•
-
Rirr-r' ■^■■ ■'r'^ V- , ■;
I
_^^ií ' •
l/i-'"' "• '•'■ , ''/;■
'Hr:
/.
/ "^f^íV."( -Y ■ V- ! .
—kl
>/':siü ' s. ..'
' ■
■ ■■í.í
•í vf. V:':. ,:, :,.,:;y (i,
S II M ,1 R I O
8ií; -y/
. '. «SKj
#^'--' --Jy- '-O '• .'ü'*
Pug.
O Plnno Roqlonal d© Santo* —- Finiirisco Prestos Mala SItuQcílo Real dó Problema do Polróleo — S. Frócs Abrevi
O Problema do Poirolco -- Odilon T3i\'ina Temas o Problema* cm Debate — Daiio ilc Almeida MncalbSes A Crise do
O I-ucrc
I^lvro
- .Veljujn Weriieok Soclró
nn* Cooperativa*
. . .
— Ojaeir Mone/i^s
A IndiistrloHraçao noa Pnísc* "Novos" — Geraldo A Lula contra n Hússín -- José Maria FlcUo
O.
Ilanaskiwítz
. . . .
y^conomin dos Minernla Dstratéglcoa — A. J. Alves dc Solw:» ^yCTnlorpreíücão da Políticn Imigratória Brasileira — J. Fernando Carneiro
0Wí0l
D
Brasil
e a
Conferência
Latino-Americana
do Florostas o Produto* Florestai* — Pimentol Gomes
ílomona de Negócio vêm o Orçamento — Guilherme Moojcn LINCOLN -- Americano do E»col e Glória da Humanidade — Ilodriífo Snav«.'íi Jr Minérin c Paislo -- Ot.'ivio 'I'aiqiiínio do Soiis.i . A Administração Pombalinn o o Açúcar Brasileiro — José Honório IlodriKUCS nodrigucB Alves, Estudante -- Antônio Gontijo^dc Carvalho O
Gcrcnío
Panorama
c
o
Político
Econômico
—
--
Cândido
Mota
Filho
. .
Redação
1
ry
t:i•ijí".'i- '■.:".'■ ■ ■ ■ •
wLl^J...^. . '/o...'.. . .- yy.tffJy
<0\
p-».- '
y í'i . < \ .
>l:^
/i
ANO ÍV
- JUtHO DE 1M8 — K.o 44
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA* X VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr| 3,00.
Os nossos agentes da relação abaixo <í.stão aptos a suprir qualquer .encomenda," bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
Agente Geral para o Brasil f:ehnando CHINAGLIA ÀTenida Presidente Vargas, 502, 19.o andmr Hio de Janeiro
Alagou: Manuel Espíndola. Praça Pa-
ParanA: J. Chlgnone. Rua 18 de No
üjo II. 49, Maceió.
vembro. 423. Curitiba.
Amazonu: AgCncla Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 20, Manaus.
1
Pernambuco:
Fern.indo
ChinafUa,
Rua do Imperador. 221, 3.0 andar. Ucclfe.
Bahia: Alfredo J. de Souza ít Cia . R. Saldanha da Gama. O, Salvador
Pisui: Clavidlo M. Tole. Tereslna.
Caari: J. Alnor de Albuquerque & Cia.
Rio de Janeiro: Fcrn.mdo Chlnaglla.
Praça do Ferreira. 621. Fortaleza,
Bfpirllo Santo: Viuva Copolilo èt FllliiíK, Rua Jerónlmo Monteiro. 361. Vitória,
OolAnia.
andar,
Rio Grande do Norte: Luís Romlo. Rio Grande do Sul; Sòmente paro Por to
Fr. Livraria
Universal, Rua
Joáfj Lisboa. 114, SSo Luiz,
Mato CroMo:
Vargas, 502. 10 o
Avenida Tavai-o.s Lira, 48. Natal.
üoiAc; .TfiAo Manarino, Rua Setenta A. MuanhSo:
Av. Presidente
Carvalho. Pinheiro
dc
Cia , Pça, da República. 20. Culaná
Aler.rc: Octavto Saficbin. Rua
7 de Setembro. 78!). Porto Alc»;re,
A ESCOLHA
DO TIPO ADEQUADO DO ROLAMENTO bem como o modo correto de sua aplicação dependem tonto da cargo ocorrente como das exigêndos que se impõem a cada caso. Uma solução conveniente e eco
nômica requer, naturolmente, profundo conhecimeto das caracteristicas dos diversos tipos de rolamentos.
A experiência mostra que os melhores resultados se
Pnin loc.-Pn íora do Porto Alegre:
conseguem mediante uma colaboração intima entra os
Fernandr. Chlnaglia. R. de Janeiro.
construtores de máquinas e os técnicos peritos da SKF cujos serviços estão gratuitamente à disposição de setis
Santa Caisrina: Pedro Xavier 8c Cia..
Rua Felipe Schmlrit. 8. Florianóp.
prezados clientes.
Minas Corais: Joaquim Mosa Velloso, Avrniüa dos Ho rlzunte.
Andradas. 330. Belo
FarÉ: Albann H, Martins it Cia . Tra
vessa Campos Sales. 85/BS. Baralha: Loja das Revistas, Rua Ba ilo do Trlun/o, SIO-A. Joio Pessoa
Sio Paulo: A Intelectual. Ltda . Via
duto Santa Efigênis, 281. S Paulo Sergipe: Liviarta Regina Ltda,. Rua Joio Pessoa. 137, Ainvsju Tarrllórie do Acra: I>i6genrs de Oli veira. Riu Branco,
COMPANHIA fJl^r DO BRASIL ROLAMENTOS
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA* X VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr| 3,00.
Os nossos agentes da relação abaixo <í.stão aptos a suprir qualquer .encomenda," bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
Agente Geral para o Brasil f:ehnando CHINAGLIA ÀTenida Presidente Vargas, 502, 19.o andmr Hio de Janeiro
Alagou: Manuel Espíndola. Praça Pa-
ParanA: J. Chlgnone. Rua 18 de No
üjo II. 49, Maceió.
vembro. 423. Curitiba.
Amazonu: AgCncla Freitas. Rua Joa quim Sarmento. 20, Manaus.
1
Pernambuco:
Fern.indo
ChinafUa,
Rua do Imperador. 221, 3.0 andar. Ucclfe.
Bahia: Alfredo J. de Souza ít Cia . R. Saldanha da Gama. O, Salvador
Pisui: Clavidlo M. Tole. Tereslna.
Caari: J. Alnor de Albuquerque & Cia.
Rio de Janeiro: Fcrn.mdo Chlnaglla.
Praça do Ferreira. 621. Fortaleza,
Bfpirllo Santo: Viuva Copolilo èt FllliiíK, Rua Jerónlmo Monteiro. 361. Vitória,
OolAnia.
andar,
Rio Grande do Norte: Luís Romlo. Rio Grande do Sul; Sòmente paro Por to
Fr. Livraria
Universal, Rua
Joáfj Lisboa. 114, SSo Luiz,
Mato CroMo:
Vargas, 502. 10 o
Avenida Tavai-o.s Lira, 48. Natal.
üoiAc; .TfiAo Manarino, Rua Setenta A. MuanhSo:
Av. Presidente
Carvalho. Pinheiro
dc
Cia , Pça, da República. 20. Culaná
Aler.rc: Octavto Saficbin. Rua
7 de Setembro. 78!). Porto Alc»;re,
A ESCOLHA
DO TIPO ADEQUADO DO ROLAMENTO bem como o modo correto de sua aplicação dependem tonto da cargo ocorrente como das exigêndos que se impõem a cada caso. Uma solução conveniente e eco
nômica requer, naturolmente, profundo conhecimeto das caracteristicas dos diversos tipos de rolamentos.
A experiência mostra que os melhores resultados se
Pnin loc.-Pn íora do Porto Alegre:
conseguem mediante uma colaboração intima entra os
Fernandr. Chlnaglia. R. de Janeiro.
construtores de máquinas e os técnicos peritos da SKF cujos serviços estão gratuitamente à disposição de setis
Santa Caisrina: Pedro Xavier 8c Cia..
Rua Felipe Schmlrit. 8. Florianóp.
prezados clientes.
Minas Corais: Joaquim Mosa Velloso, Avrniüa dos Ho rlzunte.
Andradas. 330. Belo
FarÉ: Albann H, Martins it Cia . Tra
vessa Campos Sales. 85/BS. Baralha: Loja das Revistas, Rua Ba ilo do Trlun/o, SIO-A. Joio Pessoa
Sio Paulo: A Intelectual. Ltda . Via
duto Santa Efigênis, 281. S Paulo Sergipe: Liviarta Regina Ltda,. Rua Joio Pessoa. 137, Ainvsju Tarrllórie do Acra: I>i6genrs de Oli veira. Riu Branco,
COMPANHIA fJl^r DO BRASIL ROLAMENTOS
lÉ de Meio Milhão de
rrOTnS.."-
•-x!v '• •-
mantêm em vigor títulos de economia
suLUcap DADOS EXTRAÍDOS DO R E L AT O R I O•B A L. A N Ç O DE ISCT OS
¥
PKgamentoB aos portadores de tolos por Sorteios, Resgates e Dls
sòmoDte cti) 1047
118.086.112,20
Iribuiç&o de Lucros
d«B<lc 1029
571.997.910,60
'I
aumcoto sòtDOote em 1947.,,.^.
134.774.212,50
total até Dezembro dc 1947*. ..
941.631.384,60
Reservas Matemáticas
Acllvo Real da Companhia cm 31 de Dezembro dc 1847.. 1.004.200.832,90 Valor dos lllulos emitidos
sòmcDte em 1947
1)
2.898.620.000,00
desde o Inicio das opcraçdcs da Com^ohia e
em vigor em 31 dc Dezembro dc 1047
11.242.765.000,00
APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO
Apólices da Divida Pdbllca
^
Imóveis em centros de
e outros Títulos de Renda 236.468.669,10 Emprásiimos sobre hi potecas, títulos da Com panhia e outros valores
garantidos
grande valorizac&o
236.982.169,20
Dinheiro em Dancos o
_
em Caixa
26.935.354,70
Outros valores
29.822.133,10
_
473.992.506,80
PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS OLTIMOS B ANOBt
•m 1941 — Cr» 408.871.911,60
sm 1947 — Cr» 1.004.100.83»,90
m AMÉRICA CAPITALIZAÇÃO, S. A. SEDE SOCIAL — RIO DE JANEIRO
SUCURSAL EM S. PAULO — RUA 15 DE NOVEMBRO ESQ. DE ANCHIETA
A Smith-Corona Super-Speed nAo hA mAouina mais peifeita < .
MÁQUINAS.IMPORTADORA LTDA. SAO
PAULO
RUA LÍBER.O 8ADARÓ, 462.Sobreloja TLS. 2-6279 • 2.4573
«IO DE JANEIÍO: > SUA VISCONDE DE INHAÚMA. 04 • 17.» ANDA» • T£t. <r-7538
H B I
8aO HOíIZONTE: EUA CAEUOS. «8 - lEL. MStI ■
lÉ de Meio Milhão de
rrOTnS.."-
•-x!v '• •-
mantêm em vigor títulos de economia
suLUcap DADOS EXTRAÍDOS DO R E L AT O R I O•B A L. A N Ç O DE ISCT OS
¥
PKgamentoB aos portadores de tolos por Sorteios, Resgates e Dls
sòmoDte cti) 1047
118.086.112,20
Iribuiç&o de Lucros
d«B<lc 1029
571.997.910,60
'I
aumcoto sòtDOote em 1947.,,.^.
134.774.212,50
total até Dezembro dc 1947*. ..
941.631.384,60
Reservas Matemáticas
Acllvo Real da Companhia cm 31 de Dezembro dc 1847.. 1.004.200.832,90 Valor dos lllulos emitidos
sòmcDte em 1947
1)
2.898.620.000,00
desde o Inicio das opcraçdcs da Com^ohia e
em vigor em 31 dc Dezembro dc 1047
11.242.765.000,00
APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO
Apólices da Divida Pdbllca
^
Imóveis em centros de
e outros Títulos de Renda 236.468.669,10 Emprásiimos sobre hi potecas, títulos da Com panhia e outros valores
garantidos
grande valorizac&o
236.982.169,20
Dinheiro em Dancos o
_
em Caixa
26.935.354,70
Outros valores
29.822.133,10
_
473.992.506,80
PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS OLTIMOS B ANOBt
•m 1941 — Cr» 408.871.911,60
sm 1947 — Cr» 1.004.100.83»,90
m AMÉRICA CAPITALIZAÇÃO, S. A. SEDE SOCIAL — RIO DE JANEIRO
SUCURSAL EM S. PAULO — RUA 15 DE NOVEMBRO ESQ. DE ANCHIETA
A Smith-Corona Super-Speed nAo hA mAouina mais peifeita < .
MÁQUINAS.IMPORTADORA LTDA. SAO
PAULO
RUA LÍBER.O 8ADARÓ, 462.Sobreloja TLS. 2-6279 • 2.4573
«IO DE JANEIÍO: > SUA VISCONDE DE INHAÚMA. 04 • 17.» ANDA» • T£t. <r-7538
H B I
8aO HOíIZONTE: EUA CAEUOS. «8 - lEL. MStI ■
Companhia industrial Paulista de Álcool
C.I.P.A. Va Rua da Quitanda, 96 - 2.° andar
■úOi
Fones 3-5660 e 2-2928
■
SÃO PAULO
fllcool para fins industriais e comerciais 92o Q. L. ♦
96° Q. L (finíssimo) absoluto 99,5° Q. L ■
da melhor qualidade TIPO AMERICANO PRODUTO
Vendas por grosso - Entrega imediata
SUDAN
Companhia industrial Paulista de Álcool
C.I.P.A. Va Rua da Quitanda, 96 - 2.° andar
■úOi
Fones 3-5660 e 2-2928
■
SÃO PAULO
fllcool para fins industriais e comerciais 92o Q. L. ♦
96° Q. L (finíssimo) absoluto 99,5° Q. L ■
da melhor qualidade TIPO AMERICANO PRODUTO
Vendas por grosso - Entrega imediata
SUDAN
Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penloado, 164/180 CAPITAL Cr$ 30.000.000,00
—
FUNDO DE RESERVA CrS 9.000.000,00
Balanço em 30 de Junho de 1948, compreendendo as operações da Matriz e das Agênciasv ATIVO
Letras do Tesouro Nacional
6.021.000,00
Empréstimo em C. Correntes
91.098.502,50
Títulos Descontados
;
298.385.404,80
Agências no País
57.179.666,20
Correspondentes no País Correspondentes no Exterior Outros Créditos .'
2.262.162.00 7.197.974,90 11.689.387,20
Obrig. Fed. dep. no B. do Brasil à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito Apólices e Obrigações Federais Edifícios do uso do Banco Móveis e Utensílios Material de Expediente
m (umjk
2.580.900,00 7.096.391,90 18.012.554,50 4.626.375,00 2.413.324,60
Instalações
986.501,10
Contas de Compensação ^
213.116.223,10
CAIXA: Em moeda corrente
73.342.578,20
Em depósito no Banco do Brasil Em dep. à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito
55.484.737,70 10.810.235,00
McC
139.637.550,90
Use em seu carro
862.303.918,50
Faróis
PASSIVO
Capital Fundo de Reserva Legal
30.000.000,00 1.190.000,00
Outras reservas Em C/C Sem Limite Em C/C Limitadas Em C/C Sem Juros Em C/C de Aviso A Prazo Fixo Agências no País
)
.'
7.810.000,00 308.117.316,50 89.455.943,20 3.603.706,90 4.168.850,90 101.033.853,50 82.003.273,50
SEALED BEAM Tdda a segurança que um farol moderno possa oferecer, está condensada nos Faróis
Guide"SeaSedBeam",de d(^
focos e ampla luz dtfusal Os Faróis Cuide "Sealed Beam", por seremhermêticemente ve
Correspondentes no País
2.170.345,90
dados, nSo perdem sua lumi nosidade pela penetração de
Correspondentes no Exterior Ordens de pagamento e outros créditos
3.336.460,30 9.170.289,10
pó ou detritos — e não se apagam nem mesmo quando
Dividendos a Pagar
Contas de Resultados Contas de Compensação
1.800.000,00
uma pedra da estrada quebra
5.237.647,60 213.116.223,10
suas lentes. Eis uma dupla gaioutía para sua proteçã^S
862.303.918,50
SMOCUTO Dk OCKERkL Morofta
São Paulo, 3 de Julho de 1948
DIRETORES: (a) Dr. J. Cunha Júnior — Diretor Presidente; (a) José Alfredo de Al meida — Diretor-Supcrintendente; (a) Amador Aguiar — Diretor-aerenlo.
José Faria Basilio — Contador (C. R. C. n.o 3.094)
Para veadas o servigo procure os distribuidores e tòueesslonários da
GENERfiL MOTORS DO BRUSIL S.fl.
Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penloado, 164/180 CAPITAL Cr$ 30.000.000,00
—
FUNDO DE RESERVA CrS 9.000.000,00
Balanço em 30 de Junho de 1948, compreendendo as operações da Matriz e das Agênciasv ATIVO
Letras do Tesouro Nacional
6.021.000,00
Empréstimo em C. Correntes
91.098.502,50
Títulos Descontados
;
298.385.404,80
Agências no País
57.179.666,20
Correspondentes no País Correspondentes no Exterior Outros Créditos .'
2.262.162.00 7.197.974,90 11.689.387,20
Obrig. Fed. dep. no B. do Brasil à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito Apólices e Obrigações Federais Edifícios do uso do Banco Móveis e Utensílios Material de Expediente
m (umjk
2.580.900,00 7.096.391,90 18.012.554,50 4.626.375,00 2.413.324,60
Instalações
986.501,10
Contas de Compensação ^
213.116.223,10
CAIXA: Em moeda corrente
73.342.578,20
Em depósito no Banco do Brasil Em dep. à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito
55.484.737,70 10.810.235,00
McC
139.637.550,90
Use em seu carro
862.303.918,50
Faróis
PASSIVO
Capital Fundo de Reserva Legal
30.000.000,00 1.190.000,00
Outras reservas Em C/C Sem Limite Em C/C Limitadas Em C/C Sem Juros Em C/C de Aviso A Prazo Fixo Agências no País
)
.'
7.810.000,00 308.117.316,50 89.455.943,20 3.603.706,90 4.168.850,90 101.033.853,50 82.003.273,50
SEALED BEAM Tdda a segurança que um farol moderno possa oferecer, está condensada nos Faróis
Guide"SeaSedBeam",de d(^
focos e ampla luz dtfusal Os Faróis Cuide "Sealed Beam", por seremhermêticemente ve
Correspondentes no País
2.170.345,90
dados, nSo perdem sua lumi nosidade pela penetração de
Correspondentes no Exterior Ordens de pagamento e outros créditos
3.336.460,30 9.170.289,10
pó ou detritos — e não se apagam nem mesmo quando
Dividendos a Pagar
Contas de Resultados Contas de Compensação
1.800.000,00
uma pedra da estrada quebra
5.237.647,60 213.116.223,10
suas lentes. Eis uma dupla gaioutía para sua proteçã^S
862.303.918,50
SMOCUTO Dk OCKERkL Morofta
São Paulo, 3 de Julho de 1948
DIRETORES: (a) Dr. J. Cunha Júnior — Diretor Presidente; (a) José Alfredo de Al meida — Diretor-Supcrintendente; (a) Amador Aguiar — Diretor-aerenlo.
José Faria Basilio — Contador (C. R. C. n.o 3.094)
Para veadas o servigo procure os distribuidores e tòueesslonários da
GENERfiL MOTORS DO BRUSIL S.fl.
DlliliSTO ECOniiMIC»
O (PianOi Jleqlüinaí cU S.a^itú4i
D UUHDO DOS NE60CIOS KUM rSNORaiU MEHSIL
Pubftcado sob os auspícios da IX
tSSOCIflCãO COMERCIALDE SÃO PAULO
Fi^ANCisco Prestes Xíaia
FEDERACAü do comércio 00
I^ENTRE OS aspectos da região santista
ESTADO DE SAO PAULO
o Digesto Ecooómlco publicará no próximo número: Diretor:
Aalonlo GonlIJo de Carvalho
O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maia.
destacam-se o climático, o geológi
O autor, x\cste artigo, o penúltimo da
co, o oceanográfíco e o florístico. To
dos merecem, num "survey" completo,
série que está escrevendo para a nossa revista, termina o exame dos aspectos
estudo pormenorizado, se não de inves
rcgiomis do plano de Santos, iniciando
tigação original, ao menos de sistematização, utilíssimo ao plano regional.
os estudos dos problemas urbanísticos propriamente ditos.
Economia, O DIgeslo Econômico, órgão de in formações econômicas e financei
ras, é publicado mensalmente pela
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA
TE — Dario de Almeida Magalhães.
Editôra Comercial Ltda.
THOMAS JEFFERSON - Rodrigo A dXreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
conceitos emitidos ém artigos assi nados.
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesto Econômico.
, Soares Júnior. ALGODÃO: FINANCIAMENTO DO PRODUTO OU DA PRODUÇÃO? -
Constantino Fraga.
a' CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ' POSSÍVEL - Carlos Alberto Carvalho
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
Pinto.
O PECADO DANADO DA USURA ASSINATURAS:
José Honório Rodrigues.
DIgeslo Econômico
Ano (simples) ... " (registrado) Número do mês: Atrasado:
Cri 30.00
Cr? 38,00 Cr?
3,00
Cr$ 5,00
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
turismo,
paisagismo
etc.,
gáo-lhe diretamente conexos.
Na impossibi'idade de expô-los todos, tocaremos pela rama no primeiro. A região santista apresenta aspectos
Ilha da Moela
1356 min
Santos
2232
climáticos assaz diversificados. Embora
Piassagüera
2639
03 dados mais importantes sejam os ur banos, registrados no observatório me
Usina de Itatinga
3062
teorológico central, convém consignar
Usina do Cubatão Alto da Serra .
3111 3598
mais três zonas climáticas longitudinais o paralelas à direção geral da costa. A
Represa das Pedras Itapanhaú . i
diversidade mais patente é a do coefi
São Paulo
ciente pluviométrico. A estação central
Serra da Cantareira
1670
acusa uma coluna anual de 2315 mm,
Juqueri
1340
cifra ligeiramente superior às das outras localidades paulistas litorâneas, com ex ceção de Ubatuba.
Serra dos Cristais
2000
Jxmdiaí
1470
Campinas
1433
4448 . 4514 1300
A superposição do d-agrama pluvio Uma seção transversal à costa, dò mar métrico ao corte altimétrico do terxitóalto ao interior do Estado, acusa:
DlliliSTO ECOniiMIC»
O (PianOi Jleqlüinaí cU S.a^itú4i
D UUHDO DOS NE60CIOS KUM rSNORaiU MEHSIL
Pubftcado sob os auspícios da IX
tSSOCIflCãO COMERCIALDE SÃO PAULO
Fi^ANCisco Prestes Xíaia
FEDERACAü do comércio 00
I^ENTRE OS aspectos da região santista
ESTADO DE SAO PAULO
o Digesto Ecooómlco publicará no próximo número: Diretor:
Aalonlo GonlIJo de Carvalho
O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maia.
destacam-se o climático, o geológi
O autor, x\cste artigo, o penúltimo da
co, o oceanográfíco e o florístico. To
dos merecem, num "survey" completo,
série que está escrevendo para a nossa revista, termina o exame dos aspectos
estudo pormenorizado, se não de inves
rcgiomis do plano de Santos, iniciando
tigação original, ao menos de sistematização, utilíssimo ao plano regional.
os estudos dos problemas urbanísticos propriamente ditos.
Economia, O DIgeslo Econômico, órgão de in formações econômicas e financei
ras, é publicado mensalmente pela
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBA
TE — Dario de Almeida Magalhães.
Editôra Comercial Ltda.
THOMAS JEFFERSON - Rodrigo A dXreçSo não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos
conceitos emitidos ém artigos assi nados.
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesto Econômico.
, Soares Júnior. ALGODÃO: FINANCIAMENTO DO PRODUTO OU DA PRODUÇÃO? -
Constantino Fraga.
a' CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ' POSSÍVEL - Carlos Alberto Carvalho
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
Pinto.
O PECADO DANADO DA USURA ASSINATURAS:
José Honório Rodrigues.
DIgeslo Econômico
Ano (simples) ... " (registrado) Número do mês: Atrasado:
Cri 30.00
Cr? 38,00 Cr?
3,00
Cr$ 5,00
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
turismo,
paisagismo
etc.,
gáo-lhe diretamente conexos.
Na impossibi'idade de expô-los todos, tocaremos pela rama no primeiro. A região santista apresenta aspectos
Ilha da Moela
1356 min
Santos
2232
climáticos assaz diversificados. Embora
Piassagüera
2639
03 dados mais importantes sejam os ur banos, registrados no observatório me
Usina de Itatinga
3062
teorológico central, convém consignar
Usina do Cubatão Alto da Serra .
3111 3598
mais três zonas climáticas longitudinais o paralelas à direção geral da costa. A
Represa das Pedras Itapanhaú . i
diversidade mais patente é a do coefi
São Paulo
ciente pluviométrico. A estação central
Serra da Cantareira
1670
acusa uma coluna anual de 2315 mm,
Juqueri
1340
cifra ligeiramente superior às das outras localidades paulistas litorâneas, com ex ceção de Ubatuba.
Serra dos Cristais
2000
Jxmdiaí
1470
Campinas
1433
4448 . 4514 1300
A superposição do d-agrama pluvio Uma seção transversal à costa, dò mar métrico ao corte altimétrico do terxitóalto ao interior do Estado, acusa:
Dicesto
Dicesto Econômico
Econômico
10
rio revela uma tal correspondência, que o caso pode servir de exemplo comprobatório à teoria física das chuvas. Os deslocamentos atmosféricos no Es
II
Na zona santista a cumiada da Serra
florístico), ora prejudiciais, dificultando
do Mar ostenta as maiores colunas plu-
a construção e manutenção de estradas e
obras-dc-arte, c o próprio ínifcgo rodo viário. Uma dessas conseqüências muito
viométricas do país: cerca de 4500 mm
— superior mesmo às cifras encontradi-
gistrada. A divergência provém da ma neira real por que se processam a as censão e o resfriamento do ar.
A temperatura anual de Santos en
tado de São Paulo verificam-se ordinàriamente em dois sentidos
forma uma curva alon
quase opostos e pouco
gada, qoG contorna a
interessa a uma obra, a que noutro arti go aludimos: o aeroporto de Santo Ân gelo, possivelmente afetado pela umida de atmosférica adjacente e decorrente
oblíquos relativamente
Serra do Cubatão.
nebulosidade.
à escarpa marítima e à
escarpa marítima, que
Quanto à temperatura. Santos e o pla
serra internai da Canta
nalto oferecem outro contraste. Eis a mé
reira. As massas pola
entretanto corre do Rio Grande à baía, não
res, vindas do Sul, frias
apresenta o mesmo coe
e baixas, esbarrando na Serra do Mar, elevam-
ficiente nos outros tre
Santos
21.90 g. c.
co costuma ser má.ximo nos meses de
chos.
Alto da Serra
18.00 ""
298 mm respectivamente) e mínimo nos
ças na bacia amazônica. A isoieta de 4500 mm
Por que?
A
se. dilatam-se, esfriam,
gundo Setzer, a expli cação reside simples
vam a precipitação. É
mente na circunstância
a explicação clássica da
de a escarpa, no trecho
chuva nos grandes obs táculos orográficos. Quando as massas
em
chegam do NO, do coração do conti nente ou das planícies de Mato Grosso e da Amazônia, vêm quentes e menos
carregadas de umidade. O mecanismo do fenômeno, ao atingirem a crista da Serra do Mar, é um pouco diferente: encontrando as massas inferiores suli
nas, cavalgam-nas e são resfriadas tan to por contacto como por ascensão, com o mesmo resultado meteorológico, mas com preponderância, agora, da chuva nas
ate.
apreço,
assumir
uma direção diferente da do resto da serra marítima — fato evidente ao mais per-
nalto sul-mineiro constitui outra ilustra
ção da teoria, com a circunstância de
férico sem retenção ou precipitação sô
haver mais duas serras interpostas (Quebra-Cangalhas e Caracol), nas quais o fenômeno pluviométrico se reproduz.
bre Cananéia ou Igiiape; é sobretudo o caso dos vales e gargantas do Cubatão e do Itapanhaú, que confinam a umi
O diagrama entre Ubatuba e o pla
A coluna verificada na ilha da Moela
dade nas reentrâncias da serra e pro
corresponde à mesma isoieta da Capital. É de supor que muito mais para o Sul se encontram, em pleno oceano, as ísoie-
vocam as maiores precipitações conheci das no país. São sabidas as conseqüên cias, ora benéficas (fonte de energia hi
tas dos desertos africanos.
drelétrica, exuberância do revestimento
ig.eo ""
Taubaté Itapctininga
20.40 "" 19.00 ""
Campinas Ribeirão Prôto
20.20 "" 20.30 ""
13.00 "" 13.60 ""
A diferença de temperatura por 100 metros de diferença de altitude regula, em São Paulo, 0.56°. Inversamente, isso significa um desnível de 177 metros por
NEE (e não mais SSO-NNE), ela in
como comandam a formação ou o entre
17.90 '* "
guaribe) Bocaina (Barreiros)
da costa brasileira. Colocando-se, me diante duas deflexões, na direção SOO-
tercepta ortogonalmente a marcha das massas polares, e o processo da chuva adquire maior intensidade. Particulari dades geográficas ou topográficas refor çam ou reduzem essa intensidade, assim
Capital
Jacareí ^
Campos de Jordão (V. Ja-
functório golpe-de-vista sôbre um mapa
tenimento local da umidade e dos nevoeiros. É o caso do grande vale da Ribeira, que permite o avanço atmos
encostas setentrionais.
dia anual dc diversas cidades do Estado:
Se
condensam-se e moti
.
grau centígrado, com variações sensí veis conforme os pontos, devido às con
I
dições locais. As fórmulas teóricas for neceriam
uma
diferença
de
peratura maior e um
desnível
me
nor por grau tér
tem
quadra-se normalmente entre as das ou
tras cidades do litoral paulista, que re gulam 21.50 graus. Porém, um clima
não se exprime somente pelas médias
anuais, se não também por médias par ciais, das estações ou dos meses, espe cialmente dos meses extremos.
Em Santos o coeficiente pluviométri janeiro, fevereiro e março (268, 269 e
de junho e julho (103 e 108 mm). Quanto à temperatura mensal, é má xima em janeiro e fevereiro (25.0 e 25.2) e mínima em julho e agôsto (18.6 e 18.8). Isto explica o atrativo de Santos no período balneário, em contraste com
Campos de Jordão, onde o período mais procurado (verão) não coincide com a
estação seca, resultando a forçada solu ção da temperatura de inverno. Ha interesse em conhecer as varia
ções climáticas de longo prazo ou se culares. Setzer, partüido de médias extraídas de dois períodos diferentes e
suficientemente longos, julga poder enun ciar, para todo o Estado, algumas con clusões muito interessantes: a) A tem peratura anual no interior tem cresci do de 1° a 2° em tôdas as zonas re
outra:
centemente devas
tomada como refe-
tadas em seus re
mico.
Por
rônc a a tempera tura ao
nível
do
mar, a temperatu-
ra reinante na cris-"\^^'-í«^^^ ta da serra de via ser inferior à
habitualmente re
vestimentos florís-
ticos. b) Êsse au mento é menor ou inexiste nas zonas
revestidas e em es
pecial no litoral. Êste último é o
caso de Santos, on-
Dicesto
Dicesto Econômico
Econômico
10
rio revela uma tal correspondência, que o caso pode servir de exemplo comprobatório à teoria física das chuvas. Os deslocamentos atmosféricos no Es
II
Na zona santista a cumiada da Serra
florístico), ora prejudiciais, dificultando
do Mar ostenta as maiores colunas plu-
a construção e manutenção de estradas e
obras-dc-arte, c o próprio ínifcgo rodo viário. Uma dessas conseqüências muito
viométricas do país: cerca de 4500 mm
— superior mesmo às cifras encontradi-
gistrada. A divergência provém da ma neira real por que se processam a as censão e o resfriamento do ar.
A temperatura anual de Santos en
tado de São Paulo verificam-se ordinàriamente em dois sentidos
forma uma curva alon
quase opostos e pouco
gada, qoG contorna a
interessa a uma obra, a que noutro arti go aludimos: o aeroporto de Santo Ân gelo, possivelmente afetado pela umida de atmosférica adjacente e decorrente
oblíquos relativamente
Serra do Cubatão.
nebulosidade.
à escarpa marítima e à
escarpa marítima, que
Quanto à temperatura. Santos e o pla
serra internai da Canta
nalto oferecem outro contraste. Eis a mé
reira. As massas pola
entretanto corre do Rio Grande à baía, não
res, vindas do Sul, frias
apresenta o mesmo coe
e baixas, esbarrando na Serra do Mar, elevam-
ficiente nos outros tre
Santos
21.90 g. c.
co costuma ser má.ximo nos meses de
chos.
Alto da Serra
18.00 ""
298 mm respectivamente) e mínimo nos
ças na bacia amazônica. A isoieta de 4500 mm
Por que?
A
se. dilatam-se, esfriam,
gundo Setzer, a expli cação reside simples
vam a precipitação. É
mente na circunstância
a explicação clássica da
de a escarpa, no trecho
chuva nos grandes obs táculos orográficos. Quando as massas
em
chegam do NO, do coração do conti nente ou das planícies de Mato Grosso e da Amazônia, vêm quentes e menos
carregadas de umidade. O mecanismo do fenômeno, ao atingirem a crista da Serra do Mar, é um pouco diferente: encontrando as massas inferiores suli
nas, cavalgam-nas e são resfriadas tan to por contacto como por ascensão, com o mesmo resultado meteorológico, mas com preponderância, agora, da chuva nas
ate.
apreço,
assumir
uma direção diferente da do resto da serra marítima — fato evidente ao mais per-
nalto sul-mineiro constitui outra ilustra
ção da teoria, com a circunstância de
férico sem retenção ou precipitação sô
haver mais duas serras interpostas (Quebra-Cangalhas e Caracol), nas quais o fenômeno pluviométrico se reproduz.
bre Cananéia ou Igiiape; é sobretudo o caso dos vales e gargantas do Cubatão e do Itapanhaú, que confinam a umi
O diagrama entre Ubatuba e o pla
A coluna verificada na ilha da Moela
dade nas reentrâncias da serra e pro
corresponde à mesma isoieta da Capital. É de supor que muito mais para o Sul se encontram, em pleno oceano, as ísoie-
vocam as maiores precipitações conheci das no país. São sabidas as conseqüên cias, ora benéficas (fonte de energia hi
tas dos desertos africanos.
drelétrica, exuberância do revestimento
ig.eo ""
Taubaté Itapctininga
20.40 "" 19.00 ""
Campinas Ribeirão Prôto
20.20 "" 20.30 ""
13.00 "" 13.60 ""
A diferença de temperatura por 100 metros de diferença de altitude regula, em São Paulo, 0.56°. Inversamente, isso significa um desnível de 177 metros por
NEE (e não mais SSO-NNE), ela in
como comandam a formação ou o entre
17.90 '* "
guaribe) Bocaina (Barreiros)
da costa brasileira. Colocando-se, me diante duas deflexões, na direção SOO-
tercepta ortogonalmente a marcha das massas polares, e o processo da chuva adquire maior intensidade. Particulari dades geográficas ou topográficas refor çam ou reduzem essa intensidade, assim
Capital
Jacareí ^
Campos de Jordão (V. Ja-
functório golpe-de-vista sôbre um mapa
tenimento local da umidade e dos nevoeiros. É o caso do grande vale da Ribeira, que permite o avanço atmos
encostas setentrionais.
dia anual dc diversas cidades do Estado:
Se
condensam-se e moti
.
grau centígrado, com variações sensí veis conforme os pontos, devido às con
I
dições locais. As fórmulas teóricas for neceriam
uma
diferença
de
peratura maior e um
desnível
me
nor por grau tér
tem
quadra-se normalmente entre as das ou
tras cidades do litoral paulista, que re gulam 21.50 graus. Porém, um clima
não se exprime somente pelas médias
anuais, se não também por médias par ciais, das estações ou dos meses, espe cialmente dos meses extremos.
Em Santos o coeficiente pluviométri janeiro, fevereiro e março (268, 269 e
de junho e julho (103 e 108 mm). Quanto à temperatura mensal, é má xima em janeiro e fevereiro (25.0 e 25.2) e mínima em julho e agôsto (18.6 e 18.8). Isto explica o atrativo de Santos no período balneário, em contraste com
Campos de Jordão, onde o período mais procurado (verão) não coincide com a
estação seca, resultando a forçada solu ção da temperatura de inverno. Ha interesse em conhecer as varia
ções climáticas de longo prazo ou se culares. Setzer, partüido de médias extraídas de dois períodos diferentes e
suficientemente longos, julga poder enun ciar, para todo o Estado, algumas con clusões muito interessantes: a) A tem peratura anual no interior tem cresci do de 1° a 2° em tôdas as zonas re
outra:
centemente devas
tomada como refe-
tadas em seus re
mico.
Por
rônc a a tempera tura ao
nível
do
mar, a temperatu-
ra reinante na cris-"\^^'-í«^^^ ta da serra de via ser inferior à
habitualmente re
vestimentos florís-
ticos. b) Êsse au mento é menor ou inexiste nas zonas
revestidas e em es
pecial no litoral. Êste último é o
caso de Santos, on-
iiVilVilifl"' DrcESTo Econômico
12
óo devastadas na serra e onde os man-
E - 82 SE - 96
guesais e o lençol líqmdo perduram qua
Calma — 238
do as florestas foram relativamente pou-
se inalterados, c) A coluna pluviométrica anual tem aumentado ligeiramen te, mas com diminuição nas estiagens, o que é nocivo sob o ponto-de-vista agrí cola. O motivo provável é o mesmo:
O
-
essas salinas naturais.
Vê-se a predominância de S e SE, as sim como de NO. A nebulosidade em Santos é naturalmente maior na estação
chuvosa e úmida, com dois má.xinios, um em setembro ou outubro, e outro,
mento do solo. d) Em Santos, não obs
secundário, entre janeiro e março.
tante a pequena modificação da super fície dagua e do revestimento verde, houve no período 1920-1944 (aliás in
nebulosidade supera ligeiramente a de Iguape, aliás de acôrdo com as res
mente às observações antigas, um acrés cimo anual de 4%, devido talvez à influ ência dos deslocamentos atmosféricos de NO.
O aumento concentrou-se nos
três meses estivais (22%), contrabalan
çado em parte pela redução de inverno (15,5%). Há outra diferença interessante entre
o litoral e o planal to: a decalagem das estações.
O
Os elementos meteorológicos e climá ticos litorâneos exercem evidente influ ência na economia da zona. Facilitam
colonial e ainda se encontram em São
A laranja é outro sustentá-
mais quente na cos
xadas. Já o café te
ta é janeiro ou fe
ria um amadureci
vereiro, enquanto no
planalto é dezembro
mento irregular. A indústria do sa! pa
necessidade pública, caminhamos para a
tivos) há a exigência duma certidão de
adoção dum critério análogo em maté
evaporação entretanto é muito maior, e,
ria de iniciativas urbanísticas particula
sobretudo, sôbre o litoral paulista. Do clima, o urbanismo e a arquite
res. No alto sertão do nosso Estado assis
O
timos a uma proliferação de cidades e armamentos sem controle e, em maioria,
calor e a chuva sugerem galerias e arca
destinados a fins n^elancólicos, em pleno
das nas ruas.
século do urbanismo.
Os prédios, os aeropor
inspiram soluções originais. Os partidários do planejamento ou, melhor, duma boa organização econômi ca, encontrarão no litoral paulista ótimo campo de ação: âmbito limitado e deli mitado, problemas e condições bem de
são explorações naturais. A cana e en genhos datam do mais remoto período
Do mesmo modo como em
res centros consumidores, teremos per cebido a vantagem da baixada flumi nense sôbre a costa nordestina, cuja
mas também por vezes úteis, porque
algumas culturas, como a banana. O palmito, o côco e os mangues (tanino)
mentes.
certos seiviços (p. ex. transportes cole
tos, os jardins, a arborização, todos es tão sujeitos às numerosas condições cli máticas, freqüentemente embaraçosas,
finidos, campo quase virgem, fácil super visão. Dois aspectos principais requerem
culo do litoral norte. O arroz se aproveita do clima e das bai
mês
Se a cslc fator
acrescentarmos a proximidade aos maio
tura recebem influências imediatas.
A
pectivas umidades.
Sebastião.
13
58
NO - 165
a rarefação das matas e o empobreci
completamente computado) e relativa
Dicesto Econômico
Segunda medida do planejamento lito râneo será a aísisféncía efetim, atribuí
vel a uma direção geral e entregue a um economista de formação especializa da, subdividida por dois distritos: litoral Sul, com sede em Itanhaem ou Iguape, e litoral Norte, sediado em São Sebastião.
Cada distrito ser\àdo por um agrônomo de forhiação também especial, mais mes tre e amigo que funcionário, terá a seu cargo uma fazenda modêlo e experimen tal, uma escola agrícola, pequenas in dústrias correlatas, ce
atenção. Primeiro: um zoneamenío rural. As novas vias de comuni
leiro e frigorífico, uma reserva florestal, seções
de instrução, cooperati-
cação, a invasão resi dencial e turística, as instalações industriais
vismo, fomento e auxí lio. Paralelamente, ha
ou janeiro. L. Voss
receria aconselhável,
e outros explicamno pela influência do
mas tal não sucede.
acarretarão, por reflexo,
verá a assistência téc
Com efeito, há um
transformação.nas ativi
mar, que atua como
sensível
nica (drenagem, to pografia, maquinaria,
um volante térmico.
A temperatura mínima é a de julho, mas às
v^zes- um
mínimo
secundário
se
manifesta em setembro^ e tem-se visto
entre a costa paulis ta e o canto SE da costa fluminense,
é favorável (co^úna pluviométrica me nor; ventos fortes, freqüentes e razan-
Segundo Voss, os ventos em Santos assim se distribuem, conforme a freqüên
tes; temperatura levemente mais eleva da), como sobretudo avulta o fator geo
cia e as direções:
lógico: o solo arenoso, semi-ár'do, re-
N - 44 NE - 57
verbera, e as lagunas são verdadeiros alambiques, que adiantam a concentra ção alcalina. Os índios já conheciam
6 - 178 SO - 84
ao
corrente
em
construções).
/
A seção
de instrução e auxílio,
torno
das grandes cidades, on
onde as condições são excelentes. No tre cho Araruama-Cabo Frio não só o clima
dário em março.
também, por vezes, um máximo secun
dades primitivas locais. O fenorneno é análogo
contraste
além de cuidar direta
de a especulação sus cita loteamentos prematuros e valoriza ções fictícias, com prejuízo dos usos
seu encaminhamento a outros órgãos idô
agrícolas e dos ofícios elementares e
neos ou especializados, no que exceder
domiciliares. Perturbação natural de de senvolvimento e progresso, mas nem por isso menos merecedor de atenção e pre visão. O zoneamento pretende utilizar mais adequadamente cada área e in
iis próprias especialidades. É possível
centivar os agrupamentos mais conve-
ela de iniciar-se modestamente c num
mente dos lavTadores e
pequenos profissionais, providenciará o
que tal organização deva futuramente cobrir todo o Estado, ao menos nas
zonas de maior parcelamento territo
rial.
Mas em qualquer hipótese terá
iiVilVilifl"' DrcESTo Econômico
12
óo devastadas na serra e onde os man-
E - 82 SE - 96
guesais e o lençol líqmdo perduram qua
Calma — 238
do as florestas foram relativamente pou-
se inalterados, c) A coluna pluviométrica anual tem aumentado ligeiramen te, mas com diminuição nas estiagens, o que é nocivo sob o ponto-de-vista agrí cola. O motivo provável é o mesmo:
O
-
essas salinas naturais.
Vê-se a predominância de S e SE, as sim como de NO. A nebulosidade em Santos é naturalmente maior na estação
chuvosa e úmida, com dois má.xinios, um em setembro ou outubro, e outro,
mento do solo. d) Em Santos, não obs
secundário, entre janeiro e março.
tante a pequena modificação da super fície dagua e do revestimento verde, houve no período 1920-1944 (aliás in
nebulosidade supera ligeiramente a de Iguape, aliás de acôrdo com as res
mente às observações antigas, um acrés cimo anual de 4%, devido talvez à influ ência dos deslocamentos atmosféricos de NO.
O aumento concentrou-se nos
três meses estivais (22%), contrabalan
çado em parte pela redução de inverno (15,5%). Há outra diferença interessante entre
o litoral e o planal to: a decalagem das estações.
O
Os elementos meteorológicos e climá ticos litorâneos exercem evidente influ ência na economia da zona. Facilitam
colonial e ainda se encontram em São
A laranja é outro sustentá-
mais quente na cos
xadas. Já o café te
ta é janeiro ou fe
ria um amadureci
vereiro, enquanto no
planalto é dezembro
mento irregular. A indústria do sa! pa
necessidade pública, caminhamos para a
tivos) há a exigência duma certidão de
adoção dum critério análogo em maté
evaporação entretanto é muito maior, e,
ria de iniciativas urbanísticas particula
sobretudo, sôbre o litoral paulista. Do clima, o urbanismo e a arquite
res. No alto sertão do nosso Estado assis
O
timos a uma proliferação de cidades e armamentos sem controle e, em maioria,
calor e a chuva sugerem galerias e arca
destinados a fins n^elancólicos, em pleno
das nas ruas.
século do urbanismo.
Os prédios, os aeropor
inspiram soluções originais. Os partidários do planejamento ou, melhor, duma boa organização econômi ca, encontrarão no litoral paulista ótimo campo de ação: âmbito limitado e deli mitado, problemas e condições bem de
são explorações naturais. A cana e en genhos datam do mais remoto período
Do mesmo modo como em
res centros consumidores, teremos per cebido a vantagem da baixada flumi nense sôbre a costa nordestina, cuja
mas também por vezes úteis, porque
algumas culturas, como a banana. O palmito, o côco e os mangues (tanino)
mentes.
certos seiviços (p. ex. transportes cole
tos, os jardins, a arborização, todos es tão sujeitos às numerosas condições cli máticas, freqüentemente embaraçosas,
finidos, campo quase virgem, fácil super visão. Dois aspectos principais requerem
culo do litoral norte. O arroz se aproveita do clima e das bai
mês
Se a cslc fator
acrescentarmos a proximidade aos maio
tura recebem influências imediatas.
A
pectivas umidades.
Sebastião.
13
58
NO - 165
a rarefação das matas e o empobreci
completamente computado) e relativa
Dicesto Econômico
Segunda medida do planejamento lito râneo será a aísisféncía efetim, atribuí
vel a uma direção geral e entregue a um economista de formação especializa da, subdividida por dois distritos: litoral Sul, com sede em Itanhaem ou Iguape, e litoral Norte, sediado em São Sebastião.
Cada distrito ser\àdo por um agrônomo de forhiação também especial, mais mes tre e amigo que funcionário, terá a seu cargo uma fazenda modêlo e experimen tal, uma escola agrícola, pequenas in dústrias correlatas, ce
atenção. Primeiro: um zoneamenío rural. As novas vias de comuni
leiro e frigorífico, uma reserva florestal, seções
de instrução, cooperati-
cação, a invasão resi dencial e turística, as instalações industriais
vismo, fomento e auxí lio. Paralelamente, ha
ou janeiro. L. Voss
receria aconselhável,
e outros explicamno pela influência do
mas tal não sucede.
acarretarão, por reflexo,
verá a assistência téc
Com efeito, há um
transformação.nas ativi
mar, que atua como
sensível
nica (drenagem, to pografia, maquinaria,
um volante térmico.
A temperatura mínima é a de julho, mas às
v^zes- um
mínimo
secundário
se
manifesta em setembro^ e tem-se visto
entre a costa paulis ta e o canto SE da costa fluminense,
é favorável (co^úna pluviométrica me nor; ventos fortes, freqüentes e razan-
Segundo Voss, os ventos em Santos assim se distribuem, conforme a freqüên
tes; temperatura levemente mais eleva da), como sobretudo avulta o fator geo
cia e as direções:
lógico: o solo arenoso, semi-ár'do, re-
N - 44 NE - 57
verbera, e as lagunas são verdadeiros alambiques, que adiantam a concentra ção alcalina. Os índios já conheciam
6 - 178 SO - 84
ao
corrente
em
construções).
/
A seção
de instrução e auxílio,
torno
das grandes cidades, on
onde as condições são excelentes. No tre cho Araruama-Cabo Frio não só o clima
dário em março.
também, por vezes, um máximo secun
dades primitivas locais. O fenorneno é análogo
contraste
além de cuidar direta
de a especulação sus cita loteamentos prematuros e valoriza ções fictícias, com prejuízo dos usos
seu encaminhamento a outros órgãos idô
agrícolas e dos ofícios elementares e
neos ou especializados, no que exceder
domiciliares. Perturbação natural de de senvolvimento e progresso, mas nem por isso menos merecedor de atenção e pre visão. O zoneamento pretende utilizar mais adequadamente cada área e in
iis próprias especialidades. É possível
centivar os agrupamentos mais conve-
ela de iniciar-se modestamente c num
mente dos lavTadores e
pequenos profissionais, providenciará o
que tal organização deva futuramente cobrir todo o Estado, ao menos nas
zonas de maior parcelamento territo
rial.
Mas em qualquer hipótese terá
Dicesto Econômico
14
recanto, que será simultâneamente uma
escola de administração em novos moldes.
Ao contrario de hoje, quando os serviços já nascem grandes, com centenas de
funcionários desprovidos de preparo e tradição, logo caídos naquela condição que Luís Amaral profiiga nas suas Questões Agrárias, de "órgãos adminis trativos introvertidos", isto é, gravitando em tômo de si mesmos, mais cuidosos
dos próprios vencimentos e regalias que dos interêsses públicos.
Mas, arrastados pelo planejamento, estamo-nos metendo numa reforma de Voltemos ao urbanismo
costumes...
de Santos. Havendo tratado nos artigos anteriores das questões gerais e regionais,
removida 150 metros para diante, pamlelamente, desde a ponte do Casqueiro.
qualquer acidente ou congestionamento
aproximá-la do baricentro da cidade; ao
A faixa intermediária receberá indús
eventual.
lado do cemitério do Saboó, para facili
trias e armazéns, assim òtimamente co
locados e servidos por todos os meios de A partir de Alemoa as duas estradas de ferro (Santos-Jundiaí e Sorocaba-
na) seguirão juntas para a nova "estação
conjunta". Esta ocupará o mesmo local da atua', ligeiramente recuada. Em vez de deitar fachada para a frente ou leste, como hoje, abrirá para o lado sul onde uma grande praça substituirá a
quadra
São
implica a ligação fer roviária
Santos-Santo
Leopoldo-Caiubi-Nerval-
fechos. O pátio da avenida Ana Costa será doado à cidade para um grande
parque, e o próprio edifício da estação tomar-se-á sede de um parque infantil
ou clube esportivo.
A linha de São Vicente e a respecüva
estação poderão subsistir. Aquela acom panhará a Estrada do Matadouro ou o
sopé ocidental dos morros. Isso, embora
Cristiano Otoni, composta somente de
tar a chegada da Sorocabana.
ora o aperto de área, ora a complicação das linhas, levaram a desistir dessas
idéias. Quanto à estação de Santo Ama ro, será de grande interêsse futuro, e
mesmo imediato, se a bitola larga, de acôrdo com ante-projetos da Central, vier a descer em demanda, não de San
tos diretamente, mas do Itapema. Pela ponte do estuário esta estação serviria perfeitamente a cidade de Santos.
pre como via expressa, isto é, sem cm-
poldo, que é também a entrada rodoviá
zamentos de nível.
ria.
A estação unificada, de planta em L,
Santo Amaro já tratamos em artigos anteriores. •
de São Bento, então dilatável até o ali
A Via Anchieta entronca na rua
nhamento do templo vi
São Leopoldo, erigida em avenida e,entrada principal da cidade. Em etapa pos
zinho.
O deslocamento da
permi
tirá
tangente ao continente,
leito atual, já consolida
aproveitar o seu
do, para alargamento
Das ligações
com o continente e com a Ilha de
voltará fachada secundária para a rua
Santos-Jundiaí
Ora o
maior afastamento do centro comercial,
B) Estradas rodagem — A chega da da Via Anchieta será alargada, sem
A saída para a
Amaro pelos fundos, como já vimos.
A faixa ferroviária passará a integrar a avenida Francisco GUcério, sob a for
ma de canteiro ou faixã ajardinada, sem
comunicação e transporte.
cidade far-se-á pela avenida São Leo
outro lado do estuário
Alemoa, para tomá-la de passagem; no Jabaquara, mediante um túnel, para
poderá sub.sistir apenas como reserva,
ticos propriamente ditos.
res do "Digesto Econômico", vamos re sumi-los o mais possível, limitando-nos quase a uma simples enumeração dos problemas. A) Plano Ferroviário - A ampliação do porto do
15
útil em casos de obstrução do cais por
casas baixas e velhas.
Sendo ôstes
Econômico
A linha Santos-Jundiaí será mais tarde
explanaremos agora os aspectos urbanís
todavia de menor interêsse para os leito
Dicesto
útil para o tráfego urbano, não sera to davia nenhuma necessidade absoluta, se
terior a Via poderá atraves sar o morro de São Bento em túnel, evi tando congestionar o centro comercial. Por êsse -traçado não só alcançará dire
da Via Anchieta ou pa
a junção das bitolas se efetuar no Cuba-
posições na Alemoa, on
ra constituição de uma
tão e não na Alemoa.
de ficarão os esgalha-
rua
mentos para Barnabé, os cruzamentos em des
ao tráfego local. Evi dentemente as ligações
Santo Amaro.
Ficará junto (NO) aos
Nada impede que êste túnel seja a
nível, e rampas e cur
com a auto-estrada se
outelros do Itapema, fadados a um
8 ou 10 metros acima da cota geral da
vas que permitam al
rão poucas e espaçadas, em desnível se possível, para esta não perder o
arrasamento gradual. Estas linhas, trans
cidade e mais tarde, em "elevado",
posta a estação, penetrarão na faixa do pôrto e prolongar-se-ão para o sul, em
prossiga até a ponte do estuário. A Lei
A ligação envolve dis
cançar as direções e as cotas necessárias à tra
latera', destinada
vessia do Caneú. É necessário provi denciar já os projetos definitivos e a
caráter de via rápida ou expressa.
reserva de áreas, a fim de que edifica ções e obras impensadas não possam
cidade e penetrará na faixa portuária
junto com a bitola larga, no Saboó. A
constituir embaraços futuros.
linha atual, entre São Vicente e Macuco,
A Sorocabana deixará de atravessar a
As estradas de ferro terão mais uma
pequena estação, terminal, na Ilha de
direção às grandes dársenas e ao Gua-
rujá, na mesma medida do prossegui mento do cais.
Outras situações foram estudadas pa ra a terminal ferroviária de Santos: na
tamente o resto da cidade, como também
a ponte direta para Santo Amaro, sôbre o estuário.
Corbusier completaria a idéia com o aproveitamento dos baixos da estrutura para casas ou depósitos, algo como esbo-
çara para o Rio de Janeiro, entre o centro e o Leblon. A travessia das ci
dades em leitos separados, elevados ou
Dicesto Econômico
14
recanto, que será simultâneamente uma
escola de administração em novos moldes.
Ao contrario de hoje, quando os serviços já nascem grandes, com centenas de
funcionários desprovidos de preparo e tradição, logo caídos naquela condição que Luís Amaral profiiga nas suas Questões Agrárias, de "órgãos adminis trativos introvertidos", isto é, gravitando em tômo de si mesmos, mais cuidosos
dos próprios vencimentos e regalias que dos interêsses públicos.
Mas, arrastados pelo planejamento, estamo-nos metendo numa reforma de Voltemos ao urbanismo
costumes...
de Santos. Havendo tratado nos artigos anteriores das questões gerais e regionais,
removida 150 metros para diante, pamlelamente, desde a ponte do Casqueiro.
qualquer acidente ou congestionamento
aproximá-la do baricentro da cidade; ao
A faixa intermediária receberá indús
eventual.
lado do cemitério do Saboó, para facili
trias e armazéns, assim òtimamente co
locados e servidos por todos os meios de A partir de Alemoa as duas estradas de ferro (Santos-Jundiaí e Sorocaba-
na) seguirão juntas para a nova "estação
conjunta". Esta ocupará o mesmo local da atua', ligeiramente recuada. Em vez de deitar fachada para a frente ou leste, como hoje, abrirá para o lado sul onde uma grande praça substituirá a
quadra
São
implica a ligação fer roviária
Santos-Santo
Leopoldo-Caiubi-Nerval-
fechos. O pátio da avenida Ana Costa será doado à cidade para um grande
parque, e o próprio edifício da estação tomar-se-á sede de um parque infantil
ou clube esportivo.
A linha de São Vicente e a respecüva
estação poderão subsistir. Aquela acom panhará a Estrada do Matadouro ou o
sopé ocidental dos morros. Isso, embora
Cristiano Otoni, composta somente de
tar a chegada da Sorocabana.
ora o aperto de área, ora a complicação das linhas, levaram a desistir dessas
idéias. Quanto à estação de Santo Ama ro, será de grande interêsse futuro, e
mesmo imediato, se a bitola larga, de acôrdo com ante-projetos da Central, vier a descer em demanda, não de San
tos diretamente, mas do Itapema. Pela ponte do estuário esta estação serviria perfeitamente a cidade de Santos.
pre como via expressa, isto é, sem cm-
poldo, que é também a entrada rodoviá
zamentos de nível.
ria.
A estação unificada, de planta em L,
Santo Amaro já tratamos em artigos anteriores. •
de São Bento, então dilatável até o ali
A Via Anchieta entronca na rua
nhamento do templo vi
São Leopoldo, erigida em avenida e,entrada principal da cidade. Em etapa pos
zinho.
O deslocamento da
permi
tirá
tangente ao continente,
leito atual, já consolida
aproveitar o seu
do, para alargamento
Das ligações
com o continente e com a Ilha de
voltará fachada secundária para a rua
Santos-Jundiaí
Ora o
maior afastamento do centro comercial,
B) Estradas rodagem — A chega da da Via Anchieta será alargada, sem
A saída para a
Amaro pelos fundos, como já vimos.
A faixa ferroviária passará a integrar a avenida Francisco GUcério, sob a for
ma de canteiro ou faixã ajardinada, sem
comunicação e transporte.
cidade far-se-á pela avenida São Leo
outro lado do estuário
Alemoa, para tomá-la de passagem; no Jabaquara, mediante um túnel, para
poderá sub.sistir apenas como reserva,
ticos propriamente ditos.
res do "Digesto Econômico", vamos re sumi-los o mais possível, limitando-nos quase a uma simples enumeração dos problemas. A) Plano Ferroviário - A ampliação do porto do
15
útil em casos de obstrução do cais por
casas baixas e velhas.
Sendo ôstes
Econômico
A linha Santos-Jundiaí será mais tarde
explanaremos agora os aspectos urbanís
todavia de menor interêsse para os leito
Dicesto
útil para o tráfego urbano, não sera to davia nenhuma necessidade absoluta, se
terior a Via poderá atraves sar o morro de São Bento em túnel, evi tando congestionar o centro comercial. Por êsse -traçado não só alcançará dire
da Via Anchieta ou pa
a junção das bitolas se efetuar no Cuba-
posições na Alemoa, on
ra constituição de uma
tão e não na Alemoa.
de ficarão os esgalha-
rua
mentos para Barnabé, os cruzamentos em des
ao tráfego local. Evi dentemente as ligações
Santo Amaro.
Ficará junto (NO) aos
Nada impede que êste túnel seja a
nível, e rampas e cur
com a auto-estrada se
outelros do Itapema, fadados a um
8 ou 10 metros acima da cota geral da
vas que permitam al
rão poucas e espaçadas, em desnível se possível, para esta não perder o
arrasamento gradual. Estas linhas, trans
cidade e mais tarde, em "elevado",
posta a estação, penetrarão na faixa do pôrto e prolongar-se-ão para o sul, em
prossiga até a ponte do estuário. A Lei
A ligação envolve dis
cançar as direções e as cotas necessárias à tra
latera', destinada
vessia do Caneú. É necessário provi denciar já os projetos definitivos e a
caráter de via rápida ou expressa.
reserva de áreas, a fim de que edifica ções e obras impensadas não possam
cidade e penetrará na faixa portuária
junto com a bitola larga, no Saboó. A
constituir embaraços futuros.
linha atual, entre São Vicente e Macuco,
A Sorocabana deixará de atravessar a
As estradas de ferro terão mais uma
pequena estação, terminal, na Ilha de
direção às grandes dársenas e ao Gua-
rujá, na mesma medida do prossegui mento do cais.
Outras situações foram estudadas pa ra a terminal ferroviária de Santos: na
tamente o resto da cidade, como também
a ponte direta para Santo Amaro, sôbre o estuário.
Corbusier completaria a idéia com o aproveitamento dos baixos da estrutura para casas ou depósitos, algo como esbo-
çara para o Rio de Janeiro, entre o centro e o Leblon. A travessia das ci
dades em leitos separados, elevados ou
DicESTo Econômico 16
rebaixados, é encontradiça nos últimos projetos americanos.
Pode-se objetar-lhe, em Santos, a des necessidade prática por muitos atfos
ainda. Pelo que bastará prever-lhe ampla avenida da passagem, em cuja faixa central a estrutura poderá um dia elevar-se, quando a circulação o exigir-
A entrada da Via Anchieta, a ligação rodoviária Saboó-S. Vicente (av. Antô nio Emmeridc ou Estrada do Matadou
ro), e algumas estradas da Ilha de Santo
Amaro, devem ser tratadas como "parkways", isto é, correrão entre faixas
verdes isolantes, de largura variável. Em diversas cidades americanas o trajeto das artérias-expressas efetua-se, nos su
búrbios, sem que o viajante sinta outra
situacAo real
um bosque infindável. Nalguns casos o
DO PROBLEMA DO PETRÓLEO
impressão do que a de estar atravessando traçado aproveita vales profundos, acom panha cursos dágua encachoeirados, rom
S. Fróes Abreu
pe rochedos, e os aspectos são maravilho sos. Em São Paulo iniciamos algo no gênero, em proporções modestas, na ave
ESTE artigo queremos mencionar alguns fatos quc pcrmitírão ao próprio leitor firmar con-
nida Itororó, hoje descontinuada. Mas é em Santos, onde os terrenos estão bal volver plenamente.
A fixação de um sistema rodoviário
para o município é importante, para per-
^tir sejam despachados os pedidos de diretrizes dos novos armamentos. É em especial o caso da Ilha de Santo Amaro, da Bertíoga e da Praia Grande.
sôbre o
lunas para o exame sereno do problema do petróleo e o faz sem se filiar às cor rentes que divergem cm iôrno do pal pitante assunto. Acolherá cm suas pá
momentoso problema do
ginas artigos firmados por autoridades
ceitos
dios, que tais planos se poderão desen
O Digcsfo Econômico abre as suas co
seguros
petróleo.
incontcstcs,
Nossas afirmações são claras e preci
sas; podem ser verificadas em fontes de boa procedência e podem ser confirma das por meia dúzia de pessoas versadas no assunto e portadoras de tradicional reputação. O que se escreve aqui pode ser tacha- . do de pessimisrno porque não acompanha
a exaltação em moda, em torno do pro blema do petróleo, mas está inteiramente de acôrdo com a nossa orientação rea lista firmada desde que começamos a
escrever sôbre problemas da indústria mineral no Brasil. Não se deve enga
embora
sustentando
te
ses diversas, desde que sejam expostos com elevação.
O autor dâstc trabalho
ó Dtrcíor da Dtuisão de Indiistrías Quí micas Inorgânicas do Imtituto Nacional
de Tecnologia, no Rio de Janeiro, mem bro da Academia Brasileira de Cf^nciflí,
Professor de Geografia do Instituto de Educação e Consultor-técnico do Conse
lho Nacional de Geografia. Publicou "A Riqueza Mineral do Brasil", "Pesquisa e exploração do petróleo", "Geologia do Petróleo no Recôncavo" e "Fundamen
tos geográficos da mineração Brasileira".
nar o povo alimentando esperanças sem
fundamento.
Muitos o fazem pensan
do realizar obra de patriotismo, mas,
na verdade, o que é preciso é apresen tar o panorama tal como êle realmen te é, a fim de que sejamos levados a tomar atitudes que as circunstancias exi
,
sintéticos, inclusive a borracha,
j"LTcue
O que o autor sabe sôbre o nosso problema do petróleo resulta de obser vações pessoais no Brasil e no estran
geiro, da leitura de trabalhos publica
gem em favor dos interêsses nacionais.
dos, de impressões colhidas em contatos com "wildcatters", técnicos e diretores
Estão sendo entoados hinos a "— um
de companhias de petróleo nos Estados
nosso petróleo" que ainda está por ser
Unidos, grandes e pequenas, filiadas aos
descoberto, <pois o nosso petróleo real,
"trusts" e independentes, e .sobretudo da
vez mais preocupados com os
aquele com que se pode contar, nesta
meditação diante dos fatos obser\-ados
o mundo Tudo terá em breve oa^ora produto Americanos. depende da
data, são apenas os 17,8 milhões de bar-
no interior do Brasil. Nos.sas idéias for
or^ a prodrtçõc aurrteuta couünua-
Não se mmo faUr da borracha hrasüeira, cuja preço artificial vem sendo
tido. Nesse setor, as notícias mais interessantes se refer&m ao crescente aumento de consumo do mercado interno, o que já é animaaor...
ri,s, medidos pelo Conselho Nacional do
ra aram-se, assim, lentamente, à custa
Petróleo. As avaliações mais otimistas che
de observação própria em vários am
gam apenas a 30 milhões, porém os
bientes, procurando detidamente o inte-
dados do C. N. P. só nos autorizam a
rêsse da coletividade brasileira, à luz
tomar 17,8 milhões.
da técnica e do bom-senso.
DicESTo Econômico 16
rebaixados, é encontradiça nos últimos projetos americanos.
Pode-se objetar-lhe, em Santos, a des necessidade prática por muitos atfos
ainda. Pelo que bastará prever-lhe ampla avenida da passagem, em cuja faixa central a estrutura poderá um dia elevar-se, quando a circulação o exigir-
A entrada da Via Anchieta, a ligação rodoviária Saboó-S. Vicente (av. Antô nio Emmeridc ou Estrada do Matadou
ro), e algumas estradas da Ilha de Santo
Amaro, devem ser tratadas como "parkways", isto é, correrão entre faixas
verdes isolantes, de largura variável. Em diversas cidades americanas o trajeto das artérias-expressas efetua-se, nos su
búrbios, sem que o viajante sinta outra
situacAo real
um bosque infindável. Nalguns casos o
DO PROBLEMA DO PETRÓLEO
impressão do que a de estar atravessando traçado aproveita vales profundos, acom panha cursos dágua encachoeirados, rom
S. Fróes Abreu
pe rochedos, e os aspectos são maravilho sos. Em São Paulo iniciamos algo no gênero, em proporções modestas, na ave
ESTE artigo queremos mencionar alguns fatos quc pcrmitírão ao próprio leitor firmar con-
nida Itororó, hoje descontinuada. Mas é em Santos, onde os terrenos estão bal volver plenamente.
A fixação de um sistema rodoviário
para o município é importante, para per-
^tir sejam despachados os pedidos de diretrizes dos novos armamentos. É em especial o caso da Ilha de Santo Amaro, da Bertíoga e da Praia Grande.
sôbre o
lunas para o exame sereno do problema do petróleo e o faz sem se filiar às cor rentes que divergem cm iôrno do pal pitante assunto. Acolherá cm suas pá
momentoso problema do
ginas artigos firmados por autoridades
ceitos
dios, que tais planos se poderão desen
O Digcsfo Econômico abre as suas co
seguros
petróleo.
incontcstcs,
Nossas afirmações são claras e preci
sas; podem ser verificadas em fontes de boa procedência e podem ser confirma das por meia dúzia de pessoas versadas no assunto e portadoras de tradicional reputação. O que se escreve aqui pode ser tacha- . do de pessimisrno porque não acompanha
a exaltação em moda, em torno do pro blema do petróleo, mas está inteiramente de acôrdo com a nossa orientação rea lista firmada desde que começamos a
escrever sôbre problemas da indústria mineral no Brasil. Não se deve enga
embora
sustentando
te
ses diversas, desde que sejam expostos com elevação.
O autor dâstc trabalho
ó Dtrcíor da Dtuisão de Indiistrías Quí micas Inorgânicas do Imtituto Nacional
de Tecnologia, no Rio de Janeiro, mem bro da Academia Brasileira de Cf^nciflí,
Professor de Geografia do Instituto de Educação e Consultor-técnico do Conse
lho Nacional de Geografia. Publicou "A Riqueza Mineral do Brasil", "Pesquisa e exploração do petróleo", "Geologia do Petróleo no Recôncavo" e "Fundamen
tos geográficos da mineração Brasileira".
nar o povo alimentando esperanças sem
fundamento.
Muitos o fazem pensan
do realizar obra de patriotismo, mas,
na verdade, o que é preciso é apresen tar o panorama tal como êle realmen te é, a fim de que sejamos levados a tomar atitudes que as circunstancias exi
,
sintéticos, inclusive a borracha,
j"LTcue
O que o autor sabe sôbre o nosso problema do petróleo resulta de obser vações pessoais no Brasil e no estran
geiro, da leitura de trabalhos publica
gem em favor dos interêsses nacionais.
dos, de impressões colhidas em contatos com "wildcatters", técnicos e diretores
Estão sendo entoados hinos a "— um
de companhias de petróleo nos Estados
nosso petróleo" que ainda está por ser
Unidos, grandes e pequenas, filiadas aos
descoberto, <pois o nosso petróleo real,
"trusts" e independentes, e .sobretudo da
vez mais preocupados com os
aquele com que se pode contar, nesta
meditação diante dos fatos obser\-ados
o mundo Tudo terá em breve oa^ora produto Americanos. depende da
data, são apenas os 17,8 milhões de bar-
no interior do Brasil. Nos.sas idéias for
or^ a prodrtçõc aurrteuta couünua-
Não se mmo faUr da borracha hrasüeira, cuja preço artificial vem sendo
tido. Nesse setor, as notícias mais interessantes se refer&m ao crescente aumento de consumo do mercado interno, o que já é animaaor...
ri,s, medidos pelo Conselho Nacional do
ra aram-se, assim, lentamente, à custa
Petróleo. As avaliações mais otimistas che
de observação própria em vários am
gam apenas a 30 milhões, porém os
bientes, procurando detidamente o inte-
dados do C. N. P. só nos autorizam a
rêsse da coletividade brasileira, à luz
tomar 17,8 milhões.
da técnica e do bom-senso.
DrcKSTo
18
Petróleo do Recôncavo
O petróleo do Recôncavo representa um grande esfôrço nacional e surgiu com a campanha desencadeada por Os car Cordeiro para que o Governo pes quisasse petróleo do Lobato. O autor,
Econômico
ra trabalhos de geofísica, da Schlumberger Surenco, de Caracas, para a perfilagem dos poços, da Cruzeiro do Sul
para levantamentos aéreos c da Geophoto Services de Denver, para interpreta
ção geológica de fotografias aéreas. O valor da contribuição dessas companhias
tomando em consideração os brados da
pode bem ser atestado pelo próprio
quele idealista, verificou em 1934 a
C. N. P. e os resultados práticos podem ser aferidos pelo rápido progresso dos trabalhos nos tempos mais recentes e
procedência do apelo e levou ao proble ma do petróleo no Recôncavo a sua con tribuição pessoal, bem do conhecimento
das autoridades na época. Só a 21 de janeiro de 1939 descobriu-
se oficialmente o petróleo do Lobato, numa das sondagens feitas pelo Depar tamento Nacional da Produção Mineral e que tinham por finalidade dirimir a contenda entre a opinião de Cor deiro e a doutrina oficial naquela época. Logo a seguir o Conselho Nacional do Petróleo estabeleceu a área de reserva nacional no
Re
cutar com eficiência os trabalhos, o
C. N. P. contratou os serviços de perfu
ração com a Drilling & E.xploration Co. e os serviços de Geofísica com a United
Geophysical Inc.
De 1939 até agora
desenvolveu-se a atividade do C. N. P.
no Recôncavo lançando mão de servi ços contratados com as referidas com
panhias e gradativamente empregando maior número de elementos nacionais
que se foram especializando nos vários setores da pesquisa e da produção. Desde 1944 a firma DeGolyer & Mac Naughton, agindo na qualidade de con sultora, tem prestado relevante contribui ção ao desenvolvimento das pesquisas
de petróleo no Brasil.
Mais recente
Econômico
19
Produção de petróleo no Recôncavo em barris (1 barril — 159 litros) 1940
2089 barris
1941 1942
3097 32957
1943 1944 1945 1946 1947
47417 57533 79330 66889 96540
"
fraca extensão de afloramentos adequa dos à orientação das pesquisas e à in-
salubridade do meio, até hoje não fo ram feitas investigações pormenoriza das naquela região. O desconhecimento acerca das condi
" " "
ções geológicas do subsolo amazônico é
quase completo. Os poucos furos fei tos no vale do Tapajós e em Monte Ale gre, no Estado do Pará, embora tives
O número de poços já abertos no Re
sem acusado vestígios de óleo e peque nas quantidades de gás natural, segundo
dos com o auxílio dos técnicos estran
côncavo é de 131, dos quais 66 pro duzem petróleo, 13 produzem gás na
e Pedro de Moura, mostraram também
geiros foram fixados novos conceitos
tural c 52 foram secos ou se destinaram
acerca da geologia do Recôncavo, de Sergipe, de Marajó, do Piauí e Mara nhão. Digna de admiração 6 também
unicamente a estudos. O campo dc Aratu contém poços produzindo petró leo m,ais leve que o de outros campos
pela proporção de poços produtores. Em conseqüência aos estudos realiza
os testemunhos de Avelino de Oliveira
como c fraca a espessura de sedimen tos naquela parte da bacia (341 m em Itaituba, 346 m em Bom Jardim) e co mo a estrutura dômica de Monte Ale
c seu valor reside essencialmente nas re
gre era devida à influência de empti-
.sileiros que têm cooperado com
servas dc gás natural que se encontra
vas básicas.
os elementos estrangeiros no es
sob pressão de mais de mil libras por polegada quadrada (cerca de 71 at
os recursos técnicos adequados e aban
a contribuição dos técnicos bra-
tudo daquelas áreas, salientando-
côncavo e passou a se ocupar das pesquisas. Verificando a inexistência de pessoal técnico capaz de exe
Dicesto
se Pedro de Moura, chefe na Bahia, e Avelino de OMveira, vice-presidente e
mosferas) em horizontes a profundida des de 400 a 700 m. O gás dc Ara
chefe da Seção Técnica do G. N. P. no
tu contém 95 a 97% de metana, tem
Rio de Janeiro.
poder calorífico de 9000 a 9100 calorias por m3 e já se tem avaliado uma reser
O primeiro campo de petróleo des
A única tentativa feita no Acre, sem
donada a pesquisa na região autes de conclusões definitivas, pouca luz trou xe ao problema do petróleo em nossa fronteira com o Peru, não longe dos campos já produtores do rio Pachitéia. Sôbre o petróleo na Amazônia, o que
coberto no Brasil foi o de Lobato-Joa-
va da ordem de quase 1 billião de me
nes (1939), que se revelou pouco pro dutor e tem mais valor histórico do que
tros cúbicos. Isso representa uma quan
se pode afirmar, portanto, é que lá
tidade total de energia equivalente a
existe uma área da ordem de 1.500.000
20 milhões de tons. de lenha, ou seja
quilômetros quadrados onde se justifica a pesquisa de petróleo, mas onde não
econômico.
Em seguida foi desco
berto o de Candeias (1942), o mais
importante do Recôncavo, e o de Ilaparica (1942), com horizontes de óleo de gás; o de Aratu (1942), principal mente de gás, depois o de Pitanga, ain
da pequeno e pouco conhecido (l946), e finalmente o de Dom João (1947) —
o segundo em importância no Recôn No quadro que segue damos a produção anual de petróleo no Recôncavo, por onde se pode apre
o consumo total de lenha no Brasil du rante cinco meses.
Certa parte do óleo do Recôncavo é utilizada nas próprias caldeiras das son das e parte é destilado em duas refi narias rudimentares construídas pelo Conselho de Aratu e Candeias, onde se
produz alguma gasolina, querosene e óleo Diesel para consumo regional.
cavo baiano.
Petróleo da Amazônia
se conhece, até o momento, nenhum
"seepage" como na Venezuela, Colômbia e Bolívia. Nas poucas sondagens fei tas na região do Tapajós, entretanto,
já se verificou a existência do impregna ções de óleo em camadas do devoniano.
Mesmo para os mais cautelosos, a bacia
Amazônica, na parle brasileira, repre senta uma grande área de possibilida des. devido á natureza dos sedimentos
Devido às dificuldades para investi
e ao fato de haver produção, em terre
mente foram contratados os serviços da
ciar o desenvolvimento dos trabalhos
gações, tais como a cobertura vegetal,
nos semelhantes, pouco além da fron
Geophysical Service Inc. de Dallas, pa-
naquela região.
o isolamento de centros civilizados, a
teira brasileira.
DrcKSTo
18
Petróleo do Recôncavo
O petróleo do Recôncavo representa um grande esfôrço nacional e surgiu com a campanha desencadeada por Os car Cordeiro para que o Governo pes quisasse petróleo do Lobato. O autor,
Econômico
ra trabalhos de geofísica, da Schlumberger Surenco, de Caracas, para a perfilagem dos poços, da Cruzeiro do Sul
para levantamentos aéreos c da Geophoto Services de Denver, para interpreta
ção geológica de fotografias aéreas. O valor da contribuição dessas companhias
tomando em consideração os brados da
pode bem ser atestado pelo próprio
quele idealista, verificou em 1934 a
C. N. P. e os resultados práticos podem ser aferidos pelo rápido progresso dos trabalhos nos tempos mais recentes e
procedência do apelo e levou ao proble ma do petróleo no Recôncavo a sua con tribuição pessoal, bem do conhecimento
das autoridades na época. Só a 21 de janeiro de 1939 descobriu-
se oficialmente o petróleo do Lobato, numa das sondagens feitas pelo Depar tamento Nacional da Produção Mineral e que tinham por finalidade dirimir a contenda entre a opinião de Cor deiro e a doutrina oficial naquela época. Logo a seguir o Conselho Nacional do Petróleo estabeleceu a área de reserva nacional no
Re
cutar com eficiência os trabalhos, o
C. N. P. contratou os serviços de perfu
ração com a Drilling & E.xploration Co. e os serviços de Geofísica com a United
Geophysical Inc.
De 1939 até agora
desenvolveu-se a atividade do C. N. P.
no Recôncavo lançando mão de servi ços contratados com as referidas com
panhias e gradativamente empregando maior número de elementos nacionais
que se foram especializando nos vários setores da pesquisa e da produção. Desde 1944 a firma DeGolyer & Mac Naughton, agindo na qualidade de con sultora, tem prestado relevante contribui ção ao desenvolvimento das pesquisas
de petróleo no Brasil.
Mais recente
Econômico
19
Produção de petróleo no Recôncavo em barris (1 barril — 159 litros) 1940
2089 barris
1941 1942
3097 32957
1943 1944 1945 1946 1947
47417 57533 79330 66889 96540
"
fraca extensão de afloramentos adequa dos à orientação das pesquisas e à in-
salubridade do meio, até hoje não fo ram feitas investigações pormenoriza das naquela região. O desconhecimento acerca das condi
" " "
ções geológicas do subsolo amazônico é
quase completo. Os poucos furos fei tos no vale do Tapajós e em Monte Ale gre, no Estado do Pará, embora tives
O número de poços já abertos no Re
sem acusado vestígios de óleo e peque nas quantidades de gás natural, segundo
dos com o auxílio dos técnicos estran
côncavo é de 131, dos quais 66 pro duzem petróleo, 13 produzem gás na
e Pedro de Moura, mostraram também
geiros foram fixados novos conceitos
tural c 52 foram secos ou se destinaram
acerca da geologia do Recôncavo, de Sergipe, de Marajó, do Piauí e Mara nhão. Digna de admiração 6 também
unicamente a estudos. O campo dc Aratu contém poços produzindo petró leo m,ais leve que o de outros campos
pela proporção de poços produtores. Em conseqüência aos estudos realiza
os testemunhos de Avelino de Oliveira
como c fraca a espessura de sedimen tos naquela parte da bacia (341 m em Itaituba, 346 m em Bom Jardim) e co mo a estrutura dômica de Monte Ale
c seu valor reside essencialmente nas re
gre era devida à influência de empti-
.sileiros que têm cooperado com
servas dc gás natural que se encontra
vas básicas.
os elementos estrangeiros no es
sob pressão de mais de mil libras por polegada quadrada (cerca de 71 at
os recursos técnicos adequados e aban
a contribuição dos técnicos bra-
tudo daquelas áreas, salientando-
côncavo e passou a se ocupar das pesquisas. Verificando a inexistência de pessoal técnico capaz de exe
Dicesto
se Pedro de Moura, chefe na Bahia, e Avelino de OMveira, vice-presidente e
mosferas) em horizontes a profundida des de 400 a 700 m. O gás dc Ara
chefe da Seção Técnica do G. N. P. no
tu contém 95 a 97% de metana, tem
Rio de Janeiro.
poder calorífico de 9000 a 9100 calorias por m3 e já se tem avaliado uma reser
O primeiro campo de petróleo des
A única tentativa feita no Acre, sem
donada a pesquisa na região autes de conclusões definitivas, pouca luz trou xe ao problema do petróleo em nossa fronteira com o Peru, não longe dos campos já produtores do rio Pachitéia. Sôbre o petróleo na Amazônia, o que
coberto no Brasil foi o de Lobato-Joa-
va da ordem de quase 1 billião de me
nes (1939), que se revelou pouco pro dutor e tem mais valor histórico do que
tros cúbicos. Isso representa uma quan
se pode afirmar, portanto, é que lá
tidade total de energia equivalente a
existe uma área da ordem de 1.500.000
20 milhões de tons. de lenha, ou seja
quilômetros quadrados onde se justifica a pesquisa de petróleo, mas onde não
econômico.
Em seguida foi desco
berto o de Candeias (1942), o mais
importante do Recôncavo, e o de Ilaparica (1942), com horizontes de óleo de gás; o de Aratu (1942), principal mente de gás, depois o de Pitanga, ain
da pequeno e pouco conhecido (l946), e finalmente o de Dom João (1947) —
o segundo em importância no Recôn No quadro que segue damos a produção anual de petróleo no Recôncavo, por onde se pode apre
o consumo total de lenha no Brasil du rante cinco meses.
Certa parte do óleo do Recôncavo é utilizada nas próprias caldeiras das son das e parte é destilado em duas refi narias rudimentares construídas pelo Conselho de Aratu e Candeias, onde se
produz alguma gasolina, querosene e óleo Diesel para consumo regional.
cavo baiano.
Petróleo da Amazônia
se conhece, até o momento, nenhum
"seepage" como na Venezuela, Colômbia e Bolívia. Nas poucas sondagens fei tas na região do Tapajós, entretanto,
já se verificou a existência do impregna ções de óleo em camadas do devoniano.
Mesmo para os mais cautelosos, a bacia
Amazônica, na parle brasileira, repre senta uma grande área de possibilida des. devido á natureza dos sedimentos
Devido às dificuldades para investi
e ao fato de haver produção, em terre
mente foram contratados os serviços da
ciar o desenvolvimento dos trabalhos
gações, tais como a cobertura vegetal,
nos semelhantes, pouco além da fron
Geophysical Service Inc. de Dallas, pa-
naquela região.
o isolamento de centros civilizados, a
teira brasileira.
Dir.ESTo
20
Econômico
DioesTo
Econômico 21
As recentes pesquisas geofísioas su geridas por DeGolyer & Mac Naughton
latório geral, o Prof. Plummer faleceu,
e executadas pela Geophvsioal Servi-, ce Inc. para o C. N. P. revelaram fatos
mudava um pneu do carro, numa estra
vítima dum ataque cardíaco, quando da do Tc.vas (11-2-1947). Dentre as notas deixadas, de.staca-se essa frase
interessantes na ilha de Marajó, até en tão nunca suspeitados, justificando a con tinuação das investigações e a passagem
já publicada no Boletim do Conselho
para uma nova fase de trabalhos. Uma
Maranhão suprirá de petróleo todo o
investigação completa da região Ama
Brasil e, ainda, o México o o médio con tinente dos E.stados Unidos da América do Norte, no futuro comércio mundial
zônica de modo a nos proporcionar cam pos produtores e um empreendimento tão vultoso que nos parece acima das nossas possibilidades, no que diz respei
to a financiamento, a pessoal técnico e aparelhagem.
Petróleo do Meio Norte
dar a continuação dos estudos para se estabelecer uma crença firme nas gran
promete esperanças, pela existência dum
geosinclínal onde foram reconhecidas ca madas do devoniano ao cretáceo, com
possibilidades de gerar e armazenar pe tróleo ou gás natural.
Nenhuma indicação positiva da exis tência de óleo é hoje conhecida no Meio Norte; nunca foi feita uma sonda
Tocantins, Grajaú, Moarim e Itapicuru.
Prof. Odorico de Albuquerque, da Es cola Nacional de Minas e Metalurgia
As fotografias aéreas tomadas pelo mé todo "trimelTOgon" pe'as forças aéreas
e do paleontologista Ivor Price, da Di
norte-americanas, durante o período da
visão de Geologia, encorajam^ muito as
última guerra, permitiram o reconheci mento de várias deformações que pode rão constituir o ponto inicial de traba lhos de detalhe, facilitando grandemen te as futunas pesquisas.
tentativas ali.
O Prof. Plummer, reconhecendo a 'au
sência de indícios superficiais, procura de certo modo justificá-la ponderando que há muitas zonas petrolíferas, so bretudo de idade paleozóica, sem apre
Pela costa nordestina se estende uma
dos, quando estava ultimando seu re
faixa de terra com possibilidades pe^
mento Nacional da Produção Mineral,
P. Lamenlàvelmente nem nos poços
conduzidos polo técnico nortc-americano Marck Malamphy, indicaram Pon
abertos pelo "IBASA", nem no último perfurado pela Cia. Itatig e terminado no corrente ano de 1948 (Itatie n° 6)
Alagf^^s, chegaram também a conclu sões favoráveis, indicando, dentro da
Petróleo de Mato Grosso Sobre Mato Grosso é difícil emitir
uma opinião segura, pois nunca viaja mos nessa região e sua geologia, em
t;c como um dos locais favoráveis a
grandes extensões, ainda é muito pouco conhecida. Entretanto, o que está pu
tura iniciou uma sondagem em Ponta Verde e o C. N. P. executou uma perfu ração em 1940 que atingiu a profundi dade de 2145 m, tendo encontrado um
blicado nãoi entusiasma ao técnico e as
notícias sôbre "seepages" no Guaporé
pequeno horizonte pelToüfero em pro
ou no Pantanal até hoje não foram ates tadas por pesspas de reconhecida ido neidade profissional. Fenômenos diver
fundidade próxima a 1500 ni que não
sos, como emanações de metana, resul
chegou a trazer encorajamento à con
tantes da decomposição atual de vegetais
tinuação dos trabalhos.
superiores, irizações devidas à hansformação de bicarbonalo ferroso em hi-
Pouco tempo
depois, o C. N. P. abandonou tôdas as pesquisas em Alagoas, concentrando sua atividade na Bahia.
Petróleo de Sergipe Em Sergipe há uma profunda bacia
Jl
foi possível obter uma produção comer cial de petróleo.
área por ôles estudada, o Riacho Do-
perfurações. O Ministério da Agricul
Petróleo do Nordeste
sentar o menor indício direto na super fície. Pouco tempo depois dêsses estu
próprio Euzcbio de Oliveira ao autor. Os trabalhos de geofísica do Departa
furações ah, em busca dc sal-gema, en contrando indícios de óleo e gás, consta tados pelos ^técnicos da DrilÜng and Exploration Co. e pelo próprio C N
neclce e W. Perthen, da Sociedade Elbof, sob contrato, para o Governo de
ciou uma sondagem no Codó, pesquisa
Plummer, da Universidade do Texas, do
ra com pequenas camadas dc folheUios
saturados de petróleo, fato êsse verifi cado pessüulmcnte pelo autor destas lir- recentemente algumasAlcalinas"'c.A S/A. fez per
ta Verde, nas proximidades de Maceió,
logo /paralisada por desentendimentos
saram muito no problema do petróleo nò Maranhão, após viagens aos vales do
nitos que se assemelham aos do Re
como local mais aconselhável às perfu rações. As pesquisas feitas quase nu mesma época pelos (alemães O. Keu-
no Maranhão data de pouco antes de
A Companlrá Itatig há alguns anos
côncavo. As sondagens duma compa
ali encontrados vestígios dc óleo livre,
1914, quando Gonzaga de Campos ini
ção superficial de valor indiscutível. As recentes investigações do Prof. F. B.
iniciou ah pesquisas de petróleo e em 1940 encontrou espêssa formação salife-
segundo uma comunicação verbal do
des possibilidades dessa área. A suspeita de existência de petróleo
com os proprietários das ternas. Tam bém Arrojado Lisboa (1914), Morais Rego (1920) e o autor (1930) já pen
ver com a questão dt) petróleo, mas nas
Serviço Geológico, nunca chegaram a
digna do maior acato, é prudente aguar
gem profunda no Miaranhão e ainda não se conhece por lá nenhuma manifesta
gem marinha.
resuhados satisfatórios, embora fossem
grandes domos e anticlinais". Embora
o Piauí e Maranhão em princípio — nos
Na costa de Alagoas afloram folhe lhos pirobetuminosos que pouco têm a
nhia que ali operou, bem como as do
desse produto". Tal crença é fundada no fato de que "nela há uma espêssa seção de sedimentos contendo folhelhos e ciàlcáreo.s- adequados. Nela existem
A bacia do Meio Norte que abrange
dc sedimentos, em grande parte consti tuídos por calcáreos e folhelhos de ori
camadas inferiores há folhelhos e are
Nacional do Petróleo: "A bacia Piauí-
a autoridade do Prof. Plummer seja
trolíferas de.sde •) Riu Grundi- du Norte
até A'agoas.
cretácea entre o litoral e a Serra de Itabaiana, encerrando mais de 1500 in
dró.vido férrico ou matéria graxa resul tante da alteração de vegetais ou ani mais, podem levar pessoas^bem intencio nadas a afirmações errôneas, sob o pon to de xdsta das possibilidades de petró leo. A suposta identidade entre o Pan
tanal de Mato Grosso e a zona já reco-
Dir.ESTo
20
Econômico
DioesTo
Econômico 21
As recentes pesquisas geofísioas su geridas por DeGolyer & Mac Naughton
latório geral, o Prof. Plummer faleceu,
e executadas pela Geophvsioal Servi-, ce Inc. para o C. N. P. revelaram fatos
mudava um pneu do carro, numa estra
vítima dum ataque cardíaco, quando da do Tc.vas (11-2-1947). Dentre as notas deixadas, de.staca-se essa frase
interessantes na ilha de Marajó, até en tão nunca suspeitados, justificando a con tinuação das investigações e a passagem
já publicada no Boletim do Conselho
para uma nova fase de trabalhos. Uma
Maranhão suprirá de petróleo todo o
investigação completa da região Ama
Brasil e, ainda, o México o o médio con tinente dos E.stados Unidos da América do Norte, no futuro comércio mundial
zônica de modo a nos proporcionar cam pos produtores e um empreendimento tão vultoso que nos parece acima das nossas possibilidades, no que diz respei
to a financiamento, a pessoal técnico e aparelhagem.
Petróleo do Meio Norte
dar a continuação dos estudos para se estabelecer uma crença firme nas gran
promete esperanças, pela existência dum
geosinclínal onde foram reconhecidas ca madas do devoniano ao cretáceo, com
possibilidades de gerar e armazenar pe tróleo ou gás natural.
Nenhuma indicação positiva da exis tência de óleo é hoje conhecida no Meio Norte; nunca foi feita uma sonda
Tocantins, Grajaú, Moarim e Itapicuru.
Prof. Odorico de Albuquerque, da Es cola Nacional de Minas e Metalurgia
As fotografias aéreas tomadas pelo mé todo "trimelTOgon" pe'as forças aéreas
e do paleontologista Ivor Price, da Di
norte-americanas, durante o período da
visão de Geologia, encorajam^ muito as
última guerra, permitiram o reconheci mento de várias deformações que pode rão constituir o ponto inicial de traba lhos de detalhe, facilitando grandemen te as futunas pesquisas.
tentativas ali.
O Prof. Plummer, reconhecendo a 'au
sência de indícios superficiais, procura de certo modo justificá-la ponderando que há muitas zonas petrolíferas, so bretudo de idade paleozóica, sem apre
Pela costa nordestina se estende uma
dos, quando estava ultimando seu re
faixa de terra com possibilidades pe^
mento Nacional da Produção Mineral,
P. Lamenlàvelmente nem nos poços
conduzidos polo técnico nortc-americano Marck Malamphy, indicaram Pon
abertos pelo "IBASA", nem no último perfurado pela Cia. Itatig e terminado no corrente ano de 1948 (Itatie n° 6)
Alagf^^s, chegaram também a conclu sões favoráveis, indicando, dentro da
Petróleo de Mato Grosso Sobre Mato Grosso é difícil emitir
uma opinião segura, pois nunca viaja mos nessa região e sua geologia, em
t;c como um dos locais favoráveis a
grandes extensões, ainda é muito pouco conhecida. Entretanto, o que está pu
tura iniciou uma sondagem em Ponta Verde e o C. N. P. executou uma perfu ração em 1940 que atingiu a profundi dade de 2145 m, tendo encontrado um
blicado nãoi entusiasma ao técnico e as
notícias sôbre "seepages" no Guaporé
pequeno horizonte pelToüfero em pro
ou no Pantanal até hoje não foram ates tadas por pesspas de reconhecida ido neidade profissional. Fenômenos diver
fundidade próxima a 1500 ni que não
sos, como emanações de metana, resul
chegou a trazer encorajamento à con
tantes da decomposição atual de vegetais
tinuação dos trabalhos.
superiores, irizações devidas à hansformação de bicarbonalo ferroso em hi-
Pouco tempo
depois, o C. N. P. abandonou tôdas as pesquisas em Alagoas, concentrando sua atividade na Bahia.
Petróleo de Sergipe Em Sergipe há uma profunda bacia
Jl
foi possível obter uma produção comer cial de petróleo.
área por ôles estudada, o Riacho Do-
perfurações. O Ministério da Agricul
Petróleo do Nordeste
sentar o menor indício direto na super fície. Pouco tempo depois dêsses estu
próprio Euzcbio de Oliveira ao autor. Os trabalhos de geofísica do Departa
furações ah, em busca dc sal-gema, en contrando indícios de óleo e gás, consta tados pelos ^técnicos da DrilÜng and Exploration Co. e pelo próprio C N
neclce e W. Perthen, da Sociedade Elbof, sob contrato, para o Governo de
ciou uma sondagem no Codó, pesquisa
Plummer, da Universidade do Texas, do
ra com pequenas camadas dc folheUios
saturados de petróleo, fato êsse verifi cado pessüulmcnte pelo autor destas lir- recentemente algumasAlcalinas"'c.A S/A. fez per
ta Verde, nas proximidades de Maceió,
logo /paralisada por desentendimentos
saram muito no problema do petróleo nò Maranhão, após viagens aos vales do
nitos que se assemelham aos do Re
como local mais aconselhável às perfu rações. As pesquisas feitas quase nu mesma época pelos (alemães O. Keu-
no Maranhão data de pouco antes de
A Companlrá Itatig há alguns anos
côncavo. As sondagens duma compa
ali encontrados vestígios dc óleo livre,
1914, quando Gonzaga de Campos ini
ção superficial de valor indiscutível. As recentes investigações do Prof. F. B.
iniciou ah pesquisas de petróleo e em 1940 encontrou espêssa formação salife-
segundo uma comunicação verbal do
des possibilidades dessa área. A suspeita de existência de petróleo
com os proprietários das ternas. Tam bém Arrojado Lisboa (1914), Morais Rego (1920) e o autor (1930) já pen
ver com a questão dt) petróleo, mas nas
Serviço Geológico, nunca chegaram a
digna do maior acato, é prudente aguar
gem profunda no Miaranhão e ainda não se conhece por lá nenhuma manifesta
gem marinha.
resuhados satisfatórios, embora fossem
grandes domos e anticlinais". Embora
o Piauí e Maranhão em princípio — nos
Na costa de Alagoas afloram folhe lhos pirobetuminosos que pouco têm a
nhia que ali operou, bem como as do
desse produto". Tal crença é fundada no fato de que "nela há uma espêssa seção de sedimentos contendo folhelhos e ciàlcáreo.s- adequados. Nela existem
A bacia do Meio Norte que abrange
dc sedimentos, em grande parte consti tuídos por calcáreos e folhelhos de ori
camadas inferiores há folhelhos e are
Nacional do Petróleo: "A bacia Piauí-
a autoridade do Prof. Plummer seja
trolíferas de.sde •) Riu Grundi- du Norte
até A'agoas.
cretácea entre o litoral e a Serra de Itabaiana, encerrando mais de 1500 in
dró.vido férrico ou matéria graxa resul tante da alteração de vegetais ou ani mais, podem levar pessoas^bem intencio nadas a afirmações errôneas, sob o pon to de xdsta das possibilidades de petró leo. A suposta identidade entre o Pan
tanal de Mato Grosso e a zona já reco-
L •
DiGESTO Econômico
22
nhecidamente petrolífera da Bolívia não procede e já Gücon de Paiva versou ma gistralmente esse têraa. (®) Na planície seca do Chaco Boreal não
em São Paulo foi Eugênio Ferreira de
Camargo, paulista dotado de grande es pírito de iniciativa que, no começo des te século, levou à sua fazenda em Bofete uma das maiores autoridades da
Dicesto
Econômico
Particularizando o problema em São Paulo, é curio.so übscr\ar que sc deba
km rumo oeste, explora-se o petróleo des
tem os técnicü.s ein torno da fixação do
Argentina em 1928.
horizonte gerador do esperado petróleo
originado no devoniano, e acumulado principnhnente no permo-carbonífero, no
época — o geólogo I. C. "White — o
paulista. Os velhos observadores bra sileiros Gonzaga de Campos, Euzébio de
Union Oil of Califórnia, conforme as
consolidador da teoria da acumulação
Oliveira c Guillierinc Florence acredita
foi ainda encontrado o petróleo, não obs tante as pesquisas intensivas feitas pela
23
coberto pela Standard Oil Company S. A. O petróleo ali é
declarações recentes publicadas na im
em anticlinais.
No Paraná foram feitos
vam ser èlc originado rtas camadas do
arenito Tupambi, que tem muita seme lhança litológica com certos arenitos do tòpo do Itailaré, entre Piracicaba e Bo-
prensa. Tanto quanto se sabe, não há
trabalhos de reconhecimento na zona de
Irali, portadoras do folliellios negros pi-
tucatú, e que seriam excelentes reserva
similitude geológica entre o Pantanal
Ribeirão Claro, Jacaròzinho, Reserva e
robetuininosos e calcárecs fétidos; fun
tórios, so abaixo deles houvesse aqui o
de Mato Grosso, a grande planície do
Cândido de Abreu; e em Santa Cata rina os estudos se concentraram no vale
dados nessa concepção foram feitas as
devoniano gerador, como ocorre no nor
pesquisas do Serviço Geológico Federal
te da Argentina e sul da Bolívia.
médio do Iguassu e na região de Lages.
e Estadual. Chesler Wasliburne, con-
A hipótese do petróleo devoniano não
A região visada- em São Pau lo compreende uma faixa de ter
tiMtado pelo Govènio de São Paulo, lan çou a hipótese de serem as camadas devonianas responsáveis pelo suspeitado
deve ser abandonada porque falhou em São Pedro de Piracicaba; é possível
ras em forma de arco, com a
petróleo paunsta c sua idéia se baseava
largura da ordem de 20 a 50 km, que se estende desde Rio
na existência do devoniauo marinho no
Estado de São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiaz
Chaco Boreal — onde ainda não se des cobriu petróleo — ou a zona
montanhosa do Gran Chaco, on
de se encontram os poços pro dutivos da Bolívia.
O sul de Mato Grosso poderá merecer as esperanças atribuí
veis à parte central da bacia do
Gonduana, mas até hoje nada se co nhece sobre as condições geológicas,
em profundidade, da porção da bacia do rio Paraná coberta pelo espesso lençol de lava basáltica.
Petróleo do sul do Brasil
A bacia do Gonduana, que compre ende a maior parte da bacia hidrográ fica do Paraná, abrangendo parte da bacia dos rios Uruguai, Jacuí e Negro, foi a mais pesquisada pelos brasileiros e também a que até hoje maior interesse despertou aos geólogos estrangeiros que nos visitaram.
Já foram feita's várias perfurações em São Paulo, Paraná e Santa Catarina,
centro do Estado do Paraná e no- fato
ou Mato Grosso. Seria leviano afastá-la
Claro até Piraju, nos limites com o Es
de ser o devoniano o gerador do pe
tado do Paraná. Nessa faixa, onde aflo
tróleo encontrado no Gran Chaco, da faixa sub-andina da Bolívia e Salta, ao
'baseado num simples ensaio, num de terminado ponto situado na borda duma grande bacia sedimentar de mais de 1
carbonífero, há inúmeros depósitos de arenito asfáltico que representam "seepages" mortos ou mesmo jazidas de
Norte da Argentina. Já muitos anos antes. Arrojado Lisboa
momento, entretanto, estribados na nossa
emitira a hipótese da origem devoniana
própria observação, ainda ficamos com
petróleo já extintas, em virtude da perda da capa impermeável protetora.
para o possível petróleo do Estado do
a velha concepção nacional dum petró
Paraná, segundo nos informou o Dr. Ildefonso Ericksen. A sugestão de
leo do Irati, porque temos vários "fa
ram camadas do triássico, permeano e
Na faixa onde afloram essas ruínas de
tos" em apoio ao passo que relativa
Washburne ganhou logo muitos adep
mente ao devoniano trata-se de hipó
tos; para a'guns por ser ele uma autori
tese fracassada na primeira e única ten
óleo vivo, mas nunca se tentou um pro
dade de indiscutível valor, mas, para ou
tativa de comprovação.
grama intensivo mais para oeste, onde
tros, só por ser ôle "americano". Ela na verdade é atraente, mas para a região
uma espessa capa basaltica deve ter protegido acumulações semelhantes, ain da poderosamente preservadas da eva poração. E' que ali, como já apontou Glicon de Paiva, o problema da pes
em épocas diversas, sem um plano de conjunto e por entidades diferentes, não tendo sido devidamente interpretados os resultados. Os trabalhos antigos repre sentam, contudo, uma interessante con
lizados nos atuais países produtores. (*) Contribuição para a Geologia do Pe
tribuição inicial ao grande problema do
tróleo no Sudoeste de Mato Grosso. —
O pioneiro na pesquisa de petróleo
milhão de quilômetros quadrados. No
antigos campos de petróleo, é que têm sido feitas as perfurações em busca de
quisa é extremamente difícil e escapa a qualquer um dos métodos clássicos uti
petróleo no sul do Brasil.
que seja comprovada noutros pontos do
de São Pedi-o de Piracicaba falhou es
petacularmente, porque o poço do Ara-
quá-Lima, da Companhia Petróleos do Brasil, atingiu o embasamento arqueano
folheihos marinhos de Ponta Grossa e
sem atravessar sequer um metro de ter
arenitos do permo-carbontfero; b) dum
reno devoniano! Ruiu por terra a hi pótese do petróleo devoniano na região
acumulado aí mesmo, quando o permitir
de São Pedro de Piracicaba, enquanto no Glicon de Paiva e VUctor Leinz. Bole tim n.o 37 da Divisão de Fomento da
Produção Mineral, Rio, 1939.
Para se chegar a ter petróleo ho sul do Brasil é necessário realizar um programa de estudos tendo em vista as concepções: a) dnm petróleo devoniano, gerado nos acumulado nos larenitos Fumas ou nos
petróleo permeano, gerado no Irati e
de Salta 24°29 , lat S; S. Pedro de Pira
a poTosidadc ou o fraturamenlo do.s "calcáreos; c) dum petróleo gerado em ho rizontes marinhos do permo-carbonífero (Itararé), já encontrados no centro do
cicaba 22°30' lat. S) porém mais 1100
Paraná e em Santa Catarina; d) dum
São Pedro de Salta, quase no mesmo paralelo que o de Piracicaba (S. Pedro
L •
DiGESTO Econômico
22
nhecidamente petrolífera da Bolívia não procede e já Gücon de Paiva versou ma gistralmente esse têraa. (®) Na planície seca do Chaco Boreal não
em São Paulo foi Eugênio Ferreira de
Camargo, paulista dotado de grande es pírito de iniciativa que, no começo des te século, levou à sua fazenda em Bofete uma das maiores autoridades da
Dicesto
Econômico
Particularizando o problema em São Paulo, é curio.so übscr\ar que sc deba
km rumo oeste, explora-se o petróleo des
tem os técnicü.s ein torno da fixação do
Argentina em 1928.
horizonte gerador do esperado petróleo
originado no devoniano, e acumulado principnhnente no permo-carbonífero, no
época — o geólogo I. C. "White — o
paulista. Os velhos observadores bra sileiros Gonzaga de Campos, Euzébio de
Union Oil of Califórnia, conforme as
consolidador da teoria da acumulação
Oliveira c Guillierinc Florence acredita
foi ainda encontrado o petróleo, não obs tante as pesquisas intensivas feitas pela
23
coberto pela Standard Oil Company S. A. O petróleo ali é
declarações recentes publicadas na im
em anticlinais.
No Paraná foram feitos
vam ser èlc originado rtas camadas do
arenito Tupambi, que tem muita seme lhança litológica com certos arenitos do tòpo do Itailaré, entre Piracicaba e Bo-
prensa. Tanto quanto se sabe, não há
trabalhos de reconhecimento na zona de
Irali, portadoras do folliellios negros pi-
tucatú, e que seriam excelentes reserva
similitude geológica entre o Pantanal
Ribeirão Claro, Jacaròzinho, Reserva e
robetuininosos e calcárecs fétidos; fun
tórios, so abaixo deles houvesse aqui o
de Mato Grosso, a grande planície do
Cândido de Abreu; e em Santa Cata rina os estudos se concentraram no vale
dados nessa concepção foram feitas as
devoniano gerador, como ocorre no nor
pesquisas do Serviço Geológico Federal
te da Argentina e sul da Bolívia.
médio do Iguassu e na região de Lages.
e Estadual. Chesler Wasliburne, con-
A hipótese do petróleo devoniano não
A região visada- em São Pau lo compreende uma faixa de ter
tiMtado pelo Govènio de São Paulo, lan çou a hipótese de serem as camadas devonianas responsáveis pelo suspeitado
deve ser abandonada porque falhou em São Pedro de Piracicaba; é possível
ras em forma de arco, com a
petróleo paunsta c sua idéia se baseava
largura da ordem de 20 a 50 km, que se estende desde Rio
na existência do devoniauo marinho no
Estado de São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiaz
Chaco Boreal — onde ainda não se des cobriu petróleo — ou a zona
montanhosa do Gran Chaco, on
de se encontram os poços pro dutivos da Bolívia.
O sul de Mato Grosso poderá merecer as esperanças atribuí
veis à parte central da bacia do
Gonduana, mas até hoje nada se co nhece sobre as condições geológicas,
em profundidade, da porção da bacia do rio Paraná coberta pelo espesso lençol de lava basáltica.
Petróleo do sul do Brasil
A bacia do Gonduana, que compre ende a maior parte da bacia hidrográ fica do Paraná, abrangendo parte da bacia dos rios Uruguai, Jacuí e Negro, foi a mais pesquisada pelos brasileiros e também a que até hoje maior interesse despertou aos geólogos estrangeiros que nos visitaram.
Já foram feita's várias perfurações em São Paulo, Paraná e Santa Catarina,
centro do Estado do Paraná e no- fato
ou Mato Grosso. Seria leviano afastá-la
Claro até Piraju, nos limites com o Es
de ser o devoniano o gerador do pe
tado do Paraná. Nessa faixa, onde aflo
tróleo encontrado no Gran Chaco, da faixa sub-andina da Bolívia e Salta, ao
'baseado num simples ensaio, num de terminado ponto situado na borda duma grande bacia sedimentar de mais de 1
carbonífero, há inúmeros depósitos de arenito asfáltico que representam "seepages" mortos ou mesmo jazidas de
Norte da Argentina. Já muitos anos antes. Arrojado Lisboa
momento, entretanto, estribados na nossa
emitira a hipótese da origem devoniana
própria observação, ainda ficamos com
petróleo já extintas, em virtude da perda da capa impermeável protetora.
para o possível petróleo do Estado do
a velha concepção nacional dum petró
Paraná, segundo nos informou o Dr. Ildefonso Ericksen. A sugestão de
leo do Irati, porque temos vários "fa
ram camadas do triássico, permeano e
Na faixa onde afloram essas ruínas de
tos" em apoio ao passo que relativa
Washburne ganhou logo muitos adep
mente ao devoniano trata-se de hipó
tos; para a'guns por ser ele uma autori
tese fracassada na primeira e única ten
óleo vivo, mas nunca se tentou um pro
dade de indiscutível valor, mas, para ou
tativa de comprovação.
grama intensivo mais para oeste, onde
tros, só por ser ôle "americano". Ela na verdade é atraente, mas para a região
uma espessa capa basaltica deve ter protegido acumulações semelhantes, ain da poderosamente preservadas da eva poração. E' que ali, como já apontou Glicon de Paiva, o problema da pes
em épocas diversas, sem um plano de conjunto e por entidades diferentes, não tendo sido devidamente interpretados os resultados. Os trabalhos antigos repre sentam, contudo, uma interessante con
lizados nos atuais países produtores. (*) Contribuição para a Geologia do Pe
tribuição inicial ao grande problema do
tróleo no Sudoeste de Mato Grosso. —
O pioneiro na pesquisa de petróleo
milhão de quilômetros quadrados. No
antigos campos de petróleo, é que têm sido feitas as perfurações em busca de
quisa é extremamente difícil e escapa a qualquer um dos métodos clássicos uti
petróleo no sul do Brasil.
que seja comprovada noutros pontos do
de São Pedi-o de Piracicaba falhou es
petacularmente, porque o poço do Ara-
quá-Lima, da Companhia Petróleos do Brasil, atingiu o embasamento arqueano
folheihos marinhos de Ponta Grossa e
sem atravessar sequer um metro de ter
arenitos do permo-carbontfero; b) dum
reno devoniano! Ruiu por terra a hi pótese do petróleo devoniano na região
acumulado aí mesmo, quando o permitir
de São Pedro de Piracicaba, enquanto no Glicon de Paiva e VUctor Leinz. Bole tim n.o 37 da Divisão de Fomento da
Produção Mineral, Rio, 1939.
Para se chegar a ter petróleo ho sul do Brasil é necessário realizar um programa de estudos tendo em vista as concepções: a) dnm petróleo devoniano, gerado nos acumulado nos larenitos Fumas ou nos
petróleo permeano, gerado no Irati e
de Salta 24°29 , lat S; S. Pedro de Pira
a poTosidadc ou o fraturamenlo do.s "calcáreos; c) dum petróleo gerado em ho rizontes marinhos do permo-carbonífero (Itararé), já encontrados no centro do
cicaba 22°30' lat. S) porém mais 1100
Paraná e em Santa Catarina; d) dum
São Pedro de Salta, quase no mesmo paralelo que o de Piracicaba (S. Pedro
. • r
___ DICE.ÇTO
Dicesto EcoN'ÓMrco
24
Econômico
25
petróleo gerado no Irati, acumulado no
pressa dos proprietários do solo.
Se
das zonas mais atrativas do Estado de
arenito Botucatu e"resguardado pelo len çol basáltico do planalto. Concepções já as temos, e baseadas em dados sufi cientemente comprovados; o que nos fal
não se verificaram intensos trabalhos de
São Paulo (®) e até hoje não foi feita
milhões de barris. Estamos assim, por intermédio das companliias de petróleo,
ali nenhuma perfuração atravessando tô
cm cada 13 meses, esgotando o subsolo
dos países amigos, duma quantidade
ta são os meios de realizar o trabalho
o interior em busca de provas positivas
da a coluna sedimentar, de modo a per mitir estudos que pudessem precisar me lhor as possibilidades petrolíferas da
sem o qual o petróleo nunoa poderá ser
de petróleo (Gonzaga de Campos,. Ar
área.
descoberto.
rojado Lisboa, Euzébio de Oliveira, Mo
E' fácil, portanto, compreender que não houve desenvolvimento das pes
,
íjí
^
Conclusão
pesquisas é porque a terra não atraiu os pesquisadores. Os poucos brasileiros entendidos que palmilharam o litoral e
raes Rego e outros) não tiveram a fe liz oportunidade de Cordeiro, que, abso lutamente leigo, ma.s suficientemente in
A nossa posição de pouco destaque na América do Sul, com relação ao pro
teligente, compreendeu que deveria ha ver petróleo no lugar onde êle brotava
blema do petróleo, resulta de condi
espontaneamente...
quisas de
petróleo no Brpsil, antes de
1934, porque não tivemos a sorte de possuir condições naturais que atraís
ceiramente por elementos da Standard Oil of New Jersey, selecionou ííreas nos
os sentimentos nacionalistas não eram tão
Estados do Paraná e São Paulo, inician
nuíram ainda mais as probabilidades de
acirrados, como atualmente, as grandes zer investigações em tôda a América do
SC dc.senvolver /a exploração do pclróleo,
organizações petrolíferas mandaram fa-
do pesquisas de petróleo anteriormente a 1934, quando isso constituüx uma ati vidade perfeitamente legal. Com a revo
Sid. Seus representantes percorreram as
lução de 1930 e o novo Código de Mi
dos, e segundo pela falta de técnicos bra
regiões ao sul do Panamá e ao cabo de algum tempo fi\ai<am as pesquisas preferencialmente na Venezuela, Colôm bia, Bolívia, Argentina, Peru, Equador, revelando menos interesse pelo Brasil,
nas (1934) os trabalhos foram paralisa
dos e a Companlna foi dissolvida pelo
A razão é que naqueles lugares foram ples exame superficial. De fato, na Ve nezuela, Colômbia, Peru, Bolívia foram
logo reconhecidos numerosos "seepages" de óleo e depósitos de asfalto, ao passo que no Brasil, por exemplo, só o "seepage" de Lobato, na Bahia, apresenta va uma evidência incontestável, e essa
mesma foi negada pelos derrotistas até
o dia em que o petróleo transbordou pela bôcn do poço 163. Até 1934 qual quer corporação nacional ou estrangei ra tinha o direito de pesquisar petróleo no Brasil, bastando satisfazer a cômodas
exigências legais e ter autorização ex
países continuem a fornecer petróleo venham de fona capitais e técnicos para
pesquisas. Ka época em que havia tan tas restrições à liberdade de pesquisar e
encontradas maiores evidências ao sim
Será razoável, nessa época de carên cia de petróleo no mundo, que os outros
Venezuela, na Colômbia, no Peru, no
Petróleo Pan-Brasileira, amparada finan
Paraguai, Uruguai, Chile e as Guianas.
trabalho do C. N. P. com um dispêndio de perto de 400 milhões de cruzeiros.
ao Brasil e que o po\'o brasileiro nem ative suas pesquisas, nem consinta que
ambiente político não estimulante às
E' sabido que a Companhia Geral de
sitivo no Brasil — fruto de 9 anos de
sem |as Companhias que se fixaram na
Equador, na Argentina e na Bolívia. Depois de 1934. quando ficou vedada a participação de capiíal estrangeiro na exploração mineral no Bra.sil, dimi
ções naturais pouco atraentes e de um
igual a tudo quanto já possuímos de po
ajudá-lo a descobrir novas jazidas e pôlas dexidamente em exploração? Se nos sos fornecedores de petróleo cortassem as
exportações e se tivéssemos aparelhamento para refinação, em 13 meses consumi ríamos todo esse "nosso petróleo" que
primeiro pelo proverbial desprezo dos
tanto entusiasma os estvidantes. E de
nossos capitalistas aos negócios arrisca
sileiros possuidores da capacidade pro fissional, do espírito de aventura e da
pois? Sem o petróleo estrangeiro e sem mais petróleo nacional, ficaríamos sem transportes terrestres e aéreos e volta ríamos penosomente à fase dos gasogê-
desinterêsse dos elementos estrangeiros
tenacidade necessários à exploração pe
nios e da devastação vertiginosa das
que financiavam as pesquisas. Dai para cá, pràticamente nada mais se fez na
trolífera.
florestas.. .
quelas áreas, ficando radicada no espí rito do povo a concepção de que há um
tureza não nos foi dadivosa, só a custa
petróleo do Recôncavo é pouco para
de muito esfôrço poderemos obtê-lo, pa
uma nação, como o Brasil, basta dizer
pa as necessidades crescentes do nosso
que todo êle encerra uma quantidade de
Como em matéria, de petróleo a Na
colosso de petróleo naquela zona de vido às prévias investig[ações de geólo gos americanos. E' que muito poucos sabem que entre o ato de firmar direi tos de pesquisa e arrancar do chão o
povo. Infelizmente pessoas honestas mas reconhecidamente alheias ao problema emitem na melhor boa fé, opiniões pou
Para se ter uma imagem de quanto o
energia equi\'alente a 12.500 alqueires geométricos de matas. (®) O consumo anual de lenlia no Brasil
primeiro barril de óleo há um árduo tra-
;as multidões, fazendo crer que já pos
ballio a executar e um vultoso cupital a
suímos consideráveis reservas de petró
é de quase 50 milhões de toneladas, e isso eqüivale em energia a 20 milhões de toneladas de petróleo. Como a re
arriscar!
leo e que as mesmas estão sendo avida
serva do Recôncavo è de 17,8 milhões
mente cobiçadas pelos "trusts".
de barris que eqüivalem a 2,4 milhões
co acertadas e conduzem erradamente
Para se dar conta da nossa inércia em
matéria de pesquisa' de petróleo busta lembrar que em 1928 Washburne indi
A situação real do Brasil atualmente é
de toneladas, conclui-se que só a lenha
a seguinte; importa dos Estados Unidos,
cou a bacia do Paranapanema como uma (•) Petroleum Geology of the Stale of Sfio Paulo, Brazil by Chester W. Washburne
Venezuela, índias Holandesas e Trinídad, cêrca de 16 milhões de barris de
por hectare, 400 kg por metro cúbico de
■produtos de petróleo, e possui, no Re
lenha, 10.000 calorias por kg para o pe
côncavo, ainda debaixo da terra, 17,8
— Boletim n.o 22 — S, Paulo, 193C.
Ju
(•) Cálculo na base de 250 m3 de lenha
tróleo, e 4.000 caloiias por kg lenha.
para a
. • r
___ DICE.ÇTO
Dicesto EcoN'ÓMrco
24
Econômico
25
petróleo gerado no Irati, acumulado no
pressa dos proprietários do solo.
Se
das zonas mais atrativas do Estado de
arenito Botucatu e"resguardado pelo len çol basáltico do planalto. Concepções já as temos, e baseadas em dados sufi cientemente comprovados; o que nos fal
não se verificaram intensos trabalhos de
São Paulo (®) e até hoje não foi feita
milhões de barris. Estamos assim, por intermédio das companliias de petróleo,
ali nenhuma perfuração atravessando tô
cm cada 13 meses, esgotando o subsolo
dos países amigos, duma quantidade
ta são os meios de realizar o trabalho
o interior em busca de provas positivas
da a coluna sedimentar, de modo a per mitir estudos que pudessem precisar me lhor as possibilidades petrolíferas da
sem o qual o petróleo nunoa poderá ser
de petróleo (Gonzaga de Campos,. Ar
área.
descoberto.
rojado Lisboa, Euzébio de Oliveira, Mo
E' fácil, portanto, compreender que não houve desenvolvimento das pes
,
íjí
^
Conclusão
pesquisas é porque a terra não atraiu os pesquisadores. Os poucos brasileiros entendidos que palmilharam o litoral e
raes Rego e outros) não tiveram a fe liz oportunidade de Cordeiro, que, abso lutamente leigo, ma.s suficientemente in
A nossa posição de pouco destaque na América do Sul, com relação ao pro
teligente, compreendeu que deveria ha ver petróleo no lugar onde êle brotava
blema do petróleo, resulta de condi
espontaneamente...
quisas de
petróleo no Brpsil, antes de
1934, porque não tivemos a sorte de possuir condições naturais que atraís
ceiramente por elementos da Standard Oil of New Jersey, selecionou ííreas nos
os sentimentos nacionalistas não eram tão
Estados do Paraná e São Paulo, inician
nuíram ainda mais as probabilidades de
acirrados, como atualmente, as grandes zer investigações em tôda a América do
SC dc.senvolver /a exploração do pclróleo,
organizações petrolíferas mandaram fa-
do pesquisas de petróleo anteriormente a 1934, quando isso constituüx uma ati vidade perfeitamente legal. Com a revo
Sid. Seus representantes percorreram as
lução de 1930 e o novo Código de Mi
dos, e segundo pela falta de técnicos bra
regiões ao sul do Panamá e ao cabo de algum tempo fi\ai<am as pesquisas preferencialmente na Venezuela, Colôm bia, Bolívia, Argentina, Peru, Equador, revelando menos interesse pelo Brasil,
nas (1934) os trabalhos foram paralisa
dos e a Companlna foi dissolvida pelo
A razão é que naqueles lugares foram ples exame superficial. De fato, na Ve nezuela, Colômbia, Peru, Bolívia foram
logo reconhecidos numerosos "seepages" de óleo e depósitos de asfalto, ao passo que no Brasil, por exemplo, só o "seepage" de Lobato, na Bahia, apresenta va uma evidência incontestável, e essa
mesma foi negada pelos derrotistas até
o dia em que o petróleo transbordou pela bôcn do poço 163. Até 1934 qual quer corporação nacional ou estrangei ra tinha o direito de pesquisar petróleo no Brasil, bastando satisfazer a cômodas
exigências legais e ter autorização ex
países continuem a fornecer petróleo venham de fona capitais e técnicos para
pesquisas. Ka época em que havia tan tas restrições à liberdade de pesquisar e
encontradas maiores evidências ao sim
Será razoável, nessa época de carên cia de petróleo no mundo, que os outros
Venezuela, na Colômbia, no Peru, no
Petróleo Pan-Brasileira, amparada finan
Paraguai, Uruguai, Chile e as Guianas.
trabalho do C. N. P. com um dispêndio de perto de 400 milhões de cruzeiros.
ao Brasil e que o po\'o brasileiro nem ative suas pesquisas, nem consinta que
ambiente político não estimulante às
E' sabido que a Companhia Geral de
sitivo no Brasil — fruto de 9 anos de
sem |as Companhias que se fixaram na
Equador, na Argentina e na Bolívia. Depois de 1934. quando ficou vedada a participação de capiíal estrangeiro na exploração mineral no Bra.sil, dimi
ções naturais pouco atraentes e de um
igual a tudo quanto já possuímos de po
ajudá-lo a descobrir novas jazidas e pôlas dexidamente em exploração? Se nos sos fornecedores de petróleo cortassem as
exportações e se tivéssemos aparelhamento para refinação, em 13 meses consumi ríamos todo esse "nosso petróleo" que
primeiro pelo proverbial desprezo dos
tanto entusiasma os estvidantes. E de
nossos capitalistas aos negócios arrisca
sileiros possuidores da capacidade pro fissional, do espírito de aventura e da
pois? Sem o petróleo estrangeiro e sem mais petróleo nacional, ficaríamos sem transportes terrestres e aéreos e volta ríamos penosomente à fase dos gasogê-
desinterêsse dos elementos estrangeiros
tenacidade necessários à exploração pe
nios e da devastação vertiginosa das
que financiavam as pesquisas. Dai para cá, pràticamente nada mais se fez na
trolífera.
florestas.. .
quelas áreas, ficando radicada no espí rito do povo a concepção de que há um
tureza não nos foi dadivosa, só a custa
petróleo do Recôncavo é pouco para
de muito esfôrço poderemos obtê-lo, pa
uma nação, como o Brasil, basta dizer
pa as necessidades crescentes do nosso
que todo êle encerra uma quantidade de
Como em matéria, de petróleo a Na
colosso de petróleo naquela zona de vido às prévias investig[ações de geólo gos americanos. E' que muito poucos sabem que entre o ato de firmar direi tos de pesquisa e arrancar do chão o
povo. Infelizmente pessoas honestas mas reconhecidamente alheias ao problema emitem na melhor boa fé, opiniões pou
Para se ter uma imagem de quanto o
energia equi\'alente a 12.500 alqueires geométricos de matas. (®) O consumo anual de lenlia no Brasil
primeiro barril de óleo há um árduo tra-
;as multidões, fazendo crer que já pos
ballio a executar e um vultoso cupital a
suímos consideráveis reservas de petró
é de quase 50 milhões de toneladas, e isso eqüivale em energia a 20 milhões de toneladas de petróleo. Como a re
arriscar!
leo e que as mesmas estão sendo avida
serva do Recôncavo è de 17,8 milhões
mente cobiçadas pelos "trusts".
de barris que eqüivalem a 2,4 milhões
co acertadas e conduzem erradamente
Para se dar conta da nossa inércia em
matéria de pesquisa' de petróleo busta lembrar que em 1928 Washburne indi
A situação real do Brasil atualmente é
de toneladas, conclui-se que só a lenha
a seguinte; importa dos Estados Unidos,
cou a bacia do Paranapanema como uma (•) Petroleum Geology of the Stale of Sfio Paulo, Brazil by Chester W. Washburne
Venezuela, índias Holandesas e Trinídad, cêrca de 16 milhões de barris de
por hectare, 400 kg por metro cúbico de
■produtos de petróleo, e possui, no Re
lenha, 10.000 calorias por kg para o pe
côncavo, ainda debaixo da terra, 17,8
— Boletim n.o 22 — S, Paulo, 193C.
Ju
(•) Cálculo na base de 250 m3 de lenha
tróleo, e 4.000 caloiias por kg lenha.
para a
■RTTrr
. 11
DicrsTO
26
cortada e consumida anualmente no Bra
sil, em energia, va^e por 8 vezes todo o petróleo já conhecido.
Essas comparações não tem por fim depreciar o petróleo baiano, pois não foi pequeno o esforço que fizemos entre 1936 e 1939 para que èle viesse ao co nhecimento de todos. Nosso fim é cha
mar os homens à realidade dos fatos,
é mostrar que isso é um belp início mas é muito pouco para uma Nação e não permite que estejamos já a meter os pes nos países que nos fornecem os meios para movimentar as nossas fábri
cas, transportar os nossos produtos e sulcar o espaço do Amazonas ao Rio Gran de do Sul.
Ja que a Natureza não estimulou a
pesquisa de petróleo no Brasil enchen-
do-o de "seepages" atrativos ou de su-
Econóníico
gestivos anlicÜnais e domos salinos c já que o povo brasileiro aplaude entusiàs-
O problema do petróleo
ticamente os oradores nacionalistas mas
Odilon Braca
não arrisca o seu cobre em pesquisas de
petróleo, só nos resta o recurso de fo mentar a pesquisa através duma legis lação suficientemente atrativa que es timule a vindu de capitais e técnicos
Perante enorme assistência, o sr. Odilon Braga proferiu, a convite da Associa ção Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, aplaudida conferância sôbrc o petróleo. A sessão foi presidida pelo sr. Décio Ferraz N" ovais, tendo o sr. Brasüio Machado Neto pronunciado as seguintes palavras
estrangeiros, capazes de nos ajudar nes
de saudação:
sa imensa tarefa de pesquisar a enorme
área de possibilidades no País. Afirmar que o Brasil é um mar de petróleo' e que sua exploração aqui é fácil, é provar que desconhece inteira mente o problema tal como se apresenta entre nós. Essa é a conclusão a que chegamos, depo:.s de estudai serenamen te o problema do nosso petróleo tendo em vista o interesse da nossa gente e o futuro do Brasil.
Dentre os problemas vitais para o Brasil — c ôlcs são tantos! — que ainda .se encontram cm equação, desafiando a nossa inteligência c a nossa capacidade, nenhum, como o do petróleo, desencadeou torrente maior dc palpites, sugestões e até soluções. Se, cie um lado, lodo esse tumulto é sintoma promissor de que
o brasileiro começa a preocupar-se realmente com os assuntos nutis dc perto ligados ao seu futuro, — de outro lado, muitas das opiniões, e mesmo as esposadas por elementos de responsabilidade, vêm infelizmente provar que ainda não nos li'
hcrtamos de todo do nosso malfadado ufanismo, que tantos males já nos causou c que teima ainda, esfumaçando o ambiente, cm tirar-nos a visão serena c
objetiva da nossa realidade econômica c das nossas verdadeiras possihilidad^.
Preocupadas sempre em debater com elevação e isenção de ânimos os magnos
problemas nacionais, a Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo não poderiam penmnecer indiferentes diante
da luta que ora se processa em torno do petróleo nacional. Tendo assumido, no estudo da matéria e dentro dos conclusões da Conferência de Teresópolis, «mo posição definida, baseada naqueles princípios que, no seu entender, são mais consentãneos com os interôsses do país, as duas entidades jnrfxinios do comércio paulista, continuando a tradição de convidar elementos expressivos da inteligên cia e da cultura brasileira para desta tribuna debater os temas de mais palpi tante inierêsse no campo político, econômico e social, dão a medida do seu desvôlo pelos destinos da pátria.
Superado va'i o tempo em que as entidades da classe patronal se preocupavam Um novo sucedâneo da madeira, feito de serraf^em e resina sintética, foi /nnçado não há muito pela "British PUmber Ltd.", tendo a denominação de "Plimbler". O novo material consiste mima composição plástica composta em p^rande parte de fibras de madeira quimicamente tratadas e lipadas entre si pela resina sin tética. Os fabricantes salientam que o "PUmber" é o único material de sua espé cie que é fabricado em esjjessuras que variam de 5/8 de polegada até uma pole gada e 1/4, com aumentos sucessivos de 1/8 de polegada.
Além disso o "PUmber" tem a vantagem de, ao contrário de outros produtos plásticos, poder ser serrado, furado a pua, receber pregos — em suma, ser tratado de maneira perfeitamente igual à madeira. A variedade agora em produção é qualificada como "Plimber-toood" {madeira PUmber) e pesa 40 libras por pé cúbico para uma espessura de uma polegada.
com questiúnculas fiscais ou querelas burocráticas. Hoje em dia, ninguém cm f,ã consciência pode negar a autoridade moral às suas opiniões, nem elevação de propósitos às suas atitudes. E é por isso que no debate sôhre o petróleo elas se voltaram para a figura eminente do dr. Odilon Braga, pois, no seu entender, ninguém mais credenciado
para expor com serenidade e objetividade essa magna questão. Da figura ilustre do conferencista dc hoje, homem de passado publico honesto e culto, patriota e corajoso, respeitado por quantos sc interessam pelas causas de nossa terra, não será demais relembrar a sua trajetória cintilante na vida nacional.
Deputado Estadual, deputado Federal, Secretário do inferior do Estado de Minas no govêrno Antônio Carlos, constituinte de 1934, Ministro da Agricultura no
período constitucional que se findou a 10 de novembro de 1937, co-autor do chamado Manifesto Mlixeiro — sem dúvida um dos documentos de iniporfáncio
■RTTrr
. 11
DicrsTO
26
cortada e consumida anualmente no Bra
sil, em energia, va^e por 8 vezes todo o petróleo já conhecido.
Essas comparações não tem por fim depreciar o petróleo baiano, pois não foi pequeno o esforço que fizemos entre 1936 e 1939 para que èle viesse ao co nhecimento de todos. Nosso fim é cha
mar os homens à realidade dos fatos,
é mostrar que isso é um belp início mas é muito pouco para uma Nação e não permite que estejamos já a meter os pes nos países que nos fornecem os meios para movimentar as nossas fábri
cas, transportar os nossos produtos e sulcar o espaço do Amazonas ao Rio Gran de do Sul.
Ja que a Natureza não estimulou a
pesquisa de petróleo no Brasil enchen-
do-o de "seepages" atrativos ou de su-
Econóníico
gestivos anlicÜnais e domos salinos c já que o povo brasileiro aplaude entusiàs-
O problema do petróleo
ticamente os oradores nacionalistas mas
Odilon Braca
não arrisca o seu cobre em pesquisas de
petróleo, só nos resta o recurso de fo mentar a pesquisa através duma legis lação suficientemente atrativa que es timule a vindu de capitais e técnicos
Perante enorme assistência, o sr. Odilon Braga proferiu, a convite da Associa ção Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, aplaudida conferância sôbrc o petróleo. A sessão foi presidida pelo sr. Décio Ferraz N" ovais, tendo o sr. Brasüio Machado Neto pronunciado as seguintes palavras
estrangeiros, capazes de nos ajudar nes
de saudação:
sa imensa tarefa de pesquisar a enorme
área de possibilidades no País. Afirmar que o Brasil é um mar de petróleo' e que sua exploração aqui é fácil, é provar que desconhece inteira mente o problema tal como se apresenta entre nós. Essa é a conclusão a que chegamos, depo:.s de estudai serenamen te o problema do nosso petróleo tendo em vista o interesse da nossa gente e o futuro do Brasil.
Dentre os problemas vitais para o Brasil — c ôlcs são tantos! — que ainda .se encontram cm equação, desafiando a nossa inteligência c a nossa capacidade, nenhum, como o do petróleo, desencadeou torrente maior dc palpites, sugestões e até soluções. Se, cie um lado, lodo esse tumulto é sintoma promissor de que
o brasileiro começa a preocupar-se realmente com os assuntos nutis dc perto ligados ao seu futuro, — de outro lado, muitas das opiniões, e mesmo as esposadas por elementos de responsabilidade, vêm infelizmente provar que ainda não nos li'
hcrtamos de todo do nosso malfadado ufanismo, que tantos males já nos causou c que teima ainda, esfumaçando o ambiente, cm tirar-nos a visão serena c
objetiva da nossa realidade econômica c das nossas verdadeiras possihilidad^.
Preocupadas sempre em debater com elevação e isenção de ânimos os magnos
problemas nacionais, a Associação Comercial de São Paulo e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo não poderiam penmnecer indiferentes diante
da luta que ora se processa em torno do petróleo nacional. Tendo assumido, no estudo da matéria e dentro dos conclusões da Conferência de Teresópolis, «mo posição definida, baseada naqueles princípios que, no seu entender, são mais consentãneos com os interôsses do país, as duas entidades jnrfxinios do comércio paulista, continuando a tradição de convidar elementos expressivos da inteligên cia e da cultura brasileira para desta tribuna debater os temas de mais palpi tante inierêsse no campo político, econômico e social, dão a medida do seu desvôlo pelos destinos da pátria.
Superado va'i o tempo em que as entidades da classe patronal se preocupavam Um novo sucedâneo da madeira, feito de serraf^em e resina sintética, foi /nnçado não há muito pela "British PUmber Ltd.", tendo a denominação de "Plimbler". O novo material consiste mima composição plástica composta em p^rande parte de fibras de madeira quimicamente tratadas e lipadas entre si pela resina sin tética. Os fabricantes salientam que o "PUmber" é o único material de sua espé cie que é fabricado em esjjessuras que variam de 5/8 de polegada até uma pole gada e 1/4, com aumentos sucessivos de 1/8 de polegada.
Além disso o "PUmber" tem a vantagem de, ao contrário de outros produtos plásticos, poder ser serrado, furado a pua, receber pregos — em suma, ser tratado de maneira perfeitamente igual à madeira. A variedade agora em produção é qualificada como "Plimber-toood" {madeira PUmber) e pesa 40 libras por pé cúbico para uma espessura de uma polegada.
com questiúnculas fiscais ou querelas burocráticas. Hoje em dia, ninguém cm f,ã consciência pode negar a autoridade moral às suas opiniões, nem elevação de propósitos às suas atitudes. E é por isso que no debate sôhre o petróleo elas se voltaram para a figura eminente do dr. Odilon Braga, pois, no seu entender, ninguém mais credenciado
para expor com serenidade e objetividade essa magna questão. Da figura ilustre do conferencista dc hoje, homem de passado publico honesto e culto, patriota e corajoso, respeitado por quantos sc interessam pelas causas de nossa terra, não será demais relembrar a sua trajetória cintilante na vida nacional.
Deputado Estadual, deputado Federal, Secretário do inferior do Estado de Minas no govêrno Antônio Carlos, constituinte de 1934, Ministro da Agricultura no
período constitucional que se findou a 10 de novembro de 1937, co-autor do chamado Manifesto Mlixeiro — sem dúvida um dos documentos de iniporfáncio
'T
Dicesto Econômico
28
Dicesto
singular da nossa vida política contemporânea — membro da Comissão Interparlidária, relator dos dois mais relevantes probleims econômicos, cuja estudo foi atri buído àquela comissão: O Plano Salte e o Petróleo — tais são algtms pontos cul minantes das suas atividades. Em todos os cargos que ocupou sempre se hotive com alto espírito construtivo, com invulgar senso de realidade e com accndrado patriotismo. A sua presença nesta Casa do comércio de São Paulo não só muito nos honra e desvanece, como também nos dá a oportunidade de ouvir tum opi nião esclarecida e valiosa sobre um dos momentosos problemas. Tenho o prazer de dar a palavra ao dr. Odilon Braga.
Foi com a maior satisfação que acei tei o convite da Associação Comercial de São Paulo e Federação do Comércio do
Estado de São Paulo para vir a esta Capital falar sobre o momentoso proble ma do petróleo.
São Paulo parece-me lugar adequa do para versar com seriedade os graves assuntos da ordem econô mica, cujo desenvolvimento não
comporta devaneios ou lances sentimentais.
Conhecido é o ânimo
empreendedor dos paulistas. O majes toso espetáculo que nos é oferecido pelas suas indústrias, e pelos seus pujantes estabelecimentos
comerciais
moderna
mente organizados e dirigidos com pro
ficiência, logo nos convence de que em São Paulo as ilusões e as esperanças dos
vista os nomes dos beneméritos pionei
ros que, neste Estado, tomaram a si o encargo das primeiras tentativas de pes quisa, lavra e industrialização do petró leo naciona'. Sabemos tão sòmcnte qvie
cutadas em São Paulo e por emprêéas
zes do alcance de 600 metros, empres
pauhstas. Refiro-me às perfurações de exploração feitas em Rio Claro e Bo-
tadas pelo Governo federal.
fete, dás quais nos dá conta o Boletim n.** 1, do antigo Serviço Geológico do
sondas obtidas por empréstimo era o das suas reservas de capital... A sondagem
Mas bem menor do que o alcance das
de Rio Caro foi suspensa a 300 metros
nacional
Com efeito, as primeiras sondagens
que no Brasil se processaram na pesqui
A de Bofete atingiu, como vi
mos, a 410 metros, mas não pôde
prosseguir por análoga falta de disponi
Botucatú, atingira a profundidade de 410 metros, então reputada de enorme importância, sendo que na de 365 me tros fôra registada a ocorrência de uma pequena quantidade de petróleo. Devemos, pois, ao espírito bandeiran
souros metalíferos, por formidáveis aci dentes sofridos pela crosta do Planeta,
São Paulo na história do petróleo
zeiros.
tuando que a de Bofete, sita na Serra de
materiais da competição mercantil e da
nativa.
eram da importância de 280 mil cru
mencionadas perfurações, acen
te, as primeiras e audaciosas incursões
criação da riqueza. Mas ao tratar-se de petróleo, os pau listas acham-se mais- esclarecidos pela experiência do que quaisquer outros dos seus irmãos brasileiros e, por conseguin te, dispõem de maior autoridade opi-
cie profundidade depois de consumidos os recursos financeiros disponíveis que
zaga de Campos, aludia às duas
nos desconhecidos horizontes do Brasil
dos Isonliadores
Infelizmente não estiveram sob nossa
Brasil.
bilidades de capital. É de supor-se que as destilarias se tenham fechado não tan
to pela carência de capitais mas princi
pre-hístórico, sepultado, com os seus te
Vê-se, ainda, no mesmo Boletim, que as iniciativas pioneiras dos paulistas não se limitaram à pesquisa de jazidas do ouro negro. Enveredaram igualmente pelos domínios da industrialização do produto. Registra aquêle documento que logo após a assinatura da primeira paz
outros países, assinalavam as hesitações da ciência em face do problema funda mental da origem do petróleo, de cuja
.solução, em suma, deveria depender o critério a ser adotado na interpretação das observações recoUiidas pelos geólo gos, deliberou o Govèmo de São Paulo fazer vir ao Brasil Chester Washbume,
geólogo americano de grande nomeada, còmetendo-lhe a incumbência de estudar
as perspectivas oleíferas'da bacia sedi mentar do Paraná, abrangente do terri tório do Estado.
Temos, por conseguinte, de levar a crédito da sabedoria dos antigos e modelares governantes de São Paulo, tam bém a por todos os títulos louvabilíssima iniciativa de invocar os últimos conselhos
da ciência, antes de dar começo à dis
pendiosa atividade a desen%'olver na busca do petróleo. Renovou "Washbume as noções então dominantes nos círculos da técnica ofi
palmente porque seus produtos não po
cial, francamente admitindo a possibili
deriam concorrer, em preço, com os de rivados de óleo bruto, jorrante dos poten
flu-dos nos horizontes inferiores à conhe
tes poços dos Estados Unidos e do México.
cida série corbonífera do Itararé, ou
dade da existência de hidrocarbonetos
Verificando que à iniciativa particular
seja — no devoniano. Dada a conside-
faleciam os meios indispensáveis à pes quisa de jazidas petrolíferas, o Governo
rá\'el espessura dos sedimentos que se lhe superpunham, a sondagem do devo niano escapava ao alcance das poucas
do Estado, sempre consciente de. seus deveres, deliberou empreendê-la por sua conta e risco. Era aquela a época da
em recuadas eras geológicas.
Porque lavTassem entre os nossos geó logos as mesmas controvérsias que, em
operavam assistidos o auxiliados pelo Govômo paulista e utilizando perfuratri-
cedo se
e
rio Tietê, c do.s arenitos asfállicos da
sa do precioso combustível foram exe
dissipam ao contato com as severas rea lidades que condicionam as exigências
emotivos
29
região de Bofete.
Relatando as atividades daque le serviço no decurso de 1918, o seu diretor, que era então Gon
^
EcoNÓNaco
perfurntrizes então existentes no país. As jazidas deveriam encontrar-se em pro
E os indícios
fundidade da ordem de dois a três mil
atraíam para o sopé da Serra de Ita-
metros. Mas, o que era ainda mais aflitivo, "em lugares incertos e não
caça aos indícios...
queri, no município de São Pedro; a atenção dos técnicos oficiais.
Pratica
ram-se a seguir as primeiras sondagens
sabidos", como se diz nos editais de citação de ausentes...
em Graminha, Querosene e Araguá, re
Sem aquisição de aparelhamento mo
mundial, montaram-se neste Estado usi nas de destilação dos arenitos betumi-
tirando-se de camadas superiores às do
nosos de Pôrto Martins, à margem do
ções de petróleo livre.
derno, de alto rendimento de trabalho, de delicado manejo, e de elevado custo, e, conseqüentemente, sem técnicos ca-
Irati arenito asfáltico e pequenas por
í.1/.
'T
Dicesto Econômico
28
Dicesto
singular da nossa vida política contemporânea — membro da Comissão Interparlidária, relator dos dois mais relevantes probleims econômicos, cuja estudo foi atri buído àquela comissão: O Plano Salte e o Petróleo — tais são algtms pontos cul minantes das suas atividades. Em todos os cargos que ocupou sempre se hotive com alto espírito construtivo, com invulgar senso de realidade e com accndrado patriotismo. A sua presença nesta Casa do comércio de São Paulo não só muito nos honra e desvanece, como também nos dá a oportunidade de ouvir tum opi nião esclarecida e valiosa sobre um dos momentosos problemas. Tenho o prazer de dar a palavra ao dr. Odilon Braga.
Foi com a maior satisfação que acei tei o convite da Associação Comercial de São Paulo e Federação do Comércio do
Estado de São Paulo para vir a esta Capital falar sobre o momentoso proble ma do petróleo.
São Paulo parece-me lugar adequa do para versar com seriedade os graves assuntos da ordem econô mica, cujo desenvolvimento não
comporta devaneios ou lances sentimentais.
Conhecido é o ânimo
empreendedor dos paulistas. O majes toso espetáculo que nos é oferecido pelas suas indústrias, e pelos seus pujantes estabelecimentos
comerciais
moderna
mente organizados e dirigidos com pro
ficiência, logo nos convence de que em São Paulo as ilusões e as esperanças dos
vista os nomes dos beneméritos pionei
ros que, neste Estado, tomaram a si o encargo das primeiras tentativas de pes quisa, lavra e industrialização do petró leo naciona'. Sabemos tão sòmcnte qvie
cutadas em São Paulo e por emprêéas
zes do alcance de 600 metros, empres
pauhstas. Refiro-me às perfurações de exploração feitas em Rio Claro e Bo-
tadas pelo Governo federal.
fete, dás quais nos dá conta o Boletim n.** 1, do antigo Serviço Geológico do
sondas obtidas por empréstimo era o das suas reservas de capital... A sondagem
Mas bem menor do que o alcance das
de Rio Caro foi suspensa a 300 metros
nacional
Com efeito, as primeiras sondagens
que no Brasil se processaram na pesqui
A de Bofete atingiu, como vi
mos, a 410 metros, mas não pôde
prosseguir por análoga falta de disponi
Botucatú, atingira a profundidade de 410 metros, então reputada de enorme importância, sendo que na de 365 me tros fôra registada a ocorrência de uma pequena quantidade de petróleo. Devemos, pois, ao espírito bandeiran
souros metalíferos, por formidáveis aci dentes sofridos pela crosta do Planeta,
São Paulo na história do petróleo
zeiros.
tuando que a de Bofete, sita na Serra de
materiais da competição mercantil e da
nativa.
eram da importância de 280 mil cru
mencionadas perfurações, acen
te, as primeiras e audaciosas incursões
criação da riqueza. Mas ao tratar-se de petróleo, os pau listas acham-se mais- esclarecidos pela experiência do que quaisquer outros dos seus irmãos brasileiros e, por conseguin te, dispõem de maior autoridade opi-
cie profundidade depois de consumidos os recursos financeiros disponíveis que
zaga de Campos, aludia às duas
nos desconhecidos horizontes do Brasil
dos Isonliadores
Infelizmente não estiveram sob nossa
Brasil.
bilidades de capital. É de supor-se que as destilarias se tenham fechado não tan
to pela carência de capitais mas princi
pre-hístórico, sepultado, com os seus te
Vê-se, ainda, no mesmo Boletim, que as iniciativas pioneiras dos paulistas não se limitaram à pesquisa de jazidas do ouro negro. Enveredaram igualmente pelos domínios da industrialização do produto. Registra aquêle documento que logo após a assinatura da primeira paz
outros países, assinalavam as hesitações da ciência em face do problema funda mental da origem do petróleo, de cuja
.solução, em suma, deveria depender o critério a ser adotado na interpretação das observações recoUiidas pelos geólo gos, deliberou o Govèmo de São Paulo fazer vir ao Brasil Chester Washbume,
geólogo americano de grande nomeada, còmetendo-lhe a incumbência de estudar
as perspectivas oleíferas'da bacia sedi mentar do Paraná, abrangente do terri tório do Estado.
Temos, por conseguinte, de levar a crédito da sabedoria dos antigos e modelares governantes de São Paulo, tam bém a por todos os títulos louvabilíssima iniciativa de invocar os últimos conselhos
da ciência, antes de dar começo à dis
pendiosa atividade a desen%'olver na busca do petróleo. Renovou "Washbume as noções então dominantes nos círculos da técnica ofi
palmente porque seus produtos não po
cial, francamente admitindo a possibili
deriam concorrer, em preço, com os de rivados de óleo bruto, jorrante dos poten
flu-dos nos horizontes inferiores à conhe
tes poços dos Estados Unidos e do México.
cida série corbonífera do Itararé, ou
dade da existência de hidrocarbonetos
Verificando que à iniciativa particular
seja — no devoniano. Dada a conside-
faleciam os meios indispensáveis à pes quisa de jazidas petrolíferas, o Governo
rá\'el espessura dos sedimentos que se lhe superpunham, a sondagem do devo niano escapava ao alcance das poucas
do Estado, sempre consciente de. seus deveres, deliberou empreendê-la por sua conta e risco. Era aquela a época da
em recuadas eras geológicas.
Porque lavTassem entre os nossos geó logos as mesmas controvérsias que, em
operavam assistidos o auxiliados pelo Govômo paulista e utilizando perfuratri-
cedo se
e
rio Tietê, c do.s arenitos asfállicos da
sa do precioso combustível foram exe
dissipam ao contato com as severas rea lidades que condicionam as exigências
emotivos
29
região de Bofete.
Relatando as atividades daque le serviço no decurso de 1918, o seu diretor, que era então Gon
^
EcoNÓNaco
perfurntrizes então existentes no país. As jazidas deveriam encontrar-se em pro
E os indícios
fundidade da ordem de dois a três mil
atraíam para o sopé da Serra de Ita-
metros. Mas, o que era ainda mais aflitivo, "em lugares incertos e não
caça aos indícios...
queri, no município de São Pedro; a atenção dos técnicos oficiais.
Pratica
ram-se a seguir as primeiras sondagens
sabidos", como se diz nos editais de citação de ausentes...
em Graminha, Querosene e Araguá, re
Sem aquisição de aparelhamento mo
mundial, montaram-se neste Estado usi nas de destilação dos arenitos betumi-
tirando-se de camadas superiores às do
nosos de Pôrto Martins, à margem do
ções de petróleo livre.
derno, de alto rendimento de trabalho, de delicado manejo, e de elevado custo, e, conseqüentemente, sem técnicos ca-
Irati arenito asfáltico e pequenas por
í.1/.
.<• im
30
Dicesto
Económíco
DicESTO Econômico
punha, se haviam julgado no dever de
outras atividades c sem outras apli
c\'itá-lo.
cações de menores riscos e maio
pazes de aproveítá-lo, sempre providos do abundante e adequado material re clamado pela marcha das perfurações — o que, em suma, acabava por exigir
panha tenha remanescido a dú\'ida in
vultosos recursos financeiros e de pronto
justa, para não dizer caluniosa, de que
Não importa que da formidável cam
res lucros, portanto de fácil cap tação para a aventura da busca do petróleo em condições pouco favo ráveis;
31
as de pequeno número que acertavam em estruturas produtivas, compensavam, fartamente, o custo dos poços infrutífe
ros. Por conseguinte, pouco importa va que os químicos e os geólogos dis cutissem as teorias concebidas para ex
pagamento, inclusive em libras ou dó
o titular e os técnicos daquele Ministério
lares — seria inútil prosseguir no em
não queríamos descobrir nem deixar que
penho da descoberta das estruturas pressentidas pelo otimismo de Wash-
outros descobrissem as ambicionadas ja zidas.
bume.
monstrar que os nossos temores eram
como ainda para a implantação
para as regiões que se manifestavam
fundados e que a pesquisa do petróleo,
científica das sondas, após cuida
com maiores promessas... Entre nós,
as circunstâncias eram bem diferentes.
Outros problemas, tais como o do
Infelizmente os fatos vieram de
plicar a origem dos hidrocnrbonetos flui
— escassez do técnicos experientes não só para o delicado manejo do mo
dos. Indiferente aos seus debates, o
derno aparelhamento de sondagem,
"rush" dos aventureiros se deslocava
desmoronamento das barragens levanta
nas circunstancias que nos caracterizam,
dosos e caros estudos de geologia
das para regular o escoamento de safras
constitui aventura cujos riscos somente
e o preço do café, absorveram a atenção de São Paulo e dos paulistas. E en
podem ser reduzidos por seguros estu dos geológicos e custosas prospecções
e geofísica; — necessidade da ação supleti\a dos
poderes públicos, dia a dia progre
se com os químicos se com os geólogos,
quanto prosseguiam, com a habitual falta
dindo no sentido da oficialização dos esforços de pe.squisa e indus trialização do petróleo.
orientar-se pelas sugestões dos primeiros
sondagens de Araguá, Alambari, Xar-
geofísicas. Em compensação, a Monteiro Loba to e aos que com êle se expuseram a
queada e São Pedro, conduzidas pelo Governo federal, discutiam-se e pu
enormes sacrifícios na organização da Companhia Petróleos do Brasil, ficamos
Enquanto na Rússia, nos Estados Uni
tindo de experiências de laboratório,
nham-se em dúvida as asserções de
devendo o vigilante "estado de alerta"
dos e no México o petróleo exsudava,
Washburne...
com que a Nação caminha para a elabo
Nos derradeiros tempos, depois do espetacular progresso da lavra do pe
ração da lei de que vai depender, a sorte da sua riqueza petrolífera e tal vez a de sua independência, no mo
mercê da formidável pressão com que era retido em jazidas poderosas, que, uma vez atingidas pelas sondas, lança vam jorros de óleo de vazão correspon dente a milhares de barris diários, no Brasil, na Serra de Botucatu, o petró leo era encontrado, mas depois de peno sos esforços de sondagem e na quantida
de recursos técnicos e financeiros as
tróleo venezuelano e dos êxitos obti
dos nas pesquisas efetuadas na Argen tina, na Bolívia, no Peru, no Equador e na Colômbia, embora em proporções bem inferiores às registradas na Vene zuela e no México, Monteiro Lobato, de
regresso de sua primeira viagem aos Estados Unidos, sentiu-se empolgado
pelo ideal de fazer com que os brasi leiros reagissem contra a inércia que os impedia de descobrir e lavrar as jazidas que deveriam existir no seu prodigioso subsolo. A ele devemos, todos,'os ensi
namentos recolhidos da malograda ex periência da Companhia Petróleos do Brasil; e, particu'armente, da memorá
vel campanha que desfechou contra os órgãos técnicos do Ministério da-Agri cultura, que, temerosos dp insucesso a que a "Petróleos" ousadamente se ex-
mento em que os árbitros supremos da
política e da economia do petróleo vol
vem suas vistas para o Brasil. São Paulo e a equação do problema do petróleo E
dêsse feitio
armourse, em
de única e total de dois barris!
Explorando nas imediações do Mar São
Cáspio» nos Estados Unidos e no Mé
Passava a ser de decisiva importância apurar com quem estava a natureza,
uma vez que as sondagens teriam de ou dos segundos.
Ora, os primeiros, os químicos, par sustentavam a chamada teoria da ori-
gem inorgânica, - origem cósmica, se gundo Sokoloff, que admitia a hidrogenização dos acetilenos formados combinação direta do carbono e do W-
drcgênio, ou então origem geoqttímicO, segundo Mcndeleeff, para quem os pe tróleos proxdnham da ação da água sôbre os carbonetos metálicos das profundezi\s da esfera terrestre.
As sínteses
químicas de Berthelot e sobretudo as
de Sabatier e Senderens, dependentes da apMcação do hidrogênio e do aceti-
Paulo, a equação experimental dos fatô-
xico estupendas jazidas de petróleo jor-
res negativos que ainda hoje comandam
rante, não interessava às empresas escla recer os mistérios de sua formação e do
leno sôbre depo.sitos de níquel, pareciam confirmar a teoria da origem inorgâni
seu comportamento subterrâneo. As lo cações de sondagem faziam-se por pal pite, segundo as indicações dos práticos, sugeridas pela ocorrência de determina
ca do petróleo.
a solução do problema do petróleo bra sileiro, a saber:
— inexistência de jazidas poderosas, de f.'.cil descoberta, cuja lavra pro duzisse copiosas reservas de capital, suscetíveis de pronta reinversão no aproveitamento de novo.s campos produtivos; — inexistência de abundantes dispo nibilidades de capital, geradas em
dos indícios.
Os erros de locação, em
bora freqüentes, não davam para com prometer a segurança das emprêsas, porque as perfurações se faziam em ter renos francamente petrolíferos, pelo que
De seu turno, os geólogos, apoiados em parte pelas experiências também de laboratório de Warren e Storrcr, de
Cahours e Demarçay, e especialmente as de Radziszewsky, entendiam que o pe tróleo em jazida era de origem puromente orgânica e provinha da destilação, em câmaras subterrâneas fechadas, de
.<• im
30
Dicesto
Económíco
DicESTO Econômico
punha, se haviam julgado no dever de
outras atividades c sem outras apli
c\'itá-lo.
cações de menores riscos e maio
pazes de aproveítá-lo, sempre providos do abundante e adequado material re clamado pela marcha das perfurações — o que, em suma, acabava por exigir
panha tenha remanescido a dú\'ida in
vultosos recursos financeiros e de pronto
justa, para não dizer caluniosa, de que
Não importa que da formidável cam
res lucros, portanto de fácil cap tação para a aventura da busca do petróleo em condições pouco favo ráveis;
31
as de pequeno número que acertavam em estruturas produtivas, compensavam, fartamente, o custo dos poços infrutífe
ros. Por conseguinte, pouco importa va que os químicos e os geólogos dis cutissem as teorias concebidas para ex
pagamento, inclusive em libras ou dó
o titular e os técnicos daquele Ministério
lares — seria inútil prosseguir no em
não queríamos descobrir nem deixar que
penho da descoberta das estruturas pressentidas pelo otimismo de Wash-
outros descobrissem as ambicionadas ja zidas.
bume.
monstrar que os nossos temores eram
como ainda para a implantação
para as regiões que se manifestavam
fundados e que a pesquisa do petróleo,
científica das sondas, após cuida
com maiores promessas... Entre nós,
as circunstâncias eram bem diferentes.
Outros problemas, tais como o do
Infelizmente os fatos vieram de
plicar a origem dos hidrocnrbonetos flui
— escassez do técnicos experientes não só para o delicado manejo do mo
dos. Indiferente aos seus debates, o
derno aparelhamento de sondagem,
"rush" dos aventureiros se deslocava
desmoronamento das barragens levanta
nas circunstancias que nos caracterizam,
dosos e caros estudos de geologia
das para regular o escoamento de safras
constitui aventura cujos riscos somente
e o preço do café, absorveram a atenção de São Paulo e dos paulistas. E en
podem ser reduzidos por seguros estu dos geológicos e custosas prospecções
e geofísica; — necessidade da ação supleti\a dos
poderes públicos, dia a dia progre
se com os químicos se com os geólogos,
quanto prosseguiam, com a habitual falta
dindo no sentido da oficialização dos esforços de pe.squisa e indus trialização do petróleo.
orientar-se pelas sugestões dos primeiros
sondagens de Araguá, Alambari, Xar-
geofísicas. Em compensação, a Monteiro Loba to e aos que com êle se expuseram a
queada e São Pedro, conduzidas pelo Governo federal, discutiam-se e pu
enormes sacrifícios na organização da Companhia Petróleos do Brasil, ficamos
Enquanto na Rússia, nos Estados Uni
tindo de experiências de laboratório,
nham-se em dúvida as asserções de
devendo o vigilante "estado de alerta"
dos e no México o petróleo exsudava,
Washburne...
com que a Nação caminha para a elabo
Nos derradeiros tempos, depois do espetacular progresso da lavra do pe
ração da lei de que vai depender, a sorte da sua riqueza petrolífera e tal vez a de sua independência, no mo
mercê da formidável pressão com que era retido em jazidas poderosas, que, uma vez atingidas pelas sondas, lança vam jorros de óleo de vazão correspon dente a milhares de barris diários, no Brasil, na Serra de Botucatu, o petró leo era encontrado, mas depois de peno sos esforços de sondagem e na quantida
de recursos técnicos e financeiros as
tróleo venezuelano e dos êxitos obti
dos nas pesquisas efetuadas na Argen tina, na Bolívia, no Peru, no Equador e na Colômbia, embora em proporções bem inferiores às registradas na Vene zuela e no México, Monteiro Lobato, de
regresso de sua primeira viagem aos Estados Unidos, sentiu-se empolgado
pelo ideal de fazer com que os brasi leiros reagissem contra a inércia que os impedia de descobrir e lavrar as jazidas que deveriam existir no seu prodigioso subsolo. A ele devemos, todos,'os ensi
namentos recolhidos da malograda ex periência da Companhia Petróleos do Brasil; e, particu'armente, da memorá
vel campanha que desfechou contra os órgãos técnicos do Ministério da-Agri cultura, que, temerosos dp insucesso a que a "Petróleos" ousadamente se ex-
mento em que os árbitros supremos da
política e da economia do petróleo vol
vem suas vistas para o Brasil. São Paulo e a equação do problema do petróleo E
dêsse feitio
armourse, em
de única e total de dois barris!
Explorando nas imediações do Mar São
Cáspio» nos Estados Unidos e no Mé
Passava a ser de decisiva importância apurar com quem estava a natureza,
uma vez que as sondagens teriam de ou dos segundos.
Ora, os primeiros, os químicos, par sustentavam a chamada teoria da ori-
gem inorgânica, - origem cósmica, se gundo Sokoloff, que admitia a hidrogenização dos acetilenos formados combinação direta do carbono e do W-
drcgênio, ou então origem geoqttímicO, segundo Mcndeleeff, para quem os pe tróleos proxdnham da ação da água sôbre os carbonetos metálicos das profundezi\s da esfera terrestre.
As sínteses
químicas de Berthelot e sobretudo as
de Sabatier e Senderens, dependentes da apMcação do hidrogênio e do aceti-
Paulo, a equação experimental dos fatô-
xico estupendas jazidas de petróleo jor-
res negativos que ainda hoje comandam
rante, não interessava às empresas escla recer os mistérios de sua formação e do
leno sôbre depo.sitos de níquel, pareciam confirmar a teoria da origem inorgâni
seu comportamento subterrâneo. As lo cações de sondagem faziam-se por pal pite, segundo as indicações dos práticos, sugeridas pela ocorrência de determina
ca do petróleo.
a solução do problema do petróleo bra sileiro, a saber:
— inexistência de jazidas poderosas, de f.'.cil descoberta, cuja lavra pro duzisse copiosas reservas de capital, suscetíveis de pronta reinversão no aproveitamento de novo.s campos produtivos; — inexistência de abundantes dispo nibilidades de capital, geradas em
dos indícios.
Os erros de locação, em
bora freqüentes, não davam para com prometer a segurança das emprêsas, porque as perfurações se faziam em ter renos francamente petrolíferos, pelo que
De seu turno, os geólogos, apoiados em parte pelas experiências também de laboratório de Warren e Storrcr, de
Cahours e Demarçay, e especialmente as de Radziszewsky, entendiam que o pe tróleo em jazida era de origem puromente orgânica e provinha da destilação, em câmaras subterrâneas fechadas, de
T
r' '
Dicesto Econômico
32
^
Dicesto Econômico 33
organismos animais e vegetais em de composição. (Jean Chautard — Les Gi-
sements de Petrole, 1922 pgs. 41/48.) A descoberta, nos poços do Cáspio,
de uma flora anaeróbia que acompanha va as chamadas rochas geratrizes do pe tróleo fez suspeitar que a ela se deve ria a elaboração do "sapropel", nome da
do por Potonié ao magma orgânico re sultante da decomposição sobretudo das
plantas e seres unicelulares de origem marinha.
No Brasil, antes da vinda de
cia, já agora firmemente esclarecida, que postula a sua descoberta nos horizontes de ordinário bem profundos, das eras
paulistas lançar, no pano verde da pes quisa do petróleo, as reservas de capi
começa a nos entrar pelos olhos, gra
tal custosamente obtidas em outras ati
cretáceas e cenozóicas.
vidades e enèrgicamente solicitadas por outras aplicações mais seguras e lucrati
eminente General Horta Barbosa. Se os petróleos do Brasil escapavam à busca
Contrastados com as últimas indica
nião dos que supunham fôsse o petróleo de origem inorgânica. As investigações geológicas e as
se o fizessem, quando a ciência não ha
Paraná, Santa Catarina e Amazonas, do
dos? Poderiam, se o fizessem e não des
giões. Só se deve explorar petróleo pa
alcance médio de 600 metros, uma vez
cobrissem petróleo jorrante, concorrer
ra ganhar dinheiro. Muito melhor ne
que, de agora em diante, pouco
com os produtos petrolíferos provenien tes dos profusos campos estadunidenses
gocio, por ser muito mais fácil e m-üs
da ordem de dois a três mil meiros.
duzidos daquela concepção primordial. Se da intensidade com que se insis
vas? Teriam procedido com inteligência via ainda firmado o seu juízo sôbre a origem natural dos hidrocarbonetos flui
e mexicanos?
Evidente é que não. Muito mais sen
sato era que adquirissem dos Estados Unidos e do México, a baixo custo, os
sondagens efetuadas tiveram de
obedecer aos infundados critérios, de
Indicações de uma experiência vaUosa
derivados do ouro negro, que naqueles
países superabundava, e vendessem aos americanos, a bom preço, o ouro verde
micos e os geólogos discutissem teorias
Mas não se pense que haja processos técnicos capazes de localizar, com ab soluta segurança, os pontos em que se ocultam. Os de recentíssimo aperfeiçoa mento, empregados pela geofísica, logram reduzir a 70% as perfurações mal sucedidas de pesquisa. Revelou o De putado Hermes Lima que se acaba de conceber novo processo de pesquisa geo
sôbre a formação do petróleo, os ca çadores de "wild-cats" os estariam agar
física, capaz de excluir quase que por completo as grandes margens atuais de
pelo mundo, a adquirir terras possivel-
rando onde se encontrassem...
insucesso.
contrassem.
tiu na "caça aos indícios", tivesse resul
tado a descoberta, mesmo ocasiona), de
algumas ricas estruturas petrolíferas, não
haveria maiores conseqüências a regis trar. Ter-se-ia repetido entre nós o fenômeno banal ocorrido nos Estados
Unidos 6 no México. Enquanto os quí
Infe
lizmente, no Brasil a teoria teria de pre ceder à prática, ou dito por outro mo do, a "idéia" deveria antecipar a "for ma", como nos diálogos platônicos. Ora,
dos trépanos das tôrres de sondagem, ocuUando-se em horizontes ignorados c profundos, conrinha que ficasse guar dado para o futuro, para quando se
ções da ciência, passam a carecer de maior significação os dados penosamen te obtidos nas sondagens anteriormente feitas neste Estado e nos de Alagoas,
se admite a locaMzação de jazidas comercialmente e.\'pIoráveis em profundidades que não sejam
Washbume predominava a opi
ças sobretudo à ação desenvolvida pelo
Devemos receber com o
das suas lavouras de alta produtivida de.
Tal foi efetivamente a conduta
que preferiram. Não devemos esquecer que até 1930 vigorava no país o regime de acessão, segundo o qual as riquezas do subsolo pertenciam ao proprietário da superfí cie; e que os britânicos andavam, então, rncntc petrolíferas onde quer que se en-'
Pois bem, sem embargo
maior regozijo a notícia ahassareira. E'
disso, Detterding e,os seus homens do
porém,'pouco provável que ele venha
grupo Royal Dutch jamais demoraram o
seguro, era adquirir óleo bruto a preço ínfimo nos fartos campos já conheci dos, refina-lo e vender, a bom preço,
os derivados conseguidos. Foi o que^
em tempo oportuno, compreenderam a
Argentina e o Uruguai. Quanto a nós, continuamos a ser passivos tributários
das refinarias estrangeiras.
D.ante dos módicos preços do.s produ tos importados, tiveram do suspender suas atividades as destÜarias paulistas de arenitos betuminosos e asfálticos.
Ce
diam em face de uma superioridade dc condições que escapava ao seu contrôlc. Eram ainda os poços jorrantes de regiões mais afortunadas, de aventurosa mas
fácil descoberta, que garantiam aos seus usufrutuários diretos ou indiretos, os úl timos colocados nos pontos forçados de passagem do óleo bruto — "pipe-lines" e refinarias — a posição de lucrativo do mínio na áspera competição dos merca
a tomar possível a cubagem e a ava
olhar sôbre o Brasil.
dard Oil, após a viagem de Washbume,
a teoria preferida conduzia-nos a inves
liação da potência das jazidas que acuse, ainda quando as possa indicar de modo
tigações de orientação não confirmada
menos incerto.
Bacia do Paraná, desinteressando-se de
pela natureza. Hoje não mais se duvida da existên
palavra em cada tentativa terá de ser, arnda e sempre, a da guarnição técni ca da perfuratriz, após demorados e dis pendiosos trabalhos de sondagem.
sondá-los.
Reportando-nos às lições do passado, podemos agora inquirir: Deveriam os
pela Standard Oil, mestres supremos de
to pela Comissão de minha presidência,
economia do petróleo, somente agora
a saber: reservar à União ou a empresas
cia de enormes quantidades de petró
leo no subsolo brasileiro, porque des vendados se acham, afinal, os mistérios
da sua formação orgânica. E é a ciên
Isso pôsto, a última
Somente a Stan
exaurissem as reservas de outras re
se animou a comprar alguns terrenos na
A lição que lamentàvelmente deixa
mos de aprender e que nos era repetida com Insistência pela Royal Dutch e
dos. Do seu mágico poder resultariam tôdas as demais vantagens econômicas que, nos dias de hoje, asseguram us po derosíssimas empresas que comandam u produção 'e a distribuição do petróleo, o irresistível império que desfrutam. Temos que basear u solução do pro blema do petróleo no esquema propos
T
r' '
Dicesto Econômico
32
^
Dicesto Econômico 33
organismos animais e vegetais em de composição. (Jean Chautard — Les Gi-
sements de Petrole, 1922 pgs. 41/48.) A descoberta, nos poços do Cáspio,
de uma flora anaeróbia que acompanha va as chamadas rochas geratrizes do pe tróleo fez suspeitar que a ela se deve ria a elaboração do "sapropel", nome da
do por Potonié ao magma orgânico re sultante da decomposição sobretudo das
plantas e seres unicelulares de origem marinha.
No Brasil, antes da vinda de
cia, já agora firmemente esclarecida, que postula a sua descoberta nos horizontes de ordinário bem profundos, das eras
paulistas lançar, no pano verde da pes quisa do petróleo, as reservas de capi
começa a nos entrar pelos olhos, gra
tal custosamente obtidas em outras ati
cretáceas e cenozóicas.
vidades e enèrgicamente solicitadas por outras aplicações mais seguras e lucrati
eminente General Horta Barbosa. Se os petróleos do Brasil escapavam à busca
Contrastados com as últimas indica
nião dos que supunham fôsse o petróleo de origem inorgânica. As investigações geológicas e as
se o fizessem, quando a ciência não ha
Paraná, Santa Catarina e Amazonas, do
dos? Poderiam, se o fizessem e não des
giões. Só se deve explorar petróleo pa
alcance médio de 600 metros, uma vez
cobrissem petróleo jorrante, concorrer
ra ganhar dinheiro. Muito melhor ne
que, de agora em diante, pouco
com os produtos petrolíferos provenien tes dos profusos campos estadunidenses
gocio, por ser muito mais fácil e m-üs
da ordem de dois a três mil meiros.
duzidos daquela concepção primordial. Se da intensidade com que se insis
vas? Teriam procedido com inteligência via ainda firmado o seu juízo sôbre a origem natural dos hidrocarbonetos flui
e mexicanos?
Evidente é que não. Muito mais sen
sato era que adquirissem dos Estados Unidos e do México, a baixo custo, os
sondagens efetuadas tiveram de
obedecer aos infundados critérios, de
Indicações de uma experiência vaUosa
derivados do ouro negro, que naqueles
países superabundava, e vendessem aos americanos, a bom preço, o ouro verde
micos e os geólogos discutissem teorias
Mas não se pense que haja processos técnicos capazes de localizar, com ab soluta segurança, os pontos em que se ocultam. Os de recentíssimo aperfeiçoa mento, empregados pela geofísica, logram reduzir a 70% as perfurações mal sucedidas de pesquisa. Revelou o De putado Hermes Lima que se acaba de conceber novo processo de pesquisa geo
sôbre a formação do petróleo, os ca çadores de "wild-cats" os estariam agar
física, capaz de excluir quase que por completo as grandes margens atuais de
pelo mundo, a adquirir terras possivel-
rando onde se encontrassem...
insucesso.
contrassem.
tiu na "caça aos indícios", tivesse resul
tado a descoberta, mesmo ocasiona), de
algumas ricas estruturas petrolíferas, não
haveria maiores conseqüências a regis trar. Ter-se-ia repetido entre nós o fenômeno banal ocorrido nos Estados
Unidos 6 no México. Enquanto os quí
Infe
lizmente, no Brasil a teoria teria de pre ceder à prática, ou dito por outro mo do, a "idéia" deveria antecipar a "for ma", como nos diálogos platônicos. Ora,
dos trépanos das tôrres de sondagem, ocuUando-se em horizontes ignorados c profundos, conrinha que ficasse guar dado para o futuro, para quando se
ções da ciência, passam a carecer de maior significação os dados penosamen te obtidos nas sondagens anteriormente feitas neste Estado e nos de Alagoas,
se admite a locaMzação de jazidas comercialmente e.\'pIoráveis em profundidades que não sejam
Washbume predominava a opi
ças sobretudo à ação desenvolvida pelo
Devemos receber com o
das suas lavouras de alta produtivida de.
Tal foi efetivamente a conduta
que preferiram. Não devemos esquecer que até 1930 vigorava no país o regime de acessão, segundo o qual as riquezas do subsolo pertenciam ao proprietário da superfí cie; e que os britânicos andavam, então, rncntc petrolíferas onde quer que se en-'
Pois bem, sem embargo
maior regozijo a notícia ahassareira. E'
disso, Detterding e,os seus homens do
porém,'pouco provável que ele venha
grupo Royal Dutch jamais demoraram o
seguro, era adquirir óleo bruto a preço ínfimo nos fartos campos já conheci dos, refina-lo e vender, a bom preço,
os derivados conseguidos. Foi o que^
em tempo oportuno, compreenderam a
Argentina e o Uruguai. Quanto a nós, continuamos a ser passivos tributários
das refinarias estrangeiras.
D.ante dos módicos preços do.s produ tos importados, tiveram do suspender suas atividades as destÜarias paulistas de arenitos betuminosos e asfálticos.
Ce
diam em face de uma superioridade dc condições que escapava ao seu contrôlc. Eram ainda os poços jorrantes de regiões mais afortunadas, de aventurosa mas
fácil descoberta, que garantiam aos seus usufrutuários diretos ou indiretos, os úl timos colocados nos pontos forçados de passagem do óleo bruto — "pipe-lines" e refinarias — a posição de lucrativo do mínio na áspera competição dos merca
a tomar possível a cubagem e a ava
olhar sôbre o Brasil.
dard Oil, após a viagem de Washbume,
a teoria preferida conduzia-nos a inves
liação da potência das jazidas que acuse, ainda quando as possa indicar de modo
tigações de orientação não confirmada
menos incerto.
Bacia do Paraná, desinteressando-se de
pela natureza. Hoje não mais se duvida da existên
palavra em cada tentativa terá de ser, arnda e sempre, a da guarnição técni ca da perfuratriz, após demorados e dis pendiosos trabalhos de sondagem.
sondá-los.
Reportando-nos às lições do passado, podemos agora inquirir: Deveriam os
pela Standard Oil, mestres supremos de
to pela Comissão de minha presidência,
economia do petróleo, somente agora
a saber: reservar à União ou a empresas
cia de enormes quantidades de petró
leo no subsolo brasileiro, porque des vendados se acham, afinal, os mistérios
da sua formação orgânica. E é a ciên
Isso pôsto, a última
Somente a Stan
exaurissem as reservas de outras re
se animou a comprar alguns terrenos na
A lição que lamentàvelmente deixa
mos de aprender e que nos era repetida com Insistência pela Royal Dutch e
dos. Do seu mágico poder resultariam tôdas as demais vantagens econômicas que, nos dias de hoje, asseguram us po derosíssimas empresas que comandam u produção 'e a distribuição do petróleo, o irresistível império que desfrutam. Temos que basear u solução do pro blema do petróleo no esquema propos
«-T*
DICF-STO
34
de conlrôle brasileiro o transporte e a refinação do petróleo nacional ou im portado que se destine ao abastecimento do mercado interno; e facilitar na me
dida do possível, às emprêsas estrangei ras, por intermédio de sociedades orga nizadas no Brasil, a pesquisa, a lavra, o transporte e a refinação do petróleo nacional destinado à exportação.
Se o
EcONÓM'CO
petróleo e do mercado nacional,
cerca de setenta perfurações in
fôrro do controle de preços man tidos pelas emprêsas estrangei
«pic
ras, os recursos que tivermos de
empregar na busca de nossas ja
óleo bruto.
zidas.
repete que esse primeiro barril
Horta Barbosa tão somente em que,
número possível de nossas jazidas pe trolíferas, possibilita a participação do capital e da técnica das emprêsas e.strangeiras na aventura de promovê-la, assegurando-lhes os lucros que passam provir da venda do nosso óleo no.s mer cados externos, já submetidos ao seu so berano domínio.
Assim procedemos levando em conta certos
dados na
realidade
nem
sem-
jíre conhecidos.
do problema
A experiência da Companhia Petróleos do Brasil aí está para confirmar a de
outras empresas igualmente malogra das, que se animaram a participar do.s
nezuela — Caracas, 1928, pgs. 9/10.) Aos que possam julgar exagerada essa importância, lembraremos que o poço de maior custo, já praticado no Brasil, — o denominado M-1, da Mata de São João, atingiu a profundidade de ... • 2.497,88 m, resultando improdutivo. O
seu custo provável foi de cerca de Cr$ 6.500.000,00, quantia que não compre
ende as despesas de administração ge ral, as amortizações do aparelhamento de sondagem, e o custo dos estudos pré vios de geologia e das prospecções geofísicas.
o capital acumulado nos lances felizes do jôgo do petróleo e reunido a poder
cn
Cohmhia
nem sempre se toma na devida conta.
rados estudos geológicos c gcofisicos.
Não basta descobrir estruturas petrolí feras. E' ainda indispensável que se jam cconòmicamente cxploráveis. Sob esse ponto de vista, a nossa experiência
1 — Exploração geo física e geológica U.S. S 1.600.000 2 Construção dc
3
do Recôncavo Baiano é bem elucida tiva.
Opinando sôbre as possibilidades oleí-
fcras do Recôncavo, E. De Golyer, geó
caminhos, mora dias e armazéns U.S. $ 1.620.000
logo eminentíssimo, de autoridade mun
Custo das qua tro perfurações U.S. $ 1.070.000
dialmente acatada, no estudo feito a pe dido do C. N. P. acentuou que os
Total invertido
campos ali descobertos não são de maio
U.S. $ 4.290.000
Ou em cruzeiros — Cr$
res possibilidades.
Fez sentir que os
arenitos com óleo e gás parecem cons
85.800.000,00.
grafia, na Colômbia, sòmente duas con
tituir formações lenticulares, o que ex clui a possibilidade de grandes acu mulações. Observou que em vista da alta percentagem de parafina e da pe quena quantidade de gás em solução, o óleo é produzido com dificuldade. Fácil é deduzir dêsses dados que se trata de petróleo de exploração co mercial pouco favorável. A formação
cessões, a de Dc Mares e a de Barco têm correspondido plenamente às es-
a contínua perfuração de poços que as
•>
Das quatro concessões, três foram de volvidas ao Governo, visto não serem
comercialmente cxploráveis. De 20 per furações praticada.s em condições pro pícias, nenhuma resultou produtiva (P. 121). Segundo se deduz da referida mono
lenticular das jazidas, sobretudo, exige
pcrança.s das emprêsas que as exploram.
alcance, aumentando dessnrte o custo
Nas demais, os trabalhos se arrastam
do óleo produzido. Vimos que De Golyer não deixou de
sem a animação dos campos, franca
horizontal e vertical dos diferentes ne
mente produtivos.
gócios que completam a cadeia dos in
Èsse é um novo aspecto atinente às
um poço dc sondagem, depois dc acu
te:
I
mente cinco resultaram comercialmen te cxploráveis.
realidades da pesquisa do petró'eo que
de formidáveis esforços de integração
De 1935 a 1945,
evidenciar o caráter parafínico do petró
ou seja, em dez anos, foram feitas 123
leo baiano.
dades que costumam passar de.spercebidas ao tratar-se dos hidrocarbonetos fluidos: a das suas caracteristica.s or-
negro, sobretudo nas regiões pouco aces
perfurações, das quais resultou tão sò mente a descoberta de quatro jazidas: "Difícil", "Cantagalo", "Floresanto" e "Casabe". Da.s quatro jazidas desco
síveis em que ele se oculta e dispersa
bertas, apenas a de "Casabe" se acha
influem no seu valor comercial.
azares da caça ao petróleo até mesmo
nas regiões conhecidas como petrolíferas.
dios c as incertezas da caça ao ouro
de Recherches" e a "Belgo-Venezuelan
Pctroleo
em la\Ta comercial. Segundo informa Ospina-Rarine (op. cit. pg. 22), das 15 jazidas descobertas em 30 anos de intensos esforços de pesquisa, sò
da costa, praticando-sc cm cada uma
30 milhões de dólares, ou cerca de 600 milhões de cruzeiros. (Petrolco en Ve
dei
0 custo total dos trabalhos foi o seguin
de petróleo foi de custo aproximado de
teresses peculiares à economia do pro duto, ousa enfrentar os incríveis dlspên-
Na Venezuela a "Société Française
Economia
(Bogf)tá, 1947), quatro concc.ssõcs fo ram locada.s a cerca dc 600 quilômetros
Freqüentemente se
Bem se vê, desde logo, que somente Dados a levar em conta na solução
na-Racinc, cm sua monografia — La
custear
frutíferas naquele país, antes de acertar na jazida que lhe de veria dar o primeiro barril de
visando; a máxima descoberta do maior
Na Colômbia, informa Eduardo Ospi-
das. A "Conipania Espanola de Pelroleos", prevendo a exaustão dc sua ca pacidade de inversões, apressou-se a transferir seus direitos à "Standard Oil Company of Venezuela". Esta empresa, subsidiária do potentíssimo grupo das teve
35
fundidades.
ram que renunciar às concessões obti
Standards,
Econômico
por estruturas disposla.s a enormes pro
Oil Corporation", depoi-s dc algumas poucas perfurações mal sucedidas, tive
fizermos, tiraremos do próprio
Torna-se manifesto, pois, que o ante-projeto organizado pela Comissão de minha presidência é sábio e razoíive]. Difere da orientação do digno General
OicESTO
Eis unia outra das reali
ganoléticas e físicas, que decisivamente
«-T*
DICF-STO
34
de conlrôle brasileiro o transporte e a refinação do petróleo nacional ou im portado que se destine ao abastecimento do mercado interno; e facilitar na me
dida do possível, às emprêsas estrangei ras, por intermédio de sociedades orga nizadas no Brasil, a pesquisa, a lavra, o transporte e a refinação do petróleo nacional destinado à exportação.
Se o
EcONÓM'CO
petróleo e do mercado nacional,
cerca de setenta perfurações in
fôrro do controle de preços man tidos pelas emprêsas estrangei
«pic
ras, os recursos que tivermos de
empregar na busca de nossas ja
óleo bruto.
zidas.
repete que esse primeiro barril
Horta Barbosa tão somente em que,
número possível de nossas jazidas pe trolíferas, possibilita a participação do capital e da técnica das emprêsas e.strangeiras na aventura de promovê-la, assegurando-lhes os lucros que passam provir da venda do nosso óleo no.s mer cados externos, já submetidos ao seu so berano domínio.
Assim procedemos levando em conta certos
dados na
realidade
nem
sem-
jíre conhecidos.
do problema
A experiência da Companhia Petróleos do Brasil aí está para confirmar a de
outras empresas igualmente malogra das, que se animaram a participar do.s
nezuela — Caracas, 1928, pgs. 9/10.) Aos que possam julgar exagerada essa importância, lembraremos que o poço de maior custo, já praticado no Brasil, — o denominado M-1, da Mata de São João, atingiu a profundidade de ... • 2.497,88 m, resultando improdutivo. O
seu custo provável foi de cerca de Cr$ 6.500.000,00, quantia que não compre
ende as despesas de administração ge ral, as amortizações do aparelhamento de sondagem, e o custo dos estudos pré vios de geologia e das prospecções geofísicas.
o capital acumulado nos lances felizes do jôgo do petróleo e reunido a poder
cn
Cohmhia
nem sempre se toma na devida conta.
rados estudos geológicos c gcofisicos.
Não basta descobrir estruturas petrolí feras. E' ainda indispensável que se jam cconòmicamente cxploráveis. Sob esse ponto de vista, a nossa experiência
1 — Exploração geo física e geológica U.S. S 1.600.000 2 Construção dc
3
do Recôncavo Baiano é bem elucida tiva.
Opinando sôbre as possibilidades oleí-
fcras do Recôncavo, E. De Golyer, geó
caminhos, mora dias e armazéns U.S. $ 1.620.000
logo eminentíssimo, de autoridade mun
Custo das qua tro perfurações U.S. $ 1.070.000
dialmente acatada, no estudo feito a pe dido do C. N. P. acentuou que os
Total invertido
campos ali descobertos não são de maio
U.S. $ 4.290.000
Ou em cruzeiros — Cr$
res possibilidades.
Fez sentir que os
arenitos com óleo e gás parecem cons
85.800.000,00.
grafia, na Colômbia, sòmente duas con
tituir formações lenticulares, o que ex clui a possibilidade de grandes acu mulações. Observou que em vista da alta percentagem de parafina e da pe quena quantidade de gás em solução, o óleo é produzido com dificuldade. Fácil é deduzir dêsses dados que se trata de petróleo de exploração co mercial pouco favorável. A formação
cessões, a de Dc Mares e a de Barco têm correspondido plenamente às es-
a contínua perfuração de poços que as
•>
Das quatro concessões, três foram de volvidas ao Governo, visto não serem
comercialmente cxploráveis. De 20 per furações praticada.s em condições pro pícias, nenhuma resultou produtiva (P. 121). Segundo se deduz da referida mono
lenticular das jazidas, sobretudo, exige
pcrança.s das emprêsas que as exploram.
alcance, aumentando dessnrte o custo
Nas demais, os trabalhos se arrastam
do óleo produzido. Vimos que De Golyer não deixou de
sem a animação dos campos, franca
horizontal e vertical dos diferentes ne
mente produtivos.
gócios que completam a cadeia dos in
Èsse é um novo aspecto atinente às
um poço dc sondagem, depois dc acu
te:
I
mente cinco resultaram comercialmen te cxploráveis.
realidades da pesquisa do petró'eo que
de formidáveis esforços de integração
De 1935 a 1945,
evidenciar o caráter parafínico do petró
ou seja, em dez anos, foram feitas 123
leo baiano.
dades que costumam passar de.spercebidas ao tratar-se dos hidrocarbonetos fluidos: a das suas caracteristica.s or-
negro, sobretudo nas regiões pouco aces
perfurações, das quais resultou tão sò mente a descoberta de quatro jazidas: "Difícil", "Cantagalo", "Floresanto" e "Casabe". Da.s quatro jazidas desco
síveis em que ele se oculta e dispersa
bertas, apenas a de "Casabe" se acha
influem no seu valor comercial.
azares da caça ao petróleo até mesmo
nas regiões conhecidas como petrolíferas.
dios c as incertezas da caça ao ouro
de Recherches" e a "Belgo-Venezuelan
Pctroleo
em la\Ta comercial. Segundo informa Ospina-Rarine (op. cit. pg. 22), das 15 jazidas descobertas em 30 anos de intensos esforços de pesquisa, sò
da costa, praticando-sc cm cada uma
30 milhões de dólares, ou cerca de 600 milhões de cruzeiros. (Petrolco en Ve
dei
0 custo total dos trabalhos foi o seguin
de petróleo foi de custo aproximado de
teresses peculiares à economia do pro duto, ousa enfrentar os incríveis dlspên-
Na Venezuela a "Société Française
Economia
(Bogf)tá, 1947), quatro concc.ssõcs fo ram locada.s a cerca dc 600 quilômetros
Freqüentemente se
Bem se vê, desde logo, que somente Dados a levar em conta na solução
na-Racinc, cm sua monografia — La
custear
frutíferas naquele país, antes de acertar na jazida que lhe de veria dar o primeiro barril de
visando; a máxima descoberta do maior
Na Colômbia, informa Eduardo Ospi-
das. A "Conipania Espanola de Pelroleos", prevendo a exaustão dc sua ca pacidade de inversões, apressou-se a transferir seus direitos à "Standard Oil Company of Venezuela". Esta empresa, subsidiária do potentíssimo grupo das teve
35
fundidades.
ram que renunciar às concessões obti
Standards,
Econômico
por estruturas disposla.s a enormes pro
Oil Corporation", depoi-s dc algumas poucas perfurações mal sucedidas, tive
fizermos, tiraremos do próprio
Torna-se manifesto, pois, que o ante-projeto organizado pela Comissão de minha presidência é sábio e razoíive]. Difere da orientação do digno General
OicESTO
Eis unia outra das reali
ganoléticas e físicas, que decisivamente
r-v'"
DiCESTO
36
EcONÓ^flCO
Antes do mais convém que se sai ba que, a rigor, não há o petróleo; há petròleos. Os petióleos variam segun
dade e de combustão e do seu poder
do a côr, o cheiro, a densidade, a
nômico é a relativa ao "ponto de ebu lição". Influi, de modo decisivo, no va lor do óleo cru. Para alguns petròleos do Kentucky, nos E. U. A., da densi
f uidez, o coeficiente de ebulição, o ponto de inflamabilidadc, o de com
bustão, o poder calorífico, a viscosida-
calorífico. Característica dc enorme interesse eco
Dicesto Econômico 37
as iniciativas de caráter público e priva do, empenhadas na busca de jazidas co
eu o problema do aproveitamento do nosso petróleo, mais me sentia angustia
mercialmente cxplorávcis. Os relativos êxitos alcançados no Recôncavo Baiano,
do pelo sofrimento de verificar que che
particularmente nas áreas petrolíferas de Candeias e Mata de São João, são efeti vamente
dc grande significação, não
gávamos tarde e desprovidos de recur sos no plano de competição já inteira mente dominado pelas poderosas oniprêsas britânicas e anglo-amertcan.is. Iludem-se os que supõem que no.s apraza permitir que empresas estrangei ras participem da pesquisa e da lavra
dade de 0,803, a ebulição começa a 43"
porque contenham jazidas de maiores
verde ao negro. Os petròleos em
centígrados, ao passo que certos óleos pesados da Louisianá, da densi
clareiam, com enorme intensidade, os
geral são translúcidos, no entanto
dade dc 0,909, somente entram
mistérios de nossa geologia e legitimam
os da Rumânia, da Galícia, da
a esperança que todos depositamos na
Rússia, do Texas, do México são
em ebulição a 240° centígrados. De um modo geral, ós petròleos
existência de outras jazidas, mais poten
boradora do ante-prcjeto, preferíamos re
por bem dizer opacos.
leves SC refinam a 100° C e os
tes.
servá-las a empresas totalmente consti
dc, o poder em octanas. A côr varia do amare'o pálido ao castanho escuro e do
Sob o
ponto, de vista do cheiro, há
pesados a 130° C. (Jean Chaw
os óleos cretácicos leves que chei
tard, op. cit. pg. 16). Por via
ram a essência, os óleos ricos em hi-
de conseqüência o custo da refinação
drocarbonetos aromáticos e os sulfiiro-
tem de acusar variações correspondentes
sos de cheiro repugnante. Do ponto de
aos índices de ebulição.
vista eccnómico, muito importa saber
A classificação analítica de uso co
possibilidades comerciais, mas porque
Tais são os ciados e os antecedente^, de indisputável valor experimental e in formativo, que me animam a defender
em São Paulo a solução que nós, os membros da Comissão incumbida do re
digir o Estatuto do Peti-óleo, preferimos dar ao difícil e inflamado problema.
de nosso petróleo. De maneira algu ma. Também nós, os da Comissão ei.atuídas de brasileiros ou â União federal. Mas se nos escasseiam os recursos tét-
nicos e financeiros exigidos pela execu ção de um vasto e pesado programa de estudos geológicos e geofísicos e — o que mais é — de sondagens que hão de ser de elevado número e hão de alcan
cjue alguns são quase líquidos, possuin do portanto um máximo de fluidez; ou
mum limita-se, porém, a distingtiir os
tros são quase pastosos. Evidentemente
estado de pureza, dos petròleos asfátti'
para fins de transporte em "pipe-lines", enorme significação. Das propriedades denominadas físi
COS, geralmente amarelados ou negros, e a distribuí-los segundo os índices de densidade e poder calorífico. Segundo vimos, os petròleos da Bahia não são de alta qualidade. Do ponto
cas, a densidade e o poder calorífico fi
de vista estritamente comercial as jazi
guram entre as de maior importância.
das do Recôncavo Baiano dei.xam bastan
tação o exemplo do fundador das ordens
o ensejo de fazerem conosco um bom
O petróleo mais leve que se conhece
te a desejar. Resumindo: ao passo que em outras
monásticas — o venerando S. Bento. Re
negócio, a saber — um negócio que sa
comenda a sua Santa Regra que nas
tisfaça os nossos legítimos interêsses e lhes garanta a percepção de lucros con
os índices de fluidez e viscosidade do ó'eo bruto constituem elementos de
veio da Rússia.
Sua densidade era de
petròleos parafínicos, esverdeados, no
O mais pesado, de densidade
regiões do Hemisfério a natureza impu
1,050, foi obtido no México. O índice
nha ao homem o aproveitamento do pe
de produção de calorias oscila entre Os da Rússia, da re
tróleo que exsudava de horizontes de escassa profxmdidade, facilitando-lhe des
gião de Balcu, são os mais ricos em ca
tarte a descoberta do petróleo jorrante
0,650.
8.500 e 11.750.
lorias, produzindo de lO.SSO a 11.700. A segurança e a facilidade do trans porte dos petròleos, o custo das diferen tes fases de sua refinação, dependem de
de jazidas poderosas, e proporcionandoIhe a formação de formidáveis reservas
de capital que, a seguir, seriam reinvertidas na crescente multiplicação das
Jamais negarei simpatia aos que, na
batalha do petróleo, tomaram partido por motivos puramente ideológicos ou
çar enormes profundidades, do custo médio provável de cinco milhões de
cruzeiros cada uma; e se sòmente aq re las empresas contam cora imensas reser
Separo entre eles os es
vas de capital e de experiência, conse
tudantes, cujas opiniões acompanho sem
guidas na pesquisa e na la\Ta de inú
sentimentais.
pre com uma atenção muito especial. meros campos de petróleo jorrante, porNesse particular, parece-me digno de imi , que não lhes havemos de proporcionar
questões graves se comece por tomar n
opinião dos mais jovens. Estou sempre atento a tudo quanto emerja da alma estudantil. Reconheço que, virgem do*
vidativos?
Partindo da segura suposição, já ago ra confirmada pela moderna geologia do
contatos com as brutalidades e feluras
petróleo, de que há no Brasil vastas
da vida ordinária, ela pelo comum se icvela mais apta a perceber por intuição o que nem sempre é entrevisto pelos
regiões sedimentares de natureza petro lífera, com a fôrça suficiente para suprir de óleo e derivados, por anos sem coma,
calculistas.
Aos que se mostram apaixonados na
modo muito direto de suas propriedades
tentativas de descoberta de novas estru
físicas, sobretudo dp seus coeficientes de
turas petrolíferas de alto rendimento,
defesa dos seus ideais de ardente nacio
ebulição, de seus índices de inflamabili-
no Brasil resultaram infrutíferas todas
nalismo, direi que tanto mais estudava
o nosso mercado interno e amda nermi-
tir^a exportação de enormes excedentes, entendeu a Comissão elaboradora do an-
te-projeto do Estatuto do Petróleo que não deveríamos arcar sòzinhos com os riscos
r-v'"
DiCESTO
36
EcONÓ^flCO
Antes do mais convém que se sai ba que, a rigor, não há o petróleo; há petròleos. Os petióleos variam segun
dade e de combustão e do seu poder
do a côr, o cheiro, a densidade, a
nômico é a relativa ao "ponto de ebu lição". Influi, de modo decisivo, no va lor do óleo cru. Para alguns petròleos do Kentucky, nos E. U. A., da densi
f uidez, o coeficiente de ebulição, o ponto de inflamabilidadc, o de com
bustão, o poder calorífico, a viscosida-
calorífico. Característica dc enorme interesse eco
Dicesto Econômico 37
as iniciativas de caráter público e priva do, empenhadas na busca de jazidas co
eu o problema do aproveitamento do nosso petróleo, mais me sentia angustia
mercialmente cxplorávcis. Os relativos êxitos alcançados no Recôncavo Baiano,
do pelo sofrimento de verificar que che
particularmente nas áreas petrolíferas de Candeias e Mata de São João, são efeti vamente
dc grande significação, não
gávamos tarde e desprovidos de recur sos no plano de competição já inteira mente dominado pelas poderosas oniprêsas britânicas e anglo-amertcan.is. Iludem-se os que supõem que no.s apraza permitir que empresas estrangei ras participem da pesquisa e da lavra
dade de 0,803, a ebulição começa a 43"
porque contenham jazidas de maiores
verde ao negro. Os petròleos em
centígrados, ao passo que certos óleos pesados da Louisianá, da densi
clareiam, com enorme intensidade, os
geral são translúcidos, no entanto
dade dc 0,909, somente entram
mistérios de nossa geologia e legitimam
os da Rumânia, da Galícia, da
a esperança que todos depositamos na
Rússia, do Texas, do México são
em ebulição a 240° centígrados. De um modo geral, ós petròleos
existência de outras jazidas, mais poten
boradora do ante-prcjeto, preferíamos re
por bem dizer opacos.
leves SC refinam a 100° C e os
tes.
servá-las a empresas totalmente consti
dc, o poder em octanas. A côr varia do amare'o pálido ao castanho escuro e do
Sob o
ponto, de vista do cheiro, há
pesados a 130° C. (Jean Chaw
os óleos cretácicos leves que chei
tard, op. cit. pg. 16). Por via
ram a essência, os óleos ricos em hi-
de conseqüência o custo da refinação
drocarbonetos aromáticos e os sulfiiro-
tem de acusar variações correspondentes
sos de cheiro repugnante. Do ponto de
aos índices de ebulição.
vista eccnómico, muito importa saber
A classificação analítica de uso co
possibilidades comerciais, mas porque
Tais são os ciados e os antecedente^, de indisputável valor experimental e in formativo, que me animam a defender
em São Paulo a solução que nós, os membros da Comissão incumbida do re
digir o Estatuto do Peti-óleo, preferimos dar ao difícil e inflamado problema.
de nosso petróleo. De maneira algu ma. Também nós, os da Comissão ei.atuídas de brasileiros ou â União federal. Mas se nos escasseiam os recursos tét-
nicos e financeiros exigidos pela execu ção de um vasto e pesado programa de estudos geológicos e geofísicos e — o que mais é — de sondagens que hão de ser de elevado número e hão de alcan
cjue alguns são quase líquidos, possuin do portanto um máximo de fluidez; ou
mum limita-se, porém, a distingtiir os
tros são quase pastosos. Evidentemente
estado de pureza, dos petròleos asfátti'
para fins de transporte em "pipe-lines", enorme significação. Das propriedades denominadas físi
COS, geralmente amarelados ou negros, e a distribuí-los segundo os índices de densidade e poder calorífico. Segundo vimos, os petròleos da Bahia não são de alta qualidade. Do ponto
cas, a densidade e o poder calorífico fi
de vista estritamente comercial as jazi
guram entre as de maior importância.
das do Recôncavo Baiano dei.xam bastan
tação o exemplo do fundador das ordens
o ensejo de fazerem conosco um bom
O petróleo mais leve que se conhece
te a desejar. Resumindo: ao passo que em outras
monásticas — o venerando S. Bento. Re
negócio, a saber — um negócio que sa
comenda a sua Santa Regra que nas
tisfaça os nossos legítimos interêsses e lhes garanta a percepção de lucros con
os índices de fluidez e viscosidade do ó'eo bruto constituem elementos de
veio da Rússia.
Sua densidade era de
petròleos parafínicos, esverdeados, no
O mais pesado, de densidade
regiões do Hemisfério a natureza impu
1,050, foi obtido no México. O índice
nha ao homem o aproveitamento do pe
de produção de calorias oscila entre Os da Rússia, da re
tróleo que exsudava de horizontes de escassa profxmdidade, facilitando-lhe des
gião de Balcu, são os mais ricos em ca
tarte a descoberta do petróleo jorrante
0,650.
8.500 e 11.750.
lorias, produzindo de lO.SSO a 11.700. A segurança e a facilidade do trans porte dos petròleos, o custo das diferen tes fases de sua refinação, dependem de
de jazidas poderosas, e proporcionandoIhe a formação de formidáveis reservas
de capital que, a seguir, seriam reinvertidas na crescente multiplicação das
Jamais negarei simpatia aos que, na
batalha do petróleo, tomaram partido por motivos puramente ideológicos ou
çar enormes profundidades, do custo médio provável de cinco milhões de
cruzeiros cada uma; e se sòmente aq re las empresas contam cora imensas reser
Separo entre eles os es
vas de capital e de experiência, conse
tudantes, cujas opiniões acompanho sem
guidas na pesquisa e na la\Ta de inú
sentimentais.
pre com uma atenção muito especial. meros campos de petróleo jorrante, porNesse particular, parece-me digno de imi , que não lhes havemos de proporcionar
questões graves se comece por tomar n
opinião dos mais jovens. Estou sempre atento a tudo quanto emerja da alma estudantil. Reconheço que, virgem do*
vidativos?
Partindo da segura suposição, já ago ra confirmada pela moderna geologia do
contatos com as brutalidades e feluras
petróleo, de que há no Brasil vastas
da vida ordinária, ela pelo comum se icvela mais apta a perceber por intuição o que nem sempre é entrevisto pelos
regiões sedimentares de natureza petro lífera, com a fôrça suficiente para suprir de óleo e derivados, por anos sem coma,
calculistas.
Aos que se mostram apaixonados na
modo muito direto de suas propriedades
tentativas de descoberta de novas estru
físicas, sobretudo dp seus coeficientes de
turas petrolíferas de alto rendimento,
defesa dos seus ideais de ardente nacio
ebulição, de seus índices de inflamabili-
no Brasil resultaram infrutíferas todas
nalismo, direi que tanto mais estudava
o nosso mercado interno e amda nermi-
tir^a exportação de enormes excedentes, entendeu a Comissão elaboradora do an-
te-projeto do Estatuto do Petróleo que não deveríamos arcar sòzinhos com os riscos
■ I I Dicesto Econômico
38
c as despesas do programa a executar. Entre o plano de prosseguir nos es
forços de reduzidos efeitos, que temos empregado até aqui, e nos quais, ale.:tados pela esperança de acertarmos, a qualquer instante, na potente estrutura sempre ambicionada, temos invertido o
Dicesto
■ ■
Econômico
39
garantindo exclusividade de zona às em presas que requeiram autorizações de pesquisa para seleção de áreas de la
sem indenização, segundo as hipóteses
vra ou a lavra provisória dos poços pro dutivos de sondagem. Constituem ma
conserxação dos bens rc\'ersí\cis.
téria do art. 5.® a lavra a longo prazo dc grandes jazidas, o transporte de hidrocarbonetos fluidos por oleodutos ou navios-tanques e a refinação de petró
previstas. Na forma da lei francesa, estabe'ccido foi o iriodo de assegurar a Com o fito dc clarear os objetivos das emprêsas o dc atender às dificuldades
fusos os efeitos das concessões requeri das ou obtidas por via de cessão, que as autoridades venezuelanas, prepostas a fiscalizá-'as, lutam em. xão para cum prir os seus deveres. E quando os con tratos claramente obrigam a execução
que tenham de enfrentar, pelo artigo
de determinadas operações, os interes
24 indica no território nacional as 13
sados as burlam por processos verdadei
lidade pública mais segura e iinedial.i,
leo nacional ou importado. Um dos textos-chaves do ante-projeto
"Comentários a La Legislacion Venezolana de Hidrocarburos", Antonio
e o plano de intensificar e ampliar a busca do petróleo, mediante colabora
províncias scdimcntares, possi\'elmenle petrolíferas, determinando que sejam quadriculadas por meridianos e parale
é, sem dúvida, o do art. 6.°, cujos pará
los de graus inteiros, de sorte a só ad
Planchart Burgillos, Consultor Jurídico
ção das empresas estrangeiras, escolhe
de contrôle brasileiro, na proporção pe lo menos de 60% das ações de voto, a exclusividade do transporte e da refina ção do petróleo destinado ao consumo
produto de arrecadações provenientes de outras fontes tributárias e que seriam de aplicar-se em obras e serviços de, uti
mos a segunda solução, máxime porque, do ponto de vista estritamente político, ela corresponde aos compromissos que assumimos na Conferência de Chapultepec e aos interesses, também concer nentes à segurança do Hemisfério, ma
nifestados pelo Governo de Washington. Por isso foi que, ao invés de nos
opormos de maneira radical às preten sões que ditas empresas vinham formu lando, ínclinamo-nos a examiná-las de ânimo sereno e a transigir com a idéia
de sua participação no aproveitamento
do nosso petróleo, mas para isso esta
grafos 2.® c 3.® garantem às empresas
interno e só permitem a exportação do
petróleo nacional depois de satisfeitas as necessidades do referido consumo. Ob
da "Direccion de Hidrocarburos", dc Ministério do Fomento, refere casos da
Institui dessa maneira a grande reserva, não ainda de áreas pesquisadas, mas
"North Veneziielan" e da "The Carib-
de regiões a pesquisar em reinoto futuro.
As operações de reconhecimento e pes quisa das zonas abrangidas pelos atos de concessão são reguladas, sem exces
formar em apoio à indústria brasileira de refinação, a resistência sempre ofereci
pítulos ir e III, do título III. Houve quem censurasse a Comissão pelo nú
sivas minúcias, como convém, nos ca
tivas de montagem das refinarias nacio
cidas.
são de excelente inspiração técnica e de
As relações entre emprêsas concessio
bean Petroleum Ccmpany", que denun ciam o espantoso cinismo com que cer tas emprêsas procuram fraudar as leis o os contratos. (Rcu. dei Ministério de
Fomento, abril de 1939, pgs. 46/56). A exigência mais freqüentemente bur lada é a que também incluímos no ante projeto, no art. 35, m vcrbis-
mero e pela índoV das regras estabele
nais.
nárias e os proprietários das áreas ocu
Em seus valiosos
mitir a locabzaçâo de áreas de pes quisa e lavra em quadrículos alternados.
jetivou a Comissão com esse texto trans da pelas empresas estrangeiras às tenta
ramente irritantes.
Cabe-me esclarecer que tôdas
execução indispensável.
Acresce que,
ao ditá-las, a Comissão teve em vista
No dia que corresponder à me tade do prazo de autorização de pesquisa, o seu titular, sob pena de revogação da autorização e perda
belecendo condições claras e precisas,
padas em operações de pesquisa e la
deixar nitidamente caracterizado o sis
da cauçao prestada, deverá ter em
destinadas a atalhar os inconvenientes
vra acham-se reguladas nos arts. 9.° e
tema adotado, sistema bem diverso do
funcionamento em cada zona re
e os perigos inerentes aos seus conheci
10.°. Caracterizam os arts. 11 e 12 os di reitos decorrentes dos atos de autoriza
que na Venezuela tem produzido resul
ção e concessão, determinando-se no art. 13 o que deva ser computado como
tados nem sempre compatíveis com o
triz adequada ao trabalho a rea
respeito devido à d'gnidade e à sobe
lizar."
dos métodos de ação.
Sucinto estudo do ante-projeto Assim é que o ante-projeto reserva
à União, no artigo 1.®, o indireto mo
nopólio do aproveitamento das nossas jazidas de liidrocarbonetos fluidos e da sua industrialização, destarte privando os titulares de concessões de qualquer
espécie de propriedade petrolífera.
No artigo 4.°, define com simplicida de e clareza as operações que devam ser praticadas em regime de autorização,
valor econômico da concessão, no qual
se acha incluído, além do capital efe tivamente invertido e não amortizado,
o do óleo existente nas jazidas medidas. Outros assuntos que de ordinário dão
lugar a sérias controvérsias, e que são os referentes aos casos de extinção da con
cessão, são disciplinados, de modo jus to e exato, no art. 15. Por exemplo, a reversão dos bens e instalações empre
gados na concessão efetuar-se-á com ou
rania do seu povo. Enganam-se os que julgam o ante
projeto excessivamente formalístico. Nes se particular, fácil seria provar que as empresas interessadas, qeier na Colôm
bia, quer na Rumánia, sempre abusa
ram da tática de combater as exigências legais que as impedem de obscuvecer e tornar de difícil fiscalização o .exercí cio dos direitos concedidos.
Na Vene
zuela já atingiram tal objetivo. Achamse de tal maneira interpenetrados e con
querida pelo menos uma perfura-
Sern essa exigência fundamental, que haveria de suscitar enérgicas reações de Hoover e Curtice e particularmente das
emprêsas interessadas, malograda esta ria a nossa expectativa de ver intensifi
cada a busca de nossas jazidas de petró leo, objetivo primordial por nós visa do, ao admitir a participação das aludi das empresas no seu aproveitamento. Elas, muito provavelmente, se limitariam a pagar as taxas de ocupação superfi-
■ I I Dicesto Econômico
38
c as despesas do programa a executar. Entre o plano de prosseguir nos es
forços de reduzidos efeitos, que temos empregado até aqui, e nos quais, ale.:tados pela esperança de acertarmos, a qualquer instante, na potente estrutura sempre ambicionada, temos invertido o
Dicesto
■ ■
Econômico
39
garantindo exclusividade de zona às em presas que requeiram autorizações de pesquisa para seleção de áreas de la
sem indenização, segundo as hipóteses
vra ou a lavra provisória dos poços pro dutivos de sondagem. Constituem ma
conserxação dos bens rc\'ersí\cis.
téria do art. 5.® a lavra a longo prazo dc grandes jazidas, o transporte de hidrocarbonetos fluidos por oleodutos ou navios-tanques e a refinação de petró
previstas. Na forma da lei francesa, estabe'ccido foi o iriodo de assegurar a Com o fito dc clarear os objetivos das emprêsas o dc atender às dificuldades
fusos os efeitos das concessões requeri das ou obtidas por via de cessão, que as autoridades venezuelanas, prepostas a fiscalizá-'as, lutam em. xão para cum prir os seus deveres. E quando os con tratos claramente obrigam a execução
que tenham de enfrentar, pelo artigo
de determinadas operações, os interes
24 indica no território nacional as 13
sados as burlam por processos verdadei
lidade pública mais segura e iinedial.i,
leo nacional ou importado. Um dos textos-chaves do ante-projeto
"Comentários a La Legislacion Venezolana de Hidrocarburos", Antonio
e o plano de intensificar e ampliar a busca do petróleo, mediante colabora
províncias scdimcntares, possi\'elmenle petrolíferas, determinando que sejam quadriculadas por meridianos e parale
é, sem dúvida, o do art. 6.°, cujos pará
los de graus inteiros, de sorte a só ad
Planchart Burgillos, Consultor Jurídico
ção das empresas estrangeiras, escolhe
de contrôle brasileiro, na proporção pe lo menos de 60% das ações de voto, a exclusividade do transporte e da refina ção do petróleo destinado ao consumo
produto de arrecadações provenientes de outras fontes tributárias e que seriam de aplicar-se em obras e serviços de, uti
mos a segunda solução, máxime porque, do ponto de vista estritamente político, ela corresponde aos compromissos que assumimos na Conferência de Chapultepec e aos interesses, também concer nentes à segurança do Hemisfério, ma
nifestados pelo Governo de Washington. Por isso foi que, ao invés de nos
opormos de maneira radical às preten sões que ditas empresas vinham formu lando, ínclinamo-nos a examiná-las de ânimo sereno e a transigir com a idéia
de sua participação no aproveitamento
do nosso petróleo, mas para isso esta
grafos 2.® c 3.® garantem às empresas
interno e só permitem a exportação do
petróleo nacional depois de satisfeitas as necessidades do referido consumo. Ob
da "Direccion de Hidrocarburos", dc Ministério do Fomento, refere casos da
Institui dessa maneira a grande reserva, não ainda de áreas pesquisadas, mas
"North Veneziielan" e da "The Carib-
de regiões a pesquisar em reinoto futuro.
As operações de reconhecimento e pes quisa das zonas abrangidas pelos atos de concessão são reguladas, sem exces
formar em apoio à indústria brasileira de refinação, a resistência sempre ofereci
pítulos ir e III, do título III. Houve quem censurasse a Comissão pelo nú
sivas minúcias, como convém, nos ca
tivas de montagem das refinarias nacio
cidas.
são de excelente inspiração técnica e de
As relações entre emprêsas concessio
bean Petroleum Ccmpany", que denun ciam o espantoso cinismo com que cer tas emprêsas procuram fraudar as leis o os contratos. (Rcu. dei Ministério de
Fomento, abril de 1939, pgs. 46/56). A exigência mais freqüentemente bur lada é a que também incluímos no ante projeto, no art. 35, m vcrbis-
mero e pela índoV das regras estabele
nais.
nárias e os proprietários das áreas ocu
Em seus valiosos
mitir a locabzaçâo de áreas de pes quisa e lavra em quadrículos alternados.
jetivou a Comissão com esse texto trans da pelas empresas estrangeiras às tenta
ramente irritantes.
Cabe-me esclarecer que tôdas
execução indispensável.
Acresce que,
ao ditá-las, a Comissão teve em vista
No dia que corresponder à me tade do prazo de autorização de pesquisa, o seu titular, sob pena de revogação da autorização e perda
belecendo condições claras e precisas,
padas em operações de pesquisa e la
deixar nitidamente caracterizado o sis
da cauçao prestada, deverá ter em
destinadas a atalhar os inconvenientes
vra acham-se reguladas nos arts. 9.° e
tema adotado, sistema bem diverso do
funcionamento em cada zona re
e os perigos inerentes aos seus conheci
10.°. Caracterizam os arts. 11 e 12 os di reitos decorrentes dos atos de autoriza
que na Venezuela tem produzido resul
ção e concessão, determinando-se no art. 13 o que deva ser computado como
tados nem sempre compatíveis com o
triz adequada ao trabalho a rea
respeito devido à d'gnidade e à sobe
lizar."
dos métodos de ação.
Sucinto estudo do ante-projeto Assim é que o ante-projeto reserva
à União, no artigo 1.®, o indireto mo
nopólio do aproveitamento das nossas jazidas de liidrocarbonetos fluidos e da sua industrialização, destarte privando os titulares de concessões de qualquer
espécie de propriedade petrolífera.
No artigo 4.°, define com simplicida de e clareza as operações que devam ser praticadas em regime de autorização,
valor econômico da concessão, no qual
se acha incluído, além do capital efe tivamente invertido e não amortizado,
o do óleo existente nas jazidas medidas. Outros assuntos que de ordinário dão
lugar a sérias controvérsias, e que são os referentes aos casos de extinção da con
cessão, são disciplinados, de modo jus to e exato, no art. 15. Por exemplo, a reversão dos bens e instalações empre
gados na concessão efetuar-se-á com ou
rania do seu povo. Enganam-se os que julgam o ante
projeto excessivamente formalístico. Nes se particular, fácil seria provar que as empresas interessadas, qeier na Colôm
bia, quer na Rumánia, sempre abusa
ram da tática de combater as exigências legais que as impedem de obscuvecer e tornar de difícil fiscalização o .exercí cio dos direitos concedidos.
Na Vene
zuela já atingiram tal objetivo. Achamse de tal maneira interpenetrados e con
querida pelo menos uma perfura-
Sern essa exigência fundamental, que haveria de suscitar enérgicas reações de Hoover e Curtice e particularmente das
emprêsas interessadas, malograda esta ria a nossa expectativa de ver intensifi
cada a busca de nossas jazidas de petró leo, objetivo primordial por nós visa do, ao admitir a participação das aludi das empresas no seu aproveitamento. Elas, muito provavelmente, se limitariam a pagar as taxas de ocupação superfi-
'fi
.V
DicESTo Econômico
40
DlCESTO
ECONÓNUCO
41
Institui o indireto mono
No scnsorhm nacional definc-sc r
pólio da pesquisa, da lavra e da indus
accntua-se a justificada impressão de
trialização do nos.so petróleo.
ta a colaboração de iniciativa particular,
que e.stamos cm face de uma encruzi lhada de caminhos que nos podem coa-
ante-projeto de acôrdo com as mais mo dernas,. indicações da técnica. Destacase nesse capítulo o parágrafo 2.® do art. 41, segundo o qual "nenhum titular po derá deter, por outorga direta ou ces
e, em determinadas condições, até mes
duzir a enomies perigos ou a ingentes s-a-
mo a de origem estrangeira.
crificios. O caminho que nós, os mem
ao Congresso, e sim ao esbôço que o pre
são, mais de 150.000 hectares de área
fundos estudos das realidades econômi
cedeu.
em lavra". Tem êsse dispositivo por in
terno. Admite, finalmente, que a União, de cuja vontade tudo depende, se invis ta no monopólio efetivo e direto não só da refinação, mas de toda a economia
condicionar a busca e o aproveitamento de nossas jazidas de hidrocarbonetos
do nosso petróleo, embora prevendo que ela prefira, pelas razões amplamente c.s-
fluidos, é, com certeza, o'mais desimpe-
postas, atuar de harmonia com a inicia
dü mais rápido nos poderá conduzir à prosperidade e ao prestígio continental. Estamos de consciência tranqüila por que cumprimos o nosso dever. Aguar demos agora, reverentes e esperançosos, a última palavra que será a do po\o, pela voz dos seus representantes.
ciaria que exigíssemos, desse modo guar
quisa o prazo variável de quatro a seis
dando para melhores tempos, segundo
anos, conforme a província, prorrogá
o exclusivo ponto de vista de seus inte-
veis em casos especiais.
rêsses, as sondagens decisivas. Por oportuno, esclareço que as críti cas constantes do estudo de Hoover e
Curtice, reproduzidas em importante ór gão da imprensa desta Capital, não di zem respeito ao ante-projeto enviado Muitas delas foram atendidas,
mas somente as que se nos afiguraram razoáveis.
, De São Paulo pedimos aos dignos re presentantes da Nação que se não dei xem iludir pela infundada assertiva de
que o ante-projeto está repleto de abor recidas e inúteis formalidades. As que assim parecem, visam a manter em ple
na luz as atividades que as empresas concessionárias são chamadas a execu tar e a acentuar a índole dos direitos
Também a lavra está disciplinada no
tuito impedir que algumas poucas com
panhias se apodercm das jazidas por ventura demarcadas no país.
No que respeita às contribuições de lavra, também denominadas "róyaltves", variam conforme as províncias sediracn-
tares cm que tenham de ser pagas. Se rão de 10% nas províncias do fundo da Bacia Amazônica, e do norte da Ba cia do Paraná; de 12%, nas províncias
que abrangem as Bacias do Purus e do
que terão de exercer como delegadas
Madeira, o baixo Amazonas, o Maranhrxo. o norte de Goiás e o sudeste do Pará; de
da União.
14% nas demais províncias, que se es
No artigo 28 delimitam-se as zonas de
Bacia do Paraná.
nientes, os parágrafos 2.° e 3.° do alu dido texto não admitem autorizações de
A contraprestação que o Brasil rece berá pela cessão a estrangeiros do usu
pesquisa extensivas a mais de uma pro
fruto de .suas jazidas produtivas será en
víncia sedimentar e vedam que o mes mo titular detenha, a um só tempo,
tão constituída da metade das áreas
mais de cinco autorizações. Atendendo
pesquisadas, que lhe hão de ser devolvi das, após a seleção das áreas de lavra,
a que as zonas de pesquisa poderão ser
(art. 41), do produto das contribuições
jazidas com as suas instalações — depois
E' de notar-se que a Comissão favo receu não pouco os interêsses das empre
50).
concedidos para a pesquisa. A área ado tada em outros países é em média de 10.000 hectares e o prazo de três anos. Ora, vimos que o art. 28, parágrafo 1." do ante-projeto, admite áreas de 30.000 hectares e o art. 31 fixa para a pes-
Assegura
aos brasileiros o controle da indústria
nacional de transporte e refinação do
petróleo destinado ao abastecimento in
tiva privada, nacional ou estrangeira. O excepcional interêsse com que foi rece bido deve figurar entre os mais e.xpressivos índices de maturidade revelados pe la Nação, no seu processo de engrandecimento econômico e político.
bros da Comissão de especialistas, a que tive a honra de presidir, apontamos ao« brasileiros, depois de demorados e pro cas, políticas e jurídicas que terão de
dido e o mais seguro, aquele que de mt.-
de lavra, (art. 48) e da reversão das
derá reter mais de 150.000 hectares.
sas, no tocante às áreas e aos prazos
Possibili
tendem à costa Atlântica e ao Sul da
pesquisa. Atalhando situações inconve
de 30.000 hectares, nenhuma empresa po
em conflito.
de findos os prazos das concessões (ail.
Segundo estatísticas divulgadas pelo govêrno polonês, existem ainda no país, O melhor caminho
Fica dessarte demonstrado, embora de maneira sucinta, que o ante-projeto con sulta efetivamente o interêsse nacional,
representando uma justa composição das opiniões que caracterizam as correntes
a despeito das nacionalizações,, vinte mil fábricas particulares empregando cento
e setenta mil operários.
A publicação governamental deixa iransjmreccr o deseja
oficial de ser encorajada a iniciativa particular.
Todas as indústrias polonesas ocupando menos de cinqüenta iraballmdores não serão nacionalizadas. Por outro lado, quçlquer pessoa que abra nota uidús-
tria, fábrica ou oficina, poderá empregar qualquer número de operários, desde que a emprêsa se enquadre ruis normas trabalhistas.
'fi
.V
DicESTo Econômico
40
DlCESTO
ECONÓNUCO
41
Institui o indireto mono
No scnsorhm nacional definc-sc r
pólio da pesquisa, da lavra e da indus
accntua-se a justificada impressão de
trialização do nos.so petróleo.
ta a colaboração de iniciativa particular,
que e.stamos cm face de uma encruzi lhada de caminhos que nos podem coa-
ante-projeto de acôrdo com as mais mo dernas,. indicações da técnica. Destacase nesse capítulo o parágrafo 2.® do art. 41, segundo o qual "nenhum titular po derá deter, por outorga direta ou ces
e, em determinadas condições, até mes
duzir a enomies perigos ou a ingentes s-a-
mo a de origem estrangeira.
crificios. O caminho que nós, os mem
ao Congresso, e sim ao esbôço que o pre
são, mais de 150.000 hectares de área
fundos estudos das realidades econômi
cedeu.
em lavra". Tem êsse dispositivo por in
terno. Admite, finalmente, que a União, de cuja vontade tudo depende, se invis ta no monopólio efetivo e direto não só da refinação, mas de toda a economia
condicionar a busca e o aproveitamento de nossas jazidas de hidrocarbonetos
do nosso petróleo, embora prevendo que ela prefira, pelas razões amplamente c.s-
fluidos, é, com certeza, o'mais desimpe-
postas, atuar de harmonia com a inicia
dü mais rápido nos poderá conduzir à prosperidade e ao prestígio continental. Estamos de consciência tranqüila por que cumprimos o nosso dever. Aguar demos agora, reverentes e esperançosos, a última palavra que será a do po\o, pela voz dos seus representantes.
ciaria que exigíssemos, desse modo guar
quisa o prazo variável de quatro a seis
dando para melhores tempos, segundo
anos, conforme a província, prorrogá
o exclusivo ponto de vista de seus inte-
veis em casos especiais.
rêsses, as sondagens decisivas. Por oportuno, esclareço que as críti cas constantes do estudo de Hoover e
Curtice, reproduzidas em importante ór gão da imprensa desta Capital, não di zem respeito ao ante-projeto enviado Muitas delas foram atendidas,
mas somente as que se nos afiguraram razoáveis.
, De São Paulo pedimos aos dignos re presentantes da Nação que se não dei xem iludir pela infundada assertiva de
que o ante-projeto está repleto de abor recidas e inúteis formalidades. As que assim parecem, visam a manter em ple
na luz as atividades que as empresas concessionárias são chamadas a execu tar e a acentuar a índole dos direitos
Também a lavra está disciplinada no
tuito impedir que algumas poucas com
panhias se apodercm das jazidas por ventura demarcadas no país.
No que respeita às contribuições de lavra, também denominadas "róyaltves", variam conforme as províncias sediracn-
tares cm que tenham de ser pagas. Se rão de 10% nas províncias do fundo da Bacia Amazônica, e do norte da Ba cia do Paraná; de 12%, nas províncias
que abrangem as Bacias do Purus e do
que terão de exercer como delegadas
Madeira, o baixo Amazonas, o Maranhrxo. o norte de Goiás e o sudeste do Pará; de
da União.
14% nas demais províncias, que se es
No artigo 28 delimitam-se as zonas de
Bacia do Paraná.
nientes, os parágrafos 2.° e 3.° do alu dido texto não admitem autorizações de
A contraprestação que o Brasil rece berá pela cessão a estrangeiros do usu
pesquisa extensivas a mais de uma pro
fruto de .suas jazidas produtivas será en
víncia sedimentar e vedam que o mes mo titular detenha, a um só tempo,
tão constituída da metade das áreas
mais de cinco autorizações. Atendendo
pesquisadas, que lhe hão de ser devolvi das, após a seleção das áreas de lavra,
a que as zonas de pesquisa poderão ser
(art. 41), do produto das contribuições
jazidas com as suas instalações — depois
E' de notar-se que a Comissão favo receu não pouco os interêsses das empre
50).
concedidos para a pesquisa. A área ado tada em outros países é em média de 10.000 hectares e o prazo de três anos. Ora, vimos que o art. 28, parágrafo 1." do ante-projeto, admite áreas de 30.000 hectares e o art. 31 fixa para a pes-
Assegura
aos brasileiros o controle da indústria
nacional de transporte e refinação do
petróleo destinado ao abastecimento in
tiva privada, nacional ou estrangeira. O excepcional interêsse com que foi rece bido deve figurar entre os mais e.xpressivos índices de maturidade revelados pe la Nação, no seu processo de engrandecimento econômico e político.
bros da Comissão de especialistas, a que tive a honra de presidir, apontamos ao« brasileiros, depois de demorados e pro cas, políticas e jurídicas que terão de
dido e o mais seguro, aquele que de mt.-
de lavra, (art. 48) e da reversão das
derá reter mais de 150.000 hectares.
sas, no tocante às áreas e aos prazos
Possibili
tendem à costa Atlântica e ao Sul da
pesquisa. Atalhando situações inconve
de 30.000 hectares, nenhuma empresa po
em conflito.
de findos os prazos das concessões (ail.
Segundo estatísticas divulgadas pelo govêrno polonês, existem ainda no país, O melhor caminho
Fica dessarte demonstrado, embora de maneira sucinta, que o ante-projeto con sulta efetivamente o interêsse nacional,
representando uma justa composição das opiniões que caracterizam as correntes
a despeito das nacionalizações,, vinte mil fábricas particulares empregando cento
e setenta mil operários.
A publicação governamental deixa iransjmreccr o deseja
oficial de ser encorajada a iniciativa particular.
Todas as indústrias polonesas ocupando menos de cinqüenta iraballmdores não serão nacionalizadas. Por outro lado, quçlquer pessoa que abra nota uidús-
tria, fábrica ou oficina, poderá empregar qualquer número de operários, desde que a emprêsa se enquadre ruis normas trabalhistas.
Dicesto
Temas e problemas em debate DvMxio de Almeida Magalhães
As experiêncios do trabalhismo inglês o Partido Trabalhista inglês até ago
EcoNÓNnco
43
dual dos trabalhistas, sempre fiéis, em sua maioria, aos métodos de contempo rizar c de ganhar paulatinamente o ter
capaz de propiciar o amadurecimento de um pensamento político e de uma
reno aos adversários.
deroso fator de equilíbrio e de ordem — duas constantes de que raramente se
Só em 1945 logrou o partido obter a maioria absoluta do eleitorado, o, conse
qüentemente, concpiistar a direção efe Nascendo desse núcleo de formação
tiva do governo. Os contingentes elei,torai.s que alcançara, até então, lhe ha viam aberto as portas i\ participaç.ão em
consciência social, que seriam um po desvia a e\ olução histórica da Inglaterra. É sabido que o Partido Trabalhista
inglês, como quase todos os outros par
ra guardou fidelidade, na sua caminhada
política moderada, o Partido Trabalhista
e nos seus métodos de açáo, à matriz de
inglês se mostrou coerente com as suas
onde nasceu.
origens o f.cl aos caminhos que os seus
gabinetes de coalizão partidária, dos
mais moderadas, outras mais impacien
inspiradores lhe indicaram.
quais ncin sempre emergiu com maior fôrça e nos quais não lhe foi possível
tes 6 avançadas, a ala direita c a ala
Como se sabe, a agremiação política que hoje detém o governo das Ilhas Bri
As suas vitórias políticas haviam de
tânicas se originou do mesmo pensamen
ser frutos de demorada c paciente con-
realizar, senão me
diante concessões inexpressivas, o seu
to que congregou u famosa Sociedade
(jüi.sla; c s6 seriam colhidos quando já
Fabiana {Fubiiin Suciely), fundada em
ü curso do tempo os houvesse convcnien-
1883, e de que foram figuras cxponen-
tcincnle amadurecido.
A análise retros
dias, mostra bem como vem tomando o
O nome com que se batizou a socie dade lhe caracluriziiva o processo de ação: chamou-se "Fabiana" para ligarse a tática que o guerreiro romano Fabius empregara nas guerras com os car tagineses, e que lhe valeu o apelido his
terreno, palmo a palmo, sem saltos brus cos, embora se aproveitasse, de quando
tinha de fundamen tal, se chocava com
tórico de "Cunctator", ou seja contemporizador. A "Fabian Society" não se formou, assim, para promover resoluções violentas, golpes de Estado, ou mudan ças bruscas. Os seus métodos de ação seriam os mesmos do seu patrono: ven cer o inimigo pelo desgaste, pe!a pa
ciência tenaz, esperando que as suas forças e resistências sc alquebrassem sob pressão lenta, porém constante.
Os fabianos, assim, no que diz respei to à reforma social e política, eram "gradualistas", anti-revolucionários e anti-marxistas. O Socialismo que prega
vam e procuravam realizar seria alcan çado por um demorado processo de ero são e enfraquecimento do sistema vi gente, a que deveria suceder, sem aba los nem convulsões.
hoje, no poder, o predomínio, como o tiveram, no passado,
a agrossividaclo dos que forcejani por
iTias, que, no que
Bemard Shaw e Wells.
avanços mais
Os moderados conservam
contendo o ímpeto e
pectiva de sua e.\ístência, até os nossos
tâncias propícias para
esquerda.
programa de refor-
eiais o casal Sidney e Beatrice Webb,
em vez, como lhe competia, de circuns
tidos realmente democráticos, lem den tro de seu seio correntes dh ersas — umas
jis
diretrizes
lançar mais longe a
dos
meta a atingir ime
conservadores. A vitória na úl tima guerra o as
diatamente. A pre sença de Attlee na
Desde 1900 que a arregimentação po
perturbações sociais
lítica do proletariado inglês refletiu na
agudas em que se
composição do Parlamento, sob a legen
lançou
mundo,
chefia do govômo, como centro de equi líbrio entre os gru pos colidentes, indi
da do "Labour Representation Com-
iriam
abrir, então,
ca a ascendência dos
mittee", se bem que o Partido Traba
oportunidade para a experiência do Par
mais vagarosos na - execução da refor
fundos.
lhista — o Labour Party — só se tenha
o
ma socialista, que é o objetivo comum do partido.
ram apenas dois membros da Câmara
tido Trabalhista na orientação governamental, tão ansiosa mente esperada por seus partidários e
do.s Comuns, reunindo um número de
tão laboriosa e pacientemente conquis
sufrágios igual a 1,2% da votação total;
tada.
rt
outro lado, a marcha do go\èmo inglês: o depauperamento da economia inglesa,
Vencendo os conservadores apesar da
conslituído em 1906.
Naquele ano, os trabalhistas elege
Muitas fôrças contrárias refreiam, por
na mesma Câmara, correspondendo a
legenda gloriosa de Churchill, imortali
conseqüência do heróico esforço da guerra; a dependência da ajuda dos Es
uma porcentagem de 36,9% do número de votantes. Em 1931, registrou-se uma
zado na defesa da humanidade livre, os
tados Unidos; os movimentos de rebeldia
trabalhistas, ao alcançarem o govôrno por suas próprias fôrças, não abandona ram os métodos de ação que lhes ha viam inspirado os fabianos, guias dos proletários ingleses na sua ascensão ao poder. A longa caminhada na subida havia sido uma fecunda experiência,
dos países da "Commonwealth" que ain
em 1929, já conquistaram 288 lugares
queda nessa ascensão eleitoral: o númei'0 de representantes eleitos para a Câmara pelo Labour Party caiu para 52, e a quota percentual de sufrágios baixou para 30,7%. Foi o imico recuo
registrado em 31 anos na expansão gra-
da não conquistaram os seus estatutos de nações livres; a estralificação do sen timento conservador dos britânicos, sem
pre receosos de qualquer experiência te merária, que lhes possa modificar substan cialmente as bases da vida cívica e social.
Dicesto
Temas e problemas em debate DvMxio de Almeida Magalhães
As experiêncios do trabalhismo inglês o Partido Trabalhista inglês até ago
EcoNÓNnco
43
dual dos trabalhistas, sempre fiéis, em sua maioria, aos métodos de contempo rizar c de ganhar paulatinamente o ter
capaz de propiciar o amadurecimento de um pensamento político e de uma
reno aos adversários.
deroso fator de equilíbrio e de ordem — duas constantes de que raramente se
Só em 1945 logrou o partido obter a maioria absoluta do eleitorado, o, conse
qüentemente, concpiistar a direção efe Nascendo desse núcleo de formação
tiva do governo. Os contingentes elei,torai.s que alcançara, até então, lhe ha viam aberto as portas i\ participaç.ão em
consciência social, que seriam um po desvia a e\ olução histórica da Inglaterra. É sabido que o Partido Trabalhista
inglês, como quase todos os outros par
ra guardou fidelidade, na sua caminhada
política moderada, o Partido Trabalhista
e nos seus métodos de açáo, à matriz de
inglês se mostrou coerente com as suas
onde nasceu.
origens o f.cl aos caminhos que os seus
gabinetes de coalizão partidária, dos
mais moderadas, outras mais impacien
inspiradores lhe indicaram.
quais ncin sempre emergiu com maior fôrça e nos quais não lhe foi possível
tes 6 avançadas, a ala direita c a ala
Como se sabe, a agremiação política que hoje detém o governo das Ilhas Bri
As suas vitórias políticas haviam de
tânicas se originou do mesmo pensamen
ser frutos de demorada c paciente con-
realizar, senão me
diante concessões inexpressivas, o seu
to que congregou u famosa Sociedade
(jüi.sla; c s6 seriam colhidos quando já
Fabiana {Fubiiin Suciely), fundada em
ü curso do tempo os houvesse convcnien-
1883, e de que foram figuras cxponen-
tcincnle amadurecido.
A análise retros
dias, mostra bem como vem tomando o
O nome com que se batizou a socie dade lhe caracluriziiva o processo de ação: chamou-se "Fabiana" para ligarse a tática que o guerreiro romano Fabius empregara nas guerras com os car tagineses, e que lhe valeu o apelido his
terreno, palmo a palmo, sem saltos brus cos, embora se aproveitasse, de quando
tinha de fundamen tal, se chocava com
tórico de "Cunctator", ou seja contemporizador. A "Fabian Society" não se formou, assim, para promover resoluções violentas, golpes de Estado, ou mudan ças bruscas. Os seus métodos de ação seriam os mesmos do seu patrono: ven cer o inimigo pelo desgaste, pe!a pa
ciência tenaz, esperando que as suas forças e resistências sc alquebrassem sob pressão lenta, porém constante.
Os fabianos, assim, no que diz respei to à reforma social e política, eram "gradualistas", anti-revolucionários e anti-marxistas. O Socialismo que prega
vam e procuravam realizar seria alcan çado por um demorado processo de ero são e enfraquecimento do sistema vi gente, a que deveria suceder, sem aba los nem convulsões.
hoje, no poder, o predomínio, como o tiveram, no passado,
a agrossividaclo dos que forcejani por
iTias, que, no que
Bemard Shaw e Wells.
avanços mais
Os moderados conservam
contendo o ímpeto e
pectiva de sua e.\ístência, até os nossos
tâncias propícias para
esquerda.
programa de refor-
eiais o casal Sidney e Beatrice Webb,
em vez, como lhe competia, de circuns
tidos realmente democráticos, lem den tro de seu seio correntes dh ersas — umas
jis
diretrizes
lançar mais longe a
dos
meta a atingir ime
conservadores. A vitória na úl tima guerra o as
diatamente. A pre sença de Attlee na
Desde 1900 que a arregimentação po
perturbações sociais
lítica do proletariado inglês refletiu na
agudas em que se
composição do Parlamento, sob a legen
lançou
mundo,
chefia do govômo, como centro de equi líbrio entre os gru pos colidentes, indi
da do "Labour Representation Com-
iriam
abrir, então,
ca a ascendência dos
mittee", se bem que o Partido Traba
oportunidade para a experiência do Par
mais vagarosos na - execução da refor
fundos.
lhista — o Labour Party — só se tenha
o
ma socialista, que é o objetivo comum do partido.
ram apenas dois membros da Câmara
tido Trabalhista na orientação governamental, tão ansiosa mente esperada por seus partidários e
do.s Comuns, reunindo um número de
tão laboriosa e pacientemente conquis
sufrágios igual a 1,2% da votação total;
tada.
rt
outro lado, a marcha do go\èmo inglês: o depauperamento da economia inglesa,
Vencendo os conservadores apesar da
conslituído em 1906.
Naquele ano, os trabalhistas elege
Muitas fôrças contrárias refreiam, por
na mesma Câmara, correspondendo a
legenda gloriosa de Churchill, imortali
conseqüência do heróico esforço da guerra; a dependência da ajuda dos Es
uma porcentagem de 36,9% do número de votantes. Em 1931, registrou-se uma
zado na defesa da humanidade livre, os
tados Unidos; os movimentos de rebeldia
trabalhistas, ao alcançarem o govôrno por suas próprias fôrças, não abandona ram os métodos de ação que lhes ha viam inspirado os fabianos, guias dos proletários ingleses na sua ascensão ao poder. A longa caminhada na subida havia sido uma fecunda experiência,
dos países da "Commonwealth" que ain
em 1929, já conquistaram 288 lugares
queda nessa ascensão eleitoral: o númei'0 de representantes eleitos para a Câmara pelo Labour Party caiu para 52, e a quota percentual de sufrágios baixou para 30,7%. Foi o imico recuo
registrado em 31 anos na expansão gra-
da não conquistaram os seus estatutos de nações livres; a estralificação do sen timento conservador dos britânicos, sem
pre receosos de qualquer experiência te merária, que lhes possa modificar substan cialmente as bases da vida cívica e social.
Dicbsto
En'cados, assim, em dificuldades pró
EcoNÓ>nco
deira dos írabalhista.s é :i de igualda
prias, e nas que decorrem da situação
de econômica, como fruto final a ser
geral do mundo, o govêmo trabalhista
alcançado pelas reformas socialistas. E
vai realizando, com o mínimo de aba
los, cautelosamente, entre apalpadelas, au ralenti , a mais importante (?xpe-
comenta
textualmente:
"Uma
maior
igualdade de bem-estar econômico é sem dúvida um dos três grandes objeti vos de qualquer política econômica; os
riencía social a que a no§sa época as siste — experiência fundamental pela
íjutros dois são eficiência na produção —
repercussão inevitável que terá na vida
que significa máxima produção, por um
de todos os outros povos. As reformas se |}rocessam, não obs tante o carater revolucionário que em .si mesmas apre.sentam, com o mínimo
custo real mínimo, e não simplesmente aumento a qualquer custo — e estabi lidade, ou libertação das perniciosas os cilações, das ascensõe.s e quedas profun
Dicesto
Econômico
rendas, inesnrj depois da dedução dos impostos, do que a Grã-Bretanha. Po rém, poder-se-ia dizer com segurança
cj scgiimics comentários, depois de apontar algumas falhas e erros que têm sido alribuídos aos órgãos de direção
que em nenhum outro há menor desi
das empresas ou senàços ultimamente
gualdade nas condições vcai.s de vida.
nacionalizados: .
Não há provàvcímcnlc hoje no mundo — a Rússia certamente não — país cm que a comida e a roupa que o rico pode com prar difira tão pouco da comida e da roupa que o pobre pode comprar, como se verifica aqui na Grã-Bretanha. Não há país cm que tiklas as restrições da
economia do tempo dc guerra tenham
de espírito revolucionário nos métodos empregados para as tomar efetivas.
das. A dificuldade o eficiência está cm
sido impostas com tanta ccpiidadc entre
que ês.ses
as diversas camadas econômicas como
Condição essencial de bom "êxito, no meio em que se empreendem. A nacio
contraditórios: igualdade e eficiência pu xam muitas vezes em direções opos
objetivos são muitas vêzcs
que as indústrias nacionalizadas sofre
riam dos defeitos que afligem todas as
grandes organizações. Isto foi sempre um dos lançamentos que se faziam na coluna de débito do socialismo, e nin guém se surpreende que êsse débito
agora esteja sendo cobrado... Empresas do economia privada cometeram fa!ta.s
na sua juventude inexperiente, que a e.xperiência completamente sanou; e as
nalização dos grandes instrumentos de
tas, como agora acontece.
produção se opera paulatinamente, e
de uma política segura é guardar o justo
promovida
sempre mediante indenização adequada dos proprietários desapropriados.
equilíbrio entre elas. Para que lado penderá a balança nos próximos anos? Que política serviria melhor aos interês-
como objetivo ele
ses da comunidade: aquela que objeti
cia, ou apenas ser
vasse a máxima produção de riqueza ao custo de permitir aos indivíduos se enriquecerem, ou aquela que procurasse
ve de instrumen
tanto, que exista
to ao programa de
uma forte vontade
a redistribuição da riqueza, mesmo com
aproveitamento do cil de ser estima
Será possível julgar uma experiência tão vasta, cuja execução apenas se inicia? Surgem, já, todavia, condenações ve ementes. O grande espantalho ó o da burocracia crescente — conseqüência do
A missão
aqui." • A nacionalização dos meios de produ ção, preconizada e
"Sempre se admitiu, mesmo sem que se liouvcssc falado de nacionalização,
trabalhistas,
pelos
oficiais
nao se pro\'aram
tem
ainda incapazes de vencer a idade da
var-lhes a eficiên
inexperiência.
E*
necess;írio, entre
realizar a igualda
de aprender; e o
tôda a absorção pelo Estado dos instru mentos de produção — estorvando a ati vidade privada, anulando o estímulo, re
o risco de reduzir a produção nacional
de econômica, que é alvo final do mo
e dc' diminuir o seu poder de competi
vimento socialista?
duzindo a produção, agravando, assim,
ção no mercado mundial? Há ocasiões e
as condições de vida do povo.
lugares em que uma ou outra alternati va será mais certa. Porém, neste tempo e
__ êste é o pro blema que apresenta o analista
resultante do desestímulo à ação priva
neste país, haverá qualquer dúvida? Pro-
jo
da, eis o vício radical que o "Econo-
c'ama-.se em todos relatórios e jornais
E esclarece que a
,
|f.ir;r;K«:
A ineficiência, a baixa produtividade
emprèsas
ensino 6 menos fá
^
do na emprêsit pública do que na particular. O eni-
"Economist".
presiirio
privado
que se recusa a
mist" aponta no governo trabalhista in
que a economia britânica está em perío-
questão é encara-
glês, no artigo que vem estampado na sua edição de 5 de junho, sob o títu
clo mortal. Por que? Por causa de ex cessiva desigualdade? Ou por causa de
da. de dois pon
lo "Too much equality?"
reduzida eficiência econômica?
sos pelas duas alas que foniiám a dire ção do Partido Trabalhista; mas o fi
uma posição oficial na empresa pública apenas descarrega o re.sultado de sua
nal propósito comum é o de reduzir a desigualdade de uma sociedadé não so cialista. A eficiência, ou a ineficiência da
incapacidade sôbre os consumidores, os
administração estatal permanece em pla
dos na vida econômica da Inglaterra
O articulista da secular e autorizada
A res
posta é óbvia, e a inferência resulta
tos de vista diver
aprender quebra; o igualmente recaicitrante detentor dc
publicação londrina lembra que, dentro de dois anos, o país julgará a adminis
clara."
tração que, há três, desenvolve o Par
nomist", — sobretudo um sentimento
tido Trabalhista: o veredicto será profe rido nas urnas, nas eleições de que de
profundo de igualdade. "Poderá haver — diz o artigo em causa ~ outros países
no secundário. E a respeito desta ma
merecem os louvores de um órgão de
verá sair o novo govêrno. A grande ban-
em que haja menor desigualdade de
téria o crítico do "Economist" formula
filiação tão sòlidamente conservadora co-
Igualdade existe, reconhéce o "Eco-
trabalhadores e os contribuintes."
Muitos desníveis que foram atenua
Dicbsto
En'cados, assim, em dificuldades pró
EcoNÓ>nco
deira dos írabalhista.s é :i de igualda
prias, e nas que decorrem da situação
de econômica, como fruto final a ser
geral do mundo, o govêmo trabalhista
alcançado pelas reformas socialistas. E
vai realizando, com o mínimo de aba
los, cautelosamente, entre apalpadelas, au ralenti , a mais importante (?xpe-
comenta
textualmente:
"Uma
maior
igualdade de bem-estar econômico é sem dúvida um dos três grandes objeti vos de qualquer política econômica; os
riencía social a que a no§sa época as siste — experiência fundamental pela
íjutros dois são eficiência na produção —
repercussão inevitável que terá na vida
que significa máxima produção, por um
de todos os outros povos. As reformas se |}rocessam, não obs tante o carater revolucionário que em .si mesmas apre.sentam, com o mínimo
custo real mínimo, e não simplesmente aumento a qualquer custo — e estabi lidade, ou libertação das perniciosas os cilações, das ascensõe.s e quedas profun
Dicesto
Econômico
rendas, inesnrj depois da dedução dos impostos, do que a Grã-Bretanha. Po rém, poder-se-ia dizer com segurança
cj scgiimics comentários, depois de apontar algumas falhas e erros que têm sido alribuídos aos órgãos de direção
que em nenhum outro há menor desi
das empresas ou senàços ultimamente
gualdade nas condições vcai.s de vida.
nacionalizados: .
Não há provàvcímcnlc hoje no mundo — a Rússia certamente não — país cm que a comida e a roupa que o rico pode com prar difira tão pouco da comida e da roupa que o pobre pode comprar, como se verifica aqui na Grã-Bretanha. Não há país cm que tiklas as restrições da
economia do tempo dc guerra tenham
de espírito revolucionário nos métodos empregados para as tomar efetivas.
das. A dificuldade o eficiência está cm
sido impostas com tanta ccpiidadc entre
que ês.ses
as diversas camadas econômicas como
Condição essencial de bom "êxito, no meio em que se empreendem. A nacio
contraditórios: igualdade e eficiência pu xam muitas vezes em direções opos
objetivos são muitas vêzcs
que as indústrias nacionalizadas sofre
riam dos defeitos que afligem todas as
grandes organizações. Isto foi sempre um dos lançamentos que se faziam na coluna de débito do socialismo, e nin guém se surpreende que êsse débito
agora esteja sendo cobrado... Empresas do economia privada cometeram fa!ta.s
na sua juventude inexperiente, que a e.xperiência completamente sanou; e as
nalização dos grandes instrumentos de
tas, como agora acontece.
produção se opera paulatinamente, e
de uma política segura é guardar o justo
promovida
sempre mediante indenização adequada dos proprietários desapropriados.
equilíbrio entre elas. Para que lado penderá a balança nos próximos anos? Que política serviria melhor aos interês-
como objetivo ele
ses da comunidade: aquela que objeti
cia, ou apenas ser
vasse a máxima produção de riqueza ao custo de permitir aos indivíduos se enriquecerem, ou aquela que procurasse
ve de instrumen
tanto, que exista
to ao programa de
uma forte vontade
a redistribuição da riqueza, mesmo com
aproveitamento do cil de ser estima
Será possível julgar uma experiência tão vasta, cuja execução apenas se inicia? Surgem, já, todavia, condenações ve ementes. O grande espantalho ó o da burocracia crescente — conseqüência do
A missão
aqui." • A nacionalização dos meios de produ ção, preconizada e
"Sempre se admitiu, mesmo sem que se liouvcssc falado de nacionalização,
trabalhistas,
pelos
oficiais
nao se pro\'aram
tem
ainda incapazes de vencer a idade da
var-lhes a eficiên
inexperiência.
E*
necess;írio, entre
realizar a igualda
de aprender; e o
tôda a absorção pelo Estado dos instru mentos de produção — estorvando a ati vidade privada, anulando o estímulo, re
o risco de reduzir a produção nacional
de econômica, que é alvo final do mo
e dc' diminuir o seu poder de competi
vimento socialista?
duzindo a produção, agravando, assim,
ção no mercado mundial? Há ocasiões e
as condições de vida do povo.
lugares em que uma ou outra alternati va será mais certa. Porém, neste tempo e
__ êste é o pro blema que apresenta o analista
resultante do desestímulo à ação priva
neste país, haverá qualquer dúvida? Pro-
jo
da, eis o vício radical que o "Econo-
c'ama-.se em todos relatórios e jornais
E esclarece que a
,
|f.ir;r;K«:
A ineficiência, a baixa produtividade
emprèsas
ensino 6 menos fá
^
do na emprêsit pública do que na particular. O eni-
"Economist".
presiirio
privado
que se recusa a
mist" aponta no governo trabalhista in
que a economia britânica está em perío-
questão é encara-
glês, no artigo que vem estampado na sua edição de 5 de junho, sob o títu
clo mortal. Por que? Por causa de ex cessiva desigualdade? Ou por causa de
da. de dois pon
lo "Too much equality?"
reduzida eficiência econômica?
sos pelas duas alas que foniiám a dire ção do Partido Trabalhista; mas o fi
uma posição oficial na empresa pública apenas descarrega o re.sultado de sua
nal propósito comum é o de reduzir a desigualdade de uma sociedadé não so cialista. A eficiência, ou a ineficiência da
incapacidade sôbre os consumidores, os
administração estatal permanece em pla
dos na vida econômica da Inglaterra
O articulista da secular e autorizada
A res
posta é óbvia, e a inferência resulta
tos de vista diver
aprender quebra; o igualmente recaicitrante detentor dc
publicação londrina lembra que, dentro de dois anos, o país julgará a adminis
clara."
tração que, há três, desenvolve o Par
nomist", — sobretudo um sentimento
tido Trabalhista: o veredicto será profe rido nas urnas, nas eleições de que de
profundo de igualdade. "Poderá haver — diz o artigo em causa ~ outros países
no secundário. E a respeito desta ma
merecem os louvores de um órgão de
verá sair o novo govêrno. A grande ban-
em que haja menor desigualdade de
téria o crítico do "Economist" formula
filiação tão sòlidamente conservadora co-
Igualdade existe, reconhéce o "Eco-
trabalhadores e os contribuintes."
Muitos desníveis que foram atenua
Dicksto Econômico
46
mo o "Economist".
Há muita coisa do
tretanto, se será possível à nação conti
que foi feito nesse terreno que é muito
nuar avançando nesse caminho, sem que
boa — diz o velho órgão, acrescentando
sofra profundamente toda a sua estru tura econômica, a sua produção, a sua
que, ao menos, parece muito ])oa à
grande maioria do po\'o. A iguu'dade dos hábitos de alimentação que se verificou nos últimos oito anos, por exemplo, apresenta grande saldo de \'an-
riqueza, em conseqüência dos métodos e processos empregados para alcançar uma igualdade econômica que lhe parece excessiva, terrivelmente prejudi
DfCESTO
Econômico
47
dade cessa de ser benéfica quando se toma meramente destrutiva, quando bai xa o nível ao invés de elevar, quando põe mais atenção em lançar fora de suas posições os poderosos do que em elevar
severa austeridade de hábitos, que reve lam o clima sadio de uma nação e.\pe-
o humilde c o débil", diz o "Economist", sintetizando a sua crítica.
c os juizes de cabeleiras brancas. E a opinião pública ainda agora se apai.\ona
Aproxima-se a hora do julgamento da
pelo projeto de lei que detcnnina a sus
rimentada nos mais duros sacrifícios. E o socialismo convive amenamente com a
coroa, com o velho cerimonial da côrte
cial à comunidade. E assinala: "Isto está
política socialista do governo trabalhis
pensão da pena de morte por cinco anos.
ta inglês. Como se apresentará o Partido Trabalhista diante do eleitorado? Pros
Os Comuns, votando livres da determi
ça mais se beneficiou. Pode ser, como
impondo um custo econômico cada dia mais difícil de negar. Êstc efeito pode
críticos alegam, que o suprimento to
ser sentido na preguiça com que a eco
seguirá até lá no programa de reformas
tal da comida à comunidade não se apre sente completamente adequado; porém ninguém (exceto algumas vezes a União
nomia reage a qualquer estímulo por que a doutrina de "um pedaço justo pa ra todos" não vale para ninguém como estímulo para aumentar o bolo, a fim de
sociais paulatina, paciente, porém firmemcnte executado até agora? Ou se lança rá a uma nova política, a uma N. E. P.,
la suspensão; mas a Câmara dos Lordes, por 181 contra 28, impugnou a reforma, oferecendo um debate extremamente ilus
que atenda aos reclamos do individualis-
que ali mergulham no subconsciente da
tagens. O pobre come mais e o rico menos; e é difícil dizer quem na mudan
dos Mineiros) argúi que poderia ser van
nação do gabinete, se manifestaram pe
trativo do apego britânico às tradições,
alcançar para sí mesmo um maior pe
xno inglês e atenue o.s males da burocra-
alma nacional. E Lorde Llewellin, fa
daço. E pode ser sentido no custo de larga parte do apa
tízação entorpecente, retirando aos con
servadores sua grande arma de ataque?
maiores graus de
relho dc controle, que poderia tor
desigualdade — ou
nar-se desnecessá
Que preferiria hoje o inglês: mais riquemais poder como nação, ou maior igualdade econômica?
lando aos seus pares, advertiu que desde que a Câmara dos Comuns havia opina do pola suspensão da pena de niorte até
ao menos de ime
rio ou grandemen te simplificado se o govêrno permi
tajoso distribuí-la com menos igualdade. A maioria das pessoas, na Grã-Bretanha de hoje, concor daria em que os
recida desigualda de — que existi
ram
no passado
tisse a restauração
eram
em
do mecanismo do
si
mes
mos um mal. Nem
preço, o qual pode
se pode dizer que
ser injusto, porém
na
é seguramente efe
Grã-Bretanha
de antes da guer ra, em que tan
tas desigualdades de fortuna e "status" dependiam sim plesmente de circunstancias de nasci mento e herança, desigualdades de vi
Enquanto aguarda o momento de se
o pronunciamento da Casa dos Lor
des, o
numero de
assassínios au
mentara em relação à média ante
pronunciar nas urnas sobre essas ques
rior, em período equivalente.
tões culminantes para o seu destino, a
mento
Inglaterra prossegue no ritmo de sua vida aparentemente imutável, dentro da
para a defesa, pelo baluarte conserva dor, da pena e.xtrema...
que foi de
efeito
Argu decisivo
A recuperação econômica da França
tivo. E' impossí
vel a um inglês visitar um país co
Enquanto a Inglaterra se favorece da unidade substancial de orientação do seu
a sitbação é bem diferente.
Nenhum
partido ou corrente ideológica ó sufi cientemente forte para compor o go
mo a Bélgica ou a Suíça sem chegar à conclusão de que a deliberação de to lerar desigualdades por mais que isso
govêrno, a França emergiu dos abalos da guerra dividida — terrivelmente dividi
mar-se por coalizão.
da correspondiam a desigualdades de mé
possa ofender o moralista, produz certa
da — entre ideologias, grupos e corren
rito.
mente largos dividendos econômicos." Há uma inspiração partidária nessa rígida política imposta ao povo in glês — afirma o articulista — inspiração
tes. O Partido Trabalhista inglês de tém efetivamente o poder; tem um pro grama básico, com alvos certos e coe
Quando a divergência entre os parti dos é apenas de "nuances", essa polí
Que tenha sido possível ao povo
inglês, sem muitos conflitos abertos de classe, fazer essa larga marcha para
uma maior igualdade é, indubitàvelmente, do ponto de vista social e moral,
que se alimenta de inveja e malícia. Es
uma boa coisa.
sa desigualdade que se pretende estabe
Sem negar as vantagens coUiidas, o articulista do "Economist" indaga, en
lecer "à outrance" não favorece; enfra
quece e atrasa. "A perseguição da igual-
rentemente estabelecidos.
A sua ação
pode estar errada, ser perniciosa, não servir ao progresso e ao revigoramento do país; é, porém, conhecida, está de finida e tem, por si, a vantagem da uni dade fundamental. Na França, porém,
vêrno: este deve, inevilàvelmentc, for-
tica de compromissos 6 realizável sem maiores danos, sem que subsista um estado de crise permanente; quando, po
rém, os dissídios ideológicos que sepa ram as correntes políticas são vivos e profundos, lançando-as em posições an tagônicas, inconciliáveis, a convivência,
Dicksto Econômico
46
mo o "Economist".
Há muita coisa do
tretanto, se será possível à nação conti
que foi feito nesse terreno que é muito
nuar avançando nesse caminho, sem que
boa — diz o velho órgão, acrescentando
sofra profundamente toda a sua estru tura econômica, a sua produção, a sua
que, ao menos, parece muito ])oa à
grande maioria do po\'o. A iguu'dade dos hábitos de alimentação que se verificou nos últimos oito anos, por exemplo, apresenta grande saldo de \'an-
riqueza, em conseqüência dos métodos e processos empregados para alcançar uma igualdade econômica que lhe parece excessiva, terrivelmente prejudi
DfCESTO
Econômico
47
dade cessa de ser benéfica quando se toma meramente destrutiva, quando bai xa o nível ao invés de elevar, quando põe mais atenção em lançar fora de suas posições os poderosos do que em elevar
severa austeridade de hábitos, que reve lam o clima sadio de uma nação e.\pe-
o humilde c o débil", diz o "Economist", sintetizando a sua crítica.
c os juizes de cabeleiras brancas. E a opinião pública ainda agora se apai.\ona
Aproxima-se a hora do julgamento da
pelo projeto de lei que detcnnina a sus
rimentada nos mais duros sacrifícios. E o socialismo convive amenamente com a
coroa, com o velho cerimonial da côrte
cial à comunidade. E assinala: "Isto está
política socialista do governo trabalhis
pensão da pena de morte por cinco anos.
ta inglês. Como se apresentará o Partido Trabalhista diante do eleitorado? Pros
Os Comuns, votando livres da determi
ça mais se beneficiou. Pode ser, como
impondo um custo econômico cada dia mais difícil de negar. Êstc efeito pode
críticos alegam, que o suprimento to
ser sentido na preguiça com que a eco
seguirá até lá no programa de reformas
tal da comida à comunidade não se apre sente completamente adequado; porém ninguém (exceto algumas vezes a União
nomia reage a qualquer estímulo por que a doutrina de "um pedaço justo pa ra todos" não vale para ninguém como estímulo para aumentar o bolo, a fim de
sociais paulatina, paciente, porém firmemcnte executado até agora? Ou se lança rá a uma nova política, a uma N. E. P.,
la suspensão; mas a Câmara dos Lordes, por 181 contra 28, impugnou a reforma, oferecendo um debate extremamente ilus
que atenda aos reclamos do individualis-
que ali mergulham no subconsciente da
tagens. O pobre come mais e o rico menos; e é difícil dizer quem na mudan
dos Mineiros) argúi que poderia ser van
nação do gabinete, se manifestaram pe
trativo do apego britânico às tradições,
alcançar para sí mesmo um maior pe
xno inglês e atenue o.s males da burocra-
alma nacional. E Lorde Llewellin, fa
daço. E pode ser sentido no custo de larga parte do apa
tízação entorpecente, retirando aos con
servadores sua grande arma de ataque?
maiores graus de
relho dc controle, que poderia tor
desigualdade — ou
nar-se desnecessá
Que preferiria hoje o inglês: mais riquemais poder como nação, ou maior igualdade econômica?
lando aos seus pares, advertiu que desde que a Câmara dos Comuns havia opina do pola suspensão da pena de niorte até
ao menos de ime
rio ou grandemen te simplificado se o govêrno permi
tajoso distribuí-la com menos igualdade. A maioria das pessoas, na Grã-Bretanha de hoje, concor daria em que os
recida desigualda de — que existi
ram
no passado
tisse a restauração
eram
em
do mecanismo do
si
mes
mos um mal. Nem
preço, o qual pode
se pode dizer que
ser injusto, porém
na
é seguramente efe
Grã-Bretanha
de antes da guer ra, em que tan
tas desigualdades de fortuna e "status" dependiam sim plesmente de circunstancias de nasci mento e herança, desigualdades de vi
Enquanto aguarda o momento de se
o pronunciamento da Casa dos Lor
des, o
numero de
assassínios au
mentara em relação à média ante
pronunciar nas urnas sobre essas ques
rior, em período equivalente.
tões culminantes para o seu destino, a
mento
Inglaterra prossegue no ritmo de sua vida aparentemente imutável, dentro da
para a defesa, pelo baluarte conserva dor, da pena e.xtrema...
que foi de
efeito
Argu decisivo
A recuperação econômica da França
tivo. E' impossí
vel a um inglês visitar um país co
Enquanto a Inglaterra se favorece da unidade substancial de orientação do seu
a sitbação é bem diferente.
Nenhum
partido ou corrente ideológica ó sufi cientemente forte para compor o go
mo a Bélgica ou a Suíça sem chegar à conclusão de que a deliberação de to lerar desigualdades por mais que isso
govêrno, a França emergiu dos abalos da guerra dividida — terrivelmente dividi
mar-se por coalizão.
da correspondiam a desigualdades de mé
possa ofender o moralista, produz certa
da — entre ideologias, grupos e corren
rito.
mente largos dividendos econômicos." Há uma inspiração partidária nessa rígida política imposta ao povo in glês — afirma o articulista — inspiração
tes. O Partido Trabalhista inglês de tém efetivamente o poder; tem um pro grama básico, com alvos certos e coe
Quando a divergência entre os parti dos é apenas de "nuances", essa polí
Que tenha sido possível ao povo
inglês, sem muitos conflitos abertos de classe, fazer essa larga marcha para
uma maior igualdade é, indubitàvelmente, do ponto de vista social e moral,
que se alimenta de inveja e malícia. Es
uma boa coisa.
sa desigualdade que se pretende estabe
Sem negar as vantagens coUiidas, o articulista do "Economist" indaga, en
lecer "à outrance" não favorece; enfra
quece e atrasa. "A perseguição da igual-
rentemente estabelecidos.
A sua ação
pode estar errada, ser perniciosa, não servir ao progresso e ao revigoramento do país; é, porém, conhecida, está de finida e tem, por si, a vantagem da uni dade fundamental. Na França, porém,
vêrno: este deve, inevilàvelmentc, for-
tica de compromissos 6 realizável sem maiores danos, sem que subsista um estado de crise permanente; quando, po
rém, os dissídios ideológicos que sepa ram as correntes políticas são vivos e profundos, lançando-as em posições an tagônicas, inconciliáveis, a convivência,
DicESTO
48
a forçada convivência delas no gover no, equívaie a ajuntar caranguejos fe
rinos no mesmo balaio. E a dispersão de esforços, a colisão dos pontos de vista, os choques de mentalidades e programas
ECONÓNflCO
muito inai.s da.s classes dirigentes do que
do po%'0, que conservou intactas as suas
reservas morais e as suas prendas cívicas, revelandü-se capaz dc empreender \"igoroso trabalho de reconstrução.
DrcRSTo
Econômico
dições dc vida, pelo confisco e redução da produção disponível. Lembra o articulista que quando os
49
pios áci p^anificação. Certamente, sem dependência das ordens dos invasores, a grande debilidade da economia frances<a
invasores ocuparam o território francês
reclamava medidas de racionamento. Po
já encontraram montada a máquina de
rém, aqueles que fala\am em nome de
O que a França .sofreu na sua eco-
"controle" da economia, estabelecido em
Vichy de propósito anemetiam contra a
ção uma situação de crises constantes,
nom a, em virtude- da conflagração, e
economia "liberal".
abertas, ou disfarçadas, e que vão con duzindo o governo ao entorpecimento e
o que já realizou para refazer a sua ri queza, vem descrito no artigo que Pierre Jolly, diretor-geral da Câmara do Co
v rtude da mobilização para a guerra de tòda a nação, sob o comando rígido do govêrno. Os dominadores se serviram dessa máquina em seu próprio benefício.
tenciam a um período para sempre trans
mércio de Paris, publica no núme
E puderam apcrfciçoá-la com a contri
posto.
ro dc maio da "Harvard Business Re-
de de ouro que êles profetizavam, não haveria mais lugar para a livre sível."
irredutíveis geram dentro da administra
à paralisia.
Nessa tragédia, compondo o seu go
De acordo com
eles, os conceitos que até 1939 haviam
governado a economia da França per
res — está vivendo a França, desde que
hostilidades ín ciais, a ocupação sub
reconquistou a sua dignidade de nação
seqüente e a 'iberíação — tiveram sé
buição do governo de Vichy, ao qual su geriram os nazistas uma série dc medi das legislativas e rcgulamenlares neces sárias á realíziição dc "uma completa economia planificada". Essa economia
independente, livrando-se do corrupto
rios efeitos sôbre a economia francesa.
serviria para abastecer a Alemanha; se
regime de Vichy. As coalizões de for ças políticas variam e se multiplicam como os arranjos das peças de um
Efeitos, tanto no plano material, como no plano moral" — diz o autor.
Iguma coisa sobrasse, caberia, então, à
"puzzle". É uma procura angustiante do
sados depois do armistício — de 1940
plicidade das auto-
centro de equilíbrio, que permita uma
até 1945 — em virtude dos bombardeios
do caramujo foi
ridades
adminis
ação coordenada e fecunda.
dos aliados e da campanha da liberta
objeto de um re
trativas,
as
ção.
dens dos invaso res sofreram cons
gulamento publi cado com grande
verno de socialistas moderados, de so cialistas e.xtremados, de católicos refor mistas, de comunistas e de conser\'ado-
Em vão,
todavia, até agora se sucederam as ten tativas.
Quando o Estado era discreto e mode rado nas suas intervenções, essa desorien tação governamental, essa ausência de
unidade de comando, já era nefasta. Que dizer, então, nos dias que correm,
"Tôdas as três fases da guerra — as
Os maiores danos foram, porém, cau
Êsses danos excederam de muito
os decorrentes da guerra 1914-1918, com a peculiaridade de que, no último con flito, as danifiçações se estenderam a
França.
Pierre Jolly esc'arece que, com a cum
tante
no
da parte da maio ria dos produtores
de no\'embro de
franceses. Mas, co
cia se expandiu
operações de guerra.
mo herança dani
fartamente.
nha desse período
gras e prescrições
morais no futuro da economia francesa. E comenta textualmente o autor:
cantes e colidentes.
a ocupação alemã isolou a França da
"Se bem que devamos corretamente
a libertação, a França. Apesar de tudo, porém, e'a ressurge, el? se refaz, ela se reconstró", graças à sua vitalidade na tural e às virtudes de seu grande povo — o que vai cada vez mais forta'ecendo
circunspecção
quase todo o país e a todos os centros industriais — naturalmente visados pelas
600 bilhões de francos. Por outro lado,
É êsse o drama agudo que vive, desde
Assim, prossegue o articulista, tudo entrou a ser regulamentado. Nenhuma iniciativa escapou. Mesmo o negócio
"Jounial Officiel"
em medidas e iniciativas as mais cho
mente em pandemônio e vertigens, uma
Somente a cha
mada liberdade "coletiva" seria admis
sabotagem
vez que a administração não sabe para que lado dirige, e se perde diariamente
nessas condições, se transforma real
iniciativa individual.
or
O total de propriedades danificadas atingiu a 1.840.000; e a destruição so frida pela agricultura, pela indústria, pelo comércio, pelo sistema de comuni cações, se estima em valor superior a
de desabusado dirigismo? O dirigismo,
No presente, como no futuro, ida
sombrio, ficou
1942.
o
próprio sistema — a "planificaçâo" — produzindo perniciosas conseqüências
A burocra
Re
emanadas da ad
ministração se mu'tiplicaram, quase sem pre tão difícei.s de compreender como de aplicar. A preocupação era "coletivizar" tudo. "E o resultado foi este: o comér
cio, a indústria e a agricultura se toma
economia mundial, enquanto era espo
proclamar que o govêrno de Vichy ten
liada pelos invasores de suas matérias-
tou, com relativo sucesso, reduzir ao
cia, enquanto a liberdade se refugiava
mínimo as requisições dos invasores,
no "mercado negro", que começou a flo
cuja insolência aumentava com o curso
rescer e a prosperar.
da guerra, é também necessário reconhe cer a sua adesão à planificaçâo; e assim
Era essa a situação vigente quando veio a libertação, em 1945. Os instru
procedeu, não porque fôsse obrigado a tal, mas porque acreditava nos princí-
mentos de trabalho hariani sido sensi
primas, dos produtos manufaturados e dos equipamentos industriais e agríco las. O capital humano foi também sen sivelmente desfalcado: 600 mil vítimas
a convicção de que a sua crise, como a
de guerra, sem considerar o acréscimo
de tantos outros países, foi uma crise
da mortalidade resultante das más con
vam mecanismos ao serviço da burocra
velmente atingidos. Eis os dados: 3.000
DicESTO
48
a forçada convivência delas no gover no, equívaie a ajuntar caranguejos fe
rinos no mesmo balaio. E a dispersão de esforços, a colisão dos pontos de vista, os choques de mentalidades e programas
ECONÓNflCO
muito inai.s da.s classes dirigentes do que
do po%'0, que conservou intactas as suas
reservas morais e as suas prendas cívicas, revelandü-se capaz dc empreender \"igoroso trabalho de reconstrução.
DrcRSTo
Econômico
dições dc vida, pelo confisco e redução da produção disponível. Lembra o articulista que quando os
49
pios áci p^anificação. Certamente, sem dependência das ordens dos invasores, a grande debilidade da economia frances<a
invasores ocuparam o território francês
reclamava medidas de racionamento. Po
já encontraram montada a máquina de
rém, aqueles que fala\am em nome de
O que a França .sofreu na sua eco-
"controle" da economia, estabelecido em
Vichy de propósito anemetiam contra a
ção uma situação de crises constantes,
nom a, em virtude- da conflagração, e
economia "liberal".
abertas, ou disfarçadas, e que vão con duzindo o governo ao entorpecimento e
o que já realizou para refazer a sua ri queza, vem descrito no artigo que Pierre Jolly, diretor-geral da Câmara do Co
v rtude da mobilização para a guerra de tòda a nação, sob o comando rígido do govêrno. Os dominadores se serviram dessa máquina em seu próprio benefício.
tenciam a um período para sempre trans
mércio de Paris, publica no núme
E puderam apcrfciçoá-la com a contri
posto.
ro dc maio da "Harvard Business Re-
de de ouro que êles profetizavam, não haveria mais lugar para a livre sível."
irredutíveis geram dentro da administra
à paralisia.
Nessa tragédia, compondo o seu go
De acordo com
eles, os conceitos que até 1939 haviam
governado a economia da França per
res — está vivendo a França, desde que
hostilidades ín ciais, a ocupação sub
reconquistou a sua dignidade de nação
seqüente e a 'iberíação — tiveram sé
buição do governo de Vichy, ao qual su geriram os nazistas uma série dc medi das legislativas e rcgulamenlares neces sárias á realíziição dc "uma completa economia planificada". Essa economia
independente, livrando-se do corrupto
rios efeitos sôbre a economia francesa.
serviria para abastecer a Alemanha; se
regime de Vichy. As coalizões de for ças políticas variam e se multiplicam como os arranjos das peças de um
Efeitos, tanto no plano material, como no plano moral" — diz o autor.
Iguma coisa sobrasse, caberia, então, à
"puzzle". É uma procura angustiante do
sados depois do armistício — de 1940
plicidade das auto-
centro de equilíbrio, que permita uma
até 1945 — em virtude dos bombardeios
do caramujo foi
ridades
adminis
ação coordenada e fecunda.
dos aliados e da campanha da liberta
objeto de um re
trativas,
as
ção.
dens dos invaso res sofreram cons
gulamento publi cado com grande
verno de socialistas moderados, de so cialistas e.xtremados, de católicos refor mistas, de comunistas e de conser\'ado-
Em vão,
todavia, até agora se sucederam as ten tativas.
Quando o Estado era discreto e mode rado nas suas intervenções, essa desorien tação governamental, essa ausência de
unidade de comando, já era nefasta. Que dizer, então, nos dias que correm,
"Tôdas as três fases da guerra — as
Os maiores danos foram, porém, cau
Êsses danos excederam de muito
os decorrentes da guerra 1914-1918, com a peculiaridade de que, no último con flito, as danifiçações se estenderam a
França.
Pierre Jolly esc'arece que, com a cum
tante
no
da parte da maio ria dos produtores
de no\'embro de
franceses. Mas, co
cia se expandiu
operações de guerra.
mo herança dani
fartamente.
nha desse período
gras e prescrições
morais no futuro da economia francesa. E comenta textualmente o autor:
cantes e colidentes.
a ocupação alemã isolou a França da
"Se bem que devamos corretamente
a libertação, a França. Apesar de tudo, porém, e'a ressurge, el? se refaz, ela se reconstró", graças à sua vitalidade na tural e às virtudes de seu grande povo — o que vai cada vez mais forta'ecendo
circunspecção
quase todo o país e a todos os centros industriais — naturalmente visados pelas
600 bilhões de francos. Por outro lado,
É êsse o drama agudo que vive, desde
Assim, prossegue o articulista, tudo entrou a ser regulamentado. Nenhuma iniciativa escapou. Mesmo o negócio
"Jounial Officiel"
em medidas e iniciativas as mais cho
mente em pandemônio e vertigens, uma
Somente a cha
mada liberdade "coletiva" seria admis
sabotagem
vez que a administração não sabe para que lado dirige, e se perde diariamente
nessas condições, se transforma real
iniciativa individual.
or
O total de propriedades danificadas atingiu a 1.840.000; e a destruição so frida pela agricultura, pela indústria, pelo comércio, pelo sistema de comuni cações, se estima em valor superior a
de desabusado dirigismo? O dirigismo,
No presente, como no futuro, ida
sombrio, ficou
1942.
o
próprio sistema — a "planificaçâo" — produzindo perniciosas conseqüências
A burocra
Re
emanadas da ad
ministração se mu'tiplicaram, quase sem pre tão difícei.s de compreender como de aplicar. A preocupação era "coletivizar" tudo. "E o resultado foi este: o comér
cio, a indústria e a agricultura se toma
economia mundial, enquanto era espo
proclamar que o govêrno de Vichy ten
liada pelos invasores de suas matérias-
tou, com relativo sucesso, reduzir ao
cia, enquanto a liberdade se refugiava
mínimo as requisições dos invasores,
no "mercado negro", que começou a flo
cuja insolência aumentava com o curso
rescer e a prosperar.
da guerra, é também necessário reconhe cer a sua adesão à planificaçâo; e assim
Era essa a situação vigente quando veio a libertação, em 1945. Os instru
procedeu, não porque fôsse obrigado a tal, mas porque acreditava nos princí-
mentos de trabalho hariani sido sensi
primas, dos produtos manufaturados e dos equipamentos industriais e agríco las. O capital humano foi também sen sivelmente desfalcado: 600 mil vítimas
a convicção de que a sua crise, como a
de guerra, sem considerar o acréscimo
de tantos outros países, foi uma crise
da mortalidade resultante das más con
vam mecanismos ao serviço da burocra
velmente atingidos. Eis os dados: 3.000
Dioesto
50
Econômico
pontes e túneis destruídos ou danifica
inúteis encargos financeiros, uma vez
dos; o tráfego ferroviário só era possí vel em 18.000 quilômetros; 5.000 qui
que o Estado empregador tem também uma maneira de comerciar que lhe é
lômetros de linhas a serem reconstruí peculiar." dos; das 17 mil locomotivas existentes ' E o autor assinala que a tendência à
no início da guerra, só 3.000 estavam
nacionalização criou, no mundo de negó
em uso; dos 460 mil carros de tran."»-
cio, um ambiente de incerteza e ansie
porte rodoviário, só 156.000 se encon
dade prejudicial, ao mesmo tempo que
travam em condições de tráfego; a na
alimentou assustadora e.xpansão burocrá
vegação interna praticamente impedida;
tica, "contribuindo, assim, para agra
portos marítimos, sèriamente danificados;
var uma situação caracteriMda pelo ex
estradas de rodagem prejudicadas, na proporção de 40% de sua extensão; pro
cessivo crescimento do estatismo e a
dução de carvão reduzida a nível ínfimo,.
e, em conseqüência, a produção de ener
novas instalações hidrelétricas.
vêzes os preços do mercado negro são menos artificiais do que os do mercado
cons'derando, há vários fatôres de en
oficia'.
A colaboração do trabalho e do capital
corajamento que, segundo seu ponto de vista, exqjlicam os resultados ultima
promovida atraxós dos "comitês d'enterpr'Ee", o .seguro social, o horário redu
ficada está em dec'mio; nem todos os
des foram libertadas da regulamentação. "O país que fez às suas expensas a
pensáveis. Mas fôra lícito esperar que se inaugurasse um período de transição, como uma passagem à normalidade. Tal,
poi'ém, não aconteceu. O mecanismo dírigista montado pelo govôrno de Vichy
se livrou da ocupação do inimigo.
foi mantido, e passou a ser usado em tôdas as suas peças, apenas com mu
dança de pessoal, de nomenclatura e certa variação de processos.
Isto é:
o espírito de "planíficação" continuou a dominar a economia francesa; as regu lamentações se mantiveram, complicadas
lidade: a partir dc outubro de 1944, o índice de preços subiu de 265 a 545 em dezembro
deseja respirar, o
bro de. 1947 atin
ser
giu a 1.217, e em
mais largamente", acentua Jolly.
janeiro
de
1948
E
1.437.
o Estado se priva de importantes re cursos fiscais e toma sôbre si novos e
de p'aiiif cadora e dirigista predominou na França, diz Pierre Jolly; e quem hoje ousa censurá-la é apontado como "reácionário".
O.s resultado.s não foram estimulantes.
caso
o
da
provas de reerguimento, e motivos de confiança no futuro, diz o artigo que
ficava anteriormente.
analisamos.
minante disso é que no campo se vive
Utica de sufocação, a Fraxrça oferece
As melhoras são substan
ção interna, em 1947, já havia alcan çado a proporção de 70% em referên cia a 1938; a capacidade de utilização
mento da maioria do país. E comenta: "Através dessa atividade nacionaMzadora,
no
mais
tatísticas indicam um fenômeno digno de nota: há uma fuga da cidade ptua o campo, ao contrário do que se veri
de todos êsses contratempos, dessa po-
difícil, ao contrário do que acontece com a liberdade — muito mais fácil de elimi
E assim, a planíficação, a mentalida
livre
agricultura as es
Apesar, todavia,
mais na proporção de 90%; a navega
nar do que de restaurar.
da indús
tria e do comércio,
governamental, porém aboli-la é muito
va assim o seu tributo — diz a exposi
amarga experiência do ".contròle" buro crático
companhias de seguros se tomaram pro
criar um departamento, uma "agência"
No ano de 1947, muitas ativida
1945; e a 842 em 1946; em dezem
e decepcionantes na sua ap'icação. E mais uma vez se comprovou que é fácil
dias.
dé
bancos privados, as companhias de gás e de eletricidade, e um certo número de
ção de Pierre Jolly — a onda de coletivízação que estava, então, envolvendo a Europa", depois de pôr em dúvida que tal orientação correspondesse ao senti
mente apresentados: a economia plani
tica — resultaram efetivamente nesta rea
As
economia em colapso, quando o país
priedade do Estado. "A França paga
Para o articulista cuja opinião estamos
últimos tendem a aumentar todos os
nomia de escassez, certas medidas de
a ocupação, secretamente, pelo Conse
e reprimir todos os abusos; e muitas
portunas, outras desviadas de seu ver dadeiro objetivo pe'a exploração polí
fiscalização e de d'reção seriam indis
lho Nacional da Resistência. As fábri cas Renault, o Banco de França, outros
tante que a melhor polícia cconóm"ca não dispõe dc meios de controlar tudo
Certamente, acentua o autor, ninguém
poderia pretender que a liberdade plena
tar tão precária que reclamou assi.stência
declara haver sido deliberada durante
ta resu t-ados superiores aos de 1938. A
energia e'ctrica produzida também co bre a daquele ano, e a capacidade de produção será muito elevada com as
econômico testemunha de maneira cons
preços estão agora fLxados; há setores
inteiramente destruídas; situação alimen
zação das grandes empresas, que o autor
quanto á produção de c;u-vão, a França é o único país na Europa que apresen
sob contnVe, e setores livres, e êstes
dificu'dades perduravam; e numa eco
Iniciou-se, então, a fase da nacionali
O "mercado negro" subsistia, zomban
do da regulamunlayão e da vigilância; e a permanência dcs.se "underground"
tos de salário — medidas algumas ino
fosse rapidamente reconquistada.
sições forçadas dos nazistas. Era, assim, a economia francesa uma
51
zido de trabalho, os sucessivos aumen
barragens; refinarias de gasohna quase
de matérias-primas, em virtude de requi
EcoNÓNnco
conseqüente continuação da economia planificada".
gia elétrica dim nuída, sem falar nos prejuízos resultantes da danificaçãó das
dos aliados; escassez de mão-de-obra e
Digesto
ciais.
As estradas de rodagem estão
restabe'ecídas nas suas condiçüe.s nor
E a causa deter
agora me'hor e mais livremente do que nas cidades.
A França tem ainda dificuldades bá
sicas a vencer na atual conjimtura: a pobreza de matérias-primas a começar
pelo carvão; a substituição dos equipa
dos portos eqüivale à existente em 1939;
mentos ob.soletos; a escassa alimentação
o sistema ferroviário está sendo restau
dos operários das cidades; a perturbação
rado eficientemente. A produção indus
constante, resultante das corridas entre
trial, com a permissão recente da se mana de 48 horas, já excede os níveis
salários e preços. E, também, as in quietações da política interna, desorde
de 1938, e vai em ascensão.
nada, mconsistenle e contraditória.
Também
Dioesto
50
Econômico
pontes e túneis destruídos ou danifica
inúteis encargos financeiros, uma vez
dos; o tráfego ferroviário só era possí vel em 18.000 quilômetros; 5.000 qui
que o Estado empregador tem também uma maneira de comerciar que lhe é
lômetros de linhas a serem reconstruí peculiar." dos; das 17 mil locomotivas existentes ' E o autor assinala que a tendência à
no início da guerra, só 3.000 estavam
nacionalização criou, no mundo de negó
em uso; dos 460 mil carros de tran."»-
cio, um ambiente de incerteza e ansie
porte rodoviário, só 156.000 se encon
dade prejudicial, ao mesmo tempo que
travam em condições de tráfego; a na
alimentou assustadora e.xpansão burocrá
vegação interna praticamente impedida;
tica, "contribuindo, assim, para agra
portos marítimos, sèriamente danificados;
var uma situação caracteriMda pelo ex
estradas de rodagem prejudicadas, na proporção de 40% de sua extensão; pro
cessivo crescimento do estatismo e a
dução de carvão reduzida a nível ínfimo,.
e, em conseqüência, a produção de ener
novas instalações hidrelétricas.
vêzes os preços do mercado negro são menos artificiais do que os do mercado
cons'derando, há vários fatôres de en
oficia'.
A colaboração do trabalho e do capital
corajamento que, segundo seu ponto de vista, exqjlicam os resultados ultima
promovida atraxós dos "comitês d'enterpr'Ee", o .seguro social, o horário redu
ficada está em dec'mio; nem todos os
des foram libertadas da regulamentação. "O país que fez às suas expensas a
pensáveis. Mas fôra lícito esperar que se inaugurasse um período de transição, como uma passagem à normalidade. Tal,
poi'ém, não aconteceu. O mecanismo dírigista montado pelo govôrno de Vichy
se livrou da ocupação do inimigo.
foi mantido, e passou a ser usado em tôdas as suas peças, apenas com mu
dança de pessoal, de nomenclatura e certa variação de processos.
Isto é:
o espírito de "planíficação" continuou a dominar a economia francesa; as regu lamentações se mantiveram, complicadas
lidade: a partir dc outubro de 1944, o índice de preços subiu de 265 a 545 em dezembro
deseja respirar, o
bro de. 1947 atin
ser
giu a 1.217, e em
mais largamente", acentua Jolly.
janeiro
de
1948
E
1.437.
o Estado se priva de importantes re cursos fiscais e toma sôbre si novos e
de p'aiiif cadora e dirigista predominou na França, diz Pierre Jolly; e quem hoje ousa censurá-la é apontado como "reácionário".
O.s resultado.s não foram estimulantes.
caso
o
da
provas de reerguimento, e motivos de confiança no futuro, diz o artigo que
ficava anteriormente.
analisamos.
minante disso é que no campo se vive
Utica de sufocação, a Fraxrça oferece
As melhoras são substan
ção interna, em 1947, já havia alcan çado a proporção de 70% em referên cia a 1938; a capacidade de utilização
mento da maioria do país. E comenta: "Através dessa atividade nacionaMzadora,
no
mais
tatísticas indicam um fenômeno digno de nota: há uma fuga da cidade ptua o campo, ao contrário do que se veri
de todos êsses contratempos, dessa po-
difícil, ao contrário do que acontece com a liberdade — muito mais fácil de elimi
E assim, a planíficação, a mentalida
livre
agricultura as es
Apesar, todavia,
mais na proporção de 90%; a navega
nar do que de restaurar.
da indús
tria e do comércio,
governamental, porém aboli-la é muito
va assim o seu tributo — diz a exposi
amarga experiência do ".contròle" buro crático
companhias de seguros se tomaram pro
criar um departamento, uma "agência"
No ano de 1947, muitas ativida
1945; e a 842 em 1946; em dezem
e decepcionantes na sua ap'icação. E mais uma vez se comprovou que é fácil
dias.
dé
bancos privados, as companhias de gás e de eletricidade, e um certo número de
ção de Pierre Jolly — a onda de coletivízação que estava, então, envolvendo a Europa", depois de pôr em dúvida que tal orientação correspondesse ao senti
mente apresentados: a economia plani
tica — resultaram efetivamente nesta rea
As
economia em colapso, quando o país
priedade do Estado. "A França paga
Para o articulista cuja opinião estamos
últimos tendem a aumentar todos os
nomia de escassez, certas medidas de
a ocupação, secretamente, pelo Conse
e reprimir todos os abusos; e muitas
portunas, outras desviadas de seu ver dadeiro objetivo pe'a exploração polí
fiscalização e de d'reção seriam indis
lho Nacional da Resistência. As fábri cas Renault, o Banco de França, outros
tante que a melhor polícia cconóm"ca não dispõe dc meios de controlar tudo
Certamente, acentua o autor, ninguém
poderia pretender que a liberdade plena
tar tão precária que reclamou assi.stência
declara haver sido deliberada durante
ta resu t-ados superiores aos de 1938. A
energia e'ctrica produzida também co bre a daquele ano, e a capacidade de produção será muito elevada com as
econômico testemunha de maneira cons
preços estão agora fLxados; há setores
inteiramente destruídas; situação alimen
zação das grandes empresas, que o autor
quanto á produção de c;u-vão, a França é o único país na Europa que apresen
sob contnVe, e setores livres, e êstes
dificu'dades perduravam; e numa eco
Iniciou-se, então, a fase da nacionali
O "mercado negro" subsistia, zomban
do da regulamunlayão e da vigilância; e a permanência dcs.se "underground"
tos de salário — medidas algumas ino
fosse rapidamente reconquistada.
sições forçadas dos nazistas. Era, assim, a economia francesa uma
51
zido de trabalho, os sucessivos aumen
barragens; refinarias de gasohna quase
de matérias-primas, em virtude de requi
EcoNÓNnco
conseqüente continuação da economia planificada".
gia elétrica dim nuída, sem falar nos prejuízos resultantes da danificaçãó das
dos aliados; escassez de mão-de-obra e
Digesto
ciais.
As estradas de rodagem estão
restabe'ecídas nas suas condiçüe.s nor
E a causa deter
agora me'hor e mais livremente do que nas cidades.
A França tem ainda dificuldades bá
sicas a vencer na atual conjimtura: a pobreza de matérias-primas a começar
pelo carvão; a substituição dos equipa
dos portos eqüivale à existente em 1939;
mentos ob.soletos; a escassa alimentação
o sistema ferroviário está sendo restau
dos operários das cidades; a perturbação
rado eficientemente. A produção indus
constante, resultante das corridas entre
trial, com a permissão recente da se mana de 48 horas, já excede os níveis
salários e preços. E, também, as in quietações da política interna, desorde
de 1938, e vai em ascensão.
nada, mconsistenle e contraditória.
Também
b
-jT
Dicesto Econômico
52
o govêrno Schuman, que é uma col cha de retalhos, oscila entre solicitações
colidentes, emergindo de uma crise que
lhe ameaça a sobrevivência para cair em outra. As necessidades eleitorais dos
partidos que se apóiam na classe mé dia impedem a demissão de 150 mil
funcionários — imenso corpo supérfluo que devora parasitàríamente as rendas do Estado. A subvenção às escolas re
ligiosas põe em xeque a fôrça do M.R.P., cuja base mais sólida é o eleitorado ca tólico, ao qual, de seu lado, o General De Gaulle acena com uma política de resistência vigorosa à e.xtrema esquer da. Assim, entre Scylla e Charybdis,
termos do acordo comercial e do acordo
dos pagamentos, celebrados entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
Depois de assinalar que o ajuste das
quando se criaram precedentes de ope
guerra para aniquilar uma parte consi
rações similares com outros países. Nu ma realística análise da situação, rião é
derável do que subsiste dos dizimados
acumulado em resgate de títulos de empréstimos brasileiros e compra de empresas de capital inglês instaladas no Brasil, não foram enunciados pormenores que permitam prever como se reali
zarão essas operações.
"Isto foi dei
de f$l2.8 milhões,
milhões.
de 1938, e de f.$20.7 milliões, de 1939; e que do saldo acumu lado de esterlinos, que era, na data dos acôrdos, de í$50 milhões, 10 milhões
mas velhas de 10
— deve responder por reclamações con
tra o Brasil (algu
serão transferidos pa
anos) da parte de companhias britâni
ra aphcação no in
cas, cujas proprie
dades foram expropriadas ou prejudícadàs. O comentário fi nal do "Economist"
o fim de 1949, mediante prévio enten dimento entre as partes contratantes (o que, segundo o comentário do jornal, constitui uma generosa concessão da
sôbre os acordos fir
parte do Brasil), o "Economist" acen
redigido:
tua que, quanto à aplicação do saldo
uma solução que já havia sido virtual-
mados
está
assim
"As cláusulas fi-
rioso salientar que o Brasil, não menos
de seis vêzes faltoso no pagamento de sua dívida externa, no último quarto de século, se aproveita do acidente da
investímentos britânicos naquele pais."
Compras na América Latina para o plano Marshall A "Economic Cooperation Administration" (E.C.A.) adotou uma atitude de expectativa e de protelação, relativa
quando não fôr possível obter de ou tras fontes os artigos necessários.
timos às nações da Europa ocidental,
tino-amer.canos a facilitarem créditos às nações européias, eni
mente à concessão de auxílios ou emprés para as compras que devem ser feitas na América Latina. É es
A E.C.A. está preocupada em en contrar meios de encorajar os países lapagamento pelo me
nos de parte do que
ta a informação que
fornecerem e a rece
divulga "The Joumal
berem em pagamento
of Commerce", de 24
Parte do saldo acumulado — elucida ainda o "Economist"
dorias previsto, sendo 6 milhões em 4 prestações anuais iguais, e 4 milhões até
O sacrifício dos investimentos britânicos
nerável, investimento que é permitido aos estrangeiros manter em quase todos os países. Porém, não será nada inju-
ximo...
uma avaliação do mercado de í$66S
tercâmbio de merca
favoráveis, sob o ponto-de-vista britâ nico, do que os brasileiros pretendiam.
necessário verter lagrimas pela venda das emprôsas — o pior, porque o mais vul
jnente decidida, de há muito, desde
rante o ano de 1948,
total de í$68.5 mi lhões de libras du
nanceiras do ajuste não são piores do que se esperava, e são bastante mais
cês, à procura de uma estabilidade que não se enxerga em horizonte pró
em confronto com o
vê um movimento
53
contra o anormal saldo acumulado pelo Brasil em conseqüência da guerra era
xado para ser objeto de negociações em tôrno de cada companhia" — diz o gran de órgão londrino, esclarecendo ainda que, aos preços atuais, os empréstimos do govêrno brasileiro em esterlinos têm
trocas recíprocas pre
EcONÓNnCO
vai a marcha sinuosa do governo fran
Acordo Brasil—Grã-Bretanha o "Economist", na sua edição de 29 de maio passado, resume e comenta os
DiCESTO
do
moedas européias. E também se preocupa em evitar que a Amé rica Latina exija pre
ano corrente, nada ou
ços excessivos pela.s
de maio passado; e es
clarece que, antes do último
trimestre
quase nada será despendido nos países da yVmérica
mercadorias aue ven der.
Latina, da
Para obter o seu
verba total de um bi lhão e meio ou dois
objetivo com relação aos pontos relaciona
bilhões de dólares, re
servados para aquisi ções nos mesmos pai
ses pelas dezesseis
^ nações européias,
a serem beneficiadas pelo plano Mar shall, segundo o esquema estabele cido.
Só excepcionalmente se realizarão com pras antes da época mencionada, i
dos, a E.C.A. dispo rá de imenso poder de negociação, e em
face da escassez de dó'ares que aflige a América Latina, a política protelatória
que a E.C.A. adotou já está sendo con-
s dtrada como expressão dêsse poder. O comentário do "The Joumal "aí Commerce" assinala que a ação da
b
-jT
Dicesto Econômico
52
o govêrno Schuman, que é uma col cha de retalhos, oscila entre solicitações
colidentes, emergindo de uma crise que
lhe ameaça a sobrevivência para cair em outra. As necessidades eleitorais dos
partidos que se apóiam na classe mé dia impedem a demissão de 150 mil
funcionários — imenso corpo supérfluo que devora parasitàríamente as rendas do Estado. A subvenção às escolas re
ligiosas põe em xeque a fôrça do M.R.P., cuja base mais sólida é o eleitorado ca tólico, ao qual, de seu lado, o General De Gaulle acena com uma política de resistência vigorosa à e.xtrema esquer da. Assim, entre Scylla e Charybdis,
termos do acordo comercial e do acordo
dos pagamentos, celebrados entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
Depois de assinalar que o ajuste das
quando se criaram precedentes de ope
guerra para aniquilar uma parte consi
rações similares com outros países. Nu ma realística análise da situação, rião é
derável do que subsiste dos dizimados
acumulado em resgate de títulos de empréstimos brasileiros e compra de empresas de capital inglês instaladas no Brasil, não foram enunciados pormenores que permitam prever como se reali
zarão essas operações.
"Isto foi dei
de f$l2.8 milhões,
milhões.
de 1938, e de f.$20.7 milliões, de 1939; e que do saldo acumu lado de esterlinos, que era, na data dos acôrdos, de í$50 milhões, 10 milhões
mas velhas de 10
— deve responder por reclamações con
tra o Brasil (algu
serão transferidos pa
anos) da parte de companhias britâni
ra aphcação no in
cas, cujas proprie
dades foram expropriadas ou prejudícadàs. O comentário fi nal do "Economist"
o fim de 1949, mediante prévio enten dimento entre as partes contratantes (o que, segundo o comentário do jornal, constitui uma generosa concessão da
sôbre os acordos fir
parte do Brasil), o "Economist" acen
redigido:
tua que, quanto à aplicação do saldo
uma solução que já havia sido virtual-
mados
está
assim
"As cláusulas fi-
rioso salientar que o Brasil, não menos
de seis vêzes faltoso no pagamento de sua dívida externa, no último quarto de século, se aproveita do acidente da
investímentos britânicos naquele pais."
Compras na América Latina para o plano Marshall A "Economic Cooperation Administration" (E.C.A.) adotou uma atitude de expectativa e de protelação, relativa
quando não fôr possível obter de ou tras fontes os artigos necessários.
timos às nações da Europa ocidental,
tino-amer.canos a facilitarem créditos às nações européias, eni
mente à concessão de auxílios ou emprés para as compras que devem ser feitas na América Latina. É es
A E.C.A. está preocupada em en contrar meios de encorajar os países lapagamento pelo me
nos de parte do que
ta a informação que
fornecerem e a rece
divulga "The Joumal
berem em pagamento
of Commerce", de 24
Parte do saldo acumulado — elucida ainda o "Economist"
dorias previsto, sendo 6 milhões em 4 prestações anuais iguais, e 4 milhões até
O sacrifício dos investimentos britânicos
nerável, investimento que é permitido aos estrangeiros manter em quase todos os países. Porém, não será nada inju-
ximo...
uma avaliação do mercado de í$66S
tercâmbio de merca
favoráveis, sob o ponto-de-vista britâ nico, do que os brasileiros pretendiam.
necessário verter lagrimas pela venda das emprôsas — o pior, porque o mais vul
jnente decidida, de há muito, desde
rante o ano de 1948,
total de í$68.5 mi lhões de libras du
nanceiras do ajuste não são piores do que se esperava, e são bastante mais
cês, à procura de uma estabilidade que não se enxerga em horizonte pró
em confronto com o
vê um movimento
53
contra o anormal saldo acumulado pelo Brasil em conseqüência da guerra era
xado para ser objeto de negociações em tôrno de cada companhia" — diz o gran de órgão londrino, esclarecendo ainda que, aos preços atuais, os empréstimos do govêrno brasileiro em esterlinos têm
trocas recíprocas pre
EcONÓNnCO
vai a marcha sinuosa do governo fran
Acordo Brasil—Grã-Bretanha o "Economist", na sua edição de 29 de maio passado, resume e comenta os
DiCESTO
do
moedas européias. E também se preocupa em evitar que a Amé rica Latina exija pre
ano corrente, nada ou
ços excessivos pela.s
de maio passado; e es
clarece que, antes do último
trimestre
quase nada será despendido nos países da yVmérica
mercadorias aue ven der.
Latina, da
Para obter o seu
verba total de um bi lhão e meio ou dois
objetivo com relação aos pontos relaciona
bilhões de dólares, re
servados para aquisi ções nos mesmos pai
ses pelas dezesseis
^ nações européias,
a serem beneficiadas pelo plano Mar shall, segundo o esquema estabele cido.
Só excepcionalmente se realizarão com pras antes da época mencionada, i
dos, a E.C.A. dispo rá de imenso poder de negociação, e em
face da escassez de dó'ares que aflige a América Latina, a política protelatória
que a E.C.A. adotou já está sendo con-
s dtrada como expressão dêsse poder. O comentário do "The Joumal "aí Commerce" assinala que a ação da
-r.
54
E.C.A - com relação às compras da América Latina não está bem definida;
e que, sem dúvida, em muitos casos, os
Dicesto Econômico
choques e dificuldades hão de ser re solvidos com critérios políticos, sob a orientação do Departamento do Estado.
A CRISE DO LIVRO Nelson Werneck Sodré
ÜNiBonA, no conjunto das operações do mundo comercial brasileiro, a
sua importância nunca tenha sido muito
grande, do .ponto de vista do volume de numerário em
'f
. '
I»» / j y. •
movimento, o comércio
senvolvimento, uma vitalidade que, mes mo em Face de sua apoucada impor
liaridades singulares. O comércio do livro surgiu, no Brasil, muito antes de sua indústria, e atravessando largo pe ríodo em que, por falta de indústria
própria, constituímos, mercado de ex pansão do livro feito fora do país. As
sim, o comércio precedeu a indústria, no setor do livro, e isso t.eve motivos
bem fundados.
Só quando êsse comér
Essa arritmin, que foi constante,"
importou na condenação aos esforços pa ra montagem de uma indústria que fi zesse do 1í\t:o, unicamente, a sua base.
A adaptação de indústiãa desse tipo a fina idades paralelas, embora viável, era menos fácil do que a da indústria gráfi ca comum à produção de 1í\tos.
Mas a própria indústria gráfica é relativamente recente, no Brasil.
Sua
história não data de muitos decênios.
Isso deriva de condições que nos fo ram próprias, e que tentaremos esbo çar. Muito se tem escrito a propósi
to das tentativas de introdução do aparelhamento gráfico, no Brasil, na fa.se
co'onial, e do interesse que a metrópole sempre teve em contrariar essas inicia
livro; c apareceu de duas formas; ou era uma indústria gráfica já constituí da que passava a alargar o seu âmbi
tivas, a tal ponto que a imprensa brasi'eira só apareceu com o advento da corte lusa do príncipe D. João. Está fora de dúvida que o aparelhamento
tra-marchas. que refletiam as situações
dé melhoria e de declínio, quando a in.tjk, I .
veis.
tância é que apareceu a indústria do
era uma indústria especifica, que sur gia desde logo dedicada ao Ií\to. Como é natural, o primeiro caso foi o corren te, e isso possibilitou as marchas e con-
te da atual situação econômica internacional, adotam regime estritamente limitado, incluindo entre as mercadorias de luxo quantidade sempre iruiior do produtos.
quando ela se desinteressava do livro, amparada por outros setores mais está
cio atingiu um nível de relativa impor
to de ação fazendo também o livro, ou
quanto os países importadores continuarem a seguir política rigidamente restritiva aas importações não essenciais e. volupiuárias. Todos o$ países importadores, dian
desorganização da economia mundial,
•dústria gráfica se dedicava ao 1í\to, ou
cado de livros, entre nós; tinha pecu
de Roma, relativamente ao assunto, possuem poucas prolísbilidades de e.dlo, en
cado de livros é apenas um reflexo da acarretada pela guerra.
cação que o acompanhava. Compor tando dois aspectos, o industrial e o co mercial, o problema da expansão do mer
^1'
Mostra o nosso co-
laborador que a aflitiva situação do mer
ascenção que prometia melhores tempos, em - particular se em confronto com o ■pouco que representava, em tempos mui•to-*próxiihos. *Era um comércio recen te, entre nós, e revelava, no seu de
dice de nosso progresso c da diversifi
que recentemente estiveram reunidos em San Remo. O rninistro Aícrzagora aludiu também a este problema, afirmãndò que todas as medidas adotadas pelo govêruo
do sumo interússe.
de livros, entre nós, teve uma fase de
tância, constituia-sc como relevante ín
As flores italianas dificilmente têm logrado vazão para o exterior. O govêriio vem desenvolvendo esforços no sentido de atender às solicitações dos cultivadores,
A matéria desenvolvida nesse artigo é
gráfico, mesmo nas condições insipien tes do tempo, foi consklerado com des confiança pelos dominadores do Bra sil, como em outras partes do mundo, e por outros povos colonizadores. Isso é uma vellia história.
O que parece
-r.
54
E.C.A - com relação às compras da América Latina não está bem definida;
e que, sem dúvida, em muitos casos, os
Dicesto Econômico
choques e dificuldades hão de ser re solvidos com critérios políticos, sob a orientação do Departamento do Estado.
A CRISE DO LIVRO Nelson Werneck Sodré
ÜNiBonA, no conjunto das operações do mundo comercial brasileiro, a
sua importância nunca tenha sido muito
grande, do .ponto de vista do volume de numerário em
'f
. '
I»» / j y. •
movimento, o comércio
senvolvimento, uma vitalidade que, mes mo em Face de sua apoucada impor
liaridades singulares. O comércio do livro surgiu, no Brasil, muito antes de sua indústria, e atravessando largo pe ríodo em que, por falta de indústria
própria, constituímos, mercado de ex pansão do livro feito fora do país. As
sim, o comércio precedeu a indústria, no setor do livro, e isso t.eve motivos
bem fundados.
Só quando êsse comér
Essa arritmin, que foi constante,"
importou na condenação aos esforços pa ra montagem de uma indústria que fi zesse do 1í\t:o, unicamente, a sua base.
A adaptação de indústiãa desse tipo a fina idades paralelas, embora viável, era menos fácil do que a da indústria gráfi ca comum à produção de 1í\tos.
Mas a própria indústria gráfica é relativamente recente, no Brasil.
Sua
história não data de muitos decênios.
Isso deriva de condições que nos fo ram próprias, e que tentaremos esbo çar. Muito se tem escrito a propósi
to das tentativas de introdução do aparelhamento gráfico, no Brasil, na fa.se
co'onial, e do interesse que a metrópole sempre teve em contrariar essas inicia
livro; c apareceu de duas formas; ou era uma indústria gráfica já constituí da que passava a alargar o seu âmbi
tivas, a tal ponto que a imprensa brasi'eira só apareceu com o advento da corte lusa do príncipe D. João. Está fora de dúvida que o aparelhamento
tra-marchas. que refletiam as situações
dé melhoria e de declínio, quando a in.tjk, I .
veis.
tância é que apareceu a indústria do
era uma indústria especifica, que sur gia desde logo dedicada ao Ií\to. Como é natural, o primeiro caso foi o corren te, e isso possibilitou as marchas e con-
te da atual situação econômica internacional, adotam regime estritamente limitado, incluindo entre as mercadorias de luxo quantidade sempre iruiior do produtos.
quando ela se desinteressava do livro, amparada por outros setores mais está
cio atingiu um nível de relativa impor
to de ação fazendo também o livro, ou
quanto os países importadores continuarem a seguir política rigidamente restritiva aas importações não essenciais e. volupiuárias. Todos o$ países importadores, dian
desorganização da economia mundial,
•dústria gráfica se dedicava ao 1í\to, ou
cado de livros, entre nós; tinha pecu
de Roma, relativamente ao assunto, possuem poucas prolísbilidades de e.dlo, en
cado de livros é apenas um reflexo da acarretada pela guerra.
cação que o acompanhava. Compor tando dois aspectos, o industrial e o co mercial, o problema da expansão do mer
^1'
Mostra o nosso co-
laborador que a aflitiva situação do mer
ascenção que prometia melhores tempos, em - particular se em confronto com o ■pouco que representava, em tempos mui•to-*próxiihos. *Era um comércio recen te, entre nós, e revelava, no seu de
dice de nosso progresso c da diversifi
que recentemente estiveram reunidos em San Remo. O rninistro Aícrzagora aludiu também a este problema, afirmãndò que todas as medidas adotadas pelo govêruo
do sumo interússe.
de livros, entre nós, teve uma fase de
tância, constituia-sc como relevante ín
As flores italianas dificilmente têm logrado vazão para o exterior. O govêriio vem desenvolvendo esforços no sentido de atender às solicitações dos cultivadores,
A matéria desenvolvida nesse artigo é
gráfico, mesmo nas condições insipien tes do tempo, foi consklerado com des confiança pelos dominadores do Bra sil, como em outras partes do mundo, e por outros povos colonizadores. Isso é uma vellia história.
O que parece
y ' * fmw^nr DicESTO
56
também fora de dúvida, entretanto, c não tem sido levado em consideração,
é que a introdução do aparelhamento grá fico corresponde a uma necessidade im periosa do meio; êle surge no seu mo
EcoNó>nco
teressar-se pelas técnicas materiais de transmissão da cultura, a imprensa, o
livro, o próprio ensino, eram reduzidís As possibilidades de aprendiza gem intelectual só existiam para os ele
simas.
mento, isto é, quando as circunstân
mentos da aristocracia rural, e esses, re
cias o solicitam. E, no Brasil colonial,
cebendo as primeiras letras nos colégios
como regra, tais circunstâncias não exis
religiosos, em particular nos dos jesuí
tiam. Não importa que, aqui e ali, nos
tas, iam cursar Coimbra, quando não
centros urbanos em que a atividade
outras e.scolas européias. Quando a in
gregária já havia levantado alguma coi
dependência entrega o mecanismo ad
sa de ponderável, tentativas frustras ti
ministrativo e político a êsses elementos,
vessem sido empreendidas, para a intro
verificamos que a maioria deles adqui
dução do aparelhamento gráfico: o que
riu o saber, em fontes externas, e a
importa é que não estava a colônia em
exemplíficação
condições de receber esse aparelhamen
Quem não se recorda de que a voz da Inconfidência Mineira chegou à Europa,
to; êle não encontraria acústica algu ma em seu meio, não encontraria a sua
seria longa e vulgar.
e aos ouvidos de um estadista norteamericano através de um estudante bra
r
DiCESTO
Econókoco
ministrado, e a permanência da necessi dade de seu aperfeiçoamento, para os elementos mais favorecidos, em escolas
européias. O que interessa é compreen
ção econômica, usavam o Francês habi tualmente, e liani em Francês. Muito
to gráfico, suas evidentes fraquezas e a
mais tarde é que o aparelhamento gráfico
mínima repercussão que ainda encontra va no meio, cujas transformações eram
português, que antecedeu bastante o nosso, encontrou e.xpansâo no nosso
lentas e cuja refratariedade ao papel im presso permanecia ainda muito acentua
mercado.
da.
Êsse aparelhamento grófico consistiu,
por largas décadas, num jogo rudimentaríssimo de tipos e de caixas de compo sição. Com êle, "fazia-se a imprensa sentada pelo pasquim, a fôIha em que um indivíduo
triarca da independência não fizera os
meio não estava maduro para dar um
seus estudos em diversos países da Eu
papel ao aparelhamento gráfico, e não o estava porque não gerara condições para isso. O que era o Brasil colonial,
ropa? No meio colonial teria sido im possível a êsses elementos a aquisição
mesmo às vésperas do advento da côrte bragantina? Um largo mundo rural,
geral, ou aquêles que constituem os ru-
impressão: primeiro se pararam-se impressor e au
dimentos da ciência. As técnicas mate
em que as populações se diluíam, domi nando os pequenos e apagados núcleos
riais de transmissão da "cultura, pois, não tinham lugar no meio colonial. Se a proibição não existisse, é possível que
tor intelectual, depois se
composto de u'a massa de escravos nu
elas tivessem chegado um pouco antes do que chegaram, mas os seus efeitos
merosa, de uma camada muito tênue
não teriam alterado o quadro que a es
de brancos pobres, fornecedores de mão-
trutura social o econômica impunha.
outros.
Nesse quadro, o povo era
de-obra a salário; de uma classe média
O advento da côrte lusa inauguro,
muito reduzida, e circunscrita aos núcleos
pràticamente, entre nós, o aparelhamen
mbanos, sem força e sem expressão; e
to gráfico, com a Impressão Régia, o
de uma espécie de aristocracia, consti tuída em tomo do grande domínio e fundada no trabalho servil, cujos interêsses estavam perfeitamente consoli
dados e que não poderia interessar-se pelo debate de qualquer problema. Nesse mundo, vasto pela expressão geo
gráfica, as camadas que poderiam in-
fazia tudo, era o impres-
sor, o escritor e o distri buidor. Foi muito lenta,
parou-se a distribuição, que ficava a car go das livrarias, não havendo venda avulsa de impressos, a que nos recusa mos conceder o título de jornais. A li vraria já aparecera, portanto, — e es távamos no limiar do comércio de li vros, mas bem distantes da indústria do livro. O comércio processava-se em âm
gue o seu curso: aparecem numerosas
of-cinas gráficas, e as escolas vão-se
Mas se não fazíamos o livro, donde nos
disseminando. Não nos interessa ana lisar as deficiências do ensino então
vinha êle, para ser objeto de comércio? Vinha principalmente da França, porque
ra baixo. Depois da independência e sob o Império, essa transformação se
tempos em tempos, alguma obra, ou de interesse" didático
ou de
político
— em
/ particular o opúsculo, trabalho de circunstância, pa ra atender a algum fim imediato, como "Ação, rea ção, transação", de Justiniano José da Rocha —
entre nós, a diversificação do trabalho, no ramo da
bito muito reduzido, e eslava ligado ao aparelhamento gráfico, como distribui dor dos pequenos jornais que existiam. A coincidência, em Evaristo da Ve'ga, por exemplo, da situação de homem de imprensa com a de livreiro, não foi pois fortuita, como parece à simples vista.
acarreta importantes alterações no apa relhamento do ensino, mas de cima pa
zia, demoradamente e precàriamente, de
foi bem tipicamente repre- ,
sileiro de Montpelier?
urbanos, francamente divorciados uns dos
Mas é ainda nas pequenas oficinas tipográficas que vamos encontrar as ori gens, meramente cronológicas, da in dústria do lisTO brasileiro: nelas se fa
da época, e essa imprensa"
cretizou em atos de polícia, o próprio
de conhecimentos, mesmo o de ordem
as camadas chamadas cultas, isto é. aquelas a que a aprendizagem inte lectual fora possibilitada, pela sua posi
der as peculiaridades do aparelhamen
função, por assim dizer. Assim, ha vendo a proibição formal, que se con
O próprio pa
67
ou mesmo de mais largo interesse, como os traba
lhos de Cairu. Não se fa
zia o livro, em regra, en tretanto, mas o folheto, de circulação
restrita e de aplicação rápida, mesmo porque o aparelhamento material, para fazer o livro, era precário, consistia no mesmo aparelhamento que fazia o jor nal — o livro era composto e impresso ra^smo sistema, e isso não pode ser admitido como indústria, naturalmente, e adquire um interêsse de ordem cro nológica.
As lentas e sucessivas transformações na vida brasileira, em particular a disso ciação progressiva da estrutura econômi ca que assentava no grande domínio e
na propriedade servil, foram alargando a esfera de influência do aparelhamento gráfico existente, enquanto as inovações técnicas lhe proporcionavam os meios
y ' * fmw^nr DicESTO
56
também fora de dúvida, entretanto, c não tem sido levado em consideração,
é que a introdução do aparelhamento grá fico corresponde a uma necessidade im periosa do meio; êle surge no seu mo
EcoNó>nco
teressar-se pelas técnicas materiais de transmissão da cultura, a imprensa, o
livro, o próprio ensino, eram reduzidís As possibilidades de aprendiza gem intelectual só existiam para os ele
simas.
mento, isto é, quando as circunstân
mentos da aristocracia rural, e esses, re
cias o solicitam. E, no Brasil colonial,
cebendo as primeiras letras nos colégios
como regra, tais circunstâncias não exis
religiosos, em particular nos dos jesuí
tiam. Não importa que, aqui e ali, nos
tas, iam cursar Coimbra, quando não
centros urbanos em que a atividade
outras e.scolas européias. Quando a in
gregária já havia levantado alguma coi
dependência entrega o mecanismo ad
sa de ponderável, tentativas frustras ti
ministrativo e político a êsses elementos,
vessem sido empreendidas, para a intro
verificamos que a maioria deles adqui
dução do aparelhamento gráfico: o que
riu o saber, em fontes externas, e a
importa é que não estava a colônia em
exemplíficação
condições de receber esse aparelhamen
Quem não se recorda de que a voz da Inconfidência Mineira chegou à Europa,
to; êle não encontraria acústica algu ma em seu meio, não encontraria a sua
seria longa e vulgar.
e aos ouvidos de um estadista norteamericano através de um estudante bra
r
DiCESTO
Econókoco
ministrado, e a permanência da necessi dade de seu aperfeiçoamento, para os elementos mais favorecidos, em escolas
européias. O que interessa é compreen
ção econômica, usavam o Francês habi tualmente, e liani em Francês. Muito
to gráfico, suas evidentes fraquezas e a
mais tarde é que o aparelhamento gráfico
mínima repercussão que ainda encontra va no meio, cujas transformações eram
português, que antecedeu bastante o nosso, encontrou e.xpansâo no nosso
lentas e cuja refratariedade ao papel im presso permanecia ainda muito acentua
mercado.
da.
Êsse aparelhamento grófico consistiu,
por largas décadas, num jogo rudimentaríssimo de tipos e de caixas de compo sição. Com êle, "fazia-se a imprensa sentada pelo pasquim, a fôIha em que um indivíduo
triarca da independência não fizera os
meio não estava maduro para dar um
seus estudos em diversos países da Eu
papel ao aparelhamento gráfico, e não o estava porque não gerara condições para isso. O que era o Brasil colonial,
ropa? No meio colonial teria sido im possível a êsses elementos a aquisição
mesmo às vésperas do advento da côrte bragantina? Um largo mundo rural,
geral, ou aquêles que constituem os ru-
impressão: primeiro se pararam-se impressor e au
dimentos da ciência. As técnicas mate
em que as populações se diluíam, domi nando os pequenos e apagados núcleos
riais de transmissão da "cultura, pois, não tinham lugar no meio colonial. Se a proibição não existisse, é possível que
tor intelectual, depois se
composto de u'a massa de escravos nu
elas tivessem chegado um pouco antes do que chegaram, mas os seus efeitos
merosa, de uma camada muito tênue
não teriam alterado o quadro que a es
de brancos pobres, fornecedores de mão-
trutura social o econômica impunha.
outros.
Nesse quadro, o povo era
de-obra a salário; de uma classe média
O advento da côrte lusa inauguro,
muito reduzida, e circunscrita aos núcleos
pràticamente, entre nós, o aparelhamen
mbanos, sem força e sem expressão; e
to gráfico, com a Impressão Régia, o
de uma espécie de aristocracia, consti tuída em tomo do grande domínio e fundada no trabalho servil, cujos interêsses estavam perfeitamente consoli
dados e que não poderia interessar-se pelo debate de qualquer problema. Nesse mundo, vasto pela expressão geo
gráfica, as camadas que poderiam in-
fazia tudo, era o impres-
sor, o escritor e o distri buidor. Foi muito lenta,
parou-se a distribuição, que ficava a car go das livrarias, não havendo venda avulsa de impressos, a que nos recusa mos conceder o título de jornais. A li vraria já aparecera, portanto, — e es távamos no limiar do comércio de li vros, mas bem distantes da indústria do livro. O comércio processava-se em âm
gue o seu curso: aparecem numerosas
of-cinas gráficas, e as escolas vão-se
Mas se não fazíamos o livro, donde nos
disseminando. Não nos interessa ana lisar as deficiências do ensino então
vinha êle, para ser objeto de comércio? Vinha principalmente da França, porque
ra baixo. Depois da independência e sob o Império, essa transformação se
tempos em tempos, alguma obra, ou de interesse" didático
ou de
político
— em
/ particular o opúsculo, trabalho de circunstância, pa ra atender a algum fim imediato, como "Ação, rea ção, transação", de Justiniano José da Rocha —
entre nós, a diversificação do trabalho, no ramo da
bito muito reduzido, e eslava ligado ao aparelhamento gráfico, como distribui dor dos pequenos jornais que existiam. A coincidência, em Evaristo da Ve'ga, por exemplo, da situação de homem de imprensa com a de livreiro, não foi pois fortuita, como parece à simples vista.
acarreta importantes alterações no apa relhamento do ensino, mas de cima pa
zia, demoradamente e precàriamente, de
foi bem tipicamente repre- ,
sileiro de Montpelier?
urbanos, francamente divorciados uns dos
Mas é ainda nas pequenas oficinas tipográficas que vamos encontrar as ori gens, meramente cronológicas, da in dústria do lisTO brasileiro: nelas se fa
da época, e essa imprensa"
cretizou em atos de polícia, o próprio
de conhecimentos, mesmo o de ordem
as camadas chamadas cultas, isto é. aquelas a que a aprendizagem inte lectual fora possibilitada, pela sua posi
der as peculiaridades do aparelhamen
função, por assim dizer. Assim, ha vendo a proibição formal, que se con
O próprio pa
67
ou mesmo de mais largo interesse, como os traba
lhos de Cairu. Não se fa
zia o livro, em regra, en tretanto, mas o folheto, de circulação
restrita e de aplicação rápida, mesmo porque o aparelhamento material, para fazer o livro, era precário, consistia no mesmo aparelhamento que fazia o jor nal — o livro era composto e impresso ra^smo sistema, e isso não pode ser admitido como indústria, naturalmente, e adquire um interêsse de ordem cro nológica.
As lentas e sucessivas transformações na vida brasileira, em particular a disso ciação progressiva da estrutura econômi ca que assentava no grande domínio e
na propriedade servil, foram alargando a esfera de influência do aparelhamento gráfico existente, enquanto as inovações técnicas lhe proporcionavam os meios
DlGJtSTO Econóxuco
58
<le acompanhar aquelas transformações. Enquanto a imprensa vai assumindo pa pel de relativa importância, e o ensirío
enviadas a empresas gráficas no estran
vai-se difund ndo, o Brasil se toma apre
presso na Alemanha; outros, em maior número, tornando i.sso quase habitual,
geiro. Machado de Assis é impresso na França, como Gonçalves Dias fôra im
ciável mercado para a indústria do li vro estrangeiro, em particular a portu
:,cráo impresso.s em Portugal. E' o gran
guesa. No fim do século XIX é essa a
de momento da indústria gráfica lusa,
situação, quando a existência de camada
de leitores suficiente faz com que apa reçam algumas livrarias, nas grandes ci dades, em regra de capitais estrangei ros, e dirigidas por gente que vem ao Brasil exercer um mister profissional que já traz de sua terra: é o caso das lojas francesas de livros, em São Paulo
ÜICKÍ»'H>
Econóauco
59
pela adaptação" do aparclhamento grá
que x-amos atravessando, uma atix iclade
fico cx"slcntc, não especificamente des
editorial de relativa importância, cuja
tinado ao livro, a ês.sc gênero de produ ção gráfica. Verificaremos que, ainda ho
parte comercial parecia consolidada e dustrial. Essa atividade, diminuta em
Brasil, po.s.sui oficinas gráficas próprias,
bora, 110 quadro geral da vida econômi
unicamente destinadas a atender à con
ca do país, ia em níveis crescentes e
amparada no mercado brasi'ciro, refle
fecção do livro. Uma, que o possui, já
adquirira linhas próprias encontrando o
tindo-se até no plano literário, come é frisante o c-xemplo de Eça de Queirós, um escritor típico do sécu'o XIX, cuja
estabc'ecera a sua posição no comércio
seu justo lugar. A difusão do Uxtq pa
gráficoj- quando inaugurou a parte edi
recia anunciar sempre melhores dias, porque não era possível admitir que se
popularidade é fcltn no Brasil. Êsse quadro atravessa os primeiros de cênios da fase republicana — o período
do livreiro Alves, por assim dizer, por
torial cie suas atividades — o o .setor co
mercial, na parte não ligada ao livro, c que permaneceu mantendo a solidez da emprêsa em questão.
Não há uma
ligação de processo, entre as duas ati
e no Rio de Janeiro, particularmente na
que êsse coineroianle português estabe
vidades, mas uma ligação de coinci
capital do país, em que a Ca.sa Garnier encontra um lugar destacado, a tal pon
lece, entre nós, urn quadro completo
dência.
to que não é possível escrever-se a his
nhas muito simples: ele edita, imprime e distribui no Brasil. Com isso chega a
tória literária do nosso país sem uma re ferencia a essa livraria, aquela que, pràtinamente, inaugurou a atividade edi torial brasileira.
Essa atividade apare
ce, então, na segunda metade do sécu
lo XIX — em seguida a uma fase de transição, quando o escritor se apoiava em uma impressora, e quando o impressor se confundia como o homem de le
tras.
Como exemplo dêste último caso
verificamos o de Paula Brito, em tôrno
de cuja oficina alguns dos mais desta-' cados escritores da época exerceram suas atividades intelectuais, entre os quais
se encontrava o próprio Machado de Assis. Machado vai-se tornar, logo de
pois, em obediência ao processo natural das coisas, um cliente de Gamier, e um
freqüentador habilaxal dessa livraria. Inaugurada a atividade editorial — no sentido em que aparece a profissão de editor, aquele que assume a responsa bilidade financeira do livro, e faz dela comércio — não se inaugura, entretan
to, a indústria do livro, porque as obras empreitadas pelo editor, no Brasil, são
que não conseguira firmar a parte in
je, nenhuma das empresas editoras, no
da atividade editorial, embora em li
enriquecer e, tendo atraído a estima dos escritores, que viviam em tôrno de sua livraria, acaba por tornar-se o mecenas de uma instituição de escritores, n Aca demia Brasileira de Letras. Estava, pois, esboçada a situação em que se poderia
viesse a ler menos no nosso país, ao contrario tudo indicando que sempre se viesse a ler mais, a comprar mais livros, portanto, a fazer do H\to uma coisa mais usada, a dar-lhe uma im portância crescente. A fase
culm-.nante desse período,
Desde logo, pois, é per mitida a ilação de que não
que se jamais foi de bonança,
existiu, e não existe, entre
foi ao menos de estabilidade
nós, a .indústria do livro. O que existe é o comércio de livros, amparado, num
feliz, processou-se desde a vitória da revoVção de 1930
até o irrompimento do gran de conflito mundial cujas
aparclhamento industrial em que o livro c material sub
conseqüências vamos todos
sidiário quase sempre. E essa indústria
sofrendo. Já nos seus primeiros anos, as
inaugurar a atividade editorial em seu amplo sentido, com o estabelecimento da
não apareceu porque não lhe foi pos sível, e não porque dependesse da von
nuvens
indústria de livros, a etapa que faltava. O interessante do processo cujas li nhas vamos esboçando, entretanto, é que
tade dos interessados nela.
Ao contrá
ção que não chegara a consolidar-se.
rio, a tendênc a natural, muitas vêzes es
A grande esperança, porém, estava no
tudada, e algumas vezes tentada, foi a
pós-guerra,' no restabelecimento da nor
começaram
a
se
avolumar,
ameaçadoras, em tôrno de uma situa
malidade, no reatamento de relações
já tardio, não chega a se firmar. O grande empreendimento de Monteiro
da posse, por parte do comerciante de livros, do setor industrial corresponden te, tomando-se independente das ofici
Lobato, quando a situação geral do
nas gráficas existentes, nas quais o livro,
comerciais em bases finnes, seguras e, principalmente, estáveis. Seria o período áureo, segundo todos esperavam, aque
permanecendo produção subsidiária, e
le em que se firmaria de vez a atividade
não deixando grande margem de lucros, vai encontrando resistências, que se tra duzem numa alta de preços que acabou, hoje, reFetindo-se fortemente na parte comercial, quando, precisamente, a ca pacidade aquisitiva da população vai
editorial brasileira, aquêle em quu^ o li
o estabelecimento da indústria do Iívto,
país parece anunciar o acabamento do processo editorial, fracassa justamente pela mistura da atividade editorial á indústria do livro, pela posse, por parte
de uma empresa editora, de oficina grá fica destinada unicamente a fazer li vros. Tendo esbarrado nesse obstácu lo, a atividade editorial. encontra . um
atalho: faz a parte comercial do proces•so, enquanto a parte industrial ó feita
caindo.
Mas, através de todos êsses atalhos es tabeleceu-se no Brasil, em fase recente.
vro. num Brasil em franco dcsen\'olvi-
iiiento e com uma indústria que sc apa-
re'liaria para manter as posições já con quistadas e para desdobrai-se ainda mais, acabaria por encontrar a sua posição jus ta, acabando o processo que \ànha so frendo, e possivelmente levando-o até o
estabelecimento, finalmente, de uma in-
DlGJtSTO Econóxuco
58
<le acompanhar aquelas transformações. Enquanto a imprensa vai assumindo pa pel de relativa importância, e o ensirío
enviadas a empresas gráficas no estran
vai-se difund ndo, o Brasil se toma apre
presso na Alemanha; outros, em maior número, tornando i.sso quase habitual,
geiro. Machado de Assis é impresso na França, como Gonçalves Dias fôra im
ciável mercado para a indústria do li vro estrangeiro, em particular a portu
:,cráo impresso.s em Portugal. E' o gran
guesa. No fim do século XIX é essa a
de momento da indústria gráfica lusa,
situação, quando a existência de camada
de leitores suficiente faz com que apa reçam algumas livrarias, nas grandes ci dades, em regra de capitais estrangei ros, e dirigidas por gente que vem ao Brasil exercer um mister profissional que já traz de sua terra: é o caso das lojas francesas de livros, em São Paulo
ÜICKÍ»'H>
Econóauco
59
pela adaptação" do aparclhamento grá
que x-amos atravessando, uma atix iclade
fico cx"slcntc, não especificamente des
editorial de relativa importância, cuja
tinado ao livro, a ês.sc gênero de produ ção gráfica. Verificaremos que, ainda ho
parte comercial parecia consolidada e dustrial. Essa atividade, diminuta em
Brasil, po.s.sui oficinas gráficas próprias,
bora, 110 quadro geral da vida econômi
unicamente destinadas a atender à con
ca do país, ia em níveis crescentes e
amparada no mercado brasi'ciro, refle
fecção do livro. Uma, que o possui, já
adquirira linhas próprias encontrando o
tindo-se até no plano literário, come é frisante o c-xemplo de Eça de Queirós, um escritor típico do sécu'o XIX, cuja
estabc'ecera a sua posição no comércio
seu justo lugar. A difusão do Uxtq pa
gráficoj- quando inaugurou a parte edi
recia anunciar sempre melhores dias, porque não era possível admitir que se
popularidade é fcltn no Brasil. Êsse quadro atravessa os primeiros de cênios da fase republicana — o período
do livreiro Alves, por assim dizer, por
torial cie suas atividades — o o .setor co
mercial, na parte não ligada ao livro, c que permaneceu mantendo a solidez da emprêsa em questão.
Não há uma
ligação de processo, entre as duas ati
e no Rio de Janeiro, particularmente na
que êsse coineroianle português estabe
vidades, mas uma ligação de coinci
capital do país, em que a Ca.sa Garnier encontra um lugar destacado, a tal pon
lece, entre nós, urn quadro completo
dência.
to que não é possível escrever-se a his
nhas muito simples: ele edita, imprime e distribui no Brasil. Com isso chega a
tória literária do nosso país sem uma re ferencia a essa livraria, aquela que, pràtinamente, inaugurou a atividade edi torial brasileira.
Essa atividade apare
ce, então, na segunda metade do sécu
lo XIX — em seguida a uma fase de transição, quando o escritor se apoiava em uma impressora, e quando o impressor se confundia como o homem de le
tras.
Como exemplo dêste último caso
verificamos o de Paula Brito, em tôrno
de cuja oficina alguns dos mais desta-' cados escritores da época exerceram suas atividades intelectuais, entre os quais
se encontrava o próprio Machado de Assis. Machado vai-se tornar, logo de
pois, em obediência ao processo natural das coisas, um cliente de Gamier, e um
freqüentador habilaxal dessa livraria. Inaugurada a atividade editorial — no sentido em que aparece a profissão de editor, aquele que assume a responsa bilidade financeira do livro, e faz dela comércio — não se inaugura, entretan
to, a indústria do livro, porque as obras empreitadas pelo editor, no Brasil, são
que não conseguira firmar a parte in
je, nenhuma das empresas editoras, no
da atividade editorial, embora em li
enriquecer e, tendo atraído a estima dos escritores, que viviam em tôrno de sua livraria, acaba por tornar-se o mecenas de uma instituição de escritores, n Aca demia Brasileira de Letras. Estava, pois, esboçada a situação em que se poderia
viesse a ler menos no nosso país, ao contrario tudo indicando que sempre se viesse a ler mais, a comprar mais livros, portanto, a fazer do H\to uma coisa mais usada, a dar-lhe uma im portância crescente. A fase
culm-.nante desse período,
Desde logo, pois, é per mitida a ilação de que não
que se jamais foi de bonança,
existiu, e não existe, entre
foi ao menos de estabilidade
nós, a .indústria do livro. O que existe é o comércio de livros, amparado, num
feliz, processou-se desde a vitória da revoVção de 1930
até o irrompimento do gran de conflito mundial cujas
aparclhamento industrial em que o livro c material sub
conseqüências vamos todos
sidiário quase sempre. E essa indústria
sofrendo. Já nos seus primeiros anos, as
inaugurar a atividade editorial em seu amplo sentido, com o estabelecimento da
não apareceu porque não lhe foi pos sível, e não porque dependesse da von
nuvens
indústria de livros, a etapa que faltava. O interessante do processo cujas li nhas vamos esboçando, entretanto, é que
tade dos interessados nela.
Ao contrá
ção que não chegara a consolidar-se.
rio, a tendênc a natural, muitas vêzes es
A grande esperança, porém, estava no
tudada, e algumas vezes tentada, foi a
pós-guerra,' no restabelecimento da nor
começaram
a
se
avolumar,
ameaçadoras, em tôrno de uma situa
malidade, no reatamento de relações
já tardio, não chega a se firmar. O grande empreendimento de Monteiro
da posse, por parte do comerciante de livros, do setor industrial corresponden te, tomando-se independente das ofici
Lobato, quando a situação geral do
nas gráficas existentes, nas quais o livro,
comerciais em bases finnes, seguras e, principalmente, estáveis. Seria o período áureo, segundo todos esperavam, aque
permanecendo produção subsidiária, e
le em que se firmaria de vez a atividade
não deixando grande margem de lucros, vai encontrando resistências, que se tra duzem numa alta de preços que acabou, hoje, reFetindo-se fortemente na parte comercial, quando, precisamente, a ca pacidade aquisitiva da população vai
editorial brasileira, aquêle em quu^ o li
o estabelecimento da indústria do Iívto,
país parece anunciar o acabamento do processo editorial, fracassa justamente pela mistura da atividade editorial á indústria do livro, pela posse, por parte
de uma empresa editora, de oficina grá fica destinada unicamente a fazer li vros. Tendo esbarrado nesse obstácu lo, a atividade editorial. encontra . um
atalho: faz a parte comercial do proces•so, enquanto a parte industrial ó feita
caindo.
Mas, através de todos êsses atalhos es tabeleceu-se no Brasil, em fase recente.
vro. num Brasil em franco dcsen\'olvi-
iiiento e com uma indústria que sc apa-
re'liaria para manter as posições já con quistadas e para desdobrai-se ainda mais, acabaria por encontrar a sua posição jus ta, acabando o processo que \ànha so frendo, e possivelmente levando-o até o
estabelecimento, finalmente, de uma in-
ffTTTTTin
Dicesto
60
Eco.Móxnco yr
dústria própria, estreitamente iigada à atividade editorial e nítido acabamento dela.
O que se vem assistindo, de dois ou três anos para cá, desde o término da guerra, porém, é justamente o reverso
tais, e ainda que se lhe abra um sis tema especial de crédito bancário, a exemplo do que já:Se fôz na Argentina —
O lucro nas cooperativas
a situação não encontrará perspectivas de
DjAcm Menezes
estabilização, menos ainda de retômo
(Professor Catedrático da Universidade do Brasil)
ao desenvolvimento.
daquilo que se esperava: em vez de
E' que, na verdade, tal situação não
o expor os objetivos
côres claras e risonhas, as escuras côres
se limita ao nosso país; ela é geral, e
e as linhas mais
de uma situação que se agravou a tal
acometeu o livro em todos os países com
'os quais temos relações comerciais. Gri
gerais das socie-
ponto que já não pode piorar. Nem se
dades
cooperati-
esboçou o acabamento que levaria ao
tam os editores argentinos e gritam os
vas (1), dissemos
estabelecimento de uma indústria do li
franceses c norte-americanos, e conti
vro — e a empresa que tentou isso acaba
nuam a clamar aquôles que, em busca de
que Charles Gide e outros incorreram em certa confusão ao afirmar que tais
:K«n;
o autor do prcsetUc artigo adota o se guinte enunciado: o fito de abolir o
lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas, embora admita
que na prática não seja êle eliminado.
de vender o seu aparelhamento gráfico —
mão-de-obra barata, ou por outros mo
entidades poderiam ser definidas como
e ainda o próprio comércio, o setor em que o livro parecia ter chegado a fir-
tivos, deslocaram as suas emprêsas para
"organismos que eliminavam o lucro".
O.S países de economia colonial ou semi-colonial. E' que, na verdade, a si
Então, apontamos as notas que distin
é que, na cooperativa, devem volver
tuação do mercado de livros apenas re flete a situação geral da economia mun
guem a emprêsa capitalista da coopera
as sobras aos associados cm proporção
tiva: esta não se propõe alcançar lu cros comerciais; destina os benefícios
lizar. Essa sobra não é propriamente
mar-se, vai perdendo as suas forças, a tal ponto que depois de ter sido referida
uma positiva crise do livro, já se pode encarar uma derrocada total.
Os pa
dial, totalmente desorganizada pela guer ra, e totalmente apreensiva ante as pers
às compras que cada qual venha a rea
realizados a obras desinteressadas, ou
um lucro alcançado durante o exercício
os redistribui entre seus membros pro
financeiro, pois, se há excedente, êste
ou vendas feitas e não ao capital so
resulta, não da necessidade de rendi mento nas transações efetuadas pelos
liativos propostos, e alguns efetivados, como a isenção de gravames sôbre a entrada de papel para a indústria de li vros (embora complicada por sistema burocrático infernal) não chegaram a atenuar o quadro apresentado. Para
crescente desorganização da economia re fletiu-se mais fundamente na alta geral
agravá-lo, ao contrário, aumentara.m con-
da vida, e o livro ficou relegado a mer
Colhendo êsses trechos, um estudioso
sideràvelmente os preços da mão-deobra, dos fretes, e agora se espera o das taxas postais, nas quais o próprio livro
cadoria de terceira urgência, posta fora
tenção da cooperativa."
do alcance de camadas numerosas cujo poder aquisitivo entrou em positivo de
do assunto teceu uma crítica ponderada em tôrno do assunto.
- Como bem afirmou Adolfo Grodillm,
didático encontrará, um aumento de
clínio e atravessa níveis incompatíveis
zada, que se fundamenta em autores
500%.
com a cultura.
famosos, repetidamente nomeados na li teratura cooperativista, não valeria a
A situação se apresenta tão agravada que é possível afirmar que, mesmo que
a administração pública favoreça o co mércio de livros com todas as isenções,
mesmo que seja êle beneficiado com as mais baixas taxas de transporte e pos
pectivas de novo conflito, em vez de posta diante de situação de perspectivas de restabelecimento da normalidade. A
Enquanto, pois, tal situação não cami nhar para uma solução — em particu lar nos países de estrutura econômica
precária, como o Brasil — resta assistir a esse espetáculo, bem característico de um fim de época: a derrocada do Iínto.
porcionalmente ao vulto das compras cial realizado etc.; e citamos a frase de
associados na cooperativa, porém em vir
Gide, para concluir que "o lucro sub
tude de se cobrar destes uma certa ta-
siste".
.\a pelas operações realizadas, tendo em vista cobrir as despesas com a manu
Se o critico não
exprimisse uma opinião bem generali
pena certamente virmos examinar, com mais pormenores, as razões que nos le varam às conclusões impugnadas. Pas samos a desfiar o pensamento formula
do na crítica para analisar o que in teressa ao nosso ângulo de vista.
"...Quem estuda a doutrina coope rativista sabe perfeitamente que um dos princípios fundamentais estabelecidos pe los pioneiros de Rochsdale, "repetidos hoje como verdadeiras regras consagra das" — no dizer de Nicolas Repetto —
a divisão daquilo que chamamos lucros nas sociedades cooperativas de consu mo, entre os associados, na proporção
das compras por êles feitas, importa na propna eliminação do Uicro. "Porque dizer-se que será restituído àqueles de
hio"^' ^2)"''''^° ^
Fábio Luz, que é sem fa\or uma das nossas maiores competências no assun
to, ofemceu ao crítico citado o apoio doutrinário que é aliás corrente na li teratura cooperativista.
Poderia ainda
ter transcrito outras passagens mais con cludentes:
"Os lucros que distribui são simples
ffTTTTTin
Dicesto
60
Eco.Móxnco yr
dústria própria, estreitamente iigada à atividade editorial e nítido acabamento dela.
O que se vem assistindo, de dois ou três anos para cá, desde o término da guerra, porém, é justamente o reverso
tais, e ainda que se lhe abra um sis tema especial de crédito bancário, a exemplo do que já:Se fôz na Argentina —
O lucro nas cooperativas
a situação não encontrará perspectivas de
DjAcm Menezes
estabilização, menos ainda de retômo
(Professor Catedrático da Universidade do Brasil)
ao desenvolvimento.
daquilo que se esperava: em vez de
E' que, na verdade, tal situação não
o expor os objetivos
côres claras e risonhas, as escuras côres
se limita ao nosso país; ela é geral, e
e as linhas mais
de uma situação que se agravou a tal
acometeu o livro em todos os países com
'os quais temos relações comerciais. Gri
gerais das socie-
ponto que já não pode piorar. Nem se
dades
cooperati-
esboçou o acabamento que levaria ao
tam os editores argentinos e gritam os
vas (1), dissemos
estabelecimento de uma indústria do li
franceses c norte-americanos, e conti
vro — e a empresa que tentou isso acaba
nuam a clamar aquôles que, em busca de
que Charles Gide e outros incorreram em certa confusão ao afirmar que tais
:K«n;
o autor do prcsetUc artigo adota o se guinte enunciado: o fito de abolir o
lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas, embora admita
que na prática não seja êle eliminado.
de vender o seu aparelhamento gráfico —
mão-de-obra barata, ou por outros mo
entidades poderiam ser definidas como
e ainda o próprio comércio, o setor em que o livro parecia ter chegado a fir-
tivos, deslocaram as suas emprêsas para
"organismos que eliminavam o lucro".
O.S países de economia colonial ou semi-colonial. E' que, na verdade, a si
Então, apontamos as notas que distin
é que, na cooperativa, devem volver
tuação do mercado de livros apenas re flete a situação geral da economia mun
guem a emprêsa capitalista da coopera
as sobras aos associados cm proporção
tiva: esta não se propõe alcançar lu cros comerciais; destina os benefícios
lizar. Essa sobra não é propriamente
mar-se, vai perdendo as suas forças, a tal ponto que depois de ter sido referida
uma positiva crise do livro, já se pode encarar uma derrocada total.
Os pa
dial, totalmente desorganizada pela guer ra, e totalmente apreensiva ante as pers
às compras que cada qual venha a rea
realizados a obras desinteressadas, ou
um lucro alcançado durante o exercício
os redistribui entre seus membros pro
financeiro, pois, se há excedente, êste
ou vendas feitas e não ao capital so
resulta, não da necessidade de rendi mento nas transações efetuadas pelos
liativos propostos, e alguns efetivados, como a isenção de gravames sôbre a entrada de papel para a indústria de li vros (embora complicada por sistema burocrático infernal) não chegaram a atenuar o quadro apresentado. Para
crescente desorganização da economia re fletiu-se mais fundamente na alta geral
agravá-lo, ao contrário, aumentara.m con-
da vida, e o livro ficou relegado a mer
Colhendo êsses trechos, um estudioso
sideràvelmente os preços da mão-deobra, dos fretes, e agora se espera o das taxas postais, nas quais o próprio livro
cadoria de terceira urgência, posta fora
tenção da cooperativa."
do alcance de camadas numerosas cujo poder aquisitivo entrou em positivo de
do assunto teceu uma crítica ponderada em tôrno do assunto.
- Como bem afirmou Adolfo Grodillm,
didático encontrará, um aumento de
clínio e atravessa níveis incompatíveis
zada, que se fundamenta em autores
500%.
com a cultura.
famosos, repetidamente nomeados na li teratura cooperativista, não valeria a
A situação se apresenta tão agravada que é possível afirmar que, mesmo que
a administração pública favoreça o co mércio de livros com todas as isenções,
mesmo que seja êle beneficiado com as mais baixas taxas de transporte e pos
pectivas de novo conflito, em vez de posta diante de situação de perspectivas de restabelecimento da normalidade. A
Enquanto, pois, tal situação não cami nhar para uma solução — em particu lar nos países de estrutura econômica
precária, como o Brasil — resta assistir a esse espetáculo, bem característico de um fim de época: a derrocada do Iínto.
porcionalmente ao vulto das compras cial realizado etc.; e citamos a frase de
associados na cooperativa, porém em vir
Gide, para concluir que "o lucro sub
tude de se cobrar destes uma certa ta-
siste".
.\a pelas operações realizadas, tendo em vista cobrir as despesas com a manu
Se o critico não
exprimisse uma opinião bem generali
pena certamente virmos examinar, com mais pormenores, as razões que nos le varam às conclusões impugnadas. Pas samos a desfiar o pensamento formula
do na crítica para analisar o que in teressa ao nosso ângulo de vista.
"...Quem estuda a doutrina coope rativista sabe perfeitamente que um dos princípios fundamentais estabelecidos pe los pioneiros de Rochsdale, "repetidos hoje como verdadeiras regras consagra das" — no dizer de Nicolas Repetto —
a divisão daquilo que chamamos lucros nas sociedades cooperativas de consu mo, entre os associados, na proporção
das compras por êles feitas, importa na propna eliminação do Uicro. "Porque dizer-se que será restituído àqueles de
hio"^' ^2)"''''^° ^
Fábio Luz, que é sem fa\or uma das nossas maiores competências no assun
to, ofemceu ao crítico citado o apoio doutrinário que é aliás corrente na li teratura cooperativista.
Poderia ainda
ter transcrito outras passagens mais con cludentes:
"Os lucros que distribui são simples
Dir.ESTO DicESTü
62
restituições do que foi cobrado a mais
o lucro com "salário de uma espécie
para as necessárias despesas da coopera tiva. Chamam-se, com propriedade,
particular de trabalho, o trabalho de inspcçfio e direção", porque seu \-alor dependia também da quantidade de cap tais empregados. (4) Ricardo, for
sobras. Têm o caráter de um retorno, de um reembolso, de uma economia ■
t
feita." (3)
Não adiantara alongar variantes em tórno dessas afirmações, que são pro-
P posições pacíficas para os teóricos do
Ecokónhco
63
Econômico
mulando exemplos em que se combinam os fatores produtivos em graus diver
sos, procura estudar as variações a que
cooperativismo. A doutrina visa a abo
obedece a taxa de lucro, sem dar-nos uma conceituação c'ara de suas intcr-re-
lição do lucro. E' o seu objetivo, a fi nalidade que devem alcançar. A análi
lações. Mas sua intuição genial apreen deu as determinações essenciais do pro
se econômica, porém, não d scute a fi-
blema: a influência
na'idade que miram os doutrinadores,
capital e suas relações com o volume
da estrutura do
— mas examina a realidade econômica,
de emprego e o nível de salário. (5)
o va'or dos "slocks" de instalação, ma teriais etc., no fim e no comêço do ano,
c considerada como uma parte dc seus
réditos ou como parte dc suas despc.sas, conforme tenha havido um acrésci
mo ou decréscimo de valor.
O que
trabalho no preço de custo, auiuentado ou diminuído o lucro." (lo) Balanço das citações anteriores
E possível inferir das citações esparsamente feitas algumas conseqüências.
resta de seus lucros, depo-s de deduzir
As divergências na definição do lucro
os juros de seu capital segundo a taxa
se restringem ao seguinte: devemos in
corrente, tem geralmente o nome de benefícios da emprêsa ou da adminis
cluir o juro? De\emos incluir a retribui
tração (oarnings of underlaking or inanagement). A razão em que seus lu
lidade de elemento ativo, na direção
cros anuais estão
alheios? Por vezes, chegou-se a dilatar
seu capital é
ção do empresário - capitalista na qua e aplicação dos capitais próprios e tanto o conceito de lucro — que se fa
chamada taxa de lucros." Em escritores modernos, ouvimos a
lou no salário como lucro do trabalha
dor. Também se aludiu nos braços o pernas como capitais produtkos. E ain da outras aventuras terminológicas -
onde se configuram aqueles organismos,
Malthus discrimina o lucro bruto do
conceituação que é empregada habitual
na sua atividade prática, dentro das re lações sociais e de seus processos. Elím'nar-se-á o lucro? A pergunta susci
capital em lucro líquido ou juro e o lucro que deriva da "indústria, habih-
mente. Diz Boulding: "O conceito co mum de lucro é que é a d fercnça en
dadc e organização" (6). Retomando
tre dinheiro recebido por uma transação
mais claramente essa sugestão, Mac Cul-
e dinheiro pago."
logh discrimina ò juro e os salários ou remuneração do capitalista por sua habiidade e preocupação (trouhle) no
que essa diferença, mera categoria contábí', não pode medir o lucro, porquan to dela poderia ser incluído ou excluído o valor do trabalho do empresário, — conc'ui que os lucros dum negócio, num
re as faculdades industriosas, que asse
dado período de tempo, é a dferença
ções sumariadas: a diferença entre a im
ta divergências. Cide e muitos mais respondem que sim; Perroux e outros
muitos, que não. E' o que vamos ver, grosso modo.
supçrintender o emprego de seus capi O conceito de lucro
tais quanto aos riscos correntes.
John
Stuart Mill, sob a denominação de lu
Para isso, deveremos partir da per gunta seguinte: que é o
lucro?
Vamos
conceituação
talista, quer oriundos da pro
responder
acompanhando ràpidamente sua
cro, engloba todos os ganhos do capi
- " ^
.
histórica
através de alguns autores da Escola clássica. Através do pensamento clássico foi-se delineando, gradativamen-
te, aquela categoria econômica. Inic"almente indicava, de modo vago, qualquer ganho obtido; até os fisiocratas não se definiu precisamente o lucro. Ainda
entre o valor em dólares dos gastos (oulputs), incluindo-se mercadorias ven
priedade dos capitais, quer
didas e não vendidas, e o va^or em dó
da direção e exercício de
lares dos réditos (ou ingressos), incluin
funções na emprêsa. MarshaU não aceita isso (7). Diz-nos que o cap"ta! deve ser encara
do-se as mercadorias compradas e não
do como a stock of one particular thing, que é dinheiro, sua expressão repre
deração o que significam aquêles ingres
sentativa.
Do total do ganho obtido
na produção deve retirar-se o juro, se gundo a taxa corrente, como pagamento
remuneração oriunda do cap"tal (stock), como a renda é a remuneração proceden
pe'o uso do dinheiro. O lucro vem a ser o ganho restante (8). Explica-nos: "Quando um homem está interessado
te da terra e o salário, a remuneração
num negócio, seus lucros anuais são o
do trabalho: essas três fontes formavam
excedente de seus ingressos de seu ne
a renda nacional {ruitional income).
gócio durante o ano sobre os exceden
Advertia que não se devia confundir
tes por êsse negócio. A diferença entre
com Adam Smith, é considerado como a
Depois de mostrar
compradas, durante o intervalo de tempo referido, desde que se tome em consi sos e gastos. (9)
que exprimem apenas a confus<ão dos
que tratam literàriamente das questões econômicas. Jean-Baptiste Say se refe
guram aos seus proprietários a percepção
de salários.. . Mas deixemos Say cm paz.
Um ponto parece ressaltar das defini
portância da compra e a importância da venda do produto, no comércio, ou a di ferença entre o valor da compra, o processo de transformação e o valor da venda, na indústria e na agro-pecuária, cm linhas bem gerais, constitui o lucro
que se deseja alcançar como objetivo. Tais empresas são classificadas como
mercantis, de explorações agrícolas etc.
De "modo mais simples fala o grande
O fato de perseguirem o lucro dá-lhes
economista François Divisia: "Chama-
se lucro a discrepância entre o preço de
a característica essencial de cmprõsas capitalistas; mas o lucro não resulta do
venda e o preço de custo, discrepância
fato de serem elas empresas capitalis
que pode ser positiva ou negativa. O lucro representa para o empre sária o risco que correu; a remune
tas.
ração do
lário
empresário é igual ao sa
normal
que
conferiu
no .seu
O lucro as caracteriza como tal,
mas não é caracterizado por elas.
O
que vai caracterizá-lo são outras rela ções ou notas econômicas, que as de
finições procuraram apreender para me-
Dir.ESTO DicESTü
62
restituições do que foi cobrado a mais
o lucro com "salário de uma espécie
para as necessárias despesas da coopera tiva. Chamam-se, com propriedade,
particular de trabalho, o trabalho de inspcçfio e direção", porque seu \-alor dependia também da quantidade de cap tais empregados. (4) Ricardo, for
sobras. Têm o caráter de um retorno, de um reembolso, de uma economia ■
t
feita." (3)
Não adiantara alongar variantes em tórno dessas afirmações, que são pro-
P posições pacíficas para os teóricos do
Ecokónhco
63
Econômico
mulando exemplos em que se combinam os fatores produtivos em graus diver
sos, procura estudar as variações a que
cooperativismo. A doutrina visa a abo
obedece a taxa de lucro, sem dar-nos uma conceituação c'ara de suas intcr-re-
lição do lucro. E' o seu objetivo, a fi nalidade que devem alcançar. A análi
lações. Mas sua intuição genial apreen deu as determinações essenciais do pro
se econômica, porém, não d scute a fi-
blema: a influência
na'idade que miram os doutrinadores,
capital e suas relações com o volume
da estrutura do
— mas examina a realidade econômica,
de emprego e o nível de salário. (5)
o va'or dos "slocks" de instalação, ma teriais etc., no fim e no comêço do ano,
c considerada como uma parte dc seus
réditos ou como parte dc suas despc.sas, conforme tenha havido um acrésci
mo ou decréscimo de valor.
O que
trabalho no preço de custo, auiuentado ou diminuído o lucro." (lo) Balanço das citações anteriores
E possível inferir das citações esparsamente feitas algumas conseqüências.
resta de seus lucros, depo-s de deduzir
As divergências na definição do lucro
os juros de seu capital segundo a taxa
se restringem ao seguinte: devemos in
corrente, tem geralmente o nome de benefícios da emprêsa ou da adminis
cluir o juro? De\emos incluir a retribui
tração (oarnings of underlaking or inanagement). A razão em que seus lu
lidade de elemento ativo, na direção
cros anuais estão
alheios? Por vezes, chegou-se a dilatar
seu capital é
ção do empresário - capitalista na qua e aplicação dos capitais próprios e tanto o conceito de lucro — que se fa
chamada taxa de lucros." Em escritores modernos, ouvimos a
lou no salário como lucro do trabalha
dor. Também se aludiu nos braços o pernas como capitais produtkos. E ain da outras aventuras terminológicas -
onde se configuram aqueles organismos,
Malthus discrimina o lucro bruto do
conceituação que é empregada habitual
na sua atividade prática, dentro das re lações sociais e de seus processos. Elím'nar-se-á o lucro? A pergunta susci
capital em lucro líquido ou juro e o lucro que deriva da "indústria, habih-
mente. Diz Boulding: "O conceito co mum de lucro é que é a d fercnça en
dadc e organização" (6). Retomando
tre dinheiro recebido por uma transação
mais claramente essa sugestão, Mac Cul-
e dinheiro pago."
logh discrimina ò juro e os salários ou remuneração do capitalista por sua habiidade e preocupação (trouhle) no
que essa diferença, mera categoria contábí', não pode medir o lucro, porquan to dela poderia ser incluído ou excluído o valor do trabalho do empresário, — conc'ui que os lucros dum negócio, num
re as faculdades industriosas, que asse
dado período de tempo, é a dferença
ções sumariadas: a diferença entre a im
ta divergências. Cide e muitos mais respondem que sim; Perroux e outros
muitos, que não. E' o que vamos ver, grosso modo.
supçrintender o emprego de seus capi O conceito de lucro
tais quanto aos riscos correntes.
John
Stuart Mill, sob a denominação de lu
Para isso, deveremos partir da per gunta seguinte: que é o
lucro?
Vamos
conceituação
talista, quer oriundos da pro
responder
acompanhando ràpidamente sua
cro, engloba todos os ganhos do capi
- " ^
.
histórica
através de alguns autores da Escola clássica. Através do pensamento clássico foi-se delineando, gradativamen-
te, aquela categoria econômica. Inic"almente indicava, de modo vago, qualquer ganho obtido; até os fisiocratas não se definiu precisamente o lucro. Ainda
entre o valor em dólares dos gastos (oulputs), incluindo-se mercadorias ven
priedade dos capitais, quer
didas e não vendidas, e o va^or em dó
da direção e exercício de
lares dos réditos (ou ingressos), incluin
funções na emprêsa. MarshaU não aceita isso (7). Diz-nos que o cap"ta! deve ser encara
do-se as mercadorias compradas e não
do como a stock of one particular thing, que é dinheiro, sua expressão repre
deração o que significam aquêles ingres
sentativa.
Do total do ganho obtido
na produção deve retirar-se o juro, se gundo a taxa corrente, como pagamento
remuneração oriunda do cap"tal (stock), como a renda é a remuneração proceden
pe'o uso do dinheiro. O lucro vem a ser o ganho restante (8). Explica-nos: "Quando um homem está interessado
te da terra e o salário, a remuneração
num negócio, seus lucros anuais são o
do trabalho: essas três fontes formavam
excedente de seus ingressos de seu ne
a renda nacional {ruitional income).
gócio durante o ano sobre os exceden
Advertia que não se devia confundir
tes por êsse negócio. A diferença entre
com Adam Smith, é considerado como a
Depois de mostrar
compradas, durante o intervalo de tempo referido, desde que se tome em consi sos e gastos. (9)
que exprimem apenas a confus<ão dos
que tratam literàriamente das questões econômicas. Jean-Baptiste Say se refe
guram aos seus proprietários a percepção
de salários.. . Mas deixemos Say cm paz.
Um ponto parece ressaltar das defini
portância da compra e a importância da venda do produto, no comércio, ou a di ferença entre o valor da compra, o processo de transformação e o valor da venda, na indústria e na agro-pecuária, cm linhas bem gerais, constitui o lucro
que se deseja alcançar como objetivo. Tais empresas são classificadas como
mercantis, de explorações agrícolas etc.
De "modo mais simples fala o grande
O fato de perseguirem o lucro dá-lhes
economista François Divisia: "Chama-
se lucro a discrepância entre o preço de
a característica essencial de cmprõsas capitalistas; mas o lucro não resulta do
venda e o preço de custo, discrepância
fato de serem elas empresas capitalis
que pode ser positiva ou negativa. O lucro representa para o empre sária o risco que correu; a remune
tas.
ração do
lário
empresário é igual ao sa
normal
que
conferiu
no .seu
O lucro as caracteriza como tal,
mas não é caracterizado por elas.
O
que vai caracterizá-lo são outras rela ções ou notas econômicas, que as de
finições procuraram apreender para me-
64
Dicesto
Econômico
Dicesto
Econónoco 65
Ihor delímítar-'he o sentido.
Onde se
reali2:arem operações que consistam na
nal aos capitais empregados, mas em
ximo do ganho monetário, tem era vista
da. Se se trata de um mercado de com
queles atos fundamentais do processo econômico, dentro das áreas de produ ção e troca, atos dos quais resultem di
razão das compras ou \ endas feitas pe
o máximo de benefício cm utilidades.
los associados. Será determinado em função das necessidades. A deslinação a ser dada nos benefí
petição perfeita, essa oferta a preço in ferior determinaria a modificação dos preços prat eados no mercado, ajustando-se noutro ponto de equilíbrio as fôr-
cios resultantes dos atos praticados na esfera econômica pela sociedade coope
ças de oferta c procura. Tal não acon teceria, por c.vejnplo, se se tratasse de
rativa não altera u natureza dê^cs: são
mercado de competição imperfeita. Então
ferenças, que constituam réditos ou in gressos para quaisquer entidades liga
nômicas.
Embora não visando o má
Sem negar a originalidade da coopera tiva em face da empresa capitalista, Perroux
mostra como sua diversidade
das ao processo econômico — aí se defi
impediu uma classificação aceitável: elas surgiram, variadas, atendendo a clien
nem os fenômenos de lucro. Não esta
telas particulares, desde as cooperati
mos investigando aqui as relações pro
vas de compra de comerciantes a varejo às cooperativas de recrutamento profis
fundas que se travam dentro do mun
do da produção, pois não interessam ao que nos propusemos tratar.
Para nosso
sional. E as estruturas? Desenvolve ram-se conforme os fins estabelecidos.
exame, basta apreciar superficialmente,
Isso não significa que não se destacas
com os conceitos comuns dos economis
sem certos traços definidores, como vi
tas, as categorias da produção, da troca
mos e como tem apontado seus teó
e do consumo. Boulding, já citado an teriormente, põe todas as fases do pro
ricos. (11)
Em vez de tomarmos a abolição do
cesso econômico nesse esquema:
lucro como sinal típico, assinale
as coisas que uma emprêsa com
mos que elas se caracterizam, se
pra são transformadas nas coisas que ela vende; entre os dois atos,
"associação de pessoas", e não
decorre o que se chama o pro cesso de produção. Se as vende
"exploração de serviços" o não
tal ^ual as compra, estamos na esfera comercial. Não houve produção técnica. Os benefícios auferidos são lucros.
gundo Fauquet: a) por ser uma
de "capitais"; b) que é uma "de ganho monetário", pois mira o má ximo de vantagens aos associados pelos serviços ou valores de uso proporciona dos.
Emprêsa e cooperativa
Aquele objetivo dé lucro vai distinguir
Êsses dois traços são marcantes em' face da emprêsa capitalista.
Não precisamos analisar as peculia
va. Na realidade, é uma nota diferen cial entre as duas entidades. Na as
sociação cooperativa, a finalidade lucra
rente ao lucro.
Por que motivo cha
tiva não determina sua organização e
má-lo de sobras, redução ou excedente?
seu comportamento econômico. Mas o
O nome não mudaria a essência do fe
fato de não
nômeno. De que resulta a diferença, a
determinar sua atividade,
como princípio diretor de sua constitui ção, não implica que desapareça o lu
que damos o nome de lucro, prima fade,
cro dos seus resultados.
ziam Divisia e muitos mais.
Autores fran
ceses falaram de *'exp'oitation commerciale intiêrement désinteressée" — e Per-
roux comenta: seria absurdo rtao ob
servar que ela persegue vantagens eco
gundo o vulto dôstes — o critério é ou»ro. Mas em que isso altera a diferen ça entre preços já obtida, contàbilmente
surgiria oportunidade favorável aos as
sociados. Êstes passariam a se benefi ciar pessoalmente da diferença entre seu preço de custo e o preço de venda do mercado, di,spondo de uma margem de
verificada, no fim do período financei
lucro superior à dos conconentes. Devido às formas de luta econômica,
ro? Arguir-se-á que é um relôrno para diminuir as despesas realizadas pelos
é exatamente entre os pequenos produ
vendedores ou compradores as.socíados.
sidade de organismos cooperativos. Em face das grandes empresas que se car -
Entretanto, dentro da dinâmica do sis tema, o organismo cooperativo se en
tores que se torna mais forte a neces
telizam ou trustificam os pequenos pro
trosa, como qualquer -outro organismo
dutores sentem a necessidade de sub
econômico, nas mesmas relações funda
sistir pela Associação de natureza diver
mentais, — e o processo pelo qual acu
sa—e reconem, como revela Perroux,
mula os e.xcedentes é o mesmo. Se o
às táticas ensinadas pelo cooperatiris-
lucro é repartido desta ou daquela for ma, não deixaria por isso de ser, tècnicamente, um lucro, com tôdas as de
mo.
Voltemos ao cooperativista Gide
mais características.
ridades das cooperativas de produção, de crédito ou de consumo — porque nos so debate se concentra no ponto refe
essencialmente a emprêsa da cooperati
lucros que podem ser distribuídos por qualquer critério. Em vez de reparti-lo entre os proprietários dos capitais, se
de uma diferença de preços, como di Seria uma
categoria contábil, que não se elimina dentro das sociedades cooperativas. Por que lhe recusar essa denominação? Por que não é uma remuneração proporcio-
Não queremos dizer que desapare çam as diferenças entre "cooperativas" e "emprêsas". Cada qual se guia por
Eis em síntese como Charles Gíde
enuncia o propósito cardial do movimen to cooperativista:
príncíp os inteiramente diversos. Avancemos mais nossa análise. Supo
b — Substituição da competição pela
nhamos que pequeno número de peque nos produtores do artigo x, não podendo
c — Generalização (e não elimina
a — Eliminação dos intermediários; solidariedade;
adquirir as máquinas para aumento de
ção), da propriedade individual,
sua produção, associem-se cooperativamente. Que visam com esse procedi mento? Aumentar o volume de sua pro
acessível a todos e criando con
dições para a propriedade coleti va, cocxístente com aquela;
dução, baratear o produto. Conseguem,
d — Não suprimir o capital, mas stib-
dessarte, reduzir o preço de custo. Se oferecem o produto mais barato, benefi ciam a coletividade. Nessa cooperati va de transformação, surgiu, pois, a possibilidade de baixar o preço de ven
trair-Jhe a função de dirigente da produção, função que lhe confere o título com que retira
a parte que se lhe atribui sôb o nome de lucro.
64
Dicesto
Econômico
Dicesto
Econónoco 65
Ihor delímítar-'he o sentido.
Onde se
reali2:arem operações que consistam na
nal aos capitais empregados, mas em
ximo do ganho monetário, tem era vista
da. Se se trata de um mercado de com
queles atos fundamentais do processo econômico, dentro das áreas de produ ção e troca, atos dos quais resultem di
razão das compras ou \ endas feitas pe
o máximo de benefício cm utilidades.
los associados. Será determinado em função das necessidades. A deslinação a ser dada nos benefí
petição perfeita, essa oferta a preço in ferior determinaria a modificação dos preços prat eados no mercado, ajustando-se noutro ponto de equilíbrio as fôr-
cios resultantes dos atos praticados na esfera econômica pela sociedade coope
ças de oferta c procura. Tal não acon teceria, por c.vejnplo, se se tratasse de
rativa não altera u natureza dê^cs: são
mercado de competição imperfeita. Então
ferenças, que constituam réditos ou in gressos para quaisquer entidades liga
nômicas.
Embora não visando o má
Sem negar a originalidade da coopera tiva em face da empresa capitalista, Perroux
mostra como sua diversidade
das ao processo econômico — aí se defi
impediu uma classificação aceitável: elas surgiram, variadas, atendendo a clien
nem os fenômenos de lucro. Não esta
telas particulares, desde as cooperati
mos investigando aqui as relações pro
vas de compra de comerciantes a varejo às cooperativas de recrutamento profis
fundas que se travam dentro do mun
do da produção, pois não interessam ao que nos propusemos tratar.
Para nosso
sional. E as estruturas? Desenvolve ram-se conforme os fins estabelecidos.
exame, basta apreciar superficialmente,
Isso não significa que não se destacas
com os conceitos comuns dos economis
sem certos traços definidores, como vi
tas, as categorias da produção, da troca
mos e como tem apontado seus teó
e do consumo. Boulding, já citado an teriormente, põe todas as fases do pro
ricos. (11)
Em vez de tomarmos a abolição do
cesso econômico nesse esquema:
lucro como sinal típico, assinale
as coisas que uma emprêsa com
mos que elas se caracterizam, se
pra são transformadas nas coisas que ela vende; entre os dois atos,
"associação de pessoas", e não
decorre o que se chama o pro cesso de produção. Se as vende
"exploração de serviços" o não
tal ^ual as compra, estamos na esfera comercial. Não houve produção técnica. Os benefícios auferidos são lucros.
gundo Fauquet: a) por ser uma
de "capitais"; b) que é uma "de ganho monetário", pois mira o má ximo de vantagens aos associados pelos serviços ou valores de uso proporciona dos.
Emprêsa e cooperativa
Aquele objetivo dé lucro vai distinguir
Êsses dois traços são marcantes em' face da emprêsa capitalista.
Não precisamos analisar as peculia
va. Na realidade, é uma nota diferen cial entre as duas entidades. Na as
sociação cooperativa, a finalidade lucra
rente ao lucro.
Por que motivo cha
tiva não determina sua organização e
má-lo de sobras, redução ou excedente?
seu comportamento econômico. Mas o
O nome não mudaria a essência do fe
fato de não
nômeno. De que resulta a diferença, a
determinar sua atividade,
como princípio diretor de sua constitui ção, não implica que desapareça o lu
que damos o nome de lucro, prima fade,
cro dos seus resultados.
ziam Divisia e muitos mais.
Autores fran
ceses falaram de *'exp'oitation commerciale intiêrement désinteressée" — e Per-
roux comenta: seria absurdo rtao ob
servar que ela persegue vantagens eco
gundo o vulto dôstes — o critério é ou»ro. Mas em que isso altera a diferen ça entre preços já obtida, contàbilmente
surgiria oportunidade favorável aos as
sociados. Êstes passariam a se benefi ciar pessoalmente da diferença entre seu preço de custo e o preço de venda do mercado, di,spondo de uma margem de
verificada, no fim do período financei
lucro superior à dos conconentes. Devido às formas de luta econômica,
ro? Arguir-se-á que é um relôrno para diminuir as despesas realizadas pelos
é exatamente entre os pequenos produ
vendedores ou compradores as.socíados.
sidade de organismos cooperativos. Em face das grandes empresas que se car -
Entretanto, dentro da dinâmica do sis tema, o organismo cooperativo se en
tores que se torna mais forte a neces
telizam ou trustificam os pequenos pro
trosa, como qualquer -outro organismo
dutores sentem a necessidade de sub
econômico, nas mesmas relações funda
sistir pela Associação de natureza diver
mentais, — e o processo pelo qual acu
sa—e reconem, como revela Perroux,
mula os e.xcedentes é o mesmo. Se o
às táticas ensinadas pelo cooperatiris-
lucro é repartido desta ou daquela for ma, não deixaria por isso de ser, tècnicamente, um lucro, com tôdas as de
mo.
Voltemos ao cooperativista Gide
mais características.
ridades das cooperativas de produção, de crédito ou de consumo — porque nos so debate se concentra no ponto refe
essencialmente a emprêsa da cooperati
lucros que podem ser distribuídos por qualquer critério. Em vez de reparti-lo entre os proprietários dos capitais, se
de uma diferença de preços, como di Seria uma
categoria contábil, que não se elimina dentro das sociedades cooperativas. Por que lhe recusar essa denominação? Por que não é uma remuneração proporcio-
Não queremos dizer que desapare çam as diferenças entre "cooperativas" e "emprêsas". Cada qual se guia por
Eis em síntese como Charles Gíde
enuncia o propósito cardial do movimen to cooperativista:
príncíp os inteiramente diversos. Avancemos mais nossa análise. Supo
b — Substituição da competição pela
nhamos que pequeno número de peque nos produtores do artigo x, não podendo
c — Generalização (e não elimina
a — Eliminação dos intermediários; solidariedade;
adquirir as máquinas para aumento de
ção), da propriedade individual,
sua produção, associem-se cooperativamente. Que visam com esse procedi mento? Aumentar o volume de sua pro
acessível a todos e criando con
dições para a propriedade coleti va, cocxístente com aquela;
dução, baratear o produto. Conseguem,
d — Não suprimir o capital, mas stib-
dessarte, reduzir o preço de custo. Se oferecem o produto mais barato, benefi ciam a coletividade. Nessa cooperati va de transformação, surgiu, pois, a possibilidade de baixar o preço de ven
trair-Jhe a função de dirigente da produção, função que lhe confere o título com que retira
a parte que se lhe atribui sôb o nome de lucro.
DiGESTO ECOfCÓMKÍO 66
Dicesto Econômico
ve sô-lo em virtude da fòlha de ser\'iços
que podem sucumbir no caso de conti
são. Para o conhecido economista fran
que vem prestando nos setores econô
nuarem
cês, aí está simp esmente uma revolu ção. Sim, o pacato Gide contemp'a a
micos onde se instala. Seria obscurecer a
Os princípios internos, que pretendem
evidência. Sem a'cançar os frutos que
regular a repartição dos benefícios, di vergem, como já vimos, dos princípios
Nesse item d está o ponto em discus
perspectiva, que há mais de 50 anos es
tá à vista — a transformação socn? pela cooperativa. Mas ao descortinar as socie
dades anônimas, que se alastraram pela economia moderna, robustecendo assus
tadoramente o capitalismo e enchendo o panorama dos organismos mais ativos na concentração da riqueza dos povos — Gide observa que, por meio deles, o capital açambarcou todos os lucros, su bordinando o trabalho aos seus objeti
vos.
Então, "compreender-se-á que o
sistema cooperativo constitui uma verda deira revolução social, porque inverte a situação atual e é o capital que
anuncia, presta indispensáveis serviços à massa de pequenos produtores, de pe quenos comerciantes, dc pequenos con sumidores. Dêle se beneficia muito a classe média na torturada compressão
por que vai passando na atualidade. O que irritará um pouco mais os co-
opcrativistas é a verificação, feita por Perroux, de que, no final de contas, a cooperativa se ajusta bem no popel de subsidiária, dqs emprêsas capitalistas (13). Em lugar de preparar a substitui ção, ganhando terreno dentro das ins tituições existentes, para transformar pa cificamente o regime, — passa u
Parece que a
ser o prolongamento benéfico da própria ordem capitalista, cujas
liistória econômica nos desilude.
bases distanciam-se inteiramente
se obriga por sua vez à função de salariado" (12).
isoladas.
vidade gera', não nuidam. Veja-se uma cooperativa dc transformação do produ to x no produto y, por exemplo. Os as sociados trazem o produto x em quanti dades diversas. Como serão repartidos os benefícios? De dois modos: primei
(2) "As cooperativas distribuem lucros
ro, conforme o capital inicial de cada
Nations, The Modorn Librarv, Now
merciais (organização de vendas etc.) e
rio das indústrias modernas.
Bastaria
a contemplação do espetáculo para que
compreendêssemos a debilidade do ad
mirável sonho de constituição de tôda uma sociedade humana assimilada pelas
instituições mutuaüstas. Prodigalizamos os mais vivos ap'ausos.aos ideais huma nitários com que nos acena o movimen
to cooperativista. Cumpre-nos fazer agora coisa diversa: é a análise das rea lidades econômicas. Delas nos advém a
lição mais rude. Essas razões, contudo, não sign ficam que o cooperalivismo não deva ser estimulado. Pelo contrário, de
financeiros (cooperativas de crédito). Que significa isso? Que se torna possí vel o fortalecimento de pequenos produ tores, agricultores, comerciantes, dentro
do quadro econômico. Resistem à com petição dos organismos poderosos. So brevive, dessa forma, uma atividade que referido economista chama de artesanal.
Causes of Wcalth of
York. 1937. p. 47. scgs. PoUtlcal Economy
and
Taxation.
Everyman'n Librarv, New York and London, p. 77. scgs. co Economy. 2 ed., William Picke""S"- reprinted by The Internatio-
Economic Circle. London, 1935. profits ofbetween capital consist» ofJ "Túc the differencc
por que? Simplesmente porque o servi
rTort
ço prestado, que são as operações trans-
commodity produ-
of it. tlieand advances neccssary to producc these
aclvances consist of accumulations
quantidade de x trazida pelo associado.
pnorally made up of wnges. cents.
Portanto, a medida do serviço é feita
í7: .h S. RIill, Principies profits". (7) of PoUtlcal
Economy.
separar o lucro do serviço. (14) A conclusão que se impõe ao breve
repasse que acabamos de fazer assen ta, poí.s, nos enunciados com que co
ção — ou qualquer outro eufemismo. Isso não quer dizer que não atenue os
atividade não é exercida por emprêsas ou
desajustamentos económicòs, — e seja
Routlcdge
(8) Keimoth E. Boulding,
&
Economic
Analysu. Harpcr & Brothers Publi-
^ p. 380,
segs,
ond London. 1941,
(9) François Divisia. Économique Ha-
(10)
meçamos este artigo: o fito de abolir o
lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas. Na prática, ele não é elii^inado: ressurge com qual quer nome: sobras, excedentes, retribui
Gcorgo
s/d, ps. 278, segs.
xe. Conseqüência: a impossibilidade de
Não cremos que lhe caiba o nome: essa
explorações pré-capitalistas, que se be
Nature and
idéia de serviço e a idéia de lucro."
cm função do capital inicial, que 6 a quantidade de x, que o assoc'ado trou
tais para o desenvolvimento extraordiná
<6. seg.s.
(4) Adam Smith, An Inquiry Into lhe
(6) T. R. Malthxis, Principies of Políti
ra obter os benefícios da concentração
de me'hores máquinas, motores etc.), co
ciedades Cooperativas, 3.a edição, Grafica Olímpica Editora. Rio, ps.
da iim de per si. "No segundo caso — escreve Per roux — percebe-se a confusão entre a
formativas dc x em y, cresce cora a
instrumento de concentração de capi
ou sobras?", in "Correio do Ceará", junho. 1048.
(3) Fábio Luz. Teoria o Prática das So
(5) David Ricaido, Tho Principies of
edição de 1913, nas vésperas da
Tais benefícios são: técnicos (aquisição
Política. Liv. Freitas Bastos, 1947. p. 153, sogs.
um, o que é um princípio capitalista; se gundo, de acôrdo com o vulto das ope rações realizadas pelos associado.s, ca
dade. Eis como argumenta Per roux: comerciantes ou agriculto res pequenos ou médios agrupam-se pa
.sociedade anônima, que foi o excelente
consumidoms dc nosso tempo. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia
de quaisquer laços de solidarie
proporcionada pelas grandes emprêsas.
movimento capaz de prestar os melho'res serviços ás angustiadas populações
que norteiam a empresa capitalista; mas as relações econômicas, dentro da ati
Assim sonhava o velho Gide em
1.® grande guerra mundial. A subversão cooperativista anunciada pelo amorável Gide se encolheu e su miu diante dós organismos gerados pela
67
ririra,
Eoin, PaPejrou.x Cours d'Economie
Domu ATnn ?
14?. segs
^d., Editloos
^oris. 1939, p. .'''Economie Politl-
(12)
?ev' ParS"
Rocueil Si,
-"AS
SEIS' (13) Perroux, ob. cit.. p, 157,
neficiam do cap talismo, como diz Per roux. São também empresas capitalis tas em menor grau de adiantamento e ' '1 *TllI rii .w.
DiGESTO ECOfCÓMKÍO 66
Dicesto Econômico
ve sô-lo em virtude da fòlha de ser\'iços
que podem sucumbir no caso de conti
são. Para o conhecido economista fran
que vem prestando nos setores econô
nuarem
cês, aí está simp esmente uma revolu ção. Sim, o pacato Gide contemp'a a
micos onde se instala. Seria obscurecer a
Os princípios internos, que pretendem
evidência. Sem a'cançar os frutos que
regular a repartição dos benefícios, di vergem, como já vimos, dos princípios
Nesse item d está o ponto em discus
perspectiva, que há mais de 50 anos es
tá à vista — a transformação socn? pela cooperativa. Mas ao descortinar as socie
dades anônimas, que se alastraram pela economia moderna, robustecendo assus
tadoramente o capitalismo e enchendo o panorama dos organismos mais ativos na concentração da riqueza dos povos — Gide observa que, por meio deles, o capital açambarcou todos os lucros, su bordinando o trabalho aos seus objeti
vos.
Então, "compreender-se-á que o
sistema cooperativo constitui uma verda deira revolução social, porque inverte a situação atual e é o capital que
anuncia, presta indispensáveis serviços à massa de pequenos produtores, de pe quenos comerciantes, dc pequenos con sumidores. Dêle se beneficia muito a classe média na torturada compressão
por que vai passando na atualidade. O que irritará um pouco mais os co-
opcrativistas é a verificação, feita por Perroux, de que, no final de contas, a cooperativa se ajusta bem no popel de subsidiária, dqs emprêsas capitalistas (13). Em lugar de preparar a substitui ção, ganhando terreno dentro das ins tituições existentes, para transformar pa cificamente o regime, — passa u
Parece que a
ser o prolongamento benéfico da própria ordem capitalista, cujas
liistória econômica nos desilude.
bases distanciam-se inteiramente
se obriga por sua vez à função de salariado" (12).
isoladas.
vidade gera', não nuidam. Veja-se uma cooperativa dc transformação do produ to x no produto y, por exemplo. Os as sociados trazem o produto x em quanti dades diversas. Como serão repartidos os benefícios? De dois modos: primei
(2) "As cooperativas distribuem lucros
ro, conforme o capital inicial de cada
Nations, The Modorn Librarv, Now
merciais (organização de vendas etc.) e
rio das indústrias modernas.
Bastaria
a contemplação do espetáculo para que
compreendêssemos a debilidade do ad
mirável sonho de constituição de tôda uma sociedade humana assimilada pelas
instituições mutuaüstas. Prodigalizamos os mais vivos ap'ausos.aos ideais huma nitários com que nos acena o movimen
to cooperativista. Cumpre-nos fazer agora coisa diversa: é a análise das rea lidades econômicas. Delas nos advém a
lição mais rude. Essas razões, contudo, não sign ficam que o cooperalivismo não deva ser estimulado. Pelo contrário, de
financeiros (cooperativas de crédito). Que significa isso? Que se torna possí vel o fortalecimento de pequenos produ tores, agricultores, comerciantes, dentro
do quadro econômico. Resistem à com petição dos organismos poderosos. So brevive, dessa forma, uma atividade que referido economista chama de artesanal.
Causes of Wcalth of
York. 1937. p. 47. scgs. PoUtlcal Economy
and
Taxation.
Everyman'n Librarv, New York and London, p. 77. scgs. co Economy. 2 ed., William Picke""S"- reprinted by The Internatio-
Economic Circle. London, 1935. profits ofbetween capital consist» ofJ "Túc the differencc
por que? Simplesmente porque o servi
rTort
ço prestado, que são as operações trans-
commodity produ-
of it. tlieand advances neccssary to producc these
aclvances consist of accumulations
quantidade de x trazida pelo associado.
pnorally made up of wnges. cents.
Portanto, a medida do serviço é feita
í7: .h S. RIill, Principies profits". (7) of PoUtlcal
Economy.
separar o lucro do serviço. (14) A conclusão que se impõe ao breve
repasse que acabamos de fazer assen ta, poí.s, nos enunciados com que co
ção — ou qualquer outro eufemismo. Isso não quer dizer que não atenue os
atividade não é exercida por emprêsas ou
desajustamentos económicòs, — e seja
Routlcdge
(8) Keimoth E. Boulding,
&
Economic
Analysu. Harpcr & Brothers Publi-
^ p. 380,
segs,
ond London. 1941,
(9) François Divisia. Économique Ha-
(10)
meçamos este artigo: o fito de abolir o
lucro existe no plano normativo da po lítica das cooperativas. Na prática, ele não é elii^inado: ressurge com qual quer nome: sobras, excedentes, retribui
Gcorgo
s/d, ps. 278, segs.
xe. Conseqüência: a impossibilidade de
Não cremos que lhe caiba o nome: essa
explorações pré-capitalistas, que se be
Nature and
idéia de serviço e a idéia de lucro."
cm função do capital inicial, que 6 a quantidade de x, que o assoc'ado trou
tais para o desenvolvimento extraordiná
<6. seg.s.
(4) Adam Smith, An Inquiry Into lhe
(6) T. R. Malthxis, Principies of Políti
ra obter os benefícios da concentração
de me'hores máquinas, motores etc.), co
ciedades Cooperativas, 3.a edição, Grafica Olímpica Editora. Rio, ps.
da iim de per si. "No segundo caso — escreve Per roux — percebe-se a confusão entre a
formativas dc x em y, cresce cora a
instrumento de concentração de capi
ou sobras?", in "Correio do Ceará", junho. 1048.
(3) Fábio Luz. Teoria o Prática das So
(5) David Ricaido, Tho Principies of
edição de 1913, nas vésperas da
Tais benefícios são: técnicos (aquisição
Política. Liv. Freitas Bastos, 1947. p. 153, sogs.
um, o que é um princípio capitalista; se gundo, de acôrdo com o vulto das ope rações realizadas pelos associado.s, ca
dade. Eis como argumenta Per roux: comerciantes ou agriculto res pequenos ou médios agrupam-se pa
.sociedade anônima, que foi o excelente
consumidoms dc nosso tempo. (1) Djacir Menezes, Curso de Economia
de quaisquer laços de solidarie
proporcionada pelas grandes emprêsas.
movimento capaz de prestar os melho'res serviços ás angustiadas populações
que norteiam a empresa capitalista; mas as relações econômicas, dentro da ati
Assim sonhava o velho Gide em
1.® grande guerra mundial. A subversão cooperativista anunciada pelo amorável Gide se encolheu e su miu diante dós organismos gerados pela
67
ririra,
Eoin, PaPejrou.x Cours d'Economie
Domu ATnn ?
14?. segs
^d., Editloos
^oris. 1939, p. .'''Economie Politl-
(12)
?ev' ParS"
Rocueil Si,
-"AS
SEIS' (13) Perroux, ob. cit.. p, 157,
neficiam do cap talismo, como diz Per roux. São também empresas capitalis tas em menor grau de adiantamento e ' '1 *TllI rii .w.
*«
Dícesto
Econômico 69
A Industrialização nos Países «Novos» II Geraldo O. Banaskiwitz
dem ser postas «m prática à medida
que melhoram as condições de \ida da naassa da população. Se nas últimas décadas progressos incontestáveis se rea lizaram nesse sentido em nosso país
freqüentemente com meios insuficien tes, redundam em completo malôgro,
J^EFERiNDo-sE aos obstáciilos quc se
provocando o pessimismo geral em re-
opõem à industrialização, cita fre qüentemente a imprensa pseudo-cien-
lação às possibilidades potenciais das
tífica o caso dos países tropicais, onde
respectivas zonas. O exemplo recente da "campanha da borfacha" no vale
um clima desfavorável ao esfôrço hu
amazônico, onde milhares de seres hu
mano determina a indolência "natural"
manos perderam a vida na luta contra
de seus habitantes.
as fôrças da natureza, demonstra (jue
Mas o memorial da Sociedade das Na
ções sobre a industrialização (assinala, cora justeza, que, nos casos em que a
população demonstra falta de energia, liga-se o fenômeno "ao estado quase generalizjado de modéstias infecciosas, co mo o impaludismo e a ancilostomíase, que provocam a apatia, a perda .de fôrça vital, a inaptidão ao trabalho, e que de outro lado enfraquecem a resis tência do organismo a numerosas outras
afecções".
O autor Knowles confirma
essa interpretação no caso da índia em seu livro: The Economic Development
of the British Overseas Empire. Embora se reduza assim o fator cli
mático à categoria de fenômeno secun dário, que o esfôrço hu
seria necessário reunir os recursos de
um grande país fortemente industriali zado para tornar perfeitamente acessí vel aquela imensa região. A cláusula incluída em nossa Consti
tuição, determinando que 2% das recei tas da União sejam empregados em obras de saneamento da região amazônica,
põe em relêvo a tenacidade de nossos compatriotas; mas que ninguém lenha ilusões acêrca dos efeitos dêsses 200 milhões sôbre o vale amazônico. O sa
neamento daquela região exige esfor ços financeiros tão desproporcionados em relação às receitas nacionais, que não é possível empreender, atualmente, nenhum trabalho neste sentido.
Dominam grande par te do território nacio nal fatôres climáticos
mano pode dominar, é preciso
não
esquecer
que a energia necessá ria para explorar econò-
em certas zonas já in
micamente
re
corporadas ao regime
giões tropicais, possibi
capitalista prevalecem, mas em menor grau, aquêles fatôres
certas
desfavoráveis.
Mesmo
Unidos _e na Europa as bases da indus
trialização Já se achavam lançadas quan
do apareceram as primeiras estradas de ferro; mas, nos chamados países" "no
caís, corresponderam cies sempre ao
vos", distingue-se nitidamente que a construção de caminhos de ferro precede
crescimento
o crescimeulo da produção manufatu-
e em outras regiões tropicais e subtropiA influência do clinta
.eu progresso mdustríal.
das
produções industriais
dos respectivos países e regiões. Do * volii^Tie da produção industrial depende, ínquestionàvelmente, o crescimento da renda nacional, e desta dependem os gastos com os serviços de higiene e
reira.
Nos países "novos" destinam-se as
primeiras estradas de ferro a transportar as mater as-primas das zonas de pro dução aos portos maríümos. Podemos
De seu lado, os diri
assim, definir a Paulista e a Mogiana
gentes das empresas econômicas parti
como estradas de ferro do café a de
saúde pública.
cipam também das medidas de com
1'héus como estrada de ferro do'cacau,
bate às enfermidades, pelo interê.sse
a de Vitória como a de um mineral e a
que têm na eliminação dos fatôres que possam diminuir a produção. Notamos
de Mossoró como a do gèsso. Em «"egra geral, as linhas férreas brasileiras se
ainda que, com a industrialização, múl
guem a direção leste-oeste, sem que
tiplos esforços se realizam para melho
existam ligações entre elas, destacandose. dentre as raras exceções a essa or entaçao. o ramal paulista da Central do Brasi. e a ligação ferroviária São
rar o estado físico de milhões de sôres
que até então representavam para a eco nomia
nacional
um
valor
muito li-
naitado.
Puulo-Rio Grande, que, aliás, represen
Sabendo-se a estreita relação que exis te entre a produção e o combate às doenças, explica-se porque seriam as
nômico.
condições físicas e materiais mais favo
ráveis aos obreiros das regiões de alta
produtividade industrial.
No Brasil
observam-se diferenças sensíveis no es tado físico das populações, conforme o desenvolvimento da produção industrial
tam, no conjunto, pequeno valor eco Os interêsses de nossa nascente in
dústria estão a exigir a junção dessas di ferentes linhas e a coordenação de sua
exploração. No Brasil, passou a figurar na ordem do dia o problema norte-sul, desde que as fábricas de São Paulo e
das diferentes regiões; essas diferencia
seus arredores começaram a ter certa importância; Necessita a indústria de
ções revelam, por outro lado, a variá vel intensidade com que, entre nós,
estradas de ferro e auto-estrndas, p.ara assegurar a distribuição de seus produ
estão sendo eliminadas as influências dos fatôres desfavoráveis do clima.
tos aos pontos mais afetados no terri
tório, em cujos limites goza de franquia aduaneira. É, na verdade, através dês
Os trarísportas
ses meios de transporte que a indústria conquista o mercado nacional. Em razão da falta de homogeneidade
litando aos seus habitantes participação ativa no intercâmbio comercial capitalis
contrários.
ta, ultrapassa as possibilidades dos países
combater os efeitos mais nocivos do
interessados.
clim^, com medidas de lügiene e salu-
roviários e das estradas de rodagem de
na construção de vias férreas na Amé
bridade pública que, entretanto, só po
um país exerce grande influência em
rica do Sul, é difícil, em nosso eonti-
Nesses casos, as tentativas realizadas.
Nesses casos, é possível O desenvolvimento dos sistemas fer
*«
Dícesto
Econômico 69
A Industrialização nos Países «Novos» II Geraldo O. Banaskiwitz
dem ser postas «m prática à medida
que melhoram as condições de \ida da naassa da população. Se nas últimas décadas progressos incontestáveis se rea lizaram nesse sentido em nosso país
freqüentemente com meios insuficien tes, redundam em completo malôgro,
J^EFERiNDo-sE aos obstáciilos quc se
provocando o pessimismo geral em re-
opõem à industrialização, cita fre qüentemente a imprensa pseudo-cien-
lação às possibilidades potenciais das
tífica o caso dos países tropicais, onde
respectivas zonas. O exemplo recente da "campanha da borfacha" no vale
um clima desfavorável ao esfôrço hu
amazônico, onde milhares de seres hu
mano determina a indolência "natural"
manos perderam a vida na luta contra
de seus habitantes.
as fôrças da natureza, demonstra (jue
Mas o memorial da Sociedade das Na
ções sobre a industrialização (assinala, cora justeza, que, nos casos em que a
população demonstra falta de energia, liga-se o fenômeno "ao estado quase generalizjado de modéstias infecciosas, co mo o impaludismo e a ancilostomíase, que provocam a apatia, a perda .de fôrça vital, a inaptidão ao trabalho, e que de outro lado enfraquecem a resis tência do organismo a numerosas outras
afecções".
O autor Knowles confirma
essa interpretação no caso da índia em seu livro: The Economic Development
of the British Overseas Empire. Embora se reduza assim o fator cli
mático à categoria de fenômeno secun dário, que o esfôrço hu
seria necessário reunir os recursos de
um grande país fortemente industriali zado para tornar perfeitamente acessí vel aquela imensa região. A cláusula incluída em nossa Consti
tuição, determinando que 2% das recei tas da União sejam empregados em obras de saneamento da região amazônica,
põe em relêvo a tenacidade de nossos compatriotas; mas que ninguém lenha ilusões acêrca dos efeitos dêsses 200 milhões sôbre o vale amazônico. O sa
neamento daquela região exige esfor ços financeiros tão desproporcionados em relação às receitas nacionais, que não é possível empreender, atualmente, nenhum trabalho neste sentido.
Dominam grande par te do território nacio nal fatôres climáticos
mano pode dominar, é preciso
não
esquecer
que a energia necessá ria para explorar econò-
em certas zonas já in
micamente
re
corporadas ao regime
giões tropicais, possibi
capitalista prevalecem, mas em menor grau, aquêles fatôres
certas
desfavoráveis.
Mesmo
Unidos _e na Europa as bases da indus
trialização Já se achavam lançadas quan
do apareceram as primeiras estradas de ferro; mas, nos chamados países" "no
caís, corresponderam cies sempre ao
vos", distingue-se nitidamente que a construção de caminhos de ferro precede
crescimento
o crescimeulo da produção manufatu-
e em outras regiões tropicais e subtropiA influência do clinta
.eu progresso mdustríal.
das
produções industriais
dos respectivos países e regiões. Do * volii^Tie da produção industrial depende, ínquestionàvelmente, o crescimento da renda nacional, e desta dependem os gastos com os serviços de higiene e
reira.
Nos países "novos" destinam-se as
primeiras estradas de ferro a transportar as mater as-primas das zonas de pro dução aos portos maríümos. Podemos
De seu lado, os diri
assim, definir a Paulista e a Mogiana
gentes das empresas econômicas parti
como estradas de ferro do café a de
saúde pública.
cipam também das medidas de com
1'héus como estrada de ferro do'cacau,
bate às enfermidades, pelo interê.sse
a de Vitória como a de um mineral e a
que têm na eliminação dos fatôres que possam diminuir a produção. Notamos
de Mossoró como a do gèsso. Em «"egra geral, as linhas férreas brasileiras se
ainda que, com a industrialização, múl
guem a direção leste-oeste, sem que
tiplos esforços se realizam para melho
existam ligações entre elas, destacandose. dentre as raras exceções a essa or entaçao. o ramal paulista da Central do Brasi. e a ligação ferroviária São
rar o estado físico de milhões de sôres
que até então representavam para a eco nomia
nacional
um
valor
muito li-
naitado.
Puulo-Rio Grande, que, aliás, represen
Sabendo-se a estreita relação que exis te entre a produção e o combate às doenças, explica-se porque seriam as
nômico.
condições físicas e materiais mais favo
ráveis aos obreiros das regiões de alta
produtividade industrial.
No Brasil
observam-se diferenças sensíveis no es tado físico das populações, conforme o desenvolvimento da produção industrial
tam, no conjunto, pequeno valor eco Os interêsses de nossa nascente in
dústria estão a exigir a junção dessas di ferentes linhas e a coordenação de sua
exploração. No Brasil, passou a figurar na ordem do dia o problema norte-sul, desde que as fábricas de São Paulo e
das diferentes regiões; essas diferencia
seus arredores começaram a ter certa importância; Necessita a indústria de
ções revelam, por outro lado, a variá vel intensidade com que, entre nós,
estradas de ferro e auto-estrndas, p.ara assegurar a distribuição de seus produ
estão sendo eliminadas as influências dos fatôres desfavoráveis do clima.
tos aos pontos mais afetados no terri
tório, em cujos limites goza de franquia aduaneira. É, na verdade, através dês
Os trarísportas
ses meios de transporte que a indústria conquista o mercado nacional. Em razão da falta de homogeneidade
litando aos seus habitantes participação ativa no intercâmbio comercial capitalis
contrários.
ta, ultrapassa as possibilidades dos países
combater os efeitos mais nocivos do
interessados.
clim^, com medidas de lügiene e salu-
roviários e das estradas de rodagem de
na construção de vias férreas na Amé
bridade pública que, entretanto, só po
um país exerce grande influência em
rica do Sul, é difícil, em nosso eonti-
Nesses casos, as tentativas realizadas.
Nesses casos, é possível O desenvolvimento dos sistemas fer
Díííksto Econômico
Dioksto EcoNó^^co
para isso um sério obstáculo. - Eis, a
nente, realizar a desejada junção dé suas Tnhas. As diferenças técnicas que apre
propósito, um interessante quadro esta
sentam as numerosas estradas, e sobre
tístico .sôbrc as bitolas das vias férreas
tudo as diferenças de bitola, representam
sul-amcricanas:
71
Eslat!5tica.s referentes no país mais in
dn produção nacional. Estabelecem as
dustrializado do globo, os Estados Uni dos, deinonstrani que essas apl cações de capital ultrapassam de 390% o valor
estatísticas uma verdadeira hierarquia dos diversos ramos, segundo a intensi
dade das aplicações de capital.
ESTRADAS DE FERRO SUL-AMERICANAS
(Bitola em metragem) EMRtDt Í>E FRRRO
i(iü0i4:t:> 1067
EXTENStu EM MILlitRES DE KM.
Argentina ..
27.60
Brasil Bolívia
21.30 1.41
Chile Colômbia
5.81
1
55%
7% 7%
—
_
,
30%
—
..
4.12
Paraguai ... 1
0.78 1.04
—
—
Peru
2.12
—
—
1.88
—
Uruguai ...
1
IOOojoO!4 flr02|o?ão'o600 1 i 3.5%
—
90%
-2%'
—
_
—
—
0.76
Ramo
!
\
1% —
(Produção = 100)
—
—
—
—
—
Eletricidade
1%
Transporte c comunicaçõe.s
—
Indústria mineral Manufatura
_
—
—
100 100 100 100
1.200
4S0 330 260
—
—
—
—
—
—
—
A importância desses capitais deter mina, em grande parte, a produção mé
_
1 ~ i"
1
Coptfnw
i
—
—
Produção
2%
98% 2% 6% 45% 3% 8% 8% 0,5% 22% 0,5% 77% 11% 68% 4% 17% 57% 5% 34% 4% 59% 2% 4% 5% 30% 99% 1% 44% 5% 3% 17% 26% —
Equador ...
Venezuela ..
—
RELAÇÃO ENTRE O VALOR DA PRODUÇÃO E DOS CAPITAIS
dia individual dos obreiros.
Nos Es
mento da produção mediante a moder nização dos maquini.smos das fábricas. Os paises anglo-saxões, onde a mão-de-
tados Unidos era ela, em 1937, de 2:1
obra é custosa e o número dc máquinas
nês — prossegue o professor Hoegbon --
em relação à Alemanha e de 2,25:1 em
constitui a base do progresso industrial,
Uruguai que a apresenta, pois ali 99%
e O' mineral de cromo, podem ser ex
relação à Inglaterra.
das linhas têm
plorados a uma distância maior da costa,
obreiro-liora aumentou de 600% nos Es
demonstram não compreender bem a nossa situação, pois, efetivamente, en
maior confusão reina na Venezuela, on
6 os minerais de chumbo e de zinco a
tados Unidos, de 1869 a 1914, tendo
tre nós o emprego intensivo do braço
de para apenas 76 milhas existem cinco
uma distância ainda maior.
dobrado desta última data a 1939.
sistemas de estradas.
to, os únicos metais comuns que podem ser extraídos economicamente em quais
humano pode ser mais econômico que a introdução de máquinas.
Como se vê, a maior coerência é o a
mesma
bitola;
a
A fusão das rêdes ferroviárias, às van
tagens, já assinaladas, de alargar o mercado nacional, acrescenta a de en curtar as distâncias, pois em certos ca
sos o custo dos transportes pode tornar anti-económica toda a produção de uma
zona. Segundo cálculos do professor Ivar Hoegbon, na obra "Desenvolvimen to da Produção Mundial de MatériasPrimas", os limites dentro dos quais é
lucrativa a produção m neira, por exem plo, nos Estados Unidos e na Europa,
são os seguintes: o carvão, os minérios
Entretan
A produção por
E' um fenômeno inerente à industria
lização a tendência a aplicar sempre no\'OS capitais e a substituir por máquinas
quer condições são o cobre e o esta-
uma parte da mão-de-obra.
nho.
O ritmo
Aplicando-se essa escala aos mine
dessa substituição c determinado, em
rais e ao carvão transportados por via férrea em nosso país, vê-se que os .cál culos citados se aplicam também às nos
cada região, pelo custo da mão-de-obra. Sc é forte o êxodo das populações
sas condições.
vantajoso ao industrial utilizar muita
campesinas para os centros urbanos, é
mão-de-obra, empregando pouco capi
Os capitaü-
A produção manufatureira pode desenvolver-se gra ças à aplicação preliminar de vultosos capitais, sobre
de ferro e os fosfatos só são exploráveis num raio de 100 quilômetros e os óleos minerais num raio de 250 quilômetros dé
de ferramentas mecânicas, transportes,
distância do litoral. O mineral de manga-^
imóveis e serviços de utilidade pública. •
J &
sumo podem escolher entre o emprego de máquinas e o de mão-de-obra;, as indústrias pesadas necessitam, em quais quer circunstâncias, de instalações mecâ
nicas insubstituíveis pela mão-de-obra. Um estudo indiano — "Postwar Cons-
tal para manter e mesmo para melhorar a produção. Nessas condições está o
truction" — preparado por A. I. Que-
Bra.sil e daí as d scussões sôbre a.opor
têxtil, o volume do capital determina o rendimento por trabalhador:
tunidade, ou não, de se obter o au
tudo nos ramos da energia,
Notemos, porém, que sòmenlc as in dústrias produtoras de artigos de con
reclú, demonstra como, na indústria
Díííksto Econômico
Dioksto EcoNó^^co
para isso um sério obstáculo. - Eis, a
nente, realizar a desejada junção dé suas Tnhas. As diferenças técnicas que apre
propósito, um interessante quadro esta
sentam as numerosas estradas, e sobre
tístico .sôbrc as bitolas das vias férreas
tudo as diferenças de bitola, representam
sul-amcricanas:
71
Eslat!5tica.s referentes no país mais in
dn produção nacional. Estabelecem as
dustrializado do globo, os Estados Uni dos, deinonstrani que essas apl cações de capital ultrapassam de 390% o valor
estatísticas uma verdadeira hierarquia dos diversos ramos, segundo a intensi
dade das aplicações de capital.
ESTRADAS DE FERRO SUL-AMERICANAS
(Bitola em metragem) EMRtDt Í>E FRRRO
i(iü0i4:t:> 1067
EXTENStu EM MILlitRES DE KM.
Argentina ..
27.60
Brasil Bolívia
21.30 1.41
Chile Colômbia
5.81
1
55%
7% 7%
—
_
,
30%
—
..
4.12
Paraguai ... 1
0.78 1.04
—
—
Peru
2.12
—
—
1.88
—
Uruguai ...
1
IOOojoO!4 flr02|o?ão'o600 1 i 3.5%
—
90%
-2%'
—
_
—
—
0.76
Ramo
!
\
1% —
(Produção = 100)
—
—
—
—
—
Eletricidade
1%
Transporte c comunicaçõe.s
—
Indústria mineral Manufatura
_
—
—
100 100 100 100
1.200
4S0 330 260
—
—
—
—
—
—
—
A importância desses capitais deter mina, em grande parte, a produção mé
_
1 ~ i"
1
Coptfnw
i
—
—
Produção
2%
98% 2% 6% 45% 3% 8% 8% 0,5% 22% 0,5% 77% 11% 68% 4% 17% 57% 5% 34% 4% 59% 2% 4% 5% 30% 99% 1% 44% 5% 3% 17% 26% —
Equador ...
Venezuela ..
—
RELAÇÃO ENTRE O VALOR DA PRODUÇÃO E DOS CAPITAIS
dia individual dos obreiros.
Nos Es
mento da produção mediante a moder nização dos maquini.smos das fábricas. Os paises anglo-saxões, onde a mão-de-
tados Unidos era ela, em 1937, de 2:1
obra é custosa e o número dc máquinas
nês — prossegue o professor Hoegbon --
em relação à Alemanha e de 2,25:1 em
constitui a base do progresso industrial,
Uruguai que a apresenta, pois ali 99%
e O' mineral de cromo, podem ser ex
relação à Inglaterra.
das linhas têm
plorados a uma distância maior da costa,
obreiro-liora aumentou de 600% nos Es
demonstram não compreender bem a nossa situação, pois, efetivamente, en
maior confusão reina na Venezuela, on
6 os minerais de chumbo e de zinco a
tados Unidos, de 1869 a 1914, tendo
tre nós o emprego intensivo do braço
de para apenas 76 milhas existem cinco
uma distância ainda maior.
dobrado desta última data a 1939.
sistemas de estradas.
to, os únicos metais comuns que podem ser extraídos economicamente em quais
humano pode ser mais econômico que a introdução de máquinas.
Como se vê, a maior coerência é o a
mesma
bitola;
a
A fusão das rêdes ferroviárias, às van
tagens, já assinaladas, de alargar o mercado nacional, acrescenta a de en curtar as distâncias, pois em certos ca
sos o custo dos transportes pode tornar anti-económica toda a produção de uma
zona. Segundo cálculos do professor Ivar Hoegbon, na obra "Desenvolvimen to da Produção Mundial de MatériasPrimas", os limites dentro dos quais é
lucrativa a produção m neira, por exem plo, nos Estados Unidos e na Europa,
são os seguintes: o carvão, os minérios
Entretan
A produção por
E' um fenômeno inerente à industria
lização a tendência a aplicar sempre no\'OS capitais e a substituir por máquinas
quer condições são o cobre e o esta-
uma parte da mão-de-obra.
nho.
O ritmo
Aplicando-se essa escala aos mine
dessa substituição c determinado, em
rais e ao carvão transportados por via férrea em nosso país, vê-se que os .cál culos citados se aplicam também às nos
cada região, pelo custo da mão-de-obra. Sc é forte o êxodo das populações
sas condições.
vantajoso ao industrial utilizar muita
campesinas para os centros urbanos, é
mão-de-obra, empregando pouco capi
Os capitaü-
A produção manufatureira pode desenvolver-se gra ças à aplicação preliminar de vultosos capitais, sobre
de ferro e os fosfatos só são exploráveis num raio de 100 quilômetros e os óleos minerais num raio de 250 quilômetros dé
de ferramentas mecânicas, transportes,
distância do litoral. O mineral de manga-^
imóveis e serviços de utilidade pública. •
J &
sumo podem escolher entre o emprego de máquinas e o de mão-de-obra;, as indústrias pesadas necessitam, em quais quer circunstâncias, de instalações mecâ
nicas insubstituíveis pela mão-de-obra. Um estudo indiano — "Postwar Cons-
tal para manter e mesmo para melhorar a produção. Nessas condições está o
truction" — preparado por A. I. Que-
Bra.sil e daí as d scussões sôbre a.opor
têxtil, o volume do capital determina o rendimento por trabalhador:
tunidade, ou não, de se obter o au
tudo nos ramos da energia,
Notemos, porém, que sòmenlc as in dústrias produtoras de artigos de con
reclú, demonstra como, na indústria
Dicesto
72
Método de produção
Aplicação de capital por
operário
(em
Rendimento
por
operário
Econókuco
A luta contra a Rússia
Relação entro
0 capital e o rendimento
José Maria Bello
rúpias)
oham muito mais rápi
Tecelagens modernas (indústria de grande envergadura) Tecelagens mecânicas (pequena indústria) Teares automáticos Teares a mão
das do que poderia su 1.200
650
1,9:1
300 90 35
200 80 45
1,5 : 1 1.1 :1
por qualquer pessimista as
Nações
0,8 : 1
Como se vê, a pequena indústria em prega, por unidade de capital, quatro vezes mais obreiros que a grande in
trial e a de outro, empregado, por exem
dústria, sendo o rendimento por obreiro
Encontramos, ainda, sensíveis diferen
plo, numa usina de eletricidade de gran
desilusões
sobre
o
"depois da vitória" das Aliadas.
Mal
terminada a guerra con tra o inimigo comum, os dois grandes grupos em que se dividiam os países tríunfantes iniciavam nova luta no cam
de capital.
po diplomático e que ninguém ousa prever a que conseqüências finais po
derá tomar e, sobretudo, que conseqüên cias imediatas e mediatas poderá im
houve talvez uma espécie de "pudor político"; mas passada esta fase mais
plicar?
69% menor.
ças de produtividade individual compa
derá chegar. Nos primeiros momentos
Êste exemplo hindu, é bom frisar no vamente, refere-se à indústria têxtil, que
rando os países altamente industrializa dos aos países em que a industrialização está apenas em início. Eis um exemplo eloqüente; o trabalhador norte-america
ou menos protocolar, necessária ao ba
pertence ao grupo de emprêsas produ toras de artigos de consumo. É ainda dade — ejq)ressa em unidade monetária
no produz 131 vezes mais qiíe o seu colega hindu no mesmo espaço de
— de um obreiro daquele ramo indus
tempo.
mais forte a diferença entre a produtivi
De Washington, o escritor José Maria BcJlo envia para o "Digcsto Econômico" êsse artigo, a fim de, ainda «ma ce= advertir que democracia não é sinônimo de inércia e, sendo o clima do comu nismo o da miséria das massas o re médio salvador é o da elevação do nível das camadas proletárias.
De certo, o evocar do passado não resolve as dificuldades presentes; toda lanço das fôrças de cada um, as diver- ' via. é bem necessário para facilitar-lhes gências sempre latentes entre a Rússia
a compreensão.
e as democracias ocidentais ou, mais
da Rússia à invasão nazista fêz nascer
especialmente, entre a Rúvsia e os Es tados Unidos, adquiriram o mais espe tacular e perigoso aspecto.
Assim, de
gradou até. a selvageria ancestral; os horizontes parecem tão ou mais pesa
cisivo elemento a contar nos destinos do
dos do que no tempo de Hitier. As perspectivas do nova conflagração — e
comunista procuraria concentrar-se com
horrores de uma guerra em que tantas vôzes a humanidade civilizada se de
uma pergunta formulada no curso de uma entrevista com os representantes da im prensa, declarou que os Estados Unidos não cogitam da "esterilização" do ouro, isto é, compra e congelamento do mesmo. Acrescentou o sr. Snxfder que a adoção de tal medida não é simples, porquanto o govêrno teria que pagar pelo ouro que íencionava "esteriliza^'.
Motivou essa pergunta recente notícia veiculada pela imprensa segundo a qual estava havendo grande fluxo de ouro do estrangeiro para os E. U. A.
O sr. Snijder reafirmou a conveniência de serem aplicados todos os fundos ex cedentes nu dívida nacional, mas insistiu que tal medida deva ser feita de maneira a evitar qualquer perturbação no equilíbrio financeiro da nação.
mundo. Integrada no triunfo, a Rússia
q^u, não .será ela com as novas armas
us suas antigas aliadas para cimenta
do destruição em que é sempre tão fér
rem juntas as ba.scs do uma ordem di
til o gênio humano? — agoniam o mun
plomática capuz, pelo menos, do evitar
do e criam para os dirigentes políticos e militares de tôdas as nações problemas
novas guerras.'For tudo o século XIX,
que parecem transcender da sua co
entre as grandes potências, a fertiz mv.
mum aptidão. Será possível ainda re duzir os antagonismos entre o Oriente,
tocracia russa não constituía um em
simbolizado na Rússia, e o Ocidente,
contrário, São Petersburgo dos czares e
Tesumldo nos Estados Unidos?
dos grãos-duques e a França republi cana e radicai bem se entenderam, co-
E se
deflagrar nova guerra, que rumos po• MaW •
por tôda parte uma onda de confiança e de entusiasmo pelo seu povo, e, de certo modo, pelos seus dirigentes. Um regime ou uma ideologia política á sombra da qual fôra possível a xitória contra a mais poderosa máquina militar de todos os tempos era, afinal, um de
pois de quase seis anos de inenarráveis
O Secretário da Fazenda dos Estados Unidos, sr. John Snyder, em resposta «
A resistência heróica
no sistema de equilíbrio ou do b.aiançu pecilho no jògo intcniacional.
Pelo
Dicesto
72
Método de produção
Aplicação de capital por
operário
(em
Rendimento
por
operário
Econókuco
A luta contra a Rússia
Relação entro
0 capital e o rendimento
José Maria Bello
rúpias)
oham muito mais rápi
Tecelagens modernas (indústria de grande envergadura) Tecelagens mecânicas (pequena indústria) Teares automáticos Teares a mão
das do que poderia su 1.200
650
1,9:1
300 90 35
200 80 45
1,5 : 1 1.1 :1
por qualquer pessimista as
Nações
0,8 : 1
Como se vê, a pequena indústria em prega, por unidade de capital, quatro vezes mais obreiros que a grande in
trial e a de outro, empregado, por exem
dústria, sendo o rendimento por obreiro
Encontramos, ainda, sensíveis diferen
plo, numa usina de eletricidade de gran
desilusões
sobre
o
"depois da vitória" das Aliadas.
Mal
terminada a guerra con tra o inimigo comum, os dois grandes grupos em que se dividiam os países tríunfantes iniciavam nova luta no cam
de capital.
po diplomático e que ninguém ousa prever a que conseqüências finais po
derá tomar e, sobretudo, que conseqüên cias imediatas e mediatas poderá im
houve talvez uma espécie de "pudor político"; mas passada esta fase mais
plicar?
69% menor.
ças de produtividade individual compa
derá chegar. Nos primeiros momentos
Êste exemplo hindu, é bom frisar no vamente, refere-se à indústria têxtil, que
rando os países altamente industrializa dos aos países em que a industrialização está apenas em início. Eis um exemplo eloqüente; o trabalhador norte-america
ou menos protocolar, necessária ao ba
pertence ao grupo de emprêsas produ toras de artigos de consumo. É ainda dade — ejq)ressa em unidade monetária
no produz 131 vezes mais qiíe o seu colega hindu no mesmo espaço de
— de um obreiro daquele ramo indus
tempo.
mais forte a diferença entre a produtivi
De Washington, o escritor José Maria BcJlo envia para o "Digcsto Econômico" êsse artigo, a fim de, ainda «ma ce= advertir que democracia não é sinônimo de inércia e, sendo o clima do comu nismo o da miséria das massas o re médio salvador é o da elevação do nível das camadas proletárias.
De certo, o evocar do passado não resolve as dificuldades presentes; toda lanço das fôrças de cada um, as diver- ' via. é bem necessário para facilitar-lhes gências sempre latentes entre a Rússia
a compreensão.
e as democracias ocidentais ou, mais
da Rússia à invasão nazista fêz nascer
especialmente, entre a Rúvsia e os Es tados Unidos, adquiriram o mais espe tacular e perigoso aspecto.
Assim, de
gradou até. a selvageria ancestral; os horizontes parecem tão ou mais pesa
cisivo elemento a contar nos destinos do
dos do que no tempo de Hitier. As perspectivas do nova conflagração — e
comunista procuraria concentrar-se com
horrores de uma guerra em que tantas vôzes a humanidade civilizada se de
uma pergunta formulada no curso de uma entrevista com os representantes da im prensa, declarou que os Estados Unidos não cogitam da "esterilização" do ouro, isto é, compra e congelamento do mesmo. Acrescentou o sr. Snxfder que a adoção de tal medida não é simples, porquanto o govêrno teria que pagar pelo ouro que íencionava "esteriliza^'.
Motivou essa pergunta recente notícia veiculada pela imprensa segundo a qual estava havendo grande fluxo de ouro do estrangeiro para os E. U. A.
O sr. Snijder reafirmou a conveniência de serem aplicados todos os fundos ex cedentes nu dívida nacional, mas insistiu que tal medida deva ser feita de maneira a evitar qualquer perturbação no equilíbrio financeiro da nação.
mundo. Integrada no triunfo, a Rússia
q^u, não .será ela com as novas armas
us suas antigas aliadas para cimenta
do destruição em que é sempre tão fér
rem juntas as ba.scs do uma ordem di
til o gênio humano? — agoniam o mun
plomática capuz, pelo menos, do evitar
do e criam para os dirigentes políticos e militares de tôdas as nações problemas
novas guerras.'For tudo o século XIX,
que parecem transcender da sua co
entre as grandes potências, a fertiz mv.
mum aptidão. Será possível ainda re duzir os antagonismos entre o Oriente,
tocracia russa não constituía um em
simbolizado na Rússia, e o Ocidente,
contrário, São Petersburgo dos czares e
Tesumldo nos Estados Unidos?
dos grãos-duques e a França republi cana e radicai bem se entenderam, co-
E se
deflagrar nova guerra, que rumos po• MaW •
por tôda parte uma onda de confiança e de entusiasmo pelo seu povo, e, de certo modo, pelos seus dirigentes. Um regime ou uma ideologia política á sombra da qual fôra possível a xitória contra a mais poderosa máquina militar de todos os tempos era, afinal, um de
pois de quase seis anos de inenarráveis
O Secretário da Fazenda dos Estados Unidos, sr. John Snyder, em resposta «
A resistência heróica
no sistema de equilíbrio ou do b.aiançu pecilho no jògo intcniacional.
Pelo
rp^
I>If;KSTC» EcONÓNíICO
74
mo mais tarde bem se entenderam as
dxias e a lí\Te Inglaterra. A mesma cousa deveria ou poderia acontecer com a Rússia vermelha; as boas relações diplomeítícas não se condicionam for-
plantá-!a por todos os meios, desde a conspiração nas trevas até as guerra.s de conquista. Em suma, o que Iodos nós
já conhecemos ao tempo de Hitler c de
Dicesto
Econónoco
antigos aliados, a Rús.sia pôde abrir o seu insidioso jôgo nos casos básicos da Ale
primeiras \antagens militares pucie-sscin ser suas. Contemporizando hoje com a
manha e da Áustria e preparar-se com tranqüila segurança para o golpe bran
reincidiria nos erros próprios, da Inglater
ditadura moscorita, a América do Norte
ra e da França, na era de Hitler. de
cliosos do Kremlim. preocupado sem
co da Tchecoslováquia. Stalin c Molotov não SC perdem por falta dc \isão, de tenacidade o de calculada frieza; sa
pre em evitar as exibições de fôrça mi
bem excelentemente o que querem, e
ta ignorância" de leigo, discutir o poderio
litar do nazismo, e dada a inegável su-
excelentemente
ferentes das contingências "internas"
perioridadc de proselitismo sobre as mas
da Terra.
criadas pela divergência ou mesmo pelo antagonismo das formas de Estado..'
sa.': e, mesmo, sobre certos grupos de intelectuais, da pregação comunista, es
que podem Icvá-lo.s ao ô.xito. O trato diplomático com eles requer uma argiicia, uma paciência, um treino que infe lizmente não parecem virtudes marcanle.s nos homens dc g(n'crno da.s velhas demo
que sentido ultra-trágico poderia reves-
cracias.
ca, com a infalível traição "das quintascohmas" comunistas cm quase todos os países, e, principalmente, que conse
■ çosamente à identidade ou à analogia dc regimes políticos. Os interesses da política "externa" podem girar, muitas vêzes, em esferas fundarhcntalmente di
Estava aí a grande e quase universal ilusão. A autocracia dos czares não foi
nunca uma criação doutrinária, uma
ideologia, uma finalidade política e so cial em si mesma. A própria elite russa a aceitava como resultado das condições
do seu imenso, desarticulado e inculto
país, condições que um dia teriam de al terar-se, determinando fatalmente a mo
dificação
da
superestrutura
política.
Não se propunha, pois, o absolutismo russo a conquistar o mundo ou a impor aos outros ppvos a sua con
cepção da sociedade ou do Esta do. Havia, em verdade, um pan-
eslavismo, com um nítido sentido
imperialista; mas imperialismo tí pico do século passado, concretizando o desejo de preeminência política e de expansão econômica, que pudessem asse gurar a cada uma das grandes potên cias decisiva palavra nos conclaves inter nacionais. O comunismo, que teve na
Rússia a sua primeira grande experiên
cia prática, foi sempre por definição uma doutrina universal, tal como pre
tendeu ser, com tão calamitosos resulta dos, o nazi-fascismo. Partindo da con vicção teórica de que a democracia in dividualista e capitalista entrou por to
da parte em irremedavel agonia, êle tem toda uma Ordem Nova, não a ofe
recer pacificamente ao mundo, mas a
Mussobni, e em lermos muito mais pe
rigosos, dados os processos mais insi-
pécie por vêzes de enganoso refúgio para os que sofrem as injustiças c as iniqüidades, que a civilização crista ainda não pôde eliminar ou para os que de sesperam dc encontrar-lhes remédios nos quadros sociais e econômicos do Oci dente, mas cj^uase sempre exiiressão de inconfessáveis .sentimentos de inveja, de
despeito e de instintos primitivos de destruição. A Rússia vermelha, coroada
pela vitória sobre o extremismo da dire'la, não perderia, pois, a sua
magna oportunidade histórica, que, como todas as oportunida des, raramente se repetem. A faci'idade com que absor\'eu no primeiro
momento, quase sem
conhecem os cam-nhos
Mas, enfim, tudo tem um ter
mo. Os políticos dos Estados Unidos e da Europa ainda livre das garras dè Moscou, sentiram que se aproximava a hora em que não são mais per
mitidos os equívocos. Ou opõem as mais fortes barreiras à expan são de Moscou ou terão de con
formar-se com o seu corripleto do mínio sobre o Velho Mundo, e através dêste, sôbrc os outros Continentes.
Mas que barreiras conseguiriam deter a marcha russa?
Naturalmente, não
Chamber'ain e dc Daladicr. Clavo que não me proporia nunca, na minha perfei militar das duas mais poderosas nações Entretanto, o que cada um de nós tem
O direito dc perguntar a si mesmo é de tir-sc nova guerra com a bomba atômi
qüências traria a Europa e no mundo.
Ninguém duvida do desespera do trabalho que tentariam os bol chevistas, cegamente obedientes a
Moscou, para coii\'crter a guerra internacional numa guerra civil dentro de cada nação. Os Esta
dos Unidos e a Inglaterra esta riam livres de semelhante peri go; mas o mesmo se verificaria alhures?
Deixemos, todavia, este aspecto do tre
faltam os que pensam logo nas soluções violentas. A guerra, por exemplo, en
mendo prob'ema para detcrmo-nos num outro. Ainda que previamente certa a
quanto oS bolchevistas não conseguem completar os seus planos de recuperação
vitória militar sôbre a Rússia, o esma-
surgidas do Congresso de Versalhes em 1919, aguçou-lhe naturalmente o apetite
industnúal e enquanto, especialmentej,
que o mundo percebesse o passe de ma gia política, as três Repúblicas bálticas e estimulou-Uie a audácia.
Hoje, reconstruindo os fato.s fècentes.
imaginamos bem que muito descuidadas
não disponham da bomba atômica. Pa
rece que não há linha de comparação entre o potencial econômico da Rússia
foram as democracias ocidentais e, par
e o dos Estados Unidos.
ticularmente, os Estados Unidos, mes
mo ao tempo de Roosevelt, dc tão alta
tarão, a julgar pelos índices econômicos que deles se conhecem, trinta a quaren
visão política.
ta anos atrasãdos em relação aos ameri
A atitude inicial de
Os russos es
Moscou em relação à Finlândia, à Ru-
canos do norte. Não lhes seria po.ssível,
mània, à Iugoslávia e à Hungria deveria ter desfeito explicáveis ilusões da primei ra hora. Forte das conquistas políticas conseguidas nó passivo silêncio dos seus
pois, manter uma guerra longa, que exi
gamento do comunismo internacional pe lo aniquilamento do seu grande cen tro abriria à humanidade, por êle tão barbaramente ameaçada, perspectivas de dias tranqüilo.s e feli"zes? Não creio que alguém capaz de refletir um pouco so bre o assunto possa responder afinnati\'amente a semelhante interrogação. O
que mostra a história dc todos os tem pos, o que mostra duramente a história
ge o mais formidável parque industrial, com os Estados Unidos, mesmo que na
de ontem, é que as guerras são apenas soluções de suprema emergência, inca pazes, portanto, de modificar a essên
Europa empobrecida e desarmada as
cia das coisas.
A Alemanha vencida
rp^
I>If;KSTC» EcONÓNíICO
74
mo mais tarde bem se entenderam as
dxias e a lí\Te Inglaterra. A mesma cousa deveria ou poderia acontecer com a Rússia vermelha; as boas relações diplomeítícas não se condicionam for-
plantá-!a por todos os meios, desde a conspiração nas trevas até as guerra.s de conquista. Em suma, o que Iodos nós
já conhecemos ao tempo de Hitler c de
Dicesto
Econónoco
antigos aliados, a Rús.sia pôde abrir o seu insidioso jôgo nos casos básicos da Ale
primeiras \antagens militares pucie-sscin ser suas. Contemporizando hoje com a
manha e da Áustria e preparar-se com tranqüila segurança para o golpe bran
reincidiria nos erros próprios, da Inglater
ditadura moscorita, a América do Norte
ra e da França, na era de Hitler. de
cliosos do Kremlim. preocupado sem
co da Tchecoslováquia. Stalin c Molotov não SC perdem por falta dc \isão, de tenacidade o de calculada frieza; sa
pre em evitar as exibições de fôrça mi
bem excelentemente o que querem, e
ta ignorância" de leigo, discutir o poderio
litar do nazismo, e dada a inegável su-
excelentemente
ferentes das contingências "internas"
perioridadc de proselitismo sobre as mas
da Terra.
criadas pela divergência ou mesmo pelo antagonismo das formas de Estado..'
sa.': e, mesmo, sobre certos grupos de intelectuais, da pregação comunista, es
que podem Icvá-lo.s ao ô.xito. O trato diplomático com eles requer uma argiicia, uma paciência, um treino que infe lizmente não parecem virtudes marcanle.s nos homens dc g(n'crno da.s velhas demo
que sentido ultra-trágico poderia reves-
cracias.
ca, com a infalível traição "das quintascohmas" comunistas cm quase todos os países, e, principalmente, que conse
■ çosamente à identidade ou à analogia dc regimes políticos. Os interesses da política "externa" podem girar, muitas vêzes, em esferas fundarhcntalmente di
Estava aí a grande e quase universal ilusão. A autocracia dos czares não foi
nunca uma criação doutrinária, uma
ideologia, uma finalidade política e so cial em si mesma. A própria elite russa a aceitava como resultado das condições
do seu imenso, desarticulado e inculto
país, condições que um dia teriam de al terar-se, determinando fatalmente a mo
dificação
da
superestrutura
política.
Não se propunha, pois, o absolutismo russo a conquistar o mundo ou a impor aos outros ppvos a sua con
cepção da sociedade ou do Esta do. Havia, em verdade, um pan-
eslavismo, com um nítido sentido
imperialista; mas imperialismo tí pico do século passado, concretizando o desejo de preeminência política e de expansão econômica, que pudessem asse gurar a cada uma das grandes potên cias decisiva palavra nos conclaves inter nacionais. O comunismo, que teve na
Rússia a sua primeira grande experiên
cia prática, foi sempre por definição uma doutrina universal, tal como pre
tendeu ser, com tão calamitosos resulta dos, o nazi-fascismo. Partindo da con vicção teórica de que a democracia in dividualista e capitalista entrou por to
da parte em irremedavel agonia, êle tem toda uma Ordem Nova, não a ofe
recer pacificamente ao mundo, mas a
Mussobni, e em lermos muito mais pe
rigosos, dados os processos mais insi-
pécie por vêzes de enganoso refúgio para os que sofrem as injustiças c as iniqüidades, que a civilização crista ainda não pôde eliminar ou para os que de sesperam dc encontrar-lhes remédios nos quadros sociais e econômicos do Oci dente, mas cj^uase sempre exiiressão de inconfessáveis .sentimentos de inveja, de
despeito e de instintos primitivos de destruição. A Rússia vermelha, coroada
pela vitória sobre o extremismo da dire'la, não perderia, pois, a sua
magna oportunidade histórica, que, como todas as oportunida des, raramente se repetem. A faci'idade com que absor\'eu no primeiro
momento, quase sem
conhecem os cam-nhos
Mas, enfim, tudo tem um ter
mo. Os políticos dos Estados Unidos e da Europa ainda livre das garras dè Moscou, sentiram que se aproximava a hora em que não são mais per
mitidos os equívocos. Ou opõem as mais fortes barreiras à expan são de Moscou ou terão de con
formar-se com o seu corripleto do mínio sobre o Velho Mundo, e através dêste, sôbrc os outros Continentes.
Mas que barreiras conseguiriam deter a marcha russa?
Naturalmente, não
Chamber'ain e dc Daladicr. Clavo que não me proporia nunca, na minha perfei militar das duas mais poderosas nações Entretanto, o que cada um de nós tem
O direito dc perguntar a si mesmo é de tir-sc nova guerra com a bomba atômi
qüências traria a Europa e no mundo.
Ninguém duvida do desespera do trabalho que tentariam os bol chevistas, cegamente obedientes a
Moscou, para coii\'crter a guerra internacional numa guerra civil dentro de cada nação. Os Esta
dos Unidos e a Inglaterra esta riam livres de semelhante peri go; mas o mesmo se verificaria alhures?
Deixemos, todavia, este aspecto do tre
faltam os que pensam logo nas soluções violentas. A guerra, por exemplo, en
mendo prob'ema para detcrmo-nos num outro. Ainda que previamente certa a
quanto oS bolchevistas não conseguem completar os seus planos de recuperação
vitória militar sôbre a Rússia, o esma-
surgidas do Congresso de Versalhes em 1919, aguçou-lhe naturalmente o apetite
industnúal e enquanto, especialmentej,
que o mundo percebesse o passe de ma gia política, as três Repúblicas bálticas e estimulou-Uie a audácia.
Hoje, reconstruindo os fato.s fècentes.
imaginamos bem que muito descuidadas
não disponham da bomba atômica. Pa
rece que não há linha de comparação entre o potencial econômico da Rússia
foram as democracias ocidentais e, par
e o dos Estados Unidos.
ticularmente, os Estados Unidos, mes
mo ao tempo de Roosevelt, dc tão alta
tarão, a julgar pelos índices econômicos que deles se conhecem, trinta a quaren
visão política.
ta anos atrasãdos em relação aos ameri
A atitude inicial de
Os russos es
Moscou em relação à Finlândia, à Ru-
canos do norte. Não lhes seria po.ssível,
mània, à Iugoslávia e à Hungria deveria ter desfeito explicáveis ilusões da primei ra hora. Forte das conquistas políticas conseguidas nó passivo silêncio dos seus
pois, manter uma guerra longa, que exi
gamento do comunismo internacional pe lo aniquilamento do seu grande cen tro abriria à humanidade, por êle tão barbaramente ameaçada, perspectivas de dias tranqüilo.s e feli"zes? Não creio que alguém capaz de refletir um pouco so bre o assunto possa responder afinnati\'amente a semelhante interrogação. O
que mostra a história dc todos os tem pos, o que mostra duramente a história
ge o mais formidável parque industrial, com os Estados Unidos, mesmo que na
de ontem, é que as guerras são apenas soluções de suprema emergência, inca pazes, portanto, de modificar a essên
Europa empobrecida e desarmada as
cia das coisas.
A Alemanha vencida
Digesto EcoNÓ.Nnco
de 1919 pôde provocar nova confla gração vinte anos depois, e mal elimina
xia contra êle consistirá sempre em ele
do o perigo imediato que ela represen
tárias, procurando combater as desigual
tava, surgiu o da
Economia dos Minerais Estratégicos
var o nível de vida das camadas prole
IV
A. J. Alves de Souza
Rússia vermelha.
dades sociais, tão duras, tão violentas,
Depois, a vitória sôbre um grande po vo dou a palavra aqui significação simplesmente demográfica — cria ques
por vêzes tão odiosas, sobretudo nos países de frágil estrutura econômica,
Vi — Comércio exterior de minerais
onde ainda não foi possível consolidar-
do Brasil
se a fôrça das classes médias. Mas ele var o nível de vida dos humildes, eis
Os dados sôbre exportação e impor
tões de alucinante gravidade. Três anos após o triunfo militar não sabem as
Nações Abadas que fazer do principal vencido.
Setenta a oitenta milhões de
alemães humilhados e empobrecidos são um pesadelo econômico e, mesmo, sob
várias modalidades, um pesadelo político para a Euxopa. Como poderá viver esta sem o concurso do pleno trabalho ger
mânico? Não se exaurem os ingleses e norte-americanos em suprir as zonas da Alemanha que lhes couberam? Pelo que tem sido o drama da Alemanha depois da guerra, imaginamos fàcilmente o que não seria para a Europa o arrasamento
de um país da extensão e da popula
tôda uma política econômica e social sôbre que corre impunemente tanta
tinta...
tação de bens primários e manufaturas
de origem mineral estão discriminados nos quadros ane.xos, organizados pelo
No terreno político, o que as
democracias têm de fazer é opor propa ganda à propaganda, ação prática a ação prática.
Engenheiro Imack Carvalho do Amaral, que tem a seu cargo, no Departamento Nacional da Produção Mineral, o estudo e a fiscalização do comércio de minerais
A democracia — outra
sentença milhares de vezes afirmada —
não pode ser um sinônimo de displi
do país. Êsses dados abrangem os anos
cência ou de inércia, e, muito menos,
de 1937 a 1946.
uma vocação suicida. Em nome das li
berdades democráticas, prestar-se qual fé do comunismo é pura estultícia, que .só os demagogos à caça de fácil po pularidade podem defender. Felizmen
ANOS
Somente
terra e como em outras grandes nações européias, vêm compreendendo estas
um insensato poderia defendê-la como
coisas ao alcance do comum raciocínio.
1943
definitivo remédio para a calamidade
A luta por meios pacíficos contra o co
comunista.
munismo tem de ser aceita no terreno
1944 1945 1946
te, as correntes mais esclarecidas da
A guerra, pois, não resolve a ques tão vital entre as democracias ociden tais e a tirania de Moscou.
A luta contra o imperialis
mo russo tem de ser feita em outros
opinião pública, aqui como na Ingla
em que os russos e seus adeptos interna
têrmos. No campo econômico e no campo político, por exemplo. Ê uma
cionais a coloquem. Desde que Moscou encontre resistência, recuará sempre;
banalidade lembrar uma afirmação mil
pelo menos por muitos anos a guerra lhe
vêzes repetida mas que nem por isso perde a sua fôrça convincente: o clima
parecerá uma aventura, que poderia ter minar para ela tão desastrosamente quan
do comunismo é o da miséria e do so
to terminou para o fascismo, o nazismo e
frimento das massas. A melhor profila-
tou ao Conselho de Comércio Exterior do
Brasil, referente ao comércio externo e ao uso dos nossos principais minerais csíraté£Ícos.
O totais gerais para a exportaÇião fo ram os que figuram no quadro abaixo: Cmsciros pOr
Quantidades em
Valor em
fotwladas
cruzeiros
455.953
93.694.732 81.543.409 125.932.103
205,50 153,60 197,50
221.812.714 487.803.923
418,20 479,30
530.807 637.786 530.422 1.017.754 738.882 784.890 408.859 592.288 260.393
551.275.841 770.941.973 676.127.074 559.216.705 349.453.000
toneladas
746,10 982,20 1.653,70 944.20
1.342,00
EXPORTAÇÕES DE MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946
o imperialismo japonês. ..
..a
mero, o trecho do parecer que o ilustre engenheiro A. J. Alves de Souza apresen
EXPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL
quer nação ao permanente jôgo de má 1937 1938 1939 1940 1941 1942
ção da Rússia.
O Digcsio Econômico publica, neste nú
:.É
Valor eni
Cruzeiros por
cruzeiros
170.000 83.000 395.000 1.198.000 8.200.000 10.900.165
442.769 550.343
959.389 7.995.859 23.975.311
2,60 6,60 2,40 6,70 2,90
2,70 3,50 4,30
17.204.792
29.877.849 53.974.961 51.771.530 97.273.201
6.534.115
57.384.116
8,80
15.162.559 12.190.325
5,60
Digesto EcoNÓ.Nnco
de 1919 pôde provocar nova confla gração vinte anos depois, e mal elimina
xia contra êle consistirá sempre em ele
do o perigo imediato que ela represen
tárias, procurando combater as desigual
tava, surgiu o da
Economia dos Minerais Estratégicos
var o nível de vida das camadas prole
IV
A. J. Alves de Souza
Rússia vermelha.
dades sociais, tão duras, tão violentas,
Depois, a vitória sôbre um grande po vo dou a palavra aqui significação simplesmente demográfica — cria ques
por vêzes tão odiosas, sobretudo nos países de frágil estrutura econômica,
Vi — Comércio exterior de minerais
onde ainda não foi possível consolidar-
do Brasil
se a fôrça das classes médias. Mas ele var o nível de vida dos humildes, eis
Os dados sôbre exportação e impor
tões de alucinante gravidade. Três anos após o triunfo militar não sabem as
Nações Abadas que fazer do principal vencido.
Setenta a oitenta milhões de
alemães humilhados e empobrecidos são um pesadelo econômico e, mesmo, sob
várias modalidades, um pesadelo político para a Euxopa. Como poderá viver esta sem o concurso do pleno trabalho ger
mânico? Não se exaurem os ingleses e norte-americanos em suprir as zonas da Alemanha que lhes couberam? Pelo que tem sido o drama da Alemanha depois da guerra, imaginamos fàcilmente o que não seria para a Europa o arrasamento
de um país da extensão e da popula
tôda uma política econômica e social sôbre que corre impunemente tanta
tinta...
tação de bens primários e manufaturas
de origem mineral estão discriminados nos quadros ane.xos, organizados pelo
No terreno político, o que as
democracias têm de fazer é opor propa ganda à propaganda, ação prática a ação prática.
Engenheiro Imack Carvalho do Amaral, que tem a seu cargo, no Departamento Nacional da Produção Mineral, o estudo e a fiscalização do comércio de minerais
A democracia — outra
sentença milhares de vezes afirmada —
não pode ser um sinônimo de displi
do país. Êsses dados abrangem os anos
cência ou de inércia, e, muito menos,
de 1937 a 1946.
uma vocação suicida. Em nome das li
berdades democráticas, prestar-se qual fé do comunismo é pura estultícia, que .só os demagogos à caça de fácil po pularidade podem defender. Felizmen
ANOS
Somente
terra e como em outras grandes nações européias, vêm compreendendo estas
um insensato poderia defendê-la como
coisas ao alcance do comum raciocínio.
1943
definitivo remédio para a calamidade
A luta por meios pacíficos contra o co
comunista.
munismo tem de ser aceita no terreno
1944 1945 1946
te, as correntes mais esclarecidas da
A guerra, pois, não resolve a ques tão vital entre as democracias ociden tais e a tirania de Moscou.
A luta contra o imperialis
mo russo tem de ser feita em outros
opinião pública, aqui como na Ingla
em que os russos e seus adeptos interna
têrmos. No campo econômico e no campo político, por exemplo. Ê uma
cionais a coloquem. Desde que Moscou encontre resistência, recuará sempre;
banalidade lembrar uma afirmação mil
pelo menos por muitos anos a guerra lhe
vêzes repetida mas que nem por isso perde a sua fôrça convincente: o clima
parecerá uma aventura, que poderia ter minar para ela tão desastrosamente quan
do comunismo é o da miséria e do so
to terminou para o fascismo, o nazismo e
frimento das massas. A melhor profila-
tou ao Conselho de Comércio Exterior do
Brasil, referente ao comércio externo e ao uso dos nossos principais minerais csíraté£Ícos.
O totais gerais para a exportaÇião fo ram os que figuram no quadro abaixo: Cmsciros pOr
Quantidades em
Valor em
fotwladas
cruzeiros
455.953
93.694.732 81.543.409 125.932.103
205,50 153,60 197,50
221.812.714 487.803.923
418,20 479,30
530.807 637.786 530.422 1.017.754 738.882 784.890 408.859 592.288 260.393
551.275.841 770.941.973 676.127.074 559.216.705 349.453.000
toneladas
746,10 982,20 1.653,70 944.20
1.342,00
EXPORTAÇÕES DE MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946
o imperialismo japonês. ..
..a
mero, o trecho do parecer que o ilustre engenheiro A. J. Alves de Souza apresen
EXPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL
quer nação ao permanente jôgo de má 1937 1938 1939 1940 1941 1942
ção da Rússia.
O Digcsio Econômico publica, neste nú
:.É
Valor eni
Cruzeiros por
cruzeiros
170.000 83.000 395.000 1.198.000 8.200.000 10.900.165
442.769 550.343
959.389 7.995.859 23.975.311
2,60 6,60 2,40 6,70 2,90
2,70 3,50 4,30
17.204.792
29.877.849 53.974.961 51.771.530 97.273.201
6.534.115
57.384.116
8,80
15.162.559 12.190.325
5,60
1 f
DlGESTO ECONÓNOCO
OfOEsTO
As manufaturas exportadas foram: tu
As matérias-primas exportadas foram; ferro gusa e aço, minério de ferro, de manganês, de tungstênio, de titânio, de cromo e de alumínio, berilo, tantaLta,
galvanizado, outras manufaturas de ara me, artigos de chumbo, de ostanho, de
zirconita, monuzita, carvão mineral, ar-
cobre, dc zinco, dc alumínio, de tungs
giJas, calcáreo (em cal e cimento), már
tênio, louça e vidro.
ADUBOS químicos
bos de ferro e aço, arame nu simp'cs ou
more, granito, grafita, mica, quartzo,
As importações dc bens dc origem ini-
sal, diamantes, águas-marlnhas, ametis-
nerah quer de bens primários, quer ma
tas, granadas, olhos-de-gato, topázios,
nufaturados, foram feitas de acordo com
turmalinas, citrinos e carbonados.
os quadros abaixo:
ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946
IMPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em ANOS 1937
.■ '
. toneladas 3.108.838
1938
2.987.237
1939 1940
2.900.823 2.677.144
1941 1942 1943 1944
2.355.376
1945
1946
1.570.726
1.597.458 1.768.476 2.185.898 3.406.701
Valor em cruzeiros
987.175.358 962.051.094 975.807.368 1.165.633.881 1.298.437.066 1.094.696.105 1.246.853.883 1.535.632.384 1.616.198.090 2.376.462.000
Cruzeiros por
Valor em
Valor em
em fcg
cruzeiros
62.615.085 48.100.460 60.200.379 41.630.882 37.748.003 36.949.386 20.865.127 54.940.519 60.592.436 74.807.161
26.561.056 23.801.777 32.429.252 27.670.368 24.889.340 26.517.197 21.0S2.898 55.131.721 59.834.359 , 70.569.844
322.00
366,40 435,40 551,30 696,90
780,50 868,30 739,40 697,60
As matérias-prirnas importadas fo ram: ferro cm barras, vergalhões, ver-
guinhas, cantoneiras, tos, lâminas e pla
cas, aço em tiras, em bruto e outras formas de preparo, níquel metálico, an-
timônio, produtos de rádio, cobre sob diversas formas, latão e outras ligas, chumbo, zinco, estanho, alumínio, me
tais preciosos (ouro, prata e platina), carvão em bruto, em briquetes, coque e produtos de destilação, petróleo e deri
Cruzeiros por
vados, cal, cimento, mármore, enxôfre, iodo, gêsso, abrasivos, amianto, criolita,
bórax, sal marinho, greda, tintas, nguar-
1937
334.844.000
1938 1939
206.790.000
1940 1941 1942
1943 1944 1945 1946
265.529.000 220.275.000 200.500.000 107.818.285 182.577.667 219.888.916 224.277.342 321.561.731
610.672.355 477.308.265 534.977.427 532.587.452 558.098.162 409.491.949 557.767.519 706.040.286
757.332.171 1.216.133.247
,
.
w
Nota: O Salitre do Chile representa cêrca de 40% em quantidade e calor, segttindo-se o superfosfato dc cálcio, reprcsentandc 20%
317,50
cruzeiros
ANOS
Quantidades
toneladas
MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em
Econômico
1,80
rás,
2,30
sas.
2,00
2,40 2,80 3,80
3,00 3,20
3,40 , 2,60
pedras
preciosas
e
semi-precio-
As manufaturas de produtos de ori
gem mineral importadas foram: ferro e aço — tubos, arames crus, simples ou gal vanizados, arame farpado, oliapas diver sas, cabos, trilhos, cremalheiras e aces sórios, lâminas do folhas de Flandres, '
acessórios para máquinas, recipientes pá ra condução de líquidos e gases, cadea do.-;, fechaduras, trincos, parafusos, por
. confecções e instalações, agulhas e di versas outras manufaturas; artigos de chumbo, estanho, cobre, zinco e outros' metais; artigos de alumínio, de molibdê-
nio em fio,, de tungstênio em fio e de níquel; dc minera s preciosos e semipreciosos; abrasivos; artigos de amianto, de argila e de sí ica; material refratário;
artigos de grafita; artigos de vidro e de louça de diversos tipos.
Exam nando cm detaMie (quadros ane xos) as estatísticas de importação de bens primários de origem mineral, verifica-so que os produtos que mais pe sam na nossa importação são os produ tos de petróleo, o carvão, os de ferro
e aço e os de cobre. Assim, por exem plo, no ano de 1938, em que importa
mos 2.987.237 toneladas no valor de
Cr$ 962.051.094,00 a importação de pro dutos de ferro e aço atingiu 92.986 tone'adas no valor de Cr$ 143.659.6-i9.00:
a de carvão e seus produtos 1.576.249 to neladas, no valor dc Cr$ 263.225.205,00;
cas e semelhantes, torneiras, registros e
a de petróleo e deri\ados 1.106.032 to neladas, no valor de Cr$ 368.784.269,00
válvu'as, obras para construção, tanques para instalações industriais, artigos para
e os de cobre 8.450 toneladas, nn valor de Cr$ 43.745.839,00.
1 f
DlGESTO ECONÓNOCO
OfOEsTO
As manufaturas exportadas foram: tu
As matérias-primas exportadas foram; ferro gusa e aço, minério de ferro, de manganês, de tungstênio, de titânio, de cromo e de alumínio, berilo, tantaLta,
galvanizado, outras manufaturas de ara me, artigos de chumbo, de ostanho, de
zirconita, monuzita, carvão mineral, ar-
cobre, dc zinco, dc alumínio, de tungs
giJas, calcáreo (em cal e cimento), már
tênio, louça e vidro.
ADUBOS químicos
bos de ferro e aço, arame nu simp'cs ou
more, granito, grafita, mica, quartzo,
As importações dc bens dc origem ini-
sal, diamantes, águas-marlnhas, ametis-
nerah quer de bens primários, quer ma
tas, granadas, olhos-de-gato, topázios,
nufaturados, foram feitas de acordo com
turmalinas, citrinos e carbonados.
os quadros abaixo:
ANOS 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946
IMPORTAÇÃO DE BENS PRIMÁRIOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em ANOS 1937
.■ '
. toneladas 3.108.838
1938
2.987.237
1939 1940
2.900.823 2.677.144
1941 1942 1943 1944
2.355.376
1945
1946
1.570.726
1.597.458 1.768.476 2.185.898 3.406.701
Valor em cruzeiros
987.175.358 962.051.094 975.807.368 1.165.633.881 1.298.437.066 1.094.696.105 1.246.853.883 1.535.632.384 1.616.198.090 2.376.462.000
Cruzeiros por
Valor em
Valor em
em fcg
cruzeiros
62.615.085 48.100.460 60.200.379 41.630.882 37.748.003 36.949.386 20.865.127 54.940.519 60.592.436 74.807.161
26.561.056 23.801.777 32.429.252 27.670.368 24.889.340 26.517.197 21.0S2.898 55.131.721 59.834.359 , 70.569.844
322.00
366,40 435,40 551,30 696,90
780,50 868,30 739,40 697,60
As matérias-prirnas importadas fo ram: ferro cm barras, vergalhões, ver-
guinhas, cantoneiras, tos, lâminas e pla
cas, aço em tiras, em bruto e outras formas de preparo, níquel metálico, an-
timônio, produtos de rádio, cobre sob diversas formas, latão e outras ligas, chumbo, zinco, estanho, alumínio, me
tais preciosos (ouro, prata e platina), carvão em bruto, em briquetes, coque e produtos de destilação, petróleo e deri
Cruzeiros por
vados, cal, cimento, mármore, enxôfre, iodo, gêsso, abrasivos, amianto, criolita,
bórax, sal marinho, greda, tintas, nguar-
1937
334.844.000
1938 1939
206.790.000
1940 1941 1942
1943 1944 1945 1946
265.529.000 220.275.000 200.500.000 107.818.285 182.577.667 219.888.916 224.277.342 321.561.731
610.672.355 477.308.265 534.977.427 532.587.452 558.098.162 409.491.949 557.767.519 706.040.286
757.332.171 1.216.133.247
,
.
w
Nota: O Salitre do Chile representa cêrca de 40% em quantidade e calor, segttindo-se o superfosfato dc cálcio, reprcsentandc 20%
317,50
cruzeiros
ANOS
Quantidades
toneladas
MANUFATURAS DE PRODUTOS DE ORIGEM MINERAL
Quantidades em
Econômico
1,80
rás,
2,30
sas.
2,00
2,40 2,80 3,80
3,00 3,20
3,40 , 2,60
pedras
preciosas
e
semi-precio-
As manufaturas de produtos de ori
gem mineral importadas foram: ferro e aço — tubos, arames crus, simples ou gal vanizados, arame farpado, oliapas diver sas, cabos, trilhos, cremalheiras e aces sórios, lâminas do folhas de Flandres, '
acessórios para máquinas, recipientes pá ra condução de líquidos e gases, cadea do.-;, fechaduras, trincos, parafusos, por
. confecções e instalações, agulhas e di versas outras manufaturas; artigos de chumbo, estanho, cobre, zinco e outros' metais; artigos de alumínio, de molibdê-
nio em fio,, de tungstênio em fio e de níquel; dc minera s preciosos e semipreciosos; abrasivos; artigos de amianto, de argila e de sí ica; material refratário;
artigos de grafita; artigos de vidro e de louça de diversos tipos.
Exam nando cm detaMie (quadros ane xos) as estatísticas de importação de bens primários de origem mineral, verifica-so que os produtos que mais pe sam na nossa importação são os produ tos de petróleo, o carvão, os de ferro
e aço e os de cobre. Assim, por exem plo, no ano de 1938, em que importa
mos 2.987.237 toneladas no valor de
Cr$ 962.051.094,00 a importação de pro dutos de ferro e aço atingiu 92.986 tone'adas no valor de Cr$ 143.659.6-i9.00:
a de carvão e seus produtos 1.576.249 to neladas, no valor dc Cr$ 263.225.205,00;
cas e semelhantes, torneiras, registros e
a de petróleo e deri\ados 1.106.032 to neladas, no valor de Cr$ 368.784.269,00
válvu'as, obras para construção, tanques para instalações industriais, artigos para
e os de cobre 8.450 toneladas, nn valor de Cr$ 43.745.839,00.
DtcESTO
Econômico
81
Dicesto EcONÓ.VíICO
80.
nas baterias secas.
O manganês entra
produtos que atendam a xmia larga va
térmica, com 35 a 85% de Ni, com Cr e,
riedade de usos.
às vezes, Fe.
Quanto às manufaturas, sobrelevam muito às demais as de produtos de ferro
também na composição de vidros, esmal
0-" aços são os seguintes:
e aço.
tes, tintas e vernizes fertilizantes. Seus
Aços de baixo teor cm Ni — contendo
Vil — Usos dos principais minerais estratégicos
Vimos, em outra parte, que os prin
usos para fins químicos importam em
O 5 a 7% de Ni. Aços de alta resistência,
cerca de 5% do consumo total.
diictilidadc e maciez, preslando-sc a
Não há uso específico do manganês para fins militares.
aplicações múltiplas na construção de
zinco e também com molibdènio e fer ro e com cobalto e titânio.
automóveis e acroplanos, de equipamen to ferroviário, equipamento de máqui
várias formas.
nas para aproveitamento e produção de energia, materiais diversos de construção
dido e usado para êsse fim em opera
tados Unidos são o manganês, o níquel,
Conforme os fins a que se destinam, são feitas exigências diferentes para os minérios de manganês comerciávcis.
o cromo, o tungstênio, o estanho, o alu mínio, o antimônio, o mercúrio, a pla
o minério deve ter pelo menos 42% de
tina, a mica, o iodo, o nitrato natural, o
Mn e não ter mais de 8% de sílica e de
quartzo e o diamante. Alguns deles são também estratég cos para a Inglaterra. Além dêsses há alguns minerais "no
0,25% de fósforo.
cipais minerais estratégicos para os Es
Para a produção de ferro-manganês,
Para a produção de ferro-spiegel ser vem minerais tendo 10 a 35% de Mn.
vos" e "raros" sobre os qua^s apresenta
Os minérios de ferro com 5 a 10% de
remos alguns dados. Vamos, agora, expor, em rápida sín tese, os principais usos dessas diver
Mn servem para a produção de ferro com alta porcentagem de manganês.
sas substâncias minerais.
rio contendo 72 a 87% de bió.xido de
Manganês
manganês. v Têm sido feitas tentativas, com algum êxito, para a utilização de minérios po bres (tanto carbonatos como óxidos)
O manganês é usado para fins meta
Para usos químicos é necessário miné
lúrgicos e para fins químicos. Na metalurgia é usado na fa
dos Estados Unidos.
Quanto a substitutos de man
bricação do aço como desoxidaii-
ganês, para suas principais uti
te e dessulfurante, isto é, para
lizações, não têm sido encontra
dos, apesar de procurados.
retirar da massa fundida de aço
os excessos do oxigênio e de enxôfre. E' usado também na composição de diversas ligas. Na indústria de aço é usado princi-
palmeíite sob a forma de ferro-manganês, liga contendo 80% de Mn. Na metalurgia o manganês aparece
Níquel O níquel é um metal de inúme
ros usos. Devido, principalmente, ao fato
de
ter
estado
constantemente n
produção de níquel em excesso sôbre as necessidades do mercado, tem sido
ainda entre outras ligas, como ferrcspiegel, silício-manganês, silício-spiegel
sempre objeto de especial atenção dos in
e outra conhecida como manganês me
dustriais do níquel o estudo de novos
tálico, uma liga com 90% ou mais de
usos desse metal.
manganês.
Para fins químicos o manganês é usa do principalmente sob a forma de bióxido de manganês, para despolarizantc
Ligfls Icücs, à base de alumínio, con tendo outros metais e até 5% de Ni.
Na metalurgia, o níquel é utilizado para compor aços e ligas diversas, cujas qualidades variam em escala muito amp'a, de modo a permitir a obtenção de
civil, material de escavação, tanto para mineração como para oxxtros fins, peç-as de tratore.s etc.
Aços de alto teor em Ni -• 1 a 35% de
Ni, geralmente também com Cr. São aços com alta resistência ao calor e à corrosão.
Ligíw díccrsíw com ouro, alumínio e
Níqiic/ malcávcl — Níquel puro sob Catalisador — Níquel finamente divi ções químicas.
O Ni também é usado em galvanoplastia.
Para usos químicos, o oxido e o sulfa
to de níquel são os mais empregados. Para f'ns militares, é usado em mui
tas peças de construção naval, no forja-
tendo, por vezes cromo ou manganês,
mento de canhões, em molas de recuo e em camisas de balas.
com porcentagens de Ni variando de O 5^ u 30%, utilizadas em inúmeras pe ças de diversas máquinas, aparelhos e
to como o níquel é normalmente encon
Ligas diversas de ferro e níquel, con
recipientes.
Quanto a substitutos de níquel, não tem havido interesse em procurá-los, vis trado a preço conveniente e visto como
Ligas não magnéticas, com 10 a 25%
o próprio níquel tem conquistado maior
tle Ni, utilizadas em transformadores,
campo, substituindo-sc a outros metais.
motores e geradores elétricos. Ligas altamente magnéticas, com 45 a
Cro7)io
80% de Ni, usadas para recobrimento de cabos submarinos, em transformadores
Os u.sos do cromo são para fins me
para rádio e em partes de relais em tele- , talúrgicos, para a indústria de rcfratáfones e telégrafo.
rios e a indústria química.
Ligas de baixa expansão, com 35 -a 45% de Ni, servindo para aparelhos pa drões e partes de instrumentos de pre
sos tipos de ferro-cromo e aço-cromo,
cisão.
Liaos de nrafa e ntaucl, com 10 a
Na metalurgia são fabricados diiercom porcentagens variáveis de Cr.
Os ferros e aços inoxidáveis tèm 13 ^
30% de Cr, havendo também ligas com
30% de Ni e quantidades variáveis de mqucl e cobalto e também com tungs tênio, sendo que os aços com esses dois Cu e Zu e, às vezes, Al, Pb, Sn e Fe. Bronzes de níquel, latões de níquel,. últimos metais têm dureza extraordiná ria. ligas de cobre e níquel. O cromo metáHco do comércio tem Metal manei, com 67% Ni, 28% Cu e pequenas porcentagens de Fe, Mn, C e 96 a 98% de Cr. Para a produção de refratários é nor S e às vezes, Al, com múltiplos usos. malmente usada a cromita bruta, em pú. Ligas de alta resistência elétrica e
DtcESTO
Econômico
81
Dicesto EcONÓ.VíICO
80.
nas baterias secas.
O manganês entra
produtos que atendam a xmia larga va
térmica, com 35 a 85% de Ni, com Cr e,
riedade de usos.
às vezes, Fe.
Quanto às manufaturas, sobrelevam muito às demais as de produtos de ferro
também na composição de vidros, esmal
0-" aços são os seguintes:
e aço.
tes, tintas e vernizes fertilizantes. Seus
Aços de baixo teor cm Ni — contendo
Vil — Usos dos principais minerais estratégicos
Vimos, em outra parte, que os prin
usos para fins químicos importam em
O 5 a 7% de Ni. Aços de alta resistência,
cerca de 5% do consumo total.
diictilidadc e maciez, preslando-sc a
Não há uso específico do manganês para fins militares.
aplicações múltiplas na construção de
zinco e também com molibdènio e fer ro e com cobalto e titânio.
automóveis e acroplanos, de equipamen to ferroviário, equipamento de máqui
várias formas.
nas para aproveitamento e produção de energia, materiais diversos de construção
dido e usado para êsse fim em opera
tados Unidos são o manganês, o níquel,
Conforme os fins a que se destinam, são feitas exigências diferentes para os minérios de manganês comerciávcis.
o cromo, o tungstênio, o estanho, o alu mínio, o antimônio, o mercúrio, a pla
o minério deve ter pelo menos 42% de
tina, a mica, o iodo, o nitrato natural, o
Mn e não ter mais de 8% de sílica e de
quartzo e o diamante. Alguns deles são também estratég cos para a Inglaterra. Além dêsses há alguns minerais "no
0,25% de fósforo.
cipais minerais estratégicos para os Es
Para a produção de ferro-manganês,
Para a produção de ferro-spiegel ser vem minerais tendo 10 a 35% de Mn.
vos" e "raros" sobre os qua^s apresenta
Os minérios de ferro com 5 a 10% de
remos alguns dados. Vamos, agora, expor, em rápida sín tese, os principais usos dessas diver
Mn servem para a produção de ferro com alta porcentagem de manganês.
sas substâncias minerais.
rio contendo 72 a 87% de bió.xido de
Manganês
manganês. v Têm sido feitas tentativas, com algum êxito, para a utilização de minérios po bres (tanto carbonatos como óxidos)
O manganês é usado para fins meta
Para usos químicos é necessário miné
lúrgicos e para fins químicos. Na metalurgia é usado na fa
dos Estados Unidos.
Quanto a substitutos de man
bricação do aço como desoxidaii-
ganês, para suas principais uti
te e dessulfurante, isto é, para
lizações, não têm sido encontra
dos, apesar de procurados.
retirar da massa fundida de aço
os excessos do oxigênio e de enxôfre. E' usado também na composição de diversas ligas. Na indústria de aço é usado princi-
palmeíite sob a forma de ferro-manganês, liga contendo 80% de Mn. Na metalurgia o manganês aparece
Níquel O níquel é um metal de inúme
ros usos. Devido, principalmente, ao fato
de
ter
estado
constantemente n
produção de níquel em excesso sôbre as necessidades do mercado, tem sido
ainda entre outras ligas, como ferrcspiegel, silício-manganês, silício-spiegel
sempre objeto de especial atenção dos in
e outra conhecida como manganês me
dustriais do níquel o estudo de novos
tálico, uma liga com 90% ou mais de
usos desse metal.
manganês.
Para fins químicos o manganês é usa do principalmente sob a forma de bióxido de manganês, para despolarizantc
Ligfls Icücs, à base de alumínio, con tendo outros metais e até 5% de Ni.
Na metalurgia, o níquel é utilizado para compor aços e ligas diversas, cujas qualidades variam em escala muito amp'a, de modo a permitir a obtenção de
civil, material de escavação, tanto para mineração como para oxxtros fins, peç-as de tratore.s etc.
Aços de alto teor em Ni -• 1 a 35% de
Ni, geralmente também com Cr. São aços com alta resistência ao calor e à corrosão.
Ligíw díccrsíw com ouro, alumínio e
Níqiic/ malcávcl — Níquel puro sob Catalisador — Níquel finamente divi ções químicas.
O Ni também é usado em galvanoplastia.
Para usos químicos, o oxido e o sulfa
to de níquel são os mais empregados. Para f'ns militares, é usado em mui
tas peças de construção naval, no forja-
tendo, por vezes cromo ou manganês,
mento de canhões, em molas de recuo e em camisas de balas.
com porcentagens de Ni variando de O 5^ u 30%, utilizadas em inúmeras pe ças de diversas máquinas, aparelhos e
to como o níquel é normalmente encon
Ligas diversas de ferro e níquel, con
recipientes.
Quanto a substitutos de níquel, não tem havido interesse em procurá-los, vis trado a preço conveniente e visto como
Ligas não magnéticas, com 10 a 25%
o próprio níquel tem conquistado maior
tle Ni, utilizadas em transformadores,
campo, substituindo-sc a outros metais.
motores e geradores elétricos. Ligas altamente magnéticas, com 45 a
Cro7)io
80% de Ni, usadas para recobrimento de cabos submarinos, em transformadores
Os u.sos do cromo são para fins me
para rádio e em partes de relais em tele- , talúrgicos, para a indústria de rcfratáfones e telégrafo.
rios e a indústria química.
Ligas de baixa expansão, com 35 -a 45% de Ni, servindo para aparelhos pa drões e partes de instrumentos de pre
sos tipos de ferro-cromo e aço-cromo,
cisão.
Liaos de nrafa e ntaucl, com 10 a
Na metalurgia são fabricados diiercom porcentagens variáveis de Cr.
Os ferros e aços inoxidáveis tèm 13 ^
30% de Cr, havendo também ligas com
30% de Ni e quantidades variáveis de mqucl e cobalto e também com tungs tênio, sendo que os aços com esses dois Cu e Zu e, às vezes, Al, Pb, Sn e Fe. Bronzes de níquel, latões de níquel,. últimos metais têm dureza extraordiná ria. ligas de cobre e níquel. O cromo metáHco do comércio tem Metal manei, com 67% Ni, 28% Cu e pequenas porcentagens de Fe, Mn, C e 96 a 98% de Cr. Para a produção de refratários é nor S e às vezes, Al, com múltiplos usos. malmente usada a cromita bruta, em pú. Ligas de alta resistência elétrica e
1 DiGESTO Econômico
82
em tijolos ou sob a forma de cimento de cromita.
Na indústria química, os produtos de cremo mais usados são os cromatos e bi-
cromatos, de grande emprego na indús tria de couros e na fabricação de tintas.
Para fins militares, além de alguns
dos usos industriais já expostos, ligas de
metais se acham depositados, na con
fecção de vários aparelhos elétricos, em
Antimónio
O principal uso do estanho metálico ó no revestimentcí. de folhas de aço,
fim para o qual é empregada também,
às vêzcs, liga de estanho e chumbo. O
estanho mctáMco puro é empregado também em folhas para invólucros de tès.
Em ligas, o uso maior é para soldas e também para metais anti-fricção. Na indústria química é usado sob a forma de cloreto, na indústria de sÔ-
em outro processo, com deta . ,
lhe, às aplicações do tungstcnio. '-<■
Entra êle na composição de aços especiais, de extrema dureza, e que são utilizados em ins-
: ' :
^ ■
iMlí
alta velocidade, visto como essas ligas mantêm sua dureza em altas tem peraturas.
Vimos também que ligas não ferro-
Não há emprego específico do estanho na indústria bélica. Alumínio
Os usos do alumínio são bem conhe
cidos e tão amplos que seria d fícil resumi-'os em uma lista.
A maior parte
nada à produção de abrasivos, refratá-
o Widia.
rios e cimento aluminoso, e outra ainda destinada a usos quím cos.
não combustíveis, e na fabricação de tintas.
mercúrio, usado como detonante.
nicos, em baterias de acumuladores e,
é usado na indústria de tintas e sob a
ainda, em pequenas adições de outros metais, na fabricação de tipos para a
forma de nitrato é usado na indústria do
Sob as formas de sulfureto e óxido
feltro.
Nos usos militares sobressaem o do
imprensa.
Há ainda outras ligas chamadas'de
fulminato e o de tintas especiais para do mercúrio.
assim como carburetos de tungstênio e
dução de laças e mordentes, na fabri cação de couro branco, para artigos
outros e sob a forma de fulminato de
solda, para a fabricação de tubos, reves timento de cabos telegráficos e telefô
(chumbo, estanho e antimónio);
(taVez 10%), da bauxita explorada no
Na indústria química é usado na pro
Os principais usos químicos são sob
a forma de produtos farmacêuticos e
vidro.
mundo, se destina à produção de alu mínio metálico, sendo outra parte desti
línicas.
de energia.
a marinha.
sas de tungstênio, cobalto e cromo, co
O tungstênio em filamento é usado em
O principal uso do antimónio para fins metalúrgicos é em liga com o chumbo, com o objetivo de dar a ôste mais du reza e rigidez. Essa liga é usada como
metal branco; Brittani (chumbo, antimónio e cobre); Pewter
nhecidas sob o nome genérico de stelita, são usadas para os mesmos fins,
lâmpadas elétricas e em válvulas eletro-
Um outro uso relativamente recente
do mercúrio é em caldeiras para geração
da e de óxido na. indústria de
'
tnimentos de corte de peças em
instrumentos técnicos c científicos di versos, em celas eletrolíticas.
tros metais ou ligas, se necessário.
Já tive oportunidade de me referir,
Como substituto do alumínio para al
Estanho
alimentos, fumo e outros e também para tubos de pastas dentifrícias e semelhau-
Tungstênio
Os principais usos do merciiric metá lico são em processos de retirada do ou ro e da prata das rochas em que esses
magnésio, cuja produção foi amplamen te aumentada na última guerra.
certos fins, é o molibdênio.
dutos, possa ser êle substituído por ou
cromo, embora, em alguns de seus pro
WcTcúrío
guns fins, apresentou-so recentemente o
to são usados também na indústria de
de panos verde-escuros para as fardas. Não há substitutos específicos para o
pa ra tais fins é exigido alumínio do me lhor tipo, que permita aproveitar ao nráximo as qualidacle.s dc leveza e re
Como substituto, o principal, para
tintas.
uso na tinta empregada para o preparo
L
sistência que caracterizam esse metal
O Cr2 03 é usado na produção de
Para fins militares, além dos usos
83
tungstênio são usadas como núcleo de projetis de grande poder de penetração.
Cr metálico e sulfates; acetato e clore
industriais já referidos, é importante o
Dicesto Econômico
As qualidades que tornaram o alu
Não há substitutos específicos
Queen's metal (estanho, antimó nio, cobre e zinco) e Sterline (cobre, antimónio, zinco e fer ro).
Na indústria química são mais usa dos óxidos e sulfuretos de antimónio no
preparo de tintas e esmaltes, na colora ção CiC ÇHU de vidros, cii* em fósforos de òC^urcluya segurança
e, prímitlvainente,'foi usado o Sb2 S5 na vulcanização da borracha. Para
fins
militares,
o
antimónio é
u.sado em núcleos e cargas de balas, de
"shrapnels"; e nas cápsulas detonantes de rifles é usado o sulftireto de antimónio.
Platino
Os usos principais da platina
(metal) são em joalheria, que, nos Es
tados Unidos, representaram, de 1918 a
1939, sessenta por cento da platina con sumida, que foi empregada, não só em JL" —uau ÒU Ci* í propriamente, como em objetos di
versos de uso comum , mas luxuosos, e servindo também de adômo.
Na indústria elétrica o uso da platina
ainda é grande mas tem decrescido.
Na indústria química o uso da platina
mínio em metal de tão largq uso são
Para alg\ins fins o antimónio tem si
é grande, talvez o dôbro do uso na in
sua leveza, sua resistência física e sua
do substituído por outros metais, prin cipalmente pelas ligas do tipo metal Frary, em que o chumbo é ligado ao
dústria elétrica. Nessa indústria a pla tina é usada não só em equipamentos diversos como também em catalisadores,
cádmio e cálcio.
e em elétrodos.
resistência ao ataque da atmosfera e a diversos tipos de corrosão química. Para fins militares não há uso espe
cífico do alumínio, mas há a notar que
1 DiGESTO Econômico
82
em tijolos ou sob a forma de cimento de cromita.
Na indústria química, os produtos de cremo mais usados são os cromatos e bi-
cromatos, de grande emprego na indús tria de couros e na fabricação de tintas.
Para fins militares, além de alguns
dos usos industriais já expostos, ligas de
metais se acham depositados, na con
fecção de vários aparelhos elétricos, em
Antimónio
O principal uso do estanho metálico ó no revestimentcí. de folhas de aço,
fim para o qual é empregada também,
às vêzcs, liga de estanho e chumbo. O
estanho mctáMco puro é empregado também em folhas para invólucros de tès.
Em ligas, o uso maior é para soldas e também para metais anti-fricção. Na indústria química é usado sob a forma de cloreto, na indústria de sÔ-
em outro processo, com deta . ,
lhe, às aplicações do tungstcnio. '-<■
Entra êle na composição de aços especiais, de extrema dureza, e que são utilizados em ins-
: ' :
^ ■
iMlí
alta velocidade, visto como essas ligas mantêm sua dureza em altas tem peraturas.
Vimos também que ligas não ferro-
Não há emprego específico do estanho na indústria bélica. Alumínio
Os usos do alumínio são bem conhe
cidos e tão amplos que seria d fícil resumi-'os em uma lista.
A maior parte
nada à produção de abrasivos, refratá-
o Widia.
rios e cimento aluminoso, e outra ainda destinada a usos quím cos.
não combustíveis, e na fabricação de tintas.
mercúrio, usado como detonante.
nicos, em baterias de acumuladores e,
é usado na indústria de tintas e sob a
ainda, em pequenas adições de outros metais, na fabricação de tipos para a
forma de nitrato é usado na indústria do
Sob as formas de sulfureto e óxido
feltro.
Nos usos militares sobressaem o do
imprensa.
Há ainda outras ligas chamadas'de
fulminato e o de tintas especiais para do mercúrio.
assim como carburetos de tungstênio e
dução de laças e mordentes, na fabri cação de couro branco, para artigos
outros e sob a forma de fulminato de
solda, para a fabricação de tubos, reves timento de cabos telegráficos e telefô
(chumbo, estanho e antimónio);
(taVez 10%), da bauxita explorada no
Na indústria química é usado na pro
Os principais usos químicos são sob
a forma de produtos farmacêuticos e
vidro.
mundo, se destina à produção de alu mínio metálico, sendo outra parte desti
línicas.
de energia.
a marinha.
sas de tungstênio, cobalto e cromo, co
O tungstênio em filamento é usado em
O principal uso do antimónio para fins metalúrgicos é em liga com o chumbo, com o objetivo de dar a ôste mais du reza e rigidez. Essa liga é usada como
metal branco; Brittani (chumbo, antimónio e cobre); Pewter
nhecidas sob o nome genérico de stelita, são usadas para os mesmos fins,
lâmpadas elétricas e em válvulas eletro-
Um outro uso relativamente recente
do mercúrio é em caldeiras para geração
da e de óxido na. indústria de
'
tnimentos de corte de peças em
instrumentos técnicos c científicos di versos, em celas eletrolíticas.
tros metais ou ligas, se necessário.
Já tive oportunidade de me referir,
Como substituto do alumínio para al
Estanho
alimentos, fumo e outros e também para tubos de pastas dentifrícias e semelhau-
Tungstênio
Os principais usos do merciiric metá lico são em processos de retirada do ou ro e da prata das rochas em que esses
magnésio, cuja produção foi amplamen te aumentada na última guerra.
certos fins, é o molibdênio.
dutos, possa ser êle substituído por ou
cromo, embora, em alguns de seus pro
WcTcúrío
guns fins, apresentou-so recentemente o
to são usados também na indústria de
de panos verde-escuros para as fardas. Não há substitutos específicos para o
pa ra tais fins é exigido alumínio do me lhor tipo, que permita aproveitar ao nráximo as qualidacle.s dc leveza e re
Como substituto, o principal, para
tintas.
uso na tinta empregada para o preparo
L
sistência que caracterizam esse metal
O Cr2 03 é usado na produção de
Para fins militares, além dos usos
83
tungstênio são usadas como núcleo de projetis de grande poder de penetração.
Cr metálico e sulfates; acetato e clore
industriais já referidos, é importante o
Dicesto Econômico
As qualidades que tornaram o alu
Não há substitutos específicos
Queen's metal (estanho, antimó nio, cobre e zinco) e Sterline (cobre, antimónio, zinco e fer ro).
Na indústria química são mais usa dos óxidos e sulfuretos de antimónio no
preparo de tintas e esmaltes, na colora ção CiC ÇHU de vidros, cii* em fósforos de òC^urcluya segurança
e, prímitlvainente,'foi usado o Sb2 S5 na vulcanização da borracha. Para
fins
militares,
o
antimónio é
u.sado em núcleos e cargas de balas, de
"shrapnels"; e nas cápsulas detonantes de rifles é usado o sulftireto de antimónio.
Platino
Os usos principais da platina
(metal) são em joalheria, que, nos Es
tados Unidos, representaram, de 1918 a
1939, sessenta por cento da platina con sumida, que foi empregada, não só em JL" —uau ÒU Ci* í propriamente, como em objetos di
versos de uso comum , mas luxuosos, e servindo também de adômo.
Na indústria elétrica o uso da platina
ainda é grande mas tem decrescido.
Na indústria química o uso da platina
mínio em metal de tão largq uso são
Para alg\ins fins o antimónio tem si
é grande, talvez o dôbro do uso na in
sua leveza, sua resistência física e sua
do substituído por outros metais, prin cipalmente pelas ligas do tipo metal Frary, em que o chumbo é ligado ao
dústria elétrica. Nessa indústria a pla tina é usada não só em equipamentos diversos como também em catalisadores,
cádmio e cálcio.
e em elétrodos.
resistência ao ataque da atmosfera e a diversos tipos de corrosão química. Para fins militares não há uso espe
cífico do alumínio, mas há a notar que
Digesto Econômico
84
Na indústria do rayon é usada na fi xação da fibra.
Na indústr a dentária suo bem conhe cidos os usos da platina. Para diversos fins .são usadas
dèsse metal com irídio, ródío, pa ádio,
prata, ouro, cobre e níquel. Usam-se compostos de platina na pre
à
ctmbustão, isolantos térmicos.
asbesto, cimento isolante, cimentos divcr.sos e tubos. O segundo ser\'e para
minério de cério e tório.
isolantes diversos. O terceiro principal mente pura cimentos que servem para
(metal mish) com o lântano, o neodímio, e outi'os metais de terras raras,
a forma dc nitrato de sód o, sulfato de amõnia, nitrato de amònia e cianamida,
fabricação de tubos, que podem, cm
que, adicionada a ferro e pequenas por
sendo a purtc menor usada na indústria,
certos casos, substituir os de ferro.
centagens de boro, silício, cálcio ou ou
A crenolita e a antofihtu, outros as
principalmente na indústria bélica. pede o Covêrní) de conceder favores àqueles que quiserem cstahe'cccr a in
substitutas, como, por exemplo: ligas
tes
O nitrogênio, (jiier o contido nos ni tratos naturais (jticr o contido nos di versos compostos sintéticos, c usado cm sua maior parte como fertilizante, sob
gentes químicos e em sais para depositar platina em processos de gaUanoplastia. A platina, depois que aumentou de preço a partir de 1909, tem tido muitos
Sd
e contendo^ três -a nove por cento de oxido dc tório. É, assim, o principal
cente acordo firmado com o CIúle im
Não há usos específicos para fins
Ecoxómico
Scr\"e também para fabricar papéis de
NUro^àtiio
paração de telas fluorescentes para apa relhos de raios X, na indústria de papel para fotografia, em pigmentos, em rea-
militares.
I3roK.sTo
Tivemos conhecimento de que re
dústria de fixação dc azòto do ar em
nosso país, favores que já tinham sido propostos por este Conselho ao Co\èn\o. Çuaiizo
Já tive oportunidade de expor, peran
O principal uso do cério é em liga
bestos, mas do ma qualidade, servem
tros metais, forma o ferro-cério com que são fabricadas as "pedras" de isquei
para filtros, cimentos isolantes e enchi
ros, sendo a liga ainda usada em him-
padas de mineiros e em tochas p.u-a
mentos.
Diamanles
solda a acetileno. O cério metálico c usado também em vábm^as de rádio.
Já tive também oportunidade de tra
Estão sendo desenvolvidas ligas de cério
tar, neste Conse ho, com certo clelalhe,
dos usos dos diamantes. Sua importiui-
e magnesio resistentes a temperaturas mu to elevadas.
cia foi bem resumida por David Brews-
O tório, antigamente, tinha grande
ter, cm 1835, no seguinte conceüo: "se
emprègo na fabricação de camisas Auer,
de ferro e níquel, lungstènio e ligas de cromo e níquel em diversas aplicações elétricas; sílica em alamb ques; oxido
outro processo, a.s utilizações do quartzo
dra preciosa, o líder do reino mi
ceu; atualmente é usado em cé
de vanádio e sílica gel, nos catalisadores;
desde a mais remota antigüidade, quan
neral, alcançaiáa a mesma distin
lulas fotoelétricas, em raios X e
ligas de outros metais em aparelhos di
do era usado principalmente em ob
ção por sua utilidade nas artes".
em catalisadores e, em ligas com o molibdênio e o tungslcnio, para
versos de laboratório.
te êste Conse'ho, detalliadamenlo, em
jetos dc uso dc :idòrno ou artísticos. Atualmente, embora ainda mais usa
Mica
do em bijuteria na indústria do vidro, seus usos mais importantes, principal
Os usos da mica se prendem a quali dades físicas que lhe são peculiares: iso-
mente do ponto de vista estratégico, são
os que resultam de .suas propriedades
lante elétrico de alta qualidade, inerte
piezo-clétricas: em estações de rádio,
a altas temperaturas, fraca condutora
transmi.ssoras e receptoras, em linhas do transmissões telefônicas a grande dis
de calor, grandemente fiexível, com cliyagem permitindo fácil decomposição em lâminas, transparente.
tancia, em detetores do sons, em ins-
iTumentos de precisão e no radar.
prego de quase a totaudade da mica
Os quadros estatísticos anexos a que mo referi revelam o consumo do quart
consumida é na indústria de eletricidade.
zo nos ú'timos anos e sublinham elo
Em virtude dessas qualidades, o em
Não há aplicação específica da mica para fins m-lítares.
A mica não tem substituto perfeito
nas suas qualidades de isolante elétrico. Em casos de emergência ou de exi gência menor de quaUdade, podem ser usadas micas de qualidade inferior, cer
tos produtos s ntéticos e porcelanas.
qüentemente sua importância como mi
neral estratégico. Afibestos
Os asbestos que têm maior importân cia estratégica são a crisolita, a àmo.sita e o asbesto azul. O primeiro serve, por
ter fibras longas, para tecidos resisten-
o diamante não fosse, como pe
Sua larga aplicação nas indús trias decorre de sua e.xcepc^onal
artigo que hoje quase desapare
filamentos na indústria elétrica.
dureza. E daí seu grande emprego na indústria bélica, podendo-se afirmar-que não há boje arma de guerra importante
corrosão, são importantes as ligas de
para cujo fabrico não se utilize o dia
níquel e cromo e níquel.
mante.
Nos Estados Unidos o consu
mo anual de diamante antes da guerra
Por sua grande resistência física à
Guertler, com cobre e níquel, feito e O mesotório e o radiotório, por suas propriedades radioativas, são usados em
era de 1.250.000 quilates. Em 19-13 foi
medicina o primeiro, e em experiências
de cerca de 10.000.000 de quilates. Antes de passarmos aos principais usos de alguns minerais estratégicos do
de laboratório o segundo.
ponto de vista do Brasil, não incluídos
A possibilidade de fissão nuclear por intermédio do tório, para liberação de energia atômica, recentemente dÍMiVa-
entie os estratégicos para os Estados
da. deu ao tório importância eslratAi-
Unidos ou Inglaterra, descreverei ràpi-
ca excepcional.
®
damente os usos de alguns minerais ■ mais raros, também chamados "meno
Urdnio
Os prüicipais minérios de urânio são
res". Monazita
A monazita é um fosfato anidro de
terras raras, como cério, làntano, dídimo
as uranitas, cuja variedade amorfa é conhecida por pitchblenda
O urânio tem aplicação como coran te na industria cerâmica e na indústria
Digesto Econômico
84
Na indústria do rayon é usada na fi xação da fibra.
Na indústr a dentária suo bem conhe cidos os usos da platina. Para diversos fins .são usadas
dèsse metal com irídio, ródío, pa ádio,
prata, ouro, cobre e níquel. Usam-se compostos de platina na pre
à
ctmbustão, isolantos térmicos.
asbesto, cimento isolante, cimentos divcr.sos e tubos. O segundo ser\'e para
minério de cério e tório.
isolantes diversos. O terceiro principal mente pura cimentos que servem para
(metal mish) com o lântano, o neodímio, e outi'os metais de terras raras,
a forma dc nitrato de sód o, sulfato de amõnia, nitrato de amònia e cianamida,
fabricação de tubos, que podem, cm
que, adicionada a ferro e pequenas por
sendo a purtc menor usada na indústria,
certos casos, substituir os de ferro.
centagens de boro, silício, cálcio ou ou
A crenolita e a antofihtu, outros as
principalmente na indústria bélica. pede o Covêrní) de conceder favores àqueles que quiserem cstahe'cccr a in
substitutas, como, por exemplo: ligas
tes
O nitrogênio, (jiier o contido nos ni tratos naturais (jticr o contido nos di versos compostos sintéticos, c usado cm sua maior parte como fertilizante, sob
gentes químicos e em sais para depositar platina em processos de gaUanoplastia. A platina, depois que aumentou de preço a partir de 1909, tem tido muitos
Sd
e contendo^ três -a nove por cento de oxido dc tório. É, assim, o principal
cente acordo firmado com o CIúle im
Não há usos específicos para fins
Ecoxómico
Scr\"e também para fabricar papéis de
NUro^àtiio
paração de telas fluorescentes para apa relhos de raios X, na indústria de papel para fotografia, em pigmentos, em rea-
militares.
I3roK.sTo
Tivemos conhecimento de que re
dústria de fixação dc azòto do ar em
nosso país, favores que já tinham sido propostos por este Conselho ao Co\èn\o. Çuaiizo
Já tive oportunidade de expor, peran
O principal uso do cério é em liga
bestos, mas do ma qualidade, servem
tros metais, forma o ferro-cério com que são fabricadas as "pedras" de isquei
para filtros, cimentos isolantes e enchi
ros, sendo a liga ainda usada em him-
padas de mineiros e em tochas p.u-a
mentos.
Diamanles
solda a acetileno. O cério metálico c usado também em vábm^as de rádio.
Já tive também oportunidade de tra
Estão sendo desenvolvidas ligas de cério
tar, neste Conse ho, com certo clelalhe,
dos usos dos diamantes. Sua importiui-
e magnesio resistentes a temperaturas mu to elevadas.
cia foi bem resumida por David Brews-
O tório, antigamente, tinha grande
ter, cm 1835, no seguinte conceüo: "se
emprègo na fabricação de camisas Auer,
de ferro e níquel, lungstènio e ligas de cromo e níquel em diversas aplicações elétricas; sílica em alamb ques; oxido
outro processo, a.s utilizações do quartzo
dra preciosa, o líder do reino mi
ceu; atualmente é usado em cé
de vanádio e sílica gel, nos catalisadores;
desde a mais remota antigüidade, quan
neral, alcançaiáa a mesma distin
lulas fotoelétricas, em raios X e
ligas de outros metais em aparelhos di
do era usado principalmente em ob
ção por sua utilidade nas artes".
em catalisadores e, em ligas com o molibdênio e o tungslcnio, para
versos de laboratório.
te êste Conse'ho, detalliadamenlo, em
jetos dc uso dc :idòrno ou artísticos. Atualmente, embora ainda mais usa
Mica
do em bijuteria na indústria do vidro, seus usos mais importantes, principal
Os usos da mica se prendem a quali dades físicas que lhe são peculiares: iso-
mente do ponto de vista estratégico, são
os que resultam de .suas propriedades
lante elétrico de alta qualidade, inerte
piezo-clétricas: em estações de rádio,
a altas temperaturas, fraca condutora
transmi.ssoras e receptoras, em linhas do transmissões telefônicas a grande dis
de calor, grandemente fiexível, com cliyagem permitindo fácil decomposição em lâminas, transparente.
tancia, em detetores do sons, em ins-
iTumentos de precisão e no radar.
prego de quase a totaudade da mica
Os quadros estatísticos anexos a que mo referi revelam o consumo do quart
consumida é na indústria de eletricidade.
zo nos ú'timos anos e sublinham elo
Em virtude dessas qualidades, o em
Não há aplicação específica da mica para fins m-lítares.
A mica não tem substituto perfeito
nas suas qualidades de isolante elétrico. Em casos de emergência ou de exi gência menor de quaUdade, podem ser usadas micas de qualidade inferior, cer
tos produtos s ntéticos e porcelanas.
qüentemente sua importância como mi
neral estratégico. Afibestos
Os asbestos que têm maior importân cia estratégica são a crisolita, a àmo.sita e o asbesto azul. O primeiro serve, por
ter fibras longas, para tecidos resisten-
o diamante não fosse, como pe
Sua larga aplicação nas indús trias decorre de sua e.xcepc^onal
artigo que hoje quase desapare
filamentos na indústria elétrica.
dureza. E daí seu grande emprego na indústria bélica, podendo-se afirmar-que não há boje arma de guerra importante
corrosão, são importantes as ligas de
para cujo fabrico não se utilize o dia
níquel e cromo e níquel.
mante.
Nos Estados Unidos o consu
mo anual de diamante antes da guerra
Por sua grande resistência física à
Guertler, com cobre e níquel, feito e O mesotório e o radiotório, por suas propriedades radioativas, são usados em
era de 1.250.000 quilates. Em 19-13 foi
medicina o primeiro, e em experiências
de cerca de 10.000.000 de quilates. Antes de passarmos aos principais usos de alguns minerais estratégicos do
de laboratório o segundo.
ponto de vista do Brasil, não incluídos
A possibilidade de fissão nuclear por intermédio do tório, para liberação de energia atômica, recentemente dÍMiVa-
entie os estratégicos para os Estados
da. deu ao tório importância eslratAi-
Unidos ou Inglaterra, descreverei ràpi-
ca excepcional.
®
damente os usos de alguns minerais ■ mais raros, também chamados "meno
Urdnio
Os prüicipais minérios de urânio são
res". Monazita
A monazita é um fosfato anidro de
terras raras, como cério, làntano, dídimo
as uranitas, cuja variedade amorfa é conhecida por pitchblenda
O urânio tem aplicação como coran te na industria cerâmica e na indústria
'J ■'•.'""H //' ' .'U
Dicbsto
86
Econômico
DicESTo Econômico
O berílio tem também aplicação nos
do vidro e ainda em aparelhos de des
processos de produção do material empregado no preparo de bombas atômicas.
carga de gases.
A utilização mais importante atual do
Urânio é na liberação da energia atô
E a aplicação na industria bélica da energia atômica deu lugar a armas, de terrível poder de destruição, como é do conhecimento de todos.
^
,
o emprego no preparo de aços de alto vanádio, titânio e alumínio empregadas
silica.
na indústria do aço como deso.xidante •
"
Suas qualidades de alta resistência à corrosão e grande poder de absorção de
é na indústria de pigmentos ~ fabrica
tas porcentagens de berílio. A principal liga de berílio é a com o cobre, que é extremamente rígida e ex tremamente resistente à fadiga, tendo
grande aplicação em aparelhos de contrôle, instrumentos de aviação e de co municações.
Essa liga apresenta também grande
processo.
tes e cerâmica.
O óxido de zircônio é usado como re-
Outros compostos de titânio têm apli
Tântalo
O principal minério de tântalo é a tantalita, que é um tântalo de ferro e
técnica por causa da luz brilhante que
manganês.
como solda.
Outro uso importante dessa liga é em instrumentos empregados
-♦,
Outro uso do berílio, mais recente, é
no preparo de nova fibra de rayon fa
bricação de instrumentos de corte.
semipreciosa.
furante e desnitrificante.
O óxido de tântalo é um dos compo
nentes (ío vidro sem síIica usado em lentes para câmaras aéreas.
Alóm disso.
O tântalo metálico é usado ainda em
operações cirúrgicas, como em placas 1
;•
"i .
Uma parte substancial do cobre pro
cidade; geradores, motores, locomotivas elétricas, chaves, lâmpadas, linhas de transmissão e distribuição; em telefones e em telegrafia; na indústria de automó
ar condicionado OOHdlciOQilclo etc.
O carbureto de tântalo entra na fa
Na indústria siderúrgica, o zircônio metálico entra como desoxidante, dessul-
êle faz parte.
O f.uoreto de tântalo e potássio é
butadieno, borracha sintética.
O zircônio é usado como pedra
Os usos do cobre são bem conhecidos.
veis; na indústria de rádio; em equi pamento ferroviário; em munições; na
usado como catalisador na fabricação de
Zircônio
não referidos.
Grande parte do tântalo produzido é
aplicado em válvulas eletrônicas.
O titânio é empregado também
altas temperaturas.
cos do ponto de vista do Brasil, ainda
duzido é usado na indústria de eletri
o carbureto de titânio, em elétrodos.
resistência à corrosão, mesmo a
aplicações de alguns minerais estratégi
Muitos deles já foram referidos quando foram mencionadas ligas diversas de que
fratário, na indústria de vidros, esmal
emitem durante a combustão.
O lítio é usado como base de diver sos produtos de guerra. Passados em revista esses minerais me nores, vamos resumir, em seguida, as
gases que se formam em válvulas de rádio.
Alguns têm aplicação na indústria piro
purificador.
Cobre
ção de alvaiade de titânio, assunto de que já tratei neste Conselho, em outro cação na indústria, como, por exemplo,
O lítío metálico é usado como ele
mento em pequena proporção em certas
gases o fazem aphcado em várias coisas,
como, por exemplo, como captador dos
O principal uso do óxido de titânio
usadas, assim como aços contendo cer
na indústria de
ra.
dutor de calor.
berílio e estanho e berílio e ouro são
exemplo,
O zircônio entra, também, como ma-
que o de tungstônio, embora maior con
Ligas diversas de berílio e níquel,
por
téira-prima em várias munições de guer
cuo, pura rádio. O carbureto de titânio é mais duro
usado na "cementação" de aço.
.
válvulas para rádio.
do algumas .usadas em válvulas de \-Ã-
ferrosas e não ferrosas. O ferro-berilio (20% Be e 80% Fe) é
bricada com hervas marinhas.
como,
Há ainda outras ligas de titânio, sen
timável valor para a indústria, onde é aplicado sob forma de ligas diversas,
ligas ferrosas. É adicionado a banhos fundidos de ligas à base de cobre como
> •
são também usadas para diversos fins,
dade dos produtos.
tomam o berílio um metal de ines
0,5% Ti e 0,757o Zr.
Ligas não ferrosas contendo zircônio
para aumentar a resistência e a ductill-
As qualidades de grande leveza e grande rigidez (maior do que a do aço)
Os principais minérios de lítio são:
espodumênio, ambligonita e lepidolita.
ao choque.
Ê usado nas ligas Grainal, de ferro,
e 19% de óxido de alumínio, além da
Lífio
Uma liga própria para válvulas ma trizes e cutelaria contém 8,75% de Cr, S% Ni, 17o Cu, ly5% Si, 0 2% C O aço de Zr-Mn é de alta resistência
teor cremo.
que contém até 14% de óxido de berílio
em reparos de tanques de inflamáveis, por exemplo por expedirem faíscas pequenas.
Ni c 0,347o Zr.
O principal uso do titânio é no ferro-
O minério mais comum é o berilo
equipamento quünico.
contem 0,47o C, 17o Mn, 157o Si 2%
titâníQ sendo um uso principal dêste
Berílio
para substituição de ossos e também em
Utn aço típico de níquel-zircônio
Os minérios de titânio são o rutilo e a iimenita, respectivamente Ti08 e Fe0Ti02.
de, resistência ao desgaste e resistência à corrosão,
Titânio
mica.
O zircônio dú aos aços maciez, tenacida
construção naval; em equipamento para .de suas utilizações, é o alum
w aiumiiuo e. para algumas outras, é. o zinco. Carvão
Os usos do carvão são para produ ção de energia térmica, calor industrial coque, subprodutos de desHlação - hi-
'J ■'•.'""H //' ' .'U
Dicbsto
86
Econômico
DicESTo Econômico
O berílio tem também aplicação nos
do vidro e ainda em aparelhos de des
processos de produção do material empregado no preparo de bombas atômicas.
carga de gases.
A utilização mais importante atual do
Urânio é na liberação da energia atô
E a aplicação na industria bélica da energia atômica deu lugar a armas, de terrível poder de destruição, como é do conhecimento de todos.
^
,
o emprego no preparo de aços de alto vanádio, titânio e alumínio empregadas
silica.
na indústria do aço como deso.xidante •
"
Suas qualidades de alta resistência à corrosão e grande poder de absorção de
é na indústria de pigmentos ~ fabrica
tas porcentagens de berílio. A principal liga de berílio é a com o cobre, que é extremamente rígida e ex tremamente resistente à fadiga, tendo
grande aplicação em aparelhos de contrôle, instrumentos de aviação e de co municações.
Essa liga apresenta também grande
processo.
tes e cerâmica.
O óxido de zircônio é usado como re-
Outros compostos de titânio têm apli
Tântalo
O principal minério de tântalo é a tantalita, que é um tântalo de ferro e
técnica por causa da luz brilhante que
manganês.
como solda.
Outro uso importante dessa liga é em instrumentos empregados
-♦,
Outro uso do berílio, mais recente, é
no preparo de nova fibra de rayon fa
bricação de instrumentos de corte.
semipreciosa.
furante e desnitrificante.
O óxido de tântalo é um dos compo
nentes (ío vidro sem síIica usado em lentes para câmaras aéreas.
Alóm disso.
O tântalo metálico é usado ainda em
operações cirúrgicas, como em placas 1
;•
"i .
Uma parte substancial do cobre pro
cidade; geradores, motores, locomotivas elétricas, chaves, lâmpadas, linhas de transmissão e distribuição; em telefones e em telegrafia; na indústria de automó
ar condicionado OOHdlciOQilclo etc.
O carbureto de tântalo entra na fa
Na indústria siderúrgica, o zircônio metálico entra como desoxidante, dessul-
êle faz parte.
O f.uoreto de tântalo e potássio é
butadieno, borracha sintética.
O zircônio é usado como pedra
Os usos do cobre são bem conhecidos.
veis; na indústria de rádio; em equi pamento ferroviário; em munições; na
usado como catalisador na fabricação de
Zircônio
não referidos.
Grande parte do tântalo produzido é
aplicado em válvulas eletrônicas.
O titânio é empregado também
altas temperaturas.
cos do ponto de vista do Brasil, ainda
duzido é usado na indústria de eletri
o carbureto de titânio, em elétrodos.
resistência à corrosão, mesmo a
aplicações de alguns minerais estratégi
Muitos deles já foram referidos quando foram mencionadas ligas diversas de que
fratário, na indústria de vidros, esmal
emitem durante a combustão.
O lítio é usado como base de diver sos produtos de guerra. Passados em revista esses minerais me nores, vamos resumir, em seguida, as
gases que se formam em válvulas de rádio.
Alguns têm aplicação na indústria piro
purificador.
Cobre
ção de alvaiade de titânio, assunto de que já tratei neste Conselho, em outro cação na indústria, como, por exemplo,
O lítío metálico é usado como ele
mento em pequena proporção em certas
gases o fazem aphcado em várias coisas,
como, por exemplo, como captador dos
O principal uso do óxido de titânio
usadas, assim como aços contendo cer
na indústria de
ra.
dutor de calor.
berílio e estanho e berílio e ouro são
exemplo,
O zircônio entra, também, como ma-
que o de tungstônio, embora maior con
Ligas diversas de berílio e níquel,
por
téira-prima em várias munições de guer
cuo, pura rádio. O carbureto de titânio é mais duro
usado na "cementação" de aço.
.
válvulas para rádio.
do algumas .usadas em válvulas de \-Ã-
ferrosas e não ferrosas. O ferro-berilio (20% Be e 80% Fe) é
bricada com hervas marinhas.
como,
Há ainda outras ligas de titânio, sen
timável valor para a indústria, onde é aplicado sob forma de ligas diversas,
ligas ferrosas. É adicionado a banhos fundidos de ligas à base de cobre como
> •
são também usadas para diversos fins,
dade dos produtos.
tomam o berílio um metal de ines
0,5% Ti e 0,757o Zr.
Ligas não ferrosas contendo zircônio
para aumentar a resistência e a ductill-
As qualidades de grande leveza e grande rigidez (maior do que a do aço)
Os principais minérios de lítio são:
espodumênio, ambligonita e lepidolita.
ao choque.
Ê usado nas ligas Grainal, de ferro,
e 19% de óxido de alumínio, além da
Lífio
Uma liga própria para válvulas ma trizes e cutelaria contém 8,75% de Cr, S% Ni, 17o Cu, ly5% Si, 0 2% C O aço de Zr-Mn é de alta resistência
teor cremo.
que contém até 14% de óxido de berílio
em reparos de tanques de inflamáveis, por exemplo por expedirem faíscas pequenas.
Ni c 0,347o Zr.
O principal uso do titânio é no ferro-
O minério mais comum é o berilo
equipamento quünico.
contem 0,47o C, 17o Mn, 157o Si 2%
titâníQ sendo um uso principal dêste
Berílio
para substituição de ossos e também em
Utn aço típico de níquel-zircônio
Os minérios de titânio são o rutilo e a iimenita, respectivamente Ti08 e Fe0Ti02.
de, resistência ao desgaste e resistência à corrosão,
Titânio
mica.
O zircônio dú aos aços maciez, tenacida
construção naval; em equipamento para .de suas utilizações, é o alum
w aiumiiuo e. para algumas outras, é. o zinco. Carvão
Os usos do carvão são para produ ção de energia térmica, calor industrial coque, subprodutos de desHlação - hi-
»'V . • ..
..4,-.
DICÜSTO Econômico
Dítu-:sT() EcoNó^tICo
89
88
dro-carburetos aromáticos, fenóis, etc.
— base da indústria química orgânica, e como redator na indústria metalúrgica. Enxofre
O enxofre é encontrado em estado na
tivo ou sob a forma dc piritas (sulfuretos).
Os principais usos do enxôfre sao em indústrias químicas, das quais a mais importante é a do ácido sulfúrico, cuja
importância é bem conhecida, tendo já
cipalmente. e a prata, oin jóias, winw utensílios c ornamentos dc lu.xo e como tesouros.
O domínio dc minas dèsscs metais c
o saque dc tesouros tornaram possive' a supremacia dc certos países no passado. Assim, o Egito só se tornou grande
potônc a quando pôde dominar as minas de cobre dc Mighara e as minas de ouro da Núbia 2.700 anos a. C. E 'Vá rios faraós, como Tutmós III, Amcnofes III e os Ramsés puderam dar grande
bri'ho aos seus reinados pela explora
jnctais nobres que enriqueceram Portu
gal e Espanha e também a Inglaterra que, através de seus piratas algo oficia lizados, saqueava os ga cões provenien
tigo pelo bomcni. O inicio de sua uti lização perde-se na noite dos tempos e
tes das terras novas.
certamente data de mais de trinta mil
A Inglaterra e a Holanda começaram a desenvolver os seus próprios recursos minerais mas também criaram compa
nhias de navegação que, depois de des baratada a Invencível Armada de Felipe II,
dominaram
os . mares
por muito
tempo.
Hoje, as grandes potências do mundo são não as que possuem somente minas de metais nobres, mas principalmente as
cas em que é empregado o enxofre são
ção dc minas que dominaram e pelo saque de tesouros acumulados. Felipe da Macedônia e seu filho Ale
a de pólvora negra, a do sulfurcto de
xandre o Grande puderam organizar o
que têm indústrias minerais e indústrias que utilizam máterias-primus minerais
exército que, comandado por este, do
bem desenvolvidas, quer em seus pró
este Conselho, em outra oportunidade, tratado dela.
Outras indústrias quími
carbono, a de cloreto dc enxôfre para
vulcanização da borracha, a dc sulfuretos
alcaiinos, sulfitos e hipossulfitos e gás su'furoso para refrigeração, desinfecção e a vejamento.
O enxôfre é também empregado na indústria de tintas e vernizes, na indús
tria do papel e da polpa, na indústria de fertilizantes e outras. Petróleo
Os usos do petróleo e a enorme im
portância desse mineral são bem co nhecidos, sendo os seguintes os princi
pais produtos obtidos por sua destilação: gasolina, óleos combustíveis, ó^eos lu brificantes, alfalto, coque, cera, etc. Ouro e prata
O curo 6 a prata, assim como o co bre, encontrados em.estado nativo na
natureza, certamente foram empregados desde as épocas mais remotas, como or
namento e, mais recentemente, o cobre
e sua I ga com estanho foram usados para armas e utensílios; e o ouro, prin
Sal
É um dos minerais de uso mais an
anos. Foi provavelmente o sal o mine
ral que provocou as primeiras lutas en tre os homens, que deu lugar às primei ras guerras de conquista e que primeiro representou papel importante no comér cio. E uma prova de sua importância desde muito séculos é que da palaxra "sal" vem a palavra "salário", \'Sto como -êste foi, em tempos, pago em sa!
minou o mundo em sua epoea, j)or
prios territórios, quer nos territórios de
c provàvelmente depois avaliado em sííI. r O sal foi, portanto, em certa época, T moeda. ^ Os usos do sal são muito variados e, ^ por ordem de importância, nas indústrias
causa das mmas de ouro daquele país, aue lhe davam 1.000 ta'entos por ano.
suas colônias e domínios.
de soda, de cloro, alimentação de ga«W,
eqüivalendo o talento a 25.000 dó a-
O ouro, atualmente, além da forma ção de reservas entesouradas pelos go
alimentação humana, conservação de
res-ouro americanos dc hoje. As minas da Espanha deram ao Im-
vernos e do seu emprego em jóias, uten sílios de luxo e ornamentos diversos, é
pério Romano, durante alguns séculos,
.usado em vários tipos dc instrumentos e
além de ferro, cobre, prata e mercúrio, anualmente, ouro em quantia etpiivalente a 105.000.000 de dólares. A decadência do Império Romano coincidiu com a decadência da minera
ção, que só foi retomada com eficiência
a organização de uma sociedade de ca pital misto — Governo e particulares — para instalar essa indústria em grande
cêuticos.
escala no Brasil, sociedade que foi orga nizada sob o nome de Companhia Na
Um novo uso da prata é na trans
formação da água do mar em água po
to da mineração de ouro, prata, retomou
tável, e outro ó na indústria cerâmica,
Oriente, via Veneza. E Veneza foresceu até o momento em que Vasco da
Gama, descobrindo o caminho maríti mo para a índia, barateou imensamen te os produtos do Oriente, cujo transpor
te pela via anterior era caríssimo, devido aos pesados impostos cobrados pelos vá-
rios potentados que dominavam aquênes caminhos.
Depois, o Novo Mundo, a América, produziu largamente pedras preciosas c
A indústria da soda já foi detidamen
equipamentos elétricos e industriais, com emprego na guerra e também nas fo tografias em cores. Tem, também em prego em prodtitos químicos e farma
por'Carlos Magno. E com o crescimen
à atividade o comércio da Europa com o
carnes, indústrias de- couros e peles, in dústrias de lacticínios, industrias de tin tas, indústrias químicas diversas etc.
na composição de revestimentos de ma teriais não condutores de eletricidade,
para tornar a superfície dos mesmos de alta
condutividade elétrica.
Não só em fotografia como em outras
ap^'cações, a prata tem grande uso na guerra.
te estudada neste Conselho, que propôs
cional de Âlcalis.
O sal é encontrado nas águas do.s ma
res e de alguns lagos e sob forma sólida, conhecido pelo nome de sal-gema, de positado em jazidas, algumas vêzes muito profundas. Magnesita
Ê outro mineral importante, cujos principais usos são na fabricação de ma
Além dos já referidos, um iqineral que
teriais refratários e como minério de
tem papel de grande destaque na "vida
magnésio cujo emprego, principalmente
da humanidade é o cloreto de sódio,
na aviação, muito se desenvolveu na úl
geralmente designado por
tima Grande Guerra.
»'V . • ..
..4,-.
DICÜSTO Econômico
Dítu-:sT() EcoNó^tICo
89
88
dro-carburetos aromáticos, fenóis, etc.
— base da indústria química orgânica, e como redator na indústria metalúrgica. Enxofre
O enxofre é encontrado em estado na
tivo ou sob a forma dc piritas (sulfuretos).
Os principais usos do enxôfre sao em indústrias químicas, das quais a mais importante é a do ácido sulfúrico, cuja
importância é bem conhecida, tendo já
cipalmente. e a prata, oin jóias, winw utensílios c ornamentos dc lu.xo e como tesouros.
O domínio dc minas dèsscs metais c
o saque dc tesouros tornaram possive' a supremacia dc certos países no passado. Assim, o Egito só se tornou grande
potônc a quando pôde dominar as minas de cobre dc Mighara e as minas de ouro da Núbia 2.700 anos a. C. E 'Vá rios faraós, como Tutmós III, Amcnofes III e os Ramsés puderam dar grande
bri'ho aos seus reinados pela explora
jnctais nobres que enriqueceram Portu
gal e Espanha e também a Inglaterra que, através de seus piratas algo oficia lizados, saqueava os ga cões provenien
tigo pelo bomcni. O inicio de sua uti lização perde-se na noite dos tempos e
tes das terras novas.
certamente data de mais de trinta mil
A Inglaterra e a Holanda começaram a desenvolver os seus próprios recursos minerais mas também criaram compa
nhias de navegação que, depois de des baratada a Invencível Armada de Felipe II,
dominaram
os . mares
por muito
tempo.
Hoje, as grandes potências do mundo são não as que possuem somente minas de metais nobres, mas principalmente as
cas em que é empregado o enxofre são
ção dc minas que dominaram e pelo saque de tesouros acumulados. Felipe da Macedônia e seu filho Ale
a de pólvora negra, a do sulfurcto de
xandre o Grande puderam organizar o
que têm indústrias minerais e indústrias que utilizam máterias-primus minerais
exército que, comandado por este, do
bem desenvolvidas, quer em seus pró
este Conselho, em outra oportunidade, tratado dela.
Outras indústrias quími
carbono, a de cloreto dc enxôfre para
vulcanização da borracha, a dc sulfuretos
alcaiinos, sulfitos e hipossulfitos e gás su'furoso para refrigeração, desinfecção e a vejamento.
O enxôfre é também empregado na indústria de tintas e vernizes, na indús
tria do papel e da polpa, na indústria de fertilizantes e outras. Petróleo
Os usos do petróleo e a enorme im
portância desse mineral são bem co nhecidos, sendo os seguintes os princi
pais produtos obtidos por sua destilação: gasolina, óleos combustíveis, ó^eos lu brificantes, alfalto, coque, cera, etc. Ouro e prata
O curo 6 a prata, assim como o co bre, encontrados em.estado nativo na
natureza, certamente foram empregados desde as épocas mais remotas, como or
namento e, mais recentemente, o cobre
e sua I ga com estanho foram usados para armas e utensílios; e o ouro, prin
Sal
É um dos minerais de uso mais an
anos. Foi provavelmente o sal o mine
ral que provocou as primeiras lutas en tre os homens, que deu lugar às primei ras guerras de conquista e que primeiro representou papel importante no comér cio. E uma prova de sua importância desde muito séculos é que da palaxra "sal" vem a palavra "salário", \'Sto como -êste foi, em tempos, pago em sa!
minou o mundo em sua epoea, j)or
prios territórios, quer nos territórios de
c provàvelmente depois avaliado em sííI. r O sal foi, portanto, em certa época, T moeda. ^ Os usos do sal são muito variados e, ^ por ordem de importância, nas indústrias
causa das mmas de ouro daquele país, aue lhe davam 1.000 ta'entos por ano.
suas colônias e domínios.
de soda, de cloro, alimentação de ga«W,
eqüivalendo o talento a 25.000 dó a-
O ouro, atualmente, além da forma ção de reservas entesouradas pelos go
alimentação humana, conservação de
res-ouro americanos dc hoje. As minas da Espanha deram ao Im-
vernos e do seu emprego em jóias, uten sílios de luxo e ornamentos diversos, é
pério Romano, durante alguns séculos,
.usado em vários tipos dc instrumentos e
além de ferro, cobre, prata e mercúrio, anualmente, ouro em quantia etpiivalente a 105.000.000 de dólares. A decadência do Império Romano coincidiu com a decadência da minera
ção, que só foi retomada com eficiência
a organização de uma sociedade de ca pital misto — Governo e particulares — para instalar essa indústria em grande
cêuticos.
escala no Brasil, sociedade que foi orga nizada sob o nome de Companhia Na
Um novo uso da prata é na trans
formação da água do mar em água po
to da mineração de ouro, prata, retomou
tável, e outro ó na indústria cerâmica,
Oriente, via Veneza. E Veneza foresceu até o momento em que Vasco da
Gama, descobrindo o caminho maríti mo para a índia, barateou imensamen te os produtos do Oriente, cujo transpor
te pela via anterior era caríssimo, devido aos pesados impostos cobrados pelos vá-
rios potentados que dominavam aquênes caminhos.
Depois, o Novo Mundo, a América, produziu largamente pedras preciosas c
A indústria da soda já foi detidamen
equipamentos elétricos e industriais, com emprego na guerra e também nas fo tografias em cores. Tem, também em prego em prodtitos químicos e farma
por'Carlos Magno. E com o crescimen
à atividade o comércio da Europa com o
carnes, indústrias de- couros e peles, in dústrias de lacticínios, industrias de tin tas, indústrias químicas diversas etc.
na composição de revestimentos de ma teriais não condutores de eletricidade,
para tornar a superfície dos mesmos de alta
condutividade elétrica.
Não só em fotografia como em outras
ap^'cações, a prata tem grande uso na guerra.
te estudada neste Conselho, que propôs
cional de Âlcalis.
O sal é encontrado nas águas do.s ma
res e de alguns lagos e sob forma sólida, conhecido pelo nome de sal-gema, de positado em jazidas, algumas vêzes muito profundas. Magnesita
Ê outro mineral importante, cujos principais usos são na fabricação de ma
Além dos já referidos, um iqineral que
teriais refratários e como minério de
tem papel de grande destaque na "vida
magnésio cujo emprego, principalmente
da humanidade é o cloreto de sódio,
na aviação, muito se desenvolveu na úl
geralmente designado por
tima Grande Guerra.
Dicesto EcoNÓNaco
Inlerpret.i ríiD
a pohhfíi líüifirahH-
lÜ
J. Fernando CARNicmo
história da imigração no
O autor do presente cnsoto, que está
Brasil começa com o Prín
realizando atualmente um curso na F(S'
cipe Dom João. É êle quem, em 1808, baixa de
culdade Nacional de Filosofia, do Rio
creto
rio brasileiro, escreverá sòbrc êsse mo-
criando
condições
propícias para atrair imigrantes não lu sitanos para o Brasil.
de Janeiro, sôhrc o problema imigrató mentoso assunto para o Digcsto Eco
Mais tarde será
nômico ufTui série de quatro artigos.
ainda êle, já então usando o nome de
O Dr. J. Fernando Carneiro é escritor
D. João VI, quem dará início à imigra ção dirigida, paga, organizada pelo Es
de real merecimento, tendo publicado,
tado, cnando a colônia de Nova Fri-
tropofagia entre os indígenas do BrasiF' e "Catolicismo — revolução c reação*'.
burgo.
entre outras, as valiosas obras: "A An
Imigração espontânea e imigração di rigida, começam ambas, portanto, sob a tutela do Estado.
De acôrdo, aliás,
91
ríespovoamento, tal a mortandade que as guerras e as doenças trazidas pelos eu
tratados e se proibia fazer guerra ao
ropeus provocam entre os indígçnas.
gentio por mar ou por terra, sem licença
Um despovoamento ou uma substituição.
do Governador, sob pena de morte e
mendava que os índios fôssem bem
de perda de todos os bens, e tudo isso Portuguôses e índios Quando, depois de 1530, o Governo da Metrópole, preocupado em colonizar a sua possessão americana, a divide em
capitanias, concede aos donatários des
porque, dizia o Regimento, a principal causa das desordens e das guerras ha vidas na colônia eram conseqüência dos assaltos, dos roubos e das capturas ile gais perpetradas pelos cristãos. Não é, todavia, com facilidade que os
sas a faculdade de cativar gentios para
portugueses se resignam à idéia de não
o seu serviço, o dos navios, e para man dar vendê-los em Lisboa. Os gentios,
poder escravizar o indígena. Apesar de
porém, irão apresentar uma resistên cia nunca dantes imaginada a êsse de-
declarado forros todos os índios "salvo
siderato lusitano.
lei era tão desobedecida e capciosamen-
A história do Brasil,
El-Rel Dom Sebastião, em 1570, ter
aqueles tomados em guerra justa", essa te sofismada que foi preciso fazer muitas outras, entre elas a de 30 de julho de 1609, reforçando a primeira e ordenando a punição severa dos transgressores.
e em Porto Alegre, na província de São Pedro, vêm menos por imperativos
por essa época, para seir bem compreen
econômicos do que para assegurar a
conflito entre portuguôses e índios.
posse efetiva da terra.
Mas não é só êsse alargamento do arco litorâneo, ao norte e ao sul, que é
É êsse conflito que determina as prin cipais transformações administrativas na colônia, que coloca em campos opostos
feito em obediência a determinações
jesuítas e portugueses, que provoca a
ria de braços. Por outro lado, qualquer
aliança dos índios com os franceses, e
brimento; faz doação de capitanias e de
emanadas da Metrópole. A penetração nos sertões, onde muitos pretenderam
guerra ao índio deveria parecer ao co lono uma guerra justa. De fato, uma
sesmarias; delega aos donatários o exer
ver um movimento espontâneo da nova
vel e inadiável a importação de escra
vez estabelecida a desconfiança no es
público; manda buscar escravos e os
sociedade que se ia formando, também essa penetração; em grande parlo, foi
vos africanos.
pírito dos gentios, ôsses passavam a ata car de surpresa, de um momento para
distribui aos senhores de engenho; delibera mais tarde dilatar para o
realizada porque de Portugal vieram
chegado aos extremos de crueldade a
ordens para isso.
que chegaram os espanhóis — que,
com uma tradição tri-secular.
Porque, ao contrário dos Estados Uni
dos da América do Norte, no Brasil pri meiro houve o Estado, depois a Socieda de. É o Estado quem toma posse da ter ra, sobre cujos limites iniciais êle já en trara em acordo antes mesmo do desco
cício de parle dos atributos do poder
dida, precisa ser analisada à luz dêsse
que irá logo depois tomar imprescindí Embora entre nós nunca se tivesse
Muito difícil vencer a tentação de es
cravizar índios, tão grande era a penú
outro, sem motivo algum perceptível ao raciocínio dos colonos, que muito natu
norte, para o sul e para o oeste, as
A batuta do Estado português é que
apoiados èm leis de Madri, mandavam
ralmente passavam a julgá-los fingidos
fronteiras da sua possessão americana. Razões de Estado, a que hoje chama ríamos geo-políticas, mais do que ra zões econômicas é que determinam a dilatação e o povoamento do território.
vai regendo a dilatação do território e o seu povoamento. Êsse se faz inicial
marcar os seus índios escravos com ferro
e desleais.
quente a fim de ficarem conveniente
mente à custa dos portugueses, que não
mente identificados
— a barbaridade
ração, tentadas com a mão-de-obra in
podemos chamar de imigrantes, porque
com que foram tratados os índios do
dígena, não se desenvolviam bem. Nô
aqui chegavam pisando a terra corno
No Grão Pará como na Província de'
donos, levantando feitoria e fortaleza,
Brasil foi de tal ordem que êles, ante riormente amigos, passaram a odiar os
depois fazendas, e procurando escravi
portugueses.
zar os naturais do país a fim de obter
por essa época levaram a colônia a um
mão-de-obra abundante e barata para a exploração das riquezas do solo. Êsse povoamento' inicial é por outro lado um
a Metrópole resolveu enviar ao Brasil
São Pedro, primeiro chegam os soldados e só depois é que se consegue gente para cultivar a terra e fazer comércio.
Os casais açorianos que chegam em Bra gança e outros pontos do Grão Pará
As guerras que moveram
tal estado de desordem e decadência que
um Governador Geral, Tomé de Sousa,
Mas, sobretudo, as colônias de explo mades, os fillios da selva americana não
suportavam a rotina agrícola e não era possível, em verdade, contar com êles para o desenvolvimento de nenhuma la
voura. fiem mesmo para o desenvolvi mento da pecuária. Nem depois para os
trabalhos de mineração. O trabalho agrí
com uni Regimento datado de 17 de
cola, sobretudo, parecia ao índio uma
dezembro de 1548, no qual se reco-
função inferior, indigna, própria para
Dicesto EcoNÓNaco
Inlerpret.i ríiD
a pohhfíi líüifirahH-
lÜ
J. Fernando CARNicmo
história da imigração no
O autor do presente cnsoto, que está
Brasil começa com o Prín
realizando atualmente um curso na F(S'
cipe Dom João. É êle quem, em 1808, baixa de
culdade Nacional de Filosofia, do Rio
creto
rio brasileiro, escreverá sòbrc êsse mo-
criando
condições
propícias para atrair imigrantes não lu sitanos para o Brasil.
de Janeiro, sôhrc o problema imigrató mentoso assunto para o Digcsto Eco
Mais tarde será
nômico ufTui série de quatro artigos.
ainda êle, já então usando o nome de
O Dr. J. Fernando Carneiro é escritor
D. João VI, quem dará início à imigra ção dirigida, paga, organizada pelo Es
de real merecimento, tendo publicado,
tado, cnando a colônia de Nova Fri-
tropofagia entre os indígenas do BrasiF' e "Catolicismo — revolução c reação*'.
burgo.
entre outras, as valiosas obras: "A An
Imigração espontânea e imigração di rigida, começam ambas, portanto, sob a tutela do Estado.
De acôrdo, aliás,
91
ríespovoamento, tal a mortandade que as guerras e as doenças trazidas pelos eu
tratados e se proibia fazer guerra ao
ropeus provocam entre os indígçnas.
gentio por mar ou por terra, sem licença
Um despovoamento ou uma substituição.
do Governador, sob pena de morte e
mendava que os índios fôssem bem
de perda de todos os bens, e tudo isso Portuguôses e índios Quando, depois de 1530, o Governo da Metrópole, preocupado em colonizar a sua possessão americana, a divide em
capitanias, concede aos donatários des
porque, dizia o Regimento, a principal causa das desordens e das guerras ha vidas na colônia eram conseqüência dos assaltos, dos roubos e das capturas ile gais perpetradas pelos cristãos. Não é, todavia, com facilidade que os
sas a faculdade de cativar gentios para
portugueses se resignam à idéia de não
o seu serviço, o dos navios, e para man dar vendê-los em Lisboa. Os gentios,
poder escravizar o indígena. Apesar de
porém, irão apresentar uma resistên cia nunca dantes imaginada a êsse de-
declarado forros todos os índios "salvo
siderato lusitano.
lei era tão desobedecida e capciosamen-
A história do Brasil,
El-Rel Dom Sebastião, em 1570, ter
aqueles tomados em guerra justa", essa te sofismada que foi preciso fazer muitas outras, entre elas a de 30 de julho de 1609, reforçando a primeira e ordenando a punição severa dos transgressores.
e em Porto Alegre, na província de São Pedro, vêm menos por imperativos
por essa época, para seir bem compreen
econômicos do que para assegurar a
conflito entre portuguôses e índios.
posse efetiva da terra.
Mas não é só êsse alargamento do arco litorâneo, ao norte e ao sul, que é
É êsse conflito que determina as prin cipais transformações administrativas na colônia, que coloca em campos opostos
feito em obediência a determinações
jesuítas e portugueses, que provoca a
ria de braços. Por outro lado, qualquer
aliança dos índios com os franceses, e
brimento; faz doação de capitanias e de
emanadas da Metrópole. A penetração nos sertões, onde muitos pretenderam
guerra ao índio deveria parecer ao co lono uma guerra justa. De fato, uma
sesmarias; delega aos donatários o exer
ver um movimento espontâneo da nova
vel e inadiável a importação de escra
vez estabelecida a desconfiança no es
público; manda buscar escravos e os
sociedade que se ia formando, também essa penetração; em grande parlo, foi
vos africanos.
pírito dos gentios, ôsses passavam a ata car de surpresa, de um momento para
distribui aos senhores de engenho; delibera mais tarde dilatar para o
realizada porque de Portugal vieram
chegado aos extremos de crueldade a
ordens para isso.
que chegaram os espanhóis — que,
com uma tradição tri-secular.
Porque, ao contrário dos Estados Uni
dos da América do Norte, no Brasil pri meiro houve o Estado, depois a Socieda de. É o Estado quem toma posse da ter ra, sobre cujos limites iniciais êle já en trara em acordo antes mesmo do desco
cício de parle dos atributos do poder
dida, precisa ser analisada à luz dêsse
que irá logo depois tomar imprescindí Embora entre nós nunca se tivesse
Muito difícil vencer a tentação de es
cravizar índios, tão grande era a penú
outro, sem motivo algum perceptível ao raciocínio dos colonos, que muito natu
norte, para o sul e para o oeste, as
A batuta do Estado português é que
apoiados èm leis de Madri, mandavam
ralmente passavam a julgá-los fingidos
fronteiras da sua possessão americana. Razões de Estado, a que hoje chama ríamos geo-políticas, mais do que ra zões econômicas é que determinam a dilatação e o povoamento do território.
vai regendo a dilatação do território e o seu povoamento. Êsse se faz inicial
marcar os seus índios escravos com ferro
e desleais.
quente a fim de ficarem conveniente
mente à custa dos portugueses, que não
mente identificados
— a barbaridade
ração, tentadas com a mão-de-obra in
podemos chamar de imigrantes, porque
com que foram tratados os índios do
dígena, não se desenvolviam bem. Nô
aqui chegavam pisando a terra corno
No Grão Pará como na Província de'
donos, levantando feitoria e fortaleza,
Brasil foi de tal ordem que êles, ante riormente amigos, passaram a odiar os
depois fazendas, e procurando escravi
portugueses.
zar os naturais do país a fim de obter
por essa época levaram a colônia a um
mão-de-obra abundante e barata para a exploração das riquezas do solo. Êsse povoamento' inicial é por outro lado um
a Metrópole resolveu enviar ao Brasil
São Pedro, primeiro chegam os soldados e só depois é que se consegue gente para cultivar a terra e fazer comércio.
Os casais açorianos que chegam em Bra gança e outros pontos do Grão Pará
As guerras que moveram
tal estado de desordem e decadência que
um Governador Geral, Tomé de Sousa,
Mas, sobretudo, as colônias de explo mades, os fillios da selva americana não
suportavam a rotina agrícola e não era possível, em verdade, contar com êles para o desenvolvimento de nenhuma la
voura. fiem mesmo para o desenvolvi mento da pecuária. Nem depois para os
trabalhos de mineração. O trabalho agrí
com uni Regimento datado de 17 de
cola, sobretudo, parecia ao índio uma
dezembro de 1548, no qual se reco-
função inferior, indigna, própria para
DicI-.STO
93
mujheres. Sempre fora assim entre èlcs. E vendo que o português também não
agrícultava senão por intermédio de es cravos, mais se firmava no espírito do selvícola a noção da inferioridade do
trabalho agrícola. índios e mesmo mamelucos servirão
apenas nas bandeiras, nos empreendi
Digksto
Económ ico
\'iam cin Portugal reclamando «.ontra tôdas a.s infrações das leis de proteção aos gentio.s. Quandc» Portugal e-:! sob o domínio de Espanlia èles vão a Madri c de lá trazem pro\'isões. leis, aK-arás em defesa dos índios. Vão aos papas e trazem bulas fulminando os cativadorcs.
No fim essa disputa entre jesuítas e por-
dos episódios ligados às lutas referentes
excetuados nas leis anteriores. Com pre
a escravização dos indígenas.
textos, dissimulações, dolos, os colonos
demo-nos já, talvez, até demais.
continuam todavia a escravizar os ín
se a história da escravidão negra no
dios. E os jesuítas voltam a ser ex pulsos do Maranhão em 1684. Mas re
lembrança de todos, entretanto menos
de prestígio.
vel nisso tudo é a bula de Benedito
sem lei e sem rei, nem escravo nem. as salariado, o mameluco, .seníío o índio,
ajudará também nos trabalhos da pe cuária. E é só. Como auxílio ao por tuguês, é só. Com o jesuíta é diferente.
Nas re
duções, longe do branco, sob a direção dos missionários da Companhia, o índio será tudo: soldado, agricultor e operá rio. A pedagogia dos jesuítas e a psi cologia dos índios, uma coisa parece que foi feita para a outra. Mas os colonos não se conformam.
Mesmo depois que já se
a luta para escravizá-los continua. Prolonga-se até
índios tinham em sua de
Êsses padres não esmoreciam
na sua luta referente aos índios.
amarela era de molde a desanimar qual-
acôrdo com o rei de Portugal, D. João V,
(|uer ordem religiosa, por mais podcro-
mas
.sa que fosse, a querer meter o bedelho
xima tal oposição no Pará que o bispo
na questão da o.scra\'idão negra. E wmu os negro.s não eram con.siderados gentios, mas idolatras, os próprios jesuítas encorajavam até essa escravidão africana para ver se os brancos dei.\a\'am os ín
Frei
bém o que a Companhia teve de supor
Vi-
Brasil é por'demais conhecida e está na
suas determ"nações enconti"am
Na sua luta cm prol dos indígenas os
jesuítas vão ao extremo limite de suas
Miguel de Bulhões como que
conseqüências. O espirito economicx)social da civlização ibérica nao podia,
pactuou com o povo, não exigindo, co mo Uie competia, o cumprimento des
tas. E'como, nas refregas coin portu-
sas determinações. Anos depois, ja rei
contudo, tolerar a experiência dos jesm- ^ guêres e mamelucos, as reduções de
Tudo em \ ão. Em 1640
nando Dom José, ôsse mesmo bispo irá cumprir gostosamente, senão servilmente, tôdas as ordens emanadas do Mar
monstrassem a sua possibilidade de re sistir e vencer o adversário pdns armas, só há então o recurso de aniquilar a
os portugueses conseguem
quês de Pombal. A lei de 6 de junho
suspender a execução de uma bula papal, referen
do 1755, reinando em Portugal Dom José I e governando o ministro Sebastião
chamento. expulsar, encarcerar e matar
te u escravização dos ín dios, e a Câmara de São
José de Carvalho c Melo, irá tomar efe
sem vitória militar sòbre êles ou sobre
tiva a observância da bula de Benedito XIV. Alguns historiadores consideram
de interdições eclesiást.oas.
que aí .se pode considerar como pratica
Companhia de Jesus, ordenar o seu fe
os seus sacerdotes.
Isso se consegue
os indígenas, mas à força de decretos e É útP relembrar tòda essa história
mente epcerrada essa questão, mas ao
porque ela evidencia o caráter essencial
logo tinham sido e.xpulsos
tempo de D. João VI, já no séciéo XIX,
da Paraíba sete ano.s an-
ainda se conridcrava lic to manter os
mente escravocrata da civilização lusobrariloira. Êsse caráter se manifesta
tc.s.
índios como prisioneiros de guerra pelo
suítas.
fesa (ou, de qualquer sorte, divergindo dos portugueses, e. cm luta contra esses), a Companhia de Jesus, acerca de cuja firmeza, constân cia de propósitos e tenacidade todos es tão de acôrdo, amigos e inimigos dos jesuítas.
tar no seu combate contra a escravidão
riores, proibindo a escravização dos ín dios sob qualquer pretexto. O Pontífi ce Romano, no caso, agira de pleno
Pau'o logo em seguida vota a expulsão do.s je
meados do século XVIII, senão até o início do sé culo XIX. E note-se: os
XIV. de 20 de dezembro do 1741, re
dios de lado.
dispunha do trabalho ne gro, e quando se estima va que o trabalho de um negro valia mais que o de quatro índio.s, mesmo aí
Os confitos recomeçam, ás
peros, sucessivos. Um marco memorá
nunca povo algum contou com amigos mais constantes. Nada de parecido acon teceu deptjis cm favor dos negros. Tam
Mas
fogem de portugueses e de e.spanhóis pata realizar, no centro do continente, a experiência espantosa das reduções.
dentro.
Mas, de qualquer sorte,
Esten-
lembrando as decisões pontifícias ante
celentes nas penetrações pelo sertão a E lá dentro, longe do litoral,
ballio e descrição mais circunstanciada
freqüentemente se alude à escravização dos indígenas. Parece-nos útil chamar a atenção para essa história, empolgan te sobretudo pe'á presença dos jesuítas, que resistem aos portugueses e depois, ciuando a siluaçao se toma intolenud,
gressam de novo, e como vencedores, cm 1686.
dores, pescadores, guerreiros e guias ex
Está fora do plano do presente tra-
ordenando cpie no dito Estado do Ma ranhão não se pudesse cativar índio al gum, em caso algum, nem mesmo nos
tuguéses toma o aspecto de uma eousa cle.svairada. Já não se sabe se é amor aos índio.s, .se é teimosia, se é ambição
mentos móveis, como remadores, caça
93
Econômico
Por motivo aná
Em 1653 ci-los de
volta em São Paulo, para reiniciar a luta, embora no acôrdo peM qual eram read mitidos houvesse a condição expressa de não se intrometerem mais em negócios de índios. Em 1661 são os jesuítas ex pulsos do Maranhão. Mas voltam e cm 1.® de abril de 1680 conseguem uma Jci
I
e.spaço de 15 anos, a contar do dia do batismo.
Isso por força da Carta
Regia de 12 de maio de 1798. O.s índios eram dessa forma feito prisioneiros,
"apenados", postos ao serviço dos co lonos e até vendidos.
desde os pr meiros anos da vida lirasileira, encontra plena satisfação com a introdução do negro africano, e tudo
fará por sobreviver, até depois que a escravidão negra já entrou no ocaso. O
próprio imigrante europeu, tentar-se-á transformá-lo em servo da gleba.
DicI-.STO
93
mujheres. Sempre fora assim entre èlcs. E vendo que o português também não
agrícultava senão por intermédio de es cravos, mais se firmava no espírito do selvícola a noção da inferioridade do
trabalho agrícola. índios e mesmo mamelucos servirão
apenas nas bandeiras, nos empreendi
Digksto
Económ ico
\'iam cin Portugal reclamando «.ontra tôdas a.s infrações das leis de proteção aos gentio.s. Quandc» Portugal e-:! sob o domínio de Espanlia èles vão a Madri c de lá trazem pro\'isões. leis, aK-arás em defesa dos índios. Vão aos papas e trazem bulas fulminando os cativadorcs.
No fim essa disputa entre jesuítas e por-
dos episódios ligados às lutas referentes
excetuados nas leis anteriores. Com pre
a escravização dos indígenas.
textos, dissimulações, dolos, os colonos
demo-nos já, talvez, até demais.
continuam todavia a escravizar os ín
se a história da escravidão negra no
dios. E os jesuítas voltam a ser ex pulsos do Maranhão em 1684. Mas re
lembrança de todos, entretanto menos
de prestígio.
vel nisso tudo é a bula de Benedito
sem lei e sem rei, nem escravo nem. as salariado, o mameluco, .seníío o índio,
ajudará também nos trabalhos da pe cuária. E é só. Como auxílio ao por tuguês, é só. Com o jesuíta é diferente.
Nas re
duções, longe do branco, sob a direção dos missionários da Companhia, o índio será tudo: soldado, agricultor e operá rio. A pedagogia dos jesuítas e a psi cologia dos índios, uma coisa parece que foi feita para a outra. Mas os colonos não se conformam.
Mesmo depois que já se
a luta para escravizá-los continua. Prolonga-se até
índios tinham em sua de
Êsses padres não esmoreciam
na sua luta referente aos índios.
amarela era de molde a desanimar qual-
acôrdo com o rei de Portugal, D. João V,
(|uer ordem religiosa, por mais podcro-
mas
.sa que fosse, a querer meter o bedelho
xima tal oposição no Pará que o bispo
na questão da o.scra\'idão negra. E wmu os negro.s não eram con.siderados gentios, mas idolatras, os próprios jesuítas encorajavam até essa escravidão africana para ver se os brancos dei.\a\'am os ín
Frei
bém o que a Companhia teve de supor
Vi-
Brasil é por'demais conhecida e está na
suas determ"nações enconti"am
Na sua luta cm prol dos indígenas os
jesuítas vão ao extremo limite de suas
Miguel de Bulhões como que
conseqüências. O espirito economicx)social da civlização ibérica nao podia,
pactuou com o povo, não exigindo, co mo Uie competia, o cumprimento des
tas. E'como, nas refregas coin portu-
sas determinações. Anos depois, ja rei
contudo, tolerar a experiência dos jesm- ^ guêres e mamelucos, as reduções de
Tudo em \ ão. Em 1640
nando Dom José, ôsse mesmo bispo irá cumprir gostosamente, senão servilmente, tôdas as ordens emanadas do Mar
monstrassem a sua possibilidade de re sistir e vencer o adversário pdns armas, só há então o recurso de aniquilar a
os portugueses conseguem
quês de Pombal. A lei de 6 de junho
suspender a execução de uma bula papal, referen
do 1755, reinando em Portugal Dom José I e governando o ministro Sebastião
chamento. expulsar, encarcerar e matar
te u escravização dos ín dios, e a Câmara de São
José de Carvalho c Melo, irá tomar efe
sem vitória militar sòbre êles ou sobre
tiva a observância da bula de Benedito XIV. Alguns historiadores consideram
de interdições eclesiást.oas.
que aí .se pode considerar como pratica
Companhia de Jesus, ordenar o seu fe
os seus sacerdotes.
Isso se consegue
os indígenas, mas à força de decretos e É útP relembrar tòda essa história
mente epcerrada essa questão, mas ao
porque ela evidencia o caráter essencial
logo tinham sido e.xpulsos
tempo de D. João VI, já no séciéo XIX,
da Paraíba sete ano.s an-
ainda se conridcrava lic to manter os
mente escravocrata da civilização lusobrariloira. Êsse caráter se manifesta
tc.s.
índios como prisioneiros de guerra pelo
suítas.
fesa (ou, de qualquer sorte, divergindo dos portugueses, e. cm luta contra esses), a Companhia de Jesus, acerca de cuja firmeza, constân cia de propósitos e tenacidade todos es tão de acôrdo, amigos e inimigos dos jesuítas.
tar no seu combate contra a escravidão
riores, proibindo a escravização dos ín dios sob qualquer pretexto. O Pontífi ce Romano, no caso, agira de pleno
Pau'o logo em seguida vota a expulsão do.s je
meados do século XVIII, senão até o início do sé culo XIX. E note-se: os
XIV. de 20 de dezembro do 1741, re
dios de lado.
dispunha do trabalho ne gro, e quando se estima va que o trabalho de um negro valia mais que o de quatro índio.s, mesmo aí
Os confitos recomeçam, ás
peros, sucessivos. Um marco memorá
nunca povo algum contou com amigos mais constantes. Nada de parecido acon teceu deptjis cm favor dos negros. Tam
Mas
fogem de portugueses e de e.spanhóis pata realizar, no centro do continente, a experiência espantosa das reduções.
dentro.
Mas, de qualquer sorte,
Esten-
lembrando as decisões pontifícias ante
celentes nas penetrações pelo sertão a E lá dentro, longe do litoral,
ballio e descrição mais circunstanciada
freqüentemente se alude à escravização dos indígenas. Parece-nos útil chamar a atenção para essa história, empolgan te sobretudo pe'á presença dos jesuítas, que resistem aos portugueses e depois, ciuando a siluaçao se toma intolenud,
gressam de novo, e como vencedores, cm 1686.
dores, pescadores, guerreiros e guias ex
Está fora do plano do presente tra-
ordenando cpie no dito Estado do Ma ranhão não se pudesse cativar índio al gum, em caso algum, nem mesmo nos
tuguéses toma o aspecto de uma eousa cle.svairada. Já não se sabe se é amor aos índio.s, .se é teimosia, se é ambição
mentos móveis, como remadores, caça
93
Econômico
Por motivo aná
Em 1653 ci-los de
volta em São Paulo, para reiniciar a luta, embora no acôrdo peM qual eram read mitidos houvesse a condição expressa de não se intrometerem mais em negócios de índios. Em 1661 são os jesuítas ex pulsos do Maranhão. Mas voltam e cm 1.® de abril de 1680 conseguem uma Jci
I
e.spaço de 15 anos, a contar do dia do batismo.
Isso por força da Carta
Regia de 12 de maio de 1798. O.s índios eram dessa forma feito prisioneiros,
"apenados", postos ao serviço dos co lonos e até vendidos.
desde os pr meiros anos da vida lirasileira, encontra plena satisfação com a introdução do negro africano, e tudo
fará por sobreviver, até depois que a escravidão negra já entrou no ocaso. O
próprio imigrante europeu, tentar-se-á transformá-lo em servo da gleba.
Digesto
Econômico
95
Dicusto Económkx)
94
Pretos, judeus e ciganos
Além dos pretos, dos índios e dos porluguêses é mister assinalar a presença
as pedras preciosas, processa-se um.a tal emigração do Reino e um tal desloca
Não sendo fácil a escravidão amarela,
do judeu na composição da população brasileira. Não é possível estabelecer, mesmo aproximadamente, o número de judeus existentes nos quatro primeiros
mento de populações das zonas agríco las para as regiões mineinis, que foi necessário tomar providências para freiar essa cobiça. O ouro deu, portanto, uma nova base de povoamento para o
vão cuidando os portugueses de lançar mão de negros africanos, afeitos à vida sedentária, aptos para o trabalho agrí cola, capazes até de trabalhar metais.
Já em 1549, por alvará de 29 de mar
séculos da vida brasileira.
Brasil. E também essa civilização do ouro terá fome de braços escravos.
ço, e com o fito de desenvolver a cultura da cana-de-açúcar, facilita-se a introdu
Mas o certo
é que êles estão presentes desde o des cobrimento, na pessoa de Gaspar da
que porventura êle ou pessoa de sua família apresente. Insignificante também é a participa ção francesa, apesar do sonho huguenote de criar aqui uma França Antártica e apesar de as primeiras colônias fran cesas na América terem sido localiza das no Brasil.
Maior do que a contribuição holan
Gama, negociam com o pau-brasil, sen
desa ou francesa será a contribuição ci
Como assinala Ribeyrolles cm meados
do difícil, muitas vôzes, como no caso
gana. Êles são encontrados era vários
ção de escravos da Guiné e São Tomé,
do século XIX, o operário africano era,
de Fernão de Loronha ou Fernando de
lugares, inclusive em Mato Grosso.
cabendo uma quota de 120 a cada se
em tôdas as cousas, em tôdas as es
nhor de engenho,
pecialidades do trabalho, o instrumento.
Noronha, dizer se o personagem é israe lita ou um fidalgo português. Todavia, tem-se como muito provável que no século XVI uma boa parte, senão a
E' sempre com muita cautela e mui tas restrições que se permite a entrada
E na América Portuguêsa aparece en
• a mão, a roda, a ferramenta.
tão a civilização da cana-de-açúcar, sur
"Quem cavou a terra, abriu as gale
de outros povos. Em 1746, pela Reso lução de 31 de agosto, D. João V man
rias, desviou as correntes, lavou as areias, achou o ouro e os diamantes?
maioria, da população branca fôsse cons tituída por judeus.
dava que fossem transportados das ilhas
do algodão e mais tarde, no sul do Brasil, a civilização do café.
Quem íirroteou os terrenos e cultivou o-
Não parece que êles existissem em São Paulo, mas estavam em grande nú
ta Catarina e costa de São Pedro, 4.000 casais. Êsses colonos Nderam em dife
mero na Paraíba, Pernambuco, Bahia e
rentes comboios, o primeiro dos quais, trazendo 461 pessoas, chegou à ilha de Santa Catarina nos princípios do ano de
gem as lavouras do tabaco, do cacau, Se, como dissemos no início desse tra
balho, a ocupação militar precedia a exploração agrícola e os motivos polí ticos mais do que o interêsse comercial imediato é que determinavam a expan são do território, a agricultura é que iria servir de ba.se de fixação para a gente que vinha para o Brasil. Agricul tura de latifúndio, espoliativa, para fins de exportação, mas que tinha necessida de ou fome de braços escravos.
solo? Quem semeou, plantou e colheu? Quem se encontra a mourejar nas usinas, nos moinhos, nos estaleiros, nas estra
Rio.
das?
Nas chácaras, nas fazendas, nas
a vitória sôbre os holandeses a quem
moradas burguêsas, ruas e praças das
tinham auxiliado, dirigem-se para Nova
1748. Ora, nessa nova fase colonizado-
grande,s cidades, em quem recaem todos
Amsterdam, para as Antilhas, para a
os traballios servis e domésticos?"
Guiana Holandesa, a Venezuela e a
ra da Metrópole, inspirada pelo gênio pclítico do brasileiro Alexandre de Gus mão, chega-se pela Provisão Regia de 9 de agosto de 1747, a permitir até a entrada de estrangeiros "que não fos sem vassalos de soberanos que tenham
O número de pretos africanos impor
Colômbia.
tados para sustentar. o desenvolvimento
Outros povos tentam estabelecer-se na América Portuguêsa, mas em vão. No século XVII, quando o Brasil é o prin
agro-pecuário do país e ajudar nos ser viços domésticos, já passava de
Quando, após a Restauração, ao tempo
de D. João IV, se descobrem o ouro e
4.000.000 em 1830.
E mesmo de
cipal país produtor de açúcar, os holan
pois dis.so, apesar de já estar o tráfico
deses invadem a capitania de Pernambu
proibido, apesar da vigilância inglêsa nos mares atlílnHcos e até nos portos de desembar que, apesar de já estarem en
co, mas são finalmente expulsos, sendo
: Brasil, os escravos eon'■
1 /
população brasileira. Ficou no Nordes
para o Brasil.
te entretanto a lenda dessa participa
Após qualquer veleidade de coloni zação estrangeira no Brasil, a Metró
f , t i n u a m a a f 1 u i r. De-
pois de 1830 desem-
uma sua bisavó foi holandesa. Outros,
barcam
com maior preocupação de verossimi
mais 500.000. Só
tiça o enérgico ministro Eusébio de Queirós, é que se pode considerar o trá fico de pretos como definitivamente extinto.
jsà
./jj
cia, as restrições eram tais que essa pro
visão de 9 de agosto não acarretou qual quer corrente imigratória não lusitana
ção, sendo raro encontrar-se um nordes tino que ainda hoje não afirme que
em 1850, ocupando a pasta da Jus
domínios na América a que possam pas-
\ sar-se". Mas a desconfiança, a vigilân
taram à formação e ao crescimento da
insignificante a contribuição que pres
trando imigrantes no
- iL i..
Forçados a deixar o Brasil, após
da Madeira e Açores para a ilha de San
pole dava marcha-à-ré. Fora sempre as sim. Ao tempo de D. João IV chegarase até a enviar irlandeses para o norte
lhança, dizem tetravó. E' fatal que essa história surja em conversa de nordestino, sobretudo quando o in
do Brasil, mas o Conselho Ultramarino
terlocutor
Êles não chegam sequer a desembarcar.
alude
aos
olhos
claros
pensou melhor e a tempo resolveu sus tar a ordem e devolver os irlandeses.
Digesto
Econômico
95
Dicusto Económkx)
94
Pretos, judeus e ciganos
Além dos pretos, dos índios e dos porluguêses é mister assinalar a presença
as pedras preciosas, processa-se um.a tal emigração do Reino e um tal desloca
Não sendo fácil a escravidão amarela,
do judeu na composição da população brasileira. Não é possível estabelecer, mesmo aproximadamente, o número de judeus existentes nos quatro primeiros
mento de populações das zonas agríco las para as regiões mineinis, que foi necessário tomar providências para freiar essa cobiça. O ouro deu, portanto, uma nova base de povoamento para o
vão cuidando os portugueses de lançar mão de negros africanos, afeitos à vida sedentária, aptos para o trabalho agrí cola, capazes até de trabalhar metais.
Já em 1549, por alvará de 29 de mar
séculos da vida brasileira.
Brasil. E também essa civilização do ouro terá fome de braços escravos.
ço, e com o fito de desenvolver a cultura da cana-de-açúcar, facilita-se a introdu
Mas o certo
é que êles estão presentes desde o des cobrimento, na pessoa de Gaspar da
que porventura êle ou pessoa de sua família apresente. Insignificante também é a participa ção francesa, apesar do sonho huguenote de criar aqui uma França Antártica e apesar de as primeiras colônias fran cesas na América terem sido localiza das no Brasil.
Maior do que a contribuição holan
Gama, negociam com o pau-brasil, sen
desa ou francesa será a contribuição ci
Como assinala Ribeyrolles cm meados
do difícil, muitas vôzes, como no caso
gana. Êles são encontrados era vários
ção de escravos da Guiné e São Tomé,
do século XIX, o operário africano era,
de Fernão de Loronha ou Fernando de
lugares, inclusive em Mato Grosso.
cabendo uma quota de 120 a cada se
em tôdas as cousas, em tôdas as es
nhor de engenho,
pecialidades do trabalho, o instrumento.
Noronha, dizer se o personagem é israe lita ou um fidalgo português. Todavia, tem-se como muito provável que no século XVI uma boa parte, senão a
E' sempre com muita cautela e mui tas restrições que se permite a entrada
E na América Portuguêsa aparece en
• a mão, a roda, a ferramenta.
tão a civilização da cana-de-açúcar, sur
"Quem cavou a terra, abriu as gale
de outros povos. Em 1746, pela Reso lução de 31 de agosto, D. João V man
rias, desviou as correntes, lavou as areias, achou o ouro e os diamantes?
maioria, da população branca fôsse cons tituída por judeus.
dava que fossem transportados das ilhas
do algodão e mais tarde, no sul do Brasil, a civilização do café.
Quem íirroteou os terrenos e cultivou o-
Não parece que êles existissem em São Paulo, mas estavam em grande nú
ta Catarina e costa de São Pedro, 4.000 casais. Êsses colonos Nderam em dife
mero na Paraíba, Pernambuco, Bahia e
rentes comboios, o primeiro dos quais, trazendo 461 pessoas, chegou à ilha de Santa Catarina nos princípios do ano de
gem as lavouras do tabaco, do cacau, Se, como dissemos no início desse tra
balho, a ocupação militar precedia a exploração agrícola e os motivos polí ticos mais do que o interêsse comercial imediato é que determinavam a expan são do território, a agricultura é que iria servir de ba.se de fixação para a gente que vinha para o Brasil. Agricul tura de latifúndio, espoliativa, para fins de exportação, mas que tinha necessida de ou fome de braços escravos.
solo? Quem semeou, plantou e colheu? Quem se encontra a mourejar nas usinas, nos moinhos, nos estaleiros, nas estra
Rio.
das?
Nas chácaras, nas fazendas, nas
a vitória sôbre os holandeses a quem
moradas burguêsas, ruas e praças das
tinham auxiliado, dirigem-se para Nova
1748. Ora, nessa nova fase colonizado-
grande,s cidades, em quem recaem todos
Amsterdam, para as Antilhas, para a
os traballios servis e domésticos?"
Guiana Holandesa, a Venezuela e a
ra da Metrópole, inspirada pelo gênio pclítico do brasileiro Alexandre de Gus mão, chega-se pela Provisão Regia de 9 de agosto de 1747, a permitir até a entrada de estrangeiros "que não fos sem vassalos de soberanos que tenham
O número de pretos africanos impor
Colômbia.
tados para sustentar. o desenvolvimento
Outros povos tentam estabelecer-se na América Portuguêsa, mas em vão. No século XVII, quando o Brasil é o prin
agro-pecuário do país e ajudar nos ser viços domésticos, já passava de
Quando, após a Restauração, ao tempo
de D. João IV, se descobrem o ouro e
4.000.000 em 1830.
E mesmo de
cipal país produtor de açúcar, os holan
pois dis.so, apesar de já estar o tráfico
deses invadem a capitania de Pernambu
proibido, apesar da vigilância inglêsa nos mares atlílnHcos e até nos portos de desembar que, apesar de já estarem en
co, mas são finalmente expulsos, sendo
: Brasil, os escravos eon'■
1 /
população brasileira. Ficou no Nordes
para o Brasil.
te entretanto a lenda dessa participa
Após qualquer veleidade de coloni zação estrangeira no Brasil, a Metró
f , t i n u a m a a f 1 u i r. De-
pois de 1830 desem-
uma sua bisavó foi holandesa. Outros,
barcam
com maior preocupação de verossimi
mais 500.000. Só
tiça o enérgico ministro Eusébio de Queirós, é que se pode considerar o trá fico de pretos como definitivamente extinto.
jsà
./jj
cia, as restrições eram tais que essa pro
visão de 9 de agosto não acarretou qual quer corrente imigratória não lusitana
ção, sendo raro encontrar-se um nordes tino que ainda hoje não afirme que
em 1850, ocupando a pasta da Jus
domínios na América a que possam pas-
\ sar-se". Mas a desconfiança, a vigilân
taram à formação e ao crescimento da
insignificante a contribuição que pres
trando imigrantes no
- iL i..
Forçados a deixar o Brasil, após
da Madeira e Açores para a ilha de San
pole dava marcha-à-ré. Fora sempre as sim. Ao tempo de D. João IV chegarase até a enviar irlandeses para o norte
lhança, dizem tetravó. E' fatal que essa história surja em conversa de nordestino, sobretudo quando o in
do Brasil, mas o Conselho Ultramarino
terlocutor
Êles não chegam sequer a desembarcar.
alude
aos
olhos
claros
pensou melhor e a tempo resolveu sus tar a ordem e devolver os irlandeses.
Difji-STO EcosóNnco
96
Dioesto
Econômico 97
do pelo Príncipe Regente é para criar
graçao espontíinea para o Brasil.
no Rio de Janeiro uma cadeira de Ciên
gente de toda parte, da Suécia, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da
Se portugueses e brasi'eíros defen
Mortalidade espantosa, incrível, inaceitáve' para muitos. O negro morria na África nos portos do embarque. Mor
dem galhardamente a terra contra a ín-.
ria no mar durante a trave.ssía. E, en
nece.ssário", dizia, "o estudo da Ciên
América do Norte e das colônias êspa-
vasão de elementos estrangeiros, inter
tre os que chegavam, a mortalidade era
namente os povos e raças existentes misturam-sc de uma maneira insuspeitada.
enorme, sobretudo nos i>rimeiros me
cia Econômica na presente conjuntura". A imediata nomeação de José da Si'va Lisboa, o futuro Visconde de Cairu, para
nho'as da América do Sul. Segundo de poimentos da época, essa gente não fica no Rio de Janeiro, mas se dirige para
Miscigenação
A mestiçagem começa desde o primei ro dia. Os documentos do século XVI
já falam em mu'atos, homens pardo.s trabalhadores e pretos forros.
Apesar de divergências de cultura c de posição econômica, apesar das lutas entre raças, classe.s e nacionalidades,
que irão aliás culminar nos anos que se seguem à Independência, pretos e brancos, índios e judeus, senhores c es cravos cruzam-se incessantemente, dan
do nascimento aos mais variados tipos.
E u terra, mais do que de escravos, mais do que de senhores, passa a ser do mestiços, como se vê no dito, sem
dúvida exagerado mas expressivo, de
Antonil: "inferno do.s pretos, purgató rio dos brancos, paraíso dos mulatos". No começo do sécu'o XIX a população se distribuiu, gro.s.w modo, como segue: dois milhões de escravo.s e inn milhão
de brancos, mestiços e negros li\Tes.
Um total, portanto, de três milhões de habitantes, quando muito. Comparando essa população do Bra sil nos começos do século XIX, mal
atingindo três miijiõcs de habitantes com o número de escravos que, segundo cálculos mais moderados, entraram no
Brasil, ficamos surpresos diante da con tradição entre as duas séries de alga rismos.
Mesmo sem contar com a mul
tiplicação dos negros, o só número de pretos desembarcados seria suficiente para dar ao Brasil, naquela época, uma população muito superior. Se isso não aconteceu foi devido à mortalidade.
ses. O que dcterinina\a por sua vez, a necessidade dc no\a.s importações. Re
cia Ec(jnóinica "por .ser absolutamente
Vem
reger a cadeira, vale como indicação
o interior, onde recebe sesinarias ou
compra sítios ou consegue alguns pri
importados era jnaior do que o de pre
eloqüente do sentido liberal que se pretendia dar à economia do país. Em
tas e ter-se-á assim a e.xplicação para a
1." de abril de 1808 é abolida a lei de
contradição aparente entre algarismos fi
dedignos como, digamos, de um lado
5 de janeiro de 1785, que mandava fe char as fábricas de fiação e tecidos; e
o recenseamcnto de Balbi o do outro as
o alvará que assim revogava aquela lei
gistre-se ainda que o número dc pretos
cifras que nos oferece o sr. Luís Viana, muito mais moderada que as dc Calógcras.
A hecatombe dos negros no Brasil
dec'arava lícito a qualquer um e em qualquer parte estabele cer qualquer gênero de rnanufatura,
sem
exce
vilégios.
Domina o espírito dos governantes a idéia de promover o aumento da lavou
ra, do comércio, da indústria e da po pulação do Brasil. E assim é que, nesse mesmo magnífico ano de 1808, com data de I.° de setembro, mandam-se rir do.s Açores para o Rio Grande do
foi qualquer coisa do monstruosa c sô-
ção alguma.
bre isso será nece.ssário que se façani estudos mais aprofundados. Já nos Estu
pírito surgem outros de
dos Unidos da América do Norte foi
cretos, decretos revolucio
muito menor a perda de vidas africanas. Com aquela popu'ação dc mais ou me
ticular consideração a necessidade que há de
nários em verdade, e en
povoar a interessante ca
tre eles o de 25 de no
nos três milhõe.s dc habitantes o Brasil
vembro de 1808, permi
pitania fronteira do Rio Grande e não menos o
era, todavia, uma nação. Já possuía um
tindo ao governo conce
povo.
objeto de poder ter sol
der terras a estrangeiros.
dados de que na mesma se experimenta uma gran
Já tinha o sentimento de sua
independência. Podia contar entre os seus filhos com homens como José da Silva Lisboa e José Bonifácio. Eslava preparado para iniciar uma nova e melhor fase da sua existência.
Dentro do mesmo e.s-
Eis os seus termos: "Sendo conveniente ao
rneu
real serviço e ao
bem público .aumentar a lavoura e a população, que se acha muito diminuta neste Esta
Mudança da corte portuguésa para o Brasil
, »
A satisfação de muitos dos anseios na
cionais vem corresponder a mudança da corte bragantina para o Brasil. Apenas
do; e por outros motivos que me fo ram presentes: hei por bem, que aos e.strangeiros residentes no Bra.sil se pos sam conceder datas de terras por sesrnarias pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se con
Sul 1.500 famílias:
"Tendo em muito par
de falta, 6 conhecendo
que as instituições polí ticas fundadas na extre ma divisão das terras
com que os meus augustos avós e predecessores, os Senhores Reis de Portu
gal, criaram nas Phas dos Açores; fez que a popu'ação a'i cresça demasiada mente e necessite ser diminuída de cer
tas épocas, para que o mesmo número de habitantes se conserve na sua con
cedem ao.s meus vassalos, sem embar
veniente proporção com a qualidade
1808, decreta a abertura dos portos do
go de quaisquer le-s ou disposições em contrário. A Mesa do Desembargo do
dos produtos do seu solo. Sou servido ordenar que das Ilhas dos Açores se
Brasil ao comércio direto estrangeiro.
Paço o tenha assim entendido e o fa
mandem vir 1.500 famílias ou um pro
Êsse o seu primeiro ato. E' curioso assinalar que o segundo decreto assinn-
ça executar."
chega, ainda de passagem pela Bahia. Dom João, em data de 28 de janeiro de
Êsse decreto marca o início da imi-
porcional número de homens e mulheres
em termos de casar, tirando, quanto ser
Difji-STO EcosóNnco
96
Dioesto
Econômico 97
do pelo Príncipe Regente é para criar
graçao espontíinea para o Brasil.
no Rio de Janeiro uma cadeira de Ciên
gente de toda parte, da Suécia, da Ale manha, da Inglaterra, da França, da
Se portugueses e brasi'eíros defen
Mortalidade espantosa, incrível, inaceitáve' para muitos. O negro morria na África nos portos do embarque. Mor
dem galhardamente a terra contra a ín-.
ria no mar durante a trave.ssía. E, en
nece.ssário", dizia, "o estudo da Ciên
América do Norte e das colônias êspa-
vasão de elementos estrangeiros, inter
tre os que chegavam, a mortalidade era
namente os povos e raças existentes misturam-sc de uma maneira insuspeitada.
enorme, sobretudo nos i>rimeiros me
cia Econômica na presente conjuntura". A imediata nomeação de José da Si'va Lisboa, o futuro Visconde de Cairu, para
nho'as da América do Sul. Segundo de poimentos da época, essa gente não fica no Rio de Janeiro, mas se dirige para
Miscigenação
A mestiçagem começa desde o primei ro dia. Os documentos do século XVI
já falam em mu'atos, homens pardo.s trabalhadores e pretos forros.
Apesar de divergências de cultura c de posição econômica, apesar das lutas entre raças, classe.s e nacionalidades,
que irão aliás culminar nos anos que se seguem à Independência, pretos e brancos, índios e judeus, senhores c es cravos cruzam-se incessantemente, dan
do nascimento aos mais variados tipos.
E u terra, mais do que de escravos, mais do que de senhores, passa a ser do mestiços, como se vê no dito, sem
dúvida exagerado mas expressivo, de
Antonil: "inferno do.s pretos, purgató rio dos brancos, paraíso dos mulatos". No começo do sécu'o XIX a população se distribuiu, gro.s.w modo, como segue: dois milhões de escravo.s e inn milhão
de brancos, mestiços e negros li\Tes.
Um total, portanto, de três milhões de habitantes, quando muito. Comparando essa população do Bra sil nos começos do século XIX, mal
atingindo três miijiõcs de habitantes com o número de escravos que, segundo cálculos mais moderados, entraram no
Brasil, ficamos surpresos diante da con tradição entre as duas séries de alga rismos.
Mesmo sem contar com a mul
tiplicação dos negros, o só número de pretos desembarcados seria suficiente para dar ao Brasil, naquela época, uma população muito superior. Se isso não aconteceu foi devido à mortalidade.
ses. O que dcterinina\a por sua vez, a necessidade dc no\a.s importações. Re
cia Ec(jnóinica "por .ser absolutamente
Vem
reger a cadeira, vale como indicação
o interior, onde recebe sesinarias ou
compra sítios ou consegue alguns pri
importados era jnaior do que o de pre
eloqüente do sentido liberal que se pretendia dar à economia do país. Em
tas e ter-se-á assim a e.xplicação para a
1." de abril de 1808 é abolida a lei de
contradição aparente entre algarismos fi
dedignos como, digamos, de um lado
5 de janeiro de 1785, que mandava fe char as fábricas de fiação e tecidos; e
o recenseamcnto de Balbi o do outro as
o alvará que assim revogava aquela lei
gistre-se ainda que o número dc pretos
cifras que nos oferece o sr. Luís Viana, muito mais moderada que as dc Calógcras.
A hecatombe dos negros no Brasil
dec'arava lícito a qualquer um e em qualquer parte estabele cer qualquer gênero de rnanufatura,
sem
exce
vilégios.
Domina o espírito dos governantes a idéia de promover o aumento da lavou
ra, do comércio, da indústria e da po pulação do Brasil. E assim é que, nesse mesmo magnífico ano de 1808, com data de I.° de setembro, mandam-se rir do.s Açores para o Rio Grande do
foi qualquer coisa do monstruosa c sô-
ção alguma.
bre isso será nece.ssário que se façani estudos mais aprofundados. Já nos Estu
pírito surgem outros de
dos Unidos da América do Norte foi
cretos, decretos revolucio
muito menor a perda de vidas africanas. Com aquela popu'ação dc mais ou me
ticular consideração a necessidade que há de
nários em verdade, e en
povoar a interessante ca
tre eles o de 25 de no
nos três milhõe.s dc habitantes o Brasil
vembro de 1808, permi
pitania fronteira do Rio Grande e não menos o
era, todavia, uma nação. Já possuía um
tindo ao governo conce
povo.
objeto de poder ter sol
der terras a estrangeiros.
dados de que na mesma se experimenta uma gran
Já tinha o sentimento de sua
independência. Podia contar entre os seus filhos com homens como José da Silva Lisboa e José Bonifácio. Eslava preparado para iniciar uma nova e melhor fase da sua existência.
Dentro do mesmo e.s-
Eis os seus termos: "Sendo conveniente ao
rneu
real serviço e ao
bem público .aumentar a lavoura e a população, que se acha muito diminuta neste Esta
Mudança da corte portuguésa para o Brasil
, »
A satisfação de muitos dos anseios na
cionais vem corresponder a mudança da corte bragantina para o Brasil. Apenas
do; e por outros motivos que me fo ram presentes: hei por bem, que aos e.strangeiros residentes no Bra.sil se pos sam conceder datas de terras por sesrnarias pela mesma forma com que, se gundo as minhas reais ordens, se con
Sul 1.500 famílias:
"Tendo em muito par
de falta, 6 conhecendo
que as instituições polí ticas fundadas na extre ma divisão das terras
com que os meus augustos avós e predecessores, os Senhores Reis de Portu
gal, criaram nas Phas dos Açores; fez que a popu'ação a'i cresça demasiada mente e necessite ser diminuída de cer
tas épocas, para que o mesmo número de habitantes se conserve na sua con
cedem ao.s meus vassalos, sem embar
veniente proporção com a qualidade
1808, decreta a abertura dos portos do
go de quaisquer le-s ou disposições em contrário. A Mesa do Desembargo do
dos produtos do seu solo. Sou servido ordenar que das Ilhas dos Açores se
Brasil ao comércio direto estrangeiro.
Paço o tenha assim entendido e o fa
mandem vir 1.500 famílias ou um pro
Êsse o seu primeiro ato. E' curioso assinalar que o segundo decreto assinn-
ça executar."
chega, ainda de passagem pela Bahia. Dom João, em data de 28 de janeiro de
Êsse decreto marca o início da imi-
porcional número de homens e mulheres
em termos de casar, tirando, quanto ser
■.
'
DiCESTO Ecoxómíc* 98
Dicesto EcoNó^^co 99
pos53, voluntàriainente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capita nia do Rio Grande, onde ordeno ao
respectivo Governador e Capitrio--General, lhes mande distribuir pequenas
sesmarias que hajam de cultivar, favo
derada uma colônia agrícola européi*conforme notou Ilandelmann e vem se*-
do regularmente repetido cm tôdas nossas histórias de colonização.
A 16 de maio de 1818 os ministros ^ Rei tomam a re.solução de mandar \âr,
A^res; criação do Jardim fiotânico do Rio de Janeiro e de outros menores, com
o fito de introduzir no pais plantas no vas e melhorar os métodos agrícolas; a instituição da Imprensa Régia, hoje Im prensa Nacional; criação de colégios de cirurgia e medicina no Rio e na Bahia;
recendo quanto ser possa o seu esta
por conta do Estado, 2.000 colonos do
belecimento, na firme esperança que
cantão de Friburgo. Nesse mesmo anO
daí haja de resultar um grande aumento de povoação, com que depois náo só re
fazenda do Morro Queimado, em Can-
tro "decente" no Rio, isentando de di
tagalo, para assento de uma das colônias
ra seu fabrico, omato e vestuário; fun
sulte o acréscimo de riqueza e prospe ridade da mesma Capitania, mas se se
gure a sua defesa em tempo de guer ra." * A preocupação parece que era so bretudo militar e os açorianos foram se
lecionados tanto por sua habilidade em
combater quanto em produzir rique za. Dom João quer ocupar sòlidamente o sul e caminhar até o Prata, o que efe tivamente virá a fazer. O astuto prínci
pe dará então ao Brasil os seus limites
o govêmo compra por 10:46S$800 » de suíços. Em julho de 1819 partem da Suíça para o Brasil os prinrciros co lonos, em número de 1.085. Por aK-ara
de 3 de janeiro de 1820, o lugar de Morro Queimado é erigido em vila, eotn o nome de Nova Friburgo, entrairdo os suíços na posse das terras e dando ini cio à tarefa de abater as árvores, quei-
má-las e preparar uma extensão de tex-
reno cultivável. Cada indivíduo rec<^
mais vastos, ocupando ao norte a Guia
beu, durante o primeiro ano, um subsí dio de 160 réis, ou seja um franco por
na Francesa e ao sul o Uruguai.
dia. No segundo ano o subsidio foi a
Também se mandam açorianos para
outros lugares, por exemplo para o Es
pírito Santo e com êles se funda, em 1812j a colônia agrícola de Santo Agos tinho. Mas os casais de ilhéus vão so
bretudo para o sul, onde entram na pos
se de pequenas propriedades, e onde irão prosperar.
Também não se desenvolverá bem a
Busch, Peycke e Freyreiss. Foi uma pequena colônia de alemães, na qual se empregou largamente o trabalho escra vo. Não pode por isso mesmo ser consi
qual, já restabelecida a paz com a Fran ça, é convidada a famosa missão artís
tica francesa, dela tendo feito parte os pintores Nicolas Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret, o escultor Auguste Tau nay, o arquiteto Grandjean de Mon-
para cargos de importância na adminis tração.
'
Trazíam-se para o Brasil cousas novas.
Mas a Santa Inquisição, essa Dom João não consentiu que viesse para cá.
E
isto vale como índice da mentalidade do minante. Predominava a idéia de abrir
portas ao comércio, à indústria, à vida,
á inteligência.
Nada de fechar.
E*,
portanto, sob o signo da liberdade que se inicia no Brasil a política da colo cação de imigrantes.
gida e subsidiada pelo Estado. A vinda para o Brasil dessas famílias suíçás, com as quais se fundou a vila de Nova Friburgo, fica fazendo parte,
fuga, de Portugal, do príncipe do Braiàl,
colônia de Santa Leopoldina, na Bahia, fundada em 1818 pelos empresários
vêm fazer parte as magníficas coleções do Vice-rei, o Conde da Barca; funda ção da Escola de Belas-Artes, para a
de melhores comunicações entre o Rio e as províncias; chamada de brasileiros
Foi essa a primeira colônia de imi
portanto, da lista de cousas boas qu®
o governo deu à iniciativa.
dação da Biblioteca Nacional, da qual
tins, príncipe Maximiliano Nemvield, Pohl, Mawe, Eschwege; estabelecimento
grantes não lusitanos organizada, diri
A colônia agrícola de Santo Agosti cia Paulo Fernandes Viana, não se
reitos tudo quanto fôsse necessário pa
abertura do Brasil ao estudo dos natu ralistas, sendo dessa época as célebres excursões de Saint Hilaire, Spix, Mar
metade.
nho, que hoje se chama Viana, do no me do então intendente-geral da polí desenvolveu bem, apesar do apoio que
permissão para a.construção de um tea
tígny, o gravador Zepherin Ferrez; fun
dação de um museu de história natural;
nos aconteceram em conseqüência da
Dom João, regente do Reino em nome de sua mãe D. Maria I e depois è)e
próprio rei, com o nome de D. João VL
reobÜtíapõo no t^reno da produção industrial em 1946 foi, em perfoi nmxor naquele pats que nos EUA. No que se refere exclusivamente a núiLfa^.
tura dos portos ao comércio universal;
_aumenío em volume, de janeiro a dezembro de 1946, foi de 16,5 por cento na Gra~Br^anha e de li',5 nos Estados Unidos. Se incluirmos as indústrias cxtrativas
E' longa a lista de coisas boas: aber- ^
alvará de 1.° de abril de 1808, criando•• liberdade de indústria; admissão dos es
trangeiros à propriedade territorial: in tensificação do povoamento do Rio Gran de do Sul corn famílias trazidas do'
centagem, tao grande na Inglaterra como nos Estados Unidos; em 1947, porém, cot^ a do carvão, o acréscimo se revelou idêntico nos dois poises. Durante o
ultimo ano, a elevação foi de 28 por cento no Reino Unido e de 21 por cento i%os EXSA.,
construção de edifícios, a Inglaterra está na vanguarda desde 1946. Nos dois últimos anos, o aumento foi de 113 por cento neste país. em confronto com 105 por cento nos Estados Unidos.
■.
'
DiCESTO Ecoxómíc* 98
Dicesto EcoNó^^co 99
pos53, voluntàriainente das mesmas ilhas para se transportarem para a Capita nia do Rio Grande, onde ordeno ao
respectivo Governador e Capitrio--General, lhes mande distribuir pequenas
sesmarias que hajam de cultivar, favo
derada uma colônia agrícola européi*conforme notou Ilandelmann e vem se*-
do regularmente repetido cm tôdas nossas histórias de colonização.
A 16 de maio de 1818 os ministros ^ Rei tomam a re.solução de mandar \âr,
A^res; criação do Jardim fiotânico do Rio de Janeiro e de outros menores, com
o fito de introduzir no pais plantas no vas e melhorar os métodos agrícolas; a instituição da Imprensa Régia, hoje Im prensa Nacional; criação de colégios de cirurgia e medicina no Rio e na Bahia;
recendo quanto ser possa o seu esta
por conta do Estado, 2.000 colonos do
belecimento, na firme esperança que
cantão de Friburgo. Nesse mesmo anO
daí haja de resultar um grande aumento de povoação, com que depois náo só re
fazenda do Morro Queimado, em Can-
tro "decente" no Rio, isentando de di
tagalo, para assento de uma das colônias
ra seu fabrico, omato e vestuário; fun
sulte o acréscimo de riqueza e prospe ridade da mesma Capitania, mas se se
gure a sua defesa em tempo de guer ra." * A preocupação parece que era so bretudo militar e os açorianos foram se
lecionados tanto por sua habilidade em
combater quanto em produzir rique za. Dom João quer ocupar sòlidamente o sul e caminhar até o Prata, o que efe tivamente virá a fazer. O astuto prínci
pe dará então ao Brasil os seus limites
o govêmo compra por 10:46S$800 » de suíços. Em julho de 1819 partem da Suíça para o Brasil os prinrciros co lonos, em número de 1.085. Por aK-ara
de 3 de janeiro de 1820, o lugar de Morro Queimado é erigido em vila, eotn o nome de Nova Friburgo, entrairdo os suíços na posse das terras e dando ini cio à tarefa de abater as árvores, quei-
má-las e preparar uma extensão de tex-
reno cultivável. Cada indivíduo rec<^
mais vastos, ocupando ao norte a Guia
beu, durante o primeiro ano, um subsí dio de 160 réis, ou seja um franco por
na Francesa e ao sul o Uruguai.
dia. No segundo ano o subsidio foi a
Também se mandam açorianos para
outros lugares, por exemplo para o Es
pírito Santo e com êles se funda, em 1812j a colônia agrícola de Santo Agos tinho. Mas os casais de ilhéus vão so
bretudo para o sul, onde entram na pos
se de pequenas propriedades, e onde irão prosperar.
Também não se desenvolverá bem a
Busch, Peycke e Freyreiss. Foi uma pequena colônia de alemães, na qual se empregou largamente o trabalho escra vo. Não pode por isso mesmo ser consi
qual, já restabelecida a paz com a Fran ça, é convidada a famosa missão artís
tica francesa, dela tendo feito parte os pintores Nicolas Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret, o escultor Auguste Tau nay, o arquiteto Grandjean de Mon-
para cargos de importância na adminis tração.
'
Trazíam-se para o Brasil cousas novas.
Mas a Santa Inquisição, essa Dom João não consentiu que viesse para cá.
E
isto vale como índice da mentalidade do minante. Predominava a idéia de abrir
portas ao comércio, à indústria, à vida,
á inteligência.
Nada de fechar.
E*,
portanto, sob o signo da liberdade que se inicia no Brasil a política da colo cação de imigrantes.
gida e subsidiada pelo Estado. A vinda para o Brasil dessas famílias suíçás, com as quais se fundou a vila de Nova Friburgo, fica fazendo parte,
fuga, de Portugal, do príncipe do Braiàl,
colônia de Santa Leopoldina, na Bahia, fundada em 1818 pelos empresários
vêm fazer parte as magníficas coleções do Vice-rei, o Conde da Barca; funda ção da Escola de Belas-Artes, para a
de melhores comunicações entre o Rio e as províncias; chamada de brasileiros
Foi essa a primeira colônia de imi
portanto, da lista de cousas boas qu®
o governo deu à iniciativa.
dação da Biblioteca Nacional, da qual
tins, príncipe Maximiliano Nemvield, Pohl, Mawe, Eschwege; estabelecimento
grantes não lusitanos organizada, diri
A colônia agrícola de Santo Agosti cia Paulo Fernandes Viana, não se
reitos tudo quanto fôsse necessário pa
abertura do Brasil ao estudo dos natu ralistas, sendo dessa época as célebres excursões de Saint Hilaire, Spix, Mar
metade.
nho, que hoje se chama Viana, do no me do então intendente-geral da polí desenvolveu bem, apesar do apoio que
permissão para a.construção de um tea
tígny, o gravador Zepherin Ferrez; fun
dação de um museu de história natural;
nos aconteceram em conseqüência da
Dom João, regente do Reino em nome de sua mãe D. Maria I e depois è)e
próprio rei, com o nome de D. João VL
reobÜtíapõo no t^reno da produção industrial em 1946 foi, em perfoi nmxor naquele pats que nos EUA. No que se refere exclusivamente a núiLfa^.
tura dos portos ao comércio universal;
_aumenío em volume, de janeiro a dezembro de 1946, foi de 16,5 por cento na Gra~Br^anha e de li',5 nos Estados Unidos. Se incluirmos as indústrias cxtrativas
E' longa a lista de coisas boas: aber- ^
alvará de 1.° de abril de 1808, criando•• liberdade de indústria; admissão dos es
trangeiros à propriedade territorial: in tensificação do povoamento do Rio Gran de do Sul corn famílias trazidas do'
centagem, tao grande na Inglaterra como nos Estados Unidos; em 1947, porém, cot^ a do carvão, o acréscimo se revelou idêntico nos dois poises. Durante o
ultimo ano, a elevação foi de 28 por cento no Reino Unido e de 21 por cento i%os EXSA.,
construção de edifícios, a Inglaterra está na vanguarda desde 1946. Nos dois últimos anos, o aumento foi de 113 por cento neste país. em confronto com 105 por cento nos Estados Unidos.
vT-.r-
'ir-'
fM'l
DU;i-;,sto
EcoNóxnco 101
O Brasil e a
Conferência Latino-Americana de Florestas c Produtos Florestais Pl.MENTI :i. Go.MKí»
(Engenheiro-agrônonio e Diretor do Scrv iço Florestal do Ministério da Agricultura) ■jWÃo se compreendeu bem, parece-me, a importância da Conferência Lulino-
tantcs matérias-primas que se cx)nliccem, e sua importância c suas aplicações au
restaifi, que se realizou cm Tercsópoli.s, na iVtíma quinzena de abril. A maior
com os novos processos técnicos.
Americana de F'orestas e Produtos Fb-
parte da imprensa brasileira deixou de interessar-se pelos assuntos que se deba
tiam na Conferência. Muitos deles, também, quase todos, escaparam a ar gúcia de repórteres não
especializados
mentaram de muito nos últimos anos,
Há
uma c.spécic de regresso à idade da ma deira, depois de SC estar quase inteira mente envolvido por nm metabolismo
que vinha em crescendo desde bá muitas dezenas de anos.
O consumo de ma deira
quase
tem
subido
vcrtiginos;i-
mcntc nos últimos
ção. o que também aconteceu na Euro pa Ceulral o na Península Ibérica. Os Estados Unidos estão com as llorestas
depauperadas por uma exploração tre to, poderá cortar um pouco mais.
existe, quanto à exploração florestal, en tre as diversas regiões brasileiras.
porém,
um
Há,
grande mercado vizinho,
do Sul, há uma indústria organizada,
se, então, para a América Latina, onde ainda existem considerá\'eis re.servas flo
c dadc brasileira porque dispomos de
compensado e fábricas de papel. Repre sentantes da indústria compareceram, procurando aproveit.ir integralmente a oportunidade que se lhes oferecia. Apre
cerca de 50% das florestas Inlino-aine-
sentaram uma sólida contribuirão era
restais.
Localizou-se a Conferência em
ricanns, c a nossa atual exportação de madeira já é várias vêzes maior do que
a de todos os outros países que se en
contram ao sul do Rio Bravo do Nor
to, discutiam-se pro--
construção
baram-no, ultrapas
As duas Conferências
sando as atuais pos
Em Tcrcsópolis realizíxram-se, por as
dos mais interessan
A F. A. O., preo
mia mundial.
cupada com o as.sunto, reuniu con
As
razões
da
ferências na
Conferência
ferência
de conseguir um au mento
Latino-
substancial
da produção.. Para isto, apelou primei
Americana de Flo restas e Produtos Florestais?
— A Segunda Guerra Mundial arrasou a Europa, destruíndo-lhe lavouras, florestas, cidades, indústrias, meios de transportes. A re
construção se processa, infelizmente, sob a ameaça de uma terceira e ainda mais grave conflagração.
Euro
pa, buscando meios
— Por que a Con
E se processa com
um dispêndio imenso de matérias-pri
mas. A míideira é uma das mais impor-
ro para o.s clásssicos países inadcirei-
ros — Noruega, Finlândia, Suécia. Cana dá, Estados Uniclo.s e União Soviética. A União Soviética não se interessou, tal
vez por precisar de toda a sua produ ção para a reconstrução de suas imen sas áreas devastadas.
te, juntos.
exacer
dução.
tes setores da econo
Os paíse.s escan
dinavos cortaram^ durante a gucrni.
acima de suas possibilidades dc prodo-
No sul, entre São Paulo e Rio Grande
os Estados Unidos, que compram cada vez mais madeiras canadenses. Apelou-
blemas, assentavam-
sibilidades de pro
'
Malgrado isto, confirmou-se a extraor-
diiuíria disparidade de condiçõc.s que
flagraçao. O Canadá, que já corta mui
lustros. Agora, as necessidades de re
cussão enorme num
de 1949.
menda, muito acrescida durante a con-
em assuntos econô micos. E, no entan
se planos de reper
vada pelo Ministro da Agricultura. Tra balha-se para que se realize em janeiro
dispondo' de boas serrarias, fábricas de
informações detalhadas e preciosas e um plano para aumento da produção, de mo do a atender às cnonnes necessidades
mundiais de madeira. Essa região já contribui com ims 80% da exportação madeireira do Brasil, embora suas possi bilidades sejam muito inferiores às da Amazônia.
As florestas da região leste tiveram re
sim dizer, concomituntémente, duas con ferências: uma brasileira e outra inter
presentantes dos Estados do Rio, Espírito
nacional.
Federal, mas apenas representantes ofi ciais, A indústria não compareceu. Há
Assuntos que interessavam particular mente ao Brasil foram discutidos pelos conferencistas nacionais, em que se in clinam os delegados brasileiros â Con
ferência e repre-sentantes de a'guns Es tados o Territórios e de \ árias" institui
ções públicas e particulares.
Pena é qçie a escassez de tempo não tenha permitido debates mais prolonga
dos, de modo a me bor se ventilarem os
•mensos e complexos probloma.s flores tais do Brasil. Uma Conferência Bra sileira de Florestas e Produtos Flores
tais deveria ler precedido a conferência Latino-Americana, se possível. Aliás, motivos vários não permitiram a reali
zação da Conferência proposta pelo Ser viço Florestal há alguns meses, e apro-
Santo, Minas Gerais, Balva e Distrito
serrarias na região, fábricas de papel, de móveis e outras. Exportam-sc. porém, toras cm grande quantidade, o que é
muito prejudicial ao país exportador. Deso'a ver a exportação de toras que se está fazendo pelo pòrto dc Vitória qiian-
do deveriam estar saindo tábuas dormentes, compensados otc. Não vejo
possibi idade de aumentar a exportação de uma zona ja muito devastada. A regalo do nordeste tcne represen
tantes oficiais dc Pernambuco e Ala^roas E' deficitária em produção florestal''im-
portando madeiras da Amazônia è do sul. Cogitou de aproveitar mcllior o que tem e intensificar o aprox-eitamento dos babaçuais. O reflorestamento da
vT-.r-
'ir-'
fM'l
DU;i-;,sto
EcoNóxnco 101
O Brasil e a
Conferência Latino-Americana de Florestas c Produtos Florestais Pl.MENTI :i. Go.MKí»
(Engenheiro-agrônonio e Diretor do Scrv iço Florestal do Ministério da Agricultura) ■jWÃo se compreendeu bem, parece-me, a importância da Conferência Lulino-
tantcs matérias-primas que se cx)nliccem, e sua importância c suas aplicações au
restaifi, que se realizou cm Tercsópoli.s, na iVtíma quinzena de abril. A maior
com os novos processos técnicos.
Americana de F'orestas e Produtos Fb-
parte da imprensa brasileira deixou de interessar-se pelos assuntos que se deba
tiam na Conferência. Muitos deles, também, quase todos, escaparam a ar gúcia de repórteres não
especializados
mentaram de muito nos últimos anos,
Há
uma c.spécic de regresso à idade da ma deira, depois de SC estar quase inteira mente envolvido por nm metabolismo
que vinha em crescendo desde bá muitas dezenas de anos.
O consumo de ma deira
quase
tem
subido
vcrtiginos;i-
mcntc nos últimos
ção. o que também aconteceu na Euro pa Ceulral o na Península Ibérica. Os Estados Unidos estão com as llorestas
depauperadas por uma exploração tre to, poderá cortar um pouco mais.
existe, quanto à exploração florestal, en tre as diversas regiões brasileiras.
porém,
um
Há,
grande mercado vizinho,
do Sul, há uma indústria organizada,
se, então, para a América Latina, onde ainda existem considerá\'eis re.servas flo
c dadc brasileira porque dispomos de
compensado e fábricas de papel. Repre sentantes da indústria compareceram, procurando aproveit.ir integralmente a oportunidade que se lhes oferecia. Apre
cerca de 50% das florestas Inlino-aine-
sentaram uma sólida contribuirão era
restais.
Localizou-se a Conferência em
ricanns, c a nossa atual exportação de madeira já é várias vêzes maior do que
a de todos os outros países que se en
contram ao sul do Rio Bravo do Nor
to, discutiam-se pro--
construção
baram-no, ultrapas
As duas Conferências
sando as atuais pos
Em Tcrcsópolis realizíxram-se, por as
dos mais interessan
A F. A. O., preo
mia mundial.
cupada com o as.sunto, reuniu con
As
razões
da
ferências na
Conferência
ferência
de conseguir um au mento
Latino-
substancial
da produção.. Para isto, apelou primei
Americana de Flo restas e Produtos Florestais?
— A Segunda Guerra Mundial arrasou a Europa, destruíndo-lhe lavouras, florestas, cidades, indústrias, meios de transportes. A re
construção se processa, infelizmente, sob a ameaça de uma terceira e ainda mais grave conflagração.
Euro
pa, buscando meios
— Por que a Con
E se processa com
um dispêndio imenso de matérias-pri
mas. A míideira é uma das mais impor-
ro para o.s clásssicos países inadcirei-
ros — Noruega, Finlândia, Suécia. Cana dá, Estados Uniclo.s e União Soviética. A União Soviética não se interessou, tal
vez por precisar de toda a sua produ ção para a reconstrução de suas imen sas áreas devastadas.
te, juntos.
exacer
dução.
tes setores da econo
Os paíse.s escan
dinavos cortaram^ durante a gucrni.
acima de suas possibilidades dc prodo-
No sul, entre São Paulo e Rio Grande
os Estados Unidos, que compram cada vez mais madeiras canadenses. Apelou-
blemas, assentavam-
sibilidades de pro
'
Malgrado isto, confirmou-se a extraor-
diiuíria disparidade de condiçõc.s que
flagraçao. O Canadá, que já corta mui
lustros. Agora, as necessidades de re
cussão enorme num
de 1949.
menda, muito acrescida durante a con-
em assuntos econô micos. E, no entan
se planos de reper
vada pelo Ministro da Agricultura. Tra balha-se para que se realize em janeiro
dispondo' de boas serrarias, fábricas de
informações detalhadas e preciosas e um plano para aumento da produção, de mo do a atender às cnonnes necessidades
mundiais de madeira. Essa região já contribui com ims 80% da exportação madeireira do Brasil, embora suas possi bilidades sejam muito inferiores às da Amazônia.
As florestas da região leste tiveram re
sim dizer, concomituntémente, duas con ferências: uma brasileira e outra inter
presentantes dos Estados do Rio, Espírito
nacional.
Federal, mas apenas representantes ofi ciais, A indústria não compareceu. Há
Assuntos que interessavam particular mente ao Brasil foram discutidos pelos conferencistas nacionais, em que se in clinam os delegados brasileiros â Con
ferência e repre-sentantes de a'guns Es tados o Territórios e de \ árias" institui
ções públicas e particulares.
Pena é qçie a escassez de tempo não tenha permitido debates mais prolonga
dos, de modo a me bor se ventilarem os
•mensos e complexos probloma.s flores tais do Brasil. Uma Conferência Bra sileira de Florestas e Produtos Flores
tais deveria ler precedido a conferência Latino-Americana, se possível. Aliás, motivos vários não permitiram a reali
zação da Conferência proposta pelo Ser viço Florestal há alguns meses, e apro-
Santo, Minas Gerais, Balva e Distrito
serrarias na região, fábricas de papel, de móveis e outras. Exportam-sc. porém, toras cm grande quantidade, o que é
muito prejudicial ao país exportador. Deso'a ver a exportação de toras que se está fazendo pelo pòrto dc Vitória qiian-
do deveriam estar saindo tábuas dormentes, compensados otc. Não vejo
possibi idade de aumentar a exportação de uma zona ja muito devastada. A regalo do nordeste tcne represen
tantes oficiais dc Pernambuco e Ala^roas E' deficitária em produção florestal''im-
portando madeiras da Amazônia è do sul. Cogitou de aproveitar mcllior o que tem e intensificar o aprox-eitamento dos babaçuais. O reflorestamento da
Dicesto EcoNÓxnco
região já se vem fazendo, graças, principaimente, ao Serviço Florestal do Mi nistério da Agricultura. Urge, porém, íntensíficá-Io, não só tendo em vista a
produção de madeira, como também o próprio clima e regime das águas. O nordeste vai-se tomando sensivelmente
mais quente e mais seco, à proporção que caem as suas florestas.
A região norte, onde se acumulam três quartos das florestas nacionais, tqve
representantes oficiais do Amazonas, do Acre e do Amapá. Chegaram alguns dados do Pará e do Amazonas.
ra nós, qualquer novidade. Verificouse, apenas, como já .sabíamos, que se faz nríster um e.sfôrço muito maior do que o até agora realizado pelo rcflorestamento da parte mais dinamizada do
Plouve
interessante contribuição do Acre e do Amapá.
Não enviaram um plano de aumento de produção madeireira, o que é
As discussões técnicas foram muito in
teressantes, não resta dúvida.
das postas em execuçcão bá muitos anos. Precisamos apenas intensificar de muito o que já c.stamos fazendo. O setor econômico sempre foi mais difícil. Muito houve que sugerir, que discutir. As conclusões não prejudicam o Brasil, embora não se tenha conseguido tudo o que, como grande país exporta dor do madeira, foi pleiteado. Colônia é sinônimo de atraso
Amazônia uma grande possibili desenvolvimento eco
nômico. Aliás, as condições ama zônicas são muito diferentes das
As con
clusões, porém, vieram apenas mostrar
last.mável, pois havia para a í- l ix «-í- -
.iyf
do sul. Faltam grandes serrarias. Faltam técnicos. Faltam capitais. A exploração que lá se faz é rotineira, e por isto mes
mo pouco representa no cômputo total da produção brasileira. Os dois setores da Conferência Os trabalhos da Conferência foram distribuídos em dois setores: um técni co e outro econômico.
O setor técnico foi um campo de dis cussões amenas, tanto mais que sobra va boa vontade em tôdas as delegações.
Uma coisa provou-se: o Brasil atingiu, quanto a florestas e exploração flores tal, um progresso muito maior do que qualquer outro país latino-americano. Anseios latino-americanos são velhas
realizações brasileiras. Não surgiu, pa-
Houve
uma
expressão que
custou horas de discussão um tan
to veemente. Apenas quatro pa
lavras: "métodos coloniais ou rotineiros". As nações possuidoras de colônias na América decididamente não gostaram da frase.
Português. Um grupo de intérpretes fa zia as indi^ensúveis traduções, com no tável eficiência. Apenas houve um se não um tanto cômico: de uma feita,
Para elas, os métodos coloniais
nem sempre são rotineiros. As nações la tino-americanas acreditam, com um bo
cado de razão, pois têm longa experiên
cia a respeito, no rotineirismo dos pro cessos coloniais. Exemplos atuais: as Guianas Francesa, Holandesa e Inglêsa, ainda em pleno primítivismo, mais atra sadas, mais infelizes do que os menos
favorecidos países latino-americanos. Línguas usadas
Usaram-se o Português, o Espanhol, o Francês e o Inglês. O Português foi fa lado apenas pelos delegados brasileiros e português. Não houve traduções para o
v->^ reserse va do Brasil e a porém, maior adomaior mundo, exclmrmos a do setentrião da União
não entenderam de maneira alguma o
Soviebca, o primitirismo ainda se en
culto e eficiente observador lusitano — o engenheiro-silvicultor José Alves. E'
e uma catação que se efetua princi palmente nas ilhas do delta interno do
que conheciam apenas o Português fala
País.
que estamos bem orientados nas medi
A região centro-oeste não en\áou re presentantes.
dade de
103
Dicesto Econômico
102
do no Brasil...
Algumas sugestões
Permitam agora que um engenheiroagrônomo, depois da ligeira súmula an terior, faça alguns ligeiros comentários e sugestões.
A Conferência, além de outras van tagens, agitou o problema florestal no
Brasil, desvendando pelo menos parte de sua extraordinária importância. Até agora devastamos mais ou menos bàrbaramente o imenso patrimônio flores
tal que herdamos de nossos maiores, tirando um mínimo de vantagens. Há técnicos que acreditam que apenas 15
contra em pleno apogeu. A exploração
^azonas. Também se e.xportam ma deiras de ourias regiões. Os processos de extração são prinntívíssimos. As to ras passam, às vêzes, meses enterradas na lama ou expostas nos barrancos a
tôdas as intempéries. O de.sperdícío é tremendo. As empresas são pequenas, pobres, desprovidas de técnicos e de
material eficiente. Daí a escassa pro dução de madeiras da Amazônia, pro dução que antes da Segunda Grande
Guerra atingia a menos de um quin to da que faaa a África Equatorial Francesa, embora em condições muito piores.
Parece-me conrir, sempre que pos- j
a 20% das madeiras do vale do Rio
sivel, a proibição da exportação de ma
Doce, reserva que já foi maior que Portugal, foram aproveitados na parte já explorada. Pelo que vi por lá, a
abastecer as industrias brasileiras em
exploração ainda se processa barbara
deira em toras, para que passem a vez de abastecer as estrangeiras. Faz-se mister aumentar consideràvel-
mente, destruindo muito e aproveitan
mente o número de técnicos que tra
do pouco.
balham em silvicultura.
Não teve aproveitamen
to muito melhor grande parte das flo
restas do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Pa raíba. Ülümamente, porém, melhora ram-se os métodos com razoável redu
ção dos desperdícios. Diminuiu de mui to a exportação de madeira em toras.
Surgiram fábricas de compensados e de papel. Multiplicaram-se as fábricas
de móveis. Passaram a ser aproveita das madeiras tidas até bá pouco tempo como inúteis. Intensificaram-se os tra balhos de reflorestamento.
Os nossos engenheiros-agrônomos e agrônomos-sÜvicultores precisam não só ver o que se faz nos Estados Unidos e na Europa, mas também verificar os
métodos de exploração das florestas equatoriais da África e da Ásia O
programa francês para a África Equatonal, cons.sh„d„ numa exportação enorme de madeiras de remõ,.c L.- j-
ficais dc ^abalhar do quIT^Czônt e na mstalaçao de três fábricas de ce-
ulGse. merece a atenção dos nos^s técmcos e economistas, para 2clareçam o Govêmo e os industriais
Dicesto EcoNÓxnco
região já se vem fazendo, graças, principaimente, ao Serviço Florestal do Mi nistério da Agricultura. Urge, porém, íntensíficá-Io, não só tendo em vista a
produção de madeira, como também o próprio clima e regime das águas. O nordeste vai-se tomando sensivelmente
mais quente e mais seco, à proporção que caem as suas florestas.
A região norte, onde se acumulam três quartos das florestas nacionais, tqve
representantes oficiais do Amazonas, do Acre e do Amapá. Chegaram alguns dados do Pará e do Amazonas.
ra nós, qualquer novidade. Verificouse, apenas, como já .sabíamos, que se faz nríster um e.sfôrço muito maior do que o até agora realizado pelo rcflorestamento da parte mais dinamizada do
Plouve
interessante contribuição do Acre e do Amapá.
Não enviaram um plano de aumento de produção madeireira, o que é
As discussões técnicas foram muito in
teressantes, não resta dúvida.
das postas em execuçcão bá muitos anos. Precisamos apenas intensificar de muito o que já c.stamos fazendo. O setor econômico sempre foi mais difícil. Muito houve que sugerir, que discutir. As conclusões não prejudicam o Brasil, embora não se tenha conseguido tudo o que, como grande país exporta dor do madeira, foi pleiteado. Colônia é sinônimo de atraso
Amazônia uma grande possibili desenvolvimento eco
nômico. Aliás, as condições ama zônicas são muito diferentes das
As con
clusões, porém, vieram apenas mostrar
last.mável, pois havia para a í- l ix «-í- -
.iyf
do sul. Faltam grandes serrarias. Faltam técnicos. Faltam capitais. A exploração que lá se faz é rotineira, e por isto mes
mo pouco representa no cômputo total da produção brasileira. Os dois setores da Conferência Os trabalhos da Conferência foram distribuídos em dois setores: um técni co e outro econômico.
O setor técnico foi um campo de dis cussões amenas, tanto mais que sobra va boa vontade em tôdas as delegações.
Uma coisa provou-se: o Brasil atingiu, quanto a florestas e exploração flores tal, um progresso muito maior do que qualquer outro país latino-americano. Anseios latino-americanos são velhas
realizações brasileiras. Não surgiu, pa-
Houve
uma
expressão que
custou horas de discussão um tan
to veemente. Apenas quatro pa
lavras: "métodos coloniais ou rotineiros". As nações possuidoras de colônias na América decididamente não gostaram da frase.
Português. Um grupo de intérpretes fa zia as indi^ensúveis traduções, com no tável eficiência. Apenas houve um se não um tanto cômico: de uma feita,
Para elas, os métodos coloniais
nem sempre são rotineiros. As nações la tino-americanas acreditam, com um bo
cado de razão, pois têm longa experiên
cia a respeito, no rotineirismo dos pro cessos coloniais. Exemplos atuais: as Guianas Francesa, Holandesa e Inglêsa, ainda em pleno primítivismo, mais atra sadas, mais infelizes do que os menos
favorecidos países latino-americanos. Línguas usadas
Usaram-se o Português, o Espanhol, o Francês e o Inglês. O Português foi fa lado apenas pelos delegados brasileiros e português. Não houve traduções para o
v->^ reserse va do Brasil e a porém, maior adomaior mundo, exclmrmos a do setentrião da União
não entenderam de maneira alguma o
Soviebca, o primitirismo ainda se en
culto e eficiente observador lusitano — o engenheiro-silvicultor José Alves. E'
e uma catação que se efetua princi palmente nas ilhas do delta interno do
que conheciam apenas o Português fala
País.
que estamos bem orientados nas medi
A região centro-oeste não en\áou re presentantes.
dade de
103
Dicesto Econômico
102
do no Brasil...
Algumas sugestões
Permitam agora que um engenheiroagrônomo, depois da ligeira súmula an terior, faça alguns ligeiros comentários e sugestões.
A Conferência, além de outras van tagens, agitou o problema florestal no
Brasil, desvendando pelo menos parte de sua extraordinária importância. Até agora devastamos mais ou menos bàrbaramente o imenso patrimônio flores
tal que herdamos de nossos maiores, tirando um mínimo de vantagens. Há técnicos que acreditam que apenas 15
contra em pleno apogeu. A exploração
^azonas. Também se e.xportam ma deiras de ourias regiões. Os processos de extração são prinntívíssimos. As to ras passam, às vêzes, meses enterradas na lama ou expostas nos barrancos a
tôdas as intempéries. O de.sperdícío é tremendo. As empresas são pequenas, pobres, desprovidas de técnicos e de
material eficiente. Daí a escassa pro dução de madeiras da Amazônia, pro dução que antes da Segunda Grande
Guerra atingia a menos de um quin to da que faaa a África Equatorial Francesa, embora em condições muito piores.
Parece-me conrir, sempre que pos- j
a 20% das madeiras do vale do Rio
sivel, a proibição da exportação de ma
Doce, reserva que já foi maior que Portugal, foram aproveitados na parte já explorada. Pelo que vi por lá, a
abastecer as industrias brasileiras em
exploração ainda se processa barbara
deira em toras, para que passem a vez de abastecer as estrangeiras. Faz-se mister aumentar consideràvel-
mente, destruindo muito e aproveitan
mente o número de técnicos que tra
do pouco.
balham em silvicultura.
Não teve aproveitamen
to muito melhor grande parte das flo
restas do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Pa raíba. Ülümamente, porém, melhora ram-se os métodos com razoável redu
ção dos desperdícios. Diminuiu de mui to a exportação de madeira em toras.
Surgiram fábricas de compensados e de papel. Multiplicaram-se as fábricas
de móveis. Passaram a ser aproveita das madeiras tidas até bá pouco tempo como inúteis. Intensificaram-se os tra balhos de reflorestamento.
Os nossos engenheiros-agrônomos e agrônomos-sÜvicultores precisam não só ver o que se faz nos Estados Unidos e na Europa, mas também verificar os
métodos de exploração das florestas equatoriais da África e da Ásia O
programa francês para a África Equatonal, cons.sh„d„ numa exportação enorme de madeiras de remõ,.c L.- j-
ficais dc ^abalhar do quIT^Czônt e na mstalaçao de três fábricas de ce-
ulGse. merece a atenção dos nos^s técmcos e economistas, para 2clareçam o Govêmo e os industriais
f
^,1? ri -
DicESTo Econômico
Aiiás, a exploração sistemática das florestas amazônicas é de tanta :mpor-
tância nacional e mesmo mundial que
O c'ima c sadio desde que se to
mem precauções cpic não .se afastam
dos princípios básicos da bromatolo^a
merece atenção maior do Ser\iço Flo
c da higiene. As colônias européias de
restal do Ministério da Agricultura. Trata, aliás, este órgão da administra ção púb'ica, em entendimento com go
Belém c Manaus, rclati\amcntc nume
vernos estaduais ou teiritoriais da re
rosas, .são um dos atestados de que o clima é perfeitamente suporláye. gra ças a alguns fatôre.s que atenuam os
gião, de fazer levantamentos aerofotogramétricos de trechos da floresta des
rigores próprios da situação geográfi
ca. E esta opinião não é apenas de
tinada a um aproveitamento intensivo. Êsses trcdlios devem situar-se a mar
gem de rios navegáveis, de modo a fa cilitar o escoamento da produção. Se-
guir-se-á o inventário florestal feito por técnicos do Ministério da Agricul tura.
Levantamento aerofotogramétrico c inventário concluídos, verificar-se-á o
potência' econômico dos trechos de selva destinados ao aproveitamento. Poder-se-á, então, pensar em organizar
companhias madeireiras multimilionarias, com capitais nacionais ou nacio nais e estrangeiros, que trabalhem den tro de métodos rigorosamente técnicos e utilizem maquinaria abundante, mo derna, e altamente eficiente.
Não se pensa em falta de transpor
te, quando se sabe que bá na Amazô nia cerca de 60 mil quilômetros de nos
e furos navegáveis. Grandes transatlân ticos vão a Manaus, onde o Rio Negro
tem uns 80 metros de profundidade. Em Pôrto Veho, não muito longe da fronteira boliviana, o Madeira ainda teni seiscentos metros de largura e vinte me
tros de profundidade. Embarcações de mil ee duzentas mil duzentas toneladas toneladas alcançam alcançam
Cru-
zeiro do Sul, no Acre, a mais de cinco mil quilômetros de Belém.
Homens de negócios vêm o orçamento Por CUILHEKME MOOJEN
Resumo da palestra proferida pelo sr. Guilherme Moojen, diretor cio Gabiente de Estudos Economicos e Financeiros da Secretaria da
Fazenda do Rio Grande do Sul, na Associação
Comercial de Pôrto Alegre.
quem morou três anos e meio na Ama
zônia, sempre com muita saúde. Fred A. Carlson, da Universidade de Ohio, em
"Geography of Latin América", escre
hours betwcen midnight and dawn, the cold is so penelrating as to be positively unconfortable. Nigbt tempcmturcs of around 60" F. are by no means
uncommon. In the daytimc the tem-
perature rises to 80° cr 90° F. R might be said tbat tbe night ís the winter of these tropical regions." E além:
"Many foreigners, eating proper tood
and living according to simple laws of cjinitation, maintain themselves in good hcaltb." ,
O operariado pode ser encontrado na
A época da borracha silvestre passou,
queza muito maior do que a que lhe que/.a *
An-k
deu o ouro negro, mesmo quando em apogeu
#
mar
Assim, o contabilista vê o orçamento como um documento de receitas e
es
pesas; o jurista o vè como um documen
to legal, isto é, como uma lei; o admims trador, como um plano de traba o, o
Eletrificação do Vale do Tenessee, nos
funcionário, como um documento con
Estados Unidos da América do Norte:
tendo verbas de salários e de matéria ,
"As decisões dos homens de negócio nunca foram tão importantes como ho
o engenheiro o vê como um projeto, es boçando o que o Governo vai empreen
je. A maneira de pensar e de agir dos homens de negócio, com respeito aos
bens dos quais nós todos dependemos, o modo pelo qual eles usam a moderna
der em obras públicas, tais como estra das, pontes, edifícios etc.; o médico o vê como um plano do Govôrno, em re
e, conseqüentemente, a sorte de muitos
lação à saúde pública; o professor o ye como um meio de prover â educaçao do povo; o representante do povo enca ra o orçamento como um instrumento de controle no legislativo sobre o executivo;
mi hões de sôres humanos".
o economista o vè como um instrumento
habilidade dos técnicos, em suma, a
amplitude da sua, habilidade política, de terminará o futuro das nossas reservas
de análise econômica; o financista o ye
como um plano de investimento de di
5?!
regiões brasileiras e dos países mediter
A Amaz-ônia pode encontrar na explo ração sistemática de suas selvas uma ri
de quem o encare.
em
vida do Estado, é visto sob as mais
diferentes faces, dependendo da posição
"Tenessee Valley Authority", isto é, da iiniversa'mente conhecida emprêsa de
própria região ou importado de outras râneos.
to que colhi do li\TO cha", de Davâd E: Lilienthal, Presidente da
"After sundown in tbc Amazon Low-
inany placcs, espccially during tlie
tante documento, que espelha toda a
"Democracia
ve, entre outras coisas:
land the air rapidly becomcs ciiilly. In
EjA-ME permitido iniciar esta palestra com a ci tação de um pensamenr
nheiro; os homens de negócio, comer Tem-se entendido modernamente que
ciantes e industriaüstas, vêm no orçamen
o orçamento expressa em dinheiro o que
to uma oportimidade para a colocação
o Governo se propõe fazer pe'o povo
de suas utilidades de intermediação e
num determinado período de tempo. Ora, assim sendo, o orçamento inte
produção. Efetivamente, o Governo é o maior
ressa a todas as c'asses sociais, pois elas,
comprador de utilidades no mercado. Num país de economia colonial, co mo é o Brasil, quase metade da renda
sem exceção, são atingidas direta ou
indiretamente pelo mesmo. Cidadãos, r cos ou pobres, todos têm o seu papel no orçamento.
Entretanto, êsse impor
nacional transita no orçamento público.
De um lado, vê-se o Governo sangrando
f
^,1? ri -
DicESTo Econômico
Aiiás, a exploração sistemática das florestas amazônicas é de tanta :mpor-
tância nacional e mesmo mundial que
O c'ima c sadio desde que se to
mem precauções cpic não .se afastam
dos princípios básicos da bromatolo^a
merece atenção maior do Ser\iço Flo
c da higiene. As colônias européias de
restal do Ministério da Agricultura. Trata, aliás, este órgão da administra ção púb'ica, em entendimento com go
Belém c Manaus, rclati\amcntc nume
vernos estaduais ou teiritoriais da re
rosas, .são um dos atestados de que o clima é perfeitamente suporláye. gra ças a alguns fatôre.s que atenuam os
gião, de fazer levantamentos aerofotogramétricos de trechos da floresta des
rigores próprios da situação geográfi
ca. E esta opinião não é apenas de
tinada a um aproveitamento intensivo. Êsses trcdlios devem situar-se a mar
gem de rios navegáveis, de modo a fa cilitar o escoamento da produção. Se-
guir-se-á o inventário florestal feito por técnicos do Ministério da Agricul tura.
Levantamento aerofotogramétrico c inventário concluídos, verificar-se-á o
potência' econômico dos trechos de selva destinados ao aproveitamento. Poder-se-á, então, pensar em organizar
companhias madeireiras multimilionarias, com capitais nacionais ou nacio nais e estrangeiros, que trabalhem den tro de métodos rigorosamente técnicos e utilizem maquinaria abundante, mo derna, e altamente eficiente.
Não se pensa em falta de transpor
te, quando se sabe que bá na Amazô nia cerca de 60 mil quilômetros de nos
e furos navegáveis. Grandes transatlân ticos vão a Manaus, onde o Rio Negro
tem uns 80 metros de profundidade. Em Pôrto Veho, não muito longe da fronteira boliviana, o Madeira ainda teni seiscentos metros de largura e vinte me
tros de profundidade. Embarcações de mil ee duzentas mil duzentas toneladas toneladas alcançam alcançam
Cru-
zeiro do Sul, no Acre, a mais de cinco mil quilômetros de Belém.
Homens de negócios vêm o orçamento Por CUILHEKME MOOJEN
Resumo da palestra proferida pelo sr. Guilherme Moojen, diretor cio Gabiente de Estudos Economicos e Financeiros da Secretaria da
Fazenda do Rio Grande do Sul, na Associação
Comercial de Pôrto Alegre.
quem morou três anos e meio na Ama
zônia, sempre com muita saúde. Fred A. Carlson, da Universidade de Ohio, em
"Geography of Latin América", escre
hours betwcen midnight and dawn, the cold is so penelrating as to be positively unconfortable. Nigbt tempcmturcs of around 60" F. are by no means
uncommon. In the daytimc the tem-
perature rises to 80° cr 90° F. R might be said tbat tbe night ís the winter of these tropical regions." E além:
"Many foreigners, eating proper tood
and living according to simple laws of cjinitation, maintain themselves in good hcaltb." ,
O operariado pode ser encontrado na
A época da borracha silvestre passou,
queza muito maior do que a que lhe que/.a *
An-k
deu o ouro negro, mesmo quando em apogeu
#
mar
Assim, o contabilista vê o orçamento como um documento de receitas e
es
pesas; o jurista o vè como um documen
to legal, isto é, como uma lei; o admims trador, como um plano de traba o, o
Eletrificação do Vale do Tenessee, nos
funcionário, como um documento con
Estados Unidos da América do Norte:
tendo verbas de salários e de matéria ,
"As decisões dos homens de negócio nunca foram tão importantes como ho
o engenheiro o vê como um projeto, es boçando o que o Governo vai empreen
je. A maneira de pensar e de agir dos homens de negócio, com respeito aos
bens dos quais nós todos dependemos, o modo pelo qual eles usam a moderna
der em obras públicas, tais como estra das, pontes, edifícios etc.; o médico o vê como um plano do Govôrno, em re
e, conseqüentemente, a sorte de muitos
lação à saúde pública; o professor o ye como um meio de prover â educaçao do povo; o representante do povo enca ra o orçamento como um instrumento de controle no legislativo sobre o executivo;
mi hões de sôres humanos".
o economista o vè como um instrumento
habilidade dos técnicos, em suma, a
amplitude da sua, habilidade política, de terminará o futuro das nossas reservas
de análise econômica; o financista o ye
como um plano de investimento de di
5?!
regiões brasileiras e dos países mediter
A Amaz-ônia pode encontrar na explo ração sistemática de suas selvas uma ri
de quem o encare.
em
vida do Estado, é visto sob as mais
diferentes faces, dependendo da posição
"Tenessee Valley Authority", isto é, da iiniversa'mente conhecida emprêsa de
própria região ou importado de outras râneos.
to que colhi do li\TO cha", de Davâd E: Lilienthal, Presidente da
"After sundown in tbc Amazon Low-
inany placcs, espccially during tlie
tante documento, que espelha toda a
"Democracia
ve, entre outras coisas:
land the air rapidly becomcs ciiilly. In
EjA-ME permitido iniciar esta palestra com a ci tação de um pensamenr
nheiro; os homens de negócio, comer Tem-se entendido modernamente que
ciantes e industriaüstas, vêm no orçamen
o orçamento expressa em dinheiro o que
to uma oportimidade para a colocação
o Governo se propõe fazer pe'o povo
de suas utilidades de intermediação e
num determinado período de tempo. Ora, assim sendo, o orçamento inte
produção. Efetivamente, o Governo é o maior
ressa a todas as c'asses sociais, pois elas,
comprador de utilidades no mercado. Num país de economia colonial, co mo é o Brasil, quase metade da renda
sem exceção, são atingidas direta ou
indiretamente pelo mesmo. Cidadãos, r cos ou pobres, todos têm o seu papel no orçamento.
Entretanto, êsse impor
nacional transita no orçamento público.
De um lado, vê-se o Governo sangrando
•
'-'i -
DrcE.sTo
Econômico 107
108
Digksto EcoNÓxnco
nos idearam e puseram em execução os a economia privada através do orçamen
não devem interessar meramente aos fun
to, com o levantamento de impostos e taxas; de outro lado, vemos o dinheiro
cionários públicos. Afirmam, também, que todos os funcionários públicos, mem
arrecadado pelo Governo retornar à eco
bros da Assemb'éia, Secretários de Es
nomia privada, através do pagamento dos salários ao funcionalismo, dos gastos
de.sde os que ocupam os cargos mais
com o material, equipamento, obras pú
elevados aos mais humildes, são servi
blicas etc. E' êste um processo contí
dores do povo e por êste são escolhidos para levar avante os interesses do po vo. Os cargos públicos, principalmente os de mando, são considerados postos
nuo, que se repete de ano a ano.
Ao examinar o orçamento através da
discriminação das despesas, o comer ciante de automóveis — por exemplo — verifica que as repartições A, B e C pretendem comprar um certo número de carros para os seus serviços; o nego ciante de máquinas de escritório inte ressa-se pela verba destinada a esse
tim, para fazer as suas previsões e estar aparelhado para concorrer no fomeci-
mento desse material, e assim por diante.
^
B Examinando o orçaménto das dlfe«ntes Secretarias de Estado, o homem
de negocios encontra um sem número de oportunidades para o fornecimento dos produtos de que dispõe.
O plano de obras públicas prevê gas tos com material de construção e repa
■ ros em geral; o plano de saúde púbüca prevê gastos com medicamentos etc • o
plano «de educação prevê gastos com matenal escolar, classes, instrumentos
de precisão, livros etc., e assim por diante.
De outro lado, o dinheiro recebido pe lo funcionalismo, através dos vencimen tos, salários etc., todo ele retorna aos
negócios, através das compras e paga mentos diversos, feitos pelo mesmo fun cionalismo.
de trabalho árduo acessíveis a todos e
Os norte-americanos costumam dizer
que os negócios do Governo são negó E, assim sendo, eles
tada a deficiência e informa-o, com
vernamentais".
multo tato, das imperfeições obser^'adas
Êsses Institutos, disseminados aos mi
lhares por todo o país, são mantidos pe los homens de negócio e são completa mente independentes do Governo Fede ral, Estadual ou Municipal. Não pos suem, também, côr política. A sua organização não é igual em tôdas as cidades. Todavia, em linhas gerais, ô!es possuem, de um lado, um grande Conselho, eleito pelos homens de negócio e composto por pessoas de reco nhecida experiência e de espírito públi co, que exercem seu posto sem remimeração. De outro lado, ésses Institutos dispõem
e do pro\'ável meio de saná-las.
Se o chefe da repartição em aprêço se interessa em sanar a imperfeição que há em seus serviço, tudo vai bem. Em
caso contrário,^ o Instituto de pesquisas ameaça publicar na imprensa as conclu sões a que seus técnicos chegaram acêr ca do tal serviço. O Diretor do Insti
tuto de Nova Orleans, que é organiza do nas bases referidas, informou-me que esta última arma é decisiva, pois a opi
detidos pelos mais capazes e que de monstrarem maior espírito público. Os americanos sabem que pagam im postos, pois o seu sistema tributário é baseado decisivamente nos impostos di retos e, por isso, todos, ou pelo menos o
te de técnicos em assun
maior número, têm os olhos voltados pa
uma ação interessante
tos de Administração e
e útil na educação dos
Finanças, especialmente
cidadãos, através dos
ra o Govôrno.
Todos querem saber o
nião pública estadunidense é muito forte. Em geral, êstes Institutos trabalham em estreita e compre—
de um corpo permanen
ensiva colaboração com os govemos e exercem
que o Governo vai fazer ou está fazen
contratados, os quais es
do com o dinheiro que foi tirado do seu
diversos meios de difu
tão continuamente ob
patrimônio, dinheiro conseguido com trabalho árduo e, por conseguinte, que tem um grande valor para o seu pos
são do pensamento, in
servando e empreenden
formando-os, de um la
suidor.
do estudos acêrca dos
do, acêrca do que o Go
serviços públicos locais. Sempre que êsses
verno realizou, está rea
lizando e pretende rea
Os homens de negócio, índustrialistas 6 comerciantes, grandes e pequenos, pa
mento, quer por suas
gam anualmente somas enormes a tí tulo de impostos e, como tal, êles querem
observações, quer por indicação dos homens
ver essa contribuição ttansformada era
de negócio, de alguma
facilidades, tais como boas estradas, para a circulação das pessoas e das riquezas; boas condições para o trabalho; exce
deficiência . em deter-»
éles realizam um estudo meticuloso dessa
por um prisma apolítico.. E do outro
lente, barato, rápido e honesto serviço de correios; redução dos gastos mihtares e
deficiência e estudam um meio para
lado, auxiliando os funcionários públi cos e indicando-lhes os melhores meios,
da burocracia ao mínimo; energia elé trica barata, educação para todos etc.
técnicos têm conheci
lizar com
'
nos E. U. A.
No sentido de cooperar com os poderés públicos na organização de seus serviço.s, os homens de negócio america-
o
dinheiro
com que êles contri buem através do impos to, e ensinando-Dies a
interpretar as diutumas i
minado serviço público, saná-la. Assim que chegam a uma con clusão, dirigem-se ao Diretor do Ins tituto, o qual convoca o Conselho e sub mete à sua consideração o estudo em
Os "Business-Men" e a burocracia
Os norte-americanos e o orçamento
cios de todos.
tado, juizes, chefes de repartição, todos,
cura o chefe da repartição onde foi no
chamados "Institutos de Pesquisas Go
aprêço.
Uma vez o estudo aprovado pelo Con selho, êste, por intermédio do Diretor Executivo do Instituto de Pesquisas, pro-
atividades do Governo, sempre encarando-as
isto é, os'mais econômicos e eficientes de desempenharem suas funções.
O Professor Lent D. Upson, em seu estudo "Organizações de cidadãos inte ressados em cooperar com o Govêmo"
afirma que os Institutos do tipo há pou co mencionado têm cooperado decisiva-
•
'-'i -
DrcE.sTo
Econômico 107
108
Digksto EcoNÓxnco
nos idearam e puseram em execução os a economia privada através do orçamen
não devem interessar meramente aos fun
to, com o levantamento de impostos e taxas; de outro lado, vemos o dinheiro
cionários públicos. Afirmam, também, que todos os funcionários públicos, mem
arrecadado pelo Governo retornar à eco
bros da Assemb'éia, Secretários de Es
nomia privada, através do pagamento dos salários ao funcionalismo, dos gastos
de.sde os que ocupam os cargos mais
com o material, equipamento, obras pú
elevados aos mais humildes, são servi
blicas etc. E' êste um processo contí
dores do povo e por êste são escolhidos para levar avante os interesses do po vo. Os cargos públicos, principalmente os de mando, são considerados postos
nuo, que se repete de ano a ano.
Ao examinar o orçamento através da
discriminação das despesas, o comer ciante de automóveis — por exemplo — verifica que as repartições A, B e C pretendem comprar um certo número de carros para os seus serviços; o nego ciante de máquinas de escritório inte ressa-se pela verba destinada a esse
tim, para fazer as suas previsões e estar aparelhado para concorrer no fomeci-
mento desse material, e assim por diante.
^
B Examinando o orçaménto das dlfe«ntes Secretarias de Estado, o homem
de negocios encontra um sem número de oportunidades para o fornecimento dos produtos de que dispõe.
O plano de obras públicas prevê gas tos com material de construção e repa
■ ros em geral; o plano de saúde púbüca prevê gastos com medicamentos etc • o
plano «de educação prevê gastos com matenal escolar, classes, instrumentos
de precisão, livros etc., e assim por diante.
De outro lado, o dinheiro recebido pe lo funcionalismo, através dos vencimen tos, salários etc., todo ele retorna aos
negócios, através das compras e paga mentos diversos, feitos pelo mesmo fun cionalismo.
de trabalho árduo acessíveis a todos e
Os norte-americanos costumam dizer
que os negócios do Governo são negó E, assim sendo, eles
tada a deficiência e informa-o, com
vernamentais".
multo tato, das imperfeições obser^'adas
Êsses Institutos, disseminados aos mi
lhares por todo o país, são mantidos pe los homens de negócio e são completa mente independentes do Governo Fede ral, Estadual ou Municipal. Não pos suem, também, côr política. A sua organização não é igual em tôdas as cidades. Todavia, em linhas gerais, ô!es possuem, de um lado, um grande Conselho, eleito pelos homens de negócio e composto por pessoas de reco nhecida experiência e de espírito públi co, que exercem seu posto sem remimeração. De outro lado, ésses Institutos dispõem
e do pro\'ável meio de saná-las.
Se o chefe da repartição em aprêço se interessa em sanar a imperfeição que há em seus serviço, tudo vai bem. Em
caso contrário,^ o Instituto de pesquisas ameaça publicar na imprensa as conclu sões a que seus técnicos chegaram acêr ca do tal serviço. O Diretor do Insti
tuto de Nova Orleans, que é organiza do nas bases referidas, informou-me que esta última arma é decisiva, pois a opi
detidos pelos mais capazes e que de monstrarem maior espírito público. Os americanos sabem que pagam im postos, pois o seu sistema tributário é baseado decisivamente nos impostos di retos e, por isso, todos, ou pelo menos o
te de técnicos em assun
maior número, têm os olhos voltados pa
uma ação interessante
tos de Administração e
e útil na educação dos
Finanças, especialmente
cidadãos, através dos
ra o Govôrno.
Todos querem saber o
nião pública estadunidense é muito forte. Em geral, êstes Institutos trabalham em estreita e compre—
de um corpo permanen
ensiva colaboração com os govemos e exercem
que o Governo vai fazer ou está fazen
contratados, os quais es
do com o dinheiro que foi tirado do seu
diversos meios de difu
tão continuamente ob
patrimônio, dinheiro conseguido com trabalho árduo e, por conseguinte, que tem um grande valor para o seu pos
são do pensamento, in
servando e empreenden
formando-os, de um la
suidor.
do estudos acêrca dos
do, acêrca do que o Go
serviços públicos locais. Sempre que êsses
verno realizou, está rea
lizando e pretende rea
Os homens de negócio, índustrialistas 6 comerciantes, grandes e pequenos, pa
mento, quer por suas
gam anualmente somas enormes a tí tulo de impostos e, como tal, êles querem
observações, quer por indicação dos homens
ver essa contribuição ttansformada era
de negócio, de alguma
facilidades, tais como boas estradas, para a circulação das pessoas e das riquezas; boas condições para o trabalho; exce
deficiência . em deter-»
éles realizam um estudo meticuloso dessa
por um prisma apolítico.. E do outro
lente, barato, rápido e honesto serviço de correios; redução dos gastos mihtares e
deficiência e estudam um meio para
lado, auxiliando os funcionários públi cos e indicando-lhes os melhores meios,
da burocracia ao mínimo; energia elé trica barata, educação para todos etc.
técnicos têm conheci
lizar com
'
nos E. U. A.
No sentido de cooperar com os poderés públicos na organização de seus serviço.s, os homens de negócio america-
o
dinheiro
com que êles contri buem através do impos to, e ensinando-Dies a
interpretar as diutumas i
minado serviço público, saná-la. Assim que chegam a uma con clusão, dirigem-se ao Diretor do Ins tituto, o qual convoca o Conselho e sub mete à sua consideração o estudo em
Os "Business-Men" e a burocracia
Os norte-americanos e o orçamento
cios de todos.
tado, juizes, chefes de repartição, todos,
cura o chefe da repartição onde foi no
chamados "Institutos de Pesquisas Go
aprêço.
Uma vez o estudo aprovado pelo Con selho, êste, por intermédio do Diretor Executivo do Instituto de Pesquisas, pro-
atividades do Governo, sempre encarando-as
isto é, os'mais econômicos e eficientes de desempenharem suas funções.
O Professor Lent D. Upson, em seu estudo "Organizações de cidadãos inte ressados em cooperar com o Govêmo"
afirma que os Institutos do tipo há pou co mencionado têm cooperado decisiva-
Dicesto Econômico
i08
r
1 Díoesto Díoe
Econômico 109
pn.ssibiíidade de se medir o produção do
da em 20% sobro o total da despesa. Du
.scncialmente agrícola, e, no entanto o
trabalho burocrático na mesma base em
rante a guerra, o orçamento subiu a 100
orçamento da União apresenta uma ver
pressão — os "patifes" para fora do Go
que .se mede a do trabalho privado.
bilhões cie dólares e foi todo ele, como
ba de menos de 5% para a agricultura,
verno e diminuindo sensivelmente as
Assim, o traballio do médico pode ser
sabemos, orientado e dirigido no sentido
para o exercício de 194S.
corrupções nos governos locais, estaduais
medido através do número de pessoas
de vcncè-la.
e no Federal.
que ele atende diariamente, pelo número de operações que faz etc. O trabalho de um datilografo por ser medido pelo
De uma simp'es análise do último or
Além disso, devemos ter em conside ração que, nestas percenlagens tão bai
çamento americano elaborado já num período de paz, verifica-se que o mesmo começou a voltar ao seu antigo nível
ra, estão ainda contidos os gastos com a burocracia dos Ministérios que cuidam
mente na melhoria dos serviç-os públi cos, pondo — conforme sua próprfa ex
O americano, em geral, olha com maus olhos a burocracia. Até poucos anos atrás o melhor elemento humano, os mais
número de ofícios que redige, número
hábeis técnicos preferiam trabalho na
de folhas, de letras que escreve etc.
indústria privada.
Realmente, os salá
Isto tudo é discutido e calculado muito
rios das atividades privadas eram maio res. Dizia-se, então, que só os medío
honestamente, pois os americanos são
cres é que se interessavam pelos cargos burocráticos.
Nestes últimos anos, em face do ex
traordinário desenvolvimento dos serviços públicos e da importância que tem si do dada a esses serviços, e em face, tam bém, de os poderes público.s oferecerem
salários na mesma base do trabalho pri vado, a qualidade do serviço público, em grande número de repartições, é tão efi ciente como nas grandes empresas particu'ares. -
As repartições trabalham 40 horas se
manais. Há um grande controle do pes soal. E este pessoal é sistematicamen
xas para Saúde, Educação e Agricultu
da ante-guerra. Quem examinar èstc último orçamen to verifica que as de,spe,sas militares or
da verba.
práticos e parecem desconhecer a pa lavra "tapeação". Os americanos são contrários também
çam cm menos de 30% da despesa to tal, porcentagem considerada alta e que
Nao temos receio em afirmar que mui to podemos aprender da experiência ame
à burocracia militar.
Congresso.
Sobre este ponto, poderia citar a opi nião de vários de .seu.s sociólogos e his
toriadores. Entre estes, Jamcs Truslow
está
sendo
criticada
acerbamentc no
Todavia, os E. U. A. estão mantendo,
para consolidação de sua xitória e ga rantia do seu grande e crescente comér
Adams, que escreveu uni dos iTK''hores e mais difundidos livros da interpretação da História dos Estados Unidos da Amé
ocupação na Europa e na Ásia.
rica, intitulado "The American Epopei"
quase 50% do orçamento federal com a
— livro que, aliás, já foi traduzido p^ra o portuguê,s — refere-se, como um dos principais fatores do extraordinário de senvolvimento dos E. U. A. observado neste ultimo século, aos limitados gí^s-
cio internacional, um grande exército de Nós, no Brasil, estamos consumindo
defesa nacional. Em face desces gastos imensos, esquecemos o elemento huma no—o maior fator da defesa nacional.
dos serviços acima, a qual, na.sua conipUcada engrenagem, consome a maioria
ricana. Muitos métodos de organização
lá usados teriam excelente aplicação no Brasil, como tiveram e estão tendo cm
outros países. Todavia, não somos daqueles que acham "^que devemos copiar e transplan tar tudo o que de interessante lá existe, para o nosso país. Temos em comum, ó verdade, a extensão imensa de nossos dois territórios. Mas as nossas tradições são diferentes.
E piua termos em \-ista, agora, ape
nas um dos fatores determinantes que
te selecionado por concursos, sendo o
tos com a defesa nacional, até as véspe
motivaram a menor ascendência de nos
pessoal cxtranumerário, na generalidade,
ras da primeira guerra mundial.
sa marcha civílizadora comparati\'amente à dos E. U. A., no mesmo período, detenhamo-nos, tão somente," no fator população, e verificaremos que, enquan
A
admitido para desempenhar determina das tarefas, as quais são orçadas, com
Europa ficou enfraquecida com as guer
possível exatidão, em unidades de trába-
seria, pois, de temer. Não era necessá
Iho e de material. Finda a tarefa e não
ria, portanto, a manutenção de um gran
havendo outro serviço a realizar, o extra-
de exército, marinha etc. Com essa eco
numerárío é dispensado, de modo a não se'" encarecida a referida tarefa em nem um dia ou mesmo uma hora de traba lho não executado, o que representaria
nomia, os norte-americanos puderam
dinheiro do povo desperdiçado. Em Washington D. C. e em muitos Estados que me foi dado visitar, tomei
parte em várias "mesas redondas" em que técnicos, pertencentes a corpora ções públicas e privadas, discutiam a
ras napoleônicas e nenhuma agressão
construir estradas, pontes, navios mer
cantes, escolas, liospitais, e puderam atingif a essa grandeza que todos nós -co nhecemos e admiramos.
Antes da guerra, o orçamento ame ricano era em números redondos de 5
Quando do recnitamento dos pracinhas, que tanto glória conquistaram pa ra ò nosso país, nos campos de bata
lha da Europa, verificou-se que uma in crível percentagem dos cidadãos concla mados pela pátria para a sua defesa não estava em condições de sanidade física para a luta. Há dias o rádio anunciou que, do pes
soal chamado para o serviço militar na Bahia, 80% foi julgado incapaz. Possuímos quase .70% de analfabetos e
bilhões de dólare.s, o qual atendia a tôdas as despesas do Governo, inclusive
entretanto o orçamento da União, pa ra 1948, orça em 9% os gastos com a educação e saúde, somados.
a destinada às forças armadas, avalia-
Diz-se que o Brasil é uma nação es-
to nos últimos cem anos entraram nos
E. U. A. 38 milhões de imigrantes, no Brasil, no mesmo período, recebemos menos de 5 milhões.
Só esse fator seria suficiente para con solar os mais pessimistas, acêrca do que fizemos até agora, e encorajá-los a co operar naquilo que estamos fazendo e haveremos de fazer.
Queremos finalizar esta palestra com a afirmação de J. Brooks Hockcrt: "Náo se pode esperar demasiado do orçamen-
Dicesto Econômico
i08
r
1 Díoesto Díoe
Econômico 109
pn.ssibiíidade de se medir o produção do
da em 20% sobro o total da despesa. Du
.scncialmente agrícola, e, no entanto o
trabalho burocrático na mesma base em
rante a guerra, o orçamento subiu a 100
orçamento da União apresenta uma ver
pressão — os "patifes" para fora do Go
que .se mede a do trabalho privado.
bilhões cie dólares e foi todo ele, como
ba de menos de 5% para a agricultura,
verno e diminuindo sensivelmente as
Assim, o traballio do médico pode ser
sabemos, orientado e dirigido no sentido
para o exercício de 194S.
corrupções nos governos locais, estaduais
medido através do número de pessoas
de vcncè-la.
e no Federal.
que ele atende diariamente, pelo número de operações que faz etc. O trabalho de um datilografo por ser medido pelo
De uma simp'es análise do último or
Além disso, devemos ter em conside ração que, nestas percenlagens tão bai
çamento americano elaborado já num período de paz, verifica-se que o mesmo começou a voltar ao seu antigo nível
ra, estão ainda contidos os gastos com a burocracia dos Ministérios que cuidam
mente na melhoria dos serviç-os públi cos, pondo — conforme sua próprfa ex
O americano, em geral, olha com maus olhos a burocracia. Até poucos anos atrás o melhor elemento humano, os mais
número de ofícios que redige, número
hábeis técnicos preferiam trabalho na
de folhas, de letras que escreve etc.
indústria privada.
Realmente, os salá
Isto tudo é discutido e calculado muito
rios das atividades privadas eram maio res. Dizia-se, então, que só os medío
honestamente, pois os americanos são
cres é que se interessavam pelos cargos burocráticos.
Nestes últimos anos, em face do ex
traordinário desenvolvimento dos serviços públicos e da importância que tem si do dada a esses serviços, e em face, tam bém, de os poderes público.s oferecerem
salários na mesma base do trabalho pri vado, a qualidade do serviço público, em grande número de repartições, é tão efi ciente como nas grandes empresas particu'ares. -
As repartições trabalham 40 horas se
manais. Há um grande controle do pes soal. E este pessoal é sistematicamen
xas para Saúde, Educação e Agricultu
da ante-guerra. Quem examinar èstc último orçamen to verifica que as de,spe,sas militares or
da verba.
práticos e parecem desconhecer a pa lavra "tapeação". Os americanos são contrários também
çam cm menos de 30% da despesa to tal, porcentagem considerada alta e que
Nao temos receio em afirmar que mui to podemos aprender da experiência ame
à burocracia militar.
Congresso.
Sobre este ponto, poderia citar a opi nião de vários de .seu.s sociólogos e his
toriadores. Entre estes, Jamcs Truslow
está
sendo
criticada
acerbamentc no
Todavia, os E. U. A. estão mantendo,
para consolidação de sua xitória e ga rantia do seu grande e crescente comér
Adams, que escreveu uni dos iTK''hores e mais difundidos livros da interpretação da História dos Estados Unidos da Amé
ocupação na Europa e na Ásia.
rica, intitulado "The American Epopei"
quase 50% do orçamento federal com a
— livro que, aliás, já foi traduzido p^ra o portuguê,s — refere-se, como um dos principais fatores do extraordinário de senvolvimento dos E. U. A. observado neste ultimo século, aos limitados gí^s-
cio internacional, um grande exército de Nós, no Brasil, estamos consumindo
defesa nacional. Em face desces gastos imensos, esquecemos o elemento huma no—o maior fator da defesa nacional.
dos serviços acima, a qual, na.sua conipUcada engrenagem, consome a maioria
ricana. Muitos métodos de organização
lá usados teriam excelente aplicação no Brasil, como tiveram e estão tendo cm
outros países. Todavia, não somos daqueles que acham "^que devemos copiar e transplan tar tudo o que de interessante lá existe, para o nosso país. Temos em comum, ó verdade, a extensão imensa de nossos dois territórios. Mas as nossas tradições são diferentes.
E piua termos em \-ista, agora, ape
nas um dos fatores determinantes que
te selecionado por concursos, sendo o
tos com a defesa nacional, até as véspe
motivaram a menor ascendência de nos
pessoal cxtranumerário, na generalidade,
ras da primeira guerra mundial.
sa marcha civílizadora comparati\'amente à dos E. U. A., no mesmo período, detenhamo-nos, tão somente," no fator população, e verificaremos que, enquan
A
admitido para desempenhar determina das tarefas, as quais são orçadas, com
Europa ficou enfraquecida com as guer
possível exatidão, em unidades de trába-
seria, pois, de temer. Não era necessá
Iho e de material. Finda a tarefa e não
ria, portanto, a manutenção de um gran
havendo outro serviço a realizar, o extra-
de exército, marinha etc. Com essa eco
numerárío é dispensado, de modo a não se'" encarecida a referida tarefa em nem um dia ou mesmo uma hora de traba lho não executado, o que representaria
nomia, os norte-americanos puderam
dinheiro do povo desperdiçado. Em Washington D. C. e em muitos Estados que me foi dado visitar, tomei
parte em várias "mesas redondas" em que técnicos, pertencentes a corpora ções públicas e privadas, discutiam a
ras napoleônicas e nenhuma agressão
construir estradas, pontes, navios mer
cantes, escolas, liospitais, e puderam atingif a essa grandeza que todos nós -co nhecemos e admiramos.
Antes da guerra, o orçamento ame ricano era em números redondos de 5
Quando do recnitamento dos pracinhas, que tanto glória conquistaram pa ra ò nosso país, nos campos de bata
lha da Europa, verificou-se que uma in crível percentagem dos cidadãos concla mados pela pátria para a sua defesa não estava em condições de sanidade física para a luta. Há dias o rádio anunciou que, do pes
soal chamado para o serviço militar na Bahia, 80% foi julgado incapaz. Possuímos quase .70% de analfabetos e
bilhões de dólare.s, o qual atendia a tôdas as despesas do Governo, inclusive
entretanto o orçamento da União, pa ra 1948, orça em 9% os gastos com a educação e saúde, somados.
a destinada às forças armadas, avalia-
Diz-se que o Brasil é uma nação es-
to nos últimos cem anos entraram nos
E. U. A. 38 milhões de imigrantes, no Brasil, no mesmo período, recebemos menos de 5 milhões.
Só esse fator seria suficiente para con solar os mais pessimistas, acêrca do que fizemos até agora, e encorajá-los a co operar naquilo que estamos fazendo e haveremos de fazer.
Queremos finalizar esta palestra com a afirmação de J. Brooks Hockcrt: "Náo se pode esperar demasiado do orçamen-
TT*1
, 'vVi-fV i"
Diccpto Econômico
110
to, Êle é um valioso instrumento dc pla
nejamento e contrôle dos ncgóaos, mas não mais do que isso. Êle não pode to mar o lugar da própria gert-nda. Boa gerencia será ainda melhor com o uso do processo orçamentário, mas o orça mento é somente um instrumento para o
hábil administrador." Esclarecemos, de nossa parte, que,
quando compararmos algumas de nossas instituições com as americanas, o nosso fito ó de mostrar as diferenças e de ver
o que de bom existe na grande expe riência daquele rico país.
Queremos reafirmar, também, que es tamos confiantes, como sempre, em nos
so grandioso destino como nação. Volta
mos mais c-í;nvencido* do que nunca dc
quo devemos lutar pela íorinuvã»; tle uma
I,<INCOI.<IV-3tiiioirfl^*£íiio de escol
rnenlahdadc de interévse |K«las nossas coisas. Palestras e dísctissões <le "mesas redondas" em que .stt debatem assuntos
e glóríss cü.-i Roonico SoAUEs Júnior
úteis ao nosso meio, como a.s que esta
Associaç-ão Comercial vem rculi/ando, são uma grande contribuição para a for mação desta mentalidade.
E' preciso acabar, dc uma vez, com a idóia de que patriotismo consiste em exaltar a bandeira e os heróis, como mui tos entendem.
Ser patriota, na guerra, naturalmente, ó lutar, e dar a sua própria vida, se pr^
ciso, pela defesa Uo país; mas na pa:^ deve significar isto; PRODUZIR.
«idade
pM março dc 1861, num instante em
bitadas por audaciosos agrupamentos
í|uc SC desenhava uma crise de im portância vital para a existência da
dc pioneiros.
uação americana, tomou posse do car go dc presidente Abraham Lincoln. liomcm relativamente desconhecido e de origens modestíssimas. O novo chefe dc Estado era uma figura dc físico pe lo menos original. Espichado e ossudo, de
pés
e
Várias biografias incorrem tatiibóm no cxc^esso dc ficções c fantasias ao
descreverem inúmeras passagens da vida dc Lincoln. E' uma necessidade
talvez imposta pelo gênero literário, que se torna mais lido sob a forma de fabulações c roman-
' ces pitorescos que dentro dos moldes frios e exatos do do
mãos
enormes, fisionomia
cumento
angulosa c tosca, o novo ocupante da Casa Branca não apresentava,
Na
sença
a
dade
para
pre
Sul acabam
mento daQuele Domínio. O acôrdo consiste de um empréstimo à Gra-BretanJia em ouro no calor de 80 milhões de libras esterlinas. O premier Áttlee, a êsse respei-
i
v
j
f
^
71 é ur^ova evidente. Numa ocasião em que todo o mundo enfrenta as mais formidáveis tarefas, constitui, na vedade, um elemento de satisfaçao, a exis tência dêsse entendimento íntimo entre nós".
tes
mais autoriza
de
grura expressiva e
ciada
de
ráter uma grande
tonalidade
me
'í
das,
ressalta
mo
particularida
mais do
co
pronun seu
ca
doçura, uma
bon
dade
des-
que
o
deza da vida interior
•
e a marca invulgar
j ambiente algo bru
gero
tac'ava bem do seu
tal e atrasado.
Mu'tos autores de biografias de Lincoln assinalaram com visível exa
Esta feiçãò casava-se bem com um temperamento reservado e meditati
certos traços caricaturais do
vo, cioso de resguardar o santuário
homem, insistindo em acentuar as ma neiras um tanto rudes e espontâneas
da vida interior. E êsse traço não sig?
do antigo sertanejo. «i/T« n amizade sincera e a cooperação
Lincoln,
com a majestade do ofício. Só os olhos negros, de uma ne-
da personalidade.
O vrimeiro ministro da Grã-Bretanha e o premier da África
de
segundo as narra tivas de várias fon-
condi<íente
lancólica, c que revelavam a profun
de trocar mensagens, em seguida à retificúção do acôrdo fina^eiro pelo parla
e
na primeira moci-
os observadores su
perficiais,
histórico.
infância
Pode-se assim
nifica taciturnidade hostil ou a inso-
ciabilidade do solitário que foge de
falar de um homem nascido no Esta
conviver com seus semelhantes. Lin
do de Kentucky, nos extremos confins da civilização, numa época em que
tos íntimos, mas exteriorizava bom hu
aquelas terras eram escassamente ha
mor, alegria. Â moda anglo-saxônica,
■i.
coln não comunicava seus pensamen
TT*1
, 'vVi-fV i"
Diccpto Econômico
110
to, Êle é um valioso instrumento dc pla
nejamento e contrôle dos ncgóaos, mas não mais do que isso. Êle não pode to mar o lugar da própria gert-nda. Boa gerencia será ainda melhor com o uso do processo orçamentário, mas o orça mento é somente um instrumento para o
hábil administrador." Esclarecemos, de nossa parte, que,
quando compararmos algumas de nossas instituições com as americanas, o nosso fito ó de mostrar as diferenças e de ver
o que de bom existe na grande expe riência daquele rico país.
Queremos reafirmar, também, que es tamos confiantes, como sempre, em nos
so grandioso destino como nação. Volta
mos mais c-í;nvencido* do que nunca dc
quo devemos lutar pela íorinuvã»; tle uma
I,<INCOI.<IV-3tiiioirfl^*£íiio de escol
rnenlahdadc de interévse |K«las nossas coisas. Palestras e dísctissões <le "mesas redondas" em que .stt debatem assuntos
e glóríss cü.-i Roonico SoAUEs Júnior
úteis ao nosso meio, como a.s que esta
Associaç-ão Comercial vem rculi/ando, são uma grande contribuição para a for mação desta mentalidade.
E' preciso acabar, dc uma vez, com a idóia de que patriotismo consiste em exaltar a bandeira e os heróis, como mui tos entendem.
Ser patriota, na guerra, naturalmente, ó lutar, e dar a sua própria vida, se pr^
ciso, pela defesa Uo país; mas na pa:^ deve significar isto; PRODUZIR.
«idade
pM março dc 1861, num instante em
bitadas por audaciosos agrupamentos
í|uc SC desenhava uma crise de im portância vital para a existência da
dc pioneiros.
uação americana, tomou posse do car go dc presidente Abraham Lincoln. liomcm relativamente desconhecido e de origens modestíssimas. O novo chefe dc Estado era uma figura dc físico pe lo menos original. Espichado e ossudo, de
pés
e
Várias biografias incorrem tatiibóm no cxc^esso dc ficções c fantasias ao
descreverem inúmeras passagens da vida dc Lincoln. E' uma necessidade
talvez imposta pelo gênero literário, que se torna mais lido sob a forma de fabulações c roman-
' ces pitorescos que dentro dos moldes frios e exatos do do
mãos
enormes, fisionomia
cumento
angulosa c tosca, o novo ocupante da Casa Branca não apresentava,
Na
sença
a
dade
para
pre
Sul acabam
mento daQuele Domínio. O acôrdo consiste de um empréstimo à Gra-BretanJia em ouro no calor de 80 milhões de libras esterlinas. O premier Áttlee, a êsse respei-
i
v
j
f
^
71 é ur^ova evidente. Numa ocasião em que todo o mundo enfrenta as mais formidáveis tarefas, constitui, na vedade, um elemento de satisfaçao, a exis tência dêsse entendimento íntimo entre nós".
tes
mais autoriza
de
grura expressiva e
ciada
de
ráter uma grande
tonalidade
me
'í
das,
ressalta
mo
particularida
mais do
co
pronun seu
ca
doçura, uma
bon
dade
des-
que
o
deza da vida interior
•
e a marca invulgar
j ambiente algo bru
gero
tac'ava bem do seu
tal e atrasado.
Mu'tos autores de biografias de Lincoln assinalaram com visível exa
Esta feiçãò casava-se bem com um temperamento reservado e meditati
certos traços caricaturais do
vo, cioso de resguardar o santuário
homem, insistindo em acentuar as ma neiras um tanto rudes e espontâneas
da vida interior. E êsse traço não sig?
do antigo sertanejo. «i/T« n amizade sincera e a cooperação
Lincoln,
com a majestade do ofício. Só os olhos negros, de uma ne-
da personalidade.
O vrimeiro ministro da Grã-Bretanha e o premier da África
de
segundo as narra tivas de várias fon-
condi<íente
lancólica, c que revelavam a profun
de trocar mensagens, em seguida à retificúção do acôrdo fina^eiro pelo parla
e
na primeira moci-
os observadores su
perficiais,
histórico.
infância
Pode-se assim
nifica taciturnidade hostil ou a inso-
ciabilidade do solitário que foge de
falar de um homem nascido no Esta
conviver com seus semelhantes. Lin
do de Kentucky, nos extremos confins da civilização, numa época em que
tos íntimos, mas exteriorizava bom hu
aquelas terras eram escassamente ha
mor, alegria. Â moda anglo-saxônica,
■i.
coln não comunicava seus pensamen
D10K.ST0 Econômico
111
112
dava furtes apertos de mãos, contas'a anedotas e sabia despertar froas gar galhadas. Sucedia mesmo quc devido â .sua robustez e ao vigor dos pulsos habituados a manejar o machado na floresta, o jovem Abrabain era res peitado por todos os seus pares. Cedo manifestou o rapaz um notá vel amor aos livros e é evidente que o
moço que se comprazia
cm
ler
Shakespearc c consagrava seus laze res a percorrer os clássicos e a estu
dar geometria, não nascera tjara ser Icnhador ou pastor de rebanhos. Um LincoJn desajeitado, irrcsoluto c sim plório como o pintam certos retratos não mostraria tão apurada vocação para os l?vro.s c para o aperfeiçoa mento do espírito.
Pela influência paulatinamente ga
nha junto aos moradores do povoado onde fóra residir no l*.stado de IHi
nois, o jovem Lincoln foi preparando a sua ascenção na política. Facilidade de palavras, dom de agradar os seus ouvintes e fazer cabala eleitoral. Con
quistou assim os pr'meiros sufrágios que o mandaram à legislatura do Fstado. Quanto á sua cultura jurídica, teve por ponto de partida um inciden te digno de uma novela. Tenfio en contrado uns comentários de direito no fundo de um barril cie Hxo, devo rou o livro com tanto intcrésse que
adquiriu as primeiras noções para .se tornar advogado ou soVcitaclor.
Causídico, comerciante, funcionário cic correios, deputado, Lincoln exer
ceu várias profissões. Mas a sua vo
cação estava na política. Impcla-o uma força ascensional que os seus conterrâneos bem sentiam, que a m,is-
sa popular adivinhava c compreendia, tanto mais que aquela vocação assen
tava numa sinceridade absoluta e nas
ha*c4 graiiít-cas dr
mciití"» <lcnu>crático. Quando .'Vòrabam Lincoln assumiu a presidência, o pa
caratrr
ííánícamcnle avc*»v» n
S-rá então dr nnddr n
•
norama da política americana era dos
cx-
mais .sombrios. Os ares estavam prc-
ccpciona! ^urprí *-:! :» trajetória < cs$a vida, <bs<lc pobre faliana dc cdono
nhes de ameaças. O norte c o sul do pais. cm vez dc se sentirem membros ■ <ic uma mcsnía família, se encaravam como potências riva's e até inimigas. .-\s causas i>rimárias da cri.se provi
ale a Ca*a Pratica? .NTio vcmo!»
potí|tn*.
núcleos d«* pioneiros americanos
levavam c«in.sigo areiidradas^ virtudes. J)c ina s a inais, já qnc nao faltam autores para explicar
vacila-
ções 'le Lincoln cotno produto da he
rança patetjia. renn»Mti*m««s mais lonua sna gt in alogia.
()>< "íinakers" <1e que dizem que I.incoln descendia, formavam, como
puritanos, seitas ile rígi^los princípios, verdadeiros ap<ãstob>s do liem c da
probidaile e defensores ardentes de
todos os direitos humanos. -Irreveren tes contra í)s podercs íjue nao acei
tavam, foram os vanguardeiros de intuneros movimentos de filantropia,
inclusive a doçura no tratamento dos i-.-.cravos i>rctos.
Pura coincidência, talvez.
Mas o
certo ê que Lincoln apresenta cm al to grau as qualitiatles c|uc os seus antepassados "quakers" ina:s preza
vam : um culto ilimitado à liberdade de consciência, de par com uma ex
trema sensibilidade c uma rigi^lez ina balável de convicções.
Participante dc várias batalhas elei
torais que lhe valeram certa nomeada nas altas esferas políticas, l.áncoln tra vou com Douglas, em tòrno da ques tão <hi escravidão, um debate quc dcU
ao seu nome uma projeção nacional. A sua eloqüência simples e franca, a ar
gumentação incisiva de seus discursos repercutiram muito bem na opinião pública,'de sorte que não foi de estra nhar a sua escolha como candidato à
presidência num país de intenso scnti-
nham das diferenças de formação so cial c tendênc"as econômicas entre as
(luas regiões. O norte, democrático e industrialista, preconizava uma políti ca de proteção tarifária que devido à sna maior população contava com a maioria de votos no Congresso.
O sul, ètnicamentc mais homogêneo,
menos povoado de imigrantes, era di rigido por uma aristocracia agrária, enriquecida pela lavoura algodoelra. Favorável ao livre câmbio ou às tarifas mínimas, o sul desejava receber ouio
do exterior cm troca dc seus produtos, e adquirir a bom preço os artigos im portados da Europa.
Este conflito, ou antes, esta simples
oposição de interesses, podia resolverse amistosamente, se fossem tais c[ucstões ventiladas com paixao pt agitadores políticos. Os do sul preten
diam que a sua terra era explorata
O Sul pleiteava, portanto, a sobera nia irro.^itrita dos Estados. Proclama
va-a intangível e advogava a idéia de que, ao separarem-se da coroa inglesa, as colônias primitivas haviam recebi
do. cada uma de per si. os títulos de uma completa independência. E' óbvio (pie a prevalecer semelhante doutrina,
a Lmão não passaria dc um mito, de uma .sombra dc um poder fantasma.
O que mais agravava o litígio era o sinistro problema da oscvavidão. Não era assunto de ordem sentimen
tal cm tòriio da liberdade ou não dos negros. Juridicamente, a matéria esta va afeta aos Estados e a União não
podia intervir nem legjslar a respeito. O busíli.s era a extensão do domí
nio escravocrático, cujas conseqüên cias equivaPam a aumentar na federa
ção o poder político do sul. Aí a ques tão se tornava de irreparável agudeza. pois uma maioria sulista no,Con gresso viria ferir o programa econô mico do norte e obstar ao desenvolvi
mento do "bomc-markct", o mercado internò.
Os nortistas em geral, salvo alguns abolicionistas, não davam importância ao instituto servil do sul, mas o chocpie entre o latifúnd o sulista e o re
pelos comerciantes e "banqueiros do norte, pela sua plutocracia industria .
gime industrial e dc pequena proprie
Chegavam a comparar a posição do sul em face do norte, à vassalagcm das
to bem caracterizado dc tendências so
dade do norte estabelecia um confli
ciais c econômicas.
O "Rei Algodão" que, como o café,
primitivas golónias americanas cm re lação à coroa britânica.
esgotava as terras, precisava da mar
O pior era a forma como os líderes do sul interpretavam a União. Homens vomo Calhoim e Jefferson Davis en
cha para o oeste para expandir as plantações. E as plantações novas pre cisavam do escravo da máquina huma
tendiam que o laço federal era. um simples contrato entre partes que po
na. Mas, o acréscimo do domínio es cravocrático prejudicava o equilíbrio
diam rescindi-lo a seu bel prazer.
federal.
Tesc tenebrosa que ameaçava esfacclar a grande constelação americana.
Foi nessas condições que Lincoln re cebeu a tremenda responsabilidade de
D10K.ST0 Econômico
111
112
dava furtes apertos de mãos, contas'a anedotas e sabia despertar froas gar galhadas. Sucedia mesmo quc devido â .sua robustez e ao vigor dos pulsos habituados a manejar o machado na floresta, o jovem Abrabain era res peitado por todos os seus pares. Cedo manifestou o rapaz um notá vel amor aos livros e é evidente que o
moço que se comprazia
cm
ler
Shakespearc c consagrava seus laze res a percorrer os clássicos e a estu
dar geometria, não nascera tjara ser Icnhador ou pastor de rebanhos. Um LincoJn desajeitado, irrcsoluto c sim plório como o pintam certos retratos não mostraria tão apurada vocação para os l?vro.s c para o aperfeiçoa mento do espírito.
Pela influência paulatinamente ga
nha junto aos moradores do povoado onde fóra residir no l*.stado de IHi
nois, o jovem Lincoln foi preparando a sua ascenção na política. Facilidade de palavras, dom de agradar os seus ouvintes e fazer cabala eleitoral. Con
quistou assim os pr'meiros sufrágios que o mandaram à legislatura do Fstado. Quanto á sua cultura jurídica, teve por ponto de partida um inciden te digno de uma novela. Tenfio en contrado uns comentários de direito no fundo de um barril cie Hxo, devo rou o livro com tanto intcrésse que
adquiriu as primeiras noções para .se tornar advogado ou soVcitaclor.
Causídico, comerciante, funcionário cic correios, deputado, Lincoln exer
ceu várias profissões. Mas a sua vo
cação estava na política. Impcla-o uma força ascensional que os seus conterrâneos bem sentiam, que a m,is-
sa popular adivinhava c compreendia, tanto mais que aquela vocação assen
tava numa sinceridade absoluta e nas
ha*c4 graiiít-cas dr
mciití"» <lcnu>crático. Quando .'Vòrabam Lincoln assumiu a presidência, o pa
caratrr
ííánícamcnle avc*»v» n
S-rá então dr nnddr n
•
norama da política americana era dos
cx-
mais .sombrios. Os ares estavam prc-
ccpciona! ^urprí *-:! :» trajetória < cs$a vida, <bs<lc pobre faliana dc cdono
nhes de ameaças. O norte c o sul do pais. cm vez dc se sentirem membros ■ <ic uma mcsnía família, se encaravam como potências riva's e até inimigas. .-\s causas i>rimárias da cri.se provi
ale a Ca*a Pratica? .NTio vcmo!»
potí|tn*.
núcleos d«* pioneiros americanos
levavam c«in.sigo areiidradas^ virtudes. J)c ina s a inais, já qnc nao faltam autores para explicar
vacila-
ções 'le Lincoln cotno produto da he
rança patetjia. renn»Mti*m««s mais lonua sna gt in alogia.
()>< "íinakers" <1e que dizem que I.incoln descendia, formavam, como
puritanos, seitas ile rígi^los princípios, verdadeiros ap<ãstob>s do liem c da
probidaile e defensores ardentes de
todos os direitos humanos. -Irreveren tes contra í)s podercs íjue nao acei
tavam, foram os vanguardeiros de intuneros movimentos de filantropia,
inclusive a doçura no tratamento dos i-.-.cravos i>rctos.
Pura coincidência, talvez.
Mas o
certo ê que Lincoln apresenta cm al to grau as qualitiatles c|uc os seus antepassados "quakers" ina:s preza
vam : um culto ilimitado à liberdade de consciência, de par com uma ex
trema sensibilidade c uma rigi^lez ina balável de convicções.
Participante dc várias batalhas elei
torais que lhe valeram certa nomeada nas altas esferas políticas, l.áncoln tra vou com Douglas, em tòrno da ques tão <hi escravidão, um debate quc dcU
ao seu nome uma projeção nacional. A sua eloqüência simples e franca, a ar
gumentação incisiva de seus discursos repercutiram muito bem na opinião pública,'de sorte que não foi de estra nhar a sua escolha como candidato à
presidência num país de intenso scnti-
nham das diferenças de formação so cial c tendênc"as econômicas entre as
(luas regiões. O norte, democrático e industrialista, preconizava uma políti ca de proteção tarifária que devido à sna maior população contava com a maioria de votos no Congresso.
O sul, ètnicamentc mais homogêneo,
menos povoado de imigrantes, era di rigido por uma aristocracia agrária, enriquecida pela lavoura algodoelra. Favorável ao livre câmbio ou às tarifas mínimas, o sul desejava receber ouio
do exterior cm troca dc seus produtos, e adquirir a bom preço os artigos im portados da Europa.
Este conflito, ou antes, esta simples
oposição de interesses, podia resolverse amistosamente, se fossem tais c[ucstões ventiladas com paixao pt agitadores políticos. Os do sul preten
diam que a sua terra era explorata
O Sul pleiteava, portanto, a sobera nia irro.^itrita dos Estados. Proclama
va-a intangível e advogava a idéia de que, ao separarem-se da coroa inglesa, as colônias primitivas haviam recebi
do. cada uma de per si. os títulos de uma completa independência. E' óbvio (pie a prevalecer semelhante doutrina,
a Lmão não passaria dc um mito, de uma .sombra dc um poder fantasma.
O que mais agravava o litígio era o sinistro problema da oscvavidão. Não era assunto de ordem sentimen
tal cm tòriio da liberdade ou não dos negros. Juridicamente, a matéria esta va afeta aos Estados e a União não
podia intervir nem legjslar a respeito. O busíli.s era a extensão do domí
nio escravocrático, cujas conseqüên cias equivaPam a aumentar na federa
ção o poder político do sul. Aí a ques tão se tornava de irreparável agudeza. pois uma maioria sulista no,Con gresso viria ferir o programa econô mico do norte e obstar ao desenvolvi
mento do "bomc-markct", o mercado internò.
Os nortistas em geral, salvo alguns abolicionistas, não davam importância ao instituto servil do sul, mas o chocpie entre o latifúnd o sulista e o re
pelos comerciantes e "banqueiros do norte, pela sua plutocracia industria .
gime industrial e dc pequena proprie
Chegavam a comparar a posição do sul em face do norte, à vassalagcm das
to bem caracterizado dc tendências so
dade do norte estabelecia um confli
ciais c econômicas.
O "Rei Algodão" que, como o café,
primitivas golónias americanas cm re lação à coroa britânica.
esgotava as terras, precisava da mar
O pior era a forma como os líderes do sul interpretavam a União. Homens vomo Calhoim e Jefferson Davis en
cha para o oeste para expandir as plantações. E as plantações novas pre cisavam do escravo da máquina huma
tendiam que o laço federal era. um simples contrato entre partes que po
na. Mas, o acréscimo do domínio es cravocrático prejudicava o equilíbrio
diam rescindi-lo a seu bel prazer.
federal.
Tesc tenebrosa que ameaçava esfacclar a grande constelação americana.
Foi nessas condições que Lincoln re cebeu a tremenda responsabilidade de
pr
DicesTO E^N^xnco'
ísovernar <i país c pacifícá-Ir), sc po3«
Dtc.v>i-o EcoNó.\nco
Durante o dcrorrcr tl.'i hita, «jtic fi>j
as coiiscicncias dc seus compatriotas
num bloco impermeável às infiltrações
separação dos Estados, e a essa la
terrível c marcou uma transição para os mclodo.s da guerra moderna, o nor te, mai.s provido de iccn cos c dc ciig<*nho industrial, tlcsciivolvcu gcaiulcmcntc a .su,i capacidade cconoinica, ao passo quc o sul, bloqueado c castiga do pela crise financeira, foi obrigado a arcar com privações descomunais pa
mentável fraqueja correspondia o eco
ra sustentar a peleja.
sívcl fósse concluir um antagonismo já irremediável e sustentar uma uniãf» que já estava virtualmente desfeita,
Pdr cúmulo de incongruência, o an tecessor de Lincoln, Buchanan, havia
declarado que não dispunha na Con>t.tuição de meios legais para vedar a
desalentador de campanhas de impren sa e outras, tendentes a permitir que as jrmâs transviadas" se retirassem em paz SC tal fósse a sua vontade.
um Chefe dc Estado.
ma cruzada pela Abolição. Isso era uma
questão privativa dos Estados, que mn estadista cultor da lei não ignorava, O que o Presidente exigia, c com inaba lável firmeza, era o retorno à Un-ão das "irmãs transviadas".
Repetidamente Lincoln havia preve nido que acima dos Estados a União exprimia um poder superior, firmado em credenciais históricas que a torna
ração — cuidaram por seu lado de imprimir um fundamento jurídico c
transcorridos em meio dc "ma guer
ça Cívica.
de início que não se tratava de nenhu
nha-se uma razão irresistível, um moti vo tiuc anulasse os bombardeios de todas as dialéticas. Os Estados rebel des — chamemos agora assim as on ze unidades componentes da Confede
A tarefa gigantesca qnc l.iiiooin lo
sim numa incrível maré de indiferen
Arreada a bandeira americana a t ros de canhão em Fort-Sumtcr, na Carohna do Sul, deflagrou a guerra com odios acesos. Lincoln tqrnou bem claro
Contudo, para mover a parte fie! da República a aceitar os horrores e sa crifícios dc uma guerra civil, impu
grou levar a termo cin <|uatro anos,
ra sangrenta e de tóda a cspccic dc agitações, reiircscnta uma <las obras mais notáveis jamais executadas por
• união americana desaparecia as
do derrotismo.
moral à insurreição. Cegadas pe la paixão regionalista, alegaram (pie pugnavam pelos direitos dos Estados, titulares de uma soberania irrestrita
que o Governo Federal lhes queria
Xão é i)o.ssível, a menos que se es
confiscar.
tendam estas breves notas até os li
Mas assim <tue a Secessão foi ptv.clamada, um dos chefes sulistas, Ale-
mites de um livro, focalizar os inú meros episódios desse governo, tão
xandcr Stcphcns, vice-prcsidcnlc da Confederação presidida por Jeffcrson Davi.s, proferiu na Convenção de Mont-
fértil cm acontecimentos sensacionais
e demonstrações de paciência c ene.-verdadeiramente milagrosas, por parte "m homem que passou à his tória como padrão dc e.stadista auste
gia
gomery, em Alabama, a 4 de feverei
ro dc 1861, um discurso que foi. uma profissão de fé c uma súmula das con cepções do novo governo;
ro c magnânimo.
Para salvar a sua pátria, Lincoln teve que fazer" ao mesmo tempo uma* obra de catcquesc de opinião, de agre
"Estão lançados — disse êlc — os
fundamentos do novo governo, e sua, pedra angular assenta sôbrc a grande
miação dc vontades, dc pacificação dc rivalidades políticas, de persuasão po
verdade que o J^egfo não é o igual do
vam perpétua, orgânicamentc indisso
pular, dc mobilização dos espíritos, dc
lúvel. O povo, na sua totalidade, e não as colônias é quem fôra o depositário da soberania adquirida com a separa
construção militar, de defesa interna cional, de propaganda humanitária e
homem branco; que a servidão, subor dinação à lei natural da vida, é sua condição natural e normal. Êste nos
de combatividade incansável e inaba-
so govêrno na história é o prime*ro
ção da Inglaterra.
tívcl.
As palavras do Presidente nesse sentido eram peremptórias e eviden ciam os propositos de sua política * "Meu objeto supremo — disse êle — é salvar a União e não salvar ou destruir a escravidão, Se eu pudesse salvar a União sem libertar um só es cravo, eu o faria,"
baseado sobre esta grande verdade fí 1
Em redor de sua pessoa centraliza
ram-se e para ela convergiram as pai xões mais violentas c desencontradas.
Sereno e imperturbável, muitas ve
zes gravemente ferido na sua sensibi lidade e alvo de ataques implacávci.s c incessantes, ele esqueceu o que sofria,
para sòmcnte se dedicar a amalganiar
sica, moral c filosófica."
sas, com prejuízos c perdas imensas
dc parte a parte. Os sulistas, sob a
chefia do general Lcc. uma grande fi gura de "gcntieman" o militar, bate ram-se com heroísmo admirável e iu-
flígiram a princípio graves derrotas ao norte. Das janelas da Ca.sa Branca,
I.incoln. olhando para o horizonte, c legou a temer a entrada das tropas deDixio...
Venceu, iioréin, a superioridade dc recursos. E diga-se com tóda a justi ça, venceu principalmente a causa do
norte encarnada no vulto magistral dc ..-\braham Lincoln.
O eminciue estadista, à medida que u luta se prolongava, erigia os princíinos que justificaram os sacrifícios consentidos pelo povo para salvar a nação americana.
Nesses apelos transparece uma dou-
ti inação em favor da democracia que hem poderia ter sido su!)scrita por Rooscvclt: '■ Do lado da União, dizia o Presidente, a luta é para manter no mundo aquela forma c essência de go vêrno, cujo principal objeto está na elevação do homem."
Estas palavras parecem dirigidas a Hitler, bem como outras em que Lin coln chamava a atenção dos que fun davam os direitos da escravidão sôbrc
a d.ferença de côr, advertindo que es sa teoria levaria os que se julgassem mais brancos a escravizar os de raça menos pura. . .
A guerra para manter a "soberania do povo" foi conduzida pelo mais ge
Os nortistas, em defesa da iin"dade
neroso e magnânimo dos homens com
nacional e os sulistas para proteger o que julgavam os "direitos dos Esta dos", uns e outros combateram cora
uma continuidade inexorável, sem fal
a maior bravura e o encarniçamento
" balicas-corpus" e em decretar a c'ons-
de potências estrangeiras e inimigas.
cfição obrigatória, arrostando com uma oposição feroz ç as irag dos seps
A luta ofereceu alternativas diver
sas
clemências
e
sentimentalismos.
Lincoln não hesitou em suspender o
pr
DicesTO E^N^xnco'
ísovernar <i país c pacifícá-Ir), sc po3«
Dtc.v>i-o EcoNó.\nco
Durante o dcrorrcr tl.'i hita, «jtic fi>j
as coiiscicncias dc seus compatriotas
num bloco impermeável às infiltrações
separação dos Estados, e a essa la
terrível c marcou uma transição para os mclodo.s da guerra moderna, o nor te, mai.s provido de iccn cos c dc ciig<*nho industrial, tlcsciivolvcu gcaiulcmcntc a .su,i capacidade cconoinica, ao passo quc o sul, bloqueado c castiga do pela crise financeira, foi obrigado a arcar com privações descomunais pa
mentável fraqueja correspondia o eco
ra sustentar a peleja.
sívcl fósse concluir um antagonismo já irremediável e sustentar uma uniãf» que já estava virtualmente desfeita,
Pdr cúmulo de incongruência, o an tecessor de Lincoln, Buchanan, havia
declarado que não dispunha na Con>t.tuição de meios legais para vedar a
desalentador de campanhas de impren sa e outras, tendentes a permitir que as jrmâs transviadas" se retirassem em paz SC tal fósse a sua vontade.
um Chefe dc Estado.
ma cruzada pela Abolição. Isso era uma
questão privativa dos Estados, que mn estadista cultor da lei não ignorava, O que o Presidente exigia, c com inaba lável firmeza, era o retorno à Un-ão das "irmãs transviadas".
Repetidamente Lincoln havia preve nido que acima dos Estados a União exprimia um poder superior, firmado em credenciais históricas que a torna
ração — cuidaram por seu lado de imprimir um fundamento jurídico c
transcorridos em meio dc "ma guer
ça Cívica.
de início que não se tratava de nenhu
nha-se uma razão irresistível, um moti vo tiuc anulasse os bombardeios de todas as dialéticas. Os Estados rebel des — chamemos agora assim as on ze unidades componentes da Confede
A tarefa gigantesca qnc l.iiiooin lo
sim numa incrível maré de indiferen
Arreada a bandeira americana a t ros de canhão em Fort-Sumtcr, na Carohna do Sul, deflagrou a guerra com odios acesos. Lincoln tqrnou bem claro
Contudo, para mover a parte fie! da República a aceitar os horrores e sa crifícios dc uma guerra civil, impu
grou levar a termo cin <|uatro anos,
ra sangrenta e de tóda a cspccic dc agitações, reiircscnta uma <las obras mais notáveis jamais executadas por
• união americana desaparecia as
do derrotismo.
moral à insurreição. Cegadas pe la paixão regionalista, alegaram (pie pugnavam pelos direitos dos Estados, titulares de uma soberania irrestrita
que o Governo Federal lhes queria
Xão é i)o.ssível, a menos que se es
confiscar.
tendam estas breves notas até os li
Mas assim <tue a Secessão foi ptv.clamada, um dos chefes sulistas, Ale-
mites de um livro, focalizar os inú meros episódios desse governo, tão
xandcr Stcphcns, vice-prcsidcnlc da Confederação presidida por Jeffcrson Davi.s, proferiu na Convenção de Mont-
fértil cm acontecimentos sensacionais
e demonstrações de paciência c ene.-verdadeiramente milagrosas, por parte "m homem que passou à his tória como padrão dc e.stadista auste
gia
gomery, em Alabama, a 4 de feverei
ro dc 1861, um discurso que foi. uma profissão de fé c uma súmula das con cepções do novo governo;
ro c magnânimo.
Para salvar a sua pátria, Lincoln teve que fazer" ao mesmo tempo uma* obra de catcquesc de opinião, de agre
"Estão lançados — disse êlc — os
fundamentos do novo governo, e sua, pedra angular assenta sôbrc a grande
miação dc vontades, dc pacificação dc rivalidades políticas, de persuasão po
verdade que o J^egfo não é o igual do
vam perpétua, orgânicamentc indisso
pular, dc mobilização dos espíritos, dc
lúvel. O povo, na sua totalidade, e não as colônias é quem fôra o depositário da soberania adquirida com a separa
construção militar, de defesa interna cional, de propaganda humanitária e
homem branco; que a servidão, subor dinação à lei natural da vida, é sua condição natural e normal. Êste nos
de combatividade incansável e inaba-
so govêrno na história é o prime*ro
ção da Inglaterra.
tívcl.
As palavras do Presidente nesse sentido eram peremptórias e eviden ciam os propositos de sua política * "Meu objeto supremo — disse êle — é salvar a União e não salvar ou destruir a escravidão, Se eu pudesse salvar a União sem libertar um só es cravo, eu o faria,"
baseado sobre esta grande verdade fí 1
Em redor de sua pessoa centraliza
ram-se e para ela convergiram as pai xões mais violentas c desencontradas.
Sereno e imperturbável, muitas ve
zes gravemente ferido na sua sensibi lidade e alvo de ataques implacávci.s c incessantes, ele esqueceu o que sofria,
para sòmcnte se dedicar a amalganiar
sica, moral c filosófica."
sas, com prejuízos c perdas imensas
dc parte a parte. Os sulistas, sob a
chefia do general Lcc. uma grande fi gura de "gcntieman" o militar, bate ram-se com heroísmo admirável e iu-
flígiram a princípio graves derrotas ao norte. Das janelas da Ca.sa Branca,
I.incoln. olhando para o horizonte, c legou a temer a entrada das tropas deDixio...
Venceu, iioréin, a superioridade dc recursos. E diga-se com tóda a justi ça, venceu principalmente a causa do
norte encarnada no vulto magistral dc ..-\braham Lincoln.
O eminciue estadista, à medida que u luta se prolongava, erigia os princíinos que justificaram os sacrifícios consentidos pelo povo para salvar a nação americana.
Nesses apelos transparece uma dou-
ti inação em favor da democracia que hem poderia ter sido su!)scrita por Rooscvclt: '■ Do lado da União, dizia o Presidente, a luta é para manter no mundo aquela forma c essência de go vêrno, cujo principal objeto está na elevação do homem."
Estas palavras parecem dirigidas a Hitler, bem como outras em que Lin coln chamava a atenção dos que fun davam os direitos da escravidão sôbrc
a d.ferença de côr, advertindo que es sa teoria levaria os que se julgassem mais brancos a escravizar os de raça menos pura. . .
A guerra para manter a "soberania do povo" foi conduzida pelo mais ge
Os nortistas, em defesa da iin"dade
neroso e magnânimo dos homens com
nacional e os sulistas para proteger o que julgavam os "direitos dos Esta dos", uns e outros combateram cora
uma continuidade inexorável, sem fal
a maior bravura e o encarniçamento
" balicas-corpus" e em decretar a c'ons-
de potências estrangeiras e inimigas.
cfição obrigatória, arrostando com uma oposição feroz ç as irag dos seps
A luta ofereceu alternativas diver
sas
clemências
e
sentimentalismos.
Lincoln não hesitou em suspender o
1.1»^ ffW •
Dir.EsTü Eí;t>M»MKí>
llõ
adversários, que o acusaram de aspi
povo ,podia ou não govcrnar-.vc (f
a
M
rar a podercs ditatoriais.
Ora, foi o contrár:o. Lincoln, como Wilson e como Rooscvclt, rccebi-u a sua imensa autoridade do sufrá/íio li vre dos seus conterrâneos. E, como aqueles dois grandes homens, uma vez lançado na luta, só admitiu a paz com a vitória total do seu programa c a rendição incondicional do inimigo. Maleável para convencer seus cola
Venceram, na mais completa da.s vi tórias, estas idéias que foram expôs
manobras do partidarismo faccioso. Lincoln, para conseguir harmonizar as correntes opostas da opinião pública, teve a raríssima coragem de aceitar
mais de uma vez a responsabilidade dos erros que não cometera.
Inexpugnável nos princípios essen ciais que defendia c nâ finalidade de sua ação, sacrificou éle com o máxi mo desprendimento os seus melindres
pessoais, para só fazer valer a .sua ple na autoridadfc dc chefe nas medidas dc salvação pública.
Ninguém como êle compreendera com tanta lucidez que era necessário a
qualquer custo salvar a sua pátria, que não representava apenas um conjunto transitório de interesses, mas uma força permanente da civilização. "Êstes problemas — frisava ele — afetam mais que o destino dos Esta
dos Unidos. Apresentam para tôda a família humana a questão dc se uma república constitucional — o governo do povo pelo povo — pode ou não manter a sua integridade contra os próprios in-inigos internos. A idéia crucial desta luta é a de provar que o governo do povo pelo povo, não é um absurdo e "o ponto básico era se o
MISÉRIA E FAUSTO
'.
propno.
boradores, de uma tolerância quase angelical diante das injustiças (j das
I
■ *^
Otávio TAnguÍNio on Soi*sa
tas Linc(»ln num estilo motlclar, cm páginas que figuram entre as mais belas da língua inglesa. Pouco.s dia.s depois da capitulação ílo
'pODOs ou quase todos o.s prí)hlemas
O historiador Otávio Tarquítuo dc Sousa
que agora atormentam a vida dos
comeitla. jwssc artigo, um rcUitórío do qttc c uma fotografia fiel das fi
último exército Confederado, I.incoln foíf como se sabe, assassina<lo por um fanático cm Riclmiond. A vingança dc mn demente nâo sal vou o Kntrcgou-o às vindilas, às rcfíresálias que jamais ele teria so
inomenlo nos aflige será apenas um ato novo de um antigo drama. Som remon
joao VI essa eri.se é como que um mal crônico. Com intervalos rartis e curtos,
frido Sc vivesse o grande homem, que
a regra entre nós tom sido o excesso
queria tratar os vencidos como irmãos c abrir-lhes a entrada da casa de famí-
da despesa sôbre a receita, o déficit, um
e
lia.
l)rusi'eiros são velhos, ja preocuparam nos.sos avós. A crise financo-ra que neste
tar ao período co'onial, pode dizor-se lem exagero qne desde o reinado de D.
dcficit, e seja a primeira, a segunda,
dêlc faziam as correntes liberais do
ladoras ultimamente publicadas.
numdt) inteiro:
"O Pres*dcnte Uncoln hcin mere
ceu da Pátria e do gênero humano. Pie provou durante a guerra flue o
liom-.senso e a honestidade ílominam com freqüência e superam c-m alcance as concepções das políticas tortuo.sas
(iiic, por fim dc contas, c a justiça e à razão que pertencem as vitórias dcfinitiva.s c os julgamento.s sem apélo." São homens do estofo e da enverga dura dc Abraham IJncoln fiue empres tam aos Estados Unidos a força moral "indispensável para enfrentar com êxi to as grandes crises internacionais. Pela irradiação espiritual dos seus
grandes idealistas c que a América ganhou o prestígio que permite ven cer a força bruta baseada na tirania e na injustiça.
o ufanismo c o desânimo.
poderosos. Um escritor que por vêzes
e ate a terceira, malgrado cifras 'con.so-
•
fírasil a oscilação dos legisladores entre
carrega nas tintas escuras assevera que as instituições se baseavam então no trabalho escravo rotineiro e imoral, na
seguintes exprimem bem o juízo que
»
discurso d</ Aíarquih de Abrantcs, cou-
cftit o nosso articulista que é antiga no
déficit lao continuado que ao apotegma
justiça acrescentar - a República é o
-
(cstaeu o interes.santc resumo dc tin»
•"o Impéra, é o déficit" se poderá com
morte do eminente americano jiversal emoção e as palavras causou um A
nanças do primeiro reinado. Após vá rias cousidrraçücs, dentre as quais se
O Primeiro Reinado foi um grande
dotict, e os mais autorizados historiado
res dessa época unânimementc apontam
falsificação da moeda, nos emprc.stimos feitos no e.strangciro em condições ver gonhosas, nos bilhetes ínconvervsíveis do
Ranço do Brasil, nas apólices deprecia
no descalabro financeiro do tempo de das c tudo a serviço da oligarquia agrí Pedro I uma das causas mais certas da cola e do partido português. Inflação, rm-oluçao dc 7 de abril. NaqueVs prin ou inchação, como denominou o fenô cípios^ o século XIX, quando um conto c rus repi escutava, pelo seu poder aquisitivo, quantia consideiibel, o baanço do reinado do primeiro imperador tUHcit de
iiA
Para uma despesa dc
•^20:390$000 a receita atingira ape nas 69.e94:709$000. De 1822 a 1S31 a situação piorou sempre. E não fal taram aos governantes, com as poucas exceções de sempre, alguns dos ti^aços 9^6 os têm caracterizado através das quase treze décadas de vida brasileira
meno Bernardo dc Vasconcelos, alta de preços, escassez dc gêneros de primei
ra necessidade, luxo de alguns, miséria
de niuito.s, eis em linhas gerais o quadro económico-social do Primeiro Reinado.
Poucos documentos pintaram melhor o estado das finanças de Pedro I do que o relatório de Ledo, apresentado à Câ mara dos Deputados, em 27 de jullTO de 1827, acerca das contas do ano an
terior e do orçamento para 1828. Na quele tom enfático que marca outros escritos seus, como o manifesto de 1
independente: ufanismo, imprevidência, desconhecimento das questões fundamen
de agosto de 1822, o companheiro e
tais, submissão aos interêsses dos mais
Independência não esconde a gravidade
rival de José Bonifácio nos sucessos da
1.1»^ ffW •
Dir.EsTü Eí;t>M»MKí>
llõ
adversários, que o acusaram de aspi
povo ,podia ou não govcrnar-.vc (f
a
M
rar a podercs ditatoriais.
Ora, foi o contrár:o. Lincoln, como Wilson e como Rooscvclt, rccebi-u a sua imensa autoridade do sufrá/íio li vre dos seus conterrâneos. E, como aqueles dois grandes homens, uma vez lançado na luta, só admitiu a paz com a vitória total do seu programa c a rendição incondicional do inimigo. Maleável para convencer seus cola
Venceram, na mais completa da.s vi tórias, estas idéias que foram expôs
manobras do partidarismo faccioso. Lincoln, para conseguir harmonizar as correntes opostas da opinião pública, teve a raríssima coragem de aceitar
mais de uma vez a responsabilidade dos erros que não cometera.
Inexpugnável nos princípios essen ciais que defendia c nâ finalidade de sua ação, sacrificou éle com o máxi mo desprendimento os seus melindres
pessoais, para só fazer valer a .sua ple na autoridadfc dc chefe nas medidas dc salvação pública.
Ninguém como êle compreendera com tanta lucidez que era necessário a
qualquer custo salvar a sua pátria, que não representava apenas um conjunto transitório de interesses, mas uma força permanente da civilização. "Êstes problemas — frisava ele — afetam mais que o destino dos Esta
dos Unidos. Apresentam para tôda a família humana a questão dc se uma república constitucional — o governo do povo pelo povo — pode ou não manter a sua integridade contra os próprios in-inigos internos. A idéia crucial desta luta é a de provar que o governo do povo pelo povo, não é um absurdo e "o ponto básico era se o
MISÉRIA E FAUSTO
'.
propno.
boradores, de uma tolerância quase angelical diante das injustiças (j das
I
■ *^
Otávio TAnguÍNio on Soi*sa
tas Linc(»ln num estilo motlclar, cm páginas que figuram entre as mais belas da língua inglesa. Pouco.s dia.s depois da capitulação ílo
'pODOs ou quase todos o.s prí)hlemas
O historiador Otávio Tarquítuo dc Sousa
que agora atormentam a vida dos
comeitla. jwssc artigo, um rcUitórío do qttc c uma fotografia fiel das fi
último exército Confederado, I.incoln foíf como se sabe, assassina<lo por um fanático cm Riclmiond. A vingança dc mn demente nâo sal vou o Kntrcgou-o às vindilas, às rcfíresálias que jamais ele teria so
inomenlo nos aflige será apenas um ato novo de um antigo drama. Som remon
joao VI essa eri.se é como que um mal crônico. Com intervalos rartis e curtos,
frido Sc vivesse o grande homem, que
a regra entre nós tom sido o excesso
queria tratar os vencidos como irmãos c abrir-lhes a entrada da casa de famí-
da despesa sôbre a receita, o déficit, um
e
lia.
l)rusi'eiros são velhos, ja preocuparam nos.sos avós. A crise financo-ra que neste
tar ao período co'onial, pode dizor-se lem exagero qne desde o reinado de D.
dcficit, e seja a primeira, a segunda,
dêlc faziam as correntes liberais do
ladoras ultimamente publicadas.
numdt) inteiro:
"O Pres*dcnte Uncoln hcin mere
ceu da Pátria e do gênero humano. Pie provou durante a guerra flue o
liom-.senso e a honestidade ílominam com freqüência e superam c-m alcance as concepções das políticas tortuo.sas
(iiic, por fim dc contas, c a justiça e à razão que pertencem as vitórias dcfinitiva.s c os julgamento.s sem apélo." São homens do estofo e da enverga dura dc Abraham IJncoln fiue empres tam aos Estados Unidos a força moral "indispensável para enfrentar com êxi to as grandes crises internacionais. Pela irradiação espiritual dos seus
grandes idealistas c que a América ganhou o prestígio que permite ven cer a força bruta baseada na tirania e na injustiça.
o ufanismo c o desânimo.
poderosos. Um escritor que por vêzes
e ate a terceira, malgrado cifras 'con.so-
•
fírasil a oscilação dos legisladores entre
carrega nas tintas escuras assevera que as instituições se baseavam então no trabalho escravo rotineiro e imoral, na
seguintes exprimem bem o juízo que
»
discurso d</ Aíarquih de Abrantcs, cou-
cftit o nosso articulista que é antiga no
déficit lao continuado que ao apotegma
justiça acrescentar - a República é o
-
(cstaeu o interes.santc resumo dc tin»
•"o Impéra, é o déficit" se poderá com
morte do eminente americano jiversal emoção e as palavras causou um A
nanças do primeiro reinado. Após vá rias cousidrraçücs, dentre as quais se
O Primeiro Reinado foi um grande
dotict, e os mais autorizados historiado
res dessa época unânimementc apontam
falsificação da moeda, nos emprc.stimos feitos no e.strangciro em condições ver gonhosas, nos bilhetes ínconvervsíveis do
Ranço do Brasil, nas apólices deprecia
no descalabro financeiro do tempo de das c tudo a serviço da oligarquia agrí Pedro I uma das causas mais certas da cola e do partido português. Inflação, rm-oluçao dc 7 de abril. NaqueVs prin ou inchação, como denominou o fenô cípios^ o século XIX, quando um conto c rus repi escutava, pelo seu poder aquisitivo, quantia consideiibel, o baanço do reinado do primeiro imperador tUHcit de
iiA
Para uma despesa dc
•^20:390$000 a receita atingira ape nas 69.e94:709$000. De 1822 a 1S31 a situação piorou sempre. E não fal taram aos governantes, com as poucas exceções de sempre, alguns dos ti^aços 9^6 os têm caracterizado através das quase treze décadas de vida brasileira
meno Bernardo dc Vasconcelos, alta de preços, escassez dc gêneros de primei
ra necessidade, luxo de alguns, miséria
de niuito.s, eis em linhas gerais o quadro económico-social do Primeiro Reinado.
Poucos documentos pintaram melhor o estado das finanças de Pedro I do que o relatório de Ledo, apresentado à Câ mara dos Deputados, em 27 de jullTO de 1827, acerca das contas do ano an
terior e do orçamento para 1828. Na quele tom enfático que marca outros escritos seus, como o manifesto de 1
independente: ufanismo, imprevidência, desconhecimento das questões fundamen
de agosto de 1822, o companheiro e
tais, submissão aos interêsses dos mais
Independência não esconde a gravidade
rival de José Bonifácio nos sucessos da
Dicfsto Econômico
Ilir.ESTo Econômico
118
dos fatos, mostrando como os males já . A receita mais importante do Estado vinham de longe; "o antigo regime por 'provinlia da alfândega do Hio e esta era
tuguês, sem côbro em suas despe.sas, como sem método em suas combina^-ões, sem emenda em seus erros, como sem
remíniscência dos seus trabalhos...mar
chou no Brasi! pela mesma estrada por
que marchara em Portugal, c pela qual o tínha levado a êsse estado de parali sia " Narra então em primeiro lu
gar os desmandos do Banco do Brasil, a dissipação de seus recursos, a subversão do valor da moeda, o falseamento da
"o focí) dos maiores extravios". O ines-
a manutenção do trono devorai iinpres-
tos?). Hou\es.se ou não, CustiSdio Dias
.«iionar aos mais c-onvencido.s d;ts vanta
afirmava que Pedro I não ha\ia de
gens da realeza. Por ocasião do ombarepie de D. João \T para Porlugul, o en
nio ocorria com as rmdas dí) Correio, da décima e do imposto s<)!)re lieranc,as c
tão príncipc-regente fizera curtes seve
legados c sobre o rendimento dos pré
ros nas de.spesas de sua casa, demons
dios do Hio dc Janeiro. Das províncias nada .se mandava para o Tesouro Na cional, para "o centro c cabeça do Im pério". Na conclusão do parecer de I.cdo
trando propósitos de modéstia. Depois de inipt rndor, na ausência das Câmaras, Pedro 1 fixara provisòrameote a .sua dotação em 200:0008000. Em
_ metal". Não menos candente é a con-'L' l.'127:20()$000.
denação ao"empréstimo nó estrangeiro,.^. 9:027:200$000,
INuma dc.spesn de ..
dispunham dc 4.51.1:000$000, ou seja
mentavam com a necessidade
de uma alta representação pa ra o imperador, o poeta res
tre os quais Vergueiro, Feijó, Cunha Matos. Odorico Mendes, Costa Carvalho, Custódio Dias, Bráulio Muiiiz, votaram
que "a saudade de se nfio poder con-fô-. urn pouco mais da metade dc seu totrair outro". Além disso, a má arre-K, ministério do Império cadação das rendas públicas feria oV dia-se a importância de 57ü:000?00ü,
olhar menos atento; o peculato impera-V{ao da Justiça 107:000$000, ao dos Ne va; o govômo estava na ignorância doV- gócios Estrangeiros 110:000$000, ao da
contra. Aí f:guram significativamente quaho brasileiros que poucos anos de
montante exato dos meios de que pode-"'. Fazenda 2.690:0()0$000. Enquanto as
do Império, numn 6poca de simplicidade republicana. Por essa simplicidade, mais compatí
pois ascenderiam ao pôslo de regentes
ria dispor. E Ledo interrogava inquie-,' secretarias do Império, da Justiça e os to: Criar novas fontes de receita? Majorar as existentes? Estabelecer uma contribuição direta? "Mas onde um cadastro no Brasil?"
 vista dos desperdícios, dos "empregos de luxo", a melhor política no momento seria a poupança, a parcimônia, a su pressão dos cargos inúteis, uma prudente reforma no Te souro, a reorganização do
Banco, passada "a esponja do esqueci mento sôbre a desordem, os desvios, a
conjun o
a 800:ü00$000, davam-se à
vel com a penúria do erário público,
Casa Imperial 1.031:200$000. Lograra o Bra.sil a sua emancipação com o príncipe
mclmaram-se ôsses vinte e quatro
eputa os. Mas nao faltaram os que
acima de tudo se deslumbravam com o
E>. Pedro a encabeçar o movi mento. Solução oportunista,
e.spiendor da monarquia e tinham os o.hos voltados, não para "a situação miseravel em finanças" a que aludiu um
que muito concorreria para assegurar a unidade nacional, por ela tinham optado os ho
,
.
f
Cl Oi LlliiyCiw
A***
_
deputado mineiro, mas ..para o que se passava na França e na Inglaterra. O
mens mais lúcidos da época,
deputado José Custódio Dias já acha
de José Bonifácio, agora no exílio, a Ledo e o grupo mais irrequieto da Ma-
va obra de mão pródiga" a importân cia de 400:000$000. A emenda do Se
Desordem na verdade
çonaria. Independência com regime re
Os ministérios da Guerra e
publicano parecera perigoso ou inopor tuno aos patriotas de 1822. Mas as ins
nado era uma vergonha para a nação.
tituições monárquicas eram dispendiosas
virtuosos.
e representavam um verdadeiro luxo. A desproporção da despesa exigida para
brar que o imperador não o era, nessa época de 'fastígio da Marquesa de San
imbecilidade". alarmante.
Estrangeiros nao
da Marinha não se sujeitavam à fiscali
zação do Tesouro, e no ano de 1826 dois terços da receita foram por êles
gastos nas operações da guerra do Sul.
1
A Câmara
400:000$000. Aos que arcn^i-
r
não sem debates acalorados. Vinte e quatro deputados, en
militares
Mendes, meno.s derramado do que o pa
já dera prova de sua boa von tade fixando-a em .. .•
surgiu a emenda aumentan-
do-a para l.()00:00ü$000. A Câmara acalíou concordando,
mia na desgraça e na miséria. Odorico
tação imperial.
p.':eén>, ao |)enado parcc(;u minguada essa quantia e lá
,
modos, que \iviam no maior esplendor e inútil aparato, enquanto o povo ge
contrario ao aumento da do
para 400:00a$000- em IS27,
promessa de pagamento à vista, "fazcn-WprcssIonante nus sua.s
querer ser elicfe de escra\üs, chefe de unia naçao mendicanto, como o.s Cara ça as. os Calígulas, os VitéMos, os Cô
dre Custódio, foi também
1826 a As;embiéia elevara-a'
vinha o projeto dc orçamento para 1828. Orçamento de poucas rubricas, mas im-
do a má-fé tão exten.sa como a cmissãojí/J 7.600;Ü0Ü$00Ü;desi5esa —J.0l,7:200$ de notas e a just'ça tão rara como significava um déficit d(
de cujo montante pouco restava mais do
119
Esta não queria governantes ricos, mas (Haveria intenção de lem
pondia que nas monarquias representativas era mister temperar o fausto monárquico com a economia dos
goN-ernos democráticos. Cunha Matos, general e escritor, ju'gava exorbitante a quantia alvitrada e, como que a fazer a.mao â tendência de Pedro I para a avareza, dizia:
"Êle conhece bem as
regras da economia, porque tenho ouvi do que é econômico". Vergueiro, no seu bom-sensü de e.xcelcnte burguês, adu zia: "Acho muito impróprio da digni
dade da nação fazer despesas que não pode,.. o que se dirá de um homem que aumenta o luxo de sua casa quando as suas rendas não chegam? Há de
se dizer que é caloteiro". O pernam bucano Luís Cavalcanti, homem do seu tempo, combateu igualmente a me
dida com argumentos de grande argúcia. Não lhe interessa\'a indagar se os imperantes deviam ser Cincinatos, mas
estava certo de que "dar 1.000:000$000
era dar um passo contra a monaiquia no Brasi ", E mais claramente: "É ne cessário que primeiramente mostremos ao povo a vantagem deste governo para
Dicfsto Econômico
Ilir.ESTo Econômico
118
dos fatos, mostrando como os males já . A receita mais importante do Estado vinham de longe; "o antigo regime por 'provinlia da alfândega do Hio e esta era
tuguês, sem côbro em suas despe.sas, como sem método em suas combina^-ões, sem emenda em seus erros, como sem
remíniscência dos seus trabalhos...mar
chou no Brasi! pela mesma estrada por
que marchara em Portugal, c pela qual o tínha levado a êsse estado de parali sia " Narra então em primeiro lu
gar os desmandos do Banco do Brasil, a dissipação de seus recursos, a subversão do valor da moeda, o falseamento da
"o focí) dos maiores extravios". O ines-
a manutenção do trono devorai iinpres-
tos?). Hou\es.se ou não, CustiSdio Dias
.«iionar aos mais c-onvencido.s d;ts vanta
afirmava que Pedro I não ha\ia de
gens da realeza. Por ocasião do ombarepie de D. João \T para Porlugul, o en
nio ocorria com as rmdas dí) Correio, da décima e do imposto s<)!)re lieranc,as c
tão príncipc-regente fizera curtes seve
legados c sobre o rendimento dos pré
ros nas de.spesas de sua casa, demons
dios do Hio dc Janeiro. Das províncias nada .se mandava para o Tesouro Na cional, para "o centro c cabeça do Im pério". Na conclusão do parecer de I.cdo
trando propósitos de modéstia. Depois de inipt rndor, na ausência das Câmaras, Pedro 1 fixara provisòrameote a .sua dotação em 200:0008000. Em
_ metal". Não menos candente é a con-'L' l.'127:20()$000.
denação ao"empréstimo nó estrangeiro,.^. 9:027:200$000,
INuma dc.spesn de ..
dispunham dc 4.51.1:000$000, ou seja
mentavam com a necessidade
de uma alta representação pa ra o imperador, o poeta res
tre os quais Vergueiro, Feijó, Cunha Matos. Odorico Mendes, Costa Carvalho, Custódio Dias, Bráulio Muiiiz, votaram
que "a saudade de se nfio poder con-fô-. urn pouco mais da metade dc seu totrair outro". Além disso, a má arre-K, ministério do Império cadação das rendas públicas feria oV dia-se a importância de 57ü:000?00ü,
olhar menos atento; o peculato impera-V{ao da Justiça 107:000$000, ao dos Ne va; o govômo estava na ignorância doV- gócios Estrangeiros 110:000$000, ao da
contra. Aí f:guram significativamente quaho brasileiros que poucos anos de
montante exato dos meios de que pode-"'. Fazenda 2.690:0()0$000. Enquanto as
do Império, numn 6poca de simplicidade republicana. Por essa simplicidade, mais compatí
pois ascenderiam ao pôslo de regentes
ria dispor. E Ledo interrogava inquie-,' secretarias do Império, da Justiça e os to: Criar novas fontes de receita? Majorar as existentes? Estabelecer uma contribuição direta? "Mas onde um cadastro no Brasil?"
 vista dos desperdícios, dos "empregos de luxo", a melhor política no momento seria a poupança, a parcimônia, a su pressão dos cargos inúteis, uma prudente reforma no Te souro, a reorganização do
Banco, passada "a esponja do esqueci mento sôbre a desordem, os desvios, a
conjun o
a 800:ü00$000, davam-se à
vel com a penúria do erário público,
Casa Imperial 1.031:200$000. Lograra o Bra.sil a sua emancipação com o príncipe
mclmaram-se ôsses vinte e quatro
eputa os. Mas nao faltaram os que
acima de tudo se deslumbravam com o
E>. Pedro a encabeçar o movi mento. Solução oportunista,
e.spiendor da monarquia e tinham os o.hos voltados, não para "a situação miseravel em finanças" a que aludiu um
que muito concorreria para assegurar a unidade nacional, por ela tinham optado os ho
,
.
f
Cl Oi LlliiyCiw
A***
_
deputado mineiro, mas ..para o que se passava na França e na Inglaterra. O
mens mais lúcidos da época,
deputado José Custódio Dias já acha
de José Bonifácio, agora no exílio, a Ledo e o grupo mais irrequieto da Ma-
va obra de mão pródiga" a importân cia de 400:000$000. A emenda do Se
Desordem na verdade
çonaria. Independência com regime re
Os ministérios da Guerra e
publicano parecera perigoso ou inopor tuno aos patriotas de 1822. Mas as ins
nado era uma vergonha para a nação.
tituições monárquicas eram dispendiosas
virtuosos.
e representavam um verdadeiro luxo. A desproporção da despesa exigida para
brar que o imperador não o era, nessa época de 'fastígio da Marquesa de San
imbecilidade". alarmante.
Estrangeiros nao
da Marinha não se sujeitavam à fiscali
zação do Tesouro, e no ano de 1826 dois terços da receita foram por êles
gastos nas operações da guerra do Sul.
1
A Câmara
400:000$000. Aos que arcn^i-
r
não sem debates acalorados. Vinte e quatro deputados, en
militares
Mendes, meno.s derramado do que o pa
já dera prova de sua boa von tade fixando-a em .. .•
surgiu a emenda aumentan-
do-a para l.()00:00ü$000. A Câmara acalíou concordando,
mia na desgraça e na miséria. Odorico
tação imperial.
p.':eén>, ao |)enado parcc(;u minguada essa quantia e lá
,
modos, que \iviam no maior esplendor e inútil aparato, enquanto o povo ge
contrario ao aumento da do
para 400:00a$000- em IS27,
promessa de pagamento à vista, "fazcn-WprcssIonante nus sua.s
querer ser elicfe de escra\üs, chefe de unia naçao mendicanto, como o.s Cara ça as. os Calígulas, os VitéMos, os Cô
dre Custódio, foi também
1826 a As;embiéia elevara-a'
vinha o projeto dc orçamento para 1828. Orçamento de poucas rubricas, mas im-
do a má-fé tão exten.sa como a cmissãojí/J 7.600;Ü0Ü$00Ü;desi5esa —J.0l,7:200$ de notas e a just'ça tão rara como significava um déficit d(
de cujo montante pouco restava mais do
119
Esta não queria governantes ricos, mas (Haveria intenção de lem
pondia que nas monarquias representativas era mister temperar o fausto monárquico com a economia dos
goN-ernos democráticos. Cunha Matos, general e escritor, ju'gava exorbitante a quantia alvitrada e, como que a fazer a.mao â tendência de Pedro I para a avareza, dizia:
"Êle conhece bem as
regras da economia, porque tenho ouvi do que é econômico". Vergueiro, no seu bom-sensü de e.xcelcnte burguês, adu zia: "Acho muito impróprio da digni
dade da nação fazer despesas que não pode,.. o que se dirá de um homem que aumenta o luxo de sua casa quando as suas rendas não chegam? Há de
se dizer que é caloteiro". O pernam bucano Luís Cavalcanti, homem do seu tempo, combateu igualmente a me
dida com argumentos de grande argúcia. Não lhe interessa\'a indagar se os imperantes deviam ser Cincinatos, mas
estava certo de que "dar 1.000:000$000
era dar um passo contra a monaiquia no Brasi ", E mais claramente: "É ne cessário que primeiramente mostremos ao povo a vantagem deste governo para
120
então poder exigir dèle os pagamentos
bra de reforma, uma sombra dr Iwa
para as despesas. Tòdas as vèzes cm que a proteção do governo não é bas
imediatamente avtiltasscm.
tante para a segurança da propriedade do cidadão, para a conservação de sua jiberdade e gôzo de todos os seus di reitos, o povo não é obrigado a pagar os tributos, e se os paga ó forç-ado pela prepotência". O liberal Paula Sousa, discutindo Montesquieu, achava, à vista do estado da fortuna nacional, indigno do monarca ter dotação tão elevada.
vontade" bastaria para qi»Ouem se alinhou
rendas entre os
(oi o arccbisp,, da Babia, O- H..,n„aldo dc- Seixas. O inlelil-ialle e jeiK.w. prel,.-
do, que não se atormentava do estrn-
reira, Calmon, D. Romualdo de Seixas
um imperador não poderia mcc ir-so ja-
mais polo de im. .siinp'^'»
na justificação da prodigalidade como o futuro Marquês de Abrantes, o fino, o
requintado Miguel Calmon du Pin e
na sua precminência? De quem. E D. Romualdo nos responde:
um aparelho ortopódico que custava muito caro.
E outra conclusão há a
5'}.U27:2üO$ÜOO, num orçamento deficitá
tirar do caso: ê muito antiga no Brasil a inclinação perdulária dos nossos legis ladores o goveniantes, uns e outros os
rio, com o país em guerra, o Poder Legislativo concedia para os gastos da
o mais negro desânimo.
cilando entre o ufanismo mais lírico e
... O
Almeida, baiano viajado, com as vistas voltadas para as suntuosidadcs das côrtes da França e da Inglaterra. Segun do êle, a dotação do monarca não devia
senlafvas quanto a pessoa do soberano
ser calculada sòmente pelas rendas do
é considerada como uma espécie de
Londres e Paris o atestavam. E sempre a pensar em termos da França e da
Independência como elemento necessário a consolidação da unidxidc nacional, era
as fi'bas a lavarem a roupa nos rios
fôsse éste o mais rico dc todo.s. De quem deveria aproximar-se o monarca
cos da Europa? Os reis constitucionais;
eram de Sua Majestade".
Indvibitàvclmente, a monarquia, tida peh>s estadistas brasileiros da época áh
de águas c'aras. Tõda a magnificência para o trono do Brasil, que o decoro de
e Lino Coutinho. Poucos tão ardorosos
ção o esplendor e a pompa do trono. Da frugalidade e simplicidade dos mo narcas antigos restava apenas "uma sau dosa memória para os poetas". Quais os reis mais ricos, faustosos e magnífi
Casa Imperial, para a magnificência do monarca, a quantia de 1.031:2001000.
T.6l)Ü:O0O$OÜO c a despesa fixada em
vsila à Marquesa de Santos, entendia qiic o.s tempos não ctmiportavam mais a singeleza dc antigos costumes, os filho.s
121-
du imperador deveria correspomler à sutt ultii rcpre.scntação e dignidade, mas ser ao mesmo tempo proporcional aos recursos do país, "que bem conhecidos
cuja receita era estimada cm
piilos em prestar a iiomenagcni d.- sua
dos soberanos a guardarem rebanhos e
Ec:onómico
Não prevn'eceu o bom-senso de Odo rico, de Paula Sousa, dc Vergueiro. Num orçamento — convém repetir —
ad^^<.ados da dotavão <le I.()(K):0(.(IS<)(W
Muitos foram os deputados que de fenderam o aumento proposto pelo Se nado, dentre os quais se arrolam os nomes ilustres de José Clemente Pe
Estado, mas tomando-se em considera
1í>(;fj»t<>
nniKsrn Kí:"nóm«<*0
esplendor do trono cu julgo tanto mais próprio e análogo às monarquias repredivindade, colocada acima dc todos os
graus da hierarquia social e revestida
de uma impccabi'idadc política que a toma sagrada e digna do respeito e ve neração dos seus súditos'. Em vao Odorico Mendes, desejo.so de ordem nas finanças públicas talvez por ser poeta, lembrou a D. Romualdo que nos dias
'I
o Departamento de Estado "Norte-Americano manifestoii-se confrárto à conu
em que viviam, se impunha a parcimô nia dos governos democráticos, convindo
dição no tocante às dotações de Luís
que o chefe da nação se acomodasse às
vra direta de fumo e algodão estrangeiro com fundos do Plano Marshall para au xiliar os países europeus. Esta recelação foi conhecida quando um exame dos planos propostos por aquele departamento, para a aplicação dos fundos de recu
XVI, de Luís XVIII, de Carlos X, de vários Jorges, a manejar com milhões
circunstânc"as para que se evitasse o
peração no exterior, demonstrou que tanto o fumo como o algodão haviam sido eli minados da lista de mercadorias publicada no dia 7 de fevereiro passado. Re
Inglaterra, dava mostras da sua eru
de francos e centenas de milhare.s de
choque entre o aparato do trono e a miséria do povo. Não o não. Citando
libras. Seguir "os exemplos estrangei
até Voltaire, o que para um arcebispo
velou-se, entretanto, que uma soma idêntica de dinheiro, ÜS$ 194.000.000, havia sido transferida paái outra categoria de pindos com o propósito de possibilitar
ros", eis o caminho. Tratasse o Brasil
não deixava de ter sabor especial, in
o jovem imperador como a França e
sistia em que "o monarca constitucional
dos. Evidentemente a lista foi revista, porquanto os interessados nos Estados Uni
a Grã-Bretanha tratavam seus reis. Ufa-
nista convicto, cuidava que "uma som
às próprias nações européias comprar aqueles dois produtos fora dos Estados Uni dos se opunJuim à ufiUzação de fundos norte-americanos para a compra daque las merc<fdoi^ts, que são produzidas em grande quantídculc no próprio país.
se equiparava à divindade . Em vão Cunha Matos ponderou que a dotação
L
120
então poder exigir dèle os pagamentos
bra de reforma, uma sombra dr Iwa
para as despesas. Tòdas as vèzes cm que a proteção do governo não é bas
imediatamente avtiltasscm.
tante para a segurança da propriedade do cidadão, para a conservação de sua jiberdade e gôzo de todos os seus di reitos, o povo não é obrigado a pagar os tributos, e se os paga ó forç-ado pela prepotência". O liberal Paula Sousa, discutindo Montesquieu, achava, à vista do estado da fortuna nacional, indigno do monarca ter dotação tão elevada.
vontade" bastaria para qi»Ouem se alinhou
rendas entre os
(oi o arccbisp,, da Babia, O- H..,n„aldo dc- Seixas. O inlelil-ialle e jeiK.w. prel,.-
do, que não se atormentava do estrn-
reira, Calmon, D. Romualdo de Seixas
um imperador não poderia mcc ir-so ja-
mais polo de im. .siinp'^'»
na justificação da prodigalidade como o futuro Marquês de Abrantes, o fino, o
requintado Miguel Calmon du Pin e
na sua precminência? De quem. E D. Romualdo nos responde:
um aparelho ortopódico que custava muito caro.
E outra conclusão há a
5'}.U27:2üO$ÜOO, num orçamento deficitá
tirar do caso: ê muito antiga no Brasil a inclinação perdulária dos nossos legis ladores o goveniantes, uns e outros os
rio, com o país em guerra, o Poder Legislativo concedia para os gastos da
o mais negro desânimo.
cilando entre o ufanismo mais lírico e
... O
Almeida, baiano viajado, com as vistas voltadas para as suntuosidadcs das côrtes da França e da Inglaterra. Segun do êle, a dotação do monarca não devia
senlafvas quanto a pessoa do soberano
ser calculada sòmente pelas rendas do
é considerada como uma espécie de
Londres e Paris o atestavam. E sempre a pensar em termos da França e da
Independência como elemento necessário a consolidação da unidxidc nacional, era
as fi'bas a lavarem a roupa nos rios
fôsse éste o mais rico dc todo.s. De quem deveria aproximar-se o monarca
cos da Europa? Os reis constitucionais;
eram de Sua Majestade".
Indvibitàvclmente, a monarquia, tida peh>s estadistas brasileiros da época áh
de águas c'aras. Tõda a magnificência para o trono do Brasil, que o decoro de
e Lino Coutinho. Poucos tão ardorosos
ção o esplendor e a pompa do trono. Da frugalidade e simplicidade dos mo narcas antigos restava apenas "uma sau dosa memória para os poetas". Quais os reis mais ricos, faustosos e magnífi
Casa Imperial, para a magnificência do monarca, a quantia de 1.031:2001000.
T.6l)Ü:O0O$OÜO c a despesa fixada em
vsila à Marquesa de Santos, entendia qiic o.s tempos não ctmiportavam mais a singeleza dc antigos costumes, os filho.s
121-
du imperador deveria correspomler à sutt ultii rcpre.scntação e dignidade, mas ser ao mesmo tempo proporcional aos recursos do país, "que bem conhecidos
cuja receita era estimada cm
piilos em prestar a iiomenagcni d.- sua
dos soberanos a guardarem rebanhos e
Ec:onómico
Não prevn'eceu o bom-senso de Odo rico, de Paula Sousa, dc Vergueiro. Num orçamento — convém repetir —
ad^^<.ados da dotavão <le I.()(K):0(.(IS<)(W
Muitos foram os deputados que de fenderam o aumento proposto pelo Se nado, dentre os quais se arrolam os nomes ilustres de José Clemente Pe
Estado, mas tomando-se em considera
1í>(;fj»t<>
nniKsrn Kí:"nóm«<*0
esplendor do trono cu julgo tanto mais próprio e análogo às monarquias repredivindade, colocada acima dc todos os
graus da hierarquia social e revestida
de uma impccabi'idadc política que a toma sagrada e digna do respeito e ve neração dos seus súditos'. Em vao Odorico Mendes, desejo.so de ordem nas finanças públicas talvez por ser poeta, lembrou a D. Romualdo que nos dias
'I
o Departamento de Estado "Norte-Americano manifestoii-se confrárto à conu
em que viviam, se impunha a parcimô nia dos governos democráticos, convindo
dição no tocante às dotações de Luís
que o chefe da nação se acomodasse às
vra direta de fumo e algodão estrangeiro com fundos do Plano Marshall para au xiliar os países europeus. Esta recelação foi conhecida quando um exame dos planos propostos por aquele departamento, para a aplicação dos fundos de recu
XVI, de Luís XVIII, de Carlos X, de vários Jorges, a manejar com milhões
circunstânc"as para que se evitasse o
peração no exterior, demonstrou que tanto o fumo como o algodão haviam sido eli minados da lista de mercadorias publicada no dia 7 de fevereiro passado. Re
Inglaterra, dava mostras da sua eru
de francos e centenas de milhare.s de
choque entre o aparato do trono e a miséria do povo. Não o não. Citando
libras. Seguir "os exemplos estrangei
até Voltaire, o que para um arcebispo
velou-se, entretanto, que uma soma idêntica de dinheiro, ÜS$ 194.000.000, havia sido transferida paái outra categoria de pindos com o propósito de possibilitar
ros", eis o caminho. Tratasse o Brasil
não deixava de ter sabor especial, in
o jovem imperador como a França e
sistia em que "o monarca constitucional
dos. Evidentemente a lista foi revista, porquanto os interessados nos Estados Uni
a Grã-Bretanha tratavam seus reis. Ufa-
nista convicto, cuidava que "uma som
às próprias nações européias comprar aqueles dois produtos fora dos Estados Uni dos se opunJuim à ufiUzação de fundos norte-americanos para a compra daque las merc<fdoi^ts, que são produzidas em grande quantídculc no próprio país.
se equiparava à divindade . Em vão Cunha Matos ponderou que a dotação
L
-J DicttSTo Econômico
v\
ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO José Honório RoímicuKS >K OS primeiros tempos
da administraváo do Marquês de Pombal te
o Professor Jíksó Ilotiório /hif/r/gc/r9 (iiuilUü, em rá))i<la xitiíesr, a co/í/usu le-
ve-se em conta a melho
f^ixlação (leeula pcJo lirasil oo Marques
ria econômica do Brasil,
de Pombal que, formado ua /«gfn/crrw,
de onde provinha o mais limpo dos créditos da
im])cUu ü.s classes abastadas às empresas
12S
ba do branco fino. 1$200 do branco
permitiu o estabelecimento de uma fá
redondo, $ÜOO do branco batido, $600 do mascavado macho, $500 do masca
brica dc refinação cm Portugal, Pelo Decreto do 11 dc julho dc 1751, concedia-sc a Cristiano Henrique Smilz vá rios favores e pri\'iicgios na instalação
vado redondo e $*100 do mascavado bro-
ma, livres c líquidos para os lavradores. Os açúcares do Rio de Janeiro c Per nambuco seriam vendidos por 100 réis menos, mas se sucedesse <jue se aperfeiçcuisscm os do Rio, Pernambuco e
Maranhão, de sorte que viessem a ter proporção na boa qualidade com os açúcares da Bahia, ficariam os interes
da primeira refinaria portuguesa. passo era enorme.
O
Portugal, que fôra
dunmte os séculos XVI e X\'II o prin cipal exportador de açúcar da hiadeira, S. Tomé ou Brasil, nunca ti\'era a ini
ciativa de refinar o seu próprio produ to. O fabricante só poderia refinar açú
%%s%%x%xx%se%%%%%%%%9a6%sss6x%
sados com direito de representação para que fòsse tomada a providência conve niente. Previa o Regimento a hipótese
rante seu longo reinado, D. João V fartara a sua mania das suntuosídades,
sentir mais tarde* foi motivada direta
de esterilidade em que os lavradores não chegassem a recolher pelo menos meia
das edificações soberbas, c do aparato religioso, alcançado a troco de pingues
mente pe'a sua ação política. Pelo Regimento dos Direitos do Ta
safra, dispondo que as Mesas poderiam
Os preços dos açúcares refinados eram
aumentar os preços de 100 a 300 réis
determinados por êsse decreto à razão
dádivas à Santa Sé. Nos seus quarenta
baco e Açúcar, Carga e Dcsc-arga de Na
vios do Brasil no Reino, de 16 dc ja neiro de 1751, .suplementado pelo De creto dc 27 de janeiro de 1751, pro
por arròba. Como observou João Lúcio de Azeve-
de 1 tostão, 120, 140 e 160 réis. A me
e seis anos de governo sofremos uma terrível crise agrícola e nada se fêz. Ao
coroa. D. José e o novo governo her
daram um encargo pes"ado e gravo. Du
contrário, os diamantes e ouro serviram
para manter copiosa a fonte das diver sões régias e das mercês pecuniár as em que se. esgotavam os cofres do Es
tado. Deveria o govêmo de D. João
7nereat}tis.
curou-se diminuir e tornar menos dis
pendiosa a formalidade dos despachos, facilitando as baldeações, rcdii/.indo os direitos de entrada e concedendo um
abatimento de 50% aos que sc destinas sem ao estrangeiro. Por meio dôle pro-
V encaminhar a riqueza das minas do Brasil ao próprio Brasil, para que se salvasse a economia agrária em situação desesperada. Já no período do Mar quês de Pombal havia passado o auge da riqueza mineira, que era uma fonte esgotada. Êsse é um fator a mais a realçar a superior qualidade da política econômica daquele que a tudo acudiu,
se acham a lavoura e o tráfico do tabaco
demonstrando sempre um carinho per
e açúcar, que são os dois gêneros em
manente pelo Brasil. Se examinarmos a copiosa legislação
que consiste o principal comércio destes
inspirada por Pombal, com o intuito de proteger o comércio, a agricultura e a indústria, em contraste impressionante
com a habitual inércia da administração
portuguesa, não poderemos deixar de reconhecer que a melhoria que se vai
curava-.se cstimu^arj o comércio dc ex portação c animar o fabrico c extração em benefício dos vassalos de El-Rei na América c na Europa. Na justificativa
inicial que acompanha o Regimento se reconhece a "grande decadência em que
Reinos com o Estado do Brasil". Os fretes de açúcar passariam a ter o
preço de 300 réis a arroba ou 16.200 réis por tonelada de 54 arrôbas. Esta belecia também os preços dos açúca res, dando maior valor aos da Baliia,
que eram fixados em 1$400 por arrô-
■ do, aprendera Sebastião José de Carva
lho na Inglaterra as lições econômicas que praticava no govêmo. Em 1.° de abril de 1751 era decre
car comprado na Alfândega ou nos Ar
mazéns do Reino, para ali transportado das diferentes capitanias do Brasil, sob pena de ser tomado por perdido a fa vor dos denunciantes.
dida protecionista mais interessante e que convém ser assinalada, porque pro tegia o trabalhador português, era a que impunha a obrigação de admitir desde logo na fábrica um oficial português
tado o Regimento das Casas de Inspeção no Brasil. As Mesas de Inspeção tinham sede na Bahia, Rio de Janeiro, Pernam buco e Maranhão. Elas tinham a ju risdição privativa de examinar e quali ficar os açúcares e os tabacos e de re
do oficio de confeiteiro e dá-lo ensinado
gular o justo preço destes dois gêneros. Propunham o que a experiência mos trava ser conveniente para melhor ani
mida e sustento e que, com exceção de dois oficiais estrangeiros, não se admi
mar a agricultura e o comércio. Com-
fosse vassalo português. Em 24 de março de 1753, novo de
punha-se de dois inspetores, o Inten dente Geral do Ouro como presidente, um negociante e um lavrador, eleitos anualmente. As novas disposições legais
em um ano, de modo que se achasse hábil e expedito para refinar as quatro qualidades. Estabelecia, também, o estatuto legal que os aprendizes recebessem casa, co
tisse oficial ou trabalhador que não
creto facultava a criação de uma se gunda fábrica. As mesmas obrigações,
tinham suas origens na prática britâ
concessões e privilégios estabelecidos pa ra a primeira fábrica, instalada no bairro
nica.
de São Paulo, em Lisboa, foram renova
Uma das medidas mais valiosas da
das.
política econômica de Pombal, e que
Para regular a época da saída das
infelizmente não tem sido apontada pe los que lhe estudaram a obra, é a que
frotas do Brasil decretou-se em 28 de
novembro de 1753 o Regulamento das
-J DicttSTo Econômico
v\
ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E O AÇÚCAR BRASILEIRO José Honório RoímicuKS >K OS primeiros tempos
da administraváo do Marquês de Pombal te
o Professor Jíksó Ilotiório /hif/r/gc/r9 (iiuilUü, em rá))i<la xitiíesr, a co/í/usu le-
ve-se em conta a melho
f^ixlação (leeula pcJo lirasil oo Marques
ria econômica do Brasil,
de Pombal que, formado ua /«gfn/crrw,
de onde provinha o mais limpo dos créditos da
im])cUu ü.s classes abastadas às empresas
12S
ba do branco fino. 1$200 do branco
permitiu o estabelecimento de uma fá
redondo, $ÜOO do branco batido, $600 do mascavado macho, $500 do masca
brica dc refinação cm Portugal, Pelo Decreto do 11 dc julho dc 1751, concedia-sc a Cristiano Henrique Smilz vá rios favores e pri\'iicgios na instalação
vado redondo e $*100 do mascavado bro-
ma, livres c líquidos para os lavradores. Os açúcares do Rio de Janeiro c Per nambuco seriam vendidos por 100 réis menos, mas se sucedesse <jue se aperfeiçcuisscm os do Rio, Pernambuco e
Maranhão, de sorte que viessem a ter proporção na boa qualidade com os açúcares da Bahia, ficariam os interes
da primeira refinaria portuguesa. passo era enorme.
O
Portugal, que fôra
dunmte os séculos XVI e X\'II o prin cipal exportador de açúcar da hiadeira, S. Tomé ou Brasil, nunca ti\'era a ini
ciativa de refinar o seu próprio produ to. O fabricante só poderia refinar açú
%%s%%x%xx%se%%%%%%%%9a6%sss6x%
sados com direito de representação para que fòsse tomada a providência conve niente. Previa o Regimento a hipótese
rante seu longo reinado, D. João V fartara a sua mania das suntuosídades,
sentir mais tarde* foi motivada direta
de esterilidade em que os lavradores não chegassem a recolher pelo menos meia
das edificações soberbas, c do aparato religioso, alcançado a troco de pingues
mente pe'a sua ação política. Pelo Regimento dos Direitos do Ta
safra, dispondo que as Mesas poderiam
Os preços dos açúcares refinados eram
aumentar os preços de 100 a 300 réis
determinados por êsse decreto à razão
dádivas à Santa Sé. Nos seus quarenta
baco e Açúcar, Carga e Dcsc-arga de Na
vios do Brasil no Reino, de 16 dc ja neiro de 1751, .suplementado pelo De creto dc 27 de janeiro de 1751, pro
por arròba. Como observou João Lúcio de Azeve-
de 1 tostão, 120, 140 e 160 réis. A me
e seis anos de governo sofremos uma terrível crise agrícola e nada se fêz. Ao
coroa. D. José e o novo governo her
daram um encargo pes"ado e gravo. Du
contrário, os diamantes e ouro serviram
para manter copiosa a fonte das diver sões régias e das mercês pecuniár as em que se. esgotavam os cofres do Es
tado. Deveria o govêmo de D. João
7nereat}tis.
curou-se diminuir e tornar menos dis
pendiosa a formalidade dos despachos, facilitando as baldeações, rcdii/.indo os direitos de entrada e concedendo um
abatimento de 50% aos que sc destinas sem ao estrangeiro. Por meio dôle pro-
V encaminhar a riqueza das minas do Brasil ao próprio Brasil, para que se salvasse a economia agrária em situação desesperada. Já no período do Mar quês de Pombal havia passado o auge da riqueza mineira, que era uma fonte esgotada. Êsse é um fator a mais a realçar a superior qualidade da política econômica daquele que a tudo acudiu,
se acham a lavoura e o tráfico do tabaco
demonstrando sempre um carinho per
e açúcar, que são os dois gêneros em
manente pelo Brasil. Se examinarmos a copiosa legislação
que consiste o principal comércio destes
inspirada por Pombal, com o intuito de proteger o comércio, a agricultura e a indústria, em contraste impressionante
com a habitual inércia da administração
portuguesa, não poderemos deixar de reconhecer que a melhoria que se vai
curava-.se cstimu^arj o comércio dc ex portação c animar o fabrico c extração em benefício dos vassalos de El-Rei na América c na Europa. Na justificativa
inicial que acompanha o Regimento se reconhece a "grande decadência em que
Reinos com o Estado do Brasil". Os fretes de açúcar passariam a ter o
preço de 300 réis a arroba ou 16.200 réis por tonelada de 54 arrôbas. Esta belecia também os preços dos açúca res, dando maior valor aos da Baliia,
que eram fixados em 1$400 por arrô-
■ do, aprendera Sebastião José de Carva
lho na Inglaterra as lições econômicas que praticava no govêmo. Em 1.° de abril de 1751 era decre
car comprado na Alfândega ou nos Ar
mazéns do Reino, para ali transportado das diferentes capitanias do Brasil, sob pena de ser tomado por perdido a fa vor dos denunciantes.
dida protecionista mais interessante e que convém ser assinalada, porque pro tegia o trabalhador português, era a que impunha a obrigação de admitir desde logo na fábrica um oficial português
tado o Regimento das Casas de Inspeção no Brasil. As Mesas de Inspeção tinham sede na Bahia, Rio de Janeiro, Pernam buco e Maranhão. Elas tinham a ju risdição privativa de examinar e quali ficar os açúcares e os tabacos e de re
do oficio de confeiteiro e dá-lo ensinado
gular o justo preço destes dois gêneros. Propunham o que a experiência mos trava ser conveniente para melhor ani
mida e sustento e que, com exceção de dois oficiais estrangeiros, não se admi
mar a agricultura e o comércio. Com-
fosse vassalo português. Em 24 de março de 1753, novo de
punha-se de dois inspetores, o Inten dente Geral do Ouro como presidente, um negociante e um lavrador, eleitos anualmente. As novas disposições legais
em um ano, de modo que se achasse hábil e expedito para refinar as quatro qualidades. Estabelecia, também, o estatuto legal que os aprendizes recebessem casa, co
tisse oficial ou trabalhador que não
creto facultava a criação de uma se gunda fábrica. As mesmas obrigações,
tinham suas origens na prática britâ
concessões e privilégios estabelecidos pa ra a primeira fábrica, instalada no bairro
nica.
de São Paulo, em Lisboa, foram renova
Uma das medidas mais valiosas da
das.
política econômica de Pombal, e que
Para regular a época da saída das
infelizmente não tem sido apontada pe los que lhe estudaram a obra, é a que
frotas do Brasil decretou-se em 28 de
novembro de 1753 o Regulamento das
pirr
▼T
■I
DifSKsro
124
KfriiNÓMiro
Frotas. Êsse regulamento, segundo a opinião de João Lúcio de Azevedo, fa
pessoas que embarcassem para o Briisil.
zendo embarques, atropeiantio a na\'cga-
(í levado.s. entre o.s qiiai.s flgurmi o
ção, ocasionou veementes proleslos, já na metrópole, já no Brasil, onde nunca pôde .ser executado. Convencendo-se afi nal da melhor doutrina, foi abolida a
navegação
comum
obrigatória
cm
1765.
Em 175-3, dec!arando-se que estavam sendo fraudadas várias providências do Regimento dos Direitos do Tabaco, de
16 de janeiro de 1751, cxpediu-.se o Al vará de 29 de novembro, no qual c.stao
especificadas as exportações - das várias capitanias do Brasil. Dê)e se vê que
a Bahia exportava açúcar, tabaco, couro e sola; o Rio de Janeiro, açúcar, madei ras e couros; Pernambuco, açúcar, taba
co, sola, couro e pau-brasil; e o Mara nhão e Pará, cacau, café, salsaparrilha, cravo, algodão c couros.
Vé-se a preferência tios gèrRnis Irazttlos melaç-o í? os harri.s de doce. O.s primeiros atos da adminístraçã»
político-econômica d<' Pomba!, o gimcnto dos Direitos do .Açúcar e labaeo, o decreto favorecendo rePnarias e
o Regulamento das Frotas rev<'!am uma orientação* coerente e poderão caraoie-
rizíir as reformas útei.s com (jin» procurou acudir à ruinosa .situação tio Brasil.
Não poderiam ès.ses alo.s fazer retor nar o açúcar imediatamente a melhores dias. A balbúrdia ainda reinava e a
prova é que cm 1758 a exportação em Portugal fôra tão grande que reduziu os estoques a uma diminuição total. Foi preciso que o Decreto de 14 cie .setembro de 1758 proibisse a e.xporta-
ção, de vez que o exame feito nos ar mazéns de Lisboa mostrou que só exis
Em 2 de abril de 1756 anulavam-se
todos os contratos que tivessem sido fei tos no Brasil, de açúcar e tabaco, por menos que o seu justo preço. Em face
tia o bastante para o consumo ordinário. Seis meses depois, em 2 de março de 1759, êsse decreto era dcrrogado, dan-
dõ-se permissão para a exportação dt?
das freqüentes vexações que aos donos de engenho e lavradores de açúcar co
700 caixas de açúcar.
metiam algumas pessoas, especialmen te os homens de negócio, que abusaram da permissão que se lhes concedera de comprar os respectivos gêneros por pre ços inferiores aos estabelecidos,
dinário até o mês de abril, quando de
o Alvará cassava e anulava todas
e quaisquer compras, vendas e • arrematações de açúcar e tabaco,
feitas tanto judicial como extrajudícíalmente, por preços meno res que os correntes no tempo das frotas, os quais seriam de
k
Já havia, então,
caixas suficientes para o consumo or
veria chegar a frota de Pernambuco, e outros açúcares já haviam chegado do Rio, da Bahia e do Maranhão. Assim, muitas vôzes, a legislação pombalina atendia apenas a fatos passageiros. Não foi de menor importân cia para a vida econômica da colônia a criação das Comp.anhias de Comércio, que Pombal estimulou o ajudou a fundar. Em
clarados pela Mesa de Inspeção.
1755 e 1759 organizaram-.se as compa
É curioso o Alvará de 12 de dezem bro de 1756, no qual se estipulavam os
nhias do Grão Pará e Maranhão e a de Pernambuco e Paraíba. A Baliia não fôra
gêneros que poderiam levar e trazer por sua conta os marinheiros e mais
contemplada ©, por isso, talvez, om 1757 os seus negociantes decidiram represen-
Dicksto
EcoNó^aco
125
tar ao Rei pedindo-lhe <jiie aprovasse a organização de uma companhia para
paráwl (lo.s \cndodores". diz um do
Mina. tão xili! a toda a América Por-
dade dos senhores de engenho, a Com panhia poderia ajudá-los alargando o pra zo de pagamento, dc vez que muitas
a <'.\pl(>raçãü do comércio da Costa da
tuguésa, "dependendo déle a sua nocessivria conservação, já pelo forneci mento dos escravos de que necessitanr as dilatadas minas para a extração do ouro, já as lavouras para as plantas dos tabacos, já os engenhos para a cultura das canas".
As vantagens da organização dc tal companhia para a economia açúcareira não precisam ser apontadas. No ofício do
Vice-Rei
Conde
dos
Arcos
se
lê
que ninguém podia duvidar que os es cravos "sejam o preço por que se com pram e SC comutam o.s mais importan
tes gêneros da América, que sem êles os colonos receberiam um irreparável pre juízo a um comércio que se encontrava em tão decente Estado".
Os senhores
de engenho, juntamente com os lavra dores de tabaco, teriam privilégio na compra
por preço
certo,
mas
apenas
quanto aos escravos da Costa da Mina. Éstes, embora mais robustos e mais fortes, não eram preferidos aos de An gola, que eram facilmente adaptáveis ao trabalho da lavoura e podiam ser
adquiridos por preços mais bai.xos. Muitos dos escravos entrados eram
cumento da época. Pani acudir. dc outro lado, à necessi
\'ézes, não satisfazendo a safra as espe ranças, não podiam ser prontos os pa gamentos.
Nem sempre atendeu Pombal aos re ceamos dos negociantes, mas, na ver
dade. foi élc quem melhor rompeu com as tradições de Portugal na tentativa de introduzir aí o capitalismo. Tentando tornar o país independente c emancipa do dos estrangeiros, impulsionou o co mércio, a navegação, a agricultura, e suscitou indústrias novas.
Sentiu como
ninguém sentira antes os males que repre.sentavam para Portugal sua con tinuada abstinência capitalista num mun do capitalista, sua falta de classe burguêsa que tivesse assegurado à nação os inícios do imperialismo econômico dos séculos XV e XVI. Saqueando sua pró pria fonte de riqueza, Portugal fôra in capaz de conservar-se como potência de primeira classe. Houve uma abso luta incapacidade para os negócios num país devotado ao fanatismo religioso, e que se tornara apenas agente do pen samento político estrangeiro, mais as
revendidos aos mineiros, que eram os
tuto, e de caráter mais versado na arte
melhores fregueses. Prova de que a agricultura paralisada não exigia escra vos em quantidade. O círculo vicioso
das finanças, economia e administração.
As colônias que Portugal retivera e a
se estabelecera: a fuga dos escravos para
mãos.
riqueza que explorava fugiam-lhe das
as minas condicionara a paralisação da
Formado na Inglaterra, Pombal sen
faina agrícola e esta determinara a ven
próprios mineiros começaram mais tarde
tiu a necessidade de reju'\'enescer êste corpo econômico doentio, impelindo as classes abastadas às empresas mercan tis. Desejando espertar iniciativas, não encontrou capitais necessários e aptidões
vertem em muitos anos, com perda irre-
técnicas.
da dos escravos desnecessários. Mas os
a querer negociar fiado, "com a espera de alguns meses que ao depois se con
De religião nutriam-se povo
pirr
▼T
■I
DifSKsro
124
KfriiNÓMiro
Frotas. Êsse regulamento, segundo a opinião de João Lúcio de Azevedo, fa
pessoas que embarcassem para o Briisil.
zendo embarques, atropeiantio a na\'cga-
(í levado.s. entre o.s qiiai.s flgurmi o
ção, ocasionou veementes proleslos, já na metrópole, já no Brasil, onde nunca pôde .ser executado. Convencendo-se afi nal da melhor doutrina, foi abolida a
navegação
comum
obrigatória
cm
1765.
Em 175-3, dec!arando-se que estavam sendo fraudadas várias providências do Regimento dos Direitos do Tabaco, de
16 de janeiro de 1751, cxpediu-.se o Al vará de 29 de novembro, no qual c.stao
especificadas as exportações - das várias capitanias do Brasil. Dê)e se vê que
a Bahia exportava açúcar, tabaco, couro e sola; o Rio de Janeiro, açúcar, madei ras e couros; Pernambuco, açúcar, taba
co, sola, couro e pau-brasil; e o Mara nhão e Pará, cacau, café, salsaparrilha, cravo, algodão c couros.
Vé-se a preferência tios gèrRnis Irazttlos melaç-o í? os harri.s de doce. O.s primeiros atos da adminístraçã»
político-econômica d<' Pomba!, o gimcnto dos Direitos do .Açúcar e labaeo, o decreto favorecendo rePnarias e
o Regulamento das Frotas rev<'!am uma orientação* coerente e poderão caraoie-
rizíir as reformas útei.s com (jin» procurou acudir à ruinosa .situação tio Brasil.
Não poderiam ès.ses alo.s fazer retor nar o açúcar imediatamente a melhores dias. A balbúrdia ainda reinava e a
prova é que cm 1758 a exportação em Portugal fôra tão grande que reduziu os estoques a uma diminuição total. Foi preciso que o Decreto de 14 cie .setembro de 1758 proibisse a e.xporta-
ção, de vez que o exame feito nos ar mazéns de Lisboa mostrou que só exis
Em 2 de abril de 1756 anulavam-se
todos os contratos que tivessem sido fei tos no Brasil, de açúcar e tabaco, por menos que o seu justo preço. Em face
tia o bastante para o consumo ordinário. Seis meses depois, em 2 de março de 1759, êsse decreto era dcrrogado, dan-
dõ-se permissão para a exportação dt?
das freqüentes vexações que aos donos de engenho e lavradores de açúcar co
700 caixas de açúcar.
metiam algumas pessoas, especialmen te os homens de negócio, que abusaram da permissão que se lhes concedera de comprar os respectivos gêneros por pre ços inferiores aos estabelecidos,
dinário até o mês de abril, quando de
o Alvará cassava e anulava todas
e quaisquer compras, vendas e • arrematações de açúcar e tabaco,
feitas tanto judicial como extrajudícíalmente, por preços meno res que os correntes no tempo das frotas, os quais seriam de
k
Já havia, então,
caixas suficientes para o consumo or
veria chegar a frota de Pernambuco, e outros açúcares já haviam chegado do Rio, da Bahia e do Maranhão. Assim, muitas vôzes, a legislação pombalina atendia apenas a fatos passageiros. Não foi de menor importân cia para a vida econômica da colônia a criação das Comp.anhias de Comércio, que Pombal estimulou o ajudou a fundar. Em
clarados pela Mesa de Inspeção.
1755 e 1759 organizaram-.se as compa
É curioso o Alvará de 12 de dezem bro de 1756, no qual se estipulavam os
nhias do Grão Pará e Maranhão e a de Pernambuco e Paraíba. A Baliia não fôra
gêneros que poderiam levar e trazer por sua conta os marinheiros e mais
contemplada ©, por isso, talvez, om 1757 os seus negociantes decidiram represen-
Dicksto
EcoNó^aco
125
tar ao Rei pedindo-lhe <jiie aprovasse a organização de uma companhia para
paráwl (lo.s \cndodores". diz um do
Mina. tão xili! a toda a América Por-
dade dos senhores de engenho, a Com panhia poderia ajudá-los alargando o pra zo de pagamento, dc vez que muitas
a <'.\pl(>raçãü do comércio da Costa da
tuguésa, "dependendo déle a sua nocessivria conservação, já pelo forneci mento dos escravos de que necessitanr as dilatadas minas para a extração do ouro, já as lavouras para as plantas dos tabacos, já os engenhos para a cultura das canas".
As vantagens da organização dc tal companhia para a economia açúcareira não precisam ser apontadas. No ofício do
Vice-Rei
Conde
dos
Arcos
se
lê
que ninguém podia duvidar que os es cravos "sejam o preço por que se com pram e SC comutam o.s mais importan
tes gêneros da América, que sem êles os colonos receberiam um irreparável pre juízo a um comércio que se encontrava em tão decente Estado".
Os senhores
de engenho, juntamente com os lavra dores de tabaco, teriam privilégio na compra
por preço
certo,
mas
apenas
quanto aos escravos da Costa da Mina. Éstes, embora mais robustos e mais fortes, não eram preferidos aos de An gola, que eram facilmente adaptáveis ao trabalho da lavoura e podiam ser
adquiridos por preços mais bai.xos. Muitos dos escravos entrados eram
cumento da época. Pani acudir. dc outro lado, à necessi
\'ézes, não satisfazendo a safra as espe ranças, não podiam ser prontos os pa gamentos.
Nem sempre atendeu Pombal aos re ceamos dos negociantes, mas, na ver
dade. foi élc quem melhor rompeu com as tradições de Portugal na tentativa de introduzir aí o capitalismo. Tentando tornar o país independente c emancipa do dos estrangeiros, impulsionou o co mércio, a navegação, a agricultura, e suscitou indústrias novas.
Sentiu como
ninguém sentira antes os males que repre.sentavam para Portugal sua con tinuada abstinência capitalista num mun do capitalista, sua falta de classe burguêsa que tivesse assegurado à nação os inícios do imperialismo econômico dos séculos XV e XVI. Saqueando sua pró pria fonte de riqueza, Portugal fôra in capaz de conservar-se como potência de primeira classe. Houve uma abso luta incapacidade para os negócios num país devotado ao fanatismo religioso, e que se tornara apenas agente do pen samento político estrangeiro, mais as
revendidos aos mineiros, que eram os
tuto, e de caráter mais versado na arte
melhores fregueses. Prova de que a agricultura paralisada não exigia escra vos em quantidade. O círculo vicioso
das finanças, economia e administração.
As colônias que Portugal retivera e a
se estabelecera: a fuga dos escravos para
mãos.
riqueza que explorava fugiam-lhe das
as minas condicionara a paralisação da
Formado na Inglaterra, Pombal sen
faina agrícola e esta determinara a ven
próprios mineiros começaram mais tarde
tiu a necessidade de reju'\'enescer êste corpo econômico doentio, impelindo as classes abastadas às empresas mercan tis. Desejando espertar iniciativas, não encontrou capitais necessários e aptidões
vertem em muitos anos, com perda irre-
técnicas.
da dos escravos desnecessários. Mas os
a querer negociar fiado, "com a espera de alguns meses que ao depois se con
De religião nutriam-se povo
i*T
126
c nobreza c ao ncgódo preferiam o ócio.
As decisões legislativas que o Brasil
deve a Pombal representam iima enor me soma de trabalho e um tremendo
Dioksto ECONÓMtCO
lônias desmanchara a ogeriza pelo novo #• pelas mudanças. A subida ar» poder, eni Portugal, de uma fidalguia intole rante. dissipada c reacionária, logo após
RODRIGUES ALVES, ESTUDANTE Antônio Contijo df. Cafvalro
^fórço contra as dificuldades de uma
a enferinidade da Jtainha Maria, en» 1792. não impediu que na cííiónia uni
economia de ruim estrutura. As inicia
tQui KSTOu, com mandato expresso
novo espírito empreendedor tivesse apa
Em 7 do corrente comemorou-se em iodo
da bi'nemórita Associação dos
recida, que se manifestaria nas inova ções e nas reforma.s agrícolas. Ao findar o govêmo de Pombal já a situação sc apresentava cheia de pcrspeetivas fa-
o país o ccntetuirio dc nascimento do
Antigos Alunos da Faculdade
eminente brasileiro Francisco dc Paula
tivas qge apontamos promoveram um interôsse maior pela melhoria da agricul tura brasileira. Não é demais lembrar
outra vez que a sacudidela dada por
Pombal à nação portuguésa e suas co
de Direito de São Paulo, para reverenciar, cm seu nome. a
memória de ínclito brasileiro,
<iue \iveu sob essas arcadas dias iinpcrccivtis, na fase em que a boêmia não c só se da\-a valor a quem
voraseis.
ffl,ssc aurclado do preslí^ic, intolectua!. i>ob esse teto
líni n
i
Nabueo. Cas.,„' Alves ífr"' Rodrigues Alvos lercarun, r.
as armos do
m e as Ia 1 turmas aeadèmieas '"1 resplendor que grandes que
ofuIeT ofuscadas e prêsas de intensa -'ntom^-se admiração. Rodrigues Alves foi estudante notá-
cl e sob esse aspecto é que irei entre ter eonvosco alguns mintítos de pales-
ta. Rememorar fatos, que são do co-
".í
iirn gerações e g ora as da''"S atual, apontarpretéritas aos moços, que estão ensaiando os primeiros vôos na carreira política, o exemplo da sua ^ eis a missão a que prazeirosamcnte me propus.
Francisco de Paula Rodrigues Alves
T reunião da Conferência Anglo-Americana Sôbre o Algodão, os delegados ritanicos puseram em relévo o proolema de um retôrno agressivo da concorrên cia japonêsa nos mercados têxteis internacionais. Êsse problema surgirá tão logo
( produção mpânica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura mundial baixe ao nível normal.
^ entanto, há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos, a êsse que propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motivo por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.
Acredita-se que a questão será novamente discutida iia próxima têrça-feira, na sessão de encerramento que se realizará em Londres, e que será promovido um acordo entre as duas delegações, sôbre a atitude a adotar quanto ao Japão.
cursou o Colégio Pedro II, de 1859 a 1865, distinto em tôdas as matérias da primeira à sexta série, não constando
Rodrigues Alves. O "Dtgesío Ecíwiómico'\ que SC vem batendo por uma politicii dc respeito à tradição, dc culto aos grandes servidores do Brasil, inserira cm seus próximos números artigos es peciais sôbre a vida c a obra do notável estadista, tendo o ilustre profc.ssor dr. Cardoso dc Melo Neto escrito para a nossa revista importante ensaio sôbre "A influência dc Rodrigues Alves nas finanças brasileiras". Em conferência realizada no dia primeiro do corrente, no salão nobre da Faculdade de Direito
dc São Paulo, o nosso diretor focalizou a atuação de Rodiigtics Alves como es tudante. Êsse tiabalho c reproduzido m íntegra, nds páginas do "Digesto Econômico", em reverência a uma data tão cara à nação brasileira. ^SSSt!SÍS»ÍSÍ9iííi^^
eni aplicação como em comportamento, obteve sempre a nota máxima. O rival na turma, Joaquim Aurélio
Nabuco de Araújo, confessou dé pú blico não ter alcançado no Colégio o
do Livro de Atas do Intemato houvesse
primeiro prêmio, porque essa mercê não lhe permitia o "camarada" Rodrigues
prestado os exames finais do sétimo ano.
Alves.
D' Pedro II, assíduo no estabeleci mento que trazia o seu nome, levado pela irresistível vocação de mestre-es-
graças à privilegiada inteligência que
cüla tão apregoada pelos seus biógrafos, tinha acentuada predileção pelo "me nino dc Guaratinguetá" que, não só
Menos aplicado, Joaquim Nabuco, -nele alvoresceu, obteve distinção e no tas plenas em quase tôdas as matérias do curso. Resultado inexplicável se depara, porém, aos que cotejam as
i*T
126
c nobreza c ao ncgódo preferiam o ócio.
As decisões legislativas que o Brasil
deve a Pombal representam iima enor me soma de trabalho e um tremendo
Dioksto ECONÓMtCO
lônias desmanchara a ogeriza pelo novo #• pelas mudanças. A subida ar» poder, eni Portugal, de uma fidalguia intole rante. dissipada c reacionária, logo após
RODRIGUES ALVES, ESTUDANTE Antônio Contijo df. Cafvalro
^fórço contra as dificuldades de uma
a enferinidade da Jtainha Maria, en» 1792. não impediu que na cííiónia uni
economia de ruim estrutura. As inicia
tQui KSTOu, com mandato expresso
novo espírito empreendedor tivesse apa
Em 7 do corrente comemorou-se em iodo
da bi'nemórita Associação dos
recida, que se manifestaria nas inova ções e nas reforma.s agrícolas. Ao findar o govêmo de Pombal já a situação sc apresentava cheia de pcrspeetivas fa-
o país o ccntetuirio dc nascimento do
Antigos Alunos da Faculdade
eminente brasileiro Francisco dc Paula
tivas qge apontamos promoveram um interôsse maior pela melhoria da agricul tura brasileira. Não é demais lembrar
outra vez que a sacudidela dada por
Pombal à nação portuguésa e suas co
de Direito de São Paulo, para reverenciar, cm seu nome. a
memória de ínclito brasileiro,
<iue \iveu sob essas arcadas dias iinpcrccivtis, na fase em que a boêmia não c só se da\-a valor a quem
voraseis.
ffl,ssc aurclado do preslí^ic, intolectua!. i>ob esse teto
líni n
i
Nabueo. Cas.,„' Alves ífr"' Rodrigues Alvos lercarun, r.
as armos do
m e as Ia 1 turmas aeadèmieas '"1 resplendor que grandes que
ofuIeT ofuscadas e prêsas de intensa -'ntom^-se admiração. Rodrigues Alves foi estudante notá-
cl e sob esse aspecto é que irei entre ter eonvosco alguns mintítos de pales-
ta. Rememorar fatos, que são do co-
".í
iirn gerações e g ora as da''"S atual, apontarpretéritas aos moços, que estão ensaiando os primeiros vôos na carreira política, o exemplo da sua ^ eis a missão a que prazeirosamcnte me propus.
Francisco de Paula Rodrigues Alves
T reunião da Conferência Anglo-Americana Sôbre o Algodão, os delegados ritanicos puseram em relévo o proolema de um retôrno agressivo da concorrên cia japonêsa nos mercados têxteis internacionais. Êsse problema surgirá tão logo
( produção mpânica atinja o desenvolvimento de antes da guerra e a procura mundial baixe ao nível normal.
^ entanto, há divergência de interêsses entre os britânicos e os norte-americanos, a êsse que propósito. Os primeiros se esforçam para reconquistar os mercados externos perdidos durante a guerra e êsse é o motivo por que temem sobremodo a eventual concorrência japonêsa.
Acredita-se que a questão será novamente discutida iia próxima têrça-feira, na sessão de encerramento que se realizará em Londres, e que será promovido um acordo entre as duas delegações, sôbre a atitude a adotar quanto ao Japão.
cursou o Colégio Pedro II, de 1859 a 1865, distinto em tôdas as matérias da primeira à sexta série, não constando
Rodrigues Alves. O "Dtgesío Ecíwiómico'\ que SC vem batendo por uma politicii dc respeito à tradição, dc culto aos grandes servidores do Brasil, inserira cm seus próximos números artigos es peciais sôbre a vida c a obra do notável estadista, tendo o ilustre profc.ssor dr. Cardoso dc Melo Neto escrito para a nossa revista importante ensaio sôbre "A influência dc Rodrigues Alves nas finanças brasileiras". Em conferência realizada no dia primeiro do corrente, no salão nobre da Faculdade de Direito
dc São Paulo, o nosso diretor focalizou a atuação de Rodiigtics Alves como es tudante. Êsse tiabalho c reproduzido m íntegra, nds páginas do "Digesto Econômico", em reverência a uma data tão cara à nação brasileira. ^SSSt!SÍS»ÍSÍ9iííi^^
eni aplicação como em comportamento, obteve sempre a nota máxima. O rival na turma, Joaquim Aurélio
Nabuco de Araújo, confessou dé pú blico não ter alcançado no Colégio o
do Livro de Atas do Intemato houvesse
primeiro prêmio, porque essa mercê não lhe permitia o "camarada" Rodrigues
prestado os exames finais do sétimo ano.
Alves.
D' Pedro II, assíduo no estabeleci mento que trazia o seu nome, levado pela irresistível vocação de mestre-es-
graças à privilegiada inteligência que
cüla tão apregoada pelos seus biógrafos, tinha acentuada predileção pelo "me nino dc Guaratinguetá" que, não só
Menos aplicado, Joaquim Nabuco, -nele alvoresceu, obteve distinção e no tas plenas em quase tôdas as matérias do curso. Resultado inexplicável se depara, porém, aos que cotejam as
DJCKTfO E<:í>NÓMIf:í>
128
notas de ambos: foi simplificado cm Poética e Literatura Nacional. « futuro
autor da "Minha formação".
Estra-
nhável o fato, porque o filho do Pr<' sidente do Conselho de Minístro.s de então era todo dado às musas. Dele se
conhecem, da fase juvenil, a ode herói ca "O Gigante da Polônia", que de
dicou ao pai e entendeu digna de lu xuoso folheto, e a poesia "Uruguaiana", que recitou com desembaraço a Stia Ma
jestade, o Imperador D. Pedro II, com o louvor de Machado de Assis.
I drigue.s Alves nada se sabe; as provas D^s prímícías intelectuais de Ro-
escritas eram incineradas e não me cons
ta que tenha tido "o sarampo da inteli
gência", isto é, fei to versos.
Distan
te e reservado, di-
Paulo, foi seu companheiro de pensão no Largo da Liberdade e fornecedor dos seus livro.s de Direito. Rodrígue.s /Slves era e.studanto pf)bre e rez.» uma crô nica que durante os cinco anos de Panlicéia usou o mesmo chapéu d<* cliile. O Colégio Pedro II apresentava-.se co mo paradigma dos esla!)elecíincntos de ensino. O programa nujde'ava-se nos
prospcctüs dos liceus francc.st*.s. Minístravam-.se apenas noções de I*'ísica. Quíjnica e História Natural, inegàvelnieiite uma falha. Da Retórica, da Filo.sofia, da Jli.stória e da Poética, não se dcscnrava. Contrastavam-se, c<un o abandono dado cm
esses companheiros. O próprio Nabuco,
na educação, daque la concepção filosó fica que modernamente se convencionou
sociável e mundano, em trecbo conhe cido da "Minha formação", não o trata
pecto de disciplina intelectual.
as
de amigo mas de "camarada". Amigo dílet», dos tempos estudantis, ele o
I
Dcu-lhcs, porém, àqueles
w, •
Essa prcemincncia
reflexo, no ensino e
eram
que a ouviram, a coragem para, apesar
os sonhos.
minada, sobretudo,
engenharia. moniosas
pública pelas lições que aprenderam nos
preceptorcs, e que
Betim Pais Leme, na
suas relações com
mágoa a inju.stiça, a ingratidão, a frustra ção das esperanças e o malògro de todos,
em Minas foi di.ssc-
das chamadas "hu manidades" era o
Ceri-
Aqueles, cuja formação espiritual se orientou pelo "humanismo", pautavam, naturalmente, a sua atividade na vida
agrado dos antigos
Abílio.
geografia;
aplausos ou dos npupos e a sofrer sem
das matérias, a cul tura clássica, tão do
Janeiro de antanho; na
Ensinou-lhes ainda a desdenhar dos
deza.
Prevalecia,
pelo Caraça, e na Bahia pelo Colégio
to,
nem dignidade.
real interêsse pelo Grego, ensinado do quinto ao último
cronista do Rio de Alfredo Moreira Pin
lula "aspra o forte" não tem grandeza
todos os
ã n o.
Fazenda, o
Ilie.s as atitudes de serenidade e polídcz, sem as quais a arena política se transfor ma em uma ".seha selvaggia", onde a
anos do curso, c o
pois, na distribuição
Vieira
129
das ciências, a oijces.são do Latim, estu
marcou uma época no Colégio Pedro 11.
se na vida pública e profissional, os seus colegas de turma;
bilidade c aguçava-lhe a inteligência para a percepção mais apurada e a com preensão mais e.xata dos problemas hu manos, principalmente nos seus aspectos políticos, onde mais se faz sentir o hoinení, na sua fraqueza c na sua gran
2rfam do aluno que
Além de Joaquim Nabuco, projetaram-
Dk:ksto Econômico
denominar "humanismo", no
seu
as
encontrou em Artur Teixeira Leite, rico
O amor c o estudo das "littcrae humaniores", como fundamento primordial da educação do homem, sititava-o no
c gastador, que, mais tarde, cm São
plano do universal, afinava-llic a scnsi-
II !!■ II I
autores clássicos. A admiração leva à imitação. A intimidade constante com a
História ensinou-lhos a contingência e a relatividade da ação política na mutabilidade da sua perspectiva. Tal experiência lhes imunizava o espírito contra as paixões momentâneas, incompatíveis com a primazia das fun ções intelectuais na vida pública, que eles pregavam e encareciam. Revestiu-
de tudo, atenderem à gloriosa vocação política. Descrevendo a superioridade da cul
tura clássica, verifico que tracei o per fil político do filho de Cuaratinguetá. Essa compreensão do universal, uma
característica de estadista que nele des pontava, é que o levou em plena guer
ra do Paraguai a versar, no primeiro ano da Faculdade de Direito dc São
DJCKTfO E<:í>NÓMIf:í>
128
notas de ambos: foi simplificado cm Poética e Literatura Nacional. « futuro
autor da "Minha formação".
Estra-
nhável o fato, porque o filho do Pr<' sidente do Conselho de Minístro.s de então era todo dado às musas. Dele se
conhecem, da fase juvenil, a ode herói ca "O Gigante da Polônia", que de
dicou ao pai e entendeu digna de lu xuoso folheto, e a poesia "Uruguaiana", que recitou com desembaraço a Stia Ma
jestade, o Imperador D. Pedro II, com o louvor de Machado de Assis.
I drigue.s Alves nada se sabe; as provas D^s prímícías intelectuais de Ro-
escritas eram incineradas e não me cons
ta que tenha tido "o sarampo da inteli
gência", isto é, fei to versos.
Distan
te e reservado, di-
Paulo, foi seu companheiro de pensão no Largo da Liberdade e fornecedor dos seus livro.s de Direito. Rodrígue.s /Slves era e.studanto pf)bre e rez.» uma crô nica que durante os cinco anos de Panlicéia usou o mesmo chapéu d<* cliile. O Colégio Pedro II apresentava-.se co mo paradigma dos esla!)elecíincntos de ensino. O programa nujde'ava-se nos
prospcctüs dos liceus francc.st*.s. Minístravam-.se apenas noções de I*'ísica. Quíjnica e História Natural, inegàvelnieiite uma falha. Da Retórica, da Filo.sofia, da Jli.stória e da Poética, não se dcscnrava. Contrastavam-se, c<un o abandono dado cm
esses companheiros. O próprio Nabuco,
na educação, daque la concepção filosó fica que modernamente se convencionou
sociável e mundano, em trecbo conhe cido da "Minha formação", não o trata
pecto de disciplina intelectual.
as
de amigo mas de "camarada". Amigo dílet», dos tempos estudantis, ele o
I
Dcu-lhcs, porém, àqueles
w, •
Essa prcemincncia
reflexo, no ensino e
eram
que a ouviram, a coragem para, apesar
os sonhos.
minada, sobretudo,
engenharia. moniosas
pública pelas lições que aprenderam nos
preceptorcs, e que
Betim Pais Leme, na
suas relações com
mágoa a inju.stiça, a ingratidão, a frustra ção das esperanças e o malògro de todos,
em Minas foi di.ssc-
das chamadas "hu manidades" era o
Ceri-
Aqueles, cuja formação espiritual se orientou pelo "humanismo", pautavam, naturalmente, a sua atividade na vida
agrado dos antigos
Abílio.
geografia;
aplausos ou dos npupos e a sofrer sem
das matérias, a cul tura clássica, tão do
Janeiro de antanho; na
Ensinou-lhes ainda a desdenhar dos
deza.
Prevalecia,
pelo Caraça, e na Bahia pelo Colégio
to,
nem dignidade.
real interêsse pelo Grego, ensinado do quinto ao último
cronista do Rio de Alfredo Moreira Pin
lula "aspra o forte" não tem grandeza
todos os
ã n o.
Fazenda, o
Ilie.s as atitudes de serenidade e polídcz, sem as quais a arena política se transfor ma em uma ".seha selvaggia", onde a
anos do curso, c o
pois, na distribuição
Vieira
129
das ciências, a oijces.são do Latim, estu
marcou uma época no Colégio Pedro 11.
se na vida pública e profissional, os seus colegas de turma;
bilidade c aguçava-lhe a inteligência para a percepção mais apurada e a com preensão mais e.xata dos problemas hu manos, principalmente nos seus aspectos políticos, onde mais se faz sentir o hoinení, na sua fraqueza c na sua gran
2rfam do aluno que
Além de Joaquim Nabuco, projetaram-
Dk:ksto Econômico
denominar "humanismo", no
seu
as
encontrou em Artur Teixeira Leite, rico
O amor c o estudo das "littcrae humaniores", como fundamento primordial da educação do homem, sititava-o no
c gastador, que, mais tarde, cm São
plano do universal, afinava-llic a scnsi-
II !!■ II I
autores clássicos. A admiração leva à imitação. A intimidade constante com a
História ensinou-lhos a contingência e a relatividade da ação política na mutabilidade da sua perspectiva. Tal experiência lhes imunizava o espírito contra as paixões momentâneas, incompatíveis com a primazia das fun ções intelectuais na vida pública, que eles pregavam e encareciam. Revestiu-
de tudo, atenderem à gloriosa vocação política. Descrevendo a superioridade da cul
tura clássica, verifico que tracei o per fil político do filho de Cuaratinguetá. Essa compreensão do universal, uma
característica de estadista que nele des pontava, é que o levou em plena guer
ra do Paraguai a versar, no primeiro ano da Faculdade de Direito dc São
Dicestí) &x>n6mi< o
130
Paulo, a tese <lc que a* guerras preven tivas são contrárias à verdade, à ra
zão e à justiça, e a narrar, com amargu ra e revolta, o martírio da heróica na
ção polonesa, oprimida pelo colosso mos covita, já naquela época o terror das nações inermes.
>'■
Desconheço qualquer atividade estri
P>rr
tamente literária de Rodrigues Alves, na Academia. Sei que era sensível à divina arte e abominava Alfredo Musset.
Em idade provecla, ainda reproduzia de cor versos de Castro Alves, que ouviu recitados pelo "poeta dos escravos". Companheiro de banco do moço-prodígio, viu em inúmeras ocasiões o vate lançar ao papel, em improvisos desconcertantes, as poesias imortais que o ídolo da juventude, José Bonifácio, o Moço, lhe dava a honra de repetir nos saraus paulistanos. Castro Alves não se dedicava ao estudo do Direito e não
poucas vezes se amparou no saber do colega para não se deslustrar nas saba tinas. De uma feita, conseguiu ate me lhor nota. Não fôsse êle poeta e amado dos professôresl. . . Não posso asse verar se Rodrigues Alves fêz parte do Ateneu Paulistano, que foi presidido por Rui Barbosa, sucessor de Joaquim Nabuco e em cujo corpo de redação o orador e o dramaturgo formavam com Castro Alves um triunvirato que a poste ridade consagrou.
O Ateneu Paulistano foi instituição
vendo e constituíam cm teinpo.s idos um delicioso regalo do espírito.
Cahr.il. cpu' vrpresentavu o Ensaio Filo
.seguia as in.spiroçocs do seu tempera
entusiasmo incontido, presente à cerimô
Rodrigues Alves não era sonhador c
mento realístico. .No "Núcleo Jurídico",
rápida foi a sua ascensão aos postos de comando: Orador, Juiz dc Direito, Pre sidente, cm .substituição a Abreu Lima.
auditório".
Müuvc quem insinuasse ter sido Ro
Monopolizava o diligente estudante <»
Em dia de abril de LS70, insta!ava-se. com grande pompa, na sede da "Loja Amizade, a "Fratcr„iz;,^-ao", socieda
ções que êle relatou, tódas dc Direito
Criminal;
"Em que difere a fa'sidnde
do estelionato?"
"São justas as disposi
ções do Código Criminal sôbre infanticídio?" "Pode pelo nos.so Código Cri minal .ser a falsidade elemento dc outro
crime que se lhe seguiu?" Não sendo objeto de exame as maté rias de Direito Civil c Comercial, e dada
a sua organização de "juíze.s, promotorc.s, delegados, escrivães", parcce-me
que aquela instituição, que teve vida longa, nada mai.s era do que aula prá tica dc Direito Criminal, com as ses
sões de júri, tão necessárias para habili tar o estudante no exercício da ativida
de profissional: o mais impetuoso de seus associados, o admirado de Rui, bacharelando Martim Cabral, defendia
quase diàríamente réus no fôro da ca pital.
Com aquela impressão emitida, não desmereço o valor da sociedade nem o
prestígio que desfrutava nos meios aca dêmicos.
exemplo, descreve o que foi a soleni
ordens do dia revelavam ânsia de co
dade de encerramento dos trabalhos do
■■ >.
nia, tocaram ao filho de Cuaralinguelá, <|uo espalhou chuva de pérola sôbre o
e.xame das teses jurídicas c posso citar os títulos de algumas des.sas disserta
que dignificou aquela geração de idea
a influência de Sliakespeare no teatro moderno?", são temas que não têm sen tido nas horas velozes que estamos vi
sófico. Mas as honras da festa, no testemunho de nin contemporâneo, do
drigues Alves "escravocrata". Desmen
listas. As teses que figuravam em suas
nhecimento dos seus autores e preo cupação dos estudos desinteressados. "Qual a verdade sobre Catilina"? "Qual
DrcESTO EcoNÓNnco
O "Correio Paulistano", por
"Núcleo Jurídico" quando Rodrigues Al ves cursava o quarto ano. Foi êle quem
proferiu o discurso oficial, aplaudido pela
tem e.ssu aleivosia os Anais desta Casa.
bacharelando Francisco de Paula Rodrí-
pics Alves que, segundo as crônicas do.s jornais do tempo, confirmou com a sua oraçao a fama de orador exímio.
Ho-
sana aos moços que, sendo fé e sendo esperança, se sublimavam com aquele
gesto na prática da caridade, que é amor!
Não vou tentar o paralelo da sua atuação no mo\imcnlo abolicionista aca
dêmico com a de Rui.
entre outros, o famoso orador Padre Chico. Lideravam o movimento estu dantes de Direito. O fato teve imensa
da Virgínia brasileira \abrava de eloqüên
repercussão na Academia. É que, entre as sociedades secretas que pululavam na Faculdade, existia desde 1864 a "Fra ternidade", a primeira que no Brasil le
vantou o facho da liberdade do negro e com ramificações em todo o país. Rui propôs, cm reunião realizada no dia imediato, que a "Fraternidade" se tor nasse pública. Sugeriu, então, o nome de "Fraternidade Primeira" para con servar a antiga denominação e diferen çar-se da outra. Com Joaquim Matoso © Santos Lôbo, Rui redige os estatutos.
Aí aparece Rodrigues Alves.
É quem
vai, com Ferreira Nobre e Teixeira de
No Club Ra
dical, nos comícios populares, o filho
cia. Em frases candentes, não poupa va o regime em vigor. Advertia sempre, como um Isaías, aos humildes, aos so-.
fredores, ao lado dos quais sempre es
teve, que os povos são cúmplices de seus tiranos.
Rodrigues Alves, temperamento dis
creto, não amava o proscênio, a rua. Lomprazia-se na penumbra. Mas nunca proclamar, com altivez e sin
ceridade, as suas convicções, nos momen tos precisos.
Estava concluída a guerra do Para^ai. Num dia de sol, regressava à Pauic la um punhado de voluntários pau
listas. O povo apinhava-se no pátio da
Carvalho, historiar toda a vida secreta
® aguardava a chegada soldados que iriam render graças dos ao
da "Fraternidade", circunstância que nos
Senhor.
leva a supor que não era um noviço no
Os acadêmicos estenderam-se em fren
grêmio abolicionista. Ainda outra par ticularidade, reveladora do alto conceito que usufraía entre os companheiros: foi,
te aos voluntários, enquanto Rodrigues
com Luís Gama e Rui Barbosa, incum bido de defender os indivíduos mantidos
atada à bandeira nacional.
cm cativeiro ilegal e advogar as causas
pati-iótíco. O desfile das fôrças armadas
dos escravos desamparados de seus
me assistência feminina.
senhores.
ainda a palavra fulgurante de Martim
tando trés escravos, paraninfados pelo
de abolicionista da qual fêz parle,
mocidade e prestigiado por uma enor Fêz-se ouvir
rizou logo após, rm noite de ga'a. liber
A "Fraternidade Primeira" se exterio-
Alves oferecia aos heróis uma coroa de ouro e prata, de fino lavor, que foi
São Paulo vivia dias de intenso júbilo que regressavam, dos campos da luta provocava emoções indizíveis. Rui, tem peramento essencialmente político e
Dicestí) &x>n6mi< o
130
Paulo, a tese <lc que a* guerras preven tivas são contrárias à verdade, à ra
zão e à justiça, e a narrar, com amargu ra e revolta, o martírio da heróica na
ção polonesa, oprimida pelo colosso mos covita, já naquela época o terror das nações inermes.
>'■
Desconheço qualquer atividade estri
P>rr
tamente literária de Rodrigues Alves, na Academia. Sei que era sensível à divina arte e abominava Alfredo Musset.
Em idade provecla, ainda reproduzia de cor versos de Castro Alves, que ouviu recitados pelo "poeta dos escravos". Companheiro de banco do moço-prodígio, viu em inúmeras ocasiões o vate lançar ao papel, em improvisos desconcertantes, as poesias imortais que o ídolo da juventude, José Bonifácio, o Moço, lhe dava a honra de repetir nos saraus paulistanos. Castro Alves não se dedicava ao estudo do Direito e não
poucas vezes se amparou no saber do colega para não se deslustrar nas saba tinas. De uma feita, conseguiu ate me lhor nota. Não fôsse êle poeta e amado dos professôresl. . . Não posso asse verar se Rodrigues Alves fêz parte do Ateneu Paulistano, que foi presidido por Rui Barbosa, sucessor de Joaquim Nabuco e em cujo corpo de redação o orador e o dramaturgo formavam com Castro Alves um triunvirato que a poste ridade consagrou.
O Ateneu Paulistano foi instituição
vendo e constituíam cm teinpo.s idos um delicioso regalo do espírito.
Cahr.il. cpu' vrpresentavu o Ensaio Filo
.seguia as in.spiroçocs do seu tempera
entusiasmo incontido, presente à cerimô
Rodrigues Alves não era sonhador c
mento realístico. .No "Núcleo Jurídico",
rápida foi a sua ascensão aos postos de comando: Orador, Juiz dc Direito, Pre sidente, cm .substituição a Abreu Lima.
auditório".
Müuvc quem insinuasse ter sido Ro
Monopolizava o diligente estudante <»
Em dia de abril de LS70, insta!ava-se. com grande pompa, na sede da "Loja Amizade, a "Fratcr„iz;,^-ao", socieda
ções que êle relatou, tódas dc Direito
Criminal;
"Em que difere a fa'sidnde
do estelionato?"
"São justas as disposi
ções do Código Criminal sôbre infanticídio?" "Pode pelo nos.so Código Cri minal .ser a falsidade elemento dc outro
crime que se lhe seguiu?" Não sendo objeto de exame as maté rias de Direito Civil c Comercial, e dada
a sua organização de "juíze.s, promotorc.s, delegados, escrivães", parcce-me
que aquela instituição, que teve vida longa, nada mai.s era do que aula prá tica dc Direito Criminal, com as ses
sões de júri, tão necessárias para habili tar o estudante no exercício da ativida
de profissional: o mais impetuoso de seus associados, o admirado de Rui, bacharelando Martim Cabral, defendia
quase diàríamente réus no fôro da ca pital.
Com aquela impressão emitida, não desmereço o valor da sociedade nem o
prestígio que desfrutava nos meios aca dêmicos.
exemplo, descreve o que foi a soleni
ordens do dia revelavam ânsia de co
dade de encerramento dos trabalhos do
■■ >.
nia, tocaram ao filho de Cuaralinguelá, <|uo espalhou chuva de pérola sôbre o
e.xame das teses jurídicas c posso citar os títulos de algumas des.sas disserta
que dignificou aquela geração de idea
a influência de Sliakespeare no teatro moderno?", são temas que não têm sen tido nas horas velozes que estamos vi
sófico. Mas as honras da festa, no testemunho de nin contemporâneo, do
drigues Alves "escravocrata". Desmen
listas. As teses que figuravam em suas
nhecimento dos seus autores e preo cupação dos estudos desinteressados. "Qual a verdade sobre Catilina"? "Qual
DrcESTO EcoNÓNnco
O "Correio Paulistano", por
"Núcleo Jurídico" quando Rodrigues Al ves cursava o quarto ano. Foi êle quem
proferiu o discurso oficial, aplaudido pela
tem e.ssu aleivosia os Anais desta Casa.
bacharelando Francisco de Paula Rodrí-
pics Alves que, segundo as crônicas do.s jornais do tempo, confirmou com a sua oraçao a fama de orador exímio.
Ho-
sana aos moços que, sendo fé e sendo esperança, se sublimavam com aquele
gesto na prática da caridade, que é amor!
Não vou tentar o paralelo da sua atuação no mo\imcnlo abolicionista aca
dêmico com a de Rui.
entre outros, o famoso orador Padre Chico. Lideravam o movimento estu dantes de Direito. O fato teve imensa
da Virgínia brasileira \abrava de eloqüên
repercussão na Academia. É que, entre as sociedades secretas que pululavam na Faculdade, existia desde 1864 a "Fra ternidade", a primeira que no Brasil le
vantou o facho da liberdade do negro e com ramificações em todo o país. Rui propôs, cm reunião realizada no dia imediato, que a "Fraternidade" se tor nasse pública. Sugeriu, então, o nome de "Fraternidade Primeira" para con servar a antiga denominação e diferen çar-se da outra. Com Joaquim Matoso © Santos Lôbo, Rui redige os estatutos.
Aí aparece Rodrigues Alves.
É quem
vai, com Ferreira Nobre e Teixeira de
No Club Ra
dical, nos comícios populares, o filho
cia. Em frases candentes, não poupa va o regime em vigor. Advertia sempre, como um Isaías, aos humildes, aos so-.
fredores, ao lado dos quais sempre es
teve, que os povos são cúmplices de seus tiranos.
Rodrigues Alves, temperamento dis
creto, não amava o proscênio, a rua. Lomprazia-se na penumbra. Mas nunca proclamar, com altivez e sin
ceridade, as suas convicções, nos momen tos precisos.
Estava concluída a guerra do Para^ai. Num dia de sol, regressava à Pauic la um punhado de voluntários pau
listas. O povo apinhava-se no pátio da
Carvalho, historiar toda a vida secreta
® aguardava a chegada soldados que iriam render graças dos ao
da "Fraternidade", circunstância que nos
Senhor.
leva a supor que não era um noviço no
Os acadêmicos estenderam-se em fren
grêmio abolicionista. Ainda outra par ticularidade, reveladora do alto conceito que usufraía entre os companheiros: foi,
te aos voluntários, enquanto Rodrigues
com Luís Gama e Rui Barbosa, incum bido de defender os indivíduos mantidos
atada à bandeira nacional.
cm cativeiro ilegal e advogar as causas
pati-iótíco. O desfile das fôrças armadas
dos escravos desamparados de seus
me assistência feminina.
senhores.
ainda a palavra fulgurante de Martim
tando trés escravos, paraninfados pelo
de abolicionista da qual fêz parle,
mocidade e prestigiado por uma enor Fêz-se ouvir
rizou logo após, rm noite de ga'a. liber
A "Fraternidade Primeira" se exterio-
Alves oferecia aos heróis uma coroa de ouro e prata, de fino lavor, que foi
São Paulo vivia dias de intenso júbilo que regressavam, dos campos da luta provocava emoções indizíveis. Rui, tem peramento essencialmente político e
X.
iV Pt7
Dícksto Econômico
nif;nsTf»
F.roN(')Miro
lv33
132
apaixonado, pede, em oração arrebata dora, o auxílio das tropas para a liber tação dos pretos. Cindeni-se as opi
niões.
Ap)ínidem-no os abolicionistas.
que nos banhados do Paraguai dcr.un
btjn > librr.il com intrcpidv/. O imberb •
demonstração vi\a de dedicação à terra estremecida. Fè-Io cm térmos de refíilgcnle patrioli.sim). Êssc episódio retrata duas couccpç-ões
Rui Barbosa, t) caçula do grupo, fi)i
alvo nessa oc;»viãt) di' \'iolenta campa nha, tendo sido olirlgado. pelas colunas
videue.a.s necessárias.
da seção )i\rc cio "Correio Paulistano",
corrida assembléia e designa um estu
da o|X)rluiiÍdatle, define tluas iiuntaü-
a se defender dos atac]ues do jornal fun dado pelos preparatorianos, o "Quin/e
Apupam-no os escravistas, com ameaças de reação material. A Câmara Munici pal quase suspende o Iríduo das festas populares. O diretor da Faculdade, dr. Falcão Filho, tenta intimidar o irrequie
piradas em amor ao torrão natal, do qual, em longa existência, foram Síunprc
de Outiibro", data do famoso diseiirso.
to estudante. Nada, porém, o demove.
fiéis servidores.
desfêcho, no meio ae:mbado de São
dades. Ambas r<'speitávcis. Ambas ins
Pode-se avaliar a repercuss.ão daquele
pcreeessr nm.í lradivãf> tão cara aos e.s-
hidantcs, propôo-se. em 1870. recrguèa. Promovo uma reunião para as proPreside a con
dante a fim de em cada ano convocar os colegas. Nomeia o estimado Artui 1 eixeira Leite, o confidente o leal CM>m-
panheiro do todos os tempos, para con gregar a turma que se despedia.
Da sacada do Hotel de França, cm duas
O grande acontecimento da Academia
Paulo, (jno girava em lõmo da velha
Designa as eleições três dias após e
noites consecutivas, a cena se reproduz.
era o da eleição do redalor-chefc da
aeadoniia, com o ter sido esse o único
permite que os "bichos" concorram ao
Querendo tirar partido para a causa
Imprensa Acadêmica. A explicação nao
que com tanto denôdo encarnava, o sa
é difícil: o redator-chefe era o mentor
assunto a ocupar, cm dias seguidos, a . seção li\ re de ttídos os matutinos pau
dato único. Os estudantes liberais, po
listanos.
Uodrígues Al\'es figurava en
tre os (|ue suslenla\'am a proposta de Cândido Leitão de equiparar os "bichos" ao."> acadêmicos de Direito.
tlime agitador, que se achava ao lado
político da mocidade e a distinção con
de Américo de Campos, investe contra
ferida ao aluno que detivesse o primado da aplicação. Em 1868, Cândido Lei tão, que exercia aquele alto cargo, pro pôs direito de voto aos prcparatorianos.
os adversários e lança os dardos da sua
palawa • contra a nefanda Instituição. Êle era assim.
Rodrigues Alves, sereno e prudente, com o seu discurso, vivamente e por toda a população aclamado, visava outro
objetivo: testemunhar a admiração e o reconhecimento dos estudantes àqueles
dores e movidos pela paixão da políti ca externa, se apóiam na maioria dos preparatorianos e lançam, à undécima
há elogio maior do que o dizer-se não ler sido êle übscurecido pelo sol que surgia.
se separadamente, em todos os anos, e
Em 1869, juntamente com Rui, foi o
de tôdas foi a mais disputada. Apurado,
aluno preferido pelos quartanistas para redalnr-chefo da "Imprensa Acadêmi
no mesmo dia, o resultado, com a e.x-
ca".
realizou depois, Afonso Pena alcançou
Rui esta\a, porém, todo imbuído de idéias avançadas, revolucionárias para a época, c SC desinteressara da Imprensa
95 votos G Rodrigues Alves 90. Tendo,
Acadêmica. '
rém, acirrados com os colegas conserva
hora, a candidatura de Afonso Pena, que nao liavia comparecido à reunião. A eleição da "Imprensa Acadêmica", de acôrdo com o regimento, procedeu-
O moço de Guaratinguetn já se tinha impôsto, nos domínios do pensamento, como figura destacada na turma e não
r-.a-
pleito. Supunham todos ser êle candi
Em reunião do Clube Ra
clusão do quinto ano, cuja eleição se porém, Rodrigues Alves, em sua turma,
obtido 20 sufrágios e o seu competidor apenas 15, o resultado final terminou
dical, lançou a idéia de um jornal que
em empate.
iria pregar os idciais mais tarde transfor
Afonso Pena era amigo e admirador de Rodrigues Alves. Compulsei uma
mados em realidade, graças, sobretudo, ao seu apostolado ininterrupto. Vem
para a praça piiblica realizar confe rências sôbre o elemento servil, a des
Apesar do prestígio até então dominador de Joaquim Nabuco, que encaminhou a
centralização, a crise política, usando uma linguagem nova, em que profliga o presente e antecipa o futuro. A Imprensa Acadêmica suspendeu, em
discussão, a medida foi rejeitada. É que acabava de chegar da Bahia um moço de estranho valor, que enfrentou o tri-
1869, sua publicação. Rodrigues Alves, espírito conservador e obstinado, já no quinto ano do curso, para que não
carta sua, datada em 1871, em que o trata de "Alves", reclama com ternura o retrato prometido e o concita a de
fender tese para conquistar a láiuea de doutor em borla e capelo. Sendo amigos e probos nas convicções, afastou-se a hipótese do sorteio e assu miram ambos, por uma exceção, a che
fia da Imprensa Acadêmica. Um e oulTo eram católicos fervorosos.
Em
X.
iV Pt7
Dícksto Econômico
nif;nsTf»
F.roN(')Miro
lv33
132
apaixonado, pede, em oração arrebata dora, o auxílio das tropas para a liber tação dos pretos. Cindeni-se as opi
niões.
Ap)ínidem-no os abolicionistas.
que nos banhados do Paraguai dcr.un
btjn > librr.il com intrcpidv/. O imberb •
demonstração vi\a de dedicação à terra estremecida. Fè-Io cm térmos de refíilgcnle patrioli.sim). Êssc episódio retrata duas couccpç-ões
Rui Barbosa, t) caçula do grupo, fi)i
alvo nessa oc;»viãt) di' \'iolenta campa nha, tendo sido olirlgado. pelas colunas
videue.a.s necessárias.
da seção )i\rc cio "Correio Paulistano",
corrida assembléia e designa um estu
da o|X)rluiiÍdatle, define tluas iiuntaü-
a se defender dos atac]ues do jornal fun dado pelos preparatorianos, o "Quin/e
Apupam-no os escravistas, com ameaças de reação material. A Câmara Munici pal quase suspende o Iríduo das festas populares. O diretor da Faculdade, dr. Falcão Filho, tenta intimidar o irrequie
piradas em amor ao torrão natal, do qual, em longa existência, foram Síunprc
de Outiibro", data do famoso diseiirso.
to estudante. Nada, porém, o demove.
fiéis servidores.
desfêcho, no meio ae:mbado de São
dades. Ambas r<'speitávcis. Ambas ins
Pode-se avaliar a repercuss.ão daquele
pcreeessr nm.í lradivãf> tão cara aos e.s-
hidantcs, propôo-se. em 1870. recrguèa. Promovo uma reunião para as proPreside a con
dante a fim de em cada ano convocar os colegas. Nomeia o estimado Artui 1 eixeira Leite, o confidente o leal CM>m-
panheiro do todos os tempos, para con gregar a turma que se despedia.
Da sacada do Hotel de França, cm duas
O grande acontecimento da Academia
Paulo, (jno girava em lõmo da velha
Designa as eleições três dias após e
noites consecutivas, a cena se reproduz.
era o da eleição do redalor-chefc da
aeadoniia, com o ter sido esse o único
permite que os "bichos" concorram ao
Querendo tirar partido para a causa
Imprensa Acadêmica. A explicação nao
que com tanto denôdo encarnava, o sa
é difícil: o redator-chefe era o mentor
assunto a ocupar, cm dias seguidos, a . seção li\ re de ttídos os matutinos pau
dato único. Os estudantes liberais, po
listanos.
Uodrígues Al\'es figurava en
tre os (|ue suslenla\'am a proposta de Cândido Leitão de equiparar os "bichos" ao."> acadêmicos de Direito.
tlime agitador, que se achava ao lado
político da mocidade e a distinção con
de Américo de Campos, investe contra
ferida ao aluno que detivesse o primado da aplicação. Em 1868, Cândido Lei tão, que exercia aquele alto cargo, pro pôs direito de voto aos prcparatorianos.
os adversários e lança os dardos da sua
palawa • contra a nefanda Instituição. Êle era assim.
Rodrigues Alves, sereno e prudente, com o seu discurso, vivamente e por toda a população aclamado, visava outro
objetivo: testemunhar a admiração e o reconhecimento dos estudantes àqueles
dores e movidos pela paixão da políti ca externa, se apóiam na maioria dos preparatorianos e lançam, à undécima
há elogio maior do que o dizer-se não ler sido êle übscurecido pelo sol que surgia.
se separadamente, em todos os anos, e
Em 1869, juntamente com Rui, foi o
de tôdas foi a mais disputada. Apurado,
aluno preferido pelos quartanistas para redalnr-chefo da "Imprensa Acadêmi
no mesmo dia, o resultado, com a e.x-
ca".
realizou depois, Afonso Pena alcançou
Rui esta\a, porém, todo imbuído de idéias avançadas, revolucionárias para a época, c SC desinteressara da Imprensa
95 votos G Rodrigues Alves 90. Tendo,
Acadêmica. '
rém, acirrados com os colegas conserva
hora, a candidatura de Afonso Pena, que nao liavia comparecido à reunião. A eleição da "Imprensa Acadêmica", de acôrdo com o regimento, procedeu-
O moço de Guaratinguetn já se tinha impôsto, nos domínios do pensamento, como figura destacada na turma e não
r-.a-
pleito. Supunham todos ser êle candi
Em reunião do Clube Ra
clusão do quinto ano, cuja eleição se porém, Rodrigues Alves, em sua turma,
obtido 20 sufrágios e o seu competidor apenas 15, o resultado final terminou
dical, lançou a idéia de um jornal que
em empate.
iria pregar os idciais mais tarde transfor
Afonso Pena era amigo e admirador de Rodrigues Alves. Compulsei uma
mados em realidade, graças, sobretudo, ao seu apostolado ininterrupto. Vem
para a praça piiblica realizar confe rências sôbre o elemento servil, a des
Apesar do prestígio até então dominador de Joaquim Nabuco, que encaminhou a
centralização, a crise política, usando uma linguagem nova, em que profliga o presente e antecipa o futuro. A Imprensa Acadêmica suspendeu, em
discussão, a medida foi rejeitada. É que acabava de chegar da Bahia um moço de estranho valor, que enfrentou o tri-
1869, sua publicação. Rodrigues Alves, espírito conservador e obstinado, já no quinto ano do curso, para que não
carta sua, datada em 1871, em que o trata de "Alves", reclama com ternura o retrato prometido e o concita a de
fender tese para conquistar a láiuea de doutor em borla e capelo. Sendo amigos e probos nas convicções, afastou-se a hipótese do sorteio e assu miram ambos, por uma exceção, a che
fia da Imprensa Acadêmica. Um e oulTo eram católicos fervorosos.
Em
■w
I,
f
Du. KATO Eco NÓ MICO
134
matéria religiosa, de dificil harmo nia, e que desperta maior paixão, não haveria, pois, dificuldades. Nas demais, o patriotismo deu a solução: Afonso Pena éscrcxeu sobre assuntos econômi
cos e Rodrigues Al\'es ventilou proble mas internacionais', em que demonstrou possuir apreciáveis conhecimentos de História.
Mantiveram-se ambos em ter
reno político neutro, com galhardia e elevação.
"Dr. Fausto", p.seudônimo atribuídíí
ao dr. Melo Alves, que foi mais tarde Ministro do nosso Tribunal de Justiça, em "Ligeiro Retrospecto da Academia de São Paulo em 1871", apreciava me lhor Rodrigues Alves na "Opinião Con servadora" do que na "Imprensa Aca dêmica". Naquela, a sua pena era mais livre; nesta, .sentía-se tolhido em ex-
pender as suas idéias políticas para não se afastar da linha de rigorosa imparcia lidade a que espontaneamente se sub meteu.
Outra não foi a minha impressão ao manusear fôlhas de jornais amarelecidas pelo tempo. Substituto de João Mendes de Almeida, na página de honra da "Opi nião Conservadora", Rodrigues Alves, durante seis meses, discutiu, com lógica e estupenda correção de linguagem, os mais variados problemas de governo, sem se esquecer, todavia, de analisar o drama comovente que a velha Europa oferecia com a França esmagada pela Alemanha. Rodrigues Alves, que detestava o abso-
íulismo .wm concordar í-om os r.x»gcros
O GERENTE E O POLÍTICO
do radic-ali-^mo, fez a sua profissão do
fé, na "Opinião Conservadora", pregan do a liberdade pela Constituição, a edu
cação do homem pela rehgiao e a pros
peridade da Nação pela agricultura.
"Dr. Fausto" considerava Afonso Vcna
bom argumcntador n talliado a notável
CÂNDIDO Mota Filho
o.M a profunda crise que atravessa a civilização, onrlqucccu-se a cultura
conhecida pdo.s leilore.s de língua por-
política. O pensamento, como instnimento de ndaptaçao social, funciona como ídnal de alarma. Quando as coisas
nca, nao .se documenta com ela, mas sc
advogíído. mais aplicado ao Oircilo c
vão mal, ele vai bem. porque uma das suas funções principais é a de apon
porem, em .sua profecia, quando, depois
tar os perigos c dc iluminar os cami
menos orador do que o rival.
Falhou,
de asseverar que a vocação de Rodri
gues Alves seria para a tribuna c a im
prensa, enfaticamente^ afirmou que fa lharia na administração.
Em 5 de novembro de 1870, data em
que Rodrigues Alves colou grau de
bacharel cm Direito, em nota publicada
na "Opinião Conservadora", João Men des, sugerindo o nome de Rodrigues
Alves ao Partido, do qual era o chefe incontestado, assim se expressou: "Cará ter sisudo, inteligência cultivada, idéias sãs, são elementos valiosíssimos que o sr.
Rodrigues Alves pora a serviço da Pá tria se quiser dedicar-se à carreira po lítica".
nhos escuros.
Quando começou a acentuar-se, de
pois da guerra de 1914, a desorganiza-* ção institucional dos povos, começa
ram a aparecer obra.s dc pensamento po lítico.
O próprio intelectual puro co
meçou a tomar partido.
O romance
político passou para a linha de frente,
empurrando para trás os romances amo rosos e sentimentais.
E, com a Segun
da Guerra Mundial, não se sente c não
se pensa senão politicamente.
O su
lugue.«;a. Não jirocura a coerência liistó-
ulihzn dos acontecimentos e. principalmcn e, da literatura para confirmar suas deias e esclarecer seus pontos de vissuas páginas não SO/!' Hobbes reqüentain e Marx, como ainda Ber-
nard Shaw ou Anthony Trollopc.
A leitura dos temas graves, por isso
mosmo, se toma, além de interessante,
agradavol.
Convém assinalar, entre
tanto, os capítulos referentes à econo mia. Na sua crítica ao marxismo man
tém o pi-ocesso lógico do pensamento mg.t^. E, assim, escreve, por e.xemplo: - Os leitores de Marx recordarão como este gostava do exemplo do homem que troca a Bíblia pela aguardente.
Um^ marxista notará isso, esquecendo-se
cesso dc um Silone, de um Malraux
porem de que um outro homem trocou
ou de um Koestler é, inegàvelmente, sucesso literário, ma.s é, sobretudo, su cesso político.
modo de raciocinar, ôle procura mostrar
Com isso, criou-se,
além do mais,
a a^iarclente pela Bíblia." E, com êsse
a insuficiência do marxismo, uma vez que a economia não cuida da permuta de uma só classe de necessidades.
Rodrigues Alves atendeu ao apôlo de João Mendes. Só foi político: "político
uma curiosidade popular pela literatu ra política. A preocupação tática dos
seu sentido nobre e verdadeiro. Dedi cou a vida exclusivamente ao conche-
livros de divulgação do stalínismo-marxista concorreu para a ampliação dessa
• 1 us^ la são instrutivas consagrac à pitorescas. revolução m Iara afirmar que o industrialismo não surgiu de um momento para outro, mas
serviços de tal relevância, que o sagra ram imortal na História brasi'eira.
curiosidade. E ela vai-se elevando até as obras de valor filosófico dos doutrina-
radas pelo progresso, agarra-se a um
dores políticos e da teoria geral do
profissional", tomada essa expressão em
go do lar e à Pátria, u qual prestou
Insiste-se na afirmação de que a borracha oriental ainda esta lonfi^e de sujmr
suficientemente os mercados americanos e europeus, pelo que não há perigo irnediá' to de afetação dos preços. A verdade, porém, é que o produto das índias Holande
sas tem tanta importância para a economia dos seus donos que será o motivo princival da paz. Ora, se a borracha orienLal pode obrigar a paz muito mais rapida mente do que se supõe, chegará aos mercaaos e influirá, como sempre, nos preços. Há um evidente perigo em se .subestimar êste fato.
comunistas de conduzir até ás massas os
Estado.
E, entre as mais lidas, está
toi um aspecto das transformações ope
dos^ personagens de Welles, para dizer:
— este progresso continua marchando".
o ensaio de Lindsay sôbre o Estado de mocrático moderno, obra que foi patro cinada pelo Royal Instituto of Intema-
Mas, mesmo assim os efeitos dessa re
tional Affairs.
pela mesma porta que a liberdade de
Lindsay é um temperamento multo ^ diferente do temperamento do profes sor Laski, cuja obra já é amplamente
volução foram radicais. "Vemos, diz ele, que a liberdade econômica entrou
espírito. . . E o progresso técnico é fi
lho dessas liberdades. Numa época me
nos religiosa, converteu-se a liberdade
■w
I,
f
Du. KATO Eco NÓ MICO
134
matéria religiosa, de dificil harmo nia, e que desperta maior paixão, não haveria, pois, dificuldades. Nas demais, o patriotismo deu a solução: Afonso Pena éscrcxeu sobre assuntos econômi
cos e Rodrigues Al\'es ventilou proble mas internacionais', em que demonstrou possuir apreciáveis conhecimentos de História.
Mantiveram-se ambos em ter
reno político neutro, com galhardia e elevação.
"Dr. Fausto", p.seudônimo atribuídíí
ao dr. Melo Alves, que foi mais tarde Ministro do nosso Tribunal de Justiça, em "Ligeiro Retrospecto da Academia de São Paulo em 1871", apreciava me lhor Rodrigues Alves na "Opinião Con servadora" do que na "Imprensa Aca dêmica". Naquela, a sua pena era mais livre; nesta, .sentía-se tolhido em ex-
pender as suas idéias políticas para não se afastar da linha de rigorosa imparcia lidade a que espontaneamente se sub meteu.
Outra não foi a minha impressão ao manusear fôlhas de jornais amarelecidas pelo tempo. Substituto de João Mendes de Almeida, na página de honra da "Opi nião Conservadora", Rodrigues Alves, durante seis meses, discutiu, com lógica e estupenda correção de linguagem, os mais variados problemas de governo, sem se esquecer, todavia, de analisar o drama comovente que a velha Europa oferecia com a França esmagada pela Alemanha. Rodrigues Alves, que detestava o abso-
íulismo .wm concordar í-om os r.x»gcros
O GERENTE E O POLÍTICO
do radic-ali-^mo, fez a sua profissão do
fé, na "Opinião Conservadora", pregan do a liberdade pela Constituição, a edu
cação do homem pela rehgiao e a pros
peridade da Nação pela agricultura.
"Dr. Fausto" considerava Afonso Vcna
bom argumcntador n talliado a notável
CÂNDIDO Mota Filho
o.M a profunda crise que atravessa a civilização, onrlqucccu-se a cultura
conhecida pdo.s leilore.s de língua por-
política. O pensamento, como instnimento de ndaptaçao social, funciona como ídnal de alarma. Quando as coisas
nca, nao .se documenta com ela, mas sc
advogíído. mais aplicado ao Oircilo c
vão mal, ele vai bem. porque uma das suas funções principais é a de apon
porem, em .sua profecia, quando, depois
tar os perigos c dc iluminar os cami
menos orador do que o rival.
Falhou,
de asseverar que a vocação de Rodri
gues Alves seria para a tribuna c a im
prensa, enfaticamente^ afirmou que fa lharia na administração.
Em 5 de novembro de 1870, data em
que Rodrigues Alves colou grau de
bacharel cm Direito, em nota publicada
na "Opinião Conservadora", João Men des, sugerindo o nome de Rodrigues
Alves ao Partido, do qual era o chefe incontestado, assim se expressou: "Cará ter sisudo, inteligência cultivada, idéias sãs, são elementos valiosíssimos que o sr.
Rodrigues Alves pora a serviço da Pá tria se quiser dedicar-se à carreira po lítica".
nhos escuros.
Quando começou a acentuar-se, de
pois da guerra de 1914, a desorganiza-* ção institucional dos povos, começa
ram a aparecer obra.s dc pensamento po lítico.
O próprio intelectual puro co
meçou a tomar partido.
O romance
político passou para a linha de frente,
empurrando para trás os romances amo rosos e sentimentais.
E, com a Segun
da Guerra Mundial, não se sente c não
se pensa senão politicamente.
O su
lugue.«;a. Não jirocura a coerência liistó-
ulihzn dos acontecimentos e. principalmcn e, da literatura para confirmar suas deias e esclarecer seus pontos de vissuas páginas não SO/!' Hobbes reqüentain e Marx, como ainda Ber-
nard Shaw ou Anthony Trollopc.
A leitura dos temas graves, por isso
mosmo, se toma, além de interessante,
agradavol.
Convém assinalar, entre
tanto, os capítulos referentes à econo mia. Na sua crítica ao marxismo man
tém o pi-ocesso lógico do pensamento mg.t^. E, assim, escreve, por e.xemplo: - Os leitores de Marx recordarão como este gostava do exemplo do homem que troca a Bíblia pela aguardente.
Um^ marxista notará isso, esquecendo-se
cesso dc um Silone, de um Malraux
porem de que um outro homem trocou
ou de um Koestler é, inegàvelmente, sucesso literário, ma.s é, sobretudo, su cesso político.
modo de raciocinar, ôle procura mostrar
Com isso, criou-se,
além do mais,
a a^iarclente pela Bíblia." E, com êsse
a insuficiência do marxismo, uma vez que a economia não cuida da permuta de uma só classe de necessidades.
Rodrigues Alves atendeu ao apôlo de João Mendes. Só foi político: "político
uma curiosidade popular pela literatu ra política. A preocupação tática dos
seu sentido nobre e verdadeiro. Dedi cou a vida exclusivamente ao conche-
livros de divulgação do stalínismo-marxista concorreu para a ampliação dessa
• 1 us^ la são instrutivas consagrac à pitorescas. revolução m Iara afirmar que o industrialismo não surgiu de um momento para outro, mas
serviços de tal relevância, que o sagra ram imortal na História brasi'eira.
curiosidade. E ela vai-se elevando até as obras de valor filosófico dos doutrina-
radas pelo progresso, agarra-se a um
dores políticos e da teoria geral do
profissional", tomada essa expressão em
go do lar e à Pátria, u qual prestou
Insiste-se na afirmação de que a borracha oriental ainda esta lonfi^e de sujmr
suficientemente os mercados americanos e europeus, pelo que não há perigo irnediá' to de afetação dos preços. A verdade, porém, é que o produto das índias Holande
sas tem tanta importância para a economia dos seus donos que será o motivo princival da paz. Ora, se a borracha orienLal pode obrigar a paz muito mais rapida mente do que se supõe, chegará aos mercaaos e influirá, como sempre, nos preços. Há um evidente perigo em se .subestimar êste fato.
comunistas de conduzir até ás massas os
Estado.
E, entre as mais lidas, está
toi um aspecto das transformações ope
dos^ personagens de Welles, para dizer:
— este progresso continua marchando".
o ensaio de Lindsay sôbre o Estado de mocrático moderno, obra que foi patro cinada pelo Royal Instituto of Intema-
Mas, mesmo assim os efeitos dessa re
tional Affairs.
pela mesma porta que a liberdade de
Lindsay é um temperamento multo ^ diferente do temperamento do profes sor Laski, cuja obra já é amplamente
volução foram radicais. "Vemos, diz ele, que a liberdade econômica entrou
espírito. . . E o progresso técnico é fi
lho dessas liberdades. Numa época me
nos religiosa, converteu-se a liberdade
TW
nifiK-srti E< on6mk «»
Oi<;r_sT<> Econômico
138
do espírito ein liberdade de íuvesligaqão científica. A ciência c-om C maiús
.nicíis dc cKrátcr induMii-d nuiJ.a.n
límprf com «mn organizaç,'... Iccnica.
culo reclamou o direito de absoluta li
,,uc sr opOc à organizavat, niduslnul.
berdade de investigação, o direito e o dever de ir onde quisesse investigar a
•Todc-sr dizer -
verdade científica."
Com esse novo ímpeto cTcsceram as populações americanas e européias e au mentou também a riqueza. Antes da revolução industriai estavam, diz Lind-
say, os homens à mercê das forças da natureza. As más colheitas
significavam para muita gente a morte por inanição.
O industrialismo 'fêz surgir novas e perturbadoras pos sibilidades e, principalmen te, fêz com que os ricos se tomas.sem
imensamente
ricos. Porém, não fêz, co
mo muitos pensam, inclu sive os marxistas, os pobres mais pobres. Ao contrário até, o nível de vida se ele
vou, quando, no começo do século dezenove, o indus trialismo superou suas maiores dificuldades c deu motivo para a crença no aumento das possibilida des democráticas. A industrialização re
clama a educação e a educação é a base verdadeira de uma democracia.
Para Líndsay, o progresso técnico não se limitou a isso. Tomou possível uma área muito mais vasta para os governos democráticos. Líndsay, porém, não nos mostra só o lado construtivo da revolu
ção industrial, mas também aquilo que êle chama "o reverso da medalha". E
nesse reverso êle mostra o conflito en tre o interesse particularista e o,inte
resse público. Enquanto o campo de mocrático se alarga e com êle as pos sibilidades para o homem comum, co mo homem livre, as organizações econó-
Kslados totalitários anlidomocraltcos Moc nos últimos anos desafiaram os Es tados democráticos representam a apl.-
cacáo do modélo e da estrntnra .ndustriais ú vida df lúda a soccdade. A túcnica industrial aplicada ú cien-
ciu de governo foi uina fórmula decorrente não so da dcsordern democrática úlümo.s tempos, como tam
bém um resultante ideoló gico do ccononjísmo cres cente.
Produzir o mi>r
ximo com o mínimo de
tempo era uma fórmula
que a máquina ensinava e
que contrariava a demo
rada movimentação da.s instituições livres. Uma democracia dirigida por técnicos, precisos e exatos, orientada por previsões se
guras c ordenadas, dispos ta dentro de planejamentos ^cuidadosa mente construídos, seria cntao o ideal. Assim, a crescente socialização da vi da política reclamava um crescente po
der de organização. A política inipedia, no encontro das disputas partidá rias, com o jôgo livre das opiniões, a eficiência, que é a grande preocupação do homem moderno. Mas essa eficicn-
cia, explicável no campo econômico, tomava-se contraditória e ameaçadora no campo político. Líndsay chega a ver mesmo o "caráter anti-democrático da
organização dos negócios". E isto sc explica porque a eficiência cie uma fa brica depende da disciplina e da di reção. "A organização e direção dos homens - escreve ôlc - converteu-se
em um fator extremamente importante para a produção. O trabalhador fabril uâo pode \euder .sou trabalho sem N"cndc»*. ao mesmo tempo, ao seu patrão o tllreito a govi nuir e a disciplinar a fálirica." E acrescenta: -7- "O governo da
trar que. muito embora essa influcnvia da administração industrial na vida política fosse um ma), decorre ela de
indústria
no\'e. enquanto que os países inclu.s-
ele — na época moderna tem sobre a sociedade o mesmo efeito que o do t \crcito. Os trabalhos que realizam os homens, cm .suas relações mútuas, são
triais se- iam fazendo democráticos, a estrutura de suas indústrias se ia tor
regidos pelas exigências da organização de negócio, e uni negócio, como qual-
nando oligárqnlca ou aulocrática". E dá como exemplo dêsse critério de ge rência anti-domocrática, a organização
(picr outra, ê uma ovganiz;ição ã par te. Para fins de negócios, tratam-se os
moderna não é democrático;
lio seu conjunto é o contrário disso. E' curioso até como, durante o século cle/.c-
um êrro de visão. Negócio é negócio e
política c política. "Ó dcseinolvimcnto das org;iniz;içx)os industriais — escreve
da Rússia \'ermelha, onde o Estado se
homens como so podem tratar para fins militares, como parte de uma máquina.
organizou dentro do espírito de fábri ca. Nela, conforme a opinião de Ber-
dade democrática que é, como diz
trand Russel, "a direção cientifica ar
rebata cada vez mais a iniciativa da mão dos trabalhadores e concentra tô-
Porém, isso não acontece numa socie
Lind.say, uma sociedade de iguais que são diferentes. E, dentro dela, tanto a igual dade como a diferença são necessárias.
da planificação, invenção e responsa bilidade, na direção, na gerência".
Por ser dc.sse modo, é que a democra cia ó uma sociedade de homens livres,
A gerência nas fábricas tem elevadas somas de poder por sôbre os homens
onde há uma possibilidade para todos.
que nelas trabalham e de modo algum
representa os interêsses dos trabalhado
res. Líndsay lembra, a propósito, como é de seu costume, uma página de uma novela escrita cm 1885 por Mrs. Gas].(.\\ _ "Nortli and South" — onde o
proprietário de uma fábrica reclama, para e'a, um governo outocrático, di zendo: — "Sustento que o despotismo
c, para ela, a melhor forma de governo,
Não é assim uma organização indus
trial, cuja configuração, para nós, não ê fascista ou anti-fascista, porque não e poMtica. E técnica, com planos es pecializados em poucas mãos. As re lações entre trabalhadores e gerência nao é a mesma que há entre governan tes e governados. A chave da indústria
está na técnica da organização. A chave da democracia está, como afirma Lind say, "na capacidade de discussão".
estou em contacto com os operários, te
Esqueceu-se porém Lindsay de ana lisar a influência inversa. Hoje há tam
nho que ser necessíuiamente um autó-
bém uma certa influência democrática na
crata." Há outro personagem, chamado Thorton, que representa o Norte e é, ao mesmo tempo, muito mais despótico
organ"zação das fábricas, que se come
na sua fábrica e muito mais de mocrático fora dela, como se fos
rência ...
de tal modo que nas horas em que
se um proprietário do Sul feudal. Porém, Lindsay se encarrega de mos
çou a operar com a substituição do do
no, do capitão de indústria, pela ge E
essa
influencia
demo
crática mostraria também que ne gócio é negócio e política é ou tra
coisa...
TW
nifiK-srti E< on6mk «»
Oi<;r_sT<> Econômico
138
do espírito ein liberdade de íuvesligaqão científica. A ciência c-om C maiús
.nicíis dc cKrátcr induMii-d nuiJ.a.n
límprf com «mn organizaç,'... Iccnica.
culo reclamou o direito de absoluta li
,,uc sr opOc à organizavat, niduslnul.
berdade de investigação, o direito e o dever de ir onde quisesse investigar a
•Todc-sr dizer -
verdade científica."
Com esse novo ímpeto cTcsceram as populações americanas e européias e au mentou também a riqueza. Antes da revolução industriai estavam, diz Lind-
say, os homens à mercê das forças da natureza. As más colheitas
significavam para muita gente a morte por inanição.
O industrialismo 'fêz surgir novas e perturbadoras pos sibilidades e, principalmen te, fêz com que os ricos se tomas.sem
imensamente
ricos. Porém, não fêz, co
mo muitos pensam, inclu sive os marxistas, os pobres mais pobres. Ao contrário até, o nível de vida se ele
vou, quando, no começo do século dezenove, o indus trialismo superou suas maiores dificuldades c deu motivo para a crença no aumento das possibilida des democráticas. A industrialização re
clama a educação e a educação é a base verdadeira de uma democracia.
Para Líndsay, o progresso técnico não se limitou a isso. Tomou possível uma área muito mais vasta para os governos democráticos. Líndsay, porém, não nos mostra só o lado construtivo da revolu
ção industrial, mas também aquilo que êle chama "o reverso da medalha". E
nesse reverso êle mostra o conflito en tre o interesse particularista e o,inte
resse público. Enquanto o campo de mocrático se alarga e com êle as pos sibilidades para o homem comum, co mo homem livre, as organizações econó-
Kslados totalitários anlidomocraltcos Moc nos últimos anos desafiaram os Es tados democráticos representam a apl.-
cacáo do modélo e da estrntnra .ndustriais ú vida df lúda a soccdade. A túcnica industrial aplicada ú cien-
ciu de governo foi uina fórmula decorrente não so da dcsordern democrática úlümo.s tempos, como tam
bém um resultante ideoló gico do ccononjísmo cres cente.
Produzir o mi>r
ximo com o mínimo de
tempo era uma fórmula
que a máquina ensinava e
que contrariava a demo
rada movimentação da.s instituições livres. Uma democracia dirigida por técnicos, precisos e exatos, orientada por previsões se
guras c ordenadas, dispos ta dentro de planejamentos ^cuidadosa mente construídos, seria cntao o ideal. Assim, a crescente socialização da vi da política reclamava um crescente po
der de organização. A política inipedia, no encontro das disputas partidá rias, com o jôgo livre das opiniões, a eficiência, que é a grande preocupação do homem moderno. Mas essa eficicn-
cia, explicável no campo econômico, tomava-se contraditória e ameaçadora no campo político. Líndsay chega a ver mesmo o "caráter anti-democrático da
organização dos negócios". E isto sc explica porque a eficiência cie uma fa brica depende da disciplina e da di reção. "A organização e direção dos homens - escreve ôlc - converteu-se
em um fator extremamente importante para a produção. O trabalhador fabril uâo pode \euder .sou trabalho sem N"cndc»*. ao mesmo tempo, ao seu patrão o tllreito a govi nuir e a disciplinar a fálirica." E acrescenta: -7- "O governo da
trar que. muito embora essa influcnvia da administração industrial na vida política fosse um ma), decorre ela de
indústria
no\'e. enquanto que os países inclu.s-
ele — na época moderna tem sobre a sociedade o mesmo efeito que o do t \crcito. Os trabalhos que realizam os homens, cm .suas relações mútuas, são
triais se- iam fazendo democráticos, a estrutura de suas indústrias se ia tor
regidos pelas exigências da organização de negócio, e uni negócio, como qual-
nando oligárqnlca ou aulocrática". E dá como exemplo dêsse critério de ge rência anti-domocrática, a organização
(picr outra, ê uma ovganiz;ição ã par te. Para fins de negócios, tratam-se os
moderna não é democrático;
lio seu conjunto é o contrário disso. E' curioso até como, durante o século cle/.c-
um êrro de visão. Negócio é negócio e
política c política. "Ó dcseinolvimcnto das org;iniz;içx)os industriais — escreve
da Rússia \'ermelha, onde o Estado se
homens como so podem tratar para fins militares, como parte de uma máquina.
organizou dentro do espírito de fábri ca. Nela, conforme a opinião de Ber-
dade democrática que é, como diz
trand Russel, "a direção cientifica ar
rebata cada vez mais a iniciativa da mão dos trabalhadores e concentra tô-
Porém, isso não acontece numa socie
Lind.say, uma sociedade de iguais que são diferentes. E, dentro dela, tanto a igual dade como a diferença são necessárias.
da planificação, invenção e responsa bilidade, na direção, na gerência".
Por ser dc.sse modo, é que a democra cia ó uma sociedade de homens livres,
A gerência nas fábricas tem elevadas somas de poder por sôbre os homens
onde há uma possibilidade para todos.
que nelas trabalham e de modo algum
representa os interêsses dos trabalhado
res. Líndsay lembra, a propósito, como é de seu costume, uma página de uma novela escrita cm 1885 por Mrs. Gas].(.\\ _ "Nortli and South" — onde o
proprietário de uma fábrica reclama, para e'a, um governo outocrático, di zendo: — "Sustento que o despotismo
c, para ela, a melhor forma de governo,
Não é assim uma organização indus
trial, cuja configuração, para nós, não ê fascista ou anti-fascista, porque não e poMtica. E técnica, com planos es pecializados em poucas mãos. As re lações entre trabalhadores e gerência nao é a mesma que há entre governan tes e governados. A chave da indústria
está na técnica da organização. A chave da democracia está, como afirma Lind say, "na capacidade de discussão".
estou em contacto com os operários, te
Esqueceu-se porém Lindsay de ana lisar a influência inversa. Hoje há tam
nho que ser necessíuiamente um autó-
bém uma certa influência democrática na
crata." Há outro personagem, chamado Thorton, que representa o Norte e é, ao mesmo tempo, muito mais despótico
organ"zação das fábricas, que se come
na sua fábrica e muito mais de mocrático fora dela, como se fos
rência ...
de tal modo que nas horas em que
se um proprietário do Sul feudal. Porém, Lindsay se encarrega de mos
çou a operar com a substituição do do
no, do capitão de indústria, pela ge E
essa
influencia
demo
crática mostraria também que ne gócio é negócio e política é ou tra
coisa...
DiGESTO Econômico
PANORAMA Grande tem sido o número de sutc-
dàneos que a pesquisa científica tem conseguido produzir nos Estados Uni dos e que prometem séria concorrên cia aos produtos que o Brasil exporta para ôsse país. Durante a guerra vc-
ECGNdMíCO mandioca, principalnientc no Brasil. Ho je já é apreciável a ípiantidade dêsse produto importada dtí J3rasil. Grandes Cem sido as csp<'ranças dc nosscjs in
1S9
nas tropicais. Em 1913 já o p^iltivo do produto cm questão era feito em uma
\'olvidos pela cooperação da agricultura o indústria dêstc país.
área do 1.782 acres.
O amido do millio ceroso forma «ma
pasta clara que tem pouca tendência pa
*
*
O Brasil, que ontroni constituiu a úni ca fonte mundial de borracha, contribuiu apenas com 1,47' na importação do pro
capacidade de produção, tendo cm \"isla as possibilidades do mercado ameritant). A produção, l>«r Cíuisegninte. de
ra a gelatini/.ação quando cm repouso. -Essa pasta pode ser, enlrelanlo, facilmen te modificada por tratamento quimiço, do que resulta um amido fundainenlalinente diferente de qualquer amido co mum. Compõe-se de um tipo apenas de molécula, um polímero da categoria da
giram perspectivas sombrias, também, para a cera de carnaúba e para o cris
um sucedâneo do píjiviilio de mandioca teria conseqüências desastrosas cpiaiito ao
glucoso chamado amilopcctina. Todos
sileira alcançou apenas 9.956 toneladas.
os outros amidos são constituídos de
Segundo as estimativas do Departamento
tal de rocha.
futuro imediato da indústria dêsse ar
ríficou-se o extraordinário progresso da borracha sintética.
Üllimamente sur
A tendência auto-sufi
ciente da economia americana acentuase em diversos setores, inclusive na da
dustriais no sentido dc desenvolver n
tigo no Brasil e em outros países, c-omo
uma mistura de amilopcctina e amilose. O novo tipo de amido tem um grande
a República Dominicana, que contam com (j mercado "yankee .
mentícios, c sua resistência de aderên
aplicação na indústria de gêneros ali
sua agricultura. "National I^arsTi Chemurgic Council", que se dedica a pes quisas e experimentações com produtos agrícolas, é uma das organizações que mais têm feito no sentido de adaptar e desenvolver a produção, nos Estados Unidos, de artigos importados de climas
os entendidos na matéria, as pesquisas efetuadas nos Estados Unidos dão hoje
tropicais, por exemplo, ou de outros que
a ésse cereal grandes possibilidades" agrí
roso já está passando pelos processos in-
ofereçam concorrência a estes.
colas c industriais. Êsse miliio, há mui
dusti"iais. Em maio passado os agri
agora a revista CHEMURGIC DIGEST
to que serve de base para a alímciitaçao
cultores
focaliza, em sua edição de junho último,
chinesa e suas sementes foram, em tem
o que tem sido feito com relação a uma espécie de milho trazido da China que produz um amido considerado como
pos, enviadas para estudo ao Departa mento dc Agricultura em Washington. Até 1936 pouco se fêz para o desenvolvi
belt" esperavam semear este ano um to
Ainda
do Comércio Norte-Americano, espera-se
que a importação de borracha dc proce dência brasileira em 1948 sofra um novo declínio na pcrcenlagcm.
cia possibilita o seu aproveitamento nas indústrias de papel, tecidos e colas. Os
dade botânica para o mundo ociden
químicos continuam as suas e.\pericncias
Durante 1947 os preços da borracha natural giraram em tôrno de US$ 0,20 a libra, o que constitui um decréscimo
tal. A julgar, porém, pelo que afirmam
sobre o novo prqduto, daí resultando novas aplicações do mesino.
ços mais baixos ocorreram em setembro
Há dez anos o milho ceroso (wa.vy
mento comercial do seu cultivo nos Es
mandioca e de sagu.
É do conhecimento geral que as in dústrias de tecidos e de alimentação
tados Unidos. De^jois disso, porém, o Instituto de Pesquisa do Milho, de lowa, dedícou-se à experimentação do
têm dependido em suas necessidades do
cereal com vistas ao seu aproveitamento
polvilho de mandioca importado. Antes da guerra, a importação era feita prin cipalmente das índias Orientais Ho
no mercado interno. O Departamento da binaram os seus esforços no sentido de
landesas. Depois de conquistadas essas
obterem um tipo de amido, daquele mi
Agricultura e o referido Instituto com
possessões pelos japoneses, passaram os lho ceroso, semelhante ao do polvilho de importadores americanos a concentrar' mandioca. Segundo os químicos ame
to da produção de polvilho ou fécula de
-áia Britânica, equivalentes a mais de
500.000 toneladas. A exportação bra
rnaize) constituía uma simples curiosi
superior aos extraídos das farinhas de
suas atenções em fontes do hemisfério ocidental e a favorecer o desenvolvimen
duto pelos Estados Unidos cm 1947, em
confronto com 80% fornecidos pela Ma-
ricanos, foi conseguida a assimilação em zona temperada com a reprodução da qualidade do produto cultivado em zo-
A sexta safra comercial do milho ce norte-americanos
do
"com
tal do 19.000 acres. Anualmente, após a realização de um contrato com os agri
cultores, os técnicos dos institutos de
pesquisas orientam a preparação dos
do 0,11 relativamente a 1945. Os pre de 1947, quando desceram a pouco mais de 0,14. Embora o Brasil tenha exportado uma certa quantidade de ar tigos de borracha para os Estados Unidos no ano passado, inclusive alguns lotes de pequenos pneumátioos, suas importações
desta mercadoria foram suficientes para que figurasse em décimo lugar na lista dos países compradores de produtos de
tar a mistura com as plantações de ou
borracha nos Estados Unidos. Não se de ve esquecer que apesar dessas corhpras a indústria brasileira do tratamento de
tros tipos de milho. O milho ceroso po
borracha expandiu-se enormemente, ten
terrenos a serem semeados e dispensam-
lhe cuidado especial, tendo em vista evi de ser considerado como o inicio de uma
do consumido 22.000 toneladas do pro
série de tipos especiais de milho desen-
duto em 1947.
DiGESTO Econômico
PANORAMA Grande tem sido o número de sutc-
dàneos que a pesquisa científica tem conseguido produzir nos Estados Uni dos e que prometem séria concorrên cia aos produtos que o Brasil exporta para ôsse país. Durante a guerra vc-
ECGNdMíCO mandioca, principalnientc no Brasil. Ho je já é apreciável a ípiantidade dêsse produto importada dtí J3rasil. Grandes Cem sido as csp<'ranças dc nosscjs in
1S9
nas tropicais. Em 1913 já o p^iltivo do produto cm questão era feito em uma
\'olvidos pela cooperação da agricultura o indústria dêstc país.
área do 1.782 acres.
O amido do millio ceroso forma «ma
pasta clara que tem pouca tendência pa
*
*
O Brasil, que ontroni constituiu a úni ca fonte mundial de borracha, contribuiu apenas com 1,47' na importação do pro
capacidade de produção, tendo cm \"isla as possibilidades do mercado ameritant). A produção, l>«r Cíuisegninte. de
ra a gelatini/.ação quando cm repouso. -Essa pasta pode ser, enlrelanlo, facilmen te modificada por tratamento quimiço, do que resulta um amido fundainenlalinente diferente de qualquer amido co mum. Compõe-se de um tipo apenas de molécula, um polímero da categoria da
giram perspectivas sombrias, também, para a cera de carnaúba e para o cris
um sucedâneo do píjiviilio de mandioca teria conseqüências desastrosas cpiaiito ao
glucoso chamado amilopcctina. Todos
sileira alcançou apenas 9.956 toneladas.
os outros amidos são constituídos de
Segundo as estimativas do Departamento
tal de rocha.
futuro imediato da indústria dêsse ar
ríficou-se o extraordinário progresso da borracha sintética.
Üllimamente sur
A tendência auto-sufi
ciente da economia americana acentuase em diversos setores, inclusive na da
dustriais no sentido dc desenvolver n
tigo no Brasil e em outros países, c-omo
uma mistura de amilopcctina e amilose. O novo tipo de amido tem um grande
a República Dominicana, que contam com (j mercado "yankee .
mentícios, c sua resistência de aderên
aplicação na indústria de gêneros ali
sua agricultura. "National I^arsTi Chemurgic Council", que se dedica a pes quisas e experimentações com produtos agrícolas, é uma das organizações que mais têm feito no sentido de adaptar e desenvolver a produção, nos Estados Unidos, de artigos importados de climas
os entendidos na matéria, as pesquisas efetuadas nos Estados Unidos dão hoje
tropicais, por exemplo, ou de outros que
a ésse cereal grandes possibilidades" agrí
roso já está passando pelos processos in-
ofereçam concorrência a estes.
colas c industriais. Êsse miliio, há mui
dusti"iais. Em maio passado os agri
agora a revista CHEMURGIC DIGEST
to que serve de base para a alímciitaçao
cultores
focaliza, em sua edição de junho último,
chinesa e suas sementes foram, em tem
o que tem sido feito com relação a uma espécie de milho trazido da China que produz um amido considerado como
pos, enviadas para estudo ao Departa mento dc Agricultura em Washington. Até 1936 pouco se fêz para o desenvolvi
belt" esperavam semear este ano um to
Ainda
do Comércio Norte-Americano, espera-se
que a importação de borracha dc proce dência brasileira em 1948 sofra um novo declínio na pcrcenlagcm.
cia possibilita o seu aproveitamento nas indústrias de papel, tecidos e colas. Os
dade botânica para o mundo ociden
químicos continuam as suas e.\pericncias
Durante 1947 os preços da borracha natural giraram em tôrno de US$ 0,20 a libra, o que constitui um decréscimo
tal. A julgar, porém, pelo que afirmam
sobre o novo prqduto, daí resultando novas aplicações do mesino.
ços mais baixos ocorreram em setembro
Há dez anos o milho ceroso (wa.vy
mento comercial do seu cultivo nos Es
mandioca e de sagu.
É do conhecimento geral que as in dústrias de tecidos e de alimentação
tados Unidos. De^jois disso, porém, o Instituto de Pesquisa do Milho, de lowa, dedícou-se à experimentação do
têm dependido em suas necessidades do
cereal com vistas ao seu aproveitamento
polvilho de mandioca importado. Antes da guerra, a importação era feita prin cipalmente das índias Orientais Ho
no mercado interno. O Departamento da binaram os seus esforços no sentido de
landesas. Depois de conquistadas essas
obterem um tipo de amido, daquele mi
Agricultura e o referido Instituto com
possessões pelos japoneses, passaram os lho ceroso, semelhante ao do polvilho de importadores americanos a concentrar' mandioca. Segundo os químicos ame
to da produção de polvilho ou fécula de
-áia Britânica, equivalentes a mais de
500.000 toneladas. A exportação bra
rnaize) constituía uma simples curiosi
superior aos extraídos das farinhas de
suas atenções em fontes do hemisfério ocidental e a favorecer o desenvolvimen
duto pelos Estados Unidos cm 1947, em
confronto com 80% fornecidos pela Ma-
ricanos, foi conseguida a assimilação em zona temperada com a reprodução da qualidade do produto cultivado em zo-
A sexta safra comercial do milho ce norte-americanos
do
"com
tal do 19.000 acres. Anualmente, após a realização de um contrato com os agri
cultores, os técnicos dos institutos de
pesquisas orientam a preparação dos
do 0,11 relativamente a 1945. Os pre de 1947, quando desceram a pouco mais de 0,14. Embora o Brasil tenha exportado uma certa quantidade de ar tigos de borracha para os Estados Unidos no ano passado, inclusive alguns lotes de pequenos pneumátioos, suas importações
desta mercadoria foram suficientes para que figurasse em décimo lugar na lista dos países compradores de produtos de
tar a mistura com as plantações de ou
borracha nos Estados Unidos. Não se de ve esquecer que apesar dessas corhpras a indústria brasileira do tratamento de
tros tipos de milho. O milho ceroso po
borracha expandiu-se enormemente, ten
terrenos a serem semeados e dispensam-
lhe cuidado especial, tendo em vista evi de ser considerado como o inicio de uma
do consumido 22.000 toneladas do pro
série de tipos especiais de milho desen-
duto em 1947.
Instaladora Moderna Ltda. ELETRICIDADE EM GERAL
Válvulas — Rádios — Microfones. Pick-Ups — Alto-Falantes —
Dial — Toca-Discos simples e automáticos — Móveis para Rádios de Mesa e Vitrolas — Kits completos para 5, 6 e 7 válvulas —
Tijolos e peças de alia refratariedade
Bobinas Meissncr e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores Capacimetros — Ohm-Meter
— Material Elétrico.
ri'Miíiiiiiji — SfücD-AiMUAoao^ — Sflicwcw — Zkcóito — laoiamttt
Xon KeiracifM
Gbneoao Keír t no — Câmfiakei pm* I—rtifftn (Aímmoio* M»rne>iu ZrcAnio)
SILIMAX
ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.
LTDA.
PRODUTOS CERÂMICOS REFRATÂRIOS FJ^rits: &•« Alcidrt Qacsroz. jj7 — S T O. A N D R 6 ^ P. [^} Dtf^fUmem d* Vrmdmt Praça da Sr, *rr, ^'
< c t - Td y^yt
Rua Libero Badaró, 472 - Telefone. 2-2374 - C. Postal. 1003
fSdo
SAO PAULO
Martins, Fadlga & Cia. J
únicos importadores dos afamados vinhos de Portugal
CLARETE e BRANCO - Quinta da Chapuceira
PORTO
VERDE TINTO e BRANCO-Quinta da Castinceira
Escritório: Rua Paula Souza. 355 e 465 — Telefone: 4-1574 I
End. Tel.: "Primos" — Caixa Postal, 122 — Código Ribeiro
ADRIANOII
SÃO PAULO
Instaladora Moderna Ltda. ELETRICIDADE EM GERAL
Válvulas — Rádios — Microfones. Pick-Ups — Alto-Falantes —
Dial — Toca-Discos simples e automáticos — Móveis para Rádios de Mesa e Vitrolas — Kits completos para 5, 6 e 7 válvulas —
Tijolos e peças de alia refratariedade
Bobinas Meissncr e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores Capacimetros — Ohm-Meter
— Material Elétrico.
ri'Miíiiiiiji — SfücD-AiMUAoao^ — Sflicwcw — Zkcóito — laoiamttt
Xon KeiracifM
Gbneoao Keír t no — Câmfiakei pm* I—rtifftn (Aímmoio* M»rne>iu ZrcAnio)
SILIMAX
ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.
LTDA.
PRODUTOS CERÂMICOS REFRATÂRIOS FJ^rits: &•« Alcidrt Qacsroz. jj7 — S T O. A N D R 6 ^ P. [^} Dtf^fUmem d* Vrmdmt Praça da Sr, *rr, ^'
< c t - Td y^yt
Rua Libero Badaró, 472 - Telefone. 2-2374 - C. Postal. 1003
fSdo
SAO PAULO
Martins, Fadlga & Cia. J
únicos importadores dos afamados vinhos de Portugal
CLARETE e BRANCO - Quinta da Chapuceira
PORTO
VERDE TINTO e BRANCO-Quinta da Castinceira
Escritório: Rua Paula Souza. 355 e 465 — Telefone: 4-1574 I
End. Tel.: "Primos" — Caixa Postal, 122 — Código Ribeiro
ADRIANOII
SÃO PAULO
MOLHADOS FINOS POR ATACADO
Concesionários das Águas da Prata
DARIO DE ALIVIEIDA RAGAULAES VÍTOR NUNES LEAL
FABRICANTES DAS AFAMADAS MANTEIGAS:
VIADUCTO, UNIVERSAL, PIRATININGA E VEADO e de Queijo Tipo PARMEZÀO e PRATO
ADVOGADOS
ALVES, AZEVEDO S/A Comércio e Indústria
INDUSTRIAIS — IMPORTADORES — ATACADISTAS f
•/
r
Rua Senador Dantas, 20 — 15.® andar — salas 1507/9 SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
SANTOS (FILIAL)
RUA AURORA, 34 - 44 - 60 Tolofonos: 4-1992, 4-1403 o 6-4273 Caixo. 705 — Tclegr.: ALVZEVEDO
RUA GENERAL GAMARA, N.o 162
Produtos em geral dos Estados de:
Depositaria das melhores marcas
Tel.: 2783
—
Caixa 349
ís
i
FRANCISCO
APRÍGIO
CAMPOS
DOS
ANJOS
Santa Catarina, Rio Grande
de:
do Sul e Minas. - Queijos, Manteiga e Vinhos Conservas em geral.
Salames, Presuntos,
Rio Grande do Sul.
V
RUA PAULA SOUZA, 404 telefone:
4-3184
CAIXA POSTAL, 1738 Telefone: 42-8110 — RIO DE JANEIRO
Toucinho e Banha do
CASA BERTUCCI LTDA.
ADVOGADOS
Rua Araújo Porto Alegre, 70 — Salas 318/319
Copas,
Endereço Telegrafico: ViBER
SÃO PAULO
MOLHADOS FINOS POR ATACADO
Concesionários das Águas da Prata
DARIO DE ALIVIEIDA RAGAULAES VÍTOR NUNES LEAL
FABRICANTES DAS AFAMADAS MANTEIGAS:
VIADUCTO, UNIVERSAL, PIRATININGA E VEADO e de Queijo Tipo PARMEZÀO e PRATO
ADVOGADOS
ALVES, AZEVEDO S/A Comércio e Indústria
INDUSTRIAIS — IMPORTADORES — ATACADISTAS f
•/
r
Rua Senador Dantas, 20 — 15.® andar — salas 1507/9 SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
SANTOS (FILIAL)
RUA AURORA, 34 - 44 - 60 Tolofonos: 4-1992, 4-1403 o 6-4273 Caixo. 705 — Tclegr.: ALVZEVEDO
RUA GENERAL GAMARA, N.o 162
Produtos em geral dos Estados de:
Depositaria das melhores marcas
Tel.: 2783
—
Caixa 349
ís
i
FRANCISCO
APRÍGIO
CAMPOS
DOS
ANJOS
Santa Catarina, Rio Grande
de:
do Sul e Minas. - Queijos, Manteiga e Vinhos Conservas em geral.
Salames, Presuntos,
Rio Grande do Sul.
V
RUA PAULA SOUZA, 404 telefone:
4-3184
CAIXA POSTAL, 1738 Telefone: 42-8110 — RIO DE JANEIRO
Toucinho e Banha do
CASA BERTUCCI LTDA.
ADVOGADOS
Rua Araújo Porto Alegre, 70 — Salas 318/319
Copas,
Endereço Telegrafico: ViBER
SÃO PAULO
DEPOSITARtO DE ARTIGOS PARA PINTURA
fiun uose oorttfftc/o ■
s faut-C»
nr^a^tL
SECÇÃO ARTÍSTICA E PAPELARIA
SECÇAO
DE
PINTURA
SECÇÃO DE PINCÉIS telefone:: 2-1285 — CAIXA POSTAL: 2870
BANCO DO BRASIL S/A RUA ALVARES PENTEADO N.o SAO
COBRANÇAS
—
112
PAULO
DEPÓSITOS
—
EMPRÉSTIMOS
—
CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO
TAXAS DAS CONTAS DE DEPOSITO:
Populares (limite de Cr§ 50.000,00) Limitados (limite de Cr$ 100.000,00)
4% a.a. 3% a.a.
SEM LIMITE
2% a.a.
Depósitos a Prazo Fixo:
12 -esas
®
Depósitos de Aviso Prévio;
5% a.a.
4% a.a.
a.a.
Io dias
It.
Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mansal de Juros:
6 meses
3Và% a.a.
12 meses
4V^% a.a.