DIGESTO ECONÔMICO, número 45, agosto 1948

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\ DEPOSITARrO D£ ARTIGOS PARA PíNTURA FUNDftOO £M 19SS

ECONOMICO

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SECÇÃO ARTÍSTICA E PAPELARIA SECÇÀO DE PINTURA

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Populares (limite de Cr§ 50.000,00) 4% a.a. Limitados (limite de Cr| 100.000,00) 3% a.a. SEM LIMITE 2% a.a. Depósitos a Prazo Fixo: Depósitos de Aviso Prévio: 90 dias 41^% a.a. 12 meses 5% a.a.

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Economia do Curiosos -

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12 meses

Nelson Werneek Sndrt; • • -

A Politicn Açucorcirn do Brasil — Hnbeilo Pinto de Souza

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33""^

Alnodão: Financiamento do Produto ou da Produção?Constantino — _ ' Carneiro Fraga A« Necessidades do Povo o n Produção Agrícola — .\ugusto Alenxnndre Machado A Contribuição de Melhoria Possível — Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto .. Fconomia dos Minorais Estratégicos — A. J. Alves de Souza • • • A riaboracBO do Orçomonlo dos Estados Unidos — Gmlhorine Moojen

52'/ • 54

A indusmnlizaçQO dos Países "Novos" - Gei-aldo O, Ban.asklwitz Pndriaues Alves ~ No Depoimento de um sou Socrelarlo — Altmo Arantes

83

ri Problema do Trigo no Brasil — Arnóbio Graça

Prtdriaucs Alves — Afonso Arinos do Mello Franco

VWororotação da Política Imigratória Brasileira — J. Fernando Carneiro

^ Pecado Danado dn Usura — José Honõrio Rodrigues

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O ESTEIO

o DIGESTO ECONÔMICO esta a venda

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de CrS TiO.OO íinuíiís.

a Agonie GeraJ para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA Avenida Presidcnle Vargas. 502, 19.o andar Rio do Janeiro

^jiti i'i Alagoas: Manur-1 E pindola. Pr.ic-'" !'«■

Paraná: J

Cli i.t/rnoiio

. inino.

dr»^ II, 40,

Amazonas: Aiíèmia Frpjt.is, Riin Jo.irjiiim Sarmcntí». 2Í1, .Maij.ui;

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Pernambeco:

Tornando

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ChinagliQ.

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J,

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reirt-ifín G21,

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Tenha seu escritório equipado

It<-»nirio.

portas fortes, mêsas, armários e

Feiii.-indo ( lUnníTllii.

Pif sifl. nb-

Vaifpis.

902,

com cofres, fichários, prensas,

.-(IKÍ.II ,

Espirito Santo: Viuva CopolHo &c FjHio i. Rua .lerônimo Monteiro, rMl, Vitór:a

Goiás: Joár> Manarino, S-.in Setonlí» A, Oni.iiiia

Maranhão: .Ííj.^o

Mato

I.ivrnua

Lisboa.

Grosso:

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Universal. São

Carvalho,

Rua

Lniz.

Pinlieiro

Minas Gerais: Joaquim Moss Vollniio,

do.s Andradas, .120.

Orando

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Norlo:

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móveis de aço em geral, fabri

A'.Miirí,i Tíivarcs I.ir.n 48. Natal.

cados pelos pioneiros do ramo há

Rio Grande do Sul: Somente p.ara Por

to Aledie: Oet.avi.) .«.iK.dítn. Uu;: 7 fie Selentbrn, 7119, Poi to Alecie

50 anos desfrutam a confiança

e preferência do público.

P.ara loe,-os fr.ra fie F'orIn Aledre. F. rnando CiijtmfíIi.T. R. (p. j.meiro

Cia,, Pç.a da República. 2(i, Ciuabá Avenida

Rio

Belo

Horizonte,

Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,

inia Fel ipe Schniiflt. 8, Flori.anop

Sâo PhuIo: A Inff lectual, l.tfla,. \'iadiitfi Santíi Kfi i;.'ni.o. 281. .S Paulo.

Pará: Albano H. Martins & Cia,, Trave.s.sa Campos Sales. 8.0/09. Belém

Sergipe: .rf>,'io

Paraiba: Lo,ia das Revistas, Rua

Território do Acre:

Ba

rão do Triiinlo. .ãlO-A. João Pessoa

veii.i .

Livraria Re«lna l.tda.. í'esson, 137. Aracaju

Rio

Diójxone.s de

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Rua

lljlSClMEITO & ÍIIBOS ITDl Dto. da Vendas:

Rua Ouinlino Bucaiuva, 247 Fona 3 6008

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EscrUòrio e Fábrica:

Rua Siqueiro Bueno, 668 Fones: 9-1248-9-1245. S Pa. Io


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•••a última palavra

Refiíicados depoís da fâmpera • Garante-se que o

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érro no passo não excede

de 0/005 mm por 25/4 mm de corte • Perfil de rosca

exato e uniforme • Feitos

de aço sueco da mais alta qualidade • Durabilidade muito

maior que a

dos

machos comuns.

Em outras palavras: HDREM ROSCAS PERFEI TAS AO MEMOR CUSTO.

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TIPO AMERICANO 'M PRODUTO

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COMPANHIA £ll^r DO B R ASi L

r : PORTO 'ALEGRE

ROLÁMENTOS SÃO PAULO

RIO

DE JANEIRO

^ 'RECIFE

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OLIMENTO HOMEM

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completa

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— os famosos adubos orgânicos O Semeador". Feitos de resíduos fres cos de carne, sangue e ossos de ani

mais, os adubos Swift,"0 Semeador ,

fecundam e enriquecem a terra, pro

duzindo melhores e maiores frutos

com

mãos

pc^ estratos, relatórios do diver

e colheitas.

•w-ííí^í-

PÀ R A

Uma ifuncionária Gostaria de obter um au

AíN/I ^M A- I S

mento

— rações Swift balanceadas de carne

í -V umm

sas departamentos? Estas vantagens e muitas outras

são os benefícios alcançados, dià-

na produção do seus

riamonio. pelos que empregam o

funcionários, talvez de... 30 vêzes

Método

mais?

O Método ADDRESSOGRAPH pro

e ossos, Ossorinha, Sangarinha - pro

Gostaria de eliminar TODOS OS

porciona economia o melhor con

porcionam uma alimentação cientí

EHBOS na transcrição de números

trole

fica dosada para engorda, produção

do classificação de peças, no rela cionamento de preços, quantidades, taxas ou números de registro? Gostaria de obter precisão absolu ta na reprodução de nomes e des

ràpidamente, palavras e números de repetição freqüente, sem possi

ou crescimento de gado, porcos, galinhas, etc.

dos negócios, reproduzindo

bilidade de ERRO.

Nos

escritórios

da

ADDRESSO-

GRAPH-MULTIGRAPH do Brasil S. A. ser-lhe-ão fornecidos iodos

crições?

os esclarecimentos.

Gostaria de obter, sempre a tem-

AdJressnjraph

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ADDRESSOGRAPH.

Maíriz; RIO DE JANEIRO — Av. Graça Aranha, 182 - 3.o and.

quarto de século distribuidores mundiais de produtos brasileiros

Filial: SÃO PAULO — Rua Libero Badaró, 39 - l.o and.

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V "- ■. W

Os Anéis de Pistâo "Pedrick", de eficiência garantida, proporcio nam extraordinária eco

nomia de gasolina e óleo, normalizando o fun cionamento do motor.

Para restaurar a potên

íMs'^ At^ENTO IDEAL

cia de seu carro... insista na marca "Pedrick"!

Instale

A BASE DE Para vendas e serviço procure òs distribuidores e concessionários da

GENERUL MOTORS DO BRASIL S.fl.


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«lliKSTÜ ECOlílIlCO

(9 (PZqm

it

O humoo m Kicâcios num rmoRiMi Hinai Publicado sob os auspícios da

X

flSSOClilCAOCOMERCIllLDESlIO PAULO

Francisco Prestes Maia

• do

federação 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SAO PAULO

de ScmtM

O li)4*oiióniíro piililicará nn pró.ximo rnifncro:

C) Píttuo (irteriaJ — Algumas pessoas estranharão Cslc parágrafo, porque, den tro das idéias urbanísticas modernas, "a rua não tem mais razão de e.Kistir". . .

O PLANO Hi':c;iONAL DK SAN TOSDiretor;

Anlonio Gonlljo de Carvalho

T>;wicisco IVcslfs Míiin.

TEMAS E IMiOBLEMAS EM DEBA O Digetlo Econômico, órgão de In

TE — Dario (!<■ A'nicicla Magailiãcs. ^

formações econômicas c financei

ras. é publicado mensalmente pela

A ESTABILIDADE CAMBIAL E O .j

Editôra Comerciai Ltda.

FUNDO A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

MONETÁHÍO

INTEBNA-

CIONAL — Dorival Tfi.Kcíra Vieira. ] A INFLAÇÃO E O MECANISMO DOS PREÇOS — Clovi.s Loile Uibeiro.

Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

Digesto

Econômico.

DESIQUILÍBRIO

DO

MERCADO

brasileiro DE CIMENTO - G. Aceita-se Intercâmbio com

publi

cações congôncres nacionais e es trangeiras.

ASSINATURAS:

Digesto Econômico

Ano (simples)

" (registrado)

Cr$ 30,00

R.

ÍIohcn.steÍn.

Número do mês:

Cr$ 3,00

Cr$ 5,00

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

çou a especialização pela distinção entre riia.s dc tráfego, largas e direitas, e ruas residenciais, estreitas e contorcidas, pro-

positalmente adversas à circulação in

LEBRET E SUA "CARTA AOS AME

RICANOS" —I Jo.sé Luiz cie Almeida •' Nogueira Porto.

ir

São Paulo

■;

tes considerações c as conclusões sòhrè o

plano regional dc Santos tptc dcccriam constituir o tdtinw artigo da série qw

o Dr. Prestes Maia cstd cscrccendo ra a nossa revista. Dada, porém, a stia c.xtcnsão, resoheu-sc dcsdobrá-lo em partes. No pró.vimo mhnero conclui-se o

notável estudo que tanto sucesso ícm alcançado entre os nossos leitores.

tensa, origem dc pó, ruído e acidentes.

A especialização tem aumentado, pois distinguem-se hoje artérias expressas, ruas comerciais, alamedas residenciais, vias secundárias de ser\'iço etc., cada

qual com seus característicos própriç^.

Por necessidade de expressão coirespòndem-ihes denominações novas e dai con cluir-se que a rua (clássica, indifereiiciada e de funções múltiplas, considera das incompatíveis) está desaparecendo.

Trouvaille píira os modernistas que, for çando a nota, erigem em oposição o que

CrÇ '36,00

Atrasado:

Embora isto seja uma boutado, é inegá vel qtie tem mudado consideravelmente ix concepção da "rua", assim como de outros componentes das cidades. Come

o presente traballto contém as restan

gòsto diremos duas palavras sobre tão antiquada cousa: as ruas. . .

O centro

de Santos padece dos males habituais

nas cidades antigas: insuficiência de

área e, sobretudo, dos logradouros. To davia os arrabaldes dispõem dum siste ma viário regular, geométrico, plano o mais ou menos desafogado. Os subúr

bios (Cubatão e Bertioga) menos desen volvidos que em São Paulo e no Rio, não apresentam problemas tão graves, Estas

na realidade é uma simples evolução, em todo caso sempre matéria para es

circunstâncias farão sobrar maiores re

trosam com as referentes a zonas, uni dades, cidades-jardins etc., por um es forço a sintetizar numa única palavra: organização. Verdadeiras criações podem resultar

dos, afora a utopia das reconstruções to tais, há três soluções: rasgos francos (sventramento), artérias perimetrais, e a

panto do burguês. . . Estas idéias en

cursos ^para os empreendimentos centrais.

Para os centros compactos e congestiona

nas cidades novas e nas grandes amplia

redução da densidade das construções (diradamentü). Muitas cidades medievais, especial

ções, mas o papel dessas idéias é quase puramente diretivo nas cidades já consti

mente italianas e germânicas, foram me

lhoradas pelo último processo, de cará

tuídas, Por estes motivos, só a contra-

ter predominantemente sanitário.

Paris,


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Embora isto seja uma boutado, é inegá vel qtie tem mudado consideravelmente ix concepção da "rua", assim como de outros componentes das cidades. Come

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O centro

de Santos padece dos males habituais

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circunstâncias farão sobrar maiores re

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Paris,


Dicesto E<^o.sómico

10

Rio e Buenos Aires sofreram grandes cor tes centrais; na capital francesa os ob jetivos foram simultâneamente militares, estéticos e circulatórios; nas duas capi tais sul-americanas, eram sobretudo cir culatórios.

construção geral do cais, projetada pela Companhia Docas com outros objetivos: aprofundamento do pôrto e o alargamen to da faixa de sci^aç-o.

Os lados menores dé.ssc "perímetro",

Dicesto Ecokónuco

sim, a melhor solução, parece-nos, será,

versais e o clima admitem: galerias con

sem prejuízo do perímetro iniciado, fran camente umn grande artéria Icstc-oeste, ao mesmo tempo entrada da cidade c

tínuas no segundo andar, superpostas às do rés do chão, na avenida, duplicando

avenida central.

Isto compensa parcialmente os recuos térreos, apressa a reinslalação das lojas deslocadas, c proporcionará interessante

imaginamo-los constituídos por duas ou

O perímetro acolherá o tráfego pesa do, parte do tráfego da traves.sia c o ex cedente das horas de pico, além dc au xiliar o problema dos estacionamentos.

Paris, Viena, diversas cidades da Eji-

três das vias transversais, con\enienle-

ropa central e recentemente São Paulo

mentc escolhidas c ampliadas; por c.xeni-

viram mais particularmente a solução pc-

plo São Bento, a oeste, c Senador Fcijó,

rimetral, adequada às aglomerações onde

Conselheiro Nébias, avenida Aifàndega-

O traçado da avenida, após alguma

os valores imobiliários, arqueológicos ou

praça José Bonifácio, a Ie.ste. Mas ésle perímetro, encostado aos armazéns e

hesitação diante duma diretriz paralela,

aos morros, não resolve inteiramente o

ma João Pessoa, fixou-se nesta, median te o recuo do seu lado ímpar. Engloba a atual rua São Leo

históricos do núcleo desaconselham a cirurgia brutal, ou onde a obsolescência das cinturas fortificadas convidam à sua

problema central, não proporciona à

pelo meio dos quarteirões adjacentes à

transformação em amplos "boulevards"

cidade uma entrada, nem uma sala

ou Rings. São Paulo, embora sem a van tagem desta oportunidade, adotou a mes ma solução, por motivos econômicos e topográficos, além de melhoramentos complementares (como o sistema Y das

de visitas condigna, nem oportunidades

poldo, indo da Via Anchieta à

ao comércio e à edificação, nem uma dis

zona dos armazéns internos das

Docas, até ligar-se à avenida

Eduardo Guinle. A seção pre

diversidade dos lotes.

tins, propondo o primeiro uma avenida

vista é de 31,00 metros: passeios arborizados de 5,40, duas faixas car-

de São Leopoldo o alargamen to far-se-á no alinhamento par. O tem

roçáveis de 9,40 e um refúgio de 1,40. Ou, no mínimo: 24,00 metros (duas vias carroçáveis de 9,50, refúgio de 1,50 c

plo da praça Rui Barbosa e o grande edifício pegado não são atingidos. Outro alargamento leste-oeste, é o da

passeios de 1,75) com galerias laterais (pilares d© 1,50 e faixa transitável de 5,50). A objeção possível é cair sôbre uma rua comercial, obrigando à mudan

rua de São Francisco (além da praça José Bonifácio) peló menos até Conse

Estação-Paço-Catedral-Mcrcado, e suge

rindo o segundo a franca mudança do centro para oeste, impondo-lhe

já se esboçou um perímetro,

ainda uma deflexão ou nova di

a

reção, ortogonal à que até ago

mantido

com

caráter

auxiliar; mas a solução defi

ra tem orientado a expansão co

nitiva e completa requer uma grande incisâo longitudinal, na direção este-oeste, que é

mercial.

O belo traçado de Ismael de da

entrada da cidade e do seu

cresci-

mento comercial e portuário. O

jcríme-

tro esboçado, mais ou menos quadrangular, tem o lado sul constituído pelas ruas Visconde do Embaré e São Francisco, no sopé dos morros, e o lado norte constituí-, do pela avenida portuária (ruas Antônio Prado, Xavier da Silveira etc.). A rua de São Francisco está parcialmente alar gada, com seção pouco generosa (23,50

ms.), mas em todo caso admissível; a Visconde do Embaré foi expropriada e aguarda alargamento. A avenida do cais, salvo alguns recuos do casario velho, só tomará o aspecto definitivo após a re-

Os urbanistas modernos têm relem

brado tal solução, que possui anteceden tes históricos (por exemplo: Chester, na Inglaterra). Há um axemplo cm São Paulo, fracassado pelo isolamento e por impropriedadcs do projeto: a Casa das Arcadas, à rua Quin tino Bocaiúva. Outra objeção possível é a dificuldade na com posição das fachadas, devido à

tribuição cômoda do tráfego. Percebe

avenidas de tholweg), de tudo o que re

ser

acomodação ao comércio de luxo.

ram-no I.smael dc Souza e Paulo Mar

sultou, na realidade, uma solução mista. No centro santista também

as frontarias comerciais.

Souza liga diversos centros de interôsse da cidade, mas apresenta o inconveniente da obliqüidade, propiciando lotes e cruza mentos defeituosos. Além disso, como

pelo nosso projeto (e também segundo outras idéias, do próprio Ismael) a esta

ção ferroviária será recuada, a avenida oblíqua perde parte do seu interesse. Quanto à avenida ideada pelo eng.° Paulo Martins, é lógica urbanisticamente,

aproveitaria a excessiva dimensão das quadras entre as ruas Constituição e Brás Cubas, mas por si só não desloca rá o comércio para o canto NE da ilha, nem atenderá especificamente a qual

quer corrente importante de tráfego. As-

ça dos estabelecimentos.

Respondere

mos que a seção comercial importante

resume-se no trecho médio, pequeno, e, por outro lado, que o alargamento, embora rápido, deve ser gradual e si multâneo com um plano de reconstrução

Na rua

lheiro Nébias.

A rua Visconde do Embaré, em parte já desapropriada, não dei.xará de ser alargada, com caráter secundário, para 18 ou 20 metros.

Passemos às artérias transversais. Se rão:

Como um dos característicos de Santos

Rua de São Bento, alargada até o alinhamento da igreja histó

é a antiquada e ineficiente edificação

rica.

dos terrenos vizinhos mal aproveitados. central, e como, além disso, o problema da habitação e da acomodação é um pro blema geral da época, vê-se que a maior dificuldade da nova avenida encontra

remédio numa conjugação de planos. Su gerimos ainda uma cousa, que as cir cunstâncias, a estreiteza das ruas trans

a)

b)

Túnel entre a praça dos Andradas e o Jabaquara, com quatro filas carroçáveis (de 3,00 ou

3,25) em seção dupla ou mes mo única, conforme sondagens aconselharem, e dois passeios laterais de 2,40,


Dicesto E<^o.sómico

10

Rio e Buenos Aires sofreram grandes cor tes centrais; na capital francesa os ob jetivos foram simultâneamente militares, estéticos e circulatórios; nas duas capi tais sul-americanas, eram sobretudo cir culatórios.

construção geral do cais, projetada pela Companhia Docas com outros objetivos: aprofundamento do pôrto e o alargamen to da faixa de sci^aç-o.

Os lados menores dé.ssc "perímetro",

Dicesto Ecokónuco

sim, a melhor solução, parece-nos, será,

versais e o clima admitem: galerias con

sem prejuízo do perímetro iniciado, fran camente umn grande artéria Icstc-oeste, ao mesmo tempo entrada da cidade c

tínuas no segundo andar, superpostas às do rés do chão, na avenida, duplicando

avenida central.

Isto compensa parcialmente os recuos térreos, apressa a reinslalação das lojas deslocadas, c proporcionará interessante

imaginamo-los constituídos por duas ou

O perímetro acolherá o tráfego pesa do, parte do tráfego da traves.sia c o ex cedente das horas de pico, além dc au xiliar o problema dos estacionamentos.

Paris, Viena, diversas cidades da Eji-

três das vias transversais, con\enienle-

ropa central e recentemente São Paulo

mentc escolhidas c ampliadas; por c.xeni-

viram mais particularmente a solução pc-

plo São Bento, a oeste, c Senador Fcijó,

rimetral, adequada às aglomerações onde

Conselheiro Nébias, avenida Aifàndega-

O traçado da avenida, após alguma

os valores imobiliários, arqueológicos ou

praça José Bonifácio, a Ie.ste. Mas ésle perímetro, encostado aos armazéns e

hesitação diante duma diretriz paralela,

aos morros, não resolve inteiramente o

ma João Pessoa, fixou-se nesta, median te o recuo do seu lado ímpar. Engloba a atual rua São Leo

históricos do núcleo desaconselham a cirurgia brutal, ou onde a obsolescência das cinturas fortificadas convidam à sua

problema central, não proporciona à

pelo meio dos quarteirões adjacentes à

transformação em amplos "boulevards"

cidade uma entrada, nem uma sala

ou Rings. São Paulo, embora sem a van tagem desta oportunidade, adotou a mes ma solução, por motivos econômicos e topográficos, além de melhoramentos complementares (como o sistema Y das

de visitas condigna, nem oportunidades

poldo, indo da Via Anchieta à

ao comércio e à edificação, nem uma dis

zona dos armazéns internos das

Docas, até ligar-se à avenida

Eduardo Guinle. A seção pre

diversidade dos lotes.

tins, propondo o primeiro uma avenida

vista é de 31,00 metros: passeios arborizados de 5,40, duas faixas car-

de São Leopoldo o alargamen to far-se-á no alinhamento par. O tem

roçáveis de 9,40 e um refúgio de 1,40. Ou, no mínimo: 24,00 metros (duas vias carroçáveis de 9,50, refúgio de 1,50 c

plo da praça Rui Barbosa e o grande edifício pegado não são atingidos. Outro alargamento leste-oeste, é o da

passeios de 1,75) com galerias laterais (pilares d© 1,50 e faixa transitável de 5,50). A objeção possível é cair sôbre uma rua comercial, obrigando à mudan

rua de São Francisco (além da praça José Bonifácio) peló menos até Conse

Estação-Paço-Catedral-Mcrcado, e suge

rindo o segundo a franca mudança do centro para oeste, impondo-lhe

já se esboçou um perímetro,

ainda uma deflexão ou nova di

a

reção, ortogonal à que até ago

mantido

com

caráter

auxiliar; mas a solução defi

ra tem orientado a expansão co

nitiva e completa requer uma grande incisâo longitudinal, na direção este-oeste, que é

mercial.

O belo traçado de Ismael de da

entrada da cidade e do seu

cresci-

mento comercial e portuário. O

jcríme-

tro esboçado, mais ou menos quadrangular, tem o lado sul constituído pelas ruas Visconde do Embaré e São Francisco, no sopé dos morros, e o lado norte constituí-, do pela avenida portuária (ruas Antônio Prado, Xavier da Silveira etc.). A rua de São Francisco está parcialmente alar gada, com seção pouco generosa (23,50

ms.), mas em todo caso admissível; a Visconde do Embaré foi expropriada e aguarda alargamento. A avenida do cais, salvo alguns recuos do casario velho, só tomará o aspecto definitivo após a re-

Os urbanistas modernos têm relem

brado tal solução, que possui anteceden tes históricos (por exemplo: Chester, na Inglaterra). Há um axemplo cm São Paulo, fracassado pelo isolamento e por impropriedadcs do projeto: a Casa das Arcadas, à rua Quin tino Bocaiúva. Outra objeção possível é a dificuldade na com posição das fachadas, devido à

tribuição cômoda do tráfego. Percebe

avenidas de tholweg), de tudo o que re

ser

acomodação ao comércio de luxo.

ram-no I.smael dc Souza e Paulo Mar

sultou, na realidade, uma solução mista. No centro santista também

as frontarias comerciais.

Souza liga diversos centros de interôsse da cidade, mas apresenta o inconveniente da obliqüidade, propiciando lotes e cruza mentos defeituosos. Além disso, como

pelo nosso projeto (e também segundo outras idéias, do próprio Ismael) a esta

ção ferroviária será recuada, a avenida oblíqua perde parte do seu interesse. Quanto à avenida ideada pelo eng.° Paulo Martins, é lógica urbanisticamente,

aproveitaria a excessiva dimensão das quadras entre as ruas Constituição e Brás Cubas, mas por si só não desloca rá o comércio para o canto NE da ilha, nem atenderá especificamente a qual

quer corrente importante de tráfego. As-

ça dos estabelecimentos.

Respondere

mos que a seção comercial importante

resume-se no trecho médio, pequeno, e, por outro lado, que o alargamento, embora rápido, deve ser gradual e si multâneo com um plano de reconstrução

Na rua

lheiro Nébias.

A rua Visconde do Embaré, em parte já desapropriada, não dei.xará de ser alargada, com caráter secundário, para 18 ou 20 metros.

Passemos às artérias transversais. Se rão:

Como um dos característicos de Santos

Rua de São Bento, alargada até o alinhamento da igreja histó

é a antiquada e ineficiente edificação

rica.

dos terrenos vizinhos mal aproveitados. central, e como, além disso, o problema da habitação e da acomodação é um pro blema geral da época, vê-se que a maior dificuldade da nova avenida encontra

remédio numa conjugação de planos. Su gerimos ainda uma cousa, que as cir cunstâncias, a estreiteza das ruas trans

a)

b)

Túnel entre a praça dos Andradas e o Jabaquara, com quatro filas carroçáveis (de 3,00 ou

3,25) em seção dupla ou mes mo única, conforme sondagens aconselharem, e dois passeios laterais de 2,40,


TT

í""—rxnNtrx

Dicktto

dos sevis terrenos: os planos ti**

o túnel desembocará no eixo

da praça, sob o pavilhão anexo da antiga Santa Casa. A praçn

hubitQçtVs IHipulares,

será ampliada pela eliminação da Cadeia, em cujo lugar sur girá uma grande fonte luminosa.

c-onjuntos melhort-s .•

«soladas, serão stibslitn»^'"'' l'"'

clen.sidaílf, pois o contrãri»» nificaria nin uso inadL'<piatlo nu

O arvoredo merece cuidadosa conser\'açáo, não obstaritt* (i

alargamento das vias eonlornantes euma leve modernização.

anti-cconómíco da área.

tiinel aproximará do ceiiim-

c) - A'amc(la

nnnifácio, snscetí\cl cie yuriu»tes, conforme a locali/-«Ç''y^ ^1"^ for adotada para o iioxo homi"*

A entrada do túne! será desa

fogada pela abertura do jardim da Santa Casa. O traçado é o

to Paulo Martins. F.sta nriena

trapassará 320 metros. A títu

podo alcançar efeitos locais, se

lo comparativo diremos que' o

utilizíir como remates o

do Trianon mede 460 c o da

Fórum e a Alfândega ou a o*'

A rocha não constituí difi

culdade, antes pelo contrário,

desde que não esteja decompos ta ou desagregada. Um túnel no prolongamento da avenida Ana Costa seria longo c menos útil, muito próximo já da rua Senador Feijó. Divergimos também duma "avenida" supe rior, pela garganta que separa o Monte Serrat do morro do

Fontana. Êste trajeto requer apenas uma boa rua para acesso aos morros. Na saída posterior

(sul) a via do túnel bipartir-seá, conduzindo diretamente às avenidas Pinheiro Macbado (Canal 1), Bernardino de Cam pos (Canal 2) e à futura ave

tura Estação Marítima.

d) — Alargatncnto final da

ímpar; praça posterior ao Paço Munie«-

pal, prevendo a ampliação deste e li^^

cões diagonais As ções às praças ]losé Bonifácio c du República; mellior ligação da p«"y ça Cândido Gaffrée às avenidas Pessoa c Eduardo Guinle (fna João vío). Todas as obras enunciadas referem-

se ao centro. O restante sistema viário

exige poucas obras importantes, por .ser mais ou menos satisfatório.

A largura

usual das ruas santistas é de 17 metros,

fato, maior importância, justifi cando uma revisão do seu ar-

ra, destinada a receber o tráfego dos

ruumento e melhor utilização

tvmeis (tanto o do Monte Serrat, como

laremos.

O Jabaquara adquirirá, ipso-

,.í - .

a illia do Santo Amaro, o no. o pArl. .

as praias do norto atingirom -^-ur < u-

scnvolviniontü. Então oslo tonei aluiai.

a rua do São Leopoldo o o centro, oonduzind» diretamente à grande pontt c o

c'(,íi^kÍMÍ.''.v!

d) — Continuação do alargamento da avenida Washington Luís. pelo meno.s até Campos Sales, isto é, mais uma quadra. e)

— Continuação da a\'euida Bei ra-Mar ou Saldaniia da Gama

até o canal 6 ou, melhor, até

EstuArio, pela avenida Xaraor P.nl.o.ro,

o canal 5, caso venha a terminar neste o cais do pòrto. No trecho 5-6 poderá abrir-

para tanto já prevista com 60 nittros 11 largura. E^ta artéria atrave.ssara as ave nidas Ana Costa o Conscllu-.ro Nebta.s, sugerindo nestas interseções grandes

se uma grande doca, de um la do para a navegação miúda de

el.anfro,s on "rond-points" para trafego giratório.

pesca e abastecimentOj^ de ou tro para os barcos de recreio e esporte, tudo provido das ins

Se estivéssemos na Aménea

do Norte, preverianios a elevação da yta central (viaduto ou via-exprcssa) entre Le Corbusier avançaria um passo

trecho da rua General Câmara, no

rocabana e sua ligação mais di reta ctun a praia do Itararé.

Antos do nrossognir. osoh.roceromos

-l"o òsto ,nL U.nuo <■ que o prúnoiro, o «'• terA razao <,uando

res; a nova praça da Estação; peqo^'"^

alargamento (5,00 ms.) cio prinieico

co Glicério sobre o leito da So-

baqnara).

a ponte e o té.nel, cuja seleira en ao subiria a 10 ou 12 metros acima da cota

cetitaremos o.s seguintes, coinpleinenta-

Ampliação da avenida Francis

c)

r.. do Sr.o nonto, cnlro <> Saboó o o Ju-

■scUieiro Nóbias, até o cais. Aos melhoramentos atiteriores, aercs

intermediária entre São Paulo (16) n Pôrto Alegre (18). Merece, contudo, especial menção a avenida Xavier Pinheiro-Joaquim Tavo-

nida Xavier Pinheiro, de que fa 1/

Knlre as variantes liá o

mai-s curto, pois o túnel não ul

avenida Itororó estava previsto com 800 metros, na Capital.

IV.

i

o cronolugit-amenle

geral da cidade.

talações competentes. f) -

'Park-way" Antônio EmmerichMatadouro. entre São Vicente e

a Via Anchieta, em moldes mais

mais, dispondo a via-expressa (como

amplos e estéticos que a estra

na Atlântica) no teto duma edificação contínua, que assim aproveitaria a estrutura c o espaço inferior. Para quem conhece Jones Beach, não surpreende a solução aventada, assaz confiante no de

nida oficial projetada, de 25,00

projetou no Rio, entre o centro e a zo

senvolvimento futuro da ilha fronteira e

o litoral norte. A praia novayorkma, me ramente recreativa, é servida por dois

"park-ways" equivalentes em vazão a nossa Via Anchieta.

Outras obras viárias aconselháveis são: a) - Abertura (percée) fronteira ao

Mercado Municipal, para real ce 0 para "fórum" dos merca dores.

'b) - Ligação Senador Feijó-Washington Luís, com 20 metros de largura.

da atual ou, ainda, que a ave ms. apenas.

g) - Ligação direta da avenida Bartolomeü de Gusmão ou "fer-

ry-boat" do Guarujá. h) - Melhor ligação das ruas Pedro Lessa e Carvalho de Mendonça à Conselheiro Nébias. A rede de viaçâo, além dêstes melho

ramentos, ainda requer algumas corre

ções menores. E o caso de certos per fis transversais. Há um terço de século

a engenharia municipal remodelou nu

merosas ruas de Santos, substituindo nessa ocasião os antigos calçamentos que

eram de pedra irregular e tão abaulados que a faixa carroçável efetiva reduzia-'


TT

í""—rxnNtrx

Dicktto

dos sevis terrenos: os planos ti**

o túnel desembocará no eixo

da praça, sob o pavilhão anexo da antiga Santa Casa. A praçn

hubitQçtVs IHipulares,

será ampliada pela eliminação da Cadeia, em cujo lugar sur girá uma grande fonte luminosa.

c-onjuntos melhort-s .•

«soladas, serão stibslitn»^'"'' l'"'

clen.sidaílf, pois o contrãri»» nificaria nin uso inadL'<piatlo nu

O arvoredo merece cuidadosa conser\'açáo, não obstaritt* (i

alargamento das vias eonlornantes euma leve modernização.

anti-cconómíco da área.

tiinel aproximará do ceiiim-

c) - A'amc(la

nnnifácio, snscetí\cl cie yuriu»tes, conforme a locali/-«Ç''y^ ^1"^ for adotada para o iioxo homi"*

A entrada do túne! será desa

fogada pela abertura do jardim da Santa Casa. O traçado é o

to Paulo Martins. F.sta nriena

trapassará 320 metros. A títu

podo alcançar efeitos locais, se

lo comparativo diremos que' o

utilizíir como remates o

do Trianon mede 460 c o da

Fórum e a Alfândega ou a o*'

A rocha não constituí difi

culdade, antes pelo contrário,

desde que não esteja decompos ta ou desagregada. Um túnel no prolongamento da avenida Ana Costa seria longo c menos útil, muito próximo já da rua Senador Feijó. Divergimos também duma "avenida" supe rior, pela garganta que separa o Monte Serrat do morro do

Fontana. Êste trajeto requer apenas uma boa rua para acesso aos morros. Na saída posterior

(sul) a via do túnel bipartir-seá, conduzindo diretamente às avenidas Pinheiro Macbado (Canal 1), Bernardino de Cam pos (Canal 2) e à futura ave

tura Estação Marítima.

d) — Alargatncnto final da

ímpar; praça posterior ao Paço Munie«-

pal, prevendo a ampliação deste e li^^

cões diagonais As ções às praças ]losé Bonifácio c du República; mellior ligação da p«"y ça Cândido Gaffrée às avenidas Pessoa c Eduardo Guinle (fna João vío). Todas as obras enunciadas referem-

se ao centro. O restante sistema viário

exige poucas obras importantes, por .ser mais ou menos satisfatório.

A largura

usual das ruas santistas é de 17 metros,

fato, maior importância, justifi cando uma revisão do seu ar-

ra, destinada a receber o tráfego dos

ruumento e melhor utilização

tvmeis (tanto o do Monte Serrat, como

laremos.

O Jabaquara adquirirá, ipso-

,.í - .

a illia do Santo Amaro, o no. o pArl. .

as praias do norto atingirom -^-ur < u-

scnvolviniontü. Então oslo tonei aluiai.

a rua do São Leopoldo o o centro, oonduzind» diretamente à grande pontt c o

c'(,íi^kÍMÍ.''.v!

d) — Continuação do alargamento da avenida Washington Luís. pelo meno.s até Campos Sales, isto é, mais uma quadra. e)

— Continuação da a\'euida Bei ra-Mar ou Saldaniia da Gama

até o canal 6 ou, melhor, até

EstuArio, pela avenida Xaraor P.nl.o.ro,

o canal 5, caso venha a terminar neste o cais do pòrto. No trecho 5-6 poderá abrir-

para tanto já prevista com 60 nittros 11 largura. E^ta artéria atrave.ssara as ave nidas Ana Costa o Conscllu-.ro Nebta.s, sugerindo nestas interseções grandes

se uma grande doca, de um la do para a navegação miúda de

el.anfro,s on "rond-points" para trafego giratório.

pesca e abastecimentOj^ de ou tro para os barcos de recreio e esporte, tudo provido das ins

Se estivéssemos na Aménea

do Norte, preverianios a elevação da yta central (viaduto ou via-exprcssa) entre Le Corbusier avançaria um passo

trecho da rua General Câmara, no

rocabana e sua ligação mais di reta ctun a praia do Itararé.

Antos do nrossognir. osoh.roceromos

-l"o òsto ,nL U.nuo <■ que o prúnoiro, o «'• terA razao <,uando

res; a nova praça da Estação; peqo^'"^

alargamento (5,00 ms.) cio prinieico

co Glicério sobre o leito da So-

baqnara).

a ponte e o té.nel, cuja seleira en ao subiria a 10 ou 12 metros acima da cota

cetitaremos o.s seguintes, coinpleinenta-

Ampliação da avenida Francis

c)

r.. do Sr.o nonto, cnlro <> Saboó o o Ju-

■scUieiro Nóbias, até o cais. Aos melhoramentos atiteriores, aercs

intermediária entre São Paulo (16) n Pôrto Alegre (18). Merece, contudo, especial menção a avenida Xavier Pinheiro-Joaquim Tavo-

nida Xavier Pinheiro, de que fa 1/

Knlre as variantes liá o

mai-s curto, pois o túnel não ul

avenida Itororó estava previsto com 800 metros, na Capital.

IV.

i

o cronolugit-amenle

geral da cidade.

talações competentes. f) -

'Park-way" Antônio EmmerichMatadouro. entre São Vicente e

a Via Anchieta, em moldes mais

mais, dispondo a via-expressa (como

amplos e estéticos que a estra

na Atlântica) no teto duma edificação contínua, que assim aproveitaria a estrutura c o espaço inferior. Para quem conhece Jones Beach, não surpreende a solução aventada, assaz confiante no de

nida oficial projetada, de 25,00

projetou no Rio, entre o centro e a zo

senvolvimento futuro da ilha fronteira e

o litoral norte. A praia novayorkma, me ramente recreativa, é servida por dois

"park-ways" equivalentes em vazão a nossa Via Anchieta.

Outras obras viárias aconselháveis são: a) - Abertura (percée) fronteira ao

Mercado Municipal, para real ce 0 para "fórum" dos merca dores.

'b) - Ligação Senador Feijó-Washington Luís, com 20 metros de largura.

da atual ou, ainda, que a ave ms. apenas.

g) - Ligação direta da avenida Bartolomeü de Gusmão ou "fer-

ry-boat" do Guarujá. h) - Melhor ligação das ruas Pedro Lessa e Carvalho de Mendonça à Conselheiro Nébias. A rede de viaçâo, além dêstes melho

ramentos, ainda requer algumas corre

ções menores. E o caso de certos per fis transversais. Há um terço de século

a engenharia municipal remodelou nu

merosas ruas de Santos, substituindo nessa ocasião os antigos calçamentos que

eram de pedra irregular e tão abaulados que a faixa carroçável efetiva reduzia-'


•w-|r.

14

se a meia faixa.

A topografia extra-

D!c3í^T!SR8TiTnõ

maravilhosa da nossa escarpa, ilhas

mamentc plana obrigou a disposições

abruptas como São Sebastião, o varieda

especiais, como as sargetas internas e

de das praias e angras, os csporõos que

roçáveis relativamente estreitas. São es

desafiam o mar. Os morros do Rio e de Santos, a que acrescentaríamos os da

tas vias que hoje, diante da intensidade

capital capicliaba, são riquezas paisagís

crescente do tráfego, reclamam alarga mento. Nas avenidas, que acompanham os canais de saneamento, essa exigüidade

ticas paradoxalmente abandonadas aos "chaicts" e às favelas. Em Santos o aban dono é ainda maior, c entretanto os mor

os canteiros laterais, resultando vías car-

dificilmente será corrigida, porque a lar gura total (35 metros) 6 insuficiente. Por isso temos recomendado às ave

nidas do mesmo tipo, previstas na ilha de Santo Amaro, maiores seções, de mo do a facultarem vias marginais pelo me nos com três faixas carroçáveis. Também a avenida Conselheiro Nébias (22 ms.) é exígua para a função de artéria dis tribuidora para tôda a parte E, e SE, da ilha.

A eliminação dos canteiros la

terais pode melhorar a situação, aliás com prejuízo da arborização. A solução plena seria o alargamento gradual para 30 ou

ro das baixadas, ns.sunlo estudado pela

dos seus contrafortes, sôbre que

Companliia Docas.

todavia não nos estenderemos.

Ao conlrArio do

morro do Caslclo, no Rio, onde oito mi lhões de metros cúbicos foram desfeitos

c removidos bidràulicamcnte, a solução cm Santos pende para o transporte fu-

da Ponta da Praia, da Via Anchieta e,

ficuldade do tran.sportc por sôbrc o

futuramente, na Ilha de Santo Amaro.

nimo na zona do Saboó. Seja como fõr, impôc-so uni melhor aproveitamen to dos morros pelas seguintes medidas: a) — Revisão dos armamen

arruamentos apropriados, matos acessí

veis, caminhos de comija o asccnsores. O Monte Serrat, encimado pelo inde

tos rudimentares.

b) — Criação dum grande parque dc montanha, abrangendo Nova Cin

fectível e intermitente cassino, retém um asccnsor, que entretanto falta no morro

tra, Catupó etc. c) — Preservação da mata e dos as

dc São Bento, donde poderia servir tôda

uma pequena cidade-alta, exposta ao sol e às brisas do oceano.

pectos pitorescos.

Muitos santistas ignoram que aí, em pleno morro da Bela Cin tra, há um lago suspenso e uma

de acessos, caminhos dc comija c comodidades diversas, de mo do a realizar um verdadeiro

cachoeira. O assunto suscita a questão do arrasamento dos

parque

central. A

Construção

natureza

aqui dá quase graciosamente à

32 metros, o que o atual afastamento

morros. Esta idéia não merece atenção,

da maioria das casas facilita. A largura ■ de 22 ms. subsistirá entre a avenida João

tendo em vista as disponibilidades da

cidade, para que ela complete, o que em Nova York (Parque

área urbana, a grandeza dos desmontes,

Central), Paris (Buttes-Chau-

a predominância da rocha, e, se o fator ventilação fôr invocado, a ínsignificâncía dos resultados prováveis. Nem seria

mont) etc. tem decorrido de previsão e de grandes despesas de adaptação. Também convém

lógico, para tal, demolir morros, quando

preservar os ângulos e encos

edificações altas e compactas estão re editando, piorados, os obstáculos à ven tilação. Excluímos da categoria dos arrasamentos despropositados o corte su

tas mais interessantes, desco-

Pessoa e o cais, de menor movimento. D) Morros — Santos concede com ra

zão grande importância ao mar e às praias. Mas esquece lamentàvelmente ou

tra extraordinária beleza, que são os morros. Só quem tem percorrido o lito

ral atlântico da América, da Argentina ao Canadá (com exceção do trecho Ve-

brindo-as e tratando-as paisagb-

ticamente, por exemplo junto às ruas Senador Queirós, Range

nezuela-México, à margem dos itinerá rios habituais), pode compreender o va

perior de alguns morros, como o Monte

Pestana e São Leopoldo.

Serrat, e principalmente o de São Ben

d) — Regulamentação especial das

lor paisagístico e turístico da nossa costa meridional, de Santa Catarina ao Es-, pírito Santo e, mais especialmente, entre

to, de material terroso menos rebelde. Nos topes assim aparados seriam constitiridas pequenas esplanadas de sumo va

Santos e o IRio. O litoral americano é desprovido quase totalmente de aciden tes orográficos. Faltam-lhe a moldura

lor residencial e turístico.

-

biblioteca dc bairro. Outras impõem-se cm Vila Macueo, Vila Santista, Ponta da Praia, Marapé, Cubatão e Sa boó. Nas seções urbanas mui to densas, onde já não sobram terrenos vazios como Paquetá, as crianças seriio atendidas por uma espécie de "ginasios-clubs", com instalações esportivas e recreativas internas.

. Instalações análogas, mas para adultos, devem ser feitas em dois ou três pon tos, cuja escolha a planta cadastral e demográfica auxiliará: São Bento, Pa

quetá e Macuco. Em etapa posterior e com a e-xperiência adquirida, terá lugar um programa mais completo e perfei to. Nas instalações esportivas cabe evi

tar (salvo um ou dois únicos casos), os projetos caríssimos de estádios, que visam apenas o lado espetacular e co

mercial do esporte e não êste em si, •com as suas vantagens higiênicas, so

ciais e educativas. Por isso é digna de atenção a orientação dominante em di versos países do Centro e do Leste eu

ropeu, onde se espalham instalações para

da vegetação. Combate às fa velas, simultâneamente com um

dos jogos.

programa de casas populares. e) — Este capítulo poderia incluir o paisagismo da Serra do Mar e

samento com as obras do pôrto e o atêr-

Em Campo Grande há uma quadra vaga apropriada para parque infantil e

a prática efetiva e generalizada do es porte, da ginástica e das recreações ati vas, relegando a segundo plano as ar quibancadas e a exploração comercial

construções, do loteamento e

O projeto seria viável mediante entro-

madas grandes áreas esporti\"as do lado

niculnr ou teleférico, com a única di

ccnlTo, dificuldade aliás redutível no mí

ros santistas podiam estar salpicados dc vivcndas aristocráticas e pitorescas como as dc Santa Teresa e Tijuca; podiam ter

E)Parques c Jardins — Além do "par que de montanha" e da transformação do pátio da Sorocabana, devem ser for

E' sobretudo na ilha de Santo Amaro que os parques e "park-ways", poderão


•w-|r.

14

se a meia faixa.

A topografia extra-

D!c3í^T!SR8TiTnõ

maravilhosa da nossa escarpa, ilhas

mamentc plana obrigou a disposições

abruptas como São Sebastião, o varieda

especiais, como as sargetas internas e

de das praias e angras, os csporõos que

roçáveis relativamente estreitas. São es

desafiam o mar. Os morros do Rio e de Santos, a que acrescentaríamos os da

tas vias que hoje, diante da intensidade

capital capicliaba, são riquezas paisagís

crescente do tráfego, reclamam alarga mento. Nas avenidas, que acompanham os canais de saneamento, essa exigüidade

ticas paradoxalmente abandonadas aos "chaicts" e às favelas. Em Santos o aban dono é ainda maior, c entretanto os mor

os canteiros laterais, resultando vías car-

dificilmente será corrigida, porque a lar gura total (35 metros) 6 insuficiente. Por isso temos recomendado às ave

nidas do mesmo tipo, previstas na ilha de Santo Amaro, maiores seções, de mo do a facultarem vias marginais pelo me nos com três faixas carroçáveis. Também a avenida Conselheiro Nébias (22 ms.) é exígua para a função de artéria dis tribuidora para tôda a parte E, e SE, da ilha.

A eliminação dos canteiros la

terais pode melhorar a situação, aliás com prejuízo da arborização. A solução plena seria o alargamento gradual para 30 ou

ro das baixadas, ns.sunlo estudado pela

dos seus contrafortes, sôbre que

Companliia Docas.

todavia não nos estenderemos.

Ao conlrArio do

morro do Caslclo, no Rio, onde oito mi lhões de metros cúbicos foram desfeitos

c removidos bidràulicamcnte, a solução cm Santos pende para o transporte fu-

da Ponta da Praia, da Via Anchieta e,

ficuldade do tran.sportc por sôbrc o

futuramente, na Ilha de Santo Amaro.

nimo na zona do Saboó. Seja como fõr, impôc-so uni melhor aproveitamen to dos morros pelas seguintes medidas: a) — Revisão dos armamen

arruamentos apropriados, matos acessí

veis, caminhos de comija o asccnsores. O Monte Serrat, encimado pelo inde

tos rudimentares.

b) — Criação dum grande parque dc montanha, abrangendo Nova Cin

fectível e intermitente cassino, retém um asccnsor, que entretanto falta no morro

tra, Catupó etc. c) — Preservação da mata e dos as

dc São Bento, donde poderia servir tôda

uma pequena cidade-alta, exposta ao sol e às brisas do oceano.

pectos pitorescos.

Muitos santistas ignoram que aí, em pleno morro da Bela Cin tra, há um lago suspenso e uma

de acessos, caminhos dc comija c comodidades diversas, de mo do a realizar um verdadeiro

cachoeira. O assunto suscita a questão do arrasamento dos

parque

central. A

Construção

natureza

aqui dá quase graciosamente à

32 metros, o que o atual afastamento

morros. Esta idéia não merece atenção,

da maioria das casas facilita. A largura ■ de 22 ms. subsistirá entre a avenida João

tendo em vista as disponibilidades da

cidade, para que ela complete, o que em Nova York (Parque

área urbana, a grandeza dos desmontes,

Central), Paris (Buttes-Chau-

a predominância da rocha, e, se o fator ventilação fôr invocado, a ínsignificâncía dos resultados prováveis. Nem seria

mont) etc. tem decorrido de previsão e de grandes despesas de adaptação. Também convém

lógico, para tal, demolir morros, quando

preservar os ângulos e encos

edificações altas e compactas estão re editando, piorados, os obstáculos à ven tilação. Excluímos da categoria dos arrasamentos despropositados o corte su

tas mais interessantes, desco-

Pessoa e o cais, de menor movimento. D) Morros — Santos concede com ra

zão grande importância ao mar e às praias. Mas esquece lamentàvelmente ou

tra extraordinária beleza, que são os morros. Só quem tem percorrido o lito

ral atlântico da América, da Argentina ao Canadá (com exceção do trecho Ve-

brindo-as e tratando-as paisagb-

ticamente, por exemplo junto às ruas Senador Queirós, Range

nezuela-México, à margem dos itinerá rios habituais), pode compreender o va

perior de alguns morros, como o Monte

Pestana e São Leopoldo.

Serrat, e principalmente o de São Ben

d) — Regulamentação especial das

lor paisagístico e turístico da nossa costa meridional, de Santa Catarina ao Es-, pírito Santo e, mais especialmente, entre

to, de material terroso menos rebelde. Nos topes assim aparados seriam constitiridas pequenas esplanadas de sumo va

Santos e o IRio. O litoral americano é desprovido quase totalmente de aciden tes orográficos. Faltam-lhe a moldura

lor residencial e turístico.

-

biblioteca dc bairro. Outras impõem-se cm Vila Macueo, Vila Santista, Ponta da Praia, Marapé, Cubatão e Sa boó. Nas seções urbanas mui to densas, onde já não sobram terrenos vazios como Paquetá, as crianças seriio atendidas por uma espécie de "ginasios-clubs", com instalações esportivas e recreativas internas.

. Instalações análogas, mas para adultos, devem ser feitas em dois ou três pon tos, cuja escolha a planta cadastral e demográfica auxiliará: São Bento, Pa

quetá e Macuco. Em etapa posterior e com a e-xperiência adquirida, terá lugar um programa mais completo e perfei to. Nas instalações esportivas cabe evi

tar (salvo um ou dois únicos casos), os projetos caríssimos de estádios, que visam apenas o lado espetacular e co

mercial do esporte e não êste em si, •com as suas vantagens higiênicas, so

ciais e educativas. Por isso é digna de atenção a orientação dominante em di versos países do Centro e do Leste eu

ropeu, onde se espalham instalações para

da vegetação. Combate às fa velas, simultâneamente com um

dos jogos.

programa de casas populares. e) — Este capítulo poderia incluir o paisagismo da Serra do Mar e

samento com as obras do pôrto e o atêr-

Em Campo Grande há uma quadra vaga apropriada para parque infantil e

a prática efetiva e generalizada do es porte, da ginástica e das recreações ati vas, relegando a segundo plano as ar quibancadas e a exploração comercial

construções, do loteamento e

O projeto seria viável mediante entro-

madas grandes áreas esporti\"as do lado

niculnr ou teleférico, com a única di

ccnlTo, dificuldade aliás redutível no mí

ros santistas podiam estar salpicados dc vivcndas aristocráticas e pitorescas como as dc Santa Teresa e Tijuca; podiam ter

E)Parques c Jardins — Além do "par que de montanha" e da transformação do pátio da Sorocabana, devem ser for

E' sobretudo na ilha de Santo Amaro que os parques e "park-ways", poderão


IO

TT

DiciiSTo EcoNóxnco

ser previstos com antecedência, cm áreas por enquanto virgens de especulação. Cabe aos poderes públicos organizíir

tes jimlo a ilha Porchat, um arranhacéu foi elevado dentro da praia, contra

linlias; os seus nioradoros pussuriiun a ser

o qual o próprio mar sc rebelou, infeliz

incomodados; os Ixuules toruar-sc-ium mais lentos, pois a \ia atuai, sem cniza-

17

topo tia rua dc S.ão Bento, com fácil ligação com as esli-adàs dc ferro e a ro

um esquema geral e pro\idenciar unia

mente sem o mesmo sucesso do mare

execução gradual, pela aquisição anteci pada das reservas territoriais c impo

moto pré-afonsino.

menlos, eqüivale a uma via expressa.

Contará três andarc.s: o térreo, atra-

Embora a área do Hotel Internacional possa ser reedificada, o bloco deve ser delgado e, por assim dizer, transparente, sobre pUotis, dc modo a prejudicar o

Segunda solução: reduzir franeamcnle,

ve.ssado pelas estradas; o médio, que é

om tõda a extensão, os canteiros da

a e.slação propriamente dita, dotada de

praia, utilizando a faixa lograda para

salões c ctimodidades para os passagei ros. eomunicáx el com os navios por pas-

sição de servidões.

Ponto essencial do plano regional .são

os "balneários", Nas praias da própria cidade impõem-se três instalações públi cas: Ponta da Praia, Boqueirão ou Gon^ga, e São Vicente ou Itararé. Serão instalações modelares, mas condensadas. F) Praias — Além dos baineários urba nos ou interiores, que vimos, é mister prever 'Tialneários externos", centros de recreio do tipo Jones Beach, a notável

criação de Bob Moses. São planos a exe cutar pelo Estado, sem intuito especu

lativo, embora em parte remunerativo.

A região santista justifica três balneários externos; na

tran.sfcréncia das linhas ou para uma \ ia

menos possível a continuidade da jiraia. A ilhota poderá receber construção, se

asfaltada. Sugere-se, finalmente, o apro

o aproveitamento fõr moderado e não

Porchat como parque público, sublraiu-

lhe destruir o pitoresco. Quanto a lín

dü-a à especulação. O objetivo c atin gível pela expropriação duma parte e pelo scN-ero zoncamenlo da fração rema nescente. Escusado dizer que muitos

gua de areia submersível, evidentemente

não admitirá construções; quando muito uma esplanada decorativa razante com o mar. Reduzido assim o aproveitamen to superficial, ainda interessará a par

ticulares o empreendimento? Entretanto, outro não pode ser o ponto-

veitamento ao menos jiarcial da ilha

destes melhoramentos, por excederem o interesso c os recursos da cidade, recla mam a colaboração estadual.

G) Edifícios' Públicos — A Ca

de-vista oficial. Conquanto em tese o projeto possa ser

deia antiga será eliminada. Pre-

tolerado, após grandes reto

roviária (unificada), a ainpUaÇão do Paço Municipal e um no-

vêm-sc uma nova Estação Fer

ilha de Santo Amaro, na Ber-

ques, perduram graves in

tioga e na Praia Grande.

convenientes: o precedente,

vo Forinn. Êstc, cm vez do sítio

a dificuldade de dosar o cri

qire lhe foi oficialmente designado, me

tério seletivo e o risco de

rece um ponto local, onde possa contri buir para o embelezamento urbano.

Pressupõe-se perfeito acesso rodoviário e mesmo ferroviá

rio, o que no nosso caso já faz parte do plano regional.

^ Na proteção das praias inclui-se a vigilangia sôbre o trecho Intemacíonal-

Urubuqueçaba. O primeiro projeto re

ferente ao local, cortando a praia com um paredão de arranha-céus, era um

atentado a natureza e à cidade. Proje to posterior atenuou os malefícios do

primeiro, sem, contudo, tomar-se ainda inteiramente aprovável.

Em Guarujá é inadmissível a perma nência dos prédios próxirnos ao Grande Hotel, dentro da praia, já não falando da condenável vila militar, construída do lado extemo da avenida.

Em São

Vicente, talvez valendo-se dos preceden-

.1

adjunções posteriores.

Outro problema ligado às praias é o da avenida Beira-Mar. Esta artéria tomar-se-á cada vez mais insuficiente

para o tráfego. O túnel de Monte Serrat, o calçamento das artérias internas em di reção à Ponta da Praia, o alargamento e asfaltamento da avenida Francisco Glicério etc., naturalmente aliviarão a

praia, mas não tanto que dispense futu ramente o alargamento da suii faixa carroçável. Há duas soluções. Uma, remo ver o bonde para as ruas paralelas pos

teriores (rua Floriano Peixoto, avenida Epitácio etc.), aproveitando o leito tranvíário. Inconvenientes: as ruas posterio res são estreitas, ao menos para duas

1

il

De grande interesse será a Estação Rodoviária. O j)lano regional localiza-a

"u esquina da rua Visconde de Embaré com a praça dos Andradas, ponto central o de irradiação, onde a Municipalidade já possui áreas facilmente ampliáveis. Essa estação servirá o Centro e con

trolará algumas estações menores, finais ou de passagem, situadas nos bairros e conjugadas telefônicamente: Mercado,

dovia.

.sadiços móveis; e o superior, para ser\iços de carga c descarga, som interferéiieia com o mo\imento de passa geiros. Duas

cstaçõezinhos

marítimas

se

cundárias, para .serviço local ou tu rístico. poderão ser intercaladas no cais, com aeesst) autônomo, por pequenos túneis sob a faixa portuária. O trans porte marítimo para Bertioga, Itapema etc., naturalmente de cairá após o lançamento das pontes, a que já nos referimcs ■/ em capítulos anteriores, mas as \'iagens de turismo e . recreio, pelos canais e pelo fundo da baía, abordando pontos pitorescos ou liistóricos, ou atravessando baixadas

reflorestadas, oferecem possibilidades insuspeitadas. O Tigre, Miami e tan tos pontos famosos de esporte e re creio, apresentavam originàriamente con dições naturais muito inferiores, bre

jos

ou

restingas

que

eram.

O

maravillioso front de Chic.ago surgiu sôbre depósitos de li.\o, à borda do Michigan. A nossa universidade na cional

talvez venha

a elevar-se nas

Ponta da Praia, Gonzaga, Itararé e São Vicente, assim como as estações subur

iUiotas da Sapucaia. Serão matéria do próximo artigo as questões de zoneamento., extensão é

banas (Bertioga, Guarujá, Cubatão e

administração.

Praia Grande).

Falta uma terceira estação, a Maríti

ma,iocalizavel junto à Alfândega, ou no

E com elas encerraremos as nossas

desvaliosas considerações sôbre o pla no de SANTOS.


IO

TT

DiciiSTo EcoNóxnco

ser previstos com antecedência, cm áreas por enquanto virgens de especulação. Cabe aos poderes públicos organizíir

tes jimlo a ilha Porchat, um arranhacéu foi elevado dentro da praia, contra

linlias; os seus nioradoros pussuriiun a ser

o qual o próprio mar sc rebelou, infeliz

incomodados; os Ixuules toruar-sc-ium mais lentos, pois a \ia atuai, sem cniza-

17

topo tia rua dc S.ão Bento, com fácil ligação com as esli-adàs dc ferro e a ro

um esquema geral e pro\idenciar unia

mente sem o mesmo sucesso do mare

execução gradual, pela aquisição anteci pada das reservas territoriais c impo

moto pré-afonsino.

menlos, eqüivale a uma via expressa.

Contará três andarc.s: o térreo, atra-

Embora a área do Hotel Internacional possa ser reedificada, o bloco deve ser delgado e, por assim dizer, transparente, sobre pUotis, dc modo a prejudicar o

Segunda solução: reduzir franeamcnle,

ve.ssado pelas estradas; o médio, que é

om tõda a extensão, os canteiros da

a e.slação propriamente dita, dotada de

praia, utilizando a faixa lograda para

salões c ctimodidades para os passagei ros. eomunicáx el com os navios por pas-

sição de servidões.

Ponto essencial do plano regional .são

os "balneários", Nas praias da própria cidade impõem-se três instalações públi cas: Ponta da Praia, Boqueirão ou Gon^ga, e São Vicente ou Itararé. Serão instalações modelares, mas condensadas. F) Praias — Além dos baineários urba nos ou interiores, que vimos, é mister prever 'Tialneários externos", centros de recreio do tipo Jones Beach, a notável

criação de Bob Moses. São planos a exe cutar pelo Estado, sem intuito especu

lativo, embora em parte remunerativo.

A região santista justifica três balneários externos; na

tran.sfcréncia das linhas ou para uma \ ia

menos possível a continuidade da jiraia. A ilhota poderá receber construção, se

asfaltada. Sugere-se, finalmente, o apro

o aproveitamento fõr moderado e não

Porchat como parque público, sublraiu-

lhe destruir o pitoresco. Quanto a lín

dü-a à especulação. O objetivo c atin gível pela expropriação duma parte e pelo scN-ero zoncamenlo da fração rema nescente. Escusado dizer que muitos

gua de areia submersível, evidentemente

não admitirá construções; quando muito uma esplanada decorativa razante com o mar. Reduzido assim o aproveitamen to superficial, ainda interessará a par

ticulares o empreendimento? Entretanto, outro não pode ser o ponto-

veitamento ao menos jiarcial da ilha

destes melhoramentos, por excederem o interesso c os recursos da cidade, recla mam a colaboração estadual.

G) Edifícios' Públicos — A Ca

de-vista oficial. Conquanto em tese o projeto possa ser

deia antiga será eliminada. Pre-

tolerado, após grandes reto

roviária (unificada), a ainpUaÇão do Paço Municipal e um no-

vêm-sc uma nova Estação Fer

ilha de Santo Amaro, na Ber-

ques, perduram graves in

tioga e na Praia Grande.

convenientes: o precedente,

vo Forinn. Êstc, cm vez do sítio

a dificuldade de dosar o cri

qire lhe foi oficialmente designado, me

tério seletivo e o risco de

rece um ponto local, onde possa contri buir para o embelezamento urbano.

Pressupõe-se perfeito acesso rodoviário e mesmo ferroviá

rio, o que no nosso caso já faz parte do plano regional.

^ Na proteção das praias inclui-se a vigilangia sôbre o trecho Intemacíonal-

Urubuqueçaba. O primeiro projeto re

ferente ao local, cortando a praia com um paredão de arranha-céus, era um

atentado a natureza e à cidade. Proje to posterior atenuou os malefícios do

primeiro, sem, contudo, tomar-se ainda inteiramente aprovável.

Em Guarujá é inadmissível a perma nência dos prédios próxirnos ao Grande Hotel, dentro da praia, já não falando da condenável vila militar, construída do lado extemo da avenida.

Em São

Vicente, talvez valendo-se dos preceden-

.1

adjunções posteriores.

Outro problema ligado às praias é o da avenida Beira-Mar. Esta artéria tomar-se-á cada vez mais insuficiente

para o tráfego. O túnel de Monte Serrat, o calçamento das artérias internas em di reção à Ponta da Praia, o alargamento e asfaltamento da avenida Francisco Glicério etc., naturalmente aliviarão a

praia, mas não tanto que dispense futu ramente o alargamento da suii faixa carroçável. Há duas soluções. Uma, remo ver o bonde para as ruas paralelas pos

teriores (rua Floriano Peixoto, avenida Epitácio etc.), aproveitando o leito tranvíário. Inconvenientes: as ruas posterio res são estreitas, ao menos para duas

1

il

De grande interesse será a Estação Rodoviária. O j)lano regional localiza-a

"u esquina da rua Visconde de Embaré com a praça dos Andradas, ponto central o de irradiação, onde a Municipalidade já possui áreas facilmente ampliáveis. Essa estação servirá o Centro e con

trolará algumas estações menores, finais ou de passagem, situadas nos bairros e conjugadas telefônicamente: Mercado,

dovia.

.sadiços móveis; e o superior, para ser\iços de carga c descarga, som interferéiieia com o mo\imento de passa geiros. Duas

cstaçõezinhos

marítimas

se

cundárias, para .serviço local ou tu rístico. poderão ser intercaladas no cais, com aeesst) autônomo, por pequenos túneis sob a faixa portuária. O trans porte marítimo para Bertioga, Itapema etc., naturalmente de cairá após o lançamento das pontes, a que já nos referimcs ■/ em capítulos anteriores, mas as \'iagens de turismo e . recreio, pelos canais e pelo fundo da baía, abordando pontos pitorescos ou liistóricos, ou atravessando baixadas

reflorestadas, oferecem possibilidades insuspeitadas. O Tigre, Miami e tan tos pontos famosos de esporte e re creio, apresentavam originàriamente con dições naturais muito inferiores, bre

jos

ou

restingas

que

eram.

O

maravillioso front de Chic.ago surgiu sôbre depósitos de li.\o, à borda do Michigan. A nossa universidade na cional

talvez venha

a elevar-se nas

Ponta da Praia, Gonzaga, Itararé e São Vicente, assim como as estações subur

iUiotas da Sapucaia. Serão matéria do próximo artigo as questões de zoneamento., extensão é

banas (Bertioga, Guarujá, Cubatão e

administração.

Praia Grande).

Falta uma terceira estação, a Maríti

ma,iocalizavel junto à Alfândega, ou no

E com elas encerraremos as nossas

desvaliosas considerações sôbre o pla no de SANTOS.


"•a

Temas e problemas em

Dicesto EcoNÓNnco

to horizontal do país, com o encerramen to da fase do conquista das novas ter ras c das nONas riquezas do solo, se tor

10

O autor, em termos precisos, define a

nou também mais lenta c restrita. Mas,

atual posição das massas trabalhadoras arregimentadas no quadro nacional: "Poucas tvansfónnações de \'ulto ocor

por outro lado, a expansão mundial dn

reram na comunidade americana mais

A ascensão dos trabalhadores e os problemas

economia americana e o progresso té'C-

trabalhistas nos Estados Unidos

nico foram compensando as restrições

rapidamente do que a ascensão das "tradc-unions" nos iMtimos ipiinze anos..

ineliitáveis decorrentes da causa apon

O creseiniento das uniões significa mais

tada, dc modo a manter a marcha do

do que a .substituição do contrato indi

lismo norte-americano, chegar-se-ia a

zes na vida social americana, e busca incessantemente as fórmulas que o tor-

vidual pelo contraio coletivo. Significa que os Estados Unidos gradualmente

jjcm vitorioso, para poupar abalos que

uma etapa em que se defrontariam os

crescimento c a ponto de não alterar o esquema de equilíbrio que assegura a coe.xistência das forças sem choques

dois grandes monopólios: o do capital,

comprometam o soberbo progresso ma

estridentes.

pitalista numa comunidade lahorista —

terial da terra de Hoo.sevelt.

concentrado em poucos grupos vigoro-

Felizmente, as condições próprias dos Estados Unidos o têm preservado, atra

isto é*, numa comunidade em que os em pregados, mais do que os homens de ne

vés de sua evolução, às crises sociais que

Essa permeabilidade social tem re flexos diretos na ação política, e e.xplica porque até agora não sc formou nos Estados Unidos qualquer

geram os surtos subversivos.

movimento autônomo, com

Dahio de Almeida Macalhâiís

Á se observou que, na linha de de

J senvolvimento seguida pelo capita

samerite entrelaçados, e o do trabalho,

organizado nas "trade-unions", gover nando a mão-de-obra, para a defesa dos

trabalhadores contra as injustiças e as resistências dos detentores do capital. A perspectiva da evolução, quando o processo atingisse o seu climax, seria

ricana mdicam as razões que explicam

ter comunista, .socialista ou

essa benfazcja imunização aos confli

trabalhista, que mobilize, em

liares critérios dc encarar as

coisas, sua própria escala dc valores, suas idéias próprias sobre os problemas público.s, e de certo modo, sua . ju1'isprudência própria. Terá também novos e diferentes pro blemas e os seus métodos próprios de os resolver. Em conseqüência, a ascensão das "ti'ade-unions" significa que os Es

Os observadores da cÍNÍli^ação ame

fôrça ponderável, de cará

tos radicais. A par da estupenda rique

bloco, os muitos milhões dc

za natural do país, eficientemente ex

abalaria nas suas bases o sistema. Con

gênio de sua indústria e do seu comér cio, abrindo oportunidades constantes à população dinâmica e ambiciosa, assi

operários para disputarem o poder político em favor de um representante próprio. O país continua ainda agora a se mover em tomo dos seus dois par

as corporações operárias, mobilizando,

plorada pelos pioneiros e criadores do

em rigorosa discipbna, milliões de ope

nala-se a extrema permeabilidade da

tidos tradicionais, distribuindo-se entic

rários, e dispondo de imensos recursos financeiros e de meios de ação extrema

sociedade americana, de real formação democrática, sem castas ou camadas es

cios, conforme as tendências dos seus

mente eficazes.

tanques. A ascensão está sempre aber

programas e do.s seus homens, os sufrá gios dos milhões de proletários, que pe

ta das camadas mais baixas às mais

sam decisivamente nas eleições.

A análise desse quadro, formulada em côres vivas, é que criou o clima fa vorável ao movimento de reforma da mentalidade capitalista dos Estados Uni dos, a fim de torná-la mais aberta às

concessões, às transigêncías que propi

altas pelo trabalho, pelo espírito inven

Apesar disso tiido, porém, é sensí

tivo, pela utilidade econômica de cada

vel o crescimento em força e influência

um, revelada no esforço construtor que

que vêm adquirindo, cada dia, na vida dos Estados Unidos, as massas operárias organizadas, indicando um estágio agu do na evolução do seu "processus" social.

empolga tôda a nação. O operário babibtado e experiente se torna um valor

interesses indissociáveis como meio de

econômico e alcança, pelos salários que obtém, um participante efetivo nas van

evitar a crise, para a qual o sistema, de

tagens que o regime propicia, e pode

ca no "Magazine do New York Times",

Êsse movimento reformador constitaiiu

subir até às posições de direção nas próprias empresas em que serve.

de 16 de maio último, o economista

a substância do "new deal" e, apesar

E' certo que essa expansão individual,

ciassem a conveniência e a harmonia dos

outra maneira, fatalmente caminharia.

de todos avanços e recuos, deitou raí

gócio, reprc.sentam, isoladamente, a mais

poderosa influencia. Uma comunidade, na qual os em pregados são a principal in fluência. terá os seus pecu

sombria, porque o conflito agudo pode ria degenerar numa crise ciclópÍGa, que tra o capital concentrado se ergueriam

se transformam de uma comunidade ca

depois de reduzido p ritmo do crescimen

E' este o tema do artigo que publi

tados Unidos se acham no limiar de pro fundas mudanças nas suas instituições

econômicas e políticas." Depois dessas considerações incisivas, o professor Slichter declara que muitas pessoas contestarão seja verdadeira a transformação dos Estados Unidos numa comunidade laborista.

Sobretudo os lí

deres das associações operárias negarão o

Sumner H. Slichter, professor da Uni

fato, alegando que o seu país é o sustentáculo do capitalismo, e que muitos con dutores da vida pública nacional não

versidade de Harvard, sob o título "Are

são simpáticos às reivindicações do tra

we becoming a "laboristic" state?"

balho.


"•a

Temas e problemas em

Dicesto EcoNÓNnco

to horizontal do país, com o encerramen to da fase do conquista das novas ter ras c das nONas riquezas do solo, se tor

10

O autor, em termos precisos, define a

nou também mais lenta c restrita. Mas,

atual posição das massas trabalhadoras arregimentadas no quadro nacional: "Poucas tvansfónnações de \'ulto ocor

por outro lado, a expansão mundial dn

reram na comunidade americana mais

A ascensão dos trabalhadores e os problemas

economia americana e o progresso té'C-

trabalhistas nos Estados Unidos

nico foram compensando as restrições

rapidamente do que a ascensão das "tradc-unions" nos iMtimos ipiinze anos..

ineliitáveis decorrentes da causa apon

O creseiniento das uniões significa mais

tada, dc modo a manter a marcha do

do que a .substituição do contrato indi

lismo norte-americano, chegar-se-ia a

zes na vida social americana, e busca incessantemente as fórmulas que o tor-

vidual pelo contraio coletivo. Significa que os Estados Unidos gradualmente

jjcm vitorioso, para poupar abalos que

uma etapa em que se defrontariam os

crescimento c a ponto de não alterar o esquema de equilíbrio que assegura a coe.xistência das forças sem choques

dois grandes monopólios: o do capital,

comprometam o soberbo progresso ma

estridentes.

pitalista numa comunidade lahorista —

terial da terra de Hoo.sevelt.

concentrado em poucos grupos vigoro-

Felizmente, as condições próprias dos Estados Unidos o têm preservado, atra

isto é*, numa comunidade em que os em pregados, mais do que os homens de ne

vés de sua evolução, às crises sociais que

Essa permeabilidade social tem re flexos diretos na ação política, e e.xplica porque até agora não sc formou nos Estados Unidos qualquer

geram os surtos subversivos.

movimento autônomo, com

Dahio de Almeida Macalhâiís

Á se observou que, na linha de de

J senvolvimento seguida pelo capita

samerite entrelaçados, e o do trabalho,

organizado nas "trade-unions", gover nando a mão-de-obra, para a defesa dos

trabalhadores contra as injustiças e as resistências dos detentores do capital. A perspectiva da evolução, quando o processo atingisse o seu climax, seria

ricana mdicam as razões que explicam

ter comunista, .socialista ou

essa benfazcja imunização aos confli

trabalhista, que mobilize, em

liares critérios dc encarar as

coisas, sua própria escala dc valores, suas idéias próprias sobre os problemas público.s, e de certo modo, sua . ju1'isprudência própria. Terá também novos e diferentes pro blemas e os seus métodos próprios de os resolver. Em conseqüência, a ascensão das "ti'ade-unions" significa que os Es

Os observadores da cÍNÍli^ação ame

fôrça ponderável, de cará

tos radicais. A par da estupenda rique

bloco, os muitos milhões dc

za natural do país, eficientemente ex

abalaria nas suas bases o sistema. Con

gênio de sua indústria e do seu comér cio, abrindo oportunidades constantes à população dinâmica e ambiciosa, assi

operários para disputarem o poder político em favor de um representante próprio. O país continua ainda agora a se mover em tomo dos seus dois par

as corporações operárias, mobilizando,

plorada pelos pioneiros e criadores do

em rigorosa discipbna, milliões de ope

nala-se a extrema permeabilidade da

tidos tradicionais, distribuindo-se entic

rários, e dispondo de imensos recursos financeiros e de meios de ação extrema

sociedade americana, de real formação democrática, sem castas ou camadas es

cios, conforme as tendências dos seus

mente eficazes.

tanques. A ascensão está sempre aber

programas e do.s seus homens, os sufrá gios dos milhões de proletários, que pe

ta das camadas mais baixas às mais

sam decisivamente nas eleições.

A análise desse quadro, formulada em côres vivas, é que criou o clima fa vorável ao movimento de reforma da mentalidade capitalista dos Estados Uni dos, a fim de torná-la mais aberta às

concessões, às transigêncías que propi

altas pelo trabalho, pelo espírito inven

Apesar disso tiido, porém, é sensí

tivo, pela utilidade econômica de cada

vel o crescimento em força e influência

um, revelada no esforço construtor que

que vêm adquirindo, cada dia, na vida dos Estados Unidos, as massas operárias organizadas, indicando um estágio agu do na evolução do seu "processus" social.

empolga tôda a nação. O operário babibtado e experiente se torna um valor

interesses indissociáveis como meio de

econômico e alcança, pelos salários que obtém, um participante efetivo nas van

evitar a crise, para a qual o sistema, de

tagens que o regime propicia, e pode

ca no "Magazine do New York Times",

Êsse movimento reformador constitaiiu

subir até às posições de direção nas próprias empresas em que serve.

de 16 de maio último, o economista

a substância do "new deal" e, apesar

E' certo que essa expansão individual,

ciassem a conveniência e a harmonia dos

outra maneira, fatalmente caminharia.

de todos avanços e recuos, deitou raí

gócio, reprc.sentam, isoladamente, a mais

poderosa influencia. Uma comunidade, na qual os em pregados são a principal in fluência. terá os seus pecu

sombria, porque o conflito agudo pode ria degenerar numa crise ciclópÍGa, que tra o capital concentrado se ergueriam

se transformam de uma comunidade ca

depois de reduzido p ritmo do crescimen

E' este o tema do artigo que publi

tados Unidos se acham no limiar de pro fundas mudanças nas suas instituições

econômicas e políticas." Depois dessas considerações incisivas, o professor Slichter declara que muitas pessoas contestarão seja verdadeira a transformação dos Estados Unidos numa comunidade laborista.

Sobretudo os lí

deres das associações operárias negarão o

Sumner H. Slichter, professor da Uni

fato, alegando que o seu país é o sustentáculo do capitalismo, e que muitos con dutores da vida pública nacional não

versidade de Harvard, sob o título "Are

são simpáticos às reivindicações do tra

we becoming a "laboristic" state?"

balho.


20

Dicesto Econômico

E' verdade, acentua em complcmenlo o autor, que sobre muitas questões de interesse público os empregadtj.s não tem ponto-de-N'ista comum e próprio, c tal vez sobre várias delas jamais o terão,

porque há grandes diferenças de pontos-de-vista entre os diversos grupos de empregados. "Porém — afirma conven

cidamente — não bá dúvida de que os trabalhadores formam o mais influente

grupo da comunidade c que se tornam cada vez mais fortes. Jíoje, os Estados Unidos são virtualmente uma nação de empregados, porque três de quatro pes soas (^uc traballiam para viver figuram na folha dc pagamento de alguma outra. O número de empregados excede o dc acionistas na proporção aproximada de cinco para um". Essa influência se manifesta concrctamente no desenvolvimento da legislação trabalhista. Várias leis de proteção ao trabalho datam de muitos anos. Mas, de 1933

com o objetivo de ele\-;

ar

o

preç<í do

Irabalho.

O.ilro Índico signifie;,tivn da infit>í"'»-

cia dos grupos trabalhistas ê a partici pação que alguns dos seus Iídcri'S alcançando foi;, associaçõe.s.

líoje, c freqüente vê-los participarem dn din.çã() d(^ emprêsas de scr\i(,-os públi cos, da direção dc colégios e uni^^C-'''" dados, da <liscussão di* '"rclc\ aiitcs pro blemas dc administração. O professor S'iclitcr vê na p^^rlicipação dos representantes da niassii operúriii neíssas tarefas da comunidade

um ícnónuMH) .salutar: "O aparecimen to d(í líderes da tornimídadc \ indos dos

quadros do tral)al!io significa que o país está melhor preparado para en frentar os seus problemas c adaptar-se

às transformações. No\'Os problemas são mais rápida c claramente com preendidos c a orientação deles, tanto nos assuntos públicos co mo nos 'negócios, se baseia so

a esta parte, o "Social Security

bre mais completas informações

Act" e outros semelliantes as sinalam um avanço feito aos sal- ,

o melhor percepção de condi ções".'

tos. E nenhuma lei indica mais expres sivamente a rápida caminhada feita na

concessão de prerrogativas aos trabalha dores do que a que os estimula a se or ganizarem para pleitear aumento de sa

lários, quando, assinala "Slichter, quais quer outros vendedores que entrarem

Não esconde, entretanto, o comentador, cujas idéias consideramos, as nova.s

questões, graves e difíceis, que o des locamento do centro de gra\'idade do capital (Hi dos negócios para o trabalho

em combinação para aumento de preços

vai apresentando, c reclamando solução adequadíi. E no seu artigo aborda cin co desses problemas fundamentais.

dos seus produtos cometem crime e são passíveis de multa e prisão.

do trabalhador de pertencer à união e nela permanecer.

A que

recente lei "Taft-Hartiey" tão fortes reações provocou —

representa

feitas;

um

porém,

recuo

ao

nas

ver

a

política

básica

Muitas uniões tcni

as portas abertas; algumas, porém, es

concessões

tabelecem discriminações contra certos

do

grupos raciais, ou exigem altas taxas de

autor

cuja opinião sumariamos — não pre judica

O primeiro diz respeito à liberdade

de

enco

rajar os empregados a se coligarem,

admissão; outras se permitem a facul dade de suspender ou eliminar os seus membros por motivos disciplinarcs for-

mulados cm têrmos \agos. E sem per-

respeito um mêdo recíproco: o du dire

tí-ncer à união, em muitos casos, o ope rário não [mmIc ser empregado.

ção das einprê.sas de que essa txiopem-

Os Estados de No\a York c .\!ass;\-

çao se torne o eoniêço da interferência

das uniões nas decisões correntes da ad

clmssets' foram os jiioiieirtis n.i prote ção legislali\a do direito cie o Iraballuidov p.erleneer à união, prtyirindo qnaltpier restrição por moti\'o de raça, eòr

das emprêsas seja interpretada por seus eompaulieiros como falta do vigilância

ou credo. O "Tafl-J lartlcN' .áel", a úl tima lei trabalhista nacional, atende in-

dos. Entrotanlo, essa cooperação, obsor-

direlamenlo ao proljhnna, vedando aos empregadores e.stabeleecrem diferença em salários dos trabalhadores, a que a união não conceder ingresso nos .«eus quadros. Eoueo se lê/, entretanto, pe lo direito dos tralralhadores de perma necerem nas uniões, se bem que o "Taft-Hartley Ael" proíba aos emprega dores demitir arpiêles (jvie hnem <'vclnído.s delas por (pialqiuT (Ul

ministração; dos lideres trabalhistas de

que a eolahoraçâo dêles com a direção na defesa dos inlerêsses dos sindicaliza \a o professor Slicliler, no estado atual ser\irá beneficamente à direção o aos

empregados, no entendimento dos pro blemas e interêsscs comuns.

O problema das gre\ e.s ê o quarto que reclama tratamento adequado, para evi tar gra\cs prejuízos a saúde, à seguran ça e ao bem-estar econômico da comu

nhão. "A comunidade não pode loVaar — afirma

pagamento da contribuição ic-

guiar. O segundo problema c o pro

-^v

!'>'

^

economista

S(an o estabelecimento de

uni corpo de princípios básicos — diz o professor Slicliter — regulando o que SC deva entender por salário justo, ten do em conta as conseqüências econômi cas dos diferentes tipos de ajustamento de. sahirios c os interesses das partes e da coletividade, através da negociação e da arbitragem, os contratos coletivos

"Inck onts" em indústrias e ser-

viços vitais". Os conflitos que não se rcsol\'crem por negocíia-

cesso de negociação dos contra tos coletivos.

o

americano — a • paralisação, ou mesmo ameaças dc gre\ es ou

tra razão (lue não a recusa de

Ç(')es on ajustes coleti\-o.s dc\em ser Sub metidos a um órgão arbitrai com acata- '

mcnto à decisão proferida. Finalmente há uma questão de su ma importância, a que não se tem dis

pensado o de\ido tratamento: o efeito do.s ajustes coletivos sobre, o nível dos preços.

A propósito enuncia o prof. Slichter

continuarão a ser decididos em função

as seguintes considerações:

do poder e da influencia dos litigantes cm causa, não contribuindo dc forma

"Durante os últimos cem anos, o pro gresso técnico teve o principal efeito

alguma para as' boas relações entre os empregadores e empregados.

de aumentar os salários, e não dc redu zir os preços. Com efeito, o salário-hora

Outro aspecto encarado no artigo que

dobrou oito vêzes entre 1840 e 1940, e

traça o panorama do novo trabalhismo americano é o da cooperação entre a di reção das emprêsas e as uniões para con

o nível dc preços mudou pouco. A pro

duzir os interesses comuns. Perdura a

\"ista da rápida expansão das despesas

dução por homem-liora subiu mais ou menos dois por cento cada ano. Em


20

Dicesto Econômico

E' verdade, acentua em complcmenlo o autor, que sobre muitas questões de interesse público os empregadtj.s não tem ponto-de-N'ista comum e próprio, c tal vez sobre várias delas jamais o terão,

porque há grandes diferenças de pontos-de-vista entre os diversos grupos de empregados. "Porém — afirma conven

cidamente — não bá dúvida de que os trabalhadores formam o mais influente

grupo da comunidade c que se tornam cada vez mais fortes. Jíoje, os Estados Unidos são virtualmente uma nação de empregados, porque três de quatro pes soas (^uc traballiam para viver figuram na folha dc pagamento de alguma outra. O número de empregados excede o dc acionistas na proporção aproximada de cinco para um". Essa influência se manifesta concrctamente no desenvolvimento da legislação trabalhista. Várias leis de proteção ao trabalho datam de muitos anos. Mas, de 1933

com o objetivo de ele\-;

ar

o

preç<í do

Irabalho.

O.ilro Índico signifie;,tivn da infit>í"'»-

cia dos grupos trabalhistas ê a partici pação que alguns dos seus Iídcri'S alcançando foi;, associaçõe.s.

líoje, c freqüente vê-los participarem dn din.çã() d(^ emprêsas de scr\i(,-os públi cos, da direção dc colégios e uni^^C-'''" dados, da <liscussão di* '"rclc\ aiitcs pro blemas dc administração. O professor S'iclitcr vê na p^^rlicipação dos representantes da niassii operúriii neíssas tarefas da comunidade

um ícnónuMH) .salutar: "O aparecimen to d(í líderes da tornimídadc \ indos dos

quadros do tral)al!io significa que o país está melhor preparado para en frentar os seus problemas c adaptar-se

às transformações. No\'Os problemas são mais rápida c claramente com preendidos c a orientação deles, tanto nos assuntos públicos co mo nos 'negócios, se baseia so

a esta parte, o "Social Security

bre mais completas informações

Act" e outros semelliantes as sinalam um avanço feito aos sal- ,

o melhor percepção de condi ções".'

tos. E nenhuma lei indica mais expres sivamente a rápida caminhada feita na

concessão de prerrogativas aos trabalha dores do que a que os estimula a se or ganizarem para pleitear aumento de sa

lários, quando, assinala "Slichter, quais quer outros vendedores que entrarem

Não esconde, entretanto, o comentador, cujas idéias consideramos, as nova.s

questões, graves e difíceis, que o des locamento do centro de gra\'idade do capital (Hi dos negócios para o trabalho

em combinação para aumento de preços

vai apresentando, c reclamando solução adequadíi. E no seu artigo aborda cin co desses problemas fundamentais.

dos seus produtos cometem crime e são passíveis de multa e prisão.

do trabalhador de pertencer à união e nela permanecer.

A que

recente lei "Taft-Hartiey" tão fortes reações provocou —

representa

feitas;

um

porém,

recuo

ao

nas

ver

a

política

básica

Muitas uniões tcni

as portas abertas; algumas, porém, es

concessões

tabelecem discriminações contra certos

do

grupos raciais, ou exigem altas taxas de

autor

cuja opinião sumariamos — não pre judica

O primeiro diz respeito à liberdade

de

enco

rajar os empregados a se coligarem,

admissão; outras se permitem a facul dade de suspender ou eliminar os seus membros por motivos disciplinarcs for-

mulados cm têrmos \agos. E sem per-

respeito um mêdo recíproco: o du dire

tí-ncer à união, em muitos casos, o ope rário não [mmIc ser empregado.

ção das einprê.sas de que essa txiopem-

Os Estados de No\a York c .\!ass;\-

çao se torne o eoniêço da interferência

das uniões nas decisões correntes da ad

clmssets' foram os jiioiieirtis n.i prote ção legislali\a do direito cie o Iraballuidov p.erleneer à união, prtyirindo qnaltpier restrição por moti\'o de raça, eòr

das emprêsas seja interpretada por seus eompaulieiros como falta do vigilância

ou credo. O "Tafl-J lartlcN' .áel", a úl tima lei trabalhista nacional, atende in-

dos. Entrotanlo, essa cooperação, obsor-

direlamenlo ao proljhnna, vedando aos empregadores e.stabeleecrem diferença em salários dos trabalhadores, a que a união não conceder ingresso nos .«eus quadros. Eoueo se lê/, entretanto, pe lo direito dos tralralhadores de perma necerem nas uniões, se bem que o "Taft-Hartley Ael" proíba aos emprega dores demitir arpiêles (jvie hnem <'vclnído.s delas por (pialqiuT (Ul

ministração; dos lideres trabalhistas de

que a eolahoraçâo dêles com a direção na defesa dos inlerêsses dos sindicaliza \a o professor Slicliler, no estado atual ser\irá beneficamente à direção o aos

empregados, no entendimento dos pro blemas e interêsscs comuns.

O problema das gre\ e.s ê o quarto que reclama tratamento adequado, para evi tar gra\cs prejuízos a saúde, à seguran ça e ao bem-estar econômico da comu

nhão. "A comunidade não pode loVaar — afirma

pagamento da contribuição ic-

guiar. O segundo problema c o pro

-^v

!'>'

^

economista

S(an o estabelecimento de

uni corpo de princípios básicos — diz o professor Slicliter — regulando o que SC deva entender por salário justo, ten do em conta as conseqüências econômi cas dos diferentes tipos de ajustamento de. sahirios c os interesses das partes e da coletividade, através da negociação e da arbitragem, os contratos coletivos

"Inck onts" em indústrias e ser-

viços vitais". Os conflitos que não se rcsol\'crem por negocíia-

cesso de negociação dos contra tos coletivos.

o

americano — a • paralisação, ou mesmo ameaças dc gre\ es ou

tra razão (lue não a recusa de

Ç(')es on ajustes coleti\-o.s dc\em ser Sub metidos a um órgão arbitrai com acata- '

mcnto à decisão proferida. Finalmente há uma questão de su ma importância, a que não se tem dis

pensado o de\ido tratamento: o efeito do.s ajustes coletivos sobre, o nível dos preços.

A propósito enuncia o prof. Slichter

continuarão a ser decididos em função

as seguintes considerações:

do poder e da influencia dos litigantes cm causa, não contribuindo dc forma

"Durante os últimos cem anos, o pro gresso técnico teve o principal efeito

alguma para as' boas relações entre os empregadores e empregados.

de aumentar os salários, e não dc redu zir os preços. Com efeito, o salário-hora

Outro aspecto encarado no artigo que

dobrou oito vêzes entre 1840 e 1940, e

traça o panorama do novo trabalhismo americano é o da cooperação entre a di reção das emprêsas e as uniões para con

o nível dc preços mudou pouco. A pro

duzir os interesses comuns. Perdura a

\"ista da rápida expansão das despesas

dução por homem-liora subiu mais ou menos dois por cento cada ano. Em


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Dxgesto Econômico

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l^KiKsTo Econômico 23

nas pesquisas industriais, a produção por

vigora o sistema dos acordos coleti

homem-hora tende semelhantemente a elevar-se mais ràpidamente no futuro do

vos de trabalho. ííá um conflito perma

nente com a estabilização de preços.

que no passado — talvez Ires a quatro

Na Nonicga, a política de salários das

dos preço.s. O govêmo trabalhista inglês,

técnicos e os gerentes podem ele\'ar a

em fevereiro deste ano, deliberou quo

produção por homem-hora. Se a produ

não seria permitido "qualquer aumento

teresse da comunidade na estabilidade

ção aumenta três por cento cada ano e

geral no nível de rendimentos pessoais

os salários em dinheiro aumentam cinco por cento, os preços precisam ser ma-

sem ao menos um correspondente au mento no volume da produção".

cada ano.

Do contrário, liaverá um

progressivo aumento de desemprôgo. Sc os preços não subirem por si mesmos, o govêmo ou impedirá o aumento de sa

lários, ou encorajará a majoração dos preços. Destas duas políticas, o govôrno, pode-se dizer com segurança, ado tará a última, porque ajudar o aumento em favor de alguém é mais popular (ou menos impopular) do que tentar a re dução dos preços". Se o resultado dos contratos cole

tivos é o aumento constante dos preços, que será dos que começam a pagar as suas contribuições de pecúlios e de se

porém para servir aos indivíduos e à coletividade, nos seus interesses co-

órgãos de direção, não para oprimir,

muns.

uniões proletárias se subordinou ao in

por cento cada ano. As uniões, entre tanto, procuram forçar o aumento dos salários mais rapidamente do que os

jorados mais ou menos dois por cento

baseado na liberdade o na dignidade do homem, pelo uso dos instrumentos e dos

O extraordinário progresso industrial dos Estados Unidos, que lhes permitiu produzir, com uma população correspon dente a 6Í6 apenas da população mun

dial, cêrca de 1/3 da produção de todo o mundo explica-se por várias causas, diz o professor Slichter; e uma delas é o nu mero de suas emprôsas — seis milhões

na agricultura e três milhões o quinhen tas mil fora da agricultura. Há um vas

tíssimo campo aberto às experiências, às pesquisas, às novas idéias.

M 5 de julho último, con" forme se anunciara, en trou cm \ igor o novo sis

tema de seguro social que o govêmo trabalhis

ta inglês preparou lon gamente, na base do plano Be\'eridge, com a mais substanciosa realização do

centa — que quanto pior c o estado

econômico de um país, mais necessário SC faz um plano dc seguros sociais na previsão do desemprego. E' de moda

alcance é, com efeito, vastíssimo. Assim

mar que quanto mais faltam no país médicos, enfermeiros e leitos nos hospi tais, mais necessário se faz o serviço na

Assim, en

recursos existentes irão para aqueles aue

, deles mais precisam. Êstes argumentos são extremamente cômodos. Êles enco

quanto o capital por trabalhador tem rà

de, para receber o prêmio ou a pensão ao fim da existência, quando o dinheiro tiver perdido grande parte de seu poder de compra? Qual será a sorte dos com pradores de títulos do Estado, com

da nacional que se absorveu em proprie dades sob a forma de lucros, rendas ou menos três vezes maior (em dólares

rendimentos baixos fixos? — indaga o

de constante poder de compra) do que

tudes econômicas normais da vida; pe lo seguro do acidente nas indústrias to dos os trabalhadores são garantidos con tra injúrias ou moléstias atribuíveis aos seus empregos pela assistência social; a velha "poor law" é, finalmente, ab-ro gada e um rendimento mínimo é garan

professor Slichter, apontando as conse qüências complexas das concessões fei tas a determinados grupos ou setores. O

em 1880. Em 1947, sòmente cêrca de um sexto da renda nacional se destinou aos proprietários. Nesta sociedade, assim tão aberta às

A questão se apresenta em têrmos se melhantes, nos outros países, em que

tribui. Mr. Bevan não se cansa de afir

cional de saúde para garantir que os

pidamente aumentado, a parcela de ren

política nacional de salários.

dizer-se que, em qualquer caso, o segu ro social não estabelece novos encargos sobre a renda nacional; apenas a redis

de 3 de julho próximo passado: "pelo seguro nacional tôda a população é

guros de vida aos 20 e 25 anos de ida

vem ser negociados em função de uma

o programa dc importações. E agora, a situação não se apresenta mais favorá\ el. "E' possí\-cI sustentar-se — acres

seu programa de reformas. O primeiro ministro Atticc, ao festejar o inicio da execução do vasto esquema de assistên cia, apontou-o como o mais largo até hoje estabelecido no mundo, pela soma de deveres positivos que o Estado assume e pela variedade dos serviços que se obriga a prestar aos cidadãos. O seu

virtualmente coberta contra as vicissi-

que mostra que os contratos coletivos de

anunciou que o no\o plano dc assistên cia social entraria cm execução em 5 dc julho de 1948, a crise do dólar es tava a explodir e foi necessário cortar

o resume o "Economist" na sua edição

E nesse progresso econômico — as sinala — os trabalhadores têm sido aqui

nhoados com larga parte.

O novo sistema de seguro social na Inglaterra

pessoais e juros, não tem subido. Em 1940 o capital por trabalhador era mais

conquistas do proletariado, acredita o professor Slichter que a cooperação cres cente dos trabalhadores ao seu progresso

há de preservar o seu estilo de vida, 'J

rajam o povo a crer que o seguro so cial não necessita ser sustentado com

o seu trabalho e não envolve abstenção de consumo. Quanto ao serviço de

saúde, qualquer um, olhando para os avisos dos postos em que se realiza, ve

tido pelo Estado a todas as pessoas que

rifica logo o considerável peso adicional

possam provar a sua necessidade pela organização nacional de saúde; todos os serviços médicos, hospitalares, dentários e correlates são propiciados gratuita

ponibilidade de mão-de-obra do país".

que a'sua organização lança sobre a dis Para o "Economist", a execução do plano nas condições atuais é um í'test"

mente a todos os homens, mulheres e

perigoso. O plano Beveridge, que cati

crianças do país".

vou a imaginação do país pela simplici

Observa o prestigioso órgão londri no que, há um ano atrás, quando se

dade dos seus objetivas — a abolição da necessidade — foi apresentado quando o


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Dxgesto Econômico

22

l^KiKsTo Econômico 23

nas pesquisas industriais, a produção por

vigora o sistema dos acordos coleti

homem-hora tende semelhantemente a elevar-se mais ràpidamente no futuro do

vos de trabalho. ííá um conflito perma

nente com a estabilização de preços.

que no passado — talvez Ires a quatro

Na Nonicga, a política de salários das

dos preço.s. O govêmo trabalhista inglês,

técnicos e os gerentes podem ele\'ar a

em fevereiro deste ano, deliberou quo

produção por homem-hora. Se a produ

não seria permitido "qualquer aumento

teresse da comunidade na estabilidade

ção aumenta três por cento cada ano e

geral no nível de rendimentos pessoais

os salários em dinheiro aumentam cinco por cento, os preços precisam ser ma-

sem ao menos um correspondente au mento no volume da produção".

cada ano.

Do contrário, liaverá um

progressivo aumento de desemprôgo. Sc os preços não subirem por si mesmos, o govêmo ou impedirá o aumento de sa

lários, ou encorajará a majoração dos preços. Destas duas políticas, o govôrno, pode-se dizer com segurança, ado tará a última, porque ajudar o aumento em favor de alguém é mais popular (ou menos impopular) do que tentar a re dução dos preços". Se o resultado dos contratos cole

tivos é o aumento constante dos preços, que será dos que começam a pagar as suas contribuições de pecúlios e de se

porém para servir aos indivíduos e à coletividade, nos seus interesses co-

órgãos de direção, não para oprimir,

muns.

uniões proletárias se subordinou ao in

por cento cada ano. As uniões, entre tanto, procuram forçar o aumento dos salários mais rapidamente do que os

jorados mais ou menos dois por cento

baseado na liberdade o na dignidade do homem, pelo uso dos instrumentos e dos

O extraordinário progresso industrial dos Estados Unidos, que lhes permitiu produzir, com uma população correspon dente a 6Í6 apenas da população mun

dial, cêrca de 1/3 da produção de todo o mundo explica-se por várias causas, diz o professor Slichter; e uma delas é o nu mero de suas emprôsas — seis milhões

na agricultura e três milhões o quinhen tas mil fora da agricultura. Há um vas

tíssimo campo aberto às experiências, às pesquisas, às novas idéias.

M 5 de julho último, con" forme se anunciara, en trou cm \ igor o novo sis

tema de seguro social que o govêmo trabalhis

ta inglês preparou lon gamente, na base do plano Be\'eridge, com a mais substanciosa realização do

centa — que quanto pior c o estado

econômico de um país, mais necessário SC faz um plano dc seguros sociais na previsão do desemprego. E' de moda

alcance é, com efeito, vastíssimo. Assim

mar que quanto mais faltam no país médicos, enfermeiros e leitos nos hospi tais, mais necessário se faz o serviço na

Assim, en

recursos existentes irão para aqueles aue

, deles mais precisam. Êstes argumentos são extremamente cômodos. Êles enco

quanto o capital por trabalhador tem rà

de, para receber o prêmio ou a pensão ao fim da existência, quando o dinheiro tiver perdido grande parte de seu poder de compra? Qual será a sorte dos com pradores de títulos do Estado, com

da nacional que se absorveu em proprie dades sob a forma de lucros, rendas ou menos três vezes maior (em dólares

rendimentos baixos fixos? — indaga o

de constante poder de compra) do que

tudes econômicas normais da vida; pe lo seguro do acidente nas indústrias to dos os trabalhadores são garantidos con tra injúrias ou moléstias atribuíveis aos seus empregos pela assistência social; a velha "poor law" é, finalmente, ab-ro gada e um rendimento mínimo é garan

professor Slichter, apontando as conse qüências complexas das concessões fei tas a determinados grupos ou setores. O

em 1880. Em 1947, sòmente cêrca de um sexto da renda nacional se destinou aos proprietários. Nesta sociedade, assim tão aberta às

A questão se apresenta em têrmos se melhantes, nos outros países, em que

tribui. Mr. Bevan não se cansa de afir

cional de saúde para garantir que os

pidamente aumentado, a parcela de ren

política nacional de salários.

dizer-se que, em qualquer caso, o segu ro social não estabelece novos encargos sobre a renda nacional; apenas a redis

de 3 de julho próximo passado: "pelo seguro nacional tôda a população é

guros de vida aos 20 e 25 anos de ida

vem ser negociados em função de uma

o programa dc importações. E agora, a situação não se apresenta mais favorá\ el. "E' possí\-cI sustentar-se — acres

seu programa de reformas. O primeiro ministro Atticc, ao festejar o inicio da execução do vasto esquema de assistên cia, apontou-o como o mais largo até hoje estabelecido no mundo, pela soma de deveres positivos que o Estado assume e pela variedade dos serviços que se obriga a prestar aos cidadãos. O seu

virtualmente coberta contra as vicissi-

que mostra que os contratos coletivos de

anunciou que o no\o plano dc assistên cia social entraria cm execução em 5 dc julho de 1948, a crise do dólar es tava a explodir e foi necessário cortar

o resume o "Economist" na sua edição

E nesse progresso econômico — as sinala — os trabalhadores têm sido aqui

nhoados com larga parte.

O novo sistema de seguro social na Inglaterra

pessoais e juros, não tem subido. Em 1940 o capital por trabalhador era mais

conquistas do proletariado, acredita o professor Slichter que a cooperação cres cente dos trabalhadores ao seu progresso

há de preservar o seu estilo de vida, 'J

rajam o povo a crer que o seguro so cial não necessita ser sustentado com

o seu trabalho e não envolve abstenção de consumo. Quanto ao serviço de

saúde, qualquer um, olhando para os avisos dos postos em que se realiza, ve

tido pelo Estado a todas as pessoas que

rifica logo o considerável peso adicional

possam provar a sua necessidade pela organização nacional de saúde; todos os serviços médicos, hospitalares, dentários e correlates são propiciados gratuita

ponibilidade de mão-de-obra do país".

que a'sua organização lança sobre a dis Para o "Economist", a execução do plano nas condições atuais é um í'test"

mente a todos os homens, mulheres e

perigoso. O plano Beveridge, que cati

crianças do país".

vou a imaginação do país pela simplici

Observa o prestigioso órgão londri no que, há um ano atrás, quando se

dade dos seus objetivas — a abolição da necessidade — foi apresentado quando o


DiíiK^íTo Econômica ™

24

ce

espírito nacional eslava unido pela guerra, c todos trabaUia-

moeraeias. E' gramh'. pijréni, o

vam, a lodo o poder, para veneè-la. O ainlíiente lioje é mui to di\'erso. O %e!ho órgão inglês não c, por isso, otimista quan

to ao êxito da experiência: mas reconhe

se Irinnfar, há de causar

admiraeúo e inN'cja as outras dorisco de sc tornar mais um en

cargo, um imcnsí) óniis de luna "navrio em bancarrota sustentan do pi-nsionistas".

Processos táticos dos comunistas

o

go\êrno Schuman acaba de cair, co

mo era esperado, da precária posi ção de equilíbrio instável em que se mantinha, entre os grupos e correntes cm

dissídio permanente. O gabinete do ve lho político era uma espécie de torre dc Pisa, que poderia desabar ao menor des vio do seu centro de gravidade, por um deslocamento mínimo para (pialqiier dos lados. E se durou meses era porque um desejo profundo de ordem c continui

ta o movimento dc De Caullc, em tor

flitos que freqüentemente surgiam. Em.

da estão \"ivos, e a i^uíxao política c a

empenham.'Os germes da violência ain

incompreensão os alimentam incansavel mente.

Tudo indica que, por ora, na França,

mais intcn.sa do que na Itália (que vai abrindo dinámicamonte .seu caminho), perdurará a crise política, que c apenas

teriais da guerra, e reconquistar na cena mundial o antigo e benfazejo prestigio.

o reflexo da crise social e econômica,

Os fatores de desordem são, contudo,

esta última atenuada pelos efeitos de unia recuperação animadora. E por de

A influência dos comunistas nas mas sas é extensa. E o temor dc infiltra

ção do extremismo esquerdista fomen

da classe média, assumindo a defesa dos

dc sua psicologia. O Par

instante o generoso esforço cm que se

trás de todos esses fatores dc inquieta ção e desentendimento opera, tenaz e cficientcmentc\.. o Partido Comunistai

cumprindo o seu papel de aproveitador dessas crises, que abrem fendns no sistema social e generalizam o mal-estar e o espírito de revolta.

Outra preocupação dèle ê consolidar u

pouco importando í)s meios a empregar. O francês "paysan", amigo da terra, da

fórça" - campo ideal cm tiue sc refu desprotegido, onde os idealistas semeiam

despertar u simpatia popular e colocar

aliança dos operárit>s, dos campones-es e

subversiva e chocante de tantos traços fundamentais

giariam o lídimo espírito democrállco e

patrocinar os movimentos que possam

le interessa ê" alcançar os fins pre\ istos,

outro, vai açulando os instintos da rea ção. A terceira posição, a "tereciru

crises latentes, ou se contornassem, com transigências, as dificuldades c os con

próprio centro de gravidade, que lhe permita a vida de traballio reconstrulor.

deradas.

queria nm tratamento ade quado para cpie houvesse receptividade à doutrina

para o futuro, vendo ameaçado a cada

terá em agitações, até que encontre o

a seu lado os liberais e as correntes mo

prosêhtos. A<is comunistas o que confessadamen-

tes, os resíduos da \'elha soeiedadt' bur guesa e os homens do interior, mais ape gados á terra e às tradições. E como sempre uni í-xtreniismo vai gerando

dade anima a camada mais consciente

vivazes e disseminados; e por algum tempo, a nação francesa ainda se deba

para maior eficiência na captação dos

os miclcos conservadores mais resisten

no de cuja legenda glorio.sa se agrupam

da opinião francesa, e atuava vitoriosa mente para que se adiasse a eclosão de

aqueles que julgam que a maior neces sidade da França, no momento, é um mínimo de paz e segurança para que se po.ssa refazer dos estragos morais e ma

antigo "fronl populaire", em quo se unam "Iodos os genuínos patriotas e republicanos txinlra os provoeadorcs da guerra". Para alcançar êsse objetivo, o partido procura assumir as atitudes o

casa e da família, preocupado com o seu pé-dc-nieia, c o seu pecú lio, extremamente raeiona-

a honesta vocação liberal — é um setor

todos os setores influíam benèficamcnte

D<iis ilustres padres france.ses que re centemente pronumiaram conferências entre nós, analisando o panorama de sen país, acentuaram como os comunis tas ali luu iam adota(h)\ uma tática de ação adecpiada af>s preconceitos e às peculiariilades do li-inpiTamento do po\o,

intevêsses comuns. O alvo mais \isado ê

a classe média empobrecida pela guerra. Convencer o povo fran cês de que a atual políti ca pró-Estados Unidos e pela união da Europa Oci dental conduzirá à guer ra — lerrhcl pesadelo de uma nação que acaba de

lista e individualista, re

tido

Comunista

sofrer os horrores da ocu

pação pelo inimigo — é outro dos objetivos da pro paganda comunista. O combate ao pacto de Bru xelas e ao plano Marshall

francês,

sob a direção dc Mauriec

Thorez, se acomodou sa-

""\ /

gazmcnte às peculiaridades do meio e do povo, ^lara

expandir insidiosamente a sua influência

e engrossar as suas fileiras, cativando, ' graças a isso, parcela apreciável de um núcleo da população sôbrc o qual re

pousava a estabilidade social da França: a classe média.

Uma análise inteligente da tática usa

da pelos comunistas franceses é feita no "Magazine do Ncw York Times" de 27 de junho passado, pelo jornalista C. L. Siilzberger.

Eis os pontos essenciais da ação co munista, tal como vem sumariados no

artigo a que uos referimos:

Ò primeiro objetivo é trabalhar pa ra que SC forme uma versão atenuada do

é uma das técnicas dessa^

campanha. Os sentimentos e os interesses nacio

nalistas franceses são também tenazmen

te excitados contra o imperialismo "yankee" c a opressão económicà dos Estados Unidos sobre a indústria na França.

Explorando o descontentamento das massas, os comunistas fomentam as re

clamações de aumento de salários e re

dução de preços. Em todos os seus movimentos, o Par

tido Comunista francês não se esque ce de explorar hàbihnente a tradição na cional mais profunda — a Revolução Francesa, concedendo aos intelectuais


DiíiK^íTo Econômica ™

24

ce

espírito nacional eslava unido pela guerra, c todos trabaUia-

moeraeias. E' gramh'. pijréni, o

vam, a lodo o poder, para veneè-la. O ainlíiente lioje é mui to di\'erso. O %e!ho órgão inglês não c, por isso, otimista quan

to ao êxito da experiência: mas reconhe

se Irinnfar, há de causar

admiraeúo e inN'cja as outras dorisco de sc tornar mais um en

cargo, um imcnsí) óniis de luna "navrio em bancarrota sustentan do pi-nsionistas".

Processos táticos dos comunistas

o

go\êrno Schuman acaba de cair, co

mo era esperado, da precária posi ção de equilíbrio instável em que se mantinha, entre os grupos e correntes cm

dissídio permanente. O gabinete do ve lho político era uma espécie de torre dc Pisa, que poderia desabar ao menor des vio do seu centro de gravidade, por um deslocamento mínimo para (pialqiier dos lados. E se durou meses era porque um desejo profundo de ordem c continui

ta o movimento dc De Caullc, em tor

flitos que freqüentemente surgiam. Em.

da estão \"ivos, e a i^uíxao política c a

empenham.'Os germes da violência ain

incompreensão os alimentam incansavel mente.

Tudo indica que, por ora, na França,

mais intcn.sa do que na Itália (que vai abrindo dinámicamonte .seu caminho), perdurará a crise política, que c apenas

teriais da guerra, e reconquistar na cena mundial o antigo e benfazejo prestigio.

o reflexo da crise social e econômica,

Os fatores de desordem são, contudo,

esta última atenuada pelos efeitos de unia recuperação animadora. E por de

A influência dos comunistas nas mas sas é extensa. E o temor dc infiltra

ção do extremismo esquerdista fomen

da classe média, assumindo a defesa dos

dc sua psicologia. O Par

instante o generoso esforço cm que se

trás de todos esses fatores dc inquieta ção e desentendimento opera, tenaz e cficientcmentc\.. o Partido Comunistai

cumprindo o seu papel de aproveitador dessas crises, que abrem fendns no sistema social e generalizam o mal-estar e o espírito de revolta.

Outra preocupação dèle ê consolidar u

pouco importando í)s meios a empregar. O francês "paysan", amigo da terra, da

fórça" - campo ideal cm tiue sc refu desprotegido, onde os idealistas semeiam

despertar u simpatia popular e colocar

aliança dos operárit>s, dos campones-es e

subversiva e chocante de tantos traços fundamentais

giariam o lídimo espírito democrállco e

patrocinar os movimentos que possam

le interessa ê" alcançar os fins pre\ istos,

outro, vai açulando os instintos da rea ção. A terceira posição, a "tereciru

crises latentes, ou se contornassem, com transigências, as dificuldades c os con

próprio centro de gravidade, que lhe permita a vida de traballio reconstrulor.

deradas.

queria nm tratamento ade quado para cpie houvesse receptividade à doutrina

para o futuro, vendo ameaçado a cada

terá em agitações, até que encontre o

a seu lado os liberais e as correntes mo

prosêhtos. A<is comunistas o que confessadamen-

tes, os resíduos da \'elha soeiedadt' bur guesa e os homens do interior, mais ape gados á terra e às tradições. E como sempre uni í-xtreniismo vai gerando

dade anima a camada mais consciente

vivazes e disseminados; e por algum tempo, a nação francesa ainda se deba

para maior eficiência na captação dos

os miclcos conservadores mais resisten

no de cuja legenda glorio.sa se agrupam

da opinião francesa, e atuava vitoriosa mente para que se adiasse a eclosão de

aqueles que julgam que a maior neces sidade da França, no momento, é um mínimo de paz e segurança para que se po.ssa refazer dos estragos morais e ma

antigo "fronl populaire", em quo se unam "Iodos os genuínos patriotas e republicanos txinlra os provoeadorcs da guerra". Para alcançar êsse objetivo, o partido procura assumir as atitudes o

casa e da família, preocupado com o seu pé-dc-nieia, c o seu pecú lio, extremamente raeiona-

a honesta vocação liberal — é um setor

todos os setores influíam benèficamcnte

D<iis ilustres padres france.ses que re centemente pronumiaram conferências entre nós, analisando o panorama de sen país, acentuaram como os comunis tas ali luu iam adota(h)\ uma tática de ação adecpiada af>s preconceitos e às peculiariilades do li-inpiTamento do po\o,

intevêsses comuns. O alvo mais \isado ê

a classe média empobrecida pela guerra. Convencer o povo fran cês de que a atual políti ca pró-Estados Unidos e pela união da Europa Oci dental conduzirá à guer ra — lerrhcl pesadelo de uma nação que acaba de

lista e individualista, re

tido

Comunista

sofrer os horrores da ocu

pação pelo inimigo — é outro dos objetivos da pro paganda comunista. O combate ao pacto de Bru xelas e ao plano Marshall

francês,

sob a direção dc Mauriec

Thorez, se acomodou sa-

""\ /

gazmcnte às peculiaridades do meio e do povo, ^lara

expandir insidiosamente a sua influência

e engrossar as suas fileiras, cativando, ' graças a isso, parcela apreciável de um núcleo da população sôbrc o qual re

pousava a estabilidade social da França: a classe média.

Uma análise inteligente da tática usa

da pelos comunistas franceses é feita no "Magazine do Ncw York Times" de 27 de junho passado, pelo jornalista C. L. Siilzberger.

Eis os pontos essenciais da ação co munista, tal como vem sumariados no

artigo a que uos referimos:

Ò primeiro objetivo é trabalhar pa ra que SC forme uma versão atenuada do

é uma das técnicas dessa^

campanha. Os sentimentos e os interesses nacio

nalistas franceses são também tenazmen

te excitados contra o imperialismo "yankee" c a opressão económicà dos Estados Unidos sobre a indústria na França.

Explorando o descontentamento das massas, os comunistas fomentam as re

clamações de aumento de salários e re

dução de preços. Em todos os seus movimentos, o Par

tido Comunista francês não se esque ce de explorar hàbihnente a tradição na cional mais profunda — a Revolução Francesa, concedendo aos intelectuais


"V"

que íncoqjora aos seus quadros, ou cuja cooperação alicia, uma liberdade qiie está longe de se equiparar à rígida ser vidão que impõe aos seus membros or dinários. E essa tolerância ser\'e de isca

sedutora para os numerosos membros

de "intelligentzia" que querem expan dir os seus pendores esquerdistas, sem se sujeitarem à "obediência de cadá

ver que os inscritos nos quadros par tidários habitualmente devem aceitar.

O orgulho nacional — o justo orgulho

de uma gloriosa nação, mal emergindo de uma dura derrota — é sagazmente explorado.

A ascendência dos Esta

dos Unidos é um ponto de fricção .sem pre usado para intrigas e para aprofun

gão do partido anuncia que, cm rela ção a 1038, o nível dos preços, em 1047, subiu a 1333, c os salários, no

mesmo cotejo, correspondem apenas a 740, c.slá desfechando um impacto efi ciente nas linhas de resistência ;i expan são comunista.

E na situação atual, se

bem que a produção lenha reagido, a inflação ainda contribui fortemente para que as dificuldades c as quei.xas per durem.

O esfórço do govêmo, com o auxílio do plano Marsliall, ó que poderá livrar a França dessa espiral cm que sc con.somem as sua.s energias, e se mantém sob ameaça constante a sua paz social.

Enquanto não vencer as deficiências, as fraquezíis e os males que a afligem, .sobre ela, como sobre os outros países enfermos, pairará a sombra do Partido Comunista, cujo cre.scimcnto no meio francês — tão oposto, por todos os

Economia de Curiosos Nelson Werneck Sodiié

Ao regressar de Havana, onde participara da Conferência Mundial de Comércio, um alto membro do Consellio Federal do Comercio Exterior não tre

pidou em conceder i\ imprensa uma en trevista em que afirmou "ser forçoso reconhecer que o Brasil não estava pre

isso, como tòcnicamente capaz de de fender os interesses do Brasil.

Regressando também dc Bogotá, um dos no.ssos mais esclarecidos jornalistas, figura singular por conser\ar-so sempre infenso ao fácil sensacionalismo, a quem o desejo de fomentar debates estéreis

parado para tomar parte numa confe

não poderia constituir acusação, teve

rência de tamanha importância, onde

oportunidade de escrever longo depoi mento, do qual consta o trecho seguinte: "Com e.xceção do sr. João Ne\-es, os de

cinqüenta e oito nações se empenhavam ardentemente na defesa de seus direitos

produção nacional. E a ação comu nista se move com olhos postos no baró-

motivos, à sua doutrina e ã sua mística

guir diante dos debates que envolvessem

mais delegados civis a esta conferência foram arrebanliados pelo Itamarati à úl tima hora. Não tiveram, positivamente, tempo para estudar o que viriam defen der; sabiam, de fato, menos do que nós, os jornalistas que participamos dos tra balhos de Quitandinha, à base de cujos

totalitária e colclivista — é um sintoma

resultados se discutiu e se resolveu em

metro econômico.

interesses particulares nossos".

agudo da crise que o atingiu, como re

Regressando da Conferência de Bo gotá, o presidente da Comissão de Di plomacia 6 Tratados da Câmara dos Deputados não teve dúvidas em acusar, de público, e também pelos jornais, o

Bogotá". Mais adiante, quando entra na

dar os ressentimentos.

E a guerra psicológica intensamente desenvolvida prepara o ambiente para as greves maciças, que paralisam e desorganizam os núcleos de trabalho e a

As dificuldades da

vida são a matéria-prima das suas ini ciativas. Quando, por exemplo, o ór

sultado de um longo processo de de bilitação.

e interesses". Acusou, cm outro trecho,

a inexistência, no Rio dc Janeiro, "de um núcleo com o qual a delegação bra sileira pudesse manter-se em permanen te contacto, para as informações de que carecesse, no tocante â orientação a se

Ministério das Relações Exteriores de

representantes àquela Conferência, em conseqüência do que a nossa partici pação ressentiu-se fundamente, não es

existe esta cousa espantosa: as questões econômicas dos organismos internacio

nais de que participamos não estão afe tas à Divisão Política nem à Comissão

pela sua gravidade, deveria ter sido afincadament;e estudado, e sôbre cujos es tudos deveriam ter sido esboçadas dire

Divisão Econômica do Itamarati, tam

não só convenientemente instruída para

J ;^

mo articulista afirma: "Para começar,

de Organismos Internacionais.

ria preciso, também, acrescentamos, que a delegação tivesse em seu seio gente capaz de desenvolver aquelas diretrizes,

.

nado uma constante da nossa conduta

só à última hora ter nomeado os nossos

trizes, para uso da nossa delegação. Se

-jfu. C-

causas dessa dispersão de esforços, que se vem repetindo, a ponto de se ter tor

econômica no plano internacional, o mes

tando em condições de tomar efetivo um trabalho que, pela sua natureza e

..

análise da estrutura do nosso Ministério

das Relações Exteriores, em busca das

Pois a

bém formada por funcionários de car reira, — que de modo nenhum são pe ritos no ofício e apenas esforçados — não possui a mínima ligação com aque

las duas", A respeito, precisamente, dessa Dixisão, em que se fazem os es-


"V"

que íncoqjora aos seus quadros, ou cuja cooperação alicia, uma liberdade qiie está longe de se equiparar à rígida ser vidão que impõe aos seus membros or dinários. E essa tolerância ser\'e de isca

sedutora para os numerosos membros

de "intelligentzia" que querem expan dir os seus pendores esquerdistas, sem se sujeitarem à "obediência de cadá

ver que os inscritos nos quadros par tidários habitualmente devem aceitar.

O orgulho nacional — o justo orgulho

de uma gloriosa nação, mal emergindo de uma dura derrota — é sagazmente explorado.

A ascendência dos Esta

dos Unidos é um ponto de fricção .sem pre usado para intrigas e para aprofun

gão do partido anuncia que, cm rela ção a 1038, o nível dos preços, em 1047, subiu a 1333, c os salários, no

mesmo cotejo, correspondem apenas a 740, c.slá desfechando um impacto efi ciente nas linhas de resistência ;i expan são comunista.

E na situação atual, se

bem que a produção lenha reagido, a inflação ainda contribui fortemente para que as dificuldades c as quei.xas per durem.

O esfórço do govêmo, com o auxílio do plano Marsliall, ó que poderá livrar a França dessa espiral cm que sc con.somem as sua.s energias, e se mantém sob ameaça constante a sua paz social.

Enquanto não vencer as deficiências, as fraquezíis e os males que a afligem, .sobre ela, como sobre os outros países enfermos, pairará a sombra do Partido Comunista, cujo cre.scimcnto no meio francês — tão oposto, por todos os

Economia de Curiosos Nelson Werneck Sodiié

Ao regressar de Havana, onde participara da Conferência Mundial de Comércio, um alto membro do Consellio Federal do Comercio Exterior não tre

pidou em conceder i\ imprensa uma en trevista em que afirmou "ser forçoso reconhecer que o Brasil não estava pre

isso, como tòcnicamente capaz de de fender os interesses do Brasil.

Regressando também dc Bogotá, um dos no.ssos mais esclarecidos jornalistas, figura singular por conser\ar-so sempre infenso ao fácil sensacionalismo, a quem o desejo de fomentar debates estéreis

parado para tomar parte numa confe

não poderia constituir acusação, teve

rência de tamanha importância, onde

oportunidade de escrever longo depoi mento, do qual consta o trecho seguinte: "Com e.xceção do sr. João Ne\-es, os de

cinqüenta e oito nações se empenhavam ardentemente na defesa de seus direitos

produção nacional. E a ação comu nista se move com olhos postos no baró-

motivos, à sua doutrina e ã sua mística

guir diante dos debates que envolvessem

mais delegados civis a esta conferência foram arrebanliados pelo Itamarati à úl tima hora. Não tiveram, positivamente, tempo para estudar o que viriam defen der; sabiam, de fato, menos do que nós, os jornalistas que participamos dos tra balhos de Quitandinha, à base de cujos

totalitária e colclivista — é um sintoma

resultados se discutiu e se resolveu em

metro econômico.

interesses particulares nossos".

agudo da crise que o atingiu, como re

Regressando da Conferência de Bo gotá, o presidente da Comissão de Di plomacia 6 Tratados da Câmara dos Deputados não teve dúvidas em acusar, de público, e também pelos jornais, o

Bogotá". Mais adiante, quando entra na

dar os ressentimentos.

E a guerra psicológica intensamente desenvolvida prepara o ambiente para as greves maciças, que paralisam e desorganizam os núcleos de trabalho e a

As dificuldades da

vida são a matéria-prima das suas ini ciativas. Quando, por exemplo, o ór

sultado de um longo processo de de bilitação.

e interesses". Acusou, cm outro trecho,

a inexistência, no Rio dc Janeiro, "de um núcleo com o qual a delegação bra sileira pudesse manter-se em permanen te contacto, para as informações de que carecesse, no tocante â orientação a se

Ministério das Relações Exteriores de

representantes àquela Conferência, em conseqüência do que a nossa partici pação ressentiu-se fundamente, não es

existe esta cousa espantosa: as questões econômicas dos organismos internacio

nais de que participamos não estão afe tas à Divisão Política nem à Comissão

pela sua gravidade, deveria ter sido afincadament;e estudado, e sôbre cujos es tudos deveriam ter sido esboçadas dire

Divisão Econômica do Itamarati, tam

não só convenientemente instruída para

J ;^

mo articulista afirma: "Para começar,

de Organismos Internacionais.

ria preciso, também, acrescentamos, que a delegação tivesse em seu seio gente capaz de desenvolver aquelas diretrizes,

.

nado uma constante da nossa conduta

só à última hora ter nomeado os nossos

trizes, para uso da nossa delegação. Se

-jfu. C-

causas dessa dispersão de esforços, que se vem repetindo, a ponto de se ter tor

econômica no plano internacional, o mes

tando em condições de tomar efetivo um trabalho que, pela sua natureza e

..

análise da estrutura do nosso Ministério

das Relações Exteriores, em busca das

Pois a

bém formada por funcionários de car reira, — que de modo nenhum são pe ritos no ofício e apenas esforçados — não possui a mínima ligação com aque

las duas", A respeito, precisamente, dessa Dixisão, em que se fazem os es-


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■n I' • I

tudos econômicos, no nosso Níínislério

das Rclavões Exteriores, o niesiuo jorna lista teve oportiinidafle de escrever; "A Divisão Ecíjnornica do Itaniarati é cí)rii-

posta de funcionários de carreiia, esfor çados amadores. Corjludo, essa Divl.são

dá diretrizes econômicas uo país. E' uin compartimciito cstiinfiuc, sem nenhuma

lipção permanente e eficaz com os Mi

nistérios ligados à nossa eoonomia", A

propósito da representação brasileira no

exterior, já não em reuniões esporádicas ou periódicas, mas de caráter permanen te, é ainda o citado esttjdioso do pro blema quem depõe: " O nosso cliamado

adido comercial no exterior não passa boje de um literato, isolado do sen país e

sem

nenhum

contacto

com

evolução

de vária espc cíc, testemunhando os c"'*

dados do "Estado Xovo" cin aparí^lla''^

o país de organismos {brporati\'os. caros mas iiiíTicienles; dispomos, finalmenUS do DASP, quo tem participado ativa mente, nestes últimos tempos, da ela boração de planos governamentais. Se pelo menos fòsst m <'ficiciU<'s èsses organismo.s,

.se pelo

seus raios de iição, .<?e pelo menos a opi

nião piiblíca, o Congress"o c o Covcrno soubessem a quem responsal>Íliz;ir pelã falta de eficiência de tanlo.s eonsellaiS

c autarquias, teríamos dado nesta <[ucs-

lão um grande passo.

apenas pela ineficiência, mas lambcio pela imperfeito

a

definição de suos competências,

dos

para

Mas o pior é

que tais organismo.s não se caracterizam

problemas econô micos da nação. Por que não usar,

menos se definis.scni

que faz que mesma tarefa se

ja às vezes dis

tais

tribuída,

símid-

missões, elemen

làneamente,

tos

Banco do Brasil, ao Ministério da

que

repre

sentam de fato interesses diretos

a o

Fazenda, ao Mi

das classes que produzem e comerciam

nistério do Trabalho etc.

no pais — em suma, elementos capazes

tinuar, o Brasil, com tão curiosa orga

Se assim con

S 1 I

fT, , pnoMIOO

lu^ i aui|i||ppiW!l4MV '

ponsabilidade a simples curiosos ou ama

consultores aparelhados, sem fontes de informação idôneas, sem documentação criteriosa, envolve-se em temas que in teressam \ ilabnente à economia do país, depondo e firmando, eom uma ausêneia de realismo político que só não nos es

tuados ao trato dêles com a solércia, o desconhecimento e a leviandade com

na. O.s tratados comerciais chegam ao cíinbecimenlo de órgãos interessados jú

neira de ver generalizíidu, ao monos nos círculos cm q"C os assuntos econômicos

não tratados. O.s exemplos do casos concretos de desídin, de dispersão de

esforços, de entrega de missões de rcs-

dores de problemas econômicos, habi

panta porqxic já sc constituiu cm roti

<iuc abordam um tçma literárití, de atra

como fatos consumados, em tômo dos

so no estudo de casos de suma gravida de, e do tumulto c desordem no encaniinbamento das soluções — os exemplos, escrevíamos, seriam de fácil arrolamcn-

to, porque êles se sucedem, constante

mente, sem que as incidências no érro tragain a experiência, e sem que sirvam,

finalmente, para alguma cousa po.sitiva, somando-sc os saldos negativos, a su

cessão dos desserviços, o acúmulo de

ürros, a perpetuação de um vago ama dorismo, colorido, aqui e ali, com os ar

tifícios mais diversos mas não escapando à observação do menos preparado e do menos atento dos estudiosos, nacionais ou estrangeiros, de economia. Acordos da mais alta significação, em

que grandes interêsses brasileiros são envolvidos, e onde se firmam transa

ções, e se oferecem garantias, de longa duração, são discutidos e assinados, pe rante grandes e verdadeiros peritos, por representantes destiiaiídos das noções

de fazer negócios, pois estão sempre

nização administrativa, não será apenas

a par dos negócios do Brasil?" Tais comentários, relacionados com um dos departamentos da alta adminis

incapaz de participar, com brilho, de

tração do país, não poderiam ser genera

fender nelas os nossos ínlerêsses mais

lizados a todos, ou quase todos os outros? Foi o que fez autori2:ado comentador do

do não absolutamente destituídos de in

elementares".

formação sobre as possibilidades e os

assuntos econômicos — que são os que

nos interessam, no caso — quando es creveu: "O de que dispomos com almn-

dância é de Ministérios que, noininàlmente, se relacionam com os relevantes

problemas do comércio, da agricultura, da indústria e das finanças; de conselhos

conferências internacionais do gênero cia

de Havana; será mesmo incapaz de de Não nos intere.ssam, é bem de v(n",

elementares da ciência econômica, quan

interêsses do nosso próprio pais, no que

os lados polêmicos do assunto, e as trans crições, todas retiradas dos depoimentos

diz respeito ao próprio assunto em deba

de individualidades, ou de organismos,

cias internacionais da mais alta relevân

notórios pelos conhecimentos especiali zados na matéria e pela isenção nos jul gamentos e opiniões, servem-nos tão so mente para indicar como existe uma ma

.... .A...

te e menção nesses acordos. Conferên cia são realizadas — e últímamente com

uma freqüência e uma importância iné ditas — e nelas a representação brasilei ra, sem uma diretriz, sem peritos, sem

quais nada mais resta a fazer; e quando acontece

terem

de

ser

submetidos

ã

análise de algum órgão especializado, ou que teulia autoridade para modificá-los, já entram em pauta com a feição de obra acabada. O exemplo recente do do cumento fundamental oriundo da Con ferência de Havana, submetido ao Con

gresso, subitamente, em fim de prazo, sem possibilidades de sofrer amplo de

bato e alterações sensíveis, é! bem elo qüente. A repercussão objetiva do con teúdo daquele documento, entretanto, afeta toda a xáda econômica do pais e, pela amplitude desses efeitos, tem um poder de alteração profundo e alastrado. A simplicidade, o acacianismo, a in suficiência iluminada, a galharda seniccrimonia com que os mais graves te

mas

econômicos são abordados,

seja

na imprensa, seja nos órgãos públicos, seja nas conferências, seja nas entidades especializadas mesmo, já não espanta porque se tornou o espetáculo costu meiro. Marchamos para os certames in ternacionais de economia, onde as na ções amigas enviam especialistas do mais alto e reconhecido valor, cbnliece-

dores não só dos aspectos teóricos dos problemas como, e principalmente, das minúcias dos casos concretos a discutir,

e dos interêsses que lhes cabe defender, face a cada um dêsses casos — marcha

mos com as mesmas delegações com que


'W r:

■n I' • I

tudos econômicos, no nosso Níínislério

das Rclavões Exteriores, o niesiuo jorna lista teve oportiinidafle de escrever; "A Divisão Ecíjnornica do Itaniarati é cí)rii-

posta de funcionários de carreiia, esfor çados amadores. Corjludo, essa Divl.são

dá diretrizes econômicas uo país. E' uin compartimciito cstiinfiuc, sem nenhuma

lipção permanente e eficaz com os Mi

nistérios ligados à nossa eoonomia", A

propósito da representação brasileira no

exterior, já não em reuniões esporádicas ou periódicas, mas de caráter permanen te, é ainda o citado esttjdioso do pro blema quem depõe: " O nosso cliamado

adido comercial no exterior não passa boje de um literato, isolado do sen país e

sem

nenhum

contacto

com

evolução

de vária espc cíc, testemunhando os c"'*

dados do "Estado Xovo" cin aparí^lla''^

o país de organismos {brporati\'os. caros mas iiiíTicienles; dispomos, finalmenUS do DASP, quo tem participado ativa mente, nestes últimos tempos, da ela boração de planos governamentais. Se pelo menos fòsst m <'ficiciU<'s èsses organismo.s,

.se pelo

seus raios de iição, .<?e pelo menos a opi

nião piiblíca, o Congress"o c o Covcrno soubessem a quem responsal>Íliz;ir pelã falta de eficiência de tanlo.s eonsellaiS

c autarquias, teríamos dado nesta <[ucs-

lão um grande passo.

apenas pela ineficiência, mas lambcio pela imperfeito

a

definição de suos competências,

dos

para

Mas o pior é

que tais organismo.s não se caracterizam

problemas econô micos da nação. Por que não usar,

menos se definis.scni

que faz que mesma tarefa se

ja às vezes dis

tais

tribuída,

símid-

missões, elemen

làneamente,

tos

Banco do Brasil, ao Ministério da

que

repre

sentam de fato interesses diretos

a o

Fazenda, ao Mi

das classes que produzem e comerciam

nistério do Trabalho etc.

no pais — em suma, elementos capazes

tinuar, o Brasil, com tão curiosa orga

Se assim con

S 1 I

fT, , pnoMIOO

lu^ i aui|i||ppiW!l4MV '

ponsabilidade a simples curiosos ou ama

consultores aparelhados, sem fontes de informação idôneas, sem documentação criteriosa, envolve-se em temas que in teressam \ ilabnente à economia do país, depondo e firmando, eom uma ausêneia de realismo político que só não nos es

tuados ao trato dêles com a solércia, o desconhecimento e a leviandade com

na. O.s tratados comerciais chegam ao cíinbecimenlo de órgãos interessados jú

neira de ver generalizíidu, ao monos nos círculos cm q"C os assuntos econômicos

não tratados. O.s exemplos do casos concretos de desídin, de dispersão de

esforços, de entrega de missões de rcs-

dores de problemas econômicos, habi

panta porqxic já sc constituiu cm roti

<iuc abordam um tçma literárití, de atra

como fatos consumados, em tômo dos

so no estudo de casos de suma gravida de, e do tumulto c desordem no encaniinbamento das soluções — os exemplos, escrevíamos, seriam de fácil arrolamcn-

to, porque êles se sucedem, constante

mente, sem que as incidências no érro tragain a experiência, e sem que sirvam,

finalmente, para alguma cousa po.sitiva, somando-sc os saldos negativos, a su

cessão dos desserviços, o acúmulo de

ürros, a perpetuação de um vago ama dorismo, colorido, aqui e ali, com os ar

tifícios mais diversos mas não escapando à observação do menos preparado e do menos atento dos estudiosos, nacionais ou estrangeiros, de economia. Acordos da mais alta significação, em

que grandes interêsses brasileiros são envolvidos, e onde se firmam transa

ções, e se oferecem garantias, de longa duração, são discutidos e assinados, pe rante grandes e verdadeiros peritos, por representantes destiiaiídos das noções

de fazer negócios, pois estão sempre

nização administrativa, não será apenas

a par dos negócios do Brasil?" Tais comentários, relacionados com um dos departamentos da alta adminis

incapaz de participar, com brilho, de

tração do país, não poderiam ser genera

fender nelas os nossos ínlerêsses mais

lizados a todos, ou quase todos os outros? Foi o que fez autori2:ado comentador do

do não absolutamente destituídos de in

elementares".

formação sobre as possibilidades e os

assuntos econômicos — que são os que

nos interessam, no caso — quando es creveu: "O de que dispomos com almn-

dância é de Ministérios que, noininàlmente, se relacionam com os relevantes

problemas do comércio, da agricultura, da indústria e das finanças; de conselhos

conferências internacionais do gênero cia

de Havana; será mesmo incapaz de de Não nos intere.ssam, é bem de v(n",

elementares da ciência econômica, quan

interêsses do nosso próprio pais, no que

os lados polêmicos do assunto, e as trans crições, todas retiradas dos depoimentos

diz respeito ao próprio assunto em deba

de individualidades, ou de organismos,

cias internacionais da mais alta relevân

notórios pelos conhecimentos especiali zados na matéria e pela isenção nos jul gamentos e opiniões, servem-nos tão so mente para indicar como existe uma ma

.... .A...

te e menção nesses acordos. Conferên cia são realizadas — e últímamente com

uma freqüência e uma importância iné ditas — e nelas a representação brasilei ra, sem uma diretriz, sem peritos, sem

quais nada mais resta a fazer; e quando acontece

terem

de

ser

submetidos

ã

análise de algum órgão especializado, ou que teulia autoridade para modificá-los, já entram em pauta com a feição de obra acabada. O exemplo recente do do cumento fundamental oriundo da Con ferência de Havana, submetido ao Con

gresso, subitamente, em fim de prazo, sem possibilidades de sofrer amplo de

bato e alterações sensíveis, é! bem elo qüente. A repercussão objetiva do con teúdo daquele documento, entretanto, afeta toda a xáda econômica do pais e, pela amplitude desses efeitos, tem um poder de alteração profundo e alastrado. A simplicidade, o acacianismo, a in suficiência iluminada, a galharda seniccrimonia com que os mais graves te

mas

econômicos são abordados,

seja

na imprensa, seja nos órgãos públicos, seja nas conferências, seja nas entidades especializadas mesmo, já não espanta porque se tornou o espetáculo costu meiro. Marchamos para os certames in ternacionais de economia, onde as na ções amigas enviam especialistas do mais alto e reconhecido valor, cbnliece-

dores não só dos aspectos teóricos dos problemas como, e principalmente, das minúcias dos casos concretos a discutir,

e dos interêsses que lhes cabe defender, face a cada um dêsses casos — marcha

mos com as mesmas delegações com que


compareceríamos ao Congresso de Vie

vel o in.sanúvel ausência de planejamen to, de um plano de conjunto cm que os problemas encontrem uma ordem de urgência, uma hierarquia natural, ao

cias o perdulária disseminação dc esfor

econômica braMÍcirn, num sistema sem nexo e sem leis, sem graxàtação, portan

na se, ao tempo, tivéssemos autoridade e

tiva do país, vamos encontrar uma cliíi. culdade insanável para a marcha natu

autonomia para tanto, assim como mar

ral dos problemas econômicos. Em pri-

charíamos para as tertúlias de mero in

meíro lugar, o.s órgãos destinados a tra tar desses problcma.s conservam-se au tônomos, c sem relação efetiva uns.com

mesmo pa.sso que subordinados, na so lução, a prazos e a meios.

os outros, ao mcsrno passo que não suo

existência permanente ou de existência

teresse acadêmico, para reuniões diplo máticas de cunho antigo, em que as qualidades mestras dos representantes eram medidas segundo a maior ou menor

aptídão para a vida social, para as cenas de praxe e para a alegria discursiva com que se ornamentavam as horas ociosas.

As organizações já constituídas para estudo, exame e debate de temas econoimcos, na sua maior parte apenas con sultivas, sem função de

coordenados por um órgão superior, que lhes defina atribuições, o que 6 pouco, mas que lhes imponlia a cooperação e a harmonia, o que é capital. Enquanto o Ministério da Agricultura, com suas re duzidas verbas orçamentárias, luta com as maiore.s dificuldadc.s no sentido de

executar alguma coisa

finida e, portanto, sem

que saia da rotina ha

poderes para resolver e dispor, vivem uma ati vidade imprecisa, deba-

bitual que envolve os

tendo-se, quando ani madas por algum téc nico mais afoito, na im

seus variados e impor tantes departamentos —

â

o Ministério do Trabalha

fica absorvido nos as

pectos e.xteríores do pro

possibilidade de qual

blema social — o Mi

quer ação efetiva. Nem

terogeneidade da estrutura administra tiva do país, o parecer de seus mem

nistério da Viação em polgado com as múlti plas solicitações de um parque de transportes que se esfacela, não sa be a que interesse e a que zona atender primeiro — e o Ministério da Fazenda encontra o seu único ponto de contacto com os demais, também ocupados com o complexo da produção, nos cuidados com as verbas que o orçamento anual

bros contraria as mais conliecidas normas

prescreve a cada uma das altas entida

sequer uma diretiva pa ra os trabalhos de roti

na, base de toda orga nização e de todo es

forço existe e quando aparece algum problema palpitante, em que tais orga nizações devam ter um papel, pela sua própria finalidade, muitas vêzes, na he-

do governo que é, finabnente, a quem

Nesses Consollio.s, o cm outro.s, dc

transitória, também verificamos a par ticipação dos representantes de gru pos particulares, dos industriais, dos co merciantes, por exemplo — mas essa pa rece ser a única forma pela qual as en tidades de classe participam da cstnit\ira econômica do país, e com as mcsmuff deficiências que en\'ol\om e inutilizam a ação dos membros outros, os represen tantes ministeriais ou aqueles que, pelo caráter dc sua nomeação, parecem re presentar o pensamento do Governo. Se tivéssemos de definir, neste mo

mento, como no passado, qual a polí tica econômica do Brasil, que podería mos dizer? Haverá quem conheça essa política? Existirá, sob esse pomposo no me, pelo menos um esbôço, um deno minador comum, uma sxmiulu de idéias,

de diretrizes, de orientações, que presi dam, ou possam presidir a ação de tôdas as entidades díspares, complexas e

tarifas, qual a de impostos, qual a de realizações? Dentro desta última classe,

quais são elas, quais os prazos, quais tários, quais as prioridades? Estamos certos, infelizmente, de que não há um

das a situação de simples academias de

dos diversos ministérios encontram vas

na estrutura administrativa, que esteja em condições de responder a estas pergun

que a ausência de diretivas, a insofísmá-

tras épocas não pode defrontar uma si tuação interna e internacional para a qual não está aparelhada. Daí os seus tardios movimentos, as medidas de últi

ma hora, a dispersão de esforços, o de sencontro de orientações, a eterna per*plexidade de todos, principalmente dos dependentes, do produtor em particular, que sofre os riscos e que deseja ansio samente conhecer os rumos do poder público que, em razão final, vão regu lar as suas possibilidades de êxito, ou a sua condenação ao fracasso, em qual quer emprôsa n que se entregue.

E' evidente, por outro lado, que a necessidade de um planejamento, de uma estiutura, de uma coordenação, não

os meios orçamentários e extra-orçamen-

Conselhos, entretanto, mais ainda do

sado se acumularam, quando lima estru tura administrativa elaborada para ou

importa em conferir importância gran diosa ao edifício de que estamos necessi tando. Para isso mesmo que aí vamos assistindo, para gastar as verbas orça mentárias, para distribuí-las, para ar

E' bem verdade que verificamos a existência de Conselhos em que, se não os ministros pelo menos representantes

algims dos mais conhecidos teóricos dêsses problemas. Mas na própria estrutura administra-

to. A deficiência ó demasiado generali zada c demasiado profunda para ter uma responsabilidade reduzida, para caber a alguém ou a alginna organização. Ela deriva do estado em que se cneonti^a o nosso país, quando os erros do pas

numerosas em que se reparte, tanto c

cabe decidir e que acaba decidindo com evidente menosprêzo de Conselhos, Comissões e entidades outras, relega

to campo para uma ação de conjunto. Estiola qualqiwjr ação efetiva dêsses

tidade do muitas que giram na órbita

tão dispcrsivamente, a ação econômica do poder público? Qual a política de

des administrativas.

assuntos econorhicos, onde se arquivam

ços não cabem a êste ou àquele, a ho mens, a algum Ministério, a alguma en

brasileiro, por mais altamente colocado tas.

E' evidente que tais erros, divergên

recadar, precisamos ordenar a máquina, conjugar os diversos órgãos, definir-lhes atribuições e, .ainda para a rotina de seus trabalhos, apresentar uma ordem de urgência, um sistema de prioridades. O que é necessário, desde logo, é racio nalizar o aparelhamento administrativo — pelo menos no què diz respeito à


compareceríamos ao Congresso de Vie

vel o in.sanúvel ausência de planejamen to, de um plano de conjunto cm que os problemas encontrem uma ordem de urgência, uma hierarquia natural, ao

cias o perdulária disseminação dc esfor

econômica braMÍcirn, num sistema sem nexo e sem leis, sem graxàtação, portan

na se, ao tempo, tivéssemos autoridade e

tiva do país, vamos encontrar uma cliíi. culdade insanável para a marcha natu

autonomia para tanto, assim como mar

ral dos problemas econômicos. Em pri-

charíamos para as tertúlias de mero in

meíro lugar, o.s órgãos destinados a tra tar desses problcma.s conservam-se au tônomos, c sem relação efetiva uns.com

mesmo pa.sso que subordinados, na so lução, a prazos e a meios.

os outros, ao mcsrno passo que não suo

existência permanente ou de existência

teresse acadêmico, para reuniões diplo máticas de cunho antigo, em que as qualidades mestras dos representantes eram medidas segundo a maior ou menor

aptídão para a vida social, para as cenas de praxe e para a alegria discursiva com que se ornamentavam as horas ociosas.

As organizações já constituídas para estudo, exame e debate de temas econoimcos, na sua maior parte apenas con sultivas, sem função de

coordenados por um órgão superior, que lhes defina atribuições, o que 6 pouco, mas que lhes imponlia a cooperação e a harmonia, o que é capital. Enquanto o Ministério da Agricultura, com suas re duzidas verbas orçamentárias, luta com as maiore.s dificuldadc.s no sentido de

executar alguma coisa

finida e, portanto, sem

que saia da rotina ha

poderes para resolver e dispor, vivem uma ati vidade imprecisa, deba-

bitual que envolve os

tendo-se, quando ani madas por algum téc nico mais afoito, na im

seus variados e impor tantes departamentos —

â

o Ministério do Trabalha

fica absorvido nos as

pectos e.xteríores do pro

possibilidade de qual

blema social — o Mi

quer ação efetiva. Nem

terogeneidade da estrutura administra tiva do país, o parecer de seus mem

nistério da Viação em polgado com as múlti plas solicitações de um parque de transportes que se esfacela, não sa be a que interesse e a que zona atender primeiro — e o Ministério da Fazenda encontra o seu único ponto de contacto com os demais, também ocupados com o complexo da produção, nos cuidados com as verbas que o orçamento anual

bros contraria as mais conliecidas normas

prescreve a cada uma das altas entida

sequer uma diretiva pa ra os trabalhos de roti

na, base de toda orga nização e de todo es

forço existe e quando aparece algum problema palpitante, em que tais orga nizações devam ter um papel, pela sua própria finalidade, muitas vêzes, na he-

do governo que é, finabnente, a quem

Nesses Consollio.s, o cm outro.s, dc

transitória, também verificamos a par ticipação dos representantes de gru pos particulares, dos industriais, dos co merciantes, por exemplo — mas essa pa rece ser a única forma pela qual as en tidades de classe participam da cstnit\ira econômica do país, e com as mcsmuff deficiências que en\'ol\om e inutilizam a ação dos membros outros, os represen tantes ministeriais ou aqueles que, pelo caráter dc sua nomeação, parecem re presentar o pensamento do Governo. Se tivéssemos de definir, neste mo

mento, como no passado, qual a polí tica econômica do Brasil, que podería mos dizer? Haverá quem conheça essa política? Existirá, sob esse pomposo no me, pelo menos um esbôço, um deno minador comum, uma sxmiulu de idéias,

de diretrizes, de orientações, que presi dam, ou possam presidir a ação de tôdas as entidades díspares, complexas e

tarifas, qual a de impostos, qual a de realizações? Dentro desta última classe,

quais são elas, quais os prazos, quais tários, quais as prioridades? Estamos certos, infelizmente, de que não há um

das a situação de simples academias de

dos diversos ministérios encontram vas

na estrutura administrativa, que esteja em condições de responder a estas pergun

que a ausência de diretivas, a insofísmá-

tras épocas não pode defrontar uma si tuação interna e internacional para a qual não está aparelhada. Daí os seus tardios movimentos, as medidas de últi

ma hora, a dispersão de esforços, o de sencontro de orientações, a eterna per*plexidade de todos, principalmente dos dependentes, do produtor em particular, que sofre os riscos e que deseja ansio samente conhecer os rumos do poder público que, em razão final, vão regu lar as suas possibilidades de êxito, ou a sua condenação ao fracasso, em qual quer emprôsa n que se entregue.

E' evidente, por outro lado, que a necessidade de um planejamento, de uma estiutura, de uma coordenação, não

os meios orçamentários e extra-orçamen-

Conselhos, entretanto, mais ainda do

sado se acumularam, quando lima estru tura administrativa elaborada para ou

importa em conferir importância gran diosa ao edifício de que estamos necessi tando. Para isso mesmo que aí vamos assistindo, para gastar as verbas orça mentárias, para distribuí-las, para ar

E' bem verdade que verificamos a existência de Conselhos em que, se não os ministros pelo menos representantes

algims dos mais conhecidos teóricos dêsses problemas. Mas na própria estrutura administra-

to. A deficiência ó demasiado generali zada c demasiado profunda para ter uma responsabilidade reduzida, para caber a alguém ou a alginna organização. Ela deriva do estado em que se cneonti^a o nosso país, quando os erros do pas

numerosas em que se reparte, tanto c

cabe decidir e que acaba decidindo com evidente menosprêzo de Conselhos, Comissões e entidades outras, relega

to campo para uma ação de conjunto. Estiola qualqiwjr ação efetiva dêsses

tidade do muitas que giram na órbita

tão dispcrsivamente, a ação econômica do poder público? Qual a política de

des administrativas.

assuntos econorhicos, onde se arquivam

ços não cabem a êste ou àquele, a ho mens, a algum Ministério, a alguma en

brasileiro, por mais altamente colocado tas.

E' evidente que tais erros, divergên

recadar, precisamos ordenar a máquina, conjugar os diversos órgãos, definir-lhes atribuições e, .ainda para a rotina de seus trabalhos, apresentar uma ordem de urgência, um sistema de prioridades. O que é necessário, desde logo, é racio nalizar o aparelhamento administrativo — pelo menos no què diz respeito à


s

r economia, ciar-lhe uma estrutura, c per !Í i

ir

mitir-lhe uma eficiência que, certamente, poderá ser alcançada sem esforço dema siado, E' frec|üente a verificação de co mo personalidades de grandes coolie-

cimentos, e atá de longa prática de as suntos econômicos, vôm os seus esforços inutihVuidos diante dessa estrutura ca-

quética, obsoleta, estcrílizadora.

Nos

Conselhos, nos Departamentos esp(?ciahzados dos diversos Ministérios, á evi dente que há homens esclarecidos, conhecedores dos assuntos em que se envol vem. O que lhes falta é possibilidade para tornar cfcti\os ésscs conliecimen-

tos, eficiente uma ação que perde, cada vez mais, fecundidade, e que se habi tuou á esterilidade com um dcsestímulo

que absorve a mais ingente energia. Para uma reforma cIc tal finalidade, que nada tem de extraordinário, nem de grandioso, que não afeta direitos e nem

importa cm despesas, t' imprcsciiidivel ípie as associações de classe se esforcem porque, eni tiltíina análise, sfio os seus lucnibros, a(jué]<'s rpio trabalb.un e pru. duzt-m, as s itimas naturais de todas as in.

RoHEinx> Pinto nv: Sow.a

suficíciicias. d<- t(VIa a «lispersão, do tò» da a rotina em <|nc «'stão envolvi, dos os órgãos fia i-.strulura administra tiva do país na parte fjiie diz respeito à economia.

f)s assnnlíís econômicos téni já, no ilrasil, conhecedores em

sòbve trabaliios de economia açucareira) iNDÚSTiUA açucareira alra\'essa

A

sino sislemálíeo de ciência econômica;

aqueles problemas interessam a um número crcseenle de brasileiros —ca

própria amplitude dos negócios e todo o comple.vo aparelbamento da produ ção não podem ficar dependentes de uma estrutura que denunciou, de há muito, as suas deficiências.

no

situação

momento

difícil.

uma

Fala-se

mesmo em crise do açúcar

c crise pro\eniente do su

números su

ficientes para o estudo e a definição de sfMJs problemas; existe agora um en

perprodução. O caso pa rece estranho, pois ainda há pouco este produto esta\a racionado devido a sua extrema carência. O que foi então que se passou? ê a pergunta que faz, por certo, o curioso no-assimto.

Vamos pro

curar no presente artigo esclarecer tanto quando possível esta ocorrência estranha. Porem, no intuito de nos tornarmos mais claros, começaremos ôstc nosso estudo

por uma parte introdutória, cm que, atra vés de certas noções históricas, colocare

mos o problema atual da cultura da cana. Época colonial

A produção açucareira no Brasil sc exerceu

influência

considerável

sôbrc

os preços, elevando-os extraordinàriamente, e sobre o consumo, aumentnn-

do-o progressivamente, com relação a todos os artigos de comércio. O açúcar obedeceu ao ril-mo geral, e de gênero medicinal vendido nas farmácias passou a condimento usado habitualmente na

os veteranos de guerra, monta a 4.560.000.000 de pés quadrados de madeira de lei e 1.153.000 pés de madeira compensada, cifras que correspondem ao consumo de dois anos, pela indústria de móveis, antes da guerra. Tais foram as recentes de clarações do sr. Bnjant, chefe do citado departamento governamental.

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seis vezes, introduziu seu culti\-o nas terras do Vera Cruz. E tais foram as

condições encontradas no Novo Mundo, que as Ilhas Portuguêsas, produtoras de mais dc 500.000 arrobas c detentoras

da supremacia cm quantidade, preços e qualidades, perderam para o Brasil esse predomínio em fins do século XVI.

Data daí o inicio da prosperidade bra sileira, tomando-se o açúcar o mais im portante elemento do nosso comércio

exterior, e o Brasil a principal região tro pical exportadora de açúcar do mundo.

Essa riquekr não poderia passar des percebida e logo atraiu a cobiça das nações européias detentoras de colônias nos trópicos, passando os ingleses e ho landeses a desenvolver a cultiu^ da cana nas Antilhas. Desde então as coisas

dci\-aram de correr bem, porque, apesar

inicia com a revolução comercial, que

Becente pesquisa procedida pela "Civilian Production Aí/í7ií>jísírflíio»", {CAP), do governo americano, sobre a necessidade de madeira para confecção das mobílias destinadas as 2.700.000 casas que o governo daquele país está construindo para

n•

(Da Escola Livre de Sociologia e Política. DHcnior do Prêmio Pedro Mor-nmti n

alimentação diária.

Portugal, que desde meados do século XV possuía a supremacia no mercado mundial, com a alta vertiginosa dos pre ços que, de 300 réis por arroba (povrco

mais de 2 gramas de ouro), em 1506,

se elevara no final do século mais de

de o consumo europeu ter entrado em ascensão progressiva, as novas culturas

tanto intensificaram a produção que foise acentuando a baixa de preços, vol tando o açúcar, em princípios do século XVIII, às cotações em ouro que haviam vigorado nas alturas de 1540.

Mas terá sido essa queda de preços motivada apenas pela concorrência e aumento de produção? Por certo a con corrência exerceu alguma pressão no sen

tido da baixa mas não foi a causa prin cipal. O ponto nevrálgico encontra-se nas diretrizes da política colonial desen

volvida pelas grandes nações européias,

traçadas por Colbert na França e por Cromwell na Inglaterra.

HÉitfViiifciWiVi i'


s

r economia, ciar-lhe uma estrutura, c per !Í i

ir

mitir-lhe uma eficiência que, certamente, poderá ser alcançada sem esforço dema siado, E' frec|üente a verificação de co mo personalidades de grandes coolie-

cimentos, e atá de longa prática de as suntos econômicos, vôm os seus esforços inutihVuidos diante dessa estrutura ca-

quética, obsoleta, estcrílizadora.

Nos

Conselhos, nos Departamentos esp(?ciahzados dos diversos Ministérios, á evi dente que há homens esclarecidos, conhecedores dos assuntos em que se envol vem. O que lhes falta é possibilidade para tornar cfcti\os ésscs conliecimen-

tos, eficiente uma ação que perde, cada vez mais, fecundidade, e que se habi tuou á esterilidade com um dcsestímulo

que absorve a mais ingente energia. Para uma reforma cIc tal finalidade, que nada tem de extraordinário, nem de grandioso, que não afeta direitos e nem

importa cm despesas, t' imprcsciiidivel ípie as associações de classe se esforcem porque, eni tiltíina análise, sfio os seus lucnibros, a(jué]<'s rpio trabalb.un e pru. duzt-m, as s itimas naturais de todas as in.

RoHEinx> Pinto nv: Sow.a

suficíciicias. d<- t(VIa a «lispersão, do tò» da a rotina em <|nc «'stão envolvi, dos os órgãos fia i-.strulura administra tiva do país na parte fjiie diz respeito à economia.

f)s assnnlíís econômicos téni já, no ilrasil, conhecedores em

sòbve trabaliios de economia açucareira) iNDÚSTiUA açucareira alra\'essa

A

sino sislemálíeo de ciência econômica;

aqueles problemas interessam a um número crcseenle de brasileiros —ca

própria amplitude dos negócios e todo o comple.vo aparelbamento da produ ção não podem ficar dependentes de uma estrutura que denunciou, de há muito, as suas deficiências.

no

situação

momento

difícil.

uma

Fala-se

mesmo em crise do açúcar

c crise pro\eniente do su

números su

ficientes para o estudo e a definição de sfMJs problemas; existe agora um en

perprodução. O caso pa rece estranho, pois ainda há pouco este produto esta\a racionado devido a sua extrema carência. O que foi então que se passou? ê a pergunta que faz, por certo, o curioso no-assimto.

Vamos pro

curar no presente artigo esclarecer tanto quando possível esta ocorrência estranha. Porem, no intuito de nos tornarmos mais claros, começaremos ôstc nosso estudo

por uma parte introdutória, cm que, atra vés de certas noções históricas, colocare

mos o problema atual da cultura da cana. Época colonial

A produção açucareira no Brasil sc exerceu

influência

considerável

sôbrc

os preços, elevando-os extraordinàriamente, e sobre o consumo, aumentnn-

do-o progressivamente, com relação a todos os artigos de comércio. O açúcar obedeceu ao ril-mo geral, e de gênero medicinal vendido nas farmácias passou a condimento usado habitualmente na

os veteranos de guerra, monta a 4.560.000.000 de pés quadrados de madeira de lei e 1.153.000 pés de madeira compensada, cifras que correspondem ao consumo de dois anos, pela indústria de móveis, antes da guerra. Tais foram as recentes de clarações do sr. Bnjant, chefe do citado departamento governamental.

.LAcfjiAiJ

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seis vezes, introduziu seu culti\-o nas terras do Vera Cruz. E tais foram as

condições encontradas no Novo Mundo, que as Ilhas Portuguêsas, produtoras de mais dc 500.000 arrobas c detentoras

da supremacia cm quantidade, preços e qualidades, perderam para o Brasil esse predomínio em fins do século XVI.

Data daí o inicio da prosperidade bra sileira, tomando-se o açúcar o mais im portante elemento do nosso comércio

exterior, e o Brasil a principal região tro pical exportadora de açúcar do mundo.

Essa riquekr não poderia passar des percebida e logo atraiu a cobiça das nações européias detentoras de colônias nos trópicos, passando os ingleses e ho landeses a desenvolver a cultiu^ da cana nas Antilhas. Desde então as coisas

dci\-aram de correr bem, porque, apesar

inicia com a revolução comercial, que

Becente pesquisa procedida pela "Civilian Production Aí/í7ií>jísírflíio»", {CAP), do governo americano, sobre a necessidade de madeira para confecção das mobílias destinadas as 2.700.000 casas que o governo daquele país está construindo para

n•

(Da Escola Livre de Sociologia e Política. DHcnior do Prêmio Pedro Mor-nmti n

alimentação diária.

Portugal, que desde meados do século XV possuía a supremacia no mercado mundial, com a alta vertiginosa dos pre ços que, de 300 réis por arroba (povrco

mais de 2 gramas de ouro), em 1506,

se elevara no final do século mais de

de o consumo europeu ter entrado em ascensão progressiva, as novas culturas

tanto intensificaram a produção que foise acentuando a baixa de preços, vol tando o açúcar, em princípios do século XVIII, às cotações em ouro que haviam vigorado nas alturas de 1540.

Mas terá sido essa queda de preços motivada apenas pela concorrência e aumento de produção? Por certo a con corrência exerceu alguma pressão no sen

tido da baixa mas não foi a causa prin cipal. O ponto nevrálgico encontra-se nas diretrizes da política colonial desen

volvida pelas grandes nações européias,

traçadas por Colbert na França e por Cromwell na Inglaterra.

HÉitfViiifciWiVi i'


1111.

urcESTo

JilHWifUJLiiu

EcoN6^aco

ÜO

fT

.sapés do nordeste mais uma vez goza ram dc uma ptisição privilegiada. Por lodo o século XIX os preços se conser-

Aftjcor branco

Ano

É preciso considerar-se também que o Portugal da época é um pequeno país

exportação c tampouco a principal. A política continental de Napolcão e

de fraco consumo interno e sua função se resume à de entreposto comercial entre a colônia produtora e os centros europeus consumidores. Desaparecidos estes, registram-se a superprodução nas

a descoberta de Margraf (extração do

terras brasileiras e o corte vertical nos

preços.

A situação se toma calamitosa

açúcar pela beterraba), no começo do século XIX, haviam ainda de atingir a

produção do Brasil de uma forma muito rude. Contudo, a desorganização do trabalho açucareiro nas colônias espa

1820 1825 1835

Domingos desafogaram a situação angus

sua fase expansionista. É que intervém

tiante em que sc adiava a produção brasileira. E quando os Estados Unidos, desligados da política européia, começa ram a aparecer como bom mercado con

147 "

160 " 420 " 506 "

111 " 96 "

1898/901

480 "

sumidor, houve decidida melhoria nos

Mas nem sô os preços se mantiveram ascendentes durante êsse período; a ex portação acusava também aumentos acentuados, como se pode ver pelos seguintes números:

preços do açúcar. Mas novo fator favo rável entrou em cena por essa época:

QUANTIDADE (ton. métricas)

ANOS

a baixa do câmbio brasileiro.

250 " 280 " 283 "

70.726

...

100.404

seu alto custo em relação ao açúcar de

1851-1860

...

121.469

nal, no século XVin, o câmbio se man

cana, passaram a importar êste, aban

1861-1870

...

111.276

teve estável, desaparecendo a possibili dade de proteção do açúcar pelas desva

donando a cultura do de beterraba. Então o Brasil pôde lutar com vantagem na esfera internacional dos preços, pois o seu açúcar contava dois poderosos alia dos; câmbio descendente e fatôres liga

1871-1880

...

168.548

1881-1890

...

202.139

dos à mão-de-obra escrava, debaixo custo. Brasil independente

exportar durante todo o século XVIII,

Novamente grandes quantidades saí

é verdade, mas já não era a mesma

ram dos portos brasileiros e os mas-

países produtores de açúcar de cana. O primeiro foi, porém, o que maior pressão exerceu, atingindo indistintamen te todos os produtores de açúcar de cana; pois, de 14% que representava na produção mundial de açúcar em 1853-54, passou em 1901-2 a 64%, dei xando portanto 36% apenas para a la voura de cana.

Êste fator veio agir precisamente no ...

Continuou a

»

138 "

1841-1850

gênero à Europa, ficando condenado a

75

113 "

163 "

1831-1840

nunca mais recuperá-lo.

96 " 113 "

1840

correrias napoleônícas. As nações pro dutoras de açúcar de beterraba, dado o

testável monopólio de fornecedor dêsse

68 réis

138 "

1845 1850 1887 1892 1897

1821-1830 ....

O golpe sofrido pelo açúcar foi bmtal, a ponto de o Brasil perder o seu incon

130 réis 147 "

momento em que haviam cessado as

lorizações monetárias.

Açúcar moscaco

nholas e inglôsas, o o.s desastres dc São

quando o ciclo da mineração entra na contra o açúcar dois fatôres podero síssimos. O primeiro consiste na fuga de capitais e braços da lavoura para o centro-sul minerador. O segundo se constituiu da impossibilidade da defesa do açúcar pelo recurso da queda cam bial. Antes do "rush" minerador o govêrao lusitano procurou amparar a lavou ra canavieira com sucessivas quebras de câmbio, porém quando o ouro prove niente da mineração tomou-se a princi pal mercadoria do comércio internacio

\ aram ascendentes, como podo ser obser vado nas seguintes cotações por quilo:

47.895

Nesses 36% o Brasil

passou a sofrer a concorrência formi dável das indústrias estrangeiras, tècnicamente melhor aparelhadas. O resul tado foi a crise tremenda sofrida pelo açúcar brasileiro. A exportação caíra fantàsticamente, como se pode ver nos números abaixo:

Em meados do século XIX, entretan

QUANTIDADE

to, dois fatôres surgiram para, no final do mesmo século, afetar a produção

ANOS

açucareira do Brasil de maneira con

1880-1890 1891-1900

... ...

do açúcar de beterraba e a transforma

1900-1910

....

64.811

ção tecnológica verificada nos outros

1911-1920

...

62.420

siderável — o renascimento da indústria

(fon. métricas) 202.139 133.620


1111.

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JilHWifUJLiiu

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.sapés do nordeste mais uma vez goza ram dc uma ptisição privilegiada. Por lodo o século XIX os preços se conser-

Aftjcor branco

Ano

É preciso considerar-se também que o Portugal da época é um pequeno país

exportação c tampouco a principal. A política continental de Napolcão e

de fraco consumo interno e sua função se resume à de entreposto comercial entre a colônia produtora e os centros europeus consumidores. Desaparecidos estes, registram-se a superprodução nas

a descoberta de Margraf (extração do

terras brasileiras e o corte vertical nos

preços.

A situação se toma calamitosa

açúcar pela beterraba), no começo do século XIX, haviam ainda de atingir a

produção do Brasil de uma forma muito rude. Contudo, a desorganização do trabalho açucareiro nas colônias espa

1820 1825 1835

Domingos desafogaram a situação angus

sua fase expansionista. É que intervém

tiante em que sc adiava a produção brasileira. E quando os Estados Unidos, desligados da política européia, começa ram a aparecer como bom mercado con

147 "

160 " 420 " 506 "

111 " 96 "

1898/901

480 "

sumidor, houve decidida melhoria nos

Mas nem sô os preços se mantiveram ascendentes durante êsse período; a ex portação acusava também aumentos acentuados, como se pode ver pelos seguintes números:

preços do açúcar. Mas novo fator favo rável entrou em cena por essa época:

QUANTIDADE (ton. métricas)

ANOS

a baixa do câmbio brasileiro.

250 " 280 " 283 "

70.726

...

100.404

seu alto custo em relação ao açúcar de

1851-1860

...

121.469

nal, no século XVin, o câmbio se man

cana, passaram a importar êste, aban

1861-1870

...

111.276

teve estável, desaparecendo a possibili dade de proteção do açúcar pelas desva

donando a cultura do de beterraba. Então o Brasil pôde lutar com vantagem na esfera internacional dos preços, pois o seu açúcar contava dois poderosos alia dos; câmbio descendente e fatôres liga

1871-1880

...

168.548

1881-1890

...

202.139

dos à mão-de-obra escrava, debaixo custo. Brasil independente

exportar durante todo o século XVIII,

Novamente grandes quantidades saí

é verdade, mas já não era a mesma

ram dos portos brasileiros e os mas-

países produtores de açúcar de cana. O primeiro foi, porém, o que maior pressão exerceu, atingindo indistintamen te todos os produtores de açúcar de cana; pois, de 14% que representava na produção mundial de açúcar em 1853-54, passou em 1901-2 a 64%, dei xando portanto 36% apenas para a la voura de cana.

Êste fator veio agir precisamente no ...

Continuou a

»

138 "

1841-1850

gênero à Europa, ficando condenado a

75

113 "

163 "

1831-1840

nunca mais recuperá-lo.

96 " 113 "

1840

correrias napoleônícas. As nações pro dutoras de açúcar de beterraba, dado o

testável monopólio de fornecedor dêsse

68 réis

138 "

1845 1850 1887 1892 1897

1821-1830 ....

O golpe sofrido pelo açúcar foi bmtal, a ponto de o Brasil perder o seu incon

130 réis 147 "

momento em que haviam cessado as

lorizações monetárias.

Açúcar moscaco

nholas e inglôsas, o o.s desastres dc São

quando o ciclo da mineração entra na contra o açúcar dois fatôres podero síssimos. O primeiro consiste na fuga de capitais e braços da lavoura para o centro-sul minerador. O segundo se constituiu da impossibilidade da defesa do açúcar pelo recurso da queda cam bial. Antes do "rush" minerador o govêrao lusitano procurou amparar a lavou ra canavieira com sucessivas quebras de câmbio, porém quando o ouro prove niente da mineração tomou-se a princi pal mercadoria do comércio internacio

\ aram ascendentes, como podo ser obser vado nas seguintes cotações por quilo:

47.895

Nesses 36% o Brasil

passou a sofrer a concorrência formi dável das indústrias estrangeiras, tècnicamente melhor aparelhadas. O resul tado foi a crise tremenda sofrida pelo açúcar brasileiro. A exportação caíra fantàsticamente, como se pode ver nos números abaixo:

Em meados do século XIX, entretan

QUANTIDADE

to, dois fatôres surgiram para, no final do mesmo século, afetar a produção

ANOS

açucareira do Brasil de maneira con

1880-1890 1891-1900

... ...

do açúcar de beterraba e a transforma

1900-1910

....

64.811

ção tecnológica verificada nos outros

1911-1920

...

62.420

siderável — o renascimento da indústria

(fon. métricas) 202.139 133.620


EíòSjòmH

Dickstt) econômico

,I

Os preços também seguem a mes ma

Hk''

linha

desccnclenle,

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denciam ([iiílo:

as

cotaç-ôes

abaixo,

Cristal

Demorara

Bruto

1902

320 réis

243 réis

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1903

420

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214

368

1905

300

1906

210

K('

1907

435

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1908

513

1909

316

1910 ■

273

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316

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243 161

jt

383

1$

434 247

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232

1911

316

246

1912

492

395

1913

380

350

por te

Anos

1904

Fv.

como

ff

t9

t*

234 174 123

ff

260

9t

318

ff

166

ff

170

ff

181

%

Os preços também apresoillam nes período sensível melhora, como

M

Ario.s

Cristal

1914 1915 1916

310 réis f) 430 It 602 M 647 ff 830 ff 850

1917

ff

1918

ff

1919 1920

ff

ff

1921 1922 1923

ff

ff

1.045 700 579 1.201

car principia a desafogar-se, apresentan do exportações avultadas. O moti\'o des sa melhoria é de fácil indicação: a guer

ra européia. A conflagração atingiu tão profundamente a indústria do açúcar de beterraba que a produção caíra da média

Anos

Cristal

cotações

por

Demerara

26-1 réis

34-i " 528 " 528 "

Bmto

200 282 404 358

réis " " "

——

; ■

ff

ff

\

ff —— ——

ff

ff

251

ff

ff

192

ff

1909-14 ao limite de 3.883.000 tonela

das em 1918-19. Conseqüentemente a produção dos países canavieiros foi cha mada a preencher ésse \'ácuo, cabendo ao açúcar brasileiro as seguintes cifras em sacas de 60 quilos:

Mascavo

seguintes

ff

de 7.867.000 toncdadas no período de

Demerara

as

quilo:

ff

Terminada a guerra, porém, o açúcar dc beterraba inicia a reconquista dos mer cados perdidos. E a sua produção, em acréscimo, não só acabou voltando ãs

Por volta de 1915 a situação do açú

atestam

cifras de antes da guerra, como as foi superando até atingir, em 1930-31, o vo lume máximo dc 11.327.000 tonelada.s.

pronunciada nas lavouras o no aparelhamonto industrial, continuou no seu ritmo

acelerado de expansão, alcançando sua produção, em 1928-29, a cifra de .... 17.891.000 toneladas, quase o dobro das médias dos anos anteriores á guerra. Clicga.mos, assim, em 1929-30 a uma produção de açúcar de cana superior eni •

Mas se tal aumento se \'crifica na pro dução do açúcar de beterraba, não ocor

80S^ ao de antes de 1914-15 e a uma

re diminuição proporcional na do açú car dc cana. Êste, que recebera impulso formidável das condições criadas pela guerra, determinando uma transformação

acima da do ano anterior ao conflito. A marcha ascensional de ambas as

produção de açúcar de beterraba de 30% produções pode ser observada nos qua dros segiüntes:

Total

1914

22.755

347.932

1915

48.811

367.932

160.634 569.634

986.179

1916

530.234

216.234

160.834

907.299

1917

1.747.147

2.302.649

1.578.662

175.681 149.732

379.821

1918

198.831

1909-10 a

531.005

MÉDIA DE

AÇÚCAR DE

AÇÚCAR DE

BETERRABA

CANA

TOTAL

(em milhares de ton. inglêsas — 1.016.50 kg.)

1919

834.163

6.738

166.246

1.927.225 1.707.147

1920

1.053.032

480.848

285.134

1.819.014

1^13-14

1921

1.461.608

905.159

2.863.231

1922

1.777.299

1.664-.712

301.464 759.848

4.201.859

1923

856.787

1.268.670

427.453

2.552.910

1917-18 1918-19 1919-20 1920-21

7.867 5.015

9.623 12.362

3.883

11.908 12.230 11.936

3.259

4.687

rt'já.-VL'JfckJ

17.130 17.377 15.791 15.489

16.623

7,


EíòSjòmH

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Os preços também seguem a mes ma

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cotaç-ôes

abaixo,

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Demorara

Bruto

1902

320 réis

243 réis

140 réis

1903

420

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1905

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1906

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1907

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1908

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Anos

1904

Fv.

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181

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Os preços também apresoillam nes período sensível melhora, como

M

Ario.s

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1914 1915 1916

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1919 1920

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1921 1922 1923

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1.045 700 579 1.201

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Anos

Cristal

cotações

por

Demerara

26-1 réis

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1909-14 ao limite de 3.883.000 tonela

das em 1918-19. Conseqüentemente a produção dos países canavieiros foi cha mada a preencher ésse \'ácuo, cabendo ao açúcar brasileiro as seguintes cifras em sacas de 60 quilos:

Mascavo

seguintes

ff

de 7.867.000 toncdadas no período de

Demerara

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quilo:

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Terminada a guerra, porém, o açúcar dc beterraba inicia a reconquista dos mer cados perdidos. E a sua produção, em acréscimo, não só acabou voltando ãs

Por volta de 1915 a situação do açú

atestam

cifras de antes da guerra, como as foi superando até atingir, em 1930-31, o vo lume máximo dc 11.327.000 tonelada.s.

pronunciada nas lavouras o no aparelhamonto industrial, continuou no seu ritmo

acelerado de expansão, alcançando sua produção, em 1928-29, a cifra de .... 17.891.000 toneladas, quase o dobro das médias dos anos anteriores á guerra. Clicga.mos, assim, em 1929-30 a uma produção de açúcar de cana superior eni •

Mas se tal aumento se \'crifica na pro dução do açúcar de beterraba, não ocor

80S^ ao de antes de 1914-15 e a uma

re diminuição proporcional na do açú car dc cana. Êste, que recebera impulso formidável das condições criadas pela guerra, determinando uma transformação

acima da do ano anterior ao conflito. A marcha ascensional de ambas as

produção de açúcar de beterraba de 30% produções pode ser observada nos qua dros segiüntes:

Total

1914

22.755

347.932

1915

48.811

367.932

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1916

530.234

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1917

1.747.147

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1.578.662

175.681 149.732

379.821

1918

198.831

1909-10 a

531.005

MÉDIA DE

AÇÚCAR DE

AÇÚCAR DE

BETERRABA

CANA

TOTAL

(em milhares de ton. inglêsas — 1.016.50 kg.)

1919

834.163

6.738

166.246

1.927.225 1.707.147

1920

1.053.032

480.848

285.134

1.819.014

1^13-14

1921

1.461.608

905.159

2.863.231

1922

1.777.299

1.664-.712

301.464 759.848

4.201.859

1923

856.787

1.268.670

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2.552.910

1917-18 1918-19 1919-20 1920-21

7.867 5.015

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CANA

(em milhares de ton. inglésas — 1921-22 1922-23

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1925-26 1926-27

1927-28 1928-29 1929-30 1930-31 1931-32 1932-33

4.914

5.202 5.861 8.093 8.278 7.685 9.024

TOTAL

17.615 18.322 20.111

15.621 16.251 15.732

23.714

Nova York

1927

23.417 25.318 27.279

1928

17.891

9.170

11.327

17.646 17.156

8.510

17.786

26.816 28.482 26.296

7.767

16.438

24.206

Vil'

mo, se bem que apresentasse marcha as cendente, não podia fazer face a êsse aumento vertiginoso da produção, e o

resultado não se fêz esperar: os es toques se acumularam de ano para ano, como podemos ver no quadro abaixo:

ESTOQUE DE AÇÚCAR 1925 - média

2.533

1926

3.756

1927

3.222 3.977 4.689 5.690

1928 1929 1930 1931:

Vif

(milhares de toneladas)

1929 1930 1931 J931 1931

(1.® trim.) (2.° trim.)

Londres

C.I.F.

C.I.F.

100 83 68 50

100 80

100 83

72

265

54

44,

47 42 36

46 39

47 27

(3." trim.)

internacionais provocaram a redução da produção c o estabelecimento de quotas de exportação para cada país. A solu ção, portanto, não podia ter sido mais drástica. O Brasil não fugiu a essa orien tação geral intervencionista e em fins de 1931 foi organizada a defesa de sua produção açucareira, que se ampliou em com a

criação da Comissão de

Defesa da Produção do Açúcar, completando-se em 1933 com a fundação do Instituto do Açúcar e do Álcool.

7.131

Abril

8.589

Junho

7.119

Entretanto, o açúcar brasileiro, ape sar de fortemente atingido, não apresen tava situação tão desesperadora e a so lução não era das mais difíceis. Isso

Outubro

6.920

porque:

Abril

35 28

portação, de acôrdo com os números do quadro n.° 2. Portanto, criado o I. A. A., não foi difícil firmar as bases políticas protecio

nistas que éste deveria desenvolver. A primeira consistiu na limitação da pro dução, pois estava-se em face de uma superprodução. Porém, essa limitação não necessitou ser xaolenta, porque o

consumo interno, como vimos, absorvia 9/10 da produção nacional. Era mais

uma medida preventiva de futuros au mentos, do que pròpriamente corretiva. A segunda instituiu uma taxa por saca de açúcar produzido, a fim de fazer face

ao "dumping" nas exportações dos ex cessos que se verificassem. A terceira estabeleceu a obrigatoriedade da mistura

na sua produção a partir da guerra de

do álcool na gasolina, permitindo assim o aproveitamento dos excessos de cana

8.715

14-18 não foram muito acentuados, co

e de açúcar.

9.237

mo se pode ver no quadro n.° 1; 2) — se se elevara a produção, crescera igual

A. foi sem dúvida a limitação. Isso por

'

Janeiro

Bruto - 88

nas 1/10 o ascendente destinado à ex

A intervenção do Estado e os acordos

1932

Praga

Java-Branco

Janeiro

1932:

var pela estati.slica transcrita a seguir:

Cuba

O Instituto do Açúcar e do Álcool Entretanto, o crescimento do consu

mente atingidos, como podemos compro-

NÜMEROS-INDICES DOS PREÇOS DO AÇÚCAR

24.529

9.388

*" ■ If

Diante de semelhantes condições, os preços não podiam dci.xar de ser forte

1.016.50 kg.)

12.701 13.120 14.250

16.294

TW

ECONÔMICO

Julho

8.198

Outubro

7.131

1938:

Janeiro

8.871

Abril

9.045

1) — os aumentos verificados

A base fundamental da política do I. A.

as

que a crise de 1929 e a experiência do

cifras do mesmo quadro, isto é, n.° 1; 3) — a exportação passara a representar importância relativa, pois constituía ape

passado ensinavam que a produção bra sileira de açúcar não poderia mais desen volver-se às expensas das exportações.

mente

o

consumo,

como

.1:,» .J*.;!..'..

mostram


■"F-'

w

MÉDIA DE

r r.

DfCCSTO

AÇÚCAR DE

AÇÚCAR DE

BETERRABA

CANA

(em milhares de ton. inglésas — 1921-22 1922-23

1923-24 1924-25

1925-26 1926-27

1927-28 1928-29 1929-30 1930-31 1931-32 1932-33

4.914

5.202 5.861 8.093 8.278 7.685 9.024

TOTAL

17.615 18.322 20.111

15.621 16.251 15.732

23.714

Nova York

1927

23.417 25.318 27.279

1928

17.891

9.170

11.327

17.646 17.156

8.510

17.786

26.816 28.482 26.296

7.767

16.438

24.206

Vil'

mo, se bem que apresentasse marcha as cendente, não podia fazer face a êsse aumento vertiginoso da produção, e o

resultado não se fêz esperar: os es toques se acumularam de ano para ano, como podemos ver no quadro abaixo:

ESTOQUE DE AÇÚCAR 1925 - média

2.533

1926

3.756

1927

3.222 3.977 4.689 5.690

1928 1929 1930 1931:

Vif

(milhares de toneladas)

1929 1930 1931 J931 1931

(1.® trim.) (2.° trim.)

Londres

C.I.F.

C.I.F.

100 83 68 50

100 80

100 83

72

265

54

44,

47 42 36

46 39

47 27

(3." trim.)

internacionais provocaram a redução da produção c o estabelecimento de quotas de exportação para cada país. A solu ção, portanto, não podia ter sido mais drástica. O Brasil não fugiu a essa orien tação geral intervencionista e em fins de 1931 foi organizada a defesa de sua produção açucareira, que se ampliou em com a

criação da Comissão de

Defesa da Produção do Açúcar, completando-se em 1933 com a fundação do Instituto do Açúcar e do Álcool.

7.131

Abril

8.589

Junho

7.119

Entretanto, o açúcar brasileiro, ape sar de fortemente atingido, não apresen tava situação tão desesperadora e a so lução não era das mais difíceis. Isso

Outubro

6.920

porque:

Abril

35 28

portação, de acôrdo com os números do quadro n.° 2. Portanto, criado o I. A. A., não foi difícil firmar as bases políticas protecio

nistas que éste deveria desenvolver. A primeira consistiu na limitação da pro dução, pois estava-se em face de uma superprodução. Porém, essa limitação não necessitou ser xaolenta, porque o

consumo interno, como vimos, absorvia 9/10 da produção nacional. Era mais

uma medida preventiva de futuros au mentos, do que pròpriamente corretiva. A segunda instituiu uma taxa por saca de açúcar produzido, a fim de fazer face

ao "dumping" nas exportações dos ex cessos que se verificassem. A terceira estabeleceu a obrigatoriedade da mistura

na sua produção a partir da guerra de

do álcool na gasolina, permitindo assim o aproveitamento dos excessos de cana

8.715

14-18 não foram muito acentuados, co

e de açúcar.

9.237

mo se pode ver no quadro n.° 1; 2) — se se elevara a produção, crescera igual

A. foi sem dúvida a limitação. Isso por

'

Janeiro

Bruto - 88

nas 1/10 o ascendente destinado à ex

A intervenção do Estado e os acordos

1932

Praga

Java-Branco

Janeiro

1932:

var pela estati.slica transcrita a seguir:

Cuba

O Instituto do Açúcar e do Álcool Entretanto, o crescimento do consu

mente atingidos, como podemos compro-

NÜMEROS-INDICES DOS PREÇOS DO AÇÚCAR

24.529

9.388

*" ■ If

Diante de semelhantes condições, os preços não podiam dci.xar de ser forte

1.016.50 kg.)

12.701 13.120 14.250

16.294

TW

ECONÔMICO

Julho

8.198

Outubro

7.131

1938:

Janeiro

8.871

Abril

9.045

1) — os aumentos verificados

A base fundamental da política do I. A.

as

que a crise de 1929 e a experiência do

cifras do mesmo quadro, isto é, n.° 1; 3) — a exportação passara a representar importância relativa, pois constituía ape

passado ensinavam que a produção bra sileira de açúcar não poderia mais desen volver-se às expensas das exportações.

mente

o

consumo,

como

.1:,» .J*.;!..'..

mostram


40

~

l"

Dk.F-sTO

A política açucareira internacional c o alto custo do produto nacional fecha

indústria açtuareira, eliminando as os

ao açúcar brasileiro. Só cm momentos

cilações bruscas rle preços c conferin-

guerra de 1939-45. Os resultados dessa orientação cbda

pelo I. A. A. foram excelentes. Num país novo e dinâmico como o Brasil, a tendência do consumo interno não é de

do-lhe.s justa base rrmuneradt.ra. ressante comparar as colações mensais dos antjs anteriores à criação do I. A. A.

com as do.s anos posteriores. É \-ertlaclc

que ésses anos, que se avizinham do da criação do I. A- A., foram mais forte mente atingidos pela-crise. Mas não

perto a marcha ascendente do consumo,

como demonstram os seguintes números-

a produção açucareira do Brasil entrou

índices do desenvolvimento do consu

na sua fase definitiva, não tendo mais a temer os riscos decorrentes da orien

mo e da produção de açúcar dc usina no

Anos

Produção

1926

100

. Consumo

120 132

129

no mercado interno, mercadoria dc pro

1929

151

153 •

cura ínelústica, pouco sujeita, portanto,

1930

204

189

1931

156

159

às crises que .se verifiquem na economia brasileira, o que lhe confere grande e.s-

1932

173

167

tabilidade.

1933

165 171

163

Estados importadores e Estados

170

exportadores

1934 1935

230

200

1936

212

198

1937

190

198

Essa orientação liinitativa, porém, de terminou a formação do dois grandes

1938

206

216

grupos:

1939

247 .

233

1940

281

249

1941

267

233

a) Estados de grande produção ei pequeno consumo, portanto, ex portadores; '

1942

262

265

b)

1943 .

272

279

1944

288

276

Estados de pequena produção e grande consumo, portanto, im portadores.

.sua produção, tornaram-se ainda maio

eram já os maiores produtores nacio nais, i-iKiuanto os do segundo iuiciaram a sua produção cm época mais recente e, .SC bem fõssi-m os maiores consumido res, o argumento de que nos primeiros a

res impovladoros.

guns mesmo corto decréscimo, enquanto

a produção, estimulada pelas crescentes importaçxies, goza de um aumento sen sível.

Situação atual

Entretanto, quando se desencadeou a ' guerra dc 1939-45 essa evolução, que se processa impulsionada pelo descn\ olviincnto natural . dos fatos, foi brutal mente acelerada, em \irtnde de a luta

submarina ter impossibilitado a impor

as alterações necessárias. É verdade, e ê.ssc foi. o argumento

açúcar nortista.

perdiam econòmicamcntc. Se deixavam de produzir açúcar, viam asseguradas as suas demais atividades produtoras atra

vés da exportação, para os Estados açucareiros, das mercadorias delas decor rentes. Assim, Pernambuco, Alagoas,

Sergipe, Bio de Janeiro não vendiam apenas grandes quantidades de açúcar a São Paulo ou a Minas Gerais. Eram, também, ótimos clientes, que muito con-

tribuiam para o desenvolvimento da pro dução do parque industiial paulista ou do.s, lacticínios mineiros. Ora, essa clien tela só poderia ser conservada se se muntive.sse a sua prosperidade econô mica c essa se estríbava unicamente na

t

Nos Estados expor

tadores o inverso se processa: o consumo sofre pequeno aumento, apresentando al

mentânea. passível de mais tarde sofrer

tados na sua expansão açucareira, pouco

mo pouco a afetará, pois o açúcar é,

fieiadus com um aumento de quota na

buição porque os do primeiro grupo

poderoso, que tais Estados, assim limi

econômica do próprio país. Essa mes

1928

consumo e, apesar dc lerem sido bone-

Aliás, essa orientação era apenas mo

passou a depender apenas da conjuntura

1927

consumidores aceleravam de muito o seu

grupos de Eslatlos.

época, mas muito estreitos quanto à possibilidade do .seu desenvolvimento.

nacionais. A nossa economia açucareira

100 114

ção se acentua mai.s, pois os Estados

cana, além de representar a cultura tra dicional, constituía a única exploração remuneradora. \eneeu a tendência nitida mente expansionista diupieles, conten do-a dentro dc limites razoá\cis para a

tação seguida pelo comércio exterior, orientação essa determinada pela polí tica protecionista c pelas crises inter

Brasil:

Os algarismos do quadro n.® 3 documentam essa distinção entre os dois

Compreimde-se a razão de.ssa distri

No tocante aos preços é ainda inte

deixa dc ser. verdade taiiibém (pie .sem d inter\'enção da aularrpjia actJcaroira a situação do produto não apresentaria melhoras tão rápidas e firmes. Com essa no\a orientação do 1. A. A.,

consen'ar-se estável; pelo contr;irio, ten de sempre a se manter em aclivc forte mente ascensional. A produção, portan to, não se fixa, seguindo, porém, dc

41

Êsle equilíbrio entre produção e con.smiio trouxe grande estabilidade para A

ram dc uma vez o comércio cvterior

excepcionais c que este poderia vir a gozar dos benefícios da e.\porta(,ão, c-omo ocorreu na bonjuntura criada pela

EcONÓNtlCO

indústria açucareira. Daí a necessidade de -ser esta conservada, porque através dela se mantinha um conjunto enorme de atividades em outros Estados.

Nos anos seguintes, porém, essa distin

tação, por parte dos Estados do sul, do Em face da situação angustiosa do

suprimento do açúcar nos Estados im- ^ portadores, tomou o I. A. A. a resolução de liberar a produção açucareira dos mesmos. O resultado dessa medida nao

se fèz esperar. De 2.959.533 sacas no ano de 1943, a produção se elevou a 7.119.681 em 1945-46, 8.502.965 em 1946-47 e 10.185.528 em 1947-48. O norte, ao contrário, restringiu um pouco

a sua produção e, se bem não exportas

se mais o mesmo volume para o sul, • encontrou sempre colocação píi^r^^ o

açúcar no rnercado internacional. Cessadas, porém, as hostilidades e res tabelecida a navegação marítima, o pa norama açucaveiro mudou completamen

te de aspecto. O sul, conio vemos pelos números acima, continuou a intensificar a sua produção, enquanto o norte, re cuperando os mercados nacionais perdi

dos, elevou a produção aos níveis de antes da guerra. A produção dos dois

I,. -

jU


40

~

l"

Dk.F-sTO

A política açucareira internacional c o alto custo do produto nacional fecha

indústria açtuareira, eliminando as os

ao açúcar brasileiro. Só cm momentos

cilações bruscas rle preços c conferin-

guerra de 1939-45. Os resultados dessa orientação cbda

pelo I. A. A. foram excelentes. Num país novo e dinâmico como o Brasil, a tendência do consumo interno não é de

do-lhe.s justa base rrmuneradt.ra. ressante comparar as colações mensais dos antjs anteriores à criação do I. A. A.

com as do.s anos posteriores. É \-ertlaclc

que ésses anos, que se avizinham do da criação do I. A- A., foram mais forte mente atingidos pela-crise. Mas não

perto a marcha ascendente do consumo,

como demonstram os seguintes números-

a produção açucareira do Brasil entrou

índices do desenvolvimento do consu

na sua fase definitiva, não tendo mais a temer os riscos decorrentes da orien

mo e da produção de açúcar dc usina no

Anos

Produção

1926

100

. Consumo

120 132

129

no mercado interno, mercadoria dc pro

1929

151

153 •

cura ínelústica, pouco sujeita, portanto,

1930

204

189

1931

156

159

às crises que .se verifiquem na economia brasileira, o que lhe confere grande e.s-

1932

173

167

tabilidade.

1933

165 171

163

Estados importadores e Estados

170

exportadores

1934 1935

230

200

1936

212

198

1937

190

198

Essa orientação liinitativa, porém, de terminou a formação do dois grandes

1938

206

216

grupos:

1939

247 .

233

1940

281

249

1941

267

233

a) Estados de grande produção ei pequeno consumo, portanto, ex portadores; '

1942

262

265

b)

1943 .

272

279

1944

288

276

Estados de pequena produção e grande consumo, portanto, im portadores.

.sua produção, tornaram-se ainda maio

eram já os maiores produtores nacio nais, i-iKiuanto os do segundo iuiciaram a sua produção cm época mais recente e, .SC bem fõssi-m os maiores consumido res, o argumento de que nos primeiros a

res impovladoros.

guns mesmo corto decréscimo, enquanto

a produção, estimulada pelas crescentes importaçxies, goza de um aumento sen sível.

Situação atual

Entretanto, quando se desencadeou a ' guerra dc 1939-45 essa evolução, que se processa impulsionada pelo descn\ olviincnto natural . dos fatos, foi brutal mente acelerada, em \irtnde de a luta

submarina ter impossibilitado a impor

as alterações necessárias. É verdade, e ê.ssc foi. o argumento

açúcar nortista.

perdiam econòmicamcntc. Se deixavam de produzir açúcar, viam asseguradas as suas demais atividades produtoras atra

vés da exportação, para os Estados açucareiros, das mercadorias delas decor rentes. Assim, Pernambuco, Alagoas,

Sergipe, Bio de Janeiro não vendiam apenas grandes quantidades de açúcar a São Paulo ou a Minas Gerais. Eram, também, ótimos clientes, que muito con-

tribuiam para o desenvolvimento da pro dução do parque industiial paulista ou do.s, lacticínios mineiros. Ora, essa clien tela só poderia ser conservada se se muntive.sse a sua prosperidade econô mica c essa se estríbava unicamente na

t

Nos Estados expor

tadores o inverso se processa: o consumo sofre pequeno aumento, apresentando al

mentânea. passível de mais tarde sofrer

tados na sua expansão açucareira, pouco

mo pouco a afetará, pois o açúcar é,

fieiadus com um aumento de quota na

buição porque os do primeiro grupo

poderoso, que tais Estados, assim limi

econômica do próprio país. Essa mes

1928

consumo e, apesar dc lerem sido bone-

Aliás, essa orientação era apenas mo

passou a depender apenas da conjuntura

1927

consumidores aceleravam de muito o seu

grupos de Eslatlos.

época, mas muito estreitos quanto à possibilidade do .seu desenvolvimento.

nacionais. A nossa economia açucareira

100 114

ção se acentua mai.s, pois os Estados

cana, além de representar a cultura tra dicional, constituía a única exploração remuneradora. \eneeu a tendência nitida mente expansionista diupieles, conten do-a dentro dc limites razoá\cis para a

tação seguida pelo comércio exterior, orientação essa determinada pela polí tica protecionista c pelas crises inter

Brasil:

Os algarismos do quadro n.® 3 documentam essa distinção entre os dois

Compreimde-se a razão de.ssa distri

No tocante aos preços é ainda inte

deixa dc ser. verdade taiiibém (pie .sem d inter\'enção da aularrpjia actJcaroira a situação do produto não apresentaria melhoras tão rápidas e firmes. Com essa no\a orientação do 1. A. A.,

consen'ar-se estável; pelo contr;irio, ten de sempre a se manter em aclivc forte mente ascensional. A produção, portan to, não se fixa, seguindo, porém, dc

41

Êsle equilíbrio entre produção e con.smiio trouxe grande estabilidade para A

ram dc uma vez o comércio cvterior

excepcionais c que este poderia vir a gozar dos benefícios da e.\porta(,ão, c-omo ocorreu na bonjuntura criada pela

EcONÓNtlCO

indústria açucareira. Daí a necessidade de -ser esta conservada, porque através dela se mantinha um conjunto enorme de atividades em outros Estados.

Nos anos seguintes, porém, essa distin

tação, por parte dos Estados do sul, do Em face da situação angustiosa do

suprimento do açúcar nos Estados im- ^ portadores, tomou o I. A. A. a resolução de liberar a produção açucareira dos mesmos. O resultado dessa medida nao

se fèz esperar. De 2.959.533 sacas no ano de 1943, a produção se elevou a 7.119.681 em 1945-46, 8.502.965 em 1946-47 e 10.185.528 em 1947-48. O norte, ao contrário, restringiu um pouco

a sua produção e, se bem não exportas

se mais o mesmo volume para o sul, • encontrou sempre colocação píi^r^^ o

açúcar no rnercado internacional. Cessadas, porém, as hostilidades e res tabelecida a navegação marítima, o pa norama açucaveiro mudou completamen

te de aspecto. O sul, conio vemos pelos números acima, continuou a intensificar a sua produção, enquanto o norte, re cuperando os mercados nacionais perdi

dos, elevou a produção aos níveis de antes da guerra. A produção dos dois

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jU


V

» :i P9 Dicesto EcoNÓKnco

43

Drniisi f) Kcoxúmico

42

setores, assim intensificada, ultrapassou

a diferença dc preço existente entre o

"clearing" entre o Brasil e estas nações européias, como a instituição, por parte

em muito o consumo nacional e como

mercado interno c o externo. Como os leitores estão vendo, esta medida é

do Brasil, dc discriminação das taxas

res, devido a concorrência dos centros

igual à já anteriormente adotada pela mesma autarquia. Entretanto, c cia tâo

produtores da América Central, dou lu

acertada no momento atual, dadas as

gar à formação de estoques de alguns

condições da pro.sonlc conjuntura econô mica, como foi ao tenípo em que pri

não encontrasse colocação nos merca

dos internacionais a preços compensado

cambiais.

Com

estas

duas

medidas

QUADRO PH0DUÇ.\0

Êsto estoque, entretanto, se concen trou apenas no norte, uma vez que a

Parece-nos

que não. Naquela época atuavam dois

produção sulista, mesmo considcrávclmente aumentada, não era suficiente pa

estas medidas não acarretam nenlium

fatôres: 1) preço elevado no produto nacional; 2) superprodução mundial dc

ônus à produção nacional. A orientação seguida pelo I. A. A.,

abastecia. Daí a superprodução de açú

açúcar. Atualmente, desses dois fatôres só o

IfíH 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923

ao contrário, além de criar um ônus à

1924

car de que falamos no início dêste ar

primeiro ainda persiste, e este mesmo

tigo. Contudo, esta superprodução só se fez sentir com agudeza na produção

1925 1926 1927

exerce influência muito pequena, dadas

produção brasileira — o, note-se de pas sagem, ôhus que recai mais sôbre a produção dos Estados do sul — não

iis diversidades das condições econômi cas dos mercados fornecedores de açú

elimina a causa importantíssima: a crise do dólares. Deve-se considerar ainda

meiramente .se a instituiu?

ra cobrir todo o consumo da região que

nortista, É evidente que, se continuar, atingirá tôda a produção nacional.

car.

Vamos nos fazer mais claros.

É verdade que a crise presente não

Os grandes centros produtores de açú

é alarmante. Ela foi motivada, como o

car são países muito pequenos e, portan

leitor se recorda, pela resolução do í. A. A. de liberar a produção, o que

to, fracos consumidores dos produtos industriais produzidos pelos grandes mercados eüropeus consumidores de açú car. Além disso, estão sob a influência,

deu causa ao aparecimento dos açúca res extra-límites, isto é, aquêles que ultrapassam a quota fixada para cada

ou melhor, são satélites de outras gran

os estoques acumulados não são exage

des nações altamente industrializadas. O Brasil, ao contrário, é grande consu midor dos artigos manufaturados das

rados e o mercado internacional está

nações européias importadoras de açúcar.

região e usina. Esta resolução, entre tanto, expira êste ano. Por outro lado,

longe do seu ponto de saturação. Por

Por outro lado, estas nações européias

tanto, o problema, em última análise, se * estão atravessando uma crise tremenda resume numa questão de preços: o custo de divisas intemacionaís, isto é, de dó

de produção do artigo nacional é mais

lares, o que as tem impossibilitado de

elevado do que o preço oferecido pelo

importar açúcar c outros gêneros ali

mercado intemaoíonal.

Já apontamos

atrás a razão dessa disparidade.. Solução apresentada pelo 1. A. A. Como se trata de uma situação mo

mentícios em quantidade suficiente para abastecer o mercado interno. Além disso estão desenvolvendo a política de ex

portar o mais possível, a fim de com prar, através desta exportação, os arti gos indispensáveis de que necessitam.

mentânea, a solução apresentada pelo I. A. A. foi a criação de uma taxa por saca de açúcar produzido, a fim de,

nos que o mais acertado seria a ado

com o fundo por ela constituído, cobrir

ção não só de acordos bilaterais de

Em face dessas circunstâncias parece-

.J

que a solução apresentada pelo I. A. A. é momentânea, isto é, visa apenas a sa fra do ano corrente, pois a do ano que

vem já se enquadra nos limites fixados pelas quotas; portanto, é i^ia solução que restringe a produção nacional de açúcar. A adoção dc acôrdos de "clea ring" e discriminações dc taxas cambiais, ao contrário, não só não diz respeito ape nas ao ano corrente, pois o Brasil pode rá vir a exportar grandes quantidades de açúcar nos anos subseqüentes, como não é limitativa, isto é, não visa conter

a produção brasileira apenas no limite do consumo nacional, mas sim abre novos

e amplos mercados ao produto brasi leiro, mercados estes que se poderão tor nar definitivos, recuperando assim o Brasil o seu perdido posto internacional. Por tudo que ficou dito, poderá o leitor concluir conosco que a falada crise do açúcar é, pqr assim dizer, ine xistente. O que há, no fundo, é uma falta de orientação segura e de longo alcance da nossa política açucareira.

CONSUNÍO

DE

AÇÚC.\R NO BR.\SIL DE 1914-1933 A

climínavam-sc as duas causas (jue obstam a exportação brasileira de açúcar. A primeira afastaria a carência dc divi sas, oncpianto a segunda colocaria o açúcar brasileiro ao nível dos preços in ternacionais. É preciso notar ainda qne

milhões de sacas.

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N.° 1 ^ oX']

Anos

Produção

Consumo

6.618.200

6.087.195 5.686.046 6.658.351

6.672.216 7.565.650 8.025.364 8.607.800 11.587.698 12.127.978 14.340.872 14.209.020 14.371.862 15.370.394 12.489.362 15.592.480 13.986.433 15.699.989 19.601.272

1928

1929 1930 1931 1932 1933

16.996.145

17.125.279 16.269.997 16.666.667

QUADRO

5.722.715

6.680.575 10.580.551 10.308.964 11.472.641 10.007.169 11.818.952 14.793.964 12.436.331 15.306.331 13.088.750 15.119.369 15.455.000 18.193.670 16.811.208 16.450.964 15.B45.497

N° 2

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE AÇÚCAR DE 1913-1933

(Sacas de 60 quilos) Anos

Quantidades

1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933

88.523 531.005 986.170

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V

» :i P9 Dicesto EcoNÓKnco

43

Drniisi f) Kcoxúmico

42

setores, assim intensificada, ultrapassou

a diferença dc preço existente entre o

"clearing" entre o Brasil e estas nações européias, como a instituição, por parte

em muito o consumo nacional e como

mercado interno c o externo. Como os leitores estão vendo, esta medida é

do Brasil, dc discriminação das taxas

res, devido a concorrência dos centros

igual à já anteriormente adotada pela mesma autarquia. Entretanto, c cia tâo

produtores da América Central, dou lu

acertada no momento atual, dadas as

gar à formação de estoques de alguns

condições da pro.sonlc conjuntura econô mica, como foi ao tenípo em que pri

não encontrasse colocação nos merca

dos internacionais a preços compensado

cambiais.

Com

estas

duas

medidas

QUADRO PH0DUÇ.\0

Êsto estoque, entretanto, se concen trou apenas no norte, uma vez que a

Parece-nos

que não. Naquela época atuavam dois

produção sulista, mesmo considcrávclmente aumentada, não era suficiente pa

estas medidas não acarretam nenlium

fatôres: 1) preço elevado no produto nacional; 2) superprodução mundial dc

ônus à produção nacional. A orientação seguida pelo I. A. A.,

abastecia. Daí a superprodução de açú

açúcar. Atualmente, desses dois fatôres só o

IfíH 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923

ao contrário, além de criar um ônus à

1924

car de que falamos no início dêste ar

primeiro ainda persiste, e este mesmo

tigo. Contudo, esta superprodução só se fez sentir com agudeza na produção

1925 1926 1927

exerce influência muito pequena, dadas

produção brasileira — o, note-se de pas sagem, ôhus que recai mais sôbre a produção dos Estados do sul — não

iis diversidades das condições econômi cas dos mercados fornecedores de açú

elimina a causa importantíssima: a crise do dólares. Deve-se considerar ainda

meiramente .se a instituiu?

ra cobrir todo o consumo da região que

nortista, É evidente que, se continuar, atingirá tôda a produção nacional.

car.

Vamos nos fazer mais claros.

É verdade que a crise presente não

Os grandes centros produtores de açú

é alarmante. Ela foi motivada, como o

car são países muito pequenos e, portan

leitor se recorda, pela resolução do í. A. A. de liberar a produção, o que

to, fracos consumidores dos produtos industriais produzidos pelos grandes mercados eüropeus consumidores de açú car. Além disso, estão sob a influência,

deu causa ao aparecimento dos açúca res extra-límites, isto é, aquêles que ultrapassam a quota fixada para cada

ou melhor, são satélites de outras gran

os estoques acumulados não são exage

des nações altamente industrializadas. O Brasil, ao contrário, é grande consu midor dos artigos manufaturados das

rados e o mercado internacional está

nações européias importadoras de açúcar.

região e usina. Esta resolução, entre tanto, expira êste ano. Por outro lado,

longe do seu ponto de saturação. Por

Por outro lado, estas nações européias

tanto, o problema, em última análise, se * estão atravessando uma crise tremenda resume numa questão de preços: o custo de divisas intemacionaís, isto é, de dó

de produção do artigo nacional é mais

lares, o que as tem impossibilitado de

elevado do que o preço oferecido pelo

importar açúcar c outros gêneros ali

mercado intemaoíonal.

Já apontamos

atrás a razão dessa disparidade.. Solução apresentada pelo 1. A. A. Como se trata de uma situação mo

mentícios em quantidade suficiente para abastecer o mercado interno. Além disso estão desenvolvendo a política de ex

portar o mais possível, a fim de com prar, através desta exportação, os arti gos indispensáveis de que necessitam.

mentânea, a solução apresentada pelo I. A. A. foi a criação de uma taxa por saca de açúcar produzido, a fim de,

nos que o mais acertado seria a ado

com o fundo por ela constituído, cobrir

ção não só de acordos bilaterais de

Em face dessas circunstâncias parece-

.J

que a solução apresentada pelo I. A. A. é momentânea, isto é, visa apenas a sa fra do ano corrente, pois a do ano que

vem já se enquadra nos limites fixados pelas quotas; portanto, é i^ia solução que restringe a produção nacional de açúcar. A adoção dc acôrdos de "clea ring" e discriminações dc taxas cambiais, ao contrário, não só não diz respeito ape nas ao ano corrente, pois o Brasil pode rá vir a exportar grandes quantidades de açúcar nos anos subseqüentes, como não é limitativa, isto é, não visa conter

a produção brasileira apenas no limite do consumo nacional, mas sim abre novos

e amplos mercados ao produto brasi leiro, mercados estes que se poderão tor nar definitivos, recuperando assim o Brasil o seu perdido posto internacional. Por tudo que ficou dito, poderá o leitor concluir conosco que a falada crise do açúcar é, pqr assim dizer, ine xistente. O que há, no fundo, é uma falta de orientação segura e de longo alcance da nossa política açucareira.

CONSUNÍO

DE

AÇÚC.\R NO BR.\SIL DE 1914-1933 A

climínavam-sc as duas causas (jue obstam a exportação brasileira de açúcar. A primeira afastaria a carência dc divi sas, oncpianto a segunda colocaria o açúcar brasileiro ao nível dos preços in ternacionais. É preciso notar ainda qne

milhões de sacas.

E

N.° 1 ^ oX']

Anos

Produção

Consumo

6.618.200

6.087.195 5.686.046 6.658.351

6.672.216 7.565.650 8.025.364 8.607.800 11.587.698 12.127.978 14.340.872 14.209.020 14.371.862 15.370.394 12.489.362 15.592.480 13.986.433 15.699.989 19.601.272

1928

1929 1930 1931 1932 1933

16.996.145

17.125.279 16.269.997 16.666.667

QUADRO

5.722.715

6.680.575 10.580.551 10.308.964 11.472.641 10.007.169 11.818.952 14.793.964 12.436.331 15.306.331 13.088.750 15.119.369 15.455.000 18.193.670 16.811.208 16.450.964 15.B45.497

N° 2

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE AÇÚCAR DE 1913-1933

(Sacas de 60 quilos) Anos

Quantidades

1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933

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nos retrata a vertiginosa ascensão da

produção algodoeira, bem como a sua fra«jorosa decadência neste último triêO

nio.

PRODUÇÃO DE ALGODÃO EM PLUMA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Anos

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para persuadir os mais recaleilrantcs. Vejamos a produção destes últimos 15 anos, que abrange, em sua totalidade, o moderno surto algodoeiro paulista. Êlc

juntura o financiamento da produção ó dc resultado mais eficiente para o rcerguimcnto da lavoura algodoeira paulista do que o /innnciíiwíCM/o do produto.

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dúvida, i? bastará \nn simples relrospeelo da proibição de algodão em São Paulo

autor, a^rònoiuo da Subdivisão dc

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impõe e prontamente não lui a menor

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Economia Hural da Secretaria da Agricultura dc São Paulo, no presente artigo, desenvolve a tese dc que na atual con

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1938

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Produção média por íj4^nio

índices

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209.241

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Fonte; — Bolsa de Mercadorias de São Paulo.

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nos retrata a vertiginosa ascensão da

produção algodoeira, bem como a sua fra«jorosa decadência neste último triêO

nio.

PRODUÇÃO DE ALGODÃO EM PLUMA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Anos

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para persuadir os mais recaleilrantcs. Vejamos a produção destes últimos 15 anos, que abrange, em sua totalidade, o moderno surto algodoeiro paulista. Êlc

juntura o financiamento da produção ó dc resultado mais eficiente para o rcerguimcnto da lavoura algodoeira paulista do que o /innnciíiwíCM/o do produto.

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176.810 202.618

1938

248.296

1939

273.261

1940

307.377

1941

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1942 1943

282.665

1944

463.193

1945

232 674 173.349

Produção média por íj4^nio

índices

78.417

100,00

209.241

266,83

320.469

408,67

373.664

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193.759

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Fonte; — Bolsa de Mercadorias de São Paulo.

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DfíJKSTO

46

ECON<iNÍKo

Após três anos seguidos dc colheitas frustras, é fácil de se compreender íjuc o organismo algodoeiro paulista encon tra-se extremamente debilitado, minado

2.°) Quando o Milumc dc produção .se apresenta om fomia do ciclos, com safra.s grandes altemando-.so com pequena.s. Aqui, o filo dc financiamento ó o

em seus recursos financeiros, dominado

dc tornar mais estável o mercado, redu

pelo desânimo, sobrecarregado dc dívi das e assoberbado com problemas de tôda ordem; terras exaustas, dificuldades de braços, preços exorbitantes de adu

zindo a amplitude dos ciclos de prcç-os,

bos e maquinaria agrícola, deficientes condições de transporte, enfim, um enor me cotejo de obstáculos, cada qunl mais

forte e de mais difícil superação. É pou

isto c, diminuindo a dib-rença entre os

preços máximo.s e mínimos, que tendem a \'ariar inversamente com o volume da

produção. E essa foi a dirotriz que pre.sidiu o estabelecimento do.s armazéns re

guladores de café.

Em linhas gerais,

encontrar, em si mesmo, fôrças capazes

êle exige a adoção dum preço mininio, a retenção do produto no período das grandes safras c a sua venda nos anos

de soerguê-lo ràpidamente. Urge, por

dc safras magras.

co provável que um tal organismo possa tanto, socorrê-lo, e nessa ajuda axoilta em importância a assistência financeira. Das duas modalidades mais usuais

3.°) Quando há manipulação do mer cado. O fim visado pelo financiamento será, então, o dc fornecer aos pequenos

de assistência financeira, qual então a

possuidores do produto meios de resis

que se deve adotar: — financiamento do

tência à pressão exercida pelos grupos financeiros mais poderosos. Exige, tambem, a fixação dum preço mínimo. 4.°) O financiamento do produto

produto ou da produção?

Qual será

o mais eficaz e o mais indicado na atual

conjuntura?

pode ser estabelecido com o fito de

A fim de melhor esclarecer a questão, é preciso considerar que o financia mento do produto se justifica — e al

elevar os preços da mercadoria.

gumas vêzes se impõe

além do estabelecimento de um preço

— nos casos

seguintes:

1.°) Quando o excesso da produção sobre o consumo não pode ser exportado, como aconteceu durante o período da guerra. Neste caso, o principal objetivo do financiamento do produto é o de

modalidade

dc

financiamento

Essa exige,

fLxo sempre acima da base exigida para a manutenção do preço normal do mer-

cado, grande capacidade financeira do organismo financiador, a fim de fazer face aos riscos provenientes da compra eventual de grande parte ou mesmo da

-A;"

m

Digksto Econômico

47

regra entre 60 a 80%) das cotações vi

dc fardos, contra cerca dc 10 milhões

gentes.

(um fardo americano eqüivale a 217 quilos, líquidos), o suprimento de algo

Embora se jii.slifique a distinção en tre estes diversos ca.sos, até certo ponto ela é feita mais com o intuito do facili

dão será o menor dêstcs últimos 24 anos, eslando calculado em 13,9 milhões

tar a compreensão da matéria, pois c

de fardos.

fácil do Sc verificar que muitas \ézcs o financiamento do produto ultrapassa de muito o objeti\'(} principal, preen-

primento foi de 16,2 milhões e a média

lliõcs.

clicndo diversas outras finalidades. Po-

de agôsto de 1948 é estimado em 2.6 mi

dc-sc, por exemplo, afirmar que o 5°

lhões, pràtioamcnte igual ao do ano passado (2,5 milhões), que foi o menor desde 1929. Ainda segundo as últimas

caso, quase sempre, preenche as finali dades do 4.°, isto c, constitui um meio

de combate à manipulação do mercado. 5K

^

Na safra 1946/47, o su

do período 1935/39 alcançou 21,3 ml-

O *'catTy-o\er" para primeiro

informações disponíveis, são muito redu zidas as possibilidades de e.xpansão da produção na safra 1948/49, em virtude

do aumento comparativo dos preços dos Procuremos, agora, enquadrar neste

cereais. As e.xportações norte-americanas

campo a atual situação do algodão paulista. Como a cultura algodoeira não apre senta ciclos em seu volume de produ ção, vamos excluir o segundo caso, o mesmo fazendo com a quarta hipótese, já que o simples bom-senso

atingiram 3,5 milhões de fardos, no pe ríodo correspondente à safra 1946/47,

nos mostra que o nosso país não está em condições de criar

um preço artificial para o al godão. Quanto á manipulação do mercado, tudo indica não existir no momento presente.

A êsse respeito, todavia, o go

contra 3,6 no ano anterior e a média

de 5,3 milhões no período 1935/39. Parece-nos lícito prever aumento das exportações com a efetivação do "Plano Marshall".

De início, este

acréscimo talvez não se mos

tre tão substancial, pois os estoques de algodão na Euro pa somavam 4,3 milhões de fardos, em 1.° de agôsto de 1947, contra 4,1 em igual data do ano anterior e com alguns países apresentando certo vo lume de estoque, coíno à In glaterra, com cerca de 2 milhões de

to pode ter como finalidade facilitar as operações comerciais através do credito que proporciona aos possuidores do pro

verno deverá manter sempre estreita vigilância, tomando as medidas necessárias para evitar as ruinosas especulações. Afastadas essas três hipóteses, consideremos o primeiro caso, analisando ràpidamente a situação atual do algodão.

duto. Êsse caso não exige, necessàriamente, a adoção dum preço mínimo,

Nos Estados Unidos, embora a safra

com disponibilidades para 10 e 7 meses de consumo, respectivamente. Deve-se, entretanto, relevar o fato de que a Ale

de 1947/48 (1 de agôsto de 1947 a 31

manha e o Japão, até aqui pràtícamente

de julho de 1948) seja 33% mais eleva da do que a safra anterior e o consumo interno tenha caído para 8,75 milhões

ausentes do mercado, absorverão cerca de 1 milhão de fardos.

evitar que a sobra retida no país produ tor influa, com todo o seu peso, sobre o mercado, aviltando as cotações e forçan do a queda da produção. Duas são as características desse tipo de financia mento: a garantia de um preço mínimo e a retenção do produto pelo organismo financiador, até que a situação seja su ficientemente desafogada para permitir

pois os recursos financeiros podem ser proporcionados aos interessados segundo

a sua colocação no mercado.

uma determinada percentagem (via de

totalidade das sobras existentes.

5.0) Finalmente, esse financiamen

fardos, quantidade suficiente para um ano de atividades, e a Itália e França,

Quanto a produção mundial de algo-


DfíJKSTO

46

ECON<iNÍKo

Após três anos seguidos dc colheitas frustras, é fácil de se compreender íjuc o organismo algodoeiro paulista encon tra-se extremamente debilitado, minado

2.°) Quando o Milumc dc produção .se apresenta om fomia do ciclos, com safra.s grandes altemando-.so com pequena.s. Aqui, o filo dc financiamento ó o

em seus recursos financeiros, dominado

dc tornar mais estável o mercado, redu

pelo desânimo, sobrecarregado dc dívi das e assoberbado com problemas de tôda ordem; terras exaustas, dificuldades de braços, preços exorbitantes de adu

zindo a amplitude dos ciclos de prcç-os,

bos e maquinaria agrícola, deficientes condições de transporte, enfim, um enor me cotejo de obstáculos, cada qunl mais

forte e de mais difícil superação. É pou

isto c, diminuindo a dib-rença entre os

preços máximo.s e mínimos, que tendem a \'ariar inversamente com o volume da

produção. E essa foi a dirotriz que pre.sidiu o estabelecimento do.s armazéns re

guladores de café.

Em linhas gerais,

encontrar, em si mesmo, fôrças capazes

êle exige a adoção dum preço mininio, a retenção do produto no período das grandes safras c a sua venda nos anos

de soerguê-lo ràpidamente. Urge, por

dc safras magras.

co provável que um tal organismo possa tanto, socorrê-lo, e nessa ajuda axoilta em importância a assistência financeira. Das duas modalidades mais usuais

3.°) Quando há manipulação do mer cado. O fim visado pelo financiamento será, então, o dc fornecer aos pequenos

de assistência financeira, qual então a

possuidores do produto meios de resis

que se deve adotar: — financiamento do

tência à pressão exercida pelos grupos financeiros mais poderosos. Exige, tambem, a fixação dum preço mínimo. 4.°) O financiamento do produto

produto ou da produção?

Qual será

o mais eficaz e o mais indicado na atual

conjuntura?

pode ser estabelecido com o fito de

A fim de melhor esclarecer a questão, é preciso considerar que o financia mento do produto se justifica — e al

elevar os preços da mercadoria.

gumas vêzes se impõe

além do estabelecimento de um preço

— nos casos

seguintes:

1.°) Quando o excesso da produção sobre o consumo não pode ser exportado, como aconteceu durante o período da guerra. Neste caso, o principal objetivo do financiamento do produto é o de

modalidade

dc

financiamento

Essa exige,

fLxo sempre acima da base exigida para a manutenção do preço normal do mer-

cado, grande capacidade financeira do organismo financiador, a fim de fazer face aos riscos provenientes da compra eventual de grande parte ou mesmo da

-A;"

m

Digksto Econômico

47

regra entre 60 a 80%) das cotações vi

dc fardos, contra cerca dc 10 milhões

gentes.

(um fardo americano eqüivale a 217 quilos, líquidos), o suprimento de algo

Embora se jii.slifique a distinção en tre estes diversos ca.sos, até certo ponto ela é feita mais com o intuito do facili

dão será o menor dêstcs últimos 24 anos, eslando calculado em 13,9 milhões

tar a compreensão da matéria, pois c

de fardos.

fácil do Sc verificar que muitas \ézcs o financiamento do produto ultrapassa de muito o objeti\'(} principal, preen-

primento foi de 16,2 milhões e a média

lliõcs.

clicndo diversas outras finalidades. Po-

de agôsto de 1948 é estimado em 2.6 mi

dc-sc, por exemplo, afirmar que o 5°

lhões, pràtioamcnte igual ao do ano passado (2,5 milhões), que foi o menor desde 1929. Ainda segundo as últimas

caso, quase sempre, preenche as finali dades do 4.°, isto c, constitui um meio

de combate à manipulação do mercado. 5K

^

Na safra 1946/47, o su

do período 1935/39 alcançou 21,3 ml-

O *'catTy-o\er" para primeiro

informações disponíveis, são muito redu zidas as possibilidades de e.xpansão da produção na safra 1948/49, em virtude

do aumento comparativo dos preços dos Procuremos, agora, enquadrar neste

cereais. As e.xportações norte-americanas

campo a atual situação do algodão paulista. Como a cultura algodoeira não apre senta ciclos em seu volume de produ ção, vamos excluir o segundo caso, o mesmo fazendo com a quarta hipótese, já que o simples bom-senso

atingiram 3,5 milhões de fardos, no pe ríodo correspondente à safra 1946/47,

nos mostra que o nosso país não está em condições de criar

um preço artificial para o al godão. Quanto á manipulação do mercado, tudo indica não existir no momento presente.

A êsse respeito, todavia, o go

contra 3,6 no ano anterior e a média

de 5,3 milhões no período 1935/39. Parece-nos lícito prever aumento das exportações com a efetivação do "Plano Marshall".

De início, este

acréscimo talvez não se mos

tre tão substancial, pois os estoques de algodão na Euro pa somavam 4,3 milhões de fardos, em 1.° de agôsto de 1947, contra 4,1 em igual data do ano anterior e com alguns países apresentando certo vo lume de estoque, coíno à In glaterra, com cerca de 2 milhões de

to pode ter como finalidade facilitar as operações comerciais através do credito que proporciona aos possuidores do pro

verno deverá manter sempre estreita vigilância, tomando as medidas necessárias para evitar as ruinosas especulações. Afastadas essas três hipóteses, consideremos o primeiro caso, analisando ràpidamente a situação atual do algodão.

duto. Êsse caso não exige, necessàriamente, a adoção dum preço mínimo,

Nos Estados Unidos, embora a safra

com disponibilidades para 10 e 7 meses de consumo, respectivamente. Deve-se, entretanto, relevar o fato de que a Ale

de 1947/48 (1 de agôsto de 1947 a 31

manha e o Japão, até aqui pràtícamente

de julho de 1948) seja 33% mais eleva da do que a safra anterior e o consumo interno tenha caído para 8,75 milhões

ausentes do mercado, absorverão cerca de 1 milhão de fardos.

evitar que a sobra retida no país produ tor influa, com todo o seu peso, sobre o mercado, aviltando as cotações e forçan do a queda da produção. Duas são as características desse tipo de financia mento: a garantia de um preço mínimo e a retenção do produto pelo organismo financiador, até que a situação seja su ficientemente desafogada para permitir

pois os recursos financeiros podem ser proporcionados aos interessados segundo

a sua colocação no mercado.

uma determinada percentagem (via de

totalidade das sobras existentes.

5.0) Finalmente, esse financiamen

fardos, quantidade suficiente para um ano de atividades, e a Itália e França,

Quanto a produção mundial de algo-


49

DlCBSTO Ecònó

4$

(3ão comercial, calcula-se que irá atin

gir 2-1,3 milhões, contra 21 milliões no ano anterior, e a média cie 29,7 milhões

de fardos no qüincjüénio 1935/39.

O

aplicação do "Plano Marsiiall". (pu- possibilita amplas facilHlades para a co ocação pronta do sen prodtito na Europa Ocidental.

Conlndo, a nossí> \or, tal

consumo está avaliado em 26 milhões, tendo sido a média no período 35/39 de 28,5 milhões e o "carry-over" em

dessantagem não prí-jnclica cm muito OS nossas po.s.sibillduclc.s tie exportação, uma

1." de agosto de 1948 é estimado em

dão com que contam os paisc.s c.sportn-

16,1 milh('jes, o qual será o menor desde

vez (jue são peíjucnas a.s soi)ras de algo

dorcs c o preço do nosso algodão c in-

1937, sendo inferior ao do ano passado

ferior ao do .seu similar norte-americano,

cm quase 2 milhões e ainda 10,3 niilhõe.s

O "Plano Marshall" possivelmente fa

da produção .seria muito mais eficaz. Atingiria clirelamcntc o produtor, foniecendo-lhe o

só impeça como também não

niimérario destinado à aipü-

ção.

•sição de máijuinas, adubos, •'cmcnlcs, .sacarias, (_• propormentar o número cie l^raços Em re.sumo, èste finan

ciamento po.ssibiüta o aumen to da produção, trazendo coinu conseípic-acia o revigoramcnto da lasoura algodocira

vorecerá também a exportação do nosso

dc 1945. ^ A posição estatística do algodão pau lista é também muito boa, pois a.s vo

algodão, através das disponibilidades em dólares que proporcionará aos países eu ropeus. Aliás, o alto nível das co-

paulista.

lumosas exportações dos últimos anos e

tações do algodão é, can grande parte,

cedidas safras, os cotonicuUo-

as pequenas safras contribuiram decisi vamente para a redução do grande esto que que tínhamos acumulado durante a guerra. Em 29 de fevereiro de 1948, o estoque de algodão paulista era de cerca de 180 milhões de cjuilos, contra 297 era igual data do ano passado. Se a exportação em 1948 for igual à

o reflexo da sua firme posição esta

Dc tudo o que ficou dito acima de-

média do último triénio (248.645 to

considerar ainda que o financiamento

neladas), teremos, em 28 de fevereiro

lídade de crédito.

do produto é, ate certo ponto, uma

ciamento do produto, com o fito de in centivar e facilitar as operações comer

tado cm outras oportimídades pelo Banco do Bra sil, isto é, 80% das cotaÇ"Ões vigentes, alterando-a

derem á.s despesas da produ

modalidade ele linaneiamenlo e preciso

Resta o último caso^ ou seja o finan

de\erá ser escolhida segun do ü mesmo critério já ado

vvido.s de rccur.so.s para aten

primeiro caso, não se justificando, tam bém por êsse lado, a adoção dessa moda-

de 1949, um "carry-over" aproximado de 40.000 toneladas apenas. Convém frisar, ainda, que os estoques em poder do Governo Federal não atingem atual mente 30 mil toneladas, quando há um

dos lavradores, de algodão.

res pauMstas aeham-se dc^sproção. Daí a imperiosa necessi

dade de ampará-los com o fi nanciamento da produção. Em favor da preferência a esta

nicdida inflacionária c como tal viria contrariar visivelmente a orientação eco

nômica atualmente imprimida pelas nossas autoridades iesponsá\cis, o que

de

No caso do financiamento do produto, a sua base

Após um triénio de mal su

preende-se que, se os preços são l)ons e existem grandes facilidades de colocação do produto no exterior, a- situação atual do algodão paulista não se amolda ao

modalidade

mento absoluta prioridade sobre aquela. bnporta agora estabelecer uma base de financiamento (jue atenda, tanto quanto possí\ eI, às reais necessidades

nieiliorar os transjiorles, au etc.

Esta

crédito deve ter neste mo

cionaiiílo-Ihe, ainda, meios <lc

de fardos abaixo do "record" idjsoluto

tística.

restrinja a efetivação plena

do financiamento da produ

para ,

mais

ou

para

me-

nos se as reações do mer

cado assim exigirem. Para a escolha duma base

de financiamento da produção, parecenos acertada a praxe adotada" pelo Banco do Brasil de adiantar 60:© da produção proxávcl; mas discordamos do máximo

estabelecido por aquele organismo de credito, isto é, Cr$ 700,00 por hectare, correspondente a uma produção de 30

ciais. Aqui é inegável que, sendo o crédito um poderoso veículo de trocas mercantis, viria cicatívar grandes seto

não acontece com o financiamento da

Vemos, assim, que a posição interna

res da classe algodocira, mormente os

Procuramos aqui precisar a importân

cional do algodão, na época que atra

pequenos maqiúnistas, freqüentemente os

cia que possuem os dois tipos de finan

seguinte que nos mostra o rendimento em

vessamos, é muito firme, com acentua

voltas com a falta de numerário. Não obstante essas vantagens, que são,

ciamento para a presente situação algo'docira, não se de\'endo ver nisso ne-

mos que nestes 15 anos sòmente duas

desvantagem mais ou menos séria que

aliás, ponderáveis, o financiamento do produto só se justifica se o organismo

nlium repúdio ao financiamento do' pro duto, poli' é claro que, sob o ponto de

antevemos para o escoamento fácil do

encarregado de prestai assistência fi

ximo fixado pelo organismo financiador,

produto paulista é a excepcional posi

nanceira ao algodão estiver em condições de levá-lo a efeito como complemento do financiamento da produção. Dize

5 vigência das dua.s formas de crédito '"Oinos contrários ao financiamento do

mo base pelo Banco, sobre o qual é

mos complemento porque na atual si tuação tudo indica que o financiamento

produto, desde,que sua instituição não

realizado o adiantamento de 60%.

ano atrás beiravam as 100 mil toneladas.

da redução do "carry-over" e perspecti vas de aumento no consumo.

A única

ção desfrutada pelos Estados Unidos no mercado internacional, onde exercem do

mínio quase exclusivo sobre os merca

dos japonês e alemão e, mais ainda, a L

.■-+A4

produção.

Vista cio incentivo à cultura algocloeira, ^ria a combinação mais vantajosa. Não

arrobas de algodão em cai*oço por hec tare e um preço médio de Cr§ 28,80

por arroba.

Observando-se o quadro

arrobas de algodão em caroço, verifica vêzes o rendimento foi igual ao nível má superando-o nitidamente nos outros anos. Mesmo a,ssim, êsse rendimento foi exata

mente igual a 100% daquele admitido co


49

DlCBSTO Ecònó

4$

(3ão comercial, calcula-se que irá atin

gir 2-1,3 milhões, contra 21 milliões no ano anterior, e a média cie 29,7 milhões

de fardos no qüincjüénio 1935/39.

O

aplicação do "Plano Marsiiall". (pu- possibilita amplas facilHlades para a co ocação pronta do sen prodtito na Europa Ocidental.

Conlndo, a nossí> \or, tal

consumo está avaliado em 26 milhões, tendo sido a média no período 35/39 de 28,5 milhões e o "carry-over" em

dessantagem não prí-jnclica cm muito OS nossas po.s.sibillduclc.s tie exportação, uma

1." de agosto de 1948 é estimado em

dão com que contam os paisc.s c.sportn-

16,1 milh('jes, o qual será o menor desde

vez (jue são peíjucnas a.s soi)ras de algo

dorcs c o preço do nosso algodão c in-

1937, sendo inferior ao do ano passado

ferior ao do .seu similar norte-americano,

cm quase 2 milhões e ainda 10,3 niilhõe.s

O "Plano Marshall" possivelmente fa

da produção .seria muito mais eficaz. Atingiria clirelamcntc o produtor, foniecendo-lhe o

só impeça como também não

niimérario destinado à aipü-

ção.

•sição de máijuinas, adubos, •'cmcnlcs, .sacarias, (_• propormentar o número cie l^raços Em re.sumo, èste finan

ciamento po.ssibiüta o aumen to da produção, trazendo coinu conseípic-acia o revigoramcnto da lasoura algodocira

vorecerá também a exportação do nosso

dc 1945. ^ A posição estatística do algodão pau lista é também muito boa, pois a.s vo

algodão, através das disponibilidades em dólares que proporcionará aos países eu ropeus. Aliás, o alto nível das co-

paulista.

lumosas exportações dos últimos anos e

tações do algodão é, can grande parte,

cedidas safras, os cotonicuUo-

as pequenas safras contribuiram decisi vamente para a redução do grande esto que que tínhamos acumulado durante a guerra. Em 29 de fevereiro de 1948, o estoque de algodão paulista era de cerca de 180 milhões de cjuilos, contra 297 era igual data do ano passado. Se a exportação em 1948 for igual à

o reflexo da sua firme posição esta

Dc tudo o que ficou dito acima de-

média do último triénio (248.645 to

considerar ainda que o financiamento

neladas), teremos, em 28 de fevereiro

lídade de crédito.

do produto é, ate certo ponto, uma

ciamento do produto, com o fito de in centivar e facilitar as operações comer

tado cm outras oportimídades pelo Banco do Bra sil, isto é, 80% das cotaÇ"Ões vigentes, alterando-a

derem á.s despesas da produ

modalidade ele linaneiamenlo e preciso

Resta o último caso^ ou seja o finan

de\erá ser escolhida segun do ü mesmo critério já ado

vvido.s de rccur.so.s para aten

primeiro caso, não se justificando, tam bém por êsse lado, a adoção dessa moda-

de 1949, um "carry-over" aproximado de 40.000 toneladas apenas. Convém frisar, ainda, que os estoques em poder do Governo Federal não atingem atual mente 30 mil toneladas, quando há um

dos lavradores, de algodão.

res pauMstas aeham-se dc^sproção. Daí a imperiosa necessi

dade de ampará-los com o fi nanciamento da produção. Em favor da preferência a esta

nicdida inflacionária c como tal viria contrariar visivelmente a orientação eco

nômica atualmente imprimida pelas nossas autoridades iesponsá\cis, o que

de

No caso do financiamento do produto, a sua base

Após um triénio de mal su

preende-se que, se os preços são l)ons e existem grandes facilidades de colocação do produto no exterior, a- situação atual do algodão paulista não se amolda ao

modalidade

mento absoluta prioridade sobre aquela. bnporta agora estabelecer uma base de financiamento (jue atenda, tanto quanto possí\ eI, às reais necessidades

nieiliorar os transjiorles, au etc.

Esta

crédito deve ter neste mo

cionaiiílo-Ihe, ainda, meios <lc

de fardos abaixo do "record" idjsoluto

tística.

restrinja a efetivação plena

do financiamento da produ

para ,

mais

ou

para

me-

nos se as reações do mer

cado assim exigirem. Para a escolha duma base

de financiamento da produção, parecenos acertada a praxe adotada" pelo Banco do Brasil de adiantar 60:© da produção proxávcl; mas discordamos do máximo

estabelecido por aquele organismo de credito, isto é, Cr$ 700,00 por hectare, correspondente a uma produção de 30

ciais. Aqui é inegável que, sendo o crédito um poderoso veículo de trocas mercantis, viria cicatívar grandes seto

não acontece com o financiamento da

Vemos, assim, que a posição interna

res da classe algodocira, mormente os

Procuramos aqui precisar a importân

cional do algodão, na época que atra

pequenos maqiúnistas, freqüentemente os

cia que possuem os dois tipos de finan

seguinte que nos mostra o rendimento em

vessamos, é muito firme, com acentua

voltas com a falta de numerário. Não obstante essas vantagens, que são,

ciamento para a presente situação algo'docira, não se de\'endo ver nisso ne-

mos que nestes 15 anos sòmente duas

desvantagem mais ou menos séria que

aliás, ponderáveis, o financiamento do produto só se justifica se o organismo

nlium repúdio ao financiamento do' pro duto, poli' é claro que, sob o ponto de

antevemos para o escoamento fácil do

encarregado de prestai assistência fi

ximo fixado pelo organismo financiador,

produto paulista é a excepcional posi

nanceira ao algodão estiver em condições de levá-lo a efeito como complemento do financiamento da produção. Dize

5 vigência das dua.s formas de crédito '"Oinos contrários ao financiamento do

mo base pelo Banco, sobre o qual é

mos complemento porque na atual si tuação tudo indica que o financiamento

produto, desde,que sua instituição não

realizado o adiantamento de 60%.

ano atrás beiravam as 100 mil toneladas.

da redução do "carry-over" e perspecti vas de aumento no consumo.

A única

ção desfrutada pelos Estados Unidos no mercado internacional, onde exercem do

mínio quase exclusivo sobre os merca

dos japonês e alemão e, mais ainda, a L

.■-+A4

produção.

Vista cio incentivo à cultura algocloeira, ^ria a combinação mais vantajosa. Não

arrobas de algodão em cai*oço por hec tare e um preço médio de Cr§ 28,80

por arroba.

Observando-se o quadro

arrobas de algodão em caroço, verifica vêzes o rendimento foi igual ao nível má superando-o nitidamente nos outros anos. Mesmo a,ssim, êsse rendimento foi exata

mente igual a 100% daquele admitido co


Diov:». DíCESTO

50

ECf)KÒMlCY>

RENDIMENTO DO ALGODÃO EM SÃO PAULO ALGODÃO EM CAnOÇO

Safras

Arrôbas por Arrôbas por

alqueire

hectare

1933/34 1934/35

174

1935/36

99 99

72 40 41 41 49 59 56 69 43

1936/37 1937/38 1938/39

1939/40 1940/41

1941/42 1942/43

1943/44 1944/45

96

117 144 136 166 103 121 150

1946/47

73 72 82

1947/48

100

194.5/46

Média do triénio

(arrôbas por hectare)

Média dos últimos

6 anos (arrôbas

por hectare).

ésto respeito, entretanto, parece-nos per

de braços, dificuldades de transporte,

feitamente viável que o órgão financia dor esh\belecesse para cada safra esse

pr<'(.-os e'e\ados dos fertiliz.mte.s etc. Do outro lado, sendo baixo ele \irá aten der às solicitações de garantia por parle

nniximo, fixando o rendimento e to

caroço é bem inferior à média que o produto tem alcançado no interior e foi

mando como preço médio do produto o resultado da proNisâo de preços efe tuada por ocasião do plantio. Isso não e.xclui, txjmo é óbvio, a hipótese de se financiar com base em pre%àsâo de ren

por nós citado com o único fito dc esta

dimento e preços.

do organismo financiador. O preçt) de

50

Fontes:

Bòlsa de Mercadorias de São Paulo — Anuário Algcdoeiro.

Banco

do Brasil S/A. (Uclatório de 1947).

56

Nota:

A análise da situação internacional do algodão foi em grande parto

baseada nas informações contidas nos mais recentes números de "Tho Cotton Siluation" — Bureau of Agriculturo Economics — U. S. —

47 41

30 34 41

belecer um máximo a ser financiado. A

nos idênticas, como, por exemplo, faltn

Cr$ .10,00 por arrõba de algodão em 51

50 62 30

çõos provalcscenles foram mais ou me

Department of Agricullure.

35

Fontes: — até 1943/1944, inclusive — Bolsa de Mercadorias de São Paulo,

de 1944/1945, em diante — Secretaria da Agricult\ira. 1947/1948, (estimativa) — Secretaria da Agricultura. Vemos, assim, que sòmente nas safras

de 1944/45 e 1945/46 é que o rendi mento baixou ao máximo admitido pelo Banco. Parece-nos demasiado prudente tal limite, pois aquelas foram duas pés

estabelecido pelo Banco em virtude, prin cipalmente, de condições climatéricas tão adversas que constituiram verdadeiras calamidades públicas. Teríamos assim como máximo finan

to ultrapassou em 40% os 60% financia

ciável o rendimento de 41 arrôbas por hectare, dos quais 60%, ou sejam 25 ar

dos.

A nosso ver, se o Banco financia

rôbas, seriam financiados ao preço médio

$0% da produção provável, resguardando-se, assim, com u'a margem de se

rendimento médio poder-se-ia adotar a média de rendimento dêstes seis últimos

vigente na região. Considerando-se o preço médio de Cr$ 40,00 por arròba (que é baixo) teríamos aproximadamen te Cr$ 1.000,00 por hectare a ser finan ciado, ou sejam Cr$ 2.420,00 por alquei re. Êsse rendimento médio por nós su gerido é pequeno mas sua escolha se impõe até certo ponto, pois muito embora estejam incluídas duas safras de produ

anos, nos quais estão incluídas as duas safras em que o rendimento foi igual ao

à exceção do clima, as demais condi-

simas safras e mesmo assim o rendimen- "

gurança bastante sólida, acba-se ele em condições de admitir um rendimento mé dio como o máximo financiável, manten

do sempre o mesmo critério de financiar 60% daquele máximo. Na escolha desse

ção baixíssima, forçoso é reconhecer que,

O "déficit" da balança comercial da Inglaterra em 1947 591,2 milhões de libras, o que representa 255,1 milhões mais dc que o "déficit" de 1946. As exportações somaram 1.137,1 milhões de libras, quase duas vezes e meia mais

do que em 1938. Foi a mais alta exportação depois de 1920. As importaçõ^ as reexjjoriuções que na Inglaterra são estatisticamente discriminadas, as quais

somaram 1.787,5 milhões de libras, 486,5 milhões mais do que em 1946. Há ainda somaram 59,2 milhões, contra 50,3 milhões no ano passado.


Diov:». DíCESTO

50

ECf)KÒMlCY>

RENDIMENTO DO ALGODÃO EM SÃO PAULO ALGODÃO EM CAnOÇO

Safras

Arrôbas por Arrôbas por

alqueire

hectare

1933/34 1934/35

174

1935/36

99 99

72 40 41 41 49 59 56 69 43

1936/37 1937/38 1938/39

1939/40 1940/41

1941/42 1942/43

1943/44 1944/45

96

117 144 136 166 103 121 150

1946/47

73 72 82

1947/48

100

194.5/46

Média do triénio

(arrôbas por hectare)

Média dos últimos

6 anos (arrôbas

por hectare).

ésto respeito, entretanto, parece-nos per

de braços, dificuldades de transporte,

feitamente viável que o órgão financia dor esh\belecesse para cada safra esse

pr<'(.-os e'e\ados dos fertiliz.mte.s etc. Do outro lado, sendo baixo ele \irá aten der às solicitações de garantia por parle

nniximo, fixando o rendimento e to

caroço é bem inferior à média que o produto tem alcançado no interior e foi

mando como preço médio do produto o resultado da proNisâo de preços efe tuada por ocasião do plantio. Isso não e.xclui, txjmo é óbvio, a hipótese de se financiar com base em pre%àsâo de ren

por nós citado com o único fito dc esta

dimento e preços.

do organismo financiador. O preçt) de

50

Fontes:

Bòlsa de Mercadorias de São Paulo — Anuário Algcdoeiro.

Banco

do Brasil S/A. (Uclatório de 1947).

56

Nota:

A análise da situação internacional do algodão foi em grande parto

baseada nas informações contidas nos mais recentes números de "Tho Cotton Siluation" — Bureau of Agriculturo Economics — U. S. —

47 41

30 34 41

belecer um máximo a ser financiado. A

nos idênticas, como, por exemplo, faltn

Cr$ .10,00 por arrõba de algodão em 51

50 62 30

çõos provalcscenles foram mais ou me

Department of Agricullure.

35

Fontes: — até 1943/1944, inclusive — Bolsa de Mercadorias de São Paulo,

de 1944/1945, em diante — Secretaria da Agricult\ira. 1947/1948, (estimativa) — Secretaria da Agricultura. Vemos, assim, que sòmente nas safras

de 1944/45 e 1945/46 é que o rendi mento baixou ao máximo admitido pelo Banco. Parece-nos demasiado prudente tal limite, pois aquelas foram duas pés

estabelecido pelo Banco em virtude, prin cipalmente, de condições climatéricas tão adversas que constituiram verdadeiras calamidades públicas. Teríamos assim como máximo finan

to ultrapassou em 40% os 60% financia

ciável o rendimento de 41 arrôbas por hectare, dos quais 60%, ou sejam 25 ar

dos.

A nosso ver, se o Banco financia

rôbas, seriam financiados ao preço médio

$0% da produção provável, resguardando-se, assim, com u'a margem de se

rendimento médio poder-se-ia adotar a média de rendimento dêstes seis últimos

vigente na região. Considerando-se o preço médio de Cr$ 40,00 por arròba (que é baixo) teríamos aproximadamen te Cr$ 1.000,00 por hectare a ser finan ciado, ou sejam Cr$ 2.420,00 por alquei re. Êsse rendimento médio por nós su gerido é pequeno mas sua escolha se impõe até certo ponto, pois muito embora estejam incluídas duas safras de produ

anos, nos quais estão incluídas as duas safras em que o rendimento foi igual ao

à exceção do clima, as demais condi-

simas safras e mesmo assim o rendimen- "

gurança bastante sólida, acba-se ele em condições de admitir um rendimento mé dio como o máximo financiável, manten

do sempre o mesmo critério de financiar 60% daquele máximo. Na escolha desse

ção baixíssima, forçoso é reconhecer que,

O "déficit" da balança comercial da Inglaterra em 1947 591,2 milhões de libras, o que representa 255,1 milhões mais dc que o "déficit" de 1946. As exportações somaram 1.137,1 milhões de libras, quase duas vezes e meia mais

do que em 1938. Foi a mais alta exportação depois de 1920. As importaçõ^ as reexjjoriuções que na Inglaterra são estatisticamente discriminadas, as quais

somaram 1.787,5 milhões de libras, 486,5 milhões mais do que em 1946. Há ainda somaram 59,2 milhões, contra 50,3 milhões no ano passado.


DrcESTO Econónoco •-*»> fi 'hf .

Não c vantagem encobrir o sofrimen to, exaltando o.s encantos da \ida sem

(Catedrático da Faculdade de Direilo e da Faculdade dc Ciências Econômicas da Universidade da Bahia)

yABiAs e complexas são as causas econ^ico-financeiras que atuam no de senvolvimento da produção agrícola.

Sem estudar convenientemente essas cau

sas é impossível obter, razoavelmente,

uma alta melhoria estável de preços para os nossos produtos. Não se argumente com a situação excepcional que atraves samos, em se terem elevado astronômica

e criminosamente os preços dos generos de primeira necessidade, e que longe de refletir o bem-estar geral, traduz apenas uma crise de consumo, uma crescente

dificuldade de vida para os que vivem, sòmente, do respectivo salário.

. A vantagem não está em elevar, por especulação transitória, os preços dos produtos, mas, sim, em desenvolver a

produção, de modo que, pela sua boa qualidade e pela sua comodidade de pre ço, todos possam consumir, elevando o

1

de ser acelerada pela mellior coopera

ção, pelo maior amor ao trabalho, pela

cálculo dos mhneros-ínclices s.ão variá

geral, pela maior facilidade dc vida pa ra todos.

a finalidade social da produção. Sòmente fomentando de todos

os modos possíveis a produção poder-seá obter o enriquecimento, não de um grupo de monopolizadores sem alma e sem consciência, mas da população em

base admitida para os'' cálculos o as fórmulas adotadas a aprecia ções. E' preciso não perder de

Não há go\érno hoiu

O justo egoísmo não exclui a exis

indispensáveis para a organização eco nômica, isto ô, da expansão dc nossa pro

tência do dever de solidariedade. O sentido do ritmo econômi

dução agrícola.

co pode ser determinado, ainda que aproximadamente, mediante a ela

Precisamos não esquecer que há necessidade dc transportar, para o nos so meio, lições ou idéias que sc adaptem ao nosso meio, ao nível dc cultura da

boração dc gráficos que representem as oscilações jurídica.s que orientatn os ad ministradores. Tudo depende da sin

nossa massa, dc nossas possibilidades e

ceridade

do nossa educação política. Teríamos, realmente, maior expressão econômica e maior influencia política no mundo, se a nossa produção econômica fôsse maior c mais organizada. A filoso fia e a literatura são necessárias à vida, as alegrias do espírito, mas um povo senvolvimento filosófico ou literário. A

teresse ou lucro do produtor, está

ponSiÍNcis pela administração, em todos os .seus setores.

mcntc, para o bem dc todos.

lizmente, ainda os elementos precisos ou

o consumo de massa e não de elite.

do egolsticamente os preços, mas porque venderão grande quanti dade de produtos. E' preciso não esquecer que, ao lado do in

veis, de acôrdo com os assuntos exami

nados. a extensão dc periodicidade, a

contribui, lionesta c patriòtíc.a-

nossas possibilidades, faltam-nos, infe

de parcos recursos, pobre dc receita e de reserva.s, não pode pensar cm de

muito, não porque tenham eleva

mais sincera atitude de todos os ros-

quando o povo não coopera ou

Por maiores que sejam, realmente, as

nível de satisfação das necessidades, com Assim, os produtores ganharão

A marclia da evolução econômica po

f

1?

meros-índices, expressivos do nível dos

preços. Êsse conhecimento foi conside rado indispensável pelo Comitê Econômi co do Instituto Internacional de Agricul tura. As regras estabelecidas para o

confôrto.

Augusto Alexandre Machaíxi

53

desses

demonstrativos, que

não se podem reduzir a simples forma lidade burocrática, para justificar em pregos.

No domínio da agricultura é dc máxi

ma importância o conhecimento dos nú-

vista esta afirmação de Moret: O

equilíbrio dos preços não ó senão um aspecto do equilíbrio geral da \ ida econômica. A oferta c a pro cura dc qualquer mercadoria não

se apresentam como fenômenos iso lados; resultam, antes, de outros fa

tores determinantes daquelas manifesta ções econômicas.

Não basta produzàr ou dispor de ele. mentes capazes de grande produção. E' preciso saber produzir, o aplicar ra cionalmente, humanamente, honestamen

te, os re.sultados da produção, para evi

tar crises políticas e econômicas.

literatura de miséria não pode Os embarques de trigo dos Estados Unidos, Canadá, Argentina e Austrália constituiram 97% da exportação desse produto, no ano passado, de acôrdo com o

interessar à humanidade.

E' preciso realçarmos não os barracões dc folha, os morros,

que informa o Boletim Meiisal de Estatística, das Nações Unidas, em seu último número.

as faveUis, as camisas listadas

Durante o período de 1'j anos, terminado em junho dc 1947, os Estados Unidos, o Canadá, a Argentina e a Austrália e.vporfaram 20 milhões de toneladas de trigo. Essas nações quase dobraram o volume de suas exportações dc trigo de antes da mierra. Entre os números publicados pelo Boletim de Estatística não está incluída a exportação soviética. A Rússia se recusou a fornecer tais dados estatísticos. A Europa foi o maior importador durante o referido período dc 18 meses, tendo recebido 18 milhões de toneladas, ou, aproximadamente, 56% da e.xportação. O Reino Unido recebeu 8 milhões, as zonas ocidentais da Alemanha 3 milhões e a Itália 2 milhões e duzentos e cinqüenta mil. Foia da Europa, a índia foi o maior

e quejandas misérias, mas fazer

desaparecer esses aspectos sórdi dos do nosso ambiente, assegu rando, pelo desenvolvimento da produção, pela elevação do nível de salario, o maior confôrto do IrabaMiadcr que tem, realmente, direito a uma vida

digna do ser humano.

importador, tendo recebido 1 milhão e 600 mil toneladas.

-A

I.':


DrcESTO Econónoco •-*»> fi 'hf .

Não c vantagem encobrir o sofrimen to, exaltando o.s encantos da \ida sem

(Catedrático da Faculdade de Direilo e da Faculdade dc Ciências Econômicas da Universidade da Bahia)

yABiAs e complexas são as causas econ^ico-financeiras que atuam no de senvolvimento da produção agrícola.

Sem estudar convenientemente essas cau

sas é impossível obter, razoavelmente,

uma alta melhoria estável de preços para os nossos produtos. Não se argumente com a situação excepcional que atraves samos, em se terem elevado astronômica

e criminosamente os preços dos generos de primeira necessidade, e que longe de refletir o bem-estar geral, traduz apenas uma crise de consumo, uma crescente

dificuldade de vida para os que vivem, sòmente, do respectivo salário.

. A vantagem não está em elevar, por especulação transitória, os preços dos produtos, mas, sim, em desenvolver a

produção, de modo que, pela sua boa qualidade e pela sua comodidade de pre ço, todos possam consumir, elevando o

1

de ser acelerada pela mellior coopera

ção, pelo maior amor ao trabalho, pela

cálculo dos mhneros-ínclices s.ão variá

geral, pela maior facilidade dc vida pa ra todos.

a finalidade social da produção. Sòmente fomentando de todos

os modos possíveis a produção poder-seá obter o enriquecimento, não de um grupo de monopolizadores sem alma e sem consciência, mas da população em

base admitida para os'' cálculos o as fórmulas adotadas a aprecia ções. E' preciso não perder de

Não há go\érno hoiu

O justo egoísmo não exclui a exis

indispensáveis para a organização eco nômica, isto ô, da expansão dc nossa pro

tência do dever de solidariedade. O sentido do ritmo econômi

dução agrícola.

co pode ser determinado, ainda que aproximadamente, mediante a ela

Precisamos não esquecer que há necessidade dc transportar, para o nos so meio, lições ou idéias que sc adaptem ao nosso meio, ao nível dc cultura da

boração dc gráficos que representem as oscilações jurídica.s que orientatn os ad ministradores. Tudo depende da sin

nossa massa, dc nossas possibilidades e

ceridade

do nossa educação política. Teríamos, realmente, maior expressão econômica e maior influencia política no mundo, se a nossa produção econômica fôsse maior c mais organizada. A filoso fia e a literatura são necessárias à vida, as alegrias do espírito, mas um povo senvolvimento filosófico ou literário. A

teresse ou lucro do produtor, está

ponSiÍNcis pela administração, em todos os .seus setores.

mcntc, para o bem dc todos.

lizmente, ainda os elementos precisos ou

o consumo de massa e não de elite.

do egolsticamente os preços, mas porque venderão grande quanti dade de produtos. E' preciso não esquecer que, ao lado do in

veis, de acôrdo com os assuntos exami

nados. a extensão dc periodicidade, a

contribui, lionesta c patriòtíc.a-

nossas possibilidades, faltam-nos, infe

de parcos recursos, pobre dc receita e de reserva.s, não pode pensar cm de

muito, não porque tenham eleva

mais sincera atitude de todos os ros-

quando o povo não coopera ou

Por maiores que sejam, realmente, as

nível de satisfação das necessidades, com Assim, os produtores ganharão

A marclia da evolução econômica po

f

1?

meros-índices, expressivos do nível dos

preços. Êsse conhecimento foi conside rado indispensável pelo Comitê Econômi co do Instituto Internacional de Agricul tura. As regras estabelecidas para o

confôrto.

Augusto Alexandre Machaíxi

53

desses

demonstrativos, que

não se podem reduzir a simples forma lidade burocrática, para justificar em pregos.

No domínio da agricultura é dc máxi

ma importância o conhecimento dos nú-

vista esta afirmação de Moret: O

equilíbrio dos preços não ó senão um aspecto do equilíbrio geral da \ ida econômica. A oferta c a pro cura dc qualquer mercadoria não

se apresentam como fenômenos iso lados; resultam, antes, de outros fa

tores determinantes daquelas manifesta ções econômicas.

Não basta produzàr ou dispor de ele. mentes capazes de grande produção. E' preciso saber produzir, o aplicar ra cionalmente, humanamente, honestamen

te, os re.sultados da produção, para evi

tar crises políticas e econômicas.

literatura de miséria não pode Os embarques de trigo dos Estados Unidos, Canadá, Argentina e Austrália constituiram 97% da exportação desse produto, no ano passado, de acôrdo com o

interessar à humanidade.

E' preciso realçarmos não os barracões dc folha, os morros,

que informa o Boletim Meiisal de Estatística, das Nações Unidas, em seu último número.

as faveUis, as camisas listadas

Durante o período de 1'j anos, terminado em junho dc 1947, os Estados Unidos, o Canadá, a Argentina e a Austrália e.vporfaram 20 milhões de toneladas de trigo. Essas nações quase dobraram o volume de suas exportações dc trigo de antes da mierra. Entre os números publicados pelo Boletim de Estatística não está incluída a exportação soviética. A Rússia se recusou a fornecer tais dados estatísticos. A Europa foi o maior importador durante o referido período dc 18 meses, tendo recebido 18 milhões de toneladas, ou, aproximadamente, 56% da e.xportação. O Reino Unido recebeu 8 milhões, as zonas ocidentais da Alemanha 3 milhões e a Itália 2 milhões e duzentos e cinqüenta mil. Foia da Europa, a índia foi o maior

e quejandas misérias, mas fazer

desaparecer esses aspectos sórdi dos do nosso ambiente, assegu rando, pelo desenvolvimento da produção, pela elevação do nível de salario, o maior confôrto do IrabaMiadcr que tem, realmente, direito a uma vida

digna do ser humano.

importador, tendo recebido 1 milhão e 600 mil toneladas.

-A

I.':


55

Dicesto Econômico

A contribuição de melhoria possível Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

Interêsse jurídico e financeiro I — Muito se tem escrito e falado sô-

bre contribuição de melhoria, como um inestimável recurso financeiro de que não se tôm sabido seiAnr as nossas enti

dades púbbcas. Nesse sentido invocamse os justos princípios informativos do instituto e alinham-se estatísticas que comprovara o vulto de sua arrecadação

A orientação proposta pelo ilustre ad vogado afasta-se da nação romântica do$ legisladores pátrios sôhrc a matéria e está amparada na experiência norte-ame

melhoramentos, durante as circunsluitcias

de emergência, polo "Works Progro.ss Administration" ou com a participação do "Public Works Administration". (5)

Insucessos dc aplicação II — Entretanto, a despeito do seu alto teor cm justiça e alcance financeiro, fôrça é confcs.sar que a instituição mio tem tido, fora da América do Norte, um

praticável em larga escala. O autor já abordou o assunto cm conferência rkj

dades. Na Inglaterra, por exemplo,segun do alguns o verdadeiro berço da contri

III — Às pessoas menos ;ifeitas aos problemas tributários causa espécie que

Comissão de Direito Fiscal do Instituto

buição, estacionária se manteve a mesma

o tão decantado instituto não tenlia lo

por alguns séculos, c tímida se revela sua contemporânea aplicação. Na Fran

americana. A farta literatura financeira

existente nos dá, entretanto, elementos

dos Advogados, que deliberou remeter o trabalho d Câmara dos Deputados^ como subsídio.

ça não foi maior o seu sucesso, não con

mttttttirimitttiitnttttirittiittrimntttmt

seguindo mesmo a conhecida lei de 1807 superar côrca de 30 aplicações em mais

valorizações produzidas pelas obras pú

mente são uma expre.ssiva demonstração

de um século (6). Na Itá

de seu alcance financeiro e conseqüen te utilidade social. De 1932 a 1941

imóveis por obras realizadas com recur sos de tôda a coletividade. (I) O con trário seria o locupletamento de alguns

rlficou-se, entretanto, um declínio na ar recadação municipal da taxa (3), cir cunstância esta, contudo, que não des merece o seu interesse financeiro, pois

à custa do sacrifício de todos. Por outro

encontra explicação em circunstâncias

lado, ao mesmo tempo em que atua co mo excelente fatór corretivo na justa dis tribuição dos encargos administrativos entre os membros da coletividade, repre

excepcionais, a seguir indicadas: a) —

senta o instituto uma fonte fecunda de

recursos para a realização de obras pú blicas, notadamente municipais, para cujo desenvolvimento os recursos gerais dos impostos se revelam insuficientes. Nos Estados Unidos, de uma forma ge ral, a sua importância nas finanças locais

só foi superada pela "general property

redução na iniciativa de obras públicas, conseqüente à depressão financeira do 1929; b) — menor ritmo dessas obras, por fôrça da política administrativa de pré-guerra e, após, cm conseqüência do próprio estado de guerra; c) — já have rem as grandes cidade.s atravessado o seu período mais veloz de crescimen

to,' em que se acumulam as necessida-

des de obras públicas (4); d) — fi nanciamento de grande parte desses

tax" (2), e se traduz em cifras que real(1) V. artigo do dr. Paulo Barbosa de

(2) SHIRRAS, G. Findiay, Science of Public Finance, ed. 1936, pág. 261.

•rMj. ■

(4)

sumem na complexidade do processo impositivo da con quenas, realmente, as suas

tribuição. E não são pe-

^ detalhes dificuldades. Sem falar nos do adequado entro-

virtuamento, com sua exten

são a hipóteses incompatíveis

samento do tributo com os

com seu conceito científico.

1^

Menor ainda foi o seu êxito,

efeitos convergentes de ou

até agora, em nossa terra. Instituída por decreto do

tros institutos ou circunstân

Govôrno Provisório em 1932,

ção, a "e.xcess condemna-

prescrita com caráter compulsório, na

cias, tais como a expropriation", a oscilação de valor da moeda, o

Carta de 1934 (art. 124), admitida se

impôstô de renda, a legislação do inquili-

gundo a melhor doutrina, pela Consti

nato, o sistema correlato de financia

tuição de 1937 e estatuída, novamente,

das foram as tentativas nesse sentido:

mento etc., avultam especialmente as complexidades decorrentes da justa dis tribuição dos encargos entre os contri buintes, ostensivas nas quatro etapas distintas do respectivo processo apropria-

não tiveram aplicação a lei paulista n.°

tório:

pela Constituição de 1946, não conse guiu ainda o tributo encontrar aplicação em nosso país. Pelo contrário, frustra 2.509 de 1936 nem os atos 1.074, de

a) — fixação da justa proporção de

1936 e 1.238, de 1937, que, em nossa

interêsse do melhoramento, re

(5) V. exposição feita à Comissão de

V. "Municipal Finance Administration", março de 1937, publicado pelo

Finanças da Câmara, por Bilac Pin to, In "Engenharia", pág. 84. BILAC PINTO. "Contribuição de

administration". pág. 45.

para encontrar as causas reais do fenô meno, que, ein última análise, se re

pertou a contribuição, sofre a mesma um prejudicial des--

of Public Finance, ed. 1947. pág. 396. "Institute. of trainlng in municipal

grado maior êxito fora da grande nação

lia, onde certo interêsse des

(3) ALLEN & BROWNLEE. Economics

Campos Filho, no número 40 do "Digesto Econômico", pág. 84.

A cflusfl das dificuldades

desenvolvimento à altura do suas finali

Realmente, repousa na mais indiscutí vel justiça a imposição em aprêço. Ins pira-a o princípio da recuperação das

acréscimo de valor acarretado a seus

técnicos e administrativos.

ricana, onde se demonstrou ser a única

na América do Norte.

blicas, em face do qual não sc justifica a retenção, por alguns proprietários, do

Capital, tentaram lévá-la a efeito. Es tas últimas leis tiveram mesmo, por fira, suspensa a sua aplicação, nos lèrmos do decreto-lei n.° 319 de 1945, em que o poder público lealmente confessava a complexidade do processo tributário e a inaptidão dos correspondentes recursos

(6)

Melhoria", pág. 41.

lativamente à coletividade e aos

donos de imóveis próximos, pa ra efeito da correspondente de finição do montante, a ser rea-


55

Dicesto Econômico

A contribuição de melhoria possível Carlos Alberto A. de Carvalho Pinto

Interêsse jurídico e financeiro I — Muito se tem escrito e falado sô-

bre contribuição de melhoria, como um inestimável recurso financeiro de que não se tôm sabido seiAnr as nossas enti

dades púbbcas. Nesse sentido invocamse os justos princípios informativos do instituto e alinham-se estatísticas que comprovara o vulto de sua arrecadação

A orientação proposta pelo ilustre ad vogado afasta-se da nação romântica do$ legisladores pátrios sôhrc a matéria e está amparada na experiência norte-ame

melhoramentos, durante as circunsluitcias

de emergência, polo "Works Progro.ss Administration" ou com a participação do "Public Works Administration". (5)

Insucessos dc aplicação II — Entretanto, a despeito do seu alto teor cm justiça e alcance financeiro, fôrça é confcs.sar que a instituição mio tem tido, fora da América do Norte, um

praticável em larga escala. O autor já abordou o assunto cm conferência rkj

dades. Na Inglaterra, por exemplo,segun do alguns o verdadeiro berço da contri

III — Às pessoas menos ;ifeitas aos problemas tributários causa espécie que

Comissão de Direito Fiscal do Instituto

buição, estacionária se manteve a mesma

o tão decantado instituto não tenlia lo

por alguns séculos, c tímida se revela sua contemporânea aplicação. Na Fran

americana. A farta literatura financeira

existente nos dá, entretanto, elementos

dos Advogados, que deliberou remeter o trabalho d Câmara dos Deputados^ como subsídio.

ça não foi maior o seu sucesso, não con

mttttttirimitttiitnttttirittiittrimntttmt

seguindo mesmo a conhecida lei de 1807 superar côrca de 30 aplicações em mais

valorizações produzidas pelas obras pú

mente são uma expre.ssiva demonstração

de um século (6). Na Itá

de seu alcance financeiro e conseqüen te utilidade social. De 1932 a 1941

imóveis por obras realizadas com recur sos de tôda a coletividade. (I) O con trário seria o locupletamento de alguns

rlficou-se, entretanto, um declínio na ar recadação municipal da taxa (3), cir cunstância esta, contudo, que não des merece o seu interesse financeiro, pois

à custa do sacrifício de todos. Por outro

encontra explicação em circunstâncias

lado, ao mesmo tempo em que atua co mo excelente fatór corretivo na justa dis tribuição dos encargos administrativos entre os membros da coletividade, repre

excepcionais, a seguir indicadas: a) —

senta o instituto uma fonte fecunda de

recursos para a realização de obras pú blicas, notadamente municipais, para cujo desenvolvimento os recursos gerais dos impostos se revelam insuficientes. Nos Estados Unidos, de uma forma ge ral, a sua importância nas finanças locais

só foi superada pela "general property

redução na iniciativa de obras públicas, conseqüente à depressão financeira do 1929; b) — menor ritmo dessas obras, por fôrça da política administrativa de pré-guerra e, após, cm conseqüência do próprio estado de guerra; c) — já have rem as grandes cidade.s atravessado o seu período mais veloz de crescimen

to,' em que se acumulam as necessida-

des de obras públicas (4); d) — fi nanciamento de grande parte desses

tax" (2), e se traduz em cifras que real(1) V. artigo do dr. Paulo Barbosa de

(2) SHIRRAS, G. Findiay, Science of Public Finance, ed. 1936, pág. 261.

•rMj. ■

(4)

sumem na complexidade do processo impositivo da con quenas, realmente, as suas

tribuição. E não são pe-

^ detalhes dificuldades. Sem falar nos do adequado entro-

virtuamento, com sua exten

são a hipóteses incompatíveis

samento do tributo com os

com seu conceito científico.

1^

Menor ainda foi o seu êxito,

efeitos convergentes de ou

até agora, em nossa terra. Instituída por decreto do

tros institutos ou circunstân

Govôrno Provisório em 1932,

ção, a "e.xcess condemna-

prescrita com caráter compulsório, na

cias, tais como a expropriation", a oscilação de valor da moeda, o

Carta de 1934 (art. 124), admitida se

impôstô de renda, a legislação do inquili-

gundo a melhor doutrina, pela Consti

nato, o sistema correlato de financia

tuição de 1937 e estatuída, novamente,

das foram as tentativas nesse sentido:

mento etc., avultam especialmente as complexidades decorrentes da justa dis tribuição dos encargos entre os contri buintes, ostensivas nas quatro etapas distintas do respectivo processo apropria-

não tiveram aplicação a lei paulista n.°

tório:

pela Constituição de 1946, não conse guiu ainda o tributo encontrar aplicação em nosso país. Pelo contrário, frustra 2.509 de 1936 nem os atos 1.074, de

a) — fixação da justa proporção de

1936 e 1.238, de 1937, que, em nossa

interêsse do melhoramento, re

(5) V. exposição feita à Comissão de

V. "Municipal Finance Administration", março de 1937, publicado pelo

Finanças da Câmara, por Bilac Pin to, In "Engenharia", pág. 84. BILAC PINTO. "Contribuição de

administration". pág. 45.

para encontrar as causas reais do fenô meno, que, ein última análise, se re

pertou a contribuição, sofre a mesma um prejudicial des--

of Public Finance, ed. 1947. pág. 396. "Institute. of trainlng in municipal

grado maior êxito fora da grande nação

lia, onde certo interêsse des

(3) ALLEN & BROWNLEE. Economics

Campos Filho, no número 40 do "Digesto Econômico", pág. 84.

A cflusfl das dificuldades

desenvolvimento à altura do suas finali

Realmente, repousa na mais indiscutí vel justiça a imposição em aprêço. Ins pira-a o princípio da recuperação das

acréscimo de valor acarretado a seus

técnicos e administrativos.

ricana, onde se demonstrou ser a única

na América do Norte.

blicas, em face do qual não sc justifica a retenção, por alguns proprietários, do

Capital, tentaram lévá-la a efeito. Es tas últimas leis tiveram mesmo, por fira, suspensa a sua aplicação, nos lèrmos do decreto-lei n.° 319 de 1945, em que o poder público lealmente confessava a complexidade do processo tributário e a inaptidão dos correspondentes recursos

(6)

Melhoria", pág. 41.

lativamente à coletividade e aos

donos de imóveis próximos, pa ra efeito da correspondente de finição do montante, a ser rea-


56

^TTTl

OlHKSTO Eí:ONÓ-V IU .

vido dêstcs últimos através da

contribuição de mellioria, ou a ser pago pe!a primeira, com os recursos gerais do tesouro;

b) — fixação da zona especialmente valorizada pelo melhoramento;

c) — gradação de valorização dentro dessa zona;

d)

D!cRjrro Econó mico

certa exatidão dentro da acunuil.içâo emaranhada de tôdas as \'aloriznçúes po.ssíveis\ reais on aparentes. Há a ní<s

lhoria particular à üi)ra considerada, h4 outra.s melliorias prodnzida.s por outras

obras vizinhas, há a valorização geral da cidade, há a.s valorizações e des\*a-

lorizaçõcs artificiais ou passageiras das

distribuição do montante a ser coletado mediante a contriíjuição, entre os proprietários be

crises econômicas, há as valorizações

neficiados, tendo em \ ista as

somam-sc ou sublraem-se (e nem sem pre arilmèlicamcnte)t emaranham-se

valorizações auferidas. (7)

Basta essa sintética indicação para se ter idéia das dificuldades do problema, reconhecidas pelos próprios financistas

ou desvalorizações por vézes enormes^ originadas nas variações monetárias. Elas mascaram-.se de modo inoxtricável".

modalidade.s diversas. E é o que a rea

V — Não léni fugido a i*sse \íeio as leis, projetos e estudos cpie, oin nossa terra, vem procurando dar \ida ;i ins

juessiva. Nos Estados Unidos, pais cuja

tituição. E o projeto ora em estudos na

nossa.s, a esmagadora maioria das "spc-

Câmara Federal, <lc autoria dos deputa

cial assessmcnts" é calculada mediante

dos Alioniar Baleeiro e Fernando Nó-

pmcessos simplificados, que dispensam a dupla avaliação individuada dos imóveis.

brcga, apesar de reduzir cm parte as complexidades das leis paulistas que o inspiraram, mantém ainda, no ponto ne vrálgico do problema, que é o do cál dificultosa da individuada avaliação das

A única solução

te adjetivo, passível de se definir sob lidade no.s revela de forma altamente e.\-

culo das imposições, a mesma fórmula

valorizações proporcionadas aos imóveis

americanos como das mais sérias com

que se defronta o poder tributante do Estado, e para cuja solução se confessam

ta o esplendor das legislações mais avançadas o fonnalmcnte perfeitas.

n/

riiiucza e disponibilidades técnicas ou ad ministrativas não se comparam com as

E ai está o segredo do extraordiná

rio êxito da imposição entre os norteamericanos. Não fosse essa simplifica ção encontrada pelo seu reconliecido c.spirilo prático, e não llies teria certa mente a instituição proporcionado os ine.slimáveis recursos a que devem suas cidades as maiores conquistas do pro

*- As dificuldades apontadas, en tretanto, jamais poderão constituir moli. vo para repúdio du justa c ulilíssinui instituiçãü financeira. Na realidade elas

pecto do instituto, a falsa noção de que cia implica, pelo sou próprio conceito,

sobre um dos aspectos acima confessou

podem ser vencidas, como o consegui

nessa avaliação direta c individuada das

o Professor Stuart Roberls, da Universi

ram os norte-americanos, uma voz que nos conformemos com uma estrutura ção mais modesta, menos próxima dos

valorizações.

dos pelos financistas, para o cálculo dis-

Os autores nacionais que têm versado a matéria insistem, propositada ou aci

Iributivo das imposições. De uma for

nhum princípio científico sobre o qual

ideais doutrinários de perfeição, mas

dentalmente, sôbre esse processo a\'alia-

tipos clislinlos: o de a\'aIiação direta da

se possa basear a aplicação desta taxa. A base é essencialmente empírica e

em condições de se nivelar ao ambien-

\ aloviz;ição proporcionada a cada imóvel,

por esta mesma razão deve-se ler a maior

aplicação.

tívo que procura encontrar a plus-valia através da dupla avaliação do imóvel, antecedente e conseqüente á obra pú

cautela em tal aplicação".

Nós, brasileiros, somos geralmente vitimas daquele espírito ufanoso e român

blica.

parte) e o da presunção legal dessa va lorização, com distribuição proporcional

muitas vezes incapazes de encontrar uma fórmula inteiramente satisfatória. Como

dade de Manchester (analisando e.xata-

mente a lei paulista) "não existe ne

No Brasil esses aspectos práticos não deixaram de ser lembrados, tanto nos ór

gãos legislativos como nos executivos. Na Assembléia Constituinte, focalizou-os

o deputado Mário Masagão, embora com exagerado pessimismo. Em São Paulo comentou-os Prestes Maia, com pala vras que não é lícito desconhecer a quem se proponha aj trabalho construtivo:

"Ora, duas grandes dificuldades logo se manifestam: precisar o momento da efe tividade da melhoria, e determiná-la com (7) BUCK, A. E., Municipal Finance. ed. 1937, págs. 394 e 389.

te de que depende, para sua efetiva

tico que, cego á precariedade multifor-

me das disponibilidades próprias, pro

Criou-se entre nós, acerca dêsse as

Ora, são notórias as dificuldades ine rentes a tal processo, já acima ligeira

brilhantes, fórmulas a que, muitas vêzes, nem mesmo o progresso das nações

mais civilizadas do mundo têm permiti do uma aplicação generalizada. E o resultado é essa ruptura entre o direi to e a vida, distanciados entre dois pla nos inconciliáveis, num dos quais se ar rasta a penúria da nossa vida social, econômica e política, ao passo que no

gresso.

VI — Vários são os métodos constata

ma gera', pode-se classificá-los em dois

para efeito da distribuição proporcional do custo.geral da obra (no todo ou em a certos índices relativos aos imóveis e

não permitiriam a generalizada, justa o

reputados como indicações seguras de justa proporção das respectivas valori

eficiente efetivação do instituto em nossa

zações. Os índices adotadas nesta últi

mente aludidas, e que, a nosso ver,

cura construir os institutos jurídicos na inspiração das fórmulas mais evoluídas e

outro, em chocante contraste, se osten

afetados.

ma fórmula são geralmente a frontaria,

pátria. Entretanto, na realidade não consti-

a ãrco, o volor tributado e a distância

tui esse método elemento substancial ou

em redação ao melhoramento, às vezes considerados isoladamente, outras vezes combinados, por forma a se obter maior aproximação de justiça.

'

^

integrante do conceito científico da ins tituição. Esta se caracteriza pela recu

peração de um benefício conferido a al guns, à custa .do sacrifício de todos.

A primeira fórmula exprime, ao me

Essa a justificação e o alcance do insti

nos em tese (e com abstração do ine-

tuto; a forma de se calcular êsse benefí

\atável arbítrio propiciado pela práti ca) uma distribuição mais rigorosamen-

cio constitui, porém, aspecto meramen

>4 ílMátri.':'


56

^TTTl

OlHKSTO Eí:ONÓ-V IU .

vido dêstcs últimos através da

contribuição de mellioria, ou a ser pago pe!a primeira, com os recursos gerais do tesouro;

b) — fixação da zona especialmente valorizada pelo melhoramento;

c) — gradação de valorização dentro dessa zona;

d)

D!cRjrro Econó mico

certa exatidão dentro da acunuil.içâo emaranhada de tôdas as \'aloriznçúes po.ssíveis\ reais on aparentes. Há a ní<s

lhoria particular à üi)ra considerada, h4 outra.s melliorias prodnzida.s por outras

obras vizinhas, há a valorização geral da cidade, há a.s valorizações e des\*a-

lorizaçõcs artificiais ou passageiras das

distribuição do montante a ser coletado mediante a contriíjuição, entre os proprietários be

crises econômicas, há as valorizações

neficiados, tendo em \ ista as

somam-sc ou sublraem-se (e nem sem pre arilmèlicamcnte)t emaranham-se

valorizações auferidas. (7)

Basta essa sintética indicação para se ter idéia das dificuldades do problema, reconhecidas pelos próprios financistas

ou desvalorizações por vézes enormes^ originadas nas variações monetárias. Elas mascaram-.se de modo inoxtricável".

modalidade.s diversas. E é o que a rea

V — Não léni fugido a i*sse \íeio as leis, projetos e estudos cpie, oin nossa terra, vem procurando dar \ida ;i ins

juessiva. Nos Estados Unidos, pais cuja

tituição. E o projeto ora em estudos na

nossa.s, a esmagadora maioria das "spc-

Câmara Federal, <lc autoria dos deputa

cial assessmcnts" é calculada mediante

dos Alioniar Baleeiro e Fernando Nó-

pmcessos simplificados, que dispensam a dupla avaliação individuada dos imóveis.

brcga, apesar de reduzir cm parte as complexidades das leis paulistas que o inspiraram, mantém ainda, no ponto ne vrálgico do problema, que é o do cál dificultosa da individuada avaliação das

A única solução

te adjetivo, passível de se definir sob lidade no.s revela de forma altamente e.\-

culo das imposições, a mesma fórmula

valorizações proporcionadas aos imóveis

americanos como das mais sérias com

que se defronta o poder tributante do Estado, e para cuja solução se confessam

ta o esplendor das legislações mais avançadas o fonnalmcnte perfeitas.

n/

riiiucza e disponibilidades técnicas ou ad ministrativas não se comparam com as

E ai está o segredo do extraordiná

rio êxito da imposição entre os norteamericanos. Não fosse essa simplifica ção encontrada pelo seu reconliecido c.spirilo prático, e não llies teria certa mente a instituição proporcionado os ine.slimáveis recursos a que devem suas cidades as maiores conquistas do pro

*- As dificuldades apontadas, en tretanto, jamais poderão constituir moli. vo para repúdio du justa c ulilíssinui instituiçãü financeira. Na realidade elas

pecto do instituto, a falsa noção de que cia implica, pelo sou próprio conceito,

sobre um dos aspectos acima confessou

podem ser vencidas, como o consegui

nessa avaliação direta c individuada das

o Professor Stuart Roberls, da Universi

ram os norte-americanos, uma voz que nos conformemos com uma estrutura ção mais modesta, menos próxima dos

valorizações.

dos pelos financistas, para o cálculo dis-

Os autores nacionais que têm versado a matéria insistem, propositada ou aci

Iributivo das imposições. De uma for

nhum princípio científico sobre o qual

ideais doutrinários de perfeição, mas

dentalmente, sôbre esse processo a\'alia-

tipos clislinlos: o de a\'aIiação direta da

se possa basear a aplicação desta taxa. A base é essencialmente empírica e

em condições de se nivelar ao ambien-

\ aloviz;ição proporcionada a cada imóvel,

por esta mesma razão deve-se ler a maior

aplicação.

tívo que procura encontrar a plus-valia através da dupla avaliação do imóvel, antecedente e conseqüente á obra pú

cautela em tal aplicação".

Nós, brasileiros, somos geralmente vitimas daquele espírito ufanoso e român

blica.

parte) e o da presunção legal dessa va lorização, com distribuição proporcional

muitas vezes incapazes de encontrar uma fórmula inteiramente satisfatória. Como

dade de Manchester (analisando e.xata-

mente a lei paulista) "não existe ne

No Brasil esses aspectos práticos não deixaram de ser lembrados, tanto nos ór

gãos legislativos como nos executivos. Na Assembléia Constituinte, focalizou-os

o deputado Mário Masagão, embora com exagerado pessimismo. Em São Paulo comentou-os Prestes Maia, com pala vras que não é lícito desconhecer a quem se proponha aj trabalho construtivo:

"Ora, duas grandes dificuldades logo se manifestam: precisar o momento da efe tividade da melhoria, e determiná-la com (7) BUCK, A. E., Municipal Finance. ed. 1937, págs. 394 e 389.

te de que depende, para sua efetiva

tico que, cego á precariedade multifor-

me das disponibilidades próprias, pro

Criou-se entre nós, acerca dêsse as

Ora, são notórias as dificuldades ine rentes a tal processo, já acima ligeira

brilhantes, fórmulas a que, muitas vêzes, nem mesmo o progresso das nações

mais civilizadas do mundo têm permiti do uma aplicação generalizada. E o resultado é essa ruptura entre o direi to e a vida, distanciados entre dois pla nos inconciliáveis, num dos quais se ar rasta a penúria da nossa vida social, econômica e política, ao passo que no

gresso.

VI — Vários são os métodos constata

ma gera', pode-se classificá-los em dois

para efeito da distribuição proporcional do custo.geral da obra (no todo ou em a certos índices relativos aos imóveis e

não permitiriam a generalizada, justa o

reputados como indicações seguras de justa proporção das respectivas valori

eficiente efetivação do instituto em nossa

zações. Os índices adotadas nesta últi

mente aludidas, e que, a nosso ver,

cura construir os institutos jurídicos na inspiração das fórmulas mais evoluídas e

outro, em chocante contraste, se osten

afetados.

ma fórmula são geralmente a frontaria,

pátria. Entretanto, na realidade não consti-

a ãrco, o volor tributado e a distância

tui esse método elemento substancial ou

em redação ao melhoramento, às vezes considerados isoladamente, outras vezes combinados, por forma a se obter maior aproximação de justiça.

'

^

integrante do conceito científico da ins tituição. Esta se caracteriza pela recu

peração de um benefício conferido a al guns, à custa .do sacrifício de todos.

A primeira fórmula exprime, ao me

Essa a justificação e o alcance do insti

nos em tese (e com abstração do ine-

tuto; a forma de se calcular êsse benefí

\atável arbítrio propiciado pela práti ca) uma distribuição mais rigorosamen-

cio constitui, porém, aspecto meramen

>4 ílMátri.':'


■Tpr

•*7^

58

Dicesto

te proporcional dos encargos; suas difi

culdades, entretanto, são de tal ordem, que nos próprios Estados Unidos, como

confessa Comick, "uma contribuição dc melhoria imposta de acôrdo com esta teoria é ainda o mais raro de todos os tipos". E esclarece: "A dificuldade em

EcoNÓNUCX) :x)

VIII — Não chegamos alé a extrema

posição alcançada pela jurisprudência dominante nos Estados Unidos, por so nos afigurar careccdora dc fundamento jurídico a parte do lançamento acaso e.xcedcntc da valorização efetiva. Asse

determinar os limites da área em que es

gurado que seja, porém, ao contribuinte, o direito de se negar ao pagamento des

e de medir a valorização relativa a cada

sa parcela (o que a nosso ver decorre do próprio artigo 30 § único da Consti

do" (sT*"

possa negar à aplicação do instituto a

ta valorização imerecida se faz sentir,

imóvel dentro de tal área, explica a ra-

° princípio é praHca-

Daí a grande preferência das cidades americanas pelo outro tipo, mais sim plificado, onde se adota o cálculo distri-

butivo usual nos "cost assessments",

-sem que com isso, como ensina citado au

tor, se adultere a típica natureza de

"benefit assessment" do tributo. (9) yn — Entretanto, mais longe ainda tem ido a doutrina e a jurisprudência americanas, no acolhimento das fórmu

las práticas e simplificadas do institu-to, sem as quais seus objetivos de pro dutividade e justiça muitas vezes se anu lariam nas complexidades avaliativas. Analisando o pensamento dominante, de clara Groves que o critério de distri buição dos encargos é considerado ma téria de competência legislativa, e a me

nos que seja "evidentemente injusto e não possa admitir qualquer relação com benefício, êle não pode ser condenado

pela Justiça", esclarecendo, mais, que "a distribuição pode ser baseada na área, no valor, ou na frontaria.

O fato de

um contribuinte não receber benefício al

gum não tomará inválida a contribuição de melhoria". (10) (8) e (9) BUCK. A. E.p Municipal nança, ed. 1937, págs. 394 e 389.

(10)

Financing Governmant, ed. 1946, pág. 397,

'I.--

oy

zada E' a contribuição de melhoria

Impraticável. A segunda nos poderá proporcionar uma poderosa alavanca para o progresso material das nossas po-

pulações e um razoável instrumento de

justiça distributiva no trato da matéria fiscal. E' a contribuição de melhoria possível.

tuição vigente), não vemos como se

adoçao das fórmulas indiciárias de cál

culo, consagradas em países extraòrdinàriamente mais avançados que o nosso,

e que são as imicas capazes de permi tir a sua efetivação em todo o território nacional, na grande maioria das obras

públicas.

f

Uma lei federal normativa,

destinada a garantir a eficiência e a justiça do tributo, e urti e.spírito realista e pragmático na sua regulamentação re

i, •

gional, despido de preconceitos e apto à adoção do método indiciárlo sempre que as circunstâncias o admitam e o

processo de avaliação individuada não se

revista de cunho prático, constituem a nosso ver a única orientação capaz de

salvar o instituto do insucesso já ex

perimentado noutros países e no nosso próprio. Na regulamentação da contri

buição de melhoria, mais do que em qualquer outro instituto jurídico, ou rein cidimos no inveterado mimetismo que nos tem custado o descrédito das mais puras construções jurídicas, ou temos a

coragem de confessar a precariedade dos nossos recursos, contentando-nos então

com soluções mais singelas, porém capa zes de vicejar no meio a que se desti nam.

Fi

f.

Dicesto Econômico

A primeira orientação nos condu

zirá a fórmulas modelares, expressivas de um elevado estágio cultural, mas des

tituídas de condições de vida generali

mmeTie'°empfegoT^ ultrapass^ ^eh SX a história dos Estados Unidos, a casa dos sessenta ,mlho_es,

no ano vassado a média de empregos, durante aquêle período joi de 58 mdhoes.

O vresiãerxte Truman considerou como seus três objetivos do ano: !■ ) parar a inflação- 2.°) manter o máximo de empregos e conseguir o máximo de produção;

e 3.°) estabelecer alicerces mais firmes visando a expansão e a prosperidade futuras do sistema econômico norte-americano, nos anos vindouros.


■Tpr

•*7^

58

Dicesto

te proporcional dos encargos; suas difi

culdades, entretanto, são de tal ordem, que nos próprios Estados Unidos, como

confessa Comick, "uma contribuição dc melhoria imposta de acôrdo com esta teoria é ainda o mais raro de todos os tipos". E esclarece: "A dificuldade em

EcoNÓNUCX) :x)

VIII — Não chegamos alé a extrema

posição alcançada pela jurisprudência dominante nos Estados Unidos, por so nos afigurar careccdora dc fundamento jurídico a parte do lançamento acaso e.xcedcntc da valorização efetiva. Asse

determinar os limites da área em que es

gurado que seja, porém, ao contribuinte, o direito de se negar ao pagamento des

e de medir a valorização relativa a cada

sa parcela (o que a nosso ver decorre do próprio artigo 30 § único da Consti

do" (sT*"

possa negar à aplicação do instituto a

ta valorização imerecida se faz sentir,

imóvel dentro de tal área, explica a ra-

° princípio é praHca-

Daí a grande preferência das cidades americanas pelo outro tipo, mais sim plificado, onde se adota o cálculo distri-

butivo usual nos "cost assessments",

-sem que com isso, como ensina citado au

tor, se adultere a típica natureza de

"benefit assessment" do tributo. (9) yn — Entretanto, mais longe ainda tem ido a doutrina e a jurisprudência americanas, no acolhimento das fórmu

las práticas e simplificadas do institu-to, sem as quais seus objetivos de pro dutividade e justiça muitas vezes se anu lariam nas complexidades avaliativas. Analisando o pensamento dominante, de clara Groves que o critério de distri buição dos encargos é considerado ma téria de competência legislativa, e a me

nos que seja "evidentemente injusto e não possa admitir qualquer relação com benefício, êle não pode ser condenado

pela Justiça", esclarecendo, mais, que "a distribuição pode ser baseada na área, no valor, ou na frontaria.

O fato de

um contribuinte não receber benefício al

gum não tomará inválida a contribuição de melhoria". (10) (8) e (9) BUCK. A. E.p Municipal nança, ed. 1937, págs. 394 e 389.

(10)

Financing Governmant, ed. 1946, pág. 397,

'I.--

oy

zada E' a contribuição de melhoria

Impraticável. A segunda nos poderá proporcionar uma poderosa alavanca para o progresso material das nossas po-

pulações e um razoável instrumento de

justiça distributiva no trato da matéria fiscal. E' a contribuição de melhoria possível.

tuição vigente), não vemos como se

adoçao das fórmulas indiciárias de cál

culo, consagradas em países extraòrdinàriamente mais avançados que o nosso,

e que são as imicas capazes de permi tir a sua efetivação em todo o território nacional, na grande maioria das obras

públicas.

f

Uma lei federal normativa,

destinada a garantir a eficiência e a justiça do tributo, e urti e.spírito realista e pragmático na sua regulamentação re

i, •

gional, despido de preconceitos e apto à adoção do método indiciárlo sempre que as circunstâncias o admitam e o

processo de avaliação individuada não se

revista de cunho prático, constituem a nosso ver a única orientação capaz de

salvar o instituto do insucesso já ex

perimentado noutros países e no nosso próprio. Na regulamentação da contri

buição de melhoria, mais do que em qualquer outro instituto jurídico, ou rein cidimos no inveterado mimetismo que nos tem custado o descrédito das mais puras construções jurídicas, ou temos a

coragem de confessar a precariedade dos nossos recursos, contentando-nos então

com soluções mais singelas, porém capa zes de vicejar no meio a que se desti nam.

Fi

f.

Dicesto Econômico

A primeira orientação nos condu

zirá a fórmulas modelares, expressivas de um elevado estágio cultural, mas des

tituídas de condições de vida generali

mmeTie'°empfegoT^ ultrapass^ ^eh SX a história dos Estados Unidos, a casa dos sessenta ,mlho_es,

no ano vassado a média de empregos, durante aquêle período joi de 58 mdhoes.

O vresiãerxte Truman considerou como seus três objetivos do ano: !■ ) parar a inflação- 2.°) manter o máximo de empregos e conseguir o máximo de produção;

e 3.°) estabelecer alicerces mais firmes visando a expansão e a prosperidade futuras do sistema econômico norte-americano, nos anos vindouros.


RESERVAS previsíveis E PRODUÇÃO, NOS ANOS DE 1944, 1945 E 1946, DOS PRINCIPAIS PRODUTOS MINERAIS BRASILEIROS Aíincrios

Hcscrua cm ton.

Princimis

dc minério

intncnos

15.000.000.000

Hematita

A. J. Alves de Souza V

VIII

Produção e reseroas de n/giins minerais no Brasil

°

Os dados necessários a uma discrimi nação judíciosa da produção e das re servas minerais em nosso país são es cassos, o que evidencia a necessidade

de ser desenvolvido um serviço de es tatística no próprio D.N.P.M.

Ferro

Para alguns minerais será sempre difícil uma avaliação segura de suas reser\'as, dada a própria natureza e sua ocorrência.

Entre esses estão os mi

nerais de pcgmatito, tais como berilo, tantalita, mica, minerais de lítio, quart

i

Manganês

Tungstônio

Pirolusito

20.000.000

Scbeelita e Wolframita

1.000.000

1946

oV

P+ e

P +e

750.000

700.000

P+e

P -f e

200.000

300.000

200.000

P +e

(E)

(E)

(E)

1.989

2.038

1.476 1

Rútilo e Ilmenila

??

Titânio

xo resumem o que ptide obter a respeito.

RESERVAS CONHECIDAS E PRODUÇÃO, NOS ANOS DE 1944, 1945 E 1946

1945

CO

zo, etc.

Os dados consignados no quadro abai

Produção em ionchãas 1944

Cromo

Cromita

200.000

(E)

(E)

1.564 2.500

159

5.000

(E)

(E)

4.721

1.490

(E) 28 -0-

-0-

DOS PRINCIPAIS PRODUTOS MINERAIS BRASILEIROS 9 a 16.000.000

Minérios j

Principais minérios

em ton.

Fertibzantes

Níquel

Produção

1944

1

Apatita e

15.000.000

Alumíhio

fosfates

Magnésio

180.000.000 1 Magnesita

Carvão

500.000.000

Petróleo

12.497.180

(+)

barris

produção insignificante 1.855.591

160.000.000 ou

50.000.000

Bauxita

(E)

(E)

(E)

2.979

7.060

1.161

Cliumbo

400.000

Galena

Produção fraquissima

Estanho

100.000

Cassiterita

desconliecida

. •

2.060.962 Dadas

Tório

Não há produção

Gamierita

segundo Pecora & Licínio (Bole -im 64 D. E, P. M.)

1946

1945

1

as

carac-

tqrísticas de ja-

Berilo

zimento

não

(E)

(E)

(E)

1.185

510

1.163

Tantalita e

(E)

(E)

(E)

columbita

1.201

30

44

Berilo

ainda previsão 50.000

Monazita

(E)

(E)

CE)

3.000

1.031

1.250

Tântalo e Colúmbio

idem como Urânio

para o

não há produção

berilo

(P)

Ouro

Prata

(metal) Platina

(metal)

I

(P)

5.174.938 1 5.073.175 >>

j

(P)

(P)

893.366

882.857

Zircônio

Zirconita

(E)

(E)

(E)

e badeleíta

2.152

3.758

4.453

idem como para

(E)

(E)

(E)

berilo

941

984

1.148

(E)

(E)

(E)

1.122

609

170

120.000

Mica

QUARTZO Nota-,

E — exportação

' . .

P — produção

99

.

(_[_) Petróleo — Não está incluído o campo de D. João.


RESERVAS previsíveis E PRODUÇÃO, NOS ANOS DE 1944, 1945 E 1946, DOS PRINCIPAIS PRODUTOS MINERAIS BRASILEIROS Aíincrios

Hcscrua cm ton.

Princimis

dc minério

intncnos

15.000.000.000

Hematita

A. J. Alves de Souza V

VIII

Produção e reseroas de n/giins minerais no Brasil

°

Os dados necessários a uma discrimi nação judíciosa da produção e das re servas minerais em nosso país são es cassos, o que evidencia a necessidade

de ser desenvolvido um serviço de es tatística no próprio D.N.P.M.

Ferro

Para alguns minerais será sempre difícil uma avaliação segura de suas reser\'as, dada a própria natureza e sua ocorrência.

Entre esses estão os mi

nerais de pcgmatito, tais como berilo, tantalita, mica, minerais de lítio, quart

i

Manganês

Tungstônio

Pirolusito

20.000.000

Scbeelita e Wolframita

1.000.000

1946

oV

P+ e

P +e

750.000

700.000

P+e

P -f e

200.000

300.000

200.000

P +e

(E)

(E)

(E)

1.989

2.038

1.476 1

Rútilo e Ilmenila

??

Titânio

xo resumem o que ptide obter a respeito.

RESERVAS CONHECIDAS E PRODUÇÃO, NOS ANOS DE 1944, 1945 E 1946

1945

CO

zo, etc.

Os dados consignados no quadro abai

Produção em ionchãas 1944

Cromo

Cromita

200.000

(E)

(E)

1.564 2.500

159

5.000

(E)

(E)

4.721

1.490

(E) 28 -0-

-0-

DOS PRINCIPAIS PRODUTOS MINERAIS BRASILEIROS 9 a 16.000.000

Minérios j

Principais minérios

em ton.

Fertibzantes

Níquel

Produção

1944

1

Apatita e

15.000.000

Alumíhio

fosfates

Magnésio

180.000.000 1 Magnesita

Carvão

500.000.000

Petróleo

12.497.180

(+)

barris

produção insignificante 1.855.591

160.000.000 ou

50.000.000

Bauxita

(E)

(E)

(E)

2.979

7.060

1.161

Cliumbo

400.000

Galena

Produção fraquissima

Estanho

100.000

Cassiterita

desconliecida

. •

2.060.962 Dadas

Tório

Não há produção

Gamierita

segundo Pecora & Licínio (Bole -im 64 D. E, P. M.)

1946

1945

1

as

carac-

tqrísticas de ja-

Berilo

zimento

não

(E)

(E)

(E)

1.185

510

1.163

Tantalita e

(E)

(E)

(E)

columbita

1.201

30

44

Berilo

ainda previsão 50.000

Monazita

(E)

(E)

CE)

3.000

1.031

1.250

Tântalo e Colúmbio

idem como Urânio

para o

não há produção

berilo

(P)

Ouro

Prata

(metal) Platina

(metal)

I

(P)

5.174.938 1 5.073.175 >>

j

(P)

(P)

893.366

882.857

Zircônio

Zirconita

(E)

(E)

(E)

e badeleíta

2.152

3.758

4.453

idem como para

(E)

(E)

(E)

berilo

941

984

1.148

(E)

(E)

(E)

1.122

609

170

120.000

Mica

QUARTZO Nota-,

E — exportação

' . .

P — produção

99

.

(_[_) Petróleo — Não está incluído o campo de D. João.


62

■>1

Digesto EcoNÓKnco

■•>1

Èsse campo é a mais recente desco berta do Conselho na Bahia, e tudo in dica que seja também a mais notável. Por enquanto apenas dois poços foram perfurados nessa estrutura, distantes entre si 400 metros. O primeiro tem produção de 300 barris diários, e o segundo 700. A área produtora ainda não. é conhecida.

Segundo opinião de técnicos que es tudaram a região, as reservas petrolífe ras do campo, por unidade de área, são

FORNOS ELÉTRICOS PARA FERRO-LTGAS

de exploração e a melhor qualidade do

conta a pequena profundidade dos poços

de Candeias.

IX — Principais indústrias que utilizam matérias-primas minerais no Brasil

Essas industrias são a siderúrgica, a do

Distrito Federal.

4

6.000

Cia. Nacional de Ferro-Ligas (I)

Rio de lanciro .

2

3.000

Cia. Bras. dc Aços Finos (2)

Minas Gerais

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Cia. Níquel do Brasil (4)

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Total

Prod. em 1946 Ton.

50

.

370.128

FORNOS DE AÇO

Tipo de fôrno Bessemer Siemens Martin

Elétrico

ou

Tropena

ESTADOS

N.°

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208 219

6

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D. Federal R. G. Sul Pernambuco Bahia

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Cap. p/

Cap. p/ corrida

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3 — Produz ferro-manganês. 4 — Produz ferro-níquel.

anexo e foram organizados pelo Serviço dc Estatística da Produção do Minis-

N.'' de un.

1 — Produz ferro-manganês.

2 — Produz ferro-manganês, ferro-silício, ferro-cromo, ferro-gusa elétrico, ci'üoio-silício, ferro-silício-manganôs.

Dados mais detalhados figuram em

875

"J WV I

Quanto à indústria siderúrgica, con

siderei interessante reunir os dados que figuram nos quadros seguintes:

23

Mato Grosso

. .

cimento, a cerâmica, a de vidros, a de cal.

Capacidade p/dia em ton.

N.o

EMPRÊSAS

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ALTOS FORNOS PARA GUSA ESTADOS

anual pl

ESTADOS

lor quatro a cinco vezes maior do que o

provàvelmente mais de duas vêzes su periores as de Candeias e, se se levar em

Capacidade

óleo, chegarcmo.s fàcílmenle á conclu

são de que, por unidade dc área, o cam po de petróleo dc D. João tem um va

42 9 2 1 1

110,3 15,9

55

132,2

2,0

3.0 1.0 343.234

tério da Agricultura.

Quanto à indústria do cimento, os qua-

dros seguintes, organizados pelo Eng.° Trajano de Melo Morais, da D.F.P.M.,

traduzem a situação atual..


62

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Digesto EcoNÓKnco

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Èsse campo é a mais recente desco berta do Conselho na Bahia, e tudo in dica que seja também a mais notável. Por enquanto apenas dois poços foram perfurados nessa estrutura, distantes entre si 400 metros. O primeiro tem produção de 300 barris diários, e o segundo 700. A área produtora ainda não. é conhecida.

Segundo opinião de técnicos que es tudaram a região, as reservas petrolífe ras do campo, por unidade de área, são

FORNOS ELÉTRICOS PARA FERRO-LTGAS

de exploração e a melhor qualidade do

conta a pequena profundidade dos poços

de Candeias.

IX — Principais indústrias que utilizam matérias-primas minerais no Brasil

Essas industrias são a siderúrgica, a do

Distrito Federal.

4

6.000

Cia. Nacional de Ferro-Ligas (I)

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Cia. Bras. dc Aços Finos (2)

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Elelro Química Brasileira (3)

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Cia. Níquel do Brasil (4)

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Prod. em 1946 Ton.

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FORNOS DE AÇO

Tipo de fôrno Bessemer Siemens Martin

Elétrico

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Cap. p/ N.°

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3 — Produz ferro-manganês. 4 — Produz ferro-níquel.

anexo e foram organizados pelo Serviço dc Estatística da Produção do Minis-

N.'' de un.

1 — Produz ferro-manganês.

2 — Produz ferro-manganês, ferro-silício, ferro-cromo, ferro-gusa elétrico, ci'üoio-silício, ferro-silício-manganôs.

Dados mais detalhados figuram em

875

"J WV I

Quanto à indústria siderúrgica, con

siderei interessante reunir os dados que figuram nos quadros seguintes:

23

Mato Grosso

. .

cimento, a cerâmica, a de vidros, a de cal.

Capacidade p/dia em ton.

N.o

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ALTOS FORNOS PARA GUSA ESTADOS

anual pl

ESTADOS

lor quatro a cinco vezes maior do que o

provàvelmente mais de duas vêzes su periores as de Candeias e, se se levar em

Capacidade

óleo, chegarcmo.s fàcílmenle á conclu

são de que, por unidade dc área, o cam po de petróleo dc D. João tem um va

42 9 2 1 1

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3.0 1.0 343.234

tério da Agricultura.

Quanto à indústria do cimento, os qua-

dros seguintes, organizados pelo Eng.° Trajano de Melo Morais, da D.F.P.M.,

traduzem a situação atual..


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530.131

Ton.

Calcáreo

Produção a partir de setembro de 1946.

Total

tland — Barbará

Fabrica de Cimento Por

Portland

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66

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67

sc-ão de 2 altos forno.s a carvão de ma deira dc 200 ton./dia cada um. Do

nic.ses.

cada vez mais caro em virtude

Também deverá merecer apoio especial do Govêmo brasileiro a Companhia Níquel do Brasil, esfòrço dc pioneiros brasilei

das

ros no sentido dc dotar o país de

um mi-stiirador dc capacidade de 300

pleto, êste trabalho deveria incluir uma

pois, como é sabido, estas são abundantíssimas.

Julgo, porém,

que o carvão se irá tomando exigências

crescentes

dos

As instaUiçôes metalúrgicas compor-

A fábrica foi inaugurada há poucos Não há duvida de que, para ser com

ton., o gusa passará à fabricação do aço

descrição^ mais detalhada das princi

em um sistema Duplex: tratamento em

pais indústrias que utiliziun matérias-

operários. Tais exigências acarretarão mecanização progressiva da mineraç-ão do carvão mas, mesmo assim, a mão-de-

uma indú.stria básica. Êstc Conselho tam

do amparar essa empresa que, em certa

Bcsscmen dc 25 toneladas c daí a fornos

obra nessa indústria será sempre impor

época, esteve em situação difícil, na

elétricos de três tipos: 1 de 25 ton., 1

primas minerais eni nosso país, incluin do lapidações, corte de quartzo etc. O

tante. E, a meu ver, irão rareando cada

qual não sei se ainda permanece.

de 5 ton. e 1 de 500 kg. Os aços prepa

tempo, entretanto, foi escasso paro

rados serão aços doces, aços carbono c

nir os elementos necessários.

vez mais as pessoas que se disponham ao serviço árduo da mineração do car

vão, a não ser por salários muito eleva dos.

Parece-me, portanto, que deveríamos

bém já tratou deste assunto, procuran

Outro empreendimento interessante

é o da Companhia de Mineração Plumbum S. A., que extrai galena argentífcra na região do Ribeira, no Estado do Pa raná; e, nas proximidades da mina em

reu-

aços especiais (W, Va, Cr, Ni). Será instalada laminação com lami-

nadores de 24, 14 e 12 polegadas. Será instalada, também, forjaria, para prepa ro de eixos de vagões, aros de rodas, for jados pequenos e peças de aços espe-

X — Transporte de minerais

Sabemos todos que uma das maiores deficiências de nosso país reside na fal

cuidar, com muito interesse, do estudo

Panelas, a 159 km dc Curitiba, tem ins

e da aplicação da energia elétrica na in

talações para produzir Pb, constantes dc

dústria siderúrgica, inclusive na fabrica ção do ferro gusa.

um forno Mace de capacidade para tra tar 10 toneladas de minério por dia. A produção atual é de 150 ton. dc

ciaí.s.

minerais não ferrosos devo salientar que

omissão dos governos em tomarem pro vidências racionais e efetivas para re

chumbo com 99,99 de Pb. O minério contém, além de 30% de Pb, 1 a 2 kg

a indústria do cimento ainda é uma in

solver o problema e, em parte, talvez

Ainda neste capítulo, não posso calar minha estranheza ante a paralisação da

fábrica de alumínio de Ouro Preto que, como é do conhecimento pleno deste Conselho, é uma fábrica moderna, insta

lada com perfeita técnica e com capaci dade de produção de 2.000 a 2.500 to neladas de alumínio por ano, contando

com usinas hidrelétricas próprias para

a produção da energia necessária. Essa fábrica funcionou durante alguns meses

e depois parou por dificuldades finan ceiras.

O alumínio é metal estratégico para nós, pois continuamos a importá-lo. Êste Conselho já apresentou diversas

soluções

para que seu funcionamento

de prata por tonelada. A prata, por en quanto, não está sendo retirada. Também deve merecer atençãó a in

dústria do estanho que se está estabele cendo no país usando a cassiterita dc São João dei Rei. Devo ainda fazer uma referência às

instalações que estão sendo realizadas pela Companhia Aços Especiais de Rabira.

Essa empresa está montando uma usi na em Antônio Dias, Minas Gerais, pa

ra aproveitamento de energia hidráulica

continuasse a ser mantido .pela Eletro-

da Cachoeira de Antônio Dias, no rio

química Brasileira, que foi quem a ins

Piracicaba. Inicialmente instalará duas unidades de 14.000 kwa cada uma. A

talou a pedido do Governo. Mas se tais soluções não forem possí

veis por qualquer motivo, não será difí cil certamente encontrar outra, possível e

justa, que permita a continuação dessa indústria.

Tal deficiência resulta, em parte, de

No que toca à indústria que utiliza dústria aberta no Brasil, isto é, uma in

a maior das próprias dificuldades da re

dústria que ainda terá de ser grande mente desenvolvida, pois apesar das fá

solução desse problema em um país tão extenso e tão acidentado em algumas re

bricas que já temos ainda importamos

giões de maior desenvolvimento econô

cimento.

mico.

A indústria cerâmica e a indústria do

vidro poderão ser muito desen volvidas.

Na indústria cerâmica quero

citar aqui as instalações da Magnesita S. A., em Belo Plorizonte.

Na capital mineira está sua fá brica de refratários, que recebe a matéria-prima de Brumado, na Serra das Éguas, Baliia, onde há instalação para a calcinação da magnesita. O material que fabrica é: Tijolos sílico-aluminosos

previsão para o futuro é de 5 unidades

"

de sílica

de 14.000 kwa.

"

de magnesita

As obras de adução

de água para a usina envolvem um tú nel de 4.000 ni., sendo de 120 m. a que

da a aproveitar.

Ê.

ta de transportes.

Os minerais podem ser transportados pelos diversos meios de trans porte existentes, dependendo, na turalmente, o meio a ser empre gado, do volume e do valor da mercadoria a transportar. Assim, as pedras preciosas, os metais nobres, o quartzo e a

mica podem, em caso de necessidade, ser transportados por avião, tendo sido usado freqüentemente êsse meio de transporte para o quartzo e a mica na última Grande Guerra.

Outros podem ser transportados em caminhões.

A capacidade de produção anual é: Tijolos sílico-aluminosos 6.000 ton. "

de sílica

4.000 ton.

"

de magnesita

3.000 ton.

Mas os que têm pequeno valor e de vem ser transportados em grandes quan tidades, como os minérios de ferro, de manganês e o carvão, por exemplo, só


Dickstí» i:í:ns6Miro

66

Dir.EsTo Econômico

67

sc-ão de 2 altos forno.s a carvão de ma deira dc 200 ton./dia cada um. Do

nic.ses.

cada vez mais caro em virtude

Também deverá merecer apoio especial do Govêmo brasileiro a Companhia Níquel do Brasil, esfòrço dc pioneiros brasilei

das

ros no sentido dc dotar o país de

um mi-stiirador dc capacidade de 300

pleto, êste trabalho deveria incluir uma

pois, como é sabido, estas são abundantíssimas.

Julgo, porém,

que o carvão se irá tomando exigências

crescentes

dos

As instaUiçôes metalúrgicas compor-

A fábrica foi inaugurada há poucos Não há duvida de que, para ser com

ton., o gusa passará à fabricação do aço

descrição^ mais detalhada das princi

em um sistema Duplex: tratamento em

pais indústrias que utiliziun matérias-

operários. Tais exigências acarretarão mecanização progressiva da mineraç-ão do carvão mas, mesmo assim, a mão-de-

uma indú.stria básica. Êstc Conselho tam

do amparar essa empresa que, em certa

Bcsscmen dc 25 toneladas c daí a fornos

obra nessa indústria será sempre impor

época, esteve em situação difícil, na

elétricos de três tipos: 1 de 25 ton., 1

primas minerais eni nosso país, incluin do lapidações, corte de quartzo etc. O

tante. E, a meu ver, irão rareando cada

qual não sei se ainda permanece.

de 5 ton. e 1 de 500 kg. Os aços prepa

tempo, entretanto, foi escasso paro

rados serão aços doces, aços carbono c

nir os elementos necessários.

vez mais as pessoas que se disponham ao serviço árduo da mineração do car

vão, a não ser por salários muito eleva dos.

Parece-me, portanto, que deveríamos

bém já tratou deste assunto, procuran

Outro empreendimento interessante

é o da Companhia de Mineração Plumbum S. A., que extrai galena argentífcra na região do Ribeira, no Estado do Pa raná; e, nas proximidades da mina em

reu-

aços especiais (W, Va, Cr, Ni). Será instalada laminação com lami-

nadores de 24, 14 e 12 polegadas. Será instalada, também, forjaria, para prepa ro de eixos de vagões, aros de rodas, for jados pequenos e peças de aços espe-

X — Transporte de minerais

Sabemos todos que uma das maiores deficiências de nosso país reside na fal

cuidar, com muito interesse, do estudo

Panelas, a 159 km dc Curitiba, tem ins

e da aplicação da energia elétrica na in

talações para produzir Pb, constantes dc

dústria siderúrgica, inclusive na fabrica ção do ferro gusa.

um forno Mace de capacidade para tra tar 10 toneladas de minério por dia. A produção atual é de 150 ton. dc

ciaí.s.

minerais não ferrosos devo salientar que

omissão dos governos em tomarem pro vidências racionais e efetivas para re

chumbo com 99,99 de Pb. O minério contém, além de 30% de Pb, 1 a 2 kg

a indústria do cimento ainda é uma in

solver o problema e, em parte, talvez

Ainda neste capítulo, não posso calar minha estranheza ante a paralisação da

fábrica de alumínio de Ouro Preto que, como é do conhecimento pleno deste Conselho, é uma fábrica moderna, insta

lada com perfeita técnica e com capaci dade de produção de 2.000 a 2.500 to neladas de alumínio por ano, contando

com usinas hidrelétricas próprias para

a produção da energia necessária. Essa fábrica funcionou durante alguns meses

e depois parou por dificuldades finan ceiras.

O alumínio é metal estratégico para nós, pois continuamos a importá-lo. Êste Conselho já apresentou diversas

soluções

para que seu funcionamento

de prata por tonelada. A prata, por en quanto, não está sendo retirada. Também deve merecer atençãó a in

dústria do estanho que se está estabele cendo no país usando a cassiterita dc São João dei Rei. Devo ainda fazer uma referência às

instalações que estão sendo realizadas pela Companhia Aços Especiais de Rabira.

Essa empresa está montando uma usi na em Antônio Dias, Minas Gerais, pa

ra aproveitamento de energia hidráulica

continuasse a ser mantido .pela Eletro-

da Cachoeira de Antônio Dias, no rio

química Brasileira, que foi quem a ins

Piracicaba. Inicialmente instalará duas unidades de 14.000 kwa cada uma. A

talou a pedido do Governo. Mas se tais soluções não forem possí

veis por qualquer motivo, não será difí cil certamente encontrar outra, possível e

justa, que permita a continuação dessa indústria.

Tal deficiência resulta, em parte, de

No que toca à indústria que utiliza dústria aberta no Brasil, isto é, uma in

a maior das próprias dificuldades da re

dústria que ainda terá de ser grande mente desenvolvida, pois apesar das fá

solução desse problema em um país tão extenso e tão acidentado em algumas re

bricas que já temos ainda importamos

giões de maior desenvolvimento econô

cimento.

mico.

A indústria cerâmica e a indústria do

vidro poderão ser muito desen volvidas.

Na indústria cerâmica quero

citar aqui as instalações da Magnesita S. A., em Belo Plorizonte.

Na capital mineira está sua fá brica de refratários, que recebe a matéria-prima de Brumado, na Serra das Éguas, Baliia, onde há instalação para a calcinação da magnesita. O material que fabrica é: Tijolos sílico-aluminosos

previsão para o futuro é de 5 unidades

"

de sílica

de 14.000 kwa.

"

de magnesita

As obras de adução

de água para a usina envolvem um tú nel de 4.000 ni., sendo de 120 m. a que

da a aproveitar.

Ê.

ta de transportes.

Os minerais podem ser transportados pelos diversos meios de trans porte existentes, dependendo, na turalmente, o meio a ser empre gado, do volume e do valor da mercadoria a transportar. Assim, as pedras preciosas, os metais nobres, o quartzo e a

mica podem, em caso de necessidade, ser transportados por avião, tendo sido usado freqüentemente êsse meio de transporte para o quartzo e a mica na última Grande Guerra.

Outros podem ser transportados em caminhões.

A capacidade de produção anual é: Tijolos sílico-aluminosos 6.000 ton. "

de sílica

4.000 ton.

"

de magnesita

3.000 ton.

Mas os que têm pequeno valor e de vem ser transportados em grandes quan tidades, como os minérios de ferro, de manganês e o carvão, por exemplo, só


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Dir.ESTo Económio/

podem ser transportados por estradas de ferro ou por navegação fluvial, ou ma

de lotação, aiimonlarain a capacidade de transporte, na linha do centro, pa

rítima.

ra ccrca do 20 milhões de toneladas

O petróleo e gases naturais exigem

por ano, dos quais 2 c meio milhões

Dicksto Econónhco

C9

rina depende, cm grande parle, o desen volvimento da região carbonífera do Nor

te do Paraná, conforme este Conselho já .teve ocasião do \"erificar.

Melhor traça

muitas vezes meios especiais de trans

podem ser feitos com o material ro-

do, melhor via permanente, melhor ma

porte, como os oleodutos, e veículos es

dante existente.

terial rodante e melhores serviços são

peciais, como inavíos-tanques e vagões

"A ligação do ramal (juc vai de

Belém a E.sct)la Superior de Agrono-

apropriados.

As nossas vias férreas que terão de ser

usadas, dada a situação das respectivas principais jazidas, para o transporte de

' mia, ao ramal dc Mangaratiba, na Es

minerais em grande tonelagem são: Estrada de Forro Central do Brasil; Estrade de Ferro Vitória a Minas; Rede Viação Paraná-Santa Catarina; Estrada dc Ferro D. Teréza Cristina; Viação Férrea do Rio Grande do Sul; Estrada de Ferro Leste Brasileiro; Viação Férrea Cearense.

do Brasil, transcrevo aqui a co

mericano de Engenharia de Mi nas e Geologia, por intermédio do Coronel Bemardino de Matos, mem

bro da Delegação Brasileira àquele certame:

"A maior via férrea de nosso país deseja trazer ao conhecimento do

plenário uma comunicação que diz muito de perto com o intercâmbio da nossa produção mineral. "Informa a Diretoria da Central do Brasil que a construção das va riantes da Mantiqueira, a eletrifica ção da Serra do Mar e o emprego das locomotivas Diesel, a organização do

bom sistema de transporte, se desen volverão certamente, com êxito, a agri

cm uma linha inteiramente li\ re para

cultura e a pecuária.

sentido. A Rede serve também uma re

A Estrada de Ferro d. Tereza Cristina

Ve-se assim que a E.F.C.B.

municação feita pelo Engenheiro Renato Feio, diretor daquela ferrovia, ao 2.° Congresso Pana-

minérios.

A atna' direção daquela via férrea es tá tomando providencias eficazes nesse

Itacunissá, com menor distância a percorrer do que vindo para o Rio

que e desembarque cm líacurussá".

Quanto à Estrada de Ferro Central

necesários a que se alcance ésse obje tivo.

gião de grande fertilidade, na qual, com

"As únicas construções a serem fei tas são 18 quilômetros dc linha em terreno fácil e uma ponte dc embar

em breve estará aparelhada para realizar tran.sportc.s maciços de minérios.

A Estrada de Ferro Vitória

a Minas que, por intermédio

da Companhia do Vale do Rio Doce, está destinada a servir a um transpor

Também, em muitos casos, será neces

sária uma frota marítima adequada para os transportes de minerais.

Se pudermos obter contratos valiosos c a longo prazo de exportação dos mi nérios de manganês de Urucum, Mato Grosso, seria necessário aparelliar para o transporte désse minério a navegação

ó a responsável pelo transporte do car

no rio Paraguai.

vão de Santa Catarina, cuja maior parte

Em mapa anexo figura uma distribui ção das jazidas minerais no Brasil.

é hoje transportada para as proximida des do Tubarão (Capivari) onde está instalada a usina de lavagem do carvão.

Pela mesma estrada vai

A rede rodoviária do Nordeste já pres

ta grandes serviços à mineração daquela região e a rodovia RioBalúa também já auxrilia a mineração da região do Rio Doce. O plano rodoviário que fôr es

o carvão até os portos de Imbi' . ,', tuba e Laguna. Tanto a linha como o material ;iV tabelecido deverá procurar aten rodante precisarão ser melhorados der às necessidades da mineração. o ampliados para garantia do transporte Demais, o melhoramento de todas as crescente desse carvão. nossas vias de transporte aaxiliará dire A Viação Férrea do Rio Grande do

te intenso de minérios de ferro, caso

Sul, a maior consumidora do carvão rio-

ta ou indiretamente a indústria de mine

essa Companhia venha a ser grande

grandense, está razoàvelmente aparelha da para transportar o carvão que utiliza e o que é conduzido em suas linhas para outros consumidores. Outra parte do carvão riograndense é transportado por via fluvial e lacustre em embarcações do Consórcio que faz a

ração e as dela dependentes.

fósseis, embora tenliamos fundadas espe

mineração.

ranças de que o prosseguimento do es

fornecedora dêsse minério, o que é de desejar, deverá também ser apare lhada para esse fim.

Acresce, ainda,

que sendo o vale do Rio Doce um

vale fértil, é de esperar que ali se desen volva, a par de uma grande indústria siderúrgica, e de uma grande indústria de mineração, grande atividade agríco

A Estrada de Ferro Leste Brasileiro

Minas será o escoadouro natural dos pro-

deverá aparelhar-se para transportar prin cipalmente cromita e magnesita, \àsto

Serviço de Controle seletivo até La-

, dutos dessa região, quer matérias-urimas

como as minas baianas dôsses minerais,

faiete, em Minas Gerais, e o emprê-

brutas, quer matérias-primas preparadas.

se bem ti^abalhadas, poderão encontrar grandes mercados para os mesmos.

go de vagões de 77 e meia toneladas

E' também necessário que os por

tos servidos pelas estradas de ferro ci tadas se aparellicm para o embarque de

tação de Itaguaí, permitirá embarcar minério c receber carvão cm grande escala, em um ponto da Bahia cie

este tráfego.

A Viação Férrea Cearense poderá ser chamada n transportar grandes quantida des de magnesita, da qual existem ja zidas de vulto naquele Estado.

la.

E a Estrada de Ferro Vitória u

Da Rede Viação Paraná-Santa Cata

M

XI — Disponibilidades de energia Como vimos em capítulo anterior, o

Brasil é um país pobre de combustíveis tudo dôsses nossos recursos minerais ve

nha a demonstrar uma maior reserva dos

Dispomos, porém, de substancial riquBM em energia hidráulica, avaliada

mesmos.

em cêrca de 15.000.000 de k\v, con-


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Dir.ESTo Económio/

podem ser transportados por estradas de ferro ou por navegação fluvial, ou ma

de lotação, aiimonlarain a capacidade de transporte, na linha do centro, pa

rítima.

ra ccrca do 20 milhões de toneladas

O petróleo e gases naturais exigem

por ano, dos quais 2 c meio milhões

Dicksto Econónhco

C9

rina depende, cm grande parle, o desen volvimento da região carbonífera do Nor

te do Paraná, conforme este Conselho já .teve ocasião do \"erificar.

Melhor traça

muitas vezes meios especiais de trans

podem ser feitos com o material ro-

do, melhor via permanente, melhor ma

porte, como os oleodutos, e veículos es

dante existente.

terial rodante e melhores serviços são

peciais, como inavíos-tanques e vagões

"A ligação do ramal (juc vai de

Belém a E.sct)la Superior de Agrono-

apropriados.

As nossas vias férreas que terão de ser

usadas, dada a situação das respectivas principais jazidas, para o transporte de

' mia, ao ramal dc Mangaratiba, na Es

minerais em grande tonelagem são: Estrada de Forro Central do Brasil; Estrade de Ferro Vitória a Minas; Rede Viação Paraná-Santa Catarina; Estrada dc Ferro D. Teréza Cristina; Viação Férrea do Rio Grande do Sul; Estrada de Ferro Leste Brasileiro; Viação Férrea Cearense.

do Brasil, transcrevo aqui a co

mericano de Engenharia de Mi nas e Geologia, por intermédio do Coronel Bemardino de Matos, mem

bro da Delegação Brasileira àquele certame:

"A maior via férrea de nosso país deseja trazer ao conhecimento do

plenário uma comunicação que diz muito de perto com o intercâmbio da nossa produção mineral. "Informa a Diretoria da Central do Brasil que a construção das va riantes da Mantiqueira, a eletrifica ção da Serra do Mar e o emprego das locomotivas Diesel, a organização do

bom sistema de transporte, se desen volverão certamente, com êxito, a agri

cm uma linha inteiramente li\ re para

cultura e a pecuária.

sentido. A Rede serve também uma re

A Estrada de Ferro d. Tereza Cristina

Ve-se assim que a E.F.C.B.

municação feita pelo Engenheiro Renato Feio, diretor daquela ferrovia, ao 2.° Congresso Pana-

minérios.

A atna' direção daquela via férrea es tá tomando providencias eficazes nesse

Itacunissá, com menor distância a percorrer do que vindo para o Rio

que e desembarque cm líacurussá".

Quanto à Estrada de Ferro Central

necesários a que se alcance ésse obje tivo.

gião de grande fertilidade, na qual, com

"As únicas construções a serem fei tas são 18 quilômetros dc linha em terreno fácil e uma ponte dc embar

em breve estará aparelhada para realizar tran.sportc.s maciços de minérios.

A Estrada de Ferro Vitória

a Minas que, por intermédio

da Companhia do Vale do Rio Doce, está destinada a servir a um transpor

Também, em muitos casos, será neces

sária uma frota marítima adequada para os transportes de minerais.

Se pudermos obter contratos valiosos c a longo prazo de exportação dos mi nérios de manganês de Urucum, Mato Grosso, seria necessário aparelliar para o transporte désse minério a navegação

ó a responsável pelo transporte do car

no rio Paraguai.

vão de Santa Catarina, cuja maior parte

Em mapa anexo figura uma distribui ção das jazidas minerais no Brasil.

é hoje transportada para as proximida des do Tubarão (Capivari) onde está instalada a usina de lavagem do carvão.

Pela mesma estrada vai

A rede rodoviária do Nordeste já pres

ta grandes serviços à mineração daquela região e a rodovia RioBalúa também já auxrilia a mineração da região do Rio Doce. O plano rodoviário que fôr es

o carvão até os portos de Imbi' . ,', tuba e Laguna. Tanto a linha como o material ;iV tabelecido deverá procurar aten rodante precisarão ser melhorados der às necessidades da mineração. o ampliados para garantia do transporte Demais, o melhoramento de todas as crescente desse carvão. nossas vias de transporte aaxiliará dire A Viação Férrea do Rio Grande do

te intenso de minérios de ferro, caso

Sul, a maior consumidora do carvão rio-

ta ou indiretamente a indústria de mine

essa Companhia venha a ser grande

grandense, está razoàvelmente aparelha da para transportar o carvão que utiliza e o que é conduzido em suas linhas para outros consumidores. Outra parte do carvão riograndense é transportado por via fluvial e lacustre em embarcações do Consórcio que faz a

ração e as dela dependentes.

fósseis, embora tenliamos fundadas espe

mineração.

ranças de que o prosseguimento do es

fornecedora dêsse minério, o que é de desejar, deverá também ser apare lhada para esse fim.

Acresce, ainda,

que sendo o vale do Rio Doce um

vale fértil, é de esperar que ali se desen volva, a par de uma grande indústria siderúrgica, e de uma grande indústria de mineração, grande atividade agríco

A Estrada de Ferro Leste Brasileiro

Minas será o escoadouro natural dos pro-

deverá aparelhar-se para transportar prin cipalmente cromita e magnesita, \àsto

Serviço de Controle seletivo até La-

, dutos dessa região, quer matérias-urimas

como as minas baianas dôsses minerais,

faiete, em Minas Gerais, e o emprê-

brutas, quer matérias-primas preparadas.

se bem ti^abalhadas, poderão encontrar grandes mercados para os mesmos.

go de vagões de 77 e meia toneladas

E' também necessário que os por

tos servidos pelas estradas de ferro ci tadas se aparellicm para o embarque de

tação de Itaguaí, permitirá embarcar minério c receber carvão cm grande escala, em um ponto da Bahia cie

este tráfego.

A Viação Férrea Cearense poderá ser chamada n transportar grandes quantida des de magnesita, da qual existem ja zidas de vulto naquele Estado.

la.

E a Estrada de Ferro Vitória u

Da Rede Viação Paraná-Santa Cata

M

XI — Disponibilidades de energia Como vimos em capítulo anterior, o

Brasil é um país pobre de combustíveis tudo dôsses nossos recursos minerais ve

nha a demonstrar uma maior reserva dos

Dispomos, porém, de substancial riquBM em energia hidráulica, avaliada

mesmos.

em cêrca de 15.000.000 de k\v, con-


-1.

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*

rr

Dzccsto Econòxuco

70

forme este Conselho já tomou conheci mento no estudo aqui feito do Plano de Eletrificação para o Brasil. Por isso e como muitas das indústrias

metalúrgicas qv.e poderemos criar em fa

ce das matérias-primas que possuímos e

em face dos mercados possíveis, podem ser criadas ou desenvolvidas pela utili zação de energia elétrica, acredito que se ria de extrema utilidade que seguíssemos o critério de estudar cuidadosamente por técnicos e cientistas habilitados proces sos eletrometalúrgicos e eletroquímicos para a industrialização de matérias-pri mas minerais.

Precisamos ter em mente que, em mui tos casos, os grandes países industriais

podem não se interessar por processos eletrometalúrgicos e eletroquímicos pelo fato de possuírem grandes jazidas de

E não foi com outro objetivo que éste Conselho já propôs ao Govémo o desenvolvimento dos estudos de quími ca e eletricidade, quando lhe submeteu o projeto de criação da Uni\'ersidade de Ouro Preto pela ampliação da atual Es cola Nacional do Minas e Metalurgia. Desejo recordar, nesta oportunidade, palavras escritas pelo Professor Artlmr Philips, da Universidade de Yale, para

A elaboração do orçamento dos Estados Unidos Guilherme Moojen*

(Secretário cia Comissão dc Orçamento do Estado do Rio Grande do Sul)

a Associação Brasileira de Metais, e às

quais me referi em outra oportunidade: "Desejaria chamar a atenção dos

metalurgistas da Associação Brasilei

UEM observa, dc um modo

propostas orçamentárias parciais

global, o sistema de ela boração orçamentária dos

(Call for Estimates), instruindo, ao mesmo tempo, acerca de sua

E.U.A., logo à primeira vista pode destacar qua tro estágios distintos:

b) Carta, estabelecendo, em linhas gerais, quais os objetivos que o

1) As repartições (burcaux) preparam

Parece-me perfeitamente possível o

as respectivas propostas orçamcr^tárias parciais e as enviam para os Ministérios (Departmcnts) a <1^® estão subordina

ra de Metais para essa tendência em face dos recursos minerais do Brasil.

forma e conteúdo;

Govêmo tem em \asta" no próxi mo exercício financeiro, bem-conlo

• a política fiscal a seguir. Todavia, muitos meses antes do rece

bimento da "Call for Èstimates", a maio ria das repartições já está trabalhando

estabelecimento de uma indústria

das;

metalúrgica especializada altamente proveitosa no Brasil, pela utilização inteligente dos recursos naturais que

ções subordinadas diretamente ao Presi dente revisam as propostas parciais re

ativamente, no preparo de todos os ele mentos necessários para a elaboração das

Mas esse não é o nosso caso e, assim,

possui nesse setor, únicos no mundo.

cebidas e, por sua vez, preparam as suas

suas propostas parciais, a fim de que

deveremos esforçar-nos não só por tomar aplicáveis em nosso país os processos desse tipo, já existente, como também

Essa produção seria limitada sob o

estimativas;

ponto-de-vista de tonelagem, mas de

3) O "Bureau" de Orçamento e o Pre sidente da República revisam as propos

combustíveis.

por investigar novos processos eletro

químicos e eletrometalúrgicos para a in

elevadíssimo valor unitário.

O Bra

sil poderá atingir uma posição inve jável como especialista de produção

dustrialização de nossos recursos mine

de metais e ligas para aplicação es

rais.

peciais."

2) Os Ministérios ou outras reparti

tas parciais e formulam a proposta geral

mais possível, da verdade. Essas pro postas parciais, como ficou dito, deve

de orçamento;

rão ser entregues ao "Bureau" de Orça

4) O Congresso considera a proposta do Executivo, declara-a lei e envia à sanção do Presidente.

Instruções para a elaboração das pro postas parciais de orçamento ■ O primeiro passo para a elaboração do orçamento dos E.U.A. é dado em

O algodão brasileiro vai vencendo as dificuldades que surgiram nos idtimos tempos contra o seu desenvolvimento. Duas vitórias técnicas acaba êle de obter: a da qualidade e a da quantidade. A situação está voltando ao que era anteriormen te, nos grandes dias do ouro branco. De acârdo com as mais bem fundadas pre visões, o Brasil irá ter safras melhores.

a previsão seja feita, com elementos se guros, sem atropelos e se aproxime, o

mento, impreterivelmente, até o dia 15 de setembro de cada ano.

Elaboração dos propostas parciais Todos os Ministérios e Repartições têm a sua Seção de Orçamento e Fi

nanças, a qual tem por dever a elabo ração das respectivas propostas orça

junho ou julho de cada ano, época em que o diretor do "Bureau" de Orçamen

mentárias parciais.

to, em nome do Presidente da Repúbli ca, envia, a todos os chefes de reparti ções, instruções, que se compõem de

Maior (Staff) que são, prestam assis

duas partes:

a) Pedido para apresentação, até o

dia 15 de setembro, das respectivas

Estas seções, como órgãos de Estado tência técnica ao Ministro ou ao Che

fe da Repartição, auxiliando-o na ad

ministração geral, coordenação e super visão dos assuntos orçamentários e fi

nanceiros do Ministério, repartição etc.,

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forme este Conselho já tomou conheci mento no estudo aqui feito do Plano de Eletrificação para o Brasil. Por isso e como muitas das indústrias

metalúrgicas qv.e poderemos criar em fa

ce das matérias-primas que possuímos e

em face dos mercados possíveis, podem ser criadas ou desenvolvidas pela utili zação de energia elétrica, acredito que se ria de extrema utilidade que seguíssemos o critério de estudar cuidadosamente por técnicos e cientistas habilitados proces sos eletrometalúrgicos e eletroquímicos para a industrialização de matérias-pri mas minerais.

Precisamos ter em mente que, em mui tos casos, os grandes países industriais

podem não se interessar por processos eletrometalúrgicos e eletroquímicos pelo fato de possuírem grandes jazidas de

E não foi com outro objetivo que éste Conselho já propôs ao Govémo o desenvolvimento dos estudos de quími ca e eletricidade, quando lhe submeteu o projeto de criação da Uni\'ersidade de Ouro Preto pela ampliação da atual Es cola Nacional do Minas e Metalurgia. Desejo recordar, nesta oportunidade, palavras escritas pelo Professor Artlmr Philips, da Universidade de Yale, para

A elaboração do orçamento dos Estados Unidos Guilherme Moojen*

(Secretário cia Comissão dc Orçamento do Estado do Rio Grande do Sul)

a Associação Brasileira de Metais, e às

quais me referi em outra oportunidade: "Desejaria chamar a atenção dos

metalurgistas da Associação Brasilei

UEM observa, dc um modo

propostas orçamentárias parciais

global, o sistema de ela boração orçamentária dos

(Call for Estimates), instruindo, ao mesmo tempo, acerca de sua

E.U.A., logo à primeira vista pode destacar qua tro estágios distintos:

b) Carta, estabelecendo, em linhas gerais, quais os objetivos que o

1) As repartições (burcaux) preparam

Parece-me perfeitamente possível o

as respectivas propostas orçamcr^tárias parciais e as enviam para os Ministérios (Departmcnts) a <1^® estão subordina

ra de Metais para essa tendência em face dos recursos minerais do Brasil.

forma e conteúdo;

Govêmo tem em \asta" no próxi mo exercício financeiro, bem-conlo

• a política fiscal a seguir. Todavia, muitos meses antes do rece

bimento da "Call for Èstimates", a maio ria das repartições já está trabalhando

estabelecimento de uma indústria

das;

metalúrgica especializada altamente proveitosa no Brasil, pela utilização inteligente dos recursos naturais que

ções subordinadas diretamente ao Presi dente revisam as propostas parciais re

ativamente, no preparo de todos os ele mentos necessários para a elaboração das

Mas esse não é o nosso caso e, assim,

possui nesse setor, únicos no mundo.

cebidas e, por sua vez, preparam as suas

suas propostas parciais, a fim de que

deveremos esforçar-nos não só por tomar aplicáveis em nosso país os processos desse tipo, já existente, como também

Essa produção seria limitada sob o

estimativas;

ponto-de-vista de tonelagem, mas de

3) O "Bureau" de Orçamento e o Pre sidente da República revisam as propos

combustíveis.

por investigar novos processos eletro

químicos e eletrometalúrgicos para a in

elevadíssimo valor unitário.

O Bra

sil poderá atingir uma posição inve jável como especialista de produção

dustrialização de nossos recursos mine

de metais e ligas para aplicação es

rais.

peciais."

2) Os Ministérios ou outras reparti

tas parciais e formulam a proposta geral

mais possível, da verdade. Essas pro postas parciais, como ficou dito, deve

de orçamento;

rão ser entregues ao "Bureau" de Orça

4) O Congresso considera a proposta do Executivo, declara-a lei e envia à sanção do Presidente.

Instruções para a elaboração das pro postas parciais de orçamento ■ O primeiro passo para a elaboração do orçamento dos E.U.A. é dado em

O algodão brasileiro vai vencendo as dificuldades que surgiram nos idtimos tempos contra o seu desenvolvimento. Duas vitórias técnicas acaba êle de obter: a da qualidade e a da quantidade. A situação está voltando ao que era anteriormen te, nos grandes dias do ouro branco. De acârdo com as mais bem fundadas pre visões, o Brasil irá ter safras melhores.

a previsão seja feita, com elementos se guros, sem atropelos e se aproxime, o

mento, impreterivelmente, até o dia 15 de setembro de cada ano.

Elaboração dos propostas parciais Todos os Ministérios e Repartições têm a sua Seção de Orçamento e Fi

nanças, a qual tem por dever a elabo ração das respectivas propostas orça

junho ou julho de cada ano, época em que o diretor do "Bureau" de Orçamen

mentárias parciais.

to, em nome do Presidente da Repúbli ca, envia, a todos os chefes de reparti ções, instruções, que se compõem de

Maior (Staff) que são, prestam assis

duas partes:

a) Pedido para apresentação, até o

dia 15 de setembro, das respectivas

Estas seções, como órgãos de Estado tência técnica ao Ministro ou ao Che

fe da Repartição, auxiliando-o na ad

ministração geral, coordenação e super visão dos assuntos orçamentários e fi

nanceiros do Ministério, repartição etc.,

J


72

na efetivação da política orçamentária, financeira e processual do Ministério; nn aquisição das verbas e sua cli5tril)uição, contabilidade, controle, relatórios orça

mentários e financeiros, compras, ven das etc.

Essas seções, também em cooperação com os técnicos que formam os Estados

Maiores de outras seções e departamen tos, lideram movimentos em prol do melhoramento dos serviços e da ge rencia administrativa, a fim de assegu rarem um cada vez melhor, mais apro priado e econômico uso dos dinheiros públicos e, finalmente, lhes cabe a im portante missão de servir como elemen

to de ligação com o "Bureau" de Orça mento, com o Tesouro, com as Comis

sões de Finanças do Congresso etc. (United States Govemment Mannual — 1947).

Durante o tempo em que as estimati vas que formarão as propostas parciais estão sendo elaboradas, dentro dos Mi nistérios ou repartições, altos oficiais admjnistratívos, incluindo chefes, assisten

tes, funcionários especializados das di versas divisões e o respectivo Diretor de Orçamento dedicam uma grande par te de seu tempo e energia nesse mister. Sessões são realizadas entre os chefes e seus subordinados, em toda a liierar-

quia, no sentido de auscultar quais as necessidades dos serviços que deverão ser atendidas no orçamento em elabora

Digesto Econômico

do o mesmo, deverão obedecer aos tí-

timativas dos diversos departamentos e

na o revisa, por siia x-cz, com relação ao seu conteúdo e montante, c são sub

tiro.s:

estabelecimentos".

metidas, a seguir, ao Mini.stro.

No preparo das propostas parciais, dos relatórios e exposições de motivos, em

todo esse -processo, que nas grandc.s re

social a que vai atender;

dc várias dependências, cabendo a maior

7)

Conforme foi mencionado, o "Bu

reau" de Orçamento, quando lança o pe dido para apresentação das propostas parciais, envia, junto ao mesmo, ins truções o formulários sôbre a maneira-'

responsabilidade, na elaboração do orça

verá ser feito;

mento, à Divisão de Estimativas e à Fiscal; todavia, as divisões de Gerên

6) Custo — despesa com pe;:soah

cia Administrativa, Padrões Estatísticos

material etc.

Financiamento — como conse

guir os mcio.s necessários.

i

Bcvisão das pro})Ostas

Como último estágio da elaboração

orçamentária dentro do um departamqnto ou Ministério, a Comissão de. Orça mento examina e revisa as x^iopostas

oriundas das várias seções e dependên

dendo no atual, e quanto pretendem despender no futuro. Veme B. Lewís, em seu excelente tra

sadas em vários graus. Assim, as esti

balho intitulado "Administração Orça mentária no Departamento de Agricul

mativas feitas nas divisões dos Ministé

tura dos E. U. A.", aconselha uma for

rios são analisadas, revisadas e submeti

ma padronizada para as justificações das propostas orçamentárias, as quais, segun

dc cada ano, devendo o orçamento ser

entregue ao Legislativo nos primeiros dias de janeiro.

Para melhor compreendermos estas

submete com suas recomendações finais

financeiro a que obedece o orçamento federal dos E. U. A. começa a 1.® de

ao Ministro ou ao chefe da repartição, de Orçamento, com uma exposição, na

qual os aspectos mais importantes da proposta parciál são discutidos e justifi cada a política que ps determinou.

de que necessitam para os seus proje tos. Em cada pedido de verba, as re

çamento, de acordo com a lei, còmo já ficou expresso, até o dia 15 de setembro

datas, convém lembrar que o exercício

num todo, as assina e envia ao "Biireau"

pelas repartições, ao pedirem as verbas

As pi^opostas orçamentiirias parciais devem dar entrada no "Bureau" de Or

cias do Ministério ou repartição e as

tas. Êsses formulários, cm geral, cons tam dc várias colunas, muito parecidas

tado, as quais deverão ser preenchidas

c de Referência Legislativa prestam con tínua e indispensável colaboração na ta refa cm apreço.

o qual, uma vez as mesníaç reunidas

com as que estamos usando aqui no Es

O "Bureau" dc Orçamento compõe-se

Plano de trabalho — como de

e forma de apresentação dassas propos

mas e de traduzi-los em quantidades de pessoal, de material, de viagens etc. e,

das com recomendações ao Chefe da

ferido para u Presidência da República.

sim, as seções dc contabilidade coope ram compilando dados sobro despesas passadas e correntes, para o preparo das

Forma das propostas parciais

ro, lendo, nessa última data, sido trans

mira;

.5)

do pessoal enviam dados com relação ao elemento humano c assim por diante.

de 1921 a 1939 no Ministério do Tesou

•3) O problema — o porque; 4) Signifieação — a necessidade

partições dura semanas c até vários me

estimativas; dc outro lado, as seções

O "Bureau" de Orçamento funcionou

1 ) Projeto — titulo; 2) Objetivo — o <jue se tem em

ses, é importante salientar a c.streila cooperação existente entre a Seção de Orçamento c os técnicos das diferentes divisões, "bureaux", seções ctc. As

partições deverão dizer o que despende ram no ano findo, o que estão despen

As estimativas são elaboradas e revi

73

Digesto Econômico

Seção de Orçamento, o qual as exami

ção, de planejar os respectivos progra finalmente, em forma monetária.

1

A tarefa do "Bureau" de Orçamenlo A Lei do Orçamento e Contabilidade

julho de cada ano e finda a 30 de junho do ano seguinte. •As propostas orçamentárias parciais,

assim que dão entrada no "Bureau" de Orçamento, são analisadas, verba por verba, item por item, pela Divisão de Estimativas, por grupos de "examina doras".

Os examinadores

de 1921 (Budget and Accounting Act) criou o "Bureau" de Orçamento, o qual, segundo a mesma, tem por escopo, "de

A sua própria designação está a indi car qual é a função dos examinadoras

conformidade com as regras e reguhi-

(examineis) no processo da elaboração

mentos qtie o Presidente pi-escrever, ela borar, para ele, o orçamento, tendo, para

orçamentária.

tal fim, autoridade para reunir, compa

O Diretor da Divisão de Estimativas do "Bureau" de Orçamenlo é auxiliado

rar, revisar, reduzir ou aumentar as es

por seis assistentes, cada um dos quais


72

na efetivação da política orçamentária, financeira e processual do Ministério; nn aquisição das verbas e sua cli5tril)uição, contabilidade, controle, relatórios orça

mentários e financeiros, compras, ven das etc.

Essas seções, também em cooperação com os técnicos que formam os Estados

Maiores de outras seções e departamen tos, lideram movimentos em prol do melhoramento dos serviços e da ge rencia administrativa, a fim de assegu rarem um cada vez melhor, mais apro priado e econômico uso dos dinheiros públicos e, finalmente, lhes cabe a im portante missão de servir como elemen

to de ligação com o "Bureau" de Orça mento, com o Tesouro, com as Comis

sões de Finanças do Congresso etc. (United States Govemment Mannual — 1947).

Durante o tempo em que as estimati vas que formarão as propostas parciais estão sendo elaboradas, dentro dos Mi nistérios ou repartições, altos oficiais admjnistratívos, incluindo chefes, assisten

tes, funcionários especializados das di versas divisões e o respectivo Diretor de Orçamento dedicam uma grande par te de seu tempo e energia nesse mister. Sessões são realizadas entre os chefes e seus subordinados, em toda a liierar-

quia, no sentido de auscultar quais as necessidades dos serviços que deverão ser atendidas no orçamento em elabora

Digesto Econômico

do o mesmo, deverão obedecer aos tí-

timativas dos diversos departamentos e

na o revisa, por siia x-cz, com relação ao seu conteúdo e montante, c são sub

tiro.s:

estabelecimentos".

metidas, a seguir, ao Mini.stro.

No preparo das propostas parciais, dos relatórios e exposições de motivos, em

todo esse -processo, que nas grandc.s re

social a que vai atender;

dc várias dependências, cabendo a maior

7)

Conforme foi mencionado, o "Bu

reau" de Orçamento, quando lança o pe dido para apresentação das propostas parciais, envia, junto ao mesmo, ins truções o formulários sôbre a maneira-'

responsabilidade, na elaboração do orça

verá ser feito;

mento, à Divisão de Estimativas e à Fiscal; todavia, as divisões de Gerên

6) Custo — despesa com pe;:soah

cia Administrativa, Padrões Estatísticos

material etc.

Financiamento — como conse

guir os mcio.s necessários.

i

Bcvisão das pro})Ostas

Como último estágio da elaboração

orçamentária dentro do um departamqnto ou Ministério, a Comissão de. Orça mento examina e revisa as x^iopostas

oriundas das várias seções e dependên

dendo no atual, e quanto pretendem despender no futuro. Veme B. Lewís, em seu excelente tra

sadas em vários graus. Assim, as esti

balho intitulado "Administração Orça mentária no Departamento de Agricul

mativas feitas nas divisões dos Ministé

tura dos E. U. A.", aconselha uma for

rios são analisadas, revisadas e submeti

ma padronizada para as justificações das propostas orçamentárias, as quais, segun

dc cada ano, devendo o orçamento ser

entregue ao Legislativo nos primeiros dias de janeiro.

Para melhor compreendermos estas

submete com suas recomendações finais

financeiro a que obedece o orçamento federal dos E. U. A. começa a 1.® de

ao Ministro ou ao chefe da repartição, de Orçamento, com uma exposição, na

qual os aspectos mais importantes da proposta parciál são discutidos e justifi cada a política que ps determinou.

de que necessitam para os seus proje tos. Em cada pedido de verba, as re

çamento, de acordo com a lei, còmo já ficou expresso, até o dia 15 de setembro

datas, convém lembrar que o exercício

num todo, as assina e envia ao "Biireau"

pelas repartições, ao pedirem as verbas

As pi^opostas orçamentiirias parciais devem dar entrada no "Bureau" de Or

cias do Ministério ou repartição e as

tas. Êsses formulários, cm geral, cons tam dc várias colunas, muito parecidas

tado, as quais deverão ser preenchidas

c de Referência Legislativa prestam con tínua e indispensável colaboração na ta refa cm apreço.

o qual, uma vez as mesníaç reunidas

com as que estamos usando aqui no Es

O "Bureau" dc Orçamento compõe-se

Plano de trabalho — como de

e forma de apresentação dassas propos

mas e de traduzi-los em quantidades de pessoal, de material, de viagens etc. e,

das com recomendações ao Chefe da

ferido para u Presidência da República.

sim, as seções dc contabilidade coope ram compilando dados sobro despesas passadas e correntes, para o preparo das

Forma das propostas parciais

ro, lendo, nessa última data, sido trans

mira;

.5)

do pessoal enviam dados com relação ao elemento humano c assim por diante.

de 1921 a 1939 no Ministério do Tesou

•3) O problema — o porque; 4) Signifieação — a necessidade

partições dura semanas c até vários me

estimativas; dc outro lado, as seções

O "Bureau" de Orçamento funcionou

1 ) Projeto — titulo; 2) Objetivo — o <jue se tem em

ses, é importante salientar a c.streila cooperação existente entre a Seção de Orçamento c os técnicos das diferentes divisões, "bureaux", seções ctc. As

partições deverão dizer o que despende ram no ano findo, o que estão despen

As estimativas são elaboradas e revi

73

Digesto Econômico

Seção de Orçamento, o qual as exami

ção, de planejar os respectivos progra finalmente, em forma monetária.

1

A tarefa do "Bureau" de Orçamenlo A Lei do Orçamento e Contabilidade

julho de cada ano e finda a 30 de junho do ano seguinte. •As propostas orçamentárias parciais,

assim que dão entrada no "Bureau" de Orçamento, são analisadas, verba por verba, item por item, pela Divisão de Estimativas, por grupos de "examina doras".

Os examinadores

de 1921 (Budget and Accounting Act) criou o "Bureau" de Orçamento, o qual, segundo a mesma, tem por escopo, "de

A sua própria designação está a indi car qual é a função dos examinadoras

conformidade com as regras e reguhi-

(examineis) no processo da elaboração

mentos qtie o Presidente pi-escrever, ela borar, para ele, o orçamento, tendo, para

orçamentária.

tal fim, autoridade para reunir, compa

O Diretor da Divisão de Estimativas do "Bureau" de Orçamenlo é auxiliado

rar, revisar, reduzir ou aumentar as es

por seis assistentes, cada um dos quais


74

super\'isiona dois ou três grupos de exa-

mínadores do orçamento, sendo tais gru pos em número de 11. Cada um dos

grupos em apreço, durante o ano, acom panha o serviço de um ou mais Minis

térios ou repartições, quer examinando e

dando parecer nos pedidos de suplementação de verba, feitos por esses Mi nistérios ou repartições, quer, ainda,

mantendo contacto freqüente, para troca de idéias, com técnicos dessas mesmas entidades, de modo a ficarem familiari

zados com seus respectivos serviços e melhor conhecerem as suas necessidades. Alguns técnicos em orçamento acon

selham o rodízio para os examinadores,

a fim de evitar que êstes, após o con

tacto mais ou menos prolongado com o pessoal de determinadas repartições, exa minem os seus pedidos de verbas "patemalmente", em vez de serem objetivos. Muito antes de as propostas parciais entrarem no "Bureau" de

Orçamento, |os "examinadores"

do "Bureau", de quando em vez, _ mantêm contacto com o pessoal,

dos Ministérios ou repartições, oferecendo a sua assistência na interpretação da "Call for Estímates". Para êsse fim, os "examinadores" devem

estar bem a par da política que o Go-

DiCESTO Econômico

Ministérios c Kepartições, .sôbre a for ma e o estilo da apresentação das justi ficações de seus pedidos de verba, acen tuando quais os pontos que merecem mais destaque cm suas exposições; sô bre a melhor forma de especialização da.s despesas; lembrar o dia fatal para entrega das proposta.s parciais (15 de setembro) a fim dc evitar atrasos c

assim por diante. Antes da realização das audiências de orçamento, os examinadores procuram

obter todos os informes necessários, a

fim de estarem preparados para as dis cussões. De , outro lado, as discussões em aprêço não se desenvolvem ao sabor

do chamado olhômctro e do palpite. Tudo é contado e medido ao máximo

possível.

Os examinadores têm sempre em vis ta estatísticas e dados recenfes sôbre o custo de vida; sôbre a média dos

salários vigorantes no mercado de trabalho no momento, para tal ou qual função; sôbre as tendên cias do volume do trabalho, tais como facilidade ou dificuldade na consecução do elemento humano

necessário ao serviço; sôbre as tabelas

dos preços das utilidades etc. Os exami

vêmo tem em vista na elaboração do

nadoras, no desempenho fiel de sua tarefa, vão mais longe ,ainda. Êles pro

orçamento para dado ano; de todas as

curam verificar se, para a consecução

instruções que forem baixadas pelo "Bu reau" sôbre o assunto; da história das

verbas gastas e pedidas pelos Ministé rios ou repartições, que lhes estão afe tas, nos últimos anos e no ano em curso; das criticas levantadas por membros do Congresso ou pelas suas comissões,

dos programas de trabalho propostos, as percentagens com a de.spesa de pessoal e material guardam uma relação razoá vel.- Assim, êles procuram medir os pro

75

Dicksto Econónhco

Ern face dc lôdas essas atribuições dos '•'^♦^"linadorc.s, se infere que os mes-

nos últimos dias de dezembro.

aS propostas orçaincntúria.s parciais, lo go que elas dão entrada no "Bureau" de

umas poucas horas, para as pequenas re

Orçamento.

E

muito comum, durante o exame

cias propo.stas parciais, serem chamados, pela Divisão dc Estimativas, técnicos de outras dependências do "Bureau" e mes mo de repartições estranhas ao mesmo e até das universidades privadas, para prestarem sua assistência ou darejn sua opinião .sôbre este ou aquele caso, por quanto o orçamento interessa a tôda a

coletividade, e, de sua boa elaboração e execução, decorrem maior ou menor

soma de serviços prestados pelo Estado ao povo, que a Administração serve. Assim, médicos são chamados para opi narem sôbre assuntos de saúde pública,

A duração de uma audiência vai desde

partições, a várias semanas, para as grandes.

Depois de cada audiência, em geral, os examinadores se reúnem para trocar idéias acerca do que foi deliberado c combinam progmma para o dia seguin te. Nesse ínterim, são freqüentes as con sultas formuladas pela Comissão de Au diência e outros funcionários do "Bu reau" de Oi'çamento, a fim de serem cla

readas quaisquer dúvidas que pairem acerca dos assuntos debatidos. Depois que a Comissão de Audiên cia chega a um resultado sôbre os prós o os contras, um relatório é elaborado,

economia, ciência da administiação, pro-

lüstoriando o que foi resolvido, o qual vem acompanhado de uma justificação detalhada do motivo pelo qual cada verba pedida foi aceita ou rejeitada.

fessôres etc.

Pessoal ^ue comparece às audiências

e, em assuntos de sua especialização, técnicos em finanças, em direito fiscal,

Comparecem às audiências, de um la

As audiências (Dudget Hearings) . Unia vez examinada devidamente a

proposta parcial apresentada por deter minada repartição, têm lugar as audiên cias, nas quais os representantes desta repartição têm oportunidade de justi ficar seus pedidos e esclarecer os pontos que ainda estejam obscuros.

do, o chefe dos "examinadores", que eni geral as preside, e os assistentes-examinadores julgados necessários; de outro la

do, o representante da repartição que apresenta o pedido de verba, acompa nhado pelo seu Estado Maior e do Di

retor de Orçamento da mesma reparti ção, também acompanhado de seus téc

Muitas decisões tomadas antes das au

nicos.

gramas em unidades de trabalho e de material, isto é, examinam o número de

diências pelos "examinadores" podem,

Revisão das propostas parciais pelo Di retor do "Bureau" de Orçamento Uma vez terminado o processo da audiências, as propostas parciais prove

nesse

ínterim,

ser modificadas.

Al

horas de trabalho que o programa em

gumas verbas são acrescidas, outras di

estudo requer, bem como a quantidade

reau" no assunto etc..

minuídas. Estas audiências não têm ca

dc material necessário à efetivação do

ráter público, como as levadas a efeito pelo legislativo. O programa inicial pode ser aceito "in

clarecer os Diretores de Orçamento dos

As audiências tem início, em geral,

rnos devern ser bem experimentados em seu mister, pois êles como que filtram

sôbre o assunto: da posição do "Bu Os examinadores devem também es

totum" e pode ser modificado ou rejeita do em fa>>or desta ou daquela alternativa.

mesmo, de modo a evitar o desperdício dêsses dois grandes elementos,

nientes dos diversos Ministérios ou re partições são. revisadas pelo Diretor d


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super\'isiona dois ou três grupos de exa-

mínadores do orçamento, sendo tais gru pos em número de 11. Cada um dos

grupos em apreço, durante o ano, acom panha o serviço de um ou mais Minis

térios ou repartições, quer examinando e

dando parecer nos pedidos de suplementação de verba, feitos por esses Mi nistérios ou repartições, quer, ainda,

mantendo contacto freqüente, para troca de idéias, com técnicos dessas mesmas entidades, de modo a ficarem familiari

zados com seus respectivos serviços e melhor conhecerem as suas necessidades. Alguns técnicos em orçamento acon

selham o rodízio para os examinadores,

a fim de evitar que êstes, após o con

tacto mais ou menos prolongado com o pessoal de determinadas repartições, exa minem os seus pedidos de verbas "patemalmente", em vez de serem objetivos. Muito antes de as propostas parciais entrarem no "Bureau" de

Orçamento, |os "examinadores"

do "Bureau", de quando em vez, _ mantêm contacto com o pessoal,

dos Ministérios ou repartições, oferecendo a sua assistência na interpretação da "Call for Estímates". Para êsse fim, os "examinadores" devem

estar bem a par da política que o Go-

DiCESTO Econômico

Ministérios c Kepartições, .sôbre a for ma e o estilo da apresentação das justi ficações de seus pedidos de verba, acen tuando quais os pontos que merecem mais destaque cm suas exposições; sô bre a melhor forma de especialização da.s despesas; lembrar o dia fatal para entrega das proposta.s parciais (15 de setembro) a fim dc evitar atrasos c

assim por diante. Antes da realização das audiências de orçamento, os examinadores procuram

obter todos os informes necessários, a

fim de estarem preparados para as dis cussões. De , outro lado, as discussões em aprêço não se desenvolvem ao sabor

do chamado olhômctro e do palpite. Tudo é contado e medido ao máximo

possível.

Os examinadores têm sempre em vis ta estatísticas e dados recenfes sôbre o custo de vida; sôbre a média dos

salários vigorantes no mercado de trabalho no momento, para tal ou qual função; sôbre as tendên cias do volume do trabalho, tais como facilidade ou dificuldade na consecução do elemento humano

necessário ao serviço; sôbre as tabelas

dos preços das utilidades etc. Os exami

vêmo tem em vista na elaboração do

nadoras, no desempenho fiel de sua tarefa, vão mais longe ,ainda. Êles pro

orçamento para dado ano; de todas as

curam verificar se, para a consecução

instruções que forem baixadas pelo "Bu reau" sôbre o assunto; da história das

verbas gastas e pedidas pelos Ministé rios ou repartições, que lhes estão afe tas, nos últimos anos e no ano em curso; das criticas levantadas por membros do Congresso ou pelas suas comissões,

dos programas de trabalho propostos, as percentagens com a de.spesa de pessoal e material guardam uma relação razoá vel.- Assim, êles procuram medir os pro

75

Dicksto Econónhco

Ern face dc lôdas essas atribuições dos '•'^♦^"linadorc.s, se infere que os mes-

nos últimos dias de dezembro.

aS propostas orçaincntúria.s parciais, lo go que elas dão entrada no "Bureau" de

umas poucas horas, para as pequenas re

Orçamento.

E

muito comum, durante o exame

cias propo.stas parciais, serem chamados, pela Divisão dc Estimativas, técnicos de outras dependências do "Bureau" e mes mo de repartições estranhas ao mesmo e até das universidades privadas, para prestarem sua assistência ou darejn sua opinião .sôbre este ou aquele caso, por quanto o orçamento interessa a tôda a

coletividade, e, de sua boa elaboração e execução, decorrem maior ou menor

soma de serviços prestados pelo Estado ao povo, que a Administração serve. Assim, médicos são chamados para opi narem sôbre assuntos de saúde pública,

A duração de uma audiência vai desde

partições, a várias semanas, para as grandes.

Depois de cada audiência, em geral, os examinadores se reúnem para trocar idéias acerca do que foi deliberado c combinam progmma para o dia seguin te. Nesse ínterim, são freqüentes as con sultas formuladas pela Comissão de Au diência e outros funcionários do "Bu reau" de Oi'çamento, a fim de serem cla

readas quaisquer dúvidas que pairem acerca dos assuntos debatidos. Depois que a Comissão de Audiên cia chega a um resultado sôbre os prós o os contras, um relatório é elaborado,

economia, ciência da administiação, pro-

lüstoriando o que foi resolvido, o qual vem acompanhado de uma justificação detalhada do motivo pelo qual cada verba pedida foi aceita ou rejeitada.

fessôres etc.

Pessoal ^ue comparece às audiências

e, em assuntos de sua especialização, técnicos em finanças, em direito fiscal,

Comparecem às audiências, de um la

As audiências (Dudget Hearings) . Unia vez examinada devidamente a

proposta parcial apresentada por deter minada repartição, têm lugar as audiên cias, nas quais os representantes desta repartição têm oportunidade de justi ficar seus pedidos e esclarecer os pontos que ainda estejam obscuros.

do, o chefe dos "examinadores", que eni geral as preside, e os assistentes-examinadores julgados necessários; de outro la

do, o representante da repartição que apresenta o pedido de verba, acompa nhado pelo seu Estado Maior e do Di

retor de Orçamento da mesma reparti ção, também acompanhado de seus téc

Muitas decisões tomadas antes das au

nicos.

gramas em unidades de trabalho e de material, isto é, examinam o número de

diências pelos "examinadores" podem,

Revisão das propostas parciais pelo Di retor do "Bureau" de Orçamento Uma vez terminado o processo da audiências, as propostas parciais prove

nesse

ínterim,

ser modificadas.

Al

horas de trabalho que o programa em

gumas verbas são acrescidas, outras di

estudo requer, bem como a quantidade

reau" no assunto etc..

minuídas. Estas audiências não têm ca

dc material necessário à efetivação do

ráter público, como as levadas a efeito pelo legislativo. O programa inicial pode ser aceito "in

clarecer os Diretores de Orçamento dos

As audiências tem início, em geral,

rnos devern ser bem experimentados em seu mister, pois êles como que filtram

sôbre o assunto: da posição do "Bu Os examinadores devem também es

totum" e pode ser modificado ou rejeita do em fa>>or desta ou daquela alternativa.

mesmo, de modo a evitar o desperdício dêsses dois grandes elementos,

nientes dos diversos Ministérios ou re partições são. revisadas pelo Diretor d


70

Dicesto Econónoco

"Bureau" de Orçamento e seu Estado

Maior, em reuniões nas quais tomam parte chefes e assistentes das várias di

visões do "Bureau" e os principais re presentantes dos grupos de examinadores.

Nessas reuniões são consideradas

o Presidente da República, o cpial consi dera, cm geral, os grandes totais; os di paralivos cia despesa do exercício ante

como as recomendações da Comissão de Audiências.

diminuições verificados nestas estimati

A revisão, nesse último estágio, é feita em linhas gerais e tem em vista, principalmente, os programas, a política fiscal e a coordenação de atividades en tre os vános ministérios e dentro deles.

I

Determinação do Presidente

No último estágio da elaboração orça

Giualdo o. Ban*aski\vitz

A pequena inditslria descentralizada

manutenção de um contingente de ope rários qualificado.s, problemas geralmen

^ substituição do vapor pela energia

ministérios uma carta de concessão (Letter of allowance) notificaiido-os acerca das decisões do Presidente, com rela

amplas perspectivas aos chamados paí Graças a essa c\'olução

te muito sério nos países "no\'Os", não se tornou tão difícil quauto o é para as emprêsas centralizadas em gi-andes cen tros urbanos. Quando, pouco antes da

técnica, tornou-so possível a dispersão

al)crtura das hostilidades no Extremo

ção aos seus pedidos de verba.

da produção mamifaturcira em vasto • territórios, permitindo o estabelecimento de condições mais econômicas paru a

a se desenvolver nas cidades daquela

vas etc.

Finalmente, é dirigida a cada um dos

O orçamento vai, então, para o

prelo, de modo a estar impresso no dia 3 de janeiro, data cm que

mentária, o Diretor do "Bureau" de Or

será transmitido, pelo Presidente, ao

çamento e seu assistente reúnem-se com

Congresso.

O levantamento econômico da Grã-Bretanha para êste ano, que acaba de ser )niblicado coloca o programa agrícola em lugar de destaque. Deverá ser obtida uma produção muito maior através, da expansão da área cultivável e um grande aumento da mão-de-obra agrícola, devendo ser recrutados mais 71.000 trabalhado-

T\

III

rior com o atual c com o futuro; as es

timativas submetidas pelos ministérios; as cstimali\as recomendadas pelo "Bu reau de Orçamento; os aumentos ou

as diferentes propostas parciais, bem

í i-A-V.» 1. * í •

A.i i*-*

versos quadros-resumos; o.s quadros coni-

necessidades de mão-de-obra para ôste ano são avaliadas em 1.110.000 tra-

do numero de voluntários que se estão inscrevendo para prestar-uma ajuda nos trabalhos agrícolas, o Ministério da Agricultura está recebendo uma

.. 7 T 7 ° T.j' , usiu lüveuenao uma ande quantidade de pedidos da parte dos que desejam passar uma semana ou mais nos ficampamentos agrícolas voluntários. Há cerca de 100 dêsses acampamen

tos em todo o país, com uma capacidade para cêrca de 200.000 voluntários. Cal

cula-se que haverá pelo menos 50.000 voluntários mais do que no ano passado. Uma outra indicação do vigor com que a Grã-Bretanha se está empenhando em seu grande programa agrícola foi dada pelo ministro da Agricultura, na Câmara dos Comuns, na semana passada. Anunciou ôle que os últimos dados revelam que

os agricultores ultrapassarão o objetivo estabelecido para os mesmos para a cultura da batata e que estão sendo plantados 1.400.000 acres.

elétrica como força ses "novos".

industrialização.

motriz abriu

Como, ao início da

produção maniifatureira num país, o mercado interno ainda oferece resistên

Oriente, uma grande indústria começou antiga possessão holandesa, Iimitou-.se

ela a produzir certos artigos de qualida de superior, tomando-se assim mais um complemento que um concorrente da

cia ao consumo da produção indígena,

pequena indústria.

c como, freqüentemente, as condições de transporte não permitem a perfeita dis tribuição dos produtos aos pontos mais

em curso sc integra, além disso, num

A industrialização

programa de renovação econômica cuja orientação foi fixada na obra: "The In

longínquos do território nacio

dustrial Development of the

nal, são cm geral destinadas a completo raalôgro as primeiras

Netherlands Indies".

tentativas de estabelecimento

cia da descentralização indus

de indústrias de grande envergadura. Foi o que sc deu em

Outro exemplo da importân

trial nos oferece o Japão. Neste

,

país, cujo surto manufatureiro espantou o mundo, a evolução

1920 nas índias Holandesas.

Em 1930, porém, o contrário se

do artezanato à pequena indús

,

tria se tomou mais fácil graças

verificou, na mesma colônia,

^'

com as tentativas de criação

apresentaram notáveis índices

que constituem um importan

de êxito. Essas pequenas fá bricas, distribuídas por todo o território das ilhas, exigiam em geral pequenos

à utilização da energia elétri ca. Ê interessante acentuar que essas pequenas empresas,

de pequenas indústrias, que

te setor da indústria japonêsa, são muitas vezes controladas

por poderosos interes

.1 vW'

ses financeiros, que as

capitais, empregando mão-de-obra abun dante c barata. Com

tal descentralização a

. 1,.

integram numa cadeia

' "■ .

de fábricas dirigidas por um "Trust".

...J,.:.. . ..

.•-:áíí


70

Dicesto Econónoco

"Bureau" de Orçamento e seu Estado

Maior, em reuniões nas quais tomam parte chefes e assistentes das várias di

visões do "Bureau" e os principais re presentantes dos grupos de examinadores.

Nessas reuniões são consideradas

o Presidente da República, o cpial consi dera, cm geral, os grandes totais; os di paralivos cia despesa do exercício ante

como as recomendações da Comissão de Audiências.

diminuições verificados nestas estimati

A revisão, nesse último estágio, é feita em linhas gerais e tem em vista, principalmente, os programas, a política fiscal e a coordenação de atividades en tre os vános ministérios e dentro deles.

I

Determinação do Presidente

No último estágio da elaboração orça

Giualdo o. Ban*aski\vitz

A pequena inditslria descentralizada

manutenção de um contingente de ope rários qualificado.s, problemas geralmen

^ substituição do vapor pela energia

ministérios uma carta de concessão (Letter of allowance) notificaiido-os acerca das decisões do Presidente, com rela

amplas perspectivas aos chamados paí Graças a essa c\'olução

te muito sério nos países "no\'Os", não se tornou tão difícil quauto o é para as emprêsas centralizadas em gi-andes cen tros urbanos. Quando, pouco antes da

técnica, tornou-so possível a dispersão

al)crtura das hostilidades no Extremo

ção aos seus pedidos de verba.

da produção mamifaturcira em vasto • territórios, permitindo o estabelecimento de condições mais econômicas paru a

a se desenvolver nas cidades daquela

vas etc.

Finalmente, é dirigida a cada um dos

O orçamento vai, então, para o

prelo, de modo a estar impresso no dia 3 de janeiro, data cm que

mentária, o Diretor do "Bureau" de Or

será transmitido, pelo Presidente, ao

çamento e seu assistente reúnem-se com

Congresso.

O levantamento econômico da Grã-Bretanha para êste ano, que acaba de ser )niblicado coloca o programa agrícola em lugar de destaque. Deverá ser obtida uma produção muito maior através, da expansão da área cultivável e um grande aumento da mão-de-obra agrícola, devendo ser recrutados mais 71.000 trabalhado-

T\

III

rior com o atual c com o futuro; as es

timativas submetidas pelos ministérios; as cstimali\as recomendadas pelo "Bu reau de Orçamento; os aumentos ou

as diferentes propostas parciais, bem

í i-A-V.» 1. * í •

A.i i*-*

versos quadros-resumos; o.s quadros coni-

necessidades de mão-de-obra para ôste ano são avaliadas em 1.110.000 tra-

do numero de voluntários que se estão inscrevendo para prestar-uma ajuda nos trabalhos agrícolas, o Ministério da Agricultura está recebendo uma

.. 7 T 7 ° T.j' , usiu lüveuenao uma ande quantidade de pedidos da parte dos que desejam passar uma semana ou mais nos ficampamentos agrícolas voluntários. Há cerca de 100 dêsses acampamen

tos em todo o país, com uma capacidade para cêrca de 200.000 voluntários. Cal

cula-se que haverá pelo menos 50.000 voluntários mais do que no ano passado. Uma outra indicação do vigor com que a Grã-Bretanha se está empenhando em seu grande programa agrícola foi dada pelo ministro da Agricultura, na Câmara dos Comuns, na semana passada. Anunciou ôle que os últimos dados revelam que

os agricultores ultrapassarão o objetivo estabelecido para os mesmos para a cultura da batata e que estão sendo plantados 1.400.000 acres.

elétrica como força ses "novos".

industrialização.

motriz abriu

Como, ao início da

produção maniifatureira num país, o mercado interno ainda oferece resistên

Oriente, uma grande indústria começou antiga possessão holandesa, Iimitou-.se

ela a produzir certos artigos de qualida de superior, tomando-se assim mais um complemento que um concorrente da

cia ao consumo da produção indígena,

pequena indústria.

c como, freqüentemente, as condições de transporte não permitem a perfeita dis tribuição dos produtos aos pontos mais

em curso sc integra, além disso, num

A industrialização

programa de renovação econômica cuja orientação foi fixada na obra: "The In

longínquos do território nacio

dustrial Development of the

nal, são cm geral destinadas a completo raalôgro as primeiras

Netherlands Indies".

tentativas de estabelecimento

cia da descentralização indus

de indústrias de grande envergadura. Foi o que sc deu em

Outro exemplo da importân

trial nos oferece o Japão. Neste

,

país, cujo surto manufatureiro espantou o mundo, a evolução

1920 nas índias Holandesas.

Em 1930, porém, o contrário se

do artezanato à pequena indús

,

tria se tomou mais fácil graças

verificou, na mesma colônia,

^'

com as tentativas de criação

apresentaram notáveis índices

que constituem um importan

de êxito. Essas pequenas fá bricas, distribuídas por todo o território das ilhas, exigiam em geral pequenos

à utilização da energia elétri ca. Ê interessante acentuar que essas pequenas empresas,

de pequenas indústrias, que

te setor da indústria japonêsa, são muitas vezes controladas

por poderosos interes

.1 vW'

ses financeiros, que as

capitais, empregando mão-de-obra abun dante c barata. Com

tal descentralização a

. 1,.

integram numa cadeia

' "■ .

de fábricas dirigidas por um "Trust".

...J,.:.. . ..

.•-:áíí


78

• fíH'

Dicesto Ecokómico

Dir;K.sT<>

De um modo geral, a existência de pequena indústria permite a descentrali zação da produção, que por sua vez

bações do mercado nacional ou itdcma-

Mmíta também os efeitos do êxodo das

dnslrialização mcdianlo o desenvolvimen

populações rurais para os grandes cen

Mas não é po.ssíve! promover a iri-

tros urbanos. Dispondo de mão-de-obra

fácil e barata e de matérias-primas não

tamento a eletrificação do interior. No

produzir a baixo custo sem a necessidade

de substituir por máquinas o braço hu

temos, a propósito, que o nosso país ocupa, no que .se refere à produção de energia elétrica, posição muito modesta^ mesmo entre os países sul-aniericanos; nossa situação não apresentou sensíveis progressos nestes últimos quinze anos

Est. Unidos Alemanha Canadá

18751885

19261938

H- 5.1% + 2,7%

+ 0,2% 2,2%

1926-

1875-

1926-

1885

1938

1885

1938

4- 2,7% 4-1,7% 4- 3,6% 4- 0,6% 4- 4,3% 4- 3,8%

-0,6% 4-1,7% - 0,3% 4- 2,5% 4- 0,1% 4- 3,5%

4- 2,3% 4- 0,8% 4- 1,0% 4- 0,5%

4-4,1%

4-1,1%

4- 1.1%

4-1,4%

4- 1,6%

4- 2,9%

4-1,0%

4-0,4%

It^a (x) ..

4- 4,9% 4,3%

-h 1,0% 4- 4,9%

4- 0,6% 4- 0,5%

4- 0,9% 4- 1,3%

(x) Em lugar da época 1875-85, foi tòniado o período 1881-190D como base

bem inferior à da Argentina e do Méxict) Se se levar cm conta a extensão do terri tório e o volume da população, o Brasil se coloca, em matéria de produção de energia elétrica, depois do Chile, da Co>

'(xx) Em lugar de 1875-85, foi tomado o período 1893-1913 como base de

de cálculo. cálculo.

Nos países "novos", a industrializa ção influi sensivelmente no aumento dos nascimentos e na diminuição da

dústria será dificultada por essa lamen

mortalidade, graças à difusão de medi das de higiene entre as classes traba

tável deficiência.

lhadoras e em

eventual descentralização de nossa in

virtude, também, do

maior bem-estar geral.

O fator demográfico

O exemplo dos Estados Unidos, tão freqüentemente citado, serve, ainda des ta vez, para demonstrar que, em países

descentralizada representa um fator es tabilizador da vida regional. As trocas

1875-

Inglaterra índia (xx) .

Produção por habitante

sendo nossa rédc de usinas geradoras

lômbia, do Uruguai e do Peru. Umn

mano. Mas, naturalmente, a pequena indústria não poderá competir com a grande, se sua dispersão não lhe propor cionar, além das vantagens mencionadas, uma diminuição dos gastos na distribui ção de seus produtos. Além das suas vantagens de ordem econômica, determinadas pelo baixo em prego de capitais, a pequena indústria

Poptdação

Produção

cíonal.

to de empresas descentralizadas senão nf)s países onde já atingiu certo adian

encarecidas pelas despesas de transpor te, as pequenas fábricas, distribuídas por todo o território nacional, conseguem

79

Ec:osANtiCO

de população rarefeita, o enriquecimento demográfico pela imigração contribui para o desenvolvimento industrial. q aumento da produção manufatureira nos Estados Unidos se deve não só à ele

Demonstra o

quadro seguinte o abismo que, relati vamente ao índice de mortalidade, se

para os países retardados de outras re

giões industrialmente mais adiantadas

(estatísticas extraídas de um boletim

de junho de 1947, da Sociedade das Nações):

de 100.000 PESSOAS, VIVIAM AINDA, AO COMPLETAR 1 5 10 35 75

ano anos anos anos anos

No Chile

Em Portugal

Na Nova Zelândia

74,290 63.399 61.856 50.585 12.401

86.306

96.347

78.335

95.212 94.576 89.954 40.151

No Chile, um quarto das crianças não

77.070 68.921 21.716

O primeiro resultado da difusão da higiene nos países de evolução retarda

vação do índice de produção "per ca pita", como, sobretudo, ao aumento da

completa um ano de vida, impressionan

população.

infelizmente, é também o de nosso país.

Nos países de população densa, ao contrário, foi o desenvolvimento indus trial verificado ao curso do século XIX

Zelândia — que possui uma agricultura

que determinou o crescimento demográ

principalmente da porcentagem de pes soas que ultrapassam os 75 anos de

ra o crescimento da população. Nas índias, de 1871 a 1941, o aumento da

idade; esta porcentagem é de 12,4% no Chile, 21,7% em Portugal e de 40% no

mo período, a população triplicou, graças

referido domínio britâmco.

à influência dos citados fatores.

de matérias-primas por produtos manu

fico. O seguinte quadro demonstra cla

faturados se fazem, nos quadros locais,

ramente a influência do fator demográ

independentemente de eventuais pertur

fico na produção industrial;

te índice de mortalidade infantil que, Mas a diferença em relação à Nova

altamente

industrializada

ressalta

,X.-,

da se manifesta na queda da mortali dade infantil.

Com isso aumenta tam

bém, num lapso de dez anos, a popu lação em idade de procriar, o que, evi

dentemente, representa um estímulo pa população foi de 51%; no Brasil, no mes Só


78

• fíH'

Dicesto Ecokómico

Dir;K.sT<>

De um modo geral, a existência de pequena indústria permite a descentrali zação da produção, que por sua vez

bações do mercado nacional ou itdcma-

Mmíta também os efeitos do êxodo das

dnslrialização mcdianlo o desenvolvimen

populações rurais para os grandes cen

Mas não é po.ssíve! promover a iri-

tros urbanos. Dispondo de mão-de-obra

fácil e barata e de matérias-primas não

tamento a eletrificação do interior. No

produzir a baixo custo sem a necessidade

de substituir por máquinas o braço hu

temos, a propósito, que o nosso país ocupa, no que .se refere à produção de energia elétrica, posição muito modesta^ mesmo entre os países sul-aniericanos; nossa situação não apresentou sensíveis progressos nestes últimos quinze anos

Est. Unidos Alemanha Canadá

18751885

19261938

H- 5.1% + 2,7%

+ 0,2% 2,2%

1926-

1875-

1926-

1885

1938

1885

1938

4- 2,7% 4-1,7% 4- 3,6% 4- 0,6% 4- 4,3% 4- 3,8%

-0,6% 4-1,7% - 0,3% 4- 2,5% 4- 0,1% 4- 3,5%

4- 2,3% 4- 0,8% 4- 1,0% 4- 0,5%

4-4,1%

4-1,1%

4- 1.1%

4-1,4%

4- 1,6%

4- 2,9%

4-1,0%

4-0,4%

It^a (x) ..

4- 4,9% 4,3%

-h 1,0% 4- 4,9%

4- 0,6% 4- 0,5%

4- 0,9% 4- 1,3%

(x) Em lugar da época 1875-85, foi tòniado o período 1881-190D como base

bem inferior à da Argentina e do Méxict) Se se levar cm conta a extensão do terri tório e o volume da população, o Brasil se coloca, em matéria de produção de energia elétrica, depois do Chile, da Co>

'(xx) Em lugar de 1875-85, foi tomado o período 1893-1913 como base de

de cálculo. cálculo.

Nos países "novos", a industrializa ção influi sensivelmente no aumento dos nascimentos e na diminuição da

dústria será dificultada por essa lamen

mortalidade, graças à difusão de medi das de higiene entre as classes traba

tável deficiência.

lhadoras e em

eventual descentralização de nossa in

virtude, também, do

maior bem-estar geral.

O fator demográfico

O exemplo dos Estados Unidos, tão freqüentemente citado, serve, ainda des ta vez, para demonstrar que, em países

descentralizada representa um fator es tabilizador da vida regional. As trocas

1875-

Inglaterra índia (xx) .

Produção por habitante

sendo nossa rédc de usinas geradoras

lômbia, do Uruguai e do Peru. Umn

mano. Mas, naturalmente, a pequena indústria não poderá competir com a grande, se sua dispersão não lhe propor cionar, além das vantagens mencionadas, uma diminuição dos gastos na distribui ção de seus produtos. Além das suas vantagens de ordem econômica, determinadas pelo baixo em prego de capitais, a pequena indústria

Poptdação

Produção

cíonal.

to de empresas descentralizadas senão nf)s países onde já atingiu certo adian

encarecidas pelas despesas de transpor te, as pequenas fábricas, distribuídas por todo o território nacional, conseguem

79

Ec:osANtiCO

de população rarefeita, o enriquecimento demográfico pela imigração contribui para o desenvolvimento industrial. q aumento da produção manufatureira nos Estados Unidos se deve não só à ele

Demonstra o

quadro seguinte o abismo que, relati vamente ao índice de mortalidade, se

para os países retardados de outras re

giões industrialmente mais adiantadas

(estatísticas extraídas de um boletim

de junho de 1947, da Sociedade das Nações):

de 100.000 PESSOAS, VIVIAM AINDA, AO COMPLETAR 1 5 10 35 75

ano anos anos anos anos

No Chile

Em Portugal

Na Nova Zelândia

74,290 63.399 61.856 50.585 12.401

86.306

96.347

78.335

95.212 94.576 89.954 40.151

No Chile, um quarto das crianças não

77.070 68.921 21.716

O primeiro resultado da difusão da higiene nos países de evolução retarda

vação do índice de produção "per ca pita", como, sobretudo, ao aumento da

completa um ano de vida, impressionan

população.

infelizmente, é também o de nosso país.

Nos países de população densa, ao contrário, foi o desenvolvimento indus trial verificado ao curso do século XIX

Zelândia — que possui uma agricultura

que determinou o crescimento demográ

principalmente da porcentagem de pes soas que ultrapassam os 75 anos de

ra o crescimento da população. Nas índias, de 1871 a 1941, o aumento da

idade; esta porcentagem é de 12,4% no Chile, 21,7% em Portugal e de 40% no

mo período, a população triplicou, graças

referido domínio britâmco.

à influência dos citados fatores.

de matérias-primas por produtos manu

fico. O seguinte quadro demonstra cla

faturados se fazem, nos quadros locais,

ramente a influência do fator demográ

independentemente de eventuais pertur

fico na produção industrial;

te índice de mortalidade infantil que, Mas a diferença em relação à Nova

altamente

industrializada

ressalta

,X.-,

da se manifesta na queda da mortali dade infantil.

Com isso aumenta tam

bém, num lapso de dez anos, a popu lação em idade de procriar, o que, evi

dentemente, representa um estímulo pa população foi de 51%; no Brasil, no mes Só


80

DicESTo EcoNó).iãièo

nuando a industrialização atinge sua completa maturidade, baixa a taxa de

pelos títulos de Estado, pclo.s .scr\iços púb icos, pelos Bancos c p'anta<,i')es, as

crescimento da população. N*ão clicgamos ainda, no Brasil, a esse ponto de

sim como pela exploração de minas e por outros ramos ih trabalho (jue visam

saturação, porque o índice de mortalida

produzir para exportar. Ao contr;írio,

de pode ainda baixar con.sideràvelmentc e porque a nossa industrialização está

ainda apenas no início.

Assinalemos que a diferença da taxa

de crescimento da população nas ín

dias e no Brasil não é inteiramente fa-

vorável^ a ngfeso país: todo aumento da produção nacional parece determinar an

tes um aumento da população que do

bem-estar dos trabalhadores e das apli

as industrias manufuturciras destinadas principalmente a suprir í) mercado inter

ram paralelamente, sem que aparecessem sinais de enfraquecimento. Somente depois de 1930 baixou o

as observações feitas em

outros países.

Os capitais estrangeiros e a poupança nacional

Examinando-se as apli cações de capitais estran

geiros nos países novos, nota-se uma preferêncià

i

Depende do ritmo da industrializa

condições normais, a balança de pa

plo, o total de capitais estrangeiros elevava-sc em 1941 a 9.057.000.000 de pe nou, sendo sua aplicação assim distribuída; 20% em títulos do Estado; em es

tradas de ferro c ser\içíjs públicos, 1% na íigricuUura, 5% em propriedades terri

toriais, 3% em frigoríficos e 6% apenas ma tendência.

tação do capital estrangeiro, por visar, mais que um desenvolvimento equili brado dos países novos, criar e desen

Além dos depósitos nos bancos, que aumentaram no Brasil dc forma espan

tosa nestes últimos dez. anos, e dos de

pósitos nas Caixas Econômicas, é pre ciso, para tal fim, corrigir a forma pnmitíva de economia, quase improdutiva,

e que consiste cm aquisições imobiliárias

e de objetos preciosos pelos particulares. So é certo que esta imobilizaçao nao

da

primeira

estrangeiro.

Esse fator contribuiu, na América La

tina, para consumir quase a totalidade dos saldos, em ouro e divisas, acumu

lados durante tôda a guerra. A admis rar o ritmo da industrialização. Na ver

meio de uma propaganda apropriada,

dade, o ponto é litigioso nos países no vos. Prevalece a orientação seguida

cultores para que empreguem^ parte de

pital durante os primeiros estádiü.s da moderniz:ação de um país.

portações, como máquinas e equipamen tos, c pelos pagamentos de juros ao

são de novos capitais estrangeiros é

ao examinar a questão, que as ativi

dades relacionadas com a exportação as

gamento dos países novos é grande mente sobrecarregada por "certas im

co, é certo também que um grupo mais ou menos numeroso de cidadãos, por

volver neles uma economia de tipo co lonial. É preciso ter em.conta, também, seguram uma forte remuneração ao ca

colaboração de capital estrangeiro. Em

deixa de apresentar certo valor econômi poderia ser levado a aplicar suas econo mias de modo mais inteligente. E pre ciso, sobretudo, insistir junto aos ^6""

portanto de alta importância para acele

pelas índias que, nas vésperas das ne gociações sobre a sua independência, re sumiram no Bombay Plan os princípios

Suas economias na modernização do tra

fundamentais da sua industrialização.

balho, de forma a aumentarem a pro dutividade das terras e, também, os seus

Além da mobilização de sua própria

próprios lucros.

Heferimo-nos no parágrafo anterior ao

economia, o Plano, cuja importância é caracterizada pelo projetado emprego,

em quinze anos, de trinta billiões do

pí^ises ainda não indus

^''traordinário desenvolvimento dos dePósitos bancários no Brasil; sob certa

dólares, prevê um empréstimo de qua

trializados, situados fora

forma o Governo pode, por seu turno,

comerciais na Inglaterra, que vão além de 50 blUiões de cruzeiros. Não foi

guerra

Japão, passando-se a se confirmarem, também ali,

Rio Doce.

zação.

Depois

índice de natalidade no

grau, de fatóres cxtra-cconómicos, e ne

no parecem nao interessar aos capitais

É freqüentemente criticada esta orien

a industrialização e a multiplicação qua se "ad infínitum" da população segui

Na ausência dc capitais estrangeiros,

cujo afluxo depende, às vêzes, em forte

benefício da eniprôsa dirigida. Desse intervencionismo encontramos vestígios em Volta Redonda e na Cia. Vale do

ííslrangeiros. Na Argentina, por exem

lidade entre nós, o que contrabalança a benéfica influência sobre a diminuição Disso resul

viam seus parques industriais.

o Govêmo sacrificaria o consumo em

ção o-grau cm que se toma benéfica a

na indústria inanufaturcira. As cifras referente.s ao Brasil obedecem à mes

da mortalidade infantil.

gciro, ao mesmo tempo que desenvol

cessário recorrer à poupança nacional para financiar o início da industriau-

cações de capital; mas é de supor, tam bém, que a forte urbanização iniciada desde os começos da guerra tenha acar retado uma sensível redução da nata

tará um ritmo mais lento de crescimen to, de nossa população. O Japão escapa, até certo ponto, desse julgamento analítico,,porquanto até 1920

.81

OicEsTO Econômico

mundial, certos,

do continente europeu, conseguiram dcsve.ncilliar-

se da dependência do ca pital estrangeiro pura le var a cabo seu próprio desenvolvimento. Alguns deles chegaram, mesmo

assumir a direção de empresas indus triais; mencionamos esta possibilidade a

titulo hipotético, pois ela é contrária à concepção liberal da vida econômica. É necessário, contudo, que a referida Intervenção se exerça apenas num setor muito limitado e com o objetivo mais de

— como a Argentina — a pagar a totalidade de

aumentar a produção nacional que de

suas dívidas no estran-

tais fins, uma parte da receita nacional,

obter lucros imediatos. Utilizando, com

renta

bilhões de

cruzeiros nos Es

tados Unidos, e a mobilização dos saldos

prevista uma legislação especial para a atividade econômica dos estrangeiros. Se bem que o Bombay Plan tenha por au tores homens de negócios da enverga dura de Tatra, o fundador da indústria

siderúrgica do mesmo nome (a Volta

Redonda das índias), é admissível que êsle projeto se destine a atrair capitais


80

DicESTo EcoNó).iãièo

nuando a industrialização atinge sua completa maturidade, baixa a taxa de

pelos títulos de Estado, pclo.s .scr\iços púb icos, pelos Bancos c p'anta<,i')es, as

crescimento da população. N*ão clicgamos ainda, no Brasil, a esse ponto de

sim como pela exploração de minas e por outros ramos ih trabalho (jue visam

saturação, porque o índice de mortalida

produzir para exportar. Ao contr;írio,

de pode ainda baixar con.sideràvelmentc e porque a nossa industrialização está

ainda apenas no início.

Assinalemos que a diferença da taxa

de crescimento da população nas ín

dias e no Brasil não é inteiramente fa-

vorável^ a ngfeso país: todo aumento da produção nacional parece determinar an

tes um aumento da população que do

bem-estar dos trabalhadores e das apli

as industrias manufuturciras destinadas principalmente a suprir í) mercado inter

ram paralelamente, sem que aparecessem sinais de enfraquecimento. Somente depois de 1930 baixou o

as observações feitas em

outros países.

Os capitais estrangeiros e a poupança nacional

Examinando-se as apli cações de capitais estran

geiros nos países novos, nota-se uma preferêncià

i

Depende do ritmo da industrializa

condições normais, a balança de pa

plo, o total de capitais estrangeiros elevava-sc em 1941 a 9.057.000.000 de pe nou, sendo sua aplicação assim distribuída; 20% em títulos do Estado; em es

tradas de ferro c ser\içíjs públicos, 1% na íigricuUura, 5% em propriedades terri

toriais, 3% em frigoríficos e 6% apenas ma tendência.

tação do capital estrangeiro, por visar, mais que um desenvolvimento equili brado dos países novos, criar e desen

Além dos depósitos nos bancos, que aumentaram no Brasil dc forma espan

tosa nestes últimos dez. anos, e dos de

pósitos nas Caixas Econômicas, é pre ciso, para tal fim, corrigir a forma pnmitíva de economia, quase improdutiva,

e que consiste cm aquisições imobiliárias

e de objetos preciosos pelos particulares. So é certo que esta imobilizaçao nao

da

primeira

estrangeiro.

Esse fator contribuiu, na América La

tina, para consumir quase a totalidade dos saldos, em ouro e divisas, acumu

lados durante tôda a guerra. A admis rar o ritmo da industrialização. Na ver

meio de uma propaganda apropriada,

dade, o ponto é litigioso nos países no vos. Prevalece a orientação seguida

cultores para que empreguem^ parte de

pital durante os primeiros estádiü.s da moderniz:ação de um país.

portações, como máquinas e equipamen tos, c pelos pagamentos de juros ao

são de novos capitais estrangeiros é

ao examinar a questão, que as ativi

dades relacionadas com a exportação as

gamento dos países novos é grande mente sobrecarregada por "certas im

co, é certo também que um grupo mais ou menos numeroso de cidadãos, por

volver neles uma economia de tipo co lonial. É preciso ter em.conta, também, seguram uma forte remuneração ao ca

colaboração de capital estrangeiro. Em

deixa de apresentar certo valor econômi poderia ser levado a aplicar suas econo mias de modo mais inteligente. E pre ciso, sobretudo, insistir junto aos ^6""

portanto de alta importância para acele

pelas índias que, nas vésperas das ne gociações sobre a sua independência, re sumiram no Bombay Plan os princípios

Suas economias na modernização do tra

fundamentais da sua industrialização.

balho, de forma a aumentarem a pro dutividade das terras e, também, os seus

Além da mobilização de sua própria

próprios lucros.

Heferimo-nos no parágrafo anterior ao

economia, o Plano, cuja importância é caracterizada pelo projetado emprego,

em quinze anos, de trinta billiões do

pí^ises ainda não indus

^''traordinário desenvolvimento dos dePósitos bancários no Brasil; sob certa

dólares, prevê um empréstimo de qua

trializados, situados fora

forma o Governo pode, por seu turno,

comerciais na Inglaterra, que vão além de 50 blUiões de cruzeiros. Não foi

guerra

Japão, passando-se a se confirmarem, também ali,

Rio Doce.

zação.

Depois

índice de natalidade no

grau, de fatóres cxtra-cconómicos, e ne

no parecem nao interessar aos capitais

É freqüentemente criticada esta orien

a industrialização e a multiplicação qua se "ad infínitum" da população segui

Na ausência dc capitais estrangeiros,

cujo afluxo depende, às vêzes, em forte

benefício da eniprôsa dirigida. Desse intervencionismo encontramos vestígios em Volta Redonda e na Cia. Vale do

ííslrangeiros. Na Argentina, por exem

lidade entre nós, o que contrabalança a benéfica influência sobre a diminuição Disso resul

viam seus parques industriais.

o Govêmo sacrificaria o consumo em

ção o-grau cm que se toma benéfica a

na indústria inanufaturcira. As cifras referente.s ao Brasil obedecem à mes

da mortalidade infantil.

gciro, ao mesmo tempo que desenvol

cessário recorrer à poupança nacional para financiar o início da industriau-

cações de capital; mas é de supor, tam bém, que a forte urbanização iniciada desde os começos da guerra tenha acar retado uma sensível redução da nata

tará um ritmo mais lento de crescimen to, de nossa população. O Japão escapa, até certo ponto, desse julgamento analítico,,porquanto até 1920

.81

OicEsTO Econômico

mundial, certos,

do continente europeu, conseguiram dcsve.ncilliar-

se da dependência do ca pital estrangeiro pura le var a cabo seu próprio desenvolvimento. Alguns deles chegaram, mesmo

assumir a direção de empresas indus triais; mencionamos esta possibilidade a

titulo hipotético, pois ela é contrária à concepção liberal da vida econômica. É necessário, contudo, que a referida Intervenção se exerça apenas num setor muito limitado e com o objetivo mais de

— como a Argentina — a pagar a totalidade de

aumentar a produção nacional que de

suas dívidas no estran-

tais fins, uma parte da receita nacional,

obter lucros imediatos. Utilizando, com

renta

bilhões de

cruzeiros nos Es

tados Unidos, e a mobilização dos saldos

prevista uma legislação especial para a atividade econômica dos estrangeiros. Se bem que o Bombay Plan tenha por au tores homens de negócios da enverga dura de Tatra, o fundador da indústria

siderúrgica do mesmo nome (a Volta

Redonda das índias), é admissível que êsle projeto se destine a atrair capitais


82

Drc:FiSTo

americanos em larga escala, a fim de

contrabalançar os capitais inglêse-; que

Económic«í

de companhias mistas, onde o capital nacional e o estrangeiro se podem asso

controlam ainda as posições-chaves da

ciar ao Covêmo, eni certos empreendi

economia hindu.

mentos de vulto. No momento não passa ela de uma fórmiila ainda sem aplicação

O Governo brasileiro lançou, como fór mula capaz de assegurar simultàneaxnente o respeito dos ínterêsses nacionais

e dos capitais estrangeiros, o sistema

O Problema do Trigo no Brasil AnNÒnio Graça

(Catcdrátieo de Economia Política da Faculdade de Direito da Universidade do Recife)

prática, mas é capaz de sintetizar bem

o problema, e não lhe faltarão imitações, certamente, nos países novos.

O Brasil, a cultura do tri

go, <iuc c posterior às da cana de açúcar e do al

êle, dentro de dez anos, um dos maio

godão, tem existido sob o regime de crise pcrma-

res celeiros da Américas. Para alguns

economistas, o nosso consumo anual

nentc. Nos últimos anos, temos impor tado a preciosa gramínca, gastando nuiito em detrimento das finanças na cionais. porque a nossa produção é

na Suécia, na França, nos Estados

insignificante para o grande consumo ílo país. O nosso maior fornecedor tem sido a Argentina que, em troca,

adquire produtos industriais do Bra sil. Estudando o problema, Edgar Teiiceira Leite escreveu que não deve

úcam, em países estrangeiro, é constituída de lbsidiári„s''orZrltfo%lZXsZ'.

mos ficar à mercê do trigo norte-

gamza^ segundo as lers dos países onde operam. AbrangenTLTlZeno aZa

americano, nem do argentuno, "atual mente precário em quantidade e regu

Z' <sz:ssT

laridade de suprimento". Além da po breza cie transportes, o cscambo entre o Brasil e a Argentina não perdura, uma vez que esta, sabendo que não

-'«•

O estildo ejn questão demonstrou cUiramente três razões pelas quais as cor

porações norte-amerwanas não demonstram muito entusiasmo para ope?ar no estrimgeiro, segumlo o Western Hemi^here Trading Act. Em primeiro jZar, TZ

de taxaçao norte-americanas estão sendo discriminatórias contra as indúftriis Lrte. ai^iwanas, em lelaçao aos comerciantes que compram mercadorias nos Estados

Unidos remetendo-as para o exterior. Em segundo lugar, tanto as firmas nmnufatu-

retras como as nao manufatureiras não possuem uma proteção adequada contra ta

xaçao dupla. Finalmente, em seus esforços para evitar êâes a panhm norte-americana que deseja funcionar no exterior está priiticamentç compe lida a adotar a forma de corporação própria do país em questão.

O estudo acima referido aponta alguns remédios para o problema. Um dêles seria a consolidação e a coordenação das leis e regulamentos de impn.stos dos Es tados Unidos, assim como as disposições incluídas nos tratados no que concerne ao comércio e as atividades industriais em países estrangeiros. Um outro remédio pro posto seria o de coordenar as disjyosições dos Estados Unidos e países latino-ame ricanos, relativamente ao comércio exterior e às operações industriais no exterior por meie de tratados com as repúblicas da América Latina.

,, V .u

cada racionalmente a sua economia e bem orientado o seu Governo, será

deve permanecer "criando vacas e plantando trigo", está-se industriali zando, rapidamente, de sorte que, em breve, perderemos êsse mercado sul-

per capita, que chegou a 23 ou 27, é, hoje, de 18 quilos de trigo, enquanto Unidos e na Argentina, é de 220, 183, 155 e 100 quilos, respectivamente. Eis

uma prova da nossa miséria alimen tar. Por outro lado, a produção bra sileira da referida gramínea, em 1946

e 1947, apesar dos célebres esforços do vasto Ministério da Agricultura, foi a segfuinte:

Produção em toneladas estados ■

1946

1947

Paraná

609

175.000 81.000 13.000

São Paulo

900

1.260

Rio G. do Sul

.. 106.002

Santa Catarina •. 15.230

Minas Gerais ... Goiás Mato Grosso

24

54

4

30 5

americano.

Na realidade, o mundo está dividi do cm dois grupos de nações; o pri meiro, que é o menor, compreende os países ricos, industrializados, possuidores de trigo e de outros cereais cm abundância, enquanto o segundo abran

ge os povos que vivem na miséria, co

Total

122.769 270.349 (1).

Com efeito, várias 'causas têm con tribuído para esta situação de inferio ridade: falta de recursos técnicos, cien

tíficos e monetários; custo de produ

ção elevado; ganância dos interme-

mo disse o presidente Perón. Entre

êstes, parece que fie encontra o Bra sil, embora pensemos que, se planifi-

(1) — o Observador Econômico e Finan ceiro — N.o 147 — Abril de 1948.


82

Drc:FiSTo

americanos em larga escala, a fim de

contrabalançar os capitais inglêse-; que

Económic«í

de companhias mistas, onde o capital nacional e o estrangeiro se podem asso

controlam ainda as posições-chaves da

ciar ao Covêmo, eni certos empreendi

economia hindu.

mentos de vulto. No momento não passa ela de uma fórmiila ainda sem aplicação

O Governo brasileiro lançou, como fór mula capaz de assegurar simultàneaxnente o respeito dos ínterêsses nacionais

e dos capitais estrangeiros, o sistema

O Problema do Trigo no Brasil AnNÒnio Graça

(Catcdrátieo de Economia Política da Faculdade de Direito da Universidade do Recife)

prática, mas é capaz de sintetizar bem

o problema, e não lhe faltarão imitações, certamente, nos países novos.

O Brasil, a cultura do tri

go, <iuc c posterior às da cana de açúcar e do al

êle, dentro de dez anos, um dos maio

godão, tem existido sob o regime de crise pcrma-

res celeiros da Américas. Para alguns

economistas, o nosso consumo anual

nentc. Nos últimos anos, temos impor tado a preciosa gramínca, gastando nuiito em detrimento das finanças na cionais. porque a nossa produção é

na Suécia, na França, nos Estados

insignificante para o grande consumo ílo país. O nosso maior fornecedor tem sido a Argentina que, em troca,

adquire produtos industriais do Bra sil. Estudando o problema, Edgar Teiiceira Leite escreveu que não deve

úcam, em países estrangeiro, é constituída de lbsidiári„s''orZrltfo%lZXsZ'.

mos ficar à mercê do trigo norte-

gamza^ segundo as lers dos países onde operam. AbrangenTLTlZeno aZa

americano, nem do argentuno, "atual mente precário em quantidade e regu

Z' <sz:ssT

laridade de suprimento". Além da po breza cie transportes, o cscambo entre o Brasil e a Argentina não perdura, uma vez que esta, sabendo que não

-'«•

O estildo ejn questão demonstrou cUiramente três razões pelas quais as cor

porações norte-amerwanas não demonstram muito entusiasmo para ope?ar no estrimgeiro, segumlo o Western Hemi^here Trading Act. Em primeiro jZar, TZ

de taxaçao norte-americanas estão sendo discriminatórias contra as indúftriis Lrte. ai^iwanas, em lelaçao aos comerciantes que compram mercadorias nos Estados

Unidos remetendo-as para o exterior. Em segundo lugar, tanto as firmas nmnufatu-

retras como as nao manufatureiras não possuem uma proteção adequada contra ta

xaçao dupla. Finalmente, em seus esforços para evitar êâes a panhm norte-americana que deseja funcionar no exterior está priiticamentç compe lida a adotar a forma de corporação própria do país em questão.

O estudo acima referido aponta alguns remédios para o problema. Um dêles seria a consolidação e a coordenação das leis e regulamentos de impn.stos dos Es tados Unidos, assim como as disposições incluídas nos tratados no que concerne ao comércio e as atividades industriais em países estrangeiros. Um outro remédio pro posto seria o de coordenar as disjyosições dos Estados Unidos e países latino-ame ricanos, relativamente ao comércio exterior e às operações industriais no exterior por meie de tratados com as repúblicas da América Latina.

,, V .u

cada racionalmente a sua economia e bem orientado o seu Governo, será

deve permanecer "criando vacas e plantando trigo", está-se industriali zando, rapidamente, de sorte que, em breve, perderemos êsse mercado sul-

per capita, que chegou a 23 ou 27, é, hoje, de 18 quilos de trigo, enquanto Unidos e na Argentina, é de 220, 183, 155 e 100 quilos, respectivamente. Eis

uma prova da nossa miséria alimen tar. Por outro lado, a produção bra sileira da referida gramínea, em 1946

e 1947, apesar dos célebres esforços do vasto Ministério da Agricultura, foi a segfuinte:

Produção em toneladas estados ■

1946

1947

Paraná

609

175.000 81.000 13.000

São Paulo

900

1.260

Rio G. do Sul

.. 106.002

Santa Catarina •. 15.230

Minas Gerais ... Goiás Mato Grosso

24

54

4

30 5

americano.

Na realidade, o mundo está dividi do cm dois grupos de nações; o pri meiro, que é o menor, compreende os países ricos, industrializados, possuidores de trigo e de outros cereais cm abundância, enquanto o segundo abran

ge os povos que vivem na miséria, co

Total

122.769 270.349 (1).

Com efeito, várias 'causas têm con tribuído para esta situação de inferio ridade: falta de recursos técnicos, cien

tíficos e monetários; custo de produ

ção elevado; ganância dos interme-

mo disse o presidente Perón. Entre

êstes, parece que fie encontra o Bra sil, embora pensemos que, se planifi-

(1) — o Observador Econômico e Finan ceiro — N.o 147 — Abril de 1948.


Dicksto

diários; alta do preço do trigo nacio nal e impossibilidade de sua industria lização em larga escala, dificuldades dos transportes e concorrência estran

geira.

Outros autores, porém, afirmam que há dois fatores principais da crise tri-

tícola no Brasil : a) ausência de pla-

-

Como distribuição de sementes de qualidade.

4) — rios: o 5) — dâneas

Produçtio de cereais secundá centeio, a cevada e a aveia. Fabricação de farinhas suce e organização dos mercados

internos.

Tècnicamente, o Plano compreen

nificação econômica; b) descontinui-

derá :

dade da ação do Estado.

1) — Racionalização da cultura do trigo c dos cereais secundários

A pJanificação da economia tritícola

ciência aplicada e pela mecanização. 2) — Construção de postos c esta

A economia tritícola precisa ser or

ções de fomento.

planaltos (Ablssínia, Dccan, México,

alem dos moinhos nacionais existen

Brasil central)".

tes, foram nascendo outras modestas emprêsas nas proximidades dos cen tros de produção da valiosa gramínea em virtude dos seguintes fatores: a)

Sc bem

que

não discordemos das

possibilidades ou do êxito da cultura em estudo na zona tropical ou tôrrida, pensamos que a nossa grande

agricultura do trigo deve ser fundada nos pontos geográficos mais favorá

drelétrica; b) dificuldades de trans

veis, como os Estados do Rio Grande

portes ; c) concorrência implacável dos poderosos moinhos situados no

do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás c Mato

litoral. Tomando esta direção, as nos

Grosso. As condições climáticas, as

sas emprêsas conseguiram algum êxi

planícies, as substâncias minerais e or gânicas do solo, os capitais, o apare-

to, como descreve ò economista Hum assim, pequenos e. às vezes, grandes núcleos de civilização ao redor do moinho, no interior do extremo sul, como se criaram, há séculos passados, ao redor do engenho de açúcar do Nordeste brasileiro. Êles passaram a

ganizada e planificada, porque não é possível continuarmos sob a depen

3) — Criação de um sistema de ar

Ihamento técnico, embora imperfeito,

mazenamento especial c instalação de

e a melhor mão-de-obra contribuem

dência de outros povos. Em caso de

moinhos nas zonas produtoras.

para o maior desenvolvimento da re*

guerra, o problema se agravará mui to mais, como vimos por ocasião da

4) — Fundação do Instituto Nacio nal do Trigo, sem burocracia cste-

ferida exploração agrária. A industrialização progressiva

luta das nações democráticas contra

rilizantc e sem-castas administrativas,

trigo nacional c estrangeiro, a orga nização dos mercados internos, os me

ciais. Tudo isto necessita ser observado pelo Governo, a

Há técnicos que admitem ser possível e vantajosa a cultura do trigo no Nor deste do Brasil, po:s os Es tados Unidos conseguiram desenvolver a sua produção tritícola nas terras do Te

fim

xas, que são mais áridas do

o

fascismo

e

o

nazismo.

O "pão nosso de cada dia" escasseou

de

tal

maneira

que, por um triz, não tive mos irreprimíveis abalos so

de

que

não

sejamos

tura do trigo nos Estados

do

Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Para ná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e em outras regiões que

Sul, julgamos que, relativamente à la

cido: as oscilações do preço da gra

que está agitando a política interna cional, não depende sempre do clima temperado — o que, aliás, já foi dito

nando o processo industrial e forman do trustes, já denunciados ao Govêrno federal; pequenas organizações "sem muita homogeneidade" e a for

pelò

te "corrente" dos proprietários de pa

sociólogo

Delgado de

Carvalho: "o trigo não é muito exi

darias, esmagando

ofereçam possibilidades naturais. 2) Financiamento da produção e

gente quanto ao clima, pois c"resce no

por meio das suas manobras apesar

hemisfério norte, nas vizinhanças da

dos tabelamentos' é dá fiscali:iação do

transportes.

poder público.

progressiva

Inha tropical ate 65° de lat. N. Mesmo nas regiões tropicais é culti

do trigo nacional e estrangeiro, assim

vado com sucesso, principalmente nos

3) — (Industrialização

■Sài

incentivar a produção apícola e, sem despesa de transporte, ficariam com a sua produção industrial mais barata, podendo oferecer farinha ao mercado consumidor a preços razoáveis. Todavia, o heróico esforço foi ven

verdade, a cultura dessa gramínca,

notável

berto Bastos: "E foram-se criando,

berto Bastos sobre o Rio Grande do

te perseguidos pelos intermediários; grandes empresas ou moinhos, domi

tes, descobertas por agrônomos norte-

1) — Fundação da grande agricul

importantes do plano cm análise. Am pliando a observação feita por Plum-

mente às regiões secas, como as do Texas e, do Nordeste brasileiro. Na

das irreparáveis. Somos dos que acreditam que o Pla no Nacional do Trigo deve ser econô

Econòmicamente,

lhoramentos dos transportes, o crédi to e as sementes constituem aspecto?

americanos, que se adaptam perfeita

que as do Estado do Ceará. Há semen

mico e técnico. abrangerá:

do

voura c à industrialização do trigo, o Brasil nos oferece um quadro pouco interessante: existência de limitado número de produtores inexoràvelmen-

obrigados 'a suportar mais tarde per

maior facilidade na obtenção da ma

téria-prima agrícola e da energia hi

os

consumidores

De há muito, o? pobres moàgéiros vêm lutando pela vida. Antes de 1930,

mínca, as ligações internacionais dc^ moinhos capitalistas, a falta de di nheiro, a descontinuidade da ação go vernamental, a praga do caruncho, a carência de matéria-prima e os emba tes que tiveram de enfrentar, arras

taram os pequenos moinhos ^brasilei ros à ruína, da qual ainda não se li bertaram.

,

Felizmente, o Govêrno está aban donando o estúpido laisser faire do li beralismo, uma vez que não estamos nos tempos de Quesnay, Smith, Ricàrdo ou' do chefe da velha escola francesa — João Batista Say. Assim, procurando evitar a morte das nossas últimas esperanças, o Ministério da

-

«

-


Dicksto

diários; alta do preço do trigo nacio nal e impossibilidade de sua industria lização em larga escala, dificuldades dos transportes e concorrência estran

geira.

Outros autores, porém, afirmam que há dois fatores principais da crise tri-

tícola no Brasil : a) ausência de pla-

-

Como distribuição de sementes de qualidade.

4) — rios: o 5) — dâneas

Produçtio de cereais secundá centeio, a cevada e a aveia. Fabricação de farinhas suce e organização dos mercados

internos.

Tècnicamente, o Plano compreen

nificação econômica; b) descontinui-

derá :

dade da ação do Estado.

1) — Racionalização da cultura do trigo c dos cereais secundários

A pJanificação da economia tritícola

ciência aplicada e pela mecanização. 2) — Construção de postos c esta

A economia tritícola precisa ser or

ções de fomento.

planaltos (Ablssínia, Dccan, México,

alem dos moinhos nacionais existen

Brasil central)".

tes, foram nascendo outras modestas emprêsas nas proximidades dos cen tros de produção da valiosa gramínea em virtude dos seguintes fatores: a)

Sc bem

que

não discordemos das

possibilidades ou do êxito da cultura em estudo na zona tropical ou tôrrida, pensamos que a nossa grande

agricultura do trigo deve ser fundada nos pontos geográficos mais favorá

drelétrica; b) dificuldades de trans

veis, como os Estados do Rio Grande

portes ; c) concorrência implacável dos poderosos moinhos situados no

do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás c Mato

litoral. Tomando esta direção, as nos

Grosso. As condições climáticas, as

sas emprêsas conseguiram algum êxi

planícies, as substâncias minerais e or gânicas do solo, os capitais, o apare-

to, como descreve ò economista Hum assim, pequenos e. às vezes, grandes núcleos de civilização ao redor do moinho, no interior do extremo sul, como se criaram, há séculos passados, ao redor do engenho de açúcar do Nordeste brasileiro. Êles passaram a

ganizada e planificada, porque não é possível continuarmos sob a depen

3) — Criação de um sistema de ar

Ihamento técnico, embora imperfeito,

mazenamento especial c instalação de

e a melhor mão-de-obra contribuem

dência de outros povos. Em caso de

moinhos nas zonas produtoras.

para o maior desenvolvimento da re*

guerra, o problema se agravará mui to mais, como vimos por ocasião da

4) — Fundação do Instituto Nacio nal do Trigo, sem burocracia cste-

ferida exploração agrária. A industrialização progressiva

luta das nações democráticas contra

rilizantc e sem-castas administrativas,

trigo nacional c estrangeiro, a orga nização dos mercados internos, os me

ciais. Tudo isto necessita ser observado pelo Governo, a

Há técnicos que admitem ser possível e vantajosa a cultura do trigo no Nor deste do Brasil, po:s os Es tados Unidos conseguiram desenvolver a sua produção tritícola nas terras do Te

fim

xas, que são mais áridas do

o

fascismo

e

o

nazismo.

O "pão nosso de cada dia" escasseou

de

tal

maneira

que, por um triz, não tive mos irreprimíveis abalos so

de

que

não

sejamos

tura do trigo nos Estados

do

Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Para ná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e em outras regiões que

Sul, julgamos que, relativamente à la

cido: as oscilações do preço da gra

que está agitando a política interna cional, não depende sempre do clima temperado — o que, aliás, já foi dito

nando o processo industrial e forman do trustes, já denunciados ao Govêrno federal; pequenas organizações "sem muita homogeneidade" e a for

pelò

te "corrente" dos proprietários de pa

sociólogo

Delgado de

Carvalho: "o trigo não é muito exi

darias, esmagando

ofereçam possibilidades naturais. 2) Financiamento da produção e

gente quanto ao clima, pois c"resce no

por meio das suas manobras apesar

hemisfério norte, nas vizinhanças da

dos tabelamentos' é dá fiscali:iação do

transportes.

poder público.

progressiva

Inha tropical ate 65° de lat. N. Mesmo nas regiões tropicais é culti

do trigo nacional e estrangeiro, assim

vado com sucesso, principalmente nos

3) — (Industrialização

■Sài

incentivar a produção apícola e, sem despesa de transporte, ficariam com a sua produção industrial mais barata, podendo oferecer farinha ao mercado consumidor a preços razoáveis. Todavia, o heróico esforço foi ven

verdade, a cultura dessa gramínca,

notável

berto Bastos: "E foram-se criando,

berto Bastos sobre o Rio Grande do

te perseguidos pelos intermediários; grandes empresas ou moinhos, domi

tes, descobertas por agrônomos norte-

1) — Fundação da grande agricul

importantes do plano cm análise. Am pliando a observação feita por Plum-

mente às regiões secas, como as do Texas e, do Nordeste brasileiro. Na

das irreparáveis. Somos dos que acreditam que o Pla no Nacional do Trigo deve ser econô

Econòmicamente,

lhoramentos dos transportes, o crédi to e as sementes constituem aspecto?

americanos, que se adaptam perfeita

que as do Estado do Ceará. Há semen

mico e técnico. abrangerá:

do

voura c à industrialização do trigo, o Brasil nos oferece um quadro pouco interessante: existência de limitado número de produtores inexoràvelmen-

obrigados 'a suportar mais tarde per

maior facilidade na obtenção da ma

téria-prima agrícola e da energia hi

os

consumidores

De há muito, o? pobres moàgéiros vêm lutando pela vida. Antes de 1930,

mínca, as ligações internacionais dc^ moinhos capitalistas, a falta de di nheiro, a descontinuidade da ação go vernamental, a praga do caruncho, a carência de matéria-prima e os emba tes que tiveram de enfrentar, arras

taram os pequenos moinhos ^brasilei ros à ruína, da qual ainda não se li bertaram.

,

Felizmente, o Govêrno está aban donando o estúpido laisser faire do li beralismo, uma vez que não estamos nos tempos de Quesnay, Smith, Ricàrdo ou' do chefe da velha escola francesa — João Batista Say. Assim, procurando evitar a morte das nossas últimas esperanças, o Ministério da

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«

-


■Fi

86

Dighsto I£«:oN«SMiro

Agricultura

está

ampliando

a

sua

campanha em favor da economia tri-

tícola. Por isso, além das medidas to madas em 1947, a Divisão de Fomen to da Produção Vegetal do aludido

Ministério pretende realizar, em 1948, o seguinte programa:

1) — Distribuição de 32.000 sacos

de sementes e reunião de 63.000, que servirão de base ao plantio, em 1949. 2) — Instalação definitiva de 29

moinhos nas zonas de produção — a qual, aliás, já foi iniciada em 1947 : estes moinhos serão arrendados ou vendidos a longo prazo aos lavradores € aos interessados.

/y;t' Tjf-í

TI

3) — Aquisição de niá(|uinas e equi pamentos

Com

lubrificantes

e com

bustíveis.

^<%cLUq.u.e<í JííueA - na defiaímenta de

4) — Níelhoramcntos na armazena

um. deu Aecíetaíús.

gem e na organização dos postos agro pecuários para o fomento da cultura do trigo. Não desejamos condenar os méto

Altino Arantes

(Presidente da Academia Paulista de Letras, deputado federal pelo Estado de São Paulo)

dos adotados pelo nosso Governo, mas os trabalhos estão-se realizando com

\cÁDEMiA Paulista de

Altino Arantes, que foi secretário de

lentidão e pouca eficiência. Sabemos que há obstáculos, particularmente de meios orçamentários. Contudo, a fé, o

Letras aprouve consen

Estado, presidente do Banco do Estado,

tir em que fôsse eu o

delegado à 8.° Conferência Panamericana e Presidente de São Paulo, é figura de extraordinária projeção intelectual no pais. A sua obra, se bem que esparsa, é vasta e vazada em linguagem tersa

patriotismo e o trabalho incessante

podem

soergiier

uma nação e

en

grandecê-la.

seu

intérprete na

Af ^ memomção

co-

centenária

do nascimento do Conijelheiro Francisco de

Paula Rodrigues Alves —. brasileiro emi

I

nente, paulista preclaro que no Brasil e em São Paulo ocupou com brilho e

eficacia ine.vcedíveis os mais altos postos de representação e de governo."

L^mbrou-se ela, com certeza, de que

fôra eu, por invejável destino, auxiliar do grande cidadão na administração do

lização do general Perón.

Além dos sete milhões de toneladas que a. Grã-Bretanha pretende enviar êsté

uno à França, e outros países "do plano Marshall", há a esjjerança de que se possam exportar outros dois ou três milhões de toneladas para países não incluidos no plano Marshall, sempre que êsses estejam em condições de proporcionar dólares à Grã-

Bretanha.

"O

Dever

dos

Mestres",

"Saudades de Portugal", "O culto das letras", "Cícero", "Rodrigues Alves, voUtico e administrador", como tantas

Foi certamente para acentuar o cunho

honrado em inserir nas suas colunas o

nobres consócios (aos quais sou imen

notável

perto pôde conhecer e admirar os pe regrinos dotes de sua personalidade.

de tonel^as de carvao^ da Grã-Bretanha, por ano. Hoje, a Argentina precisa do carvão de maneira vital, a fim de pôr em prática o plano qüinqüenal de industria

Amaral",

de sinceridade desta homenagem, que os

horas, discípulo reverente que bem de

Antes da guerra,^ a Argentina importava anualmente cêrca cie dois milhões

da Pátria, da Religião e da Família. "Disse", "Bonum Opus", "Amadeu

outras produções, atestam um fino humanista, de requintado gosto lite rário. O "Digesto Econômico", fiel ao seu prograina de cultuar a nwmôria de brasileiros, como Rodrigues Alves, que dedicaram a vida à Pátria, sente-se

nosso Estado, seu amigo de todas as

O reimcio dxis exportações de carvão do. Grã^BretanJm para a ArPentina assi nalo um novo passo para a execução do programo elaborado pelo govêrno britânico. Um comuntc^ conjunto da missão comercial britânica que se encontra em Buenos Aires, e do Conselho Econômico Nacional da Argentina, anuncia que as lemessas serão iniciadas imediatamente. Não se sabe ainda a quaritidade de carvão a ser fornecido, mas as informações procedentes de Buenos Aires dizem que as negociações se referiram a remessa de um milhão de toneladas durante o ano atual.

e colorida, tôda orientada para o culto

estudo,

de estUo acadêmico,

feito pelo insigne paulista.

samente grato pela sua aquiescência à minha escolha) decidiram escalar para justificá-la aquele que, pela sua situa ção pessoal no caso, poderia prestar de poimento fidedigno sobre a vida e a

cia superior que sobredourou o seu saber

obra do excelso brasileiro.

com os títulos da mais acrisolada bene-

Dentro da sua missão e dentro do seU

compromisso estatutário de defender e de promover o desenvolvimento das le tras, a Academia Paulista não podia, em verdade, permanecer silencioáa no momento em que a nação inteira está

prestando os justos tributos da sua gra tidão e da sua saudade a uma inteligên-

merência cívica.

A vida acadêmica tem como razão

primordial o estudo e o aprimoramento da língua vernácula; mas ela não deve confinar-se no âmbito limitado dos de vaneios e dos lavôres das belas letras.

Ao contrário: cumpre-lhe dar o realce e

fulgor da sua prestimosa contribuição


■Fi

86

Dighsto I£«:oN«SMiro

Agricultura

está

ampliando

a

sua

campanha em favor da economia tri-

tícola. Por isso, além das medidas to madas em 1947, a Divisão de Fomen to da Produção Vegetal do aludido

Ministério pretende realizar, em 1948, o seguinte programa:

1) — Distribuição de 32.000 sacos

de sementes e reunião de 63.000, que servirão de base ao plantio, em 1949. 2) — Instalação definitiva de 29

moinhos nas zonas de produção — a qual, aliás, já foi iniciada em 1947 : estes moinhos serão arrendados ou vendidos a longo prazo aos lavradores € aos interessados.

/y;t' Tjf-í

TI

3) — Aquisição de niá(|uinas e equi pamentos

Com

lubrificantes

e com

bustíveis.

^<%cLUq.u.e<í JííueA - na defiaímenta de

4) — Níelhoramcntos na armazena

um. deu Aecíetaíús.

gem e na organização dos postos agro pecuários para o fomento da cultura do trigo. Não desejamos condenar os méto

Altino Arantes

(Presidente da Academia Paulista de Letras, deputado federal pelo Estado de São Paulo)

dos adotados pelo nosso Governo, mas os trabalhos estão-se realizando com

\cÁDEMiA Paulista de

Altino Arantes, que foi secretário de

lentidão e pouca eficiência. Sabemos que há obstáculos, particularmente de meios orçamentários. Contudo, a fé, o

Letras aprouve consen

Estado, presidente do Banco do Estado,

tir em que fôsse eu o

delegado à 8.° Conferência Panamericana e Presidente de São Paulo, é figura de extraordinária projeção intelectual no pais. A sua obra, se bem que esparsa, é vasta e vazada em linguagem tersa

patriotismo e o trabalho incessante

podem

soergiier

uma nação e

en

grandecê-la.

seu

intérprete na

Af ^ memomção

co-

centenária

do nascimento do Conijelheiro Francisco de

Paula Rodrigues Alves —. brasileiro emi

I

nente, paulista preclaro que no Brasil e em São Paulo ocupou com brilho e

eficacia ine.vcedíveis os mais altos postos de representação e de governo."

L^mbrou-se ela, com certeza, de que

fôra eu, por invejável destino, auxiliar do grande cidadão na administração do

lização do general Perón.

Além dos sete milhões de toneladas que a. Grã-Bretanha pretende enviar êsté

uno à França, e outros países "do plano Marshall", há a esjjerança de que se possam exportar outros dois ou três milhões de toneladas para países não incluidos no plano Marshall, sempre que êsses estejam em condições de proporcionar dólares à Grã-

Bretanha.

"O

Dever

dos

Mestres",

"Saudades de Portugal", "O culto das letras", "Cícero", "Rodrigues Alves, voUtico e administrador", como tantas

Foi certamente para acentuar o cunho

honrado em inserir nas suas colunas o

nobres consócios (aos quais sou imen

notável

perto pôde conhecer e admirar os pe regrinos dotes de sua personalidade.

de tonel^as de carvao^ da Grã-Bretanha, por ano. Hoje, a Argentina precisa do carvão de maneira vital, a fim de pôr em prática o plano qüinqüenal de industria

Amaral",

de sinceridade desta homenagem, que os

horas, discípulo reverente que bem de

Antes da guerra,^ a Argentina importava anualmente cêrca cie dois milhões

da Pátria, da Religião e da Família. "Disse", "Bonum Opus", "Amadeu

outras produções, atestam um fino humanista, de requintado gosto lite rário. O "Digesto Econômico", fiel ao seu prograina de cultuar a nwmôria de brasileiros, como Rodrigues Alves, que dedicaram a vida à Pátria, sente-se

nosso Estado, seu amigo de todas as

O reimcio dxis exportações de carvão do. Grã^BretanJm para a ArPentina assi nalo um novo passo para a execução do programo elaborado pelo govêrno britânico. Um comuntc^ conjunto da missão comercial britânica que se encontra em Buenos Aires, e do Conselho Econômico Nacional da Argentina, anuncia que as lemessas serão iniciadas imediatamente. Não se sabe ainda a quaritidade de carvão a ser fornecido, mas as informações procedentes de Buenos Aires dizem que as negociações se referiram a remessa de um milhão de toneladas durante o ano atual.

e colorida, tôda orientada para o culto

estudo,

de estUo acadêmico,

feito pelo insigne paulista.

samente grato pela sua aquiescência à minha escolha) decidiram escalar para justificá-la aquele que, pela sua situa ção pessoal no caso, poderia prestar de poimento fidedigno sobre a vida e a

cia superior que sobredourou o seu saber

obra do excelso brasileiro.

com os títulos da mais acrisolada bene-

Dentro da sua missão e dentro do seU

compromisso estatutário de defender e de promover o desenvolvimento das le tras, a Academia Paulista não podia, em verdade, permanecer silencioáa no momento em que a nação inteira está

prestando os justos tributos da sua gra tidão e da sua saudade a uma inteligên-

merência cívica.

A vida acadêmica tem como razão

primordial o estudo e o aprimoramento da língua vernácula; mas ela não deve confinar-se no âmbito limitado dos de vaneios e dos lavôres das belas letras.

Ao contrário: cumpre-lhe dar o realce e

fulgor da sua prestimosa contribuição


Dir.KSTO

88

Econó^oco

ções escolares, emprirelhado com os de Rui Barbosa, Nabuco. Castro Alves e

aos feitos e às realizações dos que põem

litantes dc seu quadro social, os que

o seu engenho e o seu csfôrço ao serviço

scr\'cm, cm outra arena, aos ideais de

perfeição da inteligência e do senti

da Pátria.

Assim procedendo, a Academia não

mento.

faz, nem lhe seria lícito fazê-lo, política de partido; mas pratica aquela "sã polí tica filha da moral e da razão", da qual

hoje, a memória do Conselheiro Ro drigues Alves, a Academia Paulista con

asseverou Nitti que ela não consiste sòmente em çomicios, em escrutínios, em

firma e executa o seu programa, hon rando e incrementando o patrimônio

Ao reverenciar, como está fazendo

dade da formação do povo, criada e man

tida pela ininterrupta solidariedade en

Afonso Pena, êle se notabilizara como

tre o passado e o presente.

cradcr c como jornalista, conforme o demonstrou, iiá poucos dias, Antônio

tui um privilégio, nem assinala uma pre

Gonlijo de Carvalho, em sua magistral conferência sôbrc o estudante Rodrigues Alves.

O Deputado, o Ministro, o Senador e o Presidente nunca desluziram esse juí zo; antes, o confirmaram e enalteceram

Assim compreendido, êle nao consti destinação, mas representa uma atitude normal nas diretrizes da coletividade. Se

a sua ausência provoca generalizadas censuras e reprovações, a sua tibieza e

as suas imperfeições são índices de cri

se e augúrios sinistros de desastres imi nentes.

debates e em com

cidtural

São

nos seus discursos, nos seus relatórios e

petições partidárias, mas em tôdà ação que importe à vida,

Paulo, através da vida e da obra de

nas suas mensagens, onde a altitude do

pensamento e a percepção dos proble

ce ainda do poderoso sustentáculo de

um homem público

ao bem-estar e ao

que avultou entre os

mas de governo pedem meças à limpi'dez, à precisão e ao castiço da lingua

isso mesmo, a sua trajetória tem de ser

progresso da nacio

seus

nalidade,

às

suas

instituições e às suas

de

compatriotas

pela ilustração do seu espírito, pela dignidade da sua

gem que as ti-aduz e cristaliza. Entretanto, foi como administrador

que êle propugnou, com galhardia e te

conduta e, sobretu

nacidade infatigáveis, os ideais comuns de cultura, procurando, pela oportuni

razão a quem ou

do, pela sua indefes-

dade e pela eficiência de suas iniciativas,

sasse sustentar que

sa dedicação à cau

o espírito acadêmico

sa nacional.

deve viver alheio ou

Aliás, já Renan dissera, ao fazer o

leis. Por isso mes mo, jamais assistiria

arredío aos assuntos

qiie se relacionam com as vicissitudes e

elogio a Claude Bemard, que "um

com os interêsses da

grande

comunidade,

sempre um bom es

uma

espírito

vez que a Academia,

critor"; e Fialho de

Almeida, a seu tur

social que é, para

no,

afirmar-se,eficiente e

"só fala 0 escreve

prestigiosa, em meio

bem

aos valores existen

escreveu

bem".

quem

que

pensa

Ora, a nin

ciais ambientes, tem que aprofundar as

guém melhor do que a Rodrigues Alves

suas raízes na terra e na gente donde lhe provêm a seiva, a fôrça e a estabilidade. Nem pode ela proscrever de suas cogita

se ajustariam esses conceitos, porque, em

ções e de suas atividades aqueles que não

se dediquem exclusivamente ao mister das letras e das ciências; porquanto, a

exemplo do seu modelo clássico e uni

verdade, ninguém se lhe pode avantajar na maneira singela mas inexcedivelmente escorreita e clara com que, em vernáculo

do melhor qui'ate, sabia exprimir o seu pensamento, pela palavra ou pela pena. Desde os bancos acadêmicos, nessas

versal — a Academia Francesa — ela

tradicionais e queridas Arcadas, onde o

costumava acolher, como partícipes mi

seu nome fulgia, em provas e competi

uma formação secular uniforme; e, por a resultante - quase diria empmca

da obsenução individual, do esfôrço isolado do político-administrador. ,

Sofremos ainda os efeitos de nossa de

morada e difícil construtora nacional, diante da qual os governantes hao de

quer na tribuna parlamentar, quer nos

agir e de movimentar-se em terreno ms-

mento cultural da nacionalidade.

bíveis e as ambições desproporcionadas^

postos e.xccutivos, criar e manter o cli ma propício para a obra meritória e patriótica da instrução e do desenvolvi .

^

^

é

como fato histórico-

Entre nós, o espírito público care

A vida pública, através de seus emba tes e contradições, nem sempre logra desvendar, em sua plenitude, o espíri to animador daqueles que nela traba lharam, nela venceram ou... foram ven cidos. E o fenômeno se verifica com maior evidencia nos países imaturos como o nosso, onde as incertezas e os descaminhos do norte a seguir aumentam

em proporção da multiplicidade e da premência dos problemas que ao polí tico incumbe enfrentar e resolver.

' E' que o espírito público nasce e se desenvolve na experiência histórica; consolida-se e avigora-se na homogenei

táve! e escabroso, dentro do qual. se emaranham e se confundem os planos in dividuais e os coletivos, os sonhos ca

Ouase sempre, portanto, êles tem de

contar consigo mesmos e com

mais. Falta-lhes o apoio de uma cons ciência coletiva; sobra-lhes, porem, na

contrapartida, a curiosidade febncitante de uma juventude social irrequieta e não raro indisciplinada.

Ao tentarem atuar no plano dos pnn-

■ cípios, encontram eles, então, a mobili

dade, a inconsistência e - por entre as

contradições e as surpresas do ambiente - a perigosa descontinuidade de progra

mas, alimentada e agravada pelo tum^

tuárlo entrechoque de doutrmas anta gônicas.

Quando, portanto, o vellio Nabuco observava que "Hércules não se preo-


Dir.KSTO

88

Econó^oco

ções escolares, emprirelhado com os de Rui Barbosa, Nabuco. Castro Alves e

aos feitos e às realizações dos que põem

litantes dc seu quadro social, os que

o seu engenho e o seu csfôrço ao serviço

scr\'cm, cm outra arena, aos ideais de

perfeição da inteligência e do senti

da Pátria.

Assim procedendo, a Academia não

mento.

faz, nem lhe seria lícito fazê-lo, política de partido; mas pratica aquela "sã polí tica filha da moral e da razão", da qual

hoje, a memória do Conselheiro Ro drigues Alves, a Academia Paulista con

asseverou Nitti que ela não consiste sòmente em çomicios, em escrutínios, em

firma e executa o seu programa, hon rando e incrementando o patrimônio

Ao reverenciar, como está fazendo

dade da formação do povo, criada e man

tida pela ininterrupta solidariedade en

Afonso Pena, êle se notabilizara como

tre o passado e o presente.

cradcr c como jornalista, conforme o demonstrou, iiá poucos dias, Antônio

tui um privilégio, nem assinala uma pre

Gonlijo de Carvalho, em sua magistral conferência sôbrc o estudante Rodrigues Alves.

O Deputado, o Ministro, o Senador e o Presidente nunca desluziram esse juí zo; antes, o confirmaram e enalteceram

Assim compreendido, êle nao consti destinação, mas representa uma atitude normal nas diretrizes da coletividade. Se

a sua ausência provoca generalizadas censuras e reprovações, a sua tibieza e

as suas imperfeições são índices de cri

se e augúrios sinistros de desastres imi nentes.

debates e em com

cidtural

São

nos seus discursos, nos seus relatórios e

petições partidárias, mas em tôdà ação que importe à vida,

Paulo, através da vida e da obra de

nas suas mensagens, onde a altitude do

pensamento e a percepção dos proble

ce ainda do poderoso sustentáculo de

um homem público

ao bem-estar e ao

que avultou entre os

mas de governo pedem meças à limpi'dez, à precisão e ao castiço da lingua

isso mesmo, a sua trajetória tem de ser

progresso da nacio

seus

nalidade,

às

suas

instituições e às suas

de

compatriotas

pela ilustração do seu espírito, pela dignidade da sua

gem que as ti-aduz e cristaliza. Entretanto, foi como administrador

que êle propugnou, com galhardia e te

conduta e, sobretu

nacidade infatigáveis, os ideais comuns de cultura, procurando, pela oportuni

razão a quem ou

do, pela sua indefes-

dade e pela eficiência de suas iniciativas,

sasse sustentar que

sa dedicação à cau

o espírito acadêmico

sa nacional.

deve viver alheio ou

Aliás, já Renan dissera, ao fazer o

leis. Por isso mes mo, jamais assistiria

arredío aos assuntos

qiie se relacionam com as vicissitudes e

elogio a Claude Bemard, que "um

com os interêsses da

grande

comunidade,

sempre um bom es

uma

espírito

vez que a Academia,

critor"; e Fialho de

Almeida, a seu tur

social que é, para

no,

afirmar-se,eficiente e

"só fala 0 escreve

prestigiosa, em meio

bem

aos valores existen

escreveu

bem".

quem

que

pensa

Ora, a nin

ciais ambientes, tem que aprofundar as

guém melhor do que a Rodrigues Alves

suas raízes na terra e na gente donde lhe provêm a seiva, a fôrça e a estabilidade. Nem pode ela proscrever de suas cogita

se ajustariam esses conceitos, porque, em

ções e de suas atividades aqueles que não

se dediquem exclusivamente ao mister das letras e das ciências; porquanto, a

exemplo do seu modelo clássico e uni

verdade, ninguém se lhe pode avantajar na maneira singela mas inexcedivelmente escorreita e clara com que, em vernáculo

do melhor qui'ate, sabia exprimir o seu pensamento, pela palavra ou pela pena. Desde os bancos acadêmicos, nessas

versal — a Academia Francesa — ela

tradicionais e queridas Arcadas, onde o

costumava acolher, como partícipes mi

seu nome fulgia, em provas e competi

uma formação secular uniforme; e, por a resultante - quase diria empmca

da obsenução individual, do esfôrço isolado do político-administrador. ,

Sofremos ainda os efeitos de nossa de

morada e difícil construtora nacional, diante da qual os governantes hao de

quer na tribuna parlamentar, quer nos

agir e de movimentar-se em terreno ms-

mento cultural da nacionalidade.

bíveis e as ambições desproporcionadas^

postos e.xccutivos, criar e manter o cli ma propício para a obra meritória e patriótica da instrução e do desenvolvi .

^

^

é

como fato histórico-

Entre nós, o espírito público care

A vida pública, através de seus emba tes e contradições, nem sempre logra desvendar, em sua plenitude, o espíri to animador daqueles que nela traba lharam, nela venceram ou... foram ven cidos. E o fenômeno se verifica com maior evidencia nos países imaturos como o nosso, onde as incertezas e os descaminhos do norte a seguir aumentam

em proporção da multiplicidade e da premência dos problemas que ao polí tico incumbe enfrentar e resolver.

' E' que o espírito público nasce e se desenvolve na experiência histórica; consolida-se e avigora-se na homogenei

táve! e escabroso, dentro do qual. se emaranham e se confundem os planos in dividuais e os coletivos, os sonhos ca

Ouase sempre, portanto, êles tem de

contar consigo mesmos e com

mais. Falta-lhes o apoio de uma cons ciência coletiva; sobra-lhes, porem, na

contrapartida, a curiosidade febncitante de uma juventude social irrequieta e não raro indisciplinada.

Ao tentarem atuar no plano dos pnn-

■ cípios, encontram eles, então, a mobili

dade, a inconsistência e - por entre as

contradições e as surpresas do ambiente - a perigosa descontinuidade de progra

mas, alimentada e agravada pelo tum^

tuárlo entrechoque de doutrmas anta gônicas.

Quando, portanto, o vellio Nabuco observava que "Hércules não se preo-


ijijlikWjpi.í ^

V. ' . vyi/s ■ V

ciipara em deixar os filhos na orfandade, porque não há órfãos no niundo"

êle por certo se esquecia de que, no' séu e nosso Brasil, existe, infelizmente

a casta dos órfãos de educação política'

órfãos que não receberam dos seus maiores a valiosa herança dessa ética e dessa pragmática tradicionais dêsse saber ancestral "de experiências feito" que é o mais seguro mentor na orienta

ção e no meneio dos negóaos públicos. Ao redor deles, voejando oos enxames, atraídos pelo fascínio e pelos a' quimes do poder, atropelam-se os ca

0ICE.ST<> Ec< )Ní'>MICO

tério — pelo brilho o pelo prestígio dos nomc.s" que o compunham — prognosti cava, ao primeiro relance, certeza de

um trahallio inteligente o assíduo pelo cngrandccimento c pela prosperidade da

Pátria. Gom efeito; dosdc que fora eleito e proclamado Presidente, Rodri gues Abes SC recolhera ao seu retiro

de Guaratingiietá, afa.slandn-sc comple tamente das agitações o dos conciliábulos polítíco.s, na louvável intenção de não criar constrangimentos ou einbaraç-os de

qualquer ordem ao Governo, cujo man

■' "•' V

Dicf:sto Econômico

êsses também os meus votos".

Respon

dendo a êsse despacho, dizia Rio Bran co: "Asseguro a V. Exas. meus bons desejos de^ Ibes ser agradável. Rogo me permitam responder pelo correio". Ao comunicar a Rodrigues Alves êsse telegrama, assim o interpretava Campos Sales: "Tenho como satisfatória esta res

posta c, nesse pressupo.sto, felicito-o pe la colaboração de um brasileiro que dará lustre ao seu governo".

Ainda no mês de julho, chegava às mãos de Rodrigues Alves a carta anun

que nada valem, e até mesmo êsses ambiciosos, que nos trazem à mente a len da amazônica dos aventureiros que an

dato estava a expirar. Gogitava, entrementes, de organizar o

seu próprio govôrno e para isso, o pri

ciada e da qual se destacam estes pe ríodos: "Teria muita honra e sumo pra

meiro nome lembrado foi o do Barão

zer em ser\'ir de perto às ordens de V.

a consciência na ilha de Marapatá.

de 1902, escrevia ao Presidente Gam-

pesar, que não nie julgo com fôrças su

pazes e os incapazes, os que valem e os

tes de aportar em Manaus, abandonam

Na inconsútil contextura da vida do Conselheiro Rodrigues Alves aparece a presidí-Ia e a iluminá-la sempre, o 'es forço cotidiano e incansável de construir sem desanimar e de procurar para a in gente. tarefa, dentro ou fora dos quadros

partidários, a colaboração de cidadãos

probos que se acreditassem, ao seu pa recer (que, sei eu, uma só vez se en

ganou), pela sua dedicação patriótica e pela sua competência técnica.

Antecipava-se nessa prática ao gran

de estadista Georges Clemenceau, que, ao convidar o General Gouraud para alto

posto de confiança no seu govêmo, assim lhe falou: "II y a seulenient deux catégories d'homTnes: ceux qui pensent à

eux-mêmes avant de penser à Ia patrie et puis les autres. Je sais que vous êtes de ces derniers.

Venez avec.moi."

Ao assumir, em 1902, a presidência

da República, a nação viu desde logo que podia contar com um govêmo para grandes realizações; porque o seu minis

do Rio Branco. Em data dc 5 de jullu

pos Sales, (cujo nome se evoca sempre

com os preitos devido.s a um dos maiores

vultos da nacionalidade) e pedia-lhe que transmitisse o seu convite ao nosso Mi

nistro em Berlim, justificando-o com estas palavras: "As questões diplomáti cas ^ôm assumido entre nós grande im

portância e vão-se prestando freqüen-' temente a e.xplorações dos descontentes. O nome de Rio Branco tem bastante au

toridade para fazer calar ou pelo me

nos enfraquecer êsse clamor, para es

tudar os negócios externos e propor-lhes as melhores soluções".

Exa., mas devo confessar, com grande ficientes para ser, nessa posição c na

91

que me autorize a partir em fins de ou tubro ou nos primeiros dias de novem bro".

Insistiu Rodrigues Alves: "As valiosas ponderações de sua carta não me con venceram. O nome de V. Exa. será muito

bem recebido, não podendo negar ao

país o sacrifício pedido". A réplica de Rio Branco veio, então, decisiva e pa

triótica; "Farei o sacrifício que V. Exa.

julga necessário, contente de o fazer pelo muito que devo a nossa terra". Com Leopoldo de Bulhões eram anti

gas a.s relações de Rodrigues Alves, es treitadas, ademais, por longo convívio parlamentar. Convidado para gerir a pasta da Fazenda, assim se manifestou:

"Diz-me que conta comigo para a pasta da Fazenda e eu não apresento dúvidas

quadra atual, o auxiliar útil que V.

ou objeções. Disponha de mim como en

Exa. deseja. . .

mim pode-se dizer isso mesmo com mais

que me designar. Peço, não obstante, que me permita algumas ponderações, i\s quais dará a atenção que julgar me

razão ainda. Vivo no estrangeiro há muito tempo, com o propósito de não me envolver nas questões da nossa polí tica e penso poder ser mais útil ao

aos problemas submetidos à deliberação do Congresso. Nunca exerci cargos de

De meu pai, disse Joa

quim Nabuco que não serviria para épo cas de revolução ou de agitação.

De

país fora dele. Sei que a pasta do Ex

terior não é, ou não deve ser, pasta de

política interna; mas será sempre difí cil, para quem a exerça entre nós, des-

tender; ocuparei no seu govêmo o posto

recerem. Os méus estudos de finanças não são sistemáticos. Têm-se limitado

administração. Eleito presidente do meu Estado, não tomei po^se. A minha rí da teríi sido parlamentar. Nesta.s con

dições, que valor poderá ter o auxílio que deseja que lhe preste na tormentosa pasta da Fazenda? A minha candidatu ra ao Senado já está levantada em Goiás

Impressionava-se, sobretudo, com a questão do Acre, que se estava agravan

do perigosamente e que, em conseqüên

tacar-se inteiramente das questões in teriores. Sou assim obrigado a pedir a V. Exa. que me dispense de ocupar o

cia; reclamava os maiores cuidados, tan to para a ordem interna como para a

alto cargo em que deseja colocàr-me e

e as circularéS impressas, recomem^n-

que, estou persuadido, não poderia de

internacional. Logo no dia 6, Gampos

sempenhar como entendo que deve ser desempenhado". E concluía com eleva

homens de atirídade e de trabalho, pos

Rio Branco: "Rodrigues Alves deseja

do' desprendimento: "Não é, como V. Exa. vê, uma recusa, é um pedido de dis

Sales

telegrafava

reservadameule

a

confiar-lhe a pasta do Exterior e encarregon-me de consultá-lo, esperando de seu patriotismo que não recusará.

São

pensa. Se V. Exa. não julgar atendíveis as considerações que faço e entender

que deve manter o seu convite, peço-lhe

do-a, já foram distribuídas. Não acha que no Senado, onde já escasseiam os so prestar ao seu govêmo auxílio mais eficaz?"

Alonguei-me adrede na transcrição destas cartas para bem acentuar e dar merecido relevo à impecável linha de


ijijlikWjpi.í ^

V. ' . vyi/s ■ V

ciipara em deixar os filhos na orfandade, porque não há órfãos no niundo"

êle por certo se esquecia de que, no' séu e nosso Brasil, existe, infelizmente

a casta dos órfãos de educação política'

órfãos que não receberam dos seus maiores a valiosa herança dessa ética e dessa pragmática tradicionais dêsse saber ancestral "de experiências feito" que é o mais seguro mentor na orienta

ção e no meneio dos negóaos públicos. Ao redor deles, voejando oos enxames, atraídos pelo fascínio e pelos a' quimes do poder, atropelam-se os ca

0ICE.ST<> Ec< )Ní'>MICO

tério — pelo brilho o pelo prestígio dos nomc.s" que o compunham — prognosti cava, ao primeiro relance, certeza de

um trahallio inteligente o assíduo pelo cngrandccimento c pela prosperidade da

Pátria. Gom efeito; dosdc que fora eleito e proclamado Presidente, Rodri gues Abes SC recolhera ao seu retiro

de Guaratingiietá, afa.slandn-sc comple tamente das agitações o dos conciliábulos polítíco.s, na louvável intenção de não criar constrangimentos ou einbaraç-os de

qualquer ordem ao Governo, cujo man

■' "•' V

Dicf:sto Econômico

êsses também os meus votos".

Respon

dendo a êsse despacho, dizia Rio Bran co: "Asseguro a V. Exas. meus bons desejos de^ Ibes ser agradável. Rogo me permitam responder pelo correio". Ao comunicar a Rodrigues Alves êsse telegrama, assim o interpretava Campos Sales: "Tenho como satisfatória esta res

posta c, nesse pressupo.sto, felicito-o pe la colaboração de um brasileiro que dará lustre ao seu governo".

Ainda no mês de julho, chegava às mãos de Rodrigues Alves a carta anun

que nada valem, e até mesmo êsses ambiciosos, que nos trazem à mente a len da amazônica dos aventureiros que an

dato estava a expirar. Gogitava, entrementes, de organizar o

seu próprio govôrno e para isso, o pri

ciada e da qual se destacam estes pe ríodos: "Teria muita honra e sumo pra

meiro nome lembrado foi o do Barão

zer em ser\'ir de perto às ordens de V.

a consciência na ilha de Marapatá.

de 1902, escrevia ao Presidente Gam-

pesar, que não nie julgo com fôrças su

pazes e os incapazes, os que valem e os

tes de aportar em Manaus, abandonam

Na inconsútil contextura da vida do Conselheiro Rodrigues Alves aparece a presidí-Ia e a iluminá-la sempre, o 'es forço cotidiano e incansável de construir sem desanimar e de procurar para a in gente. tarefa, dentro ou fora dos quadros

partidários, a colaboração de cidadãos

probos que se acreditassem, ao seu pa recer (que, sei eu, uma só vez se en

ganou), pela sua dedicação patriótica e pela sua competência técnica.

Antecipava-se nessa prática ao gran

de estadista Georges Clemenceau, que, ao convidar o General Gouraud para alto

posto de confiança no seu govêmo, assim lhe falou: "II y a seulenient deux catégories d'homTnes: ceux qui pensent à

eux-mêmes avant de penser à Ia patrie et puis les autres. Je sais que vous êtes de ces derniers.

Venez avec.moi."

Ao assumir, em 1902, a presidência

da República, a nação viu desde logo que podia contar com um govêmo para grandes realizações; porque o seu minis

do Rio Branco. Em data dc 5 de jullu

pos Sales, (cujo nome se evoca sempre

com os preitos devido.s a um dos maiores

vultos da nacionalidade) e pedia-lhe que transmitisse o seu convite ao nosso Mi

nistro em Berlim, justificando-o com estas palavras: "As questões diplomáti cas ^ôm assumido entre nós grande im

portância e vão-se prestando freqüen-' temente a e.xplorações dos descontentes. O nome de Rio Branco tem bastante au

toridade para fazer calar ou pelo me

nos enfraquecer êsse clamor, para es

tudar os negócios externos e propor-lhes as melhores soluções".

Exa., mas devo confessar, com grande ficientes para ser, nessa posição c na

91

que me autorize a partir em fins de ou tubro ou nos primeiros dias de novem bro".

Insistiu Rodrigues Alves: "As valiosas ponderações de sua carta não me con venceram. O nome de V. Exa. será muito

bem recebido, não podendo negar ao

país o sacrifício pedido". A réplica de Rio Branco veio, então, decisiva e pa

triótica; "Farei o sacrifício que V. Exa.

julga necessário, contente de o fazer pelo muito que devo a nossa terra". Com Leopoldo de Bulhões eram anti

gas a.s relações de Rodrigues Alves, es treitadas, ademais, por longo convívio parlamentar. Convidado para gerir a pasta da Fazenda, assim se manifestou:

"Diz-me que conta comigo para a pasta da Fazenda e eu não apresento dúvidas

quadra atual, o auxiliar útil que V.

ou objeções. Disponha de mim como en

Exa. deseja. . .

mim pode-se dizer isso mesmo com mais

que me designar. Peço, não obstante, que me permita algumas ponderações, i\s quais dará a atenção que julgar me

razão ainda. Vivo no estrangeiro há muito tempo, com o propósito de não me envolver nas questões da nossa polí tica e penso poder ser mais útil ao

aos problemas submetidos à deliberação do Congresso. Nunca exerci cargos de

De meu pai, disse Joa

quim Nabuco que não serviria para épo cas de revolução ou de agitação.

De

país fora dele. Sei que a pasta do Ex

terior não é, ou não deve ser, pasta de

política interna; mas será sempre difí cil, para quem a exerça entre nós, des-

tender; ocuparei no seu govêmo o posto

recerem. Os méus estudos de finanças não são sistemáticos. Têm-se limitado

administração. Eleito presidente do meu Estado, não tomei po^se. A minha rí da teríi sido parlamentar. Nesta.s con

dições, que valor poderá ter o auxílio que deseja que lhe preste na tormentosa pasta da Fazenda? A minha candidatu ra ao Senado já está levantada em Goiás

Impressionava-se, sobretudo, com a questão do Acre, que se estava agravan

do perigosamente e que, em conseqüên

tacar-se inteiramente das questões in teriores. Sou assim obrigado a pedir a V. Exa. que me dispense de ocupar o

cia; reclamava os maiores cuidados, tan to para a ordem interna como para a

alto cargo em que deseja colocàr-me e

e as circularéS impressas, recomem^n-

que, estou persuadido, não poderia de

internacional. Logo no dia 6, Gampos

sempenhar como entendo que deve ser desempenhado". E concluía com eleva

homens de atirídade e de trabalho, pos

Rio Branco: "Rodrigues Alves deseja

do' desprendimento: "Não é, como V. Exa. vê, uma recusa, é um pedido de dis

Sales

telegrafava

reservadameule

a

confiar-lhe a pasta do Exterior e encarregon-me de consultá-lo, esperando de seu patriotismo que não recusará.

São

pensa. Se V. Exa. não julgar atendíveis as considerações que faço e entender

que deve manter o seu convite, peço-lhe

do-a, já foram distribuídas. Não acha que no Senado, onde já escasseiam os so prestar ao seu govêmo auxílio mais eficaz?"

Alonguei-me adrede na transcrição destas cartas para bem acentuar e dar merecido relevo à impecável linha de


V

92

Dioksto Econónuco

conduta e ao nobilissimo desinterôsse com que se haviam os homens da cha

mada República velha; os quais, insta

dos para exercer altas funções de govêmo, hesitavam em aceitá-las ou se es

forçavam por eximir-se delas, duvidando de sua capacidade ou temendo as res ponsabilidades que teriam de assumir.

Hoje, infelizmente, o espetáculo é completamente diverso.

Acorrem e atropelam-se os candida

tos, indiscretos e pressurosos, ao redor

dos magnatas do poder e Uies disputam as preferencias a qualquer custo, faminI tos de fruir as regalias e as benesses

dos cargos que sôfregamente pleiteiam, sem o menor cuidado pela sua própria

aptidão e pelas obrigações á desempe nhar em benefício do povo. Abonam eles nesta maneira a verdade que Chesterton registrou, no seu "Herétics", ao asseverar que as posições que certos ho mens mais lutam por conquistar são

precisamente aquelas para as quais êles mesmos, no seu fôro íntimo, se reco

nhecem os menos capazes. A tão escandaloso contraste de si

tuações, calharia à justa aquilo que, de referência ao Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, anotou o seu céle bre biógrafo: "Andavam em competição com êle as honras e as dignidades. Êle a abor

recê-las e elas a entrar-lhe por casa. Quem persuadira esta filosofia aos am

biciosos de todos os tempos: que é po deroso meio para alcançá-las o fugir delas? Levaram eles melhor vida e ti vera o mundo mais quietação."

93

Dir^KSTo Econômico

ostentava, por um labor indcfcsso que nada alegava e nada reclamava.

Seabra, indicado para a pasta da Jus tiça, era lente da I-^aculdade de Direito

do Recife, Icaclcr do governo na Câma

Dêsses sacrifícios,

ao.s próprios

Sobravam razões c argumentos a Jo-

• «oh Chenier para afinnar em comentá rio aos trágicos epi.sódios c aos sanguiolentos conflitos da Revolução France-

íntimo.s passavam ignorados, ó que de " mie "não há grandes homens sem riva o patriciado cívico dc Rodrigues y^lves; c nêlc.s é que se poderia depa ^acontecimentos Não os há, com os últimos do efeito. mundo Econtemporàrar o moti\'0 para <piem Ibc quisesse de senhar o brasão heráldico. Neste, está o ria enfaluada pretensão de restauvisto que não haveria^ quartel pa "Va força do homem menoscabandora aquele implacável falcao de caça, Ihe a espiritiJolidade, produziram como po qual Osvaldo Splcnger .simbolizou 'nico resultado da insensata experiência,

ra dos Deputados c tinha, a êsse tem

po, assinalada projeçrio na \nda poÜHca e parlamentar do país.

O Marechal Paula Argolo e o Almi rante Júlio de Noronha, que ocuparam,' respectivamente, as pastas da Guerra e da Marinha, eram chefc.s militares de

prestígio nas classes armadas, em cujas fileiras se notabilizavam pela .sua dis ciplina, pela sua integridade e pela sua

o César Romano.

pois, ao contrário, a política foi para Rodrigues Alves um sistema ponderado

bravura.

Para a Prefeitura do Distrito Federal

e jnfrangível de desprendimento, de to lerância c de magnanimidade que se jrispirava precipuamente na humanida de do cidadão, como seu atributo indi vidual, e no valor da solidariedade, co

era chamado Pereira Passos — legítimo expoente da cultura, do descortino e do

espírito de iniciativa da nossa engenha ria civil.

Para a Diretoria da Saúde Pública

mo fruto de sua cooperação. Com isso, sabia ajuizar, paciente e justiceiro, dos homens e dos acontecimentos, para que o interêsse pelo bem comum fôsse tambóm o da defesa de cada um. Assistia,

emergia do silêncio e da penumbra de um laboratório científico a figura modes ta, quase desconhecida de Osvaldo Cruz. Era, como .se vê, uma constelação de

capacidades. Um feixe de vontades, unidas num só inquebrantável desígnio:

" tremendo, lancinante cataclismo em ",e SC estão debatendo, definhando e morrendo várias nações de nossos dias. Numa terra de eepticismo e de inde

cisões, onde se estadeia com freqüên-

a anarquia das coisas e das' idéias,

foi o Conselheiro Rodrigues Alves um modôlo irrepreensível de probidade e de firmeza, de lealdade e de bra-\mra, que iluminava, ao mesmo tempo, o remanso imaculado do seu lar e a estrada larga de'sua carreira. rdestre incontestado na direção dos

negócios do Estado e da Federação,

Inteirando-se dos primeiros ato.s de

jjlém disso, ao Conselheiro Rodrigues Alves, aquele vigore cli animo, que Botero aponta como qualidade primordial

atmvessou grandes tormentas, mercê do seu talento, de sua cultura e de sua co

tal govêmo, ao espírito solar de Rui Barbosa afigurou-se "ouvir, entre clarins

do homem de Estado. A sua energia

ragem. Não se abria diante dêle um

rcscalta e rebrilha como uma esperança

caminho batido a percorrer. Precisou

desbravá-lo a custo e muitas vêzes viuo fechar-se aos seus passos, numa pai

servir ao Brasil.

de uma alvorada de esperanças, a voz da Pátria esquecida e ver de novo infla

que não desfalece; e a sua psicologia, análoga à do capitão de longo curso,

mar-se no seio dos brasileiros a consciên cia do Brasil restituída a si mesma".

des, tal qual, segundo o testemunho de

tem o condão de aplacar as tempesta Ortega y Ga.sset, acontecia a Mírabeau

E foi nesse luminoso ambiente que decorreu o grande quatriênio e, com êle, a idade de ouro da República. Ninguém poderia avaliar, entretanto, o quanto havia de renúncia, de abnega

Lauro Muller era um representante da nova geração republicana. A sua

ção e de silenciosas amarguras na fir

ação no Congresso e no governo do Es tado de Santa Catarina já lhe haviam

postura e na dignidade dessa conduta

serena e retilínea, que, por si só, valia

abonado a competência e a operosidade.

por um heroísmo diutumo que não se

meza dessa orientação superior, na com

cas e de espinheiros — em tudo seme-

Uiante àquela "selva selvaggUi ed a^a

nos passos decisivos, de sua carreira. Para superar as resistências das ad-

- forte che nel pensier rinuova lu paura",

versidades humanas e do inesperado dos eventos, como para vencer as perfidias dos invejosos, as críticas dos maledicentes e as incompreensões dos próprios

êle costumava dizer tôdas as manhãs, ao sentar-sc ov.ua despachos: uespachos: sentar-se à« mesa dos seus

amigos, tinha o Conselheiro Rodrigues Alves a adamantina armadura de sua cons ciência incorruptível de homem público.

Jll.

sagem híspida, atravancada de chame-

P que nue fala o altíssimo de - Poeta.

Conta-§e do Barão de Cotegipe que

"Vamos recomeçar o nosso trabalho". A ,i-%r

.-orrimPPJir rt nr>cc/>

«-..,.1

in

frase rrase brotaA'a-lhe dos lábios «uíus exata exata ee em emblemática. Wpmática. Porque, Porque, no no Brasil, Brasil o polítt. i/.. CO ó um eterno Sisifo, que tem de re


V

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Dioksto Econónuco

conduta e ao nobilissimo desinterôsse com que se haviam os homens da cha

mada República velha; os quais, insta

dos para exercer altas funções de govêmo, hesitavam em aceitá-las ou se es

forçavam por eximir-se delas, duvidando de sua capacidade ou temendo as res ponsabilidades que teriam de assumir.

Hoje, infelizmente, o espetáculo é completamente diverso.

Acorrem e atropelam-se os candida

tos, indiscretos e pressurosos, ao redor

dos magnatas do poder e Uies disputam as preferencias a qualquer custo, faminI tos de fruir as regalias e as benesses

dos cargos que sôfregamente pleiteiam, sem o menor cuidado pela sua própria

aptidão e pelas obrigações á desempe nhar em benefício do povo. Abonam eles nesta maneira a verdade que Chesterton registrou, no seu "Herétics", ao asseverar que as posições que certos ho mens mais lutam por conquistar são

precisamente aquelas para as quais êles mesmos, no seu fôro íntimo, se reco

nhecem os menos capazes. A tão escandaloso contraste de si

tuações, calharia à justa aquilo que, de referência ao Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, anotou o seu céle bre biógrafo: "Andavam em competição com êle as honras e as dignidades. Êle a abor

recê-las e elas a entrar-lhe por casa. Quem persuadira esta filosofia aos am

biciosos de todos os tempos: que é po deroso meio para alcançá-las o fugir delas? Levaram eles melhor vida e ti vera o mundo mais quietação."

93

Dir^KSTo Econômico

ostentava, por um labor indcfcsso que nada alegava e nada reclamava.

Seabra, indicado para a pasta da Jus tiça, era lente da I-^aculdade de Direito

do Recife, Icaclcr do governo na Câma

Dêsses sacrifícios,

ao.s próprios

Sobravam razões c argumentos a Jo-

• «oh Chenier para afinnar em comentá rio aos trágicos epi.sódios c aos sanguiolentos conflitos da Revolução France-

íntimo.s passavam ignorados, ó que de " mie "não há grandes homens sem riva o patriciado cívico dc Rodrigues y^lves; c nêlc.s é que se poderia depa ^acontecimentos Não os há, com os últimos do efeito. mundo Econtemporàrar o moti\'0 para <piem Ibc quisesse de senhar o brasão heráldico. Neste, está o ria enfaluada pretensão de restauvisto que não haveria^ quartel pa "Va força do homem menoscabandora aquele implacável falcao de caça, Ihe a espiritiJolidade, produziram como po qual Osvaldo Splcnger .simbolizou 'nico resultado da insensata experiência,

ra dos Deputados c tinha, a êsse tem

po, assinalada projeçrio na \nda poÜHca e parlamentar do país.

O Marechal Paula Argolo e o Almi rante Júlio de Noronha, que ocuparam,' respectivamente, as pastas da Guerra e da Marinha, eram chefc.s militares de

prestígio nas classes armadas, em cujas fileiras se notabilizavam pela .sua dis ciplina, pela sua integridade e pela sua

o César Romano.

pois, ao contrário, a política foi para Rodrigues Alves um sistema ponderado

bravura.

Para a Prefeitura do Distrito Federal

e jnfrangível de desprendimento, de to lerância c de magnanimidade que se jrispirava precipuamente na humanida de do cidadão, como seu atributo indi vidual, e no valor da solidariedade, co

era chamado Pereira Passos — legítimo expoente da cultura, do descortino e do

espírito de iniciativa da nossa engenha ria civil.

Para a Diretoria da Saúde Pública

mo fruto de sua cooperação. Com isso, sabia ajuizar, paciente e justiceiro, dos homens e dos acontecimentos, para que o interêsse pelo bem comum fôsse tambóm o da defesa de cada um. Assistia,

emergia do silêncio e da penumbra de um laboratório científico a figura modes ta, quase desconhecida de Osvaldo Cruz. Era, como .se vê, uma constelação de

capacidades. Um feixe de vontades, unidas num só inquebrantável desígnio:

" tremendo, lancinante cataclismo em ",e SC estão debatendo, definhando e morrendo várias nações de nossos dias. Numa terra de eepticismo e de inde

cisões, onde se estadeia com freqüên-

a anarquia das coisas e das' idéias,

foi o Conselheiro Rodrigues Alves um modôlo irrepreensível de probidade e de firmeza, de lealdade e de bra-\mra, que iluminava, ao mesmo tempo, o remanso imaculado do seu lar e a estrada larga de'sua carreira. rdestre incontestado na direção dos

negócios do Estado e da Federação,

Inteirando-se dos primeiros ato.s de

jjlém disso, ao Conselheiro Rodrigues Alves, aquele vigore cli animo, que Botero aponta como qualidade primordial

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tal govêmo, ao espírito solar de Rui Barbosa afigurou-se "ouvir, entre clarins

do homem de Estado. A sua energia

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rcscalta e rebrilha como uma esperança

caminho batido a percorrer. Precisou

desbravá-lo a custo e muitas vêzes viuo fechar-se aos seus passos, numa pai

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de uma alvorada de esperanças, a voz da Pátria esquecida e ver de novo infla

que não desfalece; e a sua psicologia, análoga à do capitão de longo curso,

mar-se no seio dos brasileiros a consciên cia do Brasil restituída a si mesma".

des, tal qual, segundo o testemunho de

tem o condão de aplacar as tempesta Ortega y Ga.sset, acontecia a Mírabeau

E foi nesse luminoso ambiente que decorreu o grande quatriênio e, com êle, a idade de ouro da República. Ninguém poderia avaliar, entretanto, o quanto havia de renúncia, de abnega

Lauro Muller era um representante da nova geração republicana. A sua

ção e de silenciosas amarguras na fir

ação no Congresso e no governo do Es tado de Santa Catarina já lhe haviam

postura e na dignidade dessa conduta

serena e retilínea, que, por si só, valia

abonado a competência e a operosidade.

por um heroísmo diutumo que não se

meza dessa orientação superior, na com

cas e de espinheiros — em tudo seme-

Uiante àquela "selva selvaggUi ed a^a

nos passos decisivos, de sua carreira. Para superar as resistências das ad-

- forte che nel pensier rinuova lu paura",

versidades humanas e do inesperado dos eventos, como para vencer as perfidias dos invejosos, as críticas dos maledicentes e as incompreensões dos próprios

êle costumava dizer tôdas as manhãs, ao sentar-sc ov.ua despachos: uespachos: sentar-se à« mesa dos seus

amigos, tinha o Conselheiro Rodrigues Alves a adamantina armadura de sua cons ciência incorruptível de homem público.

Jll.

sagem híspida, atravancada de chame-

P que nue fala o altíssimo de - Poeta.

Conta-§e do Barão de Cotegipe que

"Vamos recomeçar o nosso trabalho". A ,i-%r

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frase rrase brotaA'a-lhe dos lábios «uíus exata exata ee em emblemática. Wpmática. Porque, Porque, no no Brasil, Brasil o polítt. i/.. CO ó um eterno Sisifo, que tem de re


94

começar todos os dias a sua tarefa —

dadas as intcrcorrências impreWsíveís de nossa vida coletiva, que evocam os

quadros nebulosos e caóticos dos primei ros dias do Gênesis.

O esfôrço do administrador não liú de ser tão somente para lutar e não

desertar; mas também para, resguarda dos os ditames da moral e os deveres do mandato, dissipar as discórdias e co

H

Dicesto Econômico

yo

Dicksto Kc:on6mico

época cm que tenha atuado, nunca de veremos deixar distante ou esquecido; porque, mesmo quando êle desaparece dentre os vivos, está preseiite aos nossos conselhos e atende no nosso apêlo. Está solidário conosco nas horas de provação

Foi .sempre o mesmo, ativo e vigilan te, em tòdas as situações. Conhoci-o

e de calamidade e ser\*e-nos de guia e fanal, como estrela propícia, na escuri dão das noites catastróficas para a na

sem a luz profunda e tranqüila que dimnnax a da sua ahua de escol: essa mis teriosa, sugestiva drij /ig/it que, no dizer

bem como seu amigo, seu correligioná rio c seu colaborador.

Pude inúmeras \'ê'/es fixar os me\is

olhos dêle e jamais os encontrei

cionalidade.

K

de Bacon, não se deixa escurecer ou se-

ordenar as opiniões para a solução ade quada e pacífica dos casos emergentes. Ora, nessa delicada missão, era o

falta. Quando falliam ou se corrompem

(pier embaciar pelos vapores da paixão, do interesse e das preven

Conselheiro Rodrigues Alves um artí fice paciente e escrupuloso. Dir-se-ia

aqueles que não podiam falhar ou cor

ções.

romper-se, só êle não falha nem se cor rompe. Açodo solícito ao nosso brado de

impressão de que o seu sobera no domínio sôbrc as circunstân

angústia; levanta-nos os corações com o seu exemplo; vivifica-nos as energias

cias c os circunstantos era natu

com o seu incitamento. E' nêle que ha-

do'seu próprio caráter e do seu conheci

vemos de encontrar, de novo, para aca lentar e fazer reflorescer as nossas es

mento dos homens.

peranças, fôrça e dignidade, decisão e prudência, honradez e destemor.

presença e já não posso enxergar a ir radiação de seu espírito, vejo que a sua

Nem sei se neste momento conturba

do e aflitivo para a nos.sa gente, quando

biografia — toda resplandescente na magnífica infloreseôncia dos serviços e

a democracia constitucional se vê sitia-

dos méritos que registra - não é só

que a vocação precípua de sua e.xistên-

cia se sobrelevava no critério admirável

de tecer com os fatos divergentes o pla no uniforme da vida nacional.

Para consegui-lo teve que renunciar, mais de uma vez, ao que era legitima mente seu, em benefício de outros —

de seus amigos, de seus correligionários, de seu partido, de sua gente. Por duas vezes rejeitou a sua candi

datura ao supremo pôsto da República; e, das outras duas em que foi eleito, re cebeu a grande investidura a contra-

gôsto e lamentando que a outros, que êle proprio indicava como mais capazes, não fosse ela conferida.

Não há muito tempo, Jacques Maritain preconizava a restauração nas es

feras políticas do homem de bem, para condenação e repulsa do materialísmo demagógico que vem minando e derruindo a civilização cristã.

Só o homem de bem, com efeito, po de infundir e preservar no homem polí tico o espírito público, que lhe esclare ça a inteligência, lhe tempere o caráter

Quando faltam os \ivos, só êlc não

E êle dava-me sempre a

certa certeza, que é também com ôles que teremos de contar para "trabalhar

deita as mais fundas raízes. Mas a sei

va que dêle haure, paga-a tresdobrada-

resistir e confiar".

mente em sombra e em frutos...

síssima da sua família: é o patrimônio'

Rodrigues Alves não foi, como pode

ria parecer a Sidney Hook, um criador

j

de acontecimentos; deles foi, porém, um atilado é seguro condutor, pelo acerto das suas decisões e pela acuidade da sua visão panorâmica. Estudante ainda, foi redator-chefe do

jomal "16 de Julho" e colaborador úni Exemplar, repetimo-lo, foi o espírito

?

da Proxnncia.

consciência da liberdade.

inconsumptível da Nação - em cujo solo

inscreveu para a posteridade á mais bela e mais convincente lição de trabalho, de fé e de patriotismo.

nesta cidade, u primeira Escola Nomial

não pode haver democracia sem

dele; nem é sòmente a herança precio

A presente comemoração chama ao

ràcterizj\da, aliás, no projeto de lei, de ^ sua autoria, em virtude do qual se fundou,

ência cívica sem ilustrarão, como

ção e da desordem, os mortos cada vez mais governem os vivos. Mas sei, de

nosso convívio o morto-imortal que, nas páginas da história política do Brasil,

Deputado pro\ incial, a instrução pú blica, a sua difu.são o a sua obrigatorie dade foram a preocupação predominante da sua atividade legislativa, bem ca-

Assim agia porque estava con

E hoje, quando não mais sinto a sua

'

obseurecor.

vencido do que não há consci

ral, in.stintixo — decorrência e.sponti\nea

da pelas legiões ameaçadoras da nega

mento, com elevação de vistas que o ardor natural da mocidade não lograva

co, por vários meses consecutivos, d'"A Opinião Conservadora", periódicos

e lhe norteie as rotas.

público de Rodrigues Alves. No longo e afanoso decurso de sua carreira ja

A esse homem de bem, qualquer que lhe seja o nome, qualquer que seja a

mais êle diminuiu de intensidade ou

servador e em cujas colunas êle versou

arrefeceu no seu calor.

os problemas sociais e políticos do mo

que se filiavam ambos ao Partido Con

- jjn.ti

A sua juventude não fora envenenada

pelo ceplicismo ou pela descrença. A tábua dos valores morais e o tesouro

das crenças tradicionais conservavam-se

imutáveis e intangí\eis para êle. Os seus projetos de lei não represen tavam simples desençargos eleitorais; mas eram o resultado lógico e oportuno das suas comacções consti-utivas. Os entusiasmos alvissareiros dos pri meiros contatos felizes com a vida pú blica não o imobilizavam no narcisismo vaidoso e preguiceiro do sucesso imediato. Via, além, a imagem da Pá tria em marcha e compreendia que mais valia edificar vagarosa e útilmente para

o futuro, sem o intento subalterno de

fazer propaganda demagógica, mercê das inaugurações faustosas de prédios suntuários e de melhoramentos improvisa dos - dos quais o povo, que os paga,

contempla as fachadas e as placas come morativas, escuta as palestras e os dis cursos laudatórios, mas não aufere os

proveitos retumbantemente apregoados por entre mfos e trombeteies de feira. A escola ainda era, a seu juízo, a melhor forma de assegurar o bem-estar


94

começar todos os dias a sua tarefa —

dadas as intcrcorrências impreWsíveís de nossa vida coletiva, que evocam os

quadros nebulosos e caóticos dos primei ros dias do Gênesis.

O esfôrço do administrador não liú de ser tão somente para lutar e não

desertar; mas também para, resguarda dos os ditames da moral e os deveres do mandato, dissipar as discórdias e co

H

Dicesto Econômico

yo

Dicksto Kc:on6mico

época cm que tenha atuado, nunca de veremos deixar distante ou esquecido; porque, mesmo quando êle desaparece dentre os vivos, está preseiite aos nossos conselhos e atende no nosso apêlo. Está solidário conosco nas horas de provação

Foi .sempre o mesmo, ativo e vigilan te, em tòdas as situações. Conhoci-o

e de calamidade e ser\*e-nos de guia e fanal, como estrela propícia, na escuri dão das noites catastróficas para a na

sem a luz profunda e tranqüila que dimnnax a da sua ahua de escol: essa mis teriosa, sugestiva drij /ig/it que, no dizer

bem como seu amigo, seu correligioná rio c seu colaborador.

Pude inúmeras \'ê'/es fixar os me\is

olhos dêle e jamais os encontrei

cionalidade.

K

de Bacon, não se deixa escurecer ou se-

ordenar as opiniões para a solução ade quada e pacífica dos casos emergentes. Ora, nessa delicada missão, era o

falta. Quando falliam ou se corrompem

(pier embaciar pelos vapores da paixão, do interesse e das preven

Conselheiro Rodrigues Alves um artí fice paciente e escrupuloso. Dir-se-ia

aqueles que não podiam falhar ou cor

ções.

romper-se, só êle não falha nem se cor rompe. Açodo solícito ao nosso brado de

impressão de que o seu sobera no domínio sôbrc as circunstân

angústia; levanta-nos os corações com o seu exemplo; vivifica-nos as energias

cias c os circunstantos era natu

com o seu incitamento. E' nêle que ha-

do'seu próprio caráter e do seu conheci

vemos de encontrar, de novo, para aca lentar e fazer reflorescer as nossas es

mento dos homens.

peranças, fôrça e dignidade, decisão e prudência, honradez e destemor.

presença e já não posso enxergar a ir radiação de seu espírito, vejo que a sua

Nem sei se neste momento conturba

do e aflitivo para a nos.sa gente, quando

biografia — toda resplandescente na magnífica infloreseôncia dos serviços e

a democracia constitucional se vê sitia-

dos méritos que registra - não é só

que a vocação precípua de sua e.xistên-

cia se sobrelevava no critério admirável

de tecer com os fatos divergentes o pla no uniforme da vida nacional.

Para consegui-lo teve que renunciar, mais de uma vez, ao que era legitima mente seu, em benefício de outros —

de seus amigos, de seus correligionários, de seu partido, de sua gente. Por duas vezes rejeitou a sua candi

datura ao supremo pôsto da República; e, das outras duas em que foi eleito, re cebeu a grande investidura a contra-

gôsto e lamentando que a outros, que êle proprio indicava como mais capazes, não fosse ela conferida.

Não há muito tempo, Jacques Maritain preconizava a restauração nas es

feras políticas do homem de bem, para condenação e repulsa do materialísmo demagógico que vem minando e derruindo a civilização cristã.

Só o homem de bem, com efeito, po de infundir e preservar no homem polí tico o espírito público, que lhe esclare ça a inteligência, lhe tempere o caráter

Quando faltam os \ivos, só êlc não

E êle dava-me sempre a

certa certeza, que é também com ôles que teremos de contar para "trabalhar

deita as mais fundas raízes. Mas a sei

va que dêle haure, paga-a tresdobrada-

resistir e confiar".

mente em sombra e em frutos...

síssima da sua família: é o patrimônio'

Rodrigues Alves não foi, como pode

ria parecer a Sidney Hook, um criador

j

de acontecimentos; deles foi, porém, um atilado é seguro condutor, pelo acerto das suas decisões e pela acuidade da sua visão panorâmica. Estudante ainda, foi redator-chefe do

jomal "16 de Julho" e colaborador úni Exemplar, repetimo-lo, foi o espírito

?

da Proxnncia.

consciência da liberdade.

inconsumptível da Nação - em cujo solo

inscreveu para a posteridade á mais bela e mais convincente lição de trabalho, de fé e de patriotismo.

nesta cidade, u primeira Escola Nomial

não pode haver democracia sem

dele; nem é sòmente a herança precio

A presente comemoração chama ao

ràcterizj\da, aliás, no projeto de lei, de ^ sua autoria, em virtude do qual se fundou,

ência cívica sem ilustrarão, como

ção e da desordem, os mortos cada vez mais governem os vivos. Mas sei, de

nosso convívio o morto-imortal que, nas páginas da história política do Brasil,

Deputado pro\ incial, a instrução pú blica, a sua difu.são o a sua obrigatorie dade foram a preocupação predominante da sua atividade legislativa, bem ca-

Assim agia porque estava con

E hoje, quando não mais sinto a sua

'

obseurecor.

vencido do que não há consci

ral, in.stintixo — decorrência e.sponti\nea

da pelas legiões ameaçadoras da nega

mento, com elevação de vistas que o ardor natural da mocidade não lograva

co, por vários meses consecutivos, d'"A Opinião Conservadora", periódicos

e lhe norteie as rotas.

público de Rodrigues Alves. No longo e afanoso decurso de sua carreira ja

A esse homem de bem, qualquer que lhe seja o nome, qualquer que seja a

mais êle diminuiu de intensidade ou

servador e em cujas colunas êle versou

arrefeceu no seu calor.

os problemas sociais e políticos do mo

que se filiavam ambos ao Partido Con

- jjn.ti

A sua juventude não fora envenenada

pelo ceplicismo ou pela descrença. A tábua dos valores morais e o tesouro

das crenças tradicionais conservavam-se

imutáveis e intangí\eis para êle. Os seus projetos de lei não represen tavam simples desençargos eleitorais; mas eram o resultado lógico e oportuno das suas comacções consti-utivas. Os entusiasmos alvissareiros dos pri meiros contatos felizes com a vida pú blica não o imobilizavam no narcisismo vaidoso e preguiceiro do sucesso imediato. Via, além, a imagem da Pá tria em marcha e compreendia que mais valia edificar vagarosa e útilmente para

o futuro, sem o intento subalterno de

fazer propaganda demagógica, mercê das inaugurações faustosas de prédios suntuários e de melhoramentos improvisa dos - dos quais o povo, que os paga,

contempla as fachadas e as placas come morativas, escuta as palestras e os dis cursos laudatórios, mas não aufere os

proveitos retumbantemente apregoados por entre mfos e trombeteies de feira. A escola ainda era, a seu juízo, a melhor forma de assegurar o bem-estar


DiCESTO ECONÔíDCo

vo

e a prosperidade da Nação; ela tinlia um

alto sentido para o deputado Rodrigues Alves, cuja estréia na Câmara marcaria, assim, uma definição perpétua de ati tude nas suas lides políticas. Ressoa

vam-lhe, porventura, aos ouvidos, decla mados pelo próprio autor, os versos condoreiros de Castro Alves - seu co

lega, seu amigo e companheiro nos bancos acadêmicos:

Luz, pois, no vale e na serra; Que se a luz rola na terra. Deus colhe gênios no céu... Quando fui seu Secretário do Interior,

no departamento administrativo de que dependiam, a êsse tempo, os negócios da Instrução Pública, já a sua vida tinha atingido a plenitude; e a sua larga ex periência dos homens e das coisas co

municava aos seus atos e às suas pa lavras uma esplêndida serenidade. Per correra uma longa e acidentada estrada, e o seu gesto fora sempre amplo e fe cundo: o gesto augusto do Semeador do Evangelho, o qual, como argutamente adverte Vieira, desde a madrugada sai pára semear: "Ecce exiit qui seminat seminare... porque no dia da 'messe

hão-nos de contar os passos... e para quem lavra com Deus até o sair é se

mear, porque também das passadas co lhe fruto".

Rodrigues Alves podia, então, olhar

para o seu próprio passado e contemplar os frutos da sua lavra: as sementes ha

viam germinado e agora a seara lourejava, a perder de vista, abundante e vi

onde o comum do.s homens não \in.

A República, por isso mesmo, não lhe ocasionou maiores apreensões. Para ser vir a nova forma de govêmo, basta\*a que se utilizasse da experiência que ad quirira no regime monárquico — "es

cola altíssima de civismo, de probidade

6 de devoção incondicional à causa pú

Nas horas de despacho, como nas con

versas que com ele mantinha, nunca vi a' sua vontade vacilar ou o seu cora ção demorar-se na lamentação dos obs

A sua inteligência,

em tal n,aneira demonstrou eotao a sua

capacidade c a sua efic.doc.a, que dele pôde seotcMciar ilustre lustor.ador coevo: "Desbravou o terreno de todos os

erros financeiros rp.e atra^■aneavam a missão do GovSrno e .naugnrou a era

gas da natureza. Expungia das nossas estatísticas noso-

encanto, mudou a sua prumtrva fe.çao melhoraram, com isso, os negocies in

ra de ordem e de liberdade, de j'ustiça e de democracia, em que viveu e gover nou a monarquia brasileira no segundo império. Democracia tão lídima e tão

Escrevia êle, destarte, um capítulo novo na história civil da República. Ao mesmo passo que dissipava as

'"'do fato, a novel Hcpdbliea. como por

Para os políticos novos da República a vida pública era uma iniciação;

Rodrigues Alves era uma |:ontinuação:

os laços da Federação e, cxim isso, se fortaleces.se a unidade nacional". ,

competições e as rivalidades criadas pe

o seu espírito. .

continuação daquela invariável atmosfe

de cooperação recíprocos, se apertassem

do saneamento o da eonvalesecnça do

Desapareceram, _i . . . , ' ^ !is vacilaçoes iniciais; ao mesmo tempo, • i j .

blica" onde se formara e se robuslccera

suspcitosa e .,rYr-r.<«;iva. agrcssi\a.

coibiram-se as ousadias novidadeiras o ternos e externos.

Eleito Presidente da Republica e em-

possado no cargo cm 1902, o maior em penho de Rodrigues Alves foi por que "o regime republicano demonstrasse a sua superioridade, impondo silencio a

la ambição, lutava contra as forças ce

lógicas os vexatórios labéus da febre amarela, da varíola e da peste bubônica; e derrubava a velha e insalubre cidade

colonial, que era o Rio de Janeiro, para edificar, em lugar dela, a capital maraxnlhosa, que a nacionais e estrangeiros encanta pela sua beleza e atrai pela sua salubridade. Soube enfrentar, com a mesma eqiia-

nimidade, os e.xcessos da oposição, os sur tos da indisciplina e as tentativas de co

perfeita (hão será demais repeti-lo)

murmuraçõcs e a impaciencias

que, ao pensar nela, acode-nos à mente

se por ser, na ordem poUtica, o guarda

Ao término do seu mandato, ao abrirse a instância da sucessão, recrudesceu

24 de fevereiro de 1891, a qual, na sua

a luta e as agressões se tornaram mais

a palavra nostálgica, quase parado.xal,

Com êsse elevado objetivo, esmerou-

de Eduardo Dunanc: "Que Ia Repu

e o cumpridor fiel da Constituição de

blique était helle sous VEmpirel"

opinião "encerrava princípios do mais

Êle trazia, portanto, do antigo regi me um conjunto valioso de convicções fundamentais, uma esclarecida visão dos acontecimentos do ' país - e, sobre tudo, a exata estimação dos valores tra

dicionais, amparada e incentivada por sólida formação religiosa e jurídica. Aparelhado com tais elementos, fácil lhe foi suprir as naturais deficiências dos novos 6 dos inexperientes e colabo rar amistosa e autorizadamenté com eles

na reestruturação institucional da nação.

Quando Ministro da Fazenda no go

çosa...

táculos a vencer.

ativa e pronta, caminhava sem pena e sem hesitações para as sohiçõos acer tadas. Tinha o dom singular de ver

DiCEòTO

vêmo de Pruderite de Morais, paulista eminente que é uma das mais fúlgidas glórias do Brasil —atravessando a Repúbli ca delicados e graves momentos de sua

incipiente história; mas Rodrigues Alves

elevado liberalismo, que, executados leal mente haviam de , assegurar à nossa Pátria a sua prosperidade e grandeza".

moção interna.

injustas e violentas. Acusavam-no de pretender decidir da escolha de seu sucessor, sobrepondo a sua predileção

pessoal ao pronunciamento das umas.

Prosseguiu no "caminho largo da mo deração e da tolerância, que o seu ilus

O nome apontado era o de Bemardino de Campos, republicano intemerato

tre antecessor restabelecera, chamando todos à colaboração franca das boas idéias, sem inquirir das origens, sem ódios ou ressentimentos do passado, com

da República, como o mais digno e o

a alma aberta a todos os congraçamentos sãos e leais". E porque "no regi me federativo a normalidade da vida da União depende principalmente do seu

mais perfeito acordo de vistas com os governos dos Estados", respeitou escrupulosamente as respectivas atribuições o regalias, "esforçando-se por que, num

ambiente pacífico de entendimento e

e preclaro, que êle mesmo inculcara,

é certo, a Campos Sales para Presidente

melhor recomendado para substituí-lo na chefia da Nação.

. Mas, desta feita, adversários implacá

veis desfiguravam essa candidatura em

simples expressão da amizade pessoal do

Presidente em exercício.

Alcindo Guanabara, jornalista e se nador da República, com dupla autori dade, portanto, para dar o seu teste munho neste episódio, assim se pronun-


DiCESTO ECONÔíDCo

vo

e a prosperidade da Nação; ela tinlia um

alto sentido para o deputado Rodrigues Alves, cuja estréia na Câmara marcaria, assim, uma definição perpétua de ati tude nas suas lides políticas. Ressoa

vam-lhe, porventura, aos ouvidos, decla mados pelo próprio autor, os versos condoreiros de Castro Alves - seu co

lega, seu amigo e companheiro nos bancos acadêmicos:

Luz, pois, no vale e na serra; Que se a luz rola na terra. Deus colhe gênios no céu... Quando fui seu Secretário do Interior,

no departamento administrativo de que dependiam, a êsse tempo, os negócios da Instrução Pública, já a sua vida tinha atingido a plenitude; e a sua larga ex periência dos homens e das coisas co

municava aos seus atos e às suas pa lavras uma esplêndida serenidade. Per correra uma longa e acidentada estrada, e o seu gesto fora sempre amplo e fe cundo: o gesto augusto do Semeador do Evangelho, o qual, como argutamente adverte Vieira, desde a madrugada sai pára semear: "Ecce exiit qui seminat seminare... porque no dia da 'messe

hão-nos de contar os passos... e para quem lavra com Deus até o sair é se

mear, porque também das passadas co lhe fruto".

Rodrigues Alves podia, então, olhar

para o seu próprio passado e contemplar os frutos da sua lavra: as sementes ha

viam germinado e agora a seara lourejava, a perder de vista, abundante e vi

onde o comum do.s homens não \in.

A República, por isso mesmo, não lhe ocasionou maiores apreensões. Para ser vir a nova forma de govêmo, basta\*a que se utilizasse da experiência que ad quirira no regime monárquico — "es

cola altíssima de civismo, de probidade

6 de devoção incondicional à causa pú

Nas horas de despacho, como nas con

versas que com ele mantinha, nunca vi a' sua vontade vacilar ou o seu cora ção demorar-se na lamentação dos obs

A sua inteligência,

em tal n,aneira demonstrou eotao a sua

capacidade c a sua efic.doc.a, que dele pôde seotcMciar ilustre lustor.ador coevo: "Desbravou o terreno de todos os

erros financeiros rp.e atra^■aneavam a missão do GovSrno e .naugnrou a era

gas da natureza. Expungia das nossas estatísticas noso-

encanto, mudou a sua prumtrva fe.çao melhoraram, com isso, os negocies in

ra de ordem e de liberdade, de j'ustiça e de democracia, em que viveu e gover nou a monarquia brasileira no segundo império. Democracia tão lídima e tão

Escrevia êle, destarte, um capítulo novo na história civil da República. Ao mesmo passo que dissipava as

'"'do fato, a novel Hcpdbliea. como por

Para os políticos novos da República a vida pública era uma iniciação;

Rodrigues Alves era uma |:ontinuação:

os laços da Federação e, cxim isso, se fortaleces.se a unidade nacional". ,

competições e as rivalidades criadas pe

o seu espírito. .

continuação daquela invariável atmosfe

de cooperação recíprocos, se apertassem

do saneamento o da eonvalesecnça do

Desapareceram, _i . . . , ' ^ !is vacilaçoes iniciais; ao mesmo tempo, • i j .

blica" onde se formara e se robuslccera

suspcitosa e .,rYr-r.<«;iva. agrcssi\a.

coibiram-se as ousadias novidadeiras o ternos e externos.

Eleito Presidente da Republica e em-

possado no cargo cm 1902, o maior em penho de Rodrigues Alves foi por que "o regime republicano demonstrasse a sua superioridade, impondo silencio a

la ambição, lutava contra as forças ce

lógicas os vexatórios labéus da febre amarela, da varíola e da peste bubônica; e derrubava a velha e insalubre cidade

colonial, que era o Rio de Janeiro, para edificar, em lugar dela, a capital maraxnlhosa, que a nacionais e estrangeiros encanta pela sua beleza e atrai pela sua salubridade. Soube enfrentar, com a mesma eqiia-

nimidade, os e.xcessos da oposição, os sur tos da indisciplina e as tentativas de co

perfeita (hão será demais repeti-lo)

murmuraçõcs e a impaciencias

que, ao pensar nela, acode-nos à mente

se por ser, na ordem poUtica, o guarda

Ao término do seu mandato, ao abrirse a instância da sucessão, recrudesceu

24 de fevereiro de 1891, a qual, na sua

a luta e as agressões se tornaram mais

a palavra nostálgica, quase parado.xal,

Com êsse elevado objetivo, esmerou-

de Eduardo Dunanc: "Que Ia Repu

e o cumpridor fiel da Constituição de

blique était helle sous VEmpirel"

opinião "encerrava princípios do mais

Êle trazia, portanto, do antigo regi me um conjunto valioso de convicções fundamentais, uma esclarecida visão dos acontecimentos do ' país - e, sobre tudo, a exata estimação dos valores tra

dicionais, amparada e incentivada por sólida formação religiosa e jurídica. Aparelhado com tais elementos, fácil lhe foi suprir as naturais deficiências dos novos 6 dos inexperientes e colabo rar amistosa e autorizadamenté com eles

na reestruturação institucional da nação.

Quando Ministro da Fazenda no go

çosa...

táculos a vencer.

ativa e pronta, caminhava sem pena e sem hesitações para as sohiçõos acer tadas. Tinha o dom singular de ver

DiCEòTO

vêmo de Pruderite de Morais, paulista eminente que é uma das mais fúlgidas glórias do Brasil —atravessando a Repúbli ca delicados e graves momentos de sua

incipiente história; mas Rodrigues Alves

elevado liberalismo, que, executados leal mente haviam de , assegurar à nossa Pátria a sua prosperidade e grandeza".

moção interna.

injustas e violentas. Acusavam-no de pretender decidir da escolha de seu sucessor, sobrepondo a sua predileção

pessoal ao pronunciamento das umas.

Prosseguiu no "caminho largo da mo deração e da tolerância, que o seu ilus

O nome apontado era o de Bemardino de Campos, republicano intemerato

tre antecessor restabelecera, chamando todos à colaboração franca das boas idéias, sem inquirir das origens, sem ódios ou ressentimentos do passado, com

da República, como o mais digno e o

a alma aberta a todos os congraçamentos sãos e leais". E porque "no regi me federativo a normalidade da vida da União depende principalmente do seu

mais perfeito acordo de vistas com os governos dos Estados", respeitou escrupulosamente as respectivas atribuições o regalias, "esforçando-se por que, num

ambiente pacífico de entendimento e

e preclaro, que êle mesmo inculcara,

é certo, a Campos Sales para Presidente

melhor recomendado para substituí-lo na chefia da Nação.

. Mas, desta feita, adversários implacá

veis desfiguravam essa candidatura em

simples expressão da amizade pessoal do

Presidente em exercício.

Alcindo Guanabara, jornalista e se nador da República, com dupla autori dade, portanto, para dar o seu teste munho neste episódio, assim se pronun-


Dk;k.s'H) Et.í)S*c>Mico'"

98

ciava: "Foi baseando-se nessa falsa ale

as suas mágua.s na Integral compenetra

gação que homens eminentes, com res ponsabilidades reais e efetivas na vida

ção do sen mandato e nn imperturbá

vel intuição de suas rosponsal)iliclades.

republicana, se entenderam para a rea ção: e a fórmida foi a da exclusão dos

•ü

:Í1

Estados pequenos na deliberação q>ie mais interessava à vida nacional

Mas ninguém de boa fé poderia susten tar que o Presidente da Republica hou vesse intervindo para impor uma candi

Estou ainda a vê-lo, amável e discre

to, a solucionar comigo os casos políti cos e admínistrntivo.s da Secretaria de

Estado que èle me confiara. Não tinha

datura qualquer. Repetidamente temos pedido que nos apontem um ato, um só ato praticado por Sua Excelência, ao qua! semelhante intuito possa .ser atri buído. Não há nenhum." E, de fato,

diferente para o público; porque, no seu • proceder e nas suas resoluções, (seja-me

não havia. Rodrigues Alves revelava-.se, ainda neste lance, o supremo magistrado

fesa do interesse público, onde quer que cie se apresentas.se, contra quem quer

da Nação é encarava o assunto com inte

gral desprendimento e absoluta isenção de ânimo.

Era, sim, arrugo de Bemardino de

Campos, cuja eleição significaria, por certo, um triunfo para o seu prestígio e um reforço para a sua autoridade. Mas, homem público, chefe de governo, a sua decisão não deveria revestir-se ja mais de qualquer cunho pessoal. A sua estima pelo amigo tinha que ceder ao compromisso e ao dever do seu cargo. E, com a renúncia de Bemardino, que era

íinia linguagem para os íntimos e outra

99

Dicesto EcoNóxaco

dadeiras sahalituia, as quais, sobretudo

litica, aquela que eleva ós homens e cdi-

quando a inatéria resvalava para o ter reno orçamentário, nos punham á prova

fica as nações, de\'e ser a esera\'a c nunca a senhora dos administradores.

a aritmética, a lógica e o conhecimento

la aritmética as relações entre a política e a administníção, eu lhes aconselharia

tão afetuosa afabilidade, num ambiente

que, na gestão de suas pastas, reservas sem vinte por cento, no máximo, pani

de tamanha polidcz que o constrangi mento e o stisto dofs argüidos para logo se resolviam em admiração c estima re dobradas para com o argüente. O seu trato era, com efeito, de rara e encan

lícito relembrá-lo) vingava sempre o

tadora amcnidadc; mas tinha, com cer

mesmo único c invariá\'e! critério: a de

teza, algo de gra\e e de hierático que, sem comprometer-lhe a linha de inalte

que, parente, amigo ou adversário, in tentasse contrariá-lo.

Facultando, embora, aos seus auxilia-

rável

delicadeza,

excluía, entretanto,

qualquer familiaridade. Nem sequer lhe faltava, de quando

em quando, aquela ironia de bom qui

res imediatos uma defercnte autonomia

late, que, sem irritar e sem ofender,

— que, ao invés de alforriar-lhes as ini

realça e aguça o argumento, alegra e abonança o ambiente.

ciativas-, servia apenas para mais esti mular-lhes o zelo, o labor e o sentido da

Penso não ser indiscreto nem incorrer

responsabilidade — Rodrigues Alves acompanhava, com vigilância e carinho, o andamento dos casos e dos processos ocorrentes, sopesando-lhes as vantagens

em censura, revelando, dentre muitos

outros, dois episódios nos quais fui parte.

Quando

o

Conselheiro

Rodrigues

também uma íntima e dolorosa renúncia

e os inconvenientes, para, afinal, .suge rir-lhes a solução adequada, com aquela discrição e aquela cortesia de que êle

sua, conseguiu pacificar os dissídios e

sabia revestir os arestos de sua autori

no dia seguinte ao da sua posse reuniu os seus quatro secretários, que éramos o

resolver normalmente o problema de sua

dade, suave sim, mas que jamais se

Dr. Paulo de Morais Barros, o Dr. Rafael

deixava contestar ou iludir...

de Sampaio Vídal, o Dr. Joaquim Mígue^ de -Siqueira e eu. Expôs-nos o seu

própria sucessão.

Em 13 de agosto de 1904, podia êle escrever ao velho correligionário e ami go: " O tempo há de mostrar como foi injusta, pérfida e cobarde a campanha movida contra o seu nome, que continua rá cercado do respeito e do culto de to dos os homens dignos da República". Era neste invariável teor que se defi

nia e se comprovava o homem público. Abafava os seus ressentimentos e calava

Os despachos coletivos, semanais, eram consagrados ao exame conjunto dos problemas em foco; e, por êles, asse

Alves, em maio de 1912, assumiu pela

segunda vez a í)residéncia de São Paulo,

plano de governo e os seus métodos de administração; encareceu-nos a necessi

garantidos, em qualquer hipótese, os res tantes oitenta por cento para os encar gos da administração".

Noutra ocasião, ao lançar a sua assi natura sôbre certas nomeações solicita

das por íntimos seus, e que, aliás, re caíam sôbre pes.soas de tôda idoneida de, advertira entre risonho o sério: "Cuidado com os meus arquiduques!" Era assim, com efeito, que Rodrigues Alves nunca deixava entre\er aos que

o cercavam ou a\i.\'iliavani na vida polí tica senão a sua fisionomia austera de estadista, cujos cuidados se concentra vam obsidentemente nos interesses su

periores da pátria e na melhor solução para as quéstões submetidas ao seu exa me.

Revendo agora a correspondência que com êle mantive de 1916 a 1918, verifi

co que no seu estilo límpido e terso se espelhava a sua alma sem sombra.s e sem refolhos; e que, do conteúdo de^a,

ressalta, eloqüente e irretorquivel, a do cumentação da lucidez do seu espírito

e da perseverança do seu destino — a velar, insone e clarividente, pela sorte

maior escrúpulo e a mais estrita econo

mia na aplicação das verbas orçamentá

instituições.

dade de um esfôrço e de urtia vigilân

administração.

cia constantes nos serviços de nossos di

Êsses despachos — a que nós, os secretários, comparecíamos sempre com

versos departamentos; recomendou-nos o

face do Mestre respeitado e querido — apresentavam, não raro, a feição de ver-

as e.xigéncias indeclináveis da política,

do país. Das suas cartas transparece o apaixo nado zêlo do homem publico, que se consumia no serviço da pátria e de suas

guravam-se a unidade ,6 a harmonia da

a timidez canhestra de escolares era

Se fòsse possível reduzir-se a uma fórmu

perfeito do assunto cm exame. Mas tudo isso se passiiva dentro de

rias e concluiu com as seguintes pala vras: "Bem sei que os senhores são po líticos e têm aspirações; mas a boa po-

Afastado embora das posições de res

ponsabilidade, com o organismo já com balido pela idade e pela doença, Rodri-

' 1' i-a-


Dk;k.s'H) Et.í)S*c>Mico'"

98

ciava: "Foi baseando-se nessa falsa ale

as suas mágua.s na Integral compenetra

gação que homens eminentes, com res ponsabilidades reais e efetivas na vida

ção do sen mandato e nn imperturbá

vel intuição de suas rosponsal)iliclades.

republicana, se entenderam para a rea ção: e a fórmida foi a da exclusão dos

•ü

:Í1

Estados pequenos na deliberação q>ie mais interessava à vida nacional

Mas ninguém de boa fé poderia susten tar que o Presidente da Republica hou vesse intervindo para impor uma candi

Estou ainda a vê-lo, amável e discre

to, a solucionar comigo os casos políti cos e admínistrntivo.s da Secretaria de

Estado que èle me confiara. Não tinha

datura qualquer. Repetidamente temos pedido que nos apontem um ato, um só ato praticado por Sua Excelência, ao qua! semelhante intuito possa .ser atri buído. Não há nenhum." E, de fato,

diferente para o público; porque, no seu • proceder e nas suas resoluções, (seja-me

não havia. Rodrigues Alves revelava-.se, ainda neste lance, o supremo magistrado

fesa do interesse público, onde quer que cie se apresentas.se, contra quem quer

da Nação é encarava o assunto com inte

gral desprendimento e absoluta isenção de ânimo.

Era, sim, arrugo de Bemardino de

Campos, cuja eleição significaria, por certo, um triunfo para o seu prestígio e um reforço para a sua autoridade. Mas, homem público, chefe de governo, a sua decisão não deveria revestir-se ja mais de qualquer cunho pessoal. A sua estima pelo amigo tinha que ceder ao compromisso e ao dever do seu cargo. E, com a renúncia de Bemardino, que era

íinia linguagem para os íntimos e outra

99

Dicesto EcoNóxaco

dadeiras sahalituia, as quais, sobretudo

litica, aquela que eleva ós homens e cdi-

quando a inatéria resvalava para o ter reno orçamentário, nos punham á prova

fica as nações, de\'e ser a esera\'a c nunca a senhora dos administradores.

a aritmética, a lógica e o conhecimento

la aritmética as relações entre a política e a administníção, eu lhes aconselharia

tão afetuosa afabilidade, num ambiente

que, na gestão de suas pastas, reservas sem vinte por cento, no máximo, pani

de tamanha polidcz que o constrangi mento e o stisto dofs argüidos para logo se resolviam em admiração c estima re dobradas para com o argüente. O seu trato era, com efeito, de rara e encan

lícito relembrá-lo) vingava sempre o

tadora amcnidadc; mas tinha, com cer

mesmo único c invariá\'e! critério: a de

teza, algo de gra\e e de hierático que, sem comprometer-lhe a linha de inalte

que, parente, amigo ou adversário, in tentasse contrariá-lo.

Facultando, embora, aos seus auxilia-

rável

delicadeza,

excluía, entretanto,

qualquer familiaridade. Nem sequer lhe faltava, de quando

em quando, aquela ironia de bom qui

res imediatos uma defercnte autonomia

late, que, sem irritar e sem ofender,

— que, ao invés de alforriar-lhes as ini

realça e aguça o argumento, alegra e abonança o ambiente.

ciativas-, servia apenas para mais esti mular-lhes o zelo, o labor e o sentido da

Penso não ser indiscreto nem incorrer

responsabilidade — Rodrigues Alves acompanhava, com vigilância e carinho, o andamento dos casos e dos processos ocorrentes, sopesando-lhes as vantagens

em censura, revelando, dentre muitos

outros, dois episódios nos quais fui parte.

Quando

o

Conselheiro

Rodrigues

também uma íntima e dolorosa renúncia

e os inconvenientes, para, afinal, .suge rir-lhes a solução adequada, com aquela discrição e aquela cortesia de que êle

sua, conseguiu pacificar os dissídios e

sabia revestir os arestos de sua autori

no dia seguinte ao da sua posse reuniu os seus quatro secretários, que éramos o

resolver normalmente o problema de sua

dade, suave sim, mas que jamais se

Dr. Paulo de Morais Barros, o Dr. Rafael

deixava contestar ou iludir...

de Sampaio Vídal, o Dr. Joaquim Mígue^ de -Siqueira e eu. Expôs-nos o seu

própria sucessão.

Em 13 de agosto de 1904, podia êle escrever ao velho correligionário e ami go: " O tempo há de mostrar como foi injusta, pérfida e cobarde a campanha movida contra o seu nome, que continua rá cercado do respeito e do culto de to dos os homens dignos da República". Era neste invariável teor que se defi

nia e se comprovava o homem público. Abafava os seus ressentimentos e calava

Os despachos coletivos, semanais, eram consagrados ao exame conjunto dos problemas em foco; e, por êles, asse

Alves, em maio de 1912, assumiu pela

segunda vez a í)residéncia de São Paulo,

plano de governo e os seus métodos de administração; encareceu-nos a necessi

garantidos, em qualquer hipótese, os res tantes oitenta por cento para os encar gos da administração".

Noutra ocasião, ao lançar a sua assi natura sôbre certas nomeações solicita

das por íntimos seus, e que, aliás, re caíam sôbre pes.soas de tôda idoneida de, advertira entre risonho o sério: "Cuidado com os meus arquiduques!" Era assim, com efeito, que Rodrigues Alves nunca deixava entre\er aos que

o cercavam ou a\i.\'iliavani na vida polí tica senão a sua fisionomia austera de estadista, cujos cuidados se concentra vam obsidentemente nos interesses su

periores da pátria e na melhor solução para as quéstões submetidas ao seu exa me.

Revendo agora a correspondência que com êle mantive de 1916 a 1918, verifi

co que no seu estilo límpido e terso se espelhava a sua alma sem sombra.s e sem refolhos; e que, do conteúdo de^a,

ressalta, eloqüente e irretorquivel, a do cumentação da lucidez do seu espírito

e da perseverança do seu destino — a velar, insone e clarividente, pela sorte

maior escrúpulo e a mais estrita econo

mia na aplicação das verbas orçamentá

instituições.

dade de um esfôrço e de urtia vigilân

administração.

cia constantes nos serviços de nossos di

Êsses despachos — a que nós, os secretários, comparecíamos sempre com

versos departamentos; recomendou-nos o

face do Mestre respeitado e querido — apresentavam, não raro, a feição de ver-

as e.xigéncias indeclináveis da política,

do país. Das suas cartas transparece o apaixo nado zêlo do homem publico, que se consumia no serviço da pátria e de suas

guravam-se a unidade ,6 a harmonia da

a timidez canhestra de escolares era

Se fòsse possível reduzir-se a uma fórmu

perfeito do assunto cm exame. Mas tudo isso se passiiva dentro de

rias e concluiu com as seguintes pala vras: "Bem sei que os senhores são po líticos e têm aspirações; mas a boa po-

Afastado embora das posições de res

ponsabilidade, com o organismo já com balido pela idade e pela doença, Rodri-

' 1' i-a-


Diousto Econômico

100

gues Alves obstinava-se em servir, opi nando e sugerindo, aconselhando e en corajando. Nessas cartas, que guardo carinhosa

sua mocidade; c a sua conduta prosse guia clara c sem enigmas, a Iransluzir a mesma orientação elevada c gene "Sabe — cscrcvia-me êlc — que nun

manente com os problemas da União e

ca regateei os meus serviços ao país e

do Estado. Cuida da encampação da

desejo perseverar nesse propósito.

"São Paulo Railway"; das leis orçamen tárias da República; do caso da interven

.sinto que me vai faltando a confiança

ção federal no Mato Grosso; das agita ções políticas em Alagoas; da situação do Estado do Espírito Santo; das difi

culdades financeiras do país; da polític-a internacional do Brasil durante a

café e do aproveitamento das cachoei

logo acrescentava com o mesmo inquebrantável dcsassombro de seus dias so

lares: "Não são apreensões vãs a que

gem; das capatazias do pôrto de San

possam ser indiferentes os diretores da

tos; do comércio internacional; da car

política, quando têm de dar solução

teira de redesconto e da organização do crédito agrícola e hipotecário. E, em

ao maior problema do momento; e será para mim uma fortuna poder continuar a

todos êstes assuntos, bem se evidenciam o alto descortino do administrador, o

ajudá-los sem as responsabilidades do

liberdades e no seu prestígio. Unida na

dos para a firmeza das instituições. Se falhas tem

Entretanto, para que nem de longe se pudesse suspeitar que esses receios, de ordem política, refletiam apenas os cui

ras do Iguaçu; dos perigos da política emíssionista; da navegação de cabota

ta e patriótica cie tódas as fôrças diri-

SC pode esperar o máximo de resulta

o declínio".

dados do sua situação pessoal, desde

acêrto. Os sistemas políticos consoliáam-sc pela ação contínua, eficaz, jus

gcnle.s da nação: podercs públicos ou

nas fôrças do organismo; c, na minha idade, todas as probabilidades são para

havido

nesse funcionamen to, não procuremos

re.sponsáveis,

por

que elas devem ser

imensidão de seu território, na identida de de scus ideais, na solidariedade indis solúvel de seus Estados — a formarem to

dos aquele fei.xe misterioso que nenhuma fòrça humana .será capaz de quebrar.. Com os mestres do pensamento helênico ele aprendera, desde os bancos do

Colégio Pedro 11, que a

democracia

rive e prospera na

harmônica coopera

ciência dos esforços de cada um de nós... Respeitemos os zelos fraternais da

ção de todos os ci

sileira e façamos o

No programa de administração que

Grande nas suas instituições, nas suas

imputadas ã insufi

grande família bra

govêrno".

Sim, meus senhores, Rodrigues Alves

quis .sempre a pátria grande e unida.

cidadãos; elementos civis ou militares; a escola, a imprensa c a tribuna — e só de sua colaboração tenaz c harmônica

Mas

conflagração mundial; dos problemas do

bom-senso claro e persuasivo do patrio

povo !í\tc. Ajudcnio-lo a funcionar com

rosa.

mente, manifesta-se o seu contato per

101

Dicesto EcoNó^^co

dadãos, dispostos a amarem tanto a sua

terra que, para ser

viço e glória dela,

se amem igualmente

pacto de os trans

entre si mesmos.

formar em senti mentos de uma ami

cio livre e perma

Ela é um comí

ta, a competência do estudioso — in

leu em 23 de outubro de 1917, vem exa

capaz de opinar sem conhecer, mas

rado, em períodos de eloqüência ver

zade pura, igual e

nente no qual a au

sempre preparado para indicar as solu

dadeiramente apostolar, o testamento po

inalterável. Que não

toridade todos os dias convalesce e se

ções justas e oportunas.

Quando, em março de 1917, tive a honra de comunicar-lhe oficialmente a

adoção definitiva de sua candidatura

à presidência da República, respondeume com a lisura e a franqueza que lhe eram habituais. Já a êsse tempo havia percorrido longo e escabroso caminho, e todo mundo sabe o que isso signifi ca para o homem público no Brasil. Bem podemos avaliar, portanto, as contrariedades que sofrerá, os desaponta mentos que provara, as desilusões que lhe amargaram as horas de meditação e de descanso. Guardava, não obstante,

os mesmos impressivos traços morais de

lítico de Rodrigues Alves.

haja

Recordá-

Estados

do

los nesta hora conturbada da nacionali

Norte oü do Sul,

dade — sacudida pelos vendavais e lancinada por perigosas dissenções inter nas que lhe estão minando o vigor, com prometendo a segurança e malsinando

mas o Brasil forta

lecido sempre pela confiança geral de nossos concidadãos.

São estes

o futuro — é fazer obra de salutar en

corajamento, que não destoa das fina

meus votos ardentes.

Partido Conservador. Sou conservador na

lidades da comemoração que estamos ce

República. Confio nas instituições repu

lebrando.

blicanas e no traballio e civismo dos bra sileiros. Educado na escola da ordem, da disciplina e da justiça, rogo a Deus

Ouçamos, pois, essas solennia verba: "Quando instituímos o atual regime, sou bemos ampará-lo com um aparelho cons

titucional onde

os

No velho regime militei nas fileiras do

que jamais abandonemos os seus precei

predominam os mais

tos.

adiantados princípios democráticos e as melhores noções , de govêrno para um

Quero a pátria grande e unida;

unida para sempre, sejam quais forem os evoluções do destino."

Ü!

retempera nas águas

lustrais que lhe pu rificam a origem e confirmam a legiti midade.

Foi a êsse sistema de govêrno, no qual os poderes soberanos do Estado são incamações vivas e operantes da vontade

nacional; foi a êsse nobilitante institu

to politíco que, mais do que qualquer outro, dignifica e exalta a personalidade huníana na sua mais característica ex

pressão social, - que o Conselheiro Rq drigues Alves se dedicou consciente abnegada e incansavelmente.

Eleito do povo, jamais lhe

'

alogTou

ms


Diousto Econômico

100

gues Alves obstinava-se em servir, opi nando e sugerindo, aconselhando e en corajando. Nessas cartas, que guardo carinhosa

sua mocidade; c a sua conduta prosse guia clara c sem enigmas, a Iransluzir a mesma orientação elevada c gene "Sabe — cscrcvia-me êlc — que nun

manente com os problemas da União e

ca regateei os meus serviços ao país e

do Estado. Cuida da encampação da

desejo perseverar nesse propósito.

"São Paulo Railway"; das leis orçamen tárias da República; do caso da interven

.sinto que me vai faltando a confiança

ção federal no Mato Grosso; das agita ções políticas em Alagoas; da situação do Estado do Espírito Santo; das difi

culdades financeiras do país; da polític-a internacional do Brasil durante a

café e do aproveitamento das cachoei

logo acrescentava com o mesmo inquebrantável dcsassombro de seus dias so

lares: "Não são apreensões vãs a que

gem; das capatazias do pôrto de San

possam ser indiferentes os diretores da

tos; do comércio internacional; da car

política, quando têm de dar solução

teira de redesconto e da organização do crédito agrícola e hipotecário. E, em

ao maior problema do momento; e será para mim uma fortuna poder continuar a

todos êstes assuntos, bem se evidenciam o alto descortino do administrador, o

ajudá-los sem as responsabilidades do

liberdades e no seu prestígio. Unida na

dos para a firmeza das instituições. Se falhas tem

Entretanto, para que nem de longe se pudesse suspeitar que esses receios, de ordem política, refletiam apenas os cui

ras do Iguaçu; dos perigos da política emíssionista; da navegação de cabota

ta e patriótica cie tódas as fôrças diri-

SC pode esperar o máximo de resulta

o declínio".

dados do sua situação pessoal, desde

acêrto. Os sistemas políticos consoliáam-sc pela ação contínua, eficaz, jus

gcnle.s da nação: podercs públicos ou

nas fôrças do organismo; c, na minha idade, todas as probabilidades são para

havido

nesse funcionamen to, não procuremos

re.sponsáveis,

por

que elas devem ser

imensidão de seu território, na identida de de scus ideais, na solidariedade indis solúvel de seus Estados — a formarem to

dos aquele fei.xe misterioso que nenhuma fòrça humana .será capaz de quebrar.. Com os mestres do pensamento helênico ele aprendera, desde os bancos do

Colégio Pedro 11, que a

democracia

rive e prospera na

harmônica coopera

ciência dos esforços de cada um de nós... Respeitemos os zelos fraternais da

ção de todos os ci

sileira e façamos o

No programa de administração que

Grande nas suas instituições, nas suas

imputadas ã insufi

grande família bra

govêrno".

Sim, meus senhores, Rodrigues Alves

quis .sempre a pátria grande e unida.

cidadãos; elementos civis ou militares; a escola, a imprensa c a tribuna — e só de sua colaboração tenaz c harmônica

Mas

conflagração mundial; dos problemas do

bom-senso claro e persuasivo do patrio

povo !í\tc. Ajudcnio-lo a funcionar com

rosa.

mente, manifesta-se o seu contato per

101

Dicesto EcoNó^^co

dadãos, dispostos a amarem tanto a sua

terra que, para ser

viço e glória dela,

se amem igualmente

pacto de os trans

entre si mesmos.

formar em senti mentos de uma ami

cio livre e perma

Ela é um comí

ta, a competência do estudioso — in

leu em 23 de outubro de 1917, vem exa

capaz de opinar sem conhecer, mas

rado, em períodos de eloqüência ver

zade pura, igual e

nente no qual a au

sempre preparado para indicar as solu

dadeiramente apostolar, o testamento po

inalterável. Que não

toridade todos os dias convalesce e se

ções justas e oportunas.

Quando, em março de 1917, tive a honra de comunicar-lhe oficialmente a

adoção definitiva de sua candidatura

à presidência da República, respondeume com a lisura e a franqueza que lhe eram habituais. Já a êsse tempo havia percorrido longo e escabroso caminho, e todo mundo sabe o que isso signifi ca para o homem público no Brasil. Bem podemos avaliar, portanto, as contrariedades que sofrerá, os desaponta mentos que provara, as desilusões que lhe amargaram as horas de meditação e de descanso. Guardava, não obstante,

os mesmos impressivos traços morais de

lítico de Rodrigues Alves.

haja

Recordá-

Estados

do

los nesta hora conturbada da nacionali

Norte oü do Sul,

dade — sacudida pelos vendavais e lancinada por perigosas dissenções inter nas que lhe estão minando o vigor, com prometendo a segurança e malsinando

mas o Brasil forta

lecido sempre pela confiança geral de nossos concidadãos.

São estes

o futuro — é fazer obra de salutar en

corajamento, que não destoa das fina

meus votos ardentes.

Partido Conservador. Sou conservador na

lidades da comemoração que estamos ce

República. Confio nas instituições repu

lebrando.

blicanas e no traballio e civismo dos bra sileiros. Educado na escola da ordem, da disciplina e da justiça, rogo a Deus

Ouçamos, pois, essas solennia verba: "Quando instituímos o atual regime, sou bemos ampará-lo com um aparelho cons

titucional onde

os

No velho regime militei nas fileiras do

que jamais abandonemos os seus precei

predominam os mais

tos.

adiantados princípios democráticos e as melhores noções , de govêrno para um

Quero a pátria grande e unida;

unida para sempre, sejam quais forem os evoluções do destino."

Ü!

retempera nas águas

lustrais que lhe pu rificam a origem e confirmam a legiti midade.

Foi a êsse sistema de govêrno, no qual os poderes soberanos do Estado são incamações vivas e operantes da vontade

nacional; foi a êsse nobilitante institu

to politíco que, mais do que qualquer outro, dignifica e exalta a personalidade huníana na sua mais característica ex

pressão social, - que o Conselheiro Rq drigues Alves se dedicou consciente abnegada e incansavelmente.

Eleito do povo, jamais lhe

'

alogTou

ms


Dicesto EcoNóxtiro

102

até o derradeiro in.stante de sua fecun

brante apoteo.se, cm que ttVIas as vozes se acordam e sc altciam cm grandioso siirmrn corda de esperanças e de estí

da e gloriosa existência.

mulos, para aclamar o nome do insigne

ou traiu os mandatos. Na confiança do povo, inúmeras vêzes renovada, \'iveu

E, ao cerrar

os olhos, revestiam-lhe ainda o corpo ínanimado as Insígnias, que tanto hon rara, de Chefe da Nação. Morto, con tinua a ser o que vivo fôra; o que sem pre há de ser para quantos amem a

rato e bcneniercnte civismo.

É que o patrioti.smo, no conceito ver

dadeiro de Almeida Braga, não 6 uni camente o amor da gleba nata"; é tam

o cidadão, o patriota, o estadista que vi

bém, e sobretudo, o culto do passado.

me ficou e que guardarei para sempre

Os séculos, como relha de arado re volvendo I) .solo, abrem nas almas leivas fundas, onde mãos benfazejas .su cessivamente deixam cair as sementes de todas as dores e de tôdas as alegrias

no fundo do coração. Tentando tradu

de triunfos e de penas, de tudo quanlòi

zi-la hoje, sinto-a, esmaiada embo ra pela distância, cada vez mais ní

através do tempo o do espaç>o, \ni ci mentando a união c constrijindo a gran

tida e vivaz na emoção de

deza da nacionalidade.

saudade.

minha

Desses recônditos sulco.s é que há de

\

Afonso Ajunos de Melo Franco

brasileiro, bendizer a sua memória e aplaudir a sua vida modelar de inleme-

nossa pátria, lhe conheçam a história e lhe venerem os benfeitores e os heróis: veu e morreu aureolado pelo esplendor ímanente de sua própria glória... Esta é a impressão indelével que dêle

RODRIGUES ALVES hoje o primeiro centenário dt) nasci

Um 7 de (ulho p. p., rcalizou-sc, na Câmara dos Deputados federal, uma

mento d{) maior dos seus homens de

sessão solene comemorativa do centená

República

Brasileira

comcmom

E.slado. Sem dú\ ida, poder-se-á dizer, e talvez provar, cjue outros, inai.s que Franci.sco do Paula Rodrigues Alves, se alçaram, por motivos especiais, na vida pública; outros, mais que ele, terão atraído .sobre si a gratidão dos pôsteres, pelo vigor, pela energia c pelo dcnodo com que defenderam as liberdades; ou tros, mais que ele, terão cleN'ado, no con ceito internacional, o nome do Brasil;

outros, mais que ele, terão tido conheci mento mais acurado o informações mais

amplas sôbre os problemas de governo. Entretanto, lícito nos é assegurar, sem sombra dc dúvida, que nenhum mais

rio de nascimento do Conselheiro Rodri

gues Alves. Pela União Democrática Nacional falou o nossa prezado e cons

tante colaborador, deputado Afonso Arinos dc Melo Franco, que, com a sua

oração, pronunciado dc improviso, re viveu os grandes dias da Câmara em que

Davi Compista fuígurava com "os fo</íc'íiiiA- falados", gcncro oratório do qual fôra no Brasil o criador. O discurso de Afonso Arinos nada fica a dever ern

graça, espontaneidade, vivacidade de esti lo, âs orações com que aqueles mestres de oratória, que constituiram o célebre

E verifico, com justo desvanecimento,

surgir depoi.s a seara magnífica de pen

que nessa impressão — como se fôra em

samento e de ação, de ideal e de ener

confortante viático para as longas e te

que êle compôs e. conteve, na .sua perso

anais do Parlamento Brasileiro.

nalidade, o equilíbrio de qualidades, o equilíbrio de virtudes, que constitui a

tendo sido essa peça política divulgada

ga a Nação inteira, ratificando-a e am-

gia, de pòe.sia e de realidade, de fé e de heroísmo, que constitui a eterna be leza do espírito e a suprema recom

pliando-a até transformá-la na deslum

pensa da vida.

substância própria do estadista, e, mais

merosas travessias do futuro — comun

"Jardim da Infância", enriqueceram os

Não

nos matutinos cariocas e paulistas, re cordada a frase de Ferreira Viana,

do que isso, aquela estrela, aquele des tino, aquela sorte de estar sempre, na oportunidade adequada e no momento adequado, ao .serviço de seu país, pois

"quem quer guardar um segredo deve orquivà-lo no Diário Oficial", o Digesto

entre as virtudes do homem de Estado

ilustre colaborador.

Econômico reproduz em suas colunas a oração de alto teor cívico do nosso

está, seguramente, esta: a do de.stíno.

Is

ífy

Pascal dizia que as virtudes dos ho mens não se apresentam nas expressões do seu maior esforço, nos momentos de

grande homem, pela coerência, pelo equi

.":ua ação mais convulsiva; que, ao con

líbrio, pela segurança das suas virtu des e pela sua - vamos dizer - quase milagrosa presença nos momentos opor tunos e nos pontos adequados.

trário, a virtude dos homens se afirma,

precisamente, na continuidade dos seus feitos comuns, na coerência de sua linha

A produção agrícola do Canadá eni 1947 foi ligeiramente inferior « dc 1946. Deve-se êsse declínio à estiagem que atingiu as principais zonas de cultura. Entre tanto, devido à alta dos pregos dos cereais, o valor da colheita - {1.140 milhões dc

dólares) tornou-se superior ào de 1946, atingindo mesmo duas vezes o de 1940.

habitual, na segurança do seu comporta mento uniforme.

Francisco de Paula Rodrigues Alves,

Rodrigues Alves, sob

nascido em Guaratinguetá, na data de

êsse ponto de vista — no ponto de vis ta pascaliano — foi, exatamente, um

hoje, há um século, era filho de humil de negociante português de Ponte dê


Dicesto EcoNóxtiro

102

até o derradeiro in.stante de sua fecun

brante apoteo.se, cm que ttVIas as vozes se acordam e sc altciam cm grandioso siirmrn corda de esperanças e de estí

da e gloriosa existência.

mulos, para aclamar o nome do insigne

ou traiu os mandatos. Na confiança do povo, inúmeras vêzes renovada, \'iveu

E, ao cerrar

os olhos, revestiam-lhe ainda o corpo ínanimado as Insígnias, que tanto hon rara, de Chefe da Nação. Morto, con tinua a ser o que vivo fôra; o que sem pre há de ser para quantos amem a

rato e bcneniercnte civismo.

É que o patrioti.smo, no conceito ver

dadeiro de Almeida Braga, não 6 uni camente o amor da gleba nata"; é tam

o cidadão, o patriota, o estadista que vi

bém, e sobretudo, o culto do passado.

me ficou e que guardarei para sempre

Os séculos, como relha de arado re volvendo I) .solo, abrem nas almas leivas fundas, onde mãos benfazejas .su cessivamente deixam cair as sementes de todas as dores e de tôdas as alegrias

no fundo do coração. Tentando tradu

de triunfos e de penas, de tudo quanlòi

zi-la hoje, sinto-a, esmaiada embo ra pela distância, cada vez mais ní

através do tempo o do espaç>o, \ni ci mentando a união c constrijindo a gran

tida e vivaz na emoção de

deza da nacionalidade.

saudade.

minha

Desses recônditos sulco.s é que há de

\

Afonso Ajunos de Melo Franco

brasileiro, bendizer a sua memória e aplaudir a sua vida modelar de inleme-

nossa pátria, lhe conheçam a história e lhe venerem os benfeitores e os heróis: veu e morreu aureolado pelo esplendor ímanente de sua própria glória... Esta é a impressão indelével que dêle

RODRIGUES ALVES hoje o primeiro centenário dt) nasci

Um 7 de (ulho p. p., rcalizou-sc, na Câmara dos Deputados federal, uma

mento d{) maior dos seus homens de

sessão solene comemorativa do centená

República

Brasileira

comcmom

E.slado. Sem dú\ ida, poder-se-á dizer, e talvez provar, cjue outros, inai.s que Franci.sco do Paula Rodrigues Alves, se alçaram, por motivos especiais, na vida pública; outros, mais que ele, terão atraído .sobre si a gratidão dos pôsteres, pelo vigor, pela energia c pelo dcnodo com que defenderam as liberdades; ou tros, mais que ele, terão cleN'ado, no con ceito internacional, o nome do Brasil;

outros, mais que ele, terão tido conheci mento mais acurado o informações mais

amplas sôbre os problemas de governo. Entretanto, lícito nos é assegurar, sem sombra dc dúvida, que nenhum mais

rio de nascimento do Conselheiro Rodri

gues Alves. Pela União Democrática Nacional falou o nossa prezado e cons

tante colaborador, deputado Afonso Arinos dc Melo Franco, que, com a sua

oração, pronunciado dc improviso, re viveu os grandes dias da Câmara em que

Davi Compista fuígurava com "os fo</íc'íiiiA- falados", gcncro oratório do qual fôra no Brasil o criador. O discurso de Afonso Arinos nada fica a dever ern

graça, espontaneidade, vivacidade de esti lo, âs orações com que aqueles mestres de oratória, que constituiram o célebre

E verifico, com justo desvanecimento,

surgir depoi.s a seara magnífica de pen

que nessa impressão — como se fôra em

samento e de ação, de ideal e de ener

confortante viático para as longas e te

que êle compôs e. conteve, na .sua perso

anais do Parlamento Brasileiro.

nalidade, o equilíbrio de qualidades, o equilíbrio de virtudes, que constitui a

tendo sido essa peça política divulgada

ga a Nação inteira, ratificando-a e am-

gia, de pòe.sia e de realidade, de fé e de heroísmo, que constitui a eterna be leza do espírito e a suprema recom

pliando-a até transformá-la na deslum

pensa da vida.

substância própria do estadista, e, mais

merosas travessias do futuro — comun

"Jardim da Infância", enriqueceram os

Não

nos matutinos cariocas e paulistas, re cordada a frase de Ferreira Viana,

do que isso, aquela estrela, aquele des tino, aquela sorte de estar sempre, na oportunidade adequada e no momento adequado, ao .serviço de seu país, pois

"quem quer guardar um segredo deve orquivà-lo no Diário Oficial", o Digesto

entre as virtudes do homem de Estado

ilustre colaborador.

Econômico reproduz em suas colunas a oração de alto teor cívico do nosso

está, seguramente, esta: a do de.stíno.

Is

ífy

Pascal dizia que as virtudes dos ho mens não se apresentam nas expressões do seu maior esforço, nos momentos de

grande homem, pela coerência, pelo equi

.":ua ação mais convulsiva; que, ao con

líbrio, pela segurança das suas virtu des e pela sua - vamos dizer - quase milagrosa presença nos momentos opor tunos e nos pontos adequados.

trário, a virtude dos homens se afirma,

precisamente, na continuidade dos seus feitos comuns, na coerência de sua linha

A produção agrícola do Canadá eni 1947 foi ligeiramente inferior « dc 1946. Deve-se êsse declínio à estiagem que atingiu as principais zonas de cultura. Entre tanto, devido à alta dos pregos dos cereais, o valor da colheita - {1.140 milhões dc

dólares) tornou-se superior ào de 1946, atingindo mesmo duas vezes o de 1940.

habitual, na segurança do seu comporta mento uniforme.

Francisco de Paula Rodrigues Alves,

Rodrigues Alves, sob

nascido em Guaratinguetá, na data de

êsse ponto de vista — no ponto de vis ta pascaliano — foi, exatamente, um

hoje, há um século, era filho de humil de negociante português de Ponte dê


IW:

Lima. Mesdaram-sc na sua formação e no seu atavísmo as qualidades tradicio

nais do povo lusitano: parcimônia, man sidão, resistência, tenacidade, frente ao duro labor da vida. E, tanto influiu sô-

bre o filho a pensonalidade modesta, afe tuosa e, embora, autoritária e um tanto

ríspida do pai, que o Presidente, na ma

da turma — o aluno premiado.

Aqui

c.stá o primeiro prêmio de co'égto de Rodrigues Alves, (cxihc utn Iwro), do primebo-anísta do intemato do Impe rial Colégio de D. Pedro II, primeiro prêmio que lhe foi oferecido pelo Reitor, numa grave dedicatória. Não a lerei. Lerei neste exemplar do

drugada dramatica de 15 de novembro

aluno Francisco de Paula Rodri-rucs Al

de 1904, quando se restabeleciam em

ves a nota que nele copiei do livro "A Minha Formação", de Joa(iuim Nabiico, nota cm que Nabuco manifesta a sua admiração pelo colega de estudos. Diz: "Fillio de presidente do Conselho (êle.

tômo ao Govêmo as seguranças e as garantias de ordem, que por muitas ho ras tinham estado fugidas, — nesta madrugada dramatica Rodrigues Àlves con

fidenciava a um dos seus filhos que a razão principal, o motivo determinante

que o levara a resistir a todo preço, acima de qualquer possibilidade de re sistência, diante dos riscos que amea çavam seu Governo, fora precisamente a idéia da humilhação que sofreria, da vergonha que atravessaria quando vol tasse a Guaratinguetá e enfrentasse, hu

Nabuco) foi para mim uma vibração

de amor próprio mais forte do que teria sido, imagino, a do primeiro prêmio qiie o nosso camarada Rodrigues Alves tirava todos os anos".

Defrontavam-se,

assim,

nos

bancos

do intemato, aquelas duas altas figu ras da vida pública brasileira dos últi mos anos do Império e dos primeiros da

milhado e vencido, o velho pai. Vejam, srs. Deputados, até que ponto a obscura

mais tarde, em diferentes oportunidades,

lição de tenacidade e probidade de um

na luminosa trajetória de cada um,

homem humilde pode conformar a ação

pelos destinos nacionais.

de um grande homem.

Depois dos primeiros anos de puerícía 6 dos estudos elementares na sua cidade

natal, veio Rodrigues Alves matricular-se

no já então tradicional intemato Pedro II. Aqueles que, como o orador que vos fala, tiveram a sua educação secundária

abrigada nos vetustos muros do grande casarão, sabem a importância psicoló gica que tem para o aluno do colégio Pedro II integrar-se naquela casa de grandes tradições. Ali, desde o início dos seus estudos

República, tal como se defrontariam,

Nabuco era o menino fidalgo de Massangana, era a criança transplantada; era como a planta arrancada ao solo

que lhe deu o alimento primeiro; era o pequeno senhor de engenho que lar gava os crepúsculos coloridos de sua pro

105

Dicesto ECONÓ^UCO

Rodrigues Alves era a fôrça nova que surgia, era o filho de imigrante, era o filho do pequeno comerciante obscuro,

minho em que o Brasil se dessangra, em

sidente do Conselho, não era dente do Morgado do Cabo, fidalgo de Massangana, era o zinho de Guaratinguetá, era

que, não raro, nos sombreiam os horizon

que se procurava alçar sõbre o seu próprio esfórço. Não era o filho do pre o descen não era o portugueo menino

pobre que estudava, que se esforçava para abrir, nos destinos do seu país, o caminho que o outro já encontrara aber

to, como uma es compa

so

tretanto,

quando

ceram,

nelas, não apenas

som

lação, pelo de

suas

sado,

emu

resto

encontram

facilidades, sub missões, soluções

vidas.

Mais tarde, vamos

feitas, mas lutas,

encontrá-los

dú\àdas, erros, es-''^

no

vamente juntos —

forços, fracassos. E

Rodrigues Alves e :>Iabuco

é isto, precisamen

nos

te isto, o que a

a n c o s também

História nos acres

gloriosos, também

centa,

tradicionais do ve

lho

Convento

de,

na:

São Francisco. Em

São

Paulo,

o

que

a

História nos ensi enfrentar

presente,

dois

o

conhe

cendo as dificul

dantes de Recife e Olinda, — formou-se uma estrela de cinco pontas naquela mo-

liberdade

bito de invejar as épocas passadas, como se elas, porventura, fôssem alcatifados caminlms de rosas. Os historiadores, en

do abrem as caixas

cheiro das tachas de mel, o perfume dos a

temos, comodistas que somos, o mau há

misteriosas do pas

anos depois de ma

ondeantes,

tes teonos, fracos que somos, o mau vêzo,

nheiros foram: amigos permane

víncia, aqueles crepúsculos que enchem de poesia as paisagens de um Frnnz Post; que largava as águas quase para das dos seus rios planos; que largava o canaviais

entre o Império e a República. Nós, acovardados diante das dificul dades que por vezes nos tolhem os pas sos. nós, intimidados diante das nuvens

perquirem os tem pos transatos, quan

trada real. Unidos,

que o Brasil se alvorota, na transição

triculados, em 1868

— graças às transferências escolares que do norte trouxeram alguns jovens estu

dades do passado. A geração de Rodrigues Alves, tanto

quanto a nossa, enfrentou problemas apa rentemente insolúveis, contradições apa

rentemente irredutíveis, crises aparente mente invencíveis. Quando Rodrigues Al.

nhoril do senhor de escravos, do "nhô-

cidade, um astro cheio de luminosidade

naquela geração. Eram do mesmo tempo:

ves chega, depois de breve passagem pela

■j homem que sempre foi. Desde o pri

nhô" da casa rica e que se sentia iso lado e sòzinho, marcado como um nú

meiro ano do seu curso, em 1859, aos

mero insignificante no convívio Iguali

Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nabuco, Castro Alves e Rui Barbosa.

onze de idade, foi êle o primeiro aluno

tário do intemato.

Paulo, à Assembléia Provincial paulista em 1872, o Império estava em plena fase de transformação. A Lei Eusébio de Ouei

secundários, revelou-se Rodrigues Alves

Êstes nomes, srs. Deputados, vamos

encontrá-'os

a

cada

curva da sinuosa e.

!. h''iy

passo,

em cada

ada, do terrível ca

Promotoria de Guaratinguetá e de São

rós tinha lançado, no capitalismo inci"


IW:

Lima. Mesdaram-sc na sua formação e no seu atavísmo as qualidades tradicio

nais do povo lusitano: parcimônia, man sidão, resistência, tenacidade, frente ao duro labor da vida. E, tanto influiu sô-

bre o filho a pensonalidade modesta, afe tuosa e, embora, autoritária e um tanto

ríspida do pai, que o Presidente, na ma

da turma — o aluno premiado.

Aqui

c.stá o primeiro prêmio de co'égto de Rodrigues Alves, (cxihc utn Iwro), do primebo-anísta do intemato do Impe rial Colégio de D. Pedro II, primeiro prêmio que lhe foi oferecido pelo Reitor, numa grave dedicatória. Não a lerei. Lerei neste exemplar do

drugada dramatica de 15 de novembro

aluno Francisco de Paula Rodri-rucs Al

de 1904, quando se restabeleciam em

ves a nota que nele copiei do livro "A Minha Formação", de Joa(iuim Nabiico, nota cm que Nabuco manifesta a sua admiração pelo colega de estudos. Diz: "Fillio de presidente do Conselho (êle.

tômo ao Govêmo as seguranças e as garantias de ordem, que por muitas ho ras tinham estado fugidas, — nesta madrugada dramatica Rodrigues Àlves con

fidenciava a um dos seus filhos que a razão principal, o motivo determinante

que o levara a resistir a todo preço, acima de qualquer possibilidade de re sistência, diante dos riscos que amea çavam seu Governo, fora precisamente a idéia da humilhação que sofreria, da vergonha que atravessaria quando vol tasse a Guaratinguetá e enfrentasse, hu

Nabuco) foi para mim uma vibração

de amor próprio mais forte do que teria sido, imagino, a do primeiro prêmio qiie o nosso camarada Rodrigues Alves tirava todos os anos".

Defrontavam-se,

assim,

nos

bancos

do intemato, aquelas duas altas figu ras da vida pública brasileira dos últi mos anos do Império e dos primeiros da

milhado e vencido, o velho pai. Vejam, srs. Deputados, até que ponto a obscura

mais tarde, em diferentes oportunidades,

lição de tenacidade e probidade de um

na luminosa trajetória de cada um,

homem humilde pode conformar a ação

pelos destinos nacionais.

de um grande homem.

Depois dos primeiros anos de puerícía 6 dos estudos elementares na sua cidade

natal, veio Rodrigues Alves matricular-se

no já então tradicional intemato Pedro II. Aqueles que, como o orador que vos fala, tiveram a sua educação secundária

abrigada nos vetustos muros do grande casarão, sabem a importância psicoló gica que tem para o aluno do colégio Pedro II integrar-se naquela casa de grandes tradições. Ali, desde o início dos seus estudos

República, tal como se defrontariam,

Nabuco era o menino fidalgo de Massangana, era a criança transplantada; era como a planta arrancada ao solo

que lhe deu o alimento primeiro; era o pequeno senhor de engenho que lar gava os crepúsculos coloridos de sua pro

105

Dicesto ECONÓ^UCO

Rodrigues Alves era a fôrça nova que surgia, era o filho de imigrante, era o filho do pequeno comerciante obscuro,

minho em que o Brasil se dessangra, em

sidente do Conselho, não era dente do Morgado do Cabo, fidalgo de Massangana, era o zinho de Guaratinguetá, era

que, não raro, nos sombreiam os horizon

que se procurava alçar sõbre o seu próprio esfórço. Não era o filho do pre o descen não era o portugueo menino

pobre que estudava, que se esforçava para abrir, nos destinos do seu país, o caminho que o outro já encontrara aber

to, como uma es compa

so

tretanto,

quando

ceram,

nelas, não apenas

som

lação, pelo de

suas

sado,

emu

resto

encontram

facilidades, sub missões, soluções

vidas.

Mais tarde, vamos

feitas, mas lutas,

encontrá-los

dú\àdas, erros, es-''^

no

vamente juntos —

forços, fracassos. E

Rodrigues Alves e :>Iabuco

é isto, precisamen

nos

te isto, o que a

a n c o s também

História nos acres

gloriosos, também

centa,

tradicionais do ve

lho

Convento

de,

na:

São Francisco. Em

São

Paulo,

o

que

a

História nos ensi enfrentar

presente,

dois

o

conhe

cendo as dificul

dantes de Recife e Olinda, — formou-se uma estrela de cinco pontas naquela mo-

liberdade

bito de invejar as épocas passadas, como se elas, porventura, fôssem alcatifados caminlms de rosas. Os historiadores, en

do abrem as caixas

cheiro das tachas de mel, o perfume dos a

temos, comodistas que somos, o mau há

misteriosas do pas

anos depois de ma

ondeantes,

tes teonos, fracos que somos, o mau vêzo,

nheiros foram: amigos permane

víncia, aqueles crepúsculos que enchem de poesia as paisagens de um Frnnz Post; que largava as águas quase para das dos seus rios planos; que largava o canaviais

entre o Império e a República. Nós, acovardados diante das dificul dades que por vezes nos tolhem os pas sos. nós, intimidados diante das nuvens

perquirem os tem pos transatos, quan

trada real. Unidos,

que o Brasil se alvorota, na transição

triculados, em 1868

— graças às transferências escolares que do norte trouxeram alguns jovens estu

dades do passado. A geração de Rodrigues Alves, tanto

quanto a nossa, enfrentou problemas apa rentemente insolúveis, contradições apa

rentemente irredutíveis, crises aparente mente invencíveis. Quando Rodrigues Al.

nhoril do senhor de escravos, do "nhô-

cidade, um astro cheio de luminosidade

naquela geração. Eram do mesmo tempo:

ves chega, depois de breve passagem pela

■j homem que sempre foi. Desde o pri

nhô" da casa rica e que se sentia iso lado e sòzinho, marcado como um nú

meiro ano do seu curso, em 1859, aos

mero insignificante no convívio Iguali

Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nabuco, Castro Alves e Rui Barbosa.

onze de idade, foi êle o primeiro aluno

tário do intemato.

Paulo, à Assembléia Provincial paulista em 1872, o Império estava em plena fase de transformação. A Lei Eusébio de Ouei

secundários, revelou-se Rodrigues Alves

Êstes nomes, srs. Deputados, vamos

encontrá-'os

a

cada

curva da sinuosa e.

!. h''iy

passo,

em cada

ada, do terrível ca

Promotoria de Guaratinguetá e de São

rós tinha lançado, no capitalismo inci"


106

Dicksto Econômico

piente do Império, massa formidável de

recursos anteriormente represada pelo

tráfico negreiro, daí provindo larga transformação econômica e técnica. A guerra do Paraguai, com seu corte

jo de .sofrimentos e misérias, trouxe ao povo brasileiro a segurança de sua ca pacidade de resistência frente ao infor-

tumo 6 de sua possibilidade de organi

zação e improvisação. Êsse mesmo acontecimento histórico introduzira nos

debates pohticos um frêmito até então

desconhecido. A senectude precoce do

Imperador colocaria em breve à vista o

"Parecer sòbre a Reforma da Instrução", Rodrigues Alves ocupou-se do ensino. Como Mauú, Monte Alegre, Pimenta Biieno e tantos outro.s, que voltavam suas vistas ansíosa.s para o problema tia ex pansão ferroviária, êle preconizou o in cremento da construção de estradas de ferro.

Em 1872, quando assumiu .seu posto inicial, no Poder Legislativo, diz-nos Calógeras, no seu livro "Formação His tórica do Brasil", a rêde ferroviária

do Brasil nao atingia a mil quilômetros e era urgente e angustíoso que ela se ex

problema da sucessão. O Exército ele vava-se nos horizontes políHcos, como' pandisse. café, em sua vertiginosa carreira terceiro partido, fora do Parlamento o O espantoso crescimento, distanciava-se ^ dentro da caserna, partido que não cada vez mais da costa e aumentava falava mas era armado e estava prestes

cada vez mais o volume da produção.

a falar.

Nesse momento de perturbação e transformação do cenário nacional, Ro drigues Alves, membro da Assembléia

Paulista, discutia os problemas em que se centralizaram tôda sua vida e atènção de homem de Estado. Êsses problemas consistiam na questão do ensino obriga

Não era mais possível que o seu trans porte se fizesse da maneira primitiva por que vinha sendo feito desde a Colô

nia. Os cafezaís se colocavam a ccnte-

na.s de quilômetros, e as colheitas alça vam a centenas de milhares de sacas.

1

107

bn.hsrc) KtH>N6jwíUU>

Antônio Prado, já Nicolau Vergueiro, o Senador Vergueiro, iniciara o movi mento de aclimatação dos brancos às lavouras brasileiras, através das suas fa

mosas colônias de parceria.

Mas a ver dade é que como aqueles que à frente .«ic encontravam do mo\iniento político c administrativo nacional, Rodrigues Al ves se colocou também à vi.sta dêsse pro blema.

Em 1885 é eleito pela primeira vez

para a Câmara Nacional, Deputado Ge ral, como se dizia. Desde 1879 que um assunto centralizava,

por assim dizer,

governos liberais, a partir de Sinimbii, Martinho Campos, Lafayetc, Paranaguá, não trou-xcrain qualquer melhoria à si tuação que SC afinnara falida, pela im possibilidade da aplicação da Lei Rio Branco. Foi então que, com o advento de Dantas à presidência do Conselho,

novos esperanças se desenharam no es

pírito dos liberais abolicionistas. O Pro jeto Dantas — que melhor nome teria se se chamasse Projeto Rui, — como se lembram os meus no^

bres colegas, depois de provocar ace sos debates, depois de provocar na Co

as atenções do país, que um problema es

missão de Constituição e Justiça desta

gotava tõda nossa capacidade de cria

Ca.sa o parecer fomàdável de Rui Bar

ção e as nossas energias de resistência — era o problema da Abolição. Digo desde 1879 porque a partir dessa data, pelo famoso discurso de Jefônimo Sodré, é que a Nação se deu conta do fracasso

bosa, forçara a concretização da cisão

relativo, da insuficiência relativa da Lei Rio Branco. A Lei de 28 de setem

bro, cujo advento fora saudado por todo o Império como uma aurora inextinguí-

do Partido Liberal e levara o Governo

a um impasse: ser derrotado pelas suas

próprias fileiras. vel dissolução.

Seguiu-se a inevitá

E as eleições, embora

ainda presididas pelo gabinete liberal de Dantas, trouxeram no seu bojo, na onda de ascensão conservadora, os novos

deputados conseivadores, entre êles Ro

esforços de Pimenta Bueno e do pri meiro Nabuco e que chegou a se afir

drigues Alves, eleito por Guaratinguetá. Chega ele à Câmara com os deputa dos republicanos; chega com Campos

mar como uma solução definitiva do

Sales, seu veUio amigo, e — peculiarida

ocupar-se do assunto, naquela época. morou foi o da imigiação. Também Ja salientei, no comôço do meu discurso, ai tivera predecessores, tinha contempo aos nobres colegas, que Rodrigues Alves râneos e teria continuadores. Antônio nunca se afirmou por uma qualidade ex Prado, seu amigo e companheiro, igual traordinária ou capacidade original de mente atentou na concomitância do pro atender, prever ou conhecer os as.suntos. gresso do movimento abolicionista e da E' verdade que, naquela ocasião, outros deficiência de braços na lavoura. Antô se preocupavam com os mesmos proble

problema da escravidão, manifestara-se,

de curiosa! — Campos Sales faz parte da Comissão de Poderes que expede o diploma de Rodrigues Alves. O deputa do republicano é quem dá o parecer favorável ao ^conhecimento do deputado

mas, mas também é indubitável que Ro

micos, tôda a ala agrícola do Partido

tório, a da expansão ferroviária, e, fi

nalmente, a necessidade da imigração. Certo é que não era êle o único a

drigues Alves, desde o • início, a êles prestou o máximo de atenção.

Como Rui Barbosa, que pouco de pois apresentaria ao país seu primeiro e

gigantesco

trabalho, o

monolítico

Rodrigues Alves defendeu e apresen-

tou sugestões para o desenvolvimento da rede ferroviária paulista, prevendo a e.xpansão da lavoura dò café.

Outro problema sôbre o qual se de

vel, a Lei Rio Branco, que viera dos

na prática, insuficiente. O Partido Liberal não tinha a co

ragem de dizê-Io. O Partido Liberal, que chegara novamente ao poder em 1878, com Sinimbu, não tinha cora

gem de afirmá-lo. E' que, em virtude da natural divisão das convicções po

nio Prado já propugnava, como seria um dos defensores mais vigorosos, a vin

líticas em tômo de interêsses econô

da de imigrantes europeus que não

Liberal receava uma solução demasia

apenas substitaiissem o braço negro, mas melhorassem o padrão e o rendimento

do rápida do problema da Abolição, que vie-sse prejudicar aos seus interes

do trabalho.

ses. Essa a verdade. O Partido Libe ral estava cindido, de forma que os

Antes de Rodrigues Alves, antes dé

''

W.' j' 't ;■ ..i.H'.

.• . ".Ir v-íU

conservador.

Rodrigues Alves segue na Câmara, no princípio de seu mandato, uma linha

de e.xtrita discrição, embora de evidfente

eficiência. —

Defende- com intelig(' "•«^'^"gencia,

num longo discurso, a posição do

seu Partido, que era a de apoiar, de sustentar o Projeto Saraiva, que sucedera c<>: mo um paliativo ao Projeto Dantas. Com - —

j.

4.

—I

aus

efeito, depois da queda do Gabinete


106

Dicksto Econômico

piente do Império, massa formidável de

recursos anteriormente represada pelo

tráfico negreiro, daí provindo larga transformação econômica e técnica. A guerra do Paraguai, com seu corte

jo de .sofrimentos e misérias, trouxe ao povo brasileiro a segurança de sua ca pacidade de resistência frente ao infor-

tumo 6 de sua possibilidade de organi

zação e improvisação. Êsse mesmo acontecimento histórico introduzira nos

debates pohticos um frêmito até então

desconhecido. A senectude precoce do

Imperador colocaria em breve à vista o

"Parecer sòbre a Reforma da Instrução", Rodrigues Alves ocupou-se do ensino. Como Mauú, Monte Alegre, Pimenta Biieno e tantos outro.s, que voltavam suas vistas ansíosa.s para o problema tia ex pansão ferroviária, êle preconizou o in cremento da construção de estradas de ferro.

Em 1872, quando assumiu .seu posto inicial, no Poder Legislativo, diz-nos Calógeras, no seu livro "Formação His tórica do Brasil", a rêde ferroviária

do Brasil nao atingia a mil quilômetros e era urgente e angustíoso que ela se ex

problema da sucessão. O Exército ele vava-se nos horizontes políHcos, como' pandisse. café, em sua vertiginosa carreira terceiro partido, fora do Parlamento o O espantoso crescimento, distanciava-se ^ dentro da caserna, partido que não cada vez mais da costa e aumentava falava mas era armado e estava prestes

cada vez mais o volume da produção.

a falar.

Nesse momento de perturbação e transformação do cenário nacional, Ro drigues Alves, membro da Assembléia

Paulista, discutia os problemas em que se centralizaram tôda sua vida e atènção de homem de Estado. Êsses problemas consistiam na questão do ensino obriga

Não era mais possível que o seu trans porte se fizesse da maneira primitiva por que vinha sendo feito desde a Colô

nia. Os cafezaís se colocavam a ccnte-

na.s de quilômetros, e as colheitas alça vam a centenas de milhares de sacas.

1

107

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Antônio Prado, já Nicolau Vergueiro, o Senador Vergueiro, iniciara o movi mento de aclimatação dos brancos às lavouras brasileiras, através das suas fa

mosas colônias de parceria.

Mas a ver dade é que como aqueles que à frente .«ic encontravam do mo\iniento político c administrativo nacional, Rodrigues Al ves se colocou também à vi.sta dêsse pro blema.

Em 1885 é eleito pela primeira vez

para a Câmara Nacional, Deputado Ge ral, como se dizia. Desde 1879 que um assunto centralizava,

por assim dizer,

governos liberais, a partir de Sinimbii, Martinho Campos, Lafayetc, Paranaguá, não trou-xcrain qualquer melhoria à si tuação que SC afinnara falida, pela im possibilidade da aplicação da Lei Rio Branco. Foi então que, com o advento de Dantas à presidência do Conselho,

novos esperanças se desenharam no es

pírito dos liberais abolicionistas. O Pro jeto Dantas — que melhor nome teria se se chamasse Projeto Rui, — como se lembram os meus no^

bres colegas, depois de provocar ace sos debates, depois de provocar na Co

as atenções do país, que um problema es

missão de Constituição e Justiça desta

gotava tõda nossa capacidade de cria

Ca.sa o parecer fomàdável de Rui Bar

ção e as nossas energias de resistência — era o problema da Abolição. Digo desde 1879 porque a partir dessa data, pelo famoso discurso de Jefônimo Sodré, é que a Nação se deu conta do fracasso

bosa, forçara a concretização da cisão

relativo, da insuficiência relativa da Lei Rio Branco. A Lei de 28 de setem

bro, cujo advento fora saudado por todo o Império como uma aurora inextinguí-

do Partido Liberal e levara o Governo

a um impasse: ser derrotado pelas suas

próprias fileiras. vel dissolução.

Seguiu-se a inevitá

E as eleições, embora

ainda presididas pelo gabinete liberal de Dantas, trouxeram no seu bojo, na onda de ascensão conservadora, os novos

deputados conseivadores, entre êles Ro

esforços de Pimenta Bueno e do pri meiro Nabuco e que chegou a se afir

drigues Alves, eleito por Guaratinguetá. Chega ele à Câmara com os deputa dos republicanos; chega com Campos

mar como uma solução definitiva do

Sales, seu veUio amigo, e — peculiarida

ocupar-se do assunto, naquela época. morou foi o da imigiação. Também Ja salientei, no comôço do meu discurso, ai tivera predecessores, tinha contempo aos nobres colegas, que Rodrigues Alves râneos e teria continuadores. Antônio nunca se afirmou por uma qualidade ex Prado, seu amigo e companheiro, igual traordinária ou capacidade original de mente atentou na concomitância do pro atender, prever ou conhecer os as.suntos. gresso do movimento abolicionista e da E' verdade que, naquela ocasião, outros deficiência de braços na lavoura. Antô se preocupavam com os mesmos proble

problema da escravidão, manifestara-se,

de curiosa! — Campos Sales faz parte da Comissão de Poderes que expede o diploma de Rodrigues Alves. O deputa do republicano é quem dá o parecer favorável ao ^conhecimento do deputado

mas, mas também é indubitável que Ro

micos, tôda a ala agrícola do Partido

tório, a da expansão ferroviária, e, fi

nalmente, a necessidade da imigração. Certo é que não era êle o único a

drigues Alves, desde o • início, a êles prestou o máximo de atenção.

Como Rui Barbosa, que pouco de pois apresentaria ao país seu primeiro e

gigantesco

trabalho, o

monolítico

Rodrigues Alves defendeu e apresen-

tou sugestões para o desenvolvimento da rede ferroviária paulista, prevendo a e.xpansão da lavoura dò café.

Outro problema sôbre o qual se de

vel, a Lei Rio Branco, que viera dos

na prática, insuficiente. O Partido Liberal não tinha a co

ragem de dizê-Io. O Partido Liberal, que chegara novamente ao poder em 1878, com Sinimbu, não tinha cora

gem de afirmá-lo. E' que, em virtude da natural divisão das convicções po

nio Prado já propugnava, como seria um dos defensores mais vigorosos, a vin

líticas em tômo de interêsses econô

da de imigrantes europeus que não

Liberal receava uma solução demasia

apenas substitaiissem o braço negro, mas melhorassem o padrão e o rendimento

do rápida do problema da Abolição, que vie-sse prejudicar aos seus interes

do trabalho.

ses. Essa a verdade. O Partido Libe ral estava cindido, de forma que os

Antes de Rodrigues Alves, antes dé

''

W.' j' 't ;■ ..i.H'.

.• . ".Ir v-íU

conservador.

Rodrigues Alves segue na Câmara, no princípio de seu mandato, uma linha

de e.xtrita discrição, embora de evidfente

eficiência. —

Defende- com intelig(' "•«^'^"gencia,

num longo discurso, a posição do

seu Partido, que era a de apoiar, de sustentar o Projeto Saraiva, que sucedera c<>: mo um paliativo ao Projeto Dantas. Com - —

j.

4.

—I

aus

efeito, depois da queda do Gabinete


Tuir

ir.KSTo Econômico

Dantas, viera o Gabinete Saraiva, e Sa

momento q«e Cotegipe incumbiu a Ro. drigues Alves de pacificar São Paulo

querida província, íi sua pequenina Gna

raiva apresentara um projeto que cercea va, que podava aquilo que a opinião

convulsionado. Esta é a missão de R(j.

ratinguelá, onde passa de novo a volvei

conservadora considerava os excessos in

drigues Alves. Vai para o govêmo de São Paulo em 87, aos 40 anos incomple,

0.S velhos autos o os velhos praxistas no fôro local. E assim o encontra a Repu

tos, com o pesado encargo de pacificar a

blica.

toleráveis do Projeto Dantas. Procrastinava a emancipação por quatorze anos

e obrigava ao serviço os sexagenários li bertados, pelo prazo de três anos. Não

satisfazia mais esse projeto aos anseios da opinião nacional, mas o Partido Con servador o sustentava e era de ver-se a

sagacidade, a fluidez, a rapidez de raoocínio, a energia nos debates com que

Rc^rigues Alves estreou nesta Cása,

defendendo üm projeto impopular. Mais tarde, acentuavam-se, amiudaas perturbações da ordem em

todo o país, em virtude, precisamente,

da aprovação da Lei Saraiva, que, por

unia ironia do destino, traz a data da Lei

Rio Branco, fazendo com que a irreve rência das ruas a chamasse "lei 28 de

setembro plaquée". Mas, dizia eu, amiudavam-se as desordens nas provín cias. Os negros, excitados pela propa ganda libertadora, fugiam aos magotes, das fazendas, cometendo muitas vezes violências físicas contra seus senhores e

suas famílias. Incendiavam propriedades, mudavam de zona, transferiam-se não

raro de província em província, constituiam núcleos de resistência e quilom bos capitaneados e armados por brancos, incitadas pela flama admirável dos abo licionistas.

Foi nesse momento que, tendo su cedido a Saraiva na presidência do Con

selho, Cotegipe, — o astuto Cotegipe, essa espécie de Talleyrand do Im pério Brasileiro, êsse baiano de uma rara argúcia, de uma finura admirável, cheio não vamos dizer de defeitos, digamos an

província revoltosa, a província onde,

pela expansão cafccira, se acumula\-a ^ cscravaria, a província em que, pelo

Mus os republicanos de Sao Paulo o conheciam; mas os republicanos..de São Paulo, o berço da República, a tciro

acréscimo da imigração, despontavam idéias novas da ISuropa, a província em que, pela facilidade de tran.sporles, exj mais móvel e mais rápida a desordem.

da Convenção de Itu, sabiam que c4e era imprescindível ã reorganização os negócios públicos, na era que despon tava. E, por indicação dos republicanos,

Aí vai êle, ciente das suas responsabilidados. E, durante meses, numa açào

o conscr\'ador Rodrigues Alves, cujo par tido se dissolvera com a Republica, por indicação dos varões republicanos, como

ao mesmo tempo suasória e enérgica, no mesmo tempo mansa e forte, restabeleço

a ordem na província. Mas, tendo cai. do, em março, o Gabinete Cotegipe, em virtude da pressão iniludí\"el da Princesa, e tendo subido ao poder o Ga binete antecipadamente conliecido por abolicionista de João Alfredo, deixa Rq. drigues Alves a presidência de São Paulo e vem para a Câmara, ainda a tempo de votar a Lei de 13 de maio.

Muito se

Prudente e Campos Sales, é que Rodri gues Alves entra na chapa do Parti o Republicano e se elege constituinte. Aí o tendes, senhores Deputados (o

orador aponta para a pintura mural da Mesa), na sala da Constituinte, flanqueado pelas figuras primaciais da ge

ração republicana. Lá está ele, simboli

zado com felicidade pelo pintor, entre

Pinheiro, Epitúcio e Floriano. Era o

tem dito, muito se tem inventado sôbre as supostas inclinações escravagistas de

monarquista, era o conservador que che

Rodrigues Alves. Elas são falsas. Não

blicano ele o foi - eu o sustento -

desenvolverei aqui, de forma a contes tar documentadamente essas críticas, as

provas com que me habituei a falar, compulsando os documentos particula res do grande brasileiro. Basta a afir mação de que êle deixou a presidência

de São.Paulo para votár a Lei Áurea, para ficar rapidamente desmentida a increpação que seus inimigos lhe fize ram de cscravagista, increpação eviden temente caída no olvido pela sua pró pria insubsistência. Em 1889, com a ascensão nova da si

tes de vícios leves, amigo da vida, amo

tuação liberal, sob a chefia de Afonò)

roso do que ela pode oferecer — foi nesse

Celso, retorna Rodrigues Alves â sua

gava à Assembléia republicana. Repu republicano êle o foi no sentido novo; foi a revelação da República na admi nistração. Porque, senhores Deputados,

a República foi, a princípio, uma ideo logia política; a República foi, no seu início, uma posição do sentimento, da inteligência e do coração. Esta foi^ a

havia a República da americanização do Go\'cmo brasileiro: a Rcpiiblica da téc nica; a República que en\ol\ia a capaci dade de ver os problemas nacionais sob o prisma técnico e continental, Não era mais o pensamento republicano, a dou trina republicana que nos vieram atra

vés dos pensadores de elite da Europa e que dominaram os republicanos cha mados históricos. Era a atitude, a ação

republicana, a República em movimento, a República como capacidade para os la boratórios, os aços, os ferros, as forjas,

com capacidade de demolição, a Repú blica que faria do Rio de Janeiro uma ci dade americana e não uma velha cida

de européia, uma velha cidade ibérica

adormentada nos trapos, nos piolhos e na miséria.

Esta foi a República de Rodrigues Alves; esta foi a sua assimilação ao no

vo espírito; esta foi a sua capacidade de compreender a República de uma forma executiva.

Não vejam, nesta minha afirmação,

qualquer julgamento de valor, qualquer tentativa de situar a sua posição repu blicana acima da dos seus companheiros de geração. Quero apenas discriminar

setores de influência, pontos de vista, terrenos de ação. Sem dúvida, êle não faria o que fez se não tivesse tido os predecessores que teve, homens da velha

guarda republicana, mas tenho para mim que êle foi, sob certo aspecto, sob o

República de Prudente, o" austero varão, o homem cuja figura física, ascética, cuja

ponto de vista, que chamo de americani zação do governo, o homem da higiene,

figura morai, retilíneu, fazia realmente

cidades limpas, o homem dos portos, o

lembrar os republicanos romanos. Foi esta República de convicção, esta Re-

o homem das linhas retas, o homem das

homem das ferrovias, o homem dos in

, pública de espírito, esta República de

tercâmbios internacionais, foi o primeiro

sentimento, a República de Prudente, de Campos Sales, de Bernardino, de Floria no. Havia, porém, uma outra República:

a Assembléia Constituinte, Rodrigues Al-

presidente republicano.

Mas, senhores Deputados, deixando


Tuir

ir.KSTo Econômico

Dantas, viera o Gabinete Saraiva, e Sa

momento q«e Cotegipe incumbiu a Ro. drigues Alves de pacificar São Paulo

querida província, íi sua pequenina Gna

raiva apresentara um projeto que cercea va, que podava aquilo que a opinião

convulsionado. Esta é a missão de R(j.

ratinguelá, onde passa de novo a volvei

conservadora considerava os excessos in

drigues Alves. Vai para o govêmo de São Paulo em 87, aos 40 anos incomple,

0.S velhos autos o os velhos praxistas no fôro local. E assim o encontra a Repu

tos, com o pesado encargo de pacificar a

blica.

toleráveis do Projeto Dantas. Procrastinava a emancipação por quatorze anos

e obrigava ao serviço os sexagenários li bertados, pelo prazo de três anos. Não

satisfazia mais esse projeto aos anseios da opinião nacional, mas o Partido Con servador o sustentava e era de ver-se a

sagacidade, a fluidez, a rapidez de raoocínio, a energia nos debates com que

Rc^rigues Alves estreou nesta Cása,

defendendo üm projeto impopular. Mais tarde, acentuavam-se, amiudaas perturbações da ordem em

todo o país, em virtude, precisamente,

da aprovação da Lei Saraiva, que, por

unia ironia do destino, traz a data da Lei

Rio Branco, fazendo com que a irreve rência das ruas a chamasse "lei 28 de

setembro plaquée". Mas, dizia eu, amiudavam-se as desordens nas provín cias. Os negros, excitados pela propa ganda libertadora, fugiam aos magotes, das fazendas, cometendo muitas vezes violências físicas contra seus senhores e

suas famílias. Incendiavam propriedades, mudavam de zona, transferiam-se não

raro de província em província, constituiam núcleos de resistência e quilom bos capitaneados e armados por brancos, incitadas pela flama admirável dos abo licionistas.

Foi nesse momento que, tendo su cedido a Saraiva na presidência do Con

selho, Cotegipe, — o astuto Cotegipe, essa espécie de Talleyrand do Im pério Brasileiro, êsse baiano de uma rara argúcia, de uma finura admirável, cheio não vamos dizer de defeitos, digamos an

província revoltosa, a província onde,

pela expansão cafccira, se acumula\-a ^ cscravaria, a província em que, pelo

Mus os republicanos de Sao Paulo o conheciam; mas os republicanos..de São Paulo, o berço da República, a tciro

acréscimo da imigração, despontavam idéias novas da ISuropa, a província em que, pela facilidade de tran.sporles, exj mais móvel e mais rápida a desordem.

da Convenção de Itu, sabiam que c4e era imprescindível ã reorganização os negócios públicos, na era que despon tava. E, por indicação dos republicanos,

Aí vai êle, ciente das suas responsabilidados. E, durante meses, numa açào

o conscr\'ador Rodrigues Alves, cujo par tido se dissolvera com a Republica, por indicação dos varões republicanos, como

ao mesmo tempo suasória e enérgica, no mesmo tempo mansa e forte, restabeleço

a ordem na província. Mas, tendo cai. do, em março, o Gabinete Cotegipe, em virtude da pressão iniludí\"el da Princesa, e tendo subido ao poder o Ga binete antecipadamente conliecido por abolicionista de João Alfredo, deixa Rq. drigues Alves a presidência de São Paulo e vem para a Câmara, ainda a tempo de votar a Lei de 13 de maio.

Muito se

Prudente e Campos Sales, é que Rodri gues Alves entra na chapa do Parti o Republicano e se elege constituinte. Aí o tendes, senhores Deputados (o

orador aponta para a pintura mural da Mesa), na sala da Constituinte, flanqueado pelas figuras primaciais da ge

ração republicana. Lá está ele, simboli

zado com felicidade pelo pintor, entre

Pinheiro, Epitúcio e Floriano. Era o

tem dito, muito se tem inventado sôbre as supostas inclinações escravagistas de

monarquista, era o conservador que che

Rodrigues Alves. Elas são falsas. Não

blicano ele o foi - eu o sustento -

desenvolverei aqui, de forma a contes tar documentadamente essas críticas, as

provas com que me habituei a falar, compulsando os documentos particula res do grande brasileiro. Basta a afir mação de que êle deixou a presidência

de São.Paulo para votár a Lei Áurea, para ficar rapidamente desmentida a increpação que seus inimigos lhe fize ram de cscravagista, increpação eviden temente caída no olvido pela sua pró pria insubsistência. Em 1889, com a ascensão nova da si

tes de vícios leves, amigo da vida, amo

tuação liberal, sob a chefia de Afonò)

roso do que ela pode oferecer — foi nesse

Celso, retorna Rodrigues Alves â sua

gava à Assembléia republicana. Repu republicano êle o foi no sentido novo; foi a revelação da República na admi nistração. Porque, senhores Deputados,

a República foi, a princípio, uma ideo logia política; a República foi, no seu início, uma posição do sentimento, da inteligência e do coração. Esta foi^ a

havia a República da americanização do Go\'cmo brasileiro: a Rcpiiblica da téc nica; a República que en\ol\ia a capaci dade de ver os problemas nacionais sob o prisma técnico e continental, Não era mais o pensamento republicano, a dou trina republicana que nos vieram atra

vés dos pensadores de elite da Europa e que dominaram os republicanos cha mados históricos. Era a atitude, a ação

republicana, a República em movimento, a República como capacidade para os la boratórios, os aços, os ferros, as forjas,

com capacidade de demolição, a Repú blica que faria do Rio de Janeiro uma ci dade americana e não uma velha cida

de européia, uma velha cidade ibérica

adormentada nos trapos, nos piolhos e na miséria.

Esta foi a República de Rodrigues Alves; esta foi a sua assimilação ao no

vo espírito; esta foi a sua capacidade de compreender a República de uma forma executiva.

Não vejam, nesta minha afirmação,

qualquer julgamento de valor, qualquer tentativa de situar a sua posição repu blicana acima da dos seus companheiros de geração. Quero apenas discriminar

setores de influência, pontos de vista, terrenos de ação. Sem dúvida, êle não faria o que fez se não tivesse tido os predecessores que teve, homens da velha

guarda republicana, mas tenho para mim que êle foi, sob certo aspecto, sob o

República de Prudente, o" austero varão, o homem cuja figura física, ascética, cuja

ponto de vista, que chamo de americani zação do governo, o homem da higiene,

figura morai, retilíneu, fazia realmente

cidades limpas, o homem dos portos, o

lembrar os republicanos romanos. Foi esta República de convicção, esta Re-

o homem das linhas retas, o homem das

homem das ferrovias, o homem dos in

, pública de espírito, esta República de

tercâmbios internacionais, foi o primeiro

sentimento, a República de Prudente, de Campos Sales, de Bernardino, de Floria no. Havia, porém, uma outra República:

a Assembléia Constituinte, Rodrigues Al-

presidente republicano.

Mas, senhores Deputados, deixando


iio

Dir.KSTf) lií'ONrtMICO

Colocam nas suas mãos o destino de

ves é convocado por Floriano — que assu

São Paulo. E' uma pres.sâo tremenda,

Díoesto Econômico

pede demi.ssão du pasta da Fazenda, por motivo de di\crgêiicia de política fi

mira o poder em seguida ao golpe de Estado, golpe de Estado que, seja dito

demonstrada no.s documentos do seu ar

nanceira com o Chefe do Excculi\o.

de passagem, não merecera a aprovação

quivo^

Estas eram intransponíveis c èle chegou à conclusão de que não em mais pos sível acompanhar a adniinislTação de Flo-

do Conselheiro — é convocado, dizia,

Floriano passa-lhe novo telegrama:

para a gestão das finanças nacionais. Tenho, a êste propósito, alguns bre

^Lê)

nano, no terreno em que o rude Ma

ves documentos, que não me furto ao

"Campos Sales apresentou vossas

prazer de ler. Foram-me êles, bem co mo outros dados de que disponho, forne

Decreto publicado. Bom

cidos pelo filho e nobre herdeiro das

como sois, não devais recusar ser

tradições paternas, o Dr. Rodrigues Al

viços tão relevantes. Vossii persis tência de escusas será para mim mo

e.scusa.s. Sinto não poder aceitá-las.

ves Filho.

Florianó não o convidou para a pasta:

patriota

tivo de grande descontentamento."

nomeou-o sem convite.

(Lê)

Estava feita a nomeação. O decreto

"24-11-1891 — Dr. Rodrigues Al

publicado. Rodrigues Alves abando na a cabeceira da e.spôsa enferma e

ves — Guaratinguetá — Pátria ca

parte para o Rio de Janeiro.

rece vossos serviç-os pasta Fazenda

da Fazenda. Pouca tranqüilidade de es

Ministro

com todo vosso patriotismo. Mandei pírito êle tem, pouco tempo de alegria lavrar decreto, Venha quanto antes. • é o seu, nessas funções. — a) Floriano Peixoto." Agrava-se cada vez mais o estado de

sua mulher, até que, chamado rapida Rodrigues Alves resiste, não quer sair. Sua querida esposa, companheira de 20 anos de vida, estava em precárias condições de saúde.

Recusa-se o Con

selheiro a deixar Guaratinguetá e faz seus mais íntimos amigos republicanos de São Paulo cientes da sua firme deli beração.

Pude consultar a quantidade de men

sagens que ele recebeu dos republica nos do Estado, dos maiores, dos insignes,

mente a Guaratinguetá, chega a tem po de assistir-lhe os últimos dias.

. E' êste — e tem-se esta segurança per correndo, como percorri, seus diários ín timos, suas notas pessoais — um dramá tico momento na sua vida.

Aquele Conselheiro sereno, aquele pa triarca de barba.s, aquêle dorminhoco dé que falavam os articulistas venenosos e que servia de pasto à ira dos c^ricatu-

ristas ferinas foi, também, homem que

que apelam de maneira veemente para

sofreu profundamente, no seu coração,

o Conselheiro, pedindo-lhe que não re

nos

cuse a pasta da Fazenda. Êle, que fôra

mais íntimos, e em silêncio. Sofreu pela República; sofreu sacríficando-ee, por

seus

sentimentos

mais

ternos

e

rechal queria colocá-la.

^ <-arta que Floriano lhe escreveu c, ne.ssa passagem, por seu lado, documen-

j.°

*^leva o Marechal de Ferro, pelo

^'Orn que se dirige ao Minis-

^^'ssionário e pela compreensão tívn... tivos qu(í ,, 1

na superioridade dos mo ^ ,1

Sen- 1

a tomar aquele passo.

deste discurso, o solicitava novamente — e no princípio do século vemo-lo Ihesidente de São Paulo.

^ A Pre.sidèncin de São Paulo era a antecâmara do Palácio do Catete. Ninguém duridava disso. Campos Sales, Pre sidente da República, tinha para com o ocupante da Presidência paulista liga ções fortes demais, identidades profundas demais, para que alguém du\'idasse de que seu esforço seria no sentido de fazê-

lo seu sucessor. E São Paulo, o grande São Paulo do princípio da República, era por demais poderoso, es tava por demais controlando

pública. Mi

da Rc-

que se pudesse duvidar de

úa Fazenda

que um tal candidato seria

os destinos do regime, para eleito.

^^*^0 tinha sido

-Ç^^^Alvej' 'hoda,

pontos cjç, governai^i.

muito mais

Congresso Estadual já sur-

muito mais cô-

quais verdadeiros anún-

identidade de seus o os do

estima Q, ^ ^.pela fraternal Não

cios nobr

Assim, as mensa

gens de Rodrigues Alves ao

aí, Rodri-

ligava,

^ mínudências. Muitos

fí'a Veja ® pimeira questões dêlcs - especialistas em mente a • ^"^"oeiras, sabem perfeita-

de Prud ^^P°^úncia que teve o Govêmo

Alves isto é, a gestão Rodrigues ciação PO^ Prudente, na negopossibij-f.°^ acordos internacionais, que 1 - , aram a formidável recuperação o financeira de Campos Sales.

aquilo que considerava o bem comum;

que se dedicara aos estudos financeiros, durante largo período de sua vida, não

sofreu a terrível mágua de desamparar

torino. Nessa ocasião, deixa o Govêmo;

a própria mulher nns últimas .semanas de

afasta-se da pasta, retorna a Sfuj Paulo.

deveria faltar com sua solidariedade ao

vida.

Em meados de 1892, Rodrigues Alves

destino que sempre briliiara acima de sua rida e que salientei no princípio

Rodricu^J cadeira ^ "^^^es é tirado da em 1894 p ^>*udcnte, eleito

relator do orçamento na Comissão de Finanças, ainda na Câmara Imperial; êle,

Brasil e a São Paulo.

111

. dg Prudente, fica Rodrigues Alves até a interinidade de Manuel Vi-

Mas o seu nome já era cogitado para outros misteres. Aquela estrela, aquêle

ij/h rrnl/-.

si^u futuro govêmo. ^ última, com que se dirige aos representantes do povo

e seu Estado, é, realmente,

plataforma de govêmo, e nela, tanto

quanto naquela com que se apresenta candidato e na mensagem com que se duige aos brasileiros no dín

sua posse,

vamos encontar sempre, os mesmos

princpros, naturalmente ampliados, namralmente evoluídos, naturalmente ádap. tados as novas condições do Brasil descobrimos sempre as mesmTc

'

çóe_s do Presidente, interessado na"so-

vrnão po? estulta ou rastaqueirismo de sulvaidade ameri cano; nao para ter túneiç mámiore e iluminatTus por 1„, 1

^ ^men-

hiz fluorescen-


iio

Dir.KSTf) lií'ONrtMICO

Colocam nas suas mãos o destino de

ves é convocado por Floriano — que assu

São Paulo. E' uma pres.sâo tremenda,

Díoesto Econômico

pede demi.ssão du pasta da Fazenda, por motivo de di\crgêiicia de política fi

mira o poder em seguida ao golpe de Estado, golpe de Estado que, seja dito

demonstrada no.s documentos do seu ar

nanceira com o Chefe do Excculi\o.

de passagem, não merecera a aprovação

quivo^

Estas eram intransponíveis c èle chegou à conclusão de que não em mais pos sível acompanhar a adniinislTação de Flo-

do Conselheiro — é convocado, dizia,

Floriano passa-lhe novo telegrama:

para a gestão das finanças nacionais. Tenho, a êste propósito, alguns bre

^Lê)

nano, no terreno em que o rude Ma

ves documentos, que não me furto ao

"Campos Sales apresentou vossas

prazer de ler. Foram-me êles, bem co mo outros dados de que disponho, forne

Decreto publicado. Bom

cidos pelo filho e nobre herdeiro das

como sois, não devais recusar ser

tradições paternas, o Dr. Rodrigues Al

viços tão relevantes. Vossii persis tência de escusas será para mim mo

e.scusa.s. Sinto não poder aceitá-las.

ves Filho.

Florianó não o convidou para a pasta:

patriota

tivo de grande descontentamento."

nomeou-o sem convite.

(Lê)

Estava feita a nomeação. O decreto

"24-11-1891 — Dr. Rodrigues Al

publicado. Rodrigues Alves abando na a cabeceira da e.spôsa enferma e

ves — Guaratinguetá — Pátria ca

parte para o Rio de Janeiro.

rece vossos serviç-os pasta Fazenda

da Fazenda. Pouca tranqüilidade de es

Ministro

com todo vosso patriotismo. Mandei pírito êle tem, pouco tempo de alegria lavrar decreto, Venha quanto antes. • é o seu, nessas funções. — a) Floriano Peixoto." Agrava-se cada vez mais o estado de

sua mulher, até que, chamado rapida Rodrigues Alves resiste, não quer sair. Sua querida esposa, companheira de 20 anos de vida, estava em precárias condições de saúde.

Recusa-se o Con

selheiro a deixar Guaratinguetá e faz seus mais íntimos amigos republicanos de São Paulo cientes da sua firme deli beração.

Pude consultar a quantidade de men

sagens que ele recebeu dos republica nos do Estado, dos maiores, dos insignes,

mente a Guaratinguetá, chega a tem po de assistir-lhe os últimos dias.

. E' êste — e tem-se esta segurança per correndo, como percorri, seus diários ín timos, suas notas pessoais — um dramá tico momento na sua vida.

Aquele Conselheiro sereno, aquele pa triarca de barba.s, aquêle dorminhoco dé que falavam os articulistas venenosos e que servia de pasto à ira dos c^ricatu-

ristas ferinas foi, também, homem que

que apelam de maneira veemente para

sofreu profundamente, no seu coração,

o Conselheiro, pedindo-lhe que não re

nos

cuse a pasta da Fazenda. Êle, que fôra

mais íntimos, e em silêncio. Sofreu pela República; sofreu sacríficando-ee, por

seus

sentimentos

mais

ternos

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rechal queria colocá-la.

^ <-arta que Floriano lhe escreveu c, ne.ssa passagem, por seu lado, documen-

j.°

*^leva o Marechal de Ferro, pelo

^'Orn que se dirige ao Minis-

^^'ssionário e pela compreensão tívn... tivos qu(í ,, 1

na superioridade dos mo ^ ,1

Sen- 1

a tomar aquele passo.

deste discurso, o solicitava novamente — e no princípio do século vemo-lo Ihesidente de São Paulo.

^ A Pre.sidèncin de São Paulo era a antecâmara do Palácio do Catete. Ninguém duridava disso. Campos Sales, Pre sidente da República, tinha para com o ocupante da Presidência paulista liga ções fortes demais, identidades profundas demais, para que alguém du\'idasse de que seu esforço seria no sentido de fazê-

lo seu sucessor. E São Paulo, o grande São Paulo do princípio da República, era por demais poderoso, es tava por demais controlando

pública. Mi

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que se pudesse duvidar de

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que um tal candidato seria

os destinos do regime, para eleito.

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muito mais

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muito mais cô-

quais verdadeiros anún-

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cios nobr

Assim, as mensa

gens de Rodrigues Alves ao

aí, Rodri-

ligava,

^ mínudências. Muitos

fí'a Veja ® pimeira questões dêlcs - especialistas em mente a • ^"^"oeiras, sabem perfeita-

de Prud ^^P°^úncia que teve o Govêmo

Alves isto é, a gestão Rodrigues ciação PO^ Prudente, na negopossibij-f.°^ acordos internacionais, que 1 - , aram a formidável recuperação o financeira de Campos Sales.

aquilo que considerava o bem comum;

que se dedicara aos estudos financeiros, durante largo período de sua vida, não

sofreu a terrível mágua de desamparar

torino. Nessa ocasião, deixa o Govêmo;

a própria mulher nns últimas .semanas de

afasta-se da pasta, retorna a Sfuj Paulo.

deveria faltar com sua solidariedade ao

vida.

Em meados de 1892, Rodrigues Alves

destino que sempre briliiara acima de sua rida e que salientei no princípio

Rodricu^J cadeira ^ "^^^es é tirado da em 1894 p ^>*udcnte, eleito

relator do orçamento na Comissão de Finanças, ainda na Câmara Imperial; êle,

Brasil e a São Paulo.

111

. dg Prudente, fica Rodrigues Alves até a interinidade de Manuel Vi-

Mas o seu nome já era cogitado para outros misteres. Aquela estrela, aquêle

ij/h rrnl/-.

si^u futuro govêmo. ^ última, com que se dirige aos representantes do povo

e seu Estado, é, realmente,

plataforma de govêmo, e nela, tanto

quanto naquela com que se apresenta candidato e na mensagem com que se duige aos brasileiros no dín

sua posse,

vamos encontar sempre, os mesmos

princpros, naturalmente ampliados, namralmente evoluídos, naturalmente ádap. tados as novas condições do Brasil descobrimos sempre as mesmTc

'

çóe_s do Presidente, interessado na"so-

vrnão po? estulta ou rastaqueirismo de sulvaidade ameri cano; nao para ter túneiç mámiore e iluminatTus por 1„, 1

^ ^men-

hiz fluorescen-


,^iri

j7

Econôauco Dicesto Econômico

112

"Ora, isto SC passava cinco meses

te, mas para ter uma cidade aberta à imigração, um pôrlo aberto à exporta ção, um centro digno do país em que o Brasil se estava transformando. E o pro

cou verificado, fora dc tfkla dúvida

blema do saneamento se apresentava vincularmente ligado a éste, da moderniza

água do poço com a etiologia da fe

ção do Rio. Tenho, a respeito, depoi mento realmente admirável — de Perei ra Barreto.

A Câmara verificará esta coisa, que me parece sensacional: quando o Conse lheiro assumiu a Presidência da Repú blica, estava perfeitamente consciente de como se poderia resolver o problema

da saúde do Rio de Janeiro; estava per feitamente informado de como conduzir

a campanha contra a febre amarela, a varíola e a pestel Não foi um homem de dedo afortu

nado que, ao acaso, qual numa roleta, tocasse nos indivíduos, como nos números

que vão dar. Sabia escolher os auxiliares, porque estava a par de sua capacidade. Diz Pereira Barreto:

(Lê)

antes das i slrcpitos;is experiências fei-

possível, que não c a água do bebida que transmito a febre. Permanecia d© pé, inabalável, o fato da ligação da

tjis pela comissão norte-americana, t-ni Havana, para wrificar a hipóte

bre. Como resolver o enigma? Quo podia haver dentro do poço, além da águaPl "Era geral c estridente a queixa da população contra as nuvens de mos quitos, que todas as tardes se des pejavam dos poços. "A lógica a mais elementar im

Vejam os srs. Disputados que não liá rjís-so nada de excepcional; é o bomscnso, é o iMpiilibrin do estadista. An tes do ge nial J^inlay espalhar pelo mun do íi noticia de quo o mosquito ora o transmissor da febre, o Presidente de

mentos, ambiç^ões, despeites e loucuras

punha uma única conclusão: não podiam ser senão êles os transmissores

Estado brasileiro, pi>r questão de boin-scnso, aceitava os arguniento.s de Tjtn auxiliar e escre\aa-lhe uma carta. E

que se levantou contra o plano de sanea mento da Capital Federal, explodiu de

no momento de partir para assumir o 0.eg>.inte:

forma tení\el no

sabem os iu)l>vcs colegas o qne êle disse

do medonho flagelo!... "Nesse tempo eu ainda não co

nhecia a opinião de Finlay, emitida em um pequeno jornal médico de Havana; nem tampouco tinha conhe- • cimento da comunicação de Ronald

E.stn^- «fomento da despedida, na

í-ln"; nmitio Norte, no meio dos amio homenageavam, disse-me

Ross, anunciando, dois meses antes, a descoberta do mecanismo da trans

^""^'=»d;unonte o Dr. Rodrigues Al-

missão da malária pelo anófeles.

•s:

"Depois de ter maduramente re

"Tendo irrompido, em Tietê, uma

rurgia as'minhas reflexões, conduzin

violenta epidemia — isto durante o

do firmemente a conclusão: é o mos

período em que Rodrigues Alves era

quito o transmissor índubitável da

Presidente do Estado — combinei

febre amarela.

com alguns colegas de lá, especial

"Todas as nossas observações an

"No dia seguinte "O Estado de São Paulo" deu na íntegra a minha conferência, feita na Sociedade de Medicina e Cirurgia. O Dr. Rodrigues Alves, então presidente do Estado,

teriores apontavam para o laço ir-

leu-a de manhã cedo, tomou imediar

refragável, que prende a febre ama

bebiam água do poço depois de bem

tamente a pena e dirigiu-me uma amável cartinha, felicitando-me calo rosamente pelas idéias que aventei, Essas espontâneas felicitações signifi cavam, sem dúvida, que o seu ilus tre autor partilhava as minhas con

fervida.

vicções.

discutível se sim ou não podiam con trair a moléstia indivíduos que não Das observações feitas fi

"O meu programa de governo «r^

.

__

.1.

.1

rnuito ..imp' simples. Vou limitar^"ase exclusivamente a duas coi^ saneamento e o melhoramon-

nossa Sociedade de Medicina e Ci

rela à água estagnada dos poços. "Era preciso verificar de modo in

no sentido de loaliziir o saneamento.

Lc\'anlarrtm-se também os preconcei tos da falsa ciência, a intriga dos polí

se dc l^itVav."

fletido, não hesitei em apresentar à

mente com o modesto Dr. Correia, pequeno programa no modo de exe cutar as observações.

os interêsses prejudicados pelos comíuidos sanitários dc então, pelas demolições \iolenlas pniticadas por èle e por Passos

to do p(-,rto do Rio dc Janeiro!"

Q"imclü o Conselheiro, por conseguin te, vcio assumir o governo, tinha a sua

política fimio em relação à-febre ama

i*

I

rela^ Eis porcpie, tendo aceito a indi cação que lhe foi sugerida, do nome de

Osvaldo Gruz, para a chefia do Departa mento de Saúde, manteve o jovem cien tista com aquela firmeza com que se jnantêm convicções de fé, com aquela firmeza quç

inabalável a quaisquer

argumentos e a quaisquer ci-ises políti cas, a firmeza da verdade. Contra Osvaldo Cruz levantaram-se os

interesses comerciais do Rio de Janeiro,

i

ticos, o fanatismo dos sectários positixàslas, a ameaça da violência dos quartéis, e, a tudo, com a maior serenidade re sistiu o Presidente da República, .seguro

da certeza de sua diretriz, seguro da certeza de suas convicções.

A acumulação tremenda de ressenti

14

de

novembro.

Essa foi inna noite realmente dramáti

ca para os destinos da República. Era a mooidadc militar no que tinha de mais vigoroso, de mais idealista, de mais nohrc, explorada pelas ambições de al guns políticos e pelo fanatismo de al

guns sectários, que se ergueu disposta a morrer por uma falsa causa. A cida

de estava convulsionada havia dias; a

desordem campea\a nas ruas o eis que no escurecer dessa data fatídica é in

formado o Presidente de que a Escola Militan'marchava contra o palácio Ho Catcle. A tropa - pequena tropa

que êle manda mais para conter do que

para combater os rebeldes, tem as suas vanguardas fratcrnizadas com o inimi go. O general comandante, velho solda do experiente das lutas caudilhistns do Brasil, fiz retiocedev o resto 'de seus homens sob a alegação muito sensata de

que, tendo-se passado para o ihimioo

rumerosos soldados, os que restavam dificilmente atuariam

conh-.,

1 • companheiros.

vuncra os seus

Viu-se assim o Conselheiro subita

mente desamparado d.as fôrças Wafa, .jU


,^iri

j7

Econôauco Dicesto Econômico

112

"Ora, isto SC passava cinco meses

te, mas para ter uma cidade aberta à imigração, um pôrlo aberto à exporta ção, um centro digno do país em que o Brasil se estava transformando. E o pro

cou verificado, fora dc tfkla dúvida

blema do saneamento se apresentava vincularmente ligado a éste, da moderniza

água do poço com a etiologia da fe

ção do Rio. Tenho, a respeito, depoi mento realmente admirável — de Perei ra Barreto.

A Câmara verificará esta coisa, que me parece sensacional: quando o Conse lheiro assumiu a Presidência da Repú blica, estava perfeitamente consciente de como se poderia resolver o problema

da saúde do Rio de Janeiro; estava per feitamente informado de como conduzir

a campanha contra a febre amarela, a varíola e a pestel Não foi um homem de dedo afortu

nado que, ao acaso, qual numa roleta, tocasse nos indivíduos, como nos números

que vão dar. Sabia escolher os auxiliares, porque estava a par de sua capacidade. Diz Pereira Barreto:

(Lê)

antes das i slrcpitos;is experiências fei-

possível, que não c a água do bebida que transmito a febre. Permanecia d© pé, inabalável, o fato da ligação da

tjis pela comissão norte-americana, t-ni Havana, para wrificar a hipóte

bre. Como resolver o enigma? Quo podia haver dentro do poço, além da águaPl "Era geral c estridente a queixa da população contra as nuvens de mos quitos, que todas as tardes se des pejavam dos poços. "A lógica a mais elementar im

Vejam os srs. Disputados que não liá rjís-so nada de excepcional; é o bomscnso, é o iMpiilibrin do estadista. An tes do ge nial J^inlay espalhar pelo mun do íi noticia de quo o mosquito ora o transmissor da febre, o Presidente de

mentos, ambiç^ões, despeites e loucuras

punha uma única conclusão: não podiam ser senão êles os transmissores

Estado brasileiro, pi>r questão de boin-scnso, aceitava os arguniento.s de Tjtn auxiliar e escre\aa-lhe uma carta. E

que se levantou contra o plano de sanea mento da Capital Federal, explodiu de

no momento de partir para assumir o 0.eg>.inte:

forma tení\el no

sabem os iu)l>vcs colegas o qne êle disse

do medonho flagelo!... "Nesse tempo eu ainda não co

nhecia a opinião de Finlay, emitida em um pequeno jornal médico de Havana; nem tampouco tinha conhe- • cimento da comunicação de Ronald

E.stn^- «fomento da despedida, na

í-ln"; nmitio Norte, no meio dos amio homenageavam, disse-me

Ross, anunciando, dois meses antes, a descoberta do mecanismo da trans

^""^'=»d;unonte o Dr. Rodrigues Al-

missão da malária pelo anófeles.

•s:

"Depois de ter maduramente re

"Tendo irrompido, em Tietê, uma

rurgia as'minhas reflexões, conduzin

violenta epidemia — isto durante o

do firmemente a conclusão: é o mos

período em que Rodrigues Alves era

quito o transmissor índubitável da

Presidente do Estado — combinei

febre amarela.

com alguns colegas de lá, especial

"Todas as nossas observações an

"No dia seguinte "O Estado de São Paulo" deu na íntegra a minha conferência, feita na Sociedade de Medicina e Cirurgia. O Dr. Rodrigues Alves, então presidente do Estado,

teriores apontavam para o laço ir-

leu-a de manhã cedo, tomou imediar

refragável, que prende a febre ama

bebiam água do poço depois de bem

tamente a pena e dirigiu-me uma amável cartinha, felicitando-me calo rosamente pelas idéias que aventei, Essas espontâneas felicitações signifi cavam, sem dúvida, que o seu ilus tre autor partilhava as minhas con

fervida.

vicções.

discutível se sim ou não podiam con trair a moléstia indivíduos que não Das observações feitas fi

"O meu programa de governo «r^

.

__

.1.

.1

rnuito ..imp' simples. Vou limitar^"ase exclusivamente a duas coi^ saneamento e o melhoramon-

nossa Sociedade de Medicina e Ci

rela à água estagnada dos poços. "Era preciso verificar de modo in

no sentido de loaliziir o saneamento.

Lc\'anlarrtm-se também os preconcei tos da falsa ciência, a intriga dos polí

se dc l^itVav."

fletido, não hesitei em apresentar à

mente com o modesto Dr. Correia, pequeno programa no modo de exe cutar as observações.

os interêsses prejudicados pelos comíuidos sanitários dc então, pelas demolições \iolenlas pniticadas por èle e por Passos

to do p(-,rto do Rio dc Janeiro!"

Q"imclü o Conselheiro, por conseguin te, vcio assumir o governo, tinha a sua

política fimio em relação à-febre ama

i*

I

rela^ Eis porcpie, tendo aceito a indi cação que lhe foi sugerida, do nome de

Osvaldo Gruz, para a chefia do Departa mento de Saúde, manteve o jovem cien tista com aquela firmeza com que se jnantêm convicções de fé, com aquela firmeza quç

inabalável a quaisquer

argumentos e a quaisquer ci-ises políti cas, a firmeza da verdade. Contra Osvaldo Cruz levantaram-se os

interesses comerciais do Rio de Janeiro,

i

ticos, o fanatismo dos sectários positixàslas, a ameaça da violência dos quartéis, e, a tudo, com a maior serenidade re sistiu o Presidente da República, .seguro

da certeza de sua diretriz, seguro da certeza de suas convicções.

A acumulação tremenda de ressenti

14

de

novembro.

Essa foi inna noite realmente dramáti

ca para os destinos da República. Era a mooidadc militar no que tinha de mais vigoroso, de mais idealista, de mais nohrc, explorada pelas ambições de al guns políticos e pelo fanatismo de al

guns sectários, que se ergueu disposta a morrer por uma falsa causa. A cida

de estava convulsionada havia dias; a

desordem campea\a nas ruas o eis que no escurecer dessa data fatídica é in

formado o Presidente de que a Escola Militan'marchava contra o palácio Ho Catcle. A tropa - pequena tropa

que êle manda mais para conter do que

para combater os rebeldes, tem as suas vanguardas fratcrnizadas com o inimi go. O general comandante, velho solda do experiente das lutas caudilhistns do Brasil, fiz retiocedev o resto 'de seus homens sob a alegação muito sensata de

que, tendo-se passado para o ihimioo

rumerosos soldados, os que restavam dificilmente atuariam

conh-.,

1 • companheiros.

vuncra os seus

Viu-se assim o Conselheiro subita

mente desamparado d.as fôrças Wafa, .jU


114

Dicesto EcONÓAUCo

DrCEsTO ÉCONÓ^flCO

A ij^jUiC

desta tribuna, o grande participante da

"Sua extremada cortesia, sua linha

mercê da boa vontade dos rebeldes. Não

Comissão do LimUes com o Peni, o

não teve uma falha, nem sua inteli

citarei nomes, não rememorarei atitudes

grande embaixador do Brasil na Liga das Nações era superior ao nome que deixou na História. Sabeis — porque pró ximos a êie ainda estamos — que figura

viu-se assim a autoridade do Governo à

pessoais. Apenas direi que naquele mo mento terrível em que os responsáveis

pela ordem desesperaram, em que os co mandantes militares declaravam que tu do estava findo, em que os esteios sóbre que se devia apoiar o poder se curva vam e se quebravam, nesse momento, partindo de quem o devia defender o con vite para que ele abandonasse o Palá

cio e se refugiasse em um couraçadc, respondeu o Presidente, sem arroubos, mas sem temores, que dali não saim que o seu destino - caso fôsse necessário

era morrer defendendo o seu pôsto. E sabido como se desenro

lou a crise daí por diante. A presença de espírito, a firmeza

inabalável daquele homem, quase velho, levantou o moral

dos que fraquejavam, trouxe o sangue à face dos que tinham descorado e, valendo-se das

informações

preciosas

que

Afranio Peixoto, então interno

do Hospício Pedro H passava, pe o telefone, ao Conselheiro,

segundo as quais os rebeldes'se disper savam e hesitavam em prosseguir naqueia luta louca, que só poderia termi nar pela chacina de uma família e nunca

pela derrota de um regime, reorgani

admirável foi a dêssc Deputado miac!» ro, que te\e o privilégio de passar nque-

Ia noite tremenda junto a Rodrigues Al-

gência um eclipse. "Mesmo nos momentos mais graves,

naqueles em que se julgou tudo per dido, seu juízo era firme, resoluto e ca'mo.

"E' realmente um homem de Go

vêmo; Chefe de Estado, não se es

ves, no recesso dc sua casa.

quecia também de que era o dono

A descrição tjue nos deixa Gastão da Cunha, no seu diário — infelizmente

da casa; e o cavallieiro era igual ao

inédito, e uma das fontes mais pre cisas da vida republicana — e que mutivos que não convém examinar inipodem sejam pub'icado, é magnífica. Homcn.s, que ainda hoje os fillios do Conse.

llieiro — e sei porque com eles lenho falado — supõem que estivessem firmes no lado

do pai, convidavam à fuga, propunham a retirada — ex

pressões textuais — "daquoU ratoeira" em que se transfor mara o palácio do Catete, da

quele cenário provável de

Chefe de Estado."

E isso foi escrito na madrugada de Io de novembro.

Êste liomcm, depois dêstes fatos, con

quistou, realmente, a opinião nacional. Gastão da Cunha era o florete fle

xível, o punhal forentino da crítica, qua

se poderia dizer: da maledicência. Mas outro gignnte da crítica nacional — não

levantou foi Tibiriçá, Presidente de São

Paulo. Falava-se no nome de Campos Sales para um segundo período e, en tão, Tibiriçá ponderou que, se o Go vêmo houvesse de caber uma quarta vez a São Pau'o, o nome indicado seria

antes o de Bernardino de Campos, cujos serviços à Republica não eram menores

Foi a esta ponderação que anuiu Rodri

lheiro:

.(Lê) "Não vendo as minhas armas nem

abjuro uma linha dos meus princípios de liberdade e de justiça, quando, na sinceridade de uma comoção nova,

os fracos, rindo com as visitas. Copiei

pos Sales. Aí é que fêz sentir a Cam pos Sales que Bernardino de Campos possuía mais títulos que êle próprio, mais autoridade - junto às gerações republica nas, republicano histórico que era. Mas, quando de sua própria sucessão, não ó real haja sido êle o autor da candidatu ra de Bernardino de Campos. Quem a

dizia nessa época o seguinte do Conse

Era o pânico que imperava na casa do velho circulava entre as salas, animando

seu próprio nome para substituir Cam

do que os de quaisquer outros e que ain

que tinha sido assassinado.

Presidente. E Gastão da Cunha nos des creve a tranqüilidade com que aquele

ra de Bernardino de Campos, ou mellior, esse fato não se aplica àquele momento. A candidatura Bernardino de Campos le vantou-a êle, mas quando foi sugerido

o florete, nem o punhal, mas o morteiro, o canhão de grosso calibre, Rui Barbosa,

uma nova revolução da Sérvia

— alusão ao rei da Sérvia,

115"

me aproximo de um governo para o qual me atrai uma impressão de pa triotismo irresistível."

da não tinha tido esta oportunidade.

gues Alves, sem, entretanto, fazer dela ponto de vista exclusivo ou obrigatório. A solução Afonso Pena, levantada por

aqueles mesmos que a haviam combatida antes — porque é de se notar que a

princípio dizia-se que Rodrigues Alves havia sugerido o nome de Afonso Pe na e surgiu, então, o slogan: Basta de Conselheirosl — veio em contraposição à

de Beraardino de Campos.

zou-se a resistência; aplacou-se a tem pestade e o Govêmo restabeleceu sua

apenas o último parágrafo. Diz ele, de pois de contar que Rodrigues Alves ti

autoridade.

nha no bôlso uma medalha de Nossa

govêrnos, o grande crítico dos Presiden

quanío tinham sido a de Bemardino de

Senhora do Triunfo que lhe tinha sido

tes, a espada de fogo da República.

Campos 6 a de Campos Sales. A úni ca cousa que objetava era ainda o que

Tenho sobre êste episódio uma outra nota ligeira, que me permitireis ler, tan

to me parece ela preciosa. E* uma pá gina do diário de Gastão da Cuulia. Sabeis como esse homem foi dos mais

interessantes do seu tempo; sabeis como o grande Deputado, o grande orador

entregue por uma das filhas: (Lê)

"TaVez aquela fé ardente seja o segredo de sua extraordinária altivez, serena, igual, superior, a noite inteira.

A candidatura Afonso Pena foi bem

Isto dizia o grande demolidor dos Terminando a sua passagem pelo

recebida por Rodrigues Alves, tanto

lítica e, ainda aqui, muita coisa que se diz não corresponde à verdade. Não é

mais tarde se objetou muitas vezes — a celeridade, a precocidade com que se colocava no Brasil o problema da sucessão presidencial. Dizia apenas que

exato que tenha levantado a candidatu

não achava oportuno que no terceiro

primeiro quatriênio presidencial Rodri gues Alves viu-se nos problemas da po


114

Dicesto EcONÓAUCo

DrCEsTO ÉCONÓ^flCO

A ij^jUiC

desta tribuna, o grande participante da

"Sua extremada cortesia, sua linha

mercê da boa vontade dos rebeldes. Não

Comissão do LimUes com o Peni, o

não teve uma falha, nem sua inteli

citarei nomes, não rememorarei atitudes

grande embaixador do Brasil na Liga das Nações era superior ao nome que deixou na História. Sabeis — porque pró ximos a êie ainda estamos — que figura

viu-se assim a autoridade do Governo à

pessoais. Apenas direi que naquele mo mento terrível em que os responsáveis

pela ordem desesperaram, em que os co mandantes militares declaravam que tu do estava findo, em que os esteios sóbre que se devia apoiar o poder se curva vam e se quebravam, nesse momento, partindo de quem o devia defender o con vite para que ele abandonasse o Palá

cio e se refugiasse em um couraçadc, respondeu o Presidente, sem arroubos, mas sem temores, que dali não saim que o seu destino - caso fôsse necessário

era morrer defendendo o seu pôsto. E sabido como se desenro

lou a crise daí por diante. A presença de espírito, a firmeza

inabalável daquele homem, quase velho, levantou o moral

dos que fraquejavam, trouxe o sangue à face dos que tinham descorado e, valendo-se das

informações

preciosas

que

Afranio Peixoto, então interno

do Hospício Pedro H passava, pe o telefone, ao Conselheiro,

segundo as quais os rebeldes'se disper savam e hesitavam em prosseguir naqueia luta louca, que só poderia termi nar pela chacina de uma família e nunca

pela derrota de um regime, reorgani

admirável foi a dêssc Deputado miac!» ro, que te\e o privilégio de passar nque-

Ia noite tremenda junto a Rodrigues Al-

gência um eclipse. "Mesmo nos momentos mais graves,

naqueles em que se julgou tudo per dido, seu juízo era firme, resoluto e ca'mo.

"E' realmente um homem de Go

vêmo; Chefe de Estado, não se es

ves, no recesso dc sua casa.

quecia também de que era o dono

A descrição tjue nos deixa Gastão da Cunha, no seu diário — infelizmente

da casa; e o cavallieiro era igual ao

inédito, e uma das fontes mais pre cisas da vida republicana — e que mutivos que não convém examinar inipodem sejam pub'icado, é magnífica. Homcn.s, que ainda hoje os fillios do Conse.

llieiro — e sei porque com eles lenho falado — supõem que estivessem firmes no lado

do pai, convidavam à fuga, propunham a retirada — ex

pressões textuais — "daquoU ratoeira" em que se transfor mara o palácio do Catete, da

quele cenário provável de

Chefe de Estado."

E isso foi escrito na madrugada de Io de novembro.

Êste liomcm, depois dêstes fatos, con

quistou, realmente, a opinião nacional. Gastão da Cunha era o florete fle

xível, o punhal forentino da crítica, qua

se poderia dizer: da maledicência. Mas outro gignnte da crítica nacional — não

levantou foi Tibiriçá, Presidente de São

Paulo. Falava-se no nome de Campos Sales para um segundo período e, en tão, Tibiriçá ponderou que, se o Go vêmo houvesse de caber uma quarta vez a São Pau'o, o nome indicado seria

antes o de Bernardino de Campos, cujos serviços à Republica não eram menores

Foi a esta ponderação que anuiu Rodri

lheiro:

.(Lê) "Não vendo as minhas armas nem

abjuro uma linha dos meus princípios de liberdade e de justiça, quando, na sinceridade de uma comoção nova,

os fracos, rindo com as visitas. Copiei

pos Sales. Aí é que fêz sentir a Cam pos Sales que Bernardino de Campos possuía mais títulos que êle próprio, mais autoridade - junto às gerações republica nas, republicano histórico que era. Mas, quando de sua própria sucessão, não ó real haja sido êle o autor da candidatu ra de Bernardino de Campos. Quem a

dizia nessa época o seguinte do Conse

Era o pânico que imperava na casa do velho circulava entre as salas, animando

seu próprio nome para substituir Cam

do que os de quaisquer outros e que ain

que tinha sido assassinado.

Presidente. E Gastão da Cunha nos des creve a tranqüilidade com que aquele

ra de Bernardino de Campos, ou mellior, esse fato não se aplica àquele momento. A candidatura Bernardino de Campos le vantou-a êle, mas quando foi sugerido

o florete, nem o punhal, mas o morteiro, o canhão de grosso calibre, Rui Barbosa,

uma nova revolução da Sérvia

— alusão ao rei da Sérvia,

115"

me aproximo de um governo para o qual me atrai uma impressão de pa triotismo irresistível."

da não tinha tido esta oportunidade.

gues Alves, sem, entretanto, fazer dela ponto de vista exclusivo ou obrigatório. A solução Afonso Pena, levantada por

aqueles mesmos que a haviam combatida antes — porque é de se notar que a

princípio dizia-se que Rodrigues Alves havia sugerido o nome de Afonso Pe na e surgiu, então, o slogan: Basta de Conselheirosl — veio em contraposição à

de Beraardino de Campos.

zou-se a resistência; aplacou-se a tem pestade e o Govêmo restabeleceu sua

apenas o último parágrafo. Diz ele, de pois de contar que Rodrigues Alves ti

autoridade.

nha no bôlso uma medalha de Nossa

govêrnos, o grande crítico dos Presiden

quanío tinham sido a de Bemardino de

Senhora do Triunfo que lhe tinha sido

tes, a espada de fogo da República.

Campos 6 a de Campos Sales. A úni ca cousa que objetava era ainda o que

Tenho sobre êste episódio uma outra nota ligeira, que me permitireis ler, tan

to me parece ela preciosa. E* uma pá gina do diário de Gastão da Cuulia. Sabeis como esse homem foi dos mais

interessantes do seu tempo; sabeis como o grande Deputado, o grande orador

entregue por uma das filhas: (Lê)

"TaVez aquela fé ardente seja o segredo de sua extraordinária altivez, serena, igual, superior, a noite inteira.

A candidatura Afonso Pena foi bem

Isto dizia o grande demolidor dos Terminando a sua passagem pelo

recebida por Rodrigues Alves, tanto

lítica e, ainda aqui, muita coisa que se diz não corresponde à verdade. Não é

mais tarde se objetou muitas vezes — a celeridade, a precocidade com que se colocava no Brasil o problema da sucessão presidencial. Dizia apenas que

exato que tenha levantado a candidatu

não achava oportuno que no terceiro

primeiro quatriênio presidencial Rodri gues Alves viu-se nos problemas da po


Dicksto

116

Econômico

117

Dicesto Ecokómico

ano de Govêrno, já o país estivesse vol

Contudo, o ponto f|ue mais o preocupa,

tado para esse problema.

a razão que mais o demove de aceitar o convite ó que êle, Rio Branco, conside

gues Alves chega ao fim do seu segundo quatriênio paulista nessa situaçao: a primeira grande guerra, ou antes, a pri

ro e intimo amigo — e eu possuo entre meus livros uma edição de Musset ofe recida, com carinhosa dedicatória, a Ro

rava Nabuco o homem nas condições' de aceitá-lo. De fato, dizia êle mais ou

meira parte dc.ssa grande guerra que ainda Imje não está terminada, colocava

drigues AK-es por Afonso Pena, ainda nos tempos,da Escola dc Direito — re

buco. Êste c o grande homem, o gran de diplomata, o que vem prestigiado

Eleito Afonso Pena, seu companhei

colheu-se novamente ao seu querido os tracismo de Guaratinguetá. Realizara um grande Governo.

era, apesar a

opinião

de

tôdas

nacional.

as Tinha

Esta

paixões, sanea

do o Rio de Janeiro, aberto o porto, multiplicado as estradas de ferro e tam

bém os recursos financeiros que encon trou à chegada, depois do glorioso go verno de Campos Sales, pois a verdade é que deixou o câmbio em taxa firme e 10 milhões de libras de saldo em

Londres; tinha pacificado o país, man

tido a ordem interna e o respeito do

menos o seguinte:

"Seu homem é Na

novamente em jôgo os destinos do país.

bém vigilante, constante e lúcida, a preo

conselho: acompanhemos os Estados

impressão de que apresentava êsse no

indicação de seu nome.

me

aproximadamente (cito de memória): "Afirmo a V. Ex.*"^, entretanto, que se

Que nome era êste? AquÔle que mfundia respeito pelo seu passado, que inspirava confiança pela sua açao, que

mos, após eles, na larga trajetória, para

Nabuco nao puder aceitar, eu aceitarei." A verdade c que o Conselheiro Rodri

toridade.

apenas

para

escusar-se, concluia

gues Alves chegava ao fim do sou go verno nimbado por verdadeira luz glo riosa. Depois de alguns anos de rela

tiva tranqüilidade em que procurou pôr ordem cm seus negócios, educar seus

se impunha á veneração pela sua au „ ,.

.1

O Consellieíro Rodrigues Alves sen

tia períclitar a saúde, pois seu estado físico era cada vez menos satisfatório mas não pôde mais resistir à pressão das

fôrças políticas, quer aquelas que par tiam do seu próprio Estado, quer aque

tinha levado Rio Branco à Pasta das

São Paulo.

Relações Exteriores. E este pas so da ida de Rio Branco para o

do'meu - o Estado de Minas - quer

No último período de Govêrno, de 1912 a 1916, era um novo Brasil quo.se apresentava ao mundo. Problemas dc tôda ordem se acumulavam no liori-

aquelas que encontravam eco e reper

cussão em todo o território nacional.

um divisor de águas na política republi

Nesta ocasião, nos últimos tempos do Govêrno Vencesiau Brás, a sua ação já se fôz senrir precisa e enérgica. O Presidente da República o consulta a cada momento; no meio de seus arquivos há cartas do então Presidente, pedindo-

cana.

lhe aviso sôbre os problemas mais ur

Itamarati é um dos mais curio

sos do seu Governo • porque o Conselheiro, não o conhecendo

pessoalmente, pediu a Campos Sales, ainda no Palácio, antes

zonte. A morte de Afonso Pena como que marcara ponto nítido,

Novas questões surgiram, novas

crises espoucaram, novas dificuldades so-

brevieram, principalmente aquelas que

dade, lastimàvelmente inédita. Diz o Barão, nessa carta, que não aceita o convite pelos motivos que enumera, al

adversários, à mansidão nos hábitos do

guns de ordem privada, estreiteza de vi

Govêrno e também à ordem pública, no

diziam respeito à moderação dos costu mes políticos, à transigência com os

gentes da guerra. O Ministro das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, insiste em ouvi-lo sôbre a

Estado.'? Unidos.

Unidos, sigamos-lhes o largo passo; va a paz e a liberdade! Não nos iludamos com as aparências — esta era a sua opinião nos últimos momentos da guerra. Sabem V. Ex.^s os desgostos que acompanharam os seus últimos tempos de vida provocados pela natural incom preensão que trazem as paixões; pela efervescência, que chamo sempre sadia, da liberdade, sempre sadia, mas nem

sempre justa; pelas acusações que se lhe fizeram de ambição, ridículas para quem conhece, na intimidade, o esforço e a resistência que empregou para náo recusar a presidência; pelos prejuízos, que o cercavam, sôbre sua capacidade intelectual, que se manteve íntegra até o fim; pelas ingratidões e pelas defec ções. Mas a verdade é que o Conse lheiro Rodrigues Alves, não assumindo o

segundo Govêrno da República, para o

qual havia sido eleito, deixou, eníretanto, àqueles a quem convidou para constituir êsse mesmo Govêmo, como

que uma linha, uma diretriz a ser se mente cumpridas.

que ela tem de mais significativo. Tínhamos passado períodos tormento

históricos, consciência de que, dificil mente, se adaptaria ao novo trabalho.

sos em que o país fôra varrido como

quej agora, ouvimos das vozes mais pru

que por uma onda de loucura.

dentes, que são aquêles que, nesta épocá.

^

Esta era a sua voz: êste era o seu

guida, e instruções que foram rigorosa

rosa, desejo do dedicar-se aos estudos

Rodri

cupação da aliança democrática com os

orientação de sua política naquela fase

angustiosa. E Rodrigues Alves, que tqdo, guardava, inclusive c.ópias de suas próprias cartas, manteve os conselhos que lhe deu e que são apenas aquêles

i

que êle devesse estar, mas manter tam

sessem c SC orientassem no sentido da

las ainda mais poderosas, que partiam

da, pobreza de recursos, família nume

darte do Brasil em todos os pontos em

Ministro do Exterior". Para não dar a

ropa, vai novamente para o Govêmo de

Rio Branco respondeu a Rodrigues Alves em carta que é modelo de digni

a independência do país, alçado o estan

popular; êste é a be'a figura para seu

desde o Império pela sua admirável luta

filhos e instruir-se numa viagem à Eu

dasse Rio Branco, então em Berlim.

com os interêsses nacionais; eram os conselhos de manter viva a autonomia e

Se bem que tivesse tentado resishr enèrgicamcnte - ê disso existem numerosas provas entre seus papéis - nao pôde evitar que as fôrças políticas se compu

Exército ao poder civil; tinha anistiado os rebeldes que contra êle se levantaram;

de êle assumir o Governo, que convi

se nos afiguram os mais consentòneos

Sabeis até que ponto a situação pre dominante mineira, que sucedeu ao de

saparecimento do grande Presidente pau lista, procurou imprimir aos seus atos a mesma linha de conduta que tinha sido /

'•!


Dicksto

116

Econômico

117

Dicesto Ecokómico

ano de Govêrno, já o país estivesse vol

Contudo, o ponto f|ue mais o preocupa,

tado para esse problema.

a razão que mais o demove de aceitar o convite ó que êle, Rio Branco, conside

gues Alves chega ao fim do seu segundo quatriênio paulista nessa situaçao: a primeira grande guerra, ou antes, a pri

ro e intimo amigo — e eu possuo entre meus livros uma edição de Musset ofe recida, com carinhosa dedicatória, a Ro

rava Nabuco o homem nas condições' de aceitá-lo. De fato, dizia êle mais ou

meira parte dc.ssa grande guerra que ainda Imje não está terminada, colocava

drigues AK-es por Afonso Pena, ainda nos tempos,da Escola dc Direito — re

buco. Êste c o grande homem, o gran de diplomata, o que vem prestigiado

Eleito Afonso Pena, seu companhei

colheu-se novamente ao seu querido os tracismo de Guaratinguetá. Realizara um grande Governo.

era, apesar a

opinião

de

tôdas

nacional.

as Tinha

Esta

paixões, sanea

do o Rio de Janeiro, aberto o porto, multiplicado as estradas de ferro e tam

bém os recursos financeiros que encon trou à chegada, depois do glorioso go verno de Campos Sales, pois a verdade é que deixou o câmbio em taxa firme e 10 milhões de libras de saldo em

Londres; tinha pacificado o país, man

tido a ordem interna e o respeito do

menos o seguinte:

"Seu homem é Na

novamente em jôgo os destinos do país.

bém vigilante, constante e lúcida, a preo

conselho: acompanhemos os Estados

impressão de que apresentava êsse no

indicação de seu nome.

me

aproximadamente (cito de memória): "Afirmo a V. Ex.*"^, entretanto, que se

Que nome era êste? AquÔle que mfundia respeito pelo seu passado, que inspirava confiança pela sua açao, que

mos, após eles, na larga trajetória, para

Nabuco nao puder aceitar, eu aceitarei." A verdade c que o Conselheiro Rodri

toridade.

apenas

para

escusar-se, concluia

gues Alves chegava ao fim do sou go verno nimbado por verdadeira luz glo riosa. Depois de alguns anos de rela

tiva tranqüilidade em que procurou pôr ordem cm seus negócios, educar seus

se impunha á veneração pela sua au „ ,.

.1

O Consellieíro Rodrigues Alves sen

tia períclitar a saúde, pois seu estado físico era cada vez menos satisfatório mas não pôde mais resistir à pressão das

fôrças políticas, quer aquelas que par tiam do seu próprio Estado, quer aque

tinha levado Rio Branco à Pasta das

São Paulo.

Relações Exteriores. E este pas so da ida de Rio Branco para o

do'meu - o Estado de Minas - quer

No último período de Govêrno, de 1912 a 1916, era um novo Brasil quo.se apresentava ao mundo. Problemas dc tôda ordem se acumulavam no liori-

aquelas que encontravam eco e reper

cussão em todo o território nacional.

um divisor de águas na política republi

Nesta ocasião, nos últimos tempos do Govêrno Vencesiau Brás, a sua ação já se fôz senrir precisa e enérgica. O Presidente da República o consulta a cada momento; no meio de seus arquivos há cartas do então Presidente, pedindo-

cana.

lhe aviso sôbre os problemas mais ur

Itamarati é um dos mais curio

sos do seu Governo • porque o Conselheiro, não o conhecendo

pessoalmente, pediu a Campos Sales, ainda no Palácio, antes

zonte. A morte de Afonso Pena como que marcara ponto nítido,

Novas questões surgiram, novas

crises espoucaram, novas dificuldades so-

brevieram, principalmente aquelas que

dade, lastimàvelmente inédita. Diz o Barão, nessa carta, que não aceita o convite pelos motivos que enumera, al

adversários, à mansidão nos hábitos do

guns de ordem privada, estreiteza de vi

Govêrno e também à ordem pública, no

diziam respeito à moderação dos costu mes políticos, à transigência com os

gentes da guerra. O Ministro das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, insiste em ouvi-lo sôbre a

Estado.'? Unidos.

Unidos, sigamos-lhes o largo passo; va a paz e a liberdade! Não nos iludamos com as aparências — esta era a sua opinião nos últimos momentos da guerra. Sabem V. Ex.^s os desgostos que acompanharam os seus últimos tempos de vida provocados pela natural incom preensão que trazem as paixões; pela efervescência, que chamo sempre sadia, da liberdade, sempre sadia, mas nem

sempre justa; pelas acusações que se lhe fizeram de ambição, ridículas para quem conhece, na intimidade, o esforço e a resistência que empregou para náo recusar a presidência; pelos prejuízos, que o cercavam, sôbre sua capacidade intelectual, que se manteve íntegra até o fim; pelas ingratidões e pelas defec ções. Mas a verdade é que o Conse lheiro Rodrigues Alves, não assumindo o

segundo Govêrno da República, para o

qual havia sido eleito, deixou, eníretanto, àqueles a quem convidou para constituir êsse mesmo Govêmo, como

que uma linha, uma diretriz a ser se mente cumpridas.

que ela tem de mais significativo. Tínhamos passado períodos tormento

históricos, consciência de que, dificil mente, se adaptaria ao novo trabalho.

sos em que o país fôra varrido como

quej agora, ouvimos das vozes mais pru

que por uma onda de loucura.

dentes, que são aquêles que, nesta épocá.

^

Esta era a sua voz: êste era o seu

guida, e instruções que foram rigorosa

rosa, desejo do dedicar-se aos estudos

Rodri

cupação da aliança democrática com os

orientação de sua política naquela fase

angustiosa. E Rodrigues Alves, que tqdo, guardava, inclusive c.ópias de suas próprias cartas, manteve os conselhos que lhe deu e que são apenas aquêles

i

que êle devesse estar, mas manter tam

sessem c SC orientassem no sentido da

las ainda mais poderosas, que partiam

da, pobreza de recursos, família nume

darte do Brasil em todos os pontos em

Ministro do Exterior". Para não dar a

ropa, vai novamente para o Govêmo de

Rio Branco respondeu a Rodrigues Alves em carta que é modelo de digni

a independência do país, alçado o estan

popular; êste é a be'a figura para seu

desde o Império pela sua admirável luta

filhos e instruir-se numa viagem à Eu

dasse Rio Branco, então em Berlim.

com os interêsses nacionais; eram os conselhos de manter viva a autonomia e

Se bem que tivesse tentado resishr enèrgicamcnte - ê disso existem numerosas provas entre seus papéis - nao pôde evitar que as fôrças políticas se compu

Exército ao poder civil; tinha anistiado os rebeldes que contra êle se levantaram;

de êle assumir o Governo, que convi

se nos afiguram os mais consentòneos

Sabeis até que ponto a situação pre dominante mineira, que sucedeu ao de

saparecimento do grande Presidente pau lista, procurou imprimir aos seus atos a mesma linha de conduta que tinha sido /

'•!


118

a característica principal da gestão do grande estadista.

Assim foi, vendo ainda em ação os seus últimos discípulos, observando em

aplicação suas últimas idéias, podendo pressentir a contínuação, pela história,

de seus derradeiros pensamentos, que desapareceu o grande brasileiro. A sua

vida deve ter para nós valiosa signifieaçáo.

Dicksto Econónhco

Ao nos determns sóbrc sua memória,

Interpretação da política imigratória brasileira

não nos dcvemo.s dci.var amolecer pelo sentimento fácil da .saudade, não nos de-

vemos deixar entorpecer pelas lamenta

II

ções da ausência. Devemos, ao conttá-

J. Fernando Carneiro

rio, servir-nos da lição de sua vida como

fonte de consôlo para as nossas mágoas, como fonte de combate para as nossas descrenças c, sobretudo, como fonte de

OM o regresso de Dom João VI prossegue, após pequeno

entusiasmo pelo futuro da República.

i

intervalo, a política de colo nização inaugurada com a fundação de Nova Friburgo. As côrtes de Lisboa, que tinham for

do as lutas e mágoas entre os dois

Revolucionária da França demonstrara

gração portuguesa.

América.

A reação haitiana a essa in

compreensão foi a mais brutal da his tória do continente americano, tendo

consistido no massacre de todos os fran

ceses.

No Brasil, vendo que não era

possível salvaguardar a soberania nacio nal dentro do "Império Lusitano", limitamo-nos à separação, que, afinal, a tanto montou a Independência.

Dom João deixa aqui o seu filho

Segundo o Bureau de EstaUstiea dos Estados Unidos, cêrca de metade da

tal nuigmtude. Calculou-se que cêrca de 12.000.000 de pessoas passaram a viver em outro Estado, 13.000.000 permaneceram no mesmo Estado, porém se transferi ram para um novo município e 44.000.000 mudaram de residência dentro do me<mo

ntunicipio. As áreas agrícolas perderam 3.200.000.000 de pessoas, ou seja, uma de cada oito pessoas que viviam em habitaçõer rurais em 1940. O

a

receber correntes^ imigratórias das outras regiões do pais, ganhando um total de 2.000.000 de habitantes. A emieração dos E tados sulinos pura ouiias ieg.o>. .,i-

giu 1.500.000 pessoas. Segundo o "Bureau", em contraste com o período de 1935-40, a população negra do std moveu-se numa proporção maior e "para maio

res distâncias que a popidação branca entre 1940 e 1947''.

M

que se seguem à volta de D. João obser va-se até um êxodo de portugueses re sidentes o sòmente 15 anos depois, quan

çado o regresso de el-rei, demonstraram em face do problema brasileiro a mes ma incompreensão que a Assembléia em face das possessões francesas da

população do pais mudou de residência desde abril de 1940. Prooàüelments «tmca na historia dos Estados Unidos houve um movimento interno da população de

mente após 1822. Portugal, como era de esperar, suspenderá as suas remes sas de gente para o Brasil. Nesses anos

povos se foram amortecendo é que, muito timidamente, se reiniciará a imi Os acontecimentos de 1822 irão re

percutir também na vida de um pe

queno empreendimento imigratório que se iniciara perto de Ilhéus nesse mes mo ano, com 161 alemães trazidos por dois especuladores, Peter Weyll e Saueraker, para terras que lhes tinham sido cedidas quatro anos antes. A desorga nização provocada pela guerra da inde pendência na Bahia afeta a vida da colônia, tendo os alemães em sua maio

mais ve^.ho D. Pedro, e jamais aceita

ria se dispersado. Aos poucos que fica

rá a sugestão de fazer de D. Miguel, seu segundo filho, o herdeiro da coroa portuguesa, tudo na esperança de que o Imperador do Brasil, vindo a herdar

ram D. Pedro I dispensou assistência no

mais tarde a coroa de Portugal, pu

se desenvojveu bem.

desse refazer a união.

Todavia, a opinião de que o Brasil precisava de imigrantes e que para isso

Por menos cruenta que tivesse sido a

Independência e apesar da continuida de representada na sucessão da coroa de pai a filho, era natural que houvesse

estabelecimento de uma pequena colô nia — São Jorge de Ilhéus — na qual se veio a cultivar cana, mas que nunca

era mister recebê-los bem e auxiliá-los

contava na época com muitos defenso

um afastamento entre as duas pátrias e

res, a começar pelo Imperador. E as esperanças se voltavam para a Alema

que a imigração portuguesa não tivesse

nha e para a Suíça, que eram nações de

começado em seguida. Até então donos da terra, ou concidadãos de um reino-

emigração, por exce'ência. A vida nesses estados germânicos es

unido, os portugueses não aceitariam a condição de simples imigrantes imediata

tava profundamente perturbada pelos impostas escorchantes e pelas barreiras


118

a característica principal da gestão do grande estadista.

Assim foi, vendo ainda em ação os seus últimos discípulos, observando em

aplicação suas últimas idéias, podendo pressentir a contínuação, pela história,

de seus derradeiros pensamentos, que desapareceu o grande brasileiro. A sua

vida deve ter para nós valiosa signifieaçáo.

Dicksto Econónhco

Ao nos determns sóbrc sua memória,

Interpretação da política imigratória brasileira

não nos dcvemo.s dci.var amolecer pelo sentimento fácil da .saudade, não nos de-

vemos deixar entorpecer pelas lamenta

II

ções da ausência. Devemos, ao conttá-

J. Fernando Carneiro

rio, servir-nos da lição de sua vida como

fonte de consôlo para as nossas mágoas, como fonte de combate para as nossas descrenças c, sobretudo, como fonte de

OM o regresso de Dom João VI prossegue, após pequeno

entusiasmo pelo futuro da República.

i

intervalo, a política de colo nização inaugurada com a fundação de Nova Friburgo. As côrtes de Lisboa, que tinham for

do as lutas e mágoas entre os dois

Revolucionária da França demonstrara

gração portuguesa.

América.

A reação haitiana a essa in

compreensão foi a mais brutal da his tória do continente americano, tendo

consistido no massacre de todos os fran

ceses.

No Brasil, vendo que não era

possível salvaguardar a soberania nacio nal dentro do "Império Lusitano", limitamo-nos à separação, que, afinal, a tanto montou a Independência.

Dom João deixa aqui o seu filho

Segundo o Bureau de EstaUstiea dos Estados Unidos, cêrca de metade da

tal nuigmtude. Calculou-se que cêrca de 12.000.000 de pessoas passaram a viver em outro Estado, 13.000.000 permaneceram no mesmo Estado, porém se transferi ram para um novo município e 44.000.000 mudaram de residência dentro do me<mo

ntunicipio. As áreas agrícolas perderam 3.200.000.000 de pessoas, ou seja, uma de cada oito pessoas que viviam em habitaçõer rurais em 1940. O

a

receber correntes^ imigratórias das outras regiões do pais, ganhando um total de 2.000.000 de habitantes. A emieração dos E tados sulinos pura ouiias ieg.o>. .,i-

giu 1.500.000 pessoas. Segundo o "Bureau", em contraste com o período de 1935-40, a população negra do std moveu-se numa proporção maior e "para maio

res distâncias que a popidação branca entre 1940 e 1947''.

M

que se seguem à volta de D. João obser va-se até um êxodo de portugueses re sidentes o sòmente 15 anos depois, quan

çado o regresso de el-rei, demonstraram em face do problema brasileiro a mes ma incompreensão que a Assembléia em face das possessões francesas da

população do pais mudou de residência desde abril de 1940. Prooàüelments «tmca na historia dos Estados Unidos houve um movimento interno da população de

mente após 1822. Portugal, como era de esperar, suspenderá as suas remes sas de gente para o Brasil. Nesses anos

povos se foram amortecendo é que, muito timidamente, se reiniciará a imi Os acontecimentos de 1822 irão re

percutir também na vida de um pe

queno empreendimento imigratório que se iniciara perto de Ilhéus nesse mes mo ano, com 161 alemães trazidos por dois especuladores, Peter Weyll e Saueraker, para terras que lhes tinham sido cedidas quatro anos antes. A desorga nização provocada pela guerra da inde pendência na Bahia afeta a vida da colônia, tendo os alemães em sua maio

mais ve^.ho D. Pedro, e jamais aceita

ria se dispersado. Aos poucos que fica

rá a sugestão de fazer de D. Miguel, seu segundo filho, o herdeiro da coroa portuguesa, tudo na esperança de que o Imperador do Brasil, vindo a herdar

ram D. Pedro I dispensou assistência no

mais tarde a coroa de Portugal, pu

se desenvojveu bem.

desse refazer a união.

Todavia, a opinião de que o Brasil precisava de imigrantes e que para isso

Por menos cruenta que tivesse sido a

Independência e apesar da continuida de representada na sucessão da coroa de pai a filho, era natural que houvesse

estabelecimento de uma pequena colô nia — São Jorge de Ilhéus — na qual se veio a cultivar cana, mas que nunca

era mister recebê-los bem e auxiliá-los

contava na época com muitos defenso

um afastamento entre as duas pátrias e

res, a começar pelo Imperador. E as esperanças se voltavam para a Alema

que a imigração portuguesa não tivesse

nha e para a Suíça, que eram nações de

começado em seguida. Até então donos da terra, ou concidadãos de um reino-

emigração, por exce'ência. A vida nesses estados germânicos es

unido, os portugueses não aceitariam a condição de simples imigrantes imediata

tava profundamente perturbada pelos impostas escorchantes e pelas barreiras


120

Dic;ksto Eí:ONóN<irO

Dicesto Econômico

côn.su' brasileiro Kalkmann, em Ham

alfandegárias. A \'ida era então, naque las partes da Europa, o que ela come

rio. Se o Brasil fjticría receber colonos

ça a ser no Brasil de hoje, e fugindo à

necessidade decretar-se a liberdade re

perseguição das autoridades fiscais e

ligiosa.

4.8.56 abnas.

Leopoldo para 'lorres 86 famílias do

O sr. Bremond, cônsul-geral de Por-

A A.sscmblóia Consliluinte foi. como se sabe, díssob ida vio'cntai-nente a .12 de novembro dc 1823, tendo D. Pedro

higal na Suíça, escrevia em 1819 um

outorgado uma eonstitniçãó na qual não

colônia "São Pedro de Aleànlara". Dessas

relatório "confidencial".

se permitia senão o culto católico.

Forcpiillias", distante 8 léguas, 28. per fazendo 180 pessoas. Essa di\isâo obe

policiais suíças e alemãs rumavam para a América.

"A população suíça está grandemen te dedicada à indústria, cujos produtos são repelidos dos mercados vizinhos graças a novos sistemas alfandegários. mal-estar que atingiu muitas famílias c riga-os a procurar recursos em ou"os países."

O 'migrante disponível era, pois, ger mânico e freqüentemente protestante, ra, a única brecha tolerada cm maté-

de liberdade de cultos era a permis são que Dqjy, ingleses de possuírem cemitério próprio e casa de

oração, tudo por força do artigo XII

te^ comércio com a InglaQuando em 1823 se reúne a primeira ssembléia Constituinte do Brasil inde-

pen ente, discute-se a questão da libera e de cultos e assiste-se ao espetáculo 6 padres, sobretudo, defenderem èsse P-riu íido democrático. Defendem-no, não porque fóssem apo'ogistas da índistinçáo

ç®|^gmsa; êles eram sacerdotes católicos, fiéis à sua fé, mas a tolerância que pregavam_ era antes uma fidelidade ao ideal apnstóico da Igreja, uma aceitação das agruras próprias da missão peregrina, e protesto contra qualquer tentativa

da pseudo-vitória da Igreja pela coerção

europnis para a sua indústria, era nina

As

demais religíõe.s poderiam .ser pnitscadas em caráter particular, podendo o.s seus

fiéis reunir-se em prédio.s que não apre sentassem as características dc templos. Mas a e.vígència da liberdade dc cultos

iremos encontrá-la a cada passo, \entilada em relatórios oficiais, e.studos, li\ros e debates n.ferentos à ímiuração. Torna-se um corolário da política de atrair imigrantes e efetivamente ó cm

conseqüência disso que uma relativa li berdade irá sendo concedida e am pliada.

No reinado do D. Pedro, dois anos depois da Independência, se dará início a uma colônia que se desenvolverá mais

do que qualquer outra, até então. É a colônia alemã de S. Leopo'clo, fundada em 1824, com apenas 126 indivíduos. Bons fados presidiram ao seu nascimen

to e o se\i êxito de muito superou ao de Nova Friburgo. Poucos anos de pois S. Leopoldo é considerada a melhor

c a mais rica colônia cio Império. Os a'emães receberam prazos à mar gem esquerda do rio dos Sinos, na cha

mada Feitoria Velha. Depois, na mar gem direita do mesmo rio, na Estância Ve!ba. Estância Velha e Feitoria Velha

burgo. Seis auns depois a colônia já ccmtava Em 1826 foram tran.sportada.s de S.

arricuilores alemães, para dar inicao à famílias foram deslocadas para "Três deceu a um critério religioso, lendo os católicos ficado em São Pedro dc Alcântara c os protestantes em Três Forquilhas.

Na prox íneia de Santa Catarina fun da-se uma colônia também chamada do São Pedro de Alcântara, à semelhança daquela outra que exis tia na província de Suo

"O terreno é áspero e montuo.so, po rém muito fértil e coberto de excelentes

madeiras. Eu e todas as (pessoas) que inc acompanharam ficamos absorto.s e admirados de ver o trabalho imenso c a

incrível cultura que aquela laboriosa e infatigável gente tem feito em seis me ses em um terreno bravio e no estado

seh"agein da natureza. O meu anteces sor, por uma cnicl omissão, conservou

os colonos e as famílias nos quartéis da tropa, por espaço de sete meses, sem distribuir-lhes terras, e só quando co meçaram a chegar do sul os batalhões

que Sua Majestade o Imperador mandou estacionar na Ilha c que atropeladamente os fez despejar os quartéis e seguir

para o sertão, onde êlés começaram a demarcar

terrenos

mais inregular e injus

Pedro. Também uma colcmia de alemães ca-

ta possível." O Padre Joaquim Go

tóhcos, prn\'cnientes de

mes de Oliveira Palma, narrando os fatos, dá

Brcnien, mas que não estava destinada a pros

uma interpretação dife

perar imediatamentcí. Em 1828 . chegaram à

rente. Diz que das 146

famílias que se destina-

ilha de Santa Catarina,

x'am a formar a nova

desembarcando dos bri

gues "Marques de Viana^' e "Luiza', os primeiros colonos alemães — 523 —

os

para uma distribuição b

colônia 14 se deixaram ficar na cidade

(Desterro) e seus arrabaldes e por isso

edivididos em 146 famílias, os quais fundaram no ano seguinte a colônia de São Pedro de Alcântara, no Município

isual número de famílias, cada terreno

de São José. Houve demora na localização desses

porém, com 750 braças de fundo, fican

imigrantes, que, primeiro nos depósitos do

só 132 datas foram demarcadas para O

.

tendo de 50 a 100 braças de frente, de acôrdo com o tamanho da família, todas, do as frentes das referidas datas ria es

Rio, depois na cidade de Desterro aguar

trada que conduzia à vila de Lages.

daram meses as terras prometidas, em

E o padre-vigário explica mais que, ame

do poder secular.

formavam a antiga Fazenda Imperial

O episódio vem, a'iás, devidamente re gistrado na obra de Tobias Monteiro Nesse debate surge então, apresentadí) por Brant, o argumento imigrató

do Linho Cânhamo, cjue anteriormente

bora percebendo os subsídios do govêmo.

fornecia esse produto' à Marinha por tuguesa. Os colonos foram engajados na Alemanha inicialmente pelo Major Antonio Schaefer, e • mais tardo pelo

demora da localização, após uma visita à colônia recèm-fündadá:

No ano seguinte Melo Alvini, presi dente da província, assim comentava a

drontados os colonos com a notícia de

que os índios freqüentavam os lugares que lhes eram dados para seu estabele cimento, recearam sair da cidade. "Êsse terror poderia fazer malograr-se a em-


120

Dic;ksto Eí:ONóN<irO

Dicesto Econômico

côn.su' brasileiro Kalkmann, em Ham

alfandegárias. A \'ida era então, naque las partes da Europa, o que ela come

rio. Se o Brasil fjticría receber colonos

ça a ser no Brasil de hoje, e fugindo à

necessidade decretar-se a liberdade re

perseguição das autoridades fiscais e

ligiosa.

4.8.56 abnas.

Leopoldo para 'lorres 86 famílias do

O sr. Bremond, cônsul-geral de Por-

A A.sscmblóia Consliluinte foi. como se sabe, díssob ida vio'cntai-nente a .12 de novembro dc 1823, tendo D. Pedro

higal na Suíça, escrevia em 1819 um

outorgado uma eonstitniçãó na qual não

colônia "São Pedro de Aleànlara". Dessas

relatório "confidencial".

se permitia senão o culto católico.

Forcpiillias", distante 8 léguas, 28. per fazendo 180 pessoas. Essa di\isâo obe

policiais suíças e alemãs rumavam para a América.

"A população suíça está grandemen te dedicada à indústria, cujos produtos são repelidos dos mercados vizinhos graças a novos sistemas alfandegários. mal-estar que atingiu muitas famílias c riga-os a procurar recursos em ou"os países."

O 'migrante disponível era, pois, ger mânico e freqüentemente protestante, ra, a única brecha tolerada cm maté-

de liberdade de cultos era a permis são que Dqjy, ingleses de possuírem cemitério próprio e casa de

oração, tudo por força do artigo XII

te^ comércio com a InglaQuando em 1823 se reúne a primeira ssembléia Constituinte do Brasil inde-

pen ente, discute-se a questão da libera e de cultos e assiste-se ao espetáculo 6 padres, sobretudo, defenderem èsse P-riu íido democrático. Defendem-no, não porque fóssem apo'ogistas da índistinçáo

ç®|^gmsa; êles eram sacerdotes católicos, fiéis à sua fé, mas a tolerância que pregavam_ era antes uma fidelidade ao ideal apnstóico da Igreja, uma aceitação das agruras próprias da missão peregrina, e protesto contra qualquer tentativa

da pseudo-vitória da Igreja pela coerção

europnis para a sua indústria, era nina

As

demais religíõe.s poderiam .ser pnitscadas em caráter particular, podendo o.s seus

fiéis reunir-se em prédio.s que não apre sentassem as características dc templos. Mas a e.vígència da liberdade dc cultos

iremos encontrá-la a cada passo, \entilada em relatórios oficiais, e.studos, li\ros e debates n.ferentos à ímiuração. Torna-se um corolário da política de atrair imigrantes e efetivamente ó cm

conseqüência disso que uma relativa li berdade irá sendo concedida e am pliada.

No reinado do D. Pedro, dois anos depois da Independência, se dará início a uma colônia que se desenvolverá mais

do que qualquer outra, até então. É a colônia alemã de S. Leopo'clo, fundada em 1824, com apenas 126 indivíduos. Bons fados presidiram ao seu nascimen

to e o se\i êxito de muito superou ao de Nova Friburgo. Poucos anos de pois S. Leopoldo é considerada a melhor

c a mais rica colônia cio Império. Os a'emães receberam prazos à mar gem esquerda do rio dos Sinos, na cha

mada Feitoria Velha. Depois, na mar gem direita do mesmo rio, na Estância Ve!ba. Estância Velha e Feitoria Velha

burgo. Seis auns depois a colônia já ccmtava Em 1826 foram tran.sportada.s de S.

arricuilores alemães, para dar inicao à famílias foram deslocadas para "Três deceu a um critério religioso, lendo os católicos ficado em São Pedro dc Alcântara c os protestantes em Três Forquilhas.

Na prox íneia de Santa Catarina fun da-se uma colônia também chamada do São Pedro de Alcântara, à semelhança daquela outra que exis tia na província de Suo

"O terreno é áspero e montuo.so, po rém muito fértil e coberto de excelentes

madeiras. Eu e todas as (pessoas) que inc acompanharam ficamos absorto.s e admirados de ver o trabalho imenso c a

incrível cultura que aquela laboriosa e infatigável gente tem feito em seis me ses em um terreno bravio e no estado

seh"agein da natureza. O meu anteces sor, por uma cnicl omissão, conservou

os colonos e as famílias nos quartéis da tropa, por espaço de sete meses, sem distribuir-lhes terras, e só quando co meçaram a chegar do sul os batalhões

que Sua Majestade o Imperador mandou estacionar na Ilha c que atropeladamente os fez despejar os quartéis e seguir

para o sertão, onde êlés começaram a demarcar

terrenos

mais inregular e injus

Pedro. Também uma colcmia de alemães ca-

ta possível." O Padre Joaquim Go

tóhcos, prn\'cnientes de

mes de Oliveira Palma, narrando os fatos, dá

Brcnien, mas que não estava destinada a pros

uma interpretação dife

perar imediatamentcí. Em 1828 . chegaram à

rente. Diz que das 146

famílias que se destina-

ilha de Santa Catarina,

x'am a formar a nova

desembarcando dos bri

gues "Marques de Viana^' e "Luiza', os primeiros colonos alemães — 523 —

os

para uma distribuição b

colônia 14 se deixaram ficar na cidade

(Desterro) e seus arrabaldes e por isso

edivididos em 146 famílias, os quais fundaram no ano seguinte a colônia de São Pedro de Alcântara, no Município

isual número de famílias, cada terreno

de São José. Houve demora na localização desses

porém, com 750 braças de fundo, fican

imigrantes, que, primeiro nos depósitos do

só 132 datas foram demarcadas para O

.

tendo de 50 a 100 braças de frente, de acôrdo com o tamanho da família, todas, do as frentes das referidas datas ria es

Rio, depois na cidade de Desterro aguar

trada que conduzia à vila de Lages.

daram meses as terras prometidas, em

E o padre-vigário explica mais que, ame

do poder secular.

formavam a antiga Fazenda Imperial

O episódio vem, a'iás, devidamente re gistrado na obra de Tobias Monteiro Nesse debate surge então, apresentadí) por Brant, o argumento imigrató

do Linho Cânhamo, cjue anteriormente

bora percebendo os subsídios do govêmo.

fornecia esse produto' à Marinha por tuguesa. Os colonos foram engajados na Alemanha inicialmente pelo Major Antonio Schaefer, e • mais tardo pelo

demora da localização, após uma visita à colônia recèm-fündadá:

No ano seguinte Melo Alvini, presi dente da província, assim comentava a

drontados os colonos com a notícia de

que os índios freqüentavam os lugares que lhes eram dados para seu estabele cimento, recearam sair da cidade. "Êsse terror poderia fazer malograr-se a em-


122

Dicesto EcoNÓaaco

prêsa, se o presidente da província (bri

da capitania para o interior é sertão

gadeiro Francisco de Albuquerque Meio) inculto e despovoado, de maneira que não os animasse, marcando uma diária neste estado abandonado se acham ain de 160 réis a cada alemão que subisse da hoje 764 léguas qiiadraclasl" para o ugar da colônia. Êsse incentivo teve ótímo resultado."

Pela narração de Oliveira Palma temse a impressão de que Francisco de Al

buquerque Melo era um administrador atento; pelo relatório de Melo Alvim

tem-se a impressão de que Francisco de Albuquerque Melo era desleixado. Um

eco a vez das lutas políticas que então

de Janeiro e nas cidades remotas do

Embora não saibamos, por enquanto,

Justiça o Padre Fcijó, há um levante da

onde Eduardo Prado foi colher o dado

tropa no Rio cie Janeiro que, entre ou tras exigências apresentadas, reclamava

Êssc povoamento do interior de Santa Catarina que Miguel de Brito tão calo rosamente advogou, perante os poderes da época, no sou belo Ií\to, iria

a proíbi"ção da onlrada de portugueses no Brasil, pelo e.spaço de dez anos! Assinale-se cjue embora dominada a de sordem, a imigração portuguesa, a bem dizer, só irá verdadeiramente chegar ao

agora fazer-se com o auxílio da imi

gração. Mas após ôs.se primeiro ensaio

haverá ainda alguns anos de pausa. É que, fundada a colônia em 1829, o govêmo central nao irá mais dispensar-

Brasil vinte e dois anos depois dessa revolta, isto é, em 1853. Nos anos que antecederam à data assinalada, entram timidamente algumas centenas de portu

lhe atenção alguma e muitos anos de pois Luís Frederico Kalkmann, enviado pelo barão de Caíru, irá encontrá-la sem

gueses, que, no total, não chegavam tal

padre, sem escola, sem cirurgião e sem

nidepe™d^^'t

apoio, inclusive uma doação de dinhei

verdade insignificante a contribuição por tuguesa à história da imigração no

ro, feita pelo Imperador Dom Pedro II,

Brasil.

Dom João VI não tivera oportunida-

vez a 2.000. Entre 1822 e 1853 foi em

botíca. Algumas pequenas medidas de

lliões de infantaria germano-irlandeses.

Em 1831, sendo ministro da

Brasil.

qualquer sorte, a colonização de ^anta Catarina iria agora prosseguir com

Brasil

123

Dicesto Econónaco

apresentado, podemos entretanto aceitálo pela autoridade do seu autor, pela verossimilhança da cifra, e pela concor dância dela com os informes que possuimos.

Depois de 1830 a imigração alemã irá cessar por alguns anos. É dessa data

também a lei proibindo despesas com a imigração. Além da situação interna do país acrescentem-se portanto os efeitos da lei orçamentiíria de 19 de dezembro

de 1830, determinando a abolição de

quaisquer despesas com a colonização estrangeira.

Na revolução farroupilha se vê envol

ae de sepir os conselhos de Paulo José

para a construção de uma capela, aten

ipel de Brito, que tão ardentemente aesejara se mandassem buscar ilhéus, vãmente, para Santa Catarina, e assim

dendo aliás a uma solicitação dos habi

1818 a 1830 se vinha fazendo regular

tantes, e São Pedro de Alcântara irá

mente, cessará completamente em 1830. São Leopoldo, por exemplo, que co meçara com 126 indivíduos em 1824, recebe 909 pessoas em 1825; em 1826, mais 828; em 1827, 1088; em 1828, 99 colonos, tendo-se no ano seguinte regis

tólico, que se alia aos republicanos, e o

trado a mais forte entrada imigratória,

Pai e filho vêm a perder a vida em

de crevia ao monarca, alguns anos antes, «tuaçao da capitania:

ran,?"^ população existenteindina ^tama se compunha de 30,339

Também a imigração alemã, que de

depois prosperar. O abandono a que a colônia foi rele gada prende-se todavia a outros fatos. É que a partir de 1830 o Brasil vive uma fase de quarteladas, tumultos e revolu

viduos_ a saber U.173 homens e 12.507 ções. Dom Pedro I é levado a abdicar em favor de seu filho de 5 anos de mu heres, brancos; 293 homens e 358 idade deixa o Brasil a 7 de abril de mufteres de diferente cdr, libertos; 1831. eSeguindo-se a essa data que foi, 4.633 homens e 2.570 mulheres, escra para os liberais brasileiros, uma jotirnée vos: o total desta população, comparado des dupes, como Teófilo Otoni admitiria

~m a extensão do território, dá 30 ha

bitantes para cada légua quadrada. Ora, para se conhecer como essa po

oeste, isto e, uma superfície de 237 istrSo

léguas quadradas; porém, todo o resto

tamente da Alemanha, parte constando

de soldados que tinham sido desligados

após o levante e a dissolução, dos bata lhões estrangeiros, no Rio, em junho

mais tarde, e à semelhança de uma oufra que iria acontecer um século de pois, vem a Minoridade de Dom Pedro

pulação pode aumentar, cumpre notar de Alcântara. O país se vê então a bra que ela somente habita a Ilha, e uma porção de terra firme, à beira-mar. em ços com uma série de revoltas de classes

tôda a extensão da costa, que terá quan-

(1689 colonos), parte deles vinda dire

e de raças oprimidas. Vem a Sabinada, a Cabanada, a Balaiada, a insurreição dos pretos na Bahia, a revolução farroupíHia, que irá durar 10 anos (1834-1845). Havia insegiuança nas ruas do Rio

de 1828. Em 1830 entram em S. Leo

poldo apenas 117 pessoas. Eduardo Prado, sempre tão bem in formado das causas brasileiras, dá o

^

número de 6856 para a entrada de

vida a colônia de S. Leopoldo, dividin do-se os alemães em dois grupos: o ca

protestante, que forma ao lado do gover no. Ao grupo católico e farroupilha associaram-se o pastor protestante Klin-

gelhoefer e seu fillio Herman (Germa no), cuja bravura se tornou lendária. combate. O grupo protestante teve à sua frente o Doutor João Daniel Hillebrand que era o diretor da colônia. Enquanto vão estourando os levantes, de norte a sul do Brasil, simultanea mente se vai fazendo sentir a reação con

servadora. Passam a predominar os in teresses dos fazendeiros latifundiários e

escravocratas, dos proprietários flumi nenses, então os súditos mais ricos do

alemães no Brasil de 1818 a 1830. Seus dados coincidem perfeitamente com o

Império.

que se sabe do crescimento das colônias

Contudo, em virtude do Ato Adicio nal de 12 de agôsto de 1834, as Provín

existentes mais os soldados importados

por Dom Pedro para formar o destaca mento de lanceiros e os quatro bata-

cias ficaram com a faculdade de pro

mover a fundação de núcleos coloniais.


122

Dicesto EcoNÓaaco

prêsa, se o presidente da província (bri

da capitania para o interior é sertão

gadeiro Francisco de Albuquerque Meio) inculto e despovoado, de maneira que não os animasse, marcando uma diária neste estado abandonado se acham ain de 160 réis a cada alemão que subisse da hoje 764 léguas qiiadraclasl" para o ugar da colônia. Êsse incentivo teve ótímo resultado."

Pela narração de Oliveira Palma temse a impressão de que Francisco de Al

buquerque Melo era um administrador atento; pelo relatório de Melo Alvim

tem-se a impressão de que Francisco de Albuquerque Melo era desleixado. Um

eco a vez das lutas políticas que então

de Janeiro e nas cidades remotas do

Embora não saibamos, por enquanto,

Justiça o Padre Fcijó, há um levante da

onde Eduardo Prado foi colher o dado

tropa no Rio cie Janeiro que, entre ou tras exigências apresentadas, reclamava

Êssc povoamento do interior de Santa Catarina que Miguel de Brito tão calo rosamente advogou, perante os poderes da época, no sou belo Ií\to, iria

a proíbi"ção da onlrada de portugueses no Brasil, pelo e.spaço de dez anos! Assinale-se cjue embora dominada a de sordem, a imigração portuguesa, a bem dizer, só irá verdadeiramente chegar ao

agora fazer-se com o auxílio da imi

gração. Mas após ôs.se primeiro ensaio

haverá ainda alguns anos de pausa. É que, fundada a colônia em 1829, o govêmo central nao irá mais dispensar-

Brasil vinte e dois anos depois dessa revolta, isto é, em 1853. Nos anos que antecederam à data assinalada, entram timidamente algumas centenas de portu

lhe atenção alguma e muitos anos de pois Luís Frederico Kalkmann, enviado pelo barão de Caíru, irá encontrá-la sem

gueses, que, no total, não chegavam tal

padre, sem escola, sem cirurgião e sem

nidepe™d^^'t

apoio, inclusive uma doação de dinhei

verdade insignificante a contribuição por tuguesa à história da imigração no

ro, feita pelo Imperador Dom Pedro II,

Brasil.

Dom João VI não tivera oportunida-

vez a 2.000. Entre 1822 e 1853 foi em

botíca. Algumas pequenas medidas de

lliões de infantaria germano-irlandeses.

Em 1831, sendo ministro da

Brasil.

qualquer sorte, a colonização de ^anta Catarina iria agora prosseguir com

Brasil

123

Dicesto Econónaco

apresentado, podemos entretanto aceitálo pela autoridade do seu autor, pela verossimilhança da cifra, e pela concor dância dela com os informes que possuimos.

Depois de 1830 a imigração alemã irá cessar por alguns anos. É dessa data

também a lei proibindo despesas com a imigração. Além da situação interna do país acrescentem-se portanto os efeitos da lei orçamentiíria de 19 de dezembro

de 1830, determinando a abolição de

quaisquer despesas com a colonização estrangeira.

Na revolução farroupilha se vê envol

ae de sepir os conselhos de Paulo José

para a construção de uma capela, aten

ipel de Brito, que tão ardentemente aesejara se mandassem buscar ilhéus, vãmente, para Santa Catarina, e assim

dendo aliás a uma solicitação dos habi

1818 a 1830 se vinha fazendo regular

tantes, e São Pedro de Alcântara irá

mente, cessará completamente em 1830. São Leopoldo, por exemplo, que co meçara com 126 indivíduos em 1824, recebe 909 pessoas em 1825; em 1826, mais 828; em 1827, 1088; em 1828, 99 colonos, tendo-se no ano seguinte regis

tólico, que se alia aos republicanos, e o

trado a mais forte entrada imigratória,

Pai e filho vêm a perder a vida em

de crevia ao monarca, alguns anos antes, «tuaçao da capitania:

ran,?"^ população existenteindina ^tama se compunha de 30,339

Também a imigração alemã, que de

depois prosperar. O abandono a que a colônia foi rele gada prende-se todavia a outros fatos. É que a partir de 1830 o Brasil vive uma fase de quarteladas, tumultos e revolu

viduos_ a saber U.173 homens e 12.507 ções. Dom Pedro I é levado a abdicar em favor de seu filho de 5 anos de mu heres, brancos; 293 homens e 358 idade deixa o Brasil a 7 de abril de mufteres de diferente cdr, libertos; 1831. eSeguindo-se a essa data que foi, 4.633 homens e 2.570 mulheres, escra para os liberais brasileiros, uma jotirnée vos: o total desta população, comparado des dupes, como Teófilo Otoni admitiria

~m a extensão do território, dá 30 ha

bitantes para cada légua quadrada. Ora, para se conhecer como essa po

oeste, isto e, uma superfície de 237 istrSo

léguas quadradas; porém, todo o resto

tamente da Alemanha, parte constando

de soldados que tinham sido desligados

após o levante e a dissolução, dos bata lhões estrangeiros, no Rio, em junho

mais tarde, e à semelhança de uma oufra que iria acontecer um século de pois, vem a Minoridade de Dom Pedro

pulação pode aumentar, cumpre notar de Alcântara. O país se vê então a bra que ela somente habita a Ilha, e uma porção de terra firme, à beira-mar. em ços com uma série de revoltas de classes

tôda a extensão da costa, que terá quan-

(1689 colonos), parte deles vinda dire

e de raças oprimidas. Vem a Sabinada, a Cabanada, a Balaiada, a insurreição dos pretos na Bahia, a revolução farroupíHia, que irá durar 10 anos (1834-1845). Havia insegiuança nas ruas do Rio

de 1828. Em 1830 entram em S. Leo

poldo apenas 117 pessoas. Eduardo Prado, sempre tão bem in formado das causas brasileiras, dá o

^

número de 6856 para a entrada de

vida a colônia de S. Leopoldo, dividin do-se os alemães em dois grupos: o ca

protestante, que forma ao lado do gover no. Ao grupo católico e farroupilha associaram-se o pastor protestante Klin-

gelhoefer e seu fillio Herman (Germa no), cuja bravura se tornou lendária. combate. O grupo protestante teve à sua frente o Doutor João Daniel Hillebrand que era o diretor da colônia. Enquanto vão estourando os levantes, de norte a sul do Brasil, simultanea mente se vai fazendo sentir a reação con

servadora. Passam a predominar os in teresses dos fazendeiros latifundiários e

escravocratas, dos proprietários flumi nenses, então os súditos mais ricos do

alemães no Brasil de 1818 a 1830. Seus dados coincidem perfeitamente com o

Império.

que se sabe do crescimento das colônias

Contudo, em virtude do Ato Adicio nal de 12 de agôsto de 1834, as Provín

existentes mais os soldados importados

por Dom Pedro para formar o destaca mento de lanceiros e os quatro bata-

cias ficaram com a faculdade de pro

mover a fundação de núcleos coloniais.


124

Dicesto

Econômico

^guns autores julgam que as concessões obra nos países da Europa. E .serão os ^ províncias foram então longe demais. interesses dos fazendeiros que irão ditar Mas. a verdade, é que as províncias se a política imigratória da nação. A'preo mostraram capazes de tomar conta do assunto, de legislar com sabedoria e de

trabalhar na questão da colonização com uma eficiência que não foi inferior à do governo central. E sobretudo com um

sentido de brasilidade que se toma evi dente,na história colonial do Rio Grande o Sul. Mas.a ação das províncias só 20S poucos é que se irá fazer sentir.

Enírementes, prossegue a reação conser vadora. Em 1837 o Regente Feijó deve escer do poder para que a ele suba edro de Araújo Lima, o futuro Mar quês de Olinda, escravocrata, reacionáno e ligado aos interêsses do café flu-

ujinense. Sua política é a defesa do sis tema que vinha sendo ameaçado, desde a

chegada de Dom João VI, com as leis

de liberdade de indústria, de liberdade de comércio, de livre ace.çso dos estran geiros à propriedade territorial, de estí-

u^uJo à imigração. Era explicável que u café fluminense, que proporcionava 30 Exército e à Marinha os recursos ne

cessários à consolidação da paz interna o à hegemonia imperial no continente, reclamasse do govêmo o não cumpriuiento das leis e dos acordos feitos com

3 Inglaterra, abolindo o tráfico negreiro. E eis que entram nos anos da Minoridade mais de 400.000 escravos. Cessa simultâneamente a entrada de estran

geiros e as colônias já existentes são

abandonadas à própria sorte.

O ano de 1847 assinala no Brasil o iuício da imigração promovida por conta dos fazendeiros. Será o particular, so

bretudo, quem, d'ora avante, ampa rado pelo governo, ira procurar mão-de-

cupação, portanto, pelo menos nas gran des províncias do centro, não será a de criar núcleos de povoamento, como se

vinha fazendo, nem a de assegurar a

125

Dicesto Econômico

troii, trabalhando nelas, 511 brasileiros, 1031 alemães, 1000 suíços alemães, 108

suíços franceses, 616 portugueses e 88 belgas. "O sistema de parceria — escreve Rubens Borba de Morais - teve uma

influencia enorme sôbre as condições

hincia nos movimentos dos imigrantes,

chegando até aos extremos da censura postal. Isso um homem como Vergueiro, de inteligência muito superior à da maio ria dos fazendeiros. Êle viu, antes dos outros, que o trabalho escravo estava

condenado. Compreendeu que, do pró

posse do território, como tinham feito

subseqüentes do trabalho nas fazendas.

os reis de Portugal, mas a de importar

Serxúu de experiência, de método provi-

braços para a lavoura.

lonos europeus do que pretos escravos,

escravidão o que ela ainda pudesse dár.

.sório, até fazendeiro e colono encontra rem uma fórmula de contrato que satisfize.sse ambas as partes." E Sérgio Buar-

Depoi.s, de supletiva do trabalho escra

quc de Holanda diz: "Por pessimista

j:\ empregando colonos portugueses, ale

Primeiro aos

poucos, porque era mister extrair

da

vo, a imigração passaria a substitutiva.

Foi precursor de todo esse movimento

Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, brasileiro naturalizado, senador cio Im pério c proprietário da fazenda Ibícaba.

Já em 1840, muito antes, portanto, da fase aguda da crise de braços. Verguei ro recebeu na sua fazenda de Ibícaba

90 famílias de camponeses do Minho.

que seja nosso julgamento acerca do

regime de parceria, tal como fôra con cebido por Vergueiro, uma coisa é certa: foi principalmente por seu intermédio que se tornou possível à lavoura paulista admitir o trabalho livre sem passar pelas

crises que essa transação iria provocar em outras regiões do Brasil." O regime de parceria foi, assim, um

prio ponto-de-vista do interesse do faz.endciro, eru mais conveniente pagar co

cujo preço aumentava de ano para ano. Sua influência nesse sentido foi enorme,

mães, austríacos e suíços nus suas fa zendas de Ibícaba e Angélica, já acon selhando e encorajando muitos outros fazendeiros a fazerem o mesmo, já fa

zendo importar, por intermédio de sua casa comercial, os co'onos pedidos para o serviço daqueles fazendeiros que lhe tinliam dado ouvidos, Uma minoria de fazendeiros, todavia.

A maioria consi

Foram ês.ses os primeiros imigrantes eu

regime de transição entre a escravidão

ropeus que a iniciativa particular trouxe para o traballio da grande lavoura.

e o trabalho Hntc. Essa forma de as

xTTe uma utopia.

Agitações políticas ulteriores, como a já citada de 1842, na qual Vergueiro se viu envolvido, prejudicaram sua expe

sociação entre pa

trão e operário go

parceria estava, con tudo, destinado a

rou sobretudo

derava o trabalho USeu

sistema

de

por

não durar muito. A

riência do trabalho livre numa lavoura de café. Mas em 1847 êle retoma sua

causa do roubo. Os

êsse sistema não se

fazendeiros

poderiam submeter

velha aspiração e manda vir, com o au xílio do governo imperial, 400 alemães

vam os colonos, ai

por muito tempo os

está o fato

colonos

de todas as idades, formando 80 famílias.

cru.

Êsses alemães deixam a Europa no mês

Nas complicadas contas de debito e crédito do colono em relação ao fazen

de abril de 1847 e vem trabalhar na lavoura de cafe. Inicia-se também com

êles o sistema de parceria, pagando-se o trabalho do imigrante com uma percentagem sobre a collieita. A princípio o sistema de parceria, ideado pelo Senador Vergueiro, foi .sendo adotado por mui tos fazendeiros e dez anos depois, em 1857, o Desembargador Valdetaro, vi

sitando 26 colônias desse tipo, encori-

rouba nu e

deiro, aquele dificilmente se sentia de sembaraçado. Nicolau de Campos Ver

gueiro, por exemplo, foubava os seus co lonos de todas as maneiras possíveis.

Fazendo-os

pagar

juros

indevidos.

Europa.

vindos da

De sorte que foi necessário

instituir o salariato.

Mas a transição do regime de parceria para o regime do salariato não ocorreu sem agitações sociais.

Depois de 1852 Vergueiro recebeu colonos suíços e foram êsses sobretudo

Computando, sempre em detrimento dos

que reagiram contra a opressão em que

colonos, o valor das colheitas. Vendenclo-lhcs muntimentos por preços iníquos. E além disso mantendo severa vigi-

ria pormenorizada desse levante está

viviam na fazenda de Ibícaba. A histó narrada no li\TO "Memórias de um Co-


124

Dicesto

Econômico

^guns autores julgam que as concessões obra nos países da Europa. E .serão os ^ províncias foram então longe demais. interesses dos fazendeiros que irão ditar Mas. a verdade, é que as províncias se a política imigratória da nação. A'preo mostraram capazes de tomar conta do assunto, de legislar com sabedoria e de

trabalhar na questão da colonização com uma eficiência que não foi inferior à do governo central. E sobretudo com um

sentido de brasilidade que se toma evi dente,na história colonial do Rio Grande o Sul. Mas.a ação das províncias só 20S poucos é que se irá fazer sentir.

Enírementes, prossegue a reação conser vadora. Em 1837 o Regente Feijó deve escer do poder para que a ele suba edro de Araújo Lima, o futuro Mar quês de Olinda, escravocrata, reacionáno e ligado aos interêsses do café flu-

ujinense. Sua política é a defesa do sis tema que vinha sendo ameaçado, desde a

chegada de Dom João VI, com as leis

de liberdade de indústria, de liberdade de comércio, de livre ace.çso dos estran geiros à propriedade territorial, de estí-

u^uJo à imigração. Era explicável que u café fluminense, que proporcionava 30 Exército e à Marinha os recursos ne

cessários à consolidação da paz interna o à hegemonia imperial no continente, reclamasse do govêmo o não cumpriuiento das leis e dos acordos feitos com

3 Inglaterra, abolindo o tráfico negreiro. E eis que entram nos anos da Minoridade mais de 400.000 escravos. Cessa simultâneamente a entrada de estran

geiros e as colônias já existentes são

abandonadas à própria sorte.

O ano de 1847 assinala no Brasil o iuício da imigração promovida por conta dos fazendeiros. Será o particular, so

bretudo, quem, d'ora avante, ampa rado pelo governo, ira procurar mão-de-

cupação, portanto, pelo menos nas gran des províncias do centro, não será a de criar núcleos de povoamento, como se

vinha fazendo, nem a de assegurar a

125

Dicesto Econômico

troii, trabalhando nelas, 511 brasileiros, 1031 alemães, 1000 suíços alemães, 108

suíços franceses, 616 portugueses e 88 belgas. "O sistema de parceria — escreve Rubens Borba de Morais - teve uma

influencia enorme sôbre as condições

hincia nos movimentos dos imigrantes,

chegando até aos extremos da censura postal. Isso um homem como Vergueiro, de inteligência muito superior à da maio ria dos fazendeiros. Êle viu, antes dos outros, que o trabalho escravo estava

condenado. Compreendeu que, do pró

posse do território, como tinham feito

subseqüentes do trabalho nas fazendas.

os reis de Portugal, mas a de importar

Serxúu de experiência, de método provi-

braços para a lavoura.

lonos europeus do que pretos escravos,

escravidão o que ela ainda pudesse dár.

.sório, até fazendeiro e colono encontra rem uma fórmula de contrato que satisfize.sse ambas as partes." E Sérgio Buar-

Depoi.s, de supletiva do trabalho escra

quc de Holanda diz: "Por pessimista

j:\ empregando colonos portugueses, ale

Primeiro aos

poucos, porque era mister extrair

da

vo, a imigração passaria a substitutiva.

Foi precursor de todo esse movimento

Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, brasileiro naturalizado, senador cio Im pério c proprietário da fazenda Ibícaba.

Já em 1840, muito antes, portanto, da fase aguda da crise de braços. Verguei ro recebeu na sua fazenda de Ibícaba

90 famílias de camponeses do Minho.

que seja nosso julgamento acerca do

regime de parceria, tal como fôra con cebido por Vergueiro, uma coisa é certa: foi principalmente por seu intermédio que se tornou possível à lavoura paulista admitir o trabalho livre sem passar pelas

crises que essa transação iria provocar em outras regiões do Brasil." O regime de parceria foi, assim, um

prio ponto-de-vista do interesse do faz.endciro, eru mais conveniente pagar co

cujo preço aumentava de ano para ano. Sua influência nesse sentido foi enorme,

mães, austríacos e suíços nus suas fa zendas de Ibícaba e Angélica, já acon selhando e encorajando muitos outros fazendeiros a fazerem o mesmo, já fa

zendo importar, por intermédio de sua casa comercial, os co'onos pedidos para o serviço daqueles fazendeiros que lhe tinliam dado ouvidos, Uma minoria de fazendeiros, todavia.

A maioria consi

Foram ês.ses os primeiros imigrantes eu

regime de transição entre a escravidão

ropeus que a iniciativa particular trouxe para o traballio da grande lavoura.

e o trabalho Hntc. Essa forma de as

xTTe uma utopia.

Agitações políticas ulteriores, como a já citada de 1842, na qual Vergueiro se viu envolvido, prejudicaram sua expe

sociação entre pa

trão e operário go

parceria estava, con tudo, destinado a

rou sobretudo

derava o trabalho USeu

sistema

de

por

não durar muito. A

riência do trabalho livre numa lavoura de café. Mas em 1847 êle retoma sua

causa do roubo. Os

êsse sistema não se

fazendeiros

poderiam submeter

velha aspiração e manda vir, com o au xílio do governo imperial, 400 alemães

vam os colonos, ai

por muito tempo os

está o fato

colonos

de todas as idades, formando 80 famílias.

cru.

Êsses alemães deixam a Europa no mês

Nas complicadas contas de debito e crédito do colono em relação ao fazen

de abril de 1847 e vem trabalhar na lavoura de cafe. Inicia-se também com

êles o sistema de parceria, pagando-se o trabalho do imigrante com uma percentagem sobre a collieita. A princípio o sistema de parceria, ideado pelo Senador Vergueiro, foi .sendo adotado por mui tos fazendeiros e dez anos depois, em 1857, o Desembargador Valdetaro, vi

sitando 26 colônias desse tipo, encori-

rouba nu e

deiro, aquele dificilmente se sentia de sembaraçado. Nicolau de Campos Ver

gueiro, por exemplo, foubava os seus co lonos de todas as maneiras possíveis.

Fazendo-os

pagar

juros

indevidos.

Europa.

vindos da

De sorte que foi necessário

instituir o salariato.

Mas a transição do regime de parceria para o regime do salariato não ocorreu sem agitações sociais.

Depois de 1852 Vergueiro recebeu colonos suíços e foram êsses sobretudo

Computando, sempre em detrimento dos

que reagiram contra a opressão em que

colonos, o valor das colheitas. Vendenclo-lhcs muntimentos por preços iníquos. E além disso mantendo severa vigi-

ria pormenorizada desse levante está

viviam na fazenda de Ibícaba. A histó narrada no li\TO "Memórias de um Co-


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Dicesto Econômico

lono no Brasil" escrito por Thomas Davatz, que foi o chefe da famosa revolta

dos colonos suíços. Êsse livro se enconfra ^aduzido e faz parte da "Biblioteca

freqüentemente simulado pelos manipuladores de "documentos Colien".

Tavares Bastos, então chefe de polí

cia interino, no seu relatório ao ViceHistonca Brasileira" que a Livraria presidente da Província, coloca as couMartiiís (São Paulo), vem publicando. sas no devido lugar: "Já v6, pois, V. Ernbora o Uvro de Davatz não seia

con^derado um livro imparcial, mas sim

o libelo de um colono revoltado contra

patrão, não obstante ninguém dirá que se trata de um livro mentiroso. Tá

^ declarações de Vergueiro ao Vicepresidente da Província de São Paulo

sao manifestamente mentirosas.

^^ssa eterna luta do povo u a os tiranos, Davatz é, sem dúvida,

ui pequeno mas legítimo herói. Simples

^ esfre-escola, revela uiíi equilíbrio admi. já sabendo resistir às ameaças dos

Exa. que sem deixar eu contudo de res

peitar a convicção contrária em que parece ainda persistir o Exmo. Senador Vergueiro, não posso deixar de dizer a

V. Exa. e ao Govêmo Imperial, com tôda a sinceridade e responsabilidade de meu carater particular e oficial, que não me convenci de haver transposto a agitação de Il)ícaba os limites daquela colônia, nem de serem outras as pretensões, em bora sustentadas, sem dúvida alguma, por modo altamente inconveniente e re provável, senão reformas e concessões

eus patrões, ou às tentativas de subor-

concernentes às obrigações estipuladas e

,1^ contendo os colonos dentro de eivin icações modestas e exeqüíveis,

a outras matérias do regime econômico

ente, caluniado, a toda hora chamado jesuíta pelos membros da família

O modo "altamente inconveniente e

do ^rneaçado de morte, convida rá/. ^ casaca a preço de uma ^ecompensa ^convidaHva, êle soube ser

fav°r a qual se^insurgira. modestíssima causa em Contrastando m o seu procedimento, tão natural e Ipv à

u Senador Vergueiro vê no colonos uma "afronta

nacional ofendida pelos pro-

anos da Suíça", denuncia o plano s seus colonos como uma conspiração S gantesca destinada a por em armas ml-

ares de homens que depois iriam repue n!"'-'"" °ao Vice-presidente ^ sua ^•^osiçao danaPro-

comT'-

comunismo, sociedades

em ® princípios comunistas. Isso coQsidüerado, sem dúvida, Vergueiro ser um precursor amoso mêdo do comunismo, mêdo

do estabelecimento."

reprovável" que adotararp os suíços rebeldes não podia ser outro, uma vez que suas comunicações com o mundo ex

terior eram rigorosamente controladas, a correspondência ora violada ora des viada.

O herói dessa revolução onde não hou ve uma só morte, nem um só ferimen

to, pertence à galeria desses pequenos heróis esquecidos e maltratados da his tória pátria, como João Cândido, êsse

herói de um levante em 1909, no qual desgraçadamente houve mortes, inclusi ve a morte de um bravo, mas que es

panta ao observador imparcial pela le gitimidade, pela modéstia, pela, diría mos, humildade da reivindicação, em contraste com a prepotência, a cruelda

de, o rancor, o desrespeito à palavra em penhada, dos poderosos do momento. E dos sucessores dôsses poderosos.

T2T

Dicesto Econômico

Depois da rebelião dc Ibicaba o re

gime de parceria entrou em rápida de cadência. Dois anos depois, cm 1859, morria Nicoiau dc Campos Vergueiro, mas muitos anos depois, ein 1883, seu

ticulares que querem braços, outra do Co\'êrno, seja do Covèrao Imperial, se ja dos governos provinciais, criando núcleos coloniais. Essa última é um pros

seguimento à velha política inaugurada

filho, o Comendador Vergueiro, ainda

por D. João. Os fazendeiros, porém, não

Prvtssia) colonos alemães dc Ibicaba que colhiam anualmente 3 a 4.000 arrobas de

colonização li\'rc. Fora da órbita do ca

apresentaria ao Príncipe Henrique (da cafó, obtendo assim uma renda anual de 15 a 20 contos.

Outra conseqüência da rebelião de Ibicaba, uma conseqüência aliás não só dos ecos dessa revolução mas de outras

informações que na Europa iam chegan do do Brasil, foi a promulgação, na Ale manha, no dia 3 de novembro dc 1859, do famoso rescripto de Hcydt, proibin do o engajamento de gente da Prússia

para o Brasil. Essa proibição foi depois adotada por Baden c por Württemberg,

viam com bons olhos esses ensaios de

fé, bem longe, no Rio Grande do Sul, vá lá que se fizessem colônias de peque nos proprietários. Mas • perto da lavoura do café, no Rio e em São Paulo, não.

Essa lavoura é que lhes permitia acumu

lar, permitia ao país as divisas de que êle necessitava, e que pagava o funcio-

nali.smo, a Corte, o Exército e a Marinlia. Ela, e não a pequena propriedade, é que

era expressiva do processo cie acumula ção capitaUsta. A intenção do próprio Vergueiro, co mo vimos, era a de substituir os escravos

e em 1817 estendida a todo o Império. Só em 1896 foi êsse rescripto revogado, com referencia ao Rio Crande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nunca porém em relação a São Paulo. Êsse rescripto era aliás o primeiro ato de uma série de medidas que as nações

por servos da gleba. Por colonos que não pudessem fàcilmente desligar-se das

iriam adotar, procurando restringir a

brou e êle afirmou não ser justo ceder

européias, Inglaterra, França, Itália

emigração de seus filhos para o Brasil, aconselhando-os a procurarem de prefe

rência os Estados Unidos ou a Argenti na.

Apesar dos inconvenientes do regime

de parceria, apesar da crise por que iria passar êsse sistema em 1857, apesar do rescripto que viria em 1859, o gesto de Vergueiro, mandando buscar portuguéses, alemães e suíços para trabalhar em lavoura de café, representa um marco

, na história da imigração no Brasil. De 1847 em diante teremos então

duas políticas imigratórias: uma de par

fazendas em que traballiavam. Ê!e era contrário à doação de terras a imigran

tes, como se vinha fazendo, e no Senado levantou a sua voz para censurar a po

lítica de colonização que se vinha seguin do. Então o seu coração de patriota vi

a estrangeiros o que se negava a nacio nais.

A lei de terras que virá depois, era 1850, obedecia à influência dos fazen

deiros e proibia a cessão de tenas por

outro titulo que não fôsse o de compra. Isso para impeílir a posse da terra por aquela gente que chegava da Europa com um tal sonho. A legislação deveria

ser de molde a permitir à lavoura,latifundiária monopolizar todos os braços disponíveis. Essa doutrina é sustenta da pela consulta de 8 de agosto de 1842


128

Dicesto Econômico

lono no Brasil" escrito por Thomas Davatz, que foi o chefe da famosa revolta

dos colonos suíços. Êsse livro se enconfra ^aduzido e faz parte da "Biblioteca

freqüentemente simulado pelos manipuladores de "documentos Colien".

Tavares Bastos, então chefe de polí

cia interino, no seu relatório ao ViceHistonca Brasileira" que a Livraria presidente da Província, coloca as couMartiiís (São Paulo), vem publicando. sas no devido lugar: "Já v6, pois, V. Ernbora o Uvro de Davatz não seia

con^derado um livro imparcial, mas sim

o libelo de um colono revoltado contra

patrão, não obstante ninguém dirá que se trata de um livro mentiroso. Tá

^ declarações de Vergueiro ao Vicepresidente da Província de São Paulo

sao manifestamente mentirosas.

^^ssa eterna luta do povo u a os tiranos, Davatz é, sem dúvida,

ui pequeno mas legítimo herói. Simples

^ esfre-escola, revela uiíi equilíbrio admi. já sabendo resistir às ameaças dos

Exa. que sem deixar eu contudo de res

peitar a convicção contrária em que parece ainda persistir o Exmo. Senador Vergueiro, não posso deixar de dizer a

V. Exa. e ao Govêmo Imperial, com tôda a sinceridade e responsabilidade de meu carater particular e oficial, que não me convenci de haver transposto a agitação de Il)ícaba os limites daquela colônia, nem de serem outras as pretensões, em bora sustentadas, sem dúvida alguma, por modo altamente inconveniente e re provável, senão reformas e concessões

eus patrões, ou às tentativas de subor-

concernentes às obrigações estipuladas e

,1^ contendo os colonos dentro de eivin icações modestas e exeqüíveis,

a outras matérias do regime econômico

ente, caluniado, a toda hora chamado jesuíta pelos membros da família

O modo "altamente inconveniente e

do ^rneaçado de morte, convida rá/. ^ casaca a preço de uma ^ecompensa ^convidaHva, êle soube ser

fav°r a qual se^insurgira. modestíssima causa em Contrastando m o seu procedimento, tão natural e Ipv à

u Senador Vergueiro vê no colonos uma "afronta

nacional ofendida pelos pro-

anos da Suíça", denuncia o plano s seus colonos como uma conspiração S gantesca destinada a por em armas ml-

ares de homens que depois iriam repue n!"'-'"" °ao Vice-presidente ^ sua ^•^osiçao danaPro-

comT'-

comunismo, sociedades

em ® princípios comunistas. Isso coQsidüerado, sem dúvida, Vergueiro ser um precursor amoso mêdo do comunismo, mêdo

do estabelecimento."

reprovável" que adotararp os suíços rebeldes não podia ser outro, uma vez que suas comunicações com o mundo ex

terior eram rigorosamente controladas, a correspondência ora violada ora des viada.

O herói dessa revolução onde não hou ve uma só morte, nem um só ferimen

to, pertence à galeria desses pequenos heróis esquecidos e maltratados da his tória pátria, como João Cândido, êsse

herói de um levante em 1909, no qual desgraçadamente houve mortes, inclusi ve a morte de um bravo, mas que es

panta ao observador imparcial pela le gitimidade, pela modéstia, pela, diría mos, humildade da reivindicação, em contraste com a prepotência, a cruelda

de, o rancor, o desrespeito à palavra em penhada, dos poderosos do momento. E dos sucessores dôsses poderosos.

T2T

Dicesto Econômico

Depois da rebelião dc Ibicaba o re

gime de parceria entrou em rápida de cadência. Dois anos depois, cm 1859, morria Nicoiau dc Campos Vergueiro, mas muitos anos depois, ein 1883, seu

ticulares que querem braços, outra do Co\'êrno, seja do Covèrao Imperial, se ja dos governos provinciais, criando núcleos coloniais. Essa última é um pros

seguimento à velha política inaugurada

filho, o Comendador Vergueiro, ainda

por D. João. Os fazendeiros, porém, não

Prvtssia) colonos alemães dc Ibicaba que colhiam anualmente 3 a 4.000 arrobas de

colonização li\'rc. Fora da órbita do ca

apresentaria ao Príncipe Henrique (da cafó, obtendo assim uma renda anual de 15 a 20 contos.

Outra conseqüência da rebelião de Ibicaba, uma conseqüência aliás não só dos ecos dessa revolução mas de outras

informações que na Europa iam chegan do do Brasil, foi a promulgação, na Ale manha, no dia 3 de novembro dc 1859, do famoso rescripto de Hcydt, proibin do o engajamento de gente da Prússia

para o Brasil. Essa proibição foi depois adotada por Baden c por Württemberg,

viam com bons olhos esses ensaios de

fé, bem longe, no Rio Grande do Sul, vá lá que se fizessem colônias de peque nos proprietários. Mas • perto da lavoura do café, no Rio e em São Paulo, não.

Essa lavoura é que lhes permitia acumu

lar, permitia ao país as divisas de que êle necessitava, e que pagava o funcio-

nali.smo, a Corte, o Exército e a Marinlia. Ela, e não a pequena propriedade, é que

era expressiva do processo cie acumula ção capitaUsta. A intenção do próprio Vergueiro, co mo vimos, era a de substituir os escravos

e em 1817 estendida a todo o Império. Só em 1896 foi êsse rescripto revogado, com referencia ao Rio Crande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nunca porém em relação a São Paulo. Êsse rescripto era aliás o primeiro ato de uma série de medidas que as nações

por servos da gleba. Por colonos que não pudessem fàcilmente desligar-se das

iriam adotar, procurando restringir a

brou e êle afirmou não ser justo ceder

européias, Inglaterra, França, Itália

emigração de seus filhos para o Brasil, aconselhando-os a procurarem de prefe

rência os Estados Unidos ou a Argenti na.

Apesar dos inconvenientes do regime

de parceria, apesar da crise por que iria passar êsse sistema em 1857, apesar do rescripto que viria em 1859, o gesto de Vergueiro, mandando buscar portuguéses, alemães e suíços para trabalhar em lavoura de café, representa um marco

, na história da imigração no Brasil. De 1847 em diante teremos então

duas políticas imigratórias: uma de par

fazendas em que traballiavam. Ê!e era contrário à doação de terras a imigran

tes, como se vinha fazendo, e no Senado levantou a sua voz para censurar a po

lítica de colonização que se vinha seguin do. Então o seu coração de patriota vi

a estrangeiros o que se negava a nacio nais.

A lei de terras que virá depois, era 1850, obedecia à influência dos fazen

deiros e proibia a cessão de tenas por

outro titulo que não fôsse o de compra. Isso para impeílir a posse da terra por aquela gente que chegava da Europa com um tal sonho. A legislação deveria

ser de molde a permitir à lavoura,latifundiária monopolizar todos os braços disponíveis. Essa doutrina é sustenta da pela consulta de 8 de agosto de 1842


128

Dicesto

da Seção do Império, a propósito de uma proposta de Bernardo de Vasconcolos e

José Ccsário de Miranda Ribeiro. De clara a consulta: "um dos benefícios da providência que a Seção te.m a honra

de propor a Vossa Ma)estade Imperial c tomar mais custosa a aquisição de ter ras... Como a profusão em datas de ter-

ras tern, mais que outras causas, con-

tabuido para a dificuldade que hoie se

t

sente de obter trabalhadores livres, é seu parecer que d ora em diante sejam

^ emas vendidas sem exceção algu-

Econóníico

1885, repetiria em têniio.s cf|uí\'alenlc*.s;

município-padrão.- no município-modè-

..."Tliey only want colonists to work

lo não só clc Santa Catarina como do Brasil. Lamcaitiuclmonte, um padrão

Iheir Iand.s in placc of the slaves. Tliey do not want frec coloni.st.s, bul labourers - in.^trumfínto.f de trabalho — for tire be-

ncfit of their enlcrpriso",

Tudo, aliás, muito natural, como fa cilmente se percebe. O ano de 1850 é cios Tnai.s importantes na história da imigração e da coloni zação.

Pelo decreto 518, de 31 de janeiro, faz-se extensivo à colônia de São Pedro

de Alcântara (Santa Catarina) e a de

mpnf a^sua^'^'cultando-se c6n.seqüenteaquisição,

Petrópolis (Rio de Janeiro) o decreto

397, de 3 de janeiro clc

e de e.sperar que o iniigrado pobre aluirue o

1846.

Pelo decreto 532, de

seu trabalho efetivanrente por algum temPo. antes de

15 de maio, aprova-se o contrato

obter

celebrado

no

ano anterior pelo Prín

rneios de se fazer pro

cipe de Orleuns com a

prietário".

Sociedade Colonizado-

Essa con.sulta de ^o42, a atitude de Ver gueiro no Senado, a lei

ra, estabelecida na ci

dade de Hamburgo pa ra a fundação de iima colônia agrícola cm ter

Is^nT, ™ > tudo são indícios da tentatíx-a de se imPedir aos imigrantes a posse de terras. Os fa zendeiros não queriam saber de colonos livres

ras do 8 léguas quadra das, pertencentes ao do te da Prince.sa

e Se-

nliora D. Francisca, na

r

Província de Santa Ca tarina.

"'esmo aquéles mais

de

Essa Socieda

Coloriizadora . de

jUidazes e inteligentes, como Vergueiro. Hamburgo irá desempenhar ,um papel aliífí^f viajantes se sucedem, ' ^dos unanimes no registo do fato. for

í^bourers not

assir?.?

country"

Mattr

Gilbert Farquhar

I^sands : the Sandwich V.. í y®''"muito fS21 and 1822" E; Vm n j^ ^^21 and 1822". e den Laerne, depois, em

.,1

'H

-

129

Dtcesto ECONÓ^UCO

úti! na imigração do Brasil. Contra ela não se poderão articular as censuras que, quase constantemente, merecem os

engajadores de imigrantes

para

o

Brasil.

Nesse mesmo ano de 1850 regressa da Alemanha o cirurgião Dr. Hennan Blu menau, para fundar a colônia do Blu menau, que viria a se transformar no

derão ser cedidas gratuitamente". Essa lei de 18 de setembro foi depois meti

culosamente regulamentada pelo decre

puranicnto icU-al. um inodc'o sem imitii-

to n." 1318, de 30 de janeiro de 1854, e

dcrcs.

Polo decreto 581, de 4 clc .setembro de

partição Geral das Terras Públicas que

1850, dcsfcrcvsc no trafico de negros

o golpe clefinílivo. Daí por diante não

tribuição das torras do Império. Escre\ c

será mais possível contar com a importa

ção dc escravos que, embora ilegal, cle.s-

passou de um generoso ensaio legislati

de 1831 continuava a existir até então. Êsse ato tem as mais profundas repercus.sóes tanto na liislória da imigração

imediatas. O esbulho das terras públi

,

coiiu) conseqüência dela criou-se a Re

deveria .ser o órgão de defesa e de dis Rodolfo Coutinho: "Mas tudo isso não

vo, .sem maiores conseqüências práticas cas continuou como dantes. Aíiora não

como na hi.stória econômica do Brasil.

era mais o Estado que doava terras es

vertidos no comércio ncgreiro são des

dos. A cousa era mais fácil. Tomava-se

Importantes capitais que estavam in

viados para outras atividades. "No de cênio posterior a 1850, assinala Caio Prado, fundam-se 62 emprê.sas indus

triais,'14 bancas, 3 caixas econômicas, 20 companhias de.navegação a vapor, 23 de seguro.s, 4 de colonização, 8 de mine ração, 3 de tian.sportc urbano, 2 de gás e finalmente 8 estradas de ferro. Boa par te dôstes empreendimentos e outros se melhantes que aparecem pela mesma

plêndidas aos seus servidores privilegia a terra do Estado, forjava-se a proprie dade, constituída contra o direito, es

tabelecendo latifúndios imensos que da vam aos seus donos um poder formidá vel.

Seria fácil ilustrar essas afirma

tivas com exemplos em várias unidades da federação." Van De'den Laeme, em 1886, dava

o seu depoimento: "[Although tliis "Lei das Terras" can ccrtainly lay no

época não representa mais que especula

c'aim to completeness or perfeclion, vet

ção esHmulada pela súbita liberação dos

capitais dantes invertidos no tráfico afri

it has many good points about it and may operate very usefully if it is

cano, bem como pela inflação de crédito e' emissõe.s de papel-moeda que então

it is more a law para inglês ver as laws

se verificarárn. E como também foi no tado, esta especulação terminará no gra ve desastre das crise.s financeiras de 1857 e 1864."

Ainda em 1850, pelo decreto 601, dé 18 de setembro, foi ptomulgada a lei das terras a que nos referimos e cujo

artigo primeiro rezava: "Ficam proibi das as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. Excetuam-se as terras situadas nos limi

tes do Império com paí.ses estrangeiros em uma zona de 10 léguas, as quais po

only enforced. Up to this time, however, and enactnients impossible to reduce to

practice, are currently called in Brazil.

Ali that is kno\vn with certainly is tliis, that except the territor)' still occupied by Indians in tiie interior of S. Paulo, Govemment does not pos.sess throughout the whole coffee are of Cen

tral Brazil a single liands-breath of wasteland; it ali belóng to private partíes". Ainda importante a assinalar nesse ano de 1850 é a lei provincial n.° 183, de 18 de outubro, no Rio Grande do Sul, proibindo a introdução de escravos nas


128

Dicesto

da Seção do Império, a propósito de uma proposta de Bernardo de Vasconcolos e

José Ccsário de Miranda Ribeiro. De clara a consulta: "um dos benefícios da providência que a Seção te.m a honra

de propor a Vossa Ma)estade Imperial c tomar mais custosa a aquisição de ter ras... Como a profusão em datas de ter-

ras tern, mais que outras causas, con-

tabuido para a dificuldade que hoie se

t

sente de obter trabalhadores livres, é seu parecer que d ora em diante sejam

^ emas vendidas sem exceção algu-

Econóníico

1885, repetiria em têniio.s cf|uí\'alenlc*.s;

município-padrão.- no município-modè-

..."Tliey only want colonists to work

lo não só clc Santa Catarina como do Brasil. Lamcaitiuclmonte, um padrão

Iheir Iand.s in placc of the slaves. Tliey do not want frec coloni.st.s, bul labourers - in.^trumfínto.f de trabalho — for tire be-

ncfit of their enlcrpriso",

Tudo, aliás, muito natural, como fa cilmente se percebe. O ano de 1850 é cios Tnai.s importantes na história da imigração e da coloni zação.

Pelo decreto 518, de 31 de janeiro, faz-se extensivo à colônia de São Pedro

de Alcântara (Santa Catarina) e a de

mpnf a^sua^'^'cultando-se c6n.seqüenteaquisição,

Petrópolis (Rio de Janeiro) o decreto

397, de 3 de janeiro clc

e de e.sperar que o iniigrado pobre aluirue o

1846.

Pelo decreto 532, de

seu trabalho efetivanrente por algum temPo. antes de

15 de maio, aprova-se o contrato

obter

celebrado

no

ano anterior pelo Prín

rneios de se fazer pro

cipe de Orleuns com a

prietário".

Sociedade Colonizado-

Essa con.sulta de ^o42, a atitude de Ver gueiro no Senado, a lei

ra, estabelecida na ci

dade de Hamburgo pa ra a fundação de iima colônia agrícola cm ter

Is^nT, ™ > tudo são indícios da tentatíx-a de se imPedir aos imigrantes a posse de terras. Os fa zendeiros não queriam saber de colonos livres

ras do 8 léguas quadra das, pertencentes ao do te da Prince.sa

e Se-

nliora D. Francisca, na

r

Província de Santa Ca tarina.

"'esmo aquéles mais

de

Essa Socieda

Coloriizadora . de

jUidazes e inteligentes, como Vergueiro. Hamburgo irá desempenhar ,um papel aliífí^f viajantes se sucedem, ' ^dos unanimes no registo do fato. for

í^bourers not

assir?.?

country"

Mattr

Gilbert Farquhar

I^sands : the Sandwich V.. í y®''"muito fS21 and 1822" E; Vm n j^ ^^21 and 1822". e den Laerne, depois, em

.,1

'H

-

129

Dtcesto ECONÓ^UCO

úti! na imigração do Brasil. Contra ela não se poderão articular as censuras que, quase constantemente, merecem os

engajadores de imigrantes

para

o

Brasil.

Nesse mesmo ano de 1850 regressa da Alemanha o cirurgião Dr. Hennan Blu menau, para fundar a colônia do Blu menau, que viria a se transformar no

derão ser cedidas gratuitamente". Essa lei de 18 de setembro foi depois meti

culosamente regulamentada pelo decre

puranicnto icU-al. um inodc'o sem imitii-

to n." 1318, de 30 de janeiro de 1854, e

dcrcs.

Polo decreto 581, de 4 clc .setembro de

partição Geral das Terras Públicas que

1850, dcsfcrcvsc no trafico de negros

o golpe clefinílivo. Daí por diante não

tribuição das torras do Império. Escre\ c

será mais possível contar com a importa

ção dc escravos que, embora ilegal, cle.s-

passou de um generoso ensaio legislati

de 1831 continuava a existir até então. Êsse ato tem as mais profundas repercus.sóes tanto na liislória da imigração

imediatas. O esbulho das terras públi

,

coiiu) conseqüência dela criou-se a Re

deveria .ser o órgão de defesa e de dis Rodolfo Coutinho: "Mas tudo isso não

vo, .sem maiores conseqüências práticas cas continuou como dantes. Aíiora não

como na hi.stória econômica do Brasil.

era mais o Estado que doava terras es

vertidos no comércio ncgreiro são des

dos. A cousa era mais fácil. Tomava-se

Importantes capitais que estavam in

viados para outras atividades. "No de cênio posterior a 1850, assinala Caio Prado, fundam-se 62 emprê.sas indus

triais,'14 bancas, 3 caixas econômicas, 20 companhias de.navegação a vapor, 23 de seguro.s, 4 de colonização, 8 de mine ração, 3 de tian.sportc urbano, 2 de gás e finalmente 8 estradas de ferro. Boa par te dôstes empreendimentos e outros se melhantes que aparecem pela mesma

plêndidas aos seus servidores privilegia a terra do Estado, forjava-se a proprie dade, constituída contra o direito, es

tabelecendo latifúndios imensos que da vam aos seus donos um poder formidá vel.

Seria fácil ilustrar essas afirma

tivas com exemplos em várias unidades da federação." Van De'den Laeme, em 1886, dava

o seu depoimento: "[Although tliis "Lei das Terras" can ccrtainly lay no

época não representa mais que especula

c'aim to completeness or perfeclion, vet

ção esHmulada pela súbita liberação dos

capitais dantes invertidos no tráfico afri

it has many good points about it and may operate very usefully if it is

cano, bem como pela inflação de crédito e' emissõe.s de papel-moeda que então

it is more a law para inglês ver as laws

se verificarárn. E como também foi no tado, esta especulação terminará no gra ve desastre das crise.s financeiras de 1857 e 1864."

Ainda em 1850, pelo decreto 601, dé 18 de setembro, foi ptomulgada a lei das terras a que nos referimos e cujo

artigo primeiro rezava: "Ficam proibi das as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. Excetuam-se as terras situadas nos limi

tes do Império com paí.ses estrangeiros em uma zona de 10 léguas, as quais po

only enforced. Up to this time, however, and enactnients impossible to reduce to

practice, are currently called in Brazil.

Ali that is kno\vn with certainly is tliis, that except the territor)' still occupied by Indians in tiie interior of S. Paulo, Govemment does not pos.sess throughout the whole coffee are of Cen

tral Brazil a single liands-breath of wasteland; it ali belóng to private partíes". Ainda importante a assinalar nesse ano de 1850 é a lei provincial n.° 183, de 18 de outubro, no Rio Grande do Sul, proibindo a introdução de escravos nas


130

DiCESTO ECONÓKflCO

colônias existentes, e naquelas que para futuro se viessem a formar, fôssem co.

lónias do Governo ou colônias formadas por particulares. Essa lei vinha reconhe

terras se empregassem negros escravos. 30 de novembro de 1854 (Rio Grande

O pecado danado da usura

do Sul), reafirmava no seu artigo VIII:

José HoNÒnio Rodrigues

Mais tarde a lei provincial n.° 304, de

cer uma situação existente, que se ini ciara em 1824, quando o trabalho livre,

"os colonos poderão cultivar suas terras

trabalho escra\'o.

das; não poderão faze-lo por meio de escravos seus ou alheios, nem possuí-los nas terras das colônias, sob qualquer

^ São Leopoldo, começara a deslocar o Também a lei provincial do Estado °

ri.° 226, de 30 de maio de

^0, proibia taxativamente aos imi grantes a posse de escravos e a lei ím-

Penal de 28 de setembro de 1848, concc endo às províncias áreas de terras

P^ra a colonização, proibia que nessas

por si mesmos, ou por pessoas assalaria

TlTo século XVI, a imensa o.xpansúo das

operações cie crédito prcmoricla pe las descobertas c pelo comércio mundial provocou unia enorme o aguda contro

pretexto que seja".

vérsia sòbrc o empréstimo e a usura.

E' sabido que durante a época medieval não se distinguiu empréstimo de usura.

nova c diferente história da abolição da

Para São Tomás de Aquino, qualquer

tham. Èsse filósofo tece, em nossa terra, inúmeros discípulos, destacando-se, entre

escravatura no Brasil.

empréstimo não gracioso era usura e como tal punido severamente pela Igre-

celos, que Armitage cognominou o

jaA distinção só começa a aparecer no

CXX3(XX36XXXXXXXX%X3(XXXX3CXX3C

século XVI, pois quando, no século XIV, já se utilizava a própria Igreja do em

viam tomado emprestadores. No siste

praticava, assim, por circunstâncias de

então existente, dois princípios domi

uma ruptura tão inequívoca entro a mo

Ene A'produção agrícola, mediante fertilizantes atômicos. A Comissão de períánri e o Departamento da Agricultura anunciarão as próximas ex-

ral e a economia?

sm torno do assunto cresceu com as notícias sôhré colheitas excep-

^bundanfeí em redor de Nagasaki, onde explodiu a bomba atômica

^ informação conjunta daqueles dois organismos oficiais,e entretanto, dix V e as investigações levadas a efeito por peritos norte-americanos japoneses não

" V^^V^^r:ionar basesdaspara a suposição de que as radiações da bomba otõmtca causavam a melhoria colheitas". lado, manifestaram recentemente que os ferticola ® virtude de fazer aumentar duplamente a produção agriteorin cientistas franceses também já se pronunciaram a êsse respeito. A

exDp^^

^ produção se deve à "energia atômica"

da Agricultura diz, em sua informação, que fã foram feitas

fc^n"VI imprecisospequena escala comsuspensas materiaisporradioativos. Os resultados, porém, e as experiências falia de verba.

t'

"Mirabeau brasileiro"

sua crescente expansão e por motivo de suas tarefas, como instituição universal, Ora, qual a razão por que se operou norfe-cín^rtcanos inkicram experiências intensivas para conseguir o

os maiores, Bernardo Pereira de Vascon

ma medieval as questões econômicas ou comerciais est<ão subordinadas ao proble ma real da vida, que é a salvação.

A Igreja

o que condenavam os teoIogos.

(Jue emana das radtições °

matéria. No Brasil, o único publicista que defendeu "o pecado danado" foi o Visconde de Cairu, orientado pOr Ben-

Do conhecimento desses fatos e dessas

préstimo a juro, ainda persistia a con

núm

sobretudo, na teoria caJvinista relativa à

leis, como ainda dos regulamentos das colônias estrangeiras, surge então uma

denação teórica ao mesmo.

cio ^

O professor José Honório Rodrigues, ao debater o problema da usura, detém-se,

A expansão comer

cial provocou uma necessidade urgente

Numa economia de consumo como a

nam: o primeiro é a crença de que o mundo econômico não consiste num de

partamento com leis próprias, mas está, como os outros departamentos da vida,

sujeito ao critério moral, à sanção úl

e enorme de capital, fato quase novo e

tima da autoridade da Igreja. A vida

inédito. Toda a economia medieval era

econômica não é uma atiridade inteira

baseada numa produção de consumo, sem finalidade de lucro, pois se limitava

ao

preço

justo. A

expressão que

mais caracteriza essa economia é: pe-

cunia pecuniam non parit (O dinheiro não gera dinheiro). Uma vez que não

mente profana, independente ou secular.

O segundo princípio, conseqüência do primeiro, é o corpo de idéias sòbre o crédito e o empréstimo. O comércio, limitado ao preço justo e de pequena monta, não forjara, ainda, a niptura

havia finalidade de lucro, só os po

entre a vida secular e o princípio mo

bres e necessitados recorriam aos em

ral. O interesse que o capital podia ren der, afora o produzido pelo pequeno comércio, era o que vinha da terra,

préstimos que, por isso mesmo, deve riam ser gratuitos.

Qualquer empréstimo não gratuito era usura, só exercido, de regra, pelos ju

deus que, já na Idade Média, se ha-

nunca questionado.

O empréstimo foi sempre, desde Aris tóteles até São Tomás, que é o ponto


130

DiCESTO ECONÓKflCO

colônias existentes, e naquelas que para futuro se viessem a formar, fôssem co.

lónias do Governo ou colônias formadas por particulares. Essa lei vinha reconhe

terras se empregassem negros escravos. 30 de novembro de 1854 (Rio Grande

O pecado danado da usura

do Sul), reafirmava no seu artigo VIII:

José HoNÒnio Rodrigues

Mais tarde a lei provincial n.° 304, de

cer uma situação existente, que se ini ciara em 1824, quando o trabalho livre,

"os colonos poderão cultivar suas terras

trabalho escra\'o.

das; não poderão faze-lo por meio de escravos seus ou alheios, nem possuí-los nas terras das colônias, sob qualquer

^ São Leopoldo, começara a deslocar o Também a lei provincial do Estado °

ri.° 226, de 30 de maio de

^0, proibia taxativamente aos imi grantes a posse de escravos e a lei ím-

Penal de 28 de setembro de 1848, concc endo às províncias áreas de terras

P^ra a colonização, proibia que nessas

por si mesmos, ou por pessoas assalaria

TlTo século XVI, a imensa o.xpansúo das

operações cie crédito prcmoricla pe las descobertas c pelo comércio mundial provocou unia enorme o aguda contro

pretexto que seja".

vérsia sòbrc o empréstimo e a usura.

E' sabido que durante a época medieval não se distinguiu empréstimo de usura.

nova c diferente história da abolição da

Para São Tomás de Aquino, qualquer

tham. Èsse filósofo tece, em nossa terra, inúmeros discípulos, destacando-se, entre

escravatura no Brasil.

empréstimo não gracioso era usura e como tal punido severamente pela Igre-

celos, que Armitage cognominou o

jaA distinção só começa a aparecer no

CXX3(XX36XXXXXXXX%X3(XXXX3CXX3C

século XVI, pois quando, no século XIV, já se utilizava a própria Igreja do em

viam tomado emprestadores. No siste

praticava, assim, por circunstâncias de

então existente, dois princípios domi

uma ruptura tão inequívoca entro a mo

Ene A'produção agrícola, mediante fertilizantes atômicos. A Comissão de períánri e o Departamento da Agricultura anunciarão as próximas ex-

ral e a economia?

sm torno do assunto cresceu com as notícias sôhré colheitas excep-

^bundanfeí em redor de Nagasaki, onde explodiu a bomba atômica

^ informação conjunta daqueles dois organismos oficiais,e entretanto, dix V e as investigações levadas a efeito por peritos norte-americanos japoneses não

" V^^V^^r:ionar basesdaspara a suposição de que as radiações da bomba otõmtca causavam a melhoria colheitas". lado, manifestaram recentemente que os ferticola ® virtude de fazer aumentar duplamente a produção agriteorin cientistas franceses também já se pronunciaram a êsse respeito. A

exDp^^

^ produção se deve à "energia atômica"

da Agricultura diz, em sua informação, que fã foram feitas

fc^n"VI imprecisospequena escala comsuspensas materiaisporradioativos. Os resultados, porém, e as experiências falia de verba.

t'

"Mirabeau brasileiro"

sua crescente expansão e por motivo de suas tarefas, como instituição universal, Ora, qual a razão por que se operou norfe-cín^rtcanos inkicram experiências intensivas para conseguir o

os maiores, Bernardo Pereira de Vascon

ma medieval as questões econômicas ou comerciais est<ão subordinadas ao proble ma real da vida, que é a salvação.

A Igreja

o que condenavam os teoIogos.

(Jue emana das radtições °

matéria. No Brasil, o único publicista que defendeu "o pecado danado" foi o Visconde de Cairu, orientado pOr Ben-

Do conhecimento desses fatos e dessas

préstimo a juro, ainda persistia a con

núm

sobretudo, na teoria caJvinista relativa à

leis, como ainda dos regulamentos das colônias estrangeiras, surge então uma

denação teórica ao mesmo.

cio ^

O professor José Honório Rodrigues, ao debater o problema da usura, detém-se,

A expansão comer

cial provocou uma necessidade urgente

Numa economia de consumo como a

nam: o primeiro é a crença de que o mundo econômico não consiste num de

partamento com leis próprias, mas está, como os outros departamentos da vida,

sujeito ao critério moral, à sanção úl

e enorme de capital, fato quase novo e

tima da autoridade da Igreja. A vida

inédito. Toda a economia medieval era

econômica não é uma atiridade inteira

baseada numa produção de consumo, sem finalidade de lucro, pois se limitava

ao

preço

justo. A

expressão que

mais caracteriza essa economia é: pe-

cunia pecuniam non parit (O dinheiro não gera dinheiro). Uma vez que não

mente profana, independente ou secular.

O segundo princípio, conseqüência do primeiro, é o corpo de idéias sòbre o crédito e o empréstimo. O comércio, limitado ao preço justo e de pequena monta, não forjara, ainda, a niptura

havia finalidade de lucro, só os po

entre a vida secular e o princípio mo

bres e necessitados recorriam aos em

ral. O interesse que o capital podia ren der, afora o produzido pelo pequeno comércio, era o que vinha da terra,

préstimos que, por isso mesmo, deve riam ser gratuitos.

Qualquer empréstimo não gratuito era usura, só exercido, de regra, pelos ju

deus que, já na Idade Média, se ha-

nunca questionado.

O empréstimo foi sempre, desde Aris tóteles até São Tomás, que é o ponto


132

Digesto

niais alto de sua condenação, uma usura, um lucro torpe. A condenação da usura

foi sempre meramente um caso especial da regra geral de que as transações eco

nômicas deviam ser conduzidas de acôr-

do com as regras da "bôa consciência"

derivada da fonte religiosa e interpreta da pela Igreja. Mas, nao de repente e sim lentamént

e. começou-se a necessitar de capital o o inheiro começou a gerar dinheiro, n ao vai surgir um gôlfo entre a síntese

o leval e a filosofia sócia! que apareno século XVI. Esta não tem sua

gem numa mera modificação da teodo interesse, mas na

Econômico

crédito usurário, que é usado' .simples mente para viver à custa de juros. Calvino não permite que aos ho tados pela desgraça, possam ser feitos Aqui seguia

rança cxce.ssiva não podia .ser exigida;

a teoria cscolástica: nada dc lucro, no

que o que era um expediente ocasional

empréstimo, senão este se caracteriza co

se tomaria reprcensível ,se .se transfor masse numa ocupação regular.

mo usura. A diferença fundamental da

teologia cie Calvino em relação à teo

logia escolástica está cm que ele começa a permitir uma espécie de empréstimo oneroso: o concedido ao comerciante e

navegador. Novas necessidades econômicas, os in-

o reconhecimento de que

n° epigrama do' século

tos que o meio social e

estes

XVIII: O negócio é uma

traziam

econômico de S. Tomás

ooísa, a religião outra.

desconheceu,

A Reforma será um

permitem-

lhe ver as coisas com ou

ponto decisivo para a ruptura entre o dogma e a economia. Se Lutero,

tros olhosl Agora, então, temo.s uma nova harmo

nia entre o dogma e a economia.

CALVTINO

timo.

Lutero viu a economia com olho de camponês. Calvino aproxima-se do ho-

rnem de_ negócio e compreende as novas msti uiçoes da civiUzação comercial e

capitalista. Não que ela tenha favorecido a usura, mas .porque permitiu o

empréstimo a ,uro.s àqueles que neces sitavam de capitais para os novos em preendimentos marítimos ou comerciais, aumente o crédito produtivo

homen.s

utilidades ao povo, fa

condenar violentamente qualquer em préstimo Calvino é o primeiro que co meça a dishnguir entre usura e emprés

e nao o

oficial, e mesmo quando um máximo fô.sse fixado, os emprc.stimos deveriam

empréstimos com juros.

terôsses da comunidade,

seu folheto sôbre o co mercio e a usura, era 1524, contínua a

Dicesto Econômico

.ser gratuitos aos pobrc.s; que aquele que pede cmprc.stado deve lucrar tanto quanto o emprostador; que uma segu

mens pobres, que tenham .sido atormen

profunda separação das osteras do negócio e da ^ s espiritual expressa

no seu sermão sôbre a usura em 1520, ou no

r

Há necessidade de em

préstimos a' juros e há uma permissão moral que os sanciona. Apenas Calvino impõe uma condição:

que haja um limite, um máximo legal mente fixado, de acordo cóm as neces

sidades da situação.

Já se distinguem,

então, duas formas de empréstimos: o

Vê-se, as.sim, quanta dubicdade e he sitação houve ao legalizar a mola essen

cial da expansão comercial e da forma ção do capitalismo. Quem aceitaria hoje

o empréstimo gratuito ao pobre? E esta ora a principal continuidade do pensa mento escoláslico. A idéia de que quem

133

bém, na fôrça com que reconhece as novas realidades econômicas e provê a burguesia da Inglaterra e Holanda de uma justificativa moral para as suas práticas econômicas.

A teoria canônica da usura correspon dia às condições de uma época em que o emprestador era rico e o que pedia emprestado era pobre. Agora, quem pe dia emprestado era quusc sempre um mercador que levantava empréstimos com o fito de especular na bôlsa e o

emprestador um inocente que desejava assegurar-se um bom investimento para seu capital. Comparado com o conservadorismo

pede emprestado deveria lucrar tanto quanto o cmprestador era uma concessão

que tinha denunciado como imoral o que se tomara a prática geral do mundo

à época moderna. Só lucrava o empros

de que quem pedisse emprestado lu-

dos negócios, a nova doutrina tinha a \ antagem de prover um código ético não inconsistente com os fatos da organi zação econômica. Foi inevitável que ela

cia.sse tanto ou mais que o emprosta

exercesse, como exerceu, uma influência

dor.

avassaladora sôbre o mundo leigo e os políticos e estadistas, como observou

tador com o juro.

Agora, com o co

mércio universal, já havia possibilidade

A tese de que o empréstimo de di nheiro não podia tornar-se num meio

de ocupação regular não apresenta ne nhuma originalidade. Ela condena, na

R. H. Tawney.

Até que os Estados reconhecessem no direito positivo a legitimidade dessa dou

mesma linha aristotélica e escolástica, a usura. Sua originalidade está na dife

trina, ocorrfeu, como sempre, muita luta, •

rença feita entre o empréstimo, concedi do ao mercador que paga juros com seus proveitos, e a usura, o émprésti-

doutrinária. O emprestador a juro que era, até então, usurário, parasita que se enriquece sem trabalho e custo, apri sionado, ou era considerado indigno de

mo oneroso a quem necessita do di

muita perseguição e muita discussão

que se limita ao juro legal e o que o

nheiro, não para fins lucrativos, mas por

um emprego público, foi reabilitado com

e.vcede.

injunção dos azares da vida.

a Ordenança de Carlos V nos Países

O último continua a ser exe

crado e considerado pecado mortal, da nado, sujeito às penás do inferno. Cahãno, escreveu um pastor inglês, tratou da usura como um farmacêutico

trata com veneno.

O pensamento de

Calvino é que o juro deveria ser legal, desde que não excedesse um máximo

Pela primeira vez, pois, se estabelece,

num plano moral e religioso, a permissão do empréstimo oneroso, feito a quem vai reproduzir o dinheiro emprestado. Quem vai lucrar com o dinheiro empres tado deve dar lucro a quem emprestou.

A originalidade da doutrina está, tam

Baixos, datada de 4 de outubro de 1540, e o Ato de 1545, na Inglaterra.

Pela

Ordenança de Carlos V se admitia o lucro de 12% entre os mercadores, con denando severamente todo não-comer-

ciante que ousasse exigir uma cotnpensação pelo empréstimo. Carlos V dife-


132

Digesto

niais alto de sua condenação, uma usura, um lucro torpe. A condenação da usura

foi sempre meramente um caso especial da regra geral de que as transações eco

nômicas deviam ser conduzidas de acôr-

do com as regras da "bôa consciência"

derivada da fonte religiosa e interpreta da pela Igreja. Mas, nao de repente e sim lentamént

e. começou-se a necessitar de capital o o inheiro começou a gerar dinheiro, n ao vai surgir um gôlfo entre a síntese

o leval e a filosofia sócia! que apareno século XVI. Esta não tem sua

gem numa mera modificação da teodo interesse, mas na

Econômico

crédito usurário, que é usado' .simples mente para viver à custa de juros. Calvino não permite que aos ho tados pela desgraça, possam ser feitos Aqui seguia

rança cxce.ssiva não podia .ser exigida;

a teoria cscolástica: nada dc lucro, no

que o que era um expediente ocasional

empréstimo, senão este se caracteriza co

se tomaria reprcensível ,se .se transfor masse numa ocupação regular.

mo usura. A diferença fundamental da

teologia cie Calvino em relação à teo

logia escolástica está cm que ele começa a permitir uma espécie de empréstimo oneroso: o concedido ao comerciante e

navegador. Novas necessidades econômicas, os in-

o reconhecimento de que

n° epigrama do' século

tos que o meio social e

estes

XVIII: O negócio é uma

traziam

econômico de S. Tomás

ooísa, a religião outra.

desconheceu,

A Reforma será um

permitem-

lhe ver as coisas com ou

ponto decisivo para a ruptura entre o dogma e a economia. Se Lutero,

tros olhosl Agora, então, temo.s uma nova harmo

nia entre o dogma e a economia.

CALVTINO

timo.

Lutero viu a economia com olho de camponês. Calvino aproxima-se do ho-

rnem de_ negócio e compreende as novas msti uiçoes da civiUzação comercial e

capitalista. Não que ela tenha favorecido a usura, mas .porque permitiu o

empréstimo a ,uro.s àqueles que neces sitavam de capitais para os novos em preendimentos marítimos ou comerciais, aumente o crédito produtivo

homen.s

utilidades ao povo, fa

condenar violentamente qualquer em préstimo Calvino é o primeiro que co meça a dishnguir entre usura e emprés

e nao o

oficial, e mesmo quando um máximo fô.sse fixado, os emprc.stimos deveriam

empréstimos com juros.

terôsses da comunidade,

seu folheto sôbre o co mercio e a usura, era 1524, contínua a

Dicesto Econômico

.ser gratuitos aos pobrc.s; que aquele que pede cmprc.stado deve lucrar tanto quanto o emprostador; que uma segu

mens pobres, que tenham .sido atormen

profunda separação das osteras do negócio e da ^ s espiritual expressa

no seu sermão sôbre a usura em 1520, ou no

r

Há necessidade de em

préstimos a' juros e há uma permissão moral que os sanciona. Apenas Calvino impõe uma condição:

que haja um limite, um máximo legal mente fixado, de acordo cóm as neces

sidades da situação.

Já se distinguem,

então, duas formas de empréstimos: o

Vê-se, as.sim, quanta dubicdade e he sitação houve ao legalizar a mola essen

cial da expansão comercial e da forma ção do capitalismo. Quem aceitaria hoje

o empréstimo gratuito ao pobre? E esta ora a principal continuidade do pensa mento escoláslico. A idéia de que quem

133

bém, na fôrça com que reconhece as novas realidades econômicas e provê a burguesia da Inglaterra e Holanda de uma justificativa moral para as suas práticas econômicas.

A teoria canônica da usura correspon dia às condições de uma época em que o emprestador era rico e o que pedia emprestado era pobre. Agora, quem pe dia emprestado era quusc sempre um mercador que levantava empréstimos com o fito de especular na bôlsa e o

emprestador um inocente que desejava assegurar-se um bom investimento para seu capital. Comparado com o conservadorismo

pede emprestado deveria lucrar tanto quanto o cmprestador era uma concessão

que tinha denunciado como imoral o que se tomara a prática geral do mundo

à época moderna. Só lucrava o empros

de que quem pedisse emprestado lu-

dos negócios, a nova doutrina tinha a \ antagem de prover um código ético não inconsistente com os fatos da organi zação econômica. Foi inevitável que ela

cia.sse tanto ou mais que o emprosta

exercesse, como exerceu, uma influência

dor.

avassaladora sôbre o mundo leigo e os políticos e estadistas, como observou

tador com o juro.

Agora, com o co

mércio universal, já havia possibilidade

A tese de que o empréstimo de di nheiro não podia tornar-se num meio

de ocupação regular não apresenta ne nhuma originalidade. Ela condena, na

R. H. Tawney.

Até que os Estados reconhecessem no direito positivo a legitimidade dessa dou

mesma linha aristotélica e escolástica, a usura. Sua originalidade está na dife

trina, ocorrfeu, como sempre, muita luta, •

rença feita entre o empréstimo, concedi do ao mercador que paga juros com seus proveitos, e a usura, o émprésti-

doutrinária. O emprestador a juro que era, até então, usurário, parasita que se enriquece sem trabalho e custo, apri sionado, ou era considerado indigno de

mo oneroso a quem necessita do di

muita perseguição e muita discussão

que se limita ao juro legal e o que o

nheiro, não para fins lucrativos, mas por

um emprego público, foi reabilitado com

e.vcede.

injunção dos azares da vida.

a Ordenança de Carlos V nos Países

O último continua a ser exe

crado e considerado pecado mortal, da nado, sujeito às penás do inferno. Cahãno, escreveu um pastor inglês, tratou da usura como um farmacêutico

trata com veneno.

O pensamento de

Calvino é que o juro deveria ser legal, desde que não excedesse um máximo

Pela primeira vez, pois, se estabelece,

num plano moral e religioso, a permissão do empréstimo oneroso, feito a quem vai reproduzir o dinheiro emprestado. Quem vai lucrar com o dinheiro empres tado deve dar lucro a quem emprestou.

A originalidade da doutrina está, tam

Baixos, datada de 4 de outubro de 1540, e o Ato de 1545, na Inglaterra.

Pela

Ordenança de Carlos V se admitia o lucro de 12% entre os mercadores, con denando severamente todo não-comer-

ciante que ousasse exigir uma cotnpensação pelo empréstimo. Carlos V dife-


1S4

Dicesto

renciava, assim, nitídamente, o emprés^0 feito ao comerciante e a usura.

O rápido crescimento dos interêsses nnanceiros provocava a revolta contra

^ sistema que punia um proveitoso emprego de capital. As leis contra a

usura são, então, criticadas, não em de

talhe, mas em princípio.

realidades econômicas, que o emprésti mo com juros é usura; que o c^ue exce de o justo preço, no comércio, é ilícito; que a compra a tôrmo é usurária e ilí

cita. Entre os consultores figura S. Cae tano, o mestre teólogo, comentador da

transfere do plano da mora-

'scutia se o juro era moral ou não, as, sim, se a taxa legalmente sancioaaa era razoável ou excessiva. Êste países onde, ao lado do

Cp iniciava • tlesenvolvimento do comércio, se o movimento da orma. Nos países onde a

^«orma rompeu, acentuou-se confljto entre a moral e a

de Vitória, condenando as práticas co merciais da época, que são apenas um início sem importância, sc as comparar mos com os processos atuais. Que di ria boje Francisco de Vitória? A verdade é que não só Vitória, mas o próprio Calvino recuaria alarmado e,

orbc: mapa do ciências e epítome de

nova supei-estrutura. Pode acontecer que não apareça uma síntese, como é o caso

pedra de tiimulo dos atrevidos". Enquanto isso, cessavam cs Países Baixos Espanhóis de ser um campo de

da revolução econômica gerando a Re forma, e a desta reagindo sôbre a estru tura econômica. Às vezes pode acon

ação e experiência do capitalismo, por

tecer que a superestrutura ideológica re sista à injimção da estrutura. Então, o conflito não se resolve, e temos o caso

nbava-sc agora o predomínio indiscutí vel dc um espírito contrário à prática capitalista. Se não contrário, pelo menos

[

hesitante quanto à moralidade das novas instituições econômicas.

Com o Duque de Alba sc impunha, novamente, a intransigente moral escolástica; com ela não havia lugar para a

talvez, como o autor de outra revolução na teoria econômi

dubiedade da prática econômica e da regra moral. A norma religiosa informa

ca, se voltaria para os que

va novamente a vida econômica. Mas com isso também se estabelecia — e aí

popularizaram

e

avançaram

135

enrcdo.s, pedra de toque dos atentos e

que ao lado das razões econômicas ali-

Suma Teológica; e mais rigoroso, ex cessivamente severo, aparece Francisco

I e para o campo prático. Não se

%

DiGESTO EcONÓ\nCO

Econókhco

a contradição fundamental que levaria

espanhol e português e teríamos o fran cês, se os Imgucnotes não tivessem so

lucionado a contradição e apresentado a síntese. Nos casos holandês e inglês o que temos é uma relação estruturasuperestrutura resolvida pelo calvinismo e pelo puritanismo.

De qualquer modo, o fato c que o empréstimo passa a ser legal e encontra, no século XVII, em pleno desenvolvi mento e apogeu holandês, um advogado intransigente e sem reser\'as, Claude

economia.

demasiadamente seus princí

zes concedidas por Calvino

pios, com o protesto: Eu não

Antuérpia à sua decadência — o confli

Saumaise (1633-1667). Com De Usu-

sou calvinista.

to entre o novo mundo econômico e a velha ordem econômica. Os do Norte,

ris liher (Eizevier, 1638) e De modo usnrarum liher (Elzevier, 1639), Sau

os que partiam para Amsterdam, leva vam consigo, com a conversão ao calvinismo, uma nova certeza, a de que

maise dá o passo decisivo, insistindo es pecialmente sôbre o empréstimo marí timo, porque êste interessa aos mercado

era lícita a prática comercial que exer

res de Amsterdam.

De acôrdo com as liberali

Os países reformados são os

® empréstimo, havia mais contradição.

grandes impulsionadores do

Ds homens de negócios sen-

capitalismo comercial, en quanto que nos países domi

De™; N

»fegar.K,t" p n„n novas praticas comerciais ao-j T.ç

vifnS

turü

^ licença calvinista, especulações e da bôlsa.

onde a Reforma acabou

^ deforma corresponde à estru-

oiip na mesma época, revolução preços afeta ,dos a Europa.

Mas, nos países católicos, que nenna-

S™ anfi-eapitalista, o confiito per-' Z

tjdZ l'T consulhm ultam 'os

"O-Jo os

t oonsciènda, confessores e teólogos da

Aidade, respondem com severida' em nenhuma concessão às novas

nados pelo catolicismo as ins tituições comerciais não se podem de

senvolver livremente. Funda-se logo o Banco de Amsterdam (1609) e as pri meiras sociedades por ações surgem. A melhor descrição, o mais exato retrato econômico e moral das especulações da

ciam.

Os países católicos como Espanha e Portugal não iam resolver a antítese. Permaneceriam no conflito gerado entre uma nova estrutiua econômica e uma

Foi sobretudo por influência das Pro

víncias Unidas, como diz Hauser, que

se produziu a evolução do puritanismo inglês para a liberdade individualista e capitalista. Muito mais tarde, na época do capitalismo financeiro, Bentham de

fenderá a liberdade absoluta para a

obra, que já tivemos ocasião de comen

desesperada resistência moral e religio sa. Esta a nova contribuição que se extrai da tese de Weber, mesmo que

tar nesta revista, Confusion de Conftisiones, escrita e publicada em 1388

não fosse esta sua intenção: não há dúvida científica na relação estrutura-

como em Portugal, foi sempre pecado

por Joseph de Ia Vega.

superestrutura. Apenas, nem sempre a

danado. Só o Visconde de Cairu a de

estrutura tem fôrça para modelar uma

fendeu, seguindo Bentham.

Bôlsa de Amsterdam se

encontra na

Nela se toma conhecimento, como diz

o autor, "de um negócio enigmático, que é o mais real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o mais in

fame que conhece o mundo, o mais fino e o mais grosseiro que exercita o

usura, livre de taxas e de interferências

morais ou estatais. A usura, no Brasil


1S4

Dicesto

renciava, assim, nitídamente, o emprés^0 feito ao comerciante e a usura.

O rápido crescimento dos interêsses nnanceiros provocava a revolta contra

^ sistema que punia um proveitoso emprego de capital. As leis contra a

usura são, então, criticadas, não em de

talhe, mas em princípio.

realidades econômicas, que o emprésti mo com juros é usura; que o c^ue exce de o justo preço, no comércio, é ilícito; que a compra a tôrmo é usurária e ilí

cita. Entre os consultores figura S. Cae tano, o mestre teólogo, comentador da

transfere do plano da mora-

'scutia se o juro era moral ou não, as, sim, se a taxa legalmente sancioaaa era razoável ou excessiva. Êste países onde, ao lado do

Cp iniciava • tlesenvolvimento do comércio, se o movimento da orma. Nos países onde a

^«orma rompeu, acentuou-se confljto entre a moral e a

de Vitória, condenando as práticas co merciais da época, que são apenas um início sem importância, sc as comparar mos com os processos atuais. Que di ria boje Francisco de Vitória? A verdade é que não só Vitória, mas o próprio Calvino recuaria alarmado e,

orbc: mapa do ciências e epítome de

nova supei-estrutura. Pode acontecer que não apareça uma síntese, como é o caso

pedra de tiimulo dos atrevidos". Enquanto isso, cessavam cs Países Baixos Espanhóis de ser um campo de

da revolução econômica gerando a Re forma, e a desta reagindo sôbre a estru tura econômica. Às vezes pode acon

ação e experiência do capitalismo, por

tecer que a superestrutura ideológica re sista à injimção da estrutura. Então, o conflito não se resolve, e temos o caso

nbava-sc agora o predomínio indiscutí vel dc um espírito contrário à prática capitalista. Se não contrário, pelo menos

[

hesitante quanto à moralidade das novas instituições econômicas.

Com o Duque de Alba sc impunha, novamente, a intransigente moral escolástica; com ela não havia lugar para a

talvez, como o autor de outra revolução na teoria econômi

dubiedade da prática econômica e da regra moral. A norma religiosa informa

ca, se voltaria para os que

va novamente a vida econômica. Mas com isso também se estabelecia — e aí

popularizaram

e

avançaram

135

enrcdo.s, pedra de toque dos atentos e

que ao lado das razões econômicas ali-

Suma Teológica; e mais rigoroso, ex cessivamente severo, aparece Francisco

I e para o campo prático. Não se

%

DiGESTO EcONÓ\nCO

Econókhco

a contradição fundamental que levaria

espanhol e português e teríamos o fran cês, se os Imgucnotes não tivessem so

lucionado a contradição e apresentado a síntese. Nos casos holandês e inglês o que temos é uma relação estruturasuperestrutura resolvida pelo calvinismo e pelo puritanismo.

De qualquer modo, o fato c que o empréstimo passa a ser legal e encontra, no século XVII, em pleno desenvolvi mento e apogeu holandês, um advogado intransigente e sem reser\'as, Claude

economia.

demasiadamente seus princí

zes concedidas por Calvino

pios, com o protesto: Eu não

Antuérpia à sua decadência — o confli

Saumaise (1633-1667). Com De Usu-

sou calvinista.

to entre o novo mundo econômico e a velha ordem econômica. Os do Norte,

ris liher (Eizevier, 1638) e De modo usnrarum liher (Elzevier, 1639), Sau

os que partiam para Amsterdam, leva vam consigo, com a conversão ao calvinismo, uma nova certeza, a de que

maise dá o passo decisivo, insistindo es pecialmente sôbre o empréstimo marí timo, porque êste interessa aos mercado

era lícita a prática comercial que exer

res de Amsterdam.

De acôrdo com as liberali

Os países reformados são os

® empréstimo, havia mais contradição.

grandes impulsionadores do

Ds homens de negócios sen-

capitalismo comercial, en quanto que nos países domi

De™; N

»fegar.K,t" p n„n novas praticas comerciais ao-j T.ç

vifnS

turü

^ licença calvinista, especulações e da bôlsa.

onde a Reforma acabou

^ deforma corresponde à estru-

oiip na mesma época, revolução preços afeta ,dos a Europa.

Mas, nos países católicos, que nenna-

S™ anfi-eapitalista, o confiito per-' Z

tjdZ l'T consulhm ultam 'os

"O-Jo os

t oonsciènda, confessores e teólogos da

Aidade, respondem com severida' em nenhuma concessão às novas

nados pelo catolicismo as ins tituições comerciais não se podem de

senvolver livremente. Funda-se logo o Banco de Amsterdam (1609) e as pri meiras sociedades por ações surgem. A melhor descrição, o mais exato retrato econômico e moral das especulações da

ciam.

Os países católicos como Espanha e Portugal não iam resolver a antítese. Permaneceriam no conflito gerado entre uma nova estrutiua econômica e uma

Foi sobretudo por influência das Pro

víncias Unidas, como diz Hauser, que

se produziu a evolução do puritanismo inglês para a liberdade individualista e capitalista. Muito mais tarde, na época do capitalismo financeiro, Bentham de

fenderá a liberdade absoluta para a

obra, que já tivemos ocasião de comen

desesperada resistência moral e religio sa. Esta a nova contribuição que se extrai da tese de Weber, mesmo que

tar nesta revista, Confusion de Conftisiones, escrita e publicada em 1388

não fosse esta sua intenção: não há dúvida científica na relação estrutura-

como em Portugal, foi sempre pecado

por Joseph de Ia Vega.

superestrutura. Apenas, nem sempre a

danado. Só o Visconde de Cairu a de

estrutura tem fôrça para modelar uma

fendeu, seguindo Bentham.

Bôlsa de Amsterdam se

encontra na

Nela se toma conhecimento, como diz

o autor, "de um negócio enigmático, que é o mais real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o mais in

fame que conhece o mundo, o mais fino e o mais grosseiro que exercita o

usura, livre de taxas e de interferências

morais ou estatais. A usura, no Brasil


DíGf.STO Ecunomico

THOMASJEFFERSON ESCUDO DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS

E APÓSTOLO DO REGIME FEDERAL Rodrigo Soariís jÚNion

lia dc i.rigom gaulcsu e com três iterações na terra americana, três gerações em ín-

limo cantacto com o solo, o que explica

n identificação dessa estirpe com os inais arraigatlos sentimentos da grci co lonial.

No alto da colina de Monticelo, em meio de um cenário gracioso e românti co, ergue-se a mansão de Thomas Jef-

ferson. Museu e centro de turismo, é objeto de grande \'eneraçáo e constitui um dos relicários cívicos dos Estados Unidos.

Essa vivenda, curioso amálgama de ^'"Quitetiira, meio templo grego e meio casa de campo, encimada de uma esPccie de cúpola de obsérvatório, ofere ce um aspecto barmonioso e aprazível

c diz bem com a paisagem em volta, paisagem ridente e hospitaleira da Vir gínia.

Pois foi nesse retiro senhoriál, de es-

blo rirginiano, que um dos mais emi

nentes vultos da história americana pas sou uma parte da e.xistência, após rauios anos de luta em prol da emáncipação e sua terra e a glória imorredOura de

3\er redigido da própria mão a De^ tração da Independência.

econômica para empregar o braço servil não afetaram a espontaneidade dc seu jiberalismo. Aceitou os falo.s, comba

tendo .sempre o princípio tom, grandes argumentos dc fundo Iiumano e .social.

Êsse entranhado liberalismo, ao qual Jefferson se mostrará absolutamente fiel no decurso de uma longa vida de 83 anos, forma o "substratum" de .sua fi'o-

sofia política e o axioma a c|ue subordi

nará todos os seus atos públicos. Depo sitou sempre a maior fó e confiança no povo e encarou com irreprirriível aver

são as propensõcs para qimlcjuer poder pessoal ou despotismo. Idonlificado substancialmente com a idéia de que a lei e os governos devem apenas ratificar os direitos naturais, advogou esses pos tulados sem a menor quebra de coerên cia e, certamente, devido ao espaço de tempo relativamente longo em que afmou no período formativo da repúbbca ameri

cana, contribuiu grandemente para in

As imagens que popularizaram a casa c Monticelo geralmente a representarh Animada por figuras elegantes e fidalgas,

pátria o vivo e profundo .sentimento de repulsa, até hoje liotòriairiente. acen

a moda de Versalhes do século XVÍII.

tuado, contra todas as tentativas de for

Só que não reproduzem as dependências contíguas à casa, onde viviam os escra-

vos do grande latifundiário colonial, que chegaram a atingir o número de du zentos.

corporar na consciência cívica de sua

talecimento exagerado da autoridade es tatal.

A posteridade reconheceu a ex

traordinária ascendência que e.sse espiri to exerceu na massa dos seus concida

dãos e sancionou o julgamento dos que o

a lii.stória ensina que Jefferson, conformado com os costumes escra-

consideraram o apóstolo da democracia americana.

^'Ocráticos do sul, foi um precursor do abolicionismo e um espírito profunda e

Grande figura da nobiliarquia colonial, nasceu Jefferson a 2 de abril de 1743,

-^'nc-eramente liberal. As razões de ordem

em Shedwel, ria Virgínia, de uma famí-

,

. .

1

C) mais velho dc sctt- innaos, recebeu

Tiioinas uma cducaçãt) aiírimorada no famoso colégio dc Wi! iamshurgo. Com líiestrcs seletos estudou letras, artes, cícnci-.iK, fi osüfia, niutemálica. Seguiu um curso impregnado do melhor classici.smo c, aos dezes sete anos, com

a

moldura int(«'ccl-nal dc todas essas disci plinas, iniciou a pre

paração jurídicn paTi\ alcançar o titulo

da \'irgínia o que foi ouvido por Jeffer son.

.A semente caiu numa consciência pre

disposta á luta o num momento cm que,

dia a dia, se agrava\ am os incidentes en- , tre o govêrno inglês e os seus súditos de além-mar.

Acha\am-se em colisão

homens do mesmo sangue e possuídos de igvuil tenacidade na defesa dos seus di reitos. O rei George IIL autoritário e

teimosó, forcejava por restabelecer poderes da coroa incompatíveis com os di reitos do parlamen

to. E' o parlamento, separado pelas lu-^ tas dc facções, con tinha muitos mem

bros servis e cornip-

tos. No que todos

de advogado.

esta\'am de acôrdo, era em coagir as co

nhecimento das leis

lônias da América a contribuir para a

Adquiriu sólido co

e uma lógica segura

para discutir c inter pretar os textos, mus, como advogado, rc.i-

scntiu-se dc um tal ou qual embaraço dc pa'avra que o intimidava. Estava mais indicado para

manutenção das tro

pas inglesas, sob o pretexto de que se tratava de uma de fesa comum.

Tais inabiÜdades

repercutiram os

colonos

entre e

aos

a magistratura e a

poucos foram aba lando o sentimento de lealismo para conà

condado de Albermare.

a mãe-pátfia. Econòmicamente, as colônias se su

política e obteve a nomeação de juiz do - O ano de 176.5 marca uma data impor

tante na vida de Jefferson e nas relações

entre a Inglaterra e as suas colônias da América. A metrópole tentava aplicar tributos em oposição à vcha praxe bri tânica de não haver "taxação sem repre sentação". A Lei do Solo, o "Stamp

jeitavam de bom grado a muitas restri ções e eram consiunidores pacientes a indústria inglesa. Mas, assim que se questionaram princípios, o litígio as sumiu uma feição irremediável e origi

nou, a princípio, os nia'-entendidos e

Act" desgostava e irritava o povo e sus

depois os ódios, que levam à guerra.

citava protestos enérgicos, como o la vrado por Palrick llenr)' na Assemb éia

te à Assembléia da Virgínia, coube R

Escolhido em 1769 como representan


DíGf.STO Ecunomico

THOMASJEFFERSON ESCUDO DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS

E APÓSTOLO DO REGIME FEDERAL Rodrigo Soariís jÚNion

lia dc i.rigom gaulcsu e com três iterações na terra americana, três gerações em ín-

limo cantacto com o solo, o que explica

n identificação dessa estirpe com os inais arraigatlos sentimentos da grci co lonial.

No alto da colina de Monticelo, em meio de um cenário gracioso e românti co, ergue-se a mansão de Thomas Jef-

ferson. Museu e centro de turismo, é objeto de grande \'eneraçáo e constitui um dos relicários cívicos dos Estados Unidos.

Essa vivenda, curioso amálgama de ^'"Quitetiira, meio templo grego e meio casa de campo, encimada de uma esPccie de cúpola de obsérvatório, ofere ce um aspecto barmonioso e aprazível

c diz bem com a paisagem em volta, paisagem ridente e hospitaleira da Vir gínia.

Pois foi nesse retiro senhoriál, de es-

blo rirginiano, que um dos mais emi

nentes vultos da história americana pas sou uma parte da e.xistência, após rauios anos de luta em prol da emáncipação e sua terra e a glória imorredOura de

3\er redigido da própria mão a De^ tração da Independência.

econômica para empregar o braço servil não afetaram a espontaneidade dc seu jiberalismo. Aceitou os falo.s, comba

tendo .sempre o princípio tom, grandes argumentos dc fundo Iiumano e .social.

Êsse entranhado liberalismo, ao qual Jefferson se mostrará absolutamente fiel no decurso de uma longa vida de 83 anos, forma o "substratum" de .sua fi'o-

sofia política e o axioma a c|ue subordi

nará todos os seus atos públicos. Depo sitou sempre a maior fó e confiança no povo e encarou com irreprirriível aver

são as propensõcs para qimlcjuer poder pessoal ou despotismo. Idonlificado substancialmente com a idéia de que a lei e os governos devem apenas ratificar os direitos naturais, advogou esses pos tulados sem a menor quebra de coerên cia e, certamente, devido ao espaço de tempo relativamente longo em que afmou no período formativo da repúbbca ameri

cana, contribuiu grandemente para in

As imagens que popularizaram a casa c Monticelo geralmente a representarh Animada por figuras elegantes e fidalgas,

pátria o vivo e profundo .sentimento de repulsa, até hoje liotòriairiente. acen

a moda de Versalhes do século XVÍII.

tuado, contra todas as tentativas de for

Só que não reproduzem as dependências contíguas à casa, onde viviam os escra-

vos do grande latifundiário colonial, que chegaram a atingir o número de du zentos.

corporar na consciência cívica de sua

talecimento exagerado da autoridade es tatal.

A posteridade reconheceu a ex

traordinária ascendência que e.sse espiri to exerceu na massa dos seus concida

dãos e sancionou o julgamento dos que o

a lii.stória ensina que Jefferson, conformado com os costumes escra-

consideraram o apóstolo da democracia americana.

^'Ocráticos do sul, foi um precursor do abolicionismo e um espírito profunda e

Grande figura da nobiliarquia colonial, nasceu Jefferson a 2 de abril de 1743,

-^'nc-eramente liberal. As razões de ordem

em Shedwel, ria Virgínia, de uma famí-

,

. .

1

C) mais velho dc sctt- innaos, recebeu

Tiioinas uma cducaçãt) aiírimorada no famoso colégio dc Wi! iamshurgo. Com líiestrcs seletos estudou letras, artes, cícnci-.iK, fi osüfia, niutemálica. Seguiu um curso impregnado do melhor classici.smo c, aos dezes sete anos, com

a

moldura int(«'ccl-nal dc todas essas disci plinas, iniciou a pre

paração jurídicn paTi\ alcançar o titulo

da \'irgínia o que foi ouvido por Jeffer son.

.A semente caiu numa consciência pre

disposta á luta o num momento cm que,

dia a dia, se agrava\ am os incidentes en- , tre o govêrno inglês e os seus súditos de além-mar.

Acha\am-se em colisão

homens do mesmo sangue e possuídos de igvuil tenacidade na defesa dos seus di reitos. O rei George IIL autoritário e

teimosó, forcejava por restabelecer poderes da coroa incompatíveis com os di reitos do parlamen

to. E' o parlamento, separado pelas lu-^ tas dc facções, con tinha muitos mem

bros servis e cornip-

tos. No que todos

de advogado.

esta\'am de acôrdo, era em coagir as co

nhecimento das leis

lônias da América a contribuir para a

Adquiriu sólido co

e uma lógica segura

para discutir c inter pretar os textos, mus, como advogado, rc.i-

scntiu-se dc um tal ou qual embaraço dc pa'avra que o intimidava. Estava mais indicado para

manutenção das tro

pas inglesas, sob o pretexto de que se tratava de uma de fesa comum.

Tais inabiÜdades

repercutiram os

colonos

entre e

aos

a magistratura e a

poucos foram aba lando o sentimento de lealismo para conà

condado de Albermare.

a mãe-pátfia. Econòmicamente, as colônias se su

política e obteve a nomeação de juiz do - O ano de 176.5 marca uma data impor

tante na vida de Jefferson e nas relações

entre a Inglaterra e as suas colônias da América. A metrópole tentava aplicar tributos em oposição à vcha praxe bri tânica de não haver "taxação sem repre sentação". A Lei do Solo, o "Stamp

jeitavam de bom grado a muitas restri ções e eram consiunidores pacientes a indústria inglesa. Mas, assim que se questionaram princípios, o litígio as sumiu uma feição irremediável e origi

nou, a princípio, os nia'-entendidos e

Act" desgostava e irritava o povo e sus

depois os ódios, que levam à guerra.

citava protestos enérgicos, como o la vrado por Palrick llenr)' na Assemb éia

te à Assembléia da Virgínia, coube R

Escolhido em 1769 como representan


138

Jefferson ler o discurso inaugural ao go vernador. Em geral tais orações serviam

para homenagens e panegíricos à coroa.

Jefferson quebrou a praxe e desabafou «ma série de verdades relativas aos di reitos coloniais e às arbitrariedades do rei e do parlamento de Londres.

Essa peça foi naturalmente conside

ra^ como incitação à desobediência e ate à rebeMia.

O casamento de Jefferson, em 1771,

Digesto Econóndco

Na marcha desses eventos aprcscnta-se em plena claridade a linha de coerência

e a firmeza moral de Jefferson. Ele atua sempre em conformidade com os .seritimentos continentais.

Scntc-se intensa

mente ligado à terra de nascimento. Se

se debatesse a questão sob um ponto-de-

vista jurídico mais atual, diríamos que nôle preponderavam os apelos do "jus soli", ao contrário de muitos conterrâ

neos dominados pela atração do '"j*us com uma viúva de 23 anos, Marthá - sanguínis" com a Inglaterra. í«elton, coincide com uma nova fase de Êsse amor e a vinculação orgânica à sua vida pública. Não era homem daterra natal encontravam nôle, como em 0 a transigir ou tergiversar. Enquanto, ua atmosfera colonial, muitas vozes pre muitos homens do sul, uma tendência correspondente na esfera das idéias po conizavam um pacifismo dócil e confor-

n^ado em face da "mãe-pátria", Thomas repudiava êsse procedimento e aparecia

sistir em nome de direitos impostergá^eis, à tirania estrangeira.

Tirania estrangeira! Já se distanciavam assim os ínglêses daquém e da'ém Atlân-

'^co e, no seio dos próprios Estados da América, os habitantes se separavam em patriotas e "tories", estes últimos consi

derando-se lealistas à Inglaterra e aá^crsos a qualquer revolta.

percussão em que reclamava "um povo

liberto das tradições servis do velho mun do".

Em face dc tão violenta reação, a

Jnglaterra, cm seguida ao uso das leis

punitivas e das leis "intoleráveis", deci diu apelar para a fôrça e castigar os "rebc dcs". Em 1775, o pequeno recon-

tro dc Loxington entre os rcgularcs bri tânicos e um grupo de "minutemen", o conflito, mas o primeiro gesto puni tivo foi o bainbardeio do porto de Nor folk, bárbara medida contra a popula

do "self government". Nos instantes de crise e em contras

nental de redigir a Declaração da Toma da de Armas, formu'ou em têrmos e'oqüentes as razões determinantes da luta e a deliberação de um povo livre de re-

das colônias e a rebeldia separatista sc

efetivaram consoante a pregação de Thomas Painc, um ing'ês dissidente, autor de um outro panfleto dc imensa re

das do norte, muito enlaçadas com os in-

como demagoga e extremista por muios elementos das classes ricas e cultas. Em 1773, organizaram-se os comitês e correspondência, primeiro lineamen-

comitê incumbido pelo Congresso Conti

A união

guerrilheiros americanos, abriu de fato

como líder da corrente radical, vitupera-

responsabilidade decisiva. Membro do

tir os aspectos de um govêrno de suces são e de um órgão inimigo.

líticas. Mais cedo do que certas cama

terêsses comerciais da metrópole, os ho

0 da rêde conspiratória contra a In glaterra e, dois anos mais tarde, a situaÇao piorou sobremodo e malograram as ultunas tentativas de conciliação. A 21 c Julho de 1775, Jefferson aceitou uma

139

Dicesto Econômico

mens do sul cultivaram as prerrogativas te com os americanos inclinados para

as soluções suasórias, Jefferson, que le vava a independência no subconsciente, preferiu as atitudes positivas. Para ele,' as colônias não tinham que sohcitar' senão que exigir direitos irrecusáveis, co

mo demonstrou no panfleto "Vista'Su mária dos Direitos da América Britânica .

. Reeditado na Inglaterra, êsse panfle to alcançara grande êxito e ajudara a aumentar o número dos simpatizantes da causa americana. Alias, esta caminhava

de acôrdo com as tendências radicais

de Jefferson e desde o dia fatal do Mas

sacre de Boston, em 1770, repetiramse amíúde os choques e atritos entre o povo das colônias e a Grã-Bretanha. O primeiro Congresso Continental de Fi-

ladéTia, ainda que convocado sob certos auspícios de boa vontade, para harmoni zar os contendores, não tardou em reves

ção civil, tocada de seus lares pelos in cêndios.

Êste prólogo brutal não dei.xou mais

lugar para o dualismo sentimental. Po sições hesitantes e quaisquer resquícios de fidelidade à Grã-Bretanha tomaram o colorido de uma traição aos olhos dos

patriotas. Os "lealistas", tratados co-

írlp suspeitos, passaram a ser vigiados

como se faz hoje aos quinta-colunas. jqo correr da luta muitos entrarão nas fi leiras britânicas. Perseguidos, conde nados ao confisco dos respectivos bens, êsses americanos dissidentes serão qua lificados por Washington de "abominá veis parricidas". Pràticamente titulares de uma nova

soberania, em be igerância com uma po tência opressora, os americanos, por in termédio de seus representantes ao Con

gresso de Filadélfia, assentaram os p'a-

«

4:

4:

A luta pela independência não podia enquadrar-se nos limites de uma insur

reição banal nem cs dirigentes america nos admitiam passar por simples insur gentes.

A separação da mãe-pátria era um ato solene para o qual se apontavam ra zões transcendentes de ordem moral.

Era um povo que reirindicava princípios de honra e de liberdade, transgredidos por um go\"êmo que se pusera fora da lei. O mundo precisava conhecer as re

levantes justificatÍNTis em que se funda\'am as colônias para rejeitar defi nitivamente a autoridade da Grã-Breta nha.

Jefferson, nessa contingência tão gra ve, que é justamente considerada um dos cumes da história universal, foi o

autor de um documento magistral em

que se gravaram, numa linguagem de acentos Wblicos e de concisão romana,

um tremendo libelo contra a Inglaterra e a mais impressionante formulação que se conheça dos direitos humanos.

Vamos reproduzir o magnífico intróito dessa "Declaração da Independência". Por mais conhecido que se afigure, con vém relembrar essas palavras: — "Quando no curso de eventos huma nos se torna necessário para um povo

dissolver os vínculos políticos que o li gavam a outro e assumir entre as potên cias da terra o lugar igual e separado a que o destinam as leis da natureza e da natureza de Deus"^ um respeito' decente às opiniões da coletividade humana or

dena que se declarem as causas que o impelem à separação. Temos essas verdades como eviden

nos de campanha e os trâmites da defesa

tes por si mesmas, que todos os homens

comum.

são criados iguais, que são dotados pelo


138

Jefferson ler o discurso inaugural ao go vernador. Em geral tais orações serviam

para homenagens e panegíricos à coroa.

Jefferson quebrou a praxe e desabafou «ma série de verdades relativas aos di reitos coloniais e às arbitrariedades do rei e do parlamento de Londres.

Essa peça foi naturalmente conside

ra^ como incitação à desobediência e ate à rebeMia.

O casamento de Jefferson, em 1771,

Digesto Econóndco

Na marcha desses eventos aprcscnta-se em plena claridade a linha de coerência

e a firmeza moral de Jefferson. Ele atua sempre em conformidade com os .seritimentos continentais.

Scntc-se intensa

mente ligado à terra de nascimento. Se

se debatesse a questão sob um ponto-de-

vista jurídico mais atual, diríamos que nôle preponderavam os apelos do "jus soli", ao contrário de muitos conterrâ

neos dominados pela atração do '"j*us com uma viúva de 23 anos, Marthá - sanguínis" com a Inglaterra. í«elton, coincide com uma nova fase de Êsse amor e a vinculação orgânica à sua vida pública. Não era homem daterra natal encontravam nôle, como em 0 a transigir ou tergiversar. Enquanto, ua atmosfera colonial, muitas vozes pre muitos homens do sul, uma tendência correspondente na esfera das idéias po conizavam um pacifismo dócil e confor-

n^ado em face da "mãe-pátria", Thomas repudiava êsse procedimento e aparecia

sistir em nome de direitos impostergá^eis, à tirania estrangeira.

Tirania estrangeira! Já se distanciavam assim os ínglêses daquém e da'ém Atlân-

'^co e, no seio dos próprios Estados da América, os habitantes se separavam em patriotas e "tories", estes últimos consi

derando-se lealistas à Inglaterra e aá^crsos a qualquer revolta.

percussão em que reclamava "um povo

liberto das tradições servis do velho mun do".

Em face dc tão violenta reação, a

Jnglaterra, cm seguida ao uso das leis

punitivas e das leis "intoleráveis", deci diu apelar para a fôrça e castigar os "rebc dcs". Em 1775, o pequeno recon-

tro dc Loxington entre os rcgularcs bri tânicos e um grupo de "minutemen", o conflito, mas o primeiro gesto puni tivo foi o bainbardeio do porto de Nor folk, bárbara medida contra a popula

do "self government". Nos instantes de crise e em contras

nental de redigir a Declaração da Toma da de Armas, formu'ou em têrmos e'oqüentes as razões determinantes da luta e a deliberação de um povo livre de re-

das colônias e a rebeldia separatista sc

efetivaram consoante a pregação de Thomas Painc, um ing'ês dissidente, autor de um outro panfleto dc imensa re

das do norte, muito enlaçadas com os in-

como demagoga e extremista por muios elementos das classes ricas e cultas. Em 1773, organizaram-se os comitês e correspondência, primeiro lineamen-

comitê incumbido pelo Congresso Conti

A união

guerrilheiros americanos, abriu de fato

como líder da corrente radical, vitupera-

responsabilidade decisiva. Membro do

tir os aspectos de um govêrno de suces são e de um órgão inimigo.

líticas. Mais cedo do que certas cama

terêsses comerciais da metrópole, os ho

0 da rêde conspiratória contra a In glaterra e, dois anos mais tarde, a situaÇao piorou sobremodo e malograram as ultunas tentativas de conciliação. A 21 c Julho de 1775, Jefferson aceitou uma

139

Dicesto Econômico

mens do sul cultivaram as prerrogativas te com os americanos inclinados para

as soluções suasórias, Jefferson, que le vava a independência no subconsciente, preferiu as atitudes positivas. Para ele,' as colônias não tinham que sohcitar' senão que exigir direitos irrecusáveis, co

mo demonstrou no panfleto "Vista'Su mária dos Direitos da América Britânica .

. Reeditado na Inglaterra, êsse panfle to alcançara grande êxito e ajudara a aumentar o número dos simpatizantes da causa americana. Alias, esta caminhava

de acôrdo com as tendências radicais

de Jefferson e desde o dia fatal do Mas

sacre de Boston, em 1770, repetiramse amíúde os choques e atritos entre o povo das colônias e a Grã-Bretanha. O primeiro Congresso Continental de Fi-

ladéTia, ainda que convocado sob certos auspícios de boa vontade, para harmoni zar os contendores, não tardou em reves

ção civil, tocada de seus lares pelos in cêndios.

Êste prólogo brutal não dei.xou mais

lugar para o dualismo sentimental. Po sições hesitantes e quaisquer resquícios de fidelidade à Grã-Bretanha tomaram o colorido de uma traição aos olhos dos

patriotas. Os "lealistas", tratados co-

írlp suspeitos, passaram a ser vigiados

como se faz hoje aos quinta-colunas. jqo correr da luta muitos entrarão nas fi leiras britânicas. Perseguidos, conde nados ao confisco dos respectivos bens, êsses americanos dissidentes serão qua lificados por Washington de "abominá veis parricidas". Pràticamente titulares de uma nova

soberania, em be igerância com uma po tência opressora, os americanos, por in termédio de seus representantes ao Con

gresso de Filadélfia, assentaram os p'a-

«

4:

4:

A luta pela independência não podia enquadrar-se nos limites de uma insur

reição banal nem cs dirigentes america nos admitiam passar por simples insur gentes.

A separação da mãe-pátria era um ato solene para o qual se apontavam ra zões transcendentes de ordem moral.

Era um povo que reirindicava princípios de honra e de liberdade, transgredidos por um go\"êmo que se pusera fora da lei. O mundo precisava conhecer as re

levantes justificatÍNTis em que se funda\'am as colônias para rejeitar defi nitivamente a autoridade da Grã-Breta nha.

Jefferson, nessa contingência tão gra ve, que é justamente considerada um dos cumes da história universal, foi o

autor de um documento magistral em

que se gravaram, numa linguagem de acentos Wblicos e de concisão romana,

um tremendo libelo contra a Inglaterra e a mais impressionante formulação que se conheça dos direitos humanos.

Vamos reproduzir o magnífico intróito dessa "Declaração da Independência". Por mais conhecido que se afigure, con vém relembrar essas palavras: — "Quando no curso de eventos huma nos se torna necessário para um povo

dissolver os vínculos políticos que o li gavam a outro e assumir entre as potên cias da terra o lugar igual e separado a que o destinam as leis da natureza e da natureza de Deus"^ um respeito' decente às opiniões da coletividade humana or

dena que se declarem as causas que o impelem à separação. Temos essas verdades como eviden

nos de campanha e os trâmites da defesa

tes por si mesmas, que todos os homens

comum.

são criados iguais, que são dotados pelo


DiCESTO Econókuco

140

seu Criador de certos direitos inaliená

primogônitòs não comiam duas vÔ7.es

veis, entre os quais estão a vida,-a li

mais do que os irmãos. Essa atitude já prenunciava as feições

berdade e a procura da felicidade. Que para assegurar esses direitos, os gover nos .sáo instituídos entre homens, aqui nhoados de justos pòderes pelo consen timento dos governados. Que tôdas as vêzes que uma forma de govêmo se tor na destrutiva desses fins, cabe 'ao povo

superioridade econômica provinda do tra balho, porém, radicalmente infenso a

imortais princípios da Revolução FraoMarcou a 4 de julho de 1776 o aparecimento de uma nação e da pri meira democracia do mundo.

No mesmo ano, resignando o seu lugar no Congresso e eleito para a Assembléia ® Virgínia, Jefferson apresentou uma de. leis dignas de constituir um

código de princípios liberais. Nuiha

sociedade em que subsistiam muitos lai vos de sectarismo nas. crenças profes^oas e onde os interêssés económi-

povo, de ódio à tirania, vai ser uma das

grandes fôrças espirituais da nascente república. As suas idéias vão-se incor porar e se substanciar com a nação de

que êle foi um dos fundadores e que ba

00 primogênito, vibrava um golpe demsivo nas tradições da velha Inglaterra,

^arcava o fim das grandes fortunas agrá^as, transmitidas sem partilha. Jefferadepto da divisão das terras e de

odes os patrimônios, advogou a reparti do dos bens por igual entre todos os

'"hos, aduzindo sarcàsticamente que os

%

espírito liberal, dominado por um alto senso de humanitarismo.

Retirando-se a vida privada depois de largar o govêmo da Virgínia, Jefferson foi convidado em 1782 para o pôsto de ministro plenipolencíário e, no ano se

guinte, eleito novamente delegado ao

Congresso, onde presidiu o Comitê da

sôbre a guerra da Independência, o que excederia os limites deste breve es

bada por muitas complicações internas e

seus pares.

tudo. Contudo, é mister registrar a per

externas.

sistência com que a luta foi conduzida, de lado a Jado,.e, na própria opinião dos ing^êses, a superioridade, de ânimo e de dons militares dos comandantes ameri canos. .Washington foi um chefe de au

dácia incomparável e secundado por auxiliares de.valor, empenhados na mesma tática de golpes rápidos, sucessivos e im previstos que desnortearam os'cálculos

tar^ escravos. A última proposta, para

tando Nova York, Filadélfia e várias, ci dades do sul. Mas foram sempre contraatacados e colhidos pela rapidez das ma nobras americanas. A guerra acabou

decência e conforto e, em con.seqüôocia desse procedimento e cavalheirismo conquistou o respeito dos inimigos. Tais eram os traços permanentes do seu

Paz com a Grã-Bretanha e apresentou mn relatório totalmente ratificado pelos

dos exércitos e dos generais britâni

extinguir o morgadio, isto é, os direitoS

Alcançaram um êxito parcial conquis

empenliou-se junto do governador Hen ry para que fôssem tratados com mais

em Yorktoxvn e cessou também por mo tivo do cansaço da Inglaterra, assober

sugestivamente a coragem de reclamar, giosa, a separação completa da Igrô10 e do Estado e a proibição de impor-

O plano essencial dos inglêses era se-

parar as colônias do norte das do sul.

dos, em más eondiçõe.s de alojamento e saúde, num campo vizinho de Charlottsville e da residência dêle. Jefferson

com a capitulação do general Cormvallis

tizou com o evangelho da "Declaração". Não podemos entrar em pormenores

® de família se coligavam para con®6fvar antigos privilégios, sobressai bem e uma só vez, a absoluta liberdade re-

cípio com voluntários o combatentes

plina.

ditárias.

beralismo,- de tolerância, de respeito ao

vinte anos os Direitos do Homem e os

um exército aguerrido, formado, a prin

improvisados, heróicas, mas sem disci

Pois, esse democrata, expoente de li

Essa declaração precedeu de mais de

operação financeira e militar dos seus abados, acabou general-comandanto de

das do berço e das aristocracias here

govêmo, fundado etn princípios e com poderes de tal forma organizados que conseguir-lhe segurança e felicidade."

voltas surpreendentes. Washington, a poder de imensos sacrifícios, e com a co

todas as formas de desigualdade oriun

o direito de aboli-la e de instituir novo

lhe pareçam os mais apropriados para

I

do democratismo àmcricano, favorável à

141

Dioesto Econômico

cos.

,

Para sufocar a rebelião,,o govêmo in glês lançou mão. de .mercenários estran geiros, alemães de Hesse, e da aliança com os índios selvagens. Os americanos, por sua vez, valendo-se das rivalidades

européias, conseguiram o auxílio dos franceses e a contribuição inestimável de cliéfès como La Fayette. Com alter nativas diversas, a guerra se prolongou

Durante a guerra, os Estados então as

Por sua cultura, seu prestígio, e justa

reputação de conhecer a fundo as ques

sociados pelos frouxos laços do Congres

tões internacionais ligadas aos problemas

so Continental estreitaram um pouco

americanos, foi Jefferson designado pe lo Congresso, que já não era Cõntirien-

essa união muito precária, aprovando os

artigos da Confederação transformados em lei em 1781. Cada Estado guardava a sua soberania e independência, e o po der límitava-se a fazer requisições hs unidades confederadas. Jefferson, ar dente adepto da luta pela independên cia, sucedeu a Henry Patrick como go

tal e sim da Confederação, para partici

par da embaixada incumbida dé negociar o tratado de comérciò. Na capital francesa encohtro\i-se êle com Benjamim Franklin, personalidade

que desempenhara com êxito incomum a missão de representar as colônias e de

freu violentas acusações e ataques, mas

captar aüanças e simpatias. Franklin, extraordinàriamènte estimado e popular

recebeu, ao terminar a sua missão, uma

nos meios de elite da França e na pró

vernador da Virgínia. Nesse cargo, so

prova tocante de gratidão e reconheci

pria corte, torqara-se conío que um

mento da Assembléia. No decurso da luta, Jefferson, de uma

símbolo do novo Estado americano. Sim

feita, quase caiu prisioneiro de um gru

quistara por seu saber e inteligência a

po de cavalarianos inglêses. Em outra

ples, bonacheirão de aparência, con admiração das rodas de cientistas, lite

ratos e filósofos. E, como diplomata, usa

durante sete anos, entre vitórias e der

ocasião teve uma atitude que bem , re tratou a sua nobreza de índole. Alguns

rotas dos dois grupos, períodos de de-

milhares de prisimielros britânicos, captu-

cidade para granjear a cooperação polí

sespêro para cs americanos e rovira-

rado.s eiu Saratoga, estavam concentra

tica e militar da França contra a In-

ra de notáveis dotes de finüra e saga

^ ^


DiCESTO Econókuco

140

seu Criador de certos direitos inaliená

primogônitòs não comiam duas vÔ7.es

veis, entre os quais estão a vida,-a li

mais do que os irmãos. Essa atitude já prenunciava as feições

berdade e a procura da felicidade. Que para assegurar esses direitos, os gover nos .sáo instituídos entre homens, aqui nhoados de justos pòderes pelo consen timento dos governados. Que tôdas as vêzes que uma forma de govêmo se tor na destrutiva desses fins, cabe 'ao povo

superioridade econômica provinda do tra balho, porém, radicalmente infenso a

imortais princípios da Revolução FraoMarcou a 4 de julho de 1776 o aparecimento de uma nação e da pri meira democracia do mundo.

No mesmo ano, resignando o seu lugar no Congresso e eleito para a Assembléia ® Virgínia, Jefferson apresentou uma de. leis dignas de constituir um

código de princípios liberais. Nuiha

sociedade em que subsistiam muitos lai vos de sectarismo nas. crenças profes^oas e onde os interêssés económi-

povo, de ódio à tirania, vai ser uma das

grandes fôrças espirituais da nascente república. As suas idéias vão-se incor porar e se substanciar com a nação de

que êle foi um dos fundadores e que ba

00 primogênito, vibrava um golpe demsivo nas tradições da velha Inglaterra,

^arcava o fim das grandes fortunas agrá^as, transmitidas sem partilha. Jefferadepto da divisão das terras e de

odes os patrimônios, advogou a reparti do dos bens por igual entre todos os

'"hos, aduzindo sarcàsticamente que os

%

espírito liberal, dominado por um alto senso de humanitarismo.

Retirando-se a vida privada depois de largar o govêmo da Virgínia, Jefferson foi convidado em 1782 para o pôsto de ministro plenipolencíário e, no ano se

guinte, eleito novamente delegado ao

Congresso, onde presidiu o Comitê da

sôbre a guerra da Independência, o que excederia os limites deste breve es

bada por muitas complicações internas e

seus pares.

tudo. Contudo, é mister registrar a per

externas.

sistência com que a luta foi conduzida, de lado a Jado,.e, na própria opinião dos ing^êses, a superioridade, de ânimo e de dons militares dos comandantes ameri canos. .Washington foi um chefe de au

dácia incomparável e secundado por auxiliares de.valor, empenhados na mesma tática de golpes rápidos, sucessivos e im previstos que desnortearam os'cálculos

tar^ escravos. A última proposta, para

tando Nova York, Filadélfia e várias, ci dades do sul. Mas foram sempre contraatacados e colhidos pela rapidez das ma nobras americanas. A guerra acabou

decência e conforto e, em con.seqüôocia desse procedimento e cavalheirismo conquistou o respeito dos inimigos. Tais eram os traços permanentes do seu

Paz com a Grã-Bretanha e apresentou mn relatório totalmente ratificado pelos

dos exércitos e dos generais britâni

extinguir o morgadio, isto é, os direitoS

Alcançaram um êxito parcial conquis

empenliou-se junto do governador Hen ry para que fôssem tratados com mais

em Yorktoxvn e cessou também por mo tivo do cansaço da Inglaterra, assober

sugestivamente a coragem de reclamar, giosa, a separação completa da Igrô10 e do Estado e a proibição de impor-

O plano essencial dos inglêses era se-

parar as colônias do norte das do sul.

dos, em más eondiçõe.s de alojamento e saúde, num campo vizinho de Charlottsville e da residência dêle. Jefferson

com a capitulação do general Cormvallis

tizou com o evangelho da "Declaração". Não podemos entrar em pormenores

® de família se coligavam para con®6fvar antigos privilégios, sobressai bem e uma só vez, a absoluta liberdade re-

cípio com voluntários o combatentes

plina.

ditárias.

beralismo,- de tolerância, de respeito ao

vinte anos os Direitos do Homem e os

um exército aguerrido, formado, a prin

improvisados, heróicas, mas sem disci

Pois, esse democrata, expoente de li

Essa declaração precedeu de mais de

operação financeira e militar dos seus abados, acabou general-comandanto de

das do berço e das aristocracias here

govêmo, fundado etn princípios e com poderes de tal forma organizados que conseguir-lhe segurança e felicidade."

voltas surpreendentes. Washington, a poder de imensos sacrifícios, e com a co

todas as formas de desigualdade oriun

o direito de aboli-la e de instituir novo

lhe pareçam os mais apropriados para

I

do democratismo àmcricano, favorável à

141

Dioesto Econômico

cos.

,

Para sufocar a rebelião,,o govêmo in glês lançou mão. de .mercenários estran geiros, alemães de Hesse, e da aliança com os índios selvagens. Os americanos, por sua vez, valendo-se das rivalidades

européias, conseguiram o auxílio dos franceses e a contribuição inestimável de cliéfès como La Fayette. Com alter nativas diversas, a guerra se prolongou

Durante a guerra, os Estados então as

Por sua cultura, seu prestígio, e justa

reputação de conhecer a fundo as ques

sociados pelos frouxos laços do Congres

tões internacionais ligadas aos problemas

so Continental estreitaram um pouco

americanos, foi Jefferson designado pe lo Congresso, que já não era Cõntirien-

essa união muito precária, aprovando os

artigos da Confederação transformados em lei em 1781. Cada Estado guardava a sua soberania e independência, e o po der límitava-se a fazer requisições hs unidades confederadas. Jefferson, ar dente adepto da luta pela independên cia, sucedeu a Henry Patrick como go

tal e sim da Confederação, para partici

par da embaixada incumbida dé negociar o tratado de comérciò. Na capital francesa encohtro\i-se êle com Benjamim Franklin, personalidade

que desempenhara com êxito incomum a missão de representar as colônias e de

freu violentas acusações e ataques, mas

captar aüanças e simpatias. Franklin, extraordinàriamènte estimado e popular

recebeu, ao terminar a sua missão, uma

nos meios de elite da França e na pró

vernador da Virgínia. Nesse cargo, so

prova tocante de gratidão e reconheci

pria corte, torqara-se conío que um

mento da Assembléia. No decurso da luta, Jefferson, de uma

símbolo do novo Estado americano. Sim

feita, quase caiu prisioneiro de um gru

quistara por seu saber e inteligência a

po de cavalarianos inglêses. Em outra

ples, bonacheirão de aparência, con admiração das rodas de cientistas, lite

ratos e filósofos. E, como diplomata, usa

durante sete anos, entre vitórias e der

ocasião teve uma atitude que bem , re tratou a sua nobreza de índole. Alguns

rotas dos dois grupos, períodos de de-

milhares de prisimielros britânicos, captu-

cidade para granjear a cooperação polí

sespêro para cs americanos e rovira-

rado.s eiu Saratoga, estavam concentra

tica e militar da França contra a In-

ra de notáveis dotes de finüra e saga

^ ^


142

Dicesto Econômico

glaterra, na lula pela independência dos Estados.

O terreno para um representante da

América estava, sem dúvida, bem pre parado pelas virtudes e pela habilida de de Franldin, a quem Jefferson se refenu com muita elegância, dizendo: "É

um homem ao qual se sucede, mas que

nao se substitui". No entanto, ele soube continuar o obra de tão ilustre anteces sor, ganhando por sua vez a estima dos

cu-culos e dos salões mais em voga. hegundo o relato dos cronistas franceses o ilustre embaixador agiu sempre m ea ade e retidão impecável. Simpanzante do movimento liberal encabe-

^ o por nomes da mais alta valia men■; d'Alembert, Turgot, Condorri!.u ® nas filosóficas outros luminares novas e sociais, das Jefferson privou com êsses espíritos preeminentes e, como observador atento e lúcido, mpan ou os acontecimentos da Fran-

Anf^ TiP^rr, ^ ° j

ceava^r

liirmr.' ^ aconc

cÍDini;^

em Tr> rpm reconhecendo

p n T>f!T-7

precursores da revolução. desenrolavam com as-

inquietantes, re-

®*^geros da explosão revoanunciava e, por isso,

transação entre os prine a democracia França e o fulgo,amigo de suadacivihzação,

cientistas e escritores

Tinr» 1 ■ ®Jefferson °®P'talidade de seuos povo, ao deixava de anotar índi

ces de decadência e corrupção das velhas

ramente, uma frase que ficou célebre e impressionou muito a sensibilidade guulesa: "Todo homem tem duas pátrias: Nos anos em que esteve ausente da América, consumaram-se fatos decisivos

dos fascistas.

Merece ser um pouco analisado esse

General audacioso e obstinado na

liberalismo ingênito de Jefferson, muito distante de quaisquer sutilezas abstratas.

guerra, Washington, como governante,

Apesar de possuir uma notável cultura

cou o aparecimento da Confederação

dos Estados e a primeira brecha na in

isso, escolheu como primeiros auxíliares

cráticas, Jefferson não se entregou a

tegridade do Império Britânico, trans

homens de correntes contrárias e entre

nenhuma escola.

gou a Secretaria de Estado, encarregada

"ideólogo" no temperamento prático e combativo, que se orientou por uma sú mula de todos os princípios fundamen

correram períodos extremamente críticos para a jovem nação. Dificuldades de caráter quase insolúvel obstavam à

dos Negócios Exteriores, a Jefferson, e a Secretaria do Tesouro a Hamilton. Êsses dois homens se

unificação das treze colônias primitivas.

nas idéias de Locko e nas teorias fisio-

A

culo XVIII e os adaptou às necessidades de ação no meio americano.

gresso de Filadélfia esteve a pique de gorar e os representantes dos Estados discutiram e esmiuçaram renhidamente

as cláusulas da união. O espírito que prevalecia era o de um contrato primor

tesquieu e Vollaire foram

incorporadas e sintetizadas

no culto intransigente da liberdade de pensamento e no respeito ao povo, en tidade de onde emanam

fera propícia a educar a pública. riabitualíabituaopiníão publica,

dialmente condicionado à liberdade dos

signatários, absolutamente opostos a qual quer hierarquia de poder, riqueza, po

todos os poderes, como o consagrou a Constituição.

ram os americanos á liber dade e veemência no exa me e discussões dos assun

pulação ou capacidade política. Dife rentes pelo tamanho e recursos, queriam votar "per capita" e repudiavam qual

tos políticos.

O prestígio da opinião pú blica e o respeito à liberda de de empreendimento,

cas lançaram as bases da

cia possível do Estado,

com

Tais debates e polêmi

quer critério de proporcionalidade nos

sufrágios ou na influência respectiva.

organização partidária dos

Vencer tantos ciúmes e prevenções dos

Estados Unidos e sepa raram logo os "federalistas" de Hamilton dos 'republicanos" de Jefferson. Os primeiros pen

locaMsmos em prol de uma comunida de federal, transitar da pluralidade dis

diam para a concepção dò Estado forte a cujos poderes se subordina o indiví duo. Jefferson, todavia, destacava os di

mens superiores.

reitos do povo, as franquias do cidadão e as liberdades dos Estados. Para êle,

Com responsabilidades enormes, George Washington foi o primeiro presidente de uma nação recém-nascida e incumbi-

liLl w

As idéias

básicas de Rousseau, Mon-

taram num sentido cons trutivo, pois até nas exte riorizações de um desacôrdo fundamental contribuiram para instituir a atmos

gestação do pacto constitucional no Con

Não há nada de üm

tais do liberalismo do sé

mo govôrno, formaram oposições que se comple

cas muito diversas e profundamente ciu

mentas de suas regalias particulares.

geral e filosófica e de ser muito versado

detestavam acirradamente, mas, colaborando no mes

Pareceu por vezes impossível cimentar num corpo único regiões de característi

cracia.

um pais com o qual fratemizara since

mento de interpretação do sistema fede

mostrou-se cauteloso, prudente e incli nado a uma política de coalizão. Por

uma resultante maravilhosa da paciên cia, do tacto e da visão de alguns ho

dos, homenageado pelos círcu'os mais representaüvos da França e dizendo, de

deres que leva à tirania, fenômeno ve rificado ainda modernamente nos méto

do.

para a existência da nova república. Ter minada a fase de hostilidades que mar

143

pois se revelou o mais perfeito instru

rativo e do regime democrático no mun

persiva para uma associação orgânica, foi

Em 1789, voltou ele aos Estados Uni

do de aplicar a Constituição, que de

a sua e depois a França".

classes dominantes. Certos quadros da vi da social francesa lhe servirão de adver

tência contra as deformações da demo-

DiCESTo Econômico

a

menor

interferên

constituiram o sedimento primário da democracia 9-mericana, tão áxãda de

progresso como adversa à inquietude e à desordem.

Escritor de marca, de um estilo terso

e vigoroso do melhor cunho clássico,

Jefferson, sem pretensões a originalidade, expôs em várias obras, discursos, fo lhetos, ensaios, e numa volumosa cor

dtfender as autonomias locais era um

respondência, as suas principais idéias

meio de impedir a centralização de po-

político-sociais.


142

Dicesto Econômico

glaterra, na lula pela independência dos Estados.

O terreno para um representante da

América estava, sem dúvida, bem pre parado pelas virtudes e pela habilida de de Franldin, a quem Jefferson se refenu com muita elegância, dizendo: "É

um homem ao qual se sucede, mas que

nao se substitui". No entanto, ele soube continuar o obra de tão ilustre anteces sor, ganhando por sua vez a estima dos

cu-culos e dos salões mais em voga. hegundo o relato dos cronistas franceses o ilustre embaixador agiu sempre m ea ade e retidão impecável. Simpanzante do movimento liberal encabe-

^ o por nomes da mais alta valia men■; d'Alembert, Turgot, Condorri!.u ® nas filosóficas outros luminares novas e sociais, das Jefferson privou com êsses espíritos preeminentes e, como observador atento e lúcido, mpan ou os acontecimentos da Fran-

Anf^ TiP^rr, ^ ° j

ceava^r

liirmr.' ^ aconc

cÍDini;^

em Tr> rpm reconhecendo

p n T>f!T-7

precursores da revolução. desenrolavam com as-

inquietantes, re-

®*^geros da explosão revoanunciava e, por isso,

transação entre os prine a democracia França e o fulgo,amigo de suadacivihzação,

cientistas e escritores

Tinr» 1 ■ ®Jefferson °®P'talidade de seuos povo, ao deixava de anotar índi

ces de decadência e corrupção das velhas

ramente, uma frase que ficou célebre e impressionou muito a sensibilidade guulesa: "Todo homem tem duas pátrias: Nos anos em que esteve ausente da América, consumaram-se fatos decisivos

dos fascistas.

Merece ser um pouco analisado esse

General audacioso e obstinado na

liberalismo ingênito de Jefferson, muito distante de quaisquer sutilezas abstratas.

guerra, Washington, como governante,

Apesar de possuir uma notável cultura

cou o aparecimento da Confederação

dos Estados e a primeira brecha na in

isso, escolheu como primeiros auxíliares

cráticas, Jefferson não se entregou a

tegridade do Império Britânico, trans

homens de correntes contrárias e entre

nenhuma escola.

gou a Secretaria de Estado, encarregada

"ideólogo" no temperamento prático e combativo, que se orientou por uma sú mula de todos os princípios fundamen

correram períodos extremamente críticos para a jovem nação. Dificuldades de caráter quase insolúvel obstavam à

dos Negócios Exteriores, a Jefferson, e a Secretaria do Tesouro a Hamilton. Êsses dois homens se

unificação das treze colônias primitivas.

nas idéias de Locko e nas teorias fisio-

A

culo XVIII e os adaptou às necessidades de ação no meio americano.

gresso de Filadélfia esteve a pique de gorar e os representantes dos Estados discutiram e esmiuçaram renhidamente

as cláusulas da união. O espírito que prevalecia era o de um contrato primor

tesquieu e Vollaire foram

incorporadas e sintetizadas

no culto intransigente da liberdade de pensamento e no respeito ao povo, en tidade de onde emanam

fera propícia a educar a pública. riabitualíabituaopiníão publica,

dialmente condicionado à liberdade dos

signatários, absolutamente opostos a qual quer hierarquia de poder, riqueza, po

todos os poderes, como o consagrou a Constituição.

ram os americanos á liber dade e veemência no exa me e discussões dos assun

pulação ou capacidade política. Dife rentes pelo tamanho e recursos, queriam votar "per capita" e repudiavam qual

tos políticos.

O prestígio da opinião pú blica e o respeito à liberda de de empreendimento,

cas lançaram as bases da

cia possível do Estado,

com

Tais debates e polêmi

quer critério de proporcionalidade nos

sufrágios ou na influência respectiva.

organização partidária dos

Vencer tantos ciúmes e prevenções dos

Estados Unidos e sepa raram logo os "federalistas" de Hamilton dos 'republicanos" de Jefferson. Os primeiros pen

locaMsmos em prol de uma comunida de federal, transitar da pluralidade dis

diam para a concepção dò Estado forte a cujos poderes se subordina o indiví duo. Jefferson, todavia, destacava os di

mens superiores.

reitos do povo, as franquias do cidadão e as liberdades dos Estados. Para êle,

Com responsabilidades enormes, George Washington foi o primeiro presidente de uma nação recém-nascida e incumbi-

liLl w

As idéias

básicas de Rousseau, Mon-

taram num sentido cons trutivo, pois até nas exte riorizações de um desacôrdo fundamental contribuiram para instituir a atmos

gestação do pacto constitucional no Con

Não há nada de üm

tais do liberalismo do sé

mo govôrno, formaram oposições que se comple

cas muito diversas e profundamente ciu

mentas de suas regalias particulares.

geral e filosófica e de ser muito versado

detestavam acirradamente, mas, colaborando no mes

Pareceu por vezes impossível cimentar num corpo único regiões de característi

cracia.

um pais com o qual fratemizara since

mento de interpretação do sistema fede

mostrou-se cauteloso, prudente e incli nado a uma política de coalizão. Por

uma resultante maravilhosa da paciên cia, do tacto e da visão de alguns ho

dos, homenageado pelos círcu'os mais representaüvos da França e dizendo, de

deres que leva à tirania, fenômeno ve rificado ainda modernamente nos méto

do.

para a existência da nova república. Ter minada a fase de hostilidades que mar

143

pois se revelou o mais perfeito instru

rativo e do regime democrático no mun

persiva para uma associação orgânica, foi

Em 1789, voltou ele aos Estados Uni

do de aplicar a Constituição, que de

a sua e depois a França".

classes dominantes. Certos quadros da vi da social francesa lhe servirão de adver

tência contra as deformações da demo-

DiCESTo Econômico

a

menor

interferên

constituiram o sedimento primário da democracia 9-mericana, tão áxãda de

progresso como adversa à inquietude e à desordem.

Escritor de marca, de um estilo terso

e vigoroso do melhor cunho clássico,

Jefferson, sem pretensões a originalidade, expôs em várias obras, discursos, fo lhetos, ensaios, e numa volumosa cor

dtfender as autonomias locais era um

respondência, as suas principais idéias

meio de impedir a centralização de po-

político-sociais.


DlOESTO

144

A afirmativa capital do seu libera

lismo é que "o homem pertence mais a si mesmo que ao Estado".

Eis a

máxima que poderia ainda hoje ser\'ir de lema anti-totalitário e espelha o sen

ECONOKflC(í

entendenclü-!c, como tais, os- poclercs incMnados a legislar com excesso.

UicESTO Econômico

torial.

Jefferson, favonWel á 'imitação

dos poclere.s governativos, é inteiramen

A pr(»pricclndc, para um grande se

te contrário ao direito dc contrair dí

nhor agrário, é um direito uatiiral. Po rém, Jefferson, socialista a seu modo, ad\erte que a terra é um patrimônio co letivo e <juc gleba.s enormes nât) podem

7^

145

O govêrno de Washington, inleiuimeuto favorá\el aos feclemíistas de Hamil

ton, recebeu pela segunda vez o apoio cia naçao e o ilustre xarão foi reeleito.

Os escritos do grande democrata tem que ser considerados em função do tipo

permanecer inexplorada.s cm mãos de la

vidas que venham onerar as gerações futuras. Sábia prescrição, digna de ser ouvida cm irmilos países onde os go vernos desbaratam as finanças c o pa trimônio coletivo c legam aos vindouros

tifundiários ociosos. Em contraposição a

encargos pesados c quase insohiveis.

social dos Estados Unidos, no período em que a jovem nação oferecia uma pre dominância nitidamente agrícola. Contu

esse princípio, acha que sc deve ampliar o mais possível a pcrpicna propriedade, "a parte mais preciosa do Estado".*

mais tarde, com a eleição de Adams pa escolhido para vic^e-

ponsável da coisa pública?

do, há um lastro de idéias aplicáveis mo dernamente na grande democracia in dustrial, cuja prosperidade econômica

Em tôcla a obra do grande democra

Em 1800, a nação dirigida pelu polí tica do grupo republicano sufragou para

tido individualista persistente no fundo da democracia americana."

se esteia sobre a capitalismo "sui generis" da produção em massa. Na Améri ca hodiema prevalecem as organizações econômicas, mas procuram resistir à

rio de Estado do primeiro govêrno de

George Washington. Lembramos qomo

jugo das burocracias de moldes fascistas« Outras idéias continuam a ser plenamen

Cristo, firmou o axioma da liberdade ci

te vitoriosas. São as que se referem á

vil e do bom-scnso in.supcrável do po vo. Imp'antou no espírito dos sons. con-

invasão e ao controle do Estado e ao

liberdade do cidadão, ao seu direito in

violável de pen.sar alto e escrever o que sente, sem o temor de censuras da cons

tante supervisão de uma e.spionagem oficial.

O ilustre virginiano, desconfiado de tôdas as manobras que, direta ou indi retamente, podem levar ao despotismo,

proclama francamente a teoria dos direi

Vimos que fora escolhido para Secretá

ta dc.stacam-se sentenças incisivas, con

men". Sem sc filiar, como dissemos, a

se colocou, por princípio, em ativa con tradição c hostiMdade ao seu colega Ha milton, a ponto de ambos sc portarem como dois "gaios de briga", indefectivelmonte contrários em todos os assuntos de

cos. Hamilton queria, e não sem consis tentes razões, um govêrno federal mais forte, a fim de prevenir os perigos de uma união pcriclitante. Restaurou o cré

dito público e consolidou a.s finanças, nôsto que fazendo ás vezes inintencíonal-

de Napolcão e a. diplomacia secreta da

mente o jôgo dos negocistas e especula

Santa Aliança.

dores. Jefferson, aferrado aos dogmas do liberalismo e da Constituição, comba teu a Banco Nacional e concí-

tos naturais e nôles inclui essas fran

econômicas e, principalmente, exige qxie

quias da livre comunicação das idéias

a federação americana respeite a so

tou os Estados, como a Virgínia ê o Kentucky, a proclamarem que se arro-

e da irrestrita faculdade de "ir e vir". Como decorrência dêsre direito inviolá

berania dos Estados componentes, uina

gavam o direito, como entidades sobe

vel. de pensar, defendeu Jefferson a im prensa inúmeras vezes e, sobretudo, nes ta frase lapidar: "preferia uma imprensa sem

govêmo a iirn govêrno sem ini-

prensa .

Cuidado, portanto, com os governos

A insiu-transgressores dêsse.s ditames. "

reição é legítima contra os usurpadores.

vez que os melliores estímulos de pro gresso derivam do localismo e cada re gião faz bem mellior por si do que uma

ranas, de repelir e denunciar os abusos e infrações do poder federal. No campo

di.stante autoridade centralizadora. Dos

micas de imprensa desceram à mais in crível virulência de linguagem. Entre tanto, foram males por certa maneira benéficos, dado que estabeleceram o aca tamento definitivo às regalias do pensa

perigos da centralização e da ação coi*ruptora de um poder fundado sobre nma grande capacidade de criar e distribuir empregos, tivemos uma noção bem ex pressiva nas depravaçõGs do Estado dita-

a suprema magistratura o nome dc Jef ferson, num pleito em que a igualdade de votos com Aaron Burr obrigou ao desempate do caso pela Câmara dos Representante.s em trinta e seis turnos disputadíssimos.

. Elevado à Casa Branca, tomou posse política interna ou e.xtcrna, nas matérias de uma forma original. Dispensou to administrativas e nos problemas técni dos os cerimoniais de que George Wa

cidadão.s que os governos são nossos ser ventes c não nossos donos; revoltou-se contra os dc.stempcros dos monarcas e ditadores, contra as guerras sangrentas Quem exige o homem livre, pede li berdade para o comércio e as atividades

para dedicar-se um pouco aos negócios

agrícolas e aos seus estudos. Três anos

ra a presidência, foi Como aplicou o eminente democrata essas idéias como administrador e res ' presidente.

ceitos expressos nesse tom de moralismo e de pregação por onde se revela a educação inicial com pastores c "clergy. nenhum credo especial ou osco'a, Jef_ ferson, a quem sobrou a coragem de criticar as próprias palavras atribuídas a

A 31 de dezembro de 1793, Jofferson re signou o seu cargo e vo'tou à Monticolo,

político as lutas foram acesas e as polê

mento livre.

shington. muito rígido, aristocrata e cio so de etiqueta, fazia questão fechada. Se

guiu a cavalo para o Congresso e logo após o juramento perante o Presidente da Côrte Suprema, pronunciou um dis

curso inaugural de grande elevação na forma e no programa. Tranqüilizou seus adversários e mostrou a superioridade de carater e patriotismo que o inspirava.

Certos trechos dessa plataforma de go-

vemo merecem ser rememorados, pelos avisos judiciosos que encerram e a fran queza com que o novo Chefe de Estado

expunha os seus objetivos e intentes conci.iatonos. Um bom govêrno - dizia êle - deve impedir os cidadãos de se

prejudicarem, uns aos outros, e. no mais, dar-lhes liberdade para regularem seus proprios assuntos. Como prova de isen ção partidária, ajuntava: "Somos todos

republicanos, somos todos federalistas",

declarando que "uma absoluta aquies-


DlOESTO

144

A afirmativa capital do seu libera

lismo é que "o homem pertence mais a si mesmo que ao Estado".

Eis a

máxima que poderia ainda hoje ser\'ir de lema anti-totalitário e espelha o sen

ECONOKflC(í

entendenclü-!c, como tais, os- poclercs incMnados a legislar com excesso.

UicESTO Econômico

torial.

Jefferson, favonWel á 'imitação

dos poclere.s governativos, é inteiramen

A pr(»pricclndc, para um grande se

te contrário ao direito dc contrair dí

nhor agrário, é um direito uatiiral. Po rém, Jefferson, socialista a seu modo, ad\erte que a terra é um patrimônio co letivo e <juc gleba.s enormes nât) podem

7^

145

O govêrno de Washington, inleiuimeuto favorá\el aos feclemíistas de Hamil

ton, recebeu pela segunda vez o apoio cia naçao e o ilustre xarão foi reeleito.

Os escritos do grande democrata tem que ser considerados em função do tipo

permanecer inexplorada.s cm mãos de la

vidas que venham onerar as gerações futuras. Sábia prescrição, digna de ser ouvida cm irmilos países onde os go vernos desbaratam as finanças c o pa trimônio coletivo c legam aos vindouros

tifundiários ociosos. Em contraposição a

encargos pesados c quase insohiveis.

social dos Estados Unidos, no período em que a jovem nação oferecia uma pre dominância nitidamente agrícola. Contu

esse princípio, acha que sc deve ampliar o mais possível a pcrpicna propriedade, "a parte mais preciosa do Estado".*

mais tarde, com a eleição de Adams pa escolhido para vic^e-

ponsável da coisa pública?

do, há um lastro de idéias aplicáveis mo dernamente na grande democracia in dustrial, cuja prosperidade econômica

Em tôcla a obra do grande democra

Em 1800, a nação dirigida pelu polí tica do grupo republicano sufragou para

tido individualista persistente no fundo da democracia americana."

se esteia sobre a capitalismo "sui generis" da produção em massa. Na Améri ca hodiema prevalecem as organizações econômicas, mas procuram resistir à

rio de Estado do primeiro govêrno de

George Washington. Lembramos qomo

jugo das burocracias de moldes fascistas« Outras idéias continuam a ser plenamen

Cristo, firmou o axioma da liberdade ci

te vitoriosas. São as que se referem á

vil e do bom-scnso in.supcrável do po vo. Imp'antou no espírito dos sons. con-

invasão e ao controle do Estado e ao

liberdade do cidadão, ao seu direito in

violável de pen.sar alto e escrever o que sente, sem o temor de censuras da cons

tante supervisão de uma e.spionagem oficial.

O ilustre virginiano, desconfiado de tôdas as manobras que, direta ou indi retamente, podem levar ao despotismo,

proclama francamente a teoria dos direi

Vimos que fora escolhido para Secretá

ta dc.stacam-se sentenças incisivas, con

men". Sem sc filiar, como dissemos, a

se colocou, por princípio, em ativa con tradição c hostiMdade ao seu colega Ha milton, a ponto de ambos sc portarem como dois "gaios de briga", indefectivelmonte contrários em todos os assuntos de

cos. Hamilton queria, e não sem consis tentes razões, um govêrno federal mais forte, a fim de prevenir os perigos de uma união pcriclitante. Restaurou o cré

dito público e consolidou a.s finanças, nôsto que fazendo ás vezes inintencíonal-

de Napolcão e a. diplomacia secreta da

mente o jôgo dos negocistas e especula

Santa Aliança.

dores. Jefferson, aferrado aos dogmas do liberalismo e da Constituição, comba teu a Banco Nacional e concí-

tos naturais e nôles inclui essas fran

econômicas e, principalmente, exige qxie

quias da livre comunicação das idéias

a federação americana respeite a so

tou os Estados, como a Virgínia ê o Kentucky, a proclamarem que se arro-

e da irrestrita faculdade de "ir e vir". Como decorrência dêsre direito inviolá

berania dos Estados componentes, uina

gavam o direito, como entidades sobe

vel. de pensar, defendeu Jefferson a im prensa inúmeras vezes e, sobretudo, nes ta frase lapidar: "preferia uma imprensa sem

govêmo a iirn govêrno sem ini-

prensa .

Cuidado, portanto, com os governos

A insiu-transgressores dêsse.s ditames. "

reição é legítima contra os usurpadores.

vez que os melliores estímulos de pro gresso derivam do localismo e cada re gião faz bem mellior por si do que uma

ranas, de repelir e denunciar os abusos e infrações do poder federal. No campo

di.stante autoridade centralizadora. Dos

micas de imprensa desceram à mais in crível virulência de linguagem. Entre tanto, foram males por certa maneira benéficos, dado que estabeleceram o aca tamento definitivo às regalias do pensa

perigos da centralização e da ação coi*ruptora de um poder fundado sobre nma grande capacidade de criar e distribuir empregos, tivemos uma noção bem ex pressiva nas depravaçõGs do Estado dita-

a suprema magistratura o nome dc Jef ferson, num pleito em que a igualdade de votos com Aaron Burr obrigou ao desempate do caso pela Câmara dos Representante.s em trinta e seis turnos disputadíssimos.

. Elevado à Casa Branca, tomou posse política interna ou e.xtcrna, nas matérias de uma forma original. Dispensou to administrativas e nos problemas técni dos os cerimoniais de que George Wa

cidadão.s que os governos são nossos ser ventes c não nossos donos; revoltou-se contra os dc.stempcros dos monarcas e ditadores, contra as guerras sangrentas Quem exige o homem livre, pede li berdade para o comércio e as atividades

para dedicar-se um pouco aos negócios

agrícolas e aos seus estudos. Três anos

ra a presidência, foi Como aplicou o eminente democrata essas idéias como administrador e res ' presidente.

ceitos expressos nesse tom de moralismo e de pregação por onde se revela a educação inicial com pastores c "clergy. nenhum credo especial ou osco'a, Jef_ ferson, a quem sobrou a coragem de criticar as próprias palavras atribuídas a

A 31 de dezembro de 1793, Jofferson re signou o seu cargo e vo'tou à Monticolo,

político as lutas foram acesas e as polê

mento livre.

shington. muito rígido, aristocrata e cio so de etiqueta, fazia questão fechada. Se

guiu a cavalo para o Congresso e logo após o juramento perante o Presidente da Côrte Suprema, pronunciou um dis

curso inaugural de grande elevação na forma e no programa. Tranqüilizou seus adversários e mostrou a superioridade de carater e patriotismo que o inspirava.

Certos trechos dessa plataforma de go-

vemo merecem ser rememorados, pelos avisos judiciosos que encerram e a fran queza com que o novo Chefe de Estado

expunha os seus objetivos e intentes conci.iatonos. Um bom govêrno - dizia êle - deve impedir os cidadãos de se

prejudicarem, uns aos outros, e. no mais, dar-lhes liberdade para regularem seus proprios assuntos. Como prova de isen ção partidária, ajuntava: "Somos todos

republicanos, somos todos federalistas",

declarando que "uma absoluta aquies-


I

UHljpi

DlCESTf»

146

ci"ncia às drcisõns da maioria crn o prin cípio vílal das república'-". OiianJo às

linhas tzcrais de sua política, eram as seguintes: — "Igvial e exala ji:stí<a para todos os homens, de c{«a'''iif- Iv.-^ado ou

ECOK

Unidos, dc c.kIu go\rrrm cmpt):--ailo refomnir tôda a m/upuna adnúni'írali\'n c distribuir boas prcboulas entre os polítifjuciros cli-itorais. Era o cjuc se clianiava o "spcúl sistí-m", o sistema da

Dick .to

E<'On6mico 1-r

Quandi) os Estado.s Unidos fi;'cram a paz

Inglutcm. nos mares.

<ftm a Inglatiara, a.ssiuandu mn tratado

ac-ertou nes,,e ponto: os Estados Unidos ,se tornaram uma potóneia sem rival.

incriminado na França como umg es pécie dc traição ao pacto frauco-amcricano, Waslünglon, muito embora reconlicecndo o.s \ aliosos ser\ içx>s da França

p^dicão só

T registrar é que cabe a Jefferson o estadista intransigente da

soheranra dos Estados, a glória de l.aver aumentado a superfície e a fórça da Umao, dando aos Estados Unidos, por

confissão, religiosa om política; pav, co

espoliação. Cf)nib;itído na <'ntcminlc me

mercio e honesta nnbade com lódas as

diante leis favorá\<'Ís à estabilidade maior

na<,-õer;, aliança coinpromolcdora com ne

dos cmprcgo.s públicos. Tirantc essa par*^e de reação contra os

na guerra da indíq^icndêneía, pi ndeu para a p;iz. em separado com a Crã-Brclanha porque \"iu que os antigos aliados dos

funcionários do govr*r:u> anterior, Jeffer.son usou de grande Ifjler.mcia c optou

E':t;iclos Unidos não tlnlnim grande intero.sMc na cxpaiuão da nova república e

irnsorua um território de uma riqueza

pelo critério das capacitlade,:. A sua norma fundamental de go\-émo

queri;im até limitar-Mie o descnvol\-imcn-

ére.scimenlo e prpgresso.

difusão das informações c ju'gamento d'» todos o.s abusos no tribunal da razão pú blica; liberdade de religião, liberdade de

to territorial. Do modo que, assim qvie a

Reeleito em 1S04, Jefferson deparou

foi o -"ícnso da ecfinonna e a seleção rigo

Espanha cedeu à França n Luisiana,

no segundo govênio com mu-- difi

par ao orçamento as e\cessiva.s despe

imprensa, liberdade da pesso.a".

em 1800, c entregou a Bonapartc o por to dc Nova Orleans, a opinião america

sas militares. Mas a situação geral dos negócios mundiais contrariou esses pro

fobo cen.suniado, não hesitou cm declarar

nhuma; economia nos r.i-to': páb'icn';. para gmvar Icvc?mcnte o lT;ih;dho; paga

mento honesto das dívidas c preserssição sagrada da fé pública; amparo à agricul tura e ao comércif) como seu auxiliar;

"Se nos acontecer, em momentos de

rosa dos ga.slos ])úblicos. Oc.sejava pou

na scntiu-.se alertada e Jefferson, nngló-

uma quantia em dinheiro relativamente

mcaleulavel e infinitas possibilidades de

culdades pro\-enientcs da situação inter

nacional. O comércio americano era pre judicado, ora pelo conlròle inglês dos mares, ora pelos editos napoleònicos re ferentes ao bloqueio conüncntal. A jo

erro ou dc alarma — acrescentava — afas

pósitos.

tar-nos desses princípios, cuidemos logo

c|ue .SC a França ocnjxissc Nova Orleans

As guerras conseqüentes ;i Re\olução Francesa recrudesciam por fórça da am bição de Boriap;irtc, dc sorte a obrigar os

o.s Estados Unidos dcxcriain aliar-se i\

vem nação estava nu ponto de ter que

Grã-Bretanha.

Estados Unidos a posados sacrifícios pa

americanos, dc ordem econômica e de

fazer a giieiTa para ccmjervar o direito dc ficar neutra. Era uma continuidade de ultrajes e xiolações, de \nÍniosidadcs e

ra manterem o prestígio de uma nação nova o SC defcnclcrcm nas questões de

segurança militar. A presença da França, grande potência, nas próprias fronteiras

de regressar a eles e retomar o caminho

que é o único a levar-nos à paz, à li berdade e à segurança."

A obra administrativa empreendida por esse e.stadista foi das mais fecun

das c honestas. No começo da adminis tração, travaram-se agudos debates cm

virtude de o antecessor John Adams haver nomeado, nas últimas horas do quatriênio a findar, uma serie de fun

cionários e um número excessivo de jui

pendiosa e ininterrupta política de arma

da União era um "casus-bclli" latente.

Semelhante guerra, felizmente, foi re movida após uma série de negociações entre os Estados Unidos e a França, das

mentos.

quais resultou o maior negócio e a mais

entro os próprios Estados da União, visto

voraz dos dinlieiros arrecadados ao po vo. Jefferson viu-se coagido a levar em conta a preparação armada da União e

meia-noite" e Jefferson tiatou de faze-los

ao brilliante IlamlTon. De acórdo com

início desses processos de governo para premiar amigos e deixar nos postos fidelidades partidárias. Os tais juizes de ultima hora foram chamado.s "juizes da

obrigava os Estados Unidos a uma dis

sa época o armamcnti.smo era o "moloch"

demitir, insurgindo-se contra o método,

Era o

conxcrsas diplomáticas, cujo fim sempre

fronteiras no próprio continente, fá nes

fundou a gloriosa escola de West Point para a formação dos quadros militares do país. Não se descurou, entretanto, das finanças e apoiou os planos dc seu se cretário do Tesouro, um suiço naturali zado, AllDcit Gallatin, que pouco ficou a dever, em habilidade e competência,

zes para as côrtes distritais.

Muitos outros perigos alarmavam os

• vantajosa transação que um povo efe tuou no mundo: a compra da Luisiana

por sessenta milhões dc francos líquidos.

Os inconvenientes dessa situação che garam a provocar graves dissentimentos

que- o embargo sôbre a navegação, de cretado pelo governo federal, foi mal re cebido nas regiões mais comerciais e de

terminou uma crise nos negócios e o de

Foi uma aqui.^iição por todos os efeitos do um a'canco extraordinário c que Bo

semprego em massa dos marítimos-

napartc bem compreendeu o só aceitou porque antevia, com faro que não en ganava, que era melhor uma operação

armadores e negociantes preferiram arcar com os iJcrigos dos' bloqueios e das cap turas dos navios pelos beligerantes a fi

mercantil do que perder pela força aquilo que os americanos fatalmente se

carem inertes e paralisados.

bom conhecido em outros países, que

êsse plano, continuou a consolidação

consiste, no Congresso ou nos palácios de governos, em fazer leis apressada.s ou no meações "ao apagar das luzes". Os de bates versaram também sobre a práti

do crédito nacional e providenciou a constituição de fundos de resgate da dí vida pública. Questões muito sérias se origlnarai

O consolo único de Bonaparte era que ''pensava, com a venda da Luisiana, fa

ca, depois muito comum nos Estados

em virtude da situação das fronteiras.

zer dos Estados Unidos o futuro rival da

riam levados a conquistar.

Os

Nos assuntos da admini-slração inter na importa salientar as direirizes sadias

da gestão financeira e a preocupação sem pre moralizadora de Jefferson. Como lhe coubera a g ória de aumentar o taina-


I

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DlCESTf»

146

ci"ncia às drcisõns da maioria crn o prin cípio vílal das república'-". OiianJo às

linhas tzcrais de sua política, eram as seguintes: — "Igvial e exala ji:stí<a para todos os homens, de c{«a'''iif- Iv.-^ado ou

ECOK

Unidos, dc c.kIu go\rrrm cmpt):--ailo refomnir tôda a m/upuna adnúni'írali\'n c distribuir boas prcboulas entre os polítifjuciros cli-itorais. Era o cjuc se clianiava o "spcúl sistí-m", o sistema da

Dick .to

E<'On6mico 1-r

Quandi) os Estado.s Unidos fi;'cram a paz

Inglutcm. nos mares.

<ftm a Inglatiara, a.ssiuandu mn tratado

ac-ertou nes,,e ponto: os Estados Unidos ,se tornaram uma potóneia sem rival.

incriminado na França como umg es pécie dc traição ao pacto frauco-amcricano, Waslünglon, muito embora reconlicecndo o.s \ aliosos ser\ içx>s da França

p^dicão só

T registrar é que cabe a Jefferson o estadista intransigente da

soheranra dos Estados, a glória de l.aver aumentado a superfície e a fórça da Umao, dando aos Estados Unidos, por

confissão, religiosa om política; pav, co

espoliação. Cf)nib;itído na <'ntcminlc me

mercio e honesta nnbade com lódas as

diante leis favorá\<'Ís à estabilidade maior

na<,-õer;, aliança coinpromolcdora com ne

dos cmprcgo.s públicos. Tirantc essa par*^e de reação contra os

na guerra da indíq^icndêneía, pi ndeu para a p;iz. em separado com a Crã-Brclanha porque \"iu que os antigos aliados dos

funcionários do govr*r:u> anterior, Jeffer.son usou de grande Ifjler.mcia c optou

E':t;iclos Unidos não tlnlnim grande intero.sMc na cxpaiuão da nova república e

irnsorua um território de uma riqueza

pelo critério das capacitlade,:. A sua norma fundamental de go\-émo

queri;im até limitar-Mie o descnvol\-imcn-

ére.scimenlo e prpgresso.

difusão das informações c ju'gamento d'» todos o.s abusos no tribunal da razão pú blica; liberdade de religião, liberdade de

to territorial. Do modo que, assim qvie a

Reeleito em 1S04, Jefferson deparou

foi o -"ícnso da ecfinonna e a seleção rigo

Espanha cedeu à França n Luisiana,

no segundo govênio com mu-- difi

par ao orçamento as e\cessiva.s despe

imprensa, liberdade da pesso.a".

em 1800, c entregou a Bonapartc o por to dc Nova Orleans, a opinião america

sas militares. Mas a situação geral dos negócios mundiais contrariou esses pro

fobo cen.suniado, não hesitou cm declarar

nhuma; economia nos r.i-to': páb'icn';. para gmvar Icvc?mcnte o lT;ih;dho; paga

mento honesto das dívidas c preserssição sagrada da fé pública; amparo à agricul tura e ao comércif) como seu auxiliar;

"Se nos acontecer, em momentos de

rosa dos ga.slos ])úblicos. Oc.sejava pou

na scntiu-.se alertada e Jefferson, nngló-

uma quantia em dinheiro relativamente

mcaleulavel e infinitas possibilidades de

culdades pro\-enientcs da situação inter

nacional. O comércio americano era pre judicado, ora pelo conlròle inglês dos mares, ora pelos editos napoleònicos re ferentes ao bloqueio conüncntal. A jo

erro ou dc alarma — acrescentava — afas

pósitos.

tar-nos desses princípios, cuidemos logo

c|ue .SC a França ocnjxissc Nova Orleans

As guerras conseqüentes ;i Re\olução Francesa recrudesciam por fórça da am bição de Boriap;irtc, dc sorte a obrigar os

o.s Estados Unidos dcxcriain aliar-se i\

vem nação estava nu ponto de ter que

Grã-Bretanha.

Estados Unidos a posados sacrifícios pa

americanos, dc ordem econômica e de

fazer a giieiTa para ccmjervar o direito dc ficar neutra. Era uma continuidade de ultrajes e xiolações, de \nÍniosidadcs e

ra manterem o prestígio de uma nação nova o SC defcnclcrcm nas questões de

segurança militar. A presença da França, grande potência, nas próprias fronteiras

de regressar a eles e retomar o caminho

que é o único a levar-nos à paz, à li berdade e à segurança."

A obra administrativa empreendida por esse e.stadista foi das mais fecun

das c honestas. No começo da adminis tração, travaram-se agudos debates cm

virtude de o antecessor John Adams haver nomeado, nas últimas horas do quatriênio a findar, uma serie de fun

cionários e um número excessivo de jui

pendiosa e ininterrupta política de arma

da União era um "casus-bclli" latente.

Semelhante guerra, felizmente, foi re movida após uma série de negociações entre os Estados Unidos e a França, das

mentos.

quais resultou o maior negócio e a mais

entro os próprios Estados da União, visto

voraz dos dinlieiros arrecadados ao po vo. Jefferson viu-se coagido a levar em conta a preparação armada da União e

meia-noite" e Jefferson tiatou de faze-los

ao brilliante IlamlTon. De acórdo com

início desses processos de governo para premiar amigos e deixar nos postos fidelidades partidárias. Os tais juizes de ultima hora foram chamado.s "juizes da

obrigava os Estados Unidos a uma dis

sa época o armamcnti.smo era o "moloch"

demitir, insurgindo-se contra o método,

Era o

conxcrsas diplomáticas, cujo fim sempre

fronteiras no próprio continente, fá nes

fundou a gloriosa escola de West Point para a formação dos quadros militares do país. Não se descurou, entretanto, das finanças e apoiou os planos dc seu se cretário do Tesouro, um suiço naturali zado, AllDcit Gallatin, que pouco ficou a dever, em habilidade e competência,

zes para as côrtes distritais.

Muitos outros perigos alarmavam os

• vantajosa transação que um povo efe tuou no mundo: a compra da Luisiana

por sessenta milhões dc francos líquidos.

Os inconvenientes dessa situação che garam a provocar graves dissentimentos

que- o embargo sôbre a navegação, de cretado pelo governo federal, foi mal re cebido nas regiões mais comerciais e de

terminou uma crise nos negócios e o de

Foi uma aqui.^iição por todos os efeitos do um a'canco extraordinário c que Bo

semprego em massa dos marítimos-

napartc bem compreendeu o só aceitou porque antevia, com faro que não en ganava, que era melhor uma operação

armadores e negociantes preferiram arcar com os iJcrigos dos' bloqueios e das cap turas dos navios pelos beligerantes a fi

mercantil do que perder pela força aquilo que os americanos fatalmente se

carem inertes e paralisados.

bom conhecido em outros países, que

êsse plano, continuou a consolidação

consiste, no Congresso ou nos palácios de governos, em fazer leis apressada.s ou no meações "ao apagar das luzes". Os de bates versaram também sobre a práti

do crédito nacional e providenciou a constituição de fundos de resgate da dí vida pública. Questões muito sérias se origlnarai

O consolo único de Bonaparte era que ''pensava, com a venda da Luisiana, fa

ca, depois muito comum nos Estados

em virtude da situação das fronteiras.

zer dos Estados Unidos o futuro rival da

riam levados a conquistar.

Os

Nos assuntos da admini-slração inter na importa salientar as direirizes sadias

da gestão financeira e a preocupação sem pre moralizadora de Jefferson. Como lhe coubera a g ória de aumentar o taina-


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-.^"ITOvV

Dior-sTo EcoNÓMir<) DrcESTo Eco^íó^aco

nho da pátria, coube-lhe o privilégio de

Foram dezes.scte anos de um retiro

melhor fazer conhecer e desbravar o

em que essa personalidade, longe de go zar o repouso que era lícito esperar de pois Ae tanta atKidade, deu mostras de um novo florescimento c.spiritual e de

temtório da União, de operar o levan tamento do seu "hinterland" e de tra

çar a carta do litoral. Ao mesmo gover no ainda se devem providências impor tantíssimas re'atlvas à padronagem dos pesos e medidas e uma criteriosa políti ca fiscal, de conseqüências benéficas pa ra a estabilidade monetária e a posição desde logo alcançada pelo "dólar", uni dade cuja criação, por sinal, foi devida

a Jefferson, no período do Congresso

uma notável aplicação de seu dinamismo "yanlcee". A esplendida vivenda de Montice'o

gura insubstituível e receosa da sombra

tica e social americana o abordadas com

grande acuidado c erudição as questões fundamentais da filosofia humana. Quem

acusaram prejuízos, contratempo usual

analisar milhares dessas cartas encontra

Jefferson desconfiava dos chatins e dos

lavoura e criação, onde o dono procedia a experiências e observações de grande

uma inteligência poderosa, uma consciên cia dc rígida armadura, empo'gada pe

têm pátria". Um inventário dos bens de

mem amigo da terra, preso ao so'o natal, mercadores de certa espécie que "não

los mais altos ideais de solidariedade

Monticelo, quando estourou a crise, re

vela os seguintes dados: 10 mil acres de • tenas- 200 escravos; 45 vacas; 76 be zerros' 98 carneiros; 312 porcos. Essa

taire, quando êste se redrou em Femey.

social e filantropia. Proprietário de grandes glebas e her deiro dc uma respeitável fortuna acres cida pelos ben.s que sua mulher trouxera, Jefferson levava cm Monticelo uma vida de padrão um tanto aristocrático. Re

múltiplas e curiosidade universal, possuía ta quadra da vida do eminente america no pode comparar-se à do grande VolUm ponto mais particular de comparação

cebia com efusiva hospitalidade e se

é a freqüência das visitas que ambos

mostrava um anfitrião fidalgo e genero

recebiam, considerados como patriarcas

so, o que muito impressionou os seus

veneráveis e experientes, cuja palavra

contemporâneos. Essa vida senhorial não se acomodava,

era um conselho oracular. Escrifor de raça e senhor de admiráveis recursos de

porem, com a ausência de atividade e

alheia. A única predominância que êle admitia, na esfera dos negócios públicos,

eMcução, Jefferson sentia a necessida

de de grafar as suas idéias e de impri

solver problemas de educação, impres

era a lei da maioria, condição essencial para garantir a ordem. Fora disso, êle

mir-lhes a feição de convencimento e

cindíveis para formar os quadros dirigen

propaganda e, para êsse fim, aliavam-

tes do uma democracia, fundou a Uni

so queria a paz e a justiça e condenava por igual os governos tiranos como as na

se bem os dotes do purista da língua, o conhecimento das leis e a arte de argu

versidade da Virgínia em Charlottsville, instituição que se tomará a "a'ma mater"

ções agressoras. Algumas sentenças de

mentar do causídico. A melhor for ma de transmissão dessas idéias era a

de grandes figuras americanas e estran geiras.

excepcional, amigo da verdade, da pu

correspondência epistolar, pois uma carta

reza dos pensamentos íntimos e desta noção tão freqüentemente esquecida, de

servia ao mesmo tempo de mensagem e

finem de modo particular êsse caráter

para os que cultivam a terra, ordinària-

exploração agrícola modelar, misto de

até requisitos de inventiva científica. Es

vaidosamente o mérito das boas medidas que pretendia devidas ao povo, ao seu caráter, ao congresso e aos seus cola boradores. Não era homem a mono polizar qualidades e a se considerar fi

no final, essa vida prestimosa e de ador nos tão raros. Os negócios açrícolas

rá a elucidação e as g'osas de inúmeros

nF.exível na obediência aos seus postu ados democráticos, Jefferson governou bados da imprensa. Jamais se atribuiu

Alguns fatos ensombraram um pouco,

reados os principais temas da vida polí

assuntos de ordem constitucional, econô mica, jurídica c outros. Ali se revela

não se tomou sòmente a sede de uma

valor social e econômico. De fato, Jefferson, mentahdade de habilitações

com o respeito máximo às manifestações

se encontram cxposto.s, discutidos e cla

incnle sacrificados em proveito dos in termediários e dos especuladores. Ho

Continental.

^ opinião 6 aos ataques mais exacer

149

de espírito púb'ico. Empenhado em re

que a defesa dos interesses não se deve separar dos deveres morais.

época que substituia o jornal moderno e melhor comunicava as notícias importan

Segundo o testemunho dos que co nheceram Jefferson nessa época, êle se apresentava de cabelos brancos e pra teados em lugar do ruivo da mocidade. pe porte solene e alta estatura, o olhar

Ao sair da presidência, volveu Thomas

tes e os comentários dos assuntos do dia. Autor de cêrca de vinte e cinco mil

do e cortesia depois de um primeiro as

de ensaio intelectual. Era o veículo da

vivo de um azul claro, irradiava bonda

Jefferson ao seu querido retiro de Monticelo. Ali passou dezessete anos, entre gue aos seus negócios particulares e afa

cartas trocadas com homens superiores

pecto de trato um pouco despolido. Fa

em todos os ramos do saber humano, na

zeres prediletos.

com essas missivas uma obra exn que

lava com entusiasmo e com uma fluência verba' de justeza impecável, aprecian do as discuíísões e palestras de boa cate

cionais e estrangeiros, Jefferson legou

goria mentaL .-i

riqueza não impediu que, afligido pelos embaraços pecuniários, tivesse o nobre americano que vender a sua biblioteca

ao Congresso por 30 mil dólares e ap^ lar nara a legislaUira de Virgínia, a fim ke ser autorizado a vender os sens domí

nios em loteria. Mas. antes que sofresse "mágua de ver retalhado o seu querido MontLlo, o grande apóstodeo 1826, da demo cracia faleceu,^ 4 de jrrlho exaSmente no dia em que a patna que ele , ajudara a fundar festejava o qn.nquagésimo aniversário de sua independência. O benemérito defensor da democra

cia pediu modestamente que lhe inscre vessem sobre a campa de repouso o se guinte epitáfio: "Aqui jaz Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência America na; do Estatuto da Vügínia para a Li berdade Religiosa; e Pai da Universida de da Virgínia". Muitas nações na liislória foram cons

tituídas pela força.

Mas quantas desfrutam o privilégio de consagrar, como criadores, apóstolos da liberdade e da,emancipação dos homens

pela inteligência e a cultura?


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-.^"ITOvV

Dior-sTo EcoNÓMir<) DrcESTo Eco^íó^aco

nho da pátria, coube-lhe o privilégio de

Foram dezes.scte anos de um retiro

melhor fazer conhecer e desbravar o

em que essa personalidade, longe de go zar o repouso que era lícito esperar de pois Ae tanta atKidade, deu mostras de um novo florescimento c.spiritual e de

temtório da União, de operar o levan tamento do seu "hinterland" e de tra

çar a carta do litoral. Ao mesmo gover no ainda se devem providências impor tantíssimas re'atlvas à padronagem dos pesos e medidas e uma criteriosa políti ca fiscal, de conseqüências benéficas pa ra a estabilidade monetária e a posição desde logo alcançada pelo "dólar", uni dade cuja criação, por sinal, foi devida

a Jefferson, no período do Congresso

uma notável aplicação de seu dinamismo "yanlcee". A esplendida vivenda de Montice'o

gura insubstituível e receosa da sombra

tica e social americana o abordadas com

grande acuidado c erudição as questões fundamentais da filosofia humana. Quem

acusaram prejuízos, contratempo usual

analisar milhares dessas cartas encontra

Jefferson desconfiava dos chatins e dos

lavoura e criação, onde o dono procedia a experiências e observações de grande

uma inteligência poderosa, uma consciên cia dc rígida armadura, empo'gada pe

têm pátria". Um inventário dos bens de

mem amigo da terra, preso ao so'o natal, mercadores de certa espécie que "não

los mais altos ideais de solidariedade

Monticelo, quando estourou a crise, re

vela os seguintes dados: 10 mil acres de • tenas- 200 escravos; 45 vacas; 76 be zerros' 98 carneiros; 312 porcos. Essa

taire, quando êste se redrou em Femey.

social e filantropia. Proprietário de grandes glebas e her deiro dc uma respeitável fortuna acres cida pelos ben.s que sua mulher trouxera, Jefferson levava cm Monticelo uma vida de padrão um tanto aristocrático. Re

múltiplas e curiosidade universal, possuía ta quadra da vida do eminente america no pode comparar-se à do grande VolUm ponto mais particular de comparação

cebia com efusiva hospitalidade e se

é a freqüência das visitas que ambos

mostrava um anfitrião fidalgo e genero

recebiam, considerados como patriarcas

so, o que muito impressionou os seus

veneráveis e experientes, cuja palavra

contemporâneos. Essa vida senhorial não se acomodava,

era um conselho oracular. Escrifor de raça e senhor de admiráveis recursos de

porem, com a ausência de atividade e

alheia. A única predominância que êle admitia, na esfera dos negócios públicos,

eMcução, Jefferson sentia a necessida

de de grafar as suas idéias e de impri

solver problemas de educação, impres

era a lei da maioria, condição essencial para garantir a ordem. Fora disso, êle

mir-lhes a feição de convencimento e

cindíveis para formar os quadros dirigen

propaganda e, para êsse fim, aliavam-

tes do uma democracia, fundou a Uni

so queria a paz e a justiça e condenava por igual os governos tiranos como as na

se bem os dotes do purista da língua, o conhecimento das leis e a arte de argu

versidade da Virgínia em Charlottsville, instituição que se tomará a "a'ma mater"

ções agressoras. Algumas sentenças de

mentar do causídico. A melhor for ma de transmissão dessas idéias era a

de grandes figuras americanas e estran geiras.

excepcional, amigo da verdade, da pu

correspondência epistolar, pois uma carta

reza dos pensamentos íntimos e desta noção tão freqüentemente esquecida, de

servia ao mesmo tempo de mensagem e

finem de modo particular êsse caráter

para os que cultivam a terra, ordinària-

exploração agrícola modelar, misto de

até requisitos de inventiva científica. Es

vaidosamente o mérito das boas medidas que pretendia devidas ao povo, ao seu caráter, ao congresso e aos seus cola boradores. Não era homem a mono polizar qualidades e a se considerar fi

no final, essa vida prestimosa e de ador nos tão raros. Os negócios açrícolas

rá a elucidação e as g'osas de inúmeros

nF.exível na obediência aos seus postu ados democráticos, Jefferson governou bados da imprensa. Jamais se atribuiu

Alguns fatos ensombraram um pouco,

reados os principais temas da vida polí

assuntos de ordem constitucional, econô mica, jurídica c outros. Ali se revela

não se tomou sòmente a sede de uma

valor social e econômico. De fato, Jefferson, mentahdade de habilitações

com o respeito máximo às manifestações

se encontram cxposto.s, discutidos e cla

incnle sacrificados em proveito dos in termediários e dos especuladores. Ho

Continental.

^ opinião 6 aos ataques mais exacer

149

de espírito púb'ico. Empenhado em re

que a defesa dos interesses não se deve separar dos deveres morais.

época que substituia o jornal moderno e melhor comunicava as notícias importan

Segundo o testemunho dos que co nheceram Jefferson nessa época, êle se apresentava de cabelos brancos e pra teados em lugar do ruivo da mocidade. pe porte solene e alta estatura, o olhar

Ao sair da presidência, volveu Thomas

tes e os comentários dos assuntos do dia. Autor de cêrca de vinte e cinco mil

do e cortesia depois de um primeiro as

de ensaio intelectual. Era o veículo da

vivo de um azul claro, irradiava bonda

Jefferson ao seu querido retiro de Monticelo. Ali passou dezessete anos, entre gue aos seus negócios particulares e afa

cartas trocadas com homens superiores

pecto de trato um pouco despolido. Fa

em todos os ramos do saber humano, na

zeres prediletos.

com essas missivas uma obra exn que

lava com entusiasmo e com uma fluência verba' de justeza impecável, aprecian do as discuíísões e palestras de boa cate

cionais e estrangeiros, Jefferson legou

goria mentaL .-i

riqueza não impediu que, afligido pelos embaraços pecuniários, tivesse o nobre americano que vender a sua biblioteca

ao Congresso por 30 mil dólares e ap^ lar nara a legislaUira de Virgínia, a fim ke ser autorizado a vender os sens domí

nios em loteria. Mas. antes que sofresse "mágua de ver retalhado o seu querido MontLlo, o grande apóstodeo 1826, da demo cracia faleceu,^ 4 de jrrlho exaSmente no dia em que a patna que ele , ajudara a fundar festejava o qn.nquagésimo aniversário de sua independência. O benemérito defensor da democra

cia pediu modestamente que lhe inscre vessem sobre a campa de repouso o se guinte epitáfio: "Aqui jaz Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência America na; do Estatuto da Vügínia para a Li berdade Religiosa; e Pai da Universida de da Virgínia". Muitas nações na liislória foram cons

tituídas pela força.

Mas quantas desfrutam o privilégio de consagrar, como criadores, apóstolos da liberdade e da,emancipação dos homens

pela inteligência e a cultura?


P*ll

'

151

DICESTO ECONÓAflCO

LIÇÃO DO PASSADO Otávio TARçmNio de Souza

decepções que a prática deturpada do regime presidencial, mantido na

Constituição de 946, vai produzindo ém muitos espíritos, suscitam um novo mo

vimento em favor do parlamentarismo.

Anuncia-se que só entre deputados há mais de uma centena de adeptos do re gresso à forma de governo que se en

saiou entre nós durante o período monarquico. Não seria ocioso repetir aqui algumas sugestões já expostas em artigo escrito por ocasião da feitura da atual

go revolucionário de 1817, ao passo que

téria.

Araújo Lima, futuro marquês de Olin

Em 1823 instalava-se a primeira Cons tituinte, meses depois de proclamada a

ções com a aristocracia do açúcar per

nossa emancipação política.

nambucano.

Nela, ao

contrário do que afirmou Armitage, num julgamento prejudicado pela falta de dis

média da burguesia rural e citadina que

eram considerados delegações da nação

reção do país. Prova disso está no pro jeto de Constituição, lido na sessão de 1 de setembro de 1823, e subscrito, en tre outros, por Antonio Carlos, José

e o projeto frisava que qualquer exer

Bonifácio, Câmara Bethencourt, Araújo

narca, mas apenas adiado e o veto às

Lima 8 Muniz Tavares.

leis seria sempre suspensivo; o poder ju

magistrados, padres-e "proprietários de pequena fortuna ávidos de liberdade", de que se compunha; várias outras fi

guras poderiam ser apontadas como ca pazes de contribuir para a elaboração da lei institucional, representando uma boa

Se os Andra

das e Câmara, homens do centro-sul, eram ao mesmo tempo intelectuais, ma-

de outra parte dissolver

o parlamento, teríamos, como já disse, um regi me próximo do presi dencialismo americano. Não estabeleceu tam

O projeto, melhorado na forma pelos

se vinha preparando para assumir a di

tância, não só os três Andradas estariam "acima da mediocridade" e na lista de

subseqüente lei de interpretação. O projeto organizado pela Constituinte não consagrava o parlamentarismo. Ao con trário, com a delegação do poder exe cutivo ao monarca, que dispunha da fa culdade de nomear e demitir livremente os ministros, e não podia

da, não poderia esconder as suas liga

autores da Constituição outorgada de 1824, que a tiveram por modelo, mas piorado no fundo, do ponto-de-vista das reivindicações liberais, ajustava-se aos mais conhecidos figurinos da época Sem nada ter pròpríamente de original transplantava para o Brasil as normas jurídicas assentes em toda a parte nes sa fase decisiva da ascensão do libera lismo burguês. Os poderes do Estado

pouco a Constituição de 1824 o sistema parla mentar: o imperador, acumulando os poderes moderador e executivo, fico» com a, Uvre es colha e demissão dos .. . ministros, sem qualquer aependencia do mrlamento, êste menos forte do que

no projete de Antônio Carlos, visto que a Câmara dos Deputados estava sujei ta a dissolução. Contra as tendências parlamentares es

cício de poderes, sem tal caráter, não

passaria de usurpação. O poder legisla tivo não poderia ser dissolvido pelo mo diciário teria as garantias de inamovibilidade e vitaliciedade, considerada cri-

nante. Mas, afinal, depois da repú blica provisória da Regência, já no

nal,'que vigorou até 1889, com as mo dificações do Ato Adicional de 1834 e

vêrno que o Brasil possuiu.

ou melhor, à nossa experiência nessa ma

Constituição e aduzir outros ligados

pressão ou abreviação das formas proces suais; o poder execuli\o seria delegado ao imperador, numa espécie dc presiden cialismo com presidente vitalício. de Pedro I, a 25 de março do ano seguin te era outorgada unia Carta Constitucio

geras, o mais preparado homem de go-

aos nossos antecedentes parlamentaristas,

nesse ponto-de-\ista, o que e.xplica em

Dissolvida a Constituinte a 12 de no vembro de 1823, por um golpe de força

O autor é de opinião que não foi o parlamentarismo que, por suas virtudes intrínsecas, formou no Império os ho mens públicos cônscios de suas respon sabilidades, nem foi o presidencialismo que na República engendrou um Caló-

gistrados e administradores, Muniz Ta vares, padre, lembrava o elemento mais radical do Nordeste brasileiro, como anti

míno.sa e inconstitucional a criação de tri bunais extraordinários, bem como a su

i'

posadas no Primeiro Reinado por ho mens como Bernardo Pereira de Vas concelos e Evaristo da Veiga, resistiu tenazmente Pedro I, cioso de suas atri buições constitucionais. Feijó, ao tem

po de regente, não foi menos inflexível ^4itoft I -

boa parte o seu malogro como gover

reinado de Pedro II, o modelo britâ

nico do govêmo de gabinete começou a ser tentado, criando-se em 1847 o

lugar de presidente do conselho de mi nistros.

Que era o regime britânico? Ninguém talvez o tenha caracterizado melhor até

hoje do que Bagehot, na versão de Joa quim Nabuco: "no governo de gabine te o poder legislativo escolhe o executivo, espécie de comissão que ele encarrega do que respeita à parte prática dos ne

gócios, e assim os dois poderes se harmo nizam, porque o Iegislati\o pode mudar a sua comissão, se não está satisfeito com ela

ou se lhe prefere ou tra". Entretanto, "o

poder executivo não fica absorvido a ponto de obedecer servilmen-

te, porquanto tem o di

reito de fazer a legisla tura comparecer peran

te os eleitores, para que estes lhe componham uma Gamara mais favo

rável às suas idéias".

No regime presidencial, ao contrário, parlamento e govêmo são poderes inde pendentes, não raro rivais, com possibili dades de conflitos e choques pertuibado-

res da marcha da administração públi ca. ElsRo o presidente, se este não se

entende com o Congresso, cumpre es perar a expiração do mandato presiden cial ou' a renovação do legislativo, en quanto que no sistema de gabinete o par

lamento derriba o ministério e o governo fica sempre nas mãos da representação


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DICESTO ECONÓAflCO

LIÇÃO DO PASSADO Otávio TARçmNio de Souza

decepções que a prática deturpada do regime presidencial, mantido na

Constituição de 946, vai produzindo ém muitos espíritos, suscitam um novo mo

vimento em favor do parlamentarismo.

Anuncia-se que só entre deputados há mais de uma centena de adeptos do re gresso à forma de governo que se en

saiou entre nós durante o período monarquico. Não seria ocioso repetir aqui algumas sugestões já expostas em artigo escrito por ocasião da feitura da atual

go revolucionário de 1817, ao passo que

téria.

Araújo Lima, futuro marquês de Olin

Em 1823 instalava-se a primeira Cons tituinte, meses depois de proclamada a

ções com a aristocracia do açúcar per

nossa emancipação política.

nambucano.

Nela, ao

contrário do que afirmou Armitage, num julgamento prejudicado pela falta de dis

média da burguesia rural e citadina que

eram considerados delegações da nação

reção do país. Prova disso está no pro jeto de Constituição, lido na sessão de 1 de setembro de 1823, e subscrito, en tre outros, por Antonio Carlos, José

e o projeto frisava que qualquer exer

Bonifácio, Câmara Bethencourt, Araújo

narca, mas apenas adiado e o veto às

Lima 8 Muniz Tavares.

leis seria sempre suspensivo; o poder ju

magistrados, padres-e "proprietários de pequena fortuna ávidos de liberdade", de que se compunha; várias outras fi

guras poderiam ser apontadas como ca pazes de contribuir para a elaboração da lei institucional, representando uma boa

Se os Andra

das e Câmara, homens do centro-sul, eram ao mesmo tempo intelectuais, ma-

de outra parte dissolver

o parlamento, teríamos, como já disse, um regi me próximo do presi dencialismo americano. Não estabeleceu tam

O projeto, melhorado na forma pelos

se vinha preparando para assumir a di

tância, não só os três Andradas estariam "acima da mediocridade" e na lista de

subseqüente lei de interpretação. O projeto organizado pela Constituinte não consagrava o parlamentarismo. Ao con trário, com a delegação do poder exe cutivo ao monarca, que dispunha da fa culdade de nomear e demitir livremente os ministros, e não podia

da, não poderia esconder as suas liga

autores da Constituição outorgada de 1824, que a tiveram por modelo, mas piorado no fundo, do ponto-de-vista das reivindicações liberais, ajustava-se aos mais conhecidos figurinos da época Sem nada ter pròpríamente de original transplantava para o Brasil as normas jurídicas assentes em toda a parte nes sa fase decisiva da ascensão do libera lismo burguês. Os poderes do Estado

pouco a Constituição de 1824 o sistema parla mentar: o imperador, acumulando os poderes moderador e executivo, fico» com a, Uvre es colha e demissão dos .. . ministros, sem qualquer aependencia do mrlamento, êste menos forte do que

no projete de Antônio Carlos, visto que a Câmara dos Deputados estava sujei ta a dissolução. Contra as tendências parlamentares es

cício de poderes, sem tal caráter, não

passaria de usurpação. O poder legisla tivo não poderia ser dissolvido pelo mo diciário teria as garantias de inamovibilidade e vitaliciedade, considerada cri-

nante. Mas, afinal, depois da repú blica provisória da Regência, já no

nal,'que vigorou até 1889, com as mo dificações do Ato Adicional de 1834 e

vêrno que o Brasil possuiu.

ou melhor, à nossa experiência nessa ma

Constituição e aduzir outros ligados

pressão ou abreviação das formas proces suais; o poder execuli\o seria delegado ao imperador, numa espécie dc presiden cialismo com presidente vitalício. de Pedro I, a 25 de março do ano seguin te era outorgada unia Carta Constitucio

geras, o mais preparado homem de go-

aos nossos antecedentes parlamentaristas,

nesse ponto-de-\ista, o que e.xplica em

Dissolvida a Constituinte a 12 de no vembro de 1823, por um golpe de força

O autor é de opinião que não foi o parlamentarismo que, por suas virtudes intrínsecas, formou no Império os ho mens públicos cônscios de suas respon sabilidades, nem foi o presidencialismo que na República engendrou um Caló-

gistrados e administradores, Muniz Ta vares, padre, lembrava o elemento mais radical do Nordeste brasileiro, como anti

míno.sa e inconstitucional a criação de tri bunais extraordinários, bem como a su

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posadas no Primeiro Reinado por ho mens como Bernardo Pereira de Vas concelos e Evaristo da Veiga, resistiu tenazmente Pedro I, cioso de suas atri buições constitucionais. Feijó, ao tem

po de regente, não foi menos inflexível ^4itoft I -

boa parte o seu malogro como gover

reinado de Pedro II, o modelo britâ

nico do govêmo de gabinete começou a ser tentado, criando-se em 1847 o

lugar de presidente do conselho de mi nistros.

Que era o regime britânico? Ninguém talvez o tenha caracterizado melhor até

hoje do que Bagehot, na versão de Joa quim Nabuco: "no governo de gabine te o poder legislativo escolhe o executivo, espécie de comissão que ele encarrega do que respeita à parte prática dos ne

gócios, e assim os dois poderes se harmo nizam, porque o Iegislati\o pode mudar a sua comissão, se não está satisfeito com ela

ou se lhe prefere ou tra". Entretanto, "o

poder executivo não fica absorvido a ponto de obedecer servilmen-

te, porquanto tem o di

reito de fazer a legisla tura comparecer peran

te os eleitores, para que estes lhe componham uma Gamara mais favo

rável às suas idéias".

No regime presidencial, ao contrário, parlamento e govêmo são poderes inde pendentes, não raro rivais, com possibili dades de conflitos e choques pertuibado-

res da marcha da administração públi ca. ElsRo o presidente, se este não se

entende com o Congresso, cumpre es perar a expiração do mandato presiden cial ou' a renovação do legislativo, en quanto que no sistema de gabinete o par

lamento derriba o ministério e o governo fica sempre nas mãos da representação


"W

Dicksto Econômico

'/

ndcion^l. Comparando os dois regimes,

pediu entre nós a chamada "ditadura im

pareceu a Joaquim Nabuco que o prc- • perial", também não impediu a instabi sidencial era como o relógio que mar lidade do governo, a ba"l)úrdia admi casse as horas da opinião pública e o nistrativa, a desconrinuidadc poMtlca. O

parlamentar como o que registrasse até OS segundos.

Nenhum estudioso das instituições do

lirasii monárquico, que não se deixe vencer pe o sestro de endeusar o pas-

sado, ousara sustentar que o modêlo britânico tenha sido aqui observado com rigor. Certo, houve da parte de mui os os políticos que se revesaram

po er a preocupação de seguir tanto

ir ? paramentansta. mas a verdade nãiíôgo foi Lsfigurada no sorites do senador Nabuco de Araújo: o imperador escolhia os ministros, estes nomeavam os presidentes

de província, que por sua vez manipulavam as elei

ções, donde procediam as

Cainaras, sustentáculos do

gabinete, a serviço do po

der pessoal do monarca. Este circulo vicioso carac

terizou o Império; suas

e eições sofreram com justiça a acusação de-fraudulentas; e, ainda durante o Se

gundo Reinado, com um príncipe dota do de tantas virtiides privadas e pú

blicas, o grande motivo de escândalo,

sincero ou não, de todos os reformado res, críticos e panfíetáríos, foi invaríà-

vclmente o poder pessoa! do imperador. xNao quiseram vej- tais censores, muitas vêzes simples de.speitados, que Pedro II

não exercia aquele poder apenas por vo lúpia de mando ou espírito autoritário, mas freqüentemente para sondar da melhor maneira a e.scassa e rala opinião pública do seu império bovarista. Destarte, se o parlamentarismo não im

Império durou sessenta e sete anos. Pois bem: Pedro I teve dez ministérios dos

nove. anos do seu reinado; na Regên cia, em igual período, iiouve nada me

nos de doze; finalmente, o Segundo Rei nado, que se prolongou por quarenta e nove anos, contou trinta e seis mi-'

nistérios.

Quer dizer: em sessenta e

sete anos de- monarquia, cinqüenta e oito governos, fora as substituições par ciais de ministros.

Dícesto Econômico

de, eram formados êssos partidos. Não sc legüimanclo por um programa concreto,

não passavam dc agrupamentos a dispu tarem o poder, os con:er\adorcs repre sentando mais diretamente a o'igarquia dos proprietários territoriais, os liberais nada realizando no governo contra os

ma ênfase revolucionária. O mesmo Na buco, em 1862, estudando as dificulda

des políticas e administrativas do Brasil,

pírito a de Holanda CuvaVanti: "Não liá

nada mais parecido com um saquare^

cia dos partidos".

ma do que um luzia no poder". Em 1857, quando a política de conciliação se impôs como fórmula saVadora, Sales

lembrando que a ausência dos partidos criava um vácuo pròpicio à' anarquia, confessava: "Essa anarquia que aí es tá, que nós todos pressentimos, essa anarquia é obra de nós todos porque

Torres Homem, seu prcgoeiro, não es

siásticas". O Brasil conquistara a sua in

menos deniocTátícos, que

dependência havia pouco mais do trinta anos, os partidos organizados apenas ti nham duas décadas e já pareciam ve

Sem

de Araújo, a quem não anima\-u nenhu

exclamava: "Qual é a causa desta situa ção? A meu ver não é senão a ausên

ou movidos por impulsos

o presidcnciali.smo.

ros c estrangeiros...", como dizia Nabuco

interêsses da grande laxoura escravocra

condia que a época seria "sem fisiono

nos de 1891 e.stabeleceram

nosso vasto Império, afora os sertõe.s e.

os lugares incomunicá\eis, não há ter ras para serem cultivadas pelos brasilei

ta. Não foi uma simples frase de es

Não foi, pois, pe'o mero go.sto de tiocar o relógio do segundos pelo de büra.s, os constituintes repub'iea-

153

mia, sem cinoçõc.s, sem crenças entu

E mais adiante,

não fazemos no ministério o que dize mos na oposição; porque queremos uma coisa no governo e outra na oposição;

porque exigimos do govêrno o resiJeito a que fa'tanios na oposição; porque so

dúvida, muitos dôles, e dos

lhos, caducos, sem condições de sobre vivência. Os políticos mais lú

mais esclarecidos, se dei xaram enlevar em excesso

cidos e corajosos não temiam falar das "maiorias artificiais"

pelo modêlo norte-ameri

da Câmara e apontar suas cos

cano. Mas quiseram, com

jetiva, os partidos se dividiam

tumeiras fraudes em tòdas as

e se subdividiam: havia o Con-' ser\'ador, com seu baluarte na

a república que se procla mava, c com a federação que se ia inaugurar, promover — dentro das me

lhores franquias liberais — d existência de governos mais sólidos e menos efê meros. A experiência parlamentarista do Império malogrou-se a despeito de haver então no Brasil o que Spencer chamou de instituições cerimoniais q Bagehot denominou. partes imponen tes. personificadas num soberano da elevação moral de Pedro .11, e de se ter conseguido, de acôi-do com o modêlo britânico, formar, grosseiramente em

bora, o dois partidos essenciais. ao jògo parlamentarista. Grosseiramente, tôscamente, na verda-

eleições.

A grande arma dos gover nos conservadores ou liberais

que se sucediam era a lei de 3 de dezembro de 1841, diploma de feição rigidamente poli

cial, que dera ensejo à revolução libe

mos os mesmos homens nas mesmas cir cunstâncias".

Ao tempo em que o senador Nabuco fazia crítica tão ob

oligarquia saquarema, — o triunvlrato de Eu.sébio, Itaborai e Uruguai — o Conservador

Independente, o Liberal, o

Moderado. Grupos, facções, corrilhos minavam a instável unidade

ral do ano seguinte em São Paulo e

desses partidos a que faltavam diretrizes

Minas Gerais. Pois, ascendendo ao goyêmo e nô'e ficando de 1844 a 1848, nunca os liberais revogaram a legisla- • çâo que os fizera pegar em armas e,

seguras e programa de realizações. Ho

Vencidos, os levara ao cárcere e ao exí lio. Como os conservadores, colocavam-

bém na República. Não foi o parlamento por suas virtudes intrínsecas que formou os primeiros, nem o presidéncialismo que engendrou um Calógeras, por exemplo.

sc a reboque da grande propriedade ter ritorial, "tão concentrada, tão mal di vidida, tão mal distribuída que neste

mens públicos cônscios de suas responsa bilidades tivemos sem contestação no período imperial, como os tivemos tam

Todas ou quase tôdas as acusações que


"W

Dicksto Econômico

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ndcion^l. Comparando os dois regimes,

pediu entre nós a chamada "ditadura im

pareceu a Joaquim Nabuco que o prc- • perial", também não impediu a instabi sidencial era como o relógio que mar lidade do governo, a ba"l)úrdia admi casse as horas da opinião pública e o nistrativa, a desconrinuidadc poMtlca. O

parlamentar como o que registrasse até OS segundos.

Nenhum estudioso das instituições do

lirasii monárquico, que não se deixe vencer pe o sestro de endeusar o pas-

sado, ousara sustentar que o modêlo britânico tenha sido aqui observado com rigor. Certo, houve da parte de mui os os políticos que se revesaram

po er a preocupação de seguir tanto

ir ? paramentansta. mas a verdade nãiíôgo foi Lsfigurada no sorites do senador Nabuco de Araújo: o imperador escolhia os ministros, estes nomeavam os presidentes

de província, que por sua vez manipulavam as elei

ções, donde procediam as

Cainaras, sustentáculos do

gabinete, a serviço do po

der pessoal do monarca. Este circulo vicioso carac

terizou o Império; suas

e eições sofreram com justiça a acusação de-fraudulentas; e, ainda durante o Se

gundo Reinado, com um príncipe dota do de tantas virtiides privadas e pú

blicas, o grande motivo de escândalo,

sincero ou não, de todos os reformado res, críticos e panfíetáríos, foi invaríà-

vclmente o poder pessoa! do imperador. xNao quiseram vej- tais censores, muitas vêzes simples de.speitados, que Pedro II

não exercia aquele poder apenas por vo lúpia de mando ou espírito autoritário, mas freqüentemente para sondar da melhor maneira a e.scassa e rala opinião pública do seu império bovarista. Destarte, se o parlamentarismo não im

Império durou sessenta e sete anos. Pois bem: Pedro I teve dez ministérios dos

nove. anos do seu reinado; na Regên cia, em igual período, iiouve nada me

nos de doze; finalmente, o Segundo Rei nado, que se prolongou por quarenta e nove anos, contou trinta e seis mi-'

nistérios.

Quer dizer: em sessenta e

sete anos de- monarquia, cinqüenta e oito governos, fora as substituições par ciais de ministros.

Dícesto Econômico

de, eram formados êssos partidos. Não sc legüimanclo por um programa concreto,

não passavam dc agrupamentos a dispu tarem o poder, os con:er\adorcs repre sentando mais diretamente a o'igarquia dos proprietários territoriais, os liberais nada realizando no governo contra os

ma ênfase revolucionária. O mesmo Na buco, em 1862, estudando as dificulda

des políticas e administrativas do Brasil,

pírito a de Holanda CuvaVanti: "Não liá

nada mais parecido com um saquare^

cia dos partidos".

ma do que um luzia no poder". Em 1857, quando a política de conciliação se impôs como fórmula saVadora, Sales

lembrando que a ausência dos partidos criava um vácuo pròpicio à' anarquia, confessava: "Essa anarquia que aí es tá, que nós todos pressentimos, essa anarquia é obra de nós todos porque

Torres Homem, seu prcgoeiro, não es

siásticas". O Brasil conquistara a sua in

menos deniocTátícos, que

dependência havia pouco mais do trinta anos, os partidos organizados apenas ti nham duas décadas e já pareciam ve

Sem

de Araújo, a quem não anima\-u nenhu

exclamava: "Qual é a causa desta situa ção? A meu ver não é senão a ausên

ou movidos por impulsos

o presidcnciali.smo.

ros c estrangeiros...", como dizia Nabuco

interêsses da grande laxoura escravocra

condia que a época seria "sem fisiono

nos de 1891 e.stabeleceram

nosso vasto Império, afora os sertõe.s e.

os lugares incomunicá\eis, não há ter ras para serem cultivadas pelos brasilei

ta. Não foi uma simples frase de es

Não foi, pois, pe'o mero go.sto de tiocar o relógio do segundos pelo de büra.s, os constituintes repub'iea-

153

mia, sem cinoçõc.s, sem crenças entu

E mais adiante,

não fazemos no ministério o que dize mos na oposição; porque queremos uma coisa no governo e outra na oposição;

porque exigimos do govêrno o resiJeito a que fa'tanios na oposição; porque so

dúvida, muitos dôles, e dos

lhos, caducos, sem condições de sobre vivência. Os políticos mais lú

mais esclarecidos, se dei xaram enlevar em excesso

cidos e corajosos não temiam falar das "maiorias artificiais"

pelo modêlo norte-ameri

da Câmara e apontar suas cos

cano. Mas quiseram, com

jetiva, os partidos se dividiam

tumeiras fraudes em tòdas as

e se subdividiam: havia o Con-' ser\'ador, com seu baluarte na

a república que se procla mava, c com a federação que se ia inaugurar, promover — dentro das me

lhores franquias liberais — d existência de governos mais sólidos e menos efê meros. A experiência parlamentarista do Império malogrou-se a despeito de haver então no Brasil o que Spencer chamou de instituições cerimoniais q Bagehot denominou. partes imponen tes. personificadas num soberano da elevação moral de Pedro .11, e de se ter conseguido, de acôi-do com o modêlo britânico, formar, grosseiramente em

bora, o dois partidos essenciais. ao jògo parlamentarista. Grosseiramente, tôscamente, na verda-

eleições.

A grande arma dos gover nos conservadores ou liberais

que se sucediam era a lei de 3 de dezembro de 1841, diploma de feição rigidamente poli

cial, que dera ensejo à revolução libe

mos os mesmos homens nas mesmas cir cunstâncias".

Ao tempo em que o senador Nabuco fazia crítica tão ob

oligarquia saquarema, — o triunvlrato de Eu.sébio, Itaborai e Uruguai — o Conservador

Independente, o Liberal, o

Moderado. Grupos, facções, corrilhos minavam a instável unidade

ral do ano seguinte em São Paulo e

desses partidos a que faltavam diretrizes

Minas Gerais. Pois, ascendendo ao goyêmo e nô'e ficando de 1844 a 1848, nunca os liberais revogaram a legisla- • çâo que os fizera pegar em armas e,

seguras e programa de realizações. Ho

Vencidos, os levara ao cárcere e ao exí lio. Como os conservadores, colocavam-

bém na República. Não foi o parlamento por suas virtudes intrínsecas que formou os primeiros, nem o presidéncialismo que engendrou um Calógeras, por exemplo.

sc a reboque da grande propriedade ter ritorial, "tão concentrada, tão mal di vidida, tão mal distribuída que neste

mens públicos cônscios de suas responsa bilidades tivemos sem contestação no período imperial, como os tivemos tam

Todas ou quase tôdas as acusações que


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154

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Digesto Econômico

ormulamos hoje aos nossos políticos já foram feitas no passado regime. Os mi

a ditadura de quinze anos de que nos li

nistros não passavam por vezes de "mi-

profundamente o que restava de tradição

bertamos em 1945 destruiu ou abalou

mstrecos", de "cargueiros de pastas", nossa vida púb'ica. Será este o mo ae medíocridades douradas". A polí- em mento oportuno para mudança de forma tica era feita como agora, mediante a de governo? Parlamentarismo com Câ distribuição dos empregos públicos, com maras divididas em partidos e sub-paro então chamado patronato, depois co nhecido por filhotismo. Os que no presidencialismo brasileiro se queixam da ditadura do presidente

tidos de base precária? Pretender cons

truir um relógio — para insistir na ima gem de Nabuco — que marque os

segundos da opinião, não eqüivalerá

K da República, queixar-se-iam naquela a armar antes a máquina que re Hr do poder pessoal do imperador, apenas os desentendimentos, n^-uito mais ajustado ao "o rei reina, gistrará os cheques as paixões dos grupos gm^rna e administra" do que ao pre políticos, os e governos se sucedendo tendido 'o rei reina e não governa". A vertiginosamente ao sabor de combi Primeira República, deixando sem solu ção os grandes problemas de nossa es

trutura econômica e social, não fêz senão repetir o Império parlamentarista. E

nações ocasionais, num país afinal sem govôrno, ou governado atrás dos basti

dores por uma burocracia irrespon sável?

Siiü Álajcstade, a Aídguina CÂNDIDO Mota Filho

Á tempü.s, num estudo que fiz sôbre norte-americana em São Paulo, tive que conversar longamente com um antigo fazendeiro da Virgínia,

H a imigração '—'

que veio píiLi o Brasil, inconformado com os resultados da guerra de secessão. Falando, em nossos dias, justamente

quando os Estados Unidos assiuníam a chefia industrial do mundo, êle se mos trava com a mesma mentalidade de seus antepassados, plantadores de algo

J- Chile, 693; Peru, 634; Equador, 95; Paraguai, 86 e Bolívia, 26.

Diante dela mostra-se a política da su perprodução, acarretando o subconsumo. Com ela, surge o barbarismo moderno,

a civilização do "chauffeur", que é, na expressão do Conde Keisserling, "o bár baro aplicado à máquina". Com ela, pela racionalização de seus processos, a

dão. Para êle, o grande mal do mundo

própria liberdade humana fica ameaça da em seus fundamentos.

o negro, em nome da liberdade humana e nos deixamos todos, sem exceção, nos

lismo.

Assinalo esta opinião porque ela não

O valor das mercaaorm que os Países Baixos exportaram, no mesmo período, fiara a América do Sul, e de pouco menos de 29 milhões de florins, distribuídos o segue (cifras em milhares de florins)-. como Argentina, 11.482; Venezuela, 5.430; Brasil, 4.766; Colômbia, 3.335; Uruguai,

rece a consciência do proletariado, surge a exploração marxista da luta de classe.

estava na máquina. E chegou a me dizer, com certa ênfase: — "libertamos escravizar pela máquina!"

Argentina 92.547^; BrasÜ, 53.292; Venezuela, 19.250; Uruguai, 13.375; Chile 6.073; Colômbia, 3.500; Peru, 2.707; Bolívia, 440; Paraguai, 1(^0 e Equador, lOs!

Todos os males atuais nasceram, as sim, da máquina. Diante dela amadu

Enfim, a

máquina criara a hipertrofia do capita A revolução industrial não era, assim,

uma revolução humana, mas uma revo-^^

lução das coisas. Enquanto Saint Sí-^H mon, que foi um de seus consagradores,^

é Isolada. Ao contrário. Há, realmente, uma corrente de convicções nesse senti

aspirava substituir o governo sobre os

do, que afirma que a desgraça do mundo moderno, com seus conflitos sociais,

homens, pelo govêrno sobre as coisas, a máquina realizava afinal o govêrno

com suas explorações, com os seus abu

dos homens pelas coisas. Como a pro

sos de confôrto, está na máquina. Esta, que deveria ter surgido para li bertar o homem, para facilitar-lhe a vi da para fomentar a solidariedade hu mana pela distribuição justa da produ ção p^ra todos, tomou-se, entretanto, grande e trágica matriz do desconten

dução começou a governar o consumo,

tamento moderno. Chego mesmo a verificar que é di fícil encontrar com freqüência quem de fenda as virtudes da civilização pela

como a especulação começou a -aviltar a

produção, como a desigualdade de for tuna formava um ambiente de ricos

cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, a vida social tomou-se in sustentável. "O século XIX, com a revo

lução da máquina, — escrevia Alceu de Amoroso Lima, em 1930, — aumentou de tal forma o poder da matéria sôbre o es

pírito, que já do seu próprio esplendor

máquina. Ela se transforma, assim, nu

nasciam as vozes de protesto contra o

ma espécie de Babel bíblica, onde o or

caráter

fígurou num irremediável desentendi

subordinação do homem à máquina, co mo podemos ler na alegoria genial de

mento...

Samuel Butler."

gulho das pretensões humanas se frans-

essencialmente desumano dessa


ffsr

.'/"r^r^auT

154

wr

Digesto Econômico

ormulamos hoje aos nossos políticos já foram feitas no passado regime. Os mi

a ditadura de quinze anos de que nos li

nistros não passavam por vezes de "mi-

profundamente o que restava de tradição

bertamos em 1945 destruiu ou abalou

mstrecos", de "cargueiros de pastas", nossa vida púb'ica. Será este o mo ae medíocridades douradas". A polí- em mento oportuno para mudança de forma tica era feita como agora, mediante a de governo? Parlamentarismo com Câ distribuição dos empregos públicos, com maras divididas em partidos e sub-paro então chamado patronato, depois co nhecido por filhotismo. Os que no presidencialismo brasileiro se queixam da ditadura do presidente

tidos de base precária? Pretender cons

truir um relógio — para insistir na ima gem de Nabuco — que marque os

segundos da opinião, não eqüivalerá

K da República, queixar-se-iam naquela a armar antes a máquina que re Hr do poder pessoal do imperador, apenas os desentendimentos, n^-uito mais ajustado ao "o rei reina, gistrará os cheques as paixões dos grupos gm^rna e administra" do que ao pre políticos, os e governos se sucedendo tendido 'o rei reina e não governa". A vertiginosamente ao sabor de combi Primeira República, deixando sem solu ção os grandes problemas de nossa es

trutura econômica e social, não fêz senão repetir o Império parlamentarista. E

nações ocasionais, num país afinal sem govôrno, ou governado atrás dos basti

dores por uma burocracia irrespon sável?

Siiü Álajcstade, a Aídguina CÂNDIDO Mota Filho

Á tempü.s, num estudo que fiz sôbre norte-americana em São Paulo, tive que conversar longamente com um antigo fazendeiro da Virgínia,

H a imigração '—'

que veio píiLi o Brasil, inconformado com os resultados da guerra de secessão. Falando, em nossos dias, justamente

quando os Estados Unidos assiuníam a chefia industrial do mundo, êle se mos trava com a mesma mentalidade de seus antepassados, plantadores de algo

J- Chile, 693; Peru, 634; Equador, 95; Paraguai, 86 e Bolívia, 26.

Diante dela mostra-se a política da su perprodução, acarretando o subconsumo. Com ela, surge o barbarismo moderno,

a civilização do "chauffeur", que é, na expressão do Conde Keisserling, "o bár baro aplicado à máquina". Com ela, pela racionalização de seus processos, a

dão. Para êle, o grande mal do mundo

própria liberdade humana fica ameaça da em seus fundamentos.

o negro, em nome da liberdade humana e nos deixamos todos, sem exceção, nos

lismo.

Assinalo esta opinião porque ela não

O valor das mercaaorm que os Países Baixos exportaram, no mesmo período, fiara a América do Sul, e de pouco menos de 29 milhões de florins, distribuídos o segue (cifras em milhares de florins)-. como Argentina, 11.482; Venezuela, 5.430; Brasil, 4.766; Colômbia, 3.335; Uruguai,

rece a consciência do proletariado, surge a exploração marxista da luta de classe.

estava na máquina. E chegou a me dizer, com certa ênfase: — "libertamos escravizar pela máquina!"

Argentina 92.547^; BrasÜ, 53.292; Venezuela, 19.250; Uruguai, 13.375; Chile 6.073; Colômbia, 3.500; Peru, 2.707; Bolívia, 440; Paraguai, 1(^0 e Equador, lOs!

Todos os males atuais nasceram, as sim, da máquina. Diante dela amadu

Enfim, a

máquina criara a hipertrofia do capita A revolução industrial não era, assim,

uma revolução humana, mas uma revo-^^

lução das coisas. Enquanto Saint Sí-^H mon, que foi um de seus consagradores,^

é Isolada. Ao contrário. Há, realmente, uma corrente de convicções nesse senti

aspirava substituir o governo sobre os

do, que afirma que a desgraça do mundo moderno, com seus conflitos sociais,

homens, pelo govêrno sobre as coisas, a máquina realizava afinal o govêrno

com suas explorações, com os seus abu

dos homens pelas coisas. Como a pro

sos de confôrto, está na máquina. Esta, que deveria ter surgido para li bertar o homem, para facilitar-lhe a vi da para fomentar a solidariedade hu mana pela distribuição justa da produ ção p^ra todos, tomou-se, entretanto, grande e trágica matriz do desconten

dução começou a governar o consumo,

tamento moderno. Chego mesmo a verificar que é di fícil encontrar com freqüência quem de fenda as virtudes da civilização pela

como a especulação começou a -aviltar a

produção, como a desigualdade de for tuna formava um ambiente de ricos

cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, a vida social tomou-se in sustentável. "O século XIX, com a revo

lução da máquina, — escrevia Alceu de Amoroso Lima, em 1930, — aumentou de tal forma o poder da matéria sôbre o es

pírito, que já do seu próprio esplendor

máquina. Ela se transforma, assim, nu

nasciam as vozes de protesto contra o

ma espécie de Babel bíblica, onde o or

caráter

fígurou num irremediável desentendi

subordinação do homem à máquina, co mo podemos ler na alegoria genial de

mento...

Samuel Butler."

gulho das pretensões humanas se frans-

essencialmente desumano dessa


l>inKSTo EcoNÓMifro

158

Engels já falava, — no empenho da luta socialista, — na "insensibilidade da

máquina". O homem antigo produzia para o consumo. A maquina não produz, mas reproduz, para vender. E essa ne cessidade' de vender e essa loucura de vender o mais possível, semeava a anar quia 6 maiores conflitos

* ÜWv "V.Vl'j

rr

157

Dicesto Ecox6^^co

entre

os

homens.

Por sua vez, a máquina, com suas pos.sibilidadcs, despovoou os campos, escra\izon a agricultura e criou as grandes massas urbanas. O professor Lindsay,

tratando dêste assunto, dá o exemplo

da cidade de Glasgow, que até a me-

ade do século XVIII chegava ao má ximo de 12 mil habitantes. Sua popula ção aumentou duas vêzes

e meia de trinta em trinta

que, ínegàvelmenle, o homem moderno, por melhores intenções que revele, sente que não pôde ainda suplantar o poderio irracional da máquina e sente que o

progresso que ela traz tem uma irrepa rável ação devastadora.

Icídade.s sociológicas. Êlc ú um inclus-

.sumir. Isso que se faz lioje nos Esta dos Unidos c em quase Iodos os países que possuam indústrias organizadas, se

Irial vitorioso, gratíssimo, por isso, aos bcnefício.s que da máquina rccebevi.

ria um escândalo ante os olhos de Adam Snúlh c dc Karl Marx!

Duplan não é pròpriainentc um cscrltíir. Num mu.smo sc- aprusunta com vo-

l

"A máquina dcscristianizou o cristão",

Ê!e quer, assim, com sua animadora ex

periência nas Iccclagcns dc Lyon, como diretor de indústria, dar o seu depoi

e.xc'amava Berdiaeff. Ela, de fato, sub

mento.

verteu a ordem antiga, mudou o pano

Depois dc fundar a Duplan

Silk Co., procura mostrar, com cia. como

rama da vida, criou novas fórmulas de

a máquina é realmente um fator dc me

ambição, despertou novos interêsses, avi vou o ritmo das atividades, desarticu lou as fórmulas da política libera', sub

lhoria humana.

A fábrica moderna não é só um en

trabalho, onde não bá esforço desumano, mas uma alegria pro\ocada pelo confor to natural que se completa, a atmosfera

permitindo ao trabalhador, pelos salários

história. Charles Turgon formula as interrogações

jas — coinedore.s, recreios, jogos, leitu='

cruciais da - civilização presente: — "Est-ce le macliinisme, avec ses dis ciplines brutales et ses as-

ras, dança, música, conferências, pisci

prio trabalho. Duplan impressiona-se com o que, a

nas» teatros e cinemas. E isso é possível porque, pela tese de Duplan, a máquina, multiplicando o

O número de trabalhadores que se educam e se aperfeiçoam em cursos espe

sujettissements

Sua população aumentou

milhares dc braços; c sala higiênica do

propícia ao de.scanso, cm salas apropria-

despoti-

ques, qui dép^ace irrésistiblement Taxe de Ia ci-

de 1.500.000 e sua pro porção, diante do total

do-se médicos, advogados^ engenheiros, arquitetos, homens de Estado.

du potenüel mécanique, sans cesse accru que rhumanité d'aujourd'liui met en

cios. Pagando ao trabalhador, em cohsecjüência, salários altos, superiores ao

por cento a 8,2,

oeuvre?"

nue Ih® ® necessário para viver, a indús-

po'ítico, a estrutura de sua indústria es tava-se tomando cada vez mais autocrá-

gunta, escreveu J. L. Duplan um tocan

tíca ou oligárquica". Poderíamos multiplicar aqui as acusa

te ensaio, intitulado — "Sa Majesté Ia machine", acompanhado de um vigoroso

ções documentadas nesse sentido, por

ensaio de Louis Rougíer.

Iria moderna transforma, pela fábrica, o operário em consumidor. O equilíbrio econômico realiza-se pela conciliação en tre o interesse do empregador e o do em

pregado. A elevação do "standard of life" democratiza o capital e reconcilia

t

propósito, se realiza nos Estados Unidos.

gam, com isso, a ocupar a posição de Carnegie ou de Rockefeller, como che gam a escapar do ciclo maquinista, ru

Por sua vez, a proporção de habitantes ocupados na agricultura baixou de 44

que os países industriais se iam toman

altos, consumir o produto de seu pró

o preço da venda de seus produtos, aten

"Sommes nous les esclaves ou les maitres

Todo o seu esforço, analisando um dos problemas mais palpitantes da cul tura, lembrando os temas de Saint Simon e Prouclhon e, por fim, Marx e En gels, é para saber "se a máquina é uma invenção humana ou se o homem é muito ;nais, um jogo da máquina!" Por uma resposta otimista a essa per

do trabalho excessivo. A máquina, diz êlc, faz cessar uma imensa iniqüidade,

cializados é imenso. Não somente che

dendo, com isso, a uma clientela mais numerosa, multiplicando, com o lucro fiue proporciona, toda sorte de benefí-

vihsatíon?" Ou ainda: —

quina foi a de libertar o trabalhador

rendimento do trabalho, permite reduzir

da população, foi de 14 a 37 por cento.

do democráticos, sob o ponto de vista

Para Dupon'a maior conquista da má

dírigismo através dos excessos da livre emprêsa. Num de seus últimos estudos sobre a concepção socía'ista da

de oito em 1800 e de se

mocrático; em conjunto é, muito ao con

ras do trabalho o da semana- inglesa, formar uma elite social.

genho de produção, que se move çom

tenta e nove em 1900.

trário. E é curioso notar-se até que, durante todo o século XIX, enquanto

eonfórto ás classes laboriosas, não só liberta o operário de sua antiga posição de bèsta dc carga. Permite, pelo lazer fecundo, criado pela diminuição das ho

verteu a estrutura do Estado, animou o

anos, até 1900. O núme ro das cidades de 50.000 habitantes ou mais au mentou na Grã-Bretanha

Lindsay não vacila em afirmar que "o govêmo da indústria moderna não é de

Mas não ficam aí os benefícios da

máquina. Ela não só proporciona maior

as classes opostas.

grn nossos dias, a grande indústria tem a necessidade, pela sua produção mecânica elevada, de recuperar, o mais

mando para as carreiras liberais, tornan

Tal é, conclui êie, a virtude da má

quina: , — resolve a questão social e atenua as iniqiiidades da sorte, não pelo impiedoso nivelamento por baixo, como no país dos Soviets, onde proletarizam as elites intelectuais e burguesas; mas pelo alto, pela ascensão progressiva das camadas inferiores e pela formação de uma elite, tirada dos deserdados da sorte.

De fato, tudo isso é verdadeiro. Louis

Rougíer lembra a propósito a "Curtiss

possível, o trabalhador como energia

Publishing Co.", em Filadélfia, que é

vital, dando-lhe possibilidades de con-

ao mesmo tempo um clube gigantesco e

.à--g

-


l>inKSTo EcoNÓMifro

158

Engels já falava, — no empenho da luta socialista, — na "insensibilidade da

máquina". O homem antigo produzia para o consumo. A maquina não produz, mas reproduz, para vender. E essa ne cessidade' de vender e essa loucura de vender o mais possível, semeava a anar quia 6 maiores conflitos

* ÜWv "V.Vl'j

rr

157

Dicesto Ecox6^^co

entre

os

homens.

Por sua vez, a máquina, com suas pos.sibilidadcs, despovoou os campos, escra\izon a agricultura e criou as grandes massas urbanas. O professor Lindsay,

tratando dêste assunto, dá o exemplo

da cidade de Glasgow, que até a me-

ade do século XVIII chegava ao má ximo de 12 mil habitantes. Sua popula ção aumentou duas vêzes

e meia de trinta em trinta

que, ínegàvelmenle, o homem moderno, por melhores intenções que revele, sente que não pôde ainda suplantar o poderio irracional da máquina e sente que o

progresso que ela traz tem uma irrepa rável ação devastadora.

Icídade.s sociológicas. Êlc ú um inclus-

.sumir. Isso que se faz lioje nos Esta dos Unidos c em quase Iodos os países que possuam indústrias organizadas, se

Irial vitorioso, gratíssimo, por isso, aos bcnefício.s que da máquina rccebevi.

ria um escândalo ante os olhos de Adam Snúlh c dc Karl Marx!

Duplan não é pròpriainentc um cscrltíir. Num mu.smo sc- aprusunta com vo-

l

"A máquina dcscristianizou o cristão",

Ê!e quer, assim, com sua animadora ex

periência nas Iccclagcns dc Lyon, como diretor de indústria, dar o seu depoi

e.xc'amava Berdiaeff. Ela, de fato, sub

mento.

verteu a ordem antiga, mudou o pano

Depois dc fundar a Duplan

Silk Co., procura mostrar, com cia. como

rama da vida, criou novas fórmulas de

a máquina é realmente um fator dc me

ambição, despertou novos interêsses, avi vou o ritmo das atividades, desarticu lou as fórmulas da política libera', sub

lhoria humana.

A fábrica moderna não é só um en

trabalho, onde não bá esforço desumano, mas uma alegria pro\ocada pelo confor to natural que se completa, a atmosfera

permitindo ao trabalhador, pelos salários

história. Charles Turgon formula as interrogações

jas — coinedore.s, recreios, jogos, leitu='

cruciais da - civilização presente: — "Est-ce le macliinisme, avec ses dis ciplines brutales et ses as-

ras, dança, música, conferências, pisci

prio trabalho. Duplan impressiona-se com o que, a

nas» teatros e cinemas. E isso é possível porque, pela tese de Duplan, a máquina, multiplicando o

O número de trabalhadores que se educam e se aperfeiçoam em cursos espe

sujettissements

Sua população aumentou

milhares dc braços; c sala higiênica do

propícia ao de.scanso, cm salas apropria-

despoti-

ques, qui dép^ace irrésistiblement Taxe de Ia ci-

de 1.500.000 e sua pro porção, diante do total

do-se médicos, advogados^ engenheiros, arquitetos, homens de Estado.

du potenüel mécanique, sans cesse accru que rhumanité d'aujourd'liui met en

cios. Pagando ao trabalhador, em cohsecjüência, salários altos, superiores ao

por cento a 8,2,

oeuvre?"

nue Ih® ® necessário para viver, a indús-

po'ítico, a estrutura de sua indústria es tava-se tomando cada vez mais autocrá-

gunta, escreveu J. L. Duplan um tocan

tíca ou oligárquica". Poderíamos multiplicar aqui as acusa

te ensaio, intitulado — "Sa Majesté Ia machine", acompanhado de um vigoroso

ções documentadas nesse sentido, por

ensaio de Louis Rougíer.

Iria moderna transforma, pela fábrica, o operário em consumidor. O equilíbrio econômico realiza-se pela conciliação en tre o interesse do empregador e o do em

pregado. A elevação do "standard of life" democratiza o capital e reconcilia

t

propósito, se realiza nos Estados Unidos.

gam, com isso, a ocupar a posição de Carnegie ou de Rockefeller, como che gam a escapar do ciclo maquinista, ru

Por sua vez, a proporção de habitantes ocupados na agricultura baixou de 44

que os países industriais se iam toman

altos, consumir o produto de seu pró

o preço da venda de seus produtos, aten

"Sommes nous les esclaves ou les maitres

Todo o seu esforço, analisando um dos problemas mais palpitantes da cul tura, lembrando os temas de Saint Simon e Prouclhon e, por fim, Marx e En gels, é para saber "se a máquina é uma invenção humana ou se o homem é muito ;nais, um jogo da máquina!" Por uma resposta otimista a essa per

do trabalho excessivo. A máquina, diz êlc, faz cessar uma imensa iniqüidade,

cializados é imenso. Não somente che

dendo, com isso, a uma clientela mais numerosa, multiplicando, com o lucro fiue proporciona, toda sorte de benefí-

vihsatíon?" Ou ainda: —

quina foi a de libertar o trabalhador

rendimento do trabalho, permite reduzir

da população, foi de 14 a 37 por cento.

do democráticos, sob o ponto de vista

Para Dupon'a maior conquista da má

dírigismo através dos excessos da livre emprêsa. Num de seus últimos estudos sobre a concepção socía'ista da

de oito em 1800 e de se

mocrático; em conjunto é, muito ao con

ras do trabalho o da semana- inglesa, formar uma elite social.

genho de produção, que se move çom

tenta e nove em 1900.

trário. E é curioso notar-se até que, durante todo o século XIX, enquanto

eonfórto ás classes laboriosas, não só liberta o operário de sua antiga posição de bèsta dc carga. Permite, pelo lazer fecundo, criado pela diminuição das ho

verteu a estrutura do Estado, animou o

anos, até 1900. O núme ro das cidades de 50.000 habitantes ou mais au mentou na Grã-Bretanha

Lindsay não vacila em afirmar que "o govêmo da indústria moderna não é de

Mas não ficam aí os benefícios da

máquina. Ela não só proporciona maior

as classes opostas.

grn nossos dias, a grande indústria tem a necessidade, pela sua produção mecânica elevada, de recuperar, o mais

mando para as carreiras liberais, tornan

Tal é, conclui êie, a virtude da má

quina: , — resolve a questão social e atenua as iniqiiidades da sorte, não pelo impiedoso nivelamento por baixo, como no país dos Soviets, onde proletarizam as elites intelectuais e burguesas; mas pelo alto, pela ascensão progressiva das camadas inferiores e pela formação de uma elite, tirada dos deserdados da sorte.

De fato, tudo isso é verdadeiro. Louis

Rougíer lembra a propósito a "Curtiss

possível, o trabalhador como energia

Publishing Co.", em Filadélfia, que é

vital, dando-lhe possibilidades de con-

ao mesmo tempo um clube gigantesco e

.à--g

-


7^1'

158

Dicesto

Econômico

uma usina colossal. Porém, a ambição

cial, ainda não terminou. Em tômo de

que a máquina desperta, os problemas

la estão, realmente, os grandes excessos, dos que tem e dos que não tém. E o pior, como lembra Louis Rougier, é que ela despertou o intervencionismo, que é a grande sombra que vem escu

que ela produz, criando, de improviso, não só uma nova elite, mas o bárbaro en

dinheirado, o novo-rico deslumbrado

com a fartura, projetando no espaço no vos panoramas, enfim, mostra que a luta

para coloca-la na linha do equilíbrio so

recendo assustadoramente o céu da ci-

vihzação de nossos dias.

PANO

MICO

Os problemas econtJi

e republicana

Confronto da Posição dos Dois Partidos

xílio^ seja eficiente e nos moldes dos negocies particulares".

Em

convenções realizadas

recente

mente cm Filadélfia os dois grandes e tradicionais partidos políticos cios Esta

dos Unidos escolheram as respectivas

chapas com que concorrerão i\s elei ções para os altos postos de presidente e vice-presidente da República. Nessas convenções os Partidos Democrático e

Republicano também formularam e apro varam as respectivas plataformas em

que delineiam os programas de go\'èrno que se propõem realizar na hipótese de

Problema da Inflação - O Partido De

mocrático culpa o atual Congresso de nurioria republicana pelo alto custo de

vida atual, porquanto rejeitou o progra ma de controle de preços apresentado pelo Presidente Truman, Promete pa ralisar a ascensão dos preços. O Partido Republicano afirma que o govêrno atual encorajou a elevação dos preços; prome te eliminar as "causas básicas" da infla

ção, reduzindo os gastos do govêrno e a dívida pública e estimulando a produção. Problema de Habitação — O Partido

plantas em medas apropriadas para uma batedura posterior, quer utilizando-se de algum secador prático, que as enxugasse à medida do arrancamento, quer final

vitória nas urnas eleitorais. O Escritó rio de Propaganda e Expansão Comer cial do Brasil em Nova York, levando em conta os interôsses no que concerne à maneira por que ambos os partidos en caram os problemas econômicos, finan ceiros e sociais, publica o seguinte con fronto das atitudes desses dois partidos com relação aos mesmos problemas: política Exterior — O Partido Demo crático promete a concessão dos fundos necessários assim como uma administra

ção "inteligente e humanitária" do Pla

ciativa particular ou estadual.

neles permanecer, até à época propícia para o beneficiamento e espalhando-as para que não houvesse fermentações, seria a solução preferível.

no Marshall. Além disso, advoga a res tauração do programa de acordos recí

favorece a redução dos impostos sempre

A safra do amendoim dêste ano atingiu cifra jamais conhecida em São Paulo, decido sobretudo à extraordinária capacidade do agricultor. De um modo geral, os relatórios dos agrônomos regionais são otimistas, no to cante ao volume das futurasjplantações. Um dos problemas importantes da cultura dessa oleaginosa refere-se ao temvo chuvoso durante a colheita.

Plantando-se tardiamente, a fim de que a colheita pudesse coincidir com época

provâvel^nte sem chuvas contínuas, verificar-se-ia, segundo dados experimen tais na Seção de Plantas Oleaginosas, da DEP, grande redução nos colheitas. A possibilidade de se prevenir o agricultor no sentido de proteger a colheita

contra os efeitos das chuvas, quer remizando-a em horas de sol e dispondo as

mente dispondo as plantas arrancadas em galpões, de tal sorte .que pudessent^ Um ponto muito importante na cultura do amendoim, para o qual cumpre

aos agricmtwes volver a atenção, é o fato de que não se deve repetir a semeadura do ammidoim no mesmo terreno, em dois anos consecutivos. E muito provável que a Seção de Exame e Distribuição de Sementes e Mudas ,da Divisão de Fomento Agrícola, à rua 15 de Novembro, 244, 8.^ andar, reunà

procos de comércio adotado em 1934 e modificado pelo atual Congresso. A ôste respeito endossa enfàticamente o

projeto de criação da Organização Inter

razoável estoque de sementes daquela oleaginosa, para venda aos lavradores; mas,

nacional do Comércio. O Partido Repu^

dido em todo o Estado.

blicano promete auxílio financeiro, den tro dos "limites prudentes" estabelecidos

t^o quanto cons^uu armazenar, não será suficiente para o plantio a ser proce

Reconwnda-$e, por isso, aos interessados, que reservem, das colheitas, quanti dade suficiente de amendoim para o suprimento das suas necessidades na próxima semeadura, escolhendo frutos perfeitos, das melhores áreas e, preferentemente, de plantas marcadas.

pelo bem-estar nacional, a fim de auxi

Democrático se compromete a elaborar

uma legislação adequada, abrangendo a extinção dos cortiços e a construção de

casas populares de aluguel. Sustenta que um programa efetivo de construção eli minaria a necessidade dos contrôles de

aluguel. O Partido Republicano recomen

da o auxílio federal aos Estados para a extinção dos cortiços e o barateamento

dos aluguéis apenas onde estes planos não podem ser levados avante pela ini Impostos — O Partido Democrático

que a mesma não acarrete um desequilí brio da economia nacional, afirmando que qualquer redução deve beneficiar as famílias de pouca renda. Também se opõe a um imposto geral e federal de vendas. O Partido Republicano sustenta que o Govêrno Federal deveria suprimir ou reduzir logo que possível os impostos que podem ser melhor administrados por

liar as nações amantes da paz a restau rar sua independência econômica e in

governos locais, especialmente o de sisa

siste para que a administração dêste au-

e herança.


7^1'

158

Dicesto

Econômico

uma usina colossal. Porém, a ambição

cial, ainda não terminou. Em tômo de

que a máquina desperta, os problemas

la estão, realmente, os grandes excessos, dos que tem e dos que não tém. E o pior, como lembra Louis Rougier, é que ela despertou o intervencionismo, que é a grande sombra que vem escu

que ela produz, criando, de improviso, não só uma nova elite, mas o bárbaro en

dinheirado, o novo-rico deslumbrado

com a fartura, projetando no espaço no vos panoramas, enfim, mostra que a luta

para coloca-la na linha do equilíbrio so

recendo assustadoramente o céu da ci-

vihzação de nossos dias.

PANO

MICO

Os problemas econtJi

e republicana

Confronto da Posição dos Dois Partidos

xílio^ seja eficiente e nos moldes dos negocies particulares".

Em

convenções realizadas

recente

mente cm Filadélfia os dois grandes e tradicionais partidos políticos cios Esta

dos Unidos escolheram as respectivas

chapas com que concorrerão i\s elei ções para os altos postos de presidente e vice-presidente da República. Nessas convenções os Partidos Democrático e

Republicano também formularam e apro varam as respectivas plataformas em

que delineiam os programas de go\'èrno que se propõem realizar na hipótese de

Problema da Inflação - O Partido De

mocrático culpa o atual Congresso de nurioria republicana pelo alto custo de

vida atual, porquanto rejeitou o progra ma de controle de preços apresentado pelo Presidente Truman, Promete pa ralisar a ascensão dos preços. O Partido Republicano afirma que o govêrno atual encorajou a elevação dos preços; prome te eliminar as "causas básicas" da infla

ção, reduzindo os gastos do govêrno e a dívida pública e estimulando a produção. Problema de Habitação — O Partido

plantas em medas apropriadas para uma batedura posterior, quer utilizando-se de algum secador prático, que as enxugasse à medida do arrancamento, quer final

vitória nas urnas eleitorais. O Escritó rio de Propaganda e Expansão Comer cial do Brasil em Nova York, levando em conta os interôsses no que concerne à maneira por que ambos os partidos en caram os problemas econômicos, finan ceiros e sociais, publica o seguinte con fronto das atitudes desses dois partidos com relação aos mesmos problemas: política Exterior — O Partido Demo crático promete a concessão dos fundos necessários assim como uma administra

ção "inteligente e humanitária" do Pla

ciativa particular ou estadual.

neles permanecer, até à época propícia para o beneficiamento e espalhando-as para que não houvesse fermentações, seria a solução preferível.

no Marshall. Além disso, advoga a res tauração do programa de acordos recí

favorece a redução dos impostos sempre

A safra do amendoim dêste ano atingiu cifra jamais conhecida em São Paulo, decido sobretudo à extraordinária capacidade do agricultor. De um modo geral, os relatórios dos agrônomos regionais são otimistas, no to cante ao volume das futurasjplantações. Um dos problemas importantes da cultura dessa oleaginosa refere-se ao temvo chuvoso durante a colheita.

Plantando-se tardiamente, a fim de que a colheita pudesse coincidir com época

provâvel^nte sem chuvas contínuas, verificar-se-ia, segundo dados experimen tais na Seção de Plantas Oleaginosas, da DEP, grande redução nos colheitas. A possibilidade de se prevenir o agricultor no sentido de proteger a colheita

contra os efeitos das chuvas, quer remizando-a em horas de sol e dispondo as

mente dispondo as plantas arrancadas em galpões, de tal sorte .que pudessent^ Um ponto muito importante na cultura do amendoim, para o qual cumpre

aos agricmtwes volver a atenção, é o fato de que não se deve repetir a semeadura do ammidoim no mesmo terreno, em dois anos consecutivos. E muito provável que a Seção de Exame e Distribuição de Sementes e Mudas ,da Divisão de Fomento Agrícola, à rua 15 de Novembro, 244, 8.^ andar, reunà

procos de comércio adotado em 1934 e modificado pelo atual Congresso. A ôste respeito endossa enfàticamente o

projeto de criação da Organização Inter

razoável estoque de sementes daquela oleaginosa, para venda aos lavradores; mas,

nacional do Comércio. O Partido Repu^

dido em todo o Estado.

blicano promete auxílio financeiro, den tro dos "limites prudentes" estabelecidos

t^o quanto cons^uu armazenar, não será suficiente para o plantio a ser proce

Reconwnda-$e, por isso, aos interessados, que reservem, das colheitas, quanti dade suficiente de amendoim para o suprimento das suas necessidades na próxima semeadura, escolhendo frutos perfeitos, das melhores áreas e, preferentemente, de plantas marcadas.

pelo bem-estar nacional, a fim de auxi

Democrático se compromete a elaborar

uma legislação adequada, abrangendo a extinção dos cortiços e a construção de

casas populares de aluguel. Sustenta que um programa efetivo de construção eli minaria a necessidade dos contrôles de

aluguel. O Partido Republicano recomen

da o auxílio federal aos Estados para a extinção dos cortiços e o barateamento

dos aluguéis apenas onde estes planos não podem ser levados avante pela ini Impostos — O Partido Democrático

que a mesma não acarrete um desequilí brio da economia nacional, afirmando que qualquer redução deve beneficiar as famílias de pouca renda. Também se opõe a um imposto geral e federal de vendas. O Partido Republicano sustenta que o Govêrno Federal deveria suprimir ou reduzir logo que possível os impostos que podem ser melhor administrados por

liar as nações amantes da paz a restau rar sua independência econômica e in

governos locais, especialmente o de sisa

siste para que a administração dêste au-

e herança.


160

Digesto Econômico 161

Dicesto Econômico Trabalho — O Partido Democrático re

lhorar o padrão de \ ida rural e preser-

pele a Lei Taft-Hartley porque a mesma

víiT a pequena propriedade.

fracassou" no estabelecimento da paz industrial. Advoga uma legislação que estabeleça regras para a negociação de contratos coletivos de trabalho e que

auxílios federais preconizados figura uin .sistema permanente e flexível de subsí

determine os direitos dos empregados e

um programa intenso de conservação do

dos empregadores e possibilite aos sindi catos manterem-se livres da influência

comunista. Favorece a fixação do sa lário mínimo êm 75 cents a luira an

invés dos 40 atuais e a reorganização do Departamento do Trabalho. O Partido epubhcano propõe esforços contínuos

para a melhoria das relações entre em

pregados e empregadores à luz da ex periência e da mutação das condições. Sustenta que o direito "fundamental" de

greve deve ser subordinado apenas a considerações de ordem superior abran gendo a saúde e a segurança pública. Seguros Sociais — O Partido Democrá tico favorece o aumento de um mínimo

dios, a fim de manter as rcnda.s da agri cultura em paridade com os scu-s custos, solo, um programa de melhoramento dos métodos de distribuição dos produtos agrícolas, a promoção o o desenvol\i. mente de mercados de exportação está veis, emprêgo dos excedentes agrícolas em favor da alimentação dos necessita

liva.

i

1,

de eletrificação rural, assim como o in

ção deve elaborar um programa de longo alcance no interesse da agricultura o dos prescindível que êste programa abranja a conservação eficiente do solo, preços ra

cadorias, uma reforma razoável do cré

limite para a aposentadoria e pensões

dito agrícola, estímulo à pequena pro

das mulheres de 65 para 60 anos. Pro mete também estender êstes programas

priedade e à eletrificação rural.

de auxílios a todos os trabalhadores não

crático favorece a aceleração do progra

abrangidos agora. Bate-se por um pro

ma federal de restauração dos recursos

grama de expansão das pesquisas médi cas, educação medica, hospitais e clíni cas. O Partido Republicano promete es tender o programa federal de seguros e

naturais e a continuação do melhora

das enchentes e promete armazenar ma teriais estratégicos. O Partido Repu blicano advoga o desenvolvimento "pro

lista". Favorece, outrossim, refgrça-

gressivo" dos recursos bidráulícos e a restauração dos recursos naturais com

inteira proteção dos direitos e interesses estaduais. É também favorável ao arma

zenamento de matérias-primas escassas.

Negócios ~ O Partido Democrático

promete a elaboração de leis anti-mono-

Prof. Rodülpho Batista de S. Thiago. 2.^ edição, revista e ampliada pelo

daquela matéria, na Escola de Comér

É o

resultado do ensino, durante 16 anos, cio "Alvares Penteado", onde o Professor

São Paulo, 1948, 750 pag.

S. Thiago lecionou com a proficiência inata dos homens dotados de capacidade

Os estudos econômicos, quando se re

geral, pois ôle também foi professor,

niiestões relativas a juros, descontos, anuidades, seguros, etc. O curso ginasial ensina o suficiente

para entrar em contacto com a Matemá

4

concorrência pelas organizações govemamentais.

Marie, Santacroce, Conzides Calé.

Com as terminologias estrangeiras de

aplicação de urp programa amplo de

proteção contra a discriminação, corre-

ção dos abusos fiscais e limitação da

Matemática Comercial e Financeira.

"Mathematics of Finance", "Malemati^ Finanziaria", "Opérations Financiérès" "Matemáticas Financieras", encon tramos diversos tratados, os quais, com pequenas diferenças, apresentam as

mento dos portos è vias navegáveis. Re. clama verbas adequadas para o controle

eliminação de contrôles desnecessários,

bibliografia

um conhecimento do mátemática.

Recursos ruiturais —■ O Partido Demo

aumentar os benefícios para a velhice de forma a alcançar "ura nível mais rea

vem ser incenli\ ados por meio dc medidas enérgicas contra os "trusls", pela

vestem de aspecto didático, apresentamse em geral sob dois aspectos: um, des critivo, em que as questões, as mais va riadas, são conduzidas de forma ligeira 10 alcance da maioria das pessoas; outro, o teórico, em que a matéria é examina da com fórmulas e números, exigindo

consumidores, afirmando ser também im

ros de velhice e a redução da idade

que os pequenos homens de negócios de-

sianas.

centivo às cooperativas agrícolas. O Partido Republicano declara que a na

de 50% dos benefícios oriundos de segu

O Partido Republicano declara

engenheiro Luiz Gomes de S. Tliiago. Ed. Escolas Profissionais Sale-

dos e a expansão constante do programa

zoáveis no mercado por meio de subsí dios flexíveis, empréstimos sôbre mer

mento dos programas federais-estaduais que visam instalações hospitalares mais adequadas. Agricultura — O Partido Democrático promete esforçar-se para manter a pros peridade constante da agricultura, me

polistas. Apóia o direito à li\re inicia-

Entre os

tica Comercial e Financeira. É matéria lecionada, com maior ou menor desen volvimento, conforme o curso, nas Esco las de Comércio e nas Faculdades de Ciências Econômicas. Ê livro completo no assunto, comparável aos clássicos es trangeiros — Todhunter, Barriol, Léon

didática, aliada à cultura matemátic.i durante 30 anos, da cadeira de CeomeIria Analítica e Cálculo Diferencial e In

tegral da Escola Politécnica da Univer

sidade de São Paulo. A clareza de e.x-

posição dos assuntos constitui o grande mérito de tão valiosa obra póstuma.

O fato de se tratar de 2.^ edição dé um livro técnico, é, por si só, uma re comendação. A 2.^ edição foi amplia da . e revista pelo filho do autor, eng.

Luiz Gomes de S. Tliiago, o qual de senvolveu, especialmente, os capítulos dc juros, moedas, valores mobiliários, anuidades e empréstimos, sem alterar a

sua homogeneidade. A- parte de exercí cios, inclusive de aplicação da tabela •Price, e das tábuas financeiras, mereceu

especial cuidado, constituindo destarte uma obra completa no assunto, quer

para estudo cotidiano, quer para consul ta. Engenheiros, contadores, estudantes de Escolas de Comércio, economistas, aí encontrarão as questões da vida comer cial apresentadas com segurança e pre cisão,


160

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dos empregadores e possibilite aos sindi catos manterem-se livres da influência

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liva.

i

1,

de eletrificação rural, assim como o in

ção deve elaborar um programa de longo alcance no interesse da agricultura o dos prescindível que êste programa abranja a conservação eficiente do solo, preços ra

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geral, pois ôle também foi professor,

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4

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MATRIZ: SÂO PAULO

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pia — Ourinhos — Palmital — Piracicaba — Pirajuí — Pirassu-

nunga — Presidente Prudente — Ouatá — Registro — Ribei rão Prêto — Sto. Anastácio — S. Carlos — S. João da Boa Vista — S. Joaquim da Barra — S. José do Rio Pardo — São Jo Rua Senador Dantas, 20 — 15° andar — salas 1507/9

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