DIGESTO ECONÔMICO, número 46, setembro 1948

Page 1

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PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR

1

NO

DIGESTO

ECONOMICO

OIGESTO

ECOMMICO Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta

SOB OS nuspícios Da ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

ção, o Digesto Econômico, dando aos seus

leitores um panorama mensal do mundo dos

negócios, circula numa classe de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas

SUMARIO

razões, os anúncios inseridos no Digesto Eco

nômico são lidos, invariàvélmente, por um pro

Pág. O Plano Regional de Santos —

vável comprador.

Francisco Prestes Mala

9

Tomas o Problemas em Debate — Dario de Almeida Magalhães

26

A Inflação e o Custo da Vida — Aldo M. Azevedo

38

Lloyd*s de Londres — Davi Campista Filho

49

Esta revista é publicada mensalmente pela Edi-

A Estabilidade Cambial e o Fundo Monetário Internacional — Dorival Teixeira Vieira

56

tôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso

A Estrutura da Unidade — Nelson Werncck Sodré A Inflação e o Mecanismo dos Preços — Clovls Leite Ribeiro Lebrot e sua "Carta aos Americanos" — José Luís de Almeida Nogueira Pôrto ..

64 69 74

O Desequilíbrio do Mercado Brasileiro de Cimento — G. R. Hohenstein Economia dos Minerais Estratégicos — A. J. Alves de Souza

80 89

ciação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil — Glycon de Paiva Democracia e Administração — Paulo Barbosa de Campos Pilho

97 lOO

O Estadista Perfeito ~ A. C. de Salles Júnior !!!!!!.'!! 104 Intorprotação da Política Imigratória Brasileira — J. Fernando Carneiro' i 110 No Tempo da Regência — Otávio Tarquinio de Souza

.. 126

Do Mll-Réis oo Cruzeiro — Josaphat Linhares !!!!!!..".'!!!!!!! 131 História Econômica — Federalismo e Economia — Afonso Arinos de'Meio'Frà'ncò 140

EDITÔRA

COMERCIAL

VIADUTO BOA VISTA, 67,

LIMITADA-

ANDAR — TEL. 3-7499 — S. PAULO

A Caresiia da Mão-de-Obra nos Inícios do Século XVIIl — José Honório Rodrigues 144 Bonjamin Franklin — Rodrigo Soares Júnior O Significado da Confiança na Vida Comercial — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação

ANO IV — SETEMBRO DE 1948 — N o 46

149 166 170


O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ À VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 3,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.

HA E Calçados IN dustrias

Agente Geral para o Brasil

de Artefatos de

FERNANDO CHINAGLIA

NOSSAjESPKl^^tlDA^

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro

CALÇADOS SM Alagoai: Manuel Espíndola. Praça Pe dro n, 49, Maceió.

Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa

quim Sarmento, 29, Manaus.

bomch., par. homcn,. .«hora» e

Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No

de lona para «portca c p

vembro. 423, Curitiba.

Pernambuco:

Fernando

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.

Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia.

Rio de Janeiro: Fernando Chinagllb, Av. Presidente

Goiânia.

Maranhão:

Livraria Universal, Rua

J?âo Lisboa. 114, São Luiz.

firoBSo: Carvalho, Pinheiro &

Cia.. PçaRepública, 20, Ciuabá. Minas OeraU: Joaqul^m Moss Velloso,

Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

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Aih.ino H. Martins & Cia., Tra-

tes^a Campos Sales, 85/89, Belém.

« -iw«. Loia das Revistas. Rua Ba-

cio Triunfo, 510-A. João Pessoa.

solado. Vírolas

^ cnanças. Tira de

«ooaCHA em 6ERAL - Fios elisdcoi

ARTEFATOS DE 8°'' ^

Vargas. 602. ig.q

de borracha de todos os

Rio Grande do Norte; Luís Romno,

pratos, rodas de

Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua 7 de Setembro, 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia, R. de Janeii-o Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia..

Rua Felipe Schmldt, 8, Florianóp. São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via

duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.

Sergipe: Livraria Regina Ltda.. Rua

Lençóis de borracha para fios. Tapetes de borracha, de

para dntas dísticas e P ^ cadeira, pneumlcicos e cordóei rinnipidores para pia», P pucaros. guamições de borracha para pira rodas de para balanças, revestimento de roda»

Avenida Tavares Lira, 48, Natal.

Goiás: João Manarino, Sua Setenta A,

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UBação. Outras miudezas.

Etpíriio Santo: Viuva Copolilo & Fi Vitória.

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cha. Corticite para calçado. «

andar.

lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 3G1,

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e crianças. Lençóis de bo^ F

Recife.

Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia., R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.

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Chlnaglia,

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FBBRICIIITES DOS ÍFnHaDOS SILTOS DE BOHHMCHI FÁBRICAS: Rua Marajó, 136/158 Rua Cosario Alvlm, 297

João Pessoa. 137, Aracaju.

ESCRITÓRlOi Rua Marajó, 136

Território do Acre: Diógenes de Oli veira, Rio Branco.

São Pauto ÇfeTIINATl-C-1-á

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Gerencia — 9-3205 Contadoria — 9-3200 Vendas — 9-5844 Endereço Telegrõfieo s CAMPANA

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lisadoB em todos os ramos de produção, para consultas técnicas gratuitas. VENDEMOS:

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PORTO ALEGRE

Av. Mem de Sá, 147

R.Siqueira Campos,1172

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e descargos

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-íaz o serviço de 5 homens em 30 segundos!

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Adaptável cm rfiialqucr tipo dc caminhão, cslv nnvo aparelho auNÍliar tios transportes, com iini homem

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dott^e®'

üso

apenas, em poucos segundos, faz o serviço dc cinco homens, mesmo com pesadas cargas! Um simples

de P''®

conlrõle faz com que baixe c pare nos níveis dese

jados. O seu funcionamento é automático pelo

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TREPIDAÇÃO «Qitn (cxin3i»>

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•ODUT© I* CIA. CIIVIIAilA IIANHA «OOHABIAKÔKIUA tUÜUUA.110 Dl JAMIflO.SÁO PAULO • CUlIflt» • POtIO ALIOU

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fc' i' r2»

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GENERRL MOTORS DO BRUSIL S. O, ■t:..

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Ú (Pin/7 '

DIGm EMÉIICO O MUNDO DOS KLGOCIOS NUM PANORCUa MINSIL Publicado tob os auspícios da

Francisco Prestes Maia

ASSOCiACáO COMERCIALDE SAO PAULO e da

federação no COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO

6) — Extensão — O problema da ex

O Digesto Eeoiiónuico publicará no pró.xiino número:

Diretor:

Anlonlo Gonttjo de Carvalho ♦

O Digesio Econômico, órgão de In formações econômicas e íinancei-

é publicado mensalmente pela

APROVEITAMENTO

DO

casos concretos.

E é também o caso de Santos, cujas li mitações são predominantemente topo

"SÃO

gráficas. As áreas merecedoras de dire

FRANCISCO" — Pimentel Gomes.

trizes imediatas são as ilhas de São Vi

A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

OS

RESULTADOS

DO

cente e Santo Amaro, as praias Grande,

DEPARTA

Bertioga e o Cubatão. Bastará conside

MENTO NACIONAL DO CAFÉ -

rar perfunctòriamente, nesta etapa, os

Antônio de Queirós Telles.

meandros das baixadas, os manguezais

nome

do

D 1 d es1 o

Econômico.

CONTROLE DO COMÉRCIO EXTE RIOR — José da Costa Boucinhas.

As diretrizes consistirão na malha prin

cipal das futuras vias de comunicação,

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es

estradas de ferro e de rodagem, aveni

SOCIOLOGIA E AS RELAÇÕES IN

das e "parkways", na localização das obras mais importantes (cais, docas, pon

TERNACIONAIS - L. A. Costa Pinto.

trangeiras. ASSINATURAS: Digeslo Econômico

Ano (simples) '■ (registrado) Número do mês:

Atrasado:

cr$ 30,00 CrÇ 36,00 Cr$ 3,00

tes, túneis etc.), na determinação dos parques e reservas florestais, e num zO" neamento preliminar, orientador da ocu-

O IMPOSTO DE RENDA AMERICA

NO E SUA SIMPLIFICAÇÃO Guilherme Deveza.

oferecer aos seus leitores essa va UosissiiM contribuição

eoentuais estudas ou

~sSí.

um relevante serviço

cia forem indicando.

Em Santos a disponibilidade de area,

São Paulo

as perspectivas do porto e da cidade, a y

Zel com á devida antecedência, permi

tem considerar a região, sem as exces sivas e acadêmicas preocupações do ta manho ideal. Já dizia o estagirita que uma cidade não pode subsistir "com

tão poucos habitantes como dez, nem

populosas. Hume, ao comentar esta pas

po, a evolução da técnica e a experi®^^'

Viaduto Boa Visla, 67 - 7.o andar Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

«sibilidade de regulamentação aplica-

po

viária, resultarão em etapas posteriores, sem prejuízo de adaptações que o

Redação e Administração:

°

Os projeto.s definitivos, os pormenores,

o preenchimento dos vãos da malhR

diversas consultas em as^ntos ligados àaueJa região. Êsse trabalho nao se desZvU L da piihUcidade. Graças, poZ a "Imia gcuVeza do em.nente c""enheiro. fdâe o "Digcsto Econ^

tantos como cem mil", afirmação aliás estranha, porque outros escritores anti

• pação lógica e econômica dos terrenos.

Cr$ 5^00

jLh

Santos, o grande empório comercial. Es

da Bertioga, e os fundos do pôrto (conti nente), assim como os sopés da Serra.

Na transcrição de artigos pede-se o

precisão dos elementos e variabilidade

tudado pelo antigo prefeito de São Pau lo sein ônus para os poderes públicos, üiiow o Dr. Prestes Maia apenas estabe lecer um fundamento para resposta a

lor meramente acadêmico na maioria dos

fiditôra Comercial Ltda.

citar

vel exposição de um esquema dc pla nejamento urbanístico e regional para

das condições, suas conclusões tem va

AS DIFICULDADES DO CONTROLE MONETÁRIO — Djacir Menezes. O

tensão .sugere outro preliminar, o da grandeza ideal das cidades. Por in

teressantes que sejam os estudos neste senlido, força é confessar que, pe^a im

TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATp, — Dario de Almeida Magalhães.

Com ésíc artigo pca concluída a notá

gos mencionavam cidades muito mais

sagem da E'tica, reincidia na falta: "Plí

nio refere-nos que Selencia contava 600 mil almas, E Cartago, segundo Strabão, 700 mil. Hoje Pekin não é muito mais populosa; Londres, Paris e Constantino-

.

(


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Francisco Prestes Maia

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6) — Extensão — O problema da ex

O Digesto Eeoiiónuico publicará no pró.xiino número:

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DO

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"SÃO

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Econômico.

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Redação e Administração:

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Os projeto.s definitivos, os pormenores,

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TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATp, — Dario de Almeida Magalhães.

Com ésíc artigo pca concluída a notá

gos mencionavam cidades muito mais

sagem da E'tica, reincidia na falta: "Plí

nio refere-nos que Selencia contava 600 mil almas, E Cartago, segundo Strabão, 700 mil. Hoje Pekin não é muito mais populosa; Londres, Paris e Constantino-

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10

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wwT DiCESTO EcONÓIVflCO

11

01CMTO Econômico

pia admitem cifras da mesma ordem de

grandeza. Da experiência passada e pre sente pode-se conjeturar qup existe uma espécie de impossibilidade de qualquer

cidade ultrapassar muito estas propor ções. Repouse a grandeza das metrópo les no poderio político ou no comércio, parece haver obstáculos invencíveis a maior desenvolvimento. As sedes de vastos impérios, introduzindo extrava

gâncias simtuárias, desperdícios, indolên cia. sujeições, falsas idéias de hierarquia e superioridade, tomam-se impróprias para o comércio. O grande trato cria

bnutes a si próprio, elevando os preços

do trabalho e das comodidades. Quano a ^rte retém uma nobreza numero sa e noa, a aristocracia média permane ce na província, onde pode viver melhor com rendas modçstas. E se -os do-

mmios dum império crescem demais, novas capitais surgem nos territó rios longínquos. Londres, centralizan

do o comércio e o govêmo impe rial atingiu, talvez, uma grandeza que nenhuma outra cidade poderá exceder''. Os fatos, máxime com o '

mentos detcrmin.antes são \'agos, e os

técnicos, para não prejudicarem a es tética do problema, deixam de conside rar um fator muito real e importante: o mercado", que só as grandes cida des podem oferecer à atividade e à capacidade dos indivíduos.

Situação semelhante existe relativa mente à indústria c ao comércio. Isto

explica porque, não obstante a preiraçao dos teóricos e tôda a propaganda das vilas e do campo com os seus carneirinhos, as multidões persistem exn acorrer para as cidades.

adiantados, a mecanização e a industria lização da lavoura concorrem para re

duzir, sem queda da produção, a popu

lação rural, impelindo-a para as cidades. A idéia da descentralização deu em re sultado as cidades-jardins, caracterizada^

pela amenidade e sobretudo pela auto suficiência. O ideal é belíssimo e certal mente aproveitável, mas os urbanistas

não gostam de confessar que elas têm sido, na maioria dos casos, relativos fra cassos: dificilmente atingem às popula

advento da era industrial,

desmentiram a Hume. Hoje a discussão mudou um pou co de objeto: considera-se, mais que o desenvolvimento possível, o tamanho mais conveniente às cidades. Uns especialistas enunciam 50

mil habitantes como a po pulação capaz de manter todos os sèrviços e confortos

da civilização presente, sem por outro lado agravar os inconvenientes do conges tionamento. Outros admi tem 100 mil, e outros ain

da, 400 e 500 mil. Os ele

Nos países

i.ir

çáo para o pleno proveito de suas pos sibilidades.

Tem resultado uma mudança de di

reção do urbanismo, para us cidades satéhtes ou mesmo simples bairrosjardins, que pareciam superadas, mas a que as realidades reconduzcm. Na autonomia funcional das cidades-jardins não se poderá, portanto, confiar senão parcialmente ou em casos especiais, e o problema das comunicações com o centro urbano e o melhoramento dêste

sempre se imporão. As megalópoles ten dem antes a se transformar, que a se rem eliminadas. Problema cone.xo, doutra

ordem, é o zoneamento ou, melhor, o isolamento verde das cidades satélites

entre si. Com efeito, a especialização do uso dos terrenos constitui uma diferen

munities.

A expressão do crescimento imediato das cidades obtém-se fàcihnente pelos

coeficientes do crescimento anterior. E',

porém, fantasia extrapolar remotamente

porque, no decorrer de longos períodos, as influências são imprevisíveis.

Por

isso é lícito desconfiar de certas aphca-

çóes da logisUca de Verhulst. quando a credencial invocada e corres-

^ondcr ben. a cer^s pr««

vezes pwi

cidade, vencendo por outras vantagens

plos não se têm multipli cado na medida esperada. Acabaram como simples,

o "handicap" da distância.

tempo. E' que as ativida des econômicas, tanto indi viduais como coletivas, pre cisam • ainda precisaxSo longamente da concentra-

kee, também não são sclf-susioining com-

livres isolantes, sejam recreativos ou agrícolas.

ficuldade: a manutenção, absolutamente

não é alcançado, e os exem

nientes de transporte, de incomodídade e perda de

a 16 km. de Washington. Greehills e Greendale, junto n Cincinnati e Milwau- .

essencial, do zoneamento e dos espaços

va, aos proprietários. Acresce uma di

rém bem organizada, poderá abastecer a

tos aos mesmos inconve

Nova Jersey, é um suburbiozinho en cantador, mas melancólico, de Nova York. O mesmo diremos de Greenbelt,

do "hinterland" e os^bansporje^ ÍraXTdeL^ncia agrícola, trada, a , da riqueza ambiente - às

ça de tratamento, nem sempre equitati-

ções previstas, o objetivo essencial (auto-suficíência)

embora agradáveis, subúr bios, cujos habitantes continuam a vir trabalhar nas metrópoles próximas, sujei-

atinge trés mil habitantes. Radburn, em

Qualquer lavoura mais afastada, po

As cidades-jardins requerem critério realístico no referente às indústrias. A ausência de condições essenciais, como

transporte, energia, água, escoamento, mão-de-obra etc., condenam de ante

mão muitas fantasias. Há a questão das ocupações complementares das famílias operárias, requerendo correspondência e simultaneidade das instalações. Há ain da o vulto desejável das atividades, pois um mercado insuficiente de mão-de-obra

corta a independência dos trabalhadores. Quem se interessar por estas ques

tões poderá estudar Letchworth e Welwyn, perto de Londres. Sunlight não

nrundiais ou remotos, A cidade — sao ra-

r6"rv1nientes de paraUsação. imprevisíveis.

Temos aqui mesmo exemplos em São Sel^astião e Ubatuba, suplantados por Santos, por uma simples mudança das

comunicações; temos a decadência das

cidades mineiras, após o esgotamento, das lavras; temos o declínio de Belém e Manaus, provocado por mudinhas de hévea no antípoda. Ilusória, assim, a precisão do aparato matemático. Se grosso modo admitirmos

para a região santista 200 mil habitantes e uma duplicação cada 20 anos, teremos

uma população de 800 mil almas em 40 anos e de um^ milhão e seiscentos mil em 60. Ora, os planos urbanísticos visam prazos de 30 a 60 anos. Evidentemente


10

'w.\

wwT DiCESTO EcONÓIVflCO

11

01CMTO Econômico

pia admitem cifras da mesma ordem de

grandeza. Da experiência passada e pre sente pode-se conjeturar qup existe uma espécie de impossibilidade de qualquer

cidade ultrapassar muito estas propor ções. Repouse a grandeza das metrópo les no poderio político ou no comércio, parece haver obstáculos invencíveis a maior desenvolvimento. As sedes de vastos impérios, introduzindo extrava

gâncias simtuárias, desperdícios, indolên cia. sujeições, falsas idéias de hierarquia e superioridade, tomam-se impróprias para o comércio. O grande trato cria

bnutes a si próprio, elevando os preços

do trabalho e das comodidades. Quano a ^rte retém uma nobreza numero sa e noa, a aristocracia média permane ce na província, onde pode viver melhor com rendas modçstas. E se -os do-

mmios dum império crescem demais, novas capitais surgem nos territó rios longínquos. Londres, centralizan

do o comércio e o govêmo impe rial atingiu, talvez, uma grandeza que nenhuma outra cidade poderá exceder''. Os fatos, máxime com o '

mentos detcrmin.antes são \'agos, e os

técnicos, para não prejudicarem a es tética do problema, deixam de conside rar um fator muito real e importante: o mercado", que só as grandes cida des podem oferecer à atividade e à capacidade dos indivíduos.

Situação semelhante existe relativa mente à indústria c ao comércio. Isto

explica porque, não obstante a preiraçao dos teóricos e tôda a propaganda das vilas e do campo com os seus carneirinhos, as multidões persistem exn acorrer para as cidades.

adiantados, a mecanização e a industria lização da lavoura concorrem para re

duzir, sem queda da produção, a popu

lação rural, impelindo-a para as cidades. A idéia da descentralização deu em re sultado as cidades-jardins, caracterizada^

pela amenidade e sobretudo pela auto suficiência. O ideal é belíssimo e certal mente aproveitável, mas os urbanistas

não gostam de confessar que elas têm sido, na maioria dos casos, relativos fra cassos: dificilmente atingem às popula

advento da era industrial,

desmentiram a Hume. Hoje a discussão mudou um pou co de objeto: considera-se, mais que o desenvolvimento possível, o tamanho mais conveniente às cidades. Uns especialistas enunciam 50

mil habitantes como a po pulação capaz de manter todos os sèrviços e confortos

da civilização presente, sem por outro lado agravar os inconvenientes do conges tionamento. Outros admi tem 100 mil, e outros ain

da, 400 e 500 mil. Os ele

Nos países

i.ir

çáo para o pleno proveito de suas pos sibilidades.

Tem resultado uma mudança de di

reção do urbanismo, para us cidades satéhtes ou mesmo simples bairrosjardins, que pareciam superadas, mas a que as realidades reconduzcm. Na autonomia funcional das cidades-jardins não se poderá, portanto, confiar senão parcialmente ou em casos especiais, e o problema das comunicações com o centro urbano e o melhoramento dêste

sempre se imporão. As megalópoles ten dem antes a se transformar, que a se rem eliminadas. Problema cone.xo, doutra

ordem, é o zoneamento ou, melhor, o isolamento verde das cidades satélites

entre si. Com efeito, a especialização do uso dos terrenos constitui uma diferen

munities.

A expressão do crescimento imediato das cidades obtém-se fàcihnente pelos

coeficientes do crescimento anterior. E',

porém, fantasia extrapolar remotamente

porque, no decorrer de longos períodos, as influências são imprevisíveis.

Por

isso é lícito desconfiar de certas aphca-

çóes da logisUca de Verhulst. quando a credencial invocada e corres-

^ondcr ben. a cer^s pr««

vezes pwi

cidade, vencendo por outras vantagens

plos não se têm multipli cado na medida esperada. Acabaram como simples,

o "handicap" da distância.

tempo. E' que as ativida des econômicas, tanto indi viduais como coletivas, pre cisam • ainda precisaxSo longamente da concentra-

kee, também não são sclf-susioining com-

livres isolantes, sejam recreativos ou agrícolas.

ficuldade: a manutenção, absolutamente

não é alcançado, e os exem

nientes de transporte, de incomodídade e perda de

a 16 km. de Washington. Greehills e Greendale, junto n Cincinnati e Milwau- .

essencial, do zoneamento e dos espaços

va, aos proprietários. Acresce uma di

rém bem organizada, poderá abastecer a

tos aos mesmos inconve

Nova Jersey, é um suburbiozinho en cantador, mas melancólico, de Nova York. O mesmo diremos de Greenbelt,

do "hinterland" e os^bansporje^ ÍraXTdeL^ncia agrícola, trada, a , da riqueza ambiente - às

ça de tratamento, nem sempre equitati-

ções previstas, o objetivo essencial (auto-suficíência)

embora agradáveis, subúr bios, cujos habitantes continuam a vir trabalhar nas metrópoles próximas, sujei-

atinge trés mil habitantes. Radburn, em

Qualquer lavoura mais afastada, po

As cidades-jardins requerem critério realístico no referente às indústrias. A ausência de condições essenciais, como

transporte, energia, água, escoamento, mão-de-obra etc., condenam de ante

mão muitas fantasias. Há a questão das ocupações complementares das famílias operárias, requerendo correspondência e simultaneidade das instalações. Há ain da o vulto desejável das atividades, pois um mercado insuficiente de mão-de-obra

corta a independência dos trabalhadores. Quem se interessar por estas ques

tões poderá estudar Letchworth e Welwyn, perto de Londres. Sunlight não

nrundiais ou remotos, A cidade — sao ra-

r6"rv1nientes de paraUsação. imprevisíveis.

Temos aqui mesmo exemplos em São Sel^astião e Ubatuba, suplantados por Santos, por uma simples mudança das

comunicações; temos a decadência das

cidades mineiras, após o esgotamento, das lavras; temos o declínio de Belém e Manaus, provocado por mudinhas de hévea no antípoda. Ilusória, assim, a precisão do aparato matemático. Se grosso modo admitirmos

para a região santista 200 mil habitantes e uma duplicação cada 20 anos, teremos

uma população de 800 mil almas em 40 anos e de um^ milhão e seiscentos mil em 60. Ora, os planos urbanísticos visam prazos de 30 a 60 anos. Evidentemente


12

a extensão de Santos transbordará das

mento.

prematuras, devem ser encaradas tendo

nada regulamentação do uso da terra,

om vista prazos de execução desta or dem de grandeza.

São Vicente e Santo Amaro terão de constituir um dia, por conveniências téc^cas e administrativas, uma unidade

com Santos. Os motivos separatistas, po iticos, tradicionais ou sentimentais, contrariar indefinidamente

^ ogica das coisas. Aliás, esta dispersão e muito maior por exemplo na Inglaterra c nos Estados Unidos, a ponto de lá ^'^^^^cnte nos invejarem.

I ^preendimentos "Cs

grandes

a indenização.

Zoneamento é a mais lógica c coorde

geminadas ou em ronque.

A Prefeitura de Santos já possui na turalmente um zoneamento. Cabe adap. tá-lo, estendê-lo e, sobretudo, empregá-lo

ficado ou às alturas dos prédios. Geral

e mesmo rural.

mente a utilização de ordem inferior

Embora o zoneamento seja essencial, de certo modo é um aspecto complemen

'

razoáveis, mas a superior não tolera a inferior. Zonn, na terminologia urbanís tica, não significa neccssàriamente

por oposição aos projetos "subs

de

' ^ 1: -

£ãos superiores:

^ ,

"área" ou "bairro"; pode resumir-se a

e

^

'

va York e do vale do Tenessee. "■ Zoneamento — A relatividade da

^andeza ideal das cidades" encontra

timo comentário na teoria da evolução urbana de Raymond. Êste autor mostra històricamente as alternativas de con centração defensiva (tempos primitivos), concentração centrífuga (medievo), no va concentração (surto industrial) e, fi

^

nizadas,

as dis

posições

da

decorrerão

lei dum

detido exame dos casos particulares, sob pena de suscitar numerosas injustiças, questões insolúveis ou derrogações desmoralizantes.

intrínsecas dos bairros ou locais.

Medidas restritas podem ser necessá

de zoneamento limitado a uma rua, e I

•I

l

insuficiente educação cívica, c a possi

centro e

de

'""^tammoTcolocai o na comércio na que tratam zona meás residências no centro, onde 1

ficam o jordim, a escola, o tem-

As unidades,, relativamente grandes,

mínimas capazes de algum serviço co

cas. Nestes casos a lei deve o quanto possível permitir formas economicamen

(neighborhood-units) permitem reduzi-

matéria!

te equivalentes de utilização do terreno,

tendência

^

episódio do gênero.

oposta, de LIoyd Wright e outros. Ingênuo será quem dogmatizar na

a

Ao j

podem por sua vez se subdividir em "cé

correr da evolução urbana, mas dispo

vencer

oQo ms aproximada-

bilidade de alterações tendenciosas. No Rio um inquérito recente revela-nos um

aeroportos ou nas servidões paisagísti

não

brindo

o da avenida Nove de Julho. O ponto nos, completam a segurança e a amemfraco do zoneamento, nos páises o ' clade para os escolares e pedestres.

nos

se

invasão por pensões e a transformação final destas em cortiços e slums, que as leis dc inquilinato tendem a perpetuar. Em matéria de e.xtcnsão e zoneamen\y\ ^uas concepções dignas de nota.

, do bairro e pelo regulamento privado anterior, da Companhia City. Exemplo

sionais, como p. ex. nos gabaritos dos

do os motivos são extrínsecos ou oca

bairro, afugenta as famílias, acarreta a

P coincidem com as unidades-escoh" s e as crianças não precisam atravéssu- as ruas mais movimentadas e pengo' Tiras verdes, às vezes com passa gens em desnível nos cruzamentos inter

dos proprietários. É o que sucede quan.

indiscutíveis

coexistência de utilizações incômodas entre si provoca a desmoralização do

'rTclube etc As nnidades-residen-

contemporâneo), entretanto já ameaça da de terminar mima concentração em moldes inéditos (Le Corbusier), ao me

direitos

já podem ser substituídas por lojas. A

bom exemplo de zoneamento residencial,

rias,

a

mente, nem tôdas as residências velhas

baseia-se no cadastro, em estatísticas e

nalmente, nova dispersão (urbanismo

ofensivas

nem o comercio ainda chegou inteira

que dispõem o comer

na capital, é o do Jardim América (1941), facilitado pela homogeneidade

O critério zoneador deve

ser razoável (é o critério vago, mas usual na jurisprudência americana) e conforme às condições e perspectivas

residenciais para comerciais, quando

«o»; mente.

na consideração das tcndcnGias urbanas, hábitos, conveniências higiênicas, imo biliários etc. É sumamente difícil zonear os centres e bairros antigos. Um

talhadas e urba-

p. ex. dos bairros em transformação de

ruas ou trechos de ruas, e mesmo a es

quinas ou pontos singelos. A elaboração

obras.

Nas áreas já re-

..

de quesâoexempios notáveis a do pôrto de No

viação

grandes

Os períodos de transição são o grande •gerador dos "blightcd-districts", caso

admite a superior, ao menos em casos

"adjetivo",

tantivos", isto é,

-

Há ainda

zonas livres, mistas, universitárias, admi nistrativas etc. O zoneamento impõe limites à área construída, ao volume cdi-

para orientar o desenvolvimento urbano

'

cuthoriíies,

comercial cie bairro; cm residenciais, dc casas individuais ou coletivas, isoladas,

mútua.

-

solução em ór-

por sua vez subdivisíveis em industriaspesadas, indúslrias-levcs e ind\'istrias-perigosas; em comercial central, atacadista,

nho dos lotes, área ocupada, altura ou volume construído, recuos etc. Significa essencialmente; organização e garantia

de interesse re

saxões procuram

O zoneamento distingue arcas indus triais, comerciais, residenciais c rurais,

sob o ponto-de-vista do destino, tama

tar,

gional, os anglo-

pois do contrário podcni surgir direitos

Parte essencial dos planos 6 o zonea

raias atuais do município. Algumas obras do plano regional, aparentemente

13

DlCESTO ECONÓ^UCO

DiGfcVíTo Econômico

Alterações de zoneamento podem de

sições como a das unidades-residei^ims la ao mínimo.

lulas residenciais", que s-ao as parcelas mum, e ao mesmo tempo as máximas

para efeito do conhecimento recíproco dos moradores.

Lebreton admite-lhes

apenas 100 famílias-habitantes. A rmi-


12

a extensão de Santos transbordará das

mento.

prematuras, devem ser encaradas tendo

nada regulamentação do uso da terra,

om vista prazos de execução desta or dem de grandeza.

São Vicente e Santo Amaro terão de constituir um dia, por conveniências téc^cas e administrativas, uma unidade

com Santos. Os motivos separatistas, po iticos, tradicionais ou sentimentais, contrariar indefinidamente

^ ogica das coisas. Aliás, esta dispersão e muito maior por exemplo na Inglaterra c nos Estados Unidos, a ponto de lá ^'^^^^cnte nos invejarem.

I ^preendimentos "Cs

grandes

a indenização.

Zoneamento é a mais lógica c coorde

geminadas ou em ronque.

A Prefeitura de Santos já possui na turalmente um zoneamento. Cabe adap. tá-lo, estendê-lo e, sobretudo, empregá-lo

ficado ou às alturas dos prédios. Geral

e mesmo rural.

mente a utilização de ordem inferior

Embora o zoneamento seja essencial, de certo modo é um aspecto complemen

'

razoáveis, mas a superior não tolera a inferior. Zonn, na terminologia urbanís tica, não significa neccssàriamente

por oposição aos projetos "subs

de

' ^ 1: -

£ãos superiores:

^ ,

"área" ou "bairro"; pode resumir-se a

e

^

'

va York e do vale do Tenessee. "■ Zoneamento — A relatividade da

^andeza ideal das cidades" encontra

timo comentário na teoria da evolução urbana de Raymond. Êste autor mostra històricamente as alternativas de con centração defensiva (tempos primitivos), concentração centrífuga (medievo), no va concentração (surto industrial) e, fi

^

nizadas,

as dis

posições

da

decorrerão

lei dum

detido exame dos casos particulares, sob pena de suscitar numerosas injustiças, questões insolúveis ou derrogações desmoralizantes.

intrínsecas dos bairros ou locais.

Medidas restritas podem ser necessá

de zoneamento limitado a uma rua, e I

•I

l

insuficiente educação cívica, c a possi

centro e

de

'""^tammoTcolocai o na comércio na que tratam zona meás residências no centro, onde 1

ficam o jordim, a escola, o tem-

As unidades,, relativamente grandes,

mínimas capazes de algum serviço co

cas. Nestes casos a lei deve o quanto possível permitir formas economicamen

(neighborhood-units) permitem reduzi-

matéria!

te equivalentes de utilização do terreno,

tendência

^

episódio do gênero.

oposta, de LIoyd Wright e outros. Ingênuo será quem dogmatizar na

a

Ao j

podem por sua vez se subdividir em "cé

correr da evolução urbana, mas dispo

vencer

oQo ms aproximada-

bilidade de alterações tendenciosas. No Rio um inquérito recente revela-nos um

aeroportos ou nas servidões paisagísti

não

brindo

o da avenida Nove de Julho. O ponto nos, completam a segurança e a amemfraco do zoneamento, nos páises o ' clade para os escolares e pedestres.

nos

se

invasão por pensões e a transformação final destas em cortiços e slums, que as leis dc inquilinato tendem a perpetuar. Em matéria de e.xtcnsão e zoneamen\y\ ^uas concepções dignas de nota.

, do bairro e pelo regulamento privado anterior, da Companhia City. Exemplo

sionais, como p. ex. nos gabaritos dos

do os motivos são extrínsecos ou oca

bairro, afugenta as famílias, acarreta a

P coincidem com as unidades-escoh" s e as crianças não precisam atravéssu- as ruas mais movimentadas e pengo' Tiras verdes, às vezes com passa gens em desnível nos cruzamentos inter

dos proprietários. É o que sucede quan.

indiscutíveis

coexistência de utilizações incômodas entre si provoca a desmoralização do

'rTclube etc As nnidades-residen-

contemporâneo), entretanto já ameaça da de terminar mima concentração em moldes inéditos (Le Corbusier), ao me

direitos

já podem ser substituídas por lojas. A

bom exemplo de zoneamento residencial,

rias,

a

mente, nem tôdas as residências velhas

baseia-se no cadastro, em estatísticas e

nalmente, nova dispersão (urbanismo

ofensivas

nem o comercio ainda chegou inteira

que dispõem o comer

na capital, é o do Jardim América (1941), facilitado pela homogeneidade

O critério zoneador deve

ser razoável (é o critério vago, mas usual na jurisprudência americana) e conforme às condições e perspectivas

residenciais para comerciais, quando

«o»; mente.

na consideração das tcndcnGias urbanas, hábitos, conveniências higiênicas, imo biliários etc. É sumamente difícil zonear os centres e bairros antigos. Um

talhadas e urba-

p. ex. dos bairros em transformação de

ruas ou trechos de ruas, e mesmo a es

quinas ou pontos singelos. A elaboração

obras.

Nas áreas já re-

..

de quesâoexempios notáveis a do pôrto de No

viação

grandes

Os períodos de transição são o grande •gerador dos "blightcd-districts", caso

admite a superior, ao menos em casos

"adjetivo",

tantivos", isto é,

-

Há ainda

zonas livres, mistas, universitárias, admi nistrativas etc. O zoneamento impõe limites à área construída, ao volume cdi-

para orientar o desenvolvimento urbano

'

cuthoriíies,

comercial cie bairro; cm residenciais, dc casas individuais ou coletivas, isoladas,

mútua.

-

solução em ór-

por sua vez subdivisíveis em industriaspesadas, indúslrias-levcs e ind\'istrias-perigosas; em comercial central, atacadista,

nho dos lotes, área ocupada, altura ou volume construído, recuos etc. Significa essencialmente; organização e garantia

de interesse re

saxões procuram

O zoneamento distingue arcas indus triais, comerciais, residenciais c rurais,

sob o ponto-de-vista do destino, tama

tar,

gional, os anglo-

pois do contrário podcni surgir direitos

Parte essencial dos planos 6 o zonea

raias atuais do município. Algumas obras do plano regional, aparentemente

13

DlCESTO ECONÓ^UCO

DiGfcVíTo Econômico

Alterações de zoneamento podem de

sições como a das unidades-residei^ims la ao mínimo.

lulas residenciais", que s-ao as parcelas mum, e ao mesmo tempo as máximas

para efeito do conhecimento recíproco dos moradores.

Lebreton admite-lhes

apenas 100 famílias-habitantes. A rmi-


15 14

Digesto Econômico

dade-residenciftl, além das vantagens próprias, apresenta uma. conseqüência interessante; a expansão suburbana pela |ustaposição de unidades (espécie de emissão de "quanta urbanísticos") e não pela invasão progressiva do comércio, causadora dos bllghted-distrícts. Sierks, Hilberseimer e outros idearam superblocos ainda mais radicais. Resulta por vôzes, para ir duma casa à casa

vizinha, o habitante ter de tomar um

automóvel, percorrer quilômetros em ma. ravllhosa auto-estrada no meio dum par que imenso,, e só depois atingir o alvo, com a satisfação de não ter feito ne

nhum cruzamento de nível. ')

Lembra

idéia estivesse divulgada na época dos arruamentos ou do plano Saturnino de

Brito.

Hoje esta área merece apenas

algumas correções.

A zona nova de

Santo Amaro mais próxima ao cais, pre fere uma malha geométrica e regular, de ruas suficientemente amplas, pois será o futuro centro comercial e portuário. A faixa adjacente ao pôrto conterá os armazéns externos. A seguinte, o co mércio, com ruas em duas direções: a

paralela ao cai.s, que é também a direção Ponte Cabrão-Guarujá, e a transversal, que é também a direção Ponte do Estuário-Perequê. O interior da ilha será industrial no Norte e Noroeste; e resi-

Buster Keaton, a visitar a

dencial-popular ao Sul, junto dos mor

nier fêz um projeto assim para Ma-

ros. O terreno e.xige canais do drena

noiva do outro lado da rua. Hilbersei-

gem, como Santos, e as avenidas e

nhattan, ,'que resolveria tudo. Infeliz mente surgiu um pequeno embaraço, pois era preciso primeiro demobr total

"parkways" demarcarão as unidades-

mente a - ilha, e as autoridades clama

o futuro da ilha.

vam (oh! a abjeta e^ressãol) por uma sound basU. Outros derrotistas indaga vam se não seria mais simples abando nar Nova I York à sua sorte e construir tudo ab initio, ao lado.

Quanto, ao desenvolvimento-linear, é uma forma de expansão e zoneamento com exemplo clássico e precursor na

ciudad-liúeal de Soria y Mata (Madrid)

e seguidó es na Rússia. Eqüivale a uma

cidade-ja dim não punctual, mas linear, com

um

; linha principal de tráfego

(metropo itano ou uma artéria-expressa) no eixo.

Qual a ntilidade destas concepções em

residenciaís. Os arruamentos que estão surgindo sem diretrizes comprometerão Seria interessante ensaiar unidades do tipo Radbum, com faixas verdes inter nas, e casas de planta invertida, vol

tando a fachada principal para o centro ajardinado e os fundos para as ruas de acesso. Procurar-se-ia reduzir a exten

são de ruas de passagem, e aumentar os cul-de-sacs.

As malhas internas começarão como áreas rurais ou de chácaras, evitando-se

retalhamentos prematuros e construções

compactas sôbre os espaços livres proje tados.

Nas praias o desenvolvímento-Iinear

A unidade-residencial encontrará apli

decorrerá lògicamente, com as devidas adaptações. Na Enseada há em início uma avenida beira-mar de insuficiente

cação no interior da ilha de Santo

largura e desprovida de praças, "park-

Santos? ' \

Amaro.

i Em Santos teria tido aplicação na aiea nova, recortada de canais, se a

• ings", reservas para edifícios especiais o esporte.

É evidente a ausência do

poder público, sòmente preocupado, 'vO.fe .J

DfCE.STO Econômico

pela pobreza de recursos, com questões

importante do plano santista. A pri

secundárias ou de urgência imediata. Problema importante é a edificação

meira vista sobre-ssaem as três zonas

nas praias. Nisso o Rio (Copacabana) errou, o Santos, São Vicente e Guarujá

NO dc Santo Amaro. A primeira Já

uma muralha cm frente ao mar e obs

estrada de ferro, da Via Ancbicta e da contiguidade com a mais poderosa usi

querem imitá-lo.

Copacabana erigiu

truiu o bairro. Tem-se aventado uma solução diametralmente oposta, prescre vendo casas individuais e baixas junto ao mar, e alturas crescentes no interior. Outro remédio parcial é a disposição

dos edifícios em quincuncio, de modo a melhorar a vista e a ventilação dos pos teriores.

Devido ao clima quente c úmido, nas zonas de apartamentos os edifícios deve

rão ter lateralmente recuos mínimos de 3,00 a 5,00 ms.

pode-se indagar a influência que a

antiga planta Saturnino ainda possa exercer sôbre a próxima. Aquele quaélro apontado à reforma sanitária, pro vocou terríveis polêmicas com a munici

palidade (a reforma corria por conta do Estado). Êsse plano foi uma ótima contribuição, cotejado com a planta ri

gidamente quadriculada de 1896 e com a orientação au jotir le jour, de que

mais indicadas; Cubatão, canto O ou NO dn ilha de São Vicente, e oanto

goza dos extraordinários benefícios da na brasileira. Deve-se erguer uma cor

tina verde entre a rodo\aa e a vila. A

ligação com a Via Ancbieta requer dis posição em trovo, ou qualquer que eli mino as passagens de nível. A extremi

dade Oeste de São Vicente possui bons acessos e possibilidade de arruamentos

operários contíguos. Em Santo Amaro

passa uma linha de alta tensão e Im melhor acesso marítimo, mas fjltam terrestres, um dos objetos do Plano B gional.

. É óbvia a conveniência de tais m

i

cleos industriais principais. O pnmeiro interior e afastado, presta-se mais

certas indústrias. O último satisfará so^ bretudo às atividades de construção na

val, às fábricas de produtos ligados a

pesca, às oficinas servidoras da cidade qualquer motivo se possam ressentir

e do pôrto, e às atividades, que

da maior coluna pluviométrica e maior apenas se começava a sair. Mas é hoje ' umidade no sopé da Serra.

matéria superada, dum lado porque tôda

a área abrangida está pràticamente arrua da, doutro porque as idéias urbanísticas evoluíram muito nos últimos 40 anos e

os problemas santistas apresentam for mas novas, imprevisíveis em 1910. Na quela época fazia furor e era referência

Além disso, favorecerão a correlaça"

de profissões complementares, que acres centa os recursos das famílias operárias.

As indústrias perigosas e depósitos de combustíveis têm sua indicação natura

no fundo do pôrto, no Bamabé e

habitual a planta de Belo Horizonte,

dores. É sabido que um dos cuidados

(sempre complacentemente comparada

dum bom zoneamento dei'e ser a pro

com a de L'Enfant), de moldes e pro

porção das zonas comerciais e indus triais, cuja tendência habitusil é pars o exagêro. A questão entrosa-se com o possível monopólio dêsses terrenos em

porções realmente inusitadas, mas de autoridade declinante e que Vítor Freire já criticava em 1917. O zoneamento industrial é outro ponto

poucas mãos, de modo que as soluções


15 14

Digesto Econômico

dade-residenciftl, além das vantagens próprias, apresenta uma. conseqüência interessante; a expansão suburbana pela |ustaposição de unidades (espécie de emissão de "quanta urbanísticos") e não pela invasão progressiva do comércio, causadora dos bllghted-distrícts. Sierks, Hilberseimer e outros idearam superblocos ainda mais radicais. Resulta por vôzes, para ir duma casa à casa

vizinha, o habitante ter de tomar um

automóvel, percorrer quilômetros em ma. ravllhosa auto-estrada no meio dum par que imenso,, e só depois atingir o alvo, com a satisfação de não ter feito ne

nhum cruzamento de nível. ')

Lembra

idéia estivesse divulgada na época dos arruamentos ou do plano Saturnino de

Brito.

Hoje esta área merece apenas

algumas correções.

A zona nova de

Santo Amaro mais próxima ao cais, pre fere uma malha geométrica e regular, de ruas suficientemente amplas, pois será o futuro centro comercial e portuário. A faixa adjacente ao pôrto conterá os armazéns externos. A seguinte, o co mércio, com ruas em duas direções: a

paralela ao cai.s, que é também a direção Ponte Cabrão-Guarujá, e a transversal, que é também a direção Ponte do Estuário-Perequê. O interior da ilha será industrial no Norte e Noroeste; e resi-

Buster Keaton, a visitar a

dencial-popular ao Sul, junto dos mor

nier fêz um projeto assim para Ma-

ros. O terreno e.xige canais do drena

noiva do outro lado da rua. Hilbersei-

gem, como Santos, e as avenidas e

nhattan, ,'que resolveria tudo. Infeliz mente surgiu um pequeno embaraço, pois era preciso primeiro demobr total

"parkways" demarcarão as unidades-

mente a - ilha, e as autoridades clama

o futuro da ilha.

vam (oh! a abjeta e^ressãol) por uma sound basU. Outros derrotistas indaga vam se não seria mais simples abando nar Nova I York à sua sorte e construir tudo ab initio, ao lado.

Quanto, ao desenvolvimento-linear, é uma forma de expansão e zoneamento com exemplo clássico e precursor na

ciudad-liúeal de Soria y Mata (Madrid)

e seguidó es na Rússia. Eqüivale a uma

cidade-ja dim não punctual, mas linear, com

um

; linha principal de tráfego

(metropo itano ou uma artéria-expressa) no eixo.

Qual a ntilidade destas concepções em

residenciaís. Os arruamentos que estão surgindo sem diretrizes comprometerão Seria interessante ensaiar unidades do tipo Radbum, com faixas verdes inter nas, e casas de planta invertida, vol

tando a fachada principal para o centro ajardinado e os fundos para as ruas de acesso. Procurar-se-ia reduzir a exten

são de ruas de passagem, e aumentar os cul-de-sacs.

As malhas internas começarão como áreas rurais ou de chácaras, evitando-se

retalhamentos prematuros e construções

compactas sôbre os espaços livres proje tados.

Nas praias o desenvolvímento-Iinear

A unidade-residencial encontrará apli

decorrerá lògicamente, com as devidas adaptações. Na Enseada há em início uma avenida beira-mar de insuficiente

cação no interior da ilha de Santo

largura e desprovida de praças, "park-

Santos? ' \

Amaro.

i Em Santos teria tido aplicação na aiea nova, recortada de canais, se a

• ings", reservas para edifícios especiais o esporte.

É evidente a ausência do

poder público, sòmente preocupado, 'vO.fe .J

DfCE.STO Econômico

pela pobreza de recursos, com questões

importante do plano santista. A pri

secundárias ou de urgência imediata. Problema importante é a edificação

meira vista sobre-ssaem as três zonas

nas praias. Nisso o Rio (Copacabana) errou, o Santos, São Vicente e Guarujá

NO dc Santo Amaro. A primeira Já

uma muralha cm frente ao mar e obs

estrada de ferro, da Via Ancbicta e da contiguidade com a mais poderosa usi

querem imitá-lo.

Copacabana erigiu

truiu o bairro. Tem-se aventado uma solução diametralmente oposta, prescre vendo casas individuais e baixas junto ao mar, e alturas crescentes no interior. Outro remédio parcial é a disposição

dos edifícios em quincuncio, de modo a melhorar a vista e a ventilação dos pos teriores.

Devido ao clima quente c úmido, nas zonas de apartamentos os edifícios deve

rão ter lateralmente recuos mínimos de 3,00 a 5,00 ms.

pode-se indagar a influência que a

antiga planta Saturnino ainda possa exercer sôbre a próxima. Aquele quaélro apontado à reforma sanitária, pro vocou terríveis polêmicas com a munici

palidade (a reforma corria por conta do Estado). Êsse plano foi uma ótima contribuição, cotejado com a planta ri

gidamente quadriculada de 1896 e com a orientação au jotir le jour, de que

mais indicadas; Cubatão, canto O ou NO dn ilha de São Vicente, e oanto

goza dos extraordinários benefícios da na brasileira. Deve-se erguer uma cor

tina verde entre a rodo\aa e a vila. A

ligação com a Via Ancbieta requer dis posição em trovo, ou qualquer que eli mino as passagens de nível. A extremi

dade Oeste de São Vicente possui bons acessos e possibilidade de arruamentos

operários contíguos. Em Santo Amaro

passa uma linha de alta tensão e Im melhor acesso marítimo, mas fjltam terrestres, um dos objetos do Plano B gional.

. É óbvia a conveniência de tais m

i

cleos industriais principais. O pnmeiro interior e afastado, presta-se mais

certas indústrias. O último satisfará so^ bretudo às atividades de construção na

val, às fábricas de produtos ligados a

pesca, às oficinas servidoras da cidade qualquer motivo se possam ressentir

e do pôrto, e às atividades, que

da maior coluna pluviométrica e maior apenas se começava a sair. Mas é hoje ' umidade no sopé da Serra.

matéria superada, dum lado porque tôda

a área abrangida está pràticamente arrua da, doutro porque as idéias urbanísticas evoluíram muito nos últimos 40 anos e

os problemas santistas apresentam for mas novas, imprevisíveis em 1910. Na quela época fazia furor e era referência

Além disso, favorecerão a correlaça"

de profissões complementares, que acres centa os recursos das famílias operárias.

As indústrias perigosas e depósitos de combustíveis têm sua indicação natura

no fundo do pôrto, no Bamabé e

habitual a planta de Belo Horizonte,

dores. É sabido que um dos cuidados

(sempre complacentemente comparada

dum bom zoneamento dei'e ser a pro

com a de L'Enfant), de moldes e pro

porção das zonas comerciais e indus triais, cuja tendência habitusil é pars o exagêro. A questão entrosa-se com o possível monopólio dêsses terrenos em

porções realmente inusitadas, mas de autoridade declinante e que Vítor Freire já criticava em 1917. O zoneamento industrial é outro ponto

poucas mãos, de modo que as soluções


16

Dicesto Econômico

concretas podem exigir certa folga e medidas especiais de outra ordem, à ^ista das condições que forem verifi cadas.

8) - Habitações populares - O problema é mundial, por causas diversas

cuja discussão e.xorbitaria desta e.xpo-

bretudo financeiro. Deixar nos Estados as entidades particulares ou mesmo mu nicipais debatercm-sc sozinhas com a grandeza do problema, seria uma inconsciência federal.

Preliminar importante c a da capa

siçáo. Têm influído na situação a maior exigência popular, os estudos e as veri ficações sociais, e as duas guerras mun

cidade pagante do povo. Mesmo nos Estados Unidos, coin seu a'to teor de .vida, considcriU'el é q proporção das famílias incapazes do pagarem as vi-

diais, seja pelas destruições, seja pelo

vendas "adequadas".

desvio de recursos, seja pelo dcsajustamento geral. Deste desajustamento re sultaram, entre outras conseqüências, as

frentada por três ordens de medidas:

Esta dificuldade bá.sica, pode ser en

leis de inquilinato, que juntas aos rigo

a) — Auxílio.

res fiscais, têm desanimado as constru

b)

ções particulares. Afastada, por,motivos

políticos ou pelo demasiado que já se avançou, a hipótese da revogação ou uma alteração considerável daquelas . leis, só resta uma solução: a entrada

franca e compensatória do poder públi

Moderação na

definição

da

"babitação adequada". c) — Elevação do nível econômico do povo.

porém, o que raramente tem aconte

tica e menos humilhante. A maneira de

cido, salvo (isto mesmo de maneira in

encarar esta preliminar é decisiva para todos O.S desenvolvimentos posteriores,

militares, relegou a segundo plano a questão residencial. O esforço em pro!

dilema que envolve doutrina social e vultosa responsabilidade. A redução das

exigências^ mínimas, por indesejável que •seja, impõe-se para tirar o empreendi

mento do ponto morto em que se en

das habitações tem logicamente de ba

contra. Muitos liousings norte-america

sear-se numa política federal de orga

nos têm sofrido crítica sob tal ponto-devista, mas fato é qxie só assim foi pos

nização, incentivo, assistência e crédito,

Eco.s-ômico

da industriabzação. São incríveis o tem

po e o dinheiro que os ínstituto.s de apo

deixando sempre que possível a parte

sível Ia elevar alguns dos maiores con

executiva aos poderes estaduais ou lo

juntos residenciais.

cais bem aparelhados e a certas entida

des privadas. Dirigir e fazer tudo por

mas oficiais iniciaram-se mal, na tenta tiva de reduzir o problema somente ao

meio de institutos burocráticos presos à

das casas individuais e da casa própria.

sentadoria perdiam e faziam perder, no absurdo afã de examinar, caso por

grandes programas de housing.

caso, os pcdido.s c documentos dc cada pretendente individual. Restringir a as

banísticos perfeitos, e ganha o housing pelo barateamento dum dos seus ele mentos essenciais. Nem perdem as ci

sistência exclusivamente à casa própria, com è.xclusão das de aluguel, tem sido outro êrro. A muitos operários a pri

meira fórmida é inaplicávcl, quer pela incapacidade econômica deles, quer pelo

dades na espera, porque os aluguéis, as

explorações florestais e as valorizações compensam os investimentos. A título ilustrativo diremos que em dado mo mento Frankfort possuía 50% da área urbana, Hamburgo 33%, Ulm 80%. Stockolm desde 1904 comprou 20.000 acres

caráter ambulatório das suas atividades.

guesas") não deve esconder essa neces

ou cinco vêzes a área original da cida

sidade real duma fração ponderável do operariado. A terceira categoria de me

de; Oslo possui um subúrbio duplo da

didas, que mencionamos, é uma delica-

área urbana é de 6.300 acres, adquiriu

área urbana primiti\'a; Helsinki, cuja 13.000.

direção central no Rio, e poesia.

Devem-se visar grandes conjuntos, não

Os nossos progra

Esta

orientação

teria evitado em Santos a

dificuldade atual de espa

ço público, só parcialmen

■íi!

te resolvida pelas cessões federais. Não negaremos um risco: a perda poste rior dessas reservas, por

da função social, quase apostólica, de

desleixo, ocupações indevidas, maus em-

educação, reeducação, encaminhamento

pregos, cessões abusivas e apossamento arbitrário pelos poderes superiores, da

profissional, devoKição á lavoura, orga nização dc trabalhos e assistência.

Deixando estes aspectos, que os lei tores encontrarão desenvolvidos noutros

trabalhos,

diremos ' duas palavras .dos

aspectos urbanísticos.

Em primeiro lu

gar acentuaremos o interesse urbanísti

co dos grandes conjuntos, capazes de

União ou do Estado. Êste mal, conhece-o bem a Capital do Estado, onde

imensas áreas utilíssimas para desenvol

vimentos urbanísticos, parques, cons truções populares "etc., acabaram por desaparecer quase totalmente.

Resumindo: os poderes públicos, se não

maior economia, de disposições mais fe-

criaram, ao menoS agravaram o proble

lize.s e da realização concomitante dos

ma residencial pela legislação, pela ori entação e pela inércia.

execução regional recebe o e.stímu!o das

só por comportarem instalações e servi

necessidades locais e tem a vantagem

ços gerais (escola, creche, clube, "playground", etc.), como por permitirem a.s economias da escala, da padronização e

que a Bodenpolitik dos países germâni cos, bálticos f escandinavos tem pf)r ca racterística principal a aquisição muito

cio contato imediato, com o problema. O sistema envolve o apoio central, so

Ganha a cidade desenvolvimentos ur

O intento de animar a propriedade e as qualidades familiares (hoje diz-se "bur

serviços públicos gerais. Em segundo lugar, cabe ligar àos planos regionais a

A

antecipada d« vastas áreas suburbanas, utilizadas mais tarde na execução de

no, ou indireto, ao construtor (enten-

dendo-se "construtor" no scnHdo lato). A segunda forma e preferível, mais prá

própria Rússia, atarefada com os seus planos econômicos de fins industriais c

Dioesto

O auxílio pode ser direto, ao inquili

co no campo das casas populares. É,

completa) na Inglaterra e nalguns paí ses do Centro e do Oeste europeu. A

r

questão das reservas territoriais. Sabe-se

Afastada a ini

ciativa privada, cabe aos poderes pú blicos substituí-la atacando a questão pelos dois flancos: política territorial e construção.

Santos deve receber, nos

termos da política geral esboçada, al-


16

Dicesto Econômico

concretas podem exigir certa folga e medidas especiais de outra ordem, à ^ista das condições que forem verifi cadas.

8) - Habitações populares - O problema é mundial, por causas diversas

cuja discussão e.xorbitaria desta e.xpo-

bretudo financeiro. Deixar nos Estados as entidades particulares ou mesmo mu nicipais debatercm-sc sozinhas com a grandeza do problema, seria uma inconsciência federal.

Preliminar importante c a da capa

siçáo. Têm influído na situação a maior exigência popular, os estudos e as veri ficações sociais, e as duas guerras mun

cidade pagante do povo. Mesmo nos Estados Unidos, coin seu a'to teor de .vida, considcriU'el é q proporção das famílias incapazes do pagarem as vi-

diais, seja pelas destruições, seja pelo

vendas "adequadas".

desvio de recursos, seja pelo dcsajustamento geral. Deste desajustamento re sultaram, entre outras conseqüências, as

frentada por três ordens de medidas:

Esta dificuldade bá.sica, pode ser en

leis de inquilinato, que juntas aos rigo

a) — Auxílio.

res fiscais, têm desanimado as constru

b)

ções particulares. Afastada, por,motivos

políticos ou pelo demasiado que já se avançou, a hipótese da revogação ou uma alteração considerável daquelas . leis, só resta uma solução: a entrada

franca e compensatória do poder públi

Moderação na

definição

da

"babitação adequada". c) — Elevação do nível econômico do povo.

porém, o que raramente tem aconte

tica e menos humilhante. A maneira de

cido, salvo (isto mesmo de maneira in

encarar esta preliminar é decisiva para todos O.S desenvolvimentos posteriores,

militares, relegou a segundo plano a questão residencial. O esforço em pro!

dilema que envolve doutrina social e vultosa responsabilidade. A redução das

exigências^ mínimas, por indesejável que •seja, impõe-se para tirar o empreendi

mento do ponto morto em que se en

das habitações tem logicamente de ba

contra. Muitos liousings norte-america

sear-se numa política federal de orga

nos têm sofrido crítica sob tal ponto-devista, mas fato é qxie só assim foi pos

nização, incentivo, assistência e crédito,

Eco.s-ômico

da industriabzação. São incríveis o tem

po e o dinheiro que os ínstituto.s de apo

deixando sempre que possível a parte

sível Ia elevar alguns dos maiores con

executiva aos poderes estaduais ou lo

juntos residenciais.

cais bem aparelhados e a certas entida

des privadas. Dirigir e fazer tudo por

mas oficiais iniciaram-se mal, na tenta tiva de reduzir o problema somente ao

meio de institutos burocráticos presos à

das casas individuais e da casa própria.

sentadoria perdiam e faziam perder, no absurdo afã de examinar, caso por

grandes programas de housing.

caso, os pcdido.s c documentos dc cada pretendente individual. Restringir a as

banísticos perfeitos, e ganha o housing pelo barateamento dum dos seus ele mentos essenciais. Nem perdem as ci

sistência exclusivamente à casa própria, com è.xclusão das de aluguel, tem sido outro êrro. A muitos operários a pri

meira fórmida é inaplicávcl, quer pela incapacidade econômica deles, quer pelo

dades na espera, porque os aluguéis, as

explorações florestais e as valorizações compensam os investimentos. A título ilustrativo diremos que em dado mo mento Frankfort possuía 50% da área urbana, Hamburgo 33%, Ulm 80%. Stockolm desde 1904 comprou 20.000 acres

caráter ambulatório das suas atividades.

guesas") não deve esconder essa neces

ou cinco vêzes a área original da cida

sidade real duma fração ponderável do operariado. A terceira categoria de me

de; Oslo possui um subúrbio duplo da

didas, que mencionamos, é uma delica-

área urbana é de 6.300 acres, adquiriu

área urbana primiti\'a; Helsinki, cuja 13.000.

direção central no Rio, e poesia.

Devem-se visar grandes conjuntos, não

Os nossos progra

Esta

orientação

teria evitado em Santos a

dificuldade atual de espa

ço público, só parcialmen

■íi!

te resolvida pelas cessões federais. Não negaremos um risco: a perda poste rior dessas reservas, por

da função social, quase apostólica, de

desleixo, ocupações indevidas, maus em-

educação, reeducação, encaminhamento

pregos, cessões abusivas e apossamento arbitrário pelos poderes superiores, da

profissional, devoKição á lavoura, orga nização dc trabalhos e assistência.

Deixando estes aspectos, que os lei tores encontrarão desenvolvidos noutros

trabalhos,

diremos ' duas palavras .dos

aspectos urbanísticos.

Em primeiro lu

gar acentuaremos o interesse urbanísti

co dos grandes conjuntos, capazes de

União ou do Estado. Êste mal, conhece-o bem a Capital do Estado, onde

imensas áreas utilíssimas para desenvol

vimentos urbanísticos, parques, cons truções populares "etc., acabaram por desaparecer quase totalmente.

Resumindo: os poderes públicos, se não

maior economia, de disposições mais fe-

criaram, ao menoS agravaram o proble

lize.s e da realização concomitante dos

ma residencial pela legislação, pela ori entação e pela inércia.

execução regional recebe o e.stímu!o das

só por comportarem instalações e servi

necessidades locais e tem a vantagem

ços gerais (escola, creche, clube, "playground", etc.), como por permitirem a.s economias da escala, da padronização e

que a Bodenpolitik dos países germâni cos, bálticos f escandinavos tem pf)r ca racterística principal a aquisição muito

cio contato imediato, com o problema. O sistema envolve o apoio central, so

Ganha a cidade desenvolvimentos ur

O intento de animar a propriedade e as qualidades familiares (hoje diz-se "bur

serviços públicos gerais. Em segundo lugar, cabe ligar àos planos regionais a

A

antecipada d« vastas áreas suburbanas, utilizadas mais tarde na execução de

no, ou indireto, ao construtor (enten-

dendo-se "construtor" no scnHdo lato). A segunda forma e preferível, mais prá

própria Rússia, atarefada com os seus planos econômicos de fins industriais c

Dioesto

O auxílio pode ser direto, ao inquili

co no campo das casas populares. É,

completa) na Inglaterra e nalguns paí ses do Centro e do Oeste europeu. A

r

questão das reservas territoriais. Sabe-se

Afastada a ini

ciativa privada, cabe aos poderes pú blicos substituí-la atacando a questão pelos dois flancos: política territorial e construção.

Santos deve receber, nos

termos da política geral esboçada, al-


Dicesto

18

EcoNÓ>noo

guns grandes ê organizados conjuntos

curiosidade etnográfica e mesmo

residenciais.

geológica a proteger contra a

Paquetá (reconstrução),

Macuco, São Bento (substituição de fa

drepredação e a exploração co

vela), Ponta da Praia, zona ocidental

mercial.

da ilha de São Vicente, Cubatão, Itape-

ma etc. No Jabaquara os planos ante riores requerem alteração, devido aos

melhoramentos que vão transformar o caráter da zona.

9) — Monumentos — Não será me

nosprezo dizer que Santos possui, com

h) - De todos, porém, é a Bertioga

o sítio mais digno dum progra ma de preservação e realço. Sua história primitiva é uma pequena epopéia, relembrada com amor num livrinho recente

de Francisco Martins.

poucas exceções, os mais feios monumen

tioga foi o verdadeiro início he

tos do país. Um plano urbanístico é oportunidade para fazer algo interessan

róico do Brasil, baluarte a cuja retaguarda nasceu Piratlninga;

te no assunto, preservar locais ou me

surgidouro de João Ramalho,

mória de acontecimentos históricos. Ci

apoio e ponto de partida para

taremos os seguintes:

a fundação do Rio de Janeiro^ teatro de lantos dramas do arrôjo colonial, testemunho de sa-

a) — A fundação da cidade ou, pelo menos, uma das suas relíquias; o resto da mxiralha encontrável

ciífícíos inauditos e do inci

num quintal da rua Xavier da

Silveira. ria

ser

piente amálgama racial, séde dos Adornos, pouso dos reféns

Êsse vestígio pode recoberto

com

A Ber

uma

apostólico.s, por largo tempo

cúpula ou pequeno panteon. b) — O "quilombo" do Jabaquara, recordando o papel de Santos

empório de atividades comer ciais e marítimas, e finalmente,

em nossos dias, o refúgio de

na campanha ab )licionista. O

Euclides, Vicente de Car\"alho

trecho final da "estrada da re

6 Martins Fontes.

denção" era a rua que ora transpõe a selada do morro,

atrás da antiga Santa Casa. c) — O engenho dos Erasmosj na estrada de São Vicente.

OiCESTO

Econômico

19

"Casa do Trem", garantindo a esta melhor enquadramento. j) — Obras na Via Anchieta, consis tindo em restaurante, terraços, painéis, entrada da cidade etc.,

tudo com sobriedade e gôsto, sob pena de empetecar o belís simo trajeto.

pios, o que nunca aconteceu.

feitura da Capital chegou a reclamar esta quota, mas o Estado não respon

dc Iperoig c os fortes de São Além da criação dôstes monumentos

ou marcos históricos, o Plano Regional prevê ainda uma fonte luminosa na pra ça dos Andradas, e remates arquitetôni cos no tôpo dalgumas artérias que batem nos morros centrais, como a rua de São Bento e a avenida Ana Costa.

10) — Plano financeiro — Os recur

sos para a urbanização são de três cate gorias: a) — Tributos existentes; b) — Tributos novos; c) — Colaboração. inicial, mas entre nós escusa pensarmos em tamanha prova de visão, sacrifício e continência. Fôrça será partir da situa

O outeiro Instórico, humildo acrópole quinhentista, ficará en-

ção financeira existente.

castoado epi verde no desen

Santos folgada, por uma série de moti

volvimento urbanístico. Os dois

vos, a saber:

Esta , é em

— tudo merece um imediato en

quadramento num plano cívico, ou, mais concretamente, num

Martim

g) — Um ou dois sambaquis ou cas-

gueiros n^elhor preservados,

i) -

parque natural. Preservação das igrejas de S. Francisco e São" Vicente, e da

cipais, ao que entretanto não atendeu, nem sequer na ligação das rodo\'iastroncos.

Mas assim mesmo os recursos não bas

tarão, sem um critério de eficiente utili zação. Êste envolve duas modalidades principais: compressão das despesas or executar. Para tal é mister vencer dois

O ideal seria encontrar uma reserva

subsistem no continente. de

que, assim procedendo, assumia impli citamente o encargo das rodovias muni

dinárias e seleção rigorosamente hierár

f) — A praia do Góis, um dos pri contactos

tia da sua emissão rodoviária. O pior é

quica das obras, em vista do plano a

não apresenta indícios de estacionamen

meiros

A Pre

deu, por já lê-la englobado na garan

Sebastião.

se tão velha como a relíquia de Iguaraçu; os vestígios do pôrto das baleias e das cisternas (promontório oriental da Guaybò)

Afonso com a terra.

êstes fazerem o mesmo com os municí

Anchieta (Itanhaem), a praia

Vicente e o local presumido do

vestígios de engenhos, que

te metade do impôsto de indústrias e profissões. Possivelmente a Prefeitura terá ainda, em crédito, sua quota da taxa de combustíveis, líquidos, que a

como o convento e a pedra de

fortes, a igreja arruinada e qun.

pôrto.

meios tributários aos municípios, como a quota do ímpòsto de renda e a restan

União repartira com os Estados, para

k) — Pontos históricos mais afastados,

d) — Os restos do trapiche de São e) — Os antigos fortes do canal e os

ÇuintO: a recente transferência de novos

p" rimeiro: a economia do município to e, muito menos, de decadência. Se-

embaraços correntes na administração

pública: o desperdício dos pedidos anuais de verbas pelas repartições, usual mente mera multiplicação mecânica da verba anterior, e as criações adiáveis ou

secundárias, mas sempre objeto de gran des pressões, porque com elas uns visam figuração e outros emprego. Outro erro é a transferência de serviços e encargos, simples artifício do Estado para desper

gundo: a situação mais ou menos reajus

tar as próprias finanças à custa dos mu

tada do funcionalismo. Terceiro: a ine

nicípios, cuja folga tributária fica assim

xistência, nos bairros, de problemas tão graves e numerosos como na Capital. Quarto: as facilidades decorrentes da to pografia plana e da pequena densidade

logo neutralizada. Na sua maior parte essas transferências não se justificam nem sequer por uma racionalização, por

urbana; não há os tentáculos, ribbons e

persões, interferências e até competição dos serviços. Preferível será, salvo indi-

descontinuidades dispersivas da Capital.

que acarretam duplicações onerosas, dis.


Dicesto

18

EcoNÓ>noo

guns grandes ê organizados conjuntos

curiosidade etnográfica e mesmo

residenciais.

geológica a proteger contra a

Paquetá (reconstrução),

Macuco, São Bento (substituição de fa

drepredação e a exploração co

vela), Ponta da Praia, zona ocidental

mercial.

da ilha de São Vicente, Cubatão, Itape-

ma etc. No Jabaquara os planos ante riores requerem alteração, devido aos

melhoramentos que vão transformar o caráter da zona.

9) — Monumentos — Não será me

nosprezo dizer que Santos possui, com

h) - De todos, porém, é a Bertioga

o sítio mais digno dum progra ma de preservação e realço. Sua história primitiva é uma pequena epopéia, relembrada com amor num livrinho recente

de Francisco Martins.

poucas exceções, os mais feios monumen

tioga foi o verdadeiro início he

tos do país. Um plano urbanístico é oportunidade para fazer algo interessan

róico do Brasil, baluarte a cuja retaguarda nasceu Piratlninga;

te no assunto, preservar locais ou me

surgidouro de João Ramalho,

mória de acontecimentos históricos. Ci

apoio e ponto de partida para

taremos os seguintes:

a fundação do Rio de Janeiro^ teatro de lantos dramas do arrôjo colonial, testemunho de sa-

a) — A fundação da cidade ou, pelo menos, uma das suas relíquias; o resto da mxiralha encontrável

ciífícíos inauditos e do inci

num quintal da rua Xavier da

Silveira. ria

ser

piente amálgama racial, séde dos Adornos, pouso dos reféns

Êsse vestígio pode recoberto

com

A Ber

uma

apostólico.s, por largo tempo

cúpula ou pequeno panteon. b) — O "quilombo" do Jabaquara, recordando o papel de Santos

empório de atividades comer ciais e marítimas, e finalmente,

em nossos dias, o refúgio de

na campanha ab )licionista. O

Euclides, Vicente de Car\"alho

trecho final da "estrada da re

6 Martins Fontes.

denção" era a rua que ora transpõe a selada do morro,

atrás da antiga Santa Casa. c) — O engenho dos Erasmosj na estrada de São Vicente.

OiCESTO

Econômico

19

"Casa do Trem", garantindo a esta melhor enquadramento. j) — Obras na Via Anchieta, consis tindo em restaurante, terraços, painéis, entrada da cidade etc.,

tudo com sobriedade e gôsto, sob pena de empetecar o belís simo trajeto.

pios, o que nunca aconteceu.

feitura da Capital chegou a reclamar esta quota, mas o Estado não respon

dc Iperoig c os fortes de São Além da criação dôstes monumentos

ou marcos históricos, o Plano Regional prevê ainda uma fonte luminosa na pra ça dos Andradas, e remates arquitetôni cos no tôpo dalgumas artérias que batem nos morros centrais, como a rua de São Bento e a avenida Ana Costa.

10) — Plano financeiro — Os recur

sos para a urbanização são de três cate gorias: a) — Tributos existentes; b) — Tributos novos; c) — Colaboração. inicial, mas entre nós escusa pensarmos em tamanha prova de visão, sacrifício e continência. Fôrça será partir da situa

O outeiro Instórico, humildo acrópole quinhentista, ficará en-

ção financeira existente.

castoado epi verde no desen

Santos folgada, por uma série de moti

volvimento urbanístico. Os dois

vos, a saber:

Esta , é em

— tudo merece um imediato en

quadramento num plano cívico, ou, mais concretamente, num

Martim

g) — Um ou dois sambaquis ou cas-

gueiros n^elhor preservados,

i) -

parque natural. Preservação das igrejas de S. Francisco e São" Vicente, e da

cipais, ao que entretanto não atendeu, nem sequer na ligação das rodo\'iastroncos.

Mas assim mesmo os recursos não bas

tarão, sem um critério de eficiente utili zação. Êste envolve duas modalidades principais: compressão das despesas or executar. Para tal é mister vencer dois

O ideal seria encontrar uma reserva

subsistem no continente. de

que, assim procedendo, assumia impli citamente o encargo das rodovias muni

dinárias e seleção rigorosamente hierár

f) — A praia do Góis, um dos pri contactos

tia da sua emissão rodoviária. O pior é

quica das obras, em vista do plano a

não apresenta indícios de estacionamen

meiros

A Pre

deu, por já lê-la englobado na garan

Sebastião.

se tão velha como a relíquia de Iguaraçu; os vestígios do pôrto das baleias e das cisternas (promontório oriental da Guaybò)

Afonso com a terra.

êstes fazerem o mesmo com os municí

Anchieta (Itanhaem), a praia

Vicente e o local presumido do

vestígios de engenhos, que

te metade do impôsto de indústrias e profissões. Possivelmente a Prefeitura terá ainda, em crédito, sua quota da taxa de combustíveis, líquidos, que a

como o convento e a pedra de

fortes, a igreja arruinada e qun.

pôrto.

meios tributários aos municípios, como a quota do ímpòsto de renda e a restan

União repartira com os Estados, para

k) — Pontos históricos mais afastados,

d) — Os restos do trapiche de São e) — Os antigos fortes do canal e os

ÇuintO: a recente transferência de novos

p" rimeiro: a economia do município to e, muito menos, de decadência. Se-

embaraços correntes na administração

pública: o desperdício dos pedidos anuais de verbas pelas repartições, usual mente mera multiplicação mecânica da verba anterior, e as criações adiáveis ou

secundárias, mas sempre objeto de gran des pressões, porque com elas uns visam figuração e outros emprego. Outro erro é a transferência de serviços e encargos, simples artifício do Estado para desper

gundo: a situação mais ou menos reajus

tar as próprias finanças à custa dos mu

tada do funcionalismo. Terceiro: a ine

nicípios, cuja folga tributária fica assim

xistência, nos bairros, de problemas tão graves e numerosos como na Capital. Quarto: as facilidades decorrentes da to pografia plana e da pequena densidade

logo neutralizada. Na sua maior parte essas transferências não se justificam nem sequer por uma racionalização, por

urbana; não há os tentáculos, ribbons e

persões, interferências e até competição dos serviços. Preferível será, salvo indi-

descontinuidades dispersivas da Capital.

que acarretam duplicações onerosas, dis.


Dícesto

20

Econômico

cações absolutamente lógicas e premen

novos que a constituição federal c as

tes, os municípios não avocarem novos

leis estaduais lhes acrescentaram (renda,

encargos, pois muito farão se desempe nharem satisfatoriamente os que já têm.

industriais e profissõe.s) já concedem aos município.s pos.sibiliclade.s apreciá

Êstes critérios e a boa fiscalização da

veis de ação, que não possuíamos há

despesa ordinária, deixando processarse o aumento natural da receita geral,

poucos anos, quando estávamos ainda

nossa gestão da Capital no período

premidos pelo congelamento dos valo res locativos (base usual do imposto predial), pelas limitações federais dos aumentos de tributo, e pe^as altas pe

1938-1945, quando, entretanto, foi rea

culiares ao período da guerra. Pode-se,

lizada uma das maiores transformações

por isto, proclamar que as condições financeiras de Santos são, comparativa

são tão eficazes que, na realidade, de

outros não precisamos lançar mão na

urbanísticas da América Latina.

Seme

21

Dícesto Econômico

taxação federal criada pelo ministro Vi-

notável de expropriação marginal na ave.

digal baseada nu diferença entre os prcços de compra e de venda, já não ii

nida Getulio Vargas, hoje Castro Ahes, no Rio, cujas perspectivas, todavia, pa-

Icvara na devi<la conta.

receni hoje algo embuciadas. As gran-

Para neutralizar esse fator, será mis-

des aquisições, nos termos da Bodenpo- .

ter: a) ou introduzir corrctiwunente

litik germânica, e.xpõem-se a riscos nie-

a desvalorização do dinheiro ou índices do custo de \nda; b) ou sinipüficar e reduzir o lançamento a quase um rateio.

nores e são adequadas aos planos de extensão e de habitações populares, Combinadas com a abertura de artérias

A primeira solução é a preferida por Odilon Braga; a segunda, por Carvalho pinto.

mestras e o zoneamento, e havendo aparelhamento competente, são iiconselháveis para dirigir o crescimento subur-

lhante fora o processo de Haussmann, todavia favorecido por um longuíssimo

pital, muito mais folgadas e, portanto,

A expropriação marginal (por zonas, ou cxcess condemiuition) tem lugar ora

bano e facilitar housings futuros. A capitação, conipreensi\el nas estales e

período de 17 anos e pelo decisivo apoio

favoráveis ao início dum plano urba nístico. Os novos recursos, a que alu

da plena utilização do melhoramento",

descabida no caso, parece-nos

ora para revenda lucrativa e apropriacão da mais-valia devida ao melhoramento. Sofre o risco de crises cvcntuais, do avaliação otimista, da inabíli-

dispensável pela complicação antip ca, pelas possibilidades da cobrança de ser-

viços nos "balneários públicos , auxílios ^ estaduais e outras compensações. Os es-

dade comercial da administração, e, fi-

forços a aplicar no plano region< nao

imperial. A mobilização dos recursos pode ser mais ou menos gradual; ou uma emissão,

ou a execução pelo sistema do poy os

you go. Ambas têm suas indicações e vantagens. A emissão permite o ataque mais intenso das obras e, por isso, mais

econômico, naturalmente dentro de li

mites que não provoquem "altas da procura".

Permite, outrossim, o gôzo

imediato dos melhoramentos e apressa

mente às da nossa administração na Ca

dimos na letra "b", são a toxa de me-

Ihoria, a expropriação marginal, a políti ca territorial, e algumas outras eventual

mente aplicáveis, como u capitação dc turismo e a quota ainda não transferida

para obras complementares e "garantia

da taxa de combustíveis. Não os repu tamos presentemente indispensáveis^^ se

nalmcntc, da incapacidade desta na defesa das valiosas faixas contra os pode-

não na hipótese dum grande plano. A taxa de melhoria (special assessment

negocistas vulgares. Há um exemplo

rcs públicos superiores, quando não de

ou betterment) é teoricamente das mais

turismo internacional e não lota men e

serão todos municipais, de Santos e as unidades vizinhas abrangidas. ®

parte cabe n outros poderes e a enti a-

des semi-públicas ou privadas,

{Santos

as valorizações, que por sua vez ajuda rão a pagar as operações; muito justa

justas, mas levanta, ao menos nas con

Cuarujá

mente também, transmitirá à geração

dições atuais, objeções consideráveis. Como sucede com a maioria dos recur

sos locais, fere a propriedade imobiliá ria, assaz sobrecarregada, porém muito

Estrada de Ferro Sorocabana

futura, maior fruidora dos planos, a sua

quota dos encargos. Por outro lado, convém atentar em que numerosas obras, erradamente consideradas excepcionais e só atacadas hoje de tempos a tempos,

precisam incluir-se permanentemente nos

à vista. A situação nos Estados Unidos

é característica, a ponto de estar acon

tema.

secundárias iios impostos prediais e ter ritoriais, assumem grande importância

ser encarados em planos nao anuais, mas de largo prazo, para eWtar inú

teis sujeições orçamentarias. Os tribu tos municipais comuns, acrescidos dos

Estado

cálculo da valorização.

{Base aérea

Estrada de Ferro Santos-Jundiaí

As avaliações,

no caso dessa taxa, muito mais pesada.

^ Saneamento das baixadas. Agricultura. Parques regionais

vamento da tributação imobiliária ordi

programas ordinários. É o segundo sis Escusa dizer, com referência aos em

Estrada de Rodagem

b)

selhando uma marcha-a-ró nesse agra nária. A maior dificuldade da taxa é o

preendimentos urbanísticos, que devem

São Vicente

\

d) — Companhia Docas

| Ministério da Viação (Portos)

No Brasil, as depreciações enormes e

rápidas do dinheiro introduzem um forte fator de ôrro, contra o contribuinte.

A

e) - Interessados diversos

/ Itanhaem, São Sebastião, empresas de 1 serviços públicos, certos particulares.


Dícesto

20

Econômico

cações absolutamente lógicas e premen

novos que a constituição federal c as

tes, os municípios não avocarem novos

leis estaduais lhes acrescentaram (renda,

encargos, pois muito farão se desempe nharem satisfatoriamente os que já têm.

industriais e profissõe.s) já concedem aos município.s pos.sibiliclade.s apreciá

Êstes critérios e a boa fiscalização da

veis de ação, que não possuíamos há

despesa ordinária, deixando processarse o aumento natural da receita geral,

poucos anos, quando estávamos ainda

nossa gestão da Capital no período

premidos pelo congelamento dos valo res locativos (base usual do imposto predial), pelas limitações federais dos aumentos de tributo, e pe^as altas pe

1938-1945, quando, entretanto, foi rea

culiares ao período da guerra. Pode-se,

lizada uma das maiores transformações

por isto, proclamar que as condições financeiras de Santos são, comparativa

são tão eficazes que, na realidade, de

outros não precisamos lançar mão na

urbanísticas da América Latina.

Seme

21

Dícesto Econômico

taxação federal criada pelo ministro Vi-

notável de expropriação marginal na ave.

digal baseada nu diferença entre os prcços de compra e de venda, já não ii

nida Getulio Vargas, hoje Castro Ahes, no Rio, cujas perspectivas, todavia, pa-

Icvara na devi<la conta.

receni hoje algo embuciadas. As gran-

Para neutralizar esse fator, será mis-

des aquisições, nos termos da Bodenpo- .

ter: a) ou introduzir corrctiwunente

litik germânica, e.xpõem-se a riscos nie-

a desvalorização do dinheiro ou índices do custo de \nda; b) ou sinipüficar e reduzir o lançamento a quase um rateio.

nores e são adequadas aos planos de extensão e de habitações populares, Combinadas com a abertura de artérias

A primeira solução é a preferida por Odilon Braga; a segunda, por Carvalho pinto.

mestras e o zoneamento, e havendo aparelhamento competente, são iiconselháveis para dirigir o crescimento subur-

lhante fora o processo de Haussmann, todavia favorecido por um longuíssimo

pital, muito mais folgadas e, portanto,

A expropriação marginal (por zonas, ou cxcess condemiuition) tem lugar ora

bano e facilitar housings futuros. A capitação, conipreensi\el nas estales e

período de 17 anos e pelo decisivo apoio

favoráveis ao início dum plano urba nístico. Os novos recursos, a que alu

da plena utilização do melhoramento",

descabida no caso, parece-nos

ora para revenda lucrativa e apropriacão da mais-valia devida ao melhoramento. Sofre o risco de crises cvcntuais, do avaliação otimista, da inabíli-

dispensável pela complicação antip ca, pelas possibilidades da cobrança de ser-

viços nos "balneários públicos , auxílios ^ estaduais e outras compensações. Os es-

dade comercial da administração, e, fi-

forços a aplicar no plano region< nao

imperial. A mobilização dos recursos pode ser mais ou menos gradual; ou uma emissão,

ou a execução pelo sistema do poy os

you go. Ambas têm suas indicações e vantagens. A emissão permite o ataque mais intenso das obras e, por isso, mais

econômico, naturalmente dentro de li

mites que não provoquem "altas da procura".

Permite, outrossim, o gôzo

imediato dos melhoramentos e apressa

mente às da nossa administração na Ca

dimos na letra "b", são a toxa de me-

Ihoria, a expropriação marginal, a políti ca territorial, e algumas outras eventual

mente aplicáveis, como u capitação dc turismo e a quota ainda não transferida

para obras complementares e "garantia

da taxa de combustíveis. Não os repu tamos presentemente indispensáveis^^ se

nalmcntc, da incapacidade desta na defesa das valiosas faixas contra os pode-

não na hipótese dum grande plano. A taxa de melhoria (special assessment

negocistas vulgares. Há um exemplo

rcs públicos superiores, quando não de

ou betterment) é teoricamente das mais

turismo internacional e não lota men e

serão todos municipais, de Santos e as unidades vizinhas abrangidas. ®

parte cabe n outros poderes e a enti a-

des semi-públicas ou privadas,

{Santos

as valorizações, que por sua vez ajuda rão a pagar as operações; muito justa

justas, mas levanta, ao menos nas con

Cuarujá

mente também, transmitirá à geração

dições atuais, objeções consideráveis. Como sucede com a maioria dos recur

sos locais, fere a propriedade imobiliá ria, assaz sobrecarregada, porém muito

Estrada de Ferro Sorocabana

futura, maior fruidora dos planos, a sua

quota dos encargos. Por outro lado, convém atentar em que numerosas obras, erradamente consideradas excepcionais e só atacadas hoje de tempos a tempos,

precisam incluir-se permanentemente nos

à vista. A situação nos Estados Unidos

é característica, a ponto de estar acon

tema.

secundárias iios impostos prediais e ter ritoriais, assumem grande importância

ser encarados em planos nao anuais, mas de largo prazo, para eWtar inú

teis sujeições orçamentarias. Os tribu tos municipais comuns, acrescidos dos

Estado

cálculo da valorização.

{Base aérea

Estrada de Ferro Santos-Jundiaí

As avaliações,

no caso dessa taxa, muito mais pesada.

^ Saneamento das baixadas. Agricultura. Parques regionais

vamento da tributação imobiliária ordi

programas ordinários. É o segundo sis Escusa dizer, com referência aos em

Estrada de Rodagem

b)

selhando uma marcha-a-ró nesse agra nária. A maior dificuldade da taxa é o

preendimentos urbanísticos, que devem

São Vicente

\

d) — Companhia Docas

| Ministério da Viação (Portos)

No Brasil, as depreciações enormes e

rápidas do dinheiro introduzem um forte fator de ôrro, contra o contribuinte.

A

e) - Interessados diversos

/ Itanhaem, São Sebastião, empresas de 1 serviços públicos, certos particulares.


22

Dicesto Econômico

Muitas obras correrão por conta dire ta dêstes participantes. Outras, como as pontes e as estradas de ligação, pres tam-se a rateio, capaz de aliviar cada

interessado, apressar as realizações e por conseguinte também as recuperações. A iniciativa particular é excelente colaboradora, que na maioria das vezes só re quer orientação. Os planos gerais per mitem dirigir e conjugar êsses esforços no sentido do interêsse público.

A execução do plano regional poderá correr por uma authorlftj aceita em con

vênio e oficialmente reconhecida, suces

sora da comissão de planejamento. Cer tos urbanistas classificam os processos de planejamento em "ditatoriais" e "demo

Dic.ksto

Econômico

23

so necessário um "bureau" técnico ane

puramente executivos e técnicos. A mu

xo, para organizar as bases de discus

dança periódica de membros far-se-á a largos períodos e por turmas. Certa

são, a documentação c os projcto.s. Nas comissões locais será prático conferir esta

elasticidade do sistema facultará a con-

função à Diretoria de Obras ou a uma

senaçâo dos elementos mais eficientes.

dirisão especializada. A Prefeitura par

Esta recomendação eqüivale a conceder

cráticos". Senão por metáfora, as ex pressões aplicam-se mal à matéria. Os

ticipará da comissão com o Prefeito

à presidência a faculdade de recondu

(presidente), o Diretor de Obras e o

ção.

urbanistas doutra escola respondem que,

Chefe do Urbanismo.

no fim das contas, os planos urbanísticos

Comparável à regência duma orques

Numa

comissão

de

urbanismo

são

de esperar os conflitos. Êstes concer

podem fazer-se de muitas maneiras, até

tra, a direção urbanística da comissão

nem pouco aos projetos em si; em regra

mesmo por uma comissão. ,.

caberá a um especialista idôneo e prá

são embates de idéias ou, mesmo, de

Ambos os grupos tôra razão, confor me os pontos-de-vista e as circunstâncias Num regime forte, nenhuma administra

tico, geralmente contratado.

e não simplesmente "urbanístico". Com

temperamentos. Porque cm todo o mun do o campo divide-se em dois: o dos "utopistas" e o dos "práticos", o dos

Grande à Bertioga. São Vicente ^^rujá são hoje divisões artificiais,

ção que se julgue informada e disponha

11) — Vlanejamento — O primeiro característico do plano é ser "regional"

e eito, a unidade geográfica estende-se nao obstante bs motivos históricos ou transitórios em contrário.

A unidade de direção no planejamen to adstringir-se-á às diretrizes e questões gerais, qualquer interferência mais pro

funda do plano regional tendo caráter puramente sugestivo. Uma vez assenta

das e respeita-

de poderes e recursos suficientes dei xará de agir direta, rápida e decidida mente, só porque os bizantinos protes

O pior é que êstes ainda divergem entre si, em pontos fundamentais: Le

ser pequeno. As comissões numero sas degeneram em assembléias, com tôda

Lioyd Wright. A filosofia urbanística

Num regime de responsabilidade re-

parüda, cada um conformar-se-á com a linha geral. Por isso podemos, sem

Paulo de 1938, e

território serão autônomos. A

preconizar outra

em Santos, dez

coordenação ex. prime-se por um

anos após, A comissão do

dos

Plano

participantes. Os planos

Regional

compor-se-á

de

"participantes" e de representan

urbanísticos são

atribuíveis à pró

tes de outros in-

pria administração ou a uma comissão

terêsses, fôrças de correntes de opinião.

cívica e semi-técnica.

Certos elementos figurarão em caráter secundário ou intermitente, evitando um efetivo exagerado. Uma subcomissão central se encarregará do papel mais

nhecedor da técnica, mas predominante mente cívico, isto é, portador do pen samento geral difuso.

momentos de angustiosa incompreensão.

Presidente. O efetivo da comissão deve

culiáres a cada

órgão superior, não totalmente desco-

um. A indicação por entidade deve ser

me, deve ter também as vantagens.

volvimentos pe-

tócnica" para acentuar-lhe o caráter de

Por

tais circunstâncias, os pacatos comissá rios atravessarão, ao menos no princípio,

múltipla, sujeita à escolha final pelo

contradição, ter • adotado uma so lução no São

Dizemos "semi-

"filósofos" e o dos "técnicos".

quem conheça a mentalidade, preparo, representação e temperamento de cada

tam. Quem suporta os ônus dum regi

das, os desen

convênio

A nomeação dos membros por mero arbítrio dá sempre medíocre resultado. O ideal é uma seleção ponderada, por

ativo e coordenador.

Como o plano envolve técnica, toma-

sua oratória, demagogia, irresponsabili dade, digressões e divergências. Tem-se dito que a máxima comissão eficiente é um grupo tão pequeno como 7 pessoas,

Corbusier, por exemplo, é antípoda de é como a estréia dos reis* magos: muito alta e brilhante. Mas se a comissão qui

discutirem sem protocolo nem confusão.

ser realmente chegar a Belém, terá de montar em prosaicos camelos, que, com perdão da palavra, são os corpos ou as repartições técnicas, melhor conhecedo

capazes de se sentarem a uma mesa e Efetivo assim pequeno raramente é pra-

res das reais dificuldades terrenas.

ticável. Em todo caso, reduza-se ao mí nimo, conservando os membros menos necessários como extras ou informantes. O regimento interno, sumaríssimo,

Prefeitura da Capital sofremos por ve lebre Moses, justamente representante

evitará tudo quanto lembre uma assem bléia: fórmulas, cerimônias, discursos,

os bel-unsistas são

protocolos 6 todos os_ prete.xtos de exibi ção política. As sessões serão públicas periòdicamente nos momentos conclusi vos, sem prejuízo de uma publicidade re gular e discreta, destinada a manter o interêsse popular e atrair manifestações úteis. ,A comissão limitar-se-á aos as pectos gerais, sem interferência com o.s

zes a crítica filosófica.

Na

O curioso c

que esta comprazia-se em invocar o cé

da escola oposta, e cujas discussões com muito conhecidas.

Fato é que, em Nova YorR, podemos ver belas realizações de Moses, mas só be

las aquarelas dos cultistas. Em conversa com o dinâmico urba

nista, ouvimos-lhe um humorístico co

mentário: "Os filósofos aspiram à revo lução mundial. Nada a opor, pelo bem

da humanidade. Mas o mim é preten-


22

Dicesto Econômico

Muitas obras correrão por conta dire ta dêstes participantes. Outras, como as pontes e as estradas de ligação, pres tam-se a rateio, capaz de aliviar cada

interessado, apressar as realizações e por conseguinte também as recuperações. A iniciativa particular é excelente colaboradora, que na maioria das vezes só re quer orientação. Os planos gerais per mitem dirigir e conjugar êsses esforços no sentido do interêsse público.

A execução do plano regional poderá correr por uma authorlftj aceita em con

vênio e oficialmente reconhecida, suces

sora da comissão de planejamento. Cer tos urbanistas classificam os processos de planejamento em "ditatoriais" e "demo

Dic.ksto

Econômico

23

so necessário um "bureau" técnico ane

puramente executivos e técnicos. A mu

xo, para organizar as bases de discus

dança periódica de membros far-se-á a largos períodos e por turmas. Certa

são, a documentação c os projcto.s. Nas comissões locais será prático conferir esta

elasticidade do sistema facultará a con-

função à Diretoria de Obras ou a uma

senaçâo dos elementos mais eficientes.

dirisão especializada. A Prefeitura par

Esta recomendação eqüivale a conceder

cráticos". Senão por metáfora, as ex pressões aplicam-se mal à matéria. Os

ticipará da comissão com o Prefeito

à presidência a faculdade de recondu

(presidente), o Diretor de Obras e o

ção.

urbanistas doutra escola respondem que,

Chefe do Urbanismo.

no fim das contas, os planos urbanísticos

Comparável à regência duma orques

Numa

comissão

de

urbanismo

são

de esperar os conflitos. Êstes concer

podem fazer-se de muitas maneiras, até

tra, a direção urbanística da comissão

nem pouco aos projetos em si; em regra

mesmo por uma comissão. ,.

caberá a um especialista idôneo e prá

são embates de idéias ou, mesmo, de

Ambos os grupos tôra razão, confor me os pontos-de-vista e as circunstâncias Num regime forte, nenhuma administra

tico, geralmente contratado.

e não simplesmente "urbanístico". Com

temperamentos. Porque cm todo o mun do o campo divide-se em dois: o dos "utopistas" e o dos "práticos", o dos

Grande à Bertioga. São Vicente ^^rujá são hoje divisões artificiais,

ção que se julgue informada e disponha

11) — Vlanejamento — O primeiro característico do plano é ser "regional"

e eito, a unidade geográfica estende-se nao obstante bs motivos históricos ou transitórios em contrário.

A unidade de direção no planejamen to adstringir-se-á às diretrizes e questões gerais, qualquer interferência mais pro

funda do plano regional tendo caráter puramente sugestivo. Uma vez assenta

das e respeita-

de poderes e recursos suficientes dei xará de agir direta, rápida e decidida mente, só porque os bizantinos protes

O pior é que êstes ainda divergem entre si, em pontos fundamentais: Le

ser pequeno. As comissões numero sas degeneram em assembléias, com tôda

Lioyd Wright. A filosofia urbanística

Num regime de responsabilidade re-

parüda, cada um conformar-se-á com a linha geral. Por isso podemos, sem

Paulo de 1938, e

território serão autônomos. A

preconizar outra

em Santos, dez

coordenação ex. prime-se por um

anos após, A comissão do

dos

Plano

participantes. Os planos

Regional

compor-se-á

de

"participantes" e de representan

urbanísticos são

atribuíveis à pró

tes de outros in-

pria administração ou a uma comissão

terêsses, fôrças de correntes de opinião.

cívica e semi-técnica.

Certos elementos figurarão em caráter secundário ou intermitente, evitando um efetivo exagerado. Uma subcomissão central se encarregará do papel mais

nhecedor da técnica, mas predominante mente cívico, isto é, portador do pen samento geral difuso.

momentos de angustiosa incompreensão.

Presidente. O efetivo da comissão deve

culiáres a cada

órgão superior, não totalmente desco-

um. A indicação por entidade deve ser

me, deve ter também as vantagens.

volvimentos pe-

tócnica" para acentuar-lhe o caráter de

Por

tais circunstâncias, os pacatos comissá rios atravessarão, ao menos no princípio,

múltipla, sujeita à escolha final pelo

contradição, ter • adotado uma so lução no São

Dizemos "semi-

"filósofos" e o dos "técnicos".

quem conheça a mentalidade, preparo, representação e temperamento de cada

tam. Quem suporta os ônus dum regi

das, os desen

convênio

A nomeação dos membros por mero arbítrio dá sempre medíocre resultado. O ideal é uma seleção ponderada, por

ativo e coordenador.

Como o plano envolve técnica, toma-

sua oratória, demagogia, irresponsabili dade, digressões e divergências. Tem-se dito que a máxima comissão eficiente é um grupo tão pequeno como 7 pessoas,

Corbusier, por exemplo, é antípoda de é como a estréia dos reis* magos: muito alta e brilhante. Mas se a comissão qui

discutirem sem protocolo nem confusão.

ser realmente chegar a Belém, terá de montar em prosaicos camelos, que, com perdão da palavra, são os corpos ou as repartições técnicas, melhor conhecedo

capazes de se sentarem a uma mesa e Efetivo assim pequeno raramente é pra-

res das reais dificuldades terrenas.

ticável. Em todo caso, reduza-se ao mí nimo, conservando os membros menos necessários como extras ou informantes. O regimento interno, sumaríssimo,

Prefeitura da Capital sofremos por ve lebre Moses, justamente representante

evitará tudo quanto lembre uma assem bléia: fórmulas, cerimônias, discursos,

os bel-unsistas são

protocolos 6 todos os_ prete.xtos de exibi ção política. As sessões serão públicas periòdicamente nos momentos conclusi vos, sem prejuízo de uma publicidade re gular e discreta, destinada a manter o interêsse popular e atrair manifestações úteis. ,A comissão limitar-se-á aos as pectos gerais, sem interferência com o.s

zes a crítica filosófica.

Na

O curioso c

que esta comprazia-se em invocar o cé

da escola oposta, e cujas discussões com muito conhecidas.

Fato é que, em Nova YorR, podemos ver belas realizações de Moses, mas só be

las aquarelas dos cultistas. Em conversa com o dinâmico urba

nista, ouvimos-lhe um humorístico co

mentário: "Os filósofos aspiram à revo lução mundial. Nada a opor, pelo bem

da humanidade. Mas o mim é preten-


Digesto ECONÓ^UCO

24

derem que a faça... a minha modesta repartição".

Entre nós muito se clamou pelos pro cessos americanos.

Torna-se por isso

of approach that no planner in any Uni■ ted States city has darcd to show. São Paulo's program of modcrnization and

reorganization of hcr civic faciÜtics into

interessante ouvir técnicos americanos:

an cfficicnt, attractive sclieme, stnnds

"We in the United States have placed greater emphasis on the desiderability of a democratic techniquc for providing those qualities, rather then on the desi derability of the qualities tliemselves. In doing so we have built up a remarkably complex legislative organization of planning techniques at various governmental leveis based upon full participation

as an example of tuhat nuiij be gaincd by

of an informed citizenry. A ghnce at the phtjsical unpleasantness and economia instahíUty of many of our cities inoites <i comparison of the actual effectiviness

of the process xciih its true possibihtics and opportunities.

The planning process in the Latin American republics differs from that of

the United States in that, generally, it is not practiced with a comparable degree of democracy and is not based on the principie of citizen action to counterbalance official action.

But on the other land, and for the same reason, it is sometimes difficult for

a North-American to explain to Latin Aniericans tvhy it is tluit, in spite of our advanced legal control, our tirban centers are frequently congested, inef-

ficient, disorderly, and econoniicaÚy unstahle".

Disse-o Francis Violich, da

city planners and city buihlers in the United States oiit of dosei- conlact and

cooperation with South American techni-

ate lhe incluiram um urbanista.

aquilo "que lhe fór perguntado", revela uma inutilidade, pois o Prefeito não lhe perguntará, como nunca perguntou, so bre o metropolitano, sobre as porteiras

generais e altas patentes, ha\'ia meia dvizia, como se tramasse nova invasão da Enropa, tendo pro\'ocado aliás recusas \'cxatórias para a Prefeitura. Mas isto

do Brás, cie. Tem mais gente que uma

é uma outra história, como diria o Ki-

as.sembléia. tanta (jue, por distração,

p'ing. e a nossa tcrinina aqui.

A in-

discriminação foi tamanha que, só de

A opinião é confirmada por Edward Cleaiy, noutro livro (Bulldozers Come First, 1944): "Industrializalion and de-

velopment of naliira! resóurces are not

tlie cnly mark of the tremendous strides forward tliat are being madc in Brazil. One of the most impressive signs is manifested in the rebuilding of its cities, particulary São Paulo and Rio.

In the

United States, urban rchabilitation has

been given a lot of lip service, and several bills have been introduced in Con-

gress looking toward such activitv as ideal for the postwar period. While we have been talking, Brazil yhas been doing. And the resulta are to be seen not simply in the reconstruction of

square blocks, but in the revamping of square miles of outmoded urban areas.

One of the most spctacular demonsirations of such activity is to be seen in

São Paulo, the bustUng cenier of southem Brazil".

Com isto pretendemos apenas mos

Columbia Fundation de São Francisco,

trar o vêzo nacional de preferir a gali nha do vizinho. Os processos america

América", depois de percorrer detida

nos, em verdade maravilhosos, mas de uma eficiência relativa mesmo lá, com

dos, que pensarão esses observadores?

mais forte razão^ só caberão aqui tem perados com o môlho nativo, isto é, me

Transcrevamos a sua manifestação sô-

diante

bre a nossa Capital; "The citij planning

Exemplo não de critério bom ou mau,

attack on São Paulo exhibits a boldness

mas de absoluta falta de critério, foi a

Mas isto é a doutrina. E dos resulta

formação da comissão da Capital. Seu caráter puramente consultivo e só pura

cians".

no seu livro de 1944 "Cities of Latin mente todo o continente.

25

Díoksto Econômico

oficialização e

direção

forte.

As últimas cifras divulgadas no pais, sôbre elaboração de farinha e sttbprodutos obtidos da moagem do trigo, são as referentes ao mês de janeiro de 1948. Estas, comparadas com igual período do ano anterior, evidenciani aumentos que jjodem ser discriminados: 169.443 toneladas de farinha de trigo, isto é, mais 13.883 'toneladas do que em 1947 (janeiro); subprodutos do trigo, 68.308 toneladas, isto ó, mal'} 11.039 toneladas do que em 1947 (janeiro). Com relação à importância das zoms de produção de farinha de trigo, du rante o mês a que fazemos menção, a Província de Buenos Aires ocupou o 1/ligar, com 39.581 toneladas; em 2.° lugar Sanfa Fé, com 37.662 toneladas; cm 3." lugar a Capital Federal, com 35.549 toneladas; em 4.° lugar Córdoba, com

35.164 toneladas e cm 5.° lugar Entre Rios com 11.261 toneladas, representando em conjunto as províncias citadas 94,3% da produção total da Argentina, de farinho de trigo.


Digesto ECONÓ^UCO

24

derem que a faça... a minha modesta repartição".

Entre nós muito se clamou pelos pro cessos americanos.

Torna-se por isso

of approach that no planner in any Uni■ ted States city has darcd to show. São Paulo's program of modcrnization and

reorganization of hcr civic faciÜtics into

interessante ouvir técnicos americanos:

an cfficicnt, attractive sclieme, stnnds

"We in the United States have placed greater emphasis on the desiderability of a democratic techniquc for providing those qualities, rather then on the desi derability of the qualities tliemselves. In doing so we have built up a remarkably complex legislative organization of planning techniques at various governmental leveis based upon full participation

as an example of tuhat nuiij be gaincd by

of an informed citizenry. A ghnce at the phtjsical unpleasantness and economia instahíUty of many of our cities inoites <i comparison of the actual effectiviness

of the process xciih its true possibihtics and opportunities.

The planning process in the Latin American republics differs from that of

the United States in that, generally, it is not practiced with a comparable degree of democracy and is not based on the principie of citizen action to counterbalance official action.

But on the other land, and for the same reason, it is sometimes difficult for

a North-American to explain to Latin Aniericans tvhy it is tluit, in spite of our advanced legal control, our tirban centers are frequently congested, inef-

ficient, disorderly, and econoniicaÚy unstahle".

Disse-o Francis Violich, da

city planners and city buihlers in the United States oiit of dosei- conlact and

cooperation with South American techni-

ate lhe incluiram um urbanista.

aquilo "que lhe fór perguntado", revela uma inutilidade, pois o Prefeito não lhe perguntará, como nunca perguntou, so bre o metropolitano, sobre as porteiras

generais e altas patentes, ha\'ia meia dvizia, como se tramasse nova invasão da Enropa, tendo pro\'ocado aliás recusas \'cxatórias para a Prefeitura. Mas isto

do Brás, cie. Tem mais gente que uma

é uma outra história, como diria o Ki-

as.sembléia. tanta (jue, por distração,

p'ing. e a nossa tcrinina aqui.

A in-

discriminação foi tamanha que, só de

A opinião é confirmada por Edward Cleaiy, noutro livro (Bulldozers Come First, 1944): "Industrializalion and de-

velopment of naliira! resóurces are not

tlie cnly mark of the tremendous strides forward tliat are being madc in Brazil. One of the most impressive signs is manifested in the rebuilding of its cities, particulary São Paulo and Rio.

In the

United States, urban rchabilitation has

been given a lot of lip service, and several bills have been introduced in Con-

gress looking toward such activitv as ideal for the postwar period. While we have been talking, Brazil yhas been doing. And the resulta are to be seen not simply in the reconstruction of

square blocks, but in the revamping of square miles of outmoded urban areas.

One of the most spctacular demonsirations of such activity is to be seen in

São Paulo, the bustUng cenier of southem Brazil".

Com isto pretendemos apenas mos

Columbia Fundation de São Francisco,

trar o vêzo nacional de preferir a gali nha do vizinho. Os processos america

América", depois de percorrer detida

nos, em verdade maravilhosos, mas de uma eficiência relativa mesmo lá, com

dos, que pensarão esses observadores?

mais forte razão^ só caberão aqui tem perados com o môlho nativo, isto é, me

Transcrevamos a sua manifestação sô-

diante

bre a nossa Capital; "The citij planning

Exemplo não de critério bom ou mau,

attack on São Paulo exhibits a boldness

mas de absoluta falta de critério, foi a

Mas isto é a doutrina. E dos resulta

formação da comissão da Capital. Seu caráter puramente consultivo e só pura

cians".

no seu livro de 1944 "Cities of Latin mente todo o continente.

25

Díoksto Econômico

oficialização e

direção

forte.

As últimas cifras divulgadas no pais, sôbre elaboração de farinha e sttbprodutos obtidos da moagem do trigo, são as referentes ao mês de janeiro de 1948. Estas, comparadas com igual período do ano anterior, evidenciani aumentos que jjodem ser discriminados: 169.443 toneladas de farinha de trigo, isto é, mais 13.883 'toneladas do que em 1947 (janeiro); subprodutos do trigo, 68.308 toneladas, isto ó, mal'} 11.039 toneladas do que em 1947 (janeiro). Com relação à importância das zoms de produção de farinha de trigo, du rante o mês a que fazemos menção, a Província de Buenos Aires ocupou o 1/ligar, com 39.581 toneladas; em 2.° lugar Sanfa Fé, com 37.662 toneladas; cm 3." lugar a Capital Federal, com 35.549 toneladas; em 4.° lugar Córdoba, com

35.164 toneladas e cm 5.° lugar Entre Rios com 11.261 toneladas, representando em conjunto as províncias citadas 94,3% da produção total da Argentina, de farinho de trigo.


nnsBtw s,- $7^^

Texnas e problemas em debate Dario oe Almeida Magalhães

Produtividade industrial chefe do governo belga, Spaak, O saudando o orientador supremo da execução do plano Marshall, Hoffman,

assinalou que os países da Europa oci dental realizaram, após a guerra, um grande esfôrço de recuperação e também de cooperação, através de entendimentos firmados para estabelecer entre êles o

máximo de unidade e economia possí

vel. Hoffman, em resposta, reconheceu

apresentaria, pois, resultados proporcionais ao pesado sacrificio impôsto ao con tribuinte americano, e não alcançaria o

objetivo político, que indisfarçàvelmente se teve em vista, e que se exprime no fortalecimento da Europa ocidental, para enfrentar qualquer emergência, e também para assegurar a sobrevivência e a vitalidade do próprio regime capi talista.

^

que os europeus fizeram mais do que

T

Dicesto Econóa«co

27

o modêlo americano, no que diz res peito à técnica, sob pena de verem acentuados, cada dia mais, o seu atra so o a sua fraqueza, num campo de competição em que as razões de ordem

como uma oportunidade de mostrar aos americanos como é de boa qualidade a

sentimental e os preconceitos nacionalis

indústria do seu país.

tas serão inexorávehnenle contraprodu centes.

O governo traballiista inglês tomou o seu caminho re.solutamcnte, apelando para a e.xperiência norte-americana a

de outrem; apenas .se aceitara o ofere

cimento benéfico, para um trabalho em colaboração, com a participação de em

Sir Staf-

ford Cripps se entendeu com Hoffman

mesmo antes da autorização do parla mento. E esta circunstância foi explo

Nessa linha de orienta

rada nos primeiros momentos da reação que a sua iniciativa provocou. O sólido

cano que lhes foi concedido se baseia no compromisso das dezesseis nações do

tivo o acôrdo firmado en-

È- iTe o administrador do pla

orgulho nacional inglês — legítimo or gulho de uma nação que foi durante muitos anos econòmJcamente a mais po derosa, e a pioneira do progresso in dustrial — se sentiu ferido pelo acôrdo

combinarem as suas fôrças para um tra balho conjunto pela sua independência econômica.

Para alcançar o objetivo visado, e dar

aos bilhões de dólares, que vão ser in vertidos na execução do plano Marshall, uma ap.icação fecunda e remuneradora,

desde logo se compreendeu que se fazia necessária uma remodelação profunda nos métodos de trabalho e nos processos técnicos, para elevar o tônus da econo

mia da Europa combalida. O programa

no de recuperação da Eu

que a muitos pareceu humilhante. Os

indicar as medidas a serem tomadas

os países da Europa; e tudo indica que outros da mesma natureza Se seguirão com as demais nações beneficiadas pelo plano Marshall.

assistência estabelecido.

premacia dos processos e dos instrumen tos de produção dos Estados Unidos.

Tais acordos resultam do reconheci mento de um fato incontestável: a su

desnível entre a técnica de produção americana e a dos velhos países euro peus. Sem uma remodelação profunda do equipamento e dos processos de tra

E desse fato a conseqüência é esta: os países que quiserem seguir a linha do

balho, o imenso auxílio financeiro não

interno e externo, devem acompanhar

progresso econômico e manter, ou re-^ conquistar, a sua posição no mercado

conservadores

for

mularam críticas amargas â iniciativa de Cripps; os

mm

Inglaterra e os Estados Unidos, com o propósito citado, foi o primeiro dentre

básico é efetivamente "atualizar", mo dernizar a estrutura econômica dos paí ses favorecidos pelo gigantesco plano de A guerra veio acentuar ainda mais o

que envolvia uma confissão de fraqueza,

lhe apontar as fallias e deficiências, e para aumentar-lhe a produtividade. O entendimento estabelecido entre a

do que não se tratava de colocar a In glaterra na posição de aceitar conselhos

hm do reformar os métodos de traba

ção, é altamente significa

ropa e o govêmd inglês, para constituir um conselho anglo-americano, destinado a realizar inquéritos e estudos sôbre a situação da indústria britânica, a fim de

Sir Stafford Cripps, defendendo o go verno no parlamento, sossegou os pruri dos do orguUio inglês ferido, acentuan

lho da.s indústrias britânicas.

fôra possível esperar desde 1945; mas deixou bem claro que o auxílio ameri velho continente por ô!e beneficiadas de

conselhos de qualquer pais, na orienta ção de suas emprêsas". Sir Petor Bennett proclamou que aceila\'a o acôrdo

comunistas,

cumpria,

como

exploraram

lhe.s

o

fato com objetivos políti cos; e mesmo certos setores trabalhistas

nianifestaram reservas.

pregadores e de empregados dos dois países interessados, a fim de que a economia inglesa se aproveitasse do pro gresso técnico e da experiência ameri cana.

cedeu ràpidamente, diante de mais cal ma reflexão, e se reduziu, como acen tuou "The. Economist", no seu edito rial de 7 de agôsto, a uma "tempesta

de em copo dagua . O "Times" na sua edição semanal de

4 do mesmo mês, proclamou que "as di ficuldades e os defeitos da indústria britânica são bem conhecidas e reconhe

cidas neste país"; e acrescentou que era desejo de muitos industriais conhe cer a moderna técnica americana e

às diretrizes americanas, abrindo a por

examinar o que há nela de novo, e que pode ser aplicado nas condições pecu

ta à influência de interesses econômicos

liares da Inglaterra, concluindo nestes

estrangeiros, foi apontada como peri

têrmos o seu comentário:

A submissão das indústrias britânicas

gosa.

Churchill não perdeu a oportunidade para desferir novos ataques aos traba lhistas. Eden declarou que se recusa va a reconhecer que a indústria britâ nica "estava em situação de reclamar

j

A manifestação do orgulho britânico, " que nos primeiros momentos foi viva,

"Em assunto tão sério como êste das

relações entre as indústrias britânica e

americana, não há lugar para sentimen tos que nascem sòmente do orgulho ferido. E nem cabe igualmente uma manifestação que possa dar a falsa im-


nnsBtw s,- $7^^

Texnas e problemas em debate Dario oe Almeida Magalhães

Produtividade industrial chefe do governo belga, Spaak, O saudando o orientador supremo da execução do plano Marshall, Hoffman,

assinalou que os países da Europa oci dental realizaram, após a guerra, um grande esfôrço de recuperação e também de cooperação, através de entendimentos firmados para estabelecer entre êles o

máximo de unidade e economia possí

vel. Hoffman, em resposta, reconheceu

apresentaria, pois, resultados proporcionais ao pesado sacrificio impôsto ao con tribuinte americano, e não alcançaria o

objetivo político, que indisfarçàvelmente se teve em vista, e que se exprime no fortalecimento da Europa ocidental, para enfrentar qualquer emergência, e também para assegurar a sobrevivência e a vitalidade do próprio regime capi talista.

^

que os europeus fizeram mais do que

T

Dicesto Econóa«co

27

o modêlo americano, no que diz res peito à técnica, sob pena de verem acentuados, cada dia mais, o seu atra so o a sua fraqueza, num campo de competição em que as razões de ordem

como uma oportunidade de mostrar aos americanos como é de boa qualidade a

sentimental e os preconceitos nacionalis

indústria do seu país.

tas serão inexorávehnenle contraprodu centes.

O governo traballiista inglês tomou o seu caminho re.solutamcnte, apelando para a e.xperiência norte-americana a

de outrem; apenas .se aceitara o ofere

cimento benéfico, para um trabalho em colaboração, com a participação de em

Sir Staf-

ford Cripps se entendeu com Hoffman

mesmo antes da autorização do parla mento. E esta circunstância foi explo

Nessa linha de orienta

rada nos primeiros momentos da reação que a sua iniciativa provocou. O sólido

cano que lhes foi concedido se baseia no compromisso das dezesseis nações do

tivo o acôrdo firmado en-

È- iTe o administrador do pla

orgulho nacional inglês — legítimo or gulho de uma nação que foi durante muitos anos econòmJcamente a mais po derosa, e a pioneira do progresso in dustrial — se sentiu ferido pelo acôrdo

combinarem as suas fôrças para um tra balho conjunto pela sua independência econômica.

Para alcançar o objetivo visado, e dar

aos bilhões de dólares, que vão ser in vertidos na execução do plano Marshall, uma ap.icação fecunda e remuneradora,

desde logo se compreendeu que se fazia necessária uma remodelação profunda nos métodos de trabalho e nos processos técnicos, para elevar o tônus da econo

mia da Europa combalida. O programa

no de recuperação da Eu

que a muitos pareceu humilhante. Os

indicar as medidas a serem tomadas

os países da Europa; e tudo indica que outros da mesma natureza Se seguirão com as demais nações beneficiadas pelo plano Marshall.

assistência estabelecido.

premacia dos processos e dos instrumen tos de produção dos Estados Unidos.

Tais acordos resultam do reconheci mento de um fato incontestável: a su

desnível entre a técnica de produção americana e a dos velhos países euro peus. Sem uma remodelação profunda do equipamento e dos processos de tra

E desse fato a conseqüência é esta: os países que quiserem seguir a linha do

balho, o imenso auxílio financeiro não

interno e externo, devem acompanhar

progresso econômico e manter, ou re-^ conquistar, a sua posição no mercado

conservadores

for

mularam críticas amargas â iniciativa de Cripps; os

mm

Inglaterra e os Estados Unidos, com o propósito citado, foi o primeiro dentre

básico é efetivamente "atualizar", mo dernizar a estrutura econômica dos paí ses favorecidos pelo gigantesco plano de A guerra veio acentuar ainda mais o

que envolvia uma confissão de fraqueza,

lhe apontar as fallias e deficiências, e para aumentar-lhe a produtividade. O entendimento estabelecido entre a

do que não se tratava de colocar a In glaterra na posição de aceitar conselhos

hm do reformar os métodos de traba

ção, é altamente significa

ropa e o govêmd inglês, para constituir um conselho anglo-americano, destinado a realizar inquéritos e estudos sôbre a situação da indústria britânica, a fim de

Sir Stafford Cripps, defendendo o go verno no parlamento, sossegou os pruri dos do orguUio inglês ferido, acentuan

lho da.s indústrias britânicas.

fôra possível esperar desde 1945; mas deixou bem claro que o auxílio ameri velho continente por ô!e beneficiadas de

conselhos de qualquer pais, na orienta ção de suas emprêsas". Sir Petor Bennett proclamou que aceila\'a o acôrdo

comunistas,

cumpria,

como

exploraram

lhe.s

o

fato com objetivos políti cos; e mesmo certos setores trabalhistas

nianifestaram reservas.

pregadores e de empregados dos dois países interessados, a fim de que a economia inglesa se aproveitasse do pro gresso técnico e da experiência ameri cana.

cedeu ràpidamente, diante de mais cal ma reflexão, e se reduziu, como acen tuou "The. Economist", no seu edito rial de 7 de agôsto, a uma "tempesta

de em copo dagua . O "Times" na sua edição semanal de

4 do mesmo mês, proclamou que "as di ficuldades e os defeitos da indústria britânica são bem conhecidas e reconhe

cidas neste país"; e acrescentou que era desejo de muitos industriais conhe cer a moderna técnica americana e

às diretrizes americanas, abrindo a por

examinar o que há nela de novo, e que pode ser aplicado nas condições pecu

ta à influência de interesses econômicos

liares da Inglaterra, concluindo nestes

estrangeiros, foi apontada como peri

têrmos o seu comentário:

A submissão das indústrias britânicas

gosa.

Churchill não perdeu a oportunidade para desferir novos ataques aos traba lhistas. Eden declarou que se recusa va a reconhecer que a indústria britâ nica "estava em situação de reclamar

j

A manifestação do orgulho britânico, " que nos primeiros momentos foi viva,

"Em assunto tão sério como êste das

relações entre as indústrias britânica e

americana, não há lugar para sentimen tos que nascem sòmente do orgulho ferido. E nem cabe igualmente uma manifestação que possa dar a falsa im-


' T

I

28

Dicesto

EcoNÓ^^co

pressão de que êste país está cego

que ia progressivamente exportando me

diante das sérias dificuldades, algumas temporariamente inevitáveis, que exis

nos e importando mais. E agora o pro

tem na indústria inglesa atual."

A Federação das Indústrias da Ingla terra aceitou a cooperação; e a manifes

grama não pode ser apenas o de retor nar à posição de 1938, porque o mun do de 1938 não mai.s existe.

Afirmar que o único meio de vencer é

um rápido progresso da produtividade

A

técnica americana está em condições de

é repetir um "clichê".

ensinar a melhor produzir; e o amor-

apenas mnus, porém 7tuiís eficientemente,

próprio nacional havia de ceder diante

ou seja com menor custo de material e trabalho — eis o caminho. E acrescen ta o comentador: "Seria absurdo dizer

das vantagens a serem colhidas em ter

reno econômico, em que as razões de cisivas se traduzem em cifras.

No seu artigo principal da edição de 7 de agôslo, sob o título "Twilight

sleep", "The Economist" faz uma análise percucien-

indústria americana e a indústria in

1935 e 1939, a produtividade média da

glesa.

indústria

O estudo da produtivida de, relembra o articulista, tem em \'ista

ço a realizar deve ser mais profundo.

tação dos maiores interessados deixou

Não produzir

que a Inglaterra nada tem a aprender da América a respeito da eficiência de produção.

Tôdas estas velhas ilusões

se desfizeram — que a indústria britâ nica sempre se baseou na qualidade

29

DiCESTo Econômico

O esfor

claro que a iniciativa era benéfica.

I

-TTiimrr

WT

melhor uso

manufatureira era nos Esta

dos Unidos pouco mais dc duas vêzes maior do que na Grã-Bretanha. Note-

se que, no ano de 1935, o operário tra

dos recursos reais de traba

balhava na Inglaterra, por semana, 47,2

lho, equipamento c maté rias-primas. Considera a cfl.

tados Unidos era de 36,6 horas em

ciência técnica, e não so

1936, 38,6 em 1937 e 37,7 em 1939.

mente o baixo cu.sto o a capacidade de

competição. O oleiro primitivo podo pro duzir louça tôsca por um preço menor

do que o operário médio dc xima moder na cerâmica; porém sua produtividade será infinitamente menor; o o custo mais

baixo reflete apenas um "standard" dc vida muito inferior cm relação ao do

operário induslrializndo. Nas modernas

horas, enquanto que o horiírio nos Es E daí resulta que a produção, por ho ra de trabalhç, ainda era mais dçsfa-

vorá\cl aos ingleses.

Alguns dados comparativos são des tacados para acentuar a inferioridade da indústria inglesa, que, sob certos as

pectos, no que diz respeito ao rendi mento do trabalho, é classificada pelo relatório mencionado como espanto.sa. A análise, honestamente apresentada,

(como se a indústria americana fôsse

comunidades industriais os dois conceitos

de custo e de produtividade não po dem ser separados dc maneira tão ní

indica, conclui o editorial do "Econo

nifestações, diz o articulista, vêm do

incapaz do produção de classe), que a América só leva vantagem naquilo de que seu grande mercado permite a

subconsciente, e traduzem sentimentos

produção em massa (embora o mercado

tida, mas há boas razões para calcular

da reforma técnica na indústria britâ nica e de uma revolução na'mentalida

que os ingleses poderiam exprimir nestas

a eficiência industrial pela produção fí

te da reação, no caso, do

orgulho nacional britânico.

Essas ma

so caminho pelas rajadas da guerra;

britânico seja bastante amplo, para per mitir virtualmente tôdas as vantagens técnicas de produção em massa, em to

e, se estamos demorando mais do que

das as linhas, de manufatura).

outros em retomá-lo, é porque nó.s lu tamos em primeiro lugar, lutamos mais

dúvida, a indústria britânica pode apre sentar alguns exemplos dc eficiência do

tempo, e mais duramente.

produção iguais a quaisquer -outros en

palavras: "Nós fomos desviados do nos

E, assim

Sem

sendo, temos o direito de esperar assis

contrados na América. Porem, está fora

tência temporária daqueles mais afortu nados, como obrigação de um acordo

de qualquer discussão que o "standard" médio de produtividade nos Estados

tácito, de tempo de guerra, de fusão

Unidos é consideràvelmente

de recursos.

do que neste país.

Dêm-nos tempo e nós

romperemos a dificuldade.".

Recorda o editorial do ilustre jornal inglês que os anos que decorreram en

tre as duas últimas conflagrações foram de frustração para o povo inglês, de iiriprevidência e de ilusões. O país perdeu continuamente substância eco nômica, e não tomou consciência de

sica por operário. Há, porém, observa ainda o articulista, muitos riscos tccnic-cs em tal cálculo, dcvendo-se ler em

mist", a necessidade de uma "profun

de do operário britânico". O exemplo inglês de\'e servir de li

ção a todos os países que pretendem

conta iguahnente outros fatores para

melhorar a sua produtividade, elevando

o cotejo.

o nível de rida de sua população e

/is conclusões indicadas no artigo a ouc nus referimos são as apresentadas

criando a base de uma riqueza real.

pelo Dr. Rostas ao "National Institui pf Economic and Social Research".

ca americana e desdenliar das suas ex

;qo período anterior u guerra, entre

Desconhecer a superioridade da técni

periências é pura insensatez, alimenta da pela ingenuidade ou pela obstinação.

mais alto

Como de outra

maneira poderiam os americanos man

A situação interna da Rússia

ter seu inegavelmente mai.s alto "stan dard" material de vida?"

Pondo a situação real, objetiva mente, diante dos olhos do povo in

glês, "The Economist", na sua .edição de 14 de agosto, publica uma análise comparativa de produtividade entre a

A grande força dc sugestão do regime .soviético foi, durante muitos anos,

o mistério que o cercava. Prometendo roabzar o parai.so terrestre, para com

pensar os sacrifícios que impunha aos

tuação real da Rússia, cobrindo-a de

sombras indevassáveis, enquanto a pro paganda insidiosa empregava todos os. processos de aliciamento para apresen

seu adeptos fanatizados, o partido co

tar os índices do progresso mais sur preendente e os testemunhos de in-

munista ocultava, cautelosamente, a si

comparável bem-estar social,- enquanto


' T

I

28

Dicesto

EcoNÓ^^co

pressão de que êste país está cego

que ia progressivamente exportando me

diante das sérias dificuldades, algumas temporariamente inevitáveis, que exis

nos e importando mais. E agora o pro

tem na indústria inglesa atual."

A Federação das Indústrias da Ingla terra aceitou a cooperação; e a manifes

grama não pode ser apenas o de retor nar à posição de 1938, porque o mun do de 1938 não mai.s existe.

Afirmar que o único meio de vencer é

um rápido progresso da produtividade

A

técnica americana está em condições de

é repetir um "clichê".

ensinar a melhor produzir; e o amor-

apenas mnus, porém 7tuiís eficientemente,

próprio nacional havia de ceder diante

ou seja com menor custo de material e trabalho — eis o caminho. E acrescen ta o comentador: "Seria absurdo dizer

das vantagens a serem colhidas em ter

reno econômico, em que as razões de cisivas se traduzem em cifras.

No seu artigo principal da edição de 7 de agôslo, sob o título "Twilight

sleep", "The Economist" faz uma análise percucien-

indústria americana e a indústria in

1935 e 1939, a produtividade média da

glesa.

indústria

O estudo da produtivida de, relembra o articulista, tem em \'ista

ço a realizar deve ser mais profundo.

tação dos maiores interessados deixou

Não produzir

que a Inglaterra nada tem a aprender da América a respeito da eficiência de produção.

Tôdas estas velhas ilusões

se desfizeram — que a indústria britâ nica sempre se baseou na qualidade

29

DiCESTo Econômico

O esfor

claro que a iniciativa era benéfica.

I

-TTiimrr

WT

melhor uso

manufatureira era nos Esta

dos Unidos pouco mais dc duas vêzes maior do que na Grã-Bretanha. Note-

se que, no ano de 1935, o operário tra

dos recursos reais de traba

balhava na Inglaterra, por semana, 47,2

lho, equipamento c maté rias-primas. Considera a cfl.

tados Unidos era de 36,6 horas em

ciência técnica, e não so

1936, 38,6 em 1937 e 37,7 em 1939.

mente o baixo cu.sto o a capacidade de

competição. O oleiro primitivo podo pro duzir louça tôsca por um preço menor

do que o operário médio dc xima moder na cerâmica; porém sua produtividade será infinitamente menor; o o custo mais

baixo reflete apenas um "standard" dc vida muito inferior cm relação ao do

operário induslrializndo. Nas modernas

horas, enquanto que o horiírio nos Es E daí resulta que a produção, por ho ra de trabalhç, ainda era mais dçsfa-

vorá\cl aos ingleses.

Alguns dados comparativos são des tacados para acentuar a inferioridade da indústria inglesa, que, sob certos as

pectos, no que diz respeito ao rendi mento do trabalho, é classificada pelo relatório mencionado como espanto.sa. A análise, honestamente apresentada,

(como se a indústria americana fôsse

comunidades industriais os dois conceitos

de custo e de produtividade não po dem ser separados dc maneira tão ní

indica, conclui o editorial do "Econo

nifestações, diz o articulista, vêm do

incapaz do produção de classe), que a América só leva vantagem naquilo de que seu grande mercado permite a

subconsciente, e traduzem sentimentos

produção em massa (embora o mercado

tida, mas há boas razões para calcular

da reforma técnica na indústria britâ nica e de uma revolução na'mentalida

que os ingleses poderiam exprimir nestas

a eficiência industrial pela produção fí

te da reação, no caso, do

orgulho nacional britânico.

Essas ma

so caminho pelas rajadas da guerra;

britânico seja bastante amplo, para per mitir virtualmente tôdas as vantagens técnicas de produção em massa, em to

e, se estamos demorando mais do que

das as linhas, de manufatura).

outros em retomá-lo, é porque nó.s lu tamos em primeiro lugar, lutamos mais

dúvida, a indústria britânica pode apre sentar alguns exemplos dc eficiência do

tempo, e mais duramente.

produção iguais a quaisquer -outros en

palavras: "Nós fomos desviados do nos

E, assim

Sem

sendo, temos o direito de esperar assis

contrados na América. Porem, está fora

tência temporária daqueles mais afortu nados, como obrigação de um acordo

de qualquer discussão que o "standard" médio de produtividade nos Estados

tácito, de tempo de guerra, de fusão

Unidos é consideràvelmente

de recursos.

do que neste país.

Dêm-nos tempo e nós

romperemos a dificuldade.".

Recorda o editorial do ilustre jornal inglês que os anos que decorreram en

tre as duas últimas conflagrações foram de frustração para o povo inglês, de iiriprevidência e de ilusões. O país perdeu continuamente substância eco nômica, e não tomou consciência de

sica por operário. Há, porém, observa ainda o articulista, muitos riscos tccnic-cs em tal cálculo, dcvendo-se ler em

mist", a necessidade de uma "profun

de do operário britânico". O exemplo inglês de\'e servir de li

ção a todos os países que pretendem

conta iguahnente outros fatores para

melhorar a sua produtividade, elevando

o cotejo.

o nível de rida de sua população e

/is conclusões indicadas no artigo a ouc nus referimos são as apresentadas

criando a base de uma riqueza real.

pelo Dr. Rostas ao "National Institui pf Economic and Social Research".

ca americana e desdenliar das suas ex

;qo período anterior u guerra, entre

Desconhecer a superioridade da técni

periências é pura insensatez, alimenta da pela ingenuidade ou pela obstinação.

mais alto

Como de outra

maneira poderiam os americanos man

A situação interna da Rússia

ter seu inegavelmente mai.s alto "stan dard" material de vida?"

Pondo a situação real, objetiva mente, diante dos olhos do povo in

glês, "The Economist", na sua .edição de 14 de agosto, publica uma análise comparativa de produtividade entre a

A grande força dc sugestão do regime .soviético foi, durante muitos anos,

o mistério que o cercava. Prometendo roabzar o parai.so terrestre, para com

pensar os sacrifícios que impunha aos

tuação real da Rússia, cobrindo-a de

sombras indevassáveis, enquanto a pro paganda insidiosa empregava todos os. processos de aliciamento para apresen

seu adeptos fanatizados, o partido co

tar os índices do progresso mais sur preendente e os testemunhos de in-

munista ocultava, cautelosamente, a si

comparável bem-estar social,- enquanto


Dicesto

30

Econômico

31

DicssTo Econômico

as crises, as dificuldades e os abalos

zados na Rússia sob o regime soviótico,

estar social aos povos tão terrivelmente

russo entre 1946-1947, quando aque

econômicos e políticos dos países capi

em confronto cora a situação de atraso e

experimentados pela última guerra. O

las restrições foram suavizadas, permi

talistas eram oferecidos como provas

de miséria em que viveu até 1917. Mas

comunismo russo, alimentando-se dos

tindo-se maior liberdade de contactos e

da derrocada irremediável de um siste

os testemunhos trazidos ao mundo por

rossentímentos e suspeitas que o gera

de investigações do que habitualmente

vozes insuspeitas e espíritos esclareci

ram e o e.xpandiram pelo mundo, se fechôu ràpidaniente no seu isolacionis-

se consente.

dos e objetivos mostraram que o paraí so russo era uma mentira, que o regi

mo político, e correu a cortina dc aço

critor americano.

ma capaz de gerar apenas misérias c aflições crescentes. Só quando os con flitos internos da Rússia atingiam a um ponto agudo, e deflagravam nas "pur-

me se sustentava .sob a servidão, e era

f que já envolria suas fronteiras cm tôr-

Duas observações iniciais faz o es

A primeira é a de

que, a despeito do seu sistema de eco nomia planificada e de rígida centrali zação administrativa, a U. R. S. S. está

gas" violentas, nos fuzilamentos de che

essencialmente desumano

fes eminentes, é que o mundo exterior,

baixava c degradava nos tentáculos do

pôde submeter inexoràvelmente. O es

de que o bloco comunista se isolara,

Estado, cada vez maior, o ser humano,

tado de inquietação que essa política

enfrentando difíceis problemas na re

podia compreender que nem tudo ali ia

cada vez menor, c esvaziado da sua

semeou, mostrando a sua fidelidade aos

num mar de rosas.

dignidade espiritual.

métodos de um expansionismo inflexível, se exprime na angústia e na perplexi dade em que o mundo se debate, entre

conversão de após-guerra. A segunda,, e mais significativa, .é a de que a uni dade moral e política do povo e do

Os espetaculares planos qüinqüenais, apresentados através de cifras impres sionantes e de esquemas de trabalhos

porque

re

A literatura sôbre a Rússia se tor

nou abundante, através de impressões de siajantes c observadores, a ponto de

no de todos os países do Oriente, que

os sobressaltos de um conflito iminente

^

gigantescos, acendiam e perturbavam as

■\

se fazer um gênero de sensacionalismo

de fôrças irredutíveis.

imaginações, apagando o reverso do quadro, os sacrifícios inauditos que

literário destinado às grandes tiragens,

é o centro de convergência e de interôssc dc todo o mundo. Em tôrno da ditadura de Stalin gira c destino de

custavam ao povo russo, submetido a

sempre cercado de justas suspeitas e re

A posição russa

uma ditadura brutalizadora, as

servas, porque reretíam quase sempre as inclinações e os preconceitos

obras e realizações erguidas para

pessoais dos autores, diante dos

QQ já hoje, porém, está mais devassa

servir de armas de aliciamento

quais o mundo misterioso se

do e banhado de luz, de sorte a des

de adeptos no exterior e de las

revelava imperfeitamente, sob a vigilância e os embaraços cria

fazer ilu.sões e fantasias que a propa

tro para a sobrevivência do re

gime, que não admitia a menor

restrição ou obstáculo, a mínima mani festação do homem, transformado em

molécula inerte nas engrenagens do Es tado compressor, que crescia sempre, transformando tudo em massa e mate

rial de suas construções ciclópicas. Quando os espíritos mais lúcidos,

dos pelas autoridades soviéticas, empenhadas cm ocultar prudentemente as excelências e as maravilhas que, sob a nova ordem, o seu país alcançara. A valiosa contribuição que o exército russo trouxe à vitória das fôrças alia das conh'a o narismo provocou um no vo ambiente de boa-vontade, senão do

que se tinham deixado seduzir pelas

simpatia, em tômo da Rússia, alimenta

generosas aspirações que se contêm no

da pela compreensão, que se generali zou, de que a terminação do conflito abria ensejo' a novas experiências so ciais e econômicas, em que se deveria procurar corrigir as falhas e injustiças evidentes do regime capitalista, para encontrar-se" um equilíbrio, mais dura

substrato da doutrina, puderam devas sar, ainda que imperfeitamente, a rea lidade russa, as ilusões se foram des

fazendo.

Os depoimentos de Walter

Citrine e de André Gide foram de al

cance profimdo, para alertar os que

todos os povos. O mistério que a cer-

ganda não pode entreter senão em es píritos dominados por fanatismo pri mário.

governo não é tão completa como se imagina e proclamam os escritores e propagandislas soviéticos. O mal-estar, as quei.xas, as críticas se manifestam surdamente, apesar da vi

gilância policial onipresente e do pavor dos castigos que punem a mais tímida manifestação de inconformismo. Qual

quer prurido de rebeldia subterrânea é apontado como uma sobrevivência do "espírito capitalista". Embora o povo russo seja por tradição politicamente in diferente e, em grande parte, submisso,

E' sempre de grande proveito o co

nhecimento de depoimentos objetivos e honestos sôbre a situação russa, formu

lados por investigadores capazes que a cxaniiuí^ram diretamente. Pertence a esta classe o que vem pubjicado no último número da "Yale Revievi'" por Frcdcrick Barghoom, professor assis tente da Universidade de Yale, e que, jo dezembro de 42 a março de 47, vi veu tia Rússia e nela viajou quanto

pôde para ver e conhecer.

e a sua história quase sempre houvesse oscilado entre o despotismo e a anarquia,

a disciplina" soviética, ajudada pela pro paganda, não conseguiu extinguir esse estado de espírito, de não colaboração

resignada, e mesmp de resistência psicológica, em certos núcleos da opinião. Para o partido comunista, o fenômeno

indica apenas a tenaz sobrevivência da corrupção herdada do passado. O retraimento e o mal-estar de certos gru

pos podem ser, porém, explicados com

O auto^ não oculta as restrições que teve para as suas observações, e que

conflito entre o severo programa em

que o partido persiste e aquilo que nós

se embeveciam diante das realizações

douro, um clima de cooperação mais

aáo comuns aos estrangeiros.

da ditadura de Stalín. Seria impossí vel negar os progressos materiais reali-

fecunda entre os países, a fim de se preservar a paz e de se assegurar bem-

sinala que se lhe ofereceu a oportuni

Mas as

dade feliz de excursionar pelo território

mais fidelidade, observa o autor, pelo

chamamos a "natureza humana".

O outro fator que se deve ter em


Dicesto

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Econômico

31

DicssTo Econômico

as crises, as dificuldades e os abalos

zados na Rússia sob o regime soviótico,

estar social aos povos tão terrivelmente

russo entre 1946-1947, quando aque

econômicos e políticos dos países capi

em confronto cora a situação de atraso e

experimentados pela última guerra. O

las restrições foram suavizadas, permi

talistas eram oferecidos como provas

de miséria em que viveu até 1917. Mas

comunismo russo, alimentando-se dos

tindo-se maior liberdade de contactos e

da derrocada irremediável de um siste

os testemunhos trazidos ao mundo por

rossentímentos e suspeitas que o gera

de investigações do que habitualmente

vozes insuspeitas e espíritos esclareci

ram e o e.xpandiram pelo mundo, se fechôu ràpidaniente no seu isolacionis-

se consente.

dos e objetivos mostraram que o paraí so russo era uma mentira, que o regi

mo político, e correu a cortina dc aço

critor americano.

ma capaz de gerar apenas misérias c aflições crescentes. Só quando os con flitos internos da Rússia atingiam a um ponto agudo, e deflagravam nas "pur-

me se sustentava .sob a servidão, e era

f que já envolria suas fronteiras cm tôr-

Duas observações iniciais faz o es

A primeira é a de

que, a despeito do seu sistema de eco nomia planificada e de rígida centrali zação administrativa, a U. R. S. S. está

gas" violentas, nos fuzilamentos de che

essencialmente desumano

fes eminentes, é que o mundo exterior,

baixava c degradava nos tentáculos do

pôde submeter inexoràvelmente. O es

de que o bloco comunista se isolara,

Estado, cada vez maior, o ser humano,

tado de inquietação que essa política

enfrentando difíceis problemas na re

podia compreender que nem tudo ali ia

cada vez menor, c esvaziado da sua

semeou, mostrando a sua fidelidade aos

num mar de rosas.

dignidade espiritual.

métodos de um expansionismo inflexível, se exprime na angústia e na perplexi dade em que o mundo se debate, entre

conversão de após-guerra. A segunda,, e mais significativa, .é a de que a uni dade moral e política do povo e do

Os espetaculares planos qüinqüenais, apresentados através de cifras impres sionantes e de esquemas de trabalhos

porque

re

A literatura sôbre a Rússia se tor

nou abundante, através de impressões de siajantes c observadores, a ponto de

no de todos os países do Oriente, que

os sobressaltos de um conflito iminente

^

gigantescos, acendiam e perturbavam as

■\

se fazer um gênero de sensacionalismo

de fôrças irredutíveis.

imaginações, apagando o reverso do quadro, os sacrifícios inauditos que

literário destinado às grandes tiragens,

é o centro de convergência e de interôssc dc todo o mundo. Em tôrno da ditadura de Stalin gira c destino de

custavam ao povo russo, submetido a

sempre cercado de justas suspeitas e re

A posição russa

uma ditadura brutalizadora, as

servas, porque reretíam quase sempre as inclinações e os preconceitos

obras e realizações erguidas para

pessoais dos autores, diante dos

QQ já hoje, porém, está mais devassa

servir de armas de aliciamento

quais o mundo misterioso se

do e banhado de luz, de sorte a des

de adeptos no exterior e de las

revelava imperfeitamente, sob a vigilância e os embaraços cria

fazer ilu.sões e fantasias que a propa

tro para a sobrevivência do re

gime, que não admitia a menor

restrição ou obstáculo, a mínima mani festação do homem, transformado em

molécula inerte nas engrenagens do Es tado compressor, que crescia sempre, transformando tudo em massa e mate

rial de suas construções ciclópicas. Quando os espíritos mais lúcidos,

dos pelas autoridades soviéticas, empenhadas cm ocultar prudentemente as excelências e as maravilhas que, sob a nova ordem, o seu país alcançara. A valiosa contribuição que o exército russo trouxe à vitória das fôrças alia das conh'a o narismo provocou um no vo ambiente de boa-vontade, senão do

que se tinham deixado seduzir pelas

simpatia, em tômo da Rússia, alimenta

generosas aspirações que se contêm no

da pela compreensão, que se generali zou, de que a terminação do conflito abria ensejo' a novas experiências so ciais e econômicas, em que se deveria procurar corrigir as falhas e injustiças evidentes do regime capitalista, para encontrar-se" um equilíbrio, mais dura

substrato da doutrina, puderam devas sar, ainda que imperfeitamente, a rea lidade russa, as ilusões se foram des

fazendo.

Os depoimentos de Walter

Citrine e de André Gide foram de al

cance profimdo, para alertar os que

todos os povos. O mistério que a cer-

ganda não pode entreter senão em es píritos dominados por fanatismo pri mário.

governo não é tão completa como se imagina e proclamam os escritores e propagandislas soviéticos. O mal-estar, as quei.xas, as críticas se manifestam surdamente, apesar da vi

gilância policial onipresente e do pavor dos castigos que punem a mais tímida manifestação de inconformismo. Qual

quer prurido de rebeldia subterrânea é apontado como uma sobrevivência do "espírito capitalista". Embora o povo russo seja por tradição politicamente in diferente e, em grande parte, submisso,

E' sempre de grande proveito o co

nhecimento de depoimentos objetivos e honestos sôbre a situação russa, formu

lados por investigadores capazes que a cxaniiuí^ram diretamente. Pertence a esta classe o que vem pubjicado no último número da "Yale Revievi'" por Frcdcrick Barghoom, professor assis tente da Universidade de Yale, e que, jo dezembro de 42 a março de 47, vi veu tia Rússia e nela viajou quanto

pôde para ver e conhecer.

e a sua história quase sempre houvesse oscilado entre o despotismo e a anarquia,

a disciplina" soviética, ajudada pela pro paganda, não conseguiu extinguir esse estado de espírito, de não colaboração

resignada, e mesmp de resistência psicológica, em certos núcleos da opinião. Para o partido comunista, o fenômeno

indica apenas a tenaz sobrevivência da corrupção herdada do passado. O retraimento e o mal-estar de certos gru

pos podem ser, porém, explicados com

O auto^ não oculta as restrições que teve para as suas observações, e que

conflito entre o severo programa em

que o partido persiste e aquilo que nós

se embeveciam diante das realizações

douro, um clima de cooperação mais

aáo comuns aos estrangeiros.

da ditadura de Stalín. Seria impossí vel negar os progressos materiais reali-

fecunda entre os países, a fim de se preservar a paz e de se assegurar bem-

sinala que se lhe ofereceu a oportuni

Mas as

dade feliz de excursionar pelo território

mais fidelidade, observa o autor, pelo

chamamos a "natureza humana".

O outro fator que se deve ter em


Jl I 1|W.

Diceí^to Econónuco

\ista, como fonte do allieamento cnlre

as autoridades e o po\'0,,é a excessiva mente alta prioridade dada aos inte

assegurar cm 1950 um nricl de produ ção mais aho do que u alcançado eui

1940. O alvo poderá ser atip.gido, mas,

33

Dicesto Econômico

dio. Essa situação penosa não é supor

tada sem descontentamento pelo povo,

f o govômo já sentiu a necessidade de aumentar a produção desses artigos dc

veridade das leis, que quase obriga a

procurar refúgio na ilegalidade para viver.

O medo, o pavor do Estado e da sua

resses do Estado em face dos do indi

comenta o autor, dentro dc mesmo es

víduo. O povo russo não tem tradi ção histórica individualista, mas as pro

quema da economia soviética, com as mesmas vantagens do reduzir o desem

consumo individuais. Os preços são excessivamente altos para as mercado

policia secreta, é a grande presença que

longadas e duras imposições do regime

prego e as flutuações dós negócios, e os mesmos defeitos básico.s —. rcgimen-

rias desse gênero. Um par de sapatos

rói a sua estrutura moral. E este medo

dc mulher custa mais do que o salário

comunista

indubitavelmente

geraram

domina o espirito do povo russo e cor

médio de doi.s meses dc trabalho dc

cresce paradoxalmente à medida que se sobe na hierarquia do funcionalismo so\'iético.

exaustão física e nervosa, e ressenti

tação do trabalho c supremacia da in

mentos no seio da população, observa

dústria pesada, em detrimento da pro

uma estcnógrafa ou de uma profcs-sôra.

o articulista.

dução de bens de consumo o serviços. Viajando pela zona rural e xnsitando

lo "Politburo", ó o de impor sacrifícios

Dêste medo da polícia secreta, tal vez só o próprio Stalin seja livre, obser-

ao povo para transformar a União So

\a o autor.

, O empenho dos lideres soviéticos no momento é uma volta à "normalidade

áreas industriais, o autor se impressio

política", isto é, à restauração do .sis

nou com o contraste entro o atraso, a

meios primitivo.s, sem cuidar de mellío-

viética na maior nação do Globo. No terreno pròpriamentc político, as duas preocupações são, no momento, es tas: reestruturar a máquina do Partido Comunista e restaurar plenamente o seu

rar as condições cie vida da população

contrôle sôbrc toda a vida nacional,

o conhecimento do que se passa nos

controle ligeiramente afrouxado duran

outros países - da vida de seus povos,

te a guerra. O niímero de membros do

dos seus hábitos e das vantagens que

tema soviético como existia antes da

pobreza, a falta do comodidade que

guerra, para a retojnada do seu pro gressivo desenvolvimento.

apresentam, e as grandes usinas e edi

A política econômica se orienta para a realização de uma nova série de "pla

O programa do govôrno, definido pe

fícios qup o Estado constrói naqueles

Ao medo do Estado e da polícia se

junta o medo do estrangeiro, de tudo que vem do mundo exterior. Êste me

do é insuflado sobretudo pelo govêmo, receoso dos venenos desagregadores que

nos qüinqüenais". Mas um tra

circunjacente.

balho preliminar se faz neces sário: a reparação urgente das perdas de guerra. Observa a res-

cujas impressões resumimos, xh

Partido cresceu de 4 milhões, em 1941,

desfrutam - possa infiltrar no espirito

\

sitar uma das famosas fazendas

a 6 milhões e 300 mil em 47, e os cursos

dos russos, afeiçoados pela propaganda

peito o professor americano que,

\

coletivas da Rússia, e verificar, como era seu desejo, se os cam poneses, em princípio, ainda se

de preparação dos órgãos dirigentes no

avalassadora das excelências do seu re

intensamente.

cente das outras nações. Sobretudo os

opõem à coletivização, como se propala. A sua impressão é que os camponeses já se conformaram com o sisteina de agri

No plano econômico, o predomínio do Partido se afirmou por uma drásti ca redução no prestígio e nas prerroga tivas de que gozavam os chefes execu tivos das indústrias soviéticas, cujos po-

Estados Unidos constituem um espanta

Não pôde o professei de Yüle,

com excessão talvez da Alema

nha, a União Soviética sofreu

maior perda da melhor parte da sua população do que qualquer outro país. Os números exatos não são conhecidos. As estimativas se fazem em redor de

20 milhões de mortos. E por isso um dos mais agudos problemas da economia soviética de após-guerra é o da mãode-obra.

As destruições de usinas e de casas foram consideráveis; e a reconstrução

não se vem fazendo rapidamente.

A

situação alimentar tem melhorado, mas a escassez de moradia é terrível.

E a

cultura coletiva, se bem que sejam cla ros os indícios de que prefeririam uma modificação no regime atual em favor

deformações com que os apresentam os

órgãos oficiais que pensam pelo povo. Essa tensão sob que vive o povo rus

De uma maneira geral, observa o autor no seu depoimento, a União So

vas de inércia e de fatalismo em face

individual da terra, como se verificou

durante a guerra, e perdurou até 1946,

viética no após-guerra enfrenta proble-

quando o governo empreendeu rigorosa campanha para restaurar a disciplina e o controle sobre a atividade agrícola.

nias morais e sociais consideràvelmente

do maior desenvolvimento do trabalho

Para indicar a extrema

austeridade

americano.

fazenda, porém de má confecção, cusia

O plano qüinqüenal em execução visa

lho, que só pode ser visto através das

so, por maiores que sejam as suas reser

que seria sequer inconcebível pelo povo

cou, revelando uma crise de habitação

gime, em contraste com a miséria cres

deres se expandiram durante a guerra.

de vida que o regime impõe ao povo russo, o autor cita este exemplo ex pressivo: uma roupa de homem de boa

propósito o autor cita casos que verifi

"Marxismo-Leninismo" se desenvolvem

quatro ou cinco meses de salário mé

rnais agudos do que os dos Estados Unidos — se bem que talvez não tão

graves como os da Alemanha. Aumen

da autoridade, cansa e esgota. O dese

jo de gozar um pouco a vida, de dar ex pansão aos sentimentos e à personali dade, de escapar, enfim, dessa existên cia tão rigidamente regulamentada, por

longos anos, se vai fazendo sensível. ^

to alarmante do número de crises, de

Certos setores da mocidade russa não

linqüência juvenil, enfraquecimento dá

escondem a sua desilusão, que se ex

família, relaxamento moral — são aspec

prime numa atitude niliilista em face

tos de uma situação gerada pelas difi

da vida. soviética.' E o autor, entre ou

culdades econômicas e pela própria se

tros depoimentos que invoca em abono


Jl I 1|W.

Diceí^to Econónuco

\ista, como fonte do allieamento cnlre

as autoridades e o po\'0,,é a excessiva mente alta prioridade dada aos inte

assegurar cm 1950 um nricl de produ ção mais aho do que u alcançado eui

1940. O alvo poderá ser atip.gido, mas,

33

Dicesto Econômico

dio. Essa situação penosa não é supor

tada sem descontentamento pelo povo,

f o govômo já sentiu a necessidade de aumentar a produção desses artigos dc

veridade das leis, que quase obriga a

procurar refúgio na ilegalidade para viver.

O medo, o pavor do Estado e da sua

resses do Estado em face dos do indi

comenta o autor, dentro dc mesmo es

víduo. O povo russo não tem tradi ção histórica individualista, mas as pro

quema da economia soviética, com as mesmas vantagens do reduzir o desem

consumo individuais. Os preços são excessivamente altos para as mercado

policia secreta, é a grande presença que

longadas e duras imposições do regime

prego e as flutuações dós negócios, e os mesmos defeitos básico.s —. rcgimen-

rias desse gênero. Um par de sapatos

rói a sua estrutura moral. E este medo

dc mulher custa mais do que o salário

comunista

indubitavelmente

geraram

domina o espirito do povo russo e cor

médio de doi.s meses dc trabalho dc

cresce paradoxalmente à medida que se sobe na hierarquia do funcionalismo so\'iético.

exaustão física e nervosa, e ressenti

tação do trabalho c supremacia da in

mentos no seio da população, observa

dústria pesada, em detrimento da pro

uma estcnógrafa ou de uma profcs-sôra.

o articulista.

dução de bens de consumo o serviços. Viajando pela zona rural e xnsitando

lo "Politburo", ó o de impor sacrifícios

Dêste medo da polícia secreta, tal vez só o próprio Stalin seja livre, obser-

ao povo para transformar a União So

\a o autor.

, O empenho dos lideres soviéticos no momento é uma volta à "normalidade

áreas industriais, o autor se impressio

política", isto é, à restauração do .sis

nou com o contraste entro o atraso, a

meios primitivo.s, sem cuidar de mellío-

viética na maior nação do Globo. No terreno pròpriamentc político, as duas preocupações são, no momento, es tas: reestruturar a máquina do Partido Comunista e restaurar plenamente o seu

rar as condições cie vida da população

contrôle sôbrc toda a vida nacional,

o conhecimento do que se passa nos

controle ligeiramente afrouxado duran

outros países - da vida de seus povos,

te a guerra. O niímero de membros do

dos seus hábitos e das vantagens que

tema soviético como existia antes da

pobreza, a falta do comodidade que

guerra, para a retojnada do seu pro gressivo desenvolvimento.

apresentam, e as grandes usinas e edi

A política econômica se orienta para a realização de uma nova série de "pla

O programa do govôrno, definido pe

fícios qup o Estado constrói naqueles

Ao medo do Estado e da polícia se

junta o medo do estrangeiro, de tudo que vem do mundo exterior. Êste me

do é insuflado sobretudo pelo govêmo, receoso dos venenos desagregadores que

nos qüinqüenais". Mas um tra

circunjacente.

balho preliminar se faz neces sário: a reparação urgente das perdas de guerra. Observa a res-

cujas impressões resumimos, xh

Partido cresceu de 4 milhões, em 1941,

desfrutam - possa infiltrar no espirito

\

sitar uma das famosas fazendas

a 6 milhões e 300 mil em 47, e os cursos

dos russos, afeiçoados pela propaganda

peito o professor americano que,

\

coletivas da Rússia, e verificar, como era seu desejo, se os cam poneses, em princípio, ainda se

de preparação dos órgãos dirigentes no

avalassadora das excelências do seu re

intensamente.

cente das outras nações. Sobretudo os

opõem à coletivização, como se propala. A sua impressão é que os camponeses já se conformaram com o sisteina de agri

No plano econômico, o predomínio do Partido se afirmou por uma drásti ca redução no prestígio e nas prerroga tivas de que gozavam os chefes execu tivos das indústrias soviéticas, cujos po-

Estados Unidos constituem um espanta

Não pôde o professei de Yüle,

com excessão talvez da Alema

nha, a União Soviética sofreu

maior perda da melhor parte da sua população do que qualquer outro país. Os números exatos não são conhecidos. As estimativas se fazem em redor de

20 milhões de mortos. E por isso um dos mais agudos problemas da economia soviética de após-guerra é o da mãode-obra.

As destruições de usinas e de casas foram consideráveis; e a reconstrução

não se vem fazendo rapidamente.

A

situação alimentar tem melhorado, mas a escassez de moradia é terrível.

E a

cultura coletiva, se bem que sejam cla ros os indícios de que prefeririam uma modificação no regime atual em favor

deformações com que os apresentam os

órgãos oficiais que pensam pelo povo. Essa tensão sob que vive o povo rus

De uma maneira geral, observa o autor no seu depoimento, a União So

vas de inércia e de fatalismo em face

individual da terra, como se verificou

durante a guerra, e perdurou até 1946,

viética no após-guerra enfrenta proble-

quando o governo empreendeu rigorosa campanha para restaurar a disciplina e o controle sobre a atividade agrícola.

nias morais e sociais consideràvelmente

do maior desenvolvimento do trabalho

Para indicar a extrema

austeridade

americano.

fazenda, porém de má confecção, cusia

O plano qüinqüenal em execução visa

lho, que só pode ser visto através das

so, por maiores que sejam as suas reser

que seria sequer inconcebível pelo povo

cou, revelando uma crise de habitação

gime, em contraste com a miséria cres

deres se expandiram durante a guerra.

de vida que o regime impõe ao povo russo, o autor cita este exemplo ex pressivo: uma roupa de homem de boa

propósito o autor cita casos que verifi

"Marxismo-Leninismo" se desenvolvem

quatro ou cinco meses de salário mé

rnais agudos do que os dos Estados Unidos — se bem que talvez não tão

graves como os da Alemanha. Aumen

da autoridade, cansa e esgota. O dese

jo de gozar um pouco a vida, de dar ex pansão aos sentimentos e à personali dade, de escapar, enfim, dessa existên cia tão rigidamente regulamentada, por

longos anos, se vai fazendo sensível. ^

to alarmante do número de crises, de

Certos setores da mocidade russa não

linqüência juvenil, enfraquecimento dá

escondem a sua desilusão, que se ex

família, relaxamento moral — são aspec

prime numa atitude niliilista em face

tos de uma situação gerada pelas difi

da vida. soviética.' E o autor, entre ou

culdades econômicas e pela própria se

tros depoimentos que invoca em abono


p.,H PPPRIPI DroESTo Econômico

35

DicESTo Econômico

cias impressões que transmite, cita a de claração que lhe fez uni estudante, de

que a po'ícia (a terrível N. K. V. D.) e os chefes do Partido estavam destruin

do tôdas as coisas boas da vida.

O desencanto se acentua no seio dos

veteranos da guerra, e atinge os artis tas, os escritores, os professores e os cientistas, a ponto de ser percebida pelo

observador estrangeiro, apesar de tôda contenção imposta às manifestações. A "purga" intelectual de 1946-47 ainda prossegue, para dobrar ao terror os

núcleos da cultura. Aponta-se a situa ção dos intelectuais russos como sendo

mais desfavorável hoje do que nunca. E inegável — comenta o

prof. Barghoorn — que contri buiu sensivelmente para êsse

que tinham niai.s rcciir.S()S c csluxaní melhor aparelhados.

E' possível que, intoxicados pela pro paganda de muitos anos, grande parte do povo russo não tivesse compreendido com nitidez o significado de tais fatos; mas, apesar disso, é visível que eles re percutiram nas reflexões de muitos.

E

não é por outro motivo que as autorida

des voltaram à mais severa política isolacionista, logo após o término do con flito, que tinha aberto brechas na cor

tina de aço que separa a Rússia do mundo. A inevitável hostilidade das

classes dirigentes dos paí.ses capitalis tas em face do comunismo é a tecla ex plorada para justificar diante do povo russo o retraimento rigoro^

so que lhes foi imposto, en quanto se prepara o seu espíri-

mal-estar, para êsse desconten tamento palpável, o contacto do povo russo com o mundo

j,

exterior, forçado pela" guerra. Já se disse que o maior êrro de Stalín foi deixar que os soldados soviéticos vissem a Europa, e esta os visse. Rom

pendo o campo de concentração em que viveram, milhões de soldados russos to

maram contacto com um mundo que

lhes era apontado como decadente, cor rupto, devastado pela exploração; e pu deram perceber, mesmo em países atra sados como a Rumânia, que a sorte do homem do povo ali se apresenta mai.s favorável do que na U.R.S.S. E mais

(colhidas através dos cinco anos que viveu na Rússia), depois de comentar essas ma nifestações de descontentamento e de

silusão, não esconde que, apesar de tu do, o regime soviético ainda desfruta de

forte base popular. Isso se explica em parte pela apatia política, pe^a submis são natural do povo russo à autoridade-

e em parte pelo fato inegável de que, a par de .seus erros, o sistema soviético apresenta, a seu crédito, consideráveis

do que isto, puderam compreender, nessa revelação, que os seus guias os

realizações no campo cultural e econô

traziam na ilusão e na falsidade.

auxílio que os aliados deram à Rússia

garras todos instrumentos de punir e de premiar, submete, pelo medo ou pe

na guerra, através de materiais, máqui nas e técnico.?; serviu também para mos

lo interesse, todos os elementos mais

O

trar aos que se conservaram no país,

que a sua pátria precisava de ajuda de outros, E estes, se a prestaram, era por

mico.

\'ando a preservação da paz sem sacri

melhores elementos, que não tcin opção diante do único caminho que lhes é in dicado: ou colaborar, ou desaparecer.

teresses nacionai.s, merece ser mantida. Se o conhecimento do abismo existente

E o Estado, detendo nas suas

ambiciosos e dinâmicos, desejosos de trabalhar e de realizar — o que é impo.ssível fora das engrenagens oficiais (quadro uniforme das ditaduras tota

fício da democracia ou dos legítimos in

antes que se altere, na sua base, a situação njssa. A opressão c.stiola a iniciativa e a

na Rússia, entre os ideais professados c a realidade, puder ser disseminado pe lo mundo, o Kremhn será privado de um de seus grandes capitais políticos —

imaginação, e as aspirações mais vivas de

a identificação do regime com a justiça

Se o curso dos acontecimentos não se

alterar radicalmente, décadas decorrerão

certos grupos se diluem na indiferença o no fatalismo da massa resignada.

Depois dc traçar õsse quadro. Bar

ghoorn termina o seu depoimento com estas palavras endereçadas aos dirigen tes americanos:

"Apesar de tudo, a presente situação soviétíca permite considerar que uma

social e a "democracia econômica". As

aspirações do povo soviético de \ima

vida mais tranqüila e confortável cons tituirão uma ponte, embora estreita, entre eles e nós. Êsses fatores não po

dem ser desprezados ao considerarmos a nossa atitude e a nossa pobtica nos tempos difíceis que se aproximam.

índices americanos e a pobreza brasileira

to para a eventualidade de um conflito indicado como fatal.

O profe.ssor americano, que nos transmite as .suas lúcidas impressõe.s

política exterior da nossa parte, objeti-

litárias). O "pathos da construção", exacerbado pela propaganda, arrebata os

k organização nnericana Soais, Rocbuck, que tom uma rede de 625 "magazins", vendeu, no ano de 1947, um total dc dois bilhões de dólares,

ou seja o equivalente, em nossa moe da, a quarenta bilhões de cruzeiros. Quer dizer uma cifra correspondente ao dôbro da receita da União, acrescida da de vários Estados brasileiros.

Se quiséssemos ter uma impressão da nossa debilidade econômica, e do lav-

po caminho que devemos ain da percorrer para aumentar a

no.s.sa riqueza e o nível da vi da da nos.sa populaçãò, êsse simples cotejo com a renda de uma organização

de lojas dos Estados Unidos nos colo caria diante dos olhos o quadro vivo da nos.sa fraqueza. E' verdade que a

empresa Sears (que aliás se vai esta belecer entre n6s) apresenta uma re

ceita que a coloca entre as seis maio res organizações americanas. Mesmo as sim o contraste é expre.ssívo. Ao invés,

porém, de nos abater, nos deve servir de estímulo, e aguçar o desejo de pro gredir para que vençamos a nossa pe núria, 6 não continuem cre.scendo as "favelas" O número de "Fortuna" de

agôsto é que traz as informações de on de extraímos esta nota.

A crise argentina

o

planos grandiosos do governo l^erón estão

exaurindo

ràpidamente

a

prosperidade que a Argentina desfru tou durante e após a gueiTa, vendendo .. ....

J' .w fc..


p.,H PPPRIPI DroESTo Econômico

35

DicESTo Econômico

cias impressões que transmite, cita a de claração que lhe fez uni estudante, de

que a po'ícia (a terrível N. K. V. D.) e os chefes do Partido estavam destruin

do tôdas as coisas boas da vida.

O desencanto se acentua no seio dos

veteranos da guerra, e atinge os artis tas, os escritores, os professores e os cientistas, a ponto de ser percebida pelo

observador estrangeiro, apesar de tôda contenção imposta às manifestações. A "purga" intelectual de 1946-47 ainda prossegue, para dobrar ao terror os

núcleos da cultura. Aponta-se a situa ção dos intelectuais russos como sendo

mais desfavorável hoje do que nunca. E inegável — comenta o

prof. Barghoorn — que contri buiu sensivelmente para êsse

que tinham niai.s rcciir.S()S c csluxaní melhor aparelhados.

E' possível que, intoxicados pela pro paganda de muitos anos, grande parte do povo russo não tivesse compreendido com nitidez o significado de tais fatos; mas, apesar disso, é visível que eles re percutiram nas reflexões de muitos.

E

não é por outro motivo que as autorida

des voltaram à mais severa política isolacionista, logo após o término do con flito, que tinha aberto brechas na cor

tina de aço que separa a Rússia do mundo. A inevitável hostilidade das

classes dirigentes dos paí.ses capitalis tas em face do comunismo é a tecla ex plorada para justificar diante do povo russo o retraimento rigoro^

so que lhes foi imposto, en quanto se prepara o seu espíri-

mal-estar, para êsse desconten tamento palpável, o contacto do povo russo com o mundo

j,

exterior, forçado pela" guerra. Já se disse que o maior êrro de Stalín foi deixar que os soldados soviéticos vissem a Europa, e esta os visse. Rom

pendo o campo de concentração em que viveram, milhões de soldados russos to

maram contacto com um mundo que

lhes era apontado como decadente, cor rupto, devastado pela exploração; e pu deram perceber, mesmo em países atra sados como a Rumânia, que a sorte do homem do povo ali se apresenta mai.s favorável do que na U.R.S.S. E mais

(colhidas através dos cinco anos que viveu na Rússia), depois de comentar essas ma nifestações de descontentamento e de

silusão, não esconde que, apesar de tu do, o regime soviético ainda desfruta de

forte base popular. Isso se explica em parte pela apatia política, pe^a submis são natural do povo russo à autoridade-

e em parte pelo fato inegável de que, a par de .seus erros, o sistema soviético apresenta, a seu crédito, consideráveis

do que isto, puderam compreender, nessa revelação, que os seus guias os

realizações no campo cultural e econô

traziam na ilusão e na falsidade.

auxílio que os aliados deram à Rússia

garras todos instrumentos de punir e de premiar, submete, pelo medo ou pe

na guerra, através de materiais, máqui nas e técnico.?; serviu também para mos

lo interesse, todos os elementos mais

O

trar aos que se conservaram no país,

que a sua pátria precisava de ajuda de outros, E estes, se a prestaram, era por

mico.

\'ando a preservação da paz sem sacri

melhores elementos, que não tcin opção diante do único caminho que lhes é in dicado: ou colaborar, ou desaparecer.

teresses nacionai.s, merece ser mantida. Se o conhecimento do abismo existente

E o Estado, detendo nas suas

ambiciosos e dinâmicos, desejosos de trabalhar e de realizar — o que é impo.ssível fora das engrenagens oficiais (quadro uniforme das ditaduras tota

fício da democracia ou dos legítimos in

antes que se altere, na sua base, a situação njssa. A opressão c.stiola a iniciativa e a

na Rússia, entre os ideais professados c a realidade, puder ser disseminado pe lo mundo, o Kremhn será privado de um de seus grandes capitais políticos —

imaginação, e as aspirações mais vivas de

a identificação do regime com a justiça

Se o curso dos acontecimentos não se

alterar radicalmente, décadas decorrerão

certos grupos se diluem na indiferença o no fatalismo da massa resignada.

Depois dc traçar õsse quadro. Bar

ghoorn termina o seu depoimento com estas palavras endereçadas aos dirigen tes americanos:

"Apesar de tudo, a presente situação soviétíca permite considerar que uma

social e a "democracia econômica". As

aspirações do povo soviético de \ima

vida mais tranqüila e confortável cons tituirão uma ponte, embora estreita, entre eles e nós. Êsses fatores não po

dem ser desprezados ao considerarmos a nossa atitude e a nossa pobtica nos tempos difíceis que se aproximam.

índices americanos e a pobreza brasileira

to para a eventualidade de um conflito indicado como fatal.

O profe.ssor americano, que nos transmite as .suas lúcidas impressõe.s

política exterior da nossa parte, objeti-

litárias). O "pathos da construção", exacerbado pela propaganda, arrebata os

k organização nnericana Soais, Rocbuck, que tom uma rede de 625 "magazins", vendeu, no ano de 1947, um total dc dois bilhões de dólares,

ou seja o equivalente, em nossa moe da, a quarenta bilhões de cruzeiros. Quer dizer uma cifra correspondente ao dôbro da receita da União, acrescida da de vários Estados brasileiros.

Se quiséssemos ter uma impressão da nossa debilidade econômica, e do lav-

po caminho que devemos ain da percorrer para aumentar a

no.s.sa riqueza e o nível da vi da da nos.sa populaçãò, êsse simples cotejo com a renda de uma organização

de lojas dos Estados Unidos nos colo caria diante dos olhos o quadro vivo da nos.sa fraqueza. E' verdade que a

empresa Sears (que aliás se vai esta belecer entre n6s) apresenta uma re

ceita que a coloca entre as seis maio res organizações americanas. Mesmo as sim o contraste é expre.ssívo. Ao invés,

porém, de nos abater, nos deve servir de estímulo, e aguçar o desejo de pro gredir para que vençamos a nossa pe núria, 6 não continuem cre.scendo as "favelas" O número de "Fortuna" de

agôsto é que traz as informações de on de extraímos esta nota.

A crise argentina

o

planos grandiosos do governo l^erón estão

exaurindo

ràpidamente

a

prosperidade que a Argentina desfru tou durante e após a gueiTa, vendendo .. ....

J' .w fc..


36

Dicesto EcoN-ÓAnco

ao mundo a preços altamente compen

tino nos primeiros quatro meses do ano

sadores os seus produtos nobres. O re-

passado foi de 222 milhões de pesos;

traimento interno, resultado da regula mentação governamental, e o restabele

cimento progressivo da normalidade da produção mundial, contribuem também para a crise, que se vem manifestando, depois de uma fase extraordinária de expansão mal aproveitada. O "Econo-

i^st", de 14 de agôsto, diz que o sr. Miranda, quando proxi-

"contundentes" preços dos produtos ar gentinos ~ resistência que tem o po deroso apoio da comissão cxecuti\'a do Plano Marshall.

Informa o jornal inglês que o líder da economia da Argentina tentou con tornar a

situação, con

cluindo tratados comer

será mais cordato do quê habitualmente. E a ra zão é que o estado da

balança 'comercial do seu

Inglaterra é, agora, me-

correspondente especial nos Estados Unidos.

neste ano, de apenas 164 milhões. E -hoje ha maior resí.stôncia diante dos

mamente visitar Londres,

voravel do que era: o saldo argen-

DfCESTO EcoNÓ^^co

tará, porém

"Economist".

ciais com países do oriente europeu, a fim de abrir novos merca dos. A tentativa resulineficiente,

comenta

Para alguns políticos americanos a solução óbvia reside em suspender as

f ção das despesas militares. O presiden

grandes inversões no exterior. Para ou-

tros, cm maior número, estará na rcdu-

cujas proporções parecem indefi nidas. os Estados Unidos vivem sob o

pavor de uma inflação, que pode ter cc.nsequencias sombrias, ,se não for de-

hdaa tempo. A pressão pelo aumento

rão ainda maiores, se cs salários forem

sicos; e a espiral sinistra ameaça de

mento da produtividade. Os grandes sacrificados são, como sempre, os que vi

senvolver-se.

O presidente Trumam pôs o proble ma diante do Congresso, convocado extraordinàriamente para ouvir uma men sagem dramática, reclamando medidas imediatas.

Mais da metade da população dos Estados Unidos sofreu uma

queda do seu poder de compra, em virtude da alta do preço de

aumentados, sem correspondência no au vem de ordenados, os empregados civis, o.s donos de pequenos negócios, as fa mílias dependentes do rendimento das

economias invertidas em títulos, os pro prietários de imóveis.

Quanto ao diagnóstico do mal, e os perigos que apresenta, não

há divergência. O dissídio se estabelece sôbre os processos de

mercadorias, em relação ao últi mo ano. Nestes têrmos, "The

combate e os métodos de cura,

Journal of Commerce" resume a

mist", de 31 de julho, o seu

conforme

assinala

no

Obser\'ações

fixação de um salário mínimo mais alto,

medidas.

Os trabalhadores reclamam preços menores, com sa crifício dos lucros. Os ho

mens de negócio se batem

dução do consumo e menores despesas governamentais. Os republicanos plei teiam maior produção, menores despesas

de salanos vem forçando a ascensão crescente dos preços dos produtos bá

_à expansão inflacionista.

tindo pelo contrôlc de preços e polo racionamento. A plataforma do Parti do Democrático advogou as mesmas

por menores salários. Fi

conclusão da última análise do Federal Reserve Board sôbre as finanças dos consumidores. 24 milhões de lares ame ricanos são vitimas da inflação da se gunda guerra. E os seus sacrifícios se

denciais, que, embora necessário pela crise de habitação, seivirá, no momento,

semelhantes são feitas com relação à

nancistas defendem a re

plena expansão de um "booin"

cidade atual do país de produzir bens e ser\iços. As outras pro\iclências serão ineficientes, ou contraproducentes, como a de auxílio à constnição de casas resi

te Truman, há muitos me.ses, vem insis

o

O fantasma da inflação nos Estados Unidos

dância de dinheiro, em relação à capa

públicas, c moeda estável. Cada gnapo imputa a culpa ao outro, e procura fu

c maiores inversões na execução de pla nos de obras regionais.

As medidas apresentadas na mensa gem de Truman se apresentam aos comentadorcs do "Economist" como coniraditórias, e inspiradas pelas preocupa

ções de ordem política do momento, nas proximidades das eleições. A men sagem justifica o comentário feito por um congressista: "O presidente parece ser favorável ao aumento da inflação, dos preços e da escassez . Como

se

ve,

mais uma vez, te

gir à parcela de responsabilidade que

o flagelo da infla^

lhe cabe.

ção é antigo e co nhecido

Truman," na sua mensagem ao Con

gresso, recomenda a majoração do impôsto de renda, o contrôlc do crédito aos consumidores, a restrição do crédito

bancário, o combate à especulação, o racionamento e controle de preços.

Í" Ao ver dos observadores do "Econo

e

os

meios de comba tê-lo são indica

dos com freqüência, parecendo simples

porque a sua divulgação já os tomou de conhecimento geral, a ação anti-inflacionista é extremamente difícil, e se toma

mist" em Washington, das medidas in dicadas pelo presidente só uma atinge a causa fundamental do movimento inflacionário, a saber; o contrôlc do cré

uni problema em que a opinião dos téc nicos pesa menos do que os ditames da

dito bancário. Só esta providência al cançará eficientemente a origem do mal, que é o excesso de procura, pela abun

e de restrição; a falta de segurança no comando concorrerá para agravar o

política. Ê necessária muita sabedoria para executar uma política de sacríficios mal.

"Econo

.'/w /.

A^,I^L •

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Dicesto EcoN-ÓAnco

ao mundo a preços altamente compen

tino nos primeiros quatro meses do ano

sadores os seus produtos nobres. O re-

passado foi de 222 milhões de pesos;

traimento interno, resultado da regula mentação governamental, e o restabele

cimento progressivo da normalidade da produção mundial, contribuem também para a crise, que se vem manifestando, depois de uma fase extraordinária de expansão mal aproveitada. O "Econo-

i^st", de 14 de agôsto, diz que o sr. Miranda, quando proxi-

"contundentes" preços dos produtos ar gentinos ~ resistência que tem o po deroso apoio da comissão cxecuti\'a do Plano Marshall.

Informa o jornal inglês que o líder da economia da Argentina tentou con tornar a

situação, con

cluindo tratados comer

será mais cordato do quê habitualmente. E a ra zão é que o estado da

balança 'comercial do seu

Inglaterra é, agora, me-

correspondente especial nos Estados Unidos.

neste ano, de apenas 164 milhões. E -hoje ha maior resí.stôncia diante dos

mamente visitar Londres,

voravel do que era: o saldo argen-

DfCESTO EcoNÓ^^co

tará, porém

"Economist".

ciais com países do oriente europeu, a fim de abrir novos merca dos. A tentativa resulineficiente,

comenta

Para alguns políticos americanos a solução óbvia reside em suspender as

f ção das despesas militares. O presiden

grandes inversões no exterior. Para ou-

tros, cm maior número, estará na rcdu-

cujas proporções parecem indefi nidas. os Estados Unidos vivem sob o

pavor de uma inflação, que pode ter cc.nsequencias sombrias, ,se não for de-

hdaa tempo. A pressão pelo aumento

rão ainda maiores, se cs salários forem

sicos; e a espiral sinistra ameaça de

mento da produtividade. Os grandes sacrificados são, como sempre, os que vi

senvolver-se.

O presidente Trumam pôs o proble ma diante do Congresso, convocado extraordinàriamente para ouvir uma men sagem dramática, reclamando medidas imediatas.

Mais da metade da população dos Estados Unidos sofreu uma

queda do seu poder de compra, em virtude da alta do preço de

aumentados, sem correspondência no au vem de ordenados, os empregados civis, o.s donos de pequenos negócios, as fa mílias dependentes do rendimento das

economias invertidas em títulos, os pro prietários de imóveis.

Quanto ao diagnóstico do mal, e os perigos que apresenta, não

há divergência. O dissídio se estabelece sôbre os processos de

mercadorias, em relação ao últi mo ano. Nestes têrmos, "The

combate e os métodos de cura,

Journal of Commerce" resume a

mist", de 31 de julho, o seu

conforme

assinala

no

Obser\'ações

fixação de um salário mínimo mais alto,

medidas.

Os trabalhadores reclamam preços menores, com sa crifício dos lucros. Os ho

mens de negócio se batem

dução do consumo e menores despesas governamentais. Os republicanos plei teiam maior produção, menores despesas

de salanos vem forçando a ascensão crescente dos preços dos produtos bá

_à expansão inflacionista.

tindo pelo contrôlc de preços e polo racionamento. A plataforma do Parti do Democrático advogou as mesmas

por menores salários. Fi

conclusão da última análise do Federal Reserve Board sôbre as finanças dos consumidores. 24 milhões de lares ame ricanos são vitimas da inflação da se gunda guerra. E os seus sacrifícios se

denciais, que, embora necessário pela crise de habitação, seivirá, no momento,

semelhantes são feitas com relação à

nancistas defendem a re

plena expansão de um "booin"

cidade atual do país de produzir bens e ser\iços. As outras pro\iclências serão ineficientes, ou contraproducentes, como a de auxílio à constnição de casas resi

te Truman, há muitos me.ses, vem insis

o

O fantasma da inflação nos Estados Unidos

dância de dinheiro, em relação à capa

públicas, c moeda estável. Cada gnapo imputa a culpa ao outro, e procura fu

c maiores inversões na execução de pla nos de obras regionais.

As medidas apresentadas na mensa gem de Truman se apresentam aos comentadorcs do "Economist" como coniraditórias, e inspiradas pelas preocupa

ções de ordem política do momento, nas proximidades das eleições. A men sagem justifica o comentário feito por um congressista: "O presidente parece ser favorável ao aumento da inflação, dos preços e da escassez . Como

se

ve,

mais uma vez, te

gir à parcela de responsabilidade que

o flagelo da infla^

lhe cabe.

ção é antigo e co nhecido

Truman," na sua mensagem ao Con

gresso, recomenda a majoração do impôsto de renda, o contrôlc do crédito aos consumidores, a restrição do crédito

bancário, o combate à especulação, o racionamento e controle de preços.

Í" Ao ver dos observadores do "Econo

e

os

meios de comba tê-lo são indica

dos com freqüência, parecendo simples

porque a sua divulgação já os tomou de conhecimento geral, a ação anti-inflacionista é extremamente difícil, e se toma

mist" em Washington, das medidas in dicadas pelo presidente só uma atinge a causa fundamental do movimento inflacionário, a saber; o contrôlc do cré

uni problema em que a opinião dos téc nicos pesa menos do que os ditames da

dito bancário. Só esta providência al cançará eficientemente a origem do mal, que é o excesso de procura, pela abun

e de restrição; a falta de segurança no comando concorrerá para agravar o

política. Ê necessária muita sabedoria para executar uma política de sacríficios mal.

"Econo

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1


r"*7v

Econômico

^escinhul.sos com ns rvspccliN tts ganhos

âçao e o

Custo de Vida

iinidiidcs inoiu t.irias. p ir certo que

fron^- ^

A^vedo^ Diretor do "Idorl", é ujn estudioso de assuntos ^

V

da egrégia Justiça do Trabalho — tor-

*nenlf, o poder aquisilixo dos.sa catego*■'3 de pessoas ficou muito diminuido oin

nou-.se comum dei.xur ao arbítrio das

Oão .se pode dizer daqueles «pie tèm Uniu renda

de suhíríos em relação ao índice de custo

^os preços elevados. Mas. o mesmo já

1 renome dosustenta nesse artieo 6 algo arrojada e háintcrôsse. de desf, pelo autor e seriedade da argumentação, grande

montante,

cm

função

JJA geralmente uma grande ilusão a respeito do poder de compra, não so a própria moeda, como também dos

que proauzem aquilo que se compra. O povo que procura desvendar a vera e, por entre a densa neblina de teo

rias e opiniões econômicas, nem sempre isentas de parcialidade, sente-se c-onfuso e não sabe atinar mais com as

causas de suas angústias orçamentárias

nas épocas de inflação, quando a maré dos valores entra a crescer além dos li

mites razoáveis. Os ganhos de cada um, a nao ser daqueles inicialmente be-

ne icia os pe a montante dos preços (co mercio em primeiro lugar; indústria de

transformação, em segundo; criadores e agricultores, por fim), não acompanham

os gastos. Partindo do fato de cada pro dutor adquirir os artigos para seu con sumo, mediante a venda dos que são objeto de suas atividades, sejam estas agrícolas ou industriais, é fácil concluir

que o poder aquisitivo dessas categorias econômicas independe do valor da moe

da ou, o que vem a dar na mesma, do grau de inflação monetária. Infelizmente, entre nós, essa questão ainda não foi posta nos seus devidos termos. Há iim enorme deblaterar, com

troca dc invectíva.s, de que re.sultam maior confusão e uma exacerbação de ãnimo.s pouco propícia a qualquer acor do e, o que é muito pior, aniquilantc da produção que todos deveriam estimular. Forque sô a produção total, e de cada

do

próprio alimento do custo da \ ida, visto voniü eles participam como beneficiários

da vida é o de 1946 — sua argumenta

oui industrial ou o seu operário, seja o fazendeiro, o sitiante on o trabalhador agrícola — cada qual retira de sua ati vidade produtora parcela maior do que

efeitos como "normal".

dos preços maiores da produção.

Poder aquisitivo real

partes interessadas escolher o ano de referência. Naturalmente, quando os advogados dos operários descobrem que o ano que apresenta melhores condíçõej.

^■Onseqiicncia da inflação da moeda c

e tem com assiduidade colaborado em nossa im-

tre nós — c isso recebeu o beneplácito

Rcal-

^■íirradas de razão lhes assistem.

Aldo M. Azevedo

médio de uma população definida. En

Seja

a que lhe cabia anteriormente, auferin

do conseqüentemente um rendimento monetário superior. Pode acontecer que ôsse rendimento não guarde exatamente

ção se desenvolverá a partir daquela si tuação, qut: consideram para todos os Muita cautela

deve ser posta.na escolha do ponto de

partida c, na melhor das hipóteses,, a

atitude mais justa é a que acolhe com reservas de relatividade os resultados

apresentados. O recente manifesto de um grupo de entidades rurais, dirigido em forma de

nitivamente o poder aquisitivo de iim

apresenta o custo da vida.

povo. É inútil di.scutir cm função de acusações recíprocas, muitas das quais falsas e extremamente tendenciosas, com

que existe, entre todos os que produ

apelo ao senhor Presidente da Repú blica, sugere algumas dúvidas metodoló gicas da ordem das que focalizamos aci

zem cconòmicamente, uma forçosa ten

ma.

um individualmente, é que regula defi

fatos deturpados por interpretações apai xonadas, que não permitam um julga mento sereno e, portanto, justo.

Fre

qüentemente nossos jornais são veículos

a mesma relação de crescimento que Mas, é certo

dência para nivelar seus ga nhos nas altitudes correspon dentes aos preços das coisas produzidas.

Nesse ponto, há ainda uma

para notícias, comentários e artigo.s, em

observação a fazer: — o ano

que se apreciam certos aspectos parti culares da inflação de preços, atribuin

referencia

do sua origem a uma classe econômica.

A mais visada, nas circunstâncias que o Brasil vem atravessando, tem sido a indústria nacional.

Quando o funcionário público ou aquele que vive de rendimentos fixos (proprietário de apólices de dívida pú blica ou de imóveis com aluguéis con gelados) protestam contra a alta do custo da vida, comparando o que gas tavam em certo ano passado com o que

hoje despendem, e confrontando esses

ou o estado que servem de (ano

blise,

nível

i

Estabelecendo paralelos entre as ocorrências industriais e agrí colas no período caracteriza

do pela inflação que o Brasil procura dominar, os lavrado res desejaram focalizar uma aparente injustiça social, não só quanto ao tratamento fis cal das duas chisses produto

ou padrão de vida etc.) pode

ras,

variar cje indivíduo a indiví duo. Para o cidadão "A", o

que cada uma consegue pelo

como

na

seu

ano de 1939 é que represen

economia

trabalho.

remuneração Dividindo

nacional

em

a

dois

ta o seu padrão normal de vida e de ganho; mas, para "B", esse ano pode corresponder a um ano excepcionalmen

grupos distintos — agricultura e indús tria — que se manteriam separados, a

te ruim, com ganhos inferiores aos usuais. Assim, quando tomamos um ano como referência básica para as com parações, é claro que não estamos visan

o manifesto cometeu desde logo um

do o caso particular de "X", mas o caso

agrícola e industrial, e duvido que al-

certa distância, a duelar-se mutuamente,

grave engano, a meu ver. Não há, nem pode haver, tal separação.

Não existe

linha divisória definida entre atividade


r"*7v

Econômico

^escinhul.sos com ns rvspccliN tts ganhos

âçao e o

Custo de Vida

iinidiidcs inoiu t.irias. p ir certo que

fron^- ^

A^vedo^ Diretor do "Idorl", é ujn estudioso de assuntos ^

V

da egrégia Justiça do Trabalho — tor-

*nenlf, o poder aquisilixo dos.sa catego*■'3 de pessoas ficou muito diminuido oin

nou-.se comum dei.xur ao arbítrio das

Oão .se pode dizer daqueles «pie tèm Uniu renda

de suhíríos em relação ao índice de custo

^os preços elevados. Mas. o mesmo já

1 renome dosustenta nesse artieo 6 algo arrojada e háintcrôsse. de desf, pelo autor e seriedade da argumentação, grande

montante,

cm

função

JJA geralmente uma grande ilusão a respeito do poder de compra, não so a própria moeda, como também dos

que proauzem aquilo que se compra. O povo que procura desvendar a vera e, por entre a densa neblina de teo

rias e opiniões econômicas, nem sempre isentas de parcialidade, sente-se c-onfuso e não sabe atinar mais com as

causas de suas angústias orçamentárias

nas épocas de inflação, quando a maré dos valores entra a crescer além dos li

mites razoáveis. Os ganhos de cada um, a nao ser daqueles inicialmente be-

ne icia os pe a montante dos preços (co mercio em primeiro lugar; indústria de

transformação, em segundo; criadores e agricultores, por fim), não acompanham

os gastos. Partindo do fato de cada pro dutor adquirir os artigos para seu con sumo, mediante a venda dos que são objeto de suas atividades, sejam estas agrícolas ou industriais, é fácil concluir

que o poder aquisitivo dessas categorias econômicas independe do valor da moe

da ou, o que vem a dar na mesma, do grau de inflação monetária. Infelizmente, entre nós, essa questão ainda não foi posta nos seus devidos termos. Há iim enorme deblaterar, com

troca dc invectíva.s, de que re.sultam maior confusão e uma exacerbação de ãnimo.s pouco propícia a qualquer acor do e, o que é muito pior, aniquilantc da produção que todos deveriam estimular. Forque sô a produção total, e de cada

do

próprio alimento do custo da \ ida, visto voniü eles participam como beneficiários

da vida é o de 1946 — sua argumenta

oui industrial ou o seu operário, seja o fazendeiro, o sitiante on o trabalhador agrícola — cada qual retira de sua ati vidade produtora parcela maior do que

efeitos como "normal".

dos preços maiores da produção.

Poder aquisitivo real

partes interessadas escolher o ano de referência. Naturalmente, quando os advogados dos operários descobrem que o ano que apresenta melhores condíçõej.

^■Onseqiicncia da inflação da moeda c

e tem com assiduidade colaborado em nossa im-

tre nós — c isso recebeu o beneplácito

Rcal-

^■íirradas de razão lhes assistem.

Aldo M. Azevedo

médio de uma população definida. En

Seja

a que lhe cabia anteriormente, auferin

do conseqüentemente um rendimento monetário superior. Pode acontecer que ôsse rendimento não guarde exatamente

ção se desenvolverá a partir daquela si tuação, qut: consideram para todos os Muita cautela

deve ser posta.na escolha do ponto de

partida c, na melhor das hipóteses,, a

atitude mais justa é a que acolhe com reservas de relatividade os resultados

apresentados. O recente manifesto de um grupo de entidades rurais, dirigido em forma de

nitivamente o poder aquisitivo de iim

apresenta o custo da vida.

povo. É inútil di.scutir cm função de acusações recíprocas, muitas das quais falsas e extremamente tendenciosas, com

que existe, entre todos os que produ

apelo ao senhor Presidente da Repú blica, sugere algumas dúvidas metodoló gicas da ordem das que focalizamos aci

zem cconòmicamente, uma forçosa ten

ma.

um individualmente, é que regula defi

fatos deturpados por interpretações apai xonadas, que não permitam um julga mento sereno e, portanto, justo.

Fre

qüentemente nossos jornais são veículos

a mesma relação de crescimento que Mas, é certo

dência para nivelar seus ga nhos nas altitudes correspon dentes aos preços das coisas produzidas.

Nesse ponto, há ainda uma

para notícias, comentários e artigo.s, em

observação a fazer: — o ano

que se apreciam certos aspectos parti culares da inflação de preços, atribuin

referencia

do sua origem a uma classe econômica.

A mais visada, nas circunstâncias que o Brasil vem atravessando, tem sido a indústria nacional.

Quando o funcionário público ou aquele que vive de rendimentos fixos (proprietário de apólices de dívida pú blica ou de imóveis com aluguéis con gelados) protestam contra a alta do custo da vida, comparando o que gas tavam em certo ano passado com o que

hoje despendem, e confrontando esses

ou o estado que servem de (ano

blise,

nível

i

Estabelecendo paralelos entre as ocorrências industriais e agrí colas no período caracteriza

do pela inflação que o Brasil procura dominar, os lavrado res desejaram focalizar uma aparente injustiça social, não só quanto ao tratamento fis cal das duas chisses produto

ou padrão de vida etc.) pode

ras,

variar cje indivíduo a indiví duo. Para o cidadão "A", o

que cada uma consegue pelo

como

na

seu

ano de 1939 é que represen

economia

trabalho.

remuneração Dividindo

nacional

em

a

dois

ta o seu padrão normal de vida e de ganho; mas, para "B", esse ano pode corresponder a um ano excepcionalmen

grupos distintos — agricultura e indús tria — que se manteriam separados, a

te ruim, com ganhos inferiores aos usuais. Assim, quando tomamos um ano como referência básica para as com parações, é claro que não estamos visan

o manifesto cometeu desde logo um

do o caso particular de "X", mas o caso

agrícola e industrial, e duvido que al-

certa distância, a duelar-se mutuamente,

grave engano, a meu ver. Não há, nem pode haver, tal separação.

Não existe

linha divisória definida entre atividade


I

40

Digesto Econômico 41

picESTo Econômico

guém seja capaz de localizá-la rigorosa mente.

Mas, a parte mais discutível da ex

posição dos lavradores é a que procura fazer crer que a indústria tirou maior

proveito do que os produtores agrícolas das elevações de preços, graças à prote ção alfandegária. Como se verifica, o

problema gira em torno do poder aqui

sitivo de uma classe, em relação a outra, comparados dois períodos de tempo. Ora, essa questão interessantíssima não foi abordada com o devido cuidado. Pa ra comprovar a tese lavourista, seria

indispensável que as comparações se £izes^m na base do valor dos respectivos pro utos. Porque é preciso não esque cer que existe um princípio inexorável,

de economia e justiça social, que pro

to (e eu não tenho ainda elementos es

tatísticos certos para faze-lo) ninguém

II

poderá objetivamente nfirniar a vanta

gem ou desvantagem de uma classe st>brc outra. Creio mesmo que, dentro de cada classe, haverá discrcpàncias impres sionantes.

Preços industriais e agrícolas o desejo de chegar logo a uma con clusão objetiva aproxinrada c.spicaçou

complexo, devemos conformar-nos com o exame de cada faceta por sua vez,

minha curiosidade c transformou-a em

aplicando aquele princípio da ciência

assim como a distinção das classes so

ato de pesquisa, que mo levou a recor rer aos arquivos estatísticos bem fomi-

querido dos economistas: — "ceteris

ciais, é um recurso de di.scussão alta

dos da Divisão do Estatística e Do

Aliás, penso que a .separação em clas ses, agrícolas, industriais e comerciais,

mente prejudicial à compreensão do pro blema social. Não há razão alguma,

hoje em dia, para continuar essa sepa ração, especialmente em um país como o Brasil, em que o "melting-pot" rea liza uma permanente fusão de raças e de fortunas, sem preconceitos de qual quer espécie. Portanto, se desejamos

experimental expresso no binômio tão parihu^'.

cumentação Social do Departamento de

Principiemos por comparar globalmen

Cultura da Prefeitura da Capital, onde o estudioso Oscar Egidfo dc Araújo x'cio ao meu encontro com grande parte dos

te a contribuição dos produtos da la voura e da indústria para o encarecimcnto do custo da xada desde 1939.

elementos informativos necessários para a verificação em vista. Antes dc apre sentar ôsses dados e as deduções que

Em junho de 1948, o índice de custo da vida para a cidade de São Paulo, relaüvamente a janeiro de 1939, era de

379. Êsse número, como veremos da

madas "classes" — a primeira coisa a

ê!cs permitem, seja-me lícito salientar preliminarmente que reputo êstc estudo como uma aproximação da verdade, que deve ser levada cm conta na relati-

quilo que produz. E quanto mais pro duzir, maior será o seu poder aquisitivo;

fazer é não mencioná-las e considerá-las

ridado de seus valores médios, que

só dos produtos como dos que os pro

inexistentes entre nós.

e quanto menor fôr o custo de sua pro-

convencional não é necessária na reali

duzem. No cálculo dêsse índice, como é sabido, entram numerosos artigos em

uçao (eficiência) maior também será o seu poder aquisitivo.

dade da vida econômica nacional.

representam condições pouco encontradiças na vida prática. Não se acusem, porém, de abstratos ou inexatos òsses dados e os que deles resultam, pelo

porciona o poder aquisitivo de cada um na me.sma razão de sua produtividade.

ada produtor compra os artigos da produção alheia mediante a venda da

Por conseguinte, para avaliar-se o verdadeu-o poder aquisitivo de um lavra

sinceramente manter integradas, em co munhão de interesses e ideais, essas cha

Sua existência

Aguardemos, portanto, que se publi quem dados oficiais, fidedignos, pelos

motivo de

não

de apurar o poder de compra real, nao diferentes proporções, que constituem

as "ponderações" da composição dos

preços. A alimentação, que entre nós contribui

haver

uma multidão de pessoas

quais qualquer pessoa de mediana in teligência possa verificar, sem cálculos

feitamente nas condições

café, feijão, milho, batatas, bois ou car neiros, Se verificarmos o que um lavra

obstrusos, se um lavrador tem hoje maior

apresentadas como re

ou menor poder aquisitivo de produtos industriais do que no passado. E não

presentativas. Explico-

dor podia adquirir com uma unidade de

nos esqueçamos de escolher com a maior

dor será necessário partir do principal produto de sua lavoura, seja ele arroz,

qui por diante, vai servir de denomina dor comum aos demais índices, a fim

com 57% das despesas,

que se enquadrem per

tem o seu índice avalia

do pelo preço de varejo de 47 gêneros, dos quais 36 provêm diretamente

me: — não há indivíduo

da lavoura, sem trans

— em pares de sapatos, quilos de ara me farpado, dúzias de enxadas, metros

apogeu e a indústria em plena crise, os

que seja exclusivamente plantador de feijão, ou que se limite a fabricar sapatos. Em geral, cada pessoa abrange um conjunto de ativida des produtoras mistas, e compreende

resultados serão fatalmente deformados

certamente a situação de consumidor e

téria-prima procedente do campo (goia bada, manteiga, café em pó, lingüiça,

de tecidos etc. — então obteremos real

em sentido inverso do que obteríamos

contribuinte...

açúcar etc.).

mente a medida e.xata do que pretende mos julgar. Enquanto isso não fôr fei-

se partíssemos do ano de 1944, que marca o ápice dos preços industriais...

cjuecido ao analisarmos alguns casos

seu principal produto — uma saca de arroz, de café etc., ou uma arroba de

cautela a época de referência no passa do... Porque se tomarmos como base

boi ou carneiro - em têrmos de arügos

os preços de janeiro de 1929, por exem

industriais mais comumente consumidos

plo, quando o café se encontrava no

Que isso não seja es-

formação; e 11 são ar

tigos

industriabzados,

mas com preço forte

mente influenciado pelo valor da ma

Como é impossível enxergar

Do mesmo modo, podemos isolar como artigos industriais os que compõem os

todas as faces do problema, que é muito

grupos "vestuário", "fumo", "limpeza

adiante.


I

40

Digesto Econômico 41

picESTo Econômico

guém seja capaz de localizá-la rigorosa mente.

Mas, a parte mais discutível da ex

posição dos lavradores é a que procura fazer crer que a indústria tirou maior

proveito do que os produtores agrícolas das elevações de preços, graças à prote ção alfandegária. Como se verifica, o

problema gira em torno do poder aqui

sitivo de uma classe, em relação a outra, comparados dois períodos de tempo. Ora, essa questão interessantíssima não foi abordada com o devido cuidado. Pa ra comprovar a tese lavourista, seria

indispensável que as comparações se £izes^m na base do valor dos respectivos pro utos. Porque é preciso não esque cer que existe um princípio inexorável,

de economia e justiça social, que pro

to (e eu não tenho ainda elementos es

tatísticos certos para faze-lo) ninguém

II

poderá objetivamente nfirniar a vanta

gem ou desvantagem de uma classe st>brc outra. Creio mesmo que, dentro de cada classe, haverá discrcpàncias impres sionantes.

Preços industriais e agrícolas o desejo de chegar logo a uma con clusão objetiva aproxinrada c.spicaçou

complexo, devemos conformar-nos com o exame de cada faceta por sua vez,

minha curiosidade c transformou-a em

aplicando aquele princípio da ciência

assim como a distinção das classes so

ato de pesquisa, que mo levou a recor rer aos arquivos estatísticos bem fomi-

querido dos economistas: — "ceteris

ciais, é um recurso de di.scussão alta

dos da Divisão do Estatística e Do

Aliás, penso que a .separação em clas ses, agrícolas, industriais e comerciais,

mente prejudicial à compreensão do pro blema social. Não há razão alguma,

hoje em dia, para continuar essa sepa ração, especialmente em um país como o Brasil, em que o "melting-pot" rea liza uma permanente fusão de raças e de fortunas, sem preconceitos de qual quer espécie. Portanto, se desejamos

experimental expresso no binômio tão parihu^'.

cumentação Social do Departamento de

Principiemos por comparar globalmen

Cultura da Prefeitura da Capital, onde o estudioso Oscar Egidfo dc Araújo x'cio ao meu encontro com grande parte dos

te a contribuição dos produtos da la voura e da indústria para o encarecimcnto do custo da xada desde 1939.

elementos informativos necessários para a verificação em vista. Antes dc apre sentar ôsses dados e as deduções que

Em junho de 1948, o índice de custo da vida para a cidade de São Paulo, relaüvamente a janeiro de 1939, era de

379. Êsse número, como veremos da

madas "classes" — a primeira coisa a

ê!cs permitem, seja-me lícito salientar preliminarmente que reputo êstc estudo como uma aproximação da verdade, que deve ser levada cm conta na relati-

quilo que produz. E quanto mais pro duzir, maior será o seu poder aquisitivo;

fazer é não mencioná-las e considerá-las

ridado de seus valores médios, que

só dos produtos como dos que os pro

inexistentes entre nós.

e quanto menor fôr o custo de sua pro-

convencional não é necessária na reali

duzem. No cálculo dêsse índice, como é sabido, entram numerosos artigos em

uçao (eficiência) maior também será o seu poder aquisitivo.

dade da vida econômica nacional.

representam condições pouco encontradiças na vida prática. Não se acusem, porém, de abstratos ou inexatos òsses dados e os que deles resultam, pelo

porciona o poder aquisitivo de cada um na me.sma razão de sua produtividade.

ada produtor compra os artigos da produção alheia mediante a venda da

Por conseguinte, para avaliar-se o verdadeu-o poder aquisitivo de um lavra

sinceramente manter integradas, em co munhão de interesses e ideais, essas cha

Sua existência

Aguardemos, portanto, que se publi quem dados oficiais, fidedignos, pelos

motivo de

não

de apurar o poder de compra real, nao diferentes proporções, que constituem

as "ponderações" da composição dos

preços. A alimentação, que entre nós contribui

haver

uma multidão de pessoas

quais qualquer pessoa de mediana in teligência possa verificar, sem cálculos

feitamente nas condições

café, feijão, milho, batatas, bois ou car neiros, Se verificarmos o que um lavra

obstrusos, se um lavrador tem hoje maior

apresentadas como re

ou menor poder aquisitivo de produtos industriais do que no passado. E não

presentativas. Explico-

dor podia adquirir com uma unidade de

nos esqueçamos de escolher com a maior

dor será necessário partir do principal produto de sua lavoura, seja ele arroz,

qui por diante, vai servir de denomina dor comum aos demais índices, a fim

com 57% das despesas,

que se enquadrem per

tem o seu índice avalia

do pelo preço de varejo de 47 gêneros, dos quais 36 provêm diretamente

me: — não há indivíduo

da lavoura, sem trans

— em pares de sapatos, quilos de ara me farpado, dúzias de enxadas, metros

apogeu e a indústria em plena crise, os

que seja exclusivamente plantador de feijão, ou que se limite a fabricar sapatos. Em geral, cada pessoa abrange um conjunto de ativida des produtoras mistas, e compreende

resultados serão fatalmente deformados

certamente a situação de consumidor e

téria-prima procedente do campo (goia bada, manteiga, café em pó, lingüiça,

de tecidos etc. — então obteremos real

em sentido inverso do que obteríamos

contribuinte...

açúcar etc.).

mente a medida e.xata do que pretende mos julgar. Enquanto isso não fôr fei-

se partíssemos do ano de 1944, que marca o ápice dos preços industriais...

cjuecido ao analisarmos alguns casos

seu principal produto — uma saca de arroz, de café etc., ou uma arroba de

cautela a época de referência no passa do... Porque se tomarmos como base

boi ou carneiro - em têrmos de arügos

os preços de janeiro de 1929, por exem

industriais mais comumente consumidos

plo, quando o café se encontrava no

Que isso não seja es-

formação; e 11 são ar

tigos

industriabzados,

mas com preço forte

mente influenciado pelo valor da ma

Como é impossível enxergar

Do mesmo modo, podemos isolar como artigos industriais os que compõem os

todas as faces do problema, que é muito

grupos "vestuário", "fumo", "limpeza

adiante.


1,4^.j »iy-

Dicesto EcoxÓNaco

doiTiestíca" e "móveis" e somam parce las do índice de custo da vida que absor.

mos fazer uns racíocínio.s complomcntares rjuc e.sclarecc-m um pouco mais a si

\em apenas 17% das despesas totais. Embora sua influencia no aumento do

tuação das duas fontes produtoras, quanto ao respectivo poder aquisiti\'o. Senão, vejamos: — o índice de custo

custo da vida fique desde logo atenua da pela reduzida proporção, êsse con

da vida representa, apro.ximadamenle, o poder de compra da moeda. A nossa

junto de artigos tipicamente da indústria

pode servir para estabelecer aproximada

moeda, com - a altoruçao do custo da vida, teve o seu poder aquisitivo redu zido na mesma razão do inverso do ín

mente a relação de paridade entre os preços agrícolas e industriais.

Prevejo, nesta altura, uma objeção: —

dice de custo da vida. Assim, cbega-

esses preços, sendo os do comércio va

mo.s que o cruzeiro de junho de 194S

rejista, não representam o valor recebido

tem seu poder de compra reduzido a

pelo lamdor pelos produtos da terra.

26,4% do que valia em 1939 (janeiro). Mas, desde que os produtos provenientes da lavoura ti\'eram o seu preço eleva

• as, o mesmo poder-se-ia dizer dos

preços industriais. Naturalmente, tudo •caria cdmplicadíssimo se fôssemos en-

do para o índice 461, somos levados a

ar com o custo do comércio inlermediá-

crer (ceiem parihufi) que o seu poder de compra passou de 100, cm janeiro

r'o, que admitimos como equivalente no.s ois casos, embora saibamos não o seja. ntretanto, a divergência não é de mon

de 1939, para 121,6% em junho de

1948. Do mesmo modo, achamos que o

ta, como poderemos verificar indireta

poder de compra dos artigo.s industriais

mente mais além.

(e, naturalmente, de seus produtores) passou de 100, em janeiro de 1939, para

Fazendo o cálculo do encarecimento encontrado para os produtos industriais

102,4 em junho de 1948. Ou, melhor:

(que compõem aquêles grupos do índi

— enquanto a lavoura teve o seu poder

ce de custo da vida da cidade de São

Paulo) verificaremos que seu índice em junho de 1948 era 388. Assim, dos artígos que entram na composição do mdice de custo da vida em São Paulo,

aquisitivo aumentado de 22%, de 1939 para 1948, a indústria obteve um aumen

to de menos de 3% no mesmo período.

cola alcançaram o índice 461, enquanto

Êsse cálculo, se não pode ser terminante, é contudo concludente no senti do de mostrar que, na inflação da se gunda guerra mundial, as classes a^rrí-

que os industriais chegaram sòmente a

colas brasileiras foram beneficiadas, ^lo

encontramos que os de procedência agrí 388, no mesmo período de janeiro de 1939 a junho de 1948. Ora, como o índice ge ral do custo da vida subiu a 379, podere

menos em grau superior às classes indus

triais. Veremos, a seguir, quais foram as verdadeiras "vítimas da inflação".

III

As "vitimas" da inflação Partindo do princípio de ser possí vel considerar-se o poder aquisitivo de

a organizar uma tabela, não dos preços

cada produtor "proporcional" à cotação

dos artigos de maior consumo que io-

Díoesto Econômico fluem no índice do custo da vida, mas

beíecidos para o custo da vidà na ci

precisamente dos "índices" respectivos, entre duas épocas de comparação, con

dade de São Paulo. Na impossibilidade

de incluir todos os produtos, que sobem

frontando êsscs índices com o índice

a mais de uma centena, foram escolliidos

geral, que funcionará como denominador comum para a aferição apro.ximada do poder aquisitivo de cada artigo c, conse qüentemente, dos indi\'ídu()s ou entida

os mais representati\os. A tabela I re laciona esses artigos, em ordem decres cente de poder aquisitivo atual, em re lação ao mesmo poder que possuíam em janeiro de 1939.

des que os produzem.

Na

Pode parecer, à pri

quarta coluna dessa ta

meira vista, que êsse

bela estão indicadas as

cálculo 6 forçado. En

percentagens

tretanto, como aproxi

mento

ou

de

au

diminuição

mação, não há melhor.

que cada produto al

De fato, cada membro

cançou nos nove anos decorridos. Essa ta

da sociedade adcjuire as coisas de que pre

r-

bela mostra como foi bastante variável a mo

cisa para viver, median

dificação havida, o que

te o fornecimento de

reforça a necessidade de não generalizar fa

serviços ou de outras

coisas que lhes são so

bejas. Portanto, admi tir que o poder aquisi tivo de cada pessoa, (ou, por e.xtensão, de cada classe) caminhe proporcional mente ao índice do valor daquilo que essa pessoa produz, seja algodão, sapa tos ou instalações elétricas, não é um

exagero. Pelo contrário, como se ado tará o mesmo processo de análise e de crítica para as mais diversas categorias de pessoas, ou os mais variados artigos

de consumo corrente, é claro que dessa visão parcelada do fenômeno social po deremos obter uma idéia sintética do conjunto.

Iniciemos nossa tabulação pelos ar

tigos que compõem as despesas normais de uma família, segundo os dados esta-

cilmente. Por exemplo, a batata pode comprar

cm 1948 cerca de três vêzes mais "custo da vida" do que em 1939. Inversamen

te o açúcar de 1948 tem um poder

aquisitivo cêrca de 75% do que possuía há nove anos atrás. Ou, em outras pa

lavras, um quilograma de batatas com

pra 4 vêzes mais açúcar em 1948, do que comprava em 1939. As combina ções são inúmeras, e à vi.sta da tabela cada leitor poderá divertir-se em relacio nar comparativaraente os diversos produ tos, sem esquecer que o poder de compra de cada um deve refletir apro.ximadamen.

te o poder de compra de quem o produz. Para melhor compreensão dos índices, in cluo inicialmente o do poder aquisitivo da

moeda e do próprio custo de vida.

do respectivo produto — somos tentados

;

... tV


1,4^.j »iy-

Dicesto EcoxÓNaco

doiTiestíca" e "móveis" e somam parce las do índice de custo da vida que absor.

mos fazer uns racíocínio.s complomcntares rjuc e.sclarecc-m um pouco mais a si

\em apenas 17% das despesas totais. Embora sua influencia no aumento do

tuação das duas fontes produtoras, quanto ao respectivo poder aquisiti\'o. Senão, vejamos: — o índice de custo

custo da vida fique desde logo atenua da pela reduzida proporção, êsse con

da vida representa, apro.ximadamenle, o poder de compra da moeda. A nossa

junto de artigos tipicamente da indústria

pode servir para estabelecer aproximada

moeda, com - a altoruçao do custo da vida, teve o seu poder aquisitivo redu zido na mesma razão do inverso do ín

mente a relação de paridade entre os preços agrícolas e industriais.

Prevejo, nesta altura, uma objeção: —

dice de custo da vida. Assim, cbega-

esses preços, sendo os do comércio va

mo.s que o cruzeiro de junho de 194S

rejista, não representam o valor recebido

tem seu poder de compra reduzido a

pelo lamdor pelos produtos da terra.

26,4% do que valia em 1939 (janeiro). Mas, desde que os produtos provenientes da lavoura ti\'eram o seu preço eleva

• as, o mesmo poder-se-ia dizer dos

preços industriais. Naturalmente, tudo •caria cdmplicadíssimo se fôssemos en-

do para o índice 461, somos levados a

ar com o custo do comércio inlermediá-

crer (ceiem parihufi) que o seu poder de compra passou de 100, cm janeiro

r'o, que admitimos como equivalente no.s ois casos, embora saibamos não o seja. ntretanto, a divergência não é de mon

de 1939, para 121,6% em junho de

1948. Do mesmo modo, achamos que o

ta, como poderemos verificar indireta

poder de compra dos artigo.s industriais

mente mais além.

(e, naturalmente, de seus produtores) passou de 100, em janeiro de 1939, para

Fazendo o cálculo do encarecimento encontrado para os produtos industriais

102,4 em junho de 1948. Ou, melhor:

(que compõem aquêles grupos do índi

— enquanto a lavoura teve o seu poder

ce de custo da vida da cidade de São

Paulo) verificaremos que seu índice em junho de 1948 era 388. Assim, dos artígos que entram na composição do mdice de custo da vida em São Paulo,

aquisitivo aumentado de 22%, de 1939 para 1948, a indústria obteve um aumen

to de menos de 3% no mesmo período.

cola alcançaram o índice 461, enquanto

Êsse cálculo, se não pode ser terminante, é contudo concludente no senti do de mostrar que, na inflação da se gunda guerra mundial, as classes a^rrí-

que os industriais chegaram sòmente a

colas brasileiras foram beneficiadas, ^lo

encontramos que os de procedência agrí 388, no mesmo período de janeiro de 1939 a junho de 1948. Ora, como o índice ge ral do custo da vida subiu a 379, podere

menos em grau superior às classes indus

triais. Veremos, a seguir, quais foram as verdadeiras "vítimas da inflação".

III

As "vitimas" da inflação Partindo do princípio de ser possí vel considerar-se o poder aquisitivo de

a organizar uma tabela, não dos preços

cada produtor "proporcional" à cotação

dos artigos de maior consumo que io-

Díoesto Econômico fluem no índice do custo da vida, mas

beíecidos para o custo da vidà na ci

precisamente dos "índices" respectivos, entre duas épocas de comparação, con

dade de São Paulo. Na impossibilidade

de incluir todos os produtos, que sobem

frontando êsscs índices com o índice

a mais de uma centena, foram escolliidos

geral, que funcionará como denominador comum para a aferição apro.ximada do poder aquisitivo de cada artigo c, conse qüentemente, dos indi\'ídu()s ou entida

os mais representati\os. A tabela I re laciona esses artigos, em ordem decres cente de poder aquisitivo atual, em re lação ao mesmo poder que possuíam em janeiro de 1939.

des que os produzem.

Na

Pode parecer, à pri

quarta coluna dessa ta

meira vista, que êsse

bela estão indicadas as

cálculo 6 forçado. En

percentagens

tretanto, como aproxi

mento

ou

de

au

diminuição

mação, não há melhor.

que cada produto al

De fato, cada membro

cançou nos nove anos decorridos. Essa ta

da sociedade adcjuire as coisas de que pre

r-

bela mostra como foi bastante variável a mo

cisa para viver, median

dificação havida, o que

te o fornecimento de

reforça a necessidade de não generalizar fa

serviços ou de outras

coisas que lhes são so

bejas. Portanto, admi tir que o poder aquisi tivo de cada pessoa, (ou, por e.xtensão, de cada classe) caminhe proporcional mente ao índice do valor daquilo que essa pessoa produz, seja algodão, sapa tos ou instalações elétricas, não é um

exagero. Pelo contrário, como se ado tará o mesmo processo de análise e de crítica para as mais diversas categorias de pessoas, ou os mais variados artigos

de consumo corrente, é claro que dessa visão parcelada do fenômeno social po deremos obter uma idéia sintética do conjunto.

Iniciemos nossa tabulação pelos ar

tigos que compõem as despesas normais de uma família, segundo os dados esta-

cilmente. Por exemplo, a batata pode comprar

cm 1948 cerca de três vêzes mais "custo da vida" do que em 1939. Inversamen

te o açúcar de 1948 tem um poder

aquisitivo cêrca de 75% do que possuía há nove anos atrás. Ou, em outras pa

lavras, um quilograma de batatas com

pra 4 vêzes mais açúcar em 1948, do que comprava em 1939. As combina ções são inúmeras, e à vi.sta da tabela cada leitor poderá divertir-se em relacio nar comparativaraente os diversos produ tos, sem esquecer que o poder de compra de cada um deve refletir apro.ximadamen.

te o poder de compra de quem o produz. Para melhor compreensão dos índices, in cluo inicialmente o do poder aquisitivo da

moeda e do próprio custo de vida.

do respectivo produto — somos tentados

;

... tV


44

Dicesto

EcoNÓNnco

5CS e dignos de niaiore.s in\'e,stigações.

TABELA I

Deixando dc lado Índice de custo oa vida

PODER AQUISITIVO

ARTIGOS

Janeiro 1939 Junho 1948 MOEDA

100,00

CUSTO DA VIDA

100,00

Batata

100,00 100,00

Feijão

100,0 379.0

1.136,0 580,0

Variação

Relativo

26,4%

73,6%

versas categorias profissionais, mesmo

qualquer confronto entre a tabela I e a

-h

entre operários industriais, que não pro

II deve considerar, essa diferença, que se reflete especialmente nos índices de

53,0%

121,0%

461,0 450,0

118,7%

-f +

21,e% 18,7%

Algodão em rama

100,00 100,00

424,0 413,0

111,9% 108,9%

■h

11,9%

+

8,9%

industriais

cluídos no

índice

grediram no mesmo passo das demais. Os dados originais do quiidro seguinte

custo da vida.

TABELA II

(in

INOICeS OE CUSTO DA VIDA

de

custo da vida)

São Paulo" de 9 de junho de 1948. A comparação se faz entre janeiro de 1939 e janeiro de 1948. Por conseguinte,

+ 199,7%

100,00

Artigos

mentação Social, inserta no "Diário de

+ 279,0%

Café em sacos

Sabão comum

situação de inferioridade dos proprietá rios de imóveis, cuja renda foi congela da por lei, bem assim a dos capitalistas que auferem rendimentos fixos de tíl^ilos de divida pública, fortemente influencia dos pela depreciação da moeda — liá di

foram em sua maior parte retirados da publicação do Departamento de Cultura da Prefeitura do Município da Capital, por sua Di\isão de Estatística e Docu

299,7% 153,0%

geral (incluídos no ín100,00

inoinentàneamente a

379,0%

Gêneros alimentícios em

aice de custo da vida).

45

DÍCE.STO Econômico

100,00 100,00

388,0

Milho em sacos Arroz amarelão

100,00

Calçado tipo médio . .. . Roupa de homem

100,00

329,0 320,0

Açúcar

100,00

100,00

380,0 307,0 284,0

PROFISSÕES

102,4% 100,3% 86,8%

84,4% 81,0% 74,9%

+

2,4%

-f-

0.3%

— —

13,2% 15,6%

19,0%

25,1%

Janeiro 1939 |7ane«ro 1948

CUSTO DA VIDA MOEDA Pintor

Ajudante de encanador .

100,00 100,00 100,00 100,00

PODER

Relativo

AQUISITIVO

Variação

360,47 100,00

360,47%

27,74%

-1- 260,47% — 72,26%

781,00

216,66% 176,43%

-b 116,66% -h 76,43% ■f + -H +

636,00

Motorista de caminhão e

100,00

600,00

571,00

Carpinteiro

100,00 100,00

Trabalhador comum

100,00

471,00

166,45% 158,40% 132,05% 130,66%

100,00

ônibus Eletricista instalador

Na economia denominada capitalista,

O quadro acima tabulado revela a

em que se respeita a livre iniciativa

disparidade que o movimento inflacionário gerou, modificando a antiga situação de equilíbrio do poder aquisitivo entre as diversas categorias de produtores. Mas, o que se verifica nessa face da

MÉDIA DOS ÍNDICES

particular, o desequilíbrio extremo, que se verifica entre os vários artigos necessános à subsistência do homem civiliza do brasileiro, não deveria ocorrer. No

caso atual, a conjuntura econômica le

varia todo mundo .a plantar batatas (no

economia, ainda que em facetas restri tas, não é tudo. O lado representado

Servente

. . .

de pedreiro

e

tecelão de algodão . . . Pedreiro DE

SALÁRIOS

RÁRIOS NA CAPITAL

A prova da

exagerada cotação da batata entre nós

seguinte, confeccionado sob o mesmo

é a importação dêsse alimento, em gran

critério da tabela I,

Tipógrafo Diretor de fábrica (°) . .

de escala, da Itália, país que vem sain do da guerra, derrotado e bombardea

aqueles que realmente poderiam ser

o gênero de maior cotação e que oferece

do. E* triste, para não dizer vergonho so, o que nos acontece, fruto de uma

economia mal dirigida.

denominados

"vítimas

vamos

da

encontrar

inflação".

Na tabela II, que traz uma relação dos índices de ganhos de dezoito categorias de pessoas, aparecem casos muito curio-

126,22%

444,00 _

123,17%

-b 26,22% -b 23,17%

100,00 ■

443,00

122,89%

-b

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

400,00

110,96% 107,36% 92,38%

-b 10,96% -b 7,36% — 7,62%

83,22% 79,34%

— 16,78%

286,00

100.00 100,00 100,00 100,00

260,00 208,00

72,13% 57,70%

— 27,87%

121,80 120,00

33,69% 33,30%

(20)

Operário de fábrica co

maior poder aquisitivo.

455,00

100,00

PROFISSIONAIS OPE

pelos ganhos individuais, das várias pro fissões e categorias de rendeiros, apre senta maiores divergências. No quadro

sentido cortês da expressão.. .), que é

476,00

66,45% 58,40% 32,05% 30,66%

mum

Encanador

Soldador elétrico

Funcionário Público

(°)

1.° Escriturário do Estado Toraeiro

Proprietário de Imóvel (§)

Capitalista

(Juros)

(")

387,00 333,00 300,00

22,89%

— 20,66%

— 42,30% — 66,31% — 66,70%


44

Dicesto

EcoNÓNnco

5CS e dignos de niaiore.s in\'e,stigações.

TABELA I

Deixando dc lado Índice de custo oa vida

PODER AQUISITIVO

ARTIGOS

Janeiro 1939 Junho 1948 MOEDA

100,00

CUSTO DA VIDA

100,00

Batata

100,00 100,00

Feijão

100,0 379.0

1.136,0 580,0

Variação

Relativo

26,4%

73,6%

versas categorias profissionais, mesmo

qualquer confronto entre a tabela I e a

-h

entre operários industriais, que não pro

II deve considerar, essa diferença, que se reflete especialmente nos índices de

53,0%

121,0%

461,0 450,0

118,7%

-f +

21,e% 18,7%

Algodão em rama

100,00 100,00

424,0 413,0

111,9% 108,9%

■h

11,9%

+

8,9%

industriais

cluídos no

índice

grediram no mesmo passo das demais. Os dados originais do quiidro seguinte

custo da vida.

TABELA II

(in

INOICeS OE CUSTO DA VIDA

de

custo da vida)

São Paulo" de 9 de junho de 1948. A comparação se faz entre janeiro de 1939 e janeiro de 1948. Por conseguinte,

+ 199,7%

100,00

Artigos

mentação Social, inserta no "Diário de

+ 279,0%

Café em sacos

Sabão comum

situação de inferioridade dos proprietá rios de imóveis, cuja renda foi congela da por lei, bem assim a dos capitalistas que auferem rendimentos fixos de tíl^ilos de divida pública, fortemente influencia dos pela depreciação da moeda — liá di

foram em sua maior parte retirados da publicação do Departamento de Cultura da Prefeitura do Município da Capital, por sua Di\isão de Estatística e Docu

299,7% 153,0%

geral (incluídos no ín100,00

inoinentàneamente a

379,0%

Gêneros alimentícios em

aice de custo da vida).

45

DÍCE.STO Econômico

100,00 100,00

388,0

Milho em sacos Arroz amarelão

100,00

Calçado tipo médio . .. . Roupa de homem

100,00

329,0 320,0

Açúcar

100,00

100,00

380,0 307,0 284,0

PROFISSÕES

102,4% 100,3% 86,8%

84,4% 81,0% 74,9%

+

2,4%

-f-

0.3%

— —

13,2% 15,6%

19,0%

25,1%

Janeiro 1939 |7ane«ro 1948

CUSTO DA VIDA MOEDA Pintor

Ajudante de encanador .

100,00 100,00 100,00 100,00

PODER

Relativo

AQUISITIVO

Variação

360,47 100,00

360,47%

27,74%

-1- 260,47% — 72,26%

781,00

216,66% 176,43%

-b 116,66% -h 76,43% ■f + -H +

636,00

Motorista de caminhão e

100,00

600,00

571,00

Carpinteiro

100,00 100,00

Trabalhador comum

100,00

471,00

166,45% 158,40% 132,05% 130,66%

100,00

ônibus Eletricista instalador

Na economia denominada capitalista,

O quadro acima tabulado revela a

em que se respeita a livre iniciativa

disparidade que o movimento inflacionário gerou, modificando a antiga situação de equilíbrio do poder aquisitivo entre as diversas categorias de produtores. Mas, o que se verifica nessa face da

MÉDIA DOS ÍNDICES

particular, o desequilíbrio extremo, que se verifica entre os vários artigos necessános à subsistência do homem civiliza do brasileiro, não deveria ocorrer. No

caso atual, a conjuntura econômica le

varia todo mundo .a plantar batatas (no

economia, ainda que em facetas restri tas, não é tudo. O lado representado

Servente

. . .

de pedreiro

e

tecelão de algodão . . . Pedreiro DE

SALÁRIOS

RÁRIOS NA CAPITAL

A prova da

exagerada cotação da batata entre nós

seguinte, confeccionado sob o mesmo

é a importação dêsse alimento, em gran

critério da tabela I,

Tipógrafo Diretor de fábrica (°) . .

de escala, da Itália, país que vem sain do da guerra, derrotado e bombardea

aqueles que realmente poderiam ser

o gênero de maior cotação e que oferece

do. E* triste, para não dizer vergonho so, o que nos acontece, fruto de uma

economia mal dirigida.

denominados

"vítimas

vamos

da

encontrar

inflação".

Na tabela II, que traz uma relação dos índices de ganhos de dezoito categorias de pessoas, aparecem casos muito curio-

126,22%

444,00 _

123,17%

-b 26,22% -b 23,17%

100,00 ■

443,00

122,89%

-b

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

400,00

110,96% 107,36% 92,38%

-b 10,96% -b 7,36% — 7,62%

83,22% 79,34%

— 16,78%

286,00

100.00 100,00 100,00 100,00

260,00 208,00

72,13% 57,70%

— 27,87%

121,80 120,00

33,69% 33,30%

(20)

Operário de fábrica co

maior poder aquisitivo.

455,00

100,00

PROFISSIONAIS OPE

pelos ganhos individuais, das várias pro fissões e categorias de rendeiros, apre senta maiores divergências. No quadro

sentido cortês da expressão.. .), que é

476,00

66,45% 58,40% 32,05% 30,66%

mum

Encanador

Soldador elétrico

Funcionário Público

(°)

1.° Escriturário do Estado Toraeiro

Proprietário de Imóvel (§)

Capitalista

(Juros)

(")

387,00 333,00 300,00

22,89%

— 20,66%

— 42,30% — 66,31% — 66,70%


—K

46

DicEsio EcoNó>nco

Observaçoes: —

1948. (V. publicação na "Follia

medidos exclusivamente em períodos curtos de ob.9crvação. Se alongarmos êsse tempo por uma ou duas gerações, verificaremó.s certamente que os bene ficiados de hoje pagarão bem caro a van

da Manhã" de 15 de agósto de

tagem temporária mais tarde.

lo, pelo valor da habitação, que

fábrica foram avaliados na ba se de numerosos casos conhe

passou de 100,00 em janeiro de 1939 para 121,80 em junlio de

cidos e não provêm da estatís tica oficial.

Os vencimentos dos funcioná

Assim, é pura fantasia o afirmar-se

1948, seção de Economia e Fi.

rios públicos tiveram variações

que tal categoria de produtores (no caso em apreço, o.s laxTadores) foi prejudica da pela inflação, "por causa da ganân

nanças, no 2." caderno).

aproximadamente na base do

{") O capitalista portador cie tí tulos da dívida pública não obteve aumento algum no ín dice de renda. Mas, o capita lista que empresta dinheiro a

1-° Escriturário, tomado aqui como padrão. A comparação é feita com os dados obtidos nas tabelas oficiais e não na

estatística do Departamento de

47

DicESTo Econômico

da própria estatística do custo da vida na cidade de São Pau

(°) Os rendimentos de diretor de

^

cia" de tal outra categoria de produtores

(os industriais). O que se pode decla rar, pela comprovação dos fatos regis

lativamente a janeiro de 1939. Do la do industrial, encontramos uma vanta

gem dc 9% nos fabricantes de sabão co mum. Mas, outras manufaturas que en

tram na composiç.ão do custo da vida na cidade de São Paulo, como calçados e

roupas feitas, tiveram seu poder de com pra reduzido. Assim também ocorreu com os produtores de arroz e açúcar, como se vê na tabela I.

Por outro lado. confirmando a primei

ra conclusão, podemos deduzir da ta bela n que houve ainda maior varia

ção no poder aquisitivo das diversas categorias de indivíduos, não só dos componentes das atividades profissionais

juros, inclusive os estabeleci

trados na estatística, é que, em relação

não aumentar muito o quadro,

mentos bancários, aufere atual

deixou-se de mencionar o caso

do funcionário municipal, cujo •

perior a princípios de 1939, que

padrão de vencimento de 1.°

a tal época anterior ao estado inflacionário, certo grupo do indivíduos obte ve vantagens que Ibe asseguram hoje melhor

o cálculo de seu poder aquisi tivo. Cumpre ressaltar, porém,

padrão de vida. Ora, vis

que o caso do possuiclor de

estatísticas não confir mam ser a agricultura a sacrificada pela inflação

timos, geralmente

Ja moeda. Como verificamo.s atrás, os

fnais visados pela demagogia socializante, fo

Cultura da Prefeitura.

Para

mente uma taxa de renda su

avaliei em 20% em média. Daí

Escriturário passou de 100,00 para 280,00.

Os funcionários

técnicos do Estado de São Pau.

pois o seu poder aquisitivo se rá o mesmo da moeda atual,

nhos que podem ser avaliados na proporção de 100,00 para

isto é, apenas 27,74% do que

250,00.

(§) Os rendimentos dos proprietá rios de imóveis foram obtidos

era antes, ou seja uma perda

produtos oriundos dos

de 72,26% relativamente ao pa

campos tiveram seu po

drão passado.

der aquisitivo aumenta

do de cêrca de 22% sôbrc o que vigora va em janeiro de 1939. Por outro lado, os artigos fornecidos pela indústria vi ram seu poder de compra acrescido do menos de 3%. Só essa verificação é su ficiente para pôr um ponto final na

IV

E então?... Descartes, no seu famoso "Método"

Em primeiro lugar, podemos dizer

lançado há mais de trezentos anos,

que a inflação produz malefícios em

que.çtão. Mas, os dados alinhados per

recomendava a síntese, após a análise

escala variável, que atinge as diferentes

mitem outras conclusões interessantes.

pormenorizada dos fatos observados. Sem

a síntese, nada podemos concluir. Con

fio que o leitor, que me acompanhou pachorrentamente nessa excursão pela crografia dos índices econômicos, que refle tem o poder aquisitivo de cada um, pode rá agora sintetizar comigo e concluir.

dos que participam de postos mais altos na so ciedade, como funcioná

tas por esse prisma, as

renda fixa ainda é muito pior,

Io tiveram aumentos de ga

obreiras, como também

i

rios, diretores indus triais, proprietários e ca

pitalistas. Êstes dois úl os

ram realmente as "vi timas da inflação", pois

perderam dois terços de seu poder de compra, vale dizer, de seu padrao de vida, relativamente ao período anteguerra. Na tabela II há disparidades notáveis, como a grande elevação do

poder de compra do pintor, que o du plicou em nove anos, e o pouco pro

gresso do torneiro, que o viu reduzido a quase metade. Essas particularida

sociedade, infligíndo-llies seus efeitos por forma tal que uns saem visivelmen te castigados, enquanto que outros pa recem beneficiado^... Digo parecem beneflciados, porque a inflação é sempre

Dentro das próprias classes produto ras rurais, houve uma diversificação acentuada do respectivo poder aquisi tivo. Atualmente, os que produzem ba tata, feijão, café e algodão, que consti tuem grande parte dêsse grupo econô

perniciosa. Os aparentes benefícios são

mico, mantêm uma vantagem, que varia

cura dêsses profissionais nos anos da

de 12% a 200% em poder aquisitivo, re

guerra.

classes ou categorias de indivíduos da

•ViS^

des do quadro precisam ser investigadas mais de perto.

Entretanto, ,é possivei

que êsses resultados díspares derivem do nível de base (janeiro de 1939) com binado com uma maior ou menor pro

'Uj,


—K

46

DicEsio EcoNó>nco

Observaçoes: —

1948. (V. publicação na "Follia

medidos exclusivamente em períodos curtos de ob.9crvação. Se alongarmos êsse tempo por uma ou duas gerações, verificaremó.s certamente que os bene ficiados de hoje pagarão bem caro a van

da Manhã" de 15 de agósto de

tagem temporária mais tarde.

lo, pelo valor da habitação, que

fábrica foram avaliados na ba se de numerosos casos conhe

passou de 100,00 em janeiro de 1939 para 121,80 em junlio de

cidos e não provêm da estatís tica oficial.

Os vencimentos dos funcioná

Assim, é pura fantasia o afirmar-se

1948, seção de Economia e Fi.

rios públicos tiveram variações

que tal categoria de produtores (no caso em apreço, o.s laxTadores) foi prejudica da pela inflação, "por causa da ganân

nanças, no 2." caderno).

aproximadamente na base do

{") O capitalista portador cie tí tulos da dívida pública não obteve aumento algum no ín dice de renda. Mas, o capita lista que empresta dinheiro a

1-° Escriturário, tomado aqui como padrão. A comparação é feita com os dados obtidos nas tabelas oficiais e não na

estatística do Departamento de

47

DicESTo Econômico

da própria estatística do custo da vida na cidade de São Pau

(°) Os rendimentos de diretor de

^

cia" de tal outra categoria de produtores

(os industriais). O que se pode decla rar, pela comprovação dos fatos regis

lativamente a janeiro de 1939. Do la do industrial, encontramos uma vanta

gem dc 9% nos fabricantes de sabão co mum. Mas, outras manufaturas que en

tram na composiç.ão do custo da vida na cidade de São Paulo, como calçados e

roupas feitas, tiveram seu poder de com pra reduzido. Assim também ocorreu com os produtores de arroz e açúcar, como se vê na tabela I.

Por outro lado. confirmando a primei

ra conclusão, podemos deduzir da ta bela n que houve ainda maior varia

ção no poder aquisitivo das diversas categorias de indivíduos, não só dos componentes das atividades profissionais

juros, inclusive os estabeleci

trados na estatística, é que, em relação

não aumentar muito o quadro,

mentos bancários, aufere atual

deixou-se de mencionar o caso

do funcionário municipal, cujo •

perior a princípios de 1939, que

padrão de vencimento de 1.°

a tal época anterior ao estado inflacionário, certo grupo do indivíduos obte ve vantagens que Ibe asseguram hoje melhor

o cálculo de seu poder aquisi tivo. Cumpre ressaltar, porém,

padrão de vida. Ora, vis

que o caso do possuiclor de

estatísticas não confir mam ser a agricultura a sacrificada pela inflação

timos, geralmente

Ja moeda. Como verificamo.s atrás, os

fnais visados pela demagogia socializante, fo

Cultura da Prefeitura.

Para

mente uma taxa de renda su

avaliei em 20% em média. Daí

Escriturário passou de 100,00 para 280,00.

Os funcionários

técnicos do Estado de São Pau.

pois o seu poder aquisitivo se rá o mesmo da moeda atual,

nhos que podem ser avaliados na proporção de 100,00 para

isto é, apenas 27,74% do que

250,00.

(§) Os rendimentos dos proprietá rios de imóveis foram obtidos

era antes, ou seja uma perda

produtos oriundos dos

de 72,26% relativamente ao pa

campos tiveram seu po

drão passado.

der aquisitivo aumenta

do de cêrca de 22% sôbrc o que vigora va em janeiro de 1939. Por outro lado, os artigos fornecidos pela indústria vi ram seu poder de compra acrescido do menos de 3%. Só essa verificação é su ficiente para pôr um ponto final na

IV

E então?... Descartes, no seu famoso "Método"

Em primeiro lugar, podemos dizer

lançado há mais de trezentos anos,

que a inflação produz malefícios em

que.çtão. Mas, os dados alinhados per

recomendava a síntese, após a análise

escala variável, que atinge as diferentes

mitem outras conclusões interessantes.

pormenorizada dos fatos observados. Sem

a síntese, nada podemos concluir. Con

fio que o leitor, que me acompanhou pachorrentamente nessa excursão pela crografia dos índices econômicos, que refle tem o poder aquisitivo de cada um, pode rá agora sintetizar comigo e concluir.

dos que participam de postos mais altos na so ciedade, como funcioná

tas por esse prisma, as

renda fixa ainda é muito pior,

Io tiveram aumentos de ga

obreiras, como também

i

rios, diretores indus triais, proprietários e ca

pitalistas. Êstes dois úl os

ram realmente as "vi timas da inflação", pois

perderam dois terços de seu poder de compra, vale dizer, de seu padrao de vida, relativamente ao período anteguerra. Na tabela II há disparidades notáveis, como a grande elevação do

poder de compra do pintor, que o du plicou em nove anos, e o pouco pro

gresso do torneiro, que o viu reduzido a quase metade. Essas particularida

sociedade, infligíndo-llies seus efeitos por forma tal que uns saem visivelmen te castigados, enquanto que outros pa recem beneficiado^... Digo parecem beneflciados, porque a inflação é sempre

Dentro das próprias classes produto ras rurais, houve uma diversificação acentuada do respectivo poder aquisi tivo. Atualmente, os que produzem ba tata, feijão, café e algodão, que consti tuem grande parte dêsse grupo econô

perniciosa. Os aparentes benefícios são

mico, mantêm uma vantagem, que varia

cura dêsses profissionais nos anos da

de 12% a 200% em poder aquisitivo, re

guerra.

classes ou categorias de indivíduos da

•ViS^

des do quadro precisam ser investigadas mais de perto.

Entretanto, ,é possivei

que êsses resultados díspares derivem do nível de base (janeiro de 1939) com binado com uma maior ou menor pro

'Uj,


48

Dicesto EcoNÓivnco

A média dos salários profissionais ope. rários da cidade de São Paulo, abran

gendo 20 espécies, mostra que o opera riado metropolitano recebeu em geral um acréscimo de poder aquisitivo de

mais de 20%, não obstante haver alguns profissionais que o viram decrescer, co mo o soldador elétrico e o torneiro já mencionado. O funcionário público, mesmo depois dos aumentos auferidos,

ficou em nível inferior, cêrca de 28%

abaixo do seu padrão de vida de princí pios de 1939.

Eis, portanto, uma aproximação da

verdade. Ela não tem pretensões maiores^ do que ser uma "aproximação" mais próxima da verdade do que o panora ma pintado no memorial das entidades

k Agrícolas endereçado ao Senhor Presiden-

y te da República. O Brasil está numa situação gravíssima, quanto à sua pro

dução cada vez mais reduzida, espe

cialmente aquela que fundamenta a

economia de todas as nações, que é a produção primária, inclusive a agrí cola e pastoril. Novos métodos de pro dução devem ser adotados, não só para aumentá-la, como principalmente para

Li.ryrrs de lcedres Iregítinaa expressão do solidariedade, comunhão e cooperação DA\rr Campista Filho

aumentar a produtividade do liomem do

DS mais remotos tempos, .sentiam os homens que no princípio de solidariedade

campo, cujo número se reduz paulati

namente. E', a produtividade específi ca de cada indivíduo que lhe determi na o poder aquisitivo. Inútil e contra

producente seria querer le\'antar o pa drão de vida do brasileiro incutindo-lhe a idéia do maior ganho concomilantcmente com menor trabalho... Todos

os brasileiros terão mais elevado padrão de vida no dia em que, pelo'"trabalho intenso e eficiente, produzirem grandes quantidades do bens que, pelas múlti

plas trocas econômicas, marcarão o po

I

'y Jl^

estaria a fòrça capaz de resguardá-los dos perigoS;

' e de preveni-los contra (lesditosas surpresas. Fôrça essa que

No entender do autor, o Lloyd's, se bem que não seja a organização mais antiga

de seguros, é a corporação que insufla ao seguro condições de amplitude que realizam seu ideal de perfeição — poten cialidade e universalidade

predispõe à associação, cujo sentido é universal, porque está em tôdas as re lações — desde os homens vivendo em sociedade, como no equilíbrio dos mun

deza do empreendimento e o aleatório

dos em sistemas solares, nas células dos

da realização.

corpos brutos ou organizados e, ainds

A sociedade anônima, como o seguro, IH

der de compra de cada um, oferecendo

mesmo, na.s relações lógicas que engen

fracionando e triturando os riscos que

o confôrto da civilização.

dram o pensamento.

enfrentam, tomam-se ambos capazes de neutralizar o aleatório, reduzindo-lhe consideravelmente as conseqüências

Na comunhão de pequenos sacrifícios

pela comunhão de maiores interêsses, interpôs-se uma mutualidadc donde sur. giu o seguro.

J^írr";

Da cooperação de capitais em partes desiguais e espontâneas, era encontra da na Holanda do século XVII uma

o Bureau de Mtrm dos Estados Unidos ampliará sitas pesquisas sobre a cio financeiro corrente — declarou James Botjd, diretor do Bureau. Espera-se

recuperação secundaria de petróleo e processos de refinaria durante o exercí

que tais pesquisas aumentem a recuperação de óleo de milhares dos menos pro dutivos poços dos Estados Unidos, contribuindo assim para atenuar a escassez de petróleo. Aa experiências de refinaria dizem respeito aos meios de utilizar as

qualidades brutas menos aproveitáveis.' Engenheiros do Bureau estimam que "hiliões de barris" de óleo podem ser obtidos pelos métodos de recuperação secundária, que incluem melhor emprêgo das fôrças naturais dos tetrenos de ja zidas e o emprê£o de pressões artificiais, como por exemplo' ar ou gás compri mido para estimular o jôrro. Três quartos de poços produtivos do país estão cm processo de esgotair^nto, informa o Bureau, e o emprêgo destes métodos estimuladores surtiria efeito numa grande proporção de poços. As pesquisas sobre os métodos secundários tendentes^ a aumentar a produção petrolífera serão levadas a efeito em tôdas as seis estações de petróleo do Bureau. 'Para custear essas atividadesj o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma verba de 300 mil dólares.

forma para permitir levarem-se a efeito

empreendimentos que superassem o esfôrço individual.

A idéia, entretanto, sòmente chegou à madureza em meados do século pas-, sado, erísejando a que se congregassem frações de capitais — Ações — que vi nham gerar a fôrça incitadora do tra

balho, em uma associação que, por isen ta de teor individual, chamou-se de so ciedade anônima.

Seu objetivo era, segundo Leroy Beaulicu — "faire grand et risquei", que se justifica por duas condições — gran-

perniciosas. Essas poderosas instituições — uma para resguardar valores da destnrição, e outra para criar e multiplicar riquezas — não resultaram ünicamente de deliberações individuais ou das in-

junções de interêsses conjugados. Foram, porém, produtos de lenta ela boração, experimentados nas atividades de cada dia, tanto mais perduráveis

quanto enrijecidos no choque dos sacri fícios de uns com o êxito de outros.

A experiência construída dos impre

vistos da realidade não receia os percal ços do aleatório, porque adquire a faciddade de prever. A organização que daí resulta associa as fôrças da solida

riedade humana, que desta sorte se in\'estem do poder de produzir, como de serem úteis.

Foi assim, na inconsciência de que


48

Dicesto EcoNÓivnco

A média dos salários profissionais ope. rários da cidade de São Paulo, abran

gendo 20 espécies, mostra que o opera riado metropolitano recebeu em geral um acréscimo de poder aquisitivo de

mais de 20%, não obstante haver alguns profissionais que o viram decrescer, co mo o soldador elétrico e o torneiro já mencionado. O funcionário público, mesmo depois dos aumentos auferidos,

ficou em nível inferior, cêrca de 28%

abaixo do seu padrão de vida de princí pios de 1939.

Eis, portanto, uma aproximação da

verdade. Ela não tem pretensões maiores^ do que ser uma "aproximação" mais próxima da verdade do que o panora ma pintado no memorial das entidades

k Agrícolas endereçado ao Senhor Presiden-

y te da República. O Brasil está numa situação gravíssima, quanto à sua pro

dução cada vez mais reduzida, espe

cialmente aquela que fundamenta a

economia de todas as nações, que é a produção primária, inclusive a agrí cola e pastoril. Novos métodos de pro dução devem ser adotados, não só para aumentá-la, como principalmente para

Li.ryrrs de lcedres Iregítinaa expressão do solidariedade, comunhão e cooperação DA\rr Campista Filho

aumentar a produtividade do liomem do

DS mais remotos tempos, .sentiam os homens que no princípio de solidariedade

campo, cujo número se reduz paulati

namente. E', a produtividade específi ca de cada indivíduo que lhe determi na o poder aquisitivo. Inútil e contra

producente seria querer le\'antar o pa drão de vida do brasileiro incutindo-lhe a idéia do maior ganho concomilantcmente com menor trabalho... Todos

os brasileiros terão mais elevado padrão de vida no dia em que, pelo'"trabalho intenso e eficiente, produzirem grandes quantidades do bens que, pelas múlti

plas trocas econômicas, marcarão o po

I

'y Jl^

estaria a fòrça capaz de resguardá-los dos perigoS;

' e de preveni-los contra (lesditosas surpresas. Fôrça essa que

No entender do autor, o Lloyd's, se bem que não seja a organização mais antiga

de seguros, é a corporação que insufla ao seguro condições de amplitude que realizam seu ideal de perfeição — poten cialidade e universalidade

predispõe à associação, cujo sentido é universal, porque está em tôdas as re lações — desde os homens vivendo em sociedade, como no equilíbrio dos mun

deza do empreendimento e o aleatório

dos em sistemas solares, nas células dos

da realização.

corpos brutos ou organizados e, ainds

A sociedade anônima, como o seguro, IH

der de compra de cada um, oferecendo

mesmo, na.s relações lógicas que engen

fracionando e triturando os riscos que

o confôrto da civilização.

dram o pensamento.

enfrentam, tomam-se ambos capazes de neutralizar o aleatório, reduzindo-lhe consideravelmente as conseqüências

Na comunhão de pequenos sacrifícios

pela comunhão de maiores interêsses, interpôs-se uma mutualidadc donde sur. giu o seguro.

J^írr";

Da cooperação de capitais em partes desiguais e espontâneas, era encontra da na Holanda do século XVII uma

o Bureau de Mtrm dos Estados Unidos ampliará sitas pesquisas sobre a cio financeiro corrente — declarou James Botjd, diretor do Bureau. Espera-se

recuperação secundaria de petróleo e processos de refinaria durante o exercí

que tais pesquisas aumentem a recuperação de óleo de milhares dos menos pro dutivos poços dos Estados Unidos, contribuindo assim para atenuar a escassez de petróleo. Aa experiências de refinaria dizem respeito aos meios de utilizar as

qualidades brutas menos aproveitáveis.' Engenheiros do Bureau estimam que "hiliões de barris" de óleo podem ser obtidos pelos métodos de recuperação secundária, que incluem melhor emprêgo das fôrças naturais dos tetrenos de ja zidas e o emprê£o de pressões artificiais, como por exemplo' ar ou gás compri mido para estimular o jôrro. Três quartos de poços produtivos do país estão cm processo de esgotair^nto, informa o Bureau, e o emprêgo destes métodos estimuladores surtiria efeito numa grande proporção de poços. As pesquisas sobre os métodos secundários tendentes^ a aumentar a produção petrolífera serão levadas a efeito em tôdas as seis estações de petróleo do Bureau. 'Para custear essas atividadesj o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma verba de 300 mil dólares.

forma para permitir levarem-se a efeito

empreendimentos que superassem o esfôrço individual.

A idéia, entretanto, sòmente chegou à madureza em meados do século pas-, sado, erísejando a que se congregassem frações de capitais — Ações — que vi nham gerar a fôrça incitadora do tra

balho, em uma associação que, por isen ta de teor individual, chamou-se de so ciedade anônima.

Seu objetivo era, segundo Leroy Beaulicu — "faire grand et risquei", que se justifica por duas condições — gran-

perniciosas. Essas poderosas instituições — uma para resguardar valores da destnrição, e outra para criar e multiplicar riquezas — não resultaram ünicamente de deliberações individuais ou das in-

junções de interêsses conjugados. Foram, porém, produtos de lenta ela boração, experimentados nas atividades de cada dia, tanto mais perduráveis

quanto enrijecidos no choque dos sacri fícios de uns com o êxito de outros.

A experiência construída dos impre

vistos da realidade não receia os percal ços do aleatório, porque adquire a faciddade de prever. A organização que daí resulta associa as fôrças da solida

riedade humana, que desta sorte se in\'estem do poder de produzir, como de serem úteis.

Foi assim, na inconsciência de que


1?r-<

-r .í

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Diot-STO Econômico Digesto Econômico 30

trários, à maneira como o pecado inci ta a virtude, o mal desperta o bem.

lenta formação das causas que o gera

navegadores se esfürça\am em atingir o

.A era elizobcthiatia caracteriza-se, ou-

Oriente cm busca clc riqucz;is, cnipe-

trossim. pelo progresso das artes, com a

ano d'c 1680, cm Londres, perto do. cais,

propício em colherem-.se, de fatos cor riqueiros, as sementes que fecundaram

nhando-se em vencer a rcsislcnciu inu-

difusão do gôsto pela poesia, música, li

a maior instituição de resguardo h na vegação c de garantia e fomento à cir

çoilmana. A Itália compelia a defesa do

teratura e teatro, dominando a figura

culação e expansão das riquezas. Uma das principais razões do sucesso e pres

MediterrAneo, c sòmcnte a Espanha c

Portugal Unham domínio absoluto, em

sem par de Shakespeare; e a liistória atesta em largos traços que Elizabetli de

que um modesto negociante, Edward Lloyd, veio estabelecer-se, por volta do para vender café à gente do mar.

Dessa despretensiosa Coffee-House edificou-se no correr dos anos uma po derosa instituição - Lloijd's de Londres

ram, e penetrar no ambiente que foi

— cuja influênda no direito marítimo e

tígio do Lloyd's, — aponta M. Dornas

na indústria da navegação prepondera

em seu livro "L'Assurance Maritime au

como legítimo testemunho da mais há

Lloyd's — está no seu pas.sado

bil e honesta experiência, desempenhan do no domínio dos seguros a função de

manchas.

Bolsa para o mercado mundial. Suas apólices adquirem o prestígio simbólico -

vegação costeira, não poderia compe

trazia virtudes de uma formação sideral,

'Ai

sem

iií

A Inglaterra experimentava alento de

progresso no reinado de Elizabeth, em

tem os esforços e cuidados no cobrirem

relevo principalmente por haver sucedi do à época sombria de Mary Tudor,

j] riscos ao tempo da navegação cheia de

que nas prolongadas ausências do prín

A respeito, disse um escritor francês — "a apólice Lloyd's reflete os hábitos de um povo apaixonado de empirísmo e, por isso, é desconcertante para os espí ritos continentais propensos aos arran

jos da lógica".

De um passado distante, o Lloyd's emerge envolto em sedução lendária, re

cipe consorte, entregava-se ao fanatis mo rebgioso na "fria majestade de mu lher estéril". Phllippe II não lhe poden do dar herdeiro para o trono, gerou em

seu temperamento idéias cruéis dos pro cessos da inquisição em plena exuberân cia na Espanha. Por isso, o povo inglês acolheu cheio berana que o estrangeiro e intransigência

de esperanças a nova so vinha libertar do domínio pôr embargos à sinistra do catolicismo.

presentando na história, não o descobri dor ou inventor do seguro, mas a orga nização que soube explorar os segrédos

como não lhes pedisse dinheiro, êles de

das fòrças da associação no ritmo dos

ram-lhe, então, absoluta lealdade, sem

anseios

exigir maiores liberdades. A côrte parcimoniosa infundia respeito, despertando

e exigências da navegação c

do seguro. E tornou-se, assim, a maior instituição de seguros, não sendo com

panhia de seguros, e suas regras, até hoje, encontram aceitação universal, por seu caráter próprio e independência ao jurismo das ordenações marítimas. Para bem compreendê-lo é mister re

troceder no tempo, como a sondar a

Elizabeth foi forte, disse

que se firmaram pelos grandes feitos da era dos descobrimentos. Sobretudo incontrastávcl era o domí

nio da Espanha, senhora dos tesouros fa bulosos de Montczuina c do Império dos Incas, pois Portugal, que ainda não fruía do ouro do Brasil, permitia que a muni-

de evolução do seguro pela síntese da sabedoria de suas cláusulas, que refle' perigos.

tir com outras nações européias, cujos

Maurois,

porque foi amada de seus súditos e,

senvolveu a língua nacional,' construiu uma frota poderosa e rompeu com a Igreja Romana. Com a morte da rainha, em março de

1603, veio sucedê-la Jaques I, filho de Maria Sluart, que reinava na Escócia sob o nome de Jaques VI, parecendo

ficência real de Castela viesse fomentar

assim uma feliz união de dois tronos.

as glórias lusitanas, como acontecera a

Nenhum alento trou.\e ao programa de Elizabeth, nem seria de se esperar de uma côrte frívola e corrupta; concluiu entretanto, uni tratado de paz humilde com a Espanha, que reconhecia e as

Femáü de Magalhães. Sentia Elizabeth que a Inglaterra te ria àc SC destacar nessa competição ma

rítima, pois a seu povo sobravam condi

ções de êxito — confiança em si pró

segurava à Inglaterra liberdade de na

prio e vontade tenaz — se esümulada a

vegação nos mares europeus.

navegação e conduzida a melhores rumos. Segundo relata um escritor, "desde o século XV a pirataria inglesa era céle bre, atingindo no século XVI a propor ções patrióücas", pois "entre o comér cio e a pirataria os limites eram mal definidos, considerando-se legais alguj^as formas de pirataria". Foi assim

Jaques I negligenciou em ser forte e terminou seu remado sem dinheiro e

sem na\'ios, tendo suscitado forte pre

venção e hostilidade entre o Parlamen to e o Rei. A crise assume maiores pro

porções no reinado de Carlos I, quando a independência do Parlamento foi sem

igual a de outros que o precederam, tor

marinheiros envolveram-se em feitos de

nando-se vàtorioso o princípio da supe rioridade da Lei sòbre o Rei. Difícil

incrível temeridade, como um de nome

seria fixar as fronteiras • exatas entre o

Francis Drake, que decidiu empreender a volta do mundo pelo estreito de Ma-

poder reál e o poder da lei, e daí os

que, cm Plymouth, certos armadores e

gíilliães e caminho das índias e em se guida atacar portos de Espanha, pondo

conflitos entre os dois poderes.

Carlos I isola-se na côrte, separado de

seu poi'0, sentindo que o poder naval

no povo vontade de servir à sua sobe rana, na convição de que o faria para grandeza da Inglaterra. Elizabetli as sim compreendeu a seu povo, sentindo

a pique algumas, galeras para retornar a sua pátria bem provido de vultosos Êsses acontecimentos, de imensa re

a vocação oceânica do país.

— destinado a incrementar a frota e

percussão, teriam estimulado a navega

equiparar a defesa das costas britânicas.

ção, atuando como a influência dos con

Nenhum proveito resultou, pois a recu-

Entretan

to, a Inglaterra, prêsa à neces^sidade de atender à exigência de sua própria nn-

saques.

despertado por Elizabetli ex"pírava, e, então, apela para as cidades marítimas exigindo um imposto — o ship money


1?r-<

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Diot-STO Econômico Digesto Econômico 30

trários, à maneira como o pecado inci ta a virtude, o mal desperta o bem.

lenta formação das causas que o gera

navegadores se esfürça\am em atingir o

.A era elizobcthiatia caracteriza-se, ou-

Oriente cm busca clc riqucz;is, cnipe-

trossim. pelo progresso das artes, com a

ano d'c 1680, cm Londres, perto do. cais,

propício em colherem-.se, de fatos cor riqueiros, as sementes que fecundaram

nhando-se em vencer a rcsislcnciu inu-

difusão do gôsto pela poesia, música, li

a maior instituição de resguardo h na vegação c de garantia e fomento à cir

çoilmana. A Itália compelia a defesa do

teratura e teatro, dominando a figura

culação e expansão das riquezas. Uma das principais razões do sucesso e pres

MediterrAneo, c sòmcnte a Espanha c

Portugal Unham domínio absoluto, em

sem par de Shakespeare; e a liistória atesta em largos traços que Elizabetli de

que um modesto negociante, Edward Lloyd, veio estabelecer-se, por volta do para vender café à gente do mar.

Dessa despretensiosa Coffee-House edificou-se no correr dos anos uma po derosa instituição - Lloijd's de Londres

ram, e penetrar no ambiente que foi

— cuja influênda no direito marítimo e

tígio do Lloyd's, — aponta M. Dornas

na indústria da navegação prepondera

em seu livro "L'Assurance Maritime au

como legítimo testemunho da mais há

Lloyd's — está no seu pas.sado

bil e honesta experiência, desempenhan do no domínio dos seguros a função de

manchas.

Bolsa para o mercado mundial. Suas apólices adquirem o prestígio simbólico -

vegação costeira, não poderia compe

trazia virtudes de uma formação sideral,

'Ai

sem

iií

A Inglaterra experimentava alento de

progresso no reinado de Elizabeth, em

tem os esforços e cuidados no cobrirem

relevo principalmente por haver sucedi do à época sombria de Mary Tudor,

j] riscos ao tempo da navegação cheia de

que nas prolongadas ausências do prín

A respeito, disse um escritor francês — "a apólice Lloyd's reflete os hábitos de um povo apaixonado de empirísmo e, por isso, é desconcertante para os espí ritos continentais propensos aos arran

jos da lógica".

De um passado distante, o Lloyd's emerge envolto em sedução lendária, re

cipe consorte, entregava-se ao fanatis mo rebgioso na "fria majestade de mu lher estéril". Phllippe II não lhe poden do dar herdeiro para o trono, gerou em

seu temperamento idéias cruéis dos pro cessos da inquisição em plena exuberân cia na Espanha. Por isso, o povo inglês acolheu cheio berana que o estrangeiro e intransigência

de esperanças a nova so vinha libertar do domínio pôr embargos à sinistra do catolicismo.

presentando na história, não o descobri dor ou inventor do seguro, mas a orga nização que soube explorar os segrédos

como não lhes pedisse dinheiro, êles de

das fòrças da associação no ritmo dos

ram-lhe, então, absoluta lealdade, sem

anseios

exigir maiores liberdades. A côrte parcimoniosa infundia respeito, despertando

e exigências da navegação c

do seguro. E tornou-se, assim, a maior instituição de seguros, não sendo com

panhia de seguros, e suas regras, até hoje, encontram aceitação universal, por seu caráter próprio e independência ao jurismo das ordenações marítimas. Para bem compreendê-lo é mister re

troceder no tempo, como a sondar a

Elizabeth foi forte, disse

que se firmaram pelos grandes feitos da era dos descobrimentos. Sobretudo incontrastávcl era o domí

nio da Espanha, senhora dos tesouros fa bulosos de Montczuina c do Império dos Incas, pois Portugal, que ainda não fruía do ouro do Brasil, permitia que a muni-

de evolução do seguro pela síntese da sabedoria de suas cláusulas, que refle' perigos.

tir com outras nações européias, cujos

Maurois,

porque foi amada de seus súditos e,

senvolveu a língua nacional,' construiu uma frota poderosa e rompeu com a Igreja Romana. Com a morte da rainha, em março de

1603, veio sucedê-la Jaques I, filho de Maria Sluart, que reinava na Escócia sob o nome de Jaques VI, parecendo

ficência real de Castela viesse fomentar

assim uma feliz união de dois tronos.

as glórias lusitanas, como acontecera a

Nenhum alento trou.\e ao programa de Elizabeth, nem seria de se esperar de uma côrte frívola e corrupta; concluiu entretanto, uni tratado de paz humilde com a Espanha, que reconhecia e as

Femáü de Magalhães. Sentia Elizabeth que a Inglaterra te ria àc SC destacar nessa competição ma

rítima, pois a seu povo sobravam condi

ções de êxito — confiança em si pró

segurava à Inglaterra liberdade de na

prio e vontade tenaz — se esümulada a

vegação nos mares europeus.

navegação e conduzida a melhores rumos. Segundo relata um escritor, "desde o século XV a pirataria inglesa era céle bre, atingindo no século XVI a propor ções patrióücas", pois "entre o comér cio e a pirataria os limites eram mal definidos, considerando-se legais alguj^as formas de pirataria". Foi assim

Jaques I negligenciou em ser forte e terminou seu remado sem dinheiro e

sem na\'ios, tendo suscitado forte pre

venção e hostilidade entre o Parlamen to e o Rei. A crise assume maiores pro

porções no reinado de Carlos I, quando a independência do Parlamento foi sem

igual a de outros que o precederam, tor

marinheiros envolveram-se em feitos de

nando-se vàtorioso o princípio da supe rioridade da Lei sòbre o Rei. Difícil

incrível temeridade, como um de nome

seria fixar as fronteiras • exatas entre o

Francis Drake, que decidiu empreender a volta do mundo pelo estreito de Ma-

poder reál e o poder da lei, e daí os

que, cm Plymouth, certos armadores e

gíilliães e caminho das índias e em se guida atacar portos de Espanha, pondo

conflitos entre os dois poderes.

Carlos I isola-se na côrte, separado de

seu poi'0, sentindo que o poder naval

no povo vontade de servir à sua sobe rana, na convição de que o faria para grandeza da Inglaterra. Elizabetli as sim compreendeu a seu povo, sentindo

a pique algumas, galeras para retornar a sua pátria bem provido de vultosos Êsses acontecimentos, de imensa re

a vocação oceânica do país.

— destinado a incrementar a frota e

percussão, teriam estimulado a navega

equiparar a defesa das costas britânicas.

ção, atuando como a influência dos con

Nenhum proveito resultou, pois a recu-

Entretan

to, a Inglaterra, prêsa à neces^sidade de atender à exigência de sua própria nn-

saques.

despertado por Elizabetli ex"pírava, e, então, apela para as cidades marítimas exigindo um imposto — o ship money


I

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sa ao novo imposto foi geral, por se ressentir sua promulgação da ausência de participação parlamentar.

A situação agrava-se, pondo em pe rigo o trono, e o Parlamento sai vitorio

so, derrotando o rei que sòmente encon tra recurso na fuga.

Quebrado o despotismo do soberano, o povo, todavia, continua realista; foi

quando surgiu Cromwell, que se pro clama Frotector. Carlos I pereceu no cadafalso e, pouco tempo depois, o pri meiro puritano com pesados doestos dis solvia o parlamento. Cromwell morre em 1658 e, dois anos mais tarde, restaurado o trono, nêle senta-se Carlos II, filho do rei mártir.

Admirador de Luís XIV, a cuja munificôncia havíam-no prendi

Dicb«to

to gênio mercantil e afcrvoramento nos negócios. Os ourives estabelecidos em

Lomhard street lançam as bases do sis tema bancário moderno que fez surgir o Banco da Inglaterra, a primeira institui ção pròpriamente de crédito que vem assegurar o predomínio britânico no mundo, até que a libra, na atualidade, cedesse lugar ao dólar. Royal Exchange é a bôlsa comercial que, por se tomar e.xígua para receber a clientela cada vez maior, deu motivo a

que os homens de negócios preferissem os encontros nas tavemas numerosas por

tôda a City. Foi então que apareceram as Coffee-Hotise, ràpidamente espalha das em tôda Londres. Seus proprielários foram engenhosos no atrair clientela, procurando cada esta

do favores de dinheiro, transfor ma a severidade fanática do pu-

ritanismo na frivolidade amável

dos hábitos de Versailles. Seu

reinado foi próspero, e propícia a políbca a um surto de progresso que come çou a construir a supremacia econômi

ca britânica, cujas capitais estendiamse às principais praças européias, às ín dias e à América do Norte. A Holanda

mantinha, todavia, a superioridade da marinha mercante, porém a Inglaterra não se conformava com essa situação in ferior, e de 1660 a 1688 dobrava a tonelagem de sua frota mercante. Com a restauração, renasciam tam

bém os ideais de Elizabeth, e, sacudido o torpor dos anos de puritanismo, a In

glaterra recuperava energias e adquiria novas forças que lhe viriam assegurar posição primacial entre as nações. Londres cresce em população e em importância, toma-se uma cidade cos mopolita, acolhedora às atividades de outros po\-os, Os lombardos trazem cer

EcoNÓ^^co

belecimento atender preferentemente a determinadas classes

1

que ali encontravam, com res peito às suas atividades, as úl timas notícias e possibilidades de ne gócios.

Tomaram-se

centros

indispensá-veis

aos comerciantes, cientistas, políticos,

professores e estudantes, que no fre-

53

DfoESTo Econômico

mcnlo cm Towcr-Strccl, que aos con

o umlcrwritcr que subscrevia na apóli

gêneres, desde logo, sobrepujou pela publicidade iTiai.s atenta c pela introdu

ce a parte que tomava em determinado

ção das mesas redondas destinadas a

de 5 a 100 libras.

certas categorias de clientes ,que ali

O seguro ainda aparentava um misto

mantinham reservados seus lugares. Ren-

de especulação em jôgo, impregnado

Itzavam-se no lugar as vendas públicas

do teor de uma operação aventurosa, confonne parecera em sua origem sob a forma do empréstimo a grande aven tura, como as legislações o chamaram,

de narios e vinhos, simbolizados nos

lances *'by thc candle", sendo que, no

extinguir da chama, o licilante que a houvesse mais altamente alimentado se

para depois proibir — dinheiro dado a

ria o proprietílrio da coisa vendida. A

risco, ou contrato de risco. O emprés

par das novidades apregoadas diòria-

timo garantia o dono das mercadorias

mcnte pelos empregados, editava o es tabelecimento o Lloyd's News, que pre

contra a fortuna do mar, sendo restituí-

mento no porto do destino. Era a ope

eram estritamente de interesse dos fre

ração do seguro ao inverso, em que o

qüentadores, em feitio semelhante aos primeiros números do nosso "Jornal do Comércio".

Edward Lloyd servia, assim, à sua clientela, mediante forma considerada

perfeita em 1700, pelas informações co merciais e políticas intimamente ligadas a negócios marítimos que lhe chegavam regularmente dos seus numerosos cor respondentes.

ção britânica e marca do nível cultural

sH

*

apropriando-se definitivamente da im- ^ portância o tomador, na hipótese de ve- ^

i-ificar-se o risco previsto. Dominavam os usos e costumes co

merciais, que chegaram a primar sÔbre disposições legais. Principalmente os de Lombard Street eram tidos em

preferência dos usos e costumes às leis, segundo se verificou da cláusula de uma

Naquela época já eram os seguros conhecidos na Inglaterra, para onde os levaram os lombardos, que conserva ram nas apólices expressões italianas. Entretanto, os seguros não eram prodii-' tos da organização técnica, a empresa,

e de adiantamento na vida dos povos.

mercê da qual sua existência é hoje e.x-

Os homens de negócios passaram en tão a preferir os coffee-hotiscs, pois o ambiente das tavernas era menos pro pício à serenidade das propostas e con

clusivamente admissível.

clusões dos negócios. Foi então que, no fim do século XVII, Edward Lioyd fundou seu estabeleci-

prêmio seria pago posteriormente no caso de restituição do empréstimo, e a indenização antecipava-se ao sinistro,

alta conta. Convencionava-se sôbre a

*

inerente à própria profissão e classe, consultas, resoluções, dúvidas, comêço, estímulo e desfêclio de negócios. Foi o material que serviu a modelarem-se os clubs, expressão de confôrto e civiliza

do no caso de o navio chegar a salva

cedeu ao Lloyd's-List, cujas notícias

quentá-las seria a prática de um ato pois que ali encontrariam respostas às

risco, geralmente mínima, pois que ia

Eram explorados por comerdantes,

individualmente, como um negócio aces sório.

Considerava-se segurador todo aque

velha apólice que estatuía que, em caso de litígio, as partes deveriam remeterse aos honrados comerciantes do que

pleitear perante a Justiça. Nessas circunstâncias, como o desen volver natural de um fenômeno econó-

mico-social, à Caffee-House Lloijd's afluiam os negócios de seguros. Aquêle estabelecimento, já então em Lombart Street, adquirira alto conceito co mo centro de negócios legítimos e de honestidade nas transações, e, portanto,

le que comprava um risco e vendia a

um abrigo para os que se não envolves

garantia de ressarcimento, — era êsse

sem na febre de especulações que agita-


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sa ao novo imposto foi geral, por se ressentir sua promulgação da ausência de participação parlamentar.

A situação agrava-se, pondo em pe rigo o trono, e o Parlamento sai vitorio

so, derrotando o rei que sòmente encon tra recurso na fuga.

Quebrado o despotismo do soberano, o povo, todavia, continua realista; foi

quando surgiu Cromwell, que se pro clama Frotector. Carlos I pereceu no cadafalso e, pouco tempo depois, o pri meiro puritano com pesados doestos dis solvia o parlamento. Cromwell morre em 1658 e, dois anos mais tarde, restaurado o trono, nêle senta-se Carlos II, filho do rei mártir.

Admirador de Luís XIV, a cuja munificôncia havíam-no prendi

Dicb«to

to gênio mercantil e afcrvoramento nos negócios. Os ourives estabelecidos em

Lomhard street lançam as bases do sis tema bancário moderno que fez surgir o Banco da Inglaterra, a primeira institui ção pròpriamente de crédito que vem assegurar o predomínio britânico no mundo, até que a libra, na atualidade, cedesse lugar ao dólar. Royal Exchange é a bôlsa comercial que, por se tomar e.xígua para receber a clientela cada vez maior, deu motivo a

que os homens de negócios preferissem os encontros nas tavemas numerosas por

tôda a City. Foi então que apareceram as Coffee-Hotise, ràpidamente espalha das em tôda Londres. Seus proprielários foram engenhosos no atrair clientela, procurando cada esta

do favores de dinheiro, transfor ma a severidade fanática do pu-

ritanismo na frivolidade amável

dos hábitos de Versailles. Seu

reinado foi próspero, e propícia a políbca a um surto de progresso que come çou a construir a supremacia econômi

ca britânica, cujas capitais estendiamse às principais praças européias, às ín dias e à América do Norte. A Holanda

mantinha, todavia, a superioridade da marinha mercante, porém a Inglaterra não se conformava com essa situação in ferior, e de 1660 a 1688 dobrava a tonelagem de sua frota mercante. Com a restauração, renasciam tam

bém os ideais de Elizabeth, e, sacudido o torpor dos anos de puritanismo, a In

glaterra recuperava energias e adquiria novas forças que lhe viriam assegurar posição primacial entre as nações. Londres cresce em população e em importância, toma-se uma cidade cos mopolita, acolhedora às atividades de outros po\-os, Os lombardos trazem cer

EcoNÓ^^co

belecimento atender preferentemente a determinadas classes

1

que ali encontravam, com res peito às suas atividades, as úl timas notícias e possibilidades de ne gócios.

Tomaram-se

centros

indispensá-veis

aos comerciantes, cientistas, políticos,

professores e estudantes, que no fre-

53

DfoESTo Econômico

mcnlo cm Towcr-Strccl, que aos con

o umlcrwritcr que subscrevia na apóli

gêneres, desde logo, sobrepujou pela publicidade iTiai.s atenta c pela introdu

ce a parte que tomava em determinado

ção das mesas redondas destinadas a

de 5 a 100 libras.

certas categorias de clientes ,que ali

O seguro ainda aparentava um misto

mantinham reservados seus lugares. Ren-

de especulação em jôgo, impregnado

Itzavam-se no lugar as vendas públicas

do teor de uma operação aventurosa, confonne parecera em sua origem sob a forma do empréstimo a grande aven tura, como as legislações o chamaram,

de narios e vinhos, simbolizados nos

lances *'by thc candle", sendo que, no

extinguir da chama, o licilante que a houvesse mais altamente alimentado se

para depois proibir — dinheiro dado a

ria o proprietílrio da coisa vendida. A

risco, ou contrato de risco. O emprés

par das novidades apregoadas diòria-

timo garantia o dono das mercadorias

mcnte pelos empregados, editava o es tabelecimento o Lloyd's News, que pre

contra a fortuna do mar, sendo restituí-

mento no porto do destino. Era a ope

eram estritamente de interesse dos fre

ração do seguro ao inverso, em que o

qüentadores, em feitio semelhante aos primeiros números do nosso "Jornal do Comércio".

Edward Lloyd servia, assim, à sua clientela, mediante forma considerada

perfeita em 1700, pelas informações co merciais e políticas intimamente ligadas a negócios marítimos que lhe chegavam regularmente dos seus numerosos cor respondentes.

ção britânica e marca do nível cultural

sH

*

apropriando-se definitivamente da im- ^ portância o tomador, na hipótese de ve- ^

i-ificar-se o risco previsto. Dominavam os usos e costumes co

merciais, que chegaram a primar sÔbre disposições legais. Principalmente os de Lombard Street eram tidos em

preferência dos usos e costumes às leis, segundo se verificou da cláusula de uma

Naquela época já eram os seguros conhecidos na Inglaterra, para onde os levaram os lombardos, que conserva ram nas apólices expressões italianas. Entretanto, os seguros não eram prodii-' tos da organização técnica, a empresa,

e de adiantamento na vida dos povos.

mercê da qual sua existência é hoje e.x-

Os homens de negócios passaram en tão a preferir os coffee-hotiscs, pois o ambiente das tavernas era menos pro pício à serenidade das propostas e con

clusivamente admissível.

clusões dos negócios. Foi então que, no fim do século XVII, Edward Lioyd fundou seu estabeleci-

prêmio seria pago posteriormente no caso de restituição do empréstimo, e a indenização antecipava-se ao sinistro,

alta conta. Convencionava-se sôbre a

*

inerente à própria profissão e classe, consultas, resoluções, dúvidas, comêço, estímulo e desfêclio de negócios. Foi o material que serviu a modelarem-se os clubs, expressão de confôrto e civiliza

do no caso de o navio chegar a salva

cedeu ao Lloyd's-List, cujas notícias

quentá-las seria a prática de um ato pois que ali encontrariam respostas às

risco, geralmente mínima, pois que ia

Eram explorados por comerdantes,

individualmente, como um negócio aces sório.

Considerava-se segurador todo aque

velha apólice que estatuía que, em caso de litígio, as partes deveriam remeterse aos honrados comerciantes do que

pleitear perante a Justiça. Nessas circunstâncias, como o desen volver natural de um fenômeno econó-

mico-social, à Caffee-House Lloijd's afluiam os negócios de seguros. Aquêle estabelecimento, já então em Lombart Street, adquirira alto conceito co mo centro de negócios legítimos e de honestidade nas transações, e, portanto,

le que comprava um risco e vendia a

um abrigo para os que se não envolves

garantia de ressarcimento, — era êsse

sem na febre de especulações que agita-


54

DicliSTo Econômico

va Londres, em que se destacavam as &scroqueries dos "Mares do Sul" — "Sotith

mentos do negócio c a especificação dos riscos. Era a propo.sta na qual os se

sea bubble — que afetou a economia ínglêsa em centenas de milhares de libras.

guradores apunliam seus nomes e a

Atribui-se a influencia conquistada por Lloyd's a terminação da Court Of Assurance, câmara de seguros instituída por Elizabeth, que de algum tempo enlanguescia entre teorias, longe da rea lidade.

^ ^

^

O LIoyd s não é a organização mais antiga de seguros, porém foram êstes que ali afluiram como operações mcrentes às coisas do comércio e da nave

gação, de que se tinha formado centro

quantia a quanto importaria sua respon sabilidade. Desse costume surgiu a e.xpressão undcrwritcr, corrente nos países de língua inglesa, e que corresponde a segurador. Em pouco tempo, o desen volvimento natural dos negócios deter

bôlsa de seguros.

tênlas as operações em thc Room. verda O Llovd foi-se tornando mais com

plexo por se dislcnder c multíplicar-se

Atualmente o Lloyd estende suas ope rações a todo.s os ramos do seguros, cujas

nos

modalidades sc multiplicaram sob sua

hookcrs, ao mesmo tempo que retoma-

\ a seu prestigio Icndimo, passando a en

underwritcrs,

membros,

nomes,

tidade abstrata, símbolo de garantia e

das as perturbações econômicas, resul

.'seguridade.

xas e condições. Havia então as Under-

tantes de fato aleatório, seja a morte de

writing Members Uoijd's ou simples mente os Nomes (nomes), seguradores de categorias diversas que tiveram ne cessidade de se reunir em grupos ou

sindicatos, sendo que cada nome figu

inglesa por suas normas tradicionais e

Com a criação do Lloyd Reglster, ho

cetíveis da cobertura as.securatóría.

Depois de cobrir unicamente riscos marítimo.s, o Lloyd decidiu estender muito além a ação protetora do seguro, considerando ressarcívcis quaisquer da

A corporação Lloyd's Underwritcr ve la pelos ínterôsses c honorabílidade dc

divididos ao máximo os riscos e com

personagem importante, seja a promul gação de uma lei, consideram-se sus

nos pro\'indos do aleatório, desde que

todos os seus associados, disciplinando a

pensados no grande número através de

organização de cada um individualmente,

uma mutunlidade honesta.

traçando regras às suas respectivas fun ções e limitando suas participações.

do cmpirismo dos fatos, é a mesma que

Os bookers — corretores — são os me-

deadores entre o público e os uudencri-

A técnica de suas operações, surgida a ciência edificou sôbre a divisão e dis persão dos riscos.

e segurança, pois que constando no re

gistro naval as principais características

das embarcações e suas respectivas ca tegorias, os riscos apresentavam melho

res e mais certas condições de aprecia ção.

As operações desenvolvem-se em sis

Já alguns anos eram passados e em bom andamento iam os negócios, quan

tema melhor organizado e a cooperação

do Edward Lloyd resolveu dedicar-se aos seguros marítimos, especializando-se

cada vez mais, num sentimento de res

para organiza-los cora os elementos que lhe facultava sua "Lloyd'.s-List", publi

Seus componentes crescem em número,

cidade informativa que foi uma das precursoras da imprensa londrina.

je a cerca de 5 vezes mais.

Comerciantes, capitães, armadores procuravam seu estabelecimento a fim

te aos herdeiros e

entre os grupos e sindicatos estreita-se

ponsabilidade e probidade funcionais.

pois de 400 no ano de 1800 chegam ho O Coffee-Hoiise passou sucessivamen continuadores de

e navios, para o que traziam uma tira

Edward Lloyd, chegando mesmo a des membrar-se no Old Lloyd e New Lloyd. I A venda de café, pretexto originário

de papel — o slip — contendo os ele-

da reunião dos homens de negócios, de-

de obter seguros para suas mercadorias

deira bòlsa.

manteve sua .sédc como

regados de estudar o negócio, fixar ta

je inteiramente independente da Corpo ração Lloyd, veio encontrar o seguro marítimo elemento precioso de e.xpansão

dispersão infinita do risco alcança a

muitos anos

propostos ou conquistados, efetuando-se

seu sistema dc cobertura de riscos. Tõ-

rava como participante de uma quota

amplitude ilimitada da reparação.

icrs, aos quais apresentam os negócios

influência pela extrema flexibilidade de

fixa nos negócios aceitos pelo agente.

realizam seu ideal de perfeição, poten cialidade e universalidade, pois pela

saparcccu aos poucos para ceder lugar ao traio dos .scíguros, transfcrindo-sc oLloyd para o Royai Exchange, onde por

minava o desdobramento nos xinderwri-

de grande importância: entretanto, é a

princípios clássicos que imprimem à prática dos negócios um caráter singu lar. E ainda a corporação que ao se guro insufla condições de amplitude que

55

ling agents, propostos ou agentes encar

organização de seguradores que oferece

maior interesse, sem igual em todo o mundo, peculiar à estrutura segurista

0ÍOESTÜ Econó.mico

O Instituto Nacional de Estatística da França publicou os índices da pro dução industrial em abril dêste ano. O índice geral, incluindo a construção, passou de 113 em março para 115 em abril, em relação a 100 em 1938. Sem w construção, p índice passou de 112 e 113. A indústria do vidro figurou em pri-

rnoiro lugàr com o índice 168, seguida, pela eletricidade com 143 e pelo gás com ]40. Sòmentc; as indústrias de matérias graxas, com 59, dos couros, com 84, e dos fíiinas metálicas, com 79, ainchi figuram abaixo do nível de 1938.


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DicliSTo Econômico

va Londres, em que se destacavam as &scroqueries dos "Mares do Sul" — "Sotith

mentos do negócio c a especificação dos riscos. Era a propo.sta na qual os se

sea bubble — que afetou a economia ínglêsa em centenas de milhares de libras.

guradores apunliam seus nomes e a

Atribui-se a influencia conquistada por Lloyd's a terminação da Court Of Assurance, câmara de seguros instituída por Elizabeth, que de algum tempo enlanguescia entre teorias, longe da rea lidade.

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O LIoyd s não é a organização mais antiga de seguros, porém foram êstes que ali afluiram como operações mcrentes às coisas do comércio e da nave

gação, de que se tinha formado centro

quantia a quanto importaria sua respon sabilidade. Desse costume surgiu a e.xpressão undcrwritcr, corrente nos países de língua inglesa, e que corresponde a segurador. Em pouco tempo, o desen volvimento natural dos negócios deter

bôlsa de seguros.

tênlas as operações em thc Room. verda O Llovd foi-se tornando mais com

plexo por se dislcnder c multíplicar-se

Atualmente o Lloyd estende suas ope rações a todo.s os ramos do seguros, cujas

nos

modalidades sc multiplicaram sob sua

hookcrs, ao mesmo tempo que retoma-

\ a seu prestigio Icndimo, passando a en

underwritcrs,

membros,

nomes,

tidade abstrata, símbolo de garantia e

das as perturbações econômicas, resul

.'seguridade.

xas e condições. Havia então as Under-

tantes de fato aleatório, seja a morte de

writing Members Uoijd's ou simples mente os Nomes (nomes), seguradores de categorias diversas que tiveram ne cessidade de se reunir em grupos ou

sindicatos, sendo que cada nome figu

inglesa por suas normas tradicionais e

Com a criação do Lloyd Reglster, ho

cetíveis da cobertura as.securatóría.

Depois de cobrir unicamente riscos marítimo.s, o Lloyd decidiu estender muito além a ação protetora do seguro, considerando ressarcívcis quaisquer da

A corporação Lloyd's Underwritcr ve la pelos ínterôsses c honorabílidade dc

divididos ao máximo os riscos e com

personagem importante, seja a promul gação de uma lei, consideram-se sus

nos pro\'indos do aleatório, desde que

todos os seus associados, disciplinando a

pensados no grande número através de

organização de cada um individualmente,

uma mutunlidade honesta.

traçando regras às suas respectivas fun ções e limitando suas participações.

do cmpirismo dos fatos, é a mesma que

Os bookers — corretores — são os me-

deadores entre o público e os uudencri-

A técnica de suas operações, surgida a ciência edificou sôbre a divisão e dis persão dos riscos.

e segurança, pois que constando no re

gistro naval as principais características

das embarcações e suas respectivas ca tegorias, os riscos apresentavam melho

res e mais certas condições de aprecia ção.

As operações desenvolvem-se em sis

Já alguns anos eram passados e em bom andamento iam os negócios, quan

tema melhor organizado e a cooperação

do Edward Lloyd resolveu dedicar-se aos seguros marítimos, especializando-se

cada vez mais, num sentimento de res

para organiza-los cora os elementos que lhe facultava sua "Lloyd'.s-List", publi

Seus componentes crescem em número,

cidade informativa que foi uma das precursoras da imprensa londrina.

je a cerca de 5 vezes mais.

Comerciantes, capitães, armadores procuravam seu estabelecimento a fim

te aos herdeiros e

entre os grupos e sindicatos estreita-se

ponsabilidade e probidade funcionais.

pois de 400 no ano de 1800 chegam ho O Coffee-Hoiise passou sucessivamen continuadores de

e navios, para o que traziam uma tira

Edward Lloyd, chegando mesmo a des membrar-se no Old Lloyd e New Lloyd. I A venda de café, pretexto originário

de papel — o slip — contendo os ele-

da reunião dos homens de negócios, de-

de obter seguros para suas mercadorias

deira bòlsa.

manteve sua .sédc como

regados de estudar o negócio, fixar ta

je inteiramente independente da Corpo ração Lloyd, veio encontrar o seguro marítimo elemento precioso de e.xpansão

dispersão infinita do risco alcança a

muitos anos

propostos ou conquistados, efetuando-se

seu sistema dc cobertura de riscos. Tõ-

rava como participante de uma quota

amplitude ilimitada da reparação.

icrs, aos quais apresentam os negócios

influência pela extrema flexibilidade de

fixa nos negócios aceitos pelo agente.

realizam seu ideal de perfeição, poten cialidade e universalidade, pois pela

saparcccu aos poucos para ceder lugar ao traio dos .scíguros, transfcrindo-sc oLloyd para o Royai Exchange, onde por

minava o desdobramento nos xinderwri-

de grande importância: entretanto, é a

princípios clássicos que imprimem à prática dos negócios um caráter singu lar. E ainda a corporação que ao se guro insufla condições de amplitude que

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ling agents, propostos ou agentes encar

organização de seguradores que oferece

maior interesse, sem igual em todo o mundo, peculiar à estrutura segurista

0ÍOESTÜ Econó.mico

O Instituto Nacional de Estatística da França publicou os índices da pro dução industrial em abril dêste ano. O índice geral, incluindo a construção, passou de 113 em março para 115 em abril, em relação a 100 em 1938. Sem w construção, p índice passou de 112 e 113. A indústria do vidro figurou em pri-

rnoiro lugàr com o índice 168, seguida, pela eletricidade com 143 e pelo gás com ]40. Sòmentc; as indústrias de matérias graxas, com 59, dos couros, com 84, e dos fíiinas metálicas, com 79, ainchi figuram abaixo do nível de 1938.


"l —

57

Dicesto Econômico

rio, tenham resolvido manter uma certa estabilidade cambial, durante um deter

A Bstabilidade Cíuiiiíi.d r o itiiido

minado período; convcticionemos, ou-

moriíManíi nd: ni.-uiiitiiíii Dorival Teixeira

trossim, que uma unidade de moeda do país A seja igual a 20 unidades de moe

Vieira

(Professor da cadeira de "Valor e Formação dos Preços" da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo) O tratarmos da estabili

dade

portação diminuir; o país cujos preços

da do país B. No momento em que firmam tal acordo, os preços do país A e do pais B guardam entre si certas relações; para oxcmplificação, conside remos artigos que possam ser fabricados tanto em A quanto cm B, sejam objetos de matéria plástica; .se um determinado

internos se mantêm relati\'amente está

ser possível a revenda a preços ligeira

veis vê suas exportações aumentarem

e as suas importações se reduzirem. Tal fenômeno acarreta sérias conse

qüências, no mercado de divisas; se, pa ra o

A, é conveniente vender a B

monetária, deve

o pfof. Dorival Teixeira Vieira, após

mos considerar dois as

analisar os problemas decorrenies da

pectos do mesmo proble ma; o primeiro refere-se

bem desta natureza tem, por unidade,

instabilidade cambial, passa cm revista

o preço 10 no país A, terá em B o

mente mais baixos que os do artigo

à estabilidade do poder

preço 200.

ver a estabilização do câmbio, detendo-

se cuidou da estabilização cambial, sem

se no estudo do Fundo Monetário

atentar para os níveis de preços nos res

Internacional

pectivos mercados internos, podemos su por que as variações de preços em A e

concorrente nacional, ha^"erá grande pro cura de moeda do país exportador, para efetuarem-se compras neste país; como não se passa o mesmo com o importa

aquisitivo da moeda no

mercado interno, enquanto o segundo

as várias medidas tentadas para promo

•z respeito ao valor da moeda no mer

cado internacional.

"^^c^cado interno, dizemos que a

moeda é estável quando apresenta, em

período de tempo, relativa

estabilidade do poder de compra. No mercado externo costumamos falar em

estabilidade monetária, ou cambial, quan o há pequena variabilidade da

taxa de câmbio da moeda de um país, em relação à dos demais.

Êstes problemas, por vezes, têm sido es

de não se atentar para o paralelismo dos preços, em cada uin dos mercados externos; o país cujos preços sobem vê as suas importações crescerem e sua ex

a os isoladamente, cómo se fôssem

uas reàlidades distintas; ora se procura va estabelecer qual o poder aquisitivo da moeda no mercado interno, sem preo

do poder aquisitivo da moeda no mer

cado interno, enquanto o país B deLxa

versa, encontramos tropeços, com

seus preços internos flutuarem, sem ne

quais nunca contávamos.

os

Disso temos

do Brasil; as reformas monetárias e ban

cárias do Império, visando a garantia de relativa estabilidade de preços inter

país B, onde houve descaso ou impos sibilidade de estabilizar os preços inter nos, tal preço passou de 200 a 400, havendo, portanto, em A, 20% de aumen

mercado internacional; tanto a CaLxa de

do externo, deixando-se à parte o pro

esperava.

estabilidade do valor da moeda, tanto

considerado, elevado para 12; mas, no

nos, faliram devido às repercussões no

interno, não deram o resultado que se

num, quanto noutro mercado. Quando se procura dissociar os dois fenômenos e cuidar, por exemplo, da manutenção

nhuma medida corretiva; digamos que, após 5 anos de vigência do tratado, o pais A teve o preço do artigo, por nós

e.xemplos na própria história monetária

cupação com o mercado externo; ora

bial estamos discutindo a questão da

poder de compra de sua moeda, no mer

cia no mercado internacional, ou vice-

cuidava-se, apenas, da moeda no merca

pois, ao falarmos em estabilidade cam

B não sejam paralelas; o país A segue uma política de relativa estabilidade do

cado interno, divorciado de sua influên

Conversão, quanto a de Estabilização Cambial, organismos criados com o fim de estabilizar a taxa de câmbio, sem preocupar-se com a rnoeda no mercado

blema, dentro do próprio país. Não se pode, porém, assim proceder,

Admitindo-se, porém, que

to e em B 100%. O que sucederá?

Os produtores dos artigos de maté

ria plástica, localizados em A, têm maior

Percebe-se atualmente que o proble

do-se um momento inicial qualquer, em um mercado inteiramente livre, verifi caríamos que a taxa cambial resultaria da comparação entre ativo e passivo de uma nação, quer dizer, entre aquilo que a nação vendeu em mercadorias, serviços

e capitais, pelo qual deve receber certa importância em sua moeda, e aquilo que comprou, dando lugar a pagamentos em

moeda estrangeira; daí ser necessário

ra que se estabeleça a comparação de valores.

A taxa cambial entra,.assim,

um lucro na operação de 8 unidades

como um fator na balança de contas do

monetárias.

país, o qual pesará favorável ou desfa-

Êste exemplo, mostra-nos o perigo de se divorciar um fenômeno do outro,

Por estas e outras razões, que adian

te exporemos, o problema da estabilida de cambial tem constituído séria preo cupação para os governos. Consideran

considerar uma taxa de conversão entre as moedas utilizadas nas transações, pa

prio país alcançaria apenas 12, de onde

do, suponhamos dois países quaisquer A e B, os quais, por um acordo monetá

da escassez do dólar.

porque ali alcançam o preço 400, o qual, enquanto se fosse vendido em seu pró

Para melhor esclarecimento do afirma

dor, temos o aumento da procura de di visas de A, e superabundância de divi sas de B; por aí se compreende o coso

interesse em vender seus artigos em B, convertido em sua moeda, dar-lhes-á 20,

ma monetário de cada país, na realida de, confunde-se com o de todos os paí ses, visto haver estreita interdependên cia entre moedas e preços internacionais.

e êstc julga conveniente a compra, \asto

voràvelmente, nos vários momentos de equilíbrio da mesma.


"l —

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Dicesto Econômico

rio, tenham resolvido manter uma certa estabilidade cambial, durante um deter

A Bstabilidade Cíuiiiíi.d r o itiiido

minado período; convcticionemos, ou-

moriíManíi nd: ni.-uiiitiiíii Dorival Teixeira

trossim, que uma unidade de moeda do país A seja igual a 20 unidades de moe

Vieira

(Professor da cadeira de "Valor e Formação dos Preços" da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo) O tratarmos da estabili

dade

portação diminuir; o país cujos preços

da do país B. No momento em que firmam tal acordo, os preços do país A e do pais B guardam entre si certas relações; para oxcmplificação, conside remos artigos que possam ser fabricados tanto em A quanto cm B, sejam objetos de matéria plástica; .se um determinado

internos se mantêm relati\'amente está

ser possível a revenda a preços ligeira

veis vê suas exportações aumentarem

e as suas importações se reduzirem. Tal fenômeno acarreta sérias conse

qüências, no mercado de divisas; se, pa ra o

A, é conveniente vender a B

monetária, deve

o pfof. Dorival Teixeira Vieira, após

mos considerar dois as

analisar os problemas decorrenies da

pectos do mesmo proble ma; o primeiro refere-se

bem desta natureza tem, por unidade,

instabilidade cambial, passa cm revista

o preço 10 no país A, terá em B o

mente mais baixos que os do artigo

à estabilidade do poder

preço 200.

ver a estabilização do câmbio, detendo-

se cuidou da estabilização cambial, sem

se no estudo do Fundo Monetário

atentar para os níveis de preços nos res

Internacional

pectivos mercados internos, podemos su por que as variações de preços em A e

concorrente nacional, ha^"erá grande pro cura de moeda do país exportador, para efetuarem-se compras neste país; como não se passa o mesmo com o importa

aquisitivo da moeda no

mercado interno, enquanto o segundo

as várias medidas tentadas para promo

•z respeito ao valor da moeda no mer

cado internacional.

"^^c^cado interno, dizemos que a

moeda é estável quando apresenta, em

período de tempo, relativa

estabilidade do poder de compra. No mercado externo costumamos falar em

estabilidade monetária, ou cambial, quan o há pequena variabilidade da

taxa de câmbio da moeda de um país, em relação à dos demais.

Êstes problemas, por vezes, têm sido es

de não se atentar para o paralelismo dos preços, em cada uin dos mercados externos; o país cujos preços sobem vê as suas importações crescerem e sua ex

a os isoladamente, cómo se fôssem

uas reàlidades distintas; ora se procura va estabelecer qual o poder aquisitivo da moeda no mercado interno, sem preo

do poder aquisitivo da moeda no mer

cado interno, enquanto o país B deLxa

versa, encontramos tropeços, com

seus preços internos flutuarem, sem ne

quais nunca contávamos.

os

Disso temos

do Brasil; as reformas monetárias e ban

cárias do Império, visando a garantia de relativa estabilidade de preços inter

país B, onde houve descaso ou impos sibilidade de estabilizar os preços inter nos, tal preço passou de 200 a 400, havendo, portanto, em A, 20% de aumen

mercado internacional; tanto a CaLxa de

do externo, deixando-se à parte o pro

esperava.

estabilidade do valor da moeda, tanto

considerado, elevado para 12; mas, no

nos, faliram devido às repercussões no

interno, não deram o resultado que se

num, quanto noutro mercado. Quando se procura dissociar os dois fenômenos e cuidar, por exemplo, da manutenção

nhuma medida corretiva; digamos que, após 5 anos de vigência do tratado, o pais A teve o preço do artigo, por nós

e.xemplos na própria história monetária

cupação com o mercado externo; ora

bial estamos discutindo a questão da

poder de compra de sua moeda, no mer

cia no mercado internacional, ou vice-

cuidava-se, apenas, da moeda no merca

pois, ao falarmos em estabilidade cam

B não sejam paralelas; o país A segue uma política de relativa estabilidade do

cado interno, divorciado de sua influên

Conversão, quanto a de Estabilização Cambial, organismos criados com o fim de estabilizar a taxa de câmbio, sem preocupar-se com a rnoeda no mercado

blema, dentro do próprio país. Não se pode, porém, assim proceder,

Admitindo-se, porém, que

to e em B 100%. O que sucederá?

Os produtores dos artigos de maté

ria plástica, localizados em A, têm maior

Percebe-se atualmente que o proble

do-se um momento inicial qualquer, em um mercado inteiramente livre, verifi caríamos que a taxa cambial resultaria da comparação entre ativo e passivo de uma nação, quer dizer, entre aquilo que a nação vendeu em mercadorias, serviços

e capitais, pelo qual deve receber certa importância em sua moeda, e aquilo que comprou, dando lugar a pagamentos em

moeda estrangeira; daí ser necessário

ra que se estabeleça a comparação de valores.

A taxa cambial entra,.assim,

um lucro na operação de 8 unidades

como um fator na balança de contas do

monetárias.

país, o qual pesará favorável ou desfa-

Êste exemplo, mostra-nos o perigo de se divorciar um fenômeno do outro,

Por estas e outras razões, que adian

te exporemos, o problema da estabilida de cambial tem constituído séria preo cupação para os governos. Consideran

considerar uma taxa de conversão entre as moedas utilizadas nas transações, pa

prio país alcançaria apenas 12, de onde

do, suponhamos dois países quaisquer A e B, os quais, por um acordo monetá

da escassez do dólar.

porque ali alcançam o preço 400, o qual, enquanto se fosse vendido em seu pró

Para melhor esclarecimento do afirma

dor, temos o aumento da procura de di visas de A, e superabundância de divi sas de B; por aí se compreende o coso

interesse em vender seus artigos em B, convertido em sua moeda, dar-lhes-á 20,

ma monetário de cada país, na realida de, confunde-se com o de todos os paí ses, visto haver estreita interdependên cia entre moedas e preços internacionais.

e êstc julga conveniente a compra, \asto

voràvelmente, nos vários momentos de equilíbrio da mesma.


Dioi-:,sj(>

Os desníveis cambiais provocam, en tre outros fenômenos, a chamada perda

EcoN«iMico

presa cjualqiier; convertendo se»i capital

DícESTo EcoNóxnco

Julgamos haver demonstvadu a impor

a estabilização de sua moeda; mas, para

tância do problema dn cslabilidado cam

o país credor, ba\àa o perigo de esse

bial, restandn-no.s apontar as soluções

capital cedido não retomar. O país que

viáveis para o mesmo.

nuas desvalorizações. Podemos tomar um exemplo ilustrati\'o com o caso bra

253:88()$í)0ü; depois de ter negociado, pelo e.spaço do 29 anos, em 1929, resolveu, por qualquer motivo, voltar para sua terra natal; foi, então, novamente

tentativas de estabilização indicou-nos

recebe o empréstimo, para conseguir a estabilização e garantir a sua la.xa cam

sileiro; um saco de café, em 1890, era comprado pe!a Inglaterra por 37$ie8, o

pital do 253:880$000 e verificou cora espanto, que apenas apurou ££ 6.180,

de substância, contra a qual os vários países têm procurado lutar, principal mente aquôlos cuja moeda sofre contí

que eqüivalia a ií 3. 9s - lld; enr

1900, a saca de café era comprada pelu Inglaterra a 57$905, de onde um lucro 15$735. Mas, a taxa cam

bial havia caído e èstes 57.$905 equivalam a ££ 2 - Is . 8(]_

receber o

importador inglês, pela quantia anterior^nte paga, por 60 quilos, na realidade quilos e 680 gramas, ou sejam, 48 g e 680 gramas de graça. O país cujo cam io tende a cair, aquêle que não poe conseguir relativa estabilidade cam

bial, perde substância; o crescer do

preço dc venda internacional é aparene. Na realidade, está recebendo menos

cin iiKicda brasileira obteria

eonverter em libras esterlinas seu ca

A história das

quatro possibilidades.

bial contra flutuações, vê-se forçado a

A primeira seria a volta pura o sim

tendo sofrido uma perda de ££ 3.820,

ples ao padrão-ouro, uma vez. que, no passado, estando as moedas ligadas ao

devido à flutação do câmbio; ora, num

ouro, podíamos considerá-lo como ponto

país de taxa cambial está\-cl isto não

de referência, e graças aos movimentos

aconteceria. Esta tendência de os capi tais procurarem os paí.ses de moeda es-

de seus preços e quantidades ora possí vel restabelecer o equilíbrio cambial;

tá\el representa verdadeira ironia, por que justamente os países que mais pre cisam de capitais são aqueles de econo

tal mecanismo auto-regulador podia, en tretanto, falhar, pois quando ocorria uma flutuação de preços dc grande vio

mia nascente, os mais sujeitos a flutua

lência, o país que a sofresse suspenderia

ção do câmbio.

momcntuneamcnte a conversibilidade de

Acresce a tudo isto o fato de muitos

países serem devedores, visto haverem

lançado mão de emprc.stimos externos para resolver problemas financeiros c

sua moeda e impediria o funcionamento automático do padrão-ouro. Hoje em dia, a esse problema junta-se um outro — o da redistribuição do ouro.

Êste, aos

e entregando mercadoria de graça. E esta uma das razões pelas quais o os os governos têm-se' preocupado

economicos prementes, de outro modo

poucos, graças aos movimentos de mer

insolúveis, pela escassez de capitais.

cado e outros fatores, concentrou-se em

com o problema da estabilidade cambial. as nao se estabilizimi preços, sejam

pagas; acontece, porem; que os recursos

internos, sejam internacionais, por sim

ples pto de vontade, porque há fatores

mtercorrentes, que independem da von tade humana, as chamadas variações de preços sazonais, acidentais e cíclicas.

Outro problema, ligado à estabilida de cambial, é o do movimento interna

cional de capitais, em virtude das varia ções do valor da moeda; o afluxo de ca pitais, no mercado internacional, se faz em direção aos países de moeda está

vel; tomemos um exemplo hipotético, supondo o caso de um capitalista inglês que, em 1900, sendo portador de f£

10.000, quisesse montar aqui uma em

Tais dívidas realizam-se na moeda do

país emprestador e com ela devem ser

mãos dc poucos países e estamos dian te dêste quadro: poucos países com

grande estoque áureo e outros sem ne

seguir uma política de deflação; devido a isso será forçado a restringir .créditos,

provocando a retração dos negócios; apa recem novo.s- problemas sociais, como O

do desemprego, que obrigarão o país a despesas imprevistas, as quais, em gran de parte, imitilizarilo a tentativa, por

e.sgotarem-se as reservas; além disso, po derá o empréstimo ser desviado do seu fim; de qualquer forma, o problema repetir-se-á.

Uma terceira hipótese seria a da ten tativa da cnação de blocos monetários;

adotada esta, teríamos um bloco do dó

lar, outro da libra, ainda outro do rublo e assim por diante, ligando-se os paí

ses,"por gmpos, a uma determinada mo'eda, suposta capaz de garantir uma

relativa estabilidade cambial dentro do bloco. O.problema, porém, continuaria aberto enbe blocos, além do risco de uns se oporem aos outros. Se tivermos,

para êste pagamento provêm da arreca

nhum. Voltar do padrão-ouro implica

dação de tributos dos súditos do país devedor, devendo posteriormente a quan

ria em sua redistribuição, pois os paí

no entanto, por objetivo, a paz e não a

ses sem reserva não poderiam voltar a padrão; mesmo no caso da redisbl-

guerra, procuraremos sempre evitar qualquer coisa que conduza a esta idéia

tia arrecadada, em moeda nacional, ser

transformada em divisa e.strangeira; nes te caso a queda da taxa cambial poderá constituir fator de agravamento do ônus;

a dívida do Brasil para com a Inglaterra, em 1900, por exemplo, era de ££ ....

42.423.817, o que eqüivalia a 1.077.056:0008000; se k imaginássemos imobilizada, até 1929, para então resga tá-la, precisaríamos despender 1.740.013:0008000; houve, portanto, um agravamento de 662.957:0008000, devi do à desvalorização cambial.

..iUíiu.

buição, haveria ainda um problema a solucionar — o de se garantir o paralelisTiio no movimento dos preços internos jo.s vários países, som o que o ouro

instrumento de domínio político; dizer-

retornaria ao pais cie moeda mais estável, renovando-se o impasse.

se bloco monetário eqüivale a se dizer bloco político, significando esferas de in

A segunda solução possível seria a dos empréstimos dc estabilização; um banco central, querendo promover a es tabilidade cambial e não tendo recursos, solicitaria empréstimos ao banco cenb^al

fluências, lutas entre moedas e entre blocos; tudo isto conduziria a sérios

dum país de moeda mais estável; o ca

ção de outras práticas complementares,

pital obtido constituiria uma base para

conducentes primeiro à guerra econó-

de blocos, monetários, econômicos e po

líticos, porque a moeda não é apenas instrumentp de troca, e sim também um

desequilíbrios monetários, econômicos, financeiros e, por fim, políticos, entre os blocos, não sendo de admirar a apari


Dioi-:,sj(>

Os desníveis cambiais provocam, en tre outros fenômenos, a chamada perda

EcoN«iMico

presa cjualqiier; convertendo se»i capital

DícESTo EcoNóxnco

Julgamos haver demonstvadu a impor

a estabilização de sua moeda; mas, para

tância do problema dn cslabilidado cam

o país credor, ba\àa o perigo de esse

bial, restandn-no.s apontar as soluções

capital cedido não retomar. O país que

viáveis para o mesmo.

nuas desvalorizações. Podemos tomar um exemplo ilustrati\'o com o caso bra

253:88()$í)0ü; depois de ter negociado, pelo e.spaço do 29 anos, em 1929, resolveu, por qualquer motivo, voltar para sua terra natal; foi, então, novamente

tentativas de estabilização indicou-nos

recebe o empréstimo, para conseguir a estabilização e garantir a sua la.xa cam

sileiro; um saco de café, em 1890, era comprado pe!a Inglaterra por 37$ie8, o

pital do 253:880$000 e verificou cora espanto, que apenas apurou ££ 6.180,

de substância, contra a qual os vários países têm procurado lutar, principal mente aquôlos cuja moeda sofre contí

que eqüivalia a ií 3. 9s - lld; enr

1900, a saca de café era comprada pelu Inglaterra a 57$905, de onde um lucro 15$735. Mas, a taxa cam

bial havia caído e èstes 57.$905 equivalam a ££ 2 - Is . 8(]_

receber o

importador inglês, pela quantia anterior^nte paga, por 60 quilos, na realidade quilos e 680 gramas, ou sejam, 48 g e 680 gramas de graça. O país cujo cam io tende a cair, aquêle que não poe conseguir relativa estabilidade cam

bial, perde substância; o crescer do

preço dc venda internacional é aparene. Na realidade, está recebendo menos

cin iiKicda brasileira obteria

eonverter em libras esterlinas seu ca

A história das

quatro possibilidades.

bial contra flutuações, vê-se forçado a

A primeira seria a volta pura o sim

tendo sofrido uma perda de ££ 3.820,

ples ao padrão-ouro, uma vez. que, no passado, estando as moedas ligadas ao

devido à flutação do câmbio; ora, num

ouro, podíamos considerá-lo como ponto

país de taxa cambial está\-cl isto não

de referência, e graças aos movimentos

aconteceria. Esta tendência de os capi tais procurarem os paí.ses de moeda es-

de seus preços e quantidades ora possí vel restabelecer o equilíbrio cambial;

tá\el representa verdadeira ironia, por que justamente os países que mais pre cisam de capitais são aqueles de econo

tal mecanismo auto-regulador podia, en tretanto, falhar, pois quando ocorria uma flutuação de preços dc grande vio

mia nascente, os mais sujeitos a flutua

lência, o país que a sofresse suspenderia

ção do câmbio.

momcntuneamcnte a conversibilidade de

Acresce a tudo isto o fato de muitos

países serem devedores, visto haverem

lançado mão de emprc.stimos externos para resolver problemas financeiros c

sua moeda e impediria o funcionamento automático do padrão-ouro. Hoje em dia, a esse problema junta-se um outro — o da redistribuição do ouro.

Êste, aos

e entregando mercadoria de graça. E esta uma das razões pelas quais o os os governos têm-se' preocupado

economicos prementes, de outro modo

poucos, graças aos movimentos de mer

insolúveis, pela escassez de capitais.

cado e outros fatores, concentrou-se em

com o problema da estabilidade cambial. as nao se estabilizimi preços, sejam

pagas; acontece, porem; que os recursos

internos, sejam internacionais, por sim

ples pto de vontade, porque há fatores

mtercorrentes, que independem da von tade humana, as chamadas variações de preços sazonais, acidentais e cíclicas.

Outro problema, ligado à estabilida de cambial, é o do movimento interna

cional de capitais, em virtude das varia ções do valor da moeda; o afluxo de ca pitais, no mercado internacional, se faz em direção aos países de moeda está

vel; tomemos um exemplo hipotético, supondo o caso de um capitalista inglês que, em 1900, sendo portador de f£

10.000, quisesse montar aqui uma em

Tais dívidas realizam-se na moeda do

país emprestador e com ela devem ser

mãos dc poucos países e estamos dian te dêste quadro: poucos países com

grande estoque áureo e outros sem ne

seguir uma política de deflação; devido a isso será forçado a restringir .créditos,

provocando a retração dos negócios; apa recem novo.s- problemas sociais, como O

do desemprego, que obrigarão o país a despesas imprevistas, as quais, em gran de parte, imitilizarilo a tentativa, por

e.sgotarem-se as reservas; além disso, po derá o empréstimo ser desviado do seu fim; de qualquer forma, o problema repetir-se-á.

Uma terceira hipótese seria a da ten tativa da cnação de blocos monetários;

adotada esta, teríamos um bloco do dó

lar, outro da libra, ainda outro do rublo e assim por diante, ligando-se os paí

ses,"por gmpos, a uma determinada mo'eda, suposta capaz de garantir uma

relativa estabilidade cambial dentro do bloco. O.problema, porém, continuaria aberto enbe blocos, além do risco de uns se oporem aos outros. Se tivermos,

para êste pagamento provêm da arreca

nhum. Voltar do padrão-ouro implica

dação de tributos dos súditos do país devedor, devendo posteriormente a quan

ria em sua redistribuição, pois os paí

no entanto, por objetivo, a paz e não a

ses sem reserva não poderiam voltar a padrão; mesmo no caso da redisbl-

guerra, procuraremos sempre evitar qualquer coisa que conduza a esta idéia

tia arrecadada, em moeda nacional, ser

transformada em divisa e.strangeira; nes te caso a queda da taxa cambial poderá constituir fator de agravamento do ônus;

a dívida do Brasil para com a Inglaterra, em 1900, por exemplo, era de ££ ....

42.423.817, o que eqüivalia a 1.077.056:0008000; se k imaginássemos imobilizada, até 1929, para então resga tá-la, precisaríamos despender 1.740.013:0008000; houve, portanto, um agravamento de 662.957:0008000, devi do à desvalorização cambial.

..iUíiu.

buição, haveria ainda um problema a solucionar — o de se garantir o paralelisTiio no movimento dos preços internos jo.s vários países, som o que o ouro

instrumento de domínio político; dizer-

retornaria ao pais cie moeda mais estável, renovando-se o impasse.

se bloco monetário eqüivale a se dizer bloco político, significando esferas de in

A segunda solução possível seria a dos empréstimos dc estabilização; um banco central, querendo promover a es tabilidade cambial e não tendo recursos, solicitaria empréstimos ao banco cenb^al

fluências, lutas entre moedas e entre blocos; tudo isto conduziria a sérios

dum país de moeda mais estável; o ca

ção de outras práticas complementares,

pital obtido constituiria uma base para

conducentes primeiro à guerra econó-

de blocos, monetários, econômicos e po

líticos, porque a moeda não é apenas instrumentp de troca, e sim também um

desequilíbrios monetários, econômicos, financeiros e, por fim, políticos, entre os blocos, não sendo de admirar a apari


60

Dicesto

mica e depois pura e simplesmente à guerra. Por Isto, julgamos que das três

Econômico

Dicesto EcoNÓNnco

países forem compelidos a fazer o mes mo, haverá o perigo de escassez, e o

tra de 112 8 meio milhões, cm moeda

os demais países, não poderá solicitar, de uma só vez, a importância total de sua cota, c sim apenas a soma equiva

lente ao .seu lastro curo, uma vez que as medidas de estabilização poderão fa

netário poderá solicitar empréstimos ao

Há, por fim, uma quarta forma de solução — é a cooperação internacional; foi o que se procurou adotar em Bretton

corrente no país, ou sejam, à paridade de Cr$ 18,50 por dólar, 2.081,25 mi lhões de cruzeiros; os Estados Unidos,

lhar, apesar do empréstimo e, neste caso, o país que emprestou nada perderá por que o ouro cm depósito será sua garan

cendo como garantia o ouro de reserva;

Woods, ao ser criado o Fundo Monetá

divididos em 787 e meio milhões cm ou

rio Internacional. Daí o analisarmos com maior detalhe, visto constituir um exem

ro e 2.062 milhões e meio cm dólares.

medidas, até aqui apontadas, a da esta bilização cambial por blocos é a mais perigosa e talvez a mais desastrosa.

plo notável da solução que julgamos ser a melhor.

A primeira de suas finalidades consis-

te em promover a cooperação no mer

cado monetário internacional, seja por troca de informações, seja pela adoção o medidas comuns, capazes de conduzir à estabilidade monetá

ria, no sentido amplo do termo. Para conseguir tal objetivo, o Fundo Monetário compromete-se a emprestar, em períodos curtos e

pelo prazo máximo de 5 anos,

mas de ouro de lei, de acordo com a no

va paridade cambial brasileira, c a ou

ocupando o primeiro lugar, possuem uma cota de 2.750 milhões de dólares,

Fundo não mais poderá operar com dólares (2). Neste caso, a Fundo Mo

próprio país de moeda escassa, ofere poderá ainda entrar em entendimento

tia. O Brasil, então, tomaria empresta dos, no primeiro ano, 37 c meio milhões dc dólare.s, devendo depositar 750 mi

com outro país, o qual não esteja numa situação cambial aflitiva e possua um

Fundo, pela cotação normal do merca do; haverá, por outro lado, a possibi

titui o depósito do país, do que os de mais países devedores poderão lançar

lhões dc cruzeiros, além do seu depósi to normal. Nos primeiros 3 meses ne nhum juro pagará, concUundo-se que se o empréstimo fôr realmente para acu-

mão, caso não as obtenham no mercado

dir a uma situação momentânea não ha

A razao dessa bipartição dc\'e-sc ao seguinte: a parte em ouro forma o fun

do de garantia e a parte de di\'isas cons

li\Te. Um exemplo melhor ilustrará o

verá ônus para o país tomador; se, en

excedente de dólares que venderá ao lidade da troca de dólares por ouro,

porque o Fundo tem a faculdade de poder acumular reservas, oriundas das operações que realizar, auferindo um rendimento próprio, que poderá aplicar na compra de ouro. Pode, ainda, ha

afirmado: suponhamos que, num

tretanto, tal não ocorrer, pagará, nos 9

dado momento, os Estados Uni dos, necessitando divisas em cru

meses subseqüentes, 1/2% dc juros. Ad-

mitlndo-so ainda que, no ano seguinte,

ver o caso da obtenção de dólares graças

zeiros, peçam 20 milhões de cru

nova ocorrência exija um novo emprés

a operações de transferência de capitais; suponhamos que capitalistas norte-ame ricanos queiram estabelecer-se no Bra

Fundo

timo, poderá realizá-lo, nas mesmas con-

Monetário Internacional; da co ta do Brasil seriam retirados os

diçóes; mas, neste caso, cobrar-lhe-ão desde o início 1% de juros, extensíveis ao remanescente do empréstimo anterior; durante 5 anos, sucessivamente, o Brasil

zeiros

emprestados

ao

sil, necessitando, portanto, cruzeiros; em

determinadas importâncias, capazes de reso.\^r desequilíbrios momentâneos,

20 milhões, enquanto os Estados Unidos

onundos de acidentes ou de variações sazonais. Graças a esta assistência, pensa

lhão de dólares, ficando sua parcela de dólares aumentada para 2.063 c meio milhões (1). Na medida em que a es

a taxa do juros, atingindo no último em

tias que necessitam em moeda brasileira, superabundante, em troca de dólares,

funcionamento multilateral dos paga-

cassez de ciaizeiros desaparecesse, os "Estados Unidos iriam repondo os cruzei

em qoc seu crédito estará esgotado,

até então escassos, re£orçando-se, gra ças a esta operação, a reserva do Fundo

gamentos internacionais. Os clientes do

ros da cota do Brasil e retirando a sua

rcstanclo-lho apenas uma única obriga

Monetário. O último recmso, c também

parcela de dólares. O Brasil nada per

ção — a de pagar. Não o fazendo, po

o mais falível, será o de obrigar o país

deria porque estaria

rém,

devedor a repor o que deve.

o Fundo Monetário manter a estabilida de cambial, e dessa maneira facilitar o

Fundo Monetário seriam os governos, através dos bancos centrais, não ope rando o mesmo diretamente com o pú blico. O capital do Fundo é constituí do de cotas, cada uma delas dividida

adicionariam à sua cota mais um mi

garantido

pelo

em 2 parcelas, uma de 37 e meio mi lhões em ouro, ou seja, 33.324.875 gra-

Em linhas gerais, tal é o mecanismo do Fundo Monetário Internacional; mas,

condições, capazes de impedir abusos;

suponhamos que o Brasil precise de dó lares para suas transações; como todos (1) Para comodidade

de cálculo

mou-se o dólar em Cr? 20,00.

préstimo 2,5% para todos ôles, ocasião

o 8.° ano, será advertido; e

yf) atingir-se o 10.° ano, o Fundo cha

acréscimo de 1 milhão de dólares.

252 em ouro e 752 em papel, as quais ' naturalmente, isto representa um em foram prèviamente declaradas pelos vá préstimo, que deve obedecer a certas rios países participantes. Entre ôstes o Brasil ocupa o U.° lugar, como uma co ta de 150 milhões de dólares, divididos

poderá retirar 5 empréstinios, crescendo, porém, anualmente, de meio por cento

esti

mará os países credores para^ que junms estudem o estabelecimento de con dições mais onerosas, como forma de

repressão ao abuso. Visto o caso do país devedor, passernó.s ao país credor; se admitimos que

o Brasil, durante cinco anos, poderia ir retirando dólares, claro está que ôstes faltarão aos Estados Unidos; se outros

lugar de operarem com seus bancos, na América do Norte, negociarão com o Fundo Monetário, recebendo as quan

Todo este mecanismo, porém, repou sa numa condição: a existência de relati

va estabilidade cambial, sem o que,

graças a manobras de desvalorização, um país devedor pouco escrupuloso po derá safar-se das dívidas que contraiu. Tal é a tentativa de cooperação inter(2) o caso da escassez de dólares é ape nas um exemplo, podendo o mesmo ocorrer com outras moedas.


60

Dicesto

mica e depois pura e simplesmente à guerra. Por Isto, julgamos que das três

Econômico

Dicesto EcoNÓNnco

países forem compelidos a fazer o mes mo, haverá o perigo de escassez, e o

tra de 112 8 meio milhões, cm moeda

os demais países, não poderá solicitar, de uma só vez, a importância total de sua cota, c sim apenas a soma equiva

lente ao .seu lastro curo, uma vez que as medidas de estabilização poderão fa

netário poderá solicitar empréstimos ao

Há, por fim, uma quarta forma de solução — é a cooperação internacional; foi o que se procurou adotar em Bretton

corrente no país, ou sejam, à paridade de Cr$ 18,50 por dólar, 2.081,25 mi lhões de cruzeiros; os Estados Unidos,

lhar, apesar do empréstimo e, neste caso, o país que emprestou nada perderá por que o ouro cm depósito será sua garan

cendo como garantia o ouro de reserva;

Woods, ao ser criado o Fundo Monetá

divididos em 787 e meio milhões cm ou

rio Internacional. Daí o analisarmos com maior detalhe, visto constituir um exem

ro e 2.062 milhões e meio cm dólares.

medidas, até aqui apontadas, a da esta bilização cambial por blocos é a mais perigosa e talvez a mais desastrosa.

plo notável da solução que julgamos ser a melhor.

A primeira de suas finalidades consis-

te em promover a cooperação no mer

cado monetário internacional, seja por troca de informações, seja pela adoção o medidas comuns, capazes de conduzir à estabilidade monetá

ria, no sentido amplo do termo. Para conseguir tal objetivo, o Fundo Monetário compromete-se a emprestar, em períodos curtos e

pelo prazo máximo de 5 anos,

mas de ouro de lei, de acordo com a no

va paridade cambial brasileira, c a ou

ocupando o primeiro lugar, possuem uma cota de 2.750 milhões de dólares,

Fundo não mais poderá operar com dólares (2). Neste caso, a Fundo Mo

próprio país de moeda escassa, ofere poderá ainda entrar em entendimento

tia. O Brasil, então, tomaria empresta dos, no primeiro ano, 37 c meio milhões dc dólare.s, devendo depositar 750 mi

com outro país, o qual não esteja numa situação cambial aflitiva e possua um

Fundo, pela cotação normal do merca do; haverá, por outro lado, a possibi

titui o depósito do país, do que os de mais países devedores poderão lançar

lhões dc cruzeiros, além do seu depósi to normal. Nos primeiros 3 meses ne nhum juro pagará, concUundo-se que se o empréstimo fôr realmente para acu-

mão, caso não as obtenham no mercado

dir a uma situação momentânea não ha

A razao dessa bipartição dc\'e-sc ao seguinte: a parte em ouro forma o fun

do de garantia e a parte de di\'isas cons

li\Te. Um exemplo melhor ilustrará o

verá ônus para o país tomador; se, en

excedente de dólares que venderá ao lidade da troca de dólares por ouro,

porque o Fundo tem a faculdade de poder acumular reservas, oriundas das operações que realizar, auferindo um rendimento próprio, que poderá aplicar na compra de ouro. Pode, ainda, ha

afirmado: suponhamos que, num

tretanto, tal não ocorrer, pagará, nos 9

dado momento, os Estados Uni dos, necessitando divisas em cru

meses subseqüentes, 1/2% dc juros. Ad-

mitlndo-so ainda que, no ano seguinte,

ver o caso da obtenção de dólares graças

zeiros, peçam 20 milhões de cru

nova ocorrência exija um novo emprés

a operações de transferência de capitais; suponhamos que capitalistas norte-ame ricanos queiram estabelecer-se no Bra

Fundo

timo, poderá realizá-lo, nas mesmas con-

Monetário Internacional; da co ta do Brasil seriam retirados os

diçóes; mas, neste caso, cobrar-lhe-ão desde o início 1% de juros, extensíveis ao remanescente do empréstimo anterior; durante 5 anos, sucessivamente, o Brasil

zeiros

emprestados

ao

sil, necessitando, portanto, cruzeiros; em

determinadas importâncias, capazes de reso.\^r desequilíbrios momentâneos,

20 milhões, enquanto os Estados Unidos

onundos de acidentes ou de variações sazonais. Graças a esta assistência, pensa

lhão de dólares, ficando sua parcela de dólares aumentada para 2.063 c meio milhões (1). Na medida em que a es

a taxa do juros, atingindo no último em

tias que necessitam em moeda brasileira, superabundante, em troca de dólares,

funcionamento multilateral dos paga-

cassez de ciaizeiros desaparecesse, os "Estados Unidos iriam repondo os cruzei

em qoc seu crédito estará esgotado,

até então escassos, re£orçando-se, gra ças a esta operação, a reserva do Fundo

gamentos internacionais. Os clientes do

ros da cota do Brasil e retirando a sua

rcstanclo-lho apenas uma única obriga

Monetário. O último recmso, c também

parcela de dólares. O Brasil nada per

ção — a de pagar. Não o fazendo, po

o mais falível, será o de obrigar o país

deria porque estaria

rém,

devedor a repor o que deve.

o Fundo Monetário manter a estabilida de cambial, e dessa maneira facilitar o

Fundo Monetário seriam os governos, através dos bancos centrais, não ope rando o mesmo diretamente com o pú blico. O capital do Fundo é constituí do de cotas, cada uma delas dividida

adicionariam à sua cota mais um mi

garantido

pelo

em 2 parcelas, uma de 37 e meio mi lhões em ouro, ou seja, 33.324.875 gra-

Em linhas gerais, tal é o mecanismo do Fundo Monetário Internacional; mas,

condições, capazes de impedir abusos;

suponhamos que o Brasil precise de dó lares para suas transações; como todos (1) Para comodidade

de cálculo

mou-se o dólar em Cr? 20,00.

préstimo 2,5% para todos ôles, ocasião

o 8.° ano, será advertido; e

yf) atingir-se o 10.° ano, o Fundo cha

acréscimo de 1 milhão de dólares.

252 em ouro e 752 em papel, as quais ' naturalmente, isto representa um em foram prèviamente declaradas pelos vá préstimo, que deve obedecer a certas rios países participantes. Entre ôstes o Brasil ocupa o U.° lugar, como uma co ta de 150 milhões de dólares, divididos

poderá retirar 5 empréstinios, crescendo, porém, anualmente, de meio por cento

esti

mará os países credores para^ que junms estudem o estabelecimento de con dições mais onerosas, como forma de

repressão ao abuso. Visto o caso do país devedor, passernó.s ao país credor; se admitimos que

o Brasil, durante cinco anos, poderia ir retirando dólares, claro está que ôstes faltarão aos Estados Unidos; se outros

lugar de operarem com seus bancos, na América do Norte, negociarão com o Fundo Monetário, recebendo as quan

Todo este mecanismo, porém, repou sa numa condição: a existência de relati

va estabilidade cambial, sem o que,

graças a manobras de desvalorização, um país devedor pouco escrupuloso po derá safar-se das dívidas que contraiu. Tal é a tentativa de cooperação inter(2) o caso da escassez de dólares é ape nas um exemplo, podendo o mesmo ocorrer com outras moedas.


63

DtcBSTo Econômico

Dicesto EcoNÓ^^co

02

execução. Mas não está li\Te de críti

créditos a receber estarão dispostos a abrir mão de direitos e de grandes ca

cas, podendo alinhar-se nada menos de

pitais? Se tal não sc der, o Fundo Mo

12, número relativamente grande, pa ra uma medida de estabiUzação que, pe lo menos teoricamente, julgamos a mai.s

com desequilíbrios crônicos, aos quais não poderá atender. E' verdade que a

aconselhável.

criação do Banco Inlcmacional de Re

nacional que se está procurando por em

netário Internacional terá do se haver

A primeira delas afirma que o Fun

construção c Desenvolvimento \isa fa

do Monetário Internacional é muito am

zer, às nações cm dificuldades, financia

plo, uma vez que pretende abranger to dos os países do mundo; há quem di

mentos a longo prazo, capazes de garantir-Uies o reerguimcnlo ou a exqDansão

ga que se êste organismo fôsse mais mo

econômica; se, porém, o banco não fòr

desto e procurasse abrigar apenas cer

bem sucedido em suas operações ou sc recusar empréstimos a certos países, ha

to grupo de países provàvelmente teria

maior^ eficiência. Tal crítica a nosso ver não procede, porquanto, se a acei tássemos, teríamos países dentro do Fundo Monetário, ao lado de outros afas

tados ou esquecidos, o que o transfor maria num bloco monetário, ainda que

bastante amplo; e já tivemos ocasião de apontar ao que tal política monetária nos conduziria.

A segunda crítica é mais importante,

de vez que constata a impossibilidade de o Fundo Monetário poder assumir compromissos passados; êle seria uma so uçao ideal se nos colocássemos em

um ponto dc partida; mas o órgão ga-

rantidor ^ estabilidade monetária in ternacional se instala num dos mais di fíceis momentos para o mundo, ern que poucos são os países possuidores de moeda estável ou apresentando uma si tuação econômica e financeira garantidora de possibilidades de estabilização, enquanto muitos os que têm nece.ssídade de moeda mais estável e de faci

lidades de credito; poucos os que pos suem balança de contas positiva e mui tos üs que a têm negativa. O Fundo Monetário Internacional seria um siste

ma ideal se fôsse possível passar uma esponja no passado; mas, os que têm

verá um desequilíbrio cambial a que o Fundo Monetário não porá paradeiro. Esta crítica é multo procedente e a

cia SC prende uma outra — a de que o Fundo Monetário Internacional é pre maturo. Por não poder acudir a com promissos passados, vai havor-se com um cortejo de devedores insolváveis em

bora

involuntàriamentc, agravando-se

sua situação pelo fato de não ter auto

ridade para impor condições a um país

devedor; por isso, êle promete demais, uma vez que hoje em dia poucos são os países que estão em condições de forne cer recursos, podendo-se mesmo dizer

quG os Estados Unidos sao o único país que está om condições de o fazer; mas.

se fosso atender a todos o"s pedidos de recursos, dos vários membros do Fundo

Monetário, teria de dispôr de 7 bilhões de dólares, enquanto a conversão de to

do o ouro, garantidor das suas opera ções, não chegará a mais de 4 bilhões.

rificação da falta di' proporcionalidade entre as colas c os créditos de que o.s vários países precisam. Os créditos são

fra um catuclismo que o obrigue a so licitar crédito. Pode, porém, suceder

limitados pelas cotas ç justamente o.s países que mais precisam de créditos

forneceu aos mais necessitados.

são 0.S que léin menor ct)la, ciupumlo

judiciosa, por assim dizer, síntese de tôdas as que até aqui foram feitas; diznos que o Fundo Monetário Internacio

os que dè'cs não necessitam são os que a têm maior.

Surge, depois, uma das mais sérias críticas, pois nega que o Fundo Mone tário Internacional possa estabilizar o câmbio, ou au.xiliar a manter os. preços no mercado interno, visto não ter auto

ridade para obrigar o.s países a "por or

que não haja recursos, porque êle os Há, por fim, uma crítica bastante

nal é um instrumento de estabilização

muito delicado, dependendo, do seu ma

nejo, a sua eficiência. Perguntamos, po rém: qual será a instituição cuja efi ciência não dependa de seu manejo? Realmente, o Fundo poderá obter re sultados de acôrdo com o grupo que

dem em ca.sa"; para conseguir tal desiderato, indispensável à sua eficiência, deveria êle, de organismo econômico, transformar-se om organismo político. Mas, num mundo que deseja, acima dc tudo, o respeito à liberdade, será difí

nèlc operar, de acôrdo com o uso que .se fizer de seus recursos, de acôrdo com a orientação que ao mesmo se der; mas, não poderemos dizer se sua orien

cil, senão impossível fazer imposições.

funcionamento.

tação será boa ou má, sem pô-lo em

O Fundo, por isso, não teni autoridade

Ficamos, assim, diante duma alterna

para determinar saneamento de finan ças internas dos países membros, para determinar congelamento de capitais, para evitar mau uso do crédito.

tiva: ou deixaremos o problema sem so

Por fim, poderemos constatar outras críticas menores, que apenas enumera

remos: — diz-se que o Fundo Monetá rio Internacional funciona por jactos, em curta duração; pode, porém, liaver o caso dc uma emergência extraordinária, yrna crise demasiado violenta, um cataclísmo, que levará ao esgotamento do crédito do país membro, som surtir efei tos tão rápidas que lhe permitam saldar

a dívida em curto prazo e, então, ou o

Fundo não receberá ou receberá por

lução ou procuraremos resolvê-lo. Nes ta busca, defrontamo-nos com duas ten

tativas já falidas e uma cujos resultados já são bem conhecidos — a dos blocos políticos, que se transformam em alian ças militares e significam guerra.

Depara-se-nos então esta tentativa de cooperação, monetária internacional, que poderá dar bons resultados. Se isto ocorrer, talvez tenhamos um pouco de ordem e tranqüilidade no mundo, pois, o Fundo Monetário Internacional pressu

põe a idéia de colaboração, de entendi mento entre nações, da buscã de solu

ções de problemas internacionais, sem

Embora admitamos que esse caso é pou co provável, temos de aceitar que, pe

jactos.

lo menos teòricamente, tal possibilidade existe, e não nos parece tão liipotética,

reciprocidade; atendendo aos países que

dada a generalizada "fome de dóla res"; por isso a crítica permanece de pé.

seus membros se torna devedora; mas,

sespero, e, por pequenas que .sejam suas probabilidades de êxito, fazemos votos para que contribua para a solução das

podemos admitir que um país credor so

nossas dificuldades.

Outra crítica possível consiste na ve

conflitos, sem agressões. Êle representa

O Fundo Monetário não' funciona com estão com moeda instável, a maioria de

.'■K.

uma esperança, num mundo em de

I S


63

DtcBSTo Econômico

Dicesto EcoNÓ^^co

02

execução. Mas não está li\Te de críti

créditos a receber estarão dispostos a abrir mão de direitos e de grandes ca

cas, podendo alinhar-se nada menos de

pitais? Se tal não sc der, o Fundo Mo

12, número relativamente grande, pa ra uma medida de estabiUzação que, pe lo menos teoricamente, julgamos a mai.s

com desequilíbrios crônicos, aos quais não poderá atender. E' verdade que a

aconselhável.

criação do Banco Inlcmacional de Re

nacional que se está procurando por em

netário Internacional terá do se haver

A primeira delas afirma que o Fun

construção c Desenvolvimento \isa fa

do Monetário Internacional é muito am

zer, às nações cm dificuldades, financia

plo, uma vez que pretende abranger to dos os países do mundo; há quem di

mentos a longo prazo, capazes de garantir-Uies o reerguimcnlo ou a exqDansão

ga que se êste organismo fôsse mais mo

econômica; se, porém, o banco não fòr

desto e procurasse abrigar apenas cer

bem sucedido em suas operações ou sc recusar empréstimos a certos países, ha

to grupo de países provàvelmente teria

maior^ eficiência. Tal crítica a nosso ver não procede, porquanto, se a acei tássemos, teríamos países dentro do Fundo Monetário, ao lado de outros afas

tados ou esquecidos, o que o transfor maria num bloco monetário, ainda que

bastante amplo; e já tivemos ocasião de apontar ao que tal política monetária nos conduziria.

A segunda crítica é mais importante,

de vez que constata a impossibilidade de o Fundo Monetário poder assumir compromissos passados; êle seria uma so uçao ideal se nos colocássemos em

um ponto dc partida; mas o órgão ga-

rantidor ^ estabilidade monetária in ternacional se instala num dos mais di fíceis momentos para o mundo, ern que poucos são os países possuidores de moeda estável ou apresentando uma si tuação econômica e financeira garantidora de possibilidades de estabilização, enquanto muitos os que têm nece.ssídade de moeda mais estável e de faci

lidades de credito; poucos os que pos suem balança de contas positiva e mui tos üs que a têm negativa. O Fundo Monetário Internacional seria um siste

ma ideal se fôsse possível passar uma esponja no passado; mas, os que têm

verá um desequilíbrio cambial a que o Fundo Monetário não porá paradeiro. Esta crítica é multo procedente e a

cia SC prende uma outra — a de que o Fundo Monetário Internacional é pre maturo. Por não poder acudir a com promissos passados, vai havor-se com um cortejo de devedores insolváveis em

bora

involuntàriamentc, agravando-se

sua situação pelo fato de não ter auto

ridade para impor condições a um país

devedor; por isso, êle promete demais, uma vez que hoje em dia poucos são os países que estão em condições de forne cer recursos, podendo-se mesmo dizer

quG os Estados Unidos sao o único país que está om condições de o fazer; mas.

se fosso atender a todos o"s pedidos de recursos, dos vários membros do Fundo

Monetário, teria de dispôr de 7 bilhões de dólares, enquanto a conversão de to

do o ouro, garantidor das suas opera ções, não chegará a mais de 4 bilhões.

rificação da falta di' proporcionalidade entre as colas c os créditos de que o.s vários países precisam. Os créditos são

fra um catuclismo que o obrigue a so licitar crédito. Pode, porém, suceder

limitados pelas cotas ç justamente o.s países que mais precisam de créditos

forneceu aos mais necessitados.

são 0.S que léin menor ct)la, ciupumlo

judiciosa, por assim dizer, síntese de tôdas as que até aqui foram feitas; diznos que o Fundo Monetário Internacio

os que dè'cs não necessitam são os que a têm maior.

Surge, depois, uma das mais sérias críticas, pois nega que o Fundo Mone tário Internacional possa estabilizar o câmbio, ou au.xiliar a manter os. preços no mercado interno, visto não ter auto

ridade para obrigar o.s países a "por or

que não haja recursos, porque êle os Há, por fim, uma crítica bastante

nal é um instrumento de estabilização

muito delicado, dependendo, do seu ma

nejo, a sua eficiência. Perguntamos, po rém: qual será a instituição cuja efi ciência não dependa de seu manejo? Realmente, o Fundo poderá obter re sultados de acôrdo com o grupo que

dem em ca.sa"; para conseguir tal desiderato, indispensável à sua eficiência, deveria êle, de organismo econômico, transformar-se om organismo político. Mas, num mundo que deseja, acima dc tudo, o respeito à liberdade, será difí

nèlc operar, de acôrdo com o uso que .se fizer de seus recursos, de acôrdo com a orientação que ao mesmo se der; mas, não poderemos dizer se sua orien

cil, senão impossível fazer imposições.

funcionamento.

tação será boa ou má, sem pô-lo em

O Fundo, por isso, não teni autoridade

Ficamos, assim, diante duma alterna

para determinar saneamento de finan ças internas dos países membros, para determinar congelamento de capitais, para evitar mau uso do crédito.

tiva: ou deixaremos o problema sem so

Por fim, poderemos constatar outras críticas menores, que apenas enumera

remos: — diz-se que o Fundo Monetá rio Internacional funciona por jactos, em curta duração; pode, porém, liaver o caso dc uma emergência extraordinária, yrna crise demasiado violenta, um cataclísmo, que levará ao esgotamento do crédito do país membro, som surtir efei tos tão rápidas que lhe permitam saldar

a dívida em curto prazo e, então, ou o

Fundo não receberá ou receberá por

lução ou procuraremos resolvê-lo. Nes ta busca, defrontamo-nos com duas ten

tativas já falidas e uma cujos resultados já são bem conhecidos — a dos blocos políticos, que se transformam em alian ças militares e significam guerra.

Depara-se-nos então esta tentativa de cooperação, monetária internacional, que poderá dar bons resultados. Se isto ocorrer, talvez tenhamos um pouco de ordem e tranqüilidade no mundo, pois, o Fundo Monetário Internacional pressu

põe a idéia de colaboração, de entendi mento entre nações, da buscã de solu

ções de problemas internacionais, sem

Embora admitamos que esse caso é pou co provável, temos de aceitar que, pe

jactos.

lo menos teòricamente, tal possibilidade existe, e não nos parece tão liipotética,

reciprocidade; atendendo aos países que

dada a generalizada "fome de dóla res"; por isso a crítica permanece de pé.

seus membros se torna devedora; mas,

sespero, e, por pequenas que .sejam suas probabilidades de êxito, fazemos votos para que contribua para a solução das

podemos admitir que um país credor so

nossas dificuldades.

Outra crítica possível consiste na ve

conflitos, sem agressões. Êle representa

O Fundo Monetário não' funciona com estão com moeda instável, a maioria de

.'■K.

uma esperança, num mundo em de

I S


Díoesto Ecí)N6>tico

A Estrutura da Unidade Nelson Werneck Sodhé

Sc o período torinenlo.so que medenu entre as lulas da indcpond. ncia o u

65

dos no episódio de Caiuulos. menos im-

porlanlo em suas ações do que em seu conteúdo, — já o mesmo não seria pos-

E um dos fundamentos em

maioridade do segundo imperador já in dicara, nas rebeliões prü\ ineiais, lacu nas sensíveis no sentimento da unidade,

que se embalava, até bem

confe.ssando-.se o príiieipc regente, quan

de do Sul o, após a meia parada de Ita

do escrevia ao rei s«-'U pai. mes(»s depois

raré, dcrramaram-se por São Paulo e

pouco, um ingênuo tipo

de patriotismo, que se fi xou tão perfeitamente na fórmula do "ufanismo",

O nosso prohletna básico é o da unidO'

de nacional.

A unidade política só c

possível se fôr baseada na economia.

ante a nossa imensidade territorial, está

mento assentava no espanto em verifi car como essa imensidade geográfica

conseguira atravessar os tempos, para surgir, finalmente, como nação una e organizada. No fundo, o que surpreen-

ia e orgulhava não era pròpriamente a

extensão de território, — era a unidade. m tôrno do problema da unidade mui to se escreveu, então, e não houve dou

trina que ficasse à margem, nas tenta tivas para a explicação de um processo ao singular. - Singular por todos os motivos, porque, realmente, como se pucoesa, apesar de tantas dis-

pandades, uma nacionalidade que con-

perador menino, apres.sadamenle levado lise mais objetiva da realidade nacional, a surpresa ante a unidade vinha já sendo menor, porque alguns alarmantes sinto

mas começavam a aparecer de que tal

unidade era menos sólida do que pare cia, e não se mantivera, através dos tem

pos, por uma sorte de coesão específi

processo de centralização política e ad

gregadoras tão poderosas que conseguis

ministrativa empreendido pela còrlc de São Cristóvão apenas conseguiria disfar

sem produzir efeitos sensíveis. A unida de, assim, aparecia mais como um efeito

çar as disparidades de crescimento que

de inércia do que como uma conse qüência lógica, que tivesse motivos e

fundamentos fecundos e poderosos. Por

Quando o primado contemplativo e mo" começou a ceder lugar a uma aná-

leração.

maturamente não vimos, na caso da vitó

ria dos rebeldes, junto às bombachas sulinas, os largos chapéus de couro nor destinos, irmanando-se nos passeios da

capital brasileira. Tal atitude de es

quecimento premeditado, entretanto, se ria ainda mais fortemente sacudida

quando, em 1932, as possibilidades económicas de São Paulo mantiveram uma

resistência militar contra a qual foi ne-

cessário lançar mão de elementos colludos em quase todos os demais recantos do País. Que a estrutura unitária se denunciava enfraquecida, e que ciam

numerosos e x iolentos os germes de de

sagregação que nela se prenunciavam,

estava já fora dc qualquer dúvida. O ad

desaparecimiento da ação repressora e

tí>, que mais positivamente denunciou as falbas c.xístcntcs nesse bloco cuja unidajtj se supunha, einliora sem análise, sòlíclamentc assentada. E' que a arrilmia no desenvolvimento das frações em que SC repartira a República, disfarçadas

vento do Estado Novo, em que se repe

preventiva da metrópole lusa, fonte úni de alterar a existência de uma colônia

quase lírico daquele inofensivo "ufanis

nômico apenas entrara em primária ace

foram escoar na capital do País. Só porque as hostilidades terminaram pre

Eoi um período republicano, entretan-

um fermento comum qualquer que, se não fôra fator positivo, impedindo as

de pequenos Estados, dissemelhantes e desproporcionados?

se denunciariam, entre as diversas partes rie um país cujo descnvoh-imenlo eco

tes revolucionárias subiram do Rio Gran

outro lado, com a autonomia e com o

ca da fôrça e emanação exclusiva dc

mente, quebrar as possibilidades do fortalecimento de solicitações centrífu gas que acabassem por fazer-nos, em vez de nação una e extensa, uma série

ao trono, veria a sua autoriiiade iliseiitída, desde o iníeio, e do forma positi\-a, em duas das mais importantes pro víncias do Império, cm uma delas, a dí> extremo sul, alra\és da lula interna tlc apreciáveis proporções, - o largo

ca, mas pela ausência de fôrças desa-

a tantos tipos de cultura e tantas gra ações de riqueza, senão através de

tentativas ou os germes de desagrega ção, pelo menos conseguira, negativa

do à situação dc capitão-mor da provín cia do Hio de Janeiro, assim como o im

consistia na atitude de deslumbramento

fora de dúvida que esse deslumbra

de seu regresso a 1'ortitgal, estar reduzi

sí\'ol quando, nos fins de 1930, as hos

medidas e de aparelhamentos capazes em que nenhuma das zonas era suficien

temente poderosa para alçar-se, isolada mente, a um

movimento do rebeldia

com possibilidades de triunfo, — o Bra

sil, tomado num mundo em que a re volução industrial alterava

sensível o

rapidamente os padrões de existência, começou a denunciar problemas que a fase colonial apenas encobrira, e que. postos em evidência, apareciam com uma eloqüência desmedida para que fôssem esquecidos.

apenas pela fórmula federativa, ameaçagerar aquelas solicitações de disper são» e-iija ausência, no passado, garantij-ji a manutenção unitária de uma exten são geográfica tão considerável. Mesmo que os observadores ti\ C'.s.sem fechado os olhos aos inequívocos sinais

tia, tantos decênios depois, e sob formas ainda mais ásperas e incompatíveis com a realidade, os processos centraliza dores que haviam caracterizado o se gundo período do reinado de D. Pe dro II, procurou disfarçar tais sintomas com o primarismo da queima de ban deiras e de símbolos estaduais, e com

uma interferência minuciosa na vida de cada uma das frações em que se re

partia essa extensão geográfica portento.sa. No fundo, como era natural, os

di.-niinciados pela tormenta de 1893,

problemas permaneceram, em estado po

(juanclo as hostes de Gumercindo Sarai

tencial, apenas adormecidos na acomo dação espontânea da impotência. Que não haviam desaparecido, e que as solu ções nem sequer arranhavam a crosta de

va'foram detidas na Lapa pelo sacrifícíu de Gomes Carneiro, e tivessem obs-

curceido os sintomas de alarma surgi

\


Díoesto Ecí)N6>tico

A Estrutura da Unidade Nelson Werneck Sodhé

Sc o período torinenlo.so que medenu entre as lulas da indcpond. ncia o u

65

dos no episódio de Caiuulos. menos im-

porlanlo em suas ações do que em seu conteúdo, — já o mesmo não seria pos-

E um dos fundamentos em

maioridade do segundo imperador já in dicara, nas rebeliões prü\ ineiais, lacu nas sensíveis no sentimento da unidade,

que se embalava, até bem

confe.ssando-.se o príiieipc regente, quan

de do Sul o, após a meia parada de Ita

do escrevia ao rei s«-'U pai. mes(»s depois

raré, dcrramaram-se por São Paulo e

pouco, um ingênuo tipo

de patriotismo, que se fi xou tão perfeitamente na fórmula do "ufanismo",

O nosso prohletna básico é o da unidO'

de nacional.

A unidade política só c

possível se fôr baseada na economia.

ante a nossa imensidade territorial, está

mento assentava no espanto em verifi car como essa imensidade geográfica

conseguira atravessar os tempos, para surgir, finalmente, como nação una e organizada. No fundo, o que surpreen-

ia e orgulhava não era pròpriamente a

extensão de território, — era a unidade. m tôrno do problema da unidade mui to se escreveu, então, e não houve dou

trina que ficasse à margem, nas tenta tivas para a explicação de um processo ao singular. - Singular por todos os motivos, porque, realmente, como se pucoesa, apesar de tantas dis-

pandades, uma nacionalidade que con-

perador menino, apres.sadamenle levado lise mais objetiva da realidade nacional, a surpresa ante a unidade vinha já sendo menor, porque alguns alarmantes sinto

mas começavam a aparecer de que tal

unidade era menos sólida do que pare cia, e não se mantivera, através dos tem

pos, por uma sorte de coesão específi

processo de centralização política e ad

gregadoras tão poderosas que conseguis

ministrativa empreendido pela còrlc de São Cristóvão apenas conseguiria disfar

sem produzir efeitos sensíveis. A unida de, assim, aparecia mais como um efeito

çar as disparidades de crescimento que

de inércia do que como uma conse qüência lógica, que tivesse motivos e

fundamentos fecundos e poderosos. Por

Quando o primado contemplativo e mo" começou a ceder lugar a uma aná-

leração.

maturamente não vimos, na caso da vitó

ria dos rebeldes, junto às bombachas sulinas, os largos chapéus de couro nor destinos, irmanando-se nos passeios da

capital brasileira. Tal atitude de es

quecimento premeditado, entretanto, se ria ainda mais fortemente sacudida

quando, em 1932, as possibilidades económicas de São Paulo mantiveram uma

resistência militar contra a qual foi ne-

cessário lançar mão de elementos colludos em quase todos os demais recantos do País. Que a estrutura unitária se denunciava enfraquecida, e que ciam

numerosos e x iolentos os germes de de

sagregação que nela se prenunciavam,

estava já fora dc qualquer dúvida. O ad

desaparecimiento da ação repressora e

tí>, que mais positivamente denunciou as falbas c.xístcntcs nesse bloco cuja unidajtj se supunha, einliora sem análise, sòlíclamentc assentada. E' que a arrilmia no desenvolvimento das frações em que SC repartira a República, disfarçadas

vento do Estado Novo, em que se repe

preventiva da metrópole lusa, fonte úni de alterar a existência de uma colônia

quase lírico daquele inofensivo "ufanis

nômico apenas entrara em primária ace

foram escoar na capital do País. Só porque as hostilidades terminaram pre

Eoi um período republicano, entretan-

um fermento comum qualquer que, se não fôra fator positivo, impedindo as

de pequenos Estados, dissemelhantes e desproporcionados?

se denunciariam, entre as diversas partes rie um país cujo descnvoh-imenlo eco

tes revolucionárias subiram do Rio Gran

outro lado, com a autonomia e com o

ca da fôrça e emanação exclusiva dc

mente, quebrar as possibilidades do fortalecimento de solicitações centrífu gas que acabassem por fazer-nos, em vez de nação una e extensa, uma série

ao trono, veria a sua autoriiiade iliseiitída, desde o iníeio, e do forma positi\-a, em duas das mais importantes pro víncias do Império, cm uma delas, a dí> extremo sul, alra\és da lula interna tlc apreciáveis proporções, - o largo

ca, mas pela ausência de fôrças desa-

a tantos tipos de cultura e tantas gra ações de riqueza, senão através de

tentativas ou os germes de desagrega ção, pelo menos conseguira, negativa

do à situação dc capitão-mor da provín cia do Hio de Janeiro, assim como o im

consistia na atitude de deslumbramento

fora de dúvida que esse deslumbra

de seu regresso a 1'ortitgal, estar reduzi

sí\'ol quando, nos fins de 1930, as hos

medidas e de aparelhamentos capazes em que nenhuma das zonas era suficien

temente poderosa para alçar-se, isolada mente, a um

movimento do rebeldia

com possibilidades de triunfo, — o Bra

sil, tomado num mundo em que a re volução industrial alterava

sensível o

rapidamente os padrões de existência, começou a denunciar problemas que a fase colonial apenas encobrira, e que. postos em evidência, apareciam com uma eloqüência desmedida para que fôssem esquecidos.

apenas pela fórmula federativa, ameaçagerar aquelas solicitações de disper são» e-iija ausência, no passado, garantij-ji a manutenção unitária de uma exten são geográfica tão considerável. Mesmo que os observadores ti\ C'.s.sem fechado os olhos aos inequívocos sinais

tia, tantos decênios depois, e sob formas ainda mais ásperas e incompatíveis com a realidade, os processos centraliza dores que haviam caracterizado o se gundo período do reinado de D. Pe dro II, procurou disfarçar tais sintomas com o primarismo da queima de ban deiras e de símbolos estaduais, e com

uma interferência minuciosa na vida de cada uma das frações em que se re

partia essa extensão geográfica portento.sa. No fundo, como era natural, os

di.-niinciados pela tormenta de 1893,

problemas permaneceram, em estado po

(juanclo as hostes de Gumercindo Sarai

tencial, apenas adormecidos na acomo dação espontânea da impotência. Que não haviam desaparecido, e que as solu ções nem sequer arranhavam a crosta de

va'foram detidas na Lapa pelo sacrifícíu de Gomes Carneiro, e tivessem obs-

curceido os sintomas de alarma surgi

\


I

66

um sistema desarticulado, iríamos -ter provas mais adiante.

Nesse quadro, entretanto, havia uma

singularidade que, para justa compre ensão do problema, é necessário distin

guir: a repartição política do país não correspondia, de forma alguma, por ve zes até da pior forma, a uma repartição correspondente da produção, da vida

econômica em seu conjunto. Oriundas das capitanias com que a metrópole lusa pudera enfrentar, numa transferência de

direitos reais, e.xceção formal à legisla ção dominante no tempo, — as provín cias em que, depois, se repartiu a colô nia, colocavam-se como meras ficções geográficas, sem qualquer suporte na realüade. Recebendo tal repartição, o país, que apenas ingressava no domínio das na

ções autônomas, não tivera, por sua vez, fôrças para modificá-

la, porque graves e urgentes problemas de organização e de subsistência política logo o saltearam, com a fase tormentosa a que já nos referimos, fase que desaguou no sistema centralizador do Se.

gundo Império. O processo centralizador, tendo destruído em muito as prerrogati vas os elementos provinciais, conservou-

os dentro dos quadros de repartição poli. tíca antigos, entretanto, fornecendo-lhes, com isso. uma sorte de base sensível

para a inevitável rearticulação. Quando a Republica traduziu os anseios de des

centralização que o programa do partido liberal já acolhera, apressou-se em for necer, com a federação, a estrutura constitucional da autonomia dos Esta

Dicesto

Ecoxónuco

co, em particular, geraram outras fra ções provinciais. Ao processo cie diferen

Dir.f:sTO Econômico

território, entregando-se a i.sso com uma

bandeiras permitisse a existência de bar

ingenuidade espantosa, — indica que os

reiras internas? Embora, constitucional-

ciação nítida com cpie, int«"rnamentc.

sintomas foram dc\ idamenle anotados,

nos vínhamos constituindo. ofeii'cia-se.

o que não espanta, tanto èles se repe

impostos de transito de mercadorias de

com a Republica, a estrutura copiada dos Estados Unidos, cm tjiie o proces so, ao contrário, fòru de integração par

cem na obscuridade e, portanto, as so

celada o múltipla, gerando-se Estados ou da concjuista, ou mesmo da com pra. Entre nós, capitanias gcranun-se de outras, como ])ro\íncias de outras províncias, dentro, pouco mais ou me nos, da mcsnía extensão territorial conse

guida no período cm que as penetrações haviam levado o território brasileiro aos

tiram, mas (pie as suas causas ]XTnume-

luções não podem deixar dc fundar-se senão no tranqüilo empirismo de mu danças de superficie. Empirismo, pelo

que SC vé, estreitamente aparentado àfjiieli: que supunha ter amibulo os ím petos dc centribigisnío e dc autonomia com a queima dc bandeiras, de símbolos e o abandono dc hinos.

A verdade, porém, c que muitt) mais

mcnte, o pagamento e a arrecadação de um Estado a outro fossem condenados, a realidade c que nessa arrecadação mui tos Estados encontravam fonte apreciá vel dc receita. Com

os olhos no

orçamento, fónnula empírica de solução dc problemas muito mais gra\es e pro fundos, cavavam a di.spersão c o antago

nismo, quando não perturbavam, com o cerceamento da livre circulação da ri

queza, o natural dcscn\'olvimento da pro dução.

seus mais amplos limites. Como a capi tania, e depois a pro\íncia, entretanto, o Estado nao correspondia a uma reparti

sensível, para a solução dc tal prübl'-ma,

ção efetiva de riqueza, a um conjunto

\as de repartição nova de áreas geográ ficas, como tôdas as queimas de bandei ras. Não importa, em realidade, que

as dlNcrsas partes do território nacional,

os Estados, e ate os municípios, tenham bandeiras, símbolos e canções próprias.

mites, com estes ou aqueles podercs po líticos, tenham uma participação ete-

harmônico em que a produção, mesmo aquela, clc recursos pri mários, estivesse totalmente con tida.

Que a repartição administra tiva e política, fixada nas áreas geográficas atribuídas aos Es

tados, jamais correspondeu a alguma cou. sa mais do que uma ficção tornou-se

uma cousa de ta! forma evidente que, de alguns anos a esta parte em particu lar, mas já sem nenhum sinal de novida de porque idéia antiga, começaram a aparecer fórmulas salvadoras, também

fundadas em simples ficções, pela refor ma radica! da citada repartição. Proli feraram, e ainda por aí aparecem, ma pas brasileiros em que os Estados são

era a construção, por exemplo, da rodo via Rio-Bahia, do que todas as lontati-

O que importa, para conferir uma es trutura à unidade, realmente, é o esta belecimento de uma economia em que ciiamadas Estados, territórios, ou o que

O que importa é que se sintam ligados por alguma força imanentc, que não de penda de convenções escritas, nem de

liva

fórmulas constitucionais, ou a que tais

movimentos de autonomia que periodi camente aparecem, aqui e ah - como

Quando o norte paranaense escoa

a sua produção pela Sorocabana, nao im porta chamar Paraná aquela reguio. Os

convenções e fórmulas concedam, tão somente, a sanção do fato consumado. A

o do Triângulo Mineiro, há bem pouco,

lei só tem existência efetiva, realmente,

como o Sul de Minas, há mais tempo,

quando traduz uma relação que a rea

como o Sul de Mato Grosso, em anos

lidade impôs. Ora, só se unem aquê-

que já vão longe — são meros sintomas

le.s q"c possuem interesses comuns.

de que os laços econômicos estão sendo

O que nos faltou, realmente, foi a vi são no proporcionar o desenvolvimento tlêsses interesses comuns. Os que apa receram, no decorrer da nossa história,

tolhidos pelos laços políticos. E' mister, então, menos por respeito a fórmulas do

que pelo justo anseio de progresso, con ciliar os planos e admitir a e.xpansão econômica que se vê entravada. Nem

muito mais numerosos e menos extensos,

fizeram-no ao acaso, sem que os moti

quando não aparecem em número re duzido, para ceder lugar à criação de

vasse legislação alguma.

muitos territórios. Sonho primário, do

oposto medidas formais ou efetivas a

mercado norte-americano é menos ligado

mesmo teor daquele que supõe encontrar

com a qual, entretanto, o seu volume de comércio é muito menor.

O poder pú

dos, deixando também inalterados os quadros geográficos antigos. E' verdade sem dúvida, que vimos, através dos tem pos, modificações na repartição das

a salvação nacional na mudança da sede

essa comunhão de interesses,' que gera a solidariedade. Não ó espantoso que o

áreas nacionais: São Paulo e Pernambu

do governo para o centro geográfico do

jnesmo poder que mandava queimar

blico, ao contrário, muitas vezes tem

por depender extraordinariamente do politicamente o Canadá à Inglaterra,


I

66

um sistema desarticulado, iríamos -ter provas mais adiante.

Nesse quadro, entretanto, havia uma

singularidade que, para justa compre ensão do problema, é necessário distin

guir: a repartição política do país não correspondia, de forma alguma, por ve zes até da pior forma, a uma repartição correspondente da produção, da vida

econômica em seu conjunto. Oriundas das capitanias com que a metrópole lusa pudera enfrentar, numa transferência de

direitos reais, e.xceção formal à legisla ção dominante no tempo, — as provín cias em que, depois, se repartiu a colô nia, colocavam-se como meras ficções geográficas, sem qualquer suporte na realüade. Recebendo tal repartição, o país, que apenas ingressava no domínio das na

ções autônomas, não tivera, por sua vez, fôrças para modificá-

la, porque graves e urgentes problemas de organização e de subsistência política logo o saltearam, com a fase tormentosa a que já nos referimos, fase que desaguou no sistema centralizador do Se.

gundo Império. O processo centralizador, tendo destruído em muito as prerrogati vas os elementos provinciais, conservou-

os dentro dos quadros de repartição poli. tíca antigos, entretanto, fornecendo-lhes, com isso. uma sorte de base sensível

para a inevitável rearticulação. Quando a Republica traduziu os anseios de des

centralização que o programa do partido liberal já acolhera, apressou-se em for necer, com a federação, a estrutura constitucional da autonomia dos Esta

Dicesto

Ecoxónuco

co, em particular, geraram outras fra ções provinciais. Ao processo cie diferen

Dir.f:sTO Econômico

território, entregando-se a i.sso com uma

bandeiras permitisse a existência de bar

ingenuidade espantosa, — indica que os

reiras internas? Embora, constitucional-

ciação nítida com cpie, int«"rnamentc.

sintomas foram dc\ idamenle anotados,

nos vínhamos constituindo. ofeii'cia-se.

o que não espanta, tanto èles se repe

impostos de transito de mercadorias de

com a Republica, a estrutura copiada dos Estados Unidos, cm tjiie o proces so, ao contrário, fòru de integração par

cem na obscuridade e, portanto, as so

celada o múltipla, gerando-se Estados ou da concjuista, ou mesmo da com pra. Entre nós, capitanias gcranun-se de outras, como ])ro\íncias de outras províncias, dentro, pouco mais ou me nos, da mcsnía extensão territorial conse

guida no período cm que as penetrações haviam levado o território brasileiro aos

tiram, mas (pie as suas causas ]XTnume-

luções não podem deixar dc fundar-se senão no tranqüilo empirismo de mu danças de superficie. Empirismo, pelo

que SC vé, estreitamente aparentado àfjiieli: que supunha ter amibulo os ím petos dc centribigisnío e dc autonomia com a queima dc bandeiras, de símbolos e o abandono dc hinos.

A verdade, porém, c que muitt) mais

mcnte, o pagamento e a arrecadação de um Estado a outro fossem condenados, a realidade c que nessa arrecadação mui tos Estados encontravam fonte apreciá vel dc receita. Com

os olhos no

orçamento, fónnula empírica de solução dc problemas muito mais gra\es e pro fundos, cavavam a di.spersão c o antago

nismo, quando não perturbavam, com o cerceamento da livre circulação da ri

queza, o natural dcscn\'olvimento da pro dução.

seus mais amplos limites. Como a capi tania, e depois a pro\íncia, entretanto, o Estado nao correspondia a uma reparti

sensível, para a solução dc tal prübl'-ma,

ção efetiva de riqueza, a um conjunto

\as de repartição nova de áreas geográ ficas, como tôdas as queimas de bandei ras. Não importa, em realidade, que

as dlNcrsas partes do território nacional,

os Estados, e ate os municípios, tenham bandeiras, símbolos e canções próprias.

mites, com estes ou aqueles podercs po líticos, tenham uma participação ete-

harmônico em que a produção, mesmo aquela, clc recursos pri mários, estivesse totalmente con tida.

Que a repartição administra tiva e política, fixada nas áreas geográficas atribuídas aos Es

tados, jamais correspondeu a alguma cou. sa mais do que uma ficção tornou-se

uma cousa de ta! forma evidente que, de alguns anos a esta parte em particu lar, mas já sem nenhum sinal de novida de porque idéia antiga, começaram a aparecer fórmulas salvadoras, também

fundadas em simples ficções, pela refor ma radica! da citada repartição. Proli feraram, e ainda por aí aparecem, ma pas brasileiros em que os Estados são

era a construção, por exemplo, da rodo via Rio-Bahia, do que todas as lontati-

O que importa, para conferir uma es trutura à unidade, realmente, é o esta belecimento de uma economia em que ciiamadas Estados, territórios, ou o que

O que importa é que se sintam ligados por alguma força imanentc, que não de penda de convenções escritas, nem de

liva

fórmulas constitucionais, ou a que tais

movimentos de autonomia que periodi camente aparecem, aqui e ah - como

Quando o norte paranaense escoa

a sua produção pela Sorocabana, nao im porta chamar Paraná aquela reguio. Os

convenções e fórmulas concedam, tão somente, a sanção do fato consumado. A

o do Triângulo Mineiro, há bem pouco,

lei só tem existência efetiva, realmente,

como o Sul de Minas, há mais tempo,

quando traduz uma relação que a rea

como o Sul de Mato Grosso, em anos

lidade impôs. Ora, só se unem aquê-

que já vão longe — são meros sintomas

le.s q"c possuem interesses comuns.

de que os laços econômicos estão sendo

O que nos faltou, realmente, foi a vi são no proporcionar o desenvolvimento tlêsses interesses comuns. Os que apa receram, no decorrer da nossa história,

tolhidos pelos laços políticos. E' mister, então, menos por respeito a fórmulas do

que pelo justo anseio de progresso, con ciliar os planos e admitir a e.xpansão econômica que se vê entravada. Nem

muito mais numerosos e menos extensos,

fizeram-no ao acaso, sem que os moti

quando não aparecem em número re duzido, para ceder lugar à criação de

vasse legislação alguma.

muitos territórios. Sonho primário, do

oposto medidas formais ou efetivas a

mercado norte-americano é menos ligado

mesmo teor daquele que supõe encontrar

com a qual, entretanto, o seu volume de comércio é muito menor.

O poder pú

dos, deixando também inalterados os quadros geográficos antigos. E' verdade sem dúvida, que vimos, através dos tem pos, modificações na repartição das

a salvação nacional na mudança da sede

essa comunhão de interesses,' que gera a solidariedade. Não ó espantoso que o

áreas nacionais: São Paulo e Pernambu

do governo para o centro geográfico do

jnesmo poder que mandava queimar

blico, ao contrário, muitas vezes tem

por depender extraordinariamente do politicamente o Canadá à Inglaterra,


68

O problema da unidade brasileira re

pousa, na realidade, no desenvolvimento,

em níveis progressivamente crescentes,

de um mercado interno poderoso o do tado de capacidade aquisitiva efetiva. O

fermento mais forte de dissolução que se encontra em nosso país está no desequiibrio econômico que existe, não própriamente entre Estados, o que não importa, mas entre diversas áreas regionais. O í eal, entretanto, não é que elas cres çam uniformemente, porque para isso não há recurso humano, mas que tenham

Digesto Econômico

Altn-Sorocabanu,

pela

A

Alta-Paulista.

INFLAÇAO

quando não o fez atravé.s de zonas po liticamente estranhas, tomo o norte do

E O ■-t

MECANISMO DOS PREÇOS

Paraná, onde foi abrir terras u lavoura,

Clovjs Leite Rideiro

ou o .sul do Mato Gro.s.so, onde foi forne cer produtos manufaturados, ou o Triân gulo Mineiro e o sul de Goiás, onde foi fornecer transporte.

As nossas zonas cm que a riqueza já SC desenvolveu sufieienlemente para que tonia.sscm fi.sionomia do grandeza singu lar dependem, mais do que cm geral se

interêsses comuns, embora sejam díspa-

])ensa, daquelas outras cm que, hoje, do

res. JvJão se trata de tomar determinada região fornecedora de produtos manu

e, portanto, padrões do e.xistcncia infe

¥ Tm dos erro.s mais frcr]üentc,s, mesmo

1

entre pessoas de rclati\a cultura,

O autor dcsencolve a tese de que a

mas não afeitas ás questões dc natureza econômica, consisto cm dar sentido pu

alto dc preços das utilidades não decorre

ramente moral aos fenômenos econômi

mas resulta dc fatâres objetivos, isto é.

cos, atribuindo, por exemplo, a alta de

do livre jogo do vxccanismo de preços,

preços â excessiva ganância dos co merciantes.

minam níveis dc produção muito bai.\os

Ainda recentemente, cm processo de

faturados, enquanto o resto do país pro-

riores. O engrandecimcnlo brasileiro não está, certamente, na uniformidade

dissídio coletivo processado pelo Tribu

— mesmo poniue a unifonnidade, feliz

4UC não seria apenas nocivo mas ate

mente, é inalingivcl - mas no estabele cimento clc laços econômicos fortes c fecundos. As regiões produtoras têm in

pondendo a um quesito sobre se a ma joração dc salários concedida nos co-

uz matérias-primas tão somente, geranr> uma espécie de imperialismo interno

ridículo. Trata-se de possibilitar a troca interna, de fortalecer os laços econômi cos de dependência, de umas zonas em

relação a outras, de estimular o ritmo de circulação da riqueza, em vez de enIrayá-lo, de criar, pela ausência de interrerencias, quando algo melhor não for possível, condições propícias ao inter

aquelas em áreas con.sumicâmbio entre as áreas de produção. Êssc tornarem-se doras, ou fornecedoras de inatôrias-priintercâmbio existe, de muitas formas, e 'mas, e muito mais interessante. E' existe, de há muito, tendo-se gerado de quando não existem os laços econômicos condições naturais, contra as quais, que geram a solidariedade e que man

entretanto, muito se esforçou o poder público, e por múltiplas formas.

A nossa necessidade é crescer para o interior, não sob a fórmula de ridículas

têm a unidade que aparece o desinte

resse de regiões ficas por regiões po bres, de zonas adiantadas pelas zonas atrasadas. Sô a conquista do mercado

"marchas para oeste" — a que a realida de respondeu com uma pronta e

interno possibilitará a estruturação de

radical "marcha para leste", com o abandono dos campos e a corrida

gerar, com a passagem dos anos, a soli

para as cidades — mas de forma, por exemplo, como São Paulo avançou pela

laços econômicos fecundos, capazes de dariedade que a comunidade de inte

resses fundamenta. E' na economia que repousa a unidade política.

relativa liberdade.

soa, aliás, de inegável competência, res

mcrciários poderia ser causa dc nova al ta dc preços, declarou que a "concreti zação dessa hipótese em realidade de

tais aços, em que o.s padrões de vida de

breza dc determinadas áreas não interes sa aquelas que apresentam fisionomia próspera, porque as possibilidades em

que constitui o único -jyrocesso natural capaz de manter o equilíbrio entre a oferta c a procura cm regime de

nal Regional do Trabalho, o perito, pes

teresse, sem dú\ida, desde que e.xistam

outras regiões .se desenvolvam. A po

de atitudes arbitrárias dos comcrciVinfcs,

penderá exclusivamente dos sÍndicato.s

1

suscitados, pois estes é que poderão pro vocar ou não o aumento do custo das

to de vista estritamente econômico, co

mo cumpre que o seja, chegaremos à conclusão de que nas épocas de infla

ção há tanta culpa por parte dos co merciantes varejistas quanto do próprio público consumidor por essa constante maioração de preços. Realmente, o que

utilidades". Es.sa resposta reflete a opi

determina, em substância, as sucessivas

nião vulgar e corrènte dc que ao co mércio, especialmente ao comércio va

líbrio inflacionário, é o desajustamento

altas de preços, nas épocas de desequi

rejista, cabem todas as culpas da cons

entre a produção c o poder aquisitivo

tante elevação dos preços das utilidades,

anos no Brasil. Êsse sentimento c mais

poder aquisitivo cresce nominalmente, seja por fôrça da inflação monetária

ou menos geral e cria uma.atitude de hostilidade por parte do público consu

jorações de salários, se a produção es

que se vem observando ne^e últimos midor contra o comércio varejista. A verificação da constante alta dc

preços leva cada consumidor a julgar que o crescente sacrifício que Ibc é imposto para aquisição das utilidades de que necessita representa uma atitu

de arbitrária por parte dos comerciantes, que 'são tacliadop de incscrupulosos.

dos consumidores.

À medida que êsse

ou de crédito, seja por sucessivas ma

taciona ou não se desenvolve oin ritmo

correspondente ao dc desenvohdmento do poder aquisitivo, resulta uma cres cente insuficiência daquela para aten

der às necessidades dos consumidores e

às suas possibilidades de aquisição. Nes sa situação, que é alxialmente a dp Bra sil, há três soluções possíveis, como mos

Ora, nada mais falso do que êsse ponto

tra Luiz Baudin em sua obra "El Meca

de vista. Analisado o fenômeno do pon-

nismo de Los Precios" (tradução espa-


68

O problema da unidade brasileira re

pousa, na realidade, no desenvolvimento,

em níveis progressivamente crescentes,

de um mercado interno poderoso o do tado de capacidade aquisitiva efetiva. O

fermento mais forte de dissolução que se encontra em nosso país está no desequiibrio econômico que existe, não própriamente entre Estados, o que não importa, mas entre diversas áreas regionais. O í eal, entretanto, não é que elas cres çam uniformemente, porque para isso não há recurso humano, mas que tenham

Digesto Econômico

Altn-Sorocabanu,

pela

A

Alta-Paulista.

INFLAÇAO

quando não o fez atravé.s de zonas po liticamente estranhas, tomo o norte do

E O ■-t

MECANISMO DOS PREÇOS

Paraná, onde foi abrir terras u lavoura,

Clovjs Leite Rideiro

ou o .sul do Mato Gro.s.so, onde foi forne cer produtos manufaturados, ou o Triân gulo Mineiro e o sul de Goiás, onde foi fornecer transporte.

As nossas zonas cm que a riqueza já SC desenvolveu sufieienlemente para que tonia.sscm fi.sionomia do grandeza singu lar dependem, mais do que cm geral se

interêsses comuns, embora sejam díspa-

])ensa, daquelas outras cm que, hoje, do

res. JvJão se trata de tomar determinada região fornecedora de produtos manu

e, portanto, padrões do e.xistcncia infe

¥ Tm dos erro.s mais frcr]üentc,s, mesmo

1

entre pessoas de rclati\a cultura,

O autor dcsencolve a tese de que a

mas não afeitas ás questões dc natureza econômica, consisto cm dar sentido pu

alto dc preços das utilidades não decorre

ramente moral aos fenômenos econômi

mas resulta dc fatâres objetivos, isto é.

cos, atribuindo, por exemplo, a alta de

do livre jogo do vxccanismo de preços,

preços â excessiva ganância dos co merciantes.

minam níveis dc produção muito bai.\os

Ainda recentemente, cm processo de

faturados, enquanto o resto do país pro-

riores. O engrandecimcnlo brasileiro não está, certamente, na uniformidade

dissídio coletivo processado pelo Tribu

— mesmo poniue a unifonnidade, feliz

4UC não seria apenas nocivo mas ate

mente, é inalingivcl - mas no estabele cimento clc laços econômicos fortes c fecundos. As regiões produtoras têm in

pondendo a um quesito sobre se a ma joração dc salários concedida nos co-

uz matérias-primas tão somente, geranr> uma espécie de imperialismo interno

ridículo. Trata-se de possibilitar a troca interna, de fortalecer os laços econômi cos de dependência, de umas zonas em

relação a outras, de estimular o ritmo de circulação da riqueza, em vez de enIrayá-lo, de criar, pela ausência de interrerencias, quando algo melhor não for possível, condições propícias ao inter

aquelas em áreas con.sumicâmbio entre as áreas de produção. Êssc tornarem-se doras, ou fornecedoras de inatôrias-priintercâmbio existe, de muitas formas, e 'mas, e muito mais interessante. E' existe, de há muito, tendo-se gerado de quando não existem os laços econômicos condições naturais, contra as quais, que geram a solidariedade e que man

entretanto, muito se esforçou o poder público, e por múltiplas formas.

A nossa necessidade é crescer para o interior, não sob a fórmula de ridículas

têm a unidade que aparece o desinte

resse de regiões ficas por regiões po bres, de zonas adiantadas pelas zonas atrasadas. Sô a conquista do mercado

"marchas para oeste" — a que a realida de respondeu com uma pronta e

interno possibilitará a estruturação de

radical "marcha para leste", com o abandono dos campos e a corrida

gerar, com a passagem dos anos, a soli

para as cidades — mas de forma, por exemplo, como São Paulo avançou pela

laços econômicos fecundos, capazes de dariedade que a comunidade de inte

resses fundamenta. E' na economia que repousa a unidade política.

relativa liberdade.

soa, aliás, de inegável competência, res

mcrciários poderia ser causa dc nova al ta dc preços, declarou que a "concreti zação dessa hipótese em realidade de

tais aços, em que o.s padrões de vida de

breza dc determinadas áreas não interes sa aquelas que apresentam fisionomia próspera, porque as possibilidades em

que constitui o único -jyrocesso natural capaz de manter o equilíbrio entre a oferta c a procura cm regime de

nal Regional do Trabalho, o perito, pes

teresse, sem dú\ida, desde que e.xistam

outras regiões .se desenvolvam. A po

de atitudes arbitrárias dos comcrciVinfcs,

penderá exclusivamente dos sÍndicato.s

1

suscitados, pois estes é que poderão pro vocar ou não o aumento do custo das

to de vista estritamente econômico, co

mo cumpre que o seja, chegaremos à conclusão de que nas épocas de infla

ção há tanta culpa por parte dos co merciantes varejistas quanto do próprio público consumidor por essa constante maioração de preços. Realmente, o que

utilidades". Es.sa resposta reflete a opi

determina, em substância, as sucessivas

nião vulgar e corrènte dc que ao co mércio, especialmente ao comércio va

líbrio inflacionário, é o desajustamento

altas de preços, nas épocas de desequi

rejista, cabem todas as culpas da cons

entre a produção c o poder aquisitivo

tante elevação dos preços das utilidades,

anos no Brasil. Êsse sentimento c mais

poder aquisitivo cresce nominalmente, seja por fôrça da inflação monetária

ou menos geral e cria uma.atitude de hostilidade por parte do público consu

jorações de salários, se a produção es

que se vem observando ne^e últimos midor contra o comércio varejista. A verificação da constante alta dc

preços leva cada consumidor a julgar que o crescente sacrifício que Ibc é imposto para aquisição das utilidades de que necessita representa uma atitu

de arbitrária por parte dos comerciantes, que 'são tacliadop de incscrupulosos.

dos consumidores.

À medida que êsse

ou de crédito, seja por sucessivas ma

taciona ou não se desenvolve oin ritmo

correspondente ao dc desenvohdmento do poder aquisitivo, resulta uma cres cente insuficiência daquela para aten

der às necessidades dos consumidores e

às suas possibilidades de aquisição. Nes sa situação, que é alxialmente a dp Bra sil, há três soluções possíveis, como mos

Ora, nada mais falso do que êsse ponto

tra Luiz Baudin em sua obra "El Meca

de vista. Analisado o fenômeno do pon-

nismo de Los Precios" (tradução espa-


"5f

70

Digesto EcoNÓ^^co

71

Digesto Ecosóm ico

nhola): a) distribuição dos produtos, se. gundo um plano fixado pelos dirigentes, conforme o método socialista; b) sis tema de fila, em que são atendidos os

consumidores por ordem de apresenta ção; e c) reajustamento, pelo livre jô-

go do mecanismo dos preços, — que ajusta as disponibilidades da produção ao poder aquistivo dos consumidores, elevando ou reduzindo os preços em conespondência com os morimentos do poder aquistivo.

^ As duas primeiras soluções sao soluções autoritárias, que pressupõem

acentuada

por parte dos produtores ou distribuido de utilidades por parte dèssc grupo. Por ôsse motivo c que os economistas,

todos os meios, a fim de se defender contra as incertezas do presente e do futiuro.

gime de relativa liberdade de concor

como o prof. Gudin, insistem na abso luta impossibilidade da estabilização de preços sem prévia estabilização de salá

rência. Se os bens de consumo são in

rios.

res, mas por um imperativo econômico

que determina a majoração de preços como único processo natural capaz de reequilibrar a procura e a oferta, em re suficientes para atender à procura, é necessário, evidentemente, que se ele, vem os preços para que esta se reduza,

aos industriais c comerciantes, mas a

causa deste, estabelecendo-se entre os

têm culpa os produtores e dis

tôdas as camadas da população. A inflação, rompendo o equilíbrio

influência que se agrava cada vez mais,

tribuidores, que majoram os preços, como o.s consumidores,

que aumentam as compras. Na

realidade, porém, nem uns nem outros a têm, pois a causa do fenômeno reside unicamente nos fatôres determi-

econômico e social, gera a corrupção de costumes. A incerteza com relação

ao futuro em face de uma situa

ção que se modifica dia a dia, com a crescente desvalorização da moeda e a constante alta de

mo de nossos dias é a solução pelo ivre j go do mecanismo de preços, limtando-se a intervenção do Estado à ixaçao ^ e tabelas de preços e raciona

mercadoria ou o serviço de que o di nheiro é apenas a representação; para

lucros, a fim de garantir-se contra as

aumentá-lo o único meio é aumentar a produção" (L. B. obr. cit.); todos os demais processos são ilusórios ou se re

Os produtores majoram os preços de

mento somente em casos excepcionais e pelo tempo indispensável a uma relativa

"O único poder aquistivo real ó a

nomahzaçao dessa situação excepcio- duzem a uma mera transferência do po Ora, a não ser nos regimes de monopolio. o mecanismo dos preços decorre de uma sene complexa de fatôres, aos quais e quase inteiramente estranha a

vontade de cada produtor ou distribui dor, tendo como fundamento a lei da oferta e da procura ou, em outros ter

mos, a relação entre os pedidos margi nais e as ofertas marginais. Asisím, em, um sistema econômico

em que a produção se limita a disponi bilidades insuficientes para atender ao consumo, os preços tendem irresistivel-

mente a se elevar sem qualquer culpa

dicionais de moralidade, como conse

qüência da instabilidade econômica; a

sitivo. E dôssc fenômeno tanto

nantes da inflação do poder aquisitivo e na relativa estagnação da produção.

uçao compatível com o neoliberalis-

corrompem, destruindo as fontes tra contaminação do plano moral, pelo de sequilíbrio econômico, se toma uma con-

de resultados quase sempre con-

riência e a dos demais países do muno ^oci ental. Na realidade, a única so-

ma, 6 sem dúvida secundário, no sen tido de que a corrupção e a ganân

cs próprios costumes por sua vez se

cia são conseqüência e não causa da in flação de preços, atingindo não apenas

venção do Estado na economia, emonstrado sobejamente a nossa expe

Quanto ao aspecto moral do proble

Do plano pròpriamente econômico, a corrupção se estende ao plano moral. E

restabelecendo-se o equilíbrio rompido pelo crescimento do poder aqui

inter

fraproducentes, conforme tem

'

der aquistivo.

E' o que sucede quando se pretende, por exemplo, sem um adequado plano de conjunto, reajustar os salários de de

terminado grupo profissional, sem qual quer aumento da capacidade de produ ção.

Tal reajustamento se limita à

transferência de uma parcela do poder, aquisitivo dos demais grupos para o gru po beneficiado. E tal reajustamento im plica quase sempre em novo fator ínflacionário, porque não só aumenta o custo da produção ou distribuição das merca

dorias ou serviços a cargo do grupo rea justado, como determina maior procura

preços, acarreta uma sensação de insegurança, que leva cada um

ao desejo de obtenção de maiores vicissitudes do dia seguinte.

planos econômico e moral uma inter-

enquanto persistem os fatôres fundamen tais da inflação. E' o que se tem obser vado neste últimos anos no Bra

sil, em que tôdas as formas de atividades, no plano econômico,

no plano moral, no plano políti co, refletem o desequilíbrio da época contemporânea e os funes tos efeitos da inflação. Não se

justifica, portanto, de forma alguma, a atribuição da alta de preços a atítudes arbitrárias do comércio varejista, como

suas mercadorias, os distribuidores au

faz em geral o povo, levado por uma

mentam as suas margens de lucro e os consumidores, na antevisão de preços mais altos, pagam quaisquer preços, estabelecendo-se entre êles uma verdadei ra concorrência aquisitiva. A essa ele

lado, em que é o comércio varejista a última etapa do processo de produção e distribuição dos bens, aquela que está

vação de preços, decorrente da ex-pectativa futura, é que os economistas clia-

mam "dimensão econômica", que se tor na, destarte, um novo fator de agrava

mento do processo inflacionárío. As dificuldades de vida, oriundas da

ruptura do equilíbrio econômico e so cial, contaminam aos poucos tôdas as

observação superficial e falsa dos fatos. A razão dessa atitude está, por outro

em direto contacto com o público con sumidor. Por êsse motivo, os observa

dores superficiais sòmente vêm o lucro do comerciante varejista com o qual está em contacto, atribuindo-lhe, exclusi vamente, a responsabilidade por um lon

go processo de produção e distribqição, de cuja cadeia é simplesmente o último

camadas da população. A "aurea sacra fames" se generaliza, corrompendo os

elo e o menos responsável pelo preço

caracteres e levando cada um a procu

consumidor.

rar o máximo possível de lucres, por

por que é o produto apresentado ao Atrás dêle ficaram os elos originais e


72

Drci^TO Ecokónhco

intermediários, o comércio atacadista, o grossista, o fabricante do produto manu

faturado, o fornecedor das matérias-pri mas, o financiador, cujos lucros são gerajmente maiores que os seus, mas que nao aparecem porque seu contacto com

o publico sòmente se faz através do co mercio varejista.

Muito ao contrário do que se pode supor, os lucros normais do comércio varejista no Brasil são relativamente mó-

icos, se se tiver em consideração o avu ta o índice de suas despesas ge rais. Infelizmente, não dispomos, nesse Ordenados

Administração Propaganda

Magazins 6,6 até 7,1 6,9 2.7 2,3

Aluguéis

Luz 0,2 Expedição 0,7 Acondicionamento

0.6

Seguros '^ ^ 0,4 Impostos q'4 Despesas gerais 17 Depreciação

7,8 •3,6 3,5 0,3

1,0 1.4

0,5 0,7

.... 0,2

1,9 0,4

0,5

0,6

Prejuízo devedo res

0,2 Juros do capital. 1,9

Total das despe sas

Preço no varejo

Custo

sentido, de dados estatislicos suficien

tes. Se utilizarmos, porém, os dados es tatísticos norte-americanos, poderemos fazer uma idéia, mai.s ou menos nítida, da relativa moclicidade desses lucros.

De Cr$ 100,00 150,00 200,00 250,00

a a a a

150,00 200,00 250,00 300,00

% de lucro bruto inferior a 50% " 40% 33%

até 200,00 " 250,00 " 300,00 " 350,00

" 27,2%

Julius Hirsch em "O comércio rho-

Ias da empresa referida, verificaremos

demo, sua organi2mção e suas for-

Tomando-se como índice das despesas

pág. 219, utilizando dados estatísticos da "Tlie National Ca.sh

gerais a procentagem de 30% indicada

que os lucros líquidos teoricamente pos

pelas estatísticas norte-americanas e pe-

síveis são os seguintes:

Register Company", no.s dá os ín dices de despesas gerais do comér

Preço no varejo

cio varejista nos Estados Unidos cal

Até Cr$ 200.00

culadas percentualmcntc sôbre o to

250,00 300,00

tal das vendas:

Lucro máximo possível menos de 20% " 10%

"

0,3 2,6

25,3%" 31,7%

Drogarias

Móveis

12,0 3,6 0,7 2,8

6,73

0,8

0,92 0,94

0.1

0,9 0,4 0,4

1,5 0,2 0,6 0,3

3,0 3,72 5,94

Confecções

Calçados

13,39 2,0 3,24

10,5

Êsses dados revelam que nenhuma ou

3,9 2,1

quase nenhuma culpa cabe ao comércio

3,24

2.9

0,65 0,72

0,0

0,55

0,6

0,95 0,20

1,10

0,31

2,14

0,10 2,33

0,6 0,7 1,0 0,1

1,94

27,4%

Como se vê por êsses dados, o total

28,41%

encareciraento do preço da mão-de-obra

0,0

0,41 1.17 0,40

0,3

0,42

0,3

0,35

3,4

28,45%

27,0%

3,1

varejista pela constante alta dos preços de calçados, dctenninada pelo imenso

das despesas gerais para os grupos de

suas despesas gerais médias em 30,1%. Ora, as margens normais de lucro, entre nós, não excedem de muito essa petcentagem. Se tomarmos por exemplo o

consideráveis e bem organizadas emprê-

comércio de calçados, que está indire tamente tabelado pelo decreto-lei 7.404,

atividade indicados varia de 25 3% a 31,7%. No Brasil êsses índices devem ser bem mais avultados. Uma das mais .sas de vendas de calçados, com 29 estábelecimentos sediados no Distrito Fede

ral, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Minas Ge rais e Rio Grande do Sul, calculou as

do 22-3-1945 (lei do imposto de con sumo), verificaremos que, para as clasííes mais usuais de calçados, os

lucros máximos teòricamcnte possíveis são os seguintes:

w-J o __j *

3%

" 0,2%

350,00

Despesas

Consertos

DigE-sto Econó>uco

próprio morimento inflacionário, eram sempre feitas por preços superiores aos do estoque anteriormente vendido aos consumidores.

A análise desses dados nos mostra,

e das matérias-primas, fatores agravado.s pela inflação do poder aquisiti vo e pela crescente desvalorização da

portanto, quanto é falsa a opinião vulgar de que, como sustentou inadvertidamen te o perito a que nos referimos no início

moeda.

dêste trabalho, depende exclusivamente

É verdade que durante êsses últimos anos de inflação o comércio varejista realizou, aparentemente, grandes lucros com a constante valorização de seus es

dos sindicatos representativos das ativi

toques; dizemos aparentemente porque tais lucros foram, em grande parte, in vertidos na reposição dos próprios es toques valorizados, pois as compras para reposição dos estoques, em virtude do

dades do comércio varejista a alta ou a

baixa dos preços das mercadorias. Tal fenômeno, nos regimes de livre iniciativa

e de relativa liberdade de comércio, são determinados por fatores econômicos

objetivos, sobre os quais os fatôres de ordem psicológica apenas se refletem, sem alterá-los substancialmente.


72

Drci^TO Ecokónhco

intermediários, o comércio atacadista, o grossista, o fabricante do produto manu

faturado, o fornecedor das matérias-pri mas, o financiador, cujos lucros são gerajmente maiores que os seus, mas que nao aparecem porque seu contacto com

o publico sòmente se faz através do co mercio varejista.

Muito ao contrário do que se pode supor, os lucros normais do comércio varejista no Brasil são relativamente mó-

icos, se se tiver em consideração o avu ta o índice de suas despesas ge rais. Infelizmente, não dispomos, nesse Ordenados

Administração Propaganda

Magazins 6,6 até 7,1 6,9 2.7 2,3

Aluguéis

Luz 0,2 Expedição 0,7 Acondicionamento

0.6

Seguros '^ ^ 0,4 Impostos q'4 Despesas gerais 17 Depreciação

7,8 •3,6 3,5 0,3

1,0 1.4

0,5 0,7

.... 0,2

1,9 0,4

0,5

0,6

Prejuízo devedo res

0,2 Juros do capital. 1,9

Total das despe sas

Preço no varejo

Custo

sentido, de dados estatislicos suficien

tes. Se utilizarmos, porém, os dados es tatísticos norte-americanos, poderemos fazer uma idéia, mai.s ou menos nítida, da relativa moclicidade desses lucros.

De Cr$ 100,00 150,00 200,00 250,00

a a a a

150,00 200,00 250,00 300,00

% de lucro bruto inferior a 50% " 40% 33%

até 200,00 " 250,00 " 300,00 " 350,00

" 27,2%

Julius Hirsch em "O comércio rho-

Ias da empresa referida, verificaremos

demo, sua organi2mção e suas for-

Tomando-se como índice das despesas

pág. 219, utilizando dados estatísticos da "Tlie National Ca.sh

gerais a procentagem de 30% indicada

que os lucros líquidos teoricamente pos

pelas estatísticas norte-americanas e pe-

síveis são os seguintes:

Register Company", no.s dá os ín dices de despesas gerais do comér

Preço no varejo

cio varejista nos Estados Unidos cal

Até Cr$ 200.00

culadas percentualmcntc sôbre o to

250,00 300,00

tal das vendas:

Lucro máximo possível menos de 20% " 10%

"

0,3 2,6

25,3%" 31,7%

Drogarias

Móveis

12,0 3,6 0,7 2,8

6,73

0,8

0,92 0,94

0.1

0,9 0,4 0,4

1,5 0,2 0,6 0,3

3,0 3,72 5,94

Confecções

Calçados

13,39 2,0 3,24

10,5

Êsses dados revelam que nenhuma ou

3,9 2,1

quase nenhuma culpa cabe ao comércio

3,24

2.9

0,65 0,72

0,0

0,55

0,6

0,95 0,20

1,10

0,31

2,14

0,10 2,33

0,6 0,7 1,0 0,1

1,94

27,4%

Como se vê por êsses dados, o total

28,41%

encareciraento do preço da mão-de-obra

0,0

0,41 1.17 0,40

0,3

0,42

0,3

0,35

3,4

28,45%

27,0%

3,1

varejista pela constante alta dos preços de calçados, dctenninada pelo imenso

das despesas gerais para os grupos de

suas despesas gerais médias em 30,1%. Ora, as margens normais de lucro, entre nós, não excedem de muito essa petcentagem. Se tomarmos por exemplo o

consideráveis e bem organizadas emprê-

comércio de calçados, que está indire tamente tabelado pelo decreto-lei 7.404,

atividade indicados varia de 25 3% a 31,7%. No Brasil êsses índices devem ser bem mais avultados. Uma das mais .sas de vendas de calçados, com 29 estábelecimentos sediados no Distrito Fede

ral, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Minas Ge rais e Rio Grande do Sul, calculou as

do 22-3-1945 (lei do imposto de con sumo), verificaremos que, para as clasííes mais usuais de calçados, os

lucros máximos teòricamcnte possíveis são os seguintes:

w-J o __j *

3%

" 0,2%

350,00

Despesas

Consertos

DigE-sto Econó>uco

próprio morimento inflacionário, eram sempre feitas por preços superiores aos do estoque anteriormente vendido aos consumidores.

A análise desses dados nos mostra,

e das matérias-primas, fatores agravado.s pela inflação do poder aquisiti vo e pela crescente desvalorização da

portanto, quanto é falsa a opinião vulgar de que, como sustentou inadvertidamen te o perito a que nos referimos no início

moeda.

dêste trabalho, depende exclusivamente

É verdade que durante êsses últimos anos de inflação o comércio varejista realizou, aparentemente, grandes lucros com a constante valorização de seus es

dos sindicatos representativos das ativi

toques; dizemos aparentemente porque tais lucros foram, em grande parte, in vertidos na reposição dos próprios es toques valorizados, pois as compras para reposição dos estoques, em virtude do

dades do comércio varejista a alta ou a

baixa dos preços das mercadorias. Tal fenômeno, nos regimes de livre iniciativa

e de relativa liberdade de comércio, são determinados por fatores econômicos

objetivos, sobre os quais os fatôres de ordem psicológica apenas se refletem, sem alterá-los substancialmente.


Digesto Econômico

f sua «Carta aiis Afiiorií'anos> As falhas dé suas observações

que o dominicano Joseph ebret, fundador de "Economia e Hu manismo", dirigiu, sobretudo, a nós bra-

si.eíros — deve ter sentido ímpetos de respondê-la. Não que tal documento vi

se diminuir-nos ou que Lebret revele mn propósito deliberado de fazer lite-

o os

^ nossa aos do mundocusta, comoapontando-nos um povo de mi-

lonarios e de miseráveis, de plutocratas

entre nôs, são lugares comuns, sem

apontar o meio de se alcançá-las.

dical poderosa e de influência política decisiva,

José Lvís de Almeida NocimnA Pònro

Quem tiver lido a "Lettre aux Amé-

do Estado na ordem econômica e sua

conjugação com uma organização sin conduzem

ao

totalitarismo,

como sucedeu na Itália, c que a solu ção de ca.sos isolados não atende ao interêsse coletivo, pois, freqüentemente, resolve-se um problema criando-se no vos em outras classes ou agrupamentos

Em novembro último, a revista "Economie et Hunumisme", dirigida pelo do

Vocês, brasileiros

— diz Lebret —

precisam ele\'ar o nível cultural do po vo, aumentar a produção, criar técni cos, melhorar a salubridade coletiva. Como se até agora não soubéssemos disso, o estivéssemos à espera de que

"Carta aos Americanos", na qual o co nhecido sociólogo e economista fran cês sintetizou as observações por êle

Lebret é homem de ação. Deseja ob servar os fenômenos com seus próprios

alguém nos viesse dizer o que devemos fazer, para então, num golpe de mági ca, educarmos o povo, melhorarmos a saúde pública, criarmos técnicos e au

colhidas na América e notadamentc no

olhos, ouvir as queixas com seus pró

mentarmos a produção.

Brasil, quando de sua recente estada

prios ouvidos e re.solver o caso com suas próprias mãos. Veio ao Brasil para is

minicano Joseph Lchret, publicou a sua

humanos.

em nosso continente.

A propósito dessas observações, o nos

so e, com

aquele

O, Comunismo

A "Lettre aux Améri-

seu

so ilustre coUiborador José Luís de Al

desdém pelas doutrinas,

cains", que na verdade

meida Nogueira Porto escreveu para o "Digesto Econômico" uma série de ar-

seu desinterôsse polo qua

deveria chamar-se "Let

lificativo

ebret é sincero em suas convicções,

tigos, cuja publicação ora iniciamos, em

tre aux Brésiliens et Nord Américains", come

lonesto em seus propósitos e sente-se n e uma vontade poderosa de fazer al go de bem pela humanidade.

que responde a alguns comentários dc Lebret, focalizando os problemas que, no seu entender, são fundamentais da

dar á sua política, com aquela serena e segura

ça pelas questões do co

maneira de argumentar,

munismo e de Jacques

citando exemplos em lu gar de leis econômicas, parece que faz prosélitos

Maritain.

u e comunistas, de bacharéis e de anal fabetos.

Por isso mesmo, as falhas de suas ob-

nossa ordem econômica e social.

se^ações devem ser analisadas e apon-

a as para que, com mais segurança e melhor conhecimento' dos problemas,

que

se

possa

Situa Lebret o comu

nismo ao lado de Jac

ques Maritain, dando a

entre nós. O fato é que

impressão falsa de que as

os brasileiros estavam mui

possa prosseguir em sua busca de so

dem econômica, são as pilastras de Eco

to receptivos para uma pregação des

duas correntes se colocam no mesmo

luções para os problemas sociais e eco

nomia e Humanismo.

sa natureza. Sentíamo-nos cansados de

plano e se digladiam em igualdade de

nômicos do mundo.

Conheci Père Lebret em uma , cháca ra nas proximidades de São Paulo, on

de fui convidado a participar com êle de uma sabatina sôbre Economia e Hu

Estimulado pelos resultados que ob teve na defesa dos interêsses de grupos isolados de pescadores e de marinhei

ouvir falar em leis econômicas, em cri

condições. É preciso, mesmo, desco-

ses cíclicas, em utilidade marginal, sem que se sinta em seus conceitos uma

nhecer-se muito o Brasil para se supor

ligação estreita com a realidade.

ros, profissão que foi a sua antes de en trar para a ordem dos dominicanos. pretende Lebret estender idêntico sis

Por isso, Lebret fêz sucesso. Muito mais

manismo. Essa doutrina, ou melhor, po lítica, imaginada por um grupo de do

tema a tôdas as classes sociais e a todos

minicanos franceses, se propõe a resol

os agrupamentos humanos, e, do mes

ver os problemas de ordem econômica

mo modo, resolver as dificuldades da

aqui do que na sua própria França, on de já andam fartos, também, de políti cos de soluções simplistas que, no fim das contas, são puramente cerebrinas.

e social através do estudo objetivo e

produção, da circulação, da distribui

individual de cada fenômeno e de re

ção e do consumo das riquezas.

médios parciais para cada caso. As or ganizações sindicais, as cooperativas ,e

crítica de sua política. Lembro apenas

a ação do Estado, onipresente na or-

que a intervenção intensa e constante

Lebret

ver

a

nossa

realida

Per cebeu o problema mas não sou be diagnosticar o mal e nos oferece conselhos paternais com soluções que,

jL

ma influência nas massas e que nos

estejamos preocupando com o que o clero pense ou deixe de pensar de suas

opiniões. A não ser em escassas elites de cultura livresca, a verdade é que Ma. ritain não tem a menor influência jun

to ao povo brasileiro e que nunca se veio

de mas não soube interpretá-la.

Não me proponho, agora, fazer a

que Jacques Maritain tenha tido algu

cogitou de enfrentar Joseph Stalin com o escudo de Jacques Maritain. A luta ideológica no Brasil se processa entre comunistas e não-comunistas, chamemse êstes liberais democratas ou neoli-


Digesto Econômico

f sua «Carta aiis Afiiorií'anos> As falhas dé suas observações

que o dominicano Joseph ebret, fundador de "Economia e Hu manismo", dirigiu, sobretudo, a nós bra-

si.eíros — deve ter sentido ímpetos de respondê-la. Não que tal documento vi

se diminuir-nos ou que Lebret revele mn propósito deliberado de fazer lite-

o os

^ nossa aos do mundocusta, comoapontando-nos um povo de mi-

lonarios e de miseráveis, de plutocratas

entre nôs, são lugares comuns, sem

apontar o meio de se alcançá-las.

dical poderosa e de influência política decisiva,

José Lvís de Almeida NocimnA Pònro

Quem tiver lido a "Lettre aux Amé-

do Estado na ordem econômica e sua

conjugação com uma organização sin conduzem

ao

totalitarismo,

como sucedeu na Itália, c que a solu ção de ca.sos isolados não atende ao interêsse coletivo, pois, freqüentemente, resolve-se um problema criando-se no vos em outras classes ou agrupamentos

Em novembro último, a revista "Economie et Hunumisme", dirigida pelo do

Vocês, brasileiros

— diz Lebret —

precisam ele\'ar o nível cultural do po vo, aumentar a produção, criar técni cos, melhorar a salubridade coletiva. Como se até agora não soubéssemos disso, o estivéssemos à espera de que

"Carta aos Americanos", na qual o co nhecido sociólogo e economista fran cês sintetizou as observações por êle

Lebret é homem de ação. Deseja ob servar os fenômenos com seus próprios

alguém nos viesse dizer o que devemos fazer, para então, num golpe de mági ca, educarmos o povo, melhorarmos a saúde pública, criarmos técnicos e au

colhidas na América e notadamentc no

olhos, ouvir as queixas com seus pró

mentarmos a produção.

Brasil, quando de sua recente estada

prios ouvidos e re.solver o caso com suas próprias mãos. Veio ao Brasil para is

minicano Joseph Lchret, publicou a sua

humanos.

em nosso continente.

A propósito dessas observações, o nos

so e, com

aquele

O, Comunismo

A "Lettre aux Améri-

seu

so ilustre coUiborador José Luís de Al

desdém pelas doutrinas,

cains", que na verdade

meida Nogueira Porto escreveu para o "Digesto Econômico" uma série de ar-

seu desinterôsse polo qua

deveria chamar-se "Let

lificativo

ebret é sincero em suas convicções,

tigos, cuja publicação ora iniciamos, em

tre aux Brésiliens et Nord Américains", come

lonesto em seus propósitos e sente-se n e uma vontade poderosa de fazer al go de bem pela humanidade.

que responde a alguns comentários dc Lebret, focalizando os problemas que, no seu entender, são fundamentais da

dar á sua política, com aquela serena e segura

ça pelas questões do co

maneira de argumentar,

munismo e de Jacques

citando exemplos em lu gar de leis econômicas, parece que faz prosélitos

Maritain.

u e comunistas, de bacharéis e de anal fabetos.

Por isso mesmo, as falhas de suas ob-

nossa ordem econômica e social.

se^ações devem ser analisadas e apon-

a as para que, com mais segurança e melhor conhecimento' dos problemas,

que

se

possa

Situa Lebret o comu

nismo ao lado de Jac

ques Maritain, dando a

entre nós. O fato é que

impressão falsa de que as

os brasileiros estavam mui

possa prosseguir em sua busca de so

dem econômica, são as pilastras de Eco

to receptivos para uma pregação des

duas correntes se colocam no mesmo

luções para os problemas sociais e eco

nomia e Humanismo.

sa natureza. Sentíamo-nos cansados de

plano e se digladiam em igualdade de

nômicos do mundo.

Conheci Père Lebret em uma , cháca ra nas proximidades de São Paulo, on

de fui convidado a participar com êle de uma sabatina sôbre Economia e Hu

Estimulado pelos resultados que ob teve na defesa dos interêsses de grupos isolados de pescadores e de marinhei

ouvir falar em leis econômicas, em cri

condições. É preciso, mesmo, desco-

ses cíclicas, em utilidade marginal, sem que se sinta em seus conceitos uma

nhecer-se muito o Brasil para se supor

ligação estreita com a realidade.

ros, profissão que foi a sua antes de en trar para a ordem dos dominicanos. pretende Lebret estender idêntico sis

Por isso, Lebret fêz sucesso. Muito mais

manismo. Essa doutrina, ou melhor, po lítica, imaginada por um grupo de do

tema a tôdas as classes sociais e a todos

minicanos franceses, se propõe a resol

os agrupamentos humanos, e, do mes

ver os problemas de ordem econômica

mo modo, resolver as dificuldades da

aqui do que na sua própria França, on de já andam fartos, também, de políti cos de soluções simplistas que, no fim das contas, são puramente cerebrinas.

e social através do estudo objetivo e

produção, da circulação, da distribui

individual de cada fenômeno e de re

ção e do consumo das riquezas.

médios parciais para cada caso. As or ganizações sindicais, as cooperativas ,e

crítica de sua política. Lembro apenas

a ação do Estado, onipresente na or-

que a intervenção intensa e constante

Lebret

ver

a

nossa

realida

Per cebeu o problema mas não sou be diagnosticar o mal e nos oferece conselhos paternais com soluções que,

jL

ma influência nas massas e que nos

estejamos preocupando com o que o clero pense ou deixe de pensar de suas

opiniões. A não ser em escassas elites de cultura livresca, a verdade é que Ma. ritain não tem a menor influência jun

to ao povo brasileiro e que nunca se veio

de mas não soube interpretá-la.

Não me proponho, agora, fazer a

que Jacques Maritain tenha tido algu

cogitou de enfrentar Joseph Stalin com o escudo de Jacques Maritain. A luta ideológica no Brasil se processa entre comunistas e não-comunistas, chamemse êstes liberais democratas ou neoli-


76

Digesto

berais ou socialistas cristãos ou o no me que tiverem.

Os não-comunistas, geralmente, não

invocam doutrinas ou pensadores para justificar sua atitude. Simplesmente acham que a propriedade privada deve ser mantida, que o Estado deve ter

uma ação supletiva e não primordial na ordem econômica, que a liberdade de crítica precisa ser assegurada» que as classes econòmicamente desfavoreci

das merecem ser amparadas através de medidas legais e que o-Brasil deve ser uma república, com seus três poderes, a e qual como agora, melhorando-se apenas o que fôr suscetível de aprimo ramento.

^

Ninguém cuida de dar nome preciso

a esse complexo de convicções, mas, se evessemos fazê-lo, poderíamos batizar

^so tudo de neoliberalismo, termo

ouxo, que comporta tôdas as nuanças

desde o ^ côr-de-rosa dos quase comu-

gralista^^^ ° vsrde-água dos quase inte.íUnda a propósito do comunismo ad-

ver e nos Lebret que, em lugar de

com a ermos a tôrto e a direito os seus

partidanos, sem muito respeito à vera e e recorrendo à força, deveríamos

assumu frente ao comunismo uma ati tude de lealdade, examinando-o cientiíicamente e sem paixões.

Pode ser que isso seja muito elevado, muito cristão, mas também é muito pouco eficiente.

O comunismo no Brasil compreende uma elite dirigente, impermeável a ar gumentos, e uma massa de partidários, inatingível pelo seu baixo grau de cul tura a qualquer argumentação doutri nária.

Nem

um

por

cento

dos homens

muda seu ínodo de pensar por reco

EcoN6^^co

DicESTo Econômico

nhecer mais fortes os argumentos con trários de seu ponto de vista. Todos,

te, combatê-lo doutrinàriainenlo nas es colas, nos centros de estudos, para que

primeiro são comuni.stas ou são fascis

as elites da no\'a geração receV^ain, ain

tas ou suo liberais para depois irem buscar os argumentos com que defen

da nos bancos escolares, uma iinponnea-.

dem suas convicções. Portanto, uma simples pregação doutrinária anticomu nista seria feita cm pura perda e com

O Prolelariado

desvantagem para nos, pois os argu mentos contrários ao nosso regime es

tão aqui, à vista de todos, c comprováveis a qualquer momento, ao passo que os que se opõem ao conumismo ficam

ocultos por trás da cortina do ferro da U. R. S. S.

Alias, não é assim que se combate o comunismo no mundo todo? Só nos

países em que o comunisrrro tomou tal

incremento que atemorize os governan tes é êle respeitado e mantido em li berdade.

Temos uma luta mortal entre duas concepções opostas da vida e não seria

com atitudes cavalheirescas e leais, de um lado só, que iríamos vencê-la. Nossa idéia brasileira de combate ao

comunismo é a de, primeiro, lançar

mão de meios coercitivos, para dificul tar a propagação da idéia, e depois me lhorar o ambiente social, elevar o nível de vida do trabalhador, interessá-lo nn

propriedade privada. Essa segunda eta pa, porém, não podo ser realizada en quanto não fôr criado um ambiente de

calma para uma ação de tão larga en vergadura. Mesmo que seja uma tran qüilidade fictícia e que nos subterrâ neos de nossa organização social se pre pare o terremòto, ainda precisamos des

sa atmosfera para criar o clima hostil ao desenvolvimento comunista.

E' assim que interpretam os brasi

bíll7-nção anticomunista.

77

de Roma e nas \'ielas de Nápoles. Tam bém vimos rostos ossudos e faces esquá

lidas e, mais ainda, moças desampara

das entregando-se à prostituição como xwico 'meio de subsistência. Também vimos em Soulh Carolina e em Vírgi-

lüa parciieiros de madeira, dignos de nossas favelas, onde vivem os negros

Afirma Lebret que os proprietários territoriais, os industriais opulentos, os funcionários privilegiados levam um trem de vida desconhecido de seu ve lho ocidente, enquanto que a massa po

pular sofre na insegurança c na mi séria.

"Les plainles do nos prolélaires e de nos pay.sans européens, si justifiées qu'elles .soicnt souvcnt, sembicnt d'icí outrancières" — afii-ma Lebret. E conta en

tão qoe uma tarde, perto de São Paulo, assistiu a um desfile de homcus, mu-

llicrcs e crianças, operário.s de uma fábrica dc

produtos químicos. Êsse desfile de criaturas mui

to pálidas c magras — comenta Lebret mais parecia saído de Buchenwald.. . Tudo isso pode parecer muito verda deiro. Faltou, porem, a Lebret, um

pouco de serenidade para descrever e uina perspectiva nielhor para observar. O nosso operário, contràriamente ao que afirma Lebret, goza de um padrão de vida bem melhor do que o de um

operário europeu. Pelo menos não lhe faltam alimentos, como sucede na Eu ropa.

Quanto à miséria do povo, não é só acjui que ela existe. Também assisti mos a "desfiles saídos de Buchenwald",

leiros sua luta contra o comunismo, o

xs ruas de Paris, nos canais de Vene

que não impede que se deva, realmen-

za, nas ruínas de Londres, nas praças

americanos no continuo terror dos lin chamentos. Ouvimos tristes trapos hu manos, crianças, velhos, mulheres, nas

frias madrugadas de janeiro, airanhando desafinados violinos ou cantando com vozes roucas nos subterrâneos do "Metro" e nas ruas escuras e desertas de Paris, à espera de que algum no-

tívago lhes atirasse alguns francos. Todos têm os seus "saí dos de Buchenwald", mas os nossos são um pouco me

nos magros e famintos do que os de outras terras... Faltou, também, a Le bret, a perspectiva no tem

po. Tivesse êle" acompa nhado a evolução do nos so operário de \inte anos

paru cá e certamente sua opinião seria mais otimista. A guerra, se provocou a

expansão de nossa economia, e se criou

"profiteurs" e milionários do dia para a noite, também exigiu maior número de braços operários. Foi a hora, como diz Cobden, em que dois patrões cor

rem atrás de um operário. O salário elevou-se, de maneü-a notável, e com

êle o padrão de vida do trabalhador. Ê certo que nosso custo de vida subiu 250% de 1939 para cá, mas o salário do operário especializado subiu 318% e o dos comeiciários 400%. Isso sem falar em classes privilegiadas de trabalhado res, como técnicos, estivadores, gráficos, cujos salários subiram mais ainda.


76

Digesto

berais ou socialistas cristãos ou o no me que tiverem.

Os não-comunistas, geralmente, não

invocam doutrinas ou pensadores para justificar sua atitude. Simplesmente acham que a propriedade privada deve ser mantida, que o Estado deve ter

uma ação supletiva e não primordial na ordem econômica, que a liberdade de crítica precisa ser assegurada» que as classes econòmicamente desfavoreci

das merecem ser amparadas através de medidas legais e que o-Brasil deve ser uma república, com seus três poderes, a e qual como agora, melhorando-se apenas o que fôr suscetível de aprimo ramento.

^

Ninguém cuida de dar nome preciso

a esse complexo de convicções, mas, se evessemos fazê-lo, poderíamos batizar

^so tudo de neoliberalismo, termo

ouxo, que comporta tôdas as nuanças

desde o ^ côr-de-rosa dos quase comu-

gralista^^^ ° vsrde-água dos quase inte.íUnda a propósito do comunismo ad-

ver e nos Lebret que, em lugar de

com a ermos a tôrto e a direito os seus

partidanos, sem muito respeito à vera e e recorrendo à força, deveríamos

assumu frente ao comunismo uma ati tude de lealdade, examinando-o cientiíicamente e sem paixões.

Pode ser que isso seja muito elevado, muito cristão, mas também é muito pouco eficiente.

O comunismo no Brasil compreende uma elite dirigente, impermeável a ar gumentos, e uma massa de partidários, inatingível pelo seu baixo grau de cul tura a qualquer argumentação doutri nária.

Nem

um

por

cento

dos homens

muda seu ínodo de pensar por reco

EcoN6^^co

DicESTo Econômico

nhecer mais fortes os argumentos con trários de seu ponto de vista. Todos,

te, combatê-lo doutrinàriainenlo nas es colas, nos centros de estudos, para que

primeiro são comuni.stas ou são fascis

as elites da no\'a geração receV^ain, ain

tas ou suo liberais para depois irem buscar os argumentos com que defen

da nos bancos escolares, uma iinponnea-.

dem suas convicções. Portanto, uma simples pregação doutrinária anticomu nista seria feita cm pura perda e com

O Prolelariado

desvantagem para nos, pois os argu mentos contrários ao nosso regime es

tão aqui, à vista de todos, c comprováveis a qualquer momento, ao passo que os que se opõem ao conumismo ficam

ocultos por trás da cortina do ferro da U. R. S. S.

Alias, não é assim que se combate o comunismo no mundo todo? Só nos

países em que o comunisrrro tomou tal

incremento que atemorize os governan tes é êle respeitado e mantido em li berdade.

Temos uma luta mortal entre duas concepções opostas da vida e não seria

com atitudes cavalheirescas e leais, de um lado só, que iríamos vencê-la. Nossa idéia brasileira de combate ao

comunismo é a de, primeiro, lançar

mão de meios coercitivos, para dificul tar a propagação da idéia, e depois me lhorar o ambiente social, elevar o nível de vida do trabalhador, interessá-lo nn

propriedade privada. Essa segunda eta pa, porém, não podo ser realizada en quanto não fôr criado um ambiente de

calma para uma ação de tão larga en vergadura. Mesmo que seja uma tran qüilidade fictícia e que nos subterrâ neos de nossa organização social se pre pare o terremòto, ainda precisamos des

sa atmosfera para criar o clima hostil ao desenvolvimento comunista.

E' assim que interpretam os brasi

bíll7-nção anticomunista.

77

de Roma e nas \'ielas de Nápoles. Tam bém vimos rostos ossudos e faces esquá

lidas e, mais ainda, moças desampara

das entregando-se à prostituição como xwico 'meio de subsistência. Também vimos em Soulh Carolina e em Vírgi-

lüa parciieiros de madeira, dignos de nossas favelas, onde vivem os negros

Afirma Lebret que os proprietários territoriais, os industriais opulentos, os funcionários privilegiados levam um trem de vida desconhecido de seu ve lho ocidente, enquanto que a massa po

pular sofre na insegurança c na mi séria.

"Les plainles do nos prolélaires e de nos pay.sans européens, si justifiées qu'elles .soicnt souvcnt, sembicnt d'icí outrancières" — afii-ma Lebret. E conta en

tão qoe uma tarde, perto de São Paulo, assistiu a um desfile de homcus, mu-

llicrcs e crianças, operário.s de uma fábrica dc

produtos químicos. Êsse desfile de criaturas mui

to pálidas c magras — comenta Lebret mais parecia saído de Buchenwald.. . Tudo isso pode parecer muito verda deiro. Faltou, porem, a Lebret, um

pouco de serenidade para descrever e uina perspectiva nielhor para observar. O nosso operário, contràriamente ao que afirma Lebret, goza de um padrão de vida bem melhor do que o de um

operário europeu. Pelo menos não lhe faltam alimentos, como sucede na Eu ropa.

Quanto à miséria do povo, não é só acjui que ela existe. Também assisti mos a "desfiles saídos de Buchenwald",

leiros sua luta contra o comunismo, o

xs ruas de Paris, nos canais de Vene

que não impede que se deva, realmen-

za, nas ruínas de Londres, nas praças

americanos no continuo terror dos lin chamentos. Ouvimos tristes trapos hu manos, crianças, velhos, mulheres, nas

frias madrugadas de janeiro, airanhando desafinados violinos ou cantando com vozes roucas nos subterrâneos do "Metro" e nas ruas escuras e desertas de Paris, à espera de que algum no-

tívago lhes atirasse alguns francos. Todos têm os seus "saí dos de Buchenwald", mas os nossos são um pouco me

nos magros e famintos do que os de outras terras... Faltou, também, a Le bret, a perspectiva no tem

po. Tivesse êle" acompa nhado a evolução do nos so operário de \inte anos

paru cá e certamente sua opinião seria mais otimista. A guerra, se provocou a

expansão de nossa economia, e se criou

"profiteurs" e milionários do dia para a noite, também exigiu maior número de braços operários. Foi a hora, como diz Cobden, em que dois patrões cor

rem atrás de um operário. O salário elevou-se, de maneü-a notável, e com

êle o padrão de vida do trabalhador. Ê certo que nosso custo de vida subiu 250% de 1939 para cá, mas o salário do operário especializado subiu 318% e o dos comeiciários 400%. Isso sem falar em classes privilegiadas de trabalhado res, como técnicos, estivadores, gráficos, cujos salários subiram mais ainda.


T9Í

79

Dicesto Econômico Hoje, já têm os trabalhadores brasilei

ros das grandes cidades — que foram os

observados por Lebret — um padrão de vida bastante alto e consomem utili

dades que há vinte anos passados esta vam fora de seu alcance. A não ser entre trabalhadores rurais, mormente

no Nordeste, que, êstes sim. pode riam parecer saídos de Biicbenwald,

pode-se afirmar que o proletário bra sileiro nada fica a dever ao europeu em matéria de segurança e de conforto.

No que diz respeito à alimentação, por exemplo, segundo dados pubücaos por Études et Conjonture" de ja

melhor perspectiva para ob.servar.

£le

descreve o que viu, num dado

mo-

mcnto, sem indagar das causas e

seni

50 aprofundar no problema. A favela 6 fenômeno típico de lôda

região em fase de j^rogresso.

Longe

Dícesto Er.oNÓ>nco corde mundial de construçõe.s. pois que

aqui se terminam mais de cinco casas por horal Êsse mesmo fenômeno é rc.sponsá\ el

semelhança com a realidade.

pelas nos.sas dificuldades de transito e pelo traçado defeituoso de nos.sas ruas.

de indicar miséria, cias indicam desen

Mas o mesmo que fi'«í Iloussmunn na

volvimento. Todas ixs cidades em que

Paris do Segundo Império, têm os nossos

surge um

grande atrativo

econômico

fície em tôda a sua observação, oferece

Lebret uma,caricatura do Brasil, mas

prefeitos procurado fazer cm São Paulo

vêem brotar em sua periferia casas pro

e no Rio cie Janeiro.

visórias, verdadeiros acampamentos, até que a cidade, em sua expansão, possa absorver e abrigar tôda essa população

são rasgadas, tiineis perfuram os morros,

Quarteirões e

quarteirões são derrubados, avenidas viadutos se lançam sobre valos. A nossa

que, devemos reconhecer, tem alguma Não é

possível, porém, conhecer-se o Brasil só através do Rio de Janeiro, de São Paulo e muito menos analisar seus pro

blemas sem acompanhar sua evolução no tempo.

Não podemos perder de vista que o Brasil é um país em pleno crescimento

e que muitas de suas dificuldades de correm dêsse próprio fato. Outros, po

rem, já se estão apresentando como ví

adventícía. Portanto, trata-se de fenô meno de natureza transitória, em nada característico de nossa civilização. Ê

bárbara música de piogic.sso, que os

certo que entre nós, notadamente no Rio

pesadas o .surdas dos martelos mecânicos,

vidade.

calorias por'dia, passou a con

de Janeiro, tem durado mais do que

sumir. em 1947, 3.000 calorias. Cons

o estrepíclc) das misturacloras do pedrcvisto São Paulo bá \intc anos, hiweria

sociólogo e economista como Lebret e o mesmo que negar o doente ao medico

absolutamente idêntica à

seria de se desejar, pois que o afluxo das populações rurais para os grandes cen tros é constante e as cidades, por mais

mente, consome apenas 2.500 calorias

que se estendam, nunca dão vazão às ondas sempre crescentes de novos foras

de ver cpie nos.sas ruas estreitas c casa rio velho dentro cm pouco terão desapa recido para dar lugar a avenidas largas, arranha-céus e vivências aprazívci.s.

posta, isso não se deve a algum arra nhão que Lebret tenha feito em nosso

neiro ultimo, verifica-se que cada bra0 «n

consumia apenas

tata-se assim, um aumento de 17%, porcentagem

re ução sofrida pelo francês, que, atual

por ia. Por ôsse estudo, que infeliz mente só abrange nove países, vê-se que apenas os Estados Unidos e o

Brasil tiveram aumentado o seu nível

alimentar em calorias nos últimos 10

teiros.

O nosso povo não é, pois,, tão magro

nômenos inevitáveis. Cidades como Pa-

sos bairros residenciais, "les plus beaux et les plus confortables du monde" e

velas e a carência de habitações são fe

.

Negar os nossos erros e defeitos a um

os sintomas de sua enfermidade. L, se há um pouco de vivacidade nesta res

orgulho patriótico, mas sim ao fato de males, de ter apresentado muitos de nos

O que Lebret diz de nós, nós já o sabíamos. Exagerando'certos aspectos, omitindo outros, mantendo-se na super

sos erros como fenômenos locais quando são universais, de ter-nos dado a receita sem nos apontar os meios de a\àa-la.

ris, Londres, Roma, que já se estabili zaram em seu desenvolvimento, não

podem mesmo conhecer o x^i'oblema de favelas, mas muitas cidades americanas ainda o conhecem.

O próprio Lebret comenta que a po pulação de São Paulo era de cêrca de

31 mil habitantes em 1872 e que a po pulação prevista para 1954 é de ... 2.250.000.

Ora, com êsse incfeincnlo

Da mesma forma que com relação

espantoso de população, não é natural que grande parte do povo esteja mal abrigada, em habitações provisórias?

ao nosso proletariado, faltou a Lebret

Isso, não obstante São Paulo deter o re-

se escandaliza com o confronto.

cios' de constituição e, esses sim, pre cisam ser solucionados com a maior bre

não ter êle sabido diagnosticar nossos

ção. Ainda estão em fase de crescimento

e, enquanto assim for, a presença das fa.

Palácios e favelas Lebret é severo para com nossas favelas. E tem razão. Critica nossas ruas estreitas, nossos bairros operários, a parte velha das cidades. E tem razão também. Compara tudo isso aos nos

gulhos e argamassu. Se Lebret tivesse

Sucede que nossos grandes centros ainda não chegaram ao ponto de satura

anos. Aquele em 4% e êste em 17%. e faminto como quer fazer crer o fun dador de Economia e Humanismo.

ouvidos europeus desconhecem, c o motralbar das perfuialiizes, as pancadas

A irulnstria de matérias plásticas dns E. U. A.

novos produtos no mercado, notadamente os capazes de stth^ nrrntuadn mais aiivtude de continuar elevada a procura de aço e outros

do pelas necessidades do Programa de Recuperação Euiopeta, s f grande número de peças industriais e mercaciorias de consumo, tal c i o f Mirante a guerra, recorrem aos plásticos.


T9Í

79

Dicesto Econômico Hoje, já têm os trabalhadores brasilei

ros das grandes cidades — que foram os

observados por Lebret — um padrão de vida bastante alto e consomem utili

dades que há vinte anos passados esta vam fora de seu alcance. A não ser entre trabalhadores rurais, mormente

no Nordeste, que, êstes sim. pode riam parecer saídos de Biicbenwald,

pode-se afirmar que o proletário bra sileiro nada fica a dever ao europeu em matéria de segurança e de conforto.

No que diz respeito à alimentação, por exemplo, segundo dados pubücaos por Études et Conjonture" de ja

melhor perspectiva para ob.servar.

£le

descreve o que viu, num dado

mo-

mcnto, sem indagar das causas e

seni

50 aprofundar no problema. A favela 6 fenômeno típico de lôda

região em fase de j^rogresso.

Longe

Dícesto Er.oNÓ>nco corde mundial de construçõe.s. pois que

aqui se terminam mais de cinco casas por horal Êsse mesmo fenômeno é rc.sponsá\ el

semelhança com a realidade.

pelas nos.sas dificuldades de transito e pelo traçado defeituoso de nos.sas ruas.

de indicar miséria, cias indicam desen

Mas o mesmo que fi'«í Iloussmunn na

volvimento. Todas ixs cidades em que

Paris do Segundo Império, têm os nossos

surge um

grande atrativo

econômico

fície em tôda a sua observação, oferece

Lebret uma,caricatura do Brasil, mas

prefeitos procurado fazer cm São Paulo

vêem brotar em sua periferia casas pro

e no Rio cie Janeiro.

visórias, verdadeiros acampamentos, até que a cidade, em sua expansão, possa absorver e abrigar tôda essa população

são rasgadas, tiineis perfuram os morros,

Quarteirões e

quarteirões são derrubados, avenidas viadutos se lançam sobre valos. A nossa

que, devemos reconhecer, tem alguma Não é

possível, porém, conhecer-se o Brasil só através do Rio de Janeiro, de São Paulo e muito menos analisar seus pro

blemas sem acompanhar sua evolução no tempo.

Não podemos perder de vista que o Brasil é um país em pleno crescimento

e que muitas de suas dificuldades de correm dêsse próprio fato. Outros, po

rem, já se estão apresentando como ví

adventícía. Portanto, trata-se de fenô meno de natureza transitória, em nada característico de nossa civilização. Ê

bárbara música de piogic.sso, que os

certo que entre nós, notadamente no Rio

pesadas o .surdas dos martelos mecânicos,

vidade.

calorias por'dia, passou a con

de Janeiro, tem durado mais do que

sumir. em 1947, 3.000 calorias. Cons

o estrepíclc) das misturacloras do pedrcvisto São Paulo bá \intc anos, hiweria

sociólogo e economista como Lebret e o mesmo que negar o doente ao medico

absolutamente idêntica à

seria de se desejar, pois que o afluxo das populações rurais para os grandes cen tros é constante e as cidades, por mais

mente, consome apenas 2.500 calorias

que se estendam, nunca dão vazão às ondas sempre crescentes de novos foras

de ver cpie nos.sas ruas estreitas c casa rio velho dentro cm pouco terão desapa recido para dar lugar a avenidas largas, arranha-céus e vivências aprazívci.s.

posta, isso não se deve a algum arra nhão que Lebret tenha feito em nosso

neiro ultimo, verifica-se que cada bra0 «n

consumia apenas

tata-se assim, um aumento de 17%, porcentagem

re ução sofrida pelo francês, que, atual

por ia. Por ôsse estudo, que infeliz mente só abrange nove países, vê-se que apenas os Estados Unidos e o

Brasil tiveram aumentado o seu nível

alimentar em calorias nos últimos 10

teiros.

O nosso povo não é, pois,, tão magro

nômenos inevitáveis. Cidades como Pa-

sos bairros residenciais, "les plus beaux et les plus confortables du monde" e

velas e a carência de habitações são fe

.

Negar os nossos erros e defeitos a um

os sintomas de sua enfermidade. L, se há um pouco de vivacidade nesta res

orgulho patriótico, mas sim ao fato de males, de ter apresentado muitos de nos

O que Lebret diz de nós, nós já o sabíamos. Exagerando'certos aspectos, omitindo outros, mantendo-se na super

sos erros como fenômenos locais quando são universais, de ter-nos dado a receita sem nos apontar os meios de a\àa-la.

ris, Londres, Roma, que já se estabili zaram em seu desenvolvimento, não

podem mesmo conhecer o x^i'oblema de favelas, mas muitas cidades americanas ainda o conhecem.

O próprio Lebret comenta que a po pulação de São Paulo era de cêrca de

31 mil habitantes em 1872 e que a po pulação prevista para 1954 é de ... 2.250.000.

Ora, com êsse incfeincnlo

Da mesma forma que com relação

espantoso de população, não é natural que grande parte do povo esteja mal abrigada, em habitações provisórias?

ao nosso proletariado, faltou a Lebret

Isso, não obstante São Paulo deter o re-

se escandaliza com o confronto.

cios' de constituição e, esses sim, pre cisam ser solucionados com a maior bre

não ter êle sabido diagnosticar nossos

ção. Ainda estão em fase de crescimento

e, enquanto assim for, a presença das fa.

Palácios e favelas Lebret é severo para com nossas favelas. E tem razão. Critica nossas ruas estreitas, nossos bairros operários, a parte velha das cidades. E tem razão também. Compara tudo isso aos nos

gulhos e argamassu. Se Lebret tivesse

Sucede que nossos grandes centros ainda não chegaram ao ponto de satura

anos. Aquele em 4% e êste em 17%. e faminto como quer fazer crer o fun dador de Economia e Humanismo.

ouvidos europeus desconhecem, c o motralbar das perfuialiizes, as pancadas

A irulnstria de matérias plásticas dns E. U. A.

novos produtos no mercado, notadamente os capazes de stth^ nrrntuadn mais aiivtude de continuar elevada a procura de aço e outros

do pelas necessidades do Programa de Recuperação Euiopeta, s f grande número de peças industriais e mercaciorias de consumo, tal c i o f Mirante a guerra, recorrem aos plásticos.


OlOESTO

o

dõL (nehxMcü». dbe, cümejnJbo. Dh. G. líoBKjvr

Mí>uí:nstiíin*

Aj causas da atual disparidade

O consumo aumenta nova mente.

4." período: A

O desequilíbrio do mer-

1932-1941

cado brasileiro de cimento

acesso.

A. importação continua di

provém do fato de que há anos a

minuindo.

oferta de cimento

no Brasil não tem podi

5." período:

nível.

1942-1945

de corto intervalo

a importação e o consu

principais características da evolução

mo tornam a aumentar.

do mercado.

Divide-se a história do mercado bra

sileiro de cimento em 6 períodos, os

período: ^ Produção volta a subir. 1946.

Consumo

continuam

quais são:

•'T,Nenhuma produção nacio1° período;

nal.

ate 1925 O consumo depende da im portação.

A produção nacional é ini-

2.° período:

ciada e aumenta.

1926-1929 A importação e o consumo aumentam iguaimentè? Em conseqüência da crise o consumo cai conside

3.° período; 1930-1931

o

tação.

A produção continua au mentando.

aumentando.

O que nos interessa no quadro aci ma são os dois últimos períodos. O ini cio do 5." período, em 1942, marca o princípio do desequilíbrio do mercado de cimento. São, portanto, os anos

compreendidos entre 1942 e 1948 que pretendemo.s examinar e analisar, para em seguida podermos tirar conclusões

sobre as perspectivas do mercado em futuro próximo.

O quadro da evolução da produção brasileira de cimento é o seguinte: Produção de cimento no Brasil

1929

96.000

voz mais difícil às usinas obterem sua

1930

S7.000

cota dc óleo conibustí\'cl, as.sim como

1931

167.000 149.000

máquinas e peças sobressalcntes indis pensáveis a uma produção contínua. O

1933

222.000

1934 1935

310.000

1936

1937 1938

1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947

363.000 492.000 563.000 605.000

1926

-

1947

saram a improvisar renovações, adiar consertos, afastando temporariamente

qualquer idéia de expansão. Ma.s, deve ser mencionado que essa

estabilização temporária da produção foi

om parte devida a uma excessiva caute

767.000

la por parte das empresas produtoras de

759.000 747.000 SIO.OOO 774.000 824.000 893.000

A razão principal pela qual a oferta de cimento não conseguiu mais acompa

nhar o pxogres.so da procura consistiu no fato de ter a ascensão prodigiosa da

produção brasileira sofrido um revés no ano de 1942; foi naquele ano que, pela

cimento, as quais, cm 1939. temiam efeitos econômicos desfavoráveis da no va guerra e, portanto, seguiram uma políHca conservadora a respeito de um aumento da sua capacidade produtiva.

Naquele período, quando as Américas se mantinham ainda fora do conflito, exisHa tempo suficiente para encomen das vultosas de novas máquinas nos E. U.A. Como é do conhecimento de to

dos, atualmente, a guerra, se bem que tenha trazido certas dificuldades para os consumidores, não deixou de esHmular

primeira vez desde 1932, a produção

a produção, especialmente no ramo da

decresceu, e isso de 767.000 toneladas

construção.

cm 1941 para 759.000 toneladas em

Ainda não houve guerra

que não fôsse acompanhada de falta

1942. Mesmo em 1945, a produção não

de gêneros no mercado. Isso se repetiu

foi além de 774.000 toneladas; esse fato

no último conflito. E o fato é que a evolução do mercado encontrou a in

demonstra que durante 4 anos, de 1942 até 1945, a produção aumentou em so

mente 7.000 toneladas, enquanto que nos

dústria de cimento desprevenida para acompanhá-la.

anos de 1932 a 1941, o acréscimo anual linha sido em média de 69.000 tonela

A razão secundária do desequilíbrio do mercado desde 1942 reside no fato

de que naquele tempo a importação de

aumento era de fato necessário para poder satisfazer à procura sempre cres

cimento era insuficiente e começou a

esse decorrente igualmente da guerra. A

Anos

Toneladas

1926

13.000 55.000

cente.

88.000

conseqüência da segunda guerra mun-

1927 1928

óleo combustível foi substituído, em par.

"te, por cirrvão vegetal. As usinas pas

696.000 744.000

das; e a estatística prova que um tal

ravelmente. Isso, porém,

afeta somente a impor

importação

dinl. Após a entrada dos E.U.A. na guerra, cm fins de 1941, tomou-se cada

Toneladas

1939

A produção mantcm-se no

do satisfazer a procura.

Para melhor se entender a origem dêsse enómcno, exporemos primeiramente as

produção aproveita-se disso c continua o seu

81

Anos

1932

entre procura e oferta.

ECONÓMICX)

A estagnação cl,a produção foi uma

elevar-se apenas a partir de 1944, fato importação da Europa estava parabsada e o esfôrço de guerra dos E.U.A. não


OlOESTO

o

dõL (nehxMcü». dbe, cümejnJbo. Dh. G. líoBKjvr

Mí>uí:nstiíin*

Aj causas da atual disparidade

O consumo aumenta nova mente.

4." período: A

O desequilíbrio do mer-

1932-1941

cado brasileiro de cimento

acesso.

A. importação continua di

provém do fato de que há anos a

minuindo.

oferta de cimento

no Brasil não tem podi

5." período:

nível.

1942-1945

de corto intervalo

a importação e o consu

principais características da evolução

mo tornam a aumentar.

do mercado.

Divide-se a história do mercado bra

sileiro de cimento em 6 períodos, os

período: ^ Produção volta a subir. 1946.

Consumo

continuam

quais são:

•'T,Nenhuma produção nacio1° período;

nal.

ate 1925 O consumo depende da im portação.

A produção nacional é ini-

2.° período:

ciada e aumenta.

1926-1929 A importação e o consumo aumentam iguaimentè? Em conseqüência da crise o consumo cai conside

3.° período; 1930-1931

o

tação.

A produção continua au mentando.

aumentando.

O que nos interessa no quadro aci ma são os dois últimos períodos. O ini cio do 5." período, em 1942, marca o princípio do desequilíbrio do mercado de cimento. São, portanto, os anos

compreendidos entre 1942 e 1948 que pretendemo.s examinar e analisar, para em seguida podermos tirar conclusões

sobre as perspectivas do mercado em futuro próximo.

O quadro da evolução da produção brasileira de cimento é o seguinte: Produção de cimento no Brasil

1929

96.000

voz mais difícil às usinas obterem sua

1930

S7.000

cota dc óleo conibustí\'cl, as.sim como

1931

167.000 149.000

máquinas e peças sobressalcntes indis pensáveis a uma produção contínua. O

1933

222.000

1934 1935

310.000

1936

1937 1938

1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947

363.000 492.000 563.000 605.000

1926

-

1947

saram a improvisar renovações, adiar consertos, afastando temporariamente

qualquer idéia de expansão. Ma.s, deve ser mencionado que essa

estabilização temporária da produção foi

om parte devida a uma excessiva caute

767.000

la por parte das empresas produtoras de

759.000 747.000 SIO.OOO 774.000 824.000 893.000

A razão principal pela qual a oferta de cimento não conseguiu mais acompa

nhar o pxogres.so da procura consistiu no fato de ter a ascensão prodigiosa da

produção brasileira sofrido um revés no ano de 1942; foi naquele ano que, pela

cimento, as quais, cm 1939. temiam efeitos econômicos desfavoráveis da no va guerra e, portanto, seguiram uma políHca conservadora a respeito de um aumento da sua capacidade produtiva.

Naquele período, quando as Américas se mantinham ainda fora do conflito, exisHa tempo suficiente para encomen das vultosas de novas máquinas nos E. U.A. Como é do conhecimento de to

dos, atualmente, a guerra, se bem que tenha trazido certas dificuldades para os consumidores, não deixou de esHmular

primeira vez desde 1932, a produção

a produção, especialmente no ramo da

decresceu, e isso de 767.000 toneladas

construção.

cm 1941 para 759.000 toneladas em

Ainda não houve guerra

que não fôsse acompanhada de falta

1942. Mesmo em 1945, a produção não

de gêneros no mercado. Isso se repetiu

foi além de 774.000 toneladas; esse fato

no último conflito. E o fato é que a evolução do mercado encontrou a in

demonstra que durante 4 anos, de 1942 até 1945, a produção aumentou em so

mente 7.000 toneladas, enquanto que nos

dústria de cimento desprevenida para acompanhá-la.

anos de 1932 a 1941, o acréscimo anual linha sido em média de 69.000 tonela

A razão secundária do desequilíbrio do mercado desde 1942 reside no fato

de que naquele tempo a importação de

aumento era de fato necessário para poder satisfazer à procura sempre cres

cimento era insuficiente e começou a

esse decorrente igualmente da guerra. A

Anos

Toneladas

1926

13.000 55.000

cente.

88.000

conseqüência da segunda guerra mun-

1927 1928

óleo combustível foi substituído, em par.

"te, por cirrvão vegetal. As usinas pas

696.000 744.000

das; e a estatística prova que um tal

ravelmente. Isso, porém,

afeta somente a impor

importação

dinl. Após a entrada dos E.U.A. na guerra, cm fins de 1941, tomou-se cada

Toneladas

1939

A produção mantcm-se no

do satisfazer a procura.

Para melhor se entender a origem dêsse enómcno, exporemos primeiramente as

produção aproveita-se disso c continua o seu

81

Anos

1932

entre procura e oferta.

ECONÓMICX)

A estagnação cl,a produção foi uma

elevar-se apenas a partir de 1944, fato importação da Europa estava parabsada e o esfôrço de guerra dos E.U.A. não


iwrr

82

Digesto

Econômico

sua exportação.

mento são duas: uma, o aumento da oferta; outra, a diminuição da procura.

A estatística das importações de ci mento do Brasil nesses anos apresenta

bilidades de uma diminuição da procura.

permitia um aumento considerável de

va o seguinte quadro:

Examinemos primeiramente as possi Tomando o consumo de cimento no

Importação de cimento no Brasil 1942 - 1947 Anos

Toneladas

Brasil como representativo para a pro

74.000

1943

16.000

1944

103.000

1945 1946 1947

225.000 350.000

Apesar da restrição do consumo pela falta de mercadoria, esse atingiu em

somente a procura satisfeita — ilustra o

média do 60.000 toneladas, ou sejam,

10%. O diagrama de ascensão desde o ano de 1943 é quase uma reta e não

Consumo de cimento no Brasil

mostra nenhuma tendência a declinarse, O mesmo se pode dizer da

procura não satisfeita, a qual nos 1931

-

1947

347.000 Anos

Toneladas

Depreender-se-á dos algarismos aci-

nia que, somente em 1944, ou melhor, em 1945, a importação de cimento co meçou a reagir e procurar atender às exigências do mercado nacional.

de 1943.

cura — de fato representa o consumo

desde 1931: • 1942

de entre procura e oferta e a verdadeira procura estava bem acima do consumo

1947 441% do consumo de 1931. O acréscimo anual de 1931 até 1947 era na

quadro a seguir a evoluçfio da procura

Per

1931 1932 1933 1934

deram-se, portanto, dois ou três anos, durante os quais o consumo latente

1935

continuava a aumentar, o que significava

1937

um volume sempre crescente de uma

procura não satisfeita. Foi naqueles anos que se estabeleceu a disparidade que rema ainda hoje, porque o aumento da oferta desde 1944 — aumento prove niente primeiro da importação, depois da produção — era sempre precedido de um aumento, igual ou maior, da procu ra, de modo que a discordância entre oferta e procura nunca diminuiu.

A questão que se apresenta agora é: quais os meios que poderão equilibrar o mercado de cimento?

1936 1938

1939 1940 1941 1942

1943 1944

1945 1946 1947

281.000 310:000 336.000 436.000 477.000 570.000 638.000 655.000 731.000 767.000 785.000 833.000 763.000 913.000

últimos anos tomou-se cada vez mais urgente. E' também digno de nota que nem a

crise de 1937, nem a segunda guerra mundial conseguiram interromper o au mento anual da procura. portanto, somos levados à

conclusão de que a procura do cimento continua a intensificarse, salvo, naturalmente, uma crise econômica tão intensa co mo aquela que irrompeu no ano dc 1929. Significa isso que, do

lado da procura, a situação do merca do dificilmente pode esperar uma altera

ção decisiva para melhor, antes tende a se agravar.

Segue-se daí que a única solução

para equilibrar o mercado de cimento é

1.039.000

Q aumento da oferta, o que, evidente mente, é a solução desejável sob todos os

1.174.000 1.240.000

pontos de vista. O aumento da oferta de cimento pode

Conforme demonstram os dados aci

ter duas fontes: ou uma produção maior

ma, a única interrupção significativa do

ou uma importação maior, ou, ainda,

progresso do consumo verificou-se em

B — As possibilidades de equilibrar o mercado

As possibilidades'de pôr um fim ao atual desequilíbrio do mercado de ci

83

Dicesto Econômico

ambas. Uma terceira possibilidade de aumentar a oferta — uma "solução" que

1943, quando o consumo bai.\ou de 833.000 toneladas em 1942 para 763.000 toneladas. Porém, como já tivemos opor tunidade de expor antes, fôra e.xatainen-

te em 1942 que começara a disparida-

Tendo que escolher, para melhorar a oferta, entre um aumento da produção e um aumento da importação, dá-se, tan

to por razões de economia nacional, como por razões de economia particular, preferência ao aumento da produção. Quais as razões da economia nacional que exigem o aumento da produção, nem precisa ser explicado; a questão cambial, sòmente, é uma delas. Por ra

zões da economia particular, a produção nacional tem primazia sôbre a importa

ção, devido ao seu preço mais bai.xo e sua qualidade superior. A diferença entre o preço do cimento

nacional e o do cimento importado é de fato enorme e, ao mesmo tem

po, uma das melhores provas de que o consumo de cimento seria mais alto se tivesse uma oferta maior de cimento na cional.

A qualidade superior do pro duto nacional é reconhecida

por tôdas as pessoas interessadas no ra mo das construções. Essa superioridade é baseada em dois fatores.

O mais

importante é que o padrão de cimento, estabelecido pelo .Govêmo brasileiro, principalmente com respeito a sua re sistência e a sua expansão, é mais exi

gente do que em outros países. A se gunda razão é qixe depois de dois me ses inicia-se a deterioração do cimento. E em vista das dificuldades de trans

porte, do congestionamento dos portos, etc., parece impossível que seja ofereci do para a venda no Brasil cimento im

a economia brasileira experimentou com

portado que não tenha saldo da fábri

resultados nem sempre felizes durante

ca há mais de dois meses.

08 últimos anos — isto é, a proibição de

Assim, fica fora de dúvida que o de que a economia brasileira precisa é um

exportação, não pode ser aplicada no

JL

caso do cimento porque c.xportação de cimento praticamente não há.


iwrr

82

Digesto

Econômico

sua exportação.

mento são duas: uma, o aumento da oferta; outra, a diminuição da procura.

A estatística das importações de ci mento do Brasil nesses anos apresenta

bilidades de uma diminuição da procura.

permitia um aumento considerável de

va o seguinte quadro:

Examinemos primeiramente as possi Tomando o consumo de cimento no

Importação de cimento no Brasil 1942 - 1947 Anos

Toneladas

Brasil como representativo para a pro

74.000

1943

16.000

1944

103.000

1945 1946 1947

225.000 350.000

Apesar da restrição do consumo pela falta de mercadoria, esse atingiu em

somente a procura satisfeita — ilustra o

média do 60.000 toneladas, ou sejam,

10%. O diagrama de ascensão desde o ano de 1943 é quase uma reta e não

Consumo de cimento no Brasil

mostra nenhuma tendência a declinarse, O mesmo se pode dizer da

procura não satisfeita, a qual nos 1931

-

1947

347.000 Anos

Toneladas

Depreender-se-á dos algarismos aci-

nia que, somente em 1944, ou melhor, em 1945, a importação de cimento co meçou a reagir e procurar atender às exigências do mercado nacional.

de 1943.

cura — de fato representa o consumo

desde 1931: • 1942

de entre procura e oferta e a verdadeira procura estava bem acima do consumo

1947 441% do consumo de 1931. O acréscimo anual de 1931 até 1947 era na

quadro a seguir a evoluçfio da procura

Per

1931 1932 1933 1934

deram-se, portanto, dois ou três anos, durante os quais o consumo latente

1935

continuava a aumentar, o que significava

1937

um volume sempre crescente de uma

procura não satisfeita. Foi naqueles anos que se estabeleceu a disparidade que rema ainda hoje, porque o aumento da oferta desde 1944 — aumento prove niente primeiro da importação, depois da produção — era sempre precedido de um aumento, igual ou maior, da procu ra, de modo que a discordância entre oferta e procura nunca diminuiu.

A questão que se apresenta agora é: quais os meios que poderão equilibrar o mercado de cimento?

1936 1938

1939 1940 1941 1942

1943 1944

1945 1946 1947

281.000 310:000 336.000 436.000 477.000 570.000 638.000 655.000 731.000 767.000 785.000 833.000 763.000 913.000

últimos anos tomou-se cada vez mais urgente. E' também digno de nota que nem a

crise de 1937, nem a segunda guerra mundial conseguiram interromper o au mento anual da procura. portanto, somos levados à

conclusão de que a procura do cimento continua a intensificarse, salvo, naturalmente, uma crise econômica tão intensa co mo aquela que irrompeu no ano dc 1929. Significa isso que, do

lado da procura, a situação do merca do dificilmente pode esperar uma altera

ção decisiva para melhor, antes tende a se agravar.

Segue-se daí que a única solução

para equilibrar o mercado de cimento é

1.039.000

Q aumento da oferta, o que, evidente mente, é a solução desejável sob todos os

1.174.000 1.240.000

pontos de vista. O aumento da oferta de cimento pode

Conforme demonstram os dados aci

ter duas fontes: ou uma produção maior

ma, a única interrupção significativa do

ou uma importação maior, ou, ainda,

progresso do consumo verificou-se em

B — As possibilidades de equilibrar o mercado

As possibilidades'de pôr um fim ao atual desequilíbrio do mercado de ci

83

Dicesto Econômico

ambas. Uma terceira possibilidade de aumentar a oferta — uma "solução" que

1943, quando o consumo bai.\ou de 833.000 toneladas em 1942 para 763.000 toneladas. Porém, como já tivemos opor tunidade de expor antes, fôra e.xatainen-

te em 1942 que começara a disparida-

Tendo que escolher, para melhorar a oferta, entre um aumento da produção e um aumento da importação, dá-se, tan

to por razões de economia nacional, como por razões de economia particular, preferência ao aumento da produção. Quais as razões da economia nacional que exigem o aumento da produção, nem precisa ser explicado; a questão cambial, sòmente, é uma delas. Por ra

zões da economia particular, a produção nacional tem primazia sôbre a importa

ção, devido ao seu preço mais bai.xo e sua qualidade superior. A diferença entre o preço do cimento

nacional e o do cimento importado é de fato enorme e, ao mesmo tem

po, uma das melhores provas de que o consumo de cimento seria mais alto se tivesse uma oferta maior de cimento na cional.

A qualidade superior do pro duto nacional é reconhecida

por tôdas as pessoas interessadas no ra mo das construções. Essa superioridade é baseada em dois fatores.

O mais

importante é que o padrão de cimento, estabelecido pelo .Govêmo brasileiro, principalmente com respeito a sua re sistência e a sua expansão, é mais exi

gente do que em outros países. A se gunda razão é qixe depois de dois me ses inicia-se a deterioração do cimento. E em vista das dificuldades de trans

porte, do congestionamento dos portos, etc., parece impossível que seja ofereci do para a venda no Brasil cimento im

a economia brasileira experimentou com

portado que não tenha saldo da fábri

resultados nem sempre felizes durante

ca há mais de dois meses.

08 últimos anos — isto é, a proibição de

Assim, fica fora de dúvida que o de que a economia brasileira precisa é um

exportação, não pode ser aplicada no

JL

caso do cimento porque c.xportação de cimento praticamente não há.


, yr- 4 I wn ,+ ' y.

84

DrcESTO

aumento da produção de cimento. Quais são, porém, os fatos?

O quadro abaixo fornece as compara ções entre a evolução da produção, im portação e consumo nos últimos 5 anos, em toneladas:

Anos

747.000 16.000 810.000 103.000

763.000 913.000

774.000 255.000 1.029.000 824.000 350.000 1.174.000 893.000 347.000 1.240.000

Pelo que demonstram os dados acima, o aumento de consumo desde 1943 era e 477.000 toneladas. Desse aumen

i

to, a produção participou com 146.000 tone adas e a importação com 331.000 oneladas. A nossa demonstração ficará

n^is clara ainda, se tomarmos o ano de

43 com a cifra-índice de 100 como ase. Apresenta-se, então, o seguinte quádro:

Anos Tradução Importação Consumo 1943 1944

100 108

1945

104

1946 1947

110 120

tação 44%. Em 1943, a produção for neceu 98% do consumo e a importação 2%; em 1947, a contribuição da produ ção havia baixado para 72% e a da importação aumentatlo para 28% do con sumo; e isso apesar da inferioridade com

Tradução Importação Consumo

1943 1944 1945 1946 1947

EcoNÓAnco

100 689 1.594 2.187 2.169

100 120

petitiva do cimento estrangeiro, atrás

mais rapidamente para primeiro poder atender à procura não satisfeita e de pois desalojar a importação? O aumento da produção nacio nal de cimento pode advir de duas fontes.

Uma

é

a instalação

vos fábricas; a outra à da capacidade produtiva

o

de no. aumento

das

usinas

já existentes.

A razão principal por que a instala ção de novas fábricas não se verifiçou

num ritmo mais acelerado é a falta de capital no Brasil. A indústria de cimento c uma indústria pesada, intensiva em ca

cas. Essa dificuldade existe desde a entrada dos E.U.A. na guerra e até ho

je ainda não pcklc .ser completamente eliminada. Se bem que essa dificulda de tenha somente caráter temporário,

apareceu ela justamente no momento mais inoportuno para a economia bra sileira.

São essas as principais razões

por que, faz anos, certas compa nhias de cimento estão, ou em or

ganização, ou construindo as suas usína.s, sem que exista uma pers

pectiva para iniciarem a sua produção num futuro próximo.

Em comparação com as dificuldades

deixaria a indústria de cimento com uma

superprodução.

Tais pontos-de-\ista, apesar de tudo,

implicam fatôres que se não podem des prezar fàcilmente. Como já dissemos, é a indústria de- cimento uma indústria

pesada, onde a amortização do capital investido forma uma alta parte dos custos, e a manutenção e conservação

das máquinas exige um operariado bem treinado que não pode ser fàcilmente substituído. Significa isso que aquela

parte dos custos, que são independen tes do grau da produção, os quais não

podem ser diminuídos quando a produ

ção caia, os chamados custos fixos, são relativamente importantes.

São esses n

custos fixos que representam o maior perigo para uma empresa, no caso de uma crise.

Uma crise econômica, porém,

afeta a indústria de construções

mais do que qualquer outra. De fato,' a indústria de construções é tvão sensível a mudanças do mercado, que

o seu desenvolvimento é usado como ba-

pital. No quadro dos custos a depre ciação das instalações pesa em geral

de instalação de novas fábricas, a outra

ilustrar isso, basta citar que o consumo

tanto como o custo de mão-de-obra, o que é, por enquanto, uma raridade neste país. O capital necessário para a ere-

possibilidade para elevar a produção —

o aumento da capacidade produti\a de usinas e.xistentes — parece bem mais

1931 em nada menos de 55%! Êsses fatos explicam as inquietações dos fabricantes no tocante ao futuro do

as condições locais, de Gr$ 50.000.000,00

As cifras acima revelam a magni tude do desenvolvimento da importação

para reunir tais somas de capital não pre

de cimento nos últimos cinco anos. Con

cisam ser argumentadas.

De 1943 a 1947, o consumo aumentou

a impossibilidade, de se obteicin atual mente, máquinas e ccjiiipamentos dos

seguinte, a conclusão de no\as fábri

Por que razões a indústria de cimento não conseguiu aumentar a sua produção

se, conforme a capacidade produtiva e

cm 63%; desse aumento, cabem à pro dução brasileira sòmente 19% e à impor-

Finalmente, a dificuldade e às \ ézes até

cimento e as dificuldades em satisfazê-la.

163

do mercado de cimento.

dem levar anos.

exposta. Não c.xiste argumento melhor para mostrar a urgência da procura de

ção de uma usina de cimento estende-

trária aos interesses da economia brasi

tomar unia decisão. Tais pesquisas são, forçosamente, bastante demoradas e po

E.U.A. — sem falar dos antigos países fornecedores europeus — retarda cxtraordinàriamcnte a instalação, e, por con

135 154

leira, foi a importação e não a produção, que se aproveitou da situação precária

D/oe-sto Econômico

até Cr$ 100.000.000,00. As dificuldades

Um segundo fator que atrasa a ins

simples. Porém, por razõe.s que tem ca ráter em parte técnico, em parte po lítico, também nenhum progresso sen sível foi feito nessa direção. As razões

rômetro do ciclo dos negócios.

Para

de cimento no Brasil caiu de 1929 a

mercado de cimento.

No capítulo se

guinte, sobre as perspectivas do mercado

técnicas são as mesmas que já foram

brasileiro de cimento, tentaremos exami

rnencionadas acima: as dificuldades em

nar até que grau tais preocupações são justificadas.

obter equipamento novo. As razoes po

talação de novas usinas é a dependên

líticas, que impediram até um certo. grau uma expansão mais rápida da in

C — As perspectivas do mercado de

cia da fabricação de cimento de uma

dústria, são os receios dos produtores

cimento

matéria-prima — a pedra de cal — cuja qualidade e quantidade, localização, con dições de transporte etc., tèm que ser

de que a atual situação do mercado mu

cuidadosamente estudadas antes de se

de, que a procura decline e qúe o atual

O resultado de nossa análise do mer

"mercado dos vendedores" ceda lugar a um "mercado dos compradores", o que

cado de cimento é que o consumo sem

pre crescente não mostra nenhuma ten-


, yr- 4 I wn ,+ ' y.

84

DrcESTO

aumento da produção de cimento. Quais são, porém, os fatos?

O quadro abaixo fornece as compara ções entre a evolução da produção, im portação e consumo nos últimos 5 anos, em toneladas:

Anos

747.000 16.000 810.000 103.000

763.000 913.000

774.000 255.000 1.029.000 824.000 350.000 1.174.000 893.000 347.000 1.240.000

Pelo que demonstram os dados acima, o aumento de consumo desde 1943 era e 477.000 toneladas. Desse aumen

i

to, a produção participou com 146.000 tone adas e a importação com 331.000 oneladas. A nossa demonstração ficará

n^is clara ainda, se tomarmos o ano de

43 com a cifra-índice de 100 como ase. Apresenta-se, então, o seguinte quádro:

Anos Tradução Importação Consumo 1943 1944

100 108

1945

104

1946 1947

110 120

tação 44%. Em 1943, a produção for neceu 98% do consumo e a importação 2%; em 1947, a contribuição da produ ção havia baixado para 72% e a da importação aumentatlo para 28% do con sumo; e isso apesar da inferioridade com

Tradução Importação Consumo

1943 1944 1945 1946 1947

EcoNÓAnco

100 689 1.594 2.187 2.169

100 120

petitiva do cimento estrangeiro, atrás

mais rapidamente para primeiro poder atender à procura não satisfeita e de pois desalojar a importação? O aumento da produção nacio nal de cimento pode advir de duas fontes.

Uma

é

a instalação

vos fábricas; a outra à da capacidade produtiva

o

de no. aumento

das

usinas

já existentes.

A razão principal por que a instala ção de novas fábricas não se verifiçou

num ritmo mais acelerado é a falta de capital no Brasil. A indústria de cimento c uma indústria pesada, intensiva em ca

cas. Essa dificuldade existe desde a entrada dos E.U.A. na guerra e até ho

je ainda não pcklc .ser completamente eliminada. Se bem que essa dificulda de tenha somente caráter temporário,

apareceu ela justamente no momento mais inoportuno para a economia bra sileira.

São essas as principais razões

por que, faz anos, certas compa nhias de cimento estão, ou em or

ganização, ou construindo as suas usína.s, sem que exista uma pers

pectiva para iniciarem a sua produção num futuro próximo.

Em comparação com as dificuldades

deixaria a indústria de cimento com uma

superprodução.

Tais pontos-de-\ista, apesar de tudo,

implicam fatôres que se não podem des prezar fàcilmente. Como já dissemos, é a indústria de- cimento uma indústria

pesada, onde a amortização do capital investido forma uma alta parte dos custos, e a manutenção e conservação

das máquinas exige um operariado bem treinado que não pode ser fàcilmente substituído. Significa isso que aquela

parte dos custos, que são independen tes do grau da produção, os quais não

podem ser diminuídos quando a produ

ção caia, os chamados custos fixos, são relativamente importantes.

São esses n

custos fixos que representam o maior perigo para uma empresa, no caso de uma crise.

Uma crise econômica, porém,

afeta a indústria de construções

mais do que qualquer outra. De fato,' a indústria de construções é tvão sensível a mudanças do mercado, que

o seu desenvolvimento é usado como ba-

pital. No quadro dos custos a depre ciação das instalações pesa em geral

de instalação de novas fábricas, a outra

ilustrar isso, basta citar que o consumo

tanto como o custo de mão-de-obra, o que é, por enquanto, uma raridade neste país. O capital necessário para a ere-

possibilidade para elevar a produção —

o aumento da capacidade produti\a de usinas e.xistentes — parece bem mais

1931 em nada menos de 55%! Êsses fatos explicam as inquietações dos fabricantes no tocante ao futuro do

as condições locais, de Gr$ 50.000.000,00

As cifras acima revelam a magni tude do desenvolvimento da importação

para reunir tais somas de capital não pre

de cimento nos últimos cinco anos. Con

cisam ser argumentadas.

De 1943 a 1947, o consumo aumentou

a impossibilidade, de se obteicin atual mente, máquinas e ccjiiipamentos dos

seguinte, a conclusão de no\as fábri

Por que razões a indústria de cimento não conseguiu aumentar a sua produção

se, conforme a capacidade produtiva e

cm 63%; desse aumento, cabem à pro dução brasileira sòmente 19% e à impor-

Finalmente, a dificuldade e às \ ézes até

cimento e as dificuldades em satisfazê-la.

163

do mercado de cimento.

dem levar anos.

exposta. Não c.xiste argumento melhor para mostrar a urgência da procura de

ção de uma usina de cimento estende-

trária aos interesses da economia brasi

tomar unia decisão. Tais pesquisas são, forçosamente, bastante demoradas e po

E.U.A. — sem falar dos antigos países fornecedores europeus — retarda cxtraordinàriamcnte a instalação, e, por con

135 154

leira, foi a importação e não a produção, que se aproveitou da situação precária

D/oe-sto Econômico

até Cr$ 100.000.000,00. As dificuldades

Um segundo fator que atrasa a ins

simples. Porém, por razõe.s que tem ca ráter em parte técnico, em parte po lítico, também nenhum progresso sen sível foi feito nessa direção. As razões

rômetro do ciclo dos negócios.

Para

de cimento no Brasil caiu de 1929 a

mercado de cimento.

No capítulo se

guinte, sobre as perspectivas do mercado

técnicas são as mesmas que já foram

brasileiro de cimento, tentaremos exami

rnencionadas acima: as dificuldades em

nar até que grau tais preocupações são justificadas.

obter equipamento novo. As razoes po

talação de novas usinas é a dependên

líticas, que impediram até um certo. grau uma expansão mais rápida da in

C — As perspectivas do mercado de

cia da fabricação de cimento de uma

dústria, são os receios dos produtores

cimento

matéria-prima — a pedra de cal — cuja qualidade e quantidade, localização, con dições de transporte etc., tèm que ser

de que a atual situação do mercado mu

cuidadosamente estudadas antes de se

de, que a procura decline e qúe o atual

O resultado de nossa análise do mer

"mercado dos vendedores" ceda lugar a um "mercado dos compradores", o que

cado de cimento é que o consumo sem

pre crescente não mostra nenhuma ten-


86

Dioesto

dência a declinar, que a produção por enquanto não conseguiu atender às exigências da economia brasileira e

que a importação, indesejável sob

muitos pontos-de-vista, não represen ta senão uma solução parcial e de emergência.

O nosso prognóstico no tocante a um . aumento futuro da procura é baseado sôbre os algarismos do consumo de 1931 a 1947. Êsse aumento contínuo deve-se, em parte, a© progresso geral do país, do

qual a sua industrialização é a melhor expressão; e, em segundo lugar, a uma mudança estrutural no ramo das cons

truções: a preferência quase exclusiva

Econômico

que se dá hoje em dia no Brasil às construções de cimento armado e a in

trodução do cimento para o uso nas pa vimentações. E' opinião geral dos pe ritos que essa mudança estrutural, a qual abriu e continua abrindo novos campos enormes à aplicação do cimento, é de finitiva.

Dai a nossa convicção de que sòmente uma crise econômica* pode afetar a procura de cimento no Brasil.

Quais seriam os efeitos de uma tal crise?

O gráfico seguinte, baseado nos al

DicEsro Econômico

87

Por êsse gráfico pode-se formar um juízo das conseqüências de uma diminui

vramento dos direitos al^degários e da licença prévia — também às máqui

ção da procura como resultado de uma

nas e equipamentos destinados à produ ção de cimento nacional. O que mais interessa, porém, são as

crise econômica.

Primeiro sería atingida a procura não satisfeita, que forma uma espécie de

parachoque. Sòmente depois de ter de saparecido essa procura 6 que a impor tação de cimento começaria a sofrer.

O produto nacional, superior ao cimen to importado sob todos os pontos-de-vísta, não sentiria os efeitos de uma queda da procura antes que esta bai.vassc até aproximadamente 60% do nível

garismos do ano de 1947, mostra u

atuai.

atua! situação do mercado;

primida acima, de que sòmente uma

Confirma ís.so a nossa opinião, já e.xcrise econômica muito grave pode pre

judicar a indústria nacional de cimento. 1.600000

1.540 000 T 1.500000

1.300000

bre 9 usinas. Ao que parece, representa

essa produção um pouco mais do que 80% da capacidade produtiva teórica das usinas. Seria isso uma porcentagem mui to alta. Nos E.U.A. essa porcentagem

era de sòmente 68% no ano de 1946 e de 78% no ano de 1947.

(estimativa) 1.240 000 T

mento não dispõe de reservas produtiva.^

e que nenhum aumento da produção é de se esperar de uma utilização maior da atual capacidade das usinas.

A produção de cimento au mentará em 1948, porém, em

1.100000

conseqüência da expansão da ca

pacidade de algumas usinas. O

nosso atual sistema econômico.

Portanto,

<

podemos

mais importante é que uma das

concluir

fábricas no Estado de São Paulo

que, salvo acontecimentos impre

347 000 T

terminou a instalação de um no

visíveis, as perspectivas do con-

1X00 000

Importação

gutno de cimento no Brasil são das mais auspiciosas.

900 000 893 000 T

800 000 fü

Em conseqüência disso, a.s perspecti

Mostra essa

comparação que a nossa indústria de ci

ameaça menos para a indústria de cimento do que para todo o

consumo

1.200 000

<

A produção de cimento no Brasil era de 893.000 t. em 1947, distribuída sô

anos de 1929-1932 seria uma

Déficit do

t/l

Q

mento.

resto, uma repetição da crise dos

300 000 T 1.400 000

Uma crise econômica em futuro pró ximo, porém, é rftuito improvável. De

perspectivas da produção e suas possi bilidades de equilibrar o mercado de ci

vo fomo, que começou a trabalhar no

segundo trimestre de 1948. Duas ou tras usinas reformaram e ampliaram as suas instalações, e "a fábrica de Pôrto

700 000

vas da importação de cimento, não obs tante ela sirva apenas para satisfazer a

600 000

procura mais urgente, são igualmente

fins do ano de 1947, vai influir mais

Z O •xs

500 000

H

893 000 T 400 000 300 000

Produção

3

boas. Sobretudo, porque o cimento im

completamente na estatística do ano cor

portado está livre tanto do pagamento

rente.

de direitos alfandegários, como também da licença prévia de importação.

a produção de cimento no ano de 1948

100 000

o

Calculamos que, em resultado disso,

importado, de um certo modo é incom

aumentará de aproximadamente 100.000 t., o que resultará, em cifras redon das, numa produção de 1.000.000. de

preensível a razão pela qual o legislador

toneladas.

Se bem que ninguém conteste que 200 000

Alegre, que iniciou as suas ati\'idades em

atualmente o Brasil precisa de cimento não concede os mesmos favores — li-

Para o ano de 1949, esperamos igual-


86

Dioesto

dência a declinar, que a produção por enquanto não conseguiu atender às exigências da economia brasileira e

que a importação, indesejável sob

muitos pontos-de-vista, não represen ta senão uma solução parcial e de emergência.

O nosso prognóstico no tocante a um . aumento futuro da procura é baseado sôbre os algarismos do consumo de 1931 a 1947. Êsse aumento contínuo deve-se, em parte, a© progresso geral do país, do

qual a sua industrialização é a melhor expressão; e, em segundo lugar, a uma mudança estrutural no ramo das cons

truções: a preferência quase exclusiva

Econômico

que se dá hoje em dia no Brasil às construções de cimento armado e a in

trodução do cimento para o uso nas pa vimentações. E' opinião geral dos pe ritos que essa mudança estrutural, a qual abriu e continua abrindo novos campos enormes à aplicação do cimento, é de finitiva.

Dai a nossa convicção de que sòmente uma crise econômica* pode afetar a procura de cimento no Brasil.

Quais seriam os efeitos de uma tal crise?

O gráfico seguinte, baseado nos al

DicEsro Econômico

87

Por êsse gráfico pode-se formar um juízo das conseqüências de uma diminui

vramento dos direitos al^degários e da licença prévia — também às máqui

ção da procura como resultado de uma

nas e equipamentos destinados à produ ção de cimento nacional. O que mais interessa, porém, são as

crise econômica.

Primeiro sería atingida a procura não satisfeita, que forma uma espécie de

parachoque. Sòmente depois de ter de saparecido essa procura 6 que a impor tação de cimento começaria a sofrer.

O produto nacional, superior ao cimen to importado sob todos os pontos-de-vísta, não sentiria os efeitos de uma queda da procura antes que esta bai.vassc até aproximadamente 60% do nível

garismos do ano de 1947, mostra u

atuai.

atua! situação do mercado;

primida acima, de que sòmente uma

Confirma ís.so a nossa opinião, já e.xcrise econômica muito grave pode pre

judicar a indústria nacional de cimento. 1.600000

1.540 000 T 1.500000

1.300000

bre 9 usinas. Ao que parece, representa

essa produção um pouco mais do que 80% da capacidade produtiva teórica das usinas. Seria isso uma porcentagem mui to alta. Nos E.U.A. essa porcentagem

era de sòmente 68% no ano de 1946 e de 78% no ano de 1947.

(estimativa) 1.240 000 T

mento não dispõe de reservas produtiva.^

e que nenhum aumento da produção é de se esperar de uma utilização maior da atual capacidade das usinas.

A produção de cimento au mentará em 1948, porém, em

1.100000

conseqüência da expansão da ca

pacidade de algumas usinas. O

nosso atual sistema econômico.

Portanto,

<

podemos

mais importante é que uma das

concluir

fábricas no Estado de São Paulo

que, salvo acontecimentos impre

347 000 T

terminou a instalação de um no

visíveis, as perspectivas do con-

1X00 000

Importação

gutno de cimento no Brasil são das mais auspiciosas.

900 000 893 000 T

800 000 fü

Em conseqüência disso, a.s perspecti

Mostra essa

comparação que a nossa indústria de ci

ameaça menos para a indústria de cimento do que para todo o

consumo

1.200 000

<

A produção de cimento no Brasil era de 893.000 t. em 1947, distribuída sô

anos de 1929-1932 seria uma

Déficit do

t/l

Q

mento.

resto, uma repetição da crise dos

300 000 T 1.400 000

Uma crise econômica em futuro pró ximo, porém, é rftuito improvável. De

perspectivas da produção e suas possi bilidades de equilibrar o mercado de ci

vo fomo, que começou a trabalhar no

segundo trimestre de 1948. Duas ou tras usinas reformaram e ampliaram as suas instalações, e "a fábrica de Pôrto

700 000

vas da importação de cimento, não obs tante ela sirva apenas para satisfazer a

600 000

procura mais urgente, são igualmente

fins do ano de 1947, vai influir mais

Z O •xs

500 000

H

893 000 T 400 000 300 000

Produção

3

boas. Sobretudo, porque o cimento im

completamente na estatística do ano cor

portado está livre tanto do pagamento

rente.

de direitos alfandegários, como também da licença prévia de importação.

a produção de cimento no ano de 1948

100 000

o

Calculamos que, em resultado disso,

importado, de um certo modo é incom

aumentará de aproximadamente 100.000 t., o que resultará, em cifras redon das, numa produção de 1.000.000. de

preensível a razão pela qual o legislador

toneladas.

Se bem que ninguém conteste que 200 000

Alegre, que iniciou as suas ati\'idades em

atualmente o Brasil precisa de cimento não concede os mesmos favores — li-

Para o ano de 1949, esperamos igual-


B

88

mente um acréscimo de mais ou me

DicKsro

Econômico

greves, etc. A experiência prova, po

nos 100.000 t., devido em parte ao au mento da capacidade produtiva de uma

rém, que um revés na produção de uma

das usinas no Estado de Minas Gerais

uma produção mais elevada numa outra

e em* parte ao fato de que o aumento da capacidade da usina no Estado de São Paulo beneficiará o ano todo de 1949.

Com isso a produção atinciria .... 1.100.000 t. em 1949,

Finalmente, pode-se esperar que na fabrica no Estado do Rio de Janeiro se ja completada a instalação de um novo

orno até o fim do ano vindouro, o que significa mais um aumento de apro.ximadamente 100.000 t. para 1950. Deste modo, a produção nacional de cimento no ano de 1950 seria de apro ximadamente 1.200.000 toneladas.

Estamos cientes de que existem atual

mente máis três fábricas em vias de

construção, porém, não esperamos que eas possam influir na estatística da pro dução até 1950.

^ Reconhecidamente, êsses cálculos es tão sujeitos a incertezas e diividas, e ninguern nega que, no momento, os cálcu

los baseados nos fatôres normais po dem sofrer transtornos imprevistos. Além disso, üs nossos algarismos não podem levar em conta as possíveis alterações da estatística de produção em conse qüência de grandes consertos nas usinas.

Economia dos Minerais Estratégicos

usina é geralmente contrabalançado por

VI

A. J. Ai-ves í)e Soltza

usina, de modo que a produção média das fábricas em conjunto não sofre al

terações abruptas. E' sôbrc essa hipó tese que fizemos a nossa previsão para os anos vindouros.

O resultado de.ssa previsão é decepcio. nante.

Não podemo.s esperar em fu-

tnro próximo um acréscimo anual da

produção de mais de 10%. Êsse acrésci

mo c igual ao acréscimo da procura, a qual, conforme foi indicado acima, au mentou nos últimos 16 anos na média de 10% por ano e mostra tendências de continuar o seu ritmo de ascensão.

Daí resulta que a atual disparidade entre a procura e a oferta, proveniente da produção nacional, continuará na

mesma proporção durante . os próximos anos; que a parte mais urgente da pro cura excedente será satisfeita pela im portação de cimento;, e que uma tercei ra parte da procura não encontrará uma

oferta ou, em outras palavras, que o atual déficit do consumo não pode ser ebminado.

XIII — Crédito niíMCirí»

Em outra oportunidade, quando foi discutido neste Conselho o problema do credite como elemento indispen.sá\'el ao desenvolvimento econômico do paí.s, de clarei que, para a mineração, dadas as

peculiaridaclc.s dessa indústria, as in.slituíçõe.s de crédito destinadas ao seu fo mento deveriam

dica () . exploração dos nossos recurso.ç minerais.

Os outros membros são: 4 represen- ^

Citei então o Banco Mineiro da Bo-

Kvia qi'Ó. tendo-se'iniciado como socie

tantos do Poder Legislativo — dois

dade de economia mista — capitais de

deputados e dois senadores; 3 represen

senvolveu enquanto não foi encampado

tantes da Sociedade Nacional de Miné rio; 3 de livre escolha do Presidente da

particulares e do Govêrno — rjão se de pelo GovCmo.

Citarei hoje outro exemplo, podendo, neste caso, entrar cm maiores detalhes, valendo-me da tese apresentada ao 2."

República, sondo, por praxe, um desses, personagem de destaque do Instituto de Engenheiros de Minas do Chilc; outro membro do Conselho é o Diretor do

Departanicnto de Minas e Pétróleo. O

vice-presidente da "Caja" é também de

livre escolha do Presidente da República.

O pessoal técnico e administrativ^b

titulada "Caja de Credito Mincro de Chile. Vcinte anos de labor". A Caja de Credito Minere de Chile é

ynia pessoa jurídica de direito priblico 0 sua administração está a cargo de um Conselho composto' de vice-presidente e

vohendo consumo de aço.

indispensável ;nonogro/w a quem se de

quais não se ajustavam as institui-

leno Enrique Viliavicencio Chaparro, in

A procura, ■porem, e nmior do que nunca. As quotas ~ tanto as estabelecidas como fls propostas — deverão atingir 5,3 inühões de toneladas .por ano, isto cêrca de 8% do total. Além disso, há outros grandes projetos em perspectiva ei\-

nas A. ]. Alves dc Souza. Constitui uma

ç-ocs d ê crédito comuns.

cimento é uma , continuação do atual

^ devendo atingir 33 milhões de Unidos está anos caminho de seis baterrneses seus de próprios recordes, tonehdas primeiros 1948,

e da lavra do ilustre engenheiro de mi

ler caráter especial,

a perspectiva do mercado brasileiro de

desequilíbrio ainda, por vários anos.

Conselho Federal do Comércio Exterior

compatível com aquelas peculiaridades

Congresso Panamericano de Engenhariadc Minas b Geologia pelo delegado chi

Assim, chegamos à conclusão de que

Com o presente capítulo encerra-se o magnífico estudo sõhre a economia dos minerais estratégicos, apresentado ao

onze conselheiros. O presidente da ins tituição é o Ministro de Economia e Co

mércio, que pode dirigir as sessões do Conselho quando julgar con\^eniente. Mas quem representa a "Caja" e que normalmente preside às ses.sões do Con selho o o vice-presidente. •

da "Caja" é nomeado pelo Conselho, por proposta do vice-presidente.

As atribuições • desse órgão foram-se desenvolvendo com o tempo. Inicial mente, a Caixa apenas fornecia créditos

para instalação de estabelecimentos me talúrgicos. A garantia dos créditos era

a reserva mineral positiva com que contassem os prétendentes. O juro era de 8%, podendo as comissões atingir a

um

montante

12-1-1927).-

de

3%

(Lei

de


B

88

mente um acréscimo de mais ou me

DicKsro

Econômico

greves, etc. A experiência prova, po

nos 100.000 t., devido em parte ao au mento da capacidade produtiva de uma

rém, que um revés na produção de uma

das usinas no Estado de Minas Gerais

uma produção mais elevada numa outra

e em* parte ao fato de que o aumento da capacidade da usina no Estado de São Paulo beneficiará o ano todo de 1949.

Com isso a produção atinciria .... 1.100.000 t. em 1949,

Finalmente, pode-se esperar que na fabrica no Estado do Rio de Janeiro se ja completada a instalação de um novo

orno até o fim do ano vindouro, o que significa mais um aumento de apro.ximadamente 100.000 t. para 1950. Deste modo, a produção nacional de cimento no ano de 1950 seria de apro ximadamente 1.200.000 toneladas.

Estamos cientes de que existem atual

mente máis três fábricas em vias de

construção, porém, não esperamos que eas possam influir na estatística da pro dução até 1950.

^ Reconhecidamente, êsses cálculos es tão sujeitos a incertezas e diividas, e ninguern nega que, no momento, os cálcu

los baseados nos fatôres normais po dem sofrer transtornos imprevistos. Além disso, üs nossos algarismos não podem levar em conta as possíveis alterações da estatística de produção em conse qüência de grandes consertos nas usinas.

Economia dos Minerais Estratégicos

usina é geralmente contrabalançado por

VI

A. J. Ai-ves í)e Soltza

usina, de modo que a produção média das fábricas em conjunto não sofre al

terações abruptas. E' sôbrc essa hipó tese que fizemos a nossa previsão para os anos vindouros.

O resultado de.ssa previsão é decepcio. nante.

Não podemo.s esperar em fu-

tnro próximo um acréscimo anual da

produção de mais de 10%. Êsse acrésci

mo c igual ao acréscimo da procura, a qual, conforme foi indicado acima, au mentou nos últimos 16 anos na média de 10% por ano e mostra tendências de continuar o seu ritmo de ascensão.

Daí resulta que a atual disparidade entre a procura e a oferta, proveniente da produção nacional, continuará na

mesma proporção durante . os próximos anos; que a parte mais urgente da pro cura excedente será satisfeita pela im portação de cimento;, e que uma tercei ra parte da procura não encontrará uma

oferta ou, em outras palavras, que o atual déficit do consumo não pode ser ebminado.

XIII — Crédito niíMCirí»

Em outra oportunidade, quando foi discutido neste Conselho o problema do credite como elemento indispen.sá\'el ao desenvolvimento econômico do paí.s, de clarei que, para a mineração, dadas as

peculiaridaclc.s dessa indústria, as in.slituíçõe.s de crédito destinadas ao seu fo mento deveriam

dica () . exploração dos nossos recurso.ç minerais.

Os outros membros são: 4 represen- ^

Citei então o Banco Mineiro da Bo-

Kvia qi'Ó. tendo-se'iniciado como socie

tantos do Poder Legislativo — dois

dade de economia mista — capitais de

deputados e dois senadores; 3 represen

senvolveu enquanto não foi encampado

tantes da Sociedade Nacional de Miné rio; 3 de livre escolha do Presidente da

particulares e do Govêrno — rjão se de pelo GovCmo.

Citarei hoje outro exemplo, podendo, neste caso, entrar cm maiores detalhes, valendo-me da tese apresentada ao 2."

República, sondo, por praxe, um desses, personagem de destaque do Instituto de Engenheiros de Minas do Chilc; outro membro do Conselho é o Diretor do

Departanicnto de Minas e Pétróleo. O

vice-presidente da "Caja" é também de

livre escolha do Presidente da República.

O pessoal técnico e administrativ^b

titulada "Caja de Credito Mincro de Chile. Vcinte anos de labor". A Caja de Credito Minere de Chile é

ynia pessoa jurídica de direito priblico 0 sua administração está a cargo de um Conselho composto' de vice-presidente e

vohendo consumo de aço.

indispensável ;nonogro/w a quem se de

quais não se ajustavam as institui-

leno Enrique Viliavicencio Chaparro, in

A procura, ■porem, e nmior do que nunca. As quotas ~ tanto as estabelecidas como fls propostas — deverão atingir 5,3 inühões de toneladas .por ano, isto cêrca de 8% do total. Além disso, há outros grandes projetos em perspectiva ei\-

nas A. ]. Alves dc Souza. Constitui uma

ç-ocs d ê crédito comuns.

cimento é uma , continuação do atual

^ devendo atingir 33 milhões de Unidos está anos caminho de seis baterrneses seus de próprios recordes, tonehdas primeiros 1948,

e da lavra do ilustre engenheiro de mi

ler caráter especial,

a perspectiva do mercado brasileiro de

desequilíbrio ainda, por vários anos.

Conselho Federal do Comércio Exterior

compatível com aquelas peculiaridades

Congresso Panamericano de Engenhariadc Minas b Geologia pelo delegado chi

Assim, chegamos à conclusão de que

Com o presente capítulo encerra-se o magnífico estudo sõhre a economia dos minerais estratégicos, apresentado ao

onze conselheiros. O presidente da ins tituição é o Ministro de Economia e Co

mércio, que pode dirigir as sessões do Conselho quando julgar con\^eniente. Mas quem representa a "Caja" e que normalmente preside às ses.sões do Con selho o o vice-presidente. •

da "Caja" é nomeado pelo Conselho, por proposta do vice-presidente.

As atribuições • desse órgão foram-se desenvolvendo com o tempo. Inicial mente, a Caixa apenas fornecia créditos

para instalação de estabelecimentos me talúrgicos. A garantia dos créditos era

a reserva mineral positiva com que contassem os prétendentes. O juro era de 8%, podendo as comissões atingir a

um

montante

12-1-1927).-

de

3%

(Lei

de


90

Dicesto EcoNÓKnco

Por lei de 9-2-28, foi autorizada a

fazer compra e venda de minerais. Mais tarde, em 9-7-1928, veio a autorização

para conceder empréstimos para explo ração de minas nas mesmas condições já citadas.

Em 24 de dezembro de 1928, foi a Caixa autorizada a construir usinas de

beneficiamento e a conceder emprésti mos para preparo de minas.

Pela lei de 6 de julho de 1932, o juro foi baixado para 4% e foram suprimidas as comissões.

,a ^ ^ empréstimos abril de 1937 Caixa fazer cha permitiu mados de fomento e relativos a

jazidas ainda em estado de recoh

H

^

n ecimento, ou, de acôrdo com a

nossa designação legal, de pes quisa.

A lei de 8 de janeiro de 1938 têz a fusão da Caja de Credito mero com a Caja de Fomento Carbo-

importância para investigações científi. cas e estudos geológicos relativos ao carvão e 40% para o fomento da indús tria carbonífera.

Na última guerra mundial a Caixa, em vista de se terem fechado casas com-

pradoras de minérios, teve que adqui rir grande parte do minério habitual mente comprado por essas casas. Foi-

lhe facultado então, por lei (4-10-41), descontar letras no Banco Central, até

o montante de 100.000.000 de pesos, com garantias dos próprios minerais. Anteriormente, em 1938, fora a CaLxa

Esto Econômico

^^Ixiratório Metalúrgico.

$ 3 932 529 93, valores que han de-

^ Caixa não só funciona como insH-

bido restarse al cumplimiento de sus objetivos.

"^^■ão de crédito, mas ainda como mi-

'^^adora, exploradora de minas de be*^íiciamento de mincrai.s, compradora c ^^dedora de equipamentos de maquia pequenos mineradoros a prazos ^^^gos, orientadora técnico-administrade pequenas o médias emprêsas de ^neração, realizando, também, estudo.s Ç^ológicos e investigações sôbre meta"Argia, tratamento e utilização dos mie, ainda, obras de utilidade pú-

Mica — abastecimento dágua, iluminação

autorizada a subscrever um em

^ abertura de estradas — nas zonas dc

préstimo de 80.000.000 de pesos

Mineração.

para atender a um Plano de Ação Imediata

de

Auxílio à

Mineração. Em 1942, foi autorizada a ele

var o capital a 120.000.000 de pesos e em 1943 foi-lhe conce

i

Quanto aos aspectos econômicos da 'nstituição, prefiro transcrever o que diz

^ respeito o autor da tese citada, pois. Ha íntegra c na língua original, poderá ^sse capítulo ser melhor apreciado: "Tratando-se de una empresa ne-

dido receber 10,4% do impôsto extraor dinário sôbre o cobre para empregar a

tamcnte de fomento,

quantia correspondente no fomento da

de sus balances econômicos no es

nimas de mineração.

mineração. Por leis de 1943 e 1946 foi autoriza

un índice que nos permita dedu-

4-A^ 6798, deregulando 1-2-41, consolidou tôda a ?legislação a "Caja"

da a receber as diferenças de cotação do dólar, para dedicá-las a auxílios à

nero.

Pela lei de 7-2-38, a CaLxa foi auto riza a a fazer parte de sociedades anô

e aumentou as facilidades para a mesma adquirir ações de emprêsas de minera ção.

O capital inicial da Caixa foi de

40.000.000 de pesos para ser integrali-

mineração do ouro e de outros metais. Os Departamentos da Caixa são os

seguintes: Departamento Jurídico (Fiscalía)j Controle Financeiro (Contraloria);

zado em 5 anos (lei de 12-1-1927). Em 1932 o capital foi elevado para 60.000.000 de pesos e, em 1937 para

Estatística e Bens (Estatística e Bienes);

100.000.000.

Adquisiciones);

Armazéns e Compras, (Almacenes y

Com a fusão da Caja de Fomento Car-

Contabilidade Geral;

bonero foi adicionada ao seu ativo a

Compra de Minerais;

quantia de 2.000.000 de pesos daquela,

Usinas de Beneficiamento;

tendo-lhe sido destinado também 1/3 da renda auferida pelos direitos de im

Carvão; Crédito e Fomento;

portação do petróleo, sendo 25% dessa

Laboratórios Químicos;

cír

conclusiones

el

resultado

acerca de

su

si-

tuación financiera ni mucho menos

sobre el êxito de su gestlón y, por Io tanto, habrá que consignar, adernás, otros aspectos que tienen relación com ella.

"3. — Los

Fondos

de

Rescxx-a

(Provisiones) destinados a amorti zar las Instalacioncs y cancelar las deudas incobrables o dudosas, - han

llegado a ura total de $ 65 236 129 12.'

"4. — Las Colocaciones (créditos

diversos concedidos)

suman

$

. .

77 760 041 35.

"5. — Las Inversiones (Planteles

propios, Inventários, e.xistências de productos elaborados y minerales) representara $ 315 241 550 98.

"Estos valores están indicando que,

a pesar de las dificuldades que ha tenido que vencer esta Instítución (Conclusiones 1 y 2), ha considera do, en forma previsora, las contin

gências propias de una empresa téc nica y de fomento, a lavez.

"Ahora, si analizamos su influen cia en Ia economia nacional, que es

su fin primordial, debemos tomar en cuenta Ia producción nueva que ha

originado. Ia que se puede medir — en cierta forma — por el monto total de Ias compras de minerales que ha efectuado, el que ha alcanzado a

"Los Cuadros y Gráficos n.° 2 a 0 indicam Ias, variaoiones que han

$ 977 000 945 97. "Con el mismo objeto, deberíainos considerar los valores entregados en

tenido Ics factores determinantes ar

forma de créditos y ayuda técnica

riba senalados y de ellos se deduce que:

"1. — Las pérdidas acumuladas alcanzan a $ 49 967 205 20, es decir, repre-sentan alrededor dei 41% de su

capital autorizado y 17% dei capital más los recursos financieros.

"2. -- Por concepto de intereses

y comissiones ha tenido que invertir

y Ia riqueza que estas gestiones han producido, pero dado el liecho que es difícil avaluar estos aspectos nos con

tentaremos en senalar sólo Ia cifra anterior, como um primar índice. "Es, tambíén, muy significativo los resultados que se derivan de su poder productor de divisas intemacionales, el que, según el Cua.


90

Dicesto EcoNÓKnco

Por lei de 9-2-28, foi autorizada a

fazer compra e venda de minerais. Mais tarde, em 9-7-1928, veio a autorização

para conceder empréstimos para explo ração de minas nas mesmas condições já citadas.

Em 24 de dezembro de 1928, foi a Caixa autorizada a construir usinas de

beneficiamento e a conceder emprésti mos para preparo de minas.

Pela lei de 6 de julho de 1932, o juro foi baixado para 4% e foram suprimidas as comissões.

,a ^ ^ empréstimos abril de 1937 Caixa fazer cha permitiu mados de fomento e relativos a

jazidas ainda em estado de recoh

H

^

n ecimento, ou, de acôrdo com a

nossa designação legal, de pes quisa.

A lei de 8 de janeiro de 1938 têz a fusão da Caja de Credito mero com a Caja de Fomento Carbo-

importância para investigações científi. cas e estudos geológicos relativos ao carvão e 40% para o fomento da indús tria carbonífera.

Na última guerra mundial a Caixa, em vista de se terem fechado casas com-

pradoras de minérios, teve que adqui rir grande parte do minério habitual mente comprado por essas casas. Foi-

lhe facultado então, por lei (4-10-41), descontar letras no Banco Central, até

o montante de 100.000.000 de pesos, com garantias dos próprios minerais. Anteriormente, em 1938, fora a CaLxa

Esto Econômico

^^Ixiratório Metalúrgico.

$ 3 932 529 93, valores que han de-

^ Caixa não só funciona como insH-

bido restarse al cumplimiento de sus objetivos.

"^^■ão de crédito, mas ainda como mi-

'^^adora, exploradora de minas de be*^íiciamento de mincrai.s, compradora c ^^dedora de equipamentos de maquia pequenos mineradoros a prazos ^^^gos, orientadora técnico-administrade pequenas o médias emprêsas de ^neração, realizando, também, estudo.s Ç^ológicos e investigações sôbre meta"Argia, tratamento e utilização dos mie, ainda, obras de utilidade pú-

Mica — abastecimento dágua, iluminação

autorizada a subscrever um em

^ abertura de estradas — nas zonas dc

préstimo de 80.000.000 de pesos

Mineração.

para atender a um Plano de Ação Imediata

de

Auxílio à

Mineração. Em 1942, foi autorizada a ele

var o capital a 120.000.000 de pesos e em 1943 foi-lhe conce

i

Quanto aos aspectos econômicos da 'nstituição, prefiro transcrever o que diz

^ respeito o autor da tese citada, pois. Ha íntegra c na língua original, poderá ^sse capítulo ser melhor apreciado: "Tratando-se de una empresa ne-

dido receber 10,4% do impôsto extraor dinário sôbre o cobre para empregar a

tamcnte de fomento,

quantia correspondente no fomento da

de sus balances econômicos no es

nimas de mineração.

mineração. Por leis de 1943 e 1946 foi autoriza

un índice que nos permita dedu-

4-A^ 6798, deregulando 1-2-41, consolidou tôda a ?legislação a "Caja"

da a receber as diferenças de cotação do dólar, para dedicá-las a auxílios à

nero.

Pela lei de 7-2-38, a CaLxa foi auto riza a a fazer parte de sociedades anô

e aumentou as facilidades para a mesma adquirir ações de emprêsas de minera ção.

O capital inicial da Caixa foi de

40.000.000 de pesos para ser integrali-

mineração do ouro e de outros metais. Os Departamentos da Caixa são os

seguintes: Departamento Jurídico (Fiscalía)j Controle Financeiro (Contraloria);

zado em 5 anos (lei de 12-1-1927). Em 1932 o capital foi elevado para 60.000.000 de pesos e, em 1937 para

Estatística e Bens (Estatística e Bienes);

100.000.000.

Adquisiciones);

Armazéns e Compras, (Almacenes y

Com a fusão da Caja de Fomento Car-

Contabilidade Geral;

bonero foi adicionada ao seu ativo a

Compra de Minerais;

quantia de 2.000.000 de pesos daquela,

Usinas de Beneficiamento;

tendo-lhe sido destinado também 1/3 da renda auferida pelos direitos de im

Carvão; Crédito e Fomento;

portação do petróleo, sendo 25% dessa

Laboratórios Químicos;

cír

conclusiones

el

resultado

acerca de

su

si-

tuación financiera ni mucho menos

sobre el êxito de su gestlón y, por Io tanto, habrá que consignar, adernás, otros aspectos que tienen relación com ella.

"3. — Los

Fondos

de

Rescxx-a

(Provisiones) destinados a amorti zar las Instalacioncs y cancelar las deudas incobrables o dudosas, - han

llegado a ura total de $ 65 236 129 12.'

"4. — Las Colocaciones (créditos

diversos concedidos)

suman

$

. .

77 760 041 35.

"5. — Las Inversiones (Planteles

propios, Inventários, e.xistências de productos elaborados y minerales) representara $ 315 241 550 98.

"Estos valores están indicando que,

a pesar de las dificuldades que ha tenido que vencer esta Instítución (Conclusiones 1 y 2), ha considera do, en forma previsora, las contin

gências propias de una empresa téc nica y de fomento, a lavez.

"Ahora, si analizamos su influen cia en Ia economia nacional, que es

su fin primordial, debemos tomar en cuenta Ia producción nueva que ha

originado. Ia que se puede medir — en cierta forma — por el monto total de Ias compras de minerales que ha efectuado, el que ha alcanzado a

"Los Cuadros y Gráficos n.° 2 a 0 indicam Ias, variaoiones que han

$ 977 000 945 97. "Con el mismo objeto, deberíainos considerar los valores entregados en

tenido Ics factores determinantes ar

forma de créditos y ayuda técnica

riba senalados y de ellos se deduce que:

"1. — Las pérdidas acumuladas alcanzan a $ 49 967 205 20, es decir, repre-sentan alrededor dei 41% de su

capital autorizado y 17% dei capital más los recursos financieros.

"2. -- Por concepto de intereses

y comissiones ha tenido que invertir

y Ia riqueza que estas gestiones han producido, pero dado el liecho que es difícil avaluar estos aspectos nos con

tentaremos en senalar sólo Ia cifra anterior, como um primar índice. "Es, tambíén, muy significativo los resultados que se derivan de su poder productor de divisas intemacionales, el que, según el Cua.


Dicesto

Eco^•ó^uco

dro n.® 5, nos Ueva a un total de

eso habría deviielto con c.xceso el ca

$ 1 277 306 918 65 desde que se fun

pital aportado por el Estado. "Es decir, que coneste solo resul tado, justifica — por deniás — su e.xis-

do Ia Caja.

"Ellos representan Ias ventas de

minerales de baja ley, que no se habrian producido si Ia Caja no hubiera existido, ya que corresponden a productos obtenidos en sus p'anteles y dos minerales tipo exportación

tencía."

Acredito que uma instituição dentro

das linhas gerais da Caja do Crédito Minoro de Chile, embora não entrando

DiGESTO ECONÓ^UCO

93

Dei.\o consignados também meus agra decimentos ao desenhista da Divisão de

Águas, Ale.xandrc Hamilton Saboia Ri beiro, pelos desenhos que organizou para concretizar a complexidade do comércio internacional de minerais e seus produ Devo informar que, para tratar da

desde logo — como a princípio não o fè?.

indústria mineira em nosso país, exis tem, além dc instituições em alguns

neros no hubieram contado con mer

cado para sus minerales pobres.

produtos minerais, seria de grande uti

Produção Mineral, o Conselho Nacio

Como tales divisas se destinam a

Ia importación de maquinarias y otros artículos, ai ser internados en el

pais, el Estado (Fisco) percibo los valores correspondientes por concepto de derechos de intemación, impuestos, cifras de negócios, etc. Según dados proporcionados por

el Ministério de Economia y Comer

nal dc Minas c Metalurgia e o Conse

Este Conselho já teve oportunidade de organizar e submeter à apreciação do Governo, há alguns anos, um pro

lho Nacional do Petróleo, sendo que

Produção Mineral não tem a

jeto criando uma organização dentro das

ürganiz;ição, o número de técni

mas hoje malsinado, de Instituto.

cio, los porcentajes cobrados en el ano 1945, por este capítulo, se dis-

tribuyeron como sigue: Derechos de intemación

(promedio) .... Impuestos, cifras de negocios, etc

25% 10 a 15%

Ahora bien, considerando que es tos derechos eran inferiores en los anos precedentes, para los efectos de nuestra apreciación aceptaremos que

Estado.s, o Departamento Nacional da

lidade e de grande eficiência.

mesmas linhas, restrita, porém, a pedras preciosas, com o nome, então em voga, XIV — Conclusões

o Departamento

Nacional da

cos e os recursos necessários a

uma

ação

mais

eficiente,

o

que é indispensável, segundo já reconheceu éste próprio Conselho. Considero que seria

muito vanta

joso que êsses órgãos trabalhassem mais

Antes dc articular conclusões a que me levaram o.s fatos o argumentos ex postos, devo deixar consignados os meus agradecimentos aos engenheiros do De

so de conjunto em que se integrassem

partamento Nacional da Produção Mine

criando o Ministério de Minas e Ener

ral, Irnack Carvalho do Amaral e Er

gia, nos moldes já propostos pelo Con-

nesto Puchain, pela colaboração que me

unidos e dentro de um plano harmonio também os órgãos estaduais competen

tes.

c) considerando que alguns dos mi

nerais de que possuímos reservas são

estratégicos para alguns países gran demente industrializados;

d) considerando que alguns mine

tos.

aquela — cm tantos detalhes das in dústrias de mineração c de utilização de

que no se habría explotado si los mi-

apreciáveis não só pela quantidade co mo pela qualidade e pela di\ersidade;

Isto, a meu x er,'' se conseguiria,

.selho Nacional dc Minas e Metalurgia.

rais essenciais são estratégicos para o nosso país; — considerando que:

a e.vploração de nossos recurso.s mi nerais deverá atender a três objetivos: desenvolvimento econômico interno, defesa militar do país e produção de divisas;

a — considerando que para

atingir esses objetivos é necessá

rio conhecer o mais exatamente

possível o valor real de nossas reservas , minerais; estimular o desenvolvimento, em nosso t^^ono,

da indústria de mineração e de indus

trias que utilizam nossas materias-pri-

Ls minerais; acompanhar cmdadosamente o comércio mundial de mmera.s e seus produtos e assegurar transporte a essas mercadorias;

b - considerando que para êsses fins,

é indispensável organizar eficientemente e harmôiiicamente os órgãos governamen

tais que têm a incumbência dos estudos dos problemas envolvidos, de incenti

prestaram, reunindo e agrupando os

Êsse Ministério, alérn dos Departa

queden representado por un prome

dados relativos às reservas de minerais

mentos técnicos o administrativos neces

que figuram neste relatório e também os

dio equivalente al 25%.

sários, incluiria também a instituição

dados sobre produção de minerais e al

de crédito nos moldes já referidos e a

Es decir, que el Fisco ha percebi do — solo por este concepto — sin considerar Leyes Sociales y otros im puestos en Ia etapa de producción

guns de seus produtos industrializados e sôbre comércio de importação e expor

Universidade Técnica de Ouro Preto,

nicos capazes, em número suficiente, pa

já mencionada.

ra o trato dos mesmos problemas, criar instituições de crédito "que possam au

minera, una suma similar a $

rio Pinto a colaboração prestada em

tação dessas mercadorias.

Agradeço também ao Engenheiro Má

Isto pôsto, submeto ao exame desta Câmara as seguintes conclusões:

a) Considerando que a indústria mi

var e desenvolver os estudo.s técnicos e científicos essenciais à formação de téc

xiliar com êxito o destnvoMmento da

quelas indústrias e aparelhar adequada mente nossos sistemas de transporte e

320 000 000: cerca de 3 veces el ca

parte do capítulo referente aos uso.s de

neral tem sido, em todos os tempos,

pital que se le ha entregado. "Esto significaria que, si a Ia fe

alguns minerais e ao Eng.° Daniel Sar mento a organização de dados sôbre in dústrias que usam matérias-primas mi

elemento poderoso, senão decisivo, na formação do grandes Nações;

nossos portos;

põe de reservas de recursos minerais

rosas e não ferrosas;

cha, Ia Caja hubiese fracassado en Ia gestión encomendada, a pesar de

nerais.

b) considerando que o Brasil dis

— considerando que temos condições para a produção de ligas especiais fer-


Dicesto

Eco^•ó^uco

dro n.® 5, nos Ueva a un total de

eso habría deviielto con c.xceso el ca

$ 1 277 306 918 65 desde que se fun

pital aportado por el Estado. "Es decir, que coneste solo resul tado, justifica — por deniás — su e.xis-

do Ia Caja.

"Ellos representan Ias ventas de

minerales de baja ley, que no se habrian producido si Ia Caja no hubiera existido, ya que corresponden a productos obtenidos en sus p'anteles y dos minerales tipo exportación

tencía."

Acredito que uma instituição dentro

das linhas gerais da Caja do Crédito Minoro de Chile, embora não entrando

DiGESTO ECONÓ^UCO

93

Dei.\o consignados também meus agra decimentos ao desenhista da Divisão de

Águas, Ale.xandrc Hamilton Saboia Ri beiro, pelos desenhos que organizou para concretizar a complexidade do comércio internacional de minerais e seus produ Devo informar que, para tratar da

desde logo — como a princípio não o fè?.

indústria mineira em nosso país, exis tem, além dc instituições em alguns

neros no hubieram contado con mer

cado para sus minerales pobres.

produtos minerais, seria de grande uti

Produção Mineral, o Conselho Nacio

Como tales divisas se destinam a

Ia importación de maquinarias y otros artículos, ai ser internados en el

pais, el Estado (Fisco) percibo los valores correspondientes por concepto de derechos de intemación, impuestos, cifras de negócios, etc. Según dados proporcionados por

el Ministério de Economia y Comer

nal dc Minas c Metalurgia e o Conse

Este Conselho já teve oportunidade de organizar e submeter à apreciação do Governo, há alguns anos, um pro

lho Nacional do Petróleo, sendo que

Produção Mineral não tem a

jeto criando uma organização dentro das

ürganiz;ição, o número de técni

mas hoje malsinado, de Instituto.

cio, los porcentajes cobrados en el ano 1945, por este capítulo, se dis-

tribuyeron como sigue: Derechos de intemación

(promedio) .... Impuestos, cifras de negocios, etc

25% 10 a 15%

Ahora bien, considerando que es tos derechos eran inferiores en los anos precedentes, para los efectos de nuestra apreciación aceptaremos que

Estado.s, o Departamento Nacional da

lidade e de grande eficiência.

mesmas linhas, restrita, porém, a pedras preciosas, com o nome, então em voga, XIV — Conclusões

o Departamento

Nacional da

cos e os recursos necessários a

uma

ação

mais

eficiente,

o

que é indispensável, segundo já reconheceu éste próprio Conselho. Considero que seria

muito vanta

joso que êsses órgãos trabalhassem mais

Antes dc articular conclusões a que me levaram o.s fatos o argumentos ex postos, devo deixar consignados os meus agradecimentos aos engenheiros do De

so de conjunto em que se integrassem

partamento Nacional da Produção Mine

criando o Ministério de Minas e Ener

ral, Irnack Carvalho do Amaral e Er

gia, nos moldes já propostos pelo Con-

nesto Puchain, pela colaboração que me

unidos e dentro de um plano harmonio também os órgãos estaduais competen

tes.

c) considerando que alguns dos mi

nerais de que possuímos reservas são

estratégicos para alguns países gran demente industrializados;

d) considerando que alguns mine

tos.

aquela — cm tantos detalhes das in dústrias de mineração c de utilização de

que no se habría explotado si los mi-

apreciáveis não só pela quantidade co mo pela qualidade e pela di\ersidade;

Isto, a meu x er,'' se conseguiria,

.selho Nacional dc Minas e Metalurgia.

rais essenciais são estratégicos para o nosso país; — considerando que:

a e.vploração de nossos recurso.s mi nerais deverá atender a três objetivos: desenvolvimento econômico interno, defesa militar do país e produção de divisas;

a — considerando que para

atingir esses objetivos é necessá

rio conhecer o mais exatamente

possível o valor real de nossas reservas , minerais; estimular o desenvolvimento, em nosso t^^ono,

da indústria de mineração e de indus

trias que utilizam nossas materias-pri-

Ls minerais; acompanhar cmdadosamente o comércio mundial de mmera.s e seus produtos e assegurar transporte a essas mercadorias;

b - considerando que para êsses fins,

é indispensável organizar eficientemente e harmôiiicamente os órgãos governamen

tais que têm a incumbência dos estudos dos problemas envolvidos, de incenti

prestaram, reunindo e agrupando os

Êsse Ministério, alérn dos Departa

queden representado por un prome

dados relativos às reservas de minerais

mentos técnicos o administrativos neces

que figuram neste relatório e também os

dio equivalente al 25%.

sários, incluiria também a instituição

dados sobre produção de minerais e al

de crédito nos moldes já referidos e a

Es decir, que el Fisco ha percebi do — solo por este concepto — sin considerar Leyes Sociales y otros im puestos en Ia etapa de producción

guns de seus produtos industrializados e sôbre comércio de importação e expor

Universidade Técnica de Ouro Preto,

nicos capazes, em número suficiente, pa

já mencionada.

ra o trato dos mesmos problemas, criar instituições de crédito "que possam au

minera, una suma similar a $

rio Pinto a colaboração prestada em

tação dessas mercadorias.

Agradeço também ao Engenheiro Má

Isto pôsto, submeto ao exame desta Câmara as seguintes conclusões:

a) Considerando que a indústria mi

var e desenvolver os estudo.s técnicos e científicos essenciais à formação de téc

xiliar com êxito o destnvoMmento da

quelas indústrias e aparelhar adequada mente nossos sistemas de transporte e

320 000 000: cerca de 3 veces el ca

parte do capítulo referente aos uso.s de

neral tem sido, em todos os tempos,

pital que se le ha entregado. "Esto significaria que, si a Ia fe

alguns minerais e ao Eng.° Daniel Sar mento a organização de dados sôbre in dústrias que usam matérias-primas mi

elemento poderoso, senão decisivo, na formação do grandes Nações;

nossos portos;

põe de reservas de recursos minerais

rosas e não ferrosas;

cha, Ia Caja hubiese fracassado en Ia gestión encomendada, a pesar de

nerais.

b) considerando que o Brasil dis

— considerando que temos condições para a produção de ligas especiais fer-


1

Di(;icsto

94

Econômico

possível, é de tôda conveniência dificul

3. Minérios de metais nobres, princi palmente'O ouro, e minerais raros.

tar a exportação'de minerais em bruto, exceto quando dêles possuamos evidente

nos itens anteriores.

— considerando que, na medida do

superabundância em face de nossas ne

II. — Sejam reunidos sob direção úni

ca os órgãos do Covôrno Federal que

visíveis no futuro;

têm a seu cargo os estudos dos proble

— considerando que, visando esse ob jetivo, devemos proteger a criação de in dústrias que utilizem matérias-primas

vadas e os de energia, sendo conveniente,

I

— considerando que os caminhos que podem conduzir eficientemente aos dois

fins especificados nos dois itens ante riores podem ser atingidos por acordos internacionais elaborados com habilidade e por uma conveniente legislação tarifária; — considerando que a mineração, co mo qualquer outra indústria, para ter

base sólida e atrair capitais para seu de senvolvimento, tem de contar com con

te aparelhados de pessoal técnico, re

IV. ■— Seja estabelecido que os ór

do plano que fôr estabelecido, a fim V. — Sejam dadas tôdas as facilidades à Escola Nacional de

Minas e Metalurgia ou Universi

O Conselho Federal do Co mércio Exterior recomenda:

mesmo gênero já criadas ou que se es

cumprido, plano definido para intensifi

maior número possível de técnicos capa zes nos ramos de engenharia a quo

car o estudo e a avaliação dos recursos

minerais do pais e de sua utilização. Nesse plano deverão ser objetivados, por ordem de prioridade: 1. Os minerais estratégicos para o Brasil — combustíveis, fertilizantes, co

estágios de férias aos professores brasi leiros

2. Os minerais estratégicos e críticos

para os prováveis consumidores de nossos minerais.

em

estabelecimentos

que seja feito um rigoroso exame das nossas disponibilidades de tais minerais,

da possibilidade e conveniência de serem

os mesmos industrializados total ou par cialmente em nosso país e da -

lidade ou conveniência da troca dêsses minerais por outros mmerais de nenhum acôrdo ou tratado ou acôrdo comercial com países es trangeiros visando a importação,

ção a© beneficiamento ou industrializa

nos estrangeiros, visando matérias-pri

à criação de indústrias dêsse gê nero em nosso país. XI. — Para atingir o objetivo

sil; em certos casos a serem conveniente mente estudados, condicionar a exporta

VII. — Sejam aparelliadas a Estra-

XIII. — Não seja firmado nenhum

que necessitamos.

ses minerais seja industrializada no Bra

ses.

"menores" e "mais raros".

a proteção ao desenvolvimento e

dores, nos casos em que uma parte des

científicos e industriais dos mesmos paí

cuja

mas minerais estratégicas ou nao, sem

permitir reduções nas tarifas de exqjortação de minerais brutos, considerados es tratégicos ou críticos em países importa

técnicos,

em

rhinadas, nos planos rodoviários e de na vegação fluvial, as necessidades do trans

para utilizar matérias-primas minerais;

adiantados, e sejam facilitados cur.sos e

como não ferrosas,

acòrdo ou tratado comercial com gover

pleta isenção, por determinados prazos, conforme a importância da indústria, pa da as indústrias que se estabelecerem

VI. ~ Sejam criadas facilidades para a vinda de técnicos realmente capazes, nesses ramos da técnica, de países mais

ferrosas

composição entrem metais chamados

lliados para embarque de minérios os portos que servem às mesmas regiões. IX. — Sejam cuidadosamente exa-

impostos internos e mesmo sua com

destinam.

outros.

de produzirmos ligas especiais, tanto

deverão permitir a redução de

tabelecerem no país, para que formem o

bre, enxofre, zinco, estanho, chumbo e

dos minerais produzidos em regiões suas

visado no inciso anterior, as leis

dade em que a mesma se trans formar e às demais Escolas do

I. — Seja traçado, com aprovação do Congresso e para ser rigorosamente

para o transporte eficiente e econômico

países estrangeiros, o amparo e

cursos.

portação de determinados minerais.

XII. — Seja intensivamente estudada, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista econômico, a possibilidade

X. — Seja adotado como princípio, quer na fixação de tributação interna de minerais e seus produtos industrializa dos, quer na fixação de tarifas aduanei ras, quer em acordos comerciais com

gãos dos governos estaduais deverão trabalhar cm íntima cooperação com os

aproveitamento de nossos recur sos minerais e de nossos recur sos em energia hidráulica;

nerais; proibir, em alguns casos, a e.x-

porte de minerais por tais vias.

tensivo a que se refere o item I.

de evitar desperdício de tempo e de re

vas, que utilizem matérias-primas mi

Ferro D. Tereza Cristina, a Viação Fér rea do Rio Grande do Sul, a Estrada de

VIII. — Sejam devidamente apare-

cursos pecuniários, materiais e instala ções, para poderem cumprir o plano in

brasileira faculta a colaboração de ca pitais oriundos do estrangeiro no

Paraná-Santa Catarina, a Estrada de

tributárias.

do Ministério de Minas e Energia nos moldes já propostos pelo Conselho Na cional de Minas e Metalurgia. III. — Sejam esses órgãos devidamen

órgãos do Govôrno Federal e participar

dos; criar tarifas de importação razoà velmente protecionistas de indústrias no

Cearense e outras vias férreas do país

para atingir-se êsse objetivo, a criação

95

de Ferro Vilória-Mínas, a Rêde Viação

Ferro Leste Brasileiro, a Rêde Viação

mas de mineração e indústrias dela deri

sumo seguro de seus produtos; — considerando que a Constituição

Econômico

da de Ferro Contrai do Brasil, a Estrada

4. Os demais minerais não indicados

cessidades atuais ou razoàvelmente pre

minerais do país;

DrcESTO

Não

seja

assinado

pelo Brasil, de produtos mine

rais brutos ou industrializados ou substi tutos dos mesmos, sem cuidadoso exame

pelos órgãos competentes da possibilida

de e conveniência de extrairmos ou fa bricarmos os mesmos.

XV. — Seja estudada, com urgência, a criação de uma instituição de crédito

mineiro, com o objetivo de fomentar a

indústria da mineração e as que uti lizam matérias-primas minerais do país, nos moldes gerais da "Caja de Credito Minere" do Chile, podendo ser formado o capital dessa instituição com parte da

ção total ou parcial de parte ou da to

tributação interna e de exportação que re

talidade dos minerais a serem exporta

caem sôbre as matérias-primas minerais.

4


1

Di(;icsto

94

Econômico

possível, é de tôda conveniência dificul

3. Minérios de metais nobres, princi palmente'O ouro, e minerais raros.

tar a exportação'de minerais em bruto, exceto quando dêles possuamos evidente

nos itens anteriores.

— considerando que, na medida do

superabundância em face de nossas ne

II. — Sejam reunidos sob direção úni

ca os órgãos do Covôrno Federal que

visíveis no futuro;

têm a seu cargo os estudos dos proble

— considerando que, visando esse ob jetivo, devemos proteger a criação de in dústrias que utilizem matérias-primas

vadas e os de energia, sendo conveniente,

I

— considerando que os caminhos que podem conduzir eficientemente aos dois

fins especificados nos dois itens ante riores podem ser atingidos por acordos internacionais elaborados com habilidade e por uma conveniente legislação tarifária; — considerando que a mineração, co mo qualquer outra indústria, para ter

base sólida e atrair capitais para seu de senvolvimento, tem de contar com con

te aparelhados de pessoal técnico, re

IV. ■— Seja estabelecido que os ór

do plano que fôr estabelecido, a fim V. — Sejam dadas tôdas as facilidades à Escola Nacional de

Minas e Metalurgia ou Universi

O Conselho Federal do Co mércio Exterior recomenda:

mesmo gênero já criadas ou que se es

cumprido, plano definido para intensifi

maior número possível de técnicos capa zes nos ramos de engenharia a quo

car o estudo e a avaliação dos recursos

minerais do pais e de sua utilização. Nesse plano deverão ser objetivados, por ordem de prioridade: 1. Os minerais estratégicos para o Brasil — combustíveis, fertilizantes, co

estágios de férias aos professores brasi leiros

2. Os minerais estratégicos e críticos

para os prováveis consumidores de nossos minerais.

em

estabelecimentos

que seja feito um rigoroso exame das nossas disponibilidades de tais minerais,

da possibilidade e conveniência de serem

os mesmos industrializados total ou par cialmente em nosso país e da -

lidade ou conveniência da troca dêsses minerais por outros mmerais de nenhum acôrdo ou tratado ou acôrdo comercial com países es trangeiros visando a importação,

ção a© beneficiamento ou industrializa

nos estrangeiros, visando matérias-pri

à criação de indústrias dêsse gê nero em nosso país. XI. — Para atingir o objetivo

sil; em certos casos a serem conveniente mente estudados, condicionar a exporta

VII. — Sejam aparelliadas a Estra-

XIII. — Não seja firmado nenhum

que necessitamos.

ses minerais seja industrializada no Bra

ses.

"menores" e "mais raros".

a proteção ao desenvolvimento e

dores, nos casos em que uma parte des

científicos e industriais dos mesmos paí

cuja

mas minerais estratégicas ou nao, sem

permitir reduções nas tarifas de exqjortação de minerais brutos, considerados es tratégicos ou críticos em países importa

técnicos,

em

rhinadas, nos planos rodoviários e de na vegação fluvial, as necessidades do trans

para utilizar matérias-primas minerais;

adiantados, e sejam facilitados cur.sos e

como não ferrosas,

acòrdo ou tratado comercial com gover

pleta isenção, por determinados prazos, conforme a importância da indústria, pa da as indústrias que se estabelecerem

VI. ~ Sejam criadas facilidades para a vinda de técnicos realmente capazes, nesses ramos da técnica, de países mais

ferrosas

composição entrem metais chamados

lliados para embarque de minérios os portos que servem às mesmas regiões. IX. — Sejam cuidadosamente exa-

impostos internos e mesmo sua com

destinam.

outros.

de produzirmos ligas especiais, tanto

deverão permitir a redução de

tabelecerem no país, para que formem o

bre, enxofre, zinco, estanho, chumbo e

dos minerais produzidos em regiões suas

visado no inciso anterior, as leis

dade em que a mesma se trans formar e às demais Escolas do

I. — Seja traçado, com aprovação do Congresso e para ser rigorosamente

para o transporte eficiente e econômico

países estrangeiros, o amparo e

cursos.

portação de determinados minerais.

XII. — Seja intensivamente estudada, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista econômico, a possibilidade

X. — Seja adotado como princípio, quer na fixação de tributação interna de minerais e seus produtos industrializa dos, quer na fixação de tarifas aduanei ras, quer em acordos comerciais com

gãos dos governos estaduais deverão trabalhar cm íntima cooperação com os

aproveitamento de nossos recur sos minerais e de nossos recur sos em energia hidráulica;

nerais; proibir, em alguns casos, a e.x-

porte de minerais por tais vias.

tensivo a que se refere o item I.

de evitar desperdício de tempo e de re

vas, que utilizem matérias-primas mi

Ferro D. Tereza Cristina, a Viação Fér rea do Rio Grande do Sul, a Estrada de

VIII. — Sejam devidamente apare-

cursos pecuniários, materiais e instala ções, para poderem cumprir o plano in

brasileira faculta a colaboração de ca pitais oriundos do estrangeiro no

Paraná-Santa Catarina, a Estrada de

tributárias.

do Ministério de Minas e Energia nos moldes já propostos pelo Conselho Na cional de Minas e Metalurgia. III. — Sejam esses órgãos devidamen

órgãos do Govôrno Federal e participar

dos; criar tarifas de importação razoà velmente protecionistas de indústrias no

Cearense e outras vias férreas do país

para atingir-se êsse objetivo, a criação

95

de Ferro Vilória-Mínas, a Rêde Viação

Ferro Leste Brasileiro, a Rêde Viação

mas de mineração e indústrias dela deri

sumo seguro de seus produtos; — considerando que a Constituição

Econômico

da de Ferro Contrai do Brasil, a Estrada

4. Os demais minerais não indicados

cessidades atuais ou razoàvelmente pre

minerais do país;

DrcESTO

Não

seja

assinado

pelo Brasil, de produtos mine

rais brutos ou industrializados ou substi tutos dos mesmos, sem cuidadoso exame

pelos órgãos competentes da possibilida

de e conveniência de extrairmos ou fa bricarmos os mesmos.

XV. — Seja estudada, com urgência, a criação de uma instituição de crédito

mineiro, com o objetivo de fomentar a

indústria da mineração e as que uti lizam matérias-primas minerais do país, nos moldes gerais da "Caja de Credito Minere" do Chile, podendo ser formado o capital dessa instituição com parte da

ção total ou parcial de parte ou da to

tributação interna e de exportação que re

talidade dos minerais a serem exporta

caem sôbre as matérias-primas minerais.

4


I I fillWPWlU"'.' -

XVI. — Seja facilitada a criação de refinarias de petróleo no Brasil, deven

Dicksio

Econômico

do O conceito dc niimrral

estratégico

muta\'cj no tempo e ntj espaço, consi derei que a \ isao de um pauorama mais

do o Govêmo da União encarregar-se, desde logo, da montagem e operação de

amplo da questão facilitaria as deci

tais instalações.

sões a seu respeito.

XVII. — No.s casos em que organiza

Uma explicação é ainda necessária.

ções governamentais sejam consumidoras de matérias-primas minerais nacionais,

Preci.so esclarecer o Conselho a respeito

como no caso do carvão, patrocine o Go verno o estabelecimento de contratos de

Minas e Metalurgia para criação do Ministério de Minas e Energia.

fornecimento a longo prazo por preços

A questão foi longamente debatida na-

da proposta do Con.selho Nacional de

Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil Glycon de Paiva O início dos estudos sôbre a geologia do Brasil remonta ao fim do pri

meiro quartel do século XIX, com o cientista alemão Barão de Eschwege.

O primeiro serviço oficial de geologia foi instalado em 1875 — a Comissão

XVIII. _ No caso de empresas orga nizadas com capitais provindos do es trangeiro para fins de mineração, sejam preferidas aquelas que desejarem indus trializar em nosso país as matérias-pri-

cpicle Conselho, tendo sido então organi zado projeto de decreto-lei, que foi suljmctidü ao Governo.

geólogo americano. Charles Frederick

nias que explorarem.

Mineral;

razoáveis fixados de acordo com cri

tério justo.

Essas são as conclusões gerais a que cheguei e que submeto à consideração desta Câmara e do Conselho.

Como membros do Conselho figuram

homens especializados em transportes terrestres, transportes,marítimos, portos, finanças e organizações bancárias, tarifas

aduaneiras, questões estratégicas, trata dos comerciais, comércio, indústria e as pectos vários dos problemas de econo

O Ministério, além dos órgãos bu rocráticos, constituir-se-ia dos seguintes órgãos técnicos:

Departamento Nacional da Produção Departamento Nacional de Industria lização Mineral;

Departamento Nacional de Águas e Energia;

Departamento Nacional de Combustí veis;

Instituto Nacional de Pedras Precio sas;

Atualmente, considenj cpie de\'er-seia modificar o Instituto de Pedras Pre

Êsses colegas estão em melhores condições do que o relator para examinar

ciosas e criar, .sob a dependência do titular do Ministério de Minas e Ener gia, bma instituição de crédito nos mol

Reuni os dados que me foí possível

des já referidos, c que poderia, talvez

obter sôbre êsse problema e emiti sôbre êle minha opinião pessoal. Talvez tenha sido um pouco extenso c

com grande vantagem, ser estendida

saído, jíor vezes, da órbita abrangida pela indicação. Mas assim agi porque, sendo O.S problemas da indústria dos di-

enorgía elétrica. Seria conveniente, também, a manutenção de um Con

selho de Minas e Energia, presidido pt'-

verso.s minerais muito entrelaçados, sen

lü me.smo Ministro.

também

ao financian>ento

excepcional competência de um jovem Hartt.

dós sei^i-

ços de produção, e fornecimentos de

Emprêgo, realizadas em Genebra e Ha vana, Glycon de Paiva é um notável enoenheiro de minas, tendo escrito inú® meros ensaios, todos eruditos e brilhantes

Por economia, foi extinta em

Em 1907, fundou-se o Serviço Geo

lógico e Mineralógico do Brasil, dirigi

5

Permiano

do, durante os doze primeiros anos, por

7.

Siluriano

8.

Algonquiano

■9

Arqueano

go americano Adalbert Orville Derby. gia e mineração do Brasil, consideràvelmente ampliada sob o título de De partamento Nacional da Produção Mi

Ainda é a repartição oficial de geolo

neral.

,.

co do Brasil provém de mais de ^ século de investigações, fartamente in

terrompidas durante amplos intervalos, no século passado. _ Terrenos das diversas eras geológicas

afloram no Brasil. Dos catorze^ siste mas geológicos possíveis, dez são re

presentados na proporção seguinte, aproximadamente avaliados em frações porcentuais da área nacional: %

1.0 4.0 4.0

j " '

10." Área geològicamente des conhecida

33.0 10.0

4

Os terrenos mais extensamente represLtados no Brasil são pois, bs crip-

«zóicos, isto é, os que ftguram, na ta bela, sob os títulos de algonqmano e arqueano (8 e 9 da tabela), totalizando

37 O da área do país, no presente esta do de conhecimentos geológicos. Es sencialmente, constituem êsses terrenos duas extensas porções do território na cional, pelos geólogos denominados os escudos Brasília e Guiana. Aflbra, o Brosília. em todos os Estados da União,

principalménte na zona mais povoada do pais.

Nesses terrenos criptozóicos, jazem

1. Quaternário 2.

6.0

'

6. Carbonífero e devoniano .

cientista de renome universal, o geólo

os principais depósitos minerais do pais:

Terciário

3. Cretáceo 4. Triássico

V_ -V ■

Ministério da Agricultura, delegado do Brasil às Conferências do Comércio e

1878.

Assim, o atual conhecimento geologi-

Universidade Técnica.

mia.

certas faces do problema em debate.

Ceológica do Império — e confiado à

Antigo diretor do Seroiço Geológico e do Foinento da Produção Mineral do

® ^

ouro, tântalo, berilo, titânio, tungstênio,

níquel, cromo, ferro, manganês, magné-


I I fillWPWlU"'.' -

XVI. — Seja facilitada a criação de refinarias de petróleo no Brasil, deven

Dicksio

Econômico

do O conceito dc niimrral

estratégico

muta\'cj no tempo e ntj espaço, consi derei que a \ isao de um pauorama mais

do o Govêmo da União encarregar-se, desde logo, da montagem e operação de

amplo da questão facilitaria as deci

tais instalações.

sões a seu respeito.

XVII. — No.s casos em que organiza

Uma explicação é ainda necessária.

ções governamentais sejam consumidoras de matérias-primas minerais nacionais,

Preci.so esclarecer o Conselho a respeito

como no caso do carvão, patrocine o Go verno o estabelecimento de contratos de

Minas e Metalurgia para criação do Ministério de Minas e Energia.

fornecimento a longo prazo por preços

A questão foi longamente debatida na-

da proposta do Con.selho Nacional de

Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil Glycon de Paiva O início dos estudos sôbre a geologia do Brasil remonta ao fim do pri

meiro quartel do século XIX, com o cientista alemão Barão de Eschwege.

O primeiro serviço oficial de geologia foi instalado em 1875 — a Comissão

XVIII. _ No caso de empresas orga nizadas com capitais provindos do es trangeiro para fins de mineração, sejam preferidas aquelas que desejarem indus trializar em nosso país as matérias-pri-

cpicle Conselho, tendo sido então organi zado projeto de decreto-lei, que foi suljmctidü ao Governo.

geólogo americano. Charles Frederick

nias que explorarem.

Mineral;

razoáveis fixados de acordo com cri

tério justo.

Essas são as conclusões gerais a que cheguei e que submeto à consideração desta Câmara e do Conselho.

Como membros do Conselho figuram

homens especializados em transportes terrestres, transportes,marítimos, portos, finanças e organizações bancárias, tarifas

aduaneiras, questões estratégicas, trata dos comerciais, comércio, indústria e as pectos vários dos problemas de econo

O Ministério, além dos órgãos bu rocráticos, constituir-se-ia dos seguintes órgãos técnicos:

Departamento Nacional da Produção Departamento Nacional de Industria lização Mineral;

Departamento Nacional de Águas e Energia;

Departamento Nacional de Combustí veis;

Instituto Nacional de Pedras Precio sas;

Atualmente, considenj cpie de\'er-seia modificar o Instituto de Pedras Pre

Êsses colegas estão em melhores condições do que o relator para examinar

ciosas e criar, .sob a dependência do titular do Ministério de Minas e Ener gia, bma instituição de crédito nos mol

Reuni os dados que me foí possível

des já referidos, c que poderia, talvez

obter sôbre êsse problema e emiti sôbre êle minha opinião pessoal. Talvez tenha sido um pouco extenso c

com grande vantagem, ser estendida

saído, jíor vezes, da órbita abrangida pela indicação. Mas assim agi porque, sendo O.S problemas da indústria dos di-

enorgía elétrica. Seria conveniente, também, a manutenção de um Con

selho de Minas e Energia, presidido pt'-

verso.s minerais muito entrelaçados, sen

lü me.smo Ministro.

também

ao financian>ento

excepcional competência de um jovem Hartt.

dós sei^i-

ços de produção, e fornecimentos de

Emprêgo, realizadas em Genebra e Ha vana, Glycon de Paiva é um notável enoenheiro de minas, tendo escrito inú® meros ensaios, todos eruditos e brilhantes

Por economia, foi extinta em

Em 1907, fundou-se o Serviço Geo

lógico e Mineralógico do Brasil, dirigi

5

Permiano

do, durante os doze primeiros anos, por

7.

Siluriano

8.

Algonquiano

■9

Arqueano

go americano Adalbert Orville Derby. gia e mineração do Brasil, consideràvelmente ampliada sob o título de De partamento Nacional da Produção Mi

Ainda é a repartição oficial de geolo

neral.

,.

co do Brasil provém de mais de ^ século de investigações, fartamente in

terrompidas durante amplos intervalos, no século passado. _ Terrenos das diversas eras geológicas

afloram no Brasil. Dos catorze^ siste mas geológicos possíveis, dez são re

presentados na proporção seguinte, aproximadamente avaliados em frações porcentuais da área nacional: %

1.0 4.0 4.0

j " '

10." Área geològicamente des conhecida

33.0 10.0

4

Os terrenos mais extensamente represLtados no Brasil são pois, bs crip-

«zóicos, isto é, os que ftguram, na ta bela, sob os títulos de algonqmano e arqueano (8 e 9 da tabela), totalizando

37 O da área do país, no presente esta do de conhecimentos geológicos. Es sencialmente, constituem êsses terrenos duas extensas porções do território na cional, pelos geólogos denominados os escudos Brasília e Guiana. Aflbra, o Brosília. em todos os Estados da União,

principalménte na zona mais povoada do pais.

Nesses terrenos criptozóicos, jazem

1. Quaternário 2.

6.0

'

6. Carbonífero e devoniano .

cientista de renome universal, o geólo

os principais depósitos minerais do pais:

Terciário

3. Cretáceo 4. Triássico

V_ -V ■

Ministério da Agricultura, delegado do Brasil às Conferências do Comércio e

1878.

Assim, o atual conhecimento geologi-

Universidade Técnica.

mia.

certas faces do problema em debate.

Ceológica do Império — e confiado à

Antigo diretor do Seroiço Geológico e do Foinento da Produção Mineral do

® ^

ouro, tântalo, berilo, titânio, tungstênio,

níquel, cromo, ferro, manganês, magné-


Dicesto Econ6>í*^ sio, alumínio, estanho, chumbo, cal-

cáreo, fosfato, fluorita, gemas precio

orla a costa do Nordeste por longo® tensões, como exíguo dcbrum. Sdbre

sas e semipreciosas, mica etc.

o cretáceo, viveu-se quase tòda o

"Sôbre

êles, não só se exerceu e ainda se exer ce, a maior parte da atividade mineira

do pais, como aí se desenrolaram os grandes eventos da história nacional.

tóría do açúcar e do domínio bolond«í®No âmago do país, armma-se terreno em massas tabularcs, comO

çoes conspícuas no cenário da grande

Nos terrenos permocarboníferos (5 da tabela), dos Estados do Sul, na zo na temperada do país, lavram-se as ja

ricano, sob forma de extensíssimas cha

zidas conhecidas de hulha.

rados ou lavrados, onde é apascentado

Tem, a

geologia dessa área,

savana central do continente sul-ame

padas e tabuleiros mal vestidos de cer o gado que a ocupa-

relações tão estreitas com a geologia sul-

O

aflora

africana, indiana e auslrahana, que os pectiva de um con Conduana,

de ambas as mar

^;

gens.

, '

seriam meros relictos.

,

*

Sua expres

são fislográfíca é a

de que as aludidas extensões da Terra

amplamente

Amazonas e bni.m curso dos tributários

na existência retros

naram

(2)

em território nacio nal, no vale do

cientistas acreditam

tinente que denomi-

terciário

terra alta ou

\

"

\

.

terra

firme, por onde s® dilatam castanhais e

os campos de criar

Sòbre o triássico

do Amapá. Na cos

(4), principalmente figurado por imen

ta, fere a vista o

terciário, pelas bar

so derrame de lavas basálticas, rematan-

reiras vermelhas, ba

topografia dos Es

tira

maram-se os melhores solos do pais, feitos de terra roxa, densamente re vestida de pinheiros, do Paraná para o

Sul. Aí Idcalizam-se 70% do potencial hidráulico da União. Constituirá, sem dúvida, o núcleo industrial e agrícola do Brasil do futuro, por várias razões que ora não cabe detalhar.

E' cretáceo o petróleo extraído no

Brasil, assim como o sal-gema e á gipsita. Êsse terreno (3), em boa parte,

tributários

do

grande

rio,

vivemos

os últimos e inglórios instantes da hi.stória econômica da hevea. Timidamen

te, ainda sôbre êles, começa-se a culti var a juta, atividade destinada a gran

costas da topografia

Unhas

ra transportá-lo, espicharam s

férreas, de que o maior compn de rêde no Brasil mede-se st) re renos criptozóicos.

, ,

O suprimento de combustive P

de futuro. No quaternário do Rio Sao Franciscó é possível fundar-se um im

pério agrícola de algodão e de arroi,

operá-las concorreu nessa mesma pidadora tarefa de acabar com a

pelo favxjr dos solos peiiòdicamenfe

e, conseqüentemente, com o so o.

pois disso, a la%'oura nômade

fertilizados pelas cheias da corrente que os perlonga. Nos terrenos permianos, carboniferos

e

devonianos, concentram-se

as

grandes esperanças brasileiras de encon tro generoso de petróleo, hoje avaramente coberto por terrenos maís no vos, dificultando-lbes o estudo no grau

desejável para a racional seleção de áreas a perfurar. Do Brasil, xim estrangeiro freqüente mente leva na retentiva a paisagem

criptozóica, no talhado espetacular da Serra do Mar e da Guanabara, esculpi

da de escarpas abruptas e ousados pãesde-açúcar.'

ções terciárias da costa do Nordeste, no século XVI, explorou-se o pau-bra sil; sôbre o cretáceo de Itamaracá e das

»

tôncia, as necessidades de com u tencia, as

para a cozinha de população co

P

dável taxa ta.\a de ue cresdtnento, e " .

ciavei

do fogões de eficiência muito bacxa, assim como as aeeessidades

e

gia caloríficâ para as m us^ .-éculo ladas no segundo quartel es principalmente a siderurgi '^

de madeira,

"-ráfico bra-

no jamais feito ao i"®'" S ^ jiçgo: o sileiro nesses 450 ano.s desbarato de d_e 200.000 í-" X;' „e cuimiJ„.i. ^

drados de florestas = de^ f naisacem M PrestL James a uxrinante ^aisag^^ nou por converter

nou por converter iw

de outrora, de que a

Nas florestas de cobertura das forma

_

Tanei-

Tijuca, nos arredores do Rio de janer

rn é pálido remanescente.

Bem ou mal, dos restos d»

planícies litorâneas de Pernambuco, de

vestia as formações cnptozóicas, ainda consegiümos anualmente retirar cêrca de

areias negras, com ílrnenita, monazita

Alagoas e do Recôncavo realizou-se a grande faina do açúcar do século XVH;

100 milhões de metros cúbicos de lentw. Entretanto, o incessante incremento de

e zirconita.

no século XVIII, lavou-se o ouro do

preço dêsse combustível já traduz o pró

criptozóico do Centro de Minas; no s ^ culo XIX promoveu-se extensíssima ca ça ao húmus, derrubando-se a floresta que revestia os terrenos criptozóicos o

ximo e inexorável exaurimento de um bem de produção, erradamente aproveita

Vale do Paraíba, da zona da auila, de Minas Gerais, e da que hoje chamamos

ca qpjo clímax ainda não começamos a viver, indubitàvelmente reside, como

lidas das ondas do

do a maior parte da

tados de São Paulo, para o Sul, for

99

Dicesto Econômico

mar, que delas re 0

concentra

São quaternárias (.1) as vazantes do rio São Francisco, na Bahia; o gran

de pantanal do, rio Paraguai; e, de mo

do geral, os leitos maiores dos princi pais cursos dágua do país, como o Pa raíba, na planície campista. No qua ternário, cria-se o gado de Marajó e o caboclo ribeirinho planta pequenas roçás para subsistir. Em terrenos des sa idade, no-Amazonas, nos- igapós dos

zona velha, em São Paulo.

_

Por êsses solos estendeu-se, impiedo

sa, a onda' do café, arrasando a flores ta e seus solos, extremamente vulnerá veis, elaborados sòbre as íngremes en-

do como bem de consumo.

No âmago da grande crise econômi

causa primeira, a realidade dêsse fato brutal e irremoyívelr a saharização do

quadro geográfico, pela atividade eco nômica predatória.

1^


Dicesto Econ6>í*^ sio, alumínio, estanho, chumbo, cal-

cáreo, fosfato, fluorita, gemas precio

orla a costa do Nordeste por longo® tensões, como exíguo dcbrum. Sdbre

sas e semipreciosas, mica etc.

o cretáceo, viveu-se quase tòda o

"Sôbre

êles, não só se exerceu e ainda se exer ce, a maior parte da atividade mineira

do pais, como aí se desenrolaram os grandes eventos da história nacional.

tóría do açúcar e do domínio bolond«í®No âmago do país, armma-se terreno em massas tabularcs, comO

çoes conspícuas no cenário da grande

Nos terrenos permocarboníferos (5 da tabela), dos Estados do Sul, na zo na temperada do país, lavram-se as ja

ricano, sob forma de extensíssimas cha

zidas conhecidas de hulha.

rados ou lavrados, onde é apascentado

Tem, a

geologia dessa área,

savana central do continente sul-ame

padas e tabuleiros mal vestidos de cer o gado que a ocupa-

relações tão estreitas com a geologia sul-

O

aflora

africana, indiana e auslrahana, que os pectiva de um con Conduana,

de ambas as mar

^;

gens.

, '

seriam meros relictos.

,

*

Sua expres

são fislográfíca é a

de que as aludidas extensões da Terra

amplamente

Amazonas e bni.m curso dos tributários

na existência retros

naram

(2)

em território nacio nal, no vale do

cientistas acreditam

tinente que denomi-

terciário

terra alta ou

\

"

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terra

firme, por onde s® dilatam castanhais e

os campos de criar

Sòbre o triássico

do Amapá. Na cos

(4), principalmente figurado por imen

ta, fere a vista o

terciário, pelas bar

so derrame de lavas basálticas, rematan-

reiras vermelhas, ba

topografia dos Es

tira

maram-se os melhores solos do pais, feitos de terra roxa, densamente re vestida de pinheiros, do Paraná para o

Sul. Aí Idcalizam-se 70% do potencial hidráulico da União. Constituirá, sem dúvida, o núcleo industrial e agrícola do Brasil do futuro, por várias razões que ora não cabe detalhar.

E' cretáceo o petróleo extraído no

Brasil, assim como o sal-gema e á gipsita. Êsse terreno (3), em boa parte,

tributários

do

grande

rio,

vivemos

os últimos e inglórios instantes da hi.stória econômica da hevea. Timidamen

te, ainda sôbre êles, começa-se a culti var a juta, atividade destinada a gran

costas da topografia

Unhas

ra transportá-lo, espicharam s

férreas, de que o maior compn de rêde no Brasil mede-se st) re renos criptozóicos.

, ,

O suprimento de combustive P

de futuro. No quaternário do Rio Sao Franciscó é possível fundar-se um im

pério agrícola de algodão e de arroi,

operá-las concorreu nessa mesma pidadora tarefa de acabar com a

pelo favxjr dos solos peiiòdicamenfe

e, conseqüentemente, com o so o.

pois disso, a la%'oura nômade

fertilizados pelas cheias da corrente que os perlonga. Nos terrenos permianos, carboniferos

e

devonianos, concentram-se

as

grandes esperanças brasileiras de encon tro generoso de petróleo, hoje avaramente coberto por terrenos maís no vos, dificultando-lbes o estudo no grau

desejável para a racional seleção de áreas a perfurar. Do Brasil, xim estrangeiro freqüente mente leva na retentiva a paisagem

criptozóica, no talhado espetacular da Serra do Mar e da Guanabara, esculpi

da de escarpas abruptas e ousados pãesde-açúcar.'

ções terciárias da costa do Nordeste, no século XVI, explorou-se o pau-bra sil; sôbre o cretáceo de Itamaracá e das

»

tôncia, as necessidades de com u tencia, as

para a cozinha de população co

P

dável taxa ta.\a de ue cresdtnento, e " .

ciavei

do fogões de eficiência muito bacxa, assim como as aeeessidades

e

gia caloríficâ para as m us^ .-éculo ladas no segundo quartel es principalmente a siderurgi '^

de madeira,

"-ráfico bra-

no jamais feito ao i"®'" S ^ jiçgo: o sileiro nesses 450 ano.s desbarato de d_e 200.000 í-" X;' „e cuimiJ„.i. ^

drados de florestas = de^ f naisacem M PrestL James a uxrinante ^aisag^^ nou por converter

nou por converter iw

de outrora, de que a

Nas florestas de cobertura das forma

_

Tanei-

Tijuca, nos arredores do Rio de janer

rn é pálido remanescente.

Bem ou mal, dos restos d»

planícies litorâneas de Pernambuco, de

vestia as formações cnptozóicas, ainda consegiümos anualmente retirar cêrca de

areias negras, com ílrnenita, monazita

Alagoas e do Recôncavo realizou-se a grande faina do açúcar do século XVH;

100 milhões de metros cúbicos de lentw. Entretanto, o incessante incremento de

e zirconita.

no século XVIII, lavou-se o ouro do

preço dêsse combustível já traduz o pró

criptozóico do Centro de Minas; no s ^ culo XIX promoveu-se extensíssima ca ça ao húmus, derrubando-se a floresta que revestia os terrenos criptozóicos o

ximo e inexorável exaurimento de um bem de produção, erradamente aproveita

Vale do Paraíba, da zona da auila, de Minas Gerais, e da que hoje chamamos

ca qpjo clímax ainda não começamos a viver, indubitàvelmente reside, como

lidas das ondas do

do a maior parte da

tados de São Paulo, para o Sul, for

99

Dicesto Econômico

mar, que delas re 0

concentra

São quaternárias (.1) as vazantes do rio São Francisco, na Bahia; o gran

de pantanal do, rio Paraguai; e, de mo

do geral, os leitos maiores dos princi pais cursos dágua do país, como o Pa raíba, na planície campista. No qua ternário, cria-se o gado de Marajó e o caboclo ribeirinho planta pequenas roçás para subsistir. Em terrenos des sa idade, no-Amazonas, nos- igapós dos

zona velha, em São Paulo.

_

Por êsses solos estendeu-se, impiedo

sa, a onda' do café, arrasando a flores ta e seus solos, extremamente vulnerá veis, elaborados sòbre as íngremes en-

do como bem de consumo.

No âmago da grande crise econômi

causa primeira, a realidade dêsse fato brutal e irremoyívelr a saharização do

quadro geográfico, pela atividade eco nômica predatória.

1^


>" TJ

l WUWIWJlifflIf lllPi I

101

DrcESTO Econômico

A dificuldade, aliás, é apenas, e co

Democracia e Administração

mo dissemos, de adaptação. E de adap tação — acrescente-se — ao intervencio nismo cada vez maior do Estado moder

Paulo Barbosa de Campos Filho

no na ordem econômica, intervencionis

^ ilificuldades aína oje se oferecem à plenaque afirma do da democracia.como forma ideal de g verno, disse, não há muito, ilustre par,

lamedar, que a mais delicada de tôdas era definir observi

a atitude que lhe cumpre ideologias con-

O ilustre Presidente do Instituto dos Ad

mo reclamado pelo natural desenvolvi

vogados do São Paulo, neste artigo, lem

mento de sua ação social e que se não

bra a necessidade de, na reestruturação do Estado democrático, suhtrairem-se os

pode verificar sem certas e correspon

dentes restrições às liberdades indivi duais, acarretando, pois, para o Estado democrático, aparente contradição com

problemas puramente administrativos às influências polílico-paríidárias

o seu próprio "substractum", liberal por exceíôncia.

verdade — argumentava ^ democracia, coerente

«rri-,

próprios postulados, guarda

rpitnc^" indefectível respeito aos di■nrn ^ '^i^uaís 0, ncssc caso, enfrenta livre a p paganda das teorias opostas, T-a cep

pelase ingênua i\q•?ade das acolhidas massas, ou dispõe,

1 as

auto-defesa e o perigo em que

resto natural, a adotar me-

mcorre e, então, o de incidir nas mes-

f ^ P^®Hie nos outros incrimina.

^ era ^ antes aJás, preferível o acatado àconferencista que democracia

optar pela primeira alternativa, do que valer-se de processos que lhe contra-

dizem a essência , . , ® ipjc, se adotados, fá-

Ja-iam semelhantp nnc

,

,

, .

"""ue aos regimes que com

bate, deixando de ser o que é. ^ Sem entrar no mérito da questão, que

e, realmente, das mais graves, merecen do por isso acurado exame, não nos pa

rece seja esse o mais sério dos problemas que estão a desafiar a argú cia dos bons e sinceros de mocratas.

A

nosso

ver,

o

itiaior dos obstáculos qUe se vêm

opondo

ao

definitivo

Sob esse aspecto, e a julgar por um

não podem as doutrinas políticas manterse a todo custo nos seus dogmas tradi cionais, quando estes, sob um ou outro dos seus possíveis aspectos, não se mos

trem mais adequados às exigências do tempo. A obstinação nas velhas fórmu las terá como conseqüência a reação dos

fatos, os quais, então, poderão conduzir, não já à evolução, mas à revolução so cial.

Devem, assim, as teorias — con

cluía o filósofo italiano — integrar-se

com a observação científica dos fatos, aceitando as modificações que êstes im-

puserem. Funda-se, por e.xemplo, a de

mocracia — explicava êle — nas doutrinas

às exigências cada vez maioi-es e premen tes do bem público, nos tumultuosos dias que estamos vivendo.

resumo publicado nesta mesma revista pelo seu eminente colaborador Dr. Da-

Já se tem dito — e não sem algum fundamento — que, ao passo que

que se encontra o Estado liberal quanto

seu programa, importa que

ciology", de abril último. Para êle, no

ção rígida, metafísica e ideal que de

còmêço lhes era atribuída, mas o senhdo e interpretação que viereni ser reclamados pela "realtà dei fatti .

mento entre o sistema economico e o

profundas cogitações. Sem tempo, nem elementos, para uma analise mais detida

rio de Almeida Magalhães (2), poucos descreveram tão bem a encruzilhada em

nos regimes totalitários as* administra

Paul Meadows, em artigo para o "The American Joumal of Economics and So-

ções conhecem logo os objetivos a al cançar e a êles resolutamente se diri

gem, polarizando energias e vencendo resistências, nos de tipo democrático

feliz c interessante comentário do ilus tre advogado patrício, "a questão se .situa, em última análise,- no desajusta-

tudo se faz objeto de tão ampla discus são e a tal ponto depende do assento das maiorias, que as soluções preferidas, sobre virem muitas vezes retardadas, não raro açodem debilitadas pelo emba te das opiniões divergentes. E isso,

>

nos dias que estamos vivendo, de pro blemas assustadoramente

complexos, a

exigirem remédios prontos e de efeitos

tanto mais eficazes quanto mais comple ta a sua aceitação, não deixa de ser um elemento em desfavor da de

mocracia, ou, digamos me lhor, um inconveniente que

lhe importa atenuar ou cor rigir, para que possa lograr

triunfo da democracia, como

no

sistema de organização políti ca, está na própria adaptação

práticas o sucesso justamente conquistado no terreno po

dêle, já um tanto envelhecido,

lítico.

domínio

daS' realizações

' wnAifeh

regimento político, as normas e os pro

cessos antiquados de governo". . A de

mocracia, por outras palavras, terá qne reformar os seus instrumentos de ação

e remodelar sua própria estrutura polí tica, procurando baseá-la "numa moder

na estrutura econômica e administrativa .

Qual seja essa "moderna estrutura", que virá representar a "fórmula salvado

ra", não o diz Meadows, nem o adianta seu ilustre comentador, parecendo-lhes,

antes, que sòmente pelo decurso do

da soberania do povo, da vontade geral e do contrato social. Uma vez, porem,

que ainda não cumpriu integralmente o

nao dê

a essas doutrinas, já de certo modo fos silizadas no seu conteúdo , a "^^erpreta-

O assunto, como se vê, presta-se a

do que pode e deve fazer a moderna

democracia para >«e adaptar à realidade ambiente, queremos, no entanto, pedir a atenção dos doutos para um dos muitos rumos a que será impossível fugir, na reestruturação que se avizinha. Aludi mos à necessidade, a nosso ver imperiosa, de subtrair em definitivo os assuntos e

problamas de ordem administrativa à inconveniente influência político-partidá-

po e frutos da experiência poderá a de

mocracia alcançá-la, se não perder de vista os objetivos a conciliar, e que sao "liberdade" e "autori.dade". É, aliás,

ria. Fácil não é separar — sabemo-lo nós perfeitamente — os aspectos pura mente administrativos dos aspectos polí ticos de qualquer deliberação governa

de Giuseppe Carie, ainda em princípios

mental.

dêste sécido (3), a observação de que

ambos é que se valem os homens de

Do

natural

entrosamento

de


>" TJ

l WUWIWJlifflIf lllPi I

101

DrcESTO Econômico

A dificuldade, aliás, é apenas, e co

Democracia e Administração

mo dissemos, de adaptação. E de adap tação — acrescente-se — ao intervencio nismo cada vez maior do Estado moder

Paulo Barbosa de Campos Filho

no na ordem econômica, intervencionis

^ ilificuldades aína oje se oferecem à plenaque afirma do da democracia.como forma ideal de g verno, disse, não há muito, ilustre par,

lamedar, que a mais delicada de tôdas era definir observi

a atitude que lhe cumpre ideologias con-

O ilustre Presidente do Instituto dos Ad

mo reclamado pelo natural desenvolvi

vogados do São Paulo, neste artigo, lem

mento de sua ação social e que se não

bra a necessidade de, na reestruturação do Estado democrático, suhtrairem-se os

pode verificar sem certas e correspon

dentes restrições às liberdades indivi duais, acarretando, pois, para o Estado democrático, aparente contradição com

problemas puramente administrativos às influências polílico-paríidárias

o seu próprio "substractum", liberal por exceíôncia.

verdade — argumentava ^ democracia, coerente

«rri-,

próprios postulados, guarda

rpitnc^" indefectível respeito aos di■nrn ^ '^i^uaís 0, ncssc caso, enfrenta livre a p paganda das teorias opostas, T-a cep

pelase ingênua i\q•?ade das acolhidas massas, ou dispõe,

1 as

auto-defesa e o perigo em que

resto natural, a adotar me-

mcorre e, então, o de incidir nas mes-

f ^ P^®Hie nos outros incrimina.

^ era ^ antes aJás, preferível o acatado àconferencista que democracia

optar pela primeira alternativa, do que valer-se de processos que lhe contra-

dizem a essência , . , ® ipjc, se adotados, fá-

Ja-iam semelhantp nnc

,

,

, .

"""ue aos regimes que com

bate, deixando de ser o que é. ^ Sem entrar no mérito da questão, que

e, realmente, das mais graves, merecen do por isso acurado exame, não nos pa

rece seja esse o mais sério dos problemas que estão a desafiar a argú cia dos bons e sinceros de mocratas.

A

nosso

ver,

o

itiaior dos obstáculos qUe se vêm

opondo

ao

definitivo

Sob esse aspecto, e a julgar por um

não podem as doutrinas políticas manterse a todo custo nos seus dogmas tradi cionais, quando estes, sob um ou outro dos seus possíveis aspectos, não se mos

trem mais adequados às exigências do tempo. A obstinação nas velhas fórmu las terá como conseqüência a reação dos

fatos, os quais, então, poderão conduzir, não já à evolução, mas à revolução so cial.

Devem, assim, as teorias — con

cluía o filósofo italiano — integrar-se

com a observação científica dos fatos, aceitando as modificações que êstes im-

puserem. Funda-se, por e.xemplo, a de

mocracia — explicava êle — nas doutrinas

às exigências cada vez maioi-es e premen tes do bem público, nos tumultuosos dias que estamos vivendo.

resumo publicado nesta mesma revista pelo seu eminente colaborador Dr. Da-

Já se tem dito — e não sem algum fundamento — que, ao passo que

que se encontra o Estado liberal quanto

seu programa, importa que

ciology", de abril último. Para êle, no

ção rígida, metafísica e ideal que de

còmêço lhes era atribuída, mas o senhdo e interpretação que viereni ser reclamados pela "realtà dei fatti .

mento entre o sistema economico e o

profundas cogitações. Sem tempo, nem elementos, para uma analise mais detida

rio de Almeida Magalhães (2), poucos descreveram tão bem a encruzilhada em

nos regimes totalitários as* administra

Paul Meadows, em artigo para o "The American Joumal of Economics and So-

ções conhecem logo os objetivos a al cançar e a êles resolutamente se diri

gem, polarizando energias e vencendo resistências, nos de tipo democrático

feliz c interessante comentário do ilus tre advogado patrício, "a questão se .situa, em última análise,- no desajusta-

tudo se faz objeto de tão ampla discus são e a tal ponto depende do assento das maiorias, que as soluções preferidas, sobre virem muitas vezes retardadas, não raro açodem debilitadas pelo emba te das opiniões divergentes. E isso,

>

nos dias que estamos vivendo, de pro blemas assustadoramente

complexos, a

exigirem remédios prontos e de efeitos

tanto mais eficazes quanto mais comple ta a sua aceitação, não deixa de ser um elemento em desfavor da de

mocracia, ou, digamos me lhor, um inconveniente que

lhe importa atenuar ou cor rigir, para que possa lograr

triunfo da democracia, como

no

sistema de organização políti ca, está na própria adaptação

práticas o sucesso justamente conquistado no terreno po

dêle, já um tanto envelhecido,

lítico.

domínio

daS' realizações

' wnAifeh

regimento político, as normas e os pro

cessos antiquados de governo". . A de

mocracia, por outras palavras, terá qne reformar os seus instrumentos de ação

e remodelar sua própria estrutura polí tica, procurando baseá-la "numa moder

na estrutura econômica e administrativa .

Qual seja essa "moderna estrutura", que virá representar a "fórmula salvado

ra", não o diz Meadows, nem o adianta seu ilustre comentador, parecendo-lhes,

antes, que sòmente pelo decurso do

da soberania do povo, da vontade geral e do contrato social. Uma vez, porem,

que ainda não cumpriu integralmente o

nao dê

a essas doutrinas, já de certo modo fos silizadas no seu conteúdo , a "^^erpreta-

O assunto, como se vê, presta-se a

do que pode e deve fazer a moderna

democracia para >«e adaptar à realidade ambiente, queremos, no entanto, pedir a atenção dos doutos para um dos muitos rumos a que será impossível fugir, na reestruturação que se avizinha. Aludi mos à necessidade, a nosso ver imperiosa, de subtrair em definitivo os assuntos e

problamas de ordem administrativa à inconveniente influência político-partidá-

po e frutos da experiência poderá a de

mocracia alcançá-la, se não perder de vista os objetivos a conciliar, e que sao "liberdade" e "autori.dade". É, aliás,

ria. Fácil não é separar — sabemo-lo nós perfeitamente — os aspectos pura mente administrativos dos aspectos polí ticos de qualquer deliberação governa

de Giuseppe Carie, ainda em princípios

mental.

dêste sécido (3), a observação de que

ambos é que se valem os homens de

Do

natural

entrosamento

de


102

Digesto

partido para, tendo que opinar sôbre os últimos, estenderem sua ação aos pri meiros.

Em tese, porem, a distinção é sempre possível e a fêz, por exemplo, Deming, citado por Adolfo Posada, no seu livro

La ciudad moderna" (4)."Todo gover

no — diz ele — deve, para atuar, ter al gum órgão, ou órgãos, cuja função se determine, isto é, sua política, para decipor exemplo, se se deve, ou não,

criar uma rede de estradas, ampliar-se frota armada, regular o transpor

te, ou definir o tipo monetário". Tais

questões — acrescenta — por isso que suscitam divergências de opiniões e dão ngar a divisões políticas, são, fundamen

talmente, questões políticas. "Definida,

Ecoxó.víico

103

DicESTo Econômico

seus representantes, se coiivcni, ou não,

funções, ou ainda a atribuição delas a

ao Município, explorar oficialmente o

órgãos diversos, estabelecer-se-la, nos órgãos mistos, um regime de equilíbrio entre as primeiras c as segundas, qual se

serviço de abastecimento de águas. É essa, na vida municipal, uma questão política. "Mas o fiel e adequado desem penho das funções de engenheiro, no de

vem tentando, nos Estados Unidos, com

o govémo municipal por Comissões, cuja adoção o Congresso de Ciências Sociais,

que um complemento deste, no que toca à administração municipal. (1)

Hermes Lima, em conferência pro

movida pela "Sociedade Amigos de Rui Barbosa", na Faculdade de Di reito de Sâo Paulo.

(2) Digesto Econômico, número de junho

partamento municipal de águas, eis aí — acrescenta — matéria puramente admi

reunido em Tucuman em 1916, chegou

(3) "Filosofia dei Díritto", Torino, 1903,

nistrativa, para a solução da qual deve

a aconselliar às cidades sul-americanas,

segundo nos lembra Bíelsa (6).

(4) "EI regimen municipal de Ia ciudad

procurar-se, por um lado, o mais com petente e, por outro, estabelecer as

condições sem as quais a utilização da

mitir, o assunto do próximo artigo, como

Será esse, porem, se Deus no-lo per

de 1948.

pg. 510. , moderna" — Madri, 1936, pg. 347. ..

(5) Ob. cit. pg. 348. (6) "Principies de regimen

municipal ,

B. Aires. 1930, pg. 180.

competência não poderá ser proveitosa",

"Precisamente por isso — finaliza Deming — todo funcionário lotado em serviço pu ramente administrativo deve ser desig nado e mantido segundo processos que

no entanto, a orientação política a preerír, ou resolvida a abertura das estraa construção dos navios, a regula

mentação dos transportes ou a manuten

ção do tipo monetário, a ação do go

verno para a pôr em prática — concluiu

f® ~ pode dar lugar a divisões pO' í e constitui o lado administrativo de todos esses problemas".

Se, pois, os primeiros aspectos, ou os aspectos políticos, podem e devem, nos

regimes democráticos, ser objeto de con sulta aos órgãos de opinião, observandose a paremia segundo a qual "quod omnes tangit ab omnibus debet appro-

bari , os segundos, no interesse da pró

pria coletividade, devem ficar a salvo do

que Posada qualifica "intervenção apai xonada e incerta" dos elementos poütico-partidários.

excluam tôda consideração de suas opi niões políticas". (5) Que fazer, no entanto, uma vez re conhecida a necessidade de subtrair a .■

--

ra realidade? — Ós remédios apontados são muitos, mas ainda nesse particular as opiniões se dividem, buscando todos "a fórmula salvadora". A nosso ver —

e é essa uma opinião que adiantamos sob muitas reservas — o interessante se-,

Que aspectos sejam êsses, "'é ainda

ria que, distintas as funções políticas dã® funções administrativas, fôssem elas, tan to quanto possível, confiadas a órgãos

samento político, decidir, através de

ra tornar esse grande ideal em promisso

Deming quem os indica, tratando, em

particular, de assuntos municipais. Nu ma cidade — exemplifica — compete sempre ao eleitor, como unidade do pen

-A-c

administração a influências políticas, pa

diferentes, ideal de que muito se distan

No decurso do pHmeiro trímestre de 1948, a Suifa importou 6,235 automõv^ rta dos Estados Unidos. A Inglaterra, a França e a Itália foram os outros principais

ciam as organizações atuais. E onde não fôsse possível a discriminação de

durante o trimestre 68 autorr^eis.

noooí num valor de 46 5 mdhões de francos. Esses veículos procedem na sua mato-

fornecedores.

No quinto lugar figura a Alemanha, a qual forneceu novamente


102

Digesto

partido para, tendo que opinar sôbre os últimos, estenderem sua ação aos pri meiros.

Em tese, porem, a distinção é sempre possível e a fêz, por exemplo, Deming, citado por Adolfo Posada, no seu livro

La ciudad moderna" (4)."Todo gover

no — diz ele — deve, para atuar, ter al gum órgão, ou órgãos, cuja função se determine, isto é, sua política, para decipor exemplo, se se deve, ou não,

criar uma rede de estradas, ampliar-se frota armada, regular o transpor

te, ou definir o tipo monetário". Tais

questões — acrescenta — por isso que suscitam divergências de opiniões e dão ngar a divisões políticas, são, fundamen

talmente, questões políticas. "Definida,

Ecoxó.víico

103

DicESTo Econômico

seus representantes, se coiivcni, ou não,

funções, ou ainda a atribuição delas a

ao Município, explorar oficialmente o

órgãos diversos, estabelecer-se-la, nos órgãos mistos, um regime de equilíbrio entre as primeiras c as segundas, qual se

serviço de abastecimento de águas. É essa, na vida municipal, uma questão política. "Mas o fiel e adequado desem penho das funções de engenheiro, no de

vem tentando, nos Estados Unidos, com

o govémo municipal por Comissões, cuja adoção o Congresso de Ciências Sociais,

que um complemento deste, no que toca à administração municipal. (1)

Hermes Lima, em conferência pro

movida pela "Sociedade Amigos de Rui Barbosa", na Faculdade de Di reito de Sâo Paulo.

(2) Digesto Econômico, número de junho

partamento municipal de águas, eis aí — acrescenta — matéria puramente admi

reunido em Tucuman em 1916, chegou

(3) "Filosofia dei Díritto", Torino, 1903,

nistrativa, para a solução da qual deve

a aconselliar às cidades sul-americanas,

segundo nos lembra Bíelsa (6).

(4) "EI regimen municipal de Ia ciudad

procurar-se, por um lado, o mais com petente e, por outro, estabelecer as

condições sem as quais a utilização da

mitir, o assunto do próximo artigo, como

Será esse, porem, se Deus no-lo per

de 1948.

pg. 510. , moderna" — Madri, 1936, pg. 347. ..

(5) Ob. cit. pg. 348. (6) "Principies de regimen

municipal ,

B. Aires. 1930, pg. 180.

competência não poderá ser proveitosa",

"Precisamente por isso — finaliza Deming — todo funcionário lotado em serviço pu ramente administrativo deve ser desig nado e mantido segundo processos que

no entanto, a orientação política a preerír, ou resolvida a abertura das estraa construção dos navios, a regula

mentação dos transportes ou a manuten

ção do tipo monetário, a ação do go

verno para a pôr em prática — concluiu

f® ~ pode dar lugar a divisões pO' í e constitui o lado administrativo de todos esses problemas".

Se, pois, os primeiros aspectos, ou os aspectos políticos, podem e devem, nos

regimes democráticos, ser objeto de con sulta aos órgãos de opinião, observandose a paremia segundo a qual "quod omnes tangit ab omnibus debet appro-

bari , os segundos, no interesse da pró

pria coletividade, devem ficar a salvo do

que Posada qualifica "intervenção apai xonada e incerta" dos elementos poütico-partidários.

excluam tôda consideração de suas opi niões políticas". (5) Que fazer, no entanto, uma vez re conhecida a necessidade de subtrair a .■

--

ra realidade? — Ós remédios apontados são muitos, mas ainda nesse particular as opiniões se dividem, buscando todos "a fórmula salvadora". A nosso ver —

e é essa uma opinião que adiantamos sob muitas reservas — o interessante se-,

Que aspectos sejam êsses, "'é ainda

ria que, distintas as funções políticas dã® funções administrativas, fôssem elas, tan to quanto possível, confiadas a órgãos

samento político, decidir, através de

ra tornar esse grande ideal em promisso

Deming quem os indica, tratando, em

particular, de assuntos municipais. Nu ma cidade — exemplifica — compete sempre ao eleitor, como unidade do pen

-A-c

administração a influências políticas, pa

diferentes, ideal de que muito se distan

No decurso do pHmeiro trímestre de 1948, a Suifa importou 6,235 automõv^ rta dos Estados Unidos. A Inglaterra, a França e a Itália foram os outros principais

ciam as organizações atuais. E onde não fôsse possível a discriminação de

durante o trimestre 68 autorr^eis.

noooí num valor de 46 5 mdhões de francos. Esses veículos procedem na sua mato-

fornecedores.

No quinto lugar figura a Alemanha, a qual forneceu novamente


105

DicESTo Econômico

o Estadista Perfeito A. C. DE Salles Júnior

T

RAM as democracias gregas tão leais ao princípio da igualdade política (nota Paul de Saint-

Victor), que não concebiam grandeza acima da estatura hu-

w

mana, pela qual se talhavam

ikQH até os próprios deuses. Depois que se extinguiu aquela civilização espiritual, e o mundo se bar barizou, tanto menores se tomaram os

homens, por estranho fenômeno de degenerescência psíquica, quanto maiores, paradoxalmente, passaram a acreditar-se. Foram, primeiro, os reis da monarquia absoluta, que diziam receber da divin

dade, com quem privavam, inspiração e

Antigo deputado federal e secretário de

separada da época atual por distâncias

blicanas restauradas é a educação, ou

astronômicas, tão violento o contraste

melhor, a reeducação democrática, no elevado sentido que lhe empresta o ce

Café, Salles Júnior é elemento de grande projeção intelectual em São Paulo. Ê autor de numerosos discursos e pareccres

dados da experiên

A idéia, que era original, mas perigor

sa, logrou imenso êxito, sendo copiada de várias formas, na teoria e na prática.

Conhecido é o tributo que a humanidade messianismo, ou antes, à má fé costu

rasitando na inquietação dêste século, não se tenha inculcado salvador à gente ignorante e supersticiosa. Demagogos e tiranos (sêres na realidade de uma só e

"direito divino", na concepção do fa moso Thomas Carlyle: — a função da

mo, metamorfoseados em entes sobrena

um eterno e autêntico

Inteligência, neste mundo, é governar,

turais.

venha donde vier, seja embora de obs curas esferas, humildes recantos, sub

de sibaritas do poder, a se vingarem das

terrâneas camadas sociais.

gem do "homem providencial", em tudo diferente dos heróis terrenos, que sobem na crista do sufrágio popular, tumultuário e inconsciente.

É a mira

Os favores do céu

só se esparziriam sôbre os Estados gover nados por esses novos eleitos.

lebre filósofo americano Jolm Dewey,

jurídicos e políticos, destacando-se "O idealismo republicano de Campos Sailes", obra de pensamento e estilo.

mesma espécie), conseguiram, iludindo a ingenuidade das massas, e suspensos nos ombros delas, escalar o mando supre

direito divino

problema máximo das instituições repu

o país transformado num deserto, os , de "renovação da vida pela tradição ,

se um novo soberano: o Povo. Faltava

dela surgiram outros reis, também por

dos aspectos políticos. Faltam à gera ção sacrificada, que ao surdir encontrou

natural, de que se desviou. Porque o

sôbre assuntos administrativos, históricos,

meira dos intrujões. Não houve ban dido, ou simples aventureiro, que, pa

plebe deseja deslumbrar a vista, despre zando os próprios andrajos. E do seio

vismo a ser imitado, a fim de que o curso da nossa história volte ao leito

Estado, ex-Fresidente do Instituto do

pagou, nos nossos dias, à mística do

a este, todavia, a magnificência real — cetro, púrpuras, brocados, em que a

Essas calamidades cavaram no tempo

lhe preito que apontar para a mocidade brasileira um magnífico exemplo de ci

verdadeiros abismos, que descontinuaram a vida. A era de Rodrigues Alves, relativamente próxima, parece, por isso,

graça para o exercício do govêmo. Co mo tôdas as ficções, essa havia de desva necer-se um dia, tingindo-se do sangue

da Revolução Francesa. Depois, coroou-

<lade, inflação, carestia, fome. Epílogo: o caos social da hora presente.

Míseros mortais, não passavam

abstenções forçadas, curtidas na estrei-

transmitida aos no

vos

cia, indispensáveis à

a

experiência

formação de um cri

dos antigos, em mo

tério, que habilite ao julgamento dos

escrevendo-se,

vimento

perpétuo, em

homens e das coisas.

. vez de proscrever-se

Fora uma pequena

•a história.

minoria de insula

dos, o espírito públi co espessou-se, im

1

É de um veneran

do passado que emerge a figura liie-

buído de idéias fal

rática de Rodrigues

sas, geradoras da anarquia mental em que fomos lançados,

gundo Império, a

com o extermínio das elites dirigentes.

que nunca tivemos.

Nem podia ser de outro modo. A opi

nião pública, que

sempre existiu livre no Brasil, clarificada

pelas discussões da

imprensa e da tribuna, teve por sucedâ nea a propaganda oficial, inoculadora de

Alves, vindo do Se mais alta escola de moralidade política, Honra ao Sr. D. Pe dro n, que com o

seu lápis fatídico, num simples traço, ,que valia por um estigma, condenava os ímprobos à morte civil! Bem enten dida, a honestidade dos políticos, que

erros e tóxicos terríveis. Com o desapa

exercem os mandatos populares, não se

teza de uma vida insignificante. Em briagaram-se no govêmo, como numa festa dionisíaca, com o cortejo negro das conseqüências infalíveis. A corrup

recimento dos derradeiros homens de

limita a um mínimo de deveras, comuns

Estado, que ilustraram os nossos fastos políticos, cancelou-se a incômoda lem

a todos os cidadãos, ampliando-se aos

brança dos numes da nacionalidade. Mas

ção alastrou-se, campeou a venalidade.

tudo passou. Os mortos estão redivivos.

Ao povo só se consentiram guerras, re voluções, impostos, confiscos da proprie-

Os vivos é que estão mortos. Recordar o nome de Francisco de

das Repúblicas, na lição clássica. E ninguém, por êsse lado, se preparou me lhor para o novo regime do que Rodri gues Alves, um supérstite da monar

Pauia Rodrigues Alves é menos render-

quia, que levou a palma a muitos re-

domínios da virtude, que é o apanágio ^


105

DicESTo Econômico

o Estadista Perfeito A. C. DE Salles Júnior

T

RAM as democracias gregas tão leais ao princípio da igualdade política (nota Paul de Saint-

Victor), que não concebiam grandeza acima da estatura hu-

w

mana, pela qual se talhavam

ikQH até os próprios deuses. Depois que se extinguiu aquela civilização espiritual, e o mundo se bar barizou, tanto menores se tomaram os

homens, por estranho fenômeno de degenerescência psíquica, quanto maiores, paradoxalmente, passaram a acreditar-se. Foram, primeiro, os reis da monarquia absoluta, que diziam receber da divin

dade, com quem privavam, inspiração e

Antigo deputado federal e secretário de

separada da época atual por distâncias

blicanas restauradas é a educação, ou

astronômicas, tão violento o contraste

melhor, a reeducação democrática, no elevado sentido que lhe empresta o ce

Café, Salles Júnior é elemento de grande projeção intelectual em São Paulo. Ê autor de numerosos discursos e pareccres

dados da experiên

A idéia, que era original, mas perigor

sa, logrou imenso êxito, sendo copiada de várias formas, na teoria e na prática.

Conhecido é o tributo que a humanidade messianismo, ou antes, à má fé costu

rasitando na inquietação dêste século, não se tenha inculcado salvador à gente ignorante e supersticiosa. Demagogos e tiranos (sêres na realidade de uma só e

"direito divino", na concepção do fa moso Thomas Carlyle: — a função da

mo, metamorfoseados em entes sobrena

um eterno e autêntico

Inteligência, neste mundo, é governar,

turais.

venha donde vier, seja embora de obs curas esferas, humildes recantos, sub

de sibaritas do poder, a se vingarem das

terrâneas camadas sociais.

gem do "homem providencial", em tudo diferente dos heróis terrenos, que sobem na crista do sufrágio popular, tumultuário e inconsciente.

É a mira

Os favores do céu

só se esparziriam sôbre os Estados gover nados por esses novos eleitos.

lebre filósofo americano Jolm Dewey,

jurídicos e políticos, destacando-se "O idealismo republicano de Campos Sailes", obra de pensamento e estilo.

mesma espécie), conseguiram, iludindo a ingenuidade das massas, e suspensos nos ombros delas, escalar o mando supre

direito divino

problema máximo das instituições repu

o país transformado num deserto, os , de "renovação da vida pela tradição ,

se um novo soberano: o Povo. Faltava

dela surgiram outros reis, também por

dos aspectos políticos. Faltam à gera ção sacrificada, que ao surdir encontrou

natural, de que se desviou. Porque o

sôbre assuntos administrativos, históricos,

meira dos intrujões. Não houve ban dido, ou simples aventureiro, que, pa

plebe deseja deslumbrar a vista, despre zando os próprios andrajos. E do seio

vismo a ser imitado, a fim de que o curso da nossa história volte ao leito

Estado, ex-Fresidente do Instituto do

pagou, nos nossos dias, à mística do

a este, todavia, a magnificência real — cetro, púrpuras, brocados, em que a

Essas calamidades cavaram no tempo

lhe preito que apontar para a mocidade brasileira um magnífico exemplo de ci

verdadeiros abismos, que descontinuaram a vida. A era de Rodrigues Alves, relativamente próxima, parece, por isso,

graça para o exercício do govêmo. Co mo tôdas as ficções, essa havia de desva necer-se um dia, tingindo-se do sangue

da Revolução Francesa. Depois, coroou-

<lade, inflação, carestia, fome. Epílogo: o caos social da hora presente.

Míseros mortais, não passavam

abstenções forçadas, curtidas na estrei-

transmitida aos no

vos

cia, indispensáveis à

a

experiência

formação de um cri

dos antigos, em mo

tério, que habilite ao julgamento dos

escrevendo-se,

vimento

perpétuo, em

homens e das coisas.

. vez de proscrever-se

Fora uma pequena

•a história.

minoria de insula

dos, o espírito públi co espessou-se, im

1

É de um veneran

do passado que emerge a figura liie-

buído de idéias fal

rática de Rodrigues

sas, geradoras da anarquia mental em que fomos lançados,

gundo Império, a

com o extermínio das elites dirigentes.

que nunca tivemos.

Nem podia ser de outro modo. A opi

nião pública, que

sempre existiu livre no Brasil, clarificada

pelas discussões da

imprensa e da tribuna, teve por sucedâ nea a propaganda oficial, inoculadora de

Alves, vindo do Se mais alta escola de moralidade política, Honra ao Sr. D. Pe dro n, que com o

seu lápis fatídico, num simples traço, ,que valia por um estigma, condenava os ímprobos à morte civil! Bem enten dida, a honestidade dos políticos, que

erros e tóxicos terríveis. Com o desapa

exercem os mandatos populares, não se

teza de uma vida insignificante. Em briagaram-se no govêmo, como numa festa dionisíaca, com o cortejo negro das conseqüências infalíveis. A corrup

recimento dos derradeiros homens de

limita a um mínimo de deveras, comuns

Estado, que ilustraram os nossos fastos políticos, cancelou-se a incômoda lem

a todos os cidadãos, ampliando-se aos

brança dos numes da nacionalidade. Mas

ção alastrou-se, campeou a venalidade.

tudo passou. Os mortos estão redivivos.

Ao povo só se consentiram guerras, re voluções, impostos, confiscos da proprie-

Os vivos é que estão mortos. Recordar o nome de Francisco de

das Repúblicas, na lição clássica. E ninguém, por êsse lado, se preparou me lhor para o novo regime do que Rodri gues Alves, um supérstite da monar

Pauia Rodrigues Alves é menos render-

quia, que levou a palma a muitos re-

domínios da virtude, que é o apanágio ^


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Dicksto

106

k

publicanos de origem. Os processos da sua carreira constantemente ascensional

Econômico

veleidades de prestígio ou influência pessoal, não .se compatibilizavam com as inatas faculdades de compreensão do bem público, e os sentimentos de impar cialidade e justiça, que tanto lhe real

i

constituem o mais eloqüente desmenti-

*

do à falsa crença de que as posições eminentes só se alcançam graças ao em prego de meios indecorosos. Dá-se isso,

çaram os méritos. Só com êsse objetivo

sim, mas nos períodos de sensualismo e

praticava a política, na mais legítima

»

decadência; não nos de fastígio e glória.

das suas acepções: a arte de govêmo

Onde, senão nestes, se oferecem mos-

dos povos.

DicESTo Econômico

lituíções, restabelecida a supremacia do

poder civil, restauradas as finanças pú blicas, soerguido o crédito do país no exterior.

Tocava a vez de' um progra

ma de remodelação nacional, que trans formando* as condições de vida e de tra

balho, abrisse perspectivas de futuro,

da sabedoria de um chefe procede de quem são -os homens que o eercam;

dando prova de seus talentos, se os sou be escolher capazes e honestos, e de inépcia, na hipótese contrária, em que, cscolhendo-os, terá perpetrado o seu pri meiro êrro."

condizentes com a nossa importância

O Presidente criado pela Constituição

geográfica. Nada de palavras: fatos, que as subslituissem mais eloqüente

de 1891 não substitui os ministros de Estado, aliás inúteis, nem é "por êste.s

toas de desprendimento pessoa!, iguais às de que Rodrigues Alves deu prova no caso da candidatura à presidência da República, só aceita após relutâncias

sistemática, coerente, orgânica, realizada que se reconhecem, logo, enfeixadas em

resultados, tão surpreendentes e dura

custosamente vencidas?

síntese, as inconfundívci.s características

pessoais da moderação, prudência, sen satez, vontade e inteligência, que o distinguiam. Eis como se explica o admi rável funcionamento do regime presiden

breve, senão longuíssimo, o período den-' que se devem exercer reguladas pelos tio do qual se ofereceram. E' que princípios de coordenação e hierarquia. O sincronísmo da ação múltipla, ria rea o tempo se mede por ações, e só a eter lização dos fins do Estado, e segredo de nidade pela sucessão dos dias e das noi

cial, na demonstração concreta de Rodri

tes.

Precisamente

por essa nobre compostura é que digno

se revelava da honra insigne, que os ados lhe reservaram, fazendo-o desde xf V tudo. Condiscípulo de Nabuco, no Colégio Pedro II. a êste ar rancava os primeiros prêmios, segundo epõe o próprio ilustre autor da "Minha ormação . Confirma-se na Academia,

Êste critério, corporifícou-o na obra no exercício do Poder E.vecutivo, c em

gues Alves. Com efeito, os regimes po líticos são, por natureza, visceralmen

te humanos. Não existem de per si, como puras abstrações, alheias à obje

eputado provincial, deputado geral, presi ente de província e de Estado, se nador ministro, e afinal Presidente, gal gou tôda a íngreme escada, degrau por

tividade das coisas. Animam-nos o espí

egrau, o mesmo modo pelo qual se

tam, no vasto cenário da vida pública,

faz:a. na velha Roma, estágio por está

gio, o acesso das magistraturas: edis, pretores, censores, cônsules.

Bem ao

contráno do que acontece agora, pois ninguém quer começar, mas já acabar. Na curul presidencial, exteriorizou Ro drigues Alves as qualidades essenciais à contextura do típico homem de Estado, que essa foi a grande e única vocação

de sua vida. A política pròpriamente dita, não a considerou jamais senão sim ples instrumento, indispensável à rea lização das aspirações patrióticas, de sinteressadas, em que desde a mocída-

de embalava o espírito. O jôgo e com petição dos partidos, com as intrigas e perfídias dos corrilhos, no atropelo das

rito, o caráter e o temperamento dos personagens que os incamam e interpre com a inerência de todos os dons, como de todos os defeitos das criaturas hu

manas. Seria lícito arriscar que não há

mente, bem que silenciosos.

Foi o que aconteceu, não tardando os

douros que, à vista dêles, se não diria

chefes como Rodrigues Alves. Assim como a fôrça geradora de energia de viação, saúde pública, constituiram ca pítulos principais de uma obra títãnica, uma central elétrica aciona motores de tôda espécie, através de inúmeros flos infelizmente nunca acabada, em bene fício do homem brasileiro, abandonado condutores, assim também o cnteno do Melhoramentos grandiosos, portos,

à lula só por só, contra a rudeza do

blicos. transmitido pelo complexo apa relho da administração, impnme as ati Auxiliado por ministros de larga vi vidades de tôda a ordem que confluem são e capacidade, penumbrava-se o para o turbilhão da vida coletiva, o Presidente, colocando-os no proscênio, ritmo cada vez mais acelerado da pros sob luzes convergentes. Daí o dizer-se peridade geral, de. que depende o bemque êlès é que faziam tudo.

tornam, num caso, aceitáveis os piores sistemas, e noutro, detestáveis os me

não fazem.

lhores.

A ação do Chefe de Estado, naquele fecundo quatriênio, irradiou-se simultâ nea em todas as direções, resolvendo

árduos problemas que de longa data vinham afligindo o país, sempre adiados. Não pudera ainda enfrentá-los a Repú blica, de tão nova e assoberbada de di

ficuldades. Essa escusa já desaparecera, consolidadas como se achavam as ins-

supremo responsável pelos, negócios pú

meio ambiente.

— Realmente, concordava o Presiden te, os meus ministros fazem tudo quan to querem. Há, porém, uma coisa que

boas ou más formas de governo, e ape nas dirigentes capazes ou incapazes, que

substitiiído, caso em que a inutilidade

seria dêle, Presidente. Só a incompre ensão do sistema poderia levar à hiper trofia ou desajustamento de funções,

— Que é? perguntaram-lhe.

— Aquilo que eu não quero, respondeu com a firmeza de quem reúne e soma tôdas as vontades.

Nenhum maior elogio poderia me

recer. Já dizia o sagaz autor do "Prín cipe": — "Não é de pouca importância a escolha dos ministros, os quais sao

bons, ou não, conforme a prudência do Príncipe;

A primeira opinião acerca

estar de cada um. E' em torno do Pre

sidente, como centro de gravãtação do sistema político, que se descrevem as ór bitas dos órgãos secundários, de tal sor te discriminadas, que não podem colidir

som que se produza catastrófica ruptura de equilíbrio, difícil de restabelecer-se, como estamos fartos de saber, com as

dolorosas provações dos últimos anos. Compreendendo e interpretando magis tralmente o regime de 89, flexionou-o Rodrigues Alves às condições políticas dó país com mágica plasticidade, que lhe asseguraria sobrevii^ência indefinida


^4.' .t» :r

Dicksto

106

k

publicanos de origem. Os processos da sua carreira constantemente ascensional

Econômico

veleidades de prestígio ou influência pessoal, não .se compatibilizavam com as inatas faculdades de compreensão do bem público, e os sentimentos de impar cialidade e justiça, que tanto lhe real

i

constituem o mais eloqüente desmenti-

*

do à falsa crença de que as posições eminentes só se alcançam graças ao em prego de meios indecorosos. Dá-se isso,

çaram os méritos. Só com êsse objetivo

sim, mas nos períodos de sensualismo e

praticava a política, na mais legítima

»

decadência; não nos de fastígio e glória.

das suas acepções: a arte de govêmo

Onde, senão nestes, se oferecem mos-

dos povos.

DicESTo Econômico

lituíções, restabelecida a supremacia do

poder civil, restauradas as finanças pú blicas, soerguido o crédito do país no exterior.

Tocava a vez de' um progra

ma de remodelação nacional, que trans formando* as condições de vida e de tra

balho, abrisse perspectivas de futuro,

da sabedoria de um chefe procede de quem são -os homens que o eercam;

dando prova de seus talentos, se os sou be escolher capazes e honestos, e de inépcia, na hipótese contrária, em que, cscolhendo-os, terá perpetrado o seu pri meiro êrro."

condizentes com a nossa importância

O Presidente criado pela Constituição

geográfica. Nada de palavras: fatos, que as subslituissem mais eloqüente

de 1891 não substitui os ministros de Estado, aliás inúteis, nem é "por êste.s

toas de desprendimento pessoa!, iguais às de que Rodrigues Alves deu prova no caso da candidatura à presidência da República, só aceita após relutâncias

sistemática, coerente, orgânica, realizada que se reconhecem, logo, enfeixadas em

resultados, tão surpreendentes e dura

custosamente vencidas?

síntese, as inconfundívci.s características

pessoais da moderação, prudência, sen satez, vontade e inteligência, que o distinguiam. Eis como se explica o admi rável funcionamento do regime presiden

breve, senão longuíssimo, o período den-' que se devem exercer reguladas pelos tio do qual se ofereceram. E' que princípios de coordenação e hierarquia. O sincronísmo da ação múltipla, ria rea o tempo se mede por ações, e só a eter lização dos fins do Estado, e segredo de nidade pela sucessão dos dias e das noi

cial, na demonstração concreta de Rodri

tes.

Precisamente

por essa nobre compostura é que digno

se revelava da honra insigne, que os ados lhe reservaram, fazendo-o desde xf V tudo. Condiscípulo de Nabuco, no Colégio Pedro II. a êste ar rancava os primeiros prêmios, segundo epõe o próprio ilustre autor da "Minha ormação . Confirma-se na Academia,

Êste critério, corporifícou-o na obra no exercício do Poder E.vecutivo, c em

gues Alves. Com efeito, os regimes po líticos são, por natureza, visceralmen

te humanos. Não existem de per si, como puras abstrações, alheias à obje

eputado provincial, deputado geral, presi ente de província e de Estado, se nador ministro, e afinal Presidente, gal gou tôda a íngreme escada, degrau por

tividade das coisas. Animam-nos o espí

egrau, o mesmo modo pelo qual se

tam, no vasto cenário da vida pública,

faz:a. na velha Roma, estágio por está

gio, o acesso das magistraturas: edis, pretores, censores, cônsules.

Bem ao

contráno do que acontece agora, pois ninguém quer começar, mas já acabar. Na curul presidencial, exteriorizou Ro drigues Alves as qualidades essenciais à contextura do típico homem de Estado, que essa foi a grande e única vocação

de sua vida. A política pròpriamente dita, não a considerou jamais senão sim ples instrumento, indispensável à rea lização das aspirações patrióticas, de sinteressadas, em que desde a mocída-

de embalava o espírito. O jôgo e com petição dos partidos, com as intrigas e perfídias dos corrilhos, no atropelo das

rito, o caráter e o temperamento dos personagens que os incamam e interpre com a inerência de todos os dons, como de todos os defeitos das criaturas hu

manas. Seria lícito arriscar que não há

mente, bem que silenciosos.

Foi o que aconteceu, não tardando os

douros que, à vista dêles, se não diria

chefes como Rodrigues Alves. Assim como a fôrça geradora de energia de viação, saúde pública, constituiram ca pítulos principais de uma obra títãnica, uma central elétrica aciona motores de tôda espécie, através de inúmeros flos infelizmente nunca acabada, em bene fício do homem brasileiro, abandonado condutores, assim também o cnteno do Melhoramentos grandiosos, portos,

à lula só por só, contra a rudeza do

blicos. transmitido pelo complexo apa relho da administração, impnme as ati Auxiliado por ministros de larga vi vidades de tôda a ordem que confluem são e capacidade, penumbrava-se o para o turbilhão da vida coletiva, o Presidente, colocando-os no proscênio, ritmo cada vez mais acelerado da pros sob luzes convergentes. Daí o dizer-se peridade geral, de. que depende o bemque êlès é que faziam tudo.

tornam, num caso, aceitáveis os piores sistemas, e noutro, detestáveis os me

não fazem.

lhores.

A ação do Chefe de Estado, naquele fecundo quatriênio, irradiou-se simultâ nea em todas as direções, resolvendo

árduos problemas que de longa data vinham afligindo o país, sempre adiados. Não pudera ainda enfrentá-los a Repú blica, de tão nova e assoberbada de di

ficuldades. Essa escusa já desaparecera, consolidadas como se achavam as ins-

supremo responsável pelos, negócios pú

meio ambiente.

— Realmente, concordava o Presiden te, os meus ministros fazem tudo quan to querem. Há, porém, uma coisa que

boas ou más formas de governo, e ape nas dirigentes capazes ou incapazes, que

substitiiído, caso em que a inutilidade

seria dêle, Presidente. Só a incompre ensão do sistema poderia levar à hiper trofia ou desajustamento de funções,

— Que é? perguntaram-lhe.

— Aquilo que eu não quero, respondeu com a firmeza de quem reúne e soma tôdas as vontades.

Nenhum maior elogio poderia me

recer. Já dizia o sagaz autor do "Prín cipe": — "Não é de pouca importância a escolha dos ministros, os quais sao

bons, ou não, conforme a prudência do Príncipe;

A primeira opinião acerca

estar de cada um. E' em torno do Pre

sidente, como centro de gravãtação do sistema político, que se descrevem as ór bitas dos órgãos secundários, de tal sor te discriminadas, que não podem colidir

som que se produza catastrófica ruptura de equilíbrio, difícil de restabelecer-se, como estamos fartos de saber, com as

dolorosas provações dos últimos anos. Compreendendo e interpretando magis tralmente o regime de 89, flexionou-o Rodrigues Alves às condições políticas dó país com mágica plasticidade, que lhe asseguraria sobrevii^ência indefinida


»

108

Dicesto

nr

EcoNÓMica

109

Digesto Econômico

com cs aperfeiçoamenlos da evolução

do prestígio cie São Paulo, no concerto

histórico para lhe dar cunho de acaba-

natural se as normas estabelecidas não

tivessem sofrido violenta solução de con

da Federação. Era uma longa subida, começada muito longe, e prosseguida

Os traço.s que relevam nessa persona-

tinuidade.

sempre, sem desfalecimentos, tudo dan

Com a consciência serena de bem ha

ver cumprido o dever, chegou o austero Presidente ao fim da missão constitucio

nal que lhe fôra incumbida, desdobran

do aos olhos maravilhados de espectado res, talvez de começo um tanto cépticos, o panorama de um Brasil novo,

traç-ado à imagem dos tempos que che gavam, irreconhecíveis já as feições de

país semi-colonial, qual ainda parecia, a entrada da República. E o mais sin-

gu ar é que tudo se fizera pelos méto dos da economia clássica, tão repugnan tes a certas idéias futuristas que depois adquiriram voga, segundo as quais só pmgresso com a desordem financei

ra. Honesto depositário da bolsa do povo, pagador de impostos, Rodrigues ves não só encerrou com saldos cres-

centes^ os balanços orçamentários do quadnenio, mas resguardou ainda os le gítimos interêsses da agricultura, da inustaa, o comércio, do trabalho e da

ren a nacional, com uma sábia política e va onzação paulatina da moeda, den

tro de um regime de liberdade e, por tanto, de justiça econômica: a deprecia ção do meio circulante é a base do enri

quecimento ilícito. Nem é possível, de outra forma, respeitar o dogma de igual dade, fundamento e razão de ser das democracias modernas. Não é senão com o fito de tutela das liberdades do indivíduo, como partícula da coletivida

de, que as leis de caráter social previnem possíveis abusos de direito, dos fortes contra os fracos.

Essa firme trajetória levou ao zênite

da República, alcançado no governo do ínciito paulista. Foi também o meridiano

lidade ilustre permitem, pela correção,

. nitidez e harmonia das linhas, erigir-se a

estátua ideal do e.stadista perfeito.

do este torrão pelo Brasil, nada reivindi cando, nem honras, nem prebendas. Cer to, tem a nossa estirpe passado por trans formações étnicas, que a transfusão de sangue trazido pelo fluxo das ondas imigratórias opera sensualmente. Con

serva-se, porém, idêntica a si mesma, com a fisionomia própria original e o indestrutível espírito autóctone, que ne la se estampa, a exemplo dos america nos, formados pela diluição de vários tipos, no compósito nacional do "yan kee". Viu o naturalista e viajante Augusto de Suint-Hilaire, nos paulistas, uma raça de gigantes, "que, inlemando-se pelas vastas .solidões do Brasil, dei xaram os lares abandonados e a terra

despovoada e empobrecida, para incor porar à monarquia lusitana regiões mais

vastas do que muitos impérios, sem pre tender outra recompensa além das hon ras que lhes concediam ós soberanos de Portugal". Fernão Dias, que ficou na

lenda e na literatura como a alegoria dessa epopéia, desfez-se da opulôncia que desfrutava em esplêndida morada citadina, para varar o sertão, em bxisca de esmeraldas com que só sonhava para servirem de oferenda a El-Rei, per sonificação da idéia então larvada de pátria. O mesmo sentido brasileiro do nosso bandeirismo, revelado na era da

conquista,

manifesta-se

com José Bonifácio

politicamente

no episódio da

Independência, com , Feijó no atribu lado período regencial, e com os três

presidentes paulistas que se sucederam, em plano ascendente, nos primórdios da República, podendo-se dizer que o último veio integrar o grupo

» .J T I As particularidades da

*

í^^fyn/itnica refJelem-se naturalmente no inter-

pauUitinamante durante a

câmbio com o estrangeiro. A importaç , q

1038 subiu novamente em pro-

porções que chamam a atençao.

pj-guerra. No setor das expor-

!,uerra para chegar ern 1945 a

a cota de 147% em relaçao com o

tações o recuo chegou a 40% das cançar o nível de 1938 em 1946 e dêste desenvolvimento foi o ço, aHvo em 1945 pela segunda vez-na

«« 1947 alcançaZm

t^noiiadas antes da guerra, para al-

A conseqüência fatal i 3 halonço comercial. Êsse halando comércio exterior da Suíça, acusa agora. O excedente, que fôra

em 1947 o mais elevado passivo mmais ifansformou-se em 1947 «um de mais ou menos 250 mÜhões o que representa unr salto excedente das importações de 1.550 ^ ^ capacidade financeira de um . prodigioso capaz de submeter a uma dura prova a / m ..-f.

-..™ país e_ a_ sua vitalidade /yr-nunillica. econômica.

'foi observada, A mesma situação ja foi observa^,

proporções menores, rhirnnduran-

1916 registrou^e ativo registrou-se um um anvo ie os anos posteriores à primeira bilhão de francos. Tratava-se ja Zn frum de 70 milhões e em 1920 um passivo de quase )ís sobreveio a hai baixa catastrófica dos naquela uaauela época, ae de cifras.anormais a/ii/» Micf e 1— P^uco u y Deve-se^ portanto contar vuiuui com t-um,o a u re«c3 r , munatai. r , _ j.. t_ j

preços marcando o coméço da y-- crise nróximo futuro futuro anunem anuncia nada de «c bom? Para petição do fenômeno e concluir que ZJ^jgrar ov que ^a sitiuição sitiuiçõo é muito diferente nos responder a essa pergunta convém tenha as mesnuis causas igualmenpresentes dias, ainda que o referido ^. ^^^ções, o esgotamento dos estoques duie simples como período de alta de preços, o emprêlante a guerra, a ^sp-de-obra depois da cessação das hostilidades, go excepcionalmente elevado da ascendente dos preços do que a ameaça Causa, porém, mais f^^^^l^j^^Znundo teria hoje uma melhor defesa que em 1920. de uma queda, contra a qua " tentativas feitas por todos os agrupainenEssã constatação ach<>se 1° e assalariados para desbaratar, por preços marciiuuo o

tos agrícolas e meio de uma açao

^

agravação da situação atual. Por meio de um êsses agrupamentos declararam-se partidários

rrZ/oSfcitmSS.d..'pregos, virando sal.aguardfo poder de compm do franco suíço no mercado interno. Se essa tentativa for bem sucedv-

da, o economia suíça conseguirá dissipar uma preocupação que ho]e ohscurece o seu

futuro.


»

108

Dicesto

nr

EcoNÓMica

109

Digesto Econômico

com cs aperfeiçoamenlos da evolução

do prestígio cie São Paulo, no concerto

histórico para lhe dar cunho de acaba-

natural se as normas estabelecidas não

tivessem sofrido violenta solução de con

da Federação. Era uma longa subida, começada muito longe, e prosseguida

Os traço.s que relevam nessa persona-

tinuidade.

sempre, sem desfalecimentos, tudo dan

Com a consciência serena de bem ha

ver cumprido o dever, chegou o austero Presidente ao fim da missão constitucio

nal que lhe fôra incumbida, desdobran

do aos olhos maravilhados de espectado res, talvez de começo um tanto cépticos, o panorama de um Brasil novo,

traç-ado à imagem dos tempos que che gavam, irreconhecíveis já as feições de

país semi-colonial, qual ainda parecia, a entrada da República. E o mais sin-

gu ar é que tudo se fizera pelos méto dos da economia clássica, tão repugnan tes a certas idéias futuristas que depois adquiriram voga, segundo as quais só pmgresso com a desordem financei

ra. Honesto depositário da bolsa do povo, pagador de impostos, Rodrigues ves não só encerrou com saldos cres-

centes^ os balanços orçamentários do quadnenio, mas resguardou ainda os le gítimos interêsses da agricultura, da inustaa, o comércio, do trabalho e da

ren a nacional, com uma sábia política e va onzação paulatina da moeda, den

tro de um regime de liberdade e, por tanto, de justiça econômica: a deprecia ção do meio circulante é a base do enri

quecimento ilícito. Nem é possível, de outra forma, respeitar o dogma de igual dade, fundamento e razão de ser das democracias modernas. Não é senão com o fito de tutela das liberdades do indivíduo, como partícula da coletivida

de, que as leis de caráter social previnem possíveis abusos de direito, dos fortes contra os fracos.

Essa firme trajetória levou ao zênite

da República, alcançado no governo do ínciito paulista. Foi também o meridiano

lidade ilustre permitem, pela correção,

. nitidez e harmonia das linhas, erigir-se a

estátua ideal do e.stadista perfeito.

do este torrão pelo Brasil, nada reivindi cando, nem honras, nem prebendas. Cer to, tem a nossa estirpe passado por trans formações étnicas, que a transfusão de sangue trazido pelo fluxo das ondas imigratórias opera sensualmente. Con

serva-se, porém, idêntica a si mesma, com a fisionomia própria original e o indestrutível espírito autóctone, que ne la se estampa, a exemplo dos america nos, formados pela diluição de vários tipos, no compósito nacional do "yan kee". Viu o naturalista e viajante Augusto de Suint-Hilaire, nos paulistas, uma raça de gigantes, "que, inlemando-se pelas vastas .solidões do Brasil, dei xaram os lares abandonados e a terra

despovoada e empobrecida, para incor porar à monarquia lusitana regiões mais

vastas do que muitos impérios, sem pre tender outra recompensa além das hon ras que lhes concediam ós soberanos de Portugal". Fernão Dias, que ficou na

lenda e na literatura como a alegoria dessa epopéia, desfez-se da opulôncia que desfrutava em esplêndida morada citadina, para varar o sertão, em bxisca de esmeraldas com que só sonhava para servirem de oferenda a El-Rei, per sonificação da idéia então larvada de pátria. O mesmo sentido brasileiro do nosso bandeirismo, revelado na era da

conquista,

manifesta-se

com José Bonifácio

politicamente

no episódio da

Independência, com , Feijó no atribu lado período regencial, e com os três

presidentes paulistas que se sucederam, em plano ascendente, nos primórdios da República, podendo-se dizer que o último veio integrar o grupo

» .J T I As particularidades da

*

í^^fyn/itnica refJelem-se naturalmente no inter-

pauUitinamante durante a

câmbio com o estrangeiro. A importaç , q

1038 subiu novamente em pro-

porções que chamam a atençao.

pj-guerra. No setor das expor-

!,uerra para chegar ern 1945 a

a cota de 147% em relaçao com o

tações o recuo chegou a 40% das cançar o nível de 1938 em 1946 e dêste desenvolvimento foi o ço, aHvo em 1945 pela segunda vez-na

«« 1947 alcançaZm

t^noiiadas antes da guerra, para al-

A conseqüência fatal i 3 halonço comercial. Êsse halando comércio exterior da Suíça, acusa agora. O excedente, que fôra

em 1947 o mais elevado passivo mmais ifansformou-se em 1947 «um de mais ou menos 250 mÜhões o que representa unr salto excedente das importações de 1.550 ^ ^ capacidade financeira de um . prodigioso capaz de submeter a uma dura prova a / m ..-f.

-..™ país e_ a_ sua vitalidade /yr-nunillica. econômica.

'foi observada, A mesma situação ja foi observa^,

proporções menores, rhirnnduran-

1916 registrou^e ativo registrou-se um um anvo ie os anos posteriores à primeira bilhão de francos. Tratava-se ja Zn frum de 70 milhões e em 1920 um passivo de quase )ís sobreveio a hai baixa catastrófica dos naquela uaauela época, ae de cifras.anormais a/ii/» Micf e 1— P^uco u y Deve-se^ portanto contar vuiuui com t-um,o a u re«c3 r , munatai. r , _ j.. t_ j

preços marcando o coméço da y-- crise nróximo futuro futuro anunem anuncia nada de «c bom? Para petição do fenômeno e concluir que ZJ^jgrar ov que ^a sitiuição sitiuiçõo é muito diferente nos responder a essa pergunta convém tenha as mesnuis causas igualmenpresentes dias, ainda que o referido ^. ^^^ções, o esgotamento dos estoques duie simples como período de alta de preços, o emprêlante a guerra, a ^sp-de-obra depois da cessação das hostilidades, go excepcionalmente elevado da ascendente dos preços do que a ameaça Causa, porém, mais f^^^^l^j^^Znundo teria hoje uma melhor defesa que em 1920. de uma queda, contra a qua " tentativas feitas por todos os agrupainenEssã constatação ach<>se 1° e assalariados para desbaratar, por preços marciiuuo o

tos agrícolas e meio de uma açao

^

agravação da situação atual. Por meio de um êsses agrupamentos declararam-se partidários

rrZ/oSfcitmSS.d..'pregos, virando sal.aguardfo poder de compm do franco suíço no mercado interno. Se essa tentativa for bem sucedv-

da, o economia suíça conseguirá dissipar uma preocupação que ho]e ohscurece o seu

futuro.


M-"-' ."V.yi

111

DicEsTo Econômico

Interprpiíiyão du fi{dílic;i imigratória íiiasileira

para o trabalho das fazendas, seja por meio de contratos dc parceria, seja por

UI

J. Fernando Carneiro

meio do regime de salário, ou, então, fazendo "colonização", fundavam-se co

Por volta de 1870

uma pequena colônia fundada no meio

das vícissítudes que cercaram o seu nas ESDE 1870, terminada

D

cimento, o crescimento de Blumenau era

lônias em zonas distantes da área da

grande lavoura. Nas fazendas, porém, os imigrantes não ficavam. Nem êles nem os negros libertos.

Quanto aos

que fora a guerra do

espantoso. Brusque, fundada em 1860,

Paraguai, se vinha inda

já possuía, por volta de 1870, 1.728 ha

núcleos coloniais, esses, ou prosperavarn

gando da razão dos in

bitantes e estava também em franco

sucessos da nossa políti

progresso.

isolado, por exemplo, como Nova Fn-

ca imigratóiia.

Certa

mente, nerii tudo eram insucessos nesse terreno. Ao lado de muitas tentativas

fnistradas, colônias havia que se tinham desenvolvido esplendidamente. São Leo poldo, fundada em 1824 com 126 indiví duos, já dera nascimento a várias sucur sais e em 1857 o conjunto contava 15.000

que começara com 191 colonos, em 1851

em terras pantanosas, palustres, desen

volvera-se contudo de tal modo que já contava em 1871, isto é, vinte anos de

pois, 7.000 habitantes. Blumenau, fun dada por 16 pessoas em 1852 e com

prada pelo Govèmo em 1860, por 120 contos, ostentava uma tal prosperidade que em 1870 nela já residiam 6.000 ha

bitantes, havia 92 fábricas diversas, 27.000 cabeças de gado, 30 quilômetros de estrada de rodagem e a média de sua exportação anual era de 130 contos. E' verdade que em Santa Cruz, só a safra de fumo no ano de 1870 fôra de 280

contos; mas de qualquer sorte, para

que passasse no orçamento desse ano uma idéia que, sinto, nunca foi devi damente aproveitada. A idéia está con tida no artigo 11, parágrafo 26, da lei, creio que de 27 de setembro de 1860; nêle se autoriza\'a o governo a mandar

comprar terras nas proximidades das estradas de ferro, para estabelecimento

Hamburgo preparava-se para subir o planalto catarinense, o que efetivamen te vem a fazer em meados de julho de

só, dar nascimento a um novo tipo de economia, fatalmente definhava. Quan

coerência que o governo, que dispõe de

1873, fundando São Bento, a fim de di

eram trazidas e se multiplicava o nume'ro desses núcleos, a prosperidade tor

versificar as produções agrícolas das co lônias, e permitir uma troca de produtos

colônias do sul do Brasil pouco ou nada

Leopoldo. Joinville, em Santa Catarina,

nos Conselhos <la Coroa, concorri para

dé núcleos coloniais.

Santa Cruz, a primeira colônia de ini

prosperidade era comparável à de São

burgo, à margem do mecanismo eco

no ano de 1860, tendo eu então as.sento

nômico existente, e sem poder, por si

e de gente entre a p'anície e o planalto.

62 indivíduos, bastará dizer que sua

Um núcleo colonial

ponto lhe dou plena aquiescência. Lembro-me, Sr. Presidente, de qoe

A • Companhia de Colonização de

habitantes. "No Brasil, já é um povo!" exclamaria na época Ribeyrolles. De ciativa do govêrno provincial do Rio Grande do Sul, fundada em 1849 com

ou definhavam.

isolamento das grandes povoações, neste

Entretanto, esse desenvolvimento das interessava aos proprietários fluminen

ses e paulistas e aos homens que na Ca pital do Império refletiam o pensamento dos latifundiários. Na assim chamada Sociedade Auxiliadora da Indústria Na cional, no Rio, nos acalorados debates

do ano de 1870, o dr. Parigot exprimiu esse sentimento, declarando: "a princi pal tarefa deve ser a promoção da emi gração, de preferência à colonização".

Essa distinção é capital para a com preensão de todo o desenvolvimento da

no.ssa história da imigração. O que o dr. Parigot denominava "emigração" era a simples importação de braços para a lavoura das grandes fazendas, contra

pondo isso à política imperial da forma ção de núcleos coloniais de pequenos proprietários. pu procurava-se atrair os iirigrantes

do, porém, novas levas de imigrantes nava-se possível naquehi área.

Um

novo núcleo vinha muitas vezes memo rar a situação de uma colônia preexis

Sei, Sr. Presidente, que parecerá in

tantas terras devolutas, de tantas terras

nue são propriedade do E^t^do se ve,a

obrigado, para organizar o trabalho li vre, a fazer a aquisição de P"^ .ncío de compra a particular^.^^^ Ma^

tente.

-

Mas todas essas distinções que esta

tem seguido ate agora.

-dwa: "para

mos fazendo não eram então mxuto cla

ras, nem sempre eram , devidamenm compreendidas, embora elas ressa tem com grande evidência e por assim c ize Inesperadamente, das informações e dos debates sobre o assunto.

.

Em face do então Ministro da Agn-

cullura, nesse ano de 1870. Cansançao de Sinimbu com clareza e

_

aludia, no Senado, a alguns dos en

praticados na política de coloniz, ç

que vinha sendo seguida: — "Senhor Presidente — dizia — í»® o nobre Ministro, da Agricultura

que não convém ao país seguir a sen

até hoje adotada, de enviarmos inug^ao tes europeus para lugares longínquos, fora dos grandes mercados, e de vias de comunicação por onde eles

possam mandar o produto do seu tra balho, seqüestrados da cirilizítçáo pelo

sernros "cioaai, devenrc. « „m

sis™™ de colorúaaçáo do litoral para

o interior" e ainda, "colocar os imigrantes em lugares longínquos, desertos e sem meios fáceis de comunicação, é

querer matar a colonização". Compreen

dia, portanto, já naquela época, o que hoje nem todos compreendem: os inc-onvenientes da dispersão e da famosa mar cha para o oeste.

O Ministro da Agricultura, Diogo Ve

lho, respondendo a Sinimbu, dizia estar convencido d.a conveniência de "apro veitar os terrenos que demoram nas cir-

çvimázinhanças desta Capital (Rio) pa ra o fim de colocar imigrantes; a dificiddade está em acharem-se ocupados

pelos seus proprietáiios e possuidores. Para havê-los, o meio é compra ovi de-


M-"-' ."V.yi

111

DicEsTo Econômico

Interprpiíiyão du fi{dílic;i imigratória íiiasileira

para o trabalho das fazendas, seja por meio de contratos dc parceria, seja por

UI

J. Fernando Carneiro

meio do regime de salário, ou, então, fazendo "colonização", fundavam-se co

Por volta de 1870

uma pequena colônia fundada no meio

das vícissítudes que cercaram o seu nas ESDE 1870, terminada

D

cimento, o crescimento de Blumenau era

lônias em zonas distantes da área da

grande lavoura. Nas fazendas, porém, os imigrantes não ficavam. Nem êles nem os negros libertos.

Quanto aos

que fora a guerra do

espantoso. Brusque, fundada em 1860,

Paraguai, se vinha inda

já possuía, por volta de 1870, 1.728 ha

núcleos coloniais, esses, ou prosperavarn

gando da razão dos in

bitantes e estava também em franco

sucessos da nossa políti

progresso.

isolado, por exemplo, como Nova Fn-

ca imigratóiia.

Certa

mente, nerii tudo eram insucessos nesse terreno. Ao lado de muitas tentativas

fnistradas, colônias havia que se tinham desenvolvido esplendidamente. São Leo poldo, fundada em 1824 com 126 indiví duos, já dera nascimento a várias sucur sais e em 1857 o conjunto contava 15.000

que começara com 191 colonos, em 1851

em terras pantanosas, palustres, desen

volvera-se contudo de tal modo que já contava em 1871, isto é, vinte anos de

pois, 7.000 habitantes. Blumenau, fun dada por 16 pessoas em 1852 e com

prada pelo Govèmo em 1860, por 120 contos, ostentava uma tal prosperidade que em 1870 nela já residiam 6.000 ha

bitantes, havia 92 fábricas diversas, 27.000 cabeças de gado, 30 quilômetros de estrada de rodagem e a média de sua exportação anual era de 130 contos. E' verdade que em Santa Cruz, só a safra de fumo no ano de 1870 fôra de 280

contos; mas de qualquer sorte, para

que passasse no orçamento desse ano uma idéia que, sinto, nunca foi devi damente aproveitada. A idéia está con tida no artigo 11, parágrafo 26, da lei, creio que de 27 de setembro de 1860; nêle se autoriza\'a o governo a mandar

comprar terras nas proximidades das estradas de ferro, para estabelecimento

Hamburgo preparava-se para subir o planalto catarinense, o que efetivamen te vem a fazer em meados de julho de

só, dar nascimento a um novo tipo de economia, fatalmente definhava. Quan

coerência que o governo, que dispõe de

1873, fundando São Bento, a fim de di

eram trazidas e se multiplicava o nume'ro desses núcleos, a prosperidade tor

versificar as produções agrícolas das co lônias, e permitir uma troca de produtos

colônias do sul do Brasil pouco ou nada

Leopoldo. Joinville, em Santa Catarina,

nos Conselhos <la Coroa, concorri para

dé núcleos coloniais.

Santa Cruz, a primeira colônia de ini

prosperidade era comparável à de São

burgo, à margem do mecanismo eco

no ano de 1860, tendo eu então as.sento

nômico existente, e sem poder, por si

e de gente entre a p'anície e o planalto.

62 indivíduos, bastará dizer que sua

Um núcleo colonial

ponto lhe dou plena aquiescência. Lembro-me, Sr. Presidente, de qoe

A • Companhia de Colonização de

habitantes. "No Brasil, já é um povo!" exclamaria na época Ribeyrolles. De ciativa do govêrno provincial do Rio Grande do Sul, fundada em 1849 com

ou definhavam.

isolamento das grandes povoações, neste

Entretanto, esse desenvolvimento das interessava aos proprietários fluminen

ses e paulistas e aos homens que na Ca pital do Império refletiam o pensamento dos latifundiários. Na assim chamada Sociedade Auxiliadora da Indústria Na cional, no Rio, nos acalorados debates

do ano de 1870, o dr. Parigot exprimiu esse sentimento, declarando: "a princi pal tarefa deve ser a promoção da emi gração, de preferência à colonização".

Essa distinção é capital para a com preensão de todo o desenvolvimento da

no.ssa história da imigração. O que o dr. Parigot denominava "emigração" era a simples importação de braços para a lavoura das grandes fazendas, contra

pondo isso à política imperial da forma ção de núcleos coloniais de pequenos proprietários. pu procurava-se atrair os iirigrantes

do, porém, novas levas de imigrantes nava-se possível naquehi área.

Um

novo núcleo vinha muitas vezes memo rar a situação de uma colônia preexis

Sei, Sr. Presidente, que parecerá in

tantas terras devolutas, de tantas terras

nue são propriedade do E^t^do se ve,a

obrigado, para organizar o trabalho li vre, a fazer a aquisição de P"^ .ncío de compra a particular^.^^^ Ma^

tente.

-

Mas todas essas distinções que esta

tem seguido ate agora.

-dwa: "para

mos fazendo não eram então mxuto cla

ras, nem sempre eram , devidamenm compreendidas, embora elas ressa tem com grande evidência e por assim c ize Inesperadamente, das informações e dos debates sobre o assunto.

.

Em face do então Ministro da Agn-

cullura, nesse ano de 1870. Cansançao de Sinimbu com clareza e

_

aludia, no Senado, a alguns dos en

praticados na política de coloniz, ç

que vinha sendo seguida: — "Senhor Presidente — dizia — í»® o nobre Ministro, da Agricultura

que não convém ao país seguir a sen

até hoje adotada, de enviarmos inug^ao tes europeus para lugares longínquos, fora dos grandes mercados, e de vias de comunicação por onde eles

possam mandar o produto do seu tra balho, seqüestrados da cirilizítçáo pelo

sernros "cioaai, devenrc. « „m

sis™™ de colorúaaçáo do litoral para

o interior" e ainda, "colocar os imigrantes em lugares longínquos, desertos e sem meios fáceis de comunicação, é

querer matar a colonização". Compreen

dia, portanto, já naquela época, o que hoje nem todos compreendem: os inc-onvenientes da dispersão e da famosa mar cha para o oeste.

O Ministro da Agricultura, Diogo Ve

lho, respondendo a Sinimbu, dizia estar convencido d.a conveniência de "apro veitar os terrenos que demoram nas cir-

çvimázinhanças desta Capital (Rio) pa ra o fim de colocar imigrantes; a dificiddade está em acharem-se ocupados

pelos seus proprietáiios e possuidores. Para havê-los, o meio é compra ovi de-


112

Dccesto Econóaíico

sapropriação; para a primeira — pros seguia Diogo Velho - é preciso muito dinheiro, para a segunda falta autoriza

ção. Êsses proprietários, uma vez que conheçam que o govêmo pretende des tinar semeUiantes terrenos ao estabeleci

mento de- imigrantes, exigiriam, como ja têm exigido, preços exorbitantes".

Ao que Cansanção de Sinimbu repli cava:

Estabeleça-se o impôsto territorial

nessa zona, partindo da cidade para o interior .

^

Ainda alguns anos depois, no Senado (sessão de 30-10-1880), Martinho de Campos, combatendo um projeto de abolição de Joaquim Nabuco, declarava:

te, se não nula, na cultura do café."

surge o livro de Adalberto Jahn, intitu

efeitos da nova lei só se iriam fazer sen tir muitos anos depois, e se outras leis não viessem depois ainda haveria escra vos no Brasil em 1930. Ela valia, entre tanto, como uma indicação insofismável de que a mais ninguém seria lícito

planejar para o futuro na base dó tra balho escravo. E isso ocorria num mo

mento em que o esplendor fluminense, acobertando a imensa tristeza do traba

lho nas fazendas, atingira o seu apogeu

Seu autor, brasileiro naturalizado, cava leiro da Imperial Ordem de Rosa, e que, durante 12 anos, fora diretor ou

. guageiri era por vezes assim: "A escra

inspetor de colônias ou curador de co lonos, verificando que o Brasil estava sofrendo "como talvez nenhum outro

país do mundo, censuras mal cabidas e injustas" pretendia com o seu livro "de monstrar pelo histórico e descrição das

fato verídico. Mesmo o imigran

colônias de São Leopoldo, que a co

te que se destinava às fazen

tre Livre não vinha agravar de súbito a carência de mão-deobra. Essa lei fôra num certo sentido uma manobra de retar damento dos conservadores

Logo em 1871

lado "As Colônias de São Leopoldo".

Martinho. de Campos, como se sabe,

sunto. E' certo, a lei do Ven

desde a tala do trono de 1867 ao tem-

Surgem por essa época livros e rela tórios sôbre o assunto.

era um escravagista furioso, cuja lln-^

Depois da lei de 28 de setembro de 1871, aumentam as preocupações, as in

po do gabinete Zacarias. Os primeiros

Mas, apesar de tüdo isso, os imigran tes preferiam a Argentina ao Brasil. E na Europa a fama do Brasil não era boa.

meu revólver". Entretanto, ao assinalar a parte mínima que o trabalho livre ti nha na cultura do café, aludia a um

tiveiro, que era o que o povo esperava

1847 a 1871 gastou-se cerca de 33.000

zer, para o nosso principal ramo agríco la, são os escravos. O trabalho livre re presenta uma parte muito insignifican

vidão deve ser mantida por amor dos próprios escravos. Os abolicionistas são salteadores, mas para êsses eu tenho o

que temiam a extinção completa do ca

113

contos.

"Os únicos trabalhadores, pode-se di

Depois da lei do Ventre Livre

dagações, os debates sôbre o as

Dí6e:sto Econômico

lonização (sôbre tôdas a do elemento germânico) tinha aqui um futuro segu

das de café delas se afastava na primeira oportunidade e, ou dei

ro e próspero".

xava o Brasil, ou se dirigia pa

Apareceu também, por essa época —

ra as colônias do sul, ou ia tra

1871 — um opúsculo da autoria de Luís Rodrigues de Oliveii'a, impresso em Pa

balhar na construção das estra

das de ferro, recebendo melhor paga

ris e intitulado "Algumas Idéias sobre a Colonização do Brasil". Parece que o

mento.

Em face, contudo, das leis que vi

fim precípuo do opusculo era a defesa

nham cada dia apertando mais o cêrco

do contrato de parceria. "O contrato de parceria — dizia o autor — é exatamente

nessa questão da escravidão; em face da

impossibilidade de receber escravos, já

a .solução prática do problema social que tanto agita a Europa: a participação do

não sòmente da África, mas da ■ Bahia,

uma vez que cada dia cresciam mais os impostos inter-provinciais; em face do

operário nos-lucros da indústria, a as

sociação do capital e do trabalho". Vi

pouco, ou, antes, nenhum desejo do ne

mos que, nas condições concreta? da' vi

gro liberto em continuar servindo nas

da rural brasileira, não foi assim. Con

fazendas, era natural portanto que se co gitasse sèriamente do assunto imigrató

tudo, o livro de Luís Rodrigues de Oli veira revela um espírito generoso e al gumas vêzes uma clara compreensão do

rio.

Afinal, o Brasil possuía uma consti

momento social que transcorria. O au

escra\idão, tem sido útil ao Brasil, livre

e educado mais contribuirá para a pros peridade do país". Mais adiante diz o

autor: 'A questão da colonização é tão importante como a da abolição do ele

mento ser\'il; elas são presentemente inseparáveis e devem ser atendidas ao mesmo tempo e com igual assiduidade".

Surgem também livros destinados aos imigrantes. Até no Pará, o presidente da

Província, Tristão de Alencar Araripe, mandava imprimir um "Guia de Imi

grantes" explicando as possibilidades da terra, a natureza dos seus produtos e as . facilidades que se ofereciam aos imi grantes.

Em 1874, o Sr. José Vergueiro, filho do Senador, escreve um "Memorial acêrca da Colonização e cultivo do café,

apresentado a S. Exa. o Sr. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura". Contudo, os livros mais importantes

aparecidos por essa época foram "Estu dos sôbre Colonização e Emigração para

o Brasil", da autoria de Augusto de Car valho, e "Tese sôbre Colonização no Bra. sil" da autoria do Conselheiro João Car-, doso de Menezes e Souza.

Como o

memorial de Vergueiro, ambos foram es critos como relatórios ao Sr. Conselheiro

José Fernandes da Costa Pereira Júnior, titular da pasta da Agricultura. No Gabinete Rio Branco, que se vi nha mantendo desde 7 de março de

1871, Costa Pereira foi o último dos seus' vários ministros da Agricultura; ingres sando no gabinete a 28 de janeiro de 1873, nele se conservou até^ a sua

queda, em 25 de junho de 1875. Há alguns traços comuns entre os li

I e quando, portanto, mais do que nunca,

tuição reputada liberal, existia paz inter

' "o Brasil era o café e o café era o ne-

tor se preocupa com o levantamento do

vros desses dois cavalheiros escolhidos

na e as despesas do Estado com coloni

nível cultural do negro e escreve: "Se o negro, embrutecido e aviltado pela

por Costa Pereira: o mesmo estilo gran

gro".

zação não vinham sendo pequenas. De

áí

diloqüente que freqüentemente se jul-


112

Dccesto Econóaíico

sapropriação; para a primeira — pros seguia Diogo Velho - é preciso muito dinheiro, para a segunda falta autoriza

ção. Êsses proprietários, uma vez que conheçam que o govêmo pretende des tinar semeUiantes terrenos ao estabeleci

mento de- imigrantes, exigiriam, como ja têm exigido, preços exorbitantes".

Ao que Cansanção de Sinimbu repli cava:

Estabeleça-se o impôsto territorial

nessa zona, partindo da cidade para o interior .

^

Ainda alguns anos depois, no Senado (sessão de 30-10-1880), Martinho de Campos, combatendo um projeto de abolição de Joaquim Nabuco, declarava:

te, se não nula, na cultura do café."

surge o livro de Adalberto Jahn, intitu

efeitos da nova lei só se iriam fazer sen tir muitos anos depois, e se outras leis não viessem depois ainda haveria escra vos no Brasil em 1930. Ela valia, entre tanto, como uma indicação insofismável de que a mais ninguém seria lícito

planejar para o futuro na base dó tra balho escravo. E isso ocorria num mo

mento em que o esplendor fluminense, acobertando a imensa tristeza do traba

lho nas fazendas, atingira o seu apogeu

Seu autor, brasileiro naturalizado, cava leiro da Imperial Ordem de Rosa, e que, durante 12 anos, fora diretor ou

. guageiri era por vezes assim: "A escra

inspetor de colônias ou curador de co lonos, verificando que o Brasil estava sofrendo "como talvez nenhum outro

país do mundo, censuras mal cabidas e injustas" pretendia com o seu livro "de monstrar pelo histórico e descrição das

fato verídico. Mesmo o imigran

colônias de São Leopoldo, que a co

te que se destinava às fazen

tre Livre não vinha agravar de súbito a carência de mão-deobra. Essa lei fôra num certo sentido uma manobra de retar damento dos conservadores

Logo em 1871

lado "As Colônias de São Leopoldo".

Martinho. de Campos, como se sabe,

sunto. E' certo, a lei do Ven

desde a tala do trono de 1867 ao tem-

Surgem por essa época livros e rela tórios sôbre o assunto.

era um escravagista furioso, cuja lln-^

Depois da lei de 28 de setembro de 1871, aumentam as preocupações, as in

po do gabinete Zacarias. Os primeiros

Mas, apesar de tüdo isso, os imigran tes preferiam a Argentina ao Brasil. E na Europa a fama do Brasil não era boa.

meu revólver". Entretanto, ao assinalar a parte mínima que o trabalho livre ti nha na cultura do café, aludia a um

tiveiro, que era o que o povo esperava

1847 a 1871 gastou-se cerca de 33.000

zer, para o nosso principal ramo agríco la, são os escravos. O trabalho livre re presenta uma parte muito insignifican

vidão deve ser mantida por amor dos próprios escravos. Os abolicionistas são salteadores, mas para êsses eu tenho o

que temiam a extinção completa do ca

113

contos.

"Os únicos trabalhadores, pode-se di

Depois da lei do Ventre Livre

dagações, os debates sôbre o as

Dí6e:sto Econômico

lonização (sôbre tôdas a do elemento germânico) tinha aqui um futuro segu

das de café delas se afastava na primeira oportunidade e, ou dei

ro e próspero".

xava o Brasil, ou se dirigia pa

Apareceu também, por essa época —

ra as colônias do sul, ou ia tra

1871 — um opúsculo da autoria de Luís Rodrigues de Oliveii'a, impresso em Pa

balhar na construção das estra

das de ferro, recebendo melhor paga

ris e intitulado "Algumas Idéias sobre a Colonização do Brasil". Parece que o

mento.

Em face, contudo, das leis que vi

fim precípuo do opusculo era a defesa

nham cada dia apertando mais o cêrco

do contrato de parceria. "O contrato de parceria — dizia o autor — é exatamente

nessa questão da escravidão; em face da

impossibilidade de receber escravos, já

a .solução prática do problema social que tanto agita a Europa: a participação do

não sòmente da África, mas da ■ Bahia,

uma vez que cada dia cresciam mais os impostos inter-provinciais; em face do

operário nos-lucros da indústria, a as

sociação do capital e do trabalho". Vi

pouco, ou, antes, nenhum desejo do ne

mos que, nas condições concreta? da' vi

gro liberto em continuar servindo nas

da rural brasileira, não foi assim. Con

fazendas, era natural portanto que se co gitasse sèriamente do assunto imigrató

tudo, o livro de Luís Rodrigues de Oli veira revela um espírito generoso e al gumas vêzes uma clara compreensão do

rio.

Afinal, o Brasil possuía uma consti

momento social que transcorria. O au

escra\idão, tem sido útil ao Brasil, livre

e educado mais contribuirá para a pros peridade do país". Mais adiante diz o

autor: 'A questão da colonização é tão importante como a da abolição do ele

mento ser\'il; elas são presentemente inseparáveis e devem ser atendidas ao mesmo tempo e com igual assiduidade".

Surgem também livros destinados aos imigrantes. Até no Pará, o presidente da

Província, Tristão de Alencar Araripe, mandava imprimir um "Guia de Imi

grantes" explicando as possibilidades da terra, a natureza dos seus produtos e as . facilidades que se ofereciam aos imi grantes.

Em 1874, o Sr. José Vergueiro, filho do Senador, escreve um "Memorial acêrca da Colonização e cultivo do café,

apresentado a S. Exa. o Sr. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura". Contudo, os livros mais importantes

aparecidos por essa época foram "Estu dos sôbre Colonização e Emigração para

o Brasil", da autoria de Augusto de Car valho, e "Tese sôbre Colonização no Bra. sil" da autoria do Conselheiro João Car-, doso de Menezes e Souza.

Como o

memorial de Vergueiro, ambos foram es critos como relatórios ao Sr. Conselheiro

José Fernandes da Costa Pereira Júnior, titular da pasta da Agricultura. No Gabinete Rio Branco, que se vi nha mantendo desde 7 de março de

1871, Costa Pereira foi o último dos seus' vários ministros da Agricultura; ingres sando no gabinete a 28 de janeiro de 1873, nele se conservou até^ a sua

queda, em 25 de junho de 1875. Há alguns traços comuns entre os li

I e quando, portanto, mais do que nunca,

tuição reputada liberal, existia paz inter

' "o Brasil era o café e o café era o ne-

tor se preocupa com o levantamento do

vros desses dois cavalheiros escolhidos

na e as despesas do Estado com coloni

nível cultural do negro e escreve: "Se o negro, embrutecido e aviltado pela

por Costa Pereira: o mesmo estilo gran

gro".

zação não vinham sendo pequenas. De

áí

diloqüente que freqüentemente se jul-


'•

Digesto

114

ga próprio da época, embora não o en contremos em muitas outras obras es

critas na mesmíssima época; a mesma mania de ostentar conhecimentos erudi

tos remotamente ligados ao assunto; a mesma falha em tratar diretarhente e

eficientemente do assunto em questão; um mesmo e determinado tipo de antíclericalismo.

EcoNÓ.Nnco

justeza coisas como essa: " o sistema da pequena propriedade e venda de terras parece-nos preferível ao de parceria".

115

Dícríto Econômico

xo com o fato de os europeus preferirem os Estados Unidos da América ou a Ar-

•gentina, quando era evidente a superio ridade do brasileiro em bondade.

Registra também como uma epidemia de febre amarela veio prejudicar os es forços do gabinete Rio Branco "para romper cs obstáculos que represavam

Cita

fatos deprimentes ocorridos nos Estados Unidos para depois assegurar, u nosso "A

caridade

a.ssentou

o

seu

trono

Dá-nos notícia de uma louvável circu

no coração dos brasileiros.

cia poderosa dessa filha dileta do Evan

relatório, dedicando-o ao sr. Conselheiro

lar de 17 de fevereiro de 1874, do Mi nistro da Agricultura, recomendando aos

José Fernandes da Costa Pereira Júnior,

agentes diplomáticos do Brasil na Euro

se dá ao escravo, no.s desvelos de que e

em 1874. Em 1875 reeditou, no Pôrtó, o mesmo livro, ligeiramente aumentado,

pa tôda prudência e circunspecção, a fim de não exagerarem as vantagens que o Brasil poderia oferecer aos imigrantes.

alvo e objeto o pobre desvalidó e o men digo que, estende a mão a quem passa,

Augusto Carvalho apresentou o seu

com outro título - "O Brasil - Coloni

zação e Emigração" — trazendo dessa vez cartas de várias personalidades emi

A influên

gelho re\ela-se aqui no tratamento que

e encontra aos sábados no balcão das

lojas a escudela cheia de moedas reser O livro do ufanista Menezes e Sotiza

O povo brasileiro, personificação viva do conceito de Frei Luís de Granada — o Bossuet da Espanha — tem para o

pró.ximo o coração de uma mãe." E mais adiante;

re.speito:

na Europa a corrente da emigração".

das vítimas de inundações e incêndios, ou de quaisquer outros desastres.

"E' inexaurível o tesouro da generosa bondade, de compassiva ternura, que

existe na alma dos brasileiros. Tudo o

que há de maiS santo, de mais nobre, de mais puro na nahireza humana en contra nela simpáticas vibrações. Os brasiViros 'dão quoüdianamente exem

plos de abnegação sem limites de generosos sacrifícios, de inexcedivel fi

vadas p«ira essa romaria hebdomadária;

lantropia."

na delicada consolação que- depara o

Estados Unidos e a Argentina conse

nentes ou que viriam a se tomar emi

nentes, tais como Teófilo Braga, Antônio Henriques Leal, Ramalho Ortigão, Cân

bem feito, mais coerente, mas nem por

dido de Figueiredo, Mendes Leal e ou

isso mais interessante

tros. Em 1876 vem a lume uma segun da edição do livro, revista e aumentada, trazendo um mapa geral das colônias

mais útil'do que o de Augusto de Car

Um livro num

certo

sentido

nem de

mais

leitura

valho, é o de Menezes e Souza. Entre tanto, êste último foi em verdade o mais

fundadas no Brasil desde D. João VI até

oficial de todos, o de maior aceitação

a data. Nessa segunda edição o autor

govemamerital, o menos inteligente e talvez, precisamente por isso mesmo, o

inclui uma carta de Camilo Castelo

Branco que gentilmente agradecia a remessa de um exemplar da obra que êle iria ler, com muito agrado, quando tivesse tempo. Inclui também a descri

ção pormenorizada de entrega de uma pena de ouro, que lhe foi ofertada pelos comerciantes da cidade do.Pôrto. Tam

mais importante.

Indaga Menezes e Souza. da razão por que os europeus preferiam a Ar gentina ao Brasil: "...apesar do quadro de de.sordein e

bém aparece um retrato do autor, com

apresentam os Estados do Prata, a popu lação laboriosa que vem da Europa pro

óculos e bigode. Crescendo embora de edição em edi

curar na América do Sul melhores con

dições de vida, dirige-se ali, de prefe

ção, nem por isso ia o livro ganhando

rência às terras do Brasil, onde uma

em estrutura e coerência. E' antes um amontoado de coisas, embora nesse amontoado se encontrem, devidamente

das mais liberais constituições dos povos

registrados, muitos fatos importantes

se perene, a mais profunda tranquili-

da história da imigração np Brasil e em-

dadé, a mais otaviana paz."

bpra seu autor por vézes afirme com

proletário de casaca, a miséria envergo nhada recebendo da mão dadivosa, ocul

perturbação sempre renascente que nos

ta no mistério para ela e para o público, o pão e o confôrto; nas almas angélicas,

que recoUiem e educam, como se fillms fôssem, os recém-nascidos, abandonados a sua sorte por mães desnaturadas e os

órfãos privados de arrimo e ameaçados

modernos assegura e protege todos os direitos e onde reina, inalterável e qua

Menezes e Souza declara-se pei-ple£.

Mas, apesar de tudo, ocorria que os

guiam imigrantes com uma facilidade de causar inveja ao relator, que aponta então os obstáculos existentes no Brasil

à vinda dos imigrantes: "1.°

A falta de liberdade de cons

ciência; a não existência do ca samento civil como instituição;

de se desgarrarem nos tremedais do vi cio; na solicitude com que, acudindose ao apêlo dos que sofrem e choram,

a imperfeita educação, a igno

quer na pátria, quer no estrangeiro, se

poral de parte do Episcopado

levantam valiosas subscrições em favor

Brasileiro traduzindo-se na lu-

rância e a imoralidade do cle

ro; a ambição de mando terri-


'•

Digesto

114

ga próprio da época, embora não o en contremos em muitas outras obras es

critas na mesmíssima época; a mesma mania de ostentar conhecimentos erudi

tos remotamente ligados ao assunto; a mesma falha em tratar diretarhente e

eficientemente do assunto em questão; um mesmo e determinado tipo de antíclericalismo.

EcoNÓ.Nnco

justeza coisas como essa: " o sistema da pequena propriedade e venda de terras parece-nos preferível ao de parceria".

115

Dícríto Econômico

xo com o fato de os europeus preferirem os Estados Unidos da América ou a Ar-

•gentina, quando era evidente a superio ridade do brasileiro em bondade.

Registra também como uma epidemia de febre amarela veio prejudicar os es forços do gabinete Rio Branco "para romper cs obstáculos que represavam

Cita

fatos deprimentes ocorridos nos Estados Unidos para depois assegurar, u nosso "A

caridade

a.ssentou

o

seu

trono

Dá-nos notícia de uma louvável circu

no coração dos brasileiros.

cia poderosa dessa filha dileta do Evan

relatório, dedicando-o ao sr. Conselheiro

lar de 17 de fevereiro de 1874, do Mi nistro da Agricultura, recomendando aos

José Fernandes da Costa Pereira Júnior,

agentes diplomáticos do Brasil na Euro

se dá ao escravo, no.s desvelos de que e

em 1874. Em 1875 reeditou, no Pôrtó, o mesmo livro, ligeiramente aumentado,

pa tôda prudência e circunspecção, a fim de não exagerarem as vantagens que o Brasil poderia oferecer aos imigrantes.

alvo e objeto o pobre desvalidó e o men digo que, estende a mão a quem passa,

Augusto Carvalho apresentou o seu

com outro título - "O Brasil - Coloni

zação e Emigração" — trazendo dessa vez cartas de várias personalidades emi

A influên

gelho re\ela-se aqui no tratamento que

e encontra aos sábados no balcão das

lojas a escudela cheia de moedas reser O livro do ufanista Menezes e Sotiza

O povo brasileiro, personificação viva do conceito de Frei Luís de Granada — o Bossuet da Espanha — tem para o

pró.ximo o coração de uma mãe." E mais adiante;

re.speito:

na Europa a corrente da emigração".

das vítimas de inundações e incêndios, ou de quaisquer outros desastres.

"E' inexaurível o tesouro da generosa bondade, de compassiva ternura, que

existe na alma dos brasileiros. Tudo o

que há de maiS santo, de mais nobre, de mais puro na nahireza humana en contra nela simpáticas vibrações. Os brasiViros 'dão quoüdianamente exem

plos de abnegação sem limites de generosos sacrifícios, de inexcedivel fi

vadas p«ira essa romaria hebdomadária;

lantropia."

na delicada consolação que- depara o

Estados Unidos e a Argentina conse

nentes ou que viriam a se tomar emi

nentes, tais como Teófilo Braga, Antônio Henriques Leal, Ramalho Ortigão, Cân

bem feito, mais coerente, mas nem por

dido de Figueiredo, Mendes Leal e ou

isso mais interessante

tros. Em 1876 vem a lume uma segun da edição do livro, revista e aumentada, trazendo um mapa geral das colônias

mais útil'do que o de Augusto de Car

Um livro num

certo

sentido

nem de

mais

leitura

valho, é o de Menezes e Souza. Entre tanto, êste último foi em verdade o mais

fundadas no Brasil desde D. João VI até

oficial de todos, o de maior aceitação

a data. Nessa segunda edição o autor

govemamerital, o menos inteligente e talvez, precisamente por isso mesmo, o

inclui uma carta de Camilo Castelo

Branco que gentilmente agradecia a remessa de um exemplar da obra que êle iria ler, com muito agrado, quando tivesse tempo. Inclui também a descri

ção pormenorizada de entrega de uma pena de ouro, que lhe foi ofertada pelos comerciantes da cidade do.Pôrto. Tam

mais importante.

Indaga Menezes e Souza. da razão por que os europeus preferiam a Ar gentina ao Brasil: "...apesar do quadro de de.sordein e

bém aparece um retrato do autor, com

apresentam os Estados do Prata, a popu lação laboriosa que vem da Europa pro

óculos e bigode. Crescendo embora de edição em edi

curar na América do Sul melhores con

dições de vida, dirige-se ali, de prefe

ção, nem por isso ia o livro ganhando

rência às terras do Brasil, onde uma

em estrutura e coerência. E' antes um amontoado de coisas, embora nesse amontoado se encontrem, devidamente

das mais liberais constituições dos povos

registrados, muitos fatos importantes

se perene, a mais profunda tranquili-

da história da imigração np Brasil e em-

dadé, a mais otaviana paz."

bpra seu autor por vézes afirme com

proletário de casaca, a miséria envergo nhada recebendo da mão dadivosa, ocul

perturbação sempre renascente que nos

ta no mistério para ela e para o público, o pão e o confôrto; nas almas angélicas,

que recoUiem e educam, como se fillms fôssem, os recém-nascidos, abandonados a sua sorte por mães desnaturadas e os

órfãos privados de arrimo e ameaçados

modernos assegura e protege todos os direitos e onde reina, inalterável e qua

Menezes e Souza declara-se pei-ple£.

Mas, apesar de tudo, ocorria que os

guiam imigrantes com uma facilidade de causar inveja ao relator, que aponta então os obstáculos existentes no Brasil

à vinda dos imigrantes: "1.°

A falta de liberdade de cons

ciência; a não existência do ca samento civil como instituição;

de se desgarrarem nos tremedais do vi cio; na solicitude com que, acudindose ao apêlo dos que sofrem e choram,

a imperfeita educação, a igno

quer na pátria, quer no estrangeiro, se

poral de parte do Episcopado

levantam valiosas subscrições em favor

Brasileiro traduzindo-se na lu-

rância e a imoralidade do cle

ro; a ambição de mando terri-


Dicesto

116

2.®

3.®

ECONÓ^«CO

ta impropriamente chamada —

da publicidade e por penas há

todos os insucessos da política imigra

não se sujeita a esta opinião; e èste des

questão religiosa;

beis e desinteressadas, os es

tória brasileira ã falta de transportes.

prezo é exprimido assim pelo branco ou liberto como pelo escravo, o qual, pelo fato de vê-lo trabalhar, considera-o lo

A insuficiência do ensino

critos por meio dos quais na

e

principalmente a ausência de

queles Estados nos deprimem,

Razões que impediam um maior afluxo

instrução agrícola e profissional;

de imigrantes

O diminuto número de institui

exageram nossos erros em rela ção aos imigrantes e nos levan

ções de crédito, especialmente

tam odiosos aleives."

de bancos destinados a auxiliar a pequena lavoura e a indús tria;

4.® As restrições e estorvos que a Legislação e a Pública Adminis

tração do Império opõem à li

berdade de indústria, peando, em vez de desenvolver, a inicia

tiva individual;

5.® Os defeitos da lei de locação

mostra o homem medíocre que era o

XIX, frearam a emigração da Euro

pa para o Brasil: a existência da es cravidão, o clima e a febre amarela.

conselheiro encarregado pelo Ministro da Agricultura, Conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior, para estudar e

Tudo o mais é detalhe.

expor as razões dos insucessos da nossa política imigratória. Menezes e Souza

geiros e viajantes ilustres vinham assi

perde-se em divagações e é incapaz de apontar as razões clamorosas que expli

cavam a preferência pela Argentina.

cunas e a inexecução da lei

Souza fala na corrupção do clero brasi

das terras públicas e a não exis tência do impôsto territorial sô-

leiro. Nada nos leva a acreditar que o clero argentino fôsse menos corrupto, e que essa diferença no grau de corrup

Logo no primeiro item

Menezes e

ção dos dois cleros motivasse um maior

Já repetidamente os cônsules estran nalando a existência da escravidão co

mo um empecilho à vinda de imigran tes. O Cônsul Suíço na Bahia, Augus

to Decosterd, em 1843, em relatório à

"Sociedade Suíça para o Bem Comum", dizia:

"O que muito contribui para não confiar-se nas promessas do Governo

é a contínua mudança do Ministério;

outro embaraço para a formação de es

A falta de transportes e de vias de comunicação, que liguem o

afluxo imigratório para Buenos Aires. As "penas hábeis" que Menezes e Sou

tabelecimentos no Brasil é também a

centro e o interior do Império

za queria ver empenhadas na Europa num torneio literário sõbre o Brasil, sem pre existiram, sempre fizeram muita

todo estrangeiro acostuma-se à crença de que o trabalho manual, sobretudo o do

aos mercados consumidores e

exportadores;

7. A criação de colônias longe dês-

8.®

Três, contudo e «sobretudo, foram as

razões brutais que, no curso do século A simples enumeração dessas razões

de serviços e dos contratos de parceria com estrangeiros; as la

bre os terrenos baldios e sem edificação;

6-

117

Dicssto Econômico

gente dirigir-se ao Brasil, e aqui chega

ses mercados e em terreno in

dos, depois de ver a terra e as coisas,

grato e não preparado, bem co

dirigiam-se para o Prata ou então re

mo a falta de providências pa

gressavam à Europa. Aliás, foi sempre

ra a recepção dos imigrantes e

pequeno o coeficiente de fixação entre

escravatura. Deste flagelo resulta que

insignificante, mas tam bém leva a considerar-

manente nas colônias do Esta

terreno de imigração as "penas hábeis"

o Brasil nos Estados, donde

na falta de transportes, Menezes e Souza

procede a imigração, de que

associava-se certamente a Costa Perei

a escrever cartas

para os seus

necessitamos, e em refutar, por

ra Júnior, o qual em discurso um ou

todos os meios de bem entendi

dois anos antes, em Campos, atribuía

da:

"Em consideração da funesta influ

ência da escravatura, não se deve per mitir a colono algum a compra de es

cravos, nem o servir-se com escravo alu gado, emprestado etc."

No seu belo trabalho. publicado em^ 1846 "Memória sobre os meios de pro mover a Colonização", o Visconde de Abrantes, depois Marquês, faz eco a es

ses pontos-de-vista do cônsul e escreve: "A existência da escravatura parece em verdade que repele a concorrência do trabalhador livre." E ainda:

"Seria prudente da nossa parte que favorecêssemos desde já

do Império, a fim de que se vá organizando

se com uma espécie de

parentes e amigos. No item 6, fadando

do Brasil, o cônsul Decosterd dizia ain

que o colono repugne ao trabalho ainda mais

desDTezo o branco que

gam

para favorecer a imigração e colonização

a

dos, o Canadá ou a Argentina. Nesse

A incúria em fazer conhecido

No fim do seu relatório e apontando as medidas que lhe pareciam acertadas

Províncias

nós, se comparado com os Estados Uni

são as dos próprios imigrantes que che

mortificações e injúrias."

idéia não só faz com

cplonos nos portos do Império do, ou nos lotes de terras que

ve ocasião de ver estrangeiros que se punham acima dêsse prejuízo sofrerem

solo, é humilhante. Esta

e para seu estabelecimento per compram;

go de condição inferior. Muitas vêzes ti

emigração

para

as

Meridionais

nelas o trabalho livre, e formando o viveiro de

colonos aclimatados, que

4


Dicesto

116

2.®

3.®

ECONÓ^«CO

ta impropriamente chamada —

da publicidade e por penas há

todos os insucessos da política imigra

não se sujeita a esta opinião; e èste des

questão religiosa;

beis e desinteressadas, os es

tória brasileira ã falta de transportes.

prezo é exprimido assim pelo branco ou liberto como pelo escravo, o qual, pelo fato de vê-lo trabalhar, considera-o lo

A insuficiência do ensino

critos por meio dos quais na

e

principalmente a ausência de

queles Estados nos deprimem,

Razões que impediam um maior afluxo

instrução agrícola e profissional;

de imigrantes

O diminuto número de institui

exageram nossos erros em rela ção aos imigrantes e nos levan

ções de crédito, especialmente

tam odiosos aleives."

de bancos destinados a auxiliar a pequena lavoura e a indús tria;

4.® As restrições e estorvos que a Legislação e a Pública Adminis

tração do Império opõem à li

berdade de indústria, peando, em vez de desenvolver, a inicia

tiva individual;

5.® Os defeitos da lei de locação

mostra o homem medíocre que era o

XIX, frearam a emigração da Euro

pa para o Brasil: a existência da es cravidão, o clima e a febre amarela.

conselheiro encarregado pelo Ministro da Agricultura, Conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior, para estudar e

Tudo o mais é detalhe.

expor as razões dos insucessos da nossa política imigratória. Menezes e Souza

geiros e viajantes ilustres vinham assi

perde-se em divagações e é incapaz de apontar as razões clamorosas que expli

cavam a preferência pela Argentina.

cunas e a inexecução da lei

Souza fala na corrupção do clero brasi

das terras públicas e a não exis tência do impôsto territorial sô-

leiro. Nada nos leva a acreditar que o clero argentino fôsse menos corrupto, e que essa diferença no grau de corrup

Logo no primeiro item

Menezes e

ção dos dois cleros motivasse um maior

Já repetidamente os cônsules estran nalando a existência da escravidão co

mo um empecilho à vinda de imigran tes. O Cônsul Suíço na Bahia, Augus

to Decosterd, em 1843, em relatório à

"Sociedade Suíça para o Bem Comum", dizia:

"O que muito contribui para não confiar-se nas promessas do Governo

é a contínua mudança do Ministério;

outro embaraço para a formação de es

A falta de transportes e de vias de comunicação, que liguem o

afluxo imigratório para Buenos Aires. As "penas hábeis" que Menezes e Sou

tabelecimentos no Brasil é também a

centro e o interior do Império

za queria ver empenhadas na Europa num torneio literário sõbre o Brasil, sem pre existiram, sempre fizeram muita

todo estrangeiro acostuma-se à crença de que o trabalho manual, sobretudo o do

aos mercados consumidores e

exportadores;

7. A criação de colônias longe dês-

8.®

Três, contudo e «sobretudo, foram as

razões brutais que, no curso do século A simples enumeração dessas razões

de serviços e dos contratos de parceria com estrangeiros; as la

bre os terrenos baldios e sem edificação;

6-

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Dicssto Econômico

gente dirigir-se ao Brasil, e aqui chega

ses mercados e em terreno in

dos, depois de ver a terra e as coisas,

grato e não preparado, bem co

dirigiam-se para o Prata ou então re

mo a falta de providências pa

gressavam à Europa. Aliás, foi sempre

ra a recepção dos imigrantes e

pequeno o coeficiente de fixação entre

escravatura. Deste flagelo resulta que

insignificante, mas tam bém leva a considerar-

manente nas colônias do Esta

terreno de imigração as "penas hábeis"

o Brasil nos Estados, donde

na falta de transportes, Menezes e Souza

procede a imigração, de que

associava-se certamente a Costa Perei

a escrever cartas

para os seus

necessitamos, e em refutar, por

ra Júnior, o qual em discurso um ou

todos os meios de bem entendi

dois anos antes, em Campos, atribuía

da:

"Em consideração da funesta influ

ência da escravatura, não se deve per mitir a colono algum a compra de es

cravos, nem o servir-se com escravo alu gado, emprestado etc."

No seu belo trabalho. publicado em^ 1846 "Memória sobre os meios de pro mover a Colonização", o Visconde de Abrantes, depois Marquês, faz eco a es

ses pontos-de-vista do cônsul e escreve: "A existência da escravatura parece em verdade que repele a concorrência do trabalhador livre." E ainda:

"Seria prudente da nossa parte que favorecêssemos desde já

do Império, a fim de que se vá organizando

se com uma espécie de

parentes e amigos. No item 6, fadando

do Brasil, o cônsul Decosterd dizia ain

que o colono repugne ao trabalho ainda mais

desDTezo o branco que

gam

para favorecer a imigração e colonização

a

dos, o Canadá ou a Argentina. Nesse

A incúria em fazer conhecido

No fim do seu relatório e apontando as medidas que lhe pareciam acertadas

Províncias

nós, se comparado com os Estados Uni

são as dos próprios imigrantes que che

mortificações e injúrias."

idéia não só faz com

cplonos nos portos do Império do, ou nos lotes de terras que

ve ocasião de ver estrangeiros que se punham acima dêsse prejuízo sofrerem

solo, é humilhante. Esta

e para seu estabelecimento per compram;

go de condição inferior. Muitas vêzes ti

emigração

para

as

Meridionais

nelas o trabalho livre, e formando o viveiro de

colonos aclimatados, que

4


Digesto

118

devam substituir, em tempo, aos braços

ver e no seu magnífico livro sobre o Bra

escravos na cultura das Províncias do

sil que apareceu, no século passado, cm

Norte."

várias línguas, escrevia: "A mais importante conseqüência da emancipação dos escravos em 1863, nos

Aliás, na organÍ2açao dos núcleos co loniais, no sul, os conselhos de Abran-

l>

Econónoco

tes (Miguel Calmon du Pin e Almeida) e de Decosterd foram seguidos, confor

Estados Unidos, consiste contudo em

me Nímos, nas leis de 18 de outubro de

1850 (Rio Grande do Sul) e 30 de no vembro de 1854 (Rio Grande do Sul).

ficou aberta á imigração. Uma pode rosa corrente imigratória da Europa e também do próprio Norte se dirigiu pa

Em 1870, escrevia o Dr. Blumenau:

ra o Sul onde, com conhecimentos su

que, desde então, a metade sul da União,

"O Brasil está muito prejudicado pe la escravidão; enquanto ela subsistir se rá sempre a pedra de escândalo para a maior parte dos imigrantes, e ao mes

periores, capitais maiores e métodos agrí colas melhores, transformaram a capaci dade produtiva da terra.

mo tempo o fácil e muitíssimas vêzes

também a abolição da escravidão é o

eficaz espantalho, de que os adversários e concorrentes do Brasil na arena da

imigração sempre se servem para desa credita-lo e dêle conservar afastados os imigrantes:

"sereis

míseros

escravos

brancos entre pretos"; êste dito foi e será eficaz em milhares de casos."

Digesto Econômico

processar dentro de limites muito es treitos, por maiores esforços que .se ve-, nham-a fazer. Enquanto a escravidão existir, nenhuma mudança será possí vel."

1

Adalberto Jahn, no seu livro, já ci tado, de 1871, assinalava a importância

do problema da divisão da terra e a im portância da abolição da escravatura; a fim de poder o Brasil intensificar o seu povoamento e a sua riqueza. Dizia en tão:

"Aconselhamos ainda uma vez e com

cultores europeus possuidores de peque

a mais perfeita convicção ao povo bra sileiro que se ocupe com tôda a ener gia e sinceridade da imigração européia, principalmente a alemã; que tome por

nos capitais.

modelo os Estados Unidos, do Norte,

E' minha convicção que no Brasil único meio de encorajar a vinda de agri Enquanto a escravidão for mantida,

nenhum programa pode ser lascado no trabalho livre.

quanto á divisão das grandes proprie dades de terras, u organização de um ca dastro normal com a discriminação do

cará na ruína de muitas pessoas, isso

domínio público e legislação das terras particulares, quanto á abo

promulgada a lei do ventre livre. Quan do veio a Independência Argentina em

não exige demonstração. Mas eu penso que — alas! — é sôbie essa ruína que

lição da escravidão, à represen tação no exterior e às instituições

se deve fundar o futuro do Brasil."

liberais; mas que venere e conser

9 de julho de 1816, não havia mais es

nimbu, o Ministro das Relações Exte-

Império, a fim de que não acon

ríorès, o fazendeiro Moreira de Barros, declarava que poucas esperanças havia de se conseguir imigrantes para a gran de lavoura, uma vez que se desejava

teça a êste belo país o que tem cabido em sorte à maiór parte das repúblicas, suas vizinhas, que lutam com mudari-

Enquanto isso, na Argentina o tráfico fôra abolido em 1813 e nesse mesmo ano

cravos.

A história dos Estados Unidos ilustra

muito bem a incompatibilidade entre a . escravidão e o trabalho livre dos imi

Que a abolição da escravidão impli

Durante o Gabinete presidido por Si-

mente se fixavam no Norte e fugiam do

que êles viessem substituir os escravos, enquanto êles pretendiam trabalhar pa

Sul; os que desembarcavam no Sul, e

ra si mesmos, eni terras próprias. E ain

foram centenas de milhares, rapidamen

da é Laerne quem, comentando anos depois essas declarações do Ministro do

grantes-, uma vez que esses últimos sò-

te abandonavam aquela região de latiKmdios trabalhados por escravos, e em

seguida procuravam os estados do Nor te; quando, afinal, houve a Abolição, eles passaram a se fixar no sul.

Exterior, dizia: "O Senhor Moreira de Barros tocou

C. F. van Delden Laerne viu muito

no ponto central da questão. Enquanto as condições agrárias do Brasil não pas sarem por uma transformação radical,

bem o que Menezes e Souza não soube

a imigração européia continuará a se

ve a Monarquia constitucional do

ças contínuas de governos, com movi

mentos revolucionários e instabilidade da vida social e segurança individual.' Portanto, um cônsul suíço (Decos

terd), um farmacêutico alemão (Blu menau), um .observador holandês (La

erne) e um brasileiro naturalizado (Jahn), para não citar vários outros, viram muito bem e julgaram com um acêrto de que o Conselheiro Menezes

e Souza se mostrou incapaz. Mas não só esses estrangeiros; o fino e erudito Mi guel Calmon du Pin e Almeida, o en-

119

tão Visconde de Abrantes, no seu iííto

publicado em 1846, já falava em tudo isso, conforme vimos.

. Mas Menezes e Soúsui, e com êle mui

ta gente que se dizia interessada na vin da de imigrantes, gente que" muitas ve

zes era ou se apresentava como aboli cionista, parecia não perceber as liga ções de causa e efeito entre a reação

que se fazia sentir na Europa contra a emigração para o Brasil e o nosso re

gime de propriedade territorial e de tra balho agrícola.

Outra causa que iiifluia também era

o clima, e tudo quanto está implícito nessa palavra. Indo para a Argentina o

europeu ia plantar trigo ou criar. gado. No Lasil tudo era diferente, a começar pelo solo. Açúcar e café eram lavouras que o imigrante não conhec.a. Sergm

Bnarqne de Ho'anda, no fácio à recente tradução do livro

de Davatz, comenta com piecisão:

"A agricultura de tipo europeu era sobretudo impraticável nos lugares incultos e remotos, para onde, na míngua de outros, se encaminhariam cada vez mais os imi

grantes, na ilusão de que a liberdade do solo compensava as contrariedades da distância. Mas a própria riqueza das

terras foi freqüentemente um obstáculo, mais do que um convite, à aplicação de processos aperfeiçoados. Não há talvez éxágêro em declarar que os métodos bár baros da agricultura indígena eram em alguns casos os que convinham. Como substituir as denubadas e queimadas

brutais para o estabelecimento de novas plantações? Todos os. expedientes fami liares ao lavrador europeu visando con servar a atividade e o vigor dos solos de cultura perdiam o valor. Não há exa-


Digesto

118

devam substituir, em tempo, aos braços

ver e no seu magnífico livro sobre o Bra

escravos na cultura das Províncias do

sil que apareceu, no século passado, cm

Norte."

várias línguas, escrevia: "A mais importante conseqüência da emancipação dos escravos em 1863, nos

Aliás, na organÍ2açao dos núcleos co loniais, no sul, os conselhos de Abran-

l>

Econónoco

tes (Miguel Calmon du Pin e Almeida) e de Decosterd foram seguidos, confor

Estados Unidos, consiste contudo em

me Nímos, nas leis de 18 de outubro de

1850 (Rio Grande do Sul) e 30 de no vembro de 1854 (Rio Grande do Sul).

ficou aberta á imigração. Uma pode rosa corrente imigratória da Europa e também do próprio Norte se dirigiu pa

Em 1870, escrevia o Dr. Blumenau:

ra o Sul onde, com conhecimentos su

que, desde então, a metade sul da União,

"O Brasil está muito prejudicado pe la escravidão; enquanto ela subsistir se rá sempre a pedra de escândalo para a maior parte dos imigrantes, e ao mes

periores, capitais maiores e métodos agrí colas melhores, transformaram a capaci dade produtiva da terra.

mo tempo o fácil e muitíssimas vêzes

também a abolição da escravidão é o

eficaz espantalho, de que os adversários e concorrentes do Brasil na arena da

imigração sempre se servem para desa credita-lo e dêle conservar afastados os imigrantes:

"sereis

míseros

escravos

brancos entre pretos"; êste dito foi e será eficaz em milhares de casos."

Digesto Econômico

processar dentro de limites muito es treitos, por maiores esforços que .se ve-, nham-a fazer. Enquanto a escravidão existir, nenhuma mudança será possí vel."

1

Adalberto Jahn, no seu livro, já ci tado, de 1871, assinalava a importância

do problema da divisão da terra e a im portância da abolição da escravatura; a fim de poder o Brasil intensificar o seu povoamento e a sua riqueza. Dizia en tão:

"Aconselhamos ainda uma vez e com

cultores europeus possuidores de peque

a mais perfeita convicção ao povo bra sileiro que se ocupe com tôda a ener gia e sinceridade da imigração européia, principalmente a alemã; que tome por

nos capitais.

modelo os Estados Unidos, do Norte,

E' minha convicção que no Brasil único meio de encorajar a vinda de agri Enquanto a escravidão for mantida,

nenhum programa pode ser lascado no trabalho livre.

quanto á divisão das grandes proprie dades de terras, u organização de um ca dastro normal com a discriminação do

cará na ruína de muitas pessoas, isso

domínio público e legislação das terras particulares, quanto á abo

promulgada a lei do ventre livre. Quan do veio a Independência Argentina em

não exige demonstração. Mas eu penso que — alas! — é sôbie essa ruína que

lição da escravidão, à represen tação no exterior e às instituições

se deve fundar o futuro do Brasil."

liberais; mas que venere e conser

9 de julho de 1816, não havia mais es

nimbu, o Ministro das Relações Exte-

Império, a fim de que não acon

ríorès, o fazendeiro Moreira de Barros, declarava que poucas esperanças havia de se conseguir imigrantes para a gran de lavoura, uma vez que se desejava

teça a êste belo país o que tem cabido em sorte à maiór parte das repúblicas, suas vizinhas, que lutam com mudari-

Enquanto isso, na Argentina o tráfico fôra abolido em 1813 e nesse mesmo ano

cravos.

A história dos Estados Unidos ilustra

muito bem a incompatibilidade entre a . escravidão e o trabalho livre dos imi

Que a abolição da escravidão impli

Durante o Gabinete presidido por Si-

mente se fixavam no Norte e fugiam do

que êles viessem substituir os escravos, enquanto êles pretendiam trabalhar pa

Sul; os que desembarcavam no Sul, e

ra si mesmos, eni terras próprias. E ain

foram centenas de milhares, rapidamen

da é Laerne quem, comentando anos depois essas declarações do Ministro do

grantes-, uma vez que esses últimos sò-

te abandonavam aquela região de latiKmdios trabalhados por escravos, e em

seguida procuravam os estados do Nor te; quando, afinal, houve a Abolição, eles passaram a se fixar no sul.

Exterior, dizia: "O Senhor Moreira de Barros tocou

C. F. van Delden Laerne viu muito

no ponto central da questão. Enquanto as condições agrárias do Brasil não pas sarem por uma transformação radical,

bem o que Menezes e Souza não soube

a imigração européia continuará a se

ve a Monarquia constitucional do

ças contínuas de governos, com movi

mentos revolucionários e instabilidade da vida social e segurança individual.' Portanto, um cônsul suíço (Decos

terd), um farmacêutico alemão (Blu menau), um .observador holandês (La

erne) e um brasileiro naturalizado (Jahn), para não citar vários outros, viram muito bem e julgaram com um acêrto de que o Conselheiro Menezes

e Souza se mostrou incapaz. Mas não só esses estrangeiros; o fino e erudito Mi guel Calmon du Pin e Almeida, o en-

119

tão Visconde de Abrantes, no seu iííto

publicado em 1846, já falava em tudo isso, conforme vimos.

. Mas Menezes e Soúsui, e com êle mui

ta gente que se dizia interessada na vin da de imigrantes, gente que" muitas ve

zes era ou se apresentava como aboli cionista, parecia não perceber as liga ções de causa e efeito entre a reação

que se fazia sentir na Europa contra a emigração para o Brasil e o nosso re

gime de propriedade territorial e de tra balho agrícola.

Outra causa que iiifluia também era

o clima, e tudo quanto está implícito nessa palavra. Indo para a Argentina o

europeu ia plantar trigo ou criar. gado. No Lasil tudo era diferente, a começar pelo solo. Açúcar e café eram lavouras que o imigrante não conhec.a. Sergm

Bnarqne de Ho'anda, no fácio à recente tradução do livro

de Davatz, comenta com piecisão:

"A agricultura de tipo europeu era sobretudo impraticável nos lugares incultos e remotos, para onde, na míngua de outros, se encaminhariam cada vez mais os imi

grantes, na ilusão de que a liberdade do solo compensava as contrariedades da distância. Mas a própria riqueza das

terras foi freqüentemente um obstáculo, mais do que um convite, à aplicação de processos aperfeiçoados. Não há talvez éxágêro em declarar que os métodos bár baros da agricultura indígena eram em alguns casos os que convinham. Como substituir as denubadas e queimadas

brutais para o estabelecimento de novas plantações? Todos os. expedientes fami liares ao lavrador europeu visando con servar a atividade e o vigor dos solos de cultura perdiam o valor. Não há exa-


Dicesto Econômico 120

gero em dizer que seriam perniciosos

Dicesto Econômico

Era mais uma tentativa de coloniza

MedkUifs européias contra o Brasil

medidas contra a emigração para o Bra sil. Veja-se, por exemplo, esta "Adver tência aos Emigrantes", publicada por ordem do Gbvemment Emigration

nos casos em que precisamente a extre

ção que falhava na

Bahia. Falhara

Mas, apesar de tòdas as devastações

ma fertilidade das terras surgia como bar reira a vencer. Nas lavouras de açúcar

Leopoldina (1818), falhara S. Jorge de

da febre amarela, foram sobretudo as

Ilhéus (1822), falhara a colônia de San ta Januária (1828) feita com irlandeses,

e agora morria ou disper.sava-so tòda es

condições agrárias existentes que moti varam as medidas sucessivas que vários países da Europa foram tomando contra

sa gente que se queria colocar na lavou

o Brasil.

ra do cacau. Por essa ou aquela razão, as terras do trópico pareciam inóspitas.

À semelhança de Menezes e Souza, muita gente havia que se espantava com

não faltava, por exemplo, quem tratas se de "esterilizar" o solo por via de plantas e fogos contínuos, para que as canas não crescessem demasiadò selva

gens, quer dizer, gordas e viçosas, ricas em cíijdo, mas de pouco açúcar. O café criado em terra fértil - di

zia Burlamaque — produz -bela vegeta ção, porém maus frutos e escassos. As

sim pensavam os fazendeiros do tempo, e o Senador Vergueiro, autoridade aca tada nesses assuntos, costumava mandar

derribar as matas, aproveitar as terras durante anos para outras comodidades, e deixava crescerem capoeiras; só ao cabo disso fazia plantar as primeiras mudas de café. Era uma lavoura não somente extensiva como dissipadora — antes 'mi

neração do que agricultura; contrariava, portanto, aos olhos do europeu, as leis mais comezinhas da arte de plantar." E o clima ia assim condicionando la vouras diferentes, hábitos diferentes e

Mas sobretudo por causa da febre ama

tais medidas. Assim, José Antônio de Azevedo e Castro, na Assembléia Legis lativa do Rio Grande do Sul, em 1876,

aos que pretendem emigrar os resulta

Essa febre amarela matava sobretudo os estrangeiros. Mais tarde, nos fins do

comentava:

"... em alguns Estados da Europa

século XIX, chegaria a liquidar tôda a tripulação de um navio italiano, o Lom-

continuam a suscitar-se embaraços à emi

bardia, que aqui viera ter. No Cemitério

gração sob fundamentos que nada têm

de São Francisco Xavier, no Rio, pode-

de reais; exprimem apreciações menos

justas e até certo ponto irrogam verda deira injúria ao nosso caráter hospitalei

se ver o tumulo dêsses marinheiros.

De tal modo a febre amarela dizima

ro. Em França, o Ministro dos Negócios

va os europeus que aqui chegavam, que

os nossos jacobinos chamavam-na "a pa triótica". Enquanto isso, na Argentina

Estrangeiros chegou a proibi-la; no en tanto, é certo que em poucos países o

liouve um grande surto, no século XIX,

acolhimento feito aos colonos será mais

único todavia, que ràpidamente se extin

cordial do que entre nós, em raros a

guiu, sem trabalho de saneamento, sim

administração se desvelará mais pelo seu bem-estar e felicidade. Não há reclama

ção, não há queixa a que não se trate

qual a medicina de então mal sabia se

las latitudes. As más condições sanitá

imediatamente de dar providências, e se

defender. E um estudo que ainda está para ser feito o da mortalidade, algumas

rias do Brasil eram, aliás, apontadas na

todavia elas reaparecem é porque em

Europa pelos representantes interes.sados em enviar irnigrantes para' os seus países

regra o colono costuma ser exigente e não sabe ter em conta a diversidade dos

respectivos. Augusto de Carvalho nos conta como em 1856 um português, côn

hábitos e costumes alheios."

sul da Argentina em Lisboa, fazia pro

restrições por parte da França.

inteiras de imigrantes. E isso, quanto mais para o Norte, pior.

Nesse documento se fala, portanto, de Quanto à Alemanha, ainda estava em

Por essa época mesmo a que nos vi mos referindo, entre 1873 e 1874, 1.800 alemães e polacos, de todas as idades,

paganda da Argentina dizendo estar na convicção de prestar um bom serviço "àqueles que procuravam sua fortuna

. vigor o rescripto de Heydt, de 3 de no

se estabeleceram ern duas fazendas de

em países longínquos e doentios, onde as mais das vezes perece o maior número

1896 êsse decreto seria revogado; quan

cacau da Bahia, Muniz e Deodoro. Em

poucos meses morreram mais de 100 cri

dêlès". Apontava-lhes então o dito côn

anças. Emílio Willems nos informa que

sul o caminho de Buenos Aires "com um

faleceram ao todo 738 pessoas, 1.005 re

"O Govèmo de Sua Majestade, infor

rela.

sor encontrado condições de vida naque

vezes espantosa, que liquidou colônias

Bóard, datada de 10 de fevereiro de 1875:

mado da elaboração de um plano desti nado a promover a emigração do Reino Unido para o Brasil, incumbiu o Depar tamento de Emigração, por intermédio

plesmente por não ter o inseto transmis

sobretudo tôda uma patologia contra a

121

vembro de 1859, proibindo a emigra ção alemã para õ Brasil. Sòmente em to aos Estados do Rio Grande, Santa Ca tarina e Paraná, mas jamais quanto a São Paulo.

clima semelhante ou igual ao de Portu

patriaram-se e 160 ficaram ou mudaram-

gal, onde não há epidemia nem molés

se para Blumenau.

tias dominantes".

Na Inglaterra também se tomavam

.tj..

da Secretaria de Estado, de relembrar

dos infelizes dos planos anteriores de

emigração para êsse pais. Em 1872 e 1873 várias levas de emigrantes, soman

do ao todo cerca de mil almas, pairiram

do Reino Unido para o Brasil, sob pro messas de fornecimento de terras em

condições favoráveis, bem como de as sistência para o seu cultivo ate que pu dessem arcar com os ônus e na e.xpecta-

tiva de que poderiam obter suas colhei tas ao fim de seis meses. Estas

sãs e esperanças não foram entretanto concretizadas. Os emigrantes nao con seguiram terra, a doença espalhou-se entre eles, muitos morreram, e os que puderam fazê-lo, regressaram a capita na esperança de obter auxilio do cônsul inglês ali sediado. Algumas viúvas e fi

(

lhos dos que morreram foram então re patriados, alguns dos. emigrantes retor naram ao seu domicílio e o cônsul inglês

ainda faz esforços ingentes para lograr do govêmo brasileiro assistência aos que ficaram. As narrações que estes fazem sobre a sua situação atual mostram que sofreram enormes dificuldades e priva

ções e estão longe de terem melhorado sua condição de vida emigrando para o Brasil.

A localização agora proposta como

núcleo figura como situada em planalto


Dicesto Econômico 120

gero em dizer que seriam perniciosos

Dicesto Econômico

Era mais uma tentativa de coloniza

MedkUifs européias contra o Brasil

medidas contra a emigração para o Bra sil. Veja-se, por exemplo, esta "Adver tência aos Emigrantes", publicada por ordem do Gbvemment Emigration

nos casos em que precisamente a extre

ção que falhava na

Bahia. Falhara

Mas, apesar de tòdas as devastações

ma fertilidade das terras surgia como bar reira a vencer. Nas lavouras de açúcar

Leopoldina (1818), falhara S. Jorge de

da febre amarela, foram sobretudo as

Ilhéus (1822), falhara a colônia de San ta Januária (1828) feita com irlandeses,

e agora morria ou disper.sava-so tòda es

condições agrárias existentes que moti varam as medidas sucessivas que vários países da Europa foram tomando contra

sa gente que se queria colocar na lavou

o Brasil.

ra do cacau. Por essa ou aquela razão, as terras do trópico pareciam inóspitas.

À semelhança de Menezes e Souza, muita gente havia que se espantava com

não faltava, por exemplo, quem tratas se de "esterilizar" o solo por via de plantas e fogos contínuos, para que as canas não crescessem demasiadò selva

gens, quer dizer, gordas e viçosas, ricas em cíijdo, mas de pouco açúcar. O café criado em terra fértil - di

zia Burlamaque — produz -bela vegeta ção, porém maus frutos e escassos. As

sim pensavam os fazendeiros do tempo, e o Senador Vergueiro, autoridade aca tada nesses assuntos, costumava mandar

derribar as matas, aproveitar as terras durante anos para outras comodidades, e deixava crescerem capoeiras; só ao cabo disso fazia plantar as primeiras mudas de café. Era uma lavoura não somente extensiva como dissipadora — antes 'mi

neração do que agricultura; contrariava, portanto, aos olhos do europeu, as leis mais comezinhas da arte de plantar." E o clima ia assim condicionando la vouras diferentes, hábitos diferentes e

Mas sobretudo por causa da febre ama

tais medidas. Assim, José Antônio de Azevedo e Castro, na Assembléia Legis lativa do Rio Grande do Sul, em 1876,

aos que pretendem emigrar os resulta

Essa febre amarela matava sobretudo os estrangeiros. Mais tarde, nos fins do

comentava:

"... em alguns Estados da Europa

século XIX, chegaria a liquidar tôda a tripulação de um navio italiano, o Lom-

continuam a suscitar-se embaraços à emi

bardia, que aqui viera ter. No Cemitério

gração sob fundamentos que nada têm

de São Francisco Xavier, no Rio, pode-

de reais; exprimem apreciações menos

justas e até certo ponto irrogam verda deira injúria ao nosso caráter hospitalei

se ver o tumulo dêsses marinheiros.

De tal modo a febre amarela dizima

ro. Em França, o Ministro dos Negócios

va os europeus que aqui chegavam, que

os nossos jacobinos chamavam-na "a pa triótica". Enquanto isso, na Argentina

Estrangeiros chegou a proibi-la; no en tanto, é certo que em poucos países o

liouve um grande surto, no século XIX,

acolhimento feito aos colonos será mais

único todavia, que ràpidamente se extin

cordial do que entre nós, em raros a

guiu, sem trabalho de saneamento, sim

administração se desvelará mais pelo seu bem-estar e felicidade. Não há reclama

ção, não há queixa a que não se trate

qual a medicina de então mal sabia se

las latitudes. As más condições sanitá

imediatamente de dar providências, e se

defender. E um estudo que ainda está para ser feito o da mortalidade, algumas

rias do Brasil eram, aliás, apontadas na

todavia elas reaparecem é porque em

Europa pelos representantes interes.sados em enviar irnigrantes para' os seus países

regra o colono costuma ser exigente e não sabe ter em conta a diversidade dos

respectivos. Augusto de Carvalho nos conta como em 1856 um português, côn

hábitos e costumes alheios."

sul da Argentina em Lisboa, fazia pro

restrições por parte da França.

inteiras de imigrantes. E isso, quanto mais para o Norte, pior.

Nesse documento se fala, portanto, de Quanto à Alemanha, ainda estava em

Por essa época mesmo a que nos vi mos referindo, entre 1873 e 1874, 1.800 alemães e polacos, de todas as idades,

paganda da Argentina dizendo estar na convicção de prestar um bom serviço "àqueles que procuravam sua fortuna

. vigor o rescripto de Heydt, de 3 de no

se estabeleceram ern duas fazendas de

em países longínquos e doentios, onde as mais das vezes perece o maior número

1896 êsse decreto seria revogado; quan

cacau da Bahia, Muniz e Deodoro. Em

poucos meses morreram mais de 100 cri

dêlès". Apontava-lhes então o dito côn

anças. Emílio Willems nos informa que

sul o caminho de Buenos Aires "com um

faleceram ao todo 738 pessoas, 1.005 re

"O Govèmo de Sua Majestade, infor

rela.

sor encontrado condições de vida naque

vezes espantosa, que liquidou colônias

Bóard, datada de 10 de fevereiro de 1875:

mado da elaboração de um plano desti nado a promover a emigração do Reino Unido para o Brasil, incumbiu o Depar tamento de Emigração, por intermédio

plesmente por não ter o inseto transmis

sobretudo tôda uma patologia contra a

121

vembro de 1859, proibindo a emigra ção alemã para õ Brasil. Sòmente em to aos Estados do Rio Grande, Santa Ca tarina e Paraná, mas jamais quanto a São Paulo.

clima semelhante ou igual ao de Portu

patriaram-se e 160 ficaram ou mudaram-

gal, onde não há epidemia nem molés

se para Blumenau.

tias dominantes".

Na Inglaterra também se tomavam

.tj..

da Secretaria de Estado, de relembrar

dos infelizes dos planos anteriores de

emigração para êsse pais. Em 1872 e 1873 várias levas de emigrantes, soman

do ao todo cerca de mil almas, pairiram

do Reino Unido para o Brasil, sob pro messas de fornecimento de terras em

condições favoráveis, bem como de as sistência para o seu cultivo ate que pu dessem arcar com os ônus e na e.xpecta-

tiva de que poderiam obter suas colhei tas ao fim de seis meses. Estas

sãs e esperanças não foram entretanto concretizadas. Os emigrantes nao con seguiram terra, a doença espalhou-se entre eles, muitos morreram, e os que puderam fazê-lo, regressaram a capita na esperança de obter auxilio do cônsul inglês ali sediado. Algumas viúvas e fi

(

lhos dos que morreram foram então re patriados, alguns dos. emigrantes retor naram ao seu domicílio e o cônsul inglês

ainda faz esforços ingentes para lograr do govêmo brasileiro assistência aos que ficaram. As narrações que estes fazem sobre a sua situação atual mostram que sofreram enormes dificuldades e priva

ções e estão longe de terem melhorado sua condição de vida emigrando para o Brasil.

A localização agora proposta como

núcleo figura como situada em planalto


««ÇF7 r»»:

122

Dicesto EcoNÓNnco

onde o clima é saudável e o solo fértil.

o Espírito Santo e finalmente em 1902.

Mas, por outro lado, está situada a gran de distância de qualquer centro onde possam ser vendidos os seus produtos ou

pelo chamado decreto Prinetti, proibia a

adquiridos os suprimentos'de que necessi^tem; a maior cidade de alguma impor tância é Curitiba, capital da província, distante 62 milhas. Consta que uma ferroWa será construída entre a colônia e

Curitiba, mas êsses empreendimentos são morosos num país onde a mão-de-

obra é escassa e dispendiosa. O pôrto mais próximo está situado a

114 milhas e a viagem até o Rio de Ja neiro, por mar, toma ainda mais 40 ho

ras, além de que o mercado que se diz ser o Rio para a colocação de todos os

produtos pode ser considerado como pro blemático.

Os emigrantes devem lembrar-se ain

da de que, indo para o-Brasil, encontralúo um país onde a língua, as leis, a re

ligião e os habites do povo ser-lhes-ão inteiramente estranhos, e embora se diga que terão uma igreja e escolas, nem uma ou outra coisa existe atualmente.

É muito importante que antes de se decidirem a emigrar para o Brasil, os emigrantes pesem bem êstes fatos e com-

preendam que a tomarem essa decisão, apesar de advertidos, deverão aceitar a responsabilidade pelos resultados.

emigração para São Paulo. Êsse último

decreto, de fato, faz baixar sen.slvelniente as entradas de italianos no Brasil.

Mas voltemos ao século XIX, a 1870 precisamente, e vejamos uma das ten tativas ou esperanças dos latifundiários

procurando contornar a situação que decorria da escassez do trabalho escravo

e da pouca atração que a fazenda de café brasileira exercia sobre o trabalha

dor europeu.

A tentativa.foi a da importação de coolies chineses. Conforme e.xplicava um "Projeto apresentado aos lavradores

do Brasil", "na China coolie quer dizer apenas trabalhador, e assim, para expri mir as diferentes classes de trabalhadores

chineses, os ingleses dizem: water-coolie, fire-coolie, lamp-coolie etc." A experiência com traballiadores chi De

pois da já referida tentativa ao tempo de D. João, por sugestão""do Conde de Linhares, que queria importar 2.000.000 de chineses, tendo afinal de contas vin

do apenas cêrca de 400, um Sr. A. Car doso trouxe alguns chineses em 1855.

Government Emigration Board

expedição preparada peln govêrno. Mas

Do\vning Street, S. W. lOth February, 1875."

ou porque a escoUia dos elementos ti

vesse sido má, conforme se alegou de pois, ou por qualquer motivo, muitos

(1859) e inglês (1875) não foram iso

lados. No curso dá história da emigra ção para o Brasil outros decreto.s seme lhantes se irão suceder. Em 1895, por exemplo, por lei de 20 de julho, o govêrno italiano proibia a emigração para

segundo se diz, sc terem então esmera

tes de outras origens, para constituir â

do na e.scolha dos engajados, não- foi

nossa nacionalidade futura".

fácil encontrar trabalho para êles, pou

tia, procurando deixar bem claro o seu

dêsses chineses se transformaram em

mendigos e assim' podiam ser vistos nas ruas do Rio de Janeiro. Novamente o Sr. A. Cardoso fêz vir outros mais, no ano" séguinte, mas encontrou os ânimos

de tal maneira prevenidos contra os chins que apesar de os seus agentes,'

E repe

cos eiobora, e desde então nunca mais

pensamento e sobrepor-se às críticas de

se pensara seriamente na importação de

que estava sendo vítima:

Mas em 1870 a idéia foi de novo

No ano seguinte chegaram outros, numa

Êsses gestos dos governos alemão

128

chineses.

Coolies chineses

neses no Brasil era muito restrita.

Dicesto Econó.mico

"Mas isso somente como um meio de

transição até que se tenha operado a

muito debatida. Na Sociedade Au.xiliá-

transformação lenta nas relações do tra

dora da Indústria Nacional houve acalo rados debates sobre a questão: "Con-

circunstâncias do país comportem o re

virá ao Brasil a importação de colonos chins?"

I. C. Galvão presidiu a comissão da referida sociedade, que deveria dar pa

recer sobre o assunto. favorável.

O parecer foi

Mas a reação contra o pn-

recer da comissão, no próprio seio da Sociedade Auxiliadora, foi muito vio lenta. Sobretudo o Dr. Nico'au Joaquim

Moreira protestou em nome da medicina e d^ raça contra a idéia de recebermos chineses.

É a um tempo melancólico e diver tido acompanhar êsses debates. Galvão, respondendo ao Dr. Joaquim Moreira, explicava que "os chins eram os únicos

■ que nas atuais circunstâncias do pais podiam suprir a escassez de braços nas fazendas e outros estabelecimentos onde

hoje se emprega o trabalho escravo". Preconizava, portanto, "a sua introdução para êsse fim não só de utilidade como

de urgente necessidade". Mas e.xplica va e deixava bem claro que a comissão que êle presidira tinha considerado ape nas o lado econômico. Dizia, portanto:

"mas só e simplesmente nesse caráter de meros elementos de trabalho e que a comissão entende conveniente a sua^

aquisição temporária; e não como ver

dadeiros colonos que se venham fixar no solo, fazer parte permanente da nossa

balho e da ocupação do so!o^ até que as

gime do trabalho inteiramente livre; até que possa funcionar o sistema mais

perfeito dos encanamentos subterrâneos, isto é, até que as medidas sobre imigra

ção, higiene e catequese possam produ zir seus frutos e dispensar a coopera-

ção dos chins."

,M

Miguel Calmon Menezes de Macedo, ^ que também fizera parte da comissão, responde a Nicolau Joaquim Morena, na sessão de 30-12-1870, dizendo que nao

se podendo obter da Europa ou da exigidas pelos fazendeiros, tendo de sujeitar-se às leis da humanidade e galgar uns após outros os diversos degraus da civilização, 6 sendo o regime de coolies uma destas estações intermediárias, os

' 1

asiáticos vêm solver as grandes dificul-

América do Norte braços nas condições

dades da nossa lavoura, senão a inteira

satisfação das mais altas aspirações; da maneira que comportam as circunstân

cias do país; como o meio mais natural de transição, que hoje se nos oferece para passar do regime do trabalho servil para o regime do trabalho inteiramente livre".

Mas logo relembrava: "só e simples mente nesse caráter de meros elementos

de trabalho é que a seção entende con veniente a sua aquisição temporária". Pobres chins. Eram êsses os seus par

sociedade, e concorrer, pela fusão com a

tidários. Mas o Dr. Nicolau não que

população indígena do país e imigran

ria saber deles nem como trabalhadores

j '


««ÇF7 r»»:

122

Dicesto EcoNÓNnco

onde o clima é saudável e o solo fértil.

o Espírito Santo e finalmente em 1902.

Mas, por outro lado, está situada a gran de distância de qualquer centro onde possam ser vendidos os seus produtos ou

pelo chamado decreto Prinetti, proibia a

adquiridos os suprimentos'de que necessi^tem; a maior cidade de alguma impor tância é Curitiba, capital da província, distante 62 milhas. Consta que uma ferroWa será construída entre a colônia e

Curitiba, mas êsses empreendimentos são morosos num país onde a mão-de-

obra é escassa e dispendiosa. O pôrto mais próximo está situado a

114 milhas e a viagem até o Rio de Ja neiro, por mar, toma ainda mais 40 ho

ras, além de que o mercado que se diz ser o Rio para a colocação de todos os

produtos pode ser considerado como pro blemático.

Os emigrantes devem lembrar-se ain

da de que, indo para o-Brasil, encontralúo um país onde a língua, as leis, a re

ligião e os habites do povo ser-lhes-ão inteiramente estranhos, e embora se diga que terão uma igreja e escolas, nem uma ou outra coisa existe atualmente.

É muito importante que antes de se decidirem a emigrar para o Brasil, os emigrantes pesem bem êstes fatos e com-

preendam que a tomarem essa decisão, apesar de advertidos, deverão aceitar a responsabilidade pelos resultados.

emigração para São Paulo. Êsse último

decreto, de fato, faz baixar sen.slvelniente as entradas de italianos no Brasil.

Mas voltemos ao século XIX, a 1870 precisamente, e vejamos uma das ten tativas ou esperanças dos latifundiários

procurando contornar a situação que decorria da escassez do trabalho escravo

e da pouca atração que a fazenda de café brasileira exercia sobre o trabalha

dor europeu.

A tentativa.foi a da importação de coolies chineses. Conforme e.xplicava um "Projeto apresentado aos lavradores

do Brasil", "na China coolie quer dizer apenas trabalhador, e assim, para expri mir as diferentes classes de trabalhadores

chineses, os ingleses dizem: water-coolie, fire-coolie, lamp-coolie etc." A experiência com traballiadores chi De

pois da já referida tentativa ao tempo de D. João, por sugestão""do Conde de Linhares, que queria importar 2.000.000 de chineses, tendo afinal de contas vin

do apenas cêrca de 400, um Sr. A. Car doso trouxe alguns chineses em 1855.

Government Emigration Board

expedição preparada peln govêrno. Mas

Do\vning Street, S. W. lOth February, 1875."

ou porque a escoUia dos elementos ti

vesse sido má, conforme se alegou de pois, ou por qualquer motivo, muitos

(1859) e inglês (1875) não foram iso

lados. No curso dá história da emigra ção para o Brasil outros decreto.s seme lhantes se irão suceder. Em 1895, por exemplo, por lei de 20 de julho, o govêrno italiano proibia a emigração para

segundo se diz, sc terem então esmera

tes de outras origens, para constituir â

do na e.scolha dos engajados, não- foi

nossa nacionalidade futura".

fácil encontrar trabalho para êles, pou

tia, procurando deixar bem claro o seu

dêsses chineses se transformaram em

mendigos e assim' podiam ser vistos nas ruas do Rio de Janeiro. Novamente o Sr. A. Cardoso fêz vir outros mais, no ano" séguinte, mas encontrou os ânimos

de tal maneira prevenidos contra os chins que apesar de os seus agentes,'

E repe

cos eiobora, e desde então nunca mais

pensamento e sobrepor-se às críticas de

se pensara seriamente na importação de

que estava sendo vítima:

Mas em 1870 a idéia foi de novo

No ano seguinte chegaram outros, numa

Êsses gestos dos governos alemão

128

chineses.

Coolies chineses

neses no Brasil era muito restrita.

Dicesto Econó.mico

"Mas isso somente como um meio de

transição até que se tenha operado a

muito debatida. Na Sociedade Au.xiliá-

transformação lenta nas relações do tra

dora da Indústria Nacional houve acalo rados debates sobre a questão: "Con-

circunstâncias do país comportem o re

virá ao Brasil a importação de colonos chins?"

I. C. Galvão presidiu a comissão da referida sociedade, que deveria dar pa

recer sobre o assunto. favorável.

O parecer foi

Mas a reação contra o pn-

recer da comissão, no próprio seio da Sociedade Auxiliadora, foi muito vio lenta. Sobretudo o Dr. Nico'au Joaquim

Moreira protestou em nome da medicina e d^ raça contra a idéia de recebermos chineses.

É a um tempo melancólico e diver tido acompanhar êsses debates. Galvão, respondendo ao Dr. Joaquim Moreira, explicava que "os chins eram os únicos

■ que nas atuais circunstâncias do pais podiam suprir a escassez de braços nas fazendas e outros estabelecimentos onde

hoje se emprega o trabalho escravo". Preconizava, portanto, "a sua introdução para êsse fim não só de utilidade como

de urgente necessidade". Mas e.xplica va e deixava bem claro que a comissão que êle presidira tinha considerado ape nas o lado econômico. Dizia, portanto:

"mas só e simplesmente nesse caráter de meros elementos de trabalho e que a comissão entende conveniente a sua^

aquisição temporária; e não como ver

dadeiros colonos que se venham fixar no solo, fazer parte permanente da nossa

balho e da ocupação do so!o^ até que as

gime do trabalho inteiramente livre; até que possa funcionar o sistema mais

perfeito dos encanamentos subterrâneos, isto é, até que as medidas sobre imigra

ção, higiene e catequese possam produ zir seus frutos e dispensar a coopera-

ção dos chins."

,M

Miguel Calmon Menezes de Macedo, ^ que também fizera parte da comissão, responde a Nicolau Joaquim Morena, na sessão de 30-12-1870, dizendo que nao

se podendo obter da Europa ou da exigidas pelos fazendeiros, tendo de sujeitar-se às leis da humanidade e galgar uns após outros os diversos degraus da civilização, 6 sendo o regime de coolies uma destas estações intermediárias, os

' 1

asiáticos vêm solver as grandes dificul-

América do Norte braços nas condições

dades da nossa lavoura, senão a inteira

satisfação das mais altas aspirações; da maneira que comportam as circunstân

cias do país; como o meio mais natural de transição, que hoje se nos oferece para passar do regime do trabalho servil para o regime do trabalho inteiramente livre".

Mas logo relembrava: "só e simples mente nesse caráter de meros elementos

de trabalho é que a seção entende con veniente a sua aquisição temporária". Pobres chins. Eram êsses os seus par

sociedade, e concorrer, pela fusão com a

tidários. Mas o Dr. Nicolau não que

população indígena do país e imigran

ria saber deles nem como trabalhadores

j '


Dicesto

124

Econónoco

125

Bigesto Econômico

teuq>orários, e citando Duval do "Jour-

negociações que então tiveram curso en

capazes de realizar as transformações

Procura\'am retardar o dia fatal.

nal des Economistes", 1858, replicava

tre fazendeiros brasileiros e o senhor

sociais e técnicas que simultaneamente

triunfante aos seus contendores:

Tong King Sing, diretor gerente da

se impunham para o progresso do Brasil e paru que esse mesmo progresso não si^iificasse para quase todos êles a ruí na. Por isso mesmo procuravam freá-Io.

curavam atrair para o Brasil imigran tes do mais baixo padrão possível. E

"Se

os chineses valem alguma cousa como

China Merchant's Steam

Navigation

trabalhadores, em compensação são os

Company. Formaram nessa ocasião, na

maiores tratantes que se conhecem".

Essas mesmas idéias, assim, de um

primeira linha de combate contra a imigração chinesa, um negro ilustre

lado e de outro, irão ser repetidas 'nos debates parlamentares e na imprensa,

(André Rebouças), um brasileiro natura lizado (Gari von Koseritz) e um filho

durante alguns anos.

de franceses (Alfredo d'EscragnolIe Taunay). E fundamentKram-se em ra

Moreira de Barros, no debate de 3 de

setembro de 1879, diria diante do Par

zões melhores que as de R. Nicolau.

lamento:

"Então como agricrJtor, e

O que eles pretenderam foi, na frase de

hoje como ministro, nunca considerei a introdução de chíns como elementos de

Rebouças, impedir aos "nossos Landlor-

colonização, mas como um dos meios de auxiliar a transição do trabalho".

ds, o satânico intento de substituir os escravos pretos por escravos amarelos".

de trabalho, como remédio imediato para que. a lavoura não pereça. Ou salvamos a lavoura, ou declaramos a bancarrota!

colas e no sistema das relações sociais,

Ou aceitar o substituto que se acha mais próximo do braço escravo, ou fazer a

compreendiam tão pouco a substituição

ruína do pais. Não temos outra solu ção. Infelizmente, estamos em tais con

a substituição da carroça de duas rodas

dições".

tituição do boi pelo cavalo, como animal

A lavoura brasileira e a fortuna dos forme Martim Francisco, num tal sis

tema de relações humanas que não su portavam sequer a promulgação de uma lei boa, razoável, inevitável como a da

Abolição, mesmo feita parceladamente, com todas as cautelas.

Os últimos algarisinos da

^ ^

^confunta anglo-americana.

lltimo. O total da produção de carojo àaqiiele

foi

foram alcançados

TnTés de funho

„jais de 7.400.000

anterior e

toneladas. Isso representa 1.500 000 tonelr^as T\ZdtZo diária. Mais de madora na produção de carvão do

Era de fato muito difícil aos fazen deiros acomodarem-se à idéia do traba

lho livré. Rotineiros nos sistemas agrí

fazendeiros eram assim baseadas, con

nos, continuavam escravocratas.

um aumento de 15.000 tonelar^ na ^ uma tendência ascensional ani1.400.CO0 toneladas foram- ^portadas. ^^^Zr^co de junho, quando repre-

E Martim Francisco, nos debates de 4 de setembro de 1879, exclamava: "Nós

tratamos de importar o chim como braço

mesmo ingressando nas fileiras do Par tido Liberal ou dos Partidos Republica

refletem a marcha firme da recuperação

pelos trabalhadores em ambas essas

Pro

do escravo pelo trabalhador livre, quanto pelo carro de quatro rodas, ou a subs

de tiro. As^ soluções inteligentes que lhes eram apresentadas não tinliam po der de sedução sobre os seus espíritos. Condenando a utopia do trabalho livre, a maioria começou por acolher mal o

exemplo de Vergueiro.

Quando terminava a guerra do Para

^ , Frankfurt realizaram uma confe-

sentantes do Conselho Econômico ^^fJ^l^JZ^^^lTcarvão e os priríci-

tência em Essen com a Junta r pais lideres sindicais. Como resu t

t _ reunião, foi adotado um novo çuhsolo c certas categorias dos de

^plano de incentivo. Os trabalhadores Z^Z a^Jd^e de caÂe e gordura, l-uperfície podem, agora,

^

contanto que suas minas alcancem o / , , . 285.000 toneladas, mostra na produção diária, que agora e em média de mais -o bem o sucesso dôsse novo pano. , Bem-Estar dos Mineiros acabam de

Seis ^riemhros da Coim,sao AU^ ^ S^^Bretanha. Durante sua pcrma-

concluir uma estada do du -s nência nesse pais,^ a

N' acional de Carvao e ou ros ^ P,i

^ Hyndley, presidente da Junta L indú^ria carvoeira e dos

minas das principais áreas produtoras

J ve/als.u,nas dl instala-

t6es'^dEtiJdas ao bem-estar dos mineiros britânicos, inclmive salas de banho

Sas ceTtros módicos, cantinas, clubes juvenis c escolas de instrução pratica. Tcomísão foi instituída em março último por sugestão do comitê anglo-anxen-

guai e que teria sido o momento ade

ITtrMhTdSbem-estar e à melhoria das edições de vida nas hospedarias dos

quado para a abolição da escravatura; quando o Biíxsil, estuante, de vida, pro

esportivo e coordena as atividades de outras organizações interessadas no bem-

curava recompor-se do sacrifício da luta

estar dos mineiros.

mineiros. Toma também medidas para a distribuição de livros e equipamento ^

,

,,

,

Durante o mês de junho, produziu-se um total de 378.000 toneladas de aço. Constüui isso um novo recorde do após-guerra e um aumento de quase 15.000 toneladas sobre o apogeu anterior, atingido em abril último. Uma das

cliinesa só terminará em 1883, quando

e desesperadamente indagava dos ru mos melhores que deveria seguir e fazia

a interferência algo violenta e sobretudo

contratos impossíveis de imigração, .os

rasiões dêsse melhoramento recente é que mais mão-de-obra foi atraída para a

grandes proprietários se mostraram in;

siderurgia, desde a reforma da moeda na hizona, no mês passado.

A agitação em tômo da questão

rápida da Inglaterra vem pôr um fim às


Dicesto

124

Econónoco

125

Bigesto Econômico

teuq>orários, e citando Duval do "Jour-

negociações que então tiveram curso en

capazes de realizar as transformações

Procura\'am retardar o dia fatal.

nal des Economistes", 1858, replicava

tre fazendeiros brasileiros e o senhor

sociais e técnicas que simultaneamente

triunfante aos seus contendores:

Tong King Sing, diretor gerente da

se impunham para o progresso do Brasil e paru que esse mesmo progresso não si^iificasse para quase todos êles a ruí na. Por isso mesmo procuravam freá-Io.

curavam atrair para o Brasil imigran tes do mais baixo padrão possível. E

"Se

os chineses valem alguma cousa como

China Merchant's Steam

Navigation

trabalhadores, em compensação são os

Company. Formaram nessa ocasião, na

maiores tratantes que se conhecem".

Essas mesmas idéias, assim, de um

primeira linha de combate contra a imigração chinesa, um negro ilustre

lado e de outro, irão ser repetidas 'nos debates parlamentares e na imprensa,

(André Rebouças), um brasileiro natura lizado (Gari von Koseritz) e um filho

durante alguns anos.

de franceses (Alfredo d'EscragnolIe Taunay). E fundamentKram-se em ra

Moreira de Barros, no debate de 3 de

setembro de 1879, diria diante do Par

zões melhores que as de R. Nicolau.

lamento:

"Então como agricrJtor, e

O que eles pretenderam foi, na frase de

hoje como ministro, nunca considerei a introdução de chíns como elementos de

Rebouças, impedir aos "nossos Landlor-

colonização, mas como um dos meios de auxiliar a transição do trabalho".

ds, o satânico intento de substituir os escravos pretos por escravos amarelos".

de trabalho, como remédio imediato para que. a lavoura não pereça. Ou salvamos a lavoura, ou declaramos a bancarrota!

colas e no sistema das relações sociais,

Ou aceitar o substituto que se acha mais próximo do braço escravo, ou fazer a

compreendiam tão pouco a substituição

ruína do pais. Não temos outra solu ção. Infelizmente, estamos em tais con

a substituição da carroça de duas rodas

dições".

tituição do boi pelo cavalo, como animal

A lavoura brasileira e a fortuna dos forme Martim Francisco, num tal sis

tema de relações humanas que não su portavam sequer a promulgação de uma lei boa, razoável, inevitável como a da

Abolição, mesmo feita parceladamente, com todas as cautelas.

Os últimos algarisinos da

^ ^

^confunta anglo-americana.

lltimo. O total da produção de carojo àaqiiele

foi

foram alcançados

TnTés de funho

„jais de 7.400.000

anterior e

toneladas. Isso representa 1.500 000 tonelr^as T\ZdtZo diária. Mais de madora na produção de carvão do

Era de fato muito difícil aos fazen deiros acomodarem-se à idéia do traba

lho livré. Rotineiros nos sistemas agrí

fazendeiros eram assim baseadas, con

nos, continuavam escravocratas.

um aumento de 15.000 tonelar^ na ^ uma tendência ascensional ani1.400.CO0 toneladas foram- ^portadas. ^^^Zr^co de junho, quando repre-

E Martim Francisco, nos debates de 4 de setembro de 1879, exclamava: "Nós

tratamos de importar o chim como braço

mesmo ingressando nas fileiras do Par tido Liberal ou dos Partidos Republica

refletem a marcha firme da recuperação

pelos trabalhadores em ambas essas

Pro

do escravo pelo trabalhador livre, quanto pelo carro de quatro rodas, ou a subs

de tiro. As^ soluções inteligentes que lhes eram apresentadas não tinliam po der de sedução sobre os seus espíritos. Condenando a utopia do trabalho livre, a maioria começou por acolher mal o

exemplo de Vergueiro.

Quando terminava a guerra do Para

^ , Frankfurt realizaram uma confe-

sentantes do Conselho Econômico ^^fJ^l^JZ^^^lTcarvão e os priríci-

tência em Essen com a Junta r pais lideres sindicais. Como resu t

t _ reunião, foi adotado um novo çuhsolo c certas categorias dos de

^plano de incentivo. Os trabalhadores Z^Z a^Jd^e de caÂe e gordura, l-uperfície podem, agora,

^

contanto que suas minas alcancem o / , , . 285.000 toneladas, mostra na produção diária, que agora e em média de mais -o bem o sucesso dôsse novo pano. , Bem-Estar dos Mineiros acabam de

Seis ^riemhros da Coim,sao AU^ ^ S^^Bretanha. Durante sua pcrma-

concluir uma estada do du -s nência nesse pais,^ a

N' acional de Carvao e ou ros ^ P,i

^ Hyndley, presidente da Junta L indú^ria carvoeira e dos

minas das principais áreas produtoras

J ve/als.u,nas dl instala-

t6es'^dEtiJdas ao bem-estar dos mineiros britânicos, inclmive salas de banho

Sas ceTtros módicos, cantinas, clubes juvenis c escolas de instrução pratica. Tcomísão foi instituída em março último por sugestão do comitê anglo-anxen-

guai e que teria sido o momento ade

ITtrMhTdSbem-estar e à melhoria das edições de vida nas hospedarias dos

quado para a abolição da escravatura; quando o Biíxsil, estuante, de vida, pro

esportivo e coordena as atividades de outras organizações interessadas no bem-

curava recompor-se do sacrifício da luta

estar dos mineiros.

mineiros. Toma também medidas para a distribuição de livros e equipamento ^

,

,,

,

Durante o mês de junho, produziu-se um total de 378.000 toneladas de aço. Constüui isso um novo recorde do após-guerra e um aumento de quase 15.000 toneladas sobre o apogeu anterior, atingido em abril último. Uma das

cliinesa só terminará em 1883, quando

e desesperadamente indagava dos ru mos melhores que deveria seguir e fazia

a interferência algo violenta e sobretudo

contratos impossíveis de imigração, .os

rasiões dêsse melhoramento recente é que mais mão-de-obra foi atraída para a

grandes proprietários se mostraram in;

siderurgia, desde a reforma da moeda na hizona, no mês passado.

A agitação em tômo da questão

rápida da Inglaterra vem pôr um fim às


DicESTo Econômico

No tempo da Regência Otávio Tabquinio de Soüsa

Q período regencíal - 7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840 — nao é apenas interessante pelos seus aspectos políticos, nem seria possível

apreciá-lo de maneira mais completa, deixando na sombra os aspectos sociais e as repercussões de uns sôbre outros.

da'Regência fôssem orgânicamente fra

ilustre historiador Tarquinio de So«-sfl.

ra combater o descalabro da indisci

plina militar, criou-se a Guarda Nacio

costumes, os seus estilos de vida.

os políticos mais em vista, os jornalis

revolução de 7 de abril, afastando do

tas, os deputados, os senadores, postas

trono Pedro I e substituindo-o pelo

à margem, salvo raras exceções, as fi

filho, já nascido no Brasil, teve um

guras' do Primeiro Reinado, suspeitas

cunho ao mesmo tempo político e so

não só de ranço absolutista como de

cial, de nacionalização da nossa Inde

simpatia ou aproximação com os por

pendência, com o acesso ao poder e

tugueses. Parece que agora o Brasil

a possibilidade de ação dos elementos mais caracteristicamente brasileiros, em

se crê realmente emancipado, livre, se

mento colonizador.

Se o movimento

que determinou a retirada do primeiro

nhor do seu destino, e cuida chegado o momento

de

tôdas

as

experiências,

numa como que orgia de liberdade, a

talvez entre nós o início ou recrudes-

manifestar-se nos excessos da impren sa, na exacerbação dos ódios partidá rios, na mais desenfreada demagogia. Com a Regência, a rua domina, intímida, constrange, humilha o Poder,

cimento de uma fase de europeização

tenta dar ordens ao Governo: é o es

imperador teve a marca de influências estrangeiras a queda de Carlos X de França, por exemplo — e assinala ou de re-europeização intensa, assume por outro lado feição de uma nítida

reação nativista, antilusitana e jaco-bina.

Tôda a vida do país, em suas dife rentes faces, toma um colorido mais

pelos meios ordinários, pela tenacidade, pela confiança na própria missão. Pa nal, a fôrça cidadã que alinhava os

nomia geral da comunidade, os seus

detrimento do prestígio do antigo ele

que Evaristo da Veiga pusera de novo

cos, enfrentando o vencendo as rebeliões

realistas; brasileiros, muitos até iiidisfarçàvelmente mulatos ou caboclos, são

A

madas para manutenção da ordem, co mo as comissões militares, tribunais de exceção que julgavam e condenavam

ressantes, constitui unm fotografia da época da Regência e revela hem o es pírito de pesquisa de que ó dotado o

preservar os espíritos mais lúcidos e

petáculo do Rio de Janeiro em abril, em julho, em outubro de 1831, o Rio dos motins, das quarteladas, das desor dens, das "rusgas", dos assassínios, das vaias.

Liberais algo ingênuos e perfeita mente sinceros, os homens públicos que tiveram então a responsabilidade do

brasileiro, mais da terra, mais nacional. Brasileiro nato é agora o imperador, o monarca-menino cujo trono, símbolo de

governo não ousaram recorrer, ainda

unidade da nação, se esforçam por

nos transes mais difíceis, à suspensão

Não bastava, para dis-

tiguir brasileiros e portugueses, o laço

sumàriamcnte, fez com que os governos

os múltiplos efeitos da mesma nature

mentária, como se os separassem abis mos de casta.

Reinado as medidas extraordinárias to

Êsse trabalho, repleto de dados inte

Do^ fato político da abdicação, com za, resultaram outras tantas conseqüên cias de ordem social, afetando a fisio

das garantias constitucionais. O hor ror que inspiraram durante o Primeiro

patriotas dispostos a sustentarem as ins

nacioiial dos dias da Independência, em

moda. Outros emblemas e outros

distintivos surgiram e foram para logo adotados. Um dêles foi apenas uma

flor, a sempre-viVa. Quem passava na rua, entrava nuni café, ou estava nas

galerias da Câmara de sempre-viva à lapela, já se sabia que era republicano e federalista. .Sentido político tinha

também o" chapéu: era divisa partidá ria. Quem usava chapéu de palha lo go se denunciava como "exaltado", pessoa simpá^

tituições. Grande foi tam

bém o papel das socieda des ou agremiações polí ticas.

tica à república ou que rendo a federação. Mais

Aos antigos clubes

do que isso, mostrava-se

secretos, de tipo maçôni-

patriota de verdade, brasi-

co, como o Areópago de

íeiK) genuíno, nacionalis

Itambé, as academias Suas

ta. Sim, porque o chapéu de palha era feito no Bra

suna e do Paraíso, como a

própria Maçonaria, o Apos-

sil, indústria nacional, teci do de fibra de taquaruçu.

tolado e o Clube dos Ami

gos Unidos, sucederam grêmios ostensivosj de por

Usá-lo importava proteger

o que era nosso. E mos

tas abertas, como a Socie dade Defensora da Liber

dade e Independência do Brasil, de que era secretá

rio e animador máximo Evaristo^ da Veiga, com mais de mil sócios só no Rio e filiais em quase tôdas as pro víncias, como a Sociedade Federal, pro-

pugnadora dos ideais federalistas, co mo a Sociedade Conservadora, reunin

do os que lobrigavam na restauração de Pedro I o fim das agitações que conturbavam o Brasil.

Tão vivas eram as paixões políticas, tão marcadas as atitudes partidárias,' que os adeptos desta ou daquela cor rente se diferenciavam até pela indu

trar-se amigo do povo, ao nível das pessoas mais po bres, porque custava ape nas três patacas, ou 960 réis, quando o

chapéu redondo, que o jornalista e deputado Evaristo da Veiga trazia à cabeça,

custava

a

exorbitância

de

8§000, e vinha da Europa, vinha da In glaterra ou da França.

E' certo quç muitos dos rapazes que usavam chapçu de taquaruçu e se ape lidavam de "farroupilhas", pertenciam a famílias ricas e eram verdadeiros petit-Tnaitres de bom tom que se pentea vam à francesa e se vestiam à inglêsa,

como dizia o , jomalistà ,da Aurora fIu-


DicESTo Econômico

No tempo da Regência Otávio Tabquinio de Soüsa

Q período regencíal - 7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840 — nao é apenas interessante pelos seus aspectos políticos, nem seria possível

apreciá-lo de maneira mais completa, deixando na sombra os aspectos sociais e as repercussões de uns sôbre outros.

da'Regência fôssem orgânicamente fra

ilustre historiador Tarquinio de So«-sfl.

ra combater o descalabro da indisci

plina militar, criou-se a Guarda Nacio

costumes, os seus estilos de vida.

os políticos mais em vista, os jornalis

revolução de 7 de abril, afastando do

tas, os deputados, os senadores, postas

trono Pedro I e substituindo-o pelo

à margem, salvo raras exceções, as fi

filho, já nascido no Brasil, teve um

guras' do Primeiro Reinado, suspeitas

cunho ao mesmo tempo político e so

não só de ranço absolutista como de

cial, de nacionalização da nossa Inde

simpatia ou aproximação com os por

pendência, com o acesso ao poder e

tugueses. Parece que agora o Brasil

a possibilidade de ação dos elementos mais caracteristicamente brasileiros, em

se crê realmente emancipado, livre, se

mento colonizador.

Se o movimento

que determinou a retirada do primeiro

nhor do seu destino, e cuida chegado o momento

de

tôdas

as

experiências,

numa como que orgia de liberdade, a

talvez entre nós o início ou recrudes-

manifestar-se nos excessos da impren sa, na exacerbação dos ódios partidá rios, na mais desenfreada demagogia. Com a Regência, a rua domina, intímida, constrange, humilha o Poder,

cimento de uma fase de europeização

tenta dar ordens ao Governo: é o es

imperador teve a marca de influências estrangeiras a queda de Carlos X de França, por exemplo — e assinala ou de re-europeização intensa, assume por outro lado feição de uma nítida

reação nativista, antilusitana e jaco-bina.

Tôda a vida do país, em suas dife rentes faces, toma um colorido mais

pelos meios ordinários, pela tenacidade, pela confiança na própria missão. Pa nal, a fôrça cidadã que alinhava os

nomia geral da comunidade, os seus

detrimento do prestígio do antigo ele

que Evaristo da Veiga pusera de novo

cos, enfrentando o vencendo as rebeliões

realistas; brasileiros, muitos até iiidisfarçàvelmente mulatos ou caboclos, são

A

madas para manutenção da ordem, co mo as comissões militares, tribunais de exceção que julgavam e condenavam

ressantes, constitui unm fotografia da época da Regência e revela hem o es pírito de pesquisa de que ó dotado o

preservar os espíritos mais lúcidos e

petáculo do Rio de Janeiro em abril, em julho, em outubro de 1831, o Rio dos motins, das quarteladas, das desor dens, das "rusgas", dos assassínios, das vaias.

Liberais algo ingênuos e perfeita mente sinceros, os homens públicos que tiveram então a responsabilidade do

brasileiro, mais da terra, mais nacional. Brasileiro nato é agora o imperador, o monarca-menino cujo trono, símbolo de

governo não ousaram recorrer, ainda

unidade da nação, se esforçam por

nos transes mais difíceis, à suspensão

Não bastava, para dis-

tiguir brasileiros e portugueses, o laço

sumàriamcnte, fez com que os governos

os múltiplos efeitos da mesma nature

mentária, como se os separassem abis mos de casta.

Reinado as medidas extraordinárias to

Êsse trabalho, repleto de dados inte

Do^ fato político da abdicação, com za, resultaram outras tantas conseqüên cias de ordem social, afetando a fisio

das garantias constitucionais. O hor ror que inspiraram durante o Primeiro

patriotas dispostos a sustentarem as ins

nacioiial dos dias da Independência, em

moda. Outros emblemas e outros

distintivos surgiram e foram para logo adotados. Um dêles foi apenas uma

flor, a sempre-viVa. Quem passava na rua, entrava nuni café, ou estava nas

galerias da Câmara de sempre-viva à lapela, já se sabia que era republicano e federalista. .Sentido político tinha

também o" chapéu: era divisa partidá ria. Quem usava chapéu de palha lo go se denunciava como "exaltado", pessoa simpá^

tituições. Grande foi tam

bém o papel das socieda des ou agremiações polí ticas.

tica à república ou que rendo a federação. Mais

Aos antigos clubes

do que isso, mostrava-se

secretos, de tipo maçôni-

patriota de verdade, brasi-

co, como o Areópago de

íeiK) genuíno, nacionalis

Itambé, as academias Suas

ta. Sim, porque o chapéu de palha era feito no Bra

suna e do Paraíso, como a

própria Maçonaria, o Apos-

sil, indústria nacional, teci do de fibra de taquaruçu.

tolado e o Clube dos Ami

gos Unidos, sucederam grêmios ostensivosj de por

Usá-lo importava proteger

o que era nosso. E mos

tas abertas, como a Socie dade Defensora da Liber

dade e Independência do Brasil, de que era secretá

rio e animador máximo Evaristo^ da Veiga, com mais de mil sócios só no Rio e filiais em quase tôdas as pro víncias, como a Sociedade Federal, pro-

pugnadora dos ideais federalistas, co mo a Sociedade Conservadora, reunin

do os que lobrigavam na restauração de Pedro I o fim das agitações que conturbavam o Brasil.

Tão vivas eram as paixões políticas, tão marcadas as atitudes partidárias,' que os adeptos desta ou daquela cor rente se diferenciavam até pela indu

trar-se amigo do povo, ao nível das pessoas mais po bres, porque custava ape nas três patacas, ou 960 réis, quando o

chapéu redondo, que o jornalista e deputado Evaristo da Veiga trazia à cabeça,

custava

a

exorbitância

de

8§000, e vinha da Europa, vinha da In glaterra ou da França.

E' certo quç muitos dos rapazes que usavam chapçu de taquaruçu e se ape lidavam de "farroupilhas", pertenciam a famílias ricas e eram verdadeiros petit-Tnaitres de bom tom que se pentea vam à francesa e se vestiam à inglêsa,

como dizia o , jomalistà ,da Aurora fIu-


DIGESTO

128

ECONÓ^flCO

minense, acentuando o contraste bur

do o mundo estava almoçando; janta

lesco entre os- chapéus plebeus e os "sapatinhos lustrosos, a cal^ fina e o casaco de pano de 12$000 o côvado".

va-se às três horas da tarde; às duas

Evarislo, mal dissimulando preocupa ções de elegância, não suportava o cha péu de palha, já porque o achava feio

e vulgar, já porque o monopolizavam

terminavam as sessões parlamentares. A vida quotidiana começava e acabava

cedo. As ruas mal iluminadas e pouco

,que mal surgiam c logo desapareciam quase todos explorando o an.::iiniato, a serviço de ódios partidários e paixões pessoais. Pasquins de agitadores e po

litiqueiros como João Batista de Quei rós, David da Fonseca Pinto, padre

policiadas não convidavam, não eram propícias a excursões noturnas: às no

Marcelino Pinto Ribeiro Duarte, e tam

ve horas da noite a cidade inteira esta

bém de gente mais qualificada, como o

os "exaltados", e atrávessava inverno e

va dormindo.

verão com o seu chapéu redondo, im portado da Europa. E "chapéu re

Depois do entardecer havia risco em atravessar certas vias públicas. Em

irmãos Andrada, Bernardo de Vascon

frente ao Café Neuville, no Largo do Paço, quem fosse conhecido por seus pendores "moderados", não escapava

losos não eram a Nova Luz Brasileira, o Pardo, o Lafuentc, o Bem-te-vi, a

dondo" passou a ser símbolo dos adep tos do partido "moderado", alcunha dos membros da Sociedade Defensora.

Ninguém, por exemplo, veria de cha péu de palha Odorico Mendes, Limpo de Abreu, Honório Hermeto, Paula Sou sa. De chapéu redondo já estavam os deputados e senadores às nove horas

da manhã, quando se dirigiam para as

sessões

de

suas

Câmaras.

De

chapéu redondo de copa alta, e de casaca.

Quem se prezasse só saía à rua de

casaca. As repartições públicas assim compareciam diàriamente os emprega dos. Casacas de várias côres, pretas para os atos mais solenes, e verdes com

botões amarelos, azuis, côr de rapé. As modas chegavam 'da Europa, modas dos homens e modas femininas. As mulheres ostentavam vestidos de cintu

a Voz da Liberdade, o Brasil Aflito. O redator deste último, Carlos de Oliveira,

pagou com a vida injúrias cruéis feitas ao regente Lima e Silva. O jovem te

tempo crismado de Constitucional Flu Nele, em ocasiões de maior

nente Carlos Miguel de Lima e Silva,

efervescência política, havia distúrbios,

irmão do futuro Caxias, revidou à ver-

e o espetáculo era interrompido pelos

rina do pasquineiro matando-o de um

rapazes de chapéu de palha, com os quais se misturavam às vezes alguns

golpe de espada. Sem embargo da agitação constante,

oficiais do Exército filiados ao partido "exaltado", como o Major Miguel de Frias e o Major Rangel. Ninguém se

a vida continuava e nem toda a gente

sentia tranqüilo e os boatos ferviam,

o dia a farejar novidades. Recorde-se

esperando-se a cada momento um mo tim, um novo levante, dada a indisci

certo Antônio José da Costa Cirne que, desatento a reformas da Constituição,

plina permanente da tropa. Êssc ambiente de perpétua inquieta

quia representativa, se encheu de en

cuidava apenas de políüca e passava

regime federal, república ou monar

tusiasmo com o privilégio que obteve,

ção era mantido pelos jornais, pelos nu merosíssimos jòmalecos que pululavam sob nomes por vezes bastante estranhos. Ao lado de uma Aurora Fluminense, um

via grandes requintes, nem sequer nas

Loja do Belchior, o Adotivo, o Canj^

de São Pedro de Alcântara, por alguni

curtas.

casas, do que hoje chamamos de confôrto. Tudo em regra muito simples.

celos, Rodrigues Torres. Mais escrupu-

Dos teatros, o mais importante era o

ra alta, sapatinhos rasos, ligados às pernas por fitas pretas, vestidos e saias Salvo gente mais rica, não ha

cônego Januário da Cunha Barbosa, os

pelo menos de uma vaia de assobios.

minense.

Abril, enxamèavam a Matraca dos Far

roupilhas, o Jurujuha dos Farròupilhas,

mobiliados, com móveis, espelhos, lou

a Lima Surda, o Esbarra, a Babosa, o

ças, ornamentações de origem inglêsa

se a ensinar as meninas a ler, escrever, bordar e coser.

Os leilões do Rio continuavam, como no Primeiro Reinado, em mãos de fran

ceses e ingleses; J. J. Dodsworth, Dillon & Irmãos, Carlos Cannel, Tripé & Irmãos, Bouchon & Taniére, Sigaud & Farrcux, Feraudy, Burle. Um leilão

de grande interesse foi o da baronesa Emilie de Palença, viúva do barão Borel de Palença, ex-ministro da Rússia,

residente na ponte do Catete: venaeramresidcnte venderam-

se riquíssimos aparelhos de porcelana e cristal, lustres e candelabros de bron-

ze, relógios, espelhos, vasos, móveis, in clusive uma mesa de jantar para 35 pessoas.

Ao lado dos freqüentadores de tea-

os que se reuniam na casa n.° 82 da rua da Quitanda para ouvir um con certo com sinfonia dc' Unslaw, solos de flauta, de cavatina, de clarineta, e uma ária cantada pelo Sr. Miguel Vac-, cani — Ouverture de Ia Dame Blanche

etc. Havia também charlatães no Rio ' de 1832. O médico francês Dr. Lapla- | ne anunciava a cura radical das "mo léstias" das urinas, fístulas do ânus, ca- • taratas, moléstias dos olhos, males veriéreos e escorbuto. Manuel Antônio de

Oliveira fazia ciente ao público que qualquer pessoa que padecesse de do

de grande pêso", de sua invenção. Vá

res de dentes fôsse a sua casa que êle lhe deitaria certo remédio capaz de abrandar a dor no espaço de duas

rios colégios para meninos e meninas foram-se abrindo no Rio de Janeiro, um dôles bem instalado na rua detrás do Carmo n.° 16, com "pensionistas,

semipensionistas e discípulas exter

horas "e pelo adiante lhe calar o den te".

Em meio da instabilidade política, novos aspectos de afirmação da vida

• lecionava música o padre João Jacques è dança o Sr. Lourenço" Lacombe. Na

brasileira se faziam notar. Francisco

bom ou belo vinha da Inglaterra e da

Caôlho, o Papeleta, o Fado dos Chimangos, o Caramuru, a Tôrre de Ba bel, o Pão-de-Açúcar, o Filho da Terra,

nas". Colégio para meninas, no qual

França. Às nove horas da manhã to

a Mutuca Picante, o Exaltado, jornais

rua do Rosário n.° 208 bavia outro

vreiro, anunciava em Í832 a publica

mais modesto, mais prático, propondo-

ção próxima, mediante subscrição, de

e francesa. Em regra tudo o que era

Jt

'

tro havia amantes de boa música, como

por dez anos, de um "carro de três

rodas pequenas para conduzir volumes

Independente, um ]ornal do Comércio, um Diário do Rio de Janeiro, um 7 de

Mas já havia interiores domésticos bem

129

Dicmto Econômico

de Paula Brito, tipógrafo e depois li


DIGESTO

128

ECONÓ^flCO

minense, acentuando o contraste bur

do o mundo estava almoçando; janta

lesco entre os- chapéus plebeus e os "sapatinhos lustrosos, a cal^ fina e o casaco de pano de 12$000 o côvado".

va-se às três horas da tarde; às duas

Evarislo, mal dissimulando preocupa ções de elegância, não suportava o cha péu de palha, já porque o achava feio

e vulgar, já porque o monopolizavam

terminavam as sessões parlamentares. A vida quotidiana começava e acabava

cedo. As ruas mal iluminadas e pouco

,que mal surgiam c logo desapareciam quase todos explorando o an.::iiniato, a serviço de ódios partidários e paixões pessoais. Pasquins de agitadores e po

litiqueiros como João Batista de Quei rós, David da Fonseca Pinto, padre

policiadas não convidavam, não eram propícias a excursões noturnas: às no

Marcelino Pinto Ribeiro Duarte, e tam

ve horas da noite a cidade inteira esta

bém de gente mais qualificada, como o

os "exaltados", e atrávessava inverno e

va dormindo.

verão com o seu chapéu redondo, im portado da Europa. E "chapéu re

Depois do entardecer havia risco em atravessar certas vias públicas. Em

irmãos Andrada, Bernardo de Vascon

frente ao Café Neuville, no Largo do Paço, quem fosse conhecido por seus pendores "moderados", não escapava

losos não eram a Nova Luz Brasileira, o Pardo, o Lafuentc, o Bem-te-vi, a

dondo" passou a ser símbolo dos adep tos do partido "moderado", alcunha dos membros da Sociedade Defensora.

Ninguém, por exemplo, veria de cha péu de palha Odorico Mendes, Limpo de Abreu, Honório Hermeto, Paula Sou sa. De chapéu redondo já estavam os deputados e senadores às nove horas

da manhã, quando se dirigiam para as

sessões

de

suas

Câmaras.

De

chapéu redondo de copa alta, e de casaca.

Quem se prezasse só saía à rua de

casaca. As repartições públicas assim compareciam diàriamente os emprega dos. Casacas de várias côres, pretas para os atos mais solenes, e verdes com

botões amarelos, azuis, côr de rapé. As modas chegavam 'da Europa, modas dos homens e modas femininas. As mulheres ostentavam vestidos de cintu

a Voz da Liberdade, o Brasil Aflito. O redator deste último, Carlos de Oliveira,

pagou com a vida injúrias cruéis feitas ao regente Lima e Silva. O jovem te

tempo crismado de Constitucional Flu Nele, em ocasiões de maior

nente Carlos Miguel de Lima e Silva,

efervescência política, havia distúrbios,

irmão do futuro Caxias, revidou à ver-

e o espetáculo era interrompido pelos

rina do pasquineiro matando-o de um

rapazes de chapéu de palha, com os quais se misturavam às vezes alguns

golpe de espada. Sem embargo da agitação constante,

oficiais do Exército filiados ao partido "exaltado", como o Major Miguel de Frias e o Major Rangel. Ninguém se

a vida continuava e nem toda a gente

sentia tranqüilo e os boatos ferviam,

o dia a farejar novidades. Recorde-se

esperando-se a cada momento um mo tim, um novo levante, dada a indisci

certo Antônio José da Costa Cirne que, desatento a reformas da Constituição,

plina permanente da tropa. Êssc ambiente de perpétua inquieta

quia representativa, se encheu de en

cuidava apenas de políüca e passava

regime federal, república ou monar

tusiasmo com o privilégio que obteve,

ção era mantido pelos jornais, pelos nu merosíssimos jòmalecos que pululavam sob nomes por vezes bastante estranhos. Ao lado de uma Aurora Fluminense, um

via grandes requintes, nem sequer nas

Loja do Belchior, o Adotivo, o Canj^

de São Pedro de Alcântara, por alguni

curtas.

casas, do que hoje chamamos de confôrto. Tudo em regra muito simples.

celos, Rodrigues Torres. Mais escrupu-

Dos teatros, o mais importante era o

ra alta, sapatinhos rasos, ligados às pernas por fitas pretas, vestidos e saias Salvo gente mais rica, não ha

cônego Januário da Cunha Barbosa, os

pelo menos de uma vaia de assobios.

minense.

Abril, enxamèavam a Matraca dos Far

roupilhas, o Jurujuha dos Farròupilhas,

mobiliados, com móveis, espelhos, lou

a Lima Surda, o Esbarra, a Babosa, o

ças, ornamentações de origem inglêsa

se a ensinar as meninas a ler, escrever, bordar e coser.

Os leilões do Rio continuavam, como no Primeiro Reinado, em mãos de fran

ceses e ingleses; J. J. Dodsworth, Dillon & Irmãos, Carlos Cannel, Tripé & Irmãos, Bouchon & Taniére, Sigaud & Farrcux, Feraudy, Burle. Um leilão

de grande interesse foi o da baronesa Emilie de Palença, viúva do barão Borel de Palença, ex-ministro da Rússia,

residente na ponte do Catete: venaeramresidcnte venderam-

se riquíssimos aparelhos de porcelana e cristal, lustres e candelabros de bron-

ze, relógios, espelhos, vasos, móveis, in clusive uma mesa de jantar para 35 pessoas.

Ao lado dos freqüentadores de tea-

os que se reuniam na casa n.° 82 da rua da Quitanda para ouvir um con certo com sinfonia dc' Unslaw, solos de flauta, de cavatina, de clarineta, e uma ária cantada pelo Sr. Miguel Vac-, cani — Ouverture de Ia Dame Blanche

etc. Havia também charlatães no Rio ' de 1832. O médico francês Dr. Lapla- | ne anunciava a cura radical das "mo léstias" das urinas, fístulas do ânus, ca- • taratas, moléstias dos olhos, males veriéreos e escorbuto. Manuel Antônio de

Oliveira fazia ciente ao público que qualquer pessoa que padecesse de do

de grande pêso", de sua invenção. Vá

res de dentes fôsse a sua casa que êle lhe deitaria certo remédio capaz de abrandar a dor no espaço de duas

rios colégios para meninos e meninas foram-se abrindo no Rio de Janeiro, um dôles bem instalado na rua detrás do Carmo n.° 16, com "pensionistas,

semipensionistas e discípulas exter

horas "e pelo adiante lhe calar o den te".

Em meio da instabilidade política, novos aspectos de afirmação da vida

• lecionava música o padre João Jacques è dança o Sr. Lourenço" Lacombe. Na

brasileira se faziam notar. Francisco

bom ou belo vinha da Inglaterra e da

Caôlho, o Papeleta, o Fado dos Chimangos, o Caramuru, a Tôrre de Ba bel, o Pão-de-Açúcar, o Filho da Terra,

nas". Colégio para meninas, no qual

França. Às nove horas da manhã to

a Mutuca Picante, o Exaltado, jornais

rua do Rosário n.° 208 bavia outro

vreiro, anunciava em Í832 a publica

mais modesto, mais prático, propondo-

ção próxima, mediante subscrição, de

e francesa. Em regra tudo o que era

Jt

'

tro havia amantes de boa música, como

por dez anos, de um "carro de três

rodas pequenas para conduzir volumes

Independente, um ]ornal do Comércio, um Diário do Rio de Janeiro, um 7 de

Mas já havia interiores domésticos bem

129

Dicmto Econômico

de Paula Brito, tipógrafo e depois li


DictóTO

130

"uma coleção de poesias temas e amo rosas".

Eram os ecos iniciais do ro

mantismo triunfante na Europa que aqui chegavam e encontrariam expres sões mais definidas nos Suspiros Poé ticos e Saudüdes, de Gonçalves de Ma

Econômico

fêz a sua entrada triunfal numa festa

que Aureliano Coutinho proporcionou

Do Mil-Réis ao Cruzeiro

em sua casa aos elegantes do Rio. Enquanto isso os negros continuavam

depois da sessão da Câmara, embora

a chegar da África. Em \ão a lei de 7 de novembro de 1831 proibiu o trá fico. A escravidão atingia o seu apo geu e, a despeito do ardente liberalis mo da "república provisória" da Re gência, a sociedade brasileira cada \'ez

fôsse o guia, o condutor da política, homem que fazia ministros e não quis

se impregnava mais das influências e das tapas do regime do trabalho servil.

zeiro.

nunca ser ministro.

Com o triunfo da orientação política

tica inflacionista decide-se, finalmente,

do "regresso", vencidas as revoluções, rebeliões e motins que estalaram em

leira uma nova definição de valor, des

tantas províncias do Império, o poder

de que o Decreto-lei 4791, de 5 de ou

político se enfeixava nas mãos dos de

tubro de 1942, limitou-se a uma refor

tentores da grande propriedade terri torial, deslocando-se a supremacia eco

ma meramente nominal.

galhães. Não faltavam livrarias. Na rua dos Pescadores, Evaristo mantinha a sua aberta, vendendo livros no balcão

A cadeuinha e a rêde eram ainda

meios de transporte, mas já havia li

nhas de ônibus, de gôndolas, de dili gências 0 se cogitava de estradas de ferro. Para matar a sede nos dias de

maior calor bebia-se boa cerveja, e al guns mais requintados, após o jantar, não desdenhavam um cálice de co

nhaque. Pelos paquetes da Europa vinha regularmente o gêlo, e o sorvete

JosAPHAT Linhares

(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará) Trata-se de um estudo histórico, com Fundo Monetário Internacional acaba de estabilizar o valor do cru

Depois do quase seis anos de polí o nosso governo a dar à moeda brasi

Instituindo o cruzeiro como unidade monetária nacional, apenas deu uma no

nômica para o centro-sul com o adven to e a propagação da cultura do café.

va denominação ao nosso antigo mil-

Em suas linhas mestras estava esboça

róis" que, de resto, significava um dé

do o perfil do Segundo Reinado.

cimo do cruzeiro instituído pela lei

5.108, de 18 de dezembro de 1926 (Re forma Washington Luís) e que valia, entretanto, um pouco mais de um quin

to (0,200 grama de ouro) do dólar atual, cuja equivalência, hoje, em nossa moeda, conforme a estabilização de cretada, é do Cr$ 18,50.

Enquanto, pois, o sr. Wasliington Luís alterou o pêso e o titulo da nossa unidade monetária de 1846, deixando O grupo do cacau do Comitê Internacional de Emergência Alimentar reuniu-se em Londres a fim de discutir o estabelecimento de nocas cotas de cacau excedente.

Em Nova York, segundo informa o Boletim do Escritório Brasileiro, a maioria dos circules comerciais não crê que haja possibilidades de um grande desafogo por meio de cotas adicionais para os Estados Unidos, porquanto a maioria das países já comprou tâda sua cota. Notícias chegadas a Nova York demonstram pessimis mo sôbre as perspectivas do abastecimento do cacau.

Alguns círculos dizem que

sem cumprimento o dispositivo que Uie modificou a denominação, o sr. Getú-

sôbre o "mil-réis". Os capítulo,s são destacados e independentes. No próxi mo artigo, o segundo e último, o autor examinará a Caixa de Conversão, Emis

sões pelo Banco do Brasil, Reforma

Washin^on Luís e o decreto-lei n." 4791, de 1942.

4

de teórica, uma vez que a estabilização decretada foi apenas o reconliecimento da depreciação sofrida pela nossa moe da nesses dezoito anos de dificuldades financeiras e monetárias, como os deno

minaria J. Pires do Rio. Assim, não obstante o excelente li vro do autor citado — Á. Moeda Brasi

leira — decidi-me a publicar no "Digesto * Econômico" um escôrço histórico do

"mil-réis , apreciando os principais fa tos financeiros e monetários do Brasil ate às vésperas de sua economia de

guerra, que coincide com a instituição

do cruzeiro pelo sr. Getúlio Vargas.

lio Vargas, sem lhe dar nenliuma defi De cem a um

nição de valor, limita-se a uma inovação formal, mudando-lhe o nome para cru

zeiro e substituindo a sua antiga divisão

c. produção atuai de amêndoas é 20 por cento inferior aos níveis de antes da

milesimal pela centesimal, de duvidosa

guerra, sendo improvável que êstes níveis possam ser alcançados em um futuro

vantagem.

próximo. Receia-se aue as pragas que afetam as plantações da África Ocidental,

temas e comentários de interêsse atual,

De qualquer maneira, com a determi

Com essas palavras começa René S&dillot o seu livro "Le Drame des Monnaies

porque constata que o primeiro

franco, cunhado em 1360 pelo Rei João,

principal região produtora, termam talvez assumido um caráter iiremediável em

nação do Fundo Monetário Internacio

o Bom, pesava 3,877 grs. de metal fino

alguns setores.

nal, perdeu-se o último resquício do nosso "mil-réis", que era a sua parida-

e a convenção de 21 de julho de 1937, entre o Estado e o Banco dç

O cacau dá Bahia vem com excelente cotação.


DictóTO

130

"uma coleção de poesias temas e amo rosas".

Eram os ecos iniciais do ro

mantismo triunfante na Europa que aqui chegavam e encontrariam expres sões mais definidas nos Suspiros Poé ticos e Saudüdes, de Gonçalves de Ma

Econômico

fêz a sua entrada triunfal numa festa

que Aureliano Coutinho proporcionou

Do Mil-Réis ao Cruzeiro

em sua casa aos elegantes do Rio. Enquanto isso os negros continuavam

depois da sessão da Câmara, embora

a chegar da África. Em \ão a lei de 7 de novembro de 1831 proibiu o trá fico. A escravidão atingia o seu apo geu e, a despeito do ardente liberalis mo da "república provisória" da Re gência, a sociedade brasileira cada \'ez

fôsse o guia, o condutor da política, homem que fazia ministros e não quis

se impregnava mais das influências e das tapas do regime do trabalho servil.

zeiro.

nunca ser ministro.

Com o triunfo da orientação política

tica inflacionista decide-se, finalmente,

do "regresso", vencidas as revoluções, rebeliões e motins que estalaram em

leira uma nova definição de valor, des

tantas províncias do Império, o poder

de que o Decreto-lei 4791, de 5 de ou

político se enfeixava nas mãos dos de

tubro de 1942, limitou-se a uma refor

tentores da grande propriedade terri torial, deslocando-se a supremacia eco

ma meramente nominal.

galhães. Não faltavam livrarias. Na rua dos Pescadores, Evaristo mantinha a sua aberta, vendendo livros no balcão

A cadeuinha e a rêde eram ainda

meios de transporte, mas já havia li

nhas de ônibus, de gôndolas, de dili gências 0 se cogitava de estradas de ferro. Para matar a sede nos dias de

maior calor bebia-se boa cerveja, e al guns mais requintados, após o jantar, não desdenhavam um cálice de co

nhaque. Pelos paquetes da Europa vinha regularmente o gêlo, e o sorvete

JosAPHAT Linhares

(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará) Trata-se de um estudo histórico, com Fundo Monetário Internacional acaba de estabilizar o valor do cru

Depois do quase seis anos de polí o nosso governo a dar à moeda brasi

Instituindo o cruzeiro como unidade monetária nacional, apenas deu uma no

nômica para o centro-sul com o adven to e a propagação da cultura do café.

va denominação ao nosso antigo mil-

Em suas linhas mestras estava esboça

róis" que, de resto, significava um dé

do o perfil do Segundo Reinado.

cimo do cruzeiro instituído pela lei

5.108, de 18 de dezembro de 1926 (Re forma Washington Luís) e que valia, entretanto, um pouco mais de um quin

to (0,200 grama de ouro) do dólar atual, cuja equivalência, hoje, em nossa moeda, conforme a estabilização de cretada, é do Cr$ 18,50.

Enquanto, pois, o sr. Wasliington Luís alterou o pêso e o titulo da nossa unidade monetária de 1846, deixando O grupo do cacau do Comitê Internacional de Emergência Alimentar reuniu-se em Londres a fim de discutir o estabelecimento de nocas cotas de cacau excedente.

Em Nova York, segundo informa o Boletim do Escritório Brasileiro, a maioria dos circules comerciais não crê que haja possibilidades de um grande desafogo por meio de cotas adicionais para os Estados Unidos, porquanto a maioria das países já comprou tâda sua cota. Notícias chegadas a Nova York demonstram pessimis mo sôbre as perspectivas do abastecimento do cacau.

Alguns círculos dizem que

sem cumprimento o dispositivo que Uie modificou a denominação, o sr. Getú-

sôbre o "mil-réis". Os capítulo,s são destacados e independentes. No próxi mo artigo, o segundo e último, o autor examinará a Caixa de Conversão, Emis

sões pelo Banco do Brasil, Reforma

Washin^on Luís e o decreto-lei n." 4791, de 1942.

4

de teórica, uma vez que a estabilização decretada foi apenas o reconliecimento da depreciação sofrida pela nossa moe da nesses dezoito anos de dificuldades financeiras e monetárias, como os deno

minaria J. Pires do Rio. Assim, não obstante o excelente li vro do autor citado — Á. Moeda Brasi

leira — decidi-me a publicar no "Digesto * Econômico" um escôrço histórico do

"mil-réis , apreciando os principais fa tos financeiros e monetários do Brasil ate às vésperas de sua economia de

guerra, que coincide com a instituição

do cruzeiro pelo sr. Getúlio Vargas.

lio Vargas, sem lhe dar nenliuma defi De cem a um

nição de valor, limita-se a uma inovação formal, mudando-lhe o nome para cru

zeiro e substituindo a sua antiga divisão

c. produção atuai de amêndoas é 20 por cento inferior aos níveis de antes da

milesimal pela centesimal, de duvidosa

guerra, sendo improvável que êstes níveis possam ser alcançados em um futuro

vantagem.

próximo. Receia-se aue as pragas que afetam as plantações da África Ocidental,

temas e comentários de interêsse atual,

De qualquer maneira, com a determi

Com essas palavras começa René S&dillot o seu livro "Le Drame des Monnaies

porque constata que o primeiro

franco, cunhado em 1360 pelo Rei João,

principal região produtora, termam talvez assumido um caráter iiremediável em

nação do Fundo Monetário Internacio

o Bom, pesava 3,877 grs. de metal fino

alguns setores.

nal, perdeu-se o último resquício do nosso "mil-réis", que era a sua parida-

e a convenção de 21 de julho de 1937, entre o Estado e o Banco dç

O cacau dá Bahia vem com excelente cotação.


132

Digiwto EcoNÓNnoo

França, lhe dava lun teor de 38,7 mi

vinha ainda do alvará de agosto de

ligramas.

1688 e vigorou até 1833.

Fez-se apenas deslocar a vírgula da definição: o franco (de 1937) vale justamente cem vezes menos do que

valia em 1360. (Ob. dt. pág. 5) denomina-o, certamente por êsse motivo, de moeda resignada.

Em 1814 o nosso câmbio sôbre Lon

dres era de 96 pence por "mll-réis", ao passo que em 1943, poucos meses após

a instituição do cruzeiro, exprimia-se pela decimal 0,90.

Quer dizer que a libra esterlina de 1814 valia 2$500 e a de 1943 250$000 ou, como se diz hoje, Cr$ 2,.50 e 250,00, respectivamente.

/ o nosso "milréis", num portanto, percurso com de pouco mais de um ^século, uma depreciação equivalen te a desvalorização sofrida pela moeda francesa num período de quase 600 anos. E, no entanto, apesar de analogia tão surpreendente, eu denomino o nosso

mil-réis , boje chamado cruzeiro, de moeda resistente.

De certo, a desvalorização sofrida pe la moeda bra.sileira não teve tão alta equivalência. A taxa cambial de 1814 estava acima

ves repercussões no Brail, e o seu defi nitivo colapso com a revolução de 1930.

dos lustros e dos séculos. (Kleinwacht :e;

Desvalorização e depredação da moeda

secular da moeda, que o povo traduz

Costuma-se, nos meios não técnicos, falar indiferentemente de desvaloriza

nuo lU da U<1 Nada.

59, de 8 de outubro de 1833, ficando

ção e de depreciação da moeda. A desvalorização é a depreciação da moeda feita pelo Estado com uma nova

sas considerações os fenômenos de or

assim definido:

definição do seu pôso.

A sua definição era a seguinte: Oitava de ouro de 22 quilates: 1$600

Unidade monetária (1$000): 2,24 grs. Câmbio ao par, sôbre Londres: 67,5 pence, o que dava à libra esterlina o valor de 3.$555.

Êsse padrão foi alterado pela lei n.° Oitava dc ouro: 2$500; equivalência do "mil-réis": 1,43 grs. Câmbio ao par: 43,2 pence, dando à libra esterlina o valor de 5$555. Em 1846 houve outra alteração do nosso padrão monetário pela lei n.° 401 de 11 de setembro, o qual fica assim de

cula na Inglaterra. Padrão monetário do Brasil e suas

alterações O nosso primeiro padrão monetário

fato de uma moeda.

A desvalorização é uma

medida de que se têm ser

monetário do Brasil o ouro, pesado em

vido os Estados no decorrer

gramas, cunhado em moedas, ao título

dos tempos, mesmo porque

de 900 milésimos de metal fino e 100

no do padrão de 1846, que era de 917 milésimos com 83 milésimos de liga, e a unidade monetária, que passa a ser o cruzeiro, valendo 10$000 e pesando 2 gramas de ouro, desde quo todo o nos

zer face às lutas napoleônicas, do que

citado, o aviltamento de

zembro de 1926 (Reforma Wasloington Luís), fica estabelecido como padrão

libra esterlina, de conversibilidade sus

pròpriamente da firmeza da nossa moeda. E o câmbio de 1943 é a expressão do valor da bbra-ouro, que não mais cir

mente, como define o autqr

Enfim, pela lei 5.108, de 18 de de

milésimos de liga adequada.

sões com que o Reino Unido teve de fa

de fato ou, mais pròpria

de 8S890.

a depreciação da moeda é um fenômeno que se processa ininter

Essa lei altera o título do metal fi

ruptamente.

A relação entre a oferta e a pro

cura, por via de regra, diz um autor,

varia apenas de um modo imperceptí vel no mesmo lugar e em curto espaço

de tempo. Mas essas modificações pe

so papel-moeda seria convertido na base

queníssimas e imperceptíveis da ofer ta e da procma se vão somando no transcurso do tempo e, como as alte

de 200 miligramas por "mil-réis". Esta reforma, que será adiante ana lisada, não foi integralmente posta em

rações pequeníssimas e completamente imperceptíveis da superfície da terra,

execução e teve o seu fracasso com a

depressão da economia mundial decor rente da crak bolsista d© 1929, de gra-

dão como resultado variações conside ráveis do valor da moeda no decorrer

li

E' bem de ver que se e.xcluem des

dem patológica, verificados aqui e ab com maior ou menor intensidade, no decorrer dos tempos, e que estão regis

César diz que a desvalorização (melhor diria depreciação) da nossa moeda é

A depreciação, no entanto, é o que se poderia denominar a desvalorização

A libra esterlina tinha, assim o valor

queixando-se do encarecimento contí

legal de uma moeda, comportando uma nova definição sôbre a base de um peso de metal inferior ao pêso corres

drão monetário.

netária com o peso de 0,89 grs. e o câmbio ao par, sôbre Londres: 27 pence.

E' o que se denomina a depreciação

trados na história monetária dos povos.

cit, pág. 3) Chama-se, comumente, quebra de pa

Oitava de ouro: 4$000; unidade mo

— Ec. Política, pág. 344).

E', como diz Sedillot, o aviltamento

pondente à sua antiga paridade. (Ob.

finido:

do par legal, que era, então, de 67,5 pence e decorria mais da depreciação da pensa, nesse tempo, em virtude das emis

133

DIGESTO ECQNÓKncO

Assim, quando Abelardo Vergueiro

uma consiante da nossa economia, (Os Processos Monetários.. pág. 104), de

veria, com mais propriedade, generabzar o conceito porque a depreciação da moeda é um fenômeno universal. De certo êsse fenômeno se processa com maior intensidade nos

países de organismo económico-financeiro debilita

do por contínuos deficits orçamentários e de sua ba lança de contas, e sem um

aparelhamento

adequada

mente organizado e sufi

cientemente capacitado pa ra uma permanente defesa de sua divisa. E se manifesta com a perda no câm bio, que é a relação de valor da sua

moeda com os dos demais países de economia mais sóUda e de finanças mais equüibradas.

E , certamente, o que sucede com a moeda brasileira, cuja depreciação se Oatenteia nas

namíiíaic nnp

r-


132

Digiwto EcoNÓNnoo

França, lhe dava lun teor de 38,7 mi

vinha ainda do alvará de agosto de

ligramas.

1688 e vigorou até 1833.

Fez-se apenas deslocar a vírgula da definição: o franco (de 1937) vale justamente cem vezes menos do que

valia em 1360. (Ob. dt. pág. 5) denomina-o, certamente por êsse motivo, de moeda resignada.

Em 1814 o nosso câmbio sôbre Lon

dres era de 96 pence por "mll-réis", ao passo que em 1943, poucos meses após

a instituição do cruzeiro, exprimia-se pela decimal 0,90.

Quer dizer que a libra esterlina de 1814 valia 2$500 e a de 1943 250$000 ou, como se diz hoje, Cr$ 2,.50 e 250,00, respectivamente.

/ o nosso "milréis", num portanto, percurso com de pouco mais de um ^século, uma depreciação equivalen te a desvalorização sofrida pela moeda francesa num período de quase 600 anos. E, no entanto, apesar de analogia tão surpreendente, eu denomino o nosso

mil-réis , boje chamado cruzeiro, de moeda resistente.

De certo, a desvalorização sofrida pe la moeda bra.sileira não teve tão alta equivalência. A taxa cambial de 1814 estava acima

ves repercussões no Brail, e o seu defi nitivo colapso com a revolução de 1930.

dos lustros e dos séculos. (Kleinwacht :e;

Desvalorização e depredação da moeda

secular da moeda, que o povo traduz

Costuma-se, nos meios não técnicos, falar indiferentemente de desvaloriza

nuo lU da U<1 Nada.

59, de 8 de outubro de 1833, ficando

ção e de depreciação da moeda. A desvalorização é a depreciação da moeda feita pelo Estado com uma nova

sas considerações os fenômenos de or

assim definido:

definição do seu pôso.

A sua definição era a seguinte: Oitava de ouro de 22 quilates: 1$600

Unidade monetária (1$000): 2,24 grs. Câmbio ao par, sôbre Londres: 67,5 pence, o que dava à libra esterlina o valor de 3.$555.

Êsse padrão foi alterado pela lei n.° Oitava dc ouro: 2$500; equivalência do "mil-réis": 1,43 grs. Câmbio ao par: 43,2 pence, dando à libra esterlina o valor de 5$555. Em 1846 houve outra alteração do nosso padrão monetário pela lei n.° 401 de 11 de setembro, o qual fica assim de

cula na Inglaterra. Padrão monetário do Brasil e suas

alterações O nosso primeiro padrão monetário

fato de uma moeda.

A desvalorização é uma

medida de que se têm ser

monetário do Brasil o ouro, pesado em

vido os Estados no decorrer

gramas, cunhado em moedas, ao título

dos tempos, mesmo porque

de 900 milésimos de metal fino e 100

no do padrão de 1846, que era de 917 milésimos com 83 milésimos de liga, e a unidade monetária, que passa a ser o cruzeiro, valendo 10$000 e pesando 2 gramas de ouro, desde quo todo o nos

zer face às lutas napoleônicas, do que

citado, o aviltamento de

zembro de 1926 (Reforma Wasloington Luís), fica estabelecido como padrão

libra esterlina, de conversibilidade sus

pròpriamente da firmeza da nossa moeda. E o câmbio de 1943 é a expressão do valor da bbra-ouro, que não mais cir

mente, como define o autqr

Enfim, pela lei 5.108, de 18 de de

milésimos de liga adequada.

sões com que o Reino Unido teve de fa

de fato ou, mais pròpria

de 8S890.

a depreciação da moeda é um fenômeno que se processa ininter

Essa lei altera o título do metal fi

ruptamente.

A relação entre a oferta e a pro

cura, por via de regra, diz um autor,

varia apenas de um modo imperceptí vel no mesmo lugar e em curto espaço

de tempo. Mas essas modificações pe

so papel-moeda seria convertido na base

queníssimas e imperceptíveis da ofer ta e da procma se vão somando no transcurso do tempo e, como as alte

de 200 miligramas por "mil-réis". Esta reforma, que será adiante ana lisada, não foi integralmente posta em

rações pequeníssimas e completamente imperceptíveis da superfície da terra,

execução e teve o seu fracasso com a

depressão da economia mundial decor rente da crak bolsista d© 1929, de gra-

dão como resultado variações conside ráveis do valor da moeda no decorrer

li

E' bem de ver que se e.xcluem des

dem patológica, verificados aqui e ab com maior ou menor intensidade, no decorrer dos tempos, e que estão regis

César diz que a desvalorização (melhor diria depreciação) da nossa moeda é

A depreciação, no entanto, é o que se poderia denominar a desvalorização

A libra esterlina tinha, assim o valor

queixando-se do encarecimento contí

legal de uma moeda, comportando uma nova definição sôbre a base de um peso de metal inferior ao pêso corres

drão monetário.

netária com o peso de 0,89 grs. e o câmbio ao par, sôbre Londres: 27 pence.

E' o que se denomina a depreciação

trados na história monetária dos povos.

cit, pág. 3) Chama-se, comumente, quebra de pa

Oitava de ouro: 4$000; unidade mo

— Ec. Política, pág. 344).

E', como diz Sedillot, o aviltamento

pondente à sua antiga paridade. (Ob.

finido:

do par legal, que era, então, de 67,5 pence e decorria mais da depreciação da pensa, nesse tempo, em virtude das emis

133

DIGESTO ECQNÓKncO

Assim, quando Abelardo Vergueiro

uma consiante da nossa economia, (Os Processos Monetários.. pág. 104), de

veria, com mais propriedade, generabzar o conceito porque a depreciação da moeda é um fenômeno universal. De certo êsse fenômeno se processa com maior intensidade nos

países de organismo económico-financeiro debilita

do por contínuos deficits orçamentários e de sua ba lança de contas, e sem um

aparelhamento

adequada

mente organizado e sufi

cientemente capacitado pa ra uma permanente defesa de sua divisa. E se manifesta com a perda no câm bio, que é a relação de valor da sua

moeda com os dos demais países de economia mais sóUda e de finanças mais equüibradas.

E , certamente, o que sucede com a moeda brasileira, cuja depreciação se Oatenteia nas

namíiíaic nnp

r-


Digesto

134

Mas, por um fenômeoo que não ex

são que sempre reinou nesse assunto,

plica nenhuma doutrina monetária, êsse

motivada pelas divergências de opiniões

aviltamento da taxa cambial tem encon

e de idéias dos nossos estadistas, vaci

trado uma resistência assombrosa no po

lantes e contraditórios no terreno da

der aquisitivo interno da nossa moeda,

determinando um desvio permanente e

prática. Recapitula tôda essa confusão, desor

acentuado entre o seu valor interno e

dem e anarquia, vacilações e incoerên

o externo.

cias, antes e depois de sua gestão, o pri meiro ministro da Fazenda da Repúbli

E é devido a êsse fenômeno, pouco compreendido pelos economistas estran

geiros e ainda não devidamente interpre

tado pelos estudiosos dos nossos proble mas economico-financeiros, que eu de nominei, acima, de moeda resistente o nosso instrumento de troca.

De certo essa resistência se vem en

fraquecendo extraordinariamente nos úl timos tempos, principalmente após a instituição do cruzeiro.

Mas o objetivo deste estudo é a his tória do "mil-réis".

As desvalorizações da moeda brasileira

O padrão monetário do Brasil sempre foi meramente teórico.

pág. 123)

Assim, as diversas quebras do padrão monetário tiveram sempre como finali dade reconhecer uma situação de fato

e, salvo a Reforma Washington Luís, com uma certa técnica mas sem consis

tência em face das nossas condições eco

Econômico

litico.s ao governo para, no poder, rea

de contas formam o binômio económicofinanceiro do Brasil.

vida administrativa do país nesse setor importantíssimo. Por seu lado, as condições caracterisli. cas da economia brasileira de país es sencialmente fornecedor de produtos ti"0-

picais, na maior parte matérias-primas, e com uma agravante de uma acentua

gurança e acerto, depois de analisar a

da tendência para a monocultura do café, davam-lhe a feição de uma unida de comercial exportadora, como muito

ação de Rui Barbosa no campo das fi

bem o definiu Alberto Tòrres.

F. Normano, no seu li\ro "Evolução Econômica do Brasil", com muita se

Desta maneira, a "tesoura dos pre

nanças, assim se externa: "A sua ati

ços", sempre aberta em prejuízo dos

vidade no terreno especial da moeda foi Rui Barbosa começou

países agrícolas, como assinala Emst

com experiências, mas era bastante pe netrante para perceber logo o fracasso;

Wagemann, no seu livro "Estrutura c

introduziu mudanças e reparos, organi

389), deixava-nos à mercê das cotações

mais irritante.

Ritmo da Economia Mundial"' (pág.

impostas pelos grandes países indus

zou e reorganizou, criando conflitos en

tre as suas próprias idéias e princípios.

triais, consumidores dos nossos produ

Mas o pior de tudo é que ele introdu ziu um espírito de desassossêgo c incons-

tos de exportação. A desvalorização da moeda, nessas

tância. Êle batalhava contra as emis

condições, permitindo retirar das expor

sões de papel-moeda e o seu período foi

.j

dutores da nossa riqueza e os seus mer cados consumidores.

A nação e o povo ficavam a braços com uma dívida exterior acrescida, des

Ê.sse espírito de desassossêgo e in

de que as receitas arrecadadas em moe

constância sempre existiu no Brasil em matéria de finanças e de moeda.

da nacional, para a satisfação dos nossos compromissos externos, tinham de ser

E se revela pelas constantes e incom

convertidas em ouro ou nas divisas dos

pletas reformas financeiras e manetá-

países credores, cada vez mais valori

rias.

zadas.

Assim, emissões bancárias e pelo te

nômicas especiais, não obedeceram a uma diretriz segura em matéria mone

souro, regime de unidade e pluralidade de bancos emissores, idéias e opiniões

tária, sendo meros expedientes paliati vos, reveladores de uma grande confu-

pesas públicas, com que vinham os po-

tações preços mais elevados em moeda nacional, apenas serria em proveito dos e.xportadores, as mais das vêzes inter mediários — estrangeiros ou nacionais gananciosos — entre os verdadeiros pro

espírito de desassossêgo e inconstância.

Binômio económico-financeiro

deflacionistas e de contração das des

D^icits orçamentários e da balança

-I

133

lizar uma política de esbanjamentos, francamente inflacionista, caracterizam a

ca.

Quando se lhe increpar, diz Vieira de permanente emissão de papel-moeda; Souto, de ter adotado no pais o papel- pelejava por uma melhor organização inoeda, ele poderá responder: Non na- fiscal e só registrou contínuos déficits." . tiis eram. O Brasil livre, independente, (Ob. cit. págs. 233 e 167). , ainda não era nascido e onde não há não tem razão Normano quan liberdade não pode haver responsabili doApenas diz que Rui Barbosa introduziu lun dade. (O Papel-Moeda e o Cambio,

DtcKSTo

ECÜNüMICX)

Para o primeiro tivemos o remédio

inesgotável das emissões de papel-moe da e dos empréstimos internos, e para o segundo o expediente fácil dos em préstimos externos.

Chegoü-se ao escândalo estarrecedor dos fundings-loans, que não passam de novos empréstimos, destinados ao pa

gamento dos juros vencidos de emprés timos anteriores.

Dizia-se, e com razão, que o Império era o déficit.

República tem sido também o deficit.

Certo que o regime republicano in tegrou-nos definitivamente na comunhão continental, de que estivemos afas

tados por uma política impenahsrip ódios ódios ta, acirradora de

entre

os

\i-

zinhos.

Resolveu os nossos problemas de fron teira e de vizinhança com uma visão bem mais larga e mais humana, dentro dos preceitos do direito in ternacional.

E na vida nacional procurou uma

maior integração político-econômica com o alargamento das nossas fronteiras

internas pela penetração de estradas de ferro e rodovias, que foram levando o

progresso e a civilização aos mais afastados recantos da nossa hinterlândía.

E' verdade que muito temos ainda de fazer. Mas um confronto com o regi me passado de bonaoheirice e de titu-

beações entorpecedoras das energias na cionais, em que a figura excepcional mente dinâmica de I^eu Evangelista de Sousa tinha de, forçosamente, soçobrar, dá à República um saldo bastan te confortador.


Digesto

134

Mas, por um fenômeoo que não ex

são que sempre reinou nesse assunto,

plica nenhuma doutrina monetária, êsse

motivada pelas divergências de opiniões

aviltamento da taxa cambial tem encon

e de idéias dos nossos estadistas, vaci

trado uma resistência assombrosa no po

lantes e contraditórios no terreno da

der aquisitivo interno da nossa moeda,

determinando um desvio permanente e

prática. Recapitula tôda essa confusão, desor

acentuado entre o seu valor interno e

dem e anarquia, vacilações e incoerên

o externo.

cias, antes e depois de sua gestão, o pri meiro ministro da Fazenda da Repúbli

E é devido a êsse fenômeno, pouco compreendido pelos economistas estran

geiros e ainda não devidamente interpre

tado pelos estudiosos dos nossos proble mas economico-financeiros, que eu de nominei, acima, de moeda resistente o nosso instrumento de troca.

De certo essa resistência se vem en

fraquecendo extraordinariamente nos úl timos tempos, principalmente após a instituição do cruzeiro.

Mas o objetivo deste estudo é a his tória do "mil-réis".

As desvalorizações da moeda brasileira

O padrão monetário do Brasil sempre foi meramente teórico.

pág. 123)

Assim, as diversas quebras do padrão monetário tiveram sempre como finali dade reconhecer uma situação de fato

e, salvo a Reforma Washington Luís, com uma certa técnica mas sem consis

tência em face das nossas condições eco

Econômico

litico.s ao governo para, no poder, rea

de contas formam o binômio económicofinanceiro do Brasil.

vida administrativa do país nesse setor importantíssimo. Por seu lado, as condições caracterisli. cas da economia brasileira de país es sencialmente fornecedor de produtos ti"0-

picais, na maior parte matérias-primas, e com uma agravante de uma acentua

gurança e acerto, depois de analisar a

da tendência para a monocultura do café, davam-lhe a feição de uma unida de comercial exportadora, como muito

ação de Rui Barbosa no campo das fi

bem o definiu Alberto Tòrres.

F. Normano, no seu li\ro "Evolução Econômica do Brasil", com muita se

Desta maneira, a "tesoura dos pre

nanças, assim se externa: "A sua ati

ços", sempre aberta em prejuízo dos

vidade no terreno especial da moeda foi Rui Barbosa começou

países agrícolas, como assinala Emst

com experiências, mas era bastante pe netrante para perceber logo o fracasso;

Wagemann, no seu livro "Estrutura c

introduziu mudanças e reparos, organi

389), deixava-nos à mercê das cotações

mais irritante.

Ritmo da Economia Mundial"' (pág.

impostas pelos grandes países indus

zou e reorganizou, criando conflitos en

tre as suas próprias idéias e princípios.

triais, consumidores dos nossos produ

Mas o pior de tudo é que ele introdu ziu um espírito de desassossêgo c incons-

tos de exportação. A desvalorização da moeda, nessas

tância. Êle batalhava contra as emis

condições, permitindo retirar das expor

sões de papel-moeda e o seu período foi

.j

dutores da nossa riqueza e os seus mer cados consumidores.

A nação e o povo ficavam a braços com uma dívida exterior acrescida, des

Ê.sse espírito de desassossêgo e in

de que as receitas arrecadadas em moe

constância sempre existiu no Brasil em matéria de finanças e de moeda.

da nacional, para a satisfação dos nossos compromissos externos, tinham de ser

E se revela pelas constantes e incom

convertidas em ouro ou nas divisas dos

pletas reformas financeiras e manetá-

países credores, cada vez mais valori

rias.

zadas.

Assim, emissões bancárias e pelo te

nômicas especiais, não obedeceram a uma diretriz segura em matéria mone

souro, regime de unidade e pluralidade de bancos emissores, idéias e opiniões

tária, sendo meros expedientes paliati vos, reveladores de uma grande confu-

pesas públicas, com que vinham os po-

tações preços mais elevados em moeda nacional, apenas serria em proveito dos e.xportadores, as mais das vêzes inter mediários — estrangeiros ou nacionais gananciosos — entre os verdadeiros pro

espírito de desassossêgo e inconstância.

Binômio económico-financeiro

deflacionistas e de contração das des

D^icits orçamentários e da balança

-I

133

lizar uma política de esbanjamentos, francamente inflacionista, caracterizam a

ca.

Quando se lhe increpar, diz Vieira de permanente emissão de papel-moeda; Souto, de ter adotado no pais o papel- pelejava por uma melhor organização inoeda, ele poderá responder: Non na- fiscal e só registrou contínuos déficits." . tiis eram. O Brasil livre, independente, (Ob. cit. págs. 233 e 167). , ainda não era nascido e onde não há não tem razão Normano quan liberdade não pode haver responsabili doApenas diz que Rui Barbosa introduziu lun dade. (O Papel-Moeda e o Cambio,

DtcKSTo

ECÜNüMICX)

Para o primeiro tivemos o remédio

inesgotável das emissões de papel-moe da e dos empréstimos internos, e para o segundo o expediente fácil dos em préstimos externos.

Chegoü-se ao escândalo estarrecedor dos fundings-loans, que não passam de novos empréstimos, destinados ao pa

gamento dos juros vencidos de emprés timos anteriores.

Dizia-se, e com razão, que o Império era o déficit.

República tem sido também o deficit.

Certo que o regime republicano in tegrou-nos definitivamente na comunhão continental, de que estivemos afas

tados por uma política impenahsrip ódios ódios ta, acirradora de

entre

os

\i-

zinhos.

Resolveu os nossos problemas de fron teira e de vizinhança com uma visão bem mais larga e mais humana, dentro dos preceitos do direito in ternacional.

E na vida nacional procurou uma

maior integração político-econômica com o alargamento das nossas fronteiras

internas pela penetração de estradas de ferro e rodovias, que foram levando o

progresso e a civilização aos mais afastados recantos da nossa hinterlândía.

E' verdade que muito temos ainda de fazer. Mas um confronto com o regi me passado de bonaoheirice e de titu-

beações entorpecedoras das energias na cionais, em que a figura excepcional mente dinâmica de I^eu Evangelista de Sousa tinha de, forçosamente, soçobrar, dá à República um saldo bastan te confortador.


130

Dicesto

Empróstimoa públicos

Er.oNóxnco

Mas foi grande a fúria de esbanja mentos dos nossos homens públicos.

Decorrência inevitável do binômio

económico-fínanceíro — déficits orça^ mentários e da balança de contas — ti

vemos de seguir, como se viu, uma po lítica de empréstimos e de constantes emissões de papel-moeda.

De preferência a um novo gravame sôbre a fortuna privada, por meio de

Contraídos, de certo, para fins repro dutivos, eram os empréstimos desviados dos seus objetivos para gastos supérfluos numa dilapidação criminosa da riqueza nacional.

Foram, dessa maneira, operações dessastrosas e principais responsáveis pelo descalabro das nossas finanças.

existentes e, muitas vezes, simultâneamente com essas medidas, recorrem os

Estados aos empréstimos públicos para suprir deficiências orçamentárias.

A causa principal de não

visarem

mente,

ao

direta

na particular, deixando •de provocar os movi

mentos de indignação ocasionados por novos Além disso trazem a

vantagem de repartir os encargos das despe sas públicas com as gerações futuras, como assinalam os financis

tas, e de servir, quan do se trata de emprés timos externos, para o

restabelecimento do equilíbrio da ba

gladiaram.

torn7"agem. talvez pelos mesmos vapo res por |ue foram importados sena o Smulo Is disparates, disse Mauá, no Lu "empo, e, certamente, êsse drspara-

em

falência

A emissão de papelmoeda é uma pesada imposição ao povo, des de que não correspon da às necessidades da

produção e venha servir apenas para aliviar as dificuldades momentâ neas ou permanentes em que se encontrem

tes. Somente com referência ao proble ma da moeda é que chegou a haver um real conflito de opiniões, dividindo os estadistas do Império em papelistas e metalistas. (Ob. cit., pág. 165) Também na República, a não ser nos

últimos tempos em que novas questões

metalistas nem com os papelistas.

Importar metais para vê-los segmr,

te tivemos de presencar.

Por sua vez, os jactos de papel-moeda

lançados à circulação sem uiu órgão con

trolador do crédito e regtjladcr da moe

e novos problemas vieram agitar a opi nião do pais, ainda os sérios dissídios

da constrtuiram uma poliüca desastra da no Império e na Republica.

entre os homens públicos se têm limita

Tentativa de moeda conversível e o

do, quase sempre, ao terreno especial do nosso problema monetário, de certo com maior maleabilidade e transigência.

No entanto, como assinalou, no seu

t

"encilhamento"

]á nos últimos dias do Império houve a tentativa frustrada, do Visconde de Ouro Prêto, da circulação da moeda com

as finanças públicas. Nessas condições é

tempo, o Visconde de Mauá e conti

uma medida desastrosa

dias, ao papel-moeda se prende tôda a •vida econômica do país. Tem sido êle

base metálica.

o regulador da circulação de todos os

em sua obra "Bancos de Emissão, no

valores que representam a riqueza de

Brâsil": Ouro Prêto foi vítima da mes

nossa terra.

ma ilusão que, anos antes, empolgou o

lança de contas, uma das principais fi nalidades •visadas, entre nós, com essas operações.

ção com as reais necessidades dos meios

de pagamento, provoca uma verdadei ra reversão das riquezas particulares, determinando sempre a sua redução c criando um espírito de insegurança pe

cente desenvolvimento, não deixam, in-

la instabilidade dos câmbios e elevação

questionàvelmente, de produzir efeitos

desenfreada dos preços.

salutares à economia.

produtos, deixando-nos sujeitos às osci lações de sua própria economia. Metalistas e papelistas sempre se di-

pre uma questão de pessoas e não de princípios que caracterizava os gabine

porque aumentando éxtraordinàriamente a circulação monetária, em despropor

Se empregados para fins reproduti vos, principalmente em países do nosso tipo econômico e na sua fase de cres

promissos com os países credores que impõem sempre a cotação dos nossos

E na verdade, a solução do problema monetário no Brasil não está nem com os

Monetaire, pág. 27)

gravames.

fícios que os povos lhe devem por tò-

lação ao seu comércio interno, depen demos para a solvência dos nossas com

políticos do Império) pertenciam, ape sar das apaixonadas questões entre o governo e a oposição, era quase sem

utilizado. (La Reforme

'

a história está cheia dos grandes bene

Observa F. Normano que, não obstan

enquanto não a tiver ;

país e, como frisou Amaro Cavalcante,

matérias-primas e de cujo comércio ex terno, grandemente desenvohado em re

A criação da moeda, diz J. M. Keynes, foi sempre e é ainda a ultima ratio,

declarará

dos impostos, à fortu

mento fecundante na vida econômica do

especialíssimas de país fornecedor de

te os diferentes partidos a que êles (os

vernos, e nenhum se

contrário

para atender, realmente, às necessida des da produção nacional, é um ele

desconhecimento das nossas condições

Papel-nweda

o último recurso dos go

sua preferência é de

nado mas cumpre admitir a sua eficá cia até certo ponto. (Ob. cit., pág. 59) Quando emitido com moderação e

da parte.

novas tributações ou de aumento das

137

DrcF-sTo Econômico

Keynes diz que é um método conde-

nua da mesma maneira até os nossos

(O meio circulante no

Brasil, in Autobiografia, pág. 324)

Todo mal foi que dêle abu.samos des medidamente.

E os conflitos de opinião, que .susci tou, decorreram sempre da incompreen são da nossa realidade econômica, do

A êsse respeito disse Antônio Carlos

espírito de outro estadista notável, o Visconde de Itaboraí: a de ter como

duradoura e permanente a situação mo

netária que era instável e fugaz. Ban cos de emissão conversível são incompa tíveis com um regime de câmbios en-á-


130

Dicesto

Empróstimoa públicos

Er.oNóxnco

Mas foi grande a fúria de esbanja mentos dos nossos homens públicos.

Decorrência inevitável do binômio

económico-fínanceíro — déficits orça^ mentários e da balança de contas — ti

vemos de seguir, como se viu, uma po lítica de empréstimos e de constantes emissões de papel-moeda.

De preferência a um novo gravame sôbre a fortuna privada, por meio de

Contraídos, de certo, para fins repro dutivos, eram os empréstimos desviados dos seus objetivos para gastos supérfluos numa dilapidação criminosa da riqueza nacional.

Foram, dessa maneira, operações dessastrosas e principais responsáveis pelo descalabro das nossas finanças.

existentes e, muitas vezes, simultâneamente com essas medidas, recorrem os

Estados aos empréstimos públicos para suprir deficiências orçamentárias.

A causa principal de não

visarem

mente,

ao

direta

na particular, deixando •de provocar os movi

mentos de indignação ocasionados por novos Além disso trazem a

vantagem de repartir os encargos das despe sas públicas com as gerações futuras, como assinalam os financis

tas, e de servir, quan do se trata de emprés timos externos, para o

restabelecimento do equilíbrio da ba

gladiaram.

torn7"agem. talvez pelos mesmos vapo res por |ue foram importados sena o Smulo Is disparates, disse Mauá, no Lu "empo, e, certamente, êsse drspara-

em

falência

A emissão de papelmoeda é uma pesada imposição ao povo, des de que não correspon da às necessidades da

produção e venha servir apenas para aliviar as dificuldades momentâ neas ou permanentes em que se encontrem

tes. Somente com referência ao proble ma da moeda é que chegou a haver um real conflito de opiniões, dividindo os estadistas do Império em papelistas e metalistas. (Ob. cit., pág. 165) Também na República, a não ser nos

últimos tempos em que novas questões

metalistas nem com os papelistas.

Importar metais para vê-los segmr,

te tivemos de presencar.

Por sua vez, os jactos de papel-moeda

lançados à circulação sem uiu órgão con

trolador do crédito e regtjladcr da moe

e novos problemas vieram agitar a opi nião do pais, ainda os sérios dissídios

da constrtuiram uma poliüca desastra da no Império e na Republica.

entre os homens públicos se têm limita

Tentativa de moeda conversível e o

do, quase sempre, ao terreno especial do nosso problema monetário, de certo com maior maleabilidade e transigência.

No entanto, como assinalou, no seu

t

"encilhamento"

]á nos últimos dias do Império houve a tentativa frustrada, do Visconde de Ouro Prêto, da circulação da moeda com

as finanças públicas. Nessas condições é

tempo, o Visconde de Mauá e conti

uma medida desastrosa

dias, ao papel-moeda se prende tôda a •vida econômica do país. Tem sido êle

base metálica.

o regulador da circulação de todos os

em sua obra "Bancos de Emissão, no

valores que representam a riqueza de

Brâsil": Ouro Prêto foi vítima da mes

nossa terra.

ma ilusão que, anos antes, empolgou o

lança de contas, uma das principais fi nalidades •visadas, entre nós, com essas operações.

ção com as reais necessidades dos meios

de pagamento, provoca uma verdadei ra reversão das riquezas particulares, determinando sempre a sua redução c criando um espírito de insegurança pe

cente desenvolvimento, não deixam, in-

la instabilidade dos câmbios e elevação

questionàvelmente, de produzir efeitos

desenfreada dos preços.

salutares à economia.

produtos, deixando-nos sujeitos às osci lações de sua própria economia. Metalistas e papelistas sempre se di-

pre uma questão de pessoas e não de princípios que caracterizava os gabine

porque aumentando éxtraordinàriamente a circulação monetária, em despropor

Se empregados para fins reproduti vos, principalmente em países do nosso tipo econômico e na sua fase de cres

promissos com os países credores que impõem sempre a cotação dos nossos

E na verdade, a solução do problema monetário no Brasil não está nem com os

Monetaire, pág. 27)

gravames.

fícios que os povos lhe devem por tò-

lação ao seu comércio interno, depen demos para a solvência dos nossas com

políticos do Império) pertenciam, ape sar das apaixonadas questões entre o governo e a oposição, era quase sem

utilizado. (La Reforme

'

a história está cheia dos grandes bene

Observa F. Normano que, não obstan

enquanto não a tiver ;

país e, como frisou Amaro Cavalcante,

matérias-primas e de cujo comércio ex terno, grandemente desenvohado em re

A criação da moeda, diz J. M. Keynes, foi sempre e é ainda a ultima ratio,

declarará

dos impostos, à fortu

mento fecundante na vida econômica do

especialíssimas de país fornecedor de

te os diferentes partidos a que êles (os

vernos, e nenhum se

contrário

para atender, realmente, às necessida des da produção nacional, é um ele

desconhecimento das nossas condições

Papel-nweda

o último recurso dos go

sua preferência é de

nado mas cumpre admitir a sua eficá cia até certo ponto. (Ob. cit., pág. 59) Quando emitido com moderação e

da parte.

novas tributações ou de aumento das

137

DrcF-sTo Econômico

Keynes diz que é um método conde-

nua da mesma maneira até os nossos

(O meio circulante no

Brasil, in Autobiografia, pág. 324)

Todo mal foi que dêle abu.samos des medidamente.

E os conflitos de opinião, que .susci tou, decorreram sempre da incompreen são da nossa realidade econômica, do

A êsse respeito disse Antônio Carlos

espírito de outro estadista notável, o Visconde de Itaboraí: a de ter como

duradoura e permanente a situação mo

netária que era instável e fugaz. Ban cos de emissão conversível são incompa tíveis com um regime de câmbios en-á-


1S8

Digesto Econômico

ticos, só podendo medrar em ambiente \'iviftcado por fatôres econômicos e fi

nanceiros mais ou menos normais. (Ob. cit., pag. 2r8)

É que os nossos estadistas não que riam aceitar as lições, ainda hoje imperecíveis, do grande Visconde de Mauá, sobre o nosso meio circulante. Acresce ainda que a tentativa de Oiuro

Preto, senão pelas condições especiais da nossa economia, tinha de, forçosa mente, ser frustrada pelo regime ado tado, de pluraKdade de bancos emisso res, não obstante a criação do Banco Nacional do Brasil, com a finalidade de resgatar o papel-moeda do Estado.

No seu tempo já aparecem os pri meiros indícios da grande especulação que empolgou, mais tarde, a praça do Rio, "desfalecendo de todo em um di

lúvio de decepções". Após os primeiros tempos de incerte zas e desconfianças do novo regime, a política inflacionista do ministro da Fa

zenda do Governo Provisório, ampliada extraordinàriamente pelos seus sucesso res, propiciou, pelo dinheiro barato e

fácil, a retomada no jôgo da espe culação.

importantíssima das nossas finanças e da nossa moeda.

Sob três aspectos, em traços rápido.s. pode-se fazer um estudo do suas idéias e de sua ação.

Foi — e é isso que constitui o seu real valor — o restaurador das nossas finan ças.

No restabelecimento do equilíbrio or çamentário a sua ação foi enérgica, causticante, aumentando a receita e dimi

nuindo a despesa.

Não obstante, contraiu o empréstimo

tante de uma relação entre o valor da

ex*portação, expresso em esterlinos, e a quantidade de papel-moeda em circu lação.

Aumentando o valor da e.xportação ou diminuindo o meio circulante, i

cambial

tenderia

a

elevar-st.

como baixaria, na hipótese contrá E', como se vê, uma fórmula demasia damente simplista, por isso que abstrai

êxito que tivessem.

a situação cambial.

No campo especial da moeda foi um

partidário intransigente da teoria 'quanti tativa e, como conseqüência, um deflacionista inexorável.

O Brasil havia celebrado, nos últimos dias do govômo anterior, o acôrdo do

Vieira Souto considerou-a, com razão,

absurda, insubsistente e ridícula, desde que contempla apenas dois dos muitos fatôres que podem influir sobre o fenô meno que pretende traduzir. (Ob. cit., pág. 133)

primeiro funding-loan, pelo qual fica ríamos, por treze anos, desobrigados da

No campo pròpriamente da economia e das atividades particulares foi Joaquim

amortização da dívida externa e, por

Murtinho um liberal, adepto fervoroso

Importando a operação em £ .... 8.613.717, com que foi acrescida a

e intransigente do Jaissez-faire. Não quis nem mesmo intervir para anular ou diminuir a ação dos especula dores no mercado de câmbio, "conven

cido de que essa intervenção só poderia

avunentax os efeitos desastrosos da espe culação"

Não desconhecia a influência que

esses manejos exerciam sôbre a taxa cambial, cujas flutuações poderia ter evitado se não fôra a sua intransigente

política não-intervencionista. Mas intenár seria desconfiar, mesmo

transitòriamente, dos seus postulados

quantitativos que não impediram, en tretanto, como já fêz obser\'ar Vieira

Souto, que o nosso câmbio de 14 1/16 d caísse, em 1900, a 7 d., e de 13 13/32 d. em 1901, chegasse a 9 23/32

d., apesar das queimas de papel-moeda. O fanático fer%'or deflacionista e o

não haver organizado um apar^ho re gulador da moeda e do ^

tanto não poderiam eqüivaler os fundos de garantia e de resgate do no^o rne.o drou'ante, impediram de ter sido Joa-

qZ Mu'rtinho o que dêle pensam os seus mais entusiasmados admuradores um íirande financista.

Êle. na verdade, foi apenas um oti-

mo gestor dos negócios da Fazenda

bUca em um momento de ingentes difi culdades financeiras.

A sua gestão recapitula a dissociação entre a finança e a economia, sempre e.xistente no Brasil. A tendência de querermos resolver os

problemas financeiros sem a solução dos problemas econômicos.

nossa divida, esses milhões de esterli

nos, ao câmbio convencionado de 18 d.,

nuidade de outros. (Hist. Const. da Re

eqüivaliam a 115.000 contos de papel

pública, apud Antônio Carlos — ob. cit.,

que teriam de ser subtraídos, como fo ram, à massa dos instrumentos de troca,

Nem todos os estandes dos Estados representam realmente, na Exposição

tempo, era de 779.966 contos, de manei

internacional, as suas reais possibilidades. No caso, porém, do Amapá, despertam atenção as barras de estanho que ali estão expostas. Trata-se de produto de exce lente qualidade, de ^9,97 por cento de teor, e que bem demonstra o que existe

ra que uma subtração de mais de cem

por êsse Brasil afora sem conhecimento completo e sem aproveitamento condi

e incinerados.

Joaquim Murtinho encarna uma fase

Para êle a taxa combial era a resul

os vários outros fatôres que determinam

ding-loan.

Política financeira e monetária de Joaquim Murtinho

Murtinho foi, porém, inexorável.

ras, às quais cabia a responsabilidade de sua administração e, pois, do fracasso ou

levou o país.

pág. 240)

de crédito — o Banco da República — c de vários outros bancos.

ria.

três anos, dos juros respectivos, que se

Verdadeiras aventuras em que a audácia de uns sacrificou a inge

retando a falência do principal instituto

16.619.320, destinado à encampação de estradas de ferro arrendadas, com ga rantia de juros, a companhias estrangei

riam pagos em títulos do referido fun

época de jogatina nunca vista entre nós.

judicialíssimas à nossa economia, acar

taxa

encilhamento" foi uma fase de

Foi, no dizer de Felisbelo Freire, uma

nar uma deflação de conseqüências pre-

chamado "Rescission Bond", de £ ....

loucas aventuras a que o inflacionismo

O

139

DlCESTO EcoNÓNnco

A nossa circulação monetária, nesse

mil contos não podia deixar de determi-

zente.


1S8

Digesto Econômico

ticos, só podendo medrar em ambiente \'iviftcado por fatôres econômicos e fi

nanceiros mais ou menos normais. (Ob. cit., pag. 2r8)

É que os nossos estadistas não que riam aceitar as lições, ainda hoje imperecíveis, do grande Visconde de Mauá, sobre o nosso meio circulante. Acresce ainda que a tentativa de Oiuro

Preto, senão pelas condições especiais da nossa economia, tinha de, forçosa mente, ser frustrada pelo regime ado tado, de pluraKdade de bancos emisso res, não obstante a criação do Banco Nacional do Brasil, com a finalidade de resgatar o papel-moeda do Estado.

No seu tempo já aparecem os pri meiros indícios da grande especulação que empolgou, mais tarde, a praça do Rio, "desfalecendo de todo em um di

lúvio de decepções". Após os primeiros tempos de incerte zas e desconfianças do novo regime, a política inflacionista do ministro da Fa

zenda do Governo Provisório, ampliada extraordinàriamente pelos seus sucesso res, propiciou, pelo dinheiro barato e

fácil, a retomada no jôgo da espe culação.

importantíssima das nossas finanças e da nossa moeda.

Sob três aspectos, em traços rápido.s. pode-se fazer um estudo do suas idéias e de sua ação.

Foi — e é isso que constitui o seu real valor — o restaurador das nossas finan ças.

No restabelecimento do equilíbrio or çamentário a sua ação foi enérgica, causticante, aumentando a receita e dimi

nuindo a despesa.

Não obstante, contraiu o empréstimo

tante de uma relação entre o valor da

ex*portação, expresso em esterlinos, e a quantidade de papel-moeda em circu lação.

Aumentando o valor da e.xportação ou diminuindo o meio circulante, i

cambial

tenderia

a

elevar-st.

como baixaria, na hipótese contrá E', como se vê, uma fórmula demasia damente simplista, por isso que abstrai

êxito que tivessem.

a situação cambial.

No campo especial da moeda foi um

partidário intransigente da teoria 'quanti tativa e, como conseqüência, um deflacionista inexorável.

O Brasil havia celebrado, nos últimos dias do govômo anterior, o acôrdo do

Vieira Souto considerou-a, com razão,

absurda, insubsistente e ridícula, desde que contempla apenas dois dos muitos fatôres que podem influir sobre o fenô meno que pretende traduzir. (Ob. cit., pág. 133)

primeiro funding-loan, pelo qual fica ríamos, por treze anos, desobrigados da

No campo pròpriamente da economia e das atividades particulares foi Joaquim

amortização da dívida externa e, por

Murtinho um liberal, adepto fervoroso

Importando a operação em £ .... 8.613.717, com que foi acrescida a

e intransigente do Jaissez-faire. Não quis nem mesmo intervir para anular ou diminuir a ação dos especula dores no mercado de câmbio, "conven

cido de que essa intervenção só poderia

avunentax os efeitos desastrosos da espe culação"

Não desconhecia a influência que

esses manejos exerciam sôbre a taxa cambial, cujas flutuações poderia ter evitado se não fôra a sua intransigente

política não-intervencionista. Mas intenár seria desconfiar, mesmo

transitòriamente, dos seus postulados

quantitativos que não impediram, en tretanto, como já fêz obser\'ar Vieira

Souto, que o nosso câmbio de 14 1/16 d caísse, em 1900, a 7 d., e de 13 13/32 d. em 1901, chegasse a 9 23/32

d., apesar das queimas de papel-moeda. O fanático fer%'or deflacionista e o

não haver organizado um apar^ho re gulador da moeda e do ^

tanto não poderiam eqüivaler os fundos de garantia e de resgate do no^o rne.o drou'ante, impediram de ter sido Joa-

qZ Mu'rtinho o que dêle pensam os seus mais entusiasmados admuradores um íirande financista.

Êle. na verdade, foi apenas um oti-

mo gestor dos negócios da Fazenda

bUca em um momento de ingentes difi culdades financeiras.

A sua gestão recapitula a dissociação entre a finança e a economia, sempre e.xistente no Brasil. A tendência de querermos resolver os

problemas financeiros sem a solução dos problemas econômicos.

nossa divida, esses milhões de esterli

nos, ao câmbio convencionado de 18 d.,

nuidade de outros. (Hist. Const. da Re

eqüivaliam a 115.000 contos de papel

pública, apud Antônio Carlos — ob. cit.,

que teriam de ser subtraídos, como fo ram, à massa dos instrumentos de troca,

Nem todos os estandes dos Estados representam realmente, na Exposição

tempo, era de 779.966 contos, de manei

internacional, as suas reais possibilidades. No caso, porém, do Amapá, despertam atenção as barras de estanho que ali estão expostas. Trata-se de produto de exce lente qualidade, de ^9,97 por cento de teor, e que bem demonstra o que existe

ra que uma subtração de mais de cem

por êsse Brasil afora sem conhecimento completo e sem aproveitamento condi

e incinerados.

Joaquim Murtinho encarna uma fase

Para êle a taxa combial era a resul

os vários outros fatôres que determinam

ding-loan.

Política financeira e monetária de Joaquim Murtinho

Murtinho foi, porém, inexorável.

ras, às quais cabia a responsabilidade de sua administração e, pois, do fracasso ou

levou o país.

pág. 240)

de crédito — o Banco da República — c de vários outros bancos.

ria.

três anos, dos juros respectivos, que se

Verdadeiras aventuras em que a audácia de uns sacrificou a inge

retando a falência do principal instituto

16.619.320, destinado à encampação de estradas de ferro arrendadas, com ga rantia de juros, a companhias estrangei

riam pagos em títulos do referido fun

época de jogatina nunca vista entre nós.

judicialíssimas à nossa economia, acar

taxa

encilhamento" foi uma fase de

Foi, no dizer de Felisbelo Freire, uma

nar uma deflação de conseqüências pre-

chamado "Rescission Bond", de £ ....

loucas aventuras a que o inflacionismo

O

139

DlCESTO EcoNÓNnco

A nossa circulação monetária, nesse

mil contos não podia deixar de determi-

zente.


.141

Dicmto Econômico

panorama econômico em que se desen volveu o federalismo de base territorial.

Por outro lado, as crises da política Federalismo e Economia

internacional e, até certo ponto, o de

Afonso Ajonos de Melo Franco

tre Estados vieram sugerir novos pro

^^tmANTE a sua segunda convenção, a União Democrática Nacional consti tuiu uma comissão incumbida de rever

o propama de 1946, não só nos pontos

que ]á estivessem superados pelo adven to da Constituição, mas, também, na queles em que fôsse necessário adotar novas definições e atitudes.

Rz parte desta comissão e nela muito

se discutiu. Mas também conseguiu-se chegar, dentro dela, a certas posições de acôrdo geral, o que igualmente demons tra vitalidade democrática. Uma destas

posições foi a que diz respeito a um novo esfôrço partidário, em favor do federalismo.

Antes de entrarmos no exame mais

aproximado da orientação a que chega mos neste assunto, convém lembrar, des

de logo, a evolução profunda que vem sofrendo a idéia do federalismo, no direito e na política. Aqui, como em tudo o mais que diga respeito à vida do Esta

do, o conceito de liberdade (e a política não é mais do que a or ganização da liberdade), vai-se deslo

cando do plano estritamente político pa ra o econômico.

Antigamente o federalismo era a esco

la e a prática da liberdade política. A divisão dos poderes em círculos de com petência privativa, embora de raio di

ferente, tinha o escopo principal de evi tar a hipertrofia tirânica do poder cen tral do Estado, cuja concentração, desde

senvolvimento pacífico das relações en

blemas, desconhecidos dos convencio

a formação dêle na Idade Moderna, era uma reação natural, conseqüente à frag

nais de Filadélfia. Entre eles se destaca,

pela importância e dramáticas conse

mentação da autoridade e.xistente no

qüências, a formação de minorias raciais

feudalismo medieval.

e religiosas, devido à emigração ou aos azares das guerras. Tais minorias, com

uma espécie de feudalismo organizado, de feudalismo planejado e jurídico; não

seus estatutos especiais e as cautelas que

espontâneo e anárquico como o que a Europa antes conhecera.

exigidas dos governos centrais, corres pondem a outros tantos aspectos o

A sua base era essencialmente territo rial, segundo o modôlo dos Estados Uni

federalismo moderno, não territorial. O Brasil é um país pobre, desorgani

dos, país típico do federalismo político

zado, mal apai:elIiado tècnicamente. Sua

moderno, como demonstrou Wilson, no seu livro famoso e magistral.

independência econômica é muito mais

lima ficção que uma realidade, presos que nos achamos

O federalismo era, até certo ponto,

Mas o federalismo americano nasce ra para compor a aliança defensiva de

algumas pequenas comunidades agrícoIas, em fins do século XVIII. Pode-se

diz^ que não se colocava diante dêle

nenhum dos problemas que hoje arremetem e se chocam contra a es trutura do Estado.

Da produção agrícola passou o civihzação ocidental ao predomí

no tratamento dos seus assuntos são

triais,

Mas, por outro

nos Estados Unidos, tal conceito estava

estreitamente ligado à autonomia terri torial

Entre nós foi o que se conven

cionou chamar "política dos governado

res" que mais não era, afinal, que politica dos Estados, ou, com maior preci

I

são, dos grandes Estados. Á decadência dessa polítíca era me

vitável com o desenvolvimentp nacional da economia agro-industrial. jogo do poder aNodecadên cia se manifestou

pelos esforços em prol da criação de partidos nacionais,

des nações indus

principal

que viessem subs

mente os Estados Unidos. No entan

tituir

to, se observarmos

P. R., instrumen- '

diretamente a nos

sa situação verifi caremos que, den

nio da produção industrial. Das pequenas emprêsas mercantis às

blema federal já se apresenta com seus

de particulares só têm o nome e os lucros

tizada pela ditadura.

lado, o conceito político de Federação, de acôrdo com a e.xperiencia histórica brasileira, entrava já em declínio natu ralmente, desde antes de 1937 e, mesmo, desde antes de 1930. No Brasil, como

à órbita das gran

tro das fronteiras nacionais, o pro

formidáveis organizações modernas, que

à tendência centralizadora. Quero dizer

com isto que nos encontramos agora, (e esta foi a consideração predominante na comissão de programa da U.D.N.) diante de uma Federação política narco-

novos traços.

Para analisarmos com justeza a si

mas que no fundo detêm enormes par celas do poder público. Do transporte vagaroso e precário, assegurado por tra ção animal e navegação a vela, passou-

tuação brasileira toma-se necessário nao esquecer os elementos que lhe são pe culiares, e evitar aplicar totalmente ex

''

os

velhos

tos de dominação , do federalismo ter ritorial. E, no ter,

reno do direito pú blico, a manifestação mais clara se en

contra no próprio texto da Constituição. Como compatibilizar, com os princípios clássicos de federalismo territorial, uma

Constituição que incorpora importantes disposições referentes a regiões supra-

periências que nos são estranhas. Por

estatais (bacia do Amazonas, vale do

se ao gigantesco sistema exigido para o

exemplo, não podemos debcar de levar

S. Francisco, polígono das secas etc.), e

carregamento e a distribuição dos frutos

em consideração o longo período^ dita torial, que deu extraordinário estímulo,

que liquidou o princípio da proporcio nalidade eleitoral, em prejuízo dos Es

da produção industrial maciça. Isto veio modificar completamente o

enjbora até certo ponto artificialmente,

tados de maior população?


.141

Dicmto Econômico

panorama econômico em que se desen volveu o federalismo de base territorial.

Por outro lado, as crises da política Federalismo e Economia

internacional e, até certo ponto, o de

Afonso Ajonos de Melo Franco

tre Estados vieram sugerir novos pro

^^tmANTE a sua segunda convenção, a União Democrática Nacional consti tuiu uma comissão incumbida de rever

o propama de 1946, não só nos pontos

que ]á estivessem superados pelo adven to da Constituição, mas, também, na queles em que fôsse necessário adotar novas definições e atitudes.

Rz parte desta comissão e nela muito

se discutiu. Mas também conseguiu-se chegar, dentro dela, a certas posições de acôrdo geral, o que igualmente demons tra vitalidade democrática. Uma destas

posições foi a que diz respeito a um novo esfôrço partidário, em favor do federalismo.

Antes de entrarmos no exame mais

aproximado da orientação a que chega mos neste assunto, convém lembrar, des

de logo, a evolução profunda que vem sofrendo a idéia do federalismo, no direito e na política. Aqui, como em tudo o mais que diga respeito à vida do Esta

do, o conceito de liberdade (e a política não é mais do que a or ganização da liberdade), vai-se deslo

cando do plano estritamente político pa ra o econômico.

Antigamente o federalismo era a esco

la e a prática da liberdade política. A divisão dos poderes em círculos de com petência privativa, embora de raio di

ferente, tinha o escopo principal de evi tar a hipertrofia tirânica do poder cen tral do Estado, cuja concentração, desde

senvolvimento pacífico das relações en

blemas, desconhecidos dos convencio

a formação dêle na Idade Moderna, era uma reação natural, conseqüente à frag

nais de Filadélfia. Entre eles se destaca,

pela importância e dramáticas conse

mentação da autoridade e.xistente no

qüências, a formação de minorias raciais

feudalismo medieval.

e religiosas, devido à emigração ou aos azares das guerras. Tais minorias, com

uma espécie de feudalismo organizado, de feudalismo planejado e jurídico; não

seus estatutos especiais e as cautelas que

espontâneo e anárquico como o que a Europa antes conhecera.

exigidas dos governos centrais, corres pondem a outros tantos aspectos o

A sua base era essencialmente territo rial, segundo o modôlo dos Estados Uni

federalismo moderno, não territorial. O Brasil é um país pobre, desorgani

dos, país típico do federalismo político

zado, mal apai:elIiado tècnicamente. Sua

moderno, como demonstrou Wilson, no seu livro famoso e magistral.

independência econômica é muito mais

lima ficção que uma realidade, presos que nos achamos

O federalismo era, até certo ponto,

Mas o federalismo americano nasce ra para compor a aliança defensiva de

algumas pequenas comunidades agrícoIas, em fins do século XVIII. Pode-se

diz^ que não se colocava diante dêle

nenhum dos problemas que hoje arremetem e se chocam contra a es trutura do Estado.

Da produção agrícola passou o civihzação ocidental ao predomí

no tratamento dos seus assuntos são

triais,

Mas, por outro

nos Estados Unidos, tal conceito estava

estreitamente ligado à autonomia terri torial

Entre nós foi o que se conven

cionou chamar "política dos governado

res" que mais não era, afinal, que politica dos Estados, ou, com maior preci

I

são, dos grandes Estados. Á decadência dessa polítíca era me

vitável com o desenvolvimentp nacional da economia agro-industrial. jogo do poder aNodecadên cia se manifestou

pelos esforços em prol da criação de partidos nacionais,

des nações indus

principal

que viessem subs

mente os Estados Unidos. No entan

tituir

to, se observarmos

P. R., instrumen- '

diretamente a nos

sa situação verifi caremos que, den

nio da produção industrial. Das pequenas emprêsas mercantis às

blema federal já se apresenta com seus

de particulares só têm o nome e os lucros

tizada pela ditadura.

lado, o conceito político de Federação, de acôrdo com a e.xperiencia histórica brasileira, entrava já em declínio natu ralmente, desde antes de 1937 e, mesmo, desde antes de 1930. No Brasil, como

à órbita das gran

tro das fronteiras nacionais, o pro

formidáveis organizações modernas, que

à tendência centralizadora. Quero dizer

com isto que nos encontramos agora, (e esta foi a consideração predominante na comissão de programa da U.D.N.) diante de uma Federação política narco-

novos traços.

Para analisarmos com justeza a si

mas que no fundo detêm enormes par celas do poder público. Do transporte vagaroso e precário, assegurado por tra ção animal e navegação a vela, passou-

tuação brasileira toma-se necessário nao esquecer os elementos que lhe são pe culiares, e evitar aplicar totalmente ex

''

os

velhos

tos de dominação , do federalismo ter ritorial. E, no ter,

reno do direito pú blico, a manifestação mais clara se en

contra no próprio texto da Constituição. Como compatibilizar, com os princípios clássicos de federalismo territorial, uma

Constituição que incorpora importantes disposições referentes a regiões supra-

periências que nos são estranhas. Por

estatais (bacia do Amazonas, vale do

se ao gigantesco sistema exigido para o

exemplo, não podemos debcar de levar

S. Francisco, polígono das secas etc.), e

carregamento e a distribuição dos frutos

em consideração o longo período^ dita torial, que deu extraordinário estímulo,

que liquidou o princípio da proporcio nalidade eleitoral, em prejuízo dos Es

da produção industrial maciça. Isto veio modificar completamente o

enjbora até certo ponto artificialmente,

tados de maior população?


142

Dicesto Econômico

Os Estados principais, como S. Paulo

e Minas, se fazem representar agora no cenário da União por partidos que exce

dem as suas fronteiras e que agem em

nome de interêsses não estaduais. Ain

da se fala muito, na Câmara, em pau-

Ustas e mineiros, mas os acontecimen

tos provam que esta designação é muito

de^da à rotina. O que vemos, na ver

dade, é tal grupo paulista votando com tal grupo pernambucano ou capichaba, em contraste com outro grupo paulista

mas razões.

Enquanto isto, numa pro

liferação cancerosa, cresceram os palá

cios nas cidades, principalmente no Rio, e o dinheiro arrancado à produção do interior se consumiu nas

catedrais do

jogo ou na fumaça da vida faustosa das altas rodas.

Outro resultado da tendência ditato

rial de macaquear, ao mesmo tempo, o aparôlho totalitário fascista e o meca nismo

racionalizador

elementos de Minas, ou

■P Devemos, portanto, varrer da cabeça

do), foi a multiplicação das formas de

tendido pela geração dos nossos avós,

à margem da distribuição clássica dos

o pnncpio federativo tal como era en

intervenção do Poder Executivo central,

pela geração de Campos Sales ou Cesário

órgãos da soberania política. O Govêmo federal, hoje, em regime

na Constituinte de 1890, a tese da "so-

constitucional, legisla constantemente fo

Alvim. Quando Campos Sales defendia,

Govêmo Provisório aos interesses da

ra do Poder Legislativo, e julga sem parar fora do Poder Judiciário. Não podemos negar que isto_ é, dentro de certos limites, uma imposição da com plexa vida moderna sôbre o Estado, for

tico e territorial, defensor da Hberdade

çando-o a um intervencionismo e a uma

beraiua" dos Estados, quando Cesário Alvim condicionava tôda a sua ação no "pátria mineira", estavam agindo com a mentalidade típica do federalismo policivil.

Hoje devemos ter em vista os aspectos

o fracasso da centralização federal tra zida pela ditadura, foi um'fato indiscutí

regulamentar e administrativa inventada pela ditadura não tinJia outra finalidade senão esta, muito caudilhista, de con

dentro dos têrmos atuais e não dos

nómico. pouco me importando com os ! / aspectos sentimentais e políticos. i Veja-se o que restou da poderosa • economia paulista, depois da enxurrada

vados ao seu contrôle e ao doe homens

I

de interventores escravizados ao centro.

Ve/a-se, igualmente, a penúria, o des-

pios a que deve obedecer o federalismo

povoamento e o marasmo a que ficou

'

reduzida a economia mineira, pelas mes

se pode chamar a liberdade econômica, que é o estímulo à produção e à distri buição de mercadorias em melhores con

DO sobrecarregado aparelho do Estado brasileiro, representa sòmente instrumen

to de dominação de um grupo de pes

soas sôbre o povo e suprimir sem dó ne.m piedade êste odioso resquício da ditadura.

i

centrar cada vez maior soma de pode-

Quero

têrmos passados do problema.

dizer com isto que foi um fracasso eco-

ceiro 8 o desenvolvimento daquilo a que

encioso reconhecimento de tudo o que,

der de vista que muito da complicação

res entre as mãos do ditador, por meio

'

dos governos locais tendo em vista prin cipalmente o equilíbrio eccnómico-finan-

Finalmente, devemos fazer um consã-

rapidez de ação que nunca foram pre

sicas. Mas, também, não devemos per

vel. Urn fato evidente, porque visível

econômicas, freqüentemente supra-estatais. Devemos assegurar a autonon^

dições para o benefício da coletividade.

vistos pelos delineadores das teorias clás

vivos e não os mortos da questão. E

dentro de tal espírito, verificaremos que

,

canismo federal sôbre as suas causes

norte-americano,

(contradição absurda que marca, no entanto, a incongruente política do perío

do Ceará.

143

Dicesto Eco^•ó^uco

da sujeição de todos os interêsses pri que o cercavam.

Não há nada, portanto, de mais impor tante, do que uma revisão sensata, obje tiva e bem informada dos novos princí brasileiro.

Devemos esquecer os preconceitos territoriais dos Estados e articular o me-

n

n 7 -P

fírasüeiro aue mantém um navio por semana de Noua York paru o í/TM/7 niteka de 80% na carga transportada, admitindo-se que restrinja

TZml^T assinalaram grand^ baixas na carga transportada, já retiraram ou pensam retirar navws da linha do Brasil.


142

Dicesto Econômico

Os Estados principais, como S. Paulo

e Minas, se fazem representar agora no cenário da União por partidos que exce

dem as suas fronteiras e que agem em

nome de interêsses não estaduais. Ain

da se fala muito, na Câmara, em pau-

Ustas e mineiros, mas os acontecimen

tos provam que esta designação é muito

de^da à rotina. O que vemos, na ver

dade, é tal grupo paulista votando com tal grupo pernambucano ou capichaba, em contraste com outro grupo paulista

mas razões.

Enquanto isto, numa pro

liferação cancerosa, cresceram os palá

cios nas cidades, principalmente no Rio, e o dinheiro arrancado à produção do interior se consumiu nas

catedrais do

jogo ou na fumaça da vida faustosa das altas rodas.

Outro resultado da tendência ditato

rial de macaquear, ao mesmo tempo, o aparôlho totalitário fascista e o meca nismo

racionalizador

elementos de Minas, ou

■P Devemos, portanto, varrer da cabeça

do), foi a multiplicação das formas de

tendido pela geração dos nossos avós,

à margem da distribuição clássica dos

o pnncpio federativo tal como era en

intervenção do Poder Executivo central,

pela geração de Campos Sales ou Cesário

órgãos da soberania política. O Govêmo federal, hoje, em regime

na Constituinte de 1890, a tese da "so-

constitucional, legisla constantemente fo

Alvim. Quando Campos Sales defendia,

Govêmo Provisório aos interesses da

ra do Poder Legislativo, e julga sem parar fora do Poder Judiciário. Não podemos negar que isto_ é, dentro de certos limites, uma imposição da com plexa vida moderna sôbre o Estado, for

tico e territorial, defensor da Hberdade

çando-o a um intervencionismo e a uma

beraiua" dos Estados, quando Cesário Alvim condicionava tôda a sua ação no "pátria mineira", estavam agindo com a mentalidade típica do federalismo policivil.

Hoje devemos ter em vista os aspectos

o fracasso da centralização federal tra zida pela ditadura, foi um'fato indiscutí

regulamentar e administrativa inventada pela ditadura não tinJia outra finalidade senão esta, muito caudilhista, de con

dentro dos têrmos atuais e não dos

nómico. pouco me importando com os ! / aspectos sentimentais e políticos. i Veja-se o que restou da poderosa • economia paulista, depois da enxurrada

vados ao seu contrôle e ao doe homens

I

de interventores escravizados ao centro.

Ve/a-se, igualmente, a penúria, o des-

pios a que deve obedecer o federalismo

povoamento e o marasmo a que ficou

'

reduzida a economia mineira, pelas mes

se pode chamar a liberdade econômica, que é o estímulo à produção e à distri buição de mercadorias em melhores con

DO sobrecarregado aparelho do Estado brasileiro, representa sòmente instrumen

to de dominação de um grupo de pes

soas sôbre o povo e suprimir sem dó ne.m piedade êste odioso resquício da ditadura.

i

centrar cada vez maior soma de pode-

Quero

têrmos passados do problema.

dizer com isto que foi um fracasso eco-

ceiro 8 o desenvolvimento daquilo a que

encioso reconhecimento de tudo o que,

der de vista que muito da complicação

res entre as mãos do ditador, por meio

'

dos governos locais tendo em vista prin cipalmente o equilíbrio eccnómico-finan-

Finalmente, devemos fazer um consã-

rapidez de ação que nunca foram pre

sicas. Mas, também, não devemos per

vel. Urn fato evidente, porque visível

econômicas, freqüentemente supra-estatais. Devemos assegurar a autonon^

dições para o benefício da coletividade.

vistos pelos delineadores das teorias clás

vivos e não os mortos da questão. E

dentro de tal espírito, verificaremos que

,

canismo federal sôbre as suas causes

norte-americano,

(contradição absurda que marca, no entanto, a incongruente política do perío

do Ceará.

143

Dicesto Eco^•ó^uco

da sujeição de todos os interêsses pri que o cercavam.

Não há nada, portanto, de mais impor tante, do que uma revisão sensata, obje tiva e bem informada dos novos princí brasileiro.

Devemos esquecer os preconceitos territoriais dos Estados e articular o me-

n

n 7 -P

fírasüeiro aue mantém um navio por semana de Noua York paru o í/TM/7 niteka de 80% na carga transportada, admitindo-se que restrinja

TZml^T assinalaram grand^ baixas na carga transportada, já retiraram ou pensam retirar navws da linha do Brasil.


Dicestc) EcoNÓNrico

A carestiá da mão-de-obra nos inícios do F'íícn 'o XVIÍI José HoNónio RoonicuBs

(Diretor da seção de "Obras Raras" da Biblioteca Nacional Instituto Rio Branco, do Itamarati)

enfermos do mesmo mal, não tomam remédio nem admitem corretivo". E

guiu.

dizia mais adiante que o Bra,sil se acha

do Brasil, é mais afída^gada do que se

va ainda na inocência ou ignorância das

possa imaginar. Muitos viveram à custa do trabalho escravo, empregado em obras públicas ou particulares. Só nas minas se ocupavam mais de

leis suntuárias, "porque não havia no e Professor do

145

tícia ou obser\'ãncia delas, regulandose cada um pelo seu apetite, vestindose sem diferença alguma no modo e

A gente do Brasil, já o notara

Brandônio, nos Diálogos das Grandezas

150.000 negros escravos. A necessidade

descobertas das minas, que domi-

para a fábrica dos engenhos, cultura de

«j ponto de vista econômico, WTTT ^ do asséculo XVIII, revolucionammetade no Brasil for

tabacos e trabalho nas minas, porque o maior interesse que nôles têm os par

mas sociais e estáveis. A prosperidade

ticulares faz e.xtrair para as mesmas

Por volta de 1728 ou 1729 fora intro duzida a nova moda das cadeiras guar-

econômica foge das mãos dos senhores

minas os negros que haviam de servir

necidas ..de ouro e sêdas, e. segundo o

nas fabricas dos engenhos e dos ta

niesmo parecer, as pessoas de condição

bacos".

inferior começaram a incitar as classes

e os poucos barcos que continuavam no

dominantes, fazendo-se aos pouco.s, mas cada vez mais, excessivas despesas com

paço tão insuficiente que a maior par

de engenho, deslocando-se para o cen tro e o sul do país. A agricultura defi nha e debate-se, entre outras dificulda des, numa grave crise de mão-de-obra.

Os documentos e a rica legislação da época nos mostram o abandono em que ficaram os engenhos, a lavoura desam-

' ''"'da. os senhores de engenho endivi dados e o pouco açúcar produzido sem

saída no Reino, a tal ponto que houve momentos em que o açúcar estrangeiro

deu entrada na Metrópole. A falta de escravaría era incrível e os preços dos

homens pretos subiram tanto que os se

nhores de engenho e lavradores de ca na, tabaco e mandioca encontravam sérios obstáculos para contínuar suas lavouras.

Em 19 de junho de 1706, o Governa dor D. Rodrigo da Costa escreveu ao Rei uma carta sôbre a situação ruinosa

do Brasil que impressionou profunda mente o Conselho Ultramarino; êste em

1.° de setembro de mesmo ano, concor

dava "em que todo o dano que pade ce o Brasil e que com o tempo pode crescer, como vai mostrando a expe riência, procede da falta de negros, e

de não bastarem os (jue se introduzam

A manifesta decadência do comércio

mercantil, a sensível falta de dinheiro e, em conseqüência, a indigência e misé

no excesso do imcderado luxo, nos tra-

ies e adornos de ouro, prata e sedas".

o fornecimento, sustento e ves- .

ria popular, tornavam o Estado do Bra

tuário dos escravos ocupados em

sil ruinoso desde os fins do século

seu fabrico.

XVII.

Num parecer em que propunha oi meios mais convenientes para suspen

der a ruína dos três principais gêneros

Numa sociedade de base ru

ral. que padecia quase tôdas as indiscrições da necessidade e vivia no mais calamitoso esta

baco e a solha, datado de de 12 de fe

do de pobreza, por falta de capitais e abatimento dos produtos, não se mo

vereiro de 1738, Venceslau Pereira da

derava o luxo e, por isso mesmo, cres

do comércio Brasil, o açúcar, o ta nercin do <ln "Rmcíl Silva dizia ser notório a todos os mo radores da Bahia de São Salvador e

seu recôncavo o calamitoso e deplorá

ciam os empenhes e dívidas que não se pagavam, quebravam e fugiam os falidos, cometiam-se usurpações, roubos

vel estado em que se achavam os se nhores de engenho e os lavradores do

e latrocínios.

país que, dizia, "são os nervos do cor

reira da Silva atacava e considerava co

po político e civil". Nessa poça, que pode ser considerada como um dos melhores documentos sòbre a nossa si

O que, na verdade, Vènceslau Pe rno luxo, ofensivo aos interêsses da agri cultura, era a utilização de grande nu mero de escravos no.s serviços domésti

deles 6 a riqueza fácil faziam elewir o .seu preço, tanto mais que o comércio negreiro não aumentava em proporção

às e.xigências da nova situação econô mica. Por falta de embarcações, o co

mércio da Costa da Mina decre.cera, tráfico faziam-no tão mal e com es te da carga se perdia. EJram utilizados nas trocas

dos negros escravos da Ango la e Costa da Mina tabaco e cachaça, e por isso esses pro

dutos do Brasil eram tao in

dispensáveis para o resgate de

negros quanto os mesmos negros eram,

precisos para a conservação da Amé

rica Portuguesa.

Os holandeses da Companhia das ín dias Ocidentais, • por exemplo, domina vam a maior parte da Costa da Mina e em troca de negros escravos forneciam aos negros senhores gêneros e drogas, e depois revendiam os escravos aos por tugueses a trôco do nosso ouro. Muitas vêzes ia parar às mãos dos negros da Costa, através das embarcações negrei-

ras, que o carregavam clara, ou oculta mente, o ouro que aqui se extraía e

tuação econômica na primeira metade

cos. Parecia ao governo, na grave emer

do século XVIII, êle declara que mal não menos sensível era o luxo, que

colônia, uma ostentação da classe ocio

eles o trocavam com os holandeses. Pa

sa ocupar inúmeros escravos que pode riam servir a agricultura. Diga-se, aliás,

der a ruína que ameaçava a fábrica do

cruelmente infeccionava, destruía e con sumia os moradores mal morigerados.

Todos sentem, todos se queixam, • to dos se lamentam perdidos; mas, sempr»

gência que atravessava a economia da

ra suprir a falta de escravos e suspen

d© passagem, que a classe ociosa no

açúcar, a lavoura e as minas, Vences

Brâsil foi enorme e que, tendo nascido

lau Pereira da Silva propunha a forma ção de uma Companhia de Comércio

com a colônia, até boje não se extin


Dicestc) EcoNÓNrico

A carestiá da mão-de-obra nos inícios do F'íícn 'o XVIÍI José HoNónio RoonicuBs

(Diretor da seção de "Obras Raras" da Biblioteca Nacional Instituto Rio Branco, do Itamarati)

enfermos do mesmo mal, não tomam remédio nem admitem corretivo". E

guiu.

dizia mais adiante que o Bra,sil se acha

do Brasil, é mais afída^gada do que se

va ainda na inocência ou ignorância das

possa imaginar. Muitos viveram à custa do trabalho escravo, empregado em obras públicas ou particulares. Só nas minas se ocupavam mais de

leis suntuárias, "porque não havia no e Professor do

145

tícia ou obser\'ãncia delas, regulandose cada um pelo seu apetite, vestindose sem diferença alguma no modo e

A gente do Brasil, já o notara

Brandônio, nos Diálogos das Grandezas

150.000 negros escravos. A necessidade

descobertas das minas, que domi-

para a fábrica dos engenhos, cultura de

«j ponto de vista econômico, WTTT ^ do asséculo XVIII, revolucionammetade no Brasil for

tabacos e trabalho nas minas, porque o maior interesse que nôles têm os par

mas sociais e estáveis. A prosperidade

ticulares faz e.xtrair para as mesmas

Por volta de 1728 ou 1729 fora intro duzida a nova moda das cadeiras guar-

econômica foge das mãos dos senhores

minas os negros que haviam de servir

necidas ..de ouro e sêdas, e. segundo o

nas fabricas dos engenhos e dos ta

niesmo parecer, as pessoas de condição

bacos".

inferior começaram a incitar as classes

e os poucos barcos que continuavam no

dominantes, fazendo-se aos pouco.s, mas cada vez mais, excessivas despesas com

paço tão insuficiente que a maior par

de engenho, deslocando-se para o cen tro e o sul do país. A agricultura defi nha e debate-se, entre outras dificulda des, numa grave crise de mão-de-obra.

Os documentos e a rica legislação da época nos mostram o abandono em que ficaram os engenhos, a lavoura desam-

' ''"'da. os senhores de engenho endivi dados e o pouco açúcar produzido sem

saída no Reino, a tal ponto que houve momentos em que o açúcar estrangeiro

deu entrada na Metrópole. A falta de escravaría era incrível e os preços dos

homens pretos subiram tanto que os se

nhores de engenho e lavradores de ca na, tabaco e mandioca encontravam sérios obstáculos para contínuar suas lavouras.

Em 19 de junho de 1706, o Governa dor D. Rodrigo da Costa escreveu ao Rei uma carta sôbre a situação ruinosa

do Brasil que impressionou profunda mente o Conselho Ultramarino; êste em

1.° de setembro de mesmo ano, concor

dava "em que todo o dano que pade ce o Brasil e que com o tempo pode crescer, como vai mostrando a expe riência, procede da falta de negros, e

de não bastarem os (jue se introduzam

A manifesta decadência do comércio

mercantil, a sensível falta de dinheiro e, em conseqüência, a indigência e misé

no excesso do imcderado luxo, nos tra-

ies e adornos de ouro, prata e sedas".

o fornecimento, sustento e ves- .

ria popular, tornavam o Estado do Bra

tuário dos escravos ocupados em

sil ruinoso desde os fins do século

seu fabrico.

XVII.

Num parecer em que propunha oi meios mais convenientes para suspen

der a ruína dos três principais gêneros

Numa sociedade de base ru

ral. que padecia quase tôdas as indiscrições da necessidade e vivia no mais calamitoso esta

baco e a solha, datado de de 12 de fe

do de pobreza, por falta de capitais e abatimento dos produtos, não se mo

vereiro de 1738, Venceslau Pereira da

derava o luxo e, por isso mesmo, cres

do comércio Brasil, o açúcar, o ta nercin do <ln "Rmcíl Silva dizia ser notório a todos os mo radores da Bahia de São Salvador e

seu recôncavo o calamitoso e deplorá

ciam os empenhes e dívidas que não se pagavam, quebravam e fugiam os falidos, cometiam-se usurpações, roubos

vel estado em que se achavam os se nhores de engenho e os lavradores do

e latrocínios.

país que, dizia, "são os nervos do cor

reira da Silva atacava e considerava co

po político e civil". Nessa poça, que pode ser considerada como um dos melhores documentos sòbre a nossa si

O que, na verdade, Vènceslau Pe rno luxo, ofensivo aos interêsses da agri cultura, era a utilização de grande nu mero de escravos no.s serviços domésti

deles 6 a riqueza fácil faziam elewir o .seu preço, tanto mais que o comércio negreiro não aumentava em proporção

às e.xigências da nova situação econô mica. Por falta de embarcações, o co

mércio da Costa da Mina decre.cera, tráfico faziam-no tão mal e com es te da carga se perdia. EJram utilizados nas trocas

dos negros escravos da Ango la e Costa da Mina tabaco e cachaça, e por isso esses pro

dutos do Brasil eram tao in

dispensáveis para o resgate de

negros quanto os mesmos negros eram,

precisos para a conservação da Amé

rica Portuguesa.

Os holandeses da Companhia das ín dias Ocidentais, • por exemplo, domina vam a maior parte da Costa da Mina e em troca de negros escravos forneciam aos negros senhores gêneros e drogas, e depois revendiam os escravos aos por tugueses a trôco do nosso ouro. Muitas vêzes ia parar às mãos dos negros da Costa, através das embarcações negrei-

ras, que o carregavam clara, ou oculta mente, o ouro que aqui se extraía e

tuação econômica na primeira metade

cos. Parecia ao governo, na grave emer

do século XVIII, êle declara que mal não menos sensível era o luxo, que

colônia, uma ostentação da classe ocio

eles o trocavam com os holandeses. Pa

sa ocupar inúmeros escravos que pode riam servir a agricultura. Diga-se, aliás,

der a ruína que ameaçava a fábrica do

cruelmente infeccionava, destruía e con sumia os moradores mal morigerados.

Todos sentem, todos se queixam, • to dos se lamentam perdidos; mas, sempr»

gência que atravessava a economia da

ra suprir a falta de escravos e suspen

d© passagem, que a classe ociosa no

açúcar, a lavoura e as minas, Vences

Brâsil foi enorme e que, tendo nascido

lau Pereira da Silva propunha a forma ção de uma Companhia de Comércio

com a colônia, até boje não se extin


•-n

I -í j

Dicesto

146

que, à semelhança da Companhia Ge

queixavam os senhores de engonlio e

ral de 1649, restaurasse o comércio, sal

lavradores de cana.

vasse as frotas e suprisse as necessida des da colônia.

Numa instrução para o Marquês de Valença, governador da Capitania da

trabando das riquezas ininerais provo caram várias providências por parte da Metrópole. Assim ó que, pelo Alvará Rógio de 20 de janeiro de 1704, se de

nifestava o temor de que o comércio

terminava que dos negros que anual mente viessem de Angola para a Capi

brasileiros, particularmente dos habi tantes da Bahia e de Pernambuco, aos

tania do Rio de Janeiro duzentos fôssem vendidos aos paulistas polo mesmo

quais fôra concedida ampla liberdade de navegação nos portos daquele con

rava-se suprir de braços o mercado pau

tinente.

preço dos escravos da terra.

Procu

Econó.mico

147

gando à Capitania do Rio de Janeiro

pois eram obrigados a comprar de ou tros re\'cndedores, e que .se assim não

os mil escravos que conduzia cm seus

fôsse o negócio das minas pararia e,

regia de 9 desse mês c ano que, che

O abandono das fazendas c o con

Balüa, Martínho de Melo e Castro ma da Costa de África caísse em mãos dos

Dioesto

Eíconómico

1

navios a Companhia da Guiné, fôssem

conseqüentemente, teria Sua Majestade

primeiro oferecidos aos senhores de en genho os negros que precisamente lhes fossem necessários para a cultura de

diminuição em seus reais quintos.

suas fazendas e fábricas dos engenhos;

tidos pelos senhores de engenho e as mais pessoas que deles houvessem mis

êste apelo e reafirmou a quota de du zentos negros, "sem embargo de con fessarem os paulistas grande detrimen

ter, "ficando sempre no nosso arbítrio", dizia a carta régia, "a justa necessida

ra as minas, o haverem de ir tão pou cos".

ôstes deveriam ser aí deixados e repar

lista sem dcsfalecer os necessários ás

de dos moradores desta capitania e a

Bahia e de Pernambuco, possuindo o ta baco, a cachaça e o açúcar, gêneros pró

capitanias agrícolas.

que tiverem destes negros as minas de

prios para o comércio da Costa de Áfri

curava-se evitar a migração forçada dos

ca, não tiveram dificuldade em assenho-

escravos para as minas, e já em 1701 as comunicações pelo sertão, entre a

E, realmente, os colonos da

rear-se dêle, excluindo os portuguêses. Na mesma instrução, Mar-

Aliás, desde o raiar do século pro

São

Paulo".

Continuava a preferência dada aos se nhores de engenho, mas não se limita va, então, o número de negros que po

Bahia e Pernambuco, com

deriam ser vendidos às minas;

tinho de Melo e Castro acu

as minas de São Paulo eram

antes dava-se livre direito aos

sava os baianos e pernam bucanos de terem estabe

proibidas. Recomendava-se aos cabos do sertão que im

da Companhia de vender, re

lecido naquela Costa dois

pedissem com toda vigilância

meter e levar para São Pau

ramos de comércio: um líci

qualquer infração e que evi

lo todos os que sobrassem.

to, legal e útil, que era o

tassem que passassem pelo

resgate de negros; outro ile

interior, seguindo os rotei

gal, pernicioso e proibido, que era a introdução, no Brasil, de fazendas es trangeiras, trocadas especialmente com os holandeses, na Costa de África, pe lo tabaco brasileiro.

E na verdade, ainda,• poucos dos es cravos introduzidos nos portos da Bahia 6 de Pernambuco iam entregar-se à faina agrícola; a procura destes nas mi

nas era tão grande e o preço que aí pagavam tão elevado que a maior par te era revendida aos mineiros.

Assim, o próprio contrôle do comér

ros da época, os negros escravos, ven cendo as 60 léguas de linlia reta ou as 112 léguas de linha tortuosa que se

Convencido dos males que poderiam resultar do abandono da lavoura e fá brica do açúcar, o Rei não cedeu a

mestres de navios e comissários

Aos

senhores

de

engenho

proibia-se a revenda, a fim de evitar que os mesmos procurassem comprar es

to, assim para os moradores como pa

A sedução exercida pelas Minas Ge rais era tão grande que para lá cor riam oficiais de variados ofícios do en

genho. Para remediar tal situação - no fundo o governo esteve sempre conven cido de que era preciso e\atar a decadência açucareira _ determinou a carta régia de 7 de maio de 1703 que não

se desse licença a qualquer oficial mecânico, especialmen te ourives ou oficiais de enge

nho, para passar às minas. Sem os escravos não se poderia re

cravos não por necessidade de braços

solver o problema da'decadência agrí

mas com o fito de lucro.

cola. O governador D. Rodrigo da Gosta, escrevendo a El-Rei, assim se expressava: "A V. M. é presente, e

Aos poucos iam os paulistas repre

paravam a cidade da Bahia das Minas do Rio das Contas. Sabemos, contudo,

sentando ao Rei e ao governo, procuran

que tal vigilância era burlada e que a

do obter maior número de escravos pa

a todos geralmente notório, que sem

migração continuava.

ra as suas minas. A carta régia de 17

escravos que vêm de Angola e Costa

A finalidade de tais providências era impedir que os senhores de engenho e lavradores de cana se vissem privados de braços. Mas estes, em precária si tuação, não podiam comprar a maior

de março de 1702 parecia uma pro

da Mina se não pode fabricar no Es

messa de aumento. Conseguiram de D. Álvaro da Silva e Albuquerque que in

tado do Brasil nenhuma sorte de" la

tercedesse junto ao Rei para que a lei de 20 de janeiro de 1701 fôsse substítuída, permitindo-se a elevação do nu mero de escravos que davam entrada

verdadeiros e únicos agricultores delas,

parte dos escravos importados. Em de

cio escravagista feito pelos negociantes

zembro de 1701, atendendo aos inte

baianos e pèrnambucanos não contri buía para aliviar a falta de braços e baixar o seu preço, de que tanto se

dos mineiros, procurava-se uma solu

resses das companhias escravagistas e ção conciliatória.

Determinava a carta

em São Paulo legalmente. Não era pos

voura, por serem os ditos escravos os

e não haverá quem naquele Estado afir me o contrário, nem duvide o que di go".

sível, dizia, que fôssem os paulistas re-

Dôsso modo continuou a difícil situa

duzid ys à quota de duzentos negros,

ção, sem que um remédio pudesse ata-


•-n

I -í j

Dicesto

146

que, à semelhança da Companhia Ge

queixavam os senhores de engonlio e

ral de 1649, restaurasse o comércio, sal

lavradores de cana.

vasse as frotas e suprisse as necessida des da colônia.

Numa instrução para o Marquês de Valença, governador da Capitania da

trabando das riquezas ininerais provo caram várias providências por parte da Metrópole. Assim ó que, pelo Alvará Rógio de 20 de janeiro de 1704, se de

nifestava o temor de que o comércio

terminava que dos negros que anual mente viessem de Angola para a Capi

brasileiros, particularmente dos habi tantes da Bahia e de Pernambuco, aos

tania do Rio de Janeiro duzentos fôssem vendidos aos paulistas polo mesmo

quais fôra concedida ampla liberdade de navegação nos portos daquele con

rava-se suprir de braços o mercado pau

tinente.

preço dos escravos da terra.

Procu

Econó.mico

147

gando à Capitania do Rio de Janeiro

pois eram obrigados a comprar de ou tros re\'cndedores, e que .se assim não

os mil escravos que conduzia cm seus

fôsse o negócio das minas pararia e,

regia de 9 desse mês c ano que, che

O abandono das fazendas c o con

Balüa, Martínho de Melo e Castro ma da Costa de África caísse em mãos dos

Dioesto

Eíconómico

1

navios a Companhia da Guiné, fôssem

conseqüentemente, teria Sua Majestade

primeiro oferecidos aos senhores de en genho os negros que precisamente lhes fossem necessários para a cultura de

diminuição em seus reais quintos.

suas fazendas e fábricas dos engenhos;

tidos pelos senhores de engenho e as mais pessoas que deles houvessem mis

êste apelo e reafirmou a quota de du zentos negros, "sem embargo de con fessarem os paulistas grande detrimen

ter, "ficando sempre no nosso arbítrio", dizia a carta régia, "a justa necessida

ra as minas, o haverem de ir tão pou cos".

ôstes deveriam ser aí deixados e repar

lista sem dcsfalecer os necessários ás

de dos moradores desta capitania e a

Bahia e de Pernambuco, possuindo o ta baco, a cachaça e o açúcar, gêneros pró

capitanias agrícolas.

que tiverem destes negros as minas de

prios para o comércio da Costa de Áfri

curava-se evitar a migração forçada dos

ca, não tiveram dificuldade em assenho-

escravos para as minas, e já em 1701 as comunicações pelo sertão, entre a

E, realmente, os colonos da

rear-se dêle, excluindo os portuguêses. Na mesma instrução, Mar-

Aliás, desde o raiar do século pro

São

Paulo".

Continuava a preferência dada aos se nhores de engenho, mas não se limita va, então, o número de negros que po

Bahia e Pernambuco, com

deriam ser vendidos às minas;

tinho de Melo e Castro acu

as minas de São Paulo eram

antes dava-se livre direito aos

sava os baianos e pernam bucanos de terem estabe

proibidas. Recomendava-se aos cabos do sertão que im

da Companhia de vender, re

lecido naquela Costa dois

pedissem com toda vigilância

meter e levar para São Pau

ramos de comércio: um líci

qualquer infração e que evi

lo todos os que sobrassem.

to, legal e útil, que era o

tassem que passassem pelo

resgate de negros; outro ile

interior, seguindo os rotei

gal, pernicioso e proibido, que era a introdução, no Brasil, de fazendas es trangeiras, trocadas especialmente com os holandeses, na Costa de África, pe lo tabaco brasileiro.

E na verdade, ainda,• poucos dos es cravos introduzidos nos portos da Bahia 6 de Pernambuco iam entregar-se à faina agrícola; a procura destes nas mi

nas era tão grande e o preço que aí pagavam tão elevado que a maior par te era revendida aos mineiros.

Assim, o próprio contrôle do comér

ros da época, os negros escravos, ven cendo as 60 léguas de linlia reta ou as 112 léguas de linha tortuosa que se

Convencido dos males que poderiam resultar do abandono da lavoura e fá brica do açúcar, o Rei não cedeu a

mestres de navios e comissários

Aos

senhores

de

engenho

proibia-se a revenda, a fim de evitar que os mesmos procurassem comprar es

to, assim para os moradores como pa

A sedução exercida pelas Minas Ge rais era tão grande que para lá cor riam oficiais de variados ofícios do en

genho. Para remediar tal situação - no fundo o governo esteve sempre conven cido de que era preciso e\atar a decadência açucareira _ determinou a carta régia de 7 de maio de 1703 que não

se desse licença a qualquer oficial mecânico, especialmen te ourives ou oficiais de enge

nho, para passar às minas. Sem os escravos não se poderia re

cravos não por necessidade de braços

solver o problema da'decadência agrí

mas com o fito de lucro.

cola. O governador D. Rodrigo da Gosta, escrevendo a El-Rei, assim se expressava: "A V. M. é presente, e

Aos poucos iam os paulistas repre

paravam a cidade da Bahia das Minas do Rio das Contas. Sabemos, contudo,

sentando ao Rei e ao governo, procuran

que tal vigilância era burlada e que a

do obter maior número de escravos pa

a todos geralmente notório, que sem

migração continuava.

ra as suas minas. A carta régia de 17

escravos que vêm de Angola e Costa

A finalidade de tais providências era impedir que os senhores de engenho e lavradores de cana se vissem privados de braços. Mas estes, em precária si tuação, não podiam comprar a maior

de março de 1702 parecia uma pro

da Mina se não pode fabricar no Es

messa de aumento. Conseguiram de D. Álvaro da Silva e Albuquerque que in

tado do Brasil nenhuma sorte de" la

tercedesse junto ao Rei para que a lei de 20 de janeiro de 1701 fôsse substítuída, permitindo-se a elevação do nu mero de escravos que davam entrada

verdadeiros e únicos agricultores delas,

parte dos escravos importados. Em de

cio escravagista feito pelos negociantes

zembro de 1701, atendendo aos inte

baianos e pèrnambucanos não contri buía para aliviar a falta de braços e baixar o seu preço, de que tanto se

dos mineiros, procurava-se uma solu

resses das companhias escravagistas e ção conciliatória.

Determinava a carta

em São Paulo legalmente. Não era pos

voura, por serem os ditos escravos os

e não haverá quem naquele Estado afir me o contrário, nem duvide o que di go".

sível, dizia, que fôssem os paulistas re-

Dôsso modo continuou a difícil situa

duzid ys à quota de duzentos negros,

ção, sem que um remédio pudesse ata-


'V- '

Dicksto

148

Econômico

lhar de pronto a ruína da lavoura. Pa

pela carta régia de 10 de dezembro d«

ra suprir a falta de gente que havia no

1704 se declararam isentos de assenta

Terço do Presídio, o Governador obri

mento nas tropas pagas todos os ofi ciais que trabalhassem nos engenhos. O governo metropolitano ia, assim, usan do de todos os meios para evitar a pa ralisação do trabalho agrícola.

gara os oficiais de engenho, como car

pinteiros, ferreiros, mestres, banqueiros e feitores a assentar praça. Reclamou a Câmara do Río contra tal medida e

FILÓSOFO, CIENTISTA E ESTADISTA Rodrigo Soares Júnior

Dor volta de 1771, quando Bcnjamin Franklin se encontrava na Inglaterra em defesa dos direitos das colônias ame

ricanas e já se via festejado como cien tista dc marca e figura de grande cele bridade, o filósofo David Hume escre

1

veu-lhe e.xpressivamente que até aquela data a América remetera para a Europa muitos gêneros, tais como ouro, açúcar,

cacau, mas que Franklin era o primeiro

filósofo e grande homem enviado pelo novo mundo.

Não é possível dizer melhor a respeito de um vulto então considerado uma das

capacidades científicas de sua época e

contemporâneo de individualidades da estatura de Newton, Cavendish, Lavoisíer e vários outros nomes de alta linha gem intelectual.

inumeráveis. Para êle, o mundo foi antes o estímulo de uma curiosidade insaciá

vel, mercê da qual, a cada passo, se descobrem surpresas que encantam e dão ^

margem a" um constante progresso da .

.

civilização.

Surgiu nesse ambiente colonial, para

glória futura dos "Estados Unidos" um espirito de projeção universal a quem coube mostrar, antes de nascer a nação

americana, algumas das qualidades mais

especificas do gênio "yankee' e sobre

tudo a centelha criadora e a capacidade inventiva, privilégio invejável que se

sepetirá na jov.m naçáo Jg-s do repetira na juvt-iw

^

porte de Morse, Henry. Graham Bell,

Edison. Milliltan e tantos outros. Essa vibratílidade do intelecto asso QlSwII>

ivixJi

i

Não obstante as importações consideráveis de mercadorias, as reservas mone tárias do Banco Nacional Suíço aumentaram. Estas foram alimentadas pela recupe

em Boston, o foco e a capital da Nova

ciada com extraordinárias aphdoes me cânicas se tomará um dos dons mais preciosos de um raça nova e energ.ca. Utilitária para dominar a matéria e po-la

Inglaterra dos puritanos, personificou, de

a serviço dos homens.

ração parcial de colocações garantidas em dólares. A situação do mercado do dólar não se normalizou ainda. No comêço de 1948, o câmbio do dólar livre ti^ ului-se aproximado à paridade, porém cedeu novamente, mais tarde, como conse qüência do afluxo de capitais estrangeiros. Em virtude destas influências de ori

fato, as melhores manifestações do es

Benjamin Franklin, nascido em 1706,

pírito continental e logo se revelou um dos personagens mais típicos da civilização oriunda dos rebentos britâ nicos. É permissível julgá-lo, sob muitos

gem exterior, o Banco Nacional Suíço estima que não pode, pelo momento, ate nuar mais a regulamentação relativa a essa divisa. A situação do mercado do di

nheiro melhorou, numa média variável, segundo as regiões e os bancos. O Banco de emissão não quer aumentar, nem reduzir artificialmente a liquidez do mercado, senão manter-se nas taxas vigentes. Na indústria, o grau de ocupação diminuiu no que se refere à produção de bordados, de têxteis e de confecção. Na relojoaria,

nota-se um certo afrouxamento dos negócios.

deiro dos dez nascidos do segundo con

Na mais autêntica acepção do termo,

aL

Franklin, tivera sete filhos do primeiro

sórcio.

Franklin foi ^verdadeiramente enciclo

trabalhadores estrangeiros exercem atualmente a sua atividade na Suíça.

No modesto lar de um artífice viu

a luz Benjamin Franldin. O pai, Josuah

pelos contornos gerais de um caráter pendores espirituais.

sem grandes dificuldades, transferir os desocupados para outros setores de pro dução, que sofrem ainda de penúria de mão-de-obra. Existe igualmente certa elasticidade no mercado do trabalho, em virtude do fato de que mais de cem mil

*

aspectos, um predecessor e um e.xemplo dos "yankees" modernos, tanto por seus traços de "self made man quanto bem mesclado de energia, utíHtarismo e

Nas outras indústrias, as perspec

tivas para 1948 são geralmente boas. Se, em conseqüência de influências inter nacionais de ordem econômica e política, chegassem a manifestar-se sintomas dc crises em algumas indústrias ou emprêsas, seria possível, na maioria dos casos e

*

casamento, e Benjamin era o oitavo her

Prolífica família desses tempos colo

niais, em que a fecundidade da raça anglo-saxônica, ainda não iniciada nas prá ticas do "birth contrai", legou aos Es

pédico. E não olhou para o mundo,

tados Unidos uma pujante armadura

como La Fontaine, deleitando-se na contemplação de um jlalco de cenas

que resistiu às avalanches imigratórias do século XIX.


'V- '

Dicksto

148

Econômico

lhar de pronto a ruína da lavoura. Pa

pela carta régia de 10 de dezembro d«

ra suprir a falta de gente que havia no

1704 se declararam isentos de assenta

Terço do Presídio, o Governador obri

mento nas tropas pagas todos os ofi ciais que trabalhassem nos engenhos. O governo metropolitano ia, assim, usan do de todos os meios para evitar a pa ralisação do trabalho agrícola.

gara os oficiais de engenho, como car

pinteiros, ferreiros, mestres, banqueiros e feitores a assentar praça. Reclamou a Câmara do Río contra tal medida e

FILÓSOFO, CIENTISTA E ESTADISTA Rodrigo Soares Júnior

Dor volta de 1771, quando Bcnjamin Franklin se encontrava na Inglaterra em defesa dos direitos das colônias ame

ricanas e já se via festejado como cien tista dc marca e figura de grande cele bridade, o filósofo David Hume escre

1

veu-lhe e.xpressivamente que até aquela data a América remetera para a Europa muitos gêneros, tais como ouro, açúcar,

cacau, mas que Franklin era o primeiro

filósofo e grande homem enviado pelo novo mundo.

Não é possível dizer melhor a respeito de um vulto então considerado uma das

capacidades científicas de sua época e

contemporâneo de individualidades da estatura de Newton, Cavendish, Lavoisíer e vários outros nomes de alta linha gem intelectual.

inumeráveis. Para êle, o mundo foi antes o estímulo de uma curiosidade insaciá

vel, mercê da qual, a cada passo, se descobrem surpresas que encantam e dão ^

margem a" um constante progresso da .

.

civilização.

Surgiu nesse ambiente colonial, para

glória futura dos "Estados Unidos" um espirito de projeção universal a quem coube mostrar, antes de nascer a nação

americana, algumas das qualidades mais

especificas do gênio "yankee' e sobre

tudo a centelha criadora e a capacidade inventiva, privilégio invejável que se

sepetirá na jov.m naçáo Jg-s do repetira na juvt-iw

^

porte de Morse, Henry. Graham Bell,

Edison. Milliltan e tantos outros. Essa vibratílidade do intelecto asso QlSwII>

ivixJi

i

Não obstante as importações consideráveis de mercadorias, as reservas mone tárias do Banco Nacional Suíço aumentaram. Estas foram alimentadas pela recupe

em Boston, o foco e a capital da Nova

ciada com extraordinárias aphdoes me cânicas se tomará um dos dons mais preciosos de um raça nova e energ.ca. Utilitária para dominar a matéria e po-la

Inglaterra dos puritanos, personificou, de

a serviço dos homens.

ração parcial de colocações garantidas em dólares. A situação do mercado do dólar não se normalizou ainda. No comêço de 1948, o câmbio do dólar livre ti^ ului-se aproximado à paridade, porém cedeu novamente, mais tarde, como conse qüência do afluxo de capitais estrangeiros. Em virtude destas influências de ori

fato, as melhores manifestações do es

Benjamin Franklin, nascido em 1706,

pírito continental e logo se revelou um dos personagens mais típicos da civilização oriunda dos rebentos britâ nicos. É permissível julgá-lo, sob muitos

gem exterior, o Banco Nacional Suíço estima que não pode, pelo momento, ate nuar mais a regulamentação relativa a essa divisa. A situação do mercado do di

nheiro melhorou, numa média variável, segundo as regiões e os bancos. O Banco de emissão não quer aumentar, nem reduzir artificialmente a liquidez do mercado, senão manter-se nas taxas vigentes. Na indústria, o grau de ocupação diminuiu no que se refere à produção de bordados, de têxteis e de confecção. Na relojoaria,

nota-se um certo afrouxamento dos negócios.

deiro dos dez nascidos do segundo con

Na mais autêntica acepção do termo,

aL

Franklin, tivera sete filhos do primeiro

sórcio.

Franklin foi ^verdadeiramente enciclo

trabalhadores estrangeiros exercem atualmente a sua atividade na Suíça.

No modesto lar de um artífice viu

a luz Benjamin Franldin. O pai, Josuah

pelos contornos gerais de um caráter pendores espirituais.

sem grandes dificuldades, transferir os desocupados para outros setores de pro dução, que sofrem ainda de penúria de mão-de-obra. Existe igualmente certa elasticidade no mercado do trabalho, em virtude do fato de que mais de cem mil

*

aspectos, um predecessor e um e.xemplo dos "yankees" modernos, tanto por seus traços de "self made man quanto bem mesclado de energia, utíHtarismo e

Nas outras indústrias, as perspec

tivas para 1948 são geralmente boas. Se, em conseqüência de influências inter nacionais de ordem econômica e política, chegassem a manifestar-se sintomas dc crises em algumas indústrias ou emprêsas, seria possível, na maioria dos casos e

*

casamento, e Benjamin era o oitavo her

Prolífica família desses tempos colo

niais, em que a fecundidade da raça anglo-saxônica, ainda não iniciada nas prá ticas do "birth contrai", legou aos Es

pédico. E não olhou para o mundo,

tados Unidos uma pujante armadura

como La Fontaine, deleitando-se na contemplação de um jlalco de cenas

que resistiu às avalanches imigratórias do século XIX.


150

Digesto Econômico DiGESTo Econômico

Menino considerado precoce e predi leto do pai, cedo acusou excepcional vontade de estudar. A princípio, o progenitor estimulou a vocação; porém, em reve, receoso de não poder custear-lhe

uma educação esmerada, procurou en

i

caminhá-lo para o ofício da família, que era de fabricar velas de sebo. O pai teima preparar um mau "celebrai" e preena um bom artífice e, por isso, colo cou o filho como aprendiz de cuteleiro

e depois como tipógrafo em casa de James, irmão mais velho e dono de al

senso dc autodidata um cios

para a arte de escrever. Lia e relia o "Spectator" dc Adison, decompunha as frases do autor, redigia cs mesmos pen samentos em forma própria e se esfor çava assim para exprimir idéias numa

linguagem concisa e elegante. Ao passo que disciplinava os surtos desregrados da imaginação por meio do estudo da

lógica e das matemáticas, tratava de munir-se dos elementos verbais necessá-

nos

ciocínio persuasivo. As reminiscências

de muitas leituras di.

versas vão fornecer-

das na sua autobio grafia com muito de

lhe esplêndidos sub sídios para adquirir um estilo de grande

pitoresco e de natu

ral. Por ela é que

limpidez,

sabemos muitos de

.sem

dos

e

sentimentos que agi

rebuscamentos

impirado

e

lun homem tão ami-

pelas

a

dialética

de

Platão.

go dos livros que, desde a meninice, a

facetado

páginas de Plutarco

taram a infância de

aprendeu

manejar

ção e tecer um ra

Franklín são narra

acerca

para

uma boa argumenta

guns prelos compra dos na Inglaterra. Essas passagens da existência de

talhes

métodos

empregados pelos humanistas jesuítas

Aprendiz de tipó grafo, ele se enfronha na profissão

fazer

economias e sacrificou prazeres para

com

cultivar o estudo.

nhar habilitações de

entusiasmo

e

não tarda em ga

Criança inteligen

excelente

oficial

e

cio de vida, para formar um pubbdsta perfeitamente senhor de todos os se gredos do "métier", desde a composi

deres púbbcos. A estreiteza do proxàn-

i,

cialismo não se dava bem com os con-

'

ção e dos prelos até a seleção dos edi-

animado de desejos de justiça social.

contrárias à ordem do conformismo, de |

mo homem de negócio atilado, o pro

do jornal. Franklin, duplamente contrariado, pelo

veito que poderia tirar dc um talento moço o robusto.

Decidiu entregar a

parte intelectual do periódico "New England's Courant" a Benjamin, enquanto se reservava os proventos de sócio capi talista., Por meio de um contrato um tanto

leonino, comprometeu-se o aprendiz a trabalhar sem outro salário que a cama

e a mesa c a obedecer a cláusulas que

o privavam de muitas regalias da juven tude. Nem por isso, entretanto, se jul gou explorado. O que ele queria era produzir, escrever, experimentar essas

armas de elocução e de estilo afiadas à custa de tanta leitura e exercício mental.

Agradava-lhe o clima do jornalismo, meio oportuno para expandir um tempe

ramento pugnaz e despertar a veia crí tica de um jovem convencido de que

"sem bberdade de pensamento não pode haver sabedoria; sem liberdade de ex

pressão não pode haver liberdade polí tica".

Debaixo de um pseudônimo, a fim de não provocar invejas, redigiu êle uma série de comentários, leves e despreten

sonhos da infância, leu obras de tôda

natureza, livros de história, relatos de

É senhor de uma destreza manual em feliz sincronísmo com as tendências

siosos, consoante o programa de tirar apenas lições morais dos incidentes gro

viagens, ensaios poéticos. Graças a um

do espírito, donde se origina uma con

gesto de franqueza do pai, deixou de ser um mau poeta e cuidou, a poder

jugação de requisitos propícia à com

de fôrça de vontade e de exercícios de estilo, de se tomar um bom pro sador. Sem mestre, usou por intuição e

riedade de dons tão

harmônicamente

vão destacar-se sobremaneira, nesse iní-

!

James Franklín, patrão desse adoles cente inteligente e ativo, percebeu, co

mesmo de técnico.

possuídos por essa personalidade, dois

ceitos independentes de um jomabsta Farejaram em certas sentenças audácias

V tonais.

te e imaginosa, empolgada por muitos

pleta assimilação do jornalismo. Da va

151

tescos e cômicos da vida".

Não foi tão fácil levar à prática esse

programa de aparência inocente. O crí

modo que a censura processou o dono

egoísmo do irmão e a intolerância do meio, sentiu-se desajustado e resolveu tentar a vida alhures. Partiu para Fila

délfia. Essas passagens de sua Wda oferecem traços e coloridos de romance.

Incluem peripécias e atribuições diver sas, cenas de aventuras nas quais, de

permeio com as clássicas ocorrências de

um jovem em luta pela vida, se eviden ciam as quaHdades de um caráter forte, disposto a reagir com pronto e^^ediente

aos golpes da sorte e aos sofrimentos^ morais.

Ao chegar a Filadélfia, cognominada ^ a "cidade do amor fraterno" em virtu de da doutrina e das intenções do seu fundador William Penn e da seita dos "quakers", deparou-se a Franklin uma atmosfera mais cosmopolita e liberal que em Boston. Ali aportou com um "sbil-

ling" no bolso, após uma viagem aciden tada, porém confiante em si e na possi bilidade de encontrar emprêgo. Numa

cidade em que não se asfixiava o pensa-

impressor Keimer.

Um operário consciente de sua com petência, amigo de executar as tarefas

se em alusões irônicas interpretadas co

mo desrespeito à magistratura e aos po-

tou as simpatias do governador Keitb,

rigores da teocracia puritana, excedeu-

i

mento funcionavam naturalmente tipo grafias, de sorte que o jovem operário, desembaraçado e engenhoso, conseguiu logo um emprêgo no estabelecimento do

que lhe cometem, impôs-se logo ao respeito dos seus pares. Fêz boas rela ções por ser cordial e sociável e conquis

tico, num ambiente social lastreado pelos

'


150

Digesto Econômico DiGESTo Econômico

Menino considerado precoce e predi leto do pai, cedo acusou excepcional vontade de estudar. A princípio, o progenitor estimulou a vocação; porém, em reve, receoso de não poder custear-lhe

uma educação esmerada, procurou en

i

caminhá-lo para o ofício da família, que era de fabricar velas de sebo. O pai teima preparar um mau "celebrai" e preena um bom artífice e, por isso, colo cou o filho como aprendiz de cuteleiro

e depois como tipógrafo em casa de James, irmão mais velho e dono de al

senso dc autodidata um cios

para a arte de escrever. Lia e relia o "Spectator" dc Adison, decompunha as frases do autor, redigia cs mesmos pen samentos em forma própria e se esfor çava assim para exprimir idéias numa

linguagem concisa e elegante. Ao passo que disciplinava os surtos desregrados da imaginação por meio do estudo da

lógica e das matemáticas, tratava de munir-se dos elementos verbais necessá-

nos

ciocínio persuasivo. As reminiscências

de muitas leituras di.

versas vão fornecer-

das na sua autobio grafia com muito de

lhe esplêndidos sub sídios para adquirir um estilo de grande

pitoresco e de natu

ral. Por ela é que

limpidez,

sabemos muitos de

.sem

dos

e

sentimentos que agi

rebuscamentos

impirado

e

lun homem tão ami-

pelas

a

dialética

de

Platão.

go dos livros que, desde a meninice, a

facetado

páginas de Plutarco

taram a infância de

aprendeu

manejar

ção e tecer um ra

Franklín são narra

acerca

para

uma boa argumenta

guns prelos compra dos na Inglaterra. Essas passagens da existência de

talhes

métodos

empregados pelos humanistas jesuítas

Aprendiz de tipó grafo, ele se enfronha na profissão

fazer

economias e sacrificou prazeres para

com

cultivar o estudo.

nhar habilitações de

entusiasmo

e

não tarda em ga

Criança inteligen

excelente

oficial

e

cio de vida, para formar um pubbdsta perfeitamente senhor de todos os se gredos do "métier", desde a composi

deres púbbcos. A estreiteza do proxàn-

i,

cialismo não se dava bem com os con-

'

ção e dos prelos até a seleção dos edi-

animado de desejos de justiça social.

contrárias à ordem do conformismo, de |

mo homem de negócio atilado, o pro

do jornal. Franklin, duplamente contrariado, pelo

veito que poderia tirar dc um talento moço o robusto.

Decidiu entregar a

parte intelectual do periódico "New England's Courant" a Benjamin, enquanto se reservava os proventos de sócio capi talista., Por meio de um contrato um tanto

leonino, comprometeu-se o aprendiz a trabalhar sem outro salário que a cama

e a mesa c a obedecer a cláusulas que

o privavam de muitas regalias da juven tude. Nem por isso, entretanto, se jul gou explorado. O que ele queria era produzir, escrever, experimentar essas

armas de elocução e de estilo afiadas à custa de tanta leitura e exercício mental.

Agradava-lhe o clima do jornalismo, meio oportuno para expandir um tempe

ramento pugnaz e despertar a veia crí tica de um jovem convencido de que

"sem bberdade de pensamento não pode haver sabedoria; sem liberdade de ex

pressão não pode haver liberdade polí tica".

Debaixo de um pseudônimo, a fim de não provocar invejas, redigiu êle uma série de comentários, leves e despreten

sonhos da infância, leu obras de tôda

natureza, livros de história, relatos de

É senhor de uma destreza manual em feliz sincronísmo com as tendências

siosos, consoante o programa de tirar apenas lições morais dos incidentes gro

viagens, ensaios poéticos. Graças a um

do espírito, donde se origina uma con

gesto de franqueza do pai, deixou de ser um mau poeta e cuidou, a poder

jugação de requisitos propícia à com

de fôrça de vontade e de exercícios de estilo, de se tomar um bom pro sador. Sem mestre, usou por intuição e

riedade de dons tão

harmônicamente

vão destacar-se sobremaneira, nesse iní-

!

James Franklín, patrão desse adoles cente inteligente e ativo, percebeu, co

mesmo de técnico.

possuídos por essa personalidade, dois

ceitos independentes de um jomabsta Farejaram em certas sentenças audácias

V tonais.

te e imaginosa, empolgada por muitos

pleta assimilação do jornalismo. Da va

151

tescos e cômicos da vida".

Não foi tão fácil levar à prática esse

programa de aparência inocente. O crí

modo que a censura processou o dono

egoísmo do irmão e a intolerância do meio, sentiu-se desajustado e resolveu tentar a vida alhures. Partiu para Fila

délfia. Essas passagens de sua Wda oferecem traços e coloridos de romance.

Incluem peripécias e atribuições diver sas, cenas de aventuras nas quais, de

permeio com as clássicas ocorrências de

um jovem em luta pela vida, se eviden ciam as quaHdades de um caráter forte, disposto a reagir com pronto e^^ediente

aos golpes da sorte e aos sofrimentos^ morais.

Ao chegar a Filadélfia, cognominada ^ a "cidade do amor fraterno" em virtu de da doutrina e das intenções do seu fundador William Penn e da seita dos "quakers", deparou-se a Franklin uma atmosfera mais cosmopolita e liberal que em Boston. Ali aportou com um "sbil-

ling" no bolso, após uma viagem aciden tada, porém confiante em si e na possi bilidade de encontrar emprêgo. Numa

cidade em que não se asfixiava o pensa-

impressor Keimer.

Um operário consciente de sua com petência, amigo de executar as tarefas

se em alusões irônicas interpretadas co

mo desrespeito à magistratura e aos po-

tou as simpatias do governador Keitb,

rigores da teocracia puritana, excedeu-

i

mento funcionavam naturalmente tipo grafias, de sorte que o jovem operário, desembaraçado e engenhoso, conseguiu logo um emprêgo no estabelecimento do

que lhe cometem, impôs-se logo ao respeito dos seus pares. Fêz boas rela ções por ser cordial e sociável e conquis

tico, num ambiente social lastreado pelos

'


V

r 152

Dioesto

Eco^íó^rICO

pessoa de trato agradável e que assumiu com ele ares de protetor. Êsse Keitb, bom palrador e homem de promessas fá

nhecimentos de impressão c tipografia, tanto mais que a Inglaterra utiliza e pro-

ceis, induziu Franklin a embarcar para a Inglaterra, a fim de comprar o equipa

respeito à sua conduta particular de moço, consignam os seu.s biógrafos ha-

mento para a imprensa oficial que o go verno da província pretendia montar.

iPródigo em boas palavras, garantiu-se fiador de um empréstimo e de quaisquer

outras obrigações financeiras. Benjamin, grato e apegando-se a tão vantajosa oportunidade de subir na vida, tomou passagem para a Inglaterra e atravessou

os mares para aprender que homens de

posição e bem falantes não passam às vezes de mistificadores.

Êssc Franklin, mais tarde julgado na Europa como sagacíssimo e quase ma treiro, demonstrou possuir na consciên cia êsse precioso filão da boa-fé, veio aunfero por onde se afere muitas vêzes

a beleza de uma alma, porque as que se deixam enganar ante palavras gene rosas são, em geral, incapazes de entoar

os mesmos cantos de sereia. São puras e não vivem a matutar perfídias e ar madilhas à boa-fé alheia.

Na capital da Inglaterra, o jovem tipografo e jornalista americano, emissá rio de um grande negócio gorado, vê-se obrigado mais uma vez a procurar em prego. Não tem dinheiro, mas dispõe da perícia de tipógrafo e de uma ativi

duz o melhor material nesse ramo. Com

ver-so êle comportado com todo o decôro e comedimcnto, não obstante ter

Wvido segundo as praxes de uma juven tude sadia e inclinada aos prazeres nor mais da vida. O fato 6 que amava a natação, os exercícios e o esporte em geral e sempre se absteve de infringir os preceitos da temperança, o que bom real ça seus hábitos de respeito próprio e disciplina pessoal. Em 1726, regressa a Filadélfia. Mais

rico de experiência e à procura de sua oportunidade na vida, torna ao ofício

de tipógrafo e, dominado pelo empenho de vencer, procura firmar algumas re gras de ação.

As que êle nos relatou

sentimental, casa-se com a antiga noiva.

Deborah Rcad, que enviuvara de um tal Rogers. Chefe de família, guiado por um código de ética exemplar, o digno cidadão cuida agora de fazer prosperar

a tipografia que montou e de ampliar os negócios com o caráter de uma ver dadeira indústria editora.

Para tanto

não lhe faltam idéias nem iniciativa.

É um patrão de vistas largas, versado nas minúcias do ofício, com a compe

tência de um especialista na parte me

cânica c com uma visão comercial de extensos horizontes.

Porta-se, de fato,

como um inovador na matéria, de for ma que merece passar por um van-

guardeiro nesse campo de atividade em que Filadélfia alcançará tamanho rènome.

Espelha-se nos empreendimentos a que êle se atira o ânimo pertinaz e

são de molde a mostrar a sua estrutura

resoluto do homem de negócios america

íntima e representam uma espécie de confissão em que se espelham, simul taneamente, resíduos da severidade pu

apoio numa intensa e sugestiva pub i-

ritana e traços característicos de um ho mem sumamente moralista

e

de um

grande senso prático. Prega êle a necessidade de ser eco

nômico, profundamente sincero consigo mesmo, indu^gente para as faltas alheias, avesso aos projetos da fantasia e à male-

dade em acôrdo com um bom físico.

dicencia. Tais preceitos não oBstam a que queira enriquecer com a fôrça de

Obtém um lugar na casa do impressor

vontade de um verdadeiro "business

Palmer e, como de costume, faz-se notar

man". Volta-se para os negócios e trata de trabãlhar agora por conta própria.

pela capacidade técnica e a viveza da

15S

DlCESTO Económjco

no, cioso de adotar os últimos progressos mecânicos e desenvolver a produção com cidade.

Ê um dos primeiros a com

preender e estimular o uso do anúncio, motor imprescindível para custear o lado informativo e educacional da im prensa,

Dirigente de uma firma conceituada e orguUioso de ostentar o seu trabalho,

tar idéias com simples intuitos de flo reios oratórios. Franklin, avesso a des

perdícios verbais, tinha em mira pro mover o exame dos problemas concer nentes ao bem-estar da comunidade e

incentivar a liberdade de critica a fim de ventilar propostas em prol do pro

gresso social. Discussões bem condu zidas fortalecem a liberdade de cons

ciência e o espírito de cooperação, além de trazerem à baila assuntos melhor es

clarecidos pelo contacto das opiniões di vergentes. O "Junto", em cujas sessões se abordavam matérias de ordem geral

e questões locais com grande tolerância

n™tun, jd era uma pequena jrmo^a ^

dessas entidades americanas do ripo "Gallup", que se aplicam a inquéritos sociais de verdadeiras consultas da opmiao pub.i ca. Como obra de estímulo intelectual, Franklin dedicou-se à "Library Company" associação cultural de divulgação e

emprésHmo de livros. Mas onde culmi

nará a sua iniciativa nesse domínio da difusão de informações e de preparação

do espírito público pelos órgãos impres sos, é na organização do famoso "Alma naque do Pobre Ricardo". A essa pu blicação, que se denomina em inglês

excedente de energias para consagrar a

"A'manach du Bonhomme Richard".

vida púbÜca e às obras de proveito co letivo. Quem se sente dono de tao

Por espaço de cerca de vinte anos, é

certamente uma das figuras mais dinâ-^

dres, centro de luxo e foco de primeira econômica e intelectual, Franklin culti

micas de Filadélfia, cidade em que os habitantes, mau grado certas peculiari dades dos "quakers", denotavam grande

Surgiu-lhe por isso a idéia de fundar o "Junto", espécie de centro de de

va ainda relações nas melhores esferas

espírito público. Revelando uma interessante constância

Os

"Poor Richard's Almanach", deram os

inteligência. Durante essa primeira estada cm Lon

.sociais e cuida de aperfeiçoar seus co

tos com uma finalidade educativa.

anglo-sa.\õe.s nuo se comprazem em agi

Franklin dispõe, como em geral os ho mens de estirpe anglo-sa.xônica, de um exuberante vitalidade tem que irradiar essas sobras e constituir-se em propulsor

grandeza quanto à intensidade da vida

literárias o dispostos a trocar argumen

de atividades benéficas.

bates em que se reuniam espuitos in clinados para as questões científicas e

franceses, ao traduzá-jla, o título de O editor ganhou reputação inteimacional com essa revista, que sem ter o mé

rito da novidade, se tornou original pela confecção gráfica e^a seleção dos assun tos. É bem curioso o fato de sair, de

uma pequena cidade da América, um trabalho que se propagou com tanto êxito nos centros mais cultos do velho


V

r 152

Dioesto

Eco^íó^rICO

pessoa de trato agradável e que assumiu com ele ares de protetor. Êsse Keitb, bom palrador e homem de promessas fá

nhecimentos de impressão c tipografia, tanto mais que a Inglaterra utiliza e pro-

ceis, induziu Franklin a embarcar para a Inglaterra, a fim de comprar o equipa

respeito à sua conduta particular de moço, consignam os seu.s biógrafos ha-

mento para a imprensa oficial que o go verno da província pretendia montar.

iPródigo em boas palavras, garantiu-se fiador de um empréstimo e de quaisquer

outras obrigações financeiras. Benjamin, grato e apegando-se a tão vantajosa oportunidade de subir na vida, tomou passagem para a Inglaterra e atravessou

os mares para aprender que homens de

posição e bem falantes não passam às vezes de mistificadores.

Êssc Franklin, mais tarde julgado na Europa como sagacíssimo e quase ma treiro, demonstrou possuir na consciên cia êsse precioso filão da boa-fé, veio aunfero por onde se afere muitas vêzes

a beleza de uma alma, porque as que se deixam enganar ante palavras gene rosas são, em geral, incapazes de entoar

os mesmos cantos de sereia. São puras e não vivem a matutar perfídias e ar madilhas à boa-fé alheia.

Na capital da Inglaterra, o jovem tipografo e jornalista americano, emissá rio de um grande negócio gorado, vê-se obrigado mais uma vez a procurar em prego. Não tem dinheiro, mas dispõe da perícia de tipógrafo e de uma ativi

duz o melhor material nesse ramo. Com

ver-so êle comportado com todo o decôro e comedimcnto, não obstante ter

Wvido segundo as praxes de uma juven tude sadia e inclinada aos prazeres nor mais da vida. O fato 6 que amava a natação, os exercícios e o esporte em geral e sempre se absteve de infringir os preceitos da temperança, o que bom real ça seus hábitos de respeito próprio e disciplina pessoal. Em 1726, regressa a Filadélfia. Mais

rico de experiência e à procura de sua oportunidade na vida, torna ao ofício

de tipógrafo e, dominado pelo empenho de vencer, procura firmar algumas re gras de ação.

As que êle nos relatou

sentimental, casa-se com a antiga noiva.

Deborah Rcad, que enviuvara de um tal Rogers. Chefe de família, guiado por um código de ética exemplar, o digno cidadão cuida agora de fazer prosperar

a tipografia que montou e de ampliar os negócios com o caráter de uma ver dadeira indústria editora.

Para tanto

não lhe faltam idéias nem iniciativa.

É um patrão de vistas largas, versado nas minúcias do ofício, com a compe

tência de um especialista na parte me

cânica c com uma visão comercial de extensos horizontes.

Porta-se, de fato,

como um inovador na matéria, de for ma que merece passar por um van-

guardeiro nesse campo de atividade em que Filadélfia alcançará tamanho rènome.

Espelha-se nos empreendimentos a que êle se atira o ânimo pertinaz e

são de molde a mostrar a sua estrutura

resoluto do homem de negócios america

íntima e representam uma espécie de confissão em que se espelham, simul taneamente, resíduos da severidade pu

apoio numa intensa e sugestiva pub i-

ritana e traços característicos de um ho mem sumamente moralista

e

de um

grande senso prático. Prega êle a necessidade de ser eco

nômico, profundamente sincero consigo mesmo, indu^gente para as faltas alheias, avesso aos projetos da fantasia e à male-

dade em acôrdo com um bom físico.

dicencia. Tais preceitos não oBstam a que queira enriquecer com a fôrça de

Obtém um lugar na casa do impressor

vontade de um verdadeiro "business

Palmer e, como de costume, faz-se notar

man". Volta-se para os negócios e trata de trabãlhar agora por conta própria.

pela capacidade técnica e a viveza da

15S

DlCESTO Económjco

no, cioso de adotar os últimos progressos mecânicos e desenvolver a produção com cidade.

Ê um dos primeiros a com

preender e estimular o uso do anúncio, motor imprescindível para custear o lado informativo e educacional da im prensa,

Dirigente de uma firma conceituada e orguUioso de ostentar o seu trabalho,

tar idéias com simples intuitos de flo reios oratórios. Franklin, avesso a des

perdícios verbais, tinha em mira pro mover o exame dos problemas concer nentes ao bem-estar da comunidade e

incentivar a liberdade de critica a fim de ventilar propostas em prol do pro

gresso social. Discussões bem condu zidas fortalecem a liberdade de cons

ciência e o espírito de cooperação, além de trazerem à baila assuntos melhor es

clarecidos pelo contacto das opiniões di vergentes. O "Junto", em cujas sessões se abordavam matérias de ordem geral

e questões locais com grande tolerância

n™tun, jd era uma pequena jrmo^a ^

dessas entidades americanas do ripo "Gallup", que se aplicam a inquéritos sociais de verdadeiras consultas da opmiao pub.i ca. Como obra de estímulo intelectual, Franklin dedicou-se à "Library Company" associação cultural de divulgação e

emprésHmo de livros. Mas onde culmi

nará a sua iniciativa nesse domínio da difusão de informações e de preparação

do espírito público pelos órgãos impres sos, é na organização do famoso "Alma naque do Pobre Ricardo". A essa pu blicação, que se denomina em inglês

excedente de energias para consagrar a

"A'manach du Bonhomme Richard".

vida púbÜca e às obras de proveito co letivo. Quem se sente dono de tao

Por espaço de cerca de vinte anos, é

certamente uma das figuras mais dinâ-^

dres, centro de luxo e foco de primeira econômica e intelectual, Franklin culti

micas de Filadélfia, cidade em que os habitantes, mau grado certas peculiari dades dos "quakers", denotavam grande

Surgiu-lhe por isso a idéia de fundar o "Junto", espécie de centro de de

va ainda relações nas melhores esferas

espírito público. Revelando uma interessante constância

Os

"Poor Richard's Almanach", deram os

inteligência. Durante essa primeira estada cm Lon

.sociais e cuida de aperfeiçoar seus co

tos com uma finalidade educativa.

anglo-sa.\õe.s nuo se comprazem em agi

Franklin dispõe, como em geral os ho mens de estirpe anglo-sa.xônica, de um exuberante vitalidade tem que irradiar essas sobras e constituir-se em propulsor

grandeza quanto à intensidade da vida

literárias o dispostos a trocar argumen

de atividades benéficas.

bates em que se reuniam espuitos in clinados para as questões científicas e

franceses, ao traduzá-jla, o título de O editor ganhou reputação inteimacional com essa revista, que sem ter o mé

rito da novidade, se tornou original pela confecção gráfica e^a seleção dos assun tos. É bem curioso o fato de sair, de

uma pequena cidade da América, um trabalho que se propagou com tanto êxito nos centros mais cultos do velho


"">fNiirrí5

154

Dicesto

mundo. Sinal de que o "almanaque" oferecia um conteúdo instrutivo e por certo interessante. Continha uma súmu

la de informações muito variada.s, inclusi

ve os rudimentos usuais de meteorologia e anotações de calendário. Inseria contos,

arHgos de doutrina e política, e princi palmente conselhos sob a forma de má ximas e provérbios. Uma novidade,

telvez, foi a utilização de uma publici dade re.ativamente copiosa e o recurso

a um gênero de comentários apropria damente dirigidos a um público em que se manifestavam impulsos de ativi

Econókhco

mo de.itinado a .servir cie base à cxms-

O ponto em que cie se firma é o da exercícios e.spirituais tendentes a domi

A escola foi, de fato, planifícada para

nar os impulsos e corrigir os vícios. Se

formar alunos capazes de ingressar na

gundo ela

vida prática, armados de conhecimentos relativamente pouco espalhados, como

recomenda, todos devem

observar-se com sinceridade e assentar

sabiamente a higiene mental e se revela

um anunciador da psicoterapia, senão da psicanálise.. O certo 6 que as di gressões a que êle se entrega constituem

gúcia do editor.

tidão e a hipocrisia. O publicista que soube zombar dos impostores e dos

Entre verdades ou

intercalam-se conceitos de ética e nor

mas de comportamento, processo empre

gado até hoje pelos americanos, bas

uma série de advertências contra a trai

ção, a tirania, o vício odioso da ingra tartufos proclama, como resumo de seus

princípios, que "sem virtude não pode

tante ciosos de moralismo e análise psi

haver felicidade no mundo".

cológica e dados a ensinar os métodos de melhor acertar com os rumos da vida e, sobretudo, o caminho de êxito e as trilhas para alcançar a fortuna, "The

editor e jornalista, Franklin entrosou e completou a sua influência social com múltiplas obras e iníciativa.s de alto

ways to wealth".

O almanaque consolidou a posição econômica e o renome de uma persona lidade cercada do aprêço quase geral dos seus concidadãos.

Jornalista, dirigente de um "club", gerente de uma tipografia e comerciante

abastado, ressalta sempre nessa figura a linha de moralista.

Por vezes ele nos aparece como um

precursor do positivismo e da religião da humanidade. É um apóstolo a quem nem fa'ta um ritual.

No entanto, não

professa nenhum credo definido e foge cias controvérsias metafísicas ou teoló gicas. Ê maçom e Umita-se a um deís-

progressista.

educação da personalidade por meio de

dade e ambição em concordância com as promessas de uma terra rica e promis sora. A redação de muitos tópicos acusa bem a sutileza de espírito e a ar lugares comuns hàbilmente formulados,

enseja a oportunidade de formular um programa de educação concebido segun do uma feição extremamente liberal e

ciência, porquanto julga cjue a descren ça c funesta e gera o vazio.

um método de vida. Com tais processos de educação e pesquisa íntima, podemos dizer i de Franklin que êlc preconiza

Acumulando as funções de tipógrafo,

proveito para a coletisadade. É um ho

mem adiante de seu tempo, dêsses que modernamente se desdobram em cargos de responsabilidade à testa de grandes emprêsas e corporações de objetivos econômicos, culturais e filantrópicos. A cidade de Filadélfia fica-lhe a dever a

criação da primeira equipe, tècnicamente organizada, de bombeiros. Funda também a "Union Fire Com-

pany", companhia do seguro contra o fogo.

Convicto do valor da instrução

pública e da eficiência dos empreendi mentos promovidos e financiados pela iniciativa particular, interessa um grupo de cidadãos grados na instituição de um hospital e da Escola Modelo, o que lhe

155

Dicesto Econónuco

«

1

a contabilidade e outias disciplinas ne cessárias a uma sociedade mais'propensa

à produção econômica que ao encanto dos teorismos.

Êle antevê o desenvolvimento futuro

das colônias e preconiza o ensino da mecânica, "u arte pela qual os homens fracos fazem prodígios, o trabalho c

poupado c a manufatura progride". Sem anotarmos todos êsses fatos, num

.seguimento de data.s, cumpre consignar que êles se passaram entre 1730 o 1752, aproximadamente. Nesse período, ou tras ocupações atraíram Benjamin o lhe facultaram cooperar mais diretamente nos serviços administrativos locais. i"""! 1736 foi êle nomeado funcionário da Assembléia da Pensilvunia, lugar inteli

gentemente aproveitado para redigh iis atas das sessões e publicá-las no seu

jornal, , bem como pai-a obter do gover no encomendas de impressão de pape moeda e documentos oficiais. É preciso

ter em mente que Franklin, infatig ve no trabalho e na ação, não rejeitava a

ocasião de ganhar dinheiro e aumentar seu patrimônio.

Quanto à sua vida cívica, importa lembrar que a Pensilvãnia, como as e-

ardor, ora contra os franceses, ora con

tra os espanhóis, arcando com grandes sacrifícios militares e financeiros.

Na preparação dessas guerras colo niais, Franklin, no setor da Pensilvãnia, atuou com a sua costumeira energia e

concorreu para fonnar corpos de voluntíírios, a despeito da oposição dos

"quakers", adeptos de um pacifismo absoluto. Soldado e comand.mte de mi

lícias. salientou qualidades de chefe, revelándo-se também um hábil embai

xador nas negociações com os índios, raça que lhe repugnava maltratar, como

lhe repugnava aceitar a escravadao dos negros.

Serviços de tanta monta hav-iam de

4

ser recompensados, de maneira que em 1753, Franklin, nome envolvido pela

estima geral e a admiração das colônias e representante do povo na Assembléia desde 1751, foi investido no cargo de Diretor Geral dos Correios.

Responsável pelo Serviço Postal de

regiões tão afastadas e providas de meios de comunicações precaríssimos, exerceu

uma gestão proficiente e facilitou os meios para tomar mais rápido e seguro o intercâmbio de correspondência, tão

importante para o mútuo entendimento moral e o incremento das relações eco nômicas entre as diversas seções da América britânica.

Em 1754, depois de haver sido atalha, da a infiltração francesa no vale do

Ohio, em seguida a uma demorada cam

panha de sangrentos recontros com os

mais colônias inglêsas, dada a vizinhança

franco-canadenses e os índios, manifes

de territórios pertencentes à França e a

tou-se

Espanha e das terras ainda ocupadas pelos índios, tinha que secundar as lutas

unir as colônias com um certo vínculo

e guerras da metrópole. Leais e pa triotas, essas populações lutaram com

um

movimento

no sentido

de

federativo. Franklin, que elogiara uma vez a união dos índios "iroquois", estra-

nliandü que as colônias não conseguis-


"">fNiirrí5

154

Dicesto

mundo. Sinal de que o "almanaque" oferecia um conteúdo instrutivo e por certo interessante. Continha uma súmu

la de informações muito variada.s, inclusi

ve os rudimentos usuais de meteorologia e anotações de calendário. Inseria contos,

arHgos de doutrina e política, e princi palmente conselhos sob a forma de má ximas e provérbios. Uma novidade,

telvez, foi a utilização de uma publici dade re.ativamente copiosa e o recurso

a um gênero de comentários apropria damente dirigidos a um público em que se manifestavam impulsos de ativi

Econókhco

mo de.itinado a .servir cie base à cxms-

O ponto em que cie se firma é o da exercícios e.spirituais tendentes a domi

A escola foi, de fato, planifícada para

nar os impulsos e corrigir os vícios. Se

formar alunos capazes de ingressar na

gundo ela

vida prática, armados de conhecimentos relativamente pouco espalhados, como

recomenda, todos devem

observar-se com sinceridade e assentar

sabiamente a higiene mental e se revela

um anunciador da psicoterapia, senão da psicanálise.. O certo 6 que as di gressões a que êle se entrega constituem

gúcia do editor.

tidão e a hipocrisia. O publicista que soube zombar dos impostores e dos

Entre verdades ou

intercalam-se conceitos de ética e nor

mas de comportamento, processo empre

gado até hoje pelos americanos, bas

uma série de advertências contra a trai

ção, a tirania, o vício odioso da ingra tartufos proclama, como resumo de seus

princípios, que "sem virtude não pode

tante ciosos de moralismo e análise psi

haver felicidade no mundo".

cológica e dados a ensinar os métodos de melhor acertar com os rumos da vida e, sobretudo, o caminho de êxito e as trilhas para alcançar a fortuna, "The

editor e jornalista, Franklin entrosou e completou a sua influência social com múltiplas obras e iníciativa.s de alto

ways to wealth".

O almanaque consolidou a posição econômica e o renome de uma persona lidade cercada do aprêço quase geral dos seus concidadãos.

Jornalista, dirigente de um "club", gerente de uma tipografia e comerciante

abastado, ressalta sempre nessa figura a linha de moralista.

Por vezes ele nos aparece como um

precursor do positivismo e da religião da humanidade. É um apóstolo a quem nem fa'ta um ritual.

No entanto, não

professa nenhum credo definido e foge cias controvérsias metafísicas ou teoló gicas. Ê maçom e Umita-se a um deís-

progressista.

educação da personalidade por meio de

dade e ambição em concordância com as promessas de uma terra rica e promis sora. A redação de muitos tópicos acusa bem a sutileza de espírito e a ar lugares comuns hàbilmente formulados,

enseja a oportunidade de formular um programa de educação concebido segun do uma feição extremamente liberal e

ciência, porquanto julga cjue a descren ça c funesta e gera o vazio.

um método de vida. Com tais processos de educação e pesquisa íntima, podemos dizer i de Franklin que êlc preconiza

Acumulando as funções de tipógrafo,

proveito para a coletisadade. É um ho

mem adiante de seu tempo, dêsses que modernamente se desdobram em cargos de responsabilidade à testa de grandes emprêsas e corporações de objetivos econômicos, culturais e filantrópicos. A cidade de Filadélfia fica-lhe a dever a

criação da primeira equipe, tècnicamente organizada, de bombeiros. Funda também a "Union Fire Com-

pany", companhia do seguro contra o fogo.

Convicto do valor da instrução

pública e da eficiência dos empreendi mentos promovidos e financiados pela iniciativa particular, interessa um grupo de cidadãos grados na instituição de um hospital e da Escola Modelo, o que lhe

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Dicesto Econónuco

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a contabilidade e outias disciplinas ne cessárias a uma sociedade mais'propensa

à produção econômica que ao encanto dos teorismos.

Êle antevê o desenvolvimento futuro

das colônias e preconiza o ensino da mecânica, "u arte pela qual os homens fracos fazem prodígios, o trabalho c

poupado c a manufatura progride". Sem anotarmos todos êsses fatos, num

.seguimento de data.s, cumpre consignar que êles se passaram entre 1730 o 1752, aproximadamente. Nesse período, ou tras ocupações atraíram Benjamin o lhe facultaram cooperar mais diretamente nos serviços administrativos locais. i"""! 1736 foi êle nomeado funcionário da Assembléia da Pensilvunia, lugar inteli

gentemente aproveitado para redigh iis atas das sessões e publicá-las no seu

jornal, , bem como pai-a obter do gover no encomendas de impressão de pape moeda e documentos oficiais. É preciso

ter em mente que Franklin, infatig ve no trabalho e na ação, não rejeitava a

ocasião de ganhar dinheiro e aumentar seu patrimônio.

Quanto à sua vida cívica, importa lembrar que a Pensilvãnia, como as e-

ardor, ora contra os franceses, ora con

tra os espanhóis, arcando com grandes sacrifícios militares e financeiros.

Na preparação dessas guerras colo niais, Franklin, no setor da Pensilvãnia, atuou com a sua costumeira energia e

concorreu para fonnar corpos de voluntíírios, a despeito da oposição dos

"quakers", adeptos de um pacifismo absoluto. Soldado e comand.mte de mi

lícias. salientou qualidades de chefe, revelándo-se também um hábil embai

xador nas negociações com os índios, raça que lhe repugnava maltratar, como

lhe repugnava aceitar a escravadao dos negros.

Serviços de tanta monta hav-iam de

4

ser recompensados, de maneira que em 1753, Franklin, nome envolvido pela

estima geral e a admiração das colônias e representante do povo na Assembléia desde 1751, foi investido no cargo de Diretor Geral dos Correios.

Responsável pelo Serviço Postal de

regiões tão afastadas e providas de meios de comunicações precaríssimos, exerceu

uma gestão proficiente e facilitou os meios para tomar mais rápido e seguro o intercâmbio de correspondência, tão

importante para o mútuo entendimento moral e o incremento das relações eco nômicas entre as diversas seções da América britânica.

Em 1754, depois de haver sido atalha, da a infiltração francesa no vale do

Ohio, em seguida a uma demorada cam

panha de sangrentos recontros com os

mais colônias inglêsas, dada a vizinhança

franco-canadenses e os índios, manifes

de territórios pertencentes à França e a

tou-se

Espanha e das terras ainda ocupadas pelos índios, tinha que secundar as lutas

unir as colônias com um certo vínculo

e guerras da metrópole. Leais e pa triotas, essas populações lutaram com

um

movimento

no sentido

de

federativo. Franklin, que elogiara uma vez a união dos índios "iroquois", estra-

nliandü que as colônias não conseguis-


156

Dicesto Econômico

sem formar uma igual confederação, ela

borou o "Albany Plan", o primeiro pro jeto de unificação baseado numa escla

recida mentalidade "intercontinental".

Uma vida de tal forma devotada aos

negócios e ao serviço público bastaria para indicar uma vitalidade particular mente transbordante. Mas Franklin ul trapassou consideràvelmente essas di visas.

Não há pràfácamente um assunto de

certo relevo, social ou científico, que escape a um espírito de rara percuciên-

cia e capacidade de investigação. Apaixona-o a ciência e êle vislumbra, com

intuições proféticas, quanto ela vai con

157

Dicesto EcoNÓNaco

no século de Newton, não passava de

nuvens c assim evitar o estrondo e efei

mera curiosidade em cujas aplicações, muito rudimentares, só inteligências de superior discernimento podiam visionar

to dos raios.

tôpo dos edifícios, navios e tòrres de igrejas, pensou êle, poderiam resguardá-

grandiosas perspectivas.

los do perigo das faíscas.

Conheciam-se certamente as duas for

mas de eletricidade produzidas pelo atrito, respectivamente designadas a ví-

A

Hastes ponteagudas no

A experiência do papagaio, anedota cuja celebridade emparelha com a maçã de Newton e o lustro de Galileu, foi de

trea e a resinosa. Alguns físicos, entre os quais Dufay, haviam assinalado a in

alcance incalculável.

teressante propriedade das pontas em

moço de vinte anos, e não um menino

que se concentrava o fluido para acusar

como relata a legenda, lançou um papa

efeitos de escoamento.

A recente divulgação da garrafa de Leyden, condensador com o qual se pro porcionavam choques do efeitos orgâni

Franklin, ajudado por seu fillio, um

gaio, em forma dc cruz, feito com um lenço de sôda e munido de arame pon-

teagudo no fim da haste central. A extremidade inferior dc cordão

tribuir para os benefícios materiais da civilização. Êle inquire todos os fenô

cos bem sensíveis, vinha provar que o

prendia-se a uma argola de chave segura

menos e os observa com um olhar de

fluido' era uma fôrça de natureza sus

por uma fita de sêda, e o operador se

cetível de ser armazenada c talvez uti

conservava debaixo de um telheiro para

lince, penetrando a essência das coisas e apanhando ràpidamente as relações

lizada de maneira produtiva. Eram, porém, suposições alimentadas

madas em plenários como o da "Royal Society" de Londres. Os colégios de Harward, Yale e William and Mary deram-lhe o título de professor honorá

rio. Estava coroado de louros aquêle que agradecia a Deus por haver desco berto o meio dc proteger as casas das devastações do relâmpago e que o emi nente filósofo Kant citava como "um no

vo Prometeu que roubara o fogo do céu". Pois êsse novo Prometeu não se limi

tou a aprofundar os mi.stérios da ele tricidade.

Versou praticamente todos

os capítulos da ciência, quer se tratasse de física, química, astronomia ou outras

'^"oSando-se, como afirmava, pelos princípios da filosofia experimental, ja mais se contentou em permanecer no

campo das conjeturas. Olhos fitos na

não molhar a fita que servia de isolante. Assim que o papagaio atingiu uma nu

realidade, êle procede a confrontos mi

por pouquíssimos e ousados obser\'ado-

vem de aspecto carregado, o cordão

res de um fenômeno tão mal conhecido, que causou espanto saber que a eletri cidade de atritos e a dos abalos atmos

umedecido tornou-sc bom condutor e

cularidades que trata logo de fixar por

cidade, as admiráveis concepções e rea

féricos representavam dois aspectos do

às da máquina elétrica de fricção, com

lizações dos nossos dias. E quando lhe coube estudar a matéria e coligír os re sultados de suas pesquisas, agiu como

mesmo elemento, apenas diversificados

pelo grau de intensidade e de ação, pois

as quais carregou uma garrafa de Leyden. "Assim - concluiu - ficou de

que levam à descoberta das leis.

"É

impossível imaginar a que altura chegará em mil anos o poder do homem sobre

a natureza" escrevia êle, pressentindo, notadamente no que respeitava à eletri

um experimentador de uma apurada perspicácia, estribado em métodos de rigor impecável.

Em 1746, Benjamin realizou a expe riência memorável estampada na his tória da ciência como o início de uma

Franklin, provocando contacto com a chave, tirou da mesma faíscas similares

um raio destruidor não constituía senão

monstrada a identidade da matéria elé

a ampliação das centelhas da garrafa

trica com a do relâmpago".

A experiência meticulosamente descri

de Leyden.

Antes que essa noção se -implantasse

ta e comunicada em memórias aos prin

escrito, lamentando não possuir os co nhecimentos matemáticos para elevar-se até os cumes das medições e dos cál culos precisos.

O âmbito dos seus estudos científicos

é positivamente para assombrar. Sempre atido aos fatos e fugindo aos puros de vaneios especulativos, costuma traçar

o esquema das pesquisas, geralmente ilustrado de reflexões de surpreendente agudeza.

como verdade fora de dúvida, os enten

cipais institutos científicos da Europa

didos debateram longamente o caso"c a

obteve um êxito imenso.

Franklin

universal a quem muito contribuiu para o avanço da eletricidade e foi talvez o primeiro a usar as designações de po sitiva" e "negativa" para as duas formas

ção das correntes aéreas e emitiu expli

de eletricidade, e a empregar a nomen

teorologistas; verificou os fenômenos da condução calorífica e os efeitos da côr do

é que coube

deslindar

o

enigma.

era de extraordinárias des

- Uma atenta reflexão sô-

cobertas. Foi algo de com

bre o poder das pontas e

parável, pela repercussão

a suspeita de que as nu

Deu fama

clatura que abrange termos como bate

do caso e a emoção que

vens

êle suscitou, ao decifra-

condensadores de eletrici

ria, condensador, condutor, descarga etc.

mento dos segredos da físi

dade, despertaram-lhe a

ca nuclear e da energia

idéia de descarregar si

As teses ex-postas pelo genial ame ricano foram objeto de cerradas contro

atômica.

lenciosamente as referidas

vérsias e acabaram vencedoras e acla-

A eletricidade.

nuciosos e distingue gradações e parti

tempestuosas

eram

Depois de identificar a eletricidade

atmosférica, vo!tou-se para a interpreta

cações bastante apreciadas pelos me vestuário para suportar a temperatura; na óptica, passa por inventor das lentes bifocais.

Abordando sucessivamente uma série


156

Dicesto Econômico

sem formar uma igual confederação, ela

borou o "Albany Plan", o primeiro pro jeto de unificação baseado numa escla

recida mentalidade "intercontinental".

Uma vida de tal forma devotada aos

negócios e ao serviço público bastaria para indicar uma vitalidade particular mente transbordante. Mas Franklin ul trapassou consideràvelmente essas di visas.

Não há pràfácamente um assunto de

certo relevo, social ou científico, que escape a um espírito de rara percuciên-

cia e capacidade de investigação. Apaixona-o a ciência e êle vislumbra, com

intuições proféticas, quanto ela vai con

157

Dicesto EcoNÓNaco

no século de Newton, não passava de

nuvens c assim evitar o estrondo e efei

mera curiosidade em cujas aplicações, muito rudimentares, só inteligências de superior discernimento podiam visionar

to dos raios.

tôpo dos edifícios, navios e tòrres de igrejas, pensou êle, poderiam resguardá-

grandiosas perspectivas.

los do perigo das faíscas.

Conheciam-se certamente as duas for

mas de eletricidade produzidas pelo atrito, respectivamente designadas a ví-

A

Hastes ponteagudas no

A experiência do papagaio, anedota cuja celebridade emparelha com a maçã de Newton e o lustro de Galileu, foi de

trea e a resinosa. Alguns físicos, entre os quais Dufay, haviam assinalado a in

alcance incalculável.

teressante propriedade das pontas em

moço de vinte anos, e não um menino

que se concentrava o fluido para acusar

como relata a legenda, lançou um papa

efeitos de escoamento.

A recente divulgação da garrafa de Leyden, condensador com o qual se pro porcionavam choques do efeitos orgâni

Franklin, ajudado por seu fillio, um

gaio, em forma dc cruz, feito com um lenço de sôda e munido de arame pon-

teagudo no fim da haste central. A extremidade inferior dc cordão

tribuir para os benefícios materiais da civilização. Êle inquire todos os fenô

cos bem sensíveis, vinha provar que o

prendia-se a uma argola de chave segura

menos e os observa com um olhar de

fluido' era uma fôrça de natureza sus

por uma fita de sêda, e o operador se

cetível de ser armazenada c talvez uti

conservava debaixo de um telheiro para

lince, penetrando a essência das coisas e apanhando ràpidamente as relações

lizada de maneira produtiva. Eram, porém, suposições alimentadas

madas em plenários como o da "Royal Society" de Londres. Os colégios de Harward, Yale e William and Mary deram-lhe o título de professor honorá

rio. Estava coroado de louros aquêle que agradecia a Deus por haver desco berto o meio dc proteger as casas das devastações do relâmpago e que o emi nente filósofo Kant citava como "um no

vo Prometeu que roubara o fogo do céu". Pois êsse novo Prometeu não se limi

tou a aprofundar os mi.stérios da ele tricidade.

Versou praticamente todos

os capítulos da ciência, quer se tratasse de física, química, astronomia ou outras

'^"oSando-se, como afirmava, pelos princípios da filosofia experimental, ja mais se contentou em permanecer no

campo das conjeturas. Olhos fitos na

não molhar a fita que servia de isolante. Assim que o papagaio atingiu uma nu

realidade, êle procede a confrontos mi

por pouquíssimos e ousados obser\'ado-

vem de aspecto carregado, o cordão

res de um fenômeno tão mal conhecido, que causou espanto saber que a eletri cidade de atritos e a dos abalos atmos

umedecido tornou-sc bom condutor e

cularidades que trata logo de fixar por

cidade, as admiráveis concepções e rea

féricos representavam dois aspectos do

às da máquina elétrica de fricção, com

lizações dos nossos dias. E quando lhe coube estudar a matéria e coligír os re sultados de suas pesquisas, agiu como

mesmo elemento, apenas diversificados

pelo grau de intensidade e de ação, pois

as quais carregou uma garrafa de Leyden. "Assim - concluiu - ficou de

que levam à descoberta das leis.

"É

impossível imaginar a que altura chegará em mil anos o poder do homem sobre

a natureza" escrevia êle, pressentindo, notadamente no que respeitava à eletri

um experimentador de uma apurada perspicácia, estribado em métodos de rigor impecável.

Em 1746, Benjamin realizou a expe riência memorável estampada na his tória da ciência como o início de uma

Franklin, provocando contacto com a chave, tirou da mesma faíscas similares

um raio destruidor não constituía senão

monstrada a identidade da matéria elé

a ampliação das centelhas da garrafa

trica com a do relâmpago".

A experiência meticulosamente descri

de Leyden.

Antes que essa noção se -implantasse

ta e comunicada em memórias aos prin

escrito, lamentando não possuir os co nhecimentos matemáticos para elevar-se até os cumes das medições e dos cál culos precisos.

O âmbito dos seus estudos científicos

é positivamente para assombrar. Sempre atido aos fatos e fugindo aos puros de vaneios especulativos, costuma traçar

o esquema das pesquisas, geralmente ilustrado de reflexões de surpreendente agudeza.

como verdade fora de dúvida, os enten

cipais institutos científicos da Europa

didos debateram longamente o caso"c a

obteve um êxito imenso.

Franklin

universal a quem muito contribuiu para o avanço da eletricidade e foi talvez o primeiro a usar as designações de po sitiva" e "negativa" para as duas formas

ção das correntes aéreas e emitiu expli

de eletricidade, e a empregar a nomen

teorologistas; verificou os fenômenos da condução calorífica e os efeitos da côr do

é que coube

deslindar

o

enigma.

era de extraordinárias des

- Uma atenta reflexão sô-

cobertas. Foi algo de com

bre o poder das pontas e

parável, pela repercussão

a suspeita de que as nu

Deu fama

clatura que abrange termos como bate

do caso e a emoção que

vens

êle suscitou, ao decifra-

condensadores de eletrici

ria, condensador, condutor, descarga etc.

mento dos segredos da físi

dade, despertaram-lhe a

ca nuclear e da energia

idéia de descarregar si

As teses ex-postas pelo genial ame ricano foram objeto de cerradas contro

atômica.

lenciosamente as referidas

vérsias e acabaram vencedoras e acla-

A eletricidade.

nuciosos e distingue gradações e parti

tempestuosas

eram

Depois de identificar a eletricidade

atmosférica, vo!tou-se para a interpreta

cações bastante apreciadas pelos me vestuário para suportar a temperatura; na óptica, passa por inventor das lentes bifocais.

Abordando sucessivamente uma série


XT

158

Digesto Econóníico 9

quase interminável de problemas diver sos, deixou escritos sôbre fonética e or

tografia; cultura da amoreira e bicho-da-

sêda; repuxos; origem vegetal do carvão. Tocou em assuntos de bio'ogía e de higiene, fazendo considerações sôbre a vacina da varíola e o tratamento dos res-

friados. Opinou sôbre as experiências do médico Mesmer, meio oculti.sta e meio

charlatão e bastante em voga, em dado momento, ao lado do famoso Cagliostro, outro místificador da crendice de certos

salões grã-finos.

.r

Como Se isso não bastasse, entregouse ao estudo das correntes da "GulfStream" e deu parecer sôbre a técnica

presa de todos, A superfície do lago se tomou lisa como um espelho, em pouco.s segundos. Divcrtindo-se com a per plexidade dos circunstantes,

Franklin

explicou que havia lançado uma pe quena quantidade de óleo sôbre as

águas. O líquido, e.spalhando-se â su

perfície em fina película, produzira êssc efeito de abrandamento das ondas. Essa

admirável curiosidade espiritual enfren tou as rian.scendentes hipóteses concer nentes à natureza da luz c se deteve na teoria corpuscular, então abraçada por Newton c considerada ortodoxa. p<ua atrever-se .a esboçar a teoria das

do pavegação. A propósito dos ensaios de Montgolfier, um dos precursores da

vibrações luminosas, base das modernas concepções eletro-magnéticas. Vê-se a

aeronáutica, fez luminosas ponderações

ao plano dos Maxwell, Lorcntz e Eins-

sobre o futuro dos balões. Pode-se dizer

que^ antevlu os espetáculos grandiosos e terríveis da guerra moderna, uma vez

que se referiu às guerras em que os exércitos seriam transportados por via aerea. É uma indubitável previsão dos modernos bombardeios da aviação e dos pára-quedistas...

Bem longe iríamos se quiséssemos pormenorizar um ccleüsmo científico desse

porte. Sentimo-nos, porém, na obrigação de narrar a outra clássica anedota de

sua carreira científica. Hóspede de um

amigo ilustre na Inglaterra e passeando, num dia de vento, no parque de sua

propriedade, ornado de um belo lago artificial, Franklin declarou a um grupo de convidados, entre os quais figurava o abade francês Morelet, que êle acalma ria instantaneamente as águas enruga

pujança dessa mentahdade, que se alça tein. ao pretender "que o espaço uni-

159

DrctcsTo Econômico

de na pátria e no exterior ha\ ia de ser chamado forçosamente para cooperar na

defesa dos interesses coloniais em geral,

atendendo a que eles se diferenciavam, diretrizes da metrópole. E, com efeito, não tardaram em sur

"proprietários" terem que contribuir pa

gir

contínuas

divergências

entre

a

Assembléia da Pcnsilvânia e o governa

dor, por causa de questões fiscais, tó pico em que todas as colônias se mos

travam muito ciumentas de autonomia e

colônias, como a Pcnsilvânia, tinham que obedecer ao estatuto legal de sua funda

ção e aquiescer às vantagens proporcio nadas aos primeiros beneficiários das de William Penn.

Outras colônias de

dos costumes inglêses, tôdas, sem em

bargo de diversidades formais de juris

dição, constituiam unidades autônomas,

caseiros, como um fogão, e, como era um músico delicado, aperfeiçoou a "har

Em caso de conflito legal, cabia o

Insistimos um pouco sôbre as caracte rísticas do cientista, porque foram elas que emprestaram ao grande americano

um prestígio internacional e conjunta

das pela ventania. Ante a dúvida dos

mente serviram para ^azer uma inigualá

presentes, aproximou-se da beira, fingiu que pronunciava umas palavras mágicas e agitou sôbre a cabeça uma bengala que levava na mão. Com grande sur

vel propaganda dos Estados americanos, antes mesmo de quaisquer ocorrências anunciadoras da independência. Cida dão consagrado por tamanha popularida

da generosidade e do altruísmo do gran^ de apóstolo, fxmdador da Pensilvânia, viviam em Londres dos frutos de um

se por isso, muito tensa a situação, visto

"proprietários", comparáveis aos dona tários das capitanias do Brasil, algumas

Rematando esta digressão, digamos agora que Franklin desceu dessas al titudes para tirar patente de aparelhos

lâminas de vidro.

cendentes de William Penn, esquecidos

cartas ou concessões outorgadas a certos

providas de uma assembléia local que

mônica , instrumento que produz sons plangentes e suaves com a vibração de

ra as despesas da comunidade. Os des

de eqüidade. Vivendo sob o regime de

pendiam diretamente da coroa. Mas, por fim, dada a irresistível ascendência

tariam o sentido da vista como as do ar afetam a audição".

foi o da justiça fiscal e a obrigação de os

rendimento feudal e nem se preocupa

meiros físicos a propor a existência de

eter , meio adequado à propagação das ondas luminosas, "cujas vibrações afe

territoriais e lucrar desmedidamente com

em mais de um ponto, da política e das

concessões, como sucedia com a família

Franklin é, assim, um dos pri

esta pretendia eximir-se de algumas ta.xas os arrendamentos, o princípio invocado

■\'ersal c cheio de um fluido sutil e elás

tico".

Quando a Assembléia da PensilvAniu sc desaveio com a família Penn, porque

exercia as funções legislativas e contro

lava o poder dos governadores.

apelo ao parlamento e em determinadas instâncias ao próprio rei, ambos consi derados protetores de fiéis súditos da Inglaterra, os quais entendiam reger-se por normas contrárias ao absolutismo e faziam remontar esse direito à Carta Magna de 1215. Um traço comum aos

ingleses, tanto da Europa como de alem mar, era êsse culto a certas liberdades fundamentais e ao preceito, intangível e inalienável, de que os impostos eram

votados pelo povo e não extorquidos

pelo rei.

vam com o povo da América. Tornou-

que os colonos não queriam passar por vassalos e servos.

Tais foram, muito sucmtamente. os

motivos que determinaram a ida de Franklin para a Inglaterra, mvesbdo de um mandato "sui generis" de represen tante e advogado do povo da Pensilyan.a e como que de embaixador obcoso junto à côrte e ao pailamento de Westminster. Cabe agora dizer que, até essa fase

ae sua vida. o nobre americano era, antes de tudo, um excelente inglês, do

tipo mais conforme ao lealismo e certo de que uma imperiosa necessidade man

dava resguardar a união do império.

Essa concepção apareceu bem em 1744, por ocasião da guerra com a França, quando êle propugnou com vee mência que o Canadá devia permanecer

inglês, aduzindo que as fundações da grandeza imperial se achavam na Amé rica, mercado de produtividade imensa

e espaço pràticamente ilimitado, onde se poderia desenvolver uma população pro lífica, pertencente à mesma estirpe. Uma vez êle traduziu mesmo êsse pa

triotismo de uma forma algo exclusivista

e racista, ao pleitar para as colônias uma imigração selecionada e só composta de


XT

158

Digesto Econóníico 9

quase interminável de problemas diver sos, deixou escritos sôbre fonética e or

tografia; cultura da amoreira e bicho-da-

sêda; repuxos; origem vegetal do carvão. Tocou em assuntos de bio'ogía e de higiene, fazendo considerações sôbre a vacina da varíola e o tratamento dos res-

friados. Opinou sôbre as experiências do médico Mesmer, meio oculti.sta e meio

charlatão e bastante em voga, em dado momento, ao lado do famoso Cagliostro, outro místificador da crendice de certos

salões grã-finos.

.r

Como Se isso não bastasse, entregouse ao estudo das correntes da "GulfStream" e deu parecer sôbre a técnica

presa de todos, A superfície do lago se tomou lisa como um espelho, em pouco.s segundos. Divcrtindo-se com a per plexidade dos circunstantes,

Franklin

explicou que havia lançado uma pe quena quantidade de óleo sôbre as

águas. O líquido, e.spalhando-se â su

perfície em fina película, produzira êssc efeito de abrandamento das ondas. Essa

admirável curiosidade espiritual enfren tou as rian.scendentes hipóteses concer nentes à natureza da luz c se deteve na teoria corpuscular, então abraçada por Newton c considerada ortodoxa. p<ua atrever-se .a esboçar a teoria das

do pavegação. A propósito dos ensaios de Montgolfier, um dos precursores da

vibrações luminosas, base das modernas concepções eletro-magnéticas. Vê-se a

aeronáutica, fez luminosas ponderações

ao plano dos Maxwell, Lorcntz e Eins-

sobre o futuro dos balões. Pode-se dizer

que^ antevlu os espetáculos grandiosos e terríveis da guerra moderna, uma vez

que se referiu às guerras em que os exércitos seriam transportados por via aerea. É uma indubitável previsão dos modernos bombardeios da aviação e dos pára-quedistas...

Bem longe iríamos se quiséssemos pormenorizar um ccleüsmo científico desse

porte. Sentimo-nos, porém, na obrigação de narrar a outra clássica anedota de

sua carreira científica. Hóspede de um

amigo ilustre na Inglaterra e passeando, num dia de vento, no parque de sua

propriedade, ornado de um belo lago artificial, Franklin declarou a um grupo de convidados, entre os quais figurava o abade francês Morelet, que êle acalma ria instantaneamente as águas enruga

pujança dessa mentahdade, que se alça tein. ao pretender "que o espaço uni-

159

DrctcsTo Econômico

de na pátria e no exterior ha\ ia de ser chamado forçosamente para cooperar na

defesa dos interesses coloniais em geral,

atendendo a que eles se diferenciavam, diretrizes da metrópole. E, com efeito, não tardaram em sur

"proprietários" terem que contribuir pa

gir

contínuas

divergências

entre

a

Assembléia da Pcnsilvânia e o governa

dor, por causa de questões fiscais, tó pico em que todas as colônias se mos

travam muito ciumentas de autonomia e

colônias, como a Pcnsilvânia, tinham que obedecer ao estatuto legal de sua funda

ção e aquiescer às vantagens proporcio nadas aos primeiros beneficiários das de William Penn.

Outras colônias de

dos costumes inglêses, tôdas, sem em

bargo de diversidades formais de juris

dição, constituiam unidades autônomas,

caseiros, como um fogão, e, como era um músico delicado, aperfeiçoou a "har

Em caso de conflito legal, cabia o

Insistimos um pouco sôbre as caracte rísticas do cientista, porque foram elas que emprestaram ao grande americano

um prestígio internacional e conjunta

das pela ventania. Ante a dúvida dos

mente serviram para ^azer uma inigualá

presentes, aproximou-se da beira, fingiu que pronunciava umas palavras mágicas e agitou sôbre a cabeça uma bengala que levava na mão. Com grande sur

vel propaganda dos Estados americanos, antes mesmo de quaisquer ocorrências anunciadoras da independência. Cida dão consagrado por tamanha popularida

da generosidade e do altruísmo do gran^ de apóstolo, fxmdador da Pensilvânia, viviam em Londres dos frutos de um

se por isso, muito tensa a situação, visto

"proprietários", comparáveis aos dona tários das capitanias do Brasil, algumas

Rematando esta digressão, digamos agora que Franklin desceu dessas al titudes para tirar patente de aparelhos

lâminas de vidro.

cendentes de William Penn, esquecidos

cartas ou concessões outorgadas a certos

providas de uma assembléia local que

mônica , instrumento que produz sons plangentes e suaves com a vibração de

ra as despesas da comunidade. Os des

de eqüidade. Vivendo sob o regime de

pendiam diretamente da coroa. Mas, por fim, dada a irresistível ascendência

tariam o sentido da vista como as do ar afetam a audição".

foi o da justiça fiscal e a obrigação de os

rendimento feudal e nem se preocupa

meiros físicos a propor a existência de

eter , meio adequado à propagação das ondas luminosas, "cujas vibrações afe

territoriais e lucrar desmedidamente com

em mais de um ponto, da política e das

concessões, como sucedia com a família

Franklin é, assim, um dos pri

esta pretendia eximir-se de algumas ta.xas os arrendamentos, o princípio invocado

■\'ersal c cheio de um fluido sutil e elás

tico".

Quando a Assembléia da PensilvAniu sc desaveio com a família Penn, porque

exercia as funções legislativas e contro

lava o poder dos governadores.

apelo ao parlamento e em determinadas instâncias ao próprio rei, ambos consi derados protetores de fiéis súditos da Inglaterra, os quais entendiam reger-se por normas contrárias ao absolutismo e faziam remontar esse direito à Carta Magna de 1215. Um traço comum aos

ingleses, tanto da Europa como de alem mar, era êsse culto a certas liberdades fundamentais e ao preceito, intangível e inalienável, de que os impostos eram

votados pelo povo e não extorquidos

pelo rei.

vam com o povo da América. Tornou-

que os colonos não queriam passar por vassalos e servos.

Tais foram, muito sucmtamente. os

motivos que determinaram a ida de Franklin para a Inglaterra, mvesbdo de um mandato "sui generis" de represen tante e advogado do povo da Pensilyan.a e como que de embaixador obcoso junto à côrte e ao pailamento de Westminster. Cabe agora dizer que, até essa fase

ae sua vida. o nobre americano era, antes de tudo, um excelente inglês, do

tipo mais conforme ao lealismo e certo de que uma imperiosa necessidade man

dava resguardar a união do império.

Essa concepção apareceu bem em 1744, por ocasião da guerra com a França, quando êle propugnou com vee mência que o Canadá devia permanecer

inglês, aduzindo que as fundações da grandeza imperial se achavam na Amé rica, mercado de produtividade imensa

e espaço pràticamente ilimitado, onde se poderia desenvolver uma população pro lífica, pertencente à mesma estirpe. Uma vez êle traduziu mesmo êsse pa

triotismo de uma forma algo exclusivista

e racista, ao pleitar para as colônias uma imigração selecionada e só composta de


Dioi-aTO Econômico

160

Digi-:sto Econômico

inglêses, pois muito o afligia o cresci

tumes depravados da metrópole e as

mento dos núcleos germânicos, irlandeses

\ irtudes do povo simples e democrata da

e outros.

América.

Longe de se arvorar em postulante

As manifestaç-ões de hostilidade ou

provocador, timbra, por conseguinte, em

de.sprêzo contra os americanos, a fria

ostentar pleno "lealismo" e deferência à

Inglaterra e declara sinceramente que "o

polidez com que o recebem nos ambien tes governativos, assopram a cbama de

Império Britânico é a maior estrutura po

um americanismo latente.

lítica que a sabedoria humana já erigiu".

Doravante, ôlc só exalta a grandeza

161

irreplicável, que as colônias considera vam o Parlamento o grande baluarte de suas liberdades e privilégios. Reafirmou

que elas não faziam distinção entre suas

zação parlamentar. Por outro lado, a não ser entre algumas personalidades mais clarividentes e ostensi\'amente fa

voráveis aos americanos, a própria opi

guerras e as do império, mas que tal

nião pública do país atribuía o estado

sentimento de afeição declinaria se se vissem desconsideradas.

de tensão existente à má vontade das

"Enquanto as liberdades civis e reli giosas são asseguradas — frisava êle —

colônias, filhas rebeldes e que se furta

vam capciosamente a participar das des pesas do império.

do império, desde que a América seja contemplada nessa associação de poNXJs com os mesmos requisitos da Mãe-Pátria

deveres e obedientes".

ciência, gradativamente encaminhada pe la força dos fatos nos rumos da sedição e, por iiltimo, da independência final.

e o direito dc expandir seu comércio e

com as seguintes e sintomáticas adver

possuir manufaturas próprias. Sem perder a linha de conduta de uin

tências: "Somos em vossas mãos como

Ora, a todos os esforços no sentido de

conselheiro cheio de moderação e avi

a argila do oleiro" e "as ondas só encrespam quando o vento sopra'.

uma solução pacificadora, opõem-lhe obstáculos irritantes, seja nas chicanas judiciárias inventadas pelos advogados

sado, tratou de mostrar que a política egoística, consistindo em asfixiar as colô

Em 1762, Franklin volta a Filadé fia a fim de prestar contas de sua missão

nias de impostos, tarde ou cedo levaria a uma incompatibilidade irremediável.

justamente irrogadas pela

Sôbre êsses perigos cuidou de cha mar a atenção dos meios americanófllos

inveja e caluniosamente propaladas pela fermenta

da sociedade britânica, procurando sim

ção dos interêsses contra

da e espoliada por um

patias para a causa que patrocinava.

riados.

regime social criador de injustas desigualdades, fa

Diante dessa lealdade de aparência inquebrantável será sumamente interes sante apreciar a evolução de sua cons

da família Penn, seja na má vontade dos altos funcionários do govêmo, a come çar pelo ministro Granville, encarregado dos negócios coloniais no Conselho Pri

vado da Coroa. O órgão que deveria

tais súditos serão cumpridores de seus Mas terminava

8 defender-se de muitas acusações in

No ano seguinte,

No correr de longas e prpcra.stinadas

negociações, êsse estado de espírito foi, aos poucos, engendrando a cadeia de mal-entendidos conducentes à revolta das colônias. Visitando a Irlanda, Fran

klin percebeu nas reclamações do povo insular uma grande analogia com as da América. Pôs-se a

,

confrontar o "standard de vida da metrópole com o do Novo Mundo e con-

c'mu que a população in glesa era muito sacrifica

prestar assistência aos súditos da Amé

Inventor consagrado pelas homenagens

1763, registrou-se um dos

rica ou, pelo menos, ouvir-lhes com

dos principais institutos científicos, fre qüentador dos cenáculos de escol do país, amigo, hóspede e comensal de grandes figuras da intelectualidade in-

maiores triunfos da história

voráveis apenas à mesma

inglesa, com a assinatura

classe de aristocratas ou

do Tratado de Paris, rema

de funcionários rapaces e negocistas, para os quais a América não passava de um campo a exqjlorar.

imparcialidade as queixas e petições, mal esconde que, em vez de ser juiz no litígio, é antes uma parte mancomuna da com os "proprietários". Por êsses tempos, sob o reinado de' Ceorge III, monarca de índole autoritária e empe nhado em recobrar um absolutismo fora

glêsa, não se cansou do trabalhar hàbilmente para a sua terra junto de tantas

apogeu do poderio colonial

forças prestigiosas da opinião.

cida e inteiramente despo

Foi menos feliz nos trâmites do pro

da época, a corrupção domina o parla

cesso relativo à Pensilvânia, tendo em

mento e êste, por seu turno, é um ins trumento de subômo nas lides eleitorais.

vista que não llie queriam reconhecer n

Até perto de 1770, o rei, em cuja vir

te da guerra de sete anos e

qualidade de delegado da colônia, sob o pretexto de tal nomeação/não haver si

tude Franklin acreditava piamente, vai rebaixar o primeiro ministro e a máqui na política do país. Ao presenciar êsses

do aprovada pelo governador.

índices de decadência paralelos à febre de prazeres e de luxo e à crescente prosperidade econômica da Inglaterra,

Chamado a depor perante úma comissão

dc inquérito da Câmara dos Comuns,

Franklin sentiu o contraste entre os cos-

interrogatório..^ Argumentou, de maneira

A isso

objetava Franklin que a delegação era legítima, por ser de origem popular. sustentou com brilho e altivez um longo

britânico. A França, ven

jada de suas possessões

americanas, não estava em condições de enfrentar o Inimigo hereditário.

Ao voltar para a Inglaterra em seme lhante atmosfera de glórias comuns e de otimismo, acreditou Franklin que se

riam fàcílmente aplainadas as causas dos

Ora, se

tais reflexões

partiam de um espírito moderado, podese calcular .como repercutiam entre as colônias os abusos do sistema inglês. O

govêmo de Londres não se deu conta de que as taxações repetidas e os im postos iníquos determinariam uma desu

baldaram-se os seus esforços, teimosa

nião fatal. Insistiu numa política de fôrça e colheu a tempestade prevista

mente anulados pela política autoritá ria 6 opiniática do rei George III e de

ram modelar a argila americana e as

Lord North, Granville e outros áulicos

ondas da revolta se encresparam.

dissentimentos anteriores. Mais uma vez

do soberano e cúmplices da desmorali-

por Franklin.

Os oleiros não soube

Em 1770, Franklin, surpreendido com


Dioi-aTO Econômico

160

Digi-:sto Econômico

inglêses, pois muito o afligia o cresci

tumes depravados da metrópole e as

mento dos núcleos germânicos, irlandeses

\ irtudes do povo simples e democrata da

e outros.

América.

Longe de se arvorar em postulante

As manifestaç-ões de hostilidade ou

provocador, timbra, por conseguinte, em

de.sprêzo contra os americanos, a fria

ostentar pleno "lealismo" e deferência à

Inglaterra e declara sinceramente que "o

polidez com que o recebem nos ambien tes governativos, assopram a cbama de

Império Britânico é a maior estrutura po

um americanismo latente.

lítica que a sabedoria humana já erigiu".

Doravante, ôlc só exalta a grandeza

161

irreplicável, que as colônias considera vam o Parlamento o grande baluarte de suas liberdades e privilégios. Reafirmou

que elas não faziam distinção entre suas

zação parlamentar. Por outro lado, a não ser entre algumas personalidades mais clarividentes e ostensi\'amente fa

voráveis aos americanos, a própria opi

guerras e as do império, mas que tal

nião pública do país atribuía o estado

sentimento de afeição declinaria se se vissem desconsideradas.

de tensão existente à má vontade das

"Enquanto as liberdades civis e reli giosas são asseguradas — frisava êle —

colônias, filhas rebeldes e que se furta

vam capciosamente a participar das des pesas do império.

do império, desde que a América seja contemplada nessa associação de poNXJs com os mesmos requisitos da Mãe-Pátria

deveres e obedientes".

ciência, gradativamente encaminhada pe la força dos fatos nos rumos da sedição e, por iiltimo, da independência final.

e o direito dc expandir seu comércio e

com as seguintes e sintomáticas adver

possuir manufaturas próprias. Sem perder a linha de conduta de uin

tências: "Somos em vossas mãos como

Ora, a todos os esforços no sentido de

conselheiro cheio de moderação e avi

a argila do oleiro" e "as ondas só encrespam quando o vento sopra'.

uma solução pacificadora, opõem-lhe obstáculos irritantes, seja nas chicanas judiciárias inventadas pelos advogados

sado, tratou de mostrar que a política egoística, consistindo em asfixiar as colô

Em 1762, Franklin volta a Filadé fia a fim de prestar contas de sua missão

nias de impostos, tarde ou cedo levaria a uma incompatibilidade irremediável.

justamente irrogadas pela

Sôbre êsses perigos cuidou de cha mar a atenção dos meios americanófllos

inveja e caluniosamente propaladas pela fermenta

da sociedade britânica, procurando sim

ção dos interêsses contra

da e espoliada por um

patias para a causa que patrocinava.

riados.

regime social criador de injustas desigualdades, fa

Diante dessa lealdade de aparência inquebrantável será sumamente interes sante apreciar a evolução de sua cons

da família Penn, seja na má vontade dos altos funcionários do govêmo, a come çar pelo ministro Granville, encarregado dos negócios coloniais no Conselho Pri

vado da Coroa. O órgão que deveria

tais súditos serão cumpridores de seus Mas terminava

8 defender-se de muitas acusações in

No ano seguinte,

No correr de longas e prpcra.stinadas

negociações, êsse estado de espírito foi, aos poucos, engendrando a cadeia de mal-entendidos conducentes à revolta das colônias. Visitando a Irlanda, Fran

klin percebeu nas reclamações do povo insular uma grande analogia com as da América. Pôs-se a

,

confrontar o "standard de vida da metrópole com o do Novo Mundo e con-

c'mu que a população in glesa era muito sacrifica

prestar assistência aos súditos da Amé

Inventor consagrado pelas homenagens

1763, registrou-se um dos

rica ou, pelo menos, ouvir-lhes com

dos principais institutos científicos, fre qüentador dos cenáculos de escol do país, amigo, hóspede e comensal de grandes figuras da intelectualidade in-

maiores triunfos da história

voráveis apenas à mesma

inglesa, com a assinatura

classe de aristocratas ou

do Tratado de Paris, rema

de funcionários rapaces e negocistas, para os quais a América não passava de um campo a exqjlorar.

imparcialidade as queixas e petições, mal esconde que, em vez de ser juiz no litígio, é antes uma parte mancomuna da com os "proprietários". Por êsses tempos, sob o reinado de' Ceorge III, monarca de índole autoritária e empe nhado em recobrar um absolutismo fora

glêsa, não se cansou do trabalhar hàbilmente para a sua terra junto de tantas

apogeu do poderio colonial

forças prestigiosas da opinião.

cida e inteiramente despo

Foi menos feliz nos trâmites do pro

da época, a corrupção domina o parla

cesso relativo à Pensilvânia, tendo em

mento e êste, por seu turno, é um ins trumento de subômo nas lides eleitorais.

vista que não llie queriam reconhecer n

Até perto de 1770, o rei, em cuja vir

te da guerra de sete anos e

qualidade de delegado da colônia, sob o pretexto de tal nomeação/não haver si

tude Franklin acreditava piamente, vai rebaixar o primeiro ministro e a máqui na política do país. Ao presenciar êsses

do aprovada pelo governador.

índices de decadência paralelos à febre de prazeres e de luxo e à crescente prosperidade econômica da Inglaterra,

Chamado a depor perante úma comissão

dc inquérito da Câmara dos Comuns,

Franklin sentiu o contraste entre os cos-

interrogatório..^ Argumentou, de maneira

A isso

objetava Franklin que a delegação era legítima, por ser de origem popular. sustentou com brilho e altivez um longo

britânico. A França, ven

jada de suas possessões

americanas, não estava em condições de enfrentar o Inimigo hereditário.

Ao voltar para a Inglaterra em seme lhante atmosfera de glórias comuns e de otimismo, acreditou Franklin que se

riam fàcílmente aplainadas as causas dos

Ora, se

tais reflexões

partiam de um espírito moderado, podese calcular .como repercutiam entre as colônias os abusos do sistema inglês. O

govêmo de Londres não se deu conta de que as taxações repetidas e os im postos iníquos determinariam uma desu

baldaram-se os seus esforços, teimosa

nião fatal. Insistiu numa política de fôrça e colheu a tempestade prevista

mente anulados pela política autoritá ria 6 opiniática do rei George III e de

ram modelar a argila americana e as

Lord North, Granville e outros áulicos

ondas da revolta se encresparam.

dissentimentos anteriores. Mais uma vez

do soberano e cúmplices da desmorali-

por Franklin.

Os oleiros não soube

Em 1770, Franklin, surpreendido com


162

Dighsto Econômico

a violência da reação colonial, ainda es

boçou uma derradeira tentativa para salvar a unidade do império. Era tarde. A missão do mediador tomou-se sus

peita a ambas as partes e o pacificador,

vigiado como um rebelde, teve que fu

fase em que um ancião respeitável e de atitudes patriarcais vai positivamente

os insurgentes de armas e munições. Na

côrte, representa a primor o papel do

mais, porque a França, ainda abalada e

diplomata filósofo, ornado da simplici

dolorida pelo desastre do Tratado de

dade de alma e das virtudes antigas já aclimadas na jovem América. Nos sa lões, onde êle é disputado e recebido

que compreendeu a ineWtabilidade da

A França atravessa então um período

aos Estados insurretos. Os últimos dias de sua estada em Londres haviam sido

perturbados por muitos casos em que

se patenteara o antagonismo irredutível entre ingleses e americanos. O escânda-

parhis do governador Hutchinson e as injúrias dirigidas ao povo da Amé

rica exasperaram Franklin, para quem a metrópole era agora "um velho e apodrecido Estado" em conflito com um "país forescente".

Com a idade de 70 anos, figura como

o deputado mais velho do Congresso Continental, cheio de ardor para coor denar as forças cívicas, pôsto que si lencioso no plenário. E' um elemento

incomparável de ação, intransigente no combate e disposto a aceitá-lo até às últi mas conseqüências. Em 1776, no ato de

firmar a Proclamação da Independência, e um dos signatários convictos de que se trata de uma questão de vida ou morte para os autores do célebre documento. Como um dos americanos mais intei

rados nos segredos da política européia, é designado pelo Congresso para repre sentar os Estados insurgentes na França, país em que seu nome era alvo de honrosas atenções. Hí

*

*

de a França emprestar dinheiro e suprir

da França. E vai conquistá-la, além do

Paris, de 1763, aspira a vingar-se de uma

ruptura e da lula, emprestou, sem he sitar, todo o concurso de sua experiência

do com insinuante dialética a vantagem

conquistar a opinião vibrátil e sensível

gir para não ser preso por traição. O súdito fiel da Grã-Bretanha, assim

derrota humilhante.

com todos os enlevos de uma sociedade

de prosperidade, não obstante a crise nas finanças públicas. O erário do Es

de requintada distinção, o patriarca real

tado vai mal, enquanto uma burguesin

seus trajes, ao lado de cortesãos de cabe leira empoada e faustosamente vestidos.

ativa enriquece no comércio e numa in

dústria melhor aparelhada de maquinísmo que a da rng'aterra. Ganha terreno

a burguesia no campo econômico e por isso pretende galgar a escala dos privi légios políticos, visto que "uma nova distribuição da riqueza - como dirá mais

tarde o deputado Bavnave - eqüivale a uma nova distribuição do poder".

Em face de um sentimento nacional muito vivo e inclinado a tirar desfôrço da Inglaterra, Franldin entrou em con-

fabu^ações com o governo, através do ministro das Relações Exteriores, Vergennes, hábil estadista que aproveita o ensejo para enfraquecer a potência in

glesa sem correr o risco de uma guerra

declarada.

Os futuros Estados Unidos recebem

auxilio ^creto, fornecido por intermé dio de diversos aventureiros e emprei teiros de contrabandos, entre os quais o famoso Beaumarchais, o autor do "Bar

163

Digesto Econômico

ça a sua afabüidade e a sobriedade de Franklin, fino artista e arguto diplo mata, interessa também o.s meios lite rários c científicos. Na terra de Lavoi-

sier, Bufon, Voltaiie e Montgolfier, ha

viam de prezar o grande descobridor da eletricidade atmosférica.

Filósofo, delegado por uma democra cia em revolta contra o absolutismo, eis

o ponto que faz convergir para a sua

personalidade os aplausos do povo e lhe acarreta conjuntamente os louvores dos

mo c da igualdade tributária e autor do um plano de cooperação entre a realeza c o povo.

No terreno especulativo as

idéias foram ventiladas.

reacionárias opõem

Mas as forças

violentas resistên

cias. Os monarquistas ferrenhos alegam serem tantas inovações subversivas da or

dem social, e impedem em tempo a so

lução intcnnediária que talvez houvesse amortecido a onda revolucionária. A América, decantada pelos doutrina-

dores de unia república ideal, aparecia aos olhos de certos entusiastas, como

Lifayette, "um asilo da virtude e da liberdade". Conforme o critério realísti-

comenteíi seguido polítioi porinternacional, «bjeti^- ^ Vergennes e outros espíritos desapaixonados, a América era revolta constítuía sobretudo um instru

mento para aKejar a Inglaterra e abaterlhe a supremacia marítima. Franklin insiste constantemente^ por uma cooperação nülitar declarada, a ba se de uma aliança formal, porque as no tícias vindas dos Estados Unidos infor

mestres da inteligência francesa.

mam que a luta se desenroía com dure

Numa quadra em que se prega a re forma dos sistemas de governo e do gê nero humano, estão na moda as idéias

za e, o que é pior, com perspectivas in

de Rousseau e a doutrina da soberania

popular, conquanto não falte quein teipa as extremas conseqüências desses

em aproveitar os sobressaltos de uma opinião emotiva como a da França, d pronta a apoiar a guerra destinada a la

tados podem exéeder os limites previstos.

cional.

pensamentos, adivinhando que os resul

Mas estão no ar os projetos de uma monarquia republicana, meio têrnio en dossado pelos elementos moderados, par

beiro de Sevilha". Além desse, muitos outros traficantes e mercenários se põem

tidários de mudanças, desde que se pos

a serviço da causa da "liberdade", moto

sam manter em tutela as massas popu

expressivamente lançado para justificar o entusiasmo do povo gau^ês.

lares. As chamadas classes esclarecidas

Franklin foi o embaixador idealmente

dos em muitos "clubs" e sociedades, nos

professam esses credos novos, debati

escolhido para tocar a sentimentalidade

quais se louva a democracia e se co

Iniciou-se uma outra fase extrema

francesa. No gabinete de Vergennes, é

mente brilhante da vida de Franklin,

um negociador de cabeça fria, mostran-

mentam "OS princípios do economista e financista Turgot, adepto do liberalis

certas.

Uma tática do astuto filósofo consist#

var graves mortificações- do orgulho na Assim sentem todos os franceses em

geral, já por serem amigos do "panache", já por altos interesses no xadrez

dá política européia. O rei Luís XVI, em pessoa, atende Franklin com fidal-

guia; mas os ministros, atentos à parte

financeira e sabedores das aperturas do erário público, preferem o auxílio indi reto aos insurgentes americanos e a sus

tentação da guerra de nervos, operada


162

Dighsto Econômico

a violência da reação colonial, ainda es

boçou uma derradeira tentativa para salvar a unidade do império. Era tarde. A missão do mediador tomou-se sus

peita a ambas as partes e o pacificador,

vigiado como um rebelde, teve que fu

fase em que um ancião respeitável e de atitudes patriarcais vai positivamente

os insurgentes de armas e munições. Na

côrte, representa a primor o papel do

mais, porque a França, ainda abalada e

diplomata filósofo, ornado da simplici

dolorida pelo desastre do Tratado de

dade de alma e das virtudes antigas já aclimadas na jovem América. Nos sa lões, onde êle é disputado e recebido

que compreendeu a ineWtabilidade da

A França atravessa então um período

aos Estados insurretos. Os últimos dias de sua estada em Londres haviam sido

perturbados por muitos casos em que

se patenteara o antagonismo irredutível entre ingleses e americanos. O escânda-

parhis do governador Hutchinson e as injúrias dirigidas ao povo da Amé

rica exasperaram Franklin, para quem a metrópole era agora "um velho e apodrecido Estado" em conflito com um "país forescente".

Com a idade de 70 anos, figura como

o deputado mais velho do Congresso Continental, cheio de ardor para coor denar as forças cívicas, pôsto que si lencioso no plenário. E' um elemento

incomparável de ação, intransigente no combate e disposto a aceitá-lo até às últi mas conseqüências. Em 1776, no ato de

firmar a Proclamação da Independência, e um dos signatários convictos de que se trata de uma questão de vida ou morte para os autores do célebre documento. Como um dos americanos mais intei

rados nos segredos da política européia, é designado pelo Congresso para repre sentar os Estados insurgentes na França, país em que seu nome era alvo de honrosas atenções. Hí

*

*

de a França emprestar dinheiro e suprir

da França. E vai conquistá-la, além do

Paris, de 1763, aspira a vingar-se de uma

ruptura e da lula, emprestou, sem he sitar, todo o concurso de sua experiência

do com insinuante dialética a vantagem

conquistar a opinião vibrátil e sensível

gir para não ser preso por traição. O súdito fiel da Grã-Bretanha, assim

derrota humilhante.

com todos os enlevos de uma sociedade

de prosperidade, não obstante a crise nas finanças públicas. O erário do Es

de requintada distinção, o patriarca real

tado vai mal, enquanto uma burguesin

seus trajes, ao lado de cortesãos de cabe leira empoada e faustosamente vestidos.

ativa enriquece no comércio e numa in

dústria melhor aparelhada de maquinísmo que a da rng'aterra. Ganha terreno

a burguesia no campo econômico e por isso pretende galgar a escala dos privi légios políticos, visto que "uma nova distribuição da riqueza - como dirá mais

tarde o deputado Bavnave - eqüivale a uma nova distribuição do poder".

Em face de um sentimento nacional muito vivo e inclinado a tirar desfôrço da Inglaterra, Franldin entrou em con-

fabu^ações com o governo, através do ministro das Relações Exteriores, Vergennes, hábil estadista que aproveita o ensejo para enfraquecer a potência in

glesa sem correr o risco de uma guerra

declarada.

Os futuros Estados Unidos recebem

auxilio ^creto, fornecido por intermé dio de diversos aventureiros e emprei teiros de contrabandos, entre os quais o famoso Beaumarchais, o autor do "Bar

163

Digesto Econômico

ça a sua afabüidade e a sobriedade de Franklin, fino artista e arguto diplo mata, interessa também o.s meios lite rários c científicos. Na terra de Lavoi-

sier, Bufon, Voltaiie e Montgolfier, ha

viam de prezar o grande descobridor da eletricidade atmosférica.

Filósofo, delegado por uma democra cia em revolta contra o absolutismo, eis

o ponto que faz convergir para a sua

personalidade os aplausos do povo e lhe acarreta conjuntamente os louvores dos

mo c da igualdade tributária e autor do um plano de cooperação entre a realeza c o povo.

No terreno especulativo as

idéias foram ventiladas.

reacionárias opõem

Mas as forças

violentas resistên

cias. Os monarquistas ferrenhos alegam serem tantas inovações subversivas da or

dem social, e impedem em tempo a so

lução intcnnediária que talvez houvesse amortecido a onda revolucionária. A América, decantada pelos doutrina-

dores de unia república ideal, aparecia aos olhos de certos entusiastas, como

Lifayette, "um asilo da virtude e da liberdade". Conforme o critério realísti-

comenteíi seguido polítioi porinternacional, «bjeti^- ^ Vergennes e outros espíritos desapaixonados, a América era revolta constítuía sobretudo um instru

mento para aKejar a Inglaterra e abaterlhe a supremacia marítima. Franklin insiste constantemente^ por uma cooperação nülitar declarada, a ba se de uma aliança formal, porque as no tícias vindas dos Estados Unidos infor

mestres da inteligência francesa.

mam que a luta se desenroía com dure

Numa quadra em que se prega a re forma dos sistemas de governo e do gê nero humano, estão na moda as idéias

za e, o que é pior, com perspectivas in

de Rousseau e a doutrina da soberania

popular, conquanto não falte quein teipa as extremas conseqüências desses

em aproveitar os sobressaltos de uma opinião emotiva como a da França, d pronta a apoiar a guerra destinada a la

tados podem exéeder os limites previstos.

cional.

pensamentos, adivinhando que os resul

Mas estão no ar os projetos de uma monarquia republicana, meio têrnio en dossado pelos elementos moderados, par

beiro de Sevilha". Além desse, muitos outros traficantes e mercenários se põem

tidários de mudanças, desde que se pos

a serviço da causa da "liberdade", moto

sam manter em tutela as massas popu

expressivamente lançado para justificar o entusiasmo do povo gau^ês.

lares. As chamadas classes esclarecidas

Franklin foi o embaixador idealmente

dos em muitos "clubs" e sociedades, nos

professam esses credos novos, debati

escolhido para tocar a sentimentalidade

quais se louva a democracia e se co

Iniciou-se uma outra fase extrema

francesa. No gabinete de Vergennes, é

mente brilhante da vida de Franklin,

um negociador de cabeça fria, mostran-

mentam "OS princípios do economista e financista Turgot, adepto do liberalis

certas.

Uma tática do astuto filósofo consist#

var graves mortificações- do orgulho na Assim sentem todos os franceses em

geral, já por serem amigos do "panache", já por altos interesses no xadrez

dá política européia. O rei Luís XVI, em pessoa, atende Franklin com fidal-

guia; mas os ministros, atentos à parte

financeira e sabedores das aperturas do erário público, preferem o auxílio indi reto aos insurgentes americanos e a sus

tentação da guerra de nervos, operada


'«i*/,' I

I

164

Dicesto Econômico

165

atrás das cortinas da neutralidade e en

em separado. Antes de seguirem para

tregue aos corsários de alto mar e ou

salva pelo ouro e pela participação mi

porque se haviam irmanado na hora do

a América, muitos dos chefes do exérci

tros aventureiros do mesmo jaez. Ben-

sofrimento comum.

to expedicionário gaulês foram conferenciar com Franklin, principalmente os mais aristocratas: Lafayette, Nouailles, o Príncipe de Broglíe, o Duque de Lau-

litar da França.

jamin Franklin, a coberto da estranha

»

Digjbsto Econômico

popularidade que conseguiu alcançar, trata ao menos de obter recursos pecu niários para o Congresso Continental fi nanciar a luta. Em Paris, é êle sempre tratado como o expoente dessa democra cia a cujo favor vai solicitar o concurso

da monarquia ainda embebída do espí rito absolutista de Luís XIV.

A vida

social do ancião que vai residir numa vi-

venda de Passy é uma linha ininterrup ta de convites, celebrações e cerimônias

de toda ordem. Não há pessoa mai.s re tratada e cuja efígie seja reproduzida de formas tão diferentes e tão divulga da. Quadros, medalliões, bustos, objetos de adômo apresentam a fisionomia des se patriarca. Fisionomia espiritual e

bondosa, clareada, sob uma fronte larga e desimpedida, por um olhar em que baila uma centelha de ironia, contrasta

da pela boca apertada e firme para mar car a energia e a persistência.

O estimado embaixador dos Estados

"Unidos, ou melhor, do Congresso Con tinental, recebeu na Academia de Ciên

cias uma demonstração equivalente a uma apoteose, no dia em que ali se avistou com Voltaire.

O sarcástico fi

zun, além de muitos oficiai.s de valor, de diversas nacionalidades, como o Barão dever assinalados serviços.

A casa de Passy, se é um ponto de reunião para debates filosóficos e literá

1

quanto nos mares podía opor à In glaterra uma respeitável fôrça naval de 264 navios, dos quais 78 de linha e bem

1

equipados.

Coagida á abafar uma insürreição

longínqua e a enfrentar uma coli

lêvo social, como Madame Helvetius,

gação na Europa, a Inglaterra teve

serve de centro de recrutamento para muitos amadores de aventuras e é bem

vigiada pelo serviço secreto inglês. Ao lado de tais esplendores, a míssãe

haviam firmado.

O mérito incom-

Os Estados Unidos fizeram, de fato,

parável de Franklin foi de inspirar con fiança aos prestamistas e de evitar qu» estancasse a fonte de socorros, sem os

quais a revolução americana teria pereci do, à míngua de reforços humanos e petrechos bélicos. Manter a confiança

e o crédito de um Congresso sem pode-

a paz em separado, porque entenderam que a França só queria tirar proveito H-

das dissensões entre eles e a Inglaterra. E a França sentiu amargamente o que-

qualificou de ingratidão e deslealdade. Mais uma vez, numa situação capaz

de criar melindres duradouros entre dois

ca de Femey, foi ao encontro do grande

res nem consistência de govêrno foi uma obra notável, sabido que as colônias, sem o ouro estrangeiro, só podiam contar

americano e ambos se abraçaram, sob

com o papel-moeda emitido a jorros, pa

americana, a fim de apagar quaisquer

as aclamações, o delírio e as lágrimas de um púbbco como\'ido e trepidante. Vol

pel do qual Franklin dirá: "Êsse dinhei ro é uma máquina admirável. Desem

Europa, o velho filósofo embarca para a pátria, saudado, a bem dizer, por um povo inteiro, glorificado por uma enorme

lósofo, convertido no venerá\'el patriar

taire abençoou o neto de Franklin, pro

penha a sua função quando o emitem.

nunciando as palavras "Cod and Li-

Paga e veste tropas, fomece provisões

berty". Deus e Liberdade, o lema do dia,

e munições. E quando somos obrigados

fórmula da nova religião cívica. Em 1778 vieram a guerra e a aliança pleiteada, fírmando-se um tratado com

a emitir quantidade excessiva, resgata-

se pela própria depreciação". Mas, conquanto admirável, êsse papel-

o compromisso de não se assinar a paz

moeda ia causando a mina da revolução.

povos amigos, o papel de Franklin foi de conciliador e de intérprete da política re.ssentimentos.

Finda a sua mi.ssão na

e vibrante multidão que vinha exprimir

o próprio reconhecimento e generosida de da França.

klin reconciliou-se com o filho, não sem a medula".

Eleito governador da Pensilvânía e

tará um último e inesquecível serviço

à sua pátria, o de pronunciar na ConUnção de Filadélfia a palavra que deci-

!, 1:

dirá os delegados a assinar o ato de defi,

;

nitíva instituição dos Estados Unidos. Em abril de 1790 expirou o mais

J í

ilustre cidadão da nova república, e a

Assembléia Nacional da França, por proposta de Mirabeau, decretou luto por três dias "em honra do gênio que li

bertou a América e derramou sobre a

Europa torrentes de luz". As orações fúnebres, como é de uso, são vazadas em estilo enfático.

Fran

klin, no epitáfio que se dedicou, com

parou ironicamente o despòjo corpóreo à capa de um velho livro de fôlhas ar

rancadas e entregue aos vermes, e a imortalidade a uma nova edição dêsse

mesmo livro, revista pelo autor. . Êsse livro imortal é o que tentamos folhear para descobrir uma alma sem artifícios

mada pela integridade de tôdas as co

nem malícia, indulgente mas sempre vol tada para essas alturas donde extraiu

lônias, unidas pelo fulgor da vitória

a "faisca divina".

À América era agora uma pátria, for

ji; I

lhe dizer que o reputava "cortesão até

apesar de enfermo e cansado, ainda pres-

do tratado de comércio e amizade que

travam hesitantes e retraídos e o dinhei

de haver o fillio de Franklin, William,

ex-governador do New Jersey, preferido manter-se nas fileiras "legalistas" dos ingleses opressores da América. Fran-

americana. Quanto aos aliados vence

nha, tiveram que romper as cláusulas

de angústia da luta, os aliados se mos

Só um fato obscureceu uin pouco a magnificência desse regresso. Foi a

O cerne de Franklin era totalmente americano nesse fim de vida.

pactos secretos da França e da Espa

Nas fases de incerteza e

cido ao olhos do mundo.

a sua hora de penitência e foi compelida a' reconhecer a soberania dores, devido a muitas complicações e

do diplomata apresentava muitos aspec

ro se tomava escasso.

Essa pátria recebeu e ovacionou com

ternura um dos homens que melhor a encarnavam e mais a haviam engrande

dradas e com excelente material, en

rios dos quais participam damas de re-

tos prosaicos.

Quando começou a guerra, a França,

graças a um exército reorganizado e mo ralizado pelo ministro Conde Saint Germain, que havia abolido a venalidade dos cargos, possuia tropas bem enqua

von Steuben, a cuja capacidade de or ganização as tropas de Washington vÕo

'


'«i*/,' I

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Dicesto Econômico

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atrás das cortinas da neutralidade e en

em separado. Antes de seguirem para

tregue aos corsários de alto mar e ou

salva pelo ouro e pela participação mi

porque se haviam irmanado na hora do

a América, muitos dos chefes do exérci

tros aventureiros do mesmo jaez. Ben-

sofrimento comum.

to expedicionário gaulês foram conferenciar com Franklin, principalmente os mais aristocratas: Lafayette, Nouailles, o Príncipe de Broglíe, o Duque de Lau-

litar da França.

jamin Franklin, a coberto da estranha

»

Digjbsto Econômico

popularidade que conseguiu alcançar, trata ao menos de obter recursos pecu niários para o Congresso Continental fi nanciar a luta. Em Paris, é êle sempre tratado como o expoente dessa democra cia a cujo favor vai solicitar o concurso

da monarquia ainda embebída do espí rito absolutista de Luís XIV.

A vida

social do ancião que vai residir numa vi-

venda de Passy é uma linha ininterrup ta de convites, celebrações e cerimônias

de toda ordem. Não há pessoa mai.s re tratada e cuja efígie seja reproduzida de formas tão diferentes e tão divulga da. Quadros, medalliões, bustos, objetos de adômo apresentam a fisionomia des se patriarca. Fisionomia espiritual e

bondosa, clareada, sob uma fronte larga e desimpedida, por um olhar em que baila uma centelha de ironia, contrasta

da pela boca apertada e firme para mar car a energia e a persistência.

O estimado embaixador dos Estados

"Unidos, ou melhor, do Congresso Con tinental, recebeu na Academia de Ciên

cias uma demonstração equivalente a uma apoteose, no dia em que ali se avistou com Voltaire.

O sarcástico fi

zun, além de muitos oficiai.s de valor, de diversas nacionalidades, como o Barão dever assinalados serviços.

A casa de Passy, se é um ponto de reunião para debates filosóficos e literá

1

quanto nos mares podía opor à In glaterra uma respeitável fôrça naval de 264 navios, dos quais 78 de linha e bem

1

equipados.

Coagida á abafar uma insürreição

longínqua e a enfrentar uma coli

lêvo social, como Madame Helvetius,

gação na Europa, a Inglaterra teve

serve de centro de recrutamento para muitos amadores de aventuras e é bem

vigiada pelo serviço secreto inglês. Ao lado de tais esplendores, a míssãe

haviam firmado.

O mérito incom-

Os Estados Unidos fizeram, de fato,

parável de Franklin foi de inspirar con fiança aos prestamistas e de evitar qu» estancasse a fonte de socorros, sem os

quais a revolução americana teria pereci do, à míngua de reforços humanos e petrechos bélicos. Manter a confiança

e o crédito de um Congresso sem pode-

a paz em separado, porque entenderam que a França só queria tirar proveito H-

das dissensões entre eles e a Inglaterra. E a França sentiu amargamente o que-

qualificou de ingratidão e deslealdade. Mais uma vez, numa situação capaz

de criar melindres duradouros entre dois

ca de Femey, foi ao encontro do grande

res nem consistência de govêrno foi uma obra notável, sabido que as colônias, sem o ouro estrangeiro, só podiam contar

americano e ambos se abraçaram, sob

com o papel-moeda emitido a jorros, pa

americana, a fim de apagar quaisquer

as aclamações, o delírio e as lágrimas de um púbbco como\'ido e trepidante. Vol

pel do qual Franklin dirá: "Êsse dinhei ro é uma máquina admirável. Desem

Europa, o velho filósofo embarca para a pátria, saudado, a bem dizer, por um povo inteiro, glorificado por uma enorme

lósofo, convertido no venerá\'el patriar

taire abençoou o neto de Franklin, pro

penha a sua função quando o emitem.

nunciando as palavras "Cod and Li-

Paga e veste tropas, fomece provisões

berty". Deus e Liberdade, o lema do dia,

e munições. E quando somos obrigados

fórmula da nova religião cívica. Em 1778 vieram a guerra e a aliança pleiteada, fírmando-se um tratado com

a emitir quantidade excessiva, resgata-

se pela própria depreciação". Mas, conquanto admirável, êsse papel-

o compromisso de não se assinar a paz

moeda ia causando a mina da revolução.

povos amigos, o papel de Franklin foi de conciliador e de intérprete da política re.ssentimentos.

Finda a sua mi.ssão na

e vibrante multidão que vinha exprimir

o próprio reconhecimento e generosida de da França.

klin reconciliou-se com o filho, não sem a medula".

Eleito governador da Pensilvânía e

tará um último e inesquecível serviço

à sua pátria, o de pronunciar na ConUnção de Filadélfia a palavra que deci-

!, 1:

dirá os delegados a assinar o ato de defi,

;

nitíva instituição dos Estados Unidos. Em abril de 1790 expirou o mais

J í

ilustre cidadão da nova república, e a

Assembléia Nacional da França, por proposta de Mirabeau, decretou luto por três dias "em honra do gênio que li

bertou a América e derramou sobre a

Europa torrentes de luz". As orações fúnebres, como é de uso, são vazadas em estilo enfático.

Fran

klin, no epitáfio que se dedicou, com

parou ironicamente o despòjo corpóreo à capa de um velho livro de fôlhas ar

rancadas e entregue aos vermes, e a imortalidade a uma nova edição dêsse

mesmo livro, revista pelo autor. . Êsse livro imortal é o que tentamos folhear para descobrir uma alma sem artifícios

mada pela integridade de tôdas as co

nem malícia, indulgente mas sempre vol tada para essas alturas donde extraiu

lônias, unidas pelo fulgor da vitória

a "faisca divina".

À América era agora uma pátria, for

ji; I

lhe dizer que o reputava "cortesão até

apesar de enfermo e cansado, ainda pres-

do tratado de comércio e amizade que

travam hesitantes e retraídos e o dinhei

de haver o fillio de Franklin, William,

ex-governador do New Jersey, preferido manter-se nas fileiras "legalistas" dos ingleses opressores da América. Fran-

americana. Quanto aos aliados vence

nha, tiveram que romper as cláusulas

de angústia da luta, os aliados se mos

Só um fato obscureceu uin pouco a magnificência desse regresso. Foi a

O cerne de Franklin era totalmente americano nesse fim de vida.

pactos secretos da França e da Espa

Nas fases de incerteza e

cido ao olhos do mundo.

a sua hora de penitência e foi compelida a' reconhecer a soberania dores, devido a muitas complicações e

do diplomata apresentava muitos aspec

ro se tomava escasso.

Essa pátria recebeu e ovacionou com

ternura um dos homens que melhor a encarnavam e mais a haviam engrande

dradas e com excelente material, en

rios dos quais participam damas de re-

tos prosaicos.

Quando começou a guerra, a França,

graças a um exército reorganizado e mo ralizado pelo ministro Conde Saint Germain, que havia abolido a venalidade dos cargos, possuia tropas bem enqua

von Steuben, a cuja capacidade de or ganização as tropas de Washington vÕo

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167

DicJESTO Econômico

o grande comerciante, que participa, com sua ajuda, da vida dos impérios e dos principados. Na Idade Média, muito embora o in

O significado da confiança na vida comercial

divíduo não fôsse livre, era garantido

CÂNDIDO Mota Filho

^\uANDO, durante o Renascimento, o espírito burguês, vencendo precon

as engana.

pelo meio em que vivia. No Renasci mento, porém, o indivíduo livre é obri

Quixote se ilude, mas nã®

gado a arcar com tôdas as exigências da liberda

ilude aos outros, e o dr. Fausto empe

ceitos, começou a influir diretamente nos rumos sociais, colocando a atividade co

nha a sua vida ao diabo, a custo exclu

táveis da história. Depois de terem conquistado os postos de comerciantes •

banqueiros, marcham, os Medicis, cora

relativa facilidade para posições invejá veis, constituindo, num dado momento,

a família mais poderosa da Europa.

Assim, não é pròpriamente pela polí tica que o individualismo se justifica. Nem mesmo

pela religião. Maquiavel e Lutero têm diante dos

mercial como uma atividade digna, en

pação de Molière, que é o mestre ini

de. E a maior dessa é a sua reputação, a .sua honorabilidade.

cial do teatro burguês, "est de corriger

novador dos cenários do

tre os oficies maiores e menores, êle

da empresa se compen

mundo,

trazia consigo uma afirmação de fé admirável no homem, como individuali

les hommes en les divertissant..

ra a fidalguia que se decompõe, fala

sava pela honestidade do empreendimento e pela

própria energia.

dade.

Tartufo:

honradez do empreende

tulo e se desmoralizam,

Aquele que negociava, que se arris cava nas emprêsas, que participava dos

sivo de seu crédito pessoal. A preocu Pa

"Vous ôtes assuré ici d'un plein

olhos o comerciante re

O risco

O "condottieri", que Scheller ve com uma natureza caudilha, tipo composto

riscos das transações, firmava, de início,

Et le mal n'est jamais que dans

um princípio que era fundamental para tôda a vida comercial, que é o da con

Le scandale du monde est ce qui

entre o guerreiro e o traficante, desa parece para dar lugar ao comerciante

[fait 1'offense,

instalado, organizíxdo, respeitado. Uai

fiança no seu semelhante.

[Téclat qu'cn fait,

Et ce n'est pas pêclier que pécher

Aquilo que se tomou uma institui

ção comercial, o crédito, nascia, em

verdade, nessa confiança de homem pa ra homem. Enquanto a velha fidalguia decadente procurava, à custa de arti

fícios, manter seu antigo prestígio e, a qualquer preço, o seu sistema de privi légios, o comerciante, que representa va a burguesia nascente, era, por de finição, o homem honrado, o homem

capaz de manter, mesmo com os maio res sacrifícios, a palavra empenhada. Em tôda a antropologia conceituai

do homem do Renascimento está pre sente essa concepção.

O homem novo

que surge, aventureiro e ardiloso, man tém sempre a palavra como indispen sável para a sua vida. Mesmo nos he

por diante, êle fala no "justum preti-

[en silence."

um", como se respeitasse a uma certa

A preocupação de fazer fortuna, que se espalha por tôda parte, decorre des

justiça econômica. E essa respeita i dade, essa modificação da vida econô mica, como vida absorvida pelo apeti te de lucro por uma vida útil e cor^tiutora, faz com que São Bemardmo de

sa concepção do homem, capaz de ser responsável pelos seus atos e de ser, conseqüentemente, livre nas suas de

Siena reconheça nó capital uma virtu

cisões.

A vida medieval, com suas ordens e

de criadora... Morelli fala que empe

com suas corporações, era uma vida de

nhar-se pelá formação de

dependências. O comércio era suspei

missão aprovada por Deus.

to nas suas origens e, conseqüentemen te, o comerciante era um pobre diabo,

um típico comerciante da época, p

.

dente e digno.

jogado ao desprêzo.

À medida que o comércio se dísten,de, à medida que êle vai influindo decisi

Mudou porém a situação, porque o comércio se toma uma fôrça social do

vamente rios negócios do

minante e aquêle que comercia é prin cipalmente um homem livre. E êsse ho mem assim, que só depende de si mes

crescendo a fé no poder indivi ua ^

róis literários da época ou retratados

mo, de seu trabalho, de sua iniciativa,

cuHdade e assumem os mais altos pos,

posteriormente como da época, esta qua

de seus empreendimentos, é um homem

tós. Ò biógrafo Young diz ser êsse acori.

lidade se mantém como fundamental.

que se fêz por si, sem títulos nem he

tecimento um dos fenômenos mais no

D. João seduz as mulheres, mas não

ranças. O pequeno traficante se toma

hòmem. O exemplo está na

gradual dos, Medicis, que saem da obs^

JÊk

a

sua

Enquanto uns têm tí

dor.

[secret.

graças

outros, sem título, se moralizam. As mercadorias que sobem e descem nela Europa, que atravessam mares, que alimentam, em tôdas as suas formas, a vida cotidiana, que provocam guerras,

que fomentam a paz, que sustentam a prosperidade pública, que dão o tom ar tístico e monumental às cidades, de

pendem tão só de um sistema de con

fiança entre os homens. Antes, a pala vra de rei não voltava atrás. Agora é a do comerciante. O comerciante é um ho mem poderoso, cuja firma nas combi nações não merece dúvida. Como acentua Alberti, o comercian

te do "Quattrocento" crê no "santo es

pírito da ordem" e, também, na "mo ral dos negócios". Êle é um homem qiie cuida de si mesmo, do seu nome e renome, com o maior cuidado.

De

fende a sua alma, defende seu cor

po e defende o tempo que corre co mo se fôsse a maior das riquezas. Sombard se refere às virtudes dês-

se tempo, que são, sem dúvida, as virtudes do comerciante. Os benefícios se colhem com a honradez. O des


167

DicJESTO Econômico

o grande comerciante, que participa, com sua ajuda, da vida dos impérios e dos principados. Na Idade Média, muito embora o in

O significado da confiança na vida comercial

divíduo não fôsse livre, era garantido

CÂNDIDO Mota Filho

^\uANDO, durante o Renascimento, o espírito burguês, vencendo precon

as engana.

pelo meio em que vivia. No Renasci mento, porém, o indivíduo livre é obri

Quixote se ilude, mas nã®

gado a arcar com tôdas as exigências da liberda

ilude aos outros, e o dr. Fausto empe

ceitos, começou a influir diretamente nos rumos sociais, colocando a atividade co

nha a sua vida ao diabo, a custo exclu

táveis da história. Depois de terem conquistado os postos de comerciantes •

banqueiros, marcham, os Medicis, cora

relativa facilidade para posições invejá veis, constituindo, num dado momento,

a família mais poderosa da Europa.

Assim, não é pròpriamente pela polí tica que o individualismo se justifica. Nem mesmo

pela religião. Maquiavel e Lutero têm diante dos

mercial como uma atividade digna, en

pação de Molière, que é o mestre ini

de. E a maior dessa é a sua reputação, a .sua honorabilidade.

cial do teatro burguês, "est de corriger

novador dos cenários do

tre os oficies maiores e menores, êle

da empresa se compen

mundo,

trazia consigo uma afirmação de fé admirável no homem, como individuali

les hommes en les divertissant..

ra a fidalguia que se decompõe, fala

sava pela honestidade do empreendimento e pela

própria energia.

dade.

Tartufo:

honradez do empreende

tulo e se desmoralizam,

Aquele que negociava, que se arris cava nas emprêsas, que participava dos

sivo de seu crédito pessoal. A preocu Pa

"Vous ôtes assuré ici d'un plein

olhos o comerciante re

O risco

O "condottieri", que Scheller ve com uma natureza caudilha, tipo composto

riscos das transações, firmava, de início,

Et le mal n'est jamais que dans

um princípio que era fundamental para tôda a vida comercial, que é o da con

Le scandale du monde est ce qui

entre o guerreiro e o traficante, desa parece para dar lugar ao comerciante

[fait 1'offense,

instalado, organizíxdo, respeitado. Uai

fiança no seu semelhante.

[Téclat qu'cn fait,

Et ce n'est pas pêclier que pécher

Aquilo que se tomou uma institui

ção comercial, o crédito, nascia, em

verdade, nessa confiança de homem pa ra homem. Enquanto a velha fidalguia decadente procurava, à custa de arti

fícios, manter seu antigo prestígio e, a qualquer preço, o seu sistema de privi légios, o comerciante, que representa va a burguesia nascente, era, por de finição, o homem honrado, o homem

capaz de manter, mesmo com os maio res sacrifícios, a palavra empenhada. Em tôda a antropologia conceituai

do homem do Renascimento está pre sente essa concepção.

O homem novo

que surge, aventureiro e ardiloso, man tém sempre a palavra como indispen sável para a sua vida. Mesmo nos he

por diante, êle fala no "justum preti-

[en silence."

um", como se respeitasse a uma certa

A preocupação de fazer fortuna, que se espalha por tôda parte, decorre des

justiça econômica. E essa respeita i dade, essa modificação da vida econô mica, como vida absorvida pelo apeti te de lucro por uma vida útil e cor^tiutora, faz com que São Bemardmo de

sa concepção do homem, capaz de ser responsável pelos seus atos e de ser, conseqüentemente, livre nas suas de

Siena reconheça nó capital uma virtu

cisões.

A vida medieval, com suas ordens e

de criadora... Morelli fala que empe

com suas corporações, era uma vida de

nhar-se pelá formação de

dependências. O comércio era suspei

missão aprovada por Deus.

to nas suas origens e, conseqüentemen te, o comerciante era um pobre diabo,

um típico comerciante da época, p

.

dente e digno.

jogado ao desprêzo.

À medida que o comércio se dísten,de, à medida que êle vai influindo decisi

Mudou porém a situação, porque o comércio se toma uma fôrça social do

vamente rios negócios do

minante e aquêle que comercia é prin cipalmente um homem livre. E êsse ho mem assim, que só depende de si mes

crescendo a fé no poder indivi ua ^

róis literários da época ou retratados

mo, de seu trabalho, de sua iniciativa,

cuHdade e assumem os mais altos pos,

posteriormente como da época, esta qua

de seus empreendimentos, é um homem

tós. Ò biógrafo Young diz ser êsse acori.

lidade se mantém como fundamental.

que se fêz por si, sem títulos nem he

tecimento um dos fenômenos mais no

D. João seduz as mulheres, mas não

ranças. O pequeno traficante se toma

hòmem. O exemplo está na

gradual dos, Medicis, que saem da obs^

JÊk

a

sua

Enquanto uns têm tí

dor.

[secret.

graças

outros, sem título, se moralizam. As mercadorias que sobem e descem nela Europa, que atravessam mares, que alimentam, em tôdas as suas formas, a vida cotidiana, que provocam guerras,

que fomentam a paz, que sustentam a prosperidade pública, que dão o tom ar tístico e monumental às cidades, de

pendem tão só de um sistema de con

fiança entre os homens. Antes, a pala vra de rei não voltava atrás. Agora é a do comerciante. O comerciante é um ho mem poderoso, cuja firma nas combi nações não merece dúvida. Como acentua Alberti, o comercian

te do "Quattrocento" crê no "santo es

pírito da ordem" e, também, na "mo ral dos negócios". Êle é um homem qiie cuida de si mesmo, do seu nome e renome, com o maior cuidado.

De

fende a sua alma, defende seu cor

po e defende o tempo que corre co mo se fôsse a maior das riquezas. Sombard se refere às virtudes dês-

se tempo, que são, sem dúvida, as virtudes do comerciante. Os benefícios se colhem com a honradez. O des


168

canso aparece, após o trabalho hones

to e profícuo. Quando chega o século XVII não há mais quem discuta o va lor do homem de comércio. Não é só na Alemanha, em Flandres, na Holan

da, na Itália; na Espanha também, on de ainda perduravam as velhas e ar

rogantes veleidades fidalgas. Por êsse tempo, surgiu a obra de Savann - "Le parfait négociant" que foi dedicada a Colbert. Nela o seu autor fala na arte de ser bom ne gociante e, para isso, acentua muito o

valor do problema moral. Há, também, amda nesse mesmo gênero, uma obra inglesa, atribuída a Defoe (The Com plete English Tradesman) onde, mos trando os cuidados que deve ter o bom negociante, põe entre eles a ne cessidade de uma vida honrada e re

Dioesto Econômico

sa da época, reflete êsse espirito do homem de comércio, do homem que faz questão da moral dos negócios, aquela mesma "onestà", de que falava

com a mudança revolucionária de seus

Alberti.

Por aí podemos compreender então, com maior largueza, o significado dos

cio, por certo, não só tem mudado de fisionomia, como também tem sido ata

do; ela exige prudência e frugalidade." Num mundo social em agonia, o co merciante vai trazendo um mundo com

pletamente novo, cheio de aspirações e de crença, movimentado por ener gias poderosas e Inquietas. Como ho mem representativo, êle se resguarda

pela cordura, pela temperança, pela ordem, pela moderação, pelo zélo, pe lo horror aos extremos, pela discrição,

pelo equilíbrio moral, pela fé religio sa e pela compreensão das fraquezas humanas.

Quando as colônias americanas de clararam guerra à Inglaterra, seus ha bitantes, em sua grande maioria, tra ziam consigo o culto dessas virtudes.

de, a solidariedade fecunda de valores

ra mundial entre as nações, o comér

e de interesses.

derno não podiam deixar de surgir er

gram essa confiança imensa no homem

ros e fraquezas humanas, o desmedido

como individualidade. Como, com o espirito do comercio honesto, se vai

da ganância e da especulação, os males dos comerciantes de improviso, dos lu-

viver dentro do espírito de competi

cradores das épocas difíceis.

ção, o regime políHco para isso c o de

Porém, com tudo isso, o que man tém e anima a vida dos negócios é essa

lei será igual para todos, quer proteja,

ve comparecer fantasiado e mascara

ção das revoluções políticas e da guer

nômica.

sa (expensive living) é como uma fe

missos, é essa fé no caráter do homem,

que solidifica, em termos de dignida

cado, como ura foco de exploração eco

mocrático, onde há a possibilidade pa ra todos. Todos partem para a com petição nas mesmas condições de igual dade, porque todos são iguais perante

confiança no valor moral dos compro

hábitos sociais, com a teimosa repeti

direitos do homem. Êsses direitos, que

a lei, ou, como diz a nossa Constitui

bre insidiosa... **A vida dos negócios, diz êle, não é um baile ao qual se de

Na complexidade da vida moderna,

foram declarados na revolução ameri cana e na Revolução Francesa, consa

catada, pois que uma vida dispendio

169

Dicesto Econômico

Na extensão do comércio mo

É essa fôrça moral que constitui, por certo, a grande resistência aos males

dos nossos tempos. Onde ela fraqueja, denuncia uma decomposição moral alar

mante. E é por isso que o Conde Key-

serling, no seu "Diário de viagem do um filósofo", diz, ao examinar a Cliína dilacerada pela revolução, que é pelo

comércio de um povo que se conhece

a sua cultura e a sua dignidade.

4

ção Imperial, no seu art. 179: — "a

quer castigue, e recompensará em pro porções do merecimento de cada um".

Com o crescimento do volume das

emprêsas, dentro da economia capita lista, que deu seus frutos no Estado constitucional democrático, o comércio começa a se manifestar como um 'con

f

junto de atividades humanas. Elas ad

quirem a fisionomia das empresas i*^" dustriais e se multiplicam pelo mundo. Mas, mesmo assim, envolvidas pelos fatiôi/es comerciais e pelas conjunturas econômicas, elas procuram ainda con servar a grande fé no fator homem, no sucesso que aspiram. As firmas modernas mantêm seu cré dito, sustentarri-;se nas mais intensas crises, atravessam as maiores dificulda

E é por isso que Benjamin Franklín,

des, procurando sempre organizar-se na base dessa honestidade comercial, que libertou o indivíduo das peias do me-

que é o símbolo da sabedoria burguê-

dievalísmo.

A radiodifusora de Moscou informa que a Polônia se tomou o maior centro exportador de carvão da Europa, cujo produto fornece a 22 nações. De acôrdo a notícia divulgada, o país ocupa o segun^ lugar como exportador dessa mer cadoria, cabendo o primeiro aos Estados Unidos. O total exportado por aquela República eslava no primeiro trimestre do pre sente ano é avaliado om 5.779.000 toneladas.


168

canso aparece, após o trabalho hones

to e profícuo. Quando chega o século XVII não há mais quem discuta o va lor do homem de comércio. Não é só na Alemanha, em Flandres, na Holan

da, na Itália; na Espanha também, on de ainda perduravam as velhas e ar

rogantes veleidades fidalgas. Por êsse tempo, surgiu a obra de Savann - "Le parfait négociant" que foi dedicada a Colbert. Nela o seu autor fala na arte de ser bom ne gociante e, para isso, acentua muito o

valor do problema moral. Há, também, amda nesse mesmo gênero, uma obra inglesa, atribuída a Defoe (The Com plete English Tradesman) onde, mos trando os cuidados que deve ter o bom negociante, põe entre eles a ne cessidade de uma vida honrada e re

Dioesto Econômico

sa da época, reflete êsse espirito do homem de comércio, do homem que faz questão da moral dos negócios, aquela mesma "onestà", de que falava

com a mudança revolucionária de seus

Alberti.

Por aí podemos compreender então, com maior largueza, o significado dos

cio, por certo, não só tem mudado de fisionomia, como também tem sido ata

do; ela exige prudência e frugalidade." Num mundo social em agonia, o co merciante vai trazendo um mundo com

pletamente novo, cheio de aspirações e de crença, movimentado por ener gias poderosas e Inquietas. Como ho mem representativo, êle se resguarda

pela cordura, pela temperança, pela ordem, pela moderação, pelo zélo, pe lo horror aos extremos, pela discrição,

pelo equilíbrio moral, pela fé religio sa e pela compreensão das fraquezas humanas.

Quando as colônias americanas de clararam guerra à Inglaterra, seus ha bitantes, em sua grande maioria, tra ziam consigo o culto dessas virtudes.

de, a solidariedade fecunda de valores

ra mundial entre as nações, o comér

e de interesses.

derno não podiam deixar de surgir er

gram essa confiança imensa no homem

ros e fraquezas humanas, o desmedido

como individualidade. Como, com o espirito do comercio honesto, se vai

da ganância e da especulação, os males dos comerciantes de improviso, dos lu-

viver dentro do espírito de competi

cradores das épocas difíceis.

ção, o regime políHco para isso c o de

Porém, com tudo isso, o que man tém e anima a vida dos negócios é essa

lei será igual para todos, quer proteja,

ve comparecer fantasiado e mascara

ção das revoluções políticas e da guer

nômica.

sa (expensive living) é como uma fe

missos, é essa fé no caráter do homem,

que solidifica, em termos de dignida

cado, como ura foco de exploração eco

mocrático, onde há a possibilidade pa ra todos. Todos partem para a com petição nas mesmas condições de igual dade, porque todos são iguais perante

confiança no valor moral dos compro

hábitos sociais, com a teimosa repeti

direitos do homem. Êsses direitos, que

a lei, ou, como diz a nossa Constitui

bre insidiosa... **A vida dos negócios, diz êle, não é um baile ao qual se de

Na complexidade da vida moderna,

foram declarados na revolução ameri cana e na Revolução Francesa, consa

catada, pois que uma vida dispendio

169

Dicesto Econômico

Na extensão do comércio mo

É essa fôrça moral que constitui, por certo, a grande resistência aos males

dos nossos tempos. Onde ela fraqueja, denuncia uma decomposição moral alar

mante. E é por isso que o Conde Key-

serling, no seu "Diário de viagem do um filósofo", diz, ao examinar a Cliína dilacerada pela revolução, que é pelo

comércio de um povo que se conhece

a sua cultura e a sua dignidade.

4

ção Imperial, no seu art. 179: — "a

quer castigue, e recompensará em pro porções do merecimento de cada um".

Com o crescimento do volume das

emprêsas, dentro da economia capita lista, que deu seus frutos no Estado constitucional democrático, o comércio começa a se manifestar como um 'con

f

junto de atividades humanas. Elas ad

quirem a fisionomia das empresas i*^" dustriais e se multiplicam pelo mundo. Mas, mesmo assim, envolvidas pelos fatiôi/es comerciais e pelas conjunturas econômicas, elas procuram ainda con servar a grande fé no fator homem, no sucesso que aspiram. As firmas modernas mantêm seu cré dito, sustentarri-;se nas mais intensas crises, atravessam as maiores dificulda

E é por isso que Benjamin Franklín,

des, procurando sempre organizar-se na base dessa honestidade comercial, que libertou o indivíduo das peias do me-

que é o símbolo da sabedoria burguê-

dievalísmo.

A radiodifusora de Moscou informa que a Polônia se tomou o maior centro exportador de carvão da Europa, cujo produto fornece a 22 nações. De acôrdo a notícia divulgada, o país ocupa o segun^ lugar como exportador dessa mer cadoria, cabendo o primeiro aos Estados Unidos. O total exportado por aquela República eslava no primeiro trimestre do pre sente ano é avaliado om 5.779.000 toneladas.


T"/T'

P A N o H O intercâmbio comercial argentino du rante o ano de 1947 alcançou 10.683

miUiões de pesos, o maior valor regís-

tr^o até esta data. O intercâmbio to

I tal do ano supera em valor, ao de 1946, em 70 por cento.

Exportações: As exportiições em 1947 alcançaram 5.332 miUiões de peso.s, o que foi devido em parte à grande re

messa de cereais dos últimos meses que durante o ano alcançaram 2.016 mi lhões, ou sejam 38 por cento do valor ex

portado. Na ordem de importância, se guem os demais produtos da agricultura, com 1.089 milhões de pesos, ou sejam 20 por cento, e as carnes com 730 milhões, ou sejam 12 por cento. Com referência

aos artigos manufaturados, foram expor tados em 1947 no total de 211 milhões de pesos, contra 446 milhões em 1946 As compras efetuadas pelo Reino Uni

do elevaram-se a 1.596 milhões, cifra

máxima registrada até esta data, que representa 30 por cento do total das

exportações. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 513 milhões, seguidos pela Espanha,com 312 milhões-

Bélgica, com 287 milhões; Itália, com 272 milhões e França, com 269 milhões de pesos.

Importações: Os valores efetivos das importações no referido ano alcança

ram ■5.351 milhões de pesos, superiores

em 125 por cento às cifras de 1946, que

foram de 2.332 milhões de pesos. As principais importações foram de maqui narias e veículos, cora 1.350 milhões , dç pesos, que representam 25 por cento

do total; têxteis e siias manufaturas, com 853 milhões, ou sejam 16 por cenlo; ferro

e seus artefatos, com 662 milhões, e

ASEMENTEIRA

combustíveis e lubrificantes, com 397

milhões de pe.sos.

DE -.J:

o Departamento Nacional de Carvão da Inglaterra dcsünará, de 15 a 16 milhões ^ de toneladas de carvão à

NASCIMENTO & COSTA, LTDA.

Imporiadores e distribuidores, de se mentes de ortaliças e flores dos

exportação e aos pontos de reabasteci

mento no exterior, ou sejam 10 milJiÕes

de toneladas a mais do que em 1947.

O aumento de 10 milhões elevará a quase 40 milhões de esterlinos o crédito da balança de pagamentos britânicos.

melhores cultivadores.

SEMENTES MARCA registrada

VENDAS POR ATACADO E VAREJO

A quantidade de carvão disponível para

Remessas pelo reembolso postal.

a exportação teve um aumento de miloes e toneladas, devido à economia no consumo interno neste inverno, sendo

LARGO GENERAL OSORIO, 25 — TELEFONE: 4-5271

End. Telegr.: "SEMENTEIRA"

SÃO PAULO

4

de graude importância o efeito psicoló

gico, poí.s estimula o povo britânico a aceitor o regime de restrições inicia do ha tanto tempo.

O programa de exportações para 1948 sigmfica que, além das entregas britâ nicas de 13 milhões de toneladas, conforme o Plano Marshall, haverá mais 3 milhões de toneladas disponíveis para

DEPOSITÁRIO DE ARTIGOS PARA PINTURA FUNDfíDO

serem exportadas para países fora da Europa, especialmente América do Sul e Canadá. *

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£MILIO

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fluft <joseBoniFfíC/o-rfé

s i»auLO-aR*tsiL

A indústria siderúrgica argentina está crescendo com alguma intensidade. Aca

ba a direção gerai do que ali se chama

SECÇÃO artística e papelaria

Fabricaciones Militares" de firmar con

trato com uma grande empresa particu

lar, a cujo cargo ficarão o projeto e a direção técnica do parque siderúrgico a levantar-se em San Nicolas, na pro víncia de Buenos Aires, ou sejam, os altos fomos e os laminadores para quinhentas mil toneladas de aço por ano, da Socie dade Mista Siderúrgica Argentina.

SECÇÃO DE PINTURA SECÇÃO DE PINCÉIS TELEFONE; 2-1285 — CAIXA POSTAL: 2870


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portado. Na ordem de importância, se guem os demais produtos da agricultura, com 1.089 milhões de pesos, ou sejam 20 por cento, e as carnes com 730 milhões, ou sejam 12 por cento. Com referência

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exportações. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 513 milhões, seguidos pela Espanha,com 312 milhões-

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Importações: Os valores efetivos das importações no referido ano alcança

ram ■5.351 milhões de pesos, superiores

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foram de 2.332 milhões de pesos. As principais importações foram de maqui narias e veículos, cora 1.350 milhões , dç pesos, que representam 25 por cento

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Numa de Oliveira- Diretor-Presidente Leonidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor-Supenntendente Theodoro Ouartim Barbosa e ^ Francisco B. de Queixos Ferreira — Diretores-Gerentes


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PRODUTOS CERÂMICOS REFRATARIOS Fábrica: Rua Alcides Queiroz, 337 —;— STO. ANDRÉ' (S.6P. e 8R-)

departamento de Vendas: Praça da Se, 297, l.a s/loja. sa Telefone 3-1631 — São Paulo

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G R A Y : De centro a gasolina de 4 a 6 cilindros e nas potên cias de 16 a 170 HP.

JUNE MUNKTELL: De centro, fabricação suéca, semi-diesel, pe sado, baixa rotação e nas potências de 20 a 300 HP.

MAT. MARÍTIMO: Eixos, Hélices, Instrumentos de navegação e acessórios em geral para embarcações e motores ma rítimos.

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MANTÉM ESTOQUE COMPLETO DE TODOS OS TIPOS E BITOLAS ACEITAM-SE ENCOMENDAS ESPECIAIS

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60 dias 4 % a.a, 30 dias 3^% a.a. Contas a Prazo Fixo. com Pagamento mansal de Juros: 6 meses 3V^% a.a. 12 meses 4%% a.a.


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ANO IV - OUTUBRO DE 1949

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