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CONOMICO
mantém nossos aviões em contacto permanente com a le^ É
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I
^
«.1
SOB OS auspícios DQ ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAÜLO I oa FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SAO PAÜLO S l M \ « I « Pág.
O Programa de Recuperação Européia
Temas e Problemas em Debate --
Aproxima-se do fim a mflaçao na
Tcotõnio Monteiro de Barros Filho ."ÁTnVpidn Macalhões ..
^
Racharei Lcwinsohn -_g_
Guilherme Deveza .
Hí. Renda de Renda Americano Americano e e sua SimpliflcaçM ^
O Imposto Conlrólo do Comércio Lebrol e sua "Lef»"
Do Mil-Héls ao Cruzeiro -
camioUr c
todoi »t iMhrt»ft qiu dtttjét. ouíNCIA ÍM UO PAULO-
Alberto Americano
Sociologia e Relações Internacicnais — L. A. Costa Amadeu Pctter Giannlnl e a Organização
Brasil, faço-o com a certeza de que nSo ficara "Isolado no espaço"
AtuntMtic^ Ao pitMfítf tMt
'cÒMlitucionai Braiiielro
A Ordem Econômica em Face do Direito Consta
perfeitamente aparelhado para exercer constante e rigoroso controle vêo. Quando embarcar num doa confortáveis aparelhos de Aeroviag
m»»-
luIz de Almeida Nogueira PÔrto
do Caíé --Atitór.io de Queirós Telles
« Ralinco do uma Década - Geraldo O. Banask %sutz ^ O Aproveitamenio do São Francisco — Pinientol
E Aerovias Brasil possui um Serviço de Rádio-comunicaçòcs
Ijnáa t At» ét B-talttBttuIttBJa » Çnnntni'
^
Or Resultados do Departamento Nacional do Caie
o r&dio destaca-se entre os mais importantes (ateres de cuja
conjunção depende o êxito de uma Companhia de aviação comercUj
A'< M) <««> o^Tv «> «um ptnia ctrimí h.
Exterior
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Nosso Depeitamento de Rádio è um dos muitos fatõres que 'evani
otávio Roxo Loureiro
interpretação da Política Imigratória Brasileira - J. Fernando Carneiro rolonos e Mercenários — Otávio Tarquinio de S » '"ú Fra?ío Doméstica om São Paulo - Sérgio Buarque de Holanda
os passageiros de Acrovios Brasil a dizer, quando desembarcam; ""Foi realmente uma ótima viagem'"
roníenàrio do Brasiiio Machado — Els^rsos
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n-imilton, o Maior Cidadão Adotivo dos Estados Unido» -
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A Kteípreíação Comercial da História - Cândido Mota
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38
64 67 75 81
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6.r-l)n e 66ni - Imormi^Oes - 4-AOOO AGfNCIA NO RIO 0( lANORO-
/tecnida R>0 Donco. Í77.A <Ioit|
Fone»: RrMrva t Vendia de Pittigent
/2-899I e J2-0919 - Sn»o de Infotím^i 2}-70''Re 22 AeRi < Gtrrno» 22-Btr>6
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ANO IV - OUTUBRO DE 1948
31
36 48
Rodrigo Soares Júnior 144
Panorama Econômico — Redaçao
Toott; RtiTi» t Vfndti de Pimgeni
9 21
N.o 47
160
KF^
O DIGESTO econômico _
.
esta à venda
OsnosS^agenferrrÍacr encomenda, bem como a íeLh
de Cr$ 30,00 anuais.
^'00. a suprir qualquer
^
«sinaturas. ao preço
FERNANDO CHINAGLIA
industrias de Artefatos de Borracha e Calçados
Avenida Presidente Vargas, 502. 19.o andar Rio de Janeiro
NOSSAS Paranár J. Ghingnone, Rua is rt« m vcmbro. 423. Curitiba.
Pernambuco:
remando
CALÇADOS EM GERAL — Cslpidos de couro com lolu de
U'
borrach*. para homeo), Koboru e crtaoçaa. Teoit e calçado* de lona para eiportei e praia.
chin...i,
Roa^do Imperador. 221. 3.0
^**^"saídanhl°H''■/í'® Souza & Cia.. Saldanha da Gama, G. Salvador. ^"Praía^^jf Albuquerque & Cia. íTaça do i-erreira. 621. Fortaleza. Viuva Copolilo & Fi-
Vitóri?."''
""'GoliSta.""""'""'
ESPECIALIDADES!
ARTEFATOS PARA CALÇADOS —Saltoae capas de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, senhora» e crianças. Lençóis de borracha para solado. Vírolas de borra
Piauí: Cláudio M. Totc, Tcrcsíno.
cha. Corticite para calçado» de bomeo» e criança». Tira de
Rio do Janeiro: Fernando ChinaRlia anciar ^«2. 19 o
ligação. Outras miudezas.
ARTEFATOS DE BORRACHA EM GERAL-Roj elástico,
de bonacht de todos os tipos. Lençóis de borracha para fio» para cinta» elásticas e pira hospitais. Tapetes de borracha de^ linnipidores para pias, pis de cadeira, pneumiticos e coídóei para rodas de velocípede,. P„caros. guamições de borracha oar. pratos, fodu de borracha para balanças, revestimento de r^
Monteiro. 361.
Setenta A.
par. fios mdustruu e mai» um. afinidade de produtos de borr^
Pat; í-'„° ílíir" Feru.nndo Chinnglia, R de Jm,^ Santa CaUrina: Pedro Xavier & f,-,
Rua Fel.pe Schmidt, 8, Fiofianóp.
Sâo Paulo: A Intelectual, Ltda
Pará: Albano H. Martins & Cia
vessa Campos Sales. 85/89. Beíém*
Paraiba: Loja das Revistas Rua n»
rão do Triunlp. 5I0-A, João PessoA
u.-a
duto Santa Efigcnia. 281. S. Paulo Sergipe: Livraria Regina Ltda,. Rua João Pessoa. 137. Aracaju.
Território do Acre: Diógenes de Oliveira. Rio Branco.
honiCIITES OOS IFAMflDOS SILTOS DE BDRRICHA I
FABRICASi
Joo Marajó/ 136/158 >ua Cesorlo Alvini/ 297 ESCRITÓRIO!
V a Maraíô/ 136 São Paulo TINATI-C-1-Ó
-r-. r-r/^as-^ t TELEFONES Gerencia
—
9-3205
Contadoria — 9-3200 Vendas
—
9-5844
Endereço Telegrõneo: CAMPANA
MARCA RE6IS-RADA
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Monteiro. 361.
Setenta A.
par. fios mdustruu e mai» um. afinidade de produtos de borr^
Pat; í-'„° ílíir" Feru.nndo Chinnglia, R de Jm,^ Santa CaUrina: Pedro Xavier & f,-,
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MARCA RE6IS-RADA
1%,Í^í^iíJ&i
?.?v.-i.'i-fcÍ>'Íy.T^;
1944
1944 1941
Aliança Inlernac.
Prudência
Carteira %
Mensais Cr$
822.990 19,1
4,3 7.803.155
9 643.G48.250 IDO 193.270575
415 -^59.000
n.567.747j2fl9.B3B.322
1
739.900 8 543,055
'
CrS
Produção
i
/O
0/
351.690.800
246 82C.C00
28,3
6,9 102.237.50C 6.1
1.528.000 3,8
19,2 5 031.700 12,8
28,7 683.952,000;41,3 5.044.25Ü 12.9 557.950 000 15;4 317.522.500
I 040 550.000
11.140.000
16.545 600 42.2
CrS •
CrS
Títulos
% sorteados %
carteira
Aumenlo de
IDO 3.621.030.000 1QD 1 659.272 800 100 39.289.550 lOE
3,9
933.215.000 9,7 26.106.675 2,749.950 28.856.625 13,3
>.441.802.000 25.3 37.959.500 3.863,490 41
2,524.320.000 25,2 55.834.500 3.593.752
/ü
0/
71.187.400^35,6 l.253.475.C00|34.6 21,2 59.428.252'28,2 522.235.000j14,4 203.870.000;12,2
CrS
Cr$
620.655
Total
Ünicos
RECEITA DE PRÊMIOS
3.328.652.250 34,5 70.566745
em vigorCr$
Capitalização, .,o Brasü, deparamos com o se.
É, como se vè, notável o desenvolvimento das emprezas de Capitalização que operam no território nacional.
—
1939
Sul Amer.
TOTAL
1947
çio em
11."
Knsrnos
nhias
Compa
piinte
'
ao 11.- exercício social das empresas de capitalização no Brasil -3
Resnltado das operaçOes relativas
ã
í
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1944
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Aliança Inlernac.
Prudência
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Mensais Cr$
822.990 19,1
4,3 7.803.155
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246 82C.C00
28,3
6,9 102.237.50C 6.1
1.528.000 3,8
19,2 5 031.700 12,8
28,7 683.952,000;41,3 5.044.25Ü 12.9 557.950 000 15;4 317.522.500
I 040 550.000
11.140.000
16.545 600 42.2
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IDO 3.621.030.000 1QD 1 659.272 800 100 39.289.550 lOE
3,9
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Cr$
620.655
Total
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RECEITA DE PRÊMIOS
3.328.652.250 34,5 70.566745
em vigorCr$
Capitalização, .,o Brasü, deparamos com o se.
É, como se vè, notável o desenvolvimento das emprezas de Capitalização que operam no território nacional.
—
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Compa
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ao 11.- exercício social das empresas de capitalização no Brasil -3
Resnltado das operaçOes relativas
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í
rr^-a» V
QUANDO èste tipo de rolamento tol lançado no merrado, 25 anos atrás, revoludonou êle a técnica
de aplicarão de rolamentos, con*
quistando terrenos vedados aos ro lamentos até então existentes. Ho-
diernamente, mllhCes de rolamen
A' T ■
tos trabalham em íaminadores de
íerro com carsa até de 1000 toneladas, em caixas de graxa para estradas de ferro, em brita-
ALIIAENTO ideal
dores de pedras e demais máqui nas sujeitas a grandes cargas e choques.
A BASE DE
'A-
COM P A N HIA fllvr dobras I L ROLÀfVlENTÒS ü iL
rr^-a» V
QUANDO èste tipo de rolamento tol lançado no merrado, 25 anos atrás, revoludonou êle a técnica
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quistando terrenos vedados aos ro lamentos até então existentes. Ho-
diernamente, mllhCes de rolamen
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tos trabalham em íaminadores de
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A BASE DE
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COM P A N HIA fllvr dobras I L ROLÀfVlENTÒS ü iL
. • « ;* *«íf»
I• *
COWPBE ÍIOSSUS BOlPAS fEITÍS TALHE impecável
^tecidos
lonas para FRHOS^ -RÒIOS ou E^Ã JOOOS
MODERNOS
lonas "MÓULDED" EM : folhas
V
Correias DE Ventiladores elegância NOTÁVEL
mangueiras de' radíador '
ÁNHSDVFWCÇ^P PAGAMENTO PELO
m\m SlAl/E"
Para que o sr. tenha uma garantia de qualidade em todos os artigos de lona necessários ao seu carro exija a marca Hycoe gra vada em todos êstes pro- ' dutos de renome universal. Para vendas e serviço precnre os dislribuidores e concessionários da
RUA 24 DE MAIO,70-90 * FONE 4-8191 SÃO PAULO
GENERni MOTQRS DO BRIlSIL S.fl.
. • « ;* *«íf»
I• *
COWPBE ÍIOSSUS BOlPAS fEITÍS TALHE impecável
^tecidos
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MODERNOS
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V
Correias DE Ventiladores elegância NOTÁVEL
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ÁNHSDVFWCÇ^P PAGAMENTO PELO
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Para que o sr. tenha uma garantia de qualidade em todos os artigos de lona necessários ao seu carro exija a marca Hycoe gra vada em todos êstes pro- ' dutos de renome universal. Para vendas e serviço precnre os dislribuidores e concessionários da
RUA 24 DE MAIO,70-90 * FONE 4-8191 SÃO PAULO
GENERni MOTQRS DO BRIlSIL S.fl.
O Programa de Recuperação Européia
\}i
Impncfo íiòbro a.<s econoinins dos pníseii latino-amerieanos
Q MUNDO DOS kíGuOiSS HUU f:UORAUi\ UEKSIl
-k
Publicado fob ot avipicios da
ASSOCincAOCOMERCIALGE SÃO PAULO
FEDERAÇÃO D°0 COMÉRCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
o Oigesto Econômico publicará no próximo numero: direito comercial E ECONO
MIA DIRIGIDA - Prof. Joseph Hamel Diretor:
Anlonlo Ooalljo de Carvalho
SINDICALISMO NO BRASIL - Clóvis Leite Ribeiro
O Digesto Económlco/ órg&o de In formações econômicas e financei
ras, é publicado mensalmente pela
QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? —
Editôra Comercial Lida. L. A. Costa Pinto
A direção nâò se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi
Teotônio Monteiro de Babros Fn.HO É óste o enunciado de uni dos itens
da agenda debatida há dias na Conferência de Chicago, levada a efei to pelo Conselho Interamericano de Comércio e Prodtição. Devendo par
ticipar dassa reunião, as entidades das classes produtoras do Brasil fi
tacado nos círculos intelectuais e po
líticos do país. Antigo deputado fe
assim como sôbre os demais a se
do às Conferências de Comércio e
rem discutidos.
Emprego, realizadas em Londres,
Na qualidade ilc
Consultor Jurídico e Assessor Téc nico da Federação do Comércio de São Paulo e da nossa Associação Co-
mercial,
coube-me
apresentar-lhes
um apanhado geral da matéria, cuja relevância é inútil ressaltar, especial
MEIOS PARA REMEDIAR A BALAN
mente quando se tenha em vista que o certame de Chicago, entre seus objetivos, visou coordenar o pensa
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Dlgeslo
ÇA DE PAGAMENTOS DESFAVO
Econômico.
RÁVEL DO BRASIL - Prof. Dorival
Américas para levá-lo à Conferência
Teixeira Vieira
marcada para fins de março de 1949. Êste artigo é uma condensação-do re
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
A ACUMULAÇÃO DAS RIQUEZAS
Prof. j^lde Sampaio ASSINATURAS: Dlgaito Econômico
Ano (simples)
Cr$ 30,00
" (registrado)
CrÇ 36.00
Número do mês;
CrÇ 3,00
Atrasado:
Crf i.oo
mento dos homens de negócio das
intergovernamental de Buenos Aires, latório verbal por mim apresentado e das conclusões escritas que ofereci,
como documentário destinado ao uso INDUSTRIA DA ELETRICIDADE EM
dos delegados paulistas do Comércio, em Chicago. As conclusões, antes da
MINAS - Osório da Rocha Diniz
partida de nossa delegação, foram examinadas c aceitas no Rio, em reu
nião de representantes credenciados ♦
Il^daçSo e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
versidade de São Paulo, é nome des
zeram, com a necessária antecedên cia, acurados estudos sôbre êsse item,
TE — Dariü de Almeida Magalhães
Aceita-se intercâmbio com publi
de Ciência das Finanças na Facul dade de Direito e na Faculdade de Ciências Econômicas, ambas da Uni
TEMAS E -PROBLEMAS EM DEBA
nados.
O aulor do presente artigo, professor
pelas nossas classes produtoras, de modo qae passaram a constituir a
expressão da opinião médiá dessas classes, a respeito do problema.
deral e secretário de Estado, delega
Genebra e Havana, o professor Teo tônio Monteiro de Barros Filho pu
blicou inúmeros ensaios sôbre eco nomia e finanças, salientando-se da
sua produção os livros "Justiça do Trabalho" e "As Taxas e os seus
■•rincipais Problemas Teóricos". Tem no prelo: "Compêndio de Finanças".
As economias latino-americanas
Do ponto-de-vista dos países latinoamericanos, o estudo das prováveis re percussões do programa de recuperação européia sôbre as suas economias impli ca no exame de dois de seus problemas fundamentais: o das matérias-primas e o do desenvolvimento econômico, especial mente no setor industrial.
Há, sem dúvida, um grave risco em todas as generalizações. Entretanto, dos países da América Latina se pode dizer que, em seu estado econômico atual, apresentam como traços comuns, de um lado, um desenvolvimento industrial in-
O Programa de Recuperação Européia
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Q MUNDO DOS kíGuOiSS HUU f:UORAUi\ UEKSIl
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Anlonlo Ooalljo de Carvalho
SINDICALISMO NO BRASIL - Clóvis Leite Ribeiro
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ras, é publicado mensalmente pela
QUE É UM PROBLEMA SOCIAL? —
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A direção nâò se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi
Teotônio Monteiro de Babros Fn.HO É óste o enunciado de uni dos itens
da agenda debatida há dias na Conferência de Chicago, levada a efei to pelo Conselho Interamericano de Comércio e Prodtição. Devendo par
ticipar dassa reunião, as entidades das classes produtoras do Brasil fi
tacado nos círculos intelectuais e po
líticos do país. Antigo deputado fe
assim como sôbre os demais a se
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rem discutidos.
Emprego, realizadas em Londres,
Na qualidade ilc
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mercial,
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um apanhado geral da matéria, cuja relevância é inútil ressaltar, especial
MEIOS PARA REMEDIAR A BALAN
mente quando se tenha em vista que o certame de Chicago, entre seus objetivos, visou coordenar o pensa
Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do Dlgeslo
ÇA DE PAGAMENTOS DESFAVO
Econômico.
RÁVEL DO BRASIL - Prof. Dorival
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Teixeira Vieira
marcada para fins de março de 1949. Êste artigo é uma condensação-do re
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
A ACUMULAÇÃO DAS RIQUEZAS
Prof. j^lde Sampaio ASSINATURAS: Dlgaito Econômico
Ano (simples)
Cr$ 30,00
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Número do mês;
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Atrasado:
Crf i.oo
mento dos homens de negócio das
intergovernamental de Buenos Aires, latório verbal por mim apresentado e das conclusões escritas que ofereci,
como documentário destinado ao uso INDUSTRIA DA ELETRICIDADE EM
dos delegados paulistas do Comércio, em Chicago. As conclusões, antes da
MINAS - Osório da Rocha Diniz
partida de nossa delegação, foram examinadas c aceitas no Rio, em reu
nião de representantes credenciados ♦
Il^daçSo e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
versidade de São Paulo, é nome des
zeram, com a necessária antecedên cia, acurados estudos sôbre êsse item,
TE — Dariü de Almeida Magalhães
Aceita-se intercâmbio com publi
de Ciência das Finanças na Facul dade de Direito e na Faculdade de Ciências Econômicas, ambas da Uni
TEMAS E -PROBLEMAS EM DEBA
nados.
O aulor do presente artigo, professor
pelas nossas classes produtoras, de modo qae passaram a constituir a
expressão da opinião médiá dessas classes, a respeito do problema.
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Genebra e Havana, o professor Teo tônio Monteiro de Barros Filho pu
blicou inúmeros ensaios sôbre eco nomia e finanças, salientando-se da
sua produção os livros "Justiça do Trabalho" e "As Taxas e os seus
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As economias latino-americanas
Do ponto-de-vista dos países latinoamericanos, o estudo das prováveis re percussões do programa de recuperação européia sôbre as suas economias impli ca no exame de dois de seus problemas fundamentais: o das matérias-primas e o do desenvolvimento econômico, especial mente no setor industrial.
Há, sem dúvida, um grave risco em todas as generalizações. Entretanto, dos países da América Latina se pode dizer que, em seu estado econômico atual, apresentam como traços comuns, de um lado, um desenvolvimento industrial in-
•
Dii;i--STO
10
Econômico
-í
Dii.i;s'i'o Econômico
grupo limitado tle produtos dc base, que constituem, sem exceçjo, o principal
gamentos desequilibradas no sentido de ficitário são, por isso mesmo, uma das
suporte das suas exportações. Ora, todos conhecem as especiais difi culdades que caracterizam a economia
suas características mais marcantes. Nu
primas cuyos mercados se liallan en el exterior y cuyos prccios se detcrminan en mercados mundia'cs, cons-
dos produtos de base.
cipíente, e dc outro, como conseqüência,
Ia América Latina a flutuacioncs cí
a estreita dependência, em que todos vi
clicas muy marcadas. Notesc que
vem, do comércio exterior de matérias-
once artículos, todos cllos matérias
prirnas.
"Las naciones latinoamericanas no
•
tituyen Ia exportación principal de
De um lado,
solamente dependen dei comercio ex terior sino que han llevado sus in
cada uno de los pai.ses latinoamerica-
la, estão sujeitos, no seu processo pro
dustrias de exportación a una especialización extrema. Son muy cono-
nos." (P. R. Olson c C. A. Hickinan.
dutivo, à marcha favorável ou desfavo
— "Economia Internacional I,atino-
muitos deles, sendo de origem agríco
rável das estações.
Se corre bem o
cídos los ejemplos de esta concentración de Ia produtividad, de los que
americana" — trad. espanhola de A. S. Hoyos, edição do Fundo de Cultu
podemos anotar los nitratos chilenos,
ra Econômica, Mé.xico, 194.5. nus.
causa da maior oferta. Se, ao contrário,
15/16).
as condições naturais não são propicias,
el café brasileno, y los platanos, ei café y el azúcar dei Caribe; pero pro-
É fora de dúvida, portanto, (pic u
enfasis necessário al grado eii que
ba.se das economias latino-americanas
esos casos son típicos de Ia economia
aparece por demais limitada e concen
latinoamericana. En 1938, once de las veinte repúblicas latinoamericanas dependian de Ias exportaciones de un solo producto que cubria el 50% o más de! valor total de Ia exporta ción. En tres casos, un solo producto
trada.
tal de Ia exportación. Cada una de
las naciones latinoamericanas depen dian de un so!o producto para cubrir
A intensidade desse fenômeno
ria que, afora esses produtos fundamen
pal de siete naciones; el azúcar, los platanos y el algodón dominam en las
bal. (Op. cit. pg. 16).
portaciones, aunque Ia naturaleza dei
articulo variase de un país a otro. El café constituye Ia exportación princi e.xportaciones de dos países cada uno; y el rhaíz, el estano, el cobre, e! cacao. Ia plata, Ia lana y el petró leo constítuyen Ia exportación prin cipal de uma sóia nación en cada
"Problemas Econórnicos da América La
caso. Recordando los antecedentes de
cialista.
mercados y precios de estos artículos
tra que a impressão dominante entre
Em 1944, sob a direção de Seymour E. Harris, foi publicado estudo sôbre os
lização, os seus preços so
frem de um mal incurável: a
tina", no qual o exame da economia
de cada país ficou a cargo de um espe A leitura do trabalho demons
durante Ia pasada década y media se
êsses especialistas é a mesma já atrás
ve claramente que una especializa-
assinalada; os países latino-americanos
cíón tan pronunciada ha sometido a
estão jimgidos econòmícamentc a iim
imensa disparidade que há entre eles e os preços dos
produtos indu.striais.
Esta
circunstancia é particularmente infeliz
para economias que repousam essencial
•1
no sentido de uma industrialização rá
pida.
teradamente se defrontam as economias latino-americanas,
dutos que, em regra, são ex portados "in natura , sem nenhum toque de industria
f
ausência de investimentos, que seriam a condição de uma tendência evolutiva
sobem os preços fortemente, mas isto pouco aproveita ao tro lado, tratando-se de pro-
gos de exportação de cada pais e compa
acumulados nas épocas de "vacas ma gras". Por seu lado, a eliminação da possibilidade de poupanças acarreta a
Tudo isto explica não só as dificuldades com que rei-
muito o que vender. De ou
tais já apontados, são muito jjoucos os outros que surgem: linliaça, fumo, chum bo, quebracho, carnes e couros, trigo, oleaginosas — todos êles, corno se vê classificados no grupo dos produtos de base. Tomados os três principais arti
contrabalançar com sobra os déficits
procura de tais produtos, es pecialmente dos alimentares, produtor, porque êle não tem
fica ainda mais clara, quando se recor
radas as cifras que êles representam com o montante total da e.vportação, \erifica-se que em 19 das 20 repúblicas latino-americanas esses três produtos atingem a 50%, ou mais, do valor glo
el 20% o más dei valor de sus ex
boas colheitas, mas os preços caem por
\-crifica-se a escassez; e sendo rígida á
bablemente no se ha dado todo el
constituía el 75% o más dei va'or to
tempo, há a abundância decorrente das
las, ou quase, são as suas possibilidades de poupança privada, porque os saldos dos períodos de "vacas gordas", em re gra, se apresentam insuficientes para
mente sôbre as matérias-primas minerais,
agrícolas e agro-pecuárias. Os produtores recebem pouco pelo que vendem c
mas também o porquê da es treita dependência em que elas vivem do seu comércio
de exportação, oferecendo à análise grandes semelhanças com as economias de tipo co
lonial. Impossibilitadas de realizar poupanças apreciá veis e, conseqüentemente, de disporem de capitais para investimentos, o cométcio ex
terno de exportação passa a avultar dominadoramente entre as determinantes
variáveis da e.xpansão de tais economias, deixando-as à mercê dos mercados in
ternacionais de produtos de base, nos
pagam muito pelo que compiam.
quais os preços são muitas vezes fixados
rias-primas. Ora os preços assegurados pelos mercados internacionais lhes per-
tôdas as economias latino-americanas
ao sabor de interêsses de grandes Assim, da própria natureza das coisas "trusts" e "cartéis". decorre a \4da econômica instável e pre-Torna-se, de.starte, perfeitamente le cária das nações produtoras de maté
,-mitem uma invejável prosperidade, ora êsses mesmos preços as reduzem prati camente à indigência. Balanças de pa
gitimo e compreensível o anseio em que
vem, no sentido de uma industrialização*
mais ou menos rápida, que as liberte, a um só tempo, do regime de custos ores-
•
Dii;i--STO
10
Econômico
-í
Dii.i;s'i'o Econômico
grupo limitado tle produtos dc base, que constituem, sem exceçjo, o principal
gamentos desequilibradas no sentido de ficitário são, por isso mesmo, uma das
suporte das suas exportações. Ora, todos conhecem as especiais difi culdades que caracterizam a economia
suas características mais marcantes. Nu
primas cuyos mercados se liallan en el exterior y cuyos prccios se detcrminan en mercados mundia'cs, cons-
dos produtos de base.
cipíente, e dc outro, como conseqüência,
Ia América Latina a flutuacioncs cí
a estreita dependência, em que todos vi
clicas muy marcadas. Notesc que
vem, do comércio exterior de matérias-
once artículos, todos cllos matérias
prirnas.
"Las naciones latinoamericanas no
•
tituyen Ia exportación principal de
De um lado,
solamente dependen dei comercio ex terior sino que han llevado sus in
cada uno de los pai.ses latinoamerica-
la, estão sujeitos, no seu processo pro
dustrias de exportación a una especialización extrema. Son muy cono-
nos." (P. R. Olson c C. A. Hickinan.
dutivo, à marcha favorável ou desfavo
— "Economia Internacional I,atino-
muitos deles, sendo de origem agríco
rável das estações.
Se corre bem o
cídos los ejemplos de esta concentración de Ia produtividad, de los que
americana" — trad. espanhola de A. S. Hoyos, edição do Fundo de Cultu
podemos anotar los nitratos chilenos,
ra Econômica, Mé.xico, 194.5. nus.
causa da maior oferta. Se, ao contrário,
15/16).
as condições naturais não são propicias,
el café brasileno, y los platanos, ei café y el azúcar dei Caribe; pero pro-
É fora de dúvida, portanto, (pic u
enfasis necessário al grado eii que
ba.se das economias latino-americanas
esos casos son típicos de Ia economia
aparece por demais limitada e concen
latinoamericana. En 1938, once de las veinte repúblicas latinoamericanas dependian de Ias exportaciones de un solo producto que cubria el 50% o más de! valor total de Ia exporta ción. En tres casos, un solo producto
trada.
tal de Ia exportación. Cada una de
las naciones latinoamericanas depen dian de un so!o producto para cubrir
A intensidade desse fenômeno
ria que, afora esses produtos fundamen
pal de siete naciones; el azúcar, los platanos y el algodón dominam en las
bal. (Op. cit. pg. 16).
portaciones, aunque Ia naturaleza dei
articulo variase de un país a otro. El café constituye Ia exportación princi e.xportaciones de dos países cada uno; y el rhaíz, el estano, el cobre, e! cacao. Ia plata, Ia lana y el petró leo constítuyen Ia exportación prin cipal de uma sóia nación en cada
"Problemas Econórnicos da América La
caso. Recordando los antecedentes de
cialista.
mercados y precios de estos artículos
tra que a impressão dominante entre
Em 1944, sob a direção de Seymour E. Harris, foi publicado estudo sôbre os
lização, os seus preços so
frem de um mal incurável: a
tina", no qual o exame da economia
de cada país ficou a cargo de um espe A leitura do trabalho demons
durante Ia pasada década y media se
êsses especialistas é a mesma já atrás
ve claramente que una especializa-
assinalada; os países latino-americanos
cíón tan pronunciada ha sometido a
estão jimgidos econòmícamentc a iim
imensa disparidade que há entre eles e os preços dos
produtos indu.striais.
Esta
circunstancia é particularmente infeliz
para economias que repousam essencial
•1
no sentido de uma industrialização rá
pida.
teradamente se defrontam as economias latino-americanas,
dutos que, em regra, são ex portados "in natura , sem nenhum toque de industria
f
ausência de investimentos, que seriam a condição de uma tendência evolutiva
sobem os preços fortemente, mas isto pouco aproveita ao tro lado, tratando-se de pro-
gos de exportação de cada pais e compa
acumulados nas épocas de "vacas ma gras". Por seu lado, a eliminação da possibilidade de poupanças acarreta a
Tudo isto explica não só as dificuldades com que rei-
muito o que vender. De ou
tais já apontados, são muito jjoucos os outros que surgem: linliaça, fumo, chum bo, quebracho, carnes e couros, trigo, oleaginosas — todos êles, corno se vê classificados no grupo dos produtos de base. Tomados os três principais arti
contrabalançar com sobra os déficits
procura de tais produtos, es pecialmente dos alimentares, produtor, porque êle não tem
fica ainda mais clara, quando se recor
radas as cifras que êles representam com o montante total da e.vportação, \erifica-se que em 19 das 20 repúblicas latino-americanas esses três produtos atingem a 50%, ou mais, do valor glo
el 20% o más dei valor de sus ex
boas colheitas, mas os preços caem por
\-crifica-se a escassez; e sendo rígida á
bablemente no se ha dado todo el
constituía el 75% o más dei va'or to
tempo, há a abundância decorrente das
las, ou quase, são as suas possibilidades de poupança privada, porque os saldos dos períodos de "vacas gordas", em re gra, se apresentam insuficientes para
mente sôbre as matérias-primas minerais,
agrícolas e agro-pecuárias. Os produtores recebem pouco pelo que vendem c
mas também o porquê da es treita dependência em que elas vivem do seu comércio
de exportação, oferecendo à análise grandes semelhanças com as economias de tipo co
lonial. Impossibilitadas de realizar poupanças apreciá veis e, conseqüentemente, de disporem de capitais para investimentos, o cométcio ex
terno de exportação passa a avultar dominadoramente entre as determinantes
variáveis da e.xpansão de tais economias, deixando-as à mercê dos mercados in
ternacionais de produtos de base, nos
pagam muito pelo que compiam.
quais os preços são muitas vezes fixados
rias-primas. Ora os preços assegurados pelos mercados internacionais lhes per-
tôdas as economias latino-americanas
ao sabor de interêsses de grandes Assim, da própria natureza das coisas "trusts" e "cartéis". decorre a \4da econômica instável e pre-Torna-se, de.starte, perfeitamente le cária das nações produtoras de maté
,-mitem uma invejável prosperidade, ora êsses mesmos preços as reduzem prati camente à indigência. Balanças de pa
gitimo e compreensível o anseio em que
vem, no sentido de uma industrialização*
mais ou menos rápida, que as liberte, a um só tempo, do regime de custos ores-
"r-"''n I , l i 12
' '
centes, próprio das atividades agrárias e
também da extrema dependência em que as situam as condições específicas da
produção, troca e consumo dos' produ tos de base.
Póe-se, então, a pergunta;
I.
».
melhor caldo de cultura.
Assim, se c certo que o relatório da Conferência de Paris foi uma resposta
conclusões da referida Conferência, as
■ca, militar e humanitária determinaram a elaboração do Plano Marshall. Os 16 -países europeus interessados na recons trução, reunidos em Paris, em 1947, a
fim de examinar as sugestões contidas no discurso pronunciado por Marshall, em 5 de junho, em Harvard, concluíram no sentido de que, dada a situação defi
citária de suas balanças de pagamentos, os níveis de vida e de produção vigen tes em 1938 não poderiam ser recupera dos, senão mediante auxílio recebido do exterior e o restabelecimento das cor-
.rentes comerciais anteriores à guerra. Por seu lado, os Estados Unidos são
diretamente interessados no reerguimen. to econômico dos países europeus, os
Plano batizado com o nome do ilustre Secretário de^ Estado americano se es
auxílio de capitais, e suprimen
política de estreita cooperação
missão
de
Cooperação
Econômica
Européia abrange, de inicio, os se guintes setores básicos: produtos ali
mentícios, carvão, madeiras, eletri
para 51 milhões de toneladas em
dos quais 22,4 bilhões provenientes de
1951, ou sejam, aproximadamente,
auxílio exterior.
A pro
l -V.-
cidade, petróleo, ferro, aço. transpor
da principalmente, pelo aumento da
conveniência do Plano Marshall, por te lhes vai proporcionar.
aumentada em 25% em relação às cargas trans
portadas em 1938. Se
rão' restabelecidas as marinhas mercantes nos
níveis do primeiro ano
ao
conflito
quais representam mercados para a sua formidável produção industrial. Ora, um tal reerguimento se apresenta como con
alimentícios visa, essencialmente, o
ticipantes fornecerão, pela produção própria, a maior parte dos equipa
ração econômica." (Roberto Simon
dição essencial para que êsses países
restabelecimento dos níveis de pro dução de 1938. A estimativa de pro dução para 1950-51 é de 65,8 mi
f
insuflar no ânimo dos mesmos, mas que
causa dos benefícios que provàvelmen-
anterior
O plano de produção de gêneros
dúvidas que a solércia moscovita tentou
não germinaram, parece indiscutível a
Tal diminuição é compensa
mundial. Os países par-
tes internos e externos.
Trata-se, evidentemente, do maior em
preendimento econômico já planejado até hoje, quer pelas cifras de seu custo, quer pelo alcance dc seus prováveis efei tos políticos, econômicos, militares e hu manitários. Do ponto de vista dos paí ses europeus assistidos, afora algumas
40% aproximadamente, em relação a
produção francesa. A capacidade de transporte interno será
econômica.
. O programa de produção da Co
senvolvida e aumentada a produção
1938
tos externos;
d)
de refinação de petróleo cru será de
rença nos totais de produção, em re lação ao melhor ano, o plano prevê uma. queda da produção alemã, de
"O programa de reconstrução compreende quatro linhas de ação: esforço interior de produção; estabilidade financeira interna;
O total a ser despendido, em quatro anos de execução, foi previsto na ordem de grandeza de 35,2 bilhões de dó'ares,
superioi* em 20% à de 1938 e pouco
siva do Plano:
mico.
A capacidade
mais elevada que a produção de me lhor ano de pré-guerra. Conquanto êsses dados não revelem grande dife
Eis como o ilustre e saudoso Roberto
b) o)
rem uns com os outros no terreno econô
dução de aço em 1951 deverá ser
Simonsen resumiu a parte ativa e osten
a)
nearem as suas finanças e de coopera
80% mais do que em 1937.
quais enfei.xam unia explanação das ne cessidades da Europa, ao lado de su gestões no sentido de saná-las.
a obrigação dos países assistidos de sa
70 milhões de kws., ou sejam, 40%
mais que em 1938.
em Harvard, também é exato que o
Completando êsse conjunto de reali zações materiais, o Plano abrange ainda
gia elétrica deverá ser acrescida de mais do que em 1947, ou quase 90%
ao discurso pronunciado por Marshall
Marshall"?
Motivos de ordem econômica, empa relhados com outros de natureza políti-
1938, restando, ainda, em 1951, um déficit de 1%. A produção dc ener
comunismo, para o qual a miséria c o
truturou, em boa parte, com base nas
O Plano Marshall
Ihõcs de toneladas, contra 552 em
manifestas tendências e.xpansionistas do
Que efeitos terá, no processo de in dustrialização das economias latino-ame ricanas, o programa de recuperação da Europa, elaborado pelos Estados Unidos e conhecido sob o nome de "Plano
13
Dioesto Econômico
piciíSTO Ec;().N<')Mrr()
Mas, sob o aspecto da conveniência econômica de outras regiões, notadamen-
mentos básicos necessários à recupe
te da América Latina, a situação será igualmente clara?
Cumpre, para que se possa responder, fixar aspectos vários do Plano Marshall, positivos uns, negativos outros, focali-
a produção de 1934-38 foi de 64,5.
sen — "O Plano Marshall e suas pro váveis repercussões econômicas na América Latina", tese apresentada à
Além disso,
Ainda assim dependerão, os paí.se.s
XXVI reunião da Comissão Executiva
uma Europa ocidental, enfraquecida mo ral, política e econòmícamente, consti tui sério perigo militar, em face das
participantes, de largo volume de
do Conselho Interamericano de Co
zando-se em seguida o empreendimen to à luz da situação específica das eco
importação.
mércio e Produção, no Rio de Janeiro, em outubro de 1947, pgs. 7 e 8).
mos tentar.
possam dispor do poder de compra, em
lhões de toneladas métricas, enquanto
dólares, indispensável a um intercâmbio com os Estados Unidos.
A produção dè car\'ão
deverá ser aumentada para 584 mi-
nomias latino-americanas.
É o que va
"r-"''n I , l i 12
' '
centes, próprio das atividades agrárias e
também da extrema dependência em que as situam as condições específicas da
produção, troca e consumo dos' produ tos de base.
Póe-se, então, a pergunta;
I.
».
melhor caldo de cultura.
Assim, se c certo que o relatório da Conferência de Paris foi uma resposta
conclusões da referida Conferência, as
■ca, militar e humanitária determinaram a elaboração do Plano Marshall. Os 16 -países europeus interessados na recons trução, reunidos em Paris, em 1947, a
fim de examinar as sugestões contidas no discurso pronunciado por Marshall, em 5 de junho, em Harvard, concluíram no sentido de que, dada a situação defi
citária de suas balanças de pagamentos, os níveis de vida e de produção vigen tes em 1938 não poderiam ser recupera dos, senão mediante auxílio recebido do exterior e o restabelecimento das cor-
.rentes comerciais anteriores à guerra. Por seu lado, os Estados Unidos são
diretamente interessados no reerguimen. to econômico dos países europeus, os
Plano batizado com o nome do ilustre Secretário de^ Estado americano se es
auxílio de capitais, e suprimen
política de estreita cooperação
missão
de
Cooperação
Econômica
Européia abrange, de inicio, os se guintes setores básicos: produtos ali
mentícios, carvão, madeiras, eletri
para 51 milhões de toneladas em
dos quais 22,4 bilhões provenientes de
1951, ou sejam, aproximadamente,
auxílio exterior.
A pro
l -V.-
cidade, petróleo, ferro, aço. transpor
da principalmente, pelo aumento da
conveniência do Plano Marshall, por te lhes vai proporcionar.
aumentada em 25% em relação às cargas trans
portadas em 1938. Se
rão' restabelecidas as marinhas mercantes nos
níveis do primeiro ano
ao
conflito
quais representam mercados para a sua formidável produção industrial. Ora, um tal reerguimento se apresenta como con
alimentícios visa, essencialmente, o
ticipantes fornecerão, pela produção própria, a maior parte dos equipa
ração econômica." (Roberto Simon
dição essencial para que êsses países
restabelecimento dos níveis de pro dução de 1938. A estimativa de pro dução para 1950-51 é de 65,8 mi
f
insuflar no ânimo dos mesmos, mas que
causa dos benefícios que provàvelmen-
anterior
O plano de produção de gêneros
dúvidas que a solércia moscovita tentou
não germinaram, parece indiscutível a
Tal diminuição é compensa
mundial. Os países par-
tes internos e externos.
Trata-se, evidentemente, do maior em
preendimento econômico já planejado até hoje, quer pelas cifras de seu custo, quer pelo alcance dc seus prováveis efei tos políticos, econômicos, militares e hu manitários. Do ponto de vista dos paí ses europeus assistidos, afora algumas
40% aproximadamente, em relação a
produção francesa. A capacidade de transporte interno será
econômica.
. O programa de produção da Co
senvolvida e aumentada a produção
1938
tos externos;
d)
de refinação de petróleo cru será de
rença nos totais de produção, em re lação ao melhor ano, o plano prevê uma. queda da produção alemã, de
"O programa de reconstrução compreende quatro linhas de ação: esforço interior de produção; estabilidade financeira interna;
O total a ser despendido, em quatro anos de execução, foi previsto na ordem de grandeza de 35,2 bilhões de dó'ares,
superioi* em 20% à de 1938 e pouco
siva do Plano:
mico.
A capacidade
mais elevada que a produção de me lhor ano de pré-guerra. Conquanto êsses dados não revelem grande dife
Eis como o ilustre e saudoso Roberto
b) o)
rem uns com os outros no terreno econô
dução de aço em 1951 deverá ser
Simonsen resumiu a parte ativa e osten
a)
nearem as suas finanças e de coopera
80% mais do que em 1937.
quais enfei.xam unia explanação das ne cessidades da Europa, ao lado de su gestões no sentido de saná-las.
a obrigação dos países assistidos de sa
70 milhões de kws., ou sejam, 40%
mais que em 1938.
em Harvard, também é exato que o
Completando êsse conjunto de reali zações materiais, o Plano abrange ainda
gia elétrica deverá ser acrescida de mais do que em 1947, ou quase 90%
ao discurso pronunciado por Marshall
Marshall"?
Motivos de ordem econômica, empa relhados com outros de natureza políti-
1938, restando, ainda, em 1951, um déficit de 1%. A produção dc ener
comunismo, para o qual a miséria c o
truturou, em boa parte, com base nas
O Plano Marshall
Ihõcs de toneladas, contra 552 em
manifestas tendências e.xpansionistas do
Que efeitos terá, no processo de in dustrialização das economias latino-ame ricanas, o programa de recuperação da Europa, elaborado pelos Estados Unidos e conhecido sob o nome de "Plano
13
Dioesto Econômico
piciíSTO Ec;().N<')Mrr()
Mas, sob o aspecto da conveniência econômica de outras regiões, notadamen-
mentos básicos necessários à recupe
te da América Latina, a situação será igualmente clara?
Cumpre, para que se possa responder, fixar aspectos vários do Plano Marshall, positivos uns, negativos outros, focali-
a produção de 1934-38 foi de 64,5.
sen — "O Plano Marshall e suas pro váveis repercussões econômicas na América Latina", tese apresentada à
Além disso,
Ainda assim dependerão, os paí.se.s
XXVI reunião da Comissão Executiva
uma Europa ocidental, enfraquecida mo ral, política e econòmícamente, consti tui sério perigo militar, em face das
participantes, de largo volume de
do Conselho Interamericano de Co
zando-se em seguida o empreendimen to à luz da situação específica das eco
importação.
mércio e Produção, no Rio de Janeiro, em outubro de 1947, pgs. 7 e 8).
mos tentar.
possam dispor do poder de compra, em
lhões de toneladas métricas, enquanto
dólares, indispensável a um intercâmbio com os Estados Unidos.
A produção dè car\'ão
deverá ser aumentada para 584 mi-
nomias latino-americanas.
É o que va
iij Dfc.tüsTO Econômico
DiMisro E<:c)\ó.snr<i
Aspec/a? jjatiVM o.ç dn Plano
Nesla.s
tal depressão se irradiaria imedia tamente pelo mundo, fazendo so
condiçõe.s, parece fora de dúvida
frer a economia dos demais paí
Organização
ses. O afastamento de tòdas as
Comércio, já criadas em con
mentos para a sua tianslonnaçãu
íin produtos acabados.
São indiscutíveis os múltiplos aspec tos positivos que o Plano Marshall ofe-
que, não só durante o prazo dc
. rece à consideração de quem o examina.
Num estudo de caráter puramente
de sohdanedade humana que a sua subs-
venções inteniacionais que Se en contram em vias de ratificação
déle, os países latino-amcricano.s
é da mais alta importância para
pelos países aderentes, em nú
a segurança econômica geral.
mero
•
se considera que os produto.s cl<base são, como já demonstramos, o elemento quase e.xclii.sivo do co
coletivamente
européia encerra um conteúdo louvável
de solidariedade humana, que o nobilita
e que eleva os seus autores aos olhos
Mas, do ponto de vista dos países atino-americanos, há conseqüências eco
nômicas do Plano Marshall realmente
1)
Êle assegura a êsses países um alto nível de procura de matériasprimas, durante um período mais ou menos longo. A duração do programa é de 4 anos.
Mas a
recuperação industrial do ociden
mércio internacional dos países da
Ocidente da Europa significará,
América Latina, resulta claro qui'
provavelmente, a guerra, que.
para eles, há uma imensa \antu-
sob o ponto de vista econômico,
gem nesta .segurança do
ó o mais nefasto dos fenômenos. Isto sem aludir aos inúmeros ou tros interesses, de tipo não eco nômico, que precisam ser defendi dos, tais como a salvaguarda da liberdade, das tradições cristãs de nossa civilização, da nossa cultu ra da nossa estrutura familiar e
escoa-
Por outro lado, as compras rea-
lizadas na América Latina, ein execução do programa de recupc ração européia, poderão represen tar um fator ponderável, no sen tido de corrigir ou atenuar a es cassez de dólares, que vem difi cultando as transações comerciais
do mundo.
apreciáveis. Vamos examinar algumas das que nos parecem mais importantes:
para a propagação do comunismo. E o advento do connmisnío no
douro.
2)
outros.
5) Pelo que atrás ficou expxisto, o
com os Estados Unidos. 3)
O combate à miséria na Europa
ocidental é hoje um problema de interesse político, da nossa civi lização. Ela c o melhor clima
mento da procura. Ora, quando
o impulso de sentimentos humanitár movidas por interesses, mbora taissimsentimentos possam influir mo motivos adicionais determinantes
a açao. Seja como for, é certo que, na prática, o programa de recuperação
4)
tos, conseqüentes de enfraqueci
^os países da Eu-
Se, como resultado do Plano Mar shall, o ocidente europeu vier a se recuperar rapidamente, os paí ses aí localizados passarão a cons tituir valiosos mercados para os produtos industriais norte-ameri canos, assim como para os- pro dutos da América Latina. Ora. dada a inter-ação dos fenômenos econômicos, parece assunto de ca
Plano Marshall se apresenta como
uma inestimável contribuição mo ral e material para a paz, na qual
os países latino-americanos devem
I
estar interessados tanto quanto o resto cio mundo. Dados os pactos internacionais existentes, tendo-se em vista a situação geográfica da América do Sul e e.specialmente a do Brasil, ponderadas as forças em presença, parece certo que
te europeu garantirá, mesmo após êsses 4 anos, uma continua
pital importância o possibilitar-se
uma guerra agora, representando
ção da procura de produtos de base, porque os parques indus
a produção norte-americana a ma nutenção do seu ritmo, a fim de
o choque de duas concepções
triais da Europa, entrando a tra
que não haja risco de depressão nos Estados Unidos. Todos po dem facilmente imaginar que uma
diversas de cultura, arrastaria ao terreno da ação militar todos os
balhar em regime de pleno ren
dimento, necessitarão de ^tais ele-
do
pecialmente nos Estados Unidos,
tuações de preços de seus produ pa- Por mais altruístas que sejam as çoes a história demonstra que elas,
Internacional
causas possíveis de depressão, es
estarão cobertos contra as flu
cifir. essa a"eciarar que nao cremos tenha razão determinante principal
ternacional do Comércio c dn
execução do programa, como ain
da por um tempo razoavcI depoi.s
economico, deixaremos à-parte o cunho
6) Dada a existência da Carla In
opostas de vida e de duas formas países latino-americanos.
de mais
de
cinqüenta,
c) que faz prever uma imediata atuação prática, o Plano Marshall virá a ser executado dentro de
um conjunto de normas gerais disoiplinadoras do comércio e mesmo
da produção, fato esse que valerá como fôrça atenuadora de seus
eventuais malefícios a outros pai-
se.s que não os assistidos. Assim é, por exemplo, que os produtos de base poderão ser objeto dc acordos intergovemamentais pre vistos e regulados pela Carta de Havana, nos quais os países la tino-americanos poderão estabele cer as cláusulas que julguem úteis à salvaguarda de seus interesses econômicos.
Al estão, alinhados sumariamente, as
pectos manifestamente positivos do Pla no Marshall. Mesmo olhados sob o ponto
dc vista dos interêsses específicos da América Latina, tais aspectos saltam aos ollios. Isto, entretanto, não signifi ca que a medalha não tenha o seu re
verso. Vamos virá-la para ver. Afipecton negativos do Plano
Alguns deles, e de importância capi tal, estão relacionados com a sua própria exequibilidade.
Durante a última guerra, os Estados Unidos utilizaram controles de preços c, ao mesmo tempo, como era natural, íi\'eram de emitir em larga escala,
Nu
período bélico, ns cnntrôles funcionaram i^'k i' I- I
iij Dfc.tüsTO Econômico
DiMisro E<:c)\ó.snr<i
Aspec/a? jjatiVM o.ç dn Plano
Nesla.s
tal depressão se irradiaria imedia tamente pelo mundo, fazendo so
condiçõe.s, parece fora de dúvida
frer a economia dos demais paí
Organização
ses. O afastamento de tòdas as
Comércio, já criadas em con
mentos para a sua tianslonnaçãu
íin produtos acabados.
São indiscutíveis os múltiplos aspec tos positivos que o Plano Marshall ofe-
que, não só durante o prazo dc
. rece à consideração de quem o examina.
Num estudo de caráter puramente
de sohdanedade humana que a sua subs-
venções inteniacionais que Se en contram em vias de ratificação
déle, os países latino-amcricano.s
é da mais alta importância para
pelos países aderentes, em nú
a segurança econômica geral.
mero
•
se considera que os produto.s cl<base são, como já demonstramos, o elemento quase e.xclii.sivo do co
coletivamente
européia encerra um conteúdo louvável
de solidariedade humana, que o nobilita
e que eleva os seus autores aos olhos
Mas, do ponto de vista dos países atino-americanos, há conseqüências eco
nômicas do Plano Marshall realmente
1)
Êle assegura a êsses países um alto nível de procura de matériasprimas, durante um período mais ou menos longo. A duração do programa é de 4 anos.
Mas a
recuperação industrial do ociden
mércio internacional dos países da
Ocidente da Europa significará,
América Latina, resulta claro qui'
provavelmente, a guerra, que.
para eles, há uma imensa \antu-
sob o ponto de vista econômico,
gem nesta .segurança do
ó o mais nefasto dos fenômenos. Isto sem aludir aos inúmeros ou tros interesses, de tipo não eco nômico, que precisam ser defendi dos, tais como a salvaguarda da liberdade, das tradições cristãs de nossa civilização, da nossa cultu ra da nossa estrutura familiar e
escoa-
Por outro lado, as compras rea-
lizadas na América Latina, ein execução do programa de recupc ração européia, poderão represen tar um fator ponderável, no sen tido de corrigir ou atenuar a es cassez de dólares, que vem difi cultando as transações comerciais
do mundo.
apreciáveis. Vamos examinar algumas das que nos parecem mais importantes:
para a propagação do comunismo. E o advento do connmisnío no
douro.
2)
outros.
5) Pelo que atrás ficou expxisto, o
com os Estados Unidos. 3)
O combate à miséria na Europa
ocidental é hoje um problema de interesse político, da nossa civi lização. Ela c o melhor clima
mento da procura. Ora, quando
o impulso de sentimentos humanitár movidas por interesses, mbora taissimsentimentos possam influir mo motivos adicionais determinantes
a açao. Seja como for, é certo que, na prática, o programa de recuperação
4)
tos, conseqüentes de enfraqueci
^os países da Eu-
Se, como resultado do Plano Mar shall, o ocidente europeu vier a se recuperar rapidamente, os paí ses aí localizados passarão a cons tituir valiosos mercados para os produtos industriais norte-ameri canos, assim como para os- pro dutos da América Latina. Ora. dada a inter-ação dos fenômenos econômicos, parece assunto de ca
Plano Marshall se apresenta como
uma inestimável contribuição mo ral e material para a paz, na qual
os países latino-americanos devem
I
estar interessados tanto quanto o resto cio mundo. Dados os pactos internacionais existentes, tendo-se em vista a situação geográfica da América do Sul e e.specialmente a do Brasil, ponderadas as forças em presença, parece certo que
te europeu garantirá, mesmo após êsses 4 anos, uma continua
pital importância o possibilitar-se
uma guerra agora, representando
ção da procura de produtos de base, porque os parques indus
a produção norte-americana a ma nutenção do seu ritmo, a fim de
o choque de duas concepções
triais da Europa, entrando a tra
que não haja risco de depressão nos Estados Unidos. Todos po dem facilmente imaginar que uma
diversas de cultura, arrastaria ao terreno da ação militar todos os
balhar em regime de pleno ren
dimento, necessitarão de ^tais ele-
do
pecialmente nos Estados Unidos,
tuações de preços de seus produ pa- Por mais altruístas que sejam as çoes a história demonstra que elas,
Internacional
causas possíveis de depressão, es
estarão cobertos contra as flu
cifir. essa a"eciarar que nao cremos tenha razão determinante principal
ternacional do Comércio c dn
execução do programa, como ain
da por um tempo razoavcI depoi.s
economico, deixaremos à-parte o cunho
6) Dada a existência da Carla In
opostas de vida e de duas formas países latino-americanos.
de mais
de
cinqüenta,
c) que faz prever uma imediata atuação prática, o Plano Marshall virá a ser executado dentro de
um conjunto de normas gerais disoiplinadoras do comércio e mesmo
da produção, fato esse que valerá como fôrça atenuadora de seus
eventuais malefícios a outros pai-
se.s que não os assistidos. Assim é, por exemplo, que os produtos de base poderão ser objeto dc acordos intergovemamentais pre vistos e regulados pela Carta de Havana, nos quais os países la tino-americanos poderão estabele cer as cláusulas que julguem úteis à salvaguarda de seus interesses econômicos.
Al estão, alinhados sumariamente, as
pectos manifestamente positivos do Pla no Marshall. Mesmo olhados sob o ponto
dc vista dos interêsses específicos da América Latina, tais aspectos saltam aos ollios. Isto, entretanto, não signifi ca que a medalha não tenha o seu re
verso. Vamos virá-la para ver. Afipecton negativos do Plano
Alguns deles, e de importância capi tal, estão relacionados com a sua própria exequibilidade.
Durante a última guerra, os Estados Unidos utilizaram controles de preços c, ao mesmo tempo, como era natural, íi\'eram de emitir em larga escala,
Nu
período bélico, ns cnntrôles funcionaram i^'k i' I- I
yr;'
16
DicEsro Econômico
mais ou menos ütilmente. O exame dos
americano talvez não esteja disposto a
índices de custo de vida norte-ameri
tolerar.
canos revelam que, apesar da magnitu de das emissões e das distorsões sofri
das pela produção por força das neces
sidades militares, os preços se eleva ram moderadamente.
Entretanto, ter
minadas as operações militares, muitos
daqueles controles foram suprimidos, sendo certo, por outro lado, que a pro dução dos Estados Unidos não pôde fazer normalmente a sua reconversão às
necessidades da paz, porque a situa ção internacional se tem mantido amea
ça ora e confusa. A conseqüência disto
A estas considerações são de
acrescentar-se as dúvidas resultantes do
próximo pleito presidencial norte-ameri
cano. Sc forem vitoriosos os republica nos, de tendência isolacionisla e de men talidade inteiramente diversa no terreno
econômico, manter-se-á a orientação que o Plano Marshall traduz? Isto, porém, não é tudo.
Por causa mesmo da ameaça inflatór._a, à qual vem fazendo repelidas alu sões os estudiosos da economia americana e cs seus homens públicos, medi
das restrihvas do crédito e das emis e que as leis econômicas, livres dos óbi ces que llies haviam sido opostos pela sões, assm, como outras providências de ser tomadas. Dessas medida, ^onta e humana através dos controles terão pode resultar uma depressão na eeònr
legais, entraram a fazer sentir a sua existência a sua força, determinando uma ascensão geral nos preços. A vida
tem encarecido e a perspectiva de uma situação inflatória na América do Norte
mia norte-americana. Muitos a nrr. -
Diofsto
Econômico
17
das à própria exequibilidade do empre
de produtos acabados.
endimento, as quais são de ordem geral, prendendo-se a causas econômicas e po líticas — sem contar-se a possibilidade de uma nova guerra, que inutilizaria
panorama, como ficará situada a
por completo o Plano — vamos focalizar mais particularmente a situação da Amé rica Latina, para verificarmos, quanto a ela, quais os aspectos negati\'0s mais eN-identes do programa dç recuperação européia:
1) Antes de mais nada, cumpre lem brar que o Plano Marshall foi ela
produtora
de matérias-primas,
sem possibilidade de sair um dia
ceio assaltara já o espírito de Ro
berto Simonsen, que o expôs ao Conselho Interamericano de Co
países latino-americanos, apesar
mércio e Produção. (Qp. oit. pg
da parte importante que a estes
10).
se
reservou
na
sua
execução.
Não trataram os Estados Unidos de saber se os nossos diversos
de dar desempenho a esse papel. Não consultaram a esses países,
não é de se desprezar. Ora, a eleva ção geral de preços de produtos ame ricanos poderá, tal seja a sua magnitude,
fase depressiva? | se est^
constituir um grave empecilho à exe
ii economia norte-americana
Í.
cução do Plano Marshall. Além de um
çõbs de fazer face ao Ônus im uiius imenso
sas que a execução do Plano lhes poderia acarretar e quais os meios
re
de se atenuarem essas conseqüên
certo limite, poderá não convir aos paí ses assistidos a aqui sição desses produ tos, desde que os
verá ela, como conseqüência, permanecer na sua situação de
borado inteiramente à revelia dos
gm o auge, sendo de esperar-se
didas anti-inflatórias. a que ac^T
tanto haverá de enfrentar tão tremenda concorrência? Ou de
da sua posição de economia co
países estão ou não em condições
nos referir, para apressar o adv'í> f ^
América Latina? Que meios terá
ela para industrializar-se, se pari
lonial ou semi-colonial? Êsse re
como fato inevitável, porque jblgam qú" o ciclo de e.vpansão naquele país já aSn contrapartida. Não contribuirão t ^
E nesse
a fim de procurarem esclarecer as eventuais conseqüências dano
presentado pelo Pla no Marshall? Estas
cias. O Plano lhes foi apresen tado já pronto e consumado.
sao perguntas que so o futuro poderá
2) Cumprido o Plano Marshall e res
3) Mas não é só por aí que se devem temer conseqüências do Plano
Marshall no sentido de retardar o desenvolvimento econômico da
América.Latina, especialmente no setor da industrialização. A exe
cução do Plano, em si mesmo, vai acarretar essas conseqüências, pelos motivos,seguintes: a) os
grandes investimentos que os Es tados Unidos farão para levar a têrmo o empreendimento de au xílio à Europa constituem uma limitação do mercado internacio
nal de capitais para a América Latina, pois todo o dinheiro que
destinadas pelos Es
rar substancialmen
tados Unidos ao fi nanciamento do Pla
taurado econòmicamente o oci dente europeu, a situação que se desenhará é a seguinte: defrontarse-ão três grandes blocos econô micos de base industrial, sendo um na Europa ocidental, outro na oriental, representado pela Rússia
te, ou mesmo anu
e seus satélites, e um terceiro na
sidera que a carência de capitais
América do Norte, que é forma
e uma das causas principais do letardamento econômico dos paí ses desta parte do mundo, bem
preços se venham a tornar excessivos.
Por'outro lado, nes se
no
caso, as
Se
somas
tomariam
insuficientes, recla mando
aumentos
que o contribuinte '
responder.
Mas é
evidente que elas traduzem
dúvidas
razoáveis, cujo destêcho poderá alte
lar, tôdas as pre^'isões.
Deixando, po rém, de parte essas considerações líga-
do pelos Estados Unidos e Cana dá. A produção dêsses três blo
aí^ vai ser empatado, ou parte dele, poderia ser aplicado nos países latino-americanos, sob a
forma de empréstimos ou de in vestimentos. E quando se con
cos disputará, em concorrência
se compreende o alcance dessa
inten.sa. os mercados mundiai.s
restrição;
b) c de se esperár
yr;'
16
DicEsro Econômico
mais ou menos ütilmente. O exame dos
americano talvez não esteja disposto a
índices de custo de vida norte-ameri
tolerar.
canos revelam que, apesar da magnitu de das emissões e das distorsões sofri
das pela produção por força das neces
sidades militares, os preços se eleva ram moderadamente.
Entretanto, ter
minadas as operações militares, muitos
daqueles controles foram suprimidos, sendo certo, por outro lado, que a pro dução dos Estados Unidos não pôde fazer normalmente a sua reconversão às
necessidades da paz, porque a situa ção internacional se tem mantido amea
ça ora e confusa. A conseqüência disto
A estas considerações são de
acrescentar-se as dúvidas resultantes do
próximo pleito presidencial norte-ameri
cano. Sc forem vitoriosos os republica nos, de tendência isolacionisla e de men talidade inteiramente diversa no terreno
econômico, manter-se-á a orientação que o Plano Marshall traduz? Isto, porém, não é tudo.
Por causa mesmo da ameaça inflatór._a, à qual vem fazendo repelidas alu sões os estudiosos da economia americana e cs seus homens públicos, medi
das restrihvas do crédito e das emis e que as leis econômicas, livres dos óbi ces que llies haviam sido opostos pela sões, assm, como outras providências de ser tomadas. Dessas medida, ^onta e humana através dos controles terão pode resultar uma depressão na eeònr
legais, entraram a fazer sentir a sua existência a sua força, determinando uma ascensão geral nos preços. A vida
tem encarecido e a perspectiva de uma situação inflatória na América do Norte
mia norte-americana. Muitos a nrr. -
Diofsto
Econômico
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das à própria exequibilidade do empre
de produtos acabados.
endimento, as quais são de ordem geral, prendendo-se a causas econômicas e po líticas — sem contar-se a possibilidade de uma nova guerra, que inutilizaria
panorama, como ficará situada a
por completo o Plano — vamos focalizar mais particularmente a situação da Amé rica Latina, para verificarmos, quanto a ela, quais os aspectos negati\'0s mais eN-identes do programa dç recuperação européia:
1) Antes de mais nada, cumpre lem brar que o Plano Marshall foi ela
produtora
de matérias-primas,
sem possibilidade de sair um dia
ceio assaltara já o espírito de Ro
berto Simonsen, que o expôs ao Conselho Interamericano de Co
países latino-americanos, apesar
mércio e Produção. (Qp. oit. pg
da parte importante que a estes
10).
se
reservou
na
sua
execução.
Não trataram os Estados Unidos de saber se os nossos diversos
de dar desempenho a esse papel. Não consultaram a esses países,
não é de se desprezar. Ora, a eleva ção geral de preços de produtos ame ricanos poderá, tal seja a sua magnitude,
fase depressiva? | se est^
constituir um grave empecilho à exe
ii economia norte-americana
Í.
cução do Plano Marshall. Além de um
çõbs de fazer face ao Ônus im uiius imenso
sas que a execução do Plano lhes poderia acarretar e quais os meios
re
de se atenuarem essas conseqüên
certo limite, poderá não convir aos paí ses assistidos a aqui sição desses produ tos, desde que os
verá ela, como conseqüência, permanecer na sua situação de
borado inteiramente à revelia dos
gm o auge, sendo de esperar-se
didas anti-inflatórias. a que ac^T
tanto haverá de enfrentar tão tremenda concorrência? Ou de
da sua posição de economia co
países estão ou não em condições
nos referir, para apressar o adv'í> f ^
América Latina? Que meios terá
ela para industrializar-se, se pari
lonial ou semi-colonial? Êsse re
como fato inevitável, porque jblgam qú" o ciclo de e.vpansão naquele país já aSn contrapartida. Não contribuirão t ^
E nesse
a fim de procurarem esclarecer as eventuais conseqüências dano
presentado pelo Pla no Marshall? Estas
cias. O Plano lhes foi apresen tado já pronto e consumado.
sao perguntas que so o futuro poderá
2) Cumprido o Plano Marshall e res
3) Mas não é só por aí que se devem temer conseqüências do Plano
Marshall no sentido de retardar o desenvolvimento econômico da
América.Latina, especialmente no setor da industrialização. A exe
cução do Plano, em si mesmo, vai acarretar essas conseqüências, pelos motivos,seguintes: a) os
grandes investimentos que os Es tados Unidos farão para levar a têrmo o empreendimento de au xílio à Europa constituem uma limitação do mercado internacio
nal de capitais para a América Latina, pois todo o dinheiro que
destinadas pelos Es
rar substancialmen
tados Unidos ao fi nanciamento do Pla
taurado econòmicamente o oci dente europeu, a situação que se desenhará é a seguinte: defrontarse-ão três grandes blocos econô micos de base industrial, sendo um na Europa ocidental, outro na oriental, representado pela Rússia
te, ou mesmo anu
e seus satélites, e um terceiro na
sidera que a carência de capitais
América do Norte, que é forma
e uma das causas principais do letardamento econômico dos paí ses desta parte do mundo, bem
preços se venham a tornar excessivos.
Por'outro lado, nes se
no
caso, as
Se
somas
tomariam
insuficientes, recla mando
aumentos
que o contribuinte '
responder.
Mas é
evidente que elas traduzem
dúvidas
razoáveis, cujo destêcho poderá alte
lar, tôdas as pre^'isões.
Deixando, po rém, de parte essas considerações líga-
do pelos Estados Unidos e Cana dá. A produção dêsses três blo
aí^ vai ser empatado, ou parte dele, poderia ser aplicado nos países latino-americanos, sob a
forma de empréstimos ou de in vestimentos. E quando se con
cos disputará, em concorrência
se compreende o alcance dessa
inten.sa. os mercados mundiai.s
restrição;
b) c de se esperár
Dir.F-STo Econômico
18
que, durante a execução do Plano Marshall, o mercado exportador
dustrial, para utilizá-los na pro dução agrícola. E, em tal caso.
dos Estados Unidos se oriente no
sofrerão um novo motivo de re
sentido da Europa ocidental, fornecendo-lhe maquinaria indus
tardamento de sua industrializa
criiiciu dv .seus iiUtírè.';ses. às decorrên
o mn\impnto imigratório da Eu
cias histórica.s, jurídicas, econômicas c
ropa para os países latino-ameri
sociais desse Plano.
canos.
Êsse movimento deverá
ser facilitado com transporte e fi'
„ 11 -
ção.
nanciamento, fornecidos ã conta
trial e agrícola, assim como equi pamento de transportes, diminuin.
nu.HsTo Econômico
Não liá dúvida, pois, de que o Plano
Tcnclo-sc cm conta os objetivos polí
das verba,s do Plano Marshall.
ticos c assistcnciais do Plano Marshall,
Seu objetivo seria, a um só tem
do-se a possibilidade que têm os
Marshall tem, para os países da Amé
países latino-americanos de ad
que SC emparelham com os econômicos.
po, aliviar às necessidades alimen
rica Latina, a par de alguns aspectos
quirir nos Estados Unidos esses
c de acon.s'clbar-se uma atitude de e.x-
positivos, alguns outros de natureza ne
indispensáveis elementos para a
pcctativa simpática, por parte dos países
gativa, que sobrepujam os primeiros.
tares dos países assistidos e pos sibilitar aos países latino-america
americanos, mas xágilante.
nos aumentos substanciais de sua
sua expansão industrial c para a recomposição dos desgastes com que lutam. Ora, aí está uma se
gunda e poderosa razão de retar
Isto pòsto, não resta outra coisa a fazer
produção, a fim de torná-los ca
- in -
pazes de desempenhar o seu pa
senão procurar atenuar os malefícios e
aproveitar as eventuais vantagens. E' o
Em face do Plano Marshall, duas or
damento da nossa industrialização.
que consta das conclusões adiante ofere
dens de providências seriam cabíveis,
cidas, entre as quais se sugerem algumas
por parte dos países latino-americanos:
4) Na execução do Plano,- o papel
providências que poderão auxiliar os
ii) as que dizem respeito a interesses
previsto para os países da Améri
países latino-americanos a chegar a êssc
ca Latina é o de fornecedores de
resultado.
matérias-primas e de produtos alimentares. Ora, c sabido que em
gumas características gerais de suas economias; Conc/uáões
todos esses países o nível de vida é muito baixo, lutando as popu* lações inclusive com o problema da subnutrição.
Destarte, para
Eis as que, em seguida à exposição
verbal que fiz do assunto, tí\'e ensejo cie apresentar aos senhores diretores da Fe
que os latino-americanos possam
deração do Comércio e da Associação
desempenhar o seu papel, ter<ão de reduzir ainda mais o seu ní
Comercial de São Paulo, cm reunião do Conselho de Assessores. Dessas conclu
vel de vida, limitando-se nas pos
sões, segundo o noticiário dos jornais,
sibilidades de seu próprio abas tecimento, em favor de popula ções de países dos quais alguns
a Conferência realizada em Cliicago pelo Conselho Interaniericano de Comér
cio e Produção aproveitou pelo meno.s
foram neutros no conflito e outros
duas (a relativa à imigração e a refe
foram até mesmo inimigos. Para que os latino-americanos possam
rente à garantia de fornecimentos de
atender à.s solicitações do Plano
bens de produção e equipamentos) que constituem a essência das sugestões ofe
Marshall, em matéria de produtos
recidas:
alimentares, sem limitarem o seu
próprio consumo, será necessário
que aumentem de muito a sua produção. Mas, para fazê-lo, te,riio, de deslocar fatores de produ ção já ocupados em outras ativi dades. inclusive na produção in
comuns desses países, dadas al
-I-
O Plano Marshall é um fato real,
transcendente da vontade dos países la tino-americanos. nos quais cumpre exa
minar essa realidade, a fim de procura rem ajn.star-se, com um mínimo cio sa-
b) as relacionadas com problemas
peculiares a cada um deles.
As providências do grupo "a" poderão ser objeto de exame e ação conjunta dos governos sul-americanos, tanto na Conferência de Buenos Aires, como atra
vés da Organização Internacional do Co mércio, logo que esta entre a funcionar. As do grupo "b" constituiriam assunto
pel na execução do Plano Mar shall;
b) reconhecimento de que a sim ples vigência do Plano Marshall constitui, por si só, circunstância caracterizadora de situação de emergência capaz de autorizar a
utilização, a titulo transitório, de acordos de compensação entre países latino-americanos e outros, destinados a facilitar o comércio
internacional nessa fase, sem que
tal utilização possa ser increpada
como prática condenável ou vio-
ladora da Carta de Havana, logo que esta entre em vigência;
a ser tratado cm entendimentos bilaterais
c) que os governos latino-americanos promovam a conclusão rápida de
teressados, os Estados Unidos e os países assi.stido.s pelo Plano Marshall.
acordos sobre produtos de base, ^ nos termos dos que são previstos e padronizados pelo Capítulo VI
'entre os governos latino-americanos in - IV -
da Carta de Havana, os quais
Entre as providências a serem toma
deverão funcionar paralelamente
das conjuntamente pelos países latinoamericanos, são julgadas de utilidade as
com medidas adequadas a elimi nar Ou atenuar a margem dife
seguintes:
rencial de preços entre produtos
a) entendimento com
os Estados
de base e produtos industriais;
Unidos e outros países, especial
d) estudo e execução de um plano de
mente os assistidos, no sentido de
quotas de exportação norte-ame ricana de bens de produção agrí-
ser inténsificado em larga escala
Dir.F-STo Econômico
18
que, durante a execução do Plano Marshall, o mercado exportador
dustrial, para utilizá-los na pro dução agrícola. E, em tal caso.
dos Estados Unidos se oriente no
sofrerão um novo motivo de re
sentido da Europa ocidental, fornecendo-lhe maquinaria indus
tardamento de sua industrializa
criiiciu dv .seus iiUtírè.';ses. às decorrên
o mn\impnto imigratório da Eu
cias histórica.s, jurídicas, econômicas c
ropa para os países latino-ameri
sociais desse Plano.
canos.
Êsse movimento deverá
ser facilitado com transporte e fi'
„ 11 -
ção.
nanciamento, fornecidos ã conta
trial e agrícola, assim como equi pamento de transportes, diminuin.
nu.HsTo Econômico
Não liá dúvida, pois, de que o Plano
Tcnclo-sc cm conta os objetivos polí
das verba,s do Plano Marshall.
ticos c assistcnciais do Plano Marshall,
Seu objetivo seria, a um só tem
do-se a possibilidade que têm os
Marshall tem, para os países da Amé
países latino-americanos de ad
que SC emparelham com os econômicos.
po, aliviar às necessidades alimen
rica Latina, a par de alguns aspectos
quirir nos Estados Unidos esses
c de acon.s'clbar-se uma atitude de e.x-
positivos, alguns outros de natureza ne
indispensáveis elementos para a
pcctativa simpática, por parte dos países
gativa, que sobrepujam os primeiros.
tares dos países assistidos e pos sibilitar aos países latino-america
americanos, mas xágilante.
nos aumentos substanciais de sua
sua expansão industrial c para a recomposição dos desgastes com que lutam. Ora, aí está uma se
gunda e poderosa razão de retar
Isto pòsto, não resta outra coisa a fazer
produção, a fim de torná-los ca
- in -
pazes de desempenhar o seu pa
senão procurar atenuar os malefícios e
aproveitar as eventuais vantagens. E' o
Em face do Plano Marshall, duas or
damento da nossa industrialização.
que consta das conclusões adiante ofere
dens de providências seriam cabíveis,
cidas, entre as quais se sugerem algumas
por parte dos países latino-americanos:
4) Na execução do Plano,- o papel
providências que poderão auxiliar os
ii) as que dizem respeito a interesses
previsto para os países da Améri
países latino-americanos a chegar a êssc
ca Latina é o de fornecedores de
resultado.
matérias-primas e de produtos alimentares. Ora, c sabido que em
gumas características gerais de suas economias; Conc/uáões
todos esses países o nível de vida é muito baixo, lutando as popu* lações inclusive com o problema da subnutrição.
Destarte, para
Eis as que, em seguida à exposição
verbal que fiz do assunto, tí\'e ensejo cie apresentar aos senhores diretores da Fe
que os latino-americanos possam
deração do Comércio e da Associação
desempenhar o seu papel, ter<ão de reduzir ainda mais o seu ní
Comercial de São Paulo, cm reunião do Conselho de Assessores. Dessas conclu
vel de vida, limitando-se nas pos
sões, segundo o noticiário dos jornais,
sibilidades de seu próprio abas tecimento, em favor de popula ções de países dos quais alguns
a Conferência realizada em Cliicago pelo Conselho Interaniericano de Comér
cio e Produção aproveitou pelo meno.s
foram neutros no conflito e outros
duas (a relativa à imigração e a refe
foram até mesmo inimigos. Para que os latino-americanos possam
rente à garantia de fornecimentos de
atender à.s solicitações do Plano
bens de produção e equipamentos) que constituem a essência das sugestões ofe
Marshall, em matéria de produtos
recidas:
alimentares, sem limitarem o seu
próprio consumo, será necessário
que aumentem de muito a sua produção. Mas, para fazê-lo, te,riio, de deslocar fatores de produ ção já ocupados em outras ativi dades. inclusive na produção in
comuns desses países, dadas al
-I-
O Plano Marshall é um fato real,
transcendente da vontade dos países la tino-americanos. nos quais cumpre exa
minar essa realidade, a fim de procura rem ajn.star-se, com um mínimo cio sa-
b) as relacionadas com problemas
peculiares a cada um deles.
As providências do grupo "a" poderão ser objeto de exame e ação conjunta dos governos sul-americanos, tanto na Conferência de Buenos Aires, como atra
vés da Organização Internacional do Co mércio, logo que esta entre a funcionar. As do grupo "b" constituiriam assunto
pel na execução do Plano Mar shall;
b) reconhecimento de que a sim ples vigência do Plano Marshall constitui, por si só, circunstância caracterizadora de situação de emergência capaz de autorizar a
utilização, a titulo transitório, de acordos de compensação entre países latino-americanos e outros, destinados a facilitar o comércio
internacional nessa fase, sem que
tal utilização possa ser increpada
como prática condenável ou vio-
ladora da Carta de Havana, logo que esta entre em vigência;
a ser tratado cm entendimentos bilaterais
c) que os governos latino-americanos promovam a conclusão rápida de
teressados, os Estados Unidos e os países assi.stido.s pelo Plano Marshall.
acordos sobre produtos de base, ^ nos termos dos que são previstos e padronizados pelo Capítulo VI
'entre os governos latino-americanos in - IV -
da Carta de Havana, os quais
Entre as providências a serem toma
deverão funcionar paralelamente
das conjuntamente pelos países latinoamericanos, são julgadas de utilidade as
com medidas adequadas a elimi nar Ou atenuar a margem dife
seguintes:
rencial de preços entre produtos
a) entendimento com
os Estados
de base e produtos industriais;
Unidos e outros países, especial
d) estudo e execução de um plano de
mente os assistidos, no sentido de
quotas de exportação norte-ame ricana de bens de produção agrí-
ser inténsificado em larga escala
DICESTO ECONÓMtCO
20
colas e industriais, tendente a conciliar, na medida do possive , os fornecimentos de tais bens a
Europa com a satisfação de mínimo de necessidade desses
bens por parte dos países latinoamericanos, a fim de que êstes não sofram muito retardamento na
sua expansão econômica ©
mas previstas pelo artigo 32 e seus §§ da Carta de Havana;
Dajuo
Carta de Havana, apesar de seu certos casos, como o de que trata, conforme se pode
pelo n.° "1" da alJnea "b do ^
1° do artigo 45;
estabelecimento de um ajuste in ternacional com todos os
beneficiados pelo Plano Marshall,
segundo o qual fique bem claro não ser permitido a nenhum pais, sob a cobertura do referido Plano,
procurar armazenar estoques ele vados de produtos de base, que possam servir, depois do prazo do
plano, como massa de manobra para a manipulação de preços no mercado internacional. Se, apesar dêsse ajuste, estoques vierem a se formar, ficarão os mesmos sujeitos,
EORCE SouLE, professor e escritor de prestígio nos
estiver funcionando, os países in
fornecedores, inclusive
rigorismo contra as quotas, reco nhece a legitimidade delas em
Almeida
Magalh.áes
Profecias econômicas
nacional do Comércio, se esta já
Marshall. O estabelecimento des.
ra de comércio, pois a própna
de
de expirar o prazo de execução
do Plano Marshall, sejam convo cados, por iniciativa dos Estados Unidos ou da Organização Inter teressados no Plano Marshall, quer como assistidos, quer como
sas quotas não poderia ser nunca
Temas e problemas em debate
f) que, pelo menos seis meses antes
aparelhem para fazer face à sua missão dentro do próprio Plano entendido como medida limita o
e)
quanto à sua liquidação, às nor
os
Estados Unidos, escreve no "New York Times
Magazine", de 8 de agosto, uih artigo sob o
da
América Latina, para uma reunião de consultas, destinada a estu
dar as conseqüências do término do Plano Marshall sôbre a pro cura de produtos de base no mer cado internacional, e a adotar as
providências necessárias a impe dir a queda dessa procura. * sH
*
Com tais sugestões, apresentadas co mo conclusões do estudo feito, encerro
estas considerações sobre o Plano Mar shall e a América Latina. Mas faço-o
com um apêlo aos homens de negócio e aos homens públicos responsáveis pelos destinos dos diversos países da Améri ca Latina, no sentido de que o assunto
seja examinado e estudado cada vez mais profundamente, a fim de que não venham a ficar sacrificados interêsses substanciais da economia desta parte do continente americano.
título "Boom Days for
the Economia Prophets", que mais uma N-ez vem abalar muito a confiança que
nossam merecer as previsões relativas íos fenômenos econômicos. Sobre as lições do passado, e sôbre os erros gros seiros em que incorreram os que se
arvoraram em profetas nessa matéria,
E' ain
da esta questão culminante que consti tui abjeto do artigo de George Soule: os Estados Unidos caminham para um colapso econômico, ou para uma maior inflação? Como prever o futuro? Se rão dignas de fé as previsões que têm aparecido diàriamente nas colunas dos jornais e nos relatórios oficiais?
A lição do passado indica, segundo mostra o autor, que essas previsões de
vem ser recebidas ctim grano salis.
Em 4 de dezembro de 1928, justa mente nove meses antes do maior crash
bolsa que a história registra, e seis deveriam meditar muito os que acredi- da meses antes do começo da mais prolon mais nas suas teorias e pnncip.os
do que na realidade, e se amscam a
tarefa temerária, senão insensata, de teóricos, na aparência cientificamente
auerer amoldar esta aos seus esquemas estruturados.
Os fenômenos são realmente desnorteantes e vertiginosos, e lançam na per
gada e profunda depressão que os Esta dos Unidos conheceram, o presidente Coolidge escrevia na sua mensagem ao Legislativo:
"Nenhum Congresso dos Estados Uni.
dos jamais se reuniu para apreciar os negócios da União, tendo diante de si perspectiva mais favorável do que esta que se apresenta atualmente.. . O país
plexidade e na indecisão os que se deLuçam sobre a complexidade em que pode encarar o presente com satisfação se apresentam, entrelaçados por uma trama de efeitos e conseqüências, dentro da qual constitui tarefa angustiante en contrar o fio que possa conduzir a bom
pôrto aquêles que manobram, ou se agitam, nessa babel que é o mundo dos nossos. dias.
É um tema obrigatório, diário, nos -i .
TT-. 2-l.i»^
^M
nvâcarifA
a ânâ.
C/Stacos uniuo!», ua Ijum
lise, a diagnose do ciclo econômico que atualmente atravessa o país, e do des dobramento que terá
d'
aproximam tumultuàriamente.
e antecipar o futuro com otimismo."
A palavra do chefe do govêrno não era, naquele momento, lembra o autor, uma mera exploração política: repre sentava o consenso dos economistas mais
responsáveis, dos presidentes dos ban cos, dos capitães da indústria. Durante o "boom", as previsões eco nômicas foram, como nunca, abxmdantes; e jamais, tão dramàticamente erra
das. O presidente do "National Indus-
DICESTO ECONÓMtCO
20
colas e industriais, tendente a conciliar, na medida do possive , os fornecimentos de tais bens a
Europa com a satisfação de mínimo de necessidade desses
bens por parte dos países latinoamericanos, a fim de que êstes não sofram muito retardamento na
sua expansão econômica ©
mas previstas pelo artigo 32 e seus §§ da Carta de Havana;
Dajuo
Carta de Havana, apesar de seu certos casos, como o de que trata, conforme se pode
pelo n.° "1" da alJnea "b do ^
1° do artigo 45;
estabelecimento de um ajuste in ternacional com todos os
beneficiados pelo Plano Marshall,
segundo o qual fique bem claro não ser permitido a nenhum pais, sob a cobertura do referido Plano,
procurar armazenar estoques ele vados de produtos de base, que possam servir, depois do prazo do
plano, como massa de manobra para a manipulação de preços no mercado internacional. Se, apesar dêsse ajuste, estoques vierem a se formar, ficarão os mesmos sujeitos,
EORCE SouLE, professor e escritor de prestígio nos
estiver funcionando, os países in
fornecedores, inclusive
rigorismo contra as quotas, reco nhece a legitimidade delas em
Almeida
Magalh.áes
Profecias econômicas
nacional do Comércio, se esta já
Marshall. O estabelecimento des.
ra de comércio, pois a própna
de
de expirar o prazo de execução
do Plano Marshall, sejam convo cados, por iniciativa dos Estados Unidos ou da Organização Inter teressados no Plano Marshall, quer como assistidos, quer como
sas quotas não poderia ser nunca
Temas e problemas em debate
f) que, pelo menos seis meses antes
aparelhem para fazer face à sua missão dentro do próprio Plano entendido como medida limita o
e)
quanto à sua liquidação, às nor
os
Estados Unidos, escreve no "New York Times
Magazine", de 8 de agosto, uih artigo sob o
da
América Latina, para uma reunião de consultas, destinada a estu
dar as conseqüências do término do Plano Marshall sôbre a pro cura de produtos de base no mer cado internacional, e a adotar as
providências necessárias a impe dir a queda dessa procura. * sH
*
Com tais sugestões, apresentadas co mo conclusões do estudo feito, encerro
estas considerações sobre o Plano Mar shall e a América Latina. Mas faço-o
com um apêlo aos homens de negócio e aos homens públicos responsáveis pelos destinos dos diversos países da Améri ca Latina, no sentido de que o assunto
seja examinado e estudado cada vez mais profundamente, a fim de que não venham a ficar sacrificados interêsses substanciais da economia desta parte do continente americano.
título "Boom Days for
the Economia Prophets", que mais uma N-ez vem abalar muito a confiança que
nossam merecer as previsões relativas íos fenômenos econômicos. Sobre as lições do passado, e sôbre os erros gros seiros em que incorreram os que se
arvoraram em profetas nessa matéria,
E' ain
da esta questão culminante que consti tui abjeto do artigo de George Soule: os Estados Unidos caminham para um colapso econômico, ou para uma maior inflação? Como prever o futuro? Se rão dignas de fé as previsões que têm aparecido diàriamente nas colunas dos jornais e nos relatórios oficiais?
A lição do passado indica, segundo mostra o autor, que essas previsões de
vem ser recebidas ctim grano salis.
Em 4 de dezembro de 1928, justa mente nove meses antes do maior crash
bolsa que a história registra, e seis deveriam meditar muito os que acredi- da meses antes do começo da mais prolon mais nas suas teorias e pnncip.os
do que na realidade, e se amscam a
tarefa temerária, senão insensata, de teóricos, na aparência cientificamente
auerer amoldar esta aos seus esquemas estruturados.
Os fenômenos são realmente desnorteantes e vertiginosos, e lançam na per
gada e profunda depressão que os Esta dos Unidos conheceram, o presidente Coolidge escrevia na sua mensagem ao Legislativo:
"Nenhum Congresso dos Estados Uni.
dos jamais se reuniu para apreciar os negócios da União, tendo diante de si perspectiva mais favorável do que esta que se apresenta atualmente.. . O país
plexidade e na indecisão os que se deLuçam sobre a complexidade em que pode encarar o presente com satisfação se apresentam, entrelaçados por uma trama de efeitos e conseqüências, dentro da qual constitui tarefa angustiante en contrar o fio que possa conduzir a bom
pôrto aquêles que manobram, ou se agitam, nessa babel que é o mundo dos nossos. dias.
É um tema obrigatório, diário, nos -i .
TT-. 2-l.i»^
^M
nvâcarifA
a ânâ.
C/Stacos uniuo!», ua Ijum
lise, a diagnose do ciclo econômico que atualmente atravessa o país, e do des dobramento que terá
d'
aproximam tumultuàriamente.
e antecipar o futuro com otimismo."
A palavra do chefe do govêrno não era, naquele momento, lembra o autor, uma mera exploração política: repre sentava o consenso dos economistas mais
responsáveis, dos presidentes dos ban cos, dos capitães da indústria. Durante o "boom", as previsões eco nômicas foram, como nunca, abxmdantes; e jamais, tão dramàticamente erra
das. O presidente do "National Indus-
ptGi:;sTn Econômico
Di(:i:sT() K(:oNÓNur;o
Iria' Cniiferejicc Uoard", Magnus W. Alexander, afirmava: "Não liá nonliunia
nos anos que se seguissem ao término
razão para a menor apreensão". Outro
da guerra, ocupação para sessenta mi lhões de pessoas. Críticos conservado res objetaram que a cifra prevista era
grande homem de negócios, Irving T. •Busb, anunciava: "Nós estamos apenas
no início de um período que será conhe cido na história comó uma idade de ouro."
O preemínente economista da Univer sidade de Yale, Irving Fisher, proclama va em 15 de outubro de 1929 que os
valores dos títulos haviam atingido "um
estável alto "plateau". No mesmo dia, os valores perderam o "phiteau" e co meçaram a cair, ate à data negra de 24 de outubro. Nesta ocasião, dois fa mosos economistas britânicos, Sir Jo-
siah Stamp e John Maynard Keynes, as
seguraram aos americanos que o pâni
pera".
Outras pitonísas afoitas viram, em outros momentos, as suas previsões eco nômicas desmentidas pelos fatos positi vos. Assim, em agôsto de 1945, os mais graduados assistentes econômicos
do governo americano concluíram que o número de desempregados deveria
atingir a seis ou oito milhões, na pri mavera de 1946. Nesta época, não se
simi.smo; a lição de 1929 indica, porém,
que o otimismo será mais perigoso, cb-
excessiva, e que o pleno emprego seria
sersa o autor. De qualquer forma, uma
pregados. Resultado; as medidas pre
posição ou outra influi sensivelmente
conizadas por Wallace não foram postas em prática, e já em 1947 mais de ses
,10 desenvolvimento dos negócios e na
estabilidade do sistema econômico. Lembra George Soule que Stanley Je-
senta milhões de pessoas estavam traba
%'ons, famoso economista inglês da gera
lhando.
ção passada, procurou dar uma base
Depois de recordar tais exemplos ex
científica i\s suas previsões, formulando unia teoria para explicar as flutuações
pressivos, George Soule observa que os erros de previsões desse gênero não cons tituem privilégio dos republicanos, ou
dos' negócios como resultante das man
políticos, nem de determinada época.
chas solares; estas afetam as colheitas, e estas, por seu turno, afetam os merca
Os cálculos estatísticos e o método das
dos.
dos democratas, dos economistas ou dos
A explicação de Jevons foi retomada, poucos anos. por um grupo de inve.stigadores da Universidade de Harvard que sustentaram que as radiações •nlares variam no mesmo ritmo das con dições econômicas, assim como influem •obre o próprio temperamento humano. Finalmente, diz o autor, é possível que
curvas de evolução dos ciclos econômicos foram completa mente comprometidos pelo cq_
lapso dc 1929, conforme confes sou Paul Clay, na reunião anual de "Statistical AssociaÜon"
E, apesar de toda a realidade 25 de outubro, fazia a sua famosa decla ração de que os negócios do país repou savam sobre uma base "sólida e prós
O espírito público, nessas condições,
bá de vacilar entre o otimismo e o pes-
alcançado com nível mais baixo de em
co iria beneficiar o mundo, pois o crédito seria liberado em favor da indústria e os preços das utilida des voltariam a subir. Os preços, entretanto, continuaram a cair. sombria, o presidente Hoover, em
próxima, so será grave, ou quanto tem po durará.
medidas que indicava pura assegurar,
1932.
Durante o "New Deal", as previsões igualmente revelaram a sua precarieda de, mesmo quando formuladas pelas au
. última palavra na teona astro-econó-
mica se deva ao prof. Henry L. Moore, da Universidade de Columbia - um estàtí<:tico rigoroso ^ quando sustenth
toridades e especialistas mais respeitai dos.
Enquanto se anunciava um
cio de perigosa inflação, em virtud" da política de Roosevelt, se anmvo , ,1^ lOQ? .. depressão de^ 1937, ^e se verificava oa
nue bá um evidente paralelismo entre os ciclos dos negócios e as fase.s do planê-
crescimento das cifra.s de desemprega
ta Vênus...
Rcfeie-sc Soule a um trabalho, atual mente muito divulgado nos Estados Uni
dos.
Há pouco tempo atrás se previa uma retração acentuada em 1947 ou 1948 • Ò
Ijróprio George Soule confessa que par
dos, sob o título "Cycles - the Scien-
r
ces of Prediction", produzido- por Edward R. Dewes c Edwin F. Daki. Nesse estudo, com mapas, cartas, gráficos de
quer volume apreciável ; de "chomeurs".
ticipava dessa opinião, compreensível em face do que acontecera depois da pn-
, Henry Wallace escreveu- um livro in-
meira guerra mundial.- Entretanto, a re
titulado "Sixty Millin Jobs", no qual
tração não veio, c ninguém. pode afir
nômicos dü passado, os seus eláboradoVes predizem uom grave crise entre
.sustentou ,qué a nação deveria tomar as
mar com segurança que a depres.são está
1951 c 19.53. .
registrou, todavia, praticamente qual
tôda espécie, estudando os ciclos eco
George Soule não encontra maior sei^urança nessa e em outras prerisões
.semelhantes. Os estudos que lhe me recem re.speitü c fé são os que se ba.seiam em investigações precisas e ob jetivas, como as promovidas nos últimos
25 anos pelo "National Bureau of Econoinic Research" e pe'c "Council of Economic Ad\isers", este estabelecido des de 1946, e que tem o encargo de elabo
rar o relatório que o presidente dos Estados Unidos en\ia ao Gohgresso so bre a situação econômica. Êsses estu dos, entretanto, não buscam concluir
por profecias baseadas cm ciclos, que realmente não se sucedem com a regu
laridade pretendida. Êsses centros de
pesquisas e de investigações, que atual mente servem à orientação do govèrno não são \identes, mas órgãos capazes de indicar, baseados em fatos positiva mente apurados, aquilo que deve ser
feito pelo govêrno, em cada emergên
cia, para manter o alto nive! da produ ção e do emprego, sôbre o qual se de ve sustentar a economia nacional. Êsse
é um procedimento com base segura, pois que as alterações que se podem vè-^ rificar no mundo dos negócios depen dem dos atos do govêrno, e da ação dos "business-men" e das organizações trabalhistas. Indicando os dados, pro pondo as medidas a serem tomadas e prevendo os resultados próximos, o "Gouncil of Economics Advisers" adota cautelosamente nas suas previsões a for ma condicional, subordinando os resul
tados em vista à obediência à política recomendada. E para i.sso, para desem
penhar a sua tarefa, êsse órgão dispõe de elementos de informações vastíssimos, completos, sôbre a produção,,o poder.dc eomprá, u mãó-do-obra, a distribuição da renda nacional, o crédito — enfim,
ptGi:;sTn Econômico
Di(:i:sT() K(:oNÓNur;o
Iria' Cniiferejicc Uoard", Magnus W. Alexander, afirmava: "Não liá nonliunia
nos anos que se seguissem ao término
razão para a menor apreensão". Outro
da guerra, ocupação para sessenta mi lhões de pessoas. Críticos conservado res objetaram que a cifra prevista era
grande homem de negócios, Irving T. •Busb, anunciava: "Nós estamos apenas
no início de um período que será conhe cido na história comó uma idade de ouro."
O preemínente economista da Univer sidade de Yale, Irving Fisher, proclama va em 15 de outubro de 1929 que os
valores dos títulos haviam atingido "um
estável alto "plateau". No mesmo dia, os valores perderam o "phiteau" e co meçaram a cair, ate à data negra de 24 de outubro. Nesta ocasião, dois fa mosos economistas britânicos, Sir Jo-
siah Stamp e John Maynard Keynes, as
seguraram aos americanos que o pâni
pera".
Outras pitonísas afoitas viram, em outros momentos, as suas previsões eco nômicas desmentidas pelos fatos positi vos. Assim, em agôsto de 1945, os mais graduados assistentes econômicos
do governo americano concluíram que o número de desempregados deveria
atingir a seis ou oito milhões, na pri mavera de 1946. Nesta época, não se
simi.smo; a lição de 1929 indica, porém,
que o otimismo será mais perigoso, cb-
excessiva, e que o pleno emprego seria
sersa o autor. De qualquer forma, uma
pregados. Resultado; as medidas pre
posição ou outra influi sensivelmente
conizadas por Wallace não foram postas em prática, e já em 1947 mais de ses
,10 desenvolvimento dos negócios e na
estabilidade do sistema econômico. Lembra George Soule que Stanley Je-
senta milhões de pessoas estavam traba
%'ons, famoso economista inglês da gera
lhando.
ção passada, procurou dar uma base
Depois de recordar tais exemplos ex
científica i\s suas previsões, formulando unia teoria para explicar as flutuações
pressivos, George Soule observa que os erros de previsões desse gênero não cons tituem privilégio dos republicanos, ou
dos' negócios como resultante das man
políticos, nem de determinada época.
chas solares; estas afetam as colheitas, e estas, por seu turno, afetam os merca
Os cálculos estatísticos e o método das
dos.
dos democratas, dos economistas ou dos
A explicação de Jevons foi retomada, poucos anos. por um grupo de inve.stigadores da Universidade de Harvard que sustentaram que as radiações •nlares variam no mesmo ritmo das con dições econômicas, assim como influem •obre o próprio temperamento humano. Finalmente, diz o autor, é possível que
curvas de evolução dos ciclos econômicos foram completa mente comprometidos pelo cq_
lapso dc 1929, conforme confes sou Paul Clay, na reunião anual de "Statistical AssociaÜon"
E, apesar de toda a realidade 25 de outubro, fazia a sua famosa decla ração de que os negócios do país repou savam sobre uma base "sólida e prós
O espírito público, nessas condições,
bá de vacilar entre o otimismo e o pes-
alcançado com nível mais baixo de em
co iria beneficiar o mundo, pois o crédito seria liberado em favor da indústria e os preços das utilida des voltariam a subir. Os preços, entretanto, continuaram a cair. sombria, o presidente Hoover, em
próxima, so será grave, ou quanto tem po durará.
medidas que indicava pura assegurar,
1932.
Durante o "New Deal", as previsões igualmente revelaram a sua precarieda de, mesmo quando formuladas pelas au
. última palavra na teona astro-econó-
mica se deva ao prof. Henry L. Moore, da Universidade de Columbia - um estàtí<:tico rigoroso ^ quando sustenth
toridades e especialistas mais respeitai dos.
Enquanto se anunciava um
cio de perigosa inflação, em virtud" da política de Roosevelt, se anmvo , ,1^ lOQ? .. depressão de^ 1937, ^e se verificava oa
nue bá um evidente paralelismo entre os ciclos dos negócios e as fase.s do planê-
crescimento das cifra.s de desemprega
ta Vênus...
Rcfeie-sc Soule a um trabalho, atual mente muito divulgado nos Estados Uni
dos.
Há pouco tempo atrás se previa uma retração acentuada em 1947 ou 1948 • Ò
Ijróprio George Soule confessa que par
dos, sob o título "Cycles - the Scien-
r
ces of Prediction", produzido- por Edward R. Dewes c Edwin F. Daki. Nesse estudo, com mapas, cartas, gráficos de
quer volume apreciável ; de "chomeurs".
ticipava dessa opinião, compreensível em face do que acontecera depois da pn-
, Henry Wallace escreveu- um livro in-
meira guerra mundial.- Entretanto, a re
titulado "Sixty Millin Jobs", no qual
tração não veio, c ninguém. pode afir
nômicos dü passado, os seus eláboradoVes predizem uom grave crise entre
.sustentou ,qué a nação deveria tomar as
mar com segurança que a depres.são está
1951 c 19.53. .
registrou, todavia, praticamente qual
tôda espécie, estudando os ciclos eco
George Soule não encontra maior sei^urança nessa e em outras prerisões
.semelhantes. Os estudos que lhe me recem re.speitü c fé são os que se ba.seiam em investigações precisas e ob jetivas, como as promovidas nos últimos
25 anos pelo "National Bureau of Econoinic Research" e pe'c "Council of Economic Ad\isers", este estabelecido des de 1946, e que tem o encargo de elabo
rar o relatório que o presidente dos Estados Unidos en\ia ao Gohgresso so bre a situação econômica. Êsses estu dos, entretanto, não buscam concluir
por profecias baseadas cm ciclos, que realmente não se sucedem com a regu
laridade pretendida. Êsses centros de
pesquisas e de investigações, que atual mente servem à orientação do govèrno não são \identes, mas órgãos capazes de indicar, baseados em fatos positiva mente apurados, aquilo que deve ser
feito pelo govêrno, em cada emergên
cia, para manter o alto nive! da produ ção e do emprego, sôbre o qual se de ve sustentar a economia nacional. Êsse
é um procedimento com base segura, pois que as alterações que se podem vè-^ rificar no mundo dos negócios depen dem dos atos do govêrno, e da ação dos "business-men" e das organizações trabalhistas. Indicando os dados, pro pondo as medidas a serem tomadas e prevendo os resultados próximos, o "Gouncil of Economics Advisers" adota cautelosamente nas suas previsões a for ma condicional, subordinando os resul
tados em vista à obediência à política recomendada. E para i.sso, para desem
penhar a sua tarefa, êsse órgão dispõe de elementos de informações vastíssimos, completos, sôbre a produção,,o poder.dc eomprá, u mãó-do-obra, a distribuição da renda nacional, o crédito — enfim,
DiGKSTo
94
Econômico
DictvSTO Econômico
conhece precisamente cada um dos fa-
que decidem do trabalho c da vida de
tôres básicos que influem na vida eco nômica e financeira do país. Sem pretensões de adivinhar, são esses
mentos, as surprêsas e os riscas não se
eliminam totalmente. Fora (üsso, é na
instrumentos tècnicamente aparelhados indispensáveis para guiar no "maré magnum" da economia os condutores
tentativas aventurosas, um puro jôgo de azar muito nosso conhecido.
milhões.
Mesmo assim, com tais ele
vegação cega por adivinhação, palpite e
litiiida apena.s de empregados ao serviço
realizar um proveito financeiro razoável.
do reduzido grupo de .senhores da terra.
A empresa organizada pelo sr. Rocke feller está interessada em quatro projetos
balho agrícola, o camponês só podia ser um subnutrido, um doente, um elemento
de companliias, dedicadas ao desenvoKi-
■ Nessas condições desfavoráveis do tra
ineficiente.
O desenvoKnmento, nos últimos anos.
A Venezuela e a cooperação do sr. A .situação econômica da Venezuela se revitaliza atualmente pelo "boom
do petróleo, e a coletividade participa, de maneira apreciável, das vantagens
da exploração, em virtude das melhores c-ondições impostas pelo govêrno aos concessionários em favor da economia nacional.
Estima-se que a exploração do pe tróleo fornece 66% da receita pública, contribuindo com 95% das divisas de
que dispõe o país, anualmente, para atender às suas necessidades de impor
tação. Apesar disso, porém, a economia venezuelana tem a sua base natural na
agricultura, em que trabalha a grande maioria dos 4 milhões de habitantes do país. Desenvolver a riqueza
agrícola, aperfeiçoar e modernizar os seus mé todos de trabalho é,
pois, uma necessidade vital para a Venezuela. O sr. Nelson Rocke-
feller se dispõe a coope
rar com o capital e a técnica america nos nesse progrâma. Para isso, organi zou uma empresa cujo nome e "Venezuelan Basic Economy Corporation". É
um empreendimento semelhante ao que o antigq auxiliar do presidente Roosevelt
imagina realizar no no.sso país. Os seus
Rockefelle:
2.5
da indústria petrolífera, também contri
buiu de maneira nefasta para a decadên
mento agrícola, à indústria de pesca, do comércio por atacado e à produção de leite. A emprésa pretende empregar máquinas modemíssimas e usar técnicos e.xperientes. Serão construídas boas ca
p'anos e propósitos são objeto de uni
cia agrícola.
comentário, estampado no "Economist", de 4 de setembro, em que se analisa,
cirar em tôrno do petróleo, das especu
escolas e hospitais, consti tuindo o conjunto fazen-
cresceram, absorvendo as últimas ener
realização espera a Companhia do sr. Rockefeller também ganhar dinheiro, diz
igualmente, a situação econômica da Ve
nezuela. O conhecimento das observações formuladas
pelo órgão londrino apre oportunidade e interêsse.
sentam assim, para nós.
'/S.
A agricultura da Venezuela sempre eslêvo sob O domínio de grandes lunfundiárioN. Assim foi no tempo da colônia; e sob o domínio de Juan Vicente Gomes a tendência à concentração da propriedade do solo ainda se fêz sentir de maneira
mais aguda. O ditador tratava tôda a Venezuela como se fôsse sua fazenda pri vada, e distribuía as terras aos seus ge" neraís, parentes e favoritos. Com o de senvolvimento da indústria petrolífera o abandono .e a decadência das terras inexploradas se disseminaram. O peque 110 lavrador era impotente para o traba lho, e se deixava vencer pelo desânimo A erosão destruía progressivamente as reservas de fertilidade. A concentração da propriedade se exprimia por esta ci
fra alarmante, relativa ao ano de 1941; cerca de 4% dos agricultores possujam
perto de 79% de tôdas as terras apro veitáveis do país. E a imensa maioria
do.ç que trabalhavam no campo era cons-
Tôda a atividade econômica passou a
lações e dos ganhos rápidos que êle pro porcionava. As populações das cidades gias e capitais que podiam restar à °Jricultura. Os salários urbanos atraíam os míseros lavradores, justamente os melliores os que revelavam mais animo
sas para os trabalhadores,
das-modelos. E com esta
o "Economist".
A emprêsa projetada pelo antigo co ordenador dos negócios interamericanos
trabalhará em cooperação com o capital para ò trabalho e ambição de progresso. local. A "Corporacion de Fomento" —
A decadência da agricultma foi rápi-
uma "agência" do govêrno venezuelano
32% me"or do qu/u de 1936 As colhei.
- contribuirá com metade do capital da organização projetada. A sua parHcipação no capital será em ações preferen
rninuiram. O govêrno, dmnte da^ sv
ciais, enquanto o grupo do sr. Rocke
j
Vm 1947 a produção de imlho foi
f„s de café e de cacau também entraram Im declínio progressivo. Os rebanhos
feller conser\'ará o "contròle" das ações
.tuaçáo alarmante, procnra, desde 1945, ordinárias durante os dez primeiros anos. Tnírentar a crise agrícola, valendo-se dos Até o fim dêsse prazo, a maioria do con incursos proporcionados pelo'boom do tròle passará às -mãos dos venezuelanos. petróleo. Crédito aos fazendeiros e a for Em tômo dêsses pontos é que os interes mação de cooperativas agrícolas dotadas dos dois grupos não estão perfeita r máquinas modernas - foram as me- ses mente ajusladoQ, segundo informa o Las adotadas, ao mesmo tempo em que comentário do "Economist".
. í projetavam sistemas de irrigação para
As reservas petrolíferas da Venezuela aumentar a fertiUdade do solo. conhecidas asseguram uma produção no A iniciativa do sr. Nelson Rockefeller, nível da atual, por mais vinte anos no secundo a apreciação do "Economist , mínimo. É possível que haja reservas ■ representa a esse respeito um dos auxí maiores que as estimadas presentemen lios mais interessantes com que pode te. contar o govêrno venezuelano. O novo govêrno do país, entretanto, O plano que tem em vista o milioná-
'rio ■ americano objetiva combinar uma
efetiva ajudá econômica ao desenvolviménto do país, com a possibilidade de
procura reforçar a base agrícola da sua economia, e criar as indústrias que os
seus recursos e a situação permitirem,
DiGKSTo
94
Econômico
DictvSTO Econômico
conhece precisamente cada um dos fa-
que decidem do trabalho c da vida de
tôres básicos que influem na vida eco nômica e financeira do país. Sem pretensões de adivinhar, são esses
mentos, as surprêsas e os riscas não se
eliminam totalmente. Fora (üsso, é na
instrumentos tècnicamente aparelhados indispensáveis para guiar no "maré magnum" da economia os condutores
tentativas aventurosas, um puro jôgo de azar muito nosso conhecido.
milhões.
Mesmo assim, com tais ele
vegação cega por adivinhação, palpite e
litiiida apena.s de empregados ao serviço
realizar um proveito financeiro razoável.
do reduzido grupo de .senhores da terra.
A empresa organizada pelo sr. Rocke feller está interessada em quatro projetos
balho agrícola, o camponês só podia ser um subnutrido, um doente, um elemento
de companliias, dedicadas ao desenvoKi-
■ Nessas condições desfavoráveis do tra
ineficiente.
O desenvoKnmento, nos últimos anos.
A Venezuela e a cooperação do sr. A .situação econômica da Venezuela se revitaliza atualmente pelo "boom
do petróleo, e a coletividade participa, de maneira apreciável, das vantagens
da exploração, em virtude das melhores c-ondições impostas pelo govêrno aos concessionários em favor da economia nacional.
Estima-se que a exploração do pe tróleo fornece 66% da receita pública, contribuindo com 95% das divisas de
que dispõe o país, anualmente, para atender às suas necessidades de impor
tação. Apesar disso, porém, a economia venezuelana tem a sua base natural na
agricultura, em que trabalha a grande maioria dos 4 milhões de habitantes do país. Desenvolver a riqueza
agrícola, aperfeiçoar e modernizar os seus mé todos de trabalho é,
pois, uma necessidade vital para a Venezuela. O sr. Nelson Rocke-
feller se dispõe a coope
rar com o capital e a técnica america nos nesse progrâma. Para isso, organi zou uma empresa cujo nome e "Venezuelan Basic Economy Corporation". É
um empreendimento semelhante ao que o antigq auxiliar do presidente Roosevelt
imagina realizar no no.sso país. Os seus
Rockefelle:
2.5
da indústria petrolífera, também contri
buiu de maneira nefasta para a decadên
mento agrícola, à indústria de pesca, do comércio por atacado e à produção de leite. A emprésa pretende empregar máquinas modemíssimas e usar técnicos e.xperientes. Serão construídas boas ca
p'anos e propósitos são objeto de uni
cia agrícola.
comentário, estampado no "Economist", de 4 de setembro, em que se analisa,
cirar em tôrno do petróleo, das especu
escolas e hospitais, consti tuindo o conjunto fazen-
cresceram, absorvendo as últimas ener
realização espera a Companhia do sr. Rockefeller também ganhar dinheiro, diz
igualmente, a situação econômica da Ve
nezuela. O conhecimento das observações formuladas
pelo órgão londrino apre oportunidade e interêsse.
sentam assim, para nós.
'/S.
A agricultura da Venezuela sempre eslêvo sob O domínio de grandes lunfundiárioN. Assim foi no tempo da colônia; e sob o domínio de Juan Vicente Gomes a tendência à concentração da propriedade do solo ainda se fêz sentir de maneira
mais aguda. O ditador tratava tôda a Venezuela como se fôsse sua fazenda pri vada, e distribuía as terras aos seus ge" neraís, parentes e favoritos. Com o de senvolvimento da indústria petrolífera o abandono .e a decadência das terras inexploradas se disseminaram. O peque 110 lavrador era impotente para o traba lho, e se deixava vencer pelo desânimo A erosão destruía progressivamente as reservas de fertilidade. A concentração da propriedade se exprimia por esta ci
fra alarmante, relativa ao ano de 1941; cerca de 4% dos agricultores possujam
perto de 79% de tôdas as terras apro veitáveis do país. E a imensa maioria
do.ç que trabalhavam no campo era cons-
Tôda a atividade econômica passou a
lações e dos ganhos rápidos que êle pro porcionava. As populações das cidades gias e capitais que podiam restar à °Jricultura. Os salários urbanos atraíam os míseros lavradores, justamente os melliores os que revelavam mais animo
sas para os trabalhadores,
das-modelos. E com esta
o "Economist".
A emprêsa projetada pelo antigo co ordenador dos negócios interamericanos
trabalhará em cooperação com o capital para ò trabalho e ambição de progresso. local. A "Corporacion de Fomento" —
A decadência da agricultma foi rápi-
uma "agência" do govêrno venezuelano
32% me"or do qu/u de 1936 As colhei.
- contribuirá com metade do capital da organização projetada. A sua parHcipação no capital será em ações preferen
rninuiram. O govêrno, dmnte da^ sv
ciais, enquanto o grupo do sr. Rocke
j
Vm 1947 a produção de imlho foi
f„s de café e de cacau também entraram Im declínio progressivo. Os rebanhos
feller conser\'ará o "contròle" das ações
.tuaçáo alarmante, procnra, desde 1945, ordinárias durante os dez primeiros anos. Tnírentar a crise agrícola, valendo-se dos Até o fim dêsse prazo, a maioria do con incursos proporcionados pelo'boom do tròle passará às -mãos dos venezuelanos. petróleo. Crédito aos fazendeiros e a for Em tômo dêsses pontos é que os interes mação de cooperativas agrícolas dotadas dos dois grupos não estão perfeita r máquinas modernas - foram as me- ses mente ajusladoQ, segundo informa o Las adotadas, ao mesmo tempo em que comentário do "Economist".
. í projetavam sistemas de irrigação para
As reservas petrolíferas da Venezuela aumentar a fertiUdade do solo. conhecidas asseguram uma produção no A iniciativa do sr. Nelson Rockefeller, nível da atual, por mais vinte anos no secundo a apreciação do "Economist , mínimo. É possível que haja reservas ■ representa a esse respeito um dos auxí maiores que as estimadas presentemen lios mais interessantes com que pode te. contar o govêrno venezuelano. O novo govêrno do país, entretanto, O plano que tem em vista o milioná-
'rio ■ americano objetiva combinar uma
efetiva ajudá econômica ao desenvolviménto do país, com a possibilidade de
procura reforçar a base agrícola da sua economia, e criar as indústrias que os
seus recursos e a situação permitirem,
Dicksto
26
I^uiiisrc Econó.mico
Ecosómk:o
destas 424.000 por perturbações cardía cas. As cifras relativas às doenças men tais são impressionantes: mais de metade dos doentes hospitalizados num determi nado dia — cerca de 600.000 — era com
\
preparando-se para enfrentar o futuro.
pela iMiragem de um petrtVco que aluda
Há no caso venezuelano muita líçâo
não foi efetivamente encontrado, c que.
proveitosa para os que, entre nó.s, já es tão com as cabeças perturbadas apenas
iipe.sur disso, se vai tornando um -.issunto temível.
posta de doentes mentais. O número dos inaptos, física ou mentalmente, pode ser
Sociaiizaçâ.0 dci itiôdicina Quando o vastíssimo plano de assistèn^ cia médica, dentária e hospitalar or ganizado pelo govêrno trabalhista inglês entra em experiência, ressurge com vi gor nos Estados Unidos a iniciativa de
estimado pela rejeição de cerca de 5 milhões de homens examinados durante
incapazes de pagá-los, ou capazes de pagá-los apenas parcialmente. Os Esta
•i guerra- A perda anual de horas-trabalho baino eni ein \'irtude — de más condições de saúde, com reflexos na renda e na pro-
dos podem também pagar médicos para que exerçam a profissão em centros po
suportar os encargos da assistência mé
dica com tal renda determinou a forma
ção de numerosas cooperativas privadas. e o apelo ao aualio governamental O seguro de liospitaMaação se tem
generalizado nos últimos anos, e tambem tem sido relevantes nc «of
industriais
puni
• a
.
, ^ ^^"egurar assistência medica aos seus associados e empregados
A matéria está agora nu ordem do
dia, e o seu conteúdo eleitoral desperta
dução, é repre
bres. O plan.) de\'erá sec executado por
i
sindicatos trabalhistas«a ee d-ts"" . 1 ,. . . üas empresas
momento
o
se estabelecer ali um plano de assistên
nina corporação nacional independente,
sentada por uma
mais \ivo intd-
cia equivalente, pelos objetivos a que
sob u direção de um médico.
resse.
mira. E' um movimento que se genera
Segundo observam os analistas dos dois projeto.s em debate, em comentá
cifra altíssima. A deficiência d e
liza no sentido da socialização dos ser
viços de saúde. E às vésperas da esco
rio divulgado pelo "Econoniist" de 18 de
lha do futuro presidente dos Estados Unidos ganha corpo nas plataformas eleitorais. O projeto de lei já está sob
setembro, os seus defensores são acor
exame desde 1945.
O p'ano Wagner-
Muiray-Dingell, apoiado pelo govêrno, propõe assistência a todos os empregados e seus de pendentes através de um seguro compulsório, em cujos benefícios se incluem cuidados médicos, hospita-
realização e di-
des em reconhecer as deficiências a que o plano de assistência de\e prover.
reç<ão
das Q
mental.
As condições de saúde nos Estados Unidos neste século apresentam extraor
hospitalares ade
preventiva. O resultado dêsse progres
cia das doenças e mortes variam sensi
ma área. E enquanto o progresso na redução da incidência de certas molés
tias tem sido grande, outras têm aumen
los senadores Taft, Smith e Bali, estabe
na extensão que seria possível, se certos conhe,cimentes benéficos fossem
perior a 200 bi com
o seu in-
comparável
"standard" de vi
mento dos servi
da, a assistência
médica apresen - ., ,
ta tais deficiên
de 70 milhões de pessoas - metade da
cias, que dizer do nosso país. um hospi tal cada vez mais vasto, com as popula
íencem a famiUas cuja renda anual e
ções das cidades e do interior devastadas
inferior a 3 mil dólares. A dificuldade, em muitos casos a impossibilidade, de
inaptidão física para o trabalho?
pe\is endemias e depauperadas pela
O crescimento da população dos Estados Unidos
mais
■^AiutEN S. Thompson, diretor de um
generalizados e ap'icàdos. Das 1.402.000
centro de pesquisas sôbre proble mas da população, da Universidade de
mortes ocorridas em 1945,'1:014.000 fo
ram causadas por doenças "crônicas- e
na
lhões de dólares,
população dos Estados Unidos - per-
mais ricos para os menos ricos na mes
renda
zer face ao paga
vàvelmente ceiva vávelmente cêrca
velmente de área para área, e de grupos
tado, e outras ainda não tem declinado
uma
cional anual su
ços médicos." Pro-
tensão dos serviços médicos e a incidên
O projeto republicano, apresentado pe
Se nos Esta
básico do proble ma é a carência de recursos indi viduais para fa
nal, à prática generalizada da medicina
governa
dos Unidos, com
Outro aspecto
declínio da mortalidade infantil e mater-
cm 65 anos. Apesar disso, porém, a ex
igualmente instalações
quadas.
dinário progresso, no que diz respeito à redução das doenças contagiosas, ao
cuidados dentários e enfer
lece-assistência, não pelo seguro obri gatório, mas aumentando o auxílio fe dera) ao.s Estados para que êstes possam concedei" cuídado.s médicos às pessoas
vada se desloca
para a de plena
mente em zonas
so é que a probabilidade de vida é cal culada atualmente nos Estudos Unidos
magem domiciliar. A execução do plano
niédícos c sen-
sível, principal rurais, despro\a-
lização até 60 dias, certos será dirigida por uma autoridade go vernamental. Os profissionais são livres de dêle participarem, ou não, e .serão pagos à base de salário fi.xo, ou per ca pita. Os clientes podem escolher entre -OS profissionais inscritos.
Do pla
no da ação pri
iiL
Miami, em estudo publicado na "Dun's Revàew", de agôsto deste ano, apresenta dados altamente- interessantes., sôbre. o
Dicksto
26
I^uiiisrc Econó.mico
Ecosómk:o
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Há no caso venezuelano muita líçâo
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proveitosa para os que, entre nó.s, já es tão com as cabeças perturbadas apenas
iipe.sur disso, se vai tornando um -.issunto temível.
posta de doentes mentais. O número dos inaptos, física ou mentalmente, pode ser
Sociaiizaçâ.0 dci itiôdicina Quando o vastíssimo plano de assistèn^ cia médica, dentária e hospitalar or ganizado pelo govêrno trabalhista inglês entra em experiência, ressurge com vi gor nos Estados Unidos a iniciativa de
estimado pela rejeição de cerca de 5 milhões de homens examinados durante
incapazes de pagá-los, ou capazes de pagá-los apenas parcialmente. Os Esta
•i guerra- A perda anual de horas-trabalho baino eni ein \'irtude — de más condições de saúde, com reflexos na renda e na pro-
dos podem também pagar médicos para que exerçam a profissão em centros po
suportar os encargos da assistência mé
dica com tal renda determinou a forma
ção de numerosas cooperativas privadas. e o apelo ao aualio governamental O seguro de liospitaMaação se tem
generalizado nos últimos anos, e tambem tem sido relevantes nc «of
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• a
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A matéria está agora nu ordem do
dia, e o seu conteúdo eleitoral desperta
dução, é repre
bres. O plan.) de\'erá sec executado por
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sindicatos trabalhistas«a ee d-ts"" . 1 ,. . . üas empresas
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Segundo observam os analistas dos dois projeto.s em debate, em comentá
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viços de saúde. E às vésperas da esco
rio divulgado pelo "Econoniist" de 18 de
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setembro, os seus defensores são acor
exame desde 1945.
O p'ano Wagner-
Muiray-Dingell, apoiado pelo govêrno, propõe assistência a todos os empregados e seus de pendentes através de um seguro compulsório, em cujos benefícios se incluem cuidados médicos, hospita-
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mental.
As condições de saúde nos Estados Unidos neste século apresentam extraor
hospitalares ade
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tias tem sido grande, outras têm aumen
los senadores Taft, Smith e Bali, estabe
na extensão que seria possível, se certos conhe,cimentes benéficos fossem
perior a 200 bi com
o seu in-
comparável
"standard" de vi
mento dos servi
da, a assistência
médica apresen - ., ,
ta tais deficiên
de 70 milhões de pessoas - metade da
cias, que dizer do nosso país. um hospi tal cada vez mais vasto, com as popula
íencem a famiUas cuja renda anual e
ções das cidades e do interior devastadas
inferior a 3 mil dólares. A dificuldade, em muitos casos a impossibilidade, de
inaptidão física para o trabalho?
pe\is endemias e depauperadas pela
O crescimento da população dos Estados Unidos
mais
■^AiutEN S. Thompson, diretor de um
generalizados e ap'icàdos. Das 1.402.000
centro de pesquisas sôbre proble mas da população, da Universidade de
mortes ocorridas em 1945,'1:014.000 fo
ram causadas por doenças "crônicas- e
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lhões de dólares,
população dos Estados Unidos - per-
mais ricos para os menos ricos na mes
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vàvelmente ceiva vávelmente cêrca
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cional anual su
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tensão dos serviços médicos e a incidên
O projeto republicano, apresentado pe
Se nos Esta
básico do proble ma é a carência de recursos indi viduais para fa
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governa
dos Unidos, com
Outro aspecto
declínio da mortalidade infantil e mater-
cm 65 anos. Apesar disso, porém, a ex
igualmente instalações
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dinário progresso, no que diz respeito à redução das doenças contagiosas, ao
cuidados dentários e enfer
lece-assistência, não pelo seguro obri gatório, mas aumentando o auxílio fe dera) ao.s Estados para que êstes possam concedei" cuídado.s médicos às pessoas
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magem domiciliar. A execução do plano
niédícos c sen-
sível, principal rurais, despro\a-
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Miami, em estudo publicado na "Dun's Revàew", de agôsto deste ano, apresenta dados altamente- interessantes., sôbre. o
!:' ■
-'í
'28
' ~
Digesto Econômico
desenvolvimenlo da população dos Es tados Unidos.
Começa o autor por assinalar que o crescimento da população americana na centúria de 1790-1890 foi um dos mais
extraordinários fenômenos sociais do oci dente.
aumento da população se assegurou j>cla diferença entre a porcentagem de nasci mentos e a porcentagem de mortes, esta
última apresentando, declínio rápido há víirias décadas.
Se a porcentagem de nascimentos uáo houvesse baixado, os Estados Unido.s
No primeiro censo, realizado em 1790, o número de habitantes dos Estados
Unidos alcançava aproximadamente 4
neste ano teriam uma população de 441 milhões.
Os fenômenos assinalados detcnuinani
cresci
mudanças consideráveis na composição da população. Assim, a proporção dc
mento foi de 35% em ca
crianças menores de cinco anos baixou
da década, até 1860,
de 18,5% em 1820 a 8% em 1940; a das
milhões. A
média
de
jjigesto Econômico
29
O grande bangueiro A pletora de riqueza concentrada nos
lares, na maior parte representados por
depaviper^ii^ento econômico dos outros
suprimentos e serviços às tropas ameri canas. Os recursos fornecidos pelo
países, exauridos pela guerra, os transfor ma banqueiro do mundo. A guerra foi para a poderosa nação, que se tor nou o
terra, uma vastíssima ope
vey of Corrent Businoss", de junho, mos-
.sentando empréstimos e 2/5 auxílios e
irani a extensão da dependência em que todos os países, de 1940 a esta parte, ficaram dos recursos financeiros norte-
dólares, seguida da Itália, que recebeu
crianças entre 5 e 19 anos desceu, no
mesmo período, de 39,4% a 26.4%. De
31,4 milhões. Nas três
outro lado, a proporção das pessoas entre
décadas seguintes, a porcentagem de aumento baixou para
45 e 64 anos se elevou de 10% a 19,8%, u
Através das diversas agèn-
das de mai.s de 65 anos de 2.5% para
ciiis e departamentos oficiais,
mai.s ou menos 26%. A população dupli
6,9%.
como acontecera no período anterior.
Depois de 1890, a porcentagem do au mento continuou a declinar e foi de
cèrca de 21% até 1910, de 15% até 1930, e'somente de 7% entre 1930 e 1940.
O cálculo de probabilidades, segundo o autor citado, indica que a porcentagem de crescimento na presente década su birá até 12%, declinando depois de 1950.
O extraordinário aumento da popula
vida econômica e social. Assinala, igual mente, as variações ocorridas no número cie casamentos e de nascimentos em fun
ção dos períodos de dcpres.sáo c dc pros peridade econômica. Em 1933. p^r e.vemplo, se reahzaram menos 750.000
ção americana se deveu a duas fontes:
casamentos do que a média anterior fa
o excesso de nascimento sôbte mortes e
zia prever. Com o surto do progresso \erificado, a partir de 1940, a porcenta gem de casamentos cresceu sensivelmen. te. Do confronto das cifras e das médias
de imigrantes .sôbre emigrantes. Das duas fontes, a ultima era de preponde rância decisiva.até 1930, embora reduzi
da, desde 1924, pelas quotas estabeleci
das c as restrições legais inspiradas por
apuradas conclui o autor que a j>opulação dos Estados Unidos em 1975 deve
geral, 48 bilhões de dólares. Depois de terminada a guerra, foram
feitos empréstimos e doações, até o prin
quando a população dos
Comenta o autor do estudo que essas transformações dc uma sociedade, em que se reduz a porcentagem dos mais moços c se aumenta a dos mais velhos hão de ter os mais sensí\eis efeitos na
"Lend and Lease" representam, no total
ração comercial. As cifras que acabam cie ser divulgadas pelo Departamento de Comércio dos Estados TJnidos no "Sur-
Estados Unidos subiu a
cou em 30 anos, em vez de 23. anos
ao "Lend and Lease", 7,8 bilhões de dó
Estados Unidos, em contraste com o
cípio do corrente ano, no total de 14,6
bilhões de dólares, dos quais 3/5 repredonativos. Dos últimos, a China foi a maior beneficiária, com 1,2 bilhão de 761 milhões, da Alemanha oci
americanos.
dental e do Japão. A mais favorecida pelos
de julho de 1940 a 31 de de
empréstimos foi a Grã-Breta
zembro de 1947, os Estados
nha, no total de 4,6 bilhões^
Unidos forneceram aos outros
seguem-se a França, com 2
países, sob — a forma de dádis'as e em-
bilhões, e os países do Benelux com 1/2
nréstimos, 63,2 bilhões de dólares. Além disso, bilhões de dólares foram des
bilhão.
Analisando estas cifras e a sua distri
pendidos pelo govêmo no estrangeiro
buição, "Fortune" do mês de setem
em bens de serviço e 3,4 bilhões foram
bro assinala a circunstância de que (à exceção da China) os países que não
subscritos para o,Banco Internacional e o Fundo Monetário. Durante o mesmo pe ríodo, o total recebido em reembôlso de
lutaram contra os Estados Unidos tive
ram empréstimos e pagam juros, enquan
empréstimos e em pagamento de bens
to outros em posição diversa recebem o
vendidos correspondeu apenas a 6,1 bilhões dc dólares e em correspondência
auxílio "clear and free". O plano Mar shall servirá para corrigir a anomalia.
O mercado mundial de açúcar "•T^he Economist", de 28 de agosto,
analisa a situação presente do mer
razões políticas ou de defesa.
rá atingir a 162 milhões, o que repre
cado internacional de açúcar. Assinala
O declínio na porcentagem de nasci mentos não é recente. Em algumas re giões se assinalou desde 1800. Porém,.o
senta uma redução violenta na velocida de do cresciinerito, em confronto com" o
que o açúcar foi o primeiro produto ali mentar cujo excesso de produção se ve
aumento . verificadé no .século passado.
rificou depoifi da guerra; mas a restrição
da procura é devida a causas monetárias
mais do que à saturação dos mercado.s.
Pois sendo os maiores exqjortadores Cuba, São Domingos e outros países da área do dólar americano, as compras de açú car pelas nações européias estão condi-
!:' ■
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' ~
Digesto Econômico
desenvolvimenlo da população dos Es tados Unidos.
Começa o autor por assinalar que o crescimento da população americana na centúria de 1790-1890 foi um dos mais
extraordinários fenômenos sociais do oci dente.
aumento da população se assegurou j>cla diferença entre a porcentagem de nasci mentos e a porcentagem de mortes, esta
última apresentando, declínio rápido há víirias décadas.
Se a porcentagem de nascimentos uáo houvesse baixado, os Estados Unido.s
No primeiro censo, realizado em 1790, o número de habitantes dos Estados
Unidos alcançava aproximadamente 4
neste ano teriam uma população de 441 milhões.
Os fenômenos assinalados detcnuinani
cresci
mudanças consideráveis na composição da população. Assim, a proporção dc
mento foi de 35% em ca
crianças menores de cinco anos baixou
da década, até 1860,
de 18,5% em 1820 a 8% em 1940; a das
milhões. A
média
de
jjigesto Econômico
29
O grande bangueiro A pletora de riqueza concentrada nos
lares, na maior parte representados por
depaviper^ii^ento econômico dos outros
suprimentos e serviços às tropas ameri canas. Os recursos fornecidos pelo
países, exauridos pela guerra, os transfor ma banqueiro do mundo. A guerra foi para a poderosa nação, que se tor nou o
terra, uma vastíssima ope
vey of Corrent Businoss", de junho, mos-
.sentando empréstimos e 2/5 auxílios e
irani a extensão da dependência em que todos os países, de 1940 a esta parte, ficaram dos recursos financeiros norte-
dólares, seguida da Itália, que recebeu
crianças entre 5 e 19 anos desceu, no
mesmo período, de 39,4% a 26.4%. De
31,4 milhões. Nas três
outro lado, a proporção das pessoas entre
décadas seguintes, a porcentagem de aumento baixou para
45 e 64 anos se elevou de 10% a 19,8%, u
Através das diversas agèn-
das de mai.s de 65 anos de 2.5% para
ciiis e departamentos oficiais,
mai.s ou menos 26%. A população dupli
6,9%.
como acontecera no período anterior.
Depois de 1890, a porcentagem do au mento continuou a declinar e foi de
cèrca de 21% até 1910, de 15% até 1930, e'somente de 7% entre 1930 e 1940.
O cálculo de probabilidades, segundo o autor citado, indica que a porcentagem de crescimento na presente década su birá até 12%, declinando depois de 1950.
O extraordinário aumento da popula
vida econômica e social. Assinala, igual mente, as variações ocorridas no número cie casamentos e de nascimentos em fun
ção dos períodos de dcpres.sáo c dc pros peridade econômica. Em 1933. p^r e.vemplo, se reahzaram menos 750.000
ção americana se deveu a duas fontes:
casamentos do que a média anterior fa
o excesso de nascimento sôbte mortes e
zia prever. Com o surto do progresso \erificado, a partir de 1940, a porcenta gem de casamentos cresceu sensivelmen. te. Do confronto das cifras e das médias
de imigrantes .sôbre emigrantes. Das duas fontes, a ultima era de preponde rância decisiva.até 1930, embora reduzi
da, desde 1924, pelas quotas estabeleci
das c as restrições legais inspiradas por
apuradas conclui o autor que a j>opulação dos Estados Unidos em 1975 deve
geral, 48 bilhões de dólares. Depois de terminada a guerra, foram
feitos empréstimos e doações, até o prin
quando a população dos
Comenta o autor do estudo que essas transformações dc uma sociedade, em que se reduz a porcentagem dos mais moços c se aumenta a dos mais velhos hão de ter os mais sensí\eis efeitos na
"Lend and Lease" representam, no total
ração comercial. As cifras que acabam cie ser divulgadas pelo Departamento de Comércio dos Estados TJnidos no "Sur-
Estados Unidos subiu a
cou em 30 anos, em vez de 23. anos
ao "Lend and Lease", 7,8 bilhões de dó
Estados Unidos, em contraste com o
cípio do corrente ano, no total de 14,6
bilhões de dólares, dos quais 3/5 repredonativos. Dos últimos, a China foi a maior beneficiária, com 1,2 bilhão de 761 milhões, da Alemanha oci
americanos.
dental e do Japão. A mais favorecida pelos
de julho de 1940 a 31 de de
empréstimos foi a Grã-Breta
zembro de 1947, os Estados
nha, no total de 4,6 bilhões^
Unidos forneceram aos outros
seguem-se a França, com 2
países, sob — a forma de dádis'as e em-
bilhões, e os países do Benelux com 1/2
nréstimos, 63,2 bilhões de dólares. Além disso, bilhões de dólares foram des
bilhão.
Analisando estas cifras e a sua distri
pendidos pelo govêmo no estrangeiro
buição, "Fortune" do mês de setem
em bens de serviço e 3,4 bilhões foram
bro assinala a circunstância de que (à exceção da China) os países que não
subscritos para o,Banco Internacional e o Fundo Monetário. Durante o mesmo pe ríodo, o total recebido em reembôlso de
lutaram contra os Estados Unidos tive
ram empréstimos e pagam juros, enquan
empréstimos e em pagamento de bens
to outros em posição diversa recebem o
vendidos correspondeu apenas a 6,1 bilhões dc dólares e em correspondência
auxílio "clear and free". O plano Mar shall servirá para corrigir a anomalia.
O mercado mundial de açúcar "•T^he Economist", de 28 de agosto,
analisa a situação presente do mer
razões políticas ou de defesa.
rá atingir a 162 milhões, o que repre
cado internacional de açúcar. Assinala
O declínio na porcentagem de nasci mentos não é recente. Em algumas re giões se assinalou desde 1800. Porém,.o
senta uma redução violenta na velocida de do cresciinerito, em confronto com" o
que o açúcar foi o primeiro produto ali mentar cujo excesso de produção se ve
aumento . verificadé no .século passado.
rificou depoifi da guerra; mas a restrição
da procura é devida a causas monetárias
mais do que à saturação dos mercado.s.
Pois sendo os maiores exqjortadores Cuba, São Domingos e outros países da área do dólar americano, as compras de açú car pelas nações européias estão condi-
Dku^sto 1£c<>xómk'.«)
cionadas à disponibilidade de dólares.
Informa o prestigioso jornal inglês que a E.C.A. (Economic Corporation Administration) permitirá apenas uma peque
sôbre a produção do açúcar e o r<!stabelecimento de quotas.
A dependência da economia cubana
Aproxima-se do fim a inflação na Europa?
do açúcar faz com que, para aquele
Bichaui) Lfwixsümn
dos a compra dêsse produto; e não se pode esperar, assim, que a escala de importação seja muito maior que a do
país da América Central, f) problema se ja, mais do que econômico, do ordem sócia', pelo grave risco decorrente do uma queda sensível do preço do produto
"T^nÊs ANOS depois du grande conflagra ção, pode-se verificar que as re percussões monetárias da segunda guer
último ano.
no mercado mundial.
ra mundial são essencialmente as mes
na folga na restrição dos dólares destina,
A Gra-Bretanha,
Freqüentemente, as medidas aplica das no combate á inflação ficam inefi cazes, pois não se toma conta dêsse
entretanto, dirigiu a oposição íi esta pro
mas que as da primeira. Mau grado
sua recente reunião em Londres, estimou
posta em vista da necessidade do cle-
todos os progressos técnicos realizados na
que, na estação agrícola recém-finda, o
senvolver a produção do açúcar na área
fato fundamental da política monetária. Medidas adequadas para uma inflação ligeira fracassam na fase da lüperiilfa-
total oferecido no mercado 1í\tc havia
do esterlino.
organização da economia de guerra, no controle dos preços e do cambio, o mun
inflação arruinam a economia de países
O "Intemational Sugar Council", na
atingido 4.835.000 toneladas para neces sidades estimadas em 4.675.000 tonela das.
As previsões para a próxima estação agrícola representam tentativas, depen dendo da produção de Cuba, receandose, entretanto, que a oferta exceda de cerca de 600 mil toneladas as necessida
des do mercado disponível. Em face da perspectiva de crise, justi fica o "Economist" a atitude da delega ção de Cuba, na reunião daquele órgão, pleiteando a revisão do acôrdo existente
A índia britânica não é
menos dependente do açúcar do que Cuba, e se bem que a Inglaterra absor\ a tôda a sua jirodução, o estabelecimento de um rigoroso regime de quotas viria impedir o desenvolvimento da produção nos países da área do esterlino. O que Sc deliberou, afinal, na reunião de Londres, foi prorrogar o acordo exis tente até 31 de agosto do 1949, enquan to um comitê designado estuda as modi ficações do ajuste em vigor, tendo em conta os efeitos que o plano Marshall! possa ter sôbre o mercado mundial de açúcar.
do inteiro caiu mais uma vez na influ•ção. A tentativa de prevenir ou atenuar
os -efeitos da inflação pe^a constituição de um Fundo Monetário Internacional
não deu os resultados esperados.
Na
realidade, o famoso Fundo, criado ainda
durante a guerra, em julho de 1944, em Bretton Woods, não impediu perturba ções monetárias das mais graves. Naturalmente, as dificuldades não são
as mesmas em tôda parte. Grosso modo. ü grau de inflação vai decrescendo com
a distância do teatro de guerra. A in
flação é mais acentuada na Europa e no Extremo Oriente do que na América e nas outras partes do mundo. Porém,
Acredita-se que, a prosseguir o êxodo de Irahaliuidores do campo pitra a cidade, u'acera em 1975 aperuis 23,8 milhões de norte-americanos vivendo nas fazendas, n que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e a menos 8 milhões do que em 1932. IJtna queda no volume da mão-de-obra não implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas, e novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentícios e fibras de 67% desde 1910. A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-
mesmo essa característica, que parece bem lógica, não é válida senão com re servas. Em vários casos verifica-se que países que sofreram mais ou meno.s as mesmas devastações e explorações, sairam da guerra, sob o aspecto monetá
ção, e restrições necessárias na liiperatingido.s apenas por uma inflação li
geira. Medidas apropriadas para uma inflação aguda não são suficientes para paí.ses que sofrem de uma inflação crô nica, e vice-versa.
Enfim, a inflação
"adiada", quer dizer, a inflação cujos efeitos sôbre os preços foram suprimi dos durante a guerra por um rigoroso tabelamento — o que aconteceu, sobre tudo, nos países anglo-saxônicos — ne
cessita de uma terapia especial. Hiperinflaçõo na Europa oriental
Limitando-nos aqui aos países euro peus, verificamos em todos èles, sem
exceção, forte aumento de papel-moeda e. na sua maioria, em proporção menor,
da moeda escriturai (depósitos à vista). Ora, a expansão monetária, com a sua 1 epercussão sobre os preços, e a taxa
rio, em condições bastante diferentes.
cambial acusam grandes diferenças. Oois países, a Hungria e a Grécia, so
Também a reconstrução e o saneamen
de-obra ^^^V^^^da na agricultura registrou na aludido período um aumento de
freram uma hiperinflação que em suas
to financeiro não se efetuam em tôda
apenas A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu ua década miciada em 1930. Por exempla, havia 920.000 tratores nas lavouras em jg3Ü. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945.
parte no mesmo ritmo.
limensões assemellia-se à inflação do mark" alemão depois da primeira guer-
A seleção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do .^olu são outros füíóres que têm füvorecidwo auiiicnto du produção' agiicola c ,,ienes iriõó-d&-õtrü.:--:
- ....
com
Resulta tôda
uma escala inflacionária, pois há infla ção e inFação: é preciso discriminar diversos tipos de inflação, os quais im plicam cada um seus problemas pró prios e exigem remédios específicos.
ríi mundial.
Na Hungria as emissões
de papel-moeda atingiram, em julho de 1946, um montante que as estatísticas oticiais expressam sòmente mediante sím
bolos matemáticos: 67 x 1018 pengoes,
Dku^sto 1£c<>xómk'.«)
cionadas à disponibilidade de dólares.
Informa o prestigioso jornal inglês que a E.C.A. (Economic Corporation Administration) permitirá apenas uma peque
sôbre a produção do açúcar e o r<!stabelecimento de quotas.
A dependência da economia cubana
Aproxima-se do fim a inflação na Europa?
do açúcar faz com que, para aquele
Bichaui) Lfwixsümn
dos a compra dêsse produto; e não se pode esperar, assim, que a escala de importação seja muito maior que a do
país da América Central, f) problema se ja, mais do que econômico, do ordem sócia', pelo grave risco decorrente do uma queda sensível do preço do produto
"T^nÊs ANOS depois du grande conflagra ção, pode-se verificar que as re percussões monetárias da segunda guer
último ano.
no mercado mundial.
ra mundial são essencialmente as mes
na folga na restrição dos dólares destina,
A Gra-Bretanha,
Freqüentemente, as medidas aplica das no combate á inflação ficam inefi cazes, pois não se toma conta dêsse
entretanto, dirigiu a oposição íi esta pro
mas que as da primeira. Mau grado
sua recente reunião em Londres, estimou
posta em vista da necessidade do cle-
todos os progressos técnicos realizados na
que, na estação agrícola recém-finda, o
senvolver a produção do açúcar na área
fato fundamental da política monetária. Medidas adequadas para uma inflação ligeira fracassam na fase da lüperiilfa-
total oferecido no mercado 1í\tc havia
do esterlino.
organização da economia de guerra, no controle dos preços e do cambio, o mun
inflação arruinam a economia de países
O "Intemational Sugar Council", na
atingido 4.835.000 toneladas para neces sidades estimadas em 4.675.000 tonela das.
As previsões para a próxima estação agrícola representam tentativas, depen dendo da produção de Cuba, receandose, entretanto, que a oferta exceda de cerca de 600 mil toneladas as necessida
des do mercado disponível. Em face da perspectiva de crise, justi fica o "Economist" a atitude da delega ção de Cuba, na reunião daquele órgão, pleiteando a revisão do acôrdo existente
A índia britânica não é
menos dependente do açúcar do que Cuba, e se bem que a Inglaterra absor\ a tôda a sua jirodução, o estabelecimento de um rigoroso regime de quotas viria impedir o desenvolvimento da produção nos países da área do esterlino. O que Sc deliberou, afinal, na reunião de Londres, foi prorrogar o acordo exis tente até 31 de agosto do 1949, enquan to um comitê designado estuda as modi ficações do ajuste em vigor, tendo em conta os efeitos que o plano Marshall! possa ter sôbre o mercado mundial de açúcar.
do inteiro caiu mais uma vez na influ•ção. A tentativa de prevenir ou atenuar
os -efeitos da inflação pe^a constituição de um Fundo Monetário Internacional
não deu os resultados esperados.
Na
realidade, o famoso Fundo, criado ainda
durante a guerra, em julho de 1944, em Bretton Woods, não impediu perturba ções monetárias das mais graves. Naturalmente, as dificuldades não são
as mesmas em tôda parte. Grosso modo. ü grau de inflação vai decrescendo com
a distância do teatro de guerra. A in
flação é mais acentuada na Europa e no Extremo Oriente do que na América e nas outras partes do mundo. Porém,
Acredita-se que, a prosseguir o êxodo de Irahaliuidores do campo pitra a cidade, u'acera em 1975 aperuis 23,8 milhões de norte-americanos vivendo nas fazendas, n que eqüivale a menos 4 milhões do que agora e a menos 8 milhões do que em 1932. IJtna queda no volume da mão-de-obra não implica, porém, em diminuição da produção agrícola. Máquinas modernas, e novas técnicas de plantação e colheita elevaram a produção de gêneros alimentícios e fibras de 67% desde 1910. A produção agrícola do país é hoje 159% superior à de 1909-14, mas a mão-
mesmo essa característica, que parece bem lógica, não é válida senão com re servas. Em vários casos verifica-se que países que sofreram mais ou meno.s as mesmas devastações e explorações, sairam da guerra, sob o aspecto monetá
ção, e restrições necessárias na liiperatingido.s apenas por uma inflação li
geira. Medidas apropriadas para uma inflação aguda não são suficientes para paí.ses que sofrem de uma inflação crô nica, e vice-versa.
Enfim, a inflação
"adiada", quer dizer, a inflação cujos efeitos sôbre os preços foram suprimi dos durante a guerra por um rigoroso tabelamento — o que aconteceu, sobre tudo, nos países anglo-saxônicos — ne
cessita de uma terapia especial. Hiperinflaçõo na Europa oriental
Limitando-nos aqui aos países euro peus, verificamos em todos èles, sem
exceção, forte aumento de papel-moeda e. na sua maioria, em proporção menor,
da moeda escriturai (depósitos à vista). Ora, a expansão monetária, com a sua 1 epercussão sobre os preços, e a taxa
rio, em condições bastante diferentes.
cambial acusam grandes diferenças. Oois países, a Hungria e a Grécia, so
Também a reconstrução e o saneamen
de-obra ^^^V^^^da na agricultura registrou na aludido período um aumento de
freram uma hiperinflação que em suas
to financeiro não se efetuam em tôda
apenas A despeito da depressão, a mecanização das lavouras progrediu ua década miciada em 1930. Por exempla, havia 920.000 tratores nas lavouras em jg3Ü. Em 1940, eram 1.570.000, somando 2.425.000 em janeiro de 1945.
parte no mesmo ritmo.
limensões assemellia-se à inflação do mark" alemão depois da primeira guer-
A seleção de variedades de plantas com alto rendimento e a conservação do .^olu são outros füíóres que têm füvorecidwo auiiicnto du produção' agiicola c ,,ienes iriõó-d&-õtrü.:--:
- ....
com
Resulta tôda
uma escala inflacionária, pois há infla ção e inFação: é preciso discriminar diversos tipos de inflação, os quais im plicam cada um seus problemas pró prios e exigem remédios específicos.
ríi mundial.
Na Hungria as emissões
de papel-moeda atingiram, em julho de 1946, um montante que as estatísticas oticiais expressam sòmente mediante sím
bolos matemáticos: 67 x 1018 pengoes,
32
DiGKSTO ECONÓMICÍ)
o que_ significa 670 bilhões de bilhões Mas esse montão de notas sem valor aquisitivo parece ainda minúsculo em comparaçao com a moeda escriturai Os
ím es da guerra 6 pengoes valiam um dólar, a tam cambial foi de 1,835 bi
lhões para um dólar - taxa puramente
fichcia, pois, cx)ra exceção de alg especuladores audaciosos, ninguém' ... tava disposto a trocar moeda estrangeira uns es-
por moeda húngara. Não sendo mais possível uma refor ma monetária no sentido normal, o Go verno húngaro resolveu substituir a
nao se deu uma baixa, e novas emisl
nova, e que 149 drachmas novas valiam
IGO vêzes.
sões monetárias tomam duvidoso o efei
um dólar.
mente fixada em 100 zlotijs por dólar,
to da reforma.
apenas o quintuplo • do nível de prégucrra. Mas, desde princípios de 1948, quase tôdas as transações financeiras com
teatro de uma situação caótica, ainda
Mas, as perturbações inter
nas, as emissões contínuas de papelmoéda e, sobretudo, o passivo da ba tenção desta taxa. O dólar passou ofi cialmente, em junho de 1945, a 500 drachmas, e no ano seguinte a cerca de 5.000, o preço livre a 10,000 drachmas. Graças ao au.xílio americano, a situação econômica, financeira e monetária co
meça a normalizar-se, mas o volume mo netário continua ainda aumentando.
Ainda que a Hungria e a Grécia constituam casos excepcionais, a destrui
do-se mesmo o nome de "pengoe", de
ção dos sistemas monetários na Europa oriental foi geral. Na Rumânia, a quan tidade de papel-moeda estava mil vêzes
finitivamente desa creditado. A nova
do o Governo realizou, em agôsto de
moeda antiga por uma nova, extinguin
unidade chama-se "florint", e oficial
mente 11,83 flo~ rints ficam iguais
mais elevada que no ante-guerra, quan
1947, uma reforma rigorosa.
O novo
leu foi equiparado a 20.000 antigos lei, e a maior parte dos depósitos foi blo
queada. A Iugoslávia introduziu já em
a um dólar. A sua
maio de 1945 um novo dinar.
quantidade já sextuplicou desde a sua
.sabe quase nada sôbre o efeito dessa
criação,
mas,
Não se
medida, pois o ma
em
rechal Tito ordenou um "blackout" com.
conseqüência de um severo policiamento,
pleto para tôdas as
a alta dos preços foí
estatísticas econômi
relativamente módi
cas,
ca nos últimos dois
monetárias.
financeiras
e
Pelo
contrário, a Polônia
anos.
A evolução foi se
continua publicando
melhante na Grécia.
todos os dados mo
Nesse país a quantidade de moeda su
netários,
biu, já nos últimos dois anos da guerra,
do com os esque
a dimensões astronômicas, tomando-se
mas usuais, nos paí-
indispensável a criação de uma moeda nova, com a diferença, porém, que o nome da moeda antiga ficou mantido. A lei monetária estipulou que 50 bilhões
33
elevado que antes da guerra e os preços
de drachmas antigas seriam íguais.a uma
lança comercial, não permitiam a manu
1... Mhfc d.
Dioksto Econômico
de
ses ocidentais.
acòr-
O.
Ç, volume monetário dêsse país está cêro
ca de 80 vêzes mais
A taxa cambial foi oficial
o estrangeiro efotuam-se na base do
400 ilotys por dólar. A diferença entre o valor exterior e interior da moeda, é, portanto, acentuada.
Entre os países da órbita soviética,
apenas a Bulgária e a Tchecoslováquia escaparam da hiperinflação. Na Bulgá ria o volume monetário c os preços
acu.sam, em comparação ao pré-guerra, um acréscimo de cerca de 700íc. A Tchecoslováquia. que sofreu relativamente poucas destruições, tem cinco vêzes mais papel-moeda, mas o custo da vida apenas triplicou, mantendo-se vir tualmente estável desde há dois anos.
A Alemanha foi, uma vez mais, o que num sentido diferente daquele visto liá vinte e cinco anos. As autoridades de
ocupação impediram uma hiperinflação. O país tornou-se mesmo o mais barato
da Europa, não somente porque um cigarro americano adquiriu um poder aquisitivo fabuloso. Os preços tabelados foram mantidos num nível nitidamente
baixo.
Na zona britânica, o índice do
custo da vida nunca ultrapassou 140
(1937 =: 100), o o índice dos preços alimentícios oscilou à volta de 125. Ora,
ninguém sabia quanta moeda estava
circulando.
Mesmo na época em que
as relações entre as forças ocidentais e
orientais foram menos tensas do que hoje, não foi possível fazer um levan
O novo "inark"
tamento sôbre o numerário em mãos do
povo alemão. Os dois países divididos entre o Oeste
e o Loste, a Áustria e a Alemanha, ■to maram, sob o aspecto monetário, um rumo completamente diferente. A Áus tria chegara rapidamente a uma estabili dade de aparência. O Govêrno austría
co adotou em 1946, oficiahnente, a taxa cambial de 10 shillings por dólar, intro duzida já anteriormente pelas autorida des de ocupação, e essa ta.xa ficou até
hoje. O volume monetário relativamen te pouco aumentou, mas os preços, ar-
, tificialmente comprimidos sob o regime alemão, triplicaram desde 1946. Para parar o movimento altista, o Govêrno efetuou, em fins de 1947, uma forte de flação, reduzindo o numerário de 40% e
bloqueando grande parte dos depósi tos. Por essa contração, a alta dos pre ços ficou, de fato, paralisada, mas
Essa incrível confusão foi ao menos
uma das razões da forma bastante crua da reforma monetária, iniciada no mês de junho deste ano. Ccntràriamente ao
método aplicado mesmo em países de hiperinflação, o novo mark não foi tro cado proporcionalmente contra o mark antigo, mas sim num limite de 60 marks
"per capita".
A taxa oficial de 10
marks por um dólar, 60 marks represen tam um montante ínfimo como meio
circulante, noladamente num país onde a maioria dos depósitos bancários está
bloqueada. A conseqüência imediata foi uma enorme- escassez de dinheiro; nin
guém queria gastar a sua moeda. Mas, já depois de algumas semanas, o medo dissipou-se, a nova moeda circulou com velocidade acentuada, e a rapidez da circulação supriu a falta de quantidade.
32
DiGKSTO ECONÓMICÍ)
o que_ significa 670 bilhões de bilhões Mas esse montão de notas sem valor aquisitivo parece ainda minúsculo em comparaçao com a moeda escriturai Os
ím es da guerra 6 pengoes valiam um dólar, a tam cambial foi de 1,835 bi
lhões para um dólar - taxa puramente
fichcia, pois, cx)ra exceção de alg especuladores audaciosos, ninguém' ... tava disposto a trocar moeda estrangeira uns es-
por moeda húngara. Não sendo mais possível uma refor ma monetária no sentido normal, o Go verno húngaro resolveu substituir a
nao se deu uma baixa, e novas emisl
nova, e que 149 drachmas novas valiam
IGO vêzes.
sões monetárias tomam duvidoso o efei
um dólar.
mente fixada em 100 zlotijs por dólar,
to da reforma.
apenas o quintuplo • do nível de prégucrra. Mas, desde princípios de 1948, quase tôdas as transações financeiras com
teatro de uma situação caótica, ainda
Mas, as perturbações inter
nas, as emissões contínuas de papelmoéda e, sobretudo, o passivo da ba tenção desta taxa. O dólar passou ofi cialmente, em junho de 1945, a 500 drachmas, e no ano seguinte a cerca de 5.000, o preço livre a 10,000 drachmas. Graças ao au.xílio americano, a situação econômica, financeira e monetária co
meça a normalizar-se, mas o volume mo netário continua ainda aumentando.
Ainda que a Hungria e a Grécia constituam casos excepcionais, a destrui
do-se mesmo o nome de "pengoe", de
ção dos sistemas monetários na Europa oriental foi geral. Na Rumânia, a quan tidade de papel-moeda estava mil vêzes
finitivamente desa creditado. A nova
do o Governo realizou, em agôsto de
moeda antiga por uma nova, extinguin
unidade chama-se "florint", e oficial
mente 11,83 flo~ rints ficam iguais
mais elevada que no ante-guerra, quan
1947, uma reforma rigorosa.
O novo
leu foi equiparado a 20.000 antigos lei, e a maior parte dos depósitos foi blo
queada. A Iugoslávia introduziu já em
a um dólar. A sua
maio de 1945 um novo dinar.
quantidade já sextuplicou desde a sua
.sabe quase nada sôbre o efeito dessa
criação,
mas,
Não se
medida, pois o ma
em
rechal Tito ordenou um "blackout" com.
conseqüência de um severo policiamento,
pleto para tôdas as
a alta dos preços foí
estatísticas econômi
relativamente módi
cas,
ca nos últimos dois
monetárias.
financeiras
e
Pelo
contrário, a Polônia
anos.
A evolução foi se
continua publicando
melhante na Grécia.
todos os dados mo
Nesse país a quantidade de moeda su
netários,
biu, já nos últimos dois anos da guerra,
do com os esque
a dimensões astronômicas, tomando-se
mas usuais, nos paí-
indispensável a criação de uma moeda nova, com a diferença, porém, que o nome da moeda antiga ficou mantido. A lei monetária estipulou que 50 bilhões
33
elevado que antes da guerra e os preços
de drachmas antigas seriam íguais.a uma
lança comercial, não permitiam a manu
1... Mhfc d.
Dioksto Econômico
de
ses ocidentais.
acòr-
O.
Ç, volume monetário dêsse país está cêro
ca de 80 vêzes mais
A taxa cambial foi oficial
o estrangeiro efotuam-se na base do
400 ilotys por dólar. A diferença entre o valor exterior e interior da moeda, é, portanto, acentuada.
Entre os países da órbita soviética,
apenas a Bulgária e a Tchecoslováquia escaparam da hiperinflação. Na Bulgá ria o volume monetário c os preços
acu.sam, em comparação ao pré-guerra, um acréscimo de cerca de 700íc. A Tchecoslováquia. que sofreu relativamente poucas destruições, tem cinco vêzes mais papel-moeda, mas o custo da vida apenas triplicou, mantendo-se vir tualmente estável desde há dois anos.
A Alemanha foi, uma vez mais, o que num sentido diferente daquele visto liá vinte e cinco anos. As autoridades de
ocupação impediram uma hiperinflação. O país tornou-se mesmo o mais barato
da Europa, não somente porque um cigarro americano adquiriu um poder aquisitivo fabuloso. Os preços tabelados foram mantidos num nível nitidamente
baixo.
Na zona britânica, o índice do
custo da vida nunca ultrapassou 140
(1937 =: 100), o o índice dos preços alimentícios oscilou à volta de 125. Ora,
ninguém sabia quanta moeda estava
circulando.
Mesmo na época em que
as relações entre as forças ocidentais e
orientais foram menos tensas do que hoje, não foi possível fazer um levan
O novo "inark"
tamento sôbre o numerário em mãos do
povo alemão. Os dois países divididos entre o Oeste
e o Loste, a Áustria e a Alemanha, ■to maram, sob o aspecto monetário, um rumo completamente diferente. A Áus tria chegara rapidamente a uma estabili dade de aparência. O Govêrno austría
co adotou em 1946, oficiahnente, a taxa cambial de 10 shillings por dólar, intro duzida já anteriormente pelas autorida des de ocupação, e essa ta.xa ficou até
hoje. O volume monetário relativamen te pouco aumentou, mas os preços, ar-
, tificialmente comprimidos sob o regime alemão, triplicaram desde 1946. Para parar o movimento altista, o Govêrno efetuou, em fins de 1947, uma forte de flação, reduzindo o numerário de 40% e
bloqueando grande parte dos depósi tos. Por essa contração, a alta dos pre ços ficou, de fato, paralisada, mas
Essa incrível confusão foi ao menos
uma das razões da forma bastante crua da reforma monetária, iniciada no mês de junho deste ano. Ccntràriamente ao
método aplicado mesmo em países de hiperinflação, o novo mark não foi tro cado proporcionalmente contra o mark antigo, mas sim num limite de 60 marks
"per capita".
A taxa oficial de 10
marks por um dólar, 60 marks represen tam um montante ínfimo como meio
circulante, noladamente num país onde a maioria dos depósitos bancários está
bloqueada. A conseqüência imediata foi uma enorme- escassez de dinheiro; nin
guém queria gastar a sua moeda. Mas, já depois de algumas semanas, o medo dissipou-se, a nova moeda circulou com velocidade acentuada, e a rapidez da circulação supriu a falta de quantidade.
-W
35
Dicesto Econômico DroFSTo
EmvóMírn
cio exterior sofreu grandes mudanças,
der-se-ia imaginar que uma alta dos
pelas potências ocidentais, outra pelos
o saldo positivo da Suécia transformouse cedo em déficit elevado e a reper
preços nos Estados
lidade das duas moedas, uma emitida
Ce uniu prcs.são inflacioiii.stu c<jm u iiic.sma inten.sidadc que nu França ou nu Itália.
cussão da revaloriziição sôbre o nível dos preços não correspondeu às previ sões; não somente os preços por ata
Mau grado o conflilo político c a riva russos, o novo mark contribuiu sensivel
mente para a reorganizaviu) da econo mia alemã.
Revalorização m Suécia
Como já -aconteceu depois da primei
Todavia, o nível dos preços — calcula
dos em dólares — e, por conseguinte, o cu.sto da produção naqueles países, é alto, todo.s êles têm uma balança comer cial fortemente passiva, as receitas em divisas, oriundas de serviços e de inver
ra guerra mundia', não é impossível que
sões de capitais, rediizirain-se, e per
a Alemanha encontre mais rapidamente que alguns países da Europa ocidental
gunta-se se .será possível equilibrar a balança de pagamentos com a taxa cam
seu equilíbrio monetário.
A expansão
bial em vigor.
A questão pode apre
contínua nos Estado.s Unidos refletir-
conjuntura mundial — mas também o
se-ia inevitavelmente numa inflação con
custo da vida continuaram subindo. Ain
tínua na Inglaterra, e já que os salários
da que, recentemente, a balança comer
e os preços neste país são menos flexí
cial acuse ligeira melhoria, o proble
se-ia ine\itável. Foi essa a idéia que um dos mais famosos financistas inglèses,
livre para as moedas do mundo inteiro,
notável artigo da "American Economic Review", aos seus amigos do outro lado
mente já antes da reforma, muito me
como a Bélgica, que figura atualmente entre os países mais prósperos da Euro
as notas suecas são negociadas a nm preço que corresponde apenas a dois
pa. E'a é mais • urgente ainda para a Holanda, gravemente atingida pela guer
terços da taxa oficial.
vésperas da guerra. Na França, o acréscimo de papel-moeda atinge apenas 700%, mas a moeda escriturai aumen
tou de 2.000%, ultrapassando hoje, em algarismos absolutos, o meio circulante. Em comparação com essa expansão mo netária, a alta do custo dã vida — cerca de 5.000% na Itália e de 1.700% na França — não tem nada de .surpreen
dente. Em nenhum dos dois países a
ra na metrópole c nas suas colônias.
veis, a desvalorização da libra tomar-
ma cambial fica sem solução definitiva. Sintoma característico: na praça de Zu rique, que é agora o principal mercado
sentar-se no futuro mesmo para um país
papel-moeda é 40 vezes maior que nas
menta-se de outra maneira: a inflação
cado — diretamente influenciados pela
monetária na Alemanha foi, provàvelnor que na Itália, onde o volume de
Unidos seria até
vantajosa para a Inglaterra, que sempre Se inquietou com o bai.xo custo da pro dução americana. Mas, agora, argu
O problema do libra esterlina
O problema é particularmente sério para a Suécia, único país europeu cuja
A questão da desvalorização fica tam bém em foco para a libra esterlina. É
taxa cambial é hoje sensivelmente mais elevada que antes da guerra. A coroa sueca, depois de ter sofrido em princí pios da guerra uma baixa de 5%, foi revalorizada, em julho de 1946, de 15%, de modo que um dólar vale oficialmen
verdade que o publico inglês, mais discipMnado do que nunca, não se inte ressa demasiadamente pelo prol^lema cambial. Vive sempre ainda na orgu lhosa comàcção de que uma libra é
igual a unia libra, e o rigoroso sistema
R. G. Hawtrey, expôs recentemente, num
do At'ántico.
A atitude dos ingleses é, até certo
ponto, característica das opiniões pre dominantes também no Continente euro
peu. Em toda a Europa, os Governos, assim como os meios financeiros e in
dustriais, que antes da guerra conside ravam a desvalorização como uma panacéia, preferem uma moeda estável. O
combate à inflação é geral, ainda que às vêzes travado com medidas inadequa das e com hesitações. Alguns países
tendência inflacionista parece já defi
te 3,60 coroas, em vez de 3,98, como em
nitivamente parada.
de racionamento e tabelamento dá aos
acreditam ainda poder evitar uma re
1938. Quando o Governo sueco iniciou essa operação ousada, o país acabava de
consumidores, a despeito de seus incon
forma incisiva e contentam-se com o
venientes, a segurança de que os pro blemas monetários não podem atingir profundamente a existência de um povo trabalhador, Os homens da Cit)' são,'
artifício de taxas cambiais miiltiplas, ou com pseudo-contrôles que favorecem
naturalmente, de outra opinião. Mas, verifica-se que a pressão dos exportado-
dos e observações "in loco" conduzem-
No norte e noroeste da Europa' o pro blema monetário apresenta-se sob outro aspecto. Decerto nessa região tam bém as finanças governamentais não são
brilhantes, e os orçamentos — por exem plo na Holanda — acusam ainda déficits
elevados. Mas esses países dispõem em geral de um bom aparelho bancário e de" um mercado de capital que dispensa o Govêmo da necessidade de recorrer .
atravessar um período excepcionalmente
favorável ao seu comércio exterior, e pa rece que os técnicos suecos — aliás de fama mundial em assuntos monetários —
esperavam uma continuação dessa con juntura. Queriam descongestionar o país do afluxo de divisas, que ameaçava de provocar uma forte inflação. 0.s motivos
moeda. As tensões sociais são menores,
foram semelhantes àqueles que induzi ram na mesma época, no Brasil, alguns peritos a sugerir com insistência uma
de modo que o círculo vicioso — au
revalorização do cruzeiro.
em tempo de paz à emissão de papelmento de salários, aumento de preços, aumento do meio circulante — não exerr
A evolução seguinte desmentiu tais prognósticos e preocupações. O comér-
re.s sobre o Governo, no sentido de uma
desvalorização, atenuou-se; c que tam bém fora da Inglaterra a libra tornou-se mais firme.
Curiosamente, os financistas britânicos
estão mais preocupados com a inflação
nos Estados Unidos do que com a situa ção monetária do seu próprio pais. PoIr.A
■
rliiilil ri'<
a especu'ação e intimidam o comércio honesto. Mas, em suma, os nossos estu
nos à conclusão de que o surto de infla ção vai decrescendü e que, sob o ponto de vista monetário também, a recons trução da Europa sc encontra em pleno
desenvolvimento. Contanto que o mun do não seja perturbado por uma nova conflagração, pode-se esperar que, daqui a um ou dois anos, a inflação do apósguorra estará acabada. 1 Irirrtlli^ Iii«i .
/
-W
35
Dicesto Econômico DroFSTo
EmvóMírn
cio exterior sofreu grandes mudanças,
der-se-ia imaginar que uma alta dos
pelas potências ocidentais, outra pelos
o saldo positivo da Suécia transformouse cedo em déficit elevado e a reper
preços nos Estados
lidade das duas moedas, uma emitida
Ce uniu prcs.são inflacioiii.stu c<jm u iiic.sma inten.sidadc que nu França ou nu Itália.
cussão da revaloriziição sôbre o nível dos preços não correspondeu às previ sões; não somente os preços por ata
Mau grado o conflilo político c a riva russos, o novo mark contribuiu sensivel
mente para a reorganizaviu) da econo mia alemã.
Revalorização m Suécia
Como já -aconteceu depois da primei
Todavia, o nível dos preços — calcula
dos em dólares — e, por conseguinte, o cu.sto da produção naqueles países, é alto, todo.s êles têm uma balança comer cial fortemente passiva, as receitas em divisas, oriundas de serviços e de inver
ra guerra mundia', não é impossível que
sões de capitais, rediizirain-se, e per
a Alemanha encontre mais rapidamente que alguns países da Europa ocidental
gunta-se se .será possível equilibrar a balança de pagamentos com a taxa cam
seu equilíbrio monetário.
A expansão
bial em vigor.
A questão pode apre
contínua nos Estado.s Unidos refletir-
conjuntura mundial — mas também o
se-ia inevitavelmente numa inflação con
custo da vida continuaram subindo. Ain
tínua na Inglaterra, e já que os salários
da que, recentemente, a balança comer
e os preços neste país são menos flexí
cial acuse ligeira melhoria, o proble
se-ia ine\itável. Foi essa a idéia que um dos mais famosos financistas inglèses,
livre para as moedas do mundo inteiro,
notável artigo da "American Economic Review", aos seus amigos do outro lado
mente já antes da reforma, muito me
como a Bélgica, que figura atualmente entre os países mais prósperos da Euro
as notas suecas são negociadas a nm preço que corresponde apenas a dois
pa. E'a é mais • urgente ainda para a Holanda, gravemente atingida pela guer
terços da taxa oficial.
vésperas da guerra. Na França, o acréscimo de papel-moeda atinge apenas 700%, mas a moeda escriturai aumen
tou de 2.000%, ultrapassando hoje, em algarismos absolutos, o meio circulante. Em comparação com essa expansão mo netária, a alta do custo dã vida — cerca de 5.000% na Itália e de 1.700% na França — não tem nada de .surpreen
dente. Em nenhum dos dois países a
ra na metrópole c nas suas colônias.
veis, a desvalorização da libra tomar-
ma cambial fica sem solução definitiva. Sintoma característico: na praça de Zu rique, que é agora o principal mercado
sentar-se no futuro mesmo para um país
papel-moeda é 40 vezes maior que nas
menta-se de outra maneira: a inflação
cado — diretamente influenciados pela
monetária na Alemanha foi, provàvelnor que na Itália, onde o volume de
Unidos seria até
vantajosa para a Inglaterra, que sempre Se inquietou com o bai.xo custo da pro dução americana. Mas, agora, argu
O problema do libra esterlina
O problema é particularmente sério para a Suécia, único país europeu cuja
A questão da desvalorização fica tam bém em foco para a libra esterlina. É
taxa cambial é hoje sensivelmente mais elevada que antes da guerra. A coroa sueca, depois de ter sofrido em princí pios da guerra uma baixa de 5%, foi revalorizada, em julho de 1946, de 15%, de modo que um dólar vale oficialmen
verdade que o publico inglês, mais discipMnado do que nunca, não se inte ressa demasiadamente pelo prol^lema cambial. Vive sempre ainda na orgu lhosa comàcção de que uma libra é
igual a unia libra, e o rigoroso sistema
R. G. Hawtrey, expôs recentemente, num
do At'ántico.
A atitude dos ingleses é, até certo
ponto, característica das opiniões pre dominantes também no Continente euro
peu. Em toda a Europa, os Governos, assim como os meios financeiros e in
dustriais, que antes da guerra conside ravam a desvalorização como uma panacéia, preferem uma moeda estável. O
combate à inflação é geral, ainda que às vêzes travado com medidas inadequa das e com hesitações. Alguns países
tendência inflacionista parece já defi
te 3,60 coroas, em vez de 3,98, como em
nitivamente parada.
de racionamento e tabelamento dá aos
acreditam ainda poder evitar uma re
1938. Quando o Governo sueco iniciou essa operação ousada, o país acabava de
consumidores, a despeito de seus incon
forma incisiva e contentam-se com o
venientes, a segurança de que os pro blemas monetários não podem atingir profundamente a existência de um povo trabalhador, Os homens da Cit)' são,'
artifício de taxas cambiais miiltiplas, ou com pseudo-contrôles que favorecem
naturalmente, de outra opinião. Mas, verifica-se que a pressão dos exportado-
dos e observações "in loco" conduzem-
No norte e noroeste da Europa' o pro blema monetário apresenta-se sob outro aspecto. Decerto nessa região tam bém as finanças governamentais não são
brilhantes, e os orçamentos — por exem plo na Holanda — acusam ainda déficits
elevados. Mas esses países dispõem em geral de um bom aparelho bancário e de" um mercado de capital que dispensa o Govêmo da necessidade de recorrer .
atravessar um período excepcionalmente
favorável ao seu comércio exterior, e pa rece que os técnicos suecos — aliás de fama mundial em assuntos monetários —
esperavam uma continuação dessa con juntura. Queriam descongestionar o país do afluxo de divisas, que ameaçava de provocar uma forte inflação. 0.s motivos
moeda. As tensões sociais são menores,
foram semelhantes àqueles que induzi ram na mesma época, no Brasil, alguns peritos a sugerir com insistência uma
de modo que o círculo vicioso — au
revalorização do cruzeiro.
em tempo de paz à emissão de papelmento de salários, aumento de preços, aumento do meio circulante — não exerr
A evolução seguinte desmentiu tais prognósticos e preocupações. O comér-
re.s sobre o Governo, no sentido de uma
desvalorização, atenuou-se; c que tam bém fora da Inglaterra a libra tornou-se mais firme.
Curiosamente, os financistas britânicos
estão mais preocupados com a inflação
nos Estados Unidos do que com a situa ção monetária do seu próprio pais. PoIr.A
■
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a especu'ação e intimidam o comércio honesto. Mas, em suma, os nossos estu
nos à conclusão de que o surto de infla ção vai decrescendü e que, sob o ponto de vista monetário também, a recons trução da Europa sc encontra em pleno
desenvolvimento. Contanto que o mun do não seja perturbado por uma nova conflagração, pode-se esperar que, daqui a um ou dois anos, a inflação do apósguorra estará acabada. 1 Irirrtlli^ Iii«i .
/
V'Vi'^
wr
37
Digesto Econômico
O imposto d« renda americano e sua simplificação
carado o jjroblema com maior severida de do que o Presidente Roosevelt, ao vetar, em fevereiro de 1944, nova refor
ma do imposto de renda, aprovada pelo
GUXLHEU.NtE DeVKZA
(Chefe do Serviço de Controle e Estatística da Divisão do Imposto dc Renda do Ministério da Fazenda)
1. Da complexidade do sistema. ÃO obstante a boa vonta
democratas andavam vivamente preo cupados com as pró.ximas eleições, don
Depois de
postos, nada populares sem dúvida, não
O autor focalizou as duas importantes
destinava a canalizar para os cofres públicos dez bilhões e meio de dólares,
reformas que o impôsto de renda ame
como receita adicional, o Presidente Roosevelt dizia, sem rodeios;
dicional sistema de ano-base, mediante a
adoção de declarações presuntivas de rendinuíntos. Com a segunda, tentou-se resolver o problema da complexidade a que o impôsto havia chegado e que
A Nação compreenderá, facilmen te, que não é por culpa do Tesouro
acarretou uma séria crise política nos Estados Unidos.
de sociedades anônimas, os juros de evidência a força econômica do indiví
analisar, acremente, os cortes e modifi
à Câmara dos Deputados, e que se
te, sobre os vencimentos, os dividendos
hipotecas, não oferece maiores dificul
a proposta governamental.
de repugnar-lhes votar aumentos de im
ricano sofreu durante a última guerra.
dades. Mas quando se procura pôr em
numa ocasião em que republicanos e
vo, o projeto encaminliado meses" antes
Com a primeira, foi abandonado o tra
que a justiça tributária ande a par com a simplicidade. Um impôsto direto apenas, como já foi no Brasil o que recaía, isoladamen
intricadíssimos, de caráter quase inquísitorial, que constituem verdadeira pro vação à sua paciência e argúcia.
nação, criticando sem rebuços, também,
tadore.s jiúblicos juramentados con
os termos do veto presidencial.
seguem interpretar. Não, a culpa é tòda do Congresso dos Estados Uni das, por usar, na redação das leis, linguagem tão obscura que não há
plexidade do impôsto de renda volta
dicionário ou enciclopédia que a
atiradas, declara por sua vez;
a concessão de várias deduções, umas
de caráter estritamente pessoal e ou
ataque a Pearl Harbor, as quais nem
E lamentando que na reforma apre sentada, em substituição à proposta
tras ligadas aos diferentes proventos, o
sempre se ativeram a cscriqjulos de or
Govêmo, não tivessem sido adotadas
problema torna-se muito mais sério. Sim, porque muitos são Os fatores que
dem doutrinária, que o impôsto de renda atingiu a um grau do e.víTaordiná-
medidas que realmente concorressem para a simplificação do sistema, o Pre
ria complexidade. Econojnistas, homens
sidente Roosevelt acrescentava:
gravidade do assunto, na tumultuosa
de contributiva.
feição que aquele tributo ia adquirindo. E não havia caricaturista que não re-
E quanto mais se descer do geral ao particular, na preocupação de distribuir a carga fiscal com eqüidade, mais com plexo se torna o sistema através do qual o impôsto de renda é cobrado. Daí ver-se o contribuinte às voltas com formulários
2Dresentasse, com os seus calungas, as agruras do contribuinte no dia a dia mais acidentado caminho do terreno fiseal.
Poucas pessoas, no entanto, terão en■•.t \ ■
■j.-j
í
nião pública, quando o próprio líder da res de. Roosevelt, apresentou a sua resig
da América, sobretudo depois da.s vá rias reformas por que passou após o
um pague de acordo com sua capacida
ve crise política que apaixonou a opi
plexos, que nem os próprios con-
suas fontes de rendimento e mediante
se apresentam, para fazer com que cada
E a questão assumiu aspecto verda
deiramente dramático, deflagrando gra
fixiados com formulários tão com
possam decifrar."
de negócios e a própria administração do país não se cansavam de proclamar a
veementes protestos.
maioria no Senado, Alben W. Barkley, um dos mais fiéis e antigos colaborado
Foi, entretanto, nos Estado.s Unidos
mero imenso de situações individuais que
podia deixar de levantar no Congresso
que os contribuintes estão sendo as
duo, através da conjugação, de todas as
devem ser levados em conta, nesse nú
Mas o veto do Presidente Roosevelt,
Congresso em completo desacòrdo com
cações de que fora alvo, no Legislati
ignoram, como contribuin tes, o quanto é espinhoso
tenha encontrado esse sistema ideal, em
alta matemática."
W80t9i8tX3tX3mWMWItX3W8KXiW006306?
de dos legisladores, que o caminho do imposto dc renda, não há país que
disposição de espírito para estudar
E, de novo, o malfadado tema da com à cena.
Barkley, defendendo o Poder
Legislativo das culpas que lhe foram "O Congresso deve ser condena
do de tal complexidade até o ponto, e apenas até o ponto, em que acei tou os consellios, as recomendações e a linguagem do Tesouro, através de
seus supostos técnicos, que estiveram sempre presentes à passagem de tôdas as novas medidas tributárias.
"Eu espero que o Congresso, após tantos adiamentos, tente, com urgên
Finanças da Câmara dos Deputados,
cia, tomar mais coerentes as_ leis do
não há membro da Comissão de Fi
impôsto de renda, de modo a ser possível simplificar, também, as de clarações e cálculos que atualmente
nanças do Senado que ignore que,
se exigem dos contribuintes.
Êstes,
novo projeto de reforma fiscal, o fi
empenhados agora no esfòrço de ven cer a maior guerra que a nação até
zemos com o desejo absoluto de sim
• hoje enfrentou, não se encontram com
Não há membro da Comissão de
tôda a vez que iniciamos, nestes úl timos dez anos, a elaboração de um
plificar as leis e os formulários por meio dos quais os impostos são co-
V'Vi'^
wr
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Digesto Econômico
O imposto d« renda americano e sua simplificação
carado o jjroblema com maior severida de do que o Presidente Roosevelt, ao vetar, em fevereiro de 1944, nova refor
ma do imposto de renda, aprovada pelo
GUXLHEU.NtE DeVKZA
(Chefe do Serviço de Controle e Estatística da Divisão do Imposto dc Renda do Ministério da Fazenda)
1. Da complexidade do sistema. ÃO obstante a boa vonta
democratas andavam vivamente preo cupados com as pró.ximas eleições, don
Depois de
postos, nada populares sem dúvida, não
O autor focalizou as duas importantes
destinava a canalizar para os cofres públicos dez bilhões e meio de dólares,
reformas que o impôsto de renda ame
como receita adicional, o Presidente Roosevelt dizia, sem rodeios;
dicional sistema de ano-base, mediante a
adoção de declarações presuntivas de rendinuíntos. Com a segunda, tentou-se resolver o problema da complexidade a que o impôsto havia chegado e que
A Nação compreenderá, facilmen te, que não é por culpa do Tesouro
acarretou uma séria crise política nos Estados Unidos.
de sociedades anônimas, os juros de evidência a força econômica do indiví
analisar, acremente, os cortes e modifi
à Câmara dos Deputados, e que se
te, sobre os vencimentos, os dividendos
hipotecas, não oferece maiores dificul
a proposta governamental.
de repugnar-lhes votar aumentos de im
ricano sofreu durante a última guerra.
dades. Mas quando se procura pôr em
numa ocasião em que republicanos e
vo, o projeto encaminliado meses" antes
Com a primeira, foi abandonado o tra
que a justiça tributária ande a par com a simplicidade. Um impôsto direto apenas, como já foi no Brasil o que recaía, isoladamen
intricadíssimos, de caráter quase inquísitorial, que constituem verdadeira pro vação à sua paciência e argúcia.
nação, criticando sem rebuços, também,
tadore.s jiúblicos juramentados con
os termos do veto presidencial.
seguem interpretar. Não, a culpa é tòda do Congresso dos Estados Uni das, por usar, na redação das leis, linguagem tão obscura que não há
plexidade do impôsto de renda volta
dicionário ou enciclopédia que a
atiradas, declara por sua vez;
a concessão de várias deduções, umas
de caráter estritamente pessoal e ou
ataque a Pearl Harbor, as quais nem
E lamentando que na reforma apre sentada, em substituição à proposta
tras ligadas aos diferentes proventos, o
sempre se ativeram a cscriqjulos de or
Govêmo, não tivessem sido adotadas
problema torna-se muito mais sério. Sim, porque muitos são Os fatores que
dem doutrinária, que o impôsto de renda atingiu a um grau do e.víTaordiná-
medidas que realmente concorressem para a simplificação do sistema, o Pre
ria complexidade. Econojnistas, homens
sidente Roosevelt acrescentava:
gravidade do assunto, na tumultuosa
de contributiva.
feição que aquele tributo ia adquirindo. E não havia caricaturista que não re-
E quanto mais se descer do geral ao particular, na preocupação de distribuir a carga fiscal com eqüidade, mais com plexo se torna o sistema através do qual o impôsto de renda é cobrado. Daí ver-se o contribuinte às voltas com formulários
2Dresentasse, com os seus calungas, as agruras do contribuinte no dia a dia mais acidentado caminho do terreno fiseal.
Poucas pessoas, no entanto, terão en■•.t \ ■
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nião pública, quando o próprio líder da res de. Roosevelt, apresentou a sua resig
da América, sobretudo depois da.s vá rias reformas por que passou após o
um pague de acordo com sua capacida
ve crise política que apaixonou a opi
plexos, que nem os próprios con-
suas fontes de rendimento e mediante
se apresentam, para fazer com que cada
E a questão assumiu aspecto verda
deiramente dramático, deflagrando gra
fixiados com formulários tão com
possam decifrar."
de negócios e a própria administração do país não se cansavam de proclamar a
veementes protestos.
maioria no Senado, Alben W. Barkley, um dos mais fiéis e antigos colaborado
Foi, entretanto, nos Estado.s Unidos
mero imenso de situações individuais que
podia deixar de levantar no Congresso
que os contribuintes estão sendo as
duo, através da conjugação, de todas as
devem ser levados em conta, nesse nú
Mas o veto do Presidente Roosevelt,
Congresso em completo desacòrdo com
cações de que fora alvo, no Legislati
ignoram, como contribuin tes, o quanto é espinhoso
tenha encontrado esse sistema ideal, em
alta matemática."
W80t9i8tX3tX3mWMWItX3W8KXiW006306?
de dos legisladores, que o caminho do imposto dc renda, não há país que
disposição de espírito para estudar
E, de novo, o malfadado tema da com à cena.
Barkley, defendendo o Poder
Legislativo das culpas que lhe foram "O Congresso deve ser condena
do de tal complexidade até o ponto, e apenas até o ponto, em que acei tou os consellios, as recomendações e a linguagem do Tesouro, através de
seus supostos técnicos, que estiveram sempre presentes à passagem de tôdas as novas medidas tributárias.
"Eu espero que o Congresso, após tantos adiamentos, tente, com urgên
Finanças da Câmara dos Deputados,
cia, tomar mais coerentes as_ leis do
não há membro da Comissão de Fi
impôsto de renda, de modo a ser possível simplificar, também, as de clarações e cálculos que atualmente
nanças do Senado que ignore que,
se exigem dos contribuintes.
Êstes,
novo projeto de reforma fiscal, o fi
empenhados agora no esfòrço de ven cer a maior guerra que a nação até
zemos com o desejo absoluto de sim
• hoje enfrentou, não se encontram com
Não há membro da Comissão de
tôda a vez que iniciamos, nestes úl timos dez anos, a elaboração de um
plificar as leis e os formulários por meio dos quais os impostos são co-
• 38
DrcESTo Econômico
Tentamos adotar, sempre,
a chamar um técnico para preencher sua
medidas que nos conduzissem a êsse
declaração de rendimentos, por fugir o
fim. E quando chegávamos a um acordo sobre determinada providên
sistema à sua compreensão. ..
cia, submetíamo-la ao Tesouro para
a.ssunto tinha sido por demais discutido,
que a consolidasse em linguagem adequada ao seu objetivo. E não raro voltou o Tesouro, na pessoa de
para ficar sem providência alguma que resolvesse, em parte que fôsse, o pro blema que há muito vinha agitando o
seus técnicos, com bnguagem tão Salomão nem todos os sábios do
país. E, assim, ainda um mes não era passado da data em que aquela lei fora aprovada, quando projeto de nova re
Oriente poderiam entender ou in
forma do impôsto de renda começou a
-brados.
complicada, tão nebulosa, que nem terpretar."
Não havia dúvida, porém, de que o
Mas o Pre
,tão em vigor.
sidente Roosevelt, numa época em que
O plano, elaborado de comum acôrdo
os problemas da guerra, tanto internos como externos, mais lhe pesavam sôbre os ombros, • soube, com grande habili dade, contornar a crise nacional que ameaçava lançar a cisão em seu pró
entre os técnicos do Tesouro e os da Comissão de Finanças da Câmara dos
Deputados, tinha como finalidade, so
bretudo, reduzir o número de pessoas obrigadas a preencher declaração de
prio partido, reafirmando em afetuosa carta a Barkley, que se tomou pública,
rendimentos
sua confiança nos membros do Congres
eliminar o "Victory tax", impôsto este cobrado paralelamente com o "income
so, cuja integridade, esclarecia êle, nao pretendera atacar. Não lhe foi possí
Econômico
inos a analisar.
—
condição fundamental
para qualquer simplificação — bem como
39
sem duvida para amenizar essa .situação,
Torna-so necessário.
entretanto, para mcúlior compreensão do
que o Governo deveria restituir ao con
assunto, que descrevamos, embora em
tribuinte solteiro, depois da guerra, 25% de seu impôsto, até o limite de $500, e ao c^ado, 40% até o limite de $1.000, cojji o acréscimo de 2% por encargo de
linhas gerais, como se vem realizando a
cobrança do imposto de renda, atra
vés do muito discutido método "pay-asyou-go", isto é, "pague à medida que ganha , o qual se inspirou no modo
ftimília. até o limite de $100.
tido do debito fiscal, se o contribuinte
recadação do "Victory tax". figura fiscal de enrergencia. como o seu próprio nome indica.
2. Um
provasse: a) ter pago prêmios de seguro
de vida sôbre apólices subscritas antes de 1.° de setembro de 1942; b) haver liquidado dívidas contraídas também an impôsto de guerra — "Victonj' tes de 1.° de setembro de 1942; c) ter comprado títulos de empréstimos de ^ ^ repercussão no
impôsto
retula.
guerra.
e no Senado, de acôrdo com a Consti tuição, fôsse, por grande maioria, con
complexidade do tributo, acarretavam
vertido em lei.
pôsto sem grandes com plicações, pois consis
tivo e o Executivo, continuaram os cin
gável que, no balanço dos prós e cono novo projeto oferecia reais van tagens. E, assim, a sua marcha, quer na Câmiira dos Deputados quer no
qüenta milhões dc contribuintes ame
Senado, não .sofreu qualquer obstáculo,
tos anuais superiores a
de modo que, em menos de uni mês,
$624, importância esta
êssé projeto,' com a aprovação unâni-
que
me de ambas as casas c com o bene
isenção básica. Era, na
plácito do Presidente da República, foi
verdade, um impôsto
convertido em lei.
adicional de renda, com a desvantagem,
tividade, de que era obrigado também
São, pois, os principais aspectos de fâo importante reforma, que entrou em em janeiro de 1945, que passarc-
de dezembro de 1943, vo só se daria em 15 de
nos últimos meses de
xou de dar-lhes algum consôlo a afir mativa então feita pelo Professor Einstein, o famoso autor da teoria da rela
de 1.° de janeiro a 31
traordinário poder aqui. sitivo do povo, foi apro
Embora, é verdade, as medidas pro postas revogassem muitos dos dispositi vos que mais haviam concorrido para a
ricanos sem saber a quem responsabili zar pelo suplício a que se viam subme tidos, sempre que tinham. de prestar contas ao fisco. É verdade que não dei
início, sòbre os rendimentos auferidos
o seu vencimento efeti
vel, entretanto, impedir que o projeto, depois de apreciadas as objeções do.veto presidencial na Câmara dos Deputados
no terreno fiscal, entre o Poder Legisla
1942, como já dissemos, para recair, de
como diminuir o ex-
vado pelo Congresso
E apesar dessa luta sem precedentes
Criada esta contribuição em fins de
ic ory tax , tributo que tinha por irn nao so canalizar novos recursos para o Tesouro, premido pe las despesas de guerra,
tax", mas sôbre base diversa.
elas noyas complicações. Mas era ine
E tal
crédito poderia ser imediatamente aba
como fôra anteriormente instituída a ar-
circular no Congresso, destinado princi palmente à simplificação do sistema en-
Estava travada a luta.
Dicksto
1942, para entrar em vigor em 1.° de janeiro do ano seguinte.
■
' í - -"í \ *j'
março de 1944, quando deveria ser apresentada
.'
a respectiva declaração, Mas, dessa forma, o seu
. "
pagamento ficaria ex
tremamente pesado pa-
Tratava-se de um im
^ 'V
5% sôbre os rendimen
ra o contribuinte, não só por se tratar de um
»■
tia apenas na taxa de
representava
•
tributo quase que sô bre o rendimento bruto, como por vencer-se na'
mesma época em que se venceria o impôsto
a
*
de renda. Daí haver a lei de
terminado que, a partir
de janeiro de 1943, todos os salários
porém, de ter um limite de isenção di
sofressem na fonte, a título de "Victory
ferente e de não permitir as deduções
tax , o de.sconto de 5%, levando-se em
que reduziam a capacidade de pagar
conta a isenção anual de $624, que
do contribuinte. Mas a lei determinava,
corresponderia á $12 semanais, ou-$52
• 38
DrcESTo Econômico
Tentamos adotar, sempre,
a chamar um técnico para preencher sua
medidas que nos conduzissem a êsse
declaração de rendimentos, por fugir o
fim. E quando chegávamos a um acordo sobre determinada providên
sistema à sua compreensão. ..
cia, submetíamo-la ao Tesouro para
a.ssunto tinha sido por demais discutido,
que a consolidasse em linguagem adequada ao seu objetivo. E não raro voltou o Tesouro, na pessoa de
para ficar sem providência alguma que resolvesse, em parte que fôsse, o pro blema que há muito vinha agitando o
seus técnicos, com bnguagem tão Salomão nem todos os sábios do
país. E, assim, ainda um mes não era passado da data em que aquela lei fora aprovada, quando projeto de nova re
Oriente poderiam entender ou in
forma do impôsto de renda começou a
-brados.
complicada, tão nebulosa, que nem terpretar."
Não havia dúvida, porém, de que o
Mas o Pre
,tão em vigor.
sidente Roosevelt, numa época em que
O plano, elaborado de comum acôrdo
os problemas da guerra, tanto internos como externos, mais lhe pesavam sôbre os ombros, • soube, com grande habili dade, contornar a crise nacional que ameaçava lançar a cisão em seu pró
entre os técnicos do Tesouro e os da Comissão de Finanças da Câmara dos
Deputados, tinha como finalidade, so
bretudo, reduzir o número de pessoas obrigadas a preencher declaração de
prio partido, reafirmando em afetuosa carta a Barkley, que se tomou pública,
rendimentos
sua confiança nos membros do Congres
eliminar o "Victory tax", impôsto este cobrado paralelamente com o "income
so, cuja integridade, esclarecia êle, nao pretendera atacar. Não lhe foi possí
Econômico
inos a analisar.
—
condição fundamental
para qualquer simplificação — bem como
39
sem duvida para amenizar essa .situação,
Torna-so necessário.
entretanto, para mcúlior compreensão do
que o Governo deveria restituir ao con
assunto, que descrevamos, embora em
tribuinte solteiro, depois da guerra, 25% de seu impôsto, até o limite de $500, e ao c^ado, 40% até o limite de $1.000, cojji o acréscimo de 2% por encargo de
linhas gerais, como se vem realizando a
cobrança do imposto de renda, atra
vés do muito discutido método "pay-asyou-go", isto é, "pague à medida que ganha , o qual se inspirou no modo
ftimília. até o limite de $100.
tido do debito fiscal, se o contribuinte
recadação do "Victory tax". figura fiscal de enrergencia. como o seu próprio nome indica.
2. Um
provasse: a) ter pago prêmios de seguro
de vida sôbre apólices subscritas antes de 1.° de setembro de 1942; b) haver liquidado dívidas contraídas também an impôsto de guerra — "Victonj' tes de 1.° de setembro de 1942; c) ter comprado títulos de empréstimos de ^ ^ repercussão no
impôsto
retula.
guerra.
e no Senado, de acôrdo com a Consti tuição, fôsse, por grande maioria, con
complexidade do tributo, acarretavam
vertido em lei.
pôsto sem grandes com plicações, pois consis
tivo e o Executivo, continuaram os cin
gável que, no balanço dos prós e cono novo projeto oferecia reais van tagens. E, assim, a sua marcha, quer na Câmiira dos Deputados quer no
qüenta milhões dc contribuintes ame
Senado, não .sofreu qualquer obstáculo,
tos anuais superiores a
de modo que, em menos de uni mês,
$624, importância esta
êssé projeto,' com a aprovação unâni-
que
me de ambas as casas c com o bene
isenção básica. Era, na
plácito do Presidente da República, foi
verdade, um impôsto
convertido em lei.
adicional de renda, com a desvantagem,
tividade, de que era obrigado também
São, pois, os principais aspectos de fâo importante reforma, que entrou em em janeiro de 1945, que passarc-
de dezembro de 1943, vo só se daria em 15 de
nos últimos meses de
xou de dar-lhes algum consôlo a afir mativa então feita pelo Professor Einstein, o famoso autor da teoria da rela
de 1.° de janeiro a 31
traordinário poder aqui. sitivo do povo, foi apro
Embora, é verdade, as medidas pro postas revogassem muitos dos dispositi vos que mais haviam concorrido para a
ricanos sem saber a quem responsabili zar pelo suplício a que se viam subme tidos, sempre que tinham. de prestar contas ao fisco. É verdade que não dei
início, sòbre os rendimentos auferidos
o seu vencimento efeti
vel, entretanto, impedir que o projeto, depois de apreciadas as objeções do.veto presidencial na Câmara dos Deputados
no terreno fiscal, entre o Poder Legisla
1942, como já dissemos, para recair, de
como diminuir o ex-
vado pelo Congresso
E apesar dessa luta sem precedentes
Criada esta contribuição em fins de
ic ory tax , tributo que tinha por irn nao so canalizar novos recursos para o Tesouro, premido pe las despesas de guerra,
tax", mas sôbre base diversa.
elas noyas complicações. Mas era ine
E tal
crédito poderia ser imediatamente aba
como fôra anteriormente instituída a ar-
circular no Congresso, destinado princi palmente à simplificação do sistema en-
Estava travada a luta.
Dicksto
1942, para entrar em vigor em 1.° de janeiro do ano seguinte.
■
' í - -"í \ *j'
março de 1944, quando deveria ser apresentada
.'
a respectiva declaração, Mas, dessa forma, o seu
. "
pagamento ficaria ex
tremamente pesado pa-
Tratava-se de um im
^ 'V
5% sôbre os rendimen
ra o contribuinte, não só por se tratar de um
»■
tia apenas na taxa de
representava
•
tributo quase que sô bre o rendimento bruto, como por vencer-se na'
mesma época em que se venceria o impôsto
a
*
de renda. Daí haver a lei de
terminado que, a partir
de janeiro de 1943, todos os salários
porém, de ter um limite de isenção di
sofressem na fonte, a título de "Victory
ferente e de não permitir as deduções
tax , o de.sconto de 5%, levando-se em
que reduziam a capacidade de pagar
conta a isenção anual de $624, que
do contribuinte. Mas a lei determinava,
corresponderia á $12 semanais, ou-$52
41
Digesto Econômico Digesto Econômico
40
atingia a 19%, isto é, 6% dc impôsto pro
Esta retenção na fonte deixava, po rém, de atingir os rendimentos de ou
porcional o 13% de impôsto complemen
tras categorias, isto é, juros, dividen
te de menor capacidade conlributiva já mensais.- de acôrdo com a norma de
rido.s no uno do 1942, deíxundo-sc as
pagamento seguida pelo empregador.
sim de cobrar sôbre ele.s qualquer tri
Isto não evitava, todavia, que na época própria tivesse de ser apresentada a de claração de todos os rendimentos, a fim de ser pago o impôsto realmente devido,
buto. Em 1943 vida nova se iniciava, com o abandono do tradicional sistema
uma vez que só os salários estavam su
de impostos, incompatível com o esfôrço de guerra em que o país so en
jeitos ao desconto na fonte.
No caso,,
de ano-base. Pensavam outros, ao con
trário, que isso constituiria um perdão
porém, de indivíduos que fôssem, ao
contrava empenhado. E, a seu ver, em
mesmo tempo, contribuintes do impôs to de renda, a declaração seria uma só
bora em 1943 os contribuintes come
para o cálculo de ambos os tributos.
Fácil é imaginar, pois, a complexidade dos formulários então adotados para preencher os dois fins.
3. "Pay-as-you-go", ou novo sistema de base.
Até 1942, o impôsto de renda nos
tar progressivo. Mas na apuração do impôsto de renda entravam em jògo de duções c abatimentos de natureza vária, que reduziam o montante tributável, ao
passo que o desconto de 20% era cal
de que o novo sistema de base tivesse
real e.xpressão, determinou a lei que fossem apresentadas, em certas épocas,
tância fixa, equivalente à isenção pes soal do contribuinte e aos seus encargos
prios rendimentos desse ano, impunha-se que êles pagassem, também, o tributo correspondente aos rendimentos de 1942. Depois de prolongados debates, que
hipóteses, a taxa mais baixa do impôsto complementar progressivo. A fim, pois,
culado quase que sôbre os ordenados
brutos, isto 6, abatia-se dêles, antes de aplicar essa taxa, apenas uma, impor
çassem a pagar o impôsto sôbre os pró
dos, aluguéis, lucros comerciais etc.,
além de cobrir, apenas, na melhor das
de família. Assim, no acêrto final das contas, nao deveriam montar a muito
as diferenças entre o impôsto desconta
declarações presuntivas de rendimento,
pelas quais o impôsto seria desde logo cobrado. Do débito que se apurasse nessas declarações seriam diminuídas, imediatamente, as importâncias que, de acôrdo com a estimativa feita, iriam ser descontadas dos salários durante o
tiveram larga repercussão na imprensa
do na fonte e o realmente devido pela maioria dos contribuintes dos grupos
do país, o Congresso aprovou a mdo-
menos elevados de renda.
ção do novo sistema, estabelecendo al
E como foi determinada a importân cia correspondente à isenção pessoal e
declarações seriam mera presunção, pois dificilmente deixariam de variar, no
aos encargos de família?
decorrer do exercício, os rendimentos e as deduções, teria o contribuinte de
gumas normas quanto aos rendimentos do ano de 1942, as quais, de certo mo
mesmo ano.
Como os elementos constantes de tais
Estados Unidos da América era calcula
do, representavam um meio termo entre
do, como no Brasil, pelo sistema de
as opiniões divergentes sôbre o trata mento que lhes deveria ser dado.
gente na época, estabelecia em $500
apresentar, mais tarde, a declaração de
Vejamos, pois, como se realizou a transição de um sistema para outro,
a isenção pessoal do indivíduo solteiro,
ou casado que não vivesse em compa
finitiva, com todos os dados reais. Aí, então, pagaria qualquer diferença de impôsto apurada ou ficaria com o direito
ano-base, isto é, tanto as deduções como
os rendimentos computados na declara ção de determinado exercício correspon
A legislação do impôsto ,de renda, vi
Mal havia entrado em função o "Vic-
dentro da grande complexidade do im pôsto de renda. Como o objeti\o do novo plano era
tory tax", que no caso dos salários, como
fazer com que o contribuinte passasse a
vimos, era descontado na fonte, forte campanha se desenvolveu, no sentido
pagar o tributo numa base corrente, ou
nhia dõ outro cônjuge, e em $1.200 a do indivíduo casado, chefe de família, o quál tinha direito ao abatimento de mais $350 por filho ou encargo equiva lente. Mas como a divisão destas quan
melhor, à medida que os rendimentos fôssem produzidos, donde o seu nome de
tias dava números fracionários, na sua
suntiva e a definitiva — seriam calcula dos tanto o impôsto de renda como o
redução a semanas, foram fixadas ou
"Victory tax", levando-se em conta, no
"pay-as-you-go", o passo inicial foi am pliar o processo de retenção de impôsto
tras, a título de isenções, para efeito
lugar próprio, os preceitos que regiam
exclusivo da retenção na fonte, a saber:
os dois tributos.
diam ao ano civil ou fiscal irnediatamente anterior.
de estender-sé o mesmo método de
cobrança ao impôsto de renda.
Mas
ia-se mais longe ainda, pois o que se desejava é que o impôsto de renda passasse a ser cobrado numa base cor
rente, não apenas sôbre os salários, mas sôbre todos os demais rendimentos.
de receber o que por acaso tivesse pago indevidamente.
É de se notar, aliás,
que em ambas as declarações — a pre-
O presente sistema entrou em vigor
na fonte. Desde .1.° de janeiro de 1943, como expusemos atrás, vinha sendo des contada dos salários em geral a porcen
solteiros $624; casados $1.248; cada en
tagem de 5%, equivalente ao "Victory fax". O que a nova lei fez foi elevar
sal, tinha o contribuinte direito à de
estabelecida a data de 15 de setembro para a apresentação da primeira decla
cargo de família $312. Desse modo, se os ordenados eram pagos em base men
por lei de 9 de junho de 1943, sendo
Ora, como o impôsto do exercício fiscal de 1942 já havia sido pago com
dução de $52, $104 e $26, respectiva mente, antes de ser calculado o impôsto
ração presuntiva. Em 15 de dezembro
tal porcentagem para 20%, a qual passa
base nos rendimentos de 1941, enten
ria a cobrir também o impôsto de
de 20%. No caso de pagamento sema
diam
renda.
nal, as deduções eram de S12, S24 e S6,
o contribuinte verificasse ter errado em sua estimativa anterior. E, afinal, com
É certo que, pela legislação então em vigor, o impôsto de renda do contribuin-
conforme o caso.
a apresentação da declaração definitiva é
naturalmente os autores
desse
plano que, com a sua adoção, não mais se de\'eria falar nos rendimentos aufe-
•f
.
nova declaração poderia ser feita, caso
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Digesto Econômico Digesto Econômico
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atingia a 19%, isto é, 6% dc impôsto pro
Esta retenção na fonte deixava, po rém, de atingir os rendimentos de ou
porcional o 13% de impôsto complemen
tras categorias, isto é, juros, dividen
te de menor capacidade conlributiva já mensais.- de acôrdo com a norma de
rido.s no uno do 1942, deíxundo-sc as
pagamento seguida pelo empregador.
sim de cobrar sôbre ele.s qualquer tri
Isto não evitava, todavia, que na época própria tivesse de ser apresentada a de claração de todos os rendimentos, a fim de ser pago o impôsto realmente devido,
buto. Em 1943 vida nova se iniciava, com o abandono do tradicional sistema
uma vez que só os salários estavam su
de impostos, incompatível com o esfôrço de guerra em que o país so en
jeitos ao desconto na fonte.
No caso,,
de ano-base. Pensavam outros, ao con
trário, que isso constituiria um perdão
porém, de indivíduos que fôssem, ao
contrava empenhado. E, a seu ver, em
mesmo tempo, contribuintes do impôs to de renda, a declaração seria uma só
bora em 1943 os contribuintes come
para o cálculo de ambos os tributos.
Fácil é imaginar, pois, a complexidade dos formulários então adotados para preencher os dois fins.
3. "Pay-as-you-go", ou novo sistema de base.
Até 1942, o impôsto de renda nos
tar progressivo. Mas na apuração do impôsto de renda entravam em jògo de duções c abatimentos de natureza vária, que reduziam o montante tributável, ao
passo que o desconto de 20% era cal
de que o novo sistema de base tivesse
real e.xpressão, determinou a lei que fossem apresentadas, em certas épocas,
tância fixa, equivalente à isenção pes soal do contribuinte e aos seus encargos
prios rendimentos desse ano, impunha-se que êles pagassem, também, o tributo correspondente aos rendimentos de 1942. Depois de prolongados debates, que
hipóteses, a taxa mais baixa do impôsto complementar progressivo. A fim, pois,
culado quase que sôbre os ordenados
brutos, isto 6, abatia-se dêles, antes de aplicar essa taxa, apenas uma, impor
çassem a pagar o impôsto sôbre os pró
dos, aluguéis, lucros comerciais etc.,
além de cobrir, apenas, na melhor das
de família. Assim, no acêrto final das contas, nao deveriam montar a muito
as diferenças entre o impôsto desconta
declarações presuntivas de rendimento,
pelas quais o impôsto seria desde logo cobrado. Do débito que se apurasse nessas declarações seriam diminuídas, imediatamente, as importâncias que, de acôrdo com a estimativa feita, iriam ser descontadas dos salários durante o
tiveram larga repercussão na imprensa
do na fonte e o realmente devido pela maioria dos contribuintes dos grupos
do país, o Congresso aprovou a mdo-
menos elevados de renda.
ção do novo sistema, estabelecendo al
E como foi determinada a importân cia correspondente à isenção pessoal e
declarações seriam mera presunção, pois dificilmente deixariam de variar, no
aos encargos de família?
decorrer do exercício, os rendimentos e as deduções, teria o contribuinte de
gumas normas quanto aos rendimentos do ano de 1942, as quais, de certo mo
mesmo ano.
Como os elementos constantes de tais
Estados Unidos da América era calcula
do, representavam um meio termo entre
do, como no Brasil, pelo sistema de
as opiniões divergentes sôbre o trata mento que lhes deveria ser dado.
gente na época, estabelecia em $500
apresentar, mais tarde, a declaração de
Vejamos, pois, como se realizou a transição de um sistema para outro,
a isenção pessoal do indivíduo solteiro,
ou casado que não vivesse em compa
finitiva, com todos os dados reais. Aí, então, pagaria qualquer diferença de impôsto apurada ou ficaria com o direito
ano-base, isto é, tanto as deduções como
os rendimentos computados na declara ção de determinado exercício correspon
A legislação do impôsto ,de renda, vi
Mal havia entrado em função o "Vic-
dentro da grande complexidade do im pôsto de renda. Como o objeti\o do novo plano era
tory tax", que no caso dos salários, como
fazer com que o contribuinte passasse a
vimos, era descontado na fonte, forte campanha se desenvolveu, no sentido
pagar o tributo numa base corrente, ou
nhia dõ outro cônjuge, e em $1.200 a do indivíduo casado, chefe de família, o quál tinha direito ao abatimento de mais $350 por filho ou encargo equiva lente. Mas como a divisão destas quan
melhor, à medida que os rendimentos fôssem produzidos, donde o seu nome de
tias dava números fracionários, na sua
suntiva e a definitiva — seriam calcula dos tanto o impôsto de renda como o
redução a semanas, foram fixadas ou
"Victory tax", levando-se em conta, no
"pay-as-you-go", o passo inicial foi am pliar o processo de retenção de impôsto
tras, a título de isenções, para efeito
lugar próprio, os preceitos que regiam
exclusivo da retenção na fonte, a saber:
os dois tributos.
diam ao ano civil ou fiscal irnediatamente anterior.
de estender-sé o mesmo método de
cobrança ao impôsto de renda.
Mas
ia-se mais longe ainda, pois o que se desejava é que o impôsto de renda passasse a ser cobrado numa base cor
rente, não apenas sôbre os salários, mas sôbre todos os demais rendimentos.
de receber o que por acaso tivesse pago indevidamente.
É de se notar, aliás,
que em ambas as declarações — a pre-
O presente sistema entrou em vigor
na fonte. Desde .1.° de janeiro de 1943, como expusemos atrás, vinha sendo des contada dos salários em geral a porcen
solteiros $624; casados $1.248; cada en
tagem de 5%, equivalente ao "Victory fax". O que a nova lei fez foi elevar
sal, tinha o contribuinte direito à de
estabelecida a data de 15 de setembro para a apresentação da primeira decla
cargo de família $312. Desse modo, se os ordenados eram pagos em base men
por lei de 9 de junho de 1943, sendo
Ora, como o impôsto do exercício fiscal de 1942 já havia sido pago com
dução de $52, $104 e $26, respectiva mente, antes de ser calculado o impôsto
ração presuntiva. Em 15 de dezembro
tal porcentagem para 20%, a qual passa
base nos rendimentos de 1941, enten
ria a cobrir também o impôsto de
de 20%. No caso de pagamento sema
diam
renda.
nal, as deduções eram de S12, S24 e S6,
o contribuinte verificasse ter errado em sua estimativa anterior. E, afinal, com
É certo que, pela legislação então em vigor, o impôsto de renda do contribuin-
conforme o caso.
a apresentação da declaração definitiva é
naturalmente os autores
desse
plano que, com a sua adoção, não mais se de\'eria falar nos rendimentos aufe-
•f
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nova declaração poderia ser feita, caso
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Dicksto Econômico
que a situação do contribuinte ficaria
completamente acertada, com referên
Caso
entretanto, o tributo con.stante
da declaração de 1943 c que fòsse .su perior ao calcirado sôbrc o.s rendimentos
cia ao exercício de 1943.
Mas, como já obscrvasnos, a muita gente, que não penetrava nas sutilczá.s
do imposto de renda, havia parecido absurdo, nas discussões do novo plano, abandonar cs rendimentos do ano dc
1942, pois nada justificava que em tem
pos de guerra se pensasse,em "perdoar" impostos.
Impunha-se, é inegável, certas pre cauções, a fim de que, com a adoção do novo sistema, não houvesse desequi'íbrio na receita do tributo, o que se da ria fatalmente se os rendimentos do ano de 1943 viessem a ser inferiores ao.s
de 1942. Daí as medidas adotadas, que
puseram o Tesouro a salvo de qualquer surpresa desagradável, permitindo-lhe, ainda, auferir certa vantagem na tran
pusemos na primeira parte deste traba
a) o impôsto correspondente
aos
rendimentos de 1943, acrescido de b) 25% do imposto relativo aos ren dimentos de 1942.
Ficavam liquidados, assim, os anos de 1942 c 1943, com a implantação do novo sistema de ba.se. íjí
ífj
De acõrdo com as regras estabeleci das, ao serem traçados os no\'os rumos
do impôsto de renda, apresentaram os contribuintes, em 15 de março de 1944, a primeira declaração presuntiva dos rado. As três prestações restantes vencer-se-iam em 15 de junho, 15 de se
meados de 1943 — já os contribuintes
tembro e 15 de dezembro, respectiva
haviam apresentado, neste exercício, a
mente.
a lei que se fizesse, num acêrto final,
a comparação do impôsto apurado na declaração definitiva dos rendimentos reais do ano de 1943 com a do im
pôsto apurado na declaração baseada nos rendimentos do ano de 1942.
Se êste
fòsse superior àquele, o contribuinte pagaria:
Mas aos contribuintes era facultado
apresentar, em qualquer daquelas datas,
liova declaração corrigindo a anterior, OU'anteriores, pois, se lhes conviesse' poderiam fazer uma em cada trimestre,
a fim de livrar-se das penalidades que a lei estabelecera, na hipótese de, no acêrto final, a estímativa, que servira de base ao pagamento do impôsto, ser inferior a 80% dos rendftnentos reais.
E a declaração definitiva por onde se faria tal comparação, evidenciando o di reito do fisco ou do contribuinte sôbre
a) o imposto relativo aos rendimen tos de 1942, acrescido de
b) 25% do imposto correspondente - aos rendimentos de 1943,
%
Executivo e o Legislativo, conforme ex lho, reforma essa em que foram deposi
Ora, na data em que a nova legisla ção foi aprovada — o que se deu em
mesmo, o pagamento do respectivo im posto. Suspensa essa cobrança, para dar lugar ao "pay-as-you-go", estabeleceu
mente à famosa contenda entre o Poder
tituído de:
rendimentos desse ano, pagando no ato da entrega um quarto do tributo apu
ano de 1942, estando em andamento,
a nova reforma que Se seguiu imediata
auferidos em 1942, o debito ficaria con.s-
sação.
declaração assente nos rendimentos do
Dicksto Econômico
qualquer^ diferença cobrada a menos ou
a mais, deveria ser apresentada em 15 de março de 1945.
É aqúi, porém, que entra em cena
tadas as maiores esperanças de simpli ficação do impôsto de renda americano.
Mas, como. teremos oportunidade de verificar, tal simplificação não foi obtida
.sem o sacrifício de certos princípios básicos do tributo.
igualmente, o abatimento para os encar gos de família, inclusive o outro cônjuge. Embora, pois, tôdas as pessoas de renda superior a $500 ficassem sujeitas a declaração, isto não significa que os contribuintes casados houvessem passado a sofrer tratamento muito mais rigoroso. Houve, de fato, uma redução de $200
4. Simplificação e eqüidade fiscal. Aos preceitos da nova lei do impôsto de renda, que entrou em vigor em 1.° de janeiro de 1945, não ficaram sujeitas apenas as declarações dêste ano em dian te, mas sim, também, a declaração de finitiva dos rendimentos de 1944, com plemento das presuntivas antes feitas,
segundo o sistema de base — "pay-asyou-go" — recentemente adotado.
Como essa lei revogara o "Victorv tax", todos os pagamentos efetuados no decorrer de 1944, através de descon
to na fonte ou de declarações presunti vas, seriam levados a crédito do imposto de renda.
míninio de isenção único, isto é, $500 tanto para os contribuintes solteiros còr mo para os casados, fixando em $500,
'
Pela legislação anterior, estavam su jeitos à apresentação de declaração: a) os indivíduos solteiros de rendimentos iguais ou superiores a $500 e os casados
de rendimentos iguais ou superiores a $1.200, sendo que estes, em virtude do "Victory tax", então vigente, tinham, a
rigor, de fazer declaração, desde que
em seu mínimo de isenção, porquanto, ao passo que anteriormente os dois côn
juges estavam incluídos na isenção bá sica de $1.200, agora a cada um cabia
S500, o que, em conjunto, correspondia a $1.000.
Dados êstes esclarecimentos, passemos a examinar', finalmente, quais foram as medidas adotadas pela nova lei, no sen tido da decantada simplificação do tri buto.
Impõe-se, em primeiro lugar, dividir os contribuintes em três grupos: A) contribuintes que só auferiam rendimentos
do
trabalho
até
$5.000, sujeitos a retenção na fonte. Neste total poderiam es tar incluídos rendimentos de ou
tra origem, no máximo até $100. B) contribuintes de renda bruta in
ferior a $5.000, constituída de
rendimentos de qualquer natu reza.
C) contribuintes de renda bruta superior a $5.000, constituída de
os seus proventos ultrapassassem $624.
rendimentos de qualquer na
O abatimento para encargos de família
tureza.
era de $350 por pessoa, o qual não se estendia ao outro cônjuge, no caso dos contribuintes casados, em virtude de
estar ele incluído na isenção de $1.200. A nova lei estabeleceu, entretanto, um
Ê de se esclarecer que com a desig nação "renda bruta", nos grupos B e C, o que se pretende indicar é, como no sistema brasileiro, a soma dos rendimen
tos líquidos das cédulas, denominada;
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Dicksto Econômico
que a situação do contribuinte ficaria
completamente acertada, com referên
Caso
entretanto, o tributo con.stante
da declaração de 1943 c que fòsse .su perior ao calcirado sôbrc o.s rendimentos
cia ao exercício de 1943.
Mas, como já obscrvasnos, a muita gente, que não penetrava nas sutilczá.s
do imposto de renda, havia parecido absurdo, nas discussões do novo plano, abandonar cs rendimentos do ano dc
1942, pois nada justificava que em tem
pos de guerra se pensasse,em "perdoar" impostos.
Impunha-se, é inegável, certas pre cauções, a fim de que, com a adoção do novo sistema, não houvesse desequi'íbrio na receita do tributo, o que se da ria fatalmente se os rendimentos do ano de 1943 viessem a ser inferiores ao.s
de 1942. Daí as medidas adotadas, que
puseram o Tesouro a salvo de qualquer surpresa desagradável, permitindo-lhe, ainda, auferir certa vantagem na tran
pusemos na primeira parte deste traba
a) o impôsto correspondente
aos
rendimentos de 1943, acrescido de b) 25% do imposto relativo aos ren dimentos de 1942.
Ficavam liquidados, assim, os anos de 1942 c 1943, com a implantação do novo sistema de ba.se. íjí
ífj
De acõrdo com as regras estabeleci das, ao serem traçados os no\'os rumos
do impôsto de renda, apresentaram os contribuintes, em 15 de março de 1944, a primeira declaração presuntiva dos rado. As três prestações restantes vencer-se-iam em 15 de junho, 15 de se
meados de 1943 — já os contribuintes
tembro e 15 de dezembro, respectiva
haviam apresentado, neste exercício, a
mente.
a lei que se fizesse, num acêrto final,
a comparação do impôsto apurado na declaração definitiva dos rendimentos reais do ano de 1943 com a do im
pôsto apurado na declaração baseada nos rendimentos do ano de 1942.
Se êste
fòsse superior àquele, o contribuinte pagaria:
Mas aos contribuintes era facultado
apresentar, em qualquer daquelas datas,
liova declaração corrigindo a anterior, OU'anteriores, pois, se lhes conviesse' poderiam fazer uma em cada trimestre,
a fim de livrar-se das penalidades que a lei estabelecera, na hipótese de, no acêrto final, a estímativa, que servira de base ao pagamento do impôsto, ser inferior a 80% dos rendftnentos reais.
E a declaração definitiva por onde se faria tal comparação, evidenciando o di reito do fisco ou do contribuinte sôbre
a) o imposto relativo aos rendimen tos de 1942, acrescido de
b) 25% do imposto correspondente - aos rendimentos de 1943,
%
Executivo e o Legislativo, conforme ex lho, reforma essa em que foram deposi
Ora, na data em que a nova legisla ção foi aprovada — o que se deu em
mesmo, o pagamento do respectivo im posto. Suspensa essa cobrança, para dar lugar ao "pay-as-you-go", estabeleceu
mente à famosa contenda entre o Poder
tituído de:
rendimentos desse ano, pagando no ato da entrega um quarto do tributo apu
ano de 1942, estando em andamento,
a nova reforma que Se seguiu imediata
auferidos em 1942, o debito ficaria con.s-
sação.
declaração assente nos rendimentos do
Dicksto Econômico
qualquer^ diferença cobrada a menos ou
a mais, deveria ser apresentada em 15 de março de 1945.
É aqúi, porém, que entra em cena
tadas as maiores esperanças de simpli ficação do impôsto de renda americano.
Mas, como. teremos oportunidade de verificar, tal simplificação não foi obtida
.sem o sacrifício de certos princípios básicos do tributo.
igualmente, o abatimento para os encar gos de família, inclusive o outro cônjuge. Embora, pois, tôdas as pessoas de renda superior a $500 ficassem sujeitas a declaração, isto não significa que os contribuintes casados houvessem passado a sofrer tratamento muito mais rigoroso. Houve, de fato, uma redução de $200
4. Simplificação e eqüidade fiscal. Aos preceitos da nova lei do impôsto de renda, que entrou em vigor em 1.° de janeiro de 1945, não ficaram sujeitas apenas as declarações dêste ano em dian te, mas sim, também, a declaração de finitiva dos rendimentos de 1944, com plemento das presuntivas antes feitas,
segundo o sistema de base — "pay-asyou-go" — recentemente adotado.
Como essa lei revogara o "Victorv tax", todos os pagamentos efetuados no decorrer de 1944, através de descon
to na fonte ou de declarações presunti vas, seriam levados a crédito do imposto de renda.
míninio de isenção único, isto é, $500 tanto para os contribuintes solteiros còr mo para os casados, fixando em $500,
'
Pela legislação anterior, estavam su jeitos à apresentação de declaração: a) os indivíduos solteiros de rendimentos iguais ou superiores a $500 e os casados
de rendimentos iguais ou superiores a $1.200, sendo que estes, em virtude do "Victory tax", então vigente, tinham, a
rigor, de fazer declaração, desde que
em seu mínimo de isenção, porquanto, ao passo que anteriormente os dois côn
juges estavam incluídos na isenção bá sica de $1.200, agora a cada um cabia
S500, o que, em conjunto, correspondia a $1.000.
Dados êstes esclarecimentos, passemos a examinar', finalmente, quais foram as medidas adotadas pela nova lei, no sen tido da decantada simplificação do tri buto.
Impõe-se, em primeiro lugar, dividir os contribuintes em três grupos: A) contribuintes que só auferiam rendimentos
do
trabalho
até
$5.000, sujeitos a retenção na fonte. Neste total poderiam es tar incluídos rendimentos de ou
tra origem, no máximo até $100. B) contribuintes de renda bruta in
ferior a $5.000, constituída de
rendimentos de qualquer natu reza.
C) contribuintes de renda bruta superior a $5.000, constituída de
os seus proventos ultrapassassem $624.
rendimentos de qualquer na
O abatimento para encargos de família
tureza.
era de $350 por pessoa, o qual não se estendia ao outro cônjuge, no caso dos contribuintes casados, em virtude de
estar ele incluído na isenção de $1.200. A nova lei estabeleceu, entretanto, um
Ê de se esclarecer que com a desig nação "renda bruta", nos grupos B e C, o que se pretende indicar é, como no sistema brasileiro, a soma dos rendimen
tos líquidos das cédulas, denominada;
44
. DrcESTO
no sistema americano, "adjusted gross
Econômico
45
Digesto Econômico
zidas dos salários com o impôsto indica do na tabela, para o pagamento ou res tituição de qualquer diferença verifica
se relacionava com os contribuintes do
a ligeiro questionário dèlc constante. E,
grupo A, os quais, segundo estimativa
pela tabela, o seu impôsto seria de $943,
da comissão que procedeu aos necessá
que poderia estar pago integralmente ou
mente, uma série de abatimentos da ren
da.
rios estudos, atingiam a trinta milhões.
em parte, em virtude de não haver abso
da bruta, ou sejam, juros, contribuições
Grupo B: A renda bruta, embora in ferior a $5.000, não provinha exclusiva
Era, assim, um número elevadíssimo de
luta correspondência entre esta tabela e
pessoas que ficavam, praticamente, li vres de apresentar complicadas declara ções. Os dos grupos B e C, estimados
as usadas pelos empregadores para efei to de retenção na fonte. O certo, po rém, é que ao enviar aquele recibo o
em vinte milhões, continuavam presos à
contribuinte abria mão, efetivamente, da
obrigação de preencher os formulários
dedução relativa às despesas de viagem, uma vez que a tabela de impôsto fôra
income".
O impôsto americano permite, igual de caridade, despesas médicas etc., incusive encargos de família deduzidos
a título de isenções pessoais. Pois bem; com essa lei foi baixada uma
tabela para uso dos contribuintes dos
grupos A e a qual indicava o impôsto a que estavam sujeitos, de 25 em 25
mente de ordenados, sujeitos à retenção do impôsto na fonte. Era necessário, portanto, o preenchimento da declara ção normal, mesmo porque para o con tribuinte seria interessante fazer a.s de
duções cedulares relacionadas com as
tabela foi organizada, levando-se em
diferentes categorias de rendimentos. Mas, apurada a renda bruta, seria o
conta não só os encargos de família, em
bastante recorrer à tabela para encon
dólares, os rendimentos até $5.000.
A
número progressivo, como os demais
trar o total do tributo a pagar, sem ou
abatimentos, estimados estes, a grosso modo, em 10% da renda bruta.
tros quaisquer cálculos.
E era tal tabela que constituía, prò-
priamente, a base da anunciada simpli ficação. Mas para compreender o seu emprêgo é necessário voltarmos aos di ferentes grupos de contribuintes, exa minando como passa
Grupo C: Neste caso, em que a renda bruta era superior a $5.000, o contri buinte não poderia fazer uso da tabela.
Tinha, por conseguinte, de preencher a
habituais, embora ôstes tivessem sido
apreciàvelmente simplificados, graças à
revogação do "Victory tax". Aos contri-
buintes do grupo B. pelo uso da tabela cjue acompanhou a lei, era poupado, to davia, o trabalho de proceder ao cál culo dd respectivo impôsto. É importante observar, porém, que tanto os contribuintes do grupo A quanto os do grupo B poderiam apresentar, con forme a lei lhes facultava, declaração
declaração completa, dando-se ao traba
idêntica a usada pelos do grupo C. Em
lho de calcular o impôsto proporcional e o complementar para
que o fizessem, pois o seu impôsto po
ram, então, a prestar
a apuração de seu dé
contas ao fisco.
bito.
Mas a lei pro
curou amenizar em algo
Grupo A: Como se tratava de rendimentos
sua situação, permitin
do trabalho, inferiores a
do-lhe que deduzisse da renda bruta a impor
$5.000, o impôsto era o
que a tabela indicava
muitosscasos seria de tôda conveniência
organizada sem tomar em consideração
deduções cedulares de espécie alguma. Admitamos, pois, que êste contribuin te resolvesse preencher a declaração re
gular, a fim de deduzir, na respectiva cédula, as despesas de viagem que ti vera.
O seu rendimento seria, assim,
de $3.905.
Note-se, porém, que esse
rendimento líquido cedular era, ao mes
mo tempo, a renda bruta, na termino logia do sistema brasileiro, ou "adjusted gross income", na do americano. O con tribuinte poderia, portanto, nesta altura,
deria vir a sofrer sensível redução. •E, como prova, vejamos o seguinte
fazer uso da tabela, como procediam os demais contribuintes do grupo B. E o exemplo: seu impôsto seria de $718. X, solteiro, era em 1945 caixeiro-viaConvém lembrar, entretanto, que a ta jante e suas comissões importaram em bela, conforme já tivemos oportunidade $4.905. As despesas de viagem, que , de observar, fora organizada levando em
tância fixa de $500, para cobrir seus possí
correram por sua conta, somaram $1.000.
conta os encargos de família e, mais ou
no respectivo grupo, de
Num acidente, seu automóvel sofreu
acôrdo
estado
veis abatimentos (ex
desarranjos, cujo reparo lhe ficou em
civil e os encargos de
menos, 10% da renda bruta, para cobrir prováveis abatimentos, como juros, des
clusive encargos de fa
$800, permitindo-lhe a lei abater esta
família do contribuinte.
pesas médicas etc.
mília, deduzidos a tí
despesa da renda bruta como "perda
tulo de isenções), aba
como a renda bruta era de $3.905, su
extraordinária".
com o
O empregador deveria
fornecer ao empregado, anualmente, um
timentos esses que, em tal caso, não
recibo especial das importâncias retidas sôbre os ordenados pagos durante o ano. Ao invés de preencher a declaração nor mal de rendimentos, êste indivíduo en
provados. É evidente que isso só convi ria aos contribuintes cujos abatimentos fôssem iguais ou inferiores àquela im
caminhava aquele recibo à repartição competente, que o notificaria, depois de feito o confronto das importâncias dedu
precisavam ser discriminados nem com
portância.
Como ficou demonstrado, a parte mais importante da nova reforma era a que
Temos assim um caso do grupo A,
No caso em foco,
põe-se que a redução que ela sofrerá, a título de abatimentos, antes de cal
isto c, rendimento do trabalho, inferiores
culado o impôsto, devia ter andado por
a §5.000 e que sofreram retenção de
$39.
impôsto na fonte. O contribuinte podia
Ora, o abatimento real a que aquêle
encaminhar à repartição competente, na
contribuinte tinha direito, pelo concêrto de seu automóvel, era de $800. O que
época própria, isto é, até 15 de março de 1946, apenas o recibo do desconto feito em suas comissões, depois de responder
lhe convinha, por conseguinte, era preen cher completamente sua declaração (long
44
. DrcESTO
no sistema americano, "adjusted gross
Econômico
45
Digesto Econômico
zidas dos salários com o impôsto indica do na tabela, para o pagamento ou res tituição de qualquer diferença verifica
se relacionava com os contribuintes do
a ligeiro questionário dèlc constante. E,
grupo A, os quais, segundo estimativa
pela tabela, o seu impôsto seria de $943,
da comissão que procedeu aos necessá
que poderia estar pago integralmente ou
mente, uma série de abatimentos da ren
da.
rios estudos, atingiam a trinta milhões.
em parte, em virtude de não haver abso
da bruta, ou sejam, juros, contribuições
Grupo B: A renda bruta, embora in ferior a $5.000, não provinha exclusiva
Era, assim, um número elevadíssimo de
luta correspondência entre esta tabela e
pessoas que ficavam, praticamente, li vres de apresentar complicadas declara ções. Os dos grupos B e C, estimados
as usadas pelos empregadores para efei to de retenção na fonte. O certo, po rém, é que ao enviar aquele recibo o
em vinte milhões, continuavam presos à
contribuinte abria mão, efetivamente, da
obrigação de preencher os formulários
dedução relativa às despesas de viagem, uma vez que a tabela de impôsto fôra
income".
O impôsto americano permite, igual de caridade, despesas médicas etc., incusive encargos de família deduzidos
a título de isenções pessoais. Pois bem; com essa lei foi baixada uma
tabela para uso dos contribuintes dos
grupos A e a qual indicava o impôsto a que estavam sujeitos, de 25 em 25
mente de ordenados, sujeitos à retenção do impôsto na fonte. Era necessário, portanto, o preenchimento da declara ção normal, mesmo porque para o con tribuinte seria interessante fazer a.s de
duções cedulares relacionadas com as
tabela foi organizada, levando-se em
diferentes categorias de rendimentos. Mas, apurada a renda bruta, seria o
conta não só os encargos de família, em
bastante recorrer à tabela para encon
dólares, os rendimentos até $5.000.
A
número progressivo, como os demais
trar o total do tributo a pagar, sem ou
abatimentos, estimados estes, a grosso modo, em 10% da renda bruta.
tros quaisquer cálculos.
E era tal tabela que constituía, prò-
priamente, a base da anunciada simpli ficação. Mas para compreender o seu emprêgo é necessário voltarmos aos di ferentes grupos de contribuintes, exa minando como passa
Grupo C: Neste caso, em que a renda bruta era superior a $5.000, o contri buinte não poderia fazer uso da tabela.
Tinha, por conseguinte, de preencher a
habituais, embora ôstes tivessem sido
apreciàvelmente simplificados, graças à
revogação do "Victory tax". Aos contri-
buintes do grupo B. pelo uso da tabela cjue acompanhou a lei, era poupado, to davia, o trabalho de proceder ao cál culo dd respectivo impôsto. É importante observar, porém, que tanto os contribuintes do grupo A quanto os do grupo B poderiam apresentar, con forme a lei lhes facultava, declaração
declaração completa, dando-se ao traba
idêntica a usada pelos do grupo C. Em
lho de calcular o impôsto proporcional e o complementar para
que o fizessem, pois o seu impôsto po
ram, então, a prestar
a apuração de seu dé
contas ao fisco.
bito.
Mas a lei pro
curou amenizar em algo
Grupo A: Como se tratava de rendimentos
sua situação, permitin
do trabalho, inferiores a
do-lhe que deduzisse da renda bruta a impor
$5.000, o impôsto era o
que a tabela indicava
muitosscasos seria de tôda conveniência
organizada sem tomar em consideração
deduções cedulares de espécie alguma. Admitamos, pois, que êste contribuin te resolvesse preencher a declaração re
gular, a fim de deduzir, na respectiva cédula, as despesas de viagem que ti vera.
O seu rendimento seria, assim,
de $3.905.
Note-se, porém, que esse
rendimento líquido cedular era, ao mes
mo tempo, a renda bruta, na termino logia do sistema brasileiro, ou "adjusted gross income", na do americano. O con tribuinte poderia, portanto, nesta altura,
deria vir a sofrer sensível redução. •E, como prova, vejamos o seguinte
fazer uso da tabela, como procediam os demais contribuintes do grupo B. E o exemplo: seu impôsto seria de $718. X, solteiro, era em 1945 caixeiro-viaConvém lembrar, entretanto, que a ta jante e suas comissões importaram em bela, conforme já tivemos oportunidade $4.905. As despesas de viagem, que , de observar, fora organizada levando em
tância fixa de $500, para cobrir seus possí
correram por sua conta, somaram $1.000.
conta os encargos de família e, mais ou
no respectivo grupo, de
Num acidente, seu automóvel sofreu
acôrdo
estado
veis abatimentos (ex
desarranjos, cujo reparo lhe ficou em
civil e os encargos de
menos, 10% da renda bruta, para cobrir prováveis abatimentos, como juros, des
clusive encargos de fa
$800, permitindo-lhe a lei abater esta
família do contribuinte.
pesas médicas etc.
mília, deduzidos a tí
despesa da renda bruta como "perda
tulo de isenções), aba
como a renda bruta era de $3.905, su
extraordinária".
com o
O empregador deveria
fornecer ao empregado, anualmente, um
timentos esses que, em tal caso, não
recibo especial das importâncias retidas sôbre os ordenados pagos durante o ano. Ao invés de preencher a declaração nor mal de rendimentos, êste indivíduo en
provados. É evidente que isso só convi ria aos contribuintes cujos abatimentos fôssem iguais ou inferiores àquela im
caminhava aquele recibo à repartição competente, que o notificaria, depois de feito o confronto das importâncias dedu
precisavam ser discriminados nem com
portância.
Como ficou demonstrado, a parte mais importante da nova reforma era a que
Temos assim um caso do grupo A,
No caso em foco,
põe-se que a redução que ela sofrerá, a título de abatimentos, antes de cal
isto c, rendimento do trabalho, inferiores
culado o impôsto, devia ter andado por
a §5.000 e que sofreram retenção de
$39.
impôsto na fonte. O contribuinte podia
Ora, o abatimento real a que aquêle
encaminhar à repartição competente, na
contribuinte tinha direito, pelo concêrto de seu automóvel, era de $800. O que
época própria, isto é, até 15 de março de 1946, apenas o recibo do desconto feito em suas comissões, depois de responder
lhe convinha, por conseguinte, era preen cher completamente sua declaração (long
form, na nomenclatura americana), cal
culando, de acordo com as respectivas taxss, o imposto proporcional e o com
plementar. E o seu débito, desta ma neira, importaria em $611,25. Em resumo, o mesmo contribuinte, com a mesma renda, poderia pagar de impôsto no mesmo ano, S943, $718,
ou $611,25, dependendo isso apenas do método de que fizesse uso para a apu
DrnrrsTO
Econômico
pas.siirani a sf)frer Iralameiilo mais rigo roso do que o.s provenientes de outras fontes.
5.
debates que .sôbre o assunto se tem ul timamente realizado. Não há dúvida de que árdua foi a ta
refa que o legi.slador teve de enfrentar, na busca urgente de novos meios, que
Conclusão.
São éstes, pois, os principais caracte
rísticos do impôsto de renda americano, na fase atual. Embora tenha éle pas
permitissem ao Erário acudír, de pron to, às astronômicas despesas de guerra. E as medidas de emergência adotadas, embora imperfeitas, como não podiam
sado por várias reformas, após o término
deixar de ser, fizeram desse tributo uma das mais poderosas armas de combate
da guerra, não sofreu alteração o no\'o sistema de base de que tratamos no
ao inimigo.
que não só êle como muitos outros em
condições semelhantes teriam, antes de
presente trabalho.
dimmuir, também, o descomunal poder aquisitivo do.povo, que se encontrava num surto inédito de prosperidade, gra ças, sobretudo, aos elevados salários que
ração de seu débito. É evidente, pois,' qualquer procedimento, de examinar cuidadosamente sua situação, formulan
do as diferentes hipóteses aplicáveis ao seu caso, a fim de pagar o menor tri
buto que a lei lhes facultava. Não admira, assim, que a muita gente a tão falada simplificação do impôsto de renda parecesse mera fantasia do legislador...
Incontestável é, porém, que tal re forma, não obstante seus pronunciados defeitos, foi um desafôgo para a quase
Continuam, portanto, os contribuin
tes sujeites a declarações presnntivas de renda, as quai.s podem atingir a quatro para o mesmo ano, uma vez que ao .ser
pago, em cada trimestre, uma prestação do impôsto apurado, é permitido fazer nova declaração corrigindo a anterior, até ser preenchida a definitiva, o que se dá em 15 de janeiro ou 15 de março do
mais modestas de rendimento, que Se vi ram desembaraçados, de um momento
ferentes métodos de declaração que ti
para outro, de enigmáticos formulários. Mas forçoso é reconhecer, ao mesmo
tempo, que a simplificação não pôde
fugir a essa coisa iníqua, em se tratando de impôsto de renda, que é indivíduos com a mesma capacidade contributiva
pagarem importâncias diversas, apenas por uma questão de modêlo de decla ração.
E exatamente os rendimentos do tra
balho, que tôdas as legislações do tri buto procuram gravar com mai.s suavi
dade, é que nesses casos especiais de
deduções ou abatimentos não aprovei- '
E se nao fôsse o imposto de renda
lhe proporcionavam as fábricas de ma
terial bélico, u inflação teria comprome tido seriamente a economia americana.
E para avaliar-se a importância que este tributo assumiu, sob as condições
prementes da guerra, é bastante observar que a sua arrecadação, que fôra de . . 83.300.000.000
cm
1941, atingiu
a
87.950.000.000 em 1942; e de
$16.215.000.000 em 1943 passou a . .. . $32.900.000.000 em 1944. E enquanto
o número de contribuintes não chegava a quinze milhões em 1940, em 1944 ultrapassava cinqüenta milhões.
Grandes pas.sos já foram dados para a adaptação geral do impôsto de renda
à economia de paz, mas defeitos capi tais, que vêm dc longe, comprometendo o equilíbrio do sistema, ainda estão por ser eliminados.
E não é nada de invejar, sob o ponto de vista pròpriamente administrativo, a .«ituação das repartições encarregadas de
aplicar e fiscalizar tal tributo, nesse ma nuseio, confronto e acerto de declarações
presnntivas de coisa tão variável, como é o rendimento na Vida dinâmica dos
dias de hoje.
ano seguinte.
Não foi modificado, também, o siste ma de retenção de impôsto na fonte, no caso dos assalariados, subordínando-se ainda todos os contribuintes aos tres di
totalidade dos contribuintes das classes
47
Drr.F.sTO Econômico
46
vemos ensejo de escrever.
Apenas as
tabelas de cálculo do tributo foram pro fundamente alteradas, conforme lei de 2 de abril do corrente ano, que reduziu a.s
taxas do impôsto complementar progres sivo, elevando para $600 o mínimo de isenção e cada encargo de família. Evitamos, ao alinhavar estas notas, de descer a particularidades da estrutura
fiscal do gravame, porque fácil não seria conduzir o leitor através dos meandros em que se divide cada um de seus ca pítulos.
O impôsto de renda americano ainda
tados, por inexperiência do contribuinte
está à espera de sua grande reforma, tão .
ou comodismo bastante compreensível,
preconizada em estudos, inquéritos e
As feiras e exposições industriais realizadas na Grã-Bretanha após a guerra têm
sido, sempre, coroadas do mais q^pleto sucesso. Grande número de visitantes estrangeiros têm acorrido ao Reino Unido para ter ocasião de ver as novas criações da indústria britânica que, ao mesmo tempo que mantém inalterada sua tradição da
acabamento perfeito, vem adotando todos os processos da técnica moderna que
permitem o barateamento do custo de produção e, portanto, dos preços. Para 1949, já estão projetadas várias exposições, das quais podem ser citadas: a Feira das
Indústrias Britânicas de 1949, que será realizad^ em Londres e Birmingham, simultâneamente, de 2 e 13 de maio; Feira de Calçados e Artigos de Couro, que será realizada no Olímpia, de Londres, de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, e a Exposição Britânica de Máquina.-i Têxteis c Acessórios, que será realizada em Belle Vve, Manchesisr, de 5 a 15 de outubro.
form, na nomenclatura americana), cal
culando, de acordo com as respectivas taxss, o imposto proporcional e o com
plementar. E o seu débito, desta ma neira, importaria em $611,25. Em resumo, o mesmo contribuinte, com a mesma renda, poderia pagar de impôsto no mesmo ano, S943, $718,
ou $611,25, dependendo isso apenas do método de que fizesse uso para a apu
DrnrrsTO
Econômico
pas.siirani a sf)frer Iralameiilo mais rigo roso do que o.s provenientes de outras fontes.
5.
debates que .sôbre o assunto se tem ul timamente realizado. Não há dúvida de que árdua foi a ta
refa que o legi.slador teve de enfrentar, na busca urgente de novos meios, que
Conclusão.
São éstes, pois, os principais caracte
rísticos do impôsto de renda americano, na fase atual. Embora tenha éle pas
permitissem ao Erário acudír, de pron to, às astronômicas despesas de guerra. E as medidas de emergência adotadas, embora imperfeitas, como não podiam
sado por várias reformas, após o término
deixar de ser, fizeram desse tributo uma das mais poderosas armas de combate
da guerra, não sofreu alteração o no\'o sistema de base de que tratamos no
ao inimigo.
que não só êle como muitos outros em
condições semelhantes teriam, antes de
presente trabalho.
dimmuir, também, o descomunal poder aquisitivo do.povo, que se encontrava num surto inédito de prosperidade, gra ças, sobretudo, aos elevados salários que
ração de seu débito. É evidente, pois,' qualquer procedimento, de examinar cuidadosamente sua situação, formulan
do as diferentes hipóteses aplicáveis ao seu caso, a fim de pagar o menor tri
buto que a lei lhes facultava. Não admira, assim, que a muita gente a tão falada simplificação do impôsto de renda parecesse mera fantasia do legislador...
Incontestável é, porém, que tal re forma, não obstante seus pronunciados defeitos, foi um desafôgo para a quase
Continuam, portanto, os contribuin
tes sujeites a declarações presnntivas de renda, as quai.s podem atingir a quatro para o mesmo ano, uma vez que ao .ser
pago, em cada trimestre, uma prestação do impôsto apurado, é permitido fazer nova declaração corrigindo a anterior, até ser preenchida a definitiva, o que se dá em 15 de janeiro ou 15 de março do
mais modestas de rendimento, que Se vi ram desembaraçados, de um momento
ferentes métodos de declaração que ti
para outro, de enigmáticos formulários. Mas forçoso é reconhecer, ao mesmo
tempo, que a simplificação não pôde
fugir a essa coisa iníqua, em se tratando de impôsto de renda, que é indivíduos com a mesma capacidade contributiva
pagarem importâncias diversas, apenas por uma questão de modêlo de decla ração.
E exatamente os rendimentos do tra
balho, que tôdas as legislações do tri buto procuram gravar com mai.s suavi
dade, é que nesses casos especiais de
deduções ou abatimentos não aprovei- '
E se nao fôsse o imposto de renda
lhe proporcionavam as fábricas de ma
terial bélico, u inflação teria comprome tido seriamente a economia americana.
E para avaliar-se a importância que este tributo assumiu, sob as condições
prementes da guerra, é bastante observar que a sua arrecadação, que fôra de . . 83.300.000.000
cm
1941, atingiu
a
87.950.000.000 em 1942; e de
$16.215.000.000 em 1943 passou a . .. . $32.900.000.000 em 1944. E enquanto
o número de contribuintes não chegava a quinze milhões em 1940, em 1944 ultrapassava cinqüenta milhões.
Grandes pas.sos já foram dados para a adaptação geral do impôsto de renda
à economia de paz, mas defeitos capi tais, que vêm dc longe, comprometendo o equilíbrio do sistema, ainda estão por ser eliminados.
E não é nada de invejar, sob o ponto de vista pròpriamente administrativo, a .«ituação das repartições encarregadas de
aplicar e fiscalizar tal tributo, nesse ma nuseio, confronto e acerto de declarações
presnntivas de coisa tão variável, como é o rendimento na Vida dinâmica dos
dias de hoje.
ano seguinte.
Não foi modificado, também, o siste ma de retenção de impôsto na fonte, no caso dos assalariados, subordínando-se ainda todos os contribuintes aos tres di
totalidade dos contribuintes das classes
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Drr.F.sTO Econômico
46
vemos ensejo de escrever.
Apenas as
tabelas de cálculo do tributo foram pro fundamente alteradas, conforme lei de 2 de abril do corrente ano, que reduziu a.s
taxas do impôsto complementar progres sivo, elevando para $600 o mínimo de isenção e cada encargo de família. Evitamos, ao alinhavar estas notas, de descer a particularidades da estrutura
fiscal do gravame, porque fácil não seria conduzir o leitor através dos meandros em que se divide cada um de seus ca pítulos.
O impôsto de renda americano ainda
tados, por inexperiência do contribuinte
está à espera de sua grande reforma, tão .
ou comodismo bastante compreensível,
preconizada em estudos, inquéritos e
As feiras e exposições industriais realizadas na Grã-Bretanha após a guerra têm
sido, sempre, coroadas do mais q^pleto sucesso. Grande número de visitantes estrangeiros têm acorrido ao Reino Unido para ter ocasião de ver as novas criações da indústria britânica que, ao mesmo tempo que mantém inalterada sua tradição da
acabamento perfeito, vem adotando todos os processos da técnica moderna que
permitem o barateamento do custo de produção e, portanto, dos preços. Para 1949, já estão projetadas várias exposições, das quais podem ser citadas: a Feira das
Indústrias Britânicas de 1949, que será realizad^ em Londres e Birmingham, simultâneamente, de 2 e 13 de maio; Feira de Calçados e Artigos de Couro, que será realizada no Olímpia, de Londres, de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, e a Exposição Britânica de Máquina.-i Têxteis c Acessórios, que será realizada em Belle Vve, Manchesisr, de 5 a 15 de outubro.
TI5^
Digesto Econômico
o orçamento «le dívIsoM
a falta de previsão dos poderes públicos, muitas vezes iludidos com a importância dos saldos acumulados no exterior, es-
José da^ Costa Boucinhas
importações, represadas durante vários
Controle do Comércio Exterior
quecidos de que, passada a refrega, as
anos, tenderiam a atingir volume e.xcep-
(Da Ordem dos Economistas de São Paulo, Prof. da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de S<ão Paulo) situação do comércio inter
nacional, por força do dese
cioiial.
Nessa conjuntura encontrava-se o Bra sil em fms de 1946. Nos Estados Uni-
Plano Marshall, „ qual, cm última aná lise, ajudando os países do Velho Con
divisas no valor apro-
.un ado de US$ 600.000.000 e na In^ ^ e 60.000.000, para apenas ci
quilíbrio provocado pela úl
tinente, procura, acima de tudo, assegu
tima guerra, é das mais de licadas e sua solução esbar
rar um escoadouro para a produção nor te-americana, que excede a todos os ní
tar os principais.
veis até então alcançados.
g°^êmo sôbre a necessic1are ?e fiscalizar a utilização dessas leserxas, aplicando-as na aquisição de
ra com dificuldades quase insuperáveis, quando se trata de conci
liar o interesse dos vários países. Os Estados Unidos, pela atuação no conflito e pelos enormes recursos eco nômicos e técnicos de que dispunham, transformaram-se em abastecedores do
mundo, alimentando a máquina bélica e as populações da retaguarda.
Em^ .situação diversa encontravarn-se os países sul-americanos, ao terminar a guerra, dispondo de largos crédito.s em dólares e outras moedas, provenientes da exportação de matérias-primas c produtos manufaturados para mercados anterior
mente supridos pelos países em luta,
lanço, apurou-se o enorme crédito dêsse
e, principalmente, pela impossibilidade coni que se defrontavam de importar produtos essenciais ao seu desenvolvi
país em relação aos da Europa, ao mes
mento.»
Terminada a guerra e levantado o ba
mo tempo que se constatava a impossibi lidade de liquidação dos débitos, dada a
precariedade da situação econômica dos
devedores. Alem do mais, a devastação causada pela guerra ameaça o conti nente europeu de uma catástrofe econô mica e conseqüente subversão da ordem
social, o que representaria rude golpe para a economia mundial, dada a importância dêsse grande mercado produtor e consumidor.
Para evitar a consumação dessa ca
lamidade procuram .os Estados Unidos socorrer seus devedores, fomecendo-lhes
mais créditos, de forma a que êles pos sam reerguer-se e voltem a participar do comércio internacional. Daí o programa de reconstrução da Europa, contido no
Por essa ocasião vozes se levantaram,
bens reprodutivos. Antes disso, já as
classes produtoras, na Carta de Teresôpohs, propunham medidas com o mesmo objetivo.
I
vam, antes, o diferimento de compras necessárias para atender aos reclamos do mercado interno.
A necessidade de financiar as exporta ções e a precariedade dos métodos ado
considerados como um fundo especial
A t
1.480 toneladas, no valor de 36.412.000 cruzeiros e, em 1947, 6.025 toneladas e
196.583.000 cruzeiros, com um aumento .de 4.545 toneladas e 160.171.000 cru
zeiros. No grupo de aparelhos de rá
dio, radiovitrolas e acessórios, importa
mos, em 1946, 1.305 toneladas, no va-
lor de 152.781.000 cruzeiros e, em 1947, 3.243 toneladas e 399.185.000 cruzei ros. com uma diferença, para mais, de 1.938 toneladas e 246.404.000 cruzeiros. Em 1946 nossa importação de bebidas atingiu 242.375.000 cruzeiros; em 1947
290.000.000 de cruzeiros e nos dois pri meiros meses de 1948, 32.723.000 cmzeiras.
• A citação dèsses números é suficiente
para demonstrar o descaso com que foi tratada a defesa das nossas divisas.
portes. As importações normais posterio res seriam cobertas com o produto das exportações processadas a partir dessa
tuada baixa no valor da tonelada expor tada e elevação no da tonelada impor
contrôle qualitativo.
tada. No primeiro trimestre do corren te ano essa tendência se e.xpressa numa
ção e aparelhamento dos meios de trans
f'
nanceira, do Ministério da Fazenda, as importações de geladeiras, refrigerado res e semelliantes, em 1946, alcançavam
Tanto mais grave é a situação atual sabendo-se que o "déficit" da nossa ba lança comercial ultrapassou um bilião e 600 milhões de cruzeiros em 1947 ao
para a compra de "máquinas para a agri-
cultura e para a indústria e para renova
Nessas condições, êsses créditos em
nada se assemelhavam aos acumulados pelos Estados Unidos, mas representa
Os saldos acumulados deveriam ser
49
data e até o seu limite, num regime de Inexplicàvelmente, nada se fêz nesse
sentido.
Liberada a importação, passamos a
mesmo tempo que se manifesta acen
baixa de 28,5 por cento no preço médio
da tonelada exportada e na alta de 22 3
por cento no da importada, o que de
tados pela maioria dos países para fa zer face a essa situação anormal provo
comprar mercadorias supérfluas ou sun-
caram uma série de "dificuldades inter
tuárias, e ao cabo de dois anos desapa
pelo que vendemos e pagando mais pelo
receram as divisas em dólares, ao mes mo tempo que a balança de comércio
que compramos.
nas. As freqüentes emissões de papelmoeda para compra das letras de ex portação geraram a inflação e a alta
acentuada do custo de vida, com graves fiscos para o futuro econômico dêsses países.
Como iigravante deve-se acrescentar
monstra que estamos recebendo menos
readquiria sua antiga característica de
Essa situação diz respeito, mais de perto, com os Estados Unidos, que são
ficitária.
os nossos maiores clientes, tanto na im
Para que se tenha uma idéia de como
foram aplicadas nossas divisas, basta dizer que, de acordo com dados do Serviço de Estatística Econômica e Fi-
portação como na exportação.
Isso nao significa, entretanto, que es tejamos em melhores condições frente aos outros países onde acumulamos di-
TI5^
Digesto Econômico
o orçamento «le dívIsoM
a falta de previsão dos poderes públicos, muitas vezes iludidos com a importância dos saldos acumulados no exterior, es-
José da^ Costa Boucinhas
importações, represadas durante vários
Controle do Comércio Exterior
quecidos de que, passada a refrega, as
anos, tenderiam a atingir volume e.xcep-
(Da Ordem dos Economistas de São Paulo, Prof. da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de S<ão Paulo) situação do comércio inter
nacional, por força do dese
cioiial.
Nessa conjuntura encontrava-se o Bra sil em fms de 1946. Nos Estados Uni-
Plano Marshall, „ qual, cm última aná lise, ajudando os países do Velho Con
divisas no valor apro-
.un ado de US$ 600.000.000 e na In^ ^ e 60.000.000, para apenas ci
quilíbrio provocado pela úl
tinente, procura, acima de tudo, assegu
tima guerra, é das mais de licadas e sua solução esbar
rar um escoadouro para a produção nor te-americana, que excede a todos os ní
tar os principais.
veis até então alcançados.
g°^êmo sôbre a necessic1are ?e fiscalizar a utilização dessas leserxas, aplicando-as na aquisição de
ra com dificuldades quase insuperáveis, quando se trata de conci
liar o interesse dos vários países. Os Estados Unidos, pela atuação no conflito e pelos enormes recursos eco nômicos e técnicos de que dispunham, transformaram-se em abastecedores do
mundo, alimentando a máquina bélica e as populações da retaguarda.
Em^ .situação diversa encontravarn-se os países sul-americanos, ao terminar a guerra, dispondo de largos crédito.s em dólares e outras moedas, provenientes da exportação de matérias-primas c produtos manufaturados para mercados anterior
mente supridos pelos países em luta,
lanço, apurou-se o enorme crédito dêsse
e, principalmente, pela impossibilidade coni que se defrontavam de importar produtos essenciais ao seu desenvolvi
país em relação aos da Europa, ao mes
mento.»
Terminada a guerra e levantado o ba
mo tempo que se constatava a impossibi lidade de liquidação dos débitos, dada a
precariedade da situação econômica dos
devedores. Alem do mais, a devastação causada pela guerra ameaça o conti nente europeu de uma catástrofe econô mica e conseqüente subversão da ordem
social, o que representaria rude golpe para a economia mundial, dada a importância dêsse grande mercado produtor e consumidor.
Para evitar a consumação dessa ca
lamidade procuram .os Estados Unidos socorrer seus devedores, fomecendo-lhes
mais créditos, de forma a que êles pos sam reerguer-se e voltem a participar do comércio internacional. Daí o programa de reconstrução da Europa, contido no
Por essa ocasião vozes se levantaram,
bens reprodutivos. Antes disso, já as
classes produtoras, na Carta de Teresôpohs, propunham medidas com o mesmo objetivo.
I
vam, antes, o diferimento de compras necessárias para atender aos reclamos do mercado interno.
A necessidade de financiar as exporta ções e a precariedade dos métodos ado
considerados como um fundo especial
A t
1.480 toneladas, no valor de 36.412.000 cruzeiros e, em 1947, 6.025 toneladas e
196.583.000 cruzeiros, com um aumento .de 4.545 toneladas e 160.171.000 cru
zeiros. No grupo de aparelhos de rá
dio, radiovitrolas e acessórios, importa
mos, em 1946, 1.305 toneladas, no va-
lor de 152.781.000 cruzeiros e, em 1947, 3.243 toneladas e 399.185.000 cruzei ros. com uma diferença, para mais, de 1.938 toneladas e 246.404.000 cruzeiros. Em 1946 nossa importação de bebidas atingiu 242.375.000 cruzeiros; em 1947
290.000.000 de cruzeiros e nos dois pri meiros meses de 1948, 32.723.000 cmzeiras.
• A citação dèsses números é suficiente
para demonstrar o descaso com que foi tratada a defesa das nossas divisas.
portes. As importações normais posterio res seriam cobertas com o produto das exportações processadas a partir dessa
tuada baixa no valor da tonelada expor tada e elevação no da tonelada impor
contrôle qualitativo.
tada. No primeiro trimestre do corren te ano essa tendência se e.xpressa numa
ção e aparelhamento dos meios de trans
f'
nanceira, do Ministério da Fazenda, as importações de geladeiras, refrigerado res e semelliantes, em 1946, alcançavam
Tanto mais grave é a situação atual sabendo-se que o "déficit" da nossa ba lança comercial ultrapassou um bilião e 600 milhões de cruzeiros em 1947 ao
para a compra de "máquinas para a agri-
cultura e para a indústria e para renova
Nessas condições, êsses créditos em
nada se assemelhavam aos acumulados pelos Estados Unidos, mas representa
Os saldos acumulados deveriam ser
49
data e até o seu limite, num regime de Inexplicàvelmente, nada se fêz nesse
sentido.
Liberada a importação, passamos a
mesmo tempo que se manifesta acen
baixa de 28,5 por cento no preço médio
da tonelada exportada e na alta de 22 3
por cento no da importada, o que de
tados pela maioria dos países para fa zer face a essa situação anormal provo
comprar mercadorias supérfluas ou sun-
caram uma série de "dificuldades inter
tuárias, e ao cabo de dois anos desapa
pelo que vendemos e pagando mais pelo
receram as divisas em dólares, ao mes mo tempo que a balança de comércio
que compramos.
nas. As freqüentes emissões de papelmoeda para compra das letras de ex portação geraram a inflação e a alta
acentuada do custo de vida, com graves fiscos para o futuro econômico dêsses países.
Como iigravante deve-se acrescentar
monstra que estamos recebendo menos
readquiria sua antiga característica de
Essa situação diz respeito, mais de perto, com os Estados Unidos, que são
ficitária.
os nossos maiores clientes, tanto na im
Para que se tenha uma idéia de como
foram aplicadas nossas divisas, basta dizer que, de acordo com dados do Serviço de Estatística Econômica e Fi-
portação como na exportação.
Isso nao significa, entretanto, que es tejamos em melhores condições frente aos outros países onde acumulamos di-
•J '
f 'I."
'•-
Dicesto Econóníico V
50
l
Diof-sto
Econômico
\Tsas à custa de não pequenos sacrifí
mos saldos em divisas bloqueadas, nâo
cios do nosso povo. Por ordem de importância em relação
c.ssenciuis e de utilização dos saldos dis-
su.scotíveís de cobrir o valor das nossas
poni\'eis nos vários países. Tudo reco mendava que os saldos acumulados fôs-
ao volume dos saldos acumulados se
gue-se a Inglaterra, que nos deve, apro ximadamente 60.000.000 de libras. Pelas
condições especiais em que se encontra êsse país, não nos foi possível sequer utilizar esse saldo para pagamento das nossas importações normais.
A exem-
p o do que ocorre com os saldos da ba lança comercial com o Chile, Holanda, Rumânia, Bulgária, Itália. Noruega, Hungria, Espanha, Japão e Polônia, essa importância enquadra-se no grupo das moedas bloqueadas. Concluímos, recentemente, um acôrdo com a Inglaterra, e o máximo que con
seguimos foi a possibilidade de utiliza ção de 10 milhões de libras, em quotas
importações atuais, há outros que tam bém nos devem e que regulam suas relações pelo regime de compensação. Nesse grupo passou a figurar a Ingla
mercadorias que não sejam de reconhe
reprodutivos, principalmente
cida necessidade dentro de um critério
terra, a partir da assinatura do acordo, juntamente com a Suécia, Argentina, Dinamarca, Tchecoslováqiiia, França. Bélgica, Chí'e e Bolívia. Do exposto se depreende que um dos poucos países cm que possuíamos sal
deram .ser adquiridos e necessários para
Há, em conseqüência, uma redução de
o reaparelhumento da indústria e dos
importação e menor necessidade de di
transportes.
visas.
Ao invés disso liberou-sc a importação e, paradoxalmente, muitas vezes, como
cupação é assegurar o abastecimento do
ocorreu com os tecidos e gêneros alimenticios, foi proibida a e.xporlação, sem
mercado interno e evitar a remessa de mercadorias para países cujas moedas não
dos disponíveis eram os Estados Unidos,
o que se compreende pela posição es pecial do mesmo, detentor da moeda que se tomou de curso internacional. Dissemos "em que po.ssuíamos" por que tudo faz crer que, neste momento,
tais saldos já se tenham esgotado. Dis semos que êsse saldo chegou, cm de terminada ocasião, a 600 milliões de dó
lares. Pois bem, em 31 de dezembro de
O saldo, ou seja, 50 milhões de libras,
1947, de acôrdò com informação oficial do Ministro da Fa*zenda, enviada ao
poderá ser aproveitado para aquisição de emprêsas inglêsas estabelecidas no
Parlamento, estava reduzido a 28 mi
Brasil ou de títulos da dívida externa
lhões de dólares.
na praça de Londres.
Como perdurou, nos primeiros meses dêste ano, a tendência deficitária do nosso comércio com os Estados Unidos,
mos por essa alternativa, a importância
ficará congelada, rendendo juros de 1/2% ao ano. Trata-se, sem dúvida, de uma
não é exagerado afirmar-se que hoje pas.!
situação paradoxal de um país faminto
samcs a dever a êsse país, o que parece
de capitais, transformado em banquei
ser confirmado pelas dificuldades com
ro da Grã-Bretanha.
que se defronta o comércio importador
Entretanto, considerada a situação di
fícil por que passa a Inglaterra, deve mos reconhecer que era o máximo que
divisas e a proibição de compra de
sem preservados para pagamento de bens
anuais de 2,5 milhões, para pagamento de importações.
Caso não opte
Controlando a importação, visa o go verno a defesa dos saldos disponíveis em
para fechamento de câmbio. Confirmaram-se, assim, os receios da
queles que, prevendo o incremento da.s
poderíamos obter, atendendo-se a que,
importações, uma vez restabelecida a
por força do citado acôrdo, as novas transações entram em regime de com
corrente do comércio internacional, propugnavam o controle da importação du
pensação, comprometendo-se êsse país
rante o prazo necessário para restabele
a nos fornecer equipamento industrial de
cer a normalidade.
que tanto necessitamos e a adquirir malérirt-prima e gêneros de nossa produção. A'ém dos países citados, onde possuí
Impunha-se a adoção de medidas re guladoras da importação, dentro dc um esquema de prioridade para os artigos
daqueles
que, pela decorrência da guerra, não pu
de prioridade prèviamente estabelecido.
Fiscalizando a exportação, a preo
estudo prévio dos estoques e das neces
são arbitráveis ou* com os quais não ope
sidades do mercado interno, reduzindo-
ramos em regime de compensação. Neste
se as disponibilidades dc divisas e desestimulando a produção.
caso haverá controle, em relação às quo
Medidas como essas têm contribuído
tas fixadas nos respectivos acordos co merciais. Daí não decorre aumento de
para a redução quantitativa da pro dução industrial e agrícola, que em
exportação ou de divisas, mas, sem dú
muitos setores atinge até 50%, de acôrdo com estatísticas levantadas, anulando to.
excessos exportáveis em função das ne cessidades de importação.
dos os esforço.s para a redução do custo da vida e desorganizando a economia
Em resumo, pode-se dizer que o regi me de licença prévia de importação e
nacional.
e.xportação tem em vista a obtenção de
Nessais condições, a instituição do
regime de licença prévia constituiu me dida acertada, apesar das restrições de alguns círculos que se preocupam mais com o dia de hoje do que com o futuro,
vida, há melhor aproveitamento dos
maior quantidade de divisas. O único meio verdadeiro para se che gar a êsse resultado é o aumento da ex portação. Voltamos ao conceito mercan
quando tudo aconselhava sua manuten
tilista que durante tanto tempo orientou a política econômica dos grandes países, mas cujos resultados, na atual organiza ção do mundo, não são os preconizados pelos defensores dessa orientação. Ti
ção.
vemos a experiência anterior a 1929,
A simples adoção do regime de licença prévia não significa que todas as difi culdades tenham sido superadas e esteja assegurado o abastecimento de que ne
que originou a maior crise econômica
e a única crítica que se pode fazer ao
governo é não tê-la adotado há mais tempo, ou por outra, tê-la revogado
cessitamos.
Podemos e devemos aplaudi-lo em tese, mas ficamos com liberdade de crí-
' tica quanto aos meios adotados para ,a sua aplicação. r./íi í.
da história, e onde ficou provado que o bem-estar dos povos e das nações cons titui um todo indivisível.
Não é possível pretender vender sem comprar e o esquecimento dessa verdade custou ao Estados Unidos sérias dificul
dades, com a sua riqueza e capacidade de produção impotentes em face de um
•J '
f 'I."
'•-
Dicesto Econóníico V
50
l
Diof-sto
Econômico
\Tsas à custa de não pequenos sacrifí
mos saldos em divisas bloqueadas, nâo
cios do nosso povo. Por ordem de importância em relação
c.ssenciuis e de utilização dos saldos dis-
su.scotíveís de cobrir o valor das nossas
poni\'eis nos vários países. Tudo reco mendava que os saldos acumulados fôs-
ao volume dos saldos acumulados se
gue-se a Inglaterra, que nos deve, apro ximadamente 60.000.000 de libras. Pelas
condições especiais em que se encontra êsse país, não nos foi possível sequer utilizar esse saldo para pagamento das nossas importações normais.
A exem-
p o do que ocorre com os saldos da ba lança comercial com o Chile, Holanda, Rumânia, Bulgária, Itália. Noruega, Hungria, Espanha, Japão e Polônia, essa importância enquadra-se no grupo das moedas bloqueadas. Concluímos, recentemente, um acôrdo com a Inglaterra, e o máximo que con
seguimos foi a possibilidade de utiliza ção de 10 milhões de libras, em quotas
importações atuais, há outros que tam bém nos devem e que regulam suas relações pelo regime de compensação. Nesse grupo passou a figurar a Ingla
mercadorias que não sejam de reconhe
reprodutivos, principalmente
cida necessidade dentro de um critério
terra, a partir da assinatura do acordo, juntamente com a Suécia, Argentina, Dinamarca, Tchecoslováqiiia, França. Bélgica, Chí'e e Bolívia. Do exposto se depreende que um dos poucos países cm que possuíamos sal
deram .ser adquiridos e necessários para
Há, em conseqüência, uma redução de
o reaparelhumento da indústria e dos
importação e menor necessidade de di
transportes.
visas.
Ao invés disso liberou-sc a importação e, paradoxalmente, muitas vezes, como
cupação é assegurar o abastecimento do
ocorreu com os tecidos e gêneros alimenticios, foi proibida a e.xporlação, sem
mercado interno e evitar a remessa de mercadorias para países cujas moedas não
dos disponíveis eram os Estados Unidos,
o que se compreende pela posição es pecial do mesmo, detentor da moeda que se tomou de curso internacional. Dissemos "em que po.ssuíamos" por que tudo faz crer que, neste momento,
tais saldos já se tenham esgotado. Dis semos que êsse saldo chegou, cm de terminada ocasião, a 600 milliões de dó
lares. Pois bem, em 31 de dezembro de
O saldo, ou seja, 50 milhões de libras,
1947, de acôrdò com informação oficial do Ministro da Fa*zenda, enviada ao
poderá ser aproveitado para aquisição de emprêsas inglêsas estabelecidas no
Parlamento, estava reduzido a 28 mi
Brasil ou de títulos da dívida externa
lhões de dólares.
na praça de Londres.
Como perdurou, nos primeiros meses dêste ano, a tendência deficitária do nosso comércio com os Estados Unidos,
mos por essa alternativa, a importância
ficará congelada, rendendo juros de 1/2% ao ano. Trata-se, sem dúvida, de uma
não é exagerado afirmar-se que hoje pas.!
situação paradoxal de um país faminto
samcs a dever a êsse país, o que parece
de capitais, transformado em banquei
ser confirmado pelas dificuldades com
ro da Grã-Bretanha.
que se defronta o comércio importador
Entretanto, considerada a situação di
fícil por que passa a Inglaterra, deve mos reconhecer que era o máximo que
divisas e a proibição de compra de
sem preservados para pagamento de bens
anuais de 2,5 milhões, para pagamento de importações.
Caso não opte
Controlando a importação, visa o go verno a defesa dos saldos disponíveis em
para fechamento de câmbio. Confirmaram-se, assim, os receios da
queles que, prevendo o incremento da.s
poderíamos obter, atendendo-se a que,
importações, uma vez restabelecida a
por força do citado acôrdo, as novas transações entram em regime de com
corrente do comércio internacional, propugnavam o controle da importação du
pensação, comprometendo-se êsse país
rante o prazo necessário para restabele
a nos fornecer equipamento industrial de
cer a normalidade.
que tanto necessitamos e a adquirir malérirt-prima e gêneros de nossa produção. A'ém dos países citados, onde possuí
Impunha-se a adoção de medidas re guladoras da importação, dentro dc um esquema de prioridade para os artigos
daqueles
que, pela decorrência da guerra, não pu
de prioridade prèviamente estabelecido.
Fiscalizando a exportação, a preo
estudo prévio dos estoques e das neces
são arbitráveis ou* com os quais não ope
sidades do mercado interno, reduzindo-
ramos em regime de compensação. Neste
se as disponibilidades dc divisas e desestimulando a produção.
caso haverá controle, em relação às quo
Medidas como essas têm contribuído
tas fixadas nos respectivos acordos co merciais. Daí não decorre aumento de
para a redução quantitativa da pro dução industrial e agrícola, que em
exportação ou de divisas, mas, sem dú
muitos setores atinge até 50%, de acôrdo com estatísticas levantadas, anulando to.
excessos exportáveis em função das ne cessidades de importação.
dos os esforço.s para a redução do custo da vida e desorganizando a economia
Em resumo, pode-se dizer que o regi me de licença prévia de importação e
nacional.
e.xportação tem em vista a obtenção de
Nessais condições, a instituição do
regime de licença prévia constituiu me dida acertada, apesar das restrições de alguns círculos que se preocupam mais com o dia de hoje do que com o futuro,
vida, há melhor aproveitamento dos
maior quantidade de divisas. O único meio verdadeiro para se che gar a êsse resultado é o aumento da ex portação. Voltamos ao conceito mercan
quando tudo aconselhava sua manuten
tilista que durante tanto tempo orientou a política econômica dos grandes países, mas cujos resultados, na atual organiza ção do mundo, não são os preconizados pelos defensores dessa orientação. Ti
ção.
vemos a experiência anterior a 1929,
A simples adoção do regime de licença prévia não significa que todas as difi culdades tenham sido superadas e esteja assegurado o abastecimento de que ne
que originou a maior crise econômica
e a única crítica que se pode fazer ao
governo é não tê-la adotado há mais tempo, ou por outra, tê-la revogado
cessitamos.
Podemos e devemos aplaudi-lo em tese, mas ficamos com liberdade de crí-
' tica quanto aos meios adotados para ,a sua aplicação. r./íi í.
da história, e onde ficou provado que o bem-estar dos povos e das nações cons titui um todo indivisível.
Não é possível pretender vender sem comprar e o esquecimento dessa verdade custou ao Estados Unidos sérias dificul
dades, com a sua riqueza e capacidade de produção impotentes em face de um
52.
Dicksto
Digesto Ecovóxtrco
mundo cada vez mais empobrecido. A lição não foi esquecida e a preo
Assim sendo, o problema da exporta
Econômico
clin que, além das dificuldades já apon tadas para o contròle da exportação, teremos que nos defrontar, dentro de pouco tempo, se a situação não melho
de produtos essenciais, seria necessário
ternacional tL'.nto quanto possível livre, intensificando-se as trocas. Èssa aspi
maior importância do que o da própria importação. Com relação a e.sta, dispõe o Estado de elementos para permitir ou proibir a entrada de certas mercadorias
prática, pois mais uma vez os Estados
provenientes de determinados países. Entretanto, somente através da c.xpor-
de produção, nos virmos impossibilitados de aproveitar cs benefícios indiretos do
que fôsse amplamente divulgado o cri tério de concessões das licenças, para orientação daqueles que necessitam im portar. Êsse critério compreenderia não somente a classe e quantidade de pro dutos cuja importação seria permitida, mas, ainda, quais os mercados em que
tação obtém divisas para pagar o que
tendo em vista o regime vigente de pa gamento e as condições de liberação das
cupação atual é tomar o comércio in
ração defronta-Se com empecilhos, na
ção,
aparentemente
simples,
assume
^ •
rar, com o problema: o que exportar? Não será de estranhar se, por falta
Unidos se vêem a braços com o proble ma da colocação da sua produção em mercados potencialmente grandes, mas
importa, e neste caso tem que enfrentar
auxílio concedido pelos Estados Unidos íi Europa, com a exportação de gêneros
sem recursos, em fase de recuperação
as restrições dos países para os quais
e matérias-primas, pagos em dólares.
após a devastação da guerra. . Daí o . Plano Marshall, ao qual já nos referimos. Outra
dificul
pretende vender.
Desde que se queira controlar eficien temente
a
ex
dade com que
portação, surge o
se defronta o ideal do livre acesso das fon
pólio
tes
de
produ
ção
reside
em '
risco do
mono
do Esta
do. É o que su cede na Argenti"3, Onde o go
que muitos paí
verno, através do
ses, como o Bra- >
InsHtuto Argen.
sil, cujo estágio de
desenvolvi
mento
económi.
CO é atrasado, teriam que se conformar com o papel de produtores de matérias-
tino de Promo ção do Inter-
, . exportador, , dispondo câmbio, da tomouse o unico pro-
duçao e colocando-a nos mercados que prefere por preço maior do que o paco
americanos de que as exportações sul-
divisas. Êste ponto é muito importan te e está intimamente ligado ao trata mento dispensado pelos vários países às
americanas pira a Europa, dentro do
nossas exportações.
Isto, é claro, se não prevalecer a opinião absurda de alguns departamentos norte-
programa de reconstrução, devem ser financiadas pelos próprios países de origem. Não compreendemos em que se baseiam os defensores desse ponto de vista, pois se há quem realmente ne cessite de auxilio são cs países deste
Feitas estas considerações, que melhor esclarecem nosso pensamento sòbre o
nar-se realidade.
da produção, principalmente da indus trial. Conseguiu-se, não há dúvida, dis
sive, o exemplo do Chile.
A necessidade de manter o equilíbrio da balança comercial tem feito, pelo
ciplinar a exportaçãoj resta saber se com isso se beneficiou a produção interna e
A instituição do regime de licença prévia, principalmente para as importa
a resposta somente o tempo a dará.
ções, requer o conhecimento exato das
Se é verdade que a exportação é uma necessidade e um imperativo de todos
necessidades do mercado interno e aparelhamento adequado para que a exe cução da medida não seja um entrave ao
contrário, com que os países fracos procurem concluir acordos bilaterais de compensação, equilibrando o valor da importação com o da exportação, uma vez que, suas relações com os Estados
os países, devemos admitir que as pers pectivas do Brasil, nesse setor, são pou
Unidos são deficitárias e este é o único
co promissoras, pois, como dissemos,
país em condições de pagar os possí
nossa produção tem decrescido e sem produção não se exporta. Daí se con-
veis excessos de sua importação..
quais operamos em regime de compen sação, sem falar, é claro, dos Estados
tudo e concessão de licenças, é necessário
efetivação. Procuraremos, a seguir, ex
mércio e emprêgo não conseguiram tor
nos utilizar desses saldos, ou com os
mundo.
exportação são desHnados ao fomento
dações das recentes conferências de co
vezes a necessidades e interôsses da sua
saldos bloqueados, desde que possamos
Unidos.
política exterior. Os lucros obtidos na
mitiria elevar o padrão de vida de suas
populações. Por tudo isso, as recomen
ao produto nacional, atendendo muitas
Nada mais razoável que procuremos importar de países nos quais possuímos
hemisfério, cujas populações desfrutam um dos mais baixos padrões de vida do
problema em foco, voltemos ao caso da licença prévia em vigor em nosso país. Dissemos que o fato de reconhecermos a necessidade da medida não significava aprovação aos métodos adotados para sua
primas, obrigados a renunciarem aos jus tos anseios de industrialização, que per
poderiam ser colocadas as encomendas,
por nosso ponto de vista, citando, inclu
comércio e não redunde, afinal, em
grave perturbação do consumo. Admitindo-se que sejam exatamente conhecidas as necessidades de con.sumo
Quanto ao órgão encarregado do es que esteja devidamente aparelhado, de forma a atender os importadores com eficiência e em pequeno prazo, a fim de evitar abusos e transtornos de tôda
espécie. Êsse serviço, como se sabe, está afeto
à Carteira de Importação e Exportação
subordinada ao Banco do Brasil, por delegação do govêmo federal. Baseando-nos no que ocorre em São Paulo, que é o maior centro importador do pais, podemos dizer que êsse órgão não tem correspondido à expectativa; Não vai nestas palavras nenhuma crítica aos
seus funcionários, que se têm desdobra do para bem servir, mas àqueles que tinham por obrigação prever o vulto do serviço a executar e prover os meios materiais e pessoais para isso.
Resolvida essa parte, restaria a mais
52.
Dicksto
Digesto Ecovóxtrco
mundo cada vez mais empobrecido. A lição não foi esquecida e a preo
Assim sendo, o problema da exporta
Econômico
clin que, além das dificuldades já apon tadas para o contròle da exportação, teremos que nos defrontar, dentro de pouco tempo, se a situação não melho
de produtos essenciais, seria necessário
ternacional tL'.nto quanto possível livre, intensificando-se as trocas. Èssa aspi
maior importância do que o da própria importação. Com relação a e.sta, dispõe o Estado de elementos para permitir ou proibir a entrada de certas mercadorias
prática, pois mais uma vez os Estados
provenientes de determinados países. Entretanto, somente através da c.xpor-
de produção, nos virmos impossibilitados de aproveitar cs benefícios indiretos do
que fôsse amplamente divulgado o cri tério de concessões das licenças, para orientação daqueles que necessitam im portar. Êsse critério compreenderia não somente a classe e quantidade de pro dutos cuja importação seria permitida, mas, ainda, quais os mercados em que
tação obtém divisas para pagar o que
tendo em vista o regime vigente de pa gamento e as condições de liberação das
cupação atual é tomar o comércio in
ração defronta-Se com empecilhos, na
ção,
aparentemente
simples,
assume
^ •
rar, com o problema: o que exportar? Não será de estranhar se, por falta
Unidos se vêem a braços com o proble ma da colocação da sua produção em mercados potencialmente grandes, mas
importa, e neste caso tem que enfrentar
auxílio concedido pelos Estados Unidos íi Europa, com a exportação de gêneros
sem recursos, em fase de recuperação
as restrições dos países para os quais
e matérias-primas, pagos em dólares.
após a devastação da guerra. . Daí o . Plano Marshall, ao qual já nos referimos. Outra
dificul
pretende vender.
Desde que se queira controlar eficien temente
a
ex
dade com que
portação, surge o
se defronta o ideal do livre acesso das fon
pólio
tes
de
produ
ção
reside
em '
risco do
mono
do Esta
do. É o que su cede na Argenti"3, Onde o go
que muitos paí
verno, através do
ses, como o Bra- >
InsHtuto Argen.
sil, cujo estágio de
desenvolvi
mento
económi.
CO é atrasado, teriam que se conformar com o papel de produtores de matérias-
tino de Promo ção do Inter-
, . exportador, , dispondo câmbio, da tomouse o unico pro-
duçao e colocando-a nos mercados que prefere por preço maior do que o paco
americanos de que as exportações sul-
divisas. Êste ponto é muito importan te e está intimamente ligado ao trata mento dispensado pelos vários países às
americanas pira a Europa, dentro do
nossas exportações.
Isto, é claro, se não prevalecer a opinião absurda de alguns departamentos norte-
programa de reconstrução, devem ser financiadas pelos próprios países de origem. Não compreendemos em que se baseiam os defensores desse ponto de vista, pois se há quem realmente ne cessite de auxilio são cs países deste
Feitas estas considerações, que melhor esclarecem nosso pensamento sòbre o
nar-se realidade.
da produção, principalmente da indus trial. Conseguiu-se, não há dúvida, dis
sive, o exemplo do Chile.
A necessidade de manter o equilíbrio da balança comercial tem feito, pelo
ciplinar a exportaçãoj resta saber se com isso se beneficiou a produção interna e
A instituição do regime de licença prévia, principalmente para as importa
a resposta somente o tempo a dará.
ções, requer o conhecimento exato das
Se é verdade que a exportação é uma necessidade e um imperativo de todos
necessidades do mercado interno e aparelhamento adequado para que a exe cução da medida não seja um entrave ao
contrário, com que os países fracos procurem concluir acordos bilaterais de compensação, equilibrando o valor da importação com o da exportação, uma vez que, suas relações com os Estados
os países, devemos admitir que as pers pectivas do Brasil, nesse setor, são pou
Unidos são deficitárias e este é o único
co promissoras, pois, como dissemos,
país em condições de pagar os possí
nossa produção tem decrescido e sem produção não se exporta. Daí se con-
veis excessos de sua importação..
quais operamos em regime de compen sação, sem falar, é claro, dos Estados
tudo e concessão de licenças, é necessário
efetivação. Procuraremos, a seguir, ex
mércio e emprêgo não conseguiram tor
nos utilizar desses saldos, ou com os
mundo.
exportação são desHnados ao fomento
dações das recentes conferências de co
vezes a necessidades e interôsses da sua
saldos bloqueados, desde que possamos
Unidos.
política exterior. Os lucros obtidos na
mitiria elevar o padrão de vida de suas
populações. Por tudo isso, as recomen
ao produto nacional, atendendo muitas
Nada mais razoável que procuremos importar de países nos quais possuímos
hemisfério, cujas populações desfrutam um dos mais baixos padrões de vida do
problema em foco, voltemos ao caso da licença prévia em vigor em nosso país. Dissemos que o fato de reconhecermos a necessidade da medida não significava aprovação aos métodos adotados para sua
primas, obrigados a renunciarem aos jus tos anseios de industrialização, que per
poderiam ser colocadas as encomendas,
por nosso ponto de vista, citando, inclu
comércio e não redunde, afinal, em
grave perturbação do consumo. Admitindo-se que sejam exatamente conhecidas as necessidades de con.sumo
Quanto ao órgão encarregado do es que esteja devidamente aparelhado, de forma a atender os importadores com eficiência e em pequeno prazo, a fim de evitar abusos e transtornos de tôda
espécie. Êsse serviço, como se sabe, está afeto
à Carteira de Importação e Exportação
subordinada ao Banco do Brasil, por delegação do govêmo federal. Baseando-nos no que ocorre em São Paulo, que é o maior centro importador do pais, podemos dizer que êsse órgão não tem correspondido à expectativa; Não vai nestas palavras nenhuma crítica aos
seus funcionários, que se têm desdobra do para bem servir, mas àqueles que tinham por obrigação prever o vulto do serviço a executar e prover os meios materiais e pessoais para isso.
Resolvida essa parte, restaria a mais
;
importante, que seria a da fixação do critério a ser obedecido na concessão
de licenças de importação. Não duvi
damos de que êsse critério exista, para orientação dos dirigentes da Carteira.
Não basta, porém. É necessário que ele se tome público, deixando de estar en
volto em mistério, o que apenas serve
prevista é igual à de.spcsa. Isso quer
incntos, merece e.specíal menção o (jue está sendo praticado pelo Chile. O governo chileno, através do Minis tério da Economia e Comércio, elabo
rou um orçamento de divisas, que foi
ticos somente serão importados quando
na-se a cobrir a.s despesas do mesmo
fôr provada, com apresentação de certi,
grupí.*, o mesmo ocorrendo com o gru-
ficado do órgão competente, sua ne
po II.
cessidade em relação aos similares na cionais c à saúde pública.
O orçamento foi elaborado em face
objeto de decreto especial, prevendo,
dos
na receita, tôdas as entradas de divisas,
elementos constantes do decreto
aprovado pe'o govêrno cliileno e que
e na despesa, tôdas as saídas. Tanto a receita como a despe.sa com
icpre.scntam o resumo das rubricas,
preendem dois gnipos, o que se deve,
pois êsse decreto é acompanhado de vá
Prevalecendo-se disso, muitos impor tadores têm encaminhado sucessivos pe didos de licença, entregando-os ao mes
possivelmente, à concessão de cambio
especial para a importação de produtos essenciais e para determinada clas.se de
rios anexos que pormenorizam os pro dutos que podem ou não podem ser im
mo tempo em São Paulo e no Rio de
exportações.
Janeiro,
tativa para ver qual o que sai antes,
No grupo I da Receita estão previstas as entradas de divisas provenientes do Comércio Exterior Visível (exportações) e do Comércio Exterior Invisível (tran-
qual bi'hete premiado. Êsse procedimen
.sações de govêmo) além de Contas de
compreendendo
quantidades
muito superiores às suas necessidades e
possibilidades e permanecendo em expec to, além de outros inconvenientes, conges
Ordem, compensadas na Despesa do
tiona os serviços da Carteira, em detri
mesmo grupo.
mento dos pedidos regulares. Devendo o regime de licença prévia vigorar ainda por muito tempo, pois nada autoriza a crer que dentro de dois ou três anos esteja normalizado o co
mércio internacional, urge tomar medi das de caráter definitivo, através do con
trole da balança de pagamentos.
Êsse contrôle deveria abranger não só
portados e as quantidades permitidas. Ê interessante conhecer como funcio
na o sistema, o que atende à necessidade,
ii que nos referimos, do aparelhamento do órgão "controlador. No mesmo decreto, que tem o número 225, de 5 de fevereiro último, encontra
mos referência às normas que deverão rcgu'ar a matéria.
No grupo II da Receita aparecem os
A faculdade de concessão de licenças
créditos provenientes do Comércio Exte rior Visível (exportações) e do Comér
de importação está afeta ao Conselho Nacional de Comércio Exterior, orientando-se pelos detalhes constantes dos anexos referidos e de amplo conheci mento público.
cio Exterior Invisível (serviço de merca
dorias e transações privada.s). No grupo I da Despesa figuram as rubricas referentes ao Comércio Exte rior Visível (importações); ao Comércio Exterior Invisível (serviço de mercado
No anexo
3 estão discriminados
a exportação e importação de mercado
rias, transações de govêrno e transa
rias como também o movimento invisível
ções privadas); ao Movimento de Ca
todos os produtos cuja importação é proibida, quer por possuírem sucedâneos
de moeda, e poderia obedecer ao mesmo
pitais e seus Serviços (movimento de
nacionais, quer por se tratar de bens
critério adotado para a elaboração' dos orçamentos de receita e despesa pública.
capitais e serviço de capitais), além da.s Contas de Ordem compensadas na tS'
Seria o orçamento de divisae, adotado
ceita.
pelo Chile, cujo alcance e conteúdo procuraremos sintetizar a seguir.
não essenciais. Entre ê.sses produtos in cluem-se as peles finas, azeites comestí veis refinados, conservas e alimentos
preparados; vinhos em geral e outras be. bidas; fumo manufaturado, fios de algo
O grupo II da Despesa compreende, ainda, o Comércio Exterior Visível (im
dão, fios de seda, geladeiras, rádios, vi
portações); o Comércio Exterior Invisí O exemplo do Chile
trolas etc. Alguns desses artigos, que representam parte mínima da lista, po derão ser importados a fim de cumprir acoi-dos comerciais e quando houver bixlança comercia' desfavorável para. o
vel (serviço de mercadorias e transações
privadas) e Movimento de Capitais e
Dentre os processos adotados pelos vários países para enfrentar o problema do desequilíbrio da balança de paga-
seus Sen'iços (movimento de capitais). Os dois grupos funcionam separada mente e em cada um dêles a receita
....
país exportador. Os produtos farmacêii-
dizer que a receita do grupo I desti
espertos.
para provocar confusão e favorecer os
55
Dic.ESTo Econômico
DioESTO EconVjmico
54
Estabelecem ainda as instruções que uma firma importadora não poderá ope rar em um mesmo item perante diferen tes Comissões Locais encarregadas de estudar os pedidos. As autorizações para importação de
mercadorias procedentes de países com
os quais exista acôrdo de compensação ou troca se limitarão ao saldo que repre sentem as contas correspondentes, salvo
autorização expressa do Conselho para reforço das verbas.
Da mesma forma o Conselho Nacional de Comércio Exterior poderá autorizar
maiores despesas do que as previstas nos itens respectivos, sem exceder' entretan
to, a soma total do capítulo "Despesa" do grupo correspondente, quando exis tir saldo disponível a favor do Chile nas contas aludidas e não seja possível sua conversão em outras moedas.
Em casos justificados poderá o Conse lho, mediante decreto do Ministério da Economia e Comércio, transferir deter
minado item de um grupo do orçamen pondente transferencia de cobertura. Ao vice-pre.sldente executivo do Con
ta para o outro e providenciar a corres
selho cabe atribuir às - t de Comissoes Locaís, ue acordo com nc ^ h'cHr^nc V. . antecedentes estaproporção do cap.tu'o "Despesa", de amfc os gmpos,
T.íh,'o
que a cada uma delas competirá auto
rizar.
^ Chamamos a atenção para a impor tância dessa medida descentralizadora,
;
importante, que seria a da fixação do critério a ser obedecido na concessão
de licenças de importação. Não duvi
damos de que êsse critério exista, para orientação dos dirigentes da Carteira.
Não basta, porém. É necessário que ele se tome público, deixando de estar en
volto em mistério, o que apenas serve
prevista é igual à de.spcsa. Isso quer
incntos, merece e.specíal menção o (jue está sendo praticado pelo Chile. O governo chileno, através do Minis tério da Economia e Comércio, elabo
rou um orçamento de divisas, que foi
ticos somente serão importados quando
na-se a cobrir a.s despesas do mesmo
fôr provada, com apresentação de certi,
grupí.*, o mesmo ocorrendo com o gru-
ficado do órgão competente, sua ne
po II.
cessidade em relação aos similares na cionais c à saúde pública.
O orçamento foi elaborado em face
objeto de decreto especial, prevendo,
dos
na receita, tôdas as entradas de divisas,
elementos constantes do decreto
aprovado pe'o govêrno cliileno e que
e na despesa, tôdas as saídas. Tanto a receita como a despe.sa com
icpre.scntam o resumo das rubricas,
preendem dois gnipos, o que se deve,
pois êsse decreto é acompanhado de vá
Prevalecendo-se disso, muitos impor tadores têm encaminhado sucessivos pe didos de licença, entregando-os ao mes
possivelmente, à concessão de cambio
especial para a importação de produtos essenciais e para determinada clas.se de
rios anexos que pormenorizam os pro dutos que podem ou não podem ser im
mo tempo em São Paulo e no Rio de
exportações.
Janeiro,
tativa para ver qual o que sai antes,
No grupo I da Receita estão previstas as entradas de divisas provenientes do Comércio Exterior Visível (exportações) e do Comércio Exterior Invisível (tran-
qual bi'hete premiado. Êsse procedimen
.sações de govêmo) além de Contas de
compreendendo
quantidades
muito superiores às suas necessidades e
possibilidades e permanecendo em expec to, além de outros inconvenientes, conges
Ordem, compensadas na Despesa do
tiona os serviços da Carteira, em detri
mesmo grupo.
mento dos pedidos regulares. Devendo o regime de licença prévia vigorar ainda por muito tempo, pois nada autoriza a crer que dentro de dois ou três anos esteja normalizado o co
mércio internacional, urge tomar medi das de caráter definitivo, através do con
trole da balança de pagamentos.
Êsse contrôle deveria abranger não só
portados e as quantidades permitidas. Ê interessante conhecer como funcio
na o sistema, o que atende à necessidade,
ii que nos referimos, do aparelhamento do órgão "controlador. No mesmo decreto, que tem o número 225, de 5 de fevereiro último, encontra
mos referência às normas que deverão rcgu'ar a matéria.
No grupo II da Receita aparecem os
A faculdade de concessão de licenças
créditos provenientes do Comércio Exte rior Visível (exportações) e do Comér
de importação está afeta ao Conselho Nacional de Comércio Exterior, orientando-se pelos detalhes constantes dos anexos referidos e de amplo conheci mento público.
cio Exterior Invisível (serviço de merca
dorias e transações privada.s). No grupo I da Despesa figuram as rubricas referentes ao Comércio Exte rior Visível (importações); ao Comércio Exterior Invisível (serviço de mercado
No anexo
3 estão discriminados
a exportação e importação de mercado
rias, transações de govêrno e transa
rias como também o movimento invisível
ções privadas); ao Movimento de Ca
todos os produtos cuja importação é proibida, quer por possuírem sucedâneos
de moeda, e poderia obedecer ao mesmo
pitais e seus Serviços (movimento de
nacionais, quer por se tratar de bens
critério adotado para a elaboração' dos orçamentos de receita e despesa pública.
capitais e serviço de capitais), além da.s Contas de Ordem compensadas na tS'
Seria o orçamento de divisae, adotado
ceita.
pelo Chile, cujo alcance e conteúdo procuraremos sintetizar a seguir.
não essenciais. Entre ê.sses produtos in cluem-se as peles finas, azeites comestí veis refinados, conservas e alimentos
preparados; vinhos em geral e outras be. bidas; fumo manufaturado, fios de algo
O grupo II da Despesa compreende, ainda, o Comércio Exterior Visível (im
dão, fios de seda, geladeiras, rádios, vi
portações); o Comércio Exterior Invisí O exemplo do Chile
trolas etc. Alguns desses artigos, que representam parte mínima da lista, po derão ser importados a fim de cumprir acoi-dos comerciais e quando houver bixlança comercia' desfavorável para. o
vel (serviço de mercadorias e transações
privadas) e Movimento de Capitais e
Dentre os processos adotados pelos vários países para enfrentar o problema do desequilíbrio da balança de paga-
seus Sen'iços (movimento de capitais). Os dois grupos funcionam separada mente e em cada um dêles a receita
....
país exportador. Os produtos farmacêii-
dizer que a receita do grupo I desti
espertos.
para provocar confusão e favorecer os
55
Dic.ESTo Econômico
DioESTO EconVjmico
54
Estabelecem ainda as instruções que uma firma importadora não poderá ope rar em um mesmo item perante diferen tes Comissões Locais encarregadas de estudar os pedidos. As autorizações para importação de
mercadorias procedentes de países com
os quais exista acôrdo de compensação ou troca se limitarão ao saldo que repre sentem as contas correspondentes, salvo
autorização expressa do Conselho para reforço das verbas.
Da mesma forma o Conselho Nacional de Comércio Exterior poderá autorizar
maiores despesas do que as previstas nos itens respectivos, sem exceder' entretan
to, a soma total do capítulo "Despesa" do grupo correspondente, quando exis tir saldo disponível a favor do Chile nas contas aludidas e não seja possível sua conversão em outras moedas.
Em casos justificados poderá o Conse lho, mediante decreto do Ministério da Economia e Comércio, transferir deter
minado item de um grupo do orçamen pondente transferencia de cobertura. Ao vice-pre.sldente executivo do Con
ta para o outro e providenciar a corres
selho cabe atribuir às - t de Comissoes Locaís, ue acordo com nc ^ h'cHr^nc V. . antecedentes estaproporção do cap.tu'o "Despesa", de amfc os gmpos,
T.íh,'o
que a cada uma delas competirá auto
rizar.
^ Chamamos a atenção para a impor tância dessa medida descentralizadora,
•>^T
Dicesto
56
Econômico 57
Dicesto Econômico
profundamente racional, que contrasta com a prática adotada entre nós de sub
Citando o exemplo desse país amigo, outro não é nosso objeti\'o senão contri buir, modestamente, para a solução de
meter todos os pedidos de licença de importação ao órgão central, no Rio de
um problema cuja gravidade aumentará
Janeiro, único competente para con
com o tempo, com profundas repercus
cedê-los. É interessante notar, também,
sões na economia nacional.
que as necessidades de importação serão reconhecidas com critério regional, em face de estudos estatísticos.
O decreto estabelece, ainda, normas
para liquidação de câmbio nas impor tações e exportações e para as opera
ções de câmbio dos bancos comerciais
particulares. São essas, em linhas gerais, as princi
pais características do Orçamento de Divisas, elaborado pelo Chile, e que constitui uma experiência digna de aten
ção por parte dos responsáveis pelo disciplínamento do nosso comércio exterior. Nesse orçamento não foi esquecido o
capital estrangeiro, sendo previstas as
parcelas necessárias para a remessa de
fundos referentes aos rendimentos e re tornos dêsses capitais. Ao mesmo tempo
foi prevista a entrada de novos capitais, em forma de inversões particulares, no total de US$ 21.250.000. É desnecessá
rio acentuar que êsse procedimento de
verá ter favorável repercussão nos mer
cados financeiros internacionais, inspírando-lhes o mínimo de garantias exigi do, que é a liberdade de retorno do capital e da remessa de juros e dividen dos.
À vista dessa garantia é muito
provável que a parcela de entrada pre vista seja ultrapassada, proporcionando novas divisas ao país.
O que acaba de fazer o Chile pode ria ser feito pelo Brasil. Infelizmente, continuamos sem orientação econômica e não nos conseguimos livrar da buro
Julgamos indispensável o reexanie do assunto, e o estabelecimento de bases
racionais para o controle das, licença.s de importação e de exporlaçap dentro das .seguintes condições mínimas:
I — Quanto à exportação
a) levantamento rigoro.so da produ ção industrial e agrícola nacio nal e das necessidades do mer
cado interno, para determinação dos excessos exportá\'eis de cada produto;
b) fomento da produção a fim de se
c) concessões dc licenças de impor tação de preferência de países
que nos são devedores; d) elaboração de um Orçamento de
Divisas, com a previsão de todas as parcelas de receita e despesa
da Balança de Pagamentos, e aná lise de cada item;
e) distribuição dos itens do Orça
mento de Divisas pelas regiões geo-económicas do país, de acor do com as suas reais necessida
des, apuradas em levantamento estatístico, e descentralização na
concessão de licenças de impor tação;
orientação do comércio importa
ce.ssos exportáveis e conseguir
dor;
mais divisas, reduzindo o "dé
c) liberdade de exportação para os países da área do dólar; d) conclusões de acordos comerciais com os países onde possuínio.s saldos bloqueados, tendo em vista descongelar essas divisas, e, em
a) permissão de livre entrada de ca
pitais para investimentos no país; b) garantia de Uvtc retomo dêsses capitais e de remessa dos juros
e dividendos correspondentes. O que acabamos de expor não cons titui novidade e temos certeza de que a Carteira de Exportação e Importação dispõe da maioria dos elementos neces sários para a concretização de um tra balho desse vulto.
Devemos confessar, por outro lado, que as perspectivas do nosso comércio
externo justificam o pessimismo de mui tos e recomendam o estudo acurado do
f) ampla divulgação do critério a ser observado no estudo dos pe didos de licenças, para perfeita
aumentar a quantidade dos e.x-
ficit da balança comercial;
III — Quanto ao capital estrangeiro
g) concessão de licenças de impor tação somente ao comércio im
assunto. Urge, em primeiro lugar, fixar os rumos da nossa política econômica, e, a
seguir, disciplinar os órg<ãos encarregados do executá-la, sob a orientação do Mi nistério da Economia, cuja criação deve
ser apressada, a fim de se assegurar o de senvolvimento econômico do país e a
portador tradicional, na base do
elevação do padrão de vida da popula
movimento dos últimos anos.
ção.
qualquer caso, o estabelecimento do regime de compensação ou de trocas para regular as transações a partir desta data. II — Quanto à importação
a) levantamento rigoroso das neces sidades do mercado interno;
b) proibição de importaç.ão de arti gos que não forem considerados essenciais ou que sejam produzi
cracia quando obrigados a adotar medi
dos no país em quantidade su
das de importância. -
ficiente;
Durante o üno de 1947, a Argentina recebeu dos mercados externos 148.068.072
quilos de frutas frescas, cabendo ao Brayíl o papel de maior provedor da Argentina nesse ramo, com 144.446.662 quilos. Na composição do total das frutas importa das do Brasil, 2.750.676 quilos foram de abacaxis, 96.706.056 quilos de bananas, c 44.989.930 de laranjas. No qüinqüênio comparado de 1943-47, as provisões de frutas sêcas ao mercado argentino, de procedência brasileira, abarcaram somente 39
quilos (1943). Nenhuma operaçã» foi realizada em 1944, 1945 e 1946, anotando-se • em 1947 um volume de 4.288 quilos correspondentes a pa,
de
•>^T
Dicesto
56
Econômico 57
Dicesto Econômico
profundamente racional, que contrasta com a prática adotada entre nós de sub
Citando o exemplo desse país amigo, outro não é nosso objeti\'o senão contri buir, modestamente, para a solução de
meter todos os pedidos de licença de importação ao órgão central, no Rio de
um problema cuja gravidade aumentará
Janeiro, único competente para con
com o tempo, com profundas repercus
cedê-los. É interessante notar, também,
sões na economia nacional.
que as necessidades de importação serão reconhecidas com critério regional, em face de estudos estatísticos.
O decreto estabelece, ainda, normas
para liquidação de câmbio nas impor tações e exportações e para as opera
ções de câmbio dos bancos comerciais
particulares. São essas, em linhas gerais, as princi
pais características do Orçamento de Divisas, elaborado pelo Chile, e que constitui uma experiência digna de aten
ção por parte dos responsáveis pelo disciplínamento do nosso comércio exterior. Nesse orçamento não foi esquecido o
capital estrangeiro, sendo previstas as
parcelas necessárias para a remessa de
fundos referentes aos rendimentos e re tornos dêsses capitais. Ao mesmo tempo
foi prevista a entrada de novos capitais, em forma de inversões particulares, no total de US$ 21.250.000. É desnecessá
rio acentuar que êsse procedimento de
verá ter favorável repercussão nos mer
cados financeiros internacionais, inspírando-lhes o mínimo de garantias exigi do, que é a liberdade de retorno do capital e da remessa de juros e dividen dos.
À vista dessa garantia é muito
provável que a parcela de entrada pre vista seja ultrapassada, proporcionando novas divisas ao país.
O que acaba de fazer o Chile pode ria ser feito pelo Brasil. Infelizmente, continuamos sem orientação econômica e não nos conseguimos livrar da buro
Julgamos indispensável o reexanie do assunto, e o estabelecimento de bases
racionais para o controle das, licença.s de importação e de exporlaçap dentro das .seguintes condições mínimas:
I — Quanto à exportação
a) levantamento rigoro.so da produ ção industrial e agrícola nacio nal e das necessidades do mer
cado interno, para determinação dos excessos exportá\'eis de cada produto;
b) fomento da produção a fim de se
c) concessões dc licenças de impor tação de preferência de países
que nos são devedores; d) elaboração de um Orçamento de
Divisas, com a previsão de todas as parcelas de receita e despesa
da Balança de Pagamentos, e aná lise de cada item;
e) distribuição dos itens do Orça
mento de Divisas pelas regiões geo-económicas do país, de acor do com as suas reais necessida
des, apuradas em levantamento estatístico, e descentralização na
concessão de licenças de impor tação;
orientação do comércio importa
ce.ssos exportáveis e conseguir
dor;
mais divisas, reduzindo o "dé
c) liberdade de exportação para os países da área do dólar; d) conclusões de acordos comerciais com os países onde possuínio.s saldos bloqueados, tendo em vista descongelar essas divisas, e, em
a) permissão de livre entrada de ca
pitais para investimentos no país; b) garantia de Uvtc retomo dêsses capitais e de remessa dos juros
e dividendos correspondentes. O que acabamos de expor não cons titui novidade e temos certeza de que a Carteira de Exportação e Importação dispõe da maioria dos elementos neces sários para a concretização de um tra balho desse vulto.
Devemos confessar, por outro lado, que as perspectivas do nosso comércio
externo justificam o pessimismo de mui tos e recomendam o estudo acurado do
f) ampla divulgação do critério a ser observado no estudo dos pe didos de licenças, para perfeita
aumentar a quantidade dos e.x-
ficit da balança comercial;
III — Quanto ao capital estrangeiro
g) concessão de licenças de impor tação somente ao comércio im
assunto. Urge, em primeiro lugar, fixar os rumos da nossa política econômica, e, a
seguir, disciplinar os órg<ãos encarregados do executá-la, sob a orientação do Mi nistério da Economia, cuja criação deve
ser apressada, a fim de se assegurar o de senvolvimento econômico do país e a
portador tradicional, na base do
elevação do padrão de vida da popula
movimento dos últimos anos.
ção.
qualquer caso, o estabelecimento do regime de compensação ou de trocas para regular as transações a partir desta data. II — Quanto à importação
a) levantamento rigoroso das neces sidades do mercado interno;
b) proibição de importaç.ão de arti gos que não forem considerados essenciais ou que sejam produzi
cracia quando obrigados a adotar medi
dos no país em quantidade su
das de importância. -
ficiente;
Durante o üno de 1947, a Argentina recebeu dos mercados externos 148.068.072
quilos de frutas frescas, cabendo ao Brayíl o papel de maior provedor da Argentina nesse ramo, com 144.446.662 quilos. Na composição do total das frutas importa das do Brasil, 2.750.676 quilos foram de abacaxis, 96.706.056 quilos de bananas, c 44.989.930 de laranjas. No qüinqüênio comparado de 1943-47, as provisões de frutas sêcas ao mercado argentino, de procedência brasileira, abarcaram somente 39
quilos (1943). Nenhuma operaçã» foi realizada em 1944, 1945 e 1946, anotando-se • em 1947 um volume de 4.288 quilos correspondentes a pa,
de
OT** It
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r.-
59
Digesto Econômico
^<':i *.f'
alicerces de nossa economia durante o
pr Lehrel c sua "\á^
americains II
Oó problemas da produção agrícola 'antos e tais são os problemas em que
Tse
debate o Brasil e de tal modo
entrosados entre si, que difícil se torna encontrar entre êles uma brecha por onde se inicie sua análise.
A produção é escassa, porque a terra
é pobre e porque o homem é enfermo e inculto. Mas o povo vive nessa condição e o solo continua árido, porque a pro
dução é pequena e não oferece condições econômicas que permitam elevar o ho mem e fertilizar o solo.
Por outro lado, para se ampliar a pro dução, seria necessário crédito barato mas êste só existe nas nações que já são ricas, já acumularam através das gerações um suprimento considerável de capitais, que se oferecem no mercado de crédito a preços módicos.
Assim como nesses casos, a produção
depende do transporte e êste daqueles. O nível dos impostos precisa ser bai xado.para permitir a sobrevivência, da produção e para não obstar a formação de
curidade das repartições públicas, desa parecendo para sempre do cenário eco nômico e político do país. Uns pouco, porém, transferem suas • energias para a indústria então nascente e para as atividades comerciais em pleno
D. Pedro criara.
A abolição da escravatura foi o pri
ria quebrar-se em uni ponto qualquer o circulo vicioso, embora sacando longa mente sobre o futuro, para que êle nãO'
meiro golpe nesse período de segurança
econômica, logo segviido pela proclamação da República que, pondo fim
desenvolvimento.
se cristalize em problemas insolúveis,
à aristocracia rural, acabou de desesti-
mular os poucos potentados agrícolas
nossa economia. À medida que cresce o poderia econômico da cidade, baixa o
que haviam conseguido sobre\iver àquele
interesse pela produção agrícola.
cada vez mais graves à medida que os homens com êles se conformam, na inér
cia gostosa do "deixar como está para ver como fica".
Os problemas do Brasil não têm, poi.s, um começo. Não podemos dizer: "aqui está a origem de todo o mal" ^ começar o combate nesse ponto, pois o
primeiro golpe.
Estabelece-se, assim, a gangorra de
Os homens que haviam vindo da
Iniciou-se, então, nç Brasil, a era da
agricultura, encantados com as novas
transferiram para os grandes núcleos
bases em que alicerçavam sua prospe ridade, para elas transferiram o favor
tirbanos e começamos a assistir ao cres
político de que gozav^am, e nos parla
cidade.
Os centros de interesse se
cia, hoje já é causa e vice-versa.
cimento vertiginoso das capitais, em po mentos, nas tribunas, nos jornais, desenpulação e em riqueza, sugadas das zonas . cadearam a campanha em favor do am
Comecemos, assim, por qualquer se tor desse, círculo fechado. Na produção,
rurais. O húmus humano da terra de sapareceu como por encanto, e na es
paro à indústria incipiente c ao co
teira do êxodo restaram pobres cidades
qvie eram das atividades agrícolas, sobre elas lançaram a culpa da precária e hu milde posição do Brasil no plano interna cional, no intuito de melhor justificar seu descaso pela agricultura. E ficamos com o complexo de sermos país essencialmente agrícola. Essa frase, tão sovada, foi o estigma de tôda a ge ração, pois que, na miopia de sua in terpretação, economia agrícola significava país colonial, indigno de ombrear com
que ta'vez a princípio fôssc conseqüên
por exemplo:
decadentes, vivendo de recordações do
A produção agrícola
O Brasil tem sido, através das gera ções, um país agrícola. Saído, ainda
de novo, de um regime colonial primi tivo e habitado por povos de vocação agrícola e comercial, espoliado ainda no período colonial de
suas riquezas* auríferas de fácil extração, en
capitais, mas sem uma
arrecadação apreciável não pode o Estado ado. tar uma política eficien
vam a segurança econômica, constituíam elemento estabilizador de nossa vida po
lítica, através da aristocracia rural que
José Luiz de Alníeida Nogueiua Ponro
viris de comando, transforniou-sc em
Império e, ao mesmo tempo que cria-[^ caudilho político ou se afundou na obs-
controu-se o Brasil no
,
início de sua soberania sem alternativas de es
te de amparo à econo
colha: pela frente, só
mia nacional.
se lhe deparava o cami nho da agricultura e
Essa interdependên cia dos nossos proble mas toma complexa a
entusiasmo.
sua análise e difícil sua
tura, o café, o algodão
solução. Necessário se
e o açúcar, foram os
por êle enveredou com A escrava
passado fastígio. Só aqueles homens pobres de inicia tiva, de capitais e de imaginação para tentar novos empreendimentos se deixa
ram ficar nas velhas fazendas despovoa das, procurando cultivá-las com o negro madraço, ainda cansado de gerações e gerações de trabalho escravo e que in terpretava o régio presente da liberdade
mércio em desenvolvimento. Desertores
como o direito de não fazer nada. E o
as grandes nações industiúais e comer
homem começa a degenerar.
ciais do mundo.
O dos
campos, restolho que sobrou da ca tástrofe econórrüca da agricultura, não encontrou mais, para seus filhos, condi
Relegada ao descaso e ao desfavor dos
poderes públicos, foi a agricultura se
ções de salubridade e de educação que
depauperando cada vez mais, em ho mens ■ e em capitais, atraídos pela in
os centros agrícolas, com seus médicos
dústria nascente, proporcionadora de
e seus professôres, proporcionara às ge rações anteriores. O das cidades, emigra do dos campos, não encontrando mais ambiente para exercitar-se nas virtudes
maiores lucros.
Coube-lhe, contudo,
prosseguir na tarek ingente de alicer çar a economia brasileira, assegurando
o indispensável suprimento de divisas
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Digesto Econômico
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alicerces de nossa economia durante o
pr Lehrel c sua "\á^
americains II
Oó problemas da produção agrícola 'antos e tais são os problemas em que
Tse
debate o Brasil e de tal modo
entrosados entre si, que difícil se torna encontrar entre êles uma brecha por onde se inicie sua análise.
A produção é escassa, porque a terra
é pobre e porque o homem é enfermo e inculto. Mas o povo vive nessa condição e o solo continua árido, porque a pro
dução é pequena e não oferece condições econômicas que permitam elevar o ho mem e fertilizar o solo.
Por outro lado, para se ampliar a pro dução, seria necessário crédito barato mas êste só existe nas nações que já são ricas, já acumularam através das gerações um suprimento considerável de capitais, que se oferecem no mercado de crédito a preços módicos.
Assim como nesses casos, a produção
depende do transporte e êste daqueles. O nível dos impostos precisa ser bai xado.para permitir a sobrevivência, da produção e para não obstar a formação de
curidade das repartições públicas, desa parecendo para sempre do cenário eco nômico e político do país. Uns pouco, porém, transferem suas • energias para a indústria então nascente e para as atividades comerciais em pleno
D. Pedro criara.
A abolição da escravatura foi o pri
ria quebrar-se em uni ponto qualquer o circulo vicioso, embora sacando longa mente sobre o futuro, para que êle nãO'
meiro golpe nesse período de segurança
econômica, logo segviido pela proclamação da República que, pondo fim
desenvolvimento.
se cristalize em problemas insolúveis,
à aristocracia rural, acabou de desesti-
mular os poucos potentados agrícolas
nossa economia. À medida que cresce o poderia econômico da cidade, baixa o
que haviam conseguido sobre\iver àquele
interesse pela produção agrícola.
cada vez mais graves à medida que os homens com êles se conformam, na inér
cia gostosa do "deixar como está para ver como fica".
Os problemas do Brasil não têm, poi.s, um começo. Não podemos dizer: "aqui está a origem de todo o mal" ^ começar o combate nesse ponto, pois o
primeiro golpe.
Estabelece-se, assim, a gangorra de
Os homens que haviam vindo da
Iniciou-se, então, nç Brasil, a era da
agricultura, encantados com as novas
transferiram para os grandes núcleos
bases em que alicerçavam sua prospe ridade, para elas transferiram o favor
tirbanos e começamos a assistir ao cres
político de que gozav^am, e nos parla
cidade.
Os centros de interesse se
cia, hoje já é causa e vice-versa.
cimento vertiginoso das capitais, em po mentos, nas tribunas, nos jornais, desenpulação e em riqueza, sugadas das zonas . cadearam a campanha em favor do am
Comecemos, assim, por qualquer se tor desse, círculo fechado. Na produção,
rurais. O húmus humano da terra de sapareceu como por encanto, e na es
paro à indústria incipiente c ao co
teira do êxodo restaram pobres cidades
qvie eram das atividades agrícolas, sobre elas lançaram a culpa da precária e hu milde posição do Brasil no plano interna cional, no intuito de melhor justificar seu descaso pela agricultura. E ficamos com o complexo de sermos país essencialmente agrícola. Essa frase, tão sovada, foi o estigma de tôda a ge ração, pois que, na miopia de sua in terpretação, economia agrícola significava país colonial, indigno de ombrear com
que ta'vez a princípio fôssc conseqüên
por exemplo:
decadentes, vivendo de recordações do
A produção agrícola
O Brasil tem sido, através das gera ções, um país agrícola. Saído, ainda
de novo, de um regime colonial primi tivo e habitado por povos de vocação agrícola e comercial, espoliado ainda no período colonial de
suas riquezas* auríferas de fácil extração, en
capitais, mas sem uma
arrecadação apreciável não pode o Estado ado. tar uma política eficien
vam a segurança econômica, constituíam elemento estabilizador de nossa vida po
lítica, através da aristocracia rural que
José Luiz de Alníeida Nogueiua Ponro
viris de comando, transforniou-sc em
Império e, ao mesmo tempo que cria-[^ caudilho político ou se afundou na obs-
controu-se o Brasil no
,
início de sua soberania sem alternativas de es
te de amparo à econo
colha: pela frente, só
mia nacional.
se lhe deparava o cami nho da agricultura e
Essa interdependên cia dos nossos proble mas toma complexa a
entusiasmo.
sua análise e difícil sua
tura, o café, o algodão
solução. Necessário se
e o açúcar, foram os
por êle enveredou com A escrava
passado fastígio. Só aqueles homens pobres de inicia tiva, de capitais e de imaginação para tentar novos empreendimentos se deixa
ram ficar nas velhas fazendas despovoa das, procurando cultivá-las com o negro madraço, ainda cansado de gerações e gerações de trabalho escravo e que in terpretava o régio presente da liberdade
mércio em desenvolvimento. Desertores
como o direito de não fazer nada. E o
as grandes nações industiúais e comer
homem começa a degenerar.
ciais do mundo.
O dos
campos, restolho que sobrou da ca tástrofe econórrüca da agricultura, não encontrou mais, para seus filhos, condi
Relegada ao descaso e ao desfavor dos
poderes públicos, foi a agricultura se
ções de salubridade e de educação que
depauperando cada vez mais, em ho mens ■ e em capitais, atraídos pela in
os centros agrícolas, com seus médicos
dústria nascente, proporcionadora de
e seus professôres, proporcionara às ge rações anteriores. O das cidades, emigra do dos campos, não encontrando mais ambiente para exercitar-se nas virtudes
maiores lucros.
Coube-lhe, contudo,
prosseguir na tarek ingente de alicer çar a economia brasileira, assegurando
o indispensável suprimento de divisas
*p!gyr 60
Dicesto EcoNÓNnco
par?i nossas importações, já que a in dústria incipiente não bastava, nem mesmo para suprir em alguns setores o
cela de sua produção, para que o Go verno melhores lucros possa auferir no
os governos voltado suas vistas para a agricultura e lhe têm oferecido algumas medidas de proteção, nas mais das vêzes transitórias e freqüentemente de fu nestos resultados.
Assistimos hoje ao contra-senso de ser a agricultura — principal fonte de nossa riqueza — o ramo de atividade mais
empobrecido e menos amparado. O lavrador não dispõe de financiamento, nem de assistência técnica eficiente, nem
de facilidade para colocação de seus produtos no mercado. As terras de cul
Não causa espanto, por i.sso, que
tenhamos perdido por completo o mer-. cudo da borracha, que a produção do
b) Falta de assistência técnica ao agri
a atual carência de produtos agrícolas tiver desaparecido.
cultor
Têm as secretarias da agricultura do Estado de São Paulo e de outros Esta
dos, procurado proporcionar ao produtor
de competir nos mercados íntemacio-
agrícola a assistência técnica necessária
naisi
ao êxito da lavoura.
O que admira é que ne.s.sc ambiente
de hostilidade à agricultura c de incom preensão de seus problemas, ainda seja
Tal assistência,
porém, tem sido precária e desordenada. Mesmo as sementes fornecidas, muitas
po.ss{vel produzir o bastante para man
vêzes, não se apresentam em condições •satisfatórias de germinação e nem sem
ter
pre são selecionadas com o necessário
em
equilíbrio
a
economia
da
Nação.
cuidado.
canizíição da lavoura faz-se cada vez
tura cada vez rriais se exaurem pela
nossa
nos mercados internacionais é de.scura-
delas:
atividades de comércio e de indústria, com seus institu
de& industriais. Só por meio da mecani zação será possível continuarmos a com petir nos mercados internacionais quando
oprimida pelo I. A. A., não seja capaz
falta de adubos e pela erosão do solo. A defesa de nossos produtos agrícolas cada vez mais atraído para as cidades que, com suas
pela divisão da terra em pequenas pro priedades.
café e do algodão se tenham retraído e que a promissora indústria do açúcar,
A par do desinterês.se dos podero.s públicos pela produção agrícola, outras
da. E o trabalhador agrícola
61
mercado internacional.
mercado interno.
Só na iminência de graves crises têm
Dicesto Econômico
causas ainda existem da decadência de
agricultura.
Vejamos algumas
a) Falta de financiamento adequado à produção.
Por outro lado, a necessidade da me-
mais premente, à medida que se acen tua a falta de braços, decorrente do
maior interesse oferecido pelas atividaProdutos
Algodão
Unidade
Kg.
O problema do financia mento à agricultura é um dos
Amendoim Batata
it
e médicos, seus cinemas e
mais graves de nossa eco
Feijão
II
centros de diversão, lhe pro
nomia. Até hoje, muito se tem falado, estudado e pla
Mamona
II
Milho
II*
nejado
Tomate
tos de previdência, hospitais
porcionam melhores salários, maior segurança e um pouco
nesse
setor,
mas
}|
II *
de conforto e divertimento.
nenhuma realidade palpável
Nada é feito no sentido de se modificar êsse estado de
existe.
Os financiamentos
Alguns outros produtos, especialmente
proporcionados pelo Banco
o arroz e o café, tiveram o rendimento
coisas.
do Brasil e outros estabeleci
Mas criam-se autar
por hectare aumentado, mas isso se expli ca, com relação ao primeiro, pela
quias para amparar a produção agrí-
mentos bancárío.s são insuficientes e di
co'a, que outra coisa não fazem que oprimir e onerar o lavrador. Lançam-se tributos especiais sôbre certos produtos, tabelam-se seus preços, criam-se em
fíceis. O.S prazos são curtos e o juro alto. Mas, o que falta principalmente é um sistema organizado de concessão
prática da mecanização recentemente
de crédito, tomando-se estes acessíveis
no norte do Paraná, é abandono das terras cansadas de São Paulo. Basta
pecilhos burocráticos e cogita-se mesmo, sob pretexto de amparar a agricultura, de expropriar o produtor de uma par
ao pequeno produtor, já que no Brasil, e especialmente em São Paulo, .se for mou uma verdadeira democracia rural
iniciada e, com relação ao segundo, pela utilização de terras novas, notadainente
dizer que o rendimento médio da pro dução de café, por hectare, foi, no Es-
Também o combate às pragas que ameaçam muitas culturas deve ser inten
sificado, prosseguindo-se-nos estudos que ■já vêm sendo realizados. c)
Exaustão do solo
Dia a dia cai a produção agrícola por hectare plantado, de maneira assusta dora.
Se compararmos o rendimento médio, por hectare, de alguns produtore.s, com uma diferença de apenas dois anos, não
podemos deixar de nos alarmar com a perspectiva de se transformar o Brasil, dentro em breve, em uma extensão de terras áridas:
Rendimento médio por hectare 1944
1946
639 1018 5507 773 892 1359 12399
451 926
4953 728 811 1319 9722
tado de São Paulo, de 306 kg e no Paraná de 538.
Não só a comparação no tempo per mite apredar o desgaste de novas terras
de cultura. A comparação da produ tividade da cultiura do algodão no Nor deste e no Sul demonstra como se exau re a fertilidade de nosso solo.
No Nor
deste, onde há sébulos se produz o al godão, o rendimento médio, em quilos, por hectare, foi, em 1947, segundo es-
*p!gyr 60
Dicesto EcoNÓNnco
par?i nossas importações, já que a in dústria incipiente não bastava, nem mesmo para suprir em alguns setores o
cela de sua produção, para que o Go verno melhores lucros possa auferir no
os governos voltado suas vistas para a agricultura e lhe têm oferecido algumas medidas de proteção, nas mais das vêzes transitórias e freqüentemente de fu nestos resultados.
Assistimos hoje ao contra-senso de ser a agricultura — principal fonte de nossa riqueza — o ramo de atividade mais
empobrecido e menos amparado. O lavrador não dispõe de financiamento, nem de assistência técnica eficiente, nem
de facilidade para colocação de seus produtos no mercado. As terras de cul
Não causa espanto, por i.sso, que
tenhamos perdido por completo o mer-. cudo da borracha, que a produção do
b) Falta de assistência técnica ao agri
a atual carência de produtos agrícolas tiver desaparecido.
cultor
Têm as secretarias da agricultura do Estado de São Paulo e de outros Esta
dos, procurado proporcionar ao produtor
de competir nos mercados íntemacio-
agrícola a assistência técnica necessária
naisi
ao êxito da lavoura.
O que admira é que ne.s.sc ambiente
de hostilidade à agricultura c de incom preensão de seus problemas, ainda seja
Tal assistência,
porém, tem sido precária e desordenada. Mesmo as sementes fornecidas, muitas
po.ss{vel produzir o bastante para man
vêzes, não se apresentam em condições •satisfatórias de germinação e nem sem
ter
pre são selecionadas com o necessário
em
equilíbrio
a
economia
da
Nação.
cuidado.
canizíição da lavoura faz-se cada vez
tura cada vez rriais se exaurem pela
nossa
nos mercados internacionais é de.scura-
delas:
atividades de comércio e de indústria, com seus institu
de& industriais. Só por meio da mecani zação será possível continuarmos a com petir nos mercados internacionais quando
oprimida pelo I. A. A., não seja capaz
falta de adubos e pela erosão do solo. A defesa de nossos produtos agrícolas cada vez mais atraído para as cidades que, com suas
pela divisão da terra em pequenas pro priedades.
café e do algodão se tenham retraído e que a promissora indústria do açúcar,
A par do desinterês.se dos podero.s públicos pela produção agrícola, outras
da. E o trabalhador agrícola
61
mercado internacional.
mercado interno.
Só na iminência de graves crises têm
Dicesto Econômico
causas ainda existem da decadência de
agricultura.
Vejamos algumas
a) Falta de financiamento adequado à produção.
Por outro lado, a necessidade da me-
mais premente, à medida que se acen tua a falta de braços, decorrente do
maior interesse oferecido pelas atividaProdutos
Algodão
Unidade
Kg.
O problema do financia mento à agricultura é um dos
Amendoim Batata
it
e médicos, seus cinemas e
mais graves de nossa eco
Feijão
II
centros de diversão, lhe pro
nomia. Até hoje, muito se tem falado, estudado e pla
Mamona
II
Milho
II*
nejado
Tomate
tos de previdência, hospitais
porcionam melhores salários, maior segurança e um pouco
nesse
setor,
mas
}|
II *
de conforto e divertimento.
nenhuma realidade palpável
Nada é feito no sentido de se modificar êsse estado de
existe.
Os financiamentos
Alguns outros produtos, especialmente
proporcionados pelo Banco
o arroz e o café, tiveram o rendimento
coisas.
do Brasil e outros estabeleci
Mas criam-se autar
por hectare aumentado, mas isso se expli ca, com relação ao primeiro, pela
quias para amparar a produção agrí-
mentos bancárío.s são insuficientes e di
co'a, que outra coisa não fazem que oprimir e onerar o lavrador. Lançam-se tributos especiais sôbre certos produtos, tabelam-se seus preços, criam-se em
fíceis. O.S prazos são curtos e o juro alto. Mas, o que falta principalmente é um sistema organizado de concessão
prática da mecanização recentemente
de crédito, tomando-se estes acessíveis
no norte do Paraná, é abandono das terras cansadas de São Paulo. Basta
pecilhos burocráticos e cogita-se mesmo, sob pretexto de amparar a agricultura, de expropriar o produtor de uma par
ao pequeno produtor, já que no Brasil, e especialmente em São Paulo, .se for mou uma verdadeira democracia rural
iniciada e, com relação ao segundo, pela utilização de terras novas, notadainente
dizer que o rendimento médio da pro dução de café, por hectare, foi, no Es-
Também o combate às pragas que ameaçam muitas culturas deve ser inten
sificado, prosseguindo-se-nos estudos que ■já vêm sendo realizados. c)
Exaustão do solo
Dia a dia cai a produção agrícola por hectare plantado, de maneira assusta dora.
Se compararmos o rendimento médio, por hectare, de alguns produtore.s, com uma diferença de apenas dois anos, não
podemos deixar de nos alarmar com a perspectiva de se transformar o Brasil, dentro em breve, em uma extensão de terras áridas:
Rendimento médio por hectare 1944
1946
639 1018 5507 773 892 1359 12399
451 926
4953 728 811 1319 9722
tado de São Paulo, de 306 kg e no Paraná de 538.
Não só a comparação no tempo per mite apredar o desgaste de novas terras
de cultura. A comparação da produ tividade da cultiura do algodão no Nor deste e no Sul demonstra como se exau re a fertilidade de nosso solo.
No Nor
deste, onde há sébulos se produz o al godão, o rendimento médio, em quilos, por hectare, foi, em 1947, segundo es-
T-Tr-r-r^ 62
Dioesto
timatíva do Ministério da Agricultura: no Pará, 257; no Maranhão, 324; no Piauí, 330; no Ceará, 388; no Rio Grande
do Norte, 258; na Paraíba, 255 e em
Pernambuco, 311. Ao passo que, no
Sul, cuja cultura algodoeira é recentíso rendimento assim se apresenta:
Minas Gerais, 605; Rio de Janeiro, 753; São Paulo, 529; Paraná, 766. Obser ve-se, de passagem, como a produtivida
de de São Paulo, com seus quinze anos de cultura, já é mais baixa do que a dos Estados vizinhos, que só nos últimos
EcoNó>rico
Dioesto Económtco
fertilizante.s em larga e.scala, deriva dos, principalmente, de rochas fosfátícas.
Mormente durante a guerra, com o
surto de desenvolvimento da indústria,
aconselhando o Governo a intensificar os
trabalhos para localização de no\ os de-
pósíto.s dessa.s rocha.s, da.s quais, aliás, o Brasil c pobre, c a e.xplorar conscien- . ciosamente os depósitos conhecidos. Tal programa, conjugado com o incen tivo à produção de adubos de origem vegetal, inclusive dos derivados do al godão, poderá impedir que pereça nossa maior fonte de riqueza que ainda é a
para a cidade milhares e milhares de
emigratória dos operários agrícolas, como grante europeu, selecionado de acor
que, experimentando uma vez as van tagens, reais ou supostas, da cidade,
do com sua capacidade produtiva. Como se verifica, muitos e graves são os problemas em que se debate nossa produção agrícola, a principal fonte de
Os remédios para isso, além do indi
nomia agrária, estão na adoção de uma série de medidas tendentes à fixação do homem ao campo, preceito já contido na Constituição mas ate agora não exe. cutado. o na imigração de trabalhadores agrícolas.
Como decorrência da situação de
sileiro, já existem estudos e obser\'ações sôbre os quais deveria o Govêmo me ditar. O prof. Djalma Guimarães, geó logo e mineralogista de renome interna
penúria em que se debate o lavrador brasileiro, cada vez maí.s se acentua o
interior,
abandono dos campo.s.
médica, estendendb-se ao trabalhador
cional, por exemplo, assim comenta o
de colonos, agregados, trabalhadores ru
problema:
rais de tôda espécie vêm diòriamente
"O solo brasileiro, quase em sua tota lidade e especialmeiíte nas regiões cul
aumentar os quadros de empresas industriais e comerciais ou en
tivadas, vem sofrendo contínuo declínio
grossar o número já apreciável dos que nao têm ocupação definida c cuja .sim
de sua capacidade produtiva. Esta é a principal razão pela qual a indústria agrícola está e(m fijanca decadência.
Ê dever comezinho de «qualquer governo investigar as causas e adotar todos os
métodos possíveis a fim de paralisar èsse esgotamento das terras e iniciar uma campanha de reconstituição da fertili dade do solo."
Êsse mesmo técnico focaliza as cau sas do empobrecimento das terras de cul
tura no Brasil, para mostrar que isso resulta da deficiência de fosfatos em nosso solo e que, nas terras abandonadas pela sua es
cassa produtividade, se instala a erosão. Aponta, então. como providência in. dispensável, o emprego de.
proporcionando-se
assistência
riqueza do Brasil. Com isso, estamos na iminência de
assistir a um desequilíbrio duradouro e
intenso de nossa balança de pagamentos no exterior, o que significa ímpos.sibilidade de importação, atraso do parque industrial, privações para a população, desemprego e todo o cortejo de males que advêm de uma economia deca dente.
ples presença nas cidades constitui um perigo à segurança coletiva c um foc(J
continuo de perturbação da ordem. O sajário da cidade, muito superior
%
ao das zonas rurais, já que os lucros proporcionados pela agricultura não per mitem um dispêndio maior com a mãode-obra, a falta de assistência médica. Iiospitalar e farmacêutica e a dificul
dade de educação dos filhos nas proprie dades agrícolas e-, ainda, o atrativo da recreação que as cidades podem propor
ça que as instituições de pre-
Em face da concorrência inteitiacional, uma emprêsa do norte da Inglaterra comeguiu o matar pedido de equipamento de perfuração de minas jamais feito no mundo. O pedtdo veio do govêrno polonês, que pagará por meio de 750 toneladas
vidência social oferecem ao
de bacon.
cionar e da maior seguran
,' • //)'•! >- 1, ê" ■. . !ó\i A'. -1' ■
Construindo-se hospitais e escolas no
Levas e Ie\'as
assegurar melhor aproveitamento do imi
o trabalho comercial ou industrial mas
reto que seria o fortalecimento da eco
d) Èxoclo cia população rtircã
ria possível, não só diminuir o atra
tivo das cidades, diminuindo a onda
nunca-, mais regressam às zonas rurais.
agricultura.
rural os benefícios do seguro çocial, se
despovoaram-se as fazendas, atirando trabalhadores agrícolas pouco aptos para
anos começaram a produzir;
A propósito desse fenômeno de dimi nuição da produtividade do solo bra
6.3
trabalhador da indústria e do comércio, são fatôres que determinam o êxodo rural.
Com esse pedido, a referida emprêsa terá que trabalhar continuamente, dia e noite, no máximo de sua capacidade, durante mais de um ano. No verão, os enge nheiros da firma britânica irão à Polônia para fazer demonstrações do equipamen to em dwèrsas minas e as primeiras entregas serão efetuadas no mês de agôsto.
T-Tr-r-r^ 62
Dioesto
timatíva do Ministério da Agricultura: no Pará, 257; no Maranhão, 324; no Piauí, 330; no Ceará, 388; no Rio Grande
do Norte, 258; na Paraíba, 255 e em
Pernambuco, 311. Ao passo que, no
Sul, cuja cultura algodoeira é recentíso rendimento assim se apresenta:
Minas Gerais, 605; Rio de Janeiro, 753; São Paulo, 529; Paraná, 766. Obser ve-se, de passagem, como a produtivida
de de São Paulo, com seus quinze anos de cultura, já é mais baixa do que a dos Estados vizinhos, que só nos últimos
EcoNó>rico
Dioesto Económtco
fertilizante.s em larga e.scala, deriva dos, principalmente, de rochas fosfátícas.
Mormente durante a guerra, com o
surto de desenvolvimento da indústria,
aconselhando o Governo a intensificar os
trabalhos para localização de no\ os de-
pósíto.s dessa.s rocha.s, da.s quais, aliás, o Brasil c pobre, c a e.xplorar conscien- . ciosamente os depósitos conhecidos. Tal programa, conjugado com o incen tivo à produção de adubos de origem vegetal, inclusive dos derivados do al godão, poderá impedir que pereça nossa maior fonte de riqueza que ainda é a
para a cidade milhares e milhares de
emigratória dos operários agrícolas, como grante europeu, selecionado de acor
que, experimentando uma vez as van tagens, reais ou supostas, da cidade,
do com sua capacidade produtiva. Como se verifica, muitos e graves são os problemas em que se debate nossa produção agrícola, a principal fonte de
Os remédios para isso, além do indi
nomia agrária, estão na adoção de uma série de medidas tendentes à fixação do homem ao campo, preceito já contido na Constituição mas ate agora não exe. cutado. o na imigração de trabalhadores agrícolas.
Como decorrência da situação de
sileiro, já existem estudos e obser\'ações sôbre os quais deveria o Govêmo me ditar. O prof. Djalma Guimarães, geó logo e mineralogista de renome interna
penúria em que se debate o lavrador brasileiro, cada vez maí.s se acentua o
interior,
abandono dos campo.s.
médica, estendendb-se ao trabalhador
cional, por exemplo, assim comenta o
de colonos, agregados, trabalhadores ru
problema:
rais de tôda espécie vêm diòriamente
"O solo brasileiro, quase em sua tota lidade e especialmeiíte nas regiões cul
aumentar os quadros de empresas industriais e comerciais ou en
tivadas, vem sofrendo contínuo declínio
grossar o número já apreciável dos que nao têm ocupação definida c cuja .sim
de sua capacidade produtiva. Esta é a principal razão pela qual a indústria agrícola está e(m fijanca decadência.
Ê dever comezinho de «qualquer governo investigar as causas e adotar todos os
métodos possíveis a fim de paralisar èsse esgotamento das terras e iniciar uma campanha de reconstituição da fertili dade do solo."
Êsse mesmo técnico focaliza as cau sas do empobrecimento das terras de cul
tura no Brasil, para mostrar que isso resulta da deficiência de fosfatos em nosso solo e que, nas terras abandonadas pela sua es
cassa produtividade, se instala a erosão. Aponta, então. como providência in. dispensável, o emprego de.
proporcionando-se
assistência
riqueza do Brasil. Com isso, estamos na iminência de
assistir a um desequilíbrio duradouro e
intenso de nossa balança de pagamentos no exterior, o que significa ímpos.sibilidade de importação, atraso do parque industrial, privações para a população, desemprego e todo o cortejo de males que advêm de uma economia deca dente.
ples presença nas cidades constitui um perigo à segurança coletiva c um foc(J
continuo de perturbação da ordem. O sajário da cidade, muito superior
%
ao das zonas rurais, já que os lucros proporcionados pela agricultura não per mitem um dispêndio maior com a mãode-obra, a falta de assistência médica. Iiospitalar e farmacêutica e a dificul
dade de educação dos filhos nas proprie dades agrícolas e-, ainda, o atrativo da recreação que as cidades podem propor
ça que as instituições de pre-
Em face da concorrência inteitiacional, uma emprêsa do norte da Inglaterra comeguiu o matar pedido de equipamento de perfuração de minas jamais feito no mundo. O pedtdo veio do govêrno polonês, que pagará por meio de 750 toneladas
vidência social oferecem ao
de bacon.
cionar e da maior seguran
,' • //)'•! >- 1, ê" ■. . !ó\i A'. -1' ■
Construindo-se hospitais e escolas no
Levas e Ie\'as
assegurar melhor aproveitamento do imi
o trabalho comercial ou industrial mas
reto que seria o fortalecimento da eco
d) Èxoclo cia população rtircã
ria possível, não só diminuir o atra
tivo das cidades, diminuindo a onda
nunca-, mais regressam às zonas rurais.
agricultura.
rural os benefícios do seguro çocial, se
despovoaram-se as fazendas, atirando trabalhadores agrícolas pouco aptos para
anos começaram a produzir;
A propósito desse fenômeno de dimi nuição da produtividade do solo bra
6.3
trabalhador da indústria e do comércio, são fatôres que determinam o êxodo rural.
Com esse pedido, a referida emprêsa terá que trabalhar continuamente, dia e noite, no máximo de sua capacidade, durante mais de um ano. No verão, os enge nheiros da firma britânica irão à Polônia para fazer demonstrações do equipamen to em dwèrsas minas e as primeiras entregas serão efetuadas no mês de agôsto.
Digesto Econômico
Os resultados do Departamento Nacional do Café
ções normais se deveria transformar em
vam.
a outras portas, tomando-se fregueses
Antônio de Queirós Telles
adubo e ser transportado aos cafezais, foi vendido a bom preço, encontrando franca procura.
puNDAuo em 1931, sob a alegação de ser a rubiácea produto nacional e não
apenas de alguns Estados, o Departa mento Nacional do Café, no início deno minado Conselho, tem sua sede na Ca
pital da República, e desde sua criação é órgão regulador e fiscalizador do pro duto em todo o país. Apesar de se encontrar há mais de
ficha de consolação à huoura depau perada. No dizer do Ministro da Fazenda da
quela época, o fim em vista era inde nizar a produção cafeeira pelo confisco, o que vale dizer pela profunda c com pulsória contribuição. A verdade é que a compensação \ i-
a Colômbia.
alcançar o equilíbrio estatístico, resul tou nos estoques que a autarquia ain
de bons produtos, oriundos de zonas de
da conserva para vendê-los em concor
rência com os fazendèiros e a preços menores, desmorahzando o mercado e
causando a êstes os maiores prejuízos. A retenção do produto no transporte
sava mais os bancos que a própria la
para os portos, ou seja na sua entrada
sinceridade do Governo, foi a medida
ampliada, tomando-se extensiva aos pe cuaristas e produtores de açúcar que
nos mercados de consumo, foi outra mo dalidade adotada que. se bem tenha con. seguido algum resul
criou-se, desde o início, uma taxa re
nada tinham a ver com qualquer confis
tado no início, con-
caindo sobre o produto exportado, que
co cambial de seus produtos.
atribuídas.
Para garantia de sua subsistência
voura.
de outros produtores, dando grande im pulso as lavouras de outros países como
Entregue a cota ao D. N. C., para ser incinerada sob a alegação de assim se
E, para dar noção da pouca
dois anos em liquidação, continua a de sempenhar as funções que lhe foram
Desesperados, foram êles bater
No entanto, possuíamos quantidades
produção de quahdade, que ficavam armazenados no trajeto e não podiam ser liberados ao consumo, aguardando a decantada "ordem cronológica". O resultado dessa política foi: de um lado perdemos os clientes o de outro
arrasamos as zonas de cafés finos que, grandemente prejudicadas, ficaram redu
zidas ao abandono. O exemplo do Mu nicípio de i\ibeirão
verteu-se bem depres.
Prôto, como
um dos inais im
Uma reminiscência do confisco ainda
sa em uma dispendio
portantes
subsiste nos vinte por cento das cam biais de café que são compulsòriamente
sa carga que dificil
gênero, foi decisi
Nos quinze anos de sua e.xistência
negociadas pelo Banco do Brasil a taxas
duto jamais suporta
antes de entrar em liquidação, isto é, no período de 1931 a 1946, a ação da
determinadas por êsse estabelecimento.
ria.
É um tributo a mais que paga o café>
também servia para amortização de dé bitos provenientes de empréstimos rea lizados em favor do café.
mente qualquer pro
E
o
café
autarquia se revelou de efeitos, alguns
fornecendo câmbio barato ao Govêmo
passou a chegar a seu
Federal.
destino meses e até
ação maléfica do D. N. C. contra a
vidade.
lavoura.
logo instituiu o chamado confisco'cam bial, com o que conseguiu arrebatar em alguns anos, à cafeioultura, soma não in feríor a vários bi-
Ihões de cruzeiros, segundo
cálculos
abalizados.
bre reajustamento das
dívidas
da
cafeicultura, como
tros.
f
ço, para o fazendeiro
ter mercado, seu efeito foi tomar essa
ta, era uma fração do que prevalecia no
que a política re-
produção ainda
mercado.
maior com a cria
pelos juros da demora.
Assim, produ.
to que em condi-
A diferença era consumida
O produto apresentado ao comércio internacional não possuía as qualidades de fragrância e frescor que êste deseja va e pelas quais pagava bom preço. A mercadoria que ofereciam era aquela que a ordem cronológica permitia ser
tiria.
liberada nos portos. ' /
É preciso dizer, a bem da verdade,
que o vendia na por
tra forma não exis
a
porção vários ou
mercadoria cujo pre
riores, que de ou
reduzido
oito! E nessa pro
Decretadas sob o signo de uma su posta invenção salvadora para o grande volume da produção, que se dizia não'
cio de cafés infe
Decretou então O Governo o céle
ficou
origem, tornando-se
ção de um comér
mi
lhões de cafeeiros,
anos após ser despa chado na estação de
As cotas de .sacrifício secundaram a
se expres
sa no seguinte: de trinta e dois
assim
contraproducentes, outros decididamen te perniciosos para o café, nos diversos setores em que se manifestou sua ati
Entregue nas mãos da ditadura, esta
vo, e
nesse
Não satisfazíamos
nossos clientes com o que êles deseja
tencionista,
que
em témpos denominamos "suicida", já estava em prática antes da criação do Departamento. Era, porém, visível que ela não poderia continuar em caráter permanente, sem que se tomasse em
consideração a necessidade da expansão
das vendas pela propaganda, único meio
de .se evitar um desastre. Disso, porém, não se cogitou. O D. N. C., ao lado de tamanhos erros cometidos contra o
café, não organizou sequer (o que era
Digesto Econômico
Os resultados do Departamento Nacional do Café
ções normais se deveria transformar em
vam.
a outras portas, tomando-se fregueses
Antônio de Queirós Telles
adubo e ser transportado aos cafezais, foi vendido a bom preço, encontrando franca procura.
puNDAuo em 1931, sob a alegação de ser a rubiácea produto nacional e não
apenas de alguns Estados, o Departa mento Nacional do Café, no início deno minado Conselho, tem sua sede na Ca
pital da República, e desde sua criação é órgão regulador e fiscalizador do pro duto em todo o país. Apesar de se encontrar há mais de
ficha de consolação à huoura depau perada. No dizer do Ministro da Fazenda da
quela época, o fim em vista era inde nizar a produção cafeeira pelo confisco, o que vale dizer pela profunda c com pulsória contribuição. A verdade é que a compensação \ i-
a Colômbia.
alcançar o equilíbrio estatístico, resul tou nos estoques que a autarquia ain
de bons produtos, oriundos de zonas de
da conserva para vendê-los em concor
rência com os fazendèiros e a preços menores, desmorahzando o mercado e
causando a êstes os maiores prejuízos. A retenção do produto no transporte
sava mais os bancos que a própria la
para os portos, ou seja na sua entrada
sinceridade do Governo, foi a medida
ampliada, tomando-se extensiva aos pe cuaristas e produtores de açúcar que
nos mercados de consumo, foi outra mo dalidade adotada que. se bem tenha con. seguido algum resul
criou-se, desde o início, uma taxa re
nada tinham a ver com qualquer confis
tado no início, con-
caindo sobre o produto exportado, que
co cambial de seus produtos.
atribuídas.
Para garantia de sua subsistência
voura.
de outros produtores, dando grande im pulso as lavouras de outros países como
Entregue a cota ao D. N. C., para ser incinerada sob a alegação de assim se
E, para dar noção da pouca
dois anos em liquidação, continua a de sempenhar as funções que lhe foram
Desesperados, foram êles bater
No entanto, possuíamos quantidades
produção de quahdade, que ficavam armazenados no trajeto e não podiam ser liberados ao consumo, aguardando a decantada "ordem cronológica". O resultado dessa política foi: de um lado perdemos os clientes o de outro
arrasamos as zonas de cafés finos que, grandemente prejudicadas, ficaram redu
zidas ao abandono. O exemplo do Mu nicípio de i\ibeirão
verteu-se bem depres.
Prôto, como
um dos inais im
Uma reminiscência do confisco ainda
sa em uma dispendio
portantes
subsiste nos vinte por cento das cam biais de café que são compulsòriamente
sa carga que dificil
gênero, foi decisi
Nos quinze anos de sua e.xistência
negociadas pelo Banco do Brasil a taxas
duto jamais suporta
antes de entrar em liquidação, isto é, no período de 1931 a 1946, a ação da
determinadas por êsse estabelecimento.
ria.
É um tributo a mais que paga o café>
também servia para amortização de dé bitos provenientes de empréstimos rea lizados em favor do café.
mente qualquer pro
E
o
café
autarquia se revelou de efeitos, alguns
fornecendo câmbio barato ao Govêmo
passou a chegar a seu
Federal.
destino meses e até
ação maléfica do D. N. C. contra a
vidade.
lavoura.
logo instituiu o chamado confisco'cam bial, com o que conseguiu arrebatar em alguns anos, à cafeioultura, soma não in feríor a vários bi-
Ihões de cruzeiros, segundo
cálculos
abalizados.
bre reajustamento das
dívidas
da
cafeicultura, como
tros.
f
ço, para o fazendeiro
ter mercado, seu efeito foi tomar essa
ta, era uma fração do que prevalecia no
que a política re-
produção ainda
mercado.
maior com a cria
pelos juros da demora.
Assim, produ.
to que em condi-
A diferença era consumida
O produto apresentado ao comércio internacional não possuía as qualidades de fragrância e frescor que êste deseja va e pelas quais pagava bom preço. A mercadoria que ofereciam era aquela que a ordem cronológica permitia ser
tiria.
liberada nos portos. ' /
É preciso dizer, a bem da verdade,
que o vendia na por
tra forma não exis
a
porção vários ou
mercadoria cujo pre
riores, que de ou
reduzido
oito! E nessa pro
Decretadas sob o signo de uma su posta invenção salvadora para o grande volume da produção, que se dizia não'
cio de cafés infe
Decretou então O Governo o céle
ficou
origem, tornando-se
ção de um comér
mi
lhões de cafeeiros,
anos após ser despa chado na estação de
As cotas de .sacrifício secundaram a
se expres
sa no seguinte: de trinta e dois
assim
contraproducentes, outros decididamen te perniciosos para o café, nos diversos setores em que se manifestou sua ati
Entregue nas mãos da ditadura, esta
vo, e
nesse
Não satisfazíamos
nossos clientes com o que êles deseja
tencionista,
que
em témpos denominamos "suicida", já estava em prática antes da criação do Departamento. Era, porém, visível que ela não poderia continuar em caráter permanente, sem que se tomasse em
consideração a necessidade da expansão
das vendas pela propaganda, único meio
de .se evitar um desastre. Disso, porém, não se cogitou. O D. N. C., ao lado de tamanhos erros cometidos contra o
café, não organizou sequer (o que era
DifíEfiTO Econômico
sua missão precíj^ua) uma propaganda adequada do produto, abrangendo os se
Isso foi o que o D. N. C. não soube
tores mais convenientes.
Alem do Canadá, a Europa, para uma propaganda, deveria ser nosso principal escopo. Não precisaríamos procurar ou
tros países situados a grandes distâncias
fazer. Geualdo o. Bakaskiwitz
De tudo que foi dito sc depreende que o Departamento Nacional do Café,
O ciufor faz tima análise das principais documentações publicadas no âmbito »n-
criado e custeado pelu cafcicultnra, mas logo empolgado pelos políticos c com rarí.ssimas exceções dirigido com profi
A situação econômica do mundo, cm ■
acontecimentos de após-gucrra que
nomia dc após-guerra. Nesse artigo sÕo
sumiu mais de dez milhões de sacas
ciência, em balanço final de sua existên cia, pesados os prós c os contras, muito
de cafe, quando emparelhava em con
se seguiram ao conRito de 1914-1918
custou à classe produtora do café, che
surpreenderam os homens dc Estado c
sumo com os Estados Unidos. Depaupe
gando quase a destruí-la.
os economistas.
focalizados os países anglo-saxônicos, tnchisiüc cs Domínios. No próximo artigo, que é o último, serão examinados os ru
rada hoje, seu consumo é um terço do
Os governos, senhores de tão impor tante autarquia, possuidora de avultados
— pelo menos na mesma escala — nes"tc
e que não ofereciam as facilidades c a
vastidão desse continente.
AJiás, a
Europa, em tempos passados, já con
que já fôra, mas apresenta possibilida
des que devemos aproveitar. Os maiores países europeus consumí. dores de café, como a França e Alema
1
reitos de entrada.
a distância na sua faina de trabalho,
A Inglaterra e a Itália, se consumissem per capita" na proporção dos dois pri meiros países citados, seriam mercados
èstes pouco dela .sabiam, a não ser para
O mesmo não acontece
segundo após-guerra. Os fatos c as tendências são hoje analisadas em seu
recursos, dela sc valeram sem dar à
Localizada na Capital do país, alhea da do.s Estados^ produtores, conservados
O café é grandemente estimado em
fins de 1947
provocadas há alguns anos pelos princí pios da "Atlantic Charter" jamais foram
tria ■ tem tido conhecimento.
consideradas pelos entendidos senão co
mo declarações idealistas, pelas quais nos podemos deixar inspirar, más só en quanto não nos impedirem de alcançar
contribuir pecuniàriamente e sofrer as
os fins desejados, baseados na realidade.
conseqüências dos .seus desmandos.
Uma prova do que acabamos de dizer
A lição que a cafeiciiltura recebeu
oferecem-nos as publicações dos órgãos
foi das mais amargas. Ela não deve
especializados da ONU e, principalmen
tôda a Europa. No entanto, seu con
ser esquecida.
sumo global ne.sse continente, em relação
Se para o café se pretende organizar qualquer entidade defensora de seus in
needs
teresses em substituição ao atual Depar tamento em liquidação, urge que os
flationary ícndenoie.s", "Economic déve-
à população, tem sido quase nulo, por falta de uma propaganda eficiente e da diminuição dos pesados direitos de en trada que o tornam mercadoria de luxo, quando na realidade é alimento necessário.
O mercado europeu deve ser o mercado para os cafés do Brasil, e mesmo da maioria do produto paulista que não é o preferido
proclulores de cada Estado estabeleçam seu próprio órgão estadual, e que todos .se reúnam, em épocas pre determinadas, em entendimentos
de âmbito nacional, na Capital do
país ou na cidade de São Paulo, sede do maior Estado produtor.
O custo das utilidades na Inglaterra {carvão, gás, eletricidade e ferrovias),
é, hoje, aproximadamente, o dobro do que era em 1939, apenas.
ternacional sôbre as tendências da eco- ^
-•
mos da orientação econômica dos de mais países, incluindo-se a América Laihxa.
justo valor; as próprias i'usões verbais
classe satisfação, criando uma das mais numerosas burocracias de que nossa pá
nha, eram suscetíveis de grande aumen to per capita", com ^ma propaganda bem organizada p com redução dos di
pai'u mais de três milhões de sacas.
■"l'
ílpraíb
ÍV baínii! o ilr
pelo puladar nortc-amcrícant». Devemos conquistá-lo a todo custo.
te, os seguintes documentos: "Financial of
the
devastated
countries",
"Survey of current hiflationarv and de-
^
lopment in selected countries", "Plans, programmcs and agencic,s", "Economic report — Salient features of lhe world economic situation", "The foreign ex-
chang position on the devastated coun tries".
. Essas análises, preparadas por um gru
po de especialistas da ONU, revelam alto "grau de espírito científico, e eviden te preocupação de neutralidade na apre ciação dos fatos, o que é verdadeiramen.
te rcconfortanlc.
Pode-se dizer que es
ses documentos, comparados com os
acontecimentos posteriores à- sua elabo
ração, constituem um testemunho inso
fismável da capacidade da ciência etonómica de fazer previsões relativamente seguras. Para os que tinham dú\ádas a
respeito, a análise da siti:ação mundial c uma revelação.
Seguindo a cronologia estabelecida nos documentos em apreço, e para raellior sistematizar a matéria, apresentaremos sucessi\'amente as mudanças que inter
vieram no mundo em geral e, em conse
qüência, nos paises anglo-saxões, e final mente na Europa, América Latina e Ásia. O primeiro capítulo abrange a parte que SC refere ao mundo, aos Estados Unidos, a Inglaterra e aos Domínios.
Características do atual após-guerra Verifica-se uma inflação aguda, co mum a todos os países, que denuncia um
desequilíbrio das forças produtivas em
,
DifíEfiTO Econômico
sua missão precíj^ua) uma propaganda adequada do produto, abrangendo os se
Isso foi o que o D. N. C. não soube
tores mais convenientes.
Alem do Canadá, a Europa, para uma propaganda, deveria ser nosso principal escopo. Não precisaríamos procurar ou
tros países situados a grandes distâncias
fazer. Geualdo o. Bakaskiwitz
De tudo que foi dito sc depreende que o Departamento Nacional do Café,
O ciufor faz tima análise das principais documentações publicadas no âmbito »n-
criado e custeado pelu cafcicultnra, mas logo empolgado pelos políticos c com rarí.ssimas exceções dirigido com profi
A situação econômica do mundo, cm ■
acontecimentos de após-gucrra que
nomia dc após-guerra. Nesse artigo sÕo
sumiu mais de dez milhões de sacas
ciência, em balanço final de sua existên cia, pesados os prós c os contras, muito
de cafe, quando emparelhava em con
se seguiram ao conRito de 1914-1918
custou à classe produtora do café, che
surpreenderam os homens dc Estado c
sumo com os Estados Unidos. Depaupe
gando quase a destruí-la.
os economistas.
focalizados os países anglo-saxônicos, tnchisiüc cs Domínios. No próximo artigo, que é o último, serão examinados os ru
rada hoje, seu consumo é um terço do
Os governos, senhores de tão impor tante autarquia, possuidora de avultados
— pelo menos na mesma escala — nes"tc
e que não ofereciam as facilidades c a
vastidão desse continente.
AJiás, a
Europa, em tempos passados, já con
que já fôra, mas apresenta possibilida
des que devemos aproveitar. Os maiores países europeus consumí. dores de café, como a França e Alema
1
reitos de entrada.
a distância na sua faina de trabalho,
A Inglaterra e a Itália, se consumissem per capita" na proporção dos dois pri meiros países citados, seriam mercados
èstes pouco dela .sabiam, a não ser para
O mesmo não acontece
segundo após-guerra. Os fatos c as tendências são hoje analisadas em seu
recursos, dela sc valeram sem dar à
Localizada na Capital do país, alhea da do.s Estados^ produtores, conservados
O café é grandemente estimado em
fins de 1947
provocadas há alguns anos pelos princí pios da "Atlantic Charter" jamais foram
tria ■ tem tido conhecimento.
consideradas pelos entendidos senão co
mo declarações idealistas, pelas quais nos podemos deixar inspirar, más só en quanto não nos impedirem de alcançar
contribuir pecuniàriamente e sofrer as
os fins desejados, baseados na realidade.
conseqüências dos .seus desmandos.
Uma prova do que acabamos de dizer
A lição que a cafeiciiltura recebeu
oferecem-nos as publicações dos órgãos
foi das mais amargas. Ela não deve
especializados da ONU e, principalmen
tôda a Europa. No entanto, seu con
ser esquecida.
sumo global ne.sse continente, em relação
Se para o café se pretende organizar qualquer entidade defensora de seus in
needs
teresses em substituição ao atual Depar tamento em liquidação, urge que os
flationary ícndenoie.s", "Economic déve-
à população, tem sido quase nulo, por falta de uma propaganda eficiente e da diminuição dos pesados direitos de en trada que o tornam mercadoria de luxo, quando na realidade é alimento necessário.
O mercado europeu deve ser o mercado para os cafés do Brasil, e mesmo da maioria do produto paulista que não é o preferido
proclulores de cada Estado estabeleçam seu próprio órgão estadual, e que todos .se reúnam, em épocas pre determinadas, em entendimentos
de âmbito nacional, na Capital do
país ou na cidade de São Paulo, sede do maior Estado produtor.
O custo das utilidades na Inglaterra {carvão, gás, eletricidade e ferrovias),
é, hoje, aproximadamente, o dobro do que era em 1939, apenas.
ternacional sôbre as tendências da eco- ^
-•
mos da orientação econômica dos de mais países, incluindo-se a América Laihxa.
justo valor; as próprias i'usões verbais
classe satisfação, criando uma das mais numerosas burocracias de que nossa pá
nha, eram suscetíveis de grande aumen to per capita", com ^ma propaganda bem organizada p com redução dos di
pai'u mais de três milhões de sacas.
■"l'
ílpraíb
ÍV baínii! o ilr
pelo puladar nortc-amcrícant». Devemos conquistá-lo a todo custo.
te, os seguintes documentos: "Financial of
the
devastated
countries",
"Survey of current hiflationarv and de-
^
lopment in selected countries", "Plans, programmcs and agencic,s", "Economic report — Salient features of lhe world economic situation", "The foreign ex-
chang position on the devastated coun tries".
. Essas análises, preparadas por um gru
po de especialistas da ONU, revelam alto "grau de espírito científico, e eviden te preocupação de neutralidade na apre ciação dos fatos, o que é verdadeiramen.
te rcconfortanlc.
Pode-se dizer que es
ses documentos, comparados com os
acontecimentos posteriores à- sua elabo
ração, constituem um testemunho inso
fismável da capacidade da ciência etonómica de fazer previsões relativamente seguras. Para os que tinham dú\ádas a
respeito, a análise da siti:ação mundial c uma revelação.
Seguindo a cronologia estabelecida nos documentos em apreço, e para raellior sistematizar a matéria, apresentaremos sucessi\'amente as mudanças que inter
vieram no mundo em geral e, em conse
qüência, nos paises anglo-saxões, e final mente na Europa, América Latina e Ásia. O primeiro capítulo abrange a parte que SC refere ao mundo, aos Estados Unidos, a Inglaterra e aos Domínios.
Características do atual após-guerra Verifica-se uma inflação aguda, co mum a todos os países, que denuncia um
desequilíbrio das forças produtivas em
,
DiCESTO EcONÓNflCO Dioesto
relação às necessidades da humanidade.
Foi ela provocada, de um lado, pela generalização dos déficits orçamentários,
pelo estímulo às exportações, pelo reini cio da circulação das economias parti culares e, de outro lado, pela diminuta oferta de produtos de consumo. Essa
tendência conduz à elevação dos preços,
Pode-sc acrescentar ainda a falta da mão-de-obra especializada, cada vez mais sensível, de acôrdo com a utilização
„ão contamos com indicaçõc.s referen-
cada vez maior da máquina pelo homem.
be-se apenas., pelos boletins da ONU,
«gncola e indus-
que a desproporção entre os países neutros c os Estados Unidos de um lado, e
° tornou indiretamente tributário
os países devastados pela guerra e os países "atrasados" de outro, é mais
Estados .Unidos. A balança comerciai da grande República do Norte é
Deve-se lembrar,,a este respeito, que as necessidades do mundo de nossos dias
já não são as mesmas de 1938, pois a população aumentou, nesta última dé
com a elevação dos lucros a um nível
cada, de 175 milhões de almas, o que corresponde a um ritmo de aumento de
que permita financiar os déficits gover
1% ao ano,
namentais e atender às necessidades de
Na escala internacional, as forças da natureza são diferentemente utilizadas
que procura ajustar a procura à oferta,
novos investimentos. Êsse processo pro
voca a diminuição da participação dos
ças de capacidade de produção nas di
aj'ustar seu nível de vida à situação geral
ferentes zonas e, em conseqüência, dife
conduz ao aumento dos salários, que por
rentes níveis de vida dos povos. Se gundo os relatórios da ONU, essas dife
preços, resultando de tudo isso um cír
culo vicioso, hoj'e comum a todos os países do mundo.
A pequena oferta de produtos provém principalmente da relativa diminuição do
No que diz respeito ao.s nossos dias,
renças ainda mais se acentuaram, no de curso da guerra, pela devastação de de terminadas zonas, enquanto outras con
seguiram desenvolver consideràvelmente sua capacidade de produção.
Esta última guerra produziu tal des-
locação das forças produtivas, tal con-
tes a tuo grande numero de países; .sa-
i
sensível que nunca.
bem expressba a esse respeito:
ESTADOS UNIDOS
(Balanços comerciai.s de 1938-1946-1947) (em milhões de dólares) 1938
1946
média hi-anual
Ewropa
-h 380
1.839
América Latina +39 América do Norte .... + 104 - 26
Atnca Oceania
+32 +39
A i^anipcação é filha da miséria-, ..
lidades de transporte. O recuo nestes se tores é lun resultado direto da guerra.
a distribuição da renda nacional e o ordenado "per capita";
Nos conliecemos êsse fenômeno sob o aspecto particular da escassez de dó-
(Em dólares)
510,6 500,0 ] 482'2
Suíça
S^iécia Austrália Canadá
Dinamarca XridDGa
Bélgica
..
447,6
430^2
woo o 423,2 351,8
335 g 32i;8 ncfo £> 258,6 237,1
Islândia
250,0
França Finlândia Áustria
243,9 168,9 164'7
África do Sul
160,9
Argentina
156,2
Tchecoslováquia
137,3
Itália
131,8
Hungria Bulgária
112,1 • 109,7
Polônia
94,3
Grécia
.78,9
México
60,0
República Dominicana
56,2
Bolívia
39,4
brasil Filipinas
'
índias Holandesas China
iiiii ii"
-1- 1.468
-í- 2 444
106 197
+ +
296 350
+ +
938 542
+
242
+
194
+
460
•
'
te emergência, vis'anc o
63 5^
+ ^
270 35
mundial, só servirão para reforçar as ,
-
1 - 1, ,
Conhecemos, nao ha duvida, tentatit "''T forma devera co planificaçoes nacionais em
do, que não chega a produzir o sufi-
, . Uma das pnncpa.s couseqiiencias dessa deslocaçao das forças c a virtual destruição do comercio multilateral. Estabe'eceu-se um regime de permanen-
+ _
tendências "autárquicas" em cada um dos países "planificados".
um reflexo da balança comercial passiva* com os Estados Unidos, ou, em outras palavras, da superprodução deste último pais, em contraste com o resto do munciente para as sua.s necessidades.
120
forços não se realizarem em escala
lares, mas é evidente que isto é apena.s
RENDA NACIONAL "PER CAPITA"
Estados Unidos Nova Zelândia Inglaterra
^
1947
1." semestre
+ + ' + _
As diferenças existentes antes da guer ra ressaltam do quadro abaixo, segundo
^
1946
1."^ semestre 2° semestre
tos alimentícios e da redução das faci
abastecimento de carvão, aço e produ
r,
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO COMÉRCIO EXTERIOR DOS
pelos homens, nas diversas nações do globo, do que resultam grandes diferen
salários na renda nacional; em conse qüência, os esforços dos assalariados em
sua vez provocam novo aumento de
Econômico
^
superior. O Plano Marshall é
c as,.mas as peripécias de sua
e.xecuçao na Europa demonstram quais
as dificuldades que a unificação dos padrões e a criação de bases comuns nos 16 países beneficiados podem provocar. Existe um certo número de organismos
.^CS2íV
especializados que, na es-
33,3 31,2
desenvolver
mundo as tentativas de
..eoordenado-
22,0 17,6
planificaçao da produção.
res"; pensamos principal-
em
todo
o
■■III,
Mas enquanto esses es<réL.
DiCESTO EcONÓNflCO Dioesto
relação às necessidades da humanidade.
Foi ela provocada, de um lado, pela generalização dos déficits orçamentários,
pelo estímulo às exportações, pelo reini cio da circulação das economias parti culares e, de outro lado, pela diminuta oferta de produtos de consumo. Essa
tendência conduz à elevação dos preços,
Pode-sc acrescentar ainda a falta da mão-de-obra especializada, cada vez mais sensível, de acôrdo com a utilização
„ão contamos com indicaçõc.s referen-
cada vez maior da máquina pelo homem.
be-se apenas., pelos boletins da ONU,
«gncola e indus-
que a desproporção entre os países neutros c os Estados Unidos de um lado, e
° tornou indiretamente tributário
os países devastados pela guerra e os países "atrasados" de outro, é mais
Estados .Unidos. A balança comerciai da grande República do Norte é
Deve-se lembrar,,a este respeito, que as necessidades do mundo de nossos dias
já não são as mesmas de 1938, pois a população aumentou, nesta última dé
com a elevação dos lucros a um nível
cada, de 175 milhões de almas, o que corresponde a um ritmo de aumento de
que permita financiar os déficits gover
1% ao ano,
namentais e atender às necessidades de
Na escala internacional, as forças da natureza são diferentemente utilizadas
que procura ajustar a procura à oferta,
novos investimentos. Êsse processo pro
voca a diminuição da participação dos
ças de capacidade de produção nas di
aj'ustar seu nível de vida à situação geral
ferentes zonas e, em conseqüência, dife
conduz ao aumento dos salários, que por
rentes níveis de vida dos povos. Se gundo os relatórios da ONU, essas dife
preços, resultando de tudo isso um cír
culo vicioso, hoj'e comum a todos os países do mundo.
A pequena oferta de produtos provém principalmente da relativa diminuição do
No que diz respeito ao.s nossos dias,
renças ainda mais se acentuaram, no de curso da guerra, pela devastação de de terminadas zonas, enquanto outras con
seguiram desenvolver consideràvelmente sua capacidade de produção.
Esta última guerra produziu tal des-
locação das forças produtivas, tal con-
tes a tuo grande numero de países; .sa-
i
sensível que nunca.
bem expressba a esse respeito:
ESTADOS UNIDOS
(Balanços comerciai.s de 1938-1946-1947) (em milhões de dólares) 1938
1946
média hi-anual
Ewropa
-h 380
1.839
América Latina +39 América do Norte .... + 104 - 26
Atnca Oceania
+32 +39
A i^anipcação é filha da miséria-, ..
lidades de transporte. O recuo nestes se tores é lun resultado direto da guerra.
a distribuição da renda nacional e o ordenado "per capita";
Nos conliecemos êsse fenômeno sob o aspecto particular da escassez de dó-
(Em dólares)
510,6 500,0 ] 482'2
Suíça
S^iécia Austrália Canadá
Dinamarca XridDGa
Bélgica
..
447,6
430^2
woo o 423,2 351,8
335 g 32i;8 ncfo £> 258,6 237,1
Islândia
250,0
França Finlândia Áustria
243,9 168,9 164'7
África do Sul
160,9
Argentina
156,2
Tchecoslováquia
137,3
Itália
131,8
Hungria Bulgária
112,1 • 109,7
Polônia
94,3
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.78,9
México
60,0
República Dominicana
56,2
Bolívia
39,4
brasil Filipinas
'
índias Holandesas China
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106 197
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296 350
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270 35
mundial, só servirão para reforçar as ,
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Conhecemos, nao ha duvida, tentatit "''T forma devera co planificaçoes nacionais em
do, que não chega a produzir o sufi-
, . Uma das pnncpa.s couseqiiencias dessa deslocaçao das forças c a virtual destruição do comercio multilateral. Estabe'eceu-se um regime de permanen-
+ _
tendências "autárquicas" em cada um dos países "planificados".
um reflexo da balança comercial passiva* com os Estados Unidos, ou, em outras palavras, da superprodução deste último pais, em contraste com o resto do munciente para as sua.s necessidades.
120
forços não se realizarem em escala
lares, mas é evidente que isto é apena.s
RENDA NACIONAL "PER CAPITA"
Estados Unidos Nova Zelândia Inglaterra
^
1947
1." semestre
+ + ' + _
As diferenças existentes antes da guer ra ressaltam do quadro abaixo, segundo
^
1946
1."^ semestre 2° semestre
tos alimentícios e da redução das faci
abastecimento de carvão, aço e produ
r,
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO COMÉRCIO EXTERIOR DOS
pelos homens, nas diversas nações do globo, do que resultam grandes diferen
salários na renda nacional; em conse qüência, os esforços dos assalariados em
sua vez provocam novo aumento de
Econômico
^
superior. O Plano Marshall é
c as,.mas as peripécias de sua
e.xecuçao na Europa demonstram quais
as dificuldades que a unificação dos padrões e a criação de bases comuns nos 16 países beneficiados podem provocar. Existe um certo número de organismos
.^CS2íV
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33,3 31,2
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mundo as tentativas de
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22,0 17,6
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em
todo
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Mas enquanto esses es<réL.
Dicesto EcG)^•ó^^c
70
Dioesto Econômico
71
-t
Agriculbure Organizafeions"; "InUrnatio. nal Emergency Council"; "Intematíonal Bank for Reconstructíon"; "Intematíonal Monetary Fund"; "Intematíonal Labor Organization"; "Intematíonal Ci\ il Avia.
tion Organízatíon"; "Intergoveraamenlal Maritime Consultative Organízatíon";
Intematíonal
Trade
Organízatíon";
Intematíonal Telecomunícatíon Uníon";
"Intematíonal Refuge Organízatíon"; Economia Comíssion for Europe and
ma-ndo assim seus habitantes cm clien-
(1935-39 = 100)
consumo.
Esta
conclusão é * perfeitamente Resta apenas saber em medida poderá .ser e.xecutada.
que
Uma coisa é certa: se as nações in- '
1939-
109
1944
235 170 181
ender
as
idéias
dos
compre-
relatórios
da
ONU — que exprimem uma sincera análise
da
riscam-se
o
As dificuldades econômicas eram
situação
mundial
—
fortificar
A distância que separa os Estados
nacionalismo econômico, que ora combatem como .seu prin cipal inimigo no comércio in
Unidos do resto do mundo ressalta da
inevitãvelmente
a
ternacional.
desse manter o liberalismo eco
a miséria gera a planificação
nômico; mesmo nos países que se
G a autarquia.
Ainda
uma
guerra, não diminuiu o desejo de
A posição dos Estados Uuidos
manter essa posição à custa do
'dumpings" disfarçados e de acor
Em relação ao ano de 1938, a
dos preferenciais.
produção industrial dos Estados
A verdade é que o mundo
atual
se tornou muito pequeno. Os latórios da ONU são unânimes
reem
afirmar que o principal fator que impede o verdadeiro progresso eco nômico é o fato de mais de 3/4 da humanidade estarem concentrados nos países atrasados, ao lado de
um pequeno número de países al tamente industrializados. Os países in dustrializados devem ràpldamente trans por suas próprias fronteiras à procura de novos mercados, mas verificam desde Io. go que os países "atrasados" não são
absolutamente clientes certos de seus
produtos. Disso resulta que, em seu associar-
se mais ativamente aos países de estrutura essencialmente agrícola, pa que estes possam
atingir
nível
de produção mais elovad®, transfõr-
Unido.s aumentou 80% em
1947, e a
produção
No * setor
agrícola
36%.
não-duráveis
109 353 192 211
109 171 165 168
Prodifios
Minerais
106 140
184 148
agrícola êsse resultado foi obtido ape
simples comparação das cifras de produ ção em 1947 e em 1939:
PRODUÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS E NO RESTO DO MUNDO (1939 = 100) Res/o do mundo
Estados Unidos 138 133
Energia e Combustíveis
conseguiram fortalecer durante a
ra
1946 1947
Produtos duráveis
ar
por demais fortes para que se pu
devem
industrial
dustrializadas não souberem
Mas pôde sua ação impedir a pressão das tendências autárquicas? Não.
interesse.
Manufaturas
Total da produção
aceitável.
for Asía" etc.
próprio
ÍNDICE DA PilODUÇÂO INDUSTRIAL NORTE-AMERICANA
tes potenciais de seus produtos do «
Carvão Eletricidade
100 81 138
Ferro gusa e ferro-alloys
211 142
Aço Cobre
147
65
103
96
Mas essa onipotônicia dos Estados Unidos tem a vantagem de facilitar a
61
resto do globo.
Esta sensibilidade é
coordenação; à desvantagem dessa posi
particularmente forte com relação aos preços, uma vez que são éles que
ção refere-se um dos relatórios de 1947
regem o poder aquisitivo dos países
exprimem os efeitos da "Landflucht"
da ONU, onde se. diz que a menor que
que
nos Estados Unidos, que não foram
da da conjuntura norte-americana teria
Ora,
repercussão'
nítida:
sar da sensível diminuição da mão-
de-obra (de 9,5 para 8,3 milhões, .de
1938 a
1947).
Êsses
número.s
tão fatais como entre nós, pois na
República do Norte essa diminuição de braços na agricultura foi com
pensada pela
imediata
em
todo
o
a
dos Estados
tendência
Unidos.
inflacionista
é
ÍNDICE DOS PREÇOS DE ARTIGOS DE CONSUMO
utilização de adubos
Estados Unidos
(mais de 100% em dez anos), de má
, (1935-39 = 100)
quinas agrícolas (mais 85%) e pela crescente introdução de métodos cientí ficos na seleção das sementes, na plan
Todos os artigos
tação etc.
Vestuário
Para os diversos setores da pro dução industrial obtemos a seguinte
Combustíveis, èletricidade e gêlo ....
divisão-:''
importam
Fins de 1946
Alimentação Móveis
:
132,0 155.8
. •
i ;..
Aluguel Diversos
143.3
110.4 153.9 108.5
127,3
■V !i^'
; ji-ilf
fe'
Fins de 1947
156,4
185.2 188,7 117,9
182.3
109,2 139,1
Dicesto EcG)^•ó^^c
70
Dioesto Econômico
71
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Intematíonal
Trade
Organízatíon";
Intematíonal Telecomunícatíon Uníon";
"Intematíonal Refuge Organízatíon"; Economia Comíssion for Europe and
ma-ndo assim seus habitantes cm clien-
(1935-39 = 100)
consumo.
Esta
conclusão é * perfeitamente Resta apenas saber em medida poderá .ser e.xecutada.
que
Uma coisa é certa: se as nações in- '
1939-
109
1944
235 170 181
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relatórios
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ONU — que exprimem uma sincera análise
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riscam-se
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As dificuldades econômicas eram
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A distância que separa os Estados
nacionalismo econômico, que ora combatem como .seu prin cipal inimigo no comércio in
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ternacional.
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A posição dos Estados Uuidos
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'dumpings" disfarçados e de acor
Em relação ao ano de 1938, a
dos preferenciais.
produção industrial dos Estados
A verdade é que o mundo
atual
se tornou muito pequeno. Os latórios da ONU são unânimes
reem
afirmar que o principal fator que impede o verdadeiro progresso eco nômico é o fato de mais de 3/4 da humanidade estarem concentrados nos países atrasados, ao lado de
um pequeno número de países al tamente industrializados. Os países in dustrializados devem ràpldamente trans por suas próprias fronteiras à procura de novos mercados, mas verificam desde Io. go que os países "atrasados" não são
absolutamente clientes certos de seus
produtos. Disso resulta que, em seu associar-
se mais ativamente aos países de estrutura essencialmente agrícola, pa que estes possam
atingir
nível
de produção mais elovad®, transfõr-
Unido.s aumentou 80% em
1947, e a
produção
No * setor
agrícola
36%.
não-duráveis
109 353 192 211
109 171 165 168
Prodifios
Minerais
106 140
184 148
agrícola êsse resultado foi obtido ape
simples comparação das cifras de produ ção em 1947 e em 1939:
PRODUÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS E NO RESTO DO MUNDO (1939 = 100) Res/o do mundo
Estados Unidos 138 133
Energia e Combustíveis
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1946 1947
Produtos duráveis
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por demais fortes para que se pu
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dustrializadas não souberem
Mas pôde sua ação impedir a pressão das tendências autárquicas? Não.
interesse.
Manufaturas
Total da produção
aceitável.
for Asía" etc.
próprio
ÍNDICE DA PilODUÇÂO INDUSTRIAL NORTE-AMERICANA
tes potenciais de seus produtos do «
Carvão Eletricidade
100 81 138
Ferro gusa e ferro-alloys
211 142
Aço Cobre
147
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Mas essa onipotônicia dos Estados Unidos tem a vantagem de facilitar a
61
resto do globo.
Esta sensibilidade é
coordenação; à desvantagem dessa posi
particularmente forte com relação aos preços, uma vez que são éles que
ção refere-se um dos relatórios de 1947
regem o poder aquisitivo dos países
exprimem os efeitos da "Landflucht"
da ONU, onde se. diz que a menor que
que
nos Estados Unidos, que não foram
da da conjuntura norte-americana teria
Ora,
repercussão'
nítida:
sar da sensível diminuição da mão-
de-obra (de 9,5 para 8,3 milhões, .de
1938 a
1947).
Êsses
número.s
tão fatais como entre nós, pois na
República do Norte essa diminuição de braços na agricultura foi com
pensada pela
imediata
em
todo
o
a
dos Estados
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inflacionista
é
ÍNDICE DOS PREÇOS DE ARTIGOS DE CONSUMO
utilização de adubos
Estados Unidos
(mais de 100% em dez anos), de má
, (1935-39 = 100)
quinas agrícolas (mais 85%) e pela crescente introdução de métodos cientí ficos na seleção das sementes, na plan
Todos os artigos
tação etc.
Vestuário
Para os diversos setores da pro dução industrial obtemos a seguinte
Combustíveis, èletricidade e gêlo ....
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Fins de 1946
Alimentação Móveis
:
132,0 155.8
. •
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143.3
110.4 153.9 108.5
127,3
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Fins de 1947
156,4
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73
Dioesto Econômico
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da
a
tínua diminuição do poder aquisitivo
so
do
do resto do mundo, e deve-se temer o
t r i b u í d o,
dia em que uma deflação nos Estados Unidos inaugure vasta crise mundial...
A Inglaterra, empobrecida mas
maior
e
mudança conflito
no
decur. con-
proporcionalmente,
com
número
materiais
advinda
inundia!. Tendo
de
que
homens,
os
Sua balança comercial exprime tô-
teridade".
dos pela existência de grande núme ro de especialistas, e os plano.s tra çados têm a possibilidade de reali zar-se. O fim
Austeridade c planificàção
que será alcançado, a monos que a Num país altamente industrializado
evolução dos preços mundiais continue
como a Inglaterra, os esforços de concen
a aumentar desfa\'oràN'elmcnte para o
tração da energia nacional são facilita-
país.
cias da luta.
EXPORTAÇÕES BRITÂNICAS (Volume 1938 = 100)
BALANÇA DE PAGAMENTOS DA INGLATERHA (em libras)
1947
Máquinas 1938
Importações (preços f. o. b.)
835
1946
Déficit da balança comercial
— 302
Balanço dos pagamentos invisíveis (° )..
-}- 232
Total da Balança de Pagamentos
1.092 888 — 204 — 176
—
—
Exportações
533
70
380
1947
Veículos
1.574
Aparelhos elétricos ...
1.125
Produtos têxteis ......
449
Produtos químicos ....
226 675
Cerâmica, \'idraria etc. .
(*) Fretes, transferência de capitais etc. Os lucros dos capitais aplicados nos
mente em razão da má colheita européia
de produtos alimentícios, que provocou
portações estão longe de cobrir o valor das importações, e nasce assim um "dé
cadorias. Ora, a Grã-Bretanha é o maior
ficit" que somente os empréstimos dos
importador mundial desses artigos, e os
superar. Os capitais britânicos no es trangeiro diminuiram de 4.000.000.000
de libras para 2.872.000.000, é as reser-
vas-ouro baixaram de £ 864.000.000 pa ra £ 453.000.000, isso sem calcular a dí
vida comercial da Grã-Bretanha, no montante de £ 2.795.000.000.
Os créditos concedidos pelos Estados Unidos e o Canadá (inclusive o crédito de US$ 3.750.000.000, mas exclusive os
créditos do Plano Marshall) atingem m astronômica
cifra
de
US$
a
Em
1947,
a
posição
272 235 131
\
Carvão
72 140 154 3 ■
Todos cs outros artigos
104
127
108
150
Como o demonstra a estatística, o ponto fraco continua a ser o car-
\-âo.
Mesmo em
184 223
39
1951 esse continua
rá a ser o ponto vulnerável.
PREVISÃO DA PRODUÇÃO BRITÂNICA
preços "fob" aumentaram 30Í dentro MERCADORIA
de um ano.
Unidade
Produção 'atual
Por sua vez, as exportações não jao-
dem
ser
ilimitadamente
Alvo em
1951
Produção de 1951 em porcentagem
da produção de pré-guerra
expandidas.
Formam-se barreiras alfandegárias, o as zonas antes dependente.s das importações
Carvão
de produtos britânicos produzem atual
Ferro (gusa, sucata,
mente dentro de suas próprias fronteiras. Procura a Inglaterra, por conseguinte,
Eletricidade
Aço
minério)
adaptar-se a êsse estado de coisas, espe cializando-se nas exportações de artigos
Cereais panificáveis
manufaturados que não sofram forte
Batatas
man
#
da
164
203
a alta dos preços mundiais dessas mer
7.326.000.000.
Inglaterra piorou, não somen te em razão da crise da pro dução carbonífera, mas principal-
1948
158 1 185 \
Média total
países de além-mar diminuiram, as ex
Estados Unidos e do Canadá conseguem
é \ erdadeiramente am
bicioso, mas pode-se ter a certeza de
finanças
próprios Esta
dos Unidos, para o esforço bélico,essa nação sofre Jiojc as conseqüên
cheia de ambição
me íbi reduzido a 75% do de 1938, obri gando o país passar ao regime de "aus.
competição internacional, deixan do um pouco de lado a exporta ção de tecidos baratos e outras
mercadorias sujeitas às medidas de proteção dos países novos. No setor das importações, o volu
Outros cereais ....
Açúcar, de beterraba
milhões de toneladas idem idem milhões de k. w. h. milhares de ton. ' idem idem idem'
O Canadá e os outros Domínios
A Inglaterra conta com a assistência
217,0
249,0
14,2 22,6
15,0 31,3
41.616,0
54.214,0
1.721 4.541 7.890 2.932
2.331 5.632
'7.823 3.658
108% 141% 126% 235% 138%
199% 132% 131%
ati\-a de suas antigas colônias. O Cana dá, principalmente, transformou-se em \'erdadciro "lifc line" desse país. Sua
73
Dioesto Econômico
Dicesto Econômico, Ela tem como conseqüência iiiiiii con
da
a
tínua diminuição do poder aquisitivo
so
do
do resto do mundo, e deve-se temer o
t r i b u í d o,
dia em que uma deflação nos Estados Unidos inaugure vasta crise mundial...
A Inglaterra, empobrecida mas
maior
e
mudança conflito
no
decur. con-
proporcionalmente,
com
número
materiais
advinda
inundia!. Tendo
de
que
homens,
os
Sua balança comercial exprime tô-
teridade".
dos pela existência de grande núme ro de especialistas, e os plano.s tra çados têm a possibilidade de reali zar-se. O fim
Austeridade c planificàção
que será alcançado, a monos que a Num país altamente industrializado
evolução dos preços mundiais continue
como a Inglaterra, os esforços de concen
a aumentar desfa\'oràN'elmcnte para o
tração da energia nacional são facilita-
país.
cias da luta.
EXPORTAÇÕES BRITÂNICAS (Volume 1938 = 100)
BALANÇA DE PAGAMENTOS DA INGLATERHA (em libras)
1947
Máquinas 1938
Importações (preços f. o. b.)
835
1946
Déficit da balança comercial
— 302
Balanço dos pagamentos invisíveis (° )..
-}- 232
Total da Balança de Pagamentos
1.092 888 — 204 — 176
—
—
Exportações
533
70
380
1947
Veículos
1.574
Aparelhos elétricos ...
1.125
Produtos têxteis ......
449
Produtos químicos ....
226 675
Cerâmica, \'idraria etc. .
(*) Fretes, transferência de capitais etc. Os lucros dos capitais aplicados nos
mente em razão da má colheita européia
de produtos alimentícios, que provocou
portações estão longe de cobrir o valor das importações, e nasce assim um "dé
cadorias. Ora, a Grã-Bretanha é o maior
ficit" que somente os empréstimos dos
importador mundial desses artigos, e os
superar. Os capitais britânicos no es trangeiro diminuiram de 4.000.000.000
de libras para 2.872.000.000, é as reser-
vas-ouro baixaram de £ 864.000.000 pa ra £ 453.000.000, isso sem calcular a dí
vida comercial da Grã-Bretanha, no montante de £ 2.795.000.000.
Os créditos concedidos pelos Estados Unidos e o Canadá (inclusive o crédito de US$ 3.750.000.000, mas exclusive os
créditos do Plano Marshall) atingem m astronômica
cifra
de
US$
a
Em
1947,
a
posição
272 235 131
\
Carvão
72 140 154 3 ■
Todos cs outros artigos
104
127
108
150
Como o demonstra a estatística, o ponto fraco continua a ser o car-
\-âo.
Mesmo em
184 223
39
1951 esse continua
rá a ser o ponto vulnerável.
PREVISÃO DA PRODUÇÃO BRITÂNICA
preços "fob" aumentaram 30Í dentro MERCADORIA
de um ano.
Unidade
Produção 'atual
Por sua vez, as exportações não jao-
dem
ser
ilimitadamente
Alvo em
1951
Produção de 1951 em porcentagem
da produção de pré-guerra
expandidas.
Formam-se barreiras alfandegárias, o as zonas antes dependente.s das importações
Carvão
de produtos britânicos produzem atual
Ferro (gusa, sucata,
mente dentro de suas próprias fronteiras. Procura a Inglaterra, por conseguinte,
Eletricidade
Aço
minério)
adaptar-se a êsse estado de coisas, espe cializando-se nas exportações de artigos
Cereais panificáveis
manufaturados que não sofram forte
Batatas
man
#
da
164
203
a alta dos preços mundiais dessas mer
7.326.000.000.
Inglaterra piorou, não somen te em razão da crise da pro dução carbonífera, mas principal-
1948
158 1 185 \
Média total
países de além-mar diminuiram, as ex
Estados Unidos e do Canadá conseguem
é \ erdadeiramente am
bicioso, mas pode-se ter a certeza de
finanças
próprios Esta
dos Unidos, para o esforço bélico,essa nação sofre Jiojc as conseqüên
cheia de ambição
me íbi reduzido a 75% do de 1938, obri gando o país passar ao regime de "aus.
competição internacional, deixan do um pouco de lado a exporta ção de tecidos baratos e outras
mercadorias sujeitas às medidas de proteção dos países novos. No setor das importações, o volu
Outros cereais ....
Açúcar, de beterraba
milhões de toneladas idem idem milhões de k. w. h. milhares de ton. ' idem idem idem'
O Canadá e os outros Domínios
A Inglaterra conta com a assistência
217,0
249,0
14,2 22,6
15,0 31,3
41.616,0
54.214,0
1.721 4.541 7.890 2.932
2.331 5.632
'7.823 3.658
108% 141% 126% 235% 138%
199% 132% 131%
ati\-a de suas antigas colônias. O Cana dá, principalmente, transformou-se em \'erdadciro "lifc line" desse país. Sua
Dicesto Eco^•ó^flCO
estrutura econômica tôda particular as
segurou-lhe um grande desenvolvimento
o
eonium
dos
países
"atrasados".
Na Austrália c nu Nova Zelândia a
econômico durante a guerra, sem, entre
manufatura de produtos de consumo foi
tanto, diminuir sua dependência dos for
grandemente desenvolvida, sem que, apesar dis.so, diminuísse sua dependên
necimentos básicos.
O Canadá é, efc-
O aproveitamento do São Francisco PiMENTEL Gomes
tivãmente, ao • mesmo tempo, o maior
cia dos fornecimentos externos.
Para
exportador de certos metais não-ferrosos, de trigo e de papel de imprensa ,c um dos maiçres importadores de pro dutos de aço, de petróleo e de carvão. Êsse exemplo demonstra que uma
ambos os países os principais produtos do e.xportação continuam a ser a lã, o desenvolveu. A Malaia e as índias são
nação, mesmo deficiente em matérias-
os principais cli»ntes, substituindo, embo
.sentidos, já tive oportunidade de sobre
primas, pode desenvolver-se a um ní vel de produção mais elevado que
ra parcialmente, a Europa c- os Estados
voar a maior parte da bacia do São
Unidos.
Francisco, vê-lo talvez em 75% de seu
carneiro, a manteiga e o queijo. Nota-se, entretanto, que o comércio regional .se
Aspectos
nas praias, nas ilhas, nas proximidades
^/lAjANDO freqüentemente através do Brasil, viagens longas de milhares e
das salinas, grimpando as colinas, en chendo vales e perlongando caminhos. E haverá muito mais em breves lustros,
milhares de quilômetros e em todos os
pois estão plantando uns duzentos míj por ano, embora se mais mudas forne
cesse o Ministério da Agricultura, a plan tação pudesse ser pelo menos duplica
curso, navegá-lo em pontos diversos. E
CRESCIMENTO DAS MANUFATURAS NA OCEÂNIA
percorri-lhe a bacia, e sulquei-lhe as
(Aumento do.s números cm porcentagem sôbre os dados do 1938-39)
águas, e contemplei-lhe as cachoeiras
da, pois grande é o entusiasmo dos fa zendeiros, sitiantes e chacareiros.
com mapas em grande escala na mão, Número de fábricas
Número de empregados Valor da produção
Austrália
Nova Zelândia
+ 16% + 32%
-1- 15%
escrito sôbre ela. Agora mesmo chego
-1- 25%
de uma dessas excursões.
+ 74%-
-f- 84%
Na África do Sul encontramos uma
Park Near Verrenegíng", cuja produção
nação que conseguiu enriquecer consi-
de aço foí calculada em 1.000.000 de
Sua
toneladas. Esta metamorfose de uma na
posição como produtora de ouro evitou
deràvelmente na última década.
ção africana de produção pastoril e mi neral, por conta de grandes nações in
as dificuldades cambiais e a afluência
de capitais fugitivos da Inglaterra faci litou o financiamento de sua vasta expan são industrial.
Atualmente esta ali em
vias de construção uma super "Volta Redonda", com o nome de "Vanderbijl
!■ iflf ■!
am' *r ^1 uia
dustrializadas, em grande produtora industrial, é talvez o exemplo mais vivo do progresso realizado em cerpaíses
1938-47.
novos
década
lendo o que de técnico, de valioso se tem
Partindo do Rio de janeiro, atingi mais uma vez Aracaju, a alegre, pitoresca e apra zível capital sergipana, em sete horas, depois de pousar nos. aerôdromos de
O
ministro Daniel de Carvalho, que já fêz a Estação Experimental especiali zada dos arredores de Aracaju duplicar a produção de mudas, talvez pudesse mandar elevá-la a mais de meio milhão, anualmente.
,
V
lis f
Além de Ribeirópo(olhem no mapa)
vilhas de nossa região li
começa a região se mi-árida. Desaparecem canaxúals e coqueirais. A floresta cede passo à caa tinga, às colinas, aos ser
torânea.
rotes pedregosos. O ver
/;
Vitória e Salvador e em-
beber os olhos nas mara
\ \
LA-
Depois, no dia
seguinte, num Stinson —
de é acinzentado. Os rios
aconselho aos leitores o Stinson — num vôo baixo,
levam pouca água.
As
ziguezagueado, vôo de quem quer ver, embora
sedes das fazendas
de
criação, com suas parcas
instalações,
vão
apare
culturas cerealíferas, os rios torcicolados, as cidadezinhas modestas, as usinas açu-
cendo por aqui e por ali. As lavouras são pequenas. ' Há, antes que venha a irrigação, grandes possibilidades para a pecuária e a lavoura algodoeira, possi bilidades ainda muito parcamente apro
careiras.
veitadas.
se arriscando um pouco, atravessei Ser
gipe de leste a oeste, contemplando seus prados verdejantes, seus canaviais, as Os coqueiros, os coqueiros da
Bahia, que os botânicos chamam de Cocus nucifera, estavam por tôda parte: nos quintais e nos subúrbios de Araeaju,
Paulo Afonso O São Francisco se mostra além eomo
uma enorme cinta de prata.
E a ea-
Dicesto Eco^•ó^flCO
estrutura econômica tôda particular as
segurou-lhe um grande desenvolvimento
o
eonium
dos
países
"atrasados".
Na Austrália c nu Nova Zelândia a
econômico durante a guerra, sem, entre
manufatura de produtos de consumo foi
tanto, diminuir sua dependência dos for
grandemente desenvolvida, sem que, apesar dis.so, diminuísse sua dependên
necimentos básicos.
O Canadá é, efc-
O aproveitamento do São Francisco PiMENTEL Gomes
tivãmente, ao • mesmo tempo, o maior
cia dos fornecimentos externos.
Para
exportador de certos metais não-ferrosos, de trigo e de papel de imprensa ,c um dos maiçres importadores de pro dutos de aço, de petróleo e de carvão. Êsse exemplo demonstra que uma
ambos os países os principais produtos do e.xportação continuam a ser a lã, o desenvolveu. A Malaia e as índias são
nação, mesmo deficiente em matérias-
os principais cli»ntes, substituindo, embo
.sentidos, já tive oportunidade de sobre
primas, pode desenvolver-se a um ní vel de produção mais elevado que
ra parcialmente, a Europa c- os Estados
voar a maior parte da bacia do São
Unidos.
Francisco, vê-lo talvez em 75% de seu
carneiro, a manteiga e o queijo. Nota-se, entretanto, que o comércio regional .se
Aspectos
nas praias, nas ilhas, nas proximidades
^/lAjANDO freqüentemente através do Brasil, viagens longas de milhares e
das salinas, grimpando as colinas, en chendo vales e perlongando caminhos. E haverá muito mais em breves lustros,
milhares de quilômetros e em todos os
pois estão plantando uns duzentos míj por ano, embora se mais mudas forne
cesse o Ministério da Agricultura, a plan tação pudesse ser pelo menos duplica
curso, navegá-lo em pontos diversos. E
CRESCIMENTO DAS MANUFATURAS NA OCEÂNIA
percorri-lhe a bacia, e sulquei-lhe as
(Aumento do.s números cm porcentagem sôbre os dados do 1938-39)
águas, e contemplei-lhe as cachoeiras
da, pois grande é o entusiasmo dos fa zendeiros, sitiantes e chacareiros.
com mapas em grande escala na mão, Número de fábricas
Número de empregados Valor da produção
Austrália
Nova Zelândia
+ 16% + 32%
-1- 15%
escrito sôbre ela. Agora mesmo chego
-1- 25%
de uma dessas excursões.
+ 74%-
-f- 84%
Na África do Sul encontramos uma
Park Near Verrenegíng", cuja produção
nação que conseguiu enriquecer consi-
de aço foí calculada em 1.000.000 de
Sua
toneladas. Esta metamorfose de uma na
posição como produtora de ouro evitou
deràvelmente na última década.
ção africana de produção pastoril e mi neral, por conta de grandes nações in
as dificuldades cambiais e a afluência
de capitais fugitivos da Inglaterra faci litou o financiamento de sua vasta expan são industrial.
Atualmente esta ali em
vias de construção uma super "Volta Redonda", com o nome de "Vanderbijl
!■ iflf ■!
am' *r ^1 uia
dustrializadas, em grande produtora industrial, é talvez o exemplo mais vivo do progresso realizado em cerpaíses
1938-47.
novos
década
lendo o que de técnico, de valioso se tem
Partindo do Rio de janeiro, atingi mais uma vez Aracaju, a alegre, pitoresca e apra zível capital sergipana, em sete horas, depois de pousar nos. aerôdromos de
O
ministro Daniel de Carvalho, que já fêz a Estação Experimental especiali zada dos arredores de Aracaju duplicar a produção de mudas, talvez pudesse mandar elevá-la a mais de meio milhão, anualmente.
,
V
lis f
Além de Ribeirópo(olhem no mapa)
vilhas de nossa região li
começa a região se mi-árida. Desaparecem canaxúals e coqueirais. A floresta cede passo à caa tinga, às colinas, aos ser
torânea.
rotes pedregosos. O ver
/;
Vitória e Salvador e em-
beber os olhos nas mara
\ \
LA-
Depois, no dia
seguinte, num Stinson —
de é acinzentado. Os rios
aconselho aos leitores o Stinson — num vôo baixo,
levam pouca água.
As
ziguezagueado, vôo de quem quer ver, embora
sedes das fazendas
de
criação, com suas parcas
instalações,
vão
apare
culturas cerealíferas, os rios torcicolados, as cidadezinhas modestas, as usinas açu-
cendo por aqui e por ali. As lavouras são pequenas. ' Há, antes que venha a irrigação, grandes possibilidades para a pecuária e a lavoura algodoeira, possi bilidades ainda muito parcamente apro
careiras.
veitadas.
se arriscando um pouco, atravessei Ser
gipe de leste a oeste, contemplando seus prados verdejantes, seus canaviais, as Os coqueiros, os coqueiros da
Bahia, que os botânicos chamam de Cocus nucifera, estavam por tôda parte: nos quintais e nos subúrbios de Araeaju,
Paulo Afonso O São Francisco se mostra além eomo
uma enorme cinta de prata.
E a ea-
DicK-STO
Eco.v6.\!Jco
tadupa de Paulo Afonso, a terceira ou quarta do mundo, é sobrevoada antes
(Iciras.
das nove horas. O espetáculo c empol
choeira de Itaparíca, pequenina em re lação a Paulo Afonso, insignificante, quase anônima, mas sempre possuindo
Tacaralu, com siuís lavouras
fartas, um dos celeiros da zona. A ca
DioESTO Econômico
77
onde os colonos encontrarão reproduto
cisco, com setecentos a mil metros de
\eitados por uma minúscula mas utilís-
largura, um rio onde as ilhas e os ar quipélagos são numerosos, reúne suas
res de primeira ordem e suínos e bovi nos para comprar em condições excep cionais; de instalações para beneficiar arroz e preparar fubá e farelo de milho; de fábricas de doce, de outras conservas, de ovo desidratado, de farinhas de ossos, carne e sangue, de lacticínios, de pre
siina usina do Ministério da Agricul
suntos, charqueada onde serão abati
tura.
dos, aos milhares, bovinos, suínos, ca prinos e ovinos, e escrupulosamente
gante.
O Stínson ora sobe o rio, ora
faz círculos baixo.s e lentos, a •princípio da esquerda para a direita e depois da
em potencial mais de 150 mil cavalos
direita para a esquerda.
de fôrça, do.s quais apenas mil apro-
O São Fran
águas num canal de uns oitenta metros
Desço no aeródromo de Pclrolàndia,
e cai fragorosamente, cai turbilhonando, espumando, rugindo^ cintílando aos raios
pequeno burgo pernambucano, que já se chamou Jatobá. Daqui parte uma estrada de ferro, que o sr. D. Pedro II mandou construir para contornar as
do sol, de uns oitenta e .seis metros de
altura. Depois, as águas revoltas per correm por dezenas de quilômetros um
canhão belíssimo, de paredes perpendi culares e com quase uma centena de metros de altura.
Envolvendo a cena
ciclópica, um manto irisado de poeira
aproveitados pelos mais modernos pro cessos.
Na sede do Núcleo o colono encon trara completa assistência técnica e todo
cachoeiras que se sucedem cm deze
o material agro-pecuário de que neces
nas de quilômetros, ligando dois grandes
sitar.
A energia eletrica é fartíssima e quase
trechos navegáveis do São Francisco.
gratuita.
O Núcleo Colonial Agro-indusirial
A água das regas corre ao
longo dos lotes, penetra-os, permitindo
prias do Núcleo Colonial Agro-industrial,
quinhentas famílias de agricultores valencianos.
As verbas destinadas ao Núcleo foram
sensivelmente aumentadas, pois o pre sidente Dutra deseja que ele abasteça a aglomeração demográfica que está sur gindo em Paulo Afonso, e que crescerá rapidamente, à semelhança do que su cede com Volta Redonda, pobre e des conhecida estação de estrada de ferro
há dez anos, uma das grandes cidades brasileiras em mais dois'lustros. Delmiro
O Stinson deslizou na pista e alçou
vôo. o Cerro do Frade erguia-se brus camente à margem do São Francisco.
pensa sôbre o abismo, a pequena usina que Delmiro Gouveia montou há trinta
que as culturas se sucedam, sem inter
lonial Agro-industrial, distante, rio aci
Pedregoso, vestido de vegetação taca nha e rala, bom ambiente para as lendas
rupção, durante o ano inteiro.
ma, uns nove quilômetros, c percorri-
em que figura. Tacaratu, serra chuvosa
anos, para instalar uma fábrica de linha.
lhe as instalações e os campos de cul
calor não falta, o milho pode ser planta
líquida.
Encrustada no canhão, sus
Assassinaram-no. O trust comprou as máquinas e jogou-as no São Francisco, procurando destruir definiti\amente a
iniciativa brasileira. À margem sul, os
prédios do Ministério da Agricultura que aí está ultimando a instalação de uma usina com 5.000 quilovátios, para refor çar" os mi! cavalos do Núcleo Colonial Agro-industrial de Petrolândia, e for
necer energia para a instalação da gran de usina da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que será.uma das maio res do mundo.
Itaparica
Continuei viajando em direção oeste,
sempre a pequena altitude. Ao lado, ji' ora mais perto, ora mais longe, o São Francisco revôlto pelas freqüentes corre.
De automóvel, fui até ao Núcleo Co
do em todos os dias do ano, bem como as plantas hortícolas.
tura.
É uma idéia do antigo ministro Apolônio Sales, hoje senador, em fase de realização. É uma grande experiência. Cada colono recebe um lote irrigado,
Uma cooperativa se encarrega do fi nanciamento, do transporte e da venda das safras.
Três hectares são
dedicados a culturas diversas, como arroz, milho, feijão etc., além de manterem
veniente da Malaia, e que chega a pro duzir uns quatrocentos cocos por ano. Há uma área para pasto, que manterá
vacas de leite. aves.
Avíário para três mil
A Colônia dispõe ou disporá, quando integralmente instalada, de um grande
aviaria que fornecerá pintos de um dia aos colonos; de pocilgas e estábulos,
/
Vem
de longe, da.s_ proximidades da Paraíba, dos planaltos frescos e vivificantes da
Pedra.
tem colonos estrangeiros, colonos espa
Em Delmiro. como em Petrolândia, como em Paulo Afonso, a quietude, a
nhóis das "huertas" fecundíssimas de
Pocilgas.
na planície ondulada. Margens que são fímbrias de aluvião muito fértil.
se está começando a revelar. Não exis
gura (30.000 hectares), onde o Ministé
coqueiros anões — o Cocus nucifera pro
culturas. O Mo.xotó é um traço de aço
rio da Agricultura alargará o Núcleo Colonial Agro-industrial, tão promissor
lômetros de comprimento por 6 de lar
um goiabeiral e pequena produção de
e fértil, retalhada pelo quadriculado das
Borborema, onde as temperaturas mais altas nunca ultrapassam os 26 graus centígrados. Atravessa caatingas, pasta gens e algodoals. Alcança o São Fran cisco com duzentos quilômetros de curso. Além, é Alagoas. Mas já estamos des cendo no aeródromo de Delmiro, antiga
Alguns lotes já estão povoados. Ou tros, sendo preparados. O govêrno da Bahia desapropriou uma área de 50 qui
com cinco hectares e vinte ares, casa e instalações outras.
Como
Valência e Múrcia, que conseguem pro
pasmaceira colonial existe ao lado de
duzir, por hectare, em clima algo Seme lhante, o equivalente a 50 mil e 100
febril agitação.
mil cruzeiros.
automóveis, os ônibus, os aviões quase
Aqui fica a sugestão: localizar às mar gens do São Francisco, em terras pró-
se cruzam.
São duas épocas que
Os trens, os caminhões, os
atropelam vaqueiros encourados e carros de boi. Há água encanada e luz elé-
DicK-STO
Eco.v6.\!Jco
tadupa de Paulo Afonso, a terceira ou quarta do mundo, é sobrevoada antes
(Iciras.
das nove horas. O espetáculo c empol
choeira de Itaparíca, pequenina em re lação a Paulo Afonso, insignificante, quase anônima, mas sempre possuindo
Tacaralu, com siuís lavouras
fartas, um dos celeiros da zona. A ca
DioESTO Econômico
77
onde os colonos encontrarão reproduto
cisco, com setecentos a mil metros de
\eitados por uma minúscula mas utilís-
largura, um rio onde as ilhas e os ar quipélagos são numerosos, reúne suas
res de primeira ordem e suínos e bovi nos para comprar em condições excep cionais; de instalações para beneficiar arroz e preparar fubá e farelo de milho; de fábricas de doce, de outras conservas, de ovo desidratado, de farinhas de ossos, carne e sangue, de lacticínios, de pre
siina usina do Ministério da Agricul
suntos, charqueada onde serão abati
tura.
dos, aos milhares, bovinos, suínos, ca prinos e ovinos, e escrupulosamente
gante.
O Stínson ora sobe o rio, ora
faz círculos baixo.s e lentos, a •princípio da esquerda para a direita e depois da
em potencial mais de 150 mil cavalos
direita para a esquerda.
de fôrça, do.s quais apenas mil apro-
O São Fran
águas num canal de uns oitenta metros
Desço no aeródromo de Pclrolàndia,
e cai fragorosamente, cai turbilhonando, espumando, rugindo^ cintílando aos raios
pequeno burgo pernambucano, que já se chamou Jatobá. Daqui parte uma estrada de ferro, que o sr. D. Pedro II mandou construir para contornar as
do sol, de uns oitenta e .seis metros de
altura. Depois, as águas revoltas per correm por dezenas de quilômetros um
canhão belíssimo, de paredes perpendi culares e com quase uma centena de metros de altura.
Envolvendo a cena
ciclópica, um manto irisado de poeira
aproveitados pelos mais modernos pro cessos.
Na sede do Núcleo o colono encon trara completa assistência técnica e todo
cachoeiras que se sucedem cm deze
o material agro-pecuário de que neces
nas de quilômetros, ligando dois grandes
sitar.
A energia eletrica é fartíssima e quase
trechos navegáveis do São Francisco.
gratuita.
O Núcleo Colonial Agro-indusirial
A água das regas corre ao
longo dos lotes, penetra-os, permitindo
prias do Núcleo Colonial Agro-industrial,
quinhentas famílias de agricultores valencianos.
As verbas destinadas ao Núcleo foram
sensivelmente aumentadas, pois o pre sidente Dutra deseja que ele abasteça a aglomeração demográfica que está sur gindo em Paulo Afonso, e que crescerá rapidamente, à semelhança do que su cede com Volta Redonda, pobre e des conhecida estação de estrada de ferro
há dez anos, uma das grandes cidades brasileiras em mais dois'lustros. Delmiro
O Stinson deslizou na pista e alçou
vôo. o Cerro do Frade erguia-se brus camente à margem do São Francisco.
pensa sôbre o abismo, a pequena usina que Delmiro Gouveia montou há trinta
que as culturas se sucedam, sem inter
lonial Agro-industrial, distante, rio aci
Pedregoso, vestido de vegetação taca nha e rala, bom ambiente para as lendas
rupção, durante o ano inteiro.
ma, uns nove quilômetros, c percorri-
em que figura. Tacaratu, serra chuvosa
anos, para instalar uma fábrica de linha.
lhe as instalações e os campos de cul
calor não falta, o milho pode ser planta
líquida.
Encrustada no canhão, sus
Assassinaram-no. O trust comprou as máquinas e jogou-as no São Francisco, procurando destruir definiti\amente a
iniciativa brasileira. À margem sul, os
prédios do Ministério da Agricultura que aí está ultimando a instalação de uma usina com 5.000 quilovátios, para refor çar" os mi! cavalos do Núcleo Colonial Agro-industrial de Petrolândia, e for
necer energia para a instalação da gran de usina da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que será.uma das maio res do mundo.
Itaparica
Continuei viajando em direção oeste,
sempre a pequena altitude. Ao lado, ji' ora mais perto, ora mais longe, o São Francisco revôlto pelas freqüentes corre.
De automóvel, fui até ao Núcleo Co
do em todos os dias do ano, bem como as plantas hortícolas.
tura.
É uma idéia do antigo ministro Apolônio Sales, hoje senador, em fase de realização. É uma grande experiência. Cada colono recebe um lote irrigado,
Uma cooperativa se encarrega do fi nanciamento, do transporte e da venda das safras.
Três hectares são
dedicados a culturas diversas, como arroz, milho, feijão etc., além de manterem
veniente da Malaia, e que chega a pro duzir uns quatrocentos cocos por ano. Há uma área para pasto, que manterá
vacas de leite. aves.
Avíário para três mil
A Colônia dispõe ou disporá, quando integralmente instalada, de um grande
aviaria que fornecerá pintos de um dia aos colonos; de pocilgas e estábulos,
/
Vem
de longe, da.s_ proximidades da Paraíba, dos planaltos frescos e vivificantes da
Pedra.
tem colonos estrangeiros, colonos espa
Em Delmiro. como em Petrolândia, como em Paulo Afonso, a quietude, a
nhóis das "huertas" fecundíssimas de
Pocilgas.
na planície ondulada. Margens que são fímbrias de aluvião muito fértil.
se está começando a revelar. Não exis
gura (30.000 hectares), onde o Ministé
coqueiros anões — o Cocus nucifera pro
culturas. O Mo.xotó é um traço de aço
rio da Agricultura alargará o Núcleo Colonial Agro-industrial, tão promissor
lômetros de comprimento por 6 de lar
um goiabeiral e pequena produção de
e fértil, retalhada pelo quadriculado das
Borborema, onde as temperaturas mais altas nunca ultrapassam os 26 graus centígrados. Atravessa caatingas, pasta gens e algodoals. Alcança o São Fran cisco com duzentos quilômetros de curso. Além, é Alagoas. Mas já estamos des cendo no aeródromo de Delmiro, antiga
Alguns lotes já estão povoados. Ou tros, sendo preparados. O govêrno da Bahia desapropriou uma área de 50 qui
com cinco hectares e vinte ares, casa e instalações outras.
Como
Valência e Múrcia, que conseguem pro
pasmaceira colonial existe ao lado de
duzir, por hectare, em clima algo Seme lhante, o equivalente a 50 mil e 100
febril agitação.
mil cruzeiros.
automóveis, os ônibus, os aviões quase
Aqui fica a sugestão: localizar às mar gens do São Francisco, em terras pró-
se cruzam.
São duas épocas que
Os trens, os caminhões, os
atropelam vaqueiros encourados e carros de boi. Há água encanada e luz elé-
79
DicnsTo EcoNÓ^^co DiCESTtJ
ECONÓ.XtlCO'^
tecidos, e não é das menores, traba
jando lá no alto, batido pelo \c'nlo fres co e úmido da manhã dc julho. Um
lhando vinte e quatro horas por dia.
engenlioiro tchecoslovaco, recentemente
Mas o fazendeiro passa tranqüilo no pangaré. E as lavouras irrigadas alter nam com culturas pecas, onde a falta de uma chuva — e a região é semi-árida, — significa a perda de tôda uma
escapado de sua terra, rccebeu-me já falando português. Um engenheiro bra
tríca na cidade.
Há uma fábrica de
colheita.
Mas engenheiros de quase todos os
sileiro mostrcu-nio as instalações da usi
na de 5.000 quilovátios que está sendo ultimada. Um engenlieiro sueco, mistu rando castelhíuio com algum porhiguê.s de última hora, disse-me o seu enlusia.s-
matizes — civis, eletricistas, agrônomos,
mo pela obra que se vai fazendo.
industriais — cruzam as ruas cada vez
savam técnicos brasi]eiro.s% lituanos. ita
com mais freqüência, falando meia dú
lianos, alemães o poloneses, atarefados
zia de línguas e preparando-Ihe uma transformação completa e surpreenden temente rápida. Um milagre da técnica moderna.
A Companhia Hidrelétrica do São Francisco
No dia seguinte partia, de carro, para Paulo Afonso, a poucos quilômetros de distância, em companhia de ou tros técnicos.
conversa versava so
nas, barragens, ir rigação,
c rápidos.
Um dique de uns três metros de al
tura correrá através do arquipélago flu^ vial existente logo
■ri'''
ma da cachoeira. E
Agricultura.
será de oitenta e seis metros. A usina
numa
Prédios
quinas diversas.
•-
projetada terá 600 '
Veículos.
Material.
Má-
Técnicos.
Operários. O estrépito festivo do traba-
liio.
aproveitável
E o pavilhão auri-verde drape-
mil quilovátios de fôrça. Não se pen
se, porém, que isto esgotará a capacida de da cachoeira. A vazão mínima do São Francisco em
Paulo Afonso é de 800 metros cúbico.s;
Mas não é só Paulo Afonso.
Na Re
gião das Cachoeiras, que compreende uma extensão de dçzenas de quilôme tros, há, além de Paulo Afonso, Itaparica e outras catadupas.
Tòdas elas
mento do débito mínimo. Ademais, cor
O débito mínimo do São Francisco
deve aumentar muito depois de concluí das as obras hidráulicas, projetadas umas
71 nietios de altura.
queda
a vazão do São Francisco, elevando de
50 de débito mínimo.
zentos
riinta c seis metros de rocha viva. A
das Velhas, e trabalhos de reflwestamen-
serão altamente beneficiadas pelo au
uma barragem em Fêcho do Funil, com
subterrâ
minuir o máximo do rio principal. Barragens noutros afluentes, como o
bito médio, 5.000 de débito máximo, e
Por um túnel de du
turbinas
São Francisco, aci
Podería
do aproveitamento do Paraopeba, gran
neas, protegidas por
o
10 mil máximo e 25 mínimo.
turbinas, se decanta rá a água das cheias.
águas alcançarão as
üm lago de dez bilhões de metros cúbi cos dágua, que contribuirá grandemen te para aumentar o débito mínimo e di
muito a energia de Paulo Afonso.
O Loiro conta com
c .iniciadas outras.
as
barrar o Rio Grande, este afluente baia no do São Francisco, não devendo ser confundido com o anterior, formando
cos de descarga média, 2.000~nas cheias,
formando um lago onde, para bem das
metros
Essa água irá aumentar o débito mínimo do São Francisco. Projeta-se também
to também contribuirão para regularizar
mos acrescentar o Ebvo, grande rio es panhol, com 100 metros cúbicos de dé
cisco, desdobrou mapas em grande es cala e explicou o plano em execução.
usina com 100 mil quilovátios de fôrça.
3.334 metros cúbicos nas cheias ordi nárias. O Sena tem 130 metros cúbi e 40 nas estiadas.
acima da cachoeira,
camioneta, em dire ção ao acampamen to do Ministério da
um débito médio de 300 metros cúbi cos, mínimo de 23 metros cúbicos, e
da Companhia Hidrelétrica do .São Fran
de, indústrias, mi neração, reflorestamento, transporte.s.
continuamos
sula Ibérico, o Sena e o Loive, grandes e afamados rios franceses. O Tejo tem
132 metros cúbicos de débito médio,
eletricida
Atravessamos
vejamos o Tejo, o maior rio da penín
Mais tarde, depois do almoço, o enge nheiro Marcondes. Ferraz, díretor-tccnico
E a
bre «cachoeiras, usi
Pas
u média eleva-se a 2.600 metros cúbicos; a máxima a mais de 15.000 metn > cúbi cos. Para bem se avaliar da grandeza do débito, embora nem de longe sc nossa comparar com os 120 mil metros cúbicos de descarga média do Amazo nas e os 250 mil de descarga máxima,
Iniciam-se, por exemplo, os trabalhos de afluente do São Francisco.
Fàr-se-á
rendo o São Francisco num canhão cora
muitas dezenas de metros de profundi
dade depois de Paxilo ' Afonso, parece tècnicamente possível, no futuro, se pre ciso, fazer pelo menos uma barragem provocando luna grande queda artificial que permitirá a instalação de mais uma usma.
O débito mínimo
Não há exagêro, portanto, em calcular
do rio, que é de 26 metros cúbicos, pas sará a 100, quase o quádruplo. Ter-
as possibilidades futuras da Região das
se-ão 180 mil cavalos de força. Èsse aumento considerável de vazão vai in
nambuco, Alagoas, Bahia c Sergipe) em
fluir favoravelmente noutra usina que
quilovátios, desde que se usem os ar
se projeta, quilômetros abai.xo, e no
tifícios da técnica.
débito do rio principal.
Cachoeiras (o trecho fronteiriço de Per não menos dc um milhão e duzentos mil
Não faltarão, assim, possibilidades pa
Projeta-se barrar o Rio Grande (alto
ra a eletrificação de amplíssima zona do
Paraná), em Porto Capetinga, onde sua
País, que não dispõe, para isto, aliás,
vazão mínima é de 180 metros cúbicos,
apenas do São Francisco.
e jogá-lo, através de um túnel, ho São
Dentio de quatro anos, deve estar
Francisco, depois de formar uma que
inaugurada a usina de Paulo Afonso e
da que permitirá a instalação dc uma
fornecendo energia elétrica a João Pes-
79
DicnsTo EcoNÓ^^co DiCESTtJ
ECONÓ.XtlCO'^
tecidos, e não é das menores, traba
jando lá no alto, batido pelo \c'nlo fres co e úmido da manhã dc julho. Um
lhando vinte e quatro horas por dia.
engenlioiro tchecoslovaco, recentemente
Mas o fazendeiro passa tranqüilo no pangaré. E as lavouras irrigadas alter nam com culturas pecas, onde a falta de uma chuva — e a região é semi-árida, — significa a perda de tôda uma
escapado de sua terra, rccebeu-me já falando português. Um engenheiro bra
tríca na cidade.
Há uma fábrica de
colheita.
Mas engenheiros de quase todos os
sileiro mostrcu-nio as instalações da usi
na de 5.000 quilovátios que está sendo ultimada. Um engenlieiro sueco, mistu rando castelhíuio com algum porhiguê.s de última hora, disse-me o seu enlusia.s-
matizes — civis, eletricistas, agrônomos,
mo pela obra que se vai fazendo.
industriais — cruzam as ruas cada vez
savam técnicos brasi]eiro.s% lituanos. ita
com mais freqüência, falando meia dú
lianos, alemães o poloneses, atarefados
zia de línguas e preparando-Ihe uma transformação completa e surpreenden temente rápida. Um milagre da técnica moderna.
A Companhia Hidrelétrica do São Francisco
No dia seguinte partia, de carro, para Paulo Afonso, a poucos quilômetros de distância, em companhia de ou tros técnicos.
conversa versava so
nas, barragens, ir rigação,
c rápidos.
Um dique de uns três metros de al
tura correrá através do arquipélago flu^ vial existente logo
■ri'''
ma da cachoeira. E
Agricultura.
será de oitenta e seis metros. A usina
numa
Prédios
quinas diversas.
•-
projetada terá 600 '
Veículos.
Material.
Má-
Técnicos.
Operários. O estrépito festivo do traba-
liio.
aproveitável
E o pavilhão auri-verde drape-
mil quilovátios de fôrça. Não se pen
se, porém, que isto esgotará a capacida de da cachoeira. A vazão mínima do São Francisco em
Paulo Afonso é de 800 metros cúbico.s;
Mas não é só Paulo Afonso.
Na Re
gião das Cachoeiras, que compreende uma extensão de dçzenas de quilôme tros, há, além de Paulo Afonso, Itaparica e outras catadupas.
Tòdas elas
mento do débito mínimo. Ademais, cor
O débito mínimo do São Francisco
deve aumentar muito depois de concluí das as obras hidráulicas, projetadas umas
71 nietios de altura.
queda
a vazão do São Francisco, elevando de
50 de débito mínimo.
zentos
riinta c seis metros de rocha viva. A
das Velhas, e trabalhos de reflwestamen-
serão altamente beneficiadas pelo au
uma barragem em Fêcho do Funil, com
subterrâ
minuir o máximo do rio principal. Barragens noutros afluentes, como o
bito médio, 5.000 de débito máximo, e
Por um túnel de du
turbinas
São Francisco, aci
Podería
do aproveitamento do Paraopeba, gran
neas, protegidas por
o
10 mil máximo e 25 mínimo.
turbinas, se decanta rá a água das cheias.
águas alcançarão as
üm lago de dez bilhões de metros cúbi cos dágua, que contribuirá grandemen te para aumentar o débito mínimo e di
muito a energia de Paulo Afonso.
O Loiro conta com
c .iniciadas outras.
as
barrar o Rio Grande, este afluente baia no do São Francisco, não devendo ser confundido com o anterior, formando
cos de descarga média, 2.000~nas cheias,
formando um lago onde, para bem das
metros
Essa água irá aumentar o débito mínimo do São Francisco. Projeta-se também
to também contribuirão para regularizar
mos acrescentar o Ebvo, grande rio es panhol, com 100 metros cúbicos de dé
cisco, desdobrou mapas em grande es cala e explicou o plano em execução.
usina com 100 mil quilovátios de fôrça.
3.334 metros cúbicos nas cheias ordi nárias. O Sena tem 130 metros cúbi e 40 nas estiadas.
acima da cachoeira,
camioneta, em dire ção ao acampamen to do Ministério da
um débito médio de 300 metros cúbi cos, mínimo de 23 metros cúbicos, e
da Companhia Hidrelétrica do .São Fran
de, indústrias, mi neração, reflorestamento, transporte.s.
continuamos
sula Ibérico, o Sena e o Loive, grandes e afamados rios franceses. O Tejo tem
132 metros cúbicos de débito médio,
eletricida
Atravessamos
vejamos o Tejo, o maior rio da penín
Mais tarde, depois do almoço, o enge nheiro Marcondes. Ferraz, díretor-tccnico
E a
bre «cachoeiras, usi
Pas
u média eleva-se a 2.600 metros cúbicos; a máxima a mais de 15.000 metn > cúbi cos. Para bem se avaliar da grandeza do débito, embora nem de longe sc nossa comparar com os 120 mil metros cúbicos de descarga média do Amazo nas e os 250 mil de descarga máxima,
Iniciam-se, por exemplo, os trabalhos de afluente do São Francisco.
Fàr-se-á
rendo o São Francisco num canhão cora
muitas dezenas de metros de profundi
dade depois de Paxilo ' Afonso, parece tècnicamente possível, no futuro, se pre ciso, fazer pelo menos uma barragem provocando luna grande queda artificial que permitirá a instalação de mais uma usma.
O débito mínimo
Não há exagêro, portanto, em calcular
do rio, que é de 26 metros cúbicos, pas sará a 100, quase o quádruplo. Ter-
as possibilidades futuras da Região das
se-ão 180 mil cavalos de força. Èsse aumento considerável de vazão vai in
nambuco, Alagoas, Bahia c Sergipe) em
fluir favoravelmente noutra usina que
quilovátios, desde que se usem os ar
se projeta, quilômetros abai.xo, e no
tifícios da técnica.
débito do rio principal.
Cachoeiras (o trecho fronteiriço de Per não menos dc um milhão e duzentos mil
Não faltarão, assim, possibilidades pa
Projeta-se barrar o Rio Grande (alto
ra a eletrificação de amplíssima zona do
Paraná), em Porto Capetinga, onde sua
País, que não dispõe, para isto, aliás,
vazão mínima é de 180 metros cúbicos,
apenas do São Francisco.
e jogá-lo, através de um túnel, ho São
Dentio de quatro anos, deve estar
Francisco, depois de formar uma que
inaugurada a usina de Paulo Afonso e
da que permitirá a instalação dc uma
fornecendo energia elétrica a João Pes-
80
Dicesto Econômico
soa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador e dezenas de cidades menores.
Quando essas linhas forem pubhcadas, devem estar em construção, nos arredo
res de Paulo Afonso, um grande hotel, um hospital, um aeródromo, uma ci
dade onde se alojarão técnicos e operá rios. Uma ponte sôbre o São Francisco, que custará uns 50 milhões de cruzei ros, está sendo projetada. Melhoram-se
as estradas de rodagem que de Salvador, Maceió Aracaju e Recife conduzem a Paulo Afonso.
Irrigação
Parte da energia de Paulo Afonso será
empregada em obras de irrigação, que tomarao esse trecho do Brasil extraordi nariamente fecundo.
Industrialização
a desapropriar já foi dclerniinada. Ini-
ciaram-.se estudos da geologia c da florá
Do Mil-Réis ao Cruzeiiro
da região. O hotel de turistas será ini
ciado cm poucas semanas.
II
Egito
JosAPHAT Linhares
(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará)
O Egito, em 35.000 quilômetros de terras irrigadas, mantém dezoito mi
A Cai.Tíi de Conuersão
lhões de habitantes, vivendo quase exclnsivamente da agricultura. Produzia, lá para 1944, 234.600 to
neladas de fibra de algodão de primeirí.«ima ordem; 1.360.600. toneladas de trigo; 1.377.000 toneladas de milho; 314.400 toneladas de centeio; 677.500 tone adas de arroz, além de quantidades
A Caixa de Conversão constituiu, sonho frustrado para ms 1 iiir no país a circulação monetária com base metálica.
Criada pela Lei n. 1575, de 6 de de
zembro de 1906, e regulamentada pelo
su )stanciais de sorgo, amendoim, açú-
Decreto n. 6.267, de 13 do mesmo mês,
cai, támaras etc. Criava quase 2 mihões de ovinos; quase um milhão de
dado, ao câmbio de 15 d. por 1$000,
bufalos; 1.142.000 asininos; 983 mil bo vinos; 1.500.000 caprinos; 155.000 ca-
destinava-se a receber todo o ouro amoe. dando, em troca, bilhetes conversíveis à vista, até o máximo de 20 milhões de
me.os; 31 mil cavalos; 23 mil mulas e 37 mil porcos.
libras.
de Taubaté".
de cruzeiros, tendo, com esta finalidade, enviado agentes ao Rio de Janeiro.
No Egito, além das terras irrigadas, ^ o deserto absolutamente infecundo. a não acontece na região a irrigar, ou antes, que começa a ser irrigada. Pro dução equivalente lá é possível. Ade
Parque Nacional de Paulo Afonso
e arata, a existência de matérias-primas de toda ordem permitirão uma indus
Movimentam-se, desde já. capitalistas de todo o País para a instalação de fábri cas na região. E há mais: milionários franceses estão interessados em inverter em fábricas o equivalente a 400 milhões
Haverá um Parque Nacional com 15 mil hectares, compreendendo terras de Pernambuco, Alagoas e Bahia. A área
mais, a energia elétrica abundantíssima trialização e.spetacular.
Surge uma nova região altamente pro
dutiva, que muito vai contribuir para a grandeza do Brasil.
Fmcumanos dp Departamerno da Agricultura prevêm uma safra-rccorde dc mtlho nos Estados Umdos que fara os preços descerem pelo menos 30 por cento
até dezembro prcx,mo. _ O resultado sera inicialmente ,,m aunusnto dos preços da carne rmqiie os fazendeiros preferirão reter grande parte das suas criações para engorda-las com muno barato, em vez de mandá-las desde logo para o rnercado.
A idéia saiu do chamado "Convênio A seu respeito disse Vieira Souto:
"Compreendia duas partes distintas, ou antes, procurava ligar indissoluvelmente, por meio de uma lei, dois problemas di
ferentes, ambos de difícil solução: o econômico, que consiste na valorização do café, e o financeiro, que busca fixar o câmbio e cria uma Caixa de Conver
Durante os três primeiros anos de funcionamento conseguiu-se uma certa estabilidade do câmbio na casa dos 15
d., com a variação de pequenas frações. Mas, como confessou o próprio Minis tro da Fazenda, nesse particular, de vi são superior à do seu antecessor, "é in
contestável a influência exercida pelo Banco do Brasil no sentido de normali zar o mercado de câmbio e firmar as
taxas". (Relatório de 1908 - Introdu ção, apud Afonso Costa — A Caixa de Conversão, pág. 49). O pais, no entanto, atravessava uma
época de relativa prosperidade e o câm bio se foi firmando com acentuada ten
dência à alta, chegando, em 1910, à casa dos 18 d.
De logo, como se conclui, a Caixa de Conversão abarrotou-se de ouro, atin gindo o seu limite máximo de 20 mi lhões de esterlinos.
Sendo a taxa convencionada para a troca das notas inferior à corrente no
são . (Vieira Souto, apud J. Papaterra — Ec. Política e Finanças, pág. 304). A finalidade desta era, porém, dupla. • Conseguir a estabilidade do câmbio,
mercado de cambio, era de grande van tagem adquirir ouro para depositá-lo na
cujas tendências à alta e constantes flu
Dessa maneira, para desapontamento dos auristas intransigentes, o nosso papel-
tuações, devidas às manobras da especu lação, djesfavoreciam os e.xportadores, que chegaram mesmo a advogar o troco das notas à taxa de 12 d. por 1$000, e a sempre sonhada mas sempre inexeqiiível circulação com base metálica num regime de franca conversibilidade.
Caixa de Conversão, fruindo lucros magníficos nessa operação. moeda inconversível estêve valendo mais
do que as notas conversíveis do Institu to de conversão.
Foi, como se vê, uma criação exó tica,
Não tinha a Caixa de Conversão os
80
Dicesto Econômico
soa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador e dezenas de cidades menores.
Quando essas linhas forem pubhcadas, devem estar em construção, nos arredo
res de Paulo Afonso, um grande hotel, um hospital, um aeródromo, uma ci
dade onde se alojarão técnicos e operá rios. Uma ponte sôbre o São Francisco, que custará uns 50 milhões de cruzei ros, está sendo projetada. Melhoram-se
as estradas de rodagem que de Salvador, Maceió Aracaju e Recife conduzem a Paulo Afonso.
Irrigação
Parte da energia de Paulo Afonso será
empregada em obras de irrigação, que tomarao esse trecho do Brasil extraordi nariamente fecundo.
Industrialização
a desapropriar já foi dclerniinada. Ini-
ciaram-.se estudos da geologia c da florá
Do Mil-Réis ao Cruzeiiro
da região. O hotel de turistas será ini
ciado cm poucas semanas.
II
Egito
JosAPHAT Linhares
(Professor da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará)
O Egito, em 35.000 quilômetros de terras irrigadas, mantém dezoito mi
A Cai.Tíi de Conuersão
lhões de habitantes, vivendo quase exclnsivamente da agricultura. Produzia, lá para 1944, 234.600 to
neladas de fibra de algodão de primeirí.«ima ordem; 1.360.600. toneladas de trigo; 1.377.000 toneladas de milho; 314.400 toneladas de centeio; 677.500 tone adas de arroz, além de quantidades
A Caixa de Conversão constituiu, sonho frustrado para ms 1 iiir no país a circulação monetária com base metálica.
Criada pela Lei n. 1575, de 6 de de
zembro de 1906, e regulamentada pelo
su )stanciais de sorgo, amendoim, açú-
Decreto n. 6.267, de 13 do mesmo mês,
cai, támaras etc. Criava quase 2 mihões de ovinos; quase um milhão de
dado, ao câmbio de 15 d. por 1$000,
bufalos; 1.142.000 asininos; 983 mil bo vinos; 1.500.000 caprinos; 155.000 ca-
destinava-se a receber todo o ouro amoe. dando, em troca, bilhetes conversíveis à vista, até o máximo de 20 milhões de
me.os; 31 mil cavalos; 23 mil mulas e 37 mil porcos.
libras.
de Taubaté".
de cruzeiros, tendo, com esta finalidade, enviado agentes ao Rio de Janeiro.
No Egito, além das terras irrigadas, ^ o deserto absolutamente infecundo. a não acontece na região a irrigar, ou antes, que começa a ser irrigada. Pro dução equivalente lá é possível. Ade
Parque Nacional de Paulo Afonso
e arata, a existência de matérias-primas de toda ordem permitirão uma indus
Movimentam-se, desde já. capitalistas de todo o País para a instalação de fábri cas na região. E há mais: milionários franceses estão interessados em inverter em fábricas o equivalente a 400 milhões
Haverá um Parque Nacional com 15 mil hectares, compreendendo terras de Pernambuco, Alagoas e Bahia. A área
mais, a energia elétrica abundantíssima trialização e.spetacular.
Surge uma nova região altamente pro
dutiva, que muito vai contribuir para a grandeza do Brasil.
Fmcumanos dp Departamerno da Agricultura prevêm uma safra-rccorde dc mtlho nos Estados Umdos que fara os preços descerem pelo menos 30 por cento
até dezembro prcx,mo. _ O resultado sera inicialmente ,,m aunusnto dos preços da carne rmqiie os fazendeiros preferirão reter grande parte das suas criações para engorda-las com muno barato, em vez de mandá-las desde logo para o rnercado.
A idéia saiu do chamado "Convênio A seu respeito disse Vieira Souto:
"Compreendia duas partes distintas, ou antes, procurava ligar indissoluvelmente, por meio de uma lei, dois problemas di
ferentes, ambos de difícil solução: o econômico, que consiste na valorização do café, e o financeiro, que busca fixar o câmbio e cria uma Caixa de Conver
Durante os três primeiros anos de funcionamento conseguiu-se uma certa estabilidade do câmbio na casa dos 15
d., com a variação de pequenas frações. Mas, como confessou o próprio Minis tro da Fazenda, nesse particular, de vi são superior à do seu antecessor, "é in
contestável a influência exercida pelo Banco do Brasil no sentido de normali zar o mercado de câmbio e firmar as
taxas". (Relatório de 1908 - Introdu ção, apud Afonso Costa — A Caixa de Conversão, pág. 49). O pais, no entanto, atravessava uma
época de relativa prosperidade e o câm bio se foi firmando com acentuada ten
dência à alta, chegando, em 1910, à casa dos 18 d.
De logo, como se conclui, a Caixa de Conversão abarrotou-se de ouro, atin gindo o seu limite máximo de 20 mi lhões de esterlinos.
Sendo a taxa convencionada para a troca das notas inferior à corrente no
são . (Vieira Souto, apud J. Papaterra — Ec. Política e Finanças, pág. 304). A finalidade desta era, porém, dupla. • Conseguir a estabilidade do câmbio,
mercado de cambio, era de grande van tagem adquirir ouro para depositá-lo na
cujas tendências à alta e constantes flu
Dessa maneira, para desapontamento dos auristas intransigentes, o nosso papel-
tuações, devidas às manobras da especu lação, djesfavoreciam os e.xportadores, que chegaram mesmo a advogar o troco das notas à taxa de 12 d. por 1$000, e a sempre sonhada mas sempre inexeqiiível circulação com base metálica num regime de franca conversibilidade.
Caixa de Conversão, fruindo lucros magníficos nessa operação. moeda inconversível estêve valendo mais
do que as notas conversíveis do Institu to de conversão.
Foi, como se vê, uma criação exó tica,
Não tinha a Caixa de Conversão os
Dicicsto
82
Econômico
Oir.ESTO Econômico "
iquisitos indispensáveis para atingir
TO
sua finalidade.
Como aparelho de estabilização de câmbio, outra deveria ter sido a sua
as tendências à alta. o.s especuladores hàbilmente se aproveitaram e, importan
empréstimos, voltou-se francamente à po
do ouro a baixo preço, abarrotaram a
ção, no país, um montante de Rs. 1.030.000:000§000, importância que,
estrutura.
Caixa de Conversão, auferindo vantajo
A Inglaterra, em 1932, com pleno êxi to, instituiu um Fundo de Igualação de
so lucro.
Câmbios (Exchange Equalisation Ac-
ria o Brasil possuir, naquela época ou mesmo ainda hoje, uma instituição se
count), mas em moldes completamente
embora emitida, como diz Valdemar Fal cão, a pretexto de auxílios aos bancos,
Mas — e aqui está a que.slão — pode
â lavoura e às indristrlas, tinha por fi nalidade solver os deficits orçamentá rios que montaram, no mesmo período,
A simplicidade e o segredo, diz N.
. Londres, como sabemos, até antes da
(The Exchange Equalisation Account, pág- 23).
segunda guerra mundial, era um gran de centro financeiro do mundo, compe
Havendo afluência de divisas estran
geiras, o "Fundo" vende bônus do Te
de ser explicável u.procura \'erificada de ]ibra.s-, após o seu desligamento do ouro,
essas divisas que, geralmente, transforma
o que iria, certamente, determinar a sua
em ouro.
Não determina, desta maneira, nenhu ma inflação, nenhum excesso de meios de pagamento, porquanto, para a aqui
revalorização, prejudicial i\ indústria in glesa, se não fôra a ação pronta e eficaz dü Fundo de Igualação de Câmbios., Como instituto que visa.sse a levar o
necessárias com a venda dos bônus do
seu meio circulante, nada menos adequa
Tesouro.
Monetário no Brasil, pág. 28). Vem em seguida a Carteira de Redes
conto do Banco do Brasil, cujas emis
tindo tão sòmente com Nova York, don
souro e, com as libras obtidas, compra
sição das divisas, êle obtém as libras
a Rs. 1.433.666:000$000. (O Empirismo
ção de câmbios?
F. Hall, caracterizaram as suas operações.
sões seriam ainda desviadas para atender às deficiências do Tesouro, equiparados os seus títulos, por um dispositivo legal, aos descontáveis naquele Instituto.
Consegue a estabilização do câmbio
seu fundo de provisão, a sua "massa
de manobra", a fim às ..V. so— . de atender — -w movimento de saída do áureo metal. Sendo desconhecida a fôrça de que dispõe, especuladores naturalmente ae
licitações que surgirem no caso de um
retraem em seus audaciosos manejos.
^®A nossa Caixa de Conversão, antes de
orçamentos
país ao regime da conversibilidade do
Emitindo notas na proporção de 100% do lastro ouro, não possuía o elatério
fptóprio
'
1
'D.incil
/^nrífA-rrrtj-*
do Brasil, conforme confessa
da Fazenda.
Repetia-se, quase, o episódio de D. João VI com o primeiro Banco do Bra
sil quando, ao regressar para o Reino, mandou retirar e conduzir com êle, dos cofres do banco, tôda a soma de metais
que foi possível reunir, não obstante a dívida
do seu govêmo a êsse
contos, que foram co
tão excedente a todo o
bertos por dois emprés
capital do banco. (An
timos externos e pelas
tônio Carlos, Bancos de
emissões da Carteira de
Emissão no Brasil, pág.
viadas dos seus objeti
15).
'
Finalmente, é
esta
do Banco do Brasil de
n.
1923 foram empregadas
4.635, de 8 de janeiro
de 1923, sendo substituída pela Carteira
aplausos e esperanças".
pela
Lei
para atender às despe sas do Tesouro Público.
de Emissão do Banco do Brasil, trans formado, assim, em Banco Emissor.
Assim como' se abarrotou de ouro
I
Apenas, não os haveres, mas as emissões
vos.
, O seu presidente Cincinato Braga, cuja competência no assunto é por to
dos reconhecida e de cujos bons propó
tervencionista do governo não se fizesse
sitos a ninguém é dado duvidar, teve
sentir.
de ver fracassado o seu plano por isso
Reforma Washington Luís
Quando no govêrno da República, en tendeu o sr. Washington Luís estabilizar a moeda a uma taxa que considerava
Emisaões pelo Banco do Brasil
que, como explicou em sua exposição
já adaptada às condições econômicas do
publicada no "O Jornal" de 3 de janeiro
país.
Com o surto da primeira guerra mun
de 1925 e, depois, em "Brasil No vo", foram as operações com o Tesou
qO ^
nOSS^^
tos dos particulares, 676.000 contos".
(Brasil Novo, t. 11, pág. 26).
estabelecimento, já en
micos e financeiros indispensáveis, "der-
mento, que seria completo se a ação in-
estavam, portanto: 1°. - todo o capital do banco, na cifra de 100.000 contosj 2.° — todo o fundo de reser\'a, 50.000 contos; 3.° — a maior parte dos depósi
mais de um milhão de
ruiu o castelo erigido em meio de gerais
ram, depressa se verificou o seu esvazia
ções com o Tesouro Nacional aplicados 826.000 contos. Nas mãos do Govêmo
a
extinta
culadores-
Certo, como se disse, houve um períoEstabilização do câmbio, mas de. isso a .««mo nprffl estabilidade das condições econômicas e à ação
subiram
técnica adequada, sem os meios econô
'mp^dir, despertou a cobiça dos espe
540.000 contos, achando-se nas opera
Redesconto, assim des
indispensável a um verdadebo instituto regulador da moeda. Nessas condições, sem uma estrutura
quando as circunstâncias o favorece
Atenda-se ao seguinte, diz êle: "Quan do assumi a presidência encontrei o ban co empregando em operações comerciais
No triênio 1920-1923, os deficits dos nossos
do do que a Caixa de Conversão.
absorvendo toda a oferta de ouro ou de divisas estrangeiras, para constituir
,
lítica inflacionista que jorrou à circula
melhante ao "Fundo" inglês de iguala
diversos.
83
Desde, porém, que .se inanifesturani
dial, perdidas as esperanças de novos
ro a causa das emissões do banco.
1.
Urdiu, para isso, o seu plano de esta
bilização, obedecendo à técnica seguida pelos diversos países naquela época, mas
Dicicsto
82
Econômico
Oir.ESTO Econômico "
iquisitos indispensáveis para atingir
TO
sua finalidade.
Como aparelho de estabilização de câmbio, outra deveria ter sido a sua
as tendências à alta. o.s especuladores hàbilmente se aproveitaram e, importan
empréstimos, voltou-se francamente à po
do ouro a baixo preço, abarrotaram a
ção, no país, um montante de Rs. 1.030.000:000§000, importância que,
estrutura.
Caixa de Conversão, auferindo vantajo
A Inglaterra, em 1932, com pleno êxi to, instituiu um Fundo de Igualação de
so lucro.
Câmbios (Exchange Equalisation Ac-
ria o Brasil possuir, naquela época ou mesmo ainda hoje, uma instituição se
count), mas em moldes completamente
embora emitida, como diz Valdemar Fal cão, a pretexto de auxílios aos bancos,
Mas — e aqui está a que.slão — pode
â lavoura e às indristrlas, tinha por fi nalidade solver os deficits orçamentá rios que montaram, no mesmo período,
A simplicidade e o segredo, diz N.
. Londres, como sabemos, até antes da
(The Exchange Equalisation Account, pág- 23).
segunda guerra mundial, era um gran de centro financeiro do mundo, compe
Havendo afluência de divisas estran
geiras, o "Fundo" vende bônus do Te
de ser explicável u.procura \'erificada de ]ibra.s-, após o seu desligamento do ouro,
essas divisas que, geralmente, transforma
o que iria, certamente, determinar a sua
em ouro.
Não determina, desta maneira, nenhu ma inflação, nenhum excesso de meios de pagamento, porquanto, para a aqui
revalorização, prejudicial i\ indústria in glesa, se não fôra a ação pronta e eficaz dü Fundo de Igualação de Câmbios., Como instituto que visa.sse a levar o
necessárias com a venda dos bônus do
seu meio circulante, nada menos adequa
Tesouro.
Monetário no Brasil, pág. 28). Vem em seguida a Carteira de Redes
conto do Banco do Brasil, cujas emis
tindo tão sòmente com Nova York, don
souro e, com as libras obtidas, compra
sição das divisas, êle obtém as libras
a Rs. 1.433.666:000$000. (O Empirismo
ção de câmbios?
F. Hall, caracterizaram as suas operações.
sões seriam ainda desviadas para atender às deficiências do Tesouro, equiparados os seus títulos, por um dispositivo legal, aos descontáveis naquele Instituto.
Consegue a estabilização do câmbio
seu fundo de provisão, a sua "massa
de manobra", a fim às ..V. so— . de atender — -w movimento de saída do áureo metal. Sendo desconhecida a fôrça de que dispõe, especuladores naturalmente ae
licitações que surgirem no caso de um
retraem em seus audaciosos manejos.
^®A nossa Caixa de Conversão, antes de
orçamentos
país ao regime da conversibilidade do
Emitindo notas na proporção de 100% do lastro ouro, não possuía o elatério
fptóprio
'
1
'D.incil
/^nrífA-rrrtj-*
do Brasil, conforme confessa
da Fazenda.
Repetia-se, quase, o episódio de D. João VI com o primeiro Banco do Bra
sil quando, ao regressar para o Reino, mandou retirar e conduzir com êle, dos cofres do banco, tôda a soma de metais
que foi possível reunir, não obstante a dívida
do seu govêmo a êsse
contos, que foram co
tão excedente a todo o
bertos por dois emprés
capital do banco. (An
timos externos e pelas
tônio Carlos, Bancos de
emissões da Carteira de
Emissão no Brasil, pág.
viadas dos seus objeti
15).
'
Finalmente, é
esta
do Banco do Brasil de
n.
1923 foram empregadas
4.635, de 8 de janeiro
de 1923, sendo substituída pela Carteira
aplausos e esperanças".
pela
Lei
para atender às despe sas do Tesouro Público.
de Emissão do Banco do Brasil, trans formado, assim, em Banco Emissor.
Assim como' se abarrotou de ouro
I
Apenas, não os haveres, mas as emissões
vos.
, O seu presidente Cincinato Braga, cuja competência no assunto é por to
dos reconhecida e de cujos bons propó
tervencionista do governo não se fizesse
sitos a ninguém é dado duvidar, teve
sentir.
de ver fracassado o seu plano por isso
Reforma Washington Luís
Quando no govêrno da República, en tendeu o sr. Washington Luís estabilizar a moeda a uma taxa que considerava
Emisaões pelo Banco do Brasil
que, como explicou em sua exposição
já adaptada às condições econômicas do
publicada no "O Jornal" de 3 de janeiro
país.
Com o surto da primeira guerra mun
de 1925 e, depois, em "Brasil No vo", foram as operações com o Tesou
qO ^
nOSS^^
tos dos particulares, 676.000 contos".
(Brasil Novo, t. 11, pág. 26).
estabelecimento, já en
micos e financeiros indispensáveis, "der-
mento, que seria completo se a ação in-
estavam, portanto: 1°. - todo o capital do banco, na cifra de 100.000 contosj 2.° — todo o fundo de reser\'a, 50.000 contos; 3.° — a maior parte dos depósi
mais de um milhão de
ruiu o castelo erigido em meio de gerais
ram, depressa se verificou o seu esvazia
ções com o Tesouro Nacional aplicados 826.000 contos. Nas mãos do Govêmo
a
extinta
culadores-
Certo, como se disse, houve um períoEstabilização do câmbio, mas de. isso a .««mo nprffl estabilidade das condições econômicas e à ação
subiram
técnica adequada, sem os meios econô
'mp^dir, despertou a cobiça dos espe
540.000 contos, achando-se nas opera
Redesconto, assim des
indispensável a um verdadebo instituto regulador da moeda. Nessas condições, sem uma estrutura
quando as circunstâncias o favorece
Atenda-se ao seguinte, diz êle: "Quan do assumi a presidência encontrei o ban co empregando em operações comerciais
No triênio 1920-1923, os deficits dos nossos
do do que a Caixa de Conversão.
absorvendo toda a oferta de ouro ou de divisas estrangeiras, para constituir
,
lítica inflacionista que jorrou à circula
melhante ao "Fundo" inglês de iguala
diversos.
83
Desde, porém, que .se inanifesturani
dial, perdidas as esperanças de novos
ro a causa das emissões do banco.
1.
Urdiu, para isso, o seu plano de esta
bilização, obedecendo à técnica seguida pelos diversos países naquela época, mas
84
sem consistência, como se viu depois, em face das precaríssimas condições de nossa economia.
Diz o Dr. José Caxlos de Macedo Soa
res que, apesar de não ter querido o sr. Washington Luís fazer nos documen
tos nenhuma alusão ao Gold Exchange Standard, como processo para a conver sibilidade e estabilização do nosso papelmoeda, tendo até mesmo afirmado que la adotar para esse fim o antigo sistema do Gold Standard, o fato é que todos os atos do Governo e a prática de sua po lítica tendiam a estabelecer no país a conversibilidade e a estabilização pelo Gold Exchange Standard. (Vide T C
DrcESTO
Econóníico
gurundo-lhe uma atmosfera onde os alos
públicos fôsscm livremente apreciados. Moralizou a administração do país e empenhou-se, decidida e sinceramente,
Dioesto EconYjmico
tliniinuído.s pula
depressão
85
econômica
immclial, mundial, nao não foram loram suncientes suficientes para ajus ajus.
tar a nossa balança de contas e assegu a esiauiuuauc uu cambio. cumoio. rarr a estabilidade do
Sobrevindo a revolução, foi mais
no equilíbrio orçamentário, conseguindo
uma vez por terra o sonho dê uma cir
saldos efetivos nos anos de 1927, 1928 e
1929. (Vide Washington Luís — Saldos
culação juiaçao iiiuuciaiia monetária com com base base metálica em.regime de conversibilidade.
Orçamentários). A Circulação do Tesouro e do Banc>o do Brasil, em um total de 2.569.304
A scgunc/fl República
de £ 64.230.000, ao passo que a e.xpor-
Depois de 1930 assistimos ao desmo ronamento dos mais sólidos sistemas mo-
tação nacional, em 1927, teve o valor ,i
nctarios.
contos, diz Brenno Ferraz, tem o valor
de £ 88.688.929. (A Situação do Brasil
o desligamento da libra esterUna do
Macedo Soares - A Polítíca Financeira
e a Estabilização da Moeda, pág. 80). A situação parecia, pois, auspiciosa. Entretanto, além da grande falha téc
tado nos países da Europa de após-
do Brasil em Banco Emissor que encam
o sequ.to do chamado "bloco esterlino". Vem, depois, as constantes desvalorizaçoes_ da moeda francesa e até o dóar, não por motivos propriamente mo
passe as emissões do Tesouro e servisse
netários, mas econômicos, teve de ser
do Presidente Washington Luís). Êste novo sistema foi geralmente adoguerra, tendo sido descoberto, diz Ber-
trand Nogaro, empiricamente, e realiza do, como experiência, na índia, onde a
circulação interna é sobretudo de rúpias de prata. (La Monnaie et Les Phen.
Monetaires Contemporains, pág. 28). É um processo de maior elasticidade do que o padrão-ouro.
, A sua adoção, entretanto, exige certas medidas preliminares, como equilíbrio orçamentário, eliminação da dívida flu tuante, e o seu funcionamento tem de
se firmar por uma perfeita regulação do mercado de câmbios, levada a efeito por um estabelecimento para isso devi damente apto e requer, sobretudo, sal
dos suficientes para atender aos ajus
padrao-ourt) fez-se aeompanhar de todo
nica de não ter transformado o Banco
de instituto regulador da moeda e do cré
também desvalorizado.
dito, ou de não ter fundado o Banco
Do automatismo do padrão-ouro em
Central com esse objetivo, um produto
que as taxas cambiais funcionavam co
em superprodução - o café - entrava
mo o termômetro da situação econômica de um pais, automatismo já desfeito com
para o nosso comércio externo, na pro porção de mais de 60% do seu valor.
Como diz, com muito acerto, Paulo
o processo do Gold Exchange Standard,
Frederico de Magalhães, os países no vos, de base agrária, que estão prestes
bios, rígido aqui, mais flexível ou atenua,
passou-se ao regime do contrôle de câm
do ali, pelo sistema dos fundos de igualação ou estabilização, nos países de
a transpor, pela política de auto-suficiência, o marco final da fase de semi-colo'
moeda mais sólida e, pois, de maiores
nato econômico, não devem regredir,
disponibilidades cambiais.
adotando um sistema monetário (pa
O Brasil viveu uma época de ingentes
drão-ouro) que os subordine inexoràvel-
dificuldades financeiras.
mente aos interêsses dos grandes países
Vindo de uma revolução vitoriosa, te
credores. (A Política Monetária do Bra
ve de suportar o acêrvo de um passado
sil e o padrão-ouro, in Observador Eco nômico — agosto — 1936).
de erros e de imprevidências.
propósitos, a sinceridade e o patriotis
Por meio de empréstimo, ouro foi ad quirido em Nova York e Londres e
mos externos, voltou-se resolutamente
mo com que o sr. Washington Luís in
teve a sorte prevista pelo Visconde de
tentou a sua reforma monetária. Suspendeu o estado de sítio, fazendo voltar a paz à família brasileira e asse-
Mauá: seguir torna viagem, senão pelo mesmo vapor, pouco tempo depois, em
tes da balança de contas.
Ninguém pode desconhecer os bons
Estancados os recursos dos emprésti para o crédito interno e para as emis
1930, quando os nossos saldos mercantis,
I
imnceira, áeiuonstrou-se completamente desconiiecedor da própria situação eco-, nómico-financeira do mundo.
Prova-o o fato de haver sugerido ao governo a realização de um empréstimo externo para solucionar o nosso proble ma monetário com a criação de um Ban co Central de Reservas, em moldes or
todoxos, quando, meses depois, a pró pria Inglaterra desliga a sua moeda da base metálica, instituindo a libra indi ciai.
Mas o mundo vivia em um círculo vi cioso.
O contrôle de câmbios tinha como
conseqüência acentuar, cada vez mais, a depressão do comércio mundial. Os países devedores, como o Brasil,
ficaram, desta maneira, impossibilitados de satisfazer os compromissos para com os seus credores.
Tivemos de conb(atar um terceiro
funding, na impossibilidade de manter o serviço da nossa dívida externa.
Depois estabelecemos com os nossos
credores os convênios que ficaram co nhecidos com os nomes de esquemas "Osvaldo Aranha" e "Sousa Costa", até que êste consegue dar uma solução de
finitiva ao problema da nossa dívida externa, oonsubatanciada no Decreto-
lei n. 6019, de 23 de novembro de 1943, em virtude do qual ficou a mesma redu
zida de US$ 837.256.029 para US$ 521.236.400, com o pagamento de US$ 91.706.009 à vista e o restante em amortizações anuais, calculadas dentro das nossas disponibilidades cambiais.
Mas em todo êsse percurso tivemos de enfrentar sérias dificuldades.
Um contrôle rígido de câmbio, depois
sões de papel-moeda. Um técnico inglês, chamado em 1931
mais atenuado, teve o govêrno de insti tuir para salvaguarda dos nossos inte
a estudar a nossa situação cconóinico-fi-
rêsses.
84
sem consistência, como se viu depois, em face das precaríssimas condições de nossa economia.
Diz o Dr. José Caxlos de Macedo Soa
res que, apesar de não ter querido o sr. Washington Luís fazer nos documen
tos nenhuma alusão ao Gold Exchange Standard, como processo para a conver sibilidade e estabilização do nosso papelmoeda, tendo até mesmo afirmado que la adotar para esse fim o antigo sistema do Gold Standard, o fato é que todos os atos do Governo e a prática de sua po lítica tendiam a estabelecer no país a conversibilidade e a estabilização pelo Gold Exchange Standard. (Vide T C
DrcESTO
Econóníico
gurundo-lhe uma atmosfera onde os alos
públicos fôsscm livremente apreciados. Moralizou a administração do país e empenhou-se, decidida e sinceramente,
Dioesto EconYjmico
tliniinuído.s pula
depressão
85
econômica
immclial, mundial, nao não foram loram suncientes suficientes para ajus ajus.
tar a nossa balança de contas e assegu a esiauiuuauc uu cambio. cumoio. rarr a estabilidade do
Sobrevindo a revolução, foi mais
no equilíbrio orçamentário, conseguindo
uma vez por terra o sonho dê uma cir
saldos efetivos nos anos de 1927, 1928 e
1929. (Vide Washington Luís — Saldos
culação juiaçao iiiuuciaiia monetária com com base base metálica em.regime de conversibilidade.
Orçamentários). A Circulação do Tesouro e do Banc>o do Brasil, em um total de 2.569.304
A scgunc/fl República
de £ 64.230.000, ao passo que a e.xpor-
Depois de 1930 assistimos ao desmo ronamento dos mais sólidos sistemas mo-
tação nacional, em 1927, teve o valor ,i
nctarios.
contos, diz Brenno Ferraz, tem o valor
de £ 88.688.929. (A Situação do Brasil
o desligamento da libra esterUna do
Macedo Soares - A Polítíca Financeira
e a Estabilização da Moeda, pág. 80). A situação parecia, pois, auspiciosa. Entretanto, além da grande falha téc
tado nos países da Europa de após-
do Brasil em Banco Emissor que encam
o sequ.to do chamado "bloco esterlino". Vem, depois, as constantes desvalorizaçoes_ da moeda francesa e até o dóar, não por motivos propriamente mo
passe as emissões do Tesouro e servisse
netários, mas econômicos, teve de ser
do Presidente Washington Luís). Êste novo sistema foi geralmente adoguerra, tendo sido descoberto, diz Ber-
trand Nogaro, empiricamente, e realiza do, como experiência, na índia, onde a
circulação interna é sobretudo de rúpias de prata. (La Monnaie et Les Phen.
Monetaires Contemporains, pág. 28). É um processo de maior elasticidade do que o padrão-ouro.
, A sua adoção, entretanto, exige certas medidas preliminares, como equilíbrio orçamentário, eliminação da dívida flu tuante, e o seu funcionamento tem de
se firmar por uma perfeita regulação do mercado de câmbios, levada a efeito por um estabelecimento para isso devi damente apto e requer, sobretudo, sal
dos suficientes para atender aos ajus
padrao-ourt) fez-se aeompanhar de todo
nica de não ter transformado o Banco
de instituto regulador da moeda e do cré
também desvalorizado.
dito, ou de não ter fundado o Banco
Do automatismo do padrão-ouro em
Central com esse objetivo, um produto
que as taxas cambiais funcionavam co
em superprodução - o café - entrava
mo o termômetro da situação econômica de um pais, automatismo já desfeito com
para o nosso comércio externo, na pro porção de mais de 60% do seu valor.
Como diz, com muito acerto, Paulo
o processo do Gold Exchange Standard,
Frederico de Magalhães, os países no vos, de base agrária, que estão prestes
bios, rígido aqui, mais flexível ou atenua,
passou-se ao regime do contrôle de câm
do ali, pelo sistema dos fundos de igualação ou estabilização, nos países de
a transpor, pela política de auto-suficiência, o marco final da fase de semi-colo'
moeda mais sólida e, pois, de maiores
nato econômico, não devem regredir,
disponibilidades cambiais.
adotando um sistema monetário (pa
O Brasil viveu uma época de ingentes
drão-ouro) que os subordine inexoràvel-
dificuldades financeiras.
mente aos interêsses dos grandes países
Vindo de uma revolução vitoriosa, te
credores. (A Política Monetária do Bra
ve de suportar o acêrvo de um passado
sil e o padrão-ouro, in Observador Eco nômico — agosto — 1936).
de erros e de imprevidências.
propósitos, a sinceridade e o patriotis
Por meio de empréstimo, ouro foi ad quirido em Nova York e Londres e
mos externos, voltou-se resolutamente
mo com que o sr. Washington Luís in
teve a sorte prevista pelo Visconde de
tentou a sua reforma monetária. Suspendeu o estado de sítio, fazendo voltar a paz à família brasileira e asse-
Mauá: seguir torna viagem, senão pelo mesmo vapor, pouco tempo depois, em
tes da balança de contas.
Ninguém pode desconhecer os bons
Estancados os recursos dos emprésti para o crédito interno e para as emis
1930, quando os nossos saldos mercantis,
I
imnceira, áeiuonstrou-se completamente desconiiecedor da própria situação eco-, nómico-financeira do mundo.
Prova-o o fato de haver sugerido ao governo a realização de um empréstimo externo para solucionar o nosso proble ma monetário com a criação de um Ban co Central de Reservas, em moldes or
todoxos, quando, meses depois, a pró pria Inglaterra desliga a sua moeda da base metálica, instituindo a libra indi ciai.
Mas o mundo vivia em um círculo vi cioso.
O contrôle de câmbios tinha como
conseqüência acentuar, cada vez mais, a depressão do comércio mundial. Os países devedores, como o Brasil,
ficaram, desta maneira, impossibilitados de satisfazer os compromissos para com os seus credores.
Tivemos de conb(atar um terceiro
funding, na impossibilidade de manter o serviço da nossa dívida externa.
Depois estabelecemos com os nossos
credores os convênios que ficaram co nhecidos com os nomes de esquemas "Osvaldo Aranha" e "Sousa Costa", até que êste consegue dar uma solução de
finitiva ao problema da nossa dívida externa, oonsubatanciada no Decreto-
lei n. 6019, de 23 de novembro de 1943, em virtude do qual ficou a mesma redu
zida de US$ 837.256.029 para US$ 521.236.400, com o pagamento de US$ 91.706.009 à vista e o restante em amortizações anuais, calculadas dentro das nossas disponibilidades cambiais.
Mas em todo êsse percurso tivemos de enfrentar sérias dificuldades.
Um contrôle rígido de câmbio, depois
sões de papel-moeda. Um técnico inglês, chamado em 1931
mais atenuado, teve o govêrno de insti tuir para salvaguarda dos nossos inte
a estudar a nossa situação cconóinico-fi-
rêsses.
■':* flí' Diresto
Econômico
87
Digf-sto EcoN-óxncfi
86
A dívida pública interna, om 1942. tinlia uma circulação de Cr$ 5.100.839.400,00 e o meio circulante
Moeda resistente
paridade do poder aquisitivo de Gusta-
Rocha «screve em 1935) — de um lastro
\-o Cassei.
metálico igual a todo o papel circulan-
(Fim de uma Civilização, pág.
Para êste autor o câmbio tende sem
De certo o poder aquisitivo interno
pre a estabelecer-se de maneira que
atingiu a cifr.i de 8.238 milhões de cru
da nossa moeda tem sofrido grande de.
zeiros.
preciação no percurso de sua existência,
der aquisitivo que possui no mercado in
Quem se der ao trabalho de, por exem. pio, compulsar, nos cartórios, os inven tários das suces.sivas gerações, notará,
Mas Geraldo Rocha, conquanto não o seja, pode nos parecer exagerado e, por
terno.
isso, consulto Emest Wagemann e, às
Pelo Decreto-lei n. 4791, de 5 de ou tubro de 1942, foi instituído o cru zeiro
como
unidade
monetária
do
Brasil.
Mais importante foi o Decreto-lei n.
4792, da mesma data, que, exigindo uma garantia de 25% em ouro ou cam
biais para as emissões de papel-moeda, restringiu a faculdade emissora do Te souro Nacional.
Infelizmente, essa exigência se limi tava às emissões feitas à requisição da Caixa de Mobilização Bancária e da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil, não se estendendo a todo o mon tante de nossa circulação monetá ri a.
com e.spanto, quanto tem crescido o va lor nominal dos bens.
Mas o que se pretende ressaltar aqui 6 que temos vivido constantemente no
regime de papel-moeda desde que as notas do primeiro Banco do Brasil se tomaram inconversíveis.
E no entanto, por que essa emissão de papel-moeda inconversível, que vem sendo ^ praticada sem restrição há
mais
de um século — pergunta F. Normano — não resultou numa catástrofe monetária,
a moeda tenha no exterior o mesmo po
Segundo essa doutrina, seriam os pre
ços internos que determinariam a taíia
cambial quando, na observação de Aftalion, são os exemplos contrários que do
.seguem os impulsos do câmbio se é a'
depreciação interior que tende a' se pôr no nível da depreciação ex-tema. não há
mais a confirmação da teoria. Há an tes a sua refutação. (Monnaíe. Prix et Change, pág. 278).
Eugênio Gudín insurge-se contra essa
à semelhança do que aconteceu na Fran
proposição de Aftalion dizendo que pre
ça com os assinats, nos E.stados Unidos
ços 0 taxas cambiais são efeitos da mes
vimos depois, tenha o poder mágico de
ma causa: a quantidade de meios de pa
os marcos? (Ev. Econ. do Brasil, pág.
gamento; e que a depressão cambial se
ples contiguidade física, mas a propor ção exigida seria, realmente, uma ga
253).
processa antes da alta dos preços internos.
transmitir o seu valor ao papel, por sim
rantia contra a depreciação decorrente dos constantes excessos do meio circu lante, por isso que êsses excessos fica
riam impossibilitados ou, pelo menos, bastante delimitados.
Conforme a palavra do então Ministro
da Fazenda tínhamos ouro e divisas, nu
ma proporção de mais de 45% em rela ção ao nosso papel-moeda.
Mas foi justamente essa grande pro
porção de ouro e divisas, em virtude dos grandes saldos provindos do nosso co mércio externo, durante a guerra, a causa do aumento desmedido do meio circulante, provocador da nefasta eco nomia inflacionária em que, ainda hoje, nos debatemos.
Não é só isso. O que é mais admirá
vel é a resistência que tem oferecido a nossa moeda, no seu poder aquisitivo in terno, em completa disparidade com a sua cotação externa e até mesmo eni
relação ao poder aquisitivo interno de outras moedas ligadas ao ouro e de paí ses de estrutura econômica mais sólida
do que a nossa. Ninguém pode deixar de reconhecer êsse fenômeno.
Paulo Frederico de Magalhães, em tra
balho publicado em "Observador Econô mico" de julho de 1936, fazia ver que o
desnível entre o poder aquisitivo inter no do mil-réis e o seu poder aquisitivo externo era, naquele tempo, de 00% aproximadamente. Êsse fato contrasta com a teoria da
sa - Estrutura e Ritmo de Ia Economia
Mundial - vejo o seguinte: "Uma evo
lução análoga à do peso chileno foi a minam na história contemporânea. pelo mil-réis brasileiro. E — concluí — se é o contrário que experimentada Desde princípios 1930 retrocedeu a sucede, se sao os preços internos que. grandes saltog até dedeter-se em 1932. . .
com os green-backs e na Alemanha com
Não é que o metal amarelo, e nós o
páginas 387-388 de sua obra portento
(Princípios de Ec. Monetária — 1."
edição, pág. 325 e 2.® ed., pág. 109). Mas, no Brasil, a moeda, resistindo à
depreciação cambial, refuta a teoria de Cassei e contrasta com os fatos observa
dos por Aftalion. Ainda mais.
A depreciação do mil-réis, diz Ge raldo Rocha, a partir de 1930, é de mais de 70%. Pois bem, esta moeda desvalo
rizada, que representa apenas a confian
ça no Estado Brasileiro, que não é con versível em ouro, que não _tem lastro de espécie alguma, goza, no Brasil, de um poder aquisitivo formidável, tendo um valor interno muito maior do que o franco francês, o florím ou o franco suí
ço, moedas representativas — (Geraldo
A capacidade aquisitiva do mil-réis no
país continua sendo, sem embargo, como ocorre no Cliile, extraordinàriamente ele
vada. Para as aquisições normais do or çamento doméstico pode-se equiparar, em São Paulo, o mil-réis, que atualmen te
é cotado nas transações oficiais à
razão de 13 pfg., ao Reichsmark alemão.
Em termos gerais podemos dizer que sua capacidade aquisitiva vem a ser de uns
50 pfg.
Um alto funcionário que per
cebe 1:500$000 de vencimentos (isto
é,,200 RM. na cotação oficial) pode vi ver tão bem como quem, na Alemanha, possua uma renda de 600 RM. mensais."
Diversas explicações foram dadas pa ra esse fenômeno, realmente curioso e admirável.
F. Normano diz que a única e.xplicação possível é o sistemático alargamen to do mercado, a absorção de novas
quantidades pelas regiões que se vão in tegrando, pela deslocação da fronteira.
(Ob. cit., pág. 253).
A deslocação da fronteira econômica
do Brasil contribui, certamente, para absorver uma boa parte do papel-moeda que vai sendo lançado à circulação mas
as emissões são sempre feitas de um jacto e a deslocação dá fronteira, seguin.
■':* flí' Diresto
Econômico
87
Digf-sto EcoN-óxncfi
86
A dívida pública interna, om 1942. tinlia uma circulação de Cr$ 5.100.839.400,00 e o meio circulante
Moeda resistente
paridade do poder aquisitivo de Gusta-
Rocha «screve em 1935) — de um lastro
\-o Cassei.
metálico igual a todo o papel circulan-
(Fim de uma Civilização, pág.
Para êste autor o câmbio tende sem
De certo o poder aquisitivo interno
pre a estabelecer-se de maneira que
atingiu a cifr.i de 8.238 milhões de cru
da nossa moeda tem sofrido grande de.
zeiros.
preciação no percurso de sua existência,
der aquisitivo que possui no mercado in
Quem se der ao trabalho de, por exem. pio, compulsar, nos cartórios, os inven tários das suces.sivas gerações, notará,
Mas Geraldo Rocha, conquanto não o seja, pode nos parecer exagerado e, por
terno.
isso, consulto Emest Wagemann e, às
Pelo Decreto-lei n. 4791, de 5 de ou tubro de 1942, foi instituído o cru zeiro
como
unidade
monetária
do
Brasil.
Mais importante foi o Decreto-lei n.
4792, da mesma data, que, exigindo uma garantia de 25% em ouro ou cam
biais para as emissões de papel-moeda, restringiu a faculdade emissora do Te souro Nacional.
Infelizmente, essa exigência se limi tava às emissões feitas à requisição da Caixa de Mobilização Bancária e da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil, não se estendendo a todo o mon tante de nossa circulação monetá ri a.
com e.spanto, quanto tem crescido o va lor nominal dos bens.
Mas o que se pretende ressaltar aqui 6 que temos vivido constantemente no
regime de papel-moeda desde que as notas do primeiro Banco do Brasil se tomaram inconversíveis.
E no entanto, por que essa emissão de papel-moeda inconversível, que vem sendo ^ praticada sem restrição há
mais
de um século — pergunta F. Normano — não resultou numa catástrofe monetária,
a moeda tenha no exterior o mesmo po
Segundo essa doutrina, seriam os pre
ços internos que determinariam a taíia
cambial quando, na observação de Aftalion, são os exemplos contrários que do
.seguem os impulsos do câmbio se é a'
depreciação interior que tende a' se pôr no nível da depreciação ex-tema. não há
mais a confirmação da teoria. Há an tes a sua refutação. (Monnaíe. Prix et Change, pág. 278).
Eugênio Gudín insurge-se contra essa
à semelhança do que aconteceu na Fran
proposição de Aftalion dizendo que pre
ça com os assinats, nos E.stados Unidos
ços 0 taxas cambiais são efeitos da mes
vimos depois, tenha o poder mágico de
ma causa: a quantidade de meios de pa
os marcos? (Ev. Econ. do Brasil, pág.
gamento; e que a depressão cambial se
ples contiguidade física, mas a propor ção exigida seria, realmente, uma ga
253).
processa antes da alta dos preços internos.
transmitir o seu valor ao papel, por sim
rantia contra a depreciação decorrente dos constantes excessos do meio circu lante, por isso que êsses excessos fica
riam impossibilitados ou, pelo menos, bastante delimitados.
Conforme a palavra do então Ministro
da Fazenda tínhamos ouro e divisas, nu
ma proporção de mais de 45% em rela ção ao nosso papel-moeda.
Mas foi justamente essa grande pro
porção de ouro e divisas, em virtude dos grandes saldos provindos do nosso co mércio externo, durante a guerra, a causa do aumento desmedido do meio circulante, provocador da nefasta eco nomia inflacionária em que, ainda hoje, nos debatemos.
Não é só isso. O que é mais admirá
vel é a resistência que tem oferecido a nossa moeda, no seu poder aquisitivo in terno, em completa disparidade com a sua cotação externa e até mesmo eni
relação ao poder aquisitivo interno de outras moedas ligadas ao ouro e de paí ses de estrutura econômica mais sólida
do que a nossa. Ninguém pode deixar de reconhecer êsse fenômeno.
Paulo Frederico de Magalhães, em tra
balho publicado em "Observador Econô mico" de julho de 1936, fazia ver que o
desnível entre o poder aquisitivo inter no do mil-réis e o seu poder aquisitivo externo era, naquele tempo, de 00% aproximadamente. Êsse fato contrasta com a teoria da
sa - Estrutura e Ritmo de Ia Economia
Mundial - vejo o seguinte: "Uma evo
lução análoga à do peso chileno foi a minam na história contemporânea. pelo mil-réis brasileiro. E — concluí — se é o contrário que experimentada Desde princípios 1930 retrocedeu a sucede, se sao os preços internos que. grandes saltog até dedeter-se em 1932. . .
com os green-backs e na Alemanha com
Não é que o metal amarelo, e nós o
páginas 387-388 de sua obra portento
(Princípios de Ec. Monetária — 1."
edição, pág. 325 e 2.® ed., pág. 109). Mas, no Brasil, a moeda, resistindo à
depreciação cambial, refuta a teoria de Cassei e contrasta com os fatos observa
dos por Aftalion. Ainda mais.
A depreciação do mil-réis, diz Ge raldo Rocha, a partir de 1930, é de mais de 70%. Pois bem, esta moeda desvalo
rizada, que representa apenas a confian
ça no Estado Brasileiro, que não é con versível em ouro, que não _tem lastro de espécie alguma, goza, no Brasil, de um poder aquisitivo formidável, tendo um valor interno muito maior do que o franco francês, o florím ou o franco suí
ço, moedas representativas — (Geraldo
A capacidade aquisitiva do mil-réis no
país continua sendo, sem embargo, como ocorre no Cliile, extraordinàriamente ele
vada. Para as aquisições normais do or çamento doméstico pode-se equiparar, em São Paulo, o mil-réis, que atualmen te
é cotado nas transações oficiais à
razão de 13 pfg., ao Reichsmark alemão.
Em termos gerais podemos dizer que sua capacidade aquisitiva vem a ser de uns
50 pfg.
Um alto funcionário que per
cebe 1:500$000 de vencimentos (isto
é,,200 RM. na cotação oficial) pode vi ver tão bem como quem, na Alemanha, possua uma renda de 600 RM. mensais."
Diversas explicações foram dadas pa ra esse fenômeno, realmente curioso e admirável.
F. Normano diz que a única e.xplicação possível é o sistemático alargamen to do mercado, a absorção de novas
quantidades pelas regiões que se vão in tegrando, pela deslocação da fronteira.
(Ob. cit., pág. 253).
A deslocação da fronteira econômica
do Brasil contribui, certamente, para absorver uma boa parte do papel-moeda que vai sendo lançado à circulação mas
as emissões são sempre feitas de um jacto e a deslocação dá fronteira, seguin.
88
Dicesto
Econômico
Dicesto Econômico
do um processo lento, não explica ca balmente o fenômeno.
Abelardo Vergueiro César é menos unilateral em sua explicação.
Ponderemos, diz êle, que essa es pécie de imunidade brasileira aos males da inflação prende-se a circunstâncias peculiares do Brasil: circulação rara, no volume e na velocidade; entesouramento; quase ausência de moeda escriturai; ex tensão territorial; povoamento rarefei-
to; deficiência de transporte e de meios de comunicação; aumento de população e da riqueza - nacional', pouco uso do cheque; falta de técnicos e de educação financeira; isolamento dos mercados in ternos, notado por Oto Niemeyer no seu
Geraldo Roclia vê a c.xplicação do fenômeno na política cambial adotada pelo govêmo. Nos países de economia liberal, onde há liberdade cambial e liberdade de co
mércio, quando uma moeda desce de
valor, as moedas de outros países afhieiq a fim de serem oermutadas nor aaue-
las moedas desvalorizadas c adquirirem utilidades e matérias-primas a baLxo preço. Entre nós, porem, o poder pú
blico estabeleceu o monopólio de câm bio... Resultado: — ninguém manda recujrsos para serem empregados em
um país sem que se tenha assegurado
da possibilidade de repatriar, em qual
parecer sobre as finanças brasileiras; or ganização bancária rudimentar; certa in
quer tempo, os seus capitais. (Geraldo
sensibilidade financeira determinada pe
la fraqueza econômica. (Os Processos
Tem razão, em parte, o Sr. Geraldo Rocha. Mas é certo também que ein
Monetários, pág. 106). O economista brasileiro, com uma ex
regime de liberdade de câmbio, havendo
Rocha - Ob. cit., pág. 256).
a concorrência de moedas estrangeiras
tensa discriminação das causas ímuniza-
para aquisição de matérias-primas e
doras da inflação no Brasil, além de ter
utilidades num país de moeda deprecia da, o aumento da exportação, que con
esquecido a principal, cita algumas que, a meu ver, antes apressariam o fenômeno
tribuiria para aumentar os saldos mer
desastroso.
cantis", e a afluência de capitais, favore
Assim, a deficiência de transporte e po voamento rarefeíto fazem acumular os jac tos de papel nos centros mais populosos. Com as conseqüências da guerra vi''mos como a acumulação dos meios de pagamento nos grandes centros urba nos determinou uma situação inflacío-
nária que quase chega a desfazer a crença da "imunidade brasileira" aos
cendo a sua balança de contas, agiriam, como fatores quantitativos, na elevação da taxa cambial, tendo conseqüências benéficas sobre o poder aquisitivo inter
89
Com as "Notas sôbre a inflação chi
de SC deduzir, a contrdrio-scnstt, a resis tência do mil-réis devida, em parte,
nesa" do livro "Um Mundo Só" de Wen.
aos menores encargos fiscais do contri buinte brasileiro.
dei! Wílllde, pude compreender porque em países do nosso tipo e da nossa es
|oáo Barbara, em trabalho publicado
trutura econômica êsse fenômeno mone
no" "O Observador Econômico", de se
tário não tem a mesma importância que
fato no baixo poder de compra das mas
lizados.
tembro de 1936, vê a explicação desse
teria em países grandemente industria
sas.
Efetivamente, muito concorre para o poder aquisitivo interno da moeda bra-
sileira o baixo standard de vida, princi palmente das massas agrárias, mesmo ainda hoje.
A meu ver, todos os fatôres enuncia dos, principalmente o último - baixo
poder de compra das massas - con correm para a resistência da nossa moe
da, mas não explicam plenamente o fe nômeno.
De nada, porém, valeriam tòdas essas
explicações se não fora a nossa grande base de produção. Produzimos todos os gêneros de primeira necessidade, a bai xo preço de custo, e isso nos permite vi
ver sem maiores dificuldades, indepen
dentes dos produtos estrangeiros, o que contribui para que se mantenham os preços a um nível suportável. Tudo isso, porém, foi no tempo do "rml-réis".
do Vergueiro César, com as ressalvas já
Desde a instituição do cruzeiro, que coincidiu com a economia de guerra, üi-
feitas, podemo.s aceitar as explicações
flacionária, a resistência do poder aquisi
Da relação discriminativa de Abelar
como realmente merecedoras de estudo,
tivo interno da nossa moeda se vem
ressaltando o que êle chama "certa in
enfraquecendo sensivelmente.
sensibilidade financeira determinada pe la fraqueza econômica".
Aqui começaria, entretanto, a his tória do cruzeiro.
no da moeda.
Além disso, Geraldo Rocha parece confundir depreciação com desvalori zação da moeda.
Realmente, o câmbio baixo favorece a
males da inflação.
exportação mas é bem duvidosa a en
E', como se vê, uma explicação con trária à de deslocação de fronteira, de Normano, e se choca com outras de sua
trada de capitais em um país de moeda fraca, em momentos de grande depres são cambial.
relação discriminativa, como, por exem
Mais aceitável é a sua explicação
plo, o aumento de população e da ri queza nacional.
do baixo poder aquisitivo do franco fran cês pelos grandes encargos fiscais, don-
Um estudo re^do pelas Nações Unidos informa que a produção mundial
cresceu de 10% a 15% sôbre Os nwets de antes da guerra. O volume do comércio mundial, entretanto, permaneceu em 1947 aquém dos níveis de antes da guerra, e durante os quatro prinu2iros meses de 1948 representou apenas 93% da média anterior a 1939.
Os especialistas das Nações Unidas sustentam que a produção industrial do mundo em 1947 foi superior em um quarto à de 1938, ano por êles utilizado como base.
'
Em cotitraste com os processos no industria, a produção agro-pecuària do mundo atingiu apenas 93% ou 94% da média dos anos anteriores à guerra. As perspectivas para as safras em 1948, entretanto, são muito favoráveis.
88
Dicesto
Econômico
Dicesto Econômico
do um processo lento, não explica ca balmente o fenômeno.
Abelardo Vergueiro César é menos unilateral em sua explicação.
Ponderemos, diz êle, que essa es pécie de imunidade brasileira aos males da inflação prende-se a circunstâncias peculiares do Brasil: circulação rara, no volume e na velocidade; entesouramento; quase ausência de moeda escriturai; ex tensão territorial; povoamento rarefei-
to; deficiência de transporte e de meios de comunicação; aumento de população e da riqueza - nacional', pouco uso do cheque; falta de técnicos e de educação financeira; isolamento dos mercados in ternos, notado por Oto Niemeyer no seu
Geraldo Roclia vê a c.xplicação do fenômeno na política cambial adotada pelo govêmo. Nos países de economia liberal, onde há liberdade cambial e liberdade de co
mércio, quando uma moeda desce de
valor, as moedas de outros países afhieiq a fim de serem oermutadas nor aaue-
las moedas desvalorizadas c adquirirem utilidades e matérias-primas a baLxo preço. Entre nós, porem, o poder pú
blico estabeleceu o monopólio de câm bio... Resultado: — ninguém manda recujrsos para serem empregados em
um país sem que se tenha assegurado
da possibilidade de repatriar, em qual
parecer sobre as finanças brasileiras; or ganização bancária rudimentar; certa in
quer tempo, os seus capitais. (Geraldo
sensibilidade financeira determinada pe
la fraqueza econômica. (Os Processos
Tem razão, em parte, o Sr. Geraldo Rocha. Mas é certo também que ein
Monetários, pág. 106). O economista brasileiro, com uma ex
regime de liberdade de câmbio, havendo
Rocha - Ob. cit., pág. 256).
a concorrência de moedas estrangeiras
tensa discriminação das causas ímuniza-
para aquisição de matérias-primas e
doras da inflação no Brasil, além de ter
utilidades num país de moeda deprecia da, o aumento da exportação, que con
esquecido a principal, cita algumas que, a meu ver, antes apressariam o fenômeno
tribuiria para aumentar os saldos mer
desastroso.
cantis", e a afluência de capitais, favore
Assim, a deficiência de transporte e po voamento rarefeíto fazem acumular os jac tos de papel nos centros mais populosos. Com as conseqüências da guerra vi''mos como a acumulação dos meios de pagamento nos grandes centros urba nos determinou uma situação inflacío-
nária que quase chega a desfazer a crença da "imunidade brasileira" aos
cendo a sua balança de contas, agiriam, como fatores quantitativos, na elevação da taxa cambial, tendo conseqüências benéficas sobre o poder aquisitivo inter
89
Com as "Notas sôbre a inflação chi
de SC deduzir, a contrdrio-scnstt, a resis tência do mil-réis devida, em parte,
nesa" do livro "Um Mundo Só" de Wen.
aos menores encargos fiscais do contri buinte brasileiro.
dei! Wílllde, pude compreender porque em países do nosso tipo e da nossa es
|oáo Barbara, em trabalho publicado
trutura econômica êsse fenômeno mone
no" "O Observador Econômico", de se
tário não tem a mesma importância que
fato no baixo poder de compra das mas
lizados.
tembro de 1936, vê a explicação desse
teria em países grandemente industria
sas.
Efetivamente, muito concorre para o poder aquisitivo interno da moeda bra-
sileira o baixo standard de vida, princi palmente das massas agrárias, mesmo ainda hoje.
A meu ver, todos os fatôres enuncia dos, principalmente o último - baixo
poder de compra das massas - con correm para a resistência da nossa moe
da, mas não explicam plenamente o fe nômeno.
De nada, porém, valeriam tòdas essas
explicações se não fora a nossa grande base de produção. Produzimos todos os gêneros de primeira necessidade, a bai xo preço de custo, e isso nos permite vi
ver sem maiores dificuldades, indepen
dentes dos produtos estrangeiros, o que contribui para que se mantenham os preços a um nível suportável. Tudo isso, porém, foi no tempo do "rml-réis".
do Vergueiro César, com as ressalvas já
Desde a instituição do cruzeiro, que coincidiu com a economia de guerra, üi-
feitas, podemo.s aceitar as explicações
flacionária, a resistência do poder aquisi
Da relação discriminativa de Abelar
como realmente merecedoras de estudo,
tivo interno da nossa moeda se vem
ressaltando o que êle chama "certa in
enfraquecendo sensivelmente.
sensibilidade financeira determinada pe la fraqueza econômica".
Aqui começaria, entretanto, a his tória do cruzeiro.
no da moeda.
Além disso, Geraldo Rocha parece confundir depreciação com desvalori zação da moeda.
Realmente, o câmbio baixo favorece a
males da inflação.
exportação mas é bem duvidosa a en
E', como se vê, uma explicação con trária à de deslocação de fronteira, de Normano, e se choca com outras de sua
trada de capitais em um país de moeda fraca, em momentos de grande depres são cambial.
relação discriminativa, como, por exem
Mais aceitável é a sua explicação
plo, o aumento de população e da ri queza nacional.
do baixo poder aquisitivo do franco fran cês pelos grandes encargos fiscais, don-
Um estudo re^do pelas Nações Unidos informa que a produção mundial
cresceu de 10% a 15% sôbre Os nwets de antes da guerra. O volume do comércio mundial, entretanto, permaneceu em 1947 aquém dos níveis de antes da guerra, e durante os quatro prinu2iros meses de 1948 representou apenas 93% da média anterior a 1939.
Os especialistas das Nações Unidas sustentam que a produção industrial do mundo em 1947 foi superior em um quarto à de 1938, ano por êles utilizado como base.
'
Em cotitraste com os processos no industria, a produção agro-pecuària do mundo atingiu apenas 93% ou 94% da média dos anos anteriores à guerra. As perspectivas para as safras em 1948, entretanto, são muito favoráveis.
■
■Tvr
I.• V
ítT'
DIC.F.STO
A ORDEM ECONÔMICA EM FACE DO DIREITí CONSTITUCIONAL BRASILEIRO Alberto Americano
relações entre a Economia e o Di reito são de interdependência. Dar razão a Marx para quem o Direito é epifenómeno das relações econômicas,
está assegurando as bases de uma ordem econômica liberal-individualista.
Io da Declaração de Direitos de 1789, inscreve u propriedade — direito inrio-
lável e sagrado — entre os que se colo
O certo é que o Direito, assegurando
cam acima dos ataques da legislação
as relações de produção dominantes num momento dado, sofre a influência destas.
ordinária. Tal orientação foi a seguida pela maior parte das constituições euro
Mas também é certo que o Estado, atra vés do Direito, orienta as relações de
péias e americanas, de 1789 até o fim da guerra de 1914.
produção.
economia socialista suprimindo a pro
a propriedade individual, a liberdade de
priedade privada e proscrevendo o que chamava a exploração do homem pelo
contratar e de trabalho, torna possível o funcionamento da ordem econômica liberal.
homem,
As leis
que regulam as sociedades comerciais, principalmente as relativas às sociedades
anônimas e por quotas, tor-
'
^
'
'
^
nam possível a preponde
rância do ^detentor de capitais na vida econômica da sociedade, possibilitando o desenvolvimento do capitalismo. No Direito Constitucional, o destaque das normas que organizam os poderes do Estado, regulam o seu funcionamen
'
'
inscreveu
tais
das as constituições euro péias posteriores à guerra de 1914-18 traçaram as normas fundamentais da ordem econô
mica, impondo limites á' propriedade privada. Em vez de direito absoluto de usar, fruir e dispor livremente, a consti tuição de Weimar a considera como de
ver social e impõe obrigações ao proprietano, no sentido de tornar a proprieda Ao mesmo tempo, as relações entre o capital e o trabalho passam a ter outra
ganizar o poder, limita as atividades
governo para fixar preços) vingava à
sombra das limitações inevitáveis a que
Ao Estado
cabia intervir na vida econômica para
o estado de guerra submete tòdas as
organizá-la em conformidade com a Jus
tiça e garantir a todos uma existência
O ordenamento jurídico do Estado, após a guerra de 1918, segundo a orien tação da constituição alemã de Weimar, já não é um ordenamento liberal-demo-
crático, nos moldes da constituição ame ricana de 1787, mas um ordenamento soeial-democrático. No mesmo sentido da constituição de Weimar se encontra Iugoslávia..
A ameaça da revolução russa fez com
que, nos países da Europa Central, se procurasse uma síntese entre o indivi
Constituições. Mas, se esses poderes extraordinários ainda forem exigidos pe las anomalias econômicas da situação do mundo inteiro, como sustentá-los, ou
como recorrer a eles, legalmente, quan do, acaso, outra vez se requererem, se lhes não abrirmos, no direito fundamen
tal do país, uma porta que lhes dê in gresso regular?" Nesses têrmos, sustentava Rui a ne
cessidade da reforma constitucional pa ra que o Estado pudesse enfrentar á questão social que o seu gênio político antevia, pouco antes de se delinear entre nos.
Mas até 1926 a constituição que \ igo-
dualismo e o socialismo marxista. Tal sín
tese se consubstanciou nos preceitos
sobre matéria econômica. Entretanto, mesmo quando silenciam, as constitui
Quando uma constituição, além de or
ra, essa aberração (a da intervenção do
çõe.s positivas do Estado, em benefício
constitucionais relativos à ordem econô
de ativa, em benefício da coletividade.
propõe assegurar.
chamados "direitos sociais" como presta.
ção de 1918. Da mesma maneira tô-
Restabelecida a norma
Assim se manifesta va Rui: "Enquanto estávamos em guer.
Asseguravam as novas constituições os
princípios na sua constitui-
to e recíprocas relações, relega a um- se gundo plano as normas que estatuem ções encerram implicitamente as bases da ordem econômica que o Estado se
lidade, impossível.
vam as de Dantzig, Estônia, Polônia,
Quando a Rússia quis implantar a
Assim, o Direito Privado, assegurando
guerra passada.
liberalismo econômico.
digna, dizia o modêlo de Weimar,
Mormente quando, segundo o modê-
blema filosòficamente insolúvel.
ciaxam sôbre o assunto, asseguravam o
cios econòmicamente fracos.
do Estado em face do.s particulares,
ou a Stammier, que adota a posição contrária, é girar em tômo de um pro
EeON-ÓMTCO
rou no Brasil assegurou em tôda a ple nitude a ordem econômica liberal, pois
mica e incluídos nas constituições cita
não podia o Estado, nem por via de lei, limitar ou regular de qualquer forma
das.
o livre jogo das fòrças econômicas.
As constituições brasileiras do Impé
A reforma constitucional de
1926,
rio e de 1891 asseguravam o
preconizada pelo presidente Ar-
mais amplo liberalismo econômi
tur Bernardes, atribuiu ao Con
co. Uma e outra asseguravam o
gresso Nacional poderes para le
direito de propriedade "em tôda
a sua plenitude". A liberdade de
contratar e a de trabfilho que,
gislar sobre o comércio interior
[
".. 1
tações que o bem público exi
com a propriedade, formam as
vigas mestras da economia liberal, eram também expressamente asseguradas,
Não podia, pois, o Estado, por via de lei, Intervir na ordem econômica.
e exterior, autorizando as limi
As
gisse; ao mesmo passo admitia
que o Congresso legislasse sôbre o tra balho. Tornava-se assim possível a in tervenção do Estado em dois setores
importantes da economia privada até
orientação nas constituições de após a primeira guerra mundial, no sentido de assegurar proteção social ao trabalhador.
opiniões em sentido contrário esbarravam verdade que o Estado interveio nas re
o capital e o trabalho.
Dizemos outra orientação porque, en
lações eeonómiGas durante o curso ck
rante o curto lapso que separou a refor-
na clareza do texto constitucional.
quanto-as constituições anteriores silen.u.i
É
então vedados à intervenção governa mental: o comércio e as relações entre
Entretanto, du
■
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I.• V
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DIC.F.STO
A ORDEM ECONÔMICA EM FACE DO DIREITí CONSTITUCIONAL BRASILEIRO Alberto Americano
relações entre a Economia e o Di reito são de interdependência. Dar razão a Marx para quem o Direito é epifenómeno das relações econômicas,
está assegurando as bases de uma ordem econômica liberal-individualista.
Io da Declaração de Direitos de 1789, inscreve u propriedade — direito inrio-
lável e sagrado — entre os que se colo
O certo é que o Direito, assegurando
cam acima dos ataques da legislação
as relações de produção dominantes num momento dado, sofre a influência destas.
ordinária. Tal orientação foi a seguida pela maior parte das constituições euro
Mas também é certo que o Estado, atra vés do Direito, orienta as relações de
péias e americanas, de 1789 até o fim da guerra de 1914.
produção.
economia socialista suprimindo a pro
a propriedade individual, a liberdade de
priedade privada e proscrevendo o que chamava a exploração do homem pelo
contratar e de trabalho, torna possível o funcionamento da ordem econômica liberal.
homem,
As leis
que regulam as sociedades comerciais, principalmente as relativas às sociedades
anônimas e por quotas, tor-
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nam possível a preponde
rância do ^detentor de capitais na vida econômica da sociedade, possibilitando o desenvolvimento do capitalismo. No Direito Constitucional, o destaque das normas que organizam os poderes do Estado, regulam o seu funcionamen
'
'
inscreveu
tais
das as constituições euro péias posteriores à guerra de 1914-18 traçaram as normas fundamentais da ordem econô
mica, impondo limites á' propriedade privada. Em vez de direito absoluto de usar, fruir e dispor livremente, a consti tuição de Weimar a considera como de
ver social e impõe obrigações ao proprietano, no sentido de tornar a proprieda Ao mesmo tempo, as relações entre o capital e o trabalho passam a ter outra
ganizar o poder, limita as atividades
governo para fixar preços) vingava à
sombra das limitações inevitáveis a que
Ao Estado
cabia intervir na vida econômica para
o estado de guerra submete tòdas as
organizá-la em conformidade com a Jus
tiça e garantir a todos uma existência
O ordenamento jurídico do Estado, após a guerra de 1918, segundo a orien tação da constituição alemã de Weimar, já não é um ordenamento liberal-demo-
crático, nos moldes da constituição ame ricana de 1787, mas um ordenamento soeial-democrático. No mesmo sentido da constituição de Weimar se encontra Iugoslávia..
A ameaça da revolução russa fez com
que, nos países da Europa Central, se procurasse uma síntese entre o indivi
Constituições. Mas, se esses poderes extraordinários ainda forem exigidos pe las anomalias econômicas da situação do mundo inteiro, como sustentá-los, ou
como recorrer a eles, legalmente, quan do, acaso, outra vez se requererem, se lhes não abrirmos, no direito fundamen
tal do país, uma porta que lhes dê in gresso regular?" Nesses têrmos, sustentava Rui a ne
cessidade da reforma constitucional pa ra que o Estado pudesse enfrentar á questão social que o seu gênio político antevia, pouco antes de se delinear entre nos.
Mas até 1926 a constituição que \ igo-
dualismo e o socialismo marxista. Tal sín
tese se consubstanciou nos preceitos
sobre matéria econômica. Entretanto, mesmo quando silenciam, as constitui
Quando uma constituição, além de or
ra, essa aberração (a da intervenção do
çõe.s positivas do Estado, em benefício
constitucionais relativos à ordem econô
de ativa, em benefício da coletividade.
propõe assegurar.
chamados "direitos sociais" como presta.
ção de 1918. Da mesma maneira tô-
Restabelecida a norma
Assim se manifesta va Rui: "Enquanto estávamos em guer.
Asseguravam as novas constituições os
princípios na sua constitui-
to e recíprocas relações, relega a um- se gundo plano as normas que estatuem ções encerram implicitamente as bases da ordem econômica que o Estado se
lidade, impossível.
vam as de Dantzig, Estônia, Polônia,
Quando a Rússia quis implantar a
Assim, o Direito Privado, assegurando
guerra passada.
liberalismo econômico.
digna, dizia o modêlo de Weimar,
Mormente quando, segundo o modê-
blema filosòficamente insolúvel.
ciaxam sôbre o assunto, asseguravam o
cios econòmicamente fracos.
do Estado em face do.s particulares,
ou a Stammier, que adota a posição contrária, é girar em tômo de um pro
EeON-ÓMTCO
rou no Brasil assegurou em tôda a ple nitude a ordem econômica liberal, pois
mica e incluídos nas constituições cita
não podia o Estado, nem por via de lei, limitar ou regular de qualquer forma
das.
o livre jogo das fòrças econômicas.
As constituições brasileiras do Impé
A reforma constitucional de
1926,
rio e de 1891 asseguravam o
preconizada pelo presidente Ar-
mais amplo liberalismo econômi
tur Bernardes, atribuiu ao Con
co. Uma e outra asseguravam o
gresso Nacional poderes para le
direito de propriedade "em tôda
a sua plenitude". A liberdade de
contratar e a de trabfilho que,
gislar sobre o comércio interior
[
".. 1
tações que o bem público exi
com a propriedade, formam as
vigas mestras da economia liberal, eram também expressamente asseguradas,
Não podia, pois, o Estado, por via de lei, Intervir na ordem econômica.
e exterior, autorizando as limi
As
gisse; ao mesmo passo admitia
que o Congresso legislasse sôbre o tra balho. Tornava-se assim possível a in tervenção do Estado em dois setores
importantes da economia privada até
orientação nas constituições de após a primeira guerra mundial, no sentido de assegurar proteção social ao trabalhador.
opiniões em sentido contrário esbarravam verdade que o Estado interveio nas re
o capital e o trabalho.
Dizemos outra orientação porque, en
lações eeonómiGas durante o curso ck
rante o curto lapso que separou a refor-
na clareza do texto constitucional.
quanto-as constituições anteriores silen.u.i
É
então vedados à intervenção governa mental: o comércio e as relações entre
Entretanto, du
92
Dicesto
ma da revolução triunfante de 1930, nada se fez que alterasse a feição da nossa economia liberal. A revolução triunfante em 1930 trou
.1
Econômico
planificar a economia e dirigi-la no sen- ^ tido que lhe parecesse conveniente.
Poderia a União monopolizar qualquer indústria ou atividade econômica, ressal
vadas apenas as indenizações cUnidas. ^
xe logo copiosa legislação trabalhista, cuja aplicação não se coaduna com os princípios fundamentais da economia li
siva dos bancos de depósito c empresas
beral. O Estado intervém desde então
de seguros.
para fixar salário mínimo, número de horas de trabalho, condições de lúgiene, férias remuneradas. A sindicalização es
Destacou a propriedade das minas e demais riquezas do subsolo, bem como as quedas dágua, da propriedade do
Prescrevia-se a nacionalização progres-
tendeu-se, assumindo os sindicatos fun
solo, para fazer depender o seu aproxcí-
ções delegadas do poder publico na fi
tamento industrial de autorização ou
xação de normas de trabalho com ca
concessão federal.
ráter obrigatório.
conservação das reformas sociais ou a
volta ao liberalismo. Na primeira hi pótese a constituição deveria tomar umã forma acentuadamente social-democra-
lho e o capital, a constituição de 1934 foi longe: assegurou a autonomia o pluralidade sindical, proibiu diferenças de salários por motivos de idade, sexo etc., estabeleceu salário mínimo, dia
ta, nos moldes da constituição de Weimar; na segunda hipótese voltar-se-ia a
de oito horas, repouso semanal, férias, assistência médica gratuita, regulamenta ção do exercício de fôdàs as profissões
uma constituição liberal, vazada nos
e reconhecimento das convenções cole
moldes da de 1891.
tivas de trabalho.
Prevaleceu o primeiro
ponto de
vista.
Oonseqüentemente, a nossa ,consti-
Dentro des.sas bases, seria possí\el es tabelecer-se uma ordem econômica socia lista, dependendo apena.s da vontade da maioria parlamentar.
damente da linha liberal.
ousadas reformas .sociais deseja das pelo legislador não encon
forma que a lei determinar, o
que permitiria as maiores res trições quanto à natureza dos
bens que podiam ser objeto de
propriedade e quanto ao conteúdo do próprio direito. A liberdade econômica era garantida,
As mais
trariam barreiras na Constituição Federal.
Essas disposições não foram substancialmente alteradas em 1937.
A constituição outorgada nada inovou em matéria social.
Tudo quanto o DIP anunciou, em ma
rtias dentro de estreitos limites, uma
téria de reforma social, não decorria
vez que a ordem econômica devia ser
da nova ordem estabelecida pelo golpe
organizüdã em conformidade cóm os princípios de jusHça e necessidades da
deniocràtfcamente, na vigência da cons
vida «acionai, p que permitia ao Estado
tituição de 1934.
de estado de 1937.
A constituição de 1946 não voltou ao
liberalismo de 1891.
Sua posição é
intervencioiüsta, como a de 1934. A or
dem econômica deve ser organizada con.
forrhe os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano. O uso da propriedade é condicionado
pelo bem-estar social. O texto mais revolucionário, em rela
ção à propriedade, é o que permite ao Estado promover a justa distribuição da
propriedade com igual oportunidade pa ra todos, desde que se observem os di prévia.
O Estado tem poderes expressos para reprimir os abusos do poder econômico sob a forma de "trusts" ou cartéis.
Depende da lei o regime dos bancos e empresas de seguros. Suprimiu-se a exigência constitucional anterior da na
cionalização progressiva, mas poderá a
nacionalização ser decretada a qualquer, tempo, por via de lei ordinária.
Com tão amplos poderes constitucio
tuição de 1934 afasta-se decidi
O direito de propriedade é li mitado pelo bem coletivo, na
93
reitos do proprietário à indenização
No tocante às relações entro o traba
Quando se reconstitucíonahzou o paí.s, em 1934, era necessário optar entre a
Dicesto Econômico
Podia ser obtido
nais no terreno da economia, pode o Estado, no domínio da constituição vi gente, fazer as maiores reformas da or dem econômica e social.
Pode planificar a economia nacional, intervindo no domínio econômico e mo
Pode distribuir a propriedade, desde que atenda ao direito às indenizações
quando, para isso, tiver que desapropriar. Tudo isto estamos admitindo apenas por hipótese, para mostrar a flexibilidade
da atual constituição quanto à ordem econômica. O Estado pode fazer tôdas essas reformas, mas pode também não as fazer. Basta, para isso, não se utilizar
dos poderes extraordinários que a Cons tituição lhe outorga na ordem econômica. A constituição permite a reforma mas não a obriga. Uma maioria parlamentar socialista poderá levar o país no socialismo, den tro dos postulados básicos da constitui ção de 1946.
Porém, uma maioria liberal individua
lista pode abster-se de intervir na ordem
econômica para permitir o livre jôgo das fôrças econômicas.
Ter-se-á, então, a
ordem econômica liberal.
Essa extrema flexibilidade da cons
tituição vigente, dentro de cujas normas tanto pode existir um Estado de tipo "gendarme" quanto um Estado socia
lista, coloca os problemas econômicos na dependência direta das soluções po líticas.
Não e mais possível a qualquer classe
nopolizando as atividades para isso ne
social fechar-se na tôrre do indiferen-
cessárias. Pode moderar os lucros e os
tismo político. E isso porque a classe que alcançar supremacia política fará, necessàriamente, predominar os seus interêsses econômicos sem que as barrei
juros (a usura é regulada por lei), pode intervir nas relações entre o capital a o trabalho com a maior amplitude, para fixar normas conforme o que se enten
ras da inoonstitucionalidade se oponham
der por justiça.
as mais ousadas reformas.
92
Dicesto
ma da revolução triunfante de 1930, nada se fez que alterasse a feição da nossa economia liberal. A revolução triunfante em 1930 trou
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Econômico
planificar a economia e dirigi-la no sen- ^ tido que lhe parecesse conveniente.
Poderia a União monopolizar qualquer indústria ou atividade econômica, ressal
vadas apenas as indenizações cUnidas. ^
xe logo copiosa legislação trabalhista, cuja aplicação não se coaduna com os princípios fundamentais da economia li
siva dos bancos de depósito c empresas
beral. O Estado intervém desde então
de seguros.
para fixar salário mínimo, número de horas de trabalho, condições de lúgiene, férias remuneradas. A sindicalização es
Destacou a propriedade das minas e demais riquezas do subsolo, bem como as quedas dágua, da propriedade do
Prescrevia-se a nacionalização progres-
tendeu-se, assumindo os sindicatos fun
solo, para fazer depender o seu aproxcí-
ções delegadas do poder publico na fi
tamento industrial de autorização ou
xação de normas de trabalho com ca
concessão federal.
ráter obrigatório.
conservação das reformas sociais ou a
volta ao liberalismo. Na primeira hi pótese a constituição deveria tomar umã forma acentuadamente social-democra-
lho e o capital, a constituição de 1934 foi longe: assegurou a autonomia o pluralidade sindical, proibiu diferenças de salários por motivos de idade, sexo etc., estabeleceu salário mínimo, dia
ta, nos moldes da constituição de Weimar; na segunda hipótese voltar-se-ia a
de oito horas, repouso semanal, férias, assistência médica gratuita, regulamenta ção do exercício de fôdàs as profissões
uma constituição liberal, vazada nos
e reconhecimento das convenções cole
moldes da de 1891.
tivas de trabalho.
Prevaleceu o primeiro
ponto de
vista.
Oonseqüentemente, a nossa ,consti-
Dentro des.sas bases, seria possí\el es tabelecer-se uma ordem econômica socia lista, dependendo apena.s da vontade da maioria parlamentar.
damente da linha liberal.
ousadas reformas .sociais deseja das pelo legislador não encon
forma que a lei determinar, o
que permitiria as maiores res trições quanto à natureza dos
bens que podiam ser objeto de
propriedade e quanto ao conteúdo do próprio direito. A liberdade econômica era garantida,
As mais
trariam barreiras na Constituição Federal.
Essas disposições não foram substancialmente alteradas em 1937.
A constituição outorgada nada inovou em matéria social.
Tudo quanto o DIP anunciou, em ma
rtias dentro de estreitos limites, uma
téria de reforma social, não decorria
vez que a ordem econômica devia ser
da nova ordem estabelecida pelo golpe
organizüdã em conformidade cóm os princípios de jusHça e necessidades da
deniocràtfcamente, na vigência da cons
vida «acionai, p que permitia ao Estado
tituição de 1934.
de estado de 1937.
A constituição de 1946 não voltou ao
liberalismo de 1891.
Sua posição é
intervencioiüsta, como a de 1934. A or
dem econômica deve ser organizada con.
forrhe os princípios da justiça social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano. O uso da propriedade é condicionado
pelo bem-estar social. O texto mais revolucionário, em rela
ção à propriedade, é o que permite ao Estado promover a justa distribuição da
propriedade com igual oportunidade pa ra todos, desde que se observem os di prévia.
O Estado tem poderes expressos para reprimir os abusos do poder econômico sob a forma de "trusts" ou cartéis.
Depende da lei o regime dos bancos e empresas de seguros. Suprimiu-se a exigência constitucional anterior da na
cionalização progressiva, mas poderá a
nacionalização ser decretada a qualquer, tempo, por via de lei ordinária.
Com tão amplos poderes constitucio
tuição de 1934 afasta-se decidi
O direito de propriedade é li mitado pelo bem coletivo, na
93
reitos do proprietário à indenização
No tocante às relações entro o traba
Quando se reconstitucíonahzou o paí.s, em 1934, era necessário optar entre a
Dicesto Econômico
Podia ser obtido
nais no terreno da economia, pode o Estado, no domínio da constituição vi gente, fazer as maiores reformas da or dem econômica e social.
Pode planificar a economia nacional, intervindo no domínio econômico e mo
Pode distribuir a propriedade, desde que atenda ao direito às indenizações
quando, para isso, tiver que desapropriar. Tudo isto estamos admitindo apenas por hipótese, para mostrar a flexibilidade
da atual constituição quanto à ordem econômica. O Estado pode fazer tôdas essas reformas, mas pode também não as fazer. Basta, para isso, não se utilizar
dos poderes extraordinários que a Cons tituição lhe outorga na ordem econômica. A constituição permite a reforma mas não a obriga. Uma maioria parlamentar socialista poderá levar o país no socialismo, den tro dos postulados básicos da constitui ção de 1946.
Porém, uma maioria liberal individua
lista pode abster-se de intervir na ordem
econômica para permitir o livre jôgo das fôrças econômicas.
Ter-se-á, então, a
ordem econômica liberal.
Essa extrema flexibilidade da cons
tituição vigente, dentro de cujas normas tanto pode existir um Estado de tipo "gendarme" quanto um Estado socia
lista, coloca os problemas econômicos na dependência direta das soluções po líticas.
Não e mais possível a qualquer classe
nopolizando as atividades para isso ne
social fechar-se na tôrre do indiferen-
cessárias. Pode moderar os lucros e os
tismo político. E isso porque a classe que alcançar supremacia política fará, necessàriamente, predominar os seus interêsses econômicos sem que as barrei
juros (a usura é regulada por lei), pode intervir nas relações entre o capital a o trabalho com a maior amplitude, para fixar normas conforme o que se enten
ras da inoonstitucionalidade se oponham
der por justiça.
as mais ousadas reformas.
Dir.ESTO
Sociologia e Relações Internacionais' L.
A.
Costa Pinto
há muito estudavam aten
Os cientistas .sociais do nos-
S() tempo c.stão começando a
tamente os fatores que, den
compreender que os proble
tro da sociedade internacional,
mas das relaçõe.s internacio
operavam no sentido de criar
Ecoxómico
luitiireza da revolução metodológica que
episódio fundamental da história do re
a sociologia está sofrendo, no esforço
gime capitalista, resultou da multipli cação do poder de produzir trazido pela
que faz libertar-se das limitações esterilizantes qxie lhe dificultam o pro gresso e, desse modo, superar a sua
(Da Universidade do Brasil)
j^ociÓLOGos e economistas de
• ■• ",VÍÍ4*-gpi
nais não se circunscrevem ao
crise estrutural. Ao lado, porém, da importante significação metodológica que apresentam as tentativas de formar uma .sociologia das relações internacionais —
e sobre a qual não insistiremos aqui — queremos ressaltar, nesse breve artigo, a importância prática imensa que pode
uma estrutura social de âmbito ecumê
campo exclusivamente jurídico, pois que
nico, resultante da progressiva fusão,
têm origem e se desenvolvem em es
numa s6 unidade, de interesses, merca
feras e setores mais amplos da realidade objetiva, esferas e .setores que recaem em cheio no campo da sociologia. Á uma tal verificação, que por si mesma parece evidente, custaram a cliegar al guns estudiosos europeus e norte-ameri canos impedidos por seus preconceitos acadêmicos; principalmente para os nor
ter o fato de todos nós, cientistas e lei gos, assumirmos uma atitude mais ra
te-americanos esse novo modo de encarar
mas internacionais — pouco mais existe,
o problema significa um avanço metodo
ao nosso alcance, que passamos fazer e que seja capaz dc contribuir para a paz
dos, relações e participações que até então se circunscreviam às esferas lo
cais, nacionais ou regionais. Foi o que Wallas, já há tanto tempo, procurou in
dicar no seu conceito de "Great Society", tão familiar aos ouvidos dos habituados
a consulta da bibliografia especializada. Muito mais feliz do que o conceito de Wallas foi o "slogan" de Wendell Willkic
— one world. Sentia-se, nessa frase que
te pressentia e que até então não encon
lógico decisivo. Isto porque o trata mento de problemas marginais entre u sociologia e a política parecia sempre condenável aos olhos daqueles pragniatistas intransigentes, que teimavam cm confundir obtiisidade com-objetividade. . . Partindo da concepção ingênua e pri mária de que a vida social pode ser di vidida em setores estanques, uns pas
trara a forma sintética pela qual pu
síveis de análise científica, outros aban
desse exprimir, em poucas palavras, um
donados à sanha da pugna ideológica,
correu mundo, que a surpresa do polí tico era igual à do homem comum; o
próprio sucesso do "slogan" de Willkie, e a imensa popularidade que logo obte
ve, traduzem o fato de que a opinião mundial encontrara, naquele dito, a ex pressão acessível de algo que vagamen
mundo de impressões e pressentimentos. Os sociólogos, sempre menos bem suce didos que os políticos e jornalistas, vão
integrando aos poucos a terminologia em voga, procurando, timidamente,- dar um sentido orgânico e racional a um
conceito que, embora resultando de uma
.situação de fato, traduz ainda, em gran de parte, u'a mera aspiração. í}s
*
•so lidavam com o.s primeiros, sem per ceber que com isso prejulgavam o.s .se gundos — e essa tomada de posição, profundamente .suspeita, corria mundo com o nome de "ciência objeti\'a".
O anseio recentemente revelado por sociólogos acadêmicos de trabalharem
cional e objetiva em face dos inúmeros problemas que resultam da convivência
internacional e que hoje se multiplicam c impõem à atenção e à decisão de cada um. De resto, além dêsse recurso, que é pensar com clareza sobre os proble
mação e expansão do mercado mundial.
Para justificar e racionalizar o mercado
mundial e para integrar seus efeitos so ciais num estilo de vida e civilização, surgiram, na chamada "era vitoriana",
ideologias e correntes de pensamento sociai e econômico que preconizavam uma mentalidade aberta ao chamado "espí rito
internacional",
foi-ma
e
fórmula
mais ou menos lírica e literária assu
mida pelo puro e simples cosmopolitismo do comércio, que agia assim, em
todos os planos, revolucionàriamente, sobre os remanescentes de uma economia
fechada, nucleada, circunscrita, feudal
Uma atitude objetiva e racional fren te ao problema internacional deve par
ou mais atrasada ainda, que a econo
tir da verificação fundamental de que
mava, superava e substituía.
o
desenvolvimento
do
comércio num
mia capitalista liistòricamente transfor Nesse tempo, como em todos os tem
mercado de âmbito mundial criou uma
pos em que situações semelhantes se
teia de relações materiais que transcen dem as barreiras locais, regionais e na
reproduzem, surgiam na Inglaterra, que
cionais, enquanto que, por outro lado,
dadãos do mundo", homens modelos que se diziam libertos de "provincialismos" atrasados, campeões de um "govêrno mundial", espécie de extrapolação
no plano cultural e político as relações que se estabelecem entre as nações deixaram de acompanhar, quase sempre, a envergadura e o sentido das transfor mações operadas na base material das relações internacionais.
Na medida em
que se agrava e aprofunda a distância
em campos que até então haviam aban donado ao amadorismo para-sociológi-
entre esses dois termos da equação — agrava-se é se aprofunda, também, o que se chama "o -problema internacio
co (1), indica, mais uma vez, o grau e
nal".
1^'-
conseqüente de alargar o circulo das trocas. Não se produzindo só para con sumir mas para vender — tudo o que sig nificasse um pafticularismo nacional co locava-se, por definição, contra a for
e o entendimento entre as nações.
A formação de um mareado mundial,
/
revolução industrial e da necessidade'
controlava o comércio mundial, os "ci
ecumênica do governo de Sua Majes
tade . . . Contra isso e em seu próprio benefício, os países novos da época — como os Estados Unidos da América do
Norte, especialmente a partir do fim da Guerra de Secessão — assumiam atitude
diversa e empenhavam-se na luta por sua industrialização e pela criação de .seu mercado interno, gerando, no pro-
Dir.ESTO
Sociologia e Relações Internacionais' L.
A.
Costa Pinto
há muito estudavam aten
Os cientistas .sociais do nos-
S() tempo c.stão começando a
tamente os fatores que, den
compreender que os proble
tro da sociedade internacional,
mas das relaçõe.s internacio
operavam no sentido de criar
Ecoxómico
luitiireza da revolução metodológica que
episódio fundamental da história do re
a sociologia está sofrendo, no esforço
gime capitalista, resultou da multipli cação do poder de produzir trazido pela
que faz libertar-se das limitações esterilizantes qxie lhe dificultam o pro gresso e, desse modo, superar a sua
(Da Universidade do Brasil)
j^ociÓLOGos e economistas de
• ■• ",VÍÍ4*-gpi
nais não se circunscrevem ao
crise estrutural. Ao lado, porém, da importante significação metodológica que apresentam as tentativas de formar uma .sociologia das relações internacionais —
e sobre a qual não insistiremos aqui — queremos ressaltar, nesse breve artigo, a importância prática imensa que pode
uma estrutura social de âmbito ecumê
campo exclusivamente jurídico, pois que
nico, resultante da progressiva fusão,
têm origem e se desenvolvem em es
numa s6 unidade, de interesses, merca
feras e setores mais amplos da realidade objetiva, esferas e .setores que recaem em cheio no campo da sociologia. Á uma tal verificação, que por si mesma parece evidente, custaram a cliegar al guns estudiosos europeus e norte-ameri canos impedidos por seus preconceitos acadêmicos; principalmente para os nor
ter o fato de todos nós, cientistas e lei gos, assumirmos uma atitude mais ra
te-americanos esse novo modo de encarar
mas internacionais — pouco mais existe,
o problema significa um avanço metodo
ao nosso alcance, que passamos fazer e que seja capaz dc contribuir para a paz
dos, relações e participações que até então se circunscreviam às esferas lo
cais, nacionais ou regionais. Foi o que Wallas, já há tanto tempo, procurou in
dicar no seu conceito de "Great Society", tão familiar aos ouvidos dos habituados
a consulta da bibliografia especializada. Muito mais feliz do que o conceito de Wallas foi o "slogan" de Wendell Willkic
— one world. Sentia-se, nessa frase que
te pressentia e que até então não encon
lógico decisivo. Isto porque o trata mento de problemas marginais entre u sociologia e a política parecia sempre condenável aos olhos daqueles pragniatistas intransigentes, que teimavam cm confundir obtiisidade com-objetividade. . . Partindo da concepção ingênua e pri mária de que a vida social pode ser di vidida em setores estanques, uns pas
trara a forma sintética pela qual pu
síveis de análise científica, outros aban
desse exprimir, em poucas palavras, um
donados à sanha da pugna ideológica,
correu mundo, que a surpresa do polí tico era igual à do homem comum; o
próprio sucesso do "slogan" de Willkie, e a imensa popularidade que logo obte
ve, traduzem o fato de que a opinião mundial encontrara, naquele dito, a ex pressão acessível de algo que vagamen
mundo de impressões e pressentimentos. Os sociólogos, sempre menos bem suce didos que os políticos e jornalistas, vão
integrando aos poucos a terminologia em voga, procurando, timidamente,- dar um sentido orgânico e racional a um
conceito que, embora resultando de uma
.situação de fato, traduz ainda, em gran de parte, u'a mera aspiração. í}s
*
•so lidavam com o.s primeiros, sem per ceber que com isso prejulgavam o.s .se gundos — e essa tomada de posição, profundamente .suspeita, corria mundo com o nome de "ciência objeti\'a".
O anseio recentemente revelado por sociólogos acadêmicos de trabalharem
cional e objetiva em face dos inúmeros problemas que resultam da convivência
internacional e que hoje se multiplicam c impõem à atenção e à decisão de cada um. De resto, além dêsse recurso, que é pensar com clareza sobre os proble
mação e expansão do mercado mundial.
Para justificar e racionalizar o mercado
mundial e para integrar seus efeitos so ciais num estilo de vida e civilização, surgiram, na chamada "era vitoriana",
ideologias e correntes de pensamento sociai e econômico que preconizavam uma mentalidade aberta ao chamado "espí rito
internacional",
foi-ma
e
fórmula
mais ou menos lírica e literária assu
mida pelo puro e simples cosmopolitismo do comércio, que agia assim, em
todos os planos, revolucionàriamente, sobre os remanescentes de uma economia
fechada, nucleada, circunscrita, feudal
Uma atitude objetiva e racional fren te ao problema internacional deve par
ou mais atrasada ainda, que a econo
tir da verificação fundamental de que
mava, superava e substituía.
o
desenvolvimento
do
comércio num
mia capitalista liistòricamente transfor Nesse tempo, como em todos os tem
mercado de âmbito mundial criou uma
pos em que situações semelhantes se
teia de relações materiais que transcen dem as barreiras locais, regionais e na
reproduzem, surgiam na Inglaterra, que
cionais, enquanto que, por outro lado,
dadãos do mundo", homens modelos que se diziam libertos de "provincialismos" atrasados, campeões de um "govêrno mundial", espécie de extrapolação
no plano cultural e político as relações que se estabelecem entre as nações deixaram de acompanhar, quase sempre, a envergadura e o sentido das transfor mações operadas na base material das relações internacionais.
Na medida em
que se agrava e aprofunda a distância
em campos que até então haviam aban donado ao amadorismo para-sociológi-
entre esses dois termos da equação — agrava-se é se aprofunda, também, o que se chama "o -problema internacio
co (1), indica, mais uma vez, o grau e
nal".
1^'-
conseqüente de alargar o circulo das trocas. Não se produzindo só para con sumir mas para vender — tudo o que sig nificasse um pafticularismo nacional co locava-se, por definição, contra a for
e o entendimento entre as nações.
A formação de um mareado mundial,
/
revolução industrial e da necessidade'
controlava o comércio mundial, os "ci
ecumênica do governo de Sua Majes
tade . . . Contra isso e em seu próprio benefício, os países novos da época — como os Estados Unidos da América do
Norte, especialmente a partir do fim da Guerra de Secessão — assumiam atitude
diversa e empenhavam-se na luta por sua industrialização e pela criação de .seu mercado interno, gerando, no pro-
iFr^
96
Drc.i;s'i'0
DiCESTO ECONÓ.NflCO
Eco>íómic<5
gida em cada tempo e lugar, é a aná lise das estruturas e situações da \ida
cesso dessa luta, ideologias nacionalistas acirradas que se rnanifestavam em todos
pério, mecanismos complexos dc concilia, ção e arbitragem e de .sanção e punição
tliantc deles, eiija iui.sència ainda e.stá
os setores da vida americana — desde a
no caso em que a norma fôsse violada.
à altura da complexidade dos proble mas que giram nessa esfera. A ordem
internacional em cada conjuntura parti
A inadequação dos planos c organis
mos jurídicos criados neste período da' história mundial para resolver os pro
internacional é ainda uma ordem de
fenômenos à espera de que diante dela
blemas das relações internacionais c um
objetiva que já lograram assumir em face
luz à consideração teórica e â solução prática dos problemas que afetam as instituições internacionais, problemas que
política tarifária até às preferências e os estilos literários e filosóficos dominantes.
Na história da economia capitalista, por conseqüência, sempre têm coinci dido na sociedade internacional esses
dois fatores; de um lado, um espírito de protecionismo nacional, acentuado e militante às vêzes, que se reve'a viva mente contrário a essa internacionaliza
ção vertical e, de outro lado, o cosmo-
politismo vitoriano das nações mais de senvolvidas. E é exatamente a alternân
cia e a mudança das posições assumidas
pelas diversas nações nesse tabuleiro, das trocas mundiais o que determina as co lorações novas que vão assumindo os
diversos grupos e blocos, mudanças de posição que pareceriam surpreendentes
se não fôssem acompanhadas de perto em seu desenvolvimento Histórico.
A
inedutibilidade dêsses pontos de vista gerou, no plano da sociedade interna
cional, todo um ciclo de guerra e todo um ciclo de pactos entre as nações — guerras e pactos que procuram, por um
meio ou outro, a solução para o proble ma básico da convivência, num mesmo espaço geográfico, de economias nacio nais que se expandem e se entrechocam.
Enquanto que o progresso material multiplicava e aperfeiçoava os meios téc nicos de comunicações e contactos inter-grupais, criando as artérias dêsse "mundo só" em que vivemos — suce diam-se, no plano jurídico, as tentativas
testemunho dramático, entretanto, de
dificultando o emprego
de
soluções
os homens assumam a atitude racional e
que eles são sempre resultantes das cor
de um conjunto de outros fenômenos de
relações de forças eventualmente ocupan. do posição dominante cm cada época e
cia não menos rele\ante.
natureza tão complexa e do importân A nova ciência das relações interna
cular que há de fornecer o máximo de
emergem de uma determinada estrutura
e dela não podem ser desligados por quem procura compreendê-los. E quan do se afirma que o modo científico de
cionais, fundamentando-se num escòpo
encará-los consiste cm analisá-los como
indicar é que eles são, simultàneamen-
males que visavam remediar. A análi
sociológico, reúne e elabora os dados o princípios que lhe podem fornecer tòdas as ciências sociais e pretende ser um • passo decisivo naquele sentido, demons
se dos resultados do Congresso de Viena (1815) até os da Sociedade das Nações, que resultou do Congresso de Versailles (1919)— indica sobejamente qual o des
trando ^ o quanto há dc pré-científico e primário e ingênuo nessas concepções que partem da noção de que o problema
ção fundamental que é a resistência que relações sociais historicamente ultrapas
e moral, ou doutrinário, ou racial, ou
que, por conseqüência, esses planos e
organismos, que tinham por objetivo manter um statii q\to, precisamente por
isso tendiam ao fracasso, já que eram, pela origem, ]io.spedeiros e veículos dos
geográfico, o que tudo^ redunda, direta ou indiretamente, na conclusão de que
tino que a história do último século re
servou as resoluções daqueles organis
mos políticos criados com objetivos de restauração, ou de conservação, num
mundo carente de renovações.
Se é verdade que a utopia começa, no plano da ciência ou da ação política, quando se pretende solucionar problemas
gráficos, políticos, jurídicos — pois que em todas essas esferas revela-se a situa
sadas opõem às novas relações sociais que a história engendra.
Dêsse modo as relações internacionais, analisadas sob um prisma histórico e
funoionalista, representam, via de regra, a extrapolação, num p'ano mais amplo,
nos espíritos como verdades absolutas e que são aceitas com tanto maior convic
análise dessas estruturas, comparativa mente feita — com a preocupação de compreendê-las e não de hierarquizálas — qualquer generalização resulta em
tual de cada um — à sociologia aplicada ao estudo das relações internacionais
cabe demonstrar, preliminarmente, o cá-
ráter institucional, estrutural, dos pro blemas que formam e compõem o seu
outro lado, bem indica que os problemas
te, morais, econômicos, culturais,, demo
êlc é, intrinsecamente, insolúvel (2). Para substituir o falalismo dessas noções simplistas e acadêmicas que se.^incrustam ção quanto maior o despreparo intelec
sociais conservando as estruturas que os engendram e determinam, aquelas solu ções, como tal encaradas, jamais passa ram de sonoras utopias cujo fracas.so, por
problemas estruturais, o que se quer
de relações sociais internas; e sem a
equiparação descuidada de situações so ciais radicalmente diversas, como tão freqüentemente se faz.
A aná ise da relatividade dos tipos
campo de estudos. Dizendo-se que o problema da ordem
culturais e sistemas econômicos e sociais
nal não se deve deter, por outro lado,
nitivamente, a passagem de uma atitude primária para uma atitu
internacional é estrutural, pretende-se in dicar com isso que não é possível en tender cientificamente o aspecto proble ma sem compreender primeiro o aspecto situação — estrutura, portanto — pois se
tualmente dominante de relações entre as nações e estabelecendo,
de científica na análise dos fenô
as instituições são cristalizações da vida
com o objetivo d® fixar o seu im
final para uma posição racional
destino" nos ligou para sempre aos franceses ou norte-americanos; ou que hindus e muçu'manosj judeus e árabes
de sistematizar as normas de convivên
cia internacional, cristalizando em
princípios de direito o tipo even
da sociedade internacional são estrutu
rais e não apenas problemas formais. É a compreensão da natureza estrutural
dos problemas internacionais por parte
dos observadores o que significará, defi
social geradas em" função do estado e
menos dessa ordem e o passo
do grau de desenvoKimento por ela atin
lí
que coexistem na sociedade internacio
na constatação dessa relati\idade, que "lesma se evidencia. Dizer que
o caráter nacional" inglês é diverso do
^ caráter nacional" alemão: ou que o
iFr^
96
Drc.i;s'i'0
DiCESTO ECONÓ.NflCO
Eco>íómic<5
gida em cada tempo e lugar, é a aná lise das estruturas e situações da \ida
cesso dessa luta, ideologias nacionalistas acirradas que se rnanifestavam em todos
pério, mecanismos complexos dc concilia, ção e arbitragem e de .sanção e punição
tliantc deles, eiija iui.sència ainda e.stá
os setores da vida americana — desde a
no caso em que a norma fôsse violada.
à altura da complexidade dos proble mas que giram nessa esfera. A ordem
internacional em cada conjuntura parti
A inadequação dos planos c organis
mos jurídicos criados neste período da' história mundial para resolver os pro
internacional é ainda uma ordem de
fenômenos à espera de que diante dela
blemas das relações internacionais c um
objetiva que já lograram assumir em face
luz à consideração teórica e â solução prática dos problemas que afetam as instituições internacionais, problemas que
política tarifária até às preferências e os estilos literários e filosóficos dominantes.
Na história da economia capitalista, por conseqüência, sempre têm coinci dido na sociedade internacional esses
dois fatores; de um lado, um espírito de protecionismo nacional, acentuado e militante às vêzes, que se reve'a viva mente contrário a essa internacionaliza
ção vertical e, de outro lado, o cosmo-
politismo vitoriano das nações mais de senvolvidas. E é exatamente a alternân
cia e a mudança das posições assumidas
pelas diversas nações nesse tabuleiro, das trocas mundiais o que determina as co lorações novas que vão assumindo os
diversos grupos e blocos, mudanças de posição que pareceriam surpreendentes
se não fôssem acompanhadas de perto em seu desenvolvimento Histórico.
A
inedutibilidade dêsses pontos de vista gerou, no plano da sociedade interna
cional, todo um ciclo de guerra e todo um ciclo de pactos entre as nações — guerras e pactos que procuram, por um
meio ou outro, a solução para o proble ma básico da convivência, num mesmo espaço geográfico, de economias nacio nais que se expandem e se entrechocam.
Enquanto que o progresso material multiplicava e aperfeiçoava os meios téc nicos de comunicações e contactos inter-grupais, criando as artérias dêsse "mundo só" em que vivemos — suce diam-se, no plano jurídico, as tentativas
testemunho dramático, entretanto, de
dificultando o emprego
de
soluções
os homens assumam a atitude racional e
que eles são sempre resultantes das cor
de um conjunto de outros fenômenos de
relações de forças eventualmente ocupan. do posição dominante cm cada época e
cia não menos rele\ante.
natureza tão complexa e do importân A nova ciência das relações interna
cular que há de fornecer o máximo de
emergem de uma determinada estrutura
e dela não podem ser desligados por quem procura compreendê-los. E quan do se afirma que o modo científico de
cionais, fundamentando-se num escòpo
encará-los consiste cm analisá-los como
indicar é que eles são, simultàneamen-
males que visavam remediar. A análi
sociológico, reúne e elabora os dados o princípios que lhe podem fornecer tòdas as ciências sociais e pretende ser um • passo decisivo naquele sentido, demons
se dos resultados do Congresso de Viena (1815) até os da Sociedade das Nações, que resultou do Congresso de Versailles (1919)— indica sobejamente qual o des
trando ^ o quanto há dc pré-científico e primário e ingênuo nessas concepções que partem da noção de que o problema
ção fundamental que é a resistência que relações sociais historicamente ultrapas
e moral, ou doutrinário, ou racial, ou
que, por conseqüência, esses planos e
organismos, que tinham por objetivo manter um statii q\to, precisamente por
isso tendiam ao fracasso, já que eram, pela origem, ]io.spedeiros e veículos dos
geográfico, o que tudo^ redunda, direta ou indiretamente, na conclusão de que
tino que a história do último século re
servou as resoluções daqueles organis
mos políticos criados com objetivos de restauração, ou de conservação, num
mundo carente de renovações.
Se é verdade que a utopia começa, no plano da ciência ou da ação política, quando se pretende solucionar problemas
gráficos, políticos, jurídicos — pois que em todas essas esferas revela-se a situa
sadas opõem às novas relações sociais que a história engendra.
Dêsse modo as relações internacionais, analisadas sob um prisma histórico e
funoionalista, representam, via de regra, a extrapolação, num p'ano mais amplo,
nos espíritos como verdades absolutas e que são aceitas com tanto maior convic
análise dessas estruturas, comparativa mente feita — com a preocupação de compreendê-las e não de hierarquizálas — qualquer generalização resulta em
tual de cada um — à sociologia aplicada ao estudo das relações internacionais
cabe demonstrar, preliminarmente, o cá-
ráter institucional, estrutural, dos pro blemas que formam e compõem o seu
outro lado, bem indica que os problemas
te, morais, econômicos, culturais,, demo
êlc é, intrinsecamente, insolúvel (2). Para substituir o falalismo dessas noções simplistas e acadêmicas que se.^incrustam ção quanto maior o despreparo intelec
sociais conservando as estruturas que os engendram e determinam, aquelas solu ções, como tal encaradas, jamais passa ram de sonoras utopias cujo fracas.so, por
problemas estruturais, o que se quer
de relações sociais internas; e sem a
equiparação descuidada de situações so ciais radicalmente diversas, como tão freqüentemente se faz.
A aná ise da relatividade dos tipos
campo de estudos. Dizendo-se que o problema da ordem
culturais e sistemas econômicos e sociais
nal não se deve deter, por outro lado,
nitivamente, a passagem de uma atitude primária para uma atitu
internacional é estrutural, pretende-se in dicar com isso que não é possível en tender cientificamente o aspecto proble ma sem compreender primeiro o aspecto situação — estrutura, portanto — pois se
tualmente dominante de relações entre as nações e estabelecendo,
de científica na análise dos fenô
as instituições são cristalizações da vida
com o objetivo d® fixar o seu im
final para uma posição racional
destino" nos ligou para sempre aos franceses ou norte-americanos; ou que hindus e muçu'manosj judeus e árabes
de sistematizar as normas de convivên
cia internacional, cristalizando em
princípios de direito o tipo even
da sociedade internacional são estrutu
rais e não apenas problemas formais. É a compreensão da natureza estrutural
dos problemas internacionais por parte
dos observadores o que significará, defi
social geradas em" função do estado e
menos dessa ordem e o passo
do grau de desenvoKimento por ela atin
lí
que coexistem na sociedade internacio
na constatação dessa relati\idade, que "lesma se evidencia. Dizer que
o caráter nacional" inglês é diverso do
^ caráter nacional" alemão: ou que o
Dií-t-'?"!'" Econômico!
-98
"jaiiiai:." h.e uniràti; ou ainda, como c
nKi5 apenas a c.xlcn.-^ãn a uni cainpn ma:
lão freqüente, opor Ocidente e Oriente
liirgí) c ceniplexo *dc lüpótcscs de trabá, lho e de premissas metodológicas que »
como pólos irreconciliáveis — são mitos e preconceitos que à sociologia só inte
revelaram válidas no estudo da organj
ressam como objeto de estudo, pois com
zação .social intenia de cada país. Do fato, os salores pelos quais o
DioKSTO Econômico
cicdade internacional é outro passo pre
nicas, que procuram apresentar a última
liminar do lançamento, em bases cien tíficas de seu estudo. Mecanismos dc defesa, racii.nalizações e sistemas ideo
inerentes à natureza humana, ou à geo grafia, ou à existência de soberanias na
lógicos de sublimação, gerados por si
cionais.
guerra como produto direto de instintos
tuações sociais cristalizadas c periclitan-
Êste último ponto de vista, aliás, cos
jes surgem e se instalam nas ciências
tuma ter efeitos fascinantes sôbre os es
sociais, procurando atrair para determi
píritos generosos, mas desprevenidos, de a'guns intelectuais e, por isso mesmo,
ciais, econômicos, políticos e culturais
homens competem e lutam nas crisç internacionais não são ghriotis slogans^ como lembrava há pouco tempo Edwarc
que coexistem e se entrechocam na socie
Kardelj, mas ante.s formam, com o .sis
toridade permanente da ciência.
em certas épocas, determinadas corren tes procuram inculeá-lo a todo transe na
dade internacional não sc deve deter,
tema do cstratlficação social de seu gnu
portanto, em tais generalidades rotundas
po c o.s complementos ideológicos que o acompanham, "a compact sijstcm nf
Veja-se, por exemplo, o quanto ainda é difundida a noção de que a segunda
circunstâncias históricas que o engendra
guerra mundial foi devida aos "imutá-
ram
o seu escopo científico nada têm de comum.
O estudo cientifico das dife
renças entre as estruturas e sistemas so
e inexpressiva.s; vai muito mais além o
tem objetivos muito mais profundos. Interessa-se pela análise da organiza
ção social interna de cada país como meio de compreender os pontos de parti da dé seu comportamento internacional; pretende investigar a formação histórica de cada uma e os modos
predominantes de resolver os pro-
como diz Vansittart, que na Inglaterra é
enquanto houver nações soberanas a paz
complexidade, como um todo de partes
o mais notório representante dessa cor
rente do opinião. A prova de laboratório e a e.xperiência histórica, cientificamente
internacional será impossível; a renún cia à .soberania é o passo que precisa ser
interdependentes, se quisermos entender o que há de fundamental e pro-
blemas internos que lhe são pró
co, que nesses tempos que passam
modo como cada sociedade na cional considera e resolve suas diferenças,
a coragem intelectual é, não raro,
dera e resolve as diferenças com que
a quahdade que mais se exige do homem de ciência — é o de que carece o estudo sociológico das relações internacionais. E, sob êsse prisma, um excelente traba
topa no plano internacional.
lho do Professor Arthur K. Davis (4)
Assim é que se revela a importância fundamental de verificar, nessas análi
ses, a hipótese sociológica que Mannheim formulou nos seguintes termos: "people tend to imitate the actions and opinions
of the rulUng classes; tiational character, in this sense, is really the behavior wich is characteristic of the rulling classes and is graduaUy adopted by their subordinates" (3). Estudos sociológicos que pre tendessem fazer um teste.de tal hipótese, tomada como exemplo, cedo revelariam, mais uma vez, que a sociologia das re lações internacionais — como afirmou o Professor Lambert — não é ciência nova.
e .sustentam.
Segundo os defensores desta opinião,
prios, pois, em certo sentido, o
ou indiretamente, no modo como consi
ciência, sem consideração e análise das
\eis instintos guerreiros germânicos",
Um escopo rigorosamente cienti fico — ou corajosamente cientifi
internas projeta-se e se reproduz, direta
determinados, todo o prestígio c a au
great rigidity", na felíz c.vpressão do Professor T. Parsons, sistema que precisa ser estudado em conjunto, em lôda sua
lupdo na.s crises internacionais.
^
nados sistemas de valores, historicamente
deu-nos -uma demonstração recente de quanto ainda resta progredir no sentido
elaboradas, negam e refutam a teoria
dado pelo.s povos que desejam a paz mundial. E para êsse slogan é que pe
racista, demonstrando seu caráter de
dem a confirmação da ciência (5).
pura mistificação ideológica — e entre
Não é por mera coincidência que os
tanto tõda uma explicação de aconteci
partidários de tais proposições recusam-
mentos recentes, que visaram precisa
so, sistemíuicamentc, a levar às últimas
mente destruir uma organização política que fazia da discriminação racial razão
conseqüências, em cada tempo e lugar, as causas que determinaram o choque
dt- Estado, ainda encontra, na conjun
militar entre nações soberanas e, partindo
tura mundial de nossos dias, condições
da preliminar arbitrária de que é a so berania em si que determina tôdas as guerras, concluem pela solução simplista
paru ressurgir e florescer. Se notarmos, porém, como alguns "lories" britânicos extraem daquela teoria, geomctricamente
de que a negação da soberania significa
de um tratamento verdadeiramente ra
contrária mas substancialmente igual,
a paz. Ocorre, porém, que esta sobera
cional das competições internacionais.
outra de que não cabe aos "guerreiros de raça alemã" mas aos "povos cie
cerebrina d© ideólogos conscientes ou
língua inglesa" o governo ultra-palriar-
inconscientes de uma soberania iinica
Suas análises sôbre a formação do "bode expiatório", da "ordem institucional ri val" e da subliinação dos conflitos in ternos nas pugnas internacionais, con
ceitos a. que chegou através do estudo da hostilidade norte-americana à União
Soviética, representam contribuições de cisivas ao estudo sociológico da estrutura internacional.
Uma revisão crítica do material doutri-
nário existente sobre os problemas da .so-
cal du mundo — compreende-se, dentro do um critério funcionalista, as posições historicamente diversas e sociologicamen te equivalentes que podem assumir, na
explicação dos problemas internacionais, cs preconceitos ideológicos gerados por estruturas sociais semelhantes. Igual â
nia em si é pura ficção, pura criação
feita as custas da soberania alheia.
Dêsse modo, o cjue importa sociològicamente é investigar, em cada caso, dentro
de cada conjuntura, quem determina internamente o comportamento de cada nação soberana na sociedade internacio
nal e como a soberania, em cada situa
da concepção racista é a trajetória de
ção, entra em conflito com outra esfera
outras concepções, não menos messiâ
de soberania nacional.
Dií-t-'?"!'" Econômico!
-98
"jaiiiai:." h.e uniràti; ou ainda, como c
nKi5 apenas a c.xlcn.-^ãn a uni cainpn ma:
lão freqüente, opor Ocidente e Oriente
liirgí) c ceniplexo *dc lüpótcscs de trabá, lho e de premissas metodológicas que »
como pólos irreconciliáveis — são mitos e preconceitos que à sociologia só inte
revelaram válidas no estudo da organj
ressam como objeto de estudo, pois com
zação .social intenia de cada país. Do fato, os salores pelos quais o
DioKSTO Econômico
cicdade internacional é outro passo pre
nicas, que procuram apresentar a última
liminar do lançamento, em bases cien tíficas de seu estudo. Mecanismos dc defesa, racii.nalizações e sistemas ideo
inerentes à natureza humana, ou à geo grafia, ou à existência de soberanias na
lógicos de sublimação, gerados por si
cionais.
guerra como produto direto de instintos
tuações sociais cristalizadas c periclitan-
Êste último ponto de vista, aliás, cos
jes surgem e se instalam nas ciências
tuma ter efeitos fascinantes sôbre os es
sociais, procurando atrair para determi
píritos generosos, mas desprevenidos, de a'guns intelectuais e, por isso mesmo,
ciais, econômicos, políticos e culturais
homens competem e lutam nas crisç internacionais não são ghriotis slogans^ como lembrava há pouco tempo Edwarc
que coexistem e se entrechocam na socie
Kardelj, mas ante.s formam, com o .sis
toridade permanente da ciência.
em certas épocas, determinadas corren tes procuram inculeá-lo a todo transe na
dade internacional não sc deve deter,
tema do cstratlficação social de seu gnu
portanto, em tais generalidades rotundas
po c o.s complementos ideológicos que o acompanham, "a compact sijstcm nf
Veja-se, por exemplo, o quanto ainda é difundida a noção de que a segunda
circunstâncias históricas que o engendra
guerra mundial foi devida aos "imutá-
ram
o seu escopo científico nada têm de comum.
O estudo cientifico das dife
renças entre as estruturas e sistemas so
e inexpressiva.s; vai muito mais além o
tem objetivos muito mais profundos. Interessa-se pela análise da organiza
ção social interna de cada país como meio de compreender os pontos de parti da dé seu comportamento internacional; pretende investigar a formação histórica de cada uma e os modos
predominantes de resolver os pro-
como diz Vansittart, que na Inglaterra é
enquanto houver nações soberanas a paz
complexidade, como um todo de partes
o mais notório representante dessa cor
rente do opinião. A prova de laboratório e a e.xperiência histórica, cientificamente
internacional será impossível; a renún cia à .soberania é o passo que precisa ser
interdependentes, se quisermos entender o que há de fundamental e pro-
blemas internos que lhe são pró
co, que nesses tempos que passam
modo como cada sociedade na cional considera e resolve suas diferenças,
a coragem intelectual é, não raro,
dera e resolve as diferenças com que
a quahdade que mais se exige do homem de ciência — é o de que carece o estudo sociológico das relações internacionais. E, sob êsse prisma, um excelente traba
topa no plano internacional.
lho do Professor Arthur K. Davis (4)
Assim é que se revela a importância fundamental de verificar, nessas análi
ses, a hipótese sociológica que Mannheim formulou nos seguintes termos: "people tend to imitate the actions and opinions
of the rulUng classes; tiational character, in this sense, is really the behavior wich is characteristic of the rulling classes and is graduaUy adopted by their subordinates" (3). Estudos sociológicos que pre tendessem fazer um teste.de tal hipótese, tomada como exemplo, cedo revelariam, mais uma vez, que a sociologia das re lações internacionais — como afirmou o Professor Lambert — não é ciência nova.
e .sustentam.
Segundo os defensores desta opinião,
prios, pois, em certo sentido, o
ou indiretamente, no modo como consi
ciência, sem consideração e análise das
\eis instintos guerreiros germânicos",
Um escopo rigorosamente cienti fico — ou corajosamente cientifi
internas projeta-se e se reproduz, direta
determinados, todo o prestígio c a au
great rigidity", na felíz c.vpressão do Professor T. Parsons, sistema que precisa ser estudado em conjunto, em lôda sua
lupdo na.s crises internacionais.
^
nados sistemas de valores, historicamente
deu-nos -uma demonstração recente de quanto ainda resta progredir no sentido
elaboradas, negam e refutam a teoria
dado pelo.s povos que desejam a paz mundial. E para êsse slogan é que pe
racista, demonstrando seu caráter de
dem a confirmação da ciência (5).
pura mistificação ideológica — e entre
Não é por mera coincidência que os
tanto tõda uma explicação de aconteci
partidários de tais proposições recusam-
mentos recentes, que visaram precisa
so, sistemíuicamentc, a levar às últimas
mente destruir uma organização política que fazia da discriminação racial razão
conseqüências, em cada tempo e lugar, as causas que determinaram o choque
dt- Estado, ainda encontra, na conjun
militar entre nações soberanas e, partindo
tura mundial de nossos dias, condições
da preliminar arbitrária de que é a so berania em si que determina tôdas as guerras, concluem pela solução simplista
paru ressurgir e florescer. Se notarmos, porém, como alguns "lories" britânicos extraem daquela teoria, geomctricamente
de que a negação da soberania significa
de um tratamento verdadeiramente ra
contrária mas substancialmente igual,
a paz. Ocorre, porém, que esta sobera
cional das competições internacionais.
outra de que não cabe aos "guerreiros de raça alemã" mas aos "povos cie
cerebrina d© ideólogos conscientes ou
língua inglesa" o governo ultra-palriar-
inconscientes de uma soberania iinica
Suas análises sôbre a formação do "bode expiatório", da "ordem institucional ri val" e da subliinação dos conflitos in ternos nas pugnas internacionais, con
ceitos a. que chegou através do estudo da hostilidade norte-americana à União
Soviética, representam contribuições de cisivas ao estudo sociológico da estrutura internacional.
Uma revisão crítica do material doutri-
nário existente sobre os problemas da .so-
cal du mundo — compreende-se, dentro do um critério funcionalista, as posições historicamente diversas e sociologicamen te equivalentes que podem assumir, na
explicação dos problemas internacionais, cs preconceitos ideológicos gerados por estruturas sociais semelhantes. Igual â
nia em si é pura ficção, pura criação
feita as custas da soberania alheia.
Dêsse modo, o cjue importa sociològicamente é investigar, em cada caso, dentro
de cada conjuntura, quem determina internamente o comportamento de cada nação soberana na sociedade internacio
nal e como a soberania, em cada situa
da concepção racista é a trajetória de
ção, entra em conflito com outra esfera
outras concepções, não menos messiâ
de soberania nacional.
100
DICESTO EcONÓ^íICO \nco
Esta análise, obíctivamente feita, re'sem sombra de dúvida, que nada inerente e implícito à sobera
nia das nações que acarrete, necessaria
mente, a guerra entre nações soberanas.
Outros consideram que as guerras, e a^segunda guerra mundial especialmente, sao resu.tados de fatores exclusivamente
psicológicos. E este foi, de certo modo, o ponto de vista oficializado pela "Carta «oe ' onde se pode a guerra começa na mente dos ler: ho
mens, e na mente dos homens que a detesa cia paz precisa ser erguida". A tera. peu ca que daí resulta — educação, reçoes cu turais, bolsas de estudos, con-
^essos exposições pacifistas - é a tarefa
especifica daquele organismo: construir a
avanços decisivos feitos pela metodologia .sociológica nos últimos tempos. Sem a menor dúsida reconhecemos que substituir todas essas falsas e in-
ciológica, entretanto, é preciso que se diga que aquele conceito afigura-se mais a formulação de um desejo do que o
maiores.
Mas não é característico da
^ESTA primeira metade do século XX
contrário, deles é que a ciência se nutre.
só dois homens merecem realmente
Aí ó que está, aliás, a magia para doxal de tôda a ciência e muito especial, mente da sociologia: compreender os
o qualificativo de gênios da indústria e o criador da produção de automóveis
processos que se desenrolam à nossa
cm série, e Amadeo Peter Gianninl, o
vista e armar os homens dos meios ne cessários a uma participação consciente nesses processos. E nisto precisamente é que reside o que há de mais fascinante e de mais sacrificante no estudo socioógíco das relações internacionais.
homem que em 43 anos de fantástica
iocioioi" í"4 Í947
lhões de cruzeiros) mais do dôbro do
rança.
estado em que se encontrava há décadas atrás, antes dos muitas
o
Para se dar uma idéia do que é êste Banco americano, basta dizer que os
íi?
Crawíord. R. Kenne-
os bancos, casas bancárias- e caixas eco
Sociology", com a
Smith nithr j
G^rdner e Paul
"
exposição crítica de diversos
rência
° assunto fizemos
Organização Social", confe-
do aÍ'e'
ferir sua gênese para a natureza huma
uma estrutura social e cu*tural e dela
ceu — o "Bank of América, National Trust and Savings Association".
total dos depósitos existentes em todos
cialidade e afuTofdo'C,í O
fluindo, permanentemente, como produto e precipitado. A concepção psicologista, ali esposada, recua o problema para
ção financeira, seja qual fôr a sua mo
utixodade construiu a mais poderosa ins tituição bancária que o mundo já conhe
® ° simposium "Inter-
preendidos ^struturulniente
que foi chamado "mente humana", onde se supõe que estão as origens das guer ras, senão indissociàvelmente ligada a
ria reunir. É um banco que está habi
litado a fazer tôda e qualquer opera
natiòiÍTi T? 1
articin-iP^
an
Soclely In
dí Arthur A ?. R®conalructlon (1940), pág. 24. 4) K. Davis, "Some Sources of Amencan Hostilily to Rússia", The Ame
nômicas brasileiras. Operando somente
no Estado da Califórnia, cuja popula
pecializixdos. Filho de um casal de emi
ção não atinge a 10 mi lhões de habitantes,
grantes italianas, órfão
possui 508 agências, e
começou
mais de 4 milhões de
a
depositantes. É, ao mes. mo tempo, a mais de
to em um modesto ne
mocrática
^ defesa dêsse ponto de vista
gantesco capital, longe de ser controlado por
no livro de J, Lambert, Les Nations conIre Ia Paix (1931), aulas dadas na "Chaire de Ia Paix", da Faculdade de Direito de
Lyon. Diga-se de passagem, aliás, que o Professor Lambert retificou profundamen te os pontos de vista ali expostos. IS' o que se depreende com facilidade da lei
tura de suas Quatre Conférences (1945), jnonunciadas aqui no Brasil, na Facul
de pai aos 8 anos, desde
ajudar
o
cedo
padras
gócio de frutas e legu
organização
financeira dos Estados
3, novembro de 1947, pág. 174 e segs.
Amadeo Peter Giannini não nasceu
de uma família de banqueiros e nem cursoy escolas .superiores ou cursos es-
rlcan Journal o£ Sociology. Vol. LIII n.o
dade de Direito do Recife.
o Bank of América possui a maior
cadeia de serviços que um banco pode
"O 3. Jvine
Relatíons". Amerlcan
em "Gu«rr= 'i «
cação. A rigor, nem mesmo existe isso
das finanças americanas: — Henry Ford,
seus depósitos ultrapassam a astronômica cifra de 5 bilhões de dólares, (100 bi
ciedade internacional só podem ser com
na vem a ser, queiramos ou não, mistifi
à instituição.
"The Sociolo-
notas
ev nf
cia e pela soma de serviços prestados
dalidade, desde que não ofereça um risco exagerado. A sua única especiali zação poderia ser assim resumida: pro mover o desenvolvimento e o progresso do Estado da Califórnia, e ajudar a todos os cahfornianos, sem distinção de còr, de credo ou de profissão, a conquistar o máximo bem-estar, conforto o segu
an""5a
ôles estão as guerras 7- resulta que trans
Ohozimbo Octavio Roxo Loureiro
ciência recuar ante os problemas; pelo
diagnóstico de uma situação de fato. Se os fenômenos que se processam na so e entre
organização bancária americana
completa.s noções é tarefa que demanda esforços não pequenos e ônus ainda
Ninguém de bom-senso e de senso mo. ral negaria seu apoio às aspirações da legenda exposta no preâmbulo da Carta da U.N.E.S.C.O. À obser\'ação so
Amadeo Peter Gianninl c a
mes.
E em xdnte anos
de intensa atividade es
Unidos, pois o seu gi
se jovem, dotado de uma incomparável sim patia, que inspirava confiança a todas as
um grupo de magnatas,
está distribuído por 160 mil acionistas, e os seus
dirigentes e conselhei ros são eleitos pela ca pacidade, pela eficiên
pessoas
e
balável
honestidade
cuja
ina e
sadio otimismo a todos
conquistava, conseguiu formar uma das maiofciiS - 'i~i
1-
'
100
DICESTO EcONÓ^íICO \nco
Esta análise, obíctivamente feita, re'sem sombra de dúvida, que nada inerente e implícito à sobera
nia das nações que acarrete, necessaria
mente, a guerra entre nações soberanas.
Outros consideram que as guerras, e a^segunda guerra mundial especialmente, sao resu.tados de fatores exclusivamente
psicológicos. E este foi, de certo modo, o ponto de vista oficializado pela "Carta «oe ' onde se pode a guerra começa na mente dos ler: ho
mens, e na mente dos homens que a detesa cia paz precisa ser erguida". A tera. peu ca que daí resulta — educação, reçoes cu turais, bolsas de estudos, con-
^essos exposições pacifistas - é a tarefa
especifica daquele organismo: construir a
avanços decisivos feitos pela metodologia .sociológica nos últimos tempos. Sem a menor dúsida reconhecemos que substituir todas essas falsas e in-
ciológica, entretanto, é preciso que se diga que aquele conceito afigura-se mais a formulação de um desejo do que o
maiores.
Mas não é característico da
^ESTA primeira metade do século XX
contrário, deles é que a ciência se nutre.
só dois homens merecem realmente
Aí ó que está, aliás, a magia para doxal de tôda a ciência e muito especial, mente da sociologia: compreender os
o qualificativo de gênios da indústria e o criador da produção de automóveis
processos que se desenrolam à nossa
cm série, e Amadeo Peter Gianninl, o
vista e armar os homens dos meios ne cessários a uma participação consciente nesses processos. E nisto precisamente é que reside o que há de mais fascinante e de mais sacrificante no estudo socioógíco das relações internacionais.
homem que em 43 anos de fantástica
iocioioi" í"4 Í947
lhões de cruzeiros) mais do dôbro do
rança.
estado em que se encontrava há décadas atrás, antes dos muitas
o
Para se dar uma idéia do que é êste Banco americano, basta dizer que os
íi?
Crawíord. R. Kenne-
os bancos, casas bancárias- e caixas eco
Sociology", com a
Smith nithr j
G^rdner e Paul
"
exposição crítica de diversos
rência
° assunto fizemos
Organização Social", confe-
do aÍ'e'
ferir sua gênese para a natureza huma
uma estrutura social e cu*tural e dela
ceu — o "Bank of América, National Trust and Savings Association".
total dos depósitos existentes em todos
cialidade e afuTofdo'C,í O
fluindo, permanentemente, como produto e precipitado. A concepção psicologista, ali esposada, recua o problema para
ção financeira, seja qual fôr a sua mo
utixodade construiu a mais poderosa ins tituição bancária que o mundo já conhe
® ° simposium "Inter-
preendidos ^struturulniente
que foi chamado "mente humana", onde se supõe que estão as origens das guer ras, senão indissociàvelmente ligada a
ria reunir. É um banco que está habi
litado a fazer tôda e qualquer opera
natiòiÍTi T? 1
articin-iP^
an
Soclely In
dí Arthur A ?. R®conalructlon (1940), pág. 24. 4) K. Davis, "Some Sources of Amencan Hostilily to Rússia", The Ame
nômicas brasileiras. Operando somente
no Estado da Califórnia, cuja popula
pecializixdos. Filho de um casal de emi
ção não atinge a 10 mi lhões de habitantes,
grantes italianas, órfão
possui 508 agências, e
começou
mais de 4 milhões de
a
depositantes. É, ao mes. mo tempo, a mais de
to em um modesto ne
mocrática
^ defesa dêsse ponto de vista
gantesco capital, longe de ser controlado por
no livro de J, Lambert, Les Nations conIre Ia Paix (1931), aulas dadas na "Chaire de Ia Paix", da Faculdade de Direito de
Lyon. Diga-se de passagem, aliás, que o Professor Lambert retificou profundamen te os pontos de vista ali expostos. IS' o que se depreende com facilidade da lei
tura de suas Quatre Conférences (1945), jnonunciadas aqui no Brasil, na Facul
de pai aos 8 anos, desde
ajudar
o
cedo
padras
gócio de frutas e legu
organização
financeira dos Estados
3, novembro de 1947, pág. 174 e segs.
Amadeo Peter Giannini não nasceu
de uma família de banqueiros e nem cursoy escolas .superiores ou cursos es-
rlcan Journal o£ Sociology. Vol. LIII n.o
dade de Direito do Recife.
o Bank of América possui a maior
cadeia de serviços que um banco pode
"O 3. Jvine
Relatíons". Amerlcan
em "Gu«rr= 'i «
cação. A rigor, nem mesmo existe isso
das finanças americanas: — Henry Ford,
seus depósitos ultrapassam a astronômica cifra de 5 bilhões de dólares, (100 bi
ciedade internacional só podem ser com
na vem a ser, queiramos ou não, mistifi
à instituição.
"The Sociolo-
notas
ev nf
cia e pela soma de serviços prestados
dalidade, desde que não ofereça um risco exagerado. A sua única especiali zação poderia ser assim resumida: pro mover o desenvolvimento e o progresso do Estado da Califórnia, e ajudar a todos os cahfornianos, sem distinção de còr, de credo ou de profissão, a conquistar o máximo bem-estar, conforto o segu
an""5a
ôles estão as guerras 7- resulta que trans
Ohozimbo Octavio Roxo Loureiro
ciência recuar ante os problemas; pelo
diagnóstico de uma situação de fato. Se os fenômenos que se processam na so e entre
organização bancária americana
completa.s noções é tarefa que demanda esforços não pequenos e ônus ainda
Ninguém de bom-senso e de senso mo. ral negaria seu apoio às aspirações da legenda exposta no preâmbulo da Carta da U.N.E.S.C.O. À obser\'ação so
Amadeo Peter Gianninl c a
mes.
E em xdnte anos
de intensa atividade es
Unidos, pois o seu gi
se jovem, dotado de uma incomparável sim patia, que inspirava confiança a todas as
um grupo de magnatas,
está distribuído por 160 mil acionistas, e os seus
dirigentes e conselhei ros são eleitos pela ca pacidade, pela eficiên
pessoas
e
balável
honestidade
cuja
ina e
sadio otimismo a todos
conquistava, conseguiu formar uma das maiofciiS - 'i~i
1-
'
>t TJt, I
Dicf-sto
102
Econômico
DuiUSTo Econômico
•
lúáo c. pedindo n pala\ra. rxpn.s franca
Foi mn suce.-vo complel;'.
mente o que pensava:
Ao fim do segundo dia, Giaimini le-
Foi com satisfação, portanto, que í)s demais comissários de frutas e legumes
Nessa mesma lurde. depois de um du de ingentes esforços, Giannini e seuSi auxiliares chegavam extenuados, rotos e com os nervos oprimidos, à sua red-,
de São Francisco receberam a notícia de
dència dc campo, com todos os haveres
que o jovem Amadeo, com menos de
ções demoradas. Cada qual que procure
das economias que conseguira acumular. Mas um homem daquela tempera
c documentos do Banco. Ao longe, ar dia em chamas a capital do Estado dá' Califórnia. E durante horas, pela noíte a dentro, Amadeo Pcter Giannini ficou
Lomeçarei imediatamente. Amanhã mes
formidável não poderia ficar parado.
vendo o clarão dos incêndios, conster
Em 1904, para fazer alguma coisa — como êle próprio costumava dizer —
nado ante a destruição do sua bela cU
mo, em frente a este cais, o Banco da Itália estara aberto para atender a to dos os seus clientes e para emprestar dinheiro a todo cidadão honesto que
- res casas comissárias de produtos da la voura no Estado da Califórnia.
ilO anos, resolvera aposentar-.se e viver
. reuniu cs seus velhos amigos e antigo.s fregueses e fundou o Banco da Itália
(The Bank of Italy). E assim se distraía o jovem Giaimini, quando uma horrível catástrofe veio lan çar êste gigante numa das mais be'a.s-
carreiras que a história já registrou. Foi o terremoto de São Francisco em
dade.
Na manhã seguinte clirigiu-se para o centro, a fim de verificar o que se passava. O aspecto cia cidade era de
solador. Quarteirões inteiros e.stavani arrasados. Inúmeros prédios ainda des moronavam, tragados pelas imensas la baredas c]uc la\Tavam sem cessar. A dor, a miséria e a morte se desenrola
Amadeo Peter Giaimini, logo que sen
vam aos olhos do jovem banqueiro, ({liando foi informado de que se estava
tiu os primeiros abalos císmicos, na ma
promovendo uma reunião em frente ao
drugada de 18 de abril de 1906, le vantou-se rapidamente e se dirigiu da
caís do pòrlo, onde os homens de ne gócios da cidade discutiam sòbrc as
casa onde morava, nos arredores da Ca
niedidas que deveriam ser adotadas em
pital, para o centro da cidade, onde se achava a séde do seu pequeno Banco. Quando lá chegou, horas depoi.s de correr pelas mas atravancadas e pelos escombros da cidade que ruía como um castelo de cartas, encontrou algun.s do.s seus mais dedicados au.xiliares que já haviam retirado do "Crocquers National
benefício geral.
1906.
Para lá se dirigiu
Giannini.
A assembléia já estava formada, ten
do a presidência um velhi; banqueiro que começara por mostrar as sérias di-
ficuMades em que se encontravam para tomar qualquer iniciativa, uma vez qiié
Bank" todo o dinheiro que costumavam
o centro da cidade esta\a reduzido a escombros, e as caixasrfortes dos Banco.s
guardar na caixa-forte daqiu.-le Banco,
onde se achava quase todo o clinlieiro
situado nas proximidades do "Bank of
da cidade encontravam-se inteiramente
Italy"- Sentindo de relance o perigo a que se expunham, Giaimini ordenou
bloqueadas pelas chamas e pelas de
que reunissem imediatamente todos os papéis, livros e dinheiro, e começaram
moratória, dizia êle, pois só para se
desimpedir c.ssas caixas-fortes, qüe cdr-
4V carregá-los em duas grandes carretas,
tamente estavam muito danificadas, se
a fim de transferir tudo que pude.ssem
riam necessária.s a'gumas scmaniis; Gian-
para lugar .segiiro.
nini não podia partilhar da sua bpi-
molições. Era indispensável uma longa
. ...AÍlt.
103
— "Não, de forma nenhuma dexemos
esperar.
Temos que começar quanto
antes a reconstruir a nossa capital. Na da de expectativas inúteis ou dc solu
restabelecer o seu negócio e reiniciar as
sua.s atividades. Eu, por minha parte,
esteja disposto a iniciar a reconstrução da nossa terra."
Durante aquela mesma noite elaborou
o seu plano. Possuía, bem guardada em sua casa de campo, a quantia de 200 mil dólares que ^retirara do Banco, nacjuela fuga espetacular, antes que o fogo (lestruísse todo o quarteirão. Não era muito dinheiro, poi-ém o suficiente para começar. Êle contava que o seu
—
Pois bem, este princípio foi pôsto em prática por Amadeo Peter Giannini em 190Í3, estabelecido em uma mesa no cais de São Francisco, quando laiTavam ainda os
intuição.
Em um ligeiro artigo, não seria possível relatar
Um cartaz ao
"Banco
gócios de um banco c preciso saber emprestar".
gênios arrancam os seus
rua, Giannini e seus auxiliares iniciaram anuncia\'a:
o depósito; para desem-civer os ne
ensinamentos da própria
mesa colocada em plena
lado
nos seus primeiros capítulos encontra mos uma sábia lição, definida no se guinte princípio: — "O empréstimo cria
qualquer livro. É que os
uma
as suas atividades: —
Hoje cm dui, quando abrimos qual
quer tratado de técnica bancária, logo
do êsse ensinamento de
às retiradas. Tinha capital para 20 dias. Na manhã seguinte, êm" cais, em
ajudar a reconstruir.
tamente jamais havia tira
cidade, a fim de atender
ao
queiros se apressaram em desatra\ancar
as suas caixas-fortcs, e se puseram em atividade para não perder a clientela e
arrasada. E Giannini cer
Levaria todos os
dias 10 mil dólares para a
frente
lhares de dólares que os seus velhos e novos clientes lhe confiaram para guar dar. Dentro em breve, os demai.s ^ban
incêndios em uma cidade
exemplo fòsse seguido por outros.
\ava de volta para casa os 20.000 dó lares .que trouxera e muitos outros mi
da
Itália
todos os aspectos da extraordinária per sonalidade clêsse banqueiro genial, nem a vastíssima influência que a sua gigan
— estamos operando normalmente — até 100 dólares para cada cidadão hones to que queira ajudar a reconstruir —
tesca atividade tem exercido sobre a
também atendemos retiradas de depo-
os principais aspectos da questão.
sitantes de outros bancos que se apresen tem munidos de suas respectivas ca-
como nos demais países, os Bancos só
•dernetas".
se dedica\'am a conferir trédito direta-
organização bancária americana. O que pretendemos é, tão somente, focalizar Tradicionalmente, nos Estados Unidos
>t TJt, I
Dicf-sto
102
Econômico
DuiUSTo Econômico
•
lúáo c. pedindo n pala\ra. rxpn.s franca
Foi mn suce.-vo complel;'.
mente o que pensava:
Ao fim do segundo dia, Giaimini le-
Foi com satisfação, portanto, que í)s demais comissários de frutas e legumes
Nessa mesma lurde. depois de um du de ingentes esforços, Giannini e seuSi auxiliares chegavam extenuados, rotos e com os nervos oprimidos, à sua red-,
de São Francisco receberam a notícia de
dència dc campo, com todos os haveres
que o jovem Amadeo, com menos de
ções demoradas. Cada qual que procure
das economias que conseguira acumular. Mas um homem daquela tempera
c documentos do Banco. Ao longe, ar dia em chamas a capital do Estado dá' Califórnia. E durante horas, pela noíte a dentro, Amadeo Pcter Giannini ficou
Lomeçarei imediatamente. Amanhã mes
formidável não poderia ficar parado.
vendo o clarão dos incêndios, conster
Em 1904, para fazer alguma coisa — como êle próprio costumava dizer —
nado ante a destruição do sua bela cU
mo, em frente a este cais, o Banco da Itália estara aberto para atender a to dos os seus clientes e para emprestar dinheiro a todo cidadão honesto que
- res casas comissárias de produtos da la voura no Estado da Califórnia.
ilO anos, resolvera aposentar-.se e viver
. reuniu cs seus velhos amigos e antigo.s fregueses e fundou o Banco da Itália
(The Bank of Italy). E assim se distraía o jovem Giaimini, quando uma horrível catástrofe veio lan çar êste gigante numa das mais be'a.s-
carreiras que a história já registrou. Foi o terremoto de São Francisco em
dade.
Na manhã seguinte clirigiu-se para o centro, a fim de verificar o que se passava. O aspecto cia cidade era de
solador. Quarteirões inteiros e.stavani arrasados. Inúmeros prédios ainda des moronavam, tragados pelas imensas la baredas c]uc la\Tavam sem cessar. A dor, a miséria e a morte se desenrola
Amadeo Peter Giaimini, logo que sen
vam aos olhos do jovem banqueiro, ({liando foi informado de que se estava
tiu os primeiros abalos císmicos, na ma
promovendo uma reunião em frente ao
drugada de 18 de abril de 1906, le vantou-se rapidamente e se dirigiu da
caís do pòrlo, onde os homens de ne gócios da cidade discutiam sòbrc as
casa onde morava, nos arredores da Ca
niedidas que deveriam ser adotadas em
pital, para o centro da cidade, onde se achava a séde do seu pequeno Banco. Quando lá chegou, horas depoi.s de correr pelas mas atravancadas e pelos escombros da cidade que ruía como um castelo de cartas, encontrou algun.s do.s seus mais dedicados au.xiliares que já haviam retirado do "Crocquers National
benefício geral.
1906.
Para lá se dirigiu
Giannini.
A assembléia já estava formada, ten
do a presidência um velhi; banqueiro que começara por mostrar as sérias di-
ficuMades em que se encontravam para tomar qualquer iniciativa, uma vez qiié
Bank" todo o dinheiro que costumavam
o centro da cidade esta\a reduzido a escombros, e as caixasrfortes dos Banco.s
guardar na caixa-forte daqiu.-le Banco,
onde se achava quase todo o clinlieiro
situado nas proximidades do "Bank of
da cidade encontravam-se inteiramente
Italy"- Sentindo de relance o perigo a que se expunham, Giaimini ordenou
bloqueadas pelas chamas e pelas de
que reunissem imediatamente todos os papéis, livros e dinheiro, e começaram
moratória, dizia êle, pois só para se
desimpedir c.ssas caixas-fortes, qüe cdr-
4V carregá-los em duas grandes carretas,
tamente estavam muito danificadas, se
a fim de transferir tudo que pude.ssem
riam necessária.s a'gumas scmaniis; Gian-
para lugar .segiiro.
nini não podia partilhar da sua bpi-
molições. Era indispensável uma longa
. ...AÍlt.
103
— "Não, de forma nenhuma dexemos
esperar.
Temos que começar quanto
antes a reconstruir a nossa capital. Na da de expectativas inúteis ou dc solu
restabelecer o seu negócio e reiniciar as
sua.s atividades. Eu, por minha parte,
esteja disposto a iniciar a reconstrução da nossa terra."
Durante aquela mesma noite elaborou
o seu plano. Possuía, bem guardada em sua casa de campo, a quantia de 200 mil dólares que ^retirara do Banco, nacjuela fuga espetacular, antes que o fogo (lestruísse todo o quarteirão. Não era muito dinheiro, poi-ém o suficiente para começar. Êle contava que o seu
—
Pois bem, este princípio foi pôsto em prática por Amadeo Peter Giannini em 190Í3, estabelecido em uma mesa no cais de São Francisco, quando laiTavam ainda os
intuição.
Em um ligeiro artigo, não seria possível relatar
Um cartaz ao
"Banco
gócios de um banco c preciso saber emprestar".
gênios arrancam os seus
rua, Giannini e seus auxiliares iniciaram anuncia\'a:
o depósito; para desem-civer os ne
ensinamentos da própria
mesa colocada em plena
lado
nos seus primeiros capítulos encontra mos uma sábia lição, definida no se guinte princípio: — "O empréstimo cria
qualquer livro. É que os
uma
as suas atividades: —
Hoje cm dui, quando abrimos qual
quer tratado de técnica bancária, logo
do êsse ensinamento de
às retiradas. Tinha capital para 20 dias. Na manhã seguinte, êm" cais, em
ajudar a reconstruir.
tamente jamais havia tira
cidade, a fim de atender
ao
queiros se apressaram em desatra\ancar
as suas caixas-fortcs, e se puseram em atividade para não perder a clientela e
arrasada. E Giannini cer
Levaria todos os
dias 10 mil dólares para a
frente
lhares de dólares que os seus velhos e novos clientes lhe confiaram para guar dar. Dentro em breve, os demai.s ^ban
incêndios em uma cidade
exemplo fòsse seguido por outros.
\ava de volta para casa os 20.000 dó lares .que trouxera e muitos outros mi
da
Itália
todos os aspectos da extraordinária per sonalidade clêsse banqueiro genial, nem a vastíssima influência que a sua gigan
— estamos operando normalmente — até 100 dólares para cada cidadão hones to que queira ajudar a reconstruir —
tesca atividade tem exercido sobre a
também atendemos retiradas de depo-
os principais aspectos da questão.
sitantes de outros bancos que se apresen tem munidos de suas respectivas ca-
como nos demais países, os Bancos só
•dernetas".
se dedica\'am a conferir trédito direta-
organização bancária americana. O que pretendemos é, tão somente, focalizar Tradicionalmente, nos Estados Unidos
•inentfí h prodiiçíu». I'iir onlni la<lo. pn--
cisou impor a centenas clc adversários,
domiiiava naquele país o sísleina dos
constituem um baluarfe cie glória para
bancos unitários (unit banks), bancos
Amadeo Peter Giannini.
com uma única casa. sem filiais. Gianni.
ni se insurgiu, de pronto, contra ê.sses
dois velhos princípios. Primeiro, por que lhe parecia absurdo que só o co merciante, o industrial e o agricultor merecessem crédito. Segundo, porque lhe parecia que o homem da rua, o
"little fellow" como êle dizia, ii grande massa dos artesãos, dos profissionais e dos empregados poderia tornar-se a
maior fonte supridora de recursos para um banco que conseguisse captar a sua confiança. Terceiro, porque um banco
Foi êlc qucin financiou de.sdc os seus
primórdios a indústria cinematográfica, iiojc uma (ias mais importantes dos E.slado.s Unidos. Foi êle quem financiou inúmeras indústrias de aulomó\eis. de
iiiá.\imo a sua clientela e as fontes su-
cializado.
pridoras de seus recursos, e distribuir os seus empréstimos pelas mais variadas
Através de algumas dezenas
dc obras que possuímos, e de inúme ros folhetos distribuídos pelos próprios
c asses de clientes e operações.
En
bancos americanos, se pode sentir o
quanto isso, o maior Banco particular
empenho que todos têm de alargar dia
do mundo, aquele que mais dccisi\'a-
a dia os seus .serviços, com a finalidade
mente influiu para transformar o Esta
de desenvolver os seus negócios e prestar
do da Califórnia, na região que possui os mais avançados índices de progresso e bem-estar de todo o globo, muito se or.
maior apoio ao progresso econômico du nação.
enorme desenvoI\-Ímcnto das fcrfi'ís.siinas la\-oiiras da costa do Pacífico. Foi êle
estudo publicado por Ernest A. Dana,
gulha de sua vasta cadeia de serviços, capaz de atender desde os miúdos pro
quem iniciou em larga escala o "cre
na "Harvard Business Review". sob o
blemas financeiros da dona de casa nu
cio modesto economizador, até às gi
dito ao consumidor" com o financiamen
título: — "Radical Changes in Industrial
Banks". Aquele financista, que é mem bro do "Federal Deposit Insurance Cor-
gantescas necessidades de crédito das maiores corporações.
poration", depois de provar que a e.specialização bancária está morta nos Es
deo Peter Giannini ocupa ainda, nu
to de rádios, geladeiras, automóveis, máquinas e utensílios domésticos em
recebesse depósitos de tôdas as chasses c categorias e que fizesse empréstimos para todos os fins de relativa utilidade,
prestações.
ça e muito maiores probabilidades de
qualquer setor de financiamento espe
aviõc.s, de máquinas c de petróleo. Foi èlc quem influiu decisi\'amcnte para o
com uma vasta rêde de agências que
trabalharia com muito maior seguran
105
Dicf-sto Econômico
DifJIvSTí) Ecoxóm^c
Foi clc cpiem financiou a
grande maioria dos empreendimentos de larga cn\ergadura e de utihdade públi ca no Estado da Califórnia.
tados Unidos, encerra assim o seu tra balho: — "Não resta mais dúvida de
Foi o seu
que os bancos industriais (especializa
banco que atendeu mais amplamente ao financiamento da última guerra, não
atravessar quaisquer situações. Todavia, entre os anos de 1910 e
apenas pela aplicação de seus imensos
1930, nem os velhos e tradicionais ban
escala dos bônus de guerra, onde al
Ainda recentemente recebemos um
Com os seus 78 anos de idade, Ama majestosa séde do Banco em São Fran cisco, o seu lugar de presidente-fundador do "Bank of América, Natíonal
dos), em seu verdadeiro sentido, estão Trust and Savings Assoeiation". Mas desaparecendo como instituição finan- , na presidência executiva está hoje o seu ceira com característicos próprios".
recursos, mas pela colocação em grande
No Brasil, com a nossa extraordinária
filhò Mario Giannini, que com os mes mos dotes inatos do pai já conquistou a
cançou o primeiro lugar, dentre-as ins
capacidade para chegar atrasados, está
posição de um dos mais destacados fi nancistas do mundo.
bancária, com a finalidade de obrigar
primeiros declaravam que era preciso
tituições financeiras do país. Foi êle quem obrigou inúmeros bancos a segui
em andamento um projeto de reforma
rem pelas novas sendas de trabalho
No ano passado, ao iniciar uma cam panha de 15 semanas com a finalidade
impedir que Giannini consumasse o de lito de massacrar ou absorver a niáioria dos pequenos bancos unitários do Estado
que abria, sujeítando-o.s ao seguinte di lema: — transformar ou perecer. Sôbre . êle assim .se' referiu o grande Presiden
todos os bancos particulares a adotar determinada especialização. E ainda se
da Califórnia. Os segundos acreditavam que êle estava gerando uma hidra de
te Frankiin Delano Roosevelt; — "Nin
Pretendem. exigir de cada banco que
presidente Mario Giannini, em um disT
guém já fez pelo Estado da Califórnia
obtenha os seus recursos de uma única
centenas de cabeças, uma verdadeira tôrre de babel destinada a causar incal
tanto quanto Amadeo Peter Giannini".
fonte, e que os aplique totalmente em um único setor. Eis um erro crasso que
curso irradiado por 17 estações para os seus 14 mil empregados, 160 mil acio nistas e 4 milhões de depositantes: —
culáveis prejuízos à economia popular, ao comércio, à indústria e à imensa agricul
Não resta a menor dúvida de que
nenhum banqueiro provinciano, ou qual
'Precisamos aumentar ainda mais os
queiros, nem as autoridades encarrega das de fiscalizar as ati\'idades bancárias
seriam capazes de compreendê-lo.
Os
*
❖
de aumentar os recursos do grande ban
diz que é a larga experiência de ambien.
co americano em mais 500 milhões de
tes financistas que orienta esta soHição.
novos depósitos, assim se pronunciava o
está definitivamente encerrada a fase
quer conselheiro de inversões, cometeria
nossos recursos, pois deles dependem,
tura daquele grande Estado americano.
da especialização bancária nos Estados
nos Estados Unidos: — colocar todos
cm grande parte, o bem-estar e o pro
É quase indescritível a história de co mo o pequeno Banco da Itá'ia se trans
Unidos. Em qualquer compêndio mo
os ovos na mesma cesta, para que se
gresso do Estado da Califórnia".
derno sôbre a organização bancária
quebrem todos ao primeiro encontrão. Enquanto isso, os bancos americanos procuram alargar cada vez mais o âm
iim banco.
formou no gigantesco Banco da Amé
rica. As lutas por que passou, as cam-
americana se pode verificar que a maio ria dos baoeos naquele país já não aten
panha.s que sofreu, as derrotas que pre
de tão .sòmente ao crédito comercial ou a
bito dc suas atividades, diversificar ao
J
Eis uma belíssima e.specialização para Promover o progresso e o bem-estar da comunidade a qne ser\'e.
•inentfí h prodiiçíu». I'iir onlni la<lo. pn--
cisou impor a centenas clc adversários,
domiiiava naquele país o sísleina dos
constituem um baluarfe cie glória para
bancos unitários (unit banks), bancos
Amadeo Peter Giannini.
com uma única casa. sem filiais. Gianni.
ni se insurgiu, de pronto, contra ê.sses
dois velhos princípios. Primeiro, por que lhe parecia absurdo que só o co merciante, o industrial e o agricultor merecessem crédito. Segundo, porque lhe parecia que o homem da rua, o
"little fellow" como êle dizia, ii grande massa dos artesãos, dos profissionais e dos empregados poderia tornar-se a
maior fonte supridora de recursos para um banco que conseguisse captar a sua confiança. Terceiro, porque um banco
Foi êlc qucin financiou de.sdc os seus
primórdios a indústria cinematográfica, iiojc uma (ias mais importantes dos E.slado.s Unidos. Foi êle quem financiou inúmeras indústrias de aulomó\eis. de
iiiá.\imo a sua clientela e as fontes su-
cializado.
pridoras de seus recursos, e distribuir os seus empréstimos pelas mais variadas
Através de algumas dezenas
dc obras que possuímos, e de inúme ros folhetos distribuídos pelos próprios
c asses de clientes e operações.
En
bancos americanos, se pode sentir o
quanto isso, o maior Banco particular
empenho que todos têm de alargar dia
do mundo, aquele que mais dccisi\'a-
a dia os seus .serviços, com a finalidade
mente influiu para transformar o Esta
de desenvolver os seus negócios e prestar
do da Califórnia, na região que possui os mais avançados índices de progresso e bem-estar de todo o globo, muito se or.
maior apoio ao progresso econômico du nação.
enorme desenvoI\-Ímcnto das fcrfi'ís.siinas la\-oiiras da costa do Pacífico. Foi êle
estudo publicado por Ernest A. Dana,
gulha de sua vasta cadeia de serviços, capaz de atender desde os miúdos pro
quem iniciou em larga escala o "cre
na "Harvard Business Review". sob o
blemas financeiros da dona de casa nu
cio modesto economizador, até às gi
dito ao consumidor" com o financiamen
título: — "Radical Changes in Industrial
Banks". Aquele financista, que é mem bro do "Federal Deposit Insurance Cor-
gantescas necessidades de crédito das maiores corporações.
poration", depois de provar que a e.specialização bancária está morta nos Es
deo Peter Giannini ocupa ainda, nu
to de rádios, geladeiras, automóveis, máquinas e utensílios domésticos em
recebesse depósitos de tôdas as chasses c categorias e que fizesse empréstimos para todos os fins de relativa utilidade,
prestações.
ça e muito maiores probabilidades de
qualquer setor de financiamento espe
aviõc.s, de máquinas c de petróleo. Foi èlc quem influiu decisi\'amcnte para o
com uma vasta rêde de agências que
trabalharia com muito maior seguran
105
Dicf-sto Econômico
DifJIvSTí) Ecoxóm^c
Foi clc cpiem financiou a
grande maioria dos empreendimentos de larga cn\ergadura e de utihdade públi ca no Estado da Califórnia.
tados Unidos, encerra assim o seu tra balho: — "Não resta mais dúvida de
Foi o seu
que os bancos industriais (especializa
banco que atendeu mais amplamente ao financiamento da última guerra, não
atravessar quaisquer situações. Todavia, entre os anos de 1910 e
apenas pela aplicação de seus imensos
1930, nem os velhos e tradicionais ban
escala dos bônus de guerra, onde al
Ainda recentemente recebemos um
Com os seus 78 anos de idade, Ama majestosa séde do Banco em São Fran cisco, o seu lugar de presidente-fundador do "Bank of América, Natíonal
dos), em seu verdadeiro sentido, estão Trust and Savings Assoeiation". Mas desaparecendo como instituição finan- , na presidência executiva está hoje o seu ceira com característicos próprios".
recursos, mas pela colocação em grande
No Brasil, com a nossa extraordinária
filhò Mario Giannini, que com os mes mos dotes inatos do pai já conquistou a
cançou o primeiro lugar, dentre-as ins
capacidade para chegar atrasados, está
posição de um dos mais destacados fi nancistas do mundo.
bancária, com a finalidade de obrigar
primeiros declaravam que era preciso
tituições financeiras do país. Foi êle quem obrigou inúmeros bancos a segui
em andamento um projeto de reforma
rem pelas novas sendas de trabalho
No ano passado, ao iniciar uma cam panha de 15 semanas com a finalidade
impedir que Giannini consumasse o de lito de massacrar ou absorver a niáioria dos pequenos bancos unitários do Estado
que abria, sujeítando-o.s ao seguinte di lema: — transformar ou perecer. Sôbre . êle assim .se' referiu o grande Presiden
todos os bancos particulares a adotar determinada especialização. E ainda se
da Califórnia. Os segundos acreditavam que êle estava gerando uma hidra de
te Frankiin Delano Roosevelt; — "Nin
Pretendem. exigir de cada banco que
presidente Mario Giannini, em um disT
guém já fez pelo Estado da Califórnia
obtenha os seus recursos de uma única
centenas de cabeças, uma verdadeira tôrre de babel destinada a causar incal
tanto quanto Amadeo Peter Giannini".
fonte, e que os aplique totalmente em um único setor. Eis um erro crasso que
curso irradiado por 17 estações para os seus 14 mil empregados, 160 mil acio nistas e 4 milhões de depositantes: —
culáveis prejuízos à economia popular, ao comércio, à indústria e à imensa agricul
Não resta a menor dúvida de que
nenhum banqueiro provinciano, ou qual
'Precisamos aumentar ainda mais os
queiros, nem as autoridades encarrega das de fiscalizar as ati\'idades bancárias
seriam capazes de compreendê-lo.
Os
*
❖
de aumentar os recursos do grande ban
diz que é a larga experiência de ambien.
co americano em mais 500 milhões de
tes financistas que orienta esta soHição.
novos depósitos, assim se pronunciava o
está definitivamente encerrada a fase
quer conselheiro de inversões, cometeria
nossos recursos, pois deles dependem,
tura daquele grande Estado americano.
da especialização bancária nos Estados
nos Estados Unidos: — colocar todos
cm grande parte, o bem-estar e o pro
É quase indescritível a história de co mo o pequeno Banco da Itá'ia se trans
Unidos. Em qualquer compêndio mo
os ovos na mesma cesta, para que se
gresso do Estado da Califórnia".
derno sôbre a organização bancária
quebrem todos ao primeiro encontrão. Enquanto isso, os bancos americanos procuram alargar cada vez mais o âm
iim banco.
formou no gigantesco Banco da Amé
rica. As lutas por que passou, as cam-
americana se pode verificar que a maio ria dos baoeos naquele país já não aten
panha.s que sofreu, as derrotas que pre
de tão .sòmente ao crédito comercial ou a
bito dc suas atividades, diversificar ao
J
Eis uma belíssima e.specialização para Promover o progresso e o bem-estar da comunidade a qne ser\'e.
107
Dioesto Econômico
Interiiretaçãn il« política iniiuratória hrasilcirâ IV
graçadamente até hoje e abrange até mesmo as atividades mecânicas e indu.sIriais. Engenheiro brasileiro estuda En
J. Fernando Carneiro
profissão de enfermeira só muito lenta mente vai sendo tida na conta que me rece. Enquanto, noutros' países, moças
da mais alta sociedade procuram ascen der à dignidade de enfermeiras, no
genharia como quem estudasse Direito.
Brasil uma moça de classe média pre
T. Cookc Cnnlíí» no nn seu «jon Lívto T.itrr/i "Brazil "Rr.nvíl MoiTÍs L.
fere antes arranjar colocação como dati-
on the March" assinala o fato. E Eugê
lógrafa. A idéia de enfermagem ainda
de e do trabalh(3 livre se foi estabele
nio Gudin comentando o livro e o fato,
está muito associada à idéia de criada^
com o Príncipe Dom João
cendo pouco a pouco entre nós — de clarava Joaquim Galdino Pimentel em
escreve; "Se é verdade que no ramo de Engenharia Civil pode-se ser um bom
gem, conseqüentemente à idéia de mu-
na aurora de nossa liberta
8 de dezembro de 1889, à Assembléia
engenheiro sem ter praticado atividades
O brasileiro comum que por dever de
Legislativa Provincial do Rio Grande do
manuais, o mesmo não se dá quanto às
Sul — deve-se í.sso ã colonização. A passagem da indústria pastoril para a
profissões mecânicas ou industriais es pecializadas. Faz-se um bacharel em
ofício executa trabalhos manuais fá-lo
ÍMOS um pouco de histó ria da imigração no Brasil. Vimos que ela começou
ção do jugo e- das interdições lusitanas.
Depois as curvas de entrada acompa nham o desenvolvimento da idéia abo
licionista. Quando o tráfico é intenso, não há imigração. Quando o tráfico cessa, a imigração recomeça, timidamen
te. A medida que diminui o número de escravizado.s, aumenta a entrada de co.onos livres que, de pronto, tornam evidente, com o exemplo do seu traba lho e da prosperidade geral decorrente, a necessidade de abolir o regime infame.
"Se o regime da pequena proprieda-
agricultura propriamente dita já está
Direito com preleções orais e uma boa
em grande parte efetuada, graça.s aos
bib'ioteca, mas não se faz um cirur
fortes núcleos coloniais de São Leopoldo,
gião nem iim engenheiro de oficina mecânica, nem um perito em tecelagem
ma casa de família diante de pessoas de outra classe ou de outra raça. Atitu
ção do elemento servil no trabalho e
escravizar o índio, que escravizara o
atividade nacionais."
negro, que tentara aqui integrar o pró
chineses, numa volta à idéia da
escravidão amarela. Reage a consciên cia nacional, apoiada pelos filhos de imigrantes. Cessa um dia afinal a escra
vidão e daí por diante os trabalhado
res europeus afluem em grande número. A imigração significou então, plenamen te, o trabalho livre em substituição ao trabalho escravo. Significou o apogeu da riqueza nacional, concentrada nas
um pedreiro ou de carpinteiro, por exem plo, chamado a executar uma tarefa nu
sem ter visto fazer e aprendido a fazer com quem sabe. Temos muito quem
que lutara durante dois séculos tentando
de trabalho agrícola, quer receber "coo-
sob o signo de um complexo de inferio ridade que transparece freqüentemente nas atitudes arrogantes e desabusadas de
às margens do Rio dos Sinos, do Caí
Logo em seguida, a mesma mentalidade
prio imigrante europeu no regime servil
camas.
e do Taquarí, Santa Cruz, Santo Ângelo, Três Forquilhas e São Lourcnço e às modernas colônias Conde d'Eu, D. Isa bel, Caxias e Silveira Martins. Não foi outro o motivo por que se deu na província, sem abalo imediato, a extin
lies
Embora menos agressivo, êsse des
prezo pelo trabalho manual perdura des
Dignidade do trabalho inanmd
Significou a imigração sobretudo a ' dignificação do trabalho manual. Êsse trabalha que até então era feito ex
clusivamente por escravos e ao qual, por
disserte sobre máquinas e oficinas, mas
des arrogantes que são indícios de uma compensação contra o mal-estar que
quase não temos quem as saiba montar,
causa ao operário a sua situação na
conservar, reparar e operar eficientemen te. Ê tarefa que em nossas oficinas e indústrias se entrega aos chamados "mestre.':" sem nenhuma instnição ordi
nária ou técnica. Na Inglaterra ou nos Estados Unidos não se concebe um en
genheiro de qualquer especialidade me cânica ou industrial que não tenha feito
sua aprendizagem {served his apprenticeship), isto é, aprendida a fazer e a
É muito expressivo a êsse
executar com suas próprias mãos. Essa .sua capacidade faz com que èles se
respeito o caso narrado por Kidder, dos
sintam bem nas oficinas e nas fábricas,
alemães contratados em 1839 para a
junto às máquinas, enquanto os nossos engenheiros se refugiam nos escritórios".
tanto, estava associada a idéia de es
cravidão.
construção de pontes e calçadas em Per
nambuco.
A população não podia dc
áreas de maior imigração, São Paulo e
pronto assimilar a idéia de ver homens brancos realizando aquela tarefa. Os
Rio Grande do Sul. Significou ainda a
alemães se viram cercados do desprêzo
primeira tentativa séria de estabeleci mento do regime, de pequena proprie
e da zombaria do povo e ê.sses "escra vos brancos" não pudeiaiu levar a obra
dade em substituição ao latifúndio,
a bnni termo.
Outros fatos atestam a mesma atitu de do brasileiro em face do trabalho
escala dos critérios existentes. Fatos como esses são mais comuns
' nas populações latinas (países do sul da Europa, canadenses, franceses etc.) mas no Brasil se agravam particularmen te como sobrevivências culturais do an
tigo regime agrário, baseado no traba lho escravo. A presença do trabalhador
europeu, mais branco, mais culto, e exe cutando com desembaraço, livre de com plexos de inferioridade, tarefas manuais,
que exigem esfôrço físico, o uso dasmão.s c dos músculos, tem sido útil, nas
áreas de imigração, para ajudar o bra sileiro a vencer essa triste herança.
Vimos o imigrante chegando ao Bra
Moça brasileira não se sente
sil, desbravando a floresta, drenando os alagadiços, subindo as montanhas, arros
bem carregando embrulho, o mesmo em brulho que uma inglesa ou americana
tando os ataques dos índios, construindo êle próprio as suas habitações. Êsse es
carregaria com a maior naturalidade. A
forço, por vezes, teve aspectos de he- \
manual.
107
Dioesto Econômico
Interiiretaçãn il« política iniiuratória hrasilcirâ IV
graçadamente até hoje e abrange até mesmo as atividades mecânicas e indu.sIriais. Engenheiro brasileiro estuda En
J. Fernando Carneiro
profissão de enfermeira só muito lenta mente vai sendo tida na conta que me rece. Enquanto, noutros' países, moças
da mais alta sociedade procuram ascen der à dignidade de enfermeiras, no
genharia como quem estudasse Direito.
Brasil uma moça de classe média pre
T. Cookc Cnnlíí» no nn seu «jon Lívto T.itrr/i "Brazil "Rr.nvíl MoiTÍs L.
fere antes arranjar colocação como dati-
on the March" assinala o fato. E Eugê
lógrafa. A idéia de enfermagem ainda
de e do trabalh(3 livre se foi estabele
nio Gudin comentando o livro e o fato,
está muito associada à idéia de criada^
com o Príncipe Dom João
cendo pouco a pouco entre nós — de clarava Joaquim Galdino Pimentel em
escreve; "Se é verdade que no ramo de Engenharia Civil pode-se ser um bom
gem, conseqüentemente à idéia de mu-
na aurora de nossa liberta
8 de dezembro de 1889, à Assembléia
engenheiro sem ter praticado atividades
O brasileiro comum que por dever de
Legislativa Provincial do Rio Grande do
manuais, o mesmo não se dá quanto às
Sul — deve-se í.sso ã colonização. A passagem da indústria pastoril para a
profissões mecânicas ou industriais es pecializadas. Faz-se um bacharel em
ofício executa trabalhos manuais fá-lo
ÍMOS um pouco de histó ria da imigração no Brasil. Vimos que ela começou
ção do jugo e- das interdições lusitanas.
Depois as curvas de entrada acompa nham o desenvolvimento da idéia abo
licionista. Quando o tráfico é intenso, não há imigração. Quando o tráfico cessa, a imigração recomeça, timidamen
te. A medida que diminui o número de escravizado.s, aumenta a entrada de co.onos livres que, de pronto, tornam evidente, com o exemplo do seu traba lho e da prosperidade geral decorrente, a necessidade de abolir o regime infame.
"Se o regime da pequena proprieda-
agricultura propriamente dita já está
Direito com preleções orais e uma boa
em grande parte efetuada, graça.s aos
bib'ioteca, mas não se faz um cirur
fortes núcleos coloniais de São Leopoldo,
gião nem iim engenheiro de oficina mecânica, nem um perito em tecelagem
ma casa de família diante de pessoas de outra classe ou de outra raça. Atitu
ção do elemento servil no trabalho e
escravizar o índio, que escravizara o
atividade nacionais."
negro, que tentara aqui integrar o pró
chineses, numa volta à idéia da
escravidão amarela. Reage a consciên cia nacional, apoiada pelos filhos de imigrantes. Cessa um dia afinal a escra
vidão e daí por diante os trabalhado
res europeus afluem em grande número. A imigração significou então, plenamen te, o trabalho livre em substituição ao trabalho escravo. Significou o apogeu da riqueza nacional, concentrada nas
um pedreiro ou de carpinteiro, por exem plo, chamado a executar uma tarefa nu
sem ter visto fazer e aprendido a fazer com quem sabe. Temos muito quem
que lutara durante dois séculos tentando
de trabalho agrícola, quer receber "coo-
sob o signo de um complexo de inferio ridade que transparece freqüentemente nas atitudes arrogantes e desabusadas de
às margens do Rio dos Sinos, do Caí
Logo em seguida, a mesma mentalidade
prio imigrante europeu no regime servil
camas.
e do Taquarí, Santa Cruz, Santo Ângelo, Três Forquilhas e São Lourcnço e às modernas colônias Conde d'Eu, D. Isa bel, Caxias e Silveira Martins. Não foi outro o motivo por que se deu na província, sem abalo imediato, a extin
lies
Embora menos agressivo, êsse des
prezo pelo trabalho manual perdura des
Dignidade do trabalho inanmd
Significou a imigração sobretudo a ' dignificação do trabalho manual. Êsse trabalha que até então era feito ex
clusivamente por escravos e ao qual, por
disserte sobre máquinas e oficinas, mas
des arrogantes que são indícios de uma compensação contra o mal-estar que
quase não temos quem as saiba montar,
causa ao operário a sua situação na
conservar, reparar e operar eficientemen te. Ê tarefa que em nossas oficinas e indústrias se entrega aos chamados "mestre.':" sem nenhuma instnição ordi
nária ou técnica. Na Inglaterra ou nos Estados Unidos não se concebe um en
genheiro de qualquer especialidade me cânica ou industrial que não tenha feito
sua aprendizagem {served his apprenticeship), isto é, aprendida a fazer e a
É muito expressivo a êsse
executar com suas próprias mãos. Essa .sua capacidade faz com que èles se
respeito o caso narrado por Kidder, dos
sintam bem nas oficinas e nas fábricas,
alemães contratados em 1839 para a
junto às máquinas, enquanto os nossos engenheiros se refugiam nos escritórios".
tanto, estava associada a idéia de es
cravidão.
construção de pontes e calçadas em Per
nambuco.
A população não podia dc
áreas de maior imigração, São Paulo e
pronto assimilar a idéia de ver homens brancos realizando aquela tarefa. Os
Rio Grande do Sul. Significou ainda a
alemães se viram cercados do desprêzo
primeira tentativa séria de estabeleci mento do regime, de pequena proprie
e da zombaria do povo e ê.sses "escra vos brancos" não pudeiaiu levar a obra
dade em substituição ao latifúndio,
a bnni termo.
Outros fatos atestam a mesma atitu de do brasileiro em face do trabalho
escala dos critérios existentes. Fatos como esses são mais comuns
' nas populações latinas (países do sul da Europa, canadenses, franceses etc.) mas no Brasil se agravam particularmen te como sobrevivências culturais do an
tigo regime agrário, baseado no traba lho escravo. A presença do trabalhador
europeu, mais branco, mais culto, e exe cutando com desembaraço, livre de com plexos de inferioridade, tarefas manuais,
que exigem esfôrço físico, o uso dasmão.s c dos músculos, tem sido útil, nas
áreas de imigração, para ajudar o bra sileiro a vencer essa triste herança.
Vimos o imigrante chegando ao Bra
Moça brasileira não se sente
sil, desbravando a floresta, drenando os alagadiços, subindo as montanhas, arros
bem carregando embrulho, o mesmo em brulho que uma inglesa ou americana
tando os ataques dos índios, construindo êle próprio as suas habitações. Êsse es
carregaria com a maior naturalidade. A
forço, por vezes, teve aspectos de he- \
manual.
■ W-»
108
Dioksto
roícidadc, como nos casos narrados de Joinville e de Blumenau.
E tudo isso o imigrante que recebe mos e aqui ficou o fez de animo alegre, com naturalidade e contentamento, por que, se não encontrava a casa prepara
da para acolhê-lo, encontrava pelo me
nos o direito e a liberdade de prepará-la. pesar de tôdas as desvantagens do clima, do regime social, do regime de terras, a administração do Império e as
Cniifrihtiiçãn cio imigran/e no desenvol' vimento imJustrial do Brasil
dü meio ambiente, essas oficinas se transfom^aram em fábricas. O neto do
imigratórí.) para a formação, no Brasil,
trutura capitalista, uma e.xpansão na qual influíram decisivamente os imigrantes, sobretudo os de origem italiana e liba
de lima indústria verdadeira, autentica,
nesa.
com base no artesanato, o .seu dcsenvol\'imento se fazendo paralelamente ao seu
reis, duques e barões da indústria paii-
alguns séculos — o neto desses imigran
aperfeiçoamento c á .sua aceitação pro-
li.sta.
tes é que nossa era veio surpreender, em
Muito contribuiu também o elemento
sua quase generalidade, como chefe de indústria. Os motores e as chaminés —
tação, procuram o protecionismo e de
o auxílio adequado a
pois crescem fazendo a riqueza dos seus
Rio Grande, com as seguintes palavras:
que hoje integram a paisagem humana dos grandes centros urbanos e que, em
excesso na vida das colÔ-
proprietários, é certo, mas dc modo al
gum a riqueza dos seus operários nem a do público consumidor, este último
"É que, diferentemente do resto do Brasil, que perdeu a semente da ativi dade indu.strial, o desenvolvimento das
na paisagem natural — não foram colo
souberam
sdeka°^'
sacrificar algumas gerações de brasilei
da população bratambém
introduzindo no Bra
sil aperfeiçoamento nos sistemas de armais.
atrelar
ani
Vimo-lo in
troduzindo a carro
ça de quatro rodas, o arado e o "tro-
Uey". Vimos os ja poneses trazendo pa ra
o
Brasil
novas
plantas, uma delas a juta, que ficou no Amazonas depois que êles de lá se re tiraram, mas que constitui hoje a fonte de renda que está permitindo relativo
equilíbrio à economia amazonense. Vi mo-los, em curtíssimo espaço de tempo, desenvolver as produções de arroz, de
algodão 6 de banana, tornando-se res ponsáveis, nos anos que antecederam à guerra, por 29% das nossas exportações agrícolas.
va a análise da relação dos nomes dos
marceneiro, que traziam todos aquela grande virtude construtiva e perseve rante das coleti\ãdades já sedentárias de
Aliás, o Sr. Limeira Tejo, no seu livro
forçado a pagar preços exorbitantes por
e
Bastaria para ilustrar a afirmati
ferreiro, do tecelão, do sapateiro, do
''Estatística Industrial do Rio Grande do Sul , comenta o fato, de referência ao
gressi a.
Vimos o imigrante contribuindo decisi vamente para uma diversificação das
rear
ajuda das condições ainda inexploradas
crescimento apreciável dessa mesma es
Um contraste com as indús
inicia vas, não sendo ausentes nem
Vimo-Io
tratas — mas hou\o pelo menos um
109
trias de especulação que, já na sua ges
P^^ovínciais
niTs^"
Dic.i;.s-IX) Econômico
produtos cuja qualidade decai ao invés
de melhorar. Indústrias que depois de ros se mudam para a Argentina.
A Ia
bonne heure... Como símbolo da
atividades fabris no mundo gaúcho par tiu do trabalho da pequena indústria. É preciso ainda considerar outras cir cunstâncias, ligadas intimamente à colo nização do Estado. A profunda influên
ram uma tradição de trabalho e uma
experiência das coisas que as gentes do Novo Mundo não haviam tido tempo
Quanto às indús
trias de pura espe
culação financeira, fornecedoras de lu
cros extraordinários, é curioso assinalar
como elas se desenvolveram nas áreas
onde outrora dominou o latifúndio. Rio e São Paulo principalmente. Aí não foi possível upia mudança da estrutura eco nômica num sentido de justiça social —
os grandes capitães da indústria prote gida sendo em verdade os contínuadcres dos fazendeiros latifundiários e escravo-
— como cresce uma ár\'ore, de dentro
para fora.
Ampliando-se, com o de
senvolvimento da navegação nacional de relhamento crescente desses centros de
tar, entre outros, o fabricados
Cresceram orgânicamente — se .se pode usar essa expressão
um fenômeno de povoamento. A.s famí
ção, poderíamos ci
no Paraná.
sição econômica.
cabotagem, o mercado para os produtos da pequena oficina rio-grandense, o apa-
cia das correntes imigratórias não pode lias que abandonaram o Velho Mundo,
senfeld,
cadas no Rio Grande do Sul por justapo
. ser expressa, pura e simplesmente, por
quele primeiro tipo de indústria, surgido nas áreas de imigra caso dos pianos Es-
muitos casos, põem uma nota intrusa
Onde a vida se lhes tornara terrivelmente
difícil, "pour faire TAmérlque", trouxe
^ ainda de adquirir. Não foram somente
os agricultores que vieram ter aqui, sonhando com a fartura da terra ^•i^-
trabalho foi uma conseqüência lógica da política elementar de produzir mais para satisfazer a necessidades maiores de con.
sumo. Dificilmente se aponta no Rio Grande do Sul uma indústria que tenha surgido por obra e graça daquela mira culosa "aplicação de capitais". Quase toda exploração industrial tem uma his tória, é um fenômeno de evolução.
linhagem profissional Sq perdia nas cor
Quase nunca é um acontecimento iso lado na atual fisionomia econômica da
porações da Idade-Média e a quem a
região.
gem. Foram também os artesãos, cuja técnica de um lado e a ameaça de
"Há ainda a acentuar outra circuns
proletarização do outro, empurraram pa
tancia na economia do mundo gaúcho e que vem, de alguma maneira, contrariar leis mais ou menos estabelecidas no que
ra as plagas onde as camadas sociais,
não sendo ainda estanques, ofereciam maiores oportunidades e um campo mais largo para os progressos induiduais. Com éstes vieram — pode-se dizer — suas oficinas. De geração a geração, com a
diz respeito às conseqüências sociais do desenvolvimento liberal dos meios de
produção.
De acôrdo com essas leia,
somente à custa de uma ruína da eco-
■ W-»
108
Dioksto
roícidadc, como nos casos narrados de Joinville e de Blumenau.
E tudo isso o imigrante que recebe mos e aqui ficou o fez de animo alegre, com naturalidade e contentamento, por que, se não encontrava a casa prepara
da para acolhê-lo, encontrava pelo me
nos o direito e a liberdade de prepará-la. pesar de tôdas as desvantagens do clima, do regime social, do regime de terras, a administração do Império e as
Cniifrihtiiçãn cio imigran/e no desenvol' vimento imJustrial do Brasil
dü meio ambiente, essas oficinas se transfom^aram em fábricas. O neto do
imigratórí.) para a formação, no Brasil,
trutura capitalista, uma e.xpansão na qual influíram decisivamente os imigrantes, sobretudo os de origem italiana e liba
de lima indústria verdadeira, autentica,
nesa.
com base no artesanato, o .seu dcsenvol\'imento se fazendo paralelamente ao seu
reis, duques e barões da indústria paii-
alguns séculos — o neto desses imigran
aperfeiçoamento c á .sua aceitação pro-
li.sta.
tes é que nossa era veio surpreender, em
Muito contribuiu também o elemento
sua quase generalidade, como chefe de indústria. Os motores e as chaminés —
tação, procuram o protecionismo e de
o auxílio adequado a
pois crescem fazendo a riqueza dos seus
Rio Grande, com as seguintes palavras:
que hoje integram a paisagem humana dos grandes centros urbanos e que, em
excesso na vida das colÔ-
proprietários, é certo, mas dc modo al
gum a riqueza dos seus operários nem a do público consumidor, este último
"É que, diferentemente do resto do Brasil, que perdeu a semente da ativi dade indu.strial, o desenvolvimento das
na paisagem natural — não foram colo
souberam
sdeka°^'
sacrificar algumas gerações de brasilei
da população bratambém
introduzindo no Bra
sil aperfeiçoamento nos sistemas de armais.
atrelar
ani
Vimo-lo in
troduzindo a carro
ça de quatro rodas, o arado e o "tro-
Uey". Vimos os ja poneses trazendo pa ra
o
Brasil
novas
plantas, uma delas a juta, que ficou no Amazonas depois que êles de lá se re tiraram, mas que constitui hoje a fonte de renda que está permitindo relativo
equilíbrio à economia amazonense. Vi mo-los, em curtíssimo espaço de tempo, desenvolver as produções de arroz, de
algodão 6 de banana, tornando-se res ponsáveis, nos anos que antecederam à guerra, por 29% das nossas exportações agrícolas.
va a análise da relação dos nomes dos
marceneiro, que traziam todos aquela grande virtude construtiva e perseve rante das coleti\ãdades já sedentárias de
Aliás, o Sr. Limeira Tejo, no seu livro
forçado a pagar preços exorbitantes por
e
Bastaria para ilustrar a afirmati
ferreiro, do tecelão, do sapateiro, do
''Estatística Industrial do Rio Grande do Sul , comenta o fato, de referência ao
gressi a.
Vimos o imigrante contribuindo decisi vamente para uma diversificação das
rear
ajuda das condições ainda inexploradas
crescimento apreciável dessa mesma es
Um contraste com as indús
inicia vas, não sendo ausentes nem
Vimo-Io
tratas — mas hou\o pelo menos um
109
trias de especulação que, já na sua ges
P^^ovínciais
niTs^"
Dic.i;.s-IX) Econômico
produtos cuja qualidade decai ao invés
de melhorar. Indústrias que depois de ros se mudam para a Argentina.
A Ia
bonne heure... Como símbolo da
atividades fabris no mundo gaúcho par tiu do trabalho da pequena indústria. É preciso ainda considerar outras cir cunstâncias, ligadas intimamente à colo nização do Estado. A profunda influên
ram uma tradição de trabalho e uma
experiência das coisas que as gentes do Novo Mundo não haviam tido tempo
Quanto às indús
trias de pura espe
culação financeira, fornecedoras de lu
cros extraordinários, é curioso assinalar
como elas se desenvolveram nas áreas
onde outrora dominou o latifúndio. Rio e São Paulo principalmente. Aí não foi possível upia mudança da estrutura eco nômica num sentido de justiça social —
os grandes capitães da indústria prote gida sendo em verdade os contínuadcres dos fazendeiros latifundiários e escravo-
— como cresce uma ár\'ore, de dentro
para fora.
Ampliando-se, com o de
senvolvimento da navegação nacional de relhamento crescente desses centros de
tar, entre outros, o fabricados
Cresceram orgânicamente — se .se pode usar essa expressão
um fenômeno de povoamento. A.s famí
ção, poderíamos ci
no Paraná.
sição econômica.
cabotagem, o mercado para os produtos da pequena oficina rio-grandense, o apa-
cia das correntes imigratórias não pode lias que abandonaram o Velho Mundo,
senfeld,
cadas no Rio Grande do Sul por justapo
. ser expressa, pura e simplesmente, por
quele primeiro tipo de indústria, surgido nas áreas de imigra caso dos pianos Es-
muitos casos, põem uma nota intrusa
Onde a vida se lhes tornara terrivelmente
difícil, "pour faire TAmérlque", trouxe
^ ainda de adquirir. Não foram somente
os agricultores que vieram ter aqui, sonhando com a fartura da terra ^•i^-
trabalho foi uma conseqüência lógica da política elementar de produzir mais para satisfazer a necessidades maiores de con.
sumo. Dificilmente se aponta no Rio Grande do Sul uma indústria que tenha surgido por obra e graça daquela mira culosa "aplicação de capitais". Quase toda exploração industrial tem uma his tória, é um fenômeno de evolução.
linhagem profissional Sq perdia nas cor
Quase nunca é um acontecimento iso lado na atual fisionomia econômica da
porações da Idade-Média e a quem a
região.
gem. Foram também os artesãos, cuja técnica de um lado e a ameaça de
"Há ainda a acentuar outra circuns
proletarização do outro, empurraram pa
tancia na economia do mundo gaúcho e que vem, de alguma maneira, contrariar leis mais ou menos estabelecidas no que
ra as plagas onde as camadas sociais,
não sendo ainda estanques, ofereciam maiores oportunidades e um campo mais largo para os progressos induiduais. Com éstes vieram — pode-se dizer — suas oficinas. De geração a geração, com a
diz respeito às conseqüências sociais do desenvolvimento liberal dos meios de
produção.
De acôrdo com essas leia,
somente à custa de uma ruína da eco-
: V •* .
110
Duai-sTo
EtroNÓii
nomia camponesa poder-.se-ia desenvol
ravcis, um rcgijnc ;uitár(]uico.
ver a economia industrial.
esse regime não representa atualmente
Um desen
E sc
-•
iutiva da economia, coincidindo com a
res, não é solução que se possa conse
dução, a \antagcm de arregimentar to das as fôrças do construção, livrando o mundo rÍo-grandon.sc. não só daquela
operações cada vez mais complexas, é
estar social da coletividade só Se pode alcançar com a intromissão autoritária o
fatalidade muito brasileira da monocul tura, como, também, de uma unilatera-
totalitária do Estado na vida do povo,
lidade de seu regime de produção. -O
dirigindo-lhe a economia, abolindo a
Rio Grande do Sul, sendo um Estado
luta de classes sem lhe suprimir a na
po icultor, c também um estado indus
tural hierarquia — doutrinam os ultra-
trial. Já São Paulo e Pernambuco — para citarmos exemplos diferentes — se*
nacionalistas. Para uns e para outros — os dois caminhos convergem para um I mesmo ponto — não é possível uma coordenação das múltiplas economias
são Estados industriais, são, agrlcoiamente, monocultore.s. São Estados cuja exis tência se apóia na economia dc um pro
ainda, que no passado.
partiu cie uma satisfação doméstica ao còsto de beber vinho. Essa série cno-
volvimento parale!o das duas, uma "con. ciliação" dos seus interesses produto
liberal — afirmam os socialistas. O bem-
pobreza, de mais fome, dç mais doença,
da mesma maneira que a viti-vinicultura
uma solução para os problemas de imssa economia, teve, no pas.sado ciclo de pro
guir dentro dos quadros da civilização
111
Diof-st': Econômico
série' do acesso individual ao campo de
Vimos ainda, nesses 110 anos de his-
'ífí. se erros estendem de , j 1820 a 1930, os principais cometi* dos no tratamento do problema. Dois
que permitiu o desenvolvimento homo gêneo das fôrças produtoras dêste mun
erros opostos podem os governos come ter nessa questão, como aliás em tòdas
do. Não houve aquela perigosa solução de eontinuidaclc que, em certas momen-
tc.s, provoca uma substituição social do homem que partiu do princípio. Os fatòrcs que estão na primeira Unha da batalha atual não são — como se pode
ria dizer em linguagem militar — fatôres frescos.
A mesma fôrça que mo
as outras relativas à vida social: o absenteísmo e o intervencionismo excessivo.
Freqüentemente os nossos governos es tiveram ausentes demais na vida das
áreas coloniais, esquecidos delas, surdos aos apelos feitos para que providencias sem ora a construção dc um hospital, ora a criaçao de uma escola," ora a for mação de um centro de armas, com ofi-
duto, que pode não ser o único — como
veu a produção mais simples move hoje a mais complexa. Ein resumo, é possí
se essas economias se desenvolvem aò
de fato não é — ma.s que c, històrica-
vel, partindo da presente situação indus
cüin brutalidade, como ainda recente-
sabor das iniciativas individuais.
mente, o principal.
trial do Estado, descrever uma série his
niente em Blumenau, chegando a ponto de confiscar bíblias, que eram relíquias de família, ou fazendo apagar nos cemi
que interessam à existência dos homens, Não
é ocasião de discutir essas questões. Mesmo porque, não se pode fugir à evidência relativa desses princípios nu ma sociedade complexa como a de hoje. Em todos os cantos, estamos vendo uma
indústria poderosa ao lado de uma agri cultura arruinada. Mas, aqui no Rio
e o grande segredo da pujança econômica do Rio Grande do Sul e
cuja decifração vamos achar naquele fato
e a indústria regional ter começado do prmcípio e não ser, como acontece fre
qüentemente, uma reahzação estranha à
Grande do Sul, assiste-se a um espe táculo diferente: paralela a um notável
listória do trabalho gaúcho, surgindo magicamente por obra e graça de gru
progresso industrial, desenvolve-se uma agricultura progressista. Verifica-se, as
e senhores de uma técnica que não lhe.?
sim, um equilíbrio espontâneo na socie dade econômica rio-grandense, numa
vés da aquisição dos meios de produ
ocasião em que circunstâncias históricas exacerbam os antagonismos das relações
de produção. "Para muita gente, tudo isso é mila
pos financeiros, armados de concessões veio às mãos tradicionalmente e sim atra ção. Geralmente, a atividade industrial
gaúcha surgiu de um desenvolvimento ló
gico da agricultura e pecuária regionais, a princípio como simples beneficianiento
da matéria-prima, depois como acaba
gre de terra privilegiada. Todavia, se algum milagre existe, esse milagre é de natureza geográfica. O semi-isolamento
da. A origem dos frigoríficos está na
a que nos referimos, aliado a outra cir
charqueada das estâncias, assim como
mento dessa
matéria-prima
beneficia
cunstância não menos geográfica — co
a indústria metaVirgica — por sinal a
mo seja o fenômeno da colonização — permitiu, em momentos históricos favo-
nasceu nas forjas de velhos artesãos e
mais adiantada na América do Sul —
'Al-V
tórica que contenha todas as etapas da economia coletiva, sucedendo-se sempre
essas etapas como conseqüência de eta
.cialidade à altura da tarefa.
Outras
vezes o Estado fez sentir a sua presença
pas anteriores. Não existe, pois, uma
térios inscrições em língua alemã. Discutimos as responsabilidades no
invasão de elementos novos e sim uma
que respeita à formação dos chamados
transformação histórica de elementos ori ginários."
Nos períodos em que a nação goza de maior liberdade e se governa com maior
inteligência, é que o fluxo imigratório, por uma coincidência não fortuita, atin ge as suas curvas mais altas. Vive o
quistos raciais.
Apontamos os abusos
dos países de emigração procurando por %c'zes enviar para os países de imigra ção os seus piores elementos. Imagina
mos ter apontado as medidas razoáveis e inteligentes a opor a tais perigos, com batendo as medidas excessivas e ininte-
Brasil o fruto da visão política e admi nistrativa de homens como Campos Sales,
ligentes.
Rodrigues Alves e Afonso Pena e o país
passou no Brasil a história da imigração,
tem suas portas largamente abertas à
um fato todavia salta aos nossos olhos.
imigração. Cai um dia o poder nas mãos de aventureiros sem patriotismo e sem escrúpulos, e ei-lo que cerfa pe
sadamente suas portas à imigração. Co
meça, então, uma fase aguda de des moralização. do estímulo à' malandra
gem, de encarecimcnto da vida, de mais
Acompanhando as vicissitudes por que
Mesmo nos anos em que entram mais imigrantes, mesmo quando o Brasil tem a guiar os seus destinos os seus melho res homens, mesmo aí nunca o Brasil
pôde competir com os Estados Unidos nu com a Argentina, Uma série de coi sas, sociais umas, geo-cUmálicas outras,
: V •* .
110
Duai-sTo
EtroNÓii
nomia camponesa poder-.se-ia desenvol
ravcis, um rcgijnc ;uitár(]uico.
ver a economia industrial.
esse regime não representa atualmente
Um desen
E sc
-•
iutiva da economia, coincidindo com a
res, não é solução que se possa conse
dução, a \antagcm de arregimentar to das as fôrças do construção, livrando o mundo rÍo-grandon.sc. não só daquela
operações cada vez mais complexas, é
estar social da coletividade só Se pode alcançar com a intromissão autoritária o
fatalidade muito brasileira da monocul tura, como, também, de uma unilatera-
totalitária do Estado na vida do povo,
lidade de seu regime de produção. -O
dirigindo-lhe a economia, abolindo a
Rio Grande do Sul, sendo um Estado
luta de classes sem lhe suprimir a na
po icultor, c também um estado indus
tural hierarquia — doutrinam os ultra-
trial. Já São Paulo e Pernambuco — para citarmos exemplos diferentes — se*
nacionalistas. Para uns e para outros — os dois caminhos convergem para um I mesmo ponto — não é possível uma coordenação das múltiplas economias
são Estados industriais, são, agrlcoiamente, monocultore.s. São Estados cuja exis tência se apóia na economia dc um pro
ainda, que no passado.
partiu cie uma satisfação doméstica ao còsto de beber vinho. Essa série cno-
volvimento parale!o das duas, uma "con. ciliação" dos seus interesses produto
liberal — afirmam os socialistas. O bem-
pobreza, de mais fome, dç mais doença,
da mesma maneira que a viti-vinicultura
uma solução para os problemas de imssa economia, teve, no pas.sado ciclo de pro
guir dentro dos quadros da civilização
111
Diof-st': Econômico
série' do acesso individual ao campo de
Vimos ainda, nesses 110 anos de his-
'ífí. se erros estendem de , j 1820 a 1930, os principais cometi* dos no tratamento do problema. Dois
que permitiu o desenvolvimento homo gêneo das fôrças produtoras dêste mun
erros opostos podem os governos come ter nessa questão, como aliás em tòdas
do. Não houve aquela perigosa solução de eontinuidaclc que, em certas momen-
tc.s, provoca uma substituição social do homem que partiu do princípio. Os fatòrcs que estão na primeira Unha da batalha atual não são — como se pode
ria dizer em linguagem militar — fatôres frescos.
A mesma fôrça que mo
as outras relativas à vida social: o absenteísmo e o intervencionismo excessivo.
Freqüentemente os nossos governos es tiveram ausentes demais na vida das
áreas coloniais, esquecidos delas, surdos aos apelos feitos para que providencias sem ora a construção dc um hospital, ora a criaçao de uma escola," ora a for mação de um centro de armas, com ofi-
duto, que pode não ser o único — como
veu a produção mais simples move hoje a mais complexa. Ein resumo, é possí
se essas economias se desenvolvem aò
de fato não é — ma.s que c, històrica-
vel, partindo da presente situação indus
cüin brutalidade, como ainda recente-
sabor das iniciativas individuais.
mente, o principal.
trial do Estado, descrever uma série his
niente em Blumenau, chegando a ponto de confiscar bíblias, que eram relíquias de família, ou fazendo apagar nos cemi
que interessam à existência dos homens, Não
é ocasião de discutir essas questões. Mesmo porque, não se pode fugir à evidência relativa desses princípios nu ma sociedade complexa como a de hoje. Em todos os cantos, estamos vendo uma
indústria poderosa ao lado de uma agri cultura arruinada. Mas, aqui no Rio
e o grande segredo da pujança econômica do Rio Grande do Sul e
cuja decifração vamos achar naquele fato
e a indústria regional ter começado do prmcípio e não ser, como acontece fre
qüentemente, uma reahzação estranha à
Grande do Sul, assiste-se a um espe táculo diferente: paralela a um notável
listória do trabalho gaúcho, surgindo magicamente por obra e graça de gru
progresso industrial, desenvolve-se uma agricultura progressista. Verifica-se, as
e senhores de uma técnica que não lhe.?
sim, um equilíbrio espontâneo na socie dade econômica rio-grandense, numa
vés da aquisição dos meios de produ
ocasião em que circunstâncias históricas exacerbam os antagonismos das relações
de produção. "Para muita gente, tudo isso é mila
pos financeiros, armados de concessões veio às mãos tradicionalmente e sim atra ção. Geralmente, a atividade industrial
gaúcha surgiu de um desenvolvimento ló
gico da agricultura e pecuária regionais, a princípio como simples beneficianiento
da matéria-prima, depois como acaba
gre de terra privilegiada. Todavia, se algum milagre existe, esse milagre é de natureza geográfica. O semi-isolamento
da. A origem dos frigoríficos está na
a que nos referimos, aliado a outra cir
charqueada das estâncias, assim como
mento dessa
matéria-prima
beneficia
cunstância não menos geográfica — co
a indústria metaVirgica — por sinal a
mo seja o fenômeno da colonização — permitiu, em momentos históricos favo-
nasceu nas forjas de velhos artesãos e
mais adiantada na América do Sul —
'Al-V
tórica que contenha todas as etapas da economia coletiva, sucedendo-se sempre
essas etapas como conseqüência de eta
.cialidade à altura da tarefa.
Outras
vezes o Estado fez sentir a sua presença
pas anteriores. Não existe, pois, uma
térios inscrições em língua alemã. Discutimos as responsabilidades no
invasão de elementos novos e sim uma
que respeita à formação dos chamados
transformação histórica de elementos ori ginários."
Nos períodos em que a nação goza de maior liberdade e se governa com maior
inteligência, é que o fluxo imigratório, por uma coincidência não fortuita, atin ge as suas curvas mais altas. Vive o
quistos raciais.
Apontamos os abusos
dos países de emigração procurando por %c'zes enviar para os países de imigra ção os seus piores elementos. Imagina
mos ter apontado as medidas razoáveis e inteligentes a opor a tais perigos, com batendo as medidas excessivas e ininte-
Brasil o fruto da visão política e admi nistrativa de homens como Campos Sales,
ligentes.
Rodrigues Alves e Afonso Pena e o país
passou no Brasil a história da imigração,
tem suas portas largamente abertas à
um fato todavia salta aos nossos olhos.
imigração. Cai um dia o poder nas mãos de aventureiros sem patriotismo e sem escrúpulos, e ei-lo que cerfa pe
sadamente suas portas à imigração. Co
meça, então, uma fase aguda de des moralização. do estímulo à' malandra
gem, de encarecimcnto da vida, de mais
Acompanhando as vicissitudes por que
Mesmo nos anos em que entram mais imigrantes, mesmo quando o Brasil tem a guiar os seus destinos os seus melho res homens, mesmo aí nunca o Brasil
pôde competir com os Estados Unidos nu com a Argentina, Uma série de coi sas, sociais umas, geo-cUmálicas outras,
Dicesto EroNóMti^j^ determinam a preferencia dos trabalha dores europeus por outras nações da América.
Ufanismo
Tudo quanto vimos, constítui a lição do passado, rica de ensinamentos. Con
tém talvez olhar, um pouco, para o
futuro, porque talvez de lá nos possam vir advertências c sugestões. Mas antes disso, uma ultima vez olhemos para o passado, assinalando os marcos de uma tradiçao^ peculiar ao patriotismo brasieiro, o ufanismo", que remonta ao De.s-
água.s-, ou se tomem nas fonte.'; pelyj campos, ou dentro das po\oações
nos aqucdutos, são as mais puras; é enfim, o Brasil, terronal parai.so des! coberto, onde têm nascimento c cursü os maiores rios; domina salutífero
chnia; influem benignos astros c res. piram auras suavíssimas que o : zem fértil c po\-oadü de ímimeros habitantes. .."
Nos relatórios oficiais então é que. com assombrosa freqüência, encontramos íi mesma linguagem.
Vimos, por exemplo, um — no caso cobnmerito. É uma visão otimista dêsse nosso pais tropical. Da terra e da geme um relatório sóbre a imigração, o já * citado de Menezes e Souza - no qua! o Começa com Pero Vaz de Caminta seu autor, mostrando não compreender "A terra em si é de muito bons ares... e em tal maneira é graciosa absolutamente as razões pelas quais os
que querendo-a aproveitar, dar-se-á
ne^a tudo. por bem das águas que E lá vem Sebastião da Rocha Pitta:
"Do Novo Mundo é a melhor por ção. Vastíssima região, felicíssimo terreno, em cuja superfície tudo Scão frutos, em cujo centro tudo são aro
mas, Wbutando os seus cainpo.s o mais util alimento, as suas minas o mais fmo ouro, os seus troncos o mais suave bálsamo, os seus mares o âm
bar mais seleto, admirável país a tôdas as luzes rico, onde, pròdigamente profusa, a natureza se desen tranha nas férteis produções... Em nenhuma outra região se mostra o céu mais sereno, nem madruga mais bela a aurora; o sol em nenhum outro hemisfério tem os raios tão dourados nem os reflexos noturnos tão brilhan tes; os horizontes, ou nasça o sol ou . se sepulte, estão sempre claros; as
imigrantes europeus preferiam a Argen tina e os Estados Unidos ao Brasil, faz
tòda aquela comparação entre a malaade dos americano.s do norte e a bon
DtcESTO
Econômico
(jtie lhe conferem primazia' sôbre to
dos os demai.s. Oulro.s povos apenas se avantajam ao nosso naquilo que a idade secular lhes conquistou. O
Brasil poderá tornar-se o que elos são. Êle.s nunca serão o que é o Brasil".
E assim cone a linguagem dos ufanistas freqüentemente sincera, como no caso cio Conde de Afonso Celso. Da
parte do homem do pc,^■o. ignorante c .semi-alfabetizado, e.s.sa crença cega e insen.sata nos destinos grandiosos do Bra sil é também sincera, está claro. No
administrador público, que tem acesso a muitas fontes de informação e de com paração, isso foi freqiienlemente deso
nestidade. O "ufanismo" desses político.s significou gerahnente hipocrisia e demagogia.
Depois, mais perto de nós, veja-se
Mas a esse otimismo, ora ingênuo, ora desleal, tem sucedido uma reação
O Brasil é um dos países mais
nalar, um pessimismo em relação à gente,
belo do que o Brasil... .sem exageros de fantasia, encontram-se na his
toria dos nossos índios traços subli mes. Que bela galeria de negros e i hos cie negros ilustres a que apre senta o Brasil!...
A história não
registra notícia de um povo que, com menos recursos, mais fizesse do que o português,.. Do cruzamento das
três raças originou-se o tipo do mes
tiço brasileiro.
Ne.sta.s condições, o Brasil é uni país p^i^'ilcgindo, reunindo eleincnlos
Também a configuração orográfica di
ficulta enormemente os transportes. Para .sair da Capital da República, em de manda do interior, a Estrada de Ferro
Central do Brasil preci.sa furar 18 tú
neis. As outras \'ias férreas têm crema-
Iheiras e nelas só podem subir três va gões de cada vez. Américo L. Barbosa
de Oliveira cita estudos feitos pelo Royal Institutc of Iniernational Affairs. que considera existirem na América do Sul mais formidáveis obstáculos i\s comu
nicações do que em qualquer outro con
tinente, acrescentando que a escarpa
brasileira do leste rivaliza com os Andes, tilado. Compare-se isso com a facilida
como falava o Conde de Afonso Celso-.
101- Não há no mundo país mais
A Ama
zônia apresenta uma terra ótima na.s primeira.s plantações. .\fa,s cansa de pressa. asseguram alguns estudiosos. No Nordeste há o cataclismo das secas.
senão em altitude, ao menos no alcanPessimismo
dade dos brasileiros.
^'i.sos do globo. Descobre-se nêle u o quanto o mundo possui de me-
011 australianas nu ucranianas.
pessimista.
Não é tanto, convém assi
mas a terra. Essa ultima é que seria má.
Solos pobre.s os nossos, freqüentemente ácidos, e que vêm sendo neutralizados
por meio de queimadas, que já empo breceram e talvez inutilizaram grandes extensões de território, gerando lavouras ncmiades, fantasmas, que vão mudando de lugar e deixando atrás de si vilas e cidades decadentes.
As terras se defendem mal contra a erosão, mesmo as famosas "meias laran
jas" ou "cascos de tartaruga", de São ,Paulo e do Estado do Rio, tão gabadas por alguns. Em vão procuraremos pelo Bra.sil inteiro algo cjue se compare com as p anícic.s argentinas, ou americanas.
de com que, na planície norte-americana, se vai do Atlântico ao Pacífico.
Também o nosso litoral é pobre em portos naturais, em enseadas, compara tivamente à Austrália, à América do
Norte e à Europa. A costa é muito pouco recortada, conferindo ao Brasil
cerca de 7.900 quilômetros, compara
tivamente menos da metade das costas norueguesas.
Numa discussão memorá
vel, Eduardo Prado já assinalara o fato.
^ O desenvolvimento da pecuária no Brasil tem sido difícil. O bos taums tem demonstrado poucas possibilidades de conservar no ambiente tropical, as suas oas qualidades econômicas. Os gados "OS, como o Aberdeen-Angus ou o He
ra ord, mo.stram-se incapazes de regu'U convenientemente a própria tempe ratura quando a irradiação solar é muito
intensa.
Isso sem falar nas doenças
c nas pragas a que èsse.s gados estão
Dicesto EroNóMti^j^ determinam a preferencia dos trabalha dores europeus por outras nações da América.
Ufanismo
Tudo quanto vimos, constítui a lição do passado, rica de ensinamentos. Con
tém talvez olhar, um pouco, para o
futuro, porque talvez de lá nos possam vir advertências c sugestões. Mas antes disso, uma ultima vez olhemos para o passado, assinalando os marcos de uma tradiçao^ peculiar ao patriotismo brasieiro, o ufanismo", que remonta ao De.s-
água.s-, ou se tomem nas fonte.'; pelyj campos, ou dentro das po\oações
nos aqucdutos, são as mais puras; é enfim, o Brasil, terronal parai.so des! coberto, onde têm nascimento c cursü os maiores rios; domina salutífero
chnia; influem benignos astros c res. piram auras suavíssimas que o : zem fértil c po\-oadü de ímimeros habitantes. .."
Nos relatórios oficiais então é que. com assombrosa freqüência, encontramos íi mesma linguagem.
Vimos, por exemplo, um — no caso cobnmerito. É uma visão otimista dêsse nosso pais tropical. Da terra e da geme um relatório sóbre a imigração, o já * citado de Menezes e Souza - no qua! o Começa com Pero Vaz de Caminta seu autor, mostrando não compreender "A terra em si é de muito bons ares... e em tal maneira é graciosa absolutamente as razões pelas quais os
que querendo-a aproveitar, dar-se-á
ne^a tudo. por bem das águas que E lá vem Sebastião da Rocha Pitta:
"Do Novo Mundo é a melhor por ção. Vastíssima região, felicíssimo terreno, em cuja superfície tudo Scão frutos, em cujo centro tudo são aro
mas, Wbutando os seus cainpo.s o mais util alimento, as suas minas o mais fmo ouro, os seus troncos o mais suave bálsamo, os seus mares o âm
bar mais seleto, admirável país a tôdas as luzes rico, onde, pròdigamente profusa, a natureza se desen tranha nas férteis produções... Em nenhuma outra região se mostra o céu mais sereno, nem madruga mais bela a aurora; o sol em nenhum outro hemisfério tem os raios tão dourados nem os reflexos noturnos tão brilhan tes; os horizontes, ou nasça o sol ou . se sepulte, estão sempre claros; as
imigrantes europeus preferiam a Argen tina e os Estados Unidos ao Brasil, faz
tòda aquela comparação entre a malaade dos americano.s do norte e a bon
DtcESTO
Econômico
(jtie lhe conferem primazia' sôbre to
dos os demai.s. Oulro.s povos apenas se avantajam ao nosso naquilo que a idade secular lhes conquistou. O
Brasil poderá tornar-se o que elos são. Êle.s nunca serão o que é o Brasil".
E assim cone a linguagem dos ufanistas freqüentemente sincera, como no caso cio Conde de Afonso Celso. Da
parte do homem do pc,^■o. ignorante c .semi-alfabetizado, e.s.sa crença cega e insen.sata nos destinos grandiosos do Bra sil é também sincera, está claro. No
administrador público, que tem acesso a muitas fontes de informação e de com paração, isso foi freqiienlemente deso
nestidade. O "ufanismo" desses político.s significou gerahnente hipocrisia e demagogia.
Depois, mais perto de nós, veja-se
Mas a esse otimismo, ora ingênuo, ora desleal, tem sucedido uma reação
O Brasil é um dos países mais
nalar, um pessimismo em relação à gente,
belo do que o Brasil... .sem exageros de fantasia, encontram-se na his
toria dos nossos índios traços subli mes. Que bela galeria de negros e i hos cie negros ilustres a que apre senta o Brasil!...
A história não
registra notícia de um povo que, com menos recursos, mais fizesse do que o português,.. Do cruzamento das
três raças originou-se o tipo do mes
tiço brasileiro.
Ne.sta.s condições, o Brasil é uni país p^i^'ilcgindo, reunindo eleincnlos
Também a configuração orográfica di
ficulta enormemente os transportes. Para .sair da Capital da República, em de manda do interior, a Estrada de Ferro
Central do Brasil preci.sa furar 18 tú
neis. As outras \'ias férreas têm crema-
Iheiras e nelas só podem subir três va gões de cada vez. Américo L. Barbosa
de Oliveira cita estudos feitos pelo Royal Institutc of Iniernational Affairs. que considera existirem na América do Sul mais formidáveis obstáculos i\s comu
nicações do que em qualquer outro con
tinente, acrescentando que a escarpa
brasileira do leste rivaliza com os Andes, tilado. Compare-se isso com a facilida
como falava o Conde de Afonso Celso-.
101- Não há no mundo país mais
A Ama
zônia apresenta uma terra ótima na.s primeira.s plantações. .\fa,s cansa de pressa. asseguram alguns estudiosos. No Nordeste há o cataclismo das secas.
senão em altitude, ao menos no alcanPessimismo
dade dos brasileiros.
^'i.sos do globo. Descobre-se nêle u o quanto o mundo possui de me-
011 australianas nu ucranianas.
pessimista.
Não é tanto, convém assi
mas a terra. Essa ultima é que seria má.
Solos pobre.s os nossos, freqüentemente ácidos, e que vêm sendo neutralizados
por meio de queimadas, que já empo breceram e talvez inutilizaram grandes extensões de território, gerando lavouras ncmiades, fantasmas, que vão mudando de lugar e deixando atrás de si vilas e cidades decadentes.
As terras se defendem mal contra a erosão, mesmo as famosas "meias laran
jas" ou "cascos de tartaruga", de São ,Paulo e do Estado do Rio, tão gabadas por alguns. Em vão procuraremos pelo Bra.sil inteiro algo cjue se compare com as p anícic.s argentinas, ou americanas.
de com que, na planície norte-americana, se vai do Atlântico ao Pacífico.
Também o nosso litoral é pobre em portos naturais, em enseadas, compara tivamente à Austrália, à América do
Norte e à Europa. A costa é muito pouco recortada, conferindo ao Brasil
cerca de 7.900 quilômetros, compara
tivamente menos da metade das costas norueguesas.
Numa discussão memorá
vel, Eduardo Prado já assinalara o fato.
^ O desenvolvimento da pecuária no Brasil tem sido difícil. O bos taums tem demonstrado poucas possibilidades de conservar no ambiente tropical, as suas oas qualidades econômicas. Os gados "OS, como o Aberdeen-Angus ou o He
ra ord, mo.stram-se incapazes de regu'U convenientemente a própria tempe ratura quando a irradiação solar é muito
intensa.
Isso sem falar nas doenças
c nas pragas a que èsse.s gados estão
IDioKs-ro
'^5
Kconomico
IH
sujeitos no ambiente tropical. A adap tação do bof} taurvs se fèz, portanto, com
que temos já seria exccssÍN a para as pos-. sibilidades vegetais p minerais do Brasil.
Di(;i;sTt>
tl<;oN-6MlC()
SC extinguiu, por não encontrar o inseto Iransmi.ssor condições propícias dc vida.
perda do seu rendimento econômico, e,
Essa população já tem de%astado e.t-
Essa maneira de ver com olhos aber-
fruto dessa "aclimação degenerativa",
ccssivanicntc as nossas florestas. Tôda a
to.s os obstáculos climáticos, sanitários,
como dentro de perspecti\a zootccnica
a denominou o professor Otá\io Domin-
gente, quase, cozinha com lenlia ou car\'ão vegetal, mesmo aipicles que momm
gues, surge o "curraleiro", surge o "iga-_ rapé" ou "patua", bovídeos pequeno.s,
cio da floresta.
inirrados, que fizeram Artur Neiva dizer
que existiam no Brasil duas espécies de "Jecas-Tatus" — uma na sociedade hu mana, outra na sociedade bovina.
Foi
preciso lançar mão do bos itidicus, para conseguir produtos rústicos mas conser vando algumas qualidades zootécnica.s das raças boas do bo.ç taurus.
nas cidades. Tudo se faz c<.)m o sacrifí A mandioca consome
lenha-, pois antes de ser reduzida a fa rinha deve passar pelo fogo. As estra das de ferro consomem lenha.
Os na-
\ io.s de roda do Amazonas gastam 60 es-
tcres de lenha por liora. Em Minas Gerais os altos fornos da Companhia Si derúrgica Belgo-Míneira vem consumin
do carvão \egctal com tal fome c de
As lavouras que medraram no Brasil foram sobretudo o café e o açúcar. So
vastando as matas de tal forma, que
bremesa apenas, dizia Capistrano de
das "Velhas", são hoje rios cacluco.s
Abreu.
'Pambcm a Ferro Brasileira, de proprie dade dc franceses, vem arruinando ex tensas regiões do Estado com a sua si
Depois o cacau, a banana e o
fumo. Sempre sobremesa. Nada que possa rivalizar com a carne e o "pão argentinos.
Hou\'e ou-
trora, é verdade, uma la
vário.s rios, outrora na\'cgáveis. como o
derurgia dc cacaracá. Dá pena passar por Morro
voura florescente de'tri
Grande, Caeté, Gorceix,
go, mas a "ferrugem" a
.sendo que nessa última
fez desaparecer.
localidade
Glycon de Paiva clas
o.s
franceses,
diga-se de passagem, vi
sificou o Brasil como um
vem uma vida à-parte,
produtor de "especiarias
fugindo da população na
minerais" (tàntalo, zin-
cônio, berilo, quartzo) e
cional, como de lepra, usando até porteira na
um produtor de "tempe
rua em que moram. En
ros" (manganês, titânio,
tretanto, nos filme.s de
tungstênio, cromo) para a grande siderurgia. Ês. se engenheiro, agora ci
propaganda fazem exibir
tado, é aliás um pessi
sem "obras sociais"!
mista em relação às reservas florestais do Brasil, em relação às riquezas, em com
bustível, do nosso subsolo, e conseqüen-
ítf/jíí^nííMiJíi adversário ferrenho de qualouer idéia de iungração ou de aumento
X
hrasileir.. A popnla^ao
as piscinas de suas casas
particulares como se fôsE as doenças do trópico? Enquanto a
febre amare^i foi extirpada do Brasil graças a campanhas memoráveis, e a -uin esfôrçü que até hoje continua, na
Argentina, no fim do sécuIo XIX. liouve apenas um .surto, que ospontâneariiente
gente atual do Brasil não estiver à al tura dessa tarefa, será então responsá vel por um crime de Icsa-humanidade
e de lesa-pàtría. E um crime cuja pu
pcdolôgicos e geológicos que a natureza
nição será necessàriamente muito seve
do Brasil opõe à ci\'ili2ação gerou, entre outros, o magnifico 1í\to de Américo L. Barbosa de OMveira, cheio de sugestões, do mais alto interesse, sobre os proble
ra.
mas de colonização do Brasil. Outras vèzes. contudo, êsse realismo
anti-ufanista, descambando para o pes simismo, e filho também da demagogia
Outros virão realizar aqui, contra
nós, aqui'o que não tivermos o desejo,
a capacidade ou a energia de realizar. Por que falar assim? Porque, pareça embora linguagem de cabeçalho de jor nal carioca, o Brasil é um país de imen sas possibilidades. É o maior país do
mundo e a humanidade diricilmente po
porque se inspira no desejo de arranjar
derá prescindir, por muito tempo ain
sempre uma desculpa para o atraso na cional. Ê um pessimismo que aponta as
da, da sua conveniente utilização. "A
dificuldades da terra, do so!o e do clima,
própria extensão do país é um motivo de estupefação. Em tamanho só é u'tra-
para então concluir que em tais condi ções ninguém teria feito melhor do que fizemos nós outros. Portanto, não pre
sos territórios sem dúvida para sempre
cisamos do conselho nem da colaboração
inacessíveis a um verdadeiro povoamen
dc gente de fora. Como se vê, êsse pes
to humano, enquanto o Brasil não possui nenhuma parte que seja verdadeiramente
simismo encobre uma forma de ufanis mo e do nativismo.
Realidade
A realidade do Brasil e a sua posi ção no quadro mundial impõem contu do uma visão diversa não só daque'e desvairado otimismo que vai de Pero Vaz de Caminha ao Conde de Afonso
Celso, quanto do pessimismo de um
Glycon de Paiva. Pesa no momento so bre os homens atuais do Brasil — sôbre
os ombros dessa geração medíocre —
uma tremenda responsabilidade, qual a de orientar e encaminhar o Brasil para grandes destinos. Não vai nisso ufanismo, orgiilho na-
passado pela União das Repúblicas So cialistas Soriéticas, mas estas têm imen
anecúmena, impossível de ser ocupada' pelo liomem. Nenhuma alta montanha,
nenhum deserto completo, nenhuma grande estepe fria."
Assim se exprime o geógrafo Piérre Deffontaines.
Realmente, estamos diante de um país enorme, o maior do mundo em extensões
apro\eitáveis, onde tudo é difícil mas
nada é impossível. Há semi-desertos.
Não há desertos. Não há montanhas
intransponíveis. Há apenas montanhas difíceis de transpor. Há muita doença, mas todas elas doenças realmente e.xtirpávei.s, freqüentemente muito fáceis de tratar, e cuja profilaxia poderá ser feita com êxito certo. E tudo ne.sse terreno
tivista, debrio de grandeza. É uma im posição das circunstâncias.
se torna cada dia mais fácil.
Se por egoísmo, por ressentimentos mal digeridos, por burrice voluntária, a
muns do trópico estão todos identifica dos e a qualquer momento poderão ser
Os inse
tos transmissores das doenças mais co
IDioKs-ro
'^5
Kconomico
IH
sujeitos no ambiente tropical. A adap tação do bof} taurvs se fèz, portanto, com
que temos já seria exccssÍN a para as pos-. sibilidades vegetais p minerais do Brasil.
Di(;i;sTt>
tl<;oN-6MlC()
SC extinguiu, por não encontrar o inseto Iransmi.ssor condições propícias dc vida.
perda do seu rendimento econômico, e,
Essa população já tem de%astado e.t-
Essa maneira de ver com olhos aber-
fruto dessa "aclimação degenerativa",
ccssivanicntc as nossas florestas. Tôda a
to.s os obstáculos climáticos, sanitários,
como dentro de perspecti\a zootccnica
a denominou o professor Otá\io Domin-
gente, quase, cozinha com lenlia ou car\'ão vegetal, mesmo aipicles que momm
gues, surge o "curraleiro", surge o "iga-_ rapé" ou "patua", bovídeos pequeno.s,
cio da floresta.
inirrados, que fizeram Artur Neiva dizer
que existiam no Brasil duas espécies de "Jecas-Tatus" — uma na sociedade hu mana, outra na sociedade bovina.
Foi
preciso lançar mão do bos itidicus, para conseguir produtos rústicos mas conser vando algumas qualidades zootécnica.s das raças boas do bo.ç taurus.
nas cidades. Tudo se faz c<.)m o sacrifí A mandioca consome
lenha-, pois antes de ser reduzida a fa rinha deve passar pelo fogo. As estra das de ferro consomem lenha.
Os na-
\ io.s de roda do Amazonas gastam 60 es-
tcres de lenha por liora. Em Minas Gerais os altos fornos da Companhia Si derúrgica Belgo-Míneira vem consumin
do carvão \egctal com tal fome c de
As lavouras que medraram no Brasil foram sobretudo o café e o açúcar. So
vastando as matas de tal forma, que
bremesa apenas, dizia Capistrano de
das "Velhas", são hoje rios cacluco.s
Abreu.
'Pambcm a Ferro Brasileira, de proprie dade dc franceses, vem arruinando ex tensas regiões do Estado com a sua si
Depois o cacau, a banana e o
fumo. Sempre sobremesa. Nada que possa rivalizar com a carne e o "pão argentinos.
Hou\'e ou-
trora, é verdade, uma la
vário.s rios, outrora na\'cgáveis. como o
derurgia dc cacaracá. Dá pena passar por Morro
voura florescente de'tri
Grande, Caeté, Gorceix,
go, mas a "ferrugem" a
.sendo que nessa última
fez desaparecer.
localidade
Glycon de Paiva clas
o.s
franceses,
diga-se de passagem, vi
sificou o Brasil como um
vem uma vida à-parte,
produtor de "especiarias
fugindo da população na
minerais" (tàntalo, zin-
cônio, berilo, quartzo) e
cional, como de lepra, usando até porteira na
um produtor de "tempe
rua em que moram. En
ros" (manganês, titânio,
tretanto, nos filme.s de
tungstênio, cromo) para a grande siderurgia. Ês. se engenheiro, agora ci
propaganda fazem exibir
tado, é aliás um pessi
sem "obras sociais"!
mista em relação às reservas florestais do Brasil, em relação às riquezas, em com
bustível, do nosso subsolo, e conseqüen-
ítf/jíí^nííMiJíi adversário ferrenho de qualouer idéia de iungração ou de aumento
X
hrasileir.. A popnla^ao
as piscinas de suas casas
particulares como se fôsE as doenças do trópico? Enquanto a
febre amare^i foi extirpada do Brasil graças a campanhas memoráveis, e a -uin esfôrçü que até hoje continua, na
Argentina, no fim do sécuIo XIX. liouve apenas um .surto, que ospontâneariiente
gente atual do Brasil não estiver à al tura dessa tarefa, será então responsá vel por um crime de Icsa-humanidade
e de lesa-pàtría. E um crime cuja pu
pcdolôgicos e geológicos que a natureza
nição será necessàriamente muito seve
do Brasil opõe à ci\'ili2ação gerou, entre outros, o magnifico 1í\to de Américo L. Barbosa de OMveira, cheio de sugestões, do mais alto interesse, sobre os proble
ra.
mas de colonização do Brasil. Outras vèzes. contudo, êsse realismo
anti-ufanista, descambando para o pes simismo, e filho também da demagogia
Outros virão realizar aqui, contra
nós, aqui'o que não tivermos o desejo,
a capacidade ou a energia de realizar. Por que falar assim? Porque, pareça embora linguagem de cabeçalho de jor nal carioca, o Brasil é um país de imen sas possibilidades. É o maior país do
mundo e a humanidade diricilmente po
porque se inspira no desejo de arranjar
derá prescindir, por muito tempo ain
sempre uma desculpa para o atraso na cional. Ê um pessimismo que aponta as
da, da sua conveniente utilização. "A
dificuldades da terra, do so!o e do clima,
própria extensão do país é um motivo de estupefação. Em tamanho só é u'tra-
para então concluir que em tais condi ções ninguém teria feito melhor do que fizemos nós outros. Portanto, não pre
sos territórios sem dúvida para sempre
cisamos do conselho nem da colaboração
inacessíveis a um verdadeiro povoamen
dc gente de fora. Como se vê, êsse pes
to humano, enquanto o Brasil não possui nenhuma parte que seja verdadeiramente
simismo encobre uma forma de ufanis mo e do nativismo.
Realidade
A realidade do Brasil e a sua posi ção no quadro mundial impõem contu do uma visão diversa não só daque'e desvairado otimismo que vai de Pero Vaz de Caminha ao Conde de Afonso
Celso, quanto do pessimismo de um
Glycon de Paiva. Pesa no momento so bre os homens atuais do Brasil — sôbre
os ombros dessa geração medíocre —
uma tremenda responsabilidade, qual a de orientar e encaminhar o Brasil para grandes destinos. Não vai nisso ufanismo, orgiilho na-
passado pela União das Repúblicas So cialistas Soriéticas, mas estas têm imen
anecúmena, impossível de ser ocupada' pelo liomem. Nenhuma alta montanha,
nenhum deserto completo, nenhuma grande estepe fria."
Assim se exprime o geógrafo Piérre Deffontaines.
Realmente, estamos diante de um país enorme, o maior do mundo em extensões
apro\eitáveis, onde tudo é difícil mas
nada é impossível. Há semi-desertos.
Não há desertos. Não há montanhas
intransponíveis. Há apenas montanhas difíceis de transpor. Há muita doença, mas todas elas doenças realmente e.xtirpávei.s, freqüentemente muito fáceis de tratar, e cuja profilaxia poderá ser feita com êxito certo. E tudo ne.sse terreno
tivista, debrio de grandeza. É uma im posição das circunstâncias.
se torna cada dia mais fácil.
Se por egoísmo, por ressentimentos mal digeridos, por burrice voluntária, a
muns do trópico estão todos identifica dos e a qualquer momento poderão ser
Os inse
tos transmissores das doenças mais co
116
líCONÓMlCíl
(eliminados. " Com aralém, ferro a ver-
Poderíamos acrescentar que aquêlcí;
niífiigos poderemos fàci'mente curar a.s
que não entraram nessa decadência fí
doenças que mais deterioram o liomem
sica, social e psicológica, desejam ser funcionários público.s ou prcvidenciA-
brasileiro. A medicina armou o homem
moderno com recursos poderosíssimos
contra a sífilis e a tuberculose. Os pós inseticidas operam hoje milagres com os quais não sonhávamos há 10 anos atrás. O trópico deixará de ser um cemitério
voraz de vidas humanas e com obras
de engenharia sanitária, com os progres sos da refrigeração, com aralém e D. D.
T., desaparecerão todas aquelas entida des impropriamente chamadas anemia
tropical, neurastenia tropical e preguiça tropical.
®
Não há mais lugar para o pessimismo
de um Glycon de Paiva quando, graças ao desenvolvimento da técnica moderna
temos condições para vencer o trópico e tirar força combustível não só das
.suas florestas, como das suas águas, do seu solo e até dos seus ventos. E sem
falar no átomo. As elites dirigentes do Brasil têm necessidade urgente de compreender o problema nesses termos. E devem, conseqüentemente, chamar
gente de fora para nos ajudar nessa
rios.
Para uma obra real de recolonizaçâo, de redivisão da propriedade fundiária no Brasil, de reaproveítamento de territó rios devastado.s, precisamos do concurso do imigrante. Não podemos di.spcnsar o concurso ràvelmente o ritmo de recuperação do Brasil,
Não é falta de amor ao povo brasileiro reconhecer isso e querer, portanto, com a cooperação estrangeira, realizar, em uma geração, o que, caso \ iesse a se
realizar de outra forma, levaria muitas gerações. Mas é falta de patriotismo e crime de lesa-humanidade não reconhe
cer isso, e por capricho nativista ou por teimosia ideológica manter tudo como
está, na esperança de que um dia um
Estado totalitário ou uma burocracia pa terna!, onisciente e disposta a tudo dirigir e provar, venha re.solver todos os
Freqüentemente, no iDa.ssado, políticos iinperialistas da França, da In^aterra ou
decadência física, social, psicológica e chegou a um ponto de apatia tal, que a propriedade da terra não lhe fala mais
declarações, que tanto 'irritaram o ine quívoco patriotismo do povo brasileiro, devem ter outra resposta mais sensata
à ambição como faz a qualquer imi
que simples manifestações de ira e de
grante. Temos em todo o país exemplos
protesto. Compete-nos dar nascimento,
disso.
capital, sem conhecimentos agrícolas e
tom, cor, forma a uma grande e podero.sa nação. Para o que bastará proce dermos com inteligência, audácia e ge nerosidade, Se começarmo.s porém a
comerciais, não pode constituir por' si só a solução do problema brasileiro."
temos, a criar, por cima da miséria na
terra a um liomem sem saúde, sem am
bição, sem necessidade a satisfazer, sem
nossos problemas.
da Alemanha falaram do Brasil como de uma po.ssível futura colônia. Tais
no.s fechar, a não desenvolver o que
lücoNó.Mico
117
cional (' na ilusão de combater «."s.ku mesma miséria, maís c mais burocracia,
mais e
mais organismos
parasitários,
mais e mais aves de rapina, com pom posas iniciais, então estaremos deliberadamente praticando um crime que em bora \ cnha a aproveitar transitòriainente
olhos abertos. A generosidade não ex
clui a vigilância. Recebendo imigran tes, povos de todas as terras que aqui vierem trabalhar conosco, estaremos ne cessariamente atentos tanto às dificul
dades inerentes e fatais que e.xistem na
vida, sempre, qualquer que seja a po
;i uns poucos incscrupulosos, irá custar
lítica que se adote, como também para
muito caro ao Brasil, talvez o sacrifício
os abusos e deformações suscetíveis de
de sua dignidade o de sua indepen
se enxertarem na arvore do nosso sonho
grande e generoso. O Brasil precisará
dência.
estrangeiro em capital, imigração e cul tura, sob pena de retardarmos conside-
obra a um tempo patriótica e humana. "O nosso homem rural, escreve Américo L. Barbosa de Oliveira, acostumou-se ao regime de sub-produção e do sub-consumo, entrou numa irresistível espiral de
A entrega de um pedaço de
Dioi-sro
A palavra da democracia
É assim que, daqueles grupo.s partidá
rios ou clubes políticos que hoje encar nam a democracia brasileira, esperamos uma palavra sobre o problema imigrató rio. É esse um assunto que interessa à democracia brasileira e que é sempre tratado politicamente.
ter os olhos abertos para preservar as
coisas boas que èle possui e que pode rão ser varridas daqui, se não soubermos lutar por elas.
Somos, por e.xemplo, um país sem ódio de raças. Nesse terreno caminha
mos na frente de todas as nações, para a criação de uma verdadeira democracia
racial.
Populações européias que se
transferirem para cá, especialmente \inclas de países nórdicos, poderão não
Nas nossas idéias acêrca de imigração logo se reflete o nosso ponto de vista se adaptar de pronto à situação a que político, mais ou menos democrático, - chegamos, de relativa \itória sôbre os mais ou menos racista, mais ou menos
militarista, mais ou menos burocrático,
patemalístico e totalitário, mais ou me nos integralista, mais ou menos comu nista. A questão nunca é tratada de um
ponto de vista puramente, friamente
racional, Nem o poderia ser. Julgar ra cionalmente o que convém á uma nação depende do nosso conceito de utilidade. Julgar aquilo que a tornará mais feliz ou mais próspera — no caso, receber ou não imigrantes — depende do nosso
conceito de prosperidade como nosso instinto de felicidade.
A democracia brasileira será necessà-
riamente generosa. Tanto pelas lições do
pa.s.sado quanto pelas solicitações do fu turo.
Inclinar-se-á por uma política de por tas abertas mas também, está claro, de
preconceitos de raça.
O legislador deverá pensar nesse as sunto e, com inteligência - sempre com inteligência - procurar preservar essa característica feliz da nossa fbrmaçáo
histórica, adaptando medidas adequadas. Por exemplo, negando vantagens oficiais aos colégios que praticarem po lítica de discriminação racial. Race prejudicc, colam bar. nada disso queremos ver imperando sob o céu brasileiro.
Nao nos propomos todavia a tratar
aqui de todos os problemas que deriva
rão da adoção de ujpa política de
portas abertas. Queremos apenas afir mar que não os ignoramos. Mas acre
ditamos que dentro do espírito de fé, de generosidade e de vigilância da De mocracia, encontraremos para todos eles a solução melhor.
116
líCONÓMlCíl
(eliminados. " Com aralém, ferro a ver-
Poderíamos acrescentar que aquêlcí;
niífiigos poderemos fàci'mente curar a.s
que não entraram nessa decadência fí
doenças que mais deterioram o liomem
sica, social e psicológica, desejam ser funcionários público.s ou prcvidenciA-
brasileiro. A medicina armou o homem
moderno com recursos poderosíssimos
contra a sífilis e a tuberculose. Os pós inseticidas operam hoje milagres com os quais não sonhávamos há 10 anos atrás. O trópico deixará de ser um cemitério
voraz de vidas humanas e com obras
de engenharia sanitária, com os progres sos da refrigeração, com aralém e D. D.
T., desaparecerão todas aquelas entida des impropriamente chamadas anemia
tropical, neurastenia tropical e preguiça tropical.
®
Não há mais lugar para o pessimismo
de um Glycon de Paiva quando, graças ao desenvolvimento da técnica moderna
temos condições para vencer o trópico e tirar força combustível não só das
.suas florestas, como das suas águas, do seu solo e até dos seus ventos. E sem
falar no átomo. As elites dirigentes do Brasil têm necessidade urgente de compreender o problema nesses termos. E devem, conseqüentemente, chamar
gente de fora para nos ajudar nessa
rios.
Para uma obra real de recolonizaçâo, de redivisão da propriedade fundiária no Brasil, de reaproveítamento de territó rios devastado.s, precisamos do concurso do imigrante. Não podemos di.spcnsar o concurso ràvelmente o ritmo de recuperação do Brasil,
Não é falta de amor ao povo brasileiro reconhecer isso e querer, portanto, com a cooperação estrangeira, realizar, em uma geração, o que, caso \ iesse a se
realizar de outra forma, levaria muitas gerações. Mas é falta de patriotismo e crime de lesa-humanidade não reconhe
cer isso, e por capricho nativista ou por teimosia ideológica manter tudo como
está, na esperança de que um dia um
Estado totalitário ou uma burocracia pa terna!, onisciente e disposta a tudo dirigir e provar, venha re.solver todos os
Freqüentemente, no iDa.ssado, políticos iinperialistas da França, da In^aterra ou
decadência física, social, psicológica e chegou a um ponto de apatia tal, que a propriedade da terra não lhe fala mais
declarações, que tanto 'irritaram o ine quívoco patriotismo do povo brasileiro, devem ter outra resposta mais sensata
à ambição como faz a qualquer imi
que simples manifestações de ira e de
grante. Temos em todo o país exemplos
protesto. Compete-nos dar nascimento,
disso.
capital, sem conhecimentos agrícolas e
tom, cor, forma a uma grande e podero.sa nação. Para o que bastará proce dermos com inteligência, audácia e ge nerosidade, Se começarmo.s porém a
comerciais, não pode constituir por' si só a solução do problema brasileiro."
temos, a criar, por cima da miséria na
terra a um liomem sem saúde, sem am
bição, sem necessidade a satisfazer, sem
nossos problemas.
da Alemanha falaram do Brasil como de uma po.ssível futura colônia. Tais
no.s fechar, a não desenvolver o que
lücoNó.Mico
117
cional (' na ilusão de combater «."s.ku mesma miséria, maís c mais burocracia,
mais e
mais organismos
parasitários,
mais e mais aves de rapina, com pom posas iniciais, então estaremos deliberadamente praticando um crime que em bora \ cnha a aproveitar transitòriainente
olhos abertos. A generosidade não ex
clui a vigilância. Recebendo imigran tes, povos de todas as terras que aqui vierem trabalhar conosco, estaremos ne cessariamente atentos tanto às dificul
dades inerentes e fatais que e.xistem na
vida, sempre, qualquer que seja a po
;i uns poucos incscrupulosos, irá custar
lítica que se adote, como também para
muito caro ao Brasil, talvez o sacrifício
os abusos e deformações suscetíveis de
de sua dignidade o de sua indepen
se enxertarem na arvore do nosso sonho
grande e generoso. O Brasil precisará
dência.
estrangeiro em capital, imigração e cul tura, sob pena de retardarmos conside-
obra a um tempo patriótica e humana. "O nosso homem rural, escreve Américo L. Barbosa de Oliveira, acostumou-se ao regime de sub-produção e do sub-consumo, entrou numa irresistível espiral de
A entrega de um pedaço de
Dioi-sro
A palavra da democracia
É assim que, daqueles grupo.s partidá
rios ou clubes políticos que hoje encar nam a democracia brasileira, esperamos uma palavra sobre o problema imigrató rio. É esse um assunto que interessa à democracia brasileira e que é sempre tratado politicamente.
ter os olhos abertos para preservar as
coisas boas que èle possui e que pode rão ser varridas daqui, se não soubermos lutar por elas.
Somos, por e.xemplo, um país sem ódio de raças. Nesse terreno caminha
mos na frente de todas as nações, para a criação de uma verdadeira democracia
racial.
Populações européias que se
transferirem para cá, especialmente \inclas de países nórdicos, poderão não
Nas nossas idéias acêrca de imigração logo se reflete o nosso ponto de vista se adaptar de pronto à situação a que político, mais ou menos democrático, - chegamos, de relativa \itória sôbre os mais ou menos racista, mais ou menos
militarista, mais ou menos burocrático,
patemalístico e totalitário, mais ou me nos integralista, mais ou menos comu nista. A questão nunca é tratada de um
ponto de vista puramente, friamente
racional, Nem o poderia ser. Julgar ra cionalmente o que convém á uma nação depende do nosso conceito de utilidade. Julgar aquilo que a tornará mais feliz ou mais próspera — no caso, receber ou não imigrantes — depende do nosso
conceito de prosperidade como nosso instinto de felicidade.
A democracia brasileira será necessà-
riamente generosa. Tanto pelas lições do
pa.s.sado quanto pelas solicitações do fu turo.
Inclinar-se-á por uma política de por tas abertas mas também, está claro, de
preconceitos de raça.
O legislador deverá pensar nesse as sunto e, com inteligência - sempre com inteligência - procurar preservar essa característica feliz da nossa fbrmaçáo
histórica, adaptando medidas adequadas. Por exemplo, negando vantagens oficiais aos colégios que praticarem po lítica de discriminação racial. Race prejudicc, colam bar. nada disso queremos ver imperando sob o céu brasileiro.
Nao nos propomos todavia a tratar
aqui de todos os problemas que deriva
rão da adoção de ujpa política de
portas abertas. Queremos apenas afir mar que não os ignoramos. Mas acre
ditamos que dentro do espírito de fé, de generosidade e de vigilância da De mocracia, encontraremos para todos eles a solução melhor.
Digesto Ecoxómico
lifl
Colonos e Mercenários
mado com a idéia de atravessar o Atlân
necessidades da lavoura do café sempre
tico c começar vida nova no Brasil.
em ascensão, que homens como Ber
Evidentemente, não se fizeram os pre
OtAvio Tarquín-io df. Sousa
parativos adequados ao estabelecimen
nardo Pereira de Vasconcelos não te meram pleitear abertamente a entrada
to de gente de sistema dc alimentação, ÃO foi sem grande relutância
ta a oferta, tratou o Goví^-nto dc desa
hábitos e costumes tão diferentes, so
de mais negros. "A África civiliza o Brasil , disse e repetiu o estadista mi
que s-e cogitou de trabalho li
brando, porém, medidas inúteis, pompo
neiro.
vre e colonização branca no
propriar a Fazenda de Morro Queimado, no distrito de Cantagalo, pertencente a
sas, de pura fachada.
Brasil.
monsenhor A'mcída.
Salvo as tentativas em
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
com açorianos e madeirenses, e no Pará com os refugiados de Mazagão, até a vin da da família real portuguesa, ninguém
queria saber senão de negros escravos,
A partir de 1824, em ritmo lento nos
Note-se, de pas
Como quer que seja, não se malogrou
\ inte ou trinta anos seguintes, teve iní
sagem, que os eclesiásticos sabiam es colher bons lugares; monsenhor Almeida em Morro Queimado, o padre Correia no Córrego Séeo, a futura Pelropolis.
de todo a iniciativa. A colônia de Nova
cio a colonização alemã. Na instabilida de política e administrativa do Primei
Friburgo subsistiu, e dela partiram, al guns anos depois, atraídos pelo café então em pleno surto na província do Rio de janeiro, alguns dos futuros fa
ro Reinado e da Regência, não seria
possível cuidar a sério de imigração.
"as mãos e o.s pés dos senhores de enge
lônia de Nova Friburgo, cuja organiza
zendeiros cujos nomes já são hoje de
Só .havia realmente organizado, e desde época remota, o tráfico de negros. Pe
nho", e dos proprietários rurais em geral.
ção foi regulada pelo decreto de 8
Ijrasileiros velhos, os Van Erven, os Len-
dro I, dissolvendo a Constituinte, cria
Mas uma permeabilidade maior às idéias liberais que ganhavam terreno e, sobre tudo, a pressão da política britânica de
maio de 1818, a que sc seguiu a carta
Em Morro Queimado fundou-se a co
régia de nomeação de monsenhor Pedro
gruber, os Monnerat, os Lutterbach, com inúmeros repre-
Machado Miranda Malhciros para ins
.sentantes nas profissões libe
ra uma situação de inseguran. ça imprópria à adoção de ini ciativas e providências de
petor. Na Suíça, para alcançar o total
rais, na política e na magistra tura. Política imigratória em ^
colocu\ a numa posição de de
restrições ao tráfico de africanos, deram ensejo a uma nova orientação por parte
de cem famílias, abriram-se inscrições
do Govêmo.
em vários cantões, lançando seus nome.s
bases seguras não tivemos ao
fesa da ordem material, aten
No me.smo ano de sua chegada, o
nas listas oficiais, logo de início, 2.125
tempo de D. João VI, nem po
to aos possíveis movimentos
príncipe D. João baixou o ato que per--
pessoas de ambos os sexos, número que
deríamos ter nos anos que se
de rebeldia em regiões do país
seguiram.
menos dóceis à autoridade im
trangeiros (decreto de 25 de no-
subiria depois a cerca de 5.000. Do.s inscrito.s chegaram ao Rio
\'embro de 1808), e em 18II or
de Janeiro
tos, marcara profundamente a sociedade
outras províncias do Nordeste. A guer
denava a D. Diogo de Sousa, go vernador da capitania do Rio
sendo qiie nesse total linvia 120
brasileira.
Substituir o trabalho servi'
ra do Sul, de sua parte, determinou a
crianças menores de três anos.
Grande de São Pedro do Sul,
Primitivamente, fixara-se conio
pelo livre não agradava ao realismo cru e à rotina dos nossos proprietários
necessidade de fòrça de terra e mar de vulto muito acima dos recursos finan
mitia a concessão de terras a es
2.003
imigrantes,
A escravidão ne
gra, nos seus múltiplos aspec
maior alcance. O Govêmo se
perial, como Pernambuco e
que outorgasse dez e meia lé guas quadradas, em sítio junto de al gum rio navegável até o mar, ao ir
. porto de embarcpie na Europa o de Marselha. Mas contratempos, de-
territoriais e dos políticos enfeudados,
ceiros existentes. Recorde-se que no or
conscientemente ou não, aos seus inte
çamento para 1828 os ministérios mili
.s-ídia ou má direção fizeram com que
resses.
tares consumiram mais de metade do
landês Quan e seus três filhos "para
os .suíços fôssem até os Países Baixos,
Daí a resistência surda ou declarada à
total da de.spesa pública. Empenhou-se
que viessem estabelecer-se com uma co
onde sofreram
cessação do tráfico de africanos até
o Primeiro Reinado em incentivar a en
lônia de irlandeses industriosos e agri cultores". Foi, porém, em 1818 que se
meses, até poderem embarcar, toda sorte de privações. No trajeto da Suíça
1850, a despeito de proibido por lei des.
trada em nossa terra de homens livres,
de 1831. Os comerciantes de gado hu
mas destinados ao Exército e não aos
tomou a primeira iniciativa séria no to
ao navio morreram 43 pessoas, no mar
mano fariam também tudo, por seu lado,
cante à imigração. Sebastião Nicolao Gachet, suíço que se fizera compadre de
311, e, aqui no Brasil, 31 em Macacu e 146 em Nova Friburgo, nos primeiros
para qvie não se extinguisse um negó cio que lhes proporcionava imensos
trabalhos do campo. Eis um capítulo da história da imi
D. João VI, convidando o rei para pa
nove meses de estada, num total de
benefícios.
drinho de sua filha Maria, propôs-se, como agente do cantão de Friburgo, a encaminhar para cá cem famílias. Acei
531 imigrantes. Foram, como se vê, bastante altas as perdas, o que des-
ravam-se tão grandes as dificuldades
Na ânsia de ter um exército forte e
]XLi'a estabelecer a imigração regular cie
aguerrido, tratou o Go\'èrno de angariai-
trahalliadnros livres, de acôrdo com as
elementos na Europa. Vieram alemães.
durante
mais de dois
corcçoou muitos dos que se tinham ani-
j
E estes eram poderosíssimos.
Em certo período, afigu-
gração no Brasil que não pode ser lem
brado sem constrangimento e censura.
•
Digesto Ecoxómico
lifl
Colonos e Mercenários
mado com a idéia de atravessar o Atlân
necessidades da lavoura do café sempre
tico c começar vida nova no Brasil.
em ascensão, que homens como Ber
Evidentemente, não se fizeram os pre
OtAvio Tarquín-io df. Sousa
parativos adequados ao estabelecimen
nardo Pereira de Vasconcelos não te meram pleitear abertamente a entrada
to de gente de sistema dc alimentação, ÃO foi sem grande relutância
ta a oferta, tratou o Goví^-nto dc desa
hábitos e costumes tão diferentes, so
de mais negros. "A África civiliza o Brasil , disse e repetiu o estadista mi
que s-e cogitou de trabalho li
brando, porém, medidas inúteis, pompo
neiro.
vre e colonização branca no
propriar a Fazenda de Morro Queimado, no distrito de Cantagalo, pertencente a
sas, de pura fachada.
Brasil.
monsenhor A'mcída.
Salvo as tentativas em
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
com açorianos e madeirenses, e no Pará com os refugiados de Mazagão, até a vin da da família real portuguesa, ninguém
queria saber senão de negros escravos,
A partir de 1824, em ritmo lento nos
Note-se, de pas
Como quer que seja, não se malogrou
\ inte ou trinta anos seguintes, teve iní
sagem, que os eclesiásticos sabiam es colher bons lugares; monsenhor Almeida em Morro Queimado, o padre Correia no Córrego Séeo, a futura Pelropolis.
de todo a iniciativa. A colônia de Nova
cio a colonização alemã. Na instabilida de política e administrativa do Primei
Friburgo subsistiu, e dela partiram, al guns anos depois, atraídos pelo café então em pleno surto na província do Rio de janeiro, alguns dos futuros fa
ro Reinado e da Regência, não seria
possível cuidar a sério de imigração.
"as mãos e o.s pés dos senhores de enge
lônia de Nova Friburgo, cuja organiza
zendeiros cujos nomes já são hoje de
Só .havia realmente organizado, e desde época remota, o tráfico de negros. Pe
nho", e dos proprietários rurais em geral.
ção foi regulada pelo decreto de 8
Ijrasileiros velhos, os Van Erven, os Len-
dro I, dissolvendo a Constituinte, cria
Mas uma permeabilidade maior às idéias liberais que ganhavam terreno e, sobre tudo, a pressão da política britânica de
maio de 1818, a que sc seguiu a carta
Em Morro Queimado fundou-se a co
régia de nomeação de monsenhor Pedro
gruber, os Monnerat, os Lutterbach, com inúmeros repre-
Machado Miranda Malhciros para ins
.sentantes nas profissões libe
ra uma situação de inseguran. ça imprópria à adoção de ini ciativas e providências de
petor. Na Suíça, para alcançar o total
rais, na política e na magistra tura. Política imigratória em ^
colocu\ a numa posição de de
restrições ao tráfico de africanos, deram ensejo a uma nova orientação por parte
de cem famílias, abriram-se inscrições
do Govêmo.
em vários cantões, lançando seus nome.s
bases seguras não tivemos ao
fesa da ordem material, aten
No me.smo ano de sua chegada, o
nas listas oficiais, logo de início, 2.125
tempo de D. João VI, nem po
to aos possíveis movimentos
príncipe D. João baixou o ato que per--
pessoas de ambos os sexos, número que
deríamos ter nos anos que se
de rebeldia em regiões do país
seguiram.
menos dóceis à autoridade im
trangeiros (decreto de 25 de no-
subiria depois a cerca de 5.000. Do.s inscrito.s chegaram ao Rio
\'embro de 1808), e em 18II or
de Janeiro
tos, marcara profundamente a sociedade
outras províncias do Nordeste. A guer
denava a D. Diogo de Sousa, go vernador da capitania do Rio
sendo qiie nesse total linvia 120
brasileira.
Substituir o trabalho servi'
ra do Sul, de sua parte, determinou a
crianças menores de três anos.
Grande de São Pedro do Sul,
Primitivamente, fixara-se conio
pelo livre não agradava ao realismo cru e à rotina dos nossos proprietários
necessidade de fòrça de terra e mar de vulto muito acima dos recursos finan
mitia a concessão de terras a es
2.003
imigrantes,
A escravidão ne
gra, nos seus múltiplos aspec
maior alcance. O Govêmo se
perial, como Pernambuco e
que outorgasse dez e meia lé guas quadradas, em sítio junto de al gum rio navegável até o mar, ao ir
. porto de embarcpie na Europa o de Marselha. Mas contratempos, de-
territoriais e dos políticos enfeudados,
ceiros existentes. Recorde-se que no or
conscientemente ou não, aos seus inte
çamento para 1828 os ministérios mili
.s-ídia ou má direção fizeram com que
resses.
tares consumiram mais de metade do
landês Quan e seus três filhos "para
os .suíços fôssem até os Países Baixos,
Daí a resistência surda ou declarada à
total da de.spesa pública. Empenhou-se
que viessem estabelecer-se com uma co
onde sofreram
cessação do tráfico de africanos até
o Primeiro Reinado em incentivar a en
lônia de irlandeses industriosos e agri cultores". Foi, porém, em 1818 que se
meses, até poderem embarcar, toda sorte de privações. No trajeto da Suíça
1850, a despeito de proibido por lei des.
trada em nossa terra de homens livres,
de 1831. Os comerciantes de gado hu
mas destinados ao Exército e não aos
tomou a primeira iniciativa séria no to
ao navio morreram 43 pessoas, no mar
mano fariam também tudo, por seu lado,
cante à imigração. Sebastião Nicolao Gachet, suíço que se fizera compadre de
311, e, aqui no Brasil, 31 em Macacu e 146 em Nova Friburgo, nos primeiros
para qvie não se extinguisse um negó cio que lhes proporcionava imensos
trabalhos do campo. Eis um capítulo da história da imi
D. João VI, convidando o rei para pa
nove meses de estada, num total de
benefícios.
drinho de sua filha Maria, propôs-se, como agente do cantão de Friburgo, a encaminhar para cá cem famílias. Acei
531 imigrantes. Foram, como se vê, bastante altas as perdas, o que des-
ravam-se tão grandes as dificuldades
Na ânsia de ter um exército forte e
]XLi'a estabelecer a imigração regular cie
aguerrido, tratou o Go\'èrno de angariai-
trahalliadnros livres, de acôrdo com as
elementos na Europa. Vieram alemães.
durante
mais de dois
corcçoou muitos dos que se tinham ani-
j
E estes eram poderosíssimos.
Em certo período, afigu-
gração no Brasil que não pode ser lem
brado sem constrangimento e censura.
•
Dir.ESTO
vieram irlandeses. Que diferença, po rém, entre a gente então recrutada e os excelentes chefes que as lutas da Inde
Econóx
f sc.sscnta rci.s no primeiro .mu e drf metade no segundo; d) ca\'a'os. bois, ovelhas etc., na proporção do número de pessoas de cada família; e) concessão
Dxoesto Econômico
121
imediata da cidadania brasileira, liber
para o serviço militar, foram mandados - .se pode imaginar como se conseguiria pura o mosteiro dc São Bento, transfor disciplina em soldados de tal espécie: à fôrça de cliibata, o mesmo ca.stigo mado proNasòrianiente cm quartel, alojando-sc os oficiais e inferiores nas celas aplicado aos imigrados alemães. Um dia, em 1828, por uma pequena falta dos monges e os soldados nas gra»dcs
ne, Taylor, Jewett, Grcenfcll, Norton,
dade de culto rcligio.so c isenção de
sa'as e corredores. A leva de alemães
disciplinar, foi um soldado alemão con
Parker, Labatut, Beaurcpairc!
impostos por dez anos. Tudo isso era ilusão. Pedro I tiucria
clc que fez parte Boscho nada tinha do
denado a apanhar inúmeras chibatadas.
pendência nos tinham dado com os in gleses c franceses da marca de Coclira-
Vieram
os soldados mercenários, mais ou menos
enganados pelas propostas miríficas de agentes do estôfo de Schaffer e Cotter. Jorge Antônio Schaffer conquistara a
cabais. Ao apôlo tentador acorreu mui
confiança
Leopoldina,
ta gente, a de.speito da desconfiança
prestando-lhe serviços pessoais, arran-
causada pe'a má fama do agente do
jando-lhe empréstimos para atender a
Brasil.
dificuldades monetárias em que se via
qualidade de encarregado de negócios
nhando com um paraíso no fabuloso país da América, aventureiros no mau e no j| bom sentido, criaUiras que não passa\am do rebotalho humano que as guerras da Europa tinham deixado. Segundo « ^
do Brasil junto às cidades hanseáticas,
narratha de Eduardo Teodoro Bosclie,
com a missão de conseguir soldados
um dos engajados para o ser\iço do
da
envolvida.
imperatriz
E o "excelente Schaffer",
como o tratava a infeliz princesa aus tríaca, foi mandado à Alemanha na
iro momento soldados, acima dc tudo,
tí Schaffer tinha a êsse re,speito instruções
Gente vária, liomens moços so
para o novo Império. "Meu Schaffer",
Exército Brasileiro, no navio que o trans
chamava-o também o imperador.
portou havia colonos, mas o número de .soldados era muito maior. E .solda
pedia-lhe
insistentemente
E
soldados:
"Mande, mande e mande, pois lhe or
dos solteiros, já que o conipartímento
sLipcrit^r às que a ha\-iam precedido, igualmente constituídas de elementos in
ram o miserável. Um grupo de soldados
rais.
do em auxílio dos alemães. Seguiu-se o
Alguns desses mercenários eram
entretanto bons soldados e prestaram serVÍÇO.S nem sempre devidamente recom
pensados. A exemplo de Schaffer, foi o coronel
Cotter, oficial irlandês a serviço do Im
pério, en\'iado à sua terra para trazer colonos que deveriam afinal ser alistados
no Exército. Cotter não primava pela retidão moral e enganou os compatriotas que conseguiu -aliciar — cerca de três ' mil — com a mesma desfaçatez de
Schaffer. O desembarque dos irlan deses representou um doloroso espetá
destinado aos soldados casados e no.s
culo. Vinham semi-nus homens, mulhe
pois é seu Imperador". Mandasse sol
colonos tinha menores proporções do que
res e crianças, e o povo nas ruas — so
do Ministro de Estrangeiros. Schaffer desempenhou-se da incum bência.
Dão-nos «uma idéia de como
o reservado aos primeiros.
Bõsche en
cheu-se de horror ao avistar muito.s do.s
companheiros andrajosos e bêbcdos, al guns ladrõe.s e assassinos chegados a
procedeu os livros que escreveram mais
bordo acorrentados.
tarde algumas das vítimas dos seus en
era também o agente Schaffer, emérito no jôgo de esvaziar garrafas. Não constituem privilégio dc no.ssos dias a falta de espírito de organização, a imprevidência, o desleixo. Foram
godos.
Não que os relatos mereçam
inteiro crédito ou que seus autores fos sem criaturas irnpecáveis.
Mas na lite
Bôbedo contumaz
ratura que compuseram, entre patranhas e exageros, haverá muito de ver
chegando os a'emães arrebanhados por
dade. Schaffer, em anúncios nos jor
Schaffer e na verdade pouco .se fizera
nais alemães, prometeu em nome do
para recebê-los. Os colonos propria mente ditos esperaram vários meses até serem encaminhados para São Leopol
Governo brasileiro excepcionais vanta gens: a) viagem paga; b) concessão gratuita de quatrocentas braças de terra cin quadro; c) subsídio diário de cento
chegasse ao fim, rebelaram-se e liberta
clinados à bebida e à turbulência, re primidas por violentos castigos corpo
dena quem o há de desculpar e premiar, dados, desatendendo às recomendações
Seus companheiros, antes que o castigo
bretudo a população prêta — os vaiou, chamando-os de "escravqs brancos". Tudo quanto Cotter lhes prometera foi recusado e só lhes restou assentar praça. O Covêrno não desejava colonos: que
irlandeses declarou-se solidário, corren que é comum em casos taís: foram sa queadas algumas vendas e pilhados alo jamentos de oficiais; houve o assassinio de um oficial.
Para dominar o motim
fêz-se mister mobilizar a tropa nacional contra os batalhões estrangeiros, e a ca pital do Império presenciou cenas maca
bras, saciada a volúpia de alguns sádi cos.
Do lado brasileiro morreram mais
de quarenta homens; cerca de cento e vinte, do outro. Por muitas culpas que tivessem êsses soldados alemães e irlan deses — e havia também entre êles
franceses e suíços — forçoso é convir
que o Govêmo brasileiro os ludibriara, acenando-lhes com as promessas de uma
existência feliz e pacífica e lhes impusera em vez disso a dura vida de merce-
ria soldados. Muitos se submeteram, ou
nixrios, olhados com desprezo, esqueci dos e maltratados. Em lugar de terras
tros passaram a viver mendigando nas ruas e habitualmente embriagados. Bem
lhas, a serxidão rhilitar da chibata.
do, no Rio Grande dí) Sul; quanto ao,s demaí.s, u^u \ez considerados aptos K
para cultivar, de bois, cavalos e ove
Dir.ESTO
vieram irlandeses. Que diferença, po rém, entre a gente então recrutada e os excelentes chefes que as lutas da Inde
Econóx
f sc.sscnta rci.s no primeiro .mu e drf metade no segundo; d) ca\'a'os. bois, ovelhas etc., na proporção do número de pessoas de cada família; e) concessão
Dxoesto Econômico
121
imediata da cidadania brasileira, liber
para o serviço militar, foram mandados - .se pode imaginar como se conseguiria pura o mosteiro dc São Bento, transfor disciplina em soldados de tal espécie: à fôrça de cliibata, o mesmo ca.stigo mado proNasòrianiente cm quartel, alojando-sc os oficiais e inferiores nas celas aplicado aos imigrados alemães. Um dia, em 1828, por uma pequena falta dos monges e os soldados nas gra»dcs
ne, Taylor, Jewett, Grcenfcll, Norton,
dade de culto rcligio.so c isenção de
sa'as e corredores. A leva de alemães
disciplinar, foi um soldado alemão con
Parker, Labatut, Beaurcpairc!
impostos por dez anos. Tudo isso era ilusão. Pedro I tiucria
clc que fez parte Boscho nada tinha do
denado a apanhar inúmeras chibatadas.
pendência nos tinham dado com os in gleses c franceses da marca de Coclira-
Vieram
os soldados mercenários, mais ou menos
enganados pelas propostas miríficas de agentes do estôfo de Schaffer e Cotter. Jorge Antônio Schaffer conquistara a
cabais. Ao apôlo tentador acorreu mui
confiança
Leopoldina,
ta gente, a de.speito da desconfiança
prestando-lhe serviços pessoais, arran-
causada pe'a má fama do agente do
jando-lhe empréstimos para atender a
Brasil.
dificuldades monetárias em que se via
qualidade de encarregado de negócios
nhando com um paraíso no fabuloso país da América, aventureiros no mau e no j| bom sentido, criaUiras que não passa\am do rebotalho humano que as guerras da Europa tinham deixado. Segundo « ^
do Brasil junto às cidades hanseáticas,
narratha de Eduardo Teodoro Bosclie,
com a missão de conseguir soldados
um dos engajados para o ser\iço do
da
envolvida.
imperatriz
E o "excelente Schaffer",
como o tratava a infeliz princesa aus tríaca, foi mandado à Alemanha na
iro momento soldados, acima dc tudo,
tí Schaffer tinha a êsse re,speito instruções
Gente vária, liomens moços so
para o novo Império. "Meu Schaffer",
Exército Brasileiro, no navio que o trans
chamava-o também o imperador.
portou havia colonos, mas o número de .soldados era muito maior. E .solda
pedia-lhe
insistentemente
E
soldados:
"Mande, mande e mande, pois lhe or
dos solteiros, já que o conipartímento
sLipcrit^r às que a ha\-iam precedido, igualmente constituídas de elementos in
ram o miserável. Um grupo de soldados
rais.
do em auxílio dos alemães. Seguiu-se o
Alguns desses mercenários eram
entretanto bons soldados e prestaram serVÍÇO.S nem sempre devidamente recom
pensados. A exemplo de Schaffer, foi o coronel
Cotter, oficial irlandês a serviço do Im
pério, en\'iado à sua terra para trazer colonos que deveriam afinal ser alistados
no Exército. Cotter não primava pela retidão moral e enganou os compatriotas que conseguiu -aliciar — cerca de três ' mil — com a mesma desfaçatez de
Schaffer. O desembarque dos irlan deses representou um doloroso espetá
destinado aos soldados casados e no.s
culo. Vinham semi-nus homens, mulhe
pois é seu Imperador". Mandasse sol
colonos tinha menores proporções do que
res e crianças, e o povo nas ruas — so
do Ministro de Estrangeiros. Schaffer desempenhou-se da incum bência.
Dão-nos «uma idéia de como
o reservado aos primeiros.
Bõsche en
cheu-se de horror ao avistar muito.s do.s
companheiros andrajosos e bêbcdos, al guns ladrõe.s e assassinos chegados a
procedeu os livros que escreveram mais
bordo acorrentados.
tarde algumas das vítimas dos seus en
era também o agente Schaffer, emérito no jôgo de esvaziar garrafas. Não constituem privilégio dc no.ssos dias a falta de espírito de organização, a imprevidência, o desleixo. Foram
godos.
Não que os relatos mereçam
inteiro crédito ou que seus autores fos sem criaturas irnpecáveis.
Mas na lite
Bôbedo contumaz
ratura que compuseram, entre patranhas e exageros, haverá muito de ver
chegando os a'emães arrebanhados por
dade. Schaffer, em anúncios nos jor
Schaffer e na verdade pouco .se fizera
nais alemães, prometeu em nome do
para recebê-los. Os colonos propria mente ditos esperaram vários meses até serem encaminhados para São Leopol
Governo brasileiro excepcionais vanta gens: a) viagem paga; b) concessão gratuita de quatrocentas braças de terra cin quadro; c) subsídio diário de cento
chegasse ao fim, rebelaram-se e liberta
clinados à bebida e à turbulência, re primidas por violentos castigos corpo
dena quem o há de desculpar e premiar, dados, desatendendo às recomendações
Seus companheiros, antes que o castigo
bretudo a população prêta — os vaiou, chamando-os de "escravqs brancos". Tudo quanto Cotter lhes prometera foi recusado e só lhes restou assentar praça. O Covêrno não desejava colonos: que
irlandeses declarou-se solidário, corren que é comum em casos taís: foram sa queadas algumas vendas e pilhados alo jamentos de oficiais; houve o assassinio de um oficial.
Para dominar o motim
fêz-se mister mobilizar a tropa nacional contra os batalhões estrangeiros, e a ca pital do Império presenciou cenas maca
bras, saciada a volúpia de alguns sádi cos.
Do lado brasileiro morreram mais
de quarenta homens; cerca de cento e vinte, do outro. Por muitas culpas que tivessem êsses soldados alemães e irlan deses — e havia também entre êles
franceses e suíços — forçoso é convir
que o Govêmo brasileiro os ludibriara, acenando-lhes com as promessas de uma
existência feliz e pacífica e lhes impusera em vez disso a dura vida de merce-
ria soldados. Muitos se submeteram, ou
nixrios, olhados com desprezo, esqueci dos e maltratados. Em lugar de terras
tros passaram a viver mendigando nas ruas e habitualmente embriagados. Bem
lhas, a serxidão rhilitar da chibata.
do, no Rio Grande dí) Sul; quanto ao,s demaí.s, u^u \ez considerados aptos K
para cultivar, de bois, cavalos e ove
Digestü
Fiação doméstica em São Paulo SÉncio Buahquií in-; Holanda
(Diretor do Museu do Estado o aulpr das "Raízes do Brasil")
Et:oNoí.iir.o
Ciências, Letras e Aries de Campinas. Nascido em 1816, Vieira Bueno pôde
à máquina, isto é. encostava a ponta do capulho de algodão entre os cilindros em
fixar nessas suas "recordações evocadas
movimento, de modo a que passasse
da memória", a.spectos curiosos do que
por entre eles, largando as sementes. O "
fora a vida paulista durante o tempo de
outro, do lado contrário, movia tam
sua infância, ou seja durante o terceiro
antigos Ín\-entáríos paulistas, par
tlccénios do .século passado, a uma épo«
d<-'cônio do século passado. Ainda por es
bém sua mani\'e]a coin uma das mãos, e com a outra recebia e puxava o algo
ticularmente os dos séculos XVI e
ca, por con.scgninte, em í]uc a mamtfa.
sa época existiam em São Paulo donas
dão já liberto das sementes.
XVII, podem apurar-se dados numerosos
de casa prestiinosas, que faziam, para os
acèrca da fiação doméstica de algodão e
tura doméstica de caráter primitivo ain. da não fora contagiada por nn\'a« in-
\ ender, seus rolos de pano ou suas col
ainda não desapareceu de todo em cer-
lã, durante a era colonial.
fluências adventícius, um prccio.so rela.
chas entretecidas com fios de lã tirados do retalhos de baeta. "Confesso — diz
urbana, e ainda em 1946 ti\-e ocasião dc
Sobre os
modos de se obter ou negociar o produ os preços que sucessivamente lhe corres
to que pode elucidar vários aspectos do problema. Com efeito, aquelas influên cias jamais chegariam a e.\erccr-sc dcci-
pondem, os maquinismos adotados, en
sivamentc- sobre as
to, as diferentes fases de sua elaboração,
técnicas
tradicio-
contram-se nesses, e em alguns outros
nai.s, provindas dos primeiro.s tempos da
documentos da mesma época, informa ções que podem ser utilizadas com pro veito pelo historiador. Informações que, só por si, já permitem compor um'qua
colonização.
E i.sso porque as tentati vas realizadas, já no segundo decênio do século pa.ssado, para a modernização dos mctcdo.s de produção, se deveram
dro instrutivo do que significou duran te longo tempo, entre nós, essa importan
principalmente ao bafejo oficial — em
te indústria caseira.
Contudo, o quadro permaneceria in
São Paulo, a primeira "fábrica" de teci dos instala-se no próprio Palácio do Go verno — e, talvez por muito dispendiosas
completo se os dados esparsos que se
ou complexas, não chegaram a repercu
melhantes textos nos proporcionam não
tir sôbre a manufatura pri\'ada.
pudessem ser articulados entre si por uma visão de conjunto. O sbcorro às no
pe de morte nessa atividade caseira
tícias de que podemos di-spor, a respei
ainda por algum tempo, e sobretudo na
to dos processos manufatureiros então
roça, se conser\'Ou relativamente prós
Nem
puderam, por outro lado, desferir o gol
tos sítios menos sujeitos à influência
o autor dessas recordações — que ter
adquirir em Mato Grosso um exemplar
nho .saudades quando me recordo de
para o Museu Paulista.
(jue na minha .família, em nosso sítio cie Tatuapé, a duas léguas de São Paulo, muitas vezes ajudei a descaroçar o algo
corrente em tôdas as áreas algodoeiras onde não prevaleceu o simples descaroça.
dão."
O descaroçador empregado, e de que se
Seu uso foi
mente manual, até à invenção do sawgin, ocorrida nos Estados Unidos du rante o último decênio do vséculo XVIIl.
trata algumas linhas adian te, é ainda o primitivo modêlü indiano, cujo empre
A segunda operação a que se sujeitava o algodão, depois de limpo dos caro
go no Brasil vem atestado,
ços, era
já em princípios do sécu
tanto usava-se, à época dt*
lo XVII, pelo autor dos
que trasta Vieira Bueno, "um cordão bem esticado
Diálogos das Grandezas do
a
carda.
Para
Êsse aparelho de madeira po
cm um pequeno arco de madeira apro
dia ser construído por qualquer carpin
priado". Para o desfibramento costuma
teiro remendão, observa o autor. E acres centa: "Era tão pequeno e maneiro, que
va-se tanger o cordão com o polegar e o índice sôbre certa quantidade de al godão posta ao chão, "o bastante para formar uniu batedura". No exejnplar existente hoje no Museu Paulista c que
Brasil.
usuais na Peninsu'a Ibérica e mesmo
pera.
entre nossos indígenas - cuja influência foi decisiva, por e.xemplo, na tecelagem
tarde; viria com a crescente importação de tecidos estrangeiros e à medida em
ziam trabalhar".
de rèdes — pode ser neste caso de gran
que seu consumo
de prcstiino. À falta de depoimentos c testemunhos diretos sôbre nossa fiação
entre camadas rústicas da população. O depoimento que nos interessa e
cjueno banco, no centro do qual se en
foi trazido de Cuiabá juntamente com o
cravavam dois suportes para sustentarem, por sua voz, dois cilindros transversais de cerca de uma polegada dc diâmetro e
\'areta setenta e oito centímetros • de
e tecelagem doméstica, não restaria ou
tro recurso além dessas notícias, de pois de devidamente verificadas à luz das nossas fontes documentais.
A verdade é que, sôbre as épocas qui-
nhentista e seiscentista, não se conhe cem depoimentos de tal natureza. Exis te, no entanto, referente aos primeiros
O golpe de morte viria mais
O emprego desse rústico aparelho
expande-se mesmo
devido a Francisco de Assis Vieira Bue-
no e figura, não em sua Autobiografio, publicada em volume no ano de 1899, que contém informações do maior inte resse para o estudo do passado paulis ta, mas nas reminiscências sôbre "A Ci
dade de São Pau'o", impressas pos teriormente na Revisto do Centro de
de ordinário eram os meninos' que ò fa Consistia essencialniente em um pe-
descaroçador acima referido, mede a
que eram postos em movimento por duas
comprimento e é arqueada sobre um cordão de cinqüenta e no\'e centíme
manivelas fixas, em sentido oposto, às
tros.
extremidades.
Sentados os dois operários, frente a frente, com os cilindros de permeio, um dê'es fazia girar sua manívela com uma das mãos. e com a outra "dava de comer"
Nao são certamente dessa espécie, esim do tipo das cardas manuais de uso mais generalizado na Europa, os apare
lhos que se registram em alguns antigos inventários paulistas.
O de Lourenço
Digestü
Fiação doméstica em São Paulo SÉncio Buahquií in-; Holanda
(Diretor do Museu do Estado o aulpr das "Raízes do Brasil")
Et:oNoí.iir.o
Ciências, Letras e Aries de Campinas. Nascido em 1816, Vieira Bueno pôde
à máquina, isto é. encostava a ponta do capulho de algodão entre os cilindros em
fixar nessas suas "recordações evocadas
movimento, de modo a que passasse
da memória", a.spectos curiosos do que
por entre eles, largando as sementes. O "
fora a vida paulista durante o tempo de
outro, do lado contrário, movia tam
sua infância, ou seja durante o terceiro
antigos Ín\-entáríos paulistas, par
tlccénios do .século passado, a uma épo«
d<-'cônio do século passado. Ainda por es
bém sua mani\'e]a coin uma das mãos, e com a outra recebia e puxava o algo
ticularmente os dos séculos XVI e
ca, por con.scgninte, em í]uc a mamtfa.
sa época existiam em São Paulo donas
dão já liberto das sementes.
XVII, podem apurar-se dados numerosos
de casa prestiinosas, que faziam, para os
acèrca da fiação doméstica de algodão e
tura doméstica de caráter primitivo ain. da não fora contagiada por nn\'a« in-
\ ender, seus rolos de pano ou suas col
ainda não desapareceu de todo em cer-
lã, durante a era colonial.
fluências adventícius, um prccio.so rela.
chas entretecidas com fios de lã tirados do retalhos de baeta. "Confesso — diz
urbana, e ainda em 1946 ti\-e ocasião dc
Sobre os
modos de se obter ou negociar o produ os preços que sucessivamente lhe corres
to que pode elucidar vários aspectos do problema. Com efeito, aquelas influên cias jamais chegariam a e.\erccr-sc dcci-
pondem, os maquinismos adotados, en
sivamentc- sobre as
to, as diferentes fases de sua elaboração,
técnicas
tradicio-
contram-se nesses, e em alguns outros
nai.s, provindas dos primeiro.s tempos da
documentos da mesma época, informa ções que podem ser utilizadas com pro veito pelo historiador. Informações que, só por si, já permitem compor um'qua
colonização.
E i.sso porque as tentati vas realizadas, já no segundo decênio do século pa.ssado, para a modernização dos mctcdo.s de produção, se deveram
dro instrutivo do que significou duran te longo tempo, entre nós, essa importan
principalmente ao bafejo oficial — em
te indústria caseira.
Contudo, o quadro permaneceria in
São Paulo, a primeira "fábrica" de teci dos instala-se no próprio Palácio do Go verno — e, talvez por muito dispendiosas
completo se os dados esparsos que se
ou complexas, não chegaram a repercu
melhantes textos nos proporcionam não
tir sôbre a manufatura pri\'ada.
pudessem ser articulados entre si por uma visão de conjunto. O sbcorro às no
pe de morte nessa atividade caseira
tícias de que podemos di-spor, a respei
ainda por algum tempo, e sobretudo na
to dos processos manufatureiros então
roça, se conser\'Ou relativamente prós
Nem
puderam, por outro lado, desferir o gol
tos sítios menos sujeitos à influência
o autor dessas recordações — que ter
adquirir em Mato Grosso um exemplar
nho .saudades quando me recordo de
para o Museu Paulista.
(jue na minha .família, em nosso sítio cie Tatuapé, a duas léguas de São Paulo, muitas vezes ajudei a descaroçar o algo
corrente em tôdas as áreas algodoeiras onde não prevaleceu o simples descaroça.
dão."
O descaroçador empregado, e de que se
Seu uso foi
mente manual, até à invenção do sawgin, ocorrida nos Estados Unidos du rante o último decênio do vséculo XVIIl.
trata algumas linhas adian te, é ainda o primitivo modêlü indiano, cujo empre
A segunda operação a que se sujeitava o algodão, depois de limpo dos caro
go no Brasil vem atestado,
ços, era
já em princípios do sécu
tanto usava-se, à época dt*
lo XVII, pelo autor dos
que trasta Vieira Bueno, "um cordão bem esticado
Diálogos das Grandezas do
a
carda.
Para
Êsse aparelho de madeira po
cm um pequeno arco de madeira apro
dia ser construído por qualquer carpin
priado". Para o desfibramento costuma
teiro remendão, observa o autor. E acres centa: "Era tão pequeno e maneiro, que
va-se tanger o cordão com o polegar e o índice sôbre certa quantidade de al godão posta ao chão, "o bastante para formar uniu batedura". No exejnplar existente hoje no Museu Paulista c que
Brasil.
usuais na Peninsu'a Ibérica e mesmo
pera.
entre nossos indígenas - cuja influência foi decisiva, por e.xemplo, na tecelagem
tarde; viria com a crescente importação de tecidos estrangeiros e à medida em
ziam trabalhar".
de rèdes — pode ser neste caso de gran
que seu consumo
de prcstiino. À falta de depoimentos c testemunhos diretos sôbre nossa fiação
entre camadas rústicas da população. O depoimento que nos interessa e
cjueno banco, no centro do qual se en
foi trazido de Cuiabá juntamente com o
cravavam dois suportes para sustentarem, por sua voz, dois cilindros transversais de cerca de uma polegada dc diâmetro e
\'areta setenta e oito centímetros • de
e tecelagem doméstica, não restaria ou
tro recurso além dessas notícias, de pois de devidamente verificadas à luz das nossas fontes documentais.
A verdade é que, sôbre as épocas qui-
nhentista e seiscentista, não se conhe cem depoimentos de tal natureza. Exis te, no entanto, referente aos primeiros
O golpe de morte viria mais
O emprego desse rústico aparelho
expande-se mesmo
devido a Francisco de Assis Vieira Bue-
no e figura, não em sua Autobiografio, publicada em volume no ano de 1899, que contém informações do maior inte resse para o estudo do passado paulis ta, mas nas reminiscências sôbre "A Ci
dade de São Pau'o", impressas pos teriormente na Revisto do Centro de
de ordinário eram os meninos' que ò fa Consistia essencialniente em um pe-
descaroçador acima referido, mede a
que eram postos em movimento por duas
comprimento e é arqueada sobre um cordão de cinqüenta e no\'e centíme
manivelas fixas, em sentido oposto, às
tros.
extremidades.
Sentados os dois operários, frente a frente, com os cilindros de permeio, um dê'es fazia girar sua manívela com uma das mãos. e com a outra "dava de comer"
Nao são certamente dessa espécie, esim do tipo das cardas manuais de uso mais generalizado na Europa, os apare
lhos que se registram em alguns antigos inventários paulistas.
O de Lourenço
'Tn
124
Dir.KSTO
p!rfiN»)N1lr(,
Digksto Econômico
125
ÇÕes. Observa, entretanto, que em pou
por esse lado, para o desenvolvimento de
cas casas era ela feita com o auxílio da
nossa indústria doméstica.
roda, "como chamavam a roca que usa
religiosos, os jesuítas, pelo menos, distin
Castanho Taques, por exemplo, que é de
USO no continente asiático, tende a fa-
1671, assinala um total de trinta e oito
vorecer a opinião contrária, isto é, a de
pares de cardas, e essa simples circuns
que êle teria sido importado do Velho
tância de só serem elas enumeradas e
Mundo. Nesse caso pode ter \'inclo jiin.
até avaliadas aos pares — quatrocentos réis é o preço de cada par — serve
tamente com o descaroçador dc madeira. E possivelmente, como este, através da
manual. Para êsse fim, como para o descarcçamento e carda do algodão, utilizavam-se de preferência os serviços
para mostrar que não se trata\ii de
península ibérica, onde, já nos primeiros j tempos da conquista árabe, o algodão,
de menores, muitas vêzes escravos e
trazido pelos invasores do Oriente re moto, chegara a constituir uma indústria próspera.
por tarefa, rivalizando na destreza com que torciam as longas puxadas, fazendo
cardar, manejadas sempre aos pares, an
E, ainda neste caso, a presença do ar co de cardar entre diversos agrupamentos
qualquer modo não consta que os pa
dam associadas de ordinário à lã ani
Neste ponto pode-se dizer que, ainda na primeira metade dc século XIX, os
indígenas atuais seria atribuível única-^
processos de fiação nas casas paulistas não eram melhores do que os processos tradicionalmente empregados pelos an tigos índios da costa e de que Jean de
tanto, neste setor, sua atividade e seu gosto da iniciativa. Nos inventários dos
arcos, ou batedeiras para capulhos, como são chumados em Mato Grosso. E c sig nificativo que estes se usaram constante mente apenas para o tratamento do
algodão, ao passo que as escovas de mal. Não é de admirar, assim, se o
mesmo Lourenço Castanho Taques, pos suidor dos trinta e oito pares de cardas, também fôsse o proprietário de uma das maiores malhadas que registram os documentos paulistas do século XVII: cento e setenta e quatro cabeças de
mente a um fenômeno de aculturação.
Max Schmidt, que assinalou essa pre sença entre os índios Guató, não che
ga a pronunciar-se acerca do proble ma de sua procedência. Entretanto. Ottü Fredin e Erland Nordenskield. que estudaram detidamente a cultura ma
vam". A regra era o emprego do fuso
filhos de escravas; e então trabalhavam
girar- o fuso no chão por longo tempo".
Dentre os
guiram-se pelós esforços feitos no senti
do de se incenHvar a fiação e tecelagem nos seus estabelecimentos, e uma carta
de Vieira, datada de 1661, refere como
no Colégio do Maranhão existiam por aquêle tempo, "24 fiandeiras com'seus
teares que podem dar pano não só pa ra vestido senão para todos os usos da casa com grande obundância" (2). De
dres de São Paulo tivessem levado a
bens tomados aos jesuítas dessa capita nia, que se encontram ainda manuscri
Lery, entre outros, deixara minucio
tos no Arquivo Nacional, do Rio de Ja
sa descrição.
neiro (Gol. 481) há escassas referências a aparelhos de fiação e tecelagem. E a pequena quantidade de fios e panos de algodão que nêles se assinala não leva
Os progressos introduzidos pelos tecelões vindos da Europa fizeram-se, as
carneiros, ovelhas e borregos. Séfcre a época em que se teria gene ralizado em nosso meio colonial o emprê-
lagem entre indígenas sul-americano.s, julgam muito mais verossímil a hipóte
go desses arcos para o desfibramento do
se de ter sido o instrumento introduzi
algodão, faltam-nos elementos precisos.
do por missionários do Velho Mundo
O fato de êsse instrumento ser ainda íio-
(I). A vantagem ^e seu emprego so
merosos em São Paulo, nem mesmo os
je correntemente empregado em certos
grupos indígenas, sobretudo do Brasil Central, como os Guató, os Carajá, os
bre o desfibramento simplesmente ma nual, que praticam muitas outras tribo.s, resulta, segundo os mesmo.s
missionários, que segundo Fredin e
São Paulo e especialmente dos "sítios da
Nordenskield poderiam ter sido os in-
roça".
Javaé, os Guaraiú, pode sugerir a crença
autores, do fato de tornarem
pos
trodutores das batedeiras de oapulho en tre os indígenas, chegaram a contribuir,
(2) Serafim Leite. Novas Cartas JesuíH-
de que, tal como o tear vertical para a
sível evitar-se a fácil ruptura
das
confecção das redes de dormir, tenha sido transmitido aos primitivos colonos europeus pelos naturais da terra.
fibras.
terial e em particular a fiação e tece
sim, muito lentamente entre nós. Nem
esses profissionais, que a julgar pelos nossos antigos documentos municipais nunca foram, aliás, extremamente nu
a acreditar que a fabricação dêsses pro dutos fôsse, nas propriedades da. Com
panhia, muito mais considerável do que o era em certas casas particulares de
cas (S. Paulo. 1940), p. 295.
Acerca da fiação pròpriamente, não se detém Vieira Bueno em suas Recorda-
Por outro lado, a falta, na obra dos
nossos cronistas de Quinhentos, de qual quer referência a tal aparelho e, além disso, a circunstancia de ser geral o seu
(1) Otto Fredin e Erland Nordenskield. Uber Zwirnen und Splnnen bei den In-
O Esclitório de Estatística informa que os Estada
dianern Südamerikas (Goteberg. 1918), p.
;
prarain mais mercadorias no exterior em 1947 que em
14.
tóría.
^ qualquer época da sua his-
As expmtaçoBs atmgnam a ctfm recorde de 14.474.900.000 dólares, repre alcançaram a quantia recorde de 5.738.600.000 dólares, ou 17 por cento a mais que sentando aumento de 49 por cento sâbre as do ano precedente. As importações as de 1946.
J
^
'
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Digksto Econômico
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ÇÕes. Observa, entretanto, que em pou
por esse lado, para o desenvolvimento de
cas casas era ela feita com o auxílio da
nossa indústria doméstica.
roda, "como chamavam a roca que usa
religiosos, os jesuítas, pelo menos, distin
Castanho Taques, por exemplo, que é de
USO no continente asiático, tende a fa-
1671, assinala um total de trinta e oito
vorecer a opinião contrária, isto é, a de
pares de cardas, e essa simples circuns
que êle teria sido importado do Velho
tância de só serem elas enumeradas e
Mundo. Nesse caso pode ter \'inclo jiin.
até avaliadas aos pares — quatrocentos réis é o preço de cada par — serve
tamente com o descaroçador dc madeira. E possivelmente, como este, através da
manual. Para êsse fim, como para o descarcçamento e carda do algodão, utilizavam-se de preferência os serviços
para mostrar que não se trata\ii de
península ibérica, onde, já nos primeiros j tempos da conquista árabe, o algodão,
de menores, muitas vêzes escravos e
trazido pelos invasores do Oriente re moto, chegara a constituir uma indústria próspera.
por tarefa, rivalizando na destreza com que torciam as longas puxadas, fazendo
cardar, manejadas sempre aos pares, an
E, ainda neste caso, a presença do ar co de cardar entre diversos agrupamentos
qualquer modo não consta que os pa
dam associadas de ordinário à lã ani
Neste ponto pode-se dizer que, ainda na primeira metade dc século XIX, os
indígenas atuais seria atribuível única-^
processos de fiação nas casas paulistas não eram melhores do que os processos tradicionalmente empregados pelos an tigos índios da costa e de que Jean de
tanto, neste setor, sua atividade e seu gosto da iniciativa. Nos inventários dos
arcos, ou batedeiras para capulhos, como são chumados em Mato Grosso. E c sig nificativo que estes se usaram constante mente apenas para o tratamento do
algodão, ao passo que as escovas de mal. Não é de admirar, assim, se o
mesmo Lourenço Castanho Taques, pos suidor dos trinta e oito pares de cardas, também fôsse o proprietário de uma das maiores malhadas que registram os documentos paulistas do século XVII: cento e setenta e quatro cabeças de
mente a um fenômeno de aculturação.
Max Schmidt, que assinalou essa pre sença entre os índios Guató, não che
ga a pronunciar-se acerca do proble ma de sua procedência. Entretanto. Ottü Fredin e Erland Nordenskield. que estudaram detidamente a cultura ma
vam". A regra era o emprego do fuso
filhos de escravas; e então trabalhavam
girar- o fuso no chão por longo tempo".
Dentre os
guiram-se pelós esforços feitos no senti
do de se incenHvar a fiação e tecelagem nos seus estabelecimentos, e uma carta
de Vieira, datada de 1661, refere como
no Colégio do Maranhão existiam por aquêle tempo, "24 fiandeiras com'seus
teares que podem dar pano não só pa ra vestido senão para todos os usos da casa com grande obundância" (2). De
dres de São Paulo tivessem levado a
bens tomados aos jesuítas dessa capita nia, que se encontram ainda manuscri
Lery, entre outros, deixara minucio
tos no Arquivo Nacional, do Rio de Ja
sa descrição.
neiro (Gol. 481) há escassas referências a aparelhos de fiação e tecelagem. E a pequena quantidade de fios e panos de algodão que nêles se assinala não leva
Os progressos introduzidos pelos tecelões vindos da Europa fizeram-se, as
carneiros, ovelhas e borregos. Séfcre a época em que se teria gene ralizado em nosso meio colonial o emprê-
lagem entre indígenas sul-americano.s, julgam muito mais verossímil a hipóte
go desses arcos para o desfibramento do
se de ter sido o instrumento introduzi
algodão, faltam-nos elementos precisos.
do por missionários do Velho Mundo
O fato de êsse instrumento ser ainda íio-
(I). A vantagem ^e seu emprego so
merosos em São Paulo, nem mesmo os
je correntemente empregado em certos
grupos indígenas, sobretudo do Brasil Central, como os Guató, os Carajá, os
bre o desfibramento simplesmente ma nual, que praticam muitas outras tribo.s, resulta, segundo os mesmo.s
missionários, que segundo Fredin e
São Paulo e especialmente dos "sítios da
Nordenskield poderiam ter sido os in-
roça".
Javaé, os Guaraiú, pode sugerir a crença
autores, do fato de tornarem
pos
trodutores das batedeiras de oapulho en tre os indígenas, chegaram a contribuir,
(2) Serafim Leite. Novas Cartas JesuíH-
de que, tal como o tear vertical para a
sível evitar-se a fácil ruptura
das
confecção das redes de dormir, tenha sido transmitido aos primitivos colonos europeus pelos naturais da terra.
fibras.
terial e em particular a fiação e tece
sim, muito lentamente entre nós. Nem
esses profissionais, que a julgar pelos nossos antigos documentos municipais nunca foram, aliás, extremamente nu
a acreditar que a fabricação dêsses pro dutos fôsse, nas propriedades da. Com
panhia, muito mais considerável do que o era em certas casas particulares de
cas (S. Paulo. 1940), p. 295.
Acerca da fiação pròpriamente, não se detém Vieira Bueno em suas Recorda-
Por outro lado, a falta, na obra dos
nossos cronistas de Quinhentos, de qual quer referência a tal aparelho e, além disso, a circunstancia de ser geral o seu
(1) Otto Fredin e Erland Nordenskield. Uber Zwirnen und Splnnen bei den In-
O Esclitório de Estatística informa que os Estada
dianern Südamerikas (Goteberg. 1918), p.
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prarain mais mercadorias no exterior em 1947 que em
14.
tóría.
^ qualquer época da sua his-
As expmtaçoBs atmgnam a ctfm recorde de 14.474.900.000 dólares, repre alcançaram a quantia recorde de 5.738.600.000 dólares, ou 17 por cento a mais que sentando aumento de 49 por cento sâbre as do ano precedente. As importações as de 1946.
J
^
'
DicKsro Econômico
cnclp se lornoii amigo do Castro Abes,
nccc.ssários às cnucretizações rlc '•eus
•
fèz o elogio de Varela e estudou a vnda • ideais, mas que necessitam de uma voz inspirada e imperativa paru lhes desper cie Anchieta". tar o desencadeamento de íntimos an A sombra das vetustas arcadas ele
^
ampliou a sua cultura, completou a for
seios.
^.çó e;n São Paulo como na Capital da
mação de seu caráter, fortaleceu a cren
Rejnihlica, as sojcnidadai comemorativas
ça eni Deus e \'iu nascer e aprimorou a
iNão há quem não sinta, como o pro sador do "Rei Negro", que "a palavra
do centenário de nascimento de Brasílio
eloqüência que, mais tarde, lhe iria ser vir de penetrante arma de persuasão,
falada é a palavra viva, livre, sòlta de
O "Digesto Econômico". c'n obediência
na tribuna do júri; de instrumento pre
finir, pintar e colorir".
ã diretriz que traçou de manter bem vivo o culto das excelsas figuras da nossa i/ít«
ciso do doutrinação, na cátedra; e, sobre
Centenário de Brasílio Machado /^<)M grande pompa realizannn-se, não
Machado.
tória, comu indiscutivelmente o foi aqtiâh' egrégio orador e professor de Direito, iw.cre em suas colunas não só a oração do netà
que lhe herdou o nome como as que as
nossos prezados colaboradores Dario de Almeida Magalhães (• Cândido Mota Filho
cívica, a memória do inolvidáccl paidisto-
Discurso de Brasílio Machado Neto veias o
obediente por certo às inspirações da
pro fundamente emocionados e agradecidos,
saudade e do reconhecimento ao velha
A sangue de Brasílio Machado —
por sentirem, nas homenagens que vêm
O que mais se sublimou, no entender riforme, foi principalmente o orador.
íntegra, o discurso do Professor Ernesto Leme, que também enalteceu, cm scssuo
nas
tos registraram a impressão profunda que
lhes causou a sua arrebatadora eloqüên
tituto da Ordem dos Advogados do Bra-til No próximo número publicaremos, na
professor que , aqui ensinou durante
quarenta anos, "quarenta prestações de
Tal a arte em que Brasílio Machado
foi mestre consumado, no dizer de quan
acentuada paixão pe'os princípios imor tais da liberdade ou o seu imperioso dever de católico.
dos coetanos, em sua personalidade plu-
Letras.
todas as cadeias, capaz de por si só de
aonde quer que o chamasse a sua
pronunciaram, o prhnciro em nome do Ins-
e o segundo pela Academia Paulista de
QUELES que trazem
tudo, de poderosa clava de combate,
,
Embora não falte quem considere a
eloqüência arte secundária, e até mesmo
cia.
E a prova de que ela não é tão pas sageira — pois há quem a classifique a mais mortal das artes' — temo-la hoje, um século decorrido de seu nascimento e
trinta anos após a sua morte. Assim como o semeador acredita na
lhe tenha horror, a observação demons tra, ao contrário, que ela sempre gover
eternidade da seiva de vida que, com
nou o mundo .e continua a governá-lo,
também o orador, transformando os ou
a semente, èle espalha sobre a terra,
Weimar — "somos feitos para agü no
vintes em campo fértil para a sua pala vra, espalha, confiante, princípios e
presente, sobre o presente, e a palavra
ideais, que tanto mais se projetam no fu
falada é o instrumento por excelência
turo quanto mais é perfeita a sua dialé
da dominação do homem pelo homem".
tica e primorosa a sua eloqüência.
porque — o conceito é do gênio de
"O tribuno tem o privilégio único — diz
Muitos outros, certamente, fizeram
Alcântara Macliado — de trans^•asar de
mais e melhor. Todavia, quantos conhe cem a vida e a obra do filho do Briga deiro Machado sabem ter-se êle integra do na legião dos que se batem pelas
sua alma, para a alma de quem o es cuta, as emoções e as idéias, à medida
sendo prestadas à sua memória, que São Paulo não esqueceu o filho devota
amor, de energia, e fé".
do que amou com fidelidade e exalta ção a terra natal, e o lídador incansável
bem afirmou, quando da oferta a esta Casa do mármore em que Brecheret fi
Nenhuma arte tem, como a eloqüên cia, o poder de empolgar, tão intensa
que serviu com desprendimento a sua gente — julgaram não existir melhor
xou a fisionomia expressiva de Brasílio Machado, "não é possível aos herdeiros evocar-lhe a figura sem enquadrá-lo Academia, na qual entrou com João
mente, ou é capaz de influir de maneira
bem, também, que sua palavra ainda
tão decisiva e imediata, provocando até,
ecoa cheia de autoridade e de bele-' za, porque só semeou a Verdade, serviu
forma de contribuir com seu quinhão, para as comemorações de hoje, do que
oferecer o retrato de seu chefe à sala
a que a douta Congregação. desta Fa: culdade houve por bem dar o seu nome,
Como Antônio de Alcântara Machado
Monteiro, aprendeu com Crispinianü, .doutoi"ou.-se..com Júlio Maria, ensinóo com Pedro Lessa; na sua. Acudêmia.
que surgem, palpitantes de vida, na plenitude do sua força."
como no-lo ensina a História, a eclosão
dos grandes acontecimentos na vida dos povos. Ela ilumina, orienta, fortalece o ânimo daqueles que guardam potencial mente em seu âmago a energia e.o valor
causas justas e haver pertencido à fa lange dos que só vivem obedientes às li ções eternas do Evangelho. E sa
o Direito e defendeu a Liberdade.
Envolvendo o primeiro centenário do nascimento de Braíólio Machado em
unia onda de ternura e respeito, a gente
DicKsro Econômico
cnclp se lornoii amigo do Castro Abes,
nccc.ssários às cnucretizações rlc '•eus
•
fèz o elogio de Varela e estudou a vnda • ideais, mas que necessitam de uma voz inspirada e imperativa paru lhes desper cie Anchieta". tar o desencadeamento de íntimos an A sombra das vetustas arcadas ele
^
ampliou a sua cultura, completou a for
seios.
^.çó e;n São Paulo como na Capital da
mação de seu caráter, fortaleceu a cren
Rejnihlica, as sojcnidadai comemorativas
ça eni Deus e \'iu nascer e aprimorou a
iNão há quem não sinta, como o pro sador do "Rei Negro", que "a palavra
do centenário de nascimento de Brasílio
eloqüência que, mais tarde, lhe iria ser vir de penetrante arma de persuasão,
falada é a palavra viva, livre, sòlta de
O "Digesto Econômico". c'n obediência
na tribuna do júri; de instrumento pre
finir, pintar e colorir".
ã diretriz que traçou de manter bem vivo o culto das excelsas figuras da nossa i/ít«
ciso do doutrinação, na cátedra; e, sobre
Centenário de Brasílio Machado /^<)M grande pompa realizannn-se, não
Machado.
tória, comu indiscutivelmente o foi aqtiâh' egrégio orador e professor de Direito, iw.cre em suas colunas não só a oração do netà
que lhe herdou o nome como as que as
nossos prezados colaboradores Dario de Almeida Magalhães (• Cândido Mota Filho
cívica, a memória do inolvidáccl paidisto-
Discurso de Brasílio Machado Neto veias o
obediente por certo às inspirações da
pro fundamente emocionados e agradecidos,
saudade e do reconhecimento ao velha
A sangue de Brasílio Machado —
por sentirem, nas homenagens que vêm
O que mais se sublimou, no entender riforme, foi principalmente o orador.
íntegra, o discurso do Professor Ernesto Leme, que também enalteceu, cm scssuo
nas
tos registraram a impressão profunda que
lhes causou a sua arrebatadora eloqüên
tituto da Ordem dos Advogados do Bra-til No próximo número publicaremos, na
professor que , aqui ensinou durante
quarenta anos, "quarenta prestações de
Tal a arte em que Brasílio Machado
foi mestre consumado, no dizer de quan
acentuada paixão pe'os princípios imor tais da liberdade ou o seu imperioso dever de católico.
dos coetanos, em sua personalidade plu-
Letras.
todas as cadeias, capaz de por si só de
aonde quer que o chamasse a sua
pronunciaram, o prhnciro em nome do Ins-
e o segundo pela Academia Paulista de
QUELES que trazem
tudo, de poderosa clava de combate,
,
Embora não falte quem considere a
eloqüência arte secundária, e até mesmo
cia.
E a prova de que ela não é tão pas sageira — pois há quem a classifique a mais mortal das artes' — temo-la hoje, um século decorrido de seu nascimento e
trinta anos após a sua morte. Assim como o semeador acredita na
lhe tenha horror, a observação demons tra, ao contrário, que ela sempre gover
eternidade da seiva de vida que, com
nou o mundo .e continua a governá-lo,
também o orador, transformando os ou
a semente, èle espalha sobre a terra,
Weimar — "somos feitos para agü no
vintes em campo fértil para a sua pala vra, espalha, confiante, princípios e
presente, sobre o presente, e a palavra
ideais, que tanto mais se projetam no fu
falada é o instrumento por excelência
turo quanto mais é perfeita a sua dialé
da dominação do homem pelo homem".
tica e primorosa a sua eloqüência.
porque — o conceito é do gênio de
"O tribuno tem o privilégio único — diz
Muitos outros, certamente, fizeram
Alcântara Macliado — de trans^•asar de
mais e melhor. Todavia, quantos conhe cem a vida e a obra do filho do Briga deiro Machado sabem ter-se êle integra do na legião dos que se batem pelas
sua alma, para a alma de quem o es cuta, as emoções e as idéias, à medida
sendo prestadas à sua memória, que São Paulo não esqueceu o filho devota
amor, de energia, e fé".
do que amou com fidelidade e exalta ção a terra natal, e o lídador incansável
bem afirmou, quando da oferta a esta Casa do mármore em que Brecheret fi
Nenhuma arte tem, como a eloqüên cia, o poder de empolgar, tão intensa
que serviu com desprendimento a sua gente — julgaram não existir melhor
xou a fisionomia expressiva de Brasílio Machado, "não é possível aos herdeiros evocar-lhe a figura sem enquadrá-lo Academia, na qual entrou com João
mente, ou é capaz de influir de maneira
bem, também, que sua palavra ainda
tão decisiva e imediata, provocando até,
ecoa cheia de autoridade e de bele-' za, porque só semeou a Verdade, serviu
forma de contribuir com seu quinhão, para as comemorações de hoje, do que
oferecer o retrato de seu chefe à sala
a que a douta Congregação. desta Fa: culdade houve por bem dar o seu nome,
Como Antônio de Alcântara Machado
Monteiro, aprendeu com Crispinianü, .doutoi"ou.-se..com Júlio Maria, ensinóo com Pedro Lessa; na sua. Acudêmia.
que surgem, palpitantes de vida, na plenitude do sua força."
como no-lo ensina a História, a eclosão
dos grandes acontecimentos na vida dos povos. Ela ilumina, orienta, fortalece o ânimo daqueles que guardam potencial mente em seu âmago a energia e.o valor
causas justas e haver pertencido à fa lange dos que só vivem obedientes às li ções eternas do Evangelho. E sa
o Direito e defendeu a Liberdade.
Envolvendo o primeiro centenário do nascimento de Braíólio Machado em
unia onda de ternura e respeito, a gente
Dicicsto
Econók
paulista dá mais uma pro\'a dc? suas
níficos (pje e.stinuilaremo.s <> tios.so ideai
'nobres qualidades c mais uma dcmons"tração do seu cirto ao passado.
lisino c forlalecer<'mos o nosso patriotís>
Nunca foi tão necessário, a nós bra
sileiros, o aprimoramento daquelas qua lidades e o conhecimento déssc grandioso pretérito, porque c contando com elas
e buscando nele os seus e.xemplos mag-
mo, a fim de, afastando delínilívamenle
sua base por aquela insólita "sedição
prestígio, que via no Verbo o instrumen
Dario dk Almeida
Maoalhãks
"J^Ão! Escravizar a pa'avra do
pânico, .segurança o medo — ain
direito neste momento é não ter intuição do amor à pá tria.
os arcos de triunfo, e mover cantando
os louros que a vitória suspende aos mu ros da pátria redimida. Quando agita ções, como essas que tanto nos preocu
pam, sacodem por inteiro o organismo social; quando em franca rebeldia se le
vanta o luno das baionetas ao compasso dos tambores; quando é mister .separar as paixões que tumultuam e reprimir os interesses que afrontam os supremos ditames da lei e da ordem então mais poderosa do que a vio'ência, mais fe cunda do que a força, deve começar a ação dominadora da palavra.
Seja a palavra da agonia de um povo atravessando fremente a bôca de De-
móstenes, seja a palavra da ressurreição do homem, sonorizando os lábios de
Jesus — a palavra, a serviço do bem e da verdade, regenera e redime, castiga, mas salva.
E se por temerário sacrilégio se dis pense aquele ministério porque seja paz a solidão devastada, tranqüilidade o
recém-nada, e bruscamente golpeada na
conduzirmos a Naçãí) a um clestino compatívc' com os sacrifícios de seu glorio-^ so passado e as esperanças cie seu ator
O tribuno Brasílio Machcído
A palavra não se gerou para sonora e radiante, atravessar'somente
inquietação nos espíritos, ainda pouco seguros da estabilidade da República
os perigos traiçoeiros, qne nos ameaçam,
mentado pre.scnle.
129
Dicesto Econômico
do poder".
O tribuno de fulgurante
to insubstituível da defesa das liberda
des e das conquistas jurídicas, naquele tran.se angustioso, falando a uma assem
mais alta, que consagração mais expres siva poderia almejar um tribuno do seu quilate, do que essa de se perpetuar através dos tempos e das gerações pelos discursos em que se transfundiu o me lhor da sua seiva espiritual e da sua alma, tocada da graça suprema da elo qüência? Só um facho de luz intensíssima seria
bléia de juristas, é ainda na pala\Ta — na sua força construtiva e no seu poder como arma da dignidade do espírito —
capaz de deixar indeléveis os traços de sua luminosidade, tanto tempo depois
que deposita a sua fé inteira, a sua con
onde irradiava.
fiança resoluta.
Em livro primoroso que dedicou à figura do pai o seu filho emérito, Al cântara Machado — sóbrio e objetivo na sua análise — lastimou que o destino
"A salvação? Está na palavra" — é o "mot d'ordre" que lhe sai do coração
que as sombras envolveram o foco de
da assim a palavra suprimida
naquele momento grávido de apreen
atemoriza, porque dentro de uma
bôca que emudece há .sempre
sões. "-Fique a palavra a soldo da justiça, e ambas ao serviço da pátria" — dizia
não houvesse consentido a Brasílio Ma
uma palavra que se arma.
Brasílio Machado em outro passo da
petuasse a atuação como professor. "Os
Não, senhores, não direi mais "que será da palavra nesta escuridão pro
mesmo oração; e para êle não era pre ciso nada mais para que as sombras se
funda?"
desfizessem, a crise se vencesse e o país
A crise que corremos dia a dia se ge
neraliza e se avoluma, tão cheia de pre mentes ameaças que cumpre afastá-la,
no desespero que regateia com a morte os derradeiros momentos da mãe ago nizante.
A salvação? Está na palavra; e essa, afirmamo-lo, é o direito."
^ Estas palavras ardentes, enfunadas do sopro da mais alta eloqüência, pro feriu-as Brasílio Machado, em discurso famoso, na instalação do Instituto dos Advogados de São Paulo, a 8 de no\'embro de 1891.
Com e!as se molda fi^mente o perfil
do vulto egrégio, cuja vida nesta hora rememoramos e reverenciamos.
A fidelidade à causa liberal se afir ma, com destemor e serenidade,- através
daquela oração, pronunciada cinco dias depois do golpe de estado de 3 de-no vembro, que lançara a mais profunda
retomasse o caminho da normalidade.
Essa sua confiança irrestrita na pa
chado escrever uma obra que lhe per trabalhos que deixou dão'apenas a ima gem descorada do que valia como cul tor das letras jurídicas" — diz o bió
grafo consciencioso — para acrescentar em outro trecho: "Dessa atividade conti
lavra se exprime em outro lance de sua
nuada durante cêrca de cinqüenta anos
eloqüência, relembrado em belo pane-
o que remanesce, em verdade, é a re
gírico que lhe fêz discípulo ilusti-e:
cordação de uma grande voz que emu
"Ninguém duvide da eficácia da pa lavra. Com a imprensa ela dominou o mundo; como a imprensa, e talvez mais
do que e'a, é uin atalho para o Bem e
para o Mal. A palavra cai nos ouvidos
deceu."
Não e, porém, só a lembrança de umi
notável tribuno do foro e da cátedra,
transmitida pela tradição oral dos que lhe sentiram a magia da palavra, que"
do letrado, como nos ouvidos do ignoran te—e não deixa espaço à reflexão: soa e conquista." Tinha sobejas razões Brasílio Machado
influencia de outros modelos e de ou
para exaltar, assim, o poder da palavra, e nela confiar com plena efusão. Volvidos
tros estilos, quem lê algumas das suas orações culminantes — as poucas que se
perpetua o renome de Brasílio Macha
do como orador. Ainda hoje, em clima espiritual completamente diverso, sob a
cem anos do seu nascimento, e quase
conservaram de um tribuno autêntico,
trinta da sua morte, são ainda us ecos
que, em geral, não escrevia nem ántes,
6 os clarões de sua palavra sonora e
nèm depois de proferidos os seus dis
rutilante que iluminam a evocação do seu nome e da sua figura. Que glória
cursos — sente palpitar no texto escrito todo o fogo e tôda a intensidade emocio-
Dicicsto
Econók
paulista dá mais uma pro\'a dc? suas
níficos (pje e.stinuilaremo.s <> tios.so ideai
'nobres qualidades c mais uma dcmons"tração do seu cirto ao passado.
lisino c forlalecer<'mos o nosso patriotís>
Nunca foi tão necessário, a nós bra
sileiros, o aprimoramento daquelas qua lidades e o conhecimento déssc grandioso pretérito, porque c contando com elas
e buscando nele os seus e.xemplos mag-
mo, a fim de, afastando delínilívamenle
sua base por aquela insólita "sedição
prestígio, que via no Verbo o instrumen
Dario dk Almeida
Maoalhãks
"J^Ão! Escravizar a pa'avra do
pânico, .segurança o medo — ain
direito neste momento é não ter intuição do amor à pá tria.
os arcos de triunfo, e mover cantando
os louros que a vitória suspende aos mu ros da pátria redimida. Quando agita ções, como essas que tanto nos preocu
pam, sacodem por inteiro o organismo social; quando em franca rebeldia se le
vanta o luno das baionetas ao compasso dos tambores; quando é mister .separar as paixões que tumultuam e reprimir os interesses que afrontam os supremos ditames da lei e da ordem então mais poderosa do que a vio'ência, mais fe cunda do que a força, deve começar a ação dominadora da palavra.
Seja a palavra da agonia de um povo atravessando fremente a bôca de De-
móstenes, seja a palavra da ressurreição do homem, sonorizando os lábios de
Jesus — a palavra, a serviço do bem e da verdade, regenera e redime, castiga, mas salva.
E se por temerário sacrilégio se dis pense aquele ministério porque seja paz a solidão devastada, tranqüilidade o
recém-nada, e bruscamente golpeada na
conduzirmos a Naçãí) a um clestino compatívc' com os sacrifícios de seu glorio-^ so passado e as esperanças cie seu ator
O tribuno Brasílio Machcído
A palavra não se gerou para sonora e radiante, atravessar'somente
inquietação nos espíritos, ainda pouco seguros da estabilidade da República
os perigos traiçoeiros, qne nos ameaçam,
mentado pre.scnle.
129
Dicesto Econômico
do poder".
O tribuno de fulgurante
to insubstituível da defesa das liberda
des e das conquistas jurídicas, naquele tran.se angustioso, falando a uma assem
mais alta, que consagração mais expres siva poderia almejar um tribuno do seu quilate, do que essa de se perpetuar através dos tempos e das gerações pelos discursos em que se transfundiu o me lhor da sua seiva espiritual e da sua alma, tocada da graça suprema da elo qüência? Só um facho de luz intensíssima seria
bléia de juristas, é ainda na pala\Ta — na sua força construtiva e no seu poder como arma da dignidade do espírito —
capaz de deixar indeléveis os traços de sua luminosidade, tanto tempo depois
que deposita a sua fé inteira, a sua con
onde irradiava.
fiança resoluta.
Em livro primoroso que dedicou à figura do pai o seu filho emérito, Al cântara Machado — sóbrio e objetivo na sua análise — lastimou que o destino
"A salvação? Está na palavra" — é o "mot d'ordre" que lhe sai do coração
que as sombras envolveram o foco de
da assim a palavra suprimida
naquele momento grávido de apreen
atemoriza, porque dentro de uma
bôca que emudece há .sempre
sões. "-Fique a palavra a soldo da justiça, e ambas ao serviço da pátria" — dizia
não houvesse consentido a Brasílio Ma
uma palavra que se arma.
Brasílio Machado em outro passo da
petuasse a atuação como professor. "Os
Não, senhores, não direi mais "que será da palavra nesta escuridão pro
mesmo oração; e para êle não era pre ciso nada mais para que as sombras se
funda?"
desfizessem, a crise se vencesse e o país
A crise que corremos dia a dia se ge
neraliza e se avoluma, tão cheia de pre mentes ameaças que cumpre afastá-la,
no desespero que regateia com a morte os derradeiros momentos da mãe ago nizante.
A salvação? Está na palavra; e essa, afirmamo-lo, é o direito."
^ Estas palavras ardentes, enfunadas do sopro da mais alta eloqüência, pro feriu-as Brasílio Machado, em discurso famoso, na instalação do Instituto dos Advogados de São Paulo, a 8 de no\'embro de 1891.
Com e!as se molda fi^mente o perfil
do vulto egrégio, cuja vida nesta hora rememoramos e reverenciamos.
A fidelidade à causa liberal se afir ma, com destemor e serenidade,- através
daquela oração, pronunciada cinco dias depois do golpe de estado de 3 de-no vembro, que lançara a mais profunda
retomasse o caminho da normalidade.
Essa sua confiança irrestrita na pa
chado escrever uma obra que lhe per trabalhos que deixou dão'apenas a ima gem descorada do que valia como cul tor das letras jurídicas" — diz o bió
grafo consciencioso — para acrescentar em outro trecho: "Dessa atividade conti
lavra se exprime em outro lance de sua
nuada durante cêrca de cinqüenta anos
eloqüência, relembrado em belo pane-
o que remanesce, em verdade, é a re
gírico que lhe fêz discípulo ilusti-e:
cordação de uma grande voz que emu
"Ninguém duvide da eficácia da pa lavra. Com a imprensa ela dominou o mundo; como a imprensa, e talvez mais
do que e'a, é uin atalho para o Bem e
para o Mal. A palavra cai nos ouvidos
deceu."
Não e, porém, só a lembrança de umi
notável tribuno do foro e da cátedra,
transmitida pela tradição oral dos que lhe sentiram a magia da palavra, que"
do letrado, como nos ouvidos do ignoran te—e não deixa espaço à reflexão: soa e conquista." Tinha sobejas razões Brasílio Machado
influencia de outros modelos e de ou
para exaltar, assim, o poder da palavra, e nela confiar com plena efusão. Volvidos
tros estilos, quem lê algumas das suas orações culminantes — as poucas que se
perpetua o renome de Brasílio Macha
do como orador. Ainda hoje, em clima espiritual completamente diverso, sob a
cem anos do seu nascimento, e quase
conservaram de um tribuno autêntico,
trinta da sua morte, são ainda us ecos
que, em geral, não escrevia nem ántes,
6 os clarões de sua palavra sonora e
nèm depois de proferidos os seus dis
rutilante que iluminam a evocação do seu nome e da sua figura. Que glória
cursos — sente palpitar no texto escrito todo o fogo e tôda a intensidade emocio-
130
nal que o orador transmitiu às suas pa lavras, para arrebatar na onda jonora do pensamento que enunciava o auditório
reunido a fim de captar, em estado nas cente, as idéias e as emoções que da tri
buna se irradiavam, em plena força de sugestão e domínio.
Só os oradores de verdade alcançam essa glória — a glória de comunicar o
que foram prenunciadas, para o papel que as recoUie fria e passivamente, as
ve dessas emoções que se transmitem oralmente através do.s tempos. Os po- ^
palpitação, de poder comunioativo, de
deres da oratória legítima eqüivalem aos da música, de cujos recursos se pode xxiler inteiramente, jogando com uma gama de meios técnicos infinitamente ricos com a vantagem de que o próprio criador é> na oratória, o transmissor e o e.xecutante
destinado a ser lido, em ambiente de
calma espiritual e de reflexão crítica, pe
uma interpretação que desvirtue ou fal seie a pureza e o sentido da criação.
lo leitor que se encontra liberto da at
O discurso se transmite na sua forma
foram proferidas, e se põe instintivamen
te em guarda para dissecar pacientemen te a peça que tem diante dos olhos frios,
sem se deixar vencer pelo jôgo verbal de que o tribuno se valeu para arreba tar, na sua dialética e nas cintilações de suas imagens, dos seus gestos e da sua
voz, a comunhão dos ouvintes integrada ínsensiveJmente na palpitação coletiva que os deveria prender na mesma rea ção comum da submissão e de encanta mento à palavra do orador.
"Ha um provérbio alemão — registra Herman Keyserling no seu maravilhoso
ensaio sobre a arte oratória, publicado no livro cuja tradução francesa tem o
nome "Sur Tart de Ia vie" — há um pro vérbio alemão que diz ser impossível fa zer um discurso digno deste nome em linguagem escrita." O verbo em estado nascente e o verbo nato são duas coisas
de sua obra, sem o risco do desvio de
e na sua fôrça originárias, carregado de
criatividade, vindo da alma e do espírito em estado do pureza original, para se transfundir, banhado de vida e de fres cura, na voz, nos gestos, na acentuação,
nos silêncios, na harmonia e no frêmito
nervoso do tribuno, possuído da ple nitude de seu poder criador.
A palavra do orador se dirige a um
publico determinado. E' uma palavra ad hominem, observa Keyserling. E busca estabelecer entre o que fala e os que ouvem uma comunhão viva, de es
pirito a espírito, integrando a todos na mesma corrente de idéias e emoções, sob
a fôrça avassaladora do verbo aliciadcr, que de todas as sugestões do tema, do memento e do ambiente se deve valer
para
quebrar
as
resistências
e
es
tabelecer uma corrente espiritual ca paz de fundir,
numa só,
reações dos que sofrem
todas
as
o envolvi
diferentes, com virtudes diferentes, co
mento
mo o liidrogênío em estado nascente e o
fecunda em que a eloqüência opera os milagres de que é capaz. Êste
hidrogênio já formado — comenta o mes mo pensador. Só o verbo vivo é capaz de exprimir todo o fundo criador: o cons ciente e o inconsciente, o irracional e <)
racional. E' tal o seu poder que as grandes religiões consideram como verda-
■'■1/
da
atmosfera
eletrizante
e
e o poder do verbo que cria uni versos, e dá o toque de divindade ao es pírito humano. Transpostas da ambiêncía incandes
cente e desligadas do fluxo emocional em
131
Econômico
escritura, mas a tradição; e a tradição vi
deíro depositário do Verbo Di\'ino não a
fulgor da eloqüência ao próprio texto escrito, que lhes guarda as orações, e
mosfera emocional e palpitante em que
Digesto
Dicesto Econónuco
maiores orações dos maiores tribunos hão
de perder substancialmente de vida, de
naqueles processos famosos, que trans
formavam o júri no seu esplendor, no teatro da suprema eloqüência, no areópago da cidade — o advogado era, em verdade, um ator que se desempenhava
contram, tudo aquilo que Uies deu o tô-
de uma representação espinhosa, perante um auditório que acorria em massa, para
nus da eloqüência na hora mesma da criação. Neste passo melindroso se com
saborear, com os jurados, "a delícia de serem emocionados". O espetáculo era
provam, todavia, os verdadeiros mestres da oratória. Se o prestígio de tribuno resiste à prova da leitura pelo analista
ansiosamente esperado; e muitas vezes
constituíam, por muitos anos, os episódios
impassível e meticuloso, no recolhimento
culminantes da vida intelectual e cívica
do gabinete de estudos, é que a ânfora
em que modorravam, na banalidade do cotidiano, os nossos modestos centres
força sugestiva, esvaziadas como se en
não se esvaziou, e guarda ainda as es sências espirituais que nela se encer raram.
Cormenin resumiu em sentença ful
as cenas que nêles Se desdobravam
urbanos. O advogado era, com efeito, nesses espetáculos, o grande ator; e quan do vinha precedido de fama dos triunfes
minante as críticas que se fazem aos dis
tribúnicos obtidos em processos anterio
cursos publicados: "L'mipression tue les
res, a responsabilidade de não decepcio nar aos que afluíam para ouvi-lo era pro porcional à intensidade da expectativa com que a população privilegiada aguar dava a hora em que se embriagaria na facúndia e na flama dos debates que iriam transformar a sala do júri em es-
orateurs".
A eloqüência de Brasílio Machado de monstrou a sua boa tempera resistindo
à prova decisiva. Através do paladar in telectual inconstante de várias gerações, tem encontrado sempre quem lhe pro clame, com abundância, a riqueza, a in tensidade, a substância intelectual, o es mero da forma, a fôrça comunicativa. E
isso lhe basta à consagração como ora dor, a consagração mais difícil de se alcançar e de se perpetuar, sobretudo
no gênero em que se notabilizou sobre maneira — a oratória forense.
Neste gênero, extremamente difícil, é
que a oratória justifica plenamente a de finição, que lhe deram os antigos — como
plendoroso cenário de cintilações do es pírito.
Os advogados criminais de primeira plana eram itinerantes, convocados a tomar o patrocínio da defesa ou da acu
sação onde quer que se praticasse um crime de categoria, que estivesse à altu
ra dos recursos de sua oratória flamejante. Os processos se tomavam centros de
interesse coletivo; a emoção que desper tavam se transmitia de lugar em lugar
"a arte pela qual uma alma transmite às
e de época em época pela tradição oral;
outras almas, por meio da palavra, seus próprios pensamentos e sentimentos".
a crônica do júri era de todas a mais
Na tribuna forense — sobretudo na
suculenta e sedutora; e aqueles que des frutavam o privilégio de lhe assistir aos
tribuna criminal, que Brasílio Machado
debates na sala transbordante de curio
freqüentou, durante quarenta anos, sem decair do brillio alcançado — o advogado,
sos, a respiração suspensa, eram os jor nais vivos, aos quais tocava a incumbêo-
130
nal que o orador transmitiu às suas pa lavras, para arrebatar na onda jonora do pensamento que enunciava o auditório
reunido a fim de captar, em estado nas cente, as idéias e as emoções que da tri
buna se irradiavam, em plena força de sugestão e domínio.
Só os oradores de verdade alcançam essa glória — a glória de comunicar o
que foram prenunciadas, para o papel que as recoUie fria e passivamente, as
ve dessas emoções que se transmitem oralmente através do.s tempos. Os po- ^
palpitação, de poder comunioativo, de
deres da oratória legítima eqüivalem aos da música, de cujos recursos se pode xxiler inteiramente, jogando com uma gama de meios técnicos infinitamente ricos com a vantagem de que o próprio criador é> na oratória, o transmissor e o e.xecutante
destinado a ser lido, em ambiente de
calma espiritual e de reflexão crítica, pe
uma interpretação que desvirtue ou fal seie a pureza e o sentido da criação.
lo leitor que se encontra liberto da at
O discurso se transmite na sua forma
foram proferidas, e se põe instintivamen
te em guarda para dissecar pacientemen te a peça que tem diante dos olhos frios,
sem se deixar vencer pelo jôgo verbal de que o tribuno se valeu para arreba tar, na sua dialética e nas cintilações de suas imagens, dos seus gestos e da sua
voz, a comunhão dos ouvintes integrada ínsensiveJmente na palpitação coletiva que os deveria prender na mesma rea ção comum da submissão e de encanta mento à palavra do orador.
"Ha um provérbio alemão — registra Herman Keyserling no seu maravilhoso
ensaio sobre a arte oratória, publicado no livro cuja tradução francesa tem o
nome "Sur Tart de Ia vie" — há um pro vérbio alemão que diz ser impossível fa zer um discurso digno deste nome em linguagem escrita." O verbo em estado nascente e o verbo nato são duas coisas
de sua obra, sem o risco do desvio de
e na sua fôrça originárias, carregado de
criatividade, vindo da alma e do espírito em estado do pureza original, para se transfundir, banhado de vida e de fres cura, na voz, nos gestos, na acentuação,
nos silêncios, na harmonia e no frêmito
nervoso do tribuno, possuído da ple nitude de seu poder criador.
A palavra do orador se dirige a um
publico determinado. E' uma palavra ad hominem, observa Keyserling. E busca estabelecer entre o que fala e os que ouvem uma comunhão viva, de es
pirito a espírito, integrando a todos na mesma corrente de idéias e emoções, sob
a fôrça avassaladora do verbo aliciadcr, que de todas as sugestões do tema, do memento e do ambiente se deve valer
para
quebrar
as
resistências
e
es
tabelecer uma corrente espiritual ca paz de fundir,
numa só,
reações dos que sofrem
todas
as
o envolvi
diferentes, com virtudes diferentes, co
mento
mo o liidrogênío em estado nascente e o
fecunda em que a eloqüência opera os milagres de que é capaz. Êste
hidrogênio já formado — comenta o mes mo pensador. Só o verbo vivo é capaz de exprimir todo o fundo criador: o cons ciente e o inconsciente, o irracional e <)
racional. E' tal o seu poder que as grandes religiões consideram como verda-
■'■1/
da
atmosfera
eletrizante
e
e o poder do verbo que cria uni versos, e dá o toque de divindade ao es pírito humano. Transpostas da ambiêncía incandes
cente e desligadas do fluxo emocional em
131
Econômico
escritura, mas a tradição; e a tradição vi
deíro depositário do Verbo Di\'ino não a
fulgor da eloqüência ao próprio texto escrito, que lhes guarda as orações, e
mosfera emocional e palpitante em que
Digesto
Dicesto Econónuco
maiores orações dos maiores tribunos hão
de perder substancialmente de vida, de
naqueles processos famosos, que trans
formavam o júri no seu esplendor, no teatro da suprema eloqüência, no areópago da cidade — o advogado era, em verdade, um ator que se desempenhava
contram, tudo aquilo que Uies deu o tô-
de uma representação espinhosa, perante um auditório que acorria em massa, para
nus da eloqüência na hora mesma da criação. Neste passo melindroso se com
saborear, com os jurados, "a delícia de serem emocionados". O espetáculo era
provam, todavia, os verdadeiros mestres da oratória. Se o prestígio de tribuno resiste à prova da leitura pelo analista
ansiosamente esperado; e muitas vezes
constituíam, por muitos anos, os episódios
impassível e meticuloso, no recolhimento
culminantes da vida intelectual e cívica
do gabinete de estudos, é que a ânfora
em que modorravam, na banalidade do cotidiano, os nossos modestos centres
força sugestiva, esvaziadas como se en
não se esvaziou, e guarda ainda as es sências espirituais que nela se encer raram.
Cormenin resumiu em sentença ful
as cenas que nêles Se desdobravam
urbanos. O advogado era, com efeito, nesses espetáculos, o grande ator; e quan do vinha precedido de fama dos triunfes
minante as críticas que se fazem aos dis
tribúnicos obtidos em processos anterio
cursos publicados: "L'mipression tue les
res, a responsabilidade de não decepcio nar aos que afluíam para ouvi-lo era pro porcional à intensidade da expectativa com que a população privilegiada aguar dava a hora em que se embriagaria na facúndia e na flama dos debates que iriam transformar a sala do júri em es-
orateurs".
A eloqüência de Brasílio Machado de monstrou a sua boa tempera resistindo
à prova decisiva. Através do paladar in telectual inconstante de várias gerações, tem encontrado sempre quem lhe pro clame, com abundância, a riqueza, a in tensidade, a substância intelectual, o es mero da forma, a fôrça comunicativa. E
isso lhe basta à consagração como ora dor, a consagração mais difícil de se alcançar e de se perpetuar, sobretudo
no gênero em que se notabilizou sobre maneira — a oratória forense.
Neste gênero, extremamente difícil, é
que a oratória justifica plenamente a de finição, que lhe deram os antigos — como
plendoroso cenário de cintilações do es pírito.
Os advogados criminais de primeira plana eram itinerantes, convocados a tomar o patrocínio da defesa ou da acu
sação onde quer que se praticasse um crime de categoria, que estivesse à altu
ra dos recursos de sua oratória flamejante. Os processos se tomavam centros de
interesse coletivo; a emoção que desper tavam se transmitia de lugar em lugar
"a arte pela qual uma alma transmite às
e de época em época pela tradição oral;
outras almas, por meio da palavra, seus próprios pensamentos e sentimentos".
a crônica do júri era de todas a mais
Na tribuna forense — sobretudo na
suculenta e sedutora; e aqueles que des frutavam o privilégio de lhe assistir aos
tribuna criminal, que Brasílio Machado
debates na sala transbordante de curio
freqüentou, durante quarenta anos, sem decair do brillio alcançado — o advogado,
sos, a respiração suspensa, eram os jor nais vivos, aos quais tocava a incumbêo-
■rw^*wiw?
132
Dicesto
Econômico
cia de relatar aos ausentes compulsórios
para ser defendido pelo dr. Brasílio Ma
as peripécias mais emocionantes da bela
chado".
nrfisentficão — rc:ilmcnrepresentação — a a única única rmc que realmen te quebrava, e por um momento lhe dava uma nota eletrizante, a quietude do meio
ambiente, ao lado das lutas eleitorais
sempre minadas pela fraude e pela irrea lidade do voto.
Encarnado no seu papel, o advogado era um ator, que suportava um "han-
dicap" oneroso em relação aos que re presentam profissionalmente peças tea trais. Como observa Henri Robert, no
Dicesto
Econômico
133
em que os cidadãos, no julgamento de
Os grandes modelos em voga que os advogados deviam seguir elevavam os
seus pares, participassem democratica
Quando Brasílio Machado cursava a
padrões aos píncaros: Berryer, Jules Fa-
mente de uma função de govérno, com
Faculdade de Direito dc São Paulo e
vre, Cliaix d'Est Anges, Lachaud, Du-
a responsabilidade de defenderem a lei e
se iniciava na vida profis.sional, a elo qüência estava no fastígio do seu im pério, coincidente sempre com a maré
faure, Gambetta, Ferri, Waldeck Rousseau, Viviani.. .
O tribunal do júri, no apogeu do es
pírito liberal, alcançara no mundo latino
montante das aspirações liberais.
Q mais alto prestígio, diante do qual se quebravam impotentes as críticas bal-
Os seus contemporâneos, naquela qua dra privilegiada, se chamavam Rui Bar bosa, Joaquim Nabuco, Castro Alves, Carlos de Carvalho, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Salvador de Mendonça. E
buciantes do positivismo científico.
a ordem social, na apreciação dos cri mes que violavam aquela e rompiam o equilíbrio desta.
O advogado que freqüentava a tribu na do jun, e atraia sobre si a atenção
piiblica, exercia, dessa maneira, papel eminentemente político e cívico e lhe
esperar que o seu trabalho servirá para
na congregação, o lente que maior fas
cínio e.xercia sobre os di.scípulos, justa
Rui Barbosa, em página memorável, recordaria contra estas o juízo de sumi dades jurídicas e políticas, de que pela expansão do júri se poderia medir o curso
nas quais ê'e não terá outra coisa a fa zer que se repetir a si mesmo, sem dar
mente pela sedução de sua palavra, era
da civilização, repetindo ainda a frase
democrática — como o "paladium da li
José Bonifácio, o Moço, de quem Brasílio
berdade".
Machado cspecia'mente recebeu sensí\'el
enquanto que o advogado não pronun
influência intelectual.
de Sieyès: "O júri vale mais do que to da a constituição da Inglaterra. Esta instituição é a verdadeira garantia da
seu "L'avocat", "o ator, ao menos pode
um grande número de representações,
provas de novos recursos e invenções, ciara jamais duas vêzes o mesmo arrazoa
do. Cada vez que êle deve falar, é o mesmo trabalho preparatório que se ref nova de "fond-en-comble".
De Bourdillon diz Fernand Payen que era "advogadj por decreto nominativo da Providência". De Brasílio Mucliado
poder-se-ia dizer que o destino o elegeu para ser, an^es de tudo, advogado na
tribuna criminal.
Nesta qua'ldade é
que deixou realmente uma lembrança legendária, e até hoje indelével. Baptista Pereira — grande orador êle próprio, notável promotor público que terçou ar
mas com Brasílio Machado — o aponta como "o maior dos oradores forenses que
já teve o Brasil"; e este juízo vale e pesa vindo de quem veio.
E a consagração
cumpria pelo menos desempenhar-se da
tarefa com esmêro, elevação e saber, pa ra prestigiar a instituição, que se preza
va como centro de educação liberal e
Dispondo dessa tribuna para falar e
Empenhado em conquistar uma cáte
liberdade individual em todos os países
frustrados ensaios pela política, Brasílio Machado realizou garbosamente o seu
do mundo que aspiram ser livres". O pensamento então dominante era o
influir sobre os seus concidadãos, o advo gado não sentia necessidade de se desviar para outros domínios. Até ser nomeado pretor, observa Boissier, Cícero não ti
de que o tribuna! popular não represen
nha sido mais nada, senão advogado, e
tava apenas uma instituição jurídica, mas
não sentira a necessidade de ser outra
sim uma criação política de importân
coisa. "L'eloquence judiciairc menant donc a tout quelques succés brillants de-
dra na glorio.sa Faculdade, depois de projeto; mas a sua evocação irremissível
era a de advogado, e de advogado que
fizesse da palavra o instrumento decisivo da ação profissional. A tribuna aqui e alhure.s se elevava
cia culminante no governo constitucio
nal. "Le jury — havia afirmado Tocqueville — est donc avant tout une institu-
vant dés tribunaux sufisaint pour pousser un homme dans les dignités publiques..." Brasílio Machado não se quis valer das oportunidades que se lhe abriam.
então, iluminada por algumas vozes imorredouras. O grande advogado havia de ser necessàriamente o grande orador, que falasse a linguagem sonora, farfalhante,
tion politique. Cest a ce point de vue qii'il faut toujours se placer pour le bien juger". Ainda na palavra de Rui —
majestosa e grandiloqüente, banhada de sensibilidade romântica, como reclama
reito, que se malsinam mas não se po
tribuna; e quando desempenhou o cargo de Presidente do Conselho Superior de
vam os usos e o sabor do temido. O es
derão
Ensino foi para assumir "a defesa do en
universal da dignidade humana". As vocações liberais, reprimidas no campo da política partidária, encontra vam na tribuna do júri, como Brasílio Machado, o campo natural de sua expan são; e o amor que dedicavam à institui
"era um desses órgãos essenciais do di
tilo daquela época hoje nos pode pa
recer chocante, desajeitado, sensaborão e cansativo; mas naquele momento era o
popular do prestígio conquistado pela palavra do empolgante tribuno se expri me por este registro que fez um jornal de
para fazer com êle obra de mérito, peça
uma cidade do interior, depois de um
que, causasse impressão e deixasse me
estilo consagrado, e o único que toava bem com a mentalidade do meio.
E
dos seus retumbantes triunfos judiciá
mória, era preciso também possuir ta
rios; "Vale a pena cometer um crime
lento e saber.
substituir". . .
"um
instrumento
sino — a última do advogado paulista" — comenta o seu neto, tão digno e tão
ilustre, o meu saudoso amigo Antônio de Alcantara Machado, cujo nome pro nuncio com especial emoção. Na tribuna forense, nos debates dos
lhe comunicavam, elevando-lhe a tribu
maiores processos que agitaram o fôro de seu Estado, encontrou a eloqüência
na ao clímax da eloqüência forense, para que servisse também de escola cívica,
tural e o seu cenário de glórias. Ali, na
ção bem se manifestava pelo brilho que
J
Conser\'ou-se sempre fiel à advocacia e à
de Brasílio Machado o seu "liabitat" na
■rw^*wiw?
132
Dicesto
Econômico
cia de relatar aos ausentes compulsórios
para ser defendido pelo dr. Brasílio Ma
as peripécias mais emocionantes da bela
chado".
nrfisentficão — rc:ilmcnrepresentação — a a única única rmc que realmen te quebrava, e por um momento lhe dava uma nota eletrizante, a quietude do meio
ambiente, ao lado das lutas eleitorais
sempre minadas pela fraude e pela irrea lidade do voto.
Encarnado no seu papel, o advogado era um ator, que suportava um "han-
dicap" oneroso em relação aos que re presentam profissionalmente peças tea trais. Como observa Henri Robert, no
Dicesto
Econômico
133
em que os cidadãos, no julgamento de
Os grandes modelos em voga que os advogados deviam seguir elevavam os
seus pares, participassem democratica
Quando Brasílio Machado cursava a
padrões aos píncaros: Berryer, Jules Fa-
mente de uma função de govérno, com
Faculdade de Direito dc São Paulo e
vre, Cliaix d'Est Anges, Lachaud, Du-
a responsabilidade de defenderem a lei e
se iniciava na vida profis.sional, a elo qüência estava no fastígio do seu im pério, coincidente sempre com a maré
faure, Gambetta, Ferri, Waldeck Rousseau, Viviani.. .
O tribunal do júri, no apogeu do es
pírito liberal, alcançara no mundo latino
montante das aspirações liberais.
Q mais alto prestígio, diante do qual se quebravam impotentes as críticas bal-
Os seus contemporâneos, naquela qua dra privilegiada, se chamavam Rui Bar bosa, Joaquim Nabuco, Castro Alves, Carlos de Carvalho, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Salvador de Mendonça. E
buciantes do positivismo científico.
a ordem social, na apreciação dos cri mes que violavam aquela e rompiam o equilíbrio desta.
O advogado que freqüentava a tribu na do jun, e atraia sobre si a atenção
piiblica, exercia, dessa maneira, papel eminentemente político e cívico e lhe
esperar que o seu trabalho servirá para
na congregação, o lente que maior fas
cínio e.xercia sobre os di.scípulos, justa
Rui Barbosa, em página memorável, recordaria contra estas o juízo de sumi dades jurídicas e políticas, de que pela expansão do júri se poderia medir o curso
nas quais ê'e não terá outra coisa a fa zer que se repetir a si mesmo, sem dar
mente pela sedução de sua palavra, era
da civilização, repetindo ainda a frase
democrática — como o "paladium da li
José Bonifácio, o Moço, de quem Brasílio
berdade".
Machado cspecia'mente recebeu sensí\'el
enquanto que o advogado não pronun
influência intelectual.
de Sieyès: "O júri vale mais do que to da a constituição da Inglaterra. Esta instituição é a verdadeira garantia da
seu "L'avocat", "o ator, ao menos pode
um grande número de representações,
provas de novos recursos e invenções, ciara jamais duas vêzes o mesmo arrazoa
do. Cada vez que êle deve falar, é o mesmo trabalho preparatório que se ref nova de "fond-en-comble".
De Bourdillon diz Fernand Payen que era "advogadj por decreto nominativo da Providência". De Brasílio Mucliado
poder-se-ia dizer que o destino o elegeu para ser, an^es de tudo, advogado na
tribuna criminal.
Nesta qua'ldade é
que deixou realmente uma lembrança legendária, e até hoje indelével. Baptista Pereira — grande orador êle próprio, notável promotor público que terçou ar
mas com Brasílio Machado — o aponta como "o maior dos oradores forenses que
já teve o Brasil"; e este juízo vale e pesa vindo de quem veio.
E a consagração
cumpria pelo menos desempenhar-se da
tarefa com esmêro, elevação e saber, pa ra prestigiar a instituição, que se preza
va como centro de educação liberal e
Dispondo dessa tribuna para falar e
Empenhado em conquistar uma cáte
liberdade individual em todos os países
frustrados ensaios pela política, Brasílio Machado realizou garbosamente o seu
do mundo que aspiram ser livres". O pensamento então dominante era o
influir sobre os seus concidadãos, o advo gado não sentia necessidade de se desviar para outros domínios. Até ser nomeado pretor, observa Boissier, Cícero não ti
de que o tribuna! popular não represen
nha sido mais nada, senão advogado, e
tava apenas uma instituição jurídica, mas
não sentira a necessidade de ser outra
sim uma criação política de importân
coisa. "L'eloquence judiciairc menant donc a tout quelques succés brillants de-
dra na glorio.sa Faculdade, depois de projeto; mas a sua evocação irremissível
era a de advogado, e de advogado que
fizesse da palavra o instrumento decisivo da ação profissional. A tribuna aqui e alhure.s se elevava
cia culminante no governo constitucio
nal. "Le jury — havia afirmado Tocqueville — est donc avant tout une institu-
vant dés tribunaux sufisaint pour pousser un homme dans les dignités publiques..." Brasílio Machado não se quis valer das oportunidades que se lhe abriam.
então, iluminada por algumas vozes imorredouras. O grande advogado havia de ser necessàriamente o grande orador, que falasse a linguagem sonora, farfalhante,
tion politique. Cest a ce point de vue qii'il faut toujours se placer pour le bien juger". Ainda na palavra de Rui —
majestosa e grandiloqüente, banhada de sensibilidade romântica, como reclama
reito, que se malsinam mas não se po
tribuna; e quando desempenhou o cargo de Presidente do Conselho Superior de
vam os usos e o sabor do temido. O es
derão
Ensino foi para assumir "a defesa do en
universal da dignidade humana". As vocações liberais, reprimidas no campo da política partidária, encontra vam na tribuna do júri, como Brasílio Machado, o campo natural de sua expan são; e o amor que dedicavam à institui
"era um desses órgãos essenciais do di
tilo daquela época hoje nos pode pa
recer chocante, desajeitado, sensaborão e cansativo; mas naquele momento era o
popular do prestígio conquistado pela palavra do empolgante tribuno se expri me por este registro que fez um jornal de
para fazer com êle obra de mérito, peça
uma cidade do interior, depois de um
que, causasse impressão e deixasse me
estilo consagrado, e o único que toava bem com a mentalidade do meio.
E
dos seus retumbantes triunfos judiciá
mória, era preciso também possuir ta
rios; "Vale a pena cometer um crime
lento e saber.
substituir". . .
"um
instrumento
sino — a última do advogado paulista" — comenta o seu neto, tão digno e tão
ilustre, o meu saudoso amigo Antônio de Alcantara Machado, cujo nome pro nuncio com especial emoção. Na tribuna forense, nos debates dos
lhe comunicavam, elevando-lhe a tribu
maiores processos que agitaram o fôro de seu Estado, encontrou a eloqüência
na ao clímax da eloqüência forense, para que servisse também de escola cívica,
tural e o seu cenário de glórias. Ali, na
ção bem se manifestava pelo brilho que
J
Conser\'ou-se sempre fiel à advocacia e à
de Brasílio Machado o seu "liabitat" na
134
palpitação dos entreveros em que se disputava, sob emoção aguda, a liberda
de dos acusados, achou êle o campo de lutas adequado à sua natureza, e nele vasou tôda a sua' alma e todos os re
cursos de sua eloqüência peregrina. Ali ficou vibrando até agora sua palavra, pronunciada na atmosfera ardente dos tribunais... "sotto Ia flagellazíone cerebrale delia publica aspetattiva e deli* ansia prosessuale" na frase de Feni.
Nesses combates tribunícios, o advo
gado deveria dar tudo para alcançar o triunfo.
Da sua virtuosidade tudo se reclamava para a representação cabal do papel
que lhe cabia: desde a resistência física inquebrantável até aos mais sutís e ar dilosos processos de técnica verbal e emocional, cujo emprego se destinava a vencer as consciências dos jurados e
do publico, para dobrá-las às próprias convicções que o orador lhes ia inoculando, com fervor e habilidade. O ver dadeiro advogado dava tudo de si nesses episódios culminantes, transfundindo a própria alma no desempenho da missão que lhe tocava.
DiOESTO EcONÓNflCÒ
adesão dos julgadores exaustos. Era tam bém um processo técnico o emprego das arengas de "longa metragem": "a lungí metraggio" — diz o grande criminalisla e orador italiano que conta êsse episódi»
DigesTO ECONÓ^£ICO
A auto-sugestão era a grande fôrça que
135
ginação excitada. Não temia nenhum ris
movia a dialética do tribuno Brasílio
co, porque seguia Mirabeau: "Je vois
Machado. Acreditava plenamente no cliente; e dizia que quem não acreditasse nos clientes não poderia ser advogado
bien que pour improviser sur une ques-
ilustrativo:
criminal. O orador — e sobretudo o ora
Em Turim, quando já no terceiro dia do mesmo julgamento o defensor quis continuar a sua exposição, um dos ju rados se dirigiu ao presidente do tribunal
dor forense — precisa ter, antes de mais
nestes termos: "Senhor Presidente, em
tre
nome dos jurados, peço-lhe que convide o senhor advogado a ser mais breve." O advogado, entretanto, acrescenta, só ter minou o seu discurso no dia seguinte. EH. reitos sagrados da defesa... Brasílio Machado, segundo o testemu
est lá voyez vous — ... Parvenu a le extreme vieillesse, je puis une rendre
nada, confiança na causa que defende e confiança em si próprio. Brasílio Macha. do seguia à risca o consellio de "MaíBetolaud: "Être convaineu — tout
tion il faut commencer pour Ia bien savoir. Preparados os grandes lances da oração, o mais surgia na trepidação emo cional do momento. Conhecedor da ma
téria e seguro de si, o estupendo tribuno se entregava assim aos largos remígios da
improvisação, e nunca foi traído por essa "grande infidèle" como a chamou Waldeck Rousseau.
nho uniforme de seus contemponineos,
iin temoignage de n'avoir jamais plaidé un seul procés que, juge, j'aurais fai perdre a mon client... Si je suis devenu un grande "gagneur de procés" c'est pour celá... Ccst aussi peut-êtie parce
tinha todos os atributos necessários a un»
que j'ai beaucoup travaillé..."
verdadeiro tribuno forense — a impo nência da figura, a máscara impressiva, a autoridade irradiante da presença, *
vencer, a primeira condição é estar con
atrativa da personalidade humana mal
vencido; mas sabia também que só isto
vislumbrada através do perfil que bos-
não bastava.
Era necessário estudar a
quejei, experimentando os limites da
fundo o processo, meditar sôbre tôdas
vossa paciência. A hora que vivemos, as concepções que nos dominam o espírito, os ímãs que sôbre nós operam, as in
fulguração do olhar, a precisão no expor os fatos, a imaginação fogosa e viva, a rapidez da réplica, a linguagem correntia, a beleza da forma literária, a cultura ge ral.
Os conselhos que da sua experiência
A sua arte êle a amou e serviu com ze
emérita extraiu Ferri para os transmitir
Brasílio Machado sabia que, para con
as suas minúcias e meandros. E ele realL zava êsse trabalho com método e mestria
insuperáveis. E ia para o campo de lu
Hí
Meus senhores. A evocação de uma figura sedutora insensivelmente nos trans portou para outros quadros e outros
dias. Sentimo-nos arrastados pela vis
quietações que nos assaltam — tudo nos
faz sentir a larga distancia que separa o nosso mundo daquele mundo em que se elevou, da tribuna e da cátedra uni
lo estrênuo, para atingir a supremacia
tas — a tribuna judiciária — como um general previdente para a batallia; com
àqueles que se iniciavam na arte melin
que o concagrou no seu tempo e no
tudo visto, considerado e planejado, pa
drosa em que se consagrara, e que vêm
seu meio.
ra o ataque e para a defesa. Os autos,
versitária, o Barão Brasílio Machado, pa
A sua sensibilidade de poeta e de ho mem de letra.s lhe valeu para armá-lo de instrumentos adequados, a quem de veria falar mais aos corações do que aos espíritos — ou a êstes através daqueles — como deve proceder o advogado do júri, cujo escôpo final é o de despertar emo- • ções que lhe abram à argumentação in cisiva o entendimento dos julgadores, sob pena de o seu discurso perder tôda a efi cácia sugestiva, e ser "como água que
sabia-os de cor. As notas e as citações,
ra projetar até hoje a sombra de seu
guardava-as na cabeça, porque seria um
vulto. •
erro de técnica desviar os olhos — aquê-
O juri, que foi o cenário das suas faça nhas tribunícias, é agora uma instituição
enunciados no prefácio das suas maravi- •
lhosas "Difesi Penali", mostram a cópia de requisitos reclamados para lograr ^ito nesse gênero espinhoso. O vigor físico e moral, a robustez da fibra ner
vosa, é o primeiro dêles. E só as.sim se
poderia explicar a resistência do advogan do Altobelli, falando sessenta horas num
só processo. Os debates se. prolongavam indefinidamente, até que os contendores
sentissem haver empregado o máximo de esforço e conquistado para sua causa a
passa sobre mármore..."
les se,us penetrantes olhos verdes — dos
olhos dos jurados durante a oração: in terrompia a corrente magnética de su
gestão, que o orador deveria manter sem hiatos com aqueles cuja vontade e cuja deliberação pretendia dobrar à sua pa lavra hipnotizadora... O roteiro da ação estava fixado no pa pel. O resto viria da memória e da ima-
••
abalada no seu prestígio, podada e muti lada na sua jurisdição, sob a pressão de lun ataque cerrado às prerrogativas sobe ranas que a lei magna lhe outorga, mas que a prevenção generalizada contra a
bemgnidade e o descritério dos jurados procura transformar numa mera remi-
niscência liberal, de que restasse apenas
134
palpitação dos entreveros em que se disputava, sob emoção aguda, a liberda
de dos acusados, achou êle o campo de lutas adequado à sua natureza, e nele vasou tôda a sua' alma e todos os re
cursos de sua eloqüência peregrina. Ali ficou vibrando até agora sua palavra, pronunciada na atmosfera ardente dos tribunais... "sotto Ia flagellazíone cerebrale delia publica aspetattiva e deli* ansia prosessuale" na frase de Feni.
Nesses combates tribunícios, o advo
gado deveria dar tudo para alcançar o triunfo.
Da sua virtuosidade tudo se reclamava para a representação cabal do papel
que lhe cabia: desde a resistência física inquebrantável até aos mais sutís e ar dilosos processos de técnica verbal e emocional, cujo emprego se destinava a vencer as consciências dos jurados e
do publico, para dobrá-las às próprias convicções que o orador lhes ia inoculando, com fervor e habilidade. O ver dadeiro advogado dava tudo de si nesses episódios culminantes, transfundindo a própria alma no desempenho da missão que lhe tocava.
DiOESTO EcONÓNflCÒ
adesão dos julgadores exaustos. Era tam bém um processo técnico o emprego das arengas de "longa metragem": "a lungí metraggio" — diz o grande criminalisla e orador italiano que conta êsse episódi»
DigesTO ECONÓ^£ICO
A auto-sugestão era a grande fôrça que
135
ginação excitada. Não temia nenhum ris
movia a dialética do tribuno Brasílio
co, porque seguia Mirabeau: "Je vois
Machado. Acreditava plenamente no cliente; e dizia que quem não acreditasse nos clientes não poderia ser advogado
bien que pour improviser sur une ques-
ilustrativo:
criminal. O orador — e sobretudo o ora
Em Turim, quando já no terceiro dia do mesmo julgamento o defensor quis continuar a sua exposição, um dos ju rados se dirigiu ao presidente do tribunal
dor forense — precisa ter, antes de mais
nestes termos: "Senhor Presidente, em
tre
nome dos jurados, peço-lhe que convide o senhor advogado a ser mais breve." O advogado, entretanto, acrescenta, só ter minou o seu discurso no dia seguinte. EH. reitos sagrados da defesa... Brasílio Machado, segundo o testemu
est lá voyez vous — ... Parvenu a le extreme vieillesse, je puis une rendre
nada, confiança na causa que defende e confiança em si próprio. Brasílio Macha. do seguia à risca o consellio de "MaíBetolaud: "Être convaineu — tout
tion il faut commencer pour Ia bien savoir. Preparados os grandes lances da oração, o mais surgia na trepidação emo cional do momento. Conhecedor da ma
téria e seguro de si, o estupendo tribuno se entregava assim aos largos remígios da
improvisação, e nunca foi traído por essa "grande infidèle" como a chamou Waldeck Rousseau.
nho uniforme de seus contemponineos,
iin temoignage de n'avoir jamais plaidé un seul procés que, juge, j'aurais fai perdre a mon client... Si je suis devenu un grande "gagneur de procés" c'est pour celá... Ccst aussi peut-êtie parce
tinha todos os atributos necessários a un»
que j'ai beaucoup travaillé..."
verdadeiro tribuno forense — a impo nência da figura, a máscara impressiva, a autoridade irradiante da presença, *
vencer, a primeira condição é estar con
atrativa da personalidade humana mal
vencido; mas sabia também que só isto
vislumbrada através do perfil que bos-
não bastava.
Era necessário estudar a
quejei, experimentando os limites da
fundo o processo, meditar sôbre tôdas
vossa paciência. A hora que vivemos, as concepções que nos dominam o espírito, os ímãs que sôbre nós operam, as in
fulguração do olhar, a precisão no expor os fatos, a imaginação fogosa e viva, a rapidez da réplica, a linguagem correntia, a beleza da forma literária, a cultura ge ral.
Os conselhos que da sua experiência
A sua arte êle a amou e serviu com ze
emérita extraiu Ferri para os transmitir
Brasílio Machado sabia que, para con
as suas minúcias e meandros. E ele realL zava êsse trabalho com método e mestria
insuperáveis. E ia para o campo de lu
Hí
Meus senhores. A evocação de uma figura sedutora insensivelmente nos trans portou para outros quadros e outros
dias. Sentimo-nos arrastados pela vis
quietações que nos assaltam — tudo nos
faz sentir a larga distancia que separa o nosso mundo daquele mundo em que se elevou, da tribuna e da cátedra uni
lo estrênuo, para atingir a supremacia
tas — a tribuna judiciária — como um general previdente para a batallia; com
àqueles que se iniciavam na arte melin
que o concagrou no seu tempo e no
tudo visto, considerado e planejado, pa
drosa em que se consagrara, e que vêm
seu meio.
ra o ataque e para a defesa. Os autos,
versitária, o Barão Brasílio Machado, pa
A sua sensibilidade de poeta e de ho mem de letra.s lhe valeu para armá-lo de instrumentos adequados, a quem de veria falar mais aos corações do que aos espíritos — ou a êstes através daqueles — como deve proceder o advogado do júri, cujo escôpo final é o de despertar emo- • ções que lhe abram à argumentação in cisiva o entendimento dos julgadores, sob pena de o seu discurso perder tôda a efi cácia sugestiva, e ser "como água que
sabia-os de cor. As notas e as citações,
ra projetar até hoje a sombra de seu
guardava-as na cabeça, porque seria um
vulto. •
erro de técnica desviar os olhos — aquê-
O juri, que foi o cenário das suas faça nhas tribunícias, é agora uma instituição
enunciados no prefácio das suas maravi- •
lhosas "Difesi Penali", mostram a cópia de requisitos reclamados para lograr ^ito nesse gênero espinhoso. O vigor físico e moral, a robustez da fibra ner
vosa, é o primeiro dêles. E só as.sim se
poderia explicar a resistência do advogan do Altobelli, falando sessenta horas num
só processo. Os debates se. prolongavam indefinidamente, até que os contendores
sentissem haver empregado o máximo de esforço e conquistado para sua causa a
passa sobre mármore..."
les se,us penetrantes olhos verdes — dos
olhos dos jurados durante a oração: in terrompia a corrente magnética de su
gestão, que o orador deveria manter sem hiatos com aqueles cuja vontade e cuja deliberação pretendia dobrar à sua pa lavra hipnotizadora... O roteiro da ação estava fixado no pa pel. O resto viria da memória e da ima-
••
abalada no seu prestígio, podada e muti lada na sua jurisdição, sob a pressão de lun ataque cerrado às prerrogativas sobe ranas que a lei magna lhe outorga, mas que a prevenção generalizada contra a
bemgnidade e o descritério dos jurados procura transformar numa mera remi-
niscência liberal, de que restasse apenas
1
Dícesto EcoNÓsnco .nco
136
137
DroESTO Econômico
^
Discurso de Cdndido Mota Filho o casco, esvaziado do seu conteúdo.
O
gratas c encantamento e.spiritual — mila
estilo que afina com o gôsto desta época
gre que só a legítima eloqüência é capar
dinâmica é sóbrio, medido, nítido e ob
de realizar.
jetivo, bem diverso daquele artificioso,
ramalhudo e patético que imperava nos
E se um sólido lastro moral não sus
ma, antes de tudo, simplicidade, concisão
tentasse a figura que hoje recordamos,. sem dúvida que o rumor de suas palavras já teria morrido na mcmój"ia volúvel dos'
e clareza. O tribuno forense é um técnico
homens.
fins do século XIX. Do orador se recla
que, em alguns minutos, deve condensar as suas razões, porque o juiz é apressado
e a vida vertiginosa. A eloqüência é alvo de mofa e de descrédito generali zado, e reputada uma arte inatual, ou que pelo menos exige uma revisão de todos os seus antigos valores e recur sos.
E se tudo é assim, nos nossos dias e nos nossos espíritos, por q„e nos reuni mos aqui para reverenciar a memória
Quando Alcântara Machado pensou em escrever a biografia de seu pai, não
sabia — como me dissera — se deveria jniciá-la pelo estudo do professor de Di reito ou pelo estudo do homem de letras. A vacilação era explicável. Uma bio grafia, como acentuaram os artistas da Renascença, não se limita à descrição
ta incredulidade, porque a literatura
éle uma vida. E', antes de tudo, um re
imaginosa e romântica iria, com certeza,
a figura de Brasílio Machado, e ainda
trato que se anima pelos dados predo
agora fazem ressoar neste recinto a sua
minantes do retratado, como se pode muito bem ver na figura de Erasmo
transformar em divagações líricas os da do precisos do Direito Mercantil.
São esses atributos de espírito, de ca
profissão de fé nos advogados, seus com panheiros e seus discípulos: "O advogado, tão necessário como a
justiça e como ela tão antigo, colocado entre o homem e a lei, de\ c ser o comba
animada pelo gênio de Holbein. As duas inclinações eram aliás bem visíveis no destino de Brasílio Machado.
Resolveu porém Alcântara começar O
tente armado, a palavra em luta, onde
quer que o chame o direito ameaçado. Nunca esquecendo que, se há uma ins principalmente pela palavra falada va- tituição que faça da honra uma e.special len^do-se dos seus dons excepcionais de profissão, é a sua; que o homem de ciên-' . cia não se improvisa; que, revigorado no tnbuno.''
um extraordinário orador, que advogou
E certamente porque a eloqüência nesta época em que os homens são cada vez mais passivos e mecânicos, se habi tuaram a pensar por "slogans" sob a
sugestão da propaganda dirigida, e se deixam seduzir, em rebanho, pelos taumaturgos e mistagogos que lhes açulam
í.í«ÍC5,>
assíduo trabalho de todas as suas horas,
o advogado é quem analisa os fatos, a sua natureza, dispõe e coordena os seus
elementos, descobre a relação jurídica que por eles circula, e assim é o prepa*
rador indispensável da soberana decisão do magistrado. Para ele, a alma se despe, a deslealdade se compromete, a hipocri' sia não se esconde, o crime não se nega, a verdade em toda a sua nudez se apre senta e, desde os atos mais simples ate
as inclinações inferiores, sob pérfida ins piração demagógica; é certamente por que a verdadeira eloqüência, hoje como sempre, é uma das armas mais fecundas
cia moral, com que solicitude comovente
da ação e do espírito livre; é certamente
não sonda ôle os mais obscuros recessos
os.dramas mais complicados da existên
porque a poderosa voz do grande tribu do coração e os caminhos mais misterio no, que se calou há cerca de trinta anos,, sos do espirito, reanimando a fraqueza, trazia um timbre de autenticidade e um
verdadeiro intelectual. Na cátedra que dignificou durante muitos anos, o homem de letras continuou a viver, muito em bora fosse olhado, de começo, com cer
ráter e de coração que tornam presente
de um advogado, que foi. sobretudo
não se desvalorizou como imaginamos
seu trabalho pelo professor de Direito, e começou bem, porque neste devem jun tar-se sempre todas as qualidades de uni
sofreando o arremesso da.s paixões injus
conteúdo de vida que lhe asseguraram a
tas, consolando a todos infortúnios que
sobrevivência e lhe perpetuaram a me mória; e é certamente por isso que os
dêle se acercam! E nesse santo minis
seus ecos ainda nos despertam emoções
Quanta dedicação!"
tério, quanta probidade! Quanta ciênciaf
■-■H'VlilTvriiiW-iirTw »?T
Foi, entretanto, uni sucesso na cá
tedra, como 'proclamaram seus coevos. A doutrina atualizada era conduzida pe
la palavra justa e convincente."O mestr®
policiava o orador", dizia Alcântara Ma-
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Dícesto EcoNÓsnco .nco
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DroESTO Econômico
^
Discurso de Cdndido Mota Filho o casco, esvaziado do seu conteúdo.
O
gratas c encantamento e.spiritual — mila
estilo que afina com o gôsto desta época
gre que só a legítima eloqüência é capar
dinâmica é sóbrio, medido, nítido e ob
de realizar.
jetivo, bem diverso daquele artificioso,
ramalhudo e patético que imperava nos
E se um sólido lastro moral não sus
ma, antes de tudo, simplicidade, concisão
tentasse a figura que hoje recordamos,. sem dúvida que o rumor de suas palavras já teria morrido na mcmój"ia volúvel dos'
e clareza. O tribuno forense é um técnico
homens.
fins do século XIX. Do orador se recla
que, em alguns minutos, deve condensar as suas razões, porque o juiz é apressado
e a vida vertiginosa. A eloqüência é alvo de mofa e de descrédito generali zado, e reputada uma arte inatual, ou que pelo menos exige uma revisão de todos os seus antigos valores e recur sos.
E se tudo é assim, nos nossos dias e nos nossos espíritos, por q„e nos reuni mos aqui para reverenciar a memória
Quando Alcântara Machado pensou em escrever a biografia de seu pai, não
sabia — como me dissera — se deveria jniciá-la pelo estudo do professor de Di reito ou pelo estudo do homem de letras. A vacilação era explicável. Uma bio grafia, como acentuaram os artistas da Renascença, não se limita à descrição
ta incredulidade, porque a literatura
éle uma vida. E', antes de tudo, um re
imaginosa e romântica iria, com certeza,
a figura de Brasílio Machado, e ainda
trato que se anima pelos dados predo
agora fazem ressoar neste recinto a sua
minantes do retratado, como se pode muito bem ver na figura de Erasmo
transformar em divagações líricas os da do precisos do Direito Mercantil.
São esses atributos de espírito, de ca
profissão de fé nos advogados, seus com panheiros e seus discípulos: "O advogado, tão necessário como a
justiça e como ela tão antigo, colocado entre o homem e a lei, de\ c ser o comba
animada pelo gênio de Holbein. As duas inclinações eram aliás bem visíveis no destino de Brasílio Machado.
Resolveu porém Alcântara começar O
tente armado, a palavra em luta, onde
quer que o chame o direito ameaçado. Nunca esquecendo que, se há uma ins principalmente pela palavra falada va- tituição que faça da honra uma e.special len^do-se dos seus dons excepcionais de profissão, é a sua; que o homem de ciên-' . cia não se improvisa; que, revigorado no tnbuno.''
um extraordinário orador, que advogou
E certamente porque a eloqüência nesta época em que os homens são cada vez mais passivos e mecânicos, se habi tuaram a pensar por "slogans" sob a
sugestão da propaganda dirigida, e se deixam seduzir, em rebanho, pelos taumaturgos e mistagogos que lhes açulam
í.í«ÍC5,>
assíduo trabalho de todas as suas horas,
o advogado é quem analisa os fatos, a sua natureza, dispõe e coordena os seus
elementos, descobre a relação jurídica que por eles circula, e assim é o prepa*
rador indispensável da soberana decisão do magistrado. Para ele, a alma se despe, a deslealdade se compromete, a hipocri' sia não se esconde, o crime não se nega, a verdade em toda a sua nudez se apre senta e, desde os atos mais simples ate
as inclinações inferiores, sob pérfida ins piração demagógica; é certamente por que a verdadeira eloqüência, hoje como sempre, é uma das armas mais fecundas
cia moral, com que solicitude comovente
da ação e do espírito livre; é certamente
não sonda ôle os mais obscuros recessos
os.dramas mais complicados da existên
porque a poderosa voz do grande tribu do coração e os caminhos mais misterio no, que se calou há cerca de trinta anos,, sos do espirito, reanimando a fraqueza, trazia um timbre de autenticidade e um
verdadeiro intelectual. Na cátedra que dignificou durante muitos anos, o homem de letras continuou a viver, muito em bora fosse olhado, de começo, com cer
ráter e de coração que tornam presente
de um advogado, que foi. sobretudo
não se desvalorizou como imaginamos
seu trabalho pelo professor de Direito, e começou bem, porque neste devem jun tar-se sempre todas as qualidades de uni
sofreando o arremesso da.s paixões injus
conteúdo de vida que lhe asseguraram a
tas, consolando a todos infortúnios que
sobrevivência e lhe perpetuaram a me mória; e é certamente por isso que os
dêle se acercam! E nesse santo minis
seus ecos ainda nos despertam emoções
Quanta dedicação!"
tério, quanta probidade! Quanta ciênciaf
■-■H'VlilTvriiiW-iirTw »?T
Foi, entretanto, uni sucesso na cá
tedra, como 'proclamaram seus coevos. A doutrina atualizada era conduzida pe
la palavra justa e convincente."O mestr®
policiava o orador", dizia Alcântara Ma-
'fí
138
Dícesto Ecoxóm
chaclo. Mas, oão era só o Mestre. Tanibém o homem de letras, o conhecedor
139
Digesto Econômico
Foi a sua palavra, dita cni voz alta, t sua literatura. Foi a sua prosa, em gran des movimentos — o "serino equestris",
cupam, sacodem,- por inteiro, o organis-'
de que falava Aristófane.s, a respeito de Ésquilo — que o consagrou definitii"*-
passo dos tambores; quando é mister represar as paixões que tumultuam, re primir os interesses que afrontam os su premos ditames da lei e da ordem.. .
guir, quando proferiu seu harmenioso
então, mais poderosa que a violência,
de hoje — dizia êle — que soletras nas
mais fecunda que a fòrça, deve começar
aclamações de uma noite, a imortalida de de teu nome!"
Era o céptíco mavioso que assim
a ação dominadora da palavra. Seja essa palavra de agonia de um povo,
continuava a distribuir veneno com açúr
atravessando fremente a bôca de Demós-
Nèle a música das palavras identifica-
car — porque a eloqüência, — prefería mos dizer — está na palavra articulada
tenes, seja a palavra de ressurreição do homem sonorizando os lábios de Jesus, —
se com as ondas musicais do maestro
pela convicção do orador.
a palavra, no serviço do bem e da ver
na empolgante orquestração de suas ima
E talvez aí se encontre o motivo pdo erpetuas - mostrou-se, tantas vêqual dizia o padre Antônio Vieira, mes f' cheio de ternura e o ro- tre sem par da eloqüência vernácula, W enternecidas angushas do mundo sentímental. ■"A"dor^' que as palavras devern ser como as
dade, regenera e redime, castiga, mas
gens.
orador élas, com efeito, adquirem, por serem firmes e sonoras, o dom milagro so da persuasão. E se tomam, como con
vras se desacreditam sempre na ambi
memorativos de Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Castro Alves, a ora ção de Brasílio Machado é a prova de
mos servem mais para confundir do que
que ia ainda bem alta a chama de seu fervor literário. A sua oração vibra no
dos segredos da língua vernácula, o ta lento habituado ao trato dos livros exem plares.
Era fUho de um escritor. E recebera a herança intelectual como um bem de famiha. Nos bancos acadêmicos convi vera com Castro Alves e, de perto, sen tira, como seu amigo e companheiro, a sua grandeza e a sua dor. Compôs versos sob a influência do vate baiano, onde se revelou, por sua vez, um ledor de Lamartine e de Hugo. Nessa intimidade com as musas - e estáo para testemu
nha-la- seus volumes "Madressilvas" e
mente
se consagrou à poesia religiosa.
^
Assim c-omo conversou com as mu
sas, escreveu contos e folhetins.
Mais
artista.
Ao receber Lesscps, na Academia
Francesa, o doce e malicioso Em®sto|l Renan dizia que a eloqüência não reside J nas palavras, mas na substância das col- | sas.
trôlas
1' dessa r idéia que, depois ^ rçi paründo
como
distintas e"^ claras. Na bôca-do
cluía Aristóteles, mais poderosas que 3
tarde, dando curso ao seu temperamento
espada.
do periodismo católico e T do jornalismo político.
ernpolga os auditórios das academias e
*
*
í}!
Tudo isso foi uma preparação para a
vida, de um certo modo o preâpibulo do que realmente foi., Há um momento em
que se mostra senhor de si rnesmo e se
predispõe para òs grandes vôos. E os que o observam e o admiram corneçam a vê-lo, ao alto, com a serenidade
No instante em-que Brasílio Machado
dos tribunais; quando modifica o juízo dos que vão julgar e revela um conjunto de verdade aos que vão ouvi-lo; logo qiie esclarece as dúvidas dos desconfia
dos, inflama os espíritos discretos, re nova a fé perdida e revigora os unimos desfeitos — estamos diante de Brasílio
Machado, de corpo inteiro, que já en
controu a forma, literária de traduzir o
seu poder de convencer. "A palavra, — dizia Brasílio Machado, num momento
dos pássaros habituados a medir a dis tância dos grandes horizontes. Então, aparece o tribuno, como um iapuru dos
arcos do triunfo e mover, cantando, os
concertos da inteligência. E é dêsse modo
louros que a vitória da paz suspendeu
que se revela, em toda a plenitude, a ín nm fnrí^
o
dole literária de Brasílio Machado.
^
difícil da pátria, — não se gerou para,
sonora e radiante, atravessar sòmente os
aos muros da pátria redimida. Quando as agitações, como essas que tanto nos preo
mo social; quando, em franca rebeldia,
se levanta o hino das baionetas ao com-
salva."
Numa época, senhores, como esta em
que estamos vivendo, de sombrias pers pectivas pai'a o mundo, onde as pala güidade dos significados, onde os têr-
Luís de Camões, com suas aventuras e
desventuras, procurando salvar, para a eternidade, os dez cantos incomparáveis dos Lusíadas.
Outra consagração alcançou logo a se discurso sobre Carlos Gomes. "Não é
Êsse discurso é uma jóia literária. campineiro e a beleza repete a beleza, Mais tarde, em 15 de novembro de
1892, na inauguração dos dísticos co
para esclarecer — poderíamos pedir a
recinto, na amplitude das evocações,
Brasílio Machado que repetisse o seu discurso e continuasse o seu apostolado. Mais uma vez êle mostraria como a pa
para trançar num mesmo céu as flâmu-
lavra, livre do maquiavelismo dos nossos
te as comemorações do centenário de
dias, seria a melhor arma para conter a definitiva ruína da vida moderna. E
poderia concluir, como concluiu naquele
tempo: — "Fique a palavra a soldo da Justiça e ambas ao serviço da Pátríal" Por aí se explica a sua primeira gran
las da poesia e do direito!
A conferência que pronunciou, duran Anchieta, conseguiu reunir todas as suas
qualidades de tribuno. Nessa noite, 24 de setembro de 1896, no salão da Biblic-
teca desta Faculdade, um público esco lhido sentiu, como poucas vêzes sentira,
o poder de uin artista de incomparável
mente quando falou sôbre Camões. O
grandeza. Logo de pronto, como se num teatro se erguesse o pano de bÔca do pal
que o arrebata e, com êle o auditório que
co - aparece a paisagem de São Paulo
está atento a ouvi-lo, nesse São Paulo de 1891 — é o drama intelectual do vate
primitivo, entre as cheias e neblinas de
lusitano, com a sua vontade irreprimível
nutos, os acontecimentos se sucedem.
de vitória na tribuna. Ela se deu exata
de garantir, através da inconstância dos -séculos, o poder criador da civilização portuguêsa. No dinamismo do quadro que desenha, a figura iluminada é a de
Pixatininga. E, sem que se contem os mi
Por fim, como num cenário propício às tragédias de Shakespeare, mostra-nos o herói morto, condurido durante três dias de viagem aos ombros rudes dos índios...
'fí
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Dícesto Ecoxóm
chaclo. Mas, oão era só o Mestre. Tanibém o homem de letras, o conhecedor
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Digesto Econômico
Foi a sua palavra, dita cni voz alta, t sua literatura. Foi a sua prosa, em gran des movimentos — o "serino equestris",
cupam, sacodem,- por inteiro, o organis-'
de que falava Aristófane.s, a respeito de Ésquilo — que o consagrou definitii"*-
passo dos tambores; quando é mister represar as paixões que tumultuam, re primir os interesses que afrontam os su premos ditames da lei e da ordem.. .
guir, quando proferiu seu harmenioso
então, mais poderosa que a violência,
de hoje — dizia êle — que soletras nas
mais fecunda que a fòrça, deve começar
aclamações de uma noite, a imortalida de de teu nome!"
Era o céptíco mavioso que assim
a ação dominadora da palavra. Seja essa palavra de agonia de um povo,
continuava a distribuir veneno com açúr
atravessando fremente a bôca de Demós-
Nèle a música das palavras identifica-
car — porque a eloqüência, — prefería mos dizer — está na palavra articulada
tenes, seja a palavra de ressurreição do homem sonorizando os lábios de Jesus, —
se com as ondas musicais do maestro
pela convicção do orador.
a palavra, no serviço do bem e da ver
na empolgante orquestração de suas ima
E talvez aí se encontre o motivo pdo erpetuas - mostrou-se, tantas vêqual dizia o padre Antônio Vieira, mes f' cheio de ternura e o ro- tre sem par da eloqüência vernácula, W enternecidas angushas do mundo sentímental. ■"A"dor^' que as palavras devern ser como as
dade, regenera e redime, castiga, mas
gens.
orador élas, com efeito, adquirem, por serem firmes e sonoras, o dom milagro so da persuasão. E se tomam, como con
vras se desacreditam sempre na ambi
memorativos de Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Castro Alves, a ora ção de Brasílio Machado é a prova de
mos servem mais para confundir do que
que ia ainda bem alta a chama de seu fervor literário. A sua oração vibra no
dos segredos da língua vernácula, o ta lento habituado ao trato dos livros exem plares.
Era fUho de um escritor. E recebera a herança intelectual como um bem de famiha. Nos bancos acadêmicos convi vera com Castro Alves e, de perto, sen tira, como seu amigo e companheiro, a sua grandeza e a sua dor. Compôs versos sob a influência do vate baiano, onde se revelou, por sua vez, um ledor de Lamartine e de Hugo. Nessa intimidade com as musas - e estáo para testemu
nha-la- seus volumes "Madressilvas" e
mente
se consagrou à poesia religiosa.
^
Assim c-omo conversou com as mu
sas, escreveu contos e folhetins.
Mais
artista.
Ao receber Lesscps, na Academia
Francesa, o doce e malicioso Em®sto|l Renan dizia que a eloqüência não reside J nas palavras, mas na substância das col- | sas.
trôlas
1' dessa r idéia que, depois ^ rçi paründo
como
distintas e"^ claras. Na bôca-do
cluía Aristóteles, mais poderosas que 3
tarde, dando curso ao seu temperamento
espada.
do periodismo católico e T do jornalismo político.
ernpolga os auditórios das academias e
*
*
í}!
Tudo isso foi uma preparação para a
vida, de um certo modo o preâpibulo do que realmente foi., Há um momento em
que se mostra senhor de si rnesmo e se
predispõe para òs grandes vôos. E os que o observam e o admiram corneçam a vê-lo, ao alto, com a serenidade
No instante em-que Brasílio Machado
dos tribunais; quando modifica o juízo dos que vão julgar e revela um conjunto de verdade aos que vão ouvi-lo; logo qiie esclarece as dúvidas dos desconfia
dos, inflama os espíritos discretos, re nova a fé perdida e revigora os unimos desfeitos — estamos diante de Brasílio
Machado, de corpo inteiro, que já en
controu a forma, literária de traduzir o
seu poder de convencer. "A palavra, — dizia Brasílio Machado, num momento
dos pássaros habituados a medir a dis tância dos grandes horizontes. Então, aparece o tribuno, como um iapuru dos
arcos do triunfo e mover, cantando, os
concertos da inteligência. E é dêsse modo
louros que a vitória da paz suspendeu
que se revela, em toda a plenitude, a ín nm fnrí^
o
dole literária de Brasílio Machado.
^
difícil da pátria, — não se gerou para,
sonora e radiante, atravessar sòmente os
aos muros da pátria redimida. Quando as agitações, como essas que tanto nos preo
mo social; quando, em franca rebeldia,
se levanta o hino das baionetas ao com-
salva."
Numa época, senhores, como esta em
que estamos vivendo, de sombrias pers pectivas pai'a o mundo, onde as pala güidade dos significados, onde os têr-
Luís de Camões, com suas aventuras e
desventuras, procurando salvar, para a eternidade, os dez cantos incomparáveis dos Lusíadas.
Outra consagração alcançou logo a se discurso sobre Carlos Gomes. "Não é
Êsse discurso é uma jóia literária. campineiro e a beleza repete a beleza, Mais tarde, em 15 de novembro de
1892, na inauguração dos dísticos co
para esclarecer — poderíamos pedir a
recinto, na amplitude das evocações,
Brasílio Machado que repetisse o seu discurso e continuasse o seu apostolado. Mais uma vez êle mostraria como a pa
para trançar num mesmo céu as flâmu-
lavra, livre do maquiavelismo dos nossos
te as comemorações do centenário de
dias, seria a melhor arma para conter a definitiva ruína da vida moderna. E
poderia concluir, como concluiu naquele
tempo: — "Fique a palavra a soldo da Justiça e ambas ao serviço da Pátríal" Por aí se explica a sua primeira gran
las da poesia e do direito!
A conferência que pronunciou, duran Anchieta, conseguiu reunir todas as suas
qualidades de tribuno. Nessa noite, 24 de setembro de 1896, no salão da Biblic-
teca desta Faculdade, um público esco lhido sentiu, como poucas vêzes sentira,
o poder de uin artista de incomparável
mente quando falou sôbre Camões. O
grandeza. Logo de pronto, como se num teatro se erguesse o pano de bÔca do pal
que o arrebata e, com êle o auditório que
co - aparece a paisagem de São Paulo
está atento a ouvi-lo, nesse São Paulo de 1891 — é o drama intelectual do vate
primitivo, entre as cheias e neblinas de
lusitano, com a sua vontade irreprimível
nutos, os acontecimentos se sucedem.
de vitória na tribuna. Ela se deu exata
de garantir, através da inconstância dos -séculos, o poder criador da civilização portuguêsa. No dinamismo do quadro que desenha, a figura iluminada é a de
Pixatininga. E, sem que se contem os mi
Por fim, como num cenário propício às tragédias de Shakespeare, mostra-nos o herói morto, condurido durante três dias de viagem aos ombros rudes dos índios...
Atr
Falava Brasílio Machado numa época em que a República, depois de sangren tas agitações, começava o seu período construtivo, pela política pacificadora de
Prudente de Morais. Renasciam, por esse tempo, as esperanças na ordem civil.
Nem a terra se mostrava exausta pelos erros dos homens nem os homens irre-
mediàvelmente errados pelas ambições terrenas.
Traduz essa esperança a eloqüência de Brasílio Machado, na peroração da quela noite. E estamos a ouvi-lo como
andgamente, com a sua bela cabeça cer cada pelas luzes da imortalidade. O mi
lagre de Anchieta se mostra quando, no planalto, secam-se os campos pela violên cia do sol e desfolham-se as árvores pela
mas o labor dc outras mãos corrigirá o defeito traçado; e tão generosa é a ter ra paulista que, abundante, crescerão
°
"o^te memo-
'6 , nao mais esqueceram a oração e
o orador. Como se um mestre fosse da
eloqüência clássica, lembrado por Ana-
tole France, parecia realmente que, en
quanto falava, voejavam em volta de seu rosto as doiradas abelhas do Himetol *
Por isso, se êle não fôsse um dos fun
seguramente a.s messes porvindoiiras."
Há quase quarenta anos, punha-se ele a frente de um movimento singelo, mas pretensioso, qüe trazia para seus componentes muito mais obrigações do que vantagens. "Somos — >afinnava êle
protérvias do seu presente. Quando Michelet escreveu o seu notab.üíssimo
tes e .sobranceiras, devem interessar-se
livro sobre as origens do direito ÍFrancês, de inicio a reconheceu incompleta, tal a distância dos tempos a percorrer e o
maiores lamentações. Além disso, em sua
por tudo o que é superiormente humano
tamanho do material acumulado.
instalação, em plena solenidade inaugu
e que represente a luta contra o obscuran tismo e contra os egoísmos infecundos
Camões, por sua vez, não aparece na história da literatura portuguesa como
A Academia que se fundava resiillaN-a de um esforço anterior que falliara, sera rai, Vicente de Carvalho — que não dei xava confundir a sua sensibilidade poéti. ca com a .sua inclinação polêmica —
das vaidades solitárias.
distribuía aos assistentes da festa um fo
do dizia que seus fundadores eram de-
Ao ferir esse assunto, Brasílio Macha
um aedo inicial, nascido dos focos germi nais da vida peninsular. É o lêrmo de um passado que se exalta e se enaltece
lhetim em que punha em ridículo a ini
sambiciosos, porém, não ocultava que a
em sua tuba de alto clangor. Foi o que
ciante companhia...
Academia resumia uma generosa ambi ção, comprovada com o seu papel decisi
disse que o gênio português "buscava
Pouco tempo depois, entretanto, era Bra.sílio Machado, com o "timbre do ouro na voz", quem, em nome da Aca
vo na história da cultura européia.
Para conter as dispersões de esforços,
que se multiplicavam com assombrosa vitalidade no século XVI, inúmeros paí
dos primeiros dias vinha dizer que se sentia bem entre os cultores da língua e
ses do Velho Continente fundaram aca demias. Foi com elas, no dizer de
das coisas literárias. Finalizando sua ora
Dilthey, que o homem soube vencer
ção, acrescentava o altíssimo poeta: —
"o sentimento trágico da inconsistên cia. .." Foi com elas que o trabalhador intelectual começou a compreender que
"Disputei com afinco a honra de perten cer ao vosso grêmio, aceito com prazer
era necessária a convergência dos traba lhos individuais para que surgisse "a
faço votos para que dêsse esforço comum resulte alguma glória para o nome pau lista."
dadores da Academia Paulista de Letras, teria sido, desde logo, um de seus eleitos.
mosa e extensa tradição. O seu passa do contém, sem maiores esforços, as
nem se aprumar em atitude agressiva contra as expansões sadias da liberdade do espírito. Curiosas e recatadas, vigilan
a tarefa de colaborar na vossa obra, e *
dições da inteligência, não podem elas
se prestar à caridosa missão de recolherartistas incompreendidos e fracassados,
demia, dava boas-vindas ao novo acadê mico Vicente de Carvalho! O rebelde
ilagelação dos ventos!
141
Digesto Econômico
Dicicsto Económi(\)
140
demonstrou Brasílio Machado, quando abrigo no passado".
Era dêsse teor o material que as aca demias européias recolhiam, com fartu
ra, de um mundo de nostalgias e evo cações...
Entre nós, porém, a situação era di ferente. Nunca poderíamos ter um Ca
mões a procurar abrigo no passado. Tí
nhamos trilhado um caminho para pro curar um abrigo no futuro. Somos originários de desbravadores e mareantes. Trazemos nos olhos a curio
valorização metódica da inteligência". Em Paris do século XVII esse esforço de
sidade Insatisfeita dos abridores de ca-
cooperação se toma tão sugestivo que
minho, a novidadeirice inquieta dos mi-
Descartes, arredio e orgulhosamente so
neradores e a sensibilidade alertada dos que palmilham desertões sombrios e si
litário, entra para a comunhão acadê
lenciosos. Sofremos as conseqüências das
sentam como Um apoio comum a um
mica, para conversar com Hobbes e
marchas para o desconhecido. As exi
ideal, como um centro de convergência de'aspirações e de trabalhos dispersos. Os privilégios de sua compostura criam
Gassendi.
ao cardeal de Richelieu, a Leibniz, a
gências que sentimos na própria carne se configuram em imagens nos horizon tes misteriosos. A nossa lüstória — que
íjí
*
Efetivamente, as academias se apre
As academias se tornam, as
sim, a grande preocupação. Preocupam
— algumas vocações literárias, que se
um clima de crenças e de convicções,
Colbert, aos mundanos e aos palacianos,
começou sem começo — proibiu-nos de
congregam para o trabalho comumi de-
diante da tendência muito humana par®
olhar para trás, para que não fôssemos
sambicioso de prêmios e honrarias, sem
o esquecimento da virtude é para a re
ao Duque de Lafões e ao padre Vieira. Nascem êsses empreendimentos dentro de um entusiasmo perfeitamente justi
ficável, porque a Europa é uma longa
nal inapagável da sempre audaciosa ati vidade paulista, num recanto da cons ciência, o perfil jamais desfeito das ser-
pretensões estultas e monopólios infensos a qualquer idéia de competição com agremiações congêneres", e concluía: — "Imperfeito será talvez o sulco inicial,
petição do pecado. Entre seus mortos e seus vivos se reparte um valor que é, in-
,
tegralmente, da comunidade que repre
Iiistória.
sentam. Nessa atitude de guarda das tra-
Paul Valery de o dizer — é uma volu
i
A sua alma — não se cansou
traídos pelo futuro, onde o el-dorado resplandece. Parecemos trazer, como si
Atr
Falava Brasílio Machado numa época em que a República, depois de sangren tas agitações, começava o seu período construtivo, pela política pacificadora de
Prudente de Morais. Renasciam, por esse tempo, as esperanças na ordem civil.
Nem a terra se mostrava exausta pelos erros dos homens nem os homens irre-
mediàvelmente errados pelas ambições terrenas.
Traduz essa esperança a eloqüência de Brasílio Machado, na peroração da quela noite. E estamos a ouvi-lo como
andgamente, com a sua bela cabeça cer cada pelas luzes da imortalidade. O mi
lagre de Anchieta se mostra quando, no planalto, secam-se os campos pela violên cia do sol e desfolham-se as árvores pela
mas o labor dc outras mãos corrigirá o defeito traçado; e tão generosa é a ter ra paulista que, abundante, crescerão
°
"o^te memo-
'6 , nao mais esqueceram a oração e
o orador. Como se um mestre fosse da
eloqüência clássica, lembrado por Ana-
tole France, parecia realmente que, en
quanto falava, voejavam em volta de seu rosto as doiradas abelhas do Himetol *
Por isso, se êle não fôsse um dos fun
seguramente a.s messes porvindoiiras."
Há quase quarenta anos, punha-se ele a frente de um movimento singelo, mas pretensioso, qüe trazia para seus componentes muito mais obrigações do que vantagens. "Somos — >afinnava êle
protérvias do seu presente. Quando Michelet escreveu o seu notab.üíssimo
tes e .sobranceiras, devem interessar-se
livro sobre as origens do direito ÍFrancês, de inicio a reconheceu incompleta, tal a distância dos tempos a percorrer e o
maiores lamentações. Além disso, em sua
por tudo o que é superiormente humano
tamanho do material acumulado.
instalação, em plena solenidade inaugu
e que represente a luta contra o obscuran tismo e contra os egoísmos infecundos
Camões, por sua vez, não aparece na história da literatura portuguesa como
A Academia que se fundava resiillaN-a de um esforço anterior que falliara, sera rai, Vicente de Carvalho — que não dei xava confundir a sua sensibilidade poéti. ca com a .sua inclinação polêmica —
das vaidades solitárias.
distribuía aos assistentes da festa um fo
do dizia que seus fundadores eram de-
Ao ferir esse assunto, Brasílio Macha
um aedo inicial, nascido dos focos germi nais da vida peninsular. É o lêrmo de um passado que se exalta e se enaltece
lhetim em que punha em ridículo a ini
sambiciosos, porém, não ocultava que a
em sua tuba de alto clangor. Foi o que
ciante companhia...
Academia resumia uma generosa ambi ção, comprovada com o seu papel decisi
disse que o gênio português "buscava
Pouco tempo depois, entretanto, era Bra.sílio Machado, com o "timbre do ouro na voz", quem, em nome da Aca
vo na história da cultura européia.
Para conter as dispersões de esforços,
que se multiplicavam com assombrosa vitalidade no século XVI, inúmeros paí
dos primeiros dias vinha dizer que se sentia bem entre os cultores da língua e
ses do Velho Continente fundaram aca demias. Foi com elas, no dizer de
das coisas literárias. Finalizando sua ora
Dilthey, que o homem soube vencer
ção, acrescentava o altíssimo poeta: —
"o sentimento trágico da inconsistên cia. .." Foi com elas que o trabalhador intelectual começou a compreender que
"Disputei com afinco a honra de perten cer ao vosso grêmio, aceito com prazer
era necessária a convergência dos traba lhos individuais para que surgisse "a
faço votos para que dêsse esforço comum resulte alguma glória para o nome pau lista."
dadores da Academia Paulista de Letras, teria sido, desde logo, um de seus eleitos.
mosa e extensa tradição. O seu passa do contém, sem maiores esforços, as
nem se aprumar em atitude agressiva contra as expansões sadias da liberdade do espírito. Curiosas e recatadas, vigilan
a tarefa de colaborar na vossa obra, e *
dições da inteligência, não podem elas
se prestar à caridosa missão de recolherartistas incompreendidos e fracassados,
demia, dava boas-vindas ao novo acadê mico Vicente de Carvalho! O rebelde
ilagelação dos ventos!
141
Digesto Econômico
Dicicsto Económi(\)
140
demonstrou Brasílio Machado, quando abrigo no passado".
Era dêsse teor o material que as aca demias européias recolhiam, com fartu
ra, de um mundo de nostalgias e evo cações...
Entre nós, porém, a situação era di ferente. Nunca poderíamos ter um Ca
mões a procurar abrigo no passado. Tí
nhamos trilhado um caminho para pro curar um abrigo no futuro. Somos originários de desbravadores e mareantes. Trazemos nos olhos a curio
valorização metódica da inteligência". Em Paris do século XVII esse esforço de
sidade Insatisfeita dos abridores de ca-
cooperação se toma tão sugestivo que
minho, a novidadeirice inquieta dos mi-
Descartes, arredio e orgulhosamente so
neradores e a sensibilidade alertada dos que palmilham desertões sombrios e si
litário, entra para a comunhão acadê
lenciosos. Sofremos as conseqüências das
sentam como Um apoio comum a um
mica, para conversar com Hobbes e
marchas para o desconhecido. As exi
ideal, como um centro de convergência de'aspirações e de trabalhos dispersos. Os privilégios de sua compostura criam
Gassendi.
ao cardeal de Richelieu, a Leibniz, a
gências que sentimos na própria carne se configuram em imagens nos horizon tes misteriosos. A nossa lüstória — que
íjí
*
Efetivamente, as academias se apre
As academias se tornam, as
sim, a grande preocupação. Preocupam
— algumas vocações literárias, que se
um clima de crenças e de convicções,
Colbert, aos mundanos e aos palacianos,
começou sem começo — proibiu-nos de
congregam para o trabalho comumi de-
diante da tendência muito humana par®
olhar para trás, para que não fôssemos
sambicioso de prêmios e honrarias, sem
o esquecimento da virtude é para a re
ao Duque de Lafões e ao padre Vieira. Nascem êsses empreendimentos dentro de um entusiasmo perfeitamente justi
ficável, porque a Europa é uma longa
nal inapagável da sempre audaciosa ati vidade paulista, num recanto da cons ciência, o perfil jamais desfeito das ser-
pretensões estultas e monopólios infensos a qualquer idéia de competição com agremiações congêneres", e concluía: — "Imperfeito será talvez o sulco inicial,
petição do pecado. Entre seus mortos e seus vivos se reparte um valor que é, in-
,
tegralmente, da comunidade que repre
Iiistória.
sentam. Nessa atitude de guarda das tra-
Paul Valery de o dizer — é uma volu
i
A sua alma — não se cansou
traídos pelo futuro, onde o el-dorado resplandece. Parecemos trazer, como si
-^•
142
Dicesto Ecí)NÓ.\nco
ras lendárias: Márririo, Esmeralda, Sa-
dos cursos juríclico.s, em 1893, cie afirma\a c confirmava o duplo \aIor desla
barabussu!
Preferimos dizer: — o que passou pas sou! Só o que vai passar nos interessa, nesse perpétuo vir-a-ser bandeirante, que sepulta a velha e simples Piratininga na
Escola, dizendo: — "É das Faculdades
superiores que sai o orador para, na tri
buna, cheio da majestade de seu talento, domesticar, pelo impulso irresistível de
arrojada encenação dos arranha-céus da
sua palavra, as irrequielas multidões e
atualidade!
subjugá-las, envoltas nas cadeias sonoras
Ò nosso problema, portanto, é o de conter a nossa incontinència, o de am
parar esse passado que passa, para que êle não passe indiferente. É o de reatar
com os nossos mortos, uma conversa que às vê^s julgamos incômoda. A nossa
salvação está no exemplo que pouco se
segue e na tradição que em quase nada se reverencia.
ouIT Machado que da cidade desertavam, como aves
^m ,
destruídas, os seus monu-
W IZ ''f E o que ainda lhe protegen do as fontes I da autenticidade, tradição nacional, eram as velhas igrejas e esta velha e sempre nova Faculdade. Aos bacharelandos de 1893, dizia Brasilío Machado: - "Se vós, no desencadeamento da vida social lá fora, onde o hábito das paixões escure^ ce o cristal das consciências, sentirdes o exíÜo da justiça, o sacrifício do direito
da eloqüência. É das Faculdades supe
143
Daí por" díánféj'2 *túdo é recordação" e saudade./ sua _'^'oz jiluminada;-.que
V .1
« y
i • . CV
_
se referia 'Brasilio Machadoj semelhante
áo da.gota ^água-quç^sê fransfornw^em
soubera tão'bém medir ãs extensões *dá sensibilidade humana, dava então seus últimos acordes. A vibração de seus
fio ou da matéria cósmica que se ilu
olhos principia a ser envolvida pelas pri meiras sombras. Mas poderiam ainda,
e a Casa ds Brasího Machado se em
em suas grandes linhas, alcançar o re sultado de seus esforços. Foram êles
Ela acalenta uma unidade, que per
demorados e difíceis.
Muitos não che
chado não se desencantava com os pró
te e sempre nova da liberdade humana,
a mestres e discípulos, num dia de glória
garam ao marco final. Mas Brasilio Ma prios desencantos porque, como dissera
prêsa dentro do organismo social". Uma academia literária se impunha, por isso tudo, em 1909, quando as es tradas paulistas se multiplicavam. É ver- "
"a ação do nosso trabalho é lenta e si
dade que as academias já tinham, num
atravessa humildes camadas geológicas,
movimento reflexo, surgido em nosso
até que brota à flor do chão e tímida
lenciosa, por isso mesmo que é eficaz e duradoura. Lenta e silenciosa é a gota
dágua que, das profundidades da terra,
pais, nascendo aqui e morrendo ali, co
resvala e tímida recua... é assim que
mo a Academia Brasileira dos Esqueci
nasce o rio. Lenta e silenciosa é a ma
dos e a Academia dos Felizes. É ver
téria cósmica que, de um núcleo imper
mina em estréia chama-se, no campo
cultural, tradição, verdade que esta Casa penham em cultivar.
"'
manece íntegra nas diferenças humanas; acoberta, nos climas incertos, uma soli
dariedade que se robustece nos antago nismos sociais; bate-se por uma perma nência de propósitos, em meio de lutas, sacrifícios e glórias. Afasta os povos pueris dos males da improvisação e das extravagâncias políticas e os conduz, pe'a experiência consciente das virtudes
da solidariedade desinteressada, para o primado do bem comum. Pela tradição, Brasilio Machado fgi católico; p®la tradição, foi jurista e mes tre desta Faculdade; pela tradição, foi poeta para dizer e para escrever. Pela
dade que houve, mesmo em São Paulo,
ceptível, que se esboça, condensando e
tradição serviu à sua pátria, iluminando-
qualquer coisa seme'hante às academias
condensando se transforma em nebulo
Ihe o recinto, com suas lições de civismo
®
sa... é assim que nascem as estrelas". Êsse trabalho, lento e silencioso, a que
e com as afirmações triunfantes do seu nome!
por fim, na Capital da Repú
blica, se solidificara, com o prestígio de Machado de Assis a Academia de Letras.
Porém, os tempos tinham chegado, ne.sse ano^, trazendo novas e sedutoras inquie tações, propícias a animar ainda mais
a leviandade do nosso espírito.' A Aca
sole e anime".
A Faculdade de Direito, na tela do
demia tinha em São Paulo uma missão a cumprir. E foi nessa missão que se
romantismo nacional, não era sòmente a Academia de Direito; era também a
identificou com os sonhos de BrasíJio Machado.
mais autorizada Academia de Letras que }{«
*
Em 1911 assumira êle a presidência do Conselho Superior do Ensino. Era a síntese de sua missão. Em p'ena Côrte podia divisar, quando a vida co
poetas e as orações aos valores supremos da vida. Foi dentro dela que BrasíJio Machado se tornou poeta, escritor, jor nalista, professor, advogado, político e
meçava a dar maior serenidade a seus
orador.
gestos, o largo panorama da vida na
Na sessão comemorativa da fundação
-V
DlCESTO ECONÓMtCO
riores que o legislador aprende a ciên cia quase divina de refrear, pela coerção do direito, essa movimentação incessan
- que a recordação desta Casa vos con
São Paulo possuía. Em suas arcadas e abóbadas ecoavam as declamações dos
■ üt>:^.W|(f
cional.
-^•
142
Dicesto Ecí)NÓ.\nco
ras lendárias: Márririo, Esmeralda, Sa-
dos cursos juríclico.s, em 1893, cie afirma\a c confirmava o duplo \aIor desla
barabussu!
Preferimos dizer: — o que passou pas sou! Só o que vai passar nos interessa, nesse perpétuo vir-a-ser bandeirante, que sepulta a velha e simples Piratininga na
Escola, dizendo: — "É das Faculdades
superiores que sai o orador para, na tri
buna, cheio da majestade de seu talento, domesticar, pelo impulso irresistível de
arrojada encenação dos arranha-céus da
sua palavra, as irrequielas multidões e
atualidade!
subjugá-las, envoltas nas cadeias sonoras
Ò nosso problema, portanto, é o de conter a nossa incontinència, o de am
parar esse passado que passa, para que êle não passe indiferente. É o de reatar
com os nossos mortos, uma conversa que às vê^s julgamos incômoda. A nossa
salvação está no exemplo que pouco se
segue e na tradição que em quase nada se reverencia.
ouIT Machado que da cidade desertavam, como aves
^m ,
destruídas, os seus monu-
W IZ ''f E o que ainda lhe protegen do as fontes I da autenticidade, tradição nacional, eram as velhas igrejas e esta velha e sempre nova Faculdade. Aos bacharelandos de 1893, dizia Brasilío Machado: - "Se vós, no desencadeamento da vida social lá fora, onde o hábito das paixões escure^ ce o cristal das consciências, sentirdes o exíÜo da justiça, o sacrifício do direito
da eloqüência. É das Faculdades supe
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Daí por" díánféj'2 *túdo é recordação" e saudade./ sua _'^'oz jiluminada;-.que
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se referia 'Brasilio Machadoj semelhante
áo da.gota ^água-quç^sê fransfornw^em
soubera tão'bém medir ãs extensões *dá sensibilidade humana, dava então seus últimos acordes. A vibração de seus
fio ou da matéria cósmica que se ilu
olhos principia a ser envolvida pelas pri meiras sombras. Mas poderiam ainda,
e a Casa ds Brasího Machado se em
em suas grandes linhas, alcançar o re sultado de seus esforços. Foram êles
Ela acalenta uma unidade, que per
demorados e difíceis.
Muitos não che
chado não se desencantava com os pró
te e sempre nova da liberdade humana,
a mestres e discípulos, num dia de glória
garam ao marco final. Mas Brasilio Ma prios desencantos porque, como dissera
prêsa dentro do organismo social". Uma academia literária se impunha, por isso tudo, em 1909, quando as es tradas paulistas se multiplicavam. É ver- "
"a ação do nosso trabalho é lenta e si
dade que as academias já tinham, num
atravessa humildes camadas geológicas,
movimento reflexo, surgido em nosso
até que brota à flor do chão e tímida
lenciosa, por isso mesmo que é eficaz e duradoura. Lenta e silenciosa é a gota
dágua que, das profundidades da terra,
pais, nascendo aqui e morrendo ali, co
resvala e tímida recua... é assim que
mo a Academia Brasileira dos Esqueci
nasce o rio. Lenta e silenciosa é a ma
dos e a Academia dos Felizes. É ver
téria cósmica que, de um núcleo imper
mina em estréia chama-se, no campo
cultural, tradição, verdade que esta Casa penham em cultivar.
"'
manece íntegra nas diferenças humanas; acoberta, nos climas incertos, uma soli
dariedade que se robustece nos antago nismos sociais; bate-se por uma perma nência de propósitos, em meio de lutas, sacrifícios e glórias. Afasta os povos pueris dos males da improvisação e das extravagâncias políticas e os conduz, pe'a experiência consciente das virtudes
da solidariedade desinteressada, para o primado do bem comum. Pela tradição, Brasilio Machado fgi católico; p®la tradição, foi jurista e mes tre desta Faculdade; pela tradição, foi poeta para dizer e para escrever. Pela
dade que houve, mesmo em São Paulo,
ceptível, que se esboça, condensando e
tradição serviu à sua pátria, iluminando-
qualquer coisa seme'hante às academias
condensando se transforma em nebulo
Ihe o recinto, com suas lições de civismo
®
sa... é assim que nascem as estrelas". Êsse trabalho, lento e silencioso, a que
e com as afirmações triunfantes do seu nome!
por fim, na Capital da Repú
blica, se solidificara, com o prestígio de Machado de Assis a Academia de Letras.
Porém, os tempos tinham chegado, ne.sse ano^, trazendo novas e sedutoras inquie tações, propícias a animar ainda mais
a leviandade do nosso espírito.' A Aca
sole e anime".
A Faculdade de Direito, na tela do
demia tinha em São Paulo uma missão a cumprir. E foi nessa missão que se
romantismo nacional, não era sòmente a Academia de Direito; era também a
identificou com os sonhos de BrasíJio Machado.
mais autorizada Academia de Letras que }{«
*
Em 1911 assumira êle a presidência do Conselho Superior do Ensino. Era a síntese de sua missão. Em p'ena Côrte podia divisar, quando a vida co
poetas e as orações aos valores supremos da vida. Foi dentro dela que BrasíJio Machado se tornou poeta, escritor, jor nalista, professor, advogado, político e
meçava a dar maior serenidade a seus
orador.
gestos, o largo panorama da vida na
Na sessão comemorativa da fundação
-V
DlCESTO ECONÓMtCO
riores que o legislador aprende a ciên cia quase divina de refrear, pela coerção do direito, essa movimentação incessan
- que a recordação desta Casa vos con
São Paulo possuía. Em suas arcadas e abóbadas ecoavam as declamações dos
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cional.
Digesto EconóíUco
Hamilton, o maior cidadão sr, adotivo dos Estados Unidos Rodrigo Soares Júnior
grandé.s prejuízos. Essa revelação li terária induziu os parentes a manda
rem-no para Nova Ycrk, Cidade em
de chegar depois de um estudo da
vida de Alexander Hamilton, é que esse homem, por todos os títulos bri
lhante, foi uma dádiva iirovidencial feita aos Estados americanos.
E. realmente, ele se integra num conjunto de valores extraordinários graças aos quais, desde o -nício da v'-
da independente, os Estados Onidos
logram apresentar ao mundo figuras de um excepcional relevo de inteligênV ''naçao imperial vesdadeiros de ' uma e viril. pilares
Êsse notável cidadão americano
na.Lcu em 1757, na minúscula ilha de Nevis, vizinha, nas Antilhas, da ilha de São Cristofle. O apelido grado.so de neve num gôlfo submefdo soalheiras tropicais, nasceu de as
um
equívoco dos descobridores da Améri-
cá. Quando as suas naus passavam ao largo daquela banda de terra, -os tri pulantes divisaram sôbre os morros que a dominam uns vapores alvacentos de neblina, suspensos junto aos cumes como camada? de neves inver-
nais.
Batizaram-na.
imediatamente
"Nevis
glêsa e as colônias americanas, c com os quais se faziam grandes fortunas em comércio legítimo c fortunas ain
da maiores nas façanhas do contraliando marítimo. De resto, Nevis está .situada na zo na cm que mais se travaram batallias
navais entre corsários, batedores do oceano que se disputavam ricos cmpó-
r os, simultáneamentc cobiçados pela
Inglaterra, a França, a Holanda e a
de capitão do Exército Continental. E
êsse oficial, de valia técnica improvi
dúrio.s no Colégio de Coluinbia.
sada, conduz com galhardia a sua ba teria e atravessa heròicamente as fa
para defender a causa das colônias
ses mais árduas da campanha, a pon to de um dia ser destacado por Geor* gcs Washington em pessoa para ser
americanas, agitada cm conseqüên
vir de ajudante-de-ordens ao eminen
cia de repetidos antagonismos com a
te gencral-em-chefe.
curso a capacidade dos alunos de escol, principiou a escrever com ardor
metrópole. Não podia ainda sentir-se americano. Aderia,
Nesse cargo, em que se faz mister extrema atividade em
contudo, ao princí
conjugação com es peciais requisitos de caráter, Alexander
pio de liberdade in vocado no continen te e expunha com
conquista a confian
eloqüência as reivin
ça de um superior
tc, pertencia pelos dois lados a famí
dicações de um po vo ferido pelos abu sos da coroa britâ
muito justiceiro e re conhecido, se bem que frio e reservado.
lias de excelente origem. O que, po
nica.
Espanha. Alexander Hamilton, filio dp um imigrado escocc.s c de uma senho
ra dc ascedência francesa, hiigueno-
rém, ensombrou a un*ão de seus pro-
Mas Hamilton
te relacionados com formalidades de
ordem
yorkina,
ma legalizada por motivos estritamen jurídica. Assuiale-se o fato.
se encontrava ausente, em virtude dc
negócios mal suced dos: "Nunca dé
possível obter para
Crédito ao que possam dizer de seu
os americanos o estatuto de homens li-
nando-se as palavras que a jovem mãe de Hamilton lhe dirigiu antes de falecer, e quando o pai de Alexander
pai, porque êle foi bom para nós".
Entregue à responsabilidade de pa rentes de recursos, foi bem cedo em
mente
-vres compatível com a dignidade das colônias.
Moço elegante e de aparência mui to notada pelas jovens dos melhores círculos, não lhe descobriam, toda via, o talhe de soldado que êle em
as'
questões
administrativas,
Hamilton
formou com a ala das mais exaltadas em prol da luta con tra a Inglaterra, uma vez que não era
sem profanações nesse ca.so, cons'g-
é o
homem indicado pa ra resolver rapida
Recebido com
simpatia por várias famílias de prestígio na sociedade nova-
genitores foi o não liaver sido a mes
Nevis, ponto geográfico insignificante
semeado no imenso gôlfo, mede 62 qui
' Alexander provava ser um guerreiro de valor, a quem sç conferia o pôsto
que passou a fazer os estudos secunAos 17 anos, após demonstrar no
^fIi:LIlon conclusão a que se po-
145
en
caminhar papéis pa ra despacho e provi denciar a comunica ção das ordens secre tas e urgentes, Êle
está de corpo e alma identificado
com
a
causa e joga a vida íídalgamente nes
sa luta decisiva, no curso da qual conquista o direito de falar e agir co mo verdadeiro americano de nasci
lômetros quadrados, extensão menor que a de mu.tas propriedades agríco las naquela época. E, na verdade, to da a ilha pouco mais foi do que uma
co local um artigo muito apreciado,
plantação de cana e uma casa expor
em que descrevia com dramaticidade e
breve mostraria na guerra da inde pendência. E, efetivamente, logo após
tadora de açúcar e melado, gêneros
colorido os efeitos de um tufão recen
seu casamento de amor com uma jo
bressai também nesse campo, porque
muito reclamados pela metrópole in-
te
vem da irífluente família Schuyler,
a sua inteligência dúctil e penetrante
pregado como caixeiro de uma casa co
mercial, mas chamou a atenção sóbre SI por ter escrito num pequeno periódi
que
varrera
a ílha c
ocasionara
mento.
Finda a luta e selada a independên cia dos Estados pela vitória militar, o jovem Hamilton deixa a farda para entregar-se aos estudos jurídicos. So
Digesto EconóíUco
Hamilton, o maior cidadão sr, adotivo dos Estados Unidos Rodrigo Soares Júnior
grandé.s prejuízos. Essa revelação li terária induziu os parentes a manda
rem-no para Nova Ycrk, Cidade em
de chegar depois de um estudo da
vida de Alexander Hamilton, é que esse homem, por todos os títulos bri
lhante, foi uma dádiva iirovidencial feita aos Estados americanos.
E. realmente, ele se integra num conjunto de valores extraordinários graças aos quais, desde o -nício da v'-
da independente, os Estados Onidos
logram apresentar ao mundo figuras de um excepcional relevo de inteligênV ''naçao imperial vesdadeiros de ' uma e viril. pilares
Êsse notável cidadão americano
na.Lcu em 1757, na minúscula ilha de Nevis, vizinha, nas Antilhas, da ilha de São Cristofle. O apelido grado.so de neve num gôlfo submefdo soalheiras tropicais, nasceu de as
um
equívoco dos descobridores da Améri-
cá. Quando as suas naus passavam ao largo daquela banda de terra, -os tri pulantes divisaram sôbre os morros que a dominam uns vapores alvacentos de neblina, suspensos junto aos cumes como camada? de neves inver-
nais.
Batizaram-na.
imediatamente
"Nevis
glêsa e as colônias americanas, c com os quais se faziam grandes fortunas em comércio legítimo c fortunas ain
da maiores nas façanhas do contraliando marítimo. De resto, Nevis está .situada na zo na cm que mais se travaram batallias
navais entre corsários, batedores do oceano que se disputavam ricos cmpó-
r os, simultáneamentc cobiçados pela
Inglaterra, a França, a Holanda e a
de capitão do Exército Continental. E
êsse oficial, de valia técnica improvi
dúrio.s no Colégio de Coluinbia.
sada, conduz com galhardia a sua ba teria e atravessa heròicamente as fa
para defender a causa das colônias
ses mais árduas da campanha, a pon to de um dia ser destacado por Geor* gcs Washington em pessoa para ser
americanas, agitada cm conseqüên
vir de ajudante-de-ordens ao eminen
cia de repetidos antagonismos com a
te gencral-em-chefe.
curso a capacidade dos alunos de escol, principiou a escrever com ardor
metrópole. Não podia ainda sentir-se americano. Aderia,
Nesse cargo, em que se faz mister extrema atividade em
contudo, ao princí
conjugação com es peciais requisitos de caráter, Alexander
pio de liberdade in vocado no continen te e expunha com
conquista a confian
eloqüência as reivin
ça de um superior
tc, pertencia pelos dois lados a famí
dicações de um po vo ferido pelos abu sos da coroa britâ
muito justiceiro e re conhecido, se bem que frio e reservado.
lias de excelente origem. O que, po
nica.
Espanha. Alexander Hamilton, filio dp um imigrado escocc.s c de uma senho
ra dc ascedência francesa, hiigueno-
rém, ensombrou a un*ão de seus pro-
Mas Hamilton
te relacionados com formalidades de
ordem
yorkina,
ma legalizada por motivos estritamen jurídica. Assuiale-se o fato.
se encontrava ausente, em virtude dc
negócios mal suced dos: "Nunca dé
possível obter para
Crédito ao que possam dizer de seu
os americanos o estatuto de homens li-
nando-se as palavras que a jovem mãe de Hamilton lhe dirigiu antes de falecer, e quando o pai de Alexander
pai, porque êle foi bom para nós".
Entregue à responsabilidade de pa rentes de recursos, foi bem cedo em
mente
-vres compatível com a dignidade das colônias.
Moço elegante e de aparência mui to notada pelas jovens dos melhores círculos, não lhe descobriam, toda via, o talhe de soldado que êle em
as'
questões
administrativas,
Hamilton
formou com a ala das mais exaltadas em prol da luta con tra a Inglaterra, uma vez que não era
sem profanações nesse ca.so, cons'g-
é o
homem indicado pa ra resolver rapida
Recebido com
simpatia por várias famílias de prestígio na sociedade nova-
genitores foi o não liaver sido a mes
Nevis, ponto geográfico insignificante
semeado no imenso gôlfo, mede 62 qui
' Alexander provava ser um guerreiro de valor, a quem sç conferia o pôsto
que passou a fazer os estudos secunAos 17 anos, após demonstrar no
^fIi:LIlon conclusão a que se po-
145
en
caminhar papéis pa ra despacho e provi denciar a comunica ção das ordens secre tas e urgentes, Êle
está de corpo e alma identificado
com
a
causa e joga a vida íídalgamente nes
sa luta decisiva, no curso da qual conquista o direito de falar e agir co mo verdadeiro americano de nasci
lômetros quadrados, extensão menor que a de mu.tas propriedades agríco las naquela época. E, na verdade, to da a ilha pouco mais foi do que uma
co local um artigo muito apreciado,
plantação de cana e uma casa expor
em que descrevia com dramaticidade e
breve mostraria na guerra da inde pendência. E, efetivamente, logo após
tadora de açúcar e melado, gêneros
colorido os efeitos de um tufão recen
seu casamento de amor com uma jo
bressai também nesse campo, porque
muito reclamados pela metrópole in-
te
vem da irífluente família Schuyler,
a sua inteligência dúctil e penetrante
pregado como caixeiro de uma casa co
mercial, mas chamou a atenção sóbre SI por ter escrito num pequeno periódi
que
varrera
a ílha c
ocasionara
mento.
Finda a luta e selada a independên cia dos Estados pela vitória militar, o jovem Hamilton deixa a farda para entregar-se aos estudos jurídicos. So
Dicesto Econômico
146
Digesto Económíco
h abrange um vasto âmbito de assun tos. E' dos que são capazes de restrin gir-se com suma competência num ra mo especíar^ado, justamente porque aplicam no mesmo as fortes e subs
que se tornava difícil limitar e cir cunscrever com rcstriçõe partidas de
nias, parecia-lhe agora uma inconsci-
nhas competições aduaneiras e fron
ência e quase um crime permitir a
teiriças.
qualquer governo central. A Idéia de
fragmentação da majestosa estrutura
depender de uma autoridade armadi
americana.
de pocicres para reduzir a liberdade regional parecia um intolerável retro,
quenos e isolados egoísmos que êle e
tanciosas contribuições da cultura ge
tantos homens apaixonados de justi
tro fator de desunião. Na hora de re construir Os estragos da guerra, diver sos setores da população, empobreci
ral.
cesso ao arbítrio da metrópole. Per
ça tinham arriscado a vida nas hostes
dos e ameaçados de ruína, principia
O combatente que terminou a guer ra no pôsto de doronel alcança o di
sistiam bem vivas na memória popu
de Washington. Por isso, na Conven
lar as ncfandas intervenções do Par
ção dc Anápolis, o político transfor
ploma de advogado e torna-se
lamento de Londres c da coroa britâ
mou-se em hábil e insistente propug-
nica, entidades dc execrado despotis mo, culpadas dc violar os direitos ina lienáveis consignados na Declaração
iiador dc um conclave dc objetivos mais largos que uma simples transa
vam a apelar para uma ajuda finan ceira imediata. Sóbre a classe dos agricultores, em particular, pesavam onerosas dívidas e a ameaça de exe cução judiciária de inúmeras hipote cas. Como ocorre em semelhantes
um
causídico de reputado merecimento, o que lhe abre o caminho da política e lhe a.trai bastante notoriedade e uma
apreciável ascendência junto.-í-à opi nião pública do seu Estado, kleito pá
da 'Independência.
ra o Congresso Continental, onde de senvolve uma atuação reveladora. dé
meios de regulamentar o comércio en
Tal condição se afigurava índispen^ sável para sustentar os laços da Con federação, pactuada como perpétua no papel e gravemente ameaçada de uma crise mortal, se não lhe dessem em tempo o remédio de uma fortç solida
ção de interêsses comerciais. Mais do que os americanos de nas
A penúria financeira constituia ou
emergências, sob o efeito do descon
massa o
cimento, sentia êle a mágoa de ver es-
tentamento e do pânico, os devedores
sentimento admiràvelmcnte traduzido
boroar-se uma obra imponente, só porque "«áo se escorava num pouco de sacrifício e na compreensão de
mais premidos pela necessidade de ur gente numerário entram a reclamar auxílio e crédito a largos brados. Ora, o ctédito público já estava mui
Predominava na grande
por Thortas Jefferson, quando o gran
seu interesse pela causa pública, in de virginiano aconselhava o "menós dicado em 1786 para a Assembléia Le-. govêrno ppssível" c ainda entendia gislativa e partcipa da reunião de que, do pouco que se aceitasse, a qua Anapohs, convocada para tratar dos se totalidade devia ser local, porquan tre os Estados.
Não era para salvar pe
to um govêrno centralizador forçosa mente tomaria os rumos e o carater da velha tirania britânica.
que, congregadas por um govêrno cen tral mais prestigiado, as antigas colô nias formariam uma nação pujante e invencível.
Como estava, a Confederação não
exprimia as características de um Es
to abalado pelas emissões sucessivas, e não restava outro remédio senão re correr mais uma vez ao papel de cur so forçado, papel desvalorizado e saí
do dos prelos, sem outra base que a
tado capaz de sobrevivência. Uma li
garantia de um Estado praticamente
pela tese oposta, mais difícil dc defen
ga de pequenos países soberanos, en
falido.
der, dado que contrariava o arraiga* do sçntimento da maioria. Um govér*
tre os quais o tesouro comum proce dia de requisições timidamente solici
Foi esse, realmente, o período trági co da história americana, aquele em
Hamilton opinava com desassoiubf®
no forte era uma idéia, uma teoria
tadas e concedidas com avareza, não
que um povo de admiráveis recursos
política, fator naturalmente frágil <
tinha elementos de duração. O Con
precário em face da força v tal do re
gresso, órgão de completa impotên
morais se abeirou de uma dissolução inglória, só por não conseguir operar
gionalismo, realidade baseada na ter
cia fiscal, não passava, no dizer de
ra e nas contingências geográficas,
Gouverneur Morris, de "um govêrno
a solidariedade de interêsses econômi cos, imprescindível ao fortalecimento
Federal, marca a fase mais perigosa
além de se apoiar na irresistível atra
e crít'ca para a existência dos Estados
ção das franquias locais e no culto in
Unidos. Todas as colônias se haviam
veterado das liberdades individuais.
de súplicas" e, como ocorrera em 1783, na assinatura da paz, sempre es barraria no estrangeiro com a descon
dos elos políticos e espirituais. Nem logravam as colônias combi nar os meios de acertar a prosperidade
riedade econômica.
O período compreendido" entre a as
sinatura da paz com a Grã-Bretanha, em 1783, e o advento da Constituição
Coligado com entusiasmo para com
A coragem de um cidadão adotivo esposar essas idéias é muito de se no
fiança para ser reconhecido como go verno legítimo. Tampouco possuía
comum, porque os gêneros de sua res
bater pela independência; mas, passa do o perigo, volviam a sobrepor os
tar e indica um singular idealismo «
condições de prosperidade econômica
egoísmos particularistas aos sacrifí cios pela comunidade confederada. Es
vremente, devido a uma errônea cria
a rara clarivMência de prever a ani-
ção de barreiras alfandegárias entre SI. Era mais do que a incapacidade dc
tava nelas profundamente entranhado
cultaria atingir no futuro. Se Alexander havia combat do para
um grupo de Estados, mal serzidõs por "um govêrno manco e esfomea do", desprovido de qualquer mecanis mo de arrecadação própria e debaten-
preservar a independência das colô
do-se entre moedas várias e mesqui
o espírito da autonomia local, inter pretada como verdadeira soberan-a
plitude civilizadora que a União fa
i
pectiva produção não circulavam li
fomentar o bem-estar dos Estados
•americanos. Era a ameaça de explo dir a qualquer instante uma guerra ci-
Dicesto Econômico
146
Digesto Económíco
h abrange um vasto âmbito de assun tos. E' dos que são capazes de restrin gir-se com suma competência num ra mo especíar^ado, justamente porque aplicam no mesmo as fortes e subs
que se tornava difícil limitar e cir cunscrever com rcstriçõe partidas de
nias, parecia-lhe agora uma inconsci-
nhas competições aduaneiras e fron
ência e quase um crime permitir a
teiriças.
qualquer governo central. A Idéia de
fragmentação da majestosa estrutura
depender de uma autoridade armadi
americana.
de pocicres para reduzir a liberdade regional parecia um intolerável retro,
quenos e isolados egoísmos que êle e
tanciosas contribuições da cultura ge
tantos homens apaixonados de justi
tro fator de desunião. Na hora de re construir Os estragos da guerra, diver sos setores da população, empobreci
ral.
cesso ao arbítrio da metrópole. Per
ça tinham arriscado a vida nas hostes
dos e ameaçados de ruína, principia
O combatente que terminou a guer ra no pôsto de doronel alcança o di
sistiam bem vivas na memória popu
de Washington. Por isso, na Conven
lar as ncfandas intervenções do Par
ção dc Anápolis, o político transfor
ploma de advogado e torna-se
lamento de Londres c da coroa britâ
mou-se em hábil e insistente propug-
nica, entidades dc execrado despotis mo, culpadas dc violar os direitos ina lienáveis consignados na Declaração
iiador dc um conclave dc objetivos mais largos que uma simples transa
vam a apelar para uma ajuda finan ceira imediata. Sóbre a classe dos agricultores, em particular, pesavam onerosas dívidas e a ameaça de exe cução judiciária de inúmeras hipote cas. Como ocorre em semelhantes
um
causídico de reputado merecimento, o que lhe abre o caminho da política e lhe a.trai bastante notoriedade e uma
apreciável ascendência junto.-í-à opi nião pública do seu Estado, kleito pá
da 'Independência.
ra o Congresso Continental, onde de senvolve uma atuação reveladora. dé
meios de regulamentar o comércio en
Tal condição se afigurava índispen^ sável para sustentar os laços da Con federação, pactuada como perpétua no papel e gravemente ameaçada de uma crise mortal, se não lhe dessem em tempo o remédio de uma fortç solida
ção de interêsses comerciais. Mais do que os americanos de nas
A penúria financeira constituia ou
emergências, sob o efeito do descon
massa o
cimento, sentia êle a mágoa de ver es-
tentamento e do pânico, os devedores
sentimento admiràvelmcnte traduzido
boroar-se uma obra imponente, só porque "«áo se escorava num pouco de sacrifício e na compreensão de
mais premidos pela necessidade de ur gente numerário entram a reclamar auxílio e crédito a largos brados. Ora, o ctédito público já estava mui
Predominava na grande
por Thortas Jefferson, quando o gran
seu interesse pela causa pública, in de virginiano aconselhava o "menós dicado em 1786 para a Assembléia Le-. govêrno ppssível" c ainda entendia gislativa e partcipa da reunião de que, do pouco que se aceitasse, a qua Anapohs, convocada para tratar dos se totalidade devia ser local, porquan tre os Estados.
Não era para salvar pe
to um govêrno centralizador forçosa mente tomaria os rumos e o carater da velha tirania britânica.
que, congregadas por um govêrno cen tral mais prestigiado, as antigas colô nias formariam uma nação pujante e invencível.
Como estava, a Confederação não
exprimia as características de um Es
to abalado pelas emissões sucessivas, e não restava outro remédio senão re correr mais uma vez ao papel de cur so forçado, papel desvalorizado e saí
do dos prelos, sem outra base que a
tado capaz de sobrevivência. Uma li
garantia de um Estado praticamente
pela tese oposta, mais difícil dc defen
ga de pequenos países soberanos, en
falido.
der, dado que contrariava o arraiga* do sçntimento da maioria. Um govér*
tre os quais o tesouro comum proce dia de requisições timidamente solici
Foi esse, realmente, o período trági co da história americana, aquele em
Hamilton opinava com desassoiubf®
no forte era uma idéia, uma teoria
tadas e concedidas com avareza, não
que um povo de admiráveis recursos
política, fator naturalmente frágil <
tinha elementos de duração. O Con
precário em face da força v tal do re
gresso, órgão de completa impotên
morais se abeirou de uma dissolução inglória, só por não conseguir operar
gionalismo, realidade baseada na ter
cia fiscal, não passava, no dizer de
ra e nas contingências geográficas,
Gouverneur Morris, de "um govêrno
a solidariedade de interêsses econômi cos, imprescindível ao fortalecimento
Federal, marca a fase mais perigosa
além de se apoiar na irresistível atra
e crít'ca para a existência dos Estados
ção das franquias locais e no culto in
Unidos. Todas as colônias se haviam
veterado das liberdades individuais.
de súplicas" e, como ocorrera em 1783, na assinatura da paz, sempre es barraria no estrangeiro com a descon
dos elos políticos e espirituais. Nem logravam as colônias combi nar os meios de acertar a prosperidade
riedade econômica.
O período compreendido" entre a as
sinatura da paz com a Grã-Bretanha, em 1783, e o advento da Constituição
Coligado com entusiasmo para com
A coragem de um cidadão adotivo esposar essas idéias é muito de se no
fiança para ser reconhecido como go verno legítimo. Tampouco possuía
comum, porque os gêneros de sua res
bater pela independência; mas, passa do o perigo, volviam a sobrepor os
tar e indica um singular idealismo «
condições de prosperidade econômica
egoísmos particularistas aos sacrifí cios pela comunidade confederada. Es
vremente, devido a uma errônea cria
a rara clarivMência de prever a ani-
ção de barreiras alfandegárias entre SI. Era mais do que a incapacidade dc
tava nelas profundamente entranhado
cultaria atingir no futuro. Se Alexander havia combat do para
um grupo de Estados, mal serzidõs por "um govêrno manco e esfomea do", desprovido de qualquer mecanis mo de arrecadação própria e debaten-
preservar a independência das colô
do-se entre moedas várias e mesqui
o espírito da autonomia local, inter pretada como verdadeira soberan-a
plitude civilizadora que a União fa
i
pectiva produção não circulavam li
fomentar o bem-estar dos Estados
•americanos. Era a ameaça de explo dir a qualquer instante uma guerra ci-
vil latente, entrctida pela rivalidade dos comércios regionais. As constantes inquietações e so bressaltos em que viviam treze peque nas repúblicas, ameaçadas por uma onda de indisciplina social e de anar quia, serviam de pretexto para cam panhas entre a mocidade a favor ile
vencidos da superioridade das formas liberais, floresceu a democracia, basea-
alguns homens mais idealistas e de grande coragem cívica erguessem a voz para denunciar o perigo e chamar à razão os Estados agora distancia dos pelo egoísmo dos interesses par ticulares.
Tal se apresentava o quadro da Con
federação às vésperas da Convenção de Filadélfia, em 1787, conven ção que devia decidir dos destinos dos
Estados Unidos. E, em grande parte, pertence a Hamilton, com a colabora ção de Madison, a honra de haver a
inadiável
necessidade
reformar o pacto confederai. XXX
Desta reforma surgiu a Constitui- "
ção. E temos que nos deter um pou co ante o marco que ela plantou na
de
um só
esforço
elabora
com freqüência à margem das neces
sidades sociais de um país, partindo- ^ se de anteprojetos de gab-,netc desen- j volvidos em assembléia onde teoristas
e demagogos porfiam cm fazer cole tâneas de idéias supostamente adian-
I
tadas.
!
A Constituição americana foi o fru-
j
to de uma realidade e, por isso, mere-
\
ce bem o título de lei "orgânica",
visto que ela uniu várias partes inde- ■'
pendentes num corpo maior, num ".su- | per-Estado", vivificado pelos conipo- j nentes e a êles emprestando, por seu turno, os benefícios da incorporação
a forma exterior, porquanto a essên
da nas discussões muito mais pela ex periência que pela teoria e não se dei xou "extraviar pela razão".
Dessa experiência, àsperamente pos. ta à prova em discussões tão acrimo
nações foi substituída por uma asso
niosas que o Congresso de Filadélfia
estêve, por um fio, próximo da ruptu ra e da quebra do vínculo confederai,
pírito de amizade e essa mútua defe-
surgiu o critério dos "freios e contra-
réncia e concessão que a peculiaridade de nossa situação política torna indis
pesos". Se uma proposta era violen
pensável".
balançava com uma concessão oportu
Ergueu-se uma grande nação, cujos criadores, allieios a regras sistemáti
na. Assim, ao reconhecimento das di
cas de lógica jurídica ou princípios
numero dos deputados, foi contrapos ta a igualdade de representação no Se-
filosóficos,
porém
empenhados
em
tamente repelida por alguns, logo se ferenças de população expressas no
contrapesar os poderes de um gover
ijiado.
no central, um tanto intruso e inde
_ As atribuições do legislativo foram equilibradas pela faculdade de veto conferida ao Presidente; o Chefe do
sejável, com a maior largueza possí vel das soberanias estaduais, edT'caram o paradigma da república federal. Estabeleceram uma dualidade de so
beranias, paralelas e não sobrepostas, e demarcaram as respectivas compe com uma
arte e um cuidado
fl ue impediram ulteriormente as inva
E justamente por nascer de uma realidade histórica e de agrupamentos
tou John Dickinson, sempre foi guia
ciação de Estados-membros, ligados,
tências
coletiva.
ry, Samuel Adams, John Jay, Benjaporque a assembléia, conforme salien
como disse Washington, por "êsse es
lam.
tirocínio, entre os iquais figuravam vultos com John Adams, Patrick Hen-
ca nas matérias. O arcabouço jurídico-social recebeu dos juristas apenas
Uma simples liga de amizade entre
executa e das a.ssembléias que legis
Essas idéias, num conclave em que tomavam assento homens de valor e
min Franklin, Robert Morris, Madi son e Georges Washington, vingaram
idéias abstratas".
poder judiciário, instituído como um órgão controlador do govérno que
CO adequadas à evolução e à mudan ça dos tempos.
texto pelos especialistas da boa lin guagem e uma certa disposição estéti
cia das instituições procedeu "do de senvolvimento dos fatos antes que das
da no sufrágio c na temporaricdade das funções públicas, sob o palio do
Hoje, uma constituição
que
mente intelectual foi o polimento do
tado que posteriormente servirá de
vre, regulamentada por homens con
Filadélfia
saiu do Oérebro humano". Nessa obra, o que houve de propria
teiramente diversa das conhecidas até
que ouvia falar sem horror de um rei e enunciou a sua aversão a essas
Para superar ciúmes e prevenções de tanta monta, fazia-se mister que
maravilhosa que
aquela data. Firmou-se um tipo de Es modelo a muitas nações. E, pela pri
de
soante frisou Gladstone, "a obra mais
globo. Com ele se plasmou um pais regido por uma forma de governo in
meira vez, escolhida por um povo li
Assembléia
149
realizou êsse trabalho produziu, con
que deu origem à maior república do
um centro, em lugar de um governo
idéias nos seguintes termos: "Que triunfo para o despotismo, ver que sojnos incapazes de nos governar".
A
tornar-se a lei suprema de um pais, foi êle concomitantemente o contrato
oriundo da escolha popular. Georges Washington protestou c'ontra gente
mostrado
DiGESTO Econômico
D1CE.ST0 Eco.vómico
148
Executivo, investido de um alto grau de autoridade, ficava submetido, para
muitas
nomeações
de
funcionários
juizes ou auxiliares de governo, à san ção do Senado. E tanto o governo co°/^°"Sresso dependiam do poder judiciário, tendo em vista que êste po
história do direito público e mesmo na história do mundo, pois o Estado
bem diferenciados e ciosos de liberda-
americano, em condições pelo njenos
de, é que ela oferece, passados tantos
de perdurar como corpo político uni ficado, não preexistiu ao famoso pac
tinuidade,
tempos
sões recíprocas e as colisões baseadas em chicanas ou complexidades jurídi cas. Encaixaram, contudo, num pacto concebido para limitar poderes arbi trários, as fórmulas elásticas e de uma
to de Filadélfia. A originalidade fun
sem indícios de anacronismo ou c"adu-
latitude interpretativa suficiente para
Por meio de tal sistema sé garanti ram as liberdades, ao mesmo passo
damental dêsse documento é que, ao
cídade.
prover às necessidades do bem públi-
que todas as questões entre Estados
anos, esta sensação de solidez e con ajustando-se
aos
j
dia invalidar por uma decisão da Su prema Corte as leis consideradas in constitucionais.
vil latente, entrctida pela rivalidade dos comércios regionais. As constantes inquietações e so bressaltos em que viviam treze peque nas repúblicas, ameaçadas por uma onda de indisciplina social e de anar quia, serviam de pretexto para cam panhas entre a mocidade a favor ile
vencidos da superioridade das formas liberais, floresceu a democracia, basea-
alguns homens mais idealistas e de grande coragem cívica erguessem a voz para denunciar o perigo e chamar à razão os Estados agora distancia dos pelo egoísmo dos interesses par ticulares.
Tal se apresentava o quadro da Con
federação às vésperas da Convenção de Filadélfia, em 1787, conven ção que devia decidir dos destinos dos
Estados Unidos. E, em grande parte, pertence a Hamilton, com a colabora ção de Madison, a honra de haver a
inadiável
necessidade
reformar o pacto confederai. XXX
Desta reforma surgiu a Constitui- "
ção. E temos que nos deter um pou co ante o marco que ela plantou na
de
um só
esforço
elabora
com freqüência à margem das neces
sidades sociais de um país, partindo- ^ se de anteprojetos de gab-,netc desen- j volvidos em assembléia onde teoristas
e demagogos porfiam cm fazer cole tâneas de idéias supostamente adian-
I
tadas.
!
A Constituição americana foi o fru-
j
to de uma realidade e, por isso, mere-
\
ce bem o título de lei "orgânica",
visto que ela uniu várias partes inde- ■'
pendentes num corpo maior, num ".su- | per-Estado", vivificado pelos conipo- j nentes e a êles emprestando, por seu turno, os benefícios da incorporação
a forma exterior, porquanto a essên
da nas discussões muito mais pela ex periência que pela teoria e não se dei xou "extraviar pela razão".
Dessa experiência, àsperamente pos. ta à prova em discussões tão acrimo
nações foi substituída por uma asso
niosas que o Congresso de Filadélfia
estêve, por um fio, próximo da ruptu ra e da quebra do vínculo confederai,
pírito de amizade e essa mútua defe-
surgiu o critério dos "freios e contra-
réncia e concessão que a peculiaridade de nossa situação política torna indis
pesos". Se uma proposta era violen
pensável".
balançava com uma concessão oportu
Ergueu-se uma grande nação, cujos criadores, allieios a regras sistemáti
na. Assim, ao reconhecimento das di
cas de lógica jurídica ou princípios
numero dos deputados, foi contrapos ta a igualdade de representação no Se-
filosóficos,
porém
empenhados
em
tamente repelida por alguns, logo se ferenças de população expressas no
contrapesar os poderes de um gover
ijiado.
no central, um tanto intruso e inde
_ As atribuições do legislativo foram equilibradas pela faculdade de veto conferida ao Presidente; o Chefe do
sejável, com a maior largueza possí vel das soberanias estaduais, edT'caram o paradigma da república federal. Estabeleceram uma dualidade de so
beranias, paralelas e não sobrepostas, e demarcaram as respectivas compe com uma
arte e um cuidado
fl ue impediram ulteriormente as inva
E justamente por nascer de uma realidade histórica e de agrupamentos
tou John Dickinson, sempre foi guia
ciação de Estados-membros, ligados,
tências
coletiva.
ry, Samuel Adams, John Jay, Benjaporque a assembléia, conforme salien
como disse Washington, por "êsse es
lam.
tirocínio, entre os iquais figuravam vultos com John Adams, Patrick Hen-
ca nas matérias. O arcabouço jurídico-social recebeu dos juristas apenas
Uma simples liga de amizade entre
executa e das a.ssembléias que legis
Essas idéias, num conclave em que tomavam assento homens de valor e
min Franklin, Robert Morris, Madi son e Georges Washington, vingaram
idéias abstratas".
poder judiciário, instituído como um órgão controlador do govérno que
CO adequadas à evolução e à mudan ça dos tempos.
texto pelos especialistas da boa lin guagem e uma certa disposição estéti
cia das instituições procedeu "do de senvolvimento dos fatos antes que das
da no sufrágio c na temporaricdade das funções públicas, sob o palio do
Hoje, uma constituição
que
mente intelectual foi o polimento do
tado que posteriormente servirá de
vre, regulamentada por homens con
Filadélfia
saiu do Oérebro humano". Nessa obra, o que houve de propria
teiramente diversa das conhecidas até
que ouvia falar sem horror de um rei e enunciou a sua aversão a essas
Para superar ciúmes e prevenções de tanta monta, fazia-se mister que
maravilhosa que
aquela data. Firmou-se um tipo de Es modelo a muitas nações. E, pela pri
de
soante frisou Gladstone, "a obra mais
globo. Com ele se plasmou um pais regido por uma forma de governo in
meira vez, escolhida por um povo li
Assembléia
149
realizou êsse trabalho produziu, con
que deu origem à maior república do
um centro, em lugar de um governo
idéias nos seguintes termos: "Que triunfo para o despotismo, ver que sojnos incapazes de nos governar".
A
tornar-se a lei suprema de um pais, foi êle concomitantemente o contrato
oriundo da escolha popular. Georges Washington protestou c'ontra gente
mostrado
DiGESTO Econômico
D1CE.ST0 Eco.vómico
148
Executivo, investido de um alto grau de autoridade, ficava submetido, para
muitas
nomeações
de
funcionários
juizes ou auxiliares de governo, à san ção do Senado. E tanto o governo co°/^°"Sresso dependiam do poder judiciário, tendo em vista que êste po
história do direito público e mesmo na história do mundo, pois o Estado
bem diferenciados e ciosos de liberda-
americano, em condições pelo njenos
de, é que ela oferece, passados tantos
de perdurar como corpo político uni ficado, não preexistiu ao famoso pac
tinuidade,
tempos
sões recíprocas e as colisões baseadas em chicanas ou complexidades jurídi cas. Encaixaram, contudo, num pacto concebido para limitar poderes arbi trários, as fórmulas elásticas e de uma
to de Filadélfia. A originalidade fun
sem indícios de anacronismo ou c"adu-
latitude interpretativa suficiente para
Por meio de tal sistema sé garanti ram as liberdades, ao mesmo passo
damental dêsse documento é que, ao
cídade.
prover às necessidades do bem públi-
que todas as questões entre Estados
anos, esta sensação de solidez e con ajustando-se
aos
j
dia invalidar por uma decisão da Su prema Corte as leis consideradas in constitucionais.
•viiu i f.
iif.piçpiiy Dicksto
150
ço de reivindicações, acertando-se pa
que só entraria cm vigor desde que fôsse subscrita por nove das doze uni
cientemente
dades participantes da Convenção —
se acharam sujeitas ao mesmo balan a
fórmula
conciliatória
DiGEsTO Econômico
Econômico
'
doze e não treze, devido à ausência|
tiam escravos e entre as tendências
de Rhodc 'Islaiid.
bio dos agricultores sulistas. Desta forma configurou-se uma grande nação federativa, dotada de
instituições de uma fisionomia origi nal, em que a interdependência e os particularismos se acordaram nas cláu
sulas do mais sábio e rigoroso dos contratos.
No plenário de Filadélfia as idéias
de Hamdton não foram sequer objeto de discussão. Fizeram até olhar seu autor com desconfiança. Olharam de
revés para "uma flor exótica" apega da a idéias reacionárias.
E, com efeito, em face da ortodo xia liberal e ultra-federalista de um congresso profundamente imbuído do
pensamento jeffersoniano, embora Je-
ferson estivesse na Europa, Hamilton,
Essa tarefa ratiíicativa subdividida
xulas, foram repelidas com indigna nente a pecha de monarquista e de
adepto da servidão Colonial. Quando, a rematar mais de três me
tas aos ataques presumíveis.
No curso das explicações, diremos quase das preicções que êsse primei
va os direitos dos Estados. Era preci
'!
so despertar uma consciência unionista e, para tanto, explicar, sem per
ro mestre de direito constitucional de
der-se em bizantinismos e minúcias, as noções novas adotadas com respei to aos órgãos e poderes da estrutura
persuasão, surgem freqüentes alusões aos e.xemplos da história, testemunhos que lhe permitem acentuar as analo-'
senvolve com tanta clareza e força de
que
va.
dêsse encargo com a inteligência, a
federativa. Hani''lton tentou habilmente demons
trar que a associação dos Estados não
Mesmo c'ontrár:o às idéias que es
se estatuto enfeixava, resolveu defen dê-lo por julgar preferível a união que êle instituía à tenuídade e inconsis
cies possuíam. Desincumbiu-se
gias dos eventos humanos e as pai xões e interêsses que os movem.
habilidade e o senso de persuadir e
gativos" e a autoridade é necessária
de revidar aos argumentos adversos
para conter-lhes as expansões fora da
que a sinceridade e a paixão empres
órbita do direito.
tam ao causídico convicto de esposar
tência dos laços confederativos. Nessa causa, advogada com fulgor
a causa da razão.
e talento e conduzida com inamolgável energia, Hamilton despendeu uma
americanos procurou êle dirigir-se em
Ao bom-senso e aos sentimentos dos
A superior utilidade da União rési-
. de precisamente nas limitações im postas aos diversos Estados, que logo se hostilizariam mutuamente sem um poder central organizado para sustar
capacidade de argumentação e uma
sucessivos apelos, redigidos num esti lo elegante e nervoso, adrairàvelmente
os ímpetos de avidez e de ambição dos I
perícia de exegese que fazem até ho
adaptado ao objetivo de insinuar as
mais fortes.
|
dispensável aos que pretendem conhe-
cer a Constituição dos Estados Unidos. XXX
Os artigos, inseridos em diversos jornais de Nova York e coligidos em livro intitulado "O Federalista", ti veram por fim exercer a catcquese
em prol da aceitação do Estado Fede ral % conseqüentemente, assumiram O aspecto de um comentário instrutivo,
destinado a divulgar as doutrinas bá
tituição conseguiu a assinatura de um
sicas da Lei Suprema e, paralelamen te, a incutir no ânimo do povo a con
tificação indispensável, atendendo a
mecanismo instituído para formar os
poderes globais da nação não anula
prevenir as contestações dos adversá
rado federalismo em que ela se funda
ses de violentas controvérsias, a Cons
número suficiente de delegados, foi" então remetida aos Estados para a ra
rios e'formular de antemão as respos
Êle não pactua com as teorias de Rousseau, relativas à bondade inata •do homem. Ao contrário, para êle os homens são "ambiciosos, rapaces, vin
je do seu trabalho um comentário in-
ção e fizeram pesar sobre o propo
importava destruir as vacilações con cernentes à união e mostrar que o
invalidava as liberdades e franquias
alta camara também de membros vi talícios. E, por cúmulo, atribuía-se ainda a esse govêrno o poder de no
tões, consideradas absurdas e esdrú
se em ir ao encontro das teses anta gônicas. O princípio de sua tática é
Nessa conjuntura, mais uma vez Ha milton se revelou o nicllior paladino da união nacional, e com tanto mais merecimento ciue não acred tava na viabilidade da Constituição e muito me nos nos princípios liberais e no exage
chefe de governo eleito à vida e uma
Pode-se calcular como tais suges
t
entre os Estados deu azo, cm cada um j
americano adotivo, ousou preconizar um governo forte, encabeçado por um
mear e destituir os dos Estados.
;
deles, a novos c árduos debates e agi.
tou a opinião pública.
ceosos de entrar num bloco maior,
Em face de pequenos Estados re
entre os Estados livres e os que admi
protecionistas do Norte e o livre câm
151
i
veniência de ratificá-la a bem da co letividade americana.
'
idéias e de envolver as contraditas nu
Sem união, as guerras futuras se
ma rede de proposições de sólida e
riam uma fatalidade, dado que as pro moveriam, conforme mostra a história, grupos dirigidos por questões pessoais, por motivos de domínio e cupidez ou simplesmente pelo amor da glória. E que adviriam dessas guerras e
flexível urdidura. E toda essa argumentação, sempre tecida em palavras serenas e judicio-
sas, a fim de evitar qualquer tom de polêmica, visava despertar entre o po vo a responsabilidade de salvar a união
da qual resultariam a segurança e o bem-estar futuros dos Estados e so
discórdias entre os Estados ? A tira nia, seja pela absorção dos mais fra
muitos aspectos o mais interessante
cos seja pelo aparecimento de gover nos despóticos, porquanto os confli tos sempre aumentam a esfera de po
do mundo".
der do Executivo em detrimento , do
bretudo O destino de um império "sob
Fino psicólogo e humanista, ao m'^s-
Legislativo, quer dizer, provocam a
mo tempo que explanador da parte
ameaça de usurpaçõcs e ilcgalida-J-i^
técnica da matéria, Hamilton compraz-
contra a "representação popular.
•viiu i f.
iif.piçpiiy Dicksto
150
ço de reivindicações, acertando-se pa
que só entraria cm vigor desde que fôsse subscrita por nove das doze uni
cientemente
dades participantes da Convenção —
se acharam sujeitas ao mesmo balan a
fórmula
conciliatória
DiGEsTO Econômico
Econômico
'
doze e não treze, devido à ausência|
tiam escravos e entre as tendências
de Rhodc 'Islaiid.
bio dos agricultores sulistas. Desta forma configurou-se uma grande nação federativa, dotada de
instituições de uma fisionomia origi nal, em que a interdependência e os particularismos se acordaram nas cláu
sulas do mais sábio e rigoroso dos contratos.
No plenário de Filadélfia as idéias
de Hamdton não foram sequer objeto de discussão. Fizeram até olhar seu autor com desconfiança. Olharam de
revés para "uma flor exótica" apega da a idéias reacionárias.
E, com efeito, em face da ortodo xia liberal e ultra-federalista de um congresso profundamente imbuído do
pensamento jeffersoniano, embora Je-
ferson estivesse na Europa, Hamilton,
Essa tarefa ratiíicativa subdividida
xulas, foram repelidas com indigna nente a pecha de monarquista e de
adepto da servidão Colonial. Quando, a rematar mais de três me
tas aos ataques presumíveis.
No curso das explicações, diremos quase das preicções que êsse primei
va os direitos dos Estados. Era preci
'!
so despertar uma consciência unionista e, para tanto, explicar, sem per
ro mestre de direito constitucional de
der-se em bizantinismos e minúcias, as noções novas adotadas com respei to aos órgãos e poderes da estrutura
persuasão, surgem freqüentes alusões aos e.xemplos da história, testemunhos que lhe permitem acentuar as analo-'
senvolve com tanta clareza e força de
que
va.
dêsse encargo com a inteligência, a
federativa. Hani''lton tentou habilmente demons
trar que a associação dos Estados não
Mesmo c'ontrár:o às idéias que es
se estatuto enfeixava, resolveu defen dê-lo por julgar preferível a união que êle instituía à tenuídade e inconsis
cies possuíam. Desincumbiu-se
gias dos eventos humanos e as pai xões e interêsses que os movem.
habilidade e o senso de persuadir e
gativos" e a autoridade é necessária
de revidar aos argumentos adversos
para conter-lhes as expansões fora da
que a sinceridade e a paixão empres
órbita do direito.
tam ao causídico convicto de esposar
tência dos laços confederativos. Nessa causa, advogada com fulgor
a causa da razão.
e talento e conduzida com inamolgável energia, Hamilton despendeu uma
americanos procurou êle dirigir-se em
Ao bom-senso e aos sentimentos dos
A superior utilidade da União rési-
. de precisamente nas limitações im postas aos diversos Estados, que logo se hostilizariam mutuamente sem um poder central organizado para sustar
capacidade de argumentação e uma
sucessivos apelos, redigidos num esti lo elegante e nervoso, adrairàvelmente
os ímpetos de avidez e de ambição dos I
perícia de exegese que fazem até ho
adaptado ao objetivo de insinuar as
mais fortes.
|
dispensável aos que pretendem conhe-
cer a Constituição dos Estados Unidos. XXX
Os artigos, inseridos em diversos jornais de Nova York e coligidos em livro intitulado "O Federalista", ti veram por fim exercer a catcquese
em prol da aceitação do Estado Fede ral % conseqüentemente, assumiram O aspecto de um comentário instrutivo,
destinado a divulgar as doutrinas bá
tituição conseguiu a assinatura de um
sicas da Lei Suprema e, paralelamen te, a incutir no ânimo do povo a con
tificação indispensável, atendendo a
mecanismo instituído para formar os
poderes globais da nação não anula
prevenir as contestações dos adversá
rado federalismo em que ela se funda
ses de violentas controvérsias, a Cons
número suficiente de delegados, foi" então remetida aos Estados para a ra
rios e'formular de antemão as respos
Êle não pactua com as teorias de Rousseau, relativas à bondade inata •do homem. Ao contrário, para êle os homens são "ambiciosos, rapaces, vin
je do seu trabalho um comentário in-
ção e fizeram pesar sobre o propo
importava destruir as vacilações con cernentes à união e mostrar que o
invalidava as liberdades e franquias
alta camara também de membros vi talícios. E, por cúmulo, atribuía-se ainda a esse govêrno o poder de no
tões, consideradas absurdas e esdrú
se em ir ao encontro das teses anta gônicas. O princípio de sua tática é
Nessa conjuntura, mais uma vez Ha milton se revelou o nicllior paladino da união nacional, e com tanto mais merecimento ciue não acred tava na viabilidade da Constituição e muito me nos nos princípios liberais e no exage
chefe de governo eleito à vida e uma
Pode-se calcular como tais suges
t
entre os Estados deu azo, cm cada um j
americano adotivo, ousou preconizar um governo forte, encabeçado por um
mear e destituir os dos Estados.
;
deles, a novos c árduos debates e agi.
tou a opinião pública.
ceosos de entrar num bloco maior,
Em face de pequenos Estados re
entre os Estados livres e os que admi
protecionistas do Norte e o livre câm
151
i
veniência de ratificá-la a bem da co letividade americana.
'
idéias e de envolver as contraditas nu
Sem união, as guerras futuras se
ma rede de proposições de sólida e
riam uma fatalidade, dado que as pro moveriam, conforme mostra a história, grupos dirigidos por questões pessoais, por motivos de domínio e cupidez ou simplesmente pelo amor da glória. E que adviriam dessas guerras e
flexível urdidura. E toda essa argumentação, sempre tecida em palavras serenas e judicio-
sas, a fim de evitar qualquer tom de polêmica, visava despertar entre o po vo a responsabilidade de salvar a união
da qual resultariam a segurança e o bem-estar futuros dos Estados e so
discórdias entre os Estados ? A tira nia, seja pela absorção dos mais fra
muitos aspectos o mais interessante
cos seja pelo aparecimento de gover nos despóticos, porquanto os confli tos sempre aumentam a esfera de po
do mundo".
der do Executivo em detrimento , do
bretudo O destino de um império "sob
Fino psicólogo e humanista, ao m'^s-
Legislativo, quer dizer, provocam a
mo tempo que explanador da parte
ameaça de usurpaçõcs e ilcgalida-J-i^
técnica da matéria, Hamilton compraz-
contra a "representação popular.
■
Dicksto
152
■
fppiipwpfwpi «ppiiiui If^
Ecoxómico 155
Dicesto Econômico
Denunciando ainda os que se mos travam infensos em aprovar a união
SC a figura mais po|niíar. c uas festas
soIj o pretexto de acariciar as liber
ficação do Estatuto Eccleral, além das aclamações ao nome de um cidadão
dades, analisa Hamilton os
motivos
ocultos de muitas dessas pseudo-intransigéncias atribuídas ao culto da in
dependência dos Estados e das prer rogativas populares. A verdade é que há muita gente bem instalada nas po sições e que teme perde-las. A êssc gênero de egoísmo, não convém a Un.ao. porque éle se dá bem melhor com a subdivisão do país.
Como Se vê, é uma tese diametral mente oposta à de Jefferson. Mas Ha
milton a defende com vigorosa dialettca e, baseado no conhecimento da natureza humana e na filosofia da
historia, insiste em reclamar a todo transe um poder federal bem estru
turado pois o reputa "essencial pa ra a liberdade".
Tais são os pontos fundamentais invocados em favor da ratificação do pa.cto constitucional, por um escritor
político a quem nenhum outro supe rou em capacidade de discernir e apro fundar os móveis da conduta humana.
E. como intérprete da Lei Suprema dos Estados Unidos, até hoje é o conientador, acadêmico e erudito, ao qual se reportam obrigatoriamente os
que pretendem estudar as instituições características do regime federativo. XXX
organizadas [lara comemorar a rati
respeitado <; querido, íoÍ éle lionrado num desfile alegórico sol) a forma de
Hamilton, como se sabe, defendera
a Constituição sem acreditar nas vir
E' preciso remontar um pouco o
curso dos fatos para apresentar bem o conjunto e a origem de tal situação.
Em 1774, o Congresso Continental, sem dinheiro nem poder para criar impostos, tivera que custear a guerra
tudes de um código baseado na ascen
mediante emissões consecutivas de tí-
dência popular. Por todos os efeitos
tulos.J^bill of credit". No ano seguin
majestosas acompanharam
triunfal de Georges Washington a ca
preferia éle um govêrno de minoria, proveniente de apurada seleção c com
minho da capital provisória.
posto de gente bem nascida. Era um
te, 17/5, já se achava em circulação a importância de 30O mil dólares para ser resgatada, cm ouro e prata, no
a marcha O herói
da independência, para quem a iin'-io
homem avesso à vulgaridade democrá
também era o coroamento da,prospe ridade e da felicidade americana, ro
tica e, no íntimo, como pretendiam seus adversários, inclinado a copiar as
dava escoltado de galas reais, porém
instituições inglesas, talvez na pró
ciente de quc ia "calcar um solo vir
pria forma montárquica.
gem e que doravante todos os seus
Entre esses dois fogos, sempre pres
atos sofreriam dupla interpretação"•
tes a SC atacarem e a divergirem,
Avaliando as responsabilidades que
o aguardavam na experiência de insU-
Washington, poder moderador e go vernante comedido e realista, serve de
tuições inteiramente novas e adivi nhando as resistências e oposições que um govêrno forte encontraria, tratou
elemento conciliador e de fôrça para amalgamar as qualidades dos dois se cretários na síntese de um programa
Washington de chamar os seus cola boradores sem prevenções contra as idéias pessoais dos escolhidos. Eis porque dois adversários impenitentes se encontraram reunidos à
político c administrativo em que, tan
prazo de três anos, mediante rateio entre os doze Estados representados no citado Congresso.
O valor dêsse dinheiro foi suporta do pelo entusiasmo nacional e não acusou nenhuma depreciação aparen te, até que a emissão atingiu nove
milhões de dólares. Tornou-se, porém, difícil estabilizá-lo, porque cada legis latura emitia e todas receavam impor tributos, com mêdo de resfriar o ar dor da luta. Usaram-se então loterias
to Jefferson como Hamilton, coope ram com talento e probidade inexce-
c empréstimos vários. Em 1776, mais de vinte milhões foram emitidos e, no ano seguinte, principiou a deprecia
díveis.
ção, manifestada numa crescente ca- i
Êsses dois homens completam a de
réstia da vida, e não obstante ser o
valor dos títulos compulsòriamente
do — Jefferson e Hamilton — ambos
mocracia americana. Dão-lhe o "quántum satis" de prestígio governamental,
honestíssimos, patriotas, cõnvencidos da justeza dos princípios que propug-
temperado pela necessária autonomia
mesa dos mesmos conselhos de Esta
navam e certos de que atendiam à
dos Estados, fator que muito concor re para a defesa da iniciatVa parti
felicidade coletiva.
cular e das liberdades.
Jefferson, homem alto, ruivo, des
gracioso nas atitudes e de vestuário
das a uma "declaração de direitos",
jado com esmero, desembaraçado e
propagou-se por todo o país um sen ante a índole americana, em demons
de irradiante simpatia. Ambos se de testam e já exprimem, na diversidade física, o estado de tensão que lhes vat
trações sugestivas de júbilo.
n'alma. Jefferson acredita piamente no
Em Nova York, Hamilton tornou-
O que
êle ciuer é elevar as classes menos fa vorecidas e reduzir o govérno ao mí nimo de autoridade.
uma grande nau representando a Constituição vencedora. Outras festas
Aprovada a Constituição à custa de consideráveis esforços e depois de anexas a ela dez emendas consagra
timento de alívio, manifestado, conso
va o melhor dos exércitos".
mal ajustado, tomava lugar frente a Hamilton, de pequena estatura, tra
povo, em cujo bom-senso "encontra-
Com extrema habirdade, Hamilton, aliás em harmonia com a tendênc"a do chefe do govérno para defender a
decretado e merecer o tratamento de inimigo quem os recusasse ou tentasse desmoralizá-los.
Com essa baixa milhares de famí
lias ficaram arruinadas, a ponto de ura economista da época escrever què "as devastações do inimigo causaram me nos prejuízos que a moeda continen
ral. E o plano é naturalmente propi
tal, instrumento de injustiça e corrtipção que poluiu a eqüidade das nossas leis, a justiça, a agricultura, enervou
ciado pela situação financeira do país,
os negócios e até destruiu a morali
situação que urge corrigir antes que atinja um grau de precariedade fu nesto para os destinos nacionais.
dade".
união, manobra por forma a empres tar maior prestígio ao executivo fede
Reconhecem-se nesse quadro sinistro os eternos malefícios da inflação, a
■
Dicksto
152
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fppiipwpfwpi «ppiiiui If^
Ecoxómico 155
Dicesto Econômico
Denunciando ainda os que se mos travam infensos em aprovar a união
SC a figura mais po|niíar. c uas festas
soIj o pretexto de acariciar as liber
ficação do Estatuto Eccleral, além das aclamações ao nome de um cidadão
dades, analisa Hamilton os
motivos
ocultos de muitas dessas pseudo-intransigéncias atribuídas ao culto da in
dependência dos Estados e das prer rogativas populares. A verdade é que há muita gente bem instalada nas po sições e que teme perde-las. A êssc gênero de egoísmo, não convém a Un.ao. porque éle se dá bem melhor com a subdivisão do país.
Como Se vê, é uma tese diametral mente oposta à de Jefferson. Mas Ha
milton a defende com vigorosa dialettca e, baseado no conhecimento da natureza humana e na filosofia da
historia, insiste em reclamar a todo transe um poder federal bem estru
turado pois o reputa "essencial pa ra a liberdade".
Tais são os pontos fundamentais invocados em favor da ratificação do pa.cto constitucional, por um escritor
político a quem nenhum outro supe rou em capacidade de discernir e apro fundar os móveis da conduta humana.
E. como intérprete da Lei Suprema dos Estados Unidos, até hoje é o conientador, acadêmico e erudito, ao qual se reportam obrigatoriamente os
que pretendem estudar as instituições características do regime federativo. XXX
organizadas [lara comemorar a rati
respeitado <; querido, íoÍ éle lionrado num desfile alegórico sol) a forma de
Hamilton, como se sabe, defendera
a Constituição sem acreditar nas vir
E' preciso remontar um pouco o
curso dos fatos para apresentar bem o conjunto e a origem de tal situação.
Em 1774, o Congresso Continental, sem dinheiro nem poder para criar impostos, tivera que custear a guerra
tudes de um código baseado na ascen
mediante emissões consecutivas de tí-
dência popular. Por todos os efeitos
tulos.J^bill of credit". No ano seguin
majestosas acompanharam
triunfal de Georges Washington a ca
preferia éle um govêrno de minoria, proveniente de apurada seleção c com
minho da capital provisória.
posto de gente bem nascida. Era um
te, 17/5, já se achava em circulação a importância de 30O mil dólares para ser resgatada, cm ouro e prata, no
a marcha O herói
da independência, para quem a iin'-io
homem avesso à vulgaridade democrá
também era o coroamento da,prospe ridade e da felicidade americana, ro
tica e, no íntimo, como pretendiam seus adversários, inclinado a copiar as
dava escoltado de galas reais, porém
instituições inglesas, talvez na pró
ciente de quc ia "calcar um solo vir
pria forma montárquica.
gem e que doravante todos os seus
Entre esses dois fogos, sempre pres
atos sofreriam dupla interpretação"•
tes a SC atacarem e a divergirem,
Avaliando as responsabilidades que
o aguardavam na experiência de insU-
Washington, poder moderador e go vernante comedido e realista, serve de
tuições inteiramente novas e adivi nhando as resistências e oposições que um govêrno forte encontraria, tratou
elemento conciliador e de fôrça para amalgamar as qualidades dos dois se cretários na síntese de um programa
Washington de chamar os seus cola boradores sem prevenções contra as idéias pessoais dos escolhidos. Eis porque dois adversários impenitentes se encontraram reunidos à
político c administrativo em que, tan
prazo de três anos, mediante rateio entre os doze Estados representados no citado Congresso.
O valor dêsse dinheiro foi suporta do pelo entusiasmo nacional e não acusou nenhuma depreciação aparen te, até que a emissão atingiu nove
milhões de dólares. Tornou-se, porém, difícil estabilizá-lo, porque cada legis latura emitia e todas receavam impor tributos, com mêdo de resfriar o ar dor da luta. Usaram-se então loterias
to Jefferson como Hamilton, coope ram com talento e probidade inexce-
c empréstimos vários. Em 1776, mais de vinte milhões foram emitidos e, no ano seguinte, principiou a deprecia
díveis.
ção, manifestada numa crescente ca- i
Êsses dois homens completam a de
réstia da vida, e não obstante ser o
valor dos títulos compulsòriamente
do — Jefferson e Hamilton — ambos
mocracia americana. Dão-lhe o "quántum satis" de prestígio governamental,
honestíssimos, patriotas, cõnvencidos da justeza dos princípios que propug-
temperado pela necessária autonomia
mesa dos mesmos conselhos de Esta
navam e certos de que atendiam à
dos Estados, fator que muito concor re para a defesa da iniciatVa parti
felicidade coletiva.
cular e das liberdades.
Jefferson, homem alto, ruivo, des
gracioso nas atitudes e de vestuário
das a uma "declaração de direitos",
jado com esmero, desembaraçado e
propagou-se por todo o país um sen ante a índole americana, em demons
de irradiante simpatia. Ambos se de testam e já exprimem, na diversidade física, o estado de tensão que lhes vat
trações sugestivas de júbilo.
n'alma. Jefferson acredita piamente no
Em Nova York, Hamilton tornou-
O que
êle ciuer é elevar as classes menos fa vorecidas e reduzir o govérno ao mí nimo de autoridade.
uma grande nau representando a Constituição vencedora. Outras festas
Aprovada a Constituição à custa de consideráveis esforços e depois de anexas a ela dez emendas consagra
timento de alívio, manifestado, conso
va o melhor dos exércitos".
mal ajustado, tomava lugar frente a Hamilton, de pequena estatura, tra
povo, em cujo bom-senso "encontra-
Com extrema habirdade, Hamilton, aliás em harmonia com a tendênc"a do chefe do govérno para defender a
decretado e merecer o tratamento de inimigo quem os recusasse ou tentasse desmoralizá-los.
Com essa baixa milhares de famí
lias ficaram arruinadas, a ponto de ura economista da época escrever què "as devastações do inimigo causaram me nos prejuízos que a moeda continen
ral. E o plano é naturalmente propi
tal, instrumento de injustiça e corrtipção que poluiu a eqüidade das nossas leis, a justiça, a agricultura, enervou
ciado pela situação financeira do país,
os negócios e até destruiu a morali
situação que urge corrigir antes que atinja um grau de precariedade fu nesto para os destinos nacionais.
dade".
união, manobra por forma a empres tar maior prestígio ao executivo fede
Reconhecem-se nesse quadro sinistro os eternos malefícios da inflação, a
Digesto Econômico
154
Digesto Econômico
155
"currency", explicando que "num país
as fontes de produção. Em suma, se adotarmos uma tradução um pouco li
praga legada pelas guerras, após a qual se debatem em angústias as clas ses sacrificadas pela moeda vil, ao la do dos aproveitadores injustamente
vêrno federal a exclusividade de cunhar
enriquecidos pelo deslocamento dos
cláusulas do pacto federal ditadas pela
bens.
ver, transferências de títulos da dívi
necessidade de amparar a União, Ha milton lançou-se ao empreendimento capital de sua obra política, que foi a
da pública eqüivaliam a pagamentos
queza nacional". A subscrição para "o Banco dos Estados Unidos" foi aberta em 1791, com ações de 400 dó lares, sendo vedado subscrever mais
em espécie. Outras considerações adu zia Hamilton, expendendo teorias de
ouro e prata e o restante em títulos
Em março de 1781 esse dinheiro dei xou de circular, quando caíra no vór tice de uma depreciação praticamente ilimitada e se trocava por moeda metá
lica na proporção de 40Ò c mesmo 1.000 por um. Semelhante queda teve que ser
remediada
drástica-
mente. Robert Morris, de legado da Pensilvânia no
composta
para fortalecer
um Banco Nacional, ao
e.xprime os inte
resses comuns e não pa ra repartir sacrifícios de
mesmo passo que Was
hington se convenceu da contrair
um empréstimo na Euro pa. Em janeiro de 1782 começou a funcionar o Banco de Norte Améri
Mais do que num Estado unitário, as boas finanças condicionam a paz interna e o bom equi-
uma associação instituída
ças, propôs o plano de
de
nacionais.
ção
perintendente das Finan
necessidade
restauração das finanças e do crédito
líbrio social num Estafederativo. Uma na
Congresso, nomeado Su
I
moeda c regulamentar o padrão e o
valor do dinheiro circulante no país. Apoiado nesta e naigumas outras
y
ca, tendo Morris subs crito uma parte do ca
pital e auxiliado o goí^êrno, que se tornou o primeiro acionista depois de uma fragata trazer da
Europa a quantia de 470
exatidão muito contestável, porém com o louvável objetivo de estimular
as atividades econômicas e fomentar a distribuição do cTédito a taxas multo módicas. Uma parte muito desenvolvida do
relatório era consagrada à criação de uiti Banco Nacional, órgão sabiamen te ideado para fundamentar o prograjna financeiro. Acerca dêsse estabelecimento e da
de 1.000 ações, pagáveis um quarto em da divida pública vencendo juros de 6%. Em duas horas foi coberto o ca pital de 10 milhões de dólares. O Ban co preenchia todas as funções do Te souro e de Caixa do govêrno, e ser via de repartição pagadora e arrecadadora. Negociava os empréstimos do Estado e seus bilhetes tinham de ser aceitos como moeda corrente. Anual mente os diretores deviam apresentar um relatório ao govêrno federal.
Em correlação com esse plano de incontestável valor técnico e pelo qual
dom
já se pode ajuizar da lucidez e dos
subsistiria
propagados com relação ao ctéditn.
dotes administrativos de Hamilton, o
te pela coesão de uma
Achava êle que òs bancos promoviam
boa estrutura econômica
o aumento do capital ativo ou produ
Secretário do Tesouro feriu outra questão de suma importância para os
e financeira.
tivo do país, porque podiam fazer cir
créditos da União.
Em
principalmen
agosto
atividade bancária era geral, formu certos princípios recentemente
de
1790
cular quantia bem superior ao seu
A dívida pública, entregue aos res
para
ser
capital em espécies metálicas, devido
apresentado em dezembro
à confiança dos portadores nas notas emitidas. Além disso, a cada emprés
pectivos Estados, corria o risco de operações diversas e fracionárias.
preparou
êle,
ao Congresso, um relató rio em que se apurou mi nuciosamente a dívida te
tal dos Estados Unidos,
que subia a ? 51,854.464, dos quais mais de 10 milhões representavam a dívida externa, vencendo juros de 4 e 5% e com mais de 1.640.000 dólares de juros atra
1784 e 85, os negócios do Banco, de sorte que éle foi reincorporado por mais 14 anos, a despeito da oposição
sados ; e 27.383.918 dólares correspon diam à dívida doméstica, com juros de
encontrada. Tão clamorosamente res
6% e atrasados de mais de 13 milhões.
saltaram os contratempos e as vicissi-
dos os propósitos da moeda". A seu
vre, os bancos eram as "amas da ri
lou Hamilton comentários em acórdo
dos empréstimos colocados na Fran
Prosperaram, ?m
tável confiança, responde a quase to
siguais. Hamilton deu-se bem conta de que a união
mil dólares, remessa parcial de um
ça e na Holanda.
em que a dívida nacional é apropriada mente consolidada e objeto do indubi-
O Secretário do Tesouro propôs vá
tudes Causados pelo papel provincial e
rios planos para donsolidar e liquidar
continental, que os constituintes de 1787
essa dívida e alegou que os fundos pú
sentiam-se obrigados a conferir ao go-
blicos eram uma. verdadeira moeda ou
meio de um simples cheque. Dessa for
Hamilton, imediatamente, insistiu pa ra que todos os títulos fòssem resga tados ao par, não obstante a depre^ciação que haviam sofrido e a circuns tância de se acharem em mãos de es peculadores, beneficiários de uma bai
ma, o cTédíto circulante perfazia to
xa enorme cujo prejuízo recaíra so
das as funções da moeda, sem movi
bre os tomadores iniciais. Essa idéia
timo concedido correspondia um cré
dito aberto nos livros dos bancos, pa-
gável à vista, em notas ou em curo, ou
preferivelmente
transferido
por
despertou encarniçada oposição, cm
mentar numerário. bancos "nurseries of nat'onal Weal-
virtude de v.vr enriquecer pessoas que haviam adquirido os certificados por
th", facultavam a mobilização do di nheiro disponível e destarte incremen.
ta de protestos ergueu-se contra o au
tavam o comércio, a indústria e todas
tor da idéia, e chegaram a insinuar
Concluía
Hamilton
que sendo os
cotações irrisórias. Uma onda violen
Digesto Econômico
154
Digesto Econômico
155
"currency", explicando que "num país
as fontes de produção. Em suma, se adotarmos uma tradução um pouco li
praga legada pelas guerras, após a qual se debatem em angústias as clas ses sacrificadas pela moeda vil, ao la do dos aproveitadores injustamente
vêrno federal a exclusividade de cunhar
enriquecidos pelo deslocamento dos
cláusulas do pacto federal ditadas pela
bens.
ver, transferências de títulos da dívi
necessidade de amparar a União, Ha milton lançou-se ao empreendimento capital de sua obra política, que foi a
da pública eqüivaliam a pagamentos
queza nacional". A subscrição para "o Banco dos Estados Unidos" foi aberta em 1791, com ações de 400 dó lares, sendo vedado subscrever mais
em espécie. Outras considerações adu zia Hamilton, expendendo teorias de
ouro e prata e o restante em títulos
Em março de 1781 esse dinheiro dei xou de circular, quando caíra no vór tice de uma depreciação praticamente ilimitada e se trocava por moeda metá
lica na proporção de 40Ò c mesmo 1.000 por um. Semelhante queda teve que ser
remediada
drástica-
mente. Robert Morris, de legado da Pensilvânia no
composta
para fortalecer
um Banco Nacional, ao
e.xprime os inte
resses comuns e não pa ra repartir sacrifícios de
mesmo passo que Was
hington se convenceu da contrair
um empréstimo na Euro pa. Em janeiro de 1782 começou a funcionar o Banco de Norte Améri
Mais do que num Estado unitário, as boas finanças condicionam a paz interna e o bom equi-
uma associação instituída
ças, propôs o plano de
de
nacionais.
ção
perintendente das Finan
necessidade
restauração das finanças e do crédito
líbrio social num Estafederativo. Uma na
Congresso, nomeado Su
I
moeda c regulamentar o padrão e o
valor do dinheiro circulante no país. Apoiado nesta e naigumas outras
y
ca, tendo Morris subs crito uma parte do ca
pital e auxiliado o goí^êrno, que se tornou o primeiro acionista depois de uma fragata trazer da
Europa a quantia de 470
exatidão muito contestável, porém com o louvável objetivo de estimular
as atividades econômicas e fomentar a distribuição do cTédito a taxas multo módicas. Uma parte muito desenvolvida do
relatório era consagrada à criação de uiti Banco Nacional, órgão sabiamen te ideado para fundamentar o prograjna financeiro. Acerca dêsse estabelecimento e da
de 1.000 ações, pagáveis um quarto em da divida pública vencendo juros de 6%. Em duas horas foi coberto o ca pital de 10 milhões de dólares. O Ban co preenchia todas as funções do Te souro e de Caixa do govêrno, e ser via de repartição pagadora e arrecadadora. Negociava os empréstimos do Estado e seus bilhetes tinham de ser aceitos como moeda corrente. Anual mente os diretores deviam apresentar um relatório ao govêrno federal.
Em correlação com esse plano de incontestável valor técnico e pelo qual
dom
já se pode ajuizar da lucidez e dos
subsistiria
propagados com relação ao ctéditn.
dotes administrativos de Hamilton, o
te pela coesão de uma
Achava êle que òs bancos promoviam
boa estrutura econômica
o aumento do capital ativo ou produ
Secretário do Tesouro feriu outra questão de suma importância para os
e financeira.
tivo do país, porque podiam fazer cir
créditos da União.
Em
principalmen
agosto
atividade bancária era geral, formu certos princípios recentemente
de
1790
cular quantia bem superior ao seu
A dívida pública, entregue aos res
para
ser
capital em espécies metálicas, devido
apresentado em dezembro
à confiança dos portadores nas notas emitidas. Além disso, a cada emprés
pectivos Estados, corria o risco de operações diversas e fracionárias.
preparou
êle,
ao Congresso, um relató rio em que se apurou mi nuciosamente a dívida te
tal dos Estados Unidos,
que subia a ? 51,854.464, dos quais mais de 10 milhões representavam a dívida externa, vencendo juros de 4 e 5% e com mais de 1.640.000 dólares de juros atra
1784 e 85, os negócios do Banco, de sorte que éle foi reincorporado por mais 14 anos, a despeito da oposição
sados ; e 27.383.918 dólares correspon diam à dívida doméstica, com juros de
encontrada. Tão clamorosamente res
6% e atrasados de mais de 13 milhões.
saltaram os contratempos e as vicissi-
dos os propósitos da moeda". A seu
vre, os bancos eram as "amas da ri
lou Hamilton comentários em acórdo
dos empréstimos colocados na Fran
Prosperaram, ?m
tável confiança, responde a quase to
siguais. Hamilton deu-se bem conta de que a união
mil dólares, remessa parcial de um
ça e na Holanda.
em que a dívida nacional é apropriada mente consolidada e objeto do indubi-
O Secretário do Tesouro propôs vá
tudes Causados pelo papel provincial e
rios planos para donsolidar e liquidar
continental, que os constituintes de 1787
essa dívida e alegou que os fundos pú
sentiam-se obrigados a conferir ao go-
blicos eram uma. verdadeira moeda ou
meio de um simples cheque. Dessa for
Hamilton, imediatamente, insistiu pa ra que todos os títulos fòssem resga tados ao par, não obstante a depre^ciação que haviam sofrido e a circuns tância de se acharem em mãos de es peculadores, beneficiários de uma bai
ma, o cTédíto circulante perfazia to
xa enorme cujo prejuízo recaíra so
das as funções da moeda, sem movi
bre os tomadores iniciais. Essa idéia
timo concedido correspondia um cré
dito aberto nos livros dos bancos, pa-
gável à vista, em notas ou em curo, ou
preferivelmente
transferido
por
despertou encarniçada oposição, cm
mentar numerário. bancos "nurseries of nat'onal Weal-
virtude de v.vr enriquecer pessoas que haviam adquirido os certificados por
th", facultavam a mobilização do di nheiro disponível e destarte incremen.
ta de protestos ergueu-se contra o au
tavam o comércio, a indústria e todas
tor da idéia, e chegaram a insinuar
Concluía
Hamilton
que sendo os
cotações irrisórias. Uma onda violen
I
c[uc Hamilton se mancomunara com
grimista frente ao rude gladiador Jef
especuladores de antemão prevenidos,
ferson, em tôrno de quem se agrcmia-
^vi^^iccerajii outras propostas para ressalvar os prejuízos dos portadores
va uma oposição bem arregimentada e prestes a investir contra o grupo que increpava de sentimentos c propósitos
originárioS} mas Hamilton sustentou com firmeza a opinião que emitira e declarou que "a boa-fé dos Estados Unidos estava empenhada". O resgate
pelo valor nominal somente podia im pedir de vender, de futuro, as obriga ções do governo com perdas. E, sem dúvida, tal propoàta concor reu para prestigiar a palavra e a re
putação de um país novo. A Repúbli
ca americana nascida sob o signo da
probidade e do respeito aos compro missos assumidos, conceito que ele-
^ varia para sempre internacionalmen-
^ te o nome dos Estados Unidos e os
^ faria considerar como detentores de .um crédito inabalável. Não se conce be melhor sustentáculo para a fama da União federal, depois de reinarem tantos equívocos com referência à ca
pacidade de a antiga Confederação solver suas dívidas e alçar-se ao ní vel de uma entidade plenamente me recedora de crédito. I
Essas iniciativas, tanto a do Banco Nacional como a do resgate dos títu
vantar-se".
I'.
i
cadáver do crédito público e fê-lo le
Outros valiosos serviços foram igual
grande custo o Congresso votou
mente prestados, nessa fase inicial da
os projetos c deu a vitória ao ponto de vista dos íederalistas.
república americana, pelos estadistas
Não menos energia foi necessária
para criar novos impostos e aumen tar as tarifas aduaneiras, numa por centagem
pequena, mas que
marcou
obedientes à concepção fedcralista e à liderança de Hamilton. Quando, em 1793, a guerra estourou entre a Fran ça revolucionária e praticamente tôda a Europa monarqiiista. a Convençãr', lembrou aos Estados Unidos as cláu
interdependência econômica c finan ceira. Por isso, propôs a encampa
turas nacionais, em colisão com os de
sulas do tratado de aliança, segundo o
ção de tóda a dívida nacional pela
sejos da agricultura sulista. Para resgatar a dívida e pagar-lhe
União, atendendo a que as dívidas pe
os juros, viu-se o governo coagido a
la defesa comum deviam ser pagas pe lo Tesouro comum. Responsável pelos débitos de todos os listados, o gover
decretar impostos extremamente im
trar de maneira palpável uma das
no nacional ensinaria ao.s credores a
prerrogativas do poder federal.
existência da nação americana c de um
A taxa de 25 cents por galão de "whisky", pessimamente recebida pe
.poder político "uno". Ao mesmo tem
po, conseguiria taxas de juros unifor mes e outros fatòres dc confiança. A sensatez evidente dessas propostas
e os benefícios que elas trariam à co
populares, embora servissem para mos
los produtores de cevada o os lavrado res em .geral, começou por motivar
simples repulsa e agressões contra os agentes do fisco o depois quase sc
munidade americana não apareceram,
transformou em
entretanto, sob ésse aspecto otimista aos olhos dos adversários políticos. .\
grandes núcleos agrícolas. Hamilton propôs ao governo tomar a chefia das
sem uma tenaz obstrução da política.
a críticas ,de uma terrível aspercza.
,
Os primeiros a impugnar semelhantes
Examinada e esmiuçada pelo lado da
!
medidas foram os republicanos, adep
constitucionalidade, a lei foi apontada como tentativa de criar um monopó lio ilegítimo e um instrumento de ti rania, copiado de modelos britânicos, e
rios federabstas. Acusaram-nos de fa vorecer os ricos e de preparar o ter-
eivado dõs mesmos ressaibos de opres
I
reno para a classe mercantil dos Ès-
são. Nas reuniões do ministério, mes
(
tados do norte^ e P^ra uma oligarquia
mo na presença de Georges Washing
;
povo, o que exasperou um dia Ha milton e fê-lo exclamar: "Seu povo é
o inicio do protecionismo às manufa
instituição do Banco Nacional foi sub metida, na imprensa e no Parlamento,
de "esquadrão corrupto" os partidá
recursos nacionais e uma fonte abun dante jorrou; tocou de suas mãos o
federativos a solidariedade firmada na
los da dív;da pública, não vingaram
tos de Thomas Jefferson. Tacharam
poderes para criar aquela corporação. Trazia sempre à baila os direitos do
uma bésta .
monarquistas.
DÍs|)osto a defender até o fim a causa da União, Hamilton replicou a todos esses ataques com medidas ain da mais audaciosas. Compreendeu quanto influiria no vigor dos laços
157
Dicesto Econômico
DlCliSTO Econüsucu
156
revolta aberta dc
qual ao menos os portos americanos
deviam ser cedidos para a guerra na val contra a Inglaterra. Um cid.adão Genêt, emis.sário espe cial da Convenção, desembarcou em Charleston e, um tanto dud^c pela:> demonstrações generosas do povo ame ricano, entendeu que podia fazer intri gas e dcsrespeTar o govêrno junto ao qual estava credenciado. Essa atitude fêz-lhe perder as próprhas s'mpat'as dos republicanos partidários da gu"i*ra contra a Inglaterra e deu força à política realista e de neutralidade "n-
trans''gentemente defend"da por Geor ges Washington.
forças destacadas para debelar a in
Quando, entretanto, o govêrno en-
surreição. Com muita prudência e ape lando para todos os meios de persua
tabulou negociações com a Inglaterra e aceitou os termos de um acordo que a opinião americana reputou ofensivo ao aiiior-própriò nacional, porque não
são, o govêrrio dispersou os Ijandos armados c impôs o respeito da lei. fe deral, provando assim o prestígio c a autoridade da união. Diante do êxito incontestável dêsse
programa administrativo, os federalistas podem passar pelos consolidado-
de financistas e jogadores de bôlsa.
ton, as discussões refletiam a tensão
Hamilton, combativo e dinâmico, pe
dos espíritos. Jefferson pendia para a
lejou com" tenacidade em prol de seus projetos. Combatia como um fino cs-
interpretação extrita da Constituição
res da unidade americana, e Hamil ton por um dos seus mais eficientes artífices. Dêle dirá Webster com to
e opinava que o Congresso não tinha
da a justiça: "Êle feriu a rocha dos
oln=vera á cesc;ação -do b!of[ueio britâ nico contra a navegação "yank---" verificou-se uma queda '"mpress-onante da popularidade de Georges Was hington e de Hamilton. O chefe govêrno foi invectivado na imprensa, muitos próderes íederalistas tratados de vendidos e Hamilton, na própria ci dade de Nova York, em que desfruta-
I
c[uc Hamilton se mancomunara com
grimista frente ao rude gladiador Jef
especuladores de antemão prevenidos,
ferson, em tôrno de quem se agrcmia-
^vi^^iccerajii outras propostas para ressalvar os prejuízos dos portadores
va uma oposição bem arregimentada e prestes a investir contra o grupo que increpava de sentimentos c propósitos
originárioS} mas Hamilton sustentou com firmeza a opinião que emitira e declarou que "a boa-fé dos Estados Unidos estava empenhada". O resgate
pelo valor nominal somente podia im pedir de vender, de futuro, as obriga ções do governo com perdas. E, sem dúvida, tal propoàta concor reu para prestigiar a palavra e a re
putação de um país novo. A Repúbli
ca americana nascida sob o signo da
probidade e do respeito aos compro missos assumidos, conceito que ele-
^ varia para sempre internacionalmen-
^ te o nome dos Estados Unidos e os
^ faria considerar como detentores de .um crédito inabalável. Não se conce be melhor sustentáculo para a fama da União federal, depois de reinarem tantos equívocos com referência à ca
pacidade de a antiga Confederação solver suas dívidas e alçar-se ao ní vel de uma entidade plenamente me recedora de crédito. I
Essas iniciativas, tanto a do Banco Nacional como a do resgate dos títu
vantar-se".
I'.
i
cadáver do crédito público e fê-lo le
Outros valiosos serviços foram igual
grande custo o Congresso votou
mente prestados, nessa fase inicial da
os projetos c deu a vitória ao ponto de vista dos íederalistas.
república americana, pelos estadistas
Não menos energia foi necessária
para criar novos impostos e aumen tar as tarifas aduaneiras, numa por centagem
pequena, mas que
marcou
obedientes à concepção fedcralista e à liderança de Hamilton. Quando, em 1793, a guerra estourou entre a Fran ça revolucionária e praticamente tôda a Europa monarqiiista. a Convençãr', lembrou aos Estados Unidos as cláu
interdependência econômica c finan ceira. Por isso, propôs a encampa
turas nacionais, em colisão com os de
sulas do tratado de aliança, segundo o
ção de tóda a dívida nacional pela
sejos da agricultura sulista. Para resgatar a dívida e pagar-lhe
União, atendendo a que as dívidas pe
os juros, viu-se o governo coagido a
la defesa comum deviam ser pagas pe lo Tesouro comum. Responsável pelos débitos de todos os listados, o gover
decretar impostos extremamente im
trar de maneira palpável uma das
no nacional ensinaria ao.s credores a
prerrogativas do poder federal.
existência da nação americana c de um
A taxa de 25 cents por galão de "whisky", pessimamente recebida pe
.poder político "uno". Ao mesmo tem
po, conseguiria taxas de juros unifor mes e outros fatòres dc confiança. A sensatez evidente dessas propostas
e os benefícios que elas trariam à co
populares, embora servissem para mos
los produtores de cevada o os lavrado res em .geral, começou por motivar
simples repulsa e agressões contra os agentes do fisco o depois quase sc
munidade americana não apareceram,
transformou em
entretanto, sob ésse aspecto otimista aos olhos dos adversários políticos. .\
grandes núcleos agrícolas. Hamilton propôs ao governo tomar a chefia das
sem uma tenaz obstrução da política.
a críticas ,de uma terrível aspercza.
,
Os primeiros a impugnar semelhantes
Examinada e esmiuçada pelo lado da
!
medidas foram os republicanos, adep
constitucionalidade, a lei foi apontada como tentativa de criar um monopó lio ilegítimo e um instrumento de ti rania, copiado de modelos britânicos, e
rios federabstas. Acusaram-nos de fa vorecer os ricos e de preparar o ter-
eivado dõs mesmos ressaibos de opres
I
reno para a classe mercantil dos Ès-
são. Nas reuniões do ministério, mes
(
tados do norte^ e P^ra uma oligarquia
mo na presença de Georges Washing
;
povo, o que exasperou um dia Ha milton e fê-lo exclamar: "Seu povo é
o inicio do protecionismo às manufa
instituição do Banco Nacional foi sub metida, na imprensa e no Parlamento,
de "esquadrão corrupto" os partidá
recursos nacionais e uma fonte abun dante jorrou; tocou de suas mãos o
federativos a solidariedade firmada na
los da dív;da pública, não vingaram
tos de Thomas Jefferson. Tacharam
poderes para criar aquela corporação. Trazia sempre à baila os direitos do
uma bésta .
monarquistas.
DÍs|)osto a defender até o fim a causa da União, Hamilton replicou a todos esses ataques com medidas ain da mais audaciosas. Compreendeu quanto influiria no vigor dos laços
157
Dicesto Econômico
DlCliSTO Econüsucu
156
revolta aberta dc
qual ao menos os portos americanos
deviam ser cedidos para a guerra na val contra a Inglaterra. Um cid.adão Genêt, emis.sário espe cial da Convenção, desembarcou em Charleston e, um tanto dud^c pela:> demonstrações generosas do povo ame ricano, entendeu que podia fazer intri gas e dcsrespeTar o govêrno junto ao qual estava credenciado. Essa atitude fêz-lhe perder as próprhas s'mpat'as dos republicanos partidários da gu"i*ra contra a Inglaterra e deu força à política realista e de neutralidade "n-
trans''gentemente defend"da por Geor ges Washington.
forças destacadas para debelar a in
Quando, entretanto, o govêrno en-
surreição. Com muita prudência e ape lando para todos os meios de persua
tabulou negociações com a Inglaterra e aceitou os termos de um acordo que a opinião americana reputou ofensivo ao aiiior-própriò nacional, porque não
são, o govêrrio dispersou os Ijandos armados c impôs o respeito da lei. fe deral, provando assim o prestígio c a autoridade da união. Diante do êxito incontestável dêsse
programa administrativo, os federalistas podem passar pelos consolidado-
de financistas e jogadores de bôlsa.
ton, as discussões refletiam a tensão
Hamilton, combativo e dinâmico, pe
dos espíritos. Jefferson pendia para a
lejou com" tenacidade em prol de seus projetos. Combatia como um fino cs-
interpretação extrita da Constituição
res da unidade americana, e Hamil ton por um dos seus mais eficientes artífices. Dêle dirá Webster com to
e opinava que o Congresso não tinha
da a justiça: "Êle feriu a rocha dos
oln=vera á cesc;ação -do b!of[ueio britâ nico contra a navegação "yank---" verificou-se uma queda '"mpress-onante da popularidade de Georges Was hington e de Hamilton. O chefe govêrno foi invectivado na imprensa, muitos próderes íederalistas tratados de vendidos e Hamilton, na própria ci dade de Nova York, em que desfruta-
-iV^r-TTr^?r^
Dicesto Eco^•6^0G0
158
va os favores de uma predileção csoecial, por poueo foi lapidado ao tentar defender o tratado negociado por John
Jay e considerado pelos nacionalistas como um ato de traição c servilismo. Não tardaram, contudo, em mudar os ventos da opinião pública, ao serem
Digesto Econômico
159
com os ditames da democracia", dis
cinar o povo, que c ctédulo e necessi
mcntos internos do partido federalis-
ta de mestre resoluto".
ta, fizeram a balança das eleições se
No transcurso dos dois governos de
guintes pender para os republicanos e
se mais ou menos Hamilton, proferin do tais palavras com a sinceridade do
Georgcs Washington dominou a polí
deram a vitória a Thomas Jefferson
cxladão que denunçia um perigo imi
tica ícderalista, c fòrça é reconhecer
para
a presidência da República.
nente aos seus conterrâneos. Essa co
que, por meio da restauração das fi
Nesse píoito, cm que um número
ragem cívica fêz transbordar a taç.t.
nanças e do plano fiscal levado a efei
Burr, tão audacioso nas manobras po
to, muito contribuiu ela para cimen
igual de votos sufragou os nomes de Jefferson e Aaron Burr, Hamilton,
membros do governo francês do Dire
tar a união americana. Píamilton, nes
j,as discussões travadas no Congresso
líticas quanto frio e calculado nos odios e rancores que nutria, atirou-se
tório. Êsse governo de indivíduos cor ruptos e emergidos da pior vasa revo
se período, executou uma obra técni
lucionária, além de se mostrar aos re presentantes americanos como apo
dista. Chegou a "tombar" o seu emi
os Estados Unidos destratados pelos
para resolver o caso, deu um parecer
ao recurso das aves de presa. Desa
jTiagnífico em favor de seu adversá rio, contribuindo para escolher, como éle disse, um homem de valor e so bretudo honesto. Aaron Burr, exemplar de politiquei ro astucioso e cheio de audácia, ao mesmo tempo que de uma ambição ilimitada e sem escrúpulos, não lhe
fiou para um duelo o seu elegante
abnegação. No govêrno de John Adams, qu<5
perdoou êsse gesto.
testa de seus comandados para tomar
tomou posse em 1797, os fedcralistas
degraus da carreira política a qual quer preço, olham como inimigos má ximos os homens honestos aos quais a consciência proíbe transigir com os acordos e arranjos em que se põe de lado a moral e a ética. Aaron Burr aissinalou Hamilton como a barreira
ca e social, digna de um grande esta nente adversário Jefferson e pcrniH-
drecido e venal, mandou hostilizar a
neceu na Secretaria do Tesouro até
navegação comercial dos Estados Uni
1795, ano em que pediu demissão, de
dos, o que ameaçou desencadear ofi cialmente a guerra e determinou uma
série de encontros navais. Agitado no vamente o espírito nacional, efetua
ram-se os preparativos da luta e o go
verno de John Adams ia entregar o comando das forças a Georgcs Was hington, secundado por Hamilton e John Knox.
Em fevereiro de 1801 firmou-se po rém a paz, em seguida a satisfatórias conversas com Bonaparte, Primeiro Cônsul.
Na política internacional vemos, por tanto, que Hamilton, sempre em an tagonismo com os republicanos e com Jefferson, pendeu para a Inglaterra e se mostrou infenso à França, cujas idéias adiantadas êle execrava, por lhe parecerem expansões da demagogia e a supremacia de massas inadaptáveis
clarando altivamente aos que o acusa vam que Se retirava pobre do gover
no ao qual se devotara Com a máxima
perderam terreno em conseqüência de aplicarem em excesso a parte autori tária de sua doutrina. Irritados com ^
oposição
republicana,
promulgaram
leis atentatórias aos postulados
rais, como a "Lei de Sedição" e a de "Naturalização", e de certa forma chegaram a ferir direitos, como o de livre pensamento, estatuídos de manei ra inviolável na Constituição. Êsses abusos provocaram violenta reação ®
despertaram
a
fibra
combativa de
Jefferson.
O gladiador liberal movimentou di versas correntes contra essas alarman
aos princípios de uma sã democracia.
tes infrações ao estatuto supremo do
Eram decididamente inconciliáveis e::sas tendências com a ortodoxia liberal
país e acentuou que os Estados não estavam unidos na base de uma sub
de Jefferson. O grande vifginiano aíir-
missão ilimitada ao govêrno geral, tan
mava convencidamente que o "bom-
to assim que se reservavam julgar as
.senso do povo era o melhor dos exér citos" e Hamilton, com igual energia, declarava que "o govêrno deve patro-
violações cometidas Contra o pacto fe derativo.
•
•
■
Tais erros, e mais os desentendi-
Os arrivistas, dispostos a galgar os
contender.
Hamilton recebeu com sorriso o de safio. Não era coragem que faltava a quem tantas vezes expusera com de-
sassombro a vida na guerra da inde pendência. O antigo colaborador de
Georges Washington sabia carregar à de assalto os redutos britânxôs.
Era o mesmo valente oficial que co-
ijiunicara à jovem esposa os perigos sofridos na refrega e os olhava d'alto, seguro do cavalheirismo com que en frentava o inimigo.
Realizou-se o duelo, de madrmgada, nas margens do rio Hudson, em ter
que ,se fazia mister transpor. Chega
ritório de New-Jersey. E o nobre pa
ra com ímpeto às portas da Casa Bran ca e sofrerá inesperadamente a opo sição de um líder prestigioso, que o desmascarara ante a opinião pública.
ladino que saíra de casa, ante-manhã, sem mesmo avisar a espòsa da missão
que ia atender, caiu varado pela pri meira bala do adversário.
Determinado a prosseguir na sua
Hamilton nem fizera pontaria. Re-
marcha para altos . cargos^ Burr se,
putaya aquela forma de lavar a hon-
apresentou alguns tèmpòs;, depois a g6\[ tà Ó^meio de "práticaf um assassina vernança do Estado de Nová Yofk. É" to ao" abrigo da lei. talvez atingisse o seu esCôpo se, de Quando Nova York, às primeiras ho novo, Hamilton não lhe travasse os ras dêsse dia 11 de julho de 1804, sou passos, declarando francamente não be do encontro e do resultado da vin sfer admissível que um político daque gança de Burr, explodiu o sentimento la escola e daquela índole subisse ao público em manifestações de pesar e cargo supremo de um Estado. "Não de revolta. Hamilton, o filho dileto pode ser governador quem nutre pro pósitos suspeitos e não se conforma
da grande cidade; Ha.milton, o tribu
no fascinante; Hamilton, o impertér-
-iV^r-TTr^?r^
Dicesto Eco^•6^0G0
158
va os favores de uma predileção csoecial, por poueo foi lapidado ao tentar defender o tratado negociado por John
Jay e considerado pelos nacionalistas como um ato de traição c servilismo. Não tardaram, contudo, em mudar os ventos da opinião pública, ao serem
Digesto Econômico
159
com os ditames da democracia", dis
cinar o povo, que c ctédulo e necessi
mcntos internos do partido federalis-
ta de mestre resoluto".
ta, fizeram a balança das eleições se
No transcurso dos dois governos de
guintes pender para os republicanos e
se mais ou menos Hamilton, proferin do tais palavras com a sinceridade do
Georgcs Washington dominou a polí
deram a vitória a Thomas Jefferson
cxladão que denunçia um perigo imi
tica ícderalista, c fòrça é reconhecer
para
a presidência da República.
nente aos seus conterrâneos. Essa co
que, por meio da restauração das fi
Nesse píoito, cm que um número
ragem cívica fêz transbordar a taç.t.
nanças e do plano fiscal levado a efei
Burr, tão audacioso nas manobras po
to, muito contribuiu ela para cimen
igual de votos sufragou os nomes de Jefferson e Aaron Burr, Hamilton,
membros do governo francês do Dire
tar a união americana. Píamilton, nes
j,as discussões travadas no Congresso
líticas quanto frio e calculado nos odios e rancores que nutria, atirou-se
tório. Êsse governo de indivíduos cor ruptos e emergidos da pior vasa revo
se período, executou uma obra técni
lucionária, além de se mostrar aos re presentantes americanos como apo
dista. Chegou a "tombar" o seu emi
os Estados Unidos destratados pelos
para resolver o caso, deu um parecer
ao recurso das aves de presa. Desa
jTiagnífico em favor de seu adversá rio, contribuindo para escolher, como éle disse, um homem de valor e so bretudo honesto. Aaron Burr, exemplar de politiquei ro astucioso e cheio de audácia, ao mesmo tempo que de uma ambição ilimitada e sem escrúpulos, não lhe
fiou para um duelo o seu elegante
abnegação. No govêrno de John Adams, qu<5
perdoou êsse gesto.
testa de seus comandados para tomar
tomou posse em 1797, os fedcralistas
degraus da carreira política a qual quer preço, olham como inimigos má ximos os homens honestos aos quais a consciência proíbe transigir com os acordos e arranjos em que se põe de lado a moral e a ética. Aaron Burr aissinalou Hamilton como a barreira
ca e social, digna de um grande esta nente adversário Jefferson e pcrniH-
drecido e venal, mandou hostilizar a
neceu na Secretaria do Tesouro até
navegação comercial dos Estados Uni
1795, ano em que pediu demissão, de
dos, o que ameaçou desencadear ofi cialmente a guerra e determinou uma
série de encontros navais. Agitado no vamente o espírito nacional, efetua
ram-se os preparativos da luta e o go
verno de John Adams ia entregar o comando das forças a Georgcs Was hington, secundado por Hamilton e John Knox.
Em fevereiro de 1801 firmou-se po rém a paz, em seguida a satisfatórias conversas com Bonaparte, Primeiro Cônsul.
Na política internacional vemos, por tanto, que Hamilton, sempre em an tagonismo com os republicanos e com Jefferson, pendeu para a Inglaterra e se mostrou infenso à França, cujas idéias adiantadas êle execrava, por lhe parecerem expansões da demagogia e a supremacia de massas inadaptáveis
clarando altivamente aos que o acusa vam que Se retirava pobre do gover
no ao qual se devotara Com a máxima
perderam terreno em conseqüência de aplicarem em excesso a parte autori tária de sua doutrina. Irritados com ^
oposição
republicana,
promulgaram
leis atentatórias aos postulados
rais, como a "Lei de Sedição" e a de "Naturalização", e de certa forma chegaram a ferir direitos, como o de livre pensamento, estatuídos de manei ra inviolável na Constituição. Êsses abusos provocaram violenta reação ®
despertaram
a
fibra
combativa de
Jefferson.
O gladiador liberal movimentou di versas correntes contra essas alarman
aos princípios de uma sã democracia.
tes infrações ao estatuto supremo do
Eram decididamente inconciliáveis e::sas tendências com a ortodoxia liberal
país e acentuou que os Estados não estavam unidos na base de uma sub
de Jefferson. O grande vifginiano aíir-
missão ilimitada ao govêrno geral, tan
mava convencidamente que o "bom-
to assim que se reservavam julgar as
.senso do povo era o melhor dos exér citos" e Hamilton, com igual energia, declarava que "o govêrno deve patro-
violações cometidas Contra o pacto fe derativo.
•
•
■
Tais erros, e mais os desentendi-
Os arrivistas, dispostos a galgar os
contender.
Hamilton recebeu com sorriso o de safio. Não era coragem que faltava a quem tantas vezes expusera com de-
sassombro a vida na guerra da inde pendência. O antigo colaborador de
Georges Washington sabia carregar à de assalto os redutos britânxôs.
Era o mesmo valente oficial que co-
ijiunicara à jovem esposa os perigos sofridos na refrega e os olhava d'alto, seguro do cavalheirismo com que en frentava o inimigo.
Realizou-se o duelo, de madrmgada, nas margens do rio Hudson, em ter
que ,se fazia mister transpor. Chega
ritório de New-Jersey. E o nobre pa
ra com ímpeto às portas da Casa Bran ca e sofrerá inesperadamente a opo sição de um líder prestigioso, que o desmascarara ante a opinião pública.
ladino que saíra de casa, ante-manhã, sem mesmo avisar a espòsa da missão
que ia atender, caiu varado pela pri meira bala do adversário.
Determinado a prosseguir na sua
Hamilton nem fizera pontaria. Re-
marcha para altos . cargos^ Burr se,
putaya aquela forma de lavar a hon-
apresentou alguns tèmpòs;, depois a g6\[ tà Ó^meio de "práticaf um assassina vernança do Estado de Nová Yofk. É" to ao" abrigo da lei. talvez atingisse o seu esCôpo se, de Quando Nova York, às primeiras ho novo, Hamilton não lhe travasse os ras dêsse dia 11 de julho de 1804, sou passos, declarando francamente não be do encontro e do resultado da vin sfer admissível que um político daque gança de Burr, explodiu o sentimento la escola e daquela índole subisse ao público em manifestações de pesar e cargo supremo de um Estado. "Não de revolta. Hamilton, o filho dileto pode ser governador quem nutre pro pósitos suspeitos e não se conforma
da grande cidade; Ha.milton, o tribu
no fascinante; Hamilton, o impertér-
ITrrwí
160
1
ma de uma vindita brutal e iníqua. E
rança nas rota.", do progresso tfiate, rial, indispensável à consolidação da'
vítima de quem? De um indivíduo de.
unidade política, desde <iuc lhe dcs.;,
testado, que ocultava sob traços de
sem a base de uma boa organização*' financeira, csteatia no espírito de etnpreenclimento c iniciativa do capital. Assim agindo, demonstrava sen.>;o psi cológico c perspicácia, jjos os Esta dos Unidos não podiam permanecer agarrados às formulas da simples pros peridade agrária e ao domínio da la
cavalheiro
todas as
manhas
de
um
conspirador e <le um aventureiro de baixo estofo.
A lei, pouco depois, proibiu os due los. Quanto a Burr, carregado de dcsprézo e maldições, teve que se evadir
como um réprobo para ruminar e pre meditar a desafronta que o levaria ao
banco dos réus, acusado de inimgo público e traidor da nação. Foi a única figura que marcou a histó.-ia dos Estados Umdos com a nódoa de urii
complot" e um ensaio de caudi-
Ihismo incompatível com a mentalida de da democracia americana. As homenagens prestadas à memó ria de Alexander Hamilton tiveram o cunho de um acontecimento nacion il. Mas a gratidão que lhe tributar i*n
depois de morto não féz esquecer as lutas suportadas pelo ilustre cidadão
adotivo dos Estados Unidos, tantas ve zes acusado de fazer a política dos ri cos e de servir à casta dos financeiros do Norte.
Hamilton compreendera que a na ção avançaria com irresistível segu
voura cscravocrálfca
URGIRaM ultimamente numero.
atividade comercial, baseada no lucro e
civilização atual, levou os estu
na vantagem de bens materiais, é um estímulo continuado para a cultura de
buscar o caminho histórico do comércio. Mas, à medida que essas histórias vão
surgindo, vão-se revelando suas extensas raízes, penetradas em todos os grandes e fundamentais interesses da humanida de. E, por isso mesmo, já se pode per
feitamente considerar o comércio como uma fôrça impulsionadora da história e não seria difícil expor-se uma interpretpNós sabemos que a interpretação eco
a "flor exótica", nascida nas .Anti-
nômica da história é a idéia dominante do século XX. Com ela, ingressamos em
Ihas, vicejou no clima do Norte c de
fendeu Gpm raro entusiasmo a unidade
pleno economismo. Com essa interpre
americana, o que vale dizer a própria
tação, houve uma inegável mudança na
existência dos Estados Unidos. O ci
procedeu,
nos de nascimento.
samente nos acontecimentos da
ção comercial da história.
sas crises passageiras do desânimo e
■i-
maneira de se colocarem os valores cul turais. O material econômico foi visto em tudo. No gesto mais inocente ou no
pensamento mais desinteressado. Marx, com o seu gênio, parecia ter descoberto o mecanismo da história, iluminando os escuros do destinol
Ê que Marx, procurando ver o mundo como história, viu, antes de tudo, o comércio como o material dessa história.
"Bíisiness Week" de 14-8-48 informa que o Departamento de Agricultufo
estima a safra de algodão em 15,2 milhões de fardos, enquanto o comércio algodoei'
10 esperava um total de apenas 13,5 milhões. A produção do ano passado foi de 12 milhões de fardos, o que significa um excesso de 3 milhões. Acrescentando a esses outros 3 milhões de estoques, ter-se-ão
C milhões, ò que, diz a revista, é algodão demais nu mercado. O preço deverá ser de 31 centavos por libra, contra 38 centavos no princípio dêste ano.
porque o comércio, em verdade, é a
grande realidade histórica. E o que é mais singular e surpreendente é que a
diosos dos problemas econômicos a ir
Mas o destino propício venceu es
vel de seus sonhos e de suas utopias,
vida moderna, influindo podero
significado que ele adquiriu na
era feito para esse meio americano".
mas reservadas aos maiores america
A Interpretação Comercia] da História
Ssas Histórias do comércio. C)
Desanimado ante a oposição levan- ^ .tada contra os seus planos "c revolta- | do pelos excessos de um regionalisaio que éle atribuía á cstreitcza clc espí rito dos seus antagonistas, Hamilton chegou a d-zer com mágoa f(uc "não
sem dúvida merece as glórias supre
•n'.
•Y .t
CÂNDIDO Mota Filho
do Sul.
dadão adotivo que assim
T>.V
y
DiniúSTO Econômico
rito defensor da união, perecera víti
T-^^v^SIFl
?rr(;>r
Por certo que Marx levou a sua interpre tação ao extremo, configurando a doutri na da luta de classes, que é, em última análise, mais uma fórmula política, que deu a êle o título de "Maquiavel do proletariado!" Porém, o comércio foi o mundo visí
sinteressada.
Com êle, a riqueza se
expande, mas se expandem também a beleza e a sabedoria; fortificam-se as
nações e progridem os povos. A teoria do progresso, que ecoou com tanta simpatia no século XIX, leva-nos a concluir que o comércio, com as ambi
ções que desperta e com os planos que provoca, serve, sem reserva, às coisas
do espírito. O interêsse que o comér cio desperta não é só de ordem material.
Êste pode aguçar os apetites pecami nosos, pode, como efetivamente aconte ce, levar o homem à ex-ploraçâo do ho
mem, pode criar a filosofia da riqueza pela riqueza, estimular as vaidades cri minosas, animar cs egoísmos infecundos de certos "business raen". Mas esse é,
sem dúvida, o aspecto patológico ou residual do comércio. Sem querermos concordar em todos os seus têrmos com
a teoria de Max Weber (Gesammelte
Aufsatze zur Religionssoziologie), pode
mos apontá-la como um reconhecimento
autorizado da participação dos valores
culturais na atividade comercial, quando assinalou o reflexo do protestantismo na atividade econômica, criando até um ti-
. po de economia, que é, para o consagra do sociólogo alemão, a economia capi talista.
ITrrwí
160
1
ma de uma vindita brutal e iníqua. E
rança nas rota.", do progresso tfiate, rial, indispensável à consolidação da'
vítima de quem? De um indivíduo de.
unidade política, desde <iuc lhe dcs.;,
testado, que ocultava sob traços de
sem a base de uma boa organização*' financeira, csteatia no espírito de etnpreenclimento c iniciativa do capital. Assim agindo, demonstrava sen.>;o psi cológico c perspicácia, jjos os Esta dos Unidos não podiam permanecer agarrados às formulas da simples pros peridade agrária e ao domínio da la
cavalheiro
todas as
manhas
de
um
conspirador e <le um aventureiro de baixo estofo.
A lei, pouco depois, proibiu os due los. Quanto a Burr, carregado de dcsprézo e maldições, teve que se evadir
como um réprobo para ruminar e pre meditar a desafronta que o levaria ao
banco dos réus, acusado de inimgo público e traidor da nação. Foi a única figura que marcou a histó.-ia dos Estados Umdos com a nódoa de urii
complot" e um ensaio de caudi-
Ihismo incompatível com a mentalida de da democracia americana. As homenagens prestadas à memó ria de Alexander Hamilton tiveram o cunho de um acontecimento nacion il. Mas a gratidão que lhe tributar i*n
depois de morto não féz esquecer as lutas suportadas pelo ilustre cidadão
adotivo dos Estados Unidos, tantas ve zes acusado de fazer a política dos ri cos e de servir à casta dos financeiros do Norte.
Hamilton compreendera que a na ção avançaria com irresistível segu
voura cscravocrálfca
URGIRaM ultimamente numero.
atividade comercial, baseada no lucro e
civilização atual, levou os estu
na vantagem de bens materiais, é um estímulo continuado para a cultura de
buscar o caminho histórico do comércio. Mas, à medida que essas histórias vão
surgindo, vão-se revelando suas extensas raízes, penetradas em todos os grandes e fundamentais interesses da humanida de. E, por isso mesmo, já se pode per
feitamente considerar o comércio como uma fôrça impulsionadora da história e não seria difícil expor-se uma interpretpNós sabemos que a interpretação eco
a "flor exótica", nascida nas .Anti-
nômica da história é a idéia dominante do século XX. Com ela, ingressamos em
Ihas, vicejou no clima do Norte c de
fendeu Gpm raro entusiasmo a unidade
pleno economismo. Com essa interpre
americana, o que vale dizer a própria
tação, houve uma inegável mudança na
existência dos Estados Unidos. O ci
procedeu,
nos de nascimento.
samente nos acontecimentos da
ção comercial da história.
sas crises passageiras do desânimo e
■i-
maneira de se colocarem os valores cul turais. O material econômico foi visto em tudo. No gesto mais inocente ou no
pensamento mais desinteressado. Marx, com o seu gênio, parecia ter descoberto o mecanismo da história, iluminando os escuros do destinol
Ê que Marx, procurando ver o mundo como história, viu, antes de tudo, o comércio como o material dessa história.
"Bíisiness Week" de 14-8-48 informa que o Departamento de Agricultufo
estima a safra de algodão em 15,2 milhões de fardos, enquanto o comércio algodoei'
10 esperava um total de apenas 13,5 milhões. A produção do ano passado foi de 12 milhões de fardos, o que significa um excesso de 3 milhões. Acrescentando a esses outros 3 milhões de estoques, ter-se-ão
C milhões, ò que, diz a revista, é algodão demais nu mercado. O preço deverá ser de 31 centavos por libra, contra 38 centavos no princípio dêste ano.
porque o comércio, em verdade, é a
grande realidade histórica. E o que é mais singular e surpreendente é que a
diosos dos problemas econômicos a ir
Mas o destino propício venceu es
vel de seus sonhos e de suas utopias,
vida moderna, influindo podero
significado que ele adquiriu na
era feito para esse meio americano".
mas reservadas aos maiores america
A Interpretação Comercia] da História
Ssas Histórias do comércio. C)
Desanimado ante a oposição levan- ^ .tada contra os seus planos "c revolta- | do pelos excessos de um regionalisaio que éle atribuía á cstreitcza clc espí rito dos seus antagonistas, Hamilton chegou a d-zer com mágoa f(uc "não
sem dúvida merece as glórias supre
•n'.
•Y .t
CÂNDIDO Mota Filho
do Sul.
dadão adotivo que assim
T>.V
y
DiniúSTO Econômico
rito defensor da união, perecera víti
T-^^v^SIFl
?rr(;>r
Por certo que Marx levou a sua interpre tação ao extremo, configurando a doutri na da luta de classes, que é, em última análise, mais uma fórmula política, que deu a êle o título de "Maquiavel do proletariado!" Porém, o comércio foi o mundo visí
sinteressada.
Com êle, a riqueza se
expande, mas se expandem também a beleza e a sabedoria; fortificam-se as
nações e progridem os povos. A teoria do progresso, que ecoou com tanta simpatia no século XIX, leva-nos a concluir que o comércio, com as ambi
ções que desperta e com os planos que provoca, serve, sem reserva, às coisas
do espírito. O interêsse que o comér cio desperta não é só de ordem material.
Êste pode aguçar os apetites pecami nosos, pode, como efetivamente aconte ce, levar o homem à ex-ploraçâo do ho
mem, pode criar a filosofia da riqueza pela riqueza, estimular as vaidades cri minosas, animar cs egoísmos infecundos de certos "business raen". Mas esse é,
sem dúvida, o aspecto patológico ou residual do comércio. Sem querermos concordar em todos os seus têrmos com
a teoria de Max Weber (Gesammelte
Aufsatze zur Religionssoziologie), pode
mos apontá-la como um reconhecimento
autorizado da participação dos valores
culturais na atividade comercial, quando assinalou o reflexo do protestantismo na atividade econômica, criando até um ti-
. po de economia, que é, para o consagra do sociólogo alemão, a economia capi talista.
162
Dicksto Eco^•ó^^al
Para muitos, isto é, para a generalida
diante de uma exibição de vantagens. O
de dos homens, a função do comércio é
propagandista da mercadoria de outras
facilitar o consumo. A produção escoa-se
épocas usa da mesma linguagem dos propagandistas modernos, porque éle en\"ol-
por suas mãos. O comércio é troca, e
nada mais que troca. É o mundo dos negócios e não pode passar disso. A in terpretação de Ma.x Weber é extensa e
artificial. Entretanto, o pensamento de Weber está de acôrdo, no seu aspecto geral, com os dos grandes intérpretes
ve a mercadoria com todos os valores
comerciais e com aqueles que não o são.
A esse respeito, Iiá de lembrar-se aquilo que nós denominamos "presentes". Os compradores de "presente" procuram antes o belo do que o útil, antes o
da história e dos melhores mestres da
adorno do cjue o vantajoso.
sociologia.
sente" não visa servir,
Podemos dizer, sem mêdo de errar, que há uma ligação constante entre a vida
cultural e a vida comercial; por isso mesmo, o comércio representa a vida de
uma ■comunidade. Em meio do jogo de interesses, da troca de valores e de van
tagens, de lucros e especulações, insi nua-se um valor que não tem preço, que
O "pre
mas agradar.
Deve estar de acôrdo com o gosto de
quem recebe o presente. Êle é, geral mente, como dizia Eça de Queirós, "uma preciosa inutilidade". No que há
tello valem como obra de arte, valem mais <1° j.j^pj.esentam, valem porque possuem história, estiveram em mãos de gente de fara^ ® galerias de renome. O co mércio de obras de arte, por isso mes
mo, cultura, um conheci mento especial, uma devoção a tudo aquilo que se relacione com a pintura, com a escultura, enfim, com tòdas as artes plásHcas. E o mesmo se da com objetos raros, mobílias que pertenceram ao duque de Malborough, cadeiras que
pertenceram a Feijó, xícaras que faziam parte dos pertences do imperador dom Pedro II.
nele de artificial, de inútil, está também
Nesse comércio de luxos, de, coisas
esse impulso do comércio para além do
belas e ornamentais, está um aspecto do comércio gemi, do grande comércio que faz a distribuição das utilidades fundamentais que constituem a riqueza das
comércio. Por certo que vender coisas inúteis, que não possuem valor em si, dá, na maioria dos casos, grandes van
é conduzido comercialmente, muito em bora nada tenha de comercial. A ofer
tagens e lucros. Mas essa coisa inútil, que se toma comerciável, anima o espi
ta não se faz, propriamente, no equilí
nas ostentações mundanas.
brio com a procura. A oferta se faz dentro de uma porção de condições,
DrcKSTO Econósnco
rito da sociabilidade, que se ornamenta
Um quadro de Rembrandt, uma tela de El Grecco, uma escultura de Donna-
nações.
tação da' fome e da miséria, porque o desequilíbrio político do mundo e a in compreensão dos valores comerciais não
são apreciados nos têrmos em que devem ser apreciados!. . .
Paris, como centro da espiritualidade
cultural, \dvera os seus grandes dias, pela energia de seu comércio, que eliminava, do pronto, as possibilidades de catástro fes. Hoje, não so Paris como todos os
grandes e pequenos centros vtvc/í? horj}.<;
incertas e sombrias, porque uma das conquistas do mundo moderno, que é a liberdade, está ameaçada, e com ela,
sem dúvida alguma, a liberdade de co mércio. "Estamos vivendo numa égoca
em que a compressão estatal proA'Oca a especulação e ^ especulação a compres são", diz Irving.
E isso se dá justa
mente porque a idéia do comércio está nas raízes da cultura dos povos.
Refere-se Hendcrson, em seu
Muita razão existe nesse raciocínio,
livro "As leis da oferta e da procura", ao depoimento de Bastiat, há setenta
porque a socialização virá com todas as
anos: — "Há, em Paris, milhões de se res humanos que morreriam em pouco tempo se cessassem de chegar a eles pro-
grada a planificação econômica, porque esta planificação atingirá o comércio, que é decorrente do próprio ativismo da ci vilização ocidental. Transfigurado o co mércio, estará inelutàvelmente transfi gurado o caminho da história. E é
■visões de todas as classes.
Desconcer
ta-se a imaginação quando se trata de apreciar a imensa multiplicidade de arti gos que devem entrar de manhã para que seus habitantes não fiquem tomados pela convulsão da fome, da rebelião e da pilhagem. No entanto, todos dor mem, nesse instante, e seus sonhos pací
ficos não se perturbam um só instante', diante da perspectiva de tão espantosa catástrofe".
Êsse pensamento de Bastiat tem um
estranho significado em nossos dias, quando vemos que o comércio, que ga rantia essa tranqüilidade, detém-se, não raro, nas portas das cidades, impedido de provisicná-las, deixando-as na inquie
suas conseqüências, quando ficar consa
êsse também o raciocínio de Oswald
Spengler, quando vê no grande adver sário da propriedade não o comunismo, mas o mundo dos negócios. Isso quer dizer que é êsse mundo a matriz dos rumos políticos.
O Estado toma côr,
conforme o sistema comercial em que vive. Pensa por isso Hayek, no seu livro de sucesso "The Road to Serfdom",
que* a intervenção do Estado na econo mia conduz ao fascismo.
É , verdade que, na crise política fun damental, se olha para o problema da terra, da propriedade e do trabalho,
162
Dicksto Eco^•ó^^al
Para muitos, isto é, para a generalida
diante de uma exibição de vantagens. O
de dos homens, a função do comércio é
propagandista da mercadoria de outras
facilitar o consumo. A produção escoa-se
épocas usa da mesma linguagem dos propagandistas modernos, porque éle en\"ol-
por suas mãos. O comércio é troca, e
nada mais que troca. É o mundo dos negócios e não pode passar disso. A in terpretação de Ma.x Weber é extensa e
artificial. Entretanto, o pensamento de Weber está de acôrdo, no seu aspecto geral, com os dos grandes intérpretes
ve a mercadoria com todos os valores
comerciais e com aqueles que não o são.
A esse respeito, Iiá de lembrar-se aquilo que nós denominamos "presentes". Os compradores de "presente" procuram antes o belo do que o útil, antes o
da história e dos melhores mestres da
adorno do cjue o vantajoso.
sociologia.
sente" não visa servir,
Podemos dizer, sem mêdo de errar, que há uma ligação constante entre a vida
cultural e a vida comercial; por isso mesmo, o comércio representa a vida de
uma ■comunidade. Em meio do jogo de interesses, da troca de valores e de van
tagens, de lucros e especulações, insi nua-se um valor que não tem preço, que
O "pre
mas agradar.
Deve estar de acôrdo com o gosto de
quem recebe o presente. Êle é, geral mente, como dizia Eça de Queirós, "uma preciosa inutilidade". No que há
tello valem como obra de arte, valem mais <1° j.j^pj.esentam, valem porque possuem história, estiveram em mãos de gente de fara^ ® galerias de renome. O co mércio de obras de arte, por isso mes
mo, cultura, um conheci mento especial, uma devoção a tudo aquilo que se relacione com a pintura, com a escultura, enfim, com tòdas as artes plásHcas. E o mesmo se da com objetos raros, mobílias que pertenceram ao duque de Malborough, cadeiras que
pertenceram a Feijó, xícaras que faziam parte dos pertences do imperador dom Pedro II.
nele de artificial, de inútil, está também
Nesse comércio de luxos, de, coisas
esse impulso do comércio para além do
belas e ornamentais, está um aspecto do comércio gemi, do grande comércio que faz a distribuição das utilidades fundamentais que constituem a riqueza das
comércio. Por certo que vender coisas inúteis, que não possuem valor em si, dá, na maioria dos casos, grandes van
é conduzido comercialmente, muito em bora nada tenha de comercial. A ofer
tagens e lucros. Mas essa coisa inútil, que se toma comerciável, anima o espi
ta não se faz, propriamente, no equilí
nas ostentações mundanas.
brio com a procura. A oferta se faz dentro de uma porção de condições,
DrcKSTO Econósnco
rito da sociabilidade, que se ornamenta
Um quadro de Rembrandt, uma tela de El Grecco, uma escultura de Donna-
nações.
tação da' fome e da miséria, porque o desequilíbrio político do mundo e a in compreensão dos valores comerciais não
são apreciados nos têrmos em que devem ser apreciados!. . .
Paris, como centro da espiritualidade
cultural, \dvera os seus grandes dias, pela energia de seu comércio, que eliminava, do pronto, as possibilidades de catástro fes. Hoje, não so Paris como todos os
grandes e pequenos centros vtvc/í? horj}.<;
incertas e sombrias, porque uma das conquistas do mundo moderno, que é a liberdade, está ameaçada, e com ela,
sem dúvida alguma, a liberdade de co mércio. "Estamos vivendo numa égoca
em que a compressão estatal proA'Oca a especulação e ^ especulação a compres são", diz Irving.
E isso se dá justa
mente porque a idéia do comércio está nas raízes da cultura dos povos.
Refere-se Hendcrson, em seu
Muita razão existe nesse raciocínio,
livro "As leis da oferta e da procura", ao depoimento de Bastiat, há setenta
porque a socialização virá com todas as
anos: — "Há, em Paris, milhões de se res humanos que morreriam em pouco tempo se cessassem de chegar a eles pro-
grada a planificação econômica, porque esta planificação atingirá o comércio, que é decorrente do próprio ativismo da ci vilização ocidental. Transfigurado o co mércio, estará inelutàvelmente transfi gurado o caminho da história. E é
■visões de todas as classes.
Desconcer
ta-se a imaginação quando se trata de apreciar a imensa multiplicidade de arti gos que devem entrar de manhã para que seus habitantes não fiquem tomados pela convulsão da fome, da rebelião e da pilhagem. No entanto, todos dor mem, nesse instante, e seus sonhos pací
ficos não se perturbam um só instante', diante da perspectiva de tão espantosa catástrofe".
Êsse pensamento de Bastiat tem um
estranho significado em nossos dias, quando vemos que o comércio, que ga rantia essa tranqüilidade, detém-se, não raro, nas portas das cidades, impedido de provisicná-las, deixando-as na inquie
suas conseqüências, quando ficar consa
êsse também o raciocínio de Oswald
Spengler, quando vê no grande adver sário da propriedade não o comunismo, mas o mundo dos negócios. Isso quer dizer que é êsse mundo a matriz dos rumos políticos.
O Estado toma côr,
conforme o sistema comercial em que vive. Pensa por isso Hayek, no seu livro de sucesso "The Road to Serfdom",
que* a intervenção do Estado na econo mia conduz ao fascismo.
É , verdade que, na crise política fun damental, se olha para o problema da terra, da propriedade e do trabalho,
165
Digesto Econômico 164
Diokstíi Econômico
nos sistemas de produção; mas a gran de força reveladora do fluir econômico da vida histórica está na atividade dos
negócios. E o maior exemplo disso, co mo nos mostra Charles Beard, está nos . s a os Unidos, onde, existindo a maior
organização comercial do mundo, perma nece na plenitude de suas virtudes de mocráticas.
terdam, Rotterdam, Middelbourg, Dortrcchi, vivem intensamente. Na França, como nos mostra Henri
E, assim, o comércio vai fazendo his
tória. E' quando o Kenusciinento pro porciona maiores conqui.slas para o ho mem, através dos inventos c das desco
bertas, e a civilização começa a com preender que o progresso realmente existe, porque 6 o comércio o pioneiro do espírito de organização. O prestigio da cidade decorre de sua vida comercial.
Se o Estado se apodera do comércio,
O poder de Florcnçu e dc Hannover
tV'V® pPod^^ra da liberdade. Se
decorre do poderio comercial. Maquiavel instrui o seu gcnio político na palpi-
elimina todas as
tação do comércio forentino, nas artes
o problema
maiores, médias e menores "^da cidade.
f.ir> ^ ^ ° elimina a liberdade «íe comér-
sodíí^
darU ou propriamente ^ propriamente da proprieA dade o daoprodução propnedade no mundo moderno, repre-
se anima no eúl"'? calculo!, dos valoresP™''"':» de utilidade. Mas e o comercio que sustenta, pelo seu di
namismo, pela inteligência de seus proc-essos, a valorização do fruto do trabamo humano.
En^e os esfo^os da admirável Escola de Altos Estudos Comerciais de Mon treal, está a da publicação dos "Estudos Econômicos", onde se mostra com ina
balável segurança a extensão orgânica da atividade comercial na civilização. Por isso, é bom pensar, em nossos dias,
ü niais demorado, porque o comércio, "le grand commerce tout au moins — n'a
crar, que sabe, enfim, lutar como ho
pns encore iin caractòre permanent, mais
mem. Por essa interpretação a vida se
périodique". E assim vamos chegando aos pano ramas da atua'idade. Dai por diante a visão geral facilita a interpretação: o
faz por uma conjunção de esforços,
comércio do mundo é a história do mundo.
Pela interpretação econômica da his
dentro dos quais o homem procura man ter-se na luta que é obrigado a sustentar
para não perecer. E, com isso, vão desaparecendo as sombrias perspectivas de um destino implacável e as esperan ças vão-se renovando...
dades em sêda.
Na.s grandes feiras .européias palpi ta assim a nova vida, um novo sistema
de organização, amparado no espírito dc
i
iniciativa do homem livre. E uma trans
formação se dá nos hábitos e costu
mes.
Agora, multiplicam-se os ban
queiros e os bancos.
E os bancos se
constituem, nesse tempo, como a arma
mais eficiente para conter os potentados e para abrir caminho para a libertação burguesa. G. Yver, no seu livro "L'-' tra como os banqueiros florentínos í®'"
Foram os comerciantes fenícios,
animal sagaz que trabalha, que sabe criar situações, que sabe perder e lu
mala", a "arte delia lana" c a "arte
commerce et les marchands dans Tltali^
char.
homem como condutor, o homem como
pitnhsme imidemc". o desenvolvimento
di Por Santa Maria" que era constituída pelos mercadores que expunham as novi
dade e que o homem não é só um animal sociável, um animal de instru mento, um animal que se veste ou um animal racional, mas é também um
See, no seu livro "Les origines clu ca-
Êlc conhece de perto a "arte di Cali-
que o comercio nasceu com a humani
animal que comercia. E' quando o ho mem toma consciência do significado do comércio que a história começa a mar
tória, a economia é quem conduz o homem, como um pobre caniço pensante. Pela interpretação comercial se sente o
mérídionale aux XlIIe. e XlVe.", mo®'
conseguindo vantagens para o comércio e assim alargando as, possibilidades pí^''^ o comércio livre, através de empréstimos, como aconteceu em Nápoles, como acon teceu com Carlos d'Anjou.
antes que tenninc o Plano Marshall. Acentuou que não se trata necessàriamente de aumentar o ntimero de horas de trabalho, mas um uso nuiis econômico do trabalho (■ de novos métodos.
O sr. Cripps frisou que se a Grã-Bretanha não se equilibrar nessa ocasião, "nós
E' o que se repete na Holanda, onde
bordejando as costas do Mediterrâifeo, que prepararam essa marcha. Quando chegamos ao apogeu do remado de Augusto, chegamos ao apogeu do seu
o comércio dá o estilo da vida.
comércio.
tória e as cidades holandesas, como Am.s-
Num
país apoiado ainda numa indústria do méstica, o comércio é que dá o estilo de vida.
Stcif-fnrd Cripvs-, em discurso pronunciado em BeJfast, declarou que a Grã-Breianha deve produzir mais por operário, se quiser equilibrar sua economia
As cidades é que fazem a his
■Aiàt
não poderemos comprar os gêneros alimentícios e as matérias-primas sem as quais
estaremos impossibilitados de manter trabalhando todos os operários e de continuar
com um padrão de vida decente^'.
O chanceler do Erário acrescentou que tôdas as espécies de restrições na indús tria, cnie talvez foram necessárias depois da primeira guerra.mundial, senam agora prejudiciais ao emprêgo integral do país.
165
Digesto Econômico 164
Diokstíi Econômico
nos sistemas de produção; mas a gran de força reveladora do fluir econômico da vida histórica está na atividade dos
negócios. E o maior exemplo disso, co mo nos mostra Charles Beard, está nos . s a os Unidos, onde, existindo a maior
organização comercial do mundo, perma nece na plenitude de suas virtudes de mocráticas.
terdam, Rotterdam, Middelbourg, Dortrcchi, vivem intensamente. Na França, como nos mostra Henri
E, assim, o comércio vai fazendo his
tória. E' quando o Kenusciinento pro porciona maiores conqui.slas para o ho mem, através dos inventos c das desco
bertas, e a civilização começa a com preender que o progresso realmente existe, porque 6 o comércio o pioneiro do espírito de organização. O prestigio da cidade decorre de sua vida comercial.
Se o Estado se apodera do comércio,
O poder de Florcnçu e dc Hannover
tV'V® pPod^^ra da liberdade. Se
decorre do poderio comercial. Maquiavel instrui o seu gcnio político na palpi-
elimina todas as
tação do comércio forentino, nas artes
o problema
maiores, médias e menores "^da cidade.
f.ir> ^ ^ ° elimina a liberdade «íe comér-
sodíí^
darU ou propriamente ^ propriamente da proprieA dade o daoprodução propnedade no mundo moderno, repre-
se anima no eúl"'? calculo!, dos valoresP™''"':» de utilidade. Mas e o comercio que sustenta, pelo seu di
namismo, pela inteligência de seus proc-essos, a valorização do fruto do trabamo humano.
En^e os esfo^os da admirável Escola de Altos Estudos Comerciais de Mon treal, está a da publicação dos "Estudos Econômicos", onde se mostra com ina
balável segurança a extensão orgânica da atividade comercial na civilização. Por isso, é bom pensar, em nossos dias,
ü niais demorado, porque o comércio, "le grand commerce tout au moins — n'a
crar, que sabe, enfim, lutar como ho
pns encore iin caractòre permanent, mais
mem. Por essa interpretação a vida se
périodique". E assim vamos chegando aos pano ramas da atua'idade. Dai por diante a visão geral facilita a interpretação: o
faz por uma conjunção de esforços,
comércio do mundo é a história do mundo.
Pela interpretação econômica da his
dentro dos quais o homem procura man ter-se na luta que é obrigado a sustentar
para não perecer. E, com isso, vão desaparecendo as sombrias perspectivas de um destino implacável e as esperan ças vão-se renovando...
dades em sêda.
Na.s grandes feiras .européias palpi ta assim a nova vida, um novo sistema
de organização, amparado no espírito dc
i
iniciativa do homem livre. E uma trans
formação se dá nos hábitos e costu
mes.
Agora, multiplicam-se os ban
queiros e os bancos.
E os bancos se
constituem, nesse tempo, como a arma
mais eficiente para conter os potentados e para abrir caminho para a libertação burguesa. G. Yver, no seu livro "L'-' tra como os banqueiros florentínos í®'"
Foram os comerciantes fenícios,
animal sagaz que trabalha, que sabe criar situações, que sabe perder e lu
mala", a "arte delia lana" c a "arte
commerce et les marchands dans Tltali^
char.
homem como condutor, o homem como
pitnhsme imidemc". o desenvolvimento
di Por Santa Maria" que era constituída pelos mercadores que expunham as novi
dade e que o homem não é só um animal sociável, um animal de instru mento, um animal que se veste ou um animal racional, mas é também um
See, no seu livro "Les origines clu ca-
Êlc conhece de perto a "arte di Cali-
que o comercio nasceu com a humani
animal que comercia. E' quando o ho mem toma consciência do significado do comércio que a história começa a mar
tória, a economia é quem conduz o homem, como um pobre caniço pensante. Pela interpretação comercial se sente o
mérídionale aux XlIIe. e XlVe.", mo®'
conseguindo vantagens para o comércio e assim alargando as, possibilidades pí^''^ o comércio livre, através de empréstimos, como aconteceu em Nápoles, como acon teceu com Carlos d'Anjou.
antes que tenninc o Plano Marshall. Acentuou que não se trata necessàriamente de aumentar o ntimero de horas de trabalho, mas um uso nuiis econômico do trabalho (■ de novos métodos.
O sr. Cripps frisou que se a Grã-Bretanha não se equilibrar nessa ocasião, "nós
E' o que se repete na Holanda, onde
bordejando as costas do Mediterrâifeo, que prepararam essa marcha. Quando chegamos ao apogeu do remado de Augusto, chegamos ao apogeu do seu
o comércio dá o estilo da vida.
comércio.
tória e as cidades holandesas, como Am.s-
Num
país apoiado ainda numa indústria do méstica, o comércio é que dá o estilo de vida.
Stcif-fnrd Cripvs-, em discurso pronunciado em BeJfast, declarou que a Grã-Breianha deve produzir mais por operário, se quiser equilibrar sua economia
As cidades é que fazem a his
■Aiàt
não poderemos comprar os gêneros alimentícios e as matérias-primas sem as quais
estaremos impossibilitados de manter trabalhando todos os operários e de continuar
com um padrão de vida decente^'.
O chanceler do Erário acrescentou que tôdas as espécies de restrições na indús tria, cnie talvez foram necessárias depois da primeira guerra.mundial, senam agora prejudiciais ao emprêgo integral do país.
DroiiSTO
^ sjj *
MICO Verifica-se um grande progresso na
preparação do caminho para o novo grande plano de seguro nacional, da Grã Bretanha.
sjí *
"Capitais norte-americanos poderão ser aplicados brevemente nã indústria
H'-
nacional", declarou o general Clay, co mandante das forças militares norte-ame ricanas na Alemanha, no transcurso de
Os líderes da indú.slria petrolífera americana declararam recentemente que os fornecimentos de petróleo nos pró.vimos que no período correspondcnie que aca
xilio maternidade e outros benefícios. A
ba de findar — desde que haja aço e
forças britânicas.
administração dos benefícios do atual se
guro de saúde a mais de 20.000.000 de
outros materiais di.sponívels e não se verifiquem interrupçõe.s no flii.xo mun
pessoas tem tido até agora responsabi
dial de petróleo devido a greves, desas
abriu 760 escritórios locais que farão os pagamentos de seguros por doença, au
lidade de cerca de 6.000 companhias in dependentes legalizadas. O novo Minis
12 meses serão cerca de 8% maiores do
tres ou outras calarnidade.s.
aplicará a todos os países que participa ram cia Conferência Geral de Comércio
entrevista concedida à imprensa, .após a visita que fêz ao Ruhr em companhia do general Robertson, comandante das
O Ministério do Seguro Nacional já
167
Econômico
Entretanto,
de 1947.
O Departamento de Estado declara que a re-negociação se toma necessária, porque êsses quatro países especificaram que as taxas aceitas seriam' submetidas a aprovação final mais tarde. ^
^
Respondendo a vinia pergunta, Clay
A Associação das Estradas de Ferro
afirmou que a Alemanha poderia tomarse inteiramente independente, no domí nio econômico, dentro do prazo de qua tro anos. Acrescentou o general norteamericano que não tinha dado ordem para suspender a desmontagem cie tre
dos Estados Unidos solicitou autorização
para aumentar de 13 por cento em vez de 6 por cento os pedidos feitos ante riormente à tarifa de mercadorias.
ria das companiúas menores, mas as que
cerca de 8% désse aumento serão precisos para colocar os estoques à altura das ne cessidades, enquanto que os 5% restantes
apresentam um maior número de asso
podem ser suficientes se os consumidores
ciados não serão transferidas à nova au
forem sóbrios no uso dos produtos pe
toridade até que a lei entre em vigor.
trolíferos, se baixar o mnnero de novas
que se paralisou foi a entrega de máqui nas e usinas a países estrangeiros e as
teria o aumento de 35 cêntimos, enquan
A grande transformação está sendo
instalações que consomem óleo combus
tível, se o próximo inverno for benigno
gumes teria o aumento de 12 por cento;
levada a efeito suave c eficientemente e não haverá solução de continuidade nos
expediç-ões de reparações".
tério assumiu a administração da maio
pagamentos. Já um grande número de funcionários das companhias que passa ram para coiltrôle oficial faz parte do pessoal do novo Ministério. Calcula-se que cerca de 3.000.000
zentas usinas alemãs que figuravam na
lista de desmontagens, acentuando: "o
íj!
}}{ ^
para fins militares. Por outro lado, o
House Armed Services Coniinittee, após
De acftrdo com um telegrama recebi-
do de Havana pela Bolsa de Açúcar e Café, julgam os plantadores de cana de açúcar que, em conseqüência dos
seguro, pela primeira vez, em julho. Ca
de barris diários nas suas necessidades.
eubana terá um decréscimo de meio mi
da uma dessas pessoas dispõe de um * 5i:
To
As autorizações da Administração de
dos os adultos têm o direito de rece
Cooperação Econômica para compras
ber êsses benefícios, assim como os que
dentro do Plano Marshall, incliioin: —
vierem do exterior para assumir empre
Para a bi-zona da A'emanha — 69.000
gos na Grã Bretanha. Os visitantes po
dólares de minério de manganês do
aumenfo pedido apenas cobrirá a revisão de salários já concedida, sem levar em conta o aumento eventual da mão-deobra.
^
Ao inaugurar a 1." de outubro, em
mana e dará ao portador direito aos
benefícios instituídos pelo plano.
Um
recentes furacões, a próxima colheita
lhão de toneladas, pelo menos.
cartão, o qual recebe um selo por se
riam o aumento de 8 por cento.
porta-voz da Associação precisou que o
um cuidadoso estudo sôbre a situação do petróleo, declarou que, no caso de reben
de homens e mulheres se inscreveram em
to o transporte de fmtas frescas e le a madeira de construção e o açúcar te
c se não houver aumento extraordinário
tar uma guerra, os Estados Unidos terão um déficit de mais de 2 milhões o meio
Êsse aumento seria aplicado à maior
parte das mercadorias: para o carvão e o coque a alta seria de 45 cêntimos por tonelada métrica; o minério de ferro
Londres, no edifício de Earls Court, a
Exposição Intemacional de Veículos Co
*f
O Departamento de Estado anunciou que os Estados Unidos re-negociarão as concessões de tarifas, sôbre cerca de 50
que, desde 1902, a indústria automobilís.
,-artigos, feitas pe^o Brasil, Cuba, Ceilão
lhões e meio de veículos comerciais e
derão também se favorecer das vanta
Brasil e 732.000 dólares de couros de
10 Paquistão.
gens dos benefícios, depois de residir no país por um período contínuo de 26
gado bovino do Uruguai; para a Itiília — 1.900.000 dólares de café em grão do
Os artigos do Brasil são penicilina, lei. te, almanaques e folhinhas (calendários),
semanas.
Brasil.
•t^ualquer alteração nas taxas atuais se
merciais, o Conde Mountbaiten declarou tica britânica fabricou mais de dois mi
mais de 600.000 tratores. Como a popu. !ação mundial cresce num ritmo maior
que o da produção de víveres, o pano rama do futuro seria muito sombrio se
,
J
DroiiSTO
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MICO Verifica-se um grande progresso na
preparação do caminho para o novo grande plano de seguro nacional, da Grã Bretanha.
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"Capitais norte-americanos poderão ser aplicados brevemente nã indústria
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nacional", declarou o general Clay, co mandante das forças militares norte-ame ricanas na Alemanha, no transcurso de
Os líderes da indú.slria petrolífera americana declararam recentemente que os fornecimentos de petróleo nos pró.vimos que no período correspondcnie que aca
xilio maternidade e outros benefícios. A
ba de findar — desde que haja aço e
forças britânicas.
administração dos benefícios do atual se
guro de saúde a mais de 20.000.000 de
outros materiais di.sponívels e não se verifiquem interrupçõe.s no flii.xo mun
pessoas tem tido até agora responsabi
dial de petróleo devido a greves, desas
abriu 760 escritórios locais que farão os pagamentos de seguros por doença, au
lidade de cerca de 6.000 companhias in dependentes legalizadas. O novo Minis
12 meses serão cerca de 8% maiores do
tres ou outras calarnidade.s.
aplicará a todos os países que participa ram cia Conferência Geral de Comércio
entrevista concedida à imprensa, .após a visita que fêz ao Ruhr em companhia do general Robertson, comandante das
O Ministério do Seguro Nacional já
167
Econômico
Entretanto,
de 1947.
O Departamento de Estado declara que a re-negociação se toma necessária, porque êsses quatro países especificaram que as taxas aceitas seriam' submetidas a aprovação final mais tarde. ^
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Respondendo a vinia pergunta, Clay
A Associação das Estradas de Ferro
afirmou que a Alemanha poderia tomarse inteiramente independente, no domí nio econômico, dentro do prazo de qua tro anos. Acrescentou o general norteamericano que não tinha dado ordem para suspender a desmontagem cie tre
dos Estados Unidos solicitou autorização
para aumentar de 13 por cento em vez de 6 por cento os pedidos feitos ante riormente à tarifa de mercadorias.
ria das companiúas menores, mas as que
cerca de 8% désse aumento serão precisos para colocar os estoques à altura das ne cessidades, enquanto que os 5% restantes
apresentam um maior número de asso
podem ser suficientes se os consumidores
ciados não serão transferidas à nova au
forem sóbrios no uso dos produtos pe
toridade até que a lei entre em vigor.
trolíferos, se baixar o mnnero de novas
que se paralisou foi a entrega de máqui nas e usinas a países estrangeiros e as
teria o aumento de 35 cêntimos, enquan
A grande transformação está sendo
instalações que consomem óleo combus
tível, se o próximo inverno for benigno
gumes teria o aumento de 12 por cento;
levada a efeito suave c eficientemente e não haverá solução de continuidade nos
expediç-ões de reparações".
tério assumiu a administração da maio
pagamentos. Já um grande número de funcionários das companhias que passa ram para coiltrôle oficial faz parte do pessoal do novo Ministério. Calcula-se que cerca de 3.000.000
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para fins militares. Por outro lado, o
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De acftrdo com um telegrama recebi-
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seguro, pela primeira vez, em julho. Ca
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Cooperação Econômica para compras
ber êsses benefícios, assim como os que
dentro do Plano Marshall, incliioin: —
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Para a bi-zona da A'emanha — 69.000
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^
Ao inaugurar a 1." de outubro, em
mana e dará ao portador direito aos
benefícios instituídos pelo plano.
Um
recentes furacões, a próxima colheita
lhão de toneladas, pelo menos.
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riam o aumento de 8 por cento.
porta-voz da Associação precisou que o
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c se não houver aumento extraordinário
tar uma guerra, os Estados Unidos terão um déficit de mais de 2 milhões o meio
Êsse aumento seria aplicado à maior
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Londres, no edifício de Earls Court, a
Exposição Intemacional de Veículos Co
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O Departamento de Estado anunciou que os Estados Unidos re-negociarão as concessões de tarifas, sôbre cerca de 50
que, desde 1902, a indústria automobilís.
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derão também se favorecer das vanta
Brasil e 732.000 dólares de couros de
10 Paquistão.
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Os artigos do Brasil são penicilina, lei. te, almanaques e folhinhas (calendários),
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Brasil.
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merciais, o Conde Mountbaiten declarou tica britânica fabricou mais de dois mi
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que o da produção de víveres, o pano rama do futuro seria muito sombrio se
,
J
168
Dioesto
T
Econômico
não fôra a aplicação dos tratores para
madamente 450 modelos novos, havendo
finalidades agrícolas em todas as partes
camionetas e caminhõc.s com capacida
do mundo. Na segunda guerra mundial,
des que o.scilam de 250 quilos a 22 to
o transporte automobilístico desempe
neladas, ônibus, tratores, ambulâncias
nhou um papel essencial — observou
etc.
Lord
Mountbatten, acrescentando:
L. Figueiredo (USA) Corp
* íí: *
A utilização da energia atômica para
pleto de transporte automobilístico entre as estações ferroviárias e os aeródromos avançados, tendo que se recorrer a es
apressar e melhorar substancialmente o
tradas onde oram péssimas as condições
da estar distante muitos anos, mas
para o tráfego. Agora estamos levan do a cabo outra batalha - a batalha co
já foi descoberto o uso do cnxôfre radio
ativo. Empregado como um "tracer", pode controlar o teor de enxofre no aço.
mobilística britânica está desempenhan do um papel de vital importância. An tes da guerra, exportávamos 14 por cen
Quando se sabe que rebaixar a porcenta gem de enxôfre transferido pelo coque para o aço constituiu sempre um dos
to dos veículos manufaturados. Atual mente exportam-se 50 por cento". Prosse-
der-se-á avaliar melhor a importância de que se reveste a descoberta em questão.
dução fixado para a indústria de veículos motorizados, objetivo ésse que fôra fi xado pelo governo tio ano passado. O
com ôsse objetivo que a United Stntes Steel Corporation, a Betldelicm Steel Corporation e a Inland Steel Coin-
pany acordaram recentemente em pagar cem mil dólares cada uma para partici par das pe.squisas atômicas industriais na Universidade de Chicago.
de libras esterlinas. É muito grande a micos, com cabines para o "chauffeur" tão cômodas como as de um automóvel
Os veículos pesados bri
tânicos se encontram hoje, incontestàvelmente, à frente de todos os outros do
:i:
^
Harold Bernstein, presidente da Asso-
f
A I.AM1IVA DÉ
tencente ao Instituto de Distribuidores
MAIOR VENDA MUNDIAL
não há'necessidade de controlar as im
que se realiza nos últimos onze anos.
portações de tecidos em Cuba, pois os obstáculos à livre circulação de mercado rias criarão uma escassez artificial que conduzirá à elevação dos preços.
de 150 expositores apresentam aproxi-
4
Têxteis, declarou que os fabricantes de tecidos de Cuba não precisam de prote ção artificial para vender os seus produ
Lord Mountbatten é a primeira de uma
positores. Na seção de veículos, cerca
principais Portos do Brasil
ciação de Exportadores de Tecido.s, per
série iniciada em 1907, sendo a primeira Nela tomam parte quase quinhentos ex
Uma organisaçao BRASILEIRA nos EE. UU. com associados nos
X;
tos. Disse Bernstein que houve diminui ção dos negócios de tecidos em muitos países, inclusive em Cuba. Afirmou quo
A exposição inaugurada por
L. Figueiredo (Sulriograndense) S. A. - Porto Alegre
aplicações para a energia atômica. Foi
va'or atual das exportações é cêroa de
diferença existente entre os antigos veí culos comerciais e os de hoje, aerodinâ
L. Figueiredo S. A. — São Paulo, Santos L. Figueiredo (Rio) S. A. - Rio, Niteroy, Belo Horizonte L. Figueiredo (Recife) S. A. - Recife L. Figueiredo (Bahia) S. A. - Bahia
A indústria busca, entretanto, outras
oito vezes maior que o de antes da
dos 112.000 veículos comerciais, ônibus e tratores, no valor total de 42 milhões
. e no BRASIL a
principais problemas siderúrgicos, po-
guindo, salientou Lord Mountbatten que ioi alcançado o objetivo mensal de pro
guerra. No ano passado, foram exporta
52, BROADWAY — NEW YORK, 4
método de fabricação do aço pode ain
mercial - e novamente a indústria auto
mundo.
NEW YORK, a
—
"Na Birmânia havia um sistema com
particular.
Confie seus negocies, embarques e serviços em
j.
168
Dioesto
T
Econômico
não fôra a aplicação dos tratores para
madamente 450 modelos novos, havendo
finalidades agrícolas em todas as partes
camionetas e caminhõc.s com capacida
do mundo. Na segunda guerra mundial,
des que o.scilam de 250 quilos a 22 to
o transporte automobilístico desempe
neladas, ônibus, tratores, ambulâncias
nhou um papel essencial — observou
etc.
Lord
Mountbatten, acrescentando:
L. Figueiredo (USA) Corp
* íí: *
A utilização da energia atômica para
pleto de transporte automobilístico entre as estações ferroviárias e os aeródromos avançados, tendo que se recorrer a es
apressar e melhorar substancialmente o
tradas onde oram péssimas as condições
da estar distante muitos anos, mas
para o tráfego. Agora estamos levan do a cabo outra batalha - a batalha co
já foi descoberto o uso do cnxôfre radio
ativo. Empregado como um "tracer", pode controlar o teor de enxofre no aço.
mobilística britânica está desempenhan do um papel de vital importância. An tes da guerra, exportávamos 14 por cen
Quando se sabe que rebaixar a porcenta gem de enxôfre transferido pelo coque para o aço constituiu sempre um dos
to dos veículos manufaturados. Atual mente exportam-se 50 por cento". Prosse-
der-se-á avaliar melhor a importância de que se reveste a descoberta em questão.
dução fixado para a indústria de veículos motorizados, objetivo ésse que fôra fi xado pelo governo tio ano passado. O
com ôsse objetivo que a United Stntes Steel Corporation, a Betldelicm Steel Corporation e a Inland Steel Coin-
pany acordaram recentemente em pagar cem mil dólares cada uma para partici par das pe.squisas atômicas industriais na Universidade de Chicago.
de libras esterlinas. É muito grande a micos, com cabines para o "chauffeur" tão cômodas como as de um automóvel
Os veículos pesados bri
tânicos se encontram hoje, incontestàvelmente, à frente de todos os outros do
:i:
^
Harold Bernstein, presidente da Asso-
f
A I.AM1IVA DÉ
tencente ao Instituto de Distribuidores
MAIOR VENDA MUNDIAL
não há'necessidade de controlar as im
que se realiza nos últimos onze anos.
portações de tecidos em Cuba, pois os obstáculos à livre circulação de mercado rias criarão uma escassez artificial que conduzirá à elevação dos preços.
de 150 expositores apresentam aproxi-
4
Têxteis, declarou que os fabricantes de tecidos de Cuba não precisam de prote ção artificial para vender os seus produ
Lord Mountbatten é a primeira de uma
positores. Na seção de veículos, cerca
principais Portos do Brasil
ciação de Exportadores de Tecido.s, per
série iniciada em 1907, sendo a primeira Nela tomam parte quase quinhentos ex
Uma organisaçao BRASILEIRA nos EE. UU. com associados nos
X;
tos. Disse Bernstein que houve diminui ção dos negócios de tecidos em muitos países, inclusive em Cuba. Afirmou quo
A exposição inaugurada por
L. Figueiredo (Sulriograndense) S. A. - Porto Alegre
aplicações para a energia atômica. Foi
va'or atual das exportações é cêroa de
diferença existente entre os antigos veí culos comerciais e os de hoje, aerodinâ
L. Figueiredo S. A. — São Paulo, Santos L. Figueiredo (Rio) S. A. - Rio, Niteroy, Belo Horizonte L. Figueiredo (Recife) S. A. - Recife L. Figueiredo (Bahia) S. A. - Bahia
A indústria busca, entretanto, outras
oito vezes maior que o de antes da
dos 112.000 veículos comerciais, ônibus e tratores, no valor total de 42 milhões
. e no BRASIL a
principais problemas siderúrgicos, po-
guindo, salientou Lord Mountbatten que ioi alcançado o objetivo mensal de pro
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52, BROADWAY — NEW YORK, 4
método de fabricação do aço pode ain
mercial - e novamente a indústria auto
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NEW YORK, a
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j.
Mais de Meio Milhão de Pessoas
E N C
ERDOEIRnS ELÉTRICOS
EPEL
manlêm em vigor lítulos de economia
^?hii&a4edde
de SULACAP
ENCERADEIRAS
DADOS EXTRAÍDOS DO RELATóRIO-BALANÇO DE 1947
ELÉTRICAS EPEL
MfutêãadM(iM.toCr$
Pagamentos aos portadores de tí- T a tulos ppr Sorteios. Resgates e Dis- < sòmente em tnbuição de Lucros j desde 1929
Reservas Matemáticas |
aumento
«Éb b teMüÁ^ na.-
danai, aleaiant a
1947
118.086.112,20
571.997.910,60
atia qiuMdade e fiAo^eaènda
èaoM 1947
134.774.212,50
total até Dezembro de 1947
sòmente
em
941.631.384,00
çue
oftaiel^aa
1.004.200.832.90
cOM^UiOiatam. nOd taiea í>iaáiíeinM. T^iacufiA tan&j&cea
2.898.820.000,00
e£éííúki"EPEL". D5
ctivo Real da Companhia em 31 de Dezembro de 1947
anaaaenc&iadei'"'
Valor dos I sòmente em 1947 . . ., títulos emitidos
em
gor em 31 de Dezembro de 1947 Companhia e 11.242.765.000,00
em ftbbbbb ettfibbt-
çàeaauiiaiixUeaie.meaaad&unttinda
APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO CrS
Apólices da Dívida Pública
e outros Títulos de Renda 236.468 669 10 Empréstimos
sô b r e
hi-
'
potecas, títulos da Companhia
e
garantidos
outros
^õUida etn còaea.
valores
"«oveis
em
centros
e^ande valorização
de
Dinheiro em Bancos e em
i
236.982.169.20
roív,,
473.992.506,80
Outros valores
26.935.354.70
29.822.133,10
PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS: em 1942 — Cr§ 408.871.911.60 em 1947 — CrÇ 1.004.200.832,90
A MARCA
QOC
RESPONDE
PELA
EFICIÊNCIA DOS
*
:'1
SEUS PRODUTOS,
SlJl IMERICl CiPITillH/lÇÍO, S. 1
GARANTIDA PELA
FABRICA
SEDE SOCIAL — RIO DE JANEIRO
Sucursal em São Paulo
Rua 15 de Novembro Esq. de Anchieta
n
INDUSTRinS REUNIDOS INDlflN EPEL ITDfl. ESCRITÚRIO E lOIO; L0R6Q DE SOO BENTO, 20 - TELEFONE 3M724 - S. fQUlO !
Mais de Meio Milhão de Pessoas
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manlêm em vigor lítulos de economia
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ELÉTRICAS EPEL
MfutêãadM(iM.toCr$
Pagamentos aos portadores de tí- T a tulos ppr Sorteios. Resgates e Dis- < sòmente em tnbuição de Lucros j desde 1929
Reservas Matemáticas |
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APLICAÇÃO DOS VALORES DO ACTIVO CrS
Apólices da Dívida Pública
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PROGRESSÃO DO ACTIVO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS: em 1942 — Cr§ 408.871.911.60 em 1947 — CrÇ 1.004.200.832,90
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GARANTIDA PELA
FABRICA
SEDE SOCIAL — RIO DE JANEIRO
Sucursal em São Paulo
Rua 15 de Novembro Esq. de Anchieta
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INDUSTRinS REUNIDOS INDlflN EPEL ITDfl. ESCRITÚRIO E lOIO; L0R6Q DE SOO BENTO, 20 - TELEFONE 3M724 - S. fQUlO !
I
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ro Farina S. L CCHECrj© E INEDXTKIA
instalação HIDRÁULICA
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E SANITARIA
Nov. Vork.r. C.nd, &p™tà. d.
em ,9S0. e C.ldé"ca F m
\ Francisco da Caliíomia, onde se nmhreou com os produlos alam«riiiç .u rn„,
. Ká m.ls de 30 .„;e ,u.FIUr,lL,U/.,le. vem deí.c.nt na SitíeS£ e talheres, que eníellam as mesas brasileiras. Sua marca iratiirinrni « ú i
já se impôs também nos demais paizes da .Mnérica,
TEL. 3-9974
J.
'
I
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ro Farina S. L CCHECrj© E INEDXTKIA
instalação HIDRÁULICA
^comum lalar-se em «prata de .casa», quando se quer dizer He um* coisa útil que nfio se íoi buscar alhures. ['flAC.iLrWZrl é a praia de casa- é s «nossa praia» • lão hòa que Já (oi premiada fora do Brasil, na Feira Mundial de
E SANITARIA
Nov. Vork.r. C.nd, &p™tà. d.
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\ Francisco da Caliíomia, onde se nmhreou com os produlos alam«riiiç .u rn„,
. Ká m.ls de 30 .„;e ,u.FIUr,lL,U/.,le. vem deí.c.nt na SitíeS£ e talheres, que eníellam as mesas brasileiras. Sua marca iratiirinrni « ú i
já se impôs também nos demais paizes da .Mnérica,
TEL. 3-9974
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•viHMVdwoD va anoN wa oaiaHNia aasa^au v
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oavziuoxnv vxsa vonma aa axNaov ivauNaN' • i»|í'j\ ILLZ lojsOcf o:cfOO - ^vpuv «-g - eze 'ojuag
e^S o'ii BU0d OSUOJY epxueAY — 3XNOZIHOH 0339
ona 'ojaBj o^s uta
SZBl o*N SEpEjpuv sop EnH — 3H033Y OXHOd euijpuoq opSiWíSiiíitupy ap oxjua^ 3 ivil)ou}j.t] vtou^By
9ZI 0'N 9^EpEa oaaqjT eiih — OGílVd OYS
ofjp^aopoi o5(ajas op^pu^idsa mafiopoi ap snpDijea sotu^jo — ojixaf ap opojjss
S I Y I 7 I a
•3ja 'OD/Hi 'vnoiaAívw 'Hvonóv aa vnvd 'oyaooiv 'oivnj 'Siy3'ii3D 'gjvo :ap opánpoid osofojuoA 8Eflr - 6"St ap 'eiOF o'W fai-ojotóao op ouíjo; ou 'ouf^puoT ap
oojruioD op sjaayiuj ap lo^ao o^tsiBay ou zi o*íj opSj-íasuí
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8/zzT 'OHanaxas acr axas vnn oui3Nvr 3a oia
Piad sajot sapucxd a souanbad tua SdoõviSdJ.d v sopua^
opupiiKtii) vi\\Y ap SKXojj suj^aj
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tiíiiiiiiiHiiniiniiminiiffiinuniiíniTfiiffifíBiBmmiiiniffiimíiiiiniinifliiíuiniiBimifltiiTiiíniiniifliiTHinitntflTiffliiniiiinuiitmBtüiimiuna
m\m so)]U(i uod mmwi voe 30 sviuoou3U3n vHíiOAva a oaaaa aa svavHXsa
'sviaxsoGNi 'svNioiao vnva sooixav » saoí^nHxsNOD vHVd SNaovHHaa • vnnoAvi a soioiao
'saxav- VHVd svxNawvHHaa
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ESQUADRIAS DE MADEIRA FERRAGENS, FERRAMENTAS,
JoAOüiM Morel dos Reis
TINTAS, TELA DE ARAME PARA TODOS OS FINS E MIUDEZAS EM GERAL
A. P. MELLO FILHO REPRESENTAÇÕES
ENDEREÇO TELEGRAFICO; "Pereréca" IDI IBI
ESCRITÓRIO
Rua Benjamin Constant, 138 6.0 andar — Telefone 3-6748
DEPÓSITO
Rua Anita Garibaldi, 231
em São Paulo
7° and. — Telefone 3-2627
Rua André Leão n." 159
SÃO PAULO
LOUÇAS E FERRAGENS MATERIAIS PARA CONSTRUÇÕES
CASA
MARIUTTI
Ind. e (om. MARIUTTI Ltda. CAL EM PASTA
IMPERMEABILIZANTE 'TMPERCOL'
Loja e Escritório:
RUA OSCAR FREIRE, 1867 (Esquina Teodoro Sampaio, 469)
ORTO
FONE 8-1227
Serraria e Carpintaria: RUA IGUATEMÍ, 1729 — FONE 8-4396 CAIXA POSTAL 11013 — SÃO PAULO
-V-
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•TWl'-* 'T, ■
CHÁ INDISPENSÁVEL EM TODOS OS LARES
TÉCNICO EM
TIJOLOS E PEÇAS DE ALTA REFRATARIEDADE
QUATRO
LÍNGUAS
CHÁ
COOPERCOTIA EXTRA
FINO
763 PdQínas
Aluminosos —• Silico-Aluminosos — Sllicosos — Zircônio —- Isolantes
Terra Refratária — Cimento Refratárío — Candinhos para fundições (Aluminosos, Magnesita, Zircônio)
SILIMAX
LTDÀ.
PRODUTOS CERÂMICOS REFRATARIOS
Fábrica: Rua Alcides Queiroz, 337
^ R.) STO. ANDRÉ' (S. P.
Departamento de Vendas: Praça da Sé, 297, l.a s/loja, salas 6 e 8 — Telefone 3-1631 — São Paulo
J «UMI
THOMAZ & irmão IMPORTADORES
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE COTIA Deparlamento Geral de Vendas: RUA ANHANGABAÚ, 1151 TEL.: 3-7350
FERRAGENS FERRAMENTAS
TINTAS, LOUÇAS e ARTIGOS DOMÉSTICOS
l150O0VO6A'Bm0Sl EDI(ÕES MELHORAMENTOS
Rua Dedrel, 23 ■ 13.o • s/ 13-15 Telefone: 43-8285 RIO DE JANEIRO
EM rÓOAS AS BOAS LIVRARIAS
Rua General Carneiro, 207 - Fones: 2-3964 e 2-2549 SÃO PAULO
Praça Iguatemy MaríinS/ 6/74 Telefone.
6 8-96
SANTOS
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TTTP
A SEMENTEIRA DE
NASCIMENTO & COSTA, LTDA Importadores e distribu^ores, de se mentes de ortaliças e flores dos
C
SEMENTES
melhores cultivadores.
MARCA REGISTRADA
São íicredito que òc lutjo publicado, neste pais, qual VENDAS POR ATACADO E VAREJO Remessas pelo reembolso postal. LARGO GENERAL OSORIO, 25 — TELEFONE: 4-5271
End. Telegr.: "SEMENTEIRA"
SÃO PAULO
DEPOSITÁRIO DE ARTIGOS PARA PINTURA
quer outra revista, como esta, em que as letras e as ciências
figurem, lado a lado, em taitumha harmonia, sem choques ou contrastes violentos, uma vez que a colaboração dos técnicos é escolhida entre os que sabem escrever com ciência (f tamhéin com arte. E quanto a sua utilidade, é ela i«contestca el, grandÍMtrna; as páginas do "DÍges/o" são pre ciosas lições que debatem e esclarecem vários assuntos, principalmente os que dizem respeito à administração, às fitianças e à economia. E sendo elas mesmas, vazadas em
linguagem cscorrcita e atrativa, ainda vêm cercedOiS de outras,
PUNDPDO £M t92^
de feição puramente literária, cujo brilho, em vez de üfuscá-Ias, dão-lhes maior reJivo, l MAOCA emiVTOfcPOS
Manuhl Carlos de FiGUEmcDO Ferraz
MUííen U Pun uoseBoniFfícto-n'*
s ppulo-bppsil
(Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo c Membro da Academia Paulista de Letras)
SECÇÃO artística e papelaria SECÇÃO DE PINTURA
SECÇÃO DE PINCÉIS TELEFONE: 2-1285 — CAIXA POSTAL: 2870
ar&llce SAo
— Rua Qalvta Bu»bo. 210 — Telefonei 2-4IÍt — iki
Fente
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DIGESTO . 'L J ... inspeciona os caminhos do espaço
ECONOMICO SOB os Buspícios Da ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E oa FEDERAÇÃO 00 COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Dlrcllo Comercial e Economia Dirigida — Prof. Joseph Hamel
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A Moeda Escrilural — Richard Lewiiisühn
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Protecionismo e Induslrlallsmo — Allomar Baleeiro
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A Acumulação das Riquezas — Alde Sampaio O Balanço de Contas do Brasil na Aluai Conjuntura Econômica —
Roberto Pinto de Sousa ^
O Sindicalismo no Brasil — Clóvts Leite Ribeiro
Meio para Remediar a Balança de Pagamentos Desfavorável do Brasil —
"tnspeluresde linha" du rapaço. ao. metporolúgli
cabe papel pri'pondcionle na eíltli-iicia du serviço aereo Graças & vigilância de seu Departamento de Moluorologia. que •V./i.j rvM íaí"rm «i fíujiio fOMiai tárJiájt, lio Rv s» S'éu!rt
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oftntr. ÍArnner.iòr-0 ia/.* pi lofinmtí onr dnnjÀi, AO(nCI.< no rio III JANIIROí A.coidi Rio Brfflco. IIT A (lO}.)
Rticrvi.VtnJ.i d. PjiiiK.na: 22 8991 c 22-8919 $«(2o d< lolnrm.td.i: 22-70^8 « 22-8.81 li.rèdd. 22-8166
Ininterruptamente Inspeciona as estradas do rtu, sempre que um de Aerovias Brasil levanta viJo. us sinais do tráfego estão ostentando a luz verde — garantia de caminho livre,
putro dos miilioa (atúres que levum os passigetrot de Aeruvial IJrnsll a diser. quando desemlNircam "Kul unui ollma viagem;''
Temas e Problemas em Debate A
Dario de Almeida Magalhães
Técnica — Nelson Werneck Sodvé
Historta Econômica — Um Debate sôbro o Orçamento — . ^
Afonso Arinos de Melo Franco
A Industria da Eletricidade em Minas — Osório da Rocha Diniz
Ressurgimento Amazônico — Pimcntel Gomes
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Aspectos da inliuència Francesa no Brasil — Otávio Tarquinio de Sousa Financiamento da Construção e Conservação de Estradas — Guilherme Moojen .. Dificuldades do Controle Monetário — Djacir Menezes ^2? Ouo é um Problema Social? — L. A. Costa Pinto l®!
Orçamentos Industriais e Comerciais — Dr. G. Robert Hohentcin
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Brasílio Machado e a Academia — Ernesto Leme
Woodrow Wilson Evangellzadot da Paz e da Liga das Nações —
*« a« uri . dos Planos — Cândido Mota FilhoRodrigo Soares Júnior iw A Grandeza e Miséria ^
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Dorival Teixeira Vieira |0
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IV — NOVEMBRO DE 1848 — N.o 48