainda melhor com o uso do processo orçamentário, mas o orça mento é somente um instrumento para o

hábil administrador." Esclarecemos, de nossa parte, que,

quando compararmos algumas de nossas instituições com as americanas, o nosso fito ó de mostrar as diferenças e de ver

o que de bom existe na grande expe riência daquele rico país.

Queremos reafirmar, também, que es tamos confiantes, como sempre, em nos

so grandioso destino como nação. Volta

mos mais c-í;nvencido* do que nunca dc

quo devemos lutar pela íorinuvã»; tle uma

I,<INCOI.<IV-3tiiioirfl^*£íiio de escol

rnenlahdadc de interévse |K«las nossas coisas. Palestras e dísctissões <le "mesas redondas" em que .stt debatem assuntos

e glóríss cü.-i Roonico SoAUEs Júnior

úteis ao nosso meio, como a.s que esta

Associaç-ão Comercial vem rculi/ando, são uma grande contribuição para a for mação desta mentalidade.

E' preciso acabar, dc uma vez, com a idóia de que patriotismo consiste em exaltar a bandeira e os heróis, como mui tos entendem.

Ser patriota, na guerra, naturalmente, ó lutar, e dar a sua própria vida, se pr^

ciso, pela defesa Uo país; mas na pa:^ deve significar isto; PRODUZIR.

«idade

pM março dc 1861, num instante em

bitadas por audaciosos agrupamentos

í|uc SC desenhava uma crise de im portância vital para a existência da

dc pioneiros.

uação americana, tomou posse do car go dc presidente Abraham Lincoln. liomcm relativamente desconhecido e de origens modestíssimas. O novo chefe dc Estado era uma figura dc físico pe lo menos original. Espichado e ossudo, de

pés

e

Várias biografias incorrem tatiibóm no cxc^esso dc ficções c fantasias ao

descreverem inúmeras passagens da vida dc Lincoln. E' uma necessidade

talvez imposta pelo gênero literário, que se torna mais lido sob a forma de fabulações c roman-

' ces pitorescos que dentro dos moldes frios e exatos do do

mãos

enormes, fisionomia

cumento

angulosa c tosca, o novo ocupante da Casa Branca não apresentava,

Na

sença

a

dade

para

pre

Sul acabam

mento daQuele Domínio. O acôrdo consiste de um empréstimo à Gra-BretanJia em ouro no calor de 80 milhões de libras esterlinas. O premier Áttlee, a êsse respei-

i

v

j

f

^

71 é ur^ova evidente. Numa ocasião em que todo o mundo enfrenta as mais formidáveis tarefas, constitui, na vedade, um elemento de satisfaçao, a exis tência dêsse entendimento íntimo entre nós".

tes

mais autoriza

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grura expressiva e

ciada

de

ráter uma grande

tonalidade

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das,

ressalta

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particularida

mais do

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ca

doçura, uma

bon

dade

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o

deza da vida interior

e a marca invulgar

j ambiente algo bru

gero

tac'ava bem do seu

tal e atrasado.

Mu'tos autores de biografias de Lincoln assinalaram com visível exa

Esta feiçãò casava-se bem com um temperamento reservado e meditati

certos traços caricaturais do

vo, cioso de resguardar o santuário

homem, insistindo em acentuar as ma neiras um tanto rudes e espontâneas

da vida interior. E êsse traço não sig?

do antigo sertanejo. «i/T« n amizade sincera e a cooperação

Lincoln,

com a majestade do ofício. Só os olhos negros, de uma ne-

da personalidade.

O vrimeiro ministro da Grã-Bretanha e o premier da África

de

segundo as narra tivas de várias fon-

condi<íente

lancólica, c que revelavam a profun

de trocar mensagens, em seguida à retificúção do acôrdo fina^eiro pelo parla

e

na primeira moci-

os observadores su

perficiais,

histórico.

infância

Pode-se assim

nifica taciturnidade hostil ou a inso-

ciabilidade do solitário que foge de

falar de um homem nascido no Esta

conviver com seus semelhantes. Lin

do de Kentucky, nos extremos confins da civilização, numa época em que

tos íntimos, mas exteriorizava bom hu

aquelas terras eram escassamente ha

mor, alegria. Â moda anglo-saxônica,

■i.

coln não comunicava seus pensamen


D10K.ST0 Econômico

111

112

dava furtes apertos de mãos, contas'a anedotas e sabia despertar froas gar galhadas. Sucedia mesmo quc devido â .sua robustez e ao vigor dos pulsos habituados a manejar o machado na floresta, o jovem Abrabain era res peitado por todos os seus pares. Cedo manifestou o rapaz um notá vel amor aos livros e é evidente que o

moço que se comprazia

cm

ler

Shakespearc c consagrava seus laze res a percorrer os clássicos e a estu

dar geometria, não nascera tjara ser Icnhador ou pastor de rebanhos. Um LincoJn desajeitado, irrcsoluto c sim plório como o pintam certos retratos não mostraria tão apurada vocação para os l?vro.s c para o aperfeiçoa mento do espírito.

Pela influência paulatinamente ga

nha junto aos moradores do povoado onde fóra residir no l*.stado de IHi

nois, o jovem Lincoln foi preparando a sua ascenção na política. Facilidade de palavras, dom de agradar os seus ouvintes e fazer cabala eleitoral. Con

quistou assim os pr'meiros sufrágios que o mandaram à legislatura do Fstado. Quanto á sua cultura jurídica, teve por ponto de partida um inciden te digno de uma novela. Tenfio en contrado uns comentários de direito no fundo de um barril cie Hxo, devo rou o livro com tanto intcrésse que

adquiriu as primeiras noções para .se tornar advogado ou soVcitaclor.

Causídico, comerciante, funcionário cic correios, deputado, Lincoln exer

ceu várias profissões. Mas a sua vo

cação estava na política. Impcla-o uma força ascensional que os seus conterrâneos bem sentiam, que a m,is-

sa popular adivinhava c compreendia, tanto mais que aquela vocação assen

tava numa sinceridade absoluta e nas

ha*c4 graiiít-cas dr

mciití"» <lcnu>crático. Quando .'Vòrabam Lincoln assumiu a presidência, o pa

caratrr

ííánícamcnle avc*»v» n

S-rá então dr nnddr n

norama da política americana era dos

cx-

mais .sombrios. Os ares estavam prc-

ccpciona! ^urprí *-:! :» trajetória < cs$a vida, <bs<lc pobre faliana dc cdono

nhes de ameaças. O norte c o sul do pais. cm vez dc se sentirem membros ■ <ic uma mcsnía família, se encaravam como potências riva's e até inimigas. .-\s causas i>rimárias da cri.se provi

ale a Ca*a Pratica? .NTio vcmo!»

potí|tn*.

núcleos d«* pioneiros americanos

levavam c«in.sigo areiidradas^ virtudes. J)c ina s a inais, já qnc nao faltam autores para explicar

vacila-

ções 'le Lincoln cotno produto da he

rança patetjia. renn»Mti*m««s mais lonua sna gt in alogia.

()>< "íinakers" <1e que dizem que I.incoln descendia, formavam, como

puritanos, seitas ile rígi^los princípios, verdadeiros ap<ãstob>s do liem c da

probidaile e defensores ardentes de

todos os direitos humanos. -Irreveren tes contra í)s podercs íjue nao acei

tavam, foram os vanguardeiros de intuneros movimentos de filantropia,

inclusive a doçura no tratamento dos i-.-.cravos i>rctos.

Pura coincidência, talvez.

Mas o

certo ê que Lincoln apresenta cm al to grau as qualitiatles c|uc os seus antepassados "quakers" ina:s preza

vam : um culto ilimitado à liberdade de consciência, de par com uma ex

trema sensibilidade c uma rigi^lez ina balável de convicções.

Participante dc várias batalhas elei

torais que lhe valeram certa nomeada nas altas esferas políticas, l.áncoln tra vou com Douglas, em tòrno da ques tão <hi escravidão, um debate quc dcU

ao seu nome uma projeção nacional. A sua eloqüência simples e franca, a ar

gumentação incisiva de seus discursos repercutiram muito bem na opinião pública,'de sorte que não foi de estra nhar a sua escolha como candidato à

presidência num país de intenso scnti-

nham das diferenças de formação so cial c tendênc"as econômicas entre as

(luas regiões. O norte, democrático e industrialista, preconizava uma políti ca de proteção tarifária que devido à sna maior população contava com a maioria de votos no Congresso.

O sul, ètnicamentc mais homogêneo,

menos povoado de imigrantes, era di rigido por uma aristocracia agrária, enriquecida pela lavoura algodoelra. Favorável ao livre câmbio ou às tarifas mínimas, o sul desejava receber ouio

do exterior cm troca dc seus produtos, e adquirir a bom preço os artigos im portados da Europa.

Este conflito, ou antes, esta simples

oposição de interesses, podia resolverse amistosamente, se fossem tais c[ucstões ventiladas com paixao pt agitadores políticos. Os do sul preten

diam que a sua terra era explorata

O Sul pleiteava, portanto, a sobera nia irro.^itrita dos Estados. Proclama

va-a intangível e advogava a idéia de que, ao separarem-se da coroa inglesa, as colônias primitivas haviam recebi

do. cada uma de per si. os títulos de uma completa independência. E' óbvio (pie a prevalecer semelhante doutrina,

a Lmão não passaria dc um mito, de uma .sombra dc um poder fantasma.

O que mais agravava o litígio era o sinistro problema da oscvavidão. Não era assunto de ordem sentimen

tal cm tòriio da liberdade ou não dos negros. Juridicamente, a matéria esta va afeta aos Estados e a União não

podia intervir nem legjslar a respeito. O busíli.s era a extensão do domí

nio escravocrático, cujas conseqüên cias equivaPam a aumentar na federa

ção o poder político do sul. Aí a ques tão se tornava de irreparável agudeza. pois uma maioria sulista no,Con gresso viria ferir o programa econô mico do norte e obstar ao desenvolvi

mento do "bomc-markct", o mercado internò.

Os nortistas em geral, salvo alguns abolicionistas, não davam importância ao instituto servil do sul, mas o chocpie entre o latifúnd o sulista e o re

pelos comerciantes e "banqueiros do norte, pela sua plutocracia industria .

gime industrial e dc pequena proprie

Chegavam a comparar a posição do sul em face do norte, à vassalagcm das

to bem caracterizado dc tendências so

dade do norte estabelecia um confli

ciais c econômicas.

O "Rei Algodão" que, como o café,

primitivas golónias americanas cm re lação à coroa britânica.

esgotava as terras, precisava da mar

O pior era a forma como os líderes do sul interpretavam a União. Homens vomo Calhoim e Jefferson Davis en

cha para o oeste para expandir as plantações. E as plantações novas pre cisavam do escravo da máquina huma

tendiam que o laço federal era. um simples contrato entre partes que po

na. Mas, o acréscimo do domínio es cravocrático prejudicava o equilíbrio

diam rescindi-lo a seu bel prazer.

federal.

Tesc tenebrosa que ameaçava esfacclar a grande constelação americana.

Foi nessas condições que Lincoln re cebeu a tremenda responsabilidade de


D10K.ST0 Econômico

111

112

dava furtes apertos de mãos, contas'a anedotas e sabia despertar froas gar galhadas. Sucedia mesmo quc devido â .sua robustez e ao vigor dos pulsos habituados a manejar o machado na floresta, o jovem Abrabain era res peitado por todos os seus pares. Cedo manifestou o rapaz um notá vel amor aos livros e é evidente que o

moço que se comprazia

cm

ler

Shakespearc c consagrava seus laze res a percorrer os clássicos e a estu

dar geometria, não nascera tjara ser Icnhador ou pastor de rebanhos. Um LincoJn desajeitado, irrcsoluto c sim plório como o pintam certos retratos não mostraria tão apurada vocação para os l?vro.s c para o aperfeiçoa mento do espírito.

Pela influência paulatinamente ga

nha junto aos moradores do povoado onde fóra residir no l*.stado de IHi

nois, o jovem Lincoln foi preparando a sua ascenção na política. Facilidade de palavras, dom de agradar os seus ouvintes e fazer cabala eleitoral. Con

quistou assim os pr'meiros sufrágios que o mandaram à legislatura do Fstado. Quanto á sua cultura jurídica, teve por ponto de partida um inciden te digno de uma novela. Tenfio en contrado uns comentários de direito no fundo de um barril cie Hxo, devo rou o livro com tanto intcrésse que

adquiriu as primeiras noções para .se tornar advogado ou soVcitaclor.

Causídico, comerciante, funcionário cic correios, deputado, Lincoln exer

ceu várias profissões. Mas a sua vo

cação estava na política. Impcla-o uma força ascensional que os seus conterrâneos bem sentiam, que a m,is-

sa popular adivinhava c compreendia, tanto mais que aquela vocação assen

tava numa sinceridade absoluta e nas

ha*c4 graiiít-cas dr

mciití"» <lcnu>crático. Quando .'Vòrabam Lincoln assumiu a presidência, o pa

caratrr

ííánícamcnle avc*»v» n

S-rá então dr nnddr n

norama da política americana era dos

cx-

mais .sombrios. Os ares estavam prc-

ccpciona! ^urprí *-:! :» trajetória < cs$a vida, <bs<lc pobre faliana dc cdono

nhes de ameaças. O norte c o sul do pais. cm vez dc se sentirem membros ■ <ic uma mcsnía família, se encaravam como potências riva's e até inimigas. .-\s causas i>rimárias da cri.se provi

ale a Ca*a Pratica? .NTio vcmo!»

potí|tn*.

núcleos d«* pioneiros americanos

levavam c«in.sigo areiidradas^ virtudes. J)c ina s a inais, já qnc nao faltam autores para explicar

vacila-

ções 'le Lincoln cotno produto da he

rança patetjia. renn»Mti*m««s mais lonua sna gt in alogia.

()>< "íinakers" <1e que dizem que I.incoln descendia, formavam, como

puritanos, seitas ile rígi^los princípios, verdadeiros ap<ãstob>s do liem c da

probidaile e defensores ardentes de

todos os direitos humanos. -Irreveren tes contra í)s podercs íjue nao acei

tavam, foram os vanguardeiros de intuneros movimentos de filantropia,

inclusive a doçura no tratamento dos i-.-.cravos i>rctos.

Pura coincidência, talvez.

Mas o

certo ê que Lincoln apresenta cm al to grau as qualitiatles c|uc os seus antepassados "quakers" ina:s preza

vam : um culto ilimitado à liberdade de consciência, de par com uma ex

trema sensibilidade c uma rigi^lez ina balável de convicções.

Participante dc várias batalhas elei

torais que lhe valeram certa nomeada nas altas esferas políticas, l.áncoln tra vou com Douglas, em tòrno da ques tão <hi escravidão, um debate quc dcU

ao seu nome uma projeção nacional. A sua eloqüência simples e franca, a ar

gumentação incisiva de seus discursos repercutiram muito bem na opinião pública,'de sorte que não foi de estra nhar a sua escolha como candidato à

presidência num país de intenso scnti-

nham das diferenças de formação so cial c tendênc"as econômicas entre as

(luas regiões. O norte, democrático e industrialista, preconizava uma políti ca de proteção tarifária que devido à sna maior população contava com a maioria de votos no Congresso.

O sul, ètnicamentc mais homogêneo,

menos povoado de imigrantes, era di rigido por uma aristocracia agrária, enriquecida pela lavoura algodoelra. Favorável ao livre câmbio ou às tarifas mínimas, o sul desejava receber ouio

do exterior cm troca dc seus produtos, e adquirir a bom preço os artigos im portados da Europa.

Este conflito, ou antes, esta simples

oposição de interesses, podia resolverse amistosamente, se fossem tais c[ucstões ventiladas com paixao pt agitadores políticos. Os do sul preten

diam que a sua terra era explorata

O Sul pleiteava, portanto, a sobera nia irro.^itrita dos Estados. Proclama

va-a intangível e advogava a idéia de que, ao separarem-se da coroa inglesa, as colônias primitivas haviam recebi

do. cada uma de per si. os títulos de uma completa independência. E' óbvio (pie a prevalecer semelhante doutrina,

a Lmão não passaria dc um mito, de uma .sombra dc um poder fantasma.

O que mais agravava o litígio era o sinistro problema da oscvavidão. Não era assunto de ordem sentimen

tal cm tòriio da liberdade ou não dos negros. Juridicamente, a matéria esta va afeta aos Estados e a União não

podia intervir nem legjslar a respeito. O busíli.s era a extensão do domí

nio escravocrático, cujas conseqüên cias equivaPam a aumentar na federa

ção o poder político do sul. Aí a ques tão se tornava de irreparável agudeza. pois uma maioria sulista no,Con gresso viria ferir o programa econô mico do norte e obstar ao desenvolvi

mento do "bomc-markct", o mercado internò.

Os nortistas em geral, salvo alguns abolicionistas, não davam importância ao instituto servil do sul, mas o chocpie entre o latifúnd o sulista e o re

pelos comerciantes e "banqueiros do norte, pela sua plutocracia industria .

gime industrial e dc pequena proprie

Chegavam a comparar a posição do sul em face do norte, à vassalagcm das

to bem caracterizado dc tendências so

dade do norte estabelecia um confli

ciais c econômicas.

O "Rei Algodão" que, como o café,

primitivas golónias americanas cm re lação à coroa britânica.

esgotava as terras, precisava da mar

O pior era a forma como os líderes do sul interpretavam a União. Homens vomo Calhoim e Jefferson Davis en

cha para o oeste para expandir as plantações. E as plantações novas pre cisavam do escravo da máquina huma

tendiam que o laço federal era. um simples contrato entre partes que po

na. Mas, o acréscimo do domínio es cravocrático prejudicava o equilíbrio

diam rescindi-lo a seu bel prazer.

federal.

Tesc tenebrosa que ameaçava esfacclar a grande constelação americana.

Foi nessas condições que Lincoln re cebeu a tremenda responsabilidade de


pr

DicesTO E^N^xnco'

ísovernar <i país c pacifícá-Ir), sc po3«

Dtc.v>i-o EcoNó.\nco

Durante o dcrorrcr tl.'i hita, «jtic fi>j

as coiiscicncias dc seus compatriotas

num bloco impermeável às infiltrações

separação dos Estados, e a essa la

terrível c marcou uma transição para os mclodo.s da guerra moderna, o nor te, mai.s provido de iccn cos c dc ciig<*nho industrial, tlcsciivolvcu gcaiulcmcntc a .su,i capacidade cconoinica, ao passo quc o sul, bloqueado c castiga do pela crise financeira, foi obrigado a arcar com privações descomunais pa

mentável fraqueja correspondia o eco

ra sustentar a peleja.

sívcl fósse concluir um antagonismo já irremediável e sustentar uma uniãf» que já estava virtualmente desfeita,

Pdr cúmulo de incongruência, o an tecessor de Lincoln, Buchanan, havia

declarado que não dispunha na Con>t.tuição de meios legais para vedar a

desalentador de campanhas de impren sa e outras, tendentes a permitir que as jrmâs transviadas" se retirassem em paz SC tal fósse a sua vontade.

um Chefe dc Estado.

ma cruzada pela Abolição. Isso era uma

questão privativa dos Estados, que mn estadista cultor da lei não ignorava, O que o Presidente exigia, c com inaba lável firmeza, era o retorno à Un-ão das "irmãs transviadas".

Repetidamente Lincoln havia preve nido que acima dos Estados a União exprimia um poder superior, firmado em credenciais históricas que a torna

ração — cuidaram por seu lado de imprimir um fundamento jurídico c

transcorridos em meio dc "ma guer

ça Cívica.

de início que não se tratava de nenhu

nha-se uma razão irresistível, um moti vo tiuc anulasse os bombardeios de todas as dialéticas. Os Estados rebel des — chamemos agora assim as on ze unidades componentes da Confede

A tarefa gigantesca qnc l.iiiooin lo

sim numa incrível maré de indiferen

Arreada a bandeira americana a t ros de canhão em Fort-Sumtcr, na Carohna do Sul, deflagrou a guerra com odios acesos. Lincoln tqrnou bem claro

Contudo, para mover a parte fie! da República a aceitar os horrores e sa crifícios dc uma guerra civil, impu

grou levar a termo cin <|uatro anos,

ra sangrenta e de tóda a cspccic dc agitações, reiircscnta uma <las obras mais notáveis jamais executadas por

• união americana desaparecia as

do derrotismo.

moral à insurreição. Cegadas pe la paixão regionalista, alegaram (pie pugnavam pelos direitos dos Estados, titulares de uma soberania irrestrita

que o Governo Federal lhes queria

Xão é i)o.ssível, a menos que se es

confiscar.

tendam estas breves notas até os li

Mas assim <tue a Secessão foi ptv.clamada, um dos chefes sulistas, Ale-

mites de um livro, focalizar os inú meros episódios desse governo, tão

xandcr Stcphcns, vice-prcsidcnlc da Confederação presidida por Jeffcrson Davi.s, proferiu na Convenção de Mont-

fértil cm acontecimentos sensacionais

e demonstrações de paciência c ene.-verdadeiramente milagrosas, por parte "m homem que passou à his tória como padrão dc e.stadista auste

gia

gomery, em Alabama, a 4 de feverei

ro dc 1861, um discurso que foi. uma profissão de fé c uma súmula das con cepções do novo governo;

ro c magnânimo.

Para salvar a sua pátria, Lincoln teve que fazer" ao mesmo tempo uma* obra de catcquesc de opinião, de agre

"Estão lançados — disse êlc — os

fundamentos do novo governo, e sua, pedra angular assenta sôbrc a grande

miação dc vontades, dc pacificação dc rivalidades políticas, de persuasão po

verdade que o J^egfo não é o igual do

vam perpétua, orgânicamentc indisso

pular, dc mobilização dos espíritos, dc

lúvel. O povo, na sua totalidade, e não as colônias é quem fôra o depositário da soberania adquirida com a separa

construção militar, de defesa interna cional, de propaganda humanitária e

homem branco; que a servidão, subor dinação à lei natural da vida, é sua condição natural e normal. Êste nos

de combatividade incansável e inaba-

so govêrno na história é o prime*ro

ção da Inglaterra.

tívcl.

As palavras do Presidente nesse sentido eram peremptórias e eviden ciam os propositos de sua política * "Meu objeto supremo — disse êle — é salvar a União e não salvar ou destruir a escravidão, Se eu pudesse salvar a União sem libertar um só es cravo, eu o faria,"

baseado sobre esta grande verdade fí 1

Em redor de sua pessoa centraliza

ram-se e para ela convergiram as pai xões mais violentas c desencontradas.

Sereno e imperturbável, muitas ve

zes gravemente ferido na sua sensibi lidade e alvo de ataques implacávci.s c incessantes, ele esqueceu o que sofria,

para sòmcnte se dedicar a amalganiar

sica, moral c filosófica."

sas, com prejuízos c perdas imensas

dc parte a parte. Os sulistas, sob a

chefia do general Lcc. uma grande fi gura de "gcntieman" o militar, bate ram-se com heroísmo admirável e iu-

flígiram a princípio graves derrotas ao norte. Das janelas da Ca.sa Branca,

I.incoln. olhando para o horizonte, c legou a temer a entrada das tropas deDixio...

Venceu, iioréin, a superioridade dc recursos. E diga-se com tóda a justi ça, venceu principalmente a causa do

norte encarnada no vulto magistral dc ..-\braham Lincoln.

O eminciue estadista, à medida que u luta se prolongava, erigia os princíinos que justificaram os sacrifícios consentidos pelo povo para salvar a nação americana.

Nesses apelos transparece uma dou-

ti inação em favor da democracia que hem poderia ter sido su!)scrita por Rooscvclt: '■ Do lado da União, dizia o Presidente, a luta é para manter no mundo aquela forma c essência de go vêrno, cujo principal objeto está na elevação do homem."

Estas palavras parecem dirigidas a Hitler, bem como outras em que Lin coln chamava a atenção dos que fun davam os direitos da escravidão sôbrc

a d.ferença de côr, advertindo que es sa teoria levaria os que se julgassem mais brancos a escravizar os de raça menos pura. . .

A guerra para manter a "soberania do povo" foi conduzida pelo mais ge

Os nortistas, em defesa da iin"dade

neroso e magnânimo dos homens com

nacional e os sulistas para proteger o que julgavam os "direitos dos Esta dos", uns e outros combateram cora

uma continuidade inexorável, sem fal

a maior bravura e o encarniçamento

" balicas-corpus" e em decretar a c'ons-

de potências estrangeiras e inimigas.

cfição obrigatória, arrostando com uma oposição feroz ç as irag dos seps

A luta ofereceu alternativas diver

sas

clemências

e

sentimentalismos.

Lincoln não hesitou em suspender o


pr

DicesTO E^N^xnco'

ísovernar <i país c pacifícá-Ir), sc po3«

Dtc.v>i-o EcoNó.\nco

Durante o dcrorrcr tl.'i hita, «jtic fi>j

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num bloco impermeável às infiltrações

separação dos Estados, e a essa la

terrível c marcou uma transição para os mclodo.s da guerra moderna, o nor te, mai.s provido de iccn cos c dc ciig<*nho industrial, tlcsciivolvcu gcaiulcmcntc a .su,i capacidade cconoinica, ao passo quc o sul, bloqueado c castiga do pela crise financeira, foi obrigado a arcar com privações descomunais pa

mentável fraqueja correspondia o eco

ra sustentar a peleja.

sívcl fósse concluir um antagonismo já irremediável e sustentar uma uniãf» que já estava virtualmente desfeita,

Pdr cúmulo de incongruência, o an tecessor de Lincoln, Buchanan, havia

declarado que não dispunha na Con>t.tuição de meios legais para vedar a

desalentador de campanhas de impren sa e outras, tendentes a permitir que as jrmâs transviadas" se retirassem em paz SC tal fósse a sua vontade.

um Chefe dc Estado.

ma cruzada pela Abolição. Isso era uma

questão privativa dos Estados, que mn estadista cultor da lei não ignorava, O que o Presidente exigia, c com inaba lável firmeza, era o retorno à Un-ão das "irmãs transviadas".

Repetidamente Lincoln havia preve nido que acima dos Estados a União exprimia um poder superior, firmado em credenciais históricas que a torna

ração — cuidaram por seu lado de imprimir um fundamento jurídico c

transcorridos em meio dc "ma guer

ça Cívica.

de início que não se tratava de nenhu

nha-se uma razão irresistível, um moti vo tiuc anulasse os bombardeios de todas as dialéticas. Os Estados rebel des — chamemos agora assim as on ze unidades componentes da Confede

A tarefa gigantesca qnc l.iiiooin lo

sim numa incrível maré de indiferen

Arreada a bandeira americana a t ros de canhão em Fort-Sumtcr, na Carohna do Sul, deflagrou a guerra com odios acesos. Lincoln tqrnou bem claro

Contudo, para mover a parte fie! da República a aceitar os horrores e sa crifícios dc uma guerra civil, impu

grou levar a termo cin <|uatro anos,

ra sangrenta e de tóda a cspccic dc agitações, reiircscnta uma <las obras mais notáveis jamais executadas por

• união americana desaparecia as

do derrotismo.

moral à insurreição. Cegadas pe la paixão regionalista, alegaram (pie pugnavam pelos direitos dos Estados, titulares de uma soberania irrestrita

que o Governo Federal lhes queria

Xão é i)o.ssível, a menos que se es

confiscar.

tendam estas breves notas até os li

Mas assim <tue a Secessão foi ptv.clamada, um dos chefes sulistas, Ale-

mites de um livro, focalizar os inú meros episódios desse governo, tão

xandcr Stcphcns, vice-prcsidcnlc da Confederação presidida por Jeffcrson Davi.s, proferiu na Convenção de Mont-

fértil cm acontecimentos sensacionais

e demonstrações de paciência c ene.-verdadeiramente milagrosas, por parte "m homem que passou à his tória como padrão dc e.stadista auste

gia

gomery, em Alabama, a 4 de feverei

ro dc 1861, um discurso que foi. uma profissão de fé c uma súmula das con cepções do novo governo;

ro c magnânimo.

Para salvar a sua pátria, Lincoln teve que fazer" ao mesmo tempo uma* obra de catcquesc de opinião, de agre

"Estão lançados — disse êlc — os

fundamentos do novo governo, e sua, pedra angular assenta sôbrc a grande

miação dc vontades, dc pacificação dc rivalidades políticas, de persuasão po

verdade que o J^egfo não é o igual do

vam perpétua, orgânicamentc indisso

pular, dc mobilização dos espíritos, dc

lúvel. O povo, na sua totalidade, e não as colônias é quem fôra o depositário da soberania adquirida com a separa

construção militar, de defesa interna cional, de propaganda humanitária e

homem branco; que a servidão, subor dinação à lei natural da vida, é sua condição natural e normal. Êste nos

de combatividade incansável e inaba-

so govêrno na história é o prime*ro

ção da Inglaterra.

tívcl.

As palavras do Presidente nesse sentido eram peremptórias e eviden ciam os propositos de sua política * "Meu objeto supremo — disse êle — é salvar a União e não salvar ou destruir a escravidão, Se eu pudesse salvar a União sem libertar um só es cravo, eu o faria,"

baseado sobre esta grande verdade fí 1

Em redor de sua pessoa centraliza

ram-se e para ela convergiram as pai xões mais violentas c desencontradas.

Sereno e imperturbável, muitas ve

zes gravemente ferido na sua sensibi lidade e alvo de ataques implacávci.s c incessantes, ele esqueceu o que sofria,

para sòmcnte se dedicar a amalganiar

sica, moral c filosófica."

sas, com prejuízos c perdas imensas

dc parte a parte. Os sulistas, sob a

chefia do general Lcc. uma grande fi gura de "gcntieman" o militar, bate ram-se com heroísmo admirável e iu-

flígiram a princípio graves derrotas ao norte. Das janelas da Ca.sa Branca,

I.incoln. olhando para o horizonte, c legou a temer a entrada das tropas deDixio...

Venceu, iioréin, a superioridade dc recursos. E diga-se com tóda a justi ça, venceu principalmente a causa do

norte encarnada no vulto magistral dc ..-\braham Lincoln.

O eminciue estadista, à medida que u luta se prolongava, erigia os princíinos que justificaram os sacrifícios consentidos pelo povo para salvar a nação americana.

Nesses apelos transparece uma dou-

ti inação em favor da democracia que hem poderia ter sido su!)scrita por Rooscvclt: '■ Do lado da União, dizia o Presidente, a luta é para manter no mundo aquela forma c essência de go vêrno, cujo principal objeto está na elevação do homem."

Estas palavras parecem dirigidas a Hitler, bem como outras em que Lin coln chamava a atenção dos que fun davam os direitos da escravidão sôbrc

a d.ferença de côr, advertindo que es sa teoria levaria os que se julgassem mais brancos a escravizar os de raça menos pura. . .

A guerra para manter a "soberania do povo" foi conduzida pelo mais ge

Os nortistas, em defesa da iin"dade

neroso e magnânimo dos homens com

nacional e os sulistas para proteger o que julgavam os "direitos dos Esta dos", uns e outros combateram cora

uma continuidade inexorável, sem fal

a maior bravura e o encarniçamento

" balicas-corpus" e em decretar a c'ons-

de potências estrangeiras e inimigas.

cfição obrigatória, arrostando com uma oposição feroz ç as irag dos seps

A luta ofereceu alternativas diver

sas

clemências

e

sentimentalismos.

Lincoln não hesitou em suspender o


1.1»^ ffW •

Dir.EsTü Eí;t>M»MKí>

llõ

adversários, que o acusaram de aspi

povo ,podia ou não govcrnar-.vc (f

a

M

rar a podercs ditatoriais.

Ora, foi o contrár:o. Lincoln, como Wilson e como Rooscvclt, rccebi-u a sua imensa autoridade do sufrá/íio li vre dos seus conterrâneos. E, como aqueles dois grandes homens, uma vez lançado na luta, só admitiu a paz com a vitória total do seu programa c a rendição incondicional do inimigo. Maleável para convencer seus cola

Venceram, na mais completa da.s vi tórias, estas idéias que foram expôs

manobras do partidarismo faccioso. Lincoln, para conseguir harmonizar as correntes opostas da opinião pública, teve a raríssima coragem de aceitar

mais de uma vez a responsabilidade dos erros que não cometera.

Inexpugnável nos princípios essen ciais que defendia c nâ finalidade de sua ação, sacrificou éle com o máxi mo desprendimento os seus melindres

pessoais, para só fazer valer a .sua ple na autoridadfc dc chefe nas medidas dc salvação pública.

Ninguém como êle compreendera com tanta lucidez que era necessário a

qualquer custo salvar a sua pátria, que não representava apenas um conjunto transitório de interesses, mas uma força permanente da civilização. "Êstes problemas — frisava ele — afetam mais que o destino dos Esta

dos Unidos. Apresentam para tôda a família humana a questão dc se uma república constitucional — o governo do povo pelo povo — pode ou não manter a sua integridade contra os próprios in-inigos internos. A idéia crucial desta luta é a de provar que o governo do povo pelo povo, não é um absurdo e "o ponto básico era se o

MISÉRIA E FAUSTO

'.

propno.

boradores, de uma tolerância quase angelical diante das injustiças (j das

I

■ *^

Otávio TAnguÍNio on Soi*sa

tas Linc(»ln num estilo motlclar, cm páginas que figuram entre as mais belas da língua inglesa. Pouco.s dia.s depois da capitulação ílo

'pODOs ou quase todos o.s prí)hlemas

O historiador Otávio Tarquítuo dc Sousa

que agora atormentam a vida dos

comeitla. jwssc artigo, um rcUitórío do qttc c uma fotografia fiel das fi

último exército Confederado, I.incoln foíf como se sabe, assassina<lo por um fanático cm Riclmiond. A vingança dc mn demente nâo sal vou o Kntrcgou-o às vindilas, às rcfíresálias que jamais ele teria so

inomenlo nos aflige será apenas um ato novo de um antigo drama. Som remon

joao VI essa eri.se é como que um mal crônico. Com intervalos rartis e curtos,

frido Sc vivesse o grande homem, que

a regra entre nós tom sido o excesso

queria tratar os vencidos como irmãos c abrir-lhes a entrada da casa de famí-

da despesa sôbre a receita, o déficit, um

e

lia.

l)rusi'eiros são velhos, ja preocuparam nos.sos avós. A crise financo-ra que neste

tar ao período co'onial, pode dizor-se lem exagero qne desde o reinado de D.

dcficit, e seja a primeira, a segunda,

dêlc faziam as correntes liberais do

ladoras ultimamente publicadas.

numdt) inteiro:

"O Pres*dcnte Uncoln hcin mere

ceu da Pátria e do gênero humano. Pie provou durante a guerra flue o

liom-.senso e a honestidade ílominam com freqüência e superam c-m alcance as concepções das políticas tortuo.sas

(iiic, por fim dc contas, c a justiça e à razão que pertencem as vitórias dcfinitiva.s c os julgamento.s sem apélo." São homens do estofo e da enverga dura dc Abraham IJncoln fiue empres tam aos Estados Unidos a força moral "indispensável para enfrentar com êxi to as grandes crises internacionais. Pela irradiação espiritual dos seus

grandes idealistas c que a América ganhou o prestígio que permite ven cer a força bruta baseada na tirania e na injustiça.

o ufanismo c o desânimo.

poderosos. Um escritor que por vêzes

e ate a terceira, malgrado cifras 'con.so-

fírasil a oscilação dos legisladores entre

carrega nas tintas escuras assevera que as instituições se baseavam então no trabalho escravo rotineiro e imoral, na

seguintes exprimem bem o juízo que

»

discurso d</ Aíarquih de Abrantcs, cou-

cftit o nosso articulista que é antiga no

déficit lao continuado que ao apotegma

justiça acrescentar - a República é o

-

(cstaeu o interes.santc resumo dc tin»

•"o Impéra, é o déficit" se poderá com

morte do eminente americano jiversal emoção e as palavras causou um A

nanças do primeiro reinado. Após vá rias cousidrraçücs, dentre as quais se

O Primeiro Reinado foi um grande

dotict, e os mais autorizados historiado

res dessa época unânimementc apontam

falsificação da moeda, nos emprc.stimos feitos no e.strangciro em condições ver gonhosas, nos bilhetes ínconvervsíveis do

Ranço do Brasil, nas apólices deprecia

no descalabro financeiro do tempo de das c tudo a serviço da oligarquia agrí Pedro I uma das causas mais certas da cola e do partido português. Inflação, rm-oluçao dc 7 de abril. NaqueVs prin ou inchação, como denominou o fenô cípios^ o século XIX, quando um conto c rus repi escutava, pelo seu poder aquisitivo, quantia consideiibel, o baanço do reinado do primeiro imperador tUHcit de

iiA

Para uma despesa dc

•^20:390$000 a receita atingira ape nas 69.e94:709$000. De 1822 a 1S31 a situação piorou sempre. E não fal taram aos governantes, com as poucas exceções de sempre, alguns dos ti^aços 9^6 os têm caracterizado através das quase treze décadas de vida brasileira

meno Bernardo dc Vasconcelos, alta de preços, escassez dc gêneros de primei

ra necessidade, luxo de alguns, miséria

de niuito.s, eis em linhas gerais o quadro económico-social do Primeiro Reinado.

Poucos documentos pintaram melhor o estado das finanças de Pedro I do que o relatório de Ledo, apresentado à Câ mara dos Deputados, em 27 de jullTO de 1827, acerca das contas do ano an

terior e do orçamento para 1828. Na quele tom enfático que marca outros escritos seus, como o manifesto de 1

independente: ufanismo, imprevidência, desconhecimento das questões fundamen

de agosto de 1822, o companheiro e

tais, submissão aos interêsses dos mais

Independência não esconde a gravidade

rival de José Bonifácio nos sucessos da


1.1»^ ffW •

Dir.EsTü Eí;t>M»MKí>

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adversários, que o acusaram de aspi

povo ,podia ou não govcrnar-.vc (f

a

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rar a podercs ditatoriais.

Ora, foi o contrár:o. Lincoln, como Wilson e como Rooscvclt, rccebi-u a sua imensa autoridade do sufrá/íio li vre dos seus conterrâneos. E, como aqueles dois grandes homens, uma vez lançado na luta, só admitiu a paz com a vitória total do seu programa c a rendição incondicional do inimigo. Maleável para convencer seus cola

Venceram, na mais completa da.s vi tórias, estas idéias que foram expôs

manobras do partidarismo faccioso. Lincoln, para conseguir harmonizar as correntes opostas da opinião pública, teve a raríssima coragem de aceitar

mais de uma vez a responsabilidade dos erros que não cometera.

Inexpugnável nos princípios essen ciais que defendia c nâ finalidade de sua ação, sacrificou éle com o máxi mo desprendimento os seus melindres

pessoais, para só fazer valer a .sua ple na autoridadfc dc chefe nas medidas dc salvação pública.

Ninguém como êle compreendera com tanta lucidez que era necessário a

qualquer custo salvar a sua pátria, que não representava apenas um conjunto transitório de interesses, mas uma força permanente da civilização. "Êstes problemas — frisava ele — afetam mais que o destino dos Esta

dos Unidos. Apresentam para tôda a família humana a questão dc se uma república constitucional — o governo do povo pelo povo — pode ou não manter a sua integridade contra os próprios in-inigos internos. A idéia crucial desta luta é a de provar que o governo do povo pelo povo, não é um absurdo e "o ponto básico era se o

MISÉRIA E FAUSTO

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propno.

boradores, de uma tolerância quase angelical diante das injustiças (j das

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■ *^

Otávio TAnguÍNio on Soi*sa

tas Linc(»ln num estilo motlclar, cm páginas que figuram entre as mais belas da língua inglesa. Pouco.s dia.s depois da capitulação ílo

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O historiador Otávio Tarquítuo dc Sousa

que agora atormentam a vida dos

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último exército Confederado, I.incoln foíf como se sabe, assassina<lo por um fanático cm Riclmiond. A vingança dc mn demente nâo sal vou o Kntrcgou-o às vindilas, às rcfíresálias que jamais ele teria so

inomenlo nos aflige será apenas um ato novo de um antigo drama. Som remon

joao VI essa eri.se é como que um mal crônico. Com intervalos rartis e curtos,

frido Sc vivesse o grande homem, que

a regra entre nós tom sido o excesso

queria tratar os vencidos como irmãos c abrir-lhes a entrada da casa de famí-

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l)rusi'eiros são velhos, ja preocuparam nos.sos avós. A crise financo-ra que neste

tar ao período co'onial, pode dizor-se lem exagero qne desde o reinado de D.

dcficit, e seja a primeira, a segunda,

dêlc faziam as correntes liberais do

ladoras ultimamente publicadas.

numdt) inteiro:

"O Pres*dcnte Uncoln hcin mere

ceu da Pátria e do gênero humano. Pie provou durante a guerra flue o

liom-.senso e a honestidade ílominam com freqüência e superam c-m alcance as concepções das políticas tortuo.sas

(iiic, por fim dc contas, c a justiça e à razão que pertencem as vitórias dcfinitiva.s c os julgamento.s sem apélo." São homens do estofo e da enverga dura dc Abraham IJncoln fiue empres tam aos Estados Unidos a força moral "indispensável para enfrentar com êxi to as grandes crises internacionais. Pela irradiação espiritual dos seus

grandes idealistas c que a América ganhou o prestígio que permite ven cer a força bruta baseada na tirania e na injustiça.

o ufanismo c o desânimo.

poderosos. Um escritor que por vêzes

e ate a terceira, malgrado cifras 'con.so-

fírasil a oscilação dos legisladores entre

carrega nas tintas escuras assevera que as instituições se baseavam então no trabalho escravo rotineiro e imoral, na

seguintes exprimem bem o juízo que

»

discurso d</ Aíarquih de Abrantcs, cou-

cftit o nosso articulista que é antiga no

déficit lao continuado que ao apotegma

justiça acrescentar - a República é o

-

(cstaeu o interes.santc resumo dc tin»

•"o Impéra, é o déficit" se poderá com

morte do eminente americano jiversal emoção e as palavras causou um A

nanças do primeiro reinado. Após vá rias cousidrraçücs, dentre as quais se

O Primeiro Reinado foi um grande

dotict, e os mais autorizados historiado

res dessa época unânimementc apontam

falsificação da moeda, nos emprc.stimos feitos no e.strangciro em condições ver gonhosas, nos bilhetes ínconvervsíveis do

Ranço do Brasil, nas apólices deprecia

no descalabro financeiro do tempo de das c tudo a serviço da oligarquia agrí Pedro I uma das causas mais certas da cola e do partido português. Inflação, rm-oluçao dc 7 de abril. NaqueVs prin ou inchação, como denominou o fenô cípios^ o século XIX, quando um conto c rus repi escutava, pelo seu poder aquisitivo, quantia consideiibel, o baanço do reinado do primeiro imperador tUHcit de

iiA

Para uma despesa dc

•^20:390$000 a receita atingira ape nas 69.e94:709$000. De 1822 a 1S31 a situação piorou sempre. E não fal taram aos governantes, com as poucas exceções de sempre, alguns dos ti^aços 9^6 os têm caracterizado através das quase treze décadas de vida brasileira

meno Bernardo dc Vasconcelos, alta de preços, escassez dc gêneros de primei

ra necessidade, luxo de alguns, miséria

de niuito.s, eis em linhas gerais o quadro económico-social do Primeiro Reinado.

Poucos documentos pintaram melhor o estado das finanças de Pedro I do que o relatório de Ledo, apresentado à Câ mara dos Deputados, em 27 de jullTO de 1827, acerca das contas do ano an

terior e do orçamento para 1828. Na quele tom enfático que marca outros escritos seus, como o manifesto de 1

independente: ufanismo, imprevidência, desconhecimento das questões fundamen

de agosto de 1822, o companheiro e

tais, submissão aos interêsses dos mais

Independência não esconde a gravidade

rival de José Bonifácio nos sucessos da


Dicfsto Econômico

Ilir.ESTo Econômico

118

dos fatos, mostrando como os males já . A receita mais importante do Estado vinham de longe; "o antigo regime por 'provinlia da alfândega do Hio e esta era

tuguês, sem côbro em suas despe.sas, como sem método em suas combina^-ões, sem emenda em seus erros, como sem

remíniscência dos seus trabalhos...mar

chou no Brasi! pela mesma estrada por

que marchara em Portugal, c pela qual o tínha levado a êsse estado de parali sia " Narra então em primeiro lu

gar os desmandos do Banco do Brasil, a dissipação de seus recursos, a subversão do valor da moeda, o falseamento da

"o focí) dos maiores extravios". O ines-

a manutenção do trono devorai iinpres-

tos?). Hou\es.se ou não, CustiSdio Dias

.«iionar aos mais c-onvencido.s d;ts vanta

afirmava que Pedro I não ha\ia de

gens da realeza. Por ocasião do ombarepie de D. João \T para Porlugul, o en

nio ocorria com as rmdas dí) Correio, da décima e do imposto s<)!)re lieranc,as c

tão príncipc-regente fizera curtes seve

legados c sobre o rendimento dos pré

ros nas de.spesas de sua casa, demons

dios do Hio dc Janeiro. Das províncias nada .se mandava para o Tesouro Na cional, para "o centro c cabeça do Im pério". Na conclusão do parecer de I.cdo

trando propósitos de modéstia. Depois de inipt rndor, na ausência das Câmaras, Pedro 1 fixara provisòrameote a .sua dotação em 200:0008000. Em

_ metal". Não menos candente é a con-'L' l.'127:20()$000.

denação ao"empréstimo nó estrangeiro,.^. 9:027:200$000,

INuma dc.spesn de ..

dispunham dc 4.51.1:000$000, ou seja

mentavam com a necessidade

de uma alta representação pa ra o imperador, o poeta res

tre os quais Vergueiro, Feijó, Cunha Matos. Odorico Mendes, Costa Carvalho, Custódio Dias, Bráulio Muiiiz, votaram

que "a saudade de se nfio poder con-fô-. urn pouco mais da metade dc seu totrair outro". Além disso, a má arre-K, ministério do Império cadação das rendas públicas feria oV dia-se a importância de 57ü:000?00ü,

olhar menos atento; o peculato impera-V{ao da Justiça 107:000$000, ao dos Ne va; o govômo estava na ignorância doV- gócios Estrangeiros 110:000$000, ao da

contra. Aí f:guram significativamente quaho brasileiros que poucos anos de

montante exato dos meios de que pode-"'. Fazenda 2.690:0()0$000. Enquanto as

do Império, numn 6poca de simplicidade republicana. Por essa simplicidade, mais compatí

pois ascenderiam ao pôslo de regentes

ria dispor. E Ledo interrogava inquie-,' secretarias do Império, da Justiça e os to: Criar novas fontes de receita? Majorar as existentes? Estabelecer uma contribuição direta? "Mas onde um cadastro no Brasil?"

 vista dos desperdícios, dos "empregos de luxo", a melhor política no momento seria a poupança, a parcimônia, a su pressão dos cargos inúteis, uma prudente reforma no Te souro, a reorganização do

Banco, passada "a esponja do esqueci mento sôbre a desordem, os desvios, a

conjun o

a 800:ü00$000, davam-se à

vel com a penúria do erário público,

Casa Imperial 1.031:200$000. Lograra o Bra.sil a sua emancipação com o príncipe

mclmaram-se ôsses vinte e quatro

eputa os. Mas nao faltaram os que

acima de tudo se deslumbravam com o

E>. Pedro a encabeçar o movi mento. Solução oportunista,

e.spiendor da monarquia e tinham os o.hos voltados, não para "a situação miseravel em finanças" a que aludiu um

que muito concorreria para assegurar a unidade nacional, por ela tinham optado os ho

,

.

f

Cl Oi LlliiyCiw

A***

_

deputado mineiro, mas ..para o que se passava na França e na Inglaterra. O

mens mais lúcidos da época,

deputado José Custódio Dias já acha

de José Bonifácio, agora no exílio, a Ledo e o grupo mais irrequieto da Ma-

va obra de mão pródiga" a importân cia de 400:000$000. A emenda do Se

Desordem na verdade

çonaria. Independência com regime re

Os ministérios da Guerra e

publicano parecera perigoso ou inopor tuno aos patriotas de 1822. Mas as ins

nado era uma vergonha para a nação.

tituições monárquicas eram dispendiosas

virtuosos.

e representavam um verdadeiro luxo. A desproporção da despesa exigida para

brar que o imperador não o era, nessa época de 'fastígio da Marquesa de San

imbecilidade". alarmante.

Estrangeiros nao

da Marinha não se sujeitavam à fiscali

zação do Tesouro, e no ano de 1826 dois terços da receita foram por êles

gastos nas operações da guerra do Sul.

1

A Câmara

400:000$000. Aos que arcn^i-

r

não sem debates acalorados. Vinte e quatro deputados, en

militares

Mendes, meno.s derramado do que o pa

já dera prova de sua boa von tade fixando-a em .. .•

surgiu a emenda aumentan-

do-a para l.()00:00ü$000. A Câmara acalíou concordando,

mia na desgraça e na miséria. Odorico

tação imperial.

p.':eén>, ao |)enado parcc(;u minguada essa quantia e lá

,

modos, que \iviam no maior esplendor e inútil aparato, enquanto o povo ge

contrario ao aumento da do

para 400:00a$000- em IS27,

promessa de pagamento à vista, "fazcn-WprcssIonante nus sua.s

querer ser elicfe de escra\üs, chefe de unia naçao mendicanto, como o.s Cara ça as. os Calígulas, os VitéMos, os Cô

dre Custódio, foi também

1826 a As;embiéia elevara-a'

vinha o projeto dc orçamento para 1828. Orçamento de poucas rubricas, mas im-

do a má-fé tão exten.sa como a cmissãojí/J 7.600;Ü0Ü$00Ü;desi5esa —J.0l,7:200$ de notas e a just'ça tão rara como significava um déficit d(

de cujo montante pouco restava mais do

119

Esta não queria governantes ricos, mas (Haveria intenção de lem

pondia que nas monarquias representativas era mister temperar o fausto monárquico com a economia dos

goN-ernos democráticos. Cunha Matos, general e escritor, ju'gava exorbitante a quantia alvitrada e, como que a fazer a.mao â tendência de Pedro I para a avareza, dizia:

"Êle conhece bem as

regras da economia, porque tenho ouvi do que é econômico". Vergueiro, no seu bom-sensü de e.xcelcnte burguês, adu zia: "Acho muito impróprio da digni

dade da nação fazer despesas que não pode,.. o que se dirá de um homem que aumenta o luxo de sua casa quando as suas rendas não chegam? Há de

se dizer que é caloteiro". O pernam bucano Luís Cavalcanti, homem do seu tempo, combateu igualmente a me

dida com argumentos de grande argúcia. Não lhe interessa\'a indagar se os imperantes deviam ser Cincinatos, mas

estava certo de que "dar 1.000:000$000

era dar um passo contra a monaiquia no Brasi ", E mais claramente: "É ne cessário que primeiramente mostremos ao povo a vantagem deste governo para


Dicfsto Econômico

Ilir.ESTo Econômico

118

dos fatos, mostrando como os males já . A receita mais importante do Estado vinham de longe; "o antigo regime por 'provinlia da alfândega do Hio e esta era

tuguês, sem côbro em suas despe.sas, como sem método em suas combina^-ões, sem emenda em seus erros, como sem

remíniscência dos seus trabalhos...mar

chou no Brasi! pela mesma estrada por

que marchara em Portugal, c pela qual o tínha levado a êsse estado de parali sia " Narra então em primeiro lu

gar os desmandos do Banco do Brasil, a dissipação de seus recursos, a subversão do valor da moeda, o falseamento da

"o focí) dos maiores extravios". O ines-

a manutenção do trono devorai iinpres-

tos?). Hou\es.se ou não, CustiSdio Dias

.«iionar aos mais c-onvencido.s d;ts vanta

afirmava que Pedro I não ha\ia de

gens da realeza. Por ocasião do ombarepie de D. João \T para Porlugul, o en

nio ocorria com as rmdas dí) Correio, da décima e do imposto s<)!)re lieranc,as c

tão príncipc-regente fizera curtes seve

legados c sobre o rendimento dos pré

ros nas de.spesas de sua casa, demons

dios do Hio dc Janeiro. Das províncias nada .se mandava para o Tesouro Na cional, para "o centro c cabeça do Im pério". Na conclusão do parecer de I.cdo

trando propósitos de modéstia. Depois de inipt rndor, na ausência das Câmaras, Pedro 1 fixara provisòrameote a .sua dotação em 200:0008000. Em

_ metal". Não menos candente é a con-'L' l.'127:20()$000.

denação ao"empréstimo nó estrangeiro,.^. 9:027:200$000,

INuma dc.spesn de ..

dispunham dc 4.51.1:000$000, ou seja

mentavam com a necessidade

de uma alta representação pa ra o imperador, o poeta res

tre os quais Vergueiro, Feijó, Cunha Matos. Odorico Mendes, Costa Carvalho, Custódio Dias, Bráulio Muiiiz, votaram

que "a saudade de se nfio poder con-fô-. urn pouco mais da metade dc seu totrair outro". Além disso, a má arre-K, ministério do Império cadação das rendas públicas feria oV dia-se a importância de 57ü:000?00ü,

olhar menos atento; o peculato impera-V{ao da Justiça 107:000$000, ao dos Ne va; o govômo estava na ignorância doV- gócios Estrangeiros 110:000$000, ao da

contra. Aí f:guram significativamente quaho brasileiros que poucos anos de

montante exato dos meios de que pode-"'. Fazenda 2.690:0()0$000. Enquanto as

do Império, numn 6poca de simplicidade republicana. Por essa simplicidade, mais compatí

pois ascenderiam ao pôslo de regentes

ria dispor. E Ledo interrogava inquie-,' secretarias do Império, da Justiça e os to: Criar novas fontes de receita? Majorar as existentes? Estabelecer uma contribuição direta? "Mas onde um cadastro no Brasil?"

 vista dos desperdícios, dos "empregos de luxo", a melhor política no momento seria a poupança, a parcimônia, a su pressão dos cargos inúteis, uma prudente reforma no Te souro, a reorganização do

Banco, passada "a esponja do esqueci mento sôbre a desordem, os desvios, a

conjun o

a 800:ü00$000, davam-se à

vel com a penúria do erário público,

Casa Imperial 1.031:200$000. Lograra o Bra.sil a sua emancipação com o príncipe

mclmaram-se ôsses vinte e quatro

eputa os. Mas nao faltaram os que

acima de tudo se deslumbravam com o

E>. Pedro a encabeçar o movi mento. Solução oportunista,

e.spiendor da monarquia e tinham os o.hos voltados, não para "a situação miseravel em finanças" a que aludiu um

que muito concorreria para assegurar a unidade nacional, por ela tinham optado os ho

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Cl Oi LlliiyCiw

A***

_

deputado mineiro, mas ..para o que se passava na França e na Inglaterra. O

mens mais lúcidos da época,

deputado José Custódio Dias já acha

de José Bonifácio, agora no exílio, a Ledo e o grupo mais irrequieto da Ma-

va obra de mão pródiga" a importân cia de 400:000$000. A emenda do Se

Desordem na verdade

çonaria. Independência com regime re

Os ministérios da Guerra e

publicano parecera perigoso ou inopor tuno aos patriotas de 1822. Mas as ins

nado era uma vergonha para a nação.

tituições monárquicas eram dispendiosas

virtuosos.

e representavam um verdadeiro luxo. A desproporção da despesa exigida para

brar que o imperador não o era, nessa época de 'fastígio da Marquesa de San

imbecilidade". alarmante.

Estrangeiros nao

da Marinha não se sujeitavam à fiscali

zação do Tesouro, e no ano de 1826 dois terços da receita foram por êles

gastos nas operações da guerra do Sul.

1

A Câmara

400:000$000. Aos que arcn^i-

r

não sem debates acalorados. Vinte e quatro deputados, en

militares

Mendes, meno.s derramado do que o pa

já dera prova de sua boa von tade fixando-a em .. .•

surgiu a emenda aumentan-

do-a para l.()00:00ü$000. A Câmara acalíou concordando,

mia na desgraça e na miséria. Odorico

tação imperial.

p.':eén>, ao |)enado parcc(;u minguada essa quantia e lá

,

modos, que \iviam no maior esplendor e inútil aparato, enquanto o povo ge

contrario ao aumento da do

para 400:00a$000- em IS27,

promessa de pagamento à vista, "fazcn-WprcssIonante nus sua.s

querer ser elicfe de escra\üs, chefe de unia naçao mendicanto, como o.s Cara ça as. os Calígulas, os VitéMos, os Cô

dre Custódio, foi também

1826 a As;embiéia elevara-a'

vinha o projeto dc orçamento para 1828. Orçamento de poucas rubricas, mas im-

do a má-fé tão exten.sa como a cmissãojí/J 7.600;Ü0Ü$00Ü;desi5esa —J.0l,7:200$ de notas e a just'ça tão rara como significava um déficit d(

de cujo montante pouco restava mais do

119

Esta não queria governantes ricos, mas (Haveria intenção de lem

pondia que nas monarquias representativas era mister temperar o fausto monárquico com a economia dos

goN-ernos democráticos. Cunha Matos, general e escritor, ju'gava exorbitante a quantia alvitrada e, como que a fazer a.mao â tendência de Pedro I para a avareza, dizia:

"Êle conhece bem as

regras da economia, porque tenho ouvi do que é econômico". Vergueiro, no seu bom-sensü de e.xcelcnte burguês, adu zia: "Acho muito impróprio da digni

dade da nação fazer despesas que não pode,.. o que se dirá de um homem que aumenta o luxo de sua casa quando as suas rendas não chegam? Há de

se dizer que é caloteiro". O pernam bucano Luís Cavalcanti, homem do seu tempo, combateu igualmente a me

dida com argumentos de grande argúcia. Não lhe interessa\'a indagar se os imperantes deviam ser Cincinatos, mas

estava certo de que "dar 1.000:000$000

era dar um passo contra a monaiquia no Brasi ", E mais claramente: "É ne cessário que primeiramente mostremos ao povo a vantagem deste governo para


120

então poder exigir dèle os pagamentos

bra de reforma, uma sombra dr Iwa

para as despesas. Tòdas as vèzes cm que a proteção do governo não é bas

imediatamente avtiltasscm.

tante para a segurança da propriedade do cidadão, para a conservação de sua jiberdade e gôzo de todos os seus di reitos, o povo não é obrigado a pagar os tributos, e se os paga ó forç-ado pela prepotência". O liberal Paula Sousa, discutindo Montesquieu, achava, à vista do estado da fortuna nacional, indigno do monarca ter dotação tão elevada.

vontade" bastaria para qi»Ouem se alinhou

rendas entre os

(oi o arccbisp,, da Babia, O- H..,n„aldo dc- Seixas. O inlelil-ialle e jeiK.w. prel,.-

do, que não se atormentava do estrn-

reira, Calmon, D. Romualdo de Seixas

um imperador não poderia mcc ir-so ja-

mais polo de im. .siinp'^'»

na justificação da prodigalidade como o futuro Marquês de Abrantes, o fino, o

requintado Miguel Calmon du Pin e

na sua precminência? De quem. E D. Romualdo nos responde:

um aparelho ortopódico que custava muito caro.

E outra conclusão há a

5'}.U27:2üO$ÜOO, num orçamento deficitá

tirar do caso: ê muito antiga no Brasil a inclinação perdulária dos nossos legis ladores o goveniantes, uns e outros os

rio, com o país em guerra, o Poder Legislativo concedia para os gastos da

o mais negro desânimo.

cilando entre o ufanismo mais lírico e

... O

Almeida, baiano viajado, com as vistas voltadas para as suntuosidadcs das côrtes da França e da Inglaterra. Segun do êle, a dotação do monarca não devia

senlafvas quanto a pessoa do soberano

ser calculada sòmente pelas rendas do

é considerada como uma espécie de

Londres e Paris o atestavam. E sempre a pensar em termos da França e da

Independência como elemento necessário a consolidação da unidxidc nacional, era

as fi'bas a lavarem a roupa nos rios

fôsse éste o mais rico dc todo.s. De quem deveria aproximar-se o monarca

cos da Europa? Os reis constitucionais;

eram de Sua Majestade".

Indvibitàvclmente, a monarquia, tida peh>s estadistas brasileiros da época áh

de águas c'aras. Tõda a magnificência para o trono do Brasil, que o decoro de

e Lino Coutinho. Poucos tão ardorosos

ção o esplendor e a pompa do trono. Da frugalidade e simplicidade dos mo narcas antigos restava apenas "uma sau dosa memória para os poetas". Quais os reis mais ricos, faustosos e magnífi

Casa Imperial, para a magnificência do monarca, a quantia de 1.031:2001000.

T.6l)Ü:O0O$OÜO c a despesa fixada em

vsila à Marquesa de Santos, entendia qiic o.s tempos não ctmiportavam mais a singeleza dc antigos costumes, os filho.s

121-

du imperador deveria correspomler à sutt ultii rcpre.scntação e dignidade, mas ser ao mesmo tempo proporcional aos recursos do país, "que bem conhecidos

cuja receita era estimada cm

piilos em prestar a iiomenagcni d.- sua

dos soberanos a guardarem rebanhos e

Ec:onómico

Não prevn'eceu o bom-senso de Odo rico, de Paula Sousa, dc Vergueiro. Num orçamento — convém repetir —

ad^^<.ados da dotavão <le I.()(K):0(.(IS<)(W

Muitos foram os deputados que de fenderam o aumento proposto pelo Se nado, dentre os quais se arrolam os nomes ilustres de José Clemente Pe

Estado, mas tomando-se em considera

1í>(;fj»t<>

nniKsrn Kí:"nóm«<*0

esplendor do trono cu julgo tanto mais próprio e análogo às monarquias repredivindade, colocada acima dc todos os

graus da hierarquia social e revestida

de uma impccabi'idadc política que a toma sagrada e digna do respeito e ve neração dos seus súditos'. Em vao Odorico Mendes, desejo.so de ordem nas finanças públicas talvez por ser poeta, lembrou a D. Romualdo que nos dias

'I

o Departamento de Estado "Norte-Americano manifestoii-se confrárto à conu

em que viviam, se impunha a parcimô nia dos governos democráticos, convindo

dição no tocante às dotações de Luís

que o chefe da nação se acomodasse às

vra direta de fumo e algodão estrangeiro com fundos do Plano Marshall para au xiliar os países europeus. Esta recelação foi conhecida quando um exame dos planos propostos por aquele departamento, para a aplicação dos fundos de recu

XVI, de Luís XVIII, de Carlos X, de vários Jorges, a manejar com milhões

circunstânc"as para que se evitasse o

peração no exterior, demonstrou que tanto o fumo como o algodão haviam sido eli minados da lista de mercadorias publicada no dia 7 de fevereiro passado. Re

Inglaterra, dava mostras da sua eru

de francos e centenas de milhare.s de

choque entre o aparato do trono e a miséria do povo. Não o não. Citando

libras. Seguir "os exemplos estrangei

até Voltaire, o que para um arcebispo

velou-se, entretanto, que uma soma idêntica de dinheiro, ÜS$ 194.000.000, havia sido transferida paái outra categoria de pindos com o propósito de possibilitar

ros", eis o caminho. Tratasse o Brasil

não deixava de ter sabor especial, in

o jovem imperador como a França e

sistia em que "o monarca constitucional

dos. Evidentemente a lista foi revista, porquanto os interessados nos Estados Uni

a Grã-Bretanha tratavam seus reis. Ufa-

nista convicto, cuidava que "uma som

às próprias nações européias comprar aqueles dois produtos fora dos Estados Uni dos se opunJuim à ufiUzação de fundos norte-americanos para a compra daque las merc<fdoi^ts, que são produzidas em grande quantídculc no próprio país.

se equiparava à divindade . Em vão Cunha Matos ponderou que a dotação

L


120

então poder exigir dèle os pagamentos

bra de reforma, uma sombra dr Iwa

para as despesas. Tòdas as vèzes cm que a proteção do governo não é bas

imediatamente avtiltasscm.

tante para a segurança da propriedade do cidadão, para a conservação de sua jiberdade e gôzo de todos os seus di reitos, o povo não é obrigado a pagar os tributos, e se os paga ó forç-ado pela prepotência". O liberal Paula Sousa, discutindo Montesquieu, achava, à vista do estado da fortuna nacional, indigno do monarca ter dotação tão elevada.

vontade" bastaria para qi»Ouem se alinhou

rendas entre os

(oi o arccbisp,, da Babia, O- H..,n„aldo dc- Seixas. O inlelil-ialle e jeiK.w. prel,.-

do, que não se atormentava do estrn-

reira, Calmon, D. Romualdo de Seixas

um imperador não poderia mcc ir-so ja-

mais polo de im. .siinp'^'»

na justificação da prodigalidade como o futuro Marquês de Abrantes, o fino, o

requintado Miguel Calmon du Pin e

na sua precminência? De quem. E D. Romualdo nos responde:

um aparelho ortopódico que custava muito caro.

E outra conclusão há a

5'}.U27:2üO$ÜOO, num orçamento deficitá

tirar do caso: ê muito antiga no Brasil a inclinação perdulária dos nossos legis ladores o goveniantes, uns e outros os

rio, com o país em guerra, o Poder Legislativo concedia para os gastos da

o mais negro desânimo.

cilando entre o ufanismo mais lírico e

... O

Almeida, baiano viajado, com as vistas voltadas para as suntuosidadcs das côrtes da França e da Inglaterra. Segun do êle, a dotação do monarca não devia

senlafvas quanto a pessoa do soberano

ser calculada sòmente pelas rendas do

é considerada como uma espécie de

Londres e Paris o atestavam. E sempre a pensar em termos da França e da

Independência como elemento necessário a consolidação da unidxidc nacional, era

as fi'bas a lavarem a roupa nos rios

fôsse éste o mais rico dc todo.s. De quem deveria aproximar-se o monarca

cos da Europa? Os reis constitucionais;

eram de Sua Majestade".

Indvibitàvclmente, a monarquia, tida peh>s estadistas brasileiros da época áh

de águas c'aras. Tõda a magnificência para o trono do Brasil, que o decoro de

e Lino Coutinho. Poucos tão ardorosos

ção o esplendor e a pompa do trono. Da frugalidade e simplicidade dos mo narcas antigos restava apenas "uma sau dosa memória para os poetas". Quais os reis mais ricos, faustosos e magnífi

Casa Imperial, para a magnificência do monarca, a quantia de 1.031:2001000.

T.6l)Ü:O0O$OÜO c a despesa fixada em

vsila à Marquesa de Santos, entendia qiic o.s tempos não ctmiportavam mais a singeleza dc antigos costumes, os filho.s

121-

du imperador deveria correspomler à sutt ultii rcpre.scntação e dignidade, mas ser ao mesmo tempo proporcional aos recursos do país, "que bem conhecidos

cuja receita era estimada cm

piilos em prestar a iiomenagcni d.- sua

dos soberanos a guardarem rebanhos e

Ec:onómico

Não prevn'eceu o bom-senso de Odo rico, de Paula Sousa, dc Vergueiro. Num orçamento — convém repetir —

ad^^<.ados da dotavão <le I.()(K):0(.(IS<)(W

Muitos foram os deputados que de fenderam o aumento proposto pelo Se nado, dentre os quais se arrolam os nomes ilustres de José Clemente Pe

Estado, mas tomando-se em considera

1í>(;fj»t<>

nniKsrn Kí:"nóm«<*0

esplendor do trono cu julgo tanto mais próprio e análogo às monarquias repredivindade, colocada acima dc todos os

graus da hierarquia social e revestida

de uma impccabi'idadc política que a toma sagrada e digna do respeito e ve neração dos seus súditos'. Em vao Odorico Mendes, desejo.so de ordem nas finanças públicas talvez por ser poeta, lembrou a D. Romualdo que nos dias

'I

o Departamento de Estado "Norte-Americano manifestoii-se confrárto à conu

em que viviam, se impunha a parcimô nia dos governos democráticos, convindo

dição no tocante às dotações de Luís

que o chefe da nação se acomodasse às

vra direta de fumo e algodão estrangeiro com fundos do Plano Marshall para au xiliar os países europeus. Esta recelação foi conhecida quando um exame dos planos propostos por aquele departamento, para a aplicação dos fundos de recu

XVI, de Luís XVIII, de Carlos X, de vários Jorges, a manejar com milhões

circunstânc"as para que se evitasse o

peração no exterior, demonstrou que tanto o fumo como o algodão haviam sido eli minados da lista de mercadorias publicada no dia 7 de fevereiro passado. Re

Inglaterra, dava mostras da sua eru

de francos e centenas de milhare.s de

choque entre o aparato do trono e a miséria do povo. Não o não. Citando

libras. Seguir "os exemplos estrangei

até Voltaire, o que para um arcebispo

velou-se, entretanto, que uma soma idêntica de dinheiro, ÜS$ 194.000.000, havia sido transferida paái outra categoria de pindos com o propósito de possibilitar

ros", eis o caminho. Tratasse o Brasil

não deixava de ter sabor especial, in

o jovem imperador como a França e

sistia em que "o monarca constitucional

dos. Evidentemente a lista foi revista, porquanto os interessados nos Estados Uni

a Grã-Bretanha tratavam seus reis. Ufa-

nista convicto, cuidava que "uma som

às próprias nações européias comprar aqueles dois produtos fora dos Estados Uni dos se opunJuim à ufiUzação de fundos norte-americanos para a compra daque las merc<fdoi^ts, que são produzidas em grande quantídculc no próprio país.

se equiparava à divindade . Em vão Cunha Matos ponderou que a dotação

L


-J DicttSTo Econômico

v\

ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO José Honório RoímicuKS >K OS primeiros tempos

da administraváo do Marquês de Pombal te

o Professor Jíksó Ilotiório /hif/r/gc/r9 (iiuilUü, em rá))i<la xitiíesr, a co/í/usu le-

ve-se em conta a melho

f^ixlação (leeula pcJo lirasil oo Marques

ria econômica do Brasil,

de Pombal que, formado ua /«gfn/crrw,

de onde provinha o mais limpo dos créditos da

im])cUu ü.s classes abastadas às empresas

12S

ba do branco fino. 1$200 do branco

permitiu o estabelecimento de uma fá

redondo, $ÜOO do branco batido, $600 do mascavado macho, $500 do masca

brica dc refinação cm Portugal, Pelo Decreto do 11 dc julho dc 1751, concedia-sc a Cristiano Henrique Smilz vá rios favores e pri\'iicgios na instalação

vado redondo e $*100 do mascavado bro-

ma, livres c líquidos para os lavradores. Os açúcares do Rio de Janeiro c Per nambuco seriam vendidos por 100 réis menos, mas se sucedesse <jue se aperfeiçcuisscm os do Rio, Pernambuco e

Maranhão, de sorte que viessem a ter proporção na boa qualidade com os açúcares da Bahia, ficariam os interes

da primeira refinaria portuguesa. passo era enorme.

O

Portugal, que fôra

dunmte os séculos XVI e X\'II o prin cipal exportador de açúcar da hiadeira, S. Tomé ou Brasil, nunca ti\'era a ini

ciativa de refinar o seu próprio produ to. O fabricante só poderia refinar açú

%%s%%x%xx%se%%%%%%%%9a6%sss6x%

sados com direito de representação para que fòsse tomada a providência conve niente. Previa o Regimento a hipótese

rante seu longo reinado, D. João V fartara a sua mania das suntuosídades,

sentir mais tarde* foi motivada direta

de esterilidade em que os lavradores não chegassem a recolher pelo menos meia

das edificações soberbas, c do aparato religioso, alcançado a troco de pingues

mente pe'a sua ação política. Pelo Regimento dos Direitos do Ta

safra, dispondo que as Mesas poderiam

Os preços dos açúcares refinados eram

aumentar os preços de 100 a 300 réis

determinados por êsse decreto à razão

dádivas à Santa Sé. Nos seus quarenta

baco e Açúcar, Carga e Dcsc-arga de Na

vios do Brasil no Reino, de 16 dc ja neiro de 1751, .suplementado pelo De creto dc 27 de janeiro de 1751, pro

por arròba. Como observou João Lúcio de Azeve-

de 1 tostão, 120, 140 e 160 réis. A me

e seis anos de governo sofremos uma terrível crise agrícola e nada se fêz. Ao

coroa. D. José e o novo governo her

daram um encargo pes"ado e gravo. Du

contrário, os diamantes e ouro serviram

para manter copiosa a fonte das diver sões régias e das mercês pecuniár as em que se. esgotavam os cofres do Es

tado. Deveria o govêmo de D. João

7nereat}tis.

curou-se diminuir e tornar menos dis

pendiosa a formalidade dos despachos, facilitando as baldeações, rcdii/.indo os direitos de entrada e concedendo um

abatimento de 50% aos que sc destinas sem ao estrangeiro. Por meio dôle pro-

V encaminhar a riqueza das minas do Brasil ao próprio Brasil, para que se salvasse a economia agrária em situação desesperada. Já no período do Mar quês de Pombal havia passado o auge da riqueza mineira, que era uma fonte esgotada. Êsse é um fator a mais a realçar a superior qualidade da política econômica daquele que a tudo acudiu,

se acham a lavoura e o tráfico do tabaco

demonstrando sempre um carinho per

e açúcar, que são os dois gêneros em

manente pelo Brasil. Se examinarmos a copiosa legislação

que consiste o principal comércio destes

inspirada por Pombal, com o intuito de proteger o comércio, a agricultura e a indústria, em contraste impressionante

com a habitual inércia da administração

portuguesa, não poderemos deixar de reconhecer que a melhoria que se vai

curava-.se cstimu^arj o comércio dc ex portação c animar o fabrico c extração em benefício dos vassalos de El-Rei na América c na Europa. Na justificativa

inicial que acompanha o Regimento se reconhece a "grande decadência em que

Reinos com o Estado do Brasil". Os fretes de açúcar passariam a ter o

preço de 300 réis a arroba ou 16.200 réis por tonelada de 54 arrôbas. Esta belecia também os preços dos açúca res, dando maior valor aos da Baliia,

que eram fixados em 1$400 por arrô-

■ do, aprendera Sebastião José de Carva

lho na Inglaterra as lições econômicas que praticava no govêmo. Em 1.° de abril de 1751 era decre

car comprado na Alfândega ou nos Ar

mazéns do Reino, para ali transportado das diferentes capitanias do Brasil, sob pena de ser tomado por perdido a fa vor dos denunciantes.

dida protecionista mais interessante e que convém ser assinalada, porque pro tegia o trabalhador português, era a que impunha a obrigação de admitir desde logo na fábrica um oficial português

tado o Regimento das Casas de Inspeção no Brasil. As Mesas de Inspeção tinham sede na Bahia, Rio de Janeiro, Pernam buco e Maranhão. Elas tinham a ju risdição privativa de examinar e quali ficar os açúcares e os tabacos e de re

do oficio de confeiteiro e dá-lo ensinado

gular o justo preço destes dois gêneros. Propunham o que a experiência mos trava ser conveniente para melhor ani

mida e sustento e que, com exceção de dois oficiais estrangeiros, não se admi

mar a agricultura e o comércio. Com-

fosse vassalo português. Em 24 de março de 1753, novo de

punha-se de dois inspetores, o Inten dente Geral do Ouro como presidente, um negociante e um lavrador, eleitos anualmente. As novas disposições legais

em um ano, de modo que se achasse hábil e expedito para refinar as quatro qualidades. Estabelecia, também, o estatuto legal que os aprendizes recebessem casa, co

tisse oficial ou trabalhador que não

creto facultava a criação de uma se gunda fábrica. As mesmas obrigações,

tinham suas origens na prática britâ

concessões e privilégios estabelecidos pa ra a primeira fábrica, instalada no bairro

nica.

de São Paulo, em Lisboa, foram renova

Uma das medidas mais valiosas da

das.

política econômica de Pombal, e que

Para regular a época da saída das

infelizmente não tem sido apontada pe los que lhe estudaram a obra, é a que

frotas do Brasil decretou-se em 28 de

novembro de 1753 o Regulamento das


-J DicttSTo Econômico

v\

ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO José Honório RoímicuKS >K OS primeiros tempos

da administraváo do Marquês de Pombal te

o Professor Jíksó Ilotiório /hif/r/gc/r9 (iiuilUü, em rá))i<la xitiíesr, a co/í/usu le-

ve-se em conta a melho

f^ixlação (leeula pcJo lirasil oo Marques

ria econômica do Brasil,

de Pombal que, formado ua /«gfn/crrw,

de onde provinha o mais limpo dos créditos da

im])cUu ü.s classes abastadas às empresas

12S

ba do branco fino. 1$200 do branco

permitiu o estabelecimento de uma fá

redondo, $ÜOO do branco batido, $600 do mascavado macho, $500 do masca

brica dc refinação cm Portugal, Pelo Decreto do 11 dc julho dc 1751, concedia-sc a Cristiano Henrique Smilz vá rios favores e pri\'iicgios na instalação

vado redondo e $*100 do mascavado bro-

ma, livres c líquidos para os lavradores. Os açúcares do Rio de Janeiro c Per nambuco seriam vendidos por 100 réis menos, mas se sucedesse <jue se aperfeiçcuisscm os do Rio, Pernambuco e

Maranhão, de sorte que viessem a ter proporção na boa qualidade com os açúcares da Bahia, ficariam os interes

da primeira refinaria portuguesa. passo era enorme.

O

Portugal, que fôra

dunmte os séculos XVI e X\'II o prin cipal exportador de açúcar da hiadeira, S. Tomé ou Brasil, nunca ti\'era a ini

ciativa de refinar o seu próprio produ to. O fabricante só poderia refinar açú

%%s%%x%xx%se%%%%%%%%9a6%sss6x%

sados com direito de representação para que fòsse tomada a providência conve niente. Previa o Regimento a hipótese

rante seu longo reinado, D. João V fartara a sua mania das suntuosídades,

sentir mais tarde* foi motivada direta

de esterilidade em que os lavradores não chegassem a recolher pelo menos meia

das edificações soberbas, c do aparato religioso, alcançado a troco de pingues

mente pe'a sua ação política. Pelo Regimento dos Direitos do Ta

safra, dispondo que as Mesas poderiam

Os preços dos açúcares refinados eram

aumentar os preços de 100 a 300 réis

determinados por êsse decreto à razão

dádivas à Santa Sé. Nos seus quarenta

baco e Açúcar, Carga e Dcsc-arga de Na

vios do Brasil no Reino, de 16 dc ja neiro de 1751, .suplementado pelo De creto dc 27 de janeiro de 1751, pro

por arròba. Como observou João Lúcio de Azeve-

de 1 tostão, 120, 140 e 160 réis. A me

e seis anos de governo sofremos uma terrível crise agrícola e nada se fêz. Ao

coroa. D. José e o novo governo her

daram um encargo pes"ado e gravo. Du

contrário, os diamantes e ouro serviram

para manter copiosa a fonte das diver sões régias e das mercês pecuniár as em que se. esgotavam os cofres do Es

tado. Deveria o govêmo de D. João

7nereat}tis.

curou-se diminuir e tornar menos dis

pendiosa a formalidade dos despachos, facilitando as baldeações, rcdii/.indo os direitos de entrada e concedendo um

abatimento de 50% aos que sc destinas sem ao estrangeiro. Por meio dôle pro-

V encaminhar a riqueza das minas do Brasil ao próprio Brasil, para que se salvasse a economia agrária em situação desesperada. Já no período do Mar quês de Pombal havia passado o auge da riqueza mineira, que era uma fonte esgotada. Êsse é um fator a mais a realçar a superior qualidade da política econômica daquele que a tudo acudiu,

se acham a lavoura e o tráfico do tabaco

demonstrando sempre um carinho per

e açúcar, que são os dois gêneros em

manente pelo Brasil. Se examinarmos a copiosa legislação

que consiste o principal comércio destes

inspirada por Pombal, com o intuito de proteger o comércio, a agricultura e a indústria, em contraste impressionante

com a habitual inércia da administração

portuguesa, não poderemos deixar de reconhecer que a melhoria que se vai

curava-.se cstimu^arj o comércio dc ex portação c animar o fabrico c extração em benefício dos vassalos de El-Rei na América c na Europa. Na justificativa

inicial que acompanha o Regimento se reconhece a "grande decadência em que

Reinos com o Estado do Brasil". Os fretes de açúcar passariam a ter o

preço de 300 réis a arroba ou 16.200 réis por tonelada de 54 arrôbas. Esta belecia também os preços dos açúca res, dando maior valor aos da Baliia,

que eram fixados em 1$400 por arrô-

■ do, aprendera Sebastião José de Carva

lho na Inglaterra as lições econômicas que praticava no govêmo. Em 1.° de abril de 1751 era decre

car comprado na Alfândega ou nos Ar

mazéns do Reino, para ali transportado das diferentes capitanias do Brasil, sob pena de ser tomado por perdido a fa vor dos denunciantes.

dida protecionista mais interessante e que convém ser assinalada, porque pro tegia o trabalhador português, era a que impunha a obrigação de admitir desde logo na fábrica um oficial português

tado o Regimento das Casas de Inspeção no Brasil. As Mesas de Inspeção tinham sede na Bahia, Rio de Janeiro, Pernam buco e Maranhão. Elas tinham a ju risdição privativa de examinar e quali ficar os açúcares e os tabacos e de re

do oficio de confeiteiro e dá-lo ensinado

gular o justo preço destes dois gêneros. Propunham o que a experiência mos trava ser conveniente para melhor ani

mida e sustento e que, com exceção de dois oficiais estrangeiros, não se admi

mar a agricultura e o comércio. Com-

fosse vassalo português. Em 24 de março de 1753, novo de

punha-se de dois inspetores, o Inten dente Geral do Ouro como presidente, um negociante e um lavrador, eleitos anualmente. As novas disposições legais

em um ano, de modo que se achasse hábil e expedito para refinar as quatro qualidades. Estabelecia, também, o estatuto legal que os aprendizes recebessem casa, co

tisse oficial ou trabalhador que não

creto facultava a criação de uma se gunda fábrica. As mesmas obrigações,

tinham suas origens na prática britâ

concessões e privilégios estabelecidos pa ra a primeira fábrica, instalada no bairro

nica.

de São Paulo, em Lisboa, foram renova

Uma das medidas mais valiosas da

das.

política econômica de Pombal, e que

Para regular a época da saída das

infelizmente não tem sido apontada pe los que lhe estudaram a obra, é a que

frotas do Brasil decretou-se em 28 de

novembro de 1753 o Regulamento das


pirr

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■I

DifSKsro

124

KfriiNÓMiro

Frotas. Êsse regulamento, segundo a opinião de João Lúcio de Azevedo, fa

pessoas que embarcassem para o Briisil.

zendo embarques, atropeiantio a na\'cga-

(í levado.s. entre o.s qiiai.s flgurmi o

ção, ocasionou veementes proleslos, já na metrópole, já no Brasil, onde nunca pôde .ser executado. Convencendo-se afi nal da melhor doutrina, foi abolida a

navegação

comum

obrigatória

cm

1765.

Em 175-3, dec!arando-se que estavam sendo fraudadas várias providências do Regimento dos Direitos do Tabaco, de

16 de janeiro de 1751, cxpediu-.se o Al vará de 29 de novembro, no qual c.stao

especificadas as exportações - das várias capitanias do Brasil. Dê)e se vê que

a Bahia exportava açúcar, tabaco, couro e sola; o Rio de Janeiro, açúcar, madei ras e couros; Pernambuco, açúcar, taba

co, sola, couro e pau-brasil; e o Mara nhão e Pará, cacau, café, salsaparrilha, cravo, algodão c couros.

Vé-se a preferência tios gèrRnis Irazttlos melaç-o í? os harri.s de doce. O.s primeiros atos da adminístraçã»

político-econômica d<' Pomba!, o gimcnto dos Direitos do .Açúcar e labaeo, o decreto favorecendo rePnarias e

o Regulamento das Frotas rev<'!am uma orientação* coerente e poderão caraoie-

rizíir as reformas útei.s com (jin» procurou acudir à ruinosa .situação tio Brasil.

Não poderiam ès.ses alo.s fazer retor nar o açúcar imediatamente a melhores dias. A balbúrdia ainda reinava e a

prova é que cm 1758 a exportação em Portugal fôra tão grande que reduziu os estoques a uma diminuição total. Foi preciso que o Decreto de 14 cie .setembro de 1758 proibisse a e.xporta-

ção, de vez que o exame feito nos ar mazéns de Lisboa mostrou que só exis

Em 2 de abril de 1756 anulavam-se

todos os contratos que tivessem sido fei tos no Brasil, de açúcar e tabaco, por menos que o seu justo preço. Em face

tia o bastante para o consumo ordinário. Seis meses depois, em 2 de março de 1759, êsse decreto era dcrrogado, dan-

dõ-se permissão para a exportação dt?

das freqüentes vexações que aos donos de engenho e lavradores de açúcar co

700 caixas de açúcar.

metiam algumas pessoas, especialmen te os homens de negócio, que abusaram da permissão que se lhes concedera de comprar os respectivos gêneros por pre ços inferiores aos estabelecidos,

dinário até o mês de abril, quando de

o Alvará cassava e anulava todas

e quaisquer compras, vendas e • arrematações de açúcar e tabaco,

feitas tanto judicial como extrajudícíalmente, por preços meno res que os correntes no tempo das frotas, os quais seriam de

k

Já havia, então,

caixas suficientes para o consumo or

veria chegar a frota de Pernambuco, e outros açúcares já haviam chegado do Rio, da Bahia e do Maranhão. Assim, muitas vôzes, a legislação pombalina atendia apenas a fatos passageiros. Não foi de menor importân cia para a vida econômica da colônia a criação das Comp.anhias de Comércio, que Pombal estimulou o ajudou a fundar. Em

clarados pela Mesa de Inspeção.

1755 e 1759 organizaram-.se as compa

É curioso o Alvará de 12 de dezem bro de 1756, no qual se estipulavam os

nhias do Grão Pará e Maranhão e a de Pernambuco e Paraíba. A Baliia não fôra

gêneros que poderiam levar e trazer por sua conta os marinheiros e mais

contemplada ©, por isso, talvez, om 1757 os seus negociantes decidiram represen-

Dicksto

EcoNó^aco

125

tar ao Rei pedindo-lhe <jiie aprovasse a organização de uma companhia para

paráwl (lo.s \cndodores". diz um do

Mina. tão xili! a toda a América Por-

dade dos senhores de engenho, a Com panhia poderia ajudá-los alargando o pra zo de pagamento, dc vez que muitas

a <'.\pl(>raçãü do comércio da Costa da

tuguésa, "dependendo déle a sua nocessivria conservação, já pelo forneci mento dos escravos de que necessitanr as dilatadas minas para a extração do ouro, já as lavouras para as plantas dos tabacos, já os engenhos para a cultura das canas".

As vantagens da organização dc tal companhia para a economia açúcareira não precisam ser apontadas. No ofício do

Vice-Rei

Conde

dos

Arcos

se

que ninguém podia duvidar que os es cravos "sejam o preço por que se com pram e SC comutam o.s mais importan

tes gêneros da América, que sem êles os colonos receberiam um irreparável pre juízo a um comércio que se encontrava em tão decente Estado".

Os senhores

de engenho, juntamente com os lavra dores de tabaco, teriam privilégio na compra

por preço

certo,

mas

apenas

quanto aos escravos da Costa da Mina. Éstes, embora mais robustos e mais fortes, não eram preferidos aos de An gola, que eram facilmente adaptáveis ao trabalho da lavoura e podiam ser

adquiridos por preços mais bai.xos. Muitos dos escravos entrados eram

cumento da época. Pani acudir. dc outro lado, à necessi

\'ézes, não satisfazendo a safra as espe ranças, não podiam ser prontos os pa gamentos.

Nem sempre atendeu Pombal aos re ceamos dos negociantes, mas, na ver

dade. foi élc quem melhor rompeu com as tradições de Portugal na tentativa de introduzir aí o capitalismo. Tentando tornar o país independente c emancipa do dos estrangeiros, impulsionou o co mércio, a navegação, a agricultura, e suscitou indústrias novas.

Sentiu como

ninguém sentira antes os males que repre.sentavam para Portugal sua con tinuada abstinência capitalista num mun do capitalista, sua falta de classe burguêsa que tivesse assegurado à nação os inícios do imperialismo econômico dos séculos XV e XVI. Saqueando sua pró pria fonte de riqueza, Portugal fôra in capaz de conservar-se como potência de primeira classe. Houve uma abso luta incapacidade para os negócios num país devotado ao fanatismo religioso, e que se tornara apenas agente do pen samento político estrangeiro, mais as

revendidos aos mineiros, que eram os

tuto, e de caráter mais versado na arte

melhores fregueses. Prova de que a agricultura paralisada não exigia escra vos em quantidade. O círculo vicioso

das finanças, economia e administração.

As colônias que Portugal retivera e a

se estabelecera: a fuga dos escravos para

mãos.

riqueza que explorava fugiam-lhe das

as minas condicionara a paralisação da

Formado na Inglaterra, Pombal sen

faina agrícola e esta determinara a ven

próprios mineiros começaram mais tarde

tiu a necessidade de reju'\'enescer êste corpo econômico doentio, impelindo as classes abastadas às empresas mercan tis. Desejando espertar iniciativas, não encontrou capitais necessários e aptidões

vertem em muitos anos, com perda irre-

técnicas.

da dos escravos desnecessários. Mas os

a querer negociar fiado, "com a espera de alguns meses que ao depois se con

De religião nutriam-se povo


pirr

▼T

■I

DifSKsro

124

KfriiNÓMiro

Frotas. Êsse regulamento, segundo a opinião de João Lúcio de Azevedo, fa

pessoas que embarcassem para o Briisil.

zendo embarques, atropeiantio a na\'cga-

(í levado.s. entre o.s qiiai.s flgurmi o

ção, ocasionou veementes proleslos, já na metrópole, já no Brasil, onde nunca pôde .ser executado. Convencendo-se afi nal da melhor doutrina, foi abolida a

navegação

comum

obrigatória

cm

1765.

Em 175-3, dec!arando-se que estavam sendo fraudadas várias providências do Regimento dos Direitos do Tabaco, de

16 de janeiro de 1751, cxpediu-.se o Al vará de 29 de novembro, no qual c.stao

especificadas as exportações - das várias capitanias do Brasil. Dê)e se vê que

a Bahia exportava açúcar, tabaco, couro e sola; o Rio de Janeiro, açúcar, madei ras e couros; Pernambuco, açúcar, taba

co, sola, couro e pau-brasil; e o Mara nhão e Pará, cacau, café, salsaparrilha, cravo, algodão c couros.

Vé-se a preferência tios gèrRnis Irazttlos melaç-o í? os harri.s de doce. O.s primeiros atos da adminístraçã»

político-econômica d<' Pomba!, o gimcnto dos Direitos do .Açúcar e labaeo, o decreto favorecendo rePnarias e

o Regulamento das Frotas rev<'!am uma orientação* coerente e poderão caraoie-

rizíir as reformas útei.s com (jin» procurou acudir à ruinosa .situação tio Brasil.

Não poderiam ès.ses alo.s fazer retor nar o açúcar imediatamente a melhores dias. A balbúrdia ainda reinava e a

prova é que cm 1758 a exportação em Portugal fôra tão grande que reduziu os estoques a uma diminuição total. Foi preciso que o Decreto de 14 cie .setembro de 1758 proibisse a e.xporta-

ção, de vez que o exame feito nos ar mazéns de Lisboa mostrou que só exis

Em 2 de abril de 1756 anulavam-se

todos os contratos que tivessem sido fei tos no Brasil, de açúcar e tabaco, por menos que o seu justo preço. Em face

tia o bastante para o consumo ordinário. Seis meses depois, em 2 de março de 1759, êsse decreto era dcrrogado, dan-

dõ-se permissão para a exportação dt?

das freqüentes vexações que aos donos de engenho e lavradores de açúcar co

700 caixas de açúcar.

metiam algumas pessoas, especialmen te os homens de negócio, que abusaram da permissão que se lhes concedera de comprar os respectivos gêneros por pre ços inferiores aos estabelecidos,

dinário até o mês de abril, quando de

o Alvará cassava e anulava todas

e quaisquer compras, vendas e • arrematações de açúcar e tabaco,

feitas tanto judicial como extrajudícíalmente, por preços meno res que os correntes no tempo das frotas, os quais seriam de

k

Já havia, então,

caixas suficientes para o consumo or

veria chegar a frota de Pernambuco, e outros açúcares já haviam chegado do Rio, da Bahia e do Maranhão. Assim, muitas vôzes, a legislação pombalina atendia apenas a fatos passageiros. Não foi de menor importân cia para a vida econômica da colônia a criação das Comp.anhias de Comércio, que Pombal estimulou o ajudou a fundar. Em

clarados pela Mesa de Inspeção.

1755 e 1759 organizaram-.se as compa

É curioso o Alvará de 12 de dezem bro de 1756, no qual se estipulavam os

nhias do Grão Pará e Maranhão e a de Pernambuco e Paraíba. A Baliia não fôra

gêneros que poderiam levar e trazer por sua conta os marinheiros e mais

contemplada ©, por isso, talvez, om 1757 os seus negociantes decidiram represen-

Dicksto

EcoNó^aco

125

tar ao Rei pedindo-lhe <jiie aprovasse a organização de uma companhia para

paráwl (lo.s \cndodores". diz um do

Mina. tão xili! a toda a América Por-

dade dos senhores de engenho, a Com panhia poderia ajudá-los alargando o pra zo de pagamento, dc vez que muitas

a <'.\pl(>raçãü do comércio da Costa da

tuguésa, "dependendo déle a sua nocessivria conservação, já pelo forneci mento dos escravos de que necessitanr as dilatadas minas para a extração do ouro, já as lavouras para as plantas dos tabacos, já os engenhos para a cultura das canas".

As vantagens da organização dc tal companhia para a economia açúcareira não precisam ser apontadas. No ofício do

Vice-Rei

Conde

dos

Arcos

se

que ninguém podia duvidar que os es cravos "sejam o preço por que se com pram e SC comutam o.s mais importan

tes gêneros da América, que sem êles os colonos receberiam um irreparável pre juízo a um comércio que se encontrava em tão decente Estado".

Os senhores

de engenho, juntamente com os lavra dores de tabaco, teriam privilégio na compra

por preço

certo,

mas

apenas

quanto aos escravos da Costa da Mina. Éstes, embora mais robustos e mais fortes, não eram preferidos aos de An gola, que eram facilmente adaptáveis ao trabalho da lavoura e podiam ser

adquiridos por preços mais bai.xos. Muitos dos escravos entrados eram

cumento da época. Pani acudir. dc outro lado, à necessi

\'ézes, não satisfazendo a safra as espe ranças, não podiam ser prontos os pa gamentos.

Nem sempre atendeu Pombal aos re ceamos dos negociantes, mas, na ver

dade. foi élc quem melhor rompeu com as tradições de Portugal na tentativa de introduzir aí o capitalismo. Tentando tornar o país independente c emancipa do dos estrangeiros, impulsionou o co mércio, a navegação, a agricultura, e suscitou indústrias novas.

Sentiu como

ninguém sentira antes os males que repre.sentavam para Portugal sua con tinuada abstinência capitalista num mun do capitalista, sua falta de classe burguêsa que tivesse assegurado à nação os inícios do imperialismo econômico dos séculos XV e XVI. Saqueando sua pró pria fonte de riqueza, Portugal fôra in capaz de conservar-se como potência de primeira classe. Houve uma abso luta incapacidade para os negócios num país devotado ao fanatismo religioso, e que se tornara apenas agente do pen samento político estrangeiro, mais as

revendidos aos mineiros, que eram os

tuto, e de caráter mais versado na arte

melhores fregueses. Prova de que a agricultura paralisada não exigia escra vos em quantidade. O círculo vicioso

das finanças, economia e administração.

As colônias que Portugal retivera e a

se estabelecera: a fuga dos escravos para

mãos.

riqueza que explorava fugiam-lhe das

as minas condicionara a paralisação da

Formado na Inglaterra, Pombal sen

faina agrícola e esta determinara a ven

próprios mineiros começaram mais tarde

tiu a necessidade de reju'\'enescer êste corpo econômico doentio, impelindo as classes abastadas às empresas mercan tis. Desejando espertar iniciativas, não encontrou capitais necessários e aptidões

vertem em muitos anos, com perda irre-

técnicas.

da dos escravos desnecessários. Mas os

a querer negociar fiado, "com a espera de alguns meses que ao depois se con

De religião nutriam-se povo


i*T

126

c nobreza c ao ncgódo preferiam o ócio.

As decisões legislativas que o Brasil

deve a Pombal representam iima enor me soma de trabalho e um tremendo

Dioksto ECONÓMtCO

lônias desmanchara a ogeriza pelo novo #• pelas mudanças. A subida ar» poder, eni Portugal, de uma fidalguia intole rante. dissipada c reacionária, logo após

RODRIGUES ALVES, ESTUDANTE Antônio Contijo df. Cafvalro

^fórço contra as dificuldades de uma

a enferinidade da Jtainha Maria, en» 1792. não impediu que na cííiónia uni

economia de ruim estrutura. As inicia

tQui KSTOu, com mandato expresso

novo espírito empreendedor tivesse apa

Em 7 do corrente comemorou-se em iodo

da bi'nemórita Associação dos

recida, que se manifestaria nas inova ções e nas reforma.s agrícolas. Ao findar o govêmo de Pombal já a situação sc apresentava cheia de pcrspeetivas fa-

o país o ccntetuirio dc nascimento do

Antigos Alunos da Faculdade

eminente brasileiro Francisco dc Paula

tivas qge apontamos promoveram um interôsse maior pela melhoria da agricul tura brasileira. Não é demais lembrar

outra vez que a sacudidela dada por

Pombal à nação portuguésa e suas co

de Direito de São Paulo, para reverenciar, cm seu nome. a

memória de ínclito brasileiro,

<iue \iveu sob essas arcadas dias iinpcrccivtis, na fase em que a boêmia não c só se da\-a valor a quem

voraseis.

ffl,ssc aurclado do preslí^ic, intolectua!. i>ob esse teto

líni n

i

Nabueo. Cas.,„' Alves ífr"' Rodrigues Alvos lercarun, r.

as armos do

m e as Ia 1 turmas aeadèmieas '"1 resplendor que grandes que

ofuIeT ofuscadas e prêsas de intensa -'ntom^-se admiração. Rodrigues Alves foi estudante notá-

cl e sob esse aspecto é que irei entre ter eonvosco alguns mintítos de pales-

ta. Rememorar fatos, que são do co-

".í

iirn gerações e g ora as da''"S atual, apontarpretéritas aos moços, que estão ensaiando os primeiros vôos na carreira política, o exemplo da sua ^ eis a missão a que prazeirosamcnte me propus.

Francisco de Paula Rodrigues Alves

T reunião da Conferência Anglo-Americana Sôbre o Algodão, os delegados ritanicos puseram em relévo o proolema de um retôrno agressivo da concorrên cia japonêsa nos mercados têxteis internacionais. Êsse problema surgirá tão logo

( produção mpânica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura mundial baixe ao nível normal.

^ entanto, há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos, a êsse que propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motivo por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.

Acredita-se que a questão será novamente discutida iia próxima têrça-feira, na sessão de encerramento que se realizará em Londres, e que será promovido um acordo entre as duas delegações, sôbre a atitude a adotar quanto ao Japão.

cursou o Colégio Pedro II, de 1859 a 1865, distinto em tôdas as matérias da primeira à sexta série, não constando

Rodrigues Alves. O "Dtgesío Ecíwiómico'\ que SC vem batendo por uma politicii dc respeito à tradição, dc culto aos grandes servidores do Brasil, inserira cm seus próximos números artigos es peciais sôbre a vida c a obra do notável estadista, tendo o ilustre profc.ssor dr. Cardoso dc Melo Neto escrito para a nossa revista importante ensaio sôbre "A influência dc Rodrigues Alves nas finanças brasileiras". Em conferência realizada no dia primeiro do corrente, no salão nobre da Faculdade de Direito

dc São Paulo, o nosso diretor focalizou a atuação de Rodiigtics Alves como es tudante. Êsse tiabalho c reproduzido m íntegra, nds páginas do "Digesto Econômico", em reverência a uma data tão cara à nação brasileira. ^SSSt!SÍS»ÍSÍ9iííi^^

eni aplicação como em comportamento, obteve sempre a nota máxima. O rival na turma, Joaquim Aurélio

Nabuco de Araújo, confessou dé pú blico não ter alcançado no Colégio o

do Livro de Atas do Intemato houvesse

primeiro prêmio, porque essa mercê não lhe permitia o "camarada" Rodrigues

prestado os exames finais do sétimo ano.

Alves.

D' Pedro II, assíduo no estabeleci mento que trazia o seu nome, levado pela irresistível vocação de mestre-es-

graças à privilegiada inteligência que

cüla tão apregoada pelos seus biógrafos, tinha acentuada predileção pelo "me nino dc Guaratinguetá" que, não só

Menos aplicado, Joaquim Nabuco, -nele alvoresceu, obteve distinção e no tas plenas em quase tôdas as matérias do curso. Resultado inexplicável se depara, porém, aos que cotejam as


i*T

126

c nobreza c ao ncgódo preferiam o ócio.

As decisões legislativas que o Brasil

deve a Pombal representam iima enor me soma de trabalho e um tremendo

Dioksto ECONÓMtCO

lônias desmanchara a ogeriza pelo novo #• pelas mudanças. A subida ar» poder, eni Portugal, de uma fidalguia intole rante. dissipada c reacionária, logo após

RODRIGUES ALVES, ESTUDANTE Antônio Contijo df. Cafvalro

^fórço contra as dificuldades de uma

a enferinidade da Jtainha Maria, en» 1792. não impediu que na cííiónia uni

economia de ruim estrutura. As inicia

tQui KSTOu, com mandato expresso

novo espírito empreendedor tivesse apa

Em 7 do corrente comemorou-se em iodo

da bi'nemórita Associação dos

recida, que se manifestaria nas inova ções e nas reforma.s agrícolas. Ao findar o govêmo de Pombal já a situação sc apresentava cheia de pcrspeetivas fa-

o país o ccntetuirio dc nascimento do

Antigos Alunos da Faculdade

eminente brasileiro Francisco dc Paula

tivas qge apontamos promoveram um interôsse maior pela melhoria da agricul tura brasileira. Não é demais lembrar

outra vez que a sacudidela dada por

Pombal à nação portuguésa e suas co

de Direito de São Paulo, para reverenciar, cm seu nome. a

memória de ínclito brasileiro,

<iue \iveu sob essas arcadas dias iinpcrccivtis, na fase em que a boêmia não c só se da\-a valor a quem

voraseis.

ffl,ssc aurclado do preslí^ic, intolectua!. i>ob esse teto

líni n

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Nabueo. Cas.,„' Alves ífr"' Rodrigues Alvos lercarun, r.

as armos do

m e as Ia 1 turmas aeadèmieas '"1 resplendor que grandes que

ofuIeT ofuscadas e prêsas de intensa -'ntom^-se admiração. Rodrigues Alves foi estudante notá-

cl e sob esse aspecto é que irei entre ter eonvosco alguns mintítos de pales-

ta. Rememorar fatos, que são do co-

".í

iirn gerações e g ora as da''"S atual, apontarpretéritas aos moços, que estão ensaiando os primeiros vôos na carreira política, o exemplo da sua ^ eis a missão a que prazeirosamcnte me propus.

Francisco de Paula Rodrigues Alves

T reunião da Conferência Anglo-Americana Sôbre o Algodão, os delegados ritanicos puseram em relévo o proolema de um retôrno agressivo da concorrên cia japonêsa nos mercados têxteis internacionais. Êsse problema surgirá tão logo

( produção mpânica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura mundial baixe ao nível normal.

^ entanto, há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos, a êsse que propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motivo por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.

Acredita-se que a questão será novamente discutida iia próxima têrça-feira, na sessão de encerramento que se realizará em Londres, e que será promovido um acordo entre as duas delegações, sôbre a atitude a adotar quanto ao Japão.

cursou o Colégio Pedro II, de 1859 a 1865, distinto em tôdas as matérias da primeira à sexta série, não constando

Rodrigues Alves. O "Dtgesío Ecíwiómico'\ que SC vem batendo por uma politicii dc respeito à tradição, dc culto aos grandes servidores do Brasil, inserira cm seus próximos números artigos es peciais sôbre a vida c a obra do notável estadista, tendo o ilustre profc.ssor dr. Cardoso dc Melo Neto escrito para a nossa revista importante ensaio sôbre "A influência dc Rodrigues Alves nas finanças brasileiras". Em conferência realizada no dia primeiro do corrente, no salão nobre da Faculdade de Direito

dc São Paulo, o nosso diretor focalizou a atuação de Rodiigtics Alves como es tudante. Êsse tiabalho c reproduzido m íntegra, nds páginas do "Digesto Econômico", em reverência a uma data tão cara à nação brasileira. ^SSSt!SÍS»ÍSÍ9iííi^^

eni aplicação como em comportamento, obteve sempre a nota máxima. O rival na turma, Joaquim Aurélio

Nabuco de Araújo, confessou dé pú blico não ter alcançado no Colégio o

do Livro de Atas do Intemato houvesse

primeiro prêmio, porque essa mercê não lhe permitia o "camarada" Rodrigues

prestado os exames finais do sétimo ano.

Alves.

D' Pedro II, assíduo no estabeleci mento que trazia o seu nome, levado pela irresistível vocação de mestre-es-

graças à privilegiada inteligência que

cüla tão apregoada pelos seus biógrafos, tinha acentuada predileção pelo "me nino dc Guaratinguetá" que, não só

Menos aplicado, Joaquim Nabuco, -nele alvoresceu, obteve distinção e no tas plenas em quase tôdas as matérias do curso. Resultado inexplicável se depara, porém, aos que cotejam as


DJCKTfO E<:í>NÓMIf:í>

128

notas de ambos: foi simplificado cm Poética e Literatura Nacional. « futuro

autor da "Minha formação".

Estra-

nhável o fato, porque o filho do Pr<' sidente do Conselho de Minístro.s de então era todo dado às musas. Dele se

conhecem, da fase juvenil, a ode herói ca "O Gigante da Polônia", que de

dicou ao pai e entendeu digna de lu xuoso folheto, e a poesia "Uruguaiana", que recitou com desembaraço a Stia Ma

jestade, o Imperador D. Pedro II, com o louvor de Machado de Assis.

I drigue.s Alves nada se sabe; as provas D^s prímícías intelectuais de Ro-

escritas eram incineradas e não me cons

ta que tenha tido "o sarampo da inteli

gência", isto é, fei to versos.

Distan

te e reservado, di-

Paulo, foi seu companheiro de pensão no Largo da Liberdade e fornecedor dos seus livro.s de Direito. Rodrígue.s /Slves era e.studanto pf)bre e rez.» uma crô nica que durante os cinco anos de Panlicéia usou o mesmo chapéu d<* cliile. O Colégio Pedro II apresentava-.se co mo paradigma dos esla!)elecíincntos de ensino. O programa nujde'ava-se nos

prospcctüs dos liceus francc.st*.s. Minístravam-.se apenas noções de I*'ísica. Quíjnica e História Natural, inegàvelnieiite uma falha. Da Retórica, da Filo.sofia, da Jli.stória e da Poética, não se dcscnrava. Contrastavam-se, c<un o abandono dado cm

esses companheiros. O próprio Nabuco,

na educação, daque la concepção filosó fica que modernamente se convencionou

sociável e mundano, em trecbo conhe cido da "Minha formação", não o trata

pecto de disciplina intelectual.

as

de amigo mas de "camarada". Amigo dílet», dos tempos estudantis, ele o

I

Dcu-lhcs, porém, àqueles

w, •

Essa prcemincncia

reflexo, no ensino e

eram

que a ouviram, a coragem para, apesar

os sonhos.

minada, sobretudo,

engenharia. moniosas

pública pelas lições que aprenderam nos

preceptorcs, e que

Betim Pais Leme, na

suas relações com

mágoa a inju.stiça, a ingratidão, a frustra ção das esperanças e o malògro de todos,

em Minas foi di.ssc-

das chamadas "hu manidades" era o

Ceri-

Aqueles, cuja formação espiritual se orientou pelo "humanismo", pautavam, naturalmente, a sua atividade na vida

agrado dos antigos

Abílio.

geografia;

aplausos ou dos npupos e a sofrer sem

das matérias, a cul tura clássica, tão do

Janeiro de antanho; na

Ensinou-lhes ainda a desdenhar dos

deza.

Prevalecia,

pelo Caraça, e na Bahia pelo Colégio

to,

nem dignidade.

real interêsse pelo Grego, ensinado do quinto ao último

cronista do Rio de Alfredo Moreira Pin

lula "aspra o forte" não tem grandeza

todos os

ã n o.

Fazenda, o

Ilie.s as atitudes de serenidade e polídcz, sem as quais a arena política se transfor ma em uma ".seha selvaggia", onde a

anos do curso, c o

pois, na distribuição

Vieira

129

das ciências, a oijces.são do Latim, estu

marcou uma época no Colégio Pedro 11.

se na vida pública e profissional, os seus colegas de turma;

bilidade c aguçava-lhe a inteligência para a percepção mais apurada e a com preensão mais e.xata dos problemas hu manos, principalmente nos seus aspectos políticos, onde mais se faz sentir o hoinení, na sua fraqueza c na sua gran

2rfam do aluno que

Além de Joaquim Nabuco, projetaram-

Dk:ksto Econômico

denominar "humanismo", no

seu

as

encontrou em Artur Teixeira Leite, rico

O amor c o estudo das "littcrae humaniores", como fundamento primordial da educação do homem, sititava-o no

c gastador, que, mais tarde, cm São

plano do universal, afinava-llic a scnsi-

II !!■ II I

autores clássicos. A admiração leva à imitação. A intimidade constante com a

História ensinou-lhos a contingência e a relatividade da ação política na mutabilidade da sua perspectiva. Tal experiência lhes imunizava o espírito contra as paixões momentâneas, incompatíveis com a primazia das fun ções intelectuais na vida pública, que eles pregavam e encareciam. Revestiu-

de tudo, atenderem à gloriosa vocação política. Descrevendo a superioridade da cul

tura clássica, verifico que tracei o per fil político do filho de Cuaratinguetá. Essa compreensão do universal, uma

característica de estadista que nele des pontava, é que o levou em plena guer

ra do Paraguai a versar, no primeiro ano da Faculdade de Direito dc São


DJCKTfO E<:í>NÓMIf:í>

128

notas de ambos: foi simplificado cm Poética e Literatura Nacional. « futuro

autor da "Minha formação".

Estra-

nhável o fato, porque o filho do Pr<' sidente do Conselho de Minístro.s de então era todo dado às musas. Dele se

conhecem, da fase juvenil, a ode herói ca "O Gigante da Polônia", que de

dicou ao pai e entendeu digna de lu xuoso folheto, e a poesia "Uruguaiana", que recitou com desembaraço a Stia Ma

jestade, o Imperador D. Pedro II, com o louvor de Machado de Assis.

I drigue.s Alves nada se sabe; as provas D^s prímícías intelectuais de Ro-

escritas eram incineradas e não me cons

ta que tenha tido "o sarampo da inteli

gência", isto é, fei to versos.

Distan

te e reservado, di-

Paulo, foi seu companheiro de pensão no Largo da Liberdade e fornecedor dos seus livro.s de Direito. Rodrígue.s /Slves era e.studanto pf)bre e rez.» uma crô nica que durante os cinco anos de Panlicéia usou o mesmo chapéu d<* cliile. O Colégio Pedro II apresentava-.se co mo paradigma dos esla!)elecíincntos de ensino. O programa nujde'ava-se nos

prospcctüs dos liceus francc.st*.s. Minístravam-.se apenas noções de I*'ísica. Quíjnica e História Natural, inegàvelnieiite uma falha. Da Retórica, da Filo.sofia, da Jli.stória e da Poética, não se dcscnrava. Contrastavam-se, c<un o abandono dado cm

esses companheiros. O próprio Nabuco,

na educação, daque la concepção filosó fica que modernamente se convencionou

sociável e mundano, em trecbo conhe cido da "Minha formação", não o trata

pecto de disciplina intelectual.

as

de amigo mas de "camarada". Amigo dílet», dos tempos estudantis, ele o

I

Dcu-lhcs, porém, àqueles

w, •

Essa prcemincncia

reflexo, no ensino e

eram

que a ouviram, a coragem para, apesar

os sonhos.

minada, sobretudo,

engenharia. moniosas

pública pelas lições que aprenderam nos

preceptorcs, e que

Betim Pais Leme, na

suas relações com

mágoa a inju.stiça, a ingratidão, a frustra ção das esperanças e o malògro de todos,

em Minas foi di.ssc-

das chamadas "hu manidades" era o

Ceri-

Aqueles, cuja formação espiritual se orientou pelo "humanismo", pautavam, naturalmente, a sua atividade na vida

agrado dos antigos

Abílio.

geografia;

aplausos ou dos npupos e a sofrer sem

das matérias, a cul tura clássica, tão do

Janeiro de antanho; na

Ensinou-lhes ainda a desdenhar dos

deza.

Prevalecia,

pelo Caraça, e na Bahia pelo Colégio

to,

nem dignidade.

real interêsse pelo Grego, ensinado do quinto ao último

cronista do Rio de Alfredo Moreira Pin

lula "aspra o forte" não tem grandeza

todos os

ã n o.

Fazenda, o

Ilie.s as atitudes de serenidade e polídcz, sem as quais a arena política se transfor ma em uma ".seha selvaggia", onde a

anos do curso, c o

pois, na distribuição

Vieira

129

das ciências, a oijces.são do Latim, estu

marcou uma época no Colégio Pedro 11.

se na vida pública e profissional, os seus colegas de turma;

bilidade c aguçava-lhe a inteligência para a percepção mais apurada e a com preensão mais e.xata dos problemas hu manos, principalmente nos seus aspectos políticos, onde mais se faz sentir o hoinení, na sua fraqueza c na sua gran

2rfam do aluno que

Além de Joaquim Nabuco, projetaram-

Dk:ksto Econômico

denominar "humanismo", no

seu

as

encontrou em Artur Teixeira Leite, rico

O amor c o estudo das "littcrae humaniores", como fundamento primordial da educação do homem, sititava-o no

c gastador, que, mais tarde, cm São

plano do universal, afinava-llic a scnsi-

II !!■ II I

autores clássicos. A admiração leva à imitação. A intimidade constante com a

História ensinou-lhos a contingência e a relatividade da ação política na mutabilidade da sua perspectiva. Tal experiência lhes imunizava o espírito contra as paixões momentâneas, incompatíveis com a primazia das fun ções intelectuais na vida pública, que eles pregavam e encareciam. Revestiu-

de tudo, atenderem à gloriosa vocação política. Descrevendo a superioridade da cul

tura clássica, verifico que tracei o per fil político do filho de Cuaratinguetá. Essa compreensão do universal, uma

característica de estadista que nele des pontava, é que o levou em plena guer

ra do Paraguai a versar, no primeiro ano da Faculdade de Direito dc São


Dicestí) &x>n6mi< o

130

Paulo, a tese <lc que a* guerras preven tivas são contrárias à verdade, à ra

zão e à justiça, e a narrar, com amargu ra e revolta, o martírio da heróica na

ção polonesa, oprimida pelo colosso mos covita, já naquela época o terror das nações inermes.

>'■

Desconheço qualquer atividade estri

P>rr

tamente literária de Rodrigues Alves, na Academia. Sei que era sensível à divina arte e abominava Alfredo Musset.

Em idade provecla, ainda reproduzia de cor versos de Castro Alves, que ouviu recitados pelo "poeta dos escravos". Companheiro de banco do moço-prodígio, viu em inúmeras ocasiões o vate lançar ao papel, em improvisos desconcertantes, as poesias imortais que o ídolo da juventude, José Bonifácio, o Moço, lhe dava a honra de repetir nos saraus paulistanos. Castro Alves não se dedicava ao estudo do Direito e não

poucas vezes se amparou no saber do colega para não se deslustrar nas saba tinas. De uma feita, conseguiu ate me lhor nota. Não fôsse êle poeta e amado dos professôresl. . . Não posso asse verar se Rodrigues Alves fêz parte do Ateneu Paulistano, que foi presidido por Rui Barbosa, sucessor de Joaquim Nabuco e em cujo corpo de redação o orador e o dramaturgo formavam com Castro Alves um triunvirato que a poste ridade consagrou.

O Ateneu Paulistano foi instituição

vendo e constituíam cm teinpo.s idos um delicioso regalo do espírito.

Cahr.il. cpu' vrpresentavu o Ensaio Filo

.seguia as in.spiroçocs do seu tempera

entusiasmo incontido, presente à cerimô

Rodrigues Alves não era sonhador c

mento realístico. .No "Núcleo Jurídico",

rápida foi a sua ascensão aos postos de comando: Orador, Juiz dc Direito, Pre sidente, cm .substituição a Abreu Lima.

auditório".

Müuvc quem insinuasse ter sido Ro

Monopolizava o diligente estudante <»

Em dia de abril de LS70, insta!ava-se. com grande pompa, na sede da "Loja Amizade, a "Fratcr„iz;,^-ao", socieda

ções que êle relatou, tódas dc Direito

Criminal;

"Em que difere a fa'sidnde

do estelionato?"

"São justas as disposi

ções do Código Criminal sôbre infanticídio?" "Pode pelo nos.so Código Cri minal .ser a falsidade elemento dc outro

crime que se lhe seguiu?" Não sendo objeto de exame as maté rias de Direito Civil c Comercial, e dada

a sua organização de "juíze.s, promotorc.s, delegados, escrivães", parcce-me

que aquela instituição, que teve vida longa, nada mai.s era do que aula prá tica dc Direito Criminal, com as ses

sões de júri, tão necessárias para habili tar o estudante no exercício da ativida

de profissional: o mais impetuoso de seus associados, o admirado de Rui, bacharelando Martim Cabral, defendia

quase diàríamente réus no fôro da ca pital.

Com aquela impressão emitida, não desmereço o valor da sociedade nem o

prestígio que desfrutava nos meios aca dêmicos.

exemplo, descreve o que foi a soleni

ordens do dia revelavam ânsia de co

dade de encerramento dos trabalhos do

■■ >.

nia, tocaram ao filho de Cuaralinguelá, <|uo espalhou chuva de pérola sôbre o

e.xame das teses jurídicas c posso citar os títulos de algumas des.sas disserta

que dignificou aquela geração de idea

a influência de Sliakespeare no teatro moderno?", são temas que não têm sen tido nas horas velozes que estamos vi

sófico. Mas as honras da festa, no testemunho de nin contemporâneo, do

drigues Alves "escravocrata". Desmen

listas. As teses que figuravam em suas

nhecimento dos seus autores e preo cupação dos estudos desinteressados. "Qual a verdade sobre Catilina"? "Qual

DrcESTO EcoNÓNnco

O "Correio Paulistano", por

"Núcleo Jurídico" quando Rodrigues Al ves cursava o quarto ano. Foi êle quem

proferiu o discurso oficial, aplaudido pela

tem e.ssu aleivosia os Anais desta Casa.

bacharelando Francisco de Paula Rodrí-

pics Alves que, segundo as crônicas do.s jornais do tempo, confirmou com a sua oraçao a fama de orador exímio.

Ho-

sana aos moços que, sendo fé e sendo esperança, se sublimavam com aquele

gesto na prática da caridade, que é amor!

Não vou tentar o paralelo da sua atuação no mo\imcnlo abolicionista aca

dêmico com a de Rui.

entre outros, o famoso orador Padre Chico. Lideravam o movimento estu dantes de Direito. O fato teve imensa

da Virgínia brasileira \abrava de eloqüên

repercussão na Academia. É que, entre as sociedades secretas que pululavam na Faculdade, existia desde 1864 a "Fra ternidade", a primeira que no Brasil le

vantou o facho da liberdade do negro e com ramificações em todo o país. Rui propôs, cm reunião realizada no dia imediato, que a "Fraternidade" se tor nasse pública. Sugeriu, então, o nome de "Fraternidade Primeira" para con servar a antiga denominação e diferen çar-se da outra. Com Joaquim Matoso © Santos Lôbo, Rui redige os estatutos.

Aí aparece Rodrigues Alves.

É quem

vai, com Ferreira Nobre e Teixeira de

No Club Ra

dical, nos comícios populares, o filho

cia. Em frases candentes, não poupa va o regime em vigor. Advertia sempre, como um Isaías, aos humildes, aos so-.

fredores, ao lado dos quais sempre es

teve, que os povos são cúmplices de seus tiranos.

Rodrigues Alves, temperamento dis

creto, não amava o proscênio, a rua. Lomprazia-se na penumbra. Mas nunca proclamar, com altivez e sin

ceridade, as suas convicções, nos momen tos precisos.

Estava concluída a guerra do Para^ai. Num dia de sol, regressava à Pauic la um punhado de voluntários pau

listas. O povo apinhava-se no pátio da

Carvalho, historiar toda a vida secreta

® aguardava a chegada soldados que iriam render graças dos ao

da "Fraternidade", circunstância que nos

Senhor.

leva a supor que não era um noviço no

Os acadêmicos estenderam-se em fren

grêmio abolicionista. Ainda outra par ticularidade, reveladora do alto conceito que usufraía entre os companheiros: foi,

te aos voluntários, enquanto Rodrigues

com Luís Gama e Rui Barbosa, incum bido de defender os indivíduos mantidos

atada à bandeira nacional.

cm cativeiro ilegal e advogar as causas

pati-iótíco. O desfile das fôrças armadas

dos escravos desamparados de seus

me assistência feminina.

senhores.

ainda a palavra fulgurante de Martim

tando trés escravos, paraninfados pelo

de abolicionista da qual fêz parle,

mocidade e prestigiado por uma enor Fêz-se ouvir

rizou logo após, rm noite de ga'a. liber

A "Fraternidade Primeira" se exterio-

Alves oferecia aos heróis uma coroa de ouro e prata, de fino lavor, que foi

São Paulo vivia dias de intenso júbilo que regressavam, dos campos da luta provocava emoções indizíveis. Rui, tem peramento essencialmente político e


Dicestí) &x>n6mi< o

130

Paulo, a tese <lc que a* guerras preven tivas são contrárias à verdade, à ra

zão e à justiça, e a narrar, com amargu ra e revolta, o martírio da heróica na

ção polonesa, oprimida pelo colosso mos covita, já naquela época o terror das nações inermes.

>'■

Desconheço qualquer atividade estri

P>rr

tamente literária de Rodrigues Alves, na Academia. Sei que era sensível à divina arte e abominava Alfredo Musset.

Em idade provecla, ainda reproduzia de cor versos de Castro Alves, que ouviu recitados pelo "poeta dos escravos". Companheiro de banco do moço-prodígio, viu em inúmeras ocasiões o vate lançar ao papel, em improvisos desconcertantes, as poesias imortais que o ídolo da juventude, José Bonifácio, o Moço, lhe dava a honra de repetir nos saraus paulistanos. Castro Alves não se dedicava ao estudo do Direito e não

poucas vezes se amparou no saber do colega para não se deslustrar nas saba tinas. De uma feita, conseguiu ate me lhor nota. Não fôsse êle poeta e amado dos professôresl. . . Não posso asse verar se Rodrigues Alves fêz parte do Ateneu Paulistano, que foi presidido por Rui Barbosa, sucessor de Joaquim Nabuco e em cujo corpo de redação o orador e o dramaturgo formavam com Castro Alves um triunvirato que a poste ridade consagrou.

O Ateneu Paulistano foi instituição

vendo e constituíam cm teinpo.s idos um delicioso regalo do espírito.

Cahr.il. cpu' vrpresentavu o Ensaio Filo

.seguia as in.spiroçocs do seu tempera

entusiasmo incontido, presente à cerimô

Rodrigues Alves não era sonhador c

mento realístico. .No "Núcleo Jurídico",

rápida foi a sua ascensão aos postos de comando: Orador, Juiz dc Direito, Pre sidente, cm .substituição a Abreu Lima.

auditório".

Müuvc quem insinuasse ter sido Ro

Monopolizava o diligente estudante <»

Em dia de abril de LS70, insta!ava-se. com grande pompa, na sede da "Loja Amizade, a "Fratcr„iz;,^-ao", socieda

ções que êle relatou, tódas dc Direito

Criminal;

"Em que difere a fa'sidnde

do estelionato?"

"São justas as disposi

ções do Código Criminal sôbre infanticídio?" "Pode pelo nos.so Código Cri minal .ser a falsidade elemento dc outro

crime que se lhe seguiu?" Não sendo objeto de exame as maté rias de Direito Civil c Comercial, e dada

a sua organização de "juíze.s, promotorc.s, delegados, escrivães", parcce-me

que aquela instituição, que teve vida longa, nada mai.s era do que aula prá tica dc Direito Criminal, com as ses

sões de júri, tão necessárias para habili tar o estudante no exercício da ativida

de profissional: o mais impetuoso de seus associados, o admirado de Rui, bacharelando Martim Cabral, defendia

quase diàríamente réus no fôro da ca pital.

Com aquela impressão emitida, não desmereço o valor da sociedade nem o

prestígio que desfrutava nos meios aca dêmicos.

exemplo, descreve o que foi a soleni

ordens do dia revelavam ânsia de co

dade de encerramento dos trabalhos do

■■ >.

nia, tocaram ao filho de Cuaralinguelá, <|uo espalhou chuva de pérola sôbre o

e.xame das teses jurídicas c posso citar os títulos de algumas des.sas disserta

que dignificou aquela geração de idea

a influência de Sliakespeare no teatro moderno?", são temas que não têm sen tido nas horas velozes que estamos vi

sófico. Mas as honras da festa, no testemunho de nin contemporâneo, do

drigues Alves "escravocrata". Desmen

listas. As teses que figuravam em suas

nhecimento dos seus autores e preo cupação dos estudos desinteressados. "Qual a verdade sobre Catilina"? "Qual

DrcESTO EcoNÓNnco

O "Correio Paulistano", por

"Núcleo Jurídico" quando Rodrigues Al ves cursava o quarto ano. Foi êle quem

proferiu o discurso oficial, aplaudido pela

tem e.ssu aleivosia os Anais desta Casa.

bacharelando Francisco de Paula Rodrí-

pics Alves que, segundo as crônicas do.s jornais do tempo, confirmou com a sua oraçao a fama de orador exímio.

Ho-

sana aos moços que, sendo fé e sendo esperança, se sublimavam com aquele

gesto na prática da caridade, que é amor!

Não vou tentar o paralelo da sua atuação no mo\imcnlo abolicionista aca

dêmico com a de Rui.

entre outros, o famoso orador Padre Chico. Lideravam o movimento estu dantes de Direito. O fato teve imensa

da Virgínia brasileira \abrava de eloqüên

repercussão na Academia. É que, entre as sociedades secretas que pululavam na Faculdade, existia desde 1864 a "Fra ternidade", a primeira que no Brasil le

vantou o facho da liberdade do negro e com ramificações em todo o país. Rui propôs, cm reunião realizada no dia imediato, que a "Fraternidade" se tor nasse pública. Sugeriu, então, o nome de "Fraternidade Primeira" para con servar a antiga denominação e diferen çar-se da outra. Com Joaquim Matoso © Santos Lôbo, Rui redige os estatutos.

Aí aparece Rodrigues Alves.

É quem

vai, com Ferreira Nobre e Teixeira de

No Club Ra

dical, nos comícios populares, o filho

cia. Em frases candentes, não poupa va o regime em vigor. Advertia sempre, como um Isaías, aos humildes, aos so-.

fredores, ao lado dos quais sempre es

teve, que os povos são cúmplices de seus tiranos.

Rodrigues Alves, temperamento dis

creto, não amava o proscênio, a rua. Lomprazia-se na penumbra. Mas nunca proclamar, com altivez e sin

ceridade, as suas convicções, nos momen tos precisos.

Estava concluída a guerra do Para^ai. Num dia de sol, regressava à Pauic la um punhado de voluntários pau

listas. O povo apinhava-se no pátio da

Carvalho, historiar toda a vida secreta

® aguardava a chegada soldados que iriam render graças dos ao

da "Fraternidade", circunstância que nos

Senhor.

leva a supor que não era um noviço no

Os acadêmicos estenderam-se em fren

grêmio abolicionista. Ainda outra par ticularidade, reveladora do alto conceito que usufraía entre os companheiros: foi,

te aos voluntários, enquanto Rodrigues

com Luís Gama e Rui Barbosa, incum bido de defender os indivíduos mantidos

atada à bandeira nacional.

cm cativeiro ilegal e advogar as causas

pati-iótíco. O desfile das fôrças armadas

dos escravos desamparados de seus

me assistência feminina.

senhores.

ainda a palavra fulgurante de Martim

tando trés escravos, paraninfados pelo

de abolicionista da qual fêz parle,

mocidade e prestigiado por uma enor Fêz-se ouvir

rizou logo após, rm noite de ga'a. liber

A "Fraternidade Primeira" se exterio-

Alves oferecia aos heróis uma coroa de ouro e prata, de fino lavor, que foi

São Paulo vivia dias de intenso júbilo que regressavam, dos campos da luta provocava emoções indizíveis. Rui, tem peramento essencialmente político e


X.

iV Pt7

Dícksto Econômico

nif;nsTf»

F.roN(')Miro

lv33

132

apaixonado, pede, em oração arrebata dora, o auxílio das tropas para a liber tação dos pretos. Cindeni-se as opi

niões.

Ap)ínidem-no os abolicionistas.

que nos banhados do Paraguai dcr.un

btjn > librr.il com intrcpidv/. O imberb •

demonstração vi\a de dedicação à terra estremecida. Fè-Io cm térmos de refíilgcnle patrioli.sim). Êssc episódio retrata duas couccpç-ões

Rui Barbosa, t) caçula do grupo, fi)i

alvo nessa oc;»viãt) di' \'iolenta campa nha, tendo sido olirlgado. pelas colunas

videue.a.s necessárias.

da seção )i\rc cio "Correio Paulistano",

corrida assembléia e designa um estu

da o|X)rluiiÍdatle, define tluas iiuntaü-

a se defender dos atac]ues do jornal fun dado pelos preparatorianos, o "Quin/e

Apupam-no os escravistas, com ameaças de reação material. A Câmara Munici pal quase suspende o Iríduo das festas populares. O diretor da Faculdade, dr. Falcão Filho, tenta intimidar o irrequie

piradas em amor ao torrão natal, do qual, em longa existência, foram Síunprc

de Outiibro", data do famoso diseiirso.

to estudante. Nada, porém, o demove.

fiéis servidores.

desfêcho, no meio ae:mbado de São

dades. Ambas r<'speitávcis. Ambas ins

Pode-se avaliar a repercuss.ão daquele

pcreeessr nm.í lradivãf> tão cara aos e.s-

hidantcs, propôo-se. em 1870. recrguèa. Promovo uma reunião para as proPreside a con

dante a fim de em cada ano convocar os colegas. Nomeia o estimado Artui 1 eixeira Leite, o confidente o leal CM>m-

panheiro do todos os tempos, para con gregar a turma que se despedia.

Da sacada do Hotel de França, cm duas

O grande acontecimento da Academia

Paulo, (jno girava em lõmo da velha

Designa as eleições três dias após e

noites consecutivas, a cena se reproduz.

era o da eleição do redalor-chefc da

aeadoniia, com o ter sido esse o único

permite que os "bichos" concorram ao

Querendo tirar partido para a causa

Imprensa Acadêmica. A explicação nao

que com tanto denôdo encarnava, o sa

é difícil: o redator-chefe era o mentor

assunto a ocupar, cm dias seguidos, a . seção li\ re de ttídos os matutinos pau

dato único. Os estudantes liberais, po

listanos.

Uodrígues Al\'es figurava en

tre os (|ue suslenla\'am a proposta de Cândido Leitão de equiparar os "bichos" ao."> acadêmicos de Direito.

tlime agitador, que se achava ao lado

político da mocidade e a distinção con

de Américo de Campos, investe contra

ferida ao aluno que detivesse o primado da aplicação. Em 1868, Cândido Lei tão, que exercia aquele alto cargo, pro pôs direito de voto aos prcparatorianos.

os adversários e lança os dardos da sua

palawa • contra a nefanda Instituição. Êle era assim.

Rodrigues Alves, sereno e prudente, com o seu discurso, vivamente e por toda a população aclamado, visava outro

objetivo: testemunhar a admiração e o reconhecimento dos estudantes àqueles

dores e movidos pela paixão da políti ca externa, se apóiam na maioria dos preparatorianos e lançam, à undécima

há elogio maior do que o dizer-se não ler sido êle übscurecido pelo sol que surgia.

se separadamente, em todos os anos, e

Em 1869, juntamente com Rui, foi o

de tôdas foi a mais disputada. Apurado,

aluno preferido pelos quartanistas para redalnr-chefo da "Imprensa Acadêmi

no mesmo dia, o resultado, com a e.x-

ca".

realizou depois, Afonso Pena alcançou

Rui esta\a, porém, todo imbuído de idéias avançadas, revolucionárias para a época, c SC desinteressara da Imprensa

95 votos G Rodrigues Alves 90. Tendo,

Acadêmica. '

rém, acirrados com os colegas conserva

hora, a candidatura de Afonso Pena, que nao liavia comparecido à reunião. A eleição da "Imprensa Acadêmica", de acôrdo com o regimento, procedeu-

O moço de Guaratinguetn já se tinha impôsto, nos domínios do pensamento, como figura destacada na turma e não

r-.a-

pleito. Supunham todos ser êle candi

Em reunião do Clube Ra

clusão do quinto ano, cuja eleição se porém, Rodrigues Alves, em sua turma,

obtido 20 sufrágios e o seu competidor apenas 15, o resultado final terminou

dical, lançou a idéia de um jornal que

em empate.

iria pregar os idciais mais tarde transfor

Afonso Pena era amigo e admirador de Rodrigues Alves. Compulsei uma

mados em realidade, graças, sobretudo, ao seu apostolado ininterrupto. Vem

para a praça piiblica realizar confe rências sôbre o elemento servil, a des

Apesar do prestígio até então dominador de Joaquim Nabuco, que encaminhou a

centralização, a crise política, usando uma linguagem nova, em que profliga o presente e antecipa o futuro. A Imprensa Acadêmica suspendeu, em

discussão, a medida foi rejeitada. É que acabava de chegar da Bahia um moço de estranho valor, que enfrentou o tri-

1869, sua publicação. Rodrigues Alves, espírito conservador e obstinado, já no quinto ano do curso, para que não

carta sua, datada em 1871, em que o trata de "Alves", reclama com ternura o retrato prometido e o concita a de

fender tese para conquistar a láiuea de doutor em borla e capelo. Sendo amigos e probos nas convicções, afastou-se a hipótese do sorteio e assu miram ambos, por uma exceção, a che

fia da Imprensa Acadêmica. Um e oulTo eram católicos fervorosos.

Em


X.

iV Pt7

Dícksto Econômico

nif;nsTf»

F.roN(')Miro

lv33

132

apaixonado, pede, em oração arrebata dora, o auxílio das tropas para a liber tação dos pretos. Cindeni-se as opi

niões.

Ap)ínidem-no os abolicionistas.

que nos banhados do Paraguai dcr.un

btjn > librr.il com intrcpidv/. O imberb •

demonstração vi\a de dedicação à terra estremecida. Fè-Io cm térmos de refíilgcnle patrioli.sim). Êssc episódio retrata duas couccpç-ões

Rui Barbosa, t) caçula do grupo, fi)i

alvo nessa oc;»viãt) di' \'iolenta campa nha, tendo sido olirlgado. pelas colunas

videue.a.s necessárias.

da seção )i\rc cio "Correio Paulistano",

corrida assembléia e designa um estu

da o|X)rluiiÍdatle, define tluas iiuntaü-

a se defender dos atac]ues do jornal fun dado pelos preparatorianos, o "Quin/e

Apupam-no os escravistas, com ameaças de reação material. A Câmara Munici pal quase suspende o Iríduo das festas populares. O diretor da Faculdade, dr. Falcão Filho, tenta intimidar o irrequie

piradas em amor ao torrão natal, do qual, em longa existência, foram Síunprc

de Outiibro", data do famoso diseiirso.

to estudante. Nada, porém, o demove.

fiéis servidores.

desfêcho, no meio ae:mbado de São

dades. Ambas r<'speitávcis. Ambas ins

Pode-se avaliar a repercuss.ão daquele

pcreeessr nm.í lradivãf> tão cara aos e.s-

hidantcs, propôo-se. em 1870. recrguèa. Promovo uma reunião para as proPreside a con

dante a fim de em cada ano convocar os colegas. Nomeia o estimado Artui 1 eixeira Leite, o confidente o leal CM>m-

panheiro do todos os tempos, para con gregar a turma que se despedia.

Da sacada do Hotel de França, cm duas

O grande acontecimento da Academia

Paulo, (jno girava em lõmo da velha

Designa as eleições três dias após e

noites consecutivas, a cena se reproduz.

era o da eleição do redalor-chefc da

aeadoniia, com o ter sido esse o único

permite que os "bichos" concorram ao

Querendo tirar partido para a causa

Imprensa Acadêmica. A explicação nao

que com tanto denôdo encarnava, o sa

é difícil: o redator-chefe era o mentor

assunto a ocupar, cm dias seguidos, a . seção li\ re de ttídos os matutinos pau

dato único. Os estudantes liberais, po

listanos.

Uodrígues Al\'es figurava en

tre os (|ue suslenla\'am a proposta de Cândido Leitão de equiparar os "bichos" ao."> acadêmicos de Direito.

tlime agitador, que se achava ao lado

político da mocidade e a distinção con

de Américo de Campos, investe contra

ferida ao aluno que detivesse o primado da aplicação. Em 1868, Cândido Lei tão, que exercia aquele alto cargo, pro pôs direito de voto aos prcparatorianos.

os adversários e lança os dardos da sua

palawa • contra a nefanda Instituição. Êle era assim.

Rodrigues Alves, sereno e prudente, com o seu discurso, vivamente e por toda a população aclamado, visava outro

objetivo: testemunhar a admiração e o reconhecimento dos estudantes àqueles

dores e movidos pela paixão da políti ca externa, se apóiam na maioria dos preparatorianos e lançam, à undécima

há elogio maior do que o dizer-se não ler sido êle übscurecido pelo sol que surgia.

se separadamente, em todos os anos, e

Em 1869, juntamente com Rui, foi o

de tôdas foi a mais disputada. Apurado,

aluno preferido pelos quartanistas para redalnr-chefo da "Imprensa Acadêmi

no mesmo dia, o resultado, com a e.x-

ca".

realizou depois, Afonso Pena alcançou

Rui esta\a, porém, todo imbuído de idéias avançadas, revolucionárias para a época, c SC desinteressara da Imprensa

95 votos G Rodrigues Alves 90. Tendo,

Acadêmica. '

rém, acirrados com os colegas conserva

hora, a candidatura de Afonso Pena, que nao liavia comparecido à reunião. A eleição da "Imprensa Acadêmica", de acôrdo com o regimento, procedeu-

O moço de Guaratinguetn já se tinha impôsto, nos domínios do pensamento, como figura destacada na turma e não

r-.a-

pleito. Supunham todos ser êle candi

Em reunião do Clube Ra

clusão do quinto ano, cuja eleição se porém, Rodrigues Alves, em sua turma,

obtido 20 sufrágios e o seu competidor apenas 15, o resultado final terminou

dical, lançou a idéia de um jornal que

em empate.

iria pregar os idciais mais tarde transfor

Afonso Pena era amigo e admirador de Rodrigues Alves. Compulsei uma

mados em realidade, graças, sobretudo, ao seu apostolado ininterrupto. Vem

para a praça piiblica realizar confe rências sôbre o elemento servil, a des

Apesar do prestígio até então dominador de Joaquim Nabuco, que encaminhou a

centralização, a crise política, usando uma linguagem nova, em que profliga o presente e antecipa o futuro. A Imprensa Acadêmica suspendeu, em

discussão, a medida foi rejeitada. É que acabava de chegar da Bahia um moço de estranho valor, que enfrentou o tri-

1869, sua publicação. Rodrigues Alves, espírito conservador e obstinado, já no quinto ano do curso, para que não

carta sua, datada em 1871, em que o trata de "Alves", reclama com ternura o retrato prometido e o concita a de

fender tese para conquistar a láiuea de doutor em borla e capelo. Sendo amigos e probos nas convicções, afastou-se a hipótese do sorteio e assu miram ambos, por uma exceção, a che

fia da Imprensa Acadêmica. Um e oulTo eram católicos fervorosos.

Em


■w

I,

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Du. KATO Eco NÓ MICO

134

matéria religiosa, de dificil harmo nia, e que desperta maior paixão, não haveria, pois, dificuldades. Nas demais, o patriotismo deu a solução: Afonso Pena éscrcxeu sobre assuntos econômi

cos e Rodrigues Al\'es ventilou proble mas internacionais', em que demonstrou possuir apreciáveis conhecimentos de História.

Mantiveram-se ambos em ter

reno político neutro, com galhardia e elevação.

"Dr. Fausto", p.seudônimo atribuídíí

ao dr. Melo Alves, que foi mais tarde Ministro do nosso Tribunal de Justiça, em "Ligeiro Retrospecto da Academia de São Paulo em 1871", apreciava me lhor Rodrigues Alves na "Opinião Con servadora" do que na "Imprensa Aca dêmica". Naquela, a sua pena era mais livre; nesta, .sentía-se tolhido em ex-

pender as suas idéias políticas para não se afastar da linha de rigorosa imparcia lidade a que espontaneamente se sub meteu.

Outra não foi a minha impressão ao manusear fôlhas de jornais amarelecidas pelo tempo. Substituto de João Mendes de Almeida, na página de honra da "Opi nião Conservadora", Rodrigues Alves, durante seis meses, discutiu, com lógica e estupenda correção de linguagem, os mais variados problemas de governo, sem se esquecer, todavia, de analisar o drama comovente que a velha Europa oferecia com a França esmagada pela Alemanha. Rodrigues Alves, que detestava o abso-

íulismo .wm concordar í-om os r.x»gcros

O GERENTE E O POLÍTICO

do radic-ali-^mo, fez a sua profissão do

fé, na "Opinião Conservadora", pregan do a liberdade pela Constituição, a edu

cação do homem pela rehgiao e a pros

peridade da Nação pela agricultura.

"Dr. Fausto" considerava Afonso Vcna

bom argumcntador n talliado a notável

CÂNDIDO Mota Filho

o.M a profunda crise que atravessa a civilização, onrlqucccu-se a cultura

conhecida pdo.s leilore.s de língua por-

política. O pensamento, como instnimento de ndaptaçao social, funciona como ídnal de alarma. Quando as coisas

nca, nao .se documenta com ela, mas sc

advogíído. mais aplicado ao Oircilo c

vão mal, ele vai bem. porque uma das suas funções principais é a de apon

porem, em .sua profecia, quando, depois

tar os perigos c dc iluminar os cami

menos orador do que o rival.

Falhou,

de asseverar que a vocação de Rodri

gues Alves seria para a tribuna c a im

prensa, enfaticamente^ afirmou que fa lharia na administração.

Em 5 de novembro de 1870, data em

que Rodrigues Alves colou grau de

bacharel cm Direito, em nota publicada

na "Opinião Conservadora", João Men des, sugerindo o nome de Rodrigues

Alves ao Partido, do qual era o chefe incontestado, assim se expressou: "Cará ter sisudo, inteligência cultivada, idéias sãs, são elementos valiosíssimos que o sr.

Rodrigues Alves pora a serviço da Pá tria se quiser dedicar-se à carreira po lítica".

nhos escuros.

Quando começou a acentuar-se, de

pois da guerra de 1914, a desorganiza-* ção institucional dos povos, começa

ram a aparecer obra.s dc pensamento po lítico.

O próprio intelectual puro co

meçou a tomar partido.

O romance

político passou para a linha de frente,

empurrando para trás os romances amo rosos e sentimentais.

E, com a Segun

da Guerra Mundial, não se sente c não

se pensa senão politicamente.

O su

lugue.«;a. Não jirocura a coerência liistó-

ulihzn dos acontecimentos e. principalmcn e, da literatura para confirmar suas deias e esclarecer seus pontos de vissuas páginas não SO/!' Hobbes reqüentain e Marx, como ainda Ber-

nard Shaw ou Anthony Trollopc.

A leitura dos temas graves, por isso

mosmo, se toma, além de interessante,

agradavol.

Convém assinalar, entre

tanto, os capítulos referentes à econo mia. Na sua crítica ao marxismo man

tém o pi-ocesso lógico do pensamento mg.t^. E, assim, escreve, por e.xemplo: - Os leitores de Marx recordarão como este gostava do exemplo do homem que troca a Bíblia pela aguardente.

Um^ marxista notará isso, esquecendo-se

cesso dc um Silone, de um Malraux

porem de que um outro homem trocou

ou de um Koestler é, inegàvelmente, sucesso literário, ma.s é, sobretudo, su cesso político.

modo de raciocinar, ôle procura mostrar

Com isso, criou-se,

além do mais,

a a^iarclente pela Bíblia." E, com êsse

a insuficiência do marxismo, uma vez que a economia não cuida da permuta de uma só classe de necessidades.

Rodrigues Alves atendeu ao apôlo de João Mendes. Só foi político: "político

uma curiosidade popular pela literatu ra política. A preocupação tática dos

seu sentido nobre e verdadeiro. Dedi cou a vida exclusivamente ao conche-

livros de divulgação do stalínismo-marxista concorreu para a ampliação dessa

• 1 us^ la são instrutivas consagrac à pitorescas. revolução m Iara afirmar que o industrialismo não surgiu de um momento para outro, mas

serviços de tal relevância, que o sagra ram imortal na História brasi'eira.

curiosidade. E ela vai-se elevando até as obras de valor filosófico dos doutrina-

radas pelo progresso, agarra-se a um

dores políticos e da teoria geral do

profissional", tomada essa expressão em

go do lar e à Pátria, u qual prestou

Insiste-se na afirmação de que a borracha oriental ainda esta lonfi^e de sujmr

suficientemente os mercados americanos e europeus, pelo que não há perigo irnediá' to de afetação dos preços. A verdade, porém, é que o produto das índias Holande

sas tem tanta importância para a economia dos seus donos que será o motivo princival da paz. Ora, se a borracha orienLal pode obrigar a paz muito mais rapida mente do que se supõe, chegará aos mercaaos e influirá, como sempre, nos preços. Há um evidente perigo em se .subestimar êste fato.

comunistas de conduzir até ás massas os

Estado.

E, entre as mais lidas, está

toi um aspecto das transformações ope

dos^ personagens de Welles, para dizer:

— este progresso continua marchando".

o ensaio de Lindsay sôbre o Estado de mocrático moderno, obra que foi patro cinada pelo Royal Instituto of Intema-

Mas, mesmo assim os efeitos dessa re

tional Affairs.

pela mesma porta que a liberdade de

Lindsay é um temperamento multo ^ diferente do temperamento do profes sor Laski, cuja obra já é amplamente

volução foram radicais. "Vemos, diz ele, que a liberdade econômica entrou

espírito. . . E o progresso técnico é fi

lho dessas liberdades. Numa época me

nos religiosa, converteu-se a liberdade


■w

I,

f

Du. KATO Eco NÓ MICO

134

matéria religiosa, de dificil harmo nia, e que desperta maior paixão, não haveria, pois, dificuldades. Nas demais, o patriotismo deu a solução: Afonso Pena éscrcxeu sobre assuntos econômi

cos e Rodrigues Al\'es ventilou proble mas internacionais', em que demonstrou possuir apreciáveis conhecimentos de História.

Mantiveram-se ambos em ter

reno político neutro, com galhardia e elevação.

"Dr. Fausto", p.seudônimo atribuídíí

ao dr. Melo Alves, que foi mais tarde Ministro do nosso Tribunal de Justiça, em "Ligeiro Retrospecto da Academia de São Paulo em 1871", apreciava me lhor Rodrigues Alves na "Opinião Con servadora" do que na "Imprensa Aca dêmica". Naquela, a sua pena era mais livre; nesta, .sentía-se tolhido em ex-

pender as suas idéias políticas para não se afastar da linha de rigorosa imparcia lidade a que espontaneamente se sub meteu.

Outra não foi a minha impressão ao manusear fôlhas de jornais amarelecidas pelo tempo. Substituto de João Mendes de Almeida, na página de honra da "Opi nião Conservadora", Rodrigues Alves, durante seis meses, discutiu, com lógica e estupenda correção de linguagem, os mais variados problemas de governo, sem se esquecer, todavia, de analisar o drama comovente que a velha Europa oferecia com a França esmagada pela Alemanha. Rodrigues Alves, que detestava o abso-

íulismo .wm concordar í-om os r.x»gcros

O GERENTE E O POLÍTICO

do radic-ali-^mo, fez a sua profissão do

fé, na "Opinião Conservadora", pregan do a liberdade pela Constituição, a edu

cação do homem pela rehgiao e a pros

peridade da Nação pela agricultura.

"Dr. Fausto" considerava Afonso Vcna

bom argumcntador n talliado a notável

CÂNDIDO Mota Filho

o.M a profunda crise que atravessa a civilização, onrlqucccu-se a cultura

conhecida pdo.s leilore.s de língua por-

política. O pensamento, como instnimento de ndaptaçao social, funciona como ídnal de alarma. Quando as coisas

nca, nao .se documenta com ela, mas sc

advogíído. mais aplicado ao Oircilo c

vão mal, ele vai bem. porque uma das suas funções principais é a de apon

porem, em .sua profecia, quando, depois

tar os perigos c dc iluminar os cami

menos orador do que o rival.

Falhou,

de asseverar que a vocação de Rodri

gues Alves seria para a tribuna c a im

prensa, enfaticamente^ afirmou que fa lharia na administração.

Em 5 de novembro de 1870, data em

que Rodrigues Alves colou grau de

bacharel cm Direito, em nota publicada

na "Opinião Conservadora", João Men des, sugerindo o nome de Rodrigues

Alves ao Partido, do qual era o chefe incontestado, assim se expressou: "Cará ter sisudo, inteligência cultivada, idéias sãs, são elementos valiosíssimos que o sr.

Rodrigues Alves pora a serviço da Pá tria se quiser dedicar-se à carreira po lítica".

nhos escuros.

Quando começou a acentuar-se, de

pois da guerra de 1914, a desorganiza-* ção institucional dos povos, começa

ram a aparecer obra.s dc pensamento po lítico.

O próprio intelectual puro co

meçou a tomar partido.

O romance

político passou para a linha de frente,

empurrando para trás os romances amo rosos e sentimentais.

E, com a Segun

da Guerra Mundial, não se sente c não

se pensa senão politicamente.

O su

lugue.«;a. Não jirocura a coerência liistó-

ulihzn dos acontecimentos e. principalmcn e, da literatura para confirmar suas deias e esclarecer seus pontos de vissuas páginas não SO/!' Hobbes reqüentain e Marx, como ainda Ber-

nard Shaw ou Anthony Trollopc.

A leitura dos temas graves, por isso

mosmo, se toma, além de interessante,

agradavol.

Convém assinalar, entre

tanto, os capítulos referentes à econo mia. Na sua crítica ao marxismo man

tém o pi-ocesso lógico do pensamento mg.t^. E, assim, escreve, por e.xemplo: - Os leitores de Marx recordarão como este gostava do exemplo do homem que troca a Bíblia pela aguardente.

Um^ marxista notará isso, esquecendo-se

cesso dc um Silone, de um Malraux

porem de que um outro homem trocou

ou de um Koestler é, inegàvelmente, sucesso literário, ma.s é, sobretudo, su cesso político.

modo de raciocinar, ôle procura mostrar

Com isso, criou-se,

além do mais,

a a^iarclente pela Bíblia." E, com êsse

a insuficiência do marxismo, uma vez que a economia não cuida da permuta de uma só classe de necessidades.

Rodrigues Alves atendeu ao apôlo de João Mendes. Só foi político: "político

uma curiosidade popular pela literatu ra política. A preocupação tática dos

seu sentido nobre e verdadeiro. Dedi cou a vida exclusivamente ao conche-

livros de divulgação do stalínismo-marxista concorreu para a ampliação dessa

• 1 us^ la são instrutivas consagrac à pitorescas. revolução m Iara afirmar que o industrialismo não surgiu de um momento para outro, mas

serviços de tal relevância, que o sagra ram imortal na História brasi'eira.

curiosidade. E ela vai-se elevando até as obras de valor filosófico dos doutrina-

radas pelo progresso, agarra-se a um

dores políticos e da teoria geral do

profissional", tomada essa expressão em

go do lar e à Pátria, u qual prestou

Insiste-se na afirmação de que a borracha oriental ainda esta lonfi^e de sujmr

suficientemente os mercados americanos e europeus, pelo que não há perigo irnediá' to de afetação dos preços. A verdade, porém, é que o produto das índias Holande

sas tem tanta importância para a economia dos seus donos que será o motivo princival da paz. Ora, se a borracha orienLal pode obrigar a paz muito mais rapida mente do que se supõe, chegará aos mercaaos e influirá, como sempre, nos preços. Há um evidente perigo em se .subestimar êste fato.

comunistas de conduzir até ás massas os

Estado.

E, entre as mais lidas, está

toi um aspecto das transformações ope

dos^ personagens de Welles, para dizer:

— este progresso continua marchando".

o ensaio de Lindsay sôbre o Estado de mocrático moderno, obra que foi patro cinada pelo Royal Instituto of Intema-

Mas, mesmo assim os efeitos dessa re

tional Affairs.

pela mesma porta que a liberdade de

Lindsay é um temperamento multo ^ diferente do temperamento do profes sor Laski, cuja obra já é amplamente

volução foram radicais. "Vemos, diz ele, que a liberdade econômica entrou

espírito. . . E o progresso técnico é fi

lho dessas liberdades. Numa época me

nos religiosa, converteu-se a liberdade


TW

nifiK-srti E< on6mk «»

Oi<;r_sT<> Econômico

138

do espírito ein liberdade de íuvesligaqão científica. A ciência c-om C maiús

.nicíis dc cKrátcr induMii-d nuiJ.a.n

límprf com «mn organizaç,'... Iccnica.

culo reclamou o direito de absoluta li

,,uc sr opOc à organizavat, niduslnul.

berdade de investigação, o direito e o dever de ir onde quisesse investigar a

•Todc-sr dizer -

verdade científica."

Com esse novo ímpeto cTcsceram as populações americanas e européias e au mentou também a riqueza. Antes da revolução industriai estavam, diz Lind-

say, os homens à mercê das forças da natureza. As más colheitas

significavam para muita gente a morte por inanição.

O industrialismo 'fêz surgir novas e perturbadoras pos sibilidades e, principalmen te, fêz com que os ricos se tomas.sem

imensamente

ricos. Porém, não fêz, co

mo muitos pensam, inclu sive os marxistas, os pobres mais pobres. Ao contrário até, o nível de vida se ele

vou, quando, no começo do século dezenove, o indus trialismo superou suas maiores dificuldades c deu motivo para a crença no aumento das possibilida des democráticas. A industrialização re

clama a educação e a educação é a base verdadeira de uma democracia.

Para Líndsay, o progresso técnico não se limitou a isso. Tomou possível uma área muito mais vasta para os governos democráticos. Líndsay, porém, não nos mostra só o lado construtivo da revolu

ção industrial, mas também aquilo que êle chama "o reverso da medalha". E

nesse reverso êle mostra o conflito en tre o interesse particularista e o,inte

resse público. Enquanto o campo de mocrático se alarga e com êle as pos sibilidades para o homem comum, co mo homem livre, as organizações econó-

Kslados totalitários anlidomocraltcos Moc nos últimos anos desafiaram os Es tados democráticos representam a apl.-

cacáo do modélo e da estrntnra .ndustriais ú vida df lúda a soccdade. A túcnica industrial aplicada ú cien-

ciu de governo foi uina fórmula decorrente não so da dcsordern democrática úlümo.s tempos, como tam

bém um resultante ideoló gico do ccononjísmo cres cente.

Produzir o mi>r

ximo com o mínimo de

tempo era uma fórmula

que a máquina ensinava e

que contrariava a demo

rada movimentação da.s instituições livres. Uma democracia dirigida por técnicos, precisos e exatos, orientada por previsões se

guras c ordenadas, dispos ta dentro de planejamentos ^cuidadosa mente construídos, seria cntao o ideal. Assim, a crescente socialização da vi da política reclamava um crescente po

der de organização. A política inipedia, no encontro das disputas partidá rias, com o jôgo livre das opiniões, a eficiência, que é a grande preocupação do homem moderno. Mas essa eficicn-

cia, explicável no campo econômico, tomava-se contraditória e ameaçadora no campo político. Líndsay chega a ver mesmo o "caráter anti-democrático da

organização dos negócios". E isto sc explica porque a eficiência cie uma fa brica depende da disciplina e da di reção. "A organização e direção dos homens - escreve ôlc - converteu-se

em um fator extremamente importante para a produção. O trabalhador fabril uâo pode \euder .sou trabalho sem N"cndc»*. ao mesmo tempo, ao seu patrão o tllreito a govi nuir e a disciplinar a fálirica." E acrescenta: -7- "O governo da

trar que. muito embora essa influcnvia da administração industrial na vida política fosse um ma), decorre ela de

indústria

no\'e. enquanto que os países inclu.s-

ele — na época moderna tem sobre a sociedade o mesmo efeito que o do t \crcito. Os trabalhos que realizam os homens, cm .suas relações mútuas, são

triais se- iam fazendo democráticos, a estrutura de suas indústrias se ia tor

regidos pelas exigências da organização de negócio, e uni negócio, como qual-

nando oligárqnlca ou aulocrática". E dá como exemplo dêsse critério de ge rência anti-domocrática, a organização

(picr outra, ê uma ovganiz;ição ã par te. Para fins de negócios, tratam-se os

moderna não é democrático;

lio seu conjunto é o contrário disso. E' curioso até como, durante o século cle/.c-

um êrro de visão. Negócio é negócio e

política c política. "Ó dcseinolvimcnto das org;iniz;içx)os industriais — escreve

da Rússia \'ermelha, onde o Estado se

homens como so podem tratar para fins militares, como parte de uma máquina.

organizou dentro do espírito de fábri ca. Nela, conforme a opinião de Ber-

dade democrática que é, como diz

trand Russel, "a direção cientifica ar

rebata cada vez mais a iniciativa da mão dos trabalhadores e concentra tô-

Porém, isso não acontece numa socie

Lind.say, uma sociedade de iguais que são diferentes. E, dentro dela, tanto a igual dade como a diferença são necessárias.

da planificação, invenção e responsa bilidade, na direção, na gerência".

Por ser dc.sse modo, é que a democra cia ó uma sociedade de homens livres,

A gerência nas fábricas tem elevadas somas de poder por sôbre os homens

onde há uma possibilidade para todos.

que nelas trabalham e de modo algum

representa os interêsses dos trabalhado

res. Líndsay lembra, a propósito, como é de seu costume, uma página de uma novela escrita cm 1885 por Mrs. Gas].(.\\ _ "Nortli and South" — onde o

proprietário de uma fábrica reclama, para e'a, um governo outocrático, di zendo: — "Sustento que o despotismo

c, para ela, a melhor forma de governo,

Não é assim uma organização indus

trial, cuja configuração, para nós, não ê fascista ou anti-fascista, porque não e poMtica. E técnica, com planos es pecializados em poucas mãos. As re lações entre trabalhadores e gerência nao é a mesma que há entre governan tes e governados. A chave da indústria

está na técnica da organização. A chave da democracia está, como afirma Lind say, "na capacidade de discussão".

estou em contacto com os operários, te

Esqueceu-se porém Lindsay de ana lisar a influência inversa. Hoje há tam

nho que ser necessíuiamente um autó-

bém uma certa influência democrática na

crata." Há outro personagem, chamado Thorton, que representa o Norte e é, ao mesmo tempo, muito mais despótico

organ"zação das fábricas, que se come

na sua fábrica e muito mais de mocrático fora dela, como se fos

rência ...

de tal modo que nas horas em que

se um proprietário do Sul feudal. Porém, Lindsay se encarrega de mos

çou a operar com a substituição do do

no, do capitão de indústria, pela ge E

essa

influencia

demo

crática mostraria também que ne gócio é negócio e política é ou tra

coisa...


TW

nifiK-srti E< on6mk «»

Oi<;r_sT<> Econômico

138

do espírito ein liberdade de íuvesligaqão científica. A ciência c-om C maiús

.nicíis dc cKrátcr induMii-d nuiJ.a.n

límprf com «mn organizaç,'... Iccnica.

culo reclamou o direito de absoluta li

,,uc sr opOc à organizavat, niduslnul.

berdade de investigação, o direito e o dever de ir onde quisesse investigar a

•Todc-sr dizer -

verdade científica."

Com esse novo ímpeto cTcsceram as populações americanas e européias e au mentou também a riqueza. Antes da revolução industriai estavam, diz Lind-

say, os homens à mercê das forças da natureza. As más colheitas

significavam para muita gente a morte por inanição.

O industrialismo 'fêz surgir novas e perturbadoras pos sibilidades e, principalmen te, fêz com que os ricos se tomas.sem

imensamente

ricos. Porém, não fêz, co

mo muitos pensam, inclu sive os marxistas, os pobres mais pobres. Ao contrário até, o nível de vida se ele

vou, quando, no começo do século dezenove, o indus trialismo superou suas maiores dificuldades c deu motivo para a crença no aumento das possibilida des democráticas. A industrialização re

clama a educação e a educação é a base verdadeira de uma democracia.

Para Líndsay, o progresso técnico não se limitou a isso. Tomou possível uma área muito mais vasta para os governos democráticos. Líndsay, porém, não nos mostra só o lado construtivo da revolu

ção industrial, mas também aquilo que êle chama "o reverso da medalha". E

nesse reverso êle mostra o conflito en tre o interesse particularista e o,inte

resse público. Enquanto o campo de mocrático se alarga e com êle as pos sibilidades para o homem comum, co mo homem livre, as organizações econó-

Kslados totalitários anlidomocraltcos Moc nos últimos anos desafiaram os Es tados democráticos representam a apl.-

cacáo do modélo e da estrntnra .ndustriais ú vida df lúda a soccdade. A túcnica industrial aplicada ú cien-

ciu de governo foi uina fórmula decorrente não so da dcsordern democrática úlümo.s tempos, como tam

bém um resultante ideoló gico do ccononjísmo cres cente.

Produzir o mi>r

ximo com o mínimo de

tempo era uma fórmula

que a máquina ensinava e

que contrariava a demo

rada movimentação da.s instituições livres. Uma democracia dirigida por técnicos, precisos e exatos, orientada por previsões se

guras c ordenadas, dispos ta dentro de planejamentos ^cuidadosa mente construídos, seria cntao o ideal. Assim, a crescente socialização da vi da política reclamava um crescente po

der de organização. A política inipedia, no encontro das disputas partidá rias, com o jôgo livre das opiniões, a eficiência, que é a grande preocupação do homem moderno. Mas essa eficicn-

cia, explicável no campo econômico, tomava-se contraditória e ameaçadora no campo político. Líndsay chega a ver mesmo o "caráter anti-democrático da

organização dos negócios". E isto sc explica porque a eficiência cie uma fa brica depende da disciplina e da di reção. "A organização e direção dos homens - escreve ôlc - converteu-se

em um fator extremamente importante para a produção. O trabalhador fabril uâo pode \euder .sou trabalho sem N"cndc»*. ao mesmo tempo, ao seu patrão o tllreito a govi nuir e a disciplinar a fálirica." E acrescenta: -7- "O governo da

trar que. muito embora essa influcnvia da administração industrial na vida política fosse um ma), decorre ela de

indústria

no\'e. enquanto que os países inclu.s-

ele — na época moderna tem sobre a sociedade o mesmo efeito que o do t \crcito. Os trabalhos que realizam os homens, cm .suas relações mútuas, são

triais se- iam fazendo democráticos, a estrutura de suas indústrias se ia tor

regidos pelas exigências da organização de negócio, e uni negócio, como qual-

nando oligárqnlca ou aulocrática". E dá como exemplo dêsse critério de ge rência anti-domocrática, a organização

(picr outra, ê uma ovganiz;ição ã par te. Para fins de negócios, tratam-se os

moderna não é democrático;

lio seu conjunto é o contrário disso. E' curioso até como, durante o século cle/.c-

um êrro de visão. Negócio é negócio e

política c política. "Ó dcseinolvimcnto das org;iniz;içx)os industriais — escreve

da Rússia \'ermelha, onde o Estado se

homens como so podem tratar para fins militares, como parte de uma máquina.

organizou dentro do espírito de fábri ca. Nela, conforme a opinião de Ber-

dade democrática que é, como diz

trand Russel, "a direção cientifica ar

rebata cada vez mais a iniciativa da mão dos trabalhadores e concentra tô-

Porém, isso não acontece numa socie

Lind.say, uma sociedade de iguais que são diferentes. E, dentro dela, tanto a igual dade como a diferença são necessárias.

da planificação, invenção e responsa bilidade, na direção, na gerência".

Por ser dc.sse modo, é que a democra cia ó uma sociedade de homens livres,

A gerência nas fábricas tem elevadas somas de poder por sôbre os homens

onde há uma possibilidade para todos.

que nelas trabalham e de modo algum

representa os interêsses dos trabalhado

res. Líndsay lembra, a propósito, como é de seu costume, uma página de uma novela escrita cm 1885 por Mrs. Gas].(.\\ _ "Nortli and South" — onde o

proprietário de uma fábrica reclama, para e'a, um governo outocrático, di zendo: — "Sustento que o despotismo

c, para ela, a melhor forma de governo,

Não é assim uma organização indus

trial, cuja configuração, para nós, não ê fascista ou anti-fascista, porque não e poMtica. E técnica, com planos es pecializados em poucas mãos. As re lações entre trabalhadores e gerência nao é a mesma que há entre governan tes e governados. A chave da indústria

está na técnica da organização. A chave da democracia está, como afirma Lind say, "na capacidade de discussão".

estou em contacto com os operários, te

Esqueceu-se porém Lindsay de ana lisar a influência inversa. Hoje há tam

nho que ser necessíuiamente um autó-

bém uma certa influência democrática na

crata." Há outro personagem, chamado Thorton, que representa o Norte e é, ao mesmo tempo, muito mais despótico

organ"zação das fábricas, que se come

na sua fábrica e muito mais de mocrático fora dela, como se fos

rência ...

de tal modo que nas horas em que

se um proprietário do Sul feudal. Porém, Lindsay se encarrega de mos

çou a operar com a substituição do do

no, do capitão de indústria, pela ge E

essa

influencia

demo

crática mostraria também que ne gócio é negócio e política é ou tra

coisa...


DiGESTO Econômico

PANORAMA Grande tem sido o número de sutc-

dàneos que a pesquisa científica tem conseguido produzir nos Estados Uni dos e que prometem séria concorrên cia aos produtos que o Brasil exporta para ôsse país. Durante a guerra vc-

ECGNdMíCO mandioca, principalnientc no Brasil. Ho je já é apreciável a ípiantidade dêsse produto importada dtí J3rasil. Grandes Cem sido as csp<'ranças dc nosscjs in

1S9

nas tropicais. Em 1913 já o p^iltivo do produto cm questão era feito em uma

\'olvidos pela cooperação da agricultura o indústria dêstc país.

área do 1.782 acres.

O amido do millio ceroso forma «ma

pasta clara que tem pouca tendência pa

*

*

O Brasil, que ontroni constituiu a úni ca fonte mundial de borracha, contribuiu apenas com 1,47' na importação do pro

capacidade de produção, tendo cm \"isla as possibilidades do mercado ameritant). A produção, l>«r Cíuisegninte. de

ra a gelatini/.ação quando cm repouso. -Essa pasta pode ser, enlrelanlo, facilmen te modificada por tratamento quimiço, do que resulta um amido fundainenlalinente diferente de qualquer amido co mum. Compõe-se de um tipo apenas de molécula, um polímero da categoria da

giram perspectivas sombrias, também, para a cera de carnaúba e para o cris

um sucedâneo do píjiviilio de mandioca teria conseqüências desastrosas cpiaiito ao

glucoso chamado amilopcctina. Todos

sileira alcançou apenas 9.956 toneladas.

os outros amidos são constituídos de

Segundo as estimativas do Departamento

tal de rocha.

futuro imediato da indústria dêsse ar

ríficou-se o extraordinário progresso da borracha sintética.

Üllimamente sur

A tendência auto-sufi

ciente da economia americana acentuase em diversos setores, inclusive na da

dustriais no sentido dc desenvolver n

tigo no Brasil e em outros países, c-omo

uma mistura de amilopcctina e amilose. O novo tipo de amido tem um grande

a República Dominicana, que contam com (j mercado "yankee .

mentícios, c sua resistência de aderên

aplicação na indústria de gêneros ali

sua agricultura. "National I^arsTi Chemurgic Council", que se dedica a pes quisas e experimentações com produtos agrícolas, é uma das organizações que mais têm feito no sentido de adaptar e desenvolver a produção, nos Estados Unidos, de artigos importados de climas

os entendidos na matéria, as pesquisas efetuadas nos Estados Unidos dão hoje

tropicais, por exemplo, ou de outros que

a ésse cereal grandes possibilidades" agrí

roso já está passando pelos processos in-

ofereçam concorrência a estes.

colas c industriais. Êsse miliio, há mui

dusti"iais. Em maio passado os agri

agora a revista CHEMURGIC DIGEST

to que serve de base para a alímciitaçao

cultores

focaliza, em sua edição de junho último,

chinesa e suas sementes foram, em tem

o que tem sido feito com relação a uma espécie de milho trazido da China que produz um amido considerado como

pos, enviadas para estudo ao Departa mento dc Agricultura em Washington. Até 1936 pouco se fêz para o desenvolvi

belt" esperavam semear este ano um to

Ainda

do Comércio Norte-Americano, espera-se

que a importação de borracha dc proce dência brasileira em 1948 sofra um novo declínio na pcrcenlagcm.

cia possibilita o seu aproveitamento nas indústrias de papel, tecidos e colas. Os

dade botânica para o mundo ociden

químicos continuam as suas e.\pericncias

Durante 1947 os preços da borracha natural giraram em tôrno de US$ 0,20 a libra, o que constitui um decréscimo

tal. A julgar, porém, pelo que afirmam

sobre o novo prqduto, daí resultando novas aplicações do mesino.

ços mais baixos ocorreram em setembro

Há dez anos o milho ceroso (wa.vy

mento comercial do seu cultivo nos Es

mandioca e de sagu.

É do conhecimento geral que as in dústrias de tecidos e de alimentação

tados Unidos. De^jois disso, porém, o Instituto de Pesquisa do Milho, de lowa, dedícou-se à experimentação do

têm dependido em suas necessidades do

cereal com vistas ao seu aproveitamento

polvilho de mandioca importado. Antes da guerra, a importação era feita prin cipalmente das índias Orientais Ho

no mercado interno. O Departamento da binaram os seus esforços no sentido de

landesas. Depois de conquistadas essas

obterem um tipo de amido, daquele mi

Agricultura e o referido Instituto com

possessões pelos japoneses, passaram os lho ceroso, semelhante ao do polvilho de importadores americanos a concentrar' mandioca. Segundo os químicos ame

to da produção de polvilho ou fécula de

-áia Britânica, equivalentes a mais de

500.000 toneladas. A exportação bra

rnaize) constituía uma simples curiosi

superior aos extraídos das farinhas de

suas atenções em fontes do hemisfério ocidental e a favorecer o desenvolvimen

duto pelos Estados Unidos cm 1947, em

confronto com 80% fornecidos pela Ma-

ricanos, foi conseguida a assimilação em zona temperada com a reprodução da qualidade do produto cultivado em zo-

A sexta safra comercial do milho ce norte-americanos

do

"com

tal do 19.000 acres. Anualmente, após a realização de um contrato com os agri

cultores, os técnicos dos institutos de

pesquisas orientam a preparação dos

do 0,11 relativamente a 1945. Os pre de 1947, quando desceram a pouco mais de 0,14. Embora o Brasil tenha exportado uma certa quantidade de ar tigos de borracha para os Estados Unidos no ano passado, inclusive alguns lotes de pequenos pneumátioos, suas importações

desta mercadoria foram suficientes para que figurasse em décimo lugar na lista dos países compradores de produtos de

tar a mistura com as plantações de ou

borracha nos Estados Unidos. Não se de ve esquecer que apesar dessas corhpras a indústria brasileira do tratamento de

tros tipos de milho. O milho ceroso po

borracha expandiu-se enormemente, ten

terrenos a serem semeados e dispensam-

lhe cuidado especial, tendo em vista evi de ser considerado como o inicio de uma

do consumido 22.000 toneladas do pro

série de tipos especiais de milho desen-

duto em 1947.


DiGESTO Econômico

PANORAMA Grande tem sido o número de sutc-

dàneos que a pesquisa científica tem conseguido produzir nos Estados Uni dos e que prometem séria concorrên cia aos produtos que o Brasil exporta para ôsse país. Durante a guerra vc-

ECGNdMíCO mandioca, principalnientc no Brasil. Ho je já é apreciável a ípiantidade dêsse produto importada dtí J3rasil. Grandes Cem sido as csp<'ranças dc nosscjs in

1S9

nas tropicais. Em 1913 já o p^iltivo do produto cm questão era feito em uma

\'olvidos pela cooperação da agricultura o indústria dêstc país.

área do 1.782 acres.

O amido do millio ceroso forma «ma

pasta clara que tem pouca tendência pa

*

*

O Brasil, que ontroni constituiu a úni ca fonte mundial de borracha, contribuiu apenas com 1,47' na importação do pro

capacidade de produção, tendo cm \"isla as possibilidades do mercado ameritant). A produção, l>«r Cíuisegninte. de

ra a gelatini/.ação quando cm repouso. -Essa pasta pode ser, enlrelanlo, facilmen te modificada por tratamento quimiço, do que resulta um amido fundainenlalinente diferente de qualquer amido co mum. Compõe-se de um tipo apenas de molécula, um polímero da categoria da

giram perspectivas sombrias, também, para a cera de carnaúba e para o cris

um sucedâneo do píjiviilio de mandioca teria conseqüências desastrosas cpiaiito ao

glucoso chamado amilopcctina. Todos

sileira alcançou apenas 9.956 toneladas.

os outros amidos são constituídos de

Segundo as estimativas do Departamento

tal de rocha.

futuro imediato da indústria dêsse ar

ríficou-se o extraordinário progresso da borracha sintética.

Üllimamente sur

A tendência auto-sufi

ciente da economia americana acentuase em diversos setores, inclusive na da

dustriais no sentido dc desenvolver n

tigo no Brasil e em outros países, c-omo

uma mistura de amilopcctina e amilose. O novo tipo de amido tem um grande

a República Dominicana, que contam com (j mercado "yankee .

mentícios, c sua resistência de aderên

aplicação na indústria de gêneros ali

sua agricultura. "National I^arsTi Chemurgic Council", que se dedica a pes quisas e experimentações com produtos agrícolas, é uma das organizações que mais têm feito no sentido de adaptar e desenvolver a produção, nos Estados Unidos, de artigos importados de climas

os entendidos na matéria, as pesquisas efetuadas nos Estados Unidos dão hoje

tropicais, por exemplo, ou de outros que

a ésse cereal grandes possibilidades" agrí

roso já está passando pelos processos in-

ofereçam concorrência a estes.

colas c industriais. Êsse miliio, há mui

dusti"iais. Em maio passado os agri

agora a revista CHEMURGIC DIGEST

to que serve de base para a alímciitaçao

cultores

focaliza, em sua edição de junho último,

chinesa e suas sementes foram, em tem

o que tem sido feito com relação a uma espécie de milho trazido da China que produz um amido considerado como

pos, enviadas para estudo ao Departa mento dc Agricultura em Washington. Até 1936 pouco se fêz para o desenvolvi

belt" esperavam semear este ano um to

Ainda

do Comércio Norte-Americano, espera-se

que a importação de borracha dc proce dência brasileira em 1948 sofra um novo declínio na pcrcenlagcm.

cia possibilita o seu aproveitamento nas indústrias de papel, tecidos e colas. Os

dade botânica para o mundo ociden

químicos continuam as suas e.\pericncias

Durante 1947 os preços da borracha natural giraram em tôrno de US$ 0,20 a libra, o que constitui um decréscimo

tal. A julgar, porém, pelo que afirmam

sobre o novo prqduto, daí resultando novas aplicações do mesino.

ços mais baixos ocorreram em setembro

Há dez anos o milho ceroso (wa.vy

mento comercial do seu cultivo nos Es

mandioca e de sagu.

É do conhecimento geral que as in dústrias de tecidos e de alimentação

tados Unidos. De^jois disso, porém, o Instituto de Pesquisa do Milho, de lowa, dedícou-se à experimentação do

têm dependido em suas necessidades do

cereal com vistas ao seu aproveitamento

polvilho de mandioca importado. Antes da guerra, a importação era feita prin cipalmente das índias Orientais Ho

no mercado interno. O Departamento da binaram os seus esforços no sentido de

landesas. Depois de conquistadas essas

obterem um tipo de amido, daquele mi

Agricultura e o referido Instituto com

possessões pelos japoneses, passaram os lho ceroso, semelhante ao do polvilho de importadores americanos a concentrar' mandioca. Segundo os químicos ame

to da produção de polvilho ou fécula de

-áia Britânica, equivalentes a mais de

500.000 toneladas. A exportação bra

rnaize) constituía uma simples curiosi

superior aos extraídos das farinhas de

suas atenções em fontes do hemisfério ocidental e a favorecer o desenvolvimen

duto pelos Estados Unidos cm 1947, em

confronto com 80% fornecidos pela Ma-

ricanos, foi conseguida a assimilação em zona temperada com a reprodução da qualidade do produto cultivado em zo-

A sexta safra comercial do milho ce norte-americanos

do

"com

tal do 19.000 acres. Anualmente, após a realização de um contrato com os agri

cultores, os técnicos dos institutos de

pesquisas orientam a preparação dos

do 0,11 relativamente a 1945. Os pre de 1947, quando desceram a pouco mais de 0,14. Embora o Brasil tenha exportado uma certa quantidade de ar tigos de borracha para os Estados Unidos no ano passado, inclusive alguns lotes de pequenos pneumátioos, suas importações

desta mercadoria foram suficientes para que figurasse em décimo lugar na lista dos países compradores de produtos de

tar a mistura com as plantações de ou

borracha nos Estados Unidos. Não se de ve esquecer que apesar dessas corhpras a indústria brasileira do tratamento de

tros tipos de milho. O milho ceroso po

borracha expandiu-se enormemente, ten

terrenos a serem semeados e dispensam-

lhe cuidado especial, tendo em vista evi de ser considerado como o inicio de uma

do consumido 22.000 toneladas do pro

série de tipos especiais de milho desen-

duto em 1947.


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