k
PORQUE O SR. DEVE ANUNCIAR
1
NO
DIGESTO
ECONOMICO
OIGESTO
ECOMMICO Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta
SOB OS nuspícios Da ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ção, o Digesto Econômico, dando aos seus
leitores um panorama mensal do mundo dos
negócios, circula numa classe de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essas
SUMARIO
razões, os anúncios inseridos no Digesto Eco
nômico são lidos, invariàvélmente, por um pro
Pág. O Plano Regional de Santos —
vável comprador.
Francisco Prestes Mala
9
Tomas o Problemas em Debate — Dario de Almeida Magalhães
26
A Inflação e o Custo da Vida — Aldo M. Azevedo
38
Lloyd*s de Londres — Davi Campista Filho
49
Esta revista é publicada mensalmente pela Edi-
A Estabilidade Cambial e o Fundo Monetário Internacional — Dorival Teixeira Vieira
56
tôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso
A Estrutura da Unidade — Nelson Werncck Sodré A Inflação e o Mecanismo dos Preços — Clovls Leite Ribeiro Lebrot e sua "Carta aos Americanos" — José Luís de Almeida Nogueira Pôrto ..
64 69 74
O Desequilíbrio do Mercado Brasileiro de Cimento — G. R. Hohenstein Economia dos Minerais Estratégicos — A. J. Alves de Souza
80 89
ciação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil — Glycon de Paiva Democracia e Administração — Paulo Barbosa de Campos Pilho
97 lOO
O Estadista Perfeito ~ A. C. de Salles Júnior !!!!!!.'!! 104 Intorprotação da Política Imigratória Brasileira — J. Fernando Carneiro' i 110 No Tempo da Regência — Otávio Tarquinio de Souza
.. 126
Do Mll-Réis oo Cruzeiro — Josaphat Linhares !!!!!!..".'!!!!!!! 131 História Econômica — Federalismo e Economia — Afonso Arinos de'Meio'Frà'ncò 140
EDITÔRA
COMERCIAL
VIADUTO BOA VISTA, 67,
LIMITADA-
ANDAR — TEL. 3-7499 — S. PAULO
A Caresiia da Mão-de-Obra nos Inícios do Século XVIIl — José Honório Rodrigues 144 Bonjamin Franklin — Rodrigo Soares Júnior O Significado da Confiança na Vida Comercial — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação
ANO IV — SETEMBRO DE 1948 — N o 46
149 166 170
O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ À VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 3,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
HA E Calçados IN dustrias
Agente Geral para o Brasil
de Artefatos de
FERNANDO CHINAGLIA
NOSSAjESPKl^^tlDA^
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
CALÇADOS SM Alagoai: Manuel Espíndola. Praça Pe dro n, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa
quim Sarmento, 29, Manaus.
bomch., par. homcn,. .«hora» e
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No
de lona para «portca c p
vembro. 423, Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia.
Rio de Janeiro: Fernando Chinagllb, Av. Presidente
Goiânia.
Maranhão:
Livraria Universal, Rua
J?âo Lisboa. 114, São Luiz.
firoBSo: Carvalho, Pinheiro &
Cia.. PçaRepública, 20, Ciuabá. Minas OeraU: Joaqul^m Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
« .t
Aih.ino H. Martins & Cia., Tra-
tes^a Campos Sales, 85/89, Belém.
« -iw«. Loia das Revistas. Rua Ba-
cio Triunfo, 510-A. João Pessoa.
solado. Vírolas
^ cnanças. Tira de
«ooaCHA em 6ERAL - Fios elisdcoi
ARTEFATOS DE 8°'' ^
Vargas. 602. ig.q
de borracha de todos os
Rio Grande do Norte; Luís Romno,
pratos, rodas de
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua 7 de Setembro, 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia, R. de Janeii-o Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia..
Rua Felipe Schmldt, 8, Florianóp. São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.
Sergipe: Livraria Regina Ltda.. Rua
Lençóis de borracha para fios. Tapetes de borracha, de
para dntas dísticas e P ^ cadeira, pneumlcicos e cordóei rinnipidores para pia», P pucaros. guamições de borracha para pira rodas de para balanças, revestimento de roda»
Avenida Tavares Lira, 48, Natal.
Goiás: João Manarino, Sua Setenta A,
du
UBação. Outras miudezas.
Etpíriio Santo: Viuva Copolilo & Fi Vitória.
c
cha. Corticite para calçado. «
andar.
lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 3G1,
T»r, senhoru
e crianças. Lençóis de bo^ F
Recife.
Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia., R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
ARTEFATOS p.ra saltos. Solas
Chlnaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar.
f«-
.
infinidade de produtos de borrach».
oan fini industnai» c mau
'ytct/tu
FBBRICIIITES DOS ÍFnHaDOS SILTOS DE BOHHMCHI FÁBRICAS: Rua Marajó, 136/158 Rua Cosario Alvlm, 297
João Pessoa. 137, Aracaju.
ESCRITÓRlOi Rua Marajó, 136
Território do Acre: Diógenes de Oli veira, Rio Branco.
São Pauto ÇfeTIINATl-C-1-á
1
telefones s
Gerencia — 9-3205 Contadoria — 9-3200 Vendas — 9-5844 Endereço Telegrõfieo s CAMPANA
MARCA
RE6IS RADr-
O DIGESTO ECONÔMICO ESTÁ À VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de CrS 3,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 30,00 anuais.
HA E Calçados IN dustrias
Agente Geral para o Brasil
de Artefatos de
FERNANDO CHINAGLIA
NOSSAjESPKl^^tlDA^
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
CALÇADOS SM Alagoai: Manuel Espíndola. Praça Pe dro n, 49, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa
quim Sarmento, 29, Manaus.
bomch., par. homcn,. .«hora» e
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No
de lona para «portca c p
vembro. 423, Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia.
Rio de Janeiro: Fernando Chinagllb, Av. Presidente
Goiânia.
Maranhão:
Livraria Universal, Rua
J?âo Lisboa. 114, São Luiz.
firoBSo: Carvalho, Pinheiro &
Cia.. PçaRepública, 20, Ciuabá. Minas OeraU: Joaqul^m Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
« .t
Aih.ino H. Martins & Cia., Tra-
tes^a Campos Sales, 85/89, Belém.
« -iw«. Loia das Revistas. Rua Ba-
cio Triunfo, 510-A. João Pessoa.
solado. Vírolas
^ cnanças. Tira de
«ooaCHA em 6ERAL - Fios elisdcoi
ARTEFATOS DE 8°'' ^
Vargas. 602. ig.q
de borracha de todos os
Rio Grande do Norte; Luís Romno,
pratos, rodas de
Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebln. Rua 7 de Setembro, 789. Porto Alegre. Para locais fora de Porto Alegre. Fernando Chinaglia, R. de Janeii-o Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia..
Rua Felipe Schmldt, 8, Florianóp. São Paulo: A Intelectual, Ltda., Via
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.
Sergipe: Livraria Regina Ltda.. Rua
Lençóis de borracha para fios. Tapetes de borracha, de
para dntas dísticas e P ^ cadeira, pneumlcicos e cordóei rinnipidores para pia», P pucaros. guamições de borracha para pira rodas de para balanças, revestimento de roda»
Avenida Tavares Lira, 48, Natal.
Goiás: João Manarino, Sua Setenta A,
du
UBação. Outras miudezas.
Etpíriio Santo: Viuva Copolilo & Fi Vitória.
c
cha. Corticite para calçado. «
andar.
lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 3G1,
T»r, senhoru
e crianças. Lençóis de bo^ F
Recife.
Bahia: Alfredo J. de Souza & Cia., R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
ARTEFATOS p.ra saltos. Solas
Chlnaglia,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar.
f«-
.
infinidade de produtos de borrach».
oan fini industnai» c mau
'ytct/tu
FBBRICIIITES DOS ÍFnHaDOS SILTOS DE BOHHMCHI FÁBRICAS: Rua Marajó, 136/158 Rua Cosario Alvlm, 297
João Pessoa. 137, Aracaju.
ESCRITÓRlOi Rua Marajó, 136
Território do Acre: Diógenes de Oli veira, Rio Branco.
São Pauto ÇfeTIINATl-C-1-á
1
telefones s
Gerencia — 9-3205 Contadoria — 9-3200 Vendas — 9-5844 Endereço Telegrõfieo s CAMPANA
MARCA
RE6IS RADr-
^
\ \ \ V i Ok ^
PâNAHBRA
MAQUINAS
ferramentas
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO REPRESENTAMOSi
as firmas mais progreeeietas, mais expcrienies e
de maior capacidade aa construção de mdquínas, dos EE- UU. e da Europa I M PO RTAM Oi:
diretamente dos produtores, e estamoa repre sentados nos centros industriais com própria organização de compra. TEMOS O MAIOR ESTOQUE t
em máquinas, ferramentas e instrumentos de
medição para trabalhar aço, metais e madeira. SUSTEMTAMOSt
tuna equipe de .engenheiros e técnicos especia-
lisadoB em todos os ramos de produção, para consultas técnicas gratuitas. VENDEMOS:
na base de máxima produtividade com um lucro moderado.
PANAMBRA S. A. SAO PAULO: Av. Sen. Queiroz, 96 RIO DE JANEnnO
PORTO ALEGRE
Av. Mem de Sá, 147
R.Siqueira Campos,1172
oi
^
\ \ \ V i Ok ^
PâNAHBRA
MAQUINAS
ferramentas
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO REPRESENTAMOSi
as firmas mais progreeeietas, mais expcrienies e
de maior capacidade aa construção de mdquínas, dos EE- UU. e da Europa I M PO RTAM Oi:
diretamente dos produtores, e estamoa repre sentados nos centros industriais com própria organização de compra. TEMOS O MAIOR ESTOQUE t
em máquinas, ferramentas e instrumentos de
medição para trabalhar aço, metais e madeira. SUSTEMTAMOSt
tuna equipe de .engenheiros e técnicos especia-
lisadoB em todos os ramos de produção, para consultas técnicas gratuitas. VENDEMOS:
na base de máxima produtividade com um lucro moderado.
PANAMBRA S. A. SAO PAULO: Av. Sen. Queiroz, 96 RIO DE JANEnnO
PORTO ALEGRE
Av. Mem de Sá, 147
R.Siqueira Campos,1172
oi
para cargos
e descargos
eso P OS
co<iao
-íaz o serviço de 5 homens em 30 segundos!
eK-
Adaptável cm rfiialqucr tipo dc caminhão, cslv nnvo aparelho auNÍliar tios transportes, com iini homem
c«\^ dos a P
,\\COl
dott^e®'
üso
apenas, em poucos segundos, faz o serviço dc cinco homens, mesmo com pesadas cargas! Um simples
de P''®
conlrõle faz com que baixe c pare nos níveis dese
jados. O seu funcionamento é automático pelo
\m-\
sistema hidráulico, acionado pelo próprio niulor do veiculo. Instale etii seu caminhão a PI..ATAFOKÍV1A ELEVAOOKA (Lift-Gate) e gánhc tempo, com maior eficiência c segurança.
wm
Distribuidores Exclusivos;
•f.
CASSIO MUNIZ
COMPANHIA £3lSir DO BRASIL
IMPORTACÁO E COMÉRCIO
'l^OLAMENTÓS
PRAÇA DA REPÚBLICA, 309 Ali Pctllnatl
1-
PORTO
ALEGRE.
SÃO PAULO'
RIÒ
DE
JANEIRO
RECIFE
para cargos
e descargos
eso P OS
co<iao
-íaz o serviço de 5 homens em 30 segundos!
eK-
Adaptável cm rfiialqucr tipo dc caminhão, cslv nnvo aparelho auNÍliar tios transportes, com iini homem
c«\^ dos a P
,\\COl
dott^e®'
üso
apenas, em poucos segundos, faz o serviço dc cinco homens, mesmo com pesadas cargas! Um simples
de P''®
conlrõle faz com que baixe c pare nos níveis dese
jados. O seu funcionamento é automático pelo
\m-\
sistema hidráulico, acionado pelo próprio niulor do veiculo. Instale etii seu caminhão a PI..ATAFOKÍV1A ELEVAOOKA (Lift-Gate) e gánhc tempo, com maior eficiência c segurança.
wm
Distribuidores Exclusivos;
•f.
CASSIO MUNIZ
COMPANHIA £3lSir DO BRASIL
IMPORTACÁO E COMÉRCIO
'l^OLAMENTÓS
PRAÇA DA REPÚBLICA, 309 Ali Pctllnatl
1-
PORTO
ALEGRE.
SÃO PAULO'
RIÒ
DE
JANEIRO
RECIFE
Desaparece a
TREPIDAÇÃO «Qitn (cxin3i»>
M«C
Amortecedores DELCO Viaje còmodamente... economi^ pneus... obtenha maior segurança — instalando
.
tmm
em seu carro Amortece
dores Hidráulicos Delco! Nos amortecedores Hidráu
•ODUT© I* CIA. CIIVIIAilA IIANHA «OOHABIAKÔKIUA tUÜUUA.110 Dl JAMIflO.SÁO PAULO • CUlIflt» • POtIO ALIOU
licos... use de preferdn-
•
.'V
cia "DílCO FLÜID"
■
PRODUTO DA GENERAL MOTQRS
fc' i' r2»
Para vendas b servlijo procore es dislrihnidores e concessionários da
GENERRL MOTORS DO BRUSIL S. O, ■t:..
^
Desaparece a
TREPIDAÇÃO «Qitn (cxin3i»>
M«C
Amortecedores DELCO Viaje còmodamente... economi^ pneus... obtenha maior segurança — instalando
.
tmm
em seu carro Amortece
dores Hidráulicos Delco! Nos amortecedores Hidráu
•ODUT© I* CIA. CIIVIIAilA IIANHA «OOHABIAKÔKIUA tUÜUUA.110 Dl JAMIflO.SÁO PAULO • CUlIflt» • POtIO ALIOU
licos... use de preferdn-
•
.'V
cia "DílCO FLÜID"
■
PRODUTO DA GENERAL MOTQRS
fc' i' r2»
Para vendas b servlijo procore es dislrihnidores e concessionários da
GENERRL MOTORS DO BRUSIL S. O, ■t:..
^
Ú (Pin/7 '
DIGm EMÉIICO O MUNDO DOS KLGOCIOS NUM PANORCUa MINSIL Publicado tob os auspícios da
Francisco Prestes Maia
ASSOCiACáO COMERCIALDE SAO PAULO e da
federação no COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
6) — Extensão — O problema da ex
O Digesto Eeoiiónuico publicará no pró.xiino número:
Diretor:
Anlonlo Gonttjo de Carvalho ♦
O Digesio Econômico, órgão de In formações econômicas e íinancei-
é publicado mensalmente pela
APROVEITAMENTO
DO
casos concretos.
E é também o caso de Santos, cujas li mitações são predominantemente topo
"SÃO
gráficas. As áreas merecedoras de dire
FRANCISCO" — Pimentel Gomes.
trizes imediatas são as ilhas de São Vi
♦
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
OS
RESULTADOS
DO
cente e Santo Amaro, as praias Grande,
DEPARTA
Bertioga e o Cubatão. Bastará conside
MENTO NACIONAL DO CAFÉ -
rar perfunctòriamente, nesta etapa, os
Antônio de Queirós Telles.
meandros das baixadas, os manguezais
nome
do
D 1 d es1 o
Econômico.
CONTROLE DO COMÉRCIO EXTE RIOR — José da Costa Boucinhas.
As diretrizes consistirão na malha prin
cipal das futuras vias de comunicação,
♦
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
estradas de ferro e de rodagem, aveni
SOCIOLOGIA E AS RELAÇÕES IN
das e "parkways", na localização das obras mais importantes (cais, docas, pon
TERNACIONAIS - L. A. Costa Pinto.
trangeiras. ASSINATURAS: Digeslo Econômico
Ano (simples) '■ (registrado) Número do mês:
Atrasado:
cr$ 30,00 CrÇ 36,00 Cr$ 3,00
tes, túneis etc.), na determinação dos parques e reservas florestais, e num zO" neamento preliminar, orientador da ocu-
O IMPOSTO DE RENDA AMERICA
NO E SUA SIMPLIFICAÇÃO Guilherme Deveza.
oferecer aos seus leitores essa va UosissiiM contribuição
eoentuais estudas ou
~sSí.
um relevante serviço
cia forem indicando.
Em Santos a disponibilidade de area,
São Paulo
as perspectivas do porto e da cidade, a y
Zel com á devida antecedência, permi
tem considerar a região, sem as exces sivas e acadêmicas preocupações do ta manho ideal. Já dizia o estagirita que uma cidade não pode subsistir "com
tão poucos habitantes como dez, nem
populosas. Hume, ao comentar esta pas
po, a evolução da técnica e a experi®^^'
Viaduto Boa Visla, 67 - 7.o andar Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
«sibilidade de regulamentação aplica-
po
viária, resultarão em etapas posteriores, sem prejuízo de adaptações que o
Redação e Administração:
°
Os projeto.s definitivos, os pormenores,
o preenchimento dos vãos da malhR
iâ
diversas consultas em as^ntos ligados àaueJa região. Êsse trabalho nao se desZvU L da piihUcidade. Graças, poZ a "Imia gcuVeza do em.nente c""enheiro. fdâe o "Digcsto Econ^
tantos como cem mil", afirmação aliás estranha, porque outros escritores anti
• pação lógica e econômica dos terrenos.
Cr$ 5^00
jLh
Santos, o grande empório comercial. Es
da Bertioga, e os fundos do pôrto (conti nente), assim como os sopés da Serra.
♦
Na transcrição de artigos pede-se o
precisão dos elementos e variabilidade
tudado pelo antigo prefeito de São Pau lo sein ônus para os poderes públicos, üiiow o Dr. Prestes Maia apenas estabe lecer um fundamento para resposta a
lor meramente acadêmico na maioria dos
fiditôra Comercial Ltda.
citar
vel exposição de um esquema dc pla nejamento urbanístico e regional para
das condições, suas conclusões tem va
AS DIFICULDADES DO CONTROLE MONETÁRIO — Djacir Menezes. O
tensão .sugere outro preliminar, o da grandeza ideal das cidades. Por in
teressantes que sejam os estudos neste senlido, força é confessar que, pe^a im
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATp, — Dario de Almeida Magalhães.
Com ésíc artigo pca concluída a notá
gos mencionavam cidades muito mais
sagem da E'tica, reincidia na falta: "Plí
nio refere-nos que Selencia contava 600 mil almas, E Cartago, segundo Strabão, 700 mil. Hoje Pekin não é muito mais populosa; Londres, Paris e Constantino-
.
(
Ú (Pin/7 '
DIGm EMÉIICO O MUNDO DOS KLGOCIOS NUM PANORCUa MINSIL Publicado tob os auspícios da
Francisco Prestes Maia
ASSOCiACáO COMERCIALDE SAO PAULO e da
federação no COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
6) — Extensão — O problema da ex
O Digesto Eeoiiónuico publicará no pró.xiino número:
Diretor:
Anlonlo Gonttjo de Carvalho ♦
O Digesio Econômico, órgão de In formações econômicas e íinancei-
é publicado mensalmente pela
APROVEITAMENTO
DO
casos concretos.
E é também o caso de Santos, cujas li mitações são predominantemente topo
"SÃO
gráficas. As áreas merecedoras de dire
FRANCISCO" — Pimentel Gomes.
trizes imediatas são as ilhas de São Vi
♦
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
OS
RESULTADOS
DO
cente e Santo Amaro, as praias Grande,
DEPARTA
Bertioga e o Cubatão. Bastará conside
MENTO NACIONAL DO CAFÉ -
rar perfunctòriamente, nesta etapa, os
Antônio de Queirós Telles.
meandros das baixadas, os manguezais
nome
do
D 1 d es1 o
Econômico.
CONTROLE DO COMÉRCIO EXTE RIOR — José da Costa Boucinhas.
As diretrizes consistirão na malha prin
cipal das futuras vias de comunicação,
♦
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
estradas de ferro e de rodagem, aveni
SOCIOLOGIA E AS RELAÇÕES IN
das e "parkways", na localização das obras mais importantes (cais, docas, pon
TERNACIONAIS - L. A. Costa Pinto.
trangeiras. ASSINATURAS: Digeslo Econômico
Ano (simples) '■ (registrado) Número do mês:
Atrasado:
cr$ 30,00 CrÇ 36,00 Cr$ 3,00
tes, túneis etc.), na determinação dos parques e reservas florestais, e num zO" neamento preliminar, orientador da ocu-
O IMPOSTO DE RENDA AMERICA
NO E SUA SIMPLIFICAÇÃO Guilherme Deveza.
oferecer aos seus leitores essa va UosissiiM contribuição
eoentuais estudas ou
~sSí.
um relevante serviço
cia forem indicando.
Em Santos a disponibilidade de area,
São Paulo
as perspectivas do porto e da cidade, a y
Zel com á devida antecedência, permi
tem considerar a região, sem as exces sivas e acadêmicas preocupações do ta manho ideal. Já dizia o estagirita que uma cidade não pode subsistir "com
tão poucos habitantes como dez, nem
populosas. Hume, ao comentar esta pas
po, a evolução da técnica e a experi®^^'
Viaduto Boa Visla, 67 - 7.o andar Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
«sibilidade de regulamentação aplica-
po
viária, resultarão em etapas posteriores, sem prejuízo de adaptações que o
Redação e Administração:
°
Os projeto.s definitivos, os pormenores,
o preenchimento dos vãos da malhR
iâ
diversas consultas em as^ntos ligados àaueJa região. Êsse trabalho nao se desZvU L da piihUcidade. Graças, poZ a "Imia gcuVeza do em.nente c""enheiro. fdâe o "Digcsto Econ^
tantos como cem mil", afirmação aliás estranha, porque outros escritores anti
• pação lógica e econômica dos terrenos.
Cr$ 5^00
jLh
Santos, o grande empório comercial. Es
da Bertioga, e os fundos do pôrto (conti nente), assim como os sopés da Serra.
♦
Na transcrição de artigos pede-se o
precisão dos elementos e variabilidade
tudado pelo antigo prefeito de São Pau lo sein ônus para os poderes públicos, üiiow o Dr. Prestes Maia apenas estabe lecer um fundamento para resposta a
lor meramente acadêmico na maioria dos
fiditôra Comercial Ltda.
citar
vel exposição de um esquema dc pla nejamento urbanístico e regional para
das condições, suas conclusões tem va
AS DIFICULDADES DO CONTROLE MONETÁRIO — Djacir Menezes. O
tensão .sugere outro preliminar, o da grandeza ideal das cidades. Por in
teressantes que sejam os estudos neste senlido, força é confessar que, pe^a im
TEMAS E PROBLEMAS EM DEBATp, — Dario de Almeida Magalhães.
Com ésíc artigo pca concluída a notá
gos mencionavam cidades muito mais
sagem da E'tica, reincidia na falta: "Plí
nio refere-nos que Selencia contava 600 mil almas, E Cartago, segundo Strabão, 700 mil. Hoje Pekin não é muito mais populosa; Londres, Paris e Constantino-
.
(
10
'w.\
wwT DiCESTO EcONÓIVflCO
11
01CMTO Econômico
pia admitem cifras da mesma ordem de
grandeza. Da experiência passada e pre sente pode-se conjeturar qup existe uma espécie de impossibilidade de qualquer
cidade ultrapassar muito estas propor ções. Repouse a grandeza das metrópo les no poderio político ou no comércio, parece haver obstáculos invencíveis a maior desenvolvimento. As sedes de vastos impérios, introduzindo extrava
gâncias simtuárias, desperdícios, indolên cia. sujeições, falsas idéias de hierarquia e superioridade, tomam-se impróprias para o comércio. O grande trato cria
bnutes a si próprio, elevando os preços
do trabalho e das comodidades. Quano a ^rte retém uma nobreza numero sa e noa, a aristocracia média permane ce na província, onde pode viver melhor com rendas modçstas. E se -os do-
mmios dum império crescem demais, novas capitais surgem nos territó rios longínquos. Londres, centralizan
do o comércio e o govêmo impe rial atingiu, talvez, uma grandeza que nenhuma outra cidade poderá exceder''. Os fatos, máxime com o '
mentos detcrmin.antes são \'agos, e os
técnicos, para não prejudicarem a es tética do problema, deixam de conside rar um fator muito real e importante: o mercado", que só as grandes cida des podem oferecer à atividade e à capacidade dos indivíduos.
Situação semelhante existe relativa mente à indústria c ao comércio. Isto
explica porque, não obstante a preiraçao dos teóricos e tôda a propaganda das vilas e do campo com os seus carneirinhos, as multidões persistem exn acorrer para as cidades.
adiantados, a mecanização e a industria lização da lavoura concorrem para re
duzir, sem queda da produção, a popu
lação rural, impelindo-a para as cidades. A idéia da descentralização deu em re sultado as cidades-jardins, caracterizada^
pela amenidade e sobretudo pela auto suficiência. O ideal é belíssimo e certal mente aproveitável, mas os urbanistas
não gostam de confessar que elas têm sido, na maioria dos casos, relativos fra cassos: dificilmente atingem às popula
advento da era industrial,
desmentiram a Hume. Hoje a discussão mudou um pou co de objeto: considera-se, mais que o desenvolvimento possível, o tamanho mais conveniente às cidades. Uns especialistas enunciam 50
mil habitantes como a po pulação capaz de manter todos os sèrviços e confortos
da civilização presente, sem por outro lado agravar os inconvenientes do conges tionamento. Outros admi tem 100 mil, e outros ain
da, 400 e 500 mil. Os ele
Nos países
i.ir
çáo para o pleno proveito de suas pos sibilidades.
Tem resultado uma mudança de di
reção do urbanismo, para us cidades satéhtes ou mesmo simples bairrosjardins, que pareciam superadas, mas a que as realidades reconduzcm. Na autonomia funcional das cidades-jardins não se poderá, portanto, confiar senão parcialmente ou em casos especiais, e o problema das comunicações com o centro urbano e o melhoramento dêste
sempre se imporão. As megalópoles ten dem antes a se transformar, que a se rem eliminadas. Problema cone.xo, doutra
ordem, é o zoneamento ou, melhor, o isolamento verde das cidades satélites
entre si. Com efeito, a especialização do uso dos terrenos constitui uma diferen
munities.
A expressão do crescimento imediato das cidades obtém-se fàcihnente pelos
coeficientes do crescimento anterior. E',
porém, fantasia extrapolar remotamente
porque, no decorrer de longos períodos, as influências são imprevisíveis.
Por
isso é lícito desconfiar de certas aphca-
çóes da logisUca de Verhulst. quando a credencial invocada e corres-
^ondcr ben. a cer^s pr««
vezes pwi
cidade, vencendo por outras vantagens
plos não se têm multipli cado na medida esperada. Acabaram como simples,
o "handicap" da distância.
tempo. E' que as ativida des econômicas, tanto indi viduais como coletivas, pre cisam • ainda precisaxSo longamente da concentra-
kee, também não são sclf-susioining com-
livres isolantes, sejam recreativos ou agrícolas.
ficuldade: a manutenção, absolutamente
não é alcançado, e os exem
nientes de transporte, de incomodídade e perda de
a 16 km. de Washington. Greehills e Greendale, junto n Cincinnati e Milwau- .
essencial, do zoneamento e dos espaços
va, aos proprietários. Acresce uma di
rém bem organizada, poderá abastecer a
tos aos mesmos inconve
Nova Jersey, é um suburbiozinho en cantador, mas melancólico, de Nova York. O mesmo diremos de Greenbelt,
do "hinterland" e os^bansporje^ ÍraXTdeL^ncia agrícola, trada, a , da riqueza ambiente - às
ça de tratamento, nem sempre equitati-
ções previstas, o objetivo essencial (auto-suficíência)
embora agradáveis, subúr bios, cujos habitantes continuam a vir trabalhar nas metrópoles próximas, sujei-
atinge trés mil habitantes. Radburn, em
Qualquer lavoura mais afastada, po
As cidades-jardins requerem critério realístico no referente às indústrias. A ausência de condições essenciais, como
transporte, energia, água, escoamento, mão-de-obra etc., condenam de ante
mão muitas fantasias. Há a questão das ocupações complementares das famílias operárias, requerendo correspondência e simultaneidade das instalações. Há ain da o vulto desejável das atividades, pois um mercado insuficiente de mão-de-obra
corta a independência dos trabalhadores. Quem se interessar por estas ques
tões poderá estudar Letchworth e Welwyn, perto de Londres. Sunlight não
nrundiais ou remotos, A cidade — sao ra-
r6"rv1nientes de paraUsação. imprevisíveis.
Temos aqui mesmo exemplos em São Sel^astião e Ubatuba, suplantados por Santos, por uma simples mudança das
comunicações; temos a decadência das
cidades mineiras, após o esgotamento, das lavras; temos o declínio de Belém e Manaus, provocado por mudinhas de hévea no antípoda. Ilusória, assim, a precisão do aparato matemático. Se grosso modo admitirmos
para a região santista 200 mil habitantes e uma duplicação cada 20 anos, teremos
uma população de 800 mil almas em 40 anos e de um^ milhão e seiscentos mil em 60. Ora, os planos urbanísticos visam prazos de 30 a 60 anos. Evidentemente
10
'w.\
wwT DiCESTO EcONÓIVflCO
11
01CMTO Econômico
pia admitem cifras da mesma ordem de
grandeza. Da experiência passada e pre sente pode-se conjeturar qup existe uma espécie de impossibilidade de qualquer
cidade ultrapassar muito estas propor ções. Repouse a grandeza das metrópo les no poderio político ou no comércio, parece haver obstáculos invencíveis a maior desenvolvimento. As sedes de vastos impérios, introduzindo extrava
gâncias simtuárias, desperdícios, indolên cia. sujeições, falsas idéias de hierarquia e superioridade, tomam-se impróprias para o comércio. O grande trato cria
bnutes a si próprio, elevando os preços
do trabalho e das comodidades. Quano a ^rte retém uma nobreza numero sa e noa, a aristocracia média permane ce na província, onde pode viver melhor com rendas modçstas. E se -os do-
mmios dum império crescem demais, novas capitais surgem nos territó rios longínquos. Londres, centralizan
do o comércio e o govêmo impe rial atingiu, talvez, uma grandeza que nenhuma outra cidade poderá exceder''. Os fatos, máxime com o '
mentos detcrmin.antes são \'agos, e os
técnicos, para não prejudicarem a es tética do problema, deixam de conside rar um fator muito real e importante: o mercado", que só as grandes cida des podem oferecer à atividade e à capacidade dos indivíduos.
Situação semelhante existe relativa mente à indústria c ao comércio. Isto
explica porque, não obstante a preiraçao dos teóricos e tôda a propaganda das vilas e do campo com os seus carneirinhos, as multidões persistem exn acorrer para as cidades.
adiantados, a mecanização e a industria lização da lavoura concorrem para re
duzir, sem queda da produção, a popu
lação rural, impelindo-a para as cidades. A idéia da descentralização deu em re sultado as cidades-jardins, caracterizada^
pela amenidade e sobretudo pela auto suficiência. O ideal é belíssimo e certal mente aproveitável, mas os urbanistas
não gostam de confessar que elas têm sido, na maioria dos casos, relativos fra cassos: dificilmente atingem às popula
advento da era industrial,
desmentiram a Hume. Hoje a discussão mudou um pou co de objeto: considera-se, mais que o desenvolvimento possível, o tamanho mais conveniente às cidades. Uns especialistas enunciam 50
mil habitantes como a po pulação capaz de manter todos os sèrviços e confortos
da civilização presente, sem por outro lado agravar os inconvenientes do conges tionamento. Outros admi tem 100 mil, e outros ain
da, 400 e 500 mil. Os ele
Nos países
i.ir
çáo para o pleno proveito de suas pos sibilidades.
Tem resultado uma mudança de di
reção do urbanismo, para us cidades satéhtes ou mesmo simples bairrosjardins, que pareciam superadas, mas a que as realidades reconduzcm. Na autonomia funcional das cidades-jardins não se poderá, portanto, confiar senão parcialmente ou em casos especiais, e o problema das comunicações com o centro urbano e o melhoramento dêste
sempre se imporão. As megalópoles ten dem antes a se transformar, que a se rem eliminadas. Problema cone.xo, doutra
ordem, é o zoneamento ou, melhor, o isolamento verde das cidades satélites
entre si. Com efeito, a especialização do uso dos terrenos constitui uma diferen
munities.
A expressão do crescimento imediato das cidades obtém-se fàcihnente pelos
coeficientes do crescimento anterior. E',
porém, fantasia extrapolar remotamente
porque, no decorrer de longos períodos, as influências são imprevisíveis.
Por
isso é lícito desconfiar de certas aphca-
çóes da logisUca de Verhulst. quando a credencial invocada e corres-
^ondcr ben. a cer^s pr««
vezes pwi
cidade, vencendo por outras vantagens
plos não se têm multipli cado na medida esperada. Acabaram como simples,
o "handicap" da distância.
tempo. E' que as ativida des econômicas, tanto indi viduais como coletivas, pre cisam • ainda precisaxSo longamente da concentra-
kee, também não são sclf-susioining com-
livres isolantes, sejam recreativos ou agrícolas.
ficuldade: a manutenção, absolutamente
não é alcançado, e os exem
nientes de transporte, de incomodídade e perda de
a 16 km. de Washington. Greehills e Greendale, junto n Cincinnati e Milwau- .
essencial, do zoneamento e dos espaços
va, aos proprietários. Acresce uma di
rém bem organizada, poderá abastecer a
tos aos mesmos inconve
Nova Jersey, é um suburbiozinho en cantador, mas melancólico, de Nova York. O mesmo diremos de Greenbelt,
do "hinterland" e os^bansporje^ ÍraXTdeL^ncia agrícola, trada, a , da riqueza ambiente - às
ça de tratamento, nem sempre equitati-
ções previstas, o objetivo essencial (auto-suficíência)
embora agradáveis, subúr bios, cujos habitantes continuam a vir trabalhar nas metrópoles próximas, sujei-
atinge trés mil habitantes. Radburn, em
Qualquer lavoura mais afastada, po
As cidades-jardins requerem critério realístico no referente às indústrias. A ausência de condições essenciais, como
transporte, energia, água, escoamento, mão-de-obra etc., condenam de ante
mão muitas fantasias. Há a questão das ocupações complementares das famílias operárias, requerendo correspondência e simultaneidade das instalações. Há ain da o vulto desejável das atividades, pois um mercado insuficiente de mão-de-obra
corta a independência dos trabalhadores. Quem se interessar por estas ques
tões poderá estudar Letchworth e Welwyn, perto de Londres. Sunlight não
nrundiais ou remotos, A cidade — sao ra-
r6"rv1nientes de paraUsação. imprevisíveis.
Temos aqui mesmo exemplos em São Sel^astião e Ubatuba, suplantados por Santos, por uma simples mudança das
comunicações; temos a decadência das
cidades mineiras, após o esgotamento, das lavras; temos o declínio de Belém e Manaus, provocado por mudinhas de hévea no antípoda. Ilusória, assim, a precisão do aparato matemático. Se grosso modo admitirmos
para a região santista 200 mil habitantes e uma duplicação cada 20 anos, teremos
uma população de 800 mil almas em 40 anos e de um^ milhão e seiscentos mil em 60. Ora, os planos urbanísticos visam prazos de 30 a 60 anos. Evidentemente
12
a extensão de Santos transbordará das
mento.
prematuras, devem ser encaradas tendo
nada regulamentação do uso da terra,
om vista prazos de execução desta or dem de grandeza.
São Vicente e Santo Amaro terão de constituir um dia, por conveniências téc^cas e administrativas, uma unidade
com Santos. Os motivos separatistas, po iticos, tradicionais ou sentimentais, contrariar indefinidamente
^ ogica das coisas. Aliás, esta dispersão e muito maior por exemplo na Inglaterra c nos Estados Unidos, a ponto de lá ^'^^^^cnte nos invejarem.
I ^preendimentos "Cs
grandes
a indenização.
Zoneamento é a mais lógica c coorde
geminadas ou em ronque.
A Prefeitura de Santos já possui na turalmente um zoneamento. Cabe adap. tá-lo, estendê-lo e, sobretudo, empregá-lo
ficado ou às alturas dos prédios. Geral
e mesmo rural.
mente a utilização de ordem inferior
Embora o zoneamento seja essencial, de certo modo é um aspecto complemen
'
razoáveis, mas a superior não tolera a inferior. Zonn, na terminologia urbanís tica, não significa neccssàriamente
por oposição aos projetos "subs
de
' ^ 1: -
£ãos superiores:
^ ,
"área" ou "bairro"; pode resumir-se a
e
^
'
va York e do vale do Tenessee. "■ Zoneamento — A relatividade da
^andeza ideal das cidades" encontra
timo comentário na teoria da evolução urbana de Raymond. Êste autor mostra històricamente as alternativas de con centração defensiva (tempos primitivos), concentração centrífuga (medievo), no va concentração (surto industrial) e, fi
^
nizadas,
as dis
posições
da
decorrerão
lei dum
detido exame dos casos particulares, sob pena de suscitar numerosas injustiças, questões insolúveis ou derrogações desmoralizantes.
intrínsecas dos bairros ou locais.
Medidas restritas podem ser necessá
de zoneamento limitado a uma rua, e I
•I
l
insuficiente educação cívica, c a possi
centro e
de
'""^tammoTcolocai o na comércio na que tratam zona meás residências no centro, onde 1
ficam o jordim, a escola, o tem-
As unidades,, relativamente grandes,
mínimas capazes de algum serviço co
cas. Nestes casos a lei deve o quanto possível permitir formas economicamen
(neighborhood-units) permitem reduzi-
matéria!
te equivalentes de utilização do terreno,
tendência
^
episódio do gênero.
oposta, de LIoyd Wright e outros. Ingênuo será quem dogmatizar na
a
Ao j
podem por sua vez se subdividir em "cé
correr da evolução urbana, mas dispo
vencer
oQo ms aproximada-
bilidade de alterações tendenciosas. No Rio um inquérito recente revela-nos um
aeroportos ou nas servidões paisagísti
não
brindo
o da avenida Nove de Julho. O ponto nos, completam a segurança e a amemfraco do zoneamento, nos páises o ' clade para os escolares e pedestres.
nos
se
invasão por pensões e a transformação final destas em cortiços e slums, que as leis dc inquilinato tendem a perpetuar. Em matéria de e.xtcnsão e zoneamen\y\ ^uas concepções dignas de nota.
, do bairro e pelo regulamento privado anterior, da Companhia City. Exemplo
sionais, como p. ex. nos gabaritos dos
do os motivos são extrínsecos ou oca
bairro, afugenta as famílias, acarreta a
P coincidem com as unidades-escoh" s e as crianças não precisam atravéssu- as ruas mais movimentadas e pengo' Tiras verdes, às vezes com passa gens em desnível nos cruzamentos inter
dos proprietários. É o que sucede quan.
indiscutíveis
coexistência de utilizações incômodas entre si provoca a desmoralização do
'rTclube etc As nnidades-residen-
contemporâneo), entretanto já ameaça da de terminar mima concentração em moldes inéditos (Le Corbusier), ao me
direitos
já podem ser substituídas por lojas. A
bom exemplo de zoneamento residencial,
rias,
a
mente, nem tôdas as residências velhas
baseia-se no cadastro, em estatísticas e
nalmente, nova dispersão (urbanismo
ofensivas
nem o comercio ainda chegou inteira
que dispõem o comer
na capital, é o do Jardim América (1941), facilitado pela homogeneidade
O critério zoneador deve
ser razoável (é o critério vago, mas usual na jurisprudência americana) e conforme às condições e perspectivas
residenciais para comerciais, quando
«o»; mente.
na consideração das tcndcnGias urbanas, hábitos, conveniências higiênicas, imo biliários etc. É sumamente difícil zonear os centres e bairros antigos. Um
talhadas e urba-
p. ex. dos bairros em transformação de
ruas ou trechos de ruas, e mesmo a es
quinas ou pontos singelos. A elaboração
obras.
Nas áreas já re-
..
de quesâoexempios notáveis a do pôrto de No
viação
grandes
Os períodos de transição são o grande •gerador dos "blightcd-districts", caso
admite a superior, ao menos em casos
"adjetivo",
tantivos", isto é,
-
Há ainda
zonas livres, mistas, universitárias, admi nistrativas etc. O zoneamento impõe limites à área construída, ao volume cdi-
para orientar o desenvolvimento urbano
'
cuthoriíies,
comercial cie bairro; cm residenciais, dc casas individuais ou coletivas, isoladas,
mútua.
-
solução em ór-
por sua vez subdivisíveis em industriaspesadas, indúslrias-levcs e ind\'istrias-perigosas; em comercial central, atacadista,
nho dos lotes, área ocupada, altura ou volume construído, recuos etc. Significa essencialmente; organização e garantia
de interesse re
saxões procuram
O zoneamento distingue arcas indus triais, comerciais, residenciais c rurais,
sob o ponto-de-vista do destino, tama
tar,
gional, os anglo-
pois do contrário podcni surgir direitos
Parte essencial dos planos 6 o zonea
raias atuais do município. Algumas obras do plano regional, aparentemente
13
DlCESTO ECONÓ^UCO
DiGfcVíTo Econômico
Alterações de zoneamento podem de
sições como a das unidades-residei^ims la ao mínimo.
lulas residenciais", que s-ao as parcelas mum, e ao mesmo tempo as máximas
para efeito do conhecimento recíproco dos moradores.
Lebreton admite-lhes
apenas 100 famílias-habitantes. A rmi-
12
a extensão de Santos transbordará das
mento.
prematuras, devem ser encaradas tendo
nada regulamentação do uso da terra,
om vista prazos de execução desta or dem de grandeza.
São Vicente e Santo Amaro terão de constituir um dia, por conveniências téc^cas e administrativas, uma unidade
com Santos. Os motivos separatistas, po iticos, tradicionais ou sentimentais, contrariar indefinidamente
^ ogica das coisas. Aliás, esta dispersão e muito maior por exemplo na Inglaterra c nos Estados Unidos, a ponto de lá ^'^^^^cnte nos invejarem.
I ^preendimentos "Cs
grandes
a indenização.
Zoneamento é a mais lógica c coorde
geminadas ou em ronque.
A Prefeitura de Santos já possui na turalmente um zoneamento. Cabe adap. tá-lo, estendê-lo e, sobretudo, empregá-lo
ficado ou às alturas dos prédios. Geral
e mesmo rural.
mente a utilização de ordem inferior
Embora o zoneamento seja essencial, de certo modo é um aspecto complemen
'
razoáveis, mas a superior não tolera a inferior. Zonn, na terminologia urbanís tica, não significa neccssàriamente
por oposição aos projetos "subs
de
' ^ 1: -
£ãos superiores:
^ ,
"área" ou "bairro"; pode resumir-se a
e
^
'
va York e do vale do Tenessee. "■ Zoneamento — A relatividade da
^andeza ideal das cidades" encontra
timo comentário na teoria da evolução urbana de Raymond. Êste autor mostra històricamente as alternativas de con centração defensiva (tempos primitivos), concentração centrífuga (medievo), no va concentração (surto industrial) e, fi
^
nizadas,
as dis
posições
da
decorrerão
lei dum
detido exame dos casos particulares, sob pena de suscitar numerosas injustiças, questões insolúveis ou derrogações desmoralizantes.
intrínsecas dos bairros ou locais.
Medidas restritas podem ser necessá
de zoneamento limitado a uma rua, e I
•I
l
insuficiente educação cívica, c a possi
centro e
de
'""^tammoTcolocai o na comércio na que tratam zona meás residências no centro, onde 1
ficam o jordim, a escola, o tem-
As unidades,, relativamente grandes,
mínimas capazes de algum serviço co
cas. Nestes casos a lei deve o quanto possível permitir formas economicamen
(neighborhood-units) permitem reduzi-
matéria!
te equivalentes de utilização do terreno,
tendência
^
episódio do gênero.
oposta, de LIoyd Wright e outros. Ingênuo será quem dogmatizar na
a
Ao j
podem por sua vez se subdividir em "cé
correr da evolução urbana, mas dispo
vencer
oQo ms aproximada-
bilidade de alterações tendenciosas. No Rio um inquérito recente revela-nos um
aeroportos ou nas servidões paisagísti
não
brindo
o da avenida Nove de Julho. O ponto nos, completam a segurança e a amemfraco do zoneamento, nos páises o ' clade para os escolares e pedestres.
nos
se
invasão por pensões e a transformação final destas em cortiços e slums, que as leis dc inquilinato tendem a perpetuar. Em matéria de e.xtcnsão e zoneamen\y\ ^uas concepções dignas de nota.
, do bairro e pelo regulamento privado anterior, da Companhia City. Exemplo
sionais, como p. ex. nos gabaritos dos
do os motivos são extrínsecos ou oca
bairro, afugenta as famílias, acarreta a
P coincidem com as unidades-escoh" s e as crianças não precisam atravéssu- as ruas mais movimentadas e pengo' Tiras verdes, às vezes com passa gens em desnível nos cruzamentos inter
dos proprietários. É o que sucede quan.
indiscutíveis
coexistência de utilizações incômodas entre si provoca a desmoralização do
'rTclube etc As nnidades-residen-
contemporâneo), entretanto já ameaça da de terminar mima concentração em moldes inéditos (Le Corbusier), ao me
direitos
já podem ser substituídas por lojas. A
bom exemplo de zoneamento residencial,
rias,
a
mente, nem tôdas as residências velhas
baseia-se no cadastro, em estatísticas e
nalmente, nova dispersão (urbanismo
ofensivas
nem o comercio ainda chegou inteira
que dispõem o comer
na capital, é o do Jardim América (1941), facilitado pela homogeneidade
O critério zoneador deve
ser razoável (é o critério vago, mas usual na jurisprudência americana) e conforme às condições e perspectivas
residenciais para comerciais, quando
«o»; mente.
na consideração das tcndcnGias urbanas, hábitos, conveniências higiênicas, imo biliários etc. É sumamente difícil zonear os centres e bairros antigos. Um
talhadas e urba-
p. ex. dos bairros em transformação de
ruas ou trechos de ruas, e mesmo a es
quinas ou pontos singelos. A elaboração
obras.
Nas áreas já re-
..
de quesâoexempios notáveis a do pôrto de No
viação
grandes
Os períodos de transição são o grande •gerador dos "blightcd-districts", caso
admite a superior, ao menos em casos
"adjetivo",
tantivos", isto é,
-
Há ainda
zonas livres, mistas, universitárias, admi nistrativas etc. O zoneamento impõe limites à área construída, ao volume cdi-
para orientar o desenvolvimento urbano
'
cuthoriíies,
comercial cie bairro; cm residenciais, dc casas individuais ou coletivas, isoladas,
mútua.
-
solução em ór-
por sua vez subdivisíveis em industriaspesadas, indúslrias-levcs e ind\'istrias-perigosas; em comercial central, atacadista,
nho dos lotes, área ocupada, altura ou volume construído, recuos etc. Significa essencialmente; organização e garantia
de interesse re
saxões procuram
O zoneamento distingue arcas indus triais, comerciais, residenciais c rurais,
sob o ponto-de-vista do destino, tama
tar,
gional, os anglo-
pois do contrário podcni surgir direitos
Parte essencial dos planos 6 o zonea
raias atuais do município. Algumas obras do plano regional, aparentemente
13
DlCESTO ECONÓ^UCO
DiGfcVíTo Econômico
Alterações de zoneamento podem de
sições como a das unidades-residei^ims la ao mínimo.
lulas residenciais", que s-ao as parcelas mum, e ao mesmo tempo as máximas
para efeito do conhecimento recíproco dos moradores.
Lebreton admite-lhes
apenas 100 famílias-habitantes. A rmi-
15 14
Digesto Econômico
dade-residenciftl, além das vantagens próprias, apresenta uma. conseqüência interessante; a expansão suburbana pela |ustaposição de unidades (espécie de emissão de "quanta urbanísticos") e não pela invasão progressiva do comércio, causadora dos bllghted-distrícts. Sierks, Hilberseimer e outros idearam superblocos ainda mais radicais. Resulta por vôzes, para ir duma casa à casa
vizinha, o habitante ter de tomar um
automóvel, percorrer quilômetros em ma. ravllhosa auto-estrada no meio dum par que imenso,, e só depois atingir o alvo, com a satisfação de não ter feito ne
nhum cruzamento de nível. ')
Lembra
idéia estivesse divulgada na época dos arruamentos ou do plano Saturnino de
Brito.
Hoje esta área merece apenas
algumas correções.
A zona nova de
Santo Amaro mais próxima ao cais, pre fere uma malha geométrica e regular, de ruas suficientemente amplas, pois será o futuro centro comercial e portuário. A faixa adjacente ao pôrto conterá os armazéns externos. A seguinte, o co mércio, com ruas em duas direções: a
paralela ao cai.s, que é também a direção Ponte Cabrão-Guarujá, e a transversal, que é também a direção Ponte do Estuário-Perequê. O interior da ilha será industrial no Norte e Noroeste; e resi-
Buster Keaton, a visitar a
dencial-popular ao Sul, junto dos mor
nier fêz um projeto assim para Ma-
ros. O terreno e.xige canais do drena
noiva do outro lado da rua. Hilbersei-
gem, como Santos, e as avenidas e
nhattan, ,'que resolveria tudo. Infeliz mente surgiu um pequeno embaraço, pois era preciso primeiro demobr total
"parkways" demarcarão as unidades-
mente a - ilha, e as autoridades clama
o futuro da ilha.
vam (oh! a abjeta e^ressãol) por uma sound basU. Outros derrotistas indaga vam se não seria mais simples abando nar Nova I York à sua sorte e construir tudo ab initio, ao lado.
Quanto, ao desenvolvimento-linear, é uma forma de expansão e zoneamento com exemplo clássico e precursor na
ciudad-liúeal de Soria y Mata (Madrid)
e seguidó es na Rússia. Eqüivale a uma
cidade-ja dim não punctual, mas linear, com
um
; linha principal de tráfego
(metropo itano ou uma artéria-expressa) no eixo.
Qual a ntilidade destas concepções em
residenciaís. Os arruamentos que estão surgindo sem diretrizes comprometerão Seria interessante ensaiar unidades do tipo Radbum, com faixas verdes inter nas, e casas de planta invertida, vol
tando a fachada principal para o centro ajardinado e os fundos para as ruas de acesso. Procurar-se-ia reduzir a exten
são de ruas de passagem, e aumentar os cul-de-sacs.
As malhas internas começarão como áreas rurais ou de chácaras, evitando-se
retalhamentos prematuros e construções
compactas sôbre os espaços livres proje tados.
Nas praias o desenvolvímento-Iinear
A unidade-residencial encontrará apli
decorrerá lògicamente, com as devidas adaptações. Na Enseada há em início uma avenida beira-mar de insuficiente
cação no interior da ilha de Santo
largura e desprovida de praças, "park-
Santos? ' \
Amaro.
i Em Santos teria tido aplicação na aiea nova, recortada de canais, se a
• ings", reservas para edifícios especiais o esporte.
É evidente a ausência do
poder público, sòmente preocupado, 'vO.fe .J
DfCE.STO Econômico
pela pobreza de recursos, com questões
importante do plano santista. A pri
secundárias ou de urgência imediata. Problema importante é a edificação
meira vista sobre-ssaem as três zonas
nas praias. Nisso o Rio (Copacabana) errou, o Santos, São Vicente e Guarujá
NO dc Santo Amaro. A primeira Já
uma muralha cm frente ao mar e obs
estrada de ferro, da Via Ancbicta e da contiguidade com a mais poderosa usi
querem imitá-lo.
Copacabana erigiu
truiu o bairro. Tem-se aventado uma solução diametralmente oposta, prescre vendo casas individuais e baixas junto ao mar, e alturas crescentes no interior. Outro remédio parcial é a disposição
dos edifícios em quincuncio, de modo a melhorar a vista e a ventilação dos pos teriores.
Devido ao clima quente c úmido, nas zonas de apartamentos os edifícios deve
rão ter lateralmente recuos mínimos de 3,00 a 5,00 ms.
pode-se indagar a influência que a
antiga planta Saturnino ainda possa exercer sôbre a próxima. Aquele quaélro apontado à reforma sanitária, pro vocou terríveis polêmicas com a munici
palidade (a reforma corria por conta do Estado). Êsse plano foi uma ótima contribuição, cotejado com a planta ri
gidamente quadriculada de 1896 e com a orientação au jotir le jour, de que
mais indicadas; Cubatão, canto O ou NO dn ilha de São Vicente, e oanto
goza dos extraordinários benefícios da na brasileira. Deve-se erguer uma cor
tina verde entre a rodo\aa e a vila. A
ligação com a Via Ancbieta requer dis posição em trovo, ou qualquer que eli mino as passagens de nível. A extremi
dade Oeste de São Vicente possui bons acessos e possibilidade de arruamentos
operários contíguos. Em Santo Amaro
passa uma linha de alta tensão e Im melhor acesso marítimo, mas fjltam terrestres, um dos objetos do Plano B gional.
. É óbvia a conveniência de tais m
i
cleos industriais principais. O pnmeiro interior e afastado, presta-se mais
certas indústrias. O último satisfará so^ bretudo às atividades de construção na
val, às fábricas de produtos ligados a
pesca, às oficinas servidoras da cidade qualquer motivo se possam ressentir
e do pôrto, e às atividades, que
da maior coluna pluviométrica e maior apenas se começava a sair. Mas é hoje ' umidade no sopé da Serra.
matéria superada, dum lado porque tôda
a área abrangida está pràticamente arrua da, doutro porque as idéias urbanísticas evoluíram muito nos últimos 40 anos e
os problemas santistas apresentam for mas novas, imprevisíveis em 1910. Na quela época fazia furor e era referência
Além disso, favorecerão a correlaça"
de profissões complementares, que acres centa os recursos das famílias operárias.
As indústrias perigosas e depósitos de combustíveis têm sua indicação natura
no fundo do pôrto, no Bamabé e
habitual a planta de Belo Horizonte,
dores. É sabido que um dos cuidados
(sempre complacentemente comparada
dum bom zoneamento dei'e ser a pro
com a de L'Enfant), de moldes e pro
porção das zonas comerciais e indus triais, cuja tendência habitusil é pars o exagêro. A questão entrosa-se com o possível monopólio dêsses terrenos em
porções realmente inusitadas, mas de autoridade declinante e que Vítor Freire já criticava em 1917. O zoneamento industrial é outro ponto
poucas mãos, de modo que as soluções
15 14
Digesto Econômico
dade-residenciftl, além das vantagens próprias, apresenta uma. conseqüência interessante; a expansão suburbana pela |ustaposição de unidades (espécie de emissão de "quanta urbanísticos") e não pela invasão progressiva do comércio, causadora dos bllghted-distrícts. Sierks, Hilberseimer e outros idearam superblocos ainda mais radicais. Resulta por vôzes, para ir duma casa à casa
vizinha, o habitante ter de tomar um
automóvel, percorrer quilômetros em ma. ravllhosa auto-estrada no meio dum par que imenso,, e só depois atingir o alvo, com a satisfação de não ter feito ne
nhum cruzamento de nível. ')
Lembra
idéia estivesse divulgada na época dos arruamentos ou do plano Saturnino de
Brito.
Hoje esta área merece apenas
algumas correções.
A zona nova de
Santo Amaro mais próxima ao cais, pre fere uma malha geométrica e regular, de ruas suficientemente amplas, pois será o futuro centro comercial e portuário. A faixa adjacente ao pôrto conterá os armazéns externos. A seguinte, o co mércio, com ruas em duas direções: a
paralela ao cai.s, que é também a direção Ponte Cabrão-Guarujá, e a transversal, que é também a direção Ponte do Estuário-Perequê. O interior da ilha será industrial no Norte e Noroeste; e resi-
Buster Keaton, a visitar a
dencial-popular ao Sul, junto dos mor
nier fêz um projeto assim para Ma-
ros. O terreno e.xige canais do drena
noiva do outro lado da rua. Hilbersei-
gem, como Santos, e as avenidas e
nhattan, ,'que resolveria tudo. Infeliz mente surgiu um pequeno embaraço, pois era preciso primeiro demobr total
"parkways" demarcarão as unidades-
mente a - ilha, e as autoridades clama
o futuro da ilha.
vam (oh! a abjeta e^ressãol) por uma sound basU. Outros derrotistas indaga vam se não seria mais simples abando nar Nova I York à sua sorte e construir tudo ab initio, ao lado.
Quanto, ao desenvolvimento-linear, é uma forma de expansão e zoneamento com exemplo clássico e precursor na
ciudad-liúeal de Soria y Mata (Madrid)
e seguidó es na Rússia. Eqüivale a uma
cidade-ja dim não punctual, mas linear, com
um
; linha principal de tráfego
(metropo itano ou uma artéria-expressa) no eixo.
Qual a ntilidade destas concepções em
residenciaís. Os arruamentos que estão surgindo sem diretrizes comprometerão Seria interessante ensaiar unidades do tipo Radbum, com faixas verdes inter nas, e casas de planta invertida, vol
tando a fachada principal para o centro ajardinado e os fundos para as ruas de acesso. Procurar-se-ia reduzir a exten
são de ruas de passagem, e aumentar os cul-de-sacs.
As malhas internas começarão como áreas rurais ou de chácaras, evitando-se
retalhamentos prematuros e construções
compactas sôbre os espaços livres proje tados.
Nas praias o desenvolvímento-Iinear
A unidade-residencial encontrará apli
decorrerá lògicamente, com as devidas adaptações. Na Enseada há em início uma avenida beira-mar de insuficiente
cação no interior da ilha de Santo
largura e desprovida de praças, "park-
Santos? ' \
Amaro.
i Em Santos teria tido aplicação na aiea nova, recortada de canais, se a
• ings", reservas para edifícios especiais o esporte.
É evidente a ausência do
poder público, sòmente preocupado, 'vO.fe .J
DfCE.STO Econômico
pela pobreza de recursos, com questões
importante do plano santista. A pri
secundárias ou de urgência imediata. Problema importante é a edificação
meira vista sobre-ssaem as três zonas
nas praias. Nisso o Rio (Copacabana) errou, o Santos, São Vicente e Guarujá
NO dc Santo Amaro. A primeira Já
uma muralha cm frente ao mar e obs
estrada de ferro, da Via Ancbicta e da contiguidade com a mais poderosa usi
querem imitá-lo.
Copacabana erigiu
truiu o bairro. Tem-se aventado uma solução diametralmente oposta, prescre vendo casas individuais e baixas junto ao mar, e alturas crescentes no interior. Outro remédio parcial é a disposição
dos edifícios em quincuncio, de modo a melhorar a vista e a ventilação dos pos teriores.
Devido ao clima quente c úmido, nas zonas de apartamentos os edifícios deve
rão ter lateralmente recuos mínimos de 3,00 a 5,00 ms.
pode-se indagar a influência que a
antiga planta Saturnino ainda possa exercer sôbre a próxima. Aquele quaélro apontado à reforma sanitária, pro vocou terríveis polêmicas com a munici
palidade (a reforma corria por conta do Estado). Êsse plano foi uma ótima contribuição, cotejado com a planta ri
gidamente quadriculada de 1896 e com a orientação au jotir le jour, de que
mais indicadas; Cubatão, canto O ou NO dn ilha de São Vicente, e oanto
goza dos extraordinários benefícios da na brasileira. Deve-se erguer uma cor
tina verde entre a rodo\aa e a vila. A
ligação com a Via Ancbieta requer dis posição em trovo, ou qualquer que eli mino as passagens de nível. A extremi
dade Oeste de São Vicente possui bons acessos e possibilidade de arruamentos
operários contíguos. Em Santo Amaro
passa uma linha de alta tensão e Im melhor acesso marítimo, mas fjltam terrestres, um dos objetos do Plano B gional.
. É óbvia a conveniência de tais m
i
cleos industriais principais. O pnmeiro interior e afastado, presta-se mais
certas indústrias. O último satisfará so^ bretudo às atividades de construção na
val, às fábricas de produtos ligados a
pesca, às oficinas servidoras da cidade qualquer motivo se possam ressentir
e do pôrto, e às atividades, que
da maior coluna pluviométrica e maior apenas se começava a sair. Mas é hoje ' umidade no sopé da Serra.
matéria superada, dum lado porque tôda
a área abrangida está pràticamente arrua da, doutro porque as idéias urbanísticas evoluíram muito nos últimos 40 anos e
os problemas santistas apresentam for mas novas, imprevisíveis em 1910. Na quela época fazia furor e era referência
Além disso, favorecerão a correlaça"
de profissões complementares, que acres centa os recursos das famílias operárias.
As indústrias perigosas e depósitos de combustíveis têm sua indicação natura
no fundo do pôrto, no Bamabé e
habitual a planta de Belo Horizonte,
dores. É sabido que um dos cuidados
(sempre complacentemente comparada
dum bom zoneamento dei'e ser a pro
com a de L'Enfant), de moldes e pro
porção das zonas comerciais e indus triais, cuja tendência habitusil é pars o exagêro. A questão entrosa-se com o possível monopólio dêsses terrenos em
porções realmente inusitadas, mas de autoridade declinante e que Vítor Freire já criticava em 1917. O zoneamento industrial é outro ponto
poucas mãos, de modo que as soluções
16
Dicesto Econômico
concretas podem exigir certa folga e medidas especiais de outra ordem, à ^ista das condições que forem verifi cadas.
8) - Habitações populares - O problema é mundial, por causas diversas
cuja discussão e.xorbitaria desta e.xpo-
bretudo financeiro. Deixar nos Estados as entidades particulares ou mesmo mu nicipais debatercm-sc sozinhas com a grandeza do problema, seria uma inconsciência federal.
Preliminar importante c a da capa
siçáo. Têm influído na situação a maior exigência popular, os estudos e as veri ficações sociais, e as duas guerras mun
cidade pagante do povo. Mesmo nos Estados Unidos, coin seu a'to teor de .vida, considcriU'el é q proporção das famílias incapazes do pagarem as vi-
diais, seja pelas destruições, seja pelo
vendas "adequadas".
desvio de recursos, seja pelo dcsajustamento geral. Deste desajustamento re sultaram, entre outras conseqüências, as
frentada por três ordens de medidas:
Esta dificuldade bá.sica, pode ser en
leis de inquilinato, que juntas aos rigo
a) — Auxílio.
res fiscais, têm desanimado as constru
b)
ções particulares. Afastada, por,motivos
políticos ou pelo demasiado que já se avançou, a hipótese da revogação ou uma alteração considerável daquelas . leis, só resta uma solução: a entrada
franca e compensatória do poder públi
Moderação na
definição
da
"babitação adequada". c) — Elevação do nível econômico do povo.
porém, o que raramente tem aconte
tica e menos humilhante. A maneira de
cido, salvo (isto mesmo de maneira in
encarar esta preliminar é decisiva para todos O.S desenvolvimentos posteriores,
militares, relegou a segundo plano a questão residencial. O esforço em pro!
dilema que envolve doutrina social e vultosa responsabilidade. A redução das
exigências^ mínimas, por indesejável que •seja, impõe-se para tirar o empreendi
mento do ponto morto em que se en
das habitações tem logicamente de ba
contra. Muitos liousings norte-america
sear-se numa política federal de orga
nos têm sofrido crítica sob tal ponto-devista, mas fato é qxie só assim foi pos
nização, incentivo, assistência e crédito,
Eco.s-ômico
da industriabzação. São incríveis o tem
po e o dinheiro que os ínstituto.s de apo
deixando sempre que possível a parte
sível Ia elevar alguns dos maiores con
executiva aos poderes estaduais ou lo
juntos residenciais.
cais bem aparelhados e a certas entida
des privadas. Dirigir e fazer tudo por
mas oficiais iniciaram-se mal, na tenta tiva de reduzir o problema somente ao
meio de institutos burocráticos presos à
das casas individuais e da casa própria.
sentadoria perdiam e faziam perder, no absurdo afã de examinar, caso por
grandes programas de housing.
caso, os pcdido.s c documentos dc cada pretendente individual. Restringir a as
banísticos perfeitos, e ganha o housing pelo barateamento dum dos seus ele mentos essenciais. Nem perdem as ci
sistência exclusivamente à casa própria, com è.xclusão das de aluguel, tem sido outro êrro. A muitos operários a pri
meira fórmida é inaplicávcl, quer pela incapacidade econômica deles, quer pelo
dades na espera, porque os aluguéis, as
explorações florestais e as valorizações compensam os investimentos. A título ilustrativo diremos que em dado mo mento Frankfort possuía 50% da área urbana, Hamburgo 33%, Ulm 80%. Stockolm desde 1904 comprou 20.000 acres
caráter ambulatório das suas atividades.
guesas") não deve esconder essa neces
ou cinco vêzes a área original da cida
sidade real duma fração ponderável do operariado. A terceira categoria de me
de; Oslo possui um subúrbio duplo da
didas, que mencionamos, é uma delica-
área urbana é de 6.300 acres, adquiriu
área urbana primiti\'a; Helsinki, cuja 13.000.
direção central no Rio, e poesia.
Devem-se visar grandes conjuntos, não
Os nossos progra
Esta
orientação
teria evitado em Santos a
dificuldade atual de espa
ço público, só parcialmen
■íi!
te resolvida pelas cessões federais. Não negaremos um risco: a perda poste rior dessas reservas, por
da função social, quase apostólica, de
desleixo, ocupações indevidas, maus em-
educação, reeducação, encaminhamento
pregos, cessões abusivas e apossamento arbitrário pelos poderes superiores, da
profissional, devoKição á lavoura, orga nização dc trabalhos e assistência.
Deixando estes aspectos, que os lei tores encontrarão desenvolvidos noutros
trabalhos,
diremos ' duas palavras .dos
aspectos urbanísticos.
Em primeiro lu
gar acentuaremos o interesse urbanísti
co dos grandes conjuntos, capazes de
União ou do Estado. Êste mal, conhece-o bem a Capital do Estado, onde
imensas áreas utilíssimas para desenvol
vimentos urbanísticos, parques, cons truções populares "etc., acabaram por desaparecer quase totalmente.
Resumindo: os poderes públicos, se não
maior economia, de disposições mais fe-
criaram, ao menoS agravaram o proble
lize.s e da realização concomitante dos
ma residencial pela legislação, pela ori entação e pela inércia.
execução regional recebe o e.stímu!o das
só por comportarem instalações e servi
necessidades locais e tem a vantagem
ços gerais (escola, creche, clube, "playground", etc.), como por permitirem a.s economias da escala, da padronização e
que a Bodenpolitik dos países germâni cos, bálticos f escandinavos tem pf)r ca racterística principal a aquisição muito
cio contato imediato, com o problema. O sistema envolve o apoio central, so
Ganha a cidade desenvolvimentos ur
O intento de animar a propriedade e as qualidades familiares (hoje diz-se "bur
serviços públicos gerais. Em segundo lugar, cabe ligar àos planos regionais a
A
antecipada d« vastas áreas suburbanas, utilizadas mais tarde na execução de
no, ou indireto, ao construtor (enten-
dendo-se "construtor" no scnHdo lato). A segunda forma e preferível, mais prá
própria Rússia, atarefada com os seus planos econômicos de fins industriais c
Dioesto
O auxílio pode ser direto, ao inquili
co no campo das casas populares. É,
completa) na Inglaterra e nalguns paí ses do Centro e do Oeste europeu. A
r
questão das reservas territoriais. Sabe-se
Afastada a ini
ciativa privada, cabe aos poderes pú blicos substituí-la atacando a questão pelos dois flancos: política territorial e construção.
Santos deve receber, nos
termos da política geral esboçada, al-
16
Dicesto Econômico
concretas podem exigir certa folga e medidas especiais de outra ordem, à ^ista das condições que forem verifi cadas.
8) - Habitações populares - O problema é mundial, por causas diversas
cuja discussão e.xorbitaria desta e.xpo-
bretudo financeiro. Deixar nos Estados as entidades particulares ou mesmo mu nicipais debatercm-sc sozinhas com a grandeza do problema, seria uma inconsciência federal.
Preliminar importante c a da capa
siçáo. Têm influído na situação a maior exigência popular, os estudos e as veri ficações sociais, e as duas guerras mun
cidade pagante do povo. Mesmo nos Estados Unidos, coin seu a'to teor de .vida, considcriU'el é q proporção das famílias incapazes do pagarem as vi-
diais, seja pelas destruições, seja pelo
vendas "adequadas".
desvio de recursos, seja pelo dcsajustamento geral. Deste desajustamento re sultaram, entre outras conseqüências, as
frentada por três ordens de medidas:
Esta dificuldade bá.sica, pode ser en
leis de inquilinato, que juntas aos rigo
a) — Auxílio.
res fiscais, têm desanimado as constru
b)
ções particulares. Afastada, por,motivos
políticos ou pelo demasiado que já se avançou, a hipótese da revogação ou uma alteração considerável daquelas . leis, só resta uma solução: a entrada
franca e compensatória do poder públi
Moderação na
definição
da
"babitação adequada". c) — Elevação do nível econômico do povo.
porém, o que raramente tem aconte
tica e menos humilhante. A maneira de
cido, salvo (isto mesmo de maneira in
encarar esta preliminar é decisiva para todos O.S desenvolvimentos posteriores,
militares, relegou a segundo plano a questão residencial. O esforço em pro!
dilema que envolve doutrina social e vultosa responsabilidade. A redução das
exigências^ mínimas, por indesejável que •seja, impõe-se para tirar o empreendi
mento do ponto morto em que se en
das habitações tem logicamente de ba
contra. Muitos liousings norte-america
sear-se numa política federal de orga
nos têm sofrido crítica sob tal ponto-devista, mas fato é qxie só assim foi pos
nização, incentivo, assistência e crédito,
Eco.s-ômico
da industriabzação. São incríveis o tem
po e o dinheiro que os ínstituto.s de apo
deixando sempre que possível a parte
sível Ia elevar alguns dos maiores con
executiva aos poderes estaduais ou lo
juntos residenciais.
cais bem aparelhados e a certas entida
des privadas. Dirigir e fazer tudo por
mas oficiais iniciaram-se mal, na tenta tiva de reduzir o problema somente ao
meio de institutos burocráticos presos à
das casas individuais e da casa própria.
sentadoria perdiam e faziam perder, no absurdo afã de examinar, caso por
grandes programas de housing.
caso, os pcdido.s c documentos dc cada pretendente individual. Restringir a as
banísticos perfeitos, e ganha o housing pelo barateamento dum dos seus ele mentos essenciais. Nem perdem as ci
sistência exclusivamente à casa própria, com è.xclusão das de aluguel, tem sido outro êrro. A muitos operários a pri
meira fórmida é inaplicávcl, quer pela incapacidade econômica deles, quer pelo
dades na espera, porque os aluguéis, as
explorações florestais e as valorizações compensam os investimentos. A título ilustrativo diremos que em dado mo mento Frankfort possuía 50% da área urbana, Hamburgo 33%, Ulm 80%. Stockolm desde 1904 comprou 20.000 acres
caráter ambulatório das suas atividades.
guesas") não deve esconder essa neces
ou cinco vêzes a área original da cida
sidade real duma fração ponderável do operariado. A terceira categoria de me
de; Oslo possui um subúrbio duplo da
didas, que mencionamos, é uma delica-
área urbana é de 6.300 acres, adquiriu
área urbana primiti\'a; Helsinki, cuja 13.000.
direção central no Rio, e poesia.
Devem-se visar grandes conjuntos, não
Os nossos progra
Esta
orientação
teria evitado em Santos a
dificuldade atual de espa
ço público, só parcialmen
■íi!
te resolvida pelas cessões federais. Não negaremos um risco: a perda poste rior dessas reservas, por
da função social, quase apostólica, de
desleixo, ocupações indevidas, maus em-
educação, reeducação, encaminhamento
pregos, cessões abusivas e apossamento arbitrário pelos poderes superiores, da
profissional, devoKição á lavoura, orga nização dc trabalhos e assistência.
Deixando estes aspectos, que os lei tores encontrarão desenvolvidos noutros
trabalhos,
diremos ' duas palavras .dos
aspectos urbanísticos.
Em primeiro lu
gar acentuaremos o interesse urbanísti
co dos grandes conjuntos, capazes de
União ou do Estado. Êste mal, conhece-o bem a Capital do Estado, onde
imensas áreas utilíssimas para desenvol
vimentos urbanísticos, parques, cons truções populares "etc., acabaram por desaparecer quase totalmente.
Resumindo: os poderes públicos, se não
maior economia, de disposições mais fe-
criaram, ao menoS agravaram o proble
lize.s e da realização concomitante dos
ma residencial pela legislação, pela ori entação e pela inércia.
execução regional recebe o e.stímu!o das
só por comportarem instalações e servi
necessidades locais e tem a vantagem
ços gerais (escola, creche, clube, "playground", etc.), como por permitirem a.s economias da escala, da padronização e
que a Bodenpolitik dos países germâni cos, bálticos f escandinavos tem pf)r ca racterística principal a aquisição muito
cio contato imediato, com o problema. O sistema envolve o apoio central, so
Ganha a cidade desenvolvimentos ur
O intento de animar a propriedade e as qualidades familiares (hoje diz-se "bur
serviços públicos gerais. Em segundo lugar, cabe ligar àos planos regionais a
A
antecipada d« vastas áreas suburbanas, utilizadas mais tarde na execução de
no, ou indireto, ao construtor (enten-
dendo-se "construtor" no scnHdo lato). A segunda forma e preferível, mais prá
própria Rússia, atarefada com os seus planos econômicos de fins industriais c
Dioesto
O auxílio pode ser direto, ao inquili
co no campo das casas populares. É,
completa) na Inglaterra e nalguns paí ses do Centro e do Oeste europeu. A
r
questão das reservas territoriais. Sabe-se
Afastada a ini
ciativa privada, cabe aos poderes pú blicos substituí-la atacando a questão pelos dois flancos: política territorial e construção.
Santos deve receber, nos
termos da política geral esboçada, al-
Dicesto
18
EcoNÓ>noo
guns grandes ê organizados conjuntos
curiosidade etnográfica e mesmo
residenciais.
geológica a proteger contra a
Paquetá (reconstrução),
Macuco, São Bento (substituição de fa
drepredação e a exploração co
vela), Ponta da Praia, zona ocidental
mercial.
da ilha de São Vicente, Cubatão, Itape-
ma etc. No Jabaquara os planos ante riores requerem alteração, devido aos
melhoramentos que vão transformar o caráter da zona.
9) — Monumentos — Não será me
nosprezo dizer que Santos possui, com
h) - De todos, porém, é a Bertioga
o sítio mais digno dum progra ma de preservação e realço. Sua história primitiva é uma pequena epopéia, relembrada com amor num livrinho recente
de Francisco Martins.
poucas exceções, os mais feios monumen
tioga foi o verdadeiro início he
tos do país. Um plano urbanístico é oportunidade para fazer algo interessan
róico do Brasil, baluarte a cuja retaguarda nasceu Piratlninga;
te no assunto, preservar locais ou me
surgidouro de João Ramalho,
mória de acontecimentos históricos. Ci
apoio e ponto de partida para
taremos os seguintes:
a fundação do Rio de Janeiro^ teatro de lantos dramas do arrôjo colonial, testemunho de sa-
a) — A fundação da cidade ou, pelo menos, uma das suas relíquias; o resto da mxiralha encontrável
ciífícíos inauditos e do inci
num quintal da rua Xavier da
Silveira. ria
ser
piente amálgama racial, séde dos Adornos, pouso dos reféns
Êsse vestígio pode recoberto
com
A Ber
uma
apostólico.s, por largo tempo
cúpula ou pequeno panteon. b) — O "quilombo" do Jabaquara, recordando o papel de Santos
empório de atividades comer ciais e marítimas, e finalmente,
em nossos dias, o refúgio de
na campanha ab )licionista. O
Euclides, Vicente de Car\"alho
trecho final da "estrada da re
6 Martins Fontes.
denção" era a rua que ora transpõe a selada do morro,
atrás da antiga Santa Casa. c) — O engenho dos Erasmosj na estrada de São Vicente.
OiCESTO
Econômico
19
"Casa do Trem", garantindo a esta melhor enquadramento. j) — Obras na Via Anchieta, consis tindo em restaurante, terraços, painéis, entrada da cidade etc.,
tudo com sobriedade e gôsto, sob pena de empetecar o belís simo trajeto.
pios, o que nunca aconteceu.
feitura da Capital chegou a reclamar esta quota, mas o Estado não respon
dc Iperoig c os fortes de São Além da criação dôstes monumentos
ou marcos históricos, o Plano Regional prevê ainda uma fonte luminosa na pra ça dos Andradas, e remates arquitetôni cos no tôpo dalgumas artérias que batem nos morros centrais, como a rua de São Bento e a avenida Ana Costa.
10) — Plano financeiro — Os recur
sos para a urbanização são de três cate gorias: a) — Tributos existentes; b) — Tributos novos; c) — Colaboração. inicial, mas entre nós escusa pensarmos em tamanha prova de visão, sacrifício e continência. Fôrça será partir da situa
O outeiro Instórico, humildo acrópole quinhentista, ficará en-
ção financeira existente.
castoado epi verde no desen
Santos folgada, por uma série de moti
volvimento urbanístico. Os dois
vos, a saber:
Esta , é em
— tudo merece um imediato en
quadramento num plano cívico, ou, mais concretamente, num
Martim
g) — Um ou dois sambaquis ou cas-
gueiros n^elhor preservados,
i) -
parque natural. Preservação das igrejas de S. Francisco e São" Vicente, e da
cipais, ao que entretanto não atendeu, nem sequer na ligação das rodo\'iastroncos.
Mas assim mesmo os recursos não bas
tarão, sem um critério de eficiente utili zação. Êste envolve duas modalidades principais: compressão das despesas or executar. Para tal é mister vencer dois
O ideal seria encontrar uma reserva
subsistem no continente. de
que, assim procedendo, assumia impli citamente o encargo das rodovias muni
dinárias e seleção rigorosamente hierár
f) — A praia do Góis, um dos pri contactos
tia da sua emissão rodoviária. O pior é
quica das obras, em vista do plano a
não apresenta indícios de estacionamen
meiros
A Pre
deu, por já lê-la englobado na garan
Sebastião.
se tão velha como a relíquia de Iguaraçu; os vestígios do pôrto das baleias e das cisternas (promontório oriental da Guaybò)
Afonso com a terra.
êstes fazerem o mesmo com os municí
Anchieta (Itanhaem), a praia
Vicente e o local presumido do
vestígios de engenhos, que
te metade do impôsto de indústrias e profissões. Possivelmente a Prefeitura terá ainda, em crédito, sua quota da taxa de combustíveis, líquidos, que a
como o convento e a pedra de
fortes, a igreja arruinada e qun.
pôrto.
meios tributários aos municípios, como a quota do ímpòsto de renda e a restan
União repartira com os Estados, para
k) — Pontos históricos mais afastados,
d) — Os restos do trapiche de São e) — Os antigos fortes do canal e os
ÇuintO: a recente transferência de novos
p" rimeiro: a economia do município to e, muito menos, de decadência. Se-
embaraços correntes na administração
pública: o desperdício dos pedidos anuais de verbas pelas repartições, usual mente mera multiplicação mecânica da verba anterior, e as criações adiáveis ou
secundárias, mas sempre objeto de gran des pressões, porque com elas uns visam figuração e outros emprego. Outro erro é a transferência de serviços e encargos, simples artifício do Estado para desper
gundo: a situação mais ou menos reajus
tar as próprias finanças à custa dos mu
tada do funcionalismo. Terceiro: a ine
nicípios, cuja folga tributária fica assim
xistência, nos bairros, de problemas tão graves e numerosos como na Capital. Quarto: as facilidades decorrentes da to pografia plana e da pequena densidade
logo neutralizada. Na sua maior parte essas transferências não se justificam nem sequer por uma racionalização, por
urbana; não há os tentáculos, ribbons e
persões, interferências e até competição dos serviços. Preferível será, salvo indi-
descontinuidades dispersivas da Capital.
que acarretam duplicações onerosas, dis.
Dicesto
18
EcoNÓ>noo
guns grandes ê organizados conjuntos
curiosidade etnográfica e mesmo
residenciais.
geológica a proteger contra a
Paquetá (reconstrução),
Macuco, São Bento (substituição de fa
drepredação e a exploração co
vela), Ponta da Praia, zona ocidental
mercial.
da ilha de São Vicente, Cubatão, Itape-
ma etc. No Jabaquara os planos ante riores requerem alteração, devido aos
melhoramentos que vão transformar o caráter da zona.
9) — Monumentos — Não será me
nosprezo dizer que Santos possui, com
h) - De todos, porém, é a Bertioga
o sítio mais digno dum progra ma de preservação e realço. Sua história primitiva é uma pequena epopéia, relembrada com amor num livrinho recente
de Francisco Martins.
poucas exceções, os mais feios monumen
tioga foi o verdadeiro início he
tos do país. Um plano urbanístico é oportunidade para fazer algo interessan
róico do Brasil, baluarte a cuja retaguarda nasceu Piratlninga;
te no assunto, preservar locais ou me
surgidouro de João Ramalho,
mória de acontecimentos históricos. Ci
apoio e ponto de partida para
taremos os seguintes:
a fundação do Rio de Janeiro^ teatro de lantos dramas do arrôjo colonial, testemunho de sa-
a) — A fundação da cidade ou, pelo menos, uma das suas relíquias; o resto da mxiralha encontrável
ciífícíos inauditos e do inci
num quintal da rua Xavier da
Silveira. ria
ser
piente amálgama racial, séde dos Adornos, pouso dos reféns
Êsse vestígio pode recoberto
com
A Ber
uma
apostólico.s, por largo tempo
cúpula ou pequeno panteon. b) — O "quilombo" do Jabaquara, recordando o papel de Santos
empório de atividades comer ciais e marítimas, e finalmente,
em nossos dias, o refúgio de
na campanha ab )licionista. O
Euclides, Vicente de Car\"alho
trecho final da "estrada da re
6 Martins Fontes.
denção" era a rua que ora transpõe a selada do morro,
atrás da antiga Santa Casa. c) — O engenho dos Erasmosj na estrada de São Vicente.
OiCESTO
Econômico
19
"Casa do Trem", garantindo a esta melhor enquadramento. j) — Obras na Via Anchieta, consis tindo em restaurante, terraços, painéis, entrada da cidade etc.,
tudo com sobriedade e gôsto, sob pena de empetecar o belís simo trajeto.
pios, o que nunca aconteceu.
feitura da Capital chegou a reclamar esta quota, mas o Estado não respon
dc Iperoig c os fortes de São Além da criação dôstes monumentos
ou marcos históricos, o Plano Regional prevê ainda uma fonte luminosa na pra ça dos Andradas, e remates arquitetôni cos no tôpo dalgumas artérias que batem nos morros centrais, como a rua de São Bento e a avenida Ana Costa.
10) — Plano financeiro — Os recur
sos para a urbanização são de três cate gorias: a) — Tributos existentes; b) — Tributos novos; c) — Colaboração. inicial, mas entre nós escusa pensarmos em tamanha prova de visão, sacrifício e continência. Fôrça será partir da situa
O outeiro Instórico, humildo acrópole quinhentista, ficará en-
ção financeira existente.
castoado epi verde no desen
Santos folgada, por uma série de moti
volvimento urbanístico. Os dois
vos, a saber:
Esta , é em
— tudo merece um imediato en
quadramento num plano cívico, ou, mais concretamente, num
Martim
g) — Um ou dois sambaquis ou cas-
gueiros n^elhor preservados,
i) -
parque natural. Preservação das igrejas de S. Francisco e São" Vicente, e da
cipais, ao que entretanto não atendeu, nem sequer na ligação das rodo\'iastroncos.
Mas assim mesmo os recursos não bas
tarão, sem um critério de eficiente utili zação. Êste envolve duas modalidades principais: compressão das despesas or executar. Para tal é mister vencer dois
O ideal seria encontrar uma reserva
subsistem no continente. de
que, assim procedendo, assumia impli citamente o encargo das rodovias muni
dinárias e seleção rigorosamente hierár
f) — A praia do Góis, um dos pri contactos
tia da sua emissão rodoviária. O pior é
quica das obras, em vista do plano a
não apresenta indícios de estacionamen
meiros
A Pre
deu, por já lê-la englobado na garan
Sebastião.
se tão velha como a relíquia de Iguaraçu; os vestígios do pôrto das baleias e das cisternas (promontório oriental da Guaybò)
Afonso com a terra.
êstes fazerem o mesmo com os municí
Anchieta (Itanhaem), a praia
Vicente e o local presumido do
vestígios de engenhos, que
te metade do impôsto de indústrias e profissões. Possivelmente a Prefeitura terá ainda, em crédito, sua quota da taxa de combustíveis, líquidos, que a
como o convento e a pedra de
fortes, a igreja arruinada e qun.
pôrto.
meios tributários aos municípios, como a quota do ímpòsto de renda e a restan
União repartira com os Estados, para
k) — Pontos históricos mais afastados,
d) — Os restos do trapiche de São e) — Os antigos fortes do canal e os
ÇuintO: a recente transferência de novos
p" rimeiro: a economia do município to e, muito menos, de decadência. Se-
embaraços correntes na administração
pública: o desperdício dos pedidos anuais de verbas pelas repartições, usual mente mera multiplicação mecânica da verba anterior, e as criações adiáveis ou
secundárias, mas sempre objeto de gran des pressões, porque com elas uns visam figuração e outros emprego. Outro erro é a transferência de serviços e encargos, simples artifício do Estado para desper
gundo: a situação mais ou menos reajus
tar as próprias finanças à custa dos mu
tada do funcionalismo. Terceiro: a ine
nicípios, cuja folga tributária fica assim
xistência, nos bairros, de problemas tão graves e numerosos como na Capital. Quarto: as facilidades decorrentes da to pografia plana e da pequena densidade
logo neutralizada. Na sua maior parte essas transferências não se justificam nem sequer por uma racionalização, por
urbana; não há os tentáculos, ribbons e
persões, interferências e até competição dos serviços. Preferível será, salvo indi-
descontinuidades dispersivas da Capital.
que acarretam duplicações onerosas, dis.
Dícesto
20
Econômico
cações absolutamente lógicas e premen
novos que a constituição federal c as
tes, os municípios não avocarem novos
leis estaduais lhes acrescentaram (renda,
encargos, pois muito farão se desempe nharem satisfatoriamente os que já têm.
industriais e profissõe.s) já concedem aos município.s pos.sibiliclade.s apreciá
Êstes critérios e a boa fiscalização da
veis de ação, que não possuíamos há
despesa ordinária, deixando processarse o aumento natural da receita geral,
poucos anos, quando estávamos ainda
nossa gestão da Capital no período
premidos pelo congelamento dos valo res locativos (base usual do imposto predial), pelas limitações federais dos aumentos de tributo, e pe^as altas pe
1938-1945, quando, entretanto, foi rea
culiares ao período da guerra. Pode-se,
lizada uma das maiores transformações
por isto, proclamar que as condições financeiras de Santos são, comparativa
são tão eficazes que, na realidade, de
outros não precisamos lançar mão na
urbanísticas da América Latina.
Seme
21
Dícesto Econômico
taxação federal criada pelo ministro Vi-
notável de expropriação marginal na ave.
digal baseada nu diferença entre os prcços de compra e de venda, já não ii
nida Getulio Vargas, hoje Castro Ahes, no Rio, cujas perspectivas, todavia, pa-
Icvara na devi<la conta.
receni hoje algo embuciadas. As gran-
Para neutralizar esse fator, será mis-
des aquisições, nos termos da Bodenpo- .
ter: a) ou introduzir corrctiwunente
litik germânica, e.xpõem-se a riscos nie-
a desvalorização do dinheiro ou índices do custo de \nda; b) ou sinipüficar e reduzir o lançamento a quase um rateio.
nores e são adequadas aos planos de extensão e de habitações populares, Combinadas com a abertura de artérias
A primeira solução é a preferida por Odilon Braga; a segunda, por Carvalho pinto.
mestras e o zoneamento, e havendo aparelhamento competente, são iiconselháveis para dirigir o crescimento subur-
lhante fora o processo de Haussmann, todavia favorecido por um longuíssimo
pital, muito mais folgadas e, portanto,
A expropriação marginal (por zonas, ou cxcess condemiuition) tem lugar ora
bano e facilitar housings futuros. A capitação, conipreensi\el nas estales e
período de 17 anos e pelo decisivo apoio
favoráveis ao início dum plano urba nístico. Os novos recursos, a que alu
da plena utilização do melhoramento",
descabida no caso, parece-nos
ora para revenda lucrativa e apropriacão da mais-valia devida ao melhoramento. Sofre o risco de crises cvcntuais, do avaliação otimista, da inabíli-
dispensável pela complicação antip ca, pelas possibilidades da cobrança de ser-
viços nos "balneários públicos , auxílios ^ estaduais e outras compensações. Os es-
dade comercial da administração, e, fi-
forços a aplicar no plano region< nao
imperial. A mobilização dos recursos pode ser mais ou menos gradual; ou uma emissão,
ou a execução pelo sistema do poy os
you go. Ambas têm suas indicações e vantagens. A emissão permite o ataque mais intenso das obras e, por isso, mais
econômico, naturalmente dentro de li
mites que não provoquem "altas da procura".
Permite, outrossim, o gôzo
imediato dos melhoramentos e apressa
mente às da nossa administração na Ca
dimos na letra "b", são a toxa de me-
Ihoria, a expropriação marginal, a políti ca territorial, e algumas outras eventual
mente aplicáveis, como u capitação dc turismo e a quota ainda não transferida
para obras complementares e "garantia
da taxa de combustíveis. Não os repu tamos presentemente indispensáveis^^ se
nalmcntc, da incapacidade desta na defesa das valiosas faixas contra os pode-
não na hipótese dum grande plano. A taxa de melhoria (special assessment
negocistas vulgares. Há um exemplo
rcs públicos superiores, quando não de
ou betterment) é teoricamente das mais
turismo internacional e não lota men e
serão todos municipais, de Santos e as unidades vizinhas abrangidas. ®
parte cabe n outros poderes e a enti a-
des semi-públicas ou privadas,
{Santos
as valorizações, que por sua vez ajuda rão a pagar as operações; muito justa
justas, mas levanta, ao menos nas con
Cuarujá
mente também, transmitirá à geração
dições atuais, objeções consideráveis. Como sucede com a maioria dos recur
sos locais, fere a propriedade imobiliá ria, assaz sobrecarregada, porém muito
Estrada de Ferro Sorocabana
futura, maior fruidora dos planos, a sua
quota dos encargos. Por outro lado, convém atentar em que numerosas obras, erradamente consideradas excepcionais e só atacadas hoje de tempos a tempos,
precisam incluir-se permanentemente nos
à vista. A situação nos Estados Unidos
é característica, a ponto de estar acon
tema.
secundárias iios impostos prediais e ter ritoriais, assumem grande importância
ser encarados em planos nao anuais, mas de largo prazo, para eWtar inú
teis sujeições orçamentarias. Os tribu tos municipais comuns, acrescidos dos
Estado
cálculo da valorização.
{Base aérea
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí
As avaliações,
no caso dessa taxa, muito mais pesada.
^ Saneamento das baixadas. Agricultura. Parques regionais
vamento da tributação imobiliária ordi
programas ordinários. É o segundo sis Escusa dizer, com referência aos em
Estrada de Rodagem
b)
selhando uma marcha-a-ró nesse agra nária. A maior dificuldade da taxa é o
preendimentos urbanísticos, que devem
São Vicente
\
d) — Companhia Docas
| Ministério da Viação (Portos)
No Brasil, as depreciações enormes e
rápidas do dinheiro introduzem um forte fator de ôrro, contra o contribuinte.
A
e) - Interessados diversos
/ Itanhaem, São Sebastião, empresas de 1 serviços públicos, certos particulares.
Dícesto
20
Econômico
cações absolutamente lógicas e premen
novos que a constituição federal c as
tes, os municípios não avocarem novos
leis estaduais lhes acrescentaram (renda,
encargos, pois muito farão se desempe nharem satisfatoriamente os que já têm.
industriais e profissõe.s) já concedem aos município.s pos.sibiliclade.s apreciá
Êstes critérios e a boa fiscalização da
veis de ação, que não possuíamos há
despesa ordinária, deixando processarse o aumento natural da receita geral,
poucos anos, quando estávamos ainda
nossa gestão da Capital no período
premidos pelo congelamento dos valo res locativos (base usual do imposto predial), pelas limitações federais dos aumentos de tributo, e pe^as altas pe
1938-1945, quando, entretanto, foi rea
culiares ao período da guerra. Pode-se,
lizada uma das maiores transformações
por isto, proclamar que as condições financeiras de Santos são, comparativa
são tão eficazes que, na realidade, de
outros não precisamos lançar mão na
urbanísticas da América Latina.
Seme
21
Dícesto Econômico
taxação federal criada pelo ministro Vi-
notável de expropriação marginal na ave.
digal baseada nu diferença entre os prcços de compra e de venda, já não ii
nida Getulio Vargas, hoje Castro Ahes, no Rio, cujas perspectivas, todavia, pa-
Icvara na devi<la conta.
receni hoje algo embuciadas. As gran-
Para neutralizar esse fator, será mis-
des aquisições, nos termos da Bodenpo- .
ter: a) ou introduzir corrctiwunente
litik germânica, e.xpõem-se a riscos nie-
a desvalorização do dinheiro ou índices do custo de \nda; b) ou sinipüficar e reduzir o lançamento a quase um rateio.
nores e são adequadas aos planos de extensão e de habitações populares, Combinadas com a abertura de artérias
A primeira solução é a preferida por Odilon Braga; a segunda, por Carvalho pinto.
mestras e o zoneamento, e havendo aparelhamento competente, são iiconselháveis para dirigir o crescimento subur-
lhante fora o processo de Haussmann, todavia favorecido por um longuíssimo
pital, muito mais folgadas e, portanto,
A expropriação marginal (por zonas, ou cxcess condemiuition) tem lugar ora
bano e facilitar housings futuros. A capitação, conipreensi\el nas estales e
período de 17 anos e pelo decisivo apoio
favoráveis ao início dum plano urba nístico. Os novos recursos, a que alu
da plena utilização do melhoramento",
descabida no caso, parece-nos
ora para revenda lucrativa e apropriacão da mais-valia devida ao melhoramento. Sofre o risco de crises cvcntuais, do avaliação otimista, da inabíli-
dispensável pela complicação antip ca, pelas possibilidades da cobrança de ser-
viços nos "balneários públicos , auxílios ^ estaduais e outras compensações. Os es-
dade comercial da administração, e, fi-
forços a aplicar no plano region< nao
imperial. A mobilização dos recursos pode ser mais ou menos gradual; ou uma emissão,
ou a execução pelo sistema do poy os
you go. Ambas têm suas indicações e vantagens. A emissão permite o ataque mais intenso das obras e, por isso, mais
econômico, naturalmente dentro de li
mites que não provoquem "altas da procura".
Permite, outrossim, o gôzo
imediato dos melhoramentos e apressa
mente às da nossa administração na Ca
dimos na letra "b", são a toxa de me-
Ihoria, a expropriação marginal, a políti ca territorial, e algumas outras eventual
mente aplicáveis, como u capitação dc turismo e a quota ainda não transferida
para obras complementares e "garantia
da taxa de combustíveis. Não os repu tamos presentemente indispensáveis^^ se
nalmcntc, da incapacidade desta na defesa das valiosas faixas contra os pode-
não na hipótese dum grande plano. A taxa de melhoria (special assessment
negocistas vulgares. Há um exemplo
rcs públicos superiores, quando não de
ou betterment) é teoricamente das mais
turismo internacional e não lota men e
serão todos municipais, de Santos e as unidades vizinhas abrangidas. ®
parte cabe n outros poderes e a enti a-
des semi-públicas ou privadas,
{Santos
as valorizações, que por sua vez ajuda rão a pagar as operações; muito justa
justas, mas levanta, ao menos nas con
Cuarujá
mente também, transmitirá à geração
dições atuais, objeções consideráveis. Como sucede com a maioria dos recur
sos locais, fere a propriedade imobiliá ria, assaz sobrecarregada, porém muito
Estrada de Ferro Sorocabana
futura, maior fruidora dos planos, a sua
quota dos encargos. Por outro lado, convém atentar em que numerosas obras, erradamente consideradas excepcionais e só atacadas hoje de tempos a tempos,
precisam incluir-se permanentemente nos
à vista. A situação nos Estados Unidos
é característica, a ponto de estar acon
tema.
secundárias iios impostos prediais e ter ritoriais, assumem grande importância
ser encarados em planos nao anuais, mas de largo prazo, para eWtar inú
teis sujeições orçamentarias. Os tribu tos municipais comuns, acrescidos dos
Estado
cálculo da valorização.
{Base aérea
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí
As avaliações,
no caso dessa taxa, muito mais pesada.
^ Saneamento das baixadas. Agricultura. Parques regionais
vamento da tributação imobiliária ordi
programas ordinários. É o segundo sis Escusa dizer, com referência aos em
Estrada de Rodagem
b)
selhando uma marcha-a-ró nesse agra nária. A maior dificuldade da taxa é o
preendimentos urbanísticos, que devem
São Vicente
\
d) — Companhia Docas
| Ministério da Viação (Portos)
No Brasil, as depreciações enormes e
rápidas do dinheiro introduzem um forte fator de ôrro, contra o contribuinte.
A
e) - Interessados diversos
/ Itanhaem, São Sebastião, empresas de 1 serviços públicos, certos particulares.
22
Dicesto Econômico
Muitas obras correrão por conta dire ta dêstes participantes. Outras, como as pontes e as estradas de ligação, pres tam-se a rateio, capaz de aliviar cada
interessado, apressar as realizações e por conseguinte também as recuperações. A iniciativa particular é excelente colaboradora, que na maioria das vezes só re quer orientação. Os planos gerais per mitem dirigir e conjugar êsses esforços no sentido do interêsse público.
A execução do plano regional poderá correr por uma authorlftj aceita em con
vênio e oficialmente reconhecida, suces
sora da comissão de planejamento. Cer tos urbanistas classificam os processos de planejamento em "ditatoriais" e "demo
Dic.ksto
Econômico
23
so necessário um "bureau" técnico ane
puramente executivos e técnicos. A mu
xo, para organizar as bases de discus
dança periódica de membros far-se-á a largos períodos e por turmas. Certa
são, a documentação c os projcto.s. Nas comissões locais será prático conferir esta
elasticidade do sistema facultará a con-
função à Diretoria de Obras ou a uma
senaçâo dos elementos mais eficientes.
dirisão especializada. A Prefeitura par
Esta recomendação eqüivale a conceder
cráticos". Senão por metáfora, as ex pressões aplicam-se mal à matéria. Os
ticipará da comissão com o Prefeito
à presidência a faculdade de recondu
(presidente), o Diretor de Obras e o
ção.
urbanistas doutra escola respondem que,
Chefe do Urbanismo.
no fim das contas, os planos urbanísticos
Comparável à regência duma orques
Numa
comissão
de
urbanismo
são
de esperar os conflitos. Êstes concer
podem fazer-se de muitas maneiras, até
tra, a direção urbanística da comissão
nem pouco aos projetos em si; em regra
mesmo por uma comissão. ,.
caberá a um especialista idôneo e prá
são embates de idéias ou, mesmo, de
Ambos os grupos tôra razão, confor me os pontos-de-vista e as circunstâncias Num regime forte, nenhuma administra
tico, geralmente contratado.
e não simplesmente "urbanístico". Com
temperamentos. Porque cm todo o mun do o campo divide-se em dois: o dos "utopistas" e o dos "práticos", o dos
Grande à Bertioga. São Vicente ^^rujá são hoje divisões artificiais,
ção que se julgue informada e disponha
11) — Vlanejamento — O primeiro característico do plano é ser "regional"
e eito, a unidade geográfica estende-se nao obstante bs motivos históricos ou transitórios em contrário.
A unidade de direção no planejamen to adstringir-se-á às diretrizes e questões gerais, qualquer interferência mais pro
funda do plano regional tendo caráter puramente sugestivo. Uma vez assenta
das e respeita-
de poderes e recursos suficientes dei xará de agir direta, rápida e decidida mente, só porque os bizantinos protes
O pior é que êstes ainda divergem entre si, em pontos fundamentais: Le
ser pequeno. As comissões numero sas degeneram em assembléias, com tôda
Lioyd Wright. A filosofia urbanística
Num regime de responsabilidade re-
parüda, cada um conformar-se-á com a linha geral. Por isso podemos, sem
Paulo de 1938, e
território serão autônomos. A
preconizar outra
em Santos, dez
coordenação ex. prime-se por um
anos após, A comissão do
dos
Plano
participantes. Os planos
Regional
compor-se-á
de
"participantes" e de representan
urbanísticos são
atribuíveis à pró
tes de outros in-
pria administração ou a uma comissão
terêsses, fôrças de correntes de opinião.
cívica e semi-técnica.
Certos elementos figurarão em caráter secundário ou intermitente, evitando um efetivo exagerado. Uma subcomissão central se encarregará do papel mais
nhecedor da técnica, mas predominante mente cívico, isto é, portador do pen samento geral difuso.
momentos de angustiosa incompreensão.
Presidente. O efetivo da comissão deve
culiáres a cada
órgão superior, não totalmente desco-
um. A indicação por entidade deve ser
me, deve ter também as vantagens.
volvimentos pe-
tócnica" para acentuar-lhe o caráter de
Por
tais circunstâncias, os pacatos comissá rios atravessarão, ao menos no princípio,
múltipla, sujeita à escolha final pelo
contradição, ter • adotado uma so lução no São
Dizemos "semi-
"filósofos" e o dos "técnicos".
quem conheça a mentalidade, preparo, representação e temperamento de cada
tam. Quem suporta os ônus dum regi
das, os desen
convênio
A nomeação dos membros por mero arbítrio dá sempre medíocre resultado. O ideal é uma seleção ponderada, por
ativo e coordenador.
Como o plano envolve técnica, toma-
sua oratória, demagogia, irresponsabili dade, digressões e divergências. Tem-se dito que a máxima comissão eficiente é um grupo tão pequeno como 7 pessoas,
Corbusier, por exemplo, é antípoda de é como a estréia dos reis* magos: muito alta e brilhante. Mas se a comissão qui
discutirem sem protocolo nem confusão.
ser realmente chegar a Belém, terá de montar em prosaicos camelos, que, com perdão da palavra, são os corpos ou as repartições técnicas, melhor conhecedo
capazes de se sentarem a uma mesa e Efetivo assim pequeno raramente é pra-
res das reais dificuldades terrenas.
ticável. Em todo caso, reduza-se ao mí nimo, conservando os membros menos necessários como extras ou informantes. O regimento interno, sumaríssimo,
Prefeitura da Capital sofremos por ve lebre Moses, justamente representante
evitará tudo quanto lembre uma assem bléia: fórmulas, cerimônias, discursos,
os bel-unsistas são
protocolos 6 todos os_ prete.xtos de exibi ção política. As sessões serão públicas periòdicamente nos momentos conclusi vos, sem prejuízo de uma publicidade re gular e discreta, destinada a manter o interêsse popular e atrair manifestações úteis. ,A comissão limitar-se-á aos as pectos gerais, sem interferência com o.s
zes a crítica filosófica.
Na
O curioso c
que esta comprazia-se em invocar o cé
da escola oposta, e cujas discussões com muito conhecidas.
Fato é que, em Nova YorR, podemos ver belas realizações de Moses, mas só be
las aquarelas dos cultistas. Em conversa com o dinâmico urba
nista, ouvimos-lhe um humorístico co
mentário: "Os filósofos aspiram à revo lução mundial. Nada a opor, pelo bem
da humanidade. Mas o mim é preten-
22
Dicesto Econômico
Muitas obras correrão por conta dire ta dêstes participantes. Outras, como as pontes e as estradas de ligação, pres tam-se a rateio, capaz de aliviar cada
interessado, apressar as realizações e por conseguinte também as recuperações. A iniciativa particular é excelente colaboradora, que na maioria das vezes só re quer orientação. Os planos gerais per mitem dirigir e conjugar êsses esforços no sentido do interêsse público.
A execução do plano regional poderá correr por uma authorlftj aceita em con
vênio e oficialmente reconhecida, suces
sora da comissão de planejamento. Cer tos urbanistas classificam os processos de planejamento em "ditatoriais" e "demo
Dic.ksto
Econômico
23
so necessário um "bureau" técnico ane
puramente executivos e técnicos. A mu
xo, para organizar as bases de discus
dança periódica de membros far-se-á a largos períodos e por turmas. Certa
são, a documentação c os projcto.s. Nas comissões locais será prático conferir esta
elasticidade do sistema facultará a con-
função à Diretoria de Obras ou a uma
senaçâo dos elementos mais eficientes.
dirisão especializada. A Prefeitura par
Esta recomendação eqüivale a conceder
cráticos". Senão por metáfora, as ex pressões aplicam-se mal à matéria. Os
ticipará da comissão com o Prefeito
à presidência a faculdade de recondu
(presidente), o Diretor de Obras e o
ção.
urbanistas doutra escola respondem que,
Chefe do Urbanismo.
no fim das contas, os planos urbanísticos
Comparável à regência duma orques
Numa
comissão
de
urbanismo
são
de esperar os conflitos. Êstes concer
podem fazer-se de muitas maneiras, até
tra, a direção urbanística da comissão
nem pouco aos projetos em si; em regra
mesmo por uma comissão. ,.
caberá a um especialista idôneo e prá
são embates de idéias ou, mesmo, de
Ambos os grupos tôra razão, confor me os pontos-de-vista e as circunstâncias Num regime forte, nenhuma administra
tico, geralmente contratado.
e não simplesmente "urbanístico". Com
temperamentos. Porque cm todo o mun do o campo divide-se em dois: o dos "utopistas" e o dos "práticos", o dos
Grande à Bertioga. São Vicente ^^rujá são hoje divisões artificiais,
ção que se julgue informada e disponha
11) — Vlanejamento — O primeiro característico do plano é ser "regional"
e eito, a unidade geográfica estende-se nao obstante bs motivos históricos ou transitórios em contrário.
A unidade de direção no planejamen to adstringir-se-á às diretrizes e questões gerais, qualquer interferência mais pro
funda do plano regional tendo caráter puramente sugestivo. Uma vez assenta
das e respeita-
de poderes e recursos suficientes dei xará de agir direta, rápida e decidida mente, só porque os bizantinos protes
O pior é que êstes ainda divergem entre si, em pontos fundamentais: Le
ser pequeno. As comissões numero sas degeneram em assembléias, com tôda
Lioyd Wright. A filosofia urbanística
Num regime de responsabilidade re-
parüda, cada um conformar-se-á com a linha geral. Por isso podemos, sem
Paulo de 1938, e
território serão autônomos. A
preconizar outra
em Santos, dez
coordenação ex. prime-se por um
anos após, A comissão do
dos
Plano
participantes. Os planos
Regional
compor-se-á
de
"participantes" e de representan
urbanísticos são
atribuíveis à pró
tes de outros in-
pria administração ou a uma comissão
terêsses, fôrças de correntes de opinião.
cívica e semi-técnica.
Certos elementos figurarão em caráter secundário ou intermitente, evitando um efetivo exagerado. Uma subcomissão central se encarregará do papel mais
nhecedor da técnica, mas predominante mente cívico, isto é, portador do pen samento geral difuso.
momentos de angustiosa incompreensão.
Presidente. O efetivo da comissão deve
culiáres a cada
órgão superior, não totalmente desco-
um. A indicação por entidade deve ser
me, deve ter também as vantagens.
volvimentos pe-
tócnica" para acentuar-lhe o caráter de
Por
tais circunstâncias, os pacatos comissá rios atravessarão, ao menos no princípio,
múltipla, sujeita à escolha final pelo
contradição, ter • adotado uma so lução no São
Dizemos "semi-
"filósofos" e o dos "técnicos".
quem conheça a mentalidade, preparo, representação e temperamento de cada
tam. Quem suporta os ônus dum regi
das, os desen
convênio
A nomeação dos membros por mero arbítrio dá sempre medíocre resultado. O ideal é uma seleção ponderada, por
ativo e coordenador.
Como o plano envolve técnica, toma-
sua oratória, demagogia, irresponsabili dade, digressões e divergências. Tem-se dito que a máxima comissão eficiente é um grupo tão pequeno como 7 pessoas,
Corbusier, por exemplo, é antípoda de é como a estréia dos reis* magos: muito alta e brilhante. Mas se a comissão qui
discutirem sem protocolo nem confusão.
ser realmente chegar a Belém, terá de montar em prosaicos camelos, que, com perdão da palavra, são os corpos ou as repartições técnicas, melhor conhecedo
capazes de se sentarem a uma mesa e Efetivo assim pequeno raramente é pra-
res das reais dificuldades terrenas.
ticável. Em todo caso, reduza-se ao mí nimo, conservando os membros menos necessários como extras ou informantes. O regimento interno, sumaríssimo,
Prefeitura da Capital sofremos por ve lebre Moses, justamente representante
evitará tudo quanto lembre uma assem bléia: fórmulas, cerimônias, discursos,
os bel-unsistas são
protocolos 6 todos os_ prete.xtos de exibi ção política. As sessões serão públicas periòdicamente nos momentos conclusi vos, sem prejuízo de uma publicidade re gular e discreta, destinada a manter o interêsse popular e atrair manifestações úteis. ,A comissão limitar-se-á aos as pectos gerais, sem interferência com o.s
zes a crítica filosófica.
Na
O curioso c
que esta comprazia-se em invocar o cé
da escola oposta, e cujas discussões com muito conhecidas.
Fato é que, em Nova YorR, podemos ver belas realizações de Moses, mas só be
las aquarelas dos cultistas. Em conversa com o dinâmico urba
nista, ouvimos-lhe um humorístico co
mentário: "Os filósofos aspiram à revo lução mundial. Nada a opor, pelo bem
da humanidade. Mas o mim é preten-
Digesto ECONÓ^UCO
24
derem que a faça... a minha modesta repartição".
Entre nós muito se clamou pelos pro cessos americanos.
Torna-se por isso
of approach that no planner in any Uni■ ted States city has darcd to show. São Paulo's program of modcrnization and
reorganization of hcr civic faciÜtics into
interessante ouvir técnicos americanos:
an cfficicnt, attractive sclieme, stnnds
"We in the United States have placed greater emphasis on the desiderability of a democratic techniquc for providing those qualities, rather then on the desi derability of the qualities tliemselves. In doing so we have built up a remarkably complex legislative organization of planning techniques at various governmental leveis based upon full participation
as an example of tuhat nuiij be gaincd by
of an informed citizenry. A ghnce at the phtjsical unpleasantness and economia instahíUty of many of our cities inoites <i comparison of the actual effectiviness
of the process xciih its true possibihtics and opportunities.
The planning process in the Latin American republics differs from that of
the United States in that, generally, it is not practiced with a comparable degree of democracy and is not based on the principie of citizen action to counterbalance official action.
But on the other land, and for the same reason, it is sometimes difficult for
a North-American to explain to Latin Aniericans tvhy it is tluit, in spite of our advanced legal control, our tirban centers are frequently congested, inef-
ficient, disorderly, and econoniicaÚy unstahle".
Disse-o Francis Violich, da
city planners and city buihlers in the United States oiit of dosei- conlact and
cooperation with South American techni-
ate lhe incluiram um urbanista.
aquilo "que lhe fór perguntado", revela uma inutilidade, pois o Prefeito não lhe perguntará, como nunca perguntou, so bre o metropolitano, sobre as porteiras
generais e altas patentes, ha\'ia meia dvizia, como se tramasse nova invasão da Enropa, tendo pro\'ocado aliás recusas \'cxatórias para a Prefeitura. Mas isto
do Brás, cie. Tem mais gente que uma
é uma outra história, como diria o Ki-
as.sembléia. tanta (jue, por distração,
p'ing. e a nossa tcrinina aqui.
A in-
discriminação foi tamanha que, só de
A opinião é confirmada por Edward Cleaiy, noutro livro (Bulldozers Come First, 1944): "Industrializalion and de-
velopment of naliira! resóurces are not
tlie cnly mark of the tremendous strides forward tliat are being madc in Brazil. One of the most impressive signs is manifested in the rebuilding of its cities, particulary São Paulo and Rio.
In the
United States, urban rchabilitation has
been given a lot of lip service, and several bills have been introduced in Con-
gress looking toward such activitv as ideal for the postwar period. While we have been talking, Brazil yhas been doing. And the resulta are to be seen not simply in the reconstruction of
square blocks, but in the revamping of square miles of outmoded urban areas.
One of the most spctacular demonsirations of such activity is to be seen in
São Paulo, the bustUng cenier of southem Brazil".
Com isto pretendemos apenas mos
Columbia Fundation de São Francisco,
trar o vêzo nacional de preferir a gali nha do vizinho. Os processos america
América", depois de percorrer detida
nos, em verdade maravilhosos, mas de uma eficiência relativa mesmo lá, com
dos, que pensarão esses observadores?
mais forte razão^ só caberão aqui tem perados com o môlho nativo, isto é, me
Transcrevamos a sua manifestação sô-
diante
bre a nossa Capital; "The citij planning
Exemplo não de critério bom ou mau,
attack on São Paulo exhibits a boldness
mas de absoluta falta de critério, foi a
Mas isto é a doutrina. E dos resulta
formação da comissão da Capital. Seu caráter puramente consultivo e só pura
cians".
no seu livro de 1944 "Cities of Latin mente todo o continente.
25
Díoksto Econômico
oficialização e
direção
forte.
As últimas cifras divulgadas no pais, sôbre elaboração de farinha e sttbprodutos obtidos da moagem do trigo, são as referentes ao mês de janeiro de 1948. Estas, comparadas com igual período do ano anterior, evidenciani aumentos que jjodem ser discriminados: 169.443 toneladas de farinha de trigo, isto é, mais 13.883 'toneladas do que em 1947 (janeiro); subprodutos do trigo, 68.308 toneladas, isto ó, mal'} 11.039 toneladas do que em 1947 (janeiro). Com relação à importância das zoms de produção de farinha de trigo, du rante o mês a que fazemos menção, a Província de Buenos Aires ocupou o 1/ligar, com 39.581 toneladas; em 2.° lugar Sanfa Fé, com 37.662 toneladas; cm 3." lugar a Capital Federal, com 35.549 toneladas; em 4.° lugar Córdoba, com
35.164 toneladas e cm 5.° lugar Entre Rios com 11.261 toneladas, representando em conjunto as províncias citadas 94,3% da produção total da Argentina, de farinho de trigo.
Digesto ECONÓ^UCO
24
derem que a faça... a minha modesta repartição".
Entre nós muito se clamou pelos pro cessos americanos.
Torna-se por isso
of approach that no planner in any Uni■ ted States city has darcd to show. São Paulo's program of modcrnization and
reorganization of hcr civic faciÜtics into
interessante ouvir técnicos americanos:
an cfficicnt, attractive sclieme, stnnds
"We in the United States have placed greater emphasis on the desiderability of a democratic techniquc for providing those qualities, rather then on the desi derability of the qualities tliemselves. In doing so we have built up a remarkably complex legislative organization of planning techniques at various governmental leveis based upon full participation
as an example of tuhat nuiij be gaincd by
of an informed citizenry. A ghnce at the phtjsical unpleasantness and economia instahíUty of many of our cities inoites <i comparison of the actual effectiviness
of the process xciih its true possibihtics and opportunities.
The planning process in the Latin American republics differs from that of
the United States in that, generally, it is not practiced with a comparable degree of democracy and is not based on the principie of citizen action to counterbalance official action.
But on the other land, and for the same reason, it is sometimes difficult for
a North-American to explain to Latin Aniericans tvhy it is tluit, in spite of our advanced legal control, our tirban centers are frequently congested, inef-
ficient, disorderly, and econoniicaÚy unstahle".
Disse-o Francis Violich, da
city planners and city buihlers in the United States oiit of dosei- conlact and
cooperation with South American techni-
ate lhe incluiram um urbanista.
aquilo "que lhe fór perguntado", revela uma inutilidade, pois o Prefeito não lhe perguntará, como nunca perguntou, so bre o metropolitano, sobre as porteiras
generais e altas patentes, ha\'ia meia dvizia, como se tramasse nova invasão da Enropa, tendo pro\'ocado aliás recusas \'cxatórias para a Prefeitura. Mas isto
do Brás, cie. Tem mais gente que uma
é uma outra história, como diria o Ki-
as.sembléia. tanta (jue, por distração,
p'ing. e a nossa tcrinina aqui.
A in-
discriminação foi tamanha que, só de
A opinião é confirmada por Edward Cleaiy, noutro livro (Bulldozers Come First, 1944): "Industrializalion and de-
velopment of naliira! resóurces are not
tlie cnly mark of the tremendous strides forward tliat are being madc in Brazil. One of the most impressive signs is manifested in the rebuilding of its cities, particulary São Paulo and Rio.
In the
United States, urban rchabilitation has
been given a lot of lip service, and several bills have been introduced in Con-
gress looking toward such activitv as ideal for the postwar period. While we have been talking, Brazil yhas been doing. And the resulta are to be seen not simply in the reconstruction of
square blocks, but in the revamping of square miles of outmoded urban areas.
One of the most spctacular demonsirations of such activity is to be seen in
São Paulo, the bustUng cenier of southem Brazil".
Com isto pretendemos apenas mos
Columbia Fundation de São Francisco,
trar o vêzo nacional de preferir a gali nha do vizinho. Os processos america
América", depois de percorrer detida
nos, em verdade maravilhosos, mas de uma eficiência relativa mesmo lá, com
dos, que pensarão esses observadores?
mais forte razão^ só caberão aqui tem perados com o môlho nativo, isto é, me
Transcrevamos a sua manifestação sô-
diante
bre a nossa Capital; "The citij planning
Exemplo não de critério bom ou mau,
attack on São Paulo exhibits a boldness
mas de absoluta falta de critério, foi a
Mas isto é a doutrina. E dos resulta
formação da comissão da Capital. Seu caráter puramente consultivo e só pura
cians".
no seu livro de 1944 "Cities of Latin mente todo o continente.
25
Díoksto Econômico
oficialização e
direção
forte.
As últimas cifras divulgadas no pais, sôbre elaboração de farinha e sttbprodutos obtidos da moagem do trigo, são as referentes ao mês de janeiro de 1948. Estas, comparadas com igual período do ano anterior, evidenciani aumentos que jjodem ser discriminados: 169.443 toneladas de farinha de trigo, isto é, mais 13.883 'toneladas do que em 1947 (janeiro); subprodutos do trigo, 68.308 toneladas, isto ó, mal'} 11.039 toneladas do que em 1947 (janeiro). Com relação à importância das zoms de produção de farinha de trigo, du rante o mês a que fazemos menção, a Província de Buenos Aires ocupou o 1/ligar, com 39.581 toneladas; em 2.° lugar Sanfa Fé, com 37.662 toneladas; cm 3." lugar a Capital Federal, com 35.549 toneladas; em 4.° lugar Córdoba, com
35.164 toneladas e cm 5.° lugar Entre Rios com 11.261 toneladas, representando em conjunto as províncias citadas 94,3% da produção total da Argentina, de farinho de trigo.
nnsBtw s,- $7^^
Texnas e problemas em debate Dario oe Almeida Magalhães
Produtividade industrial chefe do governo belga, Spaak, O saudando o orientador supremo da execução do plano Marshall, Hoffman,
assinalou que os países da Europa oci dental realizaram, após a guerra, um grande esfôrço de recuperação e também de cooperação, através de entendimentos firmados para estabelecer entre êles o
máximo de unidade e economia possí
vel. Hoffman, em resposta, reconheceu
apresentaria, pois, resultados proporcionais ao pesado sacrificio impôsto ao con tribuinte americano, e não alcançaria o
objetivo político, que indisfarçàvelmente se teve em vista, e que se exprime no fortalecimento da Europa ocidental, para enfrentar qualquer emergência, e também para assegurar a sobrevivência e a vitalidade do próprio regime capi talista.
^
que os europeus fizeram mais do que
T
Dicesto Econóa«co
27
o modêlo americano, no que diz res peito à técnica, sob pena de verem acentuados, cada dia mais, o seu atra so o a sua fraqueza, num campo de competição em que as razões de ordem
como uma oportunidade de mostrar aos americanos como é de boa qualidade a
sentimental e os preconceitos nacionalis
indústria do seu país.
tas serão inexorávehnenle contraprodu centes.
O governo traballiista inglês tomou o seu caminho re.solutamcnte, apelando para a e.xperiência norte-americana a
de outrem; apenas .se aceitara o ofere
cimento benéfico, para um trabalho em colaboração, com a participação de em
Sir Staf-
ford Cripps se entendeu com Hoffman
mesmo antes da autorização do parla mento. E esta circunstância foi explo
Nessa linha de orienta
rada nos primeiros momentos da reação que a sua iniciativa provocou. O sólido
cano que lhes foi concedido se baseia no compromisso das dezesseis nações do
tivo o acôrdo firmado en-
È- iTe o administrador do pla
orgulho nacional inglês — legítimo or gulho de uma nação que foi durante muitos anos econòmJcamente a mais po derosa, e a pioneira do progresso in dustrial — se sentiu ferido pelo acôrdo
combinarem as suas fôrças para um tra balho conjunto pela sua independência econômica.
Para alcançar o objetivo visado, e dar
aos bilhões de dólares, que vão ser in vertidos na execução do plano Marshall, uma ap.icação fecunda e remuneradora,
desde logo se compreendeu que se fazia necessária uma remodelação profunda nos métodos de trabalho e nos processos técnicos, para elevar o tônus da econo
mia da Europa combalida. O programa
no de recuperação da Eu
que a muitos pareceu humilhante. Os
indicar as medidas a serem tomadas
os países da Europa; e tudo indica que outros da mesma natureza Se seguirão com as demais nações beneficiadas pelo plano Marshall.
assistência estabelecido.
premacia dos processos e dos instrumen tos de produção dos Estados Unidos.
Tais acordos resultam do reconheci mento de um fato incontestável: a su
desnível entre a técnica de produção americana e a dos velhos países euro peus. Sem uma remodelação profunda do equipamento e dos processos de tra
E desse fato a conseqüência é esta: os países que quiserem seguir a linha do
balho, o imenso auxílio financeiro não
interno e externo, devem acompanhar
progresso econômico e manter, ou re-^ conquistar, a sua posição no mercado
conservadores
for
mularam críticas amargas â iniciativa de Cripps; os
mm
Inglaterra e os Estados Unidos, com o propósito citado, foi o primeiro dentre
básico é efetivamente "atualizar", mo dernizar a estrutura econômica dos paí ses favorecidos pelo gigantesco plano de A guerra veio acentuar ainda mais o
que envolvia uma confissão de fraqueza,
lhe apontar as fallias e deficiências, e para aumentar-lhe a produtividade. O entendimento estabelecido entre a
do que não se tratava de colocar a In glaterra na posição de aceitar conselhos
hm do reformar os métodos de traba
ção, é altamente significa
ropa e o govêmd inglês, para constituir um conselho anglo-americano, destinado a realizar inquéritos e estudos sôbre a situação da indústria britânica, a fim de
Sir Stafford Cripps, defendendo o go verno no parlamento, sossegou os pruri dos do orguUio inglês ferido, acentuan
lho da.s indústrias britânicas.
fôra possível esperar desde 1945; mas deixou bem claro que o auxílio ameri velho continente por ô!e beneficiadas de
conselhos de qualquer pais, na orienta ção de suas emprêsas". Sir Petor Bennett proclamou que aceila\'a o acôrdo
comunistas,
cumpria,
como
exploraram
lhe.s
o
fato com objetivos políti cos; e mesmo certos setores trabalhistas
nianifestaram reservas.
pregadores e de empregados dos dois países interessados, a fim de que a economia inglesa se aproveitasse do pro gresso técnico e da experiência ameri cana.
cedeu ràpidamente, diante de mais cal ma reflexão, e se reduziu, como acen tuou "The. Economist", no seu edito rial de 7 de agôsto, a uma "tempesta
de em copo dagua . O "Times" na sua edição semanal de
4 do mesmo mês, proclamou que "as di ficuldades e os defeitos da indústria britânica são bem conhecidas e reconhe
cidas neste país"; e acrescentou que era desejo de muitos industriais conhe cer a moderna técnica americana e
às diretrizes americanas, abrindo a por
examinar o que há nela de novo, e que pode ser aplicado nas condições pecu
ta à influência de interesses econômicos
liares da Inglaterra, concluindo nestes
estrangeiros, foi apontada como peri
têrmos o seu comentário:
A submissão das indústrias britânicas
gosa.
Churchill não perdeu a oportunidade para desferir novos ataques aos traba lhistas. Eden declarou que se recusa va a reconhecer que a indústria britâ nica "estava em situação de reclamar
j
A manifestação do orgulho britânico, " que nos primeiros momentos foi viva,
"Em assunto tão sério como êste das
relações entre as indústrias britânica e
americana, não há lugar para sentimen tos que nascem sòmente do orgulho ferido. E nem cabe igualmente uma manifestação que possa dar a falsa im-
nnsBtw s,- $7^^
Texnas e problemas em debate Dario oe Almeida Magalhães
Produtividade industrial chefe do governo belga, Spaak, O saudando o orientador supremo da execução do plano Marshall, Hoffman,
assinalou que os países da Europa oci dental realizaram, após a guerra, um grande esfôrço de recuperação e também de cooperação, através de entendimentos firmados para estabelecer entre êles o
máximo de unidade e economia possí
vel. Hoffman, em resposta, reconheceu
apresentaria, pois, resultados proporcionais ao pesado sacrificio impôsto ao con tribuinte americano, e não alcançaria o
objetivo político, que indisfarçàvelmente se teve em vista, e que se exprime no fortalecimento da Europa ocidental, para enfrentar qualquer emergência, e também para assegurar a sobrevivência e a vitalidade do próprio regime capi talista.
^
que os europeus fizeram mais do que
T
Dicesto Econóa«co
27
o modêlo americano, no que diz res peito à técnica, sob pena de verem acentuados, cada dia mais, o seu atra so o a sua fraqueza, num campo de competição em que as razões de ordem
como uma oportunidade de mostrar aos americanos como é de boa qualidade a
sentimental e os preconceitos nacionalis
indústria do seu país.
tas serão inexorávehnenle contraprodu centes.
O governo traballiista inglês tomou o seu caminho re.solutamcnte, apelando para a e.xperiência norte-americana a
de outrem; apenas .se aceitara o ofere
cimento benéfico, para um trabalho em colaboração, com a participação de em
Sir Staf-
ford Cripps se entendeu com Hoffman
mesmo antes da autorização do parla mento. E esta circunstância foi explo
Nessa linha de orienta
rada nos primeiros momentos da reação que a sua iniciativa provocou. O sólido
cano que lhes foi concedido se baseia no compromisso das dezesseis nações do
tivo o acôrdo firmado en-
È- iTe o administrador do pla
orgulho nacional inglês — legítimo or gulho de uma nação que foi durante muitos anos econòmJcamente a mais po derosa, e a pioneira do progresso in dustrial — se sentiu ferido pelo acôrdo
combinarem as suas fôrças para um tra balho conjunto pela sua independência econômica.
Para alcançar o objetivo visado, e dar
aos bilhões de dólares, que vão ser in vertidos na execução do plano Marshall, uma ap.icação fecunda e remuneradora,
desde logo se compreendeu que se fazia necessária uma remodelação profunda nos métodos de trabalho e nos processos técnicos, para elevar o tônus da econo
mia da Europa combalida. O programa
no de recuperação da Eu
que a muitos pareceu humilhante. Os
indicar as medidas a serem tomadas
os países da Europa; e tudo indica que outros da mesma natureza Se seguirão com as demais nações beneficiadas pelo plano Marshall.
assistência estabelecido.
premacia dos processos e dos instrumen tos de produção dos Estados Unidos.
Tais acordos resultam do reconheci mento de um fato incontestável: a su
desnível entre a técnica de produção americana e a dos velhos países euro peus. Sem uma remodelação profunda do equipamento e dos processos de tra
E desse fato a conseqüência é esta: os países que quiserem seguir a linha do
balho, o imenso auxílio financeiro não
interno e externo, devem acompanhar
progresso econômico e manter, ou re-^ conquistar, a sua posição no mercado
conservadores
for
mularam críticas amargas â iniciativa de Cripps; os
mm
Inglaterra e os Estados Unidos, com o propósito citado, foi o primeiro dentre
básico é efetivamente "atualizar", mo dernizar a estrutura econômica dos paí ses favorecidos pelo gigantesco plano de A guerra veio acentuar ainda mais o
que envolvia uma confissão de fraqueza,
lhe apontar as fallias e deficiências, e para aumentar-lhe a produtividade. O entendimento estabelecido entre a
do que não se tratava de colocar a In glaterra na posição de aceitar conselhos
hm do reformar os métodos de traba
ção, é altamente significa
ropa e o govêmd inglês, para constituir um conselho anglo-americano, destinado a realizar inquéritos e estudos sôbre a situação da indústria britânica, a fim de
Sir Stafford Cripps, defendendo o go verno no parlamento, sossegou os pruri dos do orguUio inglês ferido, acentuan
lho da.s indústrias britânicas.
fôra possível esperar desde 1945; mas deixou bem claro que o auxílio ameri velho continente por ô!e beneficiadas de
conselhos de qualquer pais, na orienta ção de suas emprêsas". Sir Petor Bennett proclamou que aceila\'a o acôrdo
comunistas,
cumpria,
como
exploraram
lhe.s
o
fato com objetivos políti cos; e mesmo certos setores trabalhistas
nianifestaram reservas.
pregadores e de empregados dos dois países interessados, a fim de que a economia inglesa se aproveitasse do pro gresso técnico e da experiência ameri cana.
cedeu ràpidamente, diante de mais cal ma reflexão, e se reduziu, como acen tuou "The. Economist", no seu edito rial de 7 de agôsto, a uma "tempesta
de em copo dagua . O "Times" na sua edição semanal de
4 do mesmo mês, proclamou que "as di ficuldades e os defeitos da indústria britânica são bem conhecidas e reconhe
cidas neste país"; e acrescentou que era desejo de muitos industriais conhe cer a moderna técnica americana e
às diretrizes americanas, abrindo a por
examinar o que há nela de novo, e que pode ser aplicado nas condições pecu
ta à influência de interesses econômicos
liares da Inglaterra, concluindo nestes
estrangeiros, foi apontada como peri
têrmos o seu comentário:
A submissão das indústrias britânicas
gosa.
Churchill não perdeu a oportunidade para desferir novos ataques aos traba lhistas. Eden declarou que se recusa va a reconhecer que a indústria britâ nica "estava em situação de reclamar
j
A manifestação do orgulho britânico, " que nos primeiros momentos foi viva,
"Em assunto tão sério como êste das
relações entre as indústrias britânica e
americana, não há lugar para sentimen tos que nascem sòmente do orgulho ferido. E nem cabe igualmente uma manifestação que possa dar a falsa im-
' T
I
28
Dicesto
EcoNÓ^^co
pressão de que êste país está cego
que ia progressivamente exportando me
diante das sérias dificuldades, algumas temporariamente inevitáveis, que exis
nos e importando mais. E agora o pro
tem na indústria inglesa atual."
A Federação das Indústrias da Ingla terra aceitou a cooperação; e a manifes
grama não pode ser apenas o de retor nar à posição de 1938, porque o mun do de 1938 não mai.s existe.
Afirmar que o único meio de vencer é
um rápido progresso da produtividade
A
técnica americana está em condições de
é repetir um "clichê".
ensinar a melhor produzir; e o amor-
apenas mnus, porém 7tuiís eficientemente,
próprio nacional havia de ceder diante
ou seja com menor custo de material e trabalho — eis o caminho. E acrescen ta o comentador: "Seria absurdo dizer
das vantagens a serem colhidas em ter
reno econômico, em que as razões de cisivas se traduzem em cifras.
No seu artigo principal da edição de 7 de agôslo, sob o título "Twilight
sleep", "The Economist" faz uma análise percucien-
indústria americana e a indústria in
1935 e 1939, a produtividade média da
glesa.
indústria
O estudo da produtivida de, relembra o articulista, tem em \'ista
ço a realizar deve ser mais profundo.
tação dos maiores interessados deixou
Não produzir
que a Inglaterra nada tem a aprender da América a respeito da eficiência de produção.
Tôdas estas velhas ilusões
se desfizeram — que a indústria britâ nica sempre se baseou na qualidade
29
DiCESTo Econômico
O esfor
claro que a iniciativa era benéfica.
I
-TTiimrr
WT
melhor uso
manufatureira era nos Esta
dos Unidos pouco mais dc duas vêzes maior do que na Grã-Bretanha. Note-
se que, no ano de 1935, o operário tra
dos recursos reais de traba
balhava na Inglaterra, por semana, 47,2
lho, equipamento c maté rias-primas. Considera a cfl.
tados Unidos era de 36,6 horas em
ciência técnica, e não so
1936, 38,6 em 1937 e 37,7 em 1939.
mente o baixo cu.sto o a capacidade de
competição. O oleiro primitivo podo pro duzir louça tôsca por um preço menor
do que o operário médio dc xima moder na cerâmica; porém sua produtividade será infinitamente menor; o o custo mais
baixo reflete apenas um "standard" dc vida muito inferior cm relação ao do
operário induslrializndo. Nas modernas
horas, enquanto que o horiírio nos Es E daí resulta que a produção, por ho ra de trabalhç, ainda era mais dçsfa-
vorá\cl aos ingleses.
Alguns dados comparativos são des tacados para acentuar a inferioridade da indústria inglesa, que, sob certos as
pectos, no que diz respeito ao rendi mento do trabalho, é classificada pelo relatório mencionado como espanto.sa. A análise, honestamente apresentada,
(como se a indústria americana fôsse
comunidades industriais os dois conceitos
de custo e de produtividade não po dem ser separados dc maneira tão ní
indica, conclui o editorial do "Econo
nifestações, diz o articulista, vêm do
incapaz do produção de classe), que a América só leva vantagem naquilo de que seu grande mercado permite a
subconsciente, e traduzem sentimentos
produção em massa (embora o mercado
tida, mas há boas razões para calcular
da reforma técnica na indústria britâ nica e de uma revolução na'mentalida
que os ingleses poderiam exprimir nestas
a eficiência industrial pela produção fí
te da reação, no caso, do
orgulho nacional britânico.
Essas ma
so caminho pelas rajadas da guerra;
britânico seja bastante amplo, para per mitir virtualmente tôdas as vantagens técnicas de produção em massa, em to
e, se estamos demorando mais do que
das as linhas, de manufatura).
outros em retomá-lo, é porque nó.s lu tamos em primeiro lugar, lutamos mais
dúvida, a indústria britânica pode apre sentar alguns exemplos dc eficiência do
tempo, e mais duramente.
produção iguais a quaisquer -outros en
palavras: "Nós fomos desviados do nos
E, assim
Sem
sendo, temos o direito de esperar assis
contrados na América. Porem, está fora
tência temporária daqueles mais afortu nados, como obrigação de um acordo
de qualquer discussão que o "standard" médio de produtividade nos Estados
tácito, de tempo de guerra, de fusão
Unidos é consideràvelmente
de recursos.
do que neste país.
Dêm-nos tempo e nós
romperemos a dificuldade.".
Recorda o editorial do ilustre jornal inglês que os anos que decorreram en
tre as duas últimas conflagrações foram de frustração para o povo inglês, de iiriprevidência e de ilusões. O país perdeu continuamente substância eco nômica, e não tomou consciência de
sica por operário. Há, porém, observa ainda o articulista, muitos riscos tccnic-cs em tal cálculo, dcvendo-se ler em
mist", a necessidade de uma "profun
de do operário britânico". O exemplo inglês de\'e servir de li
ção a todos os países que pretendem
conta iguahnente outros fatores para
melhorar a sua produtividade, elevando
o cotejo.
o nível de rida de sua população e
/is conclusões indicadas no artigo a ouc nus referimos são as apresentadas
criando a base de uma riqueza real.
pelo Dr. Rostas ao "National Institui pf Economic and Social Research".
ca americana e desdenliar das suas ex
;qo período anterior u guerra, entre
Desconhecer a superioridade da técni
periências é pura insensatez, alimenta da pela ingenuidade ou pela obstinação.
mais alto
Como de outra
maneira poderiam os americanos man
A situação interna da Rússia
ter seu inegavelmente mai.s alto "stan dard" material de vida?"
Pondo a situação real, objetiva mente, diante dos olhos do povo in
glês, "The Economist", na sua .edição de 14 de agosto, publica uma análise comparativa de produtividade entre a
A grande força dc sugestão do regime .soviético foi, durante muitos anos,
o mistério que o cercava. Prometendo roabzar o parai.so terrestre, para com
pensar os sacrifícios que impunha aos
tuação real da Rússia, cobrindo-a de
sombras indevassáveis, enquanto a pro paganda insidiosa empregava todos os. processos de aliciamento para apresen
seu adeptos fanatizados, o partido co
tar os índices do progresso mais sur preendente e os testemunhos de in-
munista ocultava, cautelosamente, a si
comparável bem-estar social,- enquanto
' T
I
28
Dicesto
EcoNÓ^^co
pressão de que êste país está cego
que ia progressivamente exportando me
diante das sérias dificuldades, algumas temporariamente inevitáveis, que exis
nos e importando mais. E agora o pro
tem na indústria inglesa atual."
A Federação das Indústrias da Ingla terra aceitou a cooperação; e a manifes
grama não pode ser apenas o de retor nar à posição de 1938, porque o mun do de 1938 não mai.s existe.
Afirmar que o único meio de vencer é
um rápido progresso da produtividade
A
técnica americana está em condições de
é repetir um "clichê".
ensinar a melhor produzir; e o amor-
apenas mnus, porém 7tuiís eficientemente,
próprio nacional havia de ceder diante
ou seja com menor custo de material e trabalho — eis o caminho. E acrescen ta o comentador: "Seria absurdo dizer
das vantagens a serem colhidas em ter
reno econômico, em que as razões de cisivas se traduzem em cifras.
No seu artigo principal da edição de 7 de agôslo, sob o título "Twilight
sleep", "The Economist" faz uma análise percucien-
indústria americana e a indústria in
1935 e 1939, a produtividade média da
glesa.
indústria
O estudo da produtivida de, relembra o articulista, tem em \'ista
ço a realizar deve ser mais profundo.
tação dos maiores interessados deixou
Não produzir
que a Inglaterra nada tem a aprender da América a respeito da eficiência de produção.
Tôdas estas velhas ilusões
se desfizeram — que a indústria britâ nica sempre se baseou na qualidade
29
DiCESTo Econômico
O esfor
claro que a iniciativa era benéfica.
I
-TTiimrr
WT
melhor uso
manufatureira era nos Esta
dos Unidos pouco mais dc duas vêzes maior do que na Grã-Bretanha. Note-
se que, no ano de 1935, o operário tra
dos recursos reais de traba
balhava na Inglaterra, por semana, 47,2
lho, equipamento c maté rias-primas. Considera a cfl.
tados Unidos era de 36,6 horas em
ciência técnica, e não so
1936, 38,6 em 1937 e 37,7 em 1939.
mente o baixo cu.sto o a capacidade de
competição. O oleiro primitivo podo pro duzir louça tôsca por um preço menor
do que o operário médio dc xima moder na cerâmica; porém sua produtividade será infinitamente menor; o o custo mais
baixo reflete apenas um "standard" dc vida muito inferior cm relação ao do
operário induslrializndo. Nas modernas
horas, enquanto que o horiírio nos Es E daí resulta que a produção, por ho ra de trabalhç, ainda era mais dçsfa-
vorá\cl aos ingleses.
Alguns dados comparativos são des tacados para acentuar a inferioridade da indústria inglesa, que, sob certos as
pectos, no que diz respeito ao rendi mento do trabalho, é classificada pelo relatório mencionado como espanto.sa. A análise, honestamente apresentada,
(como se a indústria americana fôsse
comunidades industriais os dois conceitos
de custo e de produtividade não po dem ser separados dc maneira tão ní
indica, conclui o editorial do "Econo
nifestações, diz o articulista, vêm do
incapaz do produção de classe), que a América só leva vantagem naquilo de que seu grande mercado permite a
subconsciente, e traduzem sentimentos
produção em massa (embora o mercado
tida, mas há boas razões para calcular
da reforma técnica na indústria britâ nica e de uma revolução na'mentalida
que os ingleses poderiam exprimir nestas
a eficiência industrial pela produção fí
te da reação, no caso, do
orgulho nacional britânico.
Essas ma
so caminho pelas rajadas da guerra;
britânico seja bastante amplo, para per mitir virtualmente tôdas as vantagens técnicas de produção em massa, em to
e, se estamos demorando mais do que
das as linhas, de manufatura).
outros em retomá-lo, é porque nó.s lu tamos em primeiro lugar, lutamos mais
dúvida, a indústria britânica pode apre sentar alguns exemplos dc eficiência do
tempo, e mais duramente.
produção iguais a quaisquer -outros en
palavras: "Nós fomos desviados do nos
E, assim
Sem
sendo, temos o direito de esperar assis
contrados na América. Porem, está fora
tência temporária daqueles mais afortu nados, como obrigação de um acordo
de qualquer discussão que o "standard" médio de produtividade nos Estados
tácito, de tempo de guerra, de fusão
Unidos é consideràvelmente
de recursos.
do que neste país.
Dêm-nos tempo e nós
romperemos a dificuldade.".
Recorda o editorial do ilustre jornal inglês que os anos que decorreram en
tre as duas últimas conflagrações foram de frustração para o povo inglês, de iiriprevidência e de ilusões. O país perdeu continuamente substância eco nômica, e não tomou consciência de
sica por operário. Há, porém, observa ainda o articulista, muitos riscos tccnic-cs em tal cálculo, dcvendo-se ler em
mist", a necessidade de uma "profun
de do operário britânico". O exemplo inglês de\'e servir de li
ção a todos os países que pretendem
conta iguahnente outros fatores para
melhorar a sua produtividade, elevando
o cotejo.
o nível de rida de sua população e
/is conclusões indicadas no artigo a ouc nus referimos são as apresentadas
criando a base de uma riqueza real.
pelo Dr. Rostas ao "National Institui pf Economic and Social Research".
ca americana e desdenliar das suas ex
;qo período anterior u guerra, entre
Desconhecer a superioridade da técni
periências é pura insensatez, alimenta da pela ingenuidade ou pela obstinação.
mais alto
Como de outra
maneira poderiam os americanos man
A situação interna da Rússia
ter seu inegavelmente mai.s alto "stan dard" material de vida?"
Pondo a situação real, objetiva mente, diante dos olhos do povo in
glês, "The Economist", na sua .edição de 14 de agosto, publica uma análise comparativa de produtividade entre a
A grande força dc sugestão do regime .soviético foi, durante muitos anos,
o mistério que o cercava. Prometendo roabzar o parai.so terrestre, para com
pensar os sacrifícios que impunha aos
tuação real da Rússia, cobrindo-a de
sombras indevassáveis, enquanto a pro paganda insidiosa empregava todos os. processos de aliciamento para apresen
seu adeptos fanatizados, o partido co
tar os índices do progresso mais sur preendente e os testemunhos de in-
munista ocultava, cautelosamente, a si
comparável bem-estar social,- enquanto
Dicesto
30
Econômico
31
DicssTo Econômico
as crises, as dificuldades e os abalos
zados na Rússia sob o regime soviótico,
estar social aos povos tão terrivelmente
russo entre 1946-1947, quando aque
econômicos e políticos dos países capi
em confronto cora a situação de atraso e
experimentados pela última guerra. O
las restrições foram suavizadas, permi
talistas eram oferecidos como provas
de miséria em que viveu até 1917. Mas
comunismo russo, alimentando-se dos
tindo-se maior liberdade de contactos e
da derrocada irremediável de um siste
os testemunhos trazidos ao mundo por
rossentímentos e suspeitas que o gera
de investigações do que habitualmente
vozes insuspeitas e espíritos esclareci
ram e o e.xpandiram pelo mundo, se fechôu ràpidaniente no seu isolacionis-
se consente.
dos e objetivos mostraram que o paraí so russo era uma mentira, que o regi
mo político, e correu a cortina dc aço
critor americano.
ma capaz de gerar apenas misérias c aflições crescentes. Só quando os con flitos internos da Rússia atingiam a um ponto agudo, e deflagravam nas "pur-
me se sustentava .sob a servidão, e era
f que já envolria suas fronteiras cm tôr-
Duas observações iniciais faz o es
A primeira é a de
que, a despeito do seu sistema de eco nomia planificada e de rígida centrali zação administrativa, a U. R. S. S. está
gas" violentas, nos fuzilamentos de che
essencialmente desumano
fes eminentes, é que o mundo exterior,
baixava c degradava nos tentáculos do
pôde submeter inexoràvelmente. O es
de que o bloco comunista se isolara,
Estado, cada vez maior, o ser humano,
tado de inquietação que essa política
enfrentando difíceis problemas na re
podia compreender que nem tudo ali ia
cada vez menor, c esvaziado da sua
semeou, mostrando a sua fidelidade aos
num mar de rosas.
dignidade espiritual.
métodos de um expansionismo inflexível, se exprime na angústia e na perplexi dade em que o mundo se debate, entre
conversão de após-guerra. A segunda,, e mais significativa, .é a de que a uni dade moral e política do povo e do
Os espetaculares planos qüinqüenais, apresentados através de cifras impres sionantes e de esquemas de trabalhos
porque
re
A literatura sôbre a Rússia se tor
nou abundante, através de impressões de siajantes c observadores, a ponto de
no de todos os países do Oriente, que
os sobressaltos de um conflito iminente
^
gigantescos, acendiam e perturbavam as
■\
se fazer um gênero de sensacionalismo
de fôrças irredutíveis.
imaginações, apagando o reverso do quadro, os sacrifícios inauditos que
literário destinado às grandes tiragens,
é o centro de convergência e de interôssc dc todo o mundo. Em tôrno da ditadura de Stalin gira c destino de
custavam ao povo russo, submetido a
sempre cercado de justas suspeitas e re
A posição russa
uma ditadura brutalizadora, as
servas, porque reretíam quase sempre as inclinações e os preconceitos
obras e realizações erguidas para
pessoais dos autores, diante dos
QQ já hoje, porém, está mais devassa
servir de armas de aliciamento
quais o mundo misterioso se
do e banhado de luz, de sorte a des
de adeptos no exterior e de las
revelava imperfeitamente, sob a vigilância e os embaraços cria
fazer ilu.sões e fantasias que a propa
tro para a sobrevivência do re
gime, que não admitia a menor
restrição ou obstáculo, a mínima mani festação do homem, transformado em
molécula inerte nas engrenagens do Es tado compressor, que crescia sempre, transformando tudo em massa e mate
rial de suas construções ciclópicas. Quando os espíritos mais lúcidos,
dos pelas autoridades soviéticas, empenhadas cm ocultar prudentemente as excelências e as maravilhas que, sob a nova ordem, o seu país alcançara. A valiosa contribuição que o exército russo trouxe à vitória das fôrças alia das conh'a o narismo provocou um no vo ambiente de boa-vontade, senão do
que se tinham deixado seduzir pelas
simpatia, em tômo da Rússia, alimenta
generosas aspirações que se contêm no
da pela compreensão, que se generali zou, de que a terminação do conflito abria ensejo' a novas experiências so ciais e econômicas, em que se deveria procurar corrigir as falhas e injustiças evidentes do regime capitalista, para encontrar-se" um equilíbrio, mais dura
substrato da doutrina, puderam devas sar, ainda que imperfeitamente, a rea lidade russa, as ilusões se foram des
fazendo.
Os depoimentos de Walter
Citrine e de André Gide foram de al
cance profimdo, para alertar os que
todos os povos. O mistério que a cer-
ganda não pode entreter senão em es píritos dominados por fanatismo pri mário.
governo não é tão completa como se imagina e proclamam os escritores e propagandislas soviéticos. O mal-estar, as quei.xas, as críticas se manifestam surdamente, apesar da vi
gilância policial onipresente e do pavor dos castigos que punem a mais tímida manifestação de inconformismo. Qual
quer prurido de rebeldia subterrânea é apontado como uma sobrevivência do "espírito capitalista". Embora o povo russo seja por tradição politicamente in diferente e, em grande parte, submisso,
E' sempre de grande proveito o co
nhecimento de depoimentos objetivos e honestos sôbre a situação russa, formu
lados por investigadores capazes que a cxaniiuí^ram diretamente. Pertence a esta classe o que vem pubjicado no último número da "Yale Revievi'" por Frcdcrick Barghoom, professor assis tente da Universidade de Yale, e que, jo dezembro de 42 a março de 47, vi veu tia Rússia e nela viajou quanto
pôde para ver e conhecer.
e a sua história quase sempre houvesse oscilado entre o despotismo e a anarquia,
a disciplina" soviética, ajudada pela pro paganda, não conseguiu extinguir esse estado de espírito, de não colaboração
resignada, e mesmp de resistência psicológica, em certos núcleos da opinião. Para o partido comunista, o fenômeno
indica apenas a tenaz sobrevivência da corrupção herdada do passado. O retraimento e o mal-estar de certos gru
pos podem ser, porém, explicados com
O auto^ não oculta as restrições que teve para as suas observações, e que
conflito entre o severo programa em
que o partido persiste e aquilo que nós
se embeveciam diante das realizações
douro, um clima de cooperação mais
aáo comuns aos estrangeiros.
da ditadura de Stalín. Seria impossí vel negar os progressos materiais reali-
fecunda entre os países, a fim de se preservar a paz e de se assegurar bem-
sinala que se lhe ofereceu a oportuni
Mas as
dade feliz de excursionar pelo território
mais fidelidade, observa o autor, pelo
chamamos a "natureza humana".
O outro fator que se deve ter em
Dicesto
30
Econômico
31
DicssTo Econômico
as crises, as dificuldades e os abalos
zados na Rússia sob o regime soviótico,
estar social aos povos tão terrivelmente
russo entre 1946-1947, quando aque
econômicos e políticos dos países capi
em confronto cora a situação de atraso e
experimentados pela última guerra. O
las restrições foram suavizadas, permi
talistas eram oferecidos como provas
de miséria em que viveu até 1917. Mas
comunismo russo, alimentando-se dos
tindo-se maior liberdade de contactos e
da derrocada irremediável de um siste
os testemunhos trazidos ao mundo por
rossentímentos e suspeitas que o gera
de investigações do que habitualmente
vozes insuspeitas e espíritos esclareci
ram e o e.xpandiram pelo mundo, se fechôu ràpidaniente no seu isolacionis-
se consente.
dos e objetivos mostraram que o paraí so russo era uma mentira, que o regi
mo político, e correu a cortina dc aço
critor americano.
ma capaz de gerar apenas misérias c aflições crescentes. Só quando os con flitos internos da Rússia atingiam a um ponto agudo, e deflagravam nas "pur-
me se sustentava .sob a servidão, e era
f que já envolria suas fronteiras cm tôr-
Duas observações iniciais faz o es
A primeira é a de
que, a despeito do seu sistema de eco nomia planificada e de rígida centrali zação administrativa, a U. R. S. S. está
gas" violentas, nos fuzilamentos de che
essencialmente desumano
fes eminentes, é que o mundo exterior,
baixava c degradava nos tentáculos do
pôde submeter inexoràvelmente. O es
de que o bloco comunista se isolara,
Estado, cada vez maior, o ser humano,
tado de inquietação que essa política
enfrentando difíceis problemas na re
podia compreender que nem tudo ali ia
cada vez menor, c esvaziado da sua
semeou, mostrando a sua fidelidade aos
num mar de rosas.
dignidade espiritual.
métodos de um expansionismo inflexível, se exprime na angústia e na perplexi dade em que o mundo se debate, entre
conversão de após-guerra. A segunda,, e mais significativa, .é a de que a uni dade moral e política do povo e do
Os espetaculares planos qüinqüenais, apresentados através de cifras impres sionantes e de esquemas de trabalhos
porque
re
A literatura sôbre a Rússia se tor
nou abundante, através de impressões de siajantes c observadores, a ponto de
no de todos os países do Oriente, que
os sobressaltos de um conflito iminente
^
gigantescos, acendiam e perturbavam as
■\
se fazer um gênero de sensacionalismo
de fôrças irredutíveis.
imaginações, apagando o reverso do quadro, os sacrifícios inauditos que
literário destinado às grandes tiragens,
é o centro de convergência e de interôssc dc todo o mundo. Em tôrno da ditadura de Stalin gira c destino de
custavam ao povo russo, submetido a
sempre cercado de justas suspeitas e re
A posição russa
uma ditadura brutalizadora, as
servas, porque reretíam quase sempre as inclinações e os preconceitos
obras e realizações erguidas para
pessoais dos autores, diante dos
QQ já hoje, porém, está mais devassa
servir de armas de aliciamento
quais o mundo misterioso se
do e banhado de luz, de sorte a des
de adeptos no exterior e de las
revelava imperfeitamente, sob a vigilância e os embaraços cria
fazer ilu.sões e fantasias que a propa
tro para a sobrevivência do re
gime, que não admitia a menor
restrição ou obstáculo, a mínima mani festação do homem, transformado em
molécula inerte nas engrenagens do Es tado compressor, que crescia sempre, transformando tudo em massa e mate
rial de suas construções ciclópicas. Quando os espíritos mais lúcidos,
dos pelas autoridades soviéticas, empenhadas cm ocultar prudentemente as excelências e as maravilhas que, sob a nova ordem, o seu país alcançara. A valiosa contribuição que o exército russo trouxe à vitória das fôrças alia das conh'a o narismo provocou um no vo ambiente de boa-vontade, senão do
que se tinham deixado seduzir pelas
simpatia, em tômo da Rússia, alimenta
generosas aspirações que se contêm no
da pela compreensão, que se generali zou, de que a terminação do conflito abria ensejo' a novas experiências so ciais e econômicas, em que se deveria procurar corrigir as falhas e injustiças evidentes do regime capitalista, para encontrar-se" um equilíbrio, mais dura
substrato da doutrina, puderam devas sar, ainda que imperfeitamente, a rea lidade russa, as ilusões se foram des
fazendo.
Os depoimentos de Walter
Citrine e de André Gide foram de al
cance profimdo, para alertar os que
todos os povos. O mistério que a cer-
ganda não pode entreter senão em es píritos dominados por fanatismo pri mário.
governo não é tão completa como se imagina e proclamam os escritores e propagandislas soviéticos. O mal-estar, as quei.xas, as críticas se manifestam surdamente, apesar da vi
gilância policial onipresente e do pavor dos castigos que punem a mais tímida manifestação de inconformismo. Qual
quer prurido de rebeldia subterrânea é apontado como uma sobrevivência do "espírito capitalista". Embora o povo russo seja por tradição politicamente in diferente e, em grande parte, submisso,
E' sempre de grande proveito o co
nhecimento de depoimentos objetivos e honestos sôbre a situação russa, formu
lados por investigadores capazes que a cxaniiuí^ram diretamente. Pertence a esta classe o que vem pubjicado no último número da "Yale Revievi'" por Frcdcrick Barghoom, professor assis tente da Universidade de Yale, e que, jo dezembro de 42 a março de 47, vi veu tia Rússia e nela viajou quanto
pôde para ver e conhecer.
e a sua história quase sempre houvesse oscilado entre o despotismo e a anarquia,
a disciplina" soviética, ajudada pela pro paganda, não conseguiu extinguir esse estado de espírito, de não colaboração
resignada, e mesmp de resistência psicológica, em certos núcleos da opinião. Para o partido comunista, o fenômeno
indica apenas a tenaz sobrevivência da corrupção herdada do passado. O retraimento e o mal-estar de certos gru
pos podem ser, porém, explicados com
O auto^ não oculta as restrições que teve para as suas observações, e que
conflito entre o severo programa em
que o partido persiste e aquilo que nós
se embeveciam diante das realizações
douro, um clima de cooperação mais
aáo comuns aos estrangeiros.
da ditadura de Stalín. Seria impossí vel negar os progressos materiais reali-
fecunda entre os países, a fim de se preservar a paz e de se assegurar bem-
sinala que se lhe ofereceu a oportuni
Mas as
dade feliz de excursionar pelo território
mais fidelidade, observa o autor, pelo
chamamos a "natureza humana".
O outro fator que se deve ter em
Jl I 1|W.
Diceí^to Econónuco
\ista, como fonte do allieamento cnlre
as autoridades e o po\'0,,é a excessiva mente alta prioridade dada aos inte
assegurar cm 1950 um nricl de produ ção mais aho do que u alcançado eui
1940. O alvo poderá ser atip.gido, mas,
33
Dicesto Econômico
dio. Essa situação penosa não é supor
tada sem descontentamento pelo povo,
f o govômo já sentiu a necessidade de aumentar a produção desses artigos dc
veridade das leis, que quase obriga a
procurar refúgio na ilegalidade para viver.
O medo, o pavor do Estado e da sua
resses do Estado em face dos do indi
comenta o autor, dentro dc mesmo es
víduo. O povo russo não tem tradi ção histórica individualista, mas as pro
quema da economia soviética, com as mesmas vantagens do reduzir o desem
consumo individuais. Os preços são excessivamente altos para as mercado
policia secreta, é a grande presença que
longadas e duras imposições do regime
prego e as flutuações dós negócios, e os mesmos defeitos básico.s —. rcgimen-
rias desse gênero. Um par de sapatos
rói a sua estrutura moral. E este medo
dc mulher custa mais do que o salário
comunista
indubitavelmente
geraram
domina o espirito do povo russo e cor
médio de doi.s meses dc trabalho dc
cresce paradoxalmente à medida que se sobe na hierarquia do funcionalismo so\'iético.
exaustão física e nervosa, e ressenti
tação do trabalho c supremacia da in
mentos no seio da população, observa
dústria pesada, em detrimento da pro
uma estcnógrafa ou de uma profcs-sôra.
o articulista.
dução de bens de consumo o serviços. Viajando pela zona rural e xnsitando
lo "Politburo", ó o de impor sacrifícios
Dêste medo da polícia secreta, tal vez só o próprio Stalin seja livre, obser-
ao povo para transformar a União So
\a o autor.
, O empenho dos lideres soviéticos no momento é uma volta à "normalidade
áreas industriais, o autor se impressio
política", isto é, à restauração do .sis
nou com o contraste entro o atraso, a
meios primitivo.s, sem cuidar de mellío-
viética na maior nação do Globo. No terreno pròpriamentc político, as duas preocupações são, no momento, es tas: reestruturar a máquina do Partido Comunista e restaurar plenamente o seu
rar as condições cie vida da população
contrôle sôbrc toda a vida nacional,
o conhecimento do que se passa nos
controle ligeiramente afrouxado duran
outros países - da vida de seus povos,
te a guerra. O niímero de membros do
dos seus hábitos e das vantagens que
tema soviético como existia antes da
pobreza, a falta do comodidade que
guerra, para a retojnada do seu pro gressivo desenvolvimento.
apresentam, e as grandes usinas e edi
A política econômica se orienta para a realização de uma nova série de "pla
O programa do govôrno, definido pe
fícios qup o Estado constrói naqueles
Ao medo do Estado e da polícia se
junta o medo do estrangeiro, de tudo que vem do mundo exterior. Êste me
do é insuflado sobretudo pelo govêmo, receoso dos venenos desagregadores que
nos qüinqüenais". Mas um tra
circunjacente.
balho preliminar se faz neces sário: a reparação urgente das perdas de guerra. Observa a res-
cujas impressões resumimos, xh
Partido cresceu de 4 milhões, em 1941,
desfrutam - possa infiltrar no espirito
\
sitar uma das famosas fazendas
a 6 milhões e 300 mil em 47, e os cursos
dos russos, afeiçoados pela propaganda
peito o professor americano que,
\
coletivas da Rússia, e verificar, como era seu desejo, se os cam poneses, em princípio, ainda se
de preparação dos órgãos dirigentes no
avalassadora das excelências do seu re
intensamente.
cente das outras nações. Sobretudo os
opõem à coletivização, como se propala. A sua impressão é que os camponeses já se conformaram com o sisteina de agri
No plano econômico, o predomínio do Partido se afirmou por uma drásti ca redução no prestígio e nas prerroga tivas de que gozavam os chefes execu tivos das indústrias soviéticas, cujos po-
Estados Unidos constituem um espanta
Não pôde o professei de Yüle,
com excessão talvez da Alema
nha, a União Soviética sofreu
maior perda da melhor parte da sua população do que qualquer outro país. Os números exatos não são conhecidos. As estimativas se fazem em redor de
20 milhões de mortos. E por isso um dos mais agudos problemas da economia soviética de após-guerra é o da mãode-obra.
As destruições de usinas e de casas foram consideráveis; e a reconstrução
não se vem fazendo rapidamente.
A
situação alimentar tem melhorado, mas a escassez de moradia é terrível.
E a
cultura coletiva, se bem que sejam cla ros os indícios de que prefeririam uma modificação no regime atual em favor
deformações com que os apresentam os
órgãos oficiais que pensam pelo povo. Essa tensão sob que vive o povo rus
De uma maneira geral, observa o autor no seu depoimento, a União So
vas de inércia e de fatalismo em face
individual da terra, como se verificou
durante a guerra, e perdurou até 1946,
viética no após-guerra enfrenta proble-
quando o governo empreendeu rigorosa campanha para restaurar a disciplina e o controle sobre a atividade agrícola.
nias morais e sociais consideràvelmente
do maior desenvolvimento do trabalho
Para indicar a extrema
austeridade
americano.
fazenda, porém de má confecção, cusia
O plano qüinqüenal em execução visa
lho, que só pode ser visto através das
so, por maiores que sejam as suas reser
que seria sequer inconcebível pelo povo
cou, revelando uma crise de habitação
gime, em contraste com a miséria cres
deres se expandiram durante a guerra.
de vida que o regime impõe ao povo russo, o autor cita este exemplo ex pressivo: uma roupa de homem de boa
propósito o autor cita casos que verifi
"Marxismo-Leninismo" se desenvolvem
quatro ou cinco meses de salário mé
rnais agudos do que os dos Estados Unidos — se bem que talvez não tão
graves como os da Alemanha. Aumen
da autoridade, cansa e esgota. O dese
jo de gozar um pouco a vida, de dar ex pansão aos sentimentos e à personali dade, de escapar, enfim, dessa existên cia tão rigidamente regulamentada, por
longos anos, se vai fazendo sensível. ^
to alarmante do número de crises, de
Certos setores da mocidade russa não
linqüência juvenil, enfraquecimento dá
escondem a sua desilusão, que se ex
família, relaxamento moral — são aspec
prime numa atitude niliilista em face
tos de uma situação gerada pelas difi
da vida. soviética.' E o autor, entre ou
culdades econômicas e pela própria se
tros depoimentos que invoca em abono
Jl I 1|W.
Diceí^to Econónuco
\ista, como fonte do allieamento cnlre
as autoridades e o po\'0,,é a excessiva mente alta prioridade dada aos inte
assegurar cm 1950 um nricl de produ ção mais aho do que u alcançado eui
1940. O alvo poderá ser atip.gido, mas,
33
Dicesto Econômico
dio. Essa situação penosa não é supor
tada sem descontentamento pelo povo,
f o govômo já sentiu a necessidade de aumentar a produção desses artigos dc
veridade das leis, que quase obriga a
procurar refúgio na ilegalidade para viver.
O medo, o pavor do Estado e da sua
resses do Estado em face dos do indi
comenta o autor, dentro dc mesmo es
víduo. O povo russo não tem tradi ção histórica individualista, mas as pro
quema da economia soviética, com as mesmas vantagens do reduzir o desem
consumo individuais. Os preços são excessivamente altos para as mercado
policia secreta, é a grande presença que
longadas e duras imposições do regime
prego e as flutuações dós negócios, e os mesmos defeitos básico.s —. rcgimen-
rias desse gênero. Um par de sapatos
rói a sua estrutura moral. E este medo
dc mulher custa mais do que o salário
comunista
indubitavelmente
geraram
domina o espirito do povo russo e cor
médio de doi.s meses dc trabalho dc
cresce paradoxalmente à medida que se sobe na hierarquia do funcionalismo so\'iético.
exaustão física e nervosa, e ressenti
tação do trabalho c supremacia da in
mentos no seio da população, observa
dústria pesada, em detrimento da pro
uma estcnógrafa ou de uma profcs-sôra.
o articulista.
dução de bens de consumo o serviços. Viajando pela zona rural e xnsitando
lo "Politburo", ó o de impor sacrifícios
Dêste medo da polícia secreta, tal vez só o próprio Stalin seja livre, obser-
ao povo para transformar a União So
\a o autor.
, O empenho dos lideres soviéticos no momento é uma volta à "normalidade
áreas industriais, o autor se impressio
política", isto é, à restauração do .sis
nou com o contraste entro o atraso, a
meios primitivo.s, sem cuidar de mellío-
viética na maior nação do Globo. No terreno pròpriamentc político, as duas preocupações são, no momento, es tas: reestruturar a máquina do Partido Comunista e restaurar plenamente o seu
rar as condições cie vida da população
contrôle sôbrc toda a vida nacional,
o conhecimento do que se passa nos
controle ligeiramente afrouxado duran
outros países - da vida de seus povos,
te a guerra. O niímero de membros do
dos seus hábitos e das vantagens que
tema soviético como existia antes da
pobreza, a falta do comodidade que
guerra, para a retojnada do seu pro gressivo desenvolvimento.
apresentam, e as grandes usinas e edi
A política econômica se orienta para a realização de uma nova série de "pla
O programa do govôrno, definido pe
fícios qup o Estado constrói naqueles
Ao medo do Estado e da polícia se
junta o medo do estrangeiro, de tudo que vem do mundo exterior. Êste me
do é insuflado sobretudo pelo govêmo, receoso dos venenos desagregadores que
nos qüinqüenais". Mas um tra
circunjacente.
balho preliminar se faz neces sário: a reparação urgente das perdas de guerra. Observa a res-
cujas impressões resumimos, xh
Partido cresceu de 4 milhões, em 1941,
desfrutam - possa infiltrar no espirito
\
sitar uma das famosas fazendas
a 6 milhões e 300 mil em 47, e os cursos
dos russos, afeiçoados pela propaganda
peito o professor americano que,
\
coletivas da Rússia, e verificar, como era seu desejo, se os cam poneses, em princípio, ainda se
de preparação dos órgãos dirigentes no
avalassadora das excelências do seu re
intensamente.
cente das outras nações. Sobretudo os
opõem à coletivização, como se propala. A sua impressão é que os camponeses já se conformaram com o sisteina de agri
No plano econômico, o predomínio do Partido se afirmou por uma drásti ca redução no prestígio e nas prerroga tivas de que gozavam os chefes execu tivos das indústrias soviéticas, cujos po-
Estados Unidos constituem um espanta
Não pôde o professei de Yüle,
com excessão talvez da Alema
nha, a União Soviética sofreu
maior perda da melhor parte da sua população do que qualquer outro país. Os números exatos não são conhecidos. As estimativas se fazem em redor de
20 milhões de mortos. E por isso um dos mais agudos problemas da economia soviética de após-guerra é o da mãode-obra.
As destruições de usinas e de casas foram consideráveis; e a reconstrução
não se vem fazendo rapidamente.
A
situação alimentar tem melhorado, mas a escassez de moradia é terrível.
E a
cultura coletiva, se bem que sejam cla ros os indícios de que prefeririam uma modificação no regime atual em favor
deformações com que os apresentam os
órgãos oficiais que pensam pelo povo. Essa tensão sob que vive o povo rus
De uma maneira geral, observa o autor no seu depoimento, a União So
vas de inércia e de fatalismo em face
individual da terra, como se verificou
durante a guerra, e perdurou até 1946,
viética no após-guerra enfrenta proble-
quando o governo empreendeu rigorosa campanha para restaurar a disciplina e o controle sobre a atividade agrícola.
nias morais e sociais consideràvelmente
do maior desenvolvimento do trabalho
Para indicar a extrema
austeridade
americano.
fazenda, porém de má confecção, cusia
O plano qüinqüenal em execução visa
lho, que só pode ser visto através das
so, por maiores que sejam as suas reser
que seria sequer inconcebível pelo povo
cou, revelando uma crise de habitação
gime, em contraste com a miséria cres
deres se expandiram durante a guerra.
de vida que o regime impõe ao povo russo, o autor cita este exemplo ex pressivo: uma roupa de homem de boa
propósito o autor cita casos que verifi
"Marxismo-Leninismo" se desenvolvem
quatro ou cinco meses de salário mé
rnais agudos do que os dos Estados Unidos — se bem que talvez não tão
graves como os da Alemanha. Aumen
da autoridade, cansa e esgota. O dese
jo de gozar um pouco a vida, de dar ex pansão aos sentimentos e à personali dade, de escapar, enfim, dessa existên cia tão rigidamente regulamentada, por
longos anos, se vai fazendo sensível. ^
to alarmante do número de crises, de
Certos setores da mocidade russa não
linqüência juvenil, enfraquecimento dá
escondem a sua desilusão, que se ex
família, relaxamento moral — são aspec
prime numa atitude niliilista em face
tos de uma situação gerada pelas difi
da vida. soviética.' E o autor, entre ou
culdades econômicas e pela própria se
tros depoimentos que invoca em abono
p.,H PPPRIPI DroESTo Econômico
35
DicESTo Econômico
cias impressões que transmite, cita a de claração que lhe fez uni estudante, de
que a po'ícia (a terrível N. K. V. D.) e os chefes do Partido estavam destruin
do tôdas as coisas boas da vida.
O desencanto se acentua no seio dos
veteranos da guerra, e atinge os artis tas, os escritores, os professores e os cientistas, a ponto de ser percebida pelo
observador estrangeiro, apesar de tôda contenção imposta às manifestações. A "purga" intelectual de 1946-47 ainda prossegue, para dobrar ao terror os
núcleos da cultura. Aponta-se a situa ção dos intelectuais russos como sendo
mais desfavorável hoje do que nunca. E inegável — comenta o
prof. Barghoorn — que contri buiu sensivelmente para êsse
que tinham niai.s rcciir.S()S c csluxaní melhor aparelhados.
E' possível que, intoxicados pela pro paganda de muitos anos, grande parte do povo russo não tivesse compreendido com nitidez o significado de tais fatos; mas, apesar disso, é visível que eles re percutiram nas reflexões de muitos.
E
não é por outro motivo que as autorida
des voltaram à mais severa política isolacionista, logo após o término do con flito, que tinha aberto brechas na cor
tina de aço que separa a Rússia do mundo. A inevitável hostilidade das
classes dirigentes dos paí.ses capitalis tas em face do comunismo é a tecla ex plorada para justificar diante do povo russo o retraimento rigoro^
so que lhes foi imposto, en quanto se prepara o seu espíri-
mal-estar, para êsse desconten tamento palpável, o contacto do povo russo com o mundo
j,
exterior, forçado pela" guerra. Já se disse que o maior êrro de Stalín foi deixar que os soldados soviéticos vissem a Europa, e esta os visse. Rom
pendo o campo de concentração em que viveram, milhões de soldados russos to
maram contacto com um mundo que
lhes era apontado como decadente, cor rupto, devastado pela exploração; e pu deram perceber, mesmo em países atra sados como a Rumânia, que a sorte do homem do povo ali se apresenta mai.s favorável do que na U.R.S.S. E mais
(colhidas através dos cinco anos que viveu na Rússia), depois de comentar essas ma nifestações de descontentamento e de
silusão, não esconde que, apesar de tu do, o regime soviético ainda desfruta de
forte base popular. Isso se explica em parte pela apatia política, pe^a submis são natural do povo russo à autoridade-
e em parte pelo fato inegável de que, a par de .seus erros, o sistema soviético apresenta, a seu crédito, consideráveis
do que isto, puderam compreender, nessa revelação, que os seus guias os
realizações no campo cultural e econô
traziam na ilusão e na falsidade.
auxílio que os aliados deram à Rússia
garras todos instrumentos de punir e de premiar, submete, pelo medo ou pe
na guerra, através de materiais, máqui nas e técnico.?; serviu também para mos
lo interesse, todos os elementos mais
O
trar aos que se conservaram no país,
que a sua pátria precisava de ajuda de outros, E estes, se a prestaram, era por
mico.
\'ando a preservação da paz sem sacri
melhores elementos, que não tcin opção diante do único caminho que lhes é in dicado: ou colaborar, ou desaparecer.
teresses nacionai.s, merece ser mantida. Se o conhecimento do abismo existente
E o Estado, detendo nas suas
ambiciosos e dinâmicos, desejosos de trabalhar e de realizar — o que é impo.ssível fora das engrenagens oficiais (quadro uniforme das ditaduras tota
fício da democracia ou dos legítimos in
antes que se altere, na sua base, a situação njssa. A opressão c.stiola a iniciativa e a
na Rússia, entre os ideais professados c a realidade, puder ser disseminado pe lo mundo, o Kremhn será privado de um de seus grandes capitais políticos —
imaginação, e as aspirações mais vivas de
a identificação do regime com a justiça
Se o curso dos acontecimentos não se
alterar radicalmente, décadas decorrerão
certos grupos se diluem na indiferença o no fatalismo da massa resignada.
Depois dc traçar õsse quadro. Bar
ghoorn termina o seu depoimento com estas palavras endereçadas aos dirigen tes americanos:
"Apesar de tudo, a presente situação soviétíca permite considerar que uma
social e a "democracia econômica". As
aspirações do povo soviético de \ima
vida mais tranqüila e confortável cons tituirão uma ponte, embora estreita, entre eles e nós. Êsses fatores não po
dem ser desprezados ao considerarmos a nossa atitude e a nossa pobtica nos tempos difíceis que se aproximam.
índices americanos e a pobreza brasileira
to para a eventualidade de um conflito indicado como fatal.
O profe.ssor americano, que nos transmite as .suas lúcidas impressõe.s
política exterior da nossa parte, objeti-
litárias). O "pathos da construção", exacerbado pela propaganda, arrebata os
k organização nnericana Soais, Rocbuck, que tom uma rede de 625 "magazins", vendeu, no ano de 1947, um total dc dois bilhões de dólares,
ou seja o equivalente, em nossa moe da, a quarenta bilhões de cruzeiros. Quer dizer uma cifra correspondente ao dôbro da receita da União, acrescida da de vários Estados brasileiros.
Se quiséssemos ter uma impressão da nossa debilidade econômica, e do lav-
po caminho que devemos ain da percorrer para aumentar a
no.s.sa riqueza e o nível da vi da da nos.sa populaçãò, êsse simples cotejo com a renda de uma organização
de lojas dos Estados Unidos nos colo caria diante dos olhos o quadro vivo da nos.sa fraqueza. E' verdade que a
empresa Sears (que aliás se vai esta belecer entre n6s) apresenta uma re
ceita que a coloca entre as seis maio res organizações americanas. Mesmo as sim o contraste é expre.ssívo. Ao invés,
porém, de nos abater, nos deve servir de estímulo, e aguçar o desejo de pro gredir para que vençamos a nossa pe núria, 6 não continuem cre.scendo as "favelas" O número de "Fortuna" de
agôsto é que traz as informações de on de extraímos esta nota.
A crise argentina
o
planos grandiosos do governo l^erón estão
exaurindo
ràpidamente
a
prosperidade que a Argentina desfru tou durante e após a gueiTa, vendendo .. ....
J' .w fc..
p.,H PPPRIPI DroESTo Econômico
35
DicESTo Econômico
cias impressões que transmite, cita a de claração que lhe fez uni estudante, de
que a po'ícia (a terrível N. K. V. D.) e os chefes do Partido estavam destruin
do tôdas as coisas boas da vida.
O desencanto se acentua no seio dos
veteranos da guerra, e atinge os artis tas, os escritores, os professores e os cientistas, a ponto de ser percebida pelo
observador estrangeiro, apesar de tôda contenção imposta às manifestações. A "purga" intelectual de 1946-47 ainda prossegue, para dobrar ao terror os
núcleos da cultura. Aponta-se a situa ção dos intelectuais russos como sendo
mais desfavorável hoje do que nunca. E inegável — comenta o
prof. Barghoorn — que contri buiu sensivelmente para êsse
que tinham niai.s rcciir.S()S c csluxaní melhor aparelhados.
E' possível que, intoxicados pela pro paganda de muitos anos, grande parte do povo russo não tivesse compreendido com nitidez o significado de tais fatos; mas, apesar disso, é visível que eles re percutiram nas reflexões de muitos.
E
não é por outro motivo que as autorida
des voltaram à mais severa política isolacionista, logo após o término do con flito, que tinha aberto brechas na cor
tina de aço que separa a Rússia do mundo. A inevitável hostilidade das
classes dirigentes dos paí.ses capitalis tas em face do comunismo é a tecla ex plorada para justificar diante do povo russo o retraimento rigoro^
so que lhes foi imposto, en quanto se prepara o seu espíri-
mal-estar, para êsse desconten tamento palpável, o contacto do povo russo com o mundo
j,
exterior, forçado pela" guerra. Já se disse que o maior êrro de Stalín foi deixar que os soldados soviéticos vissem a Europa, e esta os visse. Rom
pendo o campo de concentração em que viveram, milhões de soldados russos to
maram contacto com um mundo que
lhes era apontado como decadente, cor rupto, devastado pela exploração; e pu deram perceber, mesmo em países atra sados como a Rumânia, que a sorte do homem do povo ali se apresenta mai.s favorável do que na U.R.S.S. E mais
(colhidas através dos cinco anos que viveu na Rússia), depois de comentar essas ma nifestações de descontentamento e de
silusão, não esconde que, apesar de tu do, o regime soviético ainda desfruta de
forte base popular. Isso se explica em parte pela apatia política, pe^a submis são natural do povo russo à autoridade-
e em parte pelo fato inegável de que, a par de .seus erros, o sistema soviético apresenta, a seu crédito, consideráveis
do que isto, puderam compreender, nessa revelação, que os seus guias os
realizações no campo cultural e econô
traziam na ilusão e na falsidade.
auxílio que os aliados deram à Rússia
garras todos instrumentos de punir e de premiar, submete, pelo medo ou pe
na guerra, através de materiais, máqui nas e técnico.?; serviu também para mos
lo interesse, todos os elementos mais
O
trar aos que se conservaram no país,
que a sua pátria precisava de ajuda de outros, E estes, se a prestaram, era por
mico.
\'ando a preservação da paz sem sacri
melhores elementos, que não tcin opção diante do único caminho que lhes é in dicado: ou colaborar, ou desaparecer.
teresses nacionai.s, merece ser mantida. Se o conhecimento do abismo existente
E o Estado, detendo nas suas
ambiciosos e dinâmicos, desejosos de trabalhar e de realizar — o que é impo.ssível fora das engrenagens oficiais (quadro uniforme das ditaduras tota
fício da democracia ou dos legítimos in
antes que se altere, na sua base, a situação njssa. A opressão c.stiola a iniciativa e a
na Rússia, entre os ideais professados c a realidade, puder ser disseminado pe lo mundo, o Kremhn será privado de um de seus grandes capitais políticos —
imaginação, e as aspirações mais vivas de
a identificação do regime com a justiça
Se o curso dos acontecimentos não se
alterar radicalmente, décadas decorrerão
certos grupos se diluem na indiferença o no fatalismo da massa resignada.
Depois dc traçar õsse quadro. Bar
ghoorn termina o seu depoimento com estas palavras endereçadas aos dirigen tes americanos:
"Apesar de tudo, a presente situação soviétíca permite considerar que uma
social e a "democracia econômica". As
aspirações do povo soviético de \ima
vida mais tranqüila e confortável cons tituirão uma ponte, embora estreita, entre eles e nós. Êsses fatores não po
dem ser desprezados ao considerarmos a nossa atitude e a nossa pobtica nos tempos difíceis que se aproximam.
índices americanos e a pobreza brasileira
to para a eventualidade de um conflito indicado como fatal.
O profe.ssor americano, que nos transmite as .suas lúcidas impressõe.s
política exterior da nossa parte, objeti-
litárias). O "pathos da construção", exacerbado pela propaganda, arrebata os
k organização nnericana Soais, Rocbuck, que tom uma rede de 625 "magazins", vendeu, no ano de 1947, um total dc dois bilhões de dólares,
ou seja o equivalente, em nossa moe da, a quarenta bilhões de cruzeiros. Quer dizer uma cifra correspondente ao dôbro da receita da União, acrescida da de vários Estados brasileiros.
Se quiséssemos ter uma impressão da nossa debilidade econômica, e do lav-
po caminho que devemos ain da percorrer para aumentar a
no.s.sa riqueza e o nível da vi da da nos.sa populaçãò, êsse simples cotejo com a renda de uma organização
de lojas dos Estados Unidos nos colo caria diante dos olhos o quadro vivo da nos.sa fraqueza. E' verdade que a
empresa Sears (que aliás se vai esta belecer entre n6s) apresenta uma re
ceita que a coloca entre as seis maio res organizações americanas. Mesmo as sim o contraste é expre.ssívo. Ao invés,
porém, de nos abater, nos deve servir de estímulo, e aguçar o desejo de pro gredir para que vençamos a nossa pe núria, 6 não continuem cre.scendo as "favelas" O número de "Fortuna" de
agôsto é que traz as informações de on de extraímos esta nota.
A crise argentina
o
planos grandiosos do governo l^erón estão
exaurindo
ràpidamente
a
prosperidade que a Argentina desfru tou durante e após a gueiTa, vendendo .. ....
J' .w fc..
36
Dicesto EcoN-ÓAnco
ao mundo a preços altamente compen
tino nos primeiros quatro meses do ano
sadores os seus produtos nobres. O re-
passado foi de 222 milhões de pesos;
traimento interno, resultado da regula mentação governamental, e o restabele
cimento progressivo da normalidade da produção mundial, contribuem também para a crise, que se vem manifestando, depois de uma fase extraordinária de expansão mal aproveitada. O "Econo-
i^st", de 14 de agôsto, diz que o sr. Miranda, quando proxi-
"contundentes" preços dos produtos ar gentinos ~ resistência que tem o po deroso apoio da comissão cxecuti\'a do Plano Marshall.
Informa o jornal inglês que o líder da economia da Argentina tentou con tornar a
situação, con
cluindo tratados comer
será mais cordato do quê habitualmente. E a ra zão é que o estado da
balança 'comercial do seu
Inglaterra é, agora, me-
correspondente especial nos Estados Unidos.
neste ano, de apenas 164 milhões. E -hoje ha maior resí.stôncia diante dos
mamente visitar Londres,
voravel do que era: o saldo argen-
DfCESTO EcoNÓ^^co
tará, porém
"Economist".
ciais com países do oriente europeu, a fim de abrir novos merca dos. A tentativa resulineficiente,
comenta
Para alguns políticos americanos a solução óbvia reside em suspender as
f ção das despesas militares. O presiden
grandes inversões no exterior. Para ou-
•
tros, cm maior número, estará na rcdu-
cujas proporções parecem indefi nidas. os Estados Unidos vivem sob o
pavor de uma inflação, que pode ter cc.nsequencias sombrias, ,se não for de-
hdaa tempo. A pressão pelo aumento
rão ainda maiores, se cs salários forem
sicos; e a espiral sinistra ameaça de
mento da produtividade. Os grandes sacrificados são, como sempre, os que vi
senvolver-se.
O presidente Trumam pôs o proble ma diante do Congresso, convocado extraordinàriamente para ouvir uma men sagem dramática, reclamando medidas imediatas.
Mais da metade da população dos Estados Unidos sofreu uma
queda do seu poder de compra, em virtude da alta do preço de
aumentados, sem correspondência no au vem de ordenados, os empregados civis, o.s donos de pequenos negócios, as fa mílias dependentes do rendimento das
economias invertidas em títulos, os pro prietários de imóveis.
Quanto ao diagnóstico do mal, e os perigos que apresenta, não
há divergência. O dissídio se estabelece sôbre os processos de
mercadorias, em relação ao últi mo ano. Nestes têrmos, "The
combate e os métodos de cura,
Journal of Commerce" resume a
mist", de 31 de julho, o seu
conforme
assinala
no
Obser\'ações
fixação de um salário mínimo mais alto,
medidas.
Os trabalhadores reclamam preços menores, com sa crifício dos lucros. Os ho
mens de negócio se batem
dução do consumo e menores despesas governamentais. Os republicanos plei teiam maior produção, menores despesas
de salanos vem forçando a ascensão crescente dos preços dos produtos bá
_à expansão inflacionista.
tindo pelo contrôlc de preços e polo racionamento. A plataforma do Parti do Democrático advogou as mesmas
por menores salários. Fi
conclusão da última análise do Federal Reserve Board sôbre as finanças dos consumidores. 24 milhões de lares ame ricanos são vitimas da inflação da se gunda guerra. E os seus sacrifícios se
denciais, que, embora necessário pela crise de habitação, seivirá, no momento,
semelhantes são feitas com relação à
nancistas defendem a re
plena expansão de um "booin"
cidade atual do país de produzir bens e ser\iços. As outras pro\iclências serão ineficientes, ou contraproducentes, como a de auxílio à constnição de casas resi
te Truman, há muitos me.ses, vem insis
o
O fantasma da inflação nos Estados Unidos
dância de dinheiro, em relação à capa
públicas, c moeda estável. Cada gnapo imputa a culpa ao outro, e procura fu
c maiores inversões na execução de pla nos de obras regionais.
As medidas apresentadas na mensa gem de Truman se apresentam aos comentadorcs do "Economist" como coniraditórias, e inspiradas pelas preocupa
ções de ordem política do momento, nas proximidades das eleições. A men sagem justifica o comentário feito por um congressista: "O presidente parece ser favorável ao aumento da inflação, dos preços e da escassez . Como
se
ve,
mais uma vez, te
gir à parcela de responsabilidade que
o flagelo da infla^
lhe cabe.
ção é antigo e co nhecido
Truman," na sua mensagem ao Con
gresso, recomenda a majoração do impôsto de renda, o contrôlc do crédito aos consumidores, a restrição do crédito
bancário, o combate à especulação, o racionamento e controle de preços.
Í" Ao ver dos observadores do "Econo
e
os
meios de comba tê-lo são indica
dos com freqüência, parecendo simples
porque a sua divulgação já os tomou de conhecimento geral, a ação anti-inflacionista é extremamente difícil, e se toma
mist" em Washington, das medidas in dicadas pelo presidente só uma atinge a causa fundamental do movimento inflacionário, a saber; o contrôlc do cré
uni problema em que a opinião dos téc nicos pesa menos do que os ditames da
dito bancário. Só esta providência al cançará eficientemente a origem do mal, que é o excesso de procura, pela abun
e de restrição; a falta de segurança no comando concorrerá para agravar o
política. Ê necessária muita sabedoria para executar uma política de sacríficios mal.
"Econo
.'/w /.
A^,I^L •
1
36
Dicesto EcoN-ÓAnco
ao mundo a preços altamente compen
tino nos primeiros quatro meses do ano
sadores os seus produtos nobres. O re-
passado foi de 222 milhões de pesos;
traimento interno, resultado da regula mentação governamental, e o restabele
cimento progressivo da normalidade da produção mundial, contribuem também para a crise, que se vem manifestando, depois de uma fase extraordinária de expansão mal aproveitada. O "Econo-
i^st", de 14 de agôsto, diz que o sr. Miranda, quando proxi-
"contundentes" preços dos produtos ar gentinos ~ resistência que tem o po deroso apoio da comissão cxecuti\'a do Plano Marshall.
Informa o jornal inglês que o líder da economia da Argentina tentou con tornar a
situação, con
cluindo tratados comer
será mais cordato do quê habitualmente. E a ra zão é que o estado da
balança 'comercial do seu
Inglaterra é, agora, me-
correspondente especial nos Estados Unidos.
neste ano, de apenas 164 milhões. E -hoje ha maior resí.stôncia diante dos
mamente visitar Londres,
voravel do que era: o saldo argen-
DfCESTO EcoNÓ^^co
tará, porém
"Economist".
ciais com países do oriente europeu, a fim de abrir novos merca dos. A tentativa resulineficiente,
comenta
Para alguns políticos americanos a solução óbvia reside em suspender as
f ção das despesas militares. O presiden
grandes inversões no exterior. Para ou-
•
tros, cm maior número, estará na rcdu-
cujas proporções parecem indefi nidas. os Estados Unidos vivem sob o
pavor de uma inflação, que pode ter cc.nsequencias sombrias, ,se não for de-
hdaa tempo. A pressão pelo aumento
rão ainda maiores, se cs salários forem
sicos; e a espiral sinistra ameaça de
mento da produtividade. Os grandes sacrificados são, como sempre, os que vi
senvolver-se.
O presidente Trumam pôs o proble ma diante do Congresso, convocado extraordinàriamente para ouvir uma men sagem dramática, reclamando medidas imediatas.
Mais da metade da população dos Estados Unidos sofreu uma
queda do seu poder de compra, em virtude da alta do preço de
aumentados, sem correspondência no au vem de ordenados, os empregados civis, o.s donos de pequenos negócios, as fa mílias dependentes do rendimento das
economias invertidas em títulos, os pro prietários de imóveis.
Quanto ao diagnóstico do mal, e os perigos que apresenta, não
há divergência. O dissídio se estabelece sôbre os processos de
mercadorias, em relação ao últi mo ano. Nestes têrmos, "The
combate e os métodos de cura,
Journal of Commerce" resume a
mist", de 31 de julho, o seu
conforme
assinala
no
Obser\'ações
fixação de um salário mínimo mais alto,
medidas.
Os trabalhadores reclamam preços menores, com sa crifício dos lucros. Os ho
mens de negócio se batem
dução do consumo e menores despesas governamentais. Os republicanos plei teiam maior produção, menores despesas
de salanos vem forçando a ascensão crescente dos preços dos produtos bá
_à expansão inflacionista.
tindo pelo contrôlc de preços e polo racionamento. A plataforma do Parti do Democrático advogou as mesmas
por menores salários. Fi
conclusão da última análise do Federal Reserve Board sôbre as finanças dos consumidores. 24 milhões de lares ame ricanos são vitimas da inflação da se gunda guerra. E os seus sacrifícios se
denciais, que, embora necessário pela crise de habitação, seivirá, no momento,
semelhantes são feitas com relação à
nancistas defendem a re
plena expansão de um "booin"
cidade atual do país de produzir bens e ser\iços. As outras pro\iclências serão ineficientes, ou contraproducentes, como a de auxílio à constnição de casas resi
te Truman, há muitos me.ses, vem insis
o
O fantasma da inflação nos Estados Unidos
dância de dinheiro, em relação à capa
públicas, c moeda estável. Cada gnapo imputa a culpa ao outro, e procura fu
c maiores inversões na execução de pla nos de obras regionais.
As medidas apresentadas na mensa gem de Truman se apresentam aos comentadorcs do "Economist" como coniraditórias, e inspiradas pelas preocupa
ções de ordem política do momento, nas proximidades das eleições. A men sagem justifica o comentário feito por um congressista: "O presidente parece ser favorável ao aumento da inflação, dos preços e da escassez . Como
se
ve,
mais uma vez, te
gir à parcela de responsabilidade que
o flagelo da infla^
lhe cabe.
ção é antigo e co nhecido
Truman," na sua mensagem ao Con
gresso, recomenda a majoração do impôsto de renda, o contrôlc do crédito aos consumidores, a restrição do crédito
bancário, o combate à especulação, o racionamento e controle de preços.
Í" Ao ver dos observadores do "Econo
e
os
meios de comba tê-lo são indica
dos com freqüência, parecendo simples
porque a sua divulgação já os tomou de conhecimento geral, a ação anti-inflacionista é extremamente difícil, e se toma
mist" em Washington, das medidas in dicadas pelo presidente só uma atinge a causa fundamental do movimento inflacionário, a saber; o contrôlc do cré
uni problema em que a opinião dos téc nicos pesa menos do que os ditames da
dito bancário. Só esta providência al cançará eficientemente a origem do mal, que é o excesso de procura, pela abun
e de restrição; a falta de segurança no comando concorrerá para agravar o
política. Ê necessária muita sabedoria para executar uma política de sacríficios mal.
"Econo
.'/w /.
A^,I^L •
1
r"*7v
Econômico
^escinhul.sos com ns rvspccliN tts ganhos
âçao e o
Custo de Vida
iinidiidcs inoiu t.irias. p ir certo que
fron^- ^
A^vedo^ Diretor do "Idorl", é ujn estudioso de assuntos ^
V
da egrégia Justiça do Trabalho — tor-
*nenlf, o poder aquisilixo dos.sa catego*■'3 de pessoas ficou muito diminuido oin
nou-.se comum dei.xur ao arbítrio das
Oão .se pode dizer daqueles «pie tèm Uniu renda
de suhíríos em relação ao índice de custo
^os preços elevados. Mas. o mesmo já
1 renome dosustenta nesse artieo 6 algo arrojada e háintcrôsse. de desf, pelo autor e seriedade da argumentação, grande
montante,
cm
função
JJA geralmente uma grande ilusão a respeito do poder de compra, não so a própria moeda, como também dos
que proauzem aquilo que se compra. O povo que procura desvendar a vera e, por entre a densa neblina de teo
rias e opiniões econômicas, nem sempre isentas de parcialidade, sente-se c-onfuso e não sabe atinar mais com as
causas de suas angústias orçamentárias
nas épocas de inflação, quando a maré dos valores entra a crescer além dos li
mites razoáveis. Os ganhos de cada um, a nao ser daqueles inicialmente be-
ne icia os pe a montante dos preços (co mercio em primeiro lugar; indústria de
transformação, em segundo; criadores e agricultores, por fim), não acompanham
os gastos. Partindo do fato de cada pro dutor adquirir os artigos para seu con sumo, mediante a venda dos que são objeto de suas atividades, sejam estas agrícolas ou industriais, é fácil concluir
que o poder aquisitivo dessas categorias econômicas independe do valor da moe
da ou, o que vem a dar na mesma, do grau de inflação monetária. Infelizmente, entre nós, essa questão ainda não foi posta nos seus devidos termos. Há iim enorme deblaterar, com
troca dc invectíva.s, de que re.sultam maior confusão e uma exacerbação de ãnimo.s pouco propícia a qualquer acor do e, o que é muito pior, aniquilantc da produção que todos deveriam estimular. Forque sô a produção total, e de cada
do
próprio alimento do custo da \ ida, visto voniü eles participam como beneficiários
da vida é o de 1946 — sua argumenta
oui industrial ou o seu operário, seja o fazendeiro, o sitiante on o trabalhador agrícola — cada qual retira de sua ati vidade produtora parcela maior do que
efeitos como "normal".
dos preços maiores da produção.
Poder aquisitivo real
partes interessadas escolher o ano de referência. Naturalmente, quando os advogados dos operários descobrem que o ano que apresenta melhores condíçõej.
^■Onseqiicncia da inflação da moeda c
e tem com assiduidade colaborado em nossa im-
tre nós — c isso recebeu o beneplácito
Rcal-
^■íirradas de razão lhes assistem.
Aldo M. Azevedo
médio de uma população definida. En
Seja
a que lhe cabia anteriormente, auferin
do conseqüentemente um rendimento monetário superior. Pode acontecer que ôsse rendimento não guarde exatamente
ção se desenvolverá a partir daquela si tuação, qut: consideram para todos os Muita cautela
deve ser posta.na escolha do ponto de
partida c, na melhor das hipóteses,, a
atitude mais justa é a que acolhe com reservas de relatividade os resultados
apresentados. O recente manifesto de um grupo de entidades rurais, dirigido em forma de
nitivamente o poder aquisitivo de iim
apresenta o custo da vida.
povo. É inútil di.scutir cm função de acusações recíprocas, muitas das quais falsas e extremamente tendenciosas, com
que existe, entre todos os que produ
apelo ao senhor Presidente da Repú blica, sugere algumas dúvidas metodoló gicas da ordem das que focalizamos aci
zem cconòmicamente, uma forçosa ten
ma.
um individualmente, é que regula defi
fatos deturpados por interpretações apai xonadas, que não permitam um julga mento sereno e, portanto, justo.
Fre
qüentemente nossos jornais são veículos
a mesma relação de crescimento que Mas, é certo
dência para nivelar seus ga nhos nas altitudes correspon dentes aos preços das coisas produzidas.
Nesse ponto, há ainda uma
para notícias, comentários e artigo.s, em
observação a fazer: — o ano
que se apreciam certos aspectos parti culares da inflação de preços, atribuin
referencia
do sua origem a uma classe econômica.
A mais visada, nas circunstâncias que o Brasil vem atravessando, tem sido a indústria nacional.
Quando o funcionário público ou aquele que vive de rendimentos fixos (proprietário de apólices de dívida pú blica ou de imóveis com aluguéis con gelados) protestam contra a alta do custo da vida, comparando o que gas tavam em certo ano passado com o que
hoje despendem, e confrontando esses
ou o estado que servem de (ano
blise,
nível
i
Estabelecendo paralelos entre as ocorrências industriais e agrí colas no período caracteriza
do pela inflação que o Brasil procura dominar, os lavrado res desejaram focalizar uma aparente injustiça social, não só quanto ao tratamento fis cal das duas chisses produto
ou padrão de vida etc.) pode
ras,
variar cje indivíduo a indiví duo. Para o cidadão "A", o
que cada uma consegue pelo
como
na
seu
ano de 1939 é que represen
economia
trabalho.
remuneração Dividindo
nacional
em
a
dois
ta o seu padrão normal de vida e de ganho; mas, para "B", esse ano pode corresponder a um ano excepcionalmen
grupos distintos — agricultura e indús tria — que se manteriam separados, a
te ruim, com ganhos inferiores aos usuais. Assim, quando tomamos um ano como referência básica para as com parações, é claro que não estamos visan
o manifesto cometeu desde logo um
do o caso particular de "X", mas o caso
agrícola e industrial, e duvido que al-
certa distância, a duelar-se mutuamente,
grave engano, a meu ver. Não há, nem pode haver, tal separação.
Não existe
linha divisória definida entre atividade
r"*7v
Econômico
^escinhul.sos com ns rvspccliN tts ganhos
âçao e o
Custo de Vida
iinidiidcs inoiu t.irias. p ir certo que
fron^- ^
A^vedo^ Diretor do "Idorl", é ujn estudioso de assuntos ^
V
da egrégia Justiça do Trabalho — tor-
*nenlf, o poder aquisilixo dos.sa catego*■'3 de pessoas ficou muito diminuido oin
nou-.se comum dei.xur ao arbítrio das
Oão .se pode dizer daqueles «pie tèm Uniu renda
de suhíríos em relação ao índice de custo
^os preços elevados. Mas. o mesmo já
1 renome dosustenta nesse artieo 6 algo arrojada e háintcrôsse. de desf, pelo autor e seriedade da argumentação, grande
montante,
cm
função
JJA geralmente uma grande ilusão a respeito do poder de compra, não so a própria moeda, como também dos
que proauzem aquilo que se compra. O povo que procura desvendar a vera e, por entre a densa neblina de teo
rias e opiniões econômicas, nem sempre isentas de parcialidade, sente-se c-onfuso e não sabe atinar mais com as
causas de suas angústias orçamentárias
nas épocas de inflação, quando a maré dos valores entra a crescer além dos li
mites razoáveis. Os ganhos de cada um, a nao ser daqueles inicialmente be-
ne icia os pe a montante dos preços (co mercio em primeiro lugar; indústria de
transformação, em segundo; criadores e agricultores, por fim), não acompanham
os gastos. Partindo do fato de cada pro dutor adquirir os artigos para seu con sumo, mediante a venda dos que são objeto de suas atividades, sejam estas agrícolas ou industriais, é fácil concluir
que o poder aquisitivo dessas categorias econômicas independe do valor da moe
da ou, o que vem a dar na mesma, do grau de inflação monetária. Infelizmente, entre nós, essa questão ainda não foi posta nos seus devidos termos. Há iim enorme deblaterar, com
troca dc invectíva.s, de que re.sultam maior confusão e uma exacerbação de ãnimo.s pouco propícia a qualquer acor do e, o que é muito pior, aniquilantc da produção que todos deveriam estimular. Forque sô a produção total, e de cada
do
próprio alimento do custo da \ ida, visto voniü eles participam como beneficiários
da vida é o de 1946 — sua argumenta
oui industrial ou o seu operário, seja o fazendeiro, o sitiante on o trabalhador agrícola — cada qual retira de sua ati vidade produtora parcela maior do que
efeitos como "normal".
dos preços maiores da produção.
Poder aquisitivo real
partes interessadas escolher o ano de referência. Naturalmente, quando os advogados dos operários descobrem que o ano que apresenta melhores condíçõej.
^■Onseqiicncia da inflação da moeda c
e tem com assiduidade colaborado em nossa im-
tre nós — c isso recebeu o beneplácito
Rcal-
^■íirradas de razão lhes assistem.
Aldo M. Azevedo
médio de uma população definida. En
Seja
a que lhe cabia anteriormente, auferin
do conseqüentemente um rendimento monetário superior. Pode acontecer que ôsse rendimento não guarde exatamente
ção se desenvolverá a partir daquela si tuação, qut: consideram para todos os Muita cautela
deve ser posta.na escolha do ponto de
partida c, na melhor das hipóteses,, a
atitude mais justa é a que acolhe com reservas de relatividade os resultados
apresentados. O recente manifesto de um grupo de entidades rurais, dirigido em forma de
nitivamente o poder aquisitivo de iim
apresenta o custo da vida.
povo. É inútil di.scutir cm função de acusações recíprocas, muitas das quais falsas e extremamente tendenciosas, com
que existe, entre todos os que produ
apelo ao senhor Presidente da Repú blica, sugere algumas dúvidas metodoló gicas da ordem das que focalizamos aci
zem cconòmicamente, uma forçosa ten
ma.
um individualmente, é que regula defi
fatos deturpados por interpretações apai xonadas, que não permitam um julga mento sereno e, portanto, justo.
Fre
qüentemente nossos jornais são veículos
a mesma relação de crescimento que Mas, é certo
dência para nivelar seus ga nhos nas altitudes correspon dentes aos preços das coisas produzidas.
Nesse ponto, há ainda uma
para notícias, comentários e artigo.s, em
observação a fazer: — o ano
que se apreciam certos aspectos parti culares da inflação de preços, atribuin
referencia
do sua origem a uma classe econômica.
A mais visada, nas circunstâncias que o Brasil vem atravessando, tem sido a indústria nacional.
Quando o funcionário público ou aquele que vive de rendimentos fixos (proprietário de apólices de dívida pú blica ou de imóveis com aluguéis con gelados) protestam contra a alta do custo da vida, comparando o que gas tavam em certo ano passado com o que
hoje despendem, e confrontando esses
ou o estado que servem de (ano
blise,
nível
i
Estabelecendo paralelos entre as ocorrências industriais e agrí colas no período caracteriza
do pela inflação que o Brasil procura dominar, os lavrado res desejaram focalizar uma aparente injustiça social, não só quanto ao tratamento fis cal das duas chisses produto
ou padrão de vida etc.) pode
ras,
variar cje indivíduo a indiví duo. Para o cidadão "A", o
que cada uma consegue pelo
como
na
seu
ano de 1939 é que represen
economia
trabalho.
remuneração Dividindo
nacional
em
a
dois
ta o seu padrão normal de vida e de ganho; mas, para "B", esse ano pode corresponder a um ano excepcionalmen
grupos distintos — agricultura e indús tria — que se manteriam separados, a
te ruim, com ganhos inferiores aos usuais. Assim, quando tomamos um ano como referência básica para as com parações, é claro que não estamos visan
o manifesto cometeu desde logo um
do o caso particular de "X", mas o caso
agrícola e industrial, e duvido que al-
certa distância, a duelar-se mutuamente,
grave engano, a meu ver. Não há, nem pode haver, tal separação.
Não existe
linha divisória definida entre atividade
I
40
Digesto Econômico 41
picESTo Econômico
guém seja capaz de localizá-la rigorosa mente.
Mas, a parte mais discutível da ex
posição dos lavradores é a que procura fazer crer que a indústria tirou maior
proveito do que os produtores agrícolas das elevações de preços, graças à prote ção alfandegária. Como se verifica, o
problema gira em torno do poder aqui
sitivo de uma classe, em relação a outra, comparados dois períodos de tempo. Ora, essa questão interessantíssima não foi abordada com o devido cuidado. Pa ra comprovar a tese lavourista, seria
indispensável que as comparações se £izes^m na base do valor dos respectivos pro utos. Porque é preciso não esque cer que existe um princípio inexorável,
de economia e justiça social, que pro
to (e eu não tenho ainda elementos es
tatísticos certos para faze-lo) ninguém
II
poderá objetivamente nfirniar a vanta
gem ou desvantagem de uma classe st>brc outra. Creio mesmo que, dentro de cada classe, haverá discrcpàncias impres sionantes.
Preços industriais e agrícolas o desejo de chegar logo a uma con clusão objetiva aproxinrada c.spicaçou
complexo, devemos conformar-nos com o exame de cada faceta por sua vez,
minha curiosidade c transformou-a em
aplicando aquele princípio da ciência
assim como a distinção das classes so
ato de pesquisa, que mo levou a recor rer aos arquivos estatísticos bem fomi-
querido dos economistas: — "ceteris
ciais, é um recurso de di.scussão alta
dos da Divisão do Estatística e Do
Aliás, penso que a .separação em clas ses, agrícolas, industriais e comerciais,
mente prejudicial à compreensão do pro blema social. Não há razão alguma,
hoje em dia, para continuar essa sepa ração, especialmente em um país como o Brasil, em que o "melting-pot" rea liza uma permanente fusão de raças e de fortunas, sem preconceitos de qual quer espécie. Portanto, se desejamos
experimental expresso no binômio tão parihu^'.
cumentação Social do Departamento de
Principiemos por comparar globalmen
Cultura da Prefeitura da Capital, onde o estudioso Oscar Egidfo dc Araújo x'cio ao meu encontro com grande parte dos
te a contribuição dos produtos da la voura e da indústria para o encarecimcnto do custo da xada desde 1939.
elementos informativos necessários para a verificação em vista. Antes dc apre sentar ôsses dados e as deduções que
Em junho de 1948, o índice de custo da vida para a cidade de São Paulo, relaüvamente a janeiro de 1939, era de
379. Êsse número, como veremos da
madas "classes" — a primeira coisa a
ê!cs permitem, seja-me lícito salientar preliminarmente que reputo êstc estudo como uma aproximação da verdade, que deve ser levada cm conta na relati-
quilo que produz. E quanto mais pro duzir, maior será o seu poder aquisitivo;
fazer é não mencioná-las e considerá-las
ridado de seus valores médios, que
só dos produtos como dos que os pro
inexistentes entre nós.
e quanto menor fôr o custo de sua pro-
convencional não é necessária na reali
duzem. No cálculo dêsse índice, como é sabido, entram numerosos artigos em
uçao (eficiência) maior também será o seu poder aquisitivo.
dade da vida econômica nacional.
representam condições pouco encontradiças na vida prática. Não se acusem, porém, de abstratos ou inexatos òsses dados e os que deles resultam, pelo
porciona o poder aquisitivo de cada um na me.sma razão de sua produtividade.
ada produtor compra os artigos da produção alheia mediante a venda da
Por conseguinte, para avaliar-se o verdadeu-o poder aquisitivo de um lavra
sinceramente manter integradas, em co munhão de interesses e ideais, essas cha
Sua existência
Aguardemos, portanto, que se publi quem dados oficiais, fidedignos, pelos
motivo de
não
de apurar o poder de compra real, nao diferentes proporções, que constituem
as "ponderações" da composição dos
preços. A alimentação, que entre nós contribui
haver
uma multidão de pessoas
quais qualquer pessoa de mediana in teligência possa verificar, sem cálculos
feitamente nas condições
café, feijão, milho, batatas, bois ou car neiros, Se verificarmos o que um lavra
obstrusos, se um lavrador tem hoje maior
apresentadas como re
ou menor poder aquisitivo de produtos industriais do que no passado. E não
presentativas. Explico-
dor podia adquirir com uma unidade de
nos esqueçamos de escolher com a maior
dor será necessário partir do principal produto de sua lavoura, seja ele arroz,
qui por diante, vai servir de denomina dor comum aos demais índices, a fim
com 57% das despesas,
que se enquadrem per
tem o seu índice avalia
do pelo preço de varejo de 47 gêneros, dos quais 36 provêm diretamente
me: — não há indivíduo
da lavoura, sem trans
— em pares de sapatos, quilos de ara me farpado, dúzias de enxadas, metros
apogeu e a indústria em plena crise, os
que seja exclusivamente plantador de feijão, ou que se limite a fabricar sapatos. Em geral, cada pessoa abrange um conjunto de ativida des produtoras mistas, e compreende
resultados serão fatalmente deformados
certamente a situação de consumidor e
téria-prima procedente do campo (goia bada, manteiga, café em pó, lingüiça,
de tecidos etc. — então obteremos real
em sentido inverso do que obteríamos
contribuinte...
açúcar etc.).
mente a medida e.xata do que pretende mos julgar. Enquanto isso não fôr fei-
se partíssemos do ano de 1944, que marca o ápice dos preços industriais...
cjuecido ao analisarmos alguns casos
seu principal produto — uma saca de arroz, de café etc., ou uma arroba de
cautela a época de referência no passa do... Porque se tomarmos como base
boi ou carneiro - em têrmos de arügos
os preços de janeiro de 1929, por exem
industriais mais comumente consumidos
plo, quando o café se encontrava no
Que isso não seja es-
formação; e 11 são ar
tigos
industriabzados,
mas com preço forte
mente influenciado pelo valor da ma
Como é impossível enxergar
Do mesmo modo, podemos isolar como artigos industriais os que compõem os
todas as faces do problema, que é muito
grupos "vestuário", "fumo", "limpeza
adiante.
I
40
Digesto Econômico 41
picESTo Econômico
guém seja capaz de localizá-la rigorosa mente.
Mas, a parte mais discutível da ex
posição dos lavradores é a que procura fazer crer que a indústria tirou maior
proveito do que os produtores agrícolas das elevações de preços, graças à prote ção alfandegária. Como se verifica, o
problema gira em torno do poder aqui
sitivo de uma classe, em relação a outra, comparados dois períodos de tempo. Ora, essa questão interessantíssima não foi abordada com o devido cuidado. Pa ra comprovar a tese lavourista, seria
indispensável que as comparações se £izes^m na base do valor dos respectivos pro utos. Porque é preciso não esque cer que existe um princípio inexorável,
de economia e justiça social, que pro
to (e eu não tenho ainda elementos es
tatísticos certos para faze-lo) ninguém
II
poderá objetivamente nfirniar a vanta
gem ou desvantagem de uma classe st>brc outra. Creio mesmo que, dentro de cada classe, haverá discrcpàncias impres sionantes.
Preços industriais e agrícolas o desejo de chegar logo a uma con clusão objetiva aproxinrada c.spicaçou
complexo, devemos conformar-nos com o exame de cada faceta por sua vez,
minha curiosidade c transformou-a em
aplicando aquele princípio da ciência
assim como a distinção das classes so
ato de pesquisa, que mo levou a recor rer aos arquivos estatísticos bem fomi-
querido dos economistas: — "ceteris
ciais, é um recurso de di.scussão alta
dos da Divisão do Estatística e Do
Aliás, penso que a .separação em clas ses, agrícolas, industriais e comerciais,
mente prejudicial à compreensão do pro blema social. Não há razão alguma,
hoje em dia, para continuar essa sepa ração, especialmente em um país como o Brasil, em que o "melting-pot" rea liza uma permanente fusão de raças e de fortunas, sem preconceitos de qual quer espécie. Portanto, se desejamos
experimental expresso no binômio tão parihu^'.
cumentação Social do Departamento de
Principiemos por comparar globalmen
Cultura da Prefeitura da Capital, onde o estudioso Oscar Egidfo dc Araújo x'cio ao meu encontro com grande parte dos
te a contribuição dos produtos da la voura e da indústria para o encarecimcnto do custo da xada desde 1939.
elementos informativos necessários para a verificação em vista. Antes dc apre sentar ôsses dados e as deduções que
Em junho de 1948, o índice de custo da vida para a cidade de São Paulo, relaüvamente a janeiro de 1939, era de
379. Êsse número, como veremos da
madas "classes" — a primeira coisa a
ê!cs permitem, seja-me lícito salientar preliminarmente que reputo êstc estudo como uma aproximação da verdade, que deve ser levada cm conta na relati-
quilo que produz. E quanto mais pro duzir, maior será o seu poder aquisitivo;
fazer é não mencioná-las e considerá-las
ridado de seus valores médios, que
só dos produtos como dos que os pro
inexistentes entre nós.
e quanto menor fôr o custo de sua pro-
convencional não é necessária na reali
duzem. No cálculo dêsse índice, como é sabido, entram numerosos artigos em
uçao (eficiência) maior também será o seu poder aquisitivo.
dade da vida econômica nacional.
representam condições pouco encontradiças na vida prática. Não se acusem, porém, de abstratos ou inexatos òsses dados e os que deles resultam, pelo
porciona o poder aquisitivo de cada um na me.sma razão de sua produtividade.
ada produtor compra os artigos da produção alheia mediante a venda da
Por conseguinte, para avaliar-se o verdadeu-o poder aquisitivo de um lavra
sinceramente manter integradas, em co munhão de interesses e ideais, essas cha
Sua existência
Aguardemos, portanto, que se publi quem dados oficiais, fidedignos, pelos
motivo de
não
de apurar o poder de compra real, nao diferentes proporções, que constituem
as "ponderações" da composição dos
preços. A alimentação, que entre nós contribui
haver
uma multidão de pessoas
quais qualquer pessoa de mediana in teligência possa verificar, sem cálculos
feitamente nas condições
café, feijão, milho, batatas, bois ou car neiros, Se verificarmos o que um lavra
obstrusos, se um lavrador tem hoje maior
apresentadas como re
ou menor poder aquisitivo de produtos industriais do que no passado. E não
presentativas. Explico-
dor podia adquirir com uma unidade de
nos esqueçamos de escolher com a maior
dor será necessário partir do principal produto de sua lavoura, seja ele arroz,
qui por diante, vai servir de denomina dor comum aos demais índices, a fim
com 57% das despesas,
que se enquadrem per
tem o seu índice avalia
do pelo preço de varejo de 47 gêneros, dos quais 36 provêm diretamente
me: — não há indivíduo
da lavoura, sem trans
— em pares de sapatos, quilos de ara me farpado, dúzias de enxadas, metros
apogeu e a indústria em plena crise, os
que seja exclusivamente plantador de feijão, ou que se limite a fabricar sapatos. Em geral, cada pessoa abrange um conjunto de ativida des produtoras mistas, e compreende
resultados serão fatalmente deformados
certamente a situação de consumidor e
téria-prima procedente do campo (goia bada, manteiga, café em pó, lingüiça,
de tecidos etc. — então obteremos real
em sentido inverso do que obteríamos
contribuinte...
açúcar etc.).
mente a medida e.xata do que pretende mos julgar. Enquanto isso não fôr fei-
se partíssemos do ano de 1944, que marca o ápice dos preços industriais...
cjuecido ao analisarmos alguns casos
seu principal produto — uma saca de arroz, de café etc., ou uma arroba de
cautela a época de referência no passa do... Porque se tomarmos como base
boi ou carneiro - em têrmos de arügos
os preços de janeiro de 1929, por exem
industriais mais comumente consumidos
plo, quando o café se encontrava no
Que isso não seja es-
formação; e 11 são ar
tigos
industriabzados,
mas com preço forte
mente influenciado pelo valor da ma
Como é impossível enxergar
Do mesmo modo, podemos isolar como artigos industriais os que compõem os
todas as faces do problema, que é muito
grupos "vestuário", "fumo", "limpeza
adiante.
1,4^.j »iy-
Dicesto EcoxÓNaco
doiTiestíca" e "móveis" e somam parce las do índice de custo da vida que absor.
mos fazer uns racíocínio.s complomcntares rjuc e.sclarecc-m um pouco mais a si
\em apenas 17% das despesas totais. Embora sua influencia no aumento do
tuação das duas fontes produtoras, quanto ao respectivo poder aquisiti\'o. Senão, vejamos: — o índice de custo
custo da vida fique desde logo atenua da pela reduzida proporção, êsse con
da vida representa, apro.ximadamenle, o poder de compra da moeda. A nossa
junto de artigos tipicamente da indústria
pode servir para estabelecer aproximada
moeda, com - a altoruçao do custo da vida, teve o seu poder aquisitivo redu zido na mesma razão do inverso do ín
mente a relação de paridade entre os preços agrícolas e industriais.
Prevejo, nesta altura, uma objeção: —
dice de custo da vida. Assim, cbega-
esses preços, sendo os do comércio va
mo.s que o cruzeiro de junho de 194S
rejista, não representam o valor recebido
tem seu poder de compra reduzido a
pelo lamdor pelos produtos da terra.
26,4% do que valia em 1939 (janeiro). Mas, desde que os produtos provenientes da lavoura ti\'eram o seu preço eleva
• as, o mesmo poder-se-ia dizer dos
preços industriais. Naturalmente, tudo •caria cdmplicadíssimo se fôssemos en-
do para o índice 461, somos levados a
ar com o custo do comércio inlermediá-
crer (ceiem parihufi) que o seu poder de compra passou de 100, cm janeiro
r'o, que admitimos como equivalente no.s ois casos, embora saibamos não o seja. ntretanto, a divergência não é de mon
de 1939, para 121,6% em junho de
1948. Do mesmo modo, achamos que o
ta, como poderemos verificar indireta
poder de compra dos artigo.s industriais
mente mais além.
(e, naturalmente, de seus produtores) passou de 100, em janeiro de 1939, para
Fazendo o cálculo do encarecimento encontrado para os produtos industriais
102,4 em junho de 1948. Ou, melhor:
(que compõem aquêles grupos do índi
— enquanto a lavoura teve o seu poder
ce de custo da vida da cidade de São
Paulo) verificaremos que seu índice em junho de 1948 era 388. Assim, dos artígos que entram na composição do mdice de custo da vida em São Paulo,
aquisitivo aumentado de 22%, de 1939 para 1948, a indústria obteve um aumen
to de menos de 3% no mesmo período.
cola alcançaram o índice 461, enquanto
Êsse cálculo, se não pode ser terminante, é contudo concludente no senti do de mostrar que, na inflação da se gunda guerra mundial, as classes a^rrí-
que os industriais chegaram sòmente a
colas brasileiras foram beneficiadas, ^lo
encontramos que os de procedência agrí 388, no mesmo período de janeiro de 1939 a junho de 1948. Ora, como o índice ge ral do custo da vida subiu a 379, podere
menos em grau superior às classes indus
triais. Veremos, a seguir, quais foram as verdadeiras "vítimas da inflação".
III
As "vitimas" da inflação Partindo do princípio de ser possí vel considerar-se o poder aquisitivo de
a organizar uma tabela, não dos preços
cada produtor "proporcional" à cotação
dos artigos de maior consumo que io-
Díoesto Econômico fluem no índice do custo da vida, mas
beíecidos para o custo da vidà na ci
precisamente dos "índices" respectivos, entre duas épocas de comparação, con
dade de São Paulo. Na impossibilidade
de incluir todos os produtos, que sobem
frontando êsscs índices com o índice
a mais de uma centena, foram escolliidos
geral, que funcionará como denominador comum para a aferição apro.ximada do poder aquisitivo de cada artigo c, conse qüentemente, dos indi\'ídu()s ou entida
os mais representati\os. A tabela I re laciona esses artigos, em ordem decres cente de poder aquisitivo atual, em re lação ao mesmo poder que possuíam em janeiro de 1939.
des que os produzem.
Na
Pode parecer, à pri
quarta coluna dessa ta
meira vista, que êsse
bela estão indicadas as
cálculo 6 forçado. En
percentagens
tretanto, como aproxi
mento
ou
de
au
diminuição
mação, não há melhor.
que cada produto al
De fato, cada membro
cançou nos nove anos decorridos. Essa ta
da sociedade adcjuire as coisas de que pre
r-
bela mostra como foi bastante variável a mo
cisa para viver, median
dificação havida, o que
te o fornecimento de
reforça a necessidade de não generalizar fa
serviços ou de outras
coisas que lhes são so
bejas. Portanto, admi tir que o poder aquisi tivo de cada pessoa, (ou, por e.xtensão, de cada classe) caminhe proporcional mente ao índice do valor daquilo que essa pessoa produz, seja algodão, sapa tos ou instalações elétricas, não é um
exagero. Pelo contrário, como se ado tará o mesmo processo de análise e de crítica para as mais diversas categorias de pessoas, ou os mais variados artigos
de consumo corrente, é claro que dessa visão parcelada do fenômeno social po deremos obter uma idéia sintética do conjunto.
Iniciemos nossa tabulação pelos ar
tigos que compõem as despesas normais de uma família, segundo os dados esta-
cilmente. Por exemplo, a batata pode comprar
cm 1948 cerca de três vêzes mais "custo da vida" do que em 1939. Inversamen
te o açúcar de 1948 tem um poder
aquisitivo cêrca de 75% do que possuía há nove anos atrás. Ou, em outras pa
lavras, um quilograma de batatas com
pra 4 vêzes mais açúcar em 1948, do que comprava em 1939. As combina ções são inúmeras, e à vi.sta da tabela cada leitor poderá divertir-se em relacio nar comparativaraente os diversos produ tos, sem esquecer que o poder de compra de cada um deve refletir apro.ximadamen.
te o poder de compra de quem o produz. Para melhor compreensão dos índices, in cluo inicialmente o do poder aquisitivo da
moeda e do próprio custo de vida.
do respectivo produto — somos tentados
;
... tV
1,4^.j »iy-
Dicesto EcoxÓNaco
doiTiestíca" e "móveis" e somam parce las do índice de custo da vida que absor.
mos fazer uns racíocínio.s complomcntares rjuc e.sclarecc-m um pouco mais a si
\em apenas 17% das despesas totais. Embora sua influencia no aumento do
tuação das duas fontes produtoras, quanto ao respectivo poder aquisiti\'o. Senão, vejamos: — o índice de custo
custo da vida fique desde logo atenua da pela reduzida proporção, êsse con
da vida representa, apro.ximadamenle, o poder de compra da moeda. A nossa
junto de artigos tipicamente da indústria
pode servir para estabelecer aproximada
moeda, com - a altoruçao do custo da vida, teve o seu poder aquisitivo redu zido na mesma razão do inverso do ín
mente a relação de paridade entre os preços agrícolas e industriais.
Prevejo, nesta altura, uma objeção: —
dice de custo da vida. Assim, cbega-
esses preços, sendo os do comércio va
mo.s que o cruzeiro de junho de 194S
rejista, não representam o valor recebido
tem seu poder de compra reduzido a
pelo lamdor pelos produtos da terra.
26,4% do que valia em 1939 (janeiro). Mas, desde que os produtos provenientes da lavoura ti\'eram o seu preço eleva
• as, o mesmo poder-se-ia dizer dos
preços industriais. Naturalmente, tudo •caria cdmplicadíssimo se fôssemos en-
do para o índice 461, somos levados a
ar com o custo do comércio inlermediá-
crer (ceiem parihufi) que o seu poder de compra passou de 100, cm janeiro
r'o, que admitimos como equivalente no.s ois casos, embora saibamos não o seja. ntretanto, a divergência não é de mon
de 1939, para 121,6% em junho de
1948. Do mesmo modo, achamos que o
ta, como poderemos verificar indireta
poder de compra dos artigo.s industriais
mente mais além.
(e, naturalmente, de seus produtores) passou de 100, em janeiro de 1939, para
Fazendo o cálculo do encarecimento encontrado para os produtos industriais
102,4 em junho de 1948. Ou, melhor:
(que compõem aquêles grupos do índi
— enquanto a lavoura teve o seu poder
ce de custo da vida da cidade de São
Paulo) verificaremos que seu índice em junho de 1948 era 388. Assim, dos artígos que entram na composição do mdice de custo da vida em São Paulo,
aquisitivo aumentado de 22%, de 1939 para 1948, a indústria obteve um aumen
to de menos de 3% no mesmo período.
cola alcançaram o índice 461, enquanto
Êsse cálculo, se não pode ser terminante, é contudo concludente no senti do de mostrar que, na inflação da se gunda guerra mundial, as classes a^rrí-
que os industriais chegaram sòmente a
colas brasileiras foram beneficiadas, ^lo
encontramos que os de procedência agrí 388, no mesmo período de janeiro de 1939 a junho de 1948. Ora, como o índice ge ral do custo da vida subiu a 379, podere
menos em grau superior às classes indus
triais. Veremos, a seguir, quais foram as verdadeiras "vítimas da inflação".
III
As "vitimas" da inflação Partindo do princípio de ser possí vel considerar-se o poder aquisitivo de
a organizar uma tabela, não dos preços
cada produtor "proporcional" à cotação
dos artigos de maior consumo que io-
Díoesto Econômico fluem no índice do custo da vida, mas
beíecidos para o custo da vidà na ci
precisamente dos "índices" respectivos, entre duas épocas de comparação, con
dade de São Paulo. Na impossibilidade
de incluir todos os produtos, que sobem
frontando êsscs índices com o índice
a mais de uma centena, foram escolliidos
geral, que funcionará como denominador comum para a aferição apro.ximada do poder aquisitivo de cada artigo c, conse qüentemente, dos indi\'ídu()s ou entida
os mais representati\os. A tabela I re laciona esses artigos, em ordem decres cente de poder aquisitivo atual, em re lação ao mesmo poder que possuíam em janeiro de 1939.
des que os produzem.
Na
Pode parecer, à pri
quarta coluna dessa ta
meira vista, que êsse
bela estão indicadas as
cálculo 6 forçado. En
percentagens
tretanto, como aproxi
mento
ou
de
au
diminuição
mação, não há melhor.
que cada produto al
De fato, cada membro
cançou nos nove anos decorridos. Essa ta
da sociedade adcjuire as coisas de que pre
r-
bela mostra como foi bastante variável a mo
cisa para viver, median
dificação havida, o que
te o fornecimento de
reforça a necessidade de não generalizar fa
serviços ou de outras
coisas que lhes são so
bejas. Portanto, admi tir que o poder aquisi tivo de cada pessoa, (ou, por e.xtensão, de cada classe) caminhe proporcional mente ao índice do valor daquilo que essa pessoa produz, seja algodão, sapa tos ou instalações elétricas, não é um
exagero. Pelo contrário, como se ado tará o mesmo processo de análise e de crítica para as mais diversas categorias de pessoas, ou os mais variados artigos
de consumo corrente, é claro que dessa visão parcelada do fenômeno social po deremos obter uma idéia sintética do conjunto.
Iniciemos nossa tabulação pelos ar
tigos que compõem as despesas normais de uma família, segundo os dados esta-
cilmente. Por exemplo, a batata pode comprar
cm 1948 cerca de três vêzes mais "custo da vida" do que em 1939. Inversamen
te o açúcar de 1948 tem um poder
aquisitivo cêrca de 75% do que possuía há nove anos atrás. Ou, em outras pa
lavras, um quilograma de batatas com
pra 4 vêzes mais açúcar em 1948, do que comprava em 1939. As combina ções são inúmeras, e à vi.sta da tabela cada leitor poderá divertir-se em relacio nar comparativaraente os diversos produ tos, sem esquecer que o poder de compra de cada um deve refletir apro.ximadamen.
te o poder de compra de quem o produz. Para melhor compreensão dos índices, in cluo inicialmente o do poder aquisitivo da
moeda e do próprio custo de vida.
do respectivo produto — somos tentados
;
... tV
44
Dicesto
EcoNÓNnco
5CS e dignos de niaiore.s in\'e,stigações.
TABELA I
Deixando dc lado Índice de custo oa vida
PODER AQUISITIVO
ARTIGOS
Janeiro 1939 Junho 1948 MOEDA
100,00
CUSTO DA VIDA
100,00
Batata
100,00 100,00
Feijão
100,0 379.0
1.136,0 580,0
Variação
Relativo
—
26,4%
73,6%
versas categorias profissionais, mesmo
qualquer confronto entre a tabela I e a
-h
entre operários industriais, que não pro
II deve considerar, essa diferença, que se reflete especialmente nos índices de
53,0%
121,0%
461,0 450,0
118,7%
-f +
21,e% 18,7%
Algodão em rama
100,00 100,00
424,0 413,0
111,9% 108,9%
■h
11,9%
+
8,9%
industriais
cluídos no
índice
grediram no mesmo passo das demais. Os dados originais do quiidro seguinte
custo da vida.
TABELA II
(in
INOICeS OE CUSTO DA VIDA
de
custo da vida)
São Paulo" de 9 de junho de 1948. A comparação se faz entre janeiro de 1939 e janeiro de 1948. Por conseguinte,
+ 199,7%
100,00
Artigos
mentação Social, inserta no "Diário de
+ 279,0%
Café em sacos
Sabão comum
situação de inferioridade dos proprietá rios de imóveis, cuja renda foi congela da por lei, bem assim a dos capitalistas que auferem rendimentos fixos de tíl^ilos de divida pública, fortemente influencia dos pela depreciação da moeda — liá di
foram em sua maior parte retirados da publicação do Departamento de Cultura da Prefeitura do Município da Capital, por sua Di\isão de Estatística e Docu
299,7% 153,0%
geral (incluídos no ín100,00
inoinentàneamente a
379,0%
Gêneros alimentícios em
aice de custo da vida).
45
DÍCE.STO Econômico
100,00 100,00
388,0
Milho em sacos Arroz amarelão
100,00
Calçado tipo médio . .. . Roupa de homem
100,00
329,0 320,0
Açúcar
100,00
100,00
380,0 307,0 284,0
PROFISSÕES
102,4% 100,3% 86,8%
84,4% 81,0% 74,9%
+
2,4%
-f-
0.3%
— —
13,2% 15,6%
—
19,0%
—
25,1%
Janeiro 1939 |7ane«ro 1948
CUSTO DA VIDA MOEDA Pintor
Ajudante de encanador .
100,00 100,00 100,00 100,00
PODER
Relativo
AQUISITIVO
Variação
360,47 100,00
360,47%
27,74%
-1- 260,47% — 72,26%
781,00
216,66% 176,43%
-b 116,66% -h 76,43% ■f + -H +
636,00
Motorista de caminhão e
100,00
600,00
571,00
Carpinteiro
100,00 100,00
Trabalhador comum
100,00
471,00
166,45% 158,40% 132,05% 130,66%
100,00
ônibus Eletricista instalador
Na economia denominada capitalista,
O quadro acima tabulado revela a
em que se respeita a livre iniciativa
disparidade que o movimento inflacionário gerou, modificando a antiga situação de equilíbrio do poder aquisitivo entre as diversas categorias de produtores. Mas, o que se verifica nessa face da
MÉDIA DOS ÍNDICES
particular, o desequilíbrio extremo, que se verifica entre os vários artigos necessános à subsistência do homem civiliza do brasileiro, não deveria ocorrer. No
caso atual, a conjuntura econômica le
varia todo mundo .a plantar batatas (no
economia, ainda que em facetas restri tas, não é tudo. O lado representado
Servente
. . .
de pedreiro
e
tecelão de algodão . . . Pedreiro DE
SALÁRIOS
RÁRIOS NA CAPITAL
A prova da
exagerada cotação da batata entre nós
seguinte, confeccionado sob o mesmo
é a importação dêsse alimento, em gran
critério da tabela I,
Tipógrafo Diretor de fábrica (°) . .
de escala, da Itália, país que vem sain do da guerra, derrotado e bombardea
aqueles que realmente poderiam ser
o gênero de maior cotação e que oferece
do. E* triste, para não dizer vergonho so, o que nos acontece, fruto de uma
economia mal dirigida.
denominados
"vítimas
vamos
da
encontrar
inflação".
Na tabela II, que traz uma relação dos índices de ganhos de dezoito categorias de pessoas, aparecem casos muito curio-
126,22%
444,00 _
123,17%
-b 26,22% -b 23,17%
100,00 ■
443,00
122,89%
-b
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
400,00
110,96% 107,36% 92,38%
-b 10,96% -b 7,36% — 7,62%
83,22% 79,34%
— 16,78%
286,00
100.00 100,00 100,00 100,00
260,00 208,00
72,13% 57,70%
— 27,87%
121,80 120,00
33,69% 33,30%
(20)
Operário de fábrica co
maior poder aquisitivo.
455,00
100,00
PROFISSIONAIS OPE
pelos ganhos individuais, das várias pro fissões e categorias de rendeiros, apre senta maiores divergências. No quadro
sentido cortês da expressão.. .), que é
476,00
66,45% 58,40% 32,05% 30,66%
mum
Encanador
Soldador elétrico
Funcionário Público
(°)
1.° Escriturário do Estado Toraeiro
Proprietário de Imóvel (§)
Capitalista
(Juros)
(")
387,00 333,00 300,00
22,89%
— 20,66%
— 42,30% — 66,31% — 66,70%
44
Dicesto
EcoNÓNnco
5CS e dignos de niaiore.s in\'e,stigações.
TABELA I
Deixando dc lado Índice de custo oa vida
PODER AQUISITIVO
ARTIGOS
Janeiro 1939 Junho 1948 MOEDA
100,00
CUSTO DA VIDA
100,00
Batata
100,00 100,00
Feijão
100,0 379.0
1.136,0 580,0
Variação
Relativo
—
26,4%
73,6%
versas categorias profissionais, mesmo
qualquer confronto entre a tabela I e a
-h
entre operários industriais, que não pro
II deve considerar, essa diferença, que se reflete especialmente nos índices de
53,0%
121,0%
461,0 450,0
118,7%
-f +
21,e% 18,7%
Algodão em rama
100,00 100,00
424,0 413,0
111,9% 108,9%
■h
11,9%
+
8,9%
industriais
cluídos no
índice
grediram no mesmo passo das demais. Os dados originais do quiidro seguinte
custo da vida.
TABELA II
(in
INOICeS OE CUSTO DA VIDA
de
custo da vida)
São Paulo" de 9 de junho de 1948. A comparação se faz entre janeiro de 1939 e janeiro de 1948. Por conseguinte,
+ 199,7%
100,00
Artigos
mentação Social, inserta no "Diário de
+ 279,0%
Café em sacos
Sabão comum
situação de inferioridade dos proprietá rios de imóveis, cuja renda foi congela da por lei, bem assim a dos capitalistas que auferem rendimentos fixos de tíl^ilos de divida pública, fortemente influencia dos pela depreciação da moeda — liá di
foram em sua maior parte retirados da publicação do Departamento de Cultura da Prefeitura do Município da Capital, por sua Di\isão de Estatística e Docu
299,7% 153,0%
geral (incluídos no ín100,00
inoinentàneamente a
379,0%
Gêneros alimentícios em
aice de custo da vida).
45
DÍCE.STO Econômico
100,00 100,00
388,0
Milho em sacos Arroz amarelão
100,00
Calçado tipo médio . .. . Roupa de homem
100,00
329,0 320,0
Açúcar
100,00
100,00
380,0 307,0 284,0
PROFISSÕES
102,4% 100,3% 86,8%
84,4% 81,0% 74,9%
+
2,4%
-f-
0.3%
— —
13,2% 15,6%
—
19,0%
—
25,1%
Janeiro 1939 |7ane«ro 1948
CUSTO DA VIDA MOEDA Pintor
Ajudante de encanador .
100,00 100,00 100,00 100,00
PODER
Relativo
AQUISITIVO
Variação
360,47 100,00
360,47%
27,74%
-1- 260,47% — 72,26%
781,00
216,66% 176,43%
-b 116,66% -h 76,43% ■f + -H +
636,00
Motorista de caminhão e
100,00
600,00
571,00
Carpinteiro
100,00 100,00
Trabalhador comum
100,00
471,00
166,45% 158,40% 132,05% 130,66%
100,00
ônibus Eletricista instalador
Na economia denominada capitalista,
O quadro acima tabulado revela a
em que se respeita a livre iniciativa
disparidade que o movimento inflacionário gerou, modificando a antiga situação de equilíbrio do poder aquisitivo entre as diversas categorias de produtores. Mas, o que se verifica nessa face da
MÉDIA DOS ÍNDICES
particular, o desequilíbrio extremo, que se verifica entre os vários artigos necessános à subsistência do homem civiliza do brasileiro, não deveria ocorrer. No
caso atual, a conjuntura econômica le
varia todo mundo .a plantar batatas (no
economia, ainda que em facetas restri tas, não é tudo. O lado representado
Servente
. . .
de pedreiro
e
tecelão de algodão . . . Pedreiro DE
SALÁRIOS
RÁRIOS NA CAPITAL
A prova da
exagerada cotação da batata entre nós
seguinte, confeccionado sob o mesmo
é a importação dêsse alimento, em gran
critério da tabela I,
Tipógrafo Diretor de fábrica (°) . .
de escala, da Itália, país que vem sain do da guerra, derrotado e bombardea
aqueles que realmente poderiam ser
o gênero de maior cotação e que oferece
do. E* triste, para não dizer vergonho so, o que nos acontece, fruto de uma
economia mal dirigida.
denominados
"vítimas
vamos
da
encontrar
inflação".
Na tabela II, que traz uma relação dos índices de ganhos de dezoito categorias de pessoas, aparecem casos muito curio-
126,22%
444,00 _
123,17%
-b 26,22% -b 23,17%
100,00 ■
443,00
122,89%
-b
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
400,00
110,96% 107,36% 92,38%
-b 10,96% -b 7,36% — 7,62%
83,22% 79,34%
— 16,78%
286,00
100.00 100,00 100,00 100,00
260,00 208,00
72,13% 57,70%
— 27,87%
121,80 120,00
33,69% 33,30%
(20)
Operário de fábrica co
maior poder aquisitivo.
455,00
100,00
PROFISSIONAIS OPE
pelos ganhos individuais, das várias pro fissões e categorias de rendeiros, apre senta maiores divergências. No quadro
sentido cortês da expressão.. .), que é
476,00
66,45% 58,40% 32,05% 30,66%
mum
Encanador
Soldador elétrico
Funcionário Público
(°)
1.° Escriturário do Estado Toraeiro
Proprietário de Imóvel (§)
Capitalista
(Juros)
(")
387,00 333,00 300,00
22,89%
— 20,66%
— 42,30% — 66,31% — 66,70%
—K
46
DicEsio EcoNó>nco
Observaçoes: —
1948. (V. publicação na "Follia
medidos exclusivamente em períodos curtos de ob.9crvação. Se alongarmos êsse tempo por uma ou duas gerações, verificaremó.s certamente que os bene ficiados de hoje pagarão bem caro a van
da Manhã" de 15 de agósto de
tagem temporária mais tarde.
lo, pelo valor da habitação, que
fábrica foram avaliados na ba se de numerosos casos conhe
passou de 100,00 em janeiro de 1939 para 121,80 em junlio de
cidos e não provêm da estatís tica oficial.
Os vencimentos dos funcioná
Assim, é pura fantasia o afirmar-se
1948, seção de Economia e Fi.
rios públicos tiveram variações
que tal categoria de produtores (no caso em apreço, o.s laxTadores) foi prejudica da pela inflação, "por causa da ganân
nanças, no 2." caderno).
aproximadamente na base do
{") O capitalista portador cie tí tulos da dívida pública não obteve aumento algum no ín dice de renda. Mas, o capita lista que empresta dinheiro a
1-° Escriturário, tomado aqui como padrão. A comparação é feita com os dados obtidos nas tabelas oficiais e não na
estatística do Departamento de
47
DicESTo Econômico
da própria estatística do custo da vida na cidade de São Pau
(°) Os rendimentos de diretor de
^
cia" de tal outra categoria de produtores
(os industriais). O que se pode decla rar, pela comprovação dos fatos regis
lativamente a janeiro de 1939. Do la do industrial, encontramos uma vanta
gem dc 9% nos fabricantes de sabão co mum. Mas, outras manufaturas que en
tram na composiç.ão do custo da vida na cidade de São Paulo, como calçados e
roupas feitas, tiveram seu poder de com pra reduzido. Assim também ocorreu com os produtores de arroz e açúcar, como se vê na tabela I.
Por outro lado. confirmando a primei
ra conclusão, podemos deduzir da ta bela n que houve ainda maior varia
ção no poder aquisitivo das diversas categorias de indivíduos, não só dos componentes das atividades profissionais
juros, inclusive os estabeleci
trados na estatística, é que, em relação
não aumentar muito o quadro,
mentos bancários, aufere atual
deixou-se de mencionar o caso
do funcionário municipal, cujo •
perior a princípios de 1939, que
padrão de vencimento de 1.°
a tal época anterior ao estado inflacionário, certo grupo do indivíduos obte ve vantagens que Ibe asseguram hoje melhor
o cálculo de seu poder aquisi tivo. Cumpre ressaltar, porém,
padrão de vida. Ora, vis
que o caso do possuiclor de
estatísticas não confir mam ser a agricultura a sacrificada pela inflação
timos, geralmente
Ja moeda. Como verificamo.s atrás, os
fnais visados pela demagogia socializante, fo
Cultura da Prefeitura.
Para
mente uma taxa de renda su
avaliei em 20% em média. Daí
Escriturário passou de 100,00 para 280,00.
Os funcionários
técnicos do Estado de São Pau.
pois o seu poder aquisitivo se rá o mesmo da moeda atual,
nhos que podem ser avaliados na proporção de 100,00 para
isto é, apenas 27,74% do que
250,00.
(§) Os rendimentos dos proprietá rios de imóveis foram obtidos
era antes, ou seja uma perda
produtos oriundos dos
de 72,26% relativamente ao pa
campos tiveram seu po
drão passado.
der aquisitivo aumenta
do de cêrca de 22% sôbrc o que vigora va em janeiro de 1939. Por outro lado, os artigos fornecidos pela indústria vi ram seu poder de compra acrescido do menos de 3%. Só essa verificação é su ficiente para pôr um ponto final na
IV
E então?... Descartes, no seu famoso "Método"
Em primeiro lugar, podemos dizer
lançado há mais de trezentos anos,
que a inflação produz malefícios em
que.çtão. Mas, os dados alinhados per
recomendava a síntese, após a análise
escala variável, que atinge as diferentes
mitem outras conclusões interessantes.
pormenorizada dos fatos observados. Sem
a síntese, nada podemos concluir. Con
fio que o leitor, que me acompanhou pachorrentamente nessa excursão pela crografia dos índices econômicos, que refle tem o poder aquisitivo de cada um, pode rá agora sintetizar comigo e concluir.
dos que participam de postos mais altos na so ciedade, como funcioná
tas por esse prisma, as
renda fixa ainda é muito pior,
Io tiveram aumentos de ga
obreiras, como também
i
rios, diretores indus triais, proprietários e ca
pitalistas. Êstes dois úl os
ram realmente as "vi timas da inflação", pois
perderam dois terços de seu poder de compra, vale dizer, de seu padrao de vida, relativamente ao período anteguerra. Na tabela II há disparidades notáveis, como a grande elevação do
poder de compra do pintor, que o du plicou em nove anos, e o pouco pro
gresso do torneiro, que o viu reduzido a quase metade. Essas particularida
sociedade, infligíndo-llies seus efeitos por forma tal que uns saem visivelmen te castigados, enquanto que outros pa recem beneficiado^... Digo parecem beneflciados, porque a inflação é sempre
Dentro das próprias classes produto ras rurais, houve uma diversificação acentuada do respectivo poder aquisi tivo. Atualmente, os que produzem ba tata, feijão, café e algodão, que consti tuem grande parte dêsse grupo econô
perniciosa. Os aparentes benefícios são
mico, mantêm uma vantagem, que varia
cura dêsses profissionais nos anos da
de 12% a 200% em poder aquisitivo, re
guerra.
classes ou categorias de indivíduos da
•ViS^
des do quadro precisam ser investigadas mais de perto.
Entretanto, ,é possivei
que êsses resultados díspares derivem do nível de base (janeiro de 1939) com binado com uma maior ou menor pro
'Uj,
—K
46
DicEsio EcoNó>nco
Observaçoes: —
1948. (V. publicação na "Follia
medidos exclusivamente em períodos curtos de ob.9crvação. Se alongarmos êsse tempo por uma ou duas gerações, verificaremó.s certamente que os bene ficiados de hoje pagarão bem caro a van
da Manhã" de 15 de agósto de
tagem temporária mais tarde.
lo, pelo valor da habitação, que
fábrica foram avaliados na ba se de numerosos casos conhe
passou de 100,00 em janeiro de 1939 para 121,80 em junlio de
cidos e não provêm da estatís tica oficial.
Os vencimentos dos funcioná
Assim, é pura fantasia o afirmar-se
1948, seção de Economia e Fi.
rios públicos tiveram variações
que tal categoria de produtores (no caso em apreço, o.s laxTadores) foi prejudica da pela inflação, "por causa da ganân
nanças, no 2." caderno).
aproximadamente na base do
{") O capitalista portador cie tí tulos da dívida pública não obteve aumento algum no ín dice de renda. Mas, o capita lista que empresta dinheiro a
1-° Escriturário, tomado aqui como padrão. A comparação é feita com os dados obtidos nas tabelas oficiais e não na
estatística do Departamento de
47
DicESTo Econômico
da própria estatística do custo da vida na cidade de São Pau
(°) Os rendimentos de diretor de
^
cia" de tal outra categoria de produtores
(os industriais). O que se pode decla rar, pela comprovação dos fatos regis
lativamente a janeiro de 1939. Do la do industrial, encontramos uma vanta
gem dc 9% nos fabricantes de sabão co mum. Mas, outras manufaturas que en
tram na composiç.ão do custo da vida na cidade de São Paulo, como calçados e
roupas feitas, tiveram seu poder de com pra reduzido. Assim também ocorreu com os produtores de arroz e açúcar, como se vê na tabela I.
Por outro lado. confirmando a primei
ra conclusão, podemos deduzir da ta bela n que houve ainda maior varia
ção no poder aquisitivo das diversas categorias de indivíduos, não só dos componentes das atividades profissionais
juros, inclusive os estabeleci
trados na estatística, é que, em relação
não aumentar muito o quadro,
mentos bancários, aufere atual
deixou-se de mencionar o caso
do funcionário municipal, cujo •
perior a princípios de 1939, que
padrão de vencimento de 1.°
a tal época anterior ao estado inflacionário, certo grupo do indivíduos obte ve vantagens que Ibe asseguram hoje melhor
o cálculo de seu poder aquisi tivo. Cumpre ressaltar, porém,
padrão de vida. Ora, vis
que o caso do possuiclor de
estatísticas não confir mam ser a agricultura a sacrificada pela inflação
timos, geralmente
Ja moeda. Como verificamo.s atrás, os
fnais visados pela demagogia socializante, fo
Cultura da Prefeitura.
Para
mente uma taxa de renda su
avaliei em 20% em média. Daí
Escriturário passou de 100,00 para 280,00.
Os funcionários
técnicos do Estado de São Pau.
pois o seu poder aquisitivo se rá o mesmo da moeda atual,
nhos que podem ser avaliados na proporção de 100,00 para
isto é, apenas 27,74% do que
250,00.
(§) Os rendimentos dos proprietá rios de imóveis foram obtidos
era antes, ou seja uma perda
produtos oriundos dos
de 72,26% relativamente ao pa
campos tiveram seu po
drão passado.
der aquisitivo aumenta
do de cêrca de 22% sôbrc o que vigora va em janeiro de 1939. Por outro lado, os artigos fornecidos pela indústria vi ram seu poder de compra acrescido do menos de 3%. Só essa verificação é su ficiente para pôr um ponto final na
IV
E então?... Descartes, no seu famoso "Método"
Em primeiro lugar, podemos dizer
lançado há mais de trezentos anos,
que a inflação produz malefícios em
que.çtão. Mas, os dados alinhados per
recomendava a síntese, após a análise
escala variável, que atinge as diferentes
mitem outras conclusões interessantes.
pormenorizada dos fatos observados. Sem
a síntese, nada podemos concluir. Con
fio que o leitor, que me acompanhou pachorrentamente nessa excursão pela crografia dos índices econômicos, que refle tem o poder aquisitivo de cada um, pode rá agora sintetizar comigo e concluir.
dos que participam de postos mais altos na so ciedade, como funcioná
tas por esse prisma, as
renda fixa ainda é muito pior,
Io tiveram aumentos de ga
obreiras, como também
i
rios, diretores indus triais, proprietários e ca
pitalistas. Êstes dois úl os
ram realmente as "vi timas da inflação", pois
perderam dois terços de seu poder de compra, vale dizer, de seu padrao de vida, relativamente ao período anteguerra. Na tabela II há disparidades notáveis, como a grande elevação do
poder de compra do pintor, que o du plicou em nove anos, e o pouco pro
gresso do torneiro, que o viu reduzido a quase metade. Essas particularida
sociedade, infligíndo-llies seus efeitos por forma tal que uns saem visivelmen te castigados, enquanto que outros pa recem beneficiado^... Digo parecem beneflciados, porque a inflação é sempre
Dentro das próprias classes produto ras rurais, houve uma diversificação acentuada do respectivo poder aquisi tivo. Atualmente, os que produzem ba tata, feijão, café e algodão, que consti tuem grande parte dêsse grupo econô
perniciosa. Os aparentes benefícios são
mico, mantêm uma vantagem, que varia
cura dêsses profissionais nos anos da
de 12% a 200% em poder aquisitivo, re
guerra.
classes ou categorias de indivíduos da
•ViS^
des do quadro precisam ser investigadas mais de perto.
Entretanto, ,é possivei
que êsses resultados díspares derivem do nível de base (janeiro de 1939) com binado com uma maior ou menor pro
'Uj,
48
Dicesto EcoNÓivnco
A média dos salários profissionais ope. rários da cidade de São Paulo, abran
gendo 20 espécies, mostra que o opera riado metropolitano recebeu em geral um acréscimo de poder aquisitivo de
mais de 20%, não obstante haver alguns profissionais que o viram decrescer, co mo o soldador elétrico e o torneiro já mencionado. O funcionário público, mesmo depois dos aumentos auferidos,
ficou em nível inferior, cêrca de 28%
abaixo do seu padrão de vida de princí pios de 1939.
Eis, portanto, uma aproximação da
verdade. Ela não tem pretensões maiores^ do que ser uma "aproximação" mais próxima da verdade do que o panora ma pintado no memorial das entidades
k Agrícolas endereçado ao Senhor Presiden-
y te da República. O Brasil está numa situação gravíssima, quanto à sua pro
dução cada vez mais reduzida, espe
cialmente aquela que fundamenta a
economia de todas as nações, que é a produção primária, inclusive a agrí cola e pastoril. Novos métodos de pro dução devem ser adotados, não só para aumentá-la, como principalmente para
Li.ryrrs de lcedres Iregítinaa expressão do solidariedade, comunhão e cooperação DA\rr Campista Filho
aumentar a produtividade do liomem do
DS mais remotos tempos, .sentiam os homens que no princípio de solidariedade
campo, cujo número se reduz paulati
namente. E', a produtividade específi ca de cada indivíduo que lhe determi na o poder aquisitivo. Inútil e contra
producente seria querer le\'antar o pa drão de vida do brasileiro incutindo-lhe a idéia do maior ganho concomilantcmente com menor trabalho... Todos
os brasileiros terão mais elevado padrão de vida no dia em que, pelo'"trabalho intenso e eficiente, produzirem grandes quantidades do bens que, pelas múlti
plas trocas econômicas, marcarão o po
I
'y Jl^
estaria a fòrça capaz de resguardá-los dos perigoS;
' e de preveni-los contra (lesditosas surpresas. Fôrça essa que
No entender do autor, o Lloyd's, se bem que não seja a organização mais antiga
de seguros, é a corporação que insufla ao seguro condições de amplitude que realizam seu ideal de perfeição — poten cialidade e universalidade
predispõe à associação, cujo sentido é universal, porque está em tôdas as re lações — desde os homens vivendo em sociedade, como no equilíbrio dos mun
deza do empreendimento e o aleatório
dos em sistemas solares, nas células dos
da realização.
corpos brutos ou organizados e, ainds
A sociedade anônima, como o seguro, IH
der de compra de cada um, oferecendo
mesmo, na.s relações lógicas que engen
fracionando e triturando os riscos que
o confôrto da civilização.
dram o pensamento.
enfrentam, tomam-se ambos capazes de neutralizar o aleatório, reduzindo-lhe consideravelmente as conseqüências
Na comunhão de pequenos sacrifícios
pela comunhão de maiores interêsses, interpôs-se uma mutualidadc donde sur. giu o seguro.
J^írr";
Da cooperação de capitais em partes desiguais e espontâneas, era encontra da na Holanda do século XVII uma
o Bureau de Mtrm dos Estados Unidos ampliará sitas pesquisas sobre a cio financeiro corrente — declarou James Botjd, diretor do Bureau. Espera-se
recuperação secundaria de petróleo e processos de refinaria durante o exercí
que tais pesquisas aumentem a recuperação de óleo de milhares dos menos pro dutivos poços dos Estados Unidos, contribuindo assim para atenuar a escassez de petróleo. Aa experiências de refinaria dizem respeito aos meios de utilizar as
qualidades brutas menos aproveitáveis.' Engenheiros do Bureau estimam que "hiliões de barris" de óleo podem ser obtidos pelos métodos de recuperação secundária, que incluem melhor emprêgo das fôrças naturais dos tetrenos de ja zidas e o emprê£o de pressões artificiais, como por exemplo' ar ou gás compri mido para estimular o jôrro. Três quartos de poços produtivos do país estão cm processo de esgotair^nto, informa o Bureau, e o emprêgo destes métodos estimuladores surtiria efeito numa grande proporção de poços. As pesquisas sobre os métodos secundários tendentes^ a aumentar a produção petrolífera serão levadas a efeito em tôdas as seis estações de petróleo do Bureau. 'Para custear essas atividadesj o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma verba de 300 mil dólares.
forma para permitir levarem-se a efeito
empreendimentos que superassem o esfôrço individual.
A idéia, entretanto, sòmente chegou à madureza em meados do século pas-, sado, erísejando a que se congregassem frações de capitais — Ações — que vi nham gerar a fôrça incitadora do tra
balho, em uma associação que, por isen ta de teor individual, chamou-se de so ciedade anônima.
Seu objetivo era, segundo Leroy Beaulicu — "faire grand et risquei", que se justifica por duas condições — gran-
perniciosas. Essas poderosas instituições — uma para resguardar valores da destnrição, e outra para criar e multiplicar riquezas — não resultaram ünicamente de deliberações individuais ou das in-
junções de interêsses conjugados. Foram, porém, produtos de lenta ela boração, experimentados nas atividades de cada dia, tanto mais perduráveis
quanto enrijecidos no choque dos sacri fícios de uns com o êxito de outros.
A experiência construída dos impre
vistos da realidade não receia os percal ços do aleatório, porque adquire a faciddade de prever. A organização que daí resulta associa as fôrças da solida
riedade humana, que desta sorte se in\'estem do poder de produzir, como de serem úteis.
Foi assim, na inconsciência de que
48
Dicesto EcoNÓivnco
A média dos salários profissionais ope. rários da cidade de São Paulo, abran
gendo 20 espécies, mostra que o opera riado metropolitano recebeu em geral um acréscimo de poder aquisitivo de
mais de 20%, não obstante haver alguns profissionais que o viram decrescer, co mo o soldador elétrico e o torneiro já mencionado. O funcionário público, mesmo depois dos aumentos auferidos,
ficou em nível inferior, cêrca de 28%
abaixo do seu padrão de vida de princí pios de 1939.
Eis, portanto, uma aproximação da
verdade. Ela não tem pretensões maiores^ do que ser uma "aproximação" mais próxima da verdade do que o panora ma pintado no memorial das entidades
k Agrícolas endereçado ao Senhor Presiden-
y te da República. O Brasil está numa situação gravíssima, quanto à sua pro
dução cada vez mais reduzida, espe
cialmente aquela que fundamenta a
economia de todas as nações, que é a produção primária, inclusive a agrí cola e pastoril. Novos métodos de pro dução devem ser adotados, não só para aumentá-la, como principalmente para
Li.ryrrs de lcedres Iregítinaa expressão do solidariedade, comunhão e cooperação DA\rr Campista Filho
aumentar a produtividade do liomem do
DS mais remotos tempos, .sentiam os homens que no princípio de solidariedade
campo, cujo número se reduz paulati
namente. E', a produtividade específi ca de cada indivíduo que lhe determi na o poder aquisitivo. Inútil e contra
producente seria querer le\'antar o pa drão de vida do brasileiro incutindo-lhe a idéia do maior ganho concomilantcmente com menor trabalho... Todos
os brasileiros terão mais elevado padrão de vida no dia em que, pelo'"trabalho intenso e eficiente, produzirem grandes quantidades do bens que, pelas múlti
plas trocas econômicas, marcarão o po
I
'y Jl^
estaria a fòrça capaz de resguardá-los dos perigoS;
' e de preveni-los contra (lesditosas surpresas. Fôrça essa que
No entender do autor, o Lloyd's, se bem que não seja a organização mais antiga
de seguros, é a corporação que insufla ao seguro condições de amplitude que realizam seu ideal de perfeição — poten cialidade e universalidade
predispõe à associação, cujo sentido é universal, porque está em tôdas as re lações — desde os homens vivendo em sociedade, como no equilíbrio dos mun
deza do empreendimento e o aleatório
dos em sistemas solares, nas células dos
da realização.
corpos brutos ou organizados e, ainds
A sociedade anônima, como o seguro, IH
der de compra de cada um, oferecendo
mesmo, na.s relações lógicas que engen
fracionando e triturando os riscos que
o confôrto da civilização.
dram o pensamento.
enfrentam, tomam-se ambos capazes de neutralizar o aleatório, reduzindo-lhe consideravelmente as conseqüências
Na comunhão de pequenos sacrifícios
pela comunhão de maiores interêsses, interpôs-se uma mutualidadc donde sur. giu o seguro.
J^írr";
Da cooperação de capitais em partes desiguais e espontâneas, era encontra da na Holanda do século XVII uma
o Bureau de Mtrm dos Estados Unidos ampliará sitas pesquisas sobre a cio financeiro corrente — declarou James Botjd, diretor do Bureau. Espera-se
recuperação secundaria de petróleo e processos de refinaria durante o exercí
que tais pesquisas aumentem a recuperação de óleo de milhares dos menos pro dutivos poços dos Estados Unidos, contribuindo assim para atenuar a escassez de petróleo. Aa experiências de refinaria dizem respeito aos meios de utilizar as
qualidades brutas menos aproveitáveis.' Engenheiros do Bureau estimam que "hiliões de barris" de óleo podem ser obtidos pelos métodos de recuperação secundária, que incluem melhor emprêgo das fôrças naturais dos tetrenos de ja zidas e o emprê£o de pressões artificiais, como por exemplo' ar ou gás compri mido para estimular o jôrro. Três quartos de poços produtivos do país estão cm processo de esgotair^nto, informa o Bureau, e o emprêgo destes métodos estimuladores surtiria efeito numa grande proporção de poços. As pesquisas sobre os métodos secundários tendentes^ a aumentar a produção petrolífera serão levadas a efeito em tôdas as seis estações de petróleo do Bureau. 'Para custear essas atividadesj o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma verba de 300 mil dólares.
forma para permitir levarem-se a efeito
empreendimentos que superassem o esfôrço individual.
A idéia, entretanto, sòmente chegou à madureza em meados do século pas-, sado, erísejando a que se congregassem frações de capitais — Ações — que vi nham gerar a fôrça incitadora do tra
balho, em uma associação que, por isen ta de teor individual, chamou-se de so ciedade anônima.
Seu objetivo era, segundo Leroy Beaulicu — "faire grand et risquei", que se justifica por duas condições — gran-
perniciosas. Essas poderosas instituições — uma para resguardar valores da destnrição, e outra para criar e multiplicar riquezas — não resultaram ünicamente de deliberações individuais ou das in-
junções de interêsses conjugados. Foram, porém, produtos de lenta ela boração, experimentados nas atividades de cada dia, tanto mais perduráveis
quanto enrijecidos no choque dos sacri fícios de uns com o êxito de outros.
A experiência construída dos impre
vistos da realidade não receia os percal ços do aleatório, porque adquire a faciddade de prever. A organização que daí resulta associa as fôrças da solida
riedade humana, que desta sorte se in\'estem do poder de produzir, como de serem úteis.
Foi assim, na inconsciência de que
1?r-<
-r .í
71
Diot-STO Econômico Digesto Econômico 30
trários, à maneira como o pecado inci ta a virtude, o mal desperta o bem.
lenta formação das causas que o gera
navegadores se esfürça\am em atingir o
.A era elizobcthiatia caracteriza-se, ou-
Oriente cm busca clc riqucz;is, cnipe-
trossim. pelo progresso das artes, com a
ano d'c 1680, cm Londres, perto do. cais,
propício em colherem-.se, de fatos cor riqueiros, as sementes que fecundaram
nhando-se em vencer a rcsislcnciu inu-
difusão do gôsto pela poesia, música, li
a maior instituição de resguardo h na vegação c de garantia e fomento à cir
çoilmana. A Itália compelia a defesa do
teratura e teatro, dominando a figura
culação e expansão das riquezas. Uma das principais razões do sucesso e pres
MediterrAneo, c sòmcnte a Espanha c
Portugal Unham domínio absoluto, em
sem par de Shakespeare; e a liistória atesta em largos traços que Elizabetli de
que um modesto negociante, Edward Lloyd, veio estabelecer-se, por volta do para vender café à gente do mar.
Dessa despretensiosa Coffee-House edificou-se no correr dos anos uma po derosa instituição - Lloijd's de Londres
ram, e penetrar no ambiente que foi
— cuja influênda no direito marítimo e
tígio do Lloyd's, — aponta M. Dornas
na indústria da navegação prepondera
em seu livro "L'Assurance Maritime au
como legítimo testemunho da mais há
Lloyd's — está no seu pas.sado
bil e honesta experiência, desempenhan do no domínio dos seguros a função de
manchas.
Bolsa para o mercado mundial. Suas apólices adquirem o prestígio simbólico -
vegação costeira, não poderia compe
trazia virtudes de uma formação sideral,
'Ai
sem
iií
A Inglaterra experimentava alento de
progresso no reinado de Elizabeth, em
tem os esforços e cuidados no cobrirem
relevo principalmente por haver sucedi do à época sombria de Mary Tudor,
j] riscos ao tempo da navegação cheia de
que nas prolongadas ausências do prín
A respeito, disse um escritor francês — "a apólice Lloyd's reflete os hábitos de um povo apaixonado de empirísmo e, por isso, é desconcertante para os espí ritos continentais propensos aos arran
jos da lógica".
De um passado distante, o Lloyd's emerge envolto em sedução lendária, re
cipe consorte, entregava-se ao fanatis mo rebgioso na "fria majestade de mu lher estéril". Phllippe II não lhe poden do dar herdeiro para o trono, gerou em
seu temperamento idéias cruéis dos pro cessos da inquisição em plena exuberân cia na Espanha. Por isso, o povo inglês acolheu cheio berana que o estrangeiro e intransigência
de esperanças a nova so vinha libertar do domínio pôr embargos à sinistra do catolicismo.
presentando na história, não o descobri dor ou inventor do seguro, mas a orga nização que soube explorar os segrédos
como não lhes pedisse dinheiro, êles de
das fòrças da associação no ritmo dos
ram-lhe, então, absoluta lealdade, sem
anseios
exigir maiores liberdades. A côrte parcimoniosa infundia respeito, despertando
e exigências da navegação c
do seguro. E tornou-se, assim, a maior instituição de seguros, não sendo com
panhia de seguros, e suas regras, até hoje, encontram aceitação universal, por seu caráter próprio e independência ao jurismo das ordenações marítimas. Para bem compreendê-lo é mister re
troceder no tempo, como a sondar a
Elizabeth foi forte, disse
que se firmaram pelos grandes feitos da era dos descobrimentos. Sobretudo incontrastávcl era o domí
nio da Espanha, senhora dos tesouros fa bulosos de Montczuina c do Império dos Incas, pois Portugal, que ainda não fruía do ouro do Brasil, permitia que a muni-
de evolução do seguro pela síntese da sabedoria de suas cláusulas, que refle' perigos.
tir com outras nações européias, cujos
Maurois,
porque foi amada de seus súditos e,
senvolveu a língua nacional,' construiu uma frota poderosa e rompeu com a Igreja Romana. Com a morte da rainha, em março de
1603, veio sucedê-la Jaques I, filho de Maria Sluart, que reinava na Escócia sob o nome de Jaques VI, parecendo
ficência real de Castela viesse fomentar
assim uma feliz união de dois tronos.
as glórias lusitanas, como acontecera a
Nenhum alento trou.\e ao programa de Elizabeth, nem seria de se esperar de uma côrte frívola e corrupta; concluiu entretanto, uni tratado de paz humilde com a Espanha, que reconhecia e as
Femáü de Magalhães. Sentia Elizabeth que a Inglaterra te ria àc SC destacar nessa competição ma
rítima, pois a seu povo sobravam condi
ções de êxito — confiança em si pró
segurava à Inglaterra liberdade de na
prio e vontade tenaz — se esümulada a
vegação nos mares europeus.
navegação e conduzida a melhores rumos. Segundo relata um escritor, "desde o século XV a pirataria inglesa era céle bre, atingindo no século XVI a propor ções patrióücas", pois "entre o comér cio e a pirataria os limites eram mal definidos, considerando-se legais alguj^as formas de pirataria". Foi assim
Jaques I negligenciou em ser forte e terminou seu remado sem dinheiro e
sem na\'ios, tendo suscitado forte pre
venção e hostilidade entre o Parlamen to e o Rei. A crise assume maiores pro
porções no reinado de Carlos I, quando a independência do Parlamento foi sem
igual a de outros que o precederam, tor
marinheiros envolveram-se em feitos de
nando-se vàtorioso o princípio da supe rioridade da Lei sòbre o Rei. Difícil
incrível temeridade, como um de nome
seria fixar as fronteiras • exatas entre o
Francis Drake, que decidiu empreender a volta do mundo pelo estreito de Ma-
poder reál e o poder da lei, e daí os
que, cm Plymouth, certos armadores e
gíilliães e caminho das índias e em se guida atacar portos de Espanha, pondo
conflitos entre os dois poderes.
Carlos I isola-se na côrte, separado de
seu poi'0, sentindo que o poder naval
no povo vontade de servir à sua sobe rana, na convição de que o faria para grandeza da Inglaterra. Elizabetli as sim compreendeu a seu povo, sentindo
a pique algumas, galeras para retornar a sua pátria bem provido de vultosos Êsses acontecimentos, de imensa re
a vocação oceânica do país.
— destinado a incrementar a frota e
percussão, teriam estimulado a navega
equiparar a defesa das costas britânicas.
ção, atuando como a influência dos con
Nenhum proveito resultou, pois a recu-
Entretan
to, a Inglaterra, prêsa à neces^sidade de atender à exigência de sua própria nn-
saques.
despertado por Elizabetli ex"pírava, e, então, apela para as cidades marítimas exigindo um imposto — o ship money
1?r-<
-r .í
71
Diot-STO Econômico Digesto Econômico 30
trários, à maneira como o pecado inci ta a virtude, o mal desperta o bem.
lenta formação das causas que o gera
navegadores se esfürça\am em atingir o
.A era elizobcthiatia caracteriza-se, ou-
Oriente cm busca clc riqucz;is, cnipe-
trossim. pelo progresso das artes, com a
ano d'c 1680, cm Londres, perto do. cais,
propício em colherem-.se, de fatos cor riqueiros, as sementes que fecundaram
nhando-se em vencer a rcsislcnciu inu-
difusão do gôsto pela poesia, música, li
a maior instituição de resguardo h na vegação c de garantia e fomento à cir
çoilmana. A Itália compelia a defesa do
teratura e teatro, dominando a figura
culação e expansão das riquezas. Uma das principais razões do sucesso e pres
MediterrAneo, c sòmcnte a Espanha c
Portugal Unham domínio absoluto, em
sem par de Shakespeare; e a liistória atesta em largos traços que Elizabetli de
que um modesto negociante, Edward Lloyd, veio estabelecer-se, por volta do para vender café à gente do mar.
Dessa despretensiosa Coffee-House edificou-se no correr dos anos uma po derosa instituição - Lloijd's de Londres
ram, e penetrar no ambiente que foi
— cuja influênda no direito marítimo e
tígio do Lloyd's, — aponta M. Dornas
na indústria da navegação prepondera
em seu livro "L'Assurance Maritime au
como legítimo testemunho da mais há
Lloyd's — está no seu pas.sado
bil e honesta experiência, desempenhan do no domínio dos seguros a função de
manchas.
Bolsa para o mercado mundial. Suas apólices adquirem o prestígio simbólico -
vegação costeira, não poderia compe
trazia virtudes de uma formação sideral,
'Ai
sem
iií
A Inglaterra experimentava alento de
progresso no reinado de Elizabeth, em
tem os esforços e cuidados no cobrirem
relevo principalmente por haver sucedi do à época sombria de Mary Tudor,
j] riscos ao tempo da navegação cheia de
que nas prolongadas ausências do prín
A respeito, disse um escritor francês — "a apólice Lloyd's reflete os hábitos de um povo apaixonado de empirísmo e, por isso, é desconcertante para os espí ritos continentais propensos aos arran
jos da lógica".
De um passado distante, o Lloyd's emerge envolto em sedução lendária, re
cipe consorte, entregava-se ao fanatis mo rebgioso na "fria majestade de mu lher estéril". Phllippe II não lhe poden do dar herdeiro para o trono, gerou em
seu temperamento idéias cruéis dos pro cessos da inquisição em plena exuberân cia na Espanha. Por isso, o povo inglês acolheu cheio berana que o estrangeiro e intransigência
de esperanças a nova so vinha libertar do domínio pôr embargos à sinistra do catolicismo.
presentando na história, não o descobri dor ou inventor do seguro, mas a orga nização que soube explorar os segrédos
como não lhes pedisse dinheiro, êles de
das fòrças da associação no ritmo dos
ram-lhe, então, absoluta lealdade, sem
anseios
exigir maiores liberdades. A côrte parcimoniosa infundia respeito, despertando
e exigências da navegação c
do seguro. E tornou-se, assim, a maior instituição de seguros, não sendo com
panhia de seguros, e suas regras, até hoje, encontram aceitação universal, por seu caráter próprio e independência ao jurismo das ordenações marítimas. Para bem compreendê-lo é mister re
troceder no tempo, como a sondar a
Elizabeth foi forte, disse
que se firmaram pelos grandes feitos da era dos descobrimentos. Sobretudo incontrastávcl era o domí
nio da Espanha, senhora dos tesouros fa bulosos de Montczuina c do Império dos Incas, pois Portugal, que ainda não fruía do ouro do Brasil, permitia que a muni-
de evolução do seguro pela síntese da sabedoria de suas cláusulas, que refle' perigos.
tir com outras nações européias, cujos
Maurois,
porque foi amada de seus súditos e,
senvolveu a língua nacional,' construiu uma frota poderosa e rompeu com a Igreja Romana. Com a morte da rainha, em março de
1603, veio sucedê-la Jaques I, filho de Maria Sluart, que reinava na Escócia sob o nome de Jaques VI, parecendo
ficência real de Castela viesse fomentar
assim uma feliz união de dois tronos.
as glórias lusitanas, como acontecera a
Nenhum alento trou.\e ao programa de Elizabeth, nem seria de se esperar de uma côrte frívola e corrupta; concluiu entretanto, uni tratado de paz humilde com a Espanha, que reconhecia e as
Femáü de Magalhães. Sentia Elizabeth que a Inglaterra te ria àc SC destacar nessa competição ma
rítima, pois a seu povo sobravam condi
ções de êxito — confiança em si pró
segurava à Inglaterra liberdade de na
prio e vontade tenaz — se esümulada a
vegação nos mares europeus.
navegação e conduzida a melhores rumos. Segundo relata um escritor, "desde o século XV a pirataria inglesa era céle bre, atingindo no século XVI a propor ções patrióücas", pois "entre o comér cio e a pirataria os limites eram mal definidos, considerando-se legais alguj^as formas de pirataria". Foi assim
Jaques I negligenciou em ser forte e terminou seu remado sem dinheiro e
sem na\'ios, tendo suscitado forte pre
venção e hostilidade entre o Parlamen to e o Rei. A crise assume maiores pro
porções no reinado de Carlos I, quando a independência do Parlamento foi sem
igual a de outros que o precederam, tor
marinheiros envolveram-se em feitos de
nando-se vàtorioso o princípio da supe rioridade da Lei sòbre o Rei. Difícil
incrível temeridade, como um de nome
seria fixar as fronteiras • exatas entre o
Francis Drake, que decidiu empreender a volta do mundo pelo estreito de Ma-
poder reál e o poder da lei, e daí os
que, cm Plymouth, certos armadores e
gíilliães e caminho das índias e em se guida atacar portos de Espanha, pondo
conflitos entre os dois poderes.
Carlos I isola-se na côrte, separado de
seu poi'0, sentindo que o poder naval
no povo vontade de servir à sua sobe rana, na convição de que o faria para grandeza da Inglaterra. Elizabetli as sim compreendeu a seu povo, sentindo
a pique algumas, galeras para retornar a sua pátria bem provido de vultosos Êsses acontecimentos, de imensa re
a vocação oceânica do país.
— destinado a incrementar a frota e
percussão, teriam estimulado a navega
equiparar a defesa das costas britânicas.
ção, atuando como a influência dos con
Nenhum proveito resultou, pois a recu-
Entretan
to, a Inglaterra, prêsa à neces^sidade de atender à exigência de sua própria nn-
saques.
despertado por Elizabetli ex"pírava, e, então, apela para as cidades marítimas exigindo um imposto — o ship money
I
3- >
1 , 52
sa ao novo imposto foi geral, por se ressentir sua promulgação da ausência de participação parlamentar.
A situação agrava-se, pondo em pe rigo o trono, e o Parlamento sai vitorio
so, derrotando o rei que sòmente encon tra recurso na fuga.
Quebrado o despotismo do soberano, o povo, todavia, continua realista; foi
quando surgiu Cromwell, que se pro clama Frotector. Carlos I pereceu no cadafalso e, pouco tempo depois, o pri meiro puritano com pesados doestos dis solvia o parlamento. Cromwell morre em 1658 e, dois anos mais tarde, restaurado o trono, nêle senta-se Carlos II, filho do rei mártir.
Admirador de Luís XIV, a cuja munificôncia havíam-no prendi
Dicb«to
to gênio mercantil e afcrvoramento nos negócios. Os ourives estabelecidos em
Lomhard street lançam as bases do sis tema bancário moderno que fez surgir o Banco da Inglaterra, a primeira institui ção pròpriamente de crédito que vem assegurar o predomínio britânico no mundo, até que a libra, na atualidade, cedesse lugar ao dólar. Royal Exchange é a bôlsa comercial que, por se tomar e.xígua para receber a clientela cada vez maior, deu motivo a
que os homens de negócios preferissem os encontros nas tavemas numerosas por
tôda a City. Foi então que apareceram as Coffee-Hotise, ràpidamente espalha das em tôda Londres. Seus proprielários foram engenhosos no atrair clientela, procurando cada esta
do favores de dinheiro, transfor ma a severidade fanática do pu-
ritanismo na frivolidade amável
dos hábitos de Versailles. Seu
reinado foi próspero, e propícia a políbca a um surto de progresso que come çou a construir a supremacia econômi
ca britânica, cujas capitais estendiamse às principais praças européias, às ín dias e à América do Norte. A Holanda
mantinha, todavia, a superioridade da marinha mercante, porém a Inglaterra não se conformava com essa situação in ferior, e de 1660 a 1688 dobrava a tonelagem de sua frota mercante. Com a restauração, renasciam tam
bém os ideais de Elizabeth, e, sacudido o torpor dos anos de puritanismo, a In
glaterra recuperava energias e adquiria novas forças que lhe viriam assegurar posição primacial entre as nações. Londres cresce em população e em importância, toma-se uma cidade cos mopolita, acolhedora às atividades de outros po\-os, Os lombardos trazem cer
EcoNÓ^^co
belecimento atender preferentemente a determinadas classes
1
que ali encontravam, com res peito às suas atividades, as úl timas notícias e possibilidades de ne gócios.
Tomaram-se
centros
indispensá-veis
aos comerciantes, cientistas, políticos,
professores e estudantes, que no fre-
53
DfoESTo Econômico
mcnlo cm Towcr-Strccl, que aos con
o umlcrwritcr que subscrevia na apóli
gêneres, desde logo, sobrepujou pela publicidade iTiai.s atenta c pela introdu
ce a parte que tomava em determinado
ção das mesas redondas destinadas a
de 5 a 100 libras.
certas categorias de clientes ,que ali
O seguro ainda aparentava um misto
mantinham reservados seus lugares. Ren-
de especulação em jôgo, impregnado
Itzavam-se no lugar as vendas públicas
do teor de uma operação aventurosa, confonne parecera em sua origem sob a forma do empréstimo a grande aven tura, como as legislações o chamaram,
de narios e vinhos, simbolizados nos
lances *'by thc candle", sendo que, no
extinguir da chama, o licilante que a houvesse mais altamente alimentado se
para depois proibir — dinheiro dado a
ria o proprietílrio da coisa vendida. A
risco, ou contrato de risco. O emprés
par das novidades apregoadas diòria-
timo garantia o dono das mercadorias
mcnte pelos empregados, editava o es tabelecimento o Lloyd's News, que pre
contra a fortuna do mar, sendo restituí-
mento no porto do destino. Era a ope
eram estritamente de interesse dos fre
ração do seguro ao inverso, em que o
qüentadores, em feitio semelhante aos primeiros números do nosso "Jornal do Comércio".
Edward Lloyd servia, assim, à sua clientela, mediante forma considerada
perfeita em 1700, pelas informações co merciais e políticas intimamente ligadas a negócios marítimos que lhe chegavam regularmente dos seus numerosos cor respondentes.
ção britânica e marca do nível cultural
sH
*
apropriando-se definitivamente da im- ^ portância o tomador, na hipótese de ve- ^
i-ificar-se o risco previsto. Dominavam os usos e costumes co
merciais, que chegaram a primar sÔbre disposições legais. Principalmente os de Lombard Street eram tidos em
preferência dos usos e costumes às leis, segundo se verificou da cláusula de uma
Naquela época já eram os seguros conhecidos na Inglaterra, para onde os levaram os lombardos, que conserva ram nas apólices expressões italianas. Entretanto, os seguros não eram prodii-' tos da organização técnica, a empresa,
e de adiantamento na vida dos povos.
mercê da qual sua existência é hoje e.x-
Os homens de negócios passaram en tão a preferir os coffee-hotiscs, pois o ambiente das tavernas era menos pro pício à serenidade das propostas e con
clusivamente admissível.
clusões dos negócios. Foi então que, no fim do século XVII, Edward Lioyd fundou seu estabeleci-
prêmio seria pago posteriormente no caso de restituição do empréstimo, e a indenização antecipava-se ao sinistro,
alta conta. Convencionava-se sôbre a
*
inerente à própria profissão e classe, consultas, resoluções, dúvidas, comêço, estímulo e desfêclio de negócios. Foi o material que serviu a modelarem-se os clubs, expressão de confôrto e civiliza
do no caso de o navio chegar a salva
cedeu ao Lloyd's-List, cujas notícias
quentá-las seria a prática de um ato pois que ali encontrariam respostas às
risco, geralmente mínima, pois que ia
Eram explorados por comerdantes,
individualmente, como um negócio aces sório.
Considerava-se segurador todo aque
velha apólice que estatuía que, em caso de litígio, as partes deveriam remeterse aos honrados comerciantes do que
pleitear perante a Justiça. Nessas circunstâncias, como o desen volver natural de um fenômeno econó-
mico-social, à Caffee-House Lloijd's afluiam os negócios de seguros. Aquêle estabelecimento, já então em Lombart Street, adquirira alto conceito co mo centro de negócios legítimos e de honestidade nas transações, e, portanto,
le que comprava um risco e vendia a
um abrigo para os que se não envolves
garantia de ressarcimento, — era êsse
sem na febre de especulações que agita-
I
3- >
1 , 52
sa ao novo imposto foi geral, por se ressentir sua promulgação da ausência de participação parlamentar.
A situação agrava-se, pondo em pe rigo o trono, e o Parlamento sai vitorio
so, derrotando o rei que sòmente encon tra recurso na fuga.
Quebrado o despotismo do soberano, o povo, todavia, continua realista; foi
quando surgiu Cromwell, que se pro clama Frotector. Carlos I pereceu no cadafalso e, pouco tempo depois, o pri meiro puritano com pesados doestos dis solvia o parlamento. Cromwell morre em 1658 e, dois anos mais tarde, restaurado o trono, nêle senta-se Carlos II, filho do rei mártir.
Admirador de Luís XIV, a cuja munificôncia havíam-no prendi
Dicb«to
to gênio mercantil e afcrvoramento nos negócios. Os ourives estabelecidos em
Lomhard street lançam as bases do sis tema bancário moderno que fez surgir o Banco da Inglaterra, a primeira institui ção pròpriamente de crédito que vem assegurar o predomínio britânico no mundo, até que a libra, na atualidade, cedesse lugar ao dólar. Royal Exchange é a bôlsa comercial que, por se tomar e.xígua para receber a clientela cada vez maior, deu motivo a
que os homens de negócios preferissem os encontros nas tavemas numerosas por
tôda a City. Foi então que apareceram as Coffee-Hotise, ràpidamente espalha das em tôda Londres. Seus proprielários foram engenhosos no atrair clientela, procurando cada esta
do favores de dinheiro, transfor ma a severidade fanática do pu-
ritanismo na frivolidade amável
dos hábitos de Versailles. Seu
reinado foi próspero, e propícia a políbca a um surto de progresso que come çou a construir a supremacia econômi
ca britânica, cujas capitais estendiamse às principais praças européias, às ín dias e à América do Norte. A Holanda
mantinha, todavia, a superioridade da marinha mercante, porém a Inglaterra não se conformava com essa situação in ferior, e de 1660 a 1688 dobrava a tonelagem de sua frota mercante. Com a restauração, renasciam tam
bém os ideais de Elizabeth, e, sacudido o torpor dos anos de puritanismo, a In
glaterra recuperava energias e adquiria novas forças que lhe viriam assegurar posição primacial entre as nações. Londres cresce em população e em importância, toma-se uma cidade cos mopolita, acolhedora às atividades de outros po\-os, Os lombardos trazem cer
EcoNÓ^^co
belecimento atender preferentemente a determinadas classes
1
que ali encontravam, com res peito às suas atividades, as úl timas notícias e possibilidades de ne gócios.
Tomaram-se
centros
indispensá-veis
aos comerciantes, cientistas, políticos,
professores e estudantes, que no fre-
53
DfoESTo Econômico
mcnlo cm Towcr-Strccl, que aos con
o umlcrwritcr que subscrevia na apóli
gêneres, desde logo, sobrepujou pela publicidade iTiai.s atenta c pela introdu
ce a parte que tomava em determinado
ção das mesas redondas destinadas a
de 5 a 100 libras.
certas categorias de clientes ,que ali
O seguro ainda aparentava um misto
mantinham reservados seus lugares. Ren-
de especulação em jôgo, impregnado
Itzavam-se no lugar as vendas públicas
do teor de uma operação aventurosa, confonne parecera em sua origem sob a forma do empréstimo a grande aven tura, como as legislações o chamaram,
de narios e vinhos, simbolizados nos
lances *'by thc candle", sendo que, no
extinguir da chama, o licilante que a houvesse mais altamente alimentado se
para depois proibir — dinheiro dado a
ria o proprietílrio da coisa vendida. A
risco, ou contrato de risco. O emprés
par das novidades apregoadas diòria-
timo garantia o dono das mercadorias
mcnte pelos empregados, editava o es tabelecimento o Lloyd's News, que pre
contra a fortuna do mar, sendo restituí-
mento no porto do destino. Era a ope
eram estritamente de interesse dos fre
ração do seguro ao inverso, em que o
qüentadores, em feitio semelhante aos primeiros números do nosso "Jornal do Comércio".
Edward Lloyd servia, assim, à sua clientela, mediante forma considerada
perfeita em 1700, pelas informações co merciais e políticas intimamente ligadas a negócios marítimos que lhe chegavam regularmente dos seus numerosos cor respondentes.
ção britânica e marca do nível cultural
sH
*
apropriando-se definitivamente da im- ^ portância o tomador, na hipótese de ve- ^
i-ificar-se o risco previsto. Dominavam os usos e costumes co
merciais, que chegaram a primar sÔbre disposições legais. Principalmente os de Lombard Street eram tidos em
preferência dos usos e costumes às leis, segundo se verificou da cláusula de uma
Naquela época já eram os seguros conhecidos na Inglaterra, para onde os levaram os lombardos, que conserva ram nas apólices expressões italianas. Entretanto, os seguros não eram prodii-' tos da organização técnica, a empresa,
e de adiantamento na vida dos povos.
mercê da qual sua existência é hoje e.x-
Os homens de negócios passaram en tão a preferir os coffee-hotiscs, pois o ambiente das tavernas era menos pro pício à serenidade das propostas e con
clusivamente admissível.
clusões dos negócios. Foi então que, no fim do século XVII, Edward Lioyd fundou seu estabeleci-
prêmio seria pago posteriormente no caso de restituição do empréstimo, e a indenização antecipava-se ao sinistro,
alta conta. Convencionava-se sôbre a
*
inerente à própria profissão e classe, consultas, resoluções, dúvidas, comêço, estímulo e desfêclio de negócios. Foi o material que serviu a modelarem-se os clubs, expressão de confôrto e civiliza
do no caso de o navio chegar a salva
cedeu ao Lloyd's-List, cujas notícias
quentá-las seria a prática de um ato pois que ali encontrariam respostas às
risco, geralmente mínima, pois que ia
Eram explorados por comerdantes,
individualmente, como um negócio aces sório.
Considerava-se segurador todo aque
velha apólice que estatuía que, em caso de litígio, as partes deveriam remeterse aos honrados comerciantes do que
pleitear perante a Justiça. Nessas circunstâncias, como o desen volver natural de um fenômeno econó-
mico-social, à Caffee-House Lloijd's afluiam os negócios de seguros. Aquêle estabelecimento, já então em Lombart Street, adquirira alto conceito co mo centro de negócios legítimos e de honestidade nas transações, e, portanto,
le que comprava um risco e vendia a
um abrigo para os que se não envolves
garantia de ressarcimento, — era êsse
sem na febre de especulações que agita-
54
DicliSTo Econômico
va Londres, em que se destacavam as &scroqueries dos "Mares do Sul" — "Sotith
mentos do negócio c a especificação dos riscos. Era a propo.sta na qual os se
sea bubble — que afetou a economia ínglêsa em centenas de milhares de libras.
guradores apunliam seus nomes e a
Atribui-se a influencia conquistada por Lloyd's a terminação da Court Of Assurance, câmara de seguros instituída por Elizabeth, que de algum tempo enlanguescia entre teorias, longe da rea lidade.
^ ^
^
O LIoyd s não é a organização mais antiga de seguros, porém foram êstes que ali afluiram como operações mcrentes às coisas do comércio e da nave
gação, de que se tinha formado centro
quantia a quanto importaria sua respon sabilidade. Desse costume surgiu a e.xpressão undcrwritcr, corrente nos países de língua inglesa, e que corresponde a segurador. Em pouco tempo, o desen volvimento natural dos negócios deter
bôlsa de seguros.
tênlas as operações em thc Room. verda O Llovd foi-se tornando mais com
plexo por se dislcnder c multíplicar-se
Atualmente o Lloyd estende suas ope rações a todo.s os ramos do seguros, cujas
nos
modalidades sc multiplicaram sob sua
hookcrs, ao mesmo tempo que retoma-
\ a seu prestigio Icndimo, passando a en
underwritcrs,
membros,
nomes,
tidade abstrata, símbolo de garantia e
das as perturbações econômicas, resul
.'seguridade.
xas e condições. Havia então as Under-
tantes de fato aleatório, seja a morte de
writing Members Uoijd's ou simples mente os Nomes (nomes), seguradores de categorias diversas que tiveram ne cessidade de se reunir em grupos ou
sindicatos, sendo que cada nome figu
inglesa por suas normas tradicionais e
Com a criação do Lloyd Reglster, ho
cetíveis da cobertura as.securatóría.
Depois de cobrir unicamente riscos marítimo.s, o Lloyd decidiu estender muito além a ação protetora do seguro, considerando ressarcívcis quaisquer da
A corporação Lloyd's Underwritcr ve la pelos ínterôsses c honorabílidade dc
divididos ao máximo os riscos e com
personagem importante, seja a promul gação de uma lei, consideram-se sus
nos pro\'indos do aleatório, desde que
todos os seus associados, disciplinando a
pensados no grande número através de
organização de cada um individualmente,
uma mutunlidade honesta.
traçando regras às suas respectivas fun ções e limitando suas participações.
do cmpirismo dos fatos, é a mesma que
Os bookers — corretores — são os me-
deadores entre o público e os uudencri-
A técnica de suas operações, surgida a ciência edificou sôbre a divisão e dis persão dos riscos.
e segurança, pois que constando no re
gistro naval as principais características
das embarcações e suas respectivas ca tegorias, os riscos apresentavam melho
res e mais certas condições de aprecia ção.
As operações desenvolvem-se em sis
Já alguns anos eram passados e em bom andamento iam os negócios, quan
tema melhor organizado e a cooperação
do Edward Lloyd resolveu dedicar-se aos seguros marítimos, especializando-se
cada vez mais, num sentimento de res
para organiza-los cora os elementos que lhe facultava sua "Lloyd'.s-List", publi
Seus componentes crescem em número,
cidade informativa que foi uma das precursoras da imprensa londrina.
je a cerca de 5 vezes mais.
Comerciantes, capitães, armadores procuravam seu estabelecimento a fim
te aos herdeiros e
entre os grupos e sindicatos estreita-se
ponsabilidade e probidade funcionais.
pois de 400 no ano de 1800 chegam ho O Coffee-Hoiise passou sucessivamen continuadores de
e navios, para o que traziam uma tira
Edward Lloyd, chegando mesmo a des membrar-se no Old Lloyd e New Lloyd. I A venda de café, pretexto originário
de papel — o slip — contendo os ele-
da reunião dos homens de negócios, de-
de obter seguros para suas mercadorias
deira bòlsa.
manteve sua .sédc como
regados de estudar o negócio, fixar ta
je inteiramente independente da Corpo ração Lloyd, veio encontrar o seguro marítimo elemento precioso de e.xpansão
dispersão infinita do risco alcança a
muitos anos
propostos ou conquistados, efetuando-se
seu sistema dc cobertura de riscos. Tõ-
rava como participante de uma quota
amplitude ilimitada da reparação.
icrs, aos quais apresentam os negócios
influência pela extrema flexibilidade de
fixa nos negócios aceitos pelo agente.
realizam seu ideal de perfeição, poten cialidade e universalidade, pois pela
saparcccu aos poucos para ceder lugar ao traio dos .scíguros, transfcrindo-sc oLloyd para o Royai Exchange, onde por
minava o desdobramento nos xinderwri-
de grande importância: entretanto, é a
princípios clássicos que imprimem à prática dos negócios um caráter singu lar. E ainda a corporação que ao se guro insufla condições de amplitude que
55
ling agents, propostos ou agentes encar
organização de seguradores que oferece
maior interesse, sem igual em todo o mundo, peculiar à estrutura segurista
0ÍOESTÜ Econó.mico
O Instituto Nacional de Estatística da França publicou os índices da pro dução industrial em abril dêste ano. O índice geral, incluindo a construção, passou de 113 em março para 115 em abril, em relação a 100 em 1938. Sem w construção, p índice passou de 112 e 113. A indústria do vidro figurou em pri-
rnoiro lugàr com o índice 168, seguida, pela eletricidade com 143 e pelo gás com ]40. Sòmentc; as indústrias de matérias graxas, com 59, dos couros, com 84, e dos fíiinas metálicas, com 79, ainchi figuram abaixo do nível de 1938.
54
DicliSTo Econômico
va Londres, em que se destacavam as &scroqueries dos "Mares do Sul" — "Sotith
mentos do negócio c a especificação dos riscos. Era a propo.sta na qual os se
sea bubble — que afetou a economia ínglêsa em centenas de milhares de libras.
guradores apunliam seus nomes e a
Atribui-se a influencia conquistada por Lloyd's a terminação da Court Of Assurance, câmara de seguros instituída por Elizabeth, que de algum tempo enlanguescia entre teorias, longe da rea lidade.
^ ^
^
O LIoyd s não é a organização mais antiga de seguros, porém foram êstes que ali afluiram como operações mcrentes às coisas do comércio e da nave
gação, de que se tinha formado centro
quantia a quanto importaria sua respon sabilidade. Desse costume surgiu a e.xpressão undcrwritcr, corrente nos países de língua inglesa, e que corresponde a segurador. Em pouco tempo, o desen volvimento natural dos negócios deter
bôlsa de seguros.
tênlas as operações em thc Room. verda O Llovd foi-se tornando mais com
plexo por se dislcnder c multíplicar-se
Atualmente o Lloyd estende suas ope rações a todo.s os ramos do seguros, cujas
nos
modalidades sc multiplicaram sob sua
hookcrs, ao mesmo tempo que retoma-
\ a seu prestigio Icndimo, passando a en
underwritcrs,
membros,
nomes,
tidade abstrata, símbolo de garantia e
das as perturbações econômicas, resul
.'seguridade.
xas e condições. Havia então as Under-
tantes de fato aleatório, seja a morte de
writing Members Uoijd's ou simples mente os Nomes (nomes), seguradores de categorias diversas que tiveram ne cessidade de se reunir em grupos ou
sindicatos, sendo que cada nome figu
inglesa por suas normas tradicionais e
Com a criação do Lloyd Reglster, ho
cetíveis da cobertura as.securatóría.
Depois de cobrir unicamente riscos marítimo.s, o Lloyd decidiu estender muito além a ação protetora do seguro, considerando ressarcívcis quaisquer da
A corporação Lloyd's Underwritcr ve la pelos ínterôsses c honorabílidade dc
divididos ao máximo os riscos e com
personagem importante, seja a promul gação de uma lei, consideram-se sus
nos pro\'indos do aleatório, desde que
todos os seus associados, disciplinando a
pensados no grande número através de
organização de cada um individualmente,
uma mutunlidade honesta.
traçando regras às suas respectivas fun ções e limitando suas participações.
do cmpirismo dos fatos, é a mesma que
Os bookers — corretores — são os me-
deadores entre o público e os uudencri-
A técnica de suas operações, surgida a ciência edificou sôbre a divisão e dis persão dos riscos.
e segurança, pois que constando no re
gistro naval as principais características
das embarcações e suas respectivas ca tegorias, os riscos apresentavam melho
res e mais certas condições de aprecia ção.
As operações desenvolvem-se em sis
Já alguns anos eram passados e em bom andamento iam os negócios, quan
tema melhor organizado e a cooperação
do Edward Lloyd resolveu dedicar-se aos seguros marítimos, especializando-se
cada vez mais, num sentimento de res
para organiza-los cora os elementos que lhe facultava sua "Lloyd'.s-List", publi
Seus componentes crescem em número,
cidade informativa que foi uma das precursoras da imprensa londrina.
je a cerca de 5 vezes mais.
Comerciantes, capitães, armadores procuravam seu estabelecimento a fim
te aos herdeiros e
entre os grupos e sindicatos estreita-se
ponsabilidade e probidade funcionais.
pois de 400 no ano de 1800 chegam ho O Coffee-Hoiise passou sucessivamen continuadores de
e navios, para o que traziam uma tira
Edward Lloyd, chegando mesmo a des membrar-se no Old Lloyd e New Lloyd. I A venda de café, pretexto originário
de papel — o slip — contendo os ele-
da reunião dos homens de negócios, de-
de obter seguros para suas mercadorias
deira bòlsa.
manteve sua .sédc como
regados de estudar o negócio, fixar ta
je inteiramente independente da Corpo ração Lloyd, veio encontrar o seguro marítimo elemento precioso de e.xpansão
dispersão infinita do risco alcança a
muitos anos
propostos ou conquistados, efetuando-se
seu sistema dc cobertura de riscos. Tõ-
rava como participante de uma quota
amplitude ilimitada da reparação.
icrs, aos quais apresentam os negócios
influência pela extrema flexibilidade de
fixa nos negócios aceitos pelo agente.
realizam seu ideal de perfeição, poten cialidade e universalidade, pois pela
saparcccu aos poucos para ceder lugar ao traio dos .scíguros, transfcrindo-sc oLloyd para o Royai Exchange, onde por
minava o desdobramento nos xinderwri-
de grande importância: entretanto, é a
princípios clássicos que imprimem à prática dos negócios um caráter singu lar. E ainda a corporação que ao se guro insufla condições de amplitude que
55
ling agents, propostos ou agentes encar
organização de seguradores que oferece
maior interesse, sem igual em todo o mundo, peculiar à estrutura segurista
0ÍOESTÜ Econó.mico
O Instituto Nacional de Estatística da França publicou os índices da pro dução industrial em abril dêste ano. O índice geral, incluindo a construção, passou de 113 em março para 115 em abril, em relação a 100 em 1938. Sem w construção, p índice passou de 112 e 113. A indústria do vidro figurou em pri-
rnoiro lugàr com o índice 168, seguida, pela eletricidade com 143 e pelo gás com ]40. Sòmentc; as indústrias de matérias graxas, com 59, dos couros, com 84, e dos fíiinas metálicas, com 79, ainchi figuram abaixo do nível de 1938.
"l —
57
Dicesto Econômico
rio, tenham resolvido manter uma certa estabilidade cambial, durante um deter
A Bstabilidade Cíuiiiíi.d r o itiiido
minado período; convcticionemos, ou-
moriíManíi nd: ni.-uiiitiiíii Dorival Teixeira
trossim, que uma unidade de moeda do país A seja igual a 20 unidades de moe
Vieira
(Professor da cadeira de "Valor e Formação dos Preços" da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo) O tratarmos da estabili
dade
portação diminuir; o país cujos preços
da do país B. No momento em que firmam tal acordo, os preços do país A e do pais B guardam entre si certas relações; para oxcmplificação, conside remos artigos que possam ser fabricados tanto em A quanto cm B, sejam objetos de matéria plástica; .se um determinado
internos se mantêm relati\'amente está
ser possível a revenda a preços ligeira
veis vê suas exportações aumentarem
e as suas importações se reduzirem. Tal fenômeno acarreta sérias conse
qüências, no mercado de divisas; se, pa ra o
A, é conveniente vender a B
monetária, deve
o pfof. Dorival Teixeira Vieira, após
mos considerar dois as
analisar os problemas decorrenies da
pectos do mesmo proble ma; o primeiro refere-se
bem desta natureza tem, por unidade,
instabilidade cambial, passa cm revista
o preço 10 no país A, terá em B o
mente mais baixos que os do artigo
à estabilidade do poder
preço 200.
ver a estabilização do câmbio, detendo-
se cuidou da estabilização cambial, sem
se no estudo do Fundo Monetário
atentar para os níveis de preços nos res
Internacional
pectivos mercados internos, podemos su por que as variações de preços em A e
concorrente nacional, ha^"erá grande pro cura de moeda do país exportador, para efetuarem-se compras neste país; como não se passa o mesmo com o importa
aquisitivo da moeda no
mercado interno, enquanto o segundo
as várias medidas tentadas para promo
•z respeito ao valor da moeda no mer
cado internacional.
"^^c^cado interno, dizemos que a
moeda é estável quando apresenta, em
período de tempo, relativa
estabilidade do poder de compra. No mercado externo costumamos falar em
estabilidade monetária, ou cambial, quan o há pequena variabilidade da
taxa de câmbio da moeda de um país, em relação à dos demais.
Êstes problemas, por vezes, têm sido es
de não se atentar para o paralelismo dos preços, em cada uin dos mercados externos; o país cujos preços sobem vê as suas importações crescerem e sua ex
a os isoladamente, cómo se fôssem
uas reàlidades distintas; ora se procura va estabelecer qual o poder aquisitivo da moeda no mercado interno, sem preo
do poder aquisitivo da moeda no mer
cado interno, enquanto o país B deLxa
versa, encontramos tropeços, com
seus preços internos flutuarem, sem ne
quais nunca contávamos.
os
Disso temos
do Brasil; as reformas monetárias e ban
cárias do Império, visando a garantia de relativa estabilidade de preços inter
país B, onde houve descaso ou impos sibilidade de estabilizar os preços inter nos, tal preço passou de 200 a 400, havendo, portanto, em A, 20% de aumen
mercado internacional; tanto a CaLxa de
do externo, deixando-se à parte o pro
esperava.
estabilidade do valor da moeda, tanto
considerado, elevado para 12; mas, no
nos, faliram devido às repercussões no
interno, não deram o resultado que se
num, quanto noutro mercado. Quando se procura dissociar os dois fenômenos e cuidar, por exemplo, da manutenção
nhuma medida corretiva; digamos que, após 5 anos de vigência do tratado, o pais A teve o preço do artigo, por nós
e.xemplos na própria história monetária
cupação com o mercado externo; ora
bial estamos discutindo a questão da
poder de compra de sua moeda, no mer
cia no mercado internacional, ou vice-
cuidava-se, apenas, da moeda no merca
pois, ao falarmos em estabilidade cam
B não sejam paralelas; o país A segue uma política de relativa estabilidade do
cado interno, divorciado de sua influên
Conversão, quanto a de Estabilização Cambial, organismos criados com o fim de estabilizar a taxa de câmbio, sem preocupar-se com a rnoeda no mercado
blema, dentro do próprio país. Não se pode, porém, assim proceder,
Admitindo-se, porém, que
to e em B 100%. O que sucederá?
Os produtores dos artigos de maté
ria plástica, localizados em A, têm maior
Percebe-se atualmente que o proble
do-se um momento inicial qualquer, em um mercado inteiramente livre, verifi caríamos que a taxa cambial resultaria da comparação entre ativo e passivo de uma nação, quer dizer, entre aquilo que a nação vendeu em mercadorias, serviços
e capitais, pelo qual deve receber certa importância em sua moeda, e aquilo que comprou, dando lugar a pagamentos em
moeda estrangeira; daí ser necessário
ra que se estabeleça a comparação de valores.
A taxa cambial entra,.assim,
um lucro na operação de 8 unidades
como um fator na balança de contas do
monetárias.
país, o qual pesará favorável ou desfa-
Êste exemplo, mostra-nos o perigo de se divorciar um fenômeno do outro,
jí
Por estas e outras razões, que adian
te exporemos, o problema da estabilida de cambial tem constituído séria preo cupação para os governos. Consideran
considerar uma taxa de conversão entre as moedas utilizadas nas transações, pa
prio país alcançaria apenas 12, de onde
do, suponhamos dois países quaisquer A e B, os quais, por um acordo monetá
da escassez do dólar.
porque ali alcançam o preço 400, o qual, enquanto se fosse vendido em seu pró
Para melhor esclarecimento do afirma
dor, temos o aumento da procura de di visas de A, e superabundância de divi sas de B; por aí se compreende o coso
interesse em vender seus artigos em B, convertido em sua moeda, dar-lhes-á 20,
ma monetário de cada país, na realida de, confunde-se com o de todos os paí ses, visto haver estreita interdependên cia entre moedas e preços internacionais.
e êstc julga conveniente a compra, \asto
voràvelmente, nos vários momentos de equilíbrio da mesma.
"l —
57
Dicesto Econômico
rio, tenham resolvido manter uma certa estabilidade cambial, durante um deter
A Bstabilidade Cíuiiiíi.d r o itiiido
minado período; convcticionemos, ou-
moriíManíi nd: ni.-uiiitiiíii Dorival Teixeira
trossim, que uma unidade de moeda do país A seja igual a 20 unidades de moe
Vieira
(Professor da cadeira de "Valor e Formação dos Preços" da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo) O tratarmos da estabili
dade
portação diminuir; o país cujos preços
da do país B. No momento em que firmam tal acordo, os preços do país A e do pais B guardam entre si certas relações; para oxcmplificação, conside remos artigos que possam ser fabricados tanto em A quanto cm B, sejam objetos de matéria plástica; .se um determinado
internos se mantêm relati\'amente está
ser possível a revenda a preços ligeira
veis vê suas exportações aumentarem
e as suas importações se reduzirem. Tal fenômeno acarreta sérias conse
qüências, no mercado de divisas; se, pa ra o
A, é conveniente vender a B
monetária, deve
o pfof. Dorival Teixeira Vieira, após
mos considerar dois as
analisar os problemas decorrenies da
pectos do mesmo proble ma; o primeiro refere-se
bem desta natureza tem, por unidade,
instabilidade cambial, passa cm revista
o preço 10 no país A, terá em B o
mente mais baixos que os do artigo
à estabilidade do poder
preço 200.
ver a estabilização do câmbio, detendo-
se cuidou da estabilização cambial, sem
se no estudo do Fundo Monetário
atentar para os níveis de preços nos res
Internacional
pectivos mercados internos, podemos su por que as variações de preços em A e
concorrente nacional, ha^"erá grande pro cura de moeda do país exportador, para efetuarem-se compras neste país; como não se passa o mesmo com o importa
aquisitivo da moeda no
mercado interno, enquanto o segundo
as várias medidas tentadas para promo
•z respeito ao valor da moeda no mer
cado internacional.
"^^c^cado interno, dizemos que a
moeda é estável quando apresenta, em
período de tempo, relativa
estabilidade do poder de compra. No mercado externo costumamos falar em
estabilidade monetária, ou cambial, quan o há pequena variabilidade da
taxa de câmbio da moeda de um país, em relação à dos demais.
Êstes problemas, por vezes, têm sido es
de não se atentar para o paralelismo dos preços, em cada uin dos mercados externos; o país cujos preços sobem vê as suas importações crescerem e sua ex
a os isoladamente, cómo se fôssem
uas reàlidades distintas; ora se procura va estabelecer qual o poder aquisitivo da moeda no mercado interno, sem preo
do poder aquisitivo da moeda no mer
cado interno, enquanto o país B deLxa
versa, encontramos tropeços, com
seus preços internos flutuarem, sem ne
quais nunca contávamos.
os
Disso temos
do Brasil; as reformas monetárias e ban
cárias do Império, visando a garantia de relativa estabilidade de preços inter
país B, onde houve descaso ou impos sibilidade de estabilizar os preços inter nos, tal preço passou de 200 a 400, havendo, portanto, em A, 20% de aumen
mercado internacional; tanto a CaLxa de
do externo, deixando-se à parte o pro
esperava.
estabilidade do valor da moeda, tanto
considerado, elevado para 12; mas, no
nos, faliram devido às repercussões no
interno, não deram o resultado que se
num, quanto noutro mercado. Quando se procura dissociar os dois fenômenos e cuidar, por exemplo, da manutenção
nhuma medida corretiva; digamos que, após 5 anos de vigência do tratado, o pais A teve o preço do artigo, por nós
e.xemplos na própria história monetária
cupação com o mercado externo; ora
bial estamos discutindo a questão da
poder de compra de sua moeda, no mer
cia no mercado internacional, ou vice-
cuidava-se, apenas, da moeda no merca
pois, ao falarmos em estabilidade cam
B não sejam paralelas; o país A segue uma política de relativa estabilidade do
cado interno, divorciado de sua influên
Conversão, quanto a de Estabilização Cambial, organismos criados com o fim de estabilizar a taxa de câmbio, sem preocupar-se com a rnoeda no mercado
blema, dentro do próprio país. Não se pode, porém, assim proceder,
Admitindo-se, porém, que
to e em B 100%. O que sucederá?
Os produtores dos artigos de maté
ria plástica, localizados em A, têm maior
Percebe-se atualmente que o proble
do-se um momento inicial qualquer, em um mercado inteiramente livre, verifi caríamos que a taxa cambial resultaria da comparação entre ativo e passivo de uma nação, quer dizer, entre aquilo que a nação vendeu em mercadorias, serviços
e capitais, pelo qual deve receber certa importância em sua moeda, e aquilo que comprou, dando lugar a pagamentos em
moeda estrangeira; daí ser necessário
ra que se estabeleça a comparação de valores.
A taxa cambial entra,.assim,
um lucro na operação de 8 unidades
como um fator na balança de contas do
monetárias.
país, o qual pesará favorável ou desfa-
Êste exemplo, mostra-nos o perigo de se divorciar um fenômeno do outro,
jí
Por estas e outras razões, que adian
te exporemos, o problema da estabilida de cambial tem constituído séria preo cupação para os governos. Consideran
considerar uma taxa de conversão entre as moedas utilizadas nas transações, pa
prio país alcançaria apenas 12, de onde
do, suponhamos dois países quaisquer A e B, os quais, por um acordo monetá
da escassez do dólar.
porque ali alcançam o preço 400, o qual, enquanto se fosse vendido em seu pró
Para melhor esclarecimento do afirma
dor, temos o aumento da procura de di visas de A, e superabundância de divi sas de B; por aí se compreende o coso
interesse em vender seus artigos em B, convertido em sua moeda, dar-lhes-á 20,
ma monetário de cada país, na realida de, confunde-se com o de todos os paí ses, visto haver estreita interdependên cia entre moedas e preços internacionais.
e êstc julga conveniente a compra, \asto
voràvelmente, nos vários momentos de equilíbrio da mesma.
Dioi-:,sj(>
Os desníveis cambiais provocam, en tre outros fenômenos, a chamada perda
EcoN«iMico
presa cjualqiier; convertendo se»i capital
DícESTo EcoNóxnco
Julgamos haver demonstvadu a impor
a estabilização de sua moeda; mas, para
tância do problema dn cslabilidado cam
o país credor, ba\àa o perigo de esse
bial, restandn-no.s apontar as soluções
capital cedido não retomar. O país que
viáveis para o mesmo.
nuas desvalorizações. Podemos tomar um exemplo ilustrati\'o com o caso bra
253:88()$í)0ü; depois de ter negociado, pelo e.spaço do 29 anos, em 1929, resolveu, por qualquer motivo, voltar para sua terra natal; foi, então, novamente
tentativas de estabilização indicou-nos
recebe o empréstimo, para conseguir a estabilização e garantir a sua la.xa cam
sileiro; um saco de café, em 1890, era comprado pe!a Inglaterra por 37$ie8, o
pital do 253:880$000 e verificou cora espanto, que apenas apurou ££ 6.180,
de substância, contra a qual os vários países têm procurado lutar, principal mente aquôlos cuja moeda sofre contí
que eqüivalia a ií 3. 9s - lld; enr
1900, a saca de café era comprada pelu Inglaterra a 57$905, de onde um lucro 15$735. Mas, a taxa cam
bial havia caído e èstes 57.$905 equivalam a ££ 2 - Is . 8(]_
receber o
importador inglês, pela quantia anterior^nte paga, por 60 quilos, na realidade quilos e 680 gramas, ou sejam, 48 g e 680 gramas de graça. O país cujo cam io tende a cair, aquêle que não poe conseguir relativa estabilidade cam
bial, perde substância; o crescer do
preço dc venda internacional é aparene. Na realidade, está recebendo menos
cin iiKicda brasileira obteria
eonverter em libras esterlinas seu ca
A história das
quatro possibilidades.
bial contra flutuações, vê-se forçado a
A primeira seria a volta pura o sim
tendo sofrido uma perda de ££ 3.820,
ples ao padrão-ouro, uma vez. que, no passado, estando as moedas ligadas ao
devido à flutação do câmbio; ora, num
ouro, podíamos considerá-lo como ponto
país de taxa cambial está\-cl isto não
de referência, e graças aos movimentos
aconteceria. Esta tendência de os capi tais procurarem os paí.ses de moeda es-
de seus preços e quantidades ora possí vel restabelecer o equilíbrio cambial;
tá\el representa verdadeira ironia, por que justamente os países que mais pre cisam de capitais são aqueles de econo
tal mecanismo auto-regulador podia, en tretanto, falhar, pois quando ocorria uma flutuação de preços dc grande vio
mia nascente, os mais sujeitos a flutua
lência, o país que a sofresse suspenderia
ção do câmbio.
momcntuneamcnte a conversibilidade de
Acresce a tudo isto o fato de muitos
países serem devedores, visto haverem
lançado mão de emprc.stimos externos para resolver problemas financeiros c
sua moeda e impediria o funcionamento automático do padrão-ouro. Hoje em dia, a esse problema junta-se um outro — o da redistribuição do ouro.
Êste, aos
e entregando mercadoria de graça. E esta uma das razões pelas quais o os os governos têm-se' preocupado
economicos prementes, de outro modo
poucos, graças aos movimentos de mer
insolúveis, pela escassez de capitais.
cado e outros fatores, concentrou-se em
com o problema da estabilidade cambial. as nao se estabilizimi preços, sejam
pagas; acontece, porem; que os recursos
internos, sejam internacionais, por sim
ples pto de vontade, porque há fatores
mtercorrentes, que independem da von tade humana, as chamadas variações de preços sazonais, acidentais e cíclicas.
Outro problema, ligado à estabilida de cambial, é o do movimento interna
cional de capitais, em virtude das varia ções do valor da moeda; o afluxo de ca pitais, no mercado internacional, se faz em direção aos países de moeda está
vel; tomemos um exemplo hipotético, supondo o caso de um capitalista inglês que, em 1900, sendo portador de f£
10.000, quisesse montar aqui uma em
Tais dívidas realizam-se na moeda do
país emprestador e com ela devem ser
mãos dc poucos países e estamos dian te dêste quadro: poucos países com
grande estoque áureo e outros sem ne
seguir uma política de deflação; devido a isso será forçado a restringir .créditos,
provocando a retração dos negócios; apa recem novo.s- problemas sociais, como O
do desemprego, que obrigarão o país a despesas imprevistas, as quais, em gran de parte, imitilizarilo a tentativa, por
e.sgotarem-se as reservas; além disso, po derá o empréstimo ser desviado do seu fim; de qualquer forma, o problema repetir-se-á.
Uma terceira hipótese seria a da ten tativa da cnação de blocos monetários;
adotada esta, teríamos um bloco do dó
lar, outro da libra, ainda outro do rublo e assim por diante, ligando-se os paí
ses,"por gmpos, a uma determinada mo'eda, suposta capaz de garantir uma
relativa estabilidade cambial dentro do bloco. O.problema, porém, continuaria aberto enbe blocos, além do risco de uns se oporem aos outros. Se tivermos,
para êste pagamento provêm da arreca
nhum. Voltar do padrão-ouro implica
dação de tributos dos súditos do país devedor, devendo posteriormente a quan
ria em sua redistribuição, pois os paí
no entanto, por objetivo, a paz e não a
ses sem reserva não poderiam voltar a padrão; mesmo no caso da redisbl-
guerra, procuraremos sempre evitar qualquer coisa que conduza a esta idéia
tia arrecadada, em moeda nacional, ser
transformada em divisa e.strangeira; nes te caso a queda da taxa cambial poderá constituir fator de agravamento do ônus;
a dívida do Brasil para com a Inglaterra, em 1900, por exemplo, era de ££ ....
42.423.817, o que eqüivalia a 1.077.056:0008000; se k imaginássemos imobilizada, até 1929, para então resga tá-la, precisaríamos despender 1.740.013:0008000; houve, portanto, um agravamento de 662.957:0008000, devi do à desvalorização cambial.
..iUíiu.
buição, haveria ainda um problema a solucionar — o de se garantir o paralelisTiio no movimento dos preços internos jo.s vários países, som o que o ouro
instrumento de domínio político; dizer-
retornaria ao pais cie moeda mais estável, renovando-se o impasse.
se bloco monetário eqüivale a se dizer bloco político, significando esferas de in
A segunda solução possível seria a dos empréstimos dc estabilização; um banco central, querendo promover a es tabilidade cambial e não tendo recursos, solicitaria empréstimos ao banco cenb^al
fluências, lutas entre moedas e entre blocos; tudo isto conduziria a sérios
dum país de moeda mais estável; o ca
ção de outras práticas complementares,
pital obtido constituiria uma base para
conducentes primeiro à guerra econó-
de blocos, monetários, econômicos e po
líticos, porque a moeda não é apenas instrumentp de troca, e sim também um
desequilíbrios monetários, econômicos, financeiros e, por fim, políticos, entre os blocos, não sendo de admirar a apari
Dioi-:,sj(>
Os desníveis cambiais provocam, en tre outros fenômenos, a chamada perda
EcoN«iMico
presa cjualqiier; convertendo se»i capital
DícESTo EcoNóxnco
Julgamos haver demonstvadu a impor
a estabilização de sua moeda; mas, para
tância do problema dn cslabilidado cam
o país credor, ba\àa o perigo de esse
bial, restandn-no.s apontar as soluções
capital cedido não retomar. O país que
viáveis para o mesmo.
nuas desvalorizações. Podemos tomar um exemplo ilustrati\'o com o caso bra
253:88()$í)0ü; depois de ter negociado, pelo e.spaço do 29 anos, em 1929, resolveu, por qualquer motivo, voltar para sua terra natal; foi, então, novamente
tentativas de estabilização indicou-nos
recebe o empréstimo, para conseguir a estabilização e garantir a sua la.xa cam
sileiro; um saco de café, em 1890, era comprado pe!a Inglaterra por 37$ie8, o
pital do 253:880$000 e verificou cora espanto, que apenas apurou ££ 6.180,
de substância, contra a qual os vários países têm procurado lutar, principal mente aquôlos cuja moeda sofre contí
que eqüivalia a ií 3. 9s - lld; enr
1900, a saca de café era comprada pelu Inglaterra a 57$905, de onde um lucro 15$735. Mas, a taxa cam
bial havia caído e èstes 57.$905 equivalam a ££ 2 - Is . 8(]_
receber o
importador inglês, pela quantia anterior^nte paga, por 60 quilos, na realidade quilos e 680 gramas, ou sejam, 48 g e 680 gramas de graça. O país cujo cam io tende a cair, aquêle que não poe conseguir relativa estabilidade cam
bial, perde substância; o crescer do
preço dc venda internacional é aparene. Na realidade, está recebendo menos
cin iiKicda brasileira obteria
eonverter em libras esterlinas seu ca
A história das
quatro possibilidades.
bial contra flutuações, vê-se forçado a
A primeira seria a volta pura o sim
tendo sofrido uma perda de ££ 3.820,
ples ao padrão-ouro, uma vez. que, no passado, estando as moedas ligadas ao
devido à flutação do câmbio; ora, num
ouro, podíamos considerá-lo como ponto
país de taxa cambial está\-cl isto não
de referência, e graças aos movimentos
aconteceria. Esta tendência de os capi tais procurarem os paí.ses de moeda es-
de seus preços e quantidades ora possí vel restabelecer o equilíbrio cambial;
tá\el representa verdadeira ironia, por que justamente os países que mais pre cisam de capitais são aqueles de econo
tal mecanismo auto-regulador podia, en tretanto, falhar, pois quando ocorria uma flutuação de preços dc grande vio
mia nascente, os mais sujeitos a flutua
lência, o país que a sofresse suspenderia
ção do câmbio.
momcntuneamcnte a conversibilidade de
Acresce a tudo isto o fato de muitos
países serem devedores, visto haverem
lançado mão de emprc.stimos externos para resolver problemas financeiros c
sua moeda e impediria o funcionamento automático do padrão-ouro. Hoje em dia, a esse problema junta-se um outro — o da redistribuição do ouro.
Êste, aos
e entregando mercadoria de graça. E esta uma das razões pelas quais o os os governos têm-se' preocupado
economicos prementes, de outro modo
poucos, graças aos movimentos de mer
insolúveis, pela escassez de capitais.
cado e outros fatores, concentrou-se em
com o problema da estabilidade cambial. as nao se estabilizimi preços, sejam
pagas; acontece, porem; que os recursos
internos, sejam internacionais, por sim
ples pto de vontade, porque há fatores
mtercorrentes, que independem da von tade humana, as chamadas variações de preços sazonais, acidentais e cíclicas.
Outro problema, ligado à estabilida de cambial, é o do movimento interna
cional de capitais, em virtude das varia ções do valor da moeda; o afluxo de ca pitais, no mercado internacional, se faz em direção aos países de moeda está
vel; tomemos um exemplo hipotético, supondo o caso de um capitalista inglês que, em 1900, sendo portador de f£
10.000, quisesse montar aqui uma em
Tais dívidas realizam-se na moeda do
país emprestador e com ela devem ser
mãos dc poucos países e estamos dian te dêste quadro: poucos países com
grande estoque áureo e outros sem ne
seguir uma política de deflação; devido a isso será forçado a restringir .créditos,
provocando a retração dos negócios; apa recem novo.s- problemas sociais, como O
do desemprego, que obrigarão o país a despesas imprevistas, as quais, em gran de parte, imitilizarilo a tentativa, por
e.sgotarem-se as reservas; além disso, po derá o empréstimo ser desviado do seu fim; de qualquer forma, o problema repetir-se-á.
Uma terceira hipótese seria a da ten tativa da cnação de blocos monetários;
adotada esta, teríamos um bloco do dó
lar, outro da libra, ainda outro do rublo e assim por diante, ligando-se os paí
ses,"por gmpos, a uma determinada mo'eda, suposta capaz de garantir uma
relativa estabilidade cambial dentro do bloco. O.problema, porém, continuaria aberto enbe blocos, além do risco de uns se oporem aos outros. Se tivermos,
para êste pagamento provêm da arreca
nhum. Voltar do padrão-ouro implica
dação de tributos dos súditos do país devedor, devendo posteriormente a quan
ria em sua redistribuição, pois os paí
no entanto, por objetivo, a paz e não a
ses sem reserva não poderiam voltar a padrão; mesmo no caso da redisbl-
guerra, procuraremos sempre evitar qualquer coisa que conduza a esta idéia
tia arrecadada, em moeda nacional, ser
transformada em divisa e.strangeira; nes te caso a queda da taxa cambial poderá constituir fator de agravamento do ônus;
a dívida do Brasil para com a Inglaterra, em 1900, por exemplo, era de ££ ....
42.423.817, o que eqüivalia a 1.077.056:0008000; se k imaginássemos imobilizada, até 1929, para então resga tá-la, precisaríamos despender 1.740.013:0008000; houve, portanto, um agravamento de 662.957:0008000, devi do à desvalorização cambial.
..iUíiu.
buição, haveria ainda um problema a solucionar — o de se garantir o paralelisTiio no movimento dos preços internos jo.s vários países, som o que o ouro
instrumento de domínio político; dizer-
retornaria ao pais cie moeda mais estável, renovando-se o impasse.
se bloco monetário eqüivale a se dizer bloco político, significando esferas de in
A segunda solução possível seria a dos empréstimos dc estabilização; um banco central, querendo promover a es tabilidade cambial e não tendo recursos, solicitaria empréstimos ao banco cenb^al
fluências, lutas entre moedas e entre blocos; tudo isto conduziria a sérios
dum país de moeda mais estável; o ca
ção de outras práticas complementares,
pital obtido constituiria uma base para
conducentes primeiro à guerra econó-
de blocos, monetários, econômicos e po
líticos, porque a moeda não é apenas instrumentp de troca, e sim também um
desequilíbrios monetários, econômicos, financeiros e, por fim, políticos, entre os blocos, não sendo de admirar a apari
60
Dicesto
mica e depois pura e simplesmente à guerra. Por Isto, julgamos que das três
Econômico
Dicesto EcoNÓNnco
países forem compelidos a fazer o mes mo, haverá o perigo de escassez, e o
tra de 112 8 meio milhões, cm moeda
os demais países, não poderá solicitar, de uma só vez, a importância total de sua cota, c sim apenas a soma equiva
lente ao .seu lastro curo, uma vez que as medidas de estabilização poderão fa
netário poderá solicitar empréstimos ao
Há, por fim, uma quarta forma de solução — é a cooperação internacional; foi o que se procurou adotar em Bretton
corrente no país, ou sejam, à paridade de Cr$ 18,50 por dólar, 2.081,25 mi lhões de cruzeiros; os Estados Unidos,
lhar, apesar do empréstimo e, neste caso, o país que emprestou nada perderá por que o ouro cm depósito será sua garan
cendo como garantia o ouro de reserva;
Woods, ao ser criado o Fundo Monetá
divididos em 787 e meio milhões cm ou
rio Internacional. Daí o analisarmos com maior detalhe, visto constituir um exem
ro e 2.062 milhões e meio cm dólares.
medidas, até aqui apontadas, a da esta bilização cambial por blocos é a mais perigosa e talvez a mais desastrosa.
plo notável da solução que julgamos ser a melhor.
A primeira de suas finalidades consis-
te em promover a cooperação no mer
cado monetário internacional, seja por troca de informações, seja pela adoção o medidas comuns, capazes de conduzir à estabilidade monetá
ria, no sentido amplo do termo. Para conseguir tal objetivo, o Fundo Monetário compromete-se a emprestar, em períodos curtos e
pelo prazo máximo de 5 anos,
mas de ouro de lei, de acordo com a no
va paridade cambial brasileira, c a ou
ocupando o primeiro lugar, possuem uma cota de 2.750 milhões de dólares,
Fundo não mais poderá operar com dólares (2). Neste caso, a Fundo Mo
próprio país de moeda escassa, ofere poderá ainda entrar em entendimento
tia. O Brasil, então, tomaria empresta dos, no primeiro ano, 37 c meio milhões dc dólare.s, devendo depositar 750 mi
com outro país, o qual não esteja numa situação cambial aflitiva e possua um
Fundo, pela cotação normal do merca do; haverá, por outro lado, a possibi
titui o depósito do país, do que os de mais países devedores poderão lançar
lhões dc cruzeiros, além do seu depósi to normal. Nos primeiros 3 meses ne nhum juro pagará, concUundo-se que se o empréstimo fôr realmente para acu-
mão, caso não as obtenham no mercado
dir a uma situação momentânea não ha
A razao dessa bipartição dc\'e-sc ao seguinte: a parte em ouro forma o fun
do de garantia e a parte de di\'isas cons
li\Te. Um exemplo melhor ilustrará o
verá ônus para o país tomador; se, en
excedente de dólares que venderá ao lidade da troca de dólares por ouro,
porque o Fundo tem a faculdade de poder acumular reservas, oriundas das operações que realizar, auferindo um rendimento próprio, que poderá aplicar na compra de ouro. Pode, ainda, ha
afirmado: suponhamos que, num
tretanto, tal não ocorrer, pagará, nos 9
dado momento, os Estados Uni dos, necessitando divisas em cru
meses subseqüentes, 1/2% dc juros. Ad-
mitlndo-so ainda que, no ano seguinte,
ver o caso da obtenção de dólares graças
zeiros, peçam 20 milhões de cru
nova ocorrência exija um novo emprés
a operações de transferência de capitais; suponhamos que capitalistas norte-ame ricanos queiram estabelecer-se no Bra
Fundo
timo, poderá realizá-lo, nas mesmas con-
Monetário Internacional; da co ta do Brasil seriam retirados os
diçóes; mas, neste caso, cobrar-lhe-ão desde o início 1% de juros, extensíveis ao remanescente do empréstimo anterior; durante 5 anos, sucessivamente, o Brasil
zeiros
emprestados
ao
sil, necessitando, portanto, cruzeiros; em
determinadas importâncias, capazes de reso.\^r desequilíbrios momentâneos,
20 milhões, enquanto os Estados Unidos
onundos de acidentes ou de variações sazonais. Graças a esta assistência, pensa
lhão de dólares, ficando sua parcela de dólares aumentada para 2.063 c meio milhões (1). Na medida em que a es
a taxa do juros, atingindo no último em
tias que necessitam em moeda brasileira, superabundante, em troca de dólares,
funcionamento multilateral dos paga-
cassez de ciaizeiros desaparecesse, os "Estados Unidos iriam repondo os cruzei
em qoc seu crédito estará esgotado,
até então escassos, re£orçando-se, gra ças a esta operação, a reserva do Fundo
gamentos internacionais. Os clientes do
ros da cota do Brasil e retirando a sua
rcstanclo-lho apenas uma única obriga
Monetário. O último recmso, c também
parcela de dólares. O Brasil nada per
ção — a de pagar. Não o fazendo, po
o mais falível, será o de obrigar o país
deria porque estaria
rém,
devedor a repor o que deve.
o Fundo Monetário manter a estabilida de cambial, e dessa maneira facilitar o
Fundo Monetário seriam os governos, através dos bancos centrais, não ope rando o mesmo diretamente com o pú blico. O capital do Fundo é constituí do de cotas, cada uma delas dividida
adicionariam à sua cota mais um mi
garantido
pelo
em 2 parcelas, uma de 37 e meio mi lhões em ouro, ou seja, 33.324.875 gra-
Em linhas gerais, tal é o mecanismo do Fundo Monetário Internacional; mas,
condições, capazes de impedir abusos;
suponhamos que o Brasil precise de dó lares para suas transações; como todos (1) Para comodidade
de cálculo
mou-se o dólar em Cr? 20,00.
préstimo 2,5% para todos ôles, ocasião
o 8.° ano, será advertido; e
yf) atingir-se o 10.° ano, o Fundo cha
acréscimo de 1 milhão de dólares.
252 em ouro e 752 em papel, as quais ' naturalmente, isto representa um em foram prèviamente declaradas pelos vá préstimo, que deve obedecer a certas rios países participantes. Entre ôstes o Brasil ocupa o U.° lugar, como uma co ta de 150 milhões de dólares, divididos
poderá retirar 5 empréstinios, crescendo, porém, anualmente, de meio por cento
esti
mará os países credores para^ que junms estudem o estabelecimento de con dições mais onerosas, como forma de
repressão ao abuso. Visto o caso do país devedor, passernó.s ao país credor; se admitimos que
o Brasil, durante cinco anos, poderia ir retirando dólares, claro está que ôstes faltarão aos Estados Unidos; se outros
lugar de operarem com seus bancos, na América do Norte, negociarão com o Fundo Monetário, recebendo as quan
Todo este mecanismo, porém, repou sa numa condição: a existência de relati
va estabilidade cambial, sem o que,
graças a manobras de desvalorização, um país devedor pouco escrupuloso po derá safar-se das dívidas que contraiu. Tal é a tentativa de cooperação inter(2) o caso da escassez de dólares é ape nas um exemplo, podendo o mesmo ocorrer com outras moedas.
60
Dicesto
mica e depois pura e simplesmente à guerra. Por Isto, julgamos que das três
Econômico
Dicesto EcoNÓNnco
países forem compelidos a fazer o mes mo, haverá o perigo de escassez, e o
tra de 112 8 meio milhões, cm moeda
os demais países, não poderá solicitar, de uma só vez, a importância total de sua cota, c sim apenas a soma equiva
lente ao .seu lastro curo, uma vez que as medidas de estabilização poderão fa
netário poderá solicitar empréstimos ao
Há, por fim, uma quarta forma de solução — é a cooperação internacional; foi o que se procurou adotar em Bretton
corrente no país, ou sejam, à paridade de Cr$ 18,50 por dólar, 2.081,25 mi lhões de cruzeiros; os Estados Unidos,
lhar, apesar do empréstimo e, neste caso, o país que emprestou nada perderá por que o ouro cm depósito será sua garan
cendo como garantia o ouro de reserva;
Woods, ao ser criado o Fundo Monetá
divididos em 787 e meio milhões cm ou
rio Internacional. Daí o analisarmos com maior detalhe, visto constituir um exem
ro e 2.062 milhões e meio cm dólares.
medidas, até aqui apontadas, a da esta bilização cambial por blocos é a mais perigosa e talvez a mais desastrosa.
plo notável da solução que julgamos ser a melhor.
A primeira de suas finalidades consis-
te em promover a cooperação no mer
cado monetário internacional, seja por troca de informações, seja pela adoção o medidas comuns, capazes de conduzir à estabilidade monetá
ria, no sentido amplo do termo. Para conseguir tal objetivo, o Fundo Monetário compromete-se a emprestar, em períodos curtos e
pelo prazo máximo de 5 anos,
mas de ouro de lei, de acordo com a no
va paridade cambial brasileira, c a ou
ocupando o primeiro lugar, possuem uma cota de 2.750 milhões de dólares,
Fundo não mais poderá operar com dólares (2). Neste caso, a Fundo Mo
próprio país de moeda escassa, ofere poderá ainda entrar em entendimento
tia. O Brasil, então, tomaria empresta dos, no primeiro ano, 37 c meio milhões dc dólare.s, devendo depositar 750 mi
com outro país, o qual não esteja numa situação cambial aflitiva e possua um
Fundo, pela cotação normal do merca do; haverá, por outro lado, a possibi
titui o depósito do país, do que os de mais países devedores poderão lançar
lhões dc cruzeiros, além do seu depósi to normal. Nos primeiros 3 meses ne nhum juro pagará, concUundo-se que se o empréstimo fôr realmente para acu-
mão, caso não as obtenham no mercado
dir a uma situação momentânea não ha
A razao dessa bipartição dc\'e-sc ao seguinte: a parte em ouro forma o fun
do de garantia e a parte de di\'isas cons
li\Te. Um exemplo melhor ilustrará o
verá ônus para o país tomador; se, en
excedente de dólares que venderá ao lidade da troca de dólares por ouro,
porque o Fundo tem a faculdade de poder acumular reservas, oriundas das operações que realizar, auferindo um rendimento próprio, que poderá aplicar na compra de ouro. Pode, ainda, ha
afirmado: suponhamos que, num
tretanto, tal não ocorrer, pagará, nos 9
dado momento, os Estados Uni dos, necessitando divisas em cru
meses subseqüentes, 1/2% dc juros. Ad-
mitlndo-so ainda que, no ano seguinte,
ver o caso da obtenção de dólares graças
zeiros, peçam 20 milhões de cru
nova ocorrência exija um novo emprés
a operações de transferência de capitais; suponhamos que capitalistas norte-ame ricanos queiram estabelecer-se no Bra
Fundo
timo, poderá realizá-lo, nas mesmas con-
Monetário Internacional; da co ta do Brasil seriam retirados os
diçóes; mas, neste caso, cobrar-lhe-ão desde o início 1% de juros, extensíveis ao remanescente do empréstimo anterior; durante 5 anos, sucessivamente, o Brasil
zeiros
emprestados
ao
sil, necessitando, portanto, cruzeiros; em
determinadas importâncias, capazes de reso.\^r desequilíbrios momentâneos,
20 milhões, enquanto os Estados Unidos
onundos de acidentes ou de variações sazonais. Graças a esta assistência, pensa
lhão de dólares, ficando sua parcela de dólares aumentada para 2.063 c meio milhões (1). Na medida em que a es
a taxa do juros, atingindo no último em
tias que necessitam em moeda brasileira, superabundante, em troca de dólares,
funcionamento multilateral dos paga-
cassez de ciaizeiros desaparecesse, os "Estados Unidos iriam repondo os cruzei
em qoc seu crédito estará esgotado,
até então escassos, re£orçando-se, gra ças a esta operação, a reserva do Fundo
gamentos internacionais. Os clientes do
ros da cota do Brasil e retirando a sua
rcstanclo-lho apenas uma única obriga
Monetário. O último recmso, c também
parcela de dólares. O Brasil nada per
ção — a de pagar. Não o fazendo, po
o mais falível, será o de obrigar o país
deria porque estaria
rém,
devedor a repor o que deve.
o Fundo Monetário manter a estabilida de cambial, e dessa maneira facilitar o
Fundo Monetário seriam os governos, através dos bancos centrais, não ope rando o mesmo diretamente com o pú blico. O capital do Fundo é constituí do de cotas, cada uma delas dividida
adicionariam à sua cota mais um mi
garantido
pelo
em 2 parcelas, uma de 37 e meio mi lhões em ouro, ou seja, 33.324.875 gra-
Em linhas gerais, tal é o mecanismo do Fundo Monetário Internacional; mas,
condições, capazes de impedir abusos;
suponhamos que o Brasil precise de dó lares para suas transações; como todos (1) Para comodidade
de cálculo
mou-se o dólar em Cr? 20,00.
préstimo 2,5% para todos ôles, ocasião
o 8.° ano, será advertido; e
yf) atingir-se o 10.° ano, o Fundo cha
acréscimo de 1 milhão de dólares.
252 em ouro e 752 em papel, as quais ' naturalmente, isto representa um em foram prèviamente declaradas pelos vá préstimo, que deve obedecer a certas rios países participantes. Entre ôstes o Brasil ocupa o U.° lugar, como uma co ta de 150 milhões de dólares, divididos
poderá retirar 5 empréstinios, crescendo, porém, anualmente, de meio por cento
esti
mará os países credores para^ que junms estudem o estabelecimento de con dições mais onerosas, como forma de
repressão ao abuso. Visto o caso do país devedor, passernó.s ao país credor; se admitimos que
o Brasil, durante cinco anos, poderia ir retirando dólares, claro está que ôstes faltarão aos Estados Unidos; se outros
lugar de operarem com seus bancos, na América do Norte, negociarão com o Fundo Monetário, recebendo as quan
Todo este mecanismo, porém, repou sa numa condição: a existência de relati
va estabilidade cambial, sem o que,
graças a manobras de desvalorização, um país devedor pouco escrupuloso po derá safar-se das dívidas que contraiu. Tal é a tentativa de cooperação inter(2) o caso da escassez de dólares é ape nas um exemplo, podendo o mesmo ocorrer com outras moedas.
63
DtcBSTo Econômico
Dicesto EcoNÓ^^co
02
execução. Mas não está li\Te de críti
créditos a receber estarão dispostos a abrir mão de direitos e de grandes ca
cas, podendo alinhar-se nada menos de
pitais? Se tal não sc der, o Fundo Mo
12, número relativamente grande, pa ra uma medida de estabiUzação que, pe lo menos teoricamente, julgamos a mai.s
com desequilíbrios crônicos, aos quais não poderá atender. E' verdade que a
aconselhável.
criação do Banco Inlcmacional de Re
nacional que se está procurando por em
netário Internacional terá do se haver
A primeira delas afirma que o Fun
construção c Desenvolvimento \isa fa
do Monetário Internacional é muito am
zer, às nações cm dificuldades, financia
plo, uma vez que pretende abranger to dos os países do mundo; há quem di
mentos a longo prazo, capazes de garantir-Uies o reerguimcnlo ou a exqDansão
ga que se êste organismo fôsse mais mo
econômica; se, porém, o banco não fòr
desto e procurasse abrigar apenas cer
bem sucedido em suas operações ou sc recusar empréstimos a certos países, ha
to grupo de países provàvelmente teria
maior^ eficiência. Tal crítica a nosso ver não procede, porquanto, se a acei tássemos, teríamos países dentro do Fundo Monetário, ao lado de outros afas
tados ou esquecidos, o que o transfor maria num bloco monetário, ainda que
bastante amplo; e já tivemos ocasião de apontar ao que tal política monetária nos conduziria.
A segunda crítica é mais importante,
de vez que constata a impossibilidade de o Fundo Monetário poder assumir compromissos passados; êle seria uma so uçao ideal se nos colocássemos em
um ponto dc partida; mas o órgão ga-
rantidor ^ estabilidade monetária in ternacional se instala num dos mais di fíceis momentos para o mundo, ern que poucos são os países possuidores de moeda estável ou apresentando uma si tuação econômica e financeira garantidora de possibilidades de estabilização, enquanto muitos os que têm nece.ssídade de moeda mais estável e de faci
lidades de credito; poucos os que pos suem balança de contas positiva e mui tos üs que a têm negativa. O Fundo Monetário Internacional seria um siste
ma ideal se fôsse possível passar uma esponja no passado; mas, os que têm
verá um desequilíbrio cambial a que o Fundo Monetário não porá paradeiro. Esta crítica é multo procedente e a
cia SC prende uma outra — a de que o Fundo Monetário Internacional é pre maturo. Por não poder acudir a com promissos passados, vai havor-se com um cortejo de devedores insolváveis em
bora
involuntàriamentc, agravando-se
sua situação pelo fato de não ter auto
ridade para impor condições a um país
devedor; por isso, êle promete demais, uma vez que hoje em dia poucos são os países que estão em condições de forne cer recursos, podendo-se mesmo dizer
quG os Estados Unidos sao o único país que está om condições de o fazer; mas.
se fosso atender a todos o"s pedidos de recursos, dos vários membros do Fundo
Monetário, teria de dispôr de 7 bilhões de dólares, enquanto a conversão de to
do o ouro, garantidor das suas opera ções, não chegará a mais de 4 bilhões.
rificação da falta di' proporcionalidade entre as colas c os créditos de que o.s vários países precisam. Os créditos são
fra um catuclismo que o obrigue a so licitar crédito. Pode, porém, suceder
limitados pelas cotas ç justamente o.s países que mais precisam de créditos
forneceu aos mais necessitados.
são 0.S que léin menor ct)la, ciupumlo
judiciosa, por assim dizer, síntese de tôdas as que até aqui foram feitas; diznos que o Fundo Monetário Internacio
os que dè'cs não necessitam são os que a têm maior.
Surge, depois, uma das mais sérias críticas, pois nega que o Fundo Mone tário Internacional possa estabilizar o câmbio, ou au.xiliar a manter os. preços no mercado interno, visto não ter auto
ridade para obrigar o.s países a "por or
que não haja recursos, porque êle os Há, por fim, uma crítica bastante
nal é um instrumento de estabilização
muito delicado, dependendo, do seu ma
nejo, a sua eficiência. Perguntamos, po rém: qual será a instituição cuja efi ciência não dependa de seu manejo? Realmente, o Fundo poderá obter re sultados de acôrdo com o grupo que
dem em ca.sa"; para conseguir tal desiderato, indispensável à sua eficiência, deveria êle, de organismo econômico, transformar-se om organismo político. Mas, num mundo que deseja, acima dc tudo, o respeito à liberdade, será difí
nèlc operar, de acôrdo com o uso que .se fizer de seus recursos, de acôrdo com a orientação que ao mesmo se der; mas, não poderemos dizer se sua orien
cil, senão impossível fazer imposições.
funcionamento.
tação será boa ou má, sem pô-lo em
O Fundo, por isso, não teni autoridade
Ficamos, assim, diante duma alterna
para determinar saneamento de finan ças internas dos países membros, para determinar congelamento de capitais, para evitar mau uso do crédito.
tiva: ou deixaremos o problema sem so
Por fim, poderemos constatar outras críticas menores, que apenas enumera
remos: — diz-se que o Fundo Monetá rio Internacional funciona por jactos, em curta duração; pode, porém, liaver o caso dc uma emergência extraordinária, yrna crise demasiado violenta, um cataclísmo, que levará ao esgotamento do crédito do país membro, som surtir efei tos tão rápidas que lhe permitam saldar
a dívida em curto prazo e, então, ou o
Fundo não receberá ou receberá por
lução ou procuraremos resolvê-lo. Nes ta busca, defrontamo-nos com duas ten
tativas já falidas e uma cujos resultados já são bem conhecidos — a dos blocos políticos, que se transformam em alian ças militares e significam guerra.
Depara-se-nos então esta tentativa de cooperação, monetária internacional, que poderá dar bons resultados. Se isto ocorrer, talvez tenhamos um pouco de ordem e tranqüilidade no mundo, pois, o Fundo Monetário Internacional pressu
põe a idéia de colaboração, de entendi mento entre nações, da buscã de solu
ções de problemas internacionais, sem
Embora admitamos que esse caso é pou co provável, temos de aceitar que, pe
jactos.
lo menos teòricamente, tal possibilidade existe, e não nos parece tão liipotética,
reciprocidade; atendendo aos países que
dada a generalizada "fome de dóla res"; por isso a crítica permanece de pé.
seus membros se torna devedora; mas,
sespero, e, por pequenas que .sejam suas probabilidades de êxito, fazemos votos para que contribua para a solução das
podemos admitir que um país credor so
nossas dificuldades.
Outra crítica possível consiste na ve
conflitos, sem agressões. Êle representa
O Fundo Monetário não' funciona com estão com moeda instável, a maioria de
.'■K.
uma esperança, num mundo em de
I S
63
DtcBSTo Econômico
Dicesto EcoNÓ^^co
02
execução. Mas não está li\Te de críti
créditos a receber estarão dispostos a abrir mão de direitos e de grandes ca
cas, podendo alinhar-se nada menos de
pitais? Se tal não sc der, o Fundo Mo
12, número relativamente grande, pa ra uma medida de estabiUzação que, pe lo menos teoricamente, julgamos a mai.s
com desequilíbrios crônicos, aos quais não poderá atender. E' verdade que a
aconselhável.
criação do Banco Inlcmacional de Re
nacional que se está procurando por em
netário Internacional terá do se haver
A primeira delas afirma que o Fun
construção c Desenvolvimento \isa fa
do Monetário Internacional é muito am
zer, às nações cm dificuldades, financia
plo, uma vez que pretende abranger to dos os países do mundo; há quem di
mentos a longo prazo, capazes de garantir-Uies o reerguimcnlo ou a exqDansão
ga que se êste organismo fôsse mais mo
econômica; se, porém, o banco não fòr
desto e procurasse abrigar apenas cer
bem sucedido em suas operações ou sc recusar empréstimos a certos países, ha
to grupo de países provàvelmente teria
maior^ eficiência. Tal crítica a nosso ver não procede, porquanto, se a acei tássemos, teríamos países dentro do Fundo Monetário, ao lado de outros afas
tados ou esquecidos, o que o transfor maria num bloco monetário, ainda que
bastante amplo; e já tivemos ocasião de apontar ao que tal política monetária nos conduziria.
A segunda crítica é mais importante,
de vez que constata a impossibilidade de o Fundo Monetário poder assumir compromissos passados; êle seria uma so uçao ideal se nos colocássemos em
um ponto dc partida; mas o órgão ga-
rantidor ^ estabilidade monetária in ternacional se instala num dos mais di fíceis momentos para o mundo, ern que poucos são os países possuidores de moeda estável ou apresentando uma si tuação econômica e financeira garantidora de possibilidades de estabilização, enquanto muitos os que têm nece.ssídade de moeda mais estável e de faci
lidades de credito; poucos os que pos suem balança de contas positiva e mui tos üs que a têm negativa. O Fundo Monetário Internacional seria um siste
ma ideal se fôsse possível passar uma esponja no passado; mas, os que têm
verá um desequilíbrio cambial a que o Fundo Monetário não porá paradeiro. Esta crítica é multo procedente e a
cia SC prende uma outra — a de que o Fundo Monetário Internacional é pre maturo. Por não poder acudir a com promissos passados, vai havor-se com um cortejo de devedores insolváveis em
bora
involuntàriamentc, agravando-se
sua situação pelo fato de não ter auto
ridade para impor condições a um país
devedor; por isso, êle promete demais, uma vez que hoje em dia poucos são os países que estão em condições de forne cer recursos, podendo-se mesmo dizer
quG os Estados Unidos sao o único país que está om condições de o fazer; mas.
se fosso atender a todos o"s pedidos de recursos, dos vários membros do Fundo
Monetário, teria de dispôr de 7 bilhões de dólares, enquanto a conversão de to
do o ouro, garantidor das suas opera ções, não chegará a mais de 4 bilhões.
rificação da falta di' proporcionalidade entre as colas c os créditos de que o.s vários países precisam. Os créditos são
fra um catuclismo que o obrigue a so licitar crédito. Pode, porém, suceder
limitados pelas cotas ç justamente o.s países que mais precisam de créditos
forneceu aos mais necessitados.
são 0.S que léin menor ct)la, ciupumlo
judiciosa, por assim dizer, síntese de tôdas as que até aqui foram feitas; diznos que o Fundo Monetário Internacio
os que dè'cs não necessitam são os que a têm maior.
Surge, depois, uma das mais sérias críticas, pois nega que o Fundo Mone tário Internacional possa estabilizar o câmbio, ou au.xiliar a manter os. preços no mercado interno, visto não ter auto
ridade para obrigar o.s países a "por or
que não haja recursos, porque êle os Há, por fim, uma crítica bastante
nal é um instrumento de estabilização
muito delicado, dependendo, do seu ma
nejo, a sua eficiência. Perguntamos, po rém: qual será a instituição cuja efi ciência não dependa de seu manejo? Realmente, o Fundo poderá obter re sultados de acôrdo com o grupo que
dem em ca.sa"; para conseguir tal desiderato, indispensável à sua eficiência, deveria êle, de organismo econômico, transformar-se om organismo político. Mas, num mundo que deseja, acima dc tudo, o respeito à liberdade, será difí
nèlc operar, de acôrdo com o uso que .se fizer de seus recursos, de acôrdo com a orientação que ao mesmo se der; mas, não poderemos dizer se sua orien
cil, senão impossível fazer imposições.
funcionamento.
tação será boa ou má, sem pô-lo em
O Fundo, por isso, não teni autoridade
Ficamos, assim, diante duma alterna
para determinar saneamento de finan ças internas dos países membros, para determinar congelamento de capitais, para evitar mau uso do crédito.
tiva: ou deixaremos o problema sem so
Por fim, poderemos constatar outras críticas menores, que apenas enumera
remos: — diz-se que o Fundo Monetá rio Internacional funciona por jactos, em curta duração; pode, porém, liaver o caso dc uma emergência extraordinária, yrna crise demasiado violenta, um cataclísmo, que levará ao esgotamento do crédito do país membro, som surtir efei tos tão rápidas que lhe permitam saldar
a dívida em curto prazo e, então, ou o
Fundo não receberá ou receberá por
lução ou procuraremos resolvê-lo. Nes ta busca, defrontamo-nos com duas ten
tativas já falidas e uma cujos resultados já são bem conhecidos — a dos blocos políticos, que se transformam em alian ças militares e significam guerra.
Depara-se-nos então esta tentativa de cooperação, monetária internacional, que poderá dar bons resultados. Se isto ocorrer, talvez tenhamos um pouco de ordem e tranqüilidade no mundo, pois, o Fundo Monetário Internacional pressu
põe a idéia de colaboração, de entendi mento entre nações, da buscã de solu
ções de problemas internacionais, sem
Embora admitamos que esse caso é pou co provável, temos de aceitar que, pe
jactos.
lo menos teòricamente, tal possibilidade existe, e não nos parece tão liipotética,
reciprocidade; atendendo aos países que
dada a generalizada "fome de dóla res"; por isso a crítica permanece de pé.
seus membros se torna devedora; mas,
sespero, e, por pequenas que .sejam suas probabilidades de êxito, fazemos votos para que contribua para a solução das
podemos admitir que um país credor so
nossas dificuldades.
Outra crítica possível consiste na ve
conflitos, sem agressões. Êle representa
O Fundo Monetário não' funciona com estão com moeda instável, a maioria de
.'■K.
uma esperança, num mundo em de
I S
Díoesto Ecí)N6>tico
A Estrutura da Unidade Nelson Werneck Sodhé
Sc o período torinenlo.so que medenu entre as lulas da indcpond. ncia o u
65
dos no episódio de Caiuulos. menos im-
porlanlo em suas ações do que em seu conteúdo, — já o mesmo não seria pos-
E um dos fundamentos em
maioridade do segundo imperador já in dicara, nas rebeliões prü\ ineiais, lacu nas sensíveis no sentimento da unidade,
que se embalava, até bem
confe.ssando-.se o príiieipc regente, quan
de do Sul o, após a meia parada de Ita
do escrevia ao rei s«-'U pai. mes(»s depois
raré, dcrramaram-se por São Paulo e
pouco, um ingênuo tipo
de patriotismo, que se fi xou tão perfeitamente na fórmula do "ufanismo",
O nosso prohletna básico é o da unidO'
de nacional.
A unidade política só c
possível se fôr baseada na economia.
ante a nossa imensidade territorial, está
mento assentava no espanto em verifi car como essa imensidade geográfica
conseguira atravessar os tempos, para surgir, finalmente, como nação una e organizada. No fundo, o que surpreen-
ia e orgulhava não era pròpriamente a
extensão de território, — era a unidade. m tôrno do problema da unidade mui to se escreveu, então, e não houve dou
trina que ficasse à margem, nas tenta tivas para a explicação de um processo ao singular. - Singular por todos os motivos, porque, realmente, como se pucoesa, apesar de tantas dis-
pandades, uma nacionalidade que con-
perador menino, apres.sadamenle levado lise mais objetiva da realidade nacional, a surpresa ante a unidade vinha já sendo menor, porque alguns alarmantes sinto
mas começavam a aparecer de que tal
unidade era menos sólida do que pare cia, e não se mantivera, através dos tem
pos, por uma sorte de coesão específi
processo de centralização política e ad
gregadoras tão poderosas que conseguis
ministrativa empreendido pela còrlc de São Cristóvão apenas conseguiria disfar
sem produzir efeitos sensíveis. A unida de, assim, aparecia mais como um efeito
çar as disparidades de crescimento que
de inércia do que como uma conse qüência lógica, que tivesse motivos e
fundamentos fecundos e poderosos. Por
Quando o primado contemplativo e mo" começou a ceder lugar a uma aná-
leração.
maturamente não vimos, na caso da vitó
ria dos rebeldes, junto às bombachas sulinas, os largos chapéus de couro nor destinos, irmanando-se nos passeios da
capital brasileira. Tal atitude de es
quecimento premeditado, entretanto, se ria ainda mais fortemente sacudida
quando, em 1932, as possibilidades económicas de São Paulo mantiveram uma
resistência militar contra a qual foi ne-
cessário lançar mão de elementos colludos em quase todos os demais recantos do País. Que a estrutura unitária se denunciava enfraquecida, e que ciam
numerosos e x iolentos os germes de de
sagregação que nela se prenunciavam,
estava já fora dc qualquer dúvida. O ad
desaparecimiento da ação repressora e
tí>, que mais positivamente denunciou as falbas c.xístcntcs nesse bloco cuja unidajtj se supunha, einliora sem análise, sòlíclamentc assentada. E' que a arrilmia no desenvolvimento das frações em que SC repartira a República, disfarçadas
vento do Estado Novo, em que se repe
preventiva da metrópole lusa, fonte úni de alterar a existência de uma colônia
quase lírico daquele inofensivo "ufanis
nômico apenas entrara em primária ace
foram escoar na capital do País. Só porque as hostilidades terminaram pre
Eoi um período republicano, entretan-
um fermento comum qualquer que, se não fôra fator positivo, impedindo as
de pequenos Estados, dissemelhantes e desproporcionados?
se denunciariam, entre as diversas partes rie um país cujo descnvoh-imenlo eco
tes revolucionárias subiram do Rio Gran
outro lado, com a autonomia e com o
ca da fôrça e emanação exclusiva dc
mente, quebrar as possibilidades do fortalecimento de solicitações centrífu gas que acabassem por fazer-nos, em vez de nação una e extensa, uma série
ao trono, veria a sua autoriiiade iliseiitída, desde o iníeio, e do forma positi\-a, em duas das mais importantes pro víncias do Império, cm uma delas, a dí> extremo sul, alra\és da lula interna tlc apreciáveis proporções, - o largo
ca, mas pela ausência de fôrças desa-
a tantos tipos de cultura e tantas gra ações de riqueza, senão através de
tentativas ou os germes de desagrega ção, pelo menos conseguira, negativa
do à situação dc capitão-mor da provín cia do Hio de Janeiro, assim como o im
consistia na atitude de deslumbramento
fora de dúvida que esse deslumbra
de seu regresso a 1'ortitgal, estar reduzi
sí\'ol quando, nos fins de 1930, as hos
medidas e de aparelhamentos capazes em que nenhuma das zonas era suficien
temente poderosa para alçar-se, isolada mente, a um
movimento do rebeldia
com possibilidades de triunfo, — o Bra
sil, tomado num mundo em que a re volução industrial alterava
sensível o
rapidamente os padrões de existência, começou a denunciar problemas que a fase colonial apenas encobrira, e que. postos em evidência, apareciam com uma eloqüência desmedida para que fôssem esquecidos.
apenas pela fórmula federativa, ameaçagerar aquelas solicitações de disper são» e-iija ausência, no passado, garantij-ji a manutenção unitária de uma exten são geográfica tão considerável. Mesmo que os observadores ti\ C'.s.sem fechado os olhos aos inequívocos sinais
tia, tantos decênios depois, e sob formas ainda mais ásperas e incompatíveis com a realidade, os processos centraliza dores que haviam caracterizado o se gundo período do reinado de D. Pe dro II, procurou disfarçar tais sintomas com o primarismo da queima de ban deiras e de símbolos estaduais, e com
uma interferência minuciosa na vida de cada uma das frações em que se re
partia essa extensão geográfica portento.sa. No fundo, como era natural, os
di.-niinciados pela tormenta de 1893,
problemas permaneceram, em estado po
(juanclo as hostes de Gumercindo Sarai
tencial, apenas adormecidos na acomo dação espontânea da impotência. Que não haviam desaparecido, e que as solu ções nem sequer arranhavam a crosta de
va'foram detidas na Lapa pelo sacrifícíu de Gomes Carneiro, e tivessem obs-
curceido os sintomas de alarma surgi
\
Díoesto Ecí)N6>tico
A Estrutura da Unidade Nelson Werneck Sodhé
Sc o período torinenlo.so que medenu entre as lulas da indcpond. ncia o u
65
dos no episódio de Caiuulos. menos im-
porlanlo em suas ações do que em seu conteúdo, — já o mesmo não seria pos-
E um dos fundamentos em
maioridade do segundo imperador já in dicara, nas rebeliões prü\ ineiais, lacu nas sensíveis no sentimento da unidade,
que se embalava, até bem
confe.ssando-.se o príiieipc regente, quan
de do Sul o, após a meia parada de Ita
do escrevia ao rei s«-'U pai. mes(»s depois
raré, dcrramaram-se por São Paulo e
pouco, um ingênuo tipo
de patriotismo, que se fi xou tão perfeitamente na fórmula do "ufanismo",
O nosso prohletna básico é o da unidO'
de nacional.
A unidade política só c
possível se fôr baseada na economia.
ante a nossa imensidade territorial, está
mento assentava no espanto em verifi car como essa imensidade geográfica
conseguira atravessar os tempos, para surgir, finalmente, como nação una e organizada. No fundo, o que surpreen-
ia e orgulhava não era pròpriamente a
extensão de território, — era a unidade. m tôrno do problema da unidade mui to se escreveu, então, e não houve dou
trina que ficasse à margem, nas tenta tivas para a explicação de um processo ao singular. - Singular por todos os motivos, porque, realmente, como se pucoesa, apesar de tantas dis-
pandades, uma nacionalidade que con-
perador menino, apres.sadamenle levado lise mais objetiva da realidade nacional, a surpresa ante a unidade vinha já sendo menor, porque alguns alarmantes sinto
mas começavam a aparecer de que tal
unidade era menos sólida do que pare cia, e não se mantivera, através dos tem
pos, por uma sorte de coesão específi
processo de centralização política e ad
gregadoras tão poderosas que conseguis
ministrativa empreendido pela còrlc de São Cristóvão apenas conseguiria disfar
sem produzir efeitos sensíveis. A unida de, assim, aparecia mais como um efeito
çar as disparidades de crescimento que
de inércia do que como uma conse qüência lógica, que tivesse motivos e
fundamentos fecundos e poderosos. Por
Quando o primado contemplativo e mo" começou a ceder lugar a uma aná-
leração.
maturamente não vimos, na caso da vitó
ria dos rebeldes, junto às bombachas sulinas, os largos chapéus de couro nor destinos, irmanando-se nos passeios da
capital brasileira. Tal atitude de es
quecimento premeditado, entretanto, se ria ainda mais fortemente sacudida
quando, em 1932, as possibilidades económicas de São Paulo mantiveram uma
resistência militar contra a qual foi ne-
cessário lançar mão de elementos colludos em quase todos os demais recantos do País. Que a estrutura unitária se denunciava enfraquecida, e que ciam
numerosos e x iolentos os germes de de
sagregação que nela se prenunciavam,
estava já fora dc qualquer dúvida. O ad
desaparecimiento da ação repressora e
tí>, que mais positivamente denunciou as falbas c.xístcntcs nesse bloco cuja unidajtj se supunha, einliora sem análise, sòlíclamentc assentada. E' que a arrilmia no desenvolvimento das frações em que SC repartira a República, disfarçadas
vento do Estado Novo, em que se repe
preventiva da metrópole lusa, fonte úni de alterar a existência de uma colônia
quase lírico daquele inofensivo "ufanis
nômico apenas entrara em primária ace
foram escoar na capital do País. Só porque as hostilidades terminaram pre
Eoi um período republicano, entretan-
um fermento comum qualquer que, se não fôra fator positivo, impedindo as
de pequenos Estados, dissemelhantes e desproporcionados?
se denunciariam, entre as diversas partes rie um país cujo descnvoh-imenlo eco
tes revolucionárias subiram do Rio Gran
outro lado, com a autonomia e com o
ca da fôrça e emanação exclusiva dc
mente, quebrar as possibilidades do fortalecimento de solicitações centrífu gas que acabassem por fazer-nos, em vez de nação una e extensa, uma série
ao trono, veria a sua autoriiiade iliseiitída, desde o iníeio, e do forma positi\-a, em duas das mais importantes pro víncias do Império, cm uma delas, a dí> extremo sul, alra\és da lula interna tlc apreciáveis proporções, - o largo
ca, mas pela ausência de fôrças desa-
a tantos tipos de cultura e tantas gra ações de riqueza, senão através de
tentativas ou os germes de desagrega ção, pelo menos conseguira, negativa
do à situação dc capitão-mor da provín cia do Hio de Janeiro, assim como o im
consistia na atitude de deslumbramento
fora de dúvida que esse deslumbra
de seu regresso a 1'ortitgal, estar reduzi
sí\'ol quando, nos fins de 1930, as hos
medidas e de aparelhamentos capazes em que nenhuma das zonas era suficien
temente poderosa para alçar-se, isolada mente, a um
movimento do rebeldia
com possibilidades de triunfo, — o Bra
sil, tomado num mundo em que a re volução industrial alterava
sensível o
rapidamente os padrões de existência, começou a denunciar problemas que a fase colonial apenas encobrira, e que. postos em evidência, apareciam com uma eloqüência desmedida para que fôssem esquecidos.
apenas pela fórmula federativa, ameaçagerar aquelas solicitações de disper são» e-iija ausência, no passado, garantij-ji a manutenção unitária de uma exten são geográfica tão considerável. Mesmo que os observadores ti\ C'.s.sem fechado os olhos aos inequívocos sinais
tia, tantos decênios depois, e sob formas ainda mais ásperas e incompatíveis com a realidade, os processos centraliza dores que haviam caracterizado o se gundo período do reinado de D. Pe dro II, procurou disfarçar tais sintomas com o primarismo da queima de ban deiras e de símbolos estaduais, e com
uma interferência minuciosa na vida de cada uma das frações em que se re
partia essa extensão geográfica portento.sa. No fundo, como era natural, os
di.-niinciados pela tormenta de 1893,
problemas permaneceram, em estado po
(juanclo as hostes de Gumercindo Sarai
tencial, apenas adormecidos na acomo dação espontânea da impotência. Que não haviam desaparecido, e que as solu ções nem sequer arranhavam a crosta de
va'foram detidas na Lapa pelo sacrifícíu de Gomes Carneiro, e tivessem obs-
curceido os sintomas de alarma surgi
\
I
66
um sistema desarticulado, iríamos -ter provas mais adiante.
Nesse quadro, entretanto, havia uma
singularidade que, para justa compre ensão do problema, é necessário distin
guir: a repartição política do país não correspondia, de forma alguma, por ve zes até da pior forma, a uma repartição correspondente da produção, da vida
econômica em seu conjunto. Oriundas das capitanias com que a metrópole lusa pudera enfrentar, numa transferência de
direitos reais, e.xceção formal à legisla ção dominante no tempo, — as provín cias em que, depois, se repartiu a colô nia, colocavam-se como meras ficções geográficas, sem qualquer suporte na realüade. Recebendo tal repartição, o país, que apenas ingressava no domínio das na
ções autônomas, não tivera, por sua vez, fôrças para modificá-
la, porque graves e urgentes problemas de organização e de subsistência política logo o saltearam, com a fase tormentosa a que já nos referimos, fase que desaguou no sistema centralizador do Se.
gundo Império. O processo centralizador, tendo destruído em muito as prerrogati vas os elementos provinciais, conservou-
os dentro dos quadros de repartição poli. tíca antigos, entretanto, fornecendo-lhes, com isso. uma sorte de base sensível
para a inevitável rearticulação. Quando a Republica traduziu os anseios de des
centralização que o programa do partido liberal já acolhera, apressou-se em for necer, com a federação, a estrutura constitucional da autonomia dos Esta
Dicesto
Ecoxónuco
co, em particular, geraram outras fra ções provinciais. Ao processo cie diferen
Dir.f:sTO Econômico
território, entregando-se a i.sso com uma
bandeiras permitisse a existência de bar
ingenuidade espantosa, — indica que os
reiras internas? Embora, constitucional-
ciação nítida com cpie, int«"rnamentc.
sintomas foram dc\ idamenle anotados,
nos vínhamos constituindo. ofeii'cia-se.
o que não espanta, tanto èles se repe
impostos de transito de mercadorias de
com a Republica, a estrutura copiada dos Estados Unidos, cm tjiie o proces so, ao contrário, fòru de integração par
cem na obscuridade e, portanto, as so
celada o múltipla, gerando-se Estados ou da concjuista, ou mesmo da com pra. Entre nós, capitanias gcranun-se de outras, como ])ro\íncias de outras províncias, dentro, pouco mais ou me nos, da mcsnía extensão territorial conse
guida no período cm que as penetrações haviam levado o território brasileiro aos
tiram, mas (pie as suas causas ]XTnume-
luções não podem deixar dc fundar-se senão no tranqüilo empirismo de mu danças de superficie. Empirismo, pelo
que SC vé, estreitamente aparentado àfjiieli: que supunha ter amibulo os ím petos dc centribigisnío e dc autonomia com a queima dc bandeiras, de símbolos e o abandono dc hinos.
A verdade, porém, c que muitt) mais
mcnte, o pagamento e a arrecadação de um Estado a outro fossem condenados, a realidade c que nessa arrecadação mui tos Estados encontravam fonte apreciá vel dc receita. Com
os olhos no
orçamento, fónnula empírica de solução dc problemas muito mais gra\es e pro fundos, cavavam a di.spersão c o antago
nismo, quando não perturbavam, com o cerceamento da livre circulação da ri
queza, o natural dcscn\'olvimento da pro dução.
seus mais amplos limites. Como a capi tania, e depois a pro\íncia, entretanto, o Estado nao correspondia a uma reparti
sensível, para a solução dc tal prübl'-ma,
ção efetiva de riqueza, a um conjunto
\as de repartição nova de áreas geográ ficas, como tôdas as queimas de bandei ras. Não importa, em realidade, que
as dlNcrsas partes do território nacional,
os Estados, e ate os municípios, tenham bandeiras, símbolos e canções próprias.
mites, com estes ou aqueles podercs po líticos, tenham uma participação ete-
harmônico em que a produção, mesmo aquela, clc recursos pri mários, estivesse totalmente con tida.
Que a repartição administra tiva e política, fixada nas áreas geográficas atribuídas aos Es
tados, jamais correspondeu a alguma cou. sa mais do que uma ficção tornou-se
uma cousa de ta! forma evidente que, de alguns anos a esta parte em particu lar, mas já sem nenhum sinal de novida de porque idéia antiga, começaram a aparecer fórmulas salvadoras, também
fundadas em simples ficções, pela refor ma radica! da citada repartição. Proli feraram, e ainda por aí aparecem, ma pas brasileiros em que os Estados são
era a construção, por exemplo, da rodo via Rio-Bahia, do que todas as lontati-
O que importa, para conferir uma es trutura à unidade, realmente, é o esta belecimento de uma economia em que ciiamadas Estados, territórios, ou o que
O que importa é que se sintam ligados por alguma força imanentc, que não de penda de convenções escritas, nem de
liva
fórmulas constitucionais, ou a que tais
movimentos de autonomia que periodi camente aparecem, aqui e ah - como
Quando o norte paranaense escoa
a sua produção pela Sorocabana, nao im porta chamar Paraná aquela reguio. Os
convenções e fórmulas concedam, tão somente, a sanção do fato consumado. A
o do Triângulo Mineiro, há bem pouco,
lei só tem existência efetiva, realmente,
como o Sul de Minas, há mais tempo,
quando traduz uma relação que a rea
como o Sul de Mato Grosso, em anos
lidade impôs. Ora, só se unem aquê-
que já vão longe — são meros sintomas
le.s q"c possuem interesses comuns.
de que os laços econômicos estão sendo
O que nos faltou, realmente, foi a vi são no proporcionar o desenvolvimento tlêsses interesses comuns. Os que apa receram, no decorrer da nossa história,
tolhidos pelos laços políticos. E' mister, então, menos por respeito a fórmulas do
que pelo justo anseio de progresso, con ciliar os planos e admitir a e.xpansão econômica que se vê entravada. Nem
muito mais numerosos e menos extensos,
fizeram-no ao acaso, sem que os moti
quando não aparecem em número re duzido, para ceder lugar à criação de
vasse legislação alguma.
muitos territórios. Sonho primário, do
oposto medidas formais ou efetivas a
mercado norte-americano é menos ligado
mesmo teor daquele que supõe encontrar
com a qual, entretanto, o seu volume de comércio é muito menor.
O poder pú
dos, deixando também inalterados os quadros geográficos antigos. E' verdade sem dúvida, que vimos, através dos tem pos, modificações na repartição das
a salvação nacional na mudança da sede
essa comunhão de interesses,' que gera a solidariedade. Não ó espantoso que o
áreas nacionais: São Paulo e Pernambu
do governo para o centro geográfico do
jnesmo poder que mandava queimar
blico, ao contrário, muitas vezes tem
por depender extraordinariamente do politicamente o Canadá à Inglaterra,
I
66
um sistema desarticulado, iríamos -ter provas mais adiante.
Nesse quadro, entretanto, havia uma
singularidade que, para justa compre ensão do problema, é necessário distin
guir: a repartição política do país não correspondia, de forma alguma, por ve zes até da pior forma, a uma repartição correspondente da produção, da vida
econômica em seu conjunto. Oriundas das capitanias com que a metrópole lusa pudera enfrentar, numa transferência de
direitos reais, e.xceção formal à legisla ção dominante no tempo, — as provín cias em que, depois, se repartiu a colô nia, colocavam-se como meras ficções geográficas, sem qualquer suporte na realüade. Recebendo tal repartição, o país, que apenas ingressava no domínio das na
ções autônomas, não tivera, por sua vez, fôrças para modificá-
la, porque graves e urgentes problemas de organização e de subsistência política logo o saltearam, com a fase tormentosa a que já nos referimos, fase que desaguou no sistema centralizador do Se.
gundo Império. O processo centralizador, tendo destruído em muito as prerrogati vas os elementos provinciais, conservou-
os dentro dos quadros de repartição poli. tíca antigos, entretanto, fornecendo-lhes, com isso. uma sorte de base sensível
para a inevitável rearticulação. Quando a Republica traduziu os anseios de des
centralização que o programa do partido liberal já acolhera, apressou-se em for necer, com a federação, a estrutura constitucional da autonomia dos Esta
Dicesto
Ecoxónuco
co, em particular, geraram outras fra ções provinciais. Ao processo cie diferen
Dir.f:sTO Econômico
território, entregando-se a i.sso com uma
bandeiras permitisse a existência de bar
ingenuidade espantosa, — indica que os
reiras internas? Embora, constitucional-
ciação nítida com cpie, int«"rnamentc.
sintomas foram dc\ idamenle anotados,
nos vínhamos constituindo. ofeii'cia-se.
o que não espanta, tanto èles se repe
impostos de transito de mercadorias de
com a Republica, a estrutura copiada dos Estados Unidos, cm tjiie o proces so, ao contrário, fòru de integração par
cem na obscuridade e, portanto, as so
celada o múltipla, gerando-se Estados ou da concjuista, ou mesmo da com pra. Entre nós, capitanias gcranun-se de outras, como ])ro\íncias de outras províncias, dentro, pouco mais ou me nos, da mcsnía extensão territorial conse
guida no período cm que as penetrações haviam levado o território brasileiro aos
tiram, mas (pie as suas causas ]XTnume-
luções não podem deixar dc fundar-se senão no tranqüilo empirismo de mu danças de superficie. Empirismo, pelo
que SC vé, estreitamente aparentado àfjiieli: que supunha ter amibulo os ím petos dc centribigisnío e dc autonomia com a queima dc bandeiras, de símbolos e o abandono dc hinos.
A verdade, porém, c que muitt) mais
mcnte, o pagamento e a arrecadação de um Estado a outro fossem condenados, a realidade c que nessa arrecadação mui tos Estados encontravam fonte apreciá vel dc receita. Com
os olhos no
orçamento, fónnula empírica de solução dc problemas muito mais gra\es e pro fundos, cavavam a di.spersão c o antago
nismo, quando não perturbavam, com o cerceamento da livre circulação da ri
queza, o natural dcscn\'olvimento da pro dução.
seus mais amplos limites. Como a capi tania, e depois a pro\íncia, entretanto, o Estado nao correspondia a uma reparti
sensível, para a solução dc tal prübl'-ma,
ção efetiva de riqueza, a um conjunto
\as de repartição nova de áreas geográ ficas, como tôdas as queimas de bandei ras. Não importa, em realidade, que
as dlNcrsas partes do território nacional,
os Estados, e ate os municípios, tenham bandeiras, símbolos e canções próprias.
mites, com estes ou aqueles podercs po líticos, tenham uma participação ete-
harmônico em que a produção, mesmo aquela, clc recursos pri mários, estivesse totalmente con tida.
Que a repartição administra tiva e política, fixada nas áreas geográficas atribuídas aos Es
tados, jamais correspondeu a alguma cou. sa mais do que uma ficção tornou-se
uma cousa de ta! forma evidente que, de alguns anos a esta parte em particu lar, mas já sem nenhum sinal de novida de porque idéia antiga, começaram a aparecer fórmulas salvadoras, também
fundadas em simples ficções, pela refor ma radica! da citada repartição. Proli feraram, e ainda por aí aparecem, ma pas brasileiros em que os Estados são
era a construção, por exemplo, da rodo via Rio-Bahia, do que todas as lontati-
O que importa, para conferir uma es trutura à unidade, realmente, é o esta belecimento de uma economia em que ciiamadas Estados, territórios, ou o que
O que importa é que se sintam ligados por alguma força imanentc, que não de penda de convenções escritas, nem de
liva
fórmulas constitucionais, ou a que tais
movimentos de autonomia que periodi camente aparecem, aqui e ah - como
Quando o norte paranaense escoa
a sua produção pela Sorocabana, nao im porta chamar Paraná aquela reguio. Os
convenções e fórmulas concedam, tão somente, a sanção do fato consumado. A
o do Triângulo Mineiro, há bem pouco,
lei só tem existência efetiva, realmente,
como o Sul de Minas, há mais tempo,
quando traduz uma relação que a rea
como o Sul de Mato Grosso, em anos
lidade impôs. Ora, só se unem aquê-
que já vão longe — são meros sintomas
le.s q"c possuem interesses comuns.
de que os laços econômicos estão sendo
O que nos faltou, realmente, foi a vi são no proporcionar o desenvolvimento tlêsses interesses comuns. Os que apa receram, no decorrer da nossa história,
tolhidos pelos laços políticos. E' mister, então, menos por respeito a fórmulas do
que pelo justo anseio de progresso, con ciliar os planos e admitir a e.xpansão econômica que se vê entravada. Nem
muito mais numerosos e menos extensos,
fizeram-no ao acaso, sem que os moti
quando não aparecem em número re duzido, para ceder lugar à criação de
vasse legislação alguma.
muitos territórios. Sonho primário, do
oposto medidas formais ou efetivas a
mercado norte-americano é menos ligado
mesmo teor daquele que supõe encontrar
com a qual, entretanto, o seu volume de comércio é muito menor.
O poder pú
dos, deixando também inalterados os quadros geográficos antigos. E' verdade sem dúvida, que vimos, através dos tem pos, modificações na repartição das
a salvação nacional na mudança da sede
essa comunhão de interesses,' que gera a solidariedade. Não ó espantoso que o
áreas nacionais: São Paulo e Pernambu
do governo para o centro geográfico do
jnesmo poder que mandava queimar
blico, ao contrário, muitas vezes tem
por depender extraordinariamente do politicamente o Canadá à Inglaterra,
68
O problema da unidade brasileira re
pousa, na realidade, no desenvolvimento,
em níveis progressivamente crescentes,
de um mercado interno poderoso o do tado de capacidade aquisitiva efetiva. O
fermento mais forte de dissolução que se encontra em nosso país está no desequiibrio econômico que existe, não própriamente entre Estados, o que não importa, mas entre diversas áreas regionais. O í eal, entretanto, não é que elas cres çam uniformemente, porque para isso não há recurso humano, mas que tenham
Digesto Econômico
Altn-Sorocabanu,
pela
A
Alta-Paulista.
INFLAÇAO
quando não o fez atravé.s de zonas po liticamente estranhas, tomo o norte do
E O ■-t
MECANISMO DOS PREÇOS
Paraná, onde foi abrir terras u lavoura,
Clovjs Leite Rideiro
ou o .sul do Mato Gro.s.so, onde foi forne cer produtos manufaturados, ou o Triân gulo Mineiro e o sul de Goiás, onde foi fornecer transporte.
As nossas zonas cm que a riqueza já SC desenvolveu sufieienlemente para que tonia.sscm fi.sionomia do grandeza singu lar dependem, mais do que cm geral se
interêsses comuns, embora sejam díspa-
])ensa, daquelas outras cm que, hoje, do
res. JvJão se trata de tomar determinada região fornecedora de produtos manu
e, portanto, padrões do e.xistcncia infe
¥ Tm dos erro.s mais frcr]üentc,s, mesmo
1
entre pessoas de rclati\a cultura,
O autor dcsencolve a tese de que a
mas não afeitas ás questões dc natureza econômica, consisto cm dar sentido pu
alto dc preços das utilidades não decorre
ramente moral aos fenômenos econômi
mas resulta dc fatâres objetivos, isto é.
cos, atribuindo, por exemplo, a alta de
do livre jogo do vxccanismo de preços,
preços â excessiva ganância dos co merciantes.
minam níveis dc produção muito bai.\os
Ainda recentemente, cm processo de
faturados, enquanto o resto do país pro-
riores. O engrandecimcnlo brasileiro não está, certamente, na uniformidade
dissídio coletivo processado pelo Tribu
— mesmo poniue a unifonnidade, feliz
4UC não seria apenas nocivo mas ate
mente, é inalingivcl - mas no estabele cimento clc laços econômicos fortes c fecundos. As regiões produtoras têm in
pondendo a um quesito sobre se a ma joração dc salários concedida nos co-
uz matérias-primas tão somente, geranr> uma espécie de imperialismo interno
ridículo. Trata-se de possibilitar a troca interna, de fortalecer os laços econômi cos de dependência, de umas zonas em
relação a outras, de estimular o ritmo de circulação da riqueza, em vez de enIrayá-lo, de criar, pela ausência de interrerencias, quando algo melhor não for possível, condições propícias ao inter
aquelas em áreas con.sumicâmbio entre as áreas de produção. Êssc tornarem-se doras, ou fornecedoras de inatôrias-priintercâmbio existe, de muitas formas, e 'mas, e muito mais interessante. E' existe, de há muito, tendo-se gerado de quando não existem os laços econômicos condições naturais, contra as quais, que geram a solidariedade e que man
entretanto, muito se esforçou o poder público, e por múltiplas formas.
A nossa necessidade é crescer para o interior, não sob a fórmula de ridículas
têm a unidade que aparece o desinte
resse de regiões ficas por regiões po bres, de zonas adiantadas pelas zonas atrasadas. Sô a conquista do mercado
"marchas para oeste" — a que a realida de respondeu com uma pronta e
interno possibilitará a estruturação de
radical "marcha para leste", com o abandono dos campos e a corrida
gerar, com a passagem dos anos, a soli
para as cidades — mas de forma, por exemplo, como São Paulo avançou pela
laços econômicos fecundos, capazes de dariedade que a comunidade de inte
resses fundamenta. E' na economia que repousa a unidade política.
relativa liberdade.
soa, aliás, de inegável competência, res
mcrciários poderia ser causa dc nova al ta dc preços, declarou que a "concreti zação dessa hipótese em realidade de
tais aços, em que o.s padrões de vida de
breza dc determinadas áreas não interes sa aquelas que apresentam fisionomia próspera, porque as possibilidades em
que constitui o único -jyrocesso natural capaz de manter o equilíbrio entre a oferta c a procura cm regime de
nal Regional do Trabalho, o perito, pes
teresse, sem dú\ida, desde que e.xistam
outras regiões .se desenvolvam. A po
de atitudes arbitrárias dos comcrciVinfcs,
penderá exclusivamente dos sÍndicato.s
1
suscitados, pois estes é que poderão pro vocar ou não o aumento do custo das
to de vista estritamente econômico, co
mo cumpre que o seja, chegaremos à conclusão de que nas épocas de infla
ção há tanta culpa por parte dos co merciantes varejistas quanto do próprio público consumidor por essa constante maioração de preços. Realmente, o que
utilidades". Es.sa resposta reflete a opi
determina, em substância, as sucessivas
nião vulgar e corrènte dc que ao co mércio, especialmente ao comércio va
líbrio inflacionário, é o desajustamento
altas de preços, nas épocas de desequi
rejista, cabem todas as culpas da cons
entre a produção c o poder aquisitivo
tante elevação dos preços das utilidades,
anos no Brasil. Êsse sentimento c mais
poder aquisitivo cresce nominalmente, seja por fôrça da inflação monetária
ou menos geral e cria uma.atitude de hostilidade por parte do público consu
jorações de salários, se a produção es
que se vem observando ne^e últimos midor contra o comércio varejista. A verificação da constante alta dc
preços leva cada consumidor a julgar que o crescente sacrifício que Ibc é imposto para aquisição das utilidades de que necessita representa uma atitu
de arbitrária por parte dos comerciantes, que 'são tacliadop de incscrupulosos.
dos consumidores.
À medida que êsse
ou de crédito, seja por sucessivas ma
taciona ou não se desenvolve oin ritmo
correspondente ao dc desenvohdmento do poder aquisitivo, resulta uma cres cente insuficiência daquela para aten
der às necessidades dos consumidores e
às suas possibilidades de aquisição. Nes sa situação, que é alxialmente a dp Bra sil, há três soluções possíveis, como mos
Ora, nada mais falso do que êsse ponto
tra Luiz Baudin em sua obra "El Meca
de vista. Analisado o fenômeno do pon-
nismo de Los Precios" (tradução espa-
68
O problema da unidade brasileira re
pousa, na realidade, no desenvolvimento,
em níveis progressivamente crescentes,
de um mercado interno poderoso o do tado de capacidade aquisitiva efetiva. O
fermento mais forte de dissolução que se encontra em nosso país está no desequiibrio econômico que existe, não própriamente entre Estados, o que não importa, mas entre diversas áreas regionais. O í eal, entretanto, não é que elas cres çam uniformemente, porque para isso não há recurso humano, mas que tenham
Digesto Econômico
Altn-Sorocabanu,
pela
A
Alta-Paulista.
INFLAÇAO
quando não o fez atravé.s de zonas po liticamente estranhas, tomo o norte do
E O ■-t
MECANISMO DOS PREÇOS
Paraná, onde foi abrir terras u lavoura,
Clovjs Leite Rideiro
ou o .sul do Mato Gro.s.so, onde foi forne cer produtos manufaturados, ou o Triân gulo Mineiro e o sul de Goiás, onde foi fornecer transporte.
As nossas zonas cm que a riqueza já SC desenvolveu sufieienlemente para que tonia.sscm fi.sionomia do grandeza singu lar dependem, mais do que cm geral se
interêsses comuns, embora sejam díspa-
])ensa, daquelas outras cm que, hoje, do
res. JvJão se trata de tomar determinada região fornecedora de produtos manu
e, portanto, padrões do e.xistcncia infe
¥ Tm dos erro.s mais frcr]üentc,s, mesmo
1
entre pessoas de rclati\a cultura,
O autor dcsencolve a tese de que a
mas não afeitas ás questões dc natureza econômica, consisto cm dar sentido pu
alto dc preços das utilidades não decorre
ramente moral aos fenômenos econômi
mas resulta dc fatâres objetivos, isto é.
cos, atribuindo, por exemplo, a alta de
do livre jogo do vxccanismo de preços,
preços â excessiva ganância dos co merciantes.
minam níveis dc produção muito bai.\os
Ainda recentemente, cm processo de
faturados, enquanto o resto do país pro-
riores. O engrandecimcnlo brasileiro não está, certamente, na uniformidade
dissídio coletivo processado pelo Tribu
— mesmo poniue a unifonnidade, feliz
4UC não seria apenas nocivo mas ate
mente, é inalingivcl - mas no estabele cimento clc laços econômicos fortes c fecundos. As regiões produtoras têm in
pondendo a um quesito sobre se a ma joração dc salários concedida nos co-
uz matérias-primas tão somente, geranr> uma espécie de imperialismo interno
ridículo. Trata-se de possibilitar a troca interna, de fortalecer os laços econômi cos de dependência, de umas zonas em
relação a outras, de estimular o ritmo de circulação da riqueza, em vez de enIrayá-lo, de criar, pela ausência de interrerencias, quando algo melhor não for possível, condições propícias ao inter
aquelas em áreas con.sumicâmbio entre as áreas de produção. Êssc tornarem-se doras, ou fornecedoras de inatôrias-priintercâmbio existe, de muitas formas, e 'mas, e muito mais interessante. E' existe, de há muito, tendo-se gerado de quando não existem os laços econômicos condições naturais, contra as quais, que geram a solidariedade e que man
entretanto, muito se esforçou o poder público, e por múltiplas formas.
A nossa necessidade é crescer para o interior, não sob a fórmula de ridículas
têm a unidade que aparece o desinte
resse de regiões ficas por regiões po bres, de zonas adiantadas pelas zonas atrasadas. Sô a conquista do mercado
"marchas para oeste" — a que a realida de respondeu com uma pronta e
interno possibilitará a estruturação de
radical "marcha para leste", com o abandono dos campos e a corrida
gerar, com a passagem dos anos, a soli
para as cidades — mas de forma, por exemplo, como São Paulo avançou pela
laços econômicos fecundos, capazes de dariedade que a comunidade de inte
resses fundamenta. E' na economia que repousa a unidade política.
relativa liberdade.
soa, aliás, de inegável competência, res
mcrciários poderia ser causa dc nova al ta dc preços, declarou que a "concreti zação dessa hipótese em realidade de
tais aços, em que o.s padrões de vida de
breza dc determinadas áreas não interes sa aquelas que apresentam fisionomia próspera, porque as possibilidades em
que constitui o único -jyrocesso natural capaz de manter o equilíbrio entre a oferta c a procura cm regime de
nal Regional do Trabalho, o perito, pes
teresse, sem dú\ida, desde que e.xistam
outras regiões .se desenvolvam. A po
de atitudes arbitrárias dos comcrciVinfcs,
penderá exclusivamente dos sÍndicato.s
1
suscitados, pois estes é que poderão pro vocar ou não o aumento do custo das
to de vista estritamente econômico, co
mo cumpre que o seja, chegaremos à conclusão de que nas épocas de infla
ção há tanta culpa por parte dos co merciantes varejistas quanto do próprio público consumidor por essa constante maioração de preços. Realmente, o que
utilidades". Es.sa resposta reflete a opi
determina, em substância, as sucessivas
nião vulgar e corrènte dc que ao co mércio, especialmente ao comércio va
líbrio inflacionário, é o desajustamento
altas de preços, nas épocas de desequi
rejista, cabem todas as culpas da cons
entre a produção c o poder aquisitivo
tante elevação dos preços das utilidades,
anos no Brasil. Êsse sentimento c mais
poder aquisitivo cresce nominalmente, seja por fôrça da inflação monetária
ou menos geral e cria uma.atitude de hostilidade por parte do público consu
jorações de salários, se a produção es
que se vem observando ne^e últimos midor contra o comércio varejista. A verificação da constante alta dc
preços leva cada consumidor a julgar que o crescente sacrifício que Ibc é imposto para aquisição das utilidades de que necessita representa uma atitu
de arbitrária por parte dos comerciantes, que 'são tacliadop de incscrupulosos.
dos consumidores.
À medida que êsse
ou de crédito, seja por sucessivas ma
taciona ou não se desenvolve oin ritmo
correspondente ao dc desenvohdmento do poder aquisitivo, resulta uma cres cente insuficiência daquela para aten
der às necessidades dos consumidores e
às suas possibilidades de aquisição. Nes sa situação, que é alxialmente a dp Bra sil, há três soluções possíveis, como mos
Ora, nada mais falso do que êsse ponto
tra Luiz Baudin em sua obra "El Meca
de vista. Analisado o fenômeno do pon-
nismo de Los Precios" (tradução espa-
"5f
70
Digesto EcoNÓ^^co
71
Digesto Ecosóm ico
nhola): a) distribuição dos produtos, se. gundo um plano fixado pelos dirigentes, conforme o método socialista; b) sis tema de fila, em que são atendidos os
consumidores por ordem de apresenta ção; e c) reajustamento, pelo livre jô-
go do mecanismo dos preços, — que ajusta as disponibilidades da produção ao poder aquistivo dos consumidores, elevando ou reduzindo os preços em conespondência com os morimentos do poder aquistivo.
^ As duas primeiras soluções sao soluções autoritárias, que pressupõem
acentuada
por parte dos produtores ou distribuido de utilidades por parte dèssc grupo. Por ôsse motivo c que os economistas,
todos os meios, a fim de se defender contra as incertezas do presente e do futiuro.
gime de relativa liberdade de concor
como o prof. Gudin, insistem na abso luta impossibilidade da estabilização de preços sem prévia estabilização de salá
rência. Se os bens de consumo são in
rios.
res, mas por um imperativo econômico
que determina a majoração de preços como único processo natural capaz de reequilibrar a procura e a oferta, em re suficientes para atender à procura, é necessário, evidentemente, que se ele, vem os preços para que esta se reduza,
aos industriais c comerciantes, mas a
causa deste, estabelecendo-se entre os
têm culpa os produtores e dis
tôdas as camadas da população. A inflação, rompendo o equilíbrio
influência que se agrava cada vez mais,
tribuidores, que majoram os preços, como o.s consumidores,
que aumentam as compras. Na
realidade, porém, nem uns nem outros a têm, pois a causa do fenômeno reside unicamente nos fatôres determi-
econômico e social, gera a corrupção de costumes. A incerteza com relação
ao futuro em face de uma situa
ção que se modifica dia a dia, com a crescente desvalorização da moeda e a constante alta de
mo de nossos dias é a solução pelo ivre j go do mecanismo de preços, limtando-se a intervenção do Estado à ixaçao ^ e tabelas de preços e raciona
mercadoria ou o serviço de que o di nheiro é apenas a representação; para
lucros, a fim de garantir-se contra as
aumentá-lo o único meio é aumentar a produção" (L. B. obr. cit.); todos os demais processos são ilusórios ou se re
Os produtores majoram os preços de
mento somente em casos excepcionais e pelo tempo indispensável a uma relativa
"O único poder aquistivo real ó a
nomahzaçao dessa situação excepcio- duzem a uma mera transferência do po Ora, a não ser nos regimes de monopolio. o mecanismo dos preços decorre de uma sene complexa de fatôres, aos quais e quase inteiramente estranha a
vontade de cada produtor ou distribui dor, tendo como fundamento a lei da oferta e da procura ou, em outros ter
mos, a relação entre os pedidos margi nais e as ofertas marginais. Asisím, em, um sistema econômico
em que a produção se limita a disponi bilidades insuficientes para atender ao consumo, os preços tendem irresistivel-
mente a se elevar sem qualquer culpa
dicionais de moralidade, como conse
qüência da instabilidade econômica; a
sitivo. E dôssc fenômeno tanto
nantes da inflação do poder aquisitivo e na relativa estagnação da produção.
uçao compatível com o neoliberalis-
corrompem, destruindo as fontes tra contaminação do plano moral, pelo de sequilíbrio econômico, se toma uma con-
de resultados quase sempre con-
riência e a dos demais países do muno ^oci ental. Na realidade, a única so-
ma, 6 sem dúvida secundário, no sen tido de que a corrupção e a ganân
cs próprios costumes por sua vez se
cia são conseqüência e não causa da in flação de preços, atingindo não apenas
venção do Estado na economia, emonstrado sobejamente a nossa expe
Quanto ao aspecto moral do proble
Do plano pròpriamente econômico, a corrupção se estende ao plano moral. E
restabelecendo-se o equilíbrio rompido pelo crescimento do poder aqui
inter
fraproducentes, conforme tem
'
der aquistivo.
E' o que sucede quando se pretende, por exemplo, sem um adequado plano de conjunto, reajustar os salários de de
terminado grupo profissional, sem qual quer aumento da capacidade de produ ção.
Tal reajustamento se limita à
transferência de uma parcela do poder, aquisitivo dos demais grupos para o gru po beneficiado. E tal reajustamento im plica quase sempre em novo fator ínflacionário, porque não só aumenta o custo da produção ou distribuição das merca
dorias ou serviços a cargo do grupo rea justado, como determina maior procura
preços, acarreta uma sensação de insegurança, que leva cada um
ao desejo de obtenção de maiores vicissitudes do dia seguinte.
planos econômico e moral uma inter-
enquanto persistem os fatôres fundamen tais da inflação. E' o que se tem obser vado neste últimos anos no Bra
sil, em que tôdas as formas de atividades, no plano econômico,
no plano moral, no plano políti co, refletem o desequilíbrio da época contemporânea e os funes tos efeitos da inflação. Não se
justifica, portanto, de forma alguma, a atribuição da alta de preços a atítudes arbitrárias do comércio varejista, como
suas mercadorias, os distribuidores au
faz em geral o povo, levado por uma
mentam as suas margens de lucro e os consumidores, na antevisão de preços mais altos, pagam quaisquer preços, estabelecendo-se entre êles uma verdadei ra concorrência aquisitiva. A essa ele
lado, em que é o comércio varejista a última etapa do processo de produção e distribuição dos bens, aquela que está
vação de preços, decorrente da ex-pectativa futura, é que os economistas clia-
mam "dimensão econômica", que se tor na, destarte, um novo fator de agrava
mento do processo inflacionárío. As dificuldades de vida, oriundas da
ruptura do equilíbrio econômico e so cial, contaminam aos poucos tôdas as
observação superficial e falsa dos fatos. A razão dessa atitude está, por outro
em direto contacto com o público con sumidor. Por êsse motivo, os observa
dores superficiais sòmente vêm o lucro do comerciante varejista com o qual está em contacto, atribuindo-lhe, exclusi vamente, a responsabilidade por um lon
go processo de produção e distribqição, de cuja cadeia é simplesmente o último
camadas da população. A "aurea sacra fames" se generaliza, corrompendo os
elo e o menos responsável pelo preço
caracteres e levando cada um a procu
consumidor.
rar o máximo possível de lucres, por
por que é o produto apresentado ao Atrás dêle ficaram os elos originais e
72
Drci^TO Ecokónhco
intermediários, o comércio atacadista, o grossista, o fabricante do produto manu
faturado, o fornecedor das matérias-pri mas, o financiador, cujos lucros são gerajmente maiores que os seus, mas que nao aparecem porque seu contacto com
o publico sòmente se faz através do co mercio varejista.
Muito ao contrário do que se pode supor, os lucros normais do comércio varejista no Brasil são relativamente mó-
icos, se se tiver em consideração o avu ta o índice de suas despesas ge rais. Infelizmente, não dispomos, nesse Ordenados
Administração Propaganda
Magazins 6,6 até 7,1 6,9 2.7 2,3
Aluguéis
Luz 0,2 Expedição 0,7 Acondicionamento
0.6
Seguros '^ ^ 0,4 Impostos q'4 Despesas gerais 17 Depreciação
7,8 •3,6 3,5 0,3
1,0 1.4
0,5 0,7
.... 0,2
1,9 0,4
0,5
0,6
Prejuízo devedo res
0,2 Juros do capital. 1,9
Total das despe sas
Preço no varejo
Custo
sentido, de dados estatislicos suficien
tes. Se utilizarmos, porém, os dados es tatísticos norte-americanos, poderemos fazer uma idéia, mai.s ou menos nítida, da relativa moclicidade desses lucros.
De Cr$ 100,00 150,00 200,00 250,00
a a a a
150,00 200,00 250,00 300,00
% de lucro bruto inferior a 50% " 40% 33%
até 200,00 " 250,00 " 300,00 " 350,00
" 27,2%
Julius Hirsch em "O comércio rho-
Ias da empresa referida, verificaremos
demo, sua organi2mção e suas for-
Tomando-se como índice das despesas
pág. 219, utilizando dados estatísticos da "Tlie National Ca.sh
gerais a procentagem de 30% indicada
que os lucros líquidos teoricamente pos
pelas estatísticas norte-americanas e pe-
síveis são os seguintes:
Register Company", no.s dá os ín dices de despesas gerais do comér
Preço no varejo
cio varejista nos Estados Unidos cal
Até Cr$ 200.00
culadas percentualmcntc sôbre o to
250,00 300,00
tal das vendas:
Lucro máximo possível menos de 20% " 10%
"
0,3 2,6
25,3%" 31,7%
Drogarias
Móveis
12,0 3,6 0,7 2,8
6,73
0,8
0,92 0,94
0.1
0,9 0,4 0,4
1,5 0,2 0,6 0,3
3,0 3,72 5,94
Confecções
Calçados
13,39 2,0 3,24
10,5
Êsses dados revelam que nenhuma ou
3,9 2,1
quase nenhuma culpa cabe ao comércio
3,24
2.9
0,65 0,72
0,0
0,55
0,6
0,95 0,20
1,10
0,31
2,14
0,10 2,33
0,6 0,7 1,0 0,1
1,94
27,4%
Como se vê por êsses dados, o total
28,41%
encareciraento do preço da mão-de-obra
0,0
0,41 1.17 0,40
0,3
0,42
0,3
0,35
3,4
28,45%
27,0%
3,1
varejista pela constante alta dos preços de calçados, dctenninada pelo imenso
das despesas gerais para os grupos de
suas despesas gerais médias em 30,1%. Ora, as margens normais de lucro, entre nós, não excedem de muito essa petcentagem. Se tomarmos por exemplo o
consideráveis e bem organizadas emprê-
comércio de calçados, que está indire tamente tabelado pelo decreto-lei 7.404,
atividade indicados varia de 25 3% a 31,7%. No Brasil êsses índices devem ser bem mais avultados. Uma das mais .sas de vendas de calçados, com 29 estábelecimentos sediados no Distrito Fede
ral, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Minas Ge rais e Rio Grande do Sul, calculou as
do 22-3-1945 (lei do imposto de con sumo), verificaremos que, para as clasííes mais usuais de calçados, os
lucros máximos teòricamcnte possíveis são os seguintes:
w-J o __j *
3%
" 0,2%
350,00
Despesas
Consertos
DigE-sto Econó>uco
próprio morimento inflacionário, eram sempre feitas por preços superiores aos do estoque anteriormente vendido aos consumidores.
A análise desses dados nos mostra,
e das matérias-primas, fatores agravado.s pela inflação do poder aquisiti vo e pela crescente desvalorização da
portanto, quanto é falsa a opinião vulgar de que, como sustentou inadvertidamen te o perito a que nos referimos no início
moeda.
dêste trabalho, depende exclusivamente
É verdade que durante êsses últimos anos de inflação o comércio varejista realizou, aparentemente, grandes lucros com a constante valorização de seus es
dos sindicatos representativos das ativi
toques; dizemos aparentemente porque tais lucros foram, em grande parte, in vertidos na reposição dos próprios es toques valorizados, pois as compras para reposição dos estoques, em virtude do
dades do comércio varejista a alta ou a
baixa dos preços das mercadorias. Tal fenômeno, nos regimes de livre iniciativa
e de relativa liberdade de comércio, são determinados por fatores econômicos
objetivos, sobre os quais os fatôres de ordem psicológica apenas se refletem, sem alterá-los substancialmente.
72
Drci^TO Ecokónhco
intermediários, o comércio atacadista, o grossista, o fabricante do produto manu
faturado, o fornecedor das matérias-pri mas, o financiador, cujos lucros são gerajmente maiores que os seus, mas que nao aparecem porque seu contacto com
o publico sòmente se faz através do co mercio varejista.
Muito ao contrário do que se pode supor, os lucros normais do comércio varejista no Brasil são relativamente mó-
icos, se se tiver em consideração o avu ta o índice de suas despesas ge rais. Infelizmente, não dispomos, nesse Ordenados
Administração Propaganda
Magazins 6,6 até 7,1 6,9 2.7 2,3
Aluguéis
Luz 0,2 Expedição 0,7 Acondicionamento
0.6
Seguros '^ ^ 0,4 Impostos q'4 Despesas gerais 17 Depreciação
7,8 •3,6 3,5 0,3
1,0 1.4
0,5 0,7
.... 0,2
1,9 0,4
0,5
0,6
Prejuízo devedo res
0,2 Juros do capital. 1,9
Total das despe sas
Preço no varejo
Custo
sentido, de dados estatislicos suficien
tes. Se utilizarmos, porém, os dados es tatísticos norte-americanos, poderemos fazer uma idéia, mai.s ou menos nítida, da relativa moclicidade desses lucros.
De Cr$ 100,00 150,00 200,00 250,00
a a a a
150,00 200,00 250,00 300,00
% de lucro bruto inferior a 50% " 40% 33%
até 200,00 " 250,00 " 300,00 " 350,00
" 27,2%
Julius Hirsch em "O comércio rho-
Ias da empresa referida, verificaremos
demo, sua organi2mção e suas for-
Tomando-se como índice das despesas
pág. 219, utilizando dados estatísticos da "Tlie National Ca.sh
gerais a procentagem de 30% indicada
que os lucros líquidos teoricamente pos
pelas estatísticas norte-americanas e pe-
síveis são os seguintes:
Register Company", no.s dá os ín dices de despesas gerais do comér
Preço no varejo
cio varejista nos Estados Unidos cal
Até Cr$ 200.00
culadas percentualmcntc sôbre o to
250,00 300,00
tal das vendas:
Lucro máximo possível menos de 20% " 10%
"
0,3 2,6
25,3%" 31,7%
Drogarias
Móveis
12,0 3,6 0,7 2,8
6,73
0,8
0,92 0,94
0.1
0,9 0,4 0,4
1,5 0,2 0,6 0,3
3,0 3,72 5,94
Confecções
Calçados
13,39 2,0 3,24
10,5
Êsses dados revelam que nenhuma ou
3,9 2,1
quase nenhuma culpa cabe ao comércio
3,24
2.9
0,65 0,72
0,0
0,55
0,6
0,95 0,20
1,10
0,31
2,14
0,10 2,33
0,6 0,7 1,0 0,1
1,94
27,4%
Como se vê por êsses dados, o total
28,41%
encareciraento do preço da mão-de-obra
0,0
0,41 1.17 0,40
0,3
0,42
0,3
0,35
3,4
28,45%
27,0%
3,1
varejista pela constante alta dos preços de calçados, dctenninada pelo imenso
das despesas gerais para os grupos de
suas despesas gerais médias em 30,1%. Ora, as margens normais de lucro, entre nós, não excedem de muito essa petcentagem. Se tomarmos por exemplo o
consideráveis e bem organizadas emprê-
comércio de calçados, que está indire tamente tabelado pelo decreto-lei 7.404,
atividade indicados varia de 25 3% a 31,7%. No Brasil êsses índices devem ser bem mais avultados. Uma das mais .sas de vendas de calçados, com 29 estábelecimentos sediados no Distrito Fede
ral, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Minas Ge rais e Rio Grande do Sul, calculou as
do 22-3-1945 (lei do imposto de con sumo), verificaremos que, para as clasííes mais usuais de calçados, os
lucros máximos teòricamcnte possíveis são os seguintes:
w-J o __j *
3%
" 0,2%
350,00
Despesas
Consertos
DigE-sto Econó>uco
próprio morimento inflacionário, eram sempre feitas por preços superiores aos do estoque anteriormente vendido aos consumidores.
A análise desses dados nos mostra,
e das matérias-primas, fatores agravado.s pela inflação do poder aquisiti vo e pela crescente desvalorização da
portanto, quanto é falsa a opinião vulgar de que, como sustentou inadvertidamen te o perito a que nos referimos no início
moeda.
dêste trabalho, depende exclusivamente
É verdade que durante êsses últimos anos de inflação o comércio varejista realizou, aparentemente, grandes lucros com a constante valorização de seus es
dos sindicatos representativos das ativi
toques; dizemos aparentemente porque tais lucros foram, em grande parte, in vertidos na reposição dos próprios es toques valorizados, pois as compras para reposição dos estoques, em virtude do
dades do comércio varejista a alta ou a
baixa dos preços das mercadorias. Tal fenômeno, nos regimes de livre iniciativa
e de relativa liberdade de comércio, são determinados por fatores econômicos
objetivos, sobre os quais os fatôres de ordem psicológica apenas se refletem, sem alterá-los substancialmente.
Digesto Econômico
f sua «Carta aiis Afiiorií'anos> As falhas dé suas observações
que o dominicano Joseph ebret, fundador de "Economia e Hu manismo", dirigiu, sobretudo, a nós bra-
si.eíros — deve ter sentido ímpetos de respondê-la. Não que tal documento vi
se diminuir-nos ou que Lebret revele mn propósito deliberado de fazer lite-
o os
^ nossa aos do mundocusta, comoapontando-nos um povo de mi-
lonarios e de miseráveis, de plutocratas
entre nôs, são lugares comuns, sem
apontar o meio de se alcançá-las.
dical poderosa e de influência política decisiva,
José Lvís de Almeida NocimnA Pònro
Quem tiver lido a "Lettre aux Amé-
do Estado na ordem econômica e sua
conjugação com uma organização sin conduzem
ao
totalitarismo,
como sucedeu na Itália, c que a solu ção de ca.sos isolados não atende ao interêsse coletivo, pois, freqüentemente, resolve-se um problema criando-se no vos em outras classes ou agrupamentos
Em novembro último, a revista "Economie et Hunumisme", dirigida pelo do
Vocês, brasileiros
— diz Lebret —
precisam ele\'ar o nível cultural do po vo, aumentar a produção, criar técni cos, melhorar a salubridade coletiva. Como se até agora não soubéssemos disso, o estivéssemos à espera de que
"Carta aos Americanos", na qual o co nhecido sociólogo e economista fran cês sintetizou as observações por êle
Lebret é homem de ação. Deseja ob servar os fenômenos com seus próprios
alguém nos viesse dizer o que devemos fazer, para então, num golpe de mági ca, educarmos o povo, melhorarmos a saúde pública, criarmos técnicos e au
colhidas na América e notadamentc no
olhos, ouvir as queixas com seus pró
mentarmos a produção.
Brasil, quando de sua recente estada
prios ouvidos e re.solver o caso com suas próprias mãos. Veio ao Brasil para is
minicano Joseph Lchret, publicou a sua
humanos.
em nosso continente.
A propósito dessas observações, o nos
so e, com
aquele
O, Comunismo
A "Lettre aux Améri-
seu
so ilustre coUiborador José Luís de Al
desdém pelas doutrinas,
cains", que na verdade
meida Nogueira Porto escreveu para o "Digesto Econômico" uma série de ar-
seu desinterôsse polo qua
deveria chamar-se "Let
lificativo
ebret é sincero em suas convicções,
tigos, cuja publicação ora iniciamos, em
tre aux Brésiliens et Nord Américains", come
lonesto em seus propósitos e sente-se n e uma vontade poderosa de fazer al go de bem pela humanidade.
que responde a alguns comentários dc Lebret, focalizando os problemas que, no seu entender, são fundamentais da
dar á sua política, com aquela serena e segura
ça pelas questões do co
maneira de argumentar,
munismo e de Jacques
citando exemplos em lu gar de leis econômicas, parece que faz prosélitos
Maritain.
u e comunistas, de bacharéis e de anal fabetos.
Por isso mesmo, as falhas de suas ob-
nossa ordem econômica e social.
se^ações devem ser analisadas e apon-
a as para que, com mais segurança e melhor conhecimento' dos problemas,
que
se
possa
Situa Lebret o comu
nismo ao lado de Jac
ques Maritain, dando a
entre nós. O fato é que
impressão falsa de que as
os brasileiros estavam mui
possa prosseguir em sua busca de so
dem econômica, são as pilastras de Eco
to receptivos para uma pregação des
duas correntes se colocam no mesmo
luções para os problemas sociais e eco
nomia e Humanismo.
sa natureza. Sentíamo-nos cansados de
plano e se digladiam em igualdade de
nômicos do mundo.
Conheci Père Lebret em uma , cháca ra nas proximidades de São Paulo, on
de fui convidado a participar com êle de uma sabatina sôbre Economia e Hu
Estimulado pelos resultados que ob teve na defesa dos interêsses de grupos isolados de pescadores e de marinhei
ouvir falar em leis econômicas, em cri
condições. É preciso, mesmo, desco-
ses cíclicas, em utilidade marginal, sem que se sinta em seus conceitos uma
nhecer-se muito o Brasil para se supor
ligação estreita com a realidade.
ros, profissão que foi a sua antes de en trar para a ordem dos dominicanos. pretende Lebret estender idêntico sis
Por isso, Lebret fêz sucesso. Muito mais
manismo. Essa doutrina, ou melhor, po lítica, imaginada por um grupo de do
tema a tôdas as classes sociais e a todos
minicanos franceses, se propõe a resol
os agrupamentos humanos, e, do mes
ver os problemas de ordem econômica
mo modo, resolver as dificuldades da
aqui do que na sua própria França, on de já andam fartos, também, de políti cos de soluções simplistas que, no fim das contas, são puramente cerebrinas.
e social através do estudo objetivo e
produção, da circulação, da distribui
individual de cada fenômeno e de re
ção e do consumo das riquezas.
médios parciais para cada caso. As or ganizações sindicais, as cooperativas ,e
crítica de sua política. Lembro apenas
a ação do Estado, onipresente na or-
que a intervenção intensa e constante
Lebret
ver
a
nossa
realida
Per cebeu o problema mas não sou be diagnosticar o mal e nos oferece conselhos paternais com soluções que,
jL
ma influência nas massas e que nos
estejamos preocupando com o que o clero pense ou deixe de pensar de suas
opiniões. A não ser em escassas elites de cultura livresca, a verdade é que Ma. ritain não tem a menor influência jun
to ao povo brasileiro e que nunca se veio
de mas não soube interpretá-la.
Não me proponho, agora, fazer a
que Jacques Maritain tenha tido algu
cogitou de enfrentar Joseph Stalin com o escudo de Jacques Maritain. A luta ideológica no Brasil se processa entre comunistas e não-comunistas, chamemse êstes liberais democratas ou neoli-
Digesto Econômico
f sua «Carta aiis Afiiorií'anos> As falhas dé suas observações
que o dominicano Joseph ebret, fundador de "Economia e Hu manismo", dirigiu, sobretudo, a nós bra-
si.eíros — deve ter sentido ímpetos de respondê-la. Não que tal documento vi
se diminuir-nos ou que Lebret revele mn propósito deliberado de fazer lite-
o os
^ nossa aos do mundocusta, comoapontando-nos um povo de mi-
lonarios e de miseráveis, de plutocratas
entre nôs, são lugares comuns, sem
apontar o meio de se alcançá-las.
dical poderosa e de influência política decisiva,
José Lvís de Almeida NocimnA Pònro
Quem tiver lido a "Lettre aux Amé-
do Estado na ordem econômica e sua
conjugação com uma organização sin conduzem
ao
totalitarismo,
como sucedeu na Itália, c que a solu ção de ca.sos isolados não atende ao interêsse coletivo, pois, freqüentemente, resolve-se um problema criando-se no vos em outras classes ou agrupamentos
Em novembro último, a revista "Economie et Hunumisme", dirigida pelo do
Vocês, brasileiros
— diz Lebret —
precisam ele\'ar o nível cultural do po vo, aumentar a produção, criar técni cos, melhorar a salubridade coletiva. Como se até agora não soubéssemos disso, o estivéssemos à espera de que
"Carta aos Americanos", na qual o co nhecido sociólogo e economista fran cês sintetizou as observações por êle
Lebret é homem de ação. Deseja ob servar os fenômenos com seus próprios
alguém nos viesse dizer o que devemos fazer, para então, num golpe de mági ca, educarmos o povo, melhorarmos a saúde pública, criarmos técnicos e au
colhidas na América e notadamentc no
olhos, ouvir as queixas com seus pró
mentarmos a produção.
Brasil, quando de sua recente estada
prios ouvidos e re.solver o caso com suas próprias mãos. Veio ao Brasil para is
minicano Joseph Lchret, publicou a sua
humanos.
em nosso continente.
A propósito dessas observações, o nos
so e, com
aquele
O, Comunismo
A "Lettre aux Améri-
seu
so ilustre coUiborador José Luís de Al
desdém pelas doutrinas,
cains", que na verdade
meida Nogueira Porto escreveu para o "Digesto Econômico" uma série de ar-
seu desinterôsse polo qua
deveria chamar-se "Let
lificativo
ebret é sincero em suas convicções,
tigos, cuja publicação ora iniciamos, em
tre aux Brésiliens et Nord Américains", come
lonesto em seus propósitos e sente-se n e uma vontade poderosa de fazer al go de bem pela humanidade.
que responde a alguns comentários dc Lebret, focalizando os problemas que, no seu entender, são fundamentais da
dar á sua política, com aquela serena e segura
ça pelas questões do co
maneira de argumentar,
munismo e de Jacques
citando exemplos em lu gar de leis econômicas, parece que faz prosélitos
Maritain.
u e comunistas, de bacharéis e de anal fabetos.
Por isso mesmo, as falhas de suas ob-
nossa ordem econômica e social.
se^ações devem ser analisadas e apon-
a as para que, com mais segurança e melhor conhecimento' dos problemas,
que
se
possa
Situa Lebret o comu
nismo ao lado de Jac
ques Maritain, dando a
entre nós. O fato é que
impressão falsa de que as
os brasileiros estavam mui
possa prosseguir em sua busca de so
dem econômica, são as pilastras de Eco
to receptivos para uma pregação des
duas correntes se colocam no mesmo
luções para os problemas sociais e eco
nomia e Humanismo.
sa natureza. Sentíamo-nos cansados de
plano e se digladiam em igualdade de
nômicos do mundo.
Conheci Père Lebret em uma , cháca ra nas proximidades de São Paulo, on
de fui convidado a participar com êle de uma sabatina sôbre Economia e Hu
Estimulado pelos resultados que ob teve na defesa dos interêsses de grupos isolados de pescadores e de marinhei
ouvir falar em leis econômicas, em cri
condições. É preciso, mesmo, desco-
ses cíclicas, em utilidade marginal, sem que se sinta em seus conceitos uma
nhecer-se muito o Brasil para se supor
ligação estreita com a realidade.
ros, profissão que foi a sua antes de en trar para a ordem dos dominicanos. pretende Lebret estender idêntico sis
Por isso, Lebret fêz sucesso. Muito mais
manismo. Essa doutrina, ou melhor, po lítica, imaginada por um grupo de do
tema a tôdas as classes sociais e a todos
minicanos franceses, se propõe a resol
os agrupamentos humanos, e, do mes
ver os problemas de ordem econômica
mo modo, resolver as dificuldades da
aqui do que na sua própria França, on de já andam fartos, também, de políti cos de soluções simplistas que, no fim das contas, são puramente cerebrinas.
e social através do estudo objetivo e
produção, da circulação, da distribui
individual de cada fenômeno e de re
ção e do consumo das riquezas.
médios parciais para cada caso. As or ganizações sindicais, as cooperativas ,e
crítica de sua política. Lembro apenas
a ação do Estado, onipresente na or-
que a intervenção intensa e constante
Lebret
ver
a
nossa
realida
Per cebeu o problema mas não sou be diagnosticar o mal e nos oferece conselhos paternais com soluções que,
jL
ma influência nas massas e que nos
estejamos preocupando com o que o clero pense ou deixe de pensar de suas
opiniões. A não ser em escassas elites de cultura livresca, a verdade é que Ma. ritain não tem a menor influência jun
to ao povo brasileiro e que nunca se veio
de mas não soube interpretá-la.
Não me proponho, agora, fazer a
que Jacques Maritain tenha tido algu
cogitou de enfrentar Joseph Stalin com o escudo de Jacques Maritain. A luta ideológica no Brasil se processa entre comunistas e não-comunistas, chamemse êstes liberais democratas ou neoli-
76
Digesto
berais ou socialistas cristãos ou o no me que tiverem.
Os não-comunistas, geralmente, não
invocam doutrinas ou pensadores para justificar sua atitude. Simplesmente acham que a propriedade privada deve ser mantida, que o Estado deve ter
uma ação supletiva e não primordial na ordem econômica, que a liberdade de crítica precisa ser assegurada» que as classes econòmicamente desfavoreci
das merecem ser amparadas através de medidas legais e que o-Brasil deve ser uma república, com seus três poderes, a e qual como agora, melhorando-se apenas o que fôr suscetível de aprimo ramento.
^
Ninguém cuida de dar nome preciso
a esse complexo de convicções, mas, se evessemos fazê-lo, poderíamos batizar
^so tudo de neoliberalismo, termo
ouxo, que comporta tôdas as nuanças
desde o ^ côr-de-rosa dos quase comu-
gralista^^^ ° vsrde-água dos quase inte.íUnda a propósito do comunismo ad-
ver e nos Lebret que, em lugar de
com a ermos a tôrto e a direito os seus
partidanos, sem muito respeito à vera e e recorrendo à força, deveríamos
assumu frente ao comunismo uma ati tude de lealdade, examinando-o cientiíicamente e sem paixões.
Pode ser que isso seja muito elevado, muito cristão, mas também é muito pouco eficiente.
O comunismo no Brasil compreende uma elite dirigente, impermeável a ar gumentos, e uma massa de partidários, inatingível pelo seu baixo grau de cul tura a qualquer argumentação doutri nária.
Nem
um
por
cento
dos homens
muda seu ínodo de pensar por reco
EcoN6^^co
DicESTo Econômico
nhecer mais fortes os argumentos con trários de seu ponto de vista. Todos,
te, combatê-lo doutrinàriainenlo nas es colas, nos centros de estudos, para que
primeiro são comuni.stas ou são fascis
as elites da no\'a geração receV^ain, ain
tas ou suo liberais para depois irem buscar os argumentos com que defen
da nos bancos escolares, uma iinponnea-.
dem suas convicções. Portanto, uma simples pregação doutrinária anticomu nista seria feita cm pura perda e com
O Prolelariado
desvantagem para nos, pois os argu mentos contrários ao nosso regime es
tão aqui, à vista de todos, c comprováveis a qualquer momento, ao passo que os que se opõem ao conumismo ficam
ocultos por trás da cortina do ferro da U. R. S. S.
Alias, não é assim que se combate o comunismo no mundo todo? Só nos
países em que o comunisrrro tomou tal
incremento que atemorize os governan tes é êle respeitado e mantido em li berdade.
Temos uma luta mortal entre duas concepções opostas da vida e não seria
com atitudes cavalheirescas e leais, de um lado só, que iríamos vencê-la. Nossa idéia brasileira de combate ao
comunismo é a de, primeiro, lançar
mão de meios coercitivos, para dificul tar a propagação da idéia, e depois me lhorar o ambiente social, elevar o nível de vida do trabalhador, interessá-lo nn
propriedade privada. Essa segunda eta pa, porém, não podo ser realizada en quanto não fôr criado um ambiente de
calma para uma ação de tão larga en vergadura. Mesmo que seja uma tran qüilidade fictícia e que nos subterrâ neos de nossa organização social se pre pare o terremòto, ainda precisamos des
sa atmosfera para criar o clima hostil ao desenvolvimento comunista.
E' assim que interpretam os brasi
bíll7-nção anticomunista.
77
de Roma e nas \'ielas de Nápoles. Tam bém vimos rostos ossudos e faces esquá
lidas e, mais ainda, moças desampara
das entregando-se à prostituição como xwico 'meio de subsistência. Também vimos em Soulh Carolina e em Vírgi-
lüa parciieiros de madeira, dignos de nossas favelas, onde vivem os negros
Afirma Lebret que os proprietários territoriais, os industriais opulentos, os funcionários privilegiados levam um trem de vida desconhecido de seu ve lho ocidente, enquanto que a massa po
pular sofre na insegurança c na mi séria.
"Les plainles do nos prolélaires e de nos pay.sans européens, si justifiées qu'elles .soicnt souvcnt, sembicnt d'icí outrancières" — afii-ma Lebret. E conta en
tão qoe uma tarde, perto de São Paulo, assistiu a um desfile de homcus, mu-
llicrcs e crianças, operário.s de uma fábrica dc
produtos químicos. Êsse desfile de criaturas mui
to pálidas c magras — comenta Lebret mais parecia saído de Buchenwald.. . Tudo isso pode parecer muito verda deiro. Faltou, porem, a Lebret, um
pouco de serenidade para descrever e uina perspectiva nielhor para observar. O nosso operário, contràriamente ao que afirma Lebret, goza de um padrão de vida bem melhor do que o de um
operário europeu. Pelo menos não lhe faltam alimentos, como sucede na Eu ropa.
Quanto à miséria do povo, não é só acjui que ela existe. Também assisti mos a "desfiles saídos de Buchenwald",
leiros sua luta contra o comunismo, o
xs ruas de Paris, nos canais de Vene
que não impede que se deva, realmen-
za, nas ruínas de Londres, nas praças
americanos no continuo terror dos lin chamentos. Ouvimos tristes trapos hu manos, crianças, velhos, mulheres, nas
frias madrugadas de janeiro, airanhando desafinados violinos ou cantando com vozes roucas nos subterrâneos do "Metro" e nas ruas escuras e desertas de Paris, à espera de que algum no-
tívago lhes atirasse alguns francos. Todos têm os seus "saí dos de Buchenwald", mas os nossos são um pouco me
nos magros e famintos do que os de outras terras... Faltou, também, a Le bret, a perspectiva no tem
po. Tivesse êle" acompa nhado a evolução do nos so operário de \inte anos
paru cá e certamente sua opinião seria mais otimista. A guerra, se provocou a
expansão de nossa economia, e se criou
"profiteurs" e milionários do dia para a noite, também exigiu maior número de braços operários. Foi a hora, como diz Cobden, em que dois patrões cor
rem atrás de um operário. O salário elevou-se, de maneü-a notável, e com
êle o padrão de vida do trabalhador. Ê certo que nosso custo de vida subiu 250% de 1939 para cá, mas o salário do operário especializado subiu 318% e o dos comeiciários 400%. Isso sem falar em classes privilegiadas de trabalhado res, como técnicos, estivadores, gráficos, cujos salários subiram mais ainda.
76
Digesto
berais ou socialistas cristãos ou o no me que tiverem.
Os não-comunistas, geralmente, não
invocam doutrinas ou pensadores para justificar sua atitude. Simplesmente acham que a propriedade privada deve ser mantida, que o Estado deve ter
uma ação supletiva e não primordial na ordem econômica, que a liberdade de crítica precisa ser assegurada» que as classes econòmicamente desfavoreci
das merecem ser amparadas através de medidas legais e que o-Brasil deve ser uma república, com seus três poderes, a e qual como agora, melhorando-se apenas o que fôr suscetível de aprimo ramento.
^
Ninguém cuida de dar nome preciso
a esse complexo de convicções, mas, se evessemos fazê-lo, poderíamos batizar
^so tudo de neoliberalismo, termo
ouxo, que comporta tôdas as nuanças
desde o ^ côr-de-rosa dos quase comu-
gralista^^^ ° vsrde-água dos quase inte.íUnda a propósito do comunismo ad-
ver e nos Lebret que, em lugar de
com a ermos a tôrto e a direito os seus
partidanos, sem muito respeito à vera e e recorrendo à força, deveríamos
assumu frente ao comunismo uma ati tude de lealdade, examinando-o cientiíicamente e sem paixões.
Pode ser que isso seja muito elevado, muito cristão, mas também é muito pouco eficiente.
O comunismo no Brasil compreende uma elite dirigente, impermeável a ar gumentos, e uma massa de partidários, inatingível pelo seu baixo grau de cul tura a qualquer argumentação doutri nária.
Nem
um
por
cento
dos homens
muda seu ínodo de pensar por reco
EcoN6^^co
DicESTo Econômico
nhecer mais fortes os argumentos con trários de seu ponto de vista. Todos,
te, combatê-lo doutrinàriainenlo nas es colas, nos centros de estudos, para que
primeiro são comuni.stas ou são fascis
as elites da no\'a geração receV^ain, ain
tas ou suo liberais para depois irem buscar os argumentos com que defen
da nos bancos escolares, uma iinponnea-.
dem suas convicções. Portanto, uma simples pregação doutrinária anticomu nista seria feita cm pura perda e com
O Prolelariado
desvantagem para nos, pois os argu mentos contrários ao nosso regime es
tão aqui, à vista de todos, c comprováveis a qualquer momento, ao passo que os que se opõem ao conumismo ficam
ocultos por trás da cortina do ferro da U. R. S. S.
Alias, não é assim que se combate o comunismo no mundo todo? Só nos
países em que o comunisrrro tomou tal
incremento que atemorize os governan tes é êle respeitado e mantido em li berdade.
Temos uma luta mortal entre duas concepções opostas da vida e não seria
com atitudes cavalheirescas e leais, de um lado só, que iríamos vencê-la. Nossa idéia brasileira de combate ao
comunismo é a de, primeiro, lançar
mão de meios coercitivos, para dificul tar a propagação da idéia, e depois me lhorar o ambiente social, elevar o nível de vida do trabalhador, interessá-lo nn
propriedade privada. Essa segunda eta pa, porém, não podo ser realizada en quanto não fôr criado um ambiente de
calma para uma ação de tão larga en vergadura. Mesmo que seja uma tran qüilidade fictícia e que nos subterrâ neos de nossa organização social se pre pare o terremòto, ainda precisamos des
sa atmosfera para criar o clima hostil ao desenvolvimento comunista.
E' assim que interpretam os brasi
bíll7-nção anticomunista.
77
de Roma e nas \'ielas de Nápoles. Tam bém vimos rostos ossudos e faces esquá
lidas e, mais ainda, moças desampara
das entregando-se à prostituição como xwico 'meio de subsistência. Também vimos em Soulh Carolina e em Vírgi-
lüa parciieiros de madeira, dignos de nossas favelas, onde vivem os negros
Afirma Lebret que os proprietários territoriais, os industriais opulentos, os funcionários privilegiados levam um trem de vida desconhecido de seu ve lho ocidente, enquanto que a massa po
pular sofre na insegurança c na mi séria.
"Les plainles do nos prolélaires e de nos pay.sans européens, si justifiées qu'elles .soicnt souvcnt, sembicnt d'icí outrancières" — afii-ma Lebret. E conta en
tão qoe uma tarde, perto de São Paulo, assistiu a um desfile de homcus, mu-
llicrcs e crianças, operário.s de uma fábrica dc
produtos químicos. Êsse desfile de criaturas mui
to pálidas c magras — comenta Lebret mais parecia saído de Buchenwald.. . Tudo isso pode parecer muito verda deiro. Faltou, porem, a Lebret, um
pouco de serenidade para descrever e uina perspectiva nielhor para observar. O nosso operário, contràriamente ao que afirma Lebret, goza de um padrão de vida bem melhor do que o de um
operário europeu. Pelo menos não lhe faltam alimentos, como sucede na Eu ropa.
Quanto à miséria do povo, não é só acjui que ela existe. Também assisti mos a "desfiles saídos de Buchenwald",
leiros sua luta contra o comunismo, o
xs ruas de Paris, nos canais de Vene
que não impede que se deva, realmen-
za, nas ruínas de Londres, nas praças
americanos no continuo terror dos lin chamentos. Ouvimos tristes trapos hu manos, crianças, velhos, mulheres, nas
frias madrugadas de janeiro, airanhando desafinados violinos ou cantando com vozes roucas nos subterrâneos do "Metro" e nas ruas escuras e desertas de Paris, à espera de que algum no-
tívago lhes atirasse alguns francos. Todos têm os seus "saí dos de Buchenwald", mas os nossos são um pouco me
nos magros e famintos do que os de outras terras... Faltou, também, a Le bret, a perspectiva no tem
po. Tivesse êle" acompa nhado a evolução do nos so operário de \inte anos
paru cá e certamente sua opinião seria mais otimista. A guerra, se provocou a
expansão de nossa economia, e se criou
"profiteurs" e milionários do dia para a noite, também exigiu maior número de braços operários. Foi a hora, como diz Cobden, em que dois patrões cor
rem atrás de um operário. O salário elevou-se, de maneü-a notável, e com
êle o padrão de vida do trabalhador. Ê certo que nosso custo de vida subiu 250% de 1939 para cá, mas o salário do operário especializado subiu 318% e o dos comeiciários 400%. Isso sem falar em classes privilegiadas de trabalhado res, como técnicos, estivadores, gráficos, cujos salários subiram mais ainda.
T9Í
79
Dicesto Econômico Hoje, já têm os trabalhadores brasilei
ros das grandes cidades — que foram os
observados por Lebret — um padrão de vida bastante alto e consomem utili
dades que há vinte anos passados esta vam fora de seu alcance. A não ser entre trabalhadores rurais, mormente
no Nordeste, que, êstes sim. pode riam parecer saídos de Biicbenwald,
pode-se afirmar que o proletário bra sileiro nada fica a dever ao europeu em matéria de segurança e de conforto.
No que diz respeito à alimentação, por exemplo, segundo dados pubücaos por Études et Conjonture" de ja
melhor perspectiva para ob.servar.
£le
descreve o que viu, num dado
mo-
mcnto, sem indagar das causas e
seni
50 aprofundar no problema. A favela 6 fenômeno típico de lôda
região em fase de j^rogresso.
Longe
Dícesto Er.oNÓ>nco corde mundial de construçõe.s. pois que
aqui se terminam mais de cinco casas por horal Êsse mesmo fenômeno é rc.sponsá\ el
semelhança com a realidade.
pelas nos.sas dificuldades de transito e pelo traçado defeituoso de nos.sas ruas.
de indicar miséria, cias indicam desen
Mas o mesmo que fi'«í Iloussmunn na
volvimento. Todas ixs cidades em que
Paris do Segundo Império, têm os nossos
surge um
grande atrativo
econômico
fície em tôda a sua observação, oferece
Lebret uma,caricatura do Brasil, mas
prefeitos procurado fazer cm São Paulo
vêem brotar em sua periferia casas pro
e no Rio cie Janeiro.
visórias, verdadeiros acampamentos, até que a cidade, em sua expansão, possa absorver e abrigar tôda essa população
são rasgadas, tiineis perfuram os morros,
Quarteirões e
quarteirões são derrubados, avenidas viadutos se lançam sobre valos. A nossa
que, devemos reconhecer, tem alguma Não é
possível, porém, conhecer-se o Brasil só através do Rio de Janeiro, de São Paulo e muito menos analisar seus pro
blemas sem acompanhar sua evolução no tempo.
Não podemos perder de vista que o Brasil é um país em pleno crescimento
e que muitas de suas dificuldades de correm dêsse próprio fato. Outros, po
rem, já se estão apresentando como ví
adventícía. Portanto, trata-se de fenô meno de natureza transitória, em nada característico de nossa civilização. Ê
bárbara música de piogic.sso, que os
certo que entre nós, notadamente no Rio
pesadas o .surdas dos martelos mecânicos,
vidade.
calorias por'dia, passou a con
de Janeiro, tem durado mais do que
sumir. em 1947, 3.000 calorias. Cons
o estrepíclc) das misturacloras do pedrcvisto São Paulo bá \intc anos, hiweria
sociólogo e economista como Lebret e o mesmo que negar o doente ao medico
absolutamente idêntica à
seria de se desejar, pois que o afluxo das populações rurais para os grandes cen tros é constante e as cidades, por mais
mente, consome apenas 2.500 calorias
que se estendam, nunca dão vazão às ondas sempre crescentes de novos foras
de ver cpie nos.sas ruas estreitas c casa rio velho dentro cm pouco terão desapa recido para dar lugar a avenidas largas, arranha-céus e vivências aprazívci.s.
posta, isso não se deve a algum arra nhão que Lebret tenha feito em nosso
neiro ultimo, verifica-se que cada bra0 «n
consumia apenas
tata-se assim, um aumento de 17%, porcentagem
re ução sofrida pelo francês, que, atual
por ia. Por ôsse estudo, que infeliz mente só abrange nove países, vê-se que apenas os Estados Unidos e o
Brasil tiveram aumentado o seu nível
alimentar em calorias nos últimos 10
teiros.
O nosso povo não é, pois,, tão magro
nômenos inevitáveis. Cidades como Pa-
sos bairros residenciais, "les plus beaux et les plus confortables du monde" e
velas e a carência de habitações são fe
.
Negar os nossos erros e defeitos a um
os sintomas de sua enfermidade. L, se há um pouco de vivacidade nesta res
orgulho patriótico, mas sim ao fato de males, de ter apresentado muitos de nos
O que Lebret diz de nós, nós já o sabíamos. Exagerando'certos aspectos, omitindo outros, mantendo-se na super
sos erros como fenômenos locais quando são universais, de ter-nos dado a receita sem nos apontar os meios de a\àa-la.
ris, Londres, Roma, que já se estabili zaram em seu desenvolvimento, não
podem mesmo conhecer o x^i'oblema de favelas, mas muitas cidades americanas ainda o conhecem.
O próprio Lebret comenta que a po pulação de São Paulo era de cêrca de
31 mil habitantes em 1872 e que a po pulação prevista para 1954 é de ... 2.250.000.
Ora, com êsse incfeincnlo
Da mesma forma que com relação
espantoso de população, não é natural que grande parte do povo esteja mal abrigada, em habitações provisórias?
ao nosso proletariado, faltou a Lebret
Isso, não obstante São Paulo deter o re-
se escandaliza com o confronto.
cios' de constituição e, esses sim, pre cisam ser solucionados com a maior bre
não ter êle sabido diagnosticar nossos
ção. Ainda estão em fase de crescimento
e, enquanto assim for, a presença das fa.
Palácios e favelas Lebret é severo para com nossas favelas. E tem razão. Critica nossas ruas estreitas, nossos bairros operários, a parte velha das cidades. E tem razão também. Compara tudo isso aos nos
gulhos e argamassu. Se Lebret tivesse
Sucede que nossos grandes centros ainda não chegaram ao ponto de satura
anos. Aquele em 4% e êste em 17%. e faminto como quer fazer crer o fun dador de Economia e Humanismo.
ouvidos europeus desconhecem, c o motralbar das perfuialiizes, as pancadas
A irulnstria de matérias plásticas dns E. U. A.
novos produtos no mercado, notadamente os capazes de stth^ nrrntuadn mais aiivtude de continuar elevada a procura de aço e outros
do pelas necessidades do Programa de Recuperação Euiopeta, s f grande número de peças industriais e mercaciorias de consumo, tal c i o f Mirante a guerra, recorrem aos plásticos.
T9Í
79
Dicesto Econômico Hoje, já têm os trabalhadores brasilei
ros das grandes cidades — que foram os
observados por Lebret — um padrão de vida bastante alto e consomem utili
dades que há vinte anos passados esta vam fora de seu alcance. A não ser entre trabalhadores rurais, mormente
no Nordeste, que, êstes sim. pode riam parecer saídos de Biicbenwald,
pode-se afirmar que o proletário bra sileiro nada fica a dever ao europeu em matéria de segurança e de conforto.
No que diz respeito à alimentação, por exemplo, segundo dados pubücaos por Études et Conjonture" de ja
melhor perspectiva para ob.servar.
£le
descreve o que viu, num dado
mo-
mcnto, sem indagar das causas e
seni
50 aprofundar no problema. A favela 6 fenômeno típico de lôda
região em fase de j^rogresso.
Longe
Dícesto Er.oNÓ>nco corde mundial de construçõe.s. pois que
aqui se terminam mais de cinco casas por horal Êsse mesmo fenômeno é rc.sponsá\ el
semelhança com a realidade.
pelas nos.sas dificuldades de transito e pelo traçado defeituoso de nos.sas ruas.
de indicar miséria, cias indicam desen
Mas o mesmo que fi'«í Iloussmunn na
volvimento. Todas ixs cidades em que
Paris do Segundo Império, têm os nossos
surge um
grande atrativo
econômico
fície em tôda a sua observação, oferece
Lebret uma,caricatura do Brasil, mas
prefeitos procurado fazer cm São Paulo
vêem brotar em sua periferia casas pro
e no Rio cie Janeiro.
visórias, verdadeiros acampamentos, até que a cidade, em sua expansão, possa absorver e abrigar tôda essa população
são rasgadas, tiineis perfuram os morros,
Quarteirões e
quarteirões são derrubados, avenidas viadutos se lançam sobre valos. A nossa
que, devemos reconhecer, tem alguma Não é
possível, porém, conhecer-se o Brasil só através do Rio de Janeiro, de São Paulo e muito menos analisar seus pro
blemas sem acompanhar sua evolução no tempo.
Não podemos perder de vista que o Brasil é um país em pleno crescimento
e que muitas de suas dificuldades de correm dêsse próprio fato. Outros, po
rem, já se estão apresentando como ví
adventícía. Portanto, trata-se de fenô meno de natureza transitória, em nada característico de nossa civilização. Ê
bárbara música de piogic.sso, que os
certo que entre nós, notadamente no Rio
pesadas o .surdas dos martelos mecânicos,
vidade.
calorias por'dia, passou a con
de Janeiro, tem durado mais do que
sumir. em 1947, 3.000 calorias. Cons
o estrepíclc) das misturacloras do pedrcvisto São Paulo bá \intc anos, hiweria
sociólogo e economista como Lebret e o mesmo que negar o doente ao medico
absolutamente idêntica à
seria de se desejar, pois que o afluxo das populações rurais para os grandes cen tros é constante e as cidades, por mais
mente, consome apenas 2.500 calorias
que se estendam, nunca dão vazão às ondas sempre crescentes de novos foras
de ver cpie nos.sas ruas estreitas c casa rio velho dentro cm pouco terão desapa recido para dar lugar a avenidas largas, arranha-céus e vivências aprazívci.s.
posta, isso não se deve a algum arra nhão que Lebret tenha feito em nosso
neiro ultimo, verifica-se que cada bra0 «n
consumia apenas
tata-se assim, um aumento de 17%, porcentagem
re ução sofrida pelo francês, que, atual
por ia. Por ôsse estudo, que infeliz mente só abrange nove países, vê-se que apenas os Estados Unidos e o
Brasil tiveram aumentado o seu nível
alimentar em calorias nos últimos 10
teiros.
O nosso povo não é, pois,, tão magro
nômenos inevitáveis. Cidades como Pa-
sos bairros residenciais, "les plus beaux et les plus confortables du monde" e
velas e a carência de habitações são fe
.
Negar os nossos erros e defeitos a um
os sintomas de sua enfermidade. L, se há um pouco de vivacidade nesta res
orgulho patriótico, mas sim ao fato de males, de ter apresentado muitos de nos
O que Lebret diz de nós, nós já o sabíamos. Exagerando'certos aspectos, omitindo outros, mantendo-se na super
sos erros como fenômenos locais quando são universais, de ter-nos dado a receita sem nos apontar os meios de a\àa-la.
ris, Londres, Roma, que já se estabili zaram em seu desenvolvimento, não
podem mesmo conhecer o x^i'oblema de favelas, mas muitas cidades americanas ainda o conhecem.
O próprio Lebret comenta que a po pulação de São Paulo era de cêrca de
31 mil habitantes em 1872 e que a po pulação prevista para 1954 é de ... 2.250.000.
Ora, com êsse incfeincnlo
Da mesma forma que com relação
espantoso de população, não é natural que grande parte do povo esteja mal abrigada, em habitações provisórias?
ao nosso proletariado, faltou a Lebret
Isso, não obstante São Paulo deter o re-
se escandaliza com o confronto.
cios' de constituição e, esses sim, pre cisam ser solucionados com a maior bre
não ter êle sabido diagnosticar nossos
ção. Ainda estão em fase de crescimento
e, enquanto assim for, a presença das fa.
Palácios e favelas Lebret é severo para com nossas favelas. E tem razão. Critica nossas ruas estreitas, nossos bairros operários, a parte velha das cidades. E tem razão também. Compara tudo isso aos nos
gulhos e argamassu. Se Lebret tivesse
Sucede que nossos grandes centros ainda não chegaram ao ponto de satura
anos. Aquele em 4% e êste em 17%. e faminto como quer fazer crer o fun dador de Economia e Humanismo.
ouvidos europeus desconhecem, c o motralbar das perfuialiizes, as pancadas
A irulnstria de matérias plásticas dns E. U. A.
novos produtos no mercado, notadamente os capazes de stth^ nrrntuadn mais aiivtude de continuar elevada a procura de aço e outros
do pelas necessidades do Programa de Recuperação Euiopeta, s f grande número de peças industriais e mercaciorias de consumo, tal c i o f Mirante a guerra, recorrem aos plásticos.
OlOESTO
o
dõL (nehxMcü». dbe, cümejnJbo. Dh. G. líoBKjvr
Mí>uí:nstiíin*
Aj causas da atual disparidade
O consumo aumenta nova mente.
4." período: A
O desequilíbrio do mer-
1932-1941
cado brasileiro de cimento
acesso.
A. importação continua di
provém do fato de que há anos a
minuindo.
oferta de cimento
no Brasil não tem podi
5." período:
nível.
1942-1945
de corto intervalo
a importação e o consu
principais características da evolução
mo tornam a aumentar.
do mercado.
Divide-se a história do mercado bra
sileiro de cimento em 6 períodos, os
período: ^ Produção volta a subir. 1946.
Consumo
continuam
quais são:
•'T,Nenhuma produção nacio1° período;
nal.
ate 1925 O consumo depende da im portação.
A produção nacional é ini-
2.° período:
ciada e aumenta.
1926-1929 A importação e o consumo aumentam iguaimentè? Em conseqüência da crise o consumo cai conside
3.° período; 1930-1931
o
tação.
A produção continua au mentando.
aumentando.
O que nos interessa no quadro aci ma são os dois últimos períodos. O ini cio do 5." período, em 1942, marca o princípio do desequilíbrio do mercado de cimento. São, portanto, os anos
compreendidos entre 1942 e 1948 que pretendemo.s examinar e analisar, para em seguida podermos tirar conclusões
sobre as perspectivas do mercado em futuro próximo.
O quadro da evolução da produção brasileira de cimento é o seguinte: Produção de cimento no Brasil
1929
96.000
voz mais difícil às usinas obterem sua
1930
S7.000
cota dc óleo conibustí\'cl, as.sim como
1931
167.000 149.000
máquinas e peças sobressalcntes indis pensáveis a uma produção contínua. O
1933
222.000
1934 1935
310.000
1936
1937 1938
1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947
363.000 492.000 563.000 605.000
1926
-
1947
saram a improvisar renovações, adiar consertos, afastando temporariamente
qualquer idéia de expansão. Ma.s, deve ser mencionado que essa
estabilização temporária da produção foi
om parte devida a uma excessiva caute
767.000
la por parte das empresas produtoras de
759.000 747.000 SIO.OOO 774.000 824.000 893.000
A razão principal pela qual a oferta de cimento não conseguiu mais acompa
nhar o pxogres.so da procura consistiu no fato de ter a ascensão prodigiosa da
produção brasileira sofrido um revés no ano de 1942; foi naquele ano que, pela
cimento, as quais, cm 1939. temiam efeitos econômicos desfavoráveis da no va guerra e, portanto, seguiram uma políHca conservadora a respeito de um aumento da sua capacidade produtiva.
Naquele período, quando as Américas se mantinham ainda fora do conflito, exisHa tempo suficiente para encomen das vultosas de novas máquinas nos E. U.A. Como é do conhecimento de to
dos, atualmente, a guerra, se bem que tenha trazido certas dificuldades para os consumidores, não deixou de esHmular
primeira vez desde 1932, a produção
a produção, especialmente no ramo da
decresceu, e isso de 767.000 toneladas
construção.
cm 1941 para 759.000 toneladas em
Ainda não houve guerra
que não fôsse acompanhada de falta
1942. Mesmo em 1945, a produção não
de gêneros no mercado. Isso se repetiu
foi além de 774.000 toneladas; esse fato
no último conflito. E o fato é que a evolução do mercado encontrou a in
demonstra que durante 4 anos, de 1942 até 1945, a produção aumentou em so
mente 7.000 toneladas, enquanto que nos
dústria de cimento desprevenida para acompanhá-la.
anos de 1932 a 1941, o acréscimo anual linha sido em média de 69.000 tonela
A razão secundária do desequilíbrio do mercado desde 1942 reside no fato
de que naquele tempo a importação de
aumento era de fato necessário para poder satisfazer à procura sempre cres
cimento era insuficiente e começou a
esse decorrente igualmente da guerra. A
Anos
Toneladas
1926
13.000 55.000
cente.
88.000
conseqüência da segunda guerra mun-
1927 1928
óleo combustível foi substituído, em par.
"te, por cirrvão vegetal. As usinas pas
696.000 744.000
das; e a estatística prova que um tal
ravelmente. Isso, porém,
afeta somente a impor
importação
dinl. Após a entrada dos E.U.A. na guerra, cm fins de 1941, tomou-se cada
Toneladas
1939
A produção mantcm-se no
do satisfazer a procura.
Para melhor se entender a origem dêsse enómcno, exporemos primeiramente as
produção aproveita-se disso c continua o seu
81
Anos
1932
entre procura e oferta.
ECONÓMICX)
A estagnação cl,a produção foi uma
elevar-se apenas a partir de 1944, fato importação da Europa estava parabsada e o esfôrço de guerra dos E.U.A. não
OlOESTO
o
dõL (nehxMcü». dbe, cümejnJbo. Dh. G. líoBKjvr
Mí>uí:nstiíin*
Aj causas da atual disparidade
O consumo aumenta nova mente.
4." período: A
O desequilíbrio do mer-
1932-1941
cado brasileiro de cimento
acesso.
A. importação continua di
provém do fato de que há anos a
minuindo.
oferta de cimento
no Brasil não tem podi
5." período:
nível.
1942-1945
de corto intervalo
a importação e o consu
principais características da evolução
mo tornam a aumentar.
do mercado.
Divide-se a história do mercado bra
sileiro de cimento em 6 períodos, os
período: ^ Produção volta a subir. 1946.
Consumo
continuam
quais são:
•'T,Nenhuma produção nacio1° período;
nal.
ate 1925 O consumo depende da im portação.
A produção nacional é ini-
2.° período:
ciada e aumenta.
1926-1929 A importação e o consumo aumentam iguaimentè? Em conseqüência da crise o consumo cai conside
3.° período; 1930-1931
o
tação.
A produção continua au mentando.
aumentando.
O que nos interessa no quadro aci ma são os dois últimos períodos. O ini cio do 5." período, em 1942, marca o princípio do desequilíbrio do mercado de cimento. São, portanto, os anos
compreendidos entre 1942 e 1948 que pretendemo.s examinar e analisar, para em seguida podermos tirar conclusões
sobre as perspectivas do mercado em futuro próximo.
O quadro da evolução da produção brasileira de cimento é o seguinte: Produção de cimento no Brasil
1929
96.000
voz mais difícil às usinas obterem sua
1930
S7.000
cota dc óleo conibustí\'cl, as.sim como
1931
167.000 149.000
máquinas e peças sobressalcntes indis pensáveis a uma produção contínua. O
1933
222.000
1934 1935
310.000
1936
1937 1938
1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947
363.000 492.000 563.000 605.000
1926
-
1947
saram a improvisar renovações, adiar consertos, afastando temporariamente
qualquer idéia de expansão. Ma.s, deve ser mencionado que essa
estabilização temporária da produção foi
om parte devida a uma excessiva caute
767.000
la por parte das empresas produtoras de
759.000 747.000 SIO.OOO 774.000 824.000 893.000
A razão principal pela qual a oferta de cimento não conseguiu mais acompa
nhar o pxogres.so da procura consistiu no fato de ter a ascensão prodigiosa da
produção brasileira sofrido um revés no ano de 1942; foi naquele ano que, pela
cimento, as quais, cm 1939. temiam efeitos econômicos desfavoráveis da no va guerra e, portanto, seguiram uma políHca conservadora a respeito de um aumento da sua capacidade produtiva.
Naquele período, quando as Américas se mantinham ainda fora do conflito, exisHa tempo suficiente para encomen das vultosas de novas máquinas nos E. U.A. Como é do conhecimento de to
dos, atualmente, a guerra, se bem que tenha trazido certas dificuldades para os consumidores, não deixou de esHmular
primeira vez desde 1932, a produção
a produção, especialmente no ramo da
decresceu, e isso de 767.000 toneladas
construção.
cm 1941 para 759.000 toneladas em
Ainda não houve guerra
que não fôsse acompanhada de falta
1942. Mesmo em 1945, a produção não
de gêneros no mercado. Isso se repetiu
foi além de 774.000 toneladas; esse fato
no último conflito. E o fato é que a evolução do mercado encontrou a in
demonstra que durante 4 anos, de 1942 até 1945, a produção aumentou em so
mente 7.000 toneladas, enquanto que nos
dústria de cimento desprevenida para acompanhá-la.
anos de 1932 a 1941, o acréscimo anual linha sido em média de 69.000 tonela
A razão secundária do desequilíbrio do mercado desde 1942 reside no fato
de que naquele tempo a importação de
aumento era de fato necessário para poder satisfazer à procura sempre cres
cimento era insuficiente e começou a
esse decorrente igualmente da guerra. A
Anos
Toneladas
1926
13.000 55.000
cente.
88.000
conseqüência da segunda guerra mun-
1927 1928
óleo combustível foi substituído, em par.
"te, por cirrvão vegetal. As usinas pas
696.000 744.000
das; e a estatística prova que um tal
ravelmente. Isso, porém,
afeta somente a impor
importação
dinl. Após a entrada dos E.U.A. na guerra, cm fins de 1941, tomou-se cada
Toneladas
1939
A produção mantcm-se no
do satisfazer a procura.
Para melhor se entender a origem dêsse enómcno, exporemos primeiramente as
produção aproveita-se disso c continua o seu
81
Anos
1932
entre procura e oferta.
ECONÓMICX)
A estagnação cl,a produção foi uma
elevar-se apenas a partir de 1944, fato importação da Europa estava parabsada e o esfôrço de guerra dos E.U.A. não
iwrr
82
Digesto
Econômico
sua exportação.
mento são duas: uma, o aumento da oferta; outra, a diminuição da procura.
A estatística das importações de ci mento do Brasil nesses anos apresenta
bilidades de uma diminuição da procura.
permitia um aumento considerável de
va o seguinte quadro:
Examinemos primeiramente as possi Tomando o consumo de cimento no
Importação de cimento no Brasil 1942 - 1947 Anos
Toneladas
Brasil como representativo para a pro
74.000
1943
16.000
1944
103.000
1945 1946 1947
225.000 350.000
Apesar da restrição do consumo pela falta de mercadoria, esse atingiu em
somente a procura satisfeita — ilustra o
média do 60.000 toneladas, ou sejam,
10%. O diagrama de ascensão desde o ano de 1943 é quase uma reta e não
Consumo de cimento no Brasil
mostra nenhuma tendência a declinarse, O mesmo se pode dizer da
procura não satisfeita, a qual nos 1931
-
1947
347.000 Anos
Toneladas
Depreender-se-á dos algarismos aci-
nia que, somente em 1944, ou melhor, em 1945, a importação de cimento co meçou a reagir e procurar atender às exigências do mercado nacional.
de 1943.
cura — de fato representa o consumo
desde 1931: • 1942
de entre procura e oferta e a verdadeira procura estava bem acima do consumo
1947 441% do consumo de 1931. O acréscimo anual de 1931 até 1947 era na
quadro a seguir a evoluçfio da procura
Per
1931 1932 1933 1934
deram-se, portanto, dois ou três anos, durante os quais o consumo latente
1935
continuava a aumentar, o que significava
1937
um volume sempre crescente de uma
procura não satisfeita. Foi naqueles anos que se estabeleceu a disparidade que rema ainda hoje, porque o aumento da oferta desde 1944 — aumento prove niente primeiro da importação, depois da produção — era sempre precedido de um aumento, igual ou maior, da procu ra, de modo que a discordância entre oferta e procura nunca diminuiu.
A questão que se apresenta agora é: quais os meios que poderão equilibrar o mercado de cimento?
1936 1938
1939 1940 1941 1942
1943 1944
1945 1946 1947
281.000 310:000 336.000 436.000 477.000 570.000 638.000 655.000 731.000 767.000 785.000 833.000 763.000 913.000
últimos anos tomou-se cada vez mais urgente. E' também digno de nota que nem a
crise de 1937, nem a segunda guerra mundial conseguiram interromper o au mento anual da procura. portanto, somos levados à
conclusão de que a procura do cimento continua a intensificarse, salvo, naturalmente, uma crise econômica tão intensa co mo aquela que irrompeu no ano dc 1929. Significa isso que, do
lado da procura, a situação do merca do dificilmente pode esperar uma altera
ção decisiva para melhor, antes tende a se agravar.
Segue-se daí que a única solução
para equilibrar o mercado de cimento é
1.039.000
Q aumento da oferta, o que, evidente mente, é a solução desejável sob todos os
1.174.000 1.240.000
pontos de vista. O aumento da oferta de cimento pode
Conforme demonstram os dados aci
ter duas fontes: ou uma produção maior
ma, a única interrupção significativa do
ou uma importação maior, ou, ainda,
progresso do consumo verificou-se em
B — As possibilidades de equilibrar o mercado
As possibilidades'de pôr um fim ao atual desequilíbrio do mercado de ci
83
Dicesto Econômico
ambas. Uma terceira possibilidade de aumentar a oferta — uma "solução" que
1943, quando o consumo bai.\ou de 833.000 toneladas em 1942 para 763.000 toneladas. Porém, como já tivemos opor tunidade de expor antes, fôra e.xatainen-
te em 1942 que começara a disparida-
Tendo que escolher, para melhorar a oferta, entre um aumento da produção e um aumento da importação, dá-se, tan
to por razões de economia nacional, como por razões de economia particular, preferência ao aumento da produção. Quais as razões da economia nacional que exigem o aumento da produção, nem precisa ser explicado; a questão cambial, sòmente, é uma delas. Por ra
zões da economia particular, a produção nacional tem primazia sôbre a importa
ção, devido ao seu preço mais bai.xo e sua qualidade superior. A diferença entre o preço do cimento
nacional e o do cimento importado é de fato enorme e, ao mesmo tem
po, uma das melhores provas de que o consumo de cimento seria mais alto se tivesse uma oferta maior de cimento na cional.
A qualidade superior do pro duto nacional é reconhecida
por tôdas as pessoas interessadas no ra mo das construções. Essa superioridade é baseada em dois fatores.
O mais
importante é que o padrão de cimento, estabelecido pelo .Govêmo brasileiro, principalmente com respeito a sua re sistência e a sua expansão, é mais exi
gente do que em outros países. A se gunda razão é qixe depois de dois me ses inicia-se a deterioração do cimento. E em vista das dificuldades de trans
porte, do congestionamento dos portos, etc., parece impossível que seja ofereci do para a venda no Brasil cimento im
a economia brasileira experimentou com
portado que não tenha saldo da fábri
resultados nem sempre felizes durante
ca há mais de dois meses.
08 últimos anos — isto é, a proibição de
Assim, fica fora de dúvida que o de que a economia brasileira precisa é um
exportação, não pode ser aplicada no
JL
caso do cimento porque c.xportação de cimento praticamente não há.
iwrr
82
Digesto
Econômico
sua exportação.
mento são duas: uma, o aumento da oferta; outra, a diminuição da procura.
A estatística das importações de ci mento do Brasil nesses anos apresenta
bilidades de uma diminuição da procura.
permitia um aumento considerável de
va o seguinte quadro:
Examinemos primeiramente as possi Tomando o consumo de cimento no
Importação de cimento no Brasil 1942 - 1947 Anos
Toneladas
Brasil como representativo para a pro
74.000
1943
16.000
1944
103.000
1945 1946 1947
225.000 350.000
Apesar da restrição do consumo pela falta de mercadoria, esse atingiu em
somente a procura satisfeita — ilustra o
média do 60.000 toneladas, ou sejam,
10%. O diagrama de ascensão desde o ano de 1943 é quase uma reta e não
Consumo de cimento no Brasil
mostra nenhuma tendência a declinarse, O mesmo se pode dizer da
procura não satisfeita, a qual nos 1931
-
1947
347.000 Anos
Toneladas
Depreender-se-á dos algarismos aci-
nia que, somente em 1944, ou melhor, em 1945, a importação de cimento co meçou a reagir e procurar atender às exigências do mercado nacional.
de 1943.
cura — de fato representa o consumo
desde 1931: • 1942
de entre procura e oferta e a verdadeira procura estava bem acima do consumo
1947 441% do consumo de 1931. O acréscimo anual de 1931 até 1947 era na
quadro a seguir a evoluçfio da procura
Per
1931 1932 1933 1934
deram-se, portanto, dois ou três anos, durante os quais o consumo latente
1935
continuava a aumentar, o que significava
1937
um volume sempre crescente de uma
procura não satisfeita. Foi naqueles anos que se estabeleceu a disparidade que rema ainda hoje, porque o aumento da oferta desde 1944 — aumento prove niente primeiro da importação, depois da produção — era sempre precedido de um aumento, igual ou maior, da procu ra, de modo que a discordância entre oferta e procura nunca diminuiu.
A questão que se apresenta agora é: quais os meios que poderão equilibrar o mercado de cimento?
1936 1938
1939 1940 1941 1942
1943 1944
1945 1946 1947
281.000 310:000 336.000 436.000 477.000 570.000 638.000 655.000 731.000 767.000 785.000 833.000 763.000 913.000
últimos anos tomou-se cada vez mais urgente. E' também digno de nota que nem a
crise de 1937, nem a segunda guerra mundial conseguiram interromper o au mento anual da procura. portanto, somos levados à
conclusão de que a procura do cimento continua a intensificarse, salvo, naturalmente, uma crise econômica tão intensa co mo aquela que irrompeu no ano dc 1929. Significa isso que, do
lado da procura, a situação do merca do dificilmente pode esperar uma altera
ção decisiva para melhor, antes tende a se agravar.
Segue-se daí que a única solução
para equilibrar o mercado de cimento é
1.039.000
Q aumento da oferta, o que, evidente mente, é a solução desejável sob todos os
1.174.000 1.240.000
pontos de vista. O aumento da oferta de cimento pode
Conforme demonstram os dados aci
ter duas fontes: ou uma produção maior
ma, a única interrupção significativa do
ou uma importação maior, ou, ainda,
progresso do consumo verificou-se em
B — As possibilidades de equilibrar o mercado
As possibilidades'de pôr um fim ao atual desequilíbrio do mercado de ci
83
Dicesto Econômico
ambas. Uma terceira possibilidade de aumentar a oferta — uma "solução" que
1943, quando o consumo bai.\ou de 833.000 toneladas em 1942 para 763.000 toneladas. Porém, como já tivemos opor tunidade de expor antes, fôra e.xatainen-
te em 1942 que começara a disparida-
Tendo que escolher, para melhorar a oferta, entre um aumento da produção e um aumento da importação, dá-se, tan
to por razões de economia nacional, como por razões de economia particular, preferência ao aumento da produção. Quais as razões da economia nacional que exigem o aumento da produção, nem precisa ser explicado; a questão cambial, sòmente, é uma delas. Por ra
zões da economia particular, a produção nacional tem primazia sôbre a importa
ção, devido ao seu preço mais bai.xo e sua qualidade superior. A diferença entre o preço do cimento
nacional e o do cimento importado é de fato enorme e, ao mesmo tem
po, uma das melhores provas de que o consumo de cimento seria mais alto se tivesse uma oferta maior de cimento na cional.
A qualidade superior do pro duto nacional é reconhecida
por tôdas as pessoas interessadas no ra mo das construções. Essa superioridade é baseada em dois fatores.
O mais
importante é que o padrão de cimento, estabelecido pelo .Govêmo brasileiro, principalmente com respeito a sua re sistência e a sua expansão, é mais exi
gente do que em outros países. A se gunda razão é qixe depois de dois me ses inicia-se a deterioração do cimento. E em vista das dificuldades de trans
porte, do congestionamento dos portos, etc., parece impossível que seja ofereci do para a venda no Brasil cimento im
a economia brasileira experimentou com
portado que não tenha saldo da fábri
resultados nem sempre felizes durante
ca há mais de dois meses.
08 últimos anos — isto é, a proibição de
Assim, fica fora de dúvida que o de que a economia brasileira precisa é um
exportação, não pode ser aplicada no
JL
caso do cimento porque c.xportação de cimento praticamente não há.
, yr- 4 I wn ,+ ' y.
84
DrcESTO
aumento da produção de cimento. Quais são, porém, os fatos?
O quadro abaixo fornece as compara ções entre a evolução da produção, im portação e consumo nos últimos 5 anos, em toneladas:
Anos
747.000 16.000 810.000 103.000
763.000 913.000
774.000 255.000 1.029.000 824.000 350.000 1.174.000 893.000 347.000 1.240.000
Pelo que demonstram os dados acima, o aumento de consumo desde 1943 era e 477.000 toneladas. Desse aumen
i
to, a produção participou com 146.000 tone adas e a importação com 331.000 oneladas. A nossa demonstração ficará
n^is clara ainda, se tomarmos o ano de
43 com a cifra-índice de 100 como ase. Apresenta-se, então, o seguinte quádro:
Anos Tradução Importação Consumo 1943 1944
100 108
1945
104
1946 1947
110 120
tação 44%. Em 1943, a produção for neceu 98% do consumo e a importação 2%; em 1947, a contribuição da produ ção havia baixado para 72% e a da importação aumentatlo para 28% do con sumo; e isso apesar da inferioridade com
Tradução Importação Consumo
1943 1944 1945 1946 1947
EcoNÓAnco
100 689 1.594 2.187 2.169
100 120
petitiva do cimento estrangeiro, atrás
mais rapidamente para primeiro poder atender à procura não satisfeita e de pois desalojar a importação? O aumento da produção nacio nal de cimento pode advir de duas fontes.
Uma
é
a instalação
vos fábricas; a outra à da capacidade produtiva
o
de no. aumento
das
usinas
já existentes.
A razão principal por que a instala ção de novas fábricas não se verifiçou
num ritmo mais acelerado é a falta de capital no Brasil. A indústria de cimento c uma indústria pesada, intensiva em ca
cas. Essa dificuldade existe desde a entrada dos E.U.A. na guerra e até ho
je ainda não pcklc .ser completamente eliminada. Se bem que essa dificulda de tenha somente caráter temporário,
apareceu ela justamente no momento mais inoportuno para a economia bra sileira.
São essas as principais razões
por que, faz anos, certas compa nhias de cimento estão, ou em or
ganização, ou construindo as suas usína.s, sem que exista uma pers
pectiva para iniciarem a sua produção num futuro próximo.
Em comparação com as dificuldades
deixaria a indústria de cimento com uma
superprodução.
Tais pontos-de-\ista, apesar de tudo,
implicam fatôres que se não podem des prezar fàcilmente. Como já dissemos, é a indústria de- cimento uma indústria
pesada, onde a amortização do capital investido forma uma alta parte dos custos, e a manutenção e conservação
das máquinas exige um operariado bem treinado que não pode ser fàcilmente substituído. Significa isso que aquela
parte dos custos, que são independen tes do grau da produção, os quais não
podem ser diminuídos quando a produ
ção caia, os chamados custos fixos, são relativamente importantes.
São esses n
custos fixos que representam o maior perigo para uma empresa, no caso de uma crise.
Uma crise econômica, porém,
afeta a indústria de construções
mais do que qualquer outra. De fato,' a indústria de construções é tvão sensível a mudanças do mercado, que
o seu desenvolvimento é usado como ba-
pital. No quadro dos custos a depre ciação das instalações pesa em geral
de instalação de novas fábricas, a outra
ilustrar isso, basta citar que o consumo
tanto como o custo de mão-de-obra, o que é, por enquanto, uma raridade neste país. O capital necessário para a ere-
possibilidade para elevar a produção —
o aumento da capacidade produti\a de usinas e.xistentes — parece bem mais
1931 em nada menos de 55%! Êsses fatos explicam as inquietações dos fabricantes no tocante ao futuro do
as condições locais, de Gr$ 50.000.000,00
As cifras acima revelam a magni tude do desenvolvimento da importação
para reunir tais somas de capital não pre
de cimento nos últimos cinco anos. Con
cisam ser argumentadas.
De 1943 a 1947, o consumo aumentou
a impossibilidade, de se obteicin atual mente, máquinas e ccjiiipamentos dos
seguinte, a conclusão de no\as fábri
Por que razões a indústria de cimento não conseguiu aumentar a sua produção
se, conforme a capacidade produtiva e
cm 63%; desse aumento, cabem à pro dução brasileira sòmente 19% e à impor-
Finalmente, a dificuldade e às \ ézes até
cimento e as dificuldades em satisfazê-la.
163
do mercado de cimento.
dem levar anos.
exposta. Não c.xiste argumento melhor para mostrar a urgência da procura de
ção de uma usina de cimento estende-
trária aos interesses da economia brasi
tomar unia decisão. Tais pesquisas são, forçosamente, bastante demoradas e po
E.U.A. — sem falar dos antigos países fornecedores europeus — retarda cxtraordinàriamcnte a instalação, e, por con
135 154
leira, foi a importação e não a produção, que se aproveitou da situação precária
D/oe-sto Econômico
até Cr$ 100.000.000,00. As dificuldades
Um segundo fator que atrasa a ins
simples. Porém, por razõe.s que tem ca ráter em parte técnico, em parte po lítico, também nenhum progresso sen sível foi feito nessa direção. As razões
rômetro do ciclo dos negócios.
Para
de cimento no Brasil caiu de 1929 a
mercado de cimento.
No capítulo se
guinte, sobre as perspectivas do mercado
técnicas são as mesmas que já foram
brasileiro de cimento, tentaremos exami
rnencionadas acima: as dificuldades em
nar até que grau tais preocupações são justificadas.
obter equipamento novo. As razoes po
talação de novas usinas é a dependên
líticas, que impediram até um certo. grau uma expansão mais rápida da in
C — As perspectivas do mercado de
cia da fabricação de cimento de uma
dústria, são os receios dos produtores
cimento
matéria-prima — a pedra de cal — cuja qualidade e quantidade, localização, con dições de transporte etc., tèm que ser
de que a atual situação do mercado mu
cuidadosamente estudadas antes de se
de, que a procura decline e qúe o atual
O resultado de nossa análise do mer
"mercado dos vendedores" ceda lugar a um "mercado dos compradores", o que
cado de cimento é que o consumo sem
pre crescente não mostra nenhuma ten-
, yr- 4 I wn ,+ ' y.
84
DrcESTO
aumento da produção de cimento. Quais são, porém, os fatos?
O quadro abaixo fornece as compara ções entre a evolução da produção, im portação e consumo nos últimos 5 anos, em toneladas:
Anos
747.000 16.000 810.000 103.000
763.000 913.000
774.000 255.000 1.029.000 824.000 350.000 1.174.000 893.000 347.000 1.240.000
Pelo que demonstram os dados acima, o aumento de consumo desde 1943 era e 477.000 toneladas. Desse aumen
i
to, a produção participou com 146.000 tone adas e a importação com 331.000 oneladas. A nossa demonstração ficará
n^is clara ainda, se tomarmos o ano de
43 com a cifra-índice de 100 como ase. Apresenta-se, então, o seguinte quádro:
Anos Tradução Importação Consumo 1943 1944
100 108
1945
104
1946 1947
110 120
tação 44%. Em 1943, a produção for neceu 98% do consumo e a importação 2%; em 1947, a contribuição da produ ção havia baixado para 72% e a da importação aumentatlo para 28% do con sumo; e isso apesar da inferioridade com
Tradução Importação Consumo
1943 1944 1945 1946 1947
EcoNÓAnco
100 689 1.594 2.187 2.169
100 120
petitiva do cimento estrangeiro, atrás
mais rapidamente para primeiro poder atender à procura não satisfeita e de pois desalojar a importação? O aumento da produção nacio nal de cimento pode advir de duas fontes.
Uma
é
a instalação
vos fábricas; a outra à da capacidade produtiva
o
de no. aumento
das
usinas
já existentes.
A razão principal por que a instala ção de novas fábricas não se verifiçou
num ritmo mais acelerado é a falta de capital no Brasil. A indústria de cimento c uma indústria pesada, intensiva em ca
cas. Essa dificuldade existe desde a entrada dos E.U.A. na guerra e até ho
je ainda não pcklc .ser completamente eliminada. Se bem que essa dificulda de tenha somente caráter temporário,
apareceu ela justamente no momento mais inoportuno para a economia bra sileira.
São essas as principais razões
por que, faz anos, certas compa nhias de cimento estão, ou em or
ganização, ou construindo as suas usína.s, sem que exista uma pers
pectiva para iniciarem a sua produção num futuro próximo.
Em comparação com as dificuldades
deixaria a indústria de cimento com uma
superprodução.
Tais pontos-de-\ista, apesar de tudo,
implicam fatôres que se não podem des prezar fàcilmente. Como já dissemos, é a indústria de- cimento uma indústria
pesada, onde a amortização do capital investido forma uma alta parte dos custos, e a manutenção e conservação
das máquinas exige um operariado bem treinado que não pode ser fàcilmente substituído. Significa isso que aquela
parte dos custos, que são independen tes do grau da produção, os quais não
podem ser diminuídos quando a produ
ção caia, os chamados custos fixos, são relativamente importantes.
São esses n
custos fixos que representam o maior perigo para uma empresa, no caso de uma crise.
Uma crise econômica, porém,
afeta a indústria de construções
mais do que qualquer outra. De fato,' a indústria de construções é tvão sensível a mudanças do mercado, que
o seu desenvolvimento é usado como ba-
pital. No quadro dos custos a depre ciação das instalações pesa em geral
de instalação de novas fábricas, a outra
ilustrar isso, basta citar que o consumo
tanto como o custo de mão-de-obra, o que é, por enquanto, uma raridade neste país. O capital necessário para a ere-
possibilidade para elevar a produção —
o aumento da capacidade produti\a de usinas e.xistentes — parece bem mais
1931 em nada menos de 55%! Êsses fatos explicam as inquietações dos fabricantes no tocante ao futuro do
as condições locais, de Gr$ 50.000.000,00
As cifras acima revelam a magni tude do desenvolvimento da importação
para reunir tais somas de capital não pre
de cimento nos últimos cinco anos. Con
cisam ser argumentadas.
De 1943 a 1947, o consumo aumentou
a impossibilidade, de se obteicin atual mente, máquinas e ccjiiipamentos dos
seguinte, a conclusão de no\as fábri
Por que razões a indústria de cimento não conseguiu aumentar a sua produção
se, conforme a capacidade produtiva e
cm 63%; desse aumento, cabem à pro dução brasileira sòmente 19% e à impor-
Finalmente, a dificuldade e às \ ézes até
cimento e as dificuldades em satisfazê-la.
163
do mercado de cimento.
dem levar anos.
exposta. Não c.xiste argumento melhor para mostrar a urgência da procura de
ção de uma usina de cimento estende-
trária aos interesses da economia brasi
tomar unia decisão. Tais pesquisas são, forçosamente, bastante demoradas e po
E.U.A. — sem falar dos antigos países fornecedores europeus — retarda cxtraordinàriamcnte a instalação, e, por con
135 154
leira, foi a importação e não a produção, que se aproveitou da situação precária
D/oe-sto Econômico
até Cr$ 100.000.000,00. As dificuldades
Um segundo fator que atrasa a ins
simples. Porém, por razõe.s que tem ca ráter em parte técnico, em parte po lítico, também nenhum progresso sen sível foi feito nessa direção. As razões
rômetro do ciclo dos negócios.
Para
de cimento no Brasil caiu de 1929 a
mercado de cimento.
No capítulo se
guinte, sobre as perspectivas do mercado
técnicas são as mesmas que já foram
brasileiro de cimento, tentaremos exami
rnencionadas acima: as dificuldades em
nar até que grau tais preocupações são justificadas.
obter equipamento novo. As razoes po
talação de novas usinas é a dependên
líticas, que impediram até um certo. grau uma expansão mais rápida da in
C — As perspectivas do mercado de
cia da fabricação de cimento de uma
dústria, são os receios dos produtores
cimento
matéria-prima — a pedra de cal — cuja qualidade e quantidade, localização, con dições de transporte etc., tèm que ser
de que a atual situação do mercado mu
cuidadosamente estudadas antes de se
de, que a procura decline e qúe o atual
O resultado de nossa análise do mer
"mercado dos vendedores" ceda lugar a um "mercado dos compradores", o que
cado de cimento é que o consumo sem
pre crescente não mostra nenhuma ten-
86
Dioesto
dência a declinar, que a produção por enquanto não conseguiu atender às exigências da economia brasileira e
que a importação, indesejável sob
muitos pontos-de-vista, não represen ta senão uma solução parcial e de emergência.
O nosso prognóstico no tocante a um . aumento futuro da procura é baseado sôbre os algarismos do consumo de 1931 a 1947. Êsse aumento contínuo deve-se, em parte, a© progresso geral do país, do
qual a sua industrialização é a melhor expressão; e, em segundo lugar, a uma mudança estrutural no ramo das cons
truções: a preferência quase exclusiva
Econômico
que se dá hoje em dia no Brasil às construções de cimento armado e a in
trodução do cimento para o uso nas pa vimentações. E' opinião geral dos pe ritos que essa mudança estrutural, a qual abriu e continua abrindo novos campos enormes à aplicação do cimento, é de finitiva.
Dai a nossa convicção de que sòmente uma crise econômica* pode afetar a procura de cimento no Brasil.
Quais seriam os efeitos de uma tal crise?
O gráfico seguinte, baseado nos al
DicEsro Econômico
87
Por êsse gráfico pode-se formar um juízo das conseqüências de uma diminui
vramento dos direitos al^degários e da licença prévia — também às máqui
ção da procura como resultado de uma
nas e equipamentos destinados à produ ção de cimento nacional. O que mais interessa, porém, são as
crise econômica.
Primeiro sería atingida a procura não satisfeita, que forma uma espécie de
parachoque. Sòmente depois de ter de saparecido essa procura 6 que a impor tação de cimento começaria a sofrer.
O produto nacional, superior ao cimen to importado sob todos os pontos-de-vísta, não sentiria os efeitos de uma queda da procura antes que esta bai.vassc até aproximadamente 60% do nível
garismos do ano de 1947, mostra u
atuai.
atua! situação do mercado;
primida acima, de que sòmente uma
Confirma ís.so a nossa opinião, já e.xcrise econômica muito grave pode pre
judicar a indústria nacional de cimento. 1.600000
1.540 000 T 1.500000
1.300000
bre 9 usinas. Ao que parece, representa
essa produção um pouco mais do que 80% da capacidade produtiva teórica das usinas. Seria isso uma porcentagem mui to alta. Nos E.U.A. essa porcentagem
era de sòmente 68% no ano de 1946 e de 78% no ano de 1947.
(estimativa) 1.240 000 T
mento não dispõe de reservas produtiva.^
e que nenhum aumento da produção é de se esperar de uma utilização maior da atual capacidade das usinas.
A produção de cimento au mentará em 1948, porém, em
1.100000
conseqüência da expansão da ca
pacidade de algumas usinas. O
nosso atual sistema econômico.
Portanto,
<
podemos
mais importante é que uma das
concluir
fábricas no Estado de São Paulo
que, salvo acontecimentos impre
347 000 T
terminou a instalação de um no
visíveis, as perspectivas do con-
1X00 000
Importação
gutno de cimento no Brasil são das mais auspiciosas.
900 000 893 000 T
800 000 fü
Em conseqüência disso, a.s perspecti
Mostra essa
comparação que a nossa indústria de ci
ameaça menos para a indústria de cimento do que para todo o
consumo
1.200 000
<
A produção de cimento no Brasil era de 893.000 t. em 1947, distribuída sô
anos de 1929-1932 seria uma
Déficit do
t/l
Q
mento.
resto, uma repetição da crise dos
300 000 T 1.400 000
Uma crise econômica em futuro pró ximo, porém, é rftuito improvável. De
perspectivas da produção e suas possi bilidades de equilibrar o mercado de ci
vo fomo, que começou a trabalhar no
segundo trimestre de 1948. Duas ou tras usinas reformaram e ampliaram as suas instalações, e "a fábrica de Pôrto
700 000
vas da importação de cimento, não obs tante ela sirva apenas para satisfazer a
600 000
procura mais urgente, são igualmente
fins do ano de 1947, vai influir mais
Z O •xs
500 000
H
893 000 T 400 000 300 000
Produção
3
boas. Sobretudo, porque o cimento im
completamente na estatística do ano cor
portado está livre tanto do pagamento
rente.
de direitos alfandegários, como também da licença prévia de importação.
a produção de cimento no ano de 1948
100 000
o
Calculamos que, em resultado disso,
importado, de um certo modo é incom
aumentará de aproximadamente 100.000 t., o que resultará, em cifras redon das, numa produção de 1.000.000. de
preensível a razão pela qual o legislador
toneladas.
Se bem que ninguém conteste que 200 000
Alegre, que iniciou as suas ati\'idades em
atualmente o Brasil precisa de cimento não concede os mesmos favores — li-
Para o ano de 1949, esperamos igual-
86
Dioesto
dência a declinar, que a produção por enquanto não conseguiu atender às exigências da economia brasileira e
que a importação, indesejável sob
muitos pontos-de-vista, não represen ta senão uma solução parcial e de emergência.
O nosso prognóstico no tocante a um . aumento futuro da procura é baseado sôbre os algarismos do consumo de 1931 a 1947. Êsse aumento contínuo deve-se, em parte, a© progresso geral do país, do
qual a sua industrialização é a melhor expressão; e, em segundo lugar, a uma mudança estrutural no ramo das cons
truções: a preferência quase exclusiva
Econômico
que se dá hoje em dia no Brasil às construções de cimento armado e a in
trodução do cimento para o uso nas pa vimentações. E' opinião geral dos pe ritos que essa mudança estrutural, a qual abriu e continua abrindo novos campos enormes à aplicação do cimento, é de finitiva.
Dai a nossa convicção de que sòmente uma crise econômica* pode afetar a procura de cimento no Brasil.
Quais seriam os efeitos de uma tal crise?
O gráfico seguinte, baseado nos al
DicEsro Econômico
87
Por êsse gráfico pode-se formar um juízo das conseqüências de uma diminui
vramento dos direitos al^degários e da licença prévia — também às máqui
ção da procura como resultado de uma
nas e equipamentos destinados à produ ção de cimento nacional. O que mais interessa, porém, são as
crise econômica.
Primeiro sería atingida a procura não satisfeita, que forma uma espécie de
parachoque. Sòmente depois de ter de saparecido essa procura 6 que a impor tação de cimento começaria a sofrer.
O produto nacional, superior ao cimen to importado sob todos os pontos-de-vísta, não sentiria os efeitos de uma queda da procura antes que esta bai.vassc até aproximadamente 60% do nível
garismos do ano de 1947, mostra u
atuai.
atua! situação do mercado;
primida acima, de que sòmente uma
Confirma ís.so a nossa opinião, já e.xcrise econômica muito grave pode pre
judicar a indústria nacional de cimento. 1.600000
1.540 000 T 1.500000
1.300000
bre 9 usinas. Ao que parece, representa
essa produção um pouco mais do que 80% da capacidade produtiva teórica das usinas. Seria isso uma porcentagem mui to alta. Nos E.U.A. essa porcentagem
era de sòmente 68% no ano de 1946 e de 78% no ano de 1947.
(estimativa) 1.240 000 T
mento não dispõe de reservas produtiva.^
e que nenhum aumento da produção é de se esperar de uma utilização maior da atual capacidade das usinas.
A produção de cimento au mentará em 1948, porém, em
1.100000
conseqüência da expansão da ca
pacidade de algumas usinas. O
nosso atual sistema econômico.
Portanto,
<
podemos
mais importante é que uma das
concluir
fábricas no Estado de São Paulo
que, salvo acontecimentos impre
347 000 T
terminou a instalação de um no
visíveis, as perspectivas do con-
1X00 000
Importação
gutno de cimento no Brasil são das mais auspiciosas.
900 000 893 000 T
800 000 fü
Em conseqüência disso, a.s perspecti
Mostra essa
comparação que a nossa indústria de ci
ameaça menos para a indústria de cimento do que para todo o
consumo
1.200 000
<
A produção de cimento no Brasil era de 893.000 t. em 1947, distribuída sô
anos de 1929-1932 seria uma
Déficit do
t/l
Q
mento.
resto, uma repetição da crise dos
300 000 T 1.400 000
Uma crise econômica em futuro pró ximo, porém, é rftuito improvável. De
perspectivas da produção e suas possi bilidades de equilibrar o mercado de ci
vo fomo, que começou a trabalhar no
segundo trimestre de 1948. Duas ou tras usinas reformaram e ampliaram as suas instalações, e "a fábrica de Pôrto
700 000
vas da importação de cimento, não obs tante ela sirva apenas para satisfazer a
600 000
procura mais urgente, são igualmente
fins do ano de 1947, vai influir mais
Z O •xs
500 000
H
893 000 T 400 000 300 000
Produção
3
boas. Sobretudo, porque o cimento im
completamente na estatística do ano cor
portado está livre tanto do pagamento
rente.
de direitos alfandegários, como também da licença prévia de importação.
a produção de cimento no ano de 1948
100 000
o
Calculamos que, em resultado disso,
importado, de um certo modo é incom
aumentará de aproximadamente 100.000 t., o que resultará, em cifras redon das, numa produção de 1.000.000. de
preensível a razão pela qual o legislador
toneladas.
Se bem que ninguém conteste que 200 000
Alegre, que iniciou as suas ati\'idades em
atualmente o Brasil precisa de cimento não concede os mesmos favores — li-
Para o ano de 1949, esperamos igual-
B
88
mente um acréscimo de mais ou me
DicKsro
Econômico
greves, etc. A experiência prova, po
nos 100.000 t., devido em parte ao au mento da capacidade produtiva de uma
rém, que um revés na produção de uma
das usinas no Estado de Minas Gerais
uma produção mais elevada numa outra
e em* parte ao fato de que o aumento da capacidade da usina no Estado de São Paulo beneficiará o ano todo de 1949.
Com isso a produção atinciria .... 1.100.000 t. em 1949,
Finalmente, pode-se esperar que na fabrica no Estado do Rio de Janeiro se ja completada a instalação de um novo
orno até o fim do ano vindouro, o que significa mais um aumento de apro.ximadamente 100.000 t. para 1950. Deste modo, a produção nacional de cimento no ano de 1950 seria de apro ximadamente 1.200.000 toneladas.
Estamos cientes de que existem atual
mente máis três fábricas em vias de
construção, porém, não esperamos que eas possam influir na estatística da pro dução até 1950.
^ Reconhecidamente, êsses cálculos es tão sujeitos a incertezas e diividas, e ninguern nega que, no momento, os cálcu
los baseados nos fatôres normais po dem sofrer transtornos imprevistos. Além disso, üs nossos algarismos não podem levar em conta as possíveis alterações da estatística de produção em conse qüência de grandes consertos nas usinas.
Economia dos Minerais Estratégicos
usina é geralmente contrabalançado por
VI
A. J. Ai-ves í)e Soltza
usina, de modo que a produção média das fábricas em conjunto não sofre al
terações abruptas. E' sôbrc essa hipó tese que fizemos a nossa previsão para os anos vindouros.
O resultado de.ssa previsão é decepcio. nante.
Não podemo.s esperar em fu-
tnro próximo um acréscimo anual da
produção de mais de 10%. Êsse acrésci
mo c igual ao acréscimo da procura, a qual, conforme foi indicado acima, au mentou nos últimos 16 anos na média de 10% por ano e mostra tendências de continuar o seu ritmo de ascensão.
Daí resulta que a atual disparidade entre a procura e a oferta, proveniente da produção nacional, continuará na
mesma proporção durante . os próximos anos; que a parte mais urgente da pro cura excedente será satisfeita pela im portação de cimento;, e que uma tercei ra parte da procura não encontrará uma
oferta ou, em outras palavras, que o atual déficit do consumo não pode ser ebminado.
XIII — Crédito niíMCirí»
Em outra oportunidade, quando foi discutido neste Conselho o problema do credite como elemento indispen.sá\'el ao desenvolvimento econômico do paí.s, de clarei que, para a mineração, dadas as
peculiaridaclc.s dessa indústria, as in.slituíçõe.s de crédito destinadas ao seu fo mento deveriam
dica () . exploração dos nossos recurso.ç minerais.
Os outros membros são: 4 represen- ^
Citei então o Banco Mineiro da Bo-
Kvia qi'Ó. tendo-se'iniciado como socie
tantos do Poder Legislativo — dois
dade de economia mista — capitais de
deputados e dois senadores; 3 represen
senvolveu enquanto não foi encampado
tantes da Sociedade Nacional de Miné rio; 3 de livre escolha do Presidente da
particulares e do Govêrno — rjão se de pelo GovCmo.
Citarei hoje outro exemplo, podendo, neste caso, entrar cm maiores detalhes, valendo-me da tese apresentada ao 2."
República, sondo, por praxe, um desses, personagem de destaque do Instituto de Engenheiros de Minas do Chilc; outro membro do Conselho é o Diretor do
Departanicnto de Minas e Pétróleo. O
vice-presidente da "Caja" é também de
livre escolha do Presidente da República.
O pessoal técnico e administrativ^b
titulada "Caja de Credito Mincro de Chile. Vcinte anos de labor". A Caja de Credito Minere de Chile é
ynia pessoa jurídica de direito priblico 0 sua administração está a cargo de um Conselho composto' de vice-presidente e
vohendo consumo de aço.
indispensável ;nonogro/w a quem se de
quais não se ajustavam as institui-
leno Enrique Viliavicencio Chaparro, in
A procura, ■porem, e nmior do que nunca. As quotas ~ tanto as estabelecidas como fls propostas — deverão atingir 5,3 inühões de toneladas .por ano, isto cêrca de 8% do total. Além disso, há outros grandes projetos em perspectiva ei\-
nas A. ]. Alves dc Souza. Constitui uma
ç-ocs d ê crédito comuns.
cimento é uma , continuação do atual
^ devendo atingir 33 milhões de Unidos está anos caminho de seis baterrneses seus de próprios recordes, tonehdas primeiros 1948,
e da lavra do ilustre engenheiro de mi
ler caráter especial,
a perspectiva do mercado brasileiro de
desequilíbrio ainda, por vários anos.
Conselho Federal do Comércio Exterior
compatível com aquelas peculiaridades
Congresso Panamericano de Engenhariadc Minas b Geologia pelo delegado chi
Assim, chegamos à conclusão de que
Com o presente capítulo encerra-se o magnífico estudo sõhre a economia dos minerais estratégicos, apresentado ao
onze conselheiros. O presidente da ins tituição é o Ministro de Economia e Co
mércio, que pode dirigir as sessões do Conselho quando julgar con\^eniente. Mas quem representa a "Caja" e que normalmente preside às ses.sões do Con selho o o vice-presidente. •
da "Caja" é nomeado pelo Conselho, por proposta do vice-presidente.
As atribuições • desse órgão foram-se desenvolvendo com o tempo. Inicial mente, a Caixa apenas fornecia créditos
para instalação de estabelecimentos me talúrgicos. A garantia dos créditos era
a reserva mineral positiva com que contassem os prétendentes. O juro era de 8%, podendo as comissões atingir a
um
montante
12-1-1927).-
de
3%
(Lei
de
B
88
mente um acréscimo de mais ou me
DicKsro
Econômico
greves, etc. A experiência prova, po
nos 100.000 t., devido em parte ao au mento da capacidade produtiva de uma
rém, que um revés na produção de uma
das usinas no Estado de Minas Gerais
uma produção mais elevada numa outra
e em* parte ao fato de que o aumento da capacidade da usina no Estado de São Paulo beneficiará o ano todo de 1949.
Com isso a produção atinciria .... 1.100.000 t. em 1949,
Finalmente, pode-se esperar que na fabrica no Estado do Rio de Janeiro se ja completada a instalação de um novo
orno até o fim do ano vindouro, o que significa mais um aumento de apro.ximadamente 100.000 t. para 1950. Deste modo, a produção nacional de cimento no ano de 1950 seria de apro ximadamente 1.200.000 toneladas.
Estamos cientes de que existem atual
mente máis três fábricas em vias de
construção, porém, não esperamos que eas possam influir na estatística da pro dução até 1950.
^ Reconhecidamente, êsses cálculos es tão sujeitos a incertezas e diividas, e ninguern nega que, no momento, os cálcu
los baseados nos fatôres normais po dem sofrer transtornos imprevistos. Além disso, üs nossos algarismos não podem levar em conta as possíveis alterações da estatística de produção em conse qüência de grandes consertos nas usinas.
Economia dos Minerais Estratégicos
usina é geralmente contrabalançado por
VI
A. J. Ai-ves í)e Soltza
usina, de modo que a produção média das fábricas em conjunto não sofre al
terações abruptas. E' sôbrc essa hipó tese que fizemos a nossa previsão para os anos vindouros.
O resultado de.ssa previsão é decepcio. nante.
Não podemo.s esperar em fu-
tnro próximo um acréscimo anual da
produção de mais de 10%. Êsse acrésci
mo c igual ao acréscimo da procura, a qual, conforme foi indicado acima, au mentou nos últimos 16 anos na média de 10% por ano e mostra tendências de continuar o seu ritmo de ascensão.
Daí resulta que a atual disparidade entre a procura e a oferta, proveniente da produção nacional, continuará na
mesma proporção durante . os próximos anos; que a parte mais urgente da pro cura excedente será satisfeita pela im portação de cimento;, e que uma tercei ra parte da procura não encontrará uma
oferta ou, em outras palavras, que o atual déficit do consumo não pode ser ebminado.
XIII — Crédito niíMCirí»
Em outra oportunidade, quando foi discutido neste Conselho o problema do credite como elemento indispen.sá\'el ao desenvolvimento econômico do paí.s, de clarei que, para a mineração, dadas as
peculiaridaclc.s dessa indústria, as in.slituíçõe.s de crédito destinadas ao seu fo mento deveriam
dica () . exploração dos nossos recurso.ç minerais.
Os outros membros são: 4 represen- ^
Citei então o Banco Mineiro da Bo-
Kvia qi'Ó. tendo-se'iniciado como socie
tantos do Poder Legislativo — dois
dade de economia mista — capitais de
deputados e dois senadores; 3 represen
senvolveu enquanto não foi encampado
tantes da Sociedade Nacional de Miné rio; 3 de livre escolha do Presidente da
particulares e do Govêrno — rjão se de pelo GovCmo.
Citarei hoje outro exemplo, podendo, neste caso, entrar cm maiores detalhes, valendo-me da tese apresentada ao 2."
República, sondo, por praxe, um desses, personagem de destaque do Instituto de Engenheiros de Minas do Chilc; outro membro do Conselho é o Diretor do
Departanicnto de Minas e Pétróleo. O
vice-presidente da "Caja" é também de
livre escolha do Presidente da República.
O pessoal técnico e administrativ^b
titulada "Caja de Credito Mincro de Chile. Vcinte anos de labor". A Caja de Credito Minere de Chile é
ynia pessoa jurídica de direito priblico 0 sua administração está a cargo de um Conselho composto' de vice-presidente e
vohendo consumo de aço.
indispensável ;nonogro/w a quem se de
quais não se ajustavam as institui-
leno Enrique Viliavicencio Chaparro, in
A procura, ■porem, e nmior do que nunca. As quotas ~ tanto as estabelecidas como fls propostas — deverão atingir 5,3 inühões de toneladas .por ano, isto cêrca de 8% do total. Além disso, há outros grandes projetos em perspectiva ei\-
nas A. ]. Alves dc Souza. Constitui uma
ç-ocs d ê crédito comuns.
cimento é uma , continuação do atual
^ devendo atingir 33 milhões de Unidos está anos caminho de seis baterrneses seus de próprios recordes, tonehdas primeiros 1948,
e da lavra do ilustre engenheiro de mi
ler caráter especial,
a perspectiva do mercado brasileiro de
desequilíbrio ainda, por vários anos.
Conselho Federal do Comércio Exterior
compatível com aquelas peculiaridades
Congresso Panamericano de Engenhariadc Minas b Geologia pelo delegado chi
Assim, chegamos à conclusão de que
Com o presente capítulo encerra-se o magnífico estudo sõhre a economia dos minerais estratégicos, apresentado ao
onze conselheiros. O presidente da ins tituição é o Ministro de Economia e Co
mércio, que pode dirigir as sessões do Conselho quando julgar con\^eniente. Mas quem representa a "Caja" e que normalmente preside às ses.sões do Con selho o o vice-presidente. •
da "Caja" é nomeado pelo Conselho, por proposta do vice-presidente.
As atribuições • desse órgão foram-se desenvolvendo com o tempo. Inicial mente, a Caixa apenas fornecia créditos
para instalação de estabelecimentos me talúrgicos. A garantia dos créditos era
a reserva mineral positiva com que contassem os prétendentes. O juro era de 8%, podendo as comissões atingir a
um
montante
12-1-1927).-
de
3%
(Lei
de
90
Dicesto EcoNÓKnco
Por lei de 9-2-28, foi autorizada a
fazer compra e venda de minerais. Mais tarde, em 9-7-1928, veio a autorização
para conceder empréstimos para explo ração de minas nas mesmas condições já citadas.
Em 24 de dezembro de 1928, foi a Caixa autorizada a construir usinas de
beneficiamento e a conceder emprésti mos para preparo de minas.
Pela lei de 6 de julho de 1932, o juro foi baixado para 4% e foram suprimidas as comissões.
,a ^ ^ empréstimos abril de 1937 Caixa fazer cha permitiu mados de fomento e relativos a
jazidas ainda em estado de recoh
H
^
n ecimento, ou, de acôrdo com a
nossa designação legal, de pes quisa.
A lei de 8 de janeiro de 1938 têz a fusão da Caja de Credito mero com a Caja de Fomento Carbo-
importância para investigações científi. cas e estudos geológicos relativos ao carvão e 40% para o fomento da indús tria carbonífera.
Na última guerra mundial a Caixa, em vista de se terem fechado casas com-
pradoras de minérios, teve que adqui rir grande parte do minério habitual mente comprado por essas casas. Foi-
lhe facultado então, por lei (4-10-41), descontar letras no Banco Central, até
o montante de 100.000.000 de pesos, com garantias dos próprios minerais. Anteriormente, em 1938, fora a CaLxa
Esto Econômico
^^Ixiratório Metalúrgico.
$ 3 932 529 93, valores que han de-
^ Caixa não só funciona como insH-
bido restarse al cumplimiento de sus objetivos.
"^^■ão de crédito, mas ainda como mi-
'^^adora, exploradora de minas de be*^íiciamento de mincrai.s, compradora c ^^dedora de equipamentos de maquia pequenos mineradoros a prazos ^^^gos, orientadora técnico-administrade pequenas o médias emprêsas de ^neração, realizando, também, estudo.s Ç^ológicos e investigações sôbre meta"Argia, tratamento e utilização dos mie, ainda, obras de utilidade pú-
Mica — abastecimento dágua, iluminação
autorizada a subscrever um em
^ abertura de estradas — nas zonas dc
préstimo de 80.000.000 de pesos
Mineração.
para atender a um Plano de Ação Imediata
de
Auxílio à
Mineração. Em 1942, foi autorizada a ele
var o capital a 120.000.000 de pesos e em 1943 foi-lhe conce
i
Quanto aos aspectos econômicos da 'nstituição, prefiro transcrever o que diz
^ respeito o autor da tese citada, pois. Ha íntegra c na língua original, poderá ^sse capítulo ser melhor apreciado: "Tratando-se de una empresa ne-
dido receber 10,4% do impôsto extraor dinário sôbre o cobre para empregar a
tamcnte de fomento,
quantia correspondente no fomento da
de sus balances econômicos no es
nimas de mineração.
mineração. Por leis de 1943 e 1946 foi autoriza
un índice que nos permita dedu-
4-A^ 6798, deregulando 1-2-41, consolidou tôda a ?legislação a "Caja"
da a receber as diferenças de cotação do dólar, para dedicá-las a auxílios à
nero.
Pela lei de 7-2-38, a CaLxa foi auto riza a a fazer parte de sociedades anô
e aumentou as facilidades para a mesma adquirir ações de emprêsas de minera ção.
O capital inicial da Caixa foi de
40.000.000 de pesos para ser integrali-
mineração do ouro e de outros metais. Os Departamentos da Caixa são os
seguintes: Departamento Jurídico (Fiscalía)j Controle Financeiro (Contraloria);
zado em 5 anos (lei de 12-1-1927). Em 1932 o capital foi elevado para 60.000.000 de pesos e, em 1937 para
Estatística e Bens (Estatística e Bienes);
100.000.000.
Adquisiciones);
Armazéns e Compras, (Almacenes y
Com a fusão da Caja de Fomento Car-
Contabilidade Geral;
bonero foi adicionada ao seu ativo a
Compra de Minerais;
quantia de 2.000.000 de pesos daquela,
Usinas de Beneficiamento;
tendo-lhe sido destinado também 1/3 da renda auferida pelos direitos de im
Carvão; Crédito e Fomento;
portação do petróleo, sendo 25% dessa
Laboratórios Químicos;
cír
conclusiones
el
resultado
acerca de
su
si-
tuación financiera ni mucho menos
sobre el êxito de su gestlón y, por Io tanto, habrá que consignar, adernás, otros aspectos que tienen relación com ella.
"3. — Los
Fondos
de
Rescxx-a
(Provisiones) destinados a amorti zar las Instalacioncs y cancelar las deudas incobrables o dudosas, - han
llegado a ura total de $ 65 236 129 12.'
"4. — Las Colocaciones (créditos
diversos concedidos)
suman
$
. .
77 760 041 35.
"5. — Las Inversiones (Planteles
propios, Inventários, e.xistências de productos elaborados y minerales) representara $ 315 241 550 98.
"Estos valores están indicando que,
a pesar de las dificuldades que ha tenido que vencer esta Instítución (Conclusiones 1 y 2), ha considera do, en forma previsora, las contin
gências propias de una empresa téc nica y de fomento, a lavez.
"Ahora, si analizamos su influen cia en Ia economia nacional, que es
su fin primordial, debemos tomar en cuenta Ia producción nueva que ha
originado. Ia que se puede medir — en cierta forma — por el monto total de Ias compras de minerales que ha efectuado, el que ha alcanzado a
"Los Cuadros y Gráficos n.° 2 a 0 indicam Ias, variaoiones que han
$ 977 000 945 97. "Con el mismo objeto, deberíainos considerar los valores entregados en
tenido Ics factores determinantes ar
forma de créditos y ayuda técnica
riba senalados y de ellos se deduce que:
"1. — Las pérdidas acumuladas alcanzan a $ 49 967 205 20, es decir, repre-sentan alrededor dei 41% de su
capital autorizado y 17% dei capital más los recursos financieros.
"2. -- Por concepto de intereses
y comissiones ha tenido que invertir
y Ia riqueza que estas gestiones han producido, pero dado el liecho que es difícil avaluar estos aspectos nos con
tentaremos en senalar sólo Ia cifra anterior, como um primar índice. "Es, tambíén, muy significativo los resultados que se derivan de su poder productor de divisas intemacionales, el que, según el Cua.
90
Dicesto EcoNÓKnco
Por lei de 9-2-28, foi autorizada a
fazer compra e venda de minerais. Mais tarde, em 9-7-1928, veio a autorização
para conceder empréstimos para explo ração de minas nas mesmas condições já citadas.
Em 24 de dezembro de 1928, foi a Caixa autorizada a construir usinas de
beneficiamento e a conceder emprésti mos para preparo de minas.
Pela lei de 6 de julho de 1932, o juro foi baixado para 4% e foram suprimidas as comissões.
,a ^ ^ empréstimos abril de 1937 Caixa fazer cha permitiu mados de fomento e relativos a
jazidas ainda em estado de recoh
H
^
n ecimento, ou, de acôrdo com a
nossa designação legal, de pes quisa.
A lei de 8 de janeiro de 1938 têz a fusão da Caja de Credito mero com a Caja de Fomento Carbo-
importância para investigações científi. cas e estudos geológicos relativos ao carvão e 40% para o fomento da indús tria carbonífera.
Na última guerra mundial a Caixa, em vista de se terem fechado casas com-
pradoras de minérios, teve que adqui rir grande parte do minério habitual mente comprado por essas casas. Foi-
lhe facultado então, por lei (4-10-41), descontar letras no Banco Central, até
o montante de 100.000.000 de pesos, com garantias dos próprios minerais. Anteriormente, em 1938, fora a CaLxa
Esto Econômico
^^Ixiratório Metalúrgico.
$ 3 932 529 93, valores que han de-
^ Caixa não só funciona como insH-
bido restarse al cumplimiento de sus objetivos.
"^^■ão de crédito, mas ainda como mi-
'^^adora, exploradora de minas de be*^íiciamento de mincrai.s, compradora c ^^dedora de equipamentos de maquia pequenos mineradoros a prazos ^^^gos, orientadora técnico-administrade pequenas o médias emprêsas de ^neração, realizando, também, estudo.s Ç^ológicos e investigações sôbre meta"Argia, tratamento e utilização dos mie, ainda, obras de utilidade pú-
Mica — abastecimento dágua, iluminação
autorizada a subscrever um em
^ abertura de estradas — nas zonas dc
préstimo de 80.000.000 de pesos
Mineração.
para atender a um Plano de Ação Imediata
de
Auxílio à
Mineração. Em 1942, foi autorizada a ele
var o capital a 120.000.000 de pesos e em 1943 foi-lhe conce
i
Quanto aos aspectos econômicos da 'nstituição, prefiro transcrever o que diz
^ respeito o autor da tese citada, pois. Ha íntegra c na língua original, poderá ^sse capítulo ser melhor apreciado: "Tratando-se de una empresa ne-
dido receber 10,4% do impôsto extraor dinário sôbre o cobre para empregar a
tamcnte de fomento,
quantia correspondente no fomento da
de sus balances econômicos no es
nimas de mineração.
mineração. Por leis de 1943 e 1946 foi autoriza
un índice que nos permita dedu-
4-A^ 6798, deregulando 1-2-41, consolidou tôda a ?legislação a "Caja"
da a receber as diferenças de cotação do dólar, para dedicá-las a auxílios à
nero.
Pela lei de 7-2-38, a CaLxa foi auto riza a a fazer parte de sociedades anô
e aumentou as facilidades para a mesma adquirir ações de emprêsas de minera ção.
O capital inicial da Caixa foi de
40.000.000 de pesos para ser integrali-
mineração do ouro e de outros metais. Os Departamentos da Caixa são os
seguintes: Departamento Jurídico (Fiscalía)j Controle Financeiro (Contraloria);
zado em 5 anos (lei de 12-1-1927). Em 1932 o capital foi elevado para 60.000.000 de pesos e, em 1937 para
Estatística e Bens (Estatística e Bienes);
100.000.000.
Adquisiciones);
Armazéns e Compras, (Almacenes y
Com a fusão da Caja de Fomento Car-
Contabilidade Geral;
bonero foi adicionada ao seu ativo a
Compra de Minerais;
quantia de 2.000.000 de pesos daquela,
Usinas de Beneficiamento;
tendo-lhe sido destinado também 1/3 da renda auferida pelos direitos de im
Carvão; Crédito e Fomento;
portação do petróleo, sendo 25% dessa
Laboratórios Químicos;
cír
conclusiones
el
resultado
acerca de
su
si-
tuación financiera ni mucho menos
sobre el êxito de su gestlón y, por Io tanto, habrá que consignar, adernás, otros aspectos que tienen relación com ella.
"3. — Los
Fondos
de
Rescxx-a
(Provisiones) destinados a amorti zar las Instalacioncs y cancelar las deudas incobrables o dudosas, - han
llegado a ura total de $ 65 236 129 12.'
"4. — Las Colocaciones (créditos
diversos concedidos)
suman
$
. .
77 760 041 35.
"5. — Las Inversiones (Planteles
propios, Inventários, e.xistências de productos elaborados y minerales) representara $ 315 241 550 98.
"Estos valores están indicando que,
a pesar de las dificuldades que ha tenido que vencer esta Instítución (Conclusiones 1 y 2), ha considera do, en forma previsora, las contin
gências propias de una empresa téc nica y de fomento, a lavez.
"Ahora, si analizamos su influen cia en Ia economia nacional, que es
su fin primordial, debemos tomar en cuenta Ia producción nueva que ha
originado. Ia que se puede medir — en cierta forma — por el monto total de Ias compras de minerales que ha efectuado, el que ha alcanzado a
"Los Cuadros y Gráficos n.° 2 a 0 indicam Ias, variaoiones que han
$ 977 000 945 97. "Con el mismo objeto, deberíainos considerar los valores entregados en
tenido Ics factores determinantes ar
forma de créditos y ayuda técnica
riba senalados y de ellos se deduce que:
"1. — Las pérdidas acumuladas alcanzan a $ 49 967 205 20, es decir, repre-sentan alrededor dei 41% de su
capital autorizado y 17% dei capital más los recursos financieros.
"2. -- Por concepto de intereses
y comissiones ha tenido que invertir
y Ia riqueza que estas gestiones han producido, pero dado el liecho que es difícil avaluar estos aspectos nos con
tentaremos en senalar sólo Ia cifra anterior, como um primar índice. "Es, tambíén, muy significativo los resultados que se derivan de su poder productor de divisas intemacionales, el que, según el Cua.
Dicesto
Eco^•ó^uco
dro n.® 5, nos Ueva a un total de
eso habría deviielto con c.xceso el ca
$ 1 277 306 918 65 desde que se fun
pital aportado por el Estado. "Es decir, que coneste solo resul tado, justifica — por deniás — su e.xis-
do Ia Caja.
"Ellos representan Ias ventas de
minerales de baja ley, que no se habrian producido si Ia Caja no hubiera existido, ya que corresponden a productos obtenidos en sus p'anteles y dos minerales tipo exportación
tencía."
Acredito que uma instituição dentro
das linhas gerais da Caja do Crédito Minoro de Chile, embora não entrando
DiGESTO ECONÓ^UCO
93
Dei.\o consignados também meus agra decimentos ao desenhista da Divisão de
Águas, Ale.xandrc Hamilton Saboia Ri beiro, pelos desenhos que organizou para concretizar a complexidade do comércio internacional de minerais e seus produ Devo informar que, para tratar da
desde logo — como a princípio não o fè?.
indústria mineira em nosso país, exis tem, além dc instituições em alguns
neros no hubieram contado con mer
cado para sus minerales pobres.
produtos minerais, seria de grande uti
Produção Mineral, o Conselho Nacio
Como tales divisas se destinam a
Ia importación de maquinarias y otros artículos, ai ser internados en el
pais, el Estado (Fisco) percibo los valores correspondientes por concepto de derechos de intemación, impuestos, cifras de negócios, etc. Según dados proporcionados por
el Ministério de Economia y Comer
nal dc Minas c Metalurgia e o Conse
Este Conselho já teve oportunidade de organizar e submeter à apreciação do Governo, há alguns anos, um pro
lho Nacional do Petróleo, sendo que
Produção Mineral não tem a
jeto criando uma organização dentro das
ürganiz;ição, o número de técni
mas hoje malsinado, de Instituto.
cio, los porcentajes cobrados en el ano 1945, por este capítulo, se dis-
tribuyeron como sigue: Derechos de intemación
(promedio) .... Impuestos, cifras de negocios, etc
25% 10 a 15%
Ahora bien, considerando que es tos derechos eran inferiores en los anos precedentes, para los efectos de nuestra apreciación aceptaremos que
Estado.s, o Departamento Nacional da
lidade e de grande eficiência.
mesmas linhas, restrita, porém, a pedras preciosas, com o nome, então em voga, XIV — Conclusões
o Departamento
Nacional da
cos e os recursos necessários a
uma
ação
mais
eficiente,
o
que é indispensável, segundo já reconheceu éste próprio Conselho. Considero que seria
muito vanta
joso que êsses órgãos trabalhassem mais
Antes dc articular conclusões a que me levaram o.s fatos o argumentos ex postos, devo deixar consignados os meus agradecimentos aos engenheiros do De
so de conjunto em que se integrassem
partamento Nacional da Produção Mine
criando o Ministério de Minas e Ener
ral, Irnack Carvalho do Amaral e Er
gia, nos moldes já propostos pelo Con-
nesto Puchain, pela colaboração que me
unidos e dentro de um plano harmonio também os órgãos estaduais competen
tes.
c) considerando que alguns dos mi
nerais de que possuímos reservas são
estratégicos para alguns países gran demente industrializados;
d) considerando que alguns mine
tos.
aquela — cm tantos detalhes das in dústrias de mineração c de utilização de
que no se habría explotado si los mi-
apreciáveis não só pela quantidade co mo pela qualidade e pela di\ersidade;
Isto, a meu x er,'' se conseguiria,
.selho Nacional dc Minas e Metalurgia.
rais essenciais são estratégicos para o nosso país; — considerando que:
a e.vploração de nossos recurso.s mi nerais deverá atender a três objetivos: desenvolvimento econômico interno, defesa militar do país e produção de divisas;
a — considerando que para
atingir esses objetivos é necessá
rio conhecer o mais exatamente
possível o valor real de nossas reservas , minerais; estimular o desenvolvimento, em nosso t^^ono,
da indústria de mineração e de indus
trias que utilizam nossas materias-pri-
Ls minerais; acompanhar cmdadosamente o comércio mundial de mmera.s e seus produtos e assegurar transporte a essas mercadorias;
b - considerando que para êsses fins,
é indispensável organizar eficientemente e harmôiiicamente os órgãos governamen
tais que têm a incumbência dos estudos dos problemas envolvidos, de incenti
prestaram, reunindo e agrupando os
Êsse Ministério, alérn dos Departa
queden representado por un prome
dados relativos às reservas de minerais
mentos técnicos o administrativos neces
que figuram neste relatório e também os
dio equivalente al 25%.
sários, incluiria também a instituição
dados sobre produção de minerais e al
de crédito nos moldes já referidos e a
Es decir, que el Fisco ha percebi do — solo por este concepto — sin considerar Leyes Sociales y otros im puestos en Ia etapa de producción
guns de seus produtos industrializados e sôbre comércio de importação e expor
Universidade Técnica de Ouro Preto,
nicos capazes, em número suficiente, pa
já mencionada.
ra o trato dos mesmos problemas, criar instituições de crédito "que possam au
minera, una suma similar a $
rio Pinto a colaboração prestada em
tação dessas mercadorias.
Agradeço também ao Engenheiro Má
Isto pôsto, submeto ao exame desta Câmara as seguintes conclusões:
a) Considerando que a indústria mi
var e desenvolver os estudo.s técnicos e científicos essenciais à formação de téc
xiliar com êxito o destnvoMmento da
quelas indústrias e aparelhar adequada mente nossos sistemas de transporte e
320 000 000: cerca de 3 veces el ca
parte do capítulo referente aos uso.s de
neral tem sido, em todos os tempos,
pital que se le ha entregado. "Esto significaria que, si a Ia fe
alguns minerais e ao Eng.° Daniel Sar mento a organização de dados sôbre in dústrias que usam matérias-primas mi
elemento poderoso, senão decisivo, na formação do grandes Nações;
nossos portos;
põe de reservas de recursos minerais
rosas e não ferrosas;
cha, Ia Caja hubiese fracassado en Ia gestión encomendada, a pesar de
nerais.
b) considerando que o Brasil dis
— considerando que temos condições para a produção de ligas especiais fer-
Dicesto
Eco^•ó^uco
dro n.® 5, nos Ueva a un total de
eso habría deviielto con c.xceso el ca
$ 1 277 306 918 65 desde que se fun
pital aportado por el Estado. "Es decir, que coneste solo resul tado, justifica — por deniás — su e.xis-
do Ia Caja.
"Ellos representan Ias ventas de
minerales de baja ley, que no se habrian producido si Ia Caja no hubiera existido, ya que corresponden a productos obtenidos en sus p'anteles y dos minerales tipo exportación
tencía."
Acredito que uma instituição dentro
das linhas gerais da Caja do Crédito Minoro de Chile, embora não entrando
DiGESTO ECONÓ^UCO
93
Dei.\o consignados também meus agra decimentos ao desenhista da Divisão de
Águas, Ale.xandrc Hamilton Saboia Ri beiro, pelos desenhos que organizou para concretizar a complexidade do comércio internacional de minerais e seus produ Devo informar que, para tratar da
desde logo — como a princípio não o fè?.
indústria mineira em nosso país, exis tem, além dc instituições em alguns
neros no hubieram contado con mer
cado para sus minerales pobres.
produtos minerais, seria de grande uti
Produção Mineral, o Conselho Nacio
Como tales divisas se destinam a
Ia importación de maquinarias y otros artículos, ai ser internados en el
pais, el Estado (Fisco) percibo los valores correspondientes por concepto de derechos de intemación, impuestos, cifras de negócios, etc. Según dados proporcionados por
el Ministério de Economia y Comer
nal dc Minas c Metalurgia e o Conse
Este Conselho já teve oportunidade de organizar e submeter à apreciação do Governo, há alguns anos, um pro
lho Nacional do Petróleo, sendo que
Produção Mineral não tem a
jeto criando uma organização dentro das
ürganiz;ição, o número de técni
mas hoje malsinado, de Instituto.
cio, los porcentajes cobrados en el ano 1945, por este capítulo, se dis-
tribuyeron como sigue: Derechos de intemación
(promedio) .... Impuestos, cifras de negocios, etc
25% 10 a 15%
Ahora bien, considerando que es tos derechos eran inferiores en los anos precedentes, para los efectos de nuestra apreciación aceptaremos que
Estado.s, o Departamento Nacional da
lidade e de grande eficiência.
mesmas linhas, restrita, porém, a pedras preciosas, com o nome, então em voga, XIV — Conclusões
o Departamento
Nacional da
cos e os recursos necessários a
uma
ação
mais
eficiente,
o
que é indispensável, segundo já reconheceu éste próprio Conselho. Considero que seria
muito vanta
joso que êsses órgãos trabalhassem mais
Antes dc articular conclusões a que me levaram o.s fatos o argumentos ex postos, devo deixar consignados os meus agradecimentos aos engenheiros do De
so de conjunto em que se integrassem
partamento Nacional da Produção Mine
criando o Ministério de Minas e Ener
ral, Irnack Carvalho do Amaral e Er
gia, nos moldes já propostos pelo Con-
nesto Puchain, pela colaboração que me
unidos e dentro de um plano harmonio também os órgãos estaduais competen
tes.
c) considerando que alguns dos mi
nerais de que possuímos reservas são
estratégicos para alguns países gran demente industrializados;
d) considerando que alguns mine
tos.
aquela — cm tantos detalhes das in dústrias de mineração c de utilização de
que no se habría explotado si los mi-
apreciáveis não só pela quantidade co mo pela qualidade e pela di\ersidade;
Isto, a meu x er,'' se conseguiria,
.selho Nacional dc Minas e Metalurgia.
rais essenciais são estratégicos para o nosso país; — considerando que:
a e.vploração de nossos recurso.s mi nerais deverá atender a três objetivos: desenvolvimento econômico interno, defesa militar do país e produção de divisas;
a — considerando que para
atingir esses objetivos é necessá
rio conhecer o mais exatamente
possível o valor real de nossas reservas , minerais; estimular o desenvolvimento, em nosso t^^ono,
da indústria de mineração e de indus
trias que utilizam nossas materias-pri-
Ls minerais; acompanhar cmdadosamente o comércio mundial de mmera.s e seus produtos e assegurar transporte a essas mercadorias;
b - considerando que para êsses fins,
é indispensável organizar eficientemente e harmôiiicamente os órgãos governamen
tais que têm a incumbência dos estudos dos problemas envolvidos, de incenti
prestaram, reunindo e agrupando os
Êsse Ministério, alérn dos Departa
queden representado por un prome
dados relativos às reservas de minerais
mentos técnicos o administrativos neces
que figuram neste relatório e também os
dio equivalente al 25%.
sários, incluiria também a instituição
dados sobre produção de minerais e al
de crédito nos moldes já referidos e a
Es decir, que el Fisco ha percebi do — solo por este concepto — sin considerar Leyes Sociales y otros im puestos en Ia etapa de producción
guns de seus produtos industrializados e sôbre comércio de importação e expor
Universidade Técnica de Ouro Preto,
nicos capazes, em número suficiente, pa
já mencionada.
ra o trato dos mesmos problemas, criar instituições de crédito "que possam au
minera, una suma similar a $
rio Pinto a colaboração prestada em
tação dessas mercadorias.
Agradeço também ao Engenheiro Má
Isto pôsto, submeto ao exame desta Câmara as seguintes conclusões:
a) Considerando que a indústria mi
var e desenvolver os estudo.s técnicos e científicos essenciais à formação de téc
xiliar com êxito o destnvoMmento da
quelas indústrias e aparelhar adequada mente nossos sistemas de transporte e
320 000 000: cerca de 3 veces el ca
parte do capítulo referente aos uso.s de
neral tem sido, em todos os tempos,
pital que se le ha entregado. "Esto significaria que, si a Ia fe
alguns minerais e ao Eng.° Daniel Sar mento a organização de dados sôbre in dústrias que usam matérias-primas mi
elemento poderoso, senão decisivo, na formação do grandes Nações;
nossos portos;
põe de reservas de recursos minerais
rosas e não ferrosas;
cha, Ia Caja hubiese fracassado en Ia gestión encomendada, a pesar de
nerais.
b) considerando que o Brasil dis
— considerando que temos condições para a produção de ligas especiais fer-
1
Di(;icsto
94
Econômico
possível, é de tôda conveniência dificul
3. Minérios de metais nobres, princi palmente'O ouro, e minerais raros.
tar a exportação'de minerais em bruto, exceto quando dêles possuamos evidente
nos itens anteriores.
— considerando que, na medida do
superabundância em face de nossas ne
II. — Sejam reunidos sob direção úni
ca os órgãos do Covôrno Federal que
visíveis no futuro;
têm a seu cargo os estudos dos proble
— considerando que, visando esse ob jetivo, devemos proteger a criação de in dústrias que utilizem matérias-primas
vadas e os de energia, sendo conveniente,
I
— considerando que os caminhos que podem conduzir eficientemente aos dois
fins especificados nos dois itens ante riores podem ser atingidos por acordos internacionais elaborados com habilidade e por uma conveniente legislação tarifária; — considerando que a mineração, co mo qualquer outra indústria, para ter
base sólida e atrair capitais para seu de senvolvimento, tem de contar com con
te aparelhados de pessoal técnico, re
IV. ■— Seja estabelecido que os ór
do plano que fôr estabelecido, a fim V. — Sejam dadas tôdas as facilidades à Escola Nacional de
Minas e Metalurgia ou Universi
O Conselho Federal do Co mércio Exterior recomenda:
mesmo gênero já criadas ou que se es
cumprido, plano definido para intensifi
maior número possível de técnicos capa zes nos ramos de engenharia a quo
car o estudo e a avaliação dos recursos
minerais do pais e de sua utilização. Nesse plano deverão ser objetivados, por ordem de prioridade: 1. Os minerais estratégicos para o Brasil — combustíveis, fertilizantes, co
estágios de férias aos professores brasi leiros
2. Os minerais estratégicos e críticos
para os prováveis consumidores de nossos minerais.
em
estabelecimentos
que seja feito um rigoroso exame das nossas disponibilidades de tais minerais,
da possibilidade e conveniência de serem
os mesmos industrializados total ou par cialmente em nosso país e da -
lidade ou conveniência da troca dêsses minerais por outros mmerais de nenhum acôrdo ou tratado ou acôrdo comercial com países es trangeiros visando a importação,
ção a© beneficiamento ou industrializa
Jí
nos estrangeiros, visando matérias-pri
à criação de indústrias dêsse gê nero em nosso país. XI. — Para atingir o objetivo
sil; em certos casos a serem conveniente mente estudados, condicionar a exporta
VII. — Sejam aparelliadas a Estra-
XIII. — Não seja firmado nenhum
que necessitamos.
ses minerais seja industrializada no Bra
ses.
"menores" e "mais raros".
a proteção ao desenvolvimento e
dores, nos casos em que uma parte des
científicos e industriais dos mesmos paí
cuja
mas minerais estratégicas ou nao, sem
permitir reduções nas tarifas de exqjortação de minerais brutos, considerados es tratégicos ou críticos em países importa
técnicos,
em
rhinadas, nos planos rodoviários e de na vegação fluvial, as necessidades do trans
para utilizar matérias-primas minerais;
adiantados, e sejam facilitados cur.sos e
como não ferrosas,
acòrdo ou tratado comercial com gover
pleta isenção, por determinados prazos, conforme a importância da indústria, pa da as indústrias que se estabelecerem
VI. ~ Sejam criadas facilidades para a vinda de técnicos realmente capazes, nesses ramos da técnica, de países mais
ferrosas
composição entrem metais chamados
lliados para embarque de minérios os portos que servem às mesmas regiões. IX. — Sejam cuidadosamente exa-
impostos internos e mesmo sua com
destinam.
outros.
de produzirmos ligas especiais, tanto
deverão permitir a redução de
tabelecerem no país, para que formem o
bre, enxofre, zinco, estanho, chumbo e
dos minerais produzidos em regiões suas
visado no inciso anterior, as leis
dade em que a mesma se trans formar e às demais Escolas do
I. — Seja traçado, com aprovação do Congresso e para ser rigorosamente
para o transporte eficiente e econômico
países estrangeiros, o amparo e
cursos.
portação de determinados minerais.
XII. — Seja intensivamente estudada, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista econômico, a possibilidade
X. — Seja adotado como princípio, quer na fixação de tributação interna de minerais e seus produtos industrializa dos, quer na fixação de tarifas aduanei ras, quer em acordos comerciais com
gãos dos governos estaduais deverão trabalhar cm íntima cooperação com os
aproveitamento de nossos recur sos minerais e de nossos recur sos em energia hidráulica;
nerais; proibir, em alguns casos, a e.x-
porte de minerais por tais vias.
tensivo a que se refere o item I.
de evitar desperdício de tempo e de re
vas, que utilizem matérias-primas mi
Ferro D. Tereza Cristina, a Viação Fér rea do Rio Grande do Sul, a Estrada de
VIII. — Sejam devidamente apare-
cursos pecuniários, materiais e instala ções, para poderem cumprir o plano in
brasileira faculta a colaboração de ca pitais oriundos do estrangeiro no
Paraná-Santa Catarina, a Estrada de
tributárias.
do Ministério de Minas e Energia nos moldes já propostos pelo Conselho Na cional de Minas e Metalurgia. III. — Sejam esses órgãos devidamen
órgãos do Govôrno Federal e participar
dos; criar tarifas de importação razoà velmente protecionistas de indústrias no
Cearense e outras vias férreas do país
para atingir-se êsse objetivo, a criação
95
de Ferro Vilória-Mínas, a Rêde Viação
Ferro Leste Brasileiro, a Rêde Viação
mas de mineração e indústrias dela deri
sumo seguro de seus produtos; — considerando que a Constituição
Econômico
da de Ferro Contrai do Brasil, a Estrada
4. Os demais minerais não indicados
cessidades atuais ou razoàvelmente pre
minerais do país;
DrcESTO
Não
seja
assinado
pelo Brasil, de produtos mine
rais brutos ou industrializados ou substi tutos dos mesmos, sem cuidadoso exame
pelos órgãos competentes da possibilida
de e conveniência de extrairmos ou fa bricarmos os mesmos.
XV. — Seja estudada, com urgência, a criação de uma instituição de crédito
mineiro, com o objetivo de fomentar a
indústria da mineração e as que uti lizam matérias-primas minerais do país, nos moldes gerais da "Caja de Credito Minere" do Chile, podendo ser formado o capital dessa instituição com parte da
ção total ou parcial de parte ou da to
tributação interna e de exportação que re
talidade dos minerais a serem exporta
caem sôbre as matérias-primas minerais.
4
1
Di(;icsto
94
Econômico
possível, é de tôda conveniência dificul
3. Minérios de metais nobres, princi palmente'O ouro, e minerais raros.
tar a exportação'de minerais em bruto, exceto quando dêles possuamos evidente
nos itens anteriores.
— considerando que, na medida do
superabundância em face de nossas ne
II. — Sejam reunidos sob direção úni
ca os órgãos do Covôrno Federal que
visíveis no futuro;
têm a seu cargo os estudos dos proble
— considerando que, visando esse ob jetivo, devemos proteger a criação de in dústrias que utilizem matérias-primas
vadas e os de energia, sendo conveniente,
I
— considerando que os caminhos que podem conduzir eficientemente aos dois
fins especificados nos dois itens ante riores podem ser atingidos por acordos internacionais elaborados com habilidade e por uma conveniente legislação tarifária; — considerando que a mineração, co mo qualquer outra indústria, para ter
base sólida e atrair capitais para seu de senvolvimento, tem de contar com con
te aparelhados de pessoal técnico, re
IV. ■— Seja estabelecido que os ór
do plano que fôr estabelecido, a fim V. — Sejam dadas tôdas as facilidades à Escola Nacional de
Minas e Metalurgia ou Universi
O Conselho Federal do Co mércio Exterior recomenda:
mesmo gênero já criadas ou que se es
cumprido, plano definido para intensifi
maior número possível de técnicos capa zes nos ramos de engenharia a quo
car o estudo e a avaliação dos recursos
minerais do pais e de sua utilização. Nesse plano deverão ser objetivados, por ordem de prioridade: 1. Os minerais estratégicos para o Brasil — combustíveis, fertilizantes, co
estágios de férias aos professores brasi leiros
2. Os minerais estratégicos e críticos
para os prováveis consumidores de nossos minerais.
em
estabelecimentos
que seja feito um rigoroso exame das nossas disponibilidades de tais minerais,
da possibilidade e conveniência de serem
os mesmos industrializados total ou par cialmente em nosso país e da -
lidade ou conveniência da troca dêsses minerais por outros mmerais de nenhum acôrdo ou tratado ou acôrdo comercial com países es trangeiros visando a importação,
ção a© beneficiamento ou industrializa
Jí
nos estrangeiros, visando matérias-pri
à criação de indústrias dêsse gê nero em nosso país. XI. — Para atingir o objetivo
sil; em certos casos a serem conveniente mente estudados, condicionar a exporta
VII. — Sejam aparelliadas a Estra-
XIII. — Não seja firmado nenhum
que necessitamos.
ses minerais seja industrializada no Bra
ses.
"menores" e "mais raros".
a proteção ao desenvolvimento e
dores, nos casos em que uma parte des
científicos e industriais dos mesmos paí
cuja
mas minerais estratégicas ou nao, sem
permitir reduções nas tarifas de exqjortação de minerais brutos, considerados es tratégicos ou críticos em países importa
técnicos,
em
rhinadas, nos planos rodoviários e de na vegação fluvial, as necessidades do trans
para utilizar matérias-primas minerais;
adiantados, e sejam facilitados cur.sos e
como não ferrosas,
acòrdo ou tratado comercial com gover
pleta isenção, por determinados prazos, conforme a importância da indústria, pa da as indústrias que se estabelecerem
VI. ~ Sejam criadas facilidades para a vinda de técnicos realmente capazes, nesses ramos da técnica, de países mais
ferrosas
composição entrem metais chamados
lliados para embarque de minérios os portos que servem às mesmas regiões. IX. — Sejam cuidadosamente exa-
impostos internos e mesmo sua com
destinam.
outros.
de produzirmos ligas especiais, tanto
deverão permitir a redução de
tabelecerem no país, para que formem o
bre, enxofre, zinco, estanho, chumbo e
dos minerais produzidos em regiões suas
visado no inciso anterior, as leis
dade em que a mesma se trans formar e às demais Escolas do
I. — Seja traçado, com aprovação do Congresso e para ser rigorosamente
para o transporte eficiente e econômico
países estrangeiros, o amparo e
cursos.
portação de determinados minerais.
XII. — Seja intensivamente estudada, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista econômico, a possibilidade
X. — Seja adotado como princípio, quer na fixação de tributação interna de minerais e seus produtos industrializa dos, quer na fixação de tarifas aduanei ras, quer em acordos comerciais com
gãos dos governos estaduais deverão trabalhar cm íntima cooperação com os
aproveitamento de nossos recur sos minerais e de nossos recur sos em energia hidráulica;
nerais; proibir, em alguns casos, a e.x-
porte de minerais por tais vias.
tensivo a que se refere o item I.
de evitar desperdício de tempo e de re
vas, que utilizem matérias-primas mi
Ferro D. Tereza Cristina, a Viação Fér rea do Rio Grande do Sul, a Estrada de
VIII. — Sejam devidamente apare-
cursos pecuniários, materiais e instala ções, para poderem cumprir o plano in
brasileira faculta a colaboração de ca pitais oriundos do estrangeiro no
Paraná-Santa Catarina, a Estrada de
tributárias.
do Ministério de Minas e Energia nos moldes já propostos pelo Conselho Na cional de Minas e Metalurgia. III. — Sejam esses órgãos devidamen
órgãos do Govôrno Federal e participar
dos; criar tarifas de importação razoà velmente protecionistas de indústrias no
Cearense e outras vias férreas do país
para atingir-se êsse objetivo, a criação
95
de Ferro Vilória-Mínas, a Rêde Viação
Ferro Leste Brasileiro, a Rêde Viação
mas de mineração e indústrias dela deri
sumo seguro de seus produtos; — considerando que a Constituição
Econômico
da de Ferro Contrai do Brasil, a Estrada
4. Os demais minerais não indicados
cessidades atuais ou razoàvelmente pre
minerais do país;
DrcESTO
Não
seja
assinado
pelo Brasil, de produtos mine
rais brutos ou industrializados ou substi tutos dos mesmos, sem cuidadoso exame
pelos órgãos competentes da possibilida
de e conveniência de extrairmos ou fa bricarmos os mesmos.
XV. — Seja estudada, com urgência, a criação de uma instituição de crédito
mineiro, com o objetivo de fomentar a
indústria da mineração e as que uti lizam matérias-primas minerais do país, nos moldes gerais da "Caja de Credito Minere" do Chile, podendo ser formado o capital dessa instituição com parte da
ção total ou parcial de parte ou da to
tributação interna e de exportação que re
talidade dos minerais a serem exporta
caem sôbre as matérias-primas minerais.
4
I I fillWPWlU"'.' -
XVI. — Seja facilitada a criação de refinarias de petróleo no Brasil, deven
Dicksio
Econômico
do O conceito dc niimrral
estratégico
muta\'cj no tempo e ntj espaço, consi derei que a \ isao de um pauorama mais
do o Govêmo da União encarregar-se, desde logo, da montagem e operação de
amplo da questão facilitaria as deci
tais instalações.
sões a seu respeito.
XVII. — No.s casos em que organiza
Uma explicação é ainda necessária.
ções governamentais sejam consumidoras de matérias-primas minerais nacionais,
Preci.so esclarecer o Conselho a respeito
como no caso do carvão, patrocine o Go verno o estabelecimento de contratos de
Minas e Metalurgia para criação do Ministério de Minas e Energia.
fornecimento a longo prazo por preços
A questão foi longamente debatida na-
da proposta do Con.selho Nacional de
Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil Glycon de Paiva O início dos estudos sôbre a geologia do Brasil remonta ao fim do pri
meiro quartel do século XIX, com o cientista alemão Barão de Eschwege.
O primeiro serviço oficial de geologia foi instalado em 1875 — a Comissão
XVIII. _ No caso de empresas orga nizadas com capitais provindos do es trangeiro para fins de mineração, sejam preferidas aquelas que desejarem indus trializar em nosso país as matérias-pri-
cpicle Conselho, tendo sido então organi zado projeto de decreto-lei, que foi suljmctidü ao Governo.
geólogo americano. Charles Frederick
nias que explorarem.
Mineral;
razoáveis fixados de acordo com cri
tério justo.
Essas são as conclusões gerais a que cheguei e que submeto à consideração desta Câmara e do Conselho.
Como membros do Conselho figuram
homens especializados em transportes terrestres, transportes,marítimos, portos, finanças e organizações bancárias, tarifas
aduaneiras, questões estratégicas, trata dos comerciais, comércio, indústria e as pectos vários dos problemas de econo
O Ministério, além dos órgãos bu rocráticos, constituir-se-ia dos seguintes órgãos técnicos:
Departamento Nacional da Produção Departamento Nacional de Industria lização Mineral;
Departamento Nacional de Águas e Energia;
Departamento Nacional de Combustí veis;
Instituto Nacional de Pedras Precio sas;
Atualmente, considenj cpie de\'er-seia modificar o Instituto de Pedras Pre
Êsses colegas estão em melhores condições do que o relator para examinar
ciosas e criar, .sob a dependência do titular do Ministério de Minas e Ener gia, bma instituição de crédito nos mol
Reuni os dados que me foí possível
des já referidos, c que poderia, talvez
obter sôbre êsse problema e emiti sôbre êle minha opinião pessoal. Talvez tenha sido um pouco extenso c
com grande vantagem, ser estendida
saído, jíor vezes, da órbita abrangida pela indicação. Mas assim agi porque, sendo O.S problemas da indústria dos di-
enorgía elétrica. Seria conveniente, também, a manutenção de um Con
selho de Minas e Energia, presidido pt'-
verso.s minerais muito entrelaçados, sen
lü me.smo Ministro.
também
ao financian>ento
excepcional competência de um jovem Hartt.
dós sei^i-
ços de produção, e fornecimentos de
Emprêgo, realizadas em Genebra e Ha vana, Glycon de Paiva é um notável enoenheiro de minas, tendo escrito inú® meros ensaios, todos eruditos e brilhantes
Por economia, foi extinta em
Em 1907, fundou-se o Serviço Geo
lógico e Mineralógico do Brasil, dirigi
5
Permiano
do, durante os doze primeiros anos, por
7.
Siluriano
8.
Algonquiano
■9
Arqueano
go americano Adalbert Orville Derby. gia e mineração do Brasil, consideràvelmente ampliada sob o título de De partamento Nacional da Produção Mi
Ainda é a repartição oficial de geolo
neral.
,.
co do Brasil provém de mais de ^ século de investigações, fartamente in
terrompidas durante amplos intervalos, no século passado. _ Terrenos das diversas eras geológicas
afloram no Brasil. Dos catorze^ siste mas geológicos possíveis, dez são re
presentados na proporção seguinte, aproximadamente avaliados em frações porcentuais da área nacional: %
1.0 4.0 4.0
j " '
10." Área geològicamente des conhecida
33.0 10.0
4
Os terrenos mais extensamente represLtados no Brasil são pois, bs crip-
«zóicos, isto é, os que ftguram, na ta bela, sob os títulos de algonqmano e arqueano (8 e 9 da tabela), totalizando
37 O da área do país, no presente esta do de conhecimentos geológicos. Es sencialmente, constituem êsses terrenos duas extensas porções do território na cional, pelos geólogos denominados os escudos Brasília e Guiana. Aflbra, o Brosília. em todos os Estados da União,
principalménte na zona mais povoada do pais.
Nesses terrenos criptozóicos, jazem
1. Quaternário 2.
6.0
'
6. Carbonífero e devoniano .
cientista de renome universal, o geólo
os principais depósitos minerais do pais:
Terciário
3. Cretáceo 4. Triássico
V_ -V ■
Ministério da Agricultura, delegado do Brasil às Conferências do Comércio e
1878.
Assim, o atual conhecimento geologi-
Universidade Técnica.
mia.
certas faces do problema em debate.
Ceológica do Império — e confiado à
Antigo diretor do Seroiço Geológico e do Foinento da Produção Mineral do
® ^
ouro, tântalo, berilo, titânio, tungstênio,
níquel, cromo, ferro, manganês, magné-
I I fillWPWlU"'.' -
XVI. — Seja facilitada a criação de refinarias de petróleo no Brasil, deven
Dicksio
Econômico
do O conceito dc niimrral
estratégico
muta\'cj no tempo e ntj espaço, consi derei que a \ isao de um pauorama mais
do o Govêmo da União encarregar-se, desde logo, da montagem e operação de
amplo da questão facilitaria as deci
tais instalações.
sões a seu respeito.
XVII. — No.s casos em que organiza
Uma explicação é ainda necessária.
ções governamentais sejam consumidoras de matérias-primas minerais nacionais,
Preci.so esclarecer o Conselho a respeito
como no caso do carvão, patrocine o Go verno o estabelecimento de contratos de
Minas e Metalurgia para criação do Ministério de Minas e Energia.
fornecimento a longo prazo por preços
A questão foi longamente debatida na-
da proposta do Con.selho Nacional de
Relações entre a Geologia e a História Econômica do Brasil Glycon de Paiva O início dos estudos sôbre a geologia do Brasil remonta ao fim do pri
meiro quartel do século XIX, com o cientista alemão Barão de Eschwege.
O primeiro serviço oficial de geologia foi instalado em 1875 — a Comissão
XVIII. _ No caso de empresas orga nizadas com capitais provindos do es trangeiro para fins de mineração, sejam preferidas aquelas que desejarem indus trializar em nosso país as matérias-pri-
cpicle Conselho, tendo sido então organi zado projeto de decreto-lei, que foi suljmctidü ao Governo.
geólogo americano. Charles Frederick
nias que explorarem.
Mineral;
razoáveis fixados de acordo com cri
tério justo.
Essas são as conclusões gerais a que cheguei e que submeto à consideração desta Câmara e do Conselho.
Como membros do Conselho figuram
homens especializados em transportes terrestres, transportes,marítimos, portos, finanças e organizações bancárias, tarifas
aduaneiras, questões estratégicas, trata dos comerciais, comércio, indústria e as pectos vários dos problemas de econo
O Ministério, além dos órgãos bu rocráticos, constituir-se-ia dos seguintes órgãos técnicos:
Departamento Nacional da Produção Departamento Nacional de Industria lização Mineral;
Departamento Nacional de Águas e Energia;
Departamento Nacional de Combustí veis;
Instituto Nacional de Pedras Precio sas;
Atualmente, considenj cpie de\'er-seia modificar o Instituto de Pedras Pre
Êsses colegas estão em melhores condições do que o relator para examinar
ciosas e criar, .sob a dependência do titular do Ministério de Minas e Ener gia, bma instituição de crédito nos mol
Reuni os dados que me foí possível
des já referidos, c que poderia, talvez
obter sôbre êsse problema e emiti sôbre êle minha opinião pessoal. Talvez tenha sido um pouco extenso c
com grande vantagem, ser estendida
saído, jíor vezes, da órbita abrangida pela indicação. Mas assim agi porque, sendo O.S problemas da indústria dos di-
enorgía elétrica. Seria conveniente, também, a manutenção de um Con
selho de Minas e Energia, presidido pt'-
verso.s minerais muito entrelaçados, sen
lü me.smo Ministro.
também
ao financian>ento
excepcional competência de um jovem Hartt.
dós sei^i-
ços de produção, e fornecimentos de
Emprêgo, realizadas em Genebra e Ha vana, Glycon de Paiva é um notável enoenheiro de minas, tendo escrito inú® meros ensaios, todos eruditos e brilhantes
Por economia, foi extinta em
Em 1907, fundou-se o Serviço Geo
lógico e Mineralógico do Brasil, dirigi
5
Permiano
do, durante os doze primeiros anos, por
7.
Siluriano
8.
Algonquiano
■9
Arqueano
go americano Adalbert Orville Derby. gia e mineração do Brasil, consideràvelmente ampliada sob o título de De partamento Nacional da Produção Mi
Ainda é a repartição oficial de geolo
neral.
,.
co do Brasil provém de mais de ^ século de investigações, fartamente in
terrompidas durante amplos intervalos, no século passado. _ Terrenos das diversas eras geológicas
afloram no Brasil. Dos catorze^ siste mas geológicos possíveis, dez são re
presentados na proporção seguinte, aproximadamente avaliados em frações porcentuais da área nacional: %
1.0 4.0 4.0
j " '
10." Área geològicamente des conhecida
33.0 10.0
4
Os terrenos mais extensamente represLtados no Brasil são pois, bs crip-
«zóicos, isto é, os que ftguram, na ta bela, sob os títulos de algonqmano e arqueano (8 e 9 da tabela), totalizando
37 O da área do país, no presente esta do de conhecimentos geológicos. Es sencialmente, constituem êsses terrenos duas extensas porções do território na cional, pelos geólogos denominados os escudos Brasília e Guiana. Aflbra, o Brosília. em todos os Estados da União,
principalménte na zona mais povoada do pais.
Nesses terrenos criptozóicos, jazem
1. Quaternário 2.
6.0
'
6. Carbonífero e devoniano .
cientista de renome universal, o geólo
os principais depósitos minerais do pais:
Terciário
3. Cretáceo 4. Triássico
V_ -V ■
Ministério da Agricultura, delegado do Brasil às Conferências do Comércio e
1878.
Assim, o atual conhecimento geologi-
Universidade Técnica.
mia.
certas faces do problema em debate.
Ceológica do Império — e confiado à
Antigo diretor do Seroiço Geológico e do Foinento da Produção Mineral do
® ^
ouro, tântalo, berilo, titânio, tungstênio,
níquel, cromo, ferro, manganês, magné-
Dicesto Econ6>í*^ sio, alumínio, estanho, chumbo, cal-
cáreo, fosfato, fluorita, gemas precio
orla a costa do Nordeste por longo® tensões, como exíguo dcbrum. Sdbre
sas e semipreciosas, mica etc.
o cretáceo, viveu-se quase tòda o
"Sôbre
êles, não só se exerceu e ainda se exer ce, a maior parte da atividade mineira
do pais, como aí se desenrolaram os grandes eventos da história nacional.
tóría do açúcar e do domínio bolond«í®No âmago do país, armma-se terreno em massas tabularcs, comO
çoes conspícuas no cenário da grande
Nos terrenos permocarboníferos (5 da tabela), dos Estados do Sul, na zo na temperada do país, lavram-se as ja
ricano, sob forma de extensíssimas cha
zidas conhecidas de hulha.
rados ou lavrados, onde é apascentado
Tem, a
geologia dessa área,
savana central do continente sul-ame
padas e tabuleiros mal vestidos de cer o gado que a ocupa-
relações tão estreitas com a geologia sul-
O
aflora
africana, indiana e auslrahana, que os pectiva de um con Conduana,
de ambas as mar
^;
gens.
, '
seriam meros relictos.
,
*
Sua expres
são fislográfíca é a
de que as aludidas extensões da Terra
amplamente
Amazonas e bni.m curso dos tributários
na existência retros
naram
(2)
em território nacio nal, no vale do
cientistas acreditam
tinente que denomi-
terciário
terra alta ou
\
"
\
.
terra
firme, por onde s® dilatam castanhais e
os campos de criar
Sòbre o triássico
do Amapá. Na cos
(4), principalmente figurado por imen
ta, fere a vista o
terciário, pelas bar
so derrame de lavas basálticas, rematan-
reiras vermelhas, ba
topografia dos Es
tira
maram-se os melhores solos do pais, feitos de terra roxa, densamente re vestida de pinheiros, do Paraná para o
Sul. Aí Idcalizam-se 70% do potencial hidráulico da União. Constituirá, sem dúvida, o núcleo industrial e agrícola do Brasil do futuro, por várias razões que ora não cabe detalhar.
E' cretáceo o petróleo extraído no
Brasil, assim como o sal-gema e á gipsita. Êsse terreno (3), em boa parte,
tributários
do
grande
rio,
vivemos
os últimos e inglórios instantes da hi.stória econômica da hevea. Timidamen
te, ainda sôbre êles, começa-se a culti var a juta, atividade destinada a gran
costas da topografia
Unhas
ra transportá-lo, espicharam s
férreas, de que o maior compn de rêde no Brasil mede-se st) re renos criptozóicos.
, ,
O suprimento de combustive P
de futuro. No quaternário do Rio Sao Franciscó é possível fundar-se um im
pério agrícola de algodão e de arroi,
operá-las concorreu nessa mesma pidadora tarefa de acabar com a
pelo favxjr dos solos peiiòdicamenfe
e, conseqüentemente, com o so o.
pois disso, a la%'oura nômade
fertilizados pelas cheias da corrente que os perlonga. Nos terrenos permianos, carboniferos
e
devonianos, concentram-se
as
grandes esperanças brasileiras de encon tro generoso de petróleo, hoje avaramente coberto por terrenos maís no vos, dificultando-lbes o estudo no grau
desejável para a racional seleção de áreas a perfurar. Do Brasil, xim estrangeiro freqüente mente leva na retentiva a paisagem
criptozóica, no talhado espetacular da Serra do Mar e da Guanabara, esculpi
da de escarpas abruptas e ousados pãesde-açúcar.'
ções terciárias da costa do Nordeste, no século XVI, explorou-se o pau-bra sil; sôbre o cretáceo de Itamaracá e das
»
tôncia, as necessidades de com u tencia, as
para a cozinha de população co
P
dável taxa ta.\a de ue cresdtnento, e " .
ciavei
do fogões de eficiência muito bacxa, assim como as aeeessidades
e
gia caloríficâ para as m us^ .-éculo ladas no segundo quartel es principalmente a siderurgi '^
de madeira,
"-ráfico bra-
no jamais feito ao i"®'" S ^ jiçgo: o sileiro nesses 450 ano.s desbarato de d_e 200.000 í-" X;' „e cuimiJ„.i. ^
drados de florestas = de^ f naisacem M PrestL James a uxrinante ^aisag^^ nou por converter
nou por converter iw
de outrora, de que a
Nas florestas de cobertura das forma
_
Tanei-
Tijuca, nos arredores do Rio de janer
rn é pálido remanescente.
Bem ou mal, dos restos d»
planícies litorâneas de Pernambuco, de
vestia as formações cnptozóicas, ainda consegiümos anualmente retirar cêrca de
areias negras, com ílrnenita, monazita
Alagoas e do Recôncavo realizou-se a grande faina do açúcar do século XVH;
100 milhões de metros cúbicos de lentw. Entretanto, o incessante incremento de
e zirconita.
no século XVIII, lavou-se o ouro do
preço dêsse combustível já traduz o pró
criptozóico do Centro de Minas; no s ^ culo XIX promoveu-se extensíssima ca ça ao húmus, derrubando-se a floresta que revestia os terrenos criptozóicos o
ximo e inexorável exaurimento de um bem de produção, erradamente aproveita
Vale do Paraíba, da zona da auila, de Minas Gerais, e da que hoje chamamos
ca qpjo clímax ainda não começamos a viver, indubitàvelmente reside, como
lidas das ondas do
do a maior parte da
tados de São Paulo, para o Sul, for
99
Dicesto Econômico
mar, que delas re 0
concentra
São quaternárias (.1) as vazantes do rio São Francisco, na Bahia; o gran
de pantanal do, rio Paraguai; e, de mo
do geral, os leitos maiores dos princi pais cursos dágua do país, como o Pa raíba, na planície campista. No qua ternário, cria-se o gado de Marajó e o caboclo ribeirinho planta pequenas roçás para subsistir. Em terrenos des sa idade, no-Amazonas, nos- igapós dos
zona velha, em São Paulo.
_
Por êsses solos estendeu-se, impiedo
sa, a onda' do café, arrasando a flores ta e seus solos, extremamente vulnerá veis, elaborados sòbre as íngremes en-
do como bem de consumo.
No âmago da grande crise econômi
causa primeira, a realidade dêsse fato brutal e irremoyívelr a saharização do
quadro geográfico, pela atividade eco nômica predatória.
1^
Dicesto Econ6>í*^ sio, alumínio, estanho, chumbo, cal-
cáreo, fosfato, fluorita, gemas precio
orla a costa do Nordeste por longo® tensões, como exíguo dcbrum. Sdbre
sas e semipreciosas, mica etc.
o cretáceo, viveu-se quase tòda o
"Sôbre
êles, não só se exerceu e ainda se exer ce, a maior parte da atividade mineira
do pais, como aí se desenrolaram os grandes eventos da história nacional.
tóría do açúcar e do domínio bolond«í®No âmago do país, armma-se terreno em massas tabularcs, comO
çoes conspícuas no cenário da grande
Nos terrenos permocarboníferos (5 da tabela), dos Estados do Sul, na zo na temperada do país, lavram-se as ja
ricano, sob forma de extensíssimas cha
zidas conhecidas de hulha.
rados ou lavrados, onde é apascentado
Tem, a
geologia dessa área,
savana central do continente sul-ame
padas e tabuleiros mal vestidos de cer o gado que a ocupa-
relações tão estreitas com a geologia sul-
O
aflora
africana, indiana e auslrahana, que os pectiva de um con Conduana,
de ambas as mar
^;
gens.
, '
seriam meros relictos.
,
*
Sua expres
são fislográfíca é a
de que as aludidas extensões da Terra
amplamente
Amazonas e bni.m curso dos tributários
na existência retros
naram
(2)
em território nacio nal, no vale do
cientistas acreditam
tinente que denomi-
terciário
terra alta ou
\
"
\
.
terra
firme, por onde s® dilatam castanhais e
os campos de criar
Sòbre o triássico
do Amapá. Na cos
(4), principalmente figurado por imen
ta, fere a vista o
terciário, pelas bar
so derrame de lavas basálticas, rematan-
reiras vermelhas, ba
topografia dos Es
tira
maram-se os melhores solos do pais, feitos de terra roxa, densamente re vestida de pinheiros, do Paraná para o
Sul. Aí Idcalizam-se 70% do potencial hidráulico da União. Constituirá, sem dúvida, o núcleo industrial e agrícola do Brasil do futuro, por várias razões que ora não cabe detalhar.
E' cretáceo o petróleo extraído no
Brasil, assim como o sal-gema e á gipsita. Êsse terreno (3), em boa parte,
tributários
do
grande
rio,
vivemos
os últimos e inglórios instantes da hi.stória econômica da hevea. Timidamen
te, ainda sôbre êles, começa-se a culti var a juta, atividade destinada a gran
costas da topografia
Unhas
ra transportá-lo, espicharam s
férreas, de que o maior compn de rêde no Brasil mede-se st) re renos criptozóicos.
, ,
O suprimento de combustive P
de futuro. No quaternário do Rio Sao Franciscó é possível fundar-se um im
pério agrícola de algodão e de arroi,
operá-las concorreu nessa mesma pidadora tarefa de acabar com a
pelo favxjr dos solos peiiòdicamenfe
e, conseqüentemente, com o so o.
pois disso, a la%'oura nômade
fertilizados pelas cheias da corrente que os perlonga. Nos terrenos permianos, carboniferos
e
devonianos, concentram-se
as
grandes esperanças brasileiras de encon tro generoso de petróleo, hoje avaramente coberto por terrenos maís no vos, dificultando-lbes o estudo no grau
desejável para a racional seleção de áreas a perfurar. Do Brasil, xim estrangeiro freqüente mente leva na retentiva a paisagem
criptozóica, no talhado espetacular da Serra do Mar e da Guanabara, esculpi
da de escarpas abruptas e ousados pãesde-açúcar.'
ções terciárias da costa do Nordeste, no século XVI, explorou-se o pau-bra sil; sôbre o cretáceo de Itamaracá e das
»
tôncia, as necessidades de com u tencia, as
para a cozinha de população co
P
dável taxa ta.\a de ue cresdtnento, e " .
ciavei
do fogões de eficiência muito bacxa, assim como as aeeessidades
e
gia caloríficâ para as m us^ .-éculo ladas no segundo quartel es principalmente a siderurgi '^
de madeira,
"-ráfico bra-
no jamais feito ao i"®'" S ^ jiçgo: o sileiro nesses 450 ano.s desbarato de d_e 200.000 í-" X;' „e cuimiJ„.i. ^
drados de florestas = de^ f naisacem M PrestL James a uxrinante ^aisag^^ nou por converter
nou por converter iw
de outrora, de que a
Nas florestas de cobertura das forma
_
Tanei-
Tijuca, nos arredores do Rio de janer
rn é pálido remanescente.
Bem ou mal, dos restos d»
planícies litorâneas de Pernambuco, de
vestia as formações cnptozóicas, ainda consegiümos anualmente retirar cêrca de
areias negras, com ílrnenita, monazita
Alagoas e do Recôncavo realizou-se a grande faina do açúcar do século XVH;
100 milhões de metros cúbicos de lentw. Entretanto, o incessante incremento de
e zirconita.
no século XVIII, lavou-se o ouro do
preço dêsse combustível já traduz o pró
criptozóico do Centro de Minas; no s ^ culo XIX promoveu-se extensíssima ca ça ao húmus, derrubando-se a floresta que revestia os terrenos criptozóicos o
ximo e inexorável exaurimento de um bem de produção, erradamente aproveita
Vale do Paraíba, da zona da auila, de Minas Gerais, e da que hoje chamamos
ca qpjo clímax ainda não começamos a viver, indubitàvelmente reside, como
lidas das ondas do
do a maior parte da
tados de São Paulo, para o Sul, for
99
Dicesto Econômico
mar, que delas re 0
concentra
São quaternárias (.1) as vazantes do rio São Francisco, na Bahia; o gran
de pantanal do, rio Paraguai; e, de mo
do geral, os leitos maiores dos princi pais cursos dágua do país, como o Pa raíba, na planície campista. No qua ternário, cria-se o gado de Marajó e o caboclo ribeirinho planta pequenas roçás para subsistir. Em terrenos des sa idade, no-Amazonas, nos- igapós dos
zona velha, em São Paulo.
_
Por êsses solos estendeu-se, impiedo
sa, a onda' do café, arrasando a flores ta e seus solos, extremamente vulnerá veis, elaborados sòbre as íngremes en-
do como bem de consumo.
No âmago da grande crise econômi
causa primeira, a realidade dêsse fato brutal e irremoyívelr a saharização do
quadro geográfico, pela atividade eco nômica predatória.
1^
>" TJ
l WUWIWJlifflIf lllPi I
101
DrcESTO Econômico
A dificuldade, aliás, é apenas, e co
Democracia e Administração
mo dissemos, de adaptação. E de adap tação — acrescente-se — ao intervencio nismo cada vez maior do Estado moder
Paulo Barbosa de Campos Filho
no na ordem econômica, intervencionis
^ ilificuldades aína oje se oferecem à plenaque afirma do da democracia.como forma ideal de g verno, disse, não há muito, ilustre par,
lamedar, que a mais delicada de tôdas era definir observi
a atitude que lhe cumpre ideologias con-
O ilustre Presidente do Instituto dos Ad
mo reclamado pelo natural desenvolvi
vogados do São Paulo, neste artigo, lem
mento de sua ação social e que se não
bra a necessidade de, na reestruturação do Estado democrático, suhtrairem-se os
pode verificar sem certas e correspon
dentes restrições às liberdades indivi duais, acarretando, pois, para o Estado democrático, aparente contradição com
problemas puramente administrativos às influências polílico-paríidárias
o seu próprio "substractum", liberal por exceíôncia.
verdade — argumentava ^ democracia, coerente
«rri-,
próprios postulados, guarda
rpitnc^" indefectível respeito aos di■nrn ^ '^i^uaís 0, ncssc caso, enfrenta livre a p paganda das teorias opostas, T-a cep
pelase ingênua i\q•?ade das acolhidas massas, ou dispõe,
1 as
auto-defesa e o perigo em que
resto natural, a adotar me-
mcorre e, então, o de incidir nas mes-
f ^ P^®Hie nos outros incrimina.
^ era ^ antes aJás, preferível o acatado àconferencista que democracia
optar pela primeira alternativa, do que valer-se de processos que lhe contra-
dizem a essência , . , ® ipjc, se adotados, fá-
Ja-iam semelhantp nnc
,
,
, .
"""ue aos regimes que com
bate, deixando de ser o que é. ^ Sem entrar no mérito da questão, que
e, realmente, das mais graves, merecen do por isso acurado exame, não nos pa
rece seja esse o mais sério dos problemas que estão a desafiar a argú cia dos bons e sinceros de mocratas.
A
nosso
ver,
o
itiaior dos obstáculos qUe se vêm
opondo
ao
definitivo
Sob esse aspecto, e a julgar por um
não podem as doutrinas políticas manterse a todo custo nos seus dogmas tradi cionais, quando estes, sob um ou outro dos seus possíveis aspectos, não se mos
trem mais adequados às exigências do tempo. A obstinação nas velhas fórmu las terá como conseqüência a reação dos
fatos, os quais, então, poderão conduzir, não já à evolução, mas à revolução so cial.
Devem, assim, as teorias — con
cluía o filósofo italiano — integrar-se
com a observação científica dos fatos, aceitando as modificações que êstes im-
puserem. Funda-se, por e.xemplo, a de
mocracia — explicava êle — nas doutrinas
às exigências cada vez maioi-es e premen tes do bem público, nos tumultuosos dias que estamos vivendo.
resumo publicado nesta mesma revista pelo seu eminente colaborador Dr. Da-
Já se tem dito — e não sem algum fundamento — que, ao passo que
que se encontra o Estado liberal quanto
seu programa, importa que
ciology", de abril último. Para êle, no
ção rígida, metafísica e ideal que de
còmêço lhes era atribuída, mas o senhdo e interpretação que viereni ser reclamados pela "realtà dei fatti .
mento entre o sistema economico e o
profundas cogitações. Sem tempo, nem elementos, para uma analise mais detida
rio de Almeida Magalhães (2), poucos descreveram tão bem a encruzilhada em
nos regimes totalitários as* administra
Paul Meadows, em artigo para o "The American Joumal of Economics and So-
ções conhecem logo os objetivos a al cançar e a êles resolutamente se diri
gem, polarizando energias e vencendo resistências, nos de tipo democrático
feliz c interessante comentário do ilus tre advogado patrício, "a questão se .situa, em última análise,- no desajusta-
tudo se faz objeto de tão ampla discus são e a tal ponto depende do assento das maiorias, que as soluções preferidas, sobre virem muitas vezes retardadas, não raro açodem debilitadas pelo emba te das opiniões divergentes. E isso,
>
nos dias que estamos vivendo, de pro blemas assustadoramente
complexos, a
exigirem remédios prontos e de efeitos
tanto mais eficazes quanto mais comple ta a sua aceitação, não deixa de ser um elemento em desfavor da de
mocracia, ou, digamos me lhor, um inconveniente que
lhe importa atenuar ou cor rigir, para que possa lograr
triunfo da democracia, como
no
sistema de organização políti ca, está na própria adaptação
práticas o sucesso justamente conquistado no terreno po
dêle, já um tanto envelhecido,
lítico.
domínio
daS' realizações
' wnAifeh
regimento político, as normas e os pro
cessos antiquados de governo". . A de
mocracia, por outras palavras, terá qne reformar os seus instrumentos de ação
e remodelar sua própria estrutura polí tica, procurando baseá-la "numa moder
na estrutura econômica e administrativa .
Qual seja essa "moderna estrutura", que virá representar a "fórmula salvado
ra", não o diz Meadows, nem o adianta seu ilustre comentador, parecendo-lhes,
antes, que sòmente pelo decurso do
da soberania do povo, da vontade geral e do contrato social. Uma vez, porem,
que ainda não cumpriu integralmente o
nao dê
a essas doutrinas, já de certo modo fos silizadas no seu conteúdo , a "^^erpreta-
O assunto, como se vê, presta-se a
do que pode e deve fazer a moderna
democracia para >«e adaptar à realidade ambiente, queremos, no entanto, pedir a atenção dos doutos para um dos muitos rumos a que será impossível fugir, na reestruturação que se avizinha. Aludi mos à necessidade, a nosso ver imperiosa, de subtrair em definitivo os assuntos e
problamas de ordem administrativa à inconveniente influência político-partidá-
po e frutos da experiência poderá a de
mocracia alcançá-la, se não perder de vista os objetivos a conciliar, e que sao "liberdade" e "autori.dade". É, aliás,
ria. Fácil não é separar — sabemo-lo nós perfeitamente — os aspectos pura mente administrativos dos aspectos polí ticos de qualquer deliberação governa
de Giuseppe Carie, ainda em princípios
mental.
dêste sécido (3), a observação de que
ambos é que se valem os homens de
Do
natural
entrosamento
de
>" TJ
l WUWIWJlifflIf lllPi I
101
DrcESTO Econômico
A dificuldade, aliás, é apenas, e co
Democracia e Administração
mo dissemos, de adaptação. E de adap tação — acrescente-se — ao intervencio nismo cada vez maior do Estado moder
Paulo Barbosa de Campos Filho
no na ordem econômica, intervencionis
^ ilificuldades aína oje se oferecem à plenaque afirma do da democracia.como forma ideal de g verno, disse, não há muito, ilustre par,
lamedar, que a mais delicada de tôdas era definir observi
a atitude que lhe cumpre ideologias con-
O ilustre Presidente do Instituto dos Ad
mo reclamado pelo natural desenvolvi
vogados do São Paulo, neste artigo, lem
mento de sua ação social e que se não
bra a necessidade de, na reestruturação do Estado democrático, suhtrairem-se os
pode verificar sem certas e correspon
dentes restrições às liberdades indivi duais, acarretando, pois, para o Estado democrático, aparente contradição com
problemas puramente administrativos às influências polílico-paríidárias
o seu próprio "substractum", liberal por exceíôncia.
verdade — argumentava ^ democracia, coerente
«rri-,
próprios postulados, guarda
rpitnc^" indefectível respeito aos di■nrn ^ '^i^uaís 0, ncssc caso, enfrenta livre a p paganda das teorias opostas, T-a cep
pelase ingênua i\q•?ade das acolhidas massas, ou dispõe,
1 as
auto-defesa e o perigo em que
resto natural, a adotar me-
mcorre e, então, o de incidir nas mes-
f ^ P^®Hie nos outros incrimina.
^ era ^ antes aJás, preferível o acatado àconferencista que democracia
optar pela primeira alternativa, do que valer-se de processos que lhe contra-
dizem a essência , . , ® ipjc, se adotados, fá-
Ja-iam semelhantp nnc
,
,
, .
"""ue aos regimes que com
bate, deixando de ser o que é. ^ Sem entrar no mérito da questão, que
e, realmente, das mais graves, merecen do por isso acurado exame, não nos pa
rece seja esse o mais sério dos problemas que estão a desafiar a argú cia dos bons e sinceros de mocratas.
A
nosso
ver,
o
itiaior dos obstáculos qUe se vêm
opondo
ao
definitivo
Sob esse aspecto, e a julgar por um
não podem as doutrinas políticas manterse a todo custo nos seus dogmas tradi cionais, quando estes, sob um ou outro dos seus possíveis aspectos, não se mos
trem mais adequados às exigências do tempo. A obstinação nas velhas fórmu las terá como conseqüência a reação dos
fatos, os quais, então, poderão conduzir, não já à evolução, mas à revolução so cial.
Devem, assim, as teorias — con
cluía o filósofo italiano — integrar-se
com a observação científica dos fatos, aceitando as modificações que êstes im-
puserem. Funda-se, por e.xemplo, a de
mocracia — explicava êle — nas doutrinas
às exigências cada vez maioi-es e premen tes do bem público, nos tumultuosos dias que estamos vivendo.
resumo publicado nesta mesma revista pelo seu eminente colaborador Dr. Da-
Já se tem dito — e não sem algum fundamento — que, ao passo que
que se encontra o Estado liberal quanto
seu programa, importa que
ciology", de abril último. Para êle, no
ção rígida, metafísica e ideal que de
còmêço lhes era atribuída, mas o senhdo e interpretação que viereni ser reclamados pela "realtà dei fatti .
mento entre o sistema economico e o
profundas cogitações. Sem tempo, nem elementos, para uma analise mais detida
rio de Almeida Magalhães (2), poucos descreveram tão bem a encruzilhada em
nos regimes totalitários as* administra
Paul Meadows, em artigo para o "The American Joumal of Economics and So-
ções conhecem logo os objetivos a al cançar e a êles resolutamente se diri
gem, polarizando energias e vencendo resistências, nos de tipo democrático
feliz c interessante comentário do ilus tre advogado patrício, "a questão se .situa, em última análise,- no desajusta-
tudo se faz objeto de tão ampla discus são e a tal ponto depende do assento das maiorias, que as soluções preferidas, sobre virem muitas vezes retardadas, não raro açodem debilitadas pelo emba te das opiniões divergentes. E isso,
>
nos dias que estamos vivendo, de pro blemas assustadoramente
complexos, a
exigirem remédios prontos e de efeitos
tanto mais eficazes quanto mais comple ta a sua aceitação, não deixa de ser um elemento em desfavor da de
mocracia, ou, digamos me lhor, um inconveniente que
lhe importa atenuar ou cor rigir, para que possa lograr
triunfo da democracia, como
no
sistema de organização políti ca, está na própria adaptação
práticas o sucesso justamente conquistado no terreno po
dêle, já um tanto envelhecido,
lítico.
domínio
daS' realizações
' wnAifeh
regimento político, as normas e os pro
cessos antiquados de governo". . A de
mocracia, por outras palavras, terá qne reformar os seus instrumentos de ação
e remodelar sua própria estrutura polí tica, procurando baseá-la "numa moder
na estrutura econômica e administrativa .
Qual seja essa "moderna estrutura", que virá representar a "fórmula salvado
ra", não o diz Meadows, nem o adianta seu ilustre comentador, parecendo-lhes,
antes, que sòmente pelo decurso do
da soberania do povo, da vontade geral e do contrato social. Uma vez, porem,
que ainda não cumpriu integralmente o
nao dê
a essas doutrinas, já de certo modo fos silizadas no seu conteúdo , a "^^erpreta-
O assunto, como se vê, presta-se a
do que pode e deve fazer a moderna
democracia para >«e adaptar à realidade ambiente, queremos, no entanto, pedir a atenção dos doutos para um dos muitos rumos a que será impossível fugir, na reestruturação que se avizinha. Aludi mos à necessidade, a nosso ver imperiosa, de subtrair em definitivo os assuntos e
problamas de ordem administrativa à inconveniente influência político-partidá-
po e frutos da experiência poderá a de
mocracia alcançá-la, se não perder de vista os objetivos a conciliar, e que sao "liberdade" e "autori.dade". É, aliás,
ria. Fácil não é separar — sabemo-lo nós perfeitamente — os aspectos pura mente administrativos dos aspectos polí ticos de qualquer deliberação governa
de Giuseppe Carie, ainda em princípios
mental.
dêste sécido (3), a observação de que
ambos é que se valem os homens de
Do
natural
entrosamento
de
102
Digesto
partido para, tendo que opinar sôbre os últimos, estenderem sua ação aos pri meiros.
Em tese, porem, a distinção é sempre possível e a fêz, por exemplo, Deming, citado por Adolfo Posada, no seu livro
La ciudad moderna" (4)."Todo gover
no — diz ele — deve, para atuar, ter al gum órgão, ou órgãos, cuja função se determine, isto é, sua política, para decipor exemplo, se se deve, ou não,
criar uma rede de estradas, ampliar-se frota armada, regular o transpor
te, ou definir o tipo monetário". Tais
questões — acrescenta — por isso que suscitam divergências de opiniões e dão ngar a divisões políticas, são, fundamen
talmente, questões políticas. "Definida,
Ecoxó.víico
103
DicESTo Econômico
seus representantes, se coiivcni, ou não,
funções, ou ainda a atribuição delas a
ao Município, explorar oficialmente o
órgãos diversos, estabelecer-se-la, nos órgãos mistos, um regime de equilíbrio entre as primeiras c as segundas, qual se
serviço de abastecimento de águas. É essa, na vida municipal, uma questão política. "Mas o fiel e adequado desem penho das funções de engenheiro, no de
vem tentando, nos Estados Unidos, com
o govémo municipal por Comissões, cuja adoção o Congresso de Ciências Sociais,
que um complemento deste, no que toca à administração municipal. (1)
Hermes Lima, em conferência pro
movida pela "Sociedade Amigos de Rui Barbosa", na Faculdade de Di reito de Sâo Paulo.
(2) Digesto Econômico, número de junho
partamento municipal de águas, eis aí — acrescenta — matéria puramente admi
reunido em Tucuman em 1916, chegou
(3) "Filosofia dei Díritto", Torino, 1903,
nistrativa, para a solução da qual deve
a aconselliar às cidades sul-americanas,
segundo nos lembra Bíelsa (6).
(4) "EI regimen municipal de Ia ciudad
procurar-se, por um lado, o mais com petente e, por outro, estabelecer as
condições sem as quais a utilização da
mitir, o assunto do próximo artigo, como
Será esse, porem, se Deus no-lo per
de 1948.
pg. 510. , moderna" — Madri, 1936, pg. 347. ..
(5) Ob. cit. pg. 348. (6) "Principies de regimen
municipal ,
B. Aires. 1930, pg. 180.
competência não poderá ser proveitosa",
"Precisamente por isso — finaliza Deming — todo funcionário lotado em serviço pu ramente administrativo deve ser desig nado e mantido segundo processos que
no entanto, a orientação política a preerír, ou resolvida a abertura das estraa construção dos navios, a regula
mentação dos transportes ou a manuten
ção do tipo monetário, a ação do go
verno para a pôr em prática — concluiu
f® ~ pode dar lugar a divisões pO' í e constitui o lado administrativo de todos esses problemas".
Se, pois, os primeiros aspectos, ou os aspectos políticos, podem e devem, nos
regimes democráticos, ser objeto de con sulta aos órgãos de opinião, observandose a paremia segundo a qual "quod omnes tangit ab omnibus debet appro-
bari , os segundos, no interesse da pró
pria coletividade, devem ficar a salvo do
que Posada qualifica "intervenção apai xonada e incerta" dos elementos poütico-partidários.
excluam tôda consideração de suas opi niões políticas". (5) Que fazer, no entanto, uma vez re conhecida a necessidade de subtrair a .■
--
ra realidade? — Ós remédios apontados são muitos, mas ainda nesse particular as opiniões se dividem, buscando todos "a fórmula salvadora". A nosso ver —
e é essa uma opinião que adiantamos sob muitas reservas — o interessante se-,
Que aspectos sejam êsses, "'é ainda
ria que, distintas as funções políticas dã® funções administrativas, fôssem elas, tan to quanto possível, confiadas a órgãos
samento político, decidir, através de
■
ra tornar esse grande ideal em promisso
Deming quem os indica, tratando, em
particular, de assuntos municipais. Nu ma cidade — exemplifica — compete sempre ao eleitor, como unidade do pen
-A-c
administração a influências políticas, pa
diferentes, ideal de que muito se distan
No decurso do pHmeiro trímestre de 1948, a Suifa importou 6,235 automõv^ rta dos Estados Unidos. A Inglaterra, a França e a Itália foram os outros principais
ciam as organizações atuais. E onde não fôsse possível a discriminação de
durante o trimestre 68 autorr^eis.
noooí num valor de 46 5 mdhões de francos. Esses veículos procedem na sua mato-
fornecedores.
No quinto lugar figura a Alemanha, a qual forneceu novamente
102
Digesto
partido para, tendo que opinar sôbre os últimos, estenderem sua ação aos pri meiros.
Em tese, porem, a distinção é sempre possível e a fêz, por exemplo, Deming, citado por Adolfo Posada, no seu livro
La ciudad moderna" (4)."Todo gover
no — diz ele — deve, para atuar, ter al gum órgão, ou órgãos, cuja função se determine, isto é, sua política, para decipor exemplo, se se deve, ou não,
criar uma rede de estradas, ampliar-se frota armada, regular o transpor
te, ou definir o tipo monetário". Tais
questões — acrescenta — por isso que suscitam divergências de opiniões e dão ngar a divisões políticas, são, fundamen
talmente, questões políticas. "Definida,
Ecoxó.víico
103
DicESTo Econômico
seus representantes, se coiivcni, ou não,
funções, ou ainda a atribuição delas a
ao Município, explorar oficialmente o
órgãos diversos, estabelecer-se-la, nos órgãos mistos, um regime de equilíbrio entre as primeiras c as segundas, qual se
serviço de abastecimento de águas. É essa, na vida municipal, uma questão política. "Mas o fiel e adequado desem penho das funções de engenheiro, no de
vem tentando, nos Estados Unidos, com
o govémo municipal por Comissões, cuja adoção o Congresso de Ciências Sociais,
que um complemento deste, no que toca à administração municipal. (1)
Hermes Lima, em conferência pro
movida pela "Sociedade Amigos de Rui Barbosa", na Faculdade de Di reito de Sâo Paulo.
(2) Digesto Econômico, número de junho
partamento municipal de águas, eis aí — acrescenta — matéria puramente admi
reunido em Tucuman em 1916, chegou
(3) "Filosofia dei Díritto", Torino, 1903,
nistrativa, para a solução da qual deve
a aconselliar às cidades sul-americanas,
segundo nos lembra Bíelsa (6).
(4) "EI regimen municipal de Ia ciudad
procurar-se, por um lado, o mais com petente e, por outro, estabelecer as
condições sem as quais a utilização da
mitir, o assunto do próximo artigo, como
Será esse, porem, se Deus no-lo per
de 1948.
pg. 510. , moderna" — Madri, 1936, pg. 347. ..
(5) Ob. cit. pg. 348. (6) "Principies de regimen
municipal ,
B. Aires. 1930, pg. 180.
competência não poderá ser proveitosa",
"Precisamente por isso — finaliza Deming — todo funcionário lotado em serviço pu ramente administrativo deve ser desig nado e mantido segundo processos que
no entanto, a orientação política a preerír, ou resolvida a abertura das estraa construção dos navios, a regula
mentação dos transportes ou a manuten
ção do tipo monetário, a ação do go
verno para a pôr em prática — concluiu
f® ~ pode dar lugar a divisões pO' í e constitui o lado administrativo de todos esses problemas".
Se, pois, os primeiros aspectos, ou os aspectos políticos, podem e devem, nos
regimes democráticos, ser objeto de con sulta aos órgãos de opinião, observandose a paremia segundo a qual "quod omnes tangit ab omnibus debet appro-
bari , os segundos, no interesse da pró
pria coletividade, devem ficar a salvo do
que Posada qualifica "intervenção apai xonada e incerta" dos elementos poütico-partidários.
excluam tôda consideração de suas opi niões políticas". (5) Que fazer, no entanto, uma vez re conhecida a necessidade de subtrair a .■
--
ra realidade? — Ós remédios apontados são muitos, mas ainda nesse particular as opiniões se dividem, buscando todos "a fórmula salvadora". A nosso ver —
e é essa uma opinião que adiantamos sob muitas reservas — o interessante se-,
Que aspectos sejam êsses, "'é ainda
ria que, distintas as funções políticas dã® funções administrativas, fôssem elas, tan to quanto possível, confiadas a órgãos
samento político, decidir, através de
■
ra tornar esse grande ideal em promisso
Deming quem os indica, tratando, em
particular, de assuntos municipais. Nu ma cidade — exemplifica — compete sempre ao eleitor, como unidade do pen
-A-c
administração a influências políticas, pa
diferentes, ideal de que muito se distan
No decurso do pHmeiro trímestre de 1948, a Suifa importou 6,235 automõv^ rta dos Estados Unidos. A Inglaterra, a França e a Itália foram os outros principais
ciam as organizações atuais. E onde não fôsse possível a discriminação de
durante o trimestre 68 autorr^eis.
noooí num valor de 46 5 mdhões de francos. Esses veículos procedem na sua mato-
fornecedores.
No quinto lugar figura a Alemanha, a qual forneceu novamente
105
DicESTo Econômico
o Estadista Perfeito A. C. DE Salles Júnior
T
RAM as democracias gregas tão leais ao princípio da igualdade política (nota Paul de Saint-
Victor), que não concebiam grandeza acima da estatura hu-
w
mana, pela qual se talhavam
ikQH até os próprios deuses. Depois que se extinguiu aquela civilização espiritual, e o mundo se bar barizou, tanto menores se tomaram os
homens, por estranho fenômeno de degenerescência psíquica, quanto maiores, paradoxalmente, passaram a acreditar-se. Foram, primeiro, os reis da monarquia absoluta, que diziam receber da divin
dade, com quem privavam, inspiração e
Antigo deputado federal e secretário de
separada da época atual por distâncias
blicanas restauradas é a educação, ou
astronômicas, tão violento o contraste
melhor, a reeducação democrática, no elevado sentido que lhe empresta o ce
Café, Salles Júnior é elemento de grande projeção intelectual em São Paulo. Ê autor de numerosos discursos e pareccres
dados da experiên
A idéia, que era original, mas perigor
sa, logrou imenso êxito, sendo copiada de várias formas, na teoria e na prática.
Conhecido é o tributo que a humanidade messianismo, ou antes, à má fé costu
rasitando na inquietação dêste século, não se tenha inculcado salvador à gente ignorante e supersticiosa. Demagogos e tiranos (sêres na realidade de uma só e
"direito divino", na concepção do fa moso Thomas Carlyle: — a função da
mo, metamorfoseados em entes sobrena
um eterno e autêntico
Inteligência, neste mundo, é governar,
turais.
venha donde vier, seja embora de obs curas esferas, humildes recantos, sub
de sibaritas do poder, a se vingarem das
terrâneas camadas sociais.
gem do "homem providencial", em tudo diferente dos heróis terrenos, que sobem na crista do sufrágio popular, tumultuário e inconsciente.
É a mira
Os favores do céu
só se esparziriam sôbre os Estados gover nados por esses novos eleitos.
lebre filósofo americano Jolm Dewey,
jurídicos e políticos, destacando-se "O idealismo republicano de Campos Sailes", obra de pensamento e estilo.
mesma espécie), conseguiram, iludindo a ingenuidade das massas, e suspensos nos ombros delas, escalar o mando supre
direito divino
problema máximo das instituições repu
o país transformado num deserto, os , de "renovação da vida pela tradição ,
se um novo soberano: o Povo. Faltava
dela surgiram outros reis, também por
dos aspectos políticos. Faltam à gera ção sacrificada, que ao surdir encontrou
natural, de que se desviou. Porque o
sôbre assuntos administrativos, históricos,
meira dos intrujões. Não houve ban dido, ou simples aventureiro, que, pa
plebe deseja deslumbrar a vista, despre zando os próprios andrajos. E do seio
vismo a ser imitado, a fim de que o curso da nossa história volte ao leito
Estado, ex-Fresidente do Instituto do
pagou, nos nossos dias, à mística do
a este, todavia, a magnificência real — cetro, púrpuras, brocados, em que a
Essas calamidades cavaram no tempo
lhe preito que apontar para a mocidade brasileira um magnífico exemplo de ci
verdadeiros abismos, que descontinuaram a vida. A era de Rodrigues Alves, relativamente próxima, parece, por isso,
graça para o exercício do govêmo. Co mo tôdas as ficções, essa havia de desva necer-se um dia, tingindo-se do sangue
da Revolução Francesa. Depois, coroou-
<lade, inflação, carestia, fome. Epílogo: o caos social da hora presente.
Míseros mortais, não passavam
abstenções forçadas, curtidas na estrei-
transmitida aos no
vos
cia, indispensáveis à
a
experiência
formação de um cri
dos antigos, em mo
tério, que habilite ao julgamento dos
escrevendo-se,
vimento
perpétuo, em
homens e das coisas.
. vez de proscrever-se
Fora uma pequena
•a história.
minoria de insula
dos, o espírito públi co espessou-se, im
1
É de um veneran
do passado que emerge a figura liie-
buído de idéias fal
rática de Rodrigues
sas, geradoras da anarquia mental em que fomos lançados,
gundo Império, a
com o extermínio das elites dirigentes.
que nunca tivemos.
Nem podia ser de outro modo. A opi
nião pública, que
sempre existiu livre no Brasil, clarificada
pelas discussões da
imprensa e da tribuna, teve por sucedâ nea a propaganda oficial, inoculadora de
Alves, vindo do Se mais alta escola de moralidade política, Honra ao Sr. D. Pe dro n, que com o
seu lápis fatídico, num simples traço, ,que valia por um estigma, condenava os ímprobos à morte civil! Bem enten dida, a honestidade dos políticos, que
erros e tóxicos terríveis. Com o desapa
exercem os mandatos populares, não se
teza de uma vida insignificante. Em briagaram-se no govêmo, como numa festa dionisíaca, com o cortejo negro das conseqüências infalíveis. A corrup
recimento dos derradeiros homens de
limita a um mínimo de deveras, comuns
Estado, que ilustraram os nossos fastos políticos, cancelou-se a incômoda lem
a todos os cidadãos, ampliando-se aos
brança dos numes da nacionalidade. Mas
ção alastrou-se, campeou a venalidade.
tudo passou. Os mortos estão redivivos.
Ao povo só se consentiram guerras, re voluções, impostos, confiscos da proprie-
Os vivos é que estão mortos. Recordar o nome de Francisco de
das Repúblicas, na lição clássica. E ninguém, por êsse lado, se preparou me lhor para o novo regime do que Rodri gues Alves, um supérstite da monar
Pauia Rodrigues Alves é menos render-
quia, que levou a palma a muitos re-
domínios da virtude, que é o apanágio ^
105
DicESTo Econômico
o Estadista Perfeito A. C. DE Salles Júnior
T
RAM as democracias gregas tão leais ao princípio da igualdade política (nota Paul de Saint-
Victor), que não concebiam grandeza acima da estatura hu-
w
mana, pela qual se talhavam
ikQH até os próprios deuses. Depois que se extinguiu aquela civilização espiritual, e o mundo se bar barizou, tanto menores se tomaram os
homens, por estranho fenômeno de degenerescência psíquica, quanto maiores, paradoxalmente, passaram a acreditar-se. Foram, primeiro, os reis da monarquia absoluta, que diziam receber da divin
dade, com quem privavam, inspiração e
Antigo deputado federal e secretário de
separada da época atual por distâncias
blicanas restauradas é a educação, ou
astronômicas, tão violento o contraste
melhor, a reeducação democrática, no elevado sentido que lhe empresta o ce
Café, Salles Júnior é elemento de grande projeção intelectual em São Paulo. Ê autor de numerosos discursos e pareccres
dados da experiên
A idéia, que era original, mas perigor
sa, logrou imenso êxito, sendo copiada de várias formas, na teoria e na prática.
Conhecido é o tributo que a humanidade messianismo, ou antes, à má fé costu
rasitando na inquietação dêste século, não se tenha inculcado salvador à gente ignorante e supersticiosa. Demagogos e tiranos (sêres na realidade de uma só e
"direito divino", na concepção do fa moso Thomas Carlyle: — a função da
mo, metamorfoseados em entes sobrena
um eterno e autêntico
Inteligência, neste mundo, é governar,
turais.
venha donde vier, seja embora de obs curas esferas, humildes recantos, sub
de sibaritas do poder, a se vingarem das
terrâneas camadas sociais.
gem do "homem providencial", em tudo diferente dos heróis terrenos, que sobem na crista do sufrágio popular, tumultuário e inconsciente.
É a mira
Os favores do céu
só se esparziriam sôbre os Estados gover nados por esses novos eleitos.
lebre filósofo americano Jolm Dewey,
jurídicos e políticos, destacando-se "O idealismo republicano de Campos Sailes", obra de pensamento e estilo.
mesma espécie), conseguiram, iludindo a ingenuidade das massas, e suspensos nos ombros delas, escalar o mando supre
direito divino
problema máximo das instituições repu
o país transformado num deserto, os , de "renovação da vida pela tradição ,
se um novo soberano: o Povo. Faltava
dela surgiram outros reis, também por
dos aspectos políticos. Faltam à gera ção sacrificada, que ao surdir encontrou
natural, de que se desviou. Porque o
sôbre assuntos administrativos, históricos,
meira dos intrujões. Não houve ban dido, ou simples aventureiro, que, pa
plebe deseja deslumbrar a vista, despre zando os próprios andrajos. E do seio
vismo a ser imitado, a fim de que o curso da nossa história volte ao leito
Estado, ex-Fresidente do Instituto do
pagou, nos nossos dias, à mística do
a este, todavia, a magnificência real — cetro, púrpuras, brocados, em que a
Essas calamidades cavaram no tempo
lhe preito que apontar para a mocidade brasileira um magnífico exemplo de ci
verdadeiros abismos, que descontinuaram a vida. A era de Rodrigues Alves, relativamente próxima, parece, por isso,
graça para o exercício do govêmo. Co mo tôdas as ficções, essa havia de desva necer-se um dia, tingindo-se do sangue
da Revolução Francesa. Depois, coroou-
<lade, inflação, carestia, fome. Epílogo: o caos social da hora presente.
Míseros mortais, não passavam
abstenções forçadas, curtidas na estrei-
transmitida aos no
vos
cia, indispensáveis à
a
experiência
formação de um cri
dos antigos, em mo
tério, que habilite ao julgamento dos
escrevendo-se,
vimento
perpétuo, em
homens e das coisas.
. vez de proscrever-se
Fora uma pequena
•a história.
minoria de insula
dos, o espírito públi co espessou-se, im
1
É de um veneran
do passado que emerge a figura liie-
buído de idéias fal
rática de Rodrigues
sas, geradoras da anarquia mental em que fomos lançados,
gundo Império, a
com o extermínio das elites dirigentes.
que nunca tivemos.
Nem podia ser de outro modo. A opi
nião pública, que
sempre existiu livre no Brasil, clarificada
pelas discussões da
imprensa e da tribuna, teve por sucedâ nea a propaganda oficial, inoculadora de
Alves, vindo do Se mais alta escola de moralidade política, Honra ao Sr. D. Pe dro n, que com o
seu lápis fatídico, num simples traço, ,que valia por um estigma, condenava os ímprobos à morte civil! Bem enten dida, a honestidade dos políticos, que
erros e tóxicos terríveis. Com o desapa
exercem os mandatos populares, não se
teza de uma vida insignificante. Em briagaram-se no govêmo, como numa festa dionisíaca, com o cortejo negro das conseqüências infalíveis. A corrup
recimento dos derradeiros homens de
limita a um mínimo de deveras, comuns
Estado, que ilustraram os nossos fastos políticos, cancelou-se a incômoda lem
a todos os cidadãos, ampliando-se aos
brança dos numes da nacionalidade. Mas
ção alastrou-se, campeou a venalidade.
tudo passou. Os mortos estão redivivos.
Ao povo só se consentiram guerras, re voluções, impostos, confiscos da proprie-
Os vivos é que estão mortos. Recordar o nome de Francisco de
das Repúblicas, na lição clássica. E ninguém, por êsse lado, se preparou me lhor para o novo regime do que Rodri gues Alves, um supérstite da monar
Pauia Rodrigues Alves é menos render-
quia, que levou a palma a muitos re-
domínios da virtude, que é o apanágio ^
^4.' .t» :r
Dicksto
106
k
publicanos de origem. Os processos da sua carreira constantemente ascensional
Econômico
veleidades de prestígio ou influência pessoal, não .se compatibilizavam com as inatas faculdades de compreensão do bem público, e os sentimentos de impar cialidade e justiça, que tanto lhe real
i
constituem o mais eloqüente desmenti-
*
do à falsa crença de que as posições eminentes só se alcançam graças ao em prego de meios indecorosos. Dá-se isso,
çaram os méritos. Só com êsse objetivo
sim, mas nos períodos de sensualismo e
praticava a política, na mais legítima
»
decadência; não nos de fastígio e glória.
das suas acepções: a arte de govêmo
Onde, senão nestes, se oferecem mos-
dos povos.
DicESTo Econômico
lituíções, restabelecida a supremacia do
poder civil, restauradas as finanças pú blicas, soerguido o crédito do país no exterior.
Tocava a vez de' um progra
ma de remodelação nacional, que trans formando* as condições de vida e de tra
balho, abrisse perspectivas de futuro,
da sabedoria de um chefe procede de quem são -os homens que o eercam;
dando prova de seus talentos, se os sou be escolher capazes e honestos, e de inépcia, na hipótese contrária, em que, cscolhendo-os, terá perpetrado o seu pri meiro êrro."
condizentes com a nossa importância
O Presidente criado pela Constituição
geográfica. Nada de palavras: fatos, que as subslituissem mais eloqüente
de 1891 não substitui os ministros de Estado, aliás inúteis, nem é "por êste.s
toas de desprendimento pessoa!, iguais às de que Rodrigues Alves deu prova no caso da candidatura à presidência da República, só aceita após relutâncias
sistemática, coerente, orgânica, realizada que se reconhecem, logo, enfeixadas em
resultados, tão surpreendentes e dura
custosamente vencidas?
síntese, as inconfundívci.s características
pessoais da moderação, prudência, sen satez, vontade e inteligência, que o distinguiam. Eis como se explica o admi rável funcionamento do regime presiden
breve, senão longuíssimo, o período den-' que se devem exercer reguladas pelos tio do qual se ofereceram. E' que princípios de coordenação e hierarquia. O sincronísmo da ação múltipla, ria rea o tempo se mede por ações, e só a eter lização dos fins do Estado, e segredo de nidade pela sucessão dos dias e das noi
cial, na demonstração concreta de Rodri
tes.
Precisamente
por essa nobre compostura é que digno
se revelava da honra insigne, que os ados lhe reservaram, fazendo-o desde xf V tudo. Condiscípulo de Nabuco, no Colégio Pedro II. a êste ar rancava os primeiros prêmios, segundo epõe o próprio ilustre autor da "Minha ormação . Confirma-se na Academia,
Êste critério, corporifícou-o na obra no exercício do Poder E.vecutivo, c em
gues Alves. Com efeito, os regimes po líticos são, por natureza, visceralmen
te humanos. Não existem de per si, como puras abstrações, alheias à obje
eputado provincial, deputado geral, presi ente de província e de Estado, se nador ministro, e afinal Presidente, gal gou tôda a íngreme escada, degrau por
tividade das coisas. Animam-nos o espí
egrau, o mesmo modo pelo qual se
tam, no vasto cenário da vida pública,
faz:a. na velha Roma, estágio por está
gio, o acesso das magistraturas: edis, pretores, censores, cônsules.
Bem ao
contráno do que acontece agora, pois ninguém quer começar, mas já acabar. Na curul presidencial, exteriorizou Ro drigues Alves as qualidades essenciais à contextura do típico homem de Estado, que essa foi a grande e única vocação
de sua vida. A política pròpriamente dita, não a considerou jamais senão sim ples instrumento, indispensável à rea lização das aspirações patrióticas, de sinteressadas, em que desde a mocída-
de embalava o espírito. O jôgo e com petição dos partidos, com as intrigas e perfídias dos corrilhos, no atropelo das
rito, o caráter e o temperamento dos personagens que os incamam e interpre com a inerência de todos os dons, como de todos os defeitos das criaturas hu
manas. Seria lícito arriscar que não há
mente, bem que silenciosos.
Foi o que aconteceu, não tardando os
douros que, à vista dêles, se não diria
chefes como Rodrigues Alves. Assim como a fôrça geradora de energia de viação, saúde pública, constituiram ca pítulos principais de uma obra títãnica, uma central elétrica aciona motores de tôda espécie, através de inúmeros flos infelizmente nunca acabada, em bene fício do homem brasileiro, abandonado condutores, assim também o cnteno do Melhoramentos grandiosos, portos,
à lula só por só, contra a rudeza do
blicos. transmitido pelo complexo apa relho da administração, impnme as ati Auxiliado por ministros de larga vi vidades de tôda a ordem que confluem são e capacidade, penumbrava-se o para o turbilhão da vida coletiva, o Presidente, colocando-os no proscênio, ritmo cada vez mais acelerado da pros sob luzes convergentes. Daí o dizer-se peridade geral, de. que depende o bemque êlès é que faziam tudo.
tornam, num caso, aceitáveis os piores sistemas, e noutro, detestáveis os me
não fazem.
lhores.
A ação do Chefe de Estado, naquele fecundo quatriênio, irradiou-se simultâ nea em todas as direções, resolvendo
árduos problemas que de longa data vinham afligindo o país, sempre adiados. Não pudera ainda enfrentá-los a Repú blica, de tão nova e assoberbada de di
ficuldades. Essa escusa já desaparecera, consolidadas como se achavam as ins-
supremo responsável pelos, negócios pú
meio ambiente.
— Realmente, concordava o Presiden te, os meus ministros fazem tudo quan to querem. Há, porém, uma coisa que
boas ou más formas de governo, e ape nas dirigentes capazes ou incapazes, que
substitiiído, caso em que a inutilidade
seria dêle, Presidente. Só a incompre ensão do sistema poderia levar à hiper trofia ou desajustamento de funções,
— Que é? perguntaram-lhe.
— Aquilo que eu não quero, respondeu com a firmeza de quem reúne e soma tôdas as vontades.
Nenhum maior elogio poderia me
recer. Já dizia o sagaz autor do "Prín cipe": — "Não é de pouca importância a escolha dos ministros, os quais sao
bons, ou não, conforme a prudência do Príncipe;
A primeira opinião acerca
estar de cada um. E' em torno do Pre
sidente, como centro de gravãtação do sistema político, que se descrevem as ór bitas dos órgãos secundários, de tal sor te discriminadas, que não podem colidir
som que se produza catastrófica ruptura de equilíbrio, difícil de restabelecer-se, como estamos fartos de saber, com as
dolorosas provações dos últimos anos. Compreendendo e interpretando magis tralmente o regime de 89, flexionou-o Rodrigues Alves às condições políticas dó país com mágica plasticidade, que lhe asseguraria sobrevii^ência indefinida
^4.' .t» :r
Dicksto
106
k
publicanos de origem. Os processos da sua carreira constantemente ascensional
Econômico
veleidades de prestígio ou influência pessoal, não .se compatibilizavam com as inatas faculdades de compreensão do bem público, e os sentimentos de impar cialidade e justiça, que tanto lhe real
i
constituem o mais eloqüente desmenti-
*
do à falsa crença de que as posições eminentes só se alcançam graças ao em prego de meios indecorosos. Dá-se isso,
çaram os méritos. Só com êsse objetivo
sim, mas nos períodos de sensualismo e
praticava a política, na mais legítima
»
decadência; não nos de fastígio e glória.
das suas acepções: a arte de govêmo
Onde, senão nestes, se oferecem mos-
dos povos.
DicESTo Econômico
lituíções, restabelecida a supremacia do
poder civil, restauradas as finanças pú blicas, soerguido o crédito do país no exterior.
Tocava a vez de' um progra
ma de remodelação nacional, que trans formando* as condições de vida e de tra
balho, abrisse perspectivas de futuro,
da sabedoria de um chefe procede de quem são -os homens que o eercam;
dando prova de seus talentos, se os sou be escolher capazes e honestos, e de inépcia, na hipótese contrária, em que, cscolhendo-os, terá perpetrado o seu pri meiro êrro."
condizentes com a nossa importância
O Presidente criado pela Constituição
geográfica. Nada de palavras: fatos, que as subslituissem mais eloqüente
de 1891 não substitui os ministros de Estado, aliás inúteis, nem é "por êste.s
toas de desprendimento pessoa!, iguais às de que Rodrigues Alves deu prova no caso da candidatura à presidência da República, só aceita após relutâncias
sistemática, coerente, orgânica, realizada que se reconhecem, logo, enfeixadas em
resultados, tão surpreendentes e dura
custosamente vencidas?
síntese, as inconfundívci.s características
pessoais da moderação, prudência, sen satez, vontade e inteligência, que o distinguiam. Eis como se explica o admi rável funcionamento do regime presiden
breve, senão longuíssimo, o período den-' que se devem exercer reguladas pelos tio do qual se ofereceram. E' que princípios de coordenação e hierarquia. O sincronísmo da ação múltipla, ria rea o tempo se mede por ações, e só a eter lização dos fins do Estado, e segredo de nidade pela sucessão dos dias e das noi
cial, na demonstração concreta de Rodri
tes.
Precisamente
por essa nobre compostura é que digno
se revelava da honra insigne, que os ados lhe reservaram, fazendo-o desde xf V tudo. Condiscípulo de Nabuco, no Colégio Pedro II. a êste ar rancava os primeiros prêmios, segundo epõe o próprio ilustre autor da "Minha ormação . Confirma-se na Academia,
Êste critério, corporifícou-o na obra no exercício do Poder E.vecutivo, c em
gues Alves. Com efeito, os regimes po líticos são, por natureza, visceralmen
te humanos. Não existem de per si, como puras abstrações, alheias à obje
eputado provincial, deputado geral, presi ente de província e de Estado, se nador ministro, e afinal Presidente, gal gou tôda a íngreme escada, degrau por
tividade das coisas. Animam-nos o espí
egrau, o mesmo modo pelo qual se
tam, no vasto cenário da vida pública,
faz:a. na velha Roma, estágio por está
gio, o acesso das magistraturas: edis, pretores, censores, cônsules.
Bem ao
contráno do que acontece agora, pois ninguém quer começar, mas já acabar. Na curul presidencial, exteriorizou Ro drigues Alves as qualidades essenciais à contextura do típico homem de Estado, que essa foi a grande e única vocação
de sua vida. A política pròpriamente dita, não a considerou jamais senão sim ples instrumento, indispensável à rea lização das aspirações patrióticas, de sinteressadas, em que desde a mocída-
de embalava o espírito. O jôgo e com petição dos partidos, com as intrigas e perfídias dos corrilhos, no atropelo das
rito, o caráter e o temperamento dos personagens que os incamam e interpre com a inerência de todos os dons, como de todos os defeitos das criaturas hu
manas. Seria lícito arriscar que não há
mente, bem que silenciosos.
Foi o que aconteceu, não tardando os
douros que, à vista dêles, se não diria
chefes como Rodrigues Alves. Assim como a fôrça geradora de energia de viação, saúde pública, constituiram ca pítulos principais de uma obra títãnica, uma central elétrica aciona motores de tôda espécie, através de inúmeros flos infelizmente nunca acabada, em bene fício do homem brasileiro, abandonado condutores, assim também o cnteno do Melhoramentos grandiosos, portos,
à lula só por só, contra a rudeza do
blicos. transmitido pelo complexo apa relho da administração, impnme as ati Auxiliado por ministros de larga vi vidades de tôda a ordem que confluem são e capacidade, penumbrava-se o para o turbilhão da vida coletiva, o Presidente, colocando-os no proscênio, ritmo cada vez mais acelerado da pros sob luzes convergentes. Daí o dizer-se peridade geral, de. que depende o bemque êlès é que faziam tudo.
tornam, num caso, aceitáveis os piores sistemas, e noutro, detestáveis os me
não fazem.
lhores.
A ação do Chefe de Estado, naquele fecundo quatriênio, irradiou-se simultâ nea em todas as direções, resolvendo
árduos problemas que de longa data vinham afligindo o país, sempre adiados. Não pudera ainda enfrentá-los a Repú blica, de tão nova e assoberbada de di
ficuldades. Essa escusa já desaparecera, consolidadas como se achavam as ins-
supremo responsável pelos, negócios pú
meio ambiente.
— Realmente, concordava o Presiden te, os meus ministros fazem tudo quan to querem. Há, porém, uma coisa que
boas ou más formas de governo, e ape nas dirigentes capazes ou incapazes, que
substitiiído, caso em que a inutilidade
seria dêle, Presidente. Só a incompre ensão do sistema poderia levar à hiper trofia ou desajustamento de funções,
— Que é? perguntaram-lhe.
— Aquilo que eu não quero, respondeu com a firmeza de quem reúne e soma tôdas as vontades.
Nenhum maior elogio poderia me
recer. Já dizia o sagaz autor do "Prín cipe": — "Não é de pouca importância a escolha dos ministros, os quais sao
bons, ou não, conforme a prudência do Príncipe;
A primeira opinião acerca
estar de cada um. E' em torno do Pre
sidente, como centro de gravãtação do sistema político, que se descrevem as ór bitas dos órgãos secundários, de tal sor te discriminadas, que não podem colidir
som que se produza catastrófica ruptura de equilíbrio, difícil de restabelecer-se, como estamos fartos de saber, com as
dolorosas provações dos últimos anos. Compreendendo e interpretando magis tralmente o regime de 89, flexionou-o Rodrigues Alves às condições políticas dó país com mágica plasticidade, que lhe asseguraria sobrevii^ência indefinida
»
108
Dicesto
nr
EcoNÓMica
109
Digesto Econômico
com cs aperfeiçoamenlos da evolução
do prestígio cie São Paulo, no concerto
histórico para lhe dar cunho de acaba-
natural se as normas estabelecidas não
tivessem sofrido violenta solução de con
da Federação. Era uma longa subida, começada muito longe, e prosseguida
Os traço.s que relevam nessa persona-
tinuidade.
sempre, sem desfalecimentos, tudo dan
Com a consciência serena de bem ha
ver cumprido o dever, chegou o austero Presidente ao fim da missão constitucio
nal que lhe fôra incumbida, desdobran
do aos olhos maravilhados de espectado res, talvez de começo um tanto cépticos, o panorama de um Brasil novo,
traç-ado à imagem dos tempos que che gavam, irreconhecíveis já as feições de
país semi-colonial, qual ainda parecia, a entrada da República. E o mais sin-
gu ar é que tudo se fizera pelos méto dos da economia clássica, tão repugnan tes a certas idéias futuristas que depois adquiriram voga, segundo as quais só pmgresso com a desordem financei
ra. Honesto depositário da bolsa do povo, pagador de impostos, Rodrigues ves não só encerrou com saldos cres-
centes^ os balanços orçamentários do quadnenio, mas resguardou ainda os le gítimos interêsses da agricultura, da inustaa, o comércio, do trabalho e da
ren a nacional, com uma sábia política e va onzação paulatina da moeda, den
tro de um regime de liberdade e, por tanto, de justiça econômica: a deprecia ção do meio circulante é a base do enri
quecimento ilícito. Nem é possível, de outra forma, respeitar o dogma de igual dade, fundamento e razão de ser das democracias modernas. Não é senão com o fito de tutela das liberdades do indivíduo, como partícula da coletivida
de, que as leis de caráter social previnem possíveis abusos de direito, dos fortes contra os fracos.
Essa firme trajetória levou ao zênite
da República, alcançado no governo do ínciito paulista. Foi também o meridiano
lidade ilustre permitem, pela correção,
. nitidez e harmonia das linhas, erigir-se a
estátua ideal do e.stadista perfeito.
do este torrão pelo Brasil, nada reivindi cando, nem honras, nem prebendas. Cer to, tem a nossa estirpe passado por trans formações étnicas, que a transfusão de sangue trazido pelo fluxo das ondas imigratórias opera sensualmente. Con
serva-se, porém, idêntica a si mesma, com a fisionomia própria original e o indestrutível espírito autóctone, que ne la se estampa, a exemplo dos america nos, formados pela diluição de vários tipos, no compósito nacional do "yan kee". Viu o naturalista e viajante Augusto de Suint-Hilaire, nos paulistas, uma raça de gigantes, "que, inlemando-se pelas vastas .solidões do Brasil, dei xaram os lares abandonados e a terra
despovoada e empobrecida, para incor porar à monarquia lusitana regiões mais
vastas do que muitos impérios, sem pre tender outra recompensa além das hon ras que lhes concediam ós soberanos de Portugal". Fernão Dias, que ficou na
lenda e na literatura como a alegoria dessa epopéia, desfez-se da opulôncia que desfrutava em esplêndida morada citadina, para varar o sertão, em bxisca de esmeraldas com que só sonhava para servirem de oferenda a El-Rei, per sonificação da idéia então larvada de pátria. O mesmo sentido brasileiro do nosso bandeirismo, revelado na era da
conquista,
manifesta-se
com José Bonifácio
politicamente
no episódio da
Independência, com , Feijó no atribu lado período regencial, e com os três
presidentes paulistas que se sucederam, em plano ascendente, nos primórdios da República, podendo-se dizer que o último veio integrar o grupo
» .J T I As particularidades da
*
í^^fyn/itnica refJelem-se naturalmente no inter-
pauUitinamante durante a
câmbio com o estrangeiro. A importaç , q
1038 subiu novamente em pro-
porções que chamam a atençao.
pj-guerra. No setor das expor-
!,uerra para chegar ern 1945 a
a cota de 147% em relaçao com o
tações o recuo chegou a 40% das cançar o nível de 1938 em 1946 e dêste desenvolvimento foi o ço, aHvo em 1945 pela segunda vez-na
«« 1947 alcançaZm
t^noiiadas antes da guerra, para al-
A conseqüência fatal i 3 halonço comercial. Êsse halando comércio exterior da Suíça, acusa agora. O excedente, que fôra
em 1947 o mais elevado passivo mmais ifansformou-se em 1947 «um de mais ou menos 250 mÜhões o que representa unr salto excedente das importações de 1.550 ^ ^ capacidade financeira de um . prodigioso capaz de submeter a uma dura prova a / m ..-f.
-..™ país e_ a_ sua vitalidade /yr-nunillica. econômica.
'foi observada, A mesma situação ja foi observa^,
proporções menores, rhirnnduran-
1916 registrou^e ativo registrou-se um um anvo ie os anos posteriores à primeira bilhão de francos. Tratava-se ja Zn frum de 70 milhões e em 1920 um passivo de quase )ís sobreveio a hai baixa catastrófica dos naquela uaauela época, ae de cifras.anormais a/ii/» Micf e 1— P^uco u y Deve-se^ portanto contar vuiuui com t-um,o a u re«c3 r , munatai. r , _ j.. t_ j
preços marcando o coméço da y-- crise nróximo futuro futuro anunem anuncia nada de «c bom? Para petição do fenômeno e concluir que ZJ^jgrar ov que ^a sitiuição sitiuiçõo é muito diferente nos responder a essa pergunta convém tenha as mesnuis causas igualmenpresentes dias, ainda que o referido ^. ^^^ções, o esgotamento dos estoques duie simples como período de alta de preços, o emprêlante a guerra, a ^sp-de-obra depois da cessação das hostilidades, go excepcionalmente elevado da ascendente dos preços do que a ameaça Causa, porém, mais f^^^^l^j^^Znundo teria hoje uma melhor defesa que em 1920. de uma queda, contra a qua " tentativas feitas por todos os agrupainenEssã constatação ach<>se 1° e assalariados para desbaratar, por preços marciiuuo o
tos agrícolas e meio de uma açao
^
agravação da situação atual. Por meio de um êsses agrupamentos declararam-se partidários
rrZ/oSfcitmSS.d..'pregos, virando sal.aguardfo poder de compm do franco suíço no mercado interno. Se essa tentativa for bem sucedv-
da, o economia suíça conseguirá dissipar uma preocupação que ho]e ohscurece o seu
futuro.
»
108
Dicesto
nr
EcoNÓMica
109
Digesto Econômico
com cs aperfeiçoamenlos da evolução
do prestígio cie São Paulo, no concerto
histórico para lhe dar cunho de acaba-
natural se as normas estabelecidas não
tivessem sofrido violenta solução de con
da Federação. Era uma longa subida, começada muito longe, e prosseguida
Os traço.s que relevam nessa persona-
tinuidade.
sempre, sem desfalecimentos, tudo dan
Com a consciência serena de bem ha
ver cumprido o dever, chegou o austero Presidente ao fim da missão constitucio
nal que lhe fôra incumbida, desdobran
do aos olhos maravilhados de espectado res, talvez de começo um tanto cépticos, o panorama de um Brasil novo,
traç-ado à imagem dos tempos que che gavam, irreconhecíveis já as feições de
país semi-colonial, qual ainda parecia, a entrada da República. E o mais sin-
gu ar é que tudo se fizera pelos méto dos da economia clássica, tão repugnan tes a certas idéias futuristas que depois adquiriram voga, segundo as quais só pmgresso com a desordem financei
ra. Honesto depositário da bolsa do povo, pagador de impostos, Rodrigues ves não só encerrou com saldos cres-
centes^ os balanços orçamentários do quadnenio, mas resguardou ainda os le gítimos interêsses da agricultura, da inustaa, o comércio, do trabalho e da
ren a nacional, com uma sábia política e va onzação paulatina da moeda, den
tro de um regime de liberdade e, por tanto, de justiça econômica: a deprecia ção do meio circulante é a base do enri
quecimento ilícito. Nem é possível, de outra forma, respeitar o dogma de igual dade, fundamento e razão de ser das democracias modernas. Não é senão com o fito de tutela das liberdades do indivíduo, como partícula da coletivida
de, que as leis de caráter social previnem possíveis abusos de direito, dos fortes contra os fracos.
Essa firme trajetória levou ao zênite
da República, alcançado no governo do ínciito paulista. Foi também o meridiano
lidade ilustre permitem, pela correção,
. nitidez e harmonia das linhas, erigir-se a
estátua ideal do e.stadista perfeito.
do este torrão pelo Brasil, nada reivindi cando, nem honras, nem prebendas. Cer to, tem a nossa estirpe passado por trans formações étnicas, que a transfusão de sangue trazido pelo fluxo das ondas imigratórias opera sensualmente. Con
serva-se, porém, idêntica a si mesma, com a fisionomia própria original e o indestrutível espírito autóctone, que ne la se estampa, a exemplo dos america nos, formados pela diluição de vários tipos, no compósito nacional do "yan kee". Viu o naturalista e viajante Augusto de Suint-Hilaire, nos paulistas, uma raça de gigantes, "que, inlemando-se pelas vastas .solidões do Brasil, dei xaram os lares abandonados e a terra
despovoada e empobrecida, para incor porar à monarquia lusitana regiões mais
vastas do que muitos impérios, sem pre tender outra recompensa além das hon ras que lhes concediam ós soberanos de Portugal". Fernão Dias, que ficou na
lenda e na literatura como a alegoria dessa epopéia, desfez-se da opulôncia que desfrutava em esplêndida morada citadina, para varar o sertão, em bxisca de esmeraldas com que só sonhava para servirem de oferenda a El-Rei, per sonificação da idéia então larvada de pátria. O mesmo sentido brasileiro do nosso bandeirismo, revelado na era da
conquista,
manifesta-se
com José Bonifácio
politicamente
no episódio da
Independência, com , Feijó no atribu lado período regencial, e com os três
presidentes paulistas que se sucederam, em plano ascendente, nos primórdios da República, podendo-se dizer que o último veio integrar o grupo
» .J T I As particularidades da
*
í^^fyn/itnica refJelem-se naturalmente no inter-
pauUitinamante durante a
câmbio com o estrangeiro. A importaç , q
1038 subiu novamente em pro-
porções que chamam a atençao.
pj-guerra. No setor das expor-
!,uerra para chegar ern 1945 a
a cota de 147% em relaçao com o
tações o recuo chegou a 40% das cançar o nível de 1938 em 1946 e dêste desenvolvimento foi o ço, aHvo em 1945 pela segunda vez-na
«« 1947 alcançaZm
t^noiiadas antes da guerra, para al-
A conseqüência fatal i 3 halonço comercial. Êsse halando comércio exterior da Suíça, acusa agora. O excedente, que fôra
em 1947 o mais elevado passivo mmais ifansformou-se em 1947 «um de mais ou menos 250 mÜhões o que representa unr salto excedente das importações de 1.550 ^ ^ capacidade financeira de um . prodigioso capaz de submeter a uma dura prova a / m ..-f.
-..™ país e_ a_ sua vitalidade /yr-nunillica. econômica.
'foi observada, A mesma situação ja foi observa^,
proporções menores, rhirnnduran-
1916 registrou^e ativo registrou-se um um anvo ie os anos posteriores à primeira bilhão de francos. Tratava-se ja Zn frum de 70 milhões e em 1920 um passivo de quase )ís sobreveio a hai baixa catastrófica dos naquela uaauela época, ae de cifras.anormais a/ii/» Micf e 1— P^uco u y Deve-se^ portanto contar vuiuui com t-um,o a u re«c3 r , munatai. r , _ j.. t_ j
preços marcando o coméço da y-- crise nróximo futuro futuro anunem anuncia nada de «c bom? Para petição do fenômeno e concluir que ZJ^jgrar ov que ^a sitiuição sitiuiçõo é muito diferente nos responder a essa pergunta convém tenha as mesnuis causas igualmenpresentes dias, ainda que o referido ^. ^^^ções, o esgotamento dos estoques duie simples como período de alta de preços, o emprêlante a guerra, a ^sp-de-obra depois da cessação das hostilidades, go excepcionalmente elevado da ascendente dos preços do que a ameaça Causa, porém, mais f^^^^l^j^^Znundo teria hoje uma melhor defesa que em 1920. de uma queda, contra a qua " tentativas feitas por todos os agrupainenEssã constatação ach<>se 1° e assalariados para desbaratar, por preços marciiuuo o
tos agrícolas e meio de uma açao
^
agravação da situação atual. Por meio de um êsses agrupamentos declararam-se partidários
rrZ/oSfcitmSS.d..'pregos, virando sal.aguardfo poder de compm do franco suíço no mercado interno. Se essa tentativa for bem sucedv-
da, o economia suíça conseguirá dissipar uma preocupação que ho]e ohscurece o seu
futuro.
M-"-' ."V.yi
111
DicEsTo Econômico
Interprpiíiyão du fi{dílic;i imigratória íiiasileira
para o trabalho das fazendas, seja por meio de contratos dc parceria, seja por
UI
J. Fernando Carneiro
meio do regime de salário, ou, então, fazendo "colonização", fundavam-se co
Por volta de 1870
uma pequena colônia fundada no meio
das vícissítudes que cercaram o seu nas ESDE 1870, terminada
D
cimento, o crescimento de Blumenau era
lônias em zonas distantes da área da
grande lavoura. Nas fazendas, porém, os imigrantes não ficavam. Nem êles nem os negros libertos.
Quanto aos
que fora a guerra do
espantoso. Brusque, fundada em 1860,
Paraguai, se vinha inda
já possuía, por volta de 1870, 1.728 ha
núcleos coloniais, esses, ou prosperavarn
gando da razão dos in
bitantes e estava também em franco
sucessos da nossa políti
progresso.
isolado, por exemplo, como Nova Fn-
ca imigratóiia.
Certa
mente, nerii tudo eram insucessos nesse terreno. Ao lado de muitas tentativas
fnistradas, colônias havia que se tinham desenvolvido esplendidamente. São Leo poldo, fundada em 1824 com 126 indiví duos, já dera nascimento a várias sucur sais e em 1857 o conjunto contava 15.000
que começara com 191 colonos, em 1851
em terras pantanosas, palustres, desen
volvera-se contudo de tal modo que já contava em 1871, isto é, vinte anos de
pois, 7.000 habitantes. Blumenau, fun dada por 16 pessoas em 1852 e com
prada pelo Govèmo em 1860, por 120 contos, ostentava uma tal prosperidade que em 1870 nela já residiam 6.000 ha
bitantes, havia 92 fábricas diversas, 27.000 cabeças de gado, 30 quilômetros de estrada de rodagem e a média de sua exportação anual era de 130 contos. E' verdade que em Santa Cruz, só a safra de fumo no ano de 1870 fôra de 280
contos; mas de qualquer sorte, para
que passasse no orçamento desse ano uma idéia que, sinto, nunca foi devi damente aproveitada. A idéia está con tida no artigo 11, parágrafo 26, da lei, creio que de 27 de setembro de 1860; nêle se autoriza\'a o governo a mandar
comprar terras nas proximidades das estradas de ferro, para estabelecimento
Hamburgo preparava-se para subir o planalto catarinense, o que efetivamen te vem a fazer em meados de julho de
só, dar nascimento a um novo tipo de economia, fatalmente definhava. Quan
coerência que o governo, que dispõe de
1873, fundando São Bento, a fim de di
eram trazidas e se multiplicava o nume'ro desses núcleos, a prosperidade tor
versificar as produções agrícolas das co lônias, e permitir uma troca de produtos
colônias do sul do Brasil pouco ou nada
Leopoldo. Joinville, em Santa Catarina,
nos Conselhos <la Coroa, concorri para
dé núcleos coloniais.
Santa Cruz, a primeira colônia de ini
prosperidade era comparável à de São
burgo, à margem do mecanismo eco
no ano de 1860, tendo eu então as.sento
nômico existente, e sem poder, por si
e de gente entre a p'anície e o planalto.
62 indivíduos, bastará dizer que sua
Um núcleo colonial
ponto lhe dou plena aquiescência. Lembro-me, Sr. Presidente, de qoe
A • Companhia de Colonização de
habitantes. "No Brasil, já é um povo!" exclamaria na época Ribeyrolles. De ciativa do govêrno provincial do Rio Grande do Sul, fundada em 1849 com
ou definhavam.
isolamento das grandes povoações, neste
Entretanto, esse desenvolvimento das interessava aos proprietários fluminen
ses e paulistas e aos homens que na Ca pital do Império refletiam o pensamento dos latifundiários. Na assim chamada Sociedade Auxiliadora da Indústria Na cional, no Rio, nos acalorados debates
do ano de 1870, o dr. Parigot exprimiu esse sentimento, declarando: "a princi pal tarefa deve ser a promoção da emi gração, de preferência à colonização".
Essa distinção é capital para a com preensão de todo o desenvolvimento da
no.ssa história da imigração. O que o dr. Parigot denominava "emigração" era a simples importação de braços para a lavoura das grandes fazendas, contra
pondo isso à política imperial da forma ção de núcleos coloniais de pequenos proprietários. pu procurava-se atrair os iirigrantes
do, porém, novas levas de imigrantes nava-se possível naquehi área.
Um
novo núcleo vinha muitas vezes memo rar a situação de uma colônia preexis
Sei, Sr. Presidente, que parecerá in
tantas terras devolutas, de tantas terras
nue são propriedade do E^t^do se ve,a
obrigado, para organizar o trabalho li vre, a fazer a aquisição de P"^ .ncío de compra a particular^.^^^ Ma^
tente.
-
Mas todas essas distinções que esta
tem seguido ate agora.
-dwa: "para
mos fazendo não eram então mxuto cla
ras, nem sempre eram , devidamenm compreendidas, embora elas ressa tem com grande evidência e por assim c ize Inesperadamente, das informações e dos debates sobre o assunto.
.
Em face do então Ministro da Agn-
cullura, nesse ano de 1870. Cansançao de Sinimbu com clareza e
_
aludia, no Senado, a alguns dos en
praticados na política de coloniz, ç
que vinha sendo seguida: — "Senhor Presidente — dizia — í»® o nobre Ministro, da Agricultura
que não convém ao país seguir a sen
até hoje adotada, de enviarmos inug^ao tes europeus para lugares longínquos, fora dos grandes mercados, e de vias de comunicação por onde eles
possam mandar o produto do seu tra balho, seqüestrados da cirilizítçáo pelo
sernros "cioaai, devenrc. « „m
sis™™ de colorúaaçáo do litoral para
o interior" e ainda, "colocar os imigrantes em lugares longínquos, desertos e sem meios fáceis de comunicação, é
querer matar a colonização". Compreen
dia, portanto, já naquela época, o que hoje nem todos compreendem: os inc-onvenientes da dispersão e da famosa mar cha para o oeste.
O Ministro da Agricultura, Diogo Ve
lho, respondendo a Sinimbu, dizia estar convencido d.a conveniência de "apro veitar os terrenos que demoram nas cir-
çvimázinhanças desta Capital (Rio) pa ra o fim de colocar imigrantes; a dificiddade está em acharem-se ocupados
pelos seus proprietáiios e possuidores. Para havê-los, o meio é compra ovi de-
M-"-' ."V.yi
111
DicEsTo Econômico
Interprpiíiyão du fi{dílic;i imigratória íiiasileira
para o trabalho das fazendas, seja por meio de contratos dc parceria, seja por
UI
J. Fernando Carneiro
meio do regime de salário, ou, então, fazendo "colonização", fundavam-se co
Por volta de 1870
uma pequena colônia fundada no meio
das vícissítudes que cercaram o seu nas ESDE 1870, terminada
D
cimento, o crescimento de Blumenau era
lônias em zonas distantes da área da
grande lavoura. Nas fazendas, porém, os imigrantes não ficavam. Nem êles nem os negros libertos.
Quanto aos
que fora a guerra do
espantoso. Brusque, fundada em 1860,
Paraguai, se vinha inda
já possuía, por volta de 1870, 1.728 ha
núcleos coloniais, esses, ou prosperavarn
gando da razão dos in
bitantes e estava também em franco
sucessos da nossa políti
progresso.
isolado, por exemplo, como Nova Fn-
ca imigratóiia.
Certa
mente, nerii tudo eram insucessos nesse terreno. Ao lado de muitas tentativas
fnistradas, colônias havia que se tinham desenvolvido esplendidamente. São Leo poldo, fundada em 1824 com 126 indiví duos, já dera nascimento a várias sucur sais e em 1857 o conjunto contava 15.000
que começara com 191 colonos, em 1851
em terras pantanosas, palustres, desen
volvera-se contudo de tal modo que já contava em 1871, isto é, vinte anos de
pois, 7.000 habitantes. Blumenau, fun dada por 16 pessoas em 1852 e com
prada pelo Govèmo em 1860, por 120 contos, ostentava uma tal prosperidade que em 1870 nela já residiam 6.000 ha
bitantes, havia 92 fábricas diversas, 27.000 cabeças de gado, 30 quilômetros de estrada de rodagem e a média de sua exportação anual era de 130 contos. E' verdade que em Santa Cruz, só a safra de fumo no ano de 1870 fôra de 280
contos; mas de qualquer sorte, para
que passasse no orçamento desse ano uma idéia que, sinto, nunca foi devi damente aproveitada. A idéia está con tida no artigo 11, parágrafo 26, da lei, creio que de 27 de setembro de 1860; nêle se autoriza\'a o governo a mandar
comprar terras nas proximidades das estradas de ferro, para estabelecimento
Hamburgo preparava-se para subir o planalto catarinense, o que efetivamen te vem a fazer em meados de julho de
só, dar nascimento a um novo tipo de economia, fatalmente definhava. Quan
coerência que o governo, que dispõe de
1873, fundando São Bento, a fim de di
eram trazidas e se multiplicava o nume'ro desses núcleos, a prosperidade tor
versificar as produções agrícolas das co lônias, e permitir uma troca de produtos
colônias do sul do Brasil pouco ou nada
Leopoldo. Joinville, em Santa Catarina,
nos Conselhos <la Coroa, concorri para
dé núcleos coloniais.
Santa Cruz, a primeira colônia de ini
prosperidade era comparável à de São
burgo, à margem do mecanismo eco
no ano de 1860, tendo eu então as.sento
nômico existente, e sem poder, por si
e de gente entre a p'anície e o planalto.
62 indivíduos, bastará dizer que sua
Um núcleo colonial
ponto lhe dou plena aquiescência. Lembro-me, Sr. Presidente, de qoe
A • Companhia de Colonização de
habitantes. "No Brasil, já é um povo!" exclamaria na época Ribeyrolles. De ciativa do govêrno provincial do Rio Grande do Sul, fundada em 1849 com
ou definhavam.
isolamento das grandes povoações, neste
Entretanto, esse desenvolvimento das interessava aos proprietários fluminen
ses e paulistas e aos homens que na Ca pital do Império refletiam o pensamento dos latifundiários. Na assim chamada Sociedade Auxiliadora da Indústria Na cional, no Rio, nos acalorados debates
do ano de 1870, o dr. Parigot exprimiu esse sentimento, declarando: "a princi pal tarefa deve ser a promoção da emi gração, de preferência à colonização".
Essa distinção é capital para a com preensão de todo o desenvolvimento da
no.ssa história da imigração. O que o dr. Parigot denominava "emigração" era a simples importação de braços para a lavoura das grandes fazendas, contra
pondo isso à política imperial da forma ção de núcleos coloniais de pequenos proprietários. pu procurava-se atrair os iirigrantes
do, porém, novas levas de imigrantes nava-se possível naquehi área.
Um
novo núcleo vinha muitas vezes memo rar a situação de uma colônia preexis
Sei, Sr. Presidente, que parecerá in
tantas terras devolutas, de tantas terras
nue são propriedade do E^t^do se ve,a
obrigado, para organizar o trabalho li vre, a fazer a aquisição de P"^ .ncío de compra a particular^.^^^ Ma^
tente.
-
Mas todas essas distinções que esta
tem seguido ate agora.
-dwa: "para
mos fazendo não eram então mxuto cla
ras, nem sempre eram , devidamenm compreendidas, embora elas ressa tem com grande evidência e por assim c ize Inesperadamente, das informações e dos debates sobre o assunto.
.
Em face do então Ministro da Agn-
cullura, nesse ano de 1870. Cansançao de Sinimbu com clareza e
_
aludia, no Senado, a alguns dos en
praticados na política de coloniz, ç
que vinha sendo seguida: — "Senhor Presidente — dizia — í»® o nobre Ministro, da Agricultura
que não convém ao país seguir a sen
até hoje adotada, de enviarmos inug^ao tes europeus para lugares longínquos, fora dos grandes mercados, e de vias de comunicação por onde eles
possam mandar o produto do seu tra balho, seqüestrados da cirilizítçáo pelo
sernros "cioaai, devenrc. « „m
sis™™ de colorúaaçáo do litoral para
o interior" e ainda, "colocar os imigrantes em lugares longínquos, desertos e sem meios fáceis de comunicação, é
querer matar a colonização". Compreen
dia, portanto, já naquela época, o que hoje nem todos compreendem: os inc-onvenientes da dispersão e da famosa mar cha para o oeste.
O Ministro da Agricultura, Diogo Ve
lho, respondendo a Sinimbu, dizia estar convencido d.a conveniência de "apro veitar os terrenos que demoram nas cir-
çvimázinhanças desta Capital (Rio) pa ra o fim de colocar imigrantes; a dificiddade está em acharem-se ocupados
pelos seus proprietáiios e possuidores. Para havê-los, o meio é compra ovi de-
112
Dccesto Econóaíico
sapropriação; para a primeira — pros seguia Diogo Velho - é preciso muito dinheiro, para a segunda falta autoriza
ção. Êsses proprietários, uma vez que conheçam que o govêmo pretende des tinar semeUiantes terrenos ao estabeleci
mento de- imigrantes, exigiriam, como ja têm exigido, preços exorbitantes".
Ao que Cansanção de Sinimbu repli cava:
Estabeleça-se o impôsto territorial
nessa zona, partindo da cidade para o interior .
^
Ainda alguns anos depois, no Senado (sessão de 30-10-1880), Martinho de Campos, combatendo um projeto de abolição de Joaquim Nabuco, declarava:
te, se não nula, na cultura do café."
surge o livro de Adalberto Jahn, intitu
efeitos da nova lei só se iriam fazer sen tir muitos anos depois, e se outras leis não viessem depois ainda haveria escra vos no Brasil em 1930. Ela valia, entre tanto, como uma indicação insofismável de que a mais ninguém seria lícito
planejar para o futuro na base dó tra balho escravo. E isso ocorria num mo
mento em que o esplendor fluminense, acobertando a imensa tristeza do traba
lho nas fazendas, atingira o seu apogeu
Seu autor, brasileiro naturalizado, cava leiro da Imperial Ordem de Rosa, e que, durante 12 anos, fora diretor ou
. guageiri era por vezes assim: "A escra
inspetor de colônias ou curador de co lonos, verificando que o Brasil estava sofrendo "como talvez nenhum outro
país do mundo, censuras mal cabidas e injustas" pretendia com o seu livro "de monstrar pelo histórico e descrição das
fato verídico. Mesmo o imigran
colônias de São Leopoldo, que a co
te que se destinava às fazen
tre Livre não vinha agravar de súbito a carência de mão-deobra. Essa lei fôra num certo sentido uma manobra de retar damento dos conservadores
Logo em 1871
lado "As Colônias de São Leopoldo".
Martinho. de Campos, como se sabe,
sunto. E' certo, a lei do Ven
desde a tala do trono de 1867 ao tem-
Surgem por essa época livros e rela tórios sôbre o assunto.
era um escravagista furioso, cuja lln-^
Depois da lei de 28 de setembro de 1871, aumentam as preocupações, as in
po do gabinete Zacarias. Os primeiros
Mas, apesar de tüdo isso, os imigran tes preferiam a Argentina ao Brasil. E na Europa a fama do Brasil não era boa.
meu revólver". Entretanto, ao assinalar a parte mínima que o trabalho livre ti nha na cultura do café, aludia a um
tiveiro, que era o que o povo esperava
1847 a 1871 gastou-se cerca de 33.000
zer, para o nosso principal ramo agríco la, são os escravos. O trabalho livre re presenta uma parte muito insignifican
vidão deve ser mantida por amor dos próprios escravos. Os abolicionistas são salteadores, mas para êsses eu tenho o
que temiam a extinção completa do ca
113
contos.
"Os únicos trabalhadores, pode-se di
Depois da lei do Ventre Livre
dagações, os debates sôbre o as
Dí6e:sto Econômico
lonização (sôbre tôdas a do elemento germânico) tinha aqui um futuro segu
das de café delas se afastava na primeira oportunidade e, ou dei
ro e próspero".
xava o Brasil, ou se dirigia pa
Apareceu também, por essa época —
ra as colônias do sul, ou ia tra
1871 — um opúsculo da autoria de Luís Rodrigues de Oliveii'a, impresso em Pa
balhar na construção das estra
das de ferro, recebendo melhor paga
ris e intitulado "Algumas Idéias sobre a Colonização do Brasil". Parece que o
mento.
Em face, contudo, das leis que vi
fim precípuo do opusculo era a defesa
nham cada dia apertando mais o cêrco
do contrato de parceria. "O contrato de parceria — dizia o autor — é exatamente
nessa questão da escravidão; em face da
impossibilidade de receber escravos, já
a .solução prática do problema social que tanto agita a Europa: a participação do
não sòmente da África, mas da ■ Bahia,
uma vez que cada dia cresciam mais os impostos inter-provinciais; em face do
operário nos-lucros da indústria, a as
sociação do capital e do trabalho". Vi
pouco, ou, antes, nenhum desejo do ne
mos que, nas condições concreta? da' vi
gro liberto em continuar servindo nas
da rural brasileira, não foi assim. Con
fazendas, era natural portanto que se co gitasse sèriamente do assunto imigrató
tudo, o livro de Luís Rodrigues de Oli veira revela um espírito generoso e al gumas vêzes uma clara compreensão do
rio.
Afinal, o Brasil possuía uma consti
momento social que transcorria. O au
escra\idão, tem sido útil ao Brasil, livre
e educado mais contribuirá para a pros peridade do país". Mais adiante diz o
autor: 'A questão da colonização é tão importante como a da abolição do ele
mento ser\'il; elas são presentemente inseparáveis e devem ser atendidas ao mesmo tempo e com igual assiduidade".
Surgem também livros destinados aos imigrantes. Até no Pará, o presidente da
Província, Tristão de Alencar Araripe, mandava imprimir um "Guia de Imi
grantes" explicando as possibilidades da terra, a natureza dos seus produtos e as . facilidades que se ofereciam aos imi grantes.
Em 1874, o Sr. José Vergueiro, filho do Senador, escreve um "Memorial acêrca da Colonização e cultivo do café,
apresentado a S. Exa. o Sr. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura". Contudo, os livros mais importantes
aparecidos por essa época foram "Estu dos sôbre Colonização e Emigração para
o Brasil", da autoria de Augusto de Car valho, e "Tese sôbre Colonização no Bra. sil" da autoria do Conselheiro João Car-, doso de Menezes e Souza.
Como o
memorial de Vergueiro, ambos foram es critos como relatórios ao Sr. Conselheiro
José Fernandes da Costa Pereira Júnior, titular da pasta da Agricultura. No Gabinete Rio Branco, que se vi nha mantendo desde 7 de março de
1871, Costa Pereira foi o último dos seus' vários ministros da Agricultura; ingres sando no gabinete a 28 de janeiro de 1873, nele se conservou até^ a sua
queda, em 25 de junho de 1875. Há alguns traços comuns entre os li
I e quando, portanto, mais do que nunca,
tuição reputada liberal, existia paz inter
' "o Brasil era o café e o café era o ne-
tor se preocupa com o levantamento do
vros desses dois cavalheiros escolhidos
na e as despesas do Estado com coloni
nível cultural do negro e escreve: "Se o negro, embrutecido e aviltado pela
por Costa Pereira: o mesmo estilo gran
gro".
zação não vinham sendo pequenas. De
áí
diloqüente que freqüentemente se jul-
112
Dccesto Econóaíico
sapropriação; para a primeira — pros seguia Diogo Velho - é preciso muito dinheiro, para a segunda falta autoriza
ção. Êsses proprietários, uma vez que conheçam que o govêmo pretende des tinar semeUiantes terrenos ao estabeleci
mento de- imigrantes, exigiriam, como ja têm exigido, preços exorbitantes".
Ao que Cansanção de Sinimbu repli cava:
Estabeleça-se o impôsto territorial
nessa zona, partindo da cidade para o interior .
^
Ainda alguns anos depois, no Senado (sessão de 30-10-1880), Martinho de Campos, combatendo um projeto de abolição de Joaquim Nabuco, declarava:
te, se não nula, na cultura do café."
surge o livro de Adalberto Jahn, intitu
efeitos da nova lei só se iriam fazer sen tir muitos anos depois, e se outras leis não viessem depois ainda haveria escra vos no Brasil em 1930. Ela valia, entre tanto, como uma indicação insofismável de que a mais ninguém seria lícito
planejar para o futuro na base dó tra balho escravo. E isso ocorria num mo
mento em que o esplendor fluminense, acobertando a imensa tristeza do traba
lho nas fazendas, atingira o seu apogeu
Seu autor, brasileiro naturalizado, cava leiro da Imperial Ordem de Rosa, e que, durante 12 anos, fora diretor ou
. guageiri era por vezes assim: "A escra
inspetor de colônias ou curador de co lonos, verificando que o Brasil estava sofrendo "como talvez nenhum outro
país do mundo, censuras mal cabidas e injustas" pretendia com o seu livro "de monstrar pelo histórico e descrição das
fato verídico. Mesmo o imigran
colônias de São Leopoldo, que a co
te que se destinava às fazen
tre Livre não vinha agravar de súbito a carência de mão-deobra. Essa lei fôra num certo sentido uma manobra de retar damento dos conservadores
Logo em 1871
lado "As Colônias de São Leopoldo".
Martinho. de Campos, como se sabe,
sunto. E' certo, a lei do Ven
desde a tala do trono de 1867 ao tem-
Surgem por essa época livros e rela tórios sôbre o assunto.
era um escravagista furioso, cuja lln-^
Depois da lei de 28 de setembro de 1871, aumentam as preocupações, as in
po do gabinete Zacarias. Os primeiros
Mas, apesar de tüdo isso, os imigran tes preferiam a Argentina ao Brasil. E na Europa a fama do Brasil não era boa.
meu revólver". Entretanto, ao assinalar a parte mínima que o trabalho livre ti nha na cultura do café, aludia a um
tiveiro, que era o que o povo esperava
1847 a 1871 gastou-se cerca de 33.000
zer, para o nosso principal ramo agríco la, são os escravos. O trabalho livre re presenta uma parte muito insignifican
vidão deve ser mantida por amor dos próprios escravos. Os abolicionistas são salteadores, mas para êsses eu tenho o
que temiam a extinção completa do ca
113
contos.
"Os únicos trabalhadores, pode-se di
Depois da lei do Ventre Livre
dagações, os debates sôbre o as
Dí6e:sto Econômico
lonização (sôbre tôdas a do elemento germânico) tinha aqui um futuro segu
das de café delas se afastava na primeira oportunidade e, ou dei
ro e próspero".
xava o Brasil, ou se dirigia pa
Apareceu também, por essa época —
ra as colônias do sul, ou ia tra
1871 — um opúsculo da autoria de Luís Rodrigues de Oliveii'a, impresso em Pa
balhar na construção das estra
das de ferro, recebendo melhor paga
ris e intitulado "Algumas Idéias sobre a Colonização do Brasil". Parece que o
mento.
Em face, contudo, das leis que vi
fim precípuo do opusculo era a defesa
nham cada dia apertando mais o cêrco
do contrato de parceria. "O contrato de parceria — dizia o autor — é exatamente
nessa questão da escravidão; em face da
impossibilidade de receber escravos, já
a .solução prática do problema social que tanto agita a Europa: a participação do
não sòmente da África, mas da ■ Bahia,
uma vez que cada dia cresciam mais os impostos inter-provinciais; em face do
operário nos-lucros da indústria, a as
sociação do capital e do trabalho". Vi
pouco, ou, antes, nenhum desejo do ne
mos que, nas condições concreta? da' vi
gro liberto em continuar servindo nas
da rural brasileira, não foi assim. Con
fazendas, era natural portanto que se co gitasse sèriamente do assunto imigrató
tudo, o livro de Luís Rodrigues de Oli veira revela um espírito generoso e al gumas vêzes uma clara compreensão do
rio.
Afinal, o Brasil possuía uma consti
momento social que transcorria. O au
escra\idão, tem sido útil ao Brasil, livre
e educado mais contribuirá para a pros peridade do país". Mais adiante diz o
autor: 'A questão da colonização é tão importante como a da abolição do ele
mento ser\'il; elas são presentemente inseparáveis e devem ser atendidas ao mesmo tempo e com igual assiduidade".
Surgem também livros destinados aos imigrantes. Até no Pará, o presidente da
Província, Tristão de Alencar Araripe, mandava imprimir um "Guia de Imi
grantes" explicando as possibilidades da terra, a natureza dos seus produtos e as . facilidades que se ofereciam aos imi grantes.
Em 1874, o Sr. José Vergueiro, filho do Senador, escreve um "Memorial acêrca da Colonização e cultivo do café,
apresentado a S. Exa. o Sr. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura". Contudo, os livros mais importantes
aparecidos por essa época foram "Estu dos sôbre Colonização e Emigração para
o Brasil", da autoria de Augusto de Car valho, e "Tese sôbre Colonização no Bra. sil" da autoria do Conselheiro João Car-, doso de Menezes e Souza.
Como o
memorial de Vergueiro, ambos foram es critos como relatórios ao Sr. Conselheiro
José Fernandes da Costa Pereira Júnior, titular da pasta da Agricultura. No Gabinete Rio Branco, que se vi nha mantendo desde 7 de março de
1871, Costa Pereira foi o último dos seus' vários ministros da Agricultura; ingres sando no gabinete a 28 de janeiro de 1873, nele se conservou até^ a sua
queda, em 25 de junho de 1875. Há alguns traços comuns entre os li
I e quando, portanto, mais do que nunca,
tuição reputada liberal, existia paz inter
' "o Brasil era o café e o café era o ne-
tor se preocupa com o levantamento do
vros desses dois cavalheiros escolhidos
na e as despesas do Estado com coloni
nível cultural do negro e escreve: "Se o negro, embrutecido e aviltado pela
por Costa Pereira: o mesmo estilo gran
gro".
zação não vinham sendo pequenas. De
áí
diloqüente que freqüentemente se jul-
'•
Digesto
114
ga próprio da época, embora não o en contremos em muitas outras obras es
critas na mesmíssima época; a mesma mania de ostentar conhecimentos erudi
tos remotamente ligados ao assunto; a mesma falha em tratar diretarhente e
eficientemente do assunto em questão; um mesmo e determinado tipo de antíclericalismo.
EcoNÓ.Nnco
justeza coisas como essa: " o sistema da pequena propriedade e venda de terras parece-nos preferível ao de parceria".
115
Dícríto Econômico
xo com o fato de os europeus preferirem os Estados Unidos da América ou a Ar-
•gentina, quando era evidente a superio ridade do brasileiro em bondade.
Registra também como uma epidemia de febre amarela veio prejudicar os es forços do gabinete Rio Branco "para romper cs obstáculos que represavam
Cita
fatos deprimentes ocorridos nos Estados Unidos para depois assegurar, u nosso "A
caridade
a.ssentou
o
seu
trono
Dá-nos notícia de uma louvável circu
no coração dos brasileiros.
cia poderosa dessa filha dileta do Evan
relatório, dedicando-o ao sr. Conselheiro
lar de 17 de fevereiro de 1874, do Mi nistro da Agricultura, recomendando aos
José Fernandes da Costa Pereira Júnior,
agentes diplomáticos do Brasil na Euro
se dá ao escravo, no.s desvelos de que e
em 1874. Em 1875 reeditou, no Pôrtó, o mesmo livro, ligeiramente aumentado,
pa tôda prudência e circunspecção, a fim de não exagerarem as vantagens que o Brasil poderia oferecer aos imigrantes.
alvo e objeto o pobre desvalidó e o men digo que, estende a mão a quem passa,
Augusto Carvalho apresentou o seu
com outro título - "O Brasil - Coloni
zação e Emigração" — trazendo dessa vez cartas de várias personalidades emi
A influên
gelho re\ela-se aqui no tratamento que
e encontra aos sábados no balcão das
lojas a escudela cheia de moedas reser O livro do ufanista Menezes e Sotiza
O povo brasileiro, personificação viva do conceito de Frei Luís de Granada — o Bossuet da Espanha — tem para o
pró.ximo o coração de uma mãe." E mais adiante;
re.speito:
na Europa a corrente da emigração".
das vítimas de inundações e incêndios, ou de quaisquer outros desastres.
"E' inexaurível o tesouro da generosa bondade, de compassiva ternura, que
existe na alma dos brasileiros. Tudo o
que há de maiS santo, de mais nobre, de mais puro na nahireza humana en contra nela simpáticas vibrações. Os brasiViros 'dão quoüdianamente exem
plos de abnegação sem limites de generosos sacrifícios, de inexcedivel fi
vadas p«ira essa romaria hebdomadária;
lantropia."
na delicada consolação que- depara o
Estados Unidos e a Argentina conse
nentes ou que viriam a se tomar emi
nentes, tais como Teófilo Braga, Antônio Henriques Leal, Ramalho Ortigão, Cân
bem feito, mais coerente, mas nem por
dido de Figueiredo, Mendes Leal e ou
isso mais interessante
tros. Em 1876 vem a lume uma segun da edição do livro, revista e aumentada, trazendo um mapa geral das colônias
mais útil'do que o de Augusto de Car
Um livro num
certo
sentido
nem de
mais
leitura
valho, é o de Menezes e Souza. Entre tanto, êste último foi em verdade o mais
fundadas no Brasil desde D. João VI até
oficial de todos, o de maior aceitação
a data. Nessa segunda edição o autor
govemamerital, o menos inteligente e talvez, precisamente por isso mesmo, o
inclui uma carta de Camilo Castelo
Branco que gentilmente agradecia a remessa de um exemplar da obra que êle iria ler, com muito agrado, quando tivesse tempo. Inclui também a descri
ção pormenorizada de entrega de uma pena de ouro, que lhe foi ofertada pelos comerciantes da cidade do.Pôrto. Tam
mais importante.
Indaga Menezes e Souza. da razão por que os europeus preferiam a Ar gentina ao Brasil: "...apesar do quadro de de.sordein e
bém aparece um retrato do autor, com
apresentam os Estados do Prata, a popu lação laboriosa que vem da Europa pro
óculos e bigode. Crescendo embora de edição em edi
curar na América do Sul melhores con
dições de vida, dirige-se ali, de prefe
ção, nem por isso ia o livro ganhando
rência às terras do Brasil, onde uma
em estrutura e coerência. E' antes um amontoado de coisas, embora nesse amontoado se encontrem, devidamente
das mais liberais constituições dos povos
registrados, muitos fatos importantes
se perene, a mais profunda tranquili-
da história da imigração np Brasil e em-
dadé, a mais otaviana paz."
bpra seu autor por vézes afirme com
proletário de casaca, a miséria envergo nhada recebendo da mão dadivosa, ocul
perturbação sempre renascente que nos
ta no mistério para ela e para o público, o pão e o confôrto; nas almas angélicas,
que recoUiem e educam, como se fillms fôssem, os recém-nascidos, abandonados a sua sorte por mães desnaturadas e os
órfãos privados de arrimo e ameaçados
modernos assegura e protege todos os direitos e onde reina, inalterável e qua
Menezes e Souza declara-se pei-ple£.
Mas, apesar de tudo, ocorria que os
guiam imigrantes com uma facilidade de causar inveja ao relator, que aponta então os obstáculos existentes no Brasil
à vinda dos imigrantes: "1.°
A falta de liberdade de cons
ciência; a não existência do ca samento civil como instituição;
de se desgarrarem nos tremedais do vi cio; na solicitude com que, acudindose ao apêlo dos que sofrem e choram,
a imperfeita educação, a igno
quer na pátria, quer no estrangeiro, se
poral de parte do Episcopado
levantam valiosas subscrições em favor
Brasileiro traduzindo-se na lu-
rância e a imoralidade do cle
ro; a ambição de mando terri-
'•
Digesto
114
ga próprio da época, embora não o en contremos em muitas outras obras es
critas na mesmíssima época; a mesma mania de ostentar conhecimentos erudi
tos remotamente ligados ao assunto; a mesma falha em tratar diretarhente e
eficientemente do assunto em questão; um mesmo e determinado tipo de antíclericalismo.
EcoNÓ.Nnco
justeza coisas como essa: " o sistema da pequena propriedade e venda de terras parece-nos preferível ao de parceria".
115
Dícríto Econômico
xo com o fato de os europeus preferirem os Estados Unidos da América ou a Ar-
•gentina, quando era evidente a superio ridade do brasileiro em bondade.
Registra também como uma epidemia de febre amarela veio prejudicar os es forços do gabinete Rio Branco "para romper cs obstáculos que represavam
Cita
fatos deprimentes ocorridos nos Estados Unidos para depois assegurar, u nosso "A
caridade
a.ssentou
o
seu
trono
Dá-nos notícia de uma louvável circu
no coração dos brasileiros.
cia poderosa dessa filha dileta do Evan
relatório, dedicando-o ao sr. Conselheiro
lar de 17 de fevereiro de 1874, do Mi nistro da Agricultura, recomendando aos
José Fernandes da Costa Pereira Júnior,
agentes diplomáticos do Brasil na Euro
se dá ao escravo, no.s desvelos de que e
em 1874. Em 1875 reeditou, no Pôrtó, o mesmo livro, ligeiramente aumentado,
pa tôda prudência e circunspecção, a fim de não exagerarem as vantagens que o Brasil poderia oferecer aos imigrantes.
alvo e objeto o pobre desvalidó e o men digo que, estende a mão a quem passa,
Augusto Carvalho apresentou o seu
com outro título - "O Brasil - Coloni
zação e Emigração" — trazendo dessa vez cartas de várias personalidades emi
A influên
gelho re\ela-se aqui no tratamento que
e encontra aos sábados no balcão das
lojas a escudela cheia de moedas reser O livro do ufanista Menezes e Sotiza
O povo brasileiro, personificação viva do conceito de Frei Luís de Granada — o Bossuet da Espanha — tem para o
pró.ximo o coração de uma mãe." E mais adiante;
re.speito:
na Europa a corrente da emigração".
das vítimas de inundações e incêndios, ou de quaisquer outros desastres.
"E' inexaurível o tesouro da generosa bondade, de compassiva ternura, que
existe na alma dos brasileiros. Tudo o
que há de maiS santo, de mais nobre, de mais puro na nahireza humana en contra nela simpáticas vibrações. Os brasiViros 'dão quoüdianamente exem
plos de abnegação sem limites de generosos sacrifícios, de inexcedivel fi
vadas p«ira essa romaria hebdomadária;
lantropia."
na delicada consolação que- depara o
Estados Unidos e a Argentina conse
nentes ou que viriam a se tomar emi
nentes, tais como Teófilo Braga, Antônio Henriques Leal, Ramalho Ortigão, Cân
bem feito, mais coerente, mas nem por
dido de Figueiredo, Mendes Leal e ou
isso mais interessante
tros. Em 1876 vem a lume uma segun da edição do livro, revista e aumentada, trazendo um mapa geral das colônias
mais útil'do que o de Augusto de Car
Um livro num
certo
sentido
nem de
mais
leitura
valho, é o de Menezes e Souza. Entre tanto, êste último foi em verdade o mais
fundadas no Brasil desde D. João VI até
oficial de todos, o de maior aceitação
a data. Nessa segunda edição o autor
govemamerital, o menos inteligente e talvez, precisamente por isso mesmo, o
inclui uma carta de Camilo Castelo
Branco que gentilmente agradecia a remessa de um exemplar da obra que êle iria ler, com muito agrado, quando tivesse tempo. Inclui também a descri
ção pormenorizada de entrega de uma pena de ouro, que lhe foi ofertada pelos comerciantes da cidade do.Pôrto. Tam
mais importante.
Indaga Menezes e Souza. da razão por que os europeus preferiam a Ar gentina ao Brasil: "...apesar do quadro de de.sordein e
bém aparece um retrato do autor, com
apresentam os Estados do Prata, a popu lação laboriosa que vem da Europa pro
óculos e bigode. Crescendo embora de edição em edi
curar na América do Sul melhores con
dições de vida, dirige-se ali, de prefe
ção, nem por isso ia o livro ganhando
rência às terras do Brasil, onde uma
em estrutura e coerência. E' antes um amontoado de coisas, embora nesse amontoado se encontrem, devidamente
das mais liberais constituições dos povos
registrados, muitos fatos importantes
se perene, a mais profunda tranquili-
da história da imigração np Brasil e em-
dadé, a mais otaviana paz."
bpra seu autor por vézes afirme com
proletário de casaca, a miséria envergo nhada recebendo da mão dadivosa, ocul
perturbação sempre renascente que nos
ta no mistério para ela e para o público, o pão e o confôrto; nas almas angélicas,
que recoUiem e educam, como se fillms fôssem, os recém-nascidos, abandonados a sua sorte por mães desnaturadas e os
órfãos privados de arrimo e ameaçados
modernos assegura e protege todos os direitos e onde reina, inalterável e qua
Menezes e Souza declara-se pei-ple£.
Mas, apesar de tudo, ocorria que os
guiam imigrantes com uma facilidade de causar inveja ao relator, que aponta então os obstáculos existentes no Brasil
à vinda dos imigrantes: "1.°
A falta de liberdade de cons
ciência; a não existência do ca samento civil como instituição;
de se desgarrarem nos tremedais do vi cio; na solicitude com que, acudindose ao apêlo dos que sofrem e choram,
a imperfeita educação, a igno
quer na pátria, quer no estrangeiro, se
poral de parte do Episcopado
levantam valiosas subscrições em favor
Brasileiro traduzindo-se na lu-
rância e a imoralidade do cle
ro; a ambição de mando terri-
Dicesto
116
2.®
3.®
ECONÓ^«CO
ta impropriamente chamada —
da publicidade e por penas há
todos os insucessos da política imigra
não se sujeita a esta opinião; e èste des
questão religiosa;
beis e desinteressadas, os es
tória brasileira ã falta de transportes.
prezo é exprimido assim pelo branco ou liberto como pelo escravo, o qual, pelo fato de vê-lo trabalhar, considera-o lo
A insuficiência do ensino
critos por meio dos quais na
e
principalmente a ausência de
queles Estados nos deprimem,
Razões que impediam um maior afluxo
instrução agrícola e profissional;
de imigrantes
O diminuto número de institui
exageram nossos erros em rela ção aos imigrantes e nos levan
ções de crédito, especialmente
tam odiosos aleives."
de bancos destinados a auxiliar a pequena lavoura e a indús tria;
4.® As restrições e estorvos que a Legislação e a Pública Adminis
tração do Império opõem à li
berdade de indústria, peando, em vez de desenvolver, a inicia
tiva individual;
5.® Os defeitos da lei de locação
mostra o homem medíocre que era o
XIX, frearam a emigração da Euro
pa para o Brasil: a existência da es cravidão, o clima e a febre amarela.
conselheiro encarregado pelo Ministro da Agricultura, Conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior, para estudar e
Tudo o mais é detalhe.
expor as razões dos insucessos da nossa política imigratória. Menezes e Souza
geiros e viajantes ilustres vinham assi
perde-se em divagações e é incapaz de apontar as razões clamorosas que expli
cavam a preferência pela Argentina.
cunas e a inexecução da lei
Souza fala na corrupção do clero brasi
das terras públicas e a não exis tência do impôsto territorial sô-
leiro. Nada nos leva a acreditar que o clero argentino fôsse menos corrupto, e que essa diferença no grau de corrup
Logo no primeiro item
Menezes e
ção dos dois cleros motivasse um maior
Já repetidamente os cônsules estran nalando a existência da escravidão co
mo um empecilho à vinda de imigran tes. O Cônsul Suíço na Bahia, Augus
to Decosterd, em 1843, em relatório à
"Sociedade Suíça para o Bem Comum", dizia:
"O que muito contribui para não confiar-se nas promessas do Governo
é a contínua mudança do Ministério;
outro embaraço para a formação de es
A falta de transportes e de vias de comunicação, que liguem o
afluxo imigratório para Buenos Aires. As "penas hábeis" que Menezes e Sou
tabelecimentos no Brasil é também a
centro e o interior do Império
za queria ver empenhadas na Europa num torneio literário sõbre o Brasil, sem pre existiram, sempre fizeram muita
todo estrangeiro acostuma-se à crença de que o trabalho manual, sobretudo o do
aos mercados consumidores e
exportadores;
7. A criação de colônias longe dês-
8.®
Três, contudo e «sobretudo, foram as
razões brutais que, no curso do século A simples enumeração dessas razões
de serviços e dos contratos de parceria com estrangeiros; as la
bre os terrenos baldios e sem edificação;
6-
117
Dicssto Econômico
gente dirigir-se ao Brasil, e aqui chega
ses mercados e em terreno in
dos, depois de ver a terra e as coisas,
grato e não preparado, bem co
dirigiam-se para o Prata ou então re
mo a falta de providências pa
gressavam à Europa. Aliás, foi sempre
ra a recepção dos imigrantes e
pequeno o coeficiente de fixação entre
escravatura. Deste flagelo resulta que
insignificante, mas tam bém leva a considerar-
manente nas colônias do Esta
terreno de imigração as "penas hábeis"
o Brasil nos Estados, donde
na falta de transportes, Menezes e Souza
procede a imigração, de que
associava-se certamente a Costa Perei
a escrever cartas
para os seus
necessitamos, e em refutar, por
ra Júnior, o qual em discurso um ou
todos os meios de bem entendi
dois anos antes, em Campos, atribuía
da:
"Em consideração da funesta influ
ência da escravatura, não se deve per mitir a colono algum a compra de es
cravos, nem o servir-se com escravo alu gado, emprestado etc."
No seu belo trabalho. publicado em^ 1846 "Memória sobre os meios de pro mover a Colonização", o Visconde de Abrantes, depois Marquês, faz eco a es
ses pontos-de-vista do cônsul e escreve: "A existência da escravatura parece em verdade que repele a concorrência do trabalhador livre." E ainda:
"Seria prudente da nossa parte que favorecêssemos desde já
do Império, a fim de que se vá organizando
se com uma espécie de
parentes e amigos. No item 6, fadando
do Brasil, o cônsul Decosterd dizia ain
que o colono repugne ao trabalho ainda mais
desDTezo o branco que
gam
para favorecer a imigração e colonização
a
dos, o Canadá ou a Argentina. Nesse
A incúria em fazer conhecido
No fim do seu relatório e apontando as medidas que lhe pareciam acertadas
Províncias
nós, se comparado com os Estados Uni
são as dos próprios imigrantes que che
mortificações e injúrias."
idéia não só faz com
cplonos nos portos do Império do, ou nos lotes de terras que
ve ocasião de ver estrangeiros que se punham acima dêsse prejuízo sofrerem
solo, é humilhante. Esta
e para seu estabelecimento per compram;
go de condição inferior. Muitas vêzes ti
emigração
para
as
Meridionais
nelas o trabalho livre, e formando o viveiro de
colonos aclimatados, que
4
Dicesto
116
2.®
3.®
ECONÓ^«CO
ta impropriamente chamada —
da publicidade e por penas há
todos os insucessos da política imigra
não se sujeita a esta opinião; e èste des
questão religiosa;
beis e desinteressadas, os es
tória brasileira ã falta de transportes.
prezo é exprimido assim pelo branco ou liberto como pelo escravo, o qual, pelo fato de vê-lo trabalhar, considera-o lo
A insuficiência do ensino
critos por meio dos quais na
e
principalmente a ausência de
queles Estados nos deprimem,
Razões que impediam um maior afluxo
instrução agrícola e profissional;
de imigrantes
O diminuto número de institui
exageram nossos erros em rela ção aos imigrantes e nos levan
ções de crédito, especialmente
tam odiosos aleives."
de bancos destinados a auxiliar a pequena lavoura e a indús tria;
4.® As restrições e estorvos que a Legislação e a Pública Adminis
tração do Império opõem à li
berdade de indústria, peando, em vez de desenvolver, a inicia
tiva individual;
5.® Os defeitos da lei de locação
mostra o homem medíocre que era o
XIX, frearam a emigração da Euro
pa para o Brasil: a existência da es cravidão, o clima e a febre amarela.
conselheiro encarregado pelo Ministro da Agricultura, Conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior, para estudar e
Tudo o mais é detalhe.
expor as razões dos insucessos da nossa política imigratória. Menezes e Souza
geiros e viajantes ilustres vinham assi
perde-se em divagações e é incapaz de apontar as razões clamorosas que expli
cavam a preferência pela Argentina.
cunas e a inexecução da lei
Souza fala na corrupção do clero brasi
das terras públicas e a não exis tência do impôsto territorial sô-
leiro. Nada nos leva a acreditar que o clero argentino fôsse menos corrupto, e que essa diferença no grau de corrup
Logo no primeiro item
Menezes e
ção dos dois cleros motivasse um maior
Já repetidamente os cônsules estran nalando a existência da escravidão co
mo um empecilho à vinda de imigran tes. O Cônsul Suíço na Bahia, Augus
to Decosterd, em 1843, em relatório à
"Sociedade Suíça para o Bem Comum", dizia:
"O que muito contribui para não confiar-se nas promessas do Governo
é a contínua mudança do Ministério;
outro embaraço para a formação de es
A falta de transportes e de vias de comunicação, que liguem o
afluxo imigratório para Buenos Aires. As "penas hábeis" que Menezes e Sou
tabelecimentos no Brasil é também a
centro e o interior do Império
za queria ver empenhadas na Europa num torneio literário sõbre o Brasil, sem pre existiram, sempre fizeram muita
todo estrangeiro acostuma-se à crença de que o trabalho manual, sobretudo o do
aos mercados consumidores e
exportadores;
7. A criação de colônias longe dês-
8.®
Três, contudo e «sobretudo, foram as
razões brutais que, no curso do século A simples enumeração dessas razões
de serviços e dos contratos de parceria com estrangeiros; as la
bre os terrenos baldios e sem edificação;
6-
117
Dicssto Econômico
gente dirigir-se ao Brasil, e aqui chega
ses mercados e em terreno in
dos, depois de ver a terra e as coisas,
grato e não preparado, bem co
dirigiam-se para o Prata ou então re
mo a falta de providências pa
gressavam à Europa. Aliás, foi sempre
ra a recepção dos imigrantes e
pequeno o coeficiente de fixação entre
escravatura. Deste flagelo resulta que
insignificante, mas tam bém leva a considerar-
manente nas colônias do Esta
terreno de imigração as "penas hábeis"
o Brasil nos Estados, donde
na falta de transportes, Menezes e Souza
procede a imigração, de que
associava-se certamente a Costa Perei
a escrever cartas
para os seus
necessitamos, e em refutar, por
ra Júnior, o qual em discurso um ou
todos os meios de bem entendi
dois anos antes, em Campos, atribuía
da:
"Em consideração da funesta influ
ência da escravatura, não se deve per mitir a colono algum a compra de es
cravos, nem o servir-se com escravo alu gado, emprestado etc."
No seu belo trabalho. publicado em^ 1846 "Memória sobre os meios de pro mover a Colonização", o Visconde de Abrantes, depois Marquês, faz eco a es
ses pontos-de-vista do cônsul e escreve: "A existência da escravatura parece em verdade que repele a concorrência do trabalhador livre." E ainda:
"Seria prudente da nossa parte que favorecêssemos desde já
do Império, a fim de que se vá organizando
se com uma espécie de
parentes e amigos. No item 6, fadando
do Brasil, o cônsul Decosterd dizia ain
que o colono repugne ao trabalho ainda mais
desDTezo o branco que
gam
para favorecer a imigração e colonização
a
dos, o Canadá ou a Argentina. Nesse
A incúria em fazer conhecido
No fim do seu relatório e apontando as medidas que lhe pareciam acertadas
Províncias
nós, se comparado com os Estados Uni
são as dos próprios imigrantes que che
mortificações e injúrias."
idéia não só faz com
cplonos nos portos do Império do, ou nos lotes de terras que
ve ocasião de ver estrangeiros que se punham acima dêsse prejuízo sofrerem
solo, é humilhante. Esta
e para seu estabelecimento per compram;
go de condição inferior. Muitas vêzes ti
emigração
para
as
Meridionais
nelas o trabalho livre, e formando o viveiro de
colonos aclimatados, que
4
Digesto
118
devam substituir, em tempo, aos braços
ver e no seu magnífico livro sobre o Bra
escravos na cultura das Províncias do
sil que apareceu, no século passado, cm
Norte."
várias línguas, escrevia: "A mais importante conseqüência da emancipação dos escravos em 1863, nos
Aliás, na organÍ2açao dos núcleos co loniais, no sul, os conselhos de Abran-
l>
Econónoco
tes (Miguel Calmon du Pin e Almeida) e de Decosterd foram seguidos, confor
Estados Unidos, consiste contudo em
me Nímos, nas leis de 18 de outubro de
1850 (Rio Grande do Sul) e 30 de no vembro de 1854 (Rio Grande do Sul).
ficou aberta á imigração. Uma pode rosa corrente imigratória da Europa e também do próprio Norte se dirigiu pa
Em 1870, escrevia o Dr. Blumenau:
ra o Sul onde, com conhecimentos su
que, desde então, a metade sul da União,
"O Brasil está muito prejudicado pe la escravidão; enquanto ela subsistir se rá sempre a pedra de escândalo para a maior parte dos imigrantes, e ao mes
periores, capitais maiores e métodos agrí colas melhores, transformaram a capaci dade produtiva da terra.
mo tempo o fácil e muitíssimas vêzes
também a abolição da escravidão é o
eficaz espantalho, de que os adversários e concorrentes do Brasil na arena da
imigração sempre se servem para desa credita-lo e dêle conservar afastados os imigrantes:
"sereis
míseros
escravos
brancos entre pretos"; êste dito foi e será eficaz em milhares de casos."
Digesto Econômico
processar dentro de limites muito es treitos, por maiores esforços que .se ve-, nham-a fazer. Enquanto a escravidão existir, nenhuma mudança será possí vel."
1
Adalberto Jahn, no seu livro, já ci tado, de 1871, assinalava a importância
do problema da divisão da terra e a im portância da abolição da escravatura; a fim de poder o Brasil intensificar o seu povoamento e a sua riqueza. Dizia en tão:
"Aconselhamos ainda uma vez e com
cultores europeus possuidores de peque
a mais perfeita convicção ao povo bra sileiro que se ocupe com tôda a ener gia e sinceridade da imigração européia, principalmente a alemã; que tome por
nos capitais.
modelo os Estados Unidos, do Norte,
E' minha convicção que no Brasil único meio de encorajar a vinda de agri Enquanto a escravidão for mantida,
nenhum programa pode ser lascado no trabalho livre.
quanto á divisão das grandes proprie dades de terras, u organização de um ca dastro normal com a discriminação do
cará na ruína de muitas pessoas, isso
domínio público e legislação das terras particulares, quanto á abo
promulgada a lei do ventre livre. Quan do veio a Independência Argentina em
não exige demonstração. Mas eu penso que — alas! — é sôbie essa ruína que
lição da escravidão, à represen tação no exterior e às instituições
se deve fundar o futuro do Brasil."
liberais; mas que venere e conser
9 de julho de 1816, não havia mais es
nimbu, o Ministro das Relações Exte-
Império, a fim de que não acon
ríorès, o fazendeiro Moreira de Barros, declarava que poucas esperanças havia de se conseguir imigrantes para a gran de lavoura, uma vez que se desejava
teça a êste belo país o que tem cabido em sorte à maiór parte das repúblicas, suas vizinhas, que lutam com mudari-
Enquanto isso, na Argentina o tráfico fôra abolido em 1813 e nesse mesmo ano
cravos.
A história dos Estados Unidos ilustra
muito bem a incompatibilidade entre a . escravidão e o trabalho livre dos imi
Que a abolição da escravidão impli
Durante o Gabinete presidido por Si-
mente se fixavam no Norte e fugiam do
que êles viessem substituir os escravos, enquanto êles pretendiam trabalhar pa
Sul; os que desembarcavam no Sul, e
ra si mesmos, eni terras próprias. E ain
foram centenas de milhares, rapidamen
da é Laerne quem, comentando anos depois essas declarações do Ministro do
grantes-, uma vez que esses últimos sò-
te abandonavam aquela região de latiKmdios trabalhados por escravos, e em
seguida procuravam os estados do Nor te; quando, afinal, houve a Abolição, eles passaram a se fixar no sul.
Exterior, dizia: "O Senhor Moreira de Barros tocou
C. F. van Delden Laerne viu muito
no ponto central da questão. Enquanto as condições agrárias do Brasil não pas sarem por uma transformação radical,
bem o que Menezes e Souza não soube
a imigração européia continuará a se
ve a Monarquia constitucional do
ças contínuas de governos, com movi
mentos revolucionários e instabilidade da vida social e segurança individual.' Portanto, um cônsul suíço (Decos
terd), um farmacêutico alemão (Blu menau), um .observador holandês (La
erne) e um brasileiro naturalizado (Jahn), para não citar vários outros, viram muito bem e julgaram com um acêrto de que o Conselheiro Menezes
e Souza se mostrou incapaz. Mas não só esses estrangeiros; o fino e erudito Mi guel Calmon du Pin e Almeida, o en-
119
tão Visconde de Abrantes, no seu iííto
publicado em 1846, já falava em tudo isso, conforme vimos.
. Mas Menezes e Soúsui, e com êle mui
ta gente que se dizia interessada na vin da de imigrantes, gente que" muitas ve
zes era ou se apresentava como aboli cionista, parecia não perceber as liga ções de causa e efeito entre a reação
que se fazia sentir na Europa contra a emigração para o Brasil e o nosso re
gime de propriedade territorial e de tra balho agrícola.
Outra causa que iiifluia também era
o clima, e tudo quanto está implícito nessa palavra. Indo para a Argentina o
europeu ia plantar trigo ou criar. gado. No Lasil tudo era diferente, a começar pelo solo. Açúcar e café eram lavouras que o imigrante não conhec.a. Sergm
Bnarqne de Ho'anda, no fácio à recente tradução do livro
de Davatz, comenta com piecisão:
"A agricultura de tipo europeu era sobretudo impraticável nos lugares incultos e remotos, para onde, na míngua de outros, se encaminhariam cada vez mais os imi
grantes, na ilusão de que a liberdade do solo compensava as contrariedades da distância. Mas a própria riqueza das
terras foi freqüentemente um obstáculo, mais do que um convite, à aplicação de processos aperfeiçoados. Não há talvez éxágêro em declarar que os métodos bár baros da agricultura indígena eram em alguns casos os que convinham. Como substituir as denubadas e queimadas
brutais para o estabelecimento de novas plantações? Todos os. expedientes fami liares ao lavrador europeu visando con servar a atividade e o vigor dos solos de cultura perdiam o valor. Não há exa-
Digesto
118
devam substituir, em tempo, aos braços
ver e no seu magnífico livro sobre o Bra
escravos na cultura das Províncias do
sil que apareceu, no século passado, cm
Norte."
várias línguas, escrevia: "A mais importante conseqüência da emancipação dos escravos em 1863, nos
Aliás, na organÍ2açao dos núcleos co loniais, no sul, os conselhos de Abran-
l>
Econónoco
tes (Miguel Calmon du Pin e Almeida) e de Decosterd foram seguidos, confor
Estados Unidos, consiste contudo em
me Nímos, nas leis de 18 de outubro de
1850 (Rio Grande do Sul) e 30 de no vembro de 1854 (Rio Grande do Sul).
ficou aberta á imigração. Uma pode rosa corrente imigratória da Europa e também do próprio Norte se dirigiu pa
Em 1870, escrevia o Dr. Blumenau:
ra o Sul onde, com conhecimentos su
que, desde então, a metade sul da União,
"O Brasil está muito prejudicado pe la escravidão; enquanto ela subsistir se rá sempre a pedra de escândalo para a maior parte dos imigrantes, e ao mes
periores, capitais maiores e métodos agrí colas melhores, transformaram a capaci dade produtiva da terra.
mo tempo o fácil e muitíssimas vêzes
também a abolição da escravidão é o
eficaz espantalho, de que os adversários e concorrentes do Brasil na arena da
imigração sempre se servem para desa credita-lo e dêle conservar afastados os imigrantes:
"sereis
míseros
escravos
brancos entre pretos"; êste dito foi e será eficaz em milhares de casos."
Digesto Econômico
processar dentro de limites muito es treitos, por maiores esforços que .se ve-, nham-a fazer. Enquanto a escravidão existir, nenhuma mudança será possí vel."
1
Adalberto Jahn, no seu livro, já ci tado, de 1871, assinalava a importância
do problema da divisão da terra e a im portância da abolição da escravatura; a fim de poder o Brasil intensificar o seu povoamento e a sua riqueza. Dizia en tão:
"Aconselhamos ainda uma vez e com
cultores europeus possuidores de peque
a mais perfeita convicção ao povo bra sileiro que se ocupe com tôda a ener gia e sinceridade da imigração européia, principalmente a alemã; que tome por
nos capitais.
modelo os Estados Unidos, do Norte,
E' minha convicção que no Brasil único meio de encorajar a vinda de agri Enquanto a escravidão for mantida,
nenhum programa pode ser lascado no trabalho livre.
quanto á divisão das grandes proprie dades de terras, u organização de um ca dastro normal com a discriminação do
cará na ruína de muitas pessoas, isso
domínio público e legislação das terras particulares, quanto á abo
promulgada a lei do ventre livre. Quan do veio a Independência Argentina em
não exige demonstração. Mas eu penso que — alas! — é sôbie essa ruína que
lição da escravidão, à represen tação no exterior e às instituições
se deve fundar o futuro do Brasil."
liberais; mas que venere e conser
9 de julho de 1816, não havia mais es
nimbu, o Ministro das Relações Exte-
Império, a fim de que não acon
ríorès, o fazendeiro Moreira de Barros, declarava que poucas esperanças havia de se conseguir imigrantes para a gran de lavoura, uma vez que se desejava
teça a êste belo país o que tem cabido em sorte à maiór parte das repúblicas, suas vizinhas, que lutam com mudari-
Enquanto isso, na Argentina o tráfico fôra abolido em 1813 e nesse mesmo ano
cravos.
A história dos Estados Unidos ilustra
muito bem a incompatibilidade entre a . escravidão e o trabalho livre dos imi
Que a abolição da escravidão impli
Durante o Gabinete presidido por Si-
mente se fixavam no Norte e fugiam do
que êles viessem substituir os escravos, enquanto êles pretendiam trabalhar pa
Sul; os que desembarcavam no Sul, e
ra si mesmos, eni terras próprias. E ain
foram centenas de milhares, rapidamen
da é Laerne quem, comentando anos depois essas declarações do Ministro do
grantes-, uma vez que esses últimos sò-
te abandonavam aquela região de latiKmdios trabalhados por escravos, e em
seguida procuravam os estados do Nor te; quando, afinal, houve a Abolição, eles passaram a se fixar no sul.
Exterior, dizia: "O Senhor Moreira de Barros tocou
C. F. van Delden Laerne viu muito
no ponto central da questão. Enquanto as condições agrárias do Brasil não pas sarem por uma transformação radical,
bem o que Menezes e Souza não soube
a imigração européia continuará a se
ve a Monarquia constitucional do
ças contínuas de governos, com movi
mentos revolucionários e instabilidade da vida social e segurança individual.' Portanto, um cônsul suíço (Decos
terd), um farmacêutico alemão (Blu menau), um .observador holandês (La
erne) e um brasileiro naturalizado (Jahn), para não citar vários outros, viram muito bem e julgaram com um acêrto de que o Conselheiro Menezes
e Souza se mostrou incapaz. Mas não só esses estrangeiros; o fino e erudito Mi guel Calmon du Pin e Almeida, o en-
119
tão Visconde de Abrantes, no seu iííto
publicado em 1846, já falava em tudo isso, conforme vimos.
. Mas Menezes e Soúsui, e com êle mui
ta gente que se dizia interessada na vin da de imigrantes, gente que" muitas ve
zes era ou se apresentava como aboli cionista, parecia não perceber as liga ções de causa e efeito entre a reação
que se fazia sentir na Europa contra a emigração para o Brasil e o nosso re
gime de propriedade territorial e de tra balho agrícola.
Outra causa que iiifluia também era
o clima, e tudo quanto está implícito nessa palavra. Indo para a Argentina o
europeu ia plantar trigo ou criar. gado. No Lasil tudo era diferente, a começar pelo solo. Açúcar e café eram lavouras que o imigrante não conhec.a. Sergm
Bnarqne de Ho'anda, no fácio à recente tradução do livro
de Davatz, comenta com piecisão:
"A agricultura de tipo europeu era sobretudo impraticável nos lugares incultos e remotos, para onde, na míngua de outros, se encaminhariam cada vez mais os imi
grantes, na ilusão de que a liberdade do solo compensava as contrariedades da distância. Mas a própria riqueza das
terras foi freqüentemente um obstáculo, mais do que um convite, à aplicação de processos aperfeiçoados. Não há talvez éxágêro em declarar que os métodos bár baros da agricultura indígena eram em alguns casos os que convinham. Como substituir as denubadas e queimadas
brutais para o estabelecimento de novas plantações? Todos os. expedientes fami liares ao lavrador europeu visando con servar a atividade e o vigor dos solos de cultura perdiam o valor. Não há exa-
Dicesto Econômico 120
gero em dizer que seriam perniciosos
Dicesto Econômico
Era mais uma tentativa de coloniza
MedkUifs européias contra o Brasil
medidas contra a emigração para o Bra sil. Veja-se, por exemplo, esta "Adver tência aos Emigrantes", publicada por ordem do Gbvemment Emigration
nos casos em que precisamente a extre
ção que falhava na
Bahia. Falhara
Mas, apesar de tòdas as devastações
ma fertilidade das terras surgia como bar reira a vencer. Nas lavouras de açúcar
Leopoldina (1818), falhara S. Jorge de
da febre amarela, foram sobretudo as
Ilhéus (1822), falhara a colônia de San ta Januária (1828) feita com irlandeses,
e agora morria ou disper.sava-so tòda es
condições agrárias existentes que moti varam as medidas sucessivas que vários países da Europa foram tomando contra
sa gente que se queria colocar na lavou
o Brasil.
ra do cacau. Por essa ou aquela razão, as terras do trópico pareciam inóspitas.
À semelhança de Menezes e Souza, muita gente havia que se espantava com
não faltava, por exemplo, quem tratas se de "esterilizar" o solo por via de plantas e fogos contínuos, para que as canas não crescessem demasiadò selva
gens, quer dizer, gordas e viçosas, ricas em cíijdo, mas de pouco açúcar. O café criado em terra fértil - di
zia Burlamaque — produz -bela vegeta ção, porém maus frutos e escassos. As
sim pensavam os fazendeiros do tempo, e o Senador Vergueiro, autoridade aca tada nesses assuntos, costumava mandar
derribar as matas, aproveitar as terras durante anos para outras comodidades, e deixava crescerem capoeiras; só ao cabo disso fazia plantar as primeiras mudas de café. Era uma lavoura não somente extensiva como dissipadora — antes 'mi
neração do que agricultura; contrariava, portanto, aos olhos do europeu, as leis mais comezinhas da arte de plantar." E o clima ia assim condicionando la vouras diferentes, hábitos diferentes e
Mas sobretudo por causa da febre ama
tais medidas. Assim, José Antônio de Azevedo e Castro, na Assembléia Legis lativa do Rio Grande do Sul, em 1876,
aos que pretendem emigrar os resulta
Essa febre amarela matava sobretudo os estrangeiros. Mais tarde, nos fins do
comentava:
"... em alguns Estados da Europa
século XIX, chegaria a liquidar tôda a tripulação de um navio italiano, o Lom-
continuam a suscitar-se embaraços à emi
bardia, que aqui viera ter. No Cemitério
gração sob fundamentos que nada têm
de São Francisco Xavier, no Rio, pode-
de reais; exprimem apreciações menos
justas e até certo ponto irrogam verda deira injúria ao nosso caráter hospitalei
se ver o tumulo dêsses marinheiros.
De tal modo a febre amarela dizima
ro. Em França, o Ministro dos Negócios
va os europeus que aqui chegavam, que
os nossos jacobinos chamavam-na "a pa triótica". Enquanto isso, na Argentina
Estrangeiros chegou a proibi-la; no en tanto, é certo que em poucos países o
liouve um grande surto, no século XIX,
acolhimento feito aos colonos será mais
único todavia, que ràpidamente se extin
cordial do que entre nós, em raros a
guiu, sem trabalho de saneamento, sim
administração se desvelará mais pelo seu bem-estar e felicidade. Não há reclama
ção, não há queixa a que não se trate
qual a medicina de então mal sabia se
las latitudes. As más condições sanitá
imediatamente de dar providências, e se
defender. E um estudo que ainda está para ser feito o da mortalidade, algumas
rias do Brasil eram, aliás, apontadas na
todavia elas reaparecem é porque em
Europa pelos representantes interes.sados em enviar irnigrantes para' os seus países
regra o colono costuma ser exigente e não sabe ter em conta a diversidade dos
respectivos. Augusto de Carvalho nos conta como em 1856 um português, côn
hábitos e costumes alheios."
sul da Argentina em Lisboa, fazia pro
restrições por parte da França.
inteiras de imigrantes. E isso, quanto mais para o Norte, pior.
Nesse documento se fala, portanto, de Quanto à Alemanha, ainda estava em
Por essa época mesmo a que nos vi mos referindo, entre 1873 e 1874, 1.800 alemães e polacos, de todas as idades,
paganda da Argentina dizendo estar na convicção de prestar um bom serviço "àqueles que procuravam sua fortuna
. vigor o rescripto de Heydt, de 3 de no
se estabeleceram ern duas fazendas de
em países longínquos e doentios, onde as mais das vezes perece o maior número
1896 êsse decreto seria revogado; quan
cacau da Bahia, Muniz e Deodoro. Em
poucos meses morreram mais de 100 cri
dêlès". Apontava-lhes então o dito côn
anças. Emílio Willems nos informa que
sul o caminho de Buenos Aires "com um
faleceram ao todo 738 pessoas, 1.005 re
"O Govèmo de Sua Majestade, infor
rela.
sor encontrado condições de vida naque
vezes espantosa, que liquidou colônias
Bóard, datada de 10 de fevereiro de 1875:
mado da elaboração de um plano desti nado a promover a emigração do Reino Unido para o Brasil, incumbiu o Depar tamento de Emigração, por intermédio
plesmente por não ter o inseto transmis
sobretudo tôda uma patologia contra a
121
vembro de 1859, proibindo a emigra ção alemã para õ Brasil. Sòmente em to aos Estados do Rio Grande, Santa Ca tarina e Paraná, mas jamais quanto a São Paulo.
clima semelhante ou igual ao de Portu
patriaram-se e 160 ficaram ou mudaram-
gal, onde não há epidemia nem molés
se para Blumenau.
tias dominantes".
Na Inglaterra também se tomavam
.tj..
da Secretaria de Estado, de relembrar
dos infelizes dos planos anteriores de
emigração para êsse pais. Em 1872 e 1873 várias levas de emigrantes, soman
do ao todo cerca de mil almas, pairiram
do Reino Unido para o Brasil, sob pro messas de fornecimento de terras em
condições favoráveis, bem como de as sistência para o seu cultivo ate que pu dessem arcar com os ônus e na e.xpecta-
tiva de que poderiam obter suas colhei tas ao fim de seis meses. Estas
sãs e esperanças não foram entretanto concretizadas. Os emigrantes nao con seguiram terra, a doença espalhou-se entre eles, muitos morreram, e os que puderam fazê-lo, regressaram a capita na esperança de obter auxilio do cônsul inglês ali sediado. Algumas viúvas e fi
(
lhos dos que morreram foram então re patriados, alguns dos. emigrantes retor naram ao seu domicílio e o cônsul inglês
ainda faz esforços ingentes para lograr do govêmo brasileiro assistência aos que ficaram. As narrações que estes fazem sobre a sua situação atual mostram que sofreram enormes dificuldades e priva
ções e estão longe de terem melhorado sua condição de vida emigrando para o Brasil.
A localização agora proposta como
núcleo figura como situada em planalto
Dicesto Econômico 120
gero em dizer que seriam perniciosos
Dicesto Econômico
Era mais uma tentativa de coloniza
MedkUifs européias contra o Brasil
medidas contra a emigração para o Bra sil. Veja-se, por exemplo, esta "Adver tência aos Emigrantes", publicada por ordem do Gbvemment Emigration
nos casos em que precisamente a extre
ção que falhava na
Bahia. Falhara
Mas, apesar de tòdas as devastações
ma fertilidade das terras surgia como bar reira a vencer. Nas lavouras de açúcar
Leopoldina (1818), falhara S. Jorge de
da febre amarela, foram sobretudo as
Ilhéus (1822), falhara a colônia de San ta Januária (1828) feita com irlandeses,
e agora morria ou disper.sava-so tòda es
condições agrárias existentes que moti varam as medidas sucessivas que vários países da Europa foram tomando contra
sa gente que se queria colocar na lavou
o Brasil.
ra do cacau. Por essa ou aquela razão, as terras do trópico pareciam inóspitas.
À semelhança de Menezes e Souza, muita gente havia que se espantava com
não faltava, por exemplo, quem tratas se de "esterilizar" o solo por via de plantas e fogos contínuos, para que as canas não crescessem demasiadò selva
gens, quer dizer, gordas e viçosas, ricas em cíijdo, mas de pouco açúcar. O café criado em terra fértil - di
zia Burlamaque — produz -bela vegeta ção, porém maus frutos e escassos. As
sim pensavam os fazendeiros do tempo, e o Senador Vergueiro, autoridade aca tada nesses assuntos, costumava mandar
derribar as matas, aproveitar as terras durante anos para outras comodidades, e deixava crescerem capoeiras; só ao cabo disso fazia plantar as primeiras mudas de café. Era uma lavoura não somente extensiva como dissipadora — antes 'mi
neração do que agricultura; contrariava, portanto, aos olhos do europeu, as leis mais comezinhas da arte de plantar." E o clima ia assim condicionando la vouras diferentes, hábitos diferentes e
Mas sobretudo por causa da febre ama
tais medidas. Assim, José Antônio de Azevedo e Castro, na Assembléia Legis lativa do Rio Grande do Sul, em 1876,
aos que pretendem emigrar os resulta
Essa febre amarela matava sobretudo os estrangeiros. Mais tarde, nos fins do
comentava:
"... em alguns Estados da Europa
século XIX, chegaria a liquidar tôda a tripulação de um navio italiano, o Lom-
continuam a suscitar-se embaraços à emi
bardia, que aqui viera ter. No Cemitério
gração sob fundamentos que nada têm
de São Francisco Xavier, no Rio, pode-
de reais; exprimem apreciações menos
justas e até certo ponto irrogam verda deira injúria ao nosso caráter hospitalei
se ver o tumulo dêsses marinheiros.
De tal modo a febre amarela dizima
ro. Em França, o Ministro dos Negócios
va os europeus que aqui chegavam, que
os nossos jacobinos chamavam-na "a pa triótica". Enquanto isso, na Argentina
Estrangeiros chegou a proibi-la; no en tanto, é certo que em poucos países o
liouve um grande surto, no século XIX,
acolhimento feito aos colonos será mais
único todavia, que ràpidamente se extin
cordial do que entre nós, em raros a
guiu, sem trabalho de saneamento, sim
administração se desvelará mais pelo seu bem-estar e felicidade. Não há reclama
ção, não há queixa a que não se trate
qual a medicina de então mal sabia se
las latitudes. As más condições sanitá
imediatamente de dar providências, e se
defender. E um estudo que ainda está para ser feito o da mortalidade, algumas
rias do Brasil eram, aliás, apontadas na
todavia elas reaparecem é porque em
Europa pelos representantes interes.sados em enviar irnigrantes para' os seus países
regra o colono costuma ser exigente e não sabe ter em conta a diversidade dos
respectivos. Augusto de Carvalho nos conta como em 1856 um português, côn
hábitos e costumes alheios."
sul da Argentina em Lisboa, fazia pro
restrições por parte da França.
inteiras de imigrantes. E isso, quanto mais para o Norte, pior.
Nesse documento se fala, portanto, de Quanto à Alemanha, ainda estava em
Por essa época mesmo a que nos vi mos referindo, entre 1873 e 1874, 1.800 alemães e polacos, de todas as idades,
paganda da Argentina dizendo estar na convicção de prestar um bom serviço "àqueles que procuravam sua fortuna
. vigor o rescripto de Heydt, de 3 de no
se estabeleceram ern duas fazendas de
em países longínquos e doentios, onde as mais das vezes perece o maior número
1896 êsse decreto seria revogado; quan
cacau da Bahia, Muniz e Deodoro. Em
poucos meses morreram mais de 100 cri
dêlès". Apontava-lhes então o dito côn
anças. Emílio Willems nos informa que
sul o caminho de Buenos Aires "com um
faleceram ao todo 738 pessoas, 1.005 re
"O Govèmo de Sua Majestade, infor
rela.
sor encontrado condições de vida naque
vezes espantosa, que liquidou colônias
Bóard, datada de 10 de fevereiro de 1875:
mado da elaboração de um plano desti nado a promover a emigração do Reino Unido para o Brasil, incumbiu o Depar tamento de Emigração, por intermédio
plesmente por não ter o inseto transmis
sobretudo tôda uma patologia contra a
121
vembro de 1859, proibindo a emigra ção alemã para õ Brasil. Sòmente em to aos Estados do Rio Grande, Santa Ca tarina e Paraná, mas jamais quanto a São Paulo.
clima semelhante ou igual ao de Portu
patriaram-se e 160 ficaram ou mudaram-
gal, onde não há epidemia nem molés
se para Blumenau.
tias dominantes".
Na Inglaterra também se tomavam
.tj..
da Secretaria de Estado, de relembrar
dos infelizes dos planos anteriores de
emigração para êsse pais. Em 1872 e 1873 várias levas de emigrantes, soman
do ao todo cerca de mil almas, pairiram
do Reino Unido para o Brasil, sob pro messas de fornecimento de terras em
condições favoráveis, bem como de as sistência para o seu cultivo ate que pu dessem arcar com os ônus e na e.xpecta-
tiva de que poderiam obter suas colhei tas ao fim de seis meses. Estas
sãs e esperanças não foram entretanto concretizadas. Os emigrantes nao con seguiram terra, a doença espalhou-se entre eles, muitos morreram, e os que puderam fazê-lo, regressaram a capita na esperança de obter auxilio do cônsul inglês ali sediado. Algumas viúvas e fi
(
lhos dos que morreram foram então re patriados, alguns dos. emigrantes retor naram ao seu domicílio e o cônsul inglês
ainda faz esforços ingentes para lograr do govêmo brasileiro assistência aos que ficaram. As narrações que estes fazem sobre a sua situação atual mostram que sofreram enormes dificuldades e priva
ções e estão longe de terem melhorado sua condição de vida emigrando para o Brasil.
A localização agora proposta como
núcleo figura como situada em planalto
««ÇF7 r»»:
122
Dicesto EcoNÓNnco
onde o clima é saudável e o solo fértil.
o Espírito Santo e finalmente em 1902.
Mas, por outro lado, está situada a gran de distância de qualquer centro onde possam ser vendidos os seus produtos ou
pelo chamado decreto Prinetti, proibia a
adquiridos os suprimentos'de que necessi^tem; a maior cidade de alguma impor tância é Curitiba, capital da província, distante 62 milhas. Consta que uma ferroWa será construída entre a colônia e
Curitiba, mas êsses empreendimentos são morosos num país onde a mão-de-
obra é escassa e dispendiosa. O pôrto mais próximo está situado a
114 milhas e a viagem até o Rio de Ja neiro, por mar, toma ainda mais 40 ho
ras, além de que o mercado que se diz ser o Rio para a colocação de todos os
produtos pode ser considerado como pro blemático.
Os emigrantes devem lembrar-se ain
da de que, indo para o-Brasil, encontralúo um país onde a língua, as leis, a re
ligião e os habites do povo ser-lhes-ão inteiramente estranhos, e embora se diga que terão uma igreja e escolas, nem uma ou outra coisa existe atualmente.
É muito importante que antes de se decidirem a emigrar para o Brasil, os emigrantes pesem bem êstes fatos e com-
preendam que a tomarem essa decisão, apesar de advertidos, deverão aceitar a responsabilidade pelos resultados.
emigração para São Paulo. Êsse último
decreto, de fato, faz baixar sen.slvelniente as entradas de italianos no Brasil.
Mas voltemos ao século XIX, a 1870 precisamente, e vejamos uma das ten tativas ou esperanças dos latifundiários
procurando contornar a situação que decorria da escassez do trabalho escravo
e da pouca atração que a fazenda de café brasileira exercia sobre o trabalha
dor europeu.
A tentativa.foi a da importação de coolies chineses. Conforme e.xplicava um "Projeto apresentado aos lavradores
do Brasil", "na China coolie quer dizer apenas trabalhador, e assim, para expri mir as diferentes classes de trabalhadores
chineses, os ingleses dizem: water-coolie, fire-coolie, lamp-coolie etc." A experiência com traballiadores chi De
pois da já referida tentativa ao tempo de D. João, por sugestão""do Conde de Linhares, que queria importar 2.000.000 de chineses, tendo afinal de contas vin
do apenas cêrca de 400, um Sr. A. Car doso trouxe alguns chineses em 1855.
Government Emigration Board
expedição preparada peln govêrno. Mas
Do\vning Street, S. W. lOth February, 1875."
ou porque a escoUia dos elementos ti
vesse sido má, conforme se alegou de pois, ou por qualquer motivo, muitos
(1859) e inglês (1875) não foram iso
lados. No curso dá história da emigra ção para o Brasil outros decreto.s seme lhantes se irão suceder. Em 1895, por exemplo, por lei de 20 de julho, o govêrno italiano proibia a emigração para
segundo se diz, sc terem então esmera
tes de outras origens, para constituir â
do na e.scolha dos engajados, não- foi
nossa nacionalidade futura".
fácil encontrar trabalho para êles, pou
tia, procurando deixar bem claro o seu
dêsses chineses se transformaram em
mendigos e assim' podiam ser vistos nas ruas do Rio de Janeiro. Novamente o Sr. A. Cardoso fêz vir outros mais, no ano" séguinte, mas encontrou os ânimos
de tal maneira prevenidos contra os chins que apesar de os seus agentes,'
E repe
cos eiobora, e desde então nunca mais
pensamento e sobrepor-se às críticas de
se pensara seriamente na importação de
que estava sendo vítima:
Mas em 1870 a idéia foi de novo
No ano seguinte chegaram outros, numa
Êsses gestos dos governos alemão
128
chineses.
Coolies chineses
neses no Brasil era muito restrita.
Dicesto Econó.mico
"Mas isso somente como um meio de
transição até que se tenha operado a
muito debatida. Na Sociedade Au.xiliá-
transformação lenta nas relações do tra
dora da Indústria Nacional houve acalo rados debates sobre a questão: "Con-
circunstâncias do país comportem o re
virá ao Brasil a importação de colonos chins?"
I. C. Galvão presidiu a comissão da referida sociedade, que deveria dar pa
recer sobre o assunto. favorável.
O parecer foi
Mas a reação contra o pn-
recer da comissão, no próprio seio da Sociedade Auxiliadora, foi muito vio lenta. Sobretudo o Dr. Nico'au Joaquim
Moreira protestou em nome da medicina e d^ raça contra a idéia de recebermos chineses.
É a um tempo melancólico e diver tido acompanhar êsses debates. Galvão, respondendo ao Dr. Joaquim Moreira, explicava que "os chins eram os únicos
■ que nas atuais circunstâncias do pais podiam suprir a escassez de braços nas fazendas e outros estabelecimentos onde
hoje se emprega o trabalho escravo". Preconizava, portanto, "a sua introdução para êsse fim não só de utilidade como
de urgente necessidade". Mas e.xplica va e deixava bem claro que a comissão que êle presidira tinha considerado ape nas o lado econômico. Dizia, portanto:
"mas só e simplesmente nesse caráter de meros elementos de trabalho e que a comissão entende conveniente a sua^
aquisição temporária; e não como ver
dadeiros colonos que se venham fixar no solo, fazer parte permanente da nossa
balho e da ocupação do so!o^ até que as
gime do trabalho inteiramente livre; até que possa funcionar o sistema mais
perfeito dos encanamentos subterrâneos, isto é, até que as medidas sobre imigra
ção, higiene e catequese possam produ zir seus frutos e dispensar a coopera-
ção dos chins."
,M
Miguel Calmon Menezes de Macedo, ^ que também fizera parte da comissão, responde a Nicolau Joaquim Morena, na sessão de 30-12-1870, dizendo que nao
se podendo obter da Europa ou da exigidas pelos fazendeiros, tendo de sujeitar-se às leis da humanidade e galgar uns após outros os diversos degraus da civilização, 6 sendo o regime de coolies uma destas estações intermediárias, os
' 1
asiáticos vêm solver as grandes dificul-
•
América do Norte braços nas condições
dades da nossa lavoura, senão a inteira
satisfação das mais altas aspirações; da maneira que comportam as circunstân
cias do país; como o meio mais natural de transição, que hoje se nos oferece para passar do regime do trabalho servil para o regime do trabalho inteiramente livre".
Mas logo relembrava: "só e simples mente nesse caráter de meros elementos
de trabalho é que a seção entende con veniente a sua aquisição temporária". Pobres chins. Eram êsses os seus par
sociedade, e concorrer, pela fusão com a
tidários. Mas o Dr. Nicolau não que
população indígena do país e imigran
ria saber deles nem como trabalhadores
j '
««ÇF7 r»»:
122
Dicesto EcoNÓNnco
onde o clima é saudável e o solo fértil.
o Espírito Santo e finalmente em 1902.
Mas, por outro lado, está situada a gran de distância de qualquer centro onde possam ser vendidos os seus produtos ou
pelo chamado decreto Prinetti, proibia a
adquiridos os suprimentos'de que necessi^tem; a maior cidade de alguma impor tância é Curitiba, capital da província, distante 62 milhas. Consta que uma ferroWa será construída entre a colônia e
Curitiba, mas êsses empreendimentos são morosos num país onde a mão-de-
obra é escassa e dispendiosa. O pôrto mais próximo está situado a
114 milhas e a viagem até o Rio de Ja neiro, por mar, toma ainda mais 40 ho
ras, além de que o mercado que se diz ser o Rio para a colocação de todos os
produtos pode ser considerado como pro blemático.
Os emigrantes devem lembrar-se ain
da de que, indo para o-Brasil, encontralúo um país onde a língua, as leis, a re
ligião e os habites do povo ser-lhes-ão inteiramente estranhos, e embora se diga que terão uma igreja e escolas, nem uma ou outra coisa existe atualmente.
É muito importante que antes de se decidirem a emigrar para o Brasil, os emigrantes pesem bem êstes fatos e com-
preendam que a tomarem essa decisão, apesar de advertidos, deverão aceitar a responsabilidade pelos resultados.
emigração para São Paulo. Êsse último
decreto, de fato, faz baixar sen.slvelniente as entradas de italianos no Brasil.
Mas voltemos ao século XIX, a 1870 precisamente, e vejamos uma das ten tativas ou esperanças dos latifundiários
procurando contornar a situação que decorria da escassez do trabalho escravo
e da pouca atração que a fazenda de café brasileira exercia sobre o trabalha
dor europeu.
A tentativa.foi a da importação de coolies chineses. Conforme e.xplicava um "Projeto apresentado aos lavradores
do Brasil", "na China coolie quer dizer apenas trabalhador, e assim, para expri mir as diferentes classes de trabalhadores
chineses, os ingleses dizem: water-coolie, fire-coolie, lamp-coolie etc." A experiência com traballiadores chi De
pois da já referida tentativa ao tempo de D. João, por sugestão""do Conde de Linhares, que queria importar 2.000.000 de chineses, tendo afinal de contas vin
do apenas cêrca de 400, um Sr. A. Car doso trouxe alguns chineses em 1855.
Government Emigration Board
expedição preparada peln govêrno. Mas
Do\vning Street, S. W. lOth February, 1875."
ou porque a escoUia dos elementos ti
vesse sido má, conforme se alegou de pois, ou por qualquer motivo, muitos
(1859) e inglês (1875) não foram iso
lados. No curso dá história da emigra ção para o Brasil outros decreto.s seme lhantes se irão suceder. Em 1895, por exemplo, por lei de 20 de julho, o govêrno italiano proibia a emigração para
segundo se diz, sc terem então esmera
tes de outras origens, para constituir â
do na e.scolha dos engajados, não- foi
nossa nacionalidade futura".
fácil encontrar trabalho para êles, pou
tia, procurando deixar bem claro o seu
dêsses chineses se transformaram em
mendigos e assim' podiam ser vistos nas ruas do Rio de Janeiro. Novamente o Sr. A. Cardoso fêz vir outros mais, no ano" séguinte, mas encontrou os ânimos
de tal maneira prevenidos contra os chins que apesar de os seus agentes,'
E repe
cos eiobora, e desde então nunca mais
pensamento e sobrepor-se às críticas de
se pensara seriamente na importação de
que estava sendo vítima:
Mas em 1870 a idéia foi de novo
No ano seguinte chegaram outros, numa
Êsses gestos dos governos alemão
128
chineses.
Coolies chineses
neses no Brasil era muito restrita.
Dicesto Econó.mico
"Mas isso somente como um meio de
transição até que se tenha operado a
muito debatida. Na Sociedade Au.xiliá-
transformação lenta nas relações do tra
dora da Indústria Nacional houve acalo rados debates sobre a questão: "Con-
circunstâncias do país comportem o re
virá ao Brasil a importação de colonos chins?"
I. C. Galvão presidiu a comissão da referida sociedade, que deveria dar pa
recer sobre o assunto. favorável.
O parecer foi
Mas a reação contra o pn-
recer da comissão, no próprio seio da Sociedade Auxiliadora, foi muito vio lenta. Sobretudo o Dr. Nico'au Joaquim
Moreira protestou em nome da medicina e d^ raça contra a idéia de recebermos chineses.
É a um tempo melancólico e diver tido acompanhar êsses debates. Galvão, respondendo ao Dr. Joaquim Moreira, explicava que "os chins eram os únicos
■ que nas atuais circunstâncias do pais podiam suprir a escassez de braços nas fazendas e outros estabelecimentos onde
hoje se emprega o trabalho escravo". Preconizava, portanto, "a sua introdução para êsse fim não só de utilidade como
de urgente necessidade". Mas e.xplica va e deixava bem claro que a comissão que êle presidira tinha considerado ape nas o lado econômico. Dizia, portanto:
"mas só e simplesmente nesse caráter de meros elementos de trabalho e que a comissão entende conveniente a sua^
aquisição temporária; e não como ver
dadeiros colonos que se venham fixar no solo, fazer parte permanente da nossa
balho e da ocupação do so!o^ até que as
gime do trabalho inteiramente livre; até que possa funcionar o sistema mais
perfeito dos encanamentos subterrâneos, isto é, até que as medidas sobre imigra
ção, higiene e catequese possam produ zir seus frutos e dispensar a coopera-
ção dos chins."
,M
Miguel Calmon Menezes de Macedo, ^ que também fizera parte da comissão, responde a Nicolau Joaquim Morena, na sessão de 30-12-1870, dizendo que nao
se podendo obter da Europa ou da exigidas pelos fazendeiros, tendo de sujeitar-se às leis da humanidade e galgar uns após outros os diversos degraus da civilização, 6 sendo o regime de coolies uma destas estações intermediárias, os
' 1
asiáticos vêm solver as grandes dificul-
•
América do Norte braços nas condições
dades da nossa lavoura, senão a inteira
satisfação das mais altas aspirações; da maneira que comportam as circunstân
cias do país; como o meio mais natural de transição, que hoje se nos oferece para passar do regime do trabalho servil para o regime do trabalho inteiramente livre".
Mas logo relembrava: "só e simples mente nesse caráter de meros elementos
de trabalho é que a seção entende con veniente a sua aquisição temporária". Pobres chins. Eram êsses os seus par
sociedade, e concorrer, pela fusão com a
tidários. Mas o Dr. Nicolau não que
população indígena do país e imigran
ria saber deles nem como trabalhadores
j '
Dicesto
124
Econónoco
125
Bigesto Econômico
teuq>orários, e citando Duval do "Jour-
negociações que então tiveram curso en
capazes de realizar as transformações
Procura\'am retardar o dia fatal.
nal des Economistes", 1858, replicava
tre fazendeiros brasileiros e o senhor
sociais e técnicas que simultaneamente
triunfante aos seus contendores:
Tong King Sing, diretor gerente da
se impunham para o progresso do Brasil e paru que esse mesmo progresso não si^iificasse para quase todos êles a ruí na. Por isso mesmo procuravam freá-Io.
curavam atrair para o Brasil imigran tes do mais baixo padrão possível. E
"Se
os chineses valem alguma cousa como
China Merchant's Steam
Navigation
trabalhadores, em compensação são os
Company. Formaram nessa ocasião, na
maiores tratantes que se conhecem".
Essas mesmas idéias, assim, de um
primeira linha de combate contra a imigração chinesa, um negro ilustre
lado e de outro, irão ser repetidas 'nos debates parlamentares e na imprensa,
(André Rebouças), um brasileiro natura lizado (Gari von Koseritz) e um filho
durante alguns anos.
de franceses (Alfredo d'EscragnolIe Taunay). E fundamentKram-se em ra
Moreira de Barros, no debate de 3 de
setembro de 1879, diria diante do Par
zões melhores que as de R. Nicolau.
lamento:
"Então como agricrJtor, e
O que eles pretenderam foi, na frase de
hoje como ministro, nunca considerei a introdução de chíns como elementos de
Rebouças, impedir aos "nossos Landlor-
colonização, mas como um dos meios de auxiliar a transição do trabalho".
ds, o satânico intento de substituir os escravos pretos por escravos amarelos".
de trabalho, como remédio imediato para que. a lavoura não pereça. Ou salvamos a lavoura, ou declaramos a bancarrota!
colas e no sistema das relações sociais,
Ou aceitar o substituto que se acha mais próximo do braço escravo, ou fazer a
compreendiam tão pouco a substituição
ruína do pais. Não temos outra solu ção. Infelizmente, estamos em tais con
a substituição da carroça de duas rodas
dições".
tituição do boi pelo cavalo, como animal
A lavoura brasileira e a fortuna dos forme Martim Francisco, num tal sis
tema de relações humanas que não su portavam sequer a promulgação de uma lei boa, razoável, inevitável como a da
Abolição, mesmo feita parceladamente, com todas as cautelas.
Os últimos algarisinos da
^ ^
^confunta anglo-americana.
lltimo. O total da produção de carojo àaqiiele
foi
foram alcançados
TnTés de funho
„jais de 7.400.000
anterior e
toneladas. Isso representa 1.500 000 tonelr^as T\ZdtZo diária. Mais de madora na produção de carvão do
Era de fato muito difícil aos fazen deiros acomodarem-se à idéia do traba
lho livré. Rotineiros nos sistemas agrí
fazendeiros eram assim baseadas, con
nos, continuavam escravocratas.
um aumento de 15.000 tonelar^ na ^ uma tendência ascensional ani1.400.CO0 toneladas foram- ^portadas. ^^^Zr^co de junho, quando repre-
E Martim Francisco, nos debates de 4 de setembro de 1879, exclamava: "Nós
tratamos de importar o chim como braço
mesmo ingressando nas fileiras do Par tido Liberal ou dos Partidos Republica
refletem a marcha firme da recuperação
pelos trabalhadores em ambas essas
Pro
do escravo pelo trabalhador livre, quanto pelo carro de quatro rodas, ou a subs
de tiro. As^ soluções inteligentes que lhes eram apresentadas não tinliam po der de sedução sobre os seus espíritos. Condenando a utopia do trabalho livre, a maioria começou por acolher mal o
exemplo de Vergueiro.
Quando terminava a guerra do Para
^ , Frankfurt realizaram uma confe-
sentantes do Conselho Econômico ^^fJ^l^JZ^^^lTcarvão e os priríci-
tência em Essen com a Junta r pais lideres sindicais. Como resu t
t _ reunião, foi adotado um novo çuhsolo c certas categorias dos de
^plano de incentivo. Os trabalhadores Z^Z a^Jd^e de caÂe e gordura, l-uperfície podem, agora,
^
contanto que suas minas alcancem o / , , . 285.000 toneladas, mostra na produção diária, que agora e em média de mais -o bem o sucesso dôsse novo pano. , Bem-Estar dos Mineiros acabam de
Seis ^riemhros da Coim,sao AU^ ^ S^^Bretanha. Durante sua pcrma-
concluir uma estada do du -s nência nesse pais,^ a
N' acional de Carvao e ou ros ^ P,i
^ Hyndley, presidente da Junta L indú^ria carvoeira e dos
minas das principais áreas produtoras
J ve/als.u,nas dl instala-
t6es'^dEtiJdas ao bem-estar dos mineiros britânicos, inclmive salas de banho
Sas ceTtros módicos, cantinas, clubes juvenis c escolas de instrução pratica. Tcomísão foi instituída em março último por sugestão do comitê anglo-anxen-
guai e que teria sido o momento ade
ITtrMhTdSbem-estar e à melhoria das edições de vida nas hospedarias dos
quado para a abolição da escravatura; quando o Biíxsil, estuante, de vida, pro
esportivo e coordena as atividades de outras organizações interessadas no bem-
curava recompor-se do sacrifício da luta
estar dos mineiros.
mineiros. Toma também medidas para a distribuição de livros e equipamento ^
,
,,
,
Durante o mês de junho, produziu-se um total de 378.000 toneladas de aço. Constüui isso um novo recorde do após-guerra e um aumento de quase 15.000 toneladas sobre o apogeu anterior, atingido em abril último. Uma das
cliinesa só terminará em 1883, quando
e desesperadamente indagava dos ru mos melhores que deveria seguir e fazia
a interferência algo violenta e sobretudo
contratos impossíveis de imigração, .os
rasiões dêsse melhoramento recente é que mais mão-de-obra foi atraída para a
grandes proprietários se mostraram in;
siderurgia, desde a reforma da moeda na hizona, no mês passado.
A agitação em tômo da questão
rápida da Inglaterra vem pôr um fim às
Dicesto
124
Econónoco
125
Bigesto Econômico
teuq>orários, e citando Duval do "Jour-
negociações que então tiveram curso en
capazes de realizar as transformações
Procura\'am retardar o dia fatal.
nal des Economistes", 1858, replicava
tre fazendeiros brasileiros e o senhor
sociais e técnicas que simultaneamente
triunfante aos seus contendores:
Tong King Sing, diretor gerente da
se impunham para o progresso do Brasil e paru que esse mesmo progresso não si^iificasse para quase todos êles a ruí na. Por isso mesmo procuravam freá-Io.
curavam atrair para o Brasil imigran tes do mais baixo padrão possível. E
"Se
os chineses valem alguma cousa como
China Merchant's Steam
Navigation
trabalhadores, em compensação são os
Company. Formaram nessa ocasião, na
maiores tratantes que se conhecem".
Essas mesmas idéias, assim, de um
primeira linha de combate contra a imigração chinesa, um negro ilustre
lado e de outro, irão ser repetidas 'nos debates parlamentares e na imprensa,
(André Rebouças), um brasileiro natura lizado (Gari von Koseritz) e um filho
durante alguns anos.
de franceses (Alfredo d'EscragnolIe Taunay). E fundamentKram-se em ra
Moreira de Barros, no debate de 3 de
setembro de 1879, diria diante do Par
zões melhores que as de R. Nicolau.
lamento:
"Então como agricrJtor, e
O que eles pretenderam foi, na frase de
hoje como ministro, nunca considerei a introdução de chíns como elementos de
Rebouças, impedir aos "nossos Landlor-
colonização, mas como um dos meios de auxiliar a transição do trabalho".
ds, o satânico intento de substituir os escravos pretos por escravos amarelos".
de trabalho, como remédio imediato para que. a lavoura não pereça. Ou salvamos a lavoura, ou declaramos a bancarrota!
colas e no sistema das relações sociais,
Ou aceitar o substituto que se acha mais próximo do braço escravo, ou fazer a
compreendiam tão pouco a substituição
ruína do pais. Não temos outra solu ção. Infelizmente, estamos em tais con
a substituição da carroça de duas rodas
dições".
tituição do boi pelo cavalo, como animal
A lavoura brasileira e a fortuna dos forme Martim Francisco, num tal sis
tema de relações humanas que não su portavam sequer a promulgação de uma lei boa, razoável, inevitável como a da
Abolição, mesmo feita parceladamente, com todas as cautelas.
Os últimos algarisinos da
^ ^
^confunta anglo-americana.
lltimo. O total da produção de carojo àaqiiele
foi
foram alcançados
TnTés de funho
„jais de 7.400.000
anterior e
toneladas. Isso representa 1.500 000 tonelr^as T\ZdtZo diária. Mais de madora na produção de carvão do
Era de fato muito difícil aos fazen deiros acomodarem-se à idéia do traba
lho livré. Rotineiros nos sistemas agrí
fazendeiros eram assim baseadas, con
nos, continuavam escravocratas.
um aumento de 15.000 tonelar^ na ^ uma tendência ascensional ani1.400.CO0 toneladas foram- ^portadas. ^^^Zr^co de junho, quando repre-
E Martim Francisco, nos debates de 4 de setembro de 1879, exclamava: "Nós
tratamos de importar o chim como braço
mesmo ingressando nas fileiras do Par tido Liberal ou dos Partidos Republica
refletem a marcha firme da recuperação
pelos trabalhadores em ambas essas
Pro
do escravo pelo trabalhador livre, quanto pelo carro de quatro rodas, ou a subs
de tiro. As^ soluções inteligentes que lhes eram apresentadas não tinliam po der de sedução sobre os seus espíritos. Condenando a utopia do trabalho livre, a maioria começou por acolher mal o
exemplo de Vergueiro.
Quando terminava a guerra do Para
^ , Frankfurt realizaram uma confe-
sentantes do Conselho Econômico ^^fJ^l^JZ^^^lTcarvão e os priríci-
tência em Essen com a Junta r pais lideres sindicais. Como resu t
t _ reunião, foi adotado um novo çuhsolo c certas categorias dos de
^plano de incentivo. Os trabalhadores Z^Z a^Jd^e de caÂe e gordura, l-uperfície podem, agora,
^
contanto que suas minas alcancem o / , , . 285.000 toneladas, mostra na produção diária, que agora e em média de mais -o bem o sucesso dôsse novo pano. , Bem-Estar dos Mineiros acabam de
Seis ^riemhros da Coim,sao AU^ ^ S^^Bretanha. Durante sua pcrma-
concluir uma estada do du -s nência nesse pais,^ a
N' acional de Carvao e ou ros ^ P,i
^ Hyndley, presidente da Junta L indú^ria carvoeira e dos
minas das principais áreas produtoras
J ve/als.u,nas dl instala-
t6es'^dEtiJdas ao bem-estar dos mineiros britânicos, inclmive salas de banho
Sas ceTtros módicos, cantinas, clubes juvenis c escolas de instrução pratica. Tcomísão foi instituída em março último por sugestão do comitê anglo-anxen-
guai e que teria sido o momento ade
ITtrMhTdSbem-estar e à melhoria das edições de vida nas hospedarias dos
quado para a abolição da escravatura; quando o Biíxsil, estuante, de vida, pro
esportivo e coordena as atividades de outras organizações interessadas no bem-
curava recompor-se do sacrifício da luta
estar dos mineiros.
mineiros. Toma também medidas para a distribuição de livros e equipamento ^
,
,,
,
Durante o mês de junho, produziu-se um total de 378.000 toneladas de aço. Constüui isso um novo recorde do após-guerra e um aumento de quase 15.000 toneladas sobre o apogeu anterior, atingido em abril último. Uma das
cliinesa só terminará em 1883, quando
e desesperadamente indagava dos ru mos melhores que deveria seguir e fazia
a interferência algo violenta e sobretudo
contratos impossíveis de imigração, .os
rasiões dêsse melhoramento recente é que mais mão-de-obra foi atraída para a
grandes proprietários se mostraram in;
siderurgia, desde a reforma da moeda na hizona, no mês passado.
A agitação em tômo da questão
rápida da Inglaterra vem pôr um fim às
DicESTo Econômico
No tempo da Regência Otávio Tabquinio de Soüsa
Q período regencíal - 7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840 — nao é apenas interessante pelos seus aspectos políticos, nem seria possível
apreciá-lo de maneira mais completa, deixando na sombra os aspectos sociais e as repercussões de uns sôbre outros.
da'Regência fôssem orgânicamente fra
ilustre historiador Tarquinio de So«-sfl.
ra combater o descalabro da indisci
plina militar, criou-se a Guarda Nacio
costumes, os seus estilos de vida.
os políticos mais em vista, os jornalis
revolução de 7 de abril, afastando do
tas, os deputados, os senadores, postas
trono Pedro I e substituindo-o pelo
à margem, salvo raras exceções, as fi
filho, já nascido no Brasil, teve um
guras' do Primeiro Reinado, suspeitas
cunho ao mesmo tempo político e so
não só de ranço absolutista como de
cial, de nacionalização da nossa Inde
simpatia ou aproximação com os por
pendência, com o acesso ao poder e
tugueses. Parece que agora o Brasil
a possibilidade de ação dos elementos mais caracteristicamente brasileiros, em
se crê realmente emancipado, livre, se
mento colonizador.
Se o movimento
que determinou a retirada do primeiro
nhor do seu destino, e cuida chegado o momento
de
tôdas
as
experiências,
numa como que orgia de liberdade, a
talvez entre nós o início ou recrudes-
manifestar-se nos excessos da impren sa, na exacerbação dos ódios partidá rios, na mais desenfreada demagogia. Com a Regência, a rua domina, intímida, constrange, humilha o Poder,
cimento de uma fase de europeização
tenta dar ordens ao Governo: é o es
imperador teve a marca de influências estrangeiras a queda de Carlos X de França, por exemplo — e assinala ou de re-europeização intensa, assume por outro lado feição de uma nítida
reação nativista, antilusitana e jaco-bina.
Tôda a vida do país, em suas dife rentes faces, toma um colorido mais
pelos meios ordinários, pela tenacidade, pela confiança na própria missão. Pa nal, a fôrça cidadã que alinhava os
nomia geral da comunidade, os seus
detrimento do prestígio do antigo ele
que Evaristo da Veiga pusera de novo
cos, enfrentando o vencendo as rebeliões
realistas; brasileiros, muitos até iiidisfarçàvelmente mulatos ou caboclos, são
A
madas para manutenção da ordem, co mo as comissões militares, tribunais de exceção que julgavam e condenavam
ressantes, constitui unm fotografia da época da Regência e revela hem o es pírito de pesquisa de que ó dotado o
preservar os espíritos mais lúcidos e
petáculo do Rio de Janeiro em abril, em julho, em outubro de 1831, o Rio dos motins, das quarteladas, das desor dens, das "rusgas", dos assassínios, das vaias.
Liberais algo ingênuos e perfeita mente sinceros, os homens públicos que tiveram então a responsabilidade do
brasileiro, mais da terra, mais nacional. Brasileiro nato é agora o imperador, o monarca-menino cujo trono, símbolo de
governo não ousaram recorrer, ainda
unidade da nação, se esforçam por
nos transes mais difíceis, à suspensão
Não bastava, para dis-
tiguir brasileiros e portugueses, o laço
sumàriamcnte, fez com que os governos
os múltiplos efeitos da mesma nature
mentária, como se os separassem abis mos de casta.
Reinado as medidas extraordinárias to
Êsse trabalho, repleto de dados inte
Do^ fato político da abdicação, com za, resultaram outras tantas conseqüên cias de ordem social, afetando a fisio
das garantias constitucionais. O hor ror que inspiraram durante o Primeiro
patriotas dispostos a sustentarem as ins
nacioiial dos dias da Independência, em
moda. Outros emblemas e outros
distintivos surgiram e foram para logo adotados. Um dêles foi apenas uma
flor, a sempre-viVa. Quem passava na rua, entrava nuni café, ou estava nas
galerias da Câmara de sempre-viva à lapela, já se sabia que era republicano e federalista. .Sentido político tinha
também o" chapéu: era divisa partidá ria. Quem usava chapéu de palha lo go se denunciava como "exaltado", pessoa simpá^
tituições. Grande foi tam
bém o papel das socieda des ou agremiações polí ticas.
tica à república ou que rendo a federação. Mais
Aos antigos clubes
do que isso, mostrava-se
secretos, de tipo maçôni-
patriota de verdade, brasi-
co, como o Areópago de
íeiK) genuíno, nacionalis
Itambé, as academias Suas
ta. Sim, porque o chapéu de palha era feito no Bra
suna e do Paraíso, como a
própria Maçonaria, o Apos-
sil, indústria nacional, teci do de fibra de taquaruçu.
tolado e o Clube dos Ami
gos Unidos, sucederam grêmios ostensivosj de por
Usá-lo importava proteger
o que era nosso. E mos
tas abertas, como a Socie dade Defensora da Liber
dade e Independência do Brasil, de que era secretá
rio e animador máximo Evaristo^ da Veiga, com mais de mil sócios só no Rio e filiais em quase tôdas as pro víncias, como a Sociedade Federal, pro-
pugnadora dos ideais federalistas, co mo a Sociedade Conservadora, reunin
do os que lobrigavam na restauração de Pedro I o fim das agitações que conturbavam o Brasil.
Tão vivas eram as paixões políticas, tão marcadas as atitudes partidárias,' que os adeptos desta ou daquela cor rente se diferenciavam até pela indu
trar-se amigo do povo, ao nível das pessoas mais po bres, porque custava ape nas três patacas, ou 960 réis, quando o
chapéu redondo, que o jornalista e deputado Evaristo da Veiga trazia à cabeça,
custava
a
exorbitância
de
8§000, e vinha da Europa, vinha da In glaterra ou da França.
E' certo quç muitos dos rapazes que usavam chapçu de taquaruçu e se ape lidavam de "farroupilhas", pertenciam a famílias ricas e eram verdadeiros petit-Tnaitres de bom tom que se pentea vam à francesa e se vestiam à inglêsa,
como dizia o , jomalistà ,da Aurora fIu-
DicESTo Econômico
No tempo da Regência Otávio Tabquinio de Soüsa
Q período regencíal - 7 de abril de 1831 a 23 de julho de 1840 — nao é apenas interessante pelos seus aspectos políticos, nem seria possível
apreciá-lo de maneira mais completa, deixando na sombra os aspectos sociais e as repercussões de uns sôbre outros.
da'Regência fôssem orgânicamente fra
ilustre historiador Tarquinio de So«-sfl.
ra combater o descalabro da indisci
plina militar, criou-se a Guarda Nacio
costumes, os seus estilos de vida.
os políticos mais em vista, os jornalis
revolução de 7 de abril, afastando do
tas, os deputados, os senadores, postas
trono Pedro I e substituindo-o pelo
à margem, salvo raras exceções, as fi
filho, já nascido no Brasil, teve um
guras' do Primeiro Reinado, suspeitas
cunho ao mesmo tempo político e so
não só de ranço absolutista como de
cial, de nacionalização da nossa Inde
simpatia ou aproximação com os por
pendência, com o acesso ao poder e
tugueses. Parece que agora o Brasil
a possibilidade de ação dos elementos mais caracteristicamente brasileiros, em
se crê realmente emancipado, livre, se
mento colonizador.
Se o movimento
que determinou a retirada do primeiro
nhor do seu destino, e cuida chegado o momento
de
tôdas
as
experiências,
numa como que orgia de liberdade, a
talvez entre nós o início ou recrudes-
manifestar-se nos excessos da impren sa, na exacerbação dos ódios partidá rios, na mais desenfreada demagogia. Com a Regência, a rua domina, intímida, constrange, humilha o Poder,
cimento de uma fase de europeização
tenta dar ordens ao Governo: é o es
imperador teve a marca de influências estrangeiras a queda de Carlos X de França, por exemplo — e assinala ou de re-europeização intensa, assume por outro lado feição de uma nítida
reação nativista, antilusitana e jaco-bina.
Tôda a vida do país, em suas dife rentes faces, toma um colorido mais
pelos meios ordinários, pela tenacidade, pela confiança na própria missão. Pa nal, a fôrça cidadã que alinhava os
nomia geral da comunidade, os seus
detrimento do prestígio do antigo ele
que Evaristo da Veiga pusera de novo
cos, enfrentando o vencendo as rebeliões
realistas; brasileiros, muitos até iiidisfarçàvelmente mulatos ou caboclos, são
A
madas para manutenção da ordem, co mo as comissões militares, tribunais de exceção que julgavam e condenavam
ressantes, constitui unm fotografia da época da Regência e revela hem o es pírito de pesquisa de que ó dotado o
preservar os espíritos mais lúcidos e
petáculo do Rio de Janeiro em abril, em julho, em outubro de 1831, o Rio dos motins, das quarteladas, das desor dens, das "rusgas", dos assassínios, das vaias.
Liberais algo ingênuos e perfeita mente sinceros, os homens públicos que tiveram então a responsabilidade do
brasileiro, mais da terra, mais nacional. Brasileiro nato é agora o imperador, o monarca-menino cujo trono, símbolo de
governo não ousaram recorrer, ainda
unidade da nação, se esforçam por
nos transes mais difíceis, à suspensão
Não bastava, para dis-
tiguir brasileiros e portugueses, o laço
sumàriamcnte, fez com que os governos
os múltiplos efeitos da mesma nature
mentária, como se os separassem abis mos de casta.
Reinado as medidas extraordinárias to
Êsse trabalho, repleto de dados inte
Do^ fato político da abdicação, com za, resultaram outras tantas conseqüên cias de ordem social, afetando a fisio
das garantias constitucionais. O hor ror que inspiraram durante o Primeiro
patriotas dispostos a sustentarem as ins
nacioiial dos dias da Independência, em
moda. Outros emblemas e outros
distintivos surgiram e foram para logo adotados. Um dêles foi apenas uma
flor, a sempre-viVa. Quem passava na rua, entrava nuni café, ou estava nas
galerias da Câmara de sempre-viva à lapela, já se sabia que era republicano e federalista. .Sentido político tinha
também o" chapéu: era divisa partidá ria. Quem usava chapéu de palha lo go se denunciava como "exaltado", pessoa simpá^
tituições. Grande foi tam
bém o papel das socieda des ou agremiações polí ticas.
tica à república ou que rendo a federação. Mais
Aos antigos clubes
do que isso, mostrava-se
secretos, de tipo maçôni-
patriota de verdade, brasi-
co, como o Areópago de
íeiK) genuíno, nacionalis
Itambé, as academias Suas
ta. Sim, porque o chapéu de palha era feito no Bra
suna e do Paraíso, como a
própria Maçonaria, o Apos-
sil, indústria nacional, teci do de fibra de taquaruçu.
tolado e o Clube dos Ami
gos Unidos, sucederam grêmios ostensivosj de por
Usá-lo importava proteger
o que era nosso. E mos
tas abertas, como a Socie dade Defensora da Liber
dade e Independência do Brasil, de que era secretá
rio e animador máximo Evaristo^ da Veiga, com mais de mil sócios só no Rio e filiais em quase tôdas as pro víncias, como a Sociedade Federal, pro-
pugnadora dos ideais federalistas, co mo a Sociedade Conservadora, reunin
do os que lobrigavam na restauração de Pedro I o fim das agitações que conturbavam o Brasil.
Tão vivas eram as paixões políticas, tão marcadas as atitudes partidárias,' que os adeptos desta ou daquela cor rente se diferenciavam até pela indu
trar-se amigo do povo, ao nível das pessoas mais po bres, porque custava ape nas três patacas, ou 960 réis, quando o
chapéu redondo, que o jornalista e deputado Evaristo da Veiga trazia à cabeça,
custava
a
exorbitância
de
8§000, e vinha da Europa, vinha da In glaterra ou da França.
E' certo quç muitos dos rapazes que usavam chapçu de taquaruçu e se ape lidavam de "farroupilhas", pertenciam a famílias ricas e eram verdadeiros petit-Tnaitres de bom tom que se pentea vam à francesa e se vestiam à inglêsa,
como dizia o , jomalistà ,da Aurora fIu-
DIGESTO
128
ECONÓ^flCO
minense, acentuando o contraste bur
do o mundo estava almoçando; janta
lesco entre os- chapéus plebeus e os "sapatinhos lustrosos, a cal^ fina e o casaco de pano de 12$000 o côvado".
va-se às três horas da tarde; às duas
Evarislo, mal dissimulando preocupa ções de elegância, não suportava o cha péu de palha, já porque o achava feio
e vulgar, já porque o monopolizavam
terminavam as sessões parlamentares. A vida quotidiana começava e acabava
cedo. As ruas mal iluminadas e pouco
,que mal surgiam c logo desapareciam quase todos explorando o an.::iiniato, a serviço de ódios partidários e paixões pessoais. Pasquins de agitadores e po
litiqueiros como João Batista de Quei rós, David da Fonseca Pinto, padre
policiadas não convidavam, não eram propícias a excursões noturnas: às no
Marcelino Pinto Ribeiro Duarte, e tam
ve horas da noite a cidade inteira esta
bém de gente mais qualificada, como o
os "exaltados", e atrávessava inverno e
va dormindo.
verão com o seu chapéu redondo, im portado da Europa. E "chapéu re
Depois do entardecer havia risco em atravessar certas vias públicas. Em
irmãos Andrada, Bernardo de Vascon
frente ao Café Neuville, no Largo do Paço, quem fosse conhecido por seus pendores "moderados", não escapava
losos não eram a Nova Luz Brasileira, o Pardo, o Lafuentc, o Bem-te-vi, a
dondo" passou a ser símbolo dos adep tos do partido "moderado", alcunha dos membros da Sociedade Defensora.
Ninguém, por exemplo, veria de cha péu de palha Odorico Mendes, Limpo de Abreu, Honório Hermeto, Paula Sou sa. De chapéu redondo já estavam os deputados e senadores às nove horas
da manhã, quando se dirigiam para as
sessões
de
suas
Câmaras.
De
chapéu redondo de copa alta, e de casaca.
Quem se prezasse só saía à rua de
casaca. As repartições públicas assim compareciam diàriamente os emprega dos. Casacas de várias côres, pretas para os atos mais solenes, e verdes com
botões amarelos, azuis, côr de rapé. As modas chegavam 'da Europa, modas dos homens e modas femininas. As mulheres ostentavam vestidos de cintu
a Voz da Liberdade, o Brasil Aflito. O redator deste último, Carlos de Oliveira,
pagou com a vida injúrias cruéis feitas ao regente Lima e Silva. O jovem te
tempo crismado de Constitucional Flu Nele, em ocasiões de maior
nente Carlos Miguel de Lima e Silva,
efervescência política, havia distúrbios,
irmão do futuro Caxias, revidou à ver-
e o espetáculo era interrompido pelos
rina do pasquineiro matando-o de um
rapazes de chapéu de palha, com os quais se misturavam às vezes alguns
golpe de espada. Sem embargo da agitação constante,
oficiais do Exército filiados ao partido "exaltado", como o Major Miguel de Frias e o Major Rangel. Ninguém se
a vida continuava e nem toda a gente
sentia tranqüilo e os boatos ferviam,
o dia a farejar novidades. Recorde-se
esperando-se a cada momento um mo tim, um novo levante, dada a indisci
certo Antônio José da Costa Cirne que, desatento a reformas da Constituição,
plina permanente da tropa. Êssc ambiente de perpétua inquieta
quia representativa, se encheu de en
cuidava apenas de políüca e passava
regime federal, república ou monar
tusiasmo com o privilégio que obteve,
ção era mantido pelos jornais, pelos nu merosíssimos jòmalecos que pululavam sob nomes por vezes bastante estranhos. Ao lado de uma Aurora Fluminense, um
via grandes requintes, nem sequer nas
Loja do Belchior, o Adotivo, o Canj^
de São Pedro de Alcântara, por alguni
curtas.
casas, do que hoje chamamos de confôrto. Tudo em regra muito simples.
celos, Rodrigues Torres. Mais escrupu-
Dos teatros, o mais importante era o
ra alta, sapatinhos rasos, ligados às pernas por fitas pretas, vestidos e saias Salvo gente mais rica, não ha
cônego Januário da Cunha Barbosa, os
pelo menos de uma vaia de assobios.
minense.
Abril, enxamèavam a Matraca dos Far
roupilhas, o Jurujuha dos Farròupilhas,
mobiliados, com móveis, espelhos, lou
a Lima Surda, o Esbarra, a Babosa, o
ças, ornamentações de origem inglêsa
se a ensinar as meninas a ler, escrever, bordar e coser.
Os leilões do Rio continuavam, como no Primeiro Reinado, em mãos de fran
ceses e ingleses; J. J. Dodsworth, Dillon & Irmãos, Carlos Cannel, Tripé & Irmãos, Bouchon & Taniére, Sigaud & Farrcux, Feraudy, Burle. Um leilão
de grande interesse foi o da baronesa Emilie de Palença, viúva do barão Borel de Palença, ex-ministro da Rússia,
residente na ponte do Catete: venaeramresidcnte venderam-
se riquíssimos aparelhos de porcelana e cristal, lustres e candelabros de bron-
ze, relógios, espelhos, vasos, móveis, in clusive uma mesa de jantar para 35 pessoas.
Ao lado dos freqüentadores de tea-
os que se reuniam na casa n.° 82 da rua da Quitanda para ouvir um con certo com sinfonia dc' Unslaw, solos de flauta, de cavatina, de clarineta, e uma ária cantada pelo Sr. Miguel Vac-, cani — Ouverture de Ia Dame Blanche
etc. Havia também charlatães no Rio ' de 1832. O médico francês Dr. Lapla- | ne anunciava a cura radical das "mo léstias" das urinas, fístulas do ânus, ca- • taratas, moléstias dos olhos, males veriéreos e escorbuto. Manuel Antônio de
Oliveira fazia ciente ao público que qualquer pessoa que padecesse de do
de grande pêso", de sua invenção. Vá
res de dentes fôsse a sua casa que êle lhe deitaria certo remédio capaz de abrandar a dor no espaço de duas
rios colégios para meninos e meninas foram-se abrindo no Rio de Janeiro, um dôles bem instalado na rua detrás do Carmo n.° 16, com "pensionistas,
semipensionistas e discípulas exter
horas "e pelo adiante lhe calar o den te".
Em meio da instabilidade política, novos aspectos de afirmação da vida
• lecionava música o padre João Jacques è dança o Sr. Lourenço" Lacombe. Na
brasileira se faziam notar. Francisco
bom ou belo vinha da Inglaterra e da
Caôlho, o Papeleta, o Fado dos Chimangos, o Caramuru, a Tôrre de Ba bel, o Pão-de-Açúcar, o Filho da Terra,
nas". Colégio para meninas, no qual
França. Às nove horas da manhã to
a Mutuca Picante, o Exaltado, jornais
rua do Rosário n.° 208 bavia outro
vreiro, anunciava em Í832 a publica
mais modesto, mais prático, propondo-
ção próxima, mediante subscrição, de
e francesa. Em regra tudo o que era
Jt
•
'
tro havia amantes de boa música, como
por dez anos, de um "carro de três
rodas pequenas para conduzir volumes
Independente, um ]ornal do Comércio, um Diário do Rio de Janeiro, um 7 de
Mas já havia interiores domésticos bem
129
Dicmto Econômico
de Paula Brito, tipógrafo e depois li
DIGESTO
128
ECONÓ^flCO
minense, acentuando o contraste bur
do o mundo estava almoçando; janta
lesco entre os- chapéus plebeus e os "sapatinhos lustrosos, a cal^ fina e o casaco de pano de 12$000 o côvado".
va-se às três horas da tarde; às duas
Evarislo, mal dissimulando preocupa ções de elegância, não suportava o cha péu de palha, já porque o achava feio
e vulgar, já porque o monopolizavam
terminavam as sessões parlamentares. A vida quotidiana começava e acabava
cedo. As ruas mal iluminadas e pouco
,que mal surgiam c logo desapareciam quase todos explorando o an.::iiniato, a serviço de ódios partidários e paixões pessoais. Pasquins de agitadores e po
litiqueiros como João Batista de Quei rós, David da Fonseca Pinto, padre
policiadas não convidavam, não eram propícias a excursões noturnas: às no
Marcelino Pinto Ribeiro Duarte, e tam
ve horas da noite a cidade inteira esta
bém de gente mais qualificada, como o
os "exaltados", e atrávessava inverno e
va dormindo.
verão com o seu chapéu redondo, im portado da Europa. E "chapéu re
Depois do entardecer havia risco em atravessar certas vias públicas. Em
irmãos Andrada, Bernardo de Vascon
frente ao Café Neuville, no Largo do Paço, quem fosse conhecido por seus pendores "moderados", não escapava
losos não eram a Nova Luz Brasileira, o Pardo, o Lafuentc, o Bem-te-vi, a
dondo" passou a ser símbolo dos adep tos do partido "moderado", alcunha dos membros da Sociedade Defensora.
Ninguém, por exemplo, veria de cha péu de palha Odorico Mendes, Limpo de Abreu, Honório Hermeto, Paula Sou sa. De chapéu redondo já estavam os deputados e senadores às nove horas
da manhã, quando se dirigiam para as
sessões
de
suas
Câmaras.
De
chapéu redondo de copa alta, e de casaca.
Quem se prezasse só saía à rua de
casaca. As repartições públicas assim compareciam diàriamente os emprega dos. Casacas de várias côres, pretas para os atos mais solenes, e verdes com
botões amarelos, azuis, côr de rapé. As modas chegavam 'da Europa, modas dos homens e modas femininas. As mulheres ostentavam vestidos de cintu
a Voz da Liberdade, o Brasil Aflito. O redator deste último, Carlos de Oliveira,
pagou com a vida injúrias cruéis feitas ao regente Lima e Silva. O jovem te
tempo crismado de Constitucional Flu Nele, em ocasiões de maior
nente Carlos Miguel de Lima e Silva,
efervescência política, havia distúrbios,
irmão do futuro Caxias, revidou à ver-
e o espetáculo era interrompido pelos
rina do pasquineiro matando-o de um
rapazes de chapéu de palha, com os quais se misturavam às vezes alguns
golpe de espada. Sem embargo da agitação constante,
oficiais do Exército filiados ao partido "exaltado", como o Major Miguel de Frias e o Major Rangel. Ninguém se
a vida continuava e nem toda a gente
sentia tranqüilo e os boatos ferviam,
o dia a farejar novidades. Recorde-se
esperando-se a cada momento um mo tim, um novo levante, dada a indisci
certo Antônio José da Costa Cirne que, desatento a reformas da Constituição,
plina permanente da tropa. Êssc ambiente de perpétua inquieta
quia representativa, se encheu de en
cuidava apenas de políüca e passava
regime federal, república ou monar
tusiasmo com o privilégio que obteve,
ção era mantido pelos jornais, pelos nu merosíssimos jòmalecos que pululavam sob nomes por vezes bastante estranhos. Ao lado de uma Aurora Fluminense, um
via grandes requintes, nem sequer nas
Loja do Belchior, o Adotivo, o Canj^
de São Pedro de Alcântara, por alguni
curtas.
casas, do que hoje chamamos de confôrto. Tudo em regra muito simples.
celos, Rodrigues Torres. Mais escrupu-
Dos teatros, o mais importante era o
ra alta, sapatinhos rasos, ligados às pernas por fitas pretas, vestidos e saias Salvo gente mais rica, não ha
cônego Januário da Cunha Barbosa, os
pelo menos de uma vaia de assobios.
minense.
Abril, enxamèavam a Matraca dos Far
roupilhas, o Jurujuha dos Farròupilhas,
mobiliados, com móveis, espelhos, lou
a Lima Surda, o Esbarra, a Babosa, o
ças, ornamentações de origem inglêsa
se a ensinar as meninas a ler, escrever, bordar e coser.
Os leilões do Rio continuavam, como no Primeiro Reinado, em mãos de fran
ceses e ingleses; J. J. Dodsworth, Dillon & Irmãos, Carlos Cannel, Tripé & Irmãos, Bouchon & Taniére, Sigaud & Farrcux, Feraudy, Burle. Um leilão
de grande interesse foi o da baronesa Emilie de Palença, viúva do barão Borel de Palença, ex-ministro da Rússia,
residente na ponte do Catete: venaeramresidcnte venderam-
se riquíssimos aparelhos de porcelana e cristal, lustres e candelabros de bron-
ze, relógios, espelhos, vasos, móveis, in clusive uma mesa de jantar para 35 pessoas.
Ao lado dos freqüentadores de tea-
os que se reuniam na casa n.° 82 da rua da Quitanda para ouvir um con certo com sinfonia dc' Unslaw, solos de flauta, de cavatina, de clarineta, e uma ária cantada pelo Sr. Miguel Vac-, cani — Ouverture de Ia Dame Blanche
etc. Havia também charlatães no Rio ' de 1832. O médico francês Dr. Lapla- | ne anunciava a cura radical das "mo léstias" das urinas, fístulas do ânus, ca- • taratas, moléstias dos olhos, males veriéreos e escorbuto. Manuel Antônio de
Oliveira fazia ciente ao público que qualquer pessoa que padecesse de do
de grande pêso", de sua invenção. Vá
res de dentes fôsse a sua casa que êle lhe deitaria certo remédio capaz de abrandar a dor no espaço de duas
rios colégios para meninos e meninas foram-se abrindo no Rio de Janeiro, um dôles bem instalado na rua detrás do Carmo n.° 16, com "pensionistas,
semipensionistas e discípulas exter
horas "e pelo adiante lhe calar o den te".
Em meio da instabilidade política, novos aspectos de afirmação da vida
• lecionava música o padre João Jacques è dança o Sr. Lourenço" Lacombe. Na
brasileira se faziam notar. Francisco
bom ou belo vinha da Inglaterra e da
Caôlho, o Papeleta, o Fado dos Chimangos, o Caramuru, a Tôrre de Ba bel, o Pão-de-Açúcar, o Filho da Terra,
nas". Colégio para meninas, no qual
França. Às nove horas da manhã to
a Mutuca Picante, o Exaltado, jornais
rua do Rosário n.° 208 bavia outro
vreiro, anunciava em Í832 a publica
mais modesto, mais prático, propondo-
ção próxima, mediante subscrição, de
e francesa. Em regra tudo o que era
Jt
•
'
tro havia amantes de boa música, como
por dez anos, de um "carro de três
rodas pequenas para conduzir volumes
Independente, um ]ornal do Comércio, um Diário do Rio de Janeiro, um 7 de
Mas já havia interiores domésticos bem
129
Dicmto Econômico
de Paula Brito, tipógrafo e depois li
DictóTO
130
"uma coleção de poesias temas e amo rosas".
Eram os ecos iniciais do ro
mantismo triunfante na Europa que aqui chegavam e encontrariam expres sões mais definidas nos Suspiros Poé ticos e Saudüdes, de Gonçalves de Ma
Econômico
fêz a sua entrada triunfal numa festa
que Aureliano Coutinho proporcionou
Do Mil-Réis ao Cruzeiro
em sua casa aos elegantes do Rio. Enquanto isso os negros continuavam
depois da sessão da Câmara, embora
a chegar da África. Em \ão a lei de 7 de novembro de 1831 proibiu o trá fico. A escravidão atingia o seu apo geu e, a despeito do ardente liberalis mo da "república provisória" da Re gência, a sociedade brasileira cada \'ez
fôsse o guia, o condutor da política, homem que fazia ministros e não quis
se impregnava mais das influências e das tapas do regime do trabalho servil.
zeiro.
nunca ser ministro.
Com o triunfo da orientação política
tica inflacionista decide-se, finalmente,
do "regresso", vencidas as revoluções, rebeliões e motins que estalaram em
leira uma nova definição de valor, des
tantas províncias do Império, o poder
de que o Decreto-lei 4791, de 5 de ou
político se enfeixava nas mãos dos de
tubro de 1942, limitou-se a uma refor
tentores da grande propriedade terri torial, deslocando-se a supremacia eco
ma meramente nominal.
galhães. Não faltavam livrarias. Na rua dos Pescadores, Evaristo mantinha a sua aberta, vendendo livros no balcão
A cadeuinha e a rêde eram ainda
meios de transporte, mas já havia li
nhas de ônibus, de gôndolas, de dili gências 0 se cogitava de estradas de ferro. Para matar a sede nos dias de
maior calor bebia-se boa cerveja, e al guns mais requintados, após o jantar, não desdenhavam um cálice de co
nhaque. Pelos paquetes da Europa vinha regularmente o gêlo, e o sorvete
JosAPHAT Linhares
(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará) Trata-se de um estudo histórico, com Fundo Monetário Internacional acaba de estabilizar o valor do cru
Depois do quase seis anos de polí o nosso governo a dar à moeda brasi
Instituindo o cruzeiro como unidade monetária nacional, apenas deu uma no
nômica para o centro-sul com o adven to e a propagação da cultura do café.
va denominação ao nosso antigo mil-
Em suas linhas mestras estava esboça
róis" que, de resto, significava um dé
do o perfil do Segundo Reinado.
cimo do cruzeiro instituído pela lei
5.108, de 18 de dezembro de 1926 (Re forma Washington Luís) e que valia, entretanto, um pouco mais de um quin
to (0,200 grama de ouro) do dólar atual, cuja equivalência, hoje, em nossa moeda, conforme a estabilização de cretada, é do Cr$ 18,50.
Enquanto, pois, o sr. Wasliington Luís alterou o pêso e o titulo da nossa unidade monetária de 1846, deixando O grupo do cacau do Comitê Internacional de Emergência Alimentar reuniu-se em Londres a fim de discutir o estabelecimento de nocas cotas de cacau excedente.
Em Nova York, segundo informa o Boletim do Escritório Brasileiro, a maioria dos circules comerciais não crê que haja possibilidades de um grande desafogo por meio de cotas adicionais para os Estados Unidos, porquanto a maioria das países já comprou tâda sua cota. Notícias chegadas a Nova York demonstram pessimis mo sôbre as perspectivas do abastecimento do cacau.
Alguns círculos dizem que
sem cumprimento o dispositivo que Uie modificou a denominação, o sr. Getú-
sôbre o "mil-réis". Os capítulo,s são destacados e independentes. No próxi mo artigo, o segundo e último, o autor examinará a Caixa de Conversão, Emis
sões pelo Banco do Brasil, Reforma
Washin^on Luís e o decreto-lei n." 4791, de 1942.
4
de teórica, uma vez que a estabilização decretada foi apenas o reconliecimento da depreciação sofrida pela nossa moe da nesses dezoito anos de dificuldades financeiras e monetárias, como os deno
minaria J. Pires do Rio. Assim, não obstante o excelente li vro do autor citado — Á. Moeda Brasi
leira — decidi-me a publicar no "Digesto * Econômico" um escôrço histórico do
"mil-réis , apreciando os principais fa tos financeiros e monetários do Brasil ate às vésperas de sua economia de
guerra, que coincide com a instituição
do cruzeiro pelo sr. Getúlio Vargas.
lio Vargas, sem lhe dar nenliuma defi De cem a um
nição de valor, limita-se a uma inovação formal, mudando-lhe o nome para cru
zeiro e substituindo a sua antiga divisão
c. produção atuai de amêndoas é 20 por cento inferior aos níveis de antes da
milesimal pela centesimal, de duvidosa
guerra, sendo improvável que êstes níveis possam ser alcançados em um futuro
vantagem.
próximo. Receia-se aue as pragas que afetam as plantações da África Ocidental,
temas e comentários de interêsse atual,
De qualquer maneira, com a determi
Com essas palavras começa René S&dillot o seu livro "Le Drame des Monnaies
porque constata que o primeiro
franco, cunhado em 1360 pelo Rei João,
principal região produtora, termam talvez assumido um caráter iiremediável em
nação do Fundo Monetário Internacio
o Bom, pesava 3,877 grs. de metal fino
alguns setores.
nal, perdeu-se o último resquício do nosso "mil-réis", que era a sua parida-
e a convenção de 21 de julho de 1937, entre o Estado e o Banco dç
O cacau dá Bahia vem com excelente cotação.
DictóTO
130
"uma coleção de poesias temas e amo rosas".
Eram os ecos iniciais do ro
mantismo triunfante na Europa que aqui chegavam e encontrariam expres sões mais definidas nos Suspiros Poé ticos e Saudüdes, de Gonçalves de Ma
Econômico
fêz a sua entrada triunfal numa festa
que Aureliano Coutinho proporcionou
Do Mil-Réis ao Cruzeiro
em sua casa aos elegantes do Rio. Enquanto isso os negros continuavam
depois da sessão da Câmara, embora
a chegar da África. Em \ão a lei de 7 de novembro de 1831 proibiu o trá fico. A escravidão atingia o seu apo geu e, a despeito do ardente liberalis mo da "república provisória" da Re gência, a sociedade brasileira cada \'ez
fôsse o guia, o condutor da política, homem que fazia ministros e não quis
se impregnava mais das influências e das tapas do regime do trabalho servil.
zeiro.
nunca ser ministro.
Com o triunfo da orientação política
tica inflacionista decide-se, finalmente,
do "regresso", vencidas as revoluções, rebeliões e motins que estalaram em
leira uma nova definição de valor, des
tantas províncias do Império, o poder
de que o Decreto-lei 4791, de 5 de ou
político se enfeixava nas mãos dos de
tubro de 1942, limitou-se a uma refor
tentores da grande propriedade terri torial, deslocando-se a supremacia eco
ma meramente nominal.
galhães. Não faltavam livrarias. Na rua dos Pescadores, Evaristo mantinha a sua aberta, vendendo livros no balcão
A cadeuinha e a rêde eram ainda
meios de transporte, mas já havia li
nhas de ônibus, de gôndolas, de dili gências 0 se cogitava de estradas de ferro. Para matar a sede nos dias de
maior calor bebia-se boa cerveja, e al guns mais requintados, após o jantar, não desdenhavam um cálice de co
nhaque. Pelos paquetes da Europa vinha regularmente o gêlo, e o sorvete
JosAPHAT Linhares
(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará) Trata-se de um estudo histórico, com Fundo Monetário Internacional acaba de estabilizar o valor do cru
Depois do quase seis anos de polí o nosso governo a dar à moeda brasi
Instituindo o cruzeiro como unidade monetária nacional, apenas deu uma no
nômica para o centro-sul com o adven to e a propagação da cultura do café.
va denominação ao nosso antigo mil-
Em suas linhas mestras estava esboça
róis" que, de resto, significava um dé
do o perfil do Segundo Reinado.
cimo do cruzeiro instituído pela lei
5.108, de 18 de dezembro de 1926 (Re forma Washington Luís) e que valia, entretanto, um pouco mais de um quin
to (0,200 grama de ouro) do dólar atual, cuja equivalência, hoje, em nossa moeda, conforme a estabilização de cretada, é do Cr$ 18,50.
Enquanto, pois, o sr. Wasliington Luís alterou o pêso e o titulo da nossa unidade monetária de 1846, deixando O grupo do cacau do Comitê Internacional de Emergência Alimentar reuniu-se em Londres a fim de discutir o estabelecimento de nocas cotas de cacau excedente.
Em Nova York, segundo informa o Boletim do Escritório Brasileiro, a maioria dos circules comerciais não crê que haja possibilidades de um grande desafogo por meio de cotas adicionais para os Estados Unidos, porquanto a maioria das países já comprou tâda sua cota. Notícias chegadas a Nova York demonstram pessimis mo sôbre as perspectivas do abastecimento do cacau.
Alguns círculos dizem que
sem cumprimento o dispositivo que Uie modificou a denominação, o sr. Getú-
sôbre o "mil-réis". Os capítulo,s são destacados e independentes. No próxi mo artigo, o segundo e último, o autor examinará a Caixa de Conversão, Emis
sões pelo Banco do Brasil, Reforma
Washin^on Luís e o decreto-lei n." 4791, de 1942.
4
de teórica, uma vez que a estabilização decretada foi apenas o reconliecimento da depreciação sofrida pela nossa moe da nesses dezoito anos de dificuldades financeiras e monetárias, como os deno
minaria J. Pires do Rio. Assim, não obstante o excelente li vro do autor citado — Á. Moeda Brasi
leira — decidi-me a publicar no "Digesto * Econômico" um escôrço histórico do
"mil-réis , apreciando os principais fa tos financeiros e monetários do Brasil ate às vésperas de sua economia de
guerra, que coincide com a instituição
do cruzeiro pelo sr. Getúlio Vargas.
lio Vargas, sem lhe dar nenliuma defi De cem a um
nição de valor, limita-se a uma inovação formal, mudando-lhe o nome para cru
zeiro e substituindo a sua antiga divisão
c. produção atuai de amêndoas é 20 por cento inferior aos níveis de antes da
milesimal pela centesimal, de duvidosa
guerra, sendo improvável que êstes níveis possam ser alcançados em um futuro
vantagem.
próximo. Receia-se aue as pragas que afetam as plantações da África Ocidental,
temas e comentários de interêsse atual,
De qualquer maneira, com a determi
Com essas palavras começa René S&dillot o seu livro "Le Drame des Monnaies
porque constata que o primeiro
franco, cunhado em 1360 pelo Rei João,
principal região produtora, termam talvez assumido um caráter iiremediável em
nação do Fundo Monetário Internacio
o Bom, pesava 3,877 grs. de metal fino
alguns setores.
nal, perdeu-se o último resquício do nosso "mil-réis", que era a sua parida-
e a convenção de 21 de julho de 1937, entre o Estado e o Banco dç
O cacau dá Bahia vem com excelente cotação.
132
Digiwto EcoNÓNnoo
França, lhe dava lun teor de 38,7 mi
vinha ainda do alvará de agosto de
ligramas.
1688 e vigorou até 1833.
Fez-se apenas deslocar a vírgula da definição: o franco (de 1937) vale justamente cem vezes menos do que
valia em 1360. (Ob. dt. pág. 5) denomina-o, certamente por êsse motivo, de moeda resignada.
Em 1814 o nosso câmbio sôbre Lon
dres era de 96 pence por "mll-réis", ao passo que em 1943, poucos meses após
a instituição do cruzeiro, exprimia-se pela decimal 0,90.
Quer dizer que a libra esterlina de 1814 valia 2$500 e a de 1943 250$000 ou, como se diz hoje, Cr$ 2,.50 e 250,00, respectivamente.
/ o nosso "milréis", num portanto, percurso com de pouco mais de um ^século, uma depreciação equivalen te a desvalorização sofrida pela moeda francesa num período de quase 600 anos. E, no entanto, apesar de analogia tão surpreendente, eu denomino o nosso
mil-réis , boje chamado cruzeiro, de moeda resistente.
De certo, a desvalorização sofrida pe la moeda bra.sileira não teve tão alta equivalência. A taxa cambial de 1814 estava acima
ves repercussões no Brail, e o seu defi nitivo colapso com a revolução de 1930.
dos lustros e dos séculos. (Kleinwacht :e;
Desvalorização e depredação da moeda
secular da moeda, que o povo traduz
Costuma-se, nos meios não técnicos, falar indiferentemente de desvaloriza
nuo lU da U<1 Nada.
59, de 8 de outubro de 1833, ficando
ção e de depreciação da moeda. A desvalorização é a depreciação da moeda feita pelo Estado com uma nova
sas considerações os fenômenos de or
assim definido:
definição do seu pôso.
A sua definição era a seguinte: Oitava de ouro de 22 quilates: 1$600
Unidade monetária (1$000): 2,24 grs. Câmbio ao par, sôbre Londres: 67,5 pence, o que dava à libra esterlina o valor de 3.$555.
Êsse padrão foi alterado pela lei n.° Oitava dc ouro: 2$500; equivalência do "mil-réis": 1,43 grs. Câmbio ao par: 43,2 pence, dando à libra esterlina o valor de 5$555. Em 1846 houve outra alteração do nosso padrão monetário pela lei n.° 401 de 11 de setembro, o qual fica assim de
cula na Inglaterra. Padrão monetário do Brasil e suas
alterações O nosso primeiro padrão monetário
fato de uma moeda.
A desvalorização é uma
medida de que se têm ser
monetário do Brasil o ouro, pesado em
vido os Estados no decorrer
gramas, cunhado em moedas, ao título
dos tempos, mesmo porque
de 900 milésimos de metal fino e 100
no do padrão de 1846, que era de 917 milésimos com 83 milésimos de liga, e a unidade monetária, que passa a ser o cruzeiro, valendo 10$000 e pesando 2 gramas de ouro, desde quo todo o nos
zer face às lutas napoleônicas, do que
citado, o aviltamento de
zembro de 1926 (Reforma Wasloington Luís), fica estabelecido como padrão
libra esterlina, de conversibilidade sus
pròpriamente da firmeza da nossa moeda. E o câmbio de 1943 é a expressão do valor da bbra-ouro, que não mais cir
mente, como define o autqr
Enfim, pela lei 5.108, de 18 de de
milésimos de liga adequada.
sões com que o Reino Unido teve de fa
de fato ou, mais pròpria
de 8S890.
a depreciação da moeda é um fenômeno que se processa ininter
Essa lei altera o título do metal fi
ruptamente.
A relação entre a oferta e a pro
cura, por via de regra, diz um autor,
varia apenas de um modo imperceptí vel no mesmo lugar e em curto espaço
de tempo. Mas essas modificações pe
so papel-moeda seria convertido na base
queníssimas e imperceptíveis da ofer ta e da procma se vão somando no transcurso do tempo e, como as alte
de 200 miligramas por "mil-réis". Esta reforma, que será adiante ana lisada, não foi integralmente posta em
rações pequeníssimas e completamente imperceptíveis da superfície da terra,
execução e teve o seu fracasso com a
depressão da economia mundial decor rente da crak bolsista d© 1929, de gra-
dão como resultado variações conside ráveis do valor da moeda no decorrer
li
E' bem de ver que se e.xcluem des
dem patológica, verificados aqui e ab com maior ou menor intensidade, no decorrer dos tempos, e que estão regis
César diz que a desvalorização (melhor diria depreciação) da nossa moeda é
A depreciação, no entanto, é o que se poderia denominar a desvalorização
A libra esterlina tinha, assim o valor
queixando-se do encarecimento contí
legal de uma moeda, comportando uma nova definição sôbre a base de um peso de metal inferior ao pêso corres
drão monetário.
netária com o peso de 0,89 grs. e o câmbio ao par, sôbre Londres: 27 pence.
E' o que se denomina a depreciação
trados na história monetária dos povos.
cit, pág. 3) Chama-se, comumente, quebra de pa
Oitava de ouro: 4$000; unidade mo
— Ec. Política, pág. 344).
E', como diz Sedillot, o aviltamento
pondente à sua antiga paridade. (Ob.
finido:
do par legal, que era, então, de 67,5 pence e decorria mais da depreciação da pensa, nesse tempo, em virtude das emis
133
DIGESTO ECQNÓKncO
Assim, quando Abelardo Vergueiro
uma consiante da nossa economia, (Os Processos Monetários.. pág. 104), de
veria, com mais propriedade, generabzar o conceito porque a depreciação da moeda é um fenômeno universal. De certo êsse fenômeno se processa com maior intensidade nos
países de organismo económico-financeiro debilita
do por contínuos deficits orçamentários e de sua ba lança de contas, e sem um
aparelhamento
adequada
mente organizado e sufi
cientemente capacitado pa ra uma permanente defesa de sua divisa. E se manifesta com a perda no câm bio, que é a relação de valor da sua
moeda com os dos demais países de economia mais sóUda e de finanças mais equüibradas.
E , certamente, o que sucede com a moeda brasileira, cuja depreciação se Oatenteia nas
namíiíaic nnp
r-
132
Digiwto EcoNÓNnoo
França, lhe dava lun teor de 38,7 mi
vinha ainda do alvará de agosto de
ligramas.
1688 e vigorou até 1833.
Fez-se apenas deslocar a vírgula da definição: o franco (de 1937) vale justamente cem vezes menos do que
valia em 1360. (Ob. dt. pág. 5) denomina-o, certamente por êsse motivo, de moeda resignada.
Em 1814 o nosso câmbio sôbre Lon
dres era de 96 pence por "mll-réis", ao passo que em 1943, poucos meses após
a instituição do cruzeiro, exprimia-se pela decimal 0,90.
Quer dizer que a libra esterlina de 1814 valia 2$500 e a de 1943 250$000 ou, como se diz hoje, Cr$ 2,.50 e 250,00, respectivamente.
/ o nosso "milréis", num portanto, percurso com de pouco mais de um ^século, uma depreciação equivalen te a desvalorização sofrida pela moeda francesa num período de quase 600 anos. E, no entanto, apesar de analogia tão surpreendente, eu denomino o nosso
mil-réis , boje chamado cruzeiro, de moeda resistente.
De certo, a desvalorização sofrida pe la moeda bra.sileira não teve tão alta equivalência. A taxa cambial de 1814 estava acima
ves repercussões no Brail, e o seu defi nitivo colapso com a revolução de 1930.
dos lustros e dos séculos. (Kleinwacht :e;
Desvalorização e depredação da moeda
secular da moeda, que o povo traduz
Costuma-se, nos meios não técnicos, falar indiferentemente de desvaloriza
nuo lU da U<1 Nada.
59, de 8 de outubro de 1833, ficando
ção e de depreciação da moeda. A desvalorização é a depreciação da moeda feita pelo Estado com uma nova
sas considerações os fenômenos de or
assim definido:
definição do seu pôso.
A sua definição era a seguinte: Oitava de ouro de 22 quilates: 1$600
Unidade monetária (1$000): 2,24 grs. Câmbio ao par, sôbre Londres: 67,5 pence, o que dava à libra esterlina o valor de 3.$555.
Êsse padrão foi alterado pela lei n.° Oitava dc ouro: 2$500; equivalência do "mil-réis": 1,43 grs. Câmbio ao par: 43,2 pence, dando à libra esterlina o valor de 5$555. Em 1846 houve outra alteração do nosso padrão monetário pela lei n.° 401 de 11 de setembro, o qual fica assim de
cula na Inglaterra. Padrão monetário do Brasil e suas
alterações O nosso primeiro padrão monetário
fato de uma moeda.
A desvalorização é uma
medida de que se têm ser
monetário do Brasil o ouro, pesado em
vido os Estados no decorrer
gramas, cunhado em moedas, ao título
dos tempos, mesmo porque
de 900 milésimos de metal fino e 100
no do padrão de 1846, que era de 917 milésimos com 83 milésimos de liga, e a unidade monetária, que passa a ser o cruzeiro, valendo 10$000 e pesando 2 gramas de ouro, desde quo todo o nos
zer face às lutas napoleônicas, do que
citado, o aviltamento de
zembro de 1926 (Reforma Wasloington Luís), fica estabelecido como padrão
libra esterlina, de conversibilidade sus
pròpriamente da firmeza da nossa moeda. E o câmbio de 1943 é a expressão do valor da bbra-ouro, que não mais cir
mente, como define o autqr
Enfim, pela lei 5.108, de 18 de de
milésimos de liga adequada.
sões com que o Reino Unido teve de fa
de fato ou, mais pròpria
de 8S890.
a depreciação da moeda é um fenômeno que se processa ininter
Essa lei altera o título do metal fi
ruptamente.
A relação entre a oferta e a pro
cura, por via de regra, diz um autor,
varia apenas de um modo imperceptí vel no mesmo lugar e em curto espaço
de tempo. Mas essas modificações pe
so papel-moeda seria convertido na base
queníssimas e imperceptíveis da ofer ta e da procma se vão somando no transcurso do tempo e, como as alte
de 200 miligramas por "mil-réis". Esta reforma, que será adiante ana lisada, não foi integralmente posta em
rações pequeníssimas e completamente imperceptíveis da superfície da terra,
execução e teve o seu fracasso com a
depressão da economia mundial decor rente da crak bolsista d© 1929, de gra-
dão como resultado variações conside ráveis do valor da moeda no decorrer
li
E' bem de ver que se e.xcluem des
dem patológica, verificados aqui e ab com maior ou menor intensidade, no decorrer dos tempos, e que estão regis
César diz que a desvalorização (melhor diria depreciação) da nossa moeda é
A depreciação, no entanto, é o que se poderia denominar a desvalorização
A libra esterlina tinha, assim o valor
queixando-se do encarecimento contí
legal de uma moeda, comportando uma nova definição sôbre a base de um peso de metal inferior ao pêso corres
drão monetário.
netária com o peso de 0,89 grs. e o câmbio ao par, sôbre Londres: 27 pence.
E' o que se denomina a depreciação
trados na história monetária dos povos.
cit, pág. 3) Chama-se, comumente, quebra de pa
Oitava de ouro: 4$000; unidade mo
— Ec. Política, pág. 344).
E', como diz Sedillot, o aviltamento
pondente à sua antiga paridade. (Ob.
finido:
do par legal, que era, então, de 67,5 pence e decorria mais da depreciação da pensa, nesse tempo, em virtude das emis
133
DIGESTO ECQNÓKncO
Assim, quando Abelardo Vergueiro
uma consiante da nossa economia, (Os Processos Monetários.. pág. 104), de
veria, com mais propriedade, generabzar o conceito porque a depreciação da moeda é um fenômeno universal. De certo êsse fenômeno se processa com maior intensidade nos
países de organismo económico-financeiro debilita
do por contínuos deficits orçamentários e de sua ba lança de contas, e sem um
aparelhamento
adequada
mente organizado e sufi
cientemente capacitado pa ra uma permanente defesa de sua divisa. E se manifesta com a perda no câm bio, que é a relação de valor da sua
moeda com os dos demais países de economia mais sóUda e de finanças mais equüibradas.
E , certamente, o que sucede com a moeda brasileira, cuja depreciação se Oatenteia nas
namíiíaic nnp
r-
Digesto
134
Mas, por um fenômeoo que não ex
são que sempre reinou nesse assunto,
plica nenhuma doutrina monetária, êsse
motivada pelas divergências de opiniões
aviltamento da taxa cambial tem encon
e de idéias dos nossos estadistas, vaci
trado uma resistência assombrosa no po
lantes e contraditórios no terreno da
der aquisitivo interno da nossa moeda,
determinando um desvio permanente e
prática. Recapitula tôda essa confusão, desor
acentuado entre o seu valor interno e
dem e anarquia, vacilações e incoerên
o externo.
cias, antes e depois de sua gestão, o pri meiro ministro da Fazenda da Repúbli
E é devido a êsse fenômeno, pouco compreendido pelos economistas estran
geiros e ainda não devidamente interpre
tado pelos estudiosos dos nossos proble mas economico-financeiros, que eu de nominei, acima, de moeda resistente o nosso instrumento de troca.
De certo essa resistência se vem en
fraquecendo extraordinariamente nos úl timos tempos, principalmente após a instituição do cruzeiro.
Mas o objetivo deste estudo é a his tória do "mil-réis".
As desvalorizações da moeda brasileira
O padrão monetário do Brasil sempre foi meramente teórico.
pág. 123)
Assim, as diversas quebras do padrão monetário tiveram sempre como finali dade reconhecer uma situação de fato
e, salvo a Reforma Washington Luís, com uma certa técnica mas sem consis
tência em face das nossas condições eco
Econômico
litico.s ao governo para, no poder, rea
de contas formam o binômio económicofinanceiro do Brasil.
vida administrativa do país nesse setor importantíssimo. Por seu lado, as condições caracterisli. cas da economia brasileira de país es sencialmente fornecedor de produtos ti"0-
picais, na maior parte matérias-primas, e com uma agravante de uma acentua
gurança e acerto, depois de analisar a
da tendência para a monocultura do café, davam-lhe a feição de uma unida de comercial exportadora, como muito
ação de Rui Barbosa no campo das fi
bem o definiu Alberto Tòrres.
F. Normano, no seu li\ro "Evolução Econômica do Brasil", com muita se
Desta maneira, a "tesoura dos pre
nanças, assim se externa: "A sua ati
ços", sempre aberta em prejuízo dos
vidade no terreno especial da moeda foi Rui Barbosa começou
países agrícolas, como assinala Emst
com experiências, mas era bastante pe netrante para perceber logo o fracasso;
Wagemann, no seu livro "Estrutura c
introduziu mudanças e reparos, organi
389), deixava-nos à mercê das cotações
mais irritante.
Ritmo da Economia Mundial"' (pág.
impostas pelos grandes países indus
zou e reorganizou, criando conflitos en
tre as suas próprias idéias e princípios.
triais, consumidores dos nossos produ
Mas o pior de tudo é que ele introdu ziu um espírito de desassossêgo c incons-
tos de exportação. A desvalorização da moeda, nessas
tância. Êle batalhava contra as emis
condições, permitindo retirar das expor
sões de papel-moeda e o seu período foi
.j
dutores da nossa riqueza e os seus mer cados consumidores.
A nação e o povo ficavam a braços com uma dívida exterior acrescida, des
Ê.sse espírito de desassossêgo e in
de que as receitas arrecadadas em moe
constância sempre existiu no Brasil em matéria de finanças e de moeda.
da nacional, para a satisfação dos nossos compromissos externos, tinham de ser
E se revela pelas constantes e incom
convertidas em ouro ou nas divisas dos
pletas reformas financeiras e manetá-
países credores, cada vez mais valori
rias.
zadas.
Assim, emissões bancárias e pelo te
nômicas especiais, não obedeceram a uma diretriz segura em matéria mone
souro, regime de unidade e pluralidade de bancos emissores, idéias e opiniões
tária, sendo meros expedientes paliati vos, reveladores de uma grande confu-
pesas públicas, com que vinham os po-
tações preços mais elevados em moeda nacional, apenas serria em proveito dos e.xportadores, as mais das vêzes inter mediários — estrangeiros ou nacionais gananciosos — entre os verdadeiros pro
espírito de desassossêgo e inconstância.
Binômio económico-financeiro
deflacionistas e de contração das des
D^icits orçamentários e da balança
-I
133
lizar uma política de esbanjamentos, francamente inflacionista, caracterizam a
ca.
Quando se lhe increpar, diz Vieira de permanente emissão de papel-moeda; Souto, de ter adotado no pais o papel- pelejava por uma melhor organização inoeda, ele poderá responder: Non na- fiscal e só registrou contínuos déficits." . tiis eram. O Brasil livre, independente, (Ob. cit. págs. 233 e 167). , ainda não era nascido e onde não há não tem razão Normano quan liberdade não pode haver responsabili doApenas diz que Rui Barbosa introduziu lun dade. (O Papel-Moeda e o Cambio,
DtcKSTo
ECÜNüMICX)
Para o primeiro tivemos o remédio
inesgotável das emissões de papel-moe da e dos empréstimos internos, e para o segundo o expediente fácil dos em préstimos externos.
Chegoü-se ao escândalo estarrecedor dos fundings-loans, que não passam de novos empréstimos, destinados ao pa
gamento dos juros vencidos de emprés timos anteriores.
Dizia-se, e com razão, que o Império era o déficit.
República tem sido também o deficit.
Certo que o regime republicano in tegrou-nos definitivamente na comunhão continental, de que estivemos afas
tados por uma política impenahsrip ódios ódios ta, acirradora de
entre
os
\i-
zinhos.
Resolveu os nossos problemas de fron teira e de vizinhança com uma visão bem mais larga e mais humana, dentro dos preceitos do direito in ternacional.
E na vida nacional procurou uma
maior integração político-econômica com o alargamento das nossas fronteiras
internas pela penetração de estradas de ferro e rodovias, que foram levando o
progresso e a civilização aos mais afastados recantos da nossa hinterlândía.
E' verdade que muito temos ainda de fazer. Mas um confronto com o regi me passado de bonaoheirice e de titu-
beações entorpecedoras das energias na cionais, em que a figura excepcional mente dinâmica de I^eu Evangelista de Sousa tinha de, forçosamente, soçobrar, dá à República um saldo bastan te confortador.
Digesto
134
Mas, por um fenômeoo que não ex
são que sempre reinou nesse assunto,
plica nenhuma doutrina monetária, êsse
motivada pelas divergências de opiniões
aviltamento da taxa cambial tem encon
e de idéias dos nossos estadistas, vaci
trado uma resistência assombrosa no po
lantes e contraditórios no terreno da
der aquisitivo interno da nossa moeda,
determinando um desvio permanente e
prática. Recapitula tôda essa confusão, desor
acentuado entre o seu valor interno e
dem e anarquia, vacilações e incoerên
o externo.
cias, antes e depois de sua gestão, o pri meiro ministro da Fazenda da Repúbli
E é devido a êsse fenômeno, pouco compreendido pelos economistas estran
geiros e ainda não devidamente interpre
tado pelos estudiosos dos nossos proble mas economico-financeiros, que eu de nominei, acima, de moeda resistente o nosso instrumento de troca.
De certo essa resistência se vem en
fraquecendo extraordinariamente nos úl timos tempos, principalmente após a instituição do cruzeiro.
Mas o objetivo deste estudo é a his tória do "mil-réis".
As desvalorizações da moeda brasileira
O padrão monetário do Brasil sempre foi meramente teórico.
pág. 123)
Assim, as diversas quebras do padrão monetário tiveram sempre como finali dade reconhecer uma situação de fato
e, salvo a Reforma Washington Luís, com uma certa técnica mas sem consis
tência em face das nossas condições eco
Econômico
litico.s ao governo para, no poder, rea
de contas formam o binômio económicofinanceiro do Brasil.
vida administrativa do país nesse setor importantíssimo. Por seu lado, as condições caracterisli. cas da economia brasileira de país es sencialmente fornecedor de produtos ti"0-
picais, na maior parte matérias-primas, e com uma agravante de uma acentua
gurança e acerto, depois de analisar a
da tendência para a monocultura do café, davam-lhe a feição de uma unida de comercial exportadora, como muito
ação de Rui Barbosa no campo das fi
bem o definiu Alberto Tòrres.
F. Normano, no seu li\ro "Evolução Econômica do Brasil", com muita se
Desta maneira, a "tesoura dos pre
nanças, assim se externa: "A sua ati
ços", sempre aberta em prejuízo dos
vidade no terreno especial da moeda foi Rui Barbosa começou
países agrícolas, como assinala Emst
com experiências, mas era bastante pe netrante para perceber logo o fracasso;
Wagemann, no seu livro "Estrutura c
introduziu mudanças e reparos, organi
389), deixava-nos à mercê das cotações
mais irritante.
Ritmo da Economia Mundial"' (pág.
impostas pelos grandes países indus
zou e reorganizou, criando conflitos en
tre as suas próprias idéias e princípios.
triais, consumidores dos nossos produ
Mas o pior de tudo é que ele introdu ziu um espírito de desassossêgo c incons-
tos de exportação. A desvalorização da moeda, nessas
tância. Êle batalhava contra as emis
condições, permitindo retirar das expor
sões de papel-moeda e o seu período foi
.j
dutores da nossa riqueza e os seus mer cados consumidores.
A nação e o povo ficavam a braços com uma dívida exterior acrescida, des
Ê.sse espírito de desassossêgo e in
de que as receitas arrecadadas em moe
constância sempre existiu no Brasil em matéria de finanças e de moeda.
da nacional, para a satisfação dos nossos compromissos externos, tinham de ser
E se revela pelas constantes e incom
convertidas em ouro ou nas divisas dos
pletas reformas financeiras e manetá-
países credores, cada vez mais valori
rias.
zadas.
Assim, emissões bancárias e pelo te
nômicas especiais, não obedeceram a uma diretriz segura em matéria mone
souro, regime de unidade e pluralidade de bancos emissores, idéias e opiniões
tária, sendo meros expedientes paliati vos, reveladores de uma grande confu-
pesas públicas, com que vinham os po-
tações preços mais elevados em moeda nacional, apenas serria em proveito dos e.xportadores, as mais das vêzes inter mediários — estrangeiros ou nacionais gananciosos — entre os verdadeiros pro
espírito de desassossêgo e inconstância.
Binômio económico-financeiro
deflacionistas e de contração das des
D^icits orçamentários e da balança
-I
133
lizar uma política de esbanjamentos, francamente inflacionista, caracterizam a
ca.
Quando se lhe increpar, diz Vieira de permanente emissão de papel-moeda; Souto, de ter adotado no pais o papel- pelejava por uma melhor organização inoeda, ele poderá responder: Non na- fiscal e só registrou contínuos déficits." . tiis eram. O Brasil livre, independente, (Ob. cit. págs. 233 e 167). , ainda não era nascido e onde não há não tem razão Normano quan liberdade não pode haver responsabili doApenas diz que Rui Barbosa introduziu lun dade. (O Papel-Moeda e o Cambio,
DtcKSTo
ECÜNüMICX)
Para o primeiro tivemos o remédio
inesgotável das emissões de papel-moe da e dos empréstimos internos, e para o segundo o expediente fácil dos em préstimos externos.
Chegoü-se ao escândalo estarrecedor dos fundings-loans, que não passam de novos empréstimos, destinados ao pa
gamento dos juros vencidos de emprés timos anteriores.
Dizia-se, e com razão, que o Império era o déficit.
República tem sido também o deficit.
Certo que o regime republicano in tegrou-nos definitivamente na comunhão continental, de que estivemos afas
tados por uma política impenahsrip ódios ódios ta, acirradora de
entre
os
\i-
zinhos.
Resolveu os nossos problemas de fron teira e de vizinhança com uma visão bem mais larga e mais humana, dentro dos preceitos do direito in ternacional.
E na vida nacional procurou uma
maior integração político-econômica com o alargamento das nossas fronteiras
internas pela penetração de estradas de ferro e rodovias, que foram levando o
progresso e a civilização aos mais afastados recantos da nossa hinterlândía.
E' verdade que muito temos ainda de fazer. Mas um confronto com o regi me passado de bonaoheirice e de titu-
beações entorpecedoras das energias na cionais, em que a figura excepcional mente dinâmica de I^eu Evangelista de Sousa tinha de, forçosamente, soçobrar, dá à República um saldo bastan te confortador.
130
Dicesto
Empróstimoa públicos
Er.oNóxnco
Mas foi grande a fúria de esbanja mentos dos nossos homens públicos.
Decorrência inevitável do binômio
económico-fínanceíro — déficits orça^ mentários e da balança de contas — ti
vemos de seguir, como se viu, uma po lítica de empréstimos e de constantes emissões de papel-moeda.
De preferência a um novo gravame sôbre a fortuna privada, por meio de
Contraídos, de certo, para fins repro dutivos, eram os empréstimos desviados dos seus objetivos para gastos supérfluos numa dilapidação criminosa da riqueza nacional.
Foram, dessa maneira, operações dessastrosas e principais responsáveis pelo descalabro das nossas finanças.
existentes e, muitas vezes, simultâneamente com essas medidas, recorrem os
Estados aos empréstimos públicos para suprir deficiências orçamentárias.
A causa principal de não
visarem
mente,
ao
direta
na particular, deixando •de provocar os movi
mentos de indignação ocasionados por novos Além disso trazem a
vantagem de repartir os encargos das despe sas públicas com as gerações futuras, como assinalam os financis
tas, e de servir, quan do se trata de emprés timos externos, para o
restabelecimento do equilíbrio da ba
gladiaram.
torn7"agem. talvez pelos mesmos vapo res por |ue foram importados sena o Smulo Is disparates, disse Mauá, no Lu "empo, e, certamente, êsse drspara-
em
falência
A emissão de papelmoeda é uma pesada imposição ao povo, des de que não correspon da às necessidades da
produção e venha servir apenas para aliviar as dificuldades momentâ neas ou permanentes em que se encontrem
tes. Somente com referência ao proble ma da moeda é que chegou a haver um real conflito de opiniões, dividindo os estadistas do Império em papelistas e metalistas. (Ob. cit., pág. 165) Também na República, a não ser nos
últimos tempos em que novas questões
metalistas nem com os papelistas.
Importar metais para vê-los segmr,
te tivemos de presencar.
Por sua vez, os jactos de papel-moeda
lançados à circulação sem uiu órgão con
trolador do crédito e regtjladcr da moe
e novos problemas vieram agitar a opi nião do pais, ainda os sérios dissídios
da constrtuiram uma poliüca desastra da no Império e na Republica.
entre os homens públicos se têm limita
Tentativa de moeda conversível e o
do, quase sempre, ao terreno especial do nosso problema monetário, de certo com maior maleabilidade e transigência.
No entanto, como assinalou, no seu
t
"encilhamento"
]á nos últimos dias do Império houve a tentativa frustrada, do Visconde de Ouro Prêto, da circulação da moeda com
as finanças públicas. Nessas condições é
tempo, o Visconde de Mauá e conti
uma medida desastrosa
dias, ao papel-moeda se prende tôda a •vida econômica do país. Tem sido êle
base metálica.
o regulador da circulação de todos os
em sua obra "Bancos de Emissão, no
valores que representam a riqueza de
Brâsil": Ouro Prêto foi vítima da mes
nossa terra.
ma ilusão que, anos antes, empolgou o
lança de contas, uma das principais fi nalidades •visadas, entre nós, com essas operações.
ção com as reais necessidades dos meios
de pagamento, provoca uma verdadei ra reversão das riquezas particulares, determinando sempre a sua redução c criando um espírito de insegurança pe
cente desenvolvimento, não deixam, in-
la instabilidade dos câmbios e elevação
questionàvelmente, de produzir efeitos
desenfreada dos preços.
salutares à economia.
produtos, deixando-nos sujeitos às osci lações de sua própria economia. Metalistas e papelistas sempre se di-
pre uma questão de pessoas e não de princípios que caracterizava os gabine
porque aumentando éxtraordinàriamente a circulação monetária, em despropor
Se empregados para fins reproduti vos, principalmente em países do nosso tipo econômico e na sua fase de cres
promissos com os países credores que impõem sempre a cotação dos nossos
E na verdade, a solução do problema monetário no Brasil não está nem com os
Monetaire, pág. 27)
gravames.
fícios que os povos lhe devem por tò-
lação ao seu comércio interno, depen demos para a solvência dos nossas com
políticos do Império) pertenciam, ape sar das apaixonadas questões entre o governo e a oposição, era quase sem
utilizado. (La Reforme
'
a história está cheia dos grandes bene
Observa F. Normano que, não obstan
enquanto não a tiver ;
país e, como frisou Amaro Cavalcante,
matérias-primas e de cujo comércio ex terno, grandemente desenvohado em re
A criação da moeda, diz J. M. Keynes, foi sempre e é ainda a ultima ratio,
declarará
dos impostos, à fortu
mento fecundante na vida econômica do
especialíssimas de país fornecedor de
te os diferentes partidos a que êles (os
vernos, e nenhum se
contrário
para atender, realmente, às necessida des da produção nacional, é um ele
desconhecimento das nossas condições
Papel-nweda
o último recurso dos go
sua preferência é de
nado mas cumpre admitir a sua eficá cia até certo ponto. (Ob. cit., pág. 59) Quando emitido com moderação e
da parte.
novas tributações ou de aumento das
137
DrcF-sTo Econômico
Keynes diz que é um método conde-
nua da mesma maneira até os nossos
(O meio circulante no
Brasil, in Autobiografia, pág. 324)
Todo mal foi que dêle abu.samos des medidamente.
E os conflitos de opinião, que .susci tou, decorreram sempre da incompreen são da nossa realidade econômica, do
A êsse respeito disse Antônio Carlos
espírito de outro estadista notável, o Visconde de Itaboraí: a de ter como
duradoura e permanente a situação mo
netária que era instável e fugaz. Ban cos de emissão conversível são incompa tíveis com um regime de câmbios en-á-
130
Dicesto
Empróstimoa públicos
Er.oNóxnco
Mas foi grande a fúria de esbanja mentos dos nossos homens públicos.
Decorrência inevitável do binômio
económico-fínanceíro — déficits orça^ mentários e da balança de contas — ti
vemos de seguir, como se viu, uma po lítica de empréstimos e de constantes emissões de papel-moeda.
De preferência a um novo gravame sôbre a fortuna privada, por meio de
Contraídos, de certo, para fins repro dutivos, eram os empréstimos desviados dos seus objetivos para gastos supérfluos numa dilapidação criminosa da riqueza nacional.
Foram, dessa maneira, operações dessastrosas e principais responsáveis pelo descalabro das nossas finanças.
existentes e, muitas vezes, simultâneamente com essas medidas, recorrem os
Estados aos empréstimos públicos para suprir deficiências orçamentárias.
A causa principal de não
visarem
mente,
ao
direta
na particular, deixando •de provocar os movi
mentos de indignação ocasionados por novos Além disso trazem a
vantagem de repartir os encargos das despe sas públicas com as gerações futuras, como assinalam os financis
tas, e de servir, quan do se trata de emprés timos externos, para o
restabelecimento do equilíbrio da ba
gladiaram.
torn7"agem. talvez pelos mesmos vapo res por |ue foram importados sena o Smulo Is disparates, disse Mauá, no Lu "empo, e, certamente, êsse drspara-
em
falência
A emissão de papelmoeda é uma pesada imposição ao povo, des de que não correspon da às necessidades da
produção e venha servir apenas para aliviar as dificuldades momentâ neas ou permanentes em que se encontrem
tes. Somente com referência ao proble ma da moeda é que chegou a haver um real conflito de opiniões, dividindo os estadistas do Império em papelistas e metalistas. (Ob. cit., pág. 165) Também na República, a não ser nos
últimos tempos em que novas questões
metalistas nem com os papelistas.
Importar metais para vê-los segmr,
te tivemos de presencar.
Por sua vez, os jactos de papel-moeda
lançados à circulação sem uiu órgão con
trolador do crédito e regtjladcr da moe
e novos problemas vieram agitar a opi nião do pais, ainda os sérios dissídios
da constrtuiram uma poliüca desastra da no Império e na Republica.
entre os homens públicos se têm limita
Tentativa de moeda conversível e o
do, quase sempre, ao terreno especial do nosso problema monetário, de certo com maior maleabilidade e transigência.
No entanto, como assinalou, no seu
t
"encilhamento"
]á nos últimos dias do Império houve a tentativa frustrada, do Visconde de Ouro Prêto, da circulação da moeda com
as finanças públicas. Nessas condições é
tempo, o Visconde de Mauá e conti
uma medida desastrosa
dias, ao papel-moeda se prende tôda a •vida econômica do país. Tem sido êle
base metálica.
o regulador da circulação de todos os
em sua obra "Bancos de Emissão, no
valores que representam a riqueza de
Brâsil": Ouro Prêto foi vítima da mes
nossa terra.
ma ilusão que, anos antes, empolgou o
lança de contas, uma das principais fi nalidades •visadas, entre nós, com essas operações.
ção com as reais necessidades dos meios
de pagamento, provoca uma verdadei ra reversão das riquezas particulares, determinando sempre a sua redução c criando um espírito de insegurança pe
cente desenvolvimento, não deixam, in-
la instabilidade dos câmbios e elevação
questionàvelmente, de produzir efeitos
desenfreada dos preços.
salutares à economia.
produtos, deixando-nos sujeitos às osci lações de sua própria economia. Metalistas e papelistas sempre se di-
pre uma questão de pessoas e não de princípios que caracterizava os gabine
porque aumentando éxtraordinàriamente a circulação monetária, em despropor
Se empregados para fins reproduti vos, principalmente em países do nosso tipo econômico e na sua fase de cres
promissos com os países credores que impõem sempre a cotação dos nossos
E na verdade, a solução do problema monetário no Brasil não está nem com os
Monetaire, pág. 27)
gravames.
fícios que os povos lhe devem por tò-
lação ao seu comércio interno, depen demos para a solvência dos nossas com
políticos do Império) pertenciam, ape sar das apaixonadas questões entre o governo e a oposição, era quase sem
utilizado. (La Reforme
'
a história está cheia dos grandes bene
Observa F. Normano que, não obstan
enquanto não a tiver ;
país e, como frisou Amaro Cavalcante,
matérias-primas e de cujo comércio ex terno, grandemente desenvohado em re
A criação da moeda, diz J. M. Keynes, foi sempre e é ainda a ultima ratio,
declarará
dos impostos, à fortu
mento fecundante na vida econômica do
especialíssimas de país fornecedor de
te os diferentes partidos a que êles (os
vernos, e nenhum se
contrário
para atender, realmente, às necessida des da produção nacional, é um ele
desconhecimento das nossas condições
Papel-nweda
o último recurso dos go
sua preferência é de
nado mas cumpre admitir a sua eficá cia até certo ponto. (Ob. cit., pág. 59) Quando emitido com moderação e
da parte.
novas tributações ou de aumento das
137
DrcF-sTo Econômico
Keynes diz que é um método conde-
nua da mesma maneira até os nossos
(O meio circulante no
Brasil, in Autobiografia, pág. 324)
Todo mal foi que dêle abu.samos des medidamente.
E os conflitos de opinião, que .susci tou, decorreram sempre da incompreen são da nossa realidade econômica, do
A êsse respeito disse Antônio Carlos
espírito de outro estadista notável, o Visconde de Itaboraí: a de ter como
duradoura e permanente a situação mo
netária que era instável e fugaz. Ban cos de emissão conversível são incompa tíveis com um regime de câmbios en-á-
1»
1S8
Digesto Econômico
ticos, só podendo medrar em ambiente \'iviftcado por fatôres econômicos e fi
nanceiros mais ou menos normais. (Ob. cit., pag. 2r8)
É que os nossos estadistas não que riam aceitar as lições, ainda hoje imperecíveis, do grande Visconde de Mauá, sobre o nosso meio circulante. Acresce ainda que a tentativa de Oiuro
Preto, senão pelas condições especiais da nossa economia, tinha de, forçosa mente, ser frustrada pelo regime ado tado, de pluraKdade de bancos emisso res, não obstante a criação do Banco Nacional do Brasil, com a finalidade de resgatar o papel-moeda do Estado.
No seu tempo já aparecem os pri meiros indícios da grande especulação que empolgou, mais tarde, a praça do Rio, "desfalecendo de todo em um di
lúvio de decepções". Após os primeiros tempos de incerte zas e desconfianças do novo regime, a política inflacionista do ministro da Fa
zenda do Governo Provisório, ampliada extraordinàriamente pelos seus sucesso res, propiciou, pelo dinheiro barato e
fácil, a retomada no jôgo da espe culação.
importantíssima das nossas finanças e da nossa moeda.
Sob três aspectos, em traços rápido.s. pode-se fazer um estudo do suas idéias e de sua ação.
Foi — e é isso que constitui o seu real valor — o restaurador das nossas finan ças.
No restabelecimento do equilíbrio or çamentário a sua ação foi enérgica, causticante, aumentando a receita e dimi
nuindo a despesa.
Não obstante, contraiu o empréstimo
tante de uma relação entre o valor da
ex*portação, expresso em esterlinos, e a quantidade de papel-moeda em circu lação.
Aumentando o valor da e.xportação ou diminuindo o meio circulante, i
cambial
tenderia
a
elevar-st.
como baixaria, na hipótese contrá E', como se vê, uma fórmula demasia damente simplista, por isso que abstrai
êxito que tivessem.
a situação cambial.
No campo especial da moeda foi um
partidário intransigente da teoria 'quanti tativa e, como conseqüência, um deflacionista inexorável.
O Brasil havia celebrado, nos últimos dias do govômo anterior, o acôrdo do
Vieira Souto considerou-a, com razão,
absurda, insubsistente e ridícula, desde que contempla apenas dois dos muitos fatôres que podem influir sobre o fenô meno que pretende traduzir. (Ob. cit., pág. 133)
primeiro funding-loan, pelo qual fica ríamos, por treze anos, desobrigados da
No campo pròpriamente da economia e das atividades particulares foi Joaquim
amortização da dívida externa e, por
Murtinho um liberal, adepto fervoroso
Importando a operação em £ .... 8.613.717, com que foi acrescida a
e intransigente do Jaissez-faire. Não quis nem mesmo intervir para anular ou diminuir a ação dos especula dores no mercado de câmbio, "conven
cido de que essa intervenção só poderia
avunentax os efeitos desastrosos da espe culação"
Não desconhecia a influência que
esses manejos exerciam sôbre a taxa cambial, cujas flutuações poderia ter evitado se não fôra a sua intransigente
política não-intervencionista. Mas intenár seria desconfiar, mesmo
transitòriamente, dos seus postulados
quantitativos que não impediram, en tretanto, como já fêz obser\'ar Vieira
Souto, que o nosso câmbio de 14 1/16 d caísse, em 1900, a 7 d., e de 13 13/32 d. em 1901, chegasse a 9 23/32
d., apesar das queimas de papel-moeda. O fanático fer%'or deflacionista e o
não haver organizado um apar^ho re gulador da moeda e do ^
tanto não poderiam eqüivaler os fundos de garantia e de resgate do no^o rne.o drou'ante, impediram de ter sido Joa-
qZ Mu'rtinho o que dêle pensam os seus mais entusiasmados admuradores um íirande financista.
Êle. na verdade, foi apenas um oti-
mo gestor dos negócios da Fazenda
bUca em um momento de ingentes difi culdades financeiras.
A sua gestão recapitula a dissociação entre a finança e a economia, sempre e.xistente no Brasil. A tendência de querermos resolver os
problemas financeiros sem a solução dos problemas econômicos.
nossa divida, esses milhões de esterli
nos, ao câmbio convencionado de 18 d.,
nuidade de outros. (Hist. Const. da Re
eqüivaliam a 115.000 contos de papel
pública, apud Antônio Carlos — ob. cit.,
que teriam de ser subtraídos, como fo ram, à massa dos instrumentos de troca,
Nem todos os estandes dos Estados representam realmente, na Exposição
tempo, era de 779.966 contos, de manei
internacional, as suas reais possibilidades. No caso, porém, do Amapá, despertam atenção as barras de estanho que ali estão expostas. Trata-se de produto de exce lente qualidade, de ^9,97 por cento de teor, e que bem demonstra o que existe
ra que uma subtração de mais de cem
por êsse Brasil afora sem conhecimento completo e sem aproveitamento condi
e incinerados.
Joaquim Murtinho encarna uma fase
Para êle a taxa combial era a resul
os vários outros fatôres que determinam
ding-loan.
Política financeira e monetária de Joaquim Murtinho
Murtinho foi, porém, inexorável.
ras, às quais cabia a responsabilidade de sua administração e, pois, do fracasso ou
levou o país.
pág. 240)
de crédito — o Banco da República — c de vários outros bancos.
ria.
três anos, dos juros respectivos, que se
Verdadeiras aventuras em que a audácia de uns sacrificou a inge
retando a falência do principal instituto
16.619.320, destinado à encampação de estradas de ferro arrendadas, com ga rantia de juros, a companhias estrangei
riam pagos em títulos do referido fun
época de jogatina nunca vista entre nós.
judicialíssimas à nossa economia, acar
taxa
encilhamento" foi uma fase de
Foi, no dizer de Felisbelo Freire, uma
nar uma deflação de conseqüências pre-
chamado "Rescission Bond", de £ ....
loucas aventuras a que o inflacionismo
O
139
DlCESTO EcoNÓNnco
A nossa circulação monetária, nesse
mil contos não podia deixar de determi-
zente.
1»
1S8
Digesto Econômico
ticos, só podendo medrar em ambiente \'iviftcado por fatôres econômicos e fi
nanceiros mais ou menos normais. (Ob. cit., pag. 2r8)
É que os nossos estadistas não que riam aceitar as lições, ainda hoje imperecíveis, do grande Visconde de Mauá, sobre o nosso meio circulante. Acresce ainda que a tentativa de Oiuro
Preto, senão pelas condições especiais da nossa economia, tinha de, forçosa mente, ser frustrada pelo regime ado tado, de pluraKdade de bancos emisso res, não obstante a criação do Banco Nacional do Brasil, com a finalidade de resgatar o papel-moeda do Estado.
No seu tempo já aparecem os pri meiros indícios da grande especulação que empolgou, mais tarde, a praça do Rio, "desfalecendo de todo em um di
lúvio de decepções". Após os primeiros tempos de incerte zas e desconfianças do novo regime, a política inflacionista do ministro da Fa
zenda do Governo Provisório, ampliada extraordinàriamente pelos seus sucesso res, propiciou, pelo dinheiro barato e
fácil, a retomada no jôgo da espe culação.
importantíssima das nossas finanças e da nossa moeda.
Sob três aspectos, em traços rápido.s. pode-se fazer um estudo do suas idéias e de sua ação.
Foi — e é isso que constitui o seu real valor — o restaurador das nossas finan ças.
No restabelecimento do equilíbrio or çamentário a sua ação foi enérgica, causticante, aumentando a receita e dimi
nuindo a despesa.
Não obstante, contraiu o empréstimo
tante de uma relação entre o valor da
ex*portação, expresso em esterlinos, e a quantidade de papel-moeda em circu lação.
Aumentando o valor da e.xportação ou diminuindo o meio circulante, i
cambial
tenderia
a
elevar-st.
como baixaria, na hipótese contrá E', como se vê, uma fórmula demasia damente simplista, por isso que abstrai
êxito que tivessem.
a situação cambial.
No campo especial da moeda foi um
partidário intransigente da teoria 'quanti tativa e, como conseqüência, um deflacionista inexorável.
O Brasil havia celebrado, nos últimos dias do govômo anterior, o acôrdo do
Vieira Souto considerou-a, com razão,
absurda, insubsistente e ridícula, desde que contempla apenas dois dos muitos fatôres que podem influir sobre o fenô meno que pretende traduzir. (Ob. cit., pág. 133)
primeiro funding-loan, pelo qual fica ríamos, por treze anos, desobrigados da
No campo pròpriamente da economia e das atividades particulares foi Joaquim
amortização da dívida externa e, por
Murtinho um liberal, adepto fervoroso
Importando a operação em £ .... 8.613.717, com que foi acrescida a
e intransigente do Jaissez-faire. Não quis nem mesmo intervir para anular ou diminuir a ação dos especula dores no mercado de câmbio, "conven
cido de que essa intervenção só poderia
avunentax os efeitos desastrosos da espe culação"
Não desconhecia a influência que
esses manejos exerciam sôbre a taxa cambial, cujas flutuações poderia ter evitado se não fôra a sua intransigente
política não-intervencionista. Mas intenár seria desconfiar, mesmo
transitòriamente, dos seus postulados
quantitativos que não impediram, en tretanto, como já fêz obser\'ar Vieira
Souto, que o nosso câmbio de 14 1/16 d caísse, em 1900, a 7 d., e de 13 13/32 d. em 1901, chegasse a 9 23/32
d., apesar das queimas de papel-moeda. O fanático fer%'or deflacionista e o
não haver organizado um apar^ho re gulador da moeda e do ^
tanto não poderiam eqüivaler os fundos de garantia e de resgate do no^o rne.o drou'ante, impediram de ter sido Joa-
qZ Mu'rtinho o que dêle pensam os seus mais entusiasmados admuradores um íirande financista.
Êle. na verdade, foi apenas um oti-
mo gestor dos negócios da Fazenda
bUca em um momento de ingentes difi culdades financeiras.
A sua gestão recapitula a dissociação entre a finança e a economia, sempre e.xistente no Brasil. A tendência de querermos resolver os
problemas financeiros sem a solução dos problemas econômicos.
nossa divida, esses milhões de esterli
nos, ao câmbio convencionado de 18 d.,
nuidade de outros. (Hist. Const. da Re
eqüivaliam a 115.000 contos de papel
pública, apud Antônio Carlos — ob. cit.,
que teriam de ser subtraídos, como fo ram, à massa dos instrumentos de troca,
Nem todos os estandes dos Estados representam realmente, na Exposição
tempo, era de 779.966 contos, de manei
internacional, as suas reais possibilidades. No caso, porém, do Amapá, despertam atenção as barras de estanho que ali estão expostas. Trata-se de produto de exce lente qualidade, de ^9,97 por cento de teor, e que bem demonstra o que existe
ra que uma subtração de mais de cem
por êsse Brasil afora sem conhecimento completo e sem aproveitamento condi
e incinerados.
Joaquim Murtinho encarna uma fase
Para êle a taxa combial era a resul
os vários outros fatôres que determinam
ding-loan.
Política financeira e monetária de Joaquim Murtinho
Murtinho foi, porém, inexorável.
ras, às quais cabia a responsabilidade de sua administração e, pois, do fracasso ou
levou o país.
pág. 240)
de crédito — o Banco da República — c de vários outros bancos.
ria.
três anos, dos juros respectivos, que se
Verdadeiras aventuras em que a audácia de uns sacrificou a inge
retando a falência do principal instituto
16.619.320, destinado à encampação de estradas de ferro arrendadas, com ga rantia de juros, a companhias estrangei
riam pagos em títulos do referido fun
época de jogatina nunca vista entre nós.
judicialíssimas à nossa economia, acar
taxa
encilhamento" foi uma fase de
Foi, no dizer de Felisbelo Freire, uma
nar uma deflação de conseqüências pre-
chamado "Rescission Bond", de £ ....
loucas aventuras a que o inflacionismo
O
139
DlCESTO EcoNÓNnco
A nossa circulação monetária, nesse
mil contos não podia deixar de determi-
zente.
.141
Dicmto Econômico
panorama econômico em que se desen volveu o federalismo de base territorial.
Por outro lado, as crises da política Federalismo e Economia
internacional e, até certo ponto, o de
Afonso Ajonos de Melo Franco
tre Estados vieram sugerir novos pro
^^tmANTE a sua segunda convenção, a União Democrática Nacional consti tuiu uma comissão incumbida de rever
o propama de 1946, não só nos pontos
que ]á estivessem superados pelo adven to da Constituição, mas, também, na queles em que fôsse necessário adotar novas definições e atitudes.
Rz parte desta comissão e nela muito
se discutiu. Mas também conseguiu-se chegar, dentro dela, a certas posições de acôrdo geral, o que igualmente demons tra vitalidade democrática. Uma destas
posições foi a que diz respeito a um novo esfôrço partidário, em favor do federalismo.
Antes de entrarmos no exame mais
aproximado da orientação a que chega mos neste assunto, convém lembrar, des
de logo, a evolução profunda que vem sofrendo a idéia do federalismo, no direito e na política. Aqui, como em tudo o mais que diga respeito à vida do Esta
do, o conceito de liberdade (e a política não é mais do que a or ganização da liberdade), vai-se deslo
cando do plano estritamente político pa ra o econômico.
Antigamente o federalismo era a esco
la e a prática da liberdade política. A divisão dos poderes em círculos de com petência privativa, embora de raio di
ferente, tinha o escopo principal de evi tar a hipertrofia tirânica do poder cen tral do Estado, cuja concentração, desde
senvolvimento pacífico das relações en
blemas, desconhecidos dos convencio
a formação dêle na Idade Moderna, era uma reação natural, conseqüente à frag
nais de Filadélfia. Entre eles se destaca,
pela importância e dramáticas conse
mentação da autoridade e.xistente no
qüências, a formação de minorias raciais
feudalismo medieval.
e religiosas, devido à emigração ou aos azares das guerras. Tais minorias, com
uma espécie de feudalismo organizado, de feudalismo planejado e jurídico; não
seus estatutos especiais e as cautelas que
espontâneo e anárquico como o que a Europa antes conhecera.
exigidas dos governos centrais, corres pondem a outros tantos aspectos o
A sua base era essencialmente territo rial, segundo o modôlo dos Estados Uni
federalismo moderno, não territorial. O Brasil é um país pobre, desorgani
dos, país típico do federalismo político
zado, mal apai:elIiado tècnicamente. Sua
moderno, como demonstrou Wilson, no seu livro famoso e magistral.
independência econômica é muito mais
lima ficção que uma realidade, presos que nos achamos
O federalismo era, até certo ponto,
Mas o federalismo americano nasce ra para compor a aliança defensiva de
algumas pequenas comunidades agrícoIas, em fins do século XVIII. Pode-se
diz^ que não se colocava diante dêle
nenhum dos problemas que hoje arremetem e se chocam contra a es trutura do Estado.
Da produção agrícola passou o civihzação ocidental ao predomí
no tratamento dos seus assuntos são
triais,
Mas, por outro
nos Estados Unidos, tal conceito estava
estreitamente ligado à autonomia terri torial
Entre nós foi o que se conven
cionou chamar "política dos governado
res" que mais não era, afinal, que politica dos Estados, ou, com maior preci
I
são, dos grandes Estados. Á decadência dessa polítíca era me
vitável com o desenvolvimentp nacional da economia agro-industrial. jogo do poder aNodecadên cia se manifestou
pelos esforços em prol da criação de partidos nacionais,
des nações indus
principal
que viessem subs
mente os Estados Unidos. No entan
tituir
to, se observarmos
P. R., instrumen- '
diretamente a nos
sa situação verifi caremos que, den
nio da produção industrial. Das pequenas emprêsas mercantis às
blema federal já se apresenta com seus
de particulares só têm o nome e os lucros
tizada pela ditadura.
lado, o conceito político de Federação, de acôrdo com a e.xperiencia histórica brasileira, entrava já em declínio natu ralmente, desde antes de 1937 e, mesmo, desde antes de 1930. No Brasil, como
à órbita das gran
tro das fronteiras nacionais, o pro
formidáveis organizações modernas, que
à tendência centralizadora. Quero dizer
com isto que nos encontramos agora, (e esta foi a consideração predominante na comissão de programa da U.D.N.) diante de uma Federação política narco-
novos traços.
Para analisarmos com justeza a si
mas que no fundo detêm enormes par celas do poder público. Do transporte vagaroso e precário, assegurado por tra ção animal e navegação a vela, passou-
tuação brasileira toma-se necessário nao esquecer os elementos que lhe são pe culiares, e evitar aplicar totalmente ex
''
os
velhos
tos de dominação , do federalismo ter ritorial. E, no ter,
reno do direito pú blico, a manifestação mais clara se en
contra no próprio texto da Constituição. Como compatibilizar, com os princípios clássicos de federalismo territorial, uma
Constituição que incorpora importantes disposições referentes a regiões supra-
periências que nos são estranhas. Por
estatais (bacia do Amazonas, vale do
se ao gigantesco sistema exigido para o
exemplo, não podemos debcar de levar
S. Francisco, polígono das secas etc.), e
carregamento e a distribuição dos frutos
em consideração o longo período^ dita torial, que deu extraordinário estímulo,
que liquidou o princípio da proporcio nalidade eleitoral, em prejuízo dos Es
da produção industrial maciça. Isto veio modificar completamente o
enjbora até certo ponto artificialmente,
tados de maior população?
jà
.141
Dicmto Econômico
panorama econômico em que se desen volveu o federalismo de base territorial.
Por outro lado, as crises da política Federalismo e Economia
internacional e, até certo ponto, o de
Afonso Ajonos de Melo Franco
tre Estados vieram sugerir novos pro
^^tmANTE a sua segunda convenção, a União Democrática Nacional consti tuiu uma comissão incumbida de rever
o propama de 1946, não só nos pontos
que ]á estivessem superados pelo adven to da Constituição, mas, também, na queles em que fôsse necessário adotar novas definições e atitudes.
Rz parte desta comissão e nela muito
se discutiu. Mas também conseguiu-se chegar, dentro dela, a certas posições de acôrdo geral, o que igualmente demons tra vitalidade democrática. Uma destas
posições foi a que diz respeito a um novo esfôrço partidário, em favor do federalismo.
Antes de entrarmos no exame mais
aproximado da orientação a que chega mos neste assunto, convém lembrar, des
de logo, a evolução profunda que vem sofrendo a idéia do federalismo, no direito e na política. Aqui, como em tudo o mais que diga respeito à vida do Esta
do, o conceito de liberdade (e a política não é mais do que a or ganização da liberdade), vai-se deslo
cando do plano estritamente político pa ra o econômico.
Antigamente o federalismo era a esco
la e a prática da liberdade política. A divisão dos poderes em círculos de com petência privativa, embora de raio di
ferente, tinha o escopo principal de evi tar a hipertrofia tirânica do poder cen tral do Estado, cuja concentração, desde
senvolvimento pacífico das relações en
blemas, desconhecidos dos convencio
a formação dêle na Idade Moderna, era uma reação natural, conseqüente à frag
nais de Filadélfia. Entre eles se destaca,
pela importância e dramáticas conse
mentação da autoridade e.xistente no
qüências, a formação de minorias raciais
feudalismo medieval.
e religiosas, devido à emigração ou aos azares das guerras. Tais minorias, com
uma espécie de feudalismo organizado, de feudalismo planejado e jurídico; não
seus estatutos especiais e as cautelas que
espontâneo e anárquico como o que a Europa antes conhecera.
exigidas dos governos centrais, corres pondem a outros tantos aspectos o
A sua base era essencialmente territo rial, segundo o modôlo dos Estados Uni
federalismo moderno, não territorial. O Brasil é um país pobre, desorgani
dos, país típico do federalismo político
zado, mal apai:elIiado tècnicamente. Sua
moderno, como demonstrou Wilson, no seu livro famoso e magistral.
independência econômica é muito mais
lima ficção que uma realidade, presos que nos achamos
O federalismo era, até certo ponto,
Mas o federalismo americano nasce ra para compor a aliança defensiva de
algumas pequenas comunidades agrícoIas, em fins do século XVIII. Pode-se
diz^ que não se colocava diante dêle
nenhum dos problemas que hoje arremetem e se chocam contra a es trutura do Estado.
Da produção agrícola passou o civihzação ocidental ao predomí
no tratamento dos seus assuntos são
triais,
Mas, por outro
nos Estados Unidos, tal conceito estava
estreitamente ligado à autonomia terri torial
Entre nós foi o que se conven
cionou chamar "política dos governado
res" que mais não era, afinal, que politica dos Estados, ou, com maior preci
I
são, dos grandes Estados. Á decadência dessa polítíca era me
vitável com o desenvolvimentp nacional da economia agro-industrial. jogo do poder aNodecadên cia se manifestou
pelos esforços em prol da criação de partidos nacionais,
des nações indus
principal
que viessem subs
mente os Estados Unidos. No entan
tituir
to, se observarmos
P. R., instrumen- '
diretamente a nos
sa situação verifi caremos que, den
nio da produção industrial. Das pequenas emprêsas mercantis às
blema federal já se apresenta com seus
de particulares só têm o nome e os lucros
tizada pela ditadura.
lado, o conceito político de Federação, de acôrdo com a e.xperiencia histórica brasileira, entrava já em declínio natu ralmente, desde antes de 1937 e, mesmo, desde antes de 1930. No Brasil, como
à órbita das gran
tro das fronteiras nacionais, o pro
formidáveis organizações modernas, que
à tendência centralizadora. Quero dizer
com isto que nos encontramos agora, (e esta foi a consideração predominante na comissão de programa da U.D.N.) diante de uma Federação política narco-
novos traços.
Para analisarmos com justeza a si
mas que no fundo detêm enormes par celas do poder público. Do transporte vagaroso e precário, assegurado por tra ção animal e navegação a vela, passou-
tuação brasileira toma-se necessário nao esquecer os elementos que lhe são pe culiares, e evitar aplicar totalmente ex
''
os
velhos
tos de dominação , do federalismo ter ritorial. E, no ter,
reno do direito pú blico, a manifestação mais clara se en
contra no próprio texto da Constituição. Como compatibilizar, com os princípios clássicos de federalismo territorial, uma
Constituição que incorpora importantes disposições referentes a regiões supra-
periências que nos são estranhas. Por
estatais (bacia do Amazonas, vale do
se ao gigantesco sistema exigido para o
exemplo, não podemos debcar de levar
S. Francisco, polígono das secas etc.), e
carregamento e a distribuição dos frutos
em consideração o longo período^ dita torial, que deu extraordinário estímulo,
que liquidou o princípio da proporcio nalidade eleitoral, em prejuízo dos Es
da produção industrial maciça. Isto veio modificar completamente o
enjbora até certo ponto artificialmente,
tados de maior população?
jà
142
Dicesto Econômico
Os Estados principais, como S. Paulo
e Minas, se fazem representar agora no cenário da União por partidos que exce
dem as suas fronteiras e que agem em
nome de interêsses não estaduais. Ain
da se fala muito, na Câmara, em pau-
Ustas e mineiros, mas os acontecimen
tos provam que esta designação é muito
de^da à rotina. O que vemos, na ver
dade, é tal grupo paulista votando com tal grupo pernambucano ou capichaba, em contraste com outro grupo paulista
mas razões.
Enquanto isto, numa pro
liferação cancerosa, cresceram os palá
cios nas cidades, principalmente no Rio, e o dinheiro arrancado à produção do interior se consumiu nas
catedrais do
jogo ou na fumaça da vida faustosa das altas rodas.
Outro resultado da tendência ditato
rial de macaquear, ao mesmo tempo, o aparôlho totalitário fascista e o meca nismo
racionalizador
elementos de Minas, ou
■P Devemos, portanto, varrer da cabeça
do), foi a multiplicação das formas de
tendido pela geração dos nossos avós,
à margem da distribuição clássica dos
o pnncpio federativo tal como era en
intervenção do Poder Executivo central,
pela geração de Campos Sales ou Cesário
órgãos da soberania política. O Govêmo federal, hoje, em regime
na Constituinte de 1890, a tese da "so-
constitucional, legisla constantemente fo
Alvim. Quando Campos Sales defendia,
Govêmo Provisório aos interesses da
ra do Poder Legislativo, e julga sem parar fora do Poder Judiciário. Não podemos negar que isto_ é, dentro de certos limites, uma imposição da com plexa vida moderna sôbre o Estado, for
tico e territorial, defensor da Hberdade
çando-o a um intervencionismo e a uma
beraiua" dos Estados, quando Cesário Alvim condicionava tôda a sua ação no "pátria mineira", estavam agindo com a mentalidade típica do federalismo policivil.
Hoje devemos ter em vista os aspectos
o fracasso da centralização federal tra zida pela ditadura, foi um'fato indiscutí
regulamentar e administrativa inventada pela ditadura não tinJia outra finalidade senão esta, muito caudilhista, de con
dentro dos têrmos atuais e não dos
nómico. pouco me importando com os ! / aspectos sentimentais e políticos. i Veja-se o que restou da poderosa • economia paulista, depois da enxurrada
vados ao seu contrôle e ao doe homens
I
de interventores escravizados ao centro.
•
Ve/a-se, igualmente, a penúria, o des-
pios a que deve obedecer o federalismo
povoamento e o marasmo a que ficou
'
reduzida a economia mineira, pelas mes
se pode chamar a liberdade econômica, que é o estímulo à produção e à distri buição de mercadorias em melhores con
DO sobrecarregado aparelho do Estado brasileiro, representa sòmente instrumen
to de dominação de um grupo de pes
soas sôbre o povo e suprimir sem dó ne.m piedade êste odioso resquício da ditadura.
i
centrar cada vez maior soma de pode-
Quero
têrmos passados do problema.
dizer com isto que foi um fracasso eco-
ceiro 8 o desenvolvimento daquilo a que
encioso reconhecimento de tudo o que,
der de vista que muito da complicação
res entre as mãos do ditador, por meio
'
dos governos locais tendo em vista prin cipalmente o equilíbrio eccnómico-finan-
Finalmente, devemos fazer um consã-
rapidez de ação que nunca foram pre
sicas. Mas, também, não devemos per
vel. Urn fato evidente, porque visível
econômicas, freqüentemente supra-estatais. Devemos assegurar a autonon^
dições para o benefício da coletividade.
vistos pelos delineadores das teorias clás
vivos e não os mortos da questão. E
dentro de tal espírito, verificaremos que
,
canismo federal sôbre as suas causes
norte-americano,
(contradição absurda que marca, no entanto, a incongruente política do perío
do Ceará.
143
Dicesto Eco^•ó^uco
da sujeição de todos os interêsses pri que o cercavam.
Não há nada, portanto, de mais impor tante, do que uma revisão sensata, obje tiva e bem informada dos novos princí brasileiro.
Devemos esquecer os preconceitos territoriais dos Estados e articular o me-
n
n 7 -P
fírasüeiro aue mantém um navio por semana de Noua York paru o í/TM/7 niteka de 80% na carga transportada, admitindo-se que restrinja
TZml^T assinalaram grand^ baixas na carga transportada, já retiraram ou pensam retirar navws da linha do Brasil.
142
Dicesto Econômico
Os Estados principais, como S. Paulo
e Minas, se fazem representar agora no cenário da União por partidos que exce
dem as suas fronteiras e que agem em
nome de interêsses não estaduais. Ain
da se fala muito, na Câmara, em pau-
Ustas e mineiros, mas os acontecimen
tos provam que esta designação é muito
de^da à rotina. O que vemos, na ver
dade, é tal grupo paulista votando com tal grupo pernambucano ou capichaba, em contraste com outro grupo paulista
mas razões.
Enquanto isto, numa pro
liferação cancerosa, cresceram os palá
cios nas cidades, principalmente no Rio, e o dinheiro arrancado à produção do interior se consumiu nas
catedrais do
jogo ou na fumaça da vida faustosa das altas rodas.
Outro resultado da tendência ditato
rial de macaquear, ao mesmo tempo, o aparôlho totalitário fascista e o meca nismo
racionalizador
elementos de Minas, ou
■P Devemos, portanto, varrer da cabeça
do), foi a multiplicação das formas de
tendido pela geração dos nossos avós,
à margem da distribuição clássica dos
o pnncpio federativo tal como era en
intervenção do Poder Executivo central,
pela geração de Campos Sales ou Cesário
órgãos da soberania política. O Govêmo federal, hoje, em regime
na Constituinte de 1890, a tese da "so-
constitucional, legisla constantemente fo
Alvim. Quando Campos Sales defendia,
Govêmo Provisório aos interesses da
ra do Poder Legislativo, e julga sem parar fora do Poder Judiciário. Não podemos negar que isto_ é, dentro de certos limites, uma imposição da com plexa vida moderna sôbre o Estado, for
tico e territorial, defensor da Hberdade
çando-o a um intervencionismo e a uma
beraiua" dos Estados, quando Cesário Alvim condicionava tôda a sua ação no "pátria mineira", estavam agindo com a mentalidade típica do federalismo policivil.
Hoje devemos ter em vista os aspectos
o fracasso da centralização federal tra zida pela ditadura, foi um'fato indiscutí
regulamentar e administrativa inventada pela ditadura não tinJia outra finalidade senão esta, muito caudilhista, de con
dentro dos têrmos atuais e não dos
nómico. pouco me importando com os ! / aspectos sentimentais e políticos. i Veja-se o que restou da poderosa • economia paulista, depois da enxurrada
vados ao seu contrôle e ao doe homens
I
de interventores escravizados ao centro.
•
Ve/a-se, igualmente, a penúria, o des-
pios a que deve obedecer o federalismo
povoamento e o marasmo a que ficou
'
reduzida a economia mineira, pelas mes
se pode chamar a liberdade econômica, que é o estímulo à produção e à distri buição de mercadorias em melhores con
DO sobrecarregado aparelho do Estado brasileiro, representa sòmente instrumen
to de dominação de um grupo de pes
soas sôbre o povo e suprimir sem dó ne.m piedade êste odioso resquício da ditadura.
i
centrar cada vez maior soma de pode-
Quero
têrmos passados do problema.
dizer com isto que foi um fracasso eco-
ceiro 8 o desenvolvimento daquilo a que
encioso reconhecimento de tudo o que,
der de vista que muito da complicação
res entre as mãos do ditador, por meio
'
dos governos locais tendo em vista prin cipalmente o equilíbrio eccnómico-finan-
Finalmente, devemos fazer um consã-
rapidez de ação que nunca foram pre
sicas. Mas, também, não devemos per
vel. Urn fato evidente, porque visível
econômicas, freqüentemente supra-estatais. Devemos assegurar a autonon^
dições para o benefício da coletividade.
vistos pelos delineadores das teorias clás
vivos e não os mortos da questão. E
dentro de tal espírito, verificaremos que
,
canismo federal sôbre as suas causes
norte-americano,
(contradição absurda que marca, no entanto, a incongruente política do perío
do Ceará.
143
Dicesto Eco^•ó^uco
da sujeição de todos os interêsses pri que o cercavam.
Não há nada, portanto, de mais impor tante, do que uma revisão sensata, obje tiva e bem informada dos novos princí brasileiro.
Devemos esquecer os preconceitos territoriais dos Estados e articular o me-
n
n 7 -P
fírasüeiro aue mantém um navio por semana de Noua York paru o í/TM/7 niteka de 80% na carga transportada, admitindo-se que restrinja
TZml^T assinalaram grand^ baixas na carga transportada, já retiraram ou pensam retirar navws da linha do Brasil.
Dicestc) EcoNÓNrico
A carestiá da mão-de-obra nos inícios do F'íícn 'o XVIÍI José HoNónio RoonicuBs
(Diretor da seção de "Obras Raras" da Biblioteca Nacional Instituto Rio Branco, do Itamarati)
enfermos do mesmo mal, não tomam remédio nem admitem corretivo". E
guiu.
dizia mais adiante que o Bra,sil se acha
do Brasil, é mais afída^gada do que se
va ainda na inocência ou ignorância das
possa imaginar. Muitos viveram à custa do trabalho escravo, empregado em obras públicas ou particulares. Só nas minas se ocupavam mais de
leis suntuárias, "porque não havia no e Professor do
145
tícia ou obser\'ãncia delas, regulandose cada um pelo seu apetite, vestindose sem diferença alguma no modo e
A gente do Brasil, já o notara
Brandônio, nos Diálogos das Grandezas
150.000 negros escravos. A necessidade
descobertas das minas, que domi-
para a fábrica dos engenhos, cultura de
«j ponto de vista econômico, WTTT ^ do asséculo XVIII, revolucionammetade no Brasil for
tabacos e trabalho nas minas, porque o maior interesse que nôles têm os par
mas sociais e estáveis. A prosperidade
ticulares faz e.xtrair para as mesmas
Por volta de 1728 ou 1729 fora intro duzida a nova moda das cadeiras guar-
econômica foge das mãos dos senhores
minas os negros que haviam de servir
necidas ..de ouro e sêdas, e. segundo o
nas fabricas dos engenhos e dos ta
niesmo parecer, as pessoas de condição
bacos".
inferior começaram a incitar as classes
e os poucos barcos que continuavam no
dominantes, fazendo-se aos pouco.s, mas cada vez mais, excessivas despesas com
paço tão insuficiente que a maior par
de engenho, deslocando-se para o cen tro e o sul do país. A agricultura defi nha e debate-se, entre outras dificulda des, numa grave crise de mão-de-obra.
Os documentos e a rica legislação da época nos mostram o abandono em que ficaram os engenhos, a lavoura desam-
' ''"'da. os senhores de engenho endivi dados e o pouco açúcar produzido sem
saída no Reino, a tal ponto que houve momentos em que o açúcar estrangeiro
deu entrada na Metrópole. A falta de escravaría era incrível e os preços dos
homens pretos subiram tanto que os se
nhores de engenho e lavradores de ca na, tabaco e mandioca encontravam sérios obstáculos para contínuar suas lavouras.
Em 19 de junho de 1706, o Governa dor D. Rodrigo da Costa escreveu ao Rei uma carta sôbre a situação ruinosa
do Brasil que impressionou profunda mente o Conselho Ultramarino; êste em
1.° de setembro de mesmo ano, concor
dava "em que todo o dano que pade ce o Brasil e que com o tempo pode crescer, como vai mostrando a expe riência, procede da falta de negros, e
de não bastarem os (jue se introduzam
A manifesta decadência do comércio
mercantil, a sensível falta de dinheiro e, em conseqüência, a indigência e misé
no excesso do imcderado luxo, nos tra-
ies e adornos de ouro, prata e sedas".
o fornecimento, sustento e ves- .
ria popular, tornavam o Estado do Bra
tuário dos escravos ocupados em
sil ruinoso desde os fins do século
seu fabrico.
XVII.
Num parecer em que propunha oi meios mais convenientes para suspen
der a ruína dos três principais gêneros
Numa sociedade de base ru
ral. que padecia quase tôdas as indiscrições da necessidade e vivia no mais calamitoso esta
baco e a solha, datado de de 12 de fe
do de pobreza, por falta de capitais e abatimento dos produtos, não se mo
vereiro de 1738, Venceslau Pereira da
derava o luxo e, por isso mesmo, cres
do comércio Brasil, o açúcar, o ta nercin do <ln "Rmcíl Silva dizia ser notório a todos os mo radores da Bahia de São Salvador e
seu recôncavo o calamitoso e deplorá
ciam os empenhes e dívidas que não se pagavam, quebravam e fugiam os falidos, cometiam-se usurpações, roubos
vel estado em que se achavam os se nhores de engenho e os lavradores do
e latrocínios.
país que, dizia, "são os nervos do cor
reira da Silva atacava e considerava co
po político e civil". Nessa poça, que pode ser considerada como um dos melhores documentos sòbre a nossa si
O que, na verdade, Vènceslau Pe rno luxo, ofensivo aos interêsses da agri cultura, era a utilização de grande nu mero de escravos no.s serviços domésti
deles 6 a riqueza fácil faziam elewir o .seu preço, tanto mais que o comércio negreiro não aumentava em proporção
às e.xigências da nova situação econô mica. Por falta de embarcações, o co
mércio da Costa da Mina decre.cera, tráfico faziam-no tão mal e com es te da carga se perdia. EJram utilizados nas trocas
dos negros escravos da Ango la e Costa da Mina tabaco e cachaça, e por isso esses pro
dutos do Brasil eram tao in
dispensáveis para o resgate de
negros quanto os mesmos negros eram,
precisos para a conservação da Amé
rica Portuguesa.
Os holandeses da Companhia das ín dias Ocidentais, • por exemplo, domina vam a maior parte da Costa da Mina e em troca de negros escravos forneciam aos negros senhores gêneros e drogas, e depois revendiam os escravos aos por tugueses a trôco do nosso ouro. Muitas vêzes ia parar às mãos dos negros da Costa, através das embarcações negrei-
ras, que o carregavam clara, ou oculta mente, o ouro que aqui se extraía e
tuação econômica na primeira metade
cos. Parecia ao governo, na grave emer
do século XVIII, êle declara que mal não menos sensível era o luxo, que
colônia, uma ostentação da classe ocio
eles o trocavam com os holandeses. Pa
sa ocupar inúmeros escravos que pode riam servir a agricultura. Diga-se, aliás,
der a ruína que ameaçava a fábrica do
cruelmente infeccionava, destruía e con sumia os moradores mal morigerados.
Todos sentem, todos se queixam, • to dos se lamentam perdidos; mas, sempr»
gência que atravessava a economia da
ra suprir a falta de escravos e suspen
d© passagem, que a classe ociosa no
açúcar, a lavoura e as minas, Vences
Brâsil foi enorme e que, tendo nascido
lau Pereira da Silva propunha a forma ção de uma Companhia de Comércio
com a colônia, até boje não se extin
Dicestc) EcoNÓNrico
A carestiá da mão-de-obra nos inícios do F'íícn 'o XVIÍI José HoNónio RoonicuBs
(Diretor da seção de "Obras Raras" da Biblioteca Nacional Instituto Rio Branco, do Itamarati)
enfermos do mesmo mal, não tomam remédio nem admitem corretivo". E
guiu.
dizia mais adiante que o Bra,sil se acha
do Brasil, é mais afída^gada do que se
va ainda na inocência ou ignorância das
possa imaginar. Muitos viveram à custa do trabalho escravo, empregado em obras públicas ou particulares. Só nas minas se ocupavam mais de
leis suntuárias, "porque não havia no e Professor do
145
tícia ou obser\'ãncia delas, regulandose cada um pelo seu apetite, vestindose sem diferença alguma no modo e
A gente do Brasil, já o notara
Brandônio, nos Diálogos das Grandezas
150.000 negros escravos. A necessidade
descobertas das minas, que domi-
para a fábrica dos engenhos, cultura de
«j ponto de vista econômico, WTTT ^ do asséculo XVIII, revolucionammetade no Brasil for
tabacos e trabalho nas minas, porque o maior interesse que nôles têm os par
mas sociais e estáveis. A prosperidade
ticulares faz e.xtrair para as mesmas
Por volta de 1728 ou 1729 fora intro duzida a nova moda das cadeiras guar-
econômica foge das mãos dos senhores
minas os negros que haviam de servir
necidas ..de ouro e sêdas, e. segundo o
nas fabricas dos engenhos e dos ta
niesmo parecer, as pessoas de condição
bacos".
inferior começaram a incitar as classes
e os poucos barcos que continuavam no
dominantes, fazendo-se aos pouco.s, mas cada vez mais, excessivas despesas com
paço tão insuficiente que a maior par
de engenho, deslocando-se para o cen tro e o sul do país. A agricultura defi nha e debate-se, entre outras dificulda des, numa grave crise de mão-de-obra.
Os documentos e a rica legislação da época nos mostram o abandono em que ficaram os engenhos, a lavoura desam-
' ''"'da. os senhores de engenho endivi dados e o pouco açúcar produzido sem
saída no Reino, a tal ponto que houve momentos em que o açúcar estrangeiro
deu entrada na Metrópole. A falta de escravaría era incrível e os preços dos
homens pretos subiram tanto que os se
nhores de engenho e lavradores de ca na, tabaco e mandioca encontravam sérios obstáculos para contínuar suas lavouras.
Em 19 de junho de 1706, o Governa dor D. Rodrigo da Costa escreveu ao Rei uma carta sôbre a situação ruinosa
do Brasil que impressionou profunda mente o Conselho Ultramarino; êste em
1.° de setembro de mesmo ano, concor
dava "em que todo o dano que pade ce o Brasil e que com o tempo pode crescer, como vai mostrando a expe riência, procede da falta de negros, e
de não bastarem os (jue se introduzam
A manifesta decadência do comércio
mercantil, a sensível falta de dinheiro e, em conseqüência, a indigência e misé
no excesso do imcderado luxo, nos tra-
ies e adornos de ouro, prata e sedas".
o fornecimento, sustento e ves- .
ria popular, tornavam o Estado do Bra
tuário dos escravos ocupados em
sil ruinoso desde os fins do século
seu fabrico.
XVII.
Num parecer em que propunha oi meios mais convenientes para suspen
der a ruína dos três principais gêneros
Numa sociedade de base ru
ral. que padecia quase tôdas as indiscrições da necessidade e vivia no mais calamitoso esta
baco e a solha, datado de de 12 de fe
do de pobreza, por falta de capitais e abatimento dos produtos, não se mo
vereiro de 1738, Venceslau Pereira da
derava o luxo e, por isso mesmo, cres
do comércio Brasil, o açúcar, o ta nercin do <ln "Rmcíl Silva dizia ser notório a todos os mo radores da Bahia de São Salvador e
seu recôncavo o calamitoso e deplorá
ciam os empenhes e dívidas que não se pagavam, quebravam e fugiam os falidos, cometiam-se usurpações, roubos
vel estado em que se achavam os se nhores de engenho e os lavradores do
e latrocínios.
país que, dizia, "são os nervos do cor
reira da Silva atacava e considerava co
po político e civil". Nessa poça, que pode ser considerada como um dos melhores documentos sòbre a nossa si
O que, na verdade, Vènceslau Pe rno luxo, ofensivo aos interêsses da agri cultura, era a utilização de grande nu mero de escravos no.s serviços domésti
deles 6 a riqueza fácil faziam elewir o .seu preço, tanto mais que o comércio negreiro não aumentava em proporção
às e.xigências da nova situação econô mica. Por falta de embarcações, o co
mércio da Costa da Mina decre.cera, tráfico faziam-no tão mal e com es te da carga se perdia. EJram utilizados nas trocas
dos negros escravos da Ango la e Costa da Mina tabaco e cachaça, e por isso esses pro
dutos do Brasil eram tao in
dispensáveis para o resgate de
negros quanto os mesmos negros eram,
precisos para a conservação da Amé
rica Portuguesa.
Os holandeses da Companhia das ín dias Ocidentais, • por exemplo, domina vam a maior parte da Costa da Mina e em troca de negros escravos forneciam aos negros senhores gêneros e drogas, e depois revendiam os escravos aos por tugueses a trôco do nosso ouro. Muitas vêzes ia parar às mãos dos negros da Costa, através das embarcações negrei-
ras, que o carregavam clara, ou oculta mente, o ouro que aqui se extraía e
tuação econômica na primeira metade
cos. Parecia ao governo, na grave emer
do século XVIII, êle declara que mal não menos sensível era o luxo, que
colônia, uma ostentação da classe ocio
eles o trocavam com os holandeses. Pa
sa ocupar inúmeros escravos que pode riam servir a agricultura. Diga-se, aliás,
der a ruína que ameaçava a fábrica do
cruelmente infeccionava, destruía e con sumia os moradores mal morigerados.
Todos sentem, todos se queixam, • to dos se lamentam perdidos; mas, sempr»
gência que atravessava a economia da
ra suprir a falta de escravos e suspen
d© passagem, que a classe ociosa no
açúcar, a lavoura e as minas, Vences
Brâsil foi enorme e que, tendo nascido
lau Pereira da Silva propunha a forma ção de uma Companhia de Comércio
com a colônia, até boje não se extin
•-n
I -í j
Dicesto
146
que, à semelhança da Companhia Ge
queixavam os senhores de engonlio e
ral de 1649, restaurasse o comércio, sal
lavradores de cana.
vasse as frotas e suprisse as necessida des da colônia.
Numa instrução para o Marquês de Valença, governador da Capitania da
trabando das riquezas ininerais provo caram várias providências por parte da Metrópole. Assim ó que, pelo Alvará Rógio de 20 de janeiro de 1704, se de
nifestava o temor de que o comércio
terminava que dos negros que anual mente viessem de Angola para a Capi
brasileiros, particularmente dos habi tantes da Bahia e de Pernambuco, aos
tania do Rio de Janeiro duzentos fôssem vendidos aos paulistas polo mesmo
quais fôra concedida ampla liberdade de navegação nos portos daquele con
rava-se suprir de braços o mercado pau
tinente.
preço dos escravos da terra.
Procu
Econó.mico
147
gando à Capitania do Rio de Janeiro
pois eram obrigados a comprar de ou tros re\'cndedores, e que .se assim não
os mil escravos que conduzia cm seus
fôsse o negócio das minas pararia e,
regia de 9 desse mês c ano que, che
O abandono das fazendas c o con
Balüa, Martínho de Melo e Castro ma da Costa de África caísse em mãos dos
Dioesto
Eíconómico
1
navios a Companhia da Guiné, fôssem
conseqüentemente, teria Sua Majestade
primeiro oferecidos aos senhores de en genho os negros que precisamente lhes fossem necessários para a cultura de
diminuição em seus reais quintos.
suas fazendas e fábricas dos engenhos;
tidos pelos senhores de engenho e as mais pessoas que deles houvessem mis
êste apelo e reafirmou a quota de du zentos negros, "sem embargo de con fessarem os paulistas grande detrimen
ter, "ficando sempre no nosso arbítrio", dizia a carta régia, "a justa necessida
ra as minas, o haverem de ir tão pou cos".
ôstes deveriam ser aí deixados e repar
lista sem dcsfalecer os necessários ás
de dos moradores desta capitania e a
Bahia e de Pernambuco, possuindo o ta baco, a cachaça e o açúcar, gêneros pró
capitanias agrícolas.
que tiverem destes negros as minas de
prios para o comércio da Costa de Áfri
curava-se evitar a migração forçada dos
ca, não tiveram dificuldade em assenho-
escravos para as minas, e já em 1701 as comunicações pelo sertão, entre a
E, realmente, os colonos da
rear-se dêle, excluindo os portuguêses. Na mesma instrução, Mar-
Aliás, desde o raiar do século pro
São
Paulo".
Continuava a preferência dada aos se nhores de engenho, mas não se limita va, então, o número de negros que po
Bahia e Pernambuco, com
deriam ser vendidos às minas;
tinho de Melo e Castro acu
as minas de São Paulo eram
antes dava-se livre direito aos
sava os baianos e pernam bucanos de terem estabe
proibidas. Recomendava-se aos cabos do sertão que im
da Companhia de vender, re
lecido naquela Costa dois
pedissem com toda vigilância
meter e levar para São Pau
ramos de comércio: um líci
qualquer infração e que evi
lo todos os que sobrassem.
to, legal e útil, que era o
tassem que passassem pelo
resgate de negros; outro ile
interior, seguindo os rotei
gal, pernicioso e proibido, que era a introdução, no Brasil, de fazendas es trangeiras, trocadas especialmente com os holandeses, na Costa de África, pe lo tabaco brasileiro.
E na verdade, ainda,• poucos dos es cravos introduzidos nos portos da Bahia 6 de Pernambuco iam entregar-se à faina agrícola; a procura destes nas mi
nas era tão grande e o preço que aí pagavam tão elevado que a maior par te era revendida aos mineiros.
Assim, o próprio contrôle do comér
ros da época, os negros escravos, ven cendo as 60 léguas de linlia reta ou as 112 léguas de linha tortuosa que se
Convencido dos males que poderiam resultar do abandono da lavoura e fá brica do açúcar, o Rei não cedeu a
mestres de navios e comissários
Aos
senhores
de
engenho
proibia-se a revenda, a fim de evitar que os mesmos procurassem comprar es
to, assim para os moradores como pa
A sedução exercida pelas Minas Ge rais era tão grande que para lá cor riam oficiais de variados ofícios do en
genho. Para remediar tal situação - no fundo o governo esteve sempre conven cido de que era preciso e\atar a decadência açucareira _ determinou a carta régia de 7 de maio de 1703 que não
se desse licença a qualquer oficial mecânico, especialmen te ourives ou oficiais de enge
nho, para passar às minas. Sem os escravos não se poderia re
cravos não por necessidade de braços
solver o problema da'decadência agrí
mas com o fito de lucro.
cola. O governador D. Rodrigo da Gosta, escrevendo a El-Rei, assim se expressava: "A V. M. é presente, e
Aos poucos iam os paulistas repre
paravam a cidade da Bahia das Minas do Rio das Contas. Sabemos, contudo,
sentando ao Rei e ao governo, procuran
que tal vigilância era burlada e que a
do obter maior número de escravos pa
a todos geralmente notório, que sem
migração continuava.
ra as suas minas. A carta régia de 17
escravos que vêm de Angola e Costa
A finalidade de tais providências era impedir que os senhores de engenho e lavradores de cana se vissem privados de braços. Mas estes, em precária si tuação, não podiam comprar a maior
de março de 1702 parecia uma pro
da Mina se não pode fabricar no Es
messa de aumento. Conseguiram de D. Álvaro da Silva e Albuquerque que in
tado do Brasil nenhuma sorte de" la
tercedesse junto ao Rei para que a lei de 20 de janeiro de 1701 fôsse substítuída, permitindo-se a elevação do nu mero de escravos que davam entrada
verdadeiros e únicos agricultores delas,
parte dos escravos importados. Em de
cio escravagista feito pelos negociantes
zembro de 1701, atendendo aos inte
baianos e pèrnambucanos não contri buía para aliviar a falta de braços e baixar o seu preço, de que tanto se
dos mineiros, procurava-se uma solu
resses das companhias escravagistas e ção conciliatória.
Determinava a carta
em São Paulo legalmente. Não era pos
voura, por serem os ditos escravos os
e não haverá quem naquele Estado afir me o contrário, nem duvide o que di go".
sível, dizia, que fôssem os paulistas re-
Dôsso modo continuou a difícil situa
duzid ys à quota de duzentos negros,
ção, sem que um remédio pudesse ata-
•-n
I -í j
Dicesto
146
que, à semelhança da Companhia Ge
queixavam os senhores de engonlio e
ral de 1649, restaurasse o comércio, sal
lavradores de cana.
vasse as frotas e suprisse as necessida des da colônia.
Numa instrução para o Marquês de Valença, governador da Capitania da
trabando das riquezas ininerais provo caram várias providências por parte da Metrópole. Assim ó que, pelo Alvará Rógio de 20 de janeiro de 1704, se de
nifestava o temor de que o comércio
terminava que dos negros que anual mente viessem de Angola para a Capi
brasileiros, particularmente dos habi tantes da Bahia e de Pernambuco, aos
tania do Rio de Janeiro duzentos fôssem vendidos aos paulistas polo mesmo
quais fôra concedida ampla liberdade de navegação nos portos daquele con
rava-se suprir de braços o mercado pau
tinente.
preço dos escravos da terra.
Procu
Econó.mico
147
gando à Capitania do Rio de Janeiro
pois eram obrigados a comprar de ou tros re\'cndedores, e que .se assim não
os mil escravos que conduzia cm seus
fôsse o negócio das minas pararia e,
regia de 9 desse mês c ano que, che
O abandono das fazendas c o con
Balüa, Martínho de Melo e Castro ma da Costa de África caísse em mãos dos
Dioesto
Eíconómico
1
navios a Companhia da Guiné, fôssem
conseqüentemente, teria Sua Majestade
primeiro oferecidos aos senhores de en genho os negros que precisamente lhes fossem necessários para a cultura de
diminuição em seus reais quintos.
suas fazendas e fábricas dos engenhos;
tidos pelos senhores de engenho e as mais pessoas que deles houvessem mis
êste apelo e reafirmou a quota de du zentos negros, "sem embargo de con fessarem os paulistas grande detrimen
ter, "ficando sempre no nosso arbítrio", dizia a carta régia, "a justa necessida
ra as minas, o haverem de ir tão pou cos".
ôstes deveriam ser aí deixados e repar
lista sem dcsfalecer os necessários ás
de dos moradores desta capitania e a
Bahia e de Pernambuco, possuindo o ta baco, a cachaça e o açúcar, gêneros pró
capitanias agrícolas.
que tiverem destes negros as minas de
prios para o comércio da Costa de Áfri
curava-se evitar a migração forçada dos
ca, não tiveram dificuldade em assenho-
escravos para as minas, e já em 1701 as comunicações pelo sertão, entre a
E, realmente, os colonos da
rear-se dêle, excluindo os portuguêses. Na mesma instrução, Mar-
Aliás, desde o raiar do século pro
São
Paulo".
Continuava a preferência dada aos se nhores de engenho, mas não se limita va, então, o número de negros que po
Bahia e Pernambuco, com
deriam ser vendidos às minas;
tinho de Melo e Castro acu
as minas de São Paulo eram
antes dava-se livre direito aos
sava os baianos e pernam bucanos de terem estabe
proibidas. Recomendava-se aos cabos do sertão que im
da Companhia de vender, re
lecido naquela Costa dois
pedissem com toda vigilância
meter e levar para São Pau
ramos de comércio: um líci
qualquer infração e que evi
lo todos os que sobrassem.
to, legal e útil, que era o
tassem que passassem pelo
resgate de negros; outro ile
interior, seguindo os rotei
gal, pernicioso e proibido, que era a introdução, no Brasil, de fazendas es trangeiras, trocadas especialmente com os holandeses, na Costa de África, pe lo tabaco brasileiro.
E na verdade, ainda,• poucos dos es cravos introduzidos nos portos da Bahia 6 de Pernambuco iam entregar-se à faina agrícola; a procura destes nas mi
nas era tão grande e o preço que aí pagavam tão elevado que a maior par te era revendida aos mineiros.
Assim, o próprio contrôle do comér
ros da época, os negros escravos, ven cendo as 60 léguas de linlia reta ou as 112 léguas de linha tortuosa que se
Convencido dos males que poderiam resultar do abandono da lavoura e fá brica do açúcar, o Rei não cedeu a
mestres de navios e comissários
Aos
senhores
de
engenho
proibia-se a revenda, a fim de evitar que os mesmos procurassem comprar es
to, assim para os moradores como pa
A sedução exercida pelas Minas Ge rais era tão grande que para lá cor riam oficiais de variados ofícios do en
genho. Para remediar tal situação - no fundo o governo esteve sempre conven cido de que era preciso e\atar a decadência açucareira _ determinou a carta régia de 7 de maio de 1703 que não
se desse licença a qualquer oficial mecânico, especialmen te ourives ou oficiais de enge
nho, para passar às minas. Sem os escravos não se poderia re
cravos não por necessidade de braços
solver o problema da'decadência agrí
mas com o fito de lucro.
cola. O governador D. Rodrigo da Gosta, escrevendo a El-Rei, assim se expressava: "A V. M. é presente, e
Aos poucos iam os paulistas repre
paravam a cidade da Bahia das Minas do Rio das Contas. Sabemos, contudo,
sentando ao Rei e ao governo, procuran
que tal vigilância era burlada e que a
do obter maior número de escravos pa
a todos geralmente notório, que sem
migração continuava.
ra as suas minas. A carta régia de 17
escravos que vêm de Angola e Costa
A finalidade de tais providências era impedir que os senhores de engenho e lavradores de cana se vissem privados de braços. Mas estes, em precária si tuação, não podiam comprar a maior
de março de 1702 parecia uma pro
da Mina se não pode fabricar no Es
messa de aumento. Conseguiram de D. Álvaro da Silva e Albuquerque que in
tado do Brasil nenhuma sorte de" la
tercedesse junto ao Rei para que a lei de 20 de janeiro de 1701 fôsse substítuída, permitindo-se a elevação do nu mero de escravos que davam entrada
verdadeiros e únicos agricultores delas,
parte dos escravos importados. Em de
cio escravagista feito pelos negociantes
zembro de 1701, atendendo aos inte
baianos e pèrnambucanos não contri buía para aliviar a falta de braços e baixar o seu preço, de que tanto se
dos mineiros, procurava-se uma solu
resses das companhias escravagistas e ção conciliatória.
Determinava a carta
em São Paulo legalmente. Não era pos
voura, por serem os ditos escravos os
e não haverá quem naquele Estado afir me o contrário, nem duvide o que di go".
sível, dizia, que fôssem os paulistas re-
Dôsso modo continuou a difícil situa
duzid ys à quota de duzentos negros,
ção, sem que um remédio pudesse ata-
'V- '
Dicksto
148
Econômico
lhar de pronto a ruína da lavoura. Pa
pela carta régia de 10 de dezembro d«
ra suprir a falta de gente que havia no
1704 se declararam isentos de assenta
Terço do Presídio, o Governador obri
mento nas tropas pagas todos os ofi ciais que trabalhassem nos engenhos. O governo metropolitano ia, assim, usan do de todos os meios para evitar a pa ralisação do trabalho agrícola.
gara os oficiais de engenho, como car
pinteiros, ferreiros, mestres, banqueiros e feitores a assentar praça. Reclamou a Câmara do Río contra tal medida e
FILÓSOFO, CIENTISTA E ESTADISTA Rodrigo Soares Júnior
Dor volta de 1771, quando Bcnjamin Franklin se encontrava na Inglaterra em defesa dos direitos das colônias ame
ricanas e já se via festejado como cien tista dc marca e figura de grande cele bridade, o filósofo David Hume escre
1
veu-lhe e.xpressivamente que até aquela data a América remetera para a Europa muitos gêneros, tais como ouro, açúcar,
cacau, mas que Franklin era o primeiro
filósofo e grande homem enviado pelo novo mundo.
Não é possível dizer melhor a respeito de um vulto então considerado uma das
capacidades científicas de sua época e
contemporâneo de individualidades da estatura de Newton, Cavendish, Lavoisíer e vários outros nomes de alta linha gem intelectual.
inumeráveis. Para êle, o mundo foi antes o estímulo de uma curiosidade insaciá
vel, mercê da qual, a cada passo, se descobrem surpresas que encantam e dão ^
margem a" um constante progresso da .
.
civilização.
Surgiu nesse ambiente colonial, para
glória futura dos "Estados Unidos" um espirito de projeção universal a quem coube mostrar, antes de nascer a nação
americana, algumas das qualidades mais
especificas do gênio "yankee' e sobre
tudo a centelha criadora e a capacidade inventiva, privilégio invejável que se
sepetirá na jov.m naçáo Jg-s do repetira na juvt-iw
^
porte de Morse, Henry. Graham Bell,
Edison. Milliltan e tantos outros. Essa vibratílidade do intelecto asso QlSwII>
ivixJi
i
Não obstante as importações consideráveis de mercadorias, as reservas mone tárias do Banco Nacional Suíço aumentaram. Estas foram alimentadas pela recupe
em Boston, o foco e a capital da Nova
ciada com extraordinárias aphdoes me cânicas se tomará um dos dons mais preciosos de um raça nova e energ.ca. Utilitária para dominar a matéria e po-la
Inglaterra dos puritanos, personificou, de
a serviço dos homens.
ração parcial de colocações garantidas em dólares. A situação do mercado do dólar não se normalizou ainda. No comêço de 1948, o câmbio do dólar livre ti^ ului-se aproximado à paridade, porém cedeu novamente, mais tarde, como conse qüência do afluxo de capitais estrangeiros. Em virtude destas influências de ori
fato, as melhores manifestações do es
Benjamin Franklin, nascido em 1706,
pírito continental e logo se revelou um dos personagens mais típicos da civilização oriunda dos rebentos britâ nicos. É permissível julgá-lo, sob muitos
gem exterior, o Banco Nacional Suíço estima que não pode, pelo momento, ate nuar mais a regulamentação relativa a essa divisa. A situação do mercado do di
nheiro melhorou, numa média variável, segundo as regiões e os bancos. O Banco de emissão não quer aumentar, nem reduzir artificialmente a liquidez do mercado, senão manter-se nas taxas vigentes. Na indústria, o grau de ocupação diminuiu no que se refere à produção de bordados, de têxteis e de confecção. Na relojoaria,
nota-se um certo afrouxamento dos negócios.
deiro dos dez nascidos do segundo con
Na mais autêntica acepção do termo,
aL
Franklin, tivera sete filhos do primeiro
sórcio.
Franklin foi ^verdadeiramente enciclo
trabalhadores estrangeiros exercem atualmente a sua atividade na Suíça.
No modesto lar de um artífice viu
a luz Benjamin Franldin. O pai, Josuah
pelos contornos gerais de um caráter pendores espirituais.
sem grandes dificuldades, transferir os desocupados para outros setores de pro dução, que sofrem ainda de penúria de mão-de-obra. Existe igualmente certa elasticidade no mercado do trabalho, em virtude do fato de que mais de cem mil
*
aspectos, um predecessor e um e.xemplo dos "yankees" modernos, tanto por seus traços de "self made man quanto bem mesclado de energia, utíHtarismo e
Nas outras indústrias, as perspec
tivas para 1948 são geralmente boas. Se, em conseqüência de influências inter nacionais de ordem econômica e política, chegassem a manifestar-se sintomas dc crises em algumas indústrias ou emprêsas, seria possível, na maioria dos casos e
*
casamento, e Benjamin era o oitavo her
Prolífica família desses tempos colo
niais, em que a fecundidade da raça anglo-saxônica, ainda não iniciada nas prá ticas do "birth contrai", legou aos Es
pédico. E não olhou para o mundo,
tados Unidos uma pujante armadura
como La Fontaine, deleitando-se na contemplação de um jlalco de cenas
que resistiu às avalanches imigratórias do século XIX.
'V- '
Dicksto
148
Econômico
lhar de pronto a ruína da lavoura. Pa
pela carta régia de 10 de dezembro d«
ra suprir a falta de gente que havia no
1704 se declararam isentos de assenta
Terço do Presídio, o Governador obri
mento nas tropas pagas todos os ofi ciais que trabalhassem nos engenhos. O governo metropolitano ia, assim, usan do de todos os meios para evitar a pa ralisação do trabalho agrícola.
gara os oficiais de engenho, como car
pinteiros, ferreiros, mestres, banqueiros e feitores a assentar praça. Reclamou a Câmara do Río contra tal medida e
FILÓSOFO, CIENTISTA E ESTADISTA Rodrigo Soares Júnior
Dor volta de 1771, quando Bcnjamin Franklin se encontrava na Inglaterra em defesa dos direitos das colônias ame
ricanas e já se via festejado como cien tista dc marca e figura de grande cele bridade, o filósofo David Hume escre
1
veu-lhe e.xpressivamente que até aquela data a América remetera para a Europa muitos gêneros, tais como ouro, açúcar,
cacau, mas que Franklin era o primeiro
filósofo e grande homem enviado pelo novo mundo.
Não é possível dizer melhor a respeito de um vulto então considerado uma das
capacidades científicas de sua época e
contemporâneo de individualidades da estatura de Newton, Cavendish, Lavoisíer e vários outros nomes de alta linha gem intelectual.
inumeráveis. Para êle, o mundo foi antes o estímulo de uma curiosidade insaciá
vel, mercê da qual, a cada passo, se descobrem surpresas que encantam e dão ^
margem a" um constante progresso da .
.
civilização.
Surgiu nesse ambiente colonial, para
glória futura dos "Estados Unidos" um espirito de projeção universal a quem coube mostrar, antes de nascer a nação
americana, algumas das qualidades mais
especificas do gênio "yankee' e sobre
tudo a centelha criadora e a capacidade inventiva, privilégio invejável que se
sepetirá na jov.m naçáo Jg-s do repetira na juvt-iw
^
porte de Morse, Henry. Graham Bell,
Edison. Milliltan e tantos outros. Essa vibratílidade do intelecto asso QlSwII>
ivixJi
i
Não obstante as importações consideráveis de mercadorias, as reservas mone tárias do Banco Nacional Suíço aumentaram. Estas foram alimentadas pela recupe
em Boston, o foco e a capital da Nova
ciada com extraordinárias aphdoes me cânicas se tomará um dos dons mais preciosos de um raça nova e energ.ca. Utilitária para dominar a matéria e po-la
Inglaterra dos puritanos, personificou, de
a serviço dos homens.
ração parcial de colocações garantidas em dólares. A situação do mercado do dólar não se normalizou ainda. No comêço de 1948, o câmbio do dólar livre ti^ ului-se aproximado à paridade, porém cedeu novamente, mais tarde, como conse qüência do afluxo de capitais estrangeiros. Em virtude destas influências de ori
fato, as melhores manifestações do es
Benjamin Franklin, nascido em 1706,
pírito continental e logo se revelou um dos personagens mais típicos da civilização oriunda dos rebentos britâ nicos. É permissível julgá-lo, sob muitos
gem exterior, o Banco Nacional Suíço estima que não pode, pelo momento, ate nuar mais a regulamentação relativa a essa divisa. A situação do mercado do di
nheiro melhorou, numa média variável, segundo as regiões e os bancos. O Banco de emissão não quer aumentar, nem reduzir artificialmente a liquidez do mercado, senão manter-se nas taxas vigentes. Na indústria, o grau de ocupação diminuiu no que se refere à produção de bordados, de têxteis e de confecção. Na relojoaria,
nota-se um certo afrouxamento dos negócios.
deiro dos dez nascidos do segundo con
Na mais autêntica acepção do termo,
aL
Franklin, tivera sete filhos do primeiro
sórcio.
Franklin foi ^verdadeiramente enciclo
trabalhadores estrangeiros exercem atualmente a sua atividade na Suíça.
No modesto lar de um artífice viu
a luz Benjamin Franldin. O pai, Josuah
pelos contornos gerais de um caráter pendores espirituais.
sem grandes dificuldades, transferir os desocupados para outros setores de pro dução, que sofrem ainda de penúria de mão-de-obra. Existe igualmente certa elasticidade no mercado do trabalho, em virtude do fato de que mais de cem mil
*
aspectos, um predecessor e um e.xemplo dos "yankees" modernos, tanto por seus traços de "self made man quanto bem mesclado de energia, utíHtarismo e
Nas outras indústrias, as perspec
tivas para 1948 são geralmente boas. Se, em conseqüência de influências inter nacionais de ordem econômica e política, chegassem a manifestar-se sintomas dc crises em algumas indústrias ou emprêsas, seria possível, na maioria dos casos e
*
casamento, e Benjamin era o oitavo her
Prolífica família desses tempos colo
niais, em que a fecundidade da raça anglo-saxônica, ainda não iniciada nas prá ticas do "birth contrai", legou aos Es
pédico. E não olhou para o mundo,
tados Unidos uma pujante armadura
como La Fontaine, deleitando-se na contemplação de um jlalco de cenas
que resistiu às avalanches imigratórias do século XIX.
150
Digesto Econômico DiGESTo Econômico
Menino considerado precoce e predi leto do pai, cedo acusou excepcional vontade de estudar. A princípio, o progenitor estimulou a vocação; porém, em reve, receoso de não poder custear-lhe
uma educação esmerada, procurou en
i
caminhá-lo para o ofício da família, que era de fabricar velas de sebo. O pai teima preparar um mau "celebrai" e preena um bom artífice e, por isso, colo cou o filho como aprendiz de cuteleiro
e depois como tipógrafo em casa de James, irmão mais velho e dono de al
senso dc autodidata um cios
para a arte de escrever. Lia e relia o "Spectator" dc Adison, decompunha as frases do autor, redigia cs mesmos pen samentos em forma própria e se esfor çava assim para exprimir idéias numa
linguagem concisa e elegante. Ao passo que disciplinava os surtos desregrados da imaginação por meio do estudo da
lógica e das matemáticas, tratava de munir-se dos elementos verbais necessá-
nos
ciocínio persuasivo. As reminiscências
de muitas leituras di.
versas vão fornecer-
das na sua autobio grafia com muito de
lhe esplêndidos sub sídios para adquirir um estilo de grande
pitoresco e de natu
ral. Por ela é que
limpidez,
sabemos muitos de
.sem
dos
e
sentimentos que agi
rebuscamentos
impirado
e
lun homem tão ami-
pelas
a
dialética
de
Platão.
go dos livros que, desde a meninice, a
facetado
páginas de Plutarco
taram a infância de
aprendeu
manejar
ção e tecer um ra
Franklín são narra
acerca
para
uma boa argumenta
guns prelos compra dos na Inglaterra. Essas passagens da existência de
talhes
métodos
empregados pelos humanistas jesuítas
Aprendiz de tipó grafo, ele se enfronha na profissão
fazer
economias e sacrificou prazeres para
com
cultivar o estudo.
nhar habilitações de
entusiasmo
e
não tarda em ga
Criança inteligen
excelente
oficial
e
cio de vida, para formar um pubbdsta perfeitamente senhor de todos os se gredos do "métier", desde a composi
deres púbbcos. A estreiteza do proxàn-
i,
cialismo não se dava bem com os con-
'
ção e dos prelos até a seleção dos edi-
animado de desejos de justiça social.
contrárias à ordem do conformismo, de |
mo homem de negócio atilado, o pro
do jornal. Franklin, duplamente contrariado, pelo
veito que poderia tirar dc um talento moço o robusto.
Decidiu entregar a
parte intelectual do periódico "New England's Courant" a Benjamin, enquanto se reservava os proventos de sócio capi talista., Por meio de um contrato um tanto
leonino, comprometeu-se o aprendiz a trabalhar sem outro salário que a cama
e a mesa c a obedecer a cláusulas que
o privavam de muitas regalias da juven tude. Nem por isso, entretanto, se jul gou explorado. O que ele queria era produzir, escrever, experimentar essas
armas de elocução e de estilo afiadas à custa de tanta leitura e exercício mental.
Agradava-lhe o clima do jornalismo, meio oportuno para expandir um tempe
ramento pugnaz e despertar a veia crí tica de um jovem convencido de que
"sem bberdade de pensamento não pode haver sabedoria; sem liberdade de ex
pressão não pode haver liberdade polí tica".
Debaixo de um pseudônimo, a fim de não provocar invejas, redigiu êle uma série de comentários, leves e despreten
sonhos da infância, leu obras de tôda
natureza, livros de história, relatos de
É senhor de uma destreza manual em feliz sincronísmo com as tendências
siosos, consoante o programa de tirar apenas lições morais dos incidentes gro
viagens, ensaios poéticos. Graças a um
do espírito, donde se origina uma con
gesto de franqueza do pai, deixou de ser um mau poeta e cuidou, a poder
jugação de requisitos propícia à com
de fôrça de vontade e de exercícios de estilo, de se tomar um bom pro sador. Sem mestre, usou por intuição e
riedade de dons tão
harmônicamente
vão destacar-se sobremaneira, nesse iní-
!
James Franklín, patrão desse adoles cente inteligente e ativo, percebeu, co
mesmo de técnico.
possuídos por essa personalidade, dois
ceitos independentes de um jomabsta Farejaram em certas sentenças audácias
V tonais.
te e imaginosa, empolgada por muitos
pleta assimilação do jornalismo. Da va
151
tescos e cômicos da vida".
Não foi tão fácil levar à prática esse
programa de aparência inocente. O crí
modo que a censura processou o dono
egoísmo do irmão e a intolerância do meio, sentiu-se desajustado e resolveu tentar a vida alhures. Partiu para Fila
délfia. Essas passagens de sua Wda oferecem traços e coloridos de romance.
Incluem peripécias e atribuições diver sas, cenas de aventuras nas quais, de
permeio com as clássicas ocorrências de
um jovem em luta pela vida, se eviden ciam as quaHdades de um caráter forte, disposto a reagir com pronto e^^ediente
aos golpes da sorte e aos sofrimentos^ morais.
Ao chegar a Filadélfia, cognominada ^ a "cidade do amor fraterno" em virtu de da doutrina e das intenções do seu fundador William Penn e da seita dos "quakers", deparou-se a Franklin uma atmosfera mais cosmopolita e liberal que em Boston. Ali aportou com um "sbil-
ling" no bolso, após uma viagem aciden tada, porém confiante em si e na possi bilidade de encontrar emprêgo. Numa
cidade em que não se asfixiava o pensa-
impressor Keimer.
Um operário consciente de sua com petência, amigo de executar as tarefas
se em alusões irônicas interpretadas co
mo desrespeito à magistratura e aos po-
tou as simpatias do governador Keitb,
rigores da teocracia puritana, excedeu-
i
mento funcionavam naturalmente tipo grafias, de sorte que o jovem operário, desembaraçado e engenhoso, conseguiu logo um emprêgo no estabelecimento do
que lhe cometem, impôs-se logo ao respeito dos seus pares. Fêz boas rela ções por ser cordial e sociável e conquis
tico, num ambiente social lastreado pelos
'
•
150
Digesto Econômico DiGESTo Econômico
Menino considerado precoce e predi leto do pai, cedo acusou excepcional vontade de estudar. A princípio, o progenitor estimulou a vocação; porém, em reve, receoso de não poder custear-lhe
uma educação esmerada, procurou en
i
caminhá-lo para o ofício da família, que era de fabricar velas de sebo. O pai teima preparar um mau "celebrai" e preena um bom artífice e, por isso, colo cou o filho como aprendiz de cuteleiro
e depois como tipógrafo em casa de James, irmão mais velho e dono de al
senso dc autodidata um cios
para a arte de escrever. Lia e relia o "Spectator" dc Adison, decompunha as frases do autor, redigia cs mesmos pen samentos em forma própria e se esfor çava assim para exprimir idéias numa
linguagem concisa e elegante. Ao passo que disciplinava os surtos desregrados da imaginação por meio do estudo da
lógica e das matemáticas, tratava de munir-se dos elementos verbais necessá-
nos
ciocínio persuasivo. As reminiscências
de muitas leituras di.
versas vão fornecer-
das na sua autobio grafia com muito de
lhe esplêndidos sub sídios para adquirir um estilo de grande
pitoresco e de natu
ral. Por ela é que
limpidez,
sabemos muitos de
.sem
dos
e
sentimentos que agi
rebuscamentos
impirado
e
lun homem tão ami-
pelas
a
dialética
de
Platão.
go dos livros que, desde a meninice, a
facetado
páginas de Plutarco
taram a infância de
aprendeu
manejar
ção e tecer um ra
Franklín são narra
acerca
para
uma boa argumenta
guns prelos compra dos na Inglaterra. Essas passagens da existência de
talhes
métodos
empregados pelos humanistas jesuítas
Aprendiz de tipó grafo, ele se enfronha na profissão
fazer
economias e sacrificou prazeres para
com
cultivar o estudo.
nhar habilitações de
entusiasmo
e
não tarda em ga
Criança inteligen
excelente
oficial
e
cio de vida, para formar um pubbdsta perfeitamente senhor de todos os se gredos do "métier", desde a composi
deres púbbcos. A estreiteza do proxàn-
i,
cialismo não se dava bem com os con-
'
ção e dos prelos até a seleção dos edi-
animado de desejos de justiça social.
contrárias à ordem do conformismo, de |
mo homem de negócio atilado, o pro
do jornal. Franklin, duplamente contrariado, pelo
veito que poderia tirar dc um talento moço o robusto.
Decidiu entregar a
parte intelectual do periódico "New England's Courant" a Benjamin, enquanto se reservava os proventos de sócio capi talista., Por meio de um contrato um tanto
leonino, comprometeu-se o aprendiz a trabalhar sem outro salário que a cama
e a mesa c a obedecer a cláusulas que
o privavam de muitas regalias da juven tude. Nem por isso, entretanto, se jul gou explorado. O que ele queria era produzir, escrever, experimentar essas
armas de elocução e de estilo afiadas à custa de tanta leitura e exercício mental.
Agradava-lhe o clima do jornalismo, meio oportuno para expandir um tempe
ramento pugnaz e despertar a veia crí tica de um jovem convencido de que
"sem bberdade de pensamento não pode haver sabedoria; sem liberdade de ex
pressão não pode haver liberdade polí tica".
Debaixo de um pseudônimo, a fim de não provocar invejas, redigiu êle uma série de comentários, leves e despreten
sonhos da infância, leu obras de tôda
natureza, livros de história, relatos de
É senhor de uma destreza manual em feliz sincronísmo com as tendências
siosos, consoante o programa de tirar apenas lições morais dos incidentes gro
viagens, ensaios poéticos. Graças a um
do espírito, donde se origina uma con
gesto de franqueza do pai, deixou de ser um mau poeta e cuidou, a poder
jugação de requisitos propícia à com
de fôrça de vontade e de exercícios de estilo, de se tomar um bom pro sador. Sem mestre, usou por intuição e
riedade de dons tão
harmônicamente
vão destacar-se sobremaneira, nesse iní-
!
James Franklín, patrão desse adoles cente inteligente e ativo, percebeu, co
mesmo de técnico.
possuídos por essa personalidade, dois
ceitos independentes de um jomabsta Farejaram em certas sentenças audácias
V tonais.
te e imaginosa, empolgada por muitos
pleta assimilação do jornalismo. Da va
151
tescos e cômicos da vida".
Não foi tão fácil levar à prática esse
programa de aparência inocente. O crí
modo que a censura processou o dono
egoísmo do irmão e a intolerância do meio, sentiu-se desajustado e resolveu tentar a vida alhures. Partiu para Fila
délfia. Essas passagens de sua Wda oferecem traços e coloridos de romance.
Incluem peripécias e atribuições diver sas, cenas de aventuras nas quais, de
permeio com as clássicas ocorrências de
um jovem em luta pela vida, se eviden ciam as quaHdades de um caráter forte, disposto a reagir com pronto e^^ediente
aos golpes da sorte e aos sofrimentos^ morais.
Ao chegar a Filadélfia, cognominada ^ a "cidade do amor fraterno" em virtu de da doutrina e das intenções do seu fundador William Penn e da seita dos "quakers", deparou-se a Franklin uma atmosfera mais cosmopolita e liberal que em Boston. Ali aportou com um "sbil-
ling" no bolso, após uma viagem aciden tada, porém confiante em si e na possi bilidade de encontrar emprêgo. Numa
cidade em que não se asfixiava o pensa-
impressor Keimer.
Um operário consciente de sua com petência, amigo de executar as tarefas
se em alusões irônicas interpretadas co
mo desrespeito à magistratura e aos po-
tou as simpatias do governador Keitb,
rigores da teocracia puritana, excedeu-
i
mento funcionavam naturalmente tipo grafias, de sorte que o jovem operário, desembaraçado e engenhoso, conseguiu logo um emprêgo no estabelecimento do
que lhe cometem, impôs-se logo ao respeito dos seus pares. Fêz boas rela ções por ser cordial e sociável e conquis
tico, num ambiente social lastreado pelos
'
•
V
r 152
Dioesto
Eco^íó^rICO
pessoa de trato agradável e que assumiu com ele ares de protetor. Êsse Keitb, bom palrador e homem de promessas fá
nhecimentos de impressão c tipografia, tanto mais que a Inglaterra utiliza e pro-
ceis, induziu Franklin a embarcar para a Inglaterra, a fim de comprar o equipa
respeito à sua conduta particular de moço, consignam os seu.s biógrafos ha-
mento para a imprensa oficial que o go verno da província pretendia montar.
iPródigo em boas palavras, garantiu-se fiador de um empréstimo e de quaisquer
outras obrigações financeiras. Benjamin, grato e apegando-se a tão vantajosa oportunidade de subir na vida, tomou passagem para a Inglaterra e atravessou
os mares para aprender que homens de
posição e bem falantes não passam às vezes de mistificadores.
Êssc Franklin, mais tarde julgado na Europa como sagacíssimo e quase ma treiro, demonstrou possuir na consciên cia êsse precioso filão da boa-fé, veio aunfero por onde se afere muitas vêzes
a beleza de uma alma, porque as que se deixam enganar ante palavras gene rosas são, em geral, incapazes de entoar
os mesmos cantos de sereia. São puras e não vivem a matutar perfídias e ar madilhas à boa-fé alheia.
Na capital da Inglaterra, o jovem tipografo e jornalista americano, emissá rio de um grande negócio gorado, vê-se obrigado mais uma vez a procurar em prego. Não tem dinheiro, mas dispõe da perícia de tipógrafo e de uma ativi
duz o melhor material nesse ramo. Com
ver-so êle comportado com todo o decôro e comedimcnto, não obstante ter
Wvido segundo as praxes de uma juven tude sadia e inclinada aos prazeres nor mais da vida. O fato 6 que amava a natação, os exercícios e o esporte em geral e sempre se absteve de infringir os preceitos da temperança, o que bom real ça seus hábitos de respeito próprio e disciplina pessoal. Em 1726, regressa a Filadélfia. Mais
rico de experiência e à procura de sua oportunidade na vida, torna ao ofício
de tipógrafo e, dominado pelo empenho de vencer, procura firmar algumas re gras de ação.
As que êle nos relatou
sentimental, casa-se com a antiga noiva.
Deborah Rcad, que enviuvara de um tal Rogers. Chefe de família, guiado por um código de ética exemplar, o digno cidadão cuida agora de fazer prosperar
a tipografia que montou e de ampliar os negócios com o caráter de uma ver dadeira indústria editora.
Para tanto
não lhe faltam idéias nem iniciativa.
É um patrão de vistas largas, versado nas minúcias do ofício, com a compe
tência de um especialista na parte me
cânica c com uma visão comercial de extensos horizontes.
Porta-se, de fato,
como um inovador na matéria, de for ma que merece passar por um van-
guardeiro nesse campo de atividade em que Filadélfia alcançará tamanho rènome.
Espelha-se nos empreendimentos a que êle se atira o ânimo pertinaz e
são de molde a mostrar a sua estrutura
resoluto do homem de negócios america
íntima e representam uma espécie de confissão em que se espelham, simul taneamente, resíduos da severidade pu
apoio numa intensa e sugestiva pub i-
ritana e traços característicos de um ho mem sumamente moralista
e
de um
grande senso prático. Prega êle a necessidade de ser eco
nômico, profundamente sincero consigo mesmo, indu^gente para as faltas alheias, avesso aos projetos da fantasia e à male-
dade em acôrdo com um bom físico.
dicencia. Tais preceitos não oBstam a que queira enriquecer com a fôrça de
Obtém um lugar na casa do impressor
vontade de um verdadeiro "business
Palmer e, como de costume, faz-se notar
man". Volta-se para os negócios e trata de trabãlhar agora por conta própria.
pela capacidade técnica e a viveza da
15S
DlCESTO Económjco
no, cioso de adotar os últimos progressos mecânicos e desenvolver a produção com cidade.
Ê um dos primeiros a com
preender e estimular o uso do anúncio, motor imprescindível para custear o lado informativo e educacional da im prensa,
Dirigente de uma firma conceituada e orguUioso de ostentar o seu trabalho,
tar idéias com simples intuitos de flo reios oratórios. Franklin, avesso a des
perdícios verbais, tinha em mira pro mover o exame dos problemas concer nentes ao bem-estar da comunidade e
incentivar a liberdade de critica a fim de ventilar propostas em prol do pro
gresso social. Discussões bem condu zidas fortalecem a liberdade de cons
ciência e o espírito de cooperação, além de trazerem à baila assuntos melhor es
clarecidos pelo contacto das opiniões di vergentes. O "Junto", em cujas sessões se abordavam matérias de ordem geral
e questões locais com grande tolerância
n™tun, jd era uma pequena jrmo^a ^
dessas entidades americanas do ripo "Gallup", que se aplicam a inquéritos sociais de verdadeiras consultas da opmiao pub.i ca. Como obra de estímulo intelectual, Franklin dedicou-se à "Library Company" associação cultural de divulgação e
emprésHmo de livros. Mas onde culmi
nará a sua iniciativa nesse domínio da difusão de informações e de preparação
do espírito público pelos órgãos impres sos, é na organização do famoso "Alma naque do Pobre Ricardo". A essa pu blicação, que se denomina em inglês
excedente de energias para consagrar a
"A'manach du Bonhomme Richard".
vida púbÜca e às obras de proveito co letivo. Quem se sente dono de tao
Por espaço de cerca de vinte anos, é
certamente uma das figuras mais dinâ-^
dres, centro de luxo e foco de primeira econômica e intelectual, Franklin culti
micas de Filadélfia, cidade em que os habitantes, mau grado certas peculiari dades dos "quakers", denotavam grande
Surgiu-lhe por isso a idéia de fundar o "Junto", espécie de centro de de
va ainda relações nas melhores esferas
espírito público. Revelando uma interessante constância
Os
"Poor Richard's Almanach", deram os
inteligência. Durante essa primeira estada cm Lon
.sociais e cuida de aperfeiçoar seus co
tos com uma finalidade educativa.
anglo-sa.\õe.s nuo se comprazem em agi
Franklin dispõe, como em geral os ho mens de estirpe anglo-sa.xônica, de um exuberante vitalidade tem que irradiar essas sobras e constituir-se em propulsor
grandeza quanto à intensidade da vida
literárias o dispostos a trocar argumen
de atividades benéficas.
bates em que se reuniam espuitos in clinados para as questões científicas e
franceses, ao traduzá-jla, o título de O editor ganhou reputação inteimacional com essa revista, que sem ter o mé
rito da novidade, se tornou original pela confecção gráfica e^a seleção dos assun tos. É bem curioso o fato de sair, de
uma pequena cidade da América, um trabalho que se propagou com tanto êxito nos centros mais cultos do velho
V
r 152
Dioesto
Eco^íó^rICO
pessoa de trato agradável e que assumiu com ele ares de protetor. Êsse Keitb, bom palrador e homem de promessas fá
nhecimentos de impressão c tipografia, tanto mais que a Inglaterra utiliza e pro-
ceis, induziu Franklin a embarcar para a Inglaterra, a fim de comprar o equipa
respeito à sua conduta particular de moço, consignam os seu.s biógrafos ha-
mento para a imprensa oficial que o go verno da província pretendia montar.
iPródigo em boas palavras, garantiu-se fiador de um empréstimo e de quaisquer
outras obrigações financeiras. Benjamin, grato e apegando-se a tão vantajosa oportunidade de subir na vida, tomou passagem para a Inglaterra e atravessou
os mares para aprender que homens de
posição e bem falantes não passam às vezes de mistificadores.
Êssc Franklin, mais tarde julgado na Europa como sagacíssimo e quase ma treiro, demonstrou possuir na consciên cia êsse precioso filão da boa-fé, veio aunfero por onde se afere muitas vêzes
a beleza de uma alma, porque as que se deixam enganar ante palavras gene rosas são, em geral, incapazes de entoar
os mesmos cantos de sereia. São puras e não vivem a matutar perfídias e ar madilhas à boa-fé alheia.
Na capital da Inglaterra, o jovem tipografo e jornalista americano, emissá rio de um grande negócio gorado, vê-se obrigado mais uma vez a procurar em prego. Não tem dinheiro, mas dispõe da perícia de tipógrafo e de uma ativi
duz o melhor material nesse ramo. Com
ver-so êle comportado com todo o decôro e comedimcnto, não obstante ter
Wvido segundo as praxes de uma juven tude sadia e inclinada aos prazeres nor mais da vida. O fato 6 que amava a natação, os exercícios e o esporte em geral e sempre se absteve de infringir os preceitos da temperança, o que bom real ça seus hábitos de respeito próprio e disciplina pessoal. Em 1726, regressa a Filadélfia. Mais
rico de experiência e à procura de sua oportunidade na vida, torna ao ofício
de tipógrafo e, dominado pelo empenho de vencer, procura firmar algumas re gras de ação.
As que êle nos relatou
sentimental, casa-se com a antiga noiva.
Deborah Rcad, que enviuvara de um tal Rogers. Chefe de família, guiado por um código de ética exemplar, o digno cidadão cuida agora de fazer prosperar
a tipografia que montou e de ampliar os negócios com o caráter de uma ver dadeira indústria editora.
Para tanto
não lhe faltam idéias nem iniciativa.
É um patrão de vistas largas, versado nas minúcias do ofício, com a compe
tência de um especialista na parte me
cânica c com uma visão comercial de extensos horizontes.
Porta-se, de fato,
como um inovador na matéria, de for ma que merece passar por um van-
guardeiro nesse campo de atividade em que Filadélfia alcançará tamanho rènome.
Espelha-se nos empreendimentos a que êle se atira o ânimo pertinaz e
são de molde a mostrar a sua estrutura
resoluto do homem de negócios america
íntima e representam uma espécie de confissão em que se espelham, simul taneamente, resíduos da severidade pu
apoio numa intensa e sugestiva pub i-
ritana e traços característicos de um ho mem sumamente moralista
e
de um
grande senso prático. Prega êle a necessidade de ser eco
nômico, profundamente sincero consigo mesmo, indu^gente para as faltas alheias, avesso aos projetos da fantasia e à male-
dade em acôrdo com um bom físico.
dicencia. Tais preceitos não oBstam a que queira enriquecer com a fôrça de
Obtém um lugar na casa do impressor
vontade de um verdadeiro "business
Palmer e, como de costume, faz-se notar
man". Volta-se para os negócios e trata de trabãlhar agora por conta própria.
pela capacidade técnica e a viveza da
15S
DlCESTO Económjco
no, cioso de adotar os últimos progressos mecânicos e desenvolver a produção com cidade.
Ê um dos primeiros a com
preender e estimular o uso do anúncio, motor imprescindível para custear o lado informativo e educacional da im prensa,
Dirigente de uma firma conceituada e orguUioso de ostentar o seu trabalho,
tar idéias com simples intuitos de flo reios oratórios. Franklin, avesso a des
perdícios verbais, tinha em mira pro mover o exame dos problemas concer nentes ao bem-estar da comunidade e
incentivar a liberdade de critica a fim de ventilar propostas em prol do pro
gresso social. Discussões bem condu zidas fortalecem a liberdade de cons
ciência e o espírito de cooperação, além de trazerem à baila assuntos melhor es
clarecidos pelo contacto das opiniões di vergentes. O "Junto", em cujas sessões se abordavam matérias de ordem geral
e questões locais com grande tolerância
n™tun, jd era uma pequena jrmo^a ^
dessas entidades americanas do ripo "Gallup", que se aplicam a inquéritos sociais de verdadeiras consultas da opmiao pub.i ca. Como obra de estímulo intelectual, Franklin dedicou-se à "Library Company" associação cultural de divulgação e
emprésHmo de livros. Mas onde culmi
nará a sua iniciativa nesse domínio da difusão de informações e de preparação
do espírito público pelos órgãos impres sos, é na organização do famoso "Alma naque do Pobre Ricardo". A essa pu blicação, que se denomina em inglês
excedente de energias para consagrar a
"A'manach du Bonhomme Richard".
vida púbÜca e às obras de proveito co letivo. Quem se sente dono de tao
Por espaço de cerca de vinte anos, é
certamente uma das figuras mais dinâ-^
dres, centro de luxo e foco de primeira econômica e intelectual, Franklin culti
micas de Filadélfia, cidade em que os habitantes, mau grado certas peculiari dades dos "quakers", denotavam grande
Surgiu-lhe por isso a idéia de fundar o "Junto", espécie de centro de de
va ainda relações nas melhores esferas
espírito público. Revelando uma interessante constância
Os
"Poor Richard's Almanach", deram os
inteligência. Durante essa primeira estada cm Lon
.sociais e cuida de aperfeiçoar seus co
tos com uma finalidade educativa.
anglo-sa.\õe.s nuo se comprazem em agi
Franklin dispõe, como em geral os ho mens de estirpe anglo-sa.xônica, de um exuberante vitalidade tem que irradiar essas sobras e constituir-se em propulsor
grandeza quanto à intensidade da vida
literárias o dispostos a trocar argumen
de atividades benéficas.
bates em que se reuniam espuitos in clinados para as questões científicas e
franceses, ao traduzá-jla, o título de O editor ganhou reputação inteimacional com essa revista, que sem ter o mé
rito da novidade, se tornou original pela confecção gráfica e^a seleção dos assun tos. É bem curioso o fato de sair, de
uma pequena cidade da América, um trabalho que se propagou com tanto êxito nos centros mais cultos do velho
"">fNiirrí5
154
Dicesto
mundo. Sinal de que o "almanaque" oferecia um conteúdo instrutivo e por certo interessante. Continha uma súmu
la de informações muito variada.s, inclusi
ve os rudimentos usuais de meteorologia e anotações de calendário. Inseria contos,
arHgos de doutrina e política, e princi palmente conselhos sob a forma de má ximas e provérbios. Uma novidade,
telvez, foi a utilização de uma publici dade re.ativamente copiosa e o recurso
a um gênero de comentários apropria damente dirigidos a um público em que se manifestavam impulsos de ativi
Econókhco
mo de.itinado a .servir cie base à cxms-
O ponto em que cie se firma é o da exercícios e.spirituais tendentes a domi
A escola foi, de fato, planifícada para
nar os impulsos e corrigir os vícios. Se
formar alunos capazes de ingressar na
gundo ela
vida prática, armados de conhecimentos relativamente pouco espalhados, como
recomenda, todos devem
observar-se com sinceridade e assentar
sabiamente a higiene mental e se revela
um anunciador da psicoterapia, senão da psicanálise.. O certo 6 que as di gressões a que êle se entrega constituem
gúcia do editor.
tidão e a hipocrisia. O publicista que soube zombar dos impostores e dos
Entre verdades ou
intercalam-se conceitos de ética e nor
mas de comportamento, processo empre
gado até hoje pelos americanos, bas
uma série de advertências contra a trai
ção, a tirania, o vício odioso da ingra tartufos proclama, como resumo de seus
princípios, que "sem virtude não pode
tante ciosos de moralismo e análise psi
haver felicidade no mundo".
cológica e dados a ensinar os métodos de melhor acertar com os rumos da vida e, sobretudo, o caminho de êxito e as trilhas para alcançar a fortuna, "The
editor e jornalista, Franklin entrosou e completou a sua influência social com múltiplas obras e iníciativa.s de alto
ways to wealth".
O almanaque consolidou a posição econômica e o renome de uma persona lidade cercada do aprêço quase geral dos seus concidadãos.
Jornalista, dirigente de um "club", gerente de uma tipografia e comerciante
abastado, ressalta sempre nessa figura a linha de moralista.
Por vezes ele nos aparece como um
precursor do positivismo e da religião da humanidade. É um apóstolo a quem nem fa'ta um ritual.
No entanto, não
professa nenhum credo definido e foge cias controvérsias metafísicas ou teoló gicas. Ê maçom e Umita-se a um deís-
progressista.
educação da personalidade por meio de
dade e ambição em concordância com as promessas de uma terra rica e promis sora. A redação de muitos tópicos acusa bem a sutileza de espírito e a ar lugares comuns hàbilmente formulados,
enseja a oportunidade de formular um programa de educação concebido segun do uma feição extremamente liberal e
ciência, porquanto julga cjue a descren ça c funesta e gera o vazio.
um método de vida. Com tais processos de educação e pesquisa íntima, podemos dizer i de Franklin que êlc preconiza
Acumulando as funções de tipógrafo,
proveito para a coletisadade. É um ho
mem adiante de seu tempo, dêsses que modernamente se desdobram em cargos de responsabilidade à testa de grandes emprêsas e corporações de objetivos econômicos, culturais e filantrópicos. A cidade de Filadélfia fica-lhe a dever a
criação da primeira equipe, tècnicamente organizada, de bombeiros. Funda também a "Union Fire Com-
pany", companhia do seguro contra o fogo.
Convicto do valor da instrução
pública e da eficiência dos empreendi mentos promovidos e financiados pela iniciativa particular, interessa um grupo de cidadãos grados na instituição de um hospital e da Escola Modelo, o que lhe
155
Dicesto Econónuco
«
1
a contabilidade e outias disciplinas ne cessárias a uma sociedade mais'propensa
à produção econômica que ao encanto dos teorismos.
Êle antevê o desenvolvimento futuro
das colônias e preconiza o ensino da mecânica, "u arte pela qual os homens fracos fazem prodígios, o trabalho c
poupado c a manufatura progride". Sem anotarmos todos êsses fatos, num
.seguimento de data.s, cumpre consignar que êles se passaram entre 1730 o 1752, aproximadamente. Nesse período, ou tras ocupações atraíram Benjamin o lhe facultaram cooperar mais diretamente nos serviços administrativos locais. i"""! 1736 foi êle nomeado funcionário da Assembléia da Pensilvunia, lugar inteli
gentemente aproveitado para redigh iis atas das sessões e publicá-las no seu
jornal, , bem como pai-a obter do gover no encomendas de impressão de pape moeda e documentos oficiais. É preciso
ter em mente que Franklin, infatig ve no trabalho e na ação, não rejeitava a
ocasião de ganhar dinheiro e aumentar seu patrimônio.
Quanto à sua vida cívica, importa lembrar que a Pensilvãnia, como as e-
ardor, ora contra os franceses, ora con
tra os espanhóis, arcando com grandes sacrifícios militares e financeiros.
Na preparação dessas guerras colo niais, Franklin, no setor da Pensilvãnia, atuou com a sua costumeira energia e
concorreu para fonnar corpos de voluntíírios, a despeito da oposição dos
"quakers", adeptos de um pacifismo absoluto. Soldado e comand.mte de mi
lícias. salientou qualidades de chefe, revelándo-se também um hábil embai
xador nas negociações com os índios, raça que lhe repugnava maltratar, como
lhe repugnava aceitar a escravadao dos negros.
Serviços de tanta monta hav-iam de
4
ser recompensados, de maneira que em 1753, Franklin, nome envolvido pela
estima geral e a admiração das colônias e representante do povo na Assembléia desde 1751, foi investido no cargo de Diretor Geral dos Correios.
Responsável pelo Serviço Postal de
regiões tão afastadas e providas de meios de comunicações precaríssimos, exerceu
uma gestão proficiente e facilitou os meios para tomar mais rápido e seguro o intercâmbio de correspondência, tão
importante para o mútuo entendimento moral e o incremento das relações eco nômicas entre as diversas seções da América britânica.
Em 1754, depois de haver sido atalha, da a infiltração francesa no vale do
Ohio, em seguida a uma demorada cam
panha de sangrentos recontros com os
mais colônias inglêsas, dada a vizinhança
franco-canadenses e os índios, manifes
de territórios pertencentes à França e a
tou-se
Espanha e das terras ainda ocupadas pelos índios, tinha que secundar as lutas
unir as colônias com um certo vínculo
e guerras da metrópole. Leais e pa triotas, essas populações lutaram com
um
movimento
no sentido
de
federativo. Franklin, que elogiara uma vez a união dos índios "iroquois", estra-
nliandü que as colônias não conseguis-
"">fNiirrí5
154
Dicesto
mundo. Sinal de que o "almanaque" oferecia um conteúdo instrutivo e por certo interessante. Continha uma súmu
la de informações muito variada.s, inclusi
ve os rudimentos usuais de meteorologia e anotações de calendário. Inseria contos,
arHgos de doutrina e política, e princi palmente conselhos sob a forma de má ximas e provérbios. Uma novidade,
telvez, foi a utilização de uma publici dade re.ativamente copiosa e o recurso
a um gênero de comentários apropria damente dirigidos a um público em que se manifestavam impulsos de ativi
Econókhco
mo de.itinado a .servir cie base à cxms-
O ponto em que cie se firma é o da exercícios e.spirituais tendentes a domi
A escola foi, de fato, planifícada para
nar os impulsos e corrigir os vícios. Se
formar alunos capazes de ingressar na
gundo ela
vida prática, armados de conhecimentos relativamente pouco espalhados, como
recomenda, todos devem
observar-se com sinceridade e assentar
sabiamente a higiene mental e se revela
um anunciador da psicoterapia, senão da psicanálise.. O certo 6 que as di gressões a que êle se entrega constituem
gúcia do editor.
tidão e a hipocrisia. O publicista que soube zombar dos impostores e dos
Entre verdades ou
intercalam-se conceitos de ética e nor
mas de comportamento, processo empre
gado até hoje pelos americanos, bas
uma série de advertências contra a trai
ção, a tirania, o vício odioso da ingra tartufos proclama, como resumo de seus
princípios, que "sem virtude não pode
tante ciosos de moralismo e análise psi
haver felicidade no mundo".
cológica e dados a ensinar os métodos de melhor acertar com os rumos da vida e, sobretudo, o caminho de êxito e as trilhas para alcançar a fortuna, "The
editor e jornalista, Franklin entrosou e completou a sua influência social com múltiplas obras e iníciativa.s de alto
ways to wealth".
O almanaque consolidou a posição econômica e o renome de uma persona lidade cercada do aprêço quase geral dos seus concidadãos.
Jornalista, dirigente de um "club", gerente de uma tipografia e comerciante
abastado, ressalta sempre nessa figura a linha de moralista.
Por vezes ele nos aparece como um
precursor do positivismo e da religião da humanidade. É um apóstolo a quem nem fa'ta um ritual.
No entanto, não
professa nenhum credo definido e foge cias controvérsias metafísicas ou teoló gicas. Ê maçom e Umita-se a um deís-
progressista.
educação da personalidade por meio de
dade e ambição em concordância com as promessas de uma terra rica e promis sora. A redação de muitos tópicos acusa bem a sutileza de espírito e a ar lugares comuns hàbilmente formulados,
enseja a oportunidade de formular um programa de educação concebido segun do uma feição extremamente liberal e
ciência, porquanto julga cjue a descren ça c funesta e gera o vazio.
um método de vida. Com tais processos de educação e pesquisa íntima, podemos dizer i de Franklin que êlc preconiza
Acumulando as funções de tipógrafo,
proveito para a coletisadade. É um ho
mem adiante de seu tempo, dêsses que modernamente se desdobram em cargos de responsabilidade à testa de grandes emprêsas e corporações de objetivos econômicos, culturais e filantrópicos. A cidade de Filadélfia fica-lhe a dever a
criação da primeira equipe, tècnicamente organizada, de bombeiros. Funda também a "Union Fire Com-
pany", companhia do seguro contra o fogo.
Convicto do valor da instrução
pública e da eficiência dos empreendi mentos promovidos e financiados pela iniciativa particular, interessa um grupo de cidadãos grados na instituição de um hospital e da Escola Modelo, o que lhe
155
Dicesto Econónuco
«
1
a contabilidade e outias disciplinas ne cessárias a uma sociedade mais'propensa
à produção econômica que ao encanto dos teorismos.
Êle antevê o desenvolvimento futuro
das colônias e preconiza o ensino da mecânica, "u arte pela qual os homens fracos fazem prodígios, o trabalho c
poupado c a manufatura progride". Sem anotarmos todos êsses fatos, num
.seguimento de data.s, cumpre consignar que êles se passaram entre 1730 o 1752, aproximadamente. Nesse período, ou tras ocupações atraíram Benjamin o lhe facultaram cooperar mais diretamente nos serviços administrativos locais. i"""! 1736 foi êle nomeado funcionário da Assembléia da Pensilvunia, lugar inteli
gentemente aproveitado para redigh iis atas das sessões e publicá-las no seu
jornal, , bem como pai-a obter do gover no encomendas de impressão de pape moeda e documentos oficiais. É preciso
ter em mente que Franklin, infatig ve no trabalho e na ação, não rejeitava a
ocasião de ganhar dinheiro e aumentar seu patrimônio.
Quanto à sua vida cívica, importa lembrar que a Pensilvãnia, como as e-
ardor, ora contra os franceses, ora con
tra os espanhóis, arcando com grandes sacrifícios militares e financeiros.
Na preparação dessas guerras colo niais, Franklin, no setor da Pensilvãnia, atuou com a sua costumeira energia e
concorreu para fonnar corpos de voluntíírios, a despeito da oposição dos
"quakers", adeptos de um pacifismo absoluto. Soldado e comand.mte de mi
lícias. salientou qualidades de chefe, revelándo-se também um hábil embai
xador nas negociações com os índios, raça que lhe repugnava maltratar, como
lhe repugnava aceitar a escravadao dos negros.
Serviços de tanta monta hav-iam de
4
ser recompensados, de maneira que em 1753, Franklin, nome envolvido pela
estima geral e a admiração das colônias e representante do povo na Assembléia desde 1751, foi investido no cargo de Diretor Geral dos Correios.
Responsável pelo Serviço Postal de
regiões tão afastadas e providas de meios de comunicações precaríssimos, exerceu
uma gestão proficiente e facilitou os meios para tomar mais rápido e seguro o intercâmbio de correspondência, tão
importante para o mútuo entendimento moral e o incremento das relações eco nômicas entre as diversas seções da América britânica.
Em 1754, depois de haver sido atalha, da a infiltração francesa no vale do
Ohio, em seguida a uma demorada cam
panha de sangrentos recontros com os
mais colônias inglêsas, dada a vizinhança
franco-canadenses e os índios, manifes
de territórios pertencentes à França e a
tou-se
Espanha e das terras ainda ocupadas pelos índios, tinha que secundar as lutas
unir as colônias com um certo vínculo
e guerras da metrópole. Leais e pa triotas, essas populações lutaram com
um
movimento
no sentido
de
federativo. Franklin, que elogiara uma vez a união dos índios "iroquois", estra-
nliandü que as colônias não conseguis-
156
Dicesto Econômico
sem formar uma igual confederação, ela
borou o "Albany Plan", o primeiro pro jeto de unificação baseado numa escla
recida mentalidade "intercontinental".
Uma vida de tal forma devotada aos
negócios e ao serviço público bastaria para indicar uma vitalidade particular mente transbordante. Mas Franklin ul trapassou consideràvelmente essas di visas.
Não há pràfácamente um assunto de
certo relevo, social ou científico, que escape a um espírito de rara percuciên-
cia e capacidade de investigação. Apaixona-o a ciência e êle vislumbra, com
intuições proféticas, quanto ela vai con
157
Dicesto EcoNÓNaco
no século de Newton, não passava de
nuvens c assim evitar o estrondo e efei
mera curiosidade em cujas aplicações, muito rudimentares, só inteligências de superior discernimento podiam visionar
to dos raios.
tôpo dos edifícios, navios e tòrres de igrejas, pensou êle, poderiam resguardá-
grandiosas perspectivas.
los do perigo das faíscas.
Conheciam-se certamente as duas for
mas de eletricidade produzidas pelo atrito, respectivamente designadas a ví-
A
Hastes ponteagudas no
A experiência do papagaio, anedota cuja celebridade emparelha com a maçã de Newton e o lustro de Galileu, foi de
trea e a resinosa. Alguns físicos, entre os quais Dufay, haviam assinalado a in
alcance incalculável.
teressante propriedade das pontas em
moço de vinte anos, e não um menino
que se concentrava o fluido para acusar
como relata a legenda, lançou um papa
efeitos de escoamento.
A recente divulgação da garrafa de Leyden, condensador com o qual se pro porcionavam choques do efeitos orgâni
Franklin, ajudado por seu fillio, um
gaio, em forma dc cruz, feito com um lenço de sôda e munido de arame pon-
teagudo no fim da haste central. A extremidade inferior dc cordão
tribuir para os benefícios materiais da civilização. Êle inquire todos os fenô
cos bem sensíveis, vinha provar que o
prendia-se a uma argola de chave segura
menos e os observa com um olhar de
fluido' era uma fôrça de natureza sus
por uma fita de sêda, e o operador se
cetível de ser armazenada c talvez uti
conservava debaixo de um telheiro para
lince, penetrando a essência das coisas e apanhando ràpidamente as relações
lizada de maneira produtiva. Eram, porém, suposições alimentadas
madas em plenários como o da "Royal Society" de Londres. Os colégios de Harward, Yale e William and Mary deram-lhe o título de professor honorá
rio. Estava coroado de louros aquêle que agradecia a Deus por haver desco berto o meio dc proteger as casas das devastações do relâmpago e que o emi nente filósofo Kant citava como "um no
vo Prometeu que roubara o fogo do céu". Pois êsse novo Prometeu não se limi
tou a aprofundar os mi.stérios da ele tricidade.
Versou praticamente todos
os capítulos da ciência, quer se tratasse de física, química, astronomia ou outras
'^"oSando-se, como afirmava, pelos princípios da filosofia experimental, ja mais se contentou em permanecer no
campo das conjeturas. Olhos fitos na
não molhar a fita que servia de isolante. Assim que o papagaio atingiu uma nu
realidade, êle procede a confrontos mi
por pouquíssimos e ousados obser\'ado-
vem de aspecto carregado, o cordão
res de um fenômeno tão mal conhecido, que causou espanto saber que a eletri cidade de atritos e a dos abalos atmos
umedecido tornou-sc bom condutor e
cularidades que trata logo de fixar por
cidade, as admiráveis concepções e rea
féricos representavam dois aspectos do
às da máquina elétrica de fricção, com
lizações dos nossos dias. E quando lhe coube estudar a matéria e coligír os re sultados de suas pesquisas, agiu como
mesmo elemento, apenas diversificados
pelo grau de intensidade e de ação, pois
as quais carregou uma garrafa de Leyden. "Assim - concluiu - ficou de
que levam à descoberta das leis.
"É
impossível imaginar a que altura chegará em mil anos o poder do homem sobre
a natureza" escrevia êle, pressentindo, notadamente no que respeitava à eletri
um experimentador de uma apurada perspicácia, estribado em métodos de rigor impecável.
Em 1746, Benjamin realizou a expe riência memorável estampada na his tória da ciência como o início de uma
Franklin, provocando contacto com a chave, tirou da mesma faíscas similares
um raio destruidor não constituía senão
monstrada a identidade da matéria elé
a ampliação das centelhas da garrafa
trica com a do relâmpago".
A experiência meticulosamente descri
de Leyden.
Antes que essa noção se -implantasse
ta e comunicada em memórias aos prin
escrito, lamentando não possuir os co nhecimentos matemáticos para elevar-se até os cumes das medições e dos cál culos precisos.
O âmbito dos seus estudos científicos
é positivamente para assombrar. Sempre atido aos fatos e fugindo aos puros de vaneios especulativos, costuma traçar
o esquema das pesquisas, geralmente ilustrado de reflexões de surpreendente agudeza.
como verdade fora de dúvida, os enten
cipais institutos científicos da Europa
didos debateram longamente o caso"c a
obteve um êxito imenso.
Franklin
universal a quem muito contribuiu para o avanço da eletricidade e foi talvez o primeiro a usar as designações de po sitiva" e "negativa" para as duas formas
ção das correntes aéreas e emitiu expli
de eletricidade, e a empregar a nomen
teorologistas; verificou os fenômenos da condução calorífica e os efeitos da côr do
é que coube
deslindar
o
enigma.
era de extraordinárias des
- Uma atenta reflexão sô-
cobertas. Foi algo de com
bre o poder das pontas e
parável, pela repercussão
a suspeita de que as nu
Deu fama
clatura que abrange termos como bate
do caso e a emoção que
vens
êle suscitou, ao decifra-
condensadores de eletrici
ria, condensador, condutor, descarga etc.
mento dos segredos da físi
dade, despertaram-lhe a
ca nuclear e da energia
idéia de descarregar si
As teses ex-postas pelo genial ame ricano foram objeto de cerradas contro
atômica.
lenciosamente as referidas
vérsias e acabaram vencedoras e acla-
A eletricidade.
nuciosos e distingue gradações e parti
tempestuosas
eram
Depois de identificar a eletricidade
atmosférica, vo!tou-se para a interpreta
cações bastante apreciadas pelos me vestuário para suportar a temperatura; na óptica, passa por inventor das lentes bifocais.
Abordando sucessivamente uma série
156
Dicesto Econômico
sem formar uma igual confederação, ela
borou o "Albany Plan", o primeiro pro jeto de unificação baseado numa escla
recida mentalidade "intercontinental".
Uma vida de tal forma devotada aos
negócios e ao serviço público bastaria para indicar uma vitalidade particular mente transbordante. Mas Franklin ul trapassou consideràvelmente essas di visas.
Não há pràfácamente um assunto de
certo relevo, social ou científico, que escape a um espírito de rara percuciên-
cia e capacidade de investigação. Apaixona-o a ciência e êle vislumbra, com
intuições proféticas, quanto ela vai con
157
Dicesto EcoNÓNaco
no século de Newton, não passava de
nuvens c assim evitar o estrondo e efei
mera curiosidade em cujas aplicações, muito rudimentares, só inteligências de superior discernimento podiam visionar
to dos raios.
tôpo dos edifícios, navios e tòrres de igrejas, pensou êle, poderiam resguardá-
grandiosas perspectivas.
los do perigo das faíscas.
Conheciam-se certamente as duas for
mas de eletricidade produzidas pelo atrito, respectivamente designadas a ví-
A
Hastes ponteagudas no
A experiência do papagaio, anedota cuja celebridade emparelha com a maçã de Newton e o lustro de Galileu, foi de
trea e a resinosa. Alguns físicos, entre os quais Dufay, haviam assinalado a in
alcance incalculável.
teressante propriedade das pontas em
moço de vinte anos, e não um menino
que se concentrava o fluido para acusar
como relata a legenda, lançou um papa
efeitos de escoamento.
A recente divulgação da garrafa de Leyden, condensador com o qual se pro porcionavam choques do efeitos orgâni
Franklin, ajudado por seu fillio, um
gaio, em forma dc cruz, feito com um lenço de sôda e munido de arame pon-
teagudo no fim da haste central. A extremidade inferior dc cordão
tribuir para os benefícios materiais da civilização. Êle inquire todos os fenô
cos bem sensíveis, vinha provar que o
prendia-se a uma argola de chave segura
menos e os observa com um olhar de
fluido' era uma fôrça de natureza sus
por uma fita de sêda, e o operador se
cetível de ser armazenada c talvez uti
conservava debaixo de um telheiro para
lince, penetrando a essência das coisas e apanhando ràpidamente as relações
lizada de maneira produtiva. Eram, porém, suposições alimentadas
madas em plenários como o da "Royal Society" de Londres. Os colégios de Harward, Yale e William and Mary deram-lhe o título de professor honorá
rio. Estava coroado de louros aquêle que agradecia a Deus por haver desco berto o meio dc proteger as casas das devastações do relâmpago e que o emi nente filósofo Kant citava como "um no
vo Prometeu que roubara o fogo do céu". Pois êsse novo Prometeu não se limi
tou a aprofundar os mi.stérios da ele tricidade.
Versou praticamente todos
os capítulos da ciência, quer se tratasse de física, química, astronomia ou outras
'^"oSando-se, como afirmava, pelos princípios da filosofia experimental, ja mais se contentou em permanecer no
campo das conjeturas. Olhos fitos na
não molhar a fita que servia de isolante. Assim que o papagaio atingiu uma nu
realidade, êle procede a confrontos mi
por pouquíssimos e ousados obser\'ado-
vem de aspecto carregado, o cordão
res de um fenômeno tão mal conhecido, que causou espanto saber que a eletri cidade de atritos e a dos abalos atmos
umedecido tornou-sc bom condutor e
cularidades que trata logo de fixar por
cidade, as admiráveis concepções e rea
féricos representavam dois aspectos do
às da máquina elétrica de fricção, com
lizações dos nossos dias. E quando lhe coube estudar a matéria e coligír os re sultados de suas pesquisas, agiu como
mesmo elemento, apenas diversificados
pelo grau de intensidade e de ação, pois
as quais carregou uma garrafa de Leyden. "Assim - concluiu - ficou de
que levam à descoberta das leis.
"É
impossível imaginar a que altura chegará em mil anos o poder do homem sobre
a natureza" escrevia êle, pressentindo, notadamente no que respeitava à eletri
um experimentador de uma apurada perspicácia, estribado em métodos de rigor impecável.
Em 1746, Benjamin realizou a expe riência memorável estampada na his tória da ciência como o início de uma
Franklin, provocando contacto com a chave, tirou da mesma faíscas similares
um raio destruidor não constituía senão
monstrada a identidade da matéria elé
a ampliação das centelhas da garrafa
trica com a do relâmpago".
A experiência meticulosamente descri
de Leyden.
Antes que essa noção se -implantasse
ta e comunicada em memórias aos prin
escrito, lamentando não possuir os co nhecimentos matemáticos para elevar-se até os cumes das medições e dos cál culos precisos.
O âmbito dos seus estudos científicos
é positivamente para assombrar. Sempre atido aos fatos e fugindo aos puros de vaneios especulativos, costuma traçar
o esquema das pesquisas, geralmente ilustrado de reflexões de surpreendente agudeza.
como verdade fora de dúvida, os enten
cipais institutos científicos da Europa
didos debateram longamente o caso"c a
obteve um êxito imenso.
Franklin
universal a quem muito contribuiu para o avanço da eletricidade e foi talvez o primeiro a usar as designações de po sitiva" e "negativa" para as duas formas
ção das correntes aéreas e emitiu expli
de eletricidade, e a empregar a nomen
teorologistas; verificou os fenômenos da condução calorífica e os efeitos da côr do
é que coube
deslindar
o
enigma.
era de extraordinárias des
- Uma atenta reflexão sô-
cobertas. Foi algo de com
bre o poder das pontas e
parável, pela repercussão
a suspeita de que as nu
Deu fama
clatura que abrange termos como bate
do caso e a emoção que
vens
êle suscitou, ao decifra-
condensadores de eletrici
ria, condensador, condutor, descarga etc.
mento dos segredos da físi
dade, despertaram-lhe a
ca nuclear e da energia
idéia de descarregar si
As teses ex-postas pelo genial ame ricano foram objeto de cerradas contro
atômica.
lenciosamente as referidas
vérsias e acabaram vencedoras e acla-
A eletricidade.
nuciosos e distingue gradações e parti
tempestuosas
eram
Depois de identificar a eletricidade
atmosférica, vo!tou-se para a interpreta
cações bastante apreciadas pelos me vestuário para suportar a temperatura; na óptica, passa por inventor das lentes bifocais.
Abordando sucessivamente uma série
XT
158
Digesto Econóníico 9
quase interminável de problemas diver sos, deixou escritos sôbre fonética e or
tografia; cultura da amoreira e bicho-da-
sêda; repuxos; origem vegetal do carvão. Tocou em assuntos de bio'ogía e de higiene, fazendo considerações sôbre a vacina da varíola e o tratamento dos res-
friados. Opinou sôbre as experiências do médico Mesmer, meio oculti.sta e meio
charlatão e bastante em voga, em dado momento, ao lado do famoso Cagliostro, outro místificador da crendice de certos
salões grã-finos.
.r
Como Se isso não bastasse, entregouse ao estudo das correntes da "GulfStream" e deu parecer sôbre a técnica
presa de todos, A superfície do lago se tomou lisa como um espelho, em pouco.s segundos. Divcrtindo-se com a per plexidade dos circunstantes,
Franklin
explicou que havia lançado uma pe quena quantidade de óleo sôbre as
águas. O líquido, e.spalhando-se â su
perfície em fina película, produzira êssc efeito de abrandamento das ondas. Essa
admirável curiosidade espiritual enfren tou as rian.scendentes hipóteses concer nentes à natureza da luz c se deteve na teoria corpuscular, então abraçada por Newton c considerada ortodoxa. p<ua atrever-se .a esboçar a teoria das
do pavegação. A propósito dos ensaios de Montgolfier, um dos precursores da
vibrações luminosas, base das modernas concepções eletro-magnéticas. Vê-se a
aeronáutica, fez luminosas ponderações
ao plano dos Maxwell, Lorcntz e Eins-
sobre o futuro dos balões. Pode-se dizer
que^ antevlu os espetáculos grandiosos e terríveis da guerra moderna, uma vez
que se referiu às guerras em que os exércitos seriam transportados por via aerea. É uma indubitável previsão dos modernos bombardeios da aviação e dos pára-quedistas...
Bem longe iríamos se quiséssemos pormenorizar um ccleüsmo científico desse
porte. Sentimo-nos, porém, na obrigação de narrar a outra clássica anedota de
sua carreira científica. Hóspede de um
amigo ilustre na Inglaterra e passeando, num dia de vento, no parque de sua
propriedade, ornado de um belo lago artificial, Franklin declarou a um grupo de convidados, entre os quais figurava o abade francês Morelet, que êle acalma ria instantaneamente as águas enruga
pujança dessa mentahdade, que se alça tein. ao pretender "que o espaço uni-
159
DrctcsTo Econômico
de na pátria e no exterior ha\ ia de ser chamado forçosamente para cooperar na
defesa dos interesses coloniais em geral,
atendendo a que eles se diferenciavam, diretrizes da metrópole. E, com efeito, não tardaram em sur
"proprietários" terem que contribuir pa
gir
contínuas
divergências
entre
a
Assembléia da Pcnsilvânia e o governa
dor, por causa de questões fiscais, tó pico em que todas as colônias se mos
travam muito ciumentas de autonomia e
colônias, como a Pcnsilvânia, tinham que obedecer ao estatuto legal de sua funda
ção e aquiescer às vantagens proporcio nadas aos primeiros beneficiários das de William Penn.
Outras colônias de
dos costumes inglêses, tôdas, sem em
bargo de diversidades formais de juris
dição, constituiam unidades autônomas,
caseiros, como um fogão, e, como era um músico delicado, aperfeiçoou a "har
Em caso de conflito legal, cabia o
Insistimos um pouco sôbre as caracte rísticas do cientista, porque foram elas que emprestaram ao grande americano
um prestígio internacional e conjunta
das pela ventania. Ante a dúvida dos
mente serviram para ^azer uma inigualá
presentes, aproximou-se da beira, fingiu que pronunciava umas palavras mágicas e agitou sôbre a cabeça uma bengala que levava na mão. Com grande sur
vel propaganda dos Estados americanos, antes mesmo de quaisquer ocorrências anunciadoras da independência. Cida dão consagrado por tamanha popularida
da generosidade e do altruísmo do gran^ de apóstolo, fxmdador da Pensilvânia, viviam em Londres dos frutos de um
se por isso, muito tensa a situação, visto
"proprietários", comparáveis aos dona tários das capitanias do Brasil, algumas
Rematando esta digressão, digamos agora que Franklin desceu dessas al titudes para tirar patente de aparelhos
lâminas de vidro.
cendentes de William Penn, esquecidos
cartas ou concessões outorgadas a certos
providas de uma assembléia local que
mônica , instrumento que produz sons plangentes e suaves com a vibração de
ra as despesas da comunidade. Os des
de eqüidade. Vivendo sob o regime de
pendiam diretamente da coroa. Mas, por fim, dada a irresistível ascendência
tariam o sentido da vista como as do ar afetam a audição".
foi o da justiça fiscal e a obrigação de os
rendimento feudal e nem se preocupa
meiros físicos a propor a existência de
eter , meio adequado à propagação das ondas luminosas, "cujas vibrações afe
territoriais e lucrar desmedidamente com
em mais de um ponto, da política e das
concessões, como sucedia com a família
Franklin é, assim, um dos pri
esta pretendia eximir-se de algumas ta.xas os arrendamentos, o princípio invocado
■\'ersal c cheio de um fluido sutil e elás
tico".
Quando a Assembléia da PensilvAniu sc desaveio com a família Penn, porque
exercia as funções legislativas e contro
lava o poder dos governadores.
apelo ao parlamento e em determinadas instâncias ao próprio rei, ambos consi derados protetores de fiéis súditos da Inglaterra, os quais entendiam reger-se por normas contrárias ao absolutismo e faziam remontar esse direito à Carta Magna de 1215. Um traço comum aos
ingleses, tanto da Europa como de alem mar, era êsse culto a certas liberdades fundamentais e ao preceito, intangível e inalienável, de que os impostos eram
votados pelo povo e não extorquidos
pelo rei.
vam com o povo da América. Tornou-
que os colonos não queriam passar por vassalos e servos.
Tais foram, muito sucmtamente. os
motivos que determinaram a ida de Franklin para a Inglaterra, mvesbdo de um mandato "sui generis" de represen tante e advogado do povo da Pensilyan.a e como que de embaixador obcoso junto à côrte e ao pailamento de Westminster. Cabe agora dizer que, até essa fase
ae sua vida. o nobre americano era, antes de tudo, um excelente inglês, do
tipo mais conforme ao lealismo e certo de que uma imperiosa necessidade man
dava resguardar a união do império.
Essa concepção apareceu bem em 1744, por ocasião da guerra com a França, quando êle propugnou com vee mência que o Canadá devia permanecer
inglês, aduzindo que as fundações da grandeza imperial se achavam na Amé rica, mercado de produtividade imensa
e espaço pràticamente ilimitado, onde se poderia desenvolver uma população pro lífica, pertencente à mesma estirpe. Uma vez êle traduziu mesmo êsse pa
triotismo de uma forma algo exclusivista
e racista, ao pleitar para as colônias uma imigração selecionada e só composta de
XT
158
Digesto Econóníico 9
quase interminável de problemas diver sos, deixou escritos sôbre fonética e or
tografia; cultura da amoreira e bicho-da-
sêda; repuxos; origem vegetal do carvão. Tocou em assuntos de bio'ogía e de higiene, fazendo considerações sôbre a vacina da varíola e o tratamento dos res-
friados. Opinou sôbre as experiências do médico Mesmer, meio oculti.sta e meio
charlatão e bastante em voga, em dado momento, ao lado do famoso Cagliostro, outro místificador da crendice de certos
salões grã-finos.
.r
Como Se isso não bastasse, entregouse ao estudo das correntes da "GulfStream" e deu parecer sôbre a técnica
presa de todos, A superfície do lago se tomou lisa como um espelho, em pouco.s segundos. Divcrtindo-se com a per plexidade dos circunstantes,
Franklin
explicou que havia lançado uma pe quena quantidade de óleo sôbre as
águas. O líquido, e.spalhando-se â su
perfície em fina película, produzira êssc efeito de abrandamento das ondas. Essa
admirável curiosidade espiritual enfren tou as rian.scendentes hipóteses concer nentes à natureza da luz c se deteve na teoria corpuscular, então abraçada por Newton c considerada ortodoxa. p<ua atrever-se .a esboçar a teoria das
do pavegação. A propósito dos ensaios de Montgolfier, um dos precursores da
vibrações luminosas, base das modernas concepções eletro-magnéticas. Vê-se a
aeronáutica, fez luminosas ponderações
ao plano dos Maxwell, Lorcntz e Eins-
sobre o futuro dos balões. Pode-se dizer
que^ antevlu os espetáculos grandiosos e terríveis da guerra moderna, uma vez
que se referiu às guerras em que os exércitos seriam transportados por via aerea. É uma indubitável previsão dos modernos bombardeios da aviação e dos pára-quedistas...
Bem longe iríamos se quiséssemos pormenorizar um ccleüsmo científico desse
porte. Sentimo-nos, porém, na obrigação de narrar a outra clássica anedota de
sua carreira científica. Hóspede de um
amigo ilustre na Inglaterra e passeando, num dia de vento, no parque de sua
propriedade, ornado de um belo lago artificial, Franklin declarou a um grupo de convidados, entre os quais figurava o abade francês Morelet, que êle acalma ria instantaneamente as águas enruga
pujança dessa mentahdade, que se alça tein. ao pretender "que o espaço uni-
159
DrctcsTo Econômico
de na pátria e no exterior ha\ ia de ser chamado forçosamente para cooperar na
defesa dos interesses coloniais em geral,
atendendo a que eles se diferenciavam, diretrizes da metrópole. E, com efeito, não tardaram em sur
"proprietários" terem que contribuir pa
gir
contínuas
divergências
entre
a
Assembléia da Pcnsilvânia e o governa
dor, por causa de questões fiscais, tó pico em que todas as colônias se mos
travam muito ciumentas de autonomia e
colônias, como a Pcnsilvânia, tinham que obedecer ao estatuto legal de sua funda
ção e aquiescer às vantagens proporcio nadas aos primeiros beneficiários das de William Penn.
Outras colônias de
dos costumes inglêses, tôdas, sem em
bargo de diversidades formais de juris
dição, constituiam unidades autônomas,
caseiros, como um fogão, e, como era um músico delicado, aperfeiçoou a "har
Em caso de conflito legal, cabia o
Insistimos um pouco sôbre as caracte rísticas do cientista, porque foram elas que emprestaram ao grande americano
um prestígio internacional e conjunta
das pela ventania. Ante a dúvida dos
mente serviram para ^azer uma inigualá
presentes, aproximou-se da beira, fingiu que pronunciava umas palavras mágicas e agitou sôbre a cabeça uma bengala que levava na mão. Com grande sur
vel propaganda dos Estados americanos, antes mesmo de quaisquer ocorrências anunciadoras da independência. Cida dão consagrado por tamanha popularida
da generosidade e do altruísmo do gran^ de apóstolo, fxmdador da Pensilvânia, viviam em Londres dos frutos de um
se por isso, muito tensa a situação, visto
"proprietários", comparáveis aos dona tários das capitanias do Brasil, algumas
Rematando esta digressão, digamos agora que Franklin desceu dessas al titudes para tirar patente de aparelhos
lâminas de vidro.
cendentes de William Penn, esquecidos
cartas ou concessões outorgadas a certos
providas de uma assembléia local que
mônica , instrumento que produz sons plangentes e suaves com a vibração de
ra as despesas da comunidade. Os des
de eqüidade. Vivendo sob o regime de
pendiam diretamente da coroa. Mas, por fim, dada a irresistível ascendência
tariam o sentido da vista como as do ar afetam a audição".
foi o da justiça fiscal e a obrigação de os
rendimento feudal e nem se preocupa
meiros físicos a propor a existência de
eter , meio adequado à propagação das ondas luminosas, "cujas vibrações afe
territoriais e lucrar desmedidamente com
em mais de um ponto, da política e das
concessões, como sucedia com a família
Franklin é, assim, um dos pri
esta pretendia eximir-se de algumas ta.xas os arrendamentos, o princípio invocado
■\'ersal c cheio de um fluido sutil e elás
tico".
Quando a Assembléia da PensilvAniu sc desaveio com a família Penn, porque
exercia as funções legislativas e contro
lava o poder dos governadores.
apelo ao parlamento e em determinadas instâncias ao próprio rei, ambos consi derados protetores de fiéis súditos da Inglaterra, os quais entendiam reger-se por normas contrárias ao absolutismo e faziam remontar esse direito à Carta Magna de 1215. Um traço comum aos
ingleses, tanto da Europa como de alem mar, era êsse culto a certas liberdades fundamentais e ao preceito, intangível e inalienável, de que os impostos eram
votados pelo povo e não extorquidos
pelo rei.
vam com o povo da América. Tornou-
que os colonos não queriam passar por vassalos e servos.
Tais foram, muito sucmtamente. os
motivos que determinaram a ida de Franklin para a Inglaterra, mvesbdo de um mandato "sui generis" de represen tante e advogado do povo da Pensilyan.a e como que de embaixador obcoso junto à côrte e ao pailamento de Westminster. Cabe agora dizer que, até essa fase
ae sua vida. o nobre americano era, antes de tudo, um excelente inglês, do
tipo mais conforme ao lealismo e certo de que uma imperiosa necessidade man
dava resguardar a união do império.
Essa concepção apareceu bem em 1744, por ocasião da guerra com a França, quando êle propugnou com vee mência que o Canadá devia permanecer
inglês, aduzindo que as fundações da grandeza imperial se achavam na Amé rica, mercado de produtividade imensa
e espaço pràticamente ilimitado, onde se poderia desenvolver uma população pro lífica, pertencente à mesma estirpe. Uma vez êle traduziu mesmo êsse pa
triotismo de uma forma algo exclusivista
e racista, ao pleitar para as colônias uma imigração selecionada e só composta de
Dioi-aTO Econômico
160
Digi-:sto Econômico
inglêses, pois muito o afligia o cresci
tumes depravados da metrópole e as
mento dos núcleos germânicos, irlandeses
\ irtudes do povo simples e democrata da
e outros.
América.
Longe de se arvorar em postulante
As manifestaç-ões de hostilidade ou
provocador, timbra, por conseguinte, em
de.sprêzo contra os americanos, a fria
ostentar pleno "lealismo" e deferência à
Inglaterra e declara sinceramente que "o
polidez com que o recebem nos ambien tes governativos, assopram a cbama de
Império Britânico é a maior estrutura po
um americanismo latente.
lítica que a sabedoria humana já erigiu".
Doravante, ôlc só exalta a grandeza
161
irreplicável, que as colônias considera vam o Parlamento o grande baluarte de suas liberdades e privilégios. Reafirmou
que elas não faziam distinção entre suas
zação parlamentar. Por outro lado, a não ser entre algumas personalidades mais clarividentes e ostensi\'amente fa
voráveis aos americanos, a própria opi
guerras e as do império, mas que tal
nião pública do país atribuía o estado
sentimento de afeição declinaria se se vissem desconsideradas.
de tensão existente à má vontade das
"Enquanto as liberdades civis e reli giosas são asseguradas — frisava êle —
colônias, filhas rebeldes e que se furta
vam capciosamente a participar das des pesas do império.
do império, desde que a América seja contemplada nessa associação de poNXJs com os mesmos requisitos da Mãe-Pátria
deveres e obedientes".
ciência, gradativamente encaminhada pe la força dos fatos nos rumos da sedição e, por iiltimo, da independência final.
e o direito dc expandir seu comércio e
com as seguintes e sintomáticas adver
possuir manufaturas próprias. Sem perder a linha de conduta de uin
tências: "Somos em vossas mãos como
Ora, a todos os esforços no sentido de
conselheiro cheio de moderação e avi
a argila do oleiro" e "as ondas só encrespam quando o vento sopra'.
uma solução pacificadora, opõem-lhe obstáculos irritantes, seja nas chicanas judiciárias inventadas pelos advogados
sado, tratou de mostrar que a política egoística, consistindo em asfixiar as colô
Em 1762, Franklin volta a Filadé fia a fim de prestar contas de sua missão
nias de impostos, tarde ou cedo levaria a uma incompatibilidade irremediável.
justamente irrogadas pela
Sôbre êsses perigos cuidou de cha mar a atenção dos meios americanófllos
inveja e caluniosamente propaladas pela fermenta
da sociedade britânica, procurando sim
ção dos interêsses contra
da e espoliada por um
patias para a causa que patrocinava.
riados.
regime social criador de injustas desigualdades, fa
Diante dessa lealdade de aparência inquebrantável será sumamente interes sante apreciar a evolução de sua cons
da família Penn, seja na má vontade dos altos funcionários do govêmo, a come çar pelo ministro Granville, encarregado dos negócios coloniais no Conselho Pri
vado da Coroa. O órgão que deveria
tais súditos serão cumpridores de seus Mas terminava
8 defender-se de muitas acusações in
No ano seguinte,
No correr de longas e prpcra.stinadas
negociações, êsse estado de espírito foi, aos poucos, engendrando a cadeia de mal-entendidos conducentes à revolta das colônias. Visitando a Irlanda, Fran
klin percebeu nas reclamações do povo insular uma grande analogia com as da América. Pôs-se a
,
confrontar o "standard de vida da metrópole com o do Novo Mundo e con-
c'mu que a população in glesa era muito sacrifica
prestar assistência aos súditos da Amé
Inventor consagrado pelas homenagens
1763, registrou-se um dos
rica ou, pelo menos, ouvir-lhes com
dos principais institutos científicos, fre qüentador dos cenáculos de escol do país, amigo, hóspede e comensal de grandes figuras da intelectualidade in-
maiores triunfos da história
voráveis apenas à mesma
inglesa, com a assinatura
classe de aristocratas ou
do Tratado de Paris, rema
de funcionários rapaces e negocistas, para os quais a América não passava de um campo a exqjlorar.
imparcialidade as queixas e petições, mal esconde que, em vez de ser juiz no litígio, é antes uma parte mancomuna da com os "proprietários". Por êsses tempos, sob o reinado de' Ceorge III, monarca de índole autoritária e empe nhado em recobrar um absolutismo fora
glêsa, não se cansou do trabalhar hàbilmente para a sua terra junto de tantas
apogeu do poderio colonial
forças prestigiosas da opinião.
cida e inteiramente despo
Foi menos feliz nos trâmites do pro
da época, a corrupção domina o parla
cesso relativo à Pensilvânia, tendo em
mento e êste, por seu turno, é um ins trumento de subômo nas lides eleitorais.
vista que não llie queriam reconhecer n
Até perto de 1770, o rei, em cuja vir
te da guerra de sete anos e
qualidade de delegado da colônia, sob o pretexto de tal nomeação/não haver si
tude Franklin acreditava piamente, vai rebaixar o primeiro ministro e a máqui na política do país. Ao presenciar êsses
do aprovada pelo governador.
índices de decadência paralelos à febre de prazeres e de luxo e à crescente prosperidade econômica da Inglaterra,
Chamado a depor perante úma comissão
dc inquérito da Câmara dos Comuns,
Franklin sentiu o contraste entre os cos-
interrogatório..^ Argumentou, de maneira
A isso
objetava Franklin que a delegação era legítima, por ser de origem popular. sustentou com brilho e altivez um longo
britânico. A França, ven
jada de suas possessões
americanas, não estava em condições de enfrentar o Inimigo hereditário.
Ao voltar para a Inglaterra em seme lhante atmosfera de glórias comuns e de otimismo, acreditou Franklin que se
riam fàcílmente aplainadas as causas dos
Ora, se
tais reflexões
partiam de um espírito moderado, podese calcular .como repercutiam entre as colônias os abusos do sistema inglês. O
govêmo de Londres não se deu conta de que as taxações repetidas e os im postos iníquos determinariam uma desu
baldaram-se os seus esforços, teimosa
nião fatal. Insistiu numa política de fôrça e colheu a tempestade prevista
mente anulados pela política autoritá ria 6 opiniática do rei George III e de
ram modelar a argila americana e as
Lord North, Granville e outros áulicos
ondas da revolta se encresparam.
dissentimentos anteriores. Mais uma vez
do soberano e cúmplices da desmorali-
por Franklin.
Os oleiros não soube
Em 1770, Franklin, surpreendido com
Dioi-aTO Econômico
160
Digi-:sto Econômico
inglêses, pois muito o afligia o cresci
tumes depravados da metrópole e as
mento dos núcleos germânicos, irlandeses
\ irtudes do povo simples e democrata da
e outros.
América.
Longe de se arvorar em postulante
As manifestaç-ões de hostilidade ou
provocador, timbra, por conseguinte, em
de.sprêzo contra os americanos, a fria
ostentar pleno "lealismo" e deferência à
Inglaterra e declara sinceramente que "o
polidez com que o recebem nos ambien tes governativos, assopram a cbama de
Império Britânico é a maior estrutura po
um americanismo latente.
lítica que a sabedoria humana já erigiu".
Doravante, ôlc só exalta a grandeza
161
irreplicável, que as colônias considera vam o Parlamento o grande baluarte de suas liberdades e privilégios. Reafirmou
que elas não faziam distinção entre suas
zação parlamentar. Por outro lado, a não ser entre algumas personalidades mais clarividentes e ostensi\'amente fa
voráveis aos americanos, a própria opi
guerras e as do império, mas que tal
nião pública do país atribuía o estado
sentimento de afeição declinaria se se vissem desconsideradas.
de tensão existente à má vontade das
"Enquanto as liberdades civis e reli giosas são asseguradas — frisava êle —
colônias, filhas rebeldes e que se furta
vam capciosamente a participar das des pesas do império.
do império, desde que a América seja contemplada nessa associação de poNXJs com os mesmos requisitos da Mãe-Pátria
deveres e obedientes".
ciência, gradativamente encaminhada pe la força dos fatos nos rumos da sedição e, por iiltimo, da independência final.
e o direito dc expandir seu comércio e
com as seguintes e sintomáticas adver
possuir manufaturas próprias. Sem perder a linha de conduta de uin
tências: "Somos em vossas mãos como
Ora, a todos os esforços no sentido de
conselheiro cheio de moderação e avi
a argila do oleiro" e "as ondas só encrespam quando o vento sopra'.
uma solução pacificadora, opõem-lhe obstáculos irritantes, seja nas chicanas judiciárias inventadas pelos advogados
sado, tratou de mostrar que a política egoística, consistindo em asfixiar as colô
Em 1762, Franklin volta a Filadé fia a fim de prestar contas de sua missão
nias de impostos, tarde ou cedo levaria a uma incompatibilidade irremediável.
justamente irrogadas pela
Sôbre êsses perigos cuidou de cha mar a atenção dos meios americanófllos
inveja e caluniosamente propaladas pela fermenta
da sociedade britânica, procurando sim
ção dos interêsses contra
da e espoliada por um
patias para a causa que patrocinava.
riados.
regime social criador de injustas desigualdades, fa
Diante dessa lealdade de aparência inquebrantável será sumamente interes sante apreciar a evolução de sua cons
da família Penn, seja na má vontade dos altos funcionários do govêmo, a come çar pelo ministro Granville, encarregado dos negócios coloniais no Conselho Pri
vado da Coroa. O órgão que deveria
tais súditos serão cumpridores de seus Mas terminava
8 defender-se de muitas acusações in
No ano seguinte,
No correr de longas e prpcra.stinadas
negociações, êsse estado de espírito foi, aos poucos, engendrando a cadeia de mal-entendidos conducentes à revolta das colônias. Visitando a Irlanda, Fran
klin percebeu nas reclamações do povo insular uma grande analogia com as da América. Pôs-se a
,
confrontar o "standard de vida da metrópole com o do Novo Mundo e con-
c'mu que a população in glesa era muito sacrifica
prestar assistência aos súditos da Amé
Inventor consagrado pelas homenagens
1763, registrou-se um dos
rica ou, pelo menos, ouvir-lhes com
dos principais institutos científicos, fre qüentador dos cenáculos de escol do país, amigo, hóspede e comensal de grandes figuras da intelectualidade in-
maiores triunfos da história
voráveis apenas à mesma
inglesa, com a assinatura
classe de aristocratas ou
do Tratado de Paris, rema
de funcionários rapaces e negocistas, para os quais a América não passava de um campo a exqjlorar.
imparcialidade as queixas e petições, mal esconde que, em vez de ser juiz no litígio, é antes uma parte mancomuna da com os "proprietários". Por êsses tempos, sob o reinado de' Ceorge III, monarca de índole autoritária e empe nhado em recobrar um absolutismo fora
glêsa, não se cansou do trabalhar hàbilmente para a sua terra junto de tantas
apogeu do poderio colonial
forças prestigiosas da opinião.
cida e inteiramente despo
Foi menos feliz nos trâmites do pro
da época, a corrupção domina o parla
cesso relativo à Pensilvânia, tendo em
mento e êste, por seu turno, é um ins trumento de subômo nas lides eleitorais.
vista que não llie queriam reconhecer n
Até perto de 1770, o rei, em cuja vir
te da guerra de sete anos e
qualidade de delegado da colônia, sob o pretexto de tal nomeação/não haver si
tude Franklin acreditava piamente, vai rebaixar o primeiro ministro e a máqui na política do país. Ao presenciar êsses
do aprovada pelo governador.
índices de decadência paralelos à febre de prazeres e de luxo e à crescente prosperidade econômica da Inglaterra,
Chamado a depor perante úma comissão
dc inquérito da Câmara dos Comuns,
Franklin sentiu o contraste entre os cos-
interrogatório..^ Argumentou, de maneira
A isso
objetava Franklin que a delegação era legítima, por ser de origem popular. sustentou com brilho e altivez um longo
britânico. A França, ven
jada de suas possessões
americanas, não estava em condições de enfrentar o Inimigo hereditário.
Ao voltar para a Inglaterra em seme lhante atmosfera de glórias comuns e de otimismo, acreditou Franklin que se
riam fàcílmente aplainadas as causas dos
Ora, se
tais reflexões
partiam de um espírito moderado, podese calcular .como repercutiam entre as colônias os abusos do sistema inglês. O
govêmo de Londres não se deu conta de que as taxações repetidas e os im postos iníquos determinariam uma desu
baldaram-se os seus esforços, teimosa
nião fatal. Insistiu numa política de fôrça e colheu a tempestade prevista
mente anulados pela política autoritá ria 6 opiniática do rei George III e de
ram modelar a argila americana e as
Lord North, Granville e outros áulicos
ondas da revolta se encresparam.
dissentimentos anteriores. Mais uma vez
do soberano e cúmplices da desmorali-
por Franklin.
Os oleiros não soube
Em 1770, Franklin, surpreendido com
162
Dighsto Econômico
a violência da reação colonial, ainda es
boçou uma derradeira tentativa para salvar a unidade do império. Era tarde. A missão do mediador tomou-se sus
peita a ambas as partes e o pacificador,
vigiado como um rebelde, teve que fu
fase em que um ancião respeitável e de atitudes patriarcais vai positivamente
os insurgentes de armas e munições. Na
côrte, representa a primor o papel do
mais, porque a França, ainda abalada e
diplomata filósofo, ornado da simplici
dolorida pelo desastre do Tratado de
dade de alma e das virtudes antigas já aclimadas na jovem América. Nos sa lões, onde êle é disputado e recebido
que compreendeu a ineWtabilidade da
A França atravessa então um período
aos Estados insurretos. Os últimos dias de sua estada em Londres haviam sido
perturbados por muitos casos em que
se patenteara o antagonismo irredutível entre ingleses e americanos. O escânda-
parhis do governador Hutchinson e as injúrias dirigidas ao povo da Amé
rica exasperaram Franklin, para quem a metrópole era agora "um velho e apodrecido Estado" em conflito com um "país forescente".
Com a idade de 70 anos, figura como
o deputado mais velho do Congresso Continental, cheio de ardor para coor denar as forças cívicas, pôsto que si lencioso no plenário. E' um elemento
incomparável de ação, intransigente no combate e disposto a aceitá-lo até às últi mas conseqüências. Em 1776, no ato de
firmar a Proclamação da Independência, e um dos signatários convictos de que se trata de uma questão de vida ou morte para os autores do célebre documento. Como um dos americanos mais intei
rados nos segredos da política européia, é designado pelo Congresso para repre sentar os Estados insurgentes na França, país em que seu nome era alvo de honrosas atenções. Hí
*
*
de a França emprestar dinheiro e suprir
da França. E vai conquistá-la, além do
Paris, de 1763, aspira a vingar-se de uma
ruptura e da lula, emprestou, sem he sitar, todo o concurso de sua experiência
do com insinuante dialética a vantagem
conquistar a opinião vibrátil e sensível
gir para não ser preso por traição. O súdito fiel da Grã-Bretanha, assim
derrota humilhante.
com todos os enlevos de uma sociedade
de prosperidade, não obstante a crise nas finanças públicas. O erário do Es
de requintada distinção, o patriarca real
tado vai mal, enquanto uma burguesin
seus trajes, ao lado de cortesãos de cabe leira empoada e faustosamente vestidos.
ativa enriquece no comércio e numa in
dústria melhor aparelhada de maquinísmo que a da rng'aterra. Ganha terreno
a burguesia no campo econômico e por isso pretende galgar a escala dos privi légios políticos, visto que "uma nova distribuição da riqueza - como dirá mais
tarde o deputado Bavnave - eqüivale a uma nova distribuição do poder".
Em face de um sentimento nacional muito vivo e inclinado a tirar desfôrço da Inglaterra, Franldin entrou em con-
fabu^ações com o governo, através do ministro das Relações Exteriores, Vergennes, hábil estadista que aproveita o ensejo para enfraquecer a potência in
glesa sem correr o risco de uma guerra
declarada.
Os futuros Estados Unidos recebem
auxilio ^creto, fornecido por intermé dio de diversos aventureiros e emprei teiros de contrabandos, entre os quais o famoso Beaumarchais, o autor do "Bar
163
Digesto Econômico
ça a sua afabüidade e a sobriedade de Franklin, fino artista e arguto diplo mata, interessa também o.s meios lite rários c científicos. Na terra de Lavoi-
sier, Bufon, Voltaiie e Montgolfier, ha
viam de prezar o grande descobridor da eletricidade atmosférica.
Filósofo, delegado por uma democra cia em revolta contra o absolutismo, eis
o ponto que faz convergir para a sua
personalidade os aplausos do povo e lhe acarreta conjuntamente os louvores dos
mo c da igualdade tributária e autor do um plano de cooperação entre a realeza c o povo.
No terreno especulativo as
idéias foram ventiladas.
reacionárias opõem
Mas as forças
violentas resistên
cias. Os monarquistas ferrenhos alegam serem tantas inovações subversivas da or
dem social, e impedem em tempo a so
lução intcnnediária que talvez houvesse amortecido a onda revolucionária. A América, decantada pelos doutrina-
dores de unia república ideal, aparecia aos olhos de certos entusiastas, como
Lifayette, "um asilo da virtude e da liberdade". Conforme o critério realísti-
comenteíi seguido polítioi porinternacional, «bjeti^- ^ Vergennes e outros espíritos desapaixonados, a América era revolta constítuía sobretudo um instru
mento para aKejar a Inglaterra e abaterlhe a supremacia marítima. Franklin insiste constantemente^ por uma cooperação nülitar declarada, a ba se de uma aliança formal, porque as no tícias vindas dos Estados Unidos infor
mestres da inteligência francesa.
mam que a luta se desenroía com dure
Numa quadra em que se prega a re forma dos sistemas de governo e do gê nero humano, estão na moda as idéias
za e, o que é pior, com perspectivas in
de Rousseau e a doutrina da soberania
popular, conquanto não falte quein teipa as extremas conseqüências desses
em aproveitar os sobressaltos de uma opinião emotiva como a da França, d pronta a apoiar a guerra destinada a la
tados podem exéeder os limites previstos.
cional.
pensamentos, adivinhando que os resul
Mas estão no ar os projetos de uma monarquia republicana, meio têrnio en dossado pelos elementos moderados, par
beiro de Sevilha". Além desse, muitos outros traficantes e mercenários se põem
tidários de mudanças, desde que se pos
a serviço da causa da "liberdade", moto
sam manter em tutela as massas popu
expressivamente lançado para justificar o entusiasmo do povo gau^ês.
lares. As chamadas classes esclarecidas
Franklin foi o embaixador idealmente
dos em muitos "clubs" e sociedades, nos
professam esses credos novos, debati
escolhido para tocar a sentimentalidade
quais se louva a democracia e se co
Iniciou-se uma outra fase extrema
francesa. No gabinete de Vergennes, é
mente brilhante da vida de Franklin,
um negociador de cabeça fria, mostran-
mentam "OS princípios do economista e financista Turgot, adepto do liberalis
certas.
Uma tática do astuto filósofo consist#
var graves mortificações- do orgulho na Assim sentem todos os franceses em
geral, já por serem amigos do "panache", já por altos interesses no xadrez
dá política européia. O rei Luís XVI, em pessoa, atende Franklin com fidal-
guia; mas os ministros, atentos à parte
financeira e sabedores das aperturas do erário público, preferem o auxílio indi reto aos insurgentes americanos e a sus
tentação da guerra de nervos, operada
162
Dighsto Econômico
a violência da reação colonial, ainda es
boçou uma derradeira tentativa para salvar a unidade do império. Era tarde. A missão do mediador tomou-se sus
peita a ambas as partes e o pacificador,
vigiado como um rebelde, teve que fu
fase em que um ancião respeitável e de atitudes patriarcais vai positivamente
os insurgentes de armas e munições. Na
côrte, representa a primor o papel do
mais, porque a França, ainda abalada e
diplomata filósofo, ornado da simplici
dolorida pelo desastre do Tratado de
dade de alma e das virtudes antigas já aclimadas na jovem América. Nos sa lões, onde êle é disputado e recebido
que compreendeu a ineWtabilidade da
A França atravessa então um período
aos Estados insurretos. Os últimos dias de sua estada em Londres haviam sido
perturbados por muitos casos em que
se patenteara o antagonismo irredutível entre ingleses e americanos. O escânda-
parhis do governador Hutchinson e as injúrias dirigidas ao povo da Amé
rica exasperaram Franklin, para quem a metrópole era agora "um velho e apodrecido Estado" em conflito com um "país forescente".
Com a idade de 70 anos, figura como
o deputado mais velho do Congresso Continental, cheio de ardor para coor denar as forças cívicas, pôsto que si lencioso no plenário. E' um elemento
incomparável de ação, intransigente no combate e disposto a aceitá-lo até às últi mas conseqüências. Em 1776, no ato de
firmar a Proclamação da Independência, e um dos signatários convictos de que se trata de uma questão de vida ou morte para os autores do célebre documento. Como um dos americanos mais intei
rados nos segredos da política européia, é designado pelo Congresso para repre sentar os Estados insurgentes na França, país em que seu nome era alvo de honrosas atenções. Hí
*
*
de a França emprestar dinheiro e suprir
da França. E vai conquistá-la, além do
Paris, de 1763, aspira a vingar-se de uma
ruptura e da lula, emprestou, sem he sitar, todo o concurso de sua experiência
do com insinuante dialética a vantagem
conquistar a opinião vibrátil e sensível
gir para não ser preso por traição. O súdito fiel da Grã-Bretanha, assim
derrota humilhante.
com todos os enlevos de uma sociedade
de prosperidade, não obstante a crise nas finanças públicas. O erário do Es
de requintada distinção, o patriarca real
tado vai mal, enquanto uma burguesin
seus trajes, ao lado de cortesãos de cabe leira empoada e faustosamente vestidos.
ativa enriquece no comércio e numa in
dústria melhor aparelhada de maquinísmo que a da rng'aterra. Ganha terreno
a burguesia no campo econômico e por isso pretende galgar a escala dos privi légios políticos, visto que "uma nova distribuição da riqueza - como dirá mais
tarde o deputado Bavnave - eqüivale a uma nova distribuição do poder".
Em face de um sentimento nacional muito vivo e inclinado a tirar desfôrço da Inglaterra, Franldin entrou em con-
fabu^ações com o governo, através do ministro das Relações Exteriores, Vergennes, hábil estadista que aproveita o ensejo para enfraquecer a potência in
glesa sem correr o risco de uma guerra
declarada.
Os futuros Estados Unidos recebem
auxilio ^creto, fornecido por intermé dio de diversos aventureiros e emprei teiros de contrabandos, entre os quais o famoso Beaumarchais, o autor do "Bar
163
Digesto Econômico
ça a sua afabüidade e a sobriedade de Franklin, fino artista e arguto diplo mata, interessa também o.s meios lite rários c científicos. Na terra de Lavoi-
sier, Bufon, Voltaiie e Montgolfier, ha
viam de prezar o grande descobridor da eletricidade atmosférica.
Filósofo, delegado por uma democra cia em revolta contra o absolutismo, eis
o ponto que faz convergir para a sua
personalidade os aplausos do povo e lhe acarreta conjuntamente os louvores dos
mo c da igualdade tributária e autor do um plano de cooperação entre a realeza c o povo.
No terreno especulativo as
idéias foram ventiladas.
reacionárias opõem
Mas as forças
violentas resistên
cias. Os monarquistas ferrenhos alegam serem tantas inovações subversivas da or
dem social, e impedem em tempo a so
lução intcnnediária que talvez houvesse amortecido a onda revolucionária. A América, decantada pelos doutrina-
dores de unia república ideal, aparecia aos olhos de certos entusiastas, como
Lifayette, "um asilo da virtude e da liberdade". Conforme o critério realísti-
comenteíi seguido polítioi porinternacional, «bjeti^- ^ Vergennes e outros espíritos desapaixonados, a América era revolta constítuía sobretudo um instru
mento para aKejar a Inglaterra e abaterlhe a supremacia marítima. Franklin insiste constantemente^ por uma cooperação nülitar declarada, a ba se de uma aliança formal, porque as no tícias vindas dos Estados Unidos infor
mestres da inteligência francesa.
mam que a luta se desenroía com dure
Numa quadra em que se prega a re forma dos sistemas de governo e do gê nero humano, estão na moda as idéias
za e, o que é pior, com perspectivas in
de Rousseau e a doutrina da soberania
popular, conquanto não falte quein teipa as extremas conseqüências desses
em aproveitar os sobressaltos de uma opinião emotiva como a da França, d pronta a apoiar a guerra destinada a la
tados podem exéeder os limites previstos.
cional.
pensamentos, adivinhando que os resul
Mas estão no ar os projetos de uma monarquia republicana, meio têrnio en dossado pelos elementos moderados, par
beiro de Sevilha". Além desse, muitos outros traficantes e mercenários se põem
tidários de mudanças, desde que se pos
a serviço da causa da "liberdade", moto
sam manter em tutela as massas popu
expressivamente lançado para justificar o entusiasmo do povo gau^ês.
lares. As chamadas classes esclarecidas
Franklin foi o embaixador idealmente
dos em muitos "clubs" e sociedades, nos
professam esses credos novos, debati
escolhido para tocar a sentimentalidade
quais se louva a democracia e se co
Iniciou-se uma outra fase extrema
francesa. No gabinete de Vergennes, é
mente brilhante da vida de Franklin,
um negociador de cabeça fria, mostran-
mentam "OS princípios do economista e financista Turgot, adepto do liberalis
certas.
Uma tática do astuto filósofo consist#
var graves mortificações- do orgulho na Assim sentem todos os franceses em
geral, já por serem amigos do "panache", já por altos interesses no xadrez
dá política européia. O rei Luís XVI, em pessoa, atende Franklin com fidal-
guia; mas os ministros, atentos à parte
financeira e sabedores das aperturas do erário público, preferem o auxílio indi reto aos insurgentes americanos e a sus
tentação da guerra de nervos, operada
'«i*/,' I
I
164
Dicesto Econômico
165
atrás das cortinas da neutralidade e en
em separado. Antes de seguirem para
tregue aos corsários de alto mar e ou
salva pelo ouro e pela participação mi
porque se haviam irmanado na hora do
a América, muitos dos chefes do exérci
tros aventureiros do mesmo jaez. Ben-
sofrimento comum.
to expedicionário gaulês foram conferenciar com Franklin, principalmente os mais aristocratas: Lafayette, Nouailles, o Príncipe de Broglíe, o Duque de Lau-
litar da França.
jamin Franklin, a coberto da estranha
»
Digjbsto Econômico
popularidade que conseguiu alcançar, trata ao menos de obter recursos pecu niários para o Congresso Continental fi nanciar a luta. Em Paris, é êle sempre tratado como o expoente dessa democra cia a cujo favor vai solicitar o concurso
da monarquia ainda embebída do espí rito absolutista de Luís XIV.
A vida
social do ancião que vai residir numa vi-
venda de Passy é uma linha ininterrup ta de convites, celebrações e cerimônias
de toda ordem. Não há pessoa mai.s re tratada e cuja efígie seja reproduzida de formas tão diferentes e tão divulga da. Quadros, medalliões, bustos, objetos de adômo apresentam a fisionomia des se patriarca. Fisionomia espiritual e
bondosa, clareada, sob uma fronte larga e desimpedida, por um olhar em que baila uma centelha de ironia, contrasta
da pela boca apertada e firme para mar car a energia e a persistência.
O estimado embaixador dos Estados
"Unidos, ou melhor, do Congresso Con tinental, recebeu na Academia de Ciên
cias uma demonstração equivalente a uma apoteose, no dia em que ali se avistou com Voltaire.
O sarcástico fi
zun, além de muitos oficiai.s de valor, de diversas nacionalidades, como o Barão dever assinalados serviços.
A casa de Passy, se é um ponto de reunião para debates filosóficos e literá
1
quanto nos mares podía opor à In glaterra uma respeitável fôrça naval de 264 navios, dos quais 78 de linha e bem
1
equipados.
Coagida á abafar uma insürreição
longínqua e a enfrentar uma coli
lêvo social, como Madame Helvetius,
gação na Europa, a Inglaterra teve
serve de centro de recrutamento para muitos amadores de aventuras e é bem
vigiada pelo serviço secreto inglês. Ao lado de tais esplendores, a míssãe
haviam firmado.
O mérito incom-
Os Estados Unidos fizeram, de fato,
parável de Franklin foi de inspirar con fiança aos prestamistas e de evitar qu» estancasse a fonte de socorros, sem os
quais a revolução americana teria pereci do, à míngua de reforços humanos e petrechos bélicos. Manter a confiança
e o crédito de um Congresso sem pode-
a paz em separado, porque entenderam que a França só queria tirar proveito H-
das dissensões entre eles e a Inglaterra. E a França sentiu amargamente o que-
qualificou de ingratidão e deslealdade. Mais uma vez, numa situação capaz
de criar melindres duradouros entre dois
ca de Femey, foi ao encontro do grande
res nem consistência de govêrno foi uma obra notável, sabido que as colônias, sem o ouro estrangeiro, só podiam contar
americano e ambos se abraçaram, sob
com o papel-moeda emitido a jorros, pa
americana, a fim de apagar quaisquer
as aclamações, o delírio e as lágrimas de um púbbco como\'ido e trepidante. Vol
pel do qual Franklin dirá: "Êsse dinhei ro é uma máquina admirável. Desem
Europa, o velho filósofo embarca para a pátria, saudado, a bem dizer, por um povo inteiro, glorificado por uma enorme
lósofo, convertido no venerá\'el patriar
taire abençoou o neto de Franklin, pro
penha a sua função quando o emitem.
nunciando as palavras "Cod and Li-
Paga e veste tropas, fomece provisões
berty". Deus e Liberdade, o lema do dia,
e munições. E quando somos obrigados
fórmula da nova religião cívica. Em 1778 vieram a guerra e a aliança pleiteada, fírmando-se um tratado com
a emitir quantidade excessiva, resgata-
se pela própria depreciação". Mas, conquanto admirável, êsse papel-
o compromisso de não se assinar a paz
moeda ia causando a mina da revolução.
povos amigos, o papel de Franklin foi de conciliador e de intérprete da política re.ssentimentos.
Finda a sua mi.ssão na
e vibrante multidão que vinha exprimir
o próprio reconhecimento e generosida de da França.
klin reconciliou-se com o filho, não sem a medula".
Eleito governador da Pensilvânía e
tará um último e inesquecível serviço
à sua pátria, o de pronunciar na ConUnção de Filadélfia a palavra que deci-
!, 1:
dirá os delegados a assinar o ato de defi,
;
nitíva instituição dos Estados Unidos. Em abril de 1790 expirou o mais
J í
ilustre cidadão da nova república, e a
Assembléia Nacional da França, por proposta de Mirabeau, decretou luto por três dias "em honra do gênio que li
bertou a América e derramou sobre a
Europa torrentes de luz". As orações fúnebres, como é de uso, são vazadas em estilo enfático.
Fran
klin, no epitáfio que se dedicou, com
parou ironicamente o despòjo corpóreo à capa de um velho livro de fôlhas ar
rancadas e entregue aos vermes, e a imortalidade a uma nova edição dêsse
mesmo livro, revista pelo autor. . Êsse livro imortal é o que tentamos folhear para descobrir uma alma sem artifícios
mada pela integridade de tôdas as co
nem malícia, indulgente mas sempre vol tada para essas alturas donde extraiu
lônias, unidas pelo fulgor da vitória
a "faisca divina".
À América era agora uma pátria, for
ji; I
lhe dizer que o reputava "cortesão até
apesar de enfermo e cansado, ainda pres-
do tratado de comércio e amizade que
travam hesitantes e retraídos e o dinhei
de haver o fillio de Franklin, William,
ex-governador do New Jersey, preferido manter-se nas fileiras "legalistas" dos ingleses opressores da América. Fran-
americana. Quanto aos aliados vence
nha, tiveram que romper as cláusulas
de angústia da luta, os aliados se mos
Só um fato obscureceu uin pouco a magnificência desse regresso. Foi a
O cerne de Franklin era totalmente americano nesse fim de vida.
pactos secretos da França e da Espa
Nas fases de incerteza e
cido ao olhos do mundo.
a sua hora de penitência e foi compelida a' reconhecer a soberania dores, devido a muitas complicações e
do diplomata apresentava muitos aspec
ro se tomava escasso.
Essa pátria recebeu e ovacionou com
ternura um dos homens que melhor a encarnavam e mais a haviam engrande
dradas e com excelente material, en
rios dos quais participam damas de re-
tos prosaicos.
Quando começou a guerra, a França,
graças a um exército reorganizado e mo ralizado pelo ministro Conde Saint Germain, que havia abolido a venalidade dos cargos, possuia tropas bem enqua
von Steuben, a cuja capacidade de or ganização as tropas de Washington vÕo
'
tó
'«i*/,' I
I
164
Dicesto Econômico
165
atrás das cortinas da neutralidade e en
em separado. Antes de seguirem para
tregue aos corsários de alto mar e ou
salva pelo ouro e pela participação mi
porque se haviam irmanado na hora do
a América, muitos dos chefes do exérci
tros aventureiros do mesmo jaez. Ben-
sofrimento comum.
to expedicionário gaulês foram conferenciar com Franklin, principalmente os mais aristocratas: Lafayette, Nouailles, o Príncipe de Broglíe, o Duque de Lau-
litar da França.
jamin Franklin, a coberto da estranha
»
Digjbsto Econômico
popularidade que conseguiu alcançar, trata ao menos de obter recursos pecu niários para o Congresso Continental fi nanciar a luta. Em Paris, é êle sempre tratado como o expoente dessa democra cia a cujo favor vai solicitar o concurso
da monarquia ainda embebída do espí rito absolutista de Luís XIV.
A vida
social do ancião que vai residir numa vi-
venda de Passy é uma linha ininterrup ta de convites, celebrações e cerimônias
de toda ordem. Não há pessoa mai.s re tratada e cuja efígie seja reproduzida de formas tão diferentes e tão divulga da. Quadros, medalliões, bustos, objetos de adômo apresentam a fisionomia des se patriarca. Fisionomia espiritual e
bondosa, clareada, sob uma fronte larga e desimpedida, por um olhar em que baila uma centelha de ironia, contrasta
da pela boca apertada e firme para mar car a energia e a persistência.
O estimado embaixador dos Estados
"Unidos, ou melhor, do Congresso Con tinental, recebeu na Academia de Ciên
cias uma demonstração equivalente a uma apoteose, no dia em que ali se avistou com Voltaire.
O sarcástico fi
zun, além de muitos oficiai.s de valor, de diversas nacionalidades, como o Barão dever assinalados serviços.
A casa de Passy, se é um ponto de reunião para debates filosóficos e literá
1
quanto nos mares podía opor à In glaterra uma respeitável fôrça naval de 264 navios, dos quais 78 de linha e bem
1
equipados.
Coagida á abafar uma insürreição
longínqua e a enfrentar uma coli
lêvo social, como Madame Helvetius,
gação na Europa, a Inglaterra teve
serve de centro de recrutamento para muitos amadores de aventuras e é bem
vigiada pelo serviço secreto inglês. Ao lado de tais esplendores, a míssãe
haviam firmado.
O mérito incom-
Os Estados Unidos fizeram, de fato,
parável de Franklin foi de inspirar con fiança aos prestamistas e de evitar qu» estancasse a fonte de socorros, sem os
quais a revolução americana teria pereci do, à míngua de reforços humanos e petrechos bélicos. Manter a confiança
e o crédito de um Congresso sem pode-
a paz em separado, porque entenderam que a França só queria tirar proveito H-
das dissensões entre eles e a Inglaterra. E a França sentiu amargamente o que-
qualificou de ingratidão e deslealdade. Mais uma vez, numa situação capaz
de criar melindres duradouros entre dois
ca de Femey, foi ao encontro do grande
res nem consistência de govêrno foi uma obra notável, sabido que as colônias, sem o ouro estrangeiro, só podiam contar
americano e ambos se abraçaram, sob
com o papel-moeda emitido a jorros, pa
americana, a fim de apagar quaisquer
as aclamações, o delírio e as lágrimas de um púbbco como\'ido e trepidante. Vol
pel do qual Franklin dirá: "Êsse dinhei ro é uma máquina admirável. Desem
Europa, o velho filósofo embarca para a pátria, saudado, a bem dizer, por um povo inteiro, glorificado por uma enorme
lósofo, convertido no venerá\'el patriar
taire abençoou o neto de Franklin, pro
penha a sua função quando o emitem.
nunciando as palavras "Cod and Li-
Paga e veste tropas, fomece provisões
berty". Deus e Liberdade, o lema do dia,
e munições. E quando somos obrigados
fórmula da nova religião cívica. Em 1778 vieram a guerra e a aliança pleiteada, fírmando-se um tratado com
a emitir quantidade excessiva, resgata-
se pela própria depreciação". Mas, conquanto admirável, êsse papel-
o compromisso de não se assinar a paz
moeda ia causando a mina da revolução.
povos amigos, o papel de Franklin foi de conciliador e de intérprete da política re.ssentimentos.
Finda a sua mi.ssão na
e vibrante multidão que vinha exprimir
o próprio reconhecimento e generosida de da França.
klin reconciliou-se com o filho, não sem a medula".
Eleito governador da Pensilvânía e
tará um último e inesquecível serviço
à sua pátria, o de pronunciar na ConUnção de Filadélfia a palavra que deci-
!, 1:
dirá os delegados a assinar o ato de defi,
;
nitíva instituição dos Estados Unidos. Em abril de 1790 expirou o mais
J í
ilustre cidadão da nova república, e a
Assembléia Nacional da França, por proposta de Mirabeau, decretou luto por três dias "em honra do gênio que li
bertou a América e derramou sobre a
Europa torrentes de luz". As orações fúnebres, como é de uso, são vazadas em estilo enfático.
Fran
klin, no epitáfio que se dedicou, com
parou ironicamente o despòjo corpóreo à capa de um velho livro de fôlhas ar
rancadas e entregue aos vermes, e a imortalidade a uma nova edição dêsse
mesmo livro, revista pelo autor. . Êsse livro imortal é o que tentamos folhear para descobrir uma alma sem artifícios
mada pela integridade de tôdas as co
nem malícia, indulgente mas sempre vol tada para essas alturas donde extraiu
lônias, unidas pelo fulgor da vitória
a "faisca divina".
À América era agora uma pátria, for
ji; I
lhe dizer que o reputava "cortesão até
apesar de enfermo e cansado, ainda pres-
do tratado de comércio e amizade que
travam hesitantes e retraídos e o dinhei
de haver o fillio de Franklin, William,
ex-governador do New Jersey, preferido manter-se nas fileiras "legalistas" dos ingleses opressores da América. Fran-
americana. Quanto aos aliados vence
nha, tiveram que romper as cláusulas
de angústia da luta, os aliados se mos
Só um fato obscureceu uin pouco a magnificência desse regresso. Foi a
O cerne de Franklin era totalmente americano nesse fim de vida.
pactos secretos da França e da Espa
Nas fases de incerteza e
cido ao olhos do mundo.
a sua hora de penitência e foi compelida a' reconhecer a soberania dores, devido a muitas complicações e
do diplomata apresentava muitos aspec
ro se tomava escasso.
Essa pátria recebeu e ovacionou com
ternura um dos homens que melhor a encarnavam e mais a haviam engrande
dradas e com excelente material, en
rios dos quais participam damas de re-
tos prosaicos.
Quando começou a guerra, a França,
graças a um exército reorganizado e mo ralizado pelo ministro Conde Saint Germain, que havia abolido a venalidade dos cargos, possuia tropas bem enqua
von Steuben, a cuja capacidade de or ganização as tropas de Washington vÕo
'
tó
167
DicJESTO Econômico
o grande comerciante, que participa, com sua ajuda, da vida dos impérios e dos principados. Na Idade Média, muito embora o in
O significado da confiança na vida comercial
divíduo não fôsse livre, era garantido
CÂNDIDO Mota Filho
^\uANDO, durante o Renascimento, o espírito burguês, vencendo precon
as engana.
pelo meio em que vivia. No Renasci mento, porém, o indivíduo livre é obri
Quixote se ilude, mas nã®
gado a arcar com tôdas as exigências da liberda
ilude aos outros, e o dr. Fausto empe
ceitos, começou a influir diretamente nos rumos sociais, colocando a atividade co
nha a sua vida ao diabo, a custo exclu
táveis da história. Depois de terem conquistado os postos de comerciantes •
banqueiros, marcham, os Medicis, cora
relativa facilidade para posições invejá veis, constituindo, num dado momento,
a família mais poderosa da Europa.
Assim, não é pròpriamente pela polí tica que o individualismo se justifica. Nem mesmo
pela religião. Maquiavel e Lutero têm diante dos
mercial como uma atividade digna, en
pação de Molière, que é o mestre ini
de. E a maior dessa é a sua reputação, a .sua honorabilidade.
cial do teatro burguês, "est de corriger
novador dos cenários do
tre os oficies maiores e menores, êle
da empresa se compen
mundo,
trazia consigo uma afirmação de fé admirável no homem, como individuali
les hommes en les divertissant..
ra a fidalguia que se decompõe, fala
sava pela honestidade do empreendimento e pela
própria energia.
dade.
Tartufo:
honradez do empreende
tulo e se desmoralizam,
Aquele que negociava, que se arris cava nas emprêsas, que participava dos
sivo de seu crédito pessoal. A preocu Pa
"Vous ôtes assuré ici d'un plein
olhos o comerciante re
O risco
O "condottieri", que Scheller ve com uma natureza caudilha, tipo composto
riscos das transações, firmava, de início,
Et le mal n'est jamais que dans
um princípio que era fundamental para tôda a vida comercial, que é o da con
Le scandale du monde est ce qui
entre o guerreiro e o traficante, desa parece para dar lugar ao comerciante
[fait 1'offense,
instalado, organizíxdo, respeitado. Uai
fiança no seu semelhante.
[Téclat qu'cn fait,
Et ce n'est pas pêclier que pécher
Aquilo que se tomou uma institui
ção comercial, o crédito, nascia, em
verdade, nessa confiança de homem pa ra homem. Enquanto a velha fidalguia decadente procurava, à custa de arti
fícios, manter seu antigo prestígio e, a qualquer preço, o seu sistema de privi légios, o comerciante, que representa va a burguesia nascente, era, por de finição, o homem honrado, o homem
capaz de manter, mesmo com os maio res sacrifícios, a palavra empenhada. Em tôda a antropologia conceituai
do homem do Renascimento está pre sente essa concepção.
O homem novo
que surge, aventureiro e ardiloso, man tém sempre a palavra como indispen sável para a sua vida. Mesmo nos he
por diante, êle fala no "justum preti-
[en silence."
um", como se respeitasse a uma certa
A preocupação de fazer fortuna, que se espalha por tôda parte, decorre des
justiça econômica. E essa respeita i dade, essa modificação da vida econô mica, como vida absorvida pelo apeti te de lucro por uma vida útil e cor^tiutora, faz com que São Bemardmo de
sa concepção do homem, capaz de ser responsável pelos seus atos e de ser, conseqüentemente, livre nas suas de
Siena reconheça nó capital uma virtu
cisões.
A vida medieval, com suas ordens e
de criadora... Morelli fala que empe
com suas corporações, era uma vida de
nhar-se pelá formação de
dependências. O comércio era suspei
missão aprovada por Deus.
to nas suas origens e, conseqüentemen te, o comerciante era um pobre diabo,
um típico comerciante da época, p
.
dente e digno.
jogado ao desprêzo.
À medida que o comércio se dísten,de, à medida que êle vai influindo decisi
Mudou porém a situação, porque o comércio se toma uma fôrça social do
vamente rios negócios do
minante e aquêle que comercia é prin cipalmente um homem livre. E êsse ho mem assim, que só depende de si mes
crescendo a fé no poder indivi ua ^
róis literários da época ou retratados
mo, de seu trabalho, de sua iniciativa,
cuHdade e assumem os mais altos pos,
posteriormente como da época, esta qua
de seus empreendimentos, é um homem
tós. Ò biógrafo Young diz ser êsse acori.
lidade se mantém como fundamental.
que se fêz por si, sem títulos nem he
tecimento um dos fenômenos mais no
D. João seduz as mulheres, mas não
ranças. O pequeno traficante se toma
hòmem. O exemplo está na
gradual dos, Medicis, que saem da obs^
JÊk
a
sua
Enquanto uns têm tí
dor.
[secret.
graças
outros, sem título, se moralizam. As mercadorias que sobem e descem nela Europa, que atravessam mares, que alimentam, em tôdas as suas formas, a vida cotidiana, que provocam guerras,
que fomentam a paz, que sustentam a prosperidade pública, que dão o tom ar tístico e monumental às cidades, de
pendem tão só de um sistema de con
fiança entre os homens. Antes, a pala vra de rei não voltava atrás. Agora é a do comerciante. O comerciante é um ho mem poderoso, cuja firma nas combi nações não merece dúvida. Como acentua Alberti, o comercian
te do "Quattrocento" crê no "santo es
pírito da ordem" e, também, na "mo ral dos negócios". Êle é um homem qiie cuida de si mesmo, do seu nome e renome, com o maior cuidado.
De
fende a sua alma, defende seu cor
po e defende o tempo que corre co mo se fôsse a maior das riquezas. Sombard se refere às virtudes dês-
se tempo, que são, sem dúvida, as virtudes do comerciante. Os benefícios se colhem com a honradez. O des
167
DicJESTO Econômico
o grande comerciante, que participa, com sua ajuda, da vida dos impérios e dos principados. Na Idade Média, muito embora o in
O significado da confiança na vida comercial
divíduo não fôsse livre, era garantido
CÂNDIDO Mota Filho
^\uANDO, durante o Renascimento, o espírito burguês, vencendo precon
as engana.
pelo meio em que vivia. No Renasci mento, porém, o indivíduo livre é obri
Quixote se ilude, mas nã®
gado a arcar com tôdas as exigências da liberda
ilude aos outros, e o dr. Fausto empe
ceitos, começou a influir diretamente nos rumos sociais, colocando a atividade co
nha a sua vida ao diabo, a custo exclu
táveis da história. Depois de terem conquistado os postos de comerciantes •
banqueiros, marcham, os Medicis, cora
relativa facilidade para posições invejá veis, constituindo, num dado momento,
a família mais poderosa da Europa.
Assim, não é pròpriamente pela polí tica que o individualismo se justifica. Nem mesmo
pela religião. Maquiavel e Lutero têm diante dos
mercial como uma atividade digna, en
pação de Molière, que é o mestre ini
de. E a maior dessa é a sua reputação, a .sua honorabilidade.
cial do teatro burguês, "est de corriger
novador dos cenários do
tre os oficies maiores e menores, êle
da empresa se compen
mundo,
trazia consigo uma afirmação de fé admirável no homem, como individuali
les hommes en les divertissant..
ra a fidalguia que se decompõe, fala
sava pela honestidade do empreendimento e pela
própria energia.
dade.
Tartufo:
honradez do empreende
tulo e se desmoralizam,
Aquele que negociava, que se arris cava nas emprêsas, que participava dos
sivo de seu crédito pessoal. A preocu Pa
"Vous ôtes assuré ici d'un plein
olhos o comerciante re
O risco
O "condottieri", que Scheller ve com uma natureza caudilha, tipo composto
riscos das transações, firmava, de início,
Et le mal n'est jamais que dans
um princípio que era fundamental para tôda a vida comercial, que é o da con
Le scandale du monde est ce qui
entre o guerreiro e o traficante, desa parece para dar lugar ao comerciante
[fait 1'offense,
instalado, organizíxdo, respeitado. Uai
fiança no seu semelhante.
[Téclat qu'cn fait,
Et ce n'est pas pêclier que pécher
Aquilo que se tomou uma institui
ção comercial, o crédito, nascia, em
verdade, nessa confiança de homem pa ra homem. Enquanto a velha fidalguia decadente procurava, à custa de arti
fícios, manter seu antigo prestígio e, a qualquer preço, o seu sistema de privi légios, o comerciante, que representa va a burguesia nascente, era, por de finição, o homem honrado, o homem
capaz de manter, mesmo com os maio res sacrifícios, a palavra empenhada. Em tôda a antropologia conceituai
do homem do Renascimento está pre sente essa concepção.
O homem novo
que surge, aventureiro e ardiloso, man tém sempre a palavra como indispen sável para a sua vida. Mesmo nos he
por diante, êle fala no "justum preti-
[en silence."
um", como se respeitasse a uma certa
A preocupação de fazer fortuna, que se espalha por tôda parte, decorre des
justiça econômica. E essa respeita i dade, essa modificação da vida econô mica, como vida absorvida pelo apeti te de lucro por uma vida útil e cor^tiutora, faz com que São Bemardmo de
sa concepção do homem, capaz de ser responsável pelos seus atos e de ser, conseqüentemente, livre nas suas de
Siena reconheça nó capital uma virtu
cisões.
A vida medieval, com suas ordens e
de criadora... Morelli fala que empe
com suas corporações, era uma vida de
nhar-se pelá formação de
dependências. O comércio era suspei
missão aprovada por Deus.
to nas suas origens e, conseqüentemen te, o comerciante era um pobre diabo,
um típico comerciante da época, p
.
dente e digno.
jogado ao desprêzo.
À medida que o comércio se dísten,de, à medida que êle vai influindo decisi
Mudou porém a situação, porque o comércio se toma uma fôrça social do
vamente rios negócios do
minante e aquêle que comercia é prin cipalmente um homem livre. E êsse ho mem assim, que só depende de si mes
crescendo a fé no poder indivi ua ^
róis literários da época ou retratados
mo, de seu trabalho, de sua iniciativa,
cuHdade e assumem os mais altos pos,
posteriormente como da época, esta qua
de seus empreendimentos, é um homem
tós. Ò biógrafo Young diz ser êsse acori.
lidade se mantém como fundamental.
que se fêz por si, sem títulos nem he
tecimento um dos fenômenos mais no
D. João seduz as mulheres, mas não
ranças. O pequeno traficante se toma
hòmem. O exemplo está na
gradual dos, Medicis, que saem da obs^
JÊk
a
sua
Enquanto uns têm tí
dor.
[secret.
graças
outros, sem título, se moralizam. As mercadorias que sobem e descem nela Europa, que atravessam mares, que alimentam, em tôdas as suas formas, a vida cotidiana, que provocam guerras,
que fomentam a paz, que sustentam a prosperidade pública, que dão o tom ar tístico e monumental às cidades, de
pendem tão só de um sistema de con
fiança entre os homens. Antes, a pala vra de rei não voltava atrás. Agora é a do comerciante. O comerciante é um ho mem poderoso, cuja firma nas combi nações não merece dúvida. Como acentua Alberti, o comercian
te do "Quattrocento" crê no "santo es
pírito da ordem" e, também, na "mo ral dos negócios". Êle é um homem qiie cuida de si mesmo, do seu nome e renome, com o maior cuidado.
De
fende a sua alma, defende seu cor
po e defende o tempo que corre co mo se fôsse a maior das riquezas. Sombard se refere às virtudes dês-
se tempo, que são, sem dúvida, as virtudes do comerciante. Os benefícios se colhem com a honradez. O des
168
canso aparece, após o trabalho hones
to e profícuo. Quando chega o século XVII não há mais quem discuta o va lor do homem de comércio. Não é só na Alemanha, em Flandres, na Holan
da, na Itália; na Espanha também, on de ainda perduravam as velhas e ar
rogantes veleidades fidalgas. Por êsse tempo, surgiu a obra de Savann - "Le parfait négociant" que foi dedicada a Colbert. Nela o seu autor fala na arte de ser bom ne gociante e, para isso, acentua muito o
valor do problema moral. Há, também, amda nesse mesmo gênero, uma obra inglesa, atribuída a Defoe (The Com plete English Tradesman) onde, mos trando os cuidados que deve ter o bom negociante, põe entre eles a ne cessidade de uma vida honrada e re
Dioesto Econômico
sa da época, reflete êsse espirito do homem de comércio, do homem que faz questão da moral dos negócios, aquela mesma "onestà", de que falava
com a mudança revolucionária de seus
Alberti.
Por aí podemos compreender então, com maior largueza, o significado dos
cio, por certo, não só tem mudado de fisionomia, como também tem sido ata
do; ela exige prudência e frugalidade." Num mundo social em agonia, o co merciante vai trazendo um mundo com
pletamente novo, cheio de aspirações e de crença, movimentado por ener gias poderosas e Inquietas. Como ho mem representativo, êle se resguarda
pela cordura, pela temperança, pela ordem, pela moderação, pelo zélo, pe lo horror aos extremos, pela discrição,
pelo equilíbrio moral, pela fé religio sa e pela compreensão das fraquezas humanas.
Quando as colônias americanas de clararam guerra à Inglaterra, seus ha bitantes, em sua grande maioria, tra ziam consigo o culto dessas virtudes.
de, a solidariedade fecunda de valores
ra mundial entre as nações, o comér
e de interesses.
derno não podiam deixar de surgir er
gram essa confiança imensa no homem
ros e fraquezas humanas, o desmedido
como individualidade. Como, com o espirito do comercio honesto, se vai
da ganância e da especulação, os males dos comerciantes de improviso, dos lu-
viver dentro do espírito de competi
cradores das épocas difíceis.
ção, o regime políHco para isso c o de
Porém, com tudo isso, o que man tém e anima a vida dos negócios é essa
lei será igual para todos, quer proteja,
ve comparecer fantasiado e mascara
ção das revoluções políticas e da guer
nômica.
sa (expensive living) é como uma fe
missos, é essa fé no caráter do homem,
que solidifica, em termos de dignida
cado, como ura foco de exploração eco
mocrático, onde há a possibilidade pa ra todos. Todos partem para a com petição nas mesmas condições de igual dade, porque todos são iguais perante
confiança no valor moral dos compro
hábitos sociais, com a teimosa repeti
direitos do homem. Êsses direitos, que
a lei, ou, como diz a nossa Constitui
bre insidiosa... **A vida dos negócios, diz êle, não é um baile ao qual se de
Na complexidade da vida moderna,
foram declarados na revolução ameri cana e na Revolução Francesa, consa
catada, pois que uma vida dispendio
169
Dicesto Econômico
Na extensão do comércio mo
É essa fôrça moral que constitui, por certo, a grande resistência aos males
dos nossos tempos. Onde ela fraqueja, denuncia uma decomposição moral alar
mante. E é por isso que o Conde Key-
serling, no seu "Diário de viagem do um filósofo", diz, ao examinar a Cliína dilacerada pela revolução, que é pelo
comércio de um povo que se conhece
a sua cultura e a sua dignidade.
4
ção Imperial, no seu art. 179: — "a
quer castigue, e recompensará em pro porções do merecimento de cada um".
Com o crescimento do volume das
emprêsas, dentro da economia capita lista, que deu seus frutos no Estado constitucional democrático, o comércio começa a se manifestar como um 'con
f
junto de atividades humanas. Elas ad
quirem a fisionomia das empresas i*^" dustriais e se multiplicam pelo mundo. Mas, mesmo assim, envolvidas pelos fatiôi/es comerciais e pelas conjunturas econômicas, elas procuram ainda con servar a grande fé no fator homem, no sucesso que aspiram. As firmas modernas mantêm seu cré dito, sustentarri-;se nas mais intensas crises, atravessam as maiores dificulda
E é por isso que Benjamin Franklín,
des, procurando sempre organizar-se na base dessa honestidade comercial, que libertou o indivíduo das peias do me-
que é o símbolo da sabedoria burguê-
dievalísmo.
A radiodifusora de Moscou informa que a Polônia se tomou o maior centro exportador de carvão da Europa, cujo produto fornece a 22 nações. De acôrdo a notícia divulgada, o país ocupa o segun^ lugar como exportador dessa mer cadoria, cabendo o primeiro aos Estados Unidos. O total exportado por aquela República eslava no primeiro trimestre do pre sente ano é avaliado om 5.779.000 toneladas.
168
canso aparece, após o trabalho hones
to e profícuo. Quando chega o século XVII não há mais quem discuta o va lor do homem de comércio. Não é só na Alemanha, em Flandres, na Holan
da, na Itália; na Espanha também, on de ainda perduravam as velhas e ar
rogantes veleidades fidalgas. Por êsse tempo, surgiu a obra de Savann - "Le parfait négociant" que foi dedicada a Colbert. Nela o seu autor fala na arte de ser bom ne gociante e, para isso, acentua muito o
valor do problema moral. Há, também, amda nesse mesmo gênero, uma obra inglesa, atribuída a Defoe (The Com plete English Tradesman) onde, mos trando os cuidados que deve ter o bom negociante, põe entre eles a ne cessidade de uma vida honrada e re
Dioesto Econômico
sa da época, reflete êsse espirito do homem de comércio, do homem que faz questão da moral dos negócios, aquela mesma "onestà", de que falava
com a mudança revolucionária de seus
Alberti.
Por aí podemos compreender então, com maior largueza, o significado dos
cio, por certo, não só tem mudado de fisionomia, como também tem sido ata
do; ela exige prudência e frugalidade." Num mundo social em agonia, o co merciante vai trazendo um mundo com
pletamente novo, cheio de aspirações e de crença, movimentado por ener gias poderosas e Inquietas. Como ho mem representativo, êle se resguarda
pela cordura, pela temperança, pela ordem, pela moderação, pelo zélo, pe lo horror aos extremos, pela discrição,
pelo equilíbrio moral, pela fé religio sa e pela compreensão das fraquezas humanas.
Quando as colônias americanas de clararam guerra à Inglaterra, seus ha bitantes, em sua grande maioria, tra ziam consigo o culto dessas virtudes.
de, a solidariedade fecunda de valores
ra mundial entre as nações, o comér
e de interesses.
derno não podiam deixar de surgir er
gram essa confiança imensa no homem
ros e fraquezas humanas, o desmedido
como individualidade. Como, com o espirito do comercio honesto, se vai
da ganância e da especulação, os males dos comerciantes de improviso, dos lu-
viver dentro do espírito de competi
cradores das épocas difíceis.
ção, o regime políHco para isso c o de
Porém, com tudo isso, o que man tém e anima a vida dos negócios é essa
lei será igual para todos, quer proteja,
ve comparecer fantasiado e mascara
ção das revoluções políticas e da guer
nômica.
sa (expensive living) é como uma fe
missos, é essa fé no caráter do homem,
que solidifica, em termos de dignida
cado, como ura foco de exploração eco
mocrático, onde há a possibilidade pa ra todos. Todos partem para a com petição nas mesmas condições de igual dade, porque todos são iguais perante
confiança no valor moral dos compro
hábitos sociais, com a teimosa repeti
direitos do homem. Êsses direitos, que
a lei, ou, como diz a nossa Constitui
bre insidiosa... **A vida dos negócios, diz êle, não é um baile ao qual se de
Na complexidade da vida moderna,
foram declarados na revolução ameri cana e na Revolução Francesa, consa
catada, pois que uma vida dispendio
169
Dicesto Econômico
Na extensão do comércio mo
É essa fôrça moral que constitui, por certo, a grande resistência aos males
dos nossos tempos. Onde ela fraqueja, denuncia uma decomposição moral alar
mante. E é por isso que o Conde Key-
serling, no seu "Diário de viagem do um filósofo", diz, ao examinar a Cliína dilacerada pela revolução, que é pelo
comércio de um povo que se conhece
a sua cultura e a sua dignidade.
4
ção Imperial, no seu art. 179: — "a
quer castigue, e recompensará em pro porções do merecimento de cada um".
Com o crescimento do volume das
emprêsas, dentro da economia capita lista, que deu seus frutos no Estado constitucional democrático, o comércio começa a se manifestar como um 'con
f
junto de atividades humanas. Elas ad
quirem a fisionomia das empresas i*^" dustriais e se multiplicam pelo mundo. Mas, mesmo assim, envolvidas pelos fatiôi/es comerciais e pelas conjunturas econômicas, elas procuram ainda con servar a grande fé no fator homem, no sucesso que aspiram. As firmas modernas mantêm seu cré dito, sustentarri-;se nas mais intensas crises, atravessam as maiores dificulda
E é por isso que Benjamin Franklín,
des, procurando sempre organizar-se na base dessa honestidade comercial, que libertou o indivíduo das peias do me-
que é o símbolo da sabedoria burguê-
dievalísmo.
A radiodifusora de Moscou informa que a Polônia se tomou o maior centro exportador de carvão da Europa, cujo produto fornece a 22 nações. De acôrdo a notícia divulgada, o país ocupa o segun^ lugar como exportador dessa mer cadoria, cabendo o primeiro aos Estados Unidos. O total exportado por aquela República eslava no primeiro trimestre do pre sente ano é avaliado om 5.779.000 toneladas.
T"/T'
P A N o H O intercâmbio comercial argentino du rante o ano de 1947 alcançou 10.683
miUiões de pesos, o maior valor regís-
tr^o até esta data. O intercâmbio to
I tal do ano supera em valor, ao de 1946, em 70 por cento.
Exportações: As exportiições em 1947 alcançaram 5.332 miUiões de peso.s, o que foi devido em parte à grande re
messa de cereais dos últimos meses que durante o ano alcançaram 2.016 mi lhões, ou sejam 38 por cento do valor ex
portado. Na ordem de importância, se guem os demais produtos da agricultura, com 1.089 milhões de pesos, ou sejam 20 por cento, e as carnes com 730 milhões, ou sejam 12 por cento. Com referência
aos artigos manufaturados, foram expor tados em 1947 no total de 211 milhões de pesos, contra 446 milhões em 1946 As compras efetuadas pelo Reino Uni
do elevaram-se a 1.596 milhões, cifra
máxima registrada até esta data, que representa 30 por cento do total das
exportações. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 513 milhões, seguidos pela Espanha,com 312 milhões-
Bélgica, com 287 milhões; Itália, com 272 milhões e França, com 269 milhões de pesos.
Importações: Os valores efetivos das importações no referido ano alcança
ram ■5.351 milhões de pesos, superiores
em 125 por cento às cifras de 1946, que
foram de 2.332 milhões de pesos. As principais importações foram de maqui narias e veículos, cora 1.350 milhões , dç pesos, que representam 25 por cento
do total; têxteis e siias manufaturas, com 853 milhões, ou sejam 16 por cenlo; ferro
e seus artefatos, com 662 milhões, e
ASEMENTEIRA
combustíveis e lubrificantes, com 397
milhões de pe.sos.
DE -.J:
o Departamento Nacional de Carvão da Inglaterra dcsünará, de 15 a 16 milhões ^ de toneladas de carvão à
NASCIMENTO & COSTA, LTDA.
Imporiadores e distribuidores, de se mentes de ortaliças e flores dos
exportação e aos pontos de reabasteci
mento no exterior, ou sejam 10 milJiÕes
de toneladas a mais do que em 1947.
O aumento de 10 milhões elevará a quase 40 milhões de esterlinos o crédito da balança de pagamentos britânicos.
melhores cultivadores.
SEMENTES MARCA registrada
VENDAS POR ATACADO E VAREJO
A quantidade de carvão disponível para
Remessas pelo reembolso postal.
a exportação teve um aumento de miloes e toneladas, devido à economia no consumo interno neste inverno, sendo
LARGO GENERAL OSORIO, 25 — TELEFONE: 4-5271
End. Telegr.: "SEMENTEIRA"
SÃO PAULO
4
de graude importância o efeito psicoló
gico, poí.s estimula o povo britânico a aceitor o regime de restrições inicia do ha tanto tempo.
O programa de exportações para 1948 sigmfica que, além das entregas britâ nicas de 13 milhões de toneladas, conforme o Plano Marshall, haverá mais 3 milhões de toneladas disponíveis para
DEPOSITÁRIO DE ARTIGOS PARA PINTURA FUNDfíDO
serem exportadas para países fora da Europa, especialmente América do Sul e Canadá. *
Hí
H:
£MILIO
MULLEn
fluft <joseBoniFfíC/o-rfé
s i»auLO-aR*tsiL
A indústria siderúrgica argentina está crescendo com alguma intensidade. Aca
ba a direção gerai do que ali se chama
SECÇÃO artística e papelaria
Fabricaciones Militares" de firmar con
trato com uma grande empresa particu
lar, a cujo cargo ficarão o projeto e a direção técnica do parque siderúrgico a levantar-se em San Nicolas, na pro víncia de Buenos Aires, ou sejam, os altos fomos e os laminadores para quinhentas mil toneladas de aço por ano, da Socie dade Mista Siderúrgica Argentina.
SECÇÃO DE PINTURA SECÇÃO DE PINCÉIS TELEFONE; 2-1285 — CAIXA POSTAL: 2870
T"/T'
P A N o H O intercâmbio comercial argentino du rante o ano de 1947 alcançou 10.683
miUiões de pesos, o maior valor regís-
tr^o até esta data. O intercâmbio to
I tal do ano supera em valor, ao de 1946, em 70 por cento.
Exportações: As exportiições em 1947 alcançaram 5.332 miUiões de peso.s, o que foi devido em parte à grande re
messa de cereais dos últimos meses que durante o ano alcançaram 2.016 mi lhões, ou sejam 38 por cento do valor ex
portado. Na ordem de importância, se guem os demais produtos da agricultura, com 1.089 milhões de pesos, ou sejam 20 por cento, e as carnes com 730 milhões, ou sejam 12 por cento. Com referência
aos artigos manufaturados, foram expor tados em 1947 no total de 211 milhões de pesos, contra 446 milhões em 1946 As compras efetuadas pelo Reino Uni
do elevaram-se a 1.596 milhões, cifra
máxima registrada até esta data, que representa 30 por cento do total das
exportações. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 513 milhões, seguidos pela Espanha,com 312 milhões-
Bélgica, com 287 milhões; Itália, com 272 milhões e França, com 269 milhões de pesos.
Importações: Os valores efetivos das importações no referido ano alcança
ram ■5.351 milhões de pesos, superiores
em 125 por cento às cifras de 1946, que
foram de 2.332 milhões de pesos. As principais importações foram de maqui narias e veículos, cora 1.350 milhões , dç pesos, que representam 25 por cento
do total; têxteis e siias manufaturas, com 853 milhões, ou sejam 16 por cenlo; ferro
e seus artefatos, com 662 milhões, e
ASEMENTEIRA
combustíveis e lubrificantes, com 397
milhões de pe.sos.
DE -.J:
o Departamento Nacional de Carvão da Inglaterra dcsünará, de 15 a 16 milhões ^ de toneladas de carvão à
NASCIMENTO & COSTA, LTDA.
Imporiadores e distribuidores, de se mentes de ortaliças e flores dos
exportação e aos pontos de reabasteci
mento no exterior, ou sejam 10 milJiÕes
de toneladas a mais do que em 1947.
O aumento de 10 milhões elevará a quase 40 milhões de esterlinos o crédito da balança de pagamentos britânicos.
melhores cultivadores.
SEMENTES MARCA registrada
VENDAS POR ATACADO E VAREJO
A quantidade de carvão disponível para
Remessas pelo reembolso postal.
a exportação teve um aumento de miloes e toneladas, devido à economia no consumo interno neste inverno, sendo
LARGO GENERAL OSORIO, 25 — TELEFONE: 4-5271
End. Telegr.: "SEMENTEIRA"
SÃO PAULO
4
de graude importância o efeito psicoló
gico, poí.s estimula o povo britânico a aceitor o regime de restrições inicia do ha tanto tempo.
O programa de exportações para 1948 sigmfica que, além das entregas britâ nicas de 13 milhões de toneladas, conforme o Plano Marshall, haverá mais 3 milhões de toneladas disponíveis para
DEPOSITÁRIO DE ARTIGOS PARA PINTURA FUNDfíDO
serem exportadas para países fora da Europa, especialmente América do Sul e Canadá. *
Hí
H:
£MILIO
MULLEn
fluft <joseBoniFfíC/o-rfé
s i»auLO-aR*tsiL
A indústria siderúrgica argentina está crescendo com alguma intensidade. Aca
ba a direção gerai do que ali se chama
SECÇÃO artística e papelaria
Fabricaciones Militares" de firmar con
trato com uma grande empresa particu
lar, a cujo cargo ficarão o projeto e a direção técnica do parque siderúrgico a levantar-se em San Nicolas, na pro víncia de Buenos Aires, ou sejam, os altos fomos e os laminadores para quinhentas mil toneladas de aço por ano, da Socie dade Mista Siderúrgica Argentina.
SECÇÃO DE PINTURA SECÇÃO DE PINCÉIS TELEFONE; 2-1285 — CAIXA POSTAL: 2870
S6M
Banco Cruzeiro do Sul de
AQUI ESTA O
São Paulo S. A.
ponro mniiico
CAPITAL E RESERVAS: 47.000.000,00
Um simples botão garante milhares de cópias nítidas pelo
MATRIZ — SÃO PAULO rua
da
QUITANDA.
144
End. Telegr.: "BANCRUZE"
TEL. 6-7157 — 58 — 59 — 50 — com Ramais inlernos
FILIAL:
RIO DE JANEIRO
RUA
DA
CANDELARIA.
4
Sim I... No Print-Fix, o botão patenteado a ar comprimido para entintàmento por s/s-
femo pneumdt/co é a garantia de milha-
■ res de cópias nítidas e uniformes de um ■mesmo stencil. Mai^ do que um duplicador, AGÊNCIAS:
Avaré Central (R. Sío. André - Capital) — Cerqueira Cesax — Conchas — Fartura — Franca — Gália — Garça — Herculândia Ipauçú — Ipiranga (Capital) — Leme — Miguelópolis — Mogi das Cruzes — Patrocínio do Sapucaí — Penha (Capital — Pinhei ros (Capital) — Pirajuí — Pompé^a — Presidente Bernardes — Quintana — Rancharia — Santo Amaro (Capital) — Santos.
Print-Fix electro-automático tem um,prin r
cipio de funcionamento inteiramente novo
que o torna uma verdadeira máquina im
pressora para escritórios. Garantido por 5 anos. Peço-nos uma
demonstração
sem
compromisso.
¥
ÚNICOS IMPORTADORES i
^
ORGflNIZBCflO OE CONTKOU I COHT*8tUOADI MECANIZADA 1TDA.I SÂO PAULO - Rua do Cormo, 29 - J^la - Tels. 2-1866 e 2-0526 RIO DE JANEIRO - Ruo_ Debret, 79 - A - Loja - Tel. 32-6767 CURITIBA - Rua 15 de Novembro, 575 - 3.» - Tel. 4183 BELO HORIZONTE - Av. Afonso Pena, 526-11.* Tel. 2-1902
BONS
SERVIÇOS
BANCÁRIOS
S6M
Banco Cruzeiro do Sul de
AQUI ESTA O
São Paulo S. A.
ponro mniiico
CAPITAL E RESERVAS: 47.000.000,00
Um simples botão garante milhares de cópias nítidas pelo
MATRIZ — SÃO PAULO rua
da
QUITANDA.
144
End. Telegr.: "BANCRUZE"
TEL. 6-7157 — 58 — 59 — 50 — com Ramais inlernos
FILIAL:
RIO DE JANEIRO
RUA
DA
CANDELARIA.
4
Sim I... No Print-Fix, o botão patenteado a ar comprimido para entintàmento por s/s-
femo pneumdt/co é a garantia de milha-
■ res de cópias nítidas e uniformes de um ■mesmo stencil. Mai^ do que um duplicador, AGÊNCIAS:
Avaré Central (R. Sío. André - Capital) — Cerqueira Cesax — Conchas — Fartura — Franca — Gália — Garça — Herculândia Ipauçú — Ipiranga (Capital) — Leme — Miguelópolis — Mogi das Cruzes — Patrocínio do Sapucaí — Penha (Capital — Pinhei ros (Capital) — Pirajuí — Pompé^a — Presidente Bernardes — Quintana — Rancharia — Santo Amaro (Capital) — Santos.
Print-Fix electro-automático tem um,prin r
cipio de funcionamento inteiramente novo
que o torna uma verdadeira máquina im
pressora para escritórios. Garantido por 5 anos. Peço-nos uma
demonstração
sem
compromisso.
¥
ÚNICOS IMPORTADORES i
^
ORGflNIZBCflO OE CONTKOU I COHT*8tUOADI MECANIZADA 1TDA.I SÂO PAULO - Rua do Cormo, 29 - J^la - Tels. 2-1866 e 2-0526 RIO DE JANEIRO - Ruo_ Debret, 79 - A - Loja - Tel. 32-6767 CURITIBA - Rua 15 de Novembro, 575 - 3.» - Tel. 4183 BELO HORIZONTE - Av. Afonso Pena, 526-11.* Tel. 2-1902
BONS
SERVIÇOS
BANCÁRIOS
MATERIAIS
ELÉTRICOS EM
GERAL - INSTALAÇÕES
DE
LUZ E FORÇA - RADIOTELEFONIA - LUSTRES E ARAN-
Banco do Commercio e Indústria
DELAS DE ESTILO - ARTIGOS ELÉTRICOS PARA USO DOMÉSTICO - MATERIAL TELEFÔNICO
de São Paulo S/A FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
Endereço Telegráíico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"
Casa 6.SanfAnna de Electrícidade Ltda.
CAPITAL REALIZADO
gj|
FUNDO DE RESERVA LEGAL
Cr$
FUNDO DE RESERVA
IMPORTADORES
7flQo'?7f4o
7.898.d77,40
MATRIZ — São Paulo
Rua 15 de Novembro, 289 Rua Dúreíia, 43
Caixa Postal, 36 — Telefone 2-3191
End. Tel.: ELECTRO S A O
PAULO
Caixa Postal, 1020
Tel.: 2-2963 — 2-2779
FILIAIS: RIO DE JANEIRO:
~
__ Rua l.o de Março n. 77 Tel. 23-1796 - Interurbano: LD.4
15 de Novembro n. 109 Telefones: 2022 e 2485 Tele postal, 89
Caixa Postal, 230
Cortume Franco-Brasileíro
Americana — Amparo — ^rMaqu^a —
Boíucatú - Biriguí _ pinas — Catanduva —
(SOCIEDADE ANÔNIMA)
Ohmpia — Poços de gaWas
Carneiras — Pelicas-— Mestiços — Vaquetas — Bezerros —
^
- Londrina - Marüia _ presidente Prudente — Ribeirão
__
_ g-^
Cremo — Búfalo — Solas — Raspas — Verniz — etc. CAPITAL
CrS 60.000.000,00
í
CORRESPONDENTES NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO
SÃO PAULO
Avenida Água Branca, 2.000 Caixa Postal, 51-B
Fones 5-2175 — 5-2176
AGÊNCIAS:
Rio de Janeiro — Minas Gerais — Peiraná .— Rio Grande do Sul Bahia — Pernambuco — Pará
diretoria
Numa de Oliveira- Diretor-Presidente Leonidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor-Supenntendente Theodoro Ouartim Barbosa e ^ Francisco B. de Queixos Ferreira — Diretores-Gerentes
MATERIAIS
ELÉTRICOS EM
GERAL - INSTALAÇÕES
DE
LUZ E FORÇA - RADIOTELEFONIA - LUSTRES E ARAN-
Banco do Commercio e Indústria
DELAS DE ESTILO - ARTIGOS ELÉTRICOS PARA USO DOMÉSTICO - MATERIAL TELEFÔNICO
de São Paulo S/A FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
Endereço Telegráíico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"
Casa 6.SanfAnna de Electrícidade Ltda.
CAPITAL REALIZADO
gj|
FUNDO DE RESERVA LEGAL
Cr$
FUNDO DE RESERVA
IMPORTADORES
7flQo'?7f4o
7.898.d77,40
MATRIZ — São Paulo
Rua 15 de Novembro, 289 Rua Dúreíia, 43
Caixa Postal, 36 — Telefone 2-3191
End. Tel.: ELECTRO S A O
PAULO
Caixa Postal, 1020
Tel.: 2-2963 — 2-2779
FILIAIS: RIO DE JANEIRO:
~
__ Rua l.o de Março n. 77 Tel. 23-1796 - Interurbano: LD.4
15 de Novembro n. 109 Telefones: 2022 e 2485 Tele postal, 89
Caixa Postal, 230
Cortume Franco-Brasileíro
Americana — Amparo — ^rMaqu^a —
Boíucatú - Biriguí _ pinas — Catanduva —
(SOCIEDADE ANÔNIMA)
Ohmpia — Poços de gaWas
Carneiras — Pelicas-— Mestiços — Vaquetas — Bezerros —
^
- Londrina - Marüia _ presidente Prudente — Ribeirão
__
_ g-^
Cremo — Búfalo — Solas — Raspas — Verniz — etc. CAPITAL
CrS 60.000.000,00
í
CORRESPONDENTES NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO
SÃO PAULO
Avenida Água Branca, 2.000 Caixa Postal, 51-B
Fones 5-2175 — 5-2176
AGÊNCIAS:
Rio de Janeiro — Minas Gerais — Peiraná .— Rio Grande do Sul Bahia — Pernambuco — Pará
diretoria
Numa de Oliveira- Diretor-Presidente Leonidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor-Supenntendente Theodoro Ouartim Barbosa e ^ Francisco B. de Queixos Ferreira — Diretores-Gerentes
Companhia Metalúrgica Barbará (SOC. ANÔNIMA) CAPITAL Cr$ 30.000.000,00
— Tubos de ferro fundido, centrifugado para água, gás e esgoto. — Registros, válvulas, conexões. — Peças especiais de ferro fundido ou bronze. — Cilindros para Fábricas de Papel. — Material de ferro fundido para instalações sanitárias e de águas fluviais.
TIJOLOS E PEÇAS DE ALTA REFRATARIEDADE
S. PAULO — BAIRRO INDIANÓPOLIS USINAS:
(Aluminosos, Magnesita, Zirconio) B. MANSA — ESTADO DO RIO
Escritório em São Paulo
LARGO DO TESOURO, 16 — ll.o — FONE, 2-9543 Endereço Telegráfico: BARBARA'
SILIMAX
LTDA.
PRODUTOS CERÂMICOS REFRATARIOS Fábrica: Rua Alcides Queiroz, 337 —;— STO. ANDRÉ' (S.6P. e 8R-)
departamento de Vendas: Praça da Se, 297, l.a s/loja. sa Telefone 3-1631 — São Paulo
4 MOTORES marítimos ARCHIMEDES: De popa, fabricação suéca e nas potências de 2, ■ 5, 8 e 12 HP.
G R A Y : De centro a gasolina de 4 a 6 cilindros e nas potên cias de 16 a 170 HP.
JUNE MUNKTELL: De centro, fabricação suéca, semi-diesel, pe sado, baixa rotação e nas potências de 20 a 300 HP.
MAT. MARÍTIMO: Eixos, Hélices, Instrumentos de navegação e acessórios em geral para embarcações e motores ma rítimos.
PORTO
CIA. T. JANÉR, COMÉRCIO E INDtJSTRIA
^ Secção Material Maritimo Edifício Conde Matarazzo — 12.o and. TELEFONE: 3-5116 — SÃO PAULO
End. Teleg.: "JANER" Rio
—
Recife — B. Horizonte — Curitiba — Porto Alegre
ADRIANO
Companhia Metalúrgica Barbará (SOC. ANÔNIMA) CAPITAL Cr$ 30.000.000,00
— Tubos de ferro fundido, centrifugado para água, gás e esgoto. — Registros, válvulas, conexões. — Peças especiais de ferro fundido ou bronze. — Cilindros para Fábricas de Papel. — Material de ferro fundido para instalações sanitárias e de águas fluviais.
TIJOLOS E PEÇAS DE ALTA REFRATARIEDADE
S. PAULO — BAIRRO INDIANÓPOLIS USINAS:
(Aluminosos, Magnesita, Zirconio) B. MANSA — ESTADO DO RIO
Escritório em São Paulo
LARGO DO TESOURO, 16 — ll.o — FONE, 2-9543 Endereço Telegráfico: BARBARA'
SILIMAX
LTDA.
PRODUTOS CERÂMICOS REFRATARIOS Fábrica: Rua Alcides Queiroz, 337 —;— STO. ANDRÉ' (S.6P. e 8R-)
departamento de Vendas: Praça da Se, 297, l.a s/loja. sa Telefone 3-1631 — São Paulo
4 MOTORES marítimos ARCHIMEDES: De popa, fabricação suéca e nas potências de 2, ■ 5, 8 e 12 HP.
G R A Y : De centro a gasolina de 4 a 6 cilindros e nas potên cias de 16 a 170 HP.
JUNE MUNKTELL: De centro, fabricação suéca, semi-diesel, pe sado, baixa rotação e nas potências de 20 a 300 HP.
MAT. MARÍTIMO: Eixos, Hélices, Instrumentos de navegação e acessórios em geral para embarcações e motores ma rítimos.
PORTO
CIA. T. JANÉR, COMÉRCIO E INDtJSTRIA
^ Secção Material Maritimo Edifício Conde Matarazzo — 12.o and. TELEFONE: 3-5116 — SÃO PAULO
End. Teleg.: "JANER" Rio
—
Recife — B. Horizonte — Curitiba — Porto Alegre
ADRIANO
T li Rádios e acessórios
artigos elétricos em geral
Casa Sotto-Mayor TRANSMISSÃO
Rádio
ELETRICIDADE
J. FLOR ANO DE TOLEDO CORRETOR DE IMÓVEIS RUA SÃO BENTO. 45 - 5.o ANDAR - SALAS 512-3-4
ALTO-FALANTES "JENSEM"
TRANSFORMADORES "STANCOR" ANALISADORES "SIMPSON" E "TRIPLETT'
TELEFONE: 2-1421 E 2-7380
SÃO PAULO
Secção Especializada em Artigos Elétricos para Uso Doméstico Rua Libero Badaró. 645 — SÃO PAULO — Caixa Postal. 1268
j' .
parafusos PARA
TODOS
OS
BANCO DO BRASIL S/A RÜA ALVARES PENTEADO N.o 112
FINS
Porcas, rebiies, arruelas, pregos e todos os anexos dêste ramo.
NIC€LA GALLUCCI CASA ESPECIALIZADA
SAO PAULO
COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO
MANTÉM ESTOQUE COMPLETO DE TODOS OS TIPOS E BITOLAS ACEITAM-SE ENCOMENDAS ESPECIAIS
Artigos para indústrias artífices como sejam:
Válvulas — Conexões — Gaxetas — Papelões e demais artigos para água e vapor.
TAXAS DAS CC)NTAS DE DEPOSITO:
Populares (limite de Cr$ 50.000,00) Limitados (limite de Cr$ 100.000,00)
SEM LIMITE
FERRAGENS
RUA FLORÊNCIO DE ABREU. 338 —
Caixa Postal, 5.186
TELEFONE: 3-4108
Telegramas: "PHEGOPAH SAO PAULO
12 meses 6 meses
3% a a
.WW; 2% a.a.'
Depósitos a Prazo Fixo: FERRAMENTAS
4% a.a. ;...
5% a.a. 4% a.a.
Depósitos de Aviso Prévio: 30 dias
a.a.
60 dias 4 % a.a, 30 dias 3^% a.a. Contas a Prazo Fixo. com Pagamento mansal de Juros: 6 meses 3V^% a.a. 12 meses 4%% a.a.
T li Rádios e acessórios
artigos elétricos em geral
Casa Sotto-Mayor TRANSMISSÃO
Rádio
ELETRICIDADE
J. FLOR ANO DE TOLEDO CORRETOR DE IMÓVEIS RUA SÃO BENTO. 45 - 5.o ANDAR - SALAS 512-3-4
ALTO-FALANTES "JENSEM"
TRANSFORMADORES "STANCOR" ANALISADORES "SIMPSON" E "TRIPLETT'
TELEFONE: 2-1421 E 2-7380
SÃO PAULO
Secção Especializada em Artigos Elétricos para Uso Doméstico Rua Libero Badaró. 645 — SÃO PAULO — Caixa Postal. 1268
j' .
parafusos PARA
TODOS
OS
BANCO DO BRASIL S/A RÜA ALVARES PENTEADO N.o 112
FINS
Porcas, rebiies, arruelas, pregos e todos os anexos dêste ramo.
NIC€LA GALLUCCI CASA ESPECIALIZADA
SAO PAULO
COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO
MANTÉM ESTOQUE COMPLETO DE TODOS OS TIPOS E BITOLAS ACEITAM-SE ENCOMENDAS ESPECIAIS
Artigos para indústrias artífices como sejam:
Válvulas — Conexões — Gaxetas — Papelões e demais artigos para água e vapor.
TAXAS DAS CC)NTAS DE DEPOSITO:
Populares (limite de Cr$ 50.000,00) Limitados (limite de Cr$ 100.000,00)
SEM LIMITE
FERRAGENS
RUA FLORÊNCIO DE ABREU. 338 —
Caixa Postal, 5.186
TELEFONE: 3-4108
Telegramas: "PHEGOPAH SAO PAULO
12 meses 6 meses
3% a a
.WW; 2% a.a.'
Depósitos a Prazo Fixo: FERRAMENTAS
4% a.a. ;...
5% a.a. 4% a.a.
Depósitos de Aviso Prévio: 30 dias
a.a.
60 dias 4 % a.a, 30 dias 3^% a.a. Contas a Prazo Fixo. com Pagamento mansal de Juros: 6 meses 3V^% a.a. 12 meses 4%% a.a.
\\0\SA\T0 Moksanto Chemical Company
ONYX INTERNATfONAl
St. Lou<i - LIS*
tori«y Cliy - USA
Produtos intermediários. Produtos qulrnicos poro Iodos os indúsirios, irtseficidos, hcrbici-
dos. rodenlicidos. Materiais plásticos. Colas
Produtos poro omaciomenio, desersgordu-
romento, tirsgimcnlo. ocabamenlo. etc. no indústria téxiíl.
paro compensodos, etc.
DURAND & HUGUÊNIN S. A.
FABRIQUE ZURICOISE DE
Botiié.o - buiço
GAZES À BLUTER íuriQue • Suko
Coramos oo cromo especiais para
eslomporio de olgodSo,^sedo, "royon", etc.
Gazes de seda poro quodros
Corantes "Indigosol"
de estamparia. Gozes de sedo
poro peneiras, etc.
VENANGO ENGiNEERING
O "D/g«í0 ^coMco", sob a direção de Gontijo de Carvalho, incansável m ação intelectual, profícua e elevada, tem corre^ondido plenamente nos ohietivos de
TRE HrDRBUUC PflESS MFC. CD.
fhllo0elptila ' USA
setts ideadoies.
Movnf Gttcocl - USA
Máquinos pneumáticos poro
Prensos e móquinas hidráulicos
tingimemo de meodos, meios,
poro iniecòo e moldogem de motérios
íios em roços, etc.
plásticoc
Pela prohUhde das informações, pela segurança dos conceitos, os seus artigos orientam a opinião e contribuem
decisivamente para o exame apurado e idôneo dos problemas de interêsse nacional. Annibal FnEIRE
D
D
D OOLLFUS & NOACK S. A.
-j, VígsV
(Ministro do Supremo Tribunal Federal, Professor
BUFFM.O.EIEDTRO-CKEMICAL Co Ihc
Mulhouse . Fronta
da Faculdade de Direito de Recife, Anügo Mmistio
Bvílaio - USA
íeifros e panos técnicos
Peróxido de hidrogênio poro olvejamenlos nas indúsirios de'
poro todas os indústrias
tecidos e de popel, processos
da Fazenda)
quimicos. lins sanitários, etc>
Representocôes poro o Brosil de
RIO D£ JANEfRO ftuo Conselheiro Soroiva, 16
Coíxo Postol, 237 - Tei.; 23-5516
Telegromos: "COLOR"
CURITIBA SÀOPAULO Ruo MorhfT> Burchordf òOd R. Cel. M. Borrelo Moncloro, 405 Coixo PoMol^ 1685 A Tel.5 3 3154 Coixo Postal, 660 - Tet.s 3-492
Telegramas: "COLOR"
Telegroma»-. "COLOR"
b
Agentes nos principais cidades do pois Gráfica São
José
—
Rua Galvão Bueno. 230
Telefone: 6-4B12 — São Paulo
\\0\SA\T0 Moksanto Chemical Company
ONYX INTERNATfONAl
St. Lou<i - LIS*
tori«y Cliy - USA
Produtos intermediários. Produtos qulrnicos poro Iodos os indúsirios, irtseficidos, hcrbici-
dos. rodenlicidos. Materiais plásticos. Colas
Produtos poro omaciomenio, desersgordu-
romento, tirsgimcnlo. ocabamenlo. etc. no indústria téxiíl.
paro compensodos, etc.
DURAND & HUGUÊNIN S. A.
FABRIQUE ZURICOISE DE
Botiié.o - buiço
GAZES À BLUTER íuriQue • Suko
Coramos oo cromo especiais para
eslomporio de olgodSo,^sedo, "royon", etc.
Gazes de seda poro quodros
Corantes "Indigosol"
de estamparia. Gozes de sedo
poro peneiras, etc.
VENANGO ENGiNEERING
O "D/g«í0 ^coMco", sob a direção de Gontijo de Carvalho, incansável m ação intelectual, profícua e elevada, tem corre^ondido plenamente nos ohietivos de
TRE HrDRBUUC PflESS MFC. CD.
fhllo0elptila ' USA
setts ideadoies.
Movnf Gttcocl - USA
Máquinos pneumáticos poro
Prensos e móquinas hidráulicos
tingimemo de meodos, meios,
poro iniecòo e moldogem de motérios
íios em roços, etc.
plásticoc
Pela prohUhde das informações, pela segurança dos conceitos, os seus artigos orientam a opinião e contribuem
decisivamente para o exame apurado e idôneo dos problemas de interêsse nacional. Annibal FnEIRE
D
D
D OOLLFUS & NOACK S. A.
-j, VígsV
(Ministro do Supremo Tribunal Federal, Professor
BUFFM.O.EIEDTRO-CKEMICAL Co Ihc
Mulhouse . Fronta
da Faculdade de Direito de Recife, Anügo Mmistio
Bvílaio - USA
íeifros e panos técnicos
Peróxido de hidrogênio poro olvejamenlos nas indúsirios de'
poro todas os indústrias
tecidos e de popel, processos
da Fazenda)
quimicos. lins sanitários, etc>
Representocôes poro o Brosil de
RIO D£ JANEfRO ftuo Conselheiro Soroiva, 16
Coíxo Postol, 237 - Tei.; 23-5516
Telegromos: "COLOR"
CURITIBA SÀOPAULO Ruo MorhfT> Burchordf òOd R. Cel. M. Borrelo Moncloro, 405 Coixo PoMol^ 1685 A Tel.5 3 3154 Coixo Postal, 660 - Tet.s 3-492
Telegramas: "COLOR"
Telegroma»-. "COLOR"
b
Agentes nos principais cidades do pois Gráfica São
José
—
Rua Galvão Bueno. 230
Telefone: 6-4B12 — São Paulo
mantém nossos aviões em contacto permanente com a terra
S l) M te
Tci.lõnio Monteiro de Barros Filho ii>u de vív Recuperação . Européia n-\ri(» de Alnioida Magolhaes O Programa Problemas em Debaíe" _ Richard Lewinsohn Temas c
ní
-se do íim
Lobret c sua "Leltrc aux Amérlcains" __ Antônio de Queirós Telles èfBesullados do P^Pf GeAÍd°o—Ò Jose ^laSskiwitr. g'Balanço de uma Década -
O râdlo destsca-se entre os mais importantes fatôres de cuja £ Aerovlas Brasil possui um Serviço de Eládio-comunlcaçõea
'
perfeitamente aparelhado para exercer constante e rigoroso controle
iu<dt • R» u B-iüiaB-uHéaé,,C-mw»
os passageiros de Aerovias Brasil a dizer, quando desembarcam:
A.un<.:»
A,
"Toi realmente uma òllma viagem'"
,aU, a, uh-au, nu ot/ÍNCI.t tM Uo FAULO-
Rua Liharo DadarA. J?fl
fonri: ft»fr\a « Vend,j da Paiiaseai
aíwi4j
A Costa Pinto Bancária Americana —
vúo. Quando embarcar num dos confortáveis opareihos de Acrovias Brasil, faça-o com a certeza de que n&o ficará "Isolado no esoaço"
«Jiur.
_ Pimentcl Gomes
^/"'i?òL^iluciona. Brasileiro ? o"dem Econômica em Face do Direito Const.luc Amencano
coniunção depende o êxito de uma Companhia de aviação comerciai.
Nosso Depailomento de Rádio è um dos muitos fatores que levam
Guilherme Deveza
r^^^^âl%o%ométclJ^^^tÍTÍot° jV^é''da''ço^ta^Bou^nhas^^
v...^
A'« im •M etifrm H «um ftnai lérJitit. It.
""i-íiação na Europa sua SimplitlcBÇ^
Orozimbo Otávio Roxo Loureiro 101
.V.
interpretação da Política Mercenários^— Coionoa
.
I- Rrasllolra — J. Fernando Carneiro Sousa • Holanda ^ _! c;,.reio Buarque de __ Sérgio —
Mafor"cSíad":tfciiv7 dos^Sados História -- Cândido
A interpelação Comarcíal^daHU P anorama Econômico
Mota Filho
6-C'1(0 e 6-6MI . Intormaçòcf' 4*A000
Af.iSClA NO RIO 0£ JANIIROAvenida Rio Bcinco. i?f.A tioia)
fonn: RrAerva c VenJu de Piiiagen) ^2*8991 a 22*8919 * Se^io <le Inforina^ca* 22*'O^H < 22 HaRi * Ceréniia
22>8Vi(>
ANO IV - OUTUBRO DE 1949
N.o 47
}«» ' ' "® 122 ijg
\tl